257_RODOVIAS

Page 1

Rodovias

Por: Francisco Reis Fotos: divulgação

Seu último recurso

Ninguém gosta de pagar pedágio. Mas, quando acontece um acidente, são as equipes e equipamentos financiados por esse dinheiro que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.

L

onge da discussão sobre a validade, e até sobre a legalidade da cobrança do pedágio, ou, se a tarifa do pedágio é justa ou não, a revista Caminhoneiro resolveu mostrar um pouco do que esse dinheiro traz de bom para quem utiliza as estradas. Pistas bem sinalizadas, asfalto em perfeitas condições e pontos de apoio podem passar despercebidos para a maioria dos usuários. Mas quando seu veículo quebra, ou quando há um acidente, o primeiro pensamento que vem à cabeça é: “será que o pessoal do resgate vai demorar?”.

A maioria das concessionárias responsáveis pelas rodovias recebeu a concessão por mais de 20 anos, em geral, 20 ou 25 anos. Isso para que o investimento feito por elas possa ter retorno a longo prazo. Manter a estrada em ordem é o lado mais visível das concessionárias. Mas existe o lado das ocorrências que vão desde um pneu furado até um grave acidente. Nos dois casos, quanto mais rápido for solucionado melhor, pois, infelizmente, a curiosidade do ser humano em ver o que está acontecendo acaba provocando congestionamentos e, às

30

Caminhoneiro

vezes, mais acidentes, até piores. E para ser rápido, é preciso ter vários pontos de observação nas estradas que ficam sob a responsabilidade de cada uma das concessionárias. A Ecovia Caminho do Mar, responsável pela BR-277, tem 85% dessa rodovia monitorada por câmaras. Ainda conta com informações das viaturas de inspeção de tráfego, guinchos, das cabines de pedágio, dos telefones 0800 e das polícias rodoviárias estadual e federal. A Autoban, responsável pelo sistema Anhanguera/Bandeirantes, conta com uma frota de 46 veículos e aproxima-


mento do tráfego 24 horas, pelos telefones de emergência, aparelhos instalados às margens da rodovia (um a cada quilômetro, nos dois sentidos da rodovia), também pelo Disque CCR/NovaDutra (0800 0173536) e também através do monitoramento realizado através das câmeras instaladas em alguns pontos da rodovia monitoradas pelo Centro de Controle Operacional (CCO).

damente 120 pessoas que passam as informações. Além disso, o Centro de Controle Operacional (CCO) monitora todo o sistema viário em conjunto com a polícia rodoviária, 24 horas por meio de circuito fechado de televisão com 76 câmeras, nove estações de meteorologia, 548 fones de emergência, 26 painéis de mensagens variáveis fixos e seis móveis, 32 radares fixos. A ViaOeste S.A., concessionária responsável pelo Sistema Castelo Branco/ Raposo Tavares, Rodovia Senador José Ermírio de Moraes e rodovia Dr. Celso Charuri, conta com 53 câmeras espalhadas pelo seu trecho, além de contar com viaturas que fazer a inspeção e com a colaboração de outros usuários das estradas para acionar a empresa em caso de ocorrência. A Caminhos do Paraná S/A, responsável pelas rodovias BR-476, BR-277, BR-373 e PR-427 e PR-438, tem câmeras apenas nas praças de pedágio que cobrem um raio de quatro quilômetros. Porém, está em finalização estudo para implantação também em pontos estratégicos das rodovias (trevos, viadutos, acessos, perímetros urbanos, pontos com mais acidentes). Além disso, mantém cinco viaturas que percorrem o trecho 24h por dia. A Concessionária Rodovia do Sol S/A, RodoSol, é responsável pela rodovia ES060 - Rodovia do Sol, que começa no município de Vitória e vai até Meaípe, em Guarapari, numa extensão de 67,5 km. A rodovia é monitorada durante 24 horas através das 34 câmeras instaladas do km 0 até o km 40. Realiza inspeções em toda a rodovia, com viaturas passando pelo mesmo ponto em média, entre 80 e 90

minutos. Através do Centro de Controle de Operações, os operadores monitoram a rodovia, com câmeras, telefones e rádio de comunicação. A Ecovias é a responsável pelas rodovias Anchieta, Imigrantes, Cônego Domênico Rangoni, mais conhecida como Piaçaguera-Guarujá, Padre Manoel da Nóbrega, mais conhecida como Pedro Taques e Nova Imigrantes totalizando 177 km, que são observados por meio de câmeras e viaturas em constante circulação por toda rodovia, além do sistema de comunicação por rádio e softwares. A NovaDutra, concessionária da Rodovia Presidente Dutra S/A, atua da via Dutra entre São Paulo e o Rio de Janeiro, rodovia que faz parte da BR 116, num total de 402 quilômetros e conta com cerca de 900 funcionários. As informações sobre ocorrências na rodovia chegam através de nas viaturas de inspeção que realizam o monitora-

Urgência no salvamento Toda essa preocupação em ter as rodovias sob vigilância absoluta tem uma explicação: quanto mais rápido o socorro chegar, maiores serão as chances dos acidentados. Existe até um marco, a “golden hour”, hora de ouro. Dentro desse período, as chances de se resgatar alguém sem seqüelas são maiores. Nas rodovias sob responsabilidade da Ecovia Caminho do Mar, o tempo médio entre o recebimento da ligação e a chegada ao local varia de acordo com o tipo de serviço. No caso de serviço de resgate e atendimento pré-hospitalar, em 85% dos casos, o tempo é de 7,30 minutos. Se o caso for de inspeção de tráfego e atendimento a incidentes, o tempo cai para 4,0 minutos e sobe para 9 minutos quando se trata de remoção de veículos. Os compromissos da AutoBAn determinam um tempo de chegada das

Vigilância absoluta 24 horas representa rapidez no atendimento.

31

Caminhoneiro


Rodovias

viaturas de resgate ao local do acidente de 10 minutos, a contar do acionamento. Todos os esforços são feitos, no entanto, para reduzir esse tempo e, atualmente, a média está em 7 minutos. O contrato da Caminhos do Paraná é mais elástico, exige a chegada do resgate em no máximo 15 minutos. Porém, a empresa sabe a importância de um atendimento rápido. Em 2007, conseguiu obter um tempo médio de chegada da ambulância de 11 minutos. A ViaOeste tem se esforçado para chegar cada vez mais rápido ao local de emergência. Em 2007, conseguiu manter a média de 6 minutos para acidentes, sendo o tempo contratual de 10 minutos. Para o atendimento mecânico, onde o tempo contratual é de 20 minutos, a ViaOeste tem mantido a média de 12 minutos. A Rodosol consegue manter o tempo médio de 6 minutos para o resgate e 10 minutos para o serviço de guincho. A NovaDutra tem um contrato de concessão firmado junto a ANTT que estabelece que as viaturas devem chegar em 90% dos acidentes em 15 minutos. A empresa tem conseguido chegar em 13 minutos.

Por: Francisco Reis Fotos: divulgação

acidente é: o que fazer? Todas as concessionárias têm um telefone para que o usuário entre em contato (veja relação) e todas têm recomendações de como se comportar diante de um acidente. A Ecovia Caminho do Mar recomenda que se mantenha o acostamento livre, pois ele será utilizado pelos veículos de emergência. Caso pare o veículo para auxílio, faça em local seguro e fora das pistas de rolamento. Somente saia do veículo se receber orientações das equipes de emergência. Ao sair do veículo, sempre observe a direção do tráfego da via. Atenção para o risco dos veículos que se aproximam do local se chocar contra

o veículo acidentado ou atropelar as pessoas envolvidas no acidente e ou curiosos. Assim que possível, sinalize acenando para aqueles que se aproximam do local, se mantendo sempre fora das faixas de rolamento. Após a chegada das equipes de emergência deixar o local para evitar riscos desnecessários. A Caminhos do Paraná recomenda para que não se retire a vítima do veículo, salvo em caso de incêndio. Neste caso, não fazer movimentos bruscos na vítima evitando o agravamento das fraturas. Se não houver incêndio, deixe que a retirada seja feita por socorristas, atendendo o protocolo abaixo: verificação das vias aéreas, proteção cervical, oxigenação, averiguar circulação e verificar o estado neurológico. ViaOeste recomenda tratar das lesões que causam a morte na primeira hora, além da correção das consequências do esmagamento de parte do corpo da vítima. Simultaneamente, há a retirada da vítima das ferragens e sua retirada da vítima do local.

Imprudência e velocidade A imprudência e o excesso de velocidade são as principais causas dos acidentes na Via Dutra. Na Ecovia Caminho do Mar, ocorre o mesmo, porém, a falta de manutenção e conservação dos

O que fazer? A grande pergunta que a maioria das pessoas fazem ao se deparar com um

Viaturas e pessoal sempre atentos para qualquer emergência.

32

Caminhoneiro


1

veículos, entre outros, são componentes que estão associados às ocorrências de acidentes. Na AutoBan, a imprudência e o desrespeito ao Código de Trânsito são os responsáveis pelos acidentes. Nas estradas administradas pela ViaOeste, a maior causa de acidentes são as falhas humanas, sendo as comportamentais, como dirigir embriagado, uma delas. Imprudência, excesso de velocidade, embriaguez resultam em acidentes diversos, que, infelizmente, acabam tirando vidas inocentes. Para a NovaDutra, todos os acidentes são tratados da mesma forma, pois quando recebe a informação de acidente, a equipe de resgate é acionada para o local, não importando se há ou não vítimas. A Ecovia Caminho do Mar sabe que todos os acidentes têm uma conseqüência e caráter preocupante com relação ao bem-estar do usuário, o conforto e fluidez da rodovia. Para efeito de tráfego e resgate de vítimas, os acidentes com maior gravidade e relevância são aqueles em que estão envolvidas múltiplas vítimas e/ou com vazamento de produto perigoso, um pela demanda de recursos para atender e outro pelo alto risco a todos, (vítimas, usuários, comunidade, etc.). A AutoBan e a Caminhos do Mar compartilham dessa opinião, pois, nesse tipo de urgência, é necessário um maior efetivo de pessoas e viaturas, todas empenhadas na mesma ocorrência. A Caminhos do Mar destaca ainda, os acidentes com produtos perigosos. Eles exigem mais atenção, equipe especialidade e rápida intervenção, além de ações feitas com muita cautela devido ao risco oferecido.

A Rodosol destaca os acidentes com vítimas presas nas ferragens e acidentes com cargas perigosas como os piores. No primeiro, a vítima tem risco de morte pelos ferimentos e ainda existe o risco de incêndio do veículo. No segundo, existe o risco da carga (tóxica, inflamável, outras), com risco de morte do condutor, funcionários envolvidos na operação, além do impacto ambiental. Para a ViaOeste, qualquer acidente é um evento ruim, porém, os piores são os que tiram à vida de crianças. A Ecovias destaca os acidentes com colisões frontais como os piores, pela grande possibilidade de haver vítimas fatais. l

1. As equipes checam os equipamentos antes do socorro. 2. A ressuscitação é exaustivamente treinada em bonecos. 3. Nos casos simples o atendimento é rápido. 4. Quando o caso é grave, vários aparelhos são usados.

2

3

4

A tranquilidade de ser socorrido, vale o pagamento do pedágio.

33

Caminhoneiro


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.