Revista Biomassa BR Ed 33

Page 1

Vol. 06 - Nº 33 - Set/Out 2017

www.revistabiomassabr.com

CIBIO 2018 - 3º Congresso Internacional de Biomassa & 3ª EXPOBIOMASSA - Feira Internacional de Biomassa e Energia

serão os principais eventos do setor de Biomassa Florestal em 2018

ISSN-2525-7129

Qualidade dos Trabalhos Técnicos no CIBIO 2017 mostram que o setor terá GRANDES AVANÇOS NOS PRÓXIMOS ANOS



Índice

Expediente

www.revistabiomassabr.com EDIÇÃO Grupo FRG Mídias & Eventos JORNALISTA RESPONSÁVEL Thayssen Ackler Bahls MTB 9276/PR GERÊNCIA Bianca Ramos DIREÇÃO COMERCIAL Tiago Fraga COMERCIAL Cláudio F. Oliveira CHEFE DE EDIÇÃO Dra. Suani Teixeira Coelho CONSELHO EDITORIAL Javier Escobar ― USP, Cássia Carneiro ― UFV, Fernando Santos ― UERS, José Dilcio ― EMBRAPA, Dimas Agostinho ― UFPR, Luziene Dantas ― UFRN, Alessandro Sanches ― USP, Horta Nogueira ― UNIFEI, Luiz A B Cortez ― Unicamp, Manoel Nogueira ― UFPA, Vanessa Pécora ― USP. SUPERVISÃO Eliane T. Souza, Cristina Cardoso TRADUÇÃO Paula Schamne REVISÃO Maria Cristina Cardoso DISTRIBUIÇÃO Carlos Alberto Castilhos REDES SOCIAIS Matheus Vasquez (WEC CONECTE) PUBLICAÇÕES/EVENTOS André Santos EDIÇÃO DE ARTE E PRODUÇÃO Gastão Neto - www.vorusdesign.com.br COLONISTAS/COLABORADORES

Vivian M. Takahashi, Dimas A. da Silva, Marcelo Langer, Anderson C. Marafon, Antonio D. Santiago, André F. C. Amaral, Adriana N. Bierhals, Hugo L. Paiva, Victor S. Guimarrães, Pedro R. S. Moura, Giovana Dalpont, Thiago F. de Aquino, Daniel A. Kestering, Flávio M. Bianchi, Dawyson de Lima, Rogerio C. Gonsalves, Solange A. Ságio, Eduardo A. L. Erasmo, Ana K. F. Vidal, Rafael S. Freitas, Wanessa F. Stida, Lília M. Gravina, Rogério F. Daher, Gabriela C. V. Vergara, Breno K. L. Bezerra, Fernanda P. A. P. Bortolheiro, Marcelo A. Silva, Saulo P. S. Guerra, Lília M. Gravina, Ana Kesia Faria Vidal

04

Cultivo da Acácia Negra no Brasil

20

Lançamento e data CIBIO 2018 & 3ª ExpoBiomassa

24

Potencial produtivo do Capim Elefante

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA Empresas, associações, câmaras e federações de indústrias, universidades, assinantes, feiras e eventos dos setores de biomassa, agronegócio, cana-de-açúcar, florestal, biocombustíveis, setor sucroenergético e meio ambiente.eventos do setor de energia solar, energias renováveis, construção sustentável e meio ambiente. Para reprodução parcial ou completa das informações da Revista BiomassaBR é obrigatório a citação da fonte. VERSÕES:

TIRAGEM:

PUBLICAÇÃO:

Impressa / eletrônica

5.000

Bimestral

CONTATO: R. Cândido de Leão, 45/1204 - Curitiba/PR +55 (41) 3225.6693 - (41) 3222.6661 E-MAIL: comercial@biomassabr.com - comercial@grupofrg.com.br A Revista Brasileira de Biomassa e Energia é uma publicação da Os artigos e matérias assinados por colunistas e ou colaboradores, não correspondem a opinião do RBS Magazine - Revista Brasil Solar, sendo de inteira responsabilidade do autor.

Revista Biomassa BR

3


Mais de meio século de cultivo da ACÁCIA NEGRA no Brasil Sérgio Costa Junior, Alexandre Behling, Dimas Agostinho da Silva, Marcelo Langer

A acácia negra desempenha um importante papel no setor florestal brasileiro...

4

Revista Biomassa BR

A

acácia negra (Acacia mearnsii) é uma espécie cultivada há mais de 60 anos no Brasil, no entanto foi nos últimos anos que a acácia negra ganhou notório destaque entre as espécies cultivadas no Brasil.

A acácia negra desempenha um importante papel no setor florestal brasileiro ocupando o quarto lugar em área plantada, somando aproximadamente 160 mil hectares cultivados no estado do Rio Grande do Sul de acordo com o relatório anual do IBÁ (2016). Cerca de 60% dos povoamentos da espécie encontra-se em pequenas e médias propriedades gerando emprego e renda para cerca de 40 mil famílias (TANAC S.A.).



A biomassa da casca das árvores de acácia negra é matéria-prima para a extração de taninos vegetais consistindo na maior fonte mundial desta matéria-prima...

6

Revista Biomassa BR

A boa aceitação da espécie por parte dos produtores, os acacicultores, é atribuída ao desempenho de funções ambientais, sociais e econômicas pelas florestas de acácia negra. Do ponto de vista ambiental, o cultivo pode ser realizado em áreas degradadas, sendo assim, uma atividade econômica possível em áreas onde muitos outros usos não seriam viáveis. A espécie possui propriedades fixadoras de nitrogênio, o que contribui para a recuperação dessas áreas. Outra vantagem é o fato de apresentar condições para ser cultivada em consórcio com a pecuária. Olhando pelo lado social é uma atividade que gera emprego e renda para muitas pessoas da agricultura familiar, fixando-as no campo e evitando o êxodo rural.

Do ponto de vista econômico o cultivo da espécie gera benefícios, como madeira para fins diversos, comercialização de créditos de carbono, biomassa da casca, geração de energia a partir da madeira e da copa das árvores. Um povoamento de acácia negra aos 7 anos pode render em média de 15 a 17 toneladas de casca verde por hectare (um dos produtos de maior interesse econômico industrial); cerca de 200 metros estéreos (empilhado) de madeira sem casca e, aproximadamente 20 metros estéreos (empilhado) de lenha por hectare (TANAC S.A.). A biomassa da casca das árvores de acácia negra é matéria-prima para a extração de taninos vegetais consistindo na maior fonte mundial desta matéria-prima (SIMON, 2005).


Revista Biomassa BR

7


Outro importante uso da madeira da acácia negra é a geração de energia, sendo utilizada como lenha, como matéria-prima para a produção de carvão, e recentemente na produção de pellets Os taninos são utilizados na produção de curtumes e seus derivados utilizados no tratamento de efluentes industriais, água potável entre outros.

cionalmente incinerada no campo como medida fitossanitária (prática de coivara), porém atualmente, constitui um novo produto de boa atratividade econômica: a biomassa para geração de energia em calA madeira da espécie transfor- deiras. mada em cavaco e exportada para ser utilizada na produção de celuDessa forma, as florestas de lose para papéis especiais. acácia negra consistem uma atividade econômica ampla, com Outro importante uso da ma- resultado diversos e produção de deira da acácia negra é a geração produtos e coprodutos para uso de energia, sendo utilizada como múltiplo. Esta cadeia de valor da lenha, como matéria-prima para acácia negra contribui para que a a produção de carvão, e recen- sua atividade silvicultural avance temente na produção de pellets. cada vez mais em busca da plena Grande parte da madeira da espé- sustentabilidade. cie é exportada para outros países, contribuindo positivamente para O cultivo da acácia negra tem a balança comercial internacional demonstrado ser uma atividade brasileira. econômica promissora, onde a ampla variedade de produtos é viável A biomassa de copa e pontei- e contribui para a redução de risco ras – coprodutos e antes chamadas de investimentos e aumento de rede resíduos florestais – era tradi- ceitas consequentemente aumento

8

Revista Biomassa BR

da rentabilidade do investimento. REFERÊNCIAS INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES (IBÁ). Relatório anual 2016. SIMON, A.A. A cadeia produtiva da acácia-negra, aspectos econômicos, sociais e ambientais. In: STROHSCHOEN, A.G.; REMPEL, C. Reflorestamento e recuperação ambiental: Ambiente e tecnologia: o desenvolvimento sustentável em foco. Lajeado: Univates, 2005 p.149-166. TANAC S.A. Cultura da acácia negra: cartilha de recomendações técnicas. s.d. Disponível em: http://www.tanac.com.br/sites/ default/files/certificados/Recomendacoes_tecnicas.pdf. Acesso em: 06 de julho de 2017.


Revista Biomassa BR

9


SECAGEM AO SOL DO CAPIM-ELEFANTE PARA USO NA GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA

Anderson Carlos Marafon1 Antonio Dias Santiago2 André Felipe Camara Amaral3 Adriana Neutzling Bierhals4 Hugo Leoncio Paiva5 Victor dos Santos Guimarrães6

Resumo: A presença de altos teores de água reduz consideravelmente a eficiência do processo de conversão energética da biomassa em calor. A secagem natural ao sol pode reduzir custos de transporte e estocagem e criar condições ideais para queima direta e/ou densificação de matérias-primas utilizadas como combustíveis em processos de conversão da biomassa em energia térmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar as variações nos teores de umidade da forragem do capim-elefante mediante a exposição solar durante nove dias na região dos Tabuleiros Costeiros do estado de Alagoas. Constatou-se no presente estudo que a exposição da forragem do capim-elefante ao sol durante nove dias foi eficiente na redução da umidade. O teor de umidade da biomassa passou de 65,1% na data de colheita para 52,1%, 31,1% e 13,8% após 3, 6 e 9 dias de exposição ao sol, respectivamente. Observou-se também que, quando o teor de água da biomassa aumentou, ocorreu gradativa redução no poder calorífico superior (PCS). Enquanto o PCS da amostra completamente seca de capim-elefante foi de 4.308 Kcal/ Kg, o PCS de uma amostra com 50% de umidade foi de 2.860 Kcal/Kg, correspondendo a 33,61% em termos de perda de poder calorífico. Palavras-chave: Pennisetum purpureum, biomassa, desidratação, compactação, energia.

Introdução

utilização do capim-elefante como fonte de matéria-prima para combusCom a perspectiva de aumento de tão direta em fornos e caldeiras está a até 50% na demanda de energia elétri- necessidade de redução da biomassa ca no Brasil até 2030, a diversificação forrageira, visto que, quanto menor a e descentralização da produção de umidade maior é a produção de calor energia a partir de fontes renováveis do combustível, e que em termos prácomo a biomassa serão opções favo- ticos, só é possível queimar materiais ráveis ao atendimento desta demanda. com até 50% de água (Cortez et al., Neste sentido, além dos resíduos agrí- 2008). colas disponíveis regionalmente, os cultivos dedicados à produção de bioA secagem preliminar da biomasmassa são alternativas de produção de sa é essencial quando se tem em vista matéria-prima para fins energéticos. sua utilização para fins de geração de energia térmica, seja para combustão O capim-elefante (Pennisetum direta em caldeiras, seja para uso bripurpureum) é uma gramínea perene quetagem, peletização, gaseificação e/ que apresenta ciclo curto com exce- ou outro. A secagem solar ao ar livre lente adaptação edafoclimática, sendo é, em geral, o método de menor cusapontado como promissora alternati- to dentre os métodos tradicionais de va de insumo energético, sobretudo, secagem (secadores rotativos, túneis, por sua alta produção de biomassa ciclones, avanço de roscas). Contudo, seca (45 ton MS/ha/ano) e por suas a secagem ao sol é um processo é lencaracterísticas qualitativas de inte- to que depende, sobretudo, das condiresse (Morais et al., 2009). Dentre os ções climáticas do local. As variáveis principais entraves encontrados na ambientais que interferem na desidratação são: radiação solar, temperatura, umidade do ar e velocidade do vento. 1,2,3 Embrapa Tabuleiros Costeiros – UEP Rio Largo/AL. anderson.marafon@embrapa.br

4,5,6 Centro de Ciências Agrárias – Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo/AL.

10 Revista Biomassa BR

forma que se procede com a fenação, há necessidade de se efetuar a disposição do material triturado em pilhas ou leiras para facilitar a exposição à luz solar, com revolvimento das pilhas com acinhos enleiradores para favorecer a circulação de ar, principalmente nas primeiras horas após o corte, acelerar a desidratação da forragem e reduzir a compactação e a incidência de processos fermentativos indesejáveis (Pereira et al., 2001). A obtenção de uma biomassa com níveis adequados de água (15-20%) irá depender da finalidade de uso do material e do tipo de forno ou de caldeira de combustão a ser utilizado. Tanto para a secagem natural quanto para a artificial, a extração prévia do caldo com uso de moendas adequadamente dimensionadas pode ser muito eficiente. Estudos com capim-elefante mostraram ser possível de se extrair mais de 200 litros por tonelada de matéria fresca (Sumner & Hellwig, 1988).

Tendo em vista que a exposição solar pode promover a desidratação da biomassa com custos reduzidos, o No caso da secagem da biomas- objetivo deste trabalho foi avaliar as sa de espécies forrageiras, da mesma variações nos teores de umidade da



forragem do capim-elefante mediante a exposição solar durante nove dias. Material e métodos O experimento foi realizado na Unidade de Execução de Pesquisa da Embrapa Tabuleiros Costeiros – UEP Rio Largo/AL, situada na região dos Tabuleiros Costeiros do estado de Alagoas. Neste estudo avaliou-se a eficiência do processo de secagem solar ao ar livre mediante a exposição da biomassa do capim-elefante ‘Cameroon Piracicaba’ triturado durante nove dias consecutivos. O material foi em triturador forrageiro e disposto em leiras com 40 cm de altura e revolvido diariamente. Os teores de umidade (%) foram obtidos mediante coleta e secagem de amostras em estufa (65° C) até a completa desidratação. Além disso, efetuada a determinação do poder calorífico da biomassa com níveis crescentes de umidade (0, 10, 20, 30, 40 e 50%), mediante análise de amostras em bomba calorimétrica. Resultados e discussão O teor de umidade da forragem do capim-elefante sofreu significativas reduções, passando de 65,1% na data de colheita para 52,1%, 31,1% e 13,8% após 3, 6 e 9 dias de exposição ao sol, respectivamente (Tabela 1). Concomitante a perda de umidade da biomassa, também houve diminuição da densidade da forragem, que passou de 284,6 kg/m3 para 186,1, 106,2 e 79,8 kg/m3 após 3, 6 e 9 dias de exposição ao sol, respectivamente (Tabela 1). Os resultados deste trabalho demonstram que ocorre significativa redução na sua umidade da forragem triturada do capim-elefante mediante sua exposição ao sol. A secagem ao sol do capim-elefante para uso como combustível na geração de energia térmica proporciona a redução de custos de transporte e estocagem da biomassa, criando condições ideais para queima direta e aumentando a eficiência dos processos de conversão energética. Os resultados do presente estudo condizem com o trabalho conduzido por Mislevy & Fluck (1993), na Flórida, onde observaram que as forragens trituradas do capim-elefante (P. pur12 Revista Biomassa BR

pureum) e da cana-energia (Saccharum spontaneum L.), quando dispostas em leiras e expostas ao sol pleno por 7 a 10 dias, sem a ocorrência de chuvas, apresentaram níveis de umidade entre 15 e 20%, considerados ideais em processos de conversão térmica. A intensa perda de umidade da forragem do capim-elefante triturado quando exposto ao sol justifica a adoção da prática da sua secagem preliminar ao sol, tendo em vista que facilita o transporte e o manuseio, promove melhor conservação da matéria-prima, permite a compactação visando sua utilização como combustível para geração de energia térmica. Estas considerações são válidas somente para regiões onde as condições climáticas favorecem a secagem, ou seja, locais com alta radiação solar e épocas do ano com menor ocorrência de chuvas, tal como ocorre na região dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste, no período de setembro a março. De qualquer forma, mesmo nestes locais, recomenda-se que, em caso de ocorrência de chuvas, a forragem seja coberta com lonas plásticas e que, após desidratada, que seja compactada e

armazenada em local apropriado para sua melhor conservação. Pelas suas próprias características físicas, a forragem desidratada do capim elefante é um material de baixa densidade energética quando comparado com a lenha por exemplo. Por isso, o adensamento da biomassa pode facilitar o transporte, o armazenamento e a alimentação das caldeiras de combustão. Neste sentido, efetuou-se um teste de compactação da biomassa desidratada (13,8%), onde a densidade do material passou de 79,8 na forma ‘solta’ para 180 kg/m3 na forma de fardos. Este aumento na densidade energética da biomassa melhora a rentabilidade econômica da atividade, especialmente, pela redução de custos com transporte. No setor canavieiro, por exemplo, o custo envolvido na colheita (corte, transbordo, transporte e descarregamento) responde por aproximadamente 35% do custo total de produção. O revolvimento da biomassa favorece a secagem das pilhas de forragem mantidas no campo ou em pátios, sendo mais eficiente no início da secagem ao sol, quando o conteúdo


de água da varia de 50 a 66%. Durante esta fase, a forragem seca rapidamente na superfície, enquanto dentro da pilha ou da leira a desidratação é lenta (McDonald & Clark, 1987). Ao contrário da secagem do eucalipto que se dá durante meses de exposição ao sol, o capim necessita ser seco rapidamente após a colheita e trituração, tendo em vista o risco de fermentação e decomposição da biomassa (Santos et al., 2011). No caso da palha da cana, que é recolhida entre 4 e 7 dias após a colheita, a umidade é reduzida de 40 para 15 % (umidade ideal para o enfardamento). Após a trituração e secagem ao sol da biomassa, o material deve ser estocado, tico de 30,8% para o do capim-elefan- Forage Information Circular, 98. solto ou compactado, em local prote- te triturado e seco ao sol em relação à Graphic Center: Sacramento, Ca, umidade da colheita (70%). gido da umidade (Ball et al., 1998). 1998. - CORTEZ, L.A.B.; LORA, E. E. S.; Considerações finais Para ilustrar de forma mais quanGOMEZ, E. O. Biomassa para enertitativa o efeito do teor de umidade no gia. Campinas, São Paulo. Editora da O processo de secagem ao sol é UNICAMP, 2008. 734p. desempenho do processo termoquímico efetuaram-se análises do poder eficiente na redução da umidade do - PEREIRA, J. R. A.; REIS, R. A. Procalorífico da forragem do capim-ele- capim-elefante, sendo possível de dução e Utilização de Forragem Préfante capim-elefante com teores cres- se reduzir sua umidade de 65% para -secada. In: Simpósio de Forragicultucentes de água. Na Tabela 2 podemos 13,8% após 9 dias de exposição ao sol. ra e Pastagens. Anais... Lavras - MG: verificar o ganho energético, expresso Universidade Federal de Lavras, 2001, A secagem ao sol e a densifica- v. 1, p. 235-254. pelo Poder calorífico Superior (PCS) do capim-elefante com diferentes ní- ção da forragem desidratada podem - McDONALD, A.D.; CLARK, E.A. veis de umidade (0, 10, 20, 30, 40 e reduzir consideravelmente os custos Water and quality loss during field de transporte e estocagem da matéria- drying of hay. Advances in Agro50%). -prima e criar condições mais favorá- nomy, v.41, p. 407437. Observa-se que com a redução do veis para sua utilização em processos - MISLEVY, P., AND FLUCK, R. C. nível de água na biomassa o poder ca- de geração de energia térmica. In: KLASS, D. L. (ed.) Energy from lorífico aumento consideravelmente, Biomass and Wastes XVI. 1993. InsPara maior eficiência no processo titute of Gas Technology, Chicago. p. demonstrando que quanto mais seco for o material maior é a eficiência do de deidratação é necessário que haja o 479-489 processo de combustão e conversão revolvimento das pilhas de forragem - MORAIS, R.F.; SOUZA, B.J.; LEIda biomassa em energia útil. Obser- com ancinhos enleiradores. Quanto TE, J.M.; SOARES, L.H.B.; ALVES, vou-se também que, quando o teor ao pátio de secagem, recomenda-se B.J.R.; BODDEY, R.M.; URQUIAGA, de água da biomassa aumenta, ocorre que este seja de piso compactado, re- S. Elephant grass genotypes for bioeuma gradativa redução no poder ca- vestido por lama asfáltica, para evitar nergy production by direct biomass lorífico superior (PCS) do material. o contato da biomassa com o solo (si- combustion. Pesquisa Agropecuária Assim, enquanto o valor do PCS de licatos) e o aumento do grau de im- Brasileira, Brasília, v. 44, p. 133-140, uma amostra completamente seca de purezas. 2009. capim-elefante foi de 4.308 Kcal/Kg, - SANTOS, M.L.; LIMA, O. J. NASo PCS de uma amostra com 50% de Referências SAR, E.J.; CIUFFI, K.J.; CALEFI, P.S. umidade foi de 2.860 Kcal/Kg. Silva - BALL, D.M.; BADE, D.H.; LACE- Estudo das condições de estocagem (2012) também constatou que a seca- FIELD, G.D. Minimizing losses in do bagaço de cana-de-açúcar por anágem solar proporciona ganho energé- hay storage and feeding, National lise térmica. Química Nova, v.34, n.3, p. 507-511, 2011. - SILVA, E. Biomassa cultivada para produção de energia: Estudo comparativo entre capim-elefante e eucalipto com a incorporação da energia solar na secagem. Dissertação (Mestrado). 2012. Itajubá, MG: Universidade Federal de Itajubá, 94p.

Revista Biomassa BR

13


ANÁLISE DA VELOCIDADE DE MÍNIMA FLUIDIZAÇÃO DE MISTURAS BINÁRIAS EM BANCADA NÃO REACIONAL AutoresI: Pedro Rodrigo Silva Moura; Giovana Dalpont; Thiago Fernandes de Aquino; Daniel Augusto Kestering; Flávio Michels Bianchi I Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC) – Centro Tecnológico de Carvão Limpo (CTCL), Rua Pascoal Meller, 73 – CEP 88805-380 – 362, Criciúma – SC Brasil Email: pedro.moura1818@hotmail.com

RESUMO Atualmente buscam-se novas formas para suprir as necessidades energéticas do planeta e a biomassa é uma das alternativas para abastecimento como fonte de energia renovável e mais limpa. Essa necessidade vem impulsionando pesquisas que utilizam biomassas disponíveis em substituição a combustíveis fósseis, que por sua vez são finitos e poluentes.O presente trabalho tem como objetivo, a partir de um aparato experimental de leito fluidizado, estudar os aspectos fluidodinâmicos de misturas binárias formada por biomassa (casca de arroz ou serragem) e material inerte (areia de fundição), tais como: caracterização de suas propriedades físicas e velocidade de mínima fluidização para diferentes composições de leito. A fração mássica de biomassa na mistura foi variada de 2,5% a 10%. O método utilizado para encontrar as velocidade de mínima fluidização foi através do gráfico da queda de pressão versus velocidade superficial do gás. Não foi possível encontrar a velocidade de mínima fluidização de misturas envolvendo casca de arroz para as proporções acima de 2,5%, principalmente pela sua baixa esfericidade aliada a sua classificação. Verificou-se concordância na comparação dos resultados experimentais para mínima fluidização das misturas em relação as correlações propostas na literatura. Palavras-chave: casca de arroz; serragem; leito fluidizado; combustão.

1. Introdução

quanto às suas propriedades físicas e velocidades de mínima fluidização No Brasil, são geradas elevadas para diferentes composições de leito. quantidades anuais de resíduos agrí2. Metodologia colas com potencial de utilização. No Sul do Brasil, existe uma elevada pro2.1 Equipamento experimental dução de arroz em casca (participando com 81,25% da produção nacioO estudo da fluidodinâmica de nal), consequentemente, gera grandes volumes de resíduos. Em 2015, foram partículas individuais e misturas biproduzidas cerca de 1.773 mil tonela- nárias foram realizadas na Associação das de casca de arroz no sul do Brasil Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC), usando a (IBGE, 2015). bancada experimental ilustrada na FiDe acordo com Cremasco (2012), gura I. uma das formas mais eficientes de conversão de biomassa em energia é através de sua combustão em leito fluidizado. Os reatores de leitos fluidizados são amplamente utilizados na indústria, principalmente nos processos que envolvem gaseificação, pirólise e combustão de uma vasta gama de materiais, incluindo a biomassa. Portanto, o presente trabalho visa o estudo dos aspectos fluidodinâmicos envolvidos na operação de uma bancada experimental em leito fluidizado empregando biomassa e inerte como materiais. A fim de subsidiar projetos de sistemas térmicos em maior escala, os materiais foram caracterizados 14 Revista Biomassa BR

2.2 Materiais sólidos escolhidos Os materiais sólidos escolhidos para o estudo da fluidodinâmica de misturas binárias foram a casca de arroz e a serragem, como biomassas, e a areia de fundição, como material inerte. O diâmetro médio das partículas (areia de fundição e serragem) foi determinado pelo diâmetro de Sauter. A geometria adotada para a casca de arroz foi a do esferoide prolato, sendo seu diâmetro calculado utilizando a definição do diâmetro médio volumoso. (OKA, 2004). Os procedimentos utilizados para a obtenção da massa específica de bulk e real foram realizadas conforme as normas NBR 8630 (ABNT, 1984b) e NBR 9745 (ABNT, 1987), respectivamente. A esfericidade foi definida a partir de uma correlação indicada por Foust et al. (1960), a partir da medição da porosidade dos leitos fixos. 2.3 Ensaios de mínima fluidização

Figura I - Bancada utilizada para ensaio de mínima fluidização (BIANCHI et al., 2013).

Foram realizados experimentos de fluidização para cada material individualmente e também para as


Revista Biomassa BR

15


misturas entre biomassa e inerte. As proporções mássicas escolhidas foram 0%, 2,5%, 5,0%, 7,5% e 10% de casca de arroz e serragem em relação a 1800g de areia de fundição. Posteriormente, foram registradas as curvas de fluidização (incremento de vazão de gás) e de defluidização (redução da vazão de gás). Este procedimento foi realizado em duplicata para cada material e misturas. 3. Resultados e discussões

Tabela I – Propriedades físicas das partículas utilizadas.

Tabela II – Velocidade de mínima fluidização para cada mistura.

3.1 Caracterização física das partículas Na Tabela I, estão apresentadas as propriedades físicas dos sólidos utilizados nestes experimentos. 3.2 Velocidade de mínima fluidização A Figura II apresenta a curva de perda de carga no leito versus velocidade superficial do gás, para um leito de 114 mm de altura com partículas de areia de fundição. Percebe-se que, na Figura II, a velocidade de mínima fluidização apresenta o mesmo comportamento descrito por Kunii e Levenspiel (1991) para um único tipo de material. A região de fluidização completa (LFB), apresenta uma queda de pressão que, na prática, se mantém constante para velocidades acima da mínima fluidização, como pode ser visto na Figura II.

Figura II – Determinação da umf para a areia de fundição.

Os testes experimentais com leito puramente de serragem, ou de casca de arroz, não apresentaram o mesmo comportamento de fluidização. Apartir do leito fixo, incrementando a velocidade superficial do gás, o leito passa a criar canais preferenciais ao invés de fluidizar. Esse comportamento se deve 16 Revista Biomassa BR

Tabela III – Resultados experimentais e teóricos para a velocidade de mínima fluidização de misturas binárias

ao fato da baixa esfericidade determinada para as partículas de biomassa. A dificuldade foi ainda maior para a casca de arroz, pois a mesma pertence ao grupo D de Geldart, ou seja, se comportam como um leito de jorro e de difícil fluidização. Por este motivo, não foi possível obter a umf experimental destes materiais isoladamente.

fericidade das partículas e das massas específicas diferentes, criando assim, canais preferenciais ao longo do leito, o que impede a fluidização.

Os valores experimentais da velocidade de mínima fluidização determinados neste trabalho foram comparados com os valores calculados a partir da correlação sujerida por PauNa Tabela II, constam os resulta- del e Feng (2013). Esta comparação é dos da velocidade de mínima fluidiza- apresentada na Tabela III. ção obtidos após análise das curvas de Com exceção da mistura de casca fluidização e defluidização, em função do percentual de biomassa, para cada de arroz e areia de fundição, nas demais misturas binárias de biomassa e material analisado. areia estudadas, os valores experimenNão foi possível encontrar a ve- tais se aproximaram dos valores obtilocidade de mínima fluidização de dos pela correlação de Paudel e Feng misturas envolvendo casca de arroz (2013), podendo ser comprovado pepara as proporções 5%, 7,5% e 10%. los valores da razão entre a velocidade Isto se deve às influências da baixa es- de mínima fluidização experimental e


da literatura por está mais próximos de 1. No caso da serragem esse ajuste se torna melhor a medida que se aumenta a concentração de biomassa na mistura. 4. Conclusão

dp – Diâmetro de Sauter (m) pbulk – Densidade de bulk (kg/m³) papa – Densidade aparente (kg/m³) preal – Densidade real (kg/m³)

Os ensaios de caracterização xb – Percentual de biomassa na mostram que as partículas de casca de mistura (%) arroz foram enquadradas no grupo D, segundo Geldart (1973). Isso aliado à umf – Velocidade de mínima fluibaixa esfericidade das partículas, di- dização da mistura (m/s) ficultaram a operação de fluidização com esta biomassa. 6. Agradecimentos A velocidade de mínima fluidização variou de 0,123 a 0,167 m/s, sendo os melhores valores obtidos quando utilizados maiores percentuais de biomassa (serragem).

Os autores gostariam de agradecer à Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina – SATC pela oportunidade de participação neste evento.

Não foi possível encontrar a velo- 7. Referências cidade de mínima fluidização de misturas envolvendo casca de arroz para Associação Brasileira de Normas as proporções acima de 2,5%. Técnicas. NBR 8630: Carvão Mineral - Determinação da densidade de carAs velocidades de mínima flui- ga, Rio de Janeiro: ABNT, p. 3, 1984b. dização experimentais obtidas com Associação Brasileira de Normas serragem estão em boa concordância Técnicas. NBR 9745: Coque - Detercom a literatura. A correlação propos- minação da massa específica real, Rio ta por Paudel e Feng (2013) se ade- de Janeiro: ABNT, p. 6, 1987. quou aos resultados experimentais. Bianchi, F; M., de Aquino, T. F; Kestering, D; Dalpont G; Marcello, R. 5. Nomenclatura R; Neto, J. M; Indrusiak, M. L. S; Zina-

ni, F; Wander, P. R. “Bancada experimental para estudos de fluidização de combustíveis sólidos em sistemas de leito fluidizado circulante”, 4º CBCM, 2013, Gramado, RS, Brasil. Cremasco, M. A. 2012 “Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos”. São Paulo: Blucher. ISBN 978-85-2120593-7. Foust, A. S; Wenzel, L. A; Clump, C. W; Maus, L; Andersen, L. B; 1982. “Princípio das operações unitárias”, segunda edição. LTC, Rio de Janeiro, 670p. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal 2015. Disponível em <https://sidra.ibge.gov.br/home/ ipca/brasil> Acesso em: 15 abr. 2017. Geldart, D. 1973. “Types of Gas Fluidization. Powder Technology”, v. 7, p. 285-292. Kunii, D; Levenspiel, O. 1991. “Fluidization Engineering”. [S.l.]: Butterworth-Heinemann. Oka, S. N. 2004. “Fluidized Bed Combustion”. New York: Marcel Dekker, Inc. ISBN 0-8247- 4699-6. Paudel, B; Feng, Z. G. 2013. “Prediction of minimum fluidization velocity for binary mixtures of biomass and inert particles”. Powder Technology, v. 237, p. 134140. Revista Biomassa BR

17


SELETIVIDADE DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES EM CULTIVARE DE BATATA-DOCE DESENVOLVIDAS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL Dawyson de Lima(1); Rogerio Cavalcante Gonsalves(1); Solange Aparecida Ságio(1); Eduardo Andrea Lemus Erasmo(2) Programa de Pós-Graduação em Agroenergia, Universidade Federal do Tocantins – Campus de Palmas, Avenida NS 15, 109 Norte Plano Diretor Norte, CEP, 77001-090, - Palmas – TO; Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, Universidade Federal do Tocantins - Campus de Gurupi, Rua Badejós, Lote 7, Chácaras 69/72, s/n - Zona Rural, Gurupi - TO Dawyson_lima@hotmail.com.

RESUMO Este experimento teve como objetivo avaliar a seletividade de herbicidas pré-emergente para a cultura da batata-doce desenvolvidas para produção de etanol. O experimento foi realizado no campo experimental do Centro Tecnológico Agroindustrial e Ambiental – CTAA, do Campus Universitário de Palmas, Universidade Federal do Tocantins – UFT. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 6 tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos constaram da aplicação em pré-emergente de Flumioxazina 40g ha-1, Flumioxazina 40g ha-1, Tembotrione 1,0 L ha-1, Metolacloro 1,0 L ha-1, Clomazona 1,0 L ha-1 e testemunha (capina) como controle. A cultivar utilizada foi a Duda. Cada parcela experimental foi formada por uma leira de 0,70 X 3,00 m contendo 10 plantas com espaçamento de 30 cm. O Clomazona causou leve sintomas de fitotoxidade na cultura da batata-doce durante os 28 DAA, obtendo uma alta produtividade por hectare (35,7 ton), produzindo mais que a testemunha (35,2 ton). Já os tratamentos com Flumioxazina provocou fitotoxidez drástica a cultura da batata, provocando a morte das plantas após 28 dias da aplicação. O tratamento com Clomazona se mostrou seletivo a cultura da batata-doce. Palavras-chave: Ipomoea batatas; seletividade; herbicidas.

INTRODUÇÃO A batata-doce (Ipomoea batatas L. (Lam.)) é uma hortaliça muito rustica, que tem como origem o continente Americano, com ampla adaptação aos diferentes tipos de solos e climas, e alta tolerância a seca (EMBRAPA, 2008). Sendo uma cultura que possui alta produtividade por hectare, e rica em amido, por isso tem sido descrita por alguns autores como uma fonte altamente promissora para produção de etanol. 18 Revista Biomassa BR

SELECTIVITY OF PRE-EMERGING HERBICIDES IN SWEET POTATO CULTIVAR DEVELOPED FOR ETHANOL PRODUCTION ABSTRACT This experiment aimed to evaluate a pre-emergence herbicide selectivity for a sweet potato crop grown for the production of ethanol. The experiment was carried out in the experimental field of the Technological Center of Agroindustrial and Environmental - CTAA, of the Palmas University Campus, Federal University of Tocantins - UFT. The experimental design was a randomized complete block design with 6 treatments and four replications. The treatments consisted of the application in precipitation of Flumioxazine 40g ha-1, Flumioxazine 40g ha-1, Tembotrione 1.0L ha-1, Metolachlor 1.0L ha-1, Clomazone 1.0L ha-1 and control ) As control. A cultivar used for a Doubt. Each experimental plot was formed by a lion of 0.70 x 3.00 meters containing 10 plants with spacing of 30 cm. Clomazone caused the symptoms of phytotoxicity in the sweet potato crop during the 28 DAA, obtaining a high yield per hectare (35.7 tons), producing more than one control (35.2 tons). Flumioxazine treatments caused drastic phytotoxicity of the potato crop, causing death of the plants after 28 days of application. Treatment with Clomazone showed selective sweet potato crop. Keywords: Ipomoea potatoes; Selectivity; Herbicides.

A batata-doce possui uma produtividade significativa de biomassa, variando de 30 a 40 toneladas por hectare, podendo uma tonelada produzir até 170 litros de álcool, além de seus diversos subprodutos (SILVEIRA, 2008; SUDAM, 2015).

desta cultura está relacionado com as plantas daninhas, que podem reduzir a produtividade, provocando danos econômico para o produtor. Nedunzhiyan et. al., (1998) observaram uma redução de cerca de 20-80% na produtividade de raízes tuberosas em batata-doce devido a infestação de plantas daninhas em diferentes estágios de crescimento.

Apesar da cultura da batata-doce ser uma fonte alternativa para produção Em razão da escassez de etanol e possuir grande produtividade de biomassa de mão-de-obra rural e ao por hectare, um dos gran- aumento das áreas plantades problemas no manejo das, torna-se mais viável o



20 Revista Biomassa BR


Revista Biomassa BR

21


uso do controle químico das plantas invasoras desta cultura, pois o controle mecânico é impossível de ser realizado sem danificar as ramas e raízes e o cultivo manual, além de caro, é moroso e impróprio para grandes áreas (GLAZE & HAU, 1986). Existem poucos estudos sobre a batata-doce no país, que também inclui os métodos de controle de plantas daninhas envolven- PROGRAMA DE PRODUÇÃO DE ETANOL NA AMAZÔNIA EM PALMAS. do herbicidas seletivos para esta cultura. Assim, objetivou-se avaliar a seletividade manualmente e incorpora- batata-doce. O comprimende herbicidas aplicados em das ao solo com irrigações to de cada rama foi de 15 a pré-emergência, na cultura subsequentes. 20 cm, contendo três ou seis da batata-doce. entrenós. O delineamento experimental utilizado foi em MATERIAIS E Para as aplicações dos blocos ao acaso (DBC), herbicidas foi utilizado um MÉTODOS utilizando a cultivar Duda pulverizador costal, com O experimento foi re- com 6 tratamentos e quatro pressão mantida por CO2 alizado no campo expe- repetições, os tratamentos comprimido e monitorada rimental do Centro Tec- utilizados foram T1 teste- por manômetro de linha, nológico Agroindustrial munha (capina) como con- em volume de calda igual a e Ambiental - CTAA, do trole, T2 Flumioxazina 40g 200 L ha-1. Campus Universitário de ha-1, T3 Flumioxazina 80g Palmas, Universidade Fe- ha-1, T4 Tembotrione 1,0 As avaliações de fitotoderal do Tocantins – UFT. L ha-1, T5 Metolacloro 1,0 xidez na planta, foram feitas Com base nos resultados L ha-1 e T6 Clomazona 1,0 periodicamente aos 7, 14, das análises de solo, fo- L ha-1. Cada parcela expe- 21 e 28 dias após a aplicaram feitas uma adubação rimental foi formada por ção – DAA, de acordo com de plantio e de cobertura, uma leira de 0,70 X 3,00 m SBCPD (1995); a produtisendo que o fósforo, em sua contendo 10 plantas com vidade foi determinada a totalidade, foi aplicado no espaçamento de 30 cm. O partir da pesagem de todas plantio. As adubações de plantio foi feito com ramas as raízes colhidas nas parcobertura foram realizadas retiradas das cultivares de celas e os resultados foram

expressos em toneladas por hectare. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, em seguida as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa ASSISTAT versão 7.7 (SILVA, 2012). RESULTADO E CONCLUSÃO Nota-se que há um comportamento diferencial entre os herbicidas aplicado na batata-doce. A testemunha e o Clomazona tiveram valores similares em relação a fitotoxidez nas plantas.

Tabela 1: Produtividade de tubérculos de batata-doce (ton/ha-1) e fitotoxicidade dos tratamentos de controle de plantas.

22 Revista Biomassa BR


Além disso, esses tratamentos obtiveram maiores valores de produtividade por hectare com 35.2 toneladas e 35.7 toneladas respectivamente. Torres e Dias 2007 em um trabalho realizado na Costa Rica com diferentes herbicidas pré-emergente, também encontraram resultados similares a este, onde o tratamento com Clomazona produziu 31 (ton/ha-1) de batata-doce. No tratamento com Flumioxazina nas doses de 40g e 80g por hectare, foram observados sintomas de fitotoxidez para a cultura até 28 DAA, este herbicida, após os 28 dias, continuou causando danos a cultura da batata-doce, levando a morte total das plantas desses tratamentos. O residual deste herbicida e a não seletividade para a cultura da batata pode ter ocasionado a perda das parcelas. O residual do Flumioxazina está diretamente ligado ao teor de matéria orgânica do solo, quanto maior o teor de matéria orgânica maior será a adsorção da molécula do herbicida ao solo (OLIVEIRA et al., 1999). Stevent et al., 2006 avaliando a tolerância da batata-doce a diferentes doses de flumioxazina (36 e 72 g/ha-1) em aplicação pré-emergente, observaram que quando aumentaram a dose de herbicida por hectares a produtividade caiu de 4.2 (ton/ ha-1) para 3.9 (ton/ha-1). No herbicida com Tembotrione foi observado sintomas até 28 dias após a aplicação (DAA), provocando uma drástica redução na produtividade (23.7 ton/ha-1) comparada com a testemunha (35.2 ton/ha-1), tendo uma queda de aproximadamente 41% em comparação com a testemunha. O tratamento com Metola-

O tratamento com o herbicida composto pelo princípio ativo Clomazona mostrou-se seletivo a cultura da batata-doce, provocando pouca sintomas de fitotoxidez a cultura da batata-doce

cloro também apresentou fitotoxidez até o vigésimo oitavo dia após a aplicação, obtendo uma baixa produtividade por hectare (23,7 ton/ha-1). Stephen et al., 2012 avaliado o efeito de tempo de aplicação de S-metolacrolo na produção de batata-doce em Clinton nos anos de 2008 a 2009 encontrou valores variando de 7 a 12 (ton/ha-1). CONCLUSÃO O tratamento com o herbicida composto pelo princípio ativo Clomazona mostrou-se seletivo a cultura da batata-doce, provocando pouca sintomas de fitotoxidez a cultura da batata-doce. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Capes, a Universidade Federal do Tocantins e a Faculdade Católica do Tocantins por todo apoio a pesquisa. BIBLIOGRAFIA EMBRAPA – EMPRESA

ratório. Planta Daninha, v. 17, n. 2, p. 207-214, 1999. SBCPD - SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42 p. SILVA, F. DE A. S. E. & AZEVEDO, C. A. V. DE. Versão do programa computacional Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4,n.1, p71-78, 2012. STEPHEN L., MEYERS K. M., JENNINGS., MONKS D. W., Respnse of sweetpotato cultivars to S-metolachlor rate and application time. Weed Technology 26(3): 474-479, 2012.

BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Batata-doce (Ipomoea batatas) 2008, Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/ FontesHTML/Batata-doce/ Batata-doce_Ipomoea_ba- STEVEN T. K, MARK W. tatas/origem.html>. Aces- S., DONNIE K. M., Effisado em: 01/03/2017. cacy and tolerance of flumioxazin on Sweetpotato GLAZE, N. CHAU, M. R. (Ipomoea batatas). Weed The effect s of herbicides on Technology. 20(2): 334weed control and yield of 339. 2006 sweet potato. In: ANNUAL MEETING SOUTHERN SUDAM - SuperintendênWEED SCIENCE, 39, s.1. cia do Desenvolvimento Proceedingss.1., Weed da Amazônia. Programa Science Society, 1986. de produção de etanol na p.172. 1986. Amazônia será lançado em Palmas. 2015. Disponível NEDUNEHEZHIYAN M, NASKAR S. K., BYJU G., em: http://www.sudam.gov. Performace of sweet pota- br/index.php/ultimas-notito (Ipomea batatas) varie- cias/289-sudam-e-univerties under shaded and open sidade-federal-do-tocanfield conditions. Indian tins-lancam-programa-deJournal of Agricultural -producao-de-etanol-naSciences. 78 (11), 974-977, amazonia, Acessado em: 25/03/2017. 2008. OLIVEIRA M. F., SILVA A. A., FERREIRA F. A., RUIZ H. A., Lixiviação de flumioxazin e metribuzin em dois solos em condições de labo-

TORRES M. L. L., DÍAS M., Weed control in sweet potato (Ipomoea batatas (L.) Lam.). J. AGRIC. UNI. P.R. 91(3-4): 161-167. 2007. Revista Biomassa BR

23


POTENCIAL PRODUTIVO DO

CAPIM-ELEFANTE

EM DIFERENTES IDADES PARA FINS ENERGÉTICOS

Ana Kesia Faria Vidal1 (anakesia.vidal@hotmail.com); Rafael Souza Freitas1(rafael.mutum@hotmail. com); Wanessa Francesconi Stida1(w.stida@hotmail.com); Lília Marques Gravina1 (liliagravina@yahoo.com.br); Rogério Figueiredo Daher1 (daher@uenf.br) 1

Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, Laboratório de Engenharia Agrícola.

Resumo O objetivo desse trabalho foi identificar genótipos de capim-elefante com elevada capacidade de produção de biomassa energética, por meio de características morfoagronômicas e da qualidade da biomassa. Para este estudo foram avaliadas as seguintes características: (PMS); percentagem de matéria seca da planta integral (%MS); percentagem de fibra em detergente neutro (%FDN) e percentagem de fibra em detergente ácido (%FDA). Foram avaliadas cinco diferentes idades de produção onde foram observadas diferenças significativas para a variável PMS. Os cortes com 20 e 24 semanas de idade foram os que apresentaram melhor resposta para a produção de biomassa energética de capim-elefante (PMS), com médias de 20,50 e 23,77 t.ha-1. Os genótipos que mais se destacaram durante o período de avaliação nas cinco diferentes idades de produção foram os genótipos Mole de Volta Grande e King Grass, sendo estes os mais indicados para programas de melhoramento genético do capim-elefante pra produção de biomassa energética. Palavras-chave: Pennisetum purpureum Shum; bioenergia; produtividade.

Introdução

econômicas, visto que a utilização da biomassa como fonte energética, apresenta baixo custo de produção, especialmente no Brasil, que dispõe de área em quantidade suficiente para alcançar uma produção significativa (Goldemberg, 2009).

Devido à grande demanda por combustíveis fósseis levar a queima desenfreada de petróleo e a emissão de gases de efeito estufa pela utilização destes, novos estudos estão sendo realizados a fim de criar fontes alterO capim-elefante vem se destanativas de energia (Partelini et al., cando como uma das principais es2013). pécies forrageiras utilizadas para proEntre as fontes de energia alterna- dução de bioenergia (Morais et al., tiva disponíveis, a biomassa se destaca 2011). Segundo Mazzarella (2007), as como uma fonte promissora, pois, a vantagens comparativas do capim eleenergia obtida através da conversão de fante para produção de biomassa em biomassa somente recicla CO2 que foi relação às demais fontes são: maior retirado da atmosfera pela fotossín- produtividade (cerca de 45 t/MS/ha/ tese, se apresentando como uma das ano), menor tempo de produção, mealternativas energéticas mais seguras, lhor fluxo de caixa, possibilidade de desde que produzidas eficientemente mecanização total, energia renovável e maior assimilação de carbono. Por (Kalt & Kranzl, 2011). seus produtos não estarem diretaA utilização da biomassa ve- mente presente na dieta humana e por getal, também apresenta vantagens ser totalmente utilizável, o capim-ele24 Revista Biomassa BR

fante acaba estando à frente de outras gramíneas utilizadas como fonte energética. Diante disto, a fim de estudar e conhecer os mecanismos para aumentar qualitativamente e quantitativamente a produção de capim-elefante destinado à biomassa energética, este trabalho teve como objetivo avaliar e identificar genótipos de capim-elefante com elevada capacidade de produção de biomassa energética, por meio de características morfoagronômicas e da qualidade da biomassa. Metodologia O experimento foi implantado no Município de Campos dos Goytacazes, Norte do Estado do Rio de Janeiro, onde foram selecionados e avaliados seis genótipos de capim-elefante mais produtivos e de melhor qualidade da


Revista Biomassa BR

25


biomassa de acordo com os resultados obtidos por Rossi et., al. (2014)

Tabela 1. Valores médios para as características morfoagronômicas e da qualidade da biomassa em 6 genótipos de capim-elefante. Campos dos Goytacazes, RJ 2016.

O delineamento estatístico experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições no arranjo de parcelas subdivididas compostos de 2 fatores: Parcelas = Genótipos e Subparcela = Idade de cortes (8, 12, 16, 20 e 24 semanas de idade). Cada parcela foi composta por uma linha de 15 metros espaçada de um metro e cada subparcela composta por três metros cada, onde foram considerados apenas dois metros centrais da linha para avaliação, desprezando-se meio metro nas extremidades de cada linha. A produção de matéria seca da planta, em t.ha-1 (PMS), foi estimada pelo produto da produção de matéria verde da planta integral, pela percentagem de matéria seca da planta integral. As características relacionadas a qualidade da biomassa avaliadas foram: Percentagem de fibra em detergente neutro (%FDN); Percentagem de fibra em detergente ácido (%FDA); que foram obtidas pelo método da reflectância no infravermelho proximal (NIRS) em um espectrômetro Perstorp analytical, Silver Spring, MD, modelo 5000, acoplado a um microcomputador equipado com software ISI versão 4.1 (Infrasoft International, University, Park, PA).

Os resultados obtidos das idades dos seis genótipos avaliados evidenciaram a ocorrência de diferenças significativas para quase todas as características avaliadas. Tal fato pode ser visto como indicativo da expresAs análises estatísticas foram rea- são fenotípica da variabilidade genélizadas pelo Aplicativo computacional tica existente na espécie e na coleção em Genética e Estatística - Programa de genótipos avaliada (Pereira et al., Genes (Cruz, 2013) da Universidade 2008). Federal de Viçosa. No corte com 12 semanas de idaResultados e Discussão de, o genótipo King Grass, foi o que mais se destacou para as característiAs estimativas de médias das ca- cas PMS, %FDN, %FDA, que foi de racterísticas avaliadas em seis genó- 26,54 t.ha-1, 80,03% e 50,44%, respectipos em cinco diferentes idades de tivamente. No corte com 16 semanas produção, segundo o teste Tukey de de idade, assim como no primeiro comparação de médias a 5% de pro- corte, o genótipo Pusa Napier nº 1, babilidade (Tabela 1), mostraram que apresentou melhor média de produna primeira idade de produção para a ção, com 24,18 t.ha-1. Já no corte com característica PMS, a melhor respos- 20 semanas de idade o genótipo Mole ta foi observado para o genótipo Pusa de Volta Grande, apresentou a melhor Napier nº 1, com uma média de 7,27 resposta. A PMS foi de 23,62 t.hat.ha-1 de matéria seca. Para as carac- 1, a %FDN e %FDA foi de 79,29% e terísticas %FDN e %FDA, o genóti- 48,83%. po Mole de Volta Grande apresentou No quinto e último corte de prouma melhor resposta em relação aos dução onde foi realizado o corte com demais genótipos. 26 Revista Biomassa BR

24 semanas de idade, o genótipo que mais se destacou na produção de matéria seca o genótipo Mercker 86 – México, com uma média de 28,87 t.ha-1. Para as características como %FDN e %FDA todos os genótipos, exceto o Pusa Napier nº 1 apresentaram bons resultados. Com base no teste de Tukey de comparação de médias a 5% de probabilidade, os materiais que mais se destacaram nas cinco diferentes idades de produção foram os genótipos King Grass, Mole de Volta Grande e o Genótipo Mercker 86 - México. PMS= Produção de matéria seca da planta, em t.ha-1; %MS = Percentagem de matéria seca; %FDN = Percentagem de fibra em detergente neutro; %FDA = Percentagem de fibra em detergente ácido. Médias seguidas por uma mesma letra não diferem estatisticamente, em nível de 5% de probabilidade, pelo teste Tuckey. Esses resultados são bastante superiores quando comparados aos en-


Para as cinco diferentes idades de produção foram constatadas diferenças significativas para a variável PMS, sendo a quarta e quinta idade as que apresentaram melhor resposta contrados por Rossi et al., (2014) para estes mesmos materiais, considerando que estes resultados foram obtidos com idade de produção de 10 meses. Esses resultados também se mostram superiores quando comparado aos encontrados por Morais et al., (2009). Em resumo, em todas as cinco idades de produção foram observadas diferenças significativas para a variável PMS. Avaliando os cortes individualmente pela análise de variância, pode-se observar que a quarta e quinta idade de produção (20 e 24 semanas de idade) foram as que apresentaram melhor resposta para a produção de biomassa energética de capim-elefante (PMS), com médias de 20,50 e 23,77 t.ha-1.

adversas. Segundo Faria et al., (2009) a interação genótipo x ambiente é de grande importância para o melhoramento de plantas, porém, dificulta a identificação de genótipos superiores para diferentes ambientes.

ALVES, B. J. R.; BODDEY, R. M.; URQUIAGA, S. Elephant Grass genotypes for bioenergy production by direct biomass combustion. Pesquisa Agropecuária Brasileira. V. 44, n. 2, p.133-140, 2009.

Conclusão

MORAIS, R. F.; QUESADA, D.M.; REIS, V. M. Contribution of biologiPara as cinco diferentes idades de cal nitrogen fixation to Elephant grass produção foram constatadas diferen- (Pennisetum purpureum Schum.). ças significativas para a variável PMS, Plant and Soil, v.349, p.1-12, 2011. sendo a quarta e quinta idade as que apresentaram melhor resposta; Os PARTELINI, E. M.; ARANTES, M. D. genótipos King Grass, Mole de Vol- C.; GONÇALVES, F. G.; VIDAURRE, ta Grande e o genótipo Mercker 86 G. B.; BAUER, M. O.; MOULIN, J. C. – México foram os que se apresenta- Evaluation of elephant Grass for enerram mais promissores e por isso asse- gy use. Journal of Biotechnology and guram o uso do capim-elefante como Biodiversity. 4 (2): 119-125, 2013. uma fonte alternativa de energia, com baixo custo energético de produção PEREIRA, A. V., MACHADO, M. A., para região de Campos dos Goytaca- AZEVEDO, A. L. S., NASCIMENTO, S., CAMPOS, A. L., LÉDO, F. J. zes. S. Diversidade genética entre acessos de capim-elefante obtida com marcaReferências dores moleculares. R. Bras. Zootec., CRUZ, C. D. GENES- a software pa- 37:1216- 1221, 2008. ckage for analysis in experimental statistics and quantitative genetics. Acta ROSSI, D. A.; MENEZES, B. R. S.; Cientiarum Agronomy, v.35, n.3, DAHER, R. F.; GRAVINA, G. A.; LIMA, R. S. N.; LEDO, F. J. S.; GOTpág. 271-276, 2013. TARDO, R. D.; CAMPOSTRINI, E.; GOLDEMBERG, J. Biomassa e ener- SOUZA, C. L. M. Canonical correlagia. Química Nova, São Paulo, v. 32, tions in elephant grass for energy purposes. African Journal of Biotechnon. 3, p. 582-587, 2009. logy, v.13, n.36, p.3666- 3671, 2014. KALT G.; KRANZL, L. Assessing the economic efficiency of bioenergy technologies in climate mitigation and fossil fuel replacement in Austria using a techno-economic approach, Applied Energy, v.88, p.3665-3684, 2011. FARIA, A. P.; CIRINO, A. P.; BURATTOJ. S.; , SILVA, C. F. B.; DESTRO, D. Interação genótipo x ambiente na produtividade de grãos de linhagens e cultivares de feijão. Acta Scientiarum. Agronomy Maringá, v. 31, n. 4, p. 579-585, 2009.

MAZZARELLA, V. N. G. Capim elefante como fonte de energia no Brasil: realidade atual e expectativas. Workshop Madeira Energética. Este resultado comprova a distin- Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: ção existente entre cortes realizados http://www.inee.org.br/down_loads/ em diferentes períodos, mostrando eventos/0945. Acesso em: 06 jul. 2016. que as plantas podem sofrer alterações em sua estrutura e morfologia MORAIS, R.F.; SOUZA, B. J. DE; em virtude das condições ambientais LEITE, J. M.; SOARES, L. H. DE B.; Revista Biomassa BR

27


ESTUDO PRELIMINAR DO CRESCIMENTO, EFICIÊNCIA FOTOQUÍMICA E DO USO DA ÁGUA EM PLANTIOS ADENSADOS DE Bambusa vulgaris Schrad. ex Wendl. Gabriela Carolina Villamagua-Vergara, Breno Kennedy Lima Bezerra, Fernanda Pacheco de Almeida Prado Bortolheiro, Marcelo de Almeida Silva, Saulo Philipe Sebastião Guerra

E

Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Botucatu – SP

ntender a ecofisiologia da cultura do bambu é fundamental para se alcançar um eficiente manejo dos sistemas florestais de curta rotação. Neste trabalho objetivou-se avaliar o crescimento, a fluorescência da clorofila a e eficiência do uso da água em plantios adensados de Bambusa vulgaris para energia. Para fins comparativos, foram utilizados híbridos de Eucalyptus grandis × Eucalyptus urophylla, clone I144. O bambu e os eucaliptos foram plantados em janeiro de 2016, com espaçamentos de 3 × 2 m e 3 × 1 m, respectivamente. Como parâmetro de crescimento, foi utilizada a biomassa do fuste e para a fluorescência da clorofila a o rendimento quântico máximo do PSII (Fv/ Fm). As avaliações foram realizadas entre setembro 2016 e janeiro 2017. Para a medição do Fv/Fm, foram selecionadas aleatoriamente 15 plantas, por parcela, e medidas mensalmente com o analisador de gás infravermelho - IRGA (LI-COR 6400). As medições dendrométricas foram realizadas em todas as plantas da área útil das parcelas. Para o cálculo da biomassa foram utilizadas equações alométricas, específicas para bambu e eucalipto, propostas por Sanquetta et al., (2015) e Viera et al., (2015), respectivamente. A eficiência do uso da água foi calculada como a razão entre as taxas fotossintética e transpiratória. Houve diferença estatística na produção de biomassa do fuste entre os tratamen-

28 Revista Biomassa BR

tos (p < 0,0001), sendo que o bambu apresentou maior biomassa por colmo (2,96 kg) do que eucalipto por tronco (2,61 kg). Comparando o Fv/ Fm observou-se que o bambu (0,43) apresentou valores significativamente menores quando comparado com o eucalipto (0,59). Esses resultados mostram danos no aparato fotossintético gerados pelo ambiente, apresentando o eucalipto menor fotoinibição. Ambas as espécies apresentaram mesma eficiência do uso da água. O menor Fv/Fm pode estar relacionado com a arquitetura das copas, devido a angulação das folhas e com o índice de área foliar (IAF) proporcionando auto sombreamento. Plantas que apresentam folhas decumbentes ou com orientação vertical como as do bambu, proporcionam reduzida captação de luz e menores taxas de crescimento, precisando de maiores densidades de plantas para compensar a obtenção de IAF máximo (SOUZA et al., 2009). Foi observado que o eucalipto apresentou maior IAF, aumentando sua eficiência na captura de luz. Inoue e Ribeiro (1988) mencionam que a produção fotossintética para híbridos de E. grandis × E. urophylla, não é resultante do efeito de maior potencial fotossintético e sim pelo fato de apresentarem maior IAF. Até o momento, os resultados sugerem a utilização de maior densidade de plantio para aumentar o IAF e produtividade da cultura de bambu.

Palavras-chave: biomassa, ecofisiologia florestal, bambu, sistemas florestais de curta rotação. Referências bibliográficas INOUE MK; RIBEIRO FA. Fotossíntese e transpiração de clones de Eucalyptus grandis e E. saligna. IPEF 1988; 40: 15-20. SANQUETTA CR, CÔRTE APD, ROGLIN A, MOGNON F. Biomassa individual de Bambusa oldhamii Munro e Bambusa vulgaris Schrad. ex J.C. Wendl. CERNE 2015; 21(1): 151159. VIERA M, SCHUMACHER MV, TRÜBY P, ARAÚJO EF. Implicações nutricionais com base em diferentes intensidades de colheita da biomassa de Eucalyptus urophylla × Eucalyptus globulus. Ciência Rural 2015; 45(3): 432-439. SOUZA GM, BALMANT BD, VÍTOLO HF, GOMES KBP, FLORENTINO TM, CATUCHI TA, VIEIRA WL. Estratégias de utilização de luz e estabilidade do desenvolvimento de plântulas de Cordia superba Cham. (Boraginaceae) crescidas em diferentes ambientes luminosos. Acta bot. bras. 2009; 23(2): 474-485.


Revista Biomassa BR

29


EFEITO DO ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GENÓTIPOS PROMISSORES DE CAPIM-ELEFANTE PARA BIOMASSA. Lília Marques Gravina1 (liliagravina@yahoo.com.br); Wanessa Francesconi Stida1(w.stida@hotmail.com); Rafael Souza Freitas1(rafael.mutum@hotmail.com); Ana Kesia Faria Vidal1 (anakesia.vidal@hotmail.com); Rogério Figueiredo Daher1 (daher@uenf.br) 1

Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, Laboratório de Engenharia Agrícola.

RESUMO O capim-elefante é uma das culturas mais promissoras para a produção de energia, por meio do uso de sua biomassa para queima da planta inteira em caldeiras ou para a produção de carvão, devido seu alto poder calorífico, alta produtividade, propagação vegetativa, ciclo relativamente curto (mais de um corte por ano), quando comparado com outras culturas. Contudo, ainda há uma carência de informações a cerca de seu manejo cultural. Para tanto, esta pesquisa objetivou avaliar a influência do espaçamento entre linhas (população de plantas) no desempenho produtivo de genótipos promissores do programa de melhoramento genético do capim-elefante da UENF. Foram utilizados 4 espaçamentos na parcela (0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 m) e 12 genótipos provenientes do BAG da UENF nas subparcelas. Neste trabalho foi possível concluir que o menor espaçamento adensado (0,5m entre fileiras) proporcionou a maior produtividade de biomassa seca por hectare, sendo que os genótipos mais produtivos foram o G6 (Duro de Volta Grande) e o G7 (Gramafante). Palavras-chave: Pennisetum purpureum Schum.; Bioenergia; Produção de matéria seca.

INTRODUÇÃO Diante da crescente demanda quanto às novas formas de energias alternativas, a produção de energia limpa proveniente do cultivo do capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é visto como uma fonte promissora para o setor energético, uma vez que possui vantagens de cunho econômico e ambiental, além de ser capaz de reduzir as emissões do dióxido de carbono e possuir baixo custo (Ibrahim et al., 2014). Para proporcionar maior produtividade de biomassa de capim-elefante, pesquisas relacionadas ao sistema de produção da cultura visam estabelecer a população ideal de plantas 30 Revista Biomassa BR

por hectare. Desta forma, faz a necessidade de definição do espaçamento e da densidade de plantio para as culturas comerciais. Neste sentido, a inexistência de competição entre plantas próximas proporciona produtividade máxima por planta, contudo, sempre almejando o máximo ganho por área cultivada. Por outro lado, há relatos citando que à medida que a competição intraespecífica aumenta, ocorre uma relação inversa entre o número de plantas e a produtividade da planta (May et al., 2016). Contudo, esta resposta é bastante variável entre as espécies cultivadas, uma vez que poderão existir interações complexas entre genótipo e o ambiente de produção.

O programa de melhoramento genético do capim-elefante, desenvolvido pela UENF, tem selecionado genótipos com características desejáveis para a produção de biomassa Oliveira et al., (2013); Daher et al., (2014); Rossi et al., (2014); Menezes et al., (2014) e Rocha et al., (2015). A partir destes trabalhos, 12 genótipos foram selecionados do banco de germoplasma do capim-elefante da UENF, com elevadas produtividades e com boa qualidade para uso em biomassa. Entretanto, estudos filotécnicos no tocante à combinação ideal de espaçamentos entre linhas e estande final de plantas por hectare ainda são necessários para o melhor aproveitamento das áreas cultiváveis e melhor rendimento

de biomassa do capim-elefante, na região Norte Fluminense. Nesse contexto, este estudo teve a finalidade de avaliar os efeitos do espaçamento entre linhas utilizando 12 genótipos de capim-elefante, visando à produtividade de biomassa para geração de energia. METODOLOGIA O experimento foi implantado no Centro Estadual de Pesquisas em Agroenergia e Aproveitamento de Resíduos (PESAGRO-Rio), em Campos dos Goytacazes, em convênio com a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF. Foram selecionados os 12


genótipos mais produtivos no quesito de produção de massa seca, segundo (Oliveira et al.,(2013) e Rocha et al.,(2015), provenientes do Banco Ativo de Germoplasma da UENF. O delineamento experimental foi constituído em blocos casualizados com três repetições em fatorial (4 x 12) em esquema de parcelas subdivididas com 4 espaçamentos (0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 m) na parcela e 12 genótipos nas subparcelas. A parcela experimental foi composta de uma linha de 3m de comprimento, sendo a área central da parcela de 2m considerada como área útil. A área experimental total foi de 950 m2, incluindo as bordaduras. O plantio ocorreu em fevereiro de 2016 e o corte realizado em outubro do mesmo ano. As adubações de plantio e de cobertura foram realizadas de acordo com as recomendações para o Estado do Rio de Janeiro e com base

na análise química do solo (Freire et al., 2013). Os tratos culturais como capinas, irrigação foram feitos à medida que foram necessários, sendo a irrigação por aspersão utilizada somente na fase inicial e estabelecimento da cultura. Para estimar a produção de matéria seca da planta, em t.ha-1 (PMS), foi necessário realizar o produto da produção de matéria verde da planta integral, pela percentagem de matéria seca da planta integral. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o aplicativo computacional GENES (Cruz, 2013) da Universidade Federal de Viçosa. RESULTADOS E DISCUSSÃO

produção de biomassa energética, bem como dos efeitos da densidade de plantas por hectare (espaçamentos entre linhas) encontram-se na tabela 1. Observa-se que os genótipos não diferiram entre si na sua média geral considerando os 4 espaçamentos. Houve diferença significativa entre os genótipos somente no espaçamento 1 (0,5m entre fileiras), sendo os genótipos 6 (Duro de Volta Grande) e o 7 (Gramafante) considerados os mais produtivos com o uso deste espaçamento de plantio entre fileiras (tabela 1). Estes valores de produtividade são considerados altos quando comparados com Lima (2007), o qual em 36 semanas avaliou 12 genótipos de capim-elefante obtendo valores que variaram de 7,3 a 14,5 toneladas de matéria seca/ha.

fins energéticos observou valores médios entre 21,44 Mg.ha-1 e 10,86Mg.ha-1 para o espaçamento de 2,0 metros. Novo (2015), trabalhando com o espaçamento entre linhas de 1,50m com três genótipos de capim-elefante, encontrou valores de PMS próximos ao do presente trabalho como 48,77; 46,06 e 52,08 t ha-1, fato que demonstra a variabilidade produtiva da planta em cultivo. Os resultados obtidos neste trabalho se mostram superiores também se comparados com os encontrados por Morais et al., (2009) e Rossi et al., (2014) para os mesmos genótipos, valendo salientar que os mesmos foram obtidos com a idade de produção de 8 meses.

Diferenças altamente significativas foram encontradas para o fator espaçamento, onde a proAs estimativas das proOliveira et al., (2013) dutividade foi inversamendutividades médias de biomassa seca por hectare dos ao avaliar a produtividade te proporcional ao espaçadoze genótipos promissores de 73 genótipos de capim- mento entre fileiras, sendo de capim-elefante para a -elefante cultivados para o modelo de equação linear

Revista Biomassa BR

31


de primeiro grau o que melhor se ajustou para explicar a relação funcional entre a produtividade e a densidade de plantio (espaçamento). O modelo adotado foi escolhido com base na análise de variância da regressão, na significância dos coeficientes da equação e do valor do coeficiente de determinação do modelo (R2) Y(produtividade(t.ha-1).) = 116,35 -42,96**X(espaçamento(m), com R2 de 0,9152. Estes resultados mostram que para cada aumento de um metro no espaçamento entre fileiras, espera-se um decréscimo de 42,96 toneladas na produtividade de biomassa seca por hectare, considerando a idade de corte utilizada de 8 meses.

em Campos dos Goytacazes-RJ, Brasil. Genetics and Molecular Research, 13 (4): 10898-10908, 2014. FREIRE, L. R.; ANJOS, L. H. C.; PEREIRA, M. G.; ZONTA, E.; LIMA, E.; SANTOS, G. A.; AMARAL SOBRINHO, N. M. B.; EIRA, P. A. Fertilidade do Solo. In: Rodrigues Freire et al., (Org.). Manual de Calagem e Adubação do Estado do Rio de

GRAVINA, G. de A.; FERNANDES, P. G. Plant population and row spacing on biomass sorghum yield performance. Ciência Rural, v. 46, p. 434-439, 2016. MENEZES, B. R. S.; DAHER, R. F.; GRAVINA, G. A.; AMARAL JUNIOR, A. T. do; OLIVEIRA, A. V.; SCHNEIDER, L. S. A.; SILVA, V. B. Correlações e Análise de Trilha

CONCLUSÕES O plantio adensado (0,5m entre fileiras) foi o que proporcionou a maior produtividade de biomassa seca por hectare, sendo que os genótipos mais produtivos foram o G6 (Duro de Volta Grande) e o G7 (Gramafante), considerando a adoção do menor espaçamento (0,5m) entre linhas de plantio. REFERÊNCIAS CRUZ, C. D. GENESa software package for analysis in experimental statistics and quantitative genetics. Acta Cientia- Janeiro. 01 ed. Seropédica: em Capim-elefante para rum Agronomy, v.35, n.3, Editora Universidade Ru- Fins Energéticos. Agrária, Revista Brasileira de ral, v. 01, p. 69-85, 2013. pág. 271-276, 2013. Ciências Agrárias, 9 (3), DAHER, R. F.; SOUZA, L. IBRAHIM, N.; KAMARU- 2014. B.; GRAVINA, G. A.; MA- DIN, S. K.; MINGGU, L. J. CHADO, J. C.; RAMOS, H. Biofuel from biomass via MORAIS, R. F.; SOUZA, C. C.; SILVA, V. Q. R.; ME- photoelectrochemical reac- B. J. DE; LEITE, J. M.; SONEZES, B. R. S.; SCNEI- tions: An overview. Jour- ARES, L. H. DE B.; ALVES, DER, L. S. A.; OLIVEIRA, nal of Power Sources, 259 B. J. R.; BODDEY, R. M.; URQUIAGA, S. Elephant M. L. F.; GOTTARDO, R. (1):33-42, 2014. Grass genotypes for bioeD. O uso de capim-elefante para produção de energia MAY, A.; SOUZA, V. F. de; nergy production by direct

32 Revista Biomassa BR

biomass combustion. Pesquisa Agropecuária Brasileira. V. 44, n. 2, p.133-140, 2009. OLIVEIRA, A. V. de; DAHER, R. F.; MENEZES, B. R. da S.; GRAVINA, G. A.; SOUSA, L. B. de; GONÇALVES, A. C. da S.; OLIVEIRA, M. L. F. Avaliação do Desenvolvimento de 73 Genótipos de Capim-Elefante em Campos dos Goytacazes – RJ. Boletim da Indústria Animal. 70 (2): 11-131, 2013. NOVO, A.A.C. Efeito de Níveis de Nitrogênio e Potássio em Características Morfoagronômicas e Análise Econômica de Genótipos de Capim-Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) para Fins Energéticos. Tese de Doutorado. Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, p. 137, 2015. ROCHA, A. S.; DAHER, R. F; GRAVINA, G. A.; PEREIRA, A. V.; RODRIGUES, E. V.; VIANA, A. P.; SILVA, V. Q. R.; JUNIOR, A. T. A.; N. A. A. C.; OLIVEIRA, M. L. F.; OLIVEIRA, E. S. Comparison of stability methods in elephant-grass genotypes for energy purposes. African Journal of Agricultural Research. Vol. 10(47), pp. 4283-4294, 19 nov., 2015. ROSSI, D. A.; MENEZES, B. R. S.; DAHER, R. F.; GRAVINA, G. A.; LIMA, R. S. N.; LEDO, F. J. S.; GOTTARDO, R. D.; CAMPOSTRINI, E.; SOUZA, C. L. M. Canonical correlations in elephant grass for energy purposes. African Journal of Biotechnology, v.13, n.36, p.3666- 3671, 2014.


Revista Biomassa BR

33


Parcerias empresa e universidade DISCUTEM O BAMBU NO BRASIL

N

o dia 11 de agosto, nas dependências do curso de pós-graduação da Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná, o Sr Guilherme Korte da Aprobambu Brasil, realizou a apresentação da palestra “Manejo, uso e potencial bionergético do Bambu” na disciplina de Seminários em Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais, sob a coordenação dos Professores Dr. Dimas A. da Silva e Dr. Umberto Klock. A participação do Sr Guilherme nesta disciplina de pós-graduação em Engenharia Florestal foi viabilizada pelo patrocínio do Grupo FRG, Biomassa BR – energias renováveis e Biomassa BR – revista brasileira de biomassa e energia. A palestra teve como objetivo apresentar e discutir o Bambu com os alunos de mestrado e doutorado do programa de pós-graduação da Eng. Florestal da UFPR, e contou também com a participação professores universitários da UFPR e outras instituições de Ensino e Pesquisa, profissionais de outras áreas e segmentos industriais, representantes de organizações privadas e da Emater PR. Durante a sua apresentação, foram abordados a silvicultura, manejo e tecnologias de colheita do Bambu no Brasil e outros países; as tendências tecnológicas para processamento 34 Revista Biomassa BR

o crescimento da cadeia de valor e uso do Bambu nas indústrias de papel e celulose, estrutura e construção do bambu, com agregação de novos civil; produção agrícola; uso energé- produtos e usos para o bambu in natico; perspectivas mundiais; aspectos tura ou processado e seus coprodutos. econômicos de produção e geração de TECNOLOGIA valor financeiro, social e ambiental. Avanços tecnológicos para a coOs principais pontos apresentalheita e processamento do bambu dos pelo Sr. Guilherme foram: em pequenas e largas escalas; as viabilidades biotecnológicas do bambu MERCADO para geração de energia, produção de A estruturação e reposiciona- compósitos como pellets, briquetes, mento do mercado norte americano pisos sólidos, pisos laminados e com(USA e Canadá) para produzir fibras ponentes estruturais da construção cide bambu para a indústria de papel vil; sistemas de secagem, tratamento e e celulose; a organização de setores processamento para aumentar a eficiagrícolas para emprego do bambu ência e ganhos industriais; ganhos no processamento na cadeia de insumos volume de produção de fibras para o agropecuários e florestais; os benefí- setor da indústria do papel e celulose; cios e ganhos da qualidade da matéria- uso e produção farmacológica. -prima bambu no setor de construção civil; o potencial uso do bambu para gerar valor às pequenas propriedades rurais brasileiras; desenvolvimento de economias de baixo carbono; desenvolvimento da cadeia farmacológica;

MANEJO E SILVICULTURA Espécies mundiais e brasileiras; produtividade dos plantios; técnicas de produção de mudas, plantio e manejo; demandas técnicas das planta-


ções de bambu; usos do bambu para composições ecofisiológicas na recuperação de áreas degradadas, áreas de proteção, divisas de terrenos, proteção dos solos e águas; técnicas, sistemas, máquinas e equipamentos de colheita do bambu; aumento da produção de fibras para usos diversos.

bambu e produção de carvão, pellets e briquetes. SOCIOAMBIENTAIS

Redução no consumo energético para produção de bambu e energia oriunda do bambu; ganhos ambientais por meio do sequestro de carbono, uso da biomassa como biocombustível para geração de bioenergia e redução da produção de gases de efeito estufa (GEE) oriundos do consumo de combustíveis derivados de produtos fósseis, como o diesel, gasolina e petróleo; diversidade de produtos e mercados para uso do bambu; uso de coprodutos do bambu na produção de compostos orgânicos e de fertiliBIOENERGIA zação de solos e produção agrícola, Ao final da apresentação alunos e Características físicas e químicas que dentre suas várias possibilidades, do bambu; rendimentos para geração a produção de broto do bambu para demais participantes permaneceram debatendo o tema e solicitando esclade calor específico superior e inferior; alimentação foi ressaltada. recimentos sobre o Bambu por mais técnicas e sistemas de secagem do de uma hora, e não esconderam suas motivações sobre os diferentes potenciais econômicos do Bambu para o Brasil. Os alunos e participantes ressaltaram ainda a importância do desenvolvimento destas parcerias para o desenvolvimento conjunto da ciência, tecnologia, indústria e economia nacional.

Revista Biomassa BR

35


36 Revista Biomassa BR


Revista Biomassa BR

37


USP realiza sexta edição do PRÊMIO TESE DESTAQUE USP

Evento aconteceu na última semana e premiou 26 doutores Vinte e seis doutores foram premiados na sexta edição do Prêmio Tese Destaque USP, o qual é organizado pela Pró- Reitoria de Pós Graduação da Universidade de São Paulo (USP), na última semana. Realizada no dia 28 de setembro, a cerimônia de premiação aconteceu na sala do Conselho Universitário e teve como objetivo reconhecer e premiar as teses de doutorados em destaque defendidas pela universidade. Foram contempladas nove grandes áreas do conhecimento pelo prêmio, dentre elas as ciências agrárias, as ciências biológicas, as ciências humanas, ciências exatas e engenharias entre outras. Cada área teve um trabalho premiado e dois agraciados com menções honrosas. Os premiados receberam um prêmio de 10 mil reais além de um diploma de premiação. Dentre os critérios para a premiação estava a originalidade do trabalho, sua relevância para desenvolvimento

38 Revista Biomassa BR

científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, além do valor agregado ao sistema educacional. De acordo com a organização, os trabalhos foram avaliados por nove comissões julgadoras, além de 54 avaliadores internos e externos. De acordo com o presidente da Comissão de Análise do Prêmio e professor do Instituto de Física da USP (IF), Paulo Alberto Nussenzveig, a tarefa de participar de uma avaliação

deste porte é recompensadora, principalmente por se tratar de um reconhecimento de doutores e orientadores em um cenário complicado para a ciência brasileira devido aos cortes no orçamento federal. “Dificuldades existem, mas são superáveis. Os jovens doutores têm a responsabilidade de propagar o lema da USP na sociedade: Pela ciência, vencerás!” destacou ele.



40 Revista Biomassa BR


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.