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CARTAS Mande suas críticas e sugestões redação@bits.com.br BITS ONLINE www.issuu.com/revistabits TIME BITS designers Igor Barros Hilda Magno Loraine Cherbo COLABORADORES Guilherme Luigi, Vini Parisi, Gian Baldacconi, Bienal de São Paulo, Farol Santander, Tiago Porto. DISTRIBUIÇÃO EDITORA LOTE 42 GRÁFICA Gráfica Power Graphics ASSINATURAS bitsshop.com assine +55 (11) 3885-2631 ENDEREÇO Rua Jaceru, 247 – Morumbi 04705-000 – São Paulo – SP – Brasil Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores / entrevistados e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações por qualquer meio sem prévia autorização dos artistas ou do editor da revista.
Caro leitor, Seja bem vindo ao universo da redação Bits! Com nossa primeira edição em mãos, podemos adiantar que mergulhará em um universo que reúne as partes das coisas mais interessantes que encontramos na cidade de São Paulo. Essas partes juntas possibilitam a existência da nossa revista. Como humanos somos o resultado das intersecções de várias situações, e a revista Bits também é, o resultado da união de várias cabeças pensando juntas e transformando nossos universos em outros, e traduzindo em uma linguagem gráfica pra qualquer pessoa que se encante em simplesmente descobrir sobre design. Somos Bits por quê nascemos do principio de que tudo parte de uma pequena unidade que vai se expandindo sem precisar de limitações, logo podemos ser uma parte, um todo. Á redação Bits <3
Sumário
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Dingbat.Cobogó Espaço Cultural
O Bit que você não vê Extra
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Bienal de São Paulo Cartazes Brasileiros
SP-Arte/2018 Feira Gráfica
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Arquitextura Ensaio Fotográfico
Deu TILT Extra
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Início da Tipografia na web Tipografia
#FicaDica Sugestões
museu/exposição
Dingbat . Cobogó entrevista adaptada: SESC/Santo Amaro
Qual o surgimento do Cobogó?
“Meu trabalho se baseia em uma pesquisa que gerou um livro de Josivan Rodrigues, que conta com Antenor Vieira (professor da UFPE) e Cristiano Borba (arquiteto e professor). Eles pesquisaram justamente a trajetória da criação do surgimento do cobogó, ele é um artefato que foi patenteado em Pernambuco, e surgiu no século 20 e é na verdade implementado na primeira obra em 1935, na caixa d’agua de Olinda (projeto do arquiteto mineiro Luiz Nunes), e o nome cobogó inclusive é justamente os sobrenomes dos seus criadores que patentearam. Então o primeiro uso é esse, o marco arquitetônico do cobogó na caixa d’agua de Olinda mas, depois é difundido por outros arquitetos em outras obras, enfim pelo Brasil todo. O surgimento anterior onde ele se inspira na verdade, é na investigação de Antenor, Josivan e de Cristiano, que surgiu do muxarabi, que são aquelas treliças de madeira de origem moura que eram utilizados nas edificações para facilitar essa questão climática no deserto, e o nosso clima tropical se encaixa perfeitamente.
foto: Victor Muzzi / Revista SIM
GUILHERME LUIGI
Designer gráfico formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e com mestrado em design de produto pela ELISAVA em Barcelona, desenvolve projetos nas áreas de design de superfície, tipografia, arquitetura e patrimônio como o Dingbat Cobogó, Dingbat Ladrilho e as Estampas Gonzaguianas. Possui projetos premiados como a identidade visual do Centro de Artesanato de Pernambuco, que recebeu destaque na bienal da ADG de 2013, e participações em mostras no Brasil (10º Bienal da ADG, Cidade Gráfica - Itaú Cultural) e na Europa (FAD Expo BCN - EL millor disseny de l’any, Como se pronuncia design em português - LISBOA)
A inovação do cobogó é que ele é um elemento feito em série, então ele é utilizado em moldes para manufatura em série, enquanto o muxarabi é um produto artesanal. Elementos em pedra vazados já existiam antes do cobogó, mas essa sistematização, essa produção, é criada através desses três criadores que patentearam o projeto , o produto. Então ele surge inspirado por esse caminho. Ele se espalha à partir justamente, dentro dessa adequação formal que ele tem, ele é um elemento relativamente barato de ser fabricado e resolve duas questões, a de visibilidade que dá uma certa privacidade mas permite que seja passada a luz e o vento. Então, ele tem um conforto climático mas também mantém a privacidade. Então, foi usado em edificações em escadarias, em áreas de serviço que você precisa utilizar varais e que ficasse exposto, então ele tem um pouco desse uso. Recentemente, nesses últimos dez anos ele vem sendo utilizado em interiores como elemento decorativo”.
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museu/exposição
bucapumklhj O Painel Dingbat Cobogó
Na instalação exposta no Sesc Santo Amaro (janeiro a abril de 2018) , o designer Guilherme Luigi utiliza a fonte digital Dingbat Cobogó e apresenta ao público um inventário com representações bidimensionais. Adesivada em vinil recortado em uma composição de painel, em diferentes formatos e escalas, a instalação dá ênfase a aspectos ornamentais e utilitários deste marco da arquitetura modernista. Com a luz do sol, o painel integra a área de convivência com suas estampas geométricas, criando uma ambiência lúdica que remete à memória afetiva de nossa arquitetura.
A fonte é distribuída gratuitamente desde o seu lançamento até hoje, ela pode ser utilizada inclusive para uso comercial para quem quiser criar qualquer tipo de produto ou coisa. A função é justamente voltar o olhar para essa gráfica e consequentemente para o artefato. Acredito que a importância dessa transposição desse elemento tridimensional, esse artefato que é o Cobogó para o meio digital, é justamente despertar e sensibilizar o olhar para os elementos que estão presentes em nossa paisagem”
“[...] Primeiro que imprimir e adesivar o Cobogó nessa escala sempre foi uma vontade que eu tinha à muito tempo. Quando rolou esse convite do Sesc eu fiquei muito feliz e ainda mais que a aplicação seria justamente para uma proposta com uma funcionalidade que cabe ao cobogó (ao mesmo tempo bloquear o sol e criar um elemento ornamental no painel de vidro).
Acredito que ficou uma aplicação poética e funcional, além de simplesmente uma representação funcional e direta do que seria o Cobogó. Quis fazer na parte do texto do “painelzão”, uns cobogós que eu acho mais clássico e mais gosto, para que você tivesse um mais em escala real e pudesse ver o que chamamos de pano do cobogó, essa estampa que ele forma. Mas nos outros, eu quis deixar ele um pouco mais destacado para que as pessoas pudessem ver o artefato assim, que é justamente esse elemento que forma o módulo, que em todos os meus trabalhos aparecem um pouco nesse universo do design de superfície, da estampa, desses elementos ornamentais que se repetem.
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foto: time bits - SESC/Santo Amaro
O que quis fazer é uma reprodução em escala real do que seria um painel do Cobogó, foi chamar atenção justamente para a construção gráfica desse elemento, que eu acho que é um dos méritos da fonte. Então a gente coloca esses elementos em escalas diferentes, para que se destaque justamente essa construção gráfica, onde você possa ver também como é a passagem de luz ao longo do dia, e os elementos refletidos no próprio chão.
cartazes brasileiros
Bienal de São Paulo
cartaz divugação - 26ª Bienal de São Paulo
A Bienal de São Paulo é uma instituição que coloca em prática atividades artísticas e tem como uma de suas ambições educar o olhar com inquietações, propostas e perguntas. Selecionamos alguns cartazes da Bienal para mostrar como seus elementos gráficos podem ser observados sozinhos e em conjunto na mesma composição. Aprecie sem moderação
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cartaz divulgação - 32ª Bienal de São Paulo / por: Aninha de Carvalho, Adriano Campos, Roman Atamanczuk
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cartaz divulgação - 30ª Bienal de São Paulo / por: William Hebling
cartaz divulgação - 12ª Bienal de São Paulo / por: Cláudio Moschella
sessão extra
O bit que você não vê Seja bem vindo a essa experiência fotográfica! Foram explorados os elementos visuais de tudo aquilo que vemos espalhado pela cidade e que de ponto em ponto vamos construindo as linhas, e consequentemente encontrado os planos espaciais, nos permitindo fazer o inverso e desestruturar o que enxergamos!
foto: time bits - TTheatro Municipal de São Paulo
foto: time bits - Farol Santander
foto: time bits - Conjunto Nacional/Av. Paulista
Olhar em conjunto, mas perceber as partes isoladas. Quando paramos para analisar algo, acabamos percebendo que toda composição é feita de partes menores, que juntas acabam por construir o todo
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foto: time bits - Semรกforo/Av. Paulista
feira gráfica
SP-Arte/2018 A SP-Arte foi criada em 2005 e é considerada uma das maiores feiras de arte da América latina. Em abril, aconteceu a sua 14ª edição, no pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “Em um cenário de instabilidade econômica do país, a solidez e relevância conquistadas junto ao mercado garante que a SP-Arte continue sendo um destino para galeristas do mundo inteiro. Para 2018, queremos reforçar nossas atenções nas novidades produzidas no setor. Além da permanência de galerias já consagradas, a Feira também reserva espaço para novos expositores, que trazem olhares inéditos sobre a produção artística”, afirma Fernanda Feitosa, diretora e fundadora da SP-Arte. Neste ano, contou com a participação de galerias expoentes no mercado das artes provenientes de 16 países sendo dividida em quatro setores: Solo, com mostras individuais de artistas contemporâneos; Repertório, voltado para a compreensão da produção contemporânea; Performances, com cinco performances simultâneas de longa duração (principal novidade, onde o público pode acompanhar os artistas em tempo real, interferindo com sugestões, danças e movimentos); e Design, explorando a união das artes visuais com o design.
fotos: time bits - SP-Arte/2018
Durante o evento, existiram conversas sobre o fazer artístico, além da presença de revistas, editoras e lançamentos de livros no Pavilhão da Bienal, compondo um panorama do circuito contemporâneo. Dessa forma, a SP-Arte se consolidou como um aglutinador de tendências e ainda fortalece a economia criativa do país
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fotos: time bits - SP-Arte/2018
feira gráfica
RE.VER.SO Gian Baldacconi & Vini Parisi Vinicius Parisi, é artista visual paulistano, formado em Design de Produto, e iniciou seus trabalhos artísticos com pinturas em pranchas de surf motivadas por sua afinidade com o esporte. Com o objetivo de ampliar sua visão artística e repertório criativo, o artista cria seu trabalho utilizando diferentes elementos como molduras de madeira, cerâmica, concreto, acrílico, azulejos e diferentes elementos. A atenção aos detalhes ao finalizar seu trabalho mostra refinamento e força e tantas outras questões relacionadas ao universo feminino e suas particularidades. Desde 2013, participa de exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Vini Parisi e Gian Baldacconi, expõem junto à Luis Maluf Art Gallery na SP-Arte 2018, a intitulada “Re.ver.so” que tem como proposta apresentar a diversidade da arte onde as diferenças são predominantes. O artista Vini Parisi, exibe o seu trabalho por meio de pinturas, desenhos e intervenções através do figurativo feminino, nesta série, apresenta um de seus quadros composto por 693 cubos de madeira além de outros em ladrilhos hidráulicos, vidros e concreto. “Explorando em conjunto a materialidade e volume dos suportes sugiro nos trabalhos uma exteriorização e reorganização emocional do ser humano representado pela figura da mulher. Busco falar sobre transformação, transitoriedade, impermanência e aceitação das mudanças que devem ser vistas como algo belo único”, explica Vini
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foto: Luis Maluf Art Gallery
ensaio fotográfico
Arquitextura A repetição de uma unidade, nos proporciona resultados fantásticos, texturas visuais! Nesse ensaio temos São Paulo em toda sua essência, a repetição das formas nos proporcionou juntar as partes e criar um todo, uma composição. Desde a Avenida Paulista até nas calçadas mais inesperadas foi possível encontrar as peculiaridades da cultura visual da cidade, o resultado dessa mistura resultou no que nomeamos “Arquitextura”
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tipografia
Início da Tipografia na web Matéria adaptada de: A potencialização tipográfica com a expansão das Web Fonts e a contínua responsabilidade do designer de interface nesse contexto. Por Tiago Porto Com a Web, mais uma vez a tipografia alcançou novos patamares, expandindo-se consideravelmente. Devido à facilidade para se produzir uma fonte digital, a quantidade de fontes se multiplicou de forma rápida. No ano de 1993, a Web foi impulsionada com o surgimento do primeiro navegador gráfico, o NCSA Mosaic (figura abaixo), capaz de exibir imagens e texto na mesma tela. Para os designers, surgiu então um novo desafio: a criação de layouts para esse novo ambiente. Entretanto, essa nova leva de navegadores possuía a limitação de dar suporte a uma única família tipográfica por padrão, necessariamente instalada no sistema operacional.
Ao longo do tempo, os navegadores passaram do suporte a uma única fonte para uma quantidade de dezoito em 2008. Como não era possível garantir que o usuário possuiria determinada fonte, os fabricantes dos sistemas operacionais intervieram com o propósito de facilitar o desenvolvimento de Websites, criando as Web Safe Fonts (figura abaixo). A Microsoft lançou o projeto Core fonts for the Web, iniciado em 1996 e finalizado em 2002. O projeto consistia em um pacote de fontes padrões para Web, distribuído livremente, com algumas limitações de uso, atingindo um alto número de usuários. Desde então fontes como “Arial”, “Georgia” e “Verdana” se tornaram padrões para a Web.
Nessa época o HTML não possuía nenhuma especificação para o controle das fontes e seus estilos, sendo estes controlados diretamente pelos navegadores. Foi somente em 1995 que a Netscape introduziu a tag “<font>”, padronizada somente na versão 2 do HTML. Essa tag especificava uma fonte a ser usada na renderização do texto, que deveria ser instalada previamente no computador do usuário.
Por virem pré-instaladas nas versões de sistemas operacionais após lançado esse pacote, as Web Safe Fonts puderam ser usadas com segurança, sendo referenciadas pela propriedade “font-family” do CSS. Comparada à quantidade de fontes em uso para a impressão, esta ainda era uma barreira a ser vencida pela tipografia na Web
“O uso da HTML não dá aos designers de sites um ambiente para a manipulação direta bidimensional. Em lugar disto, fazer o design de um site da Web é como trabalhar com algo disforme. Logo que passamos a outra pessoa, adota uma outra configuração.” Siegel (1999) já mostrava insatisfação com tais limitações tipográficas e assim levantava a questão do grande desafio de se desenvolver um site com uma boa tipografia, deixando claro que um bom resultado tipográfico era quase impossível. Ele também mostrava a necessidade de se recorrer a adaptações e truques para produzir páginas bonitas. Posteriormente a tag “<font>” foi descontinuada nas especificações HTML, promovendo a separação do conteúdo HTML e a estilização com o CSS. A primeira especificação CCS, lançada em 1996, removeu definitivamente tags antes exclusivas para estilização do HTML. Sendo assim, o que antes era tratado pela tag “<font>” passou a fazer parte do CSS e recebeu as seguintes propriedades: “font-family” (família tipográfica), “font-style” (estilo itálico ou normal), “font-variant” (aplica versalete no texto),” font-weight” (peso) e “font-size” (tamanho).
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foto: time bits
Deu Tilt Já imaginou um cartaz fotográfico de retrato com os famosos bits “deformados” como o halftone? E em 8 bits? E em glitch então? Aqui você encontra as representações de todas essas técnicas, estampadas no rosto dos desenvolvedores da revista (cá entre nós: uma maneira que encontramos de nos apresentarmos para vocês!). Sinta-se mais próximo de nós.
Igor
Go Bits!
Loraine
legenda
Hilda
legenda
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Leticia
legenda
sugestões
#FicaDica Ficou curioso(a) e quer mais? Aqui você encontra conteúdos que a Bits é fã e indica para você:
Livros
Aplicativos
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Pensar Com Tipos Ellen Lupton
Novos Fundamentos do Design Ellen Lupton / Jennifer Cole Phillips
Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma João Gomes Filho
O pintinho volume 1 e 2 Alexandra Moraes
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PinaTrilhos Aprenda Sobre Arte Jogando Para avançar casas (estações) no tabuleiro e chegar à Pinacoteca basta responder corretamente as perguntas de Verdadeiro ou Falso sobre obras do museu, do metrô e trens de São Paulo. Glitché Se gostou das nossas fotos então vale a pena conferir esse app Glitché é a melhor ferramenta para criar arte de foto e vídeo de ponta. # 1 Aplicativo de foto e vídeo em 94 países e o editor móvel mais inspirador e influente existente.
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