Revista Biomassa BR Ed 27

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Biomassa BR

RE VI S TA B RAS I L E I RA D E B I O M AS S A E E N E RG I A

Vol. 6 Nº 27 - Set/Out 2016

BIOMASSA

Geração de energia com biomassa de valor agregado vem ganhando espaço no Brasil

www.revistabiomassabr.com



ÍNDICE

Cláudio F. Oliveira, Douglas Garcia e Michael Curi

PÁGINA 04

Matheus Dias

PÁGINA 15

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Geração de energia com biomassa de pellets deve crescer em 2017 de

redução

num sistema industrial quanto a

número de indústrias que produzem

dos

gases

alimentação manual em aquecedo-

pellets saltou de 70 para mais de 950

do efeito es-

res residenciais. Destaca-se por ser

nos últimos 1 4 anos.

tufa que al-

um biocombustível sólido natural

guns países

de fácil manuseio, pouco espaço

Porém, todo o sucesso internacio-

se

compro-

para a estocagem e alta densidade

nal não tem repercutido no merca-

a

energética. Além disso, as dificul-

do interno brasileiro que cresceu

realizar nos

dades atribuídas a biomassa con-

abaixo das expectativas dos produ-

próximos

vencional

tores de pellets.

anos e fo-

densidade de energia, alto teor de

ram ratifica-

umidade e heterogeneidade de for-

Sabe-se que o Brasil tem potencial

dos,

agora

mas e tamanhos são minimizados e

para a produção desses materiais

em

mais

superados com a utilização na for-

compactados aproveitando-se do

ma dos pellets de madeira.

grande volume de resíduos agro-

meteram

países,

na

quanto à

sua

baixa

Conferência do Clima em

O comércio Internacional de pellets

tivo, novos projetos industriais

Paris – COP-

de madeira aumentou significativa-

também surgem por aqui, com o

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mente nas duas últimas décadas. Em

propósito de utilizar, além das tra-

1 990 era um biocombustível sólido

dicionais pinus e eucaliptos, tam-

As boas ca-

desconhecido, mas, nos dias atuais, é

bém a acácia-negra, o bambu

racterísticas energéticas dos pellets

o mais comercializado no planeta. A

gigante, o capim elefante e o baga-

Pellets de biomassa têm projeção de crescimento para 2017

A

florestais disponíveis. Por esse mo-

popularidade desses biocom-

aliados à sua geometria, que o faz

demanda mundial de 25 milhões de

ço de cana como matéria-prima

bustíveis vem crescendo em todo o

fluir como se fosse água, permite

toneladas em 201 4, segundo especia-

para a produção dos pellets agro-

mundo, sobretudo devido as metas

tanto a alimentação automática

listas, dobrará até 2024. Por isso, o

florestais.


Atualmente, a maioria da produção das indústrias brasileiras (aproximadamente 81 ,4%) estão concentradas na Região Sul, distribuídos pelos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E o restante (1 8,6%) dos pellets brasileiros são produzidos no estado de São Paulo (Região Sudeste). Dentro da programação do CIBIO 201 7, será realizado o CBP – Congresso Brasileiro de Pellets, no dia 20 de junho de 201 7! O evento vai reunir os principais especialistas do setor em nível mundial. Fabricação e comercialização com foco no mercado interno e externo serão apresentadas, Cases de utilização, Work Shop, etc. Será o maior encontro do setor de todos os tempos. Com a realização da 2ª EXPOBIOMASSA, este cenário será perfeito para um excelente para projeções de negócios e parcerias. A presença de fabricas produtoras de pellets já esta confirmada por empresas que já firmaram a presença com estande. O CIBIO 2017 será realizado de 20 a 22 de Junho de 2017. O evento será o maior já realizado na América Latina, com foco exclusivo em Biomassa e Energia.

Cenário da produção de pellets se concentra nas regiões Su­ deste e Sul, mas está em pro­ cesso de expansão pelo país.



E STU D O DA E STAB I LI DAD E OXI DATI VA D O B I O D I E SE L VI A AN ÁLI SE TE R M O G R AVI M É TR I CA

H e l to n Ro g g e r Re g a ti e ri , E l i z a n d ra Se h n e G u sta vo Vi n i ci u s B a ssi Lu ka si e vi cz Neste trabalho estudou-se a influência da térmicos, indicando que houve a liberação O biodiesel é composto de uma mistura de gordura animal adicionada ao óleo de soja, de energia, sendo a temperatura de 311 °C ésteres alquílicos que pode ser obtido pela verificando seus efeitos na estabilidade a Tmax (Tab 1 ). Outro fator visível é a transesterificação de triglicerídeos de ori- oxidativa do produto final, o biodiesel [1 -4]. maior estabilidade do BGS em relação ao gem vegetal/animal. A origem do óleo utiliBVS. Esta diferença na estabilidade térmizado é o fator mais determinante nas ca entre as duas amostras está relacionadiferentes características do produto final. Metodologia da ao teor de ligações insaturadas, pois Para verificar tais distinções este trabalho Este estudo analisou a estabilidade oxida- um elevado teor de ligações insaturadas realizou uma comparação das proprieda- tiva de duas amostras: biodiesel derivado conduzirá a oxidação térmica em tempedes térmicas das amostras por TG, DTG e de matéria-prima virgem de óleo de soja raturas menores [7]. DSC. Optou-se pela utilização de amos- (BVS) e biodiesel derivado de gortras de biodiesel de soja e gordura animal, dura animal adicionado ao óleo de as mais utilizadas nacionalmente 80% e soja (BGS). Para estas análises foi 1 6%, respectivamente. A partir das análi- utilizado o analisador térmico de ses termogravimétricas foi possível verifi- marca Perkin Elmer, modelo STA car o teor de éster presente nas amostras 6000. Foi utilizado o método dinâmique se mostrou superior ao limite mínimo co com taxa de aquecimento de de 96,5% estabelecido pela ANP N°45 de 1 0°C.min-1 , em atmosfera de N2 201 4. A estabilidade oxidativa foi classifi- com fluxo de 20 mL.min-1 . A amostra cada observando os eventos térmicos, co- de aproximadamente 1 0 mg foi Figura 2. Comparativo dos termogramas TG e DSC das amostras BGS e BSV mo Tonset, Tendset e Tmax. Sendo assim, aquecida de 50 a 450°C. concluiu-se que a diferença na estabilidade térmica entre as duas amostras está Resultados e Discussões Referências relacionada ao teor de ligações insatura- Na Figura 1 , pode-se observar uma curva [1 ] PULLEN, J.; SAEED, K. An overview of biodiesel oxidadas, sendo então, a utilização de blendas TG típica (linha sólida) para as amostras tion stability. Renewable and Sustainable Energy Reviews, (gordura animal e óleo de soja) favorável a BGS e BVS, onde ocorre uma única transi- 1 6, 201 2. 5924-5950. melhoria da estabilidade oxidativa do [2] JAIN, S.; SHARMA, M. Review of different test biodiesel. methods for the evaluation of stability of biodiesel. Resumo

Renewable and Sustainable Energy Reviews, 1 4, PALAVRAS-CHAVE: Termogramas. Análi201 0. 1 937-1 947. se térmica. Oxidação. [3] YAAKOB, Z. et al. A review on the oxidation stability of biodiesel. Renewable and Sustainable Energy Introdução Reviews, 35, 201 4. 1 36-1 53. O biodiesel é produzido a partir de [4] KNOTHE, G.; DUNN, R. Dependence of Oil Stamodificações químicas de óleos/gorbility Index of Fatty Compounds on their Structure duras de distintas fontes. A matériaand Concentration and Presence of Metals. American Figura 1. Comparativo dos termogramas TG e DTG das amostras BSG e BVS prima depende da disponibilidade reOil Chemical Society, 2011 . 607-611 . gional, sendo que no Brasil a principal ção. Também, utilizando as curvas [5] NAKATANI, N.; TAKAMORI, H.; TAKEDA, K. . S. H. fonte é o óleo de soja. Como a utilização TG/DTG foi possível verificar o teor de és- Transesterification of soybean oil using combusted oyster do óleo de soja é influente no setor ali- teres presentes nas amostras que está ex- shell waste as a catalyst. Bioresourse Technology, 2009. mentício, o emprego de misturas de dife- posto na tabela 1 [5-7]. O termograma 1 51 0–3. rentes óleos torna-se uma opção para DSC/TG na Figura 2 revela eventos exo- [6] VEGA-LIZAMA, T. et al. Thermogravimetric analysis as minimizar esses impactos na sociea rapid and simple method to determine the degradatidade. Por isso o emprego da gordura on degree of soy biodiesel. Fuel, 1 56, 201 5. 1 58-1 62. animal, que é considerado um rejeito, [7] KWON, E. et al. Transforming duck tallow into biodiTabela 1. Teor de ésteres das amostras BSG e BSV e temperaturas dos respectivos eventos apresenta vantagens. esel via noncatalytic transesterification. Applied Energy,

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exotérmicos.


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CELU LOSE, M ODELAM EN TO COM PU TACI ON AL Roseli KUHN Nei MARÇAL

RESUMO No presente estudo, utilizamos cálculos computacionais através de modelos semi-empíricos para determinar uma estrutura conformacional de oligômeros da cadeia de celulose. Nosso objetivo foi determinar qual região na estrutura polimérica, através de um cálculo de dinâmica molecular, apresenta maior probabilidade de ruptura quando submetido a um tensionamento mecânico. PALAVRAS-CHAVE: Celulose, Cálculo Computacional, Estrutura Conformacional, Dinâmica Molecular, Tensionamento Mecânico. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No decorrer dos últimos anos surgiu o forte interesse, a fim de substituir os combustíveis fósseis por fontes de energias renováveis e alternativas, tais como a biomassa, energia solar, hidrelétrica e eólica. A biomassa lignocelulósica é con-

de programas de dinâmica molecular como LAMMPS. Outro programa utilizado é o VMD (Visual Molecular Dynamics) para visualização de estruturas moleculares, proteínas, ácidos nucleicos, polissacarídeos Figura 6: Estrutura Oligomérica representando 5 monômeros de glicose. Na figura 7 apresentamos a região (celulose), entre outros. Na figura 3 apresentamos alguns exemplos de estruturas onde ocorrem as rupturas de ligação do oligômero de 6 monômeros. reproduzidas pelo VMD. METODOLOGIA

Figura 1. Ilustração, Fonte: Adaptado de Sustentabilidades. com

siderada um recurso natural renovável a Figura 3. Figuras de exemplos. Fonte: VMD-Tutorial 201 0. qual pode ser usada para produzir formas bioenergéticas mais elaboradas e adequa- Seguindo o fluxograma representado na fidas para o uso final. Ela apresenta diferentes componentes químicos, sendo os principais a celulose, hemiceluloses e a lignina, além de proteínas, amido e outros. A concentração de cada componente químico depende do tipo de biomassa, tipo de tecido, da idade da planta e das condições de crescimento. Um dos polímeros mais abundan- Figura 4. Fluxograma das etapas realizadas no estudo.

Tabela 1: Representando uma média percentual da concentração dos

diferentes componentes químicos da biomassa lignocelulósica.

tes no nosso planeta é a celulose, esta é observada em todas as plantas e algas como parte de suporte da parede celular. A celulose possui uma estrutura quimicamente simples, conforme figura 2. Estas estruturas podem ser modeladas atr avés Figura 2. Representação esquemática da celulose.

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Figura 7. Ruptura da cadeia molecular.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As rupturas moleculares em todas estruturas testadas e com velocidades diferentes, ocorrerão apenas nas ligações glicosídicas β 1 -4. Todos os oligômeros de celulose, independente da quantidade de monômeros de glicose sofreram rupturas estruturais, quando submetidos ao tensionamento mecânico.

gura 4 foram realizados cálculos para dife- Referências rentes tamanhos de oligômeros, contendo [1 ] Mark S. Gordon, Michael W. Schmidt, General Atomic 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 1 7 monômeros. Com di- and Molecular Electronic Structure System (GAMESS). ferentes velocidades constantes de tensio- [2] S. PLIMPTON, Fast Parallel Algorithms for Short-Range Molecular Dynamics, J Comp Phys, 11 7, 1 -1 9 namento. RESULTADOS

Na figura 5 e 6 estão representadas as estruturas oligoméricas otimizadas por modelos semi-empiricos.

Figura 5: Estrutura oligomérica representando 3 monômeros de glicose.

(1 995).(http://lammps.sandia.gov.). Acessado em 05 de maio de 201 6. [3] SANTOS, F. COLODETTE, J.QUEIROZ, J,H. Bioenergia e Biorrefinaria. Cana-de-Açúcar e Espécies Florestais, 201 3. 1 31 p. [4] EICHLER,P. Avaliação do potencial do eucalipto cultivado no Rio Grande do Sul para processos de biorrefinaria. 201 5. [5] Jen Hsin. Anton Arkhipov. Ying Yin1 . John E. Stone. and Klaus Schulten. Using VMD - An Introductory Tutorial.


PROPRIEDADES ENERGÉTICAS DE PRODUTOS ORIUNDOS DA PIRÓLIS E RÁPIDA D E F I N O S D E E UC AL I P T O Bruno Dufau MATTOS Washington Luiz Esteves MAGALHÃES Marcelo LAZZAROTTO Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná. Embrapa Florestas, Colombo, Paraná. (washington.magalhaes@embrapa.br) RESUMO

lho teve por objetivo investigar as propriedades energéticas de produtos gerados na pirólise rápida de finos de eucalipto, visando o máximo aproveitamento em uma indústria de papel e celulose.

alto teor de cinzas, Tabela 1 . Já o bio-óleo e o extrato apresentaram maior PCS comparado com os produtos sólidos. À exceção do car-

A partir da pirólise rápida em escala piloto de finos de eucalipto pode ser obtido bio-óleo, extrato ácido e carvão. O bio-óleo e o extrato ácido apresentaram propriedades energéticas semelhantes. O carvão produzido neste processo apresen- METODOLOGIA tou baixo poder calorífico devido Bio-óleo, extrato ácido e ao alto teor de cinzas. carvão foram produzidos em uma planta piloto de Palavras-chave: Bio-óleo, carvão, pirólise rápida (Bioware). extrato pirolenhoso. O reator operou em leito fluidizado com alimentaINTRODUÇÃO ção continua de 20kg/h e Nas últimas décadas, a demanda temperatura de 500°C a de energia a partir de recursos re- uma pressão estática de nováveis teve aumento significativo 1 00 mm H2O. O poder Tabela 1. Propriedades energéticas dos produtos obtidos. devido a limitação de recursos fós- calorifico superior (PCS) seis. Um dos mais promissores foi obtido em uma bomba calorimétri- vão, todos os produtos apresentaram processos para produzir potenciais ca, enquanto que a norma NBR 811 2 baixo teor de cinza. A fluidez das combustíveis a partir de biomassa (1 986) foi utilizada para a caracteri- amostras líquidas variou de -24 a -1 6 é a pirólise rápida. A pirólise rápida zação energética dos sólidos. Para a °C o que pode ser resultado de uma é um processo termoquímico con- fração aquosa calculou-se a fluidez, quantidade excessiva de voláteis do duzido sob atmosfera inerte que pH, densidade e teor total de enxo- extrato ácido. Já o enxofre total e a converte acima de 70% da biomas- fre. Todas análises foram mensura- densidade foram semelhantes entre sa em produtos. Neste processo, das em triplicata. as amostras líquidas. as reações de conversão ocorrem a aproximadamente 500°C, sob al- RESULTADOS E DISCUSSÕES REFERÊNCIAS tas taxas de aquecimento e rápido resfriamento dos vapores de piróli- O carvão obtido apresentou a mes- BRIDGEWATER, A.V. Fast pyrolysis of bise para a produção de bio-óleo ma capacidade energética do materi- omass: a handbook, vol. 2. Newbury, UK: (BRIDGWATER, 2002). Este traba- al de partida, o que se deve ao seu CPL Press; 2002. p. 3.

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F L U I D I Z AT I O N O F B I N ARY M I XT U R E S OF WOOD BI OM ASS AN D S AN D

Guilherme Alfredo Genehr Hartur Kunzler Mainardi Flávia Zinani Maria Luiza Indrusiak

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

São Leopoldo, Brasil

fluidized bed, eucalyptus, pine, scale fluidization test bench was built which was quite fibrous, a mean diameter polydisperse. using a stainless steel mesh as distributor could not be obtained. The sand density and an acrylic tube with 94 mm internal di- was 2656 kg/m³ and the pine and euIntroduction ameter and 1 .2 m height as riser. Biomass capyptus bark densities were of 1 271 and sand mixtures with volume fraction of kg/m³ and 1 386 kg/m³, respectively. Trunk barks are a residue commonly ge- 1 0 to 40% biomass were prepared. FluidiThe calorific values were of 1 6.06 nerated by the timber industry. This type of zation was carried out with compressed MJ/kg and 1 8.93 MJ/kg for eucalyptus and biomass may be employed as energy air. The fluidization features investigated pine barks, respectively. Examining fluidisources in thermal conversion processes. were the characteristic velocities of initial zation curves and observing fluidization In the present work, eucalyptus bark and fluidization, apparent fluidization, segrega- tests, it could be concluded that both biopine bark samples generated by an MDP tion and complete fluidization, the appa- mass are suitable as energy sources, (medium density particle) panels manu- rent and complete void fractions and the however, due to its original morphology, facturing company in Rio Grande eucalyptus bark pieces were not well do Sul were studied as possible suited to undergo fluidization prothermal energy sources. The use "Improved correlations are necessary cesses. The correlation proposed by of eucalyptus and pine barks in a in to predict the flow dynamics of Paudel and Feng [1 ] fits the experifluidized bed reactor was investimental results within an error of different biomass." gated, through the study of the 40%, meaning that improved correflow of binary mixtures of biolations are necessary in to predict mass and sand. The physicochemical bed expansion for binary mixtures of bio- the flow dynamics of different biomass. characterization of the biomass samples mass and sand [1 , 2]. Fluidization curves was performed and fluidization curves for and Reynolds number at minimum fluidi- References various mixtures were obtained. The ob- zation versus Archimedes number relatijective of this work is to characterize two ons were obtained and compared with the [1 ] Paudel, B.; Feng, Z.-G. Prediction of mibiomass and to obtain fluidization curves literature [1 , 2]. nimum fluidization velocity for binary mixtures of and characteristic velocities of mixtures of biomass and inert particles. Powder Technology, such biomass and sand. Results and Conclusions V. 237, 201 3, pp 1 34-1 40. [2] Tannous, K.; Lourenço, J.B. Fluid DynaMethodology The mean diameters of 277.05 µm and mic and Mixing Characteristics of Biomass Parti579.1 3 µm were obtained for sand and pi- cles in Fluidized Beds. In: Tannous, K. Innovative The bark pieces were shredded in a knife- ne bark pieces, respectively. Due to the pi- Solutions in Fluid-Particle Systems and Renewamill before characterization. A laboratory eces of eucalyptus bark morphology, ble Energy Management. IGI Global, 201 5. cap. 3, Keywords:

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CARACTERI ZAÇÃO E AVALI AÇÃO DO PSEU DOCAU LE DE BAN AN A PARA PROCESSOS DE BI ORREFI N ARI A

Ce n tro d e E stu d os e m B i orre fi n a ri a U n i ve rsi d a d e E sta d u a l d o Ri o G ra n d e d o S u l P orto Al e g re -RS B ra si l con ta to: l e a n d rog om e sfsc@g m a i l . com

Le a n d ro G om e s Vi tóri a S g orl a M a th e u s Vi l a re s An g e n or Au l e r P a u l o E i ch l e r F e rn a n d o S a n tos RESUMO

O Brasil se destaca como um dos maiores produtores agrícolas do mundo e, em consequência disto, é capaz de gerar grandes quantidades de resíduos agroindustriais. Entre a biomassa lignocelulósica disponível, merece destaque a cultura da banana. A banana é a segunda fruta mais consumida no mundo, atrás apenas da laranja, sendo a fruta preferida dos brasileiros. Considerando a produção gerada na bananicultura, um valor que se destaca é a geração de resíduos durante a colheita. Estima-se que, de cada 1 00 kg de banana colhida, 46 sejam rejeitadas para consumo, tornando-se um resíduo. Estima-se também que, para cada tonelada de banana industrializada produzida, 3 toneladas são de pseudocaule, 1 60 Kg de engaço, 480 Kg de folhas e 440 Kg de cascas são geradas. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi investigar o potencial do pseudocaule de banana em processos de biorrefinaria. Foram realizadas análises quanto aos teores de celulose, hemiceluloses, lignina, extrativos e cinzas. Foram encontrados valores médios em maior quantidade de celulose (49,05%), hemiceluloses (1 6,44%), extrativos (1 2,55%), lignina (11 ,77%) e cinzas (1 0,1 0%). Diante dos resultados obtidos, conclui-se que, a valorização do pseudocaule de banana como matéria-prima para produção de bioprodutos, bioquímicos e biocombustíveis, devem ser valorizada de forma sustentável e integrada através dos processos de biorrefinaria. PALAVRAS-CHAVE: Biorrefinaria, bananicultura, biomassa, sustentabilidade, energias renováveis. INTRODUÇÃO

No que diz respeito a agricultura, o Brasil

tem um papel de destaque no cenário mundial, não só devido a produção de grãos mas também devido ao seu papel na fruticultura. Com o aumento da área de cultivo e o aumento da tecnologia utilizada, a produção de frutas no Brasil somou cerca de 40 milhões de toneladas em 201 4, colocando o país como terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás apenas de Índia e China [1 ]. Dentre as culturas produzidas no país, merece destaque a cultura da banana. A banana é a segunda fruta mais consumida no mundo, atrás apenas da laranja, sendo a fruta preferida dos brasileiros. Hoje, cerca de 1 25 países se dedicam a produção desta fruta, fazendo com que seja a fruta mais produzida do mundo, com aproximadamente 1 06 milhões de toneladas, sendo o Brasil foi responsável pela produção de mais de 7 milhões de toneladas. [2] Considerando a produção gerada na bananicultura, um valor que se destaca é a geração de resíduos durante a colheita. Estima-se que, de cada 1 00 kg de banana colhida, 46 sejam rejeitadas para consumo, tornando-se um resíduo. Estima-se também que, para cada tonelada de banana industrializada produzida, 3 toneladas de pseudocaule, 1 60 Kg de engaço, 480 Kg de folhas e 440 Kg de cascas sejam geradas [3]. Parte deste resíduo é utilizado como adubo para o solo, porém, entende-se que a quantidade de resíduos gerada durante a colheita da banana é muito superior a quantidade necessária para repor os nutrientes do solo, criando uma margem para o aproveitamento energético destes resíduos [4]. Buscando uma nova alternativa para o destino dos resíduos da bananicultura, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar e

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investigar o potencial do pseudocaule de banana em processos de biorrefinaria. Local de Trabalho As pesquisas foram feitas na Universidade Tabela 1. Composição Química do Pseudocaule de Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) Banana. produzida) podemos prever que a exploraem parceria com a Universidade Federal de ção do pseudocaule de banana nos proViçosa (UFV). cessos de biorrefinaria torna-se uma alternativa real. A celulose e as hemiceluloProcedimento ses, uma vez hidrolisadas, decompõem-se em hexoses e pentoses, respectivamente. O pseudocaule de banana foi submetido ao Os produtos derivados desses carboidratos processo de secagem, sendo posteriorem maior potencial de produção industrial mente moída e padronizada a sua granulosão ácidos lático e succínico, bioetanol, metria para análises da sua composição furfural, sorbitol, entre outros de menor uso. química, tais como: teor de celulose, hemiTais compostos poderão ser utilizados coceluloses, lignina total, extrativos totais e mo solventes, combustíveis, monômeros cinzas. O teor de celulose e hemiceluloses para plásticos e intermediários químicos. foi estimado utilizando uma adaptação do Por fim, concluímos que a utilização do método Saeman e TAPPI 222om-88. Os pseudocaule de banana para a produção extrativos totais foram obtidos seguindo as de produtos de maior valor agregado, atranormas TAPPI T204 om-88 e TAPPI T264 vés de processos de biorrefinaria, devem om-88. A lignina foi estimada utilizando a ser valorizada de forma sustentável e inteTAPPI 222 om-11 . grada. RESULTADOS

A seguir, conforme pode ser visto na Tabela 1 , são apresentados os valores médios dos resultados da composição química do pseudocaule de bananeira. Foram encontrados valores médios em maior quantidade de celulose (49,05%), hemiceluloses (1 6,44%), extrativos (1 2,55%), lignina (11 ,77%) e cinzas (1 0,1 0%). Dada a grande participação da celulose na composição do pseudocaule da bananeira (49,05%) e, considerando a quantidade de pseudocaule descartada como resíduo durante o processo de colheita da bananicultura (3 toneladas de pseudocaule para cada tonelada de banana industrializada

REFERÊNCIAS [1 ] Anuário Brasileiro de Fruticultura. Editora Gazeta. 201 5. [2] ANDRADE, P. F. deS.; Fruticultura 201 5. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Paraná, 201 5. [3] SOUZA, O.; FEDERIZZI, M.; COELHO, B. Biodegradação de resíduos lignocelulósicos gerados na bananicultura e sua valorização para a produção de biogás. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande, PB, 2009. [4] MAIA, B. G. de O.; Valorização de Resíduos da Bananicultura e da Rizicultura na Produção de Briquetes.



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