Guia de
ALISAMENTO CONHEÇA A HISTÓRIA DESSA TÉCNICA, A TENDÊNCIA DO LISO MAIS NATURAL E COMO USAR OS ACESSÓRIOS QUE TORNAM SEU TRABALHO ÚNICO
211 O NOVO LISO
216 ACESSÓRIOS
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tendência
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LISO RETO E CHAPADO? NÃO! AGORA, A MODA PEDE CABELEIRA ALISADA SEM FRIZZ E COM CURVAS NATURAIS
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Geiza Martins divulgação
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cabelo “lisão”, completamente reto, vem perdendo espaço para uma nova onda antifios chapados. Afinal, as mulheres querem cada vez mais aspecto natural, mesmo recorrendo ao alisamento. Supercacheadas, crespas ou até as onduladas... Basta ficar atento para ver que sua bancada tem recebido um pelotão de clientes dispostas apenas a dar aquela “mexidinha” na estrutura da fibra capilar, diminuir o volume e sumir com o indesejado frizz! “O liso absoluto ficou no passado. Existe uma nova tendência e ela aponta para o natural”, confirma o cabeleireiro Thonny Rodrigues, do salão Jacques Janine, unidade Itaim Bibi, em São Paulo.
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A NOVA CLIENTELA
Segundo Thonny, as mulheres que aderem a essa moda têm cabelos rebeldes e volumosos. “Geralmente, elas são donas de texturas ásperas e grossas”, diz. Existem, ainda, aquelas que buscam a praticidade para não ter de escovar as madeixas no dia a dia. Além desses dois tipos, há, também, um terceiro perfil: as ex-alisadas que querem parar com a química permanente e vivem um processo de transição.
TÉCNICA SUAVE
A mais indicada é o alisamento light, ou seja, as escovas semipermanentes (sem formol, é claro). E, para nossa sorte, o mercado está repleto de opções do que Thonny chama de “técnicas de disciplina”. Segundo o hairstylist, a temporária não é agressiva e age mais como um tratamento, o que atrai clientes preocupadas com a saúde da cabeleira. “A progressiva com produtos à base de aminoácidos reduz o volume de madeixas rebeldes, transformando os ondulados em lisos naturais por cerca de três meses”, explica. A cabeleireira Adriana Damasceno, do salão Gilberto Cabeleireiros (SP), diz que sua clientela quer fios sedosos e brilhantes. “Eu gosto muito de usar o alisamento light livre de formol, pois tenho um resultado sem frizz e, dependendo de como é feita a manutenção, pode ser usado nos tintos com reflexo”, afirma.
LOIRAS NO PEDAÇO
Sim. Segundo Adriana, as blondies também estão aptas a aderir a essa tendência. “Todavia, é preciso fazer uma avaliação para ver o estado dos fios”, recomenda. Se estiverem muito porosos, vale a pena tentar, primeiro, recuperá-los com tratamentos de reconstrução e hidratação. Especializada em loiras, a hairstylist Aparecida Alvarenga, do Platinum Visage, em Nova Lima (MG), afirma que a escova semipermanente pode, também, fazer esse papel de recuperação. “Além do alisamento, hidrata profundamente e repõe a proteína do cabelo.”
PASSO A PASSO
Aplicar a escova semipermanente sem parcimônia não garante que as ondulações da cliente resistam até o fim do processo. O resultado final do nível de textura dependerá de como será realizado o trabalho do profissional. “O grau está ligado à quantidade de produto trabalhado e à finalização do procedimento”, ensina Aparecida. Segundo a cabeleireira, o passo final com prancha deixa um resultado reto, portanto deve ser evitada. “Para ganhar o efeito natural, faça uma boa escova”, diz.
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Já a porção e o tempo de ação são bastante relativos, pois há cabelos mais fáceis de trabalhar que aceitam a química de bate-pronto. “Entretanto, existem aqueles que não absorvem facilmente, o que requer mais paciência”, afirma. E continua: “Tudo vai depender da textura do fio: quanto mais grosso, mais resistente ele é”. Outra opção é aplicar a substância somente próximo à raiz e no comprimento, reservando as pontas e, assim, mantendo um balanço da moda. Dica: é mais fácil descobrir a textura da cabeleira após a lavagem. Assim, não haverá nenhum produto para atrapalhar o reconhecimento total.
MENOS AGRESSIVO
Como a quantidade do item depositada na cabeleira e o grau de temperatura são menores, há redução na oxidação da fibra capilar se comparado com os processos em que se busca o cabelo chapado. “Na finalização, a escova é feita na cabeleira limpa e já alisada, o que evita o ressecamento e a falta de brilho”, explica Adriana Damasceno.
DEFINITIVA, SIM
Segundo Thonny, essa técnica é indicada principalmente para os fios mais resistentes, como o afro. “A dica é usar tioglicolato de amônio para modificar a estrutura da fibra capilar, deixando as madeixas alinhadas e disciplinadas.” Aqui, o segredo é aplicar menos produto e deixar agir por menos tempo. Existem, também, novas linhas que associam o tioglicolato com substâncias hidratantes, como o semi di lino e o óleo de argan, para dar às cabeleiras alisadas o aspecto natural da moda!
LUCRE COM A NOVIDADE
Como todo processo químico, é necessário que se faça a manutenção no salão, o que já é uma vantagem para o profissional. Para Adriana, a cliente que adota essa tendência volta em menos tempo ao estabelecimento. “Ela quer valorizar o visual, portanto, investe em cuidados de hidratação e recuperação e também quer manter o corte em dia”, diz.
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CELEBRITIES
ADEREM AO NOVO LISO VEJA QUEM SÃO AS FAMOSAS ENTUSIASTAS DAS MADEIXAS COM MOVIMENTO Fernanda Souza Faz alisamento semipermanente à base do aminoácido carbocisteína, que alinha o fio do cabelo. Ela adorou tanto que até contou o segredo em seu blog
Juliana Paes Antes, usava escova orgânica para reduzir o volume. Hoje, se submete a alisamentos com proteína e aminoácidos Nicole Kidman A bela de cabelos crespos mantém os cachos domados e lindos com uma técnica chamada defrisagem à base de queratina, que permite um caimento natural, além de reflexos e luzes
Jennifer Aniston A eterna Rachel de Friends exibe um dos cabelos mais cobiçados do mundo. É um liso cheio de movimento, obtido, é claro, com alisamento. Mas ela nunca revelou qual técnica usa, entretanto, tentou uma “escova brasileira” uma vez, que não deu certo, e ela teve de cortar os fios
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arsenal
ACESSÓRIOS CURINGAS DESCUBRA COMO ESCOLHER E USAR CORRETAMENTE OS ALIADOS INDISPENSÁVEIS – GRAMPO, SECADOR, PENTE, PRANCHA – DO ALISAMENTO PERFEITO
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Geiza Martins Shuttertock
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impossível realizar qualquer técnica para alisar as madeixas sem um kit completo de apoio, das luvas à prancha. O que parece um “detalhe” de todo o processo é, na realidade, a garantia da qualidade do seu serviço. Mas eles podem virar inimigos caso você desconheça como usá-los, limpá-los e, principalmente, quais convocar para entrar em campo! Em matéria de procedimento químico, tudo importa: o material do grampo, a temperatura da prancha, a posição do pente... Anote as recomendações de quatro experts sobre esses itens em quatro diferentes tipos de alisamento!
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HIDRÓXIDO DE GUANIDINA
HIDRÓXIDO DE SÓDIO
A educadora Vania Conceição, de L’Oréal Professionnel, revela quais são os melhores itens para usar nesse procedimento que dilata a estrutura do fio, abrindo a cutícula para permitir a entrada e a ação do ativo no córtex. É indicado, principalmente, para mudar a estrutura de cabeleiras muito crespas.
O educador da grife Matrix, Aloísio filho, revela o arsenal ideal para o alisamento feito com essa substância que age no córtex, onde quebra as ligações de enxofre, localizadas entre dois aminoácidos chamados cistina. Esse método, aliás, não é indicado para quem tem coloração ou qualquer descoloração dos fios.
O BÁSICO – Os hidróxidos provocam ardência em contato com a pele, por isso é imprescindível o uso de luvas e, para a cliente, capa e protetor para o couro cabeludo.
O BÁSICO – Capa, luva, pente e prendedores.
GRAMPOS – Jamais use os metálicos. Sempre opte por pregadeiras ou clipes de plástico para fazer as divisões com mais segurança e sem risco de qualquer tipo de acidente. PENTE E ESCOVA – Nos dois casos, nada de metal, nem mesmo no cabo, ou seja, os de plástico são ideais. O pente, aliás, jamais deve ser usado para desembaraçar os fios. Faça a manipulação com as costas dele, de cima para baixo, no sentido das cutículas. SECADOR E PRANCHA – O primeiro é permitido sempre plugado na temperatura necessária para um brushing normal. Já a chapa deve ser evitada no dia do relaxamento, pois as madeixas não devem ser expostas a excesso de qualquer tipo de fonte de calor.
O QUE PARECE APENAS UM “DETALHE” DE TODO O PROCESSO É, NA REALIDADE, A GARANTIA DA QUALIDADE DO SEU SERVIÇO
GRAMPOS – Opte sempre por prendedores plásticos. A química pode oxidar os de metal e ocasionar problemas durante o processo. PENTE – Deve ser de material carbonado ou com efeito antiestático (ionizado), pois evitam que o atrito durante o processo eletrize os fios. Cuidado ao pentear as madeixas, se o fizer sem a química ter desestruturado as camadas internas pode causar o inchaço da fibra, levando à perda de elasticidade. De maneira geral, pede-se uma pausa de cinco minutos antes de ajeitar. ESCOVA – Jamais use as rígidas com cerdas em náilon, pois esse material concentra a temperatura, elevando-a, o que pode causar até queimadura. Prefira as mistas e com distribuição do calor na parte interna. As mais indicadas são as de cerâmica e porcelana. SECADOR – Os aparelhos a partir de 1.900 W já oferecem uma boa secagem aos cabelos alisados com hidróxidos. Qualquer potência inferior aumenta os riscos de as madeixas ficarem com frizz e sem brilho. Mas cuidado para não esfregar o bico do equipamento muito quente no fio, danificando-o. PRANCHA – Prefira as de cerâmica e porcelana, com controle de calor, evitando, assim, qualquer risco de desidratar as madeixas alisadas. Tente usar a temperatura de 180ºC.
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HIDRÓXIDO DE LÍTIO Nino Braz’il, técnico da Live.Life Professional, indica o kit perfeito para usar com essa substância, que quebra as ligações de cistina. No entanto, ela não é compatível com mechas e descolorações, pois os fios enfraquecidos podem emborrachar e até cair. O BÁSICO – Capa, luvas, cumbuca, pincel, pente e balança de precisão. GRAMPO – Prefira o tipo bico de pato. Este modelo permite dividir e, ao mesmo tempo, prender bem a mecha. Use-o em todas as etapas, até mesmo no lavatório, para separar as seções e ter certeza de que todas foram muito bem enxaguadas. PENTE – Deve ser fino e de plástico. Após a aplicação do produto, comece alinhando cuidadosamente o cabelo. Depois de 15 minutos, não utilize-o novamente, pois o fio estará mais sensível e o pente poderá danificá-lo. Neste momento, apenas enluve. ESCOVA – Prefira aquelas com cerdas de javali, que diminuem o atrito com a fibra capilar, aumentando o brilho. Aposte naquelas com turmalina, uma pedra que, quando aquecida, emite uma quantidade de íons capazes de selar as cutículas dos fios, alisando-os ainda mais e deixando-os macios e cheios de brilho. SECADOR – Os mais indicados são os aparelhos que liberam milhares de íons para selar as cutículas e, assim, garantir o brilho. Atenção: opte pela regulagem morna e faça tração suave, pois o fio passou por uma transformação estrutural. PRANCHA – A melhor escolha recai sobre aquelas munidas com termostatos criados para regular a temperatura. Esta, por sua vez, deve permanecer nos 180ºC durante o serviço.
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TUDO LIMPO CUIDADOS NA HORA DE HIGIENIZAR FAZEM A DIFERENÇA NA MANUTENÇÃO DO SEU ARSENAL.
EVITE SOLUÇÕES CASEIRAS E BARATAS, como usar água oxigenada 10 volumes. Nino Braz’il explica que existem aparelhos que esterilizam 100% escovas, pentes, tesouras e até as cadeiras.
OUTRO PONTO IMPORTANTE É O ENCOSTO DO LAVATÓRIO. “Ele sempre deve ser higienizado após cada procedimento e ainda requer proteção com uma toalha”, afirma. Caso sobras de uma substância química sejam deixadas ali, pode manchar o cabelo da cliente seguinte. Para Iguatemir Nascimento, o ideal são os de porcelana com encosto de borracha. “Eles facilitam a limpeza e evitam o acúmulo de resíduos de produtos.”
TIOGLICOLATO DE AMÔNIO Iguatemir Nascimento, técnico da UK Connection e cabeleireiro do Salão Copacabana Palace (RJ), revela qual o melhor kit para ser usado nessa técnica que desestrutura as cadeias internas da fibra. O método é para cabelos crespos, proporciona resultados naturais e jamais deve ser feito em fios loiros coloridos, com mechas, descoloridos ou naqueles que já tenham passado por químicas à base de guadinina. A incompatibilidade entre eles pode levar à quebra das madeixas. KIT BÁSICO – Grampos, bacias e pentes. GRAMPO – Use os de plástico porque são mais resistentes. Lembre-se de que o tioglicolato é um amoníaco que, em contato com metal, altera a química do produto. Em último caso, pode ser usado no começo para dividir o cabelo. PENTE – Fuja dos metálicos, mesmo que seja apenas no cabo, pois, como se sabe, afeta negativamente o ativo. Para a aplicação do cosmético, ele deve ser posicionado paralelamente ao couro cabeludo, mas sem encostar nele. Depois de aguardar entre 30 e 50 minutos, com as costas do acessório, enluve toda a cabeleira a partir da nuca, sempre de cima para baixo. ESCOVA – É importante usar as de cerdas naturais, como de javali, com cabo de madeira. Verifique se não há metal, por exemplo, na parte interna. Utilize-a para uma leve modelagem, pois o cabelo já estará liso nesta etapa.
SECADOR – O ideal é usar os mais potentes, até 1.900 watts, com opções de temperatura e velocidade. Porém, opte pela regulagem no morno e não no quente, assim evita-se causar qualquer tipo de dano. PRANCHA – Utilize aparelhos de cerâmica ou titânio por promoverem um resultado duradouro e muito mais eficaz. As mechas devem ser finas e pranchadas no final do processo.
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HISTÓRIA PAIXÃO
AS BRASILEIRAS SEMPRE AMARAM E AINDA SÃO LOUCAS POR CABELOS LISOS. POR CONTA DESSA FIXAÇÃO CAPILAR, NÓS SOMOS EXPERTS NESSA TÉCNICA QUE, FELIZMENTE, EVOLUIU BASTANTE COM O PASSAR DOS ANOS. CONHEÇA A TRAJETÓRIA texto:
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sar a expressão “linda e lisa” nem sempre foi uma opção fácil para as brasileiras. Como nosso país tem alto índice de miscigenação – saiba que 70% da população tem cabelo cacheado, segundo pesquisa do Instituto Beleza Natural e da Universidade Nacional de Brasília –, em cada cinco enroladas, duas têm cabelo alisado, revela outro estudo, desta vez da gigante L'Oréal. Ou seja, esse montão de fãs do look flat tem à mão um mercado repleto de técnicas e métodos de alisamentos eficientes, coisa que nossos antepassados não
1930
tiveram por um período longo! Curioso para saber como elas se viravam? Neste especial, a CABELOS&CIA desvendou a caminhada do liso desde a década de 1930 até hoje. Para isso, entrevistamos só feras no assunto: o engenheiro químico especialista em cosmetologia Humberto Michel, diretor industrial da Bio Genetyc, e Roberto Beraldo, educador da Ondina Beauty Academy e hairstylist no Monalisa Hair and Make Up, localizado em Campinas (SP). Além disso, ainda consultamos a dissertação de mestrado da bióloga Rita de Cassia Oliveira Köhler, mestre em Química da Saúde na Universidade de Federal de Santa Rita. Confira, a seguir, como foi essa evolução!
É nessa década que a saga do liso começa com tudo. Segundo a bióloga Rita de Cassia, ainda não havia métodos químicos de alisamento. Portanto, o jeito era alinhar os fios de forma mecânica com o chamado cabelisador. “Parente distante da chapinha, era uma haste de metal levada à brasa ou ao fogão.” Depois de quente, o acessório era aplicado no cabelo e pronto, tinha sua textura modificada, mas sem eliminar, de fato, as ondulações, como usava a atriz Greta Garbo. É claro que esse processo tão arcaico causava danos, ainda mais que naquela época não havia protetores de calor.
1940 Surge o pente quente, usado pela atriz Dorothy Dandridge, e que foi moda até os anos 1980. O processo se assemelhava ao do cabelisador: o instrumento era aquecido no fogo e passado diretamente no fio. A diferença está no formato, que era de um pente, ou seja, um pouco mais eficiente no alisamento do que o anterior.
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ESPECIAL ALISAMENTO
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1950
Nos anos 1970, cantoras como Janis Joplin e e Diana Ross assumiram os cachos
Aqui, efetivamente, as substâncias químicas viram protagonista. A primeira delas é a soda cáustica, ou seja, o hidróxido de sódio. “Ele era bastante utilizado para alisar cabelos afros”, afirma Roberto. O ativo, aplicado até hoje, foi criado, de fato, em 1914, pela empresa Relaxer. Entretanto, é só nessa década que passa a ser usado pelas mulheres com madeixas mais crespas e volumosas, como a cantora norte-americana Bette McLarin.
1970 Nos anos 1960, as meninas do The Supremes gostavam das madeixas lisas
1960 Nessa década, as musas do cinema usavam looks volumosos e alinhados, como é o caso das integrantes da banda The Supremes, como Diana Ross. Naquela época, o trio de vocalistas usava peruca para imitar o visual de Jacqueline Kennedy, com seus penteados altos. “A dica para ficar igual ao visual da primeira-dama era fazer touca noturna com grampos”, conta Roberto.
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Na era hippie, ícones como Janes Joplin colocaram os cabelos despenteados e totalmente naturais na moda. As meninas do The Supremes assumiram a cabeleira. Era o tempo do black power, de Jackson 5, em que a espontaneidade e o orgulho do cabelo dominava o cenário. Correndo na contramão, a empresa Relaxer lança o Lye Relaxer, alisamento com hidróxido de potássio. Entretanto, o ativo era muito agressivo e danificava demais as madeixas, causando até alopecia.
ESPECIAL ALISAMENTO
história
2000
1980 No início da década, surgiu o tioglicolato de amônio usado com bigoudis. Era o permanente, com objetivo de encaracolar as lisas, já que a onda era ter volume, como a musa Madonna. Todavia, no final da década, começaram a aparecer algumas técnicas de alisamento. “O processo químico para alisar ou cachear o cabelo era o mesmo. A diferença é que ele era esticado durante a mudança”, conta Humberto. O engenheiro químico também se lembra de outros procedimentos. “A touca de gesso era uma mistura de farinha de trigo com tioglicolato de amônio e também os henês”, complementa. Nesse período, nasce o nome “relaxamento”, que vem do Relaxer. Entretanto, o produto continha fórmulas menos agressivas e maior poder de alisamento e reparação.
1990 Nos últimos anos do século 20, a febre era a cabeleira lisa e chapada. Além da popularização da prancha, nasceu a onda criada pelo cabeleireiro Satoru Nagata, que aprimorou uma técnica turca e batizou de alisamento japonês (que também é chamado de escova definitiva)! À base de tioglicolato de amônio, o processo danificava bastante os fios e tinha um resultado artificial. “Era muita agressão, pois, além de passar o produto, era preciso enxaguar e chapar muitas vezes, sensibilizando e quebrando as madeixas, principalmente no retoque de raiz.” No Brasil, a atriz Malu Mader e a então âncora do Jornal Nacional, Fátima Bernardes, aderiram à moda.
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Nos anos 1980, a onda era ter cabelo volumoso como o de Madonna
Roubando a cena da técnica definitiva, a escova progressiva à base de formol despontou no subúrbio do Rio de Janeiro e se espalhou por todo o País. A iniciativa dos cabeleireiros proporcionava cabelos lisos e brilhantes por três meses. Entretanto, como o ativo causava diversos danos à saúde, inclusive casos de morte, a Anvisa inicia a guerra contra a substância e proíbe seu uso para alisamentos, permitindo apenas 0,2% na fórmula dos produtos – quantidade suficiente para conservá-los.
2010
Com a proibição do formol, o mercado investe em fórmulas alisantes livres dele. É o caso do alisamento light, dos redutores de volume, realinhamento térmico e escovas definitivas. Entretanto, a Anvisa está sempre atenta. Após surgir como um dos substitutos do formol, o ácido glioxílico foi proibido em 2014. O motivo? Ao esquentá-lo com a prancha, ele libera formaldeído! Os cabeleireiros precisam ficar atentos para usar ativos registrados e aprovados pela Anvisa. Hoje, as substâncias permitidas são: tioglicolato de amônio, carbonato de guanidina, hidróxido de guanidina, de sódio, potássio, lítio e cálcio.
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PERGUNTAS RESPOSTAS
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ESCLAREÇA 52 DÚVIDAS SOBRE ALISAMENTO E VIRE UM FERA NO ASSUNTO
CABELOS&CIA reuniu todos os questionamentos sobre essa temática tão recorrente em seu dia a dia e também na cabeça da clientela para zerar suas incertezas. Aqui, abordamos tudo sobre hidróxidos, tioglicólicos, compatibilidades, cuidados e até home care. Tudo para você atingir o alisamento perfeito sem ficar com cara de dúvida se a sua cliente pedir para você explicar o processo.
OS HIDRÓXIDOS
Conheça profundamente essa família de substâncias queridinhas das cacheadas que querem um look mais liso e saudável.
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QUAIS SÃO OS HIDRÓXIDOS DISPONÍVEIS NO MERCADO? Sódio, magnésio, lítio e guanidina, que, na realidade, é cálcio unido ao carbonato de guanidina. Antigamente, havia também o de potássio, mas já não é fabricado por nenhuma empresa.
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TODOS SÃO COMPATÍVEIS? Sim, como todos eles são hidróxidos, se dão bem, mesmo de marcas diferentes.
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COMO AGEM? Tanto o sódio quanto o lítio reagem no cabelo da seguinte forma: a força é determinada pela concentração de íons do agente. “Se for alta, o ativo rompe as ligações de dissulfeto,
removendo os átomos de enxofre delas”, afirma Alisson Lima, cabeleireiro e consultor pedagógico do Instituto Embelleze. Essas ligações estão localizadas entre dois aminoácidos chamados cistina, um dos 18 que formam a fibra capilar e representam 36% da composição da queratina, além de responder pela resistência e pela forma do fio.
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E A GUANIDINA? Contém dois componentes que são misturados: o hidróxido de cálcio mais o carbonato de guanidina. “Ela age como os outros, porém, caso seus componentes não sejam combinados corretamente, não farão efeito”, revela Alisson.
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EXISTE DIFERENÇA NESSA FAMÍLIA? “Somente na força de ação no cabelo, que deve ser avaliado de acordo com sua estrutura atual, sendo cada um deles indicado para um tipo”, diz a farmacêutica Manoela Almeida, supervisora da ECosmetics.
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O QUE DIFERE O SÓDIO DO LÍTIO? Ao contrário dos outros, o sódio é mais agressivo, por isso usa-se apenas em fios resistentes. Por ter fórmula engessada, não permite adicionar ativos que melhorem seu desempenho. O lítio também não é versátil, sua força depende da proposta do fabricante, geralmente sua ação é mais lenta do que o sódio.
QUAL É O MELHOR PARA OS FINOS? “É muito relativo, pois exige teste de mecha antes de definir. Porém, os mais usados são o lítio e a guanidina, dependendo da formulação de cada marca”, fala Alisson. Saiba que o pH pode ser a partir de 9, e os produtos são criados em várias versões, como os de força suave para madeixas finas.
CABELOS CAUCASIANOS PODEM SER ALISADOS COM OS HIDRÓXIDOS? Não é indicado, entretanto, os grossos podem ser alisados com todos, com avaliação prévia.
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CABELOS DESCOLORIDOS E HIDRÓXIDOS COMBINAM? Nem pensar. Em contato com o agente, esse tipo de fio pode sofrer afinamento, perda de elasticidade, abertura das cutículas e até quebra química. O mesmo vale para uma cabeleira escura previamente descolorida.
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PODE-SE ALISAR CABELOS COLORIDOS COM ESSA FAMÍLIA? Amônia e hidróxido são incompatíveis e há chances de grandes danos. Portanto, se a coloração da cliente contiver amônia, não opte
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NO QUE A GUANIDINA SE DIFERE DO RESTANTE DA FAMÍLIA? Ela é a mais usada. Por ter moléculas maiores, tem ação mais lenta do que as outras bases. “Podemos graduar a sua força para chegarmos ao resultado desejado”, diz Alisson. Além disso, sua formulação pode conter ativos que tratam o fio, como manteiga de karité, queratina hidrolisada e extrato de aloe vera.
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QUAL DELES É INDICADO PARA CABELOS GROSSOS? É difícil saber com exatidão. O sódio pode chegar ao pH 13,5, ou seja, oferece maior grau de desestruturação, indicado para esse tipo de fio.
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por esse agente. Para colorir, o mais indicado é o tonalizante. Mas se ela insistir na permanente, tente oxidante de até 20 volumes. Ainda assim, faça um teste de mecha.
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O ALISAMENTO PODE ALTERAR A COR DAS MADEIXAS? Sim, o desbotamento pode alcançar de dois até três tons, além de danificar a fibra. Dependendo da porosidade e da resistência da cabeleira, ela também pode ficar opaca.
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É PRECISO NEUTRALIZAR? “A neutralização é necessária para toda a família e isso deve ser feito por meio da retirada do produto com água e a utilização do Shampoo Indicador”, ensina Manoela. Segundo a farmacêutica, o uso do neutralizante é indicado para evitar a calcificação do fio e repor os nutrientes perdidos no processo químico.
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QUAL DELES É MAIS INDICADO PARA RELAXAMENTO? A ação lenta da guanidina a torna candidata ideal, pois os outros agem rapidamente no fio. O resultado depende do tipo de cabelo, da porosidade e do tempo de ação, cujo limite máximo, apesar de variar conforme o fabricante, não passa de 25 minutos.
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QUAL A DIFERENÇA ENTRE RELAXAMENTO E ALISAMENTO FEITO COM HIDRÓXIDO? No primeiro caso, haverá apenas redução do volume, seja pelo tempo menor de ação do produto ou pela escolha de um agente mais fraco. “Já no segundo, haverá o alinhamento total dos fios”, diz Manoela.
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É POSSÍVEL HAVER QUEBRA QUÍMICA COM ALISAMENTO FEITO NA MESMA FAMÍLIA DE BASE? Sim, se o limite de resistência do fio for ultrapassado. Após a quebra de 1/3 das pontes de dissulfeto ocorre o alisamento total do cabelo. O que for alisado de novo não terá força para resistir ao novo procedimento e o fio se quebra.
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QUAL É O PH DA FAMÍLIA HIDRÓXIDO? “Varia de 9 até 13,5 dependendo do fabricante. De empresa para empresa, esse índice pode variar muito”, diz Alisson Lima.
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POR QUE OS HIDRÓXIDOS SÃO MAIS AGRESSIVOS DO QUE O TIOGLICOLATO? Segundo Manoela, porque eles promovem uma transformação definitiva dos fios, que passam a ter uma nova estrutura, com apenas uma ligação de enxofre. Já o tioglicolato proporciona a quebra das pontes dissulfeto, mas a neutralização tem o poder de refazê-las, ou seja, seu efeito é reversível.
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É POSSÍVEL CONTROLAR A FORÇA DE AÇÃO DESSA FAMÍLIA? A guanidina é a melhor opção para o profissional trabalhar com conforto e atingir o resultado desejado. “Nos outros, as chances de não chegar lá são muito grandes, pois suas forças agem com mais rapidez, principalmente o sódio”, opina Alisson.
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E SE, POR ACIDENTE, HOUVER CORTE QUÍMICO? Mantenha a calma e aconselhe a cliente a pausar os procedimentos de transformação. Ofereça gratuitamente tratamentos de reconstrução da fibra capilar à base de queratina para amenizar a quebra e a estrutura danificada.
OS TIOGLICÓLICOS
Conheça os detalhes dessa classe de ingredientes, a favorita das indecisas, já que tem efeito reversível.
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QUAIS SÃO OS TIOGLICÓLICOS DISPONÍVEIS NO MERCADO? Os mais usados são o tioglicolato de amônio e o de monoetanolamina. E existem algumas variações, como o de aminometilpropanol, o tiolactato e o tiometacrilato, mas com efeito alisante menos intenso.
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TODOS SÃO PERMITIDOS PELA ANVISA? Sim, toda a familia é permitida.
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ELES SÃO COMPATÍVEIS? Em princípio, sim. Todavia, como em toda mudança de ativos, cabelos com escovas progressivas ácidas devem ser avaliados na hora de mudar para a família dos tioglicolatos.
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COMO FUNCIONA ESSE AGENTE? “Pela reação de oxidorredução, na qual o ácido tioglicólico é o agente redutor que desagrega as ligações de enxofre do cabelo. Dessa maneira, a cabeleira é modelada no formato desejado e, posteriormente, é trabalhada com o neutralizante que oxida a reação, fazendo com que essas conexões se religuem, só que agora no formato liso”, explica Ana Carolina Ribeiro, docente do curso de Visagismo da Universidade Anhembi Morumbi.
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COMO O TIOGLICOLATO DE AMÔNIO AGE? Ele é a associação do ácido tioglicólico com o hidróxido de amônio. “O ácido tioglicólico pode ser usado nos relaxamentos ácidos, como as escovas progressivas, e o tioglicolato de amônio nos relaxamentos alcalinos, com mudanças mais intensas na estrutura do fio”, explica Maria Lúcia, docente na Escola Bom Pastor, em Belo Horizonte (MG).
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QUAL A DIFERENÇA ENTRE TIOGLICOLATO DE AMÔNIO E DE MONOETANOLAMINA? Segundo Ana Carolina, no primeiro caso, a combinação do ácido tioglicólico com o hidróxido de amônio, um dilatador alcalino, faz com que a mistura chegue ao córtex, tornando-o mais potente do que o segundo, cuja ação é menor.
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EXISTE DIFERENÇA ENTRE TIOGLICOLATO, TIOLACTATO E TIOMETACRILATO? “Podemos dizer que o primeiro é o que tem a melhor ação alisante”, afirma Ana Carolina.
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QUAL DOS DOIS É INDICADO PARA CABELOS GROSSOS? De maneira geral, nessa família, o tioglicolato de amônio é o mais eficaz. Todavia, segundo Maria, os hidróxidos mencionados no primeiro bloco costumam ser os mais usados nos casos de madeixas muito encorpadas, impermeáveis ou excessivamente crespas.
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QUAL DOS ALISAMENTOS DA FAMÍLIA DOS TIOGLICOLATOS É INDICADO PARA CABELOS FINOS? Se forem fios finos e naturais, a escolha ideal é monoetanolamina. Mas caso sejam coloridos, a indicação é o de aminometilpropanol, que tem uma ação mais suave.
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CABELOS CAUCASIANOS PODEM SER ALISADOS COM ESSES INGREDIENTES? Sim, podem e devem, desde que os fios estejam resistentes e bem tratados. Essa é a indicação principal desse agente. “Atualmente, os relaxamentos ácidos, como as escovas progressivas, são, também, muito usados para esse tipo de cabelo”, complementa Maria.
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E AS CABELEIRAS AFROS? Dependendo da intensidade dos cachos e da fibra, podem sim. É o caso de madeixas finas. Mas se forem resistentes, não haverá um efeito tão liso.
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CABELOS DESCOLORIDOS TAMBÉM SÃO COMPATÍVEIS? Sim, mas segundo Maria Lucia, é preciso um teste de mecha para avaliar a resistência e a saúde do fio e a força do produto a ser usado. “Como a descoloração é um dos tratamentos mais agressivos, sugerimos que se alise primeiramente com tioglicolato de amônio ou de etanolamina, com tratamentos periódicos, para depois proceder às luzes, balayage, etc”, ensina.
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É PRECISO NEUTRALIZAR TODOS OS ALISAMENTOS DA FAMÍLIA? Sim, com peróxido de hidrogênio ou bromato de sódio. O neutralizante é o responsável por equilibrar o pH do cabelo, impedir que o ativo químico continue agindo e religar parte das pontes salinas. Ou seja, ele mantém o novo formato moldado no fio, além de impedir a quebra.
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A COLORAÇÃO DEVE SER FEITA ANTES OU DEPOIS DO ALISAMENTO COM TIOGLICOLATO DE AMÔNIO? Geralmente, 15 dias depois. O processo é alcalino e utiliza oxidante para neutralizar, o que pode degradar a queratina da fibra e desbotar a cor nos fios que já chegaram coloridos.
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O QUE MAIS COMBINA COM TIOGLICOLATO DE AMÔNIO: TONALIZANTE OU COLORAÇÃO? O primeiro, pelo depósito da pigmentação sobre a fibra. Já o segundo abre as cutículas, fragilizando mais os fios.
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QUAL DOS TRÊS É MAIS INDICADO PARA RELAXAMENTO? Todos podem ser usados. “A escolha deve ser feita dependendo da avaliação profissional no teste de mecha quanto a resistência, grossura do fio, impermeabilidade, etc”, diz Maria Lucia. Outro ponto é o objetivo da cliente: abertura de cachos, diminuição de volume, totalmente lisos, etc.
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É POSSÍVEL HAVER QUEBRA QUÍMICA MESMO QUANDO O ALISAMENTO É FEITO NESTA FAMÍLIA?
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Sim e acontece muito por causa da resistência do fio e do comprometimento na sua elasticidade e porosidade. “Muitas vezes, a fibra danificada é resultado de trabalhos malfeitos, sem avaliação profissional ou sem respeitar a técnica e o tempo entre uma aplicação e outra”, explica Maria Lucia. Segundo Ana Carolina, a dica para evitar o desastre é fazer uma boa anamnese (questionário sobre o histórico do cabelo) e uma aplicação perfeita.
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QUAL É O PH DESSA FAMÍLIA? Do tioglicolato de amônio e de etanolamina, o pH é alcalino, aproximadamente 9,0 a 9,5, segundo a Anvisa.
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É POSSÍVEL CONTROLAR A FORÇA DE AÇÃO? Sim, por meio de dilatadores como a monoetanolamina ou o aminometilpropanol. “Para um trabalho perfeito, use produtos com concentração de ácido tioglicólico menor (força baixa ou cabelos sensibilizados) e não realize tanta força mecânica no processo de secagem e da piastra”, finaliza Ana Carolina.
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QUAL É O INTERVALO IDEAL PARA NOVA APLICAÇÃO? Assim como os hidróxidos, o retoque deve ser feito, no mínimo, após quatro meses e somente na área do cabelo que cresceu e, portanto, está livre do agente.
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CUIDADO INTENSIVO
Como tratar os fios alisados por hidróxidos e tioglicolatos no salão e home care.
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QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS INDICADOS PÓS-ALISAMENTO? Para combater enfraquecimento, o ideal é repor a massa perdida com produtos ricos em ácidos graxos, queratina e óleos essenciais.
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QUANTO TEMPO PARA FAZER UMA RECONSTRUÇÃO? Se for de queratina, deverá ter um intervalo de, no mínimo, 15 dias. “O excesso dela pode provocar rigidez no fio, chegando até a parti-lo”, diz Rosy Balter, do Hair Design Coiffeur (RJ). A reconstrução deve ser feita todo mês.
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EXISTE ALGUM CUIDADO COM A PERIODICIDADE DO CORTE? Os cabelos alisados costumam ter as pontas mais ralas. Apará-las duas a três vezes por ano é essencial para manter uma aparência saudável.
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QUAL É O ESTILO MAIS ADEQUADO PARA AS ALISADAS? O corte com base reta e sem desfiar muito, pois as madeixas podem arrepiar. A linha certinha também evita que as pontas ralinhas fiquem evidentes e contrastem com a parte mais encorpada. Tesoura fio navalha é proibida!
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FRANJA PODE? Sim. E deve ser cortada reta, mas com pontas levemente desconectadas.
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EXISTE XAMPU HOME CARE INADEQUADO? Sim. Se, por exemplo, a raiz for muito oleosa e a pessoa passar a usar xampu para cabelos secos ou quimicamente tratados, essa oleosidade pode aumentar, pois esses produtos são feitos com extratos e óleos e, assim, estimulam ainda mais esse excesso de gordura.
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QUAL É O XAMPU ADEQUADO? O produto deve ser de acordo com o tipo de cabelo, e não apenas para alisados. Como xampu para oleosos e pontas secas.
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AS ALISADAS PODEM PRENDER OS FIOS CONSTANTEMENTE? Certos tipos de elásticos quebram os cabelos. “O ideal é optar pelos feitos com material flexível, como as chuquinhas”, recomenta Rosy.
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E A HIDRATAÇÃO? Os cabelos alisados ou os quimicamente tratados requerem mais hidratação do que os outros. O ideal é fazer esse ritual uma vez por semana com produtos de boa qualidade.
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UMA ALISADA PODE LAVAR OS CABELOS COM QUE FREQUÊNCIA? Quando for preciso, mas os ressecados, de duas a três vezes por semana.
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AS ALISADAS COSTUMAM PASSAR AS MÃOS NOS FIOS PARA AJEITÁ-LOS. ISSO PODE PREJUDICÁ-LOS? Sim. A dica e evitar esse manuseio excessivo, pois o suor das mãos e a poeira podem danificar os fios, além de deixá-los sujos mais rápido.
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vitrine
ALISANTES POWER MATIZE REDUTOR, LUNIX Alisamento de passo único sem formol, com nanopartículas, que dispensa o uso prévio do xampu antirresíduos, muito agressivo aos fios. O produto reconstrói a fibra capilar, deixando-a menos volumosa, brilhante e sem frizz com uma única aplicação.
DEFRISAGEM GRADATIVA, CAPICILIN Tratamento antivolume indicado para cabelos volumosos, armados ou indisciplinados, feito com blend de óleos nutritivos, como argan, monoi, macadâmia e ojon. Se a cliente quiser um efeito natural, com ondas largas, deixe secar naturalmente. Se preferir um look liso tratado, escove ou pranche.
ULTIMATE LISS, HANNA LEE Concentrado à base de ácido orgânico e oligoelementos, realinha os cabelos, inclusive afros, ao mesmo tempo que sela as cutículas. Sua tecnologia micromolecular dispensa o uso de xampu, tornando o processo mais rápido.
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YE NEW FORM GUANIDINA, YELLOW A grife relança a linha Ye New Form nas versões Tioglicolato, para fios ondulados; Hidróxido de Sódio, para os crespos e muito crespos; e Guanidina (foto), para os cacheados. Todos os produtos à base de gel de aloe vera e óleo de gérmen de trigo são enriquecidos com manteiga de karité e creatina, que tratam os fios enquanto alisam.
DAN-F SCALP CARE, RAIZ LATINA Edição especial da linha composta por Shampoo e Ampola de Tratamento para tratar e eliminar a caspa visível desde a primeira aplicação. Os produtos com ação anti-inflamatória equilibram o couro cabeludo, diminuem a sensibilidade causada por processos químicos, eliminam a coceira e reduzem a oleosidade.
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ESCOVA KERALISS, ITALLIAN HAIRTECH Da linha Kerasoft, o kit de alisamento progressivo garante cabelos lisos com brilho e maciez graças à queratina e aos óleos preciosos e lendários, extraídos de nozes, sementes, ervas e frutos. Oferece linha de manutenção em casa.
THERAPY LISS, SORALI Desenvolvida para cabelos rebeldes, Therapy Liss promove alisamento com aspecto natural. Realinha a fibra capilar, alisando até mesmo os fios mais resistentes.
HIGH LISS, TRUSS Uma revolução em tratamento multifuncional, já que, em uma única aplicação, proporciona reconstrução dos fios, redução do volume e brilho intenso.
CARE CLEAN, CARE REPAIR E HIDRATAÇÃO Q10, NEW FINE Escova semidefinitiva para todos os tipos de cabelos, proporciona um liso natural, compatível com qualquer química e sem relaxamento prévio. O hidratante Q10 revigora os fios e devolve a queratina perdida durante o alisamento.
SUPREME LISS, RED IRON A linha traz na fórmula o ativo Seriliss, um composto feito com a proteína do bicho-da-seda combinada com proteínas ácidas e aminoácidos, além de blend de Óleos Lendários (argan, mirra e cálamo). Tudo para realizar o sonho da cliente de ter cabelão liso saudável e sem frizz.
OURO DEFRIZZ 24K, CLOROFITUM Escova progressiva sem formol, com nanopartículas de sericina e ouro 24 quilates, cuja fórmula, baseada na tecnologia da sinergia de substâncias ácidas e biocompatíveis com a fibra capilar, garante liso duradouro com aplicação rápida.
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passo a passo
FIOS DOMADOS
COM 17 AMINOÁCIDOS, A ESCOVA SEMIDEFINITIVA NEW FINE, COMPATÍVEL COM OUTRAS QUÍMICAS, ALISA E RESTAURA A FIBRA CAPILAR
PROFISSIONAL: Sandro Artone
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Alinhe toda a cabeleira com um pente para distribuir bem o produto.
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Lave com o Shampoo Care Clean quantas vezes forem necessárias para higienizar os fios. Na última vez, deixe agir por 20 min e, em seguida, enxágue.
Seque as madeixas completamente com ar quente, com ajuda das mãos.
Aplique o Care Repair mecha a mecha, com o auxílio de um pincel, deixando 1 cm distante da raiz.
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Seque de 80% a 100% da cabeleira com secador no ar frio. Isso evita que o cosmético aplicado evapore.
Divida os cabelos em quatro seções para começar o processo de alisamento, que não tem tempo de pausa.
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Pranche a cabeleira em mechas finas com uma piastra em alta temperatura, de cinco a sete vezes, para selar bem todas as cutículas.
Enxágue totalmente as madeixas. Aplique uma máscara hidratante.
Seque os fios com secador no ar quente, com ajuda dos dedos. Não é preciso escovar para obter o efeito liso.
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passo a passo
UMA BELA MUDANÇA
A ESCOVA BRUSH FRESH, DA RAIZ LATINA, COM TIOGLICOLATO DE AMÔNIO, ALISA MADEIXAS REBELDES DEIXANDO-AS BRILHANTES E MACIAS
PROFISSIONAL: Érika Domênico
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Deixar agir conforme o tempo determinado pelo teste de mecha.
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Divida a cabeleira em quatro partes.
Espalhe o creme relaxante Brush Fresh com pincel, mecha a mecha, sobre o comprimento do cabelo, respeitando a distância de 1 cm do couro cabeludo.
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Enxágue com água morna abundantemente por cerca de 5 a 10 min até eliminar o produto.
Aplique o Fase 2 do Kit Reconstrutor Acetinada e não enxágue. Em seguida, escove e chape cada mecha. Deixe esfriar por cerca de 20 min.
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Passe o neutralizante no sentido do fio. Deixe por 20 min e enxágue. Espalhe o Fase 3, deixe por 10 min e remova com água.
Use um leave-in, escove e chape. Finalize com reparador de pontas. Peça para a cliente só lavar os cabelos após quatro dias.
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passo a passo
ALISANTE PODEROSO
COM UM ÚNICO PRODUTO, A ESCOVA PROGRESSIVA SOLARI COSMETIC ALINHA CABELEIRAS RESISTENTES SEM PRÉ-RELAXAMENTO
PROFISSIONAL: Patrícia Lopes
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Faça uma divisão em quatro partes nos cabelos limpos e secos.
Aplique a Máscara Reconstrutora 4x1 Therapy Liss em mechas finas, da raiz até as pontas.
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Faça uma pausa de 40 min.
Elimine o excesso de produto com um enxágue rápido.
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Pranche cada mecha em 230°C. de 10 a 12 vezes. Em fios frágeis, use 180°C, passando o aparelho de 15 a 20 vezes.
Enxágue a cabeleira com água em abundância.
Finalize de acordo com o desejo da cliente.
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Seque completamente os fios sem escová-los.
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passo a passo
ADEUS, FRIZZ A LINHA SUPREME LISS, DA RED IRON, PROPORCIONA INTENSA REDUÇÃO DE VOLUME CONFORME A RESISTÊNCIA DO CABELO E A FREQUÊNCIA DE APLICAÇÃO
PROFISSIONAL: Elizabete Grisante, técnica Red Iron
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Use o xampu Limpeza Intensiva e enxágue. Aplique-o novamente por 15 min. Enxágue e seque os fios parcialmente.
Passe o Restaurador Supreme, mecha a mecha, com pente fino. Deixe agir por 30 a 60 min, conforme a resistência dos fios.
Enxaguar superficialmente, deixando 70% do produto nos cabelos.
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Aplique o Defrisante Térmico em toda a cabeleira.
Comece a secar com um secador.
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Em seguida, passe a prancha muito bem, 12 vezes, em mechas finas.
Após 24 horas, lave os cabelos com o Shampoo Pós Escova Redutora. Indique também o uso do hidratante da mesma linha para tratar as madeixas e prolongar o efeito do realinhamento.
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Faça escova.
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passo a passo
ESCOVA INTELIGENTE LOIRODEFRIZZ, DA CLOROFITUM, COM EXTRATO DE VINHO FRANCÊS, OURO IMPERIAL E SERICINA ALISA MADEIXAS BLONDIES SEM INTERFERIR NA COR
PROFISSIONAL: Ivair Cherumbim
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Faça o teste de mecha. Em seguida, espalhe o Shampoo Antirresíduos Ouro Imperial nos cabelos úmidos.
Enxágue e repita a lavagem para turbinar a eficiência do produto.
Seque 80% a 100% da cabeleira com o auxílio de um secador.
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Aplique o Loirodefrizz mecha a mecha. Use pincel e luvas para espalhar bem o cosmético por toda a extensão dos fios. Aplique pequenas quantidades, respeitando 0,5 cm da raiz, e deslize o pente fino até as pontas para passar o cosmético.
Pause por 30 min em madeixas platinadas, 45 min nas loiras e uma hora nas escuras.
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Enxágue para remover totalmente o produto.
Escove.
Pranche de 10 a 15 vezes cada mecha com temperatura de 180°C a 200°C. A escolha dependerá da condição do fio.
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passo a passo
CABELO NOVO A GRIFE COSMÉTICA.IT CRIOU O ULTRA PROTECTOR COMPLEX D.A.LISS, COM TECNOLOGIA DE DUPLO ALISAMENTO PARA DEIXAR AS MADEIXAS ALINHADAS POR MAIS TEMPO
PROFISSIONAL: Darlene Braulio
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Aplique o Shampoo de Limpeza Suave Dallis nos cabelos molhados até formar uma espuma rica e abundante. Enxágue bem e repita o processo.
Seque totalmente as madeixas.
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Divida a cabeleira em quatro partes e aplique o Ativador Dallis em mechas finas, da raiz às pontas.
Alinhe cuidadosamente os fios com o auxílio de um pente, mas cuidado: ele não pode ser muito fino para não remover o produto. Deixe agir de 40 a 60 min.
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Use bastante água em toda a extensão do cabelo para eliminar totalmente o cosmético.
Seque e faça uma escova lisa. Em seguida, pranche devagar, em mechas finas, em média dez vezes, dando ênfase à raiz.
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passo a passo
VISUAL RADIANTE O ALISAMENTO LUNIX NATURA REDUTOR CONTROLA O VOLUME E RECONSTRÓI A FIBRA CAPILAR, DEIXANDO-A BRILHANTE E SEM FRIZZ
PROFISSIONAL: John Fernandes
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANTES
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Aplique Lunix Natura Redutor com pincel em toda a extensão capilar, da raiz até as pontas. Atenção: não lave com xampu antirresíduos antes da aplicação.
Alinhe a cabeleira com um pente fino e deixe o produto agir por 40 min.
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Enxágue as madeixas apenas para retirar 30% do excesso do cosmético depositado nos fios.
Seque a cabeleira e pranche mechas finas a 200°C para finalizar. Atenção: nos loiros ou vermelhos, use a temperatura máxima de 180°C.
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Após pranchar tudo, lave com Shampoo Lunix Natura, condicione com Máscara Natura Matize e faça uma escova.
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passo a passo
TRANSFORMAÇÃO TOTAL
O TRATAMENTO YE NEW FORM SÓDIO FAZ REDUÇÃO TOTAL DO VOLUME DOS CABELOS CRESPOS, MUITO CRESPOS OU COM TEXTURA MÉDIA E GROSSA
PROFISSIONAL: Natã Moreira, estilista Ye Designer
FOTOS: NATÃ MOREIRA MODELO: ÉRICA STEMARI
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Faça uma análise da pele e verifique se o couro cabeludo apresenta vermelhidão e feridas. Esse processo não é indicado se der positivo.
Divida a cabeleira em quatro quadrantes para agilizar o procedimento.
Faça o teste de elasticidade: com uma mão, pegue uma mecha fina perto da raiz e, com a outra, prenda-a entre os dedos, vendo sua capacidade de elasticidade.
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Veja se o fio está poroso: coloque uma porção de cabelo entre os dedos e deslize-os até sentir dificuldade em desembaraçar.
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Coloque o creme alisante em um recipiente não metálico e espalhe-o a 1 cm da raiz, em mechas horizontais, de cima para baixo.
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Uma vez obtido o alisamento desejado enxágue os cabelos com água morna até remover completamente o produto.
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Teste da mecha: aplique o produto, pause por 5 min e mais 5 min com massagem. Enxágue e veja se o fio não se parte.
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Elimine o excesso de água e aplique Ye New Form Neutralizing Shampoo. Penteie as madeixas de modo que toda a cabeleira entre em contato com esse produto.
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Aplique Ye New Form Scalp Protector com linhas verticais na parte de trás da cabeça, das orelhas, nuca e do couro cabeludo.
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Espalhe Ye New Form Normalizing Rinse e deixe agir por 3 a 5 min e enxágue bem.
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passo a passo
REVOLUÇÃO CAPILAR A GRIFE TRUSS APRESENTA HIGH LISS, UM TRATAMENTO MULTIFUNCIONAL FEITO EM UMA ÚNICA APLICAÇÃO PARA REDUZIR O VOLUME E, AO MESMO TEMPO, RECONSTRUIR OS FIOS E PROPORCIONAR BRILHO INTENSO
PROFISSIONAL: Gi Quintino
FOTOS: THALES NOGUEIRA/ DIVULGAÇÃO MAQUIAGEM: FERNANDA GARCIA
ANTES
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Lave a cabeleira duas vezes para que ela fique totalmente limpa e sem resíduos. Use o Shampoo Bidimensional Work Station em cabelos frágeis, e nos grossos e resistentes, o Shampoo Clarifying Work Station, um antirresíduos que abre as cutículas.
Seque 100% das madeixas com secador.
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Aplique High Liss a 1 cm da raiz e enluve. Tempo de pausa: 30 min (finos e frágeis) e 60 min (grossos e resistentes). Se tiver ar-condicionado forte, envolva os fios em plástico para que o produto não seque
Enxágue bem se os cabelos forem coloridos, finos e frágeis e remova somente o excesso das cabeleiras virgens, grossas e resistentes.
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Borrife Amino Work Station para proteger o cabelo do secador e faça uma escova lisa.
Pranche mechas finas de duas a três vezes com o protetor térmico. Inicie pela nuca. Temperatura da prancha a vapor de queratina: 5 a 10 (cabelos coloridos, finos e frágeis), 15 a 20 (grossos e resistentes). E da prancha convencional: máximo 180ºC (fios coloridos, finos e frágeis), máximo 220ºC (grossos e resistentes)
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ALISAMENTO PROGRESSIVO PROMOVE ALISAMENTO PROGRESSIVO, REDUÇÃO DO VOLUME E DO FRIZZ, ALÉM DE MACIEZ E MUITO BRILHO AOS FIOS. COM ÓLEOS LENDÁRIOS E QUERATINA. Depois
Antes
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Lave os cabelos com o Shampoo Purificante Kerasoft, enxágue e repita a aplicação.
4
Durante o tempo de pausa, alinhe os fios com um pente.
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Retire em torno de 80 a 90% da umidade dos fios utilizando um secador.
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Com auxílio de um pincel, aplique a Escova Keraliss Kerasoft, mecha a mecha. Deixe agir por 20 a 30 minutos em cabelos quimicamente tratados, coloridos ou descoloridos (com mechas) e por 40 a 50 minutos em cabelos resistentes, sempre de acordo com o teste de mechas.
Enxágue apenas com água para retirar cerca de 80% do produto.
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Seque os fios escovando-os com um secador.
Em seguida, pranche mechas finas para selar as cutículas.