Revista Circuito Moda Minas

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WWW.ANNEFERNANDES.COM.BR SHOWROOM Sテグ PAULO E BELO HORIZONTE

ANNE FERNANDES MODA



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www.cosh.com.br

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editorial / expediente

Em tempos de crise, criatividade é fundamental. A moda mineira sabe bem disso e há anos se mantém em alta no mercado nacional, apesar de todos os percalços. Não à toa, criamos a revista Circuito Moda, publicação semestral que tem como objetivo mostrar o que temos de melhor aos lojistas do nosso país. E vamos começar esta empreitada contando a história de grifes que, há mais de 20 anos, contribuem para elevar a moda mineira ao topo da pirâmide fashion. A sofisticação da Alphorria, o minucioso trabalho da Cosh, a força do jeans da Patogê, os acessórios da Lázara Design, a moda festa da Tutta e a camisaria contemporânea de Rogério Costa são bons exemplos da nossa força no mercado da moda. Depois de ler essas histórias, é hora de saber como tudo começou. A jornalista Heloisa Aline traça todo um panorama dos showrooms belo-horizontinos na matéria “Um polo chamado Prado”, e Titita Motta mostra o poder de iniciativas que agreguem todo o mercado, como o Grupo Mineiro de Moda, na matéria “Made in Minas”. Também explicamos melhor o trabalho dos consultores de moda através de Paulo Lopes, presidente da ACNMODA, Associação de Consultores em Negócios de moda, nosso entrevistado da edição. E para atender aos lojistas de todo o Brasil que vêm em busca do nosso savoir faire, montamos um especial sobre gestão de lojas. Arquitetura, vitrine, tendências, estratégias digitais e gestão de negócios são as pautas que escolhemos para ajudar no dia a dia dos lojistas. E como falar de moda é falar de sonhos, convidamos a stylist Inês Yamaguchi para conceber nossos editoriais, junto com os fotógrafos Gustavo Marx, Márcio Rodrigues e Weber Pádua. Enjoy!

Ana Helena Miranda

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| Editora-chefe

Diretoria Célia Pyramo, Jamile Lage e Janaína Mara Editora de Jornalismo Ana Helena Miranda Conselho Editorial Heloisa Aline, Mary Figueiredo Arantes, Patrícia Kurati e Thiago Romano Projeto Gráfico Rafael Maia Jornalismo Sabrina Dutra Colaboradores Anna Carolina Ludendorff, Heloisa Aline, Izabela Ventura, Raquel Ayres, Titita Motta Editora de Moda Inês Yamaguchi Tratamento de Imagem Marcio Martins Revisão Nayara Garófalo Fotógrafos Fábio Cançado, Gustavo Marx, Márcio Rodrigues e Weber Pádua Operações Marcella Belisario Administrativo e Financeiro Sérgio Drummond Assessoria Jurídica Thereza Rachel Maia Carneiro Gráfica Rona Editora Tiragem desta edição 10.000 exemplares

A revista Circuito Moda é uma publicação Voice Rua Pirapetinga, 322, sala 304/305, Serra. CEP 30220-150. Belo Horizonte, MG comercial@voicedesign.com.br | TEL: 31 3261 2608



índice

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Colaboradores

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Vitrine

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Fashion News

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M o d a m i n e i r a

Muita história para contar

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C o m é r c i o

Um polo chamado Prado

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E n t r e v i s t a

Desbravadores de mercado

48

M i n a s Tr e n d

Onde a moda acontece

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Especial gestão de lojas

Esperando você passar

58

Especial gestão de lojas

O poder da experiência

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E d i t o r i a l

Um girassol da cor do seu cabelo

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E d i t o r i a l

Preto no branco

86

E d i t o r i a l

Nuvola di rosa sorta dal mare!

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Tr e n d h u n t e r P r o c u r a m - s e t e n d ê n c i a s

100

Especial gestão de lojas

104

O n l i n e F o c o n o d i g i t a l

106

R e f l e x ã o

108

Agenda

110

H i s t ó r i a

Made in Minas

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Leitura indispensável

Inspiração fashion

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Roteiro gastronômico

Sabores inesquecíveis

120

H o t s p o t s

Um lugar para chamar de seu

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Paparazzo

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Endereços

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R e f l e x ã o P o r H e l o i s a A l i n e

Em busca de resultados

P o r Te r e z a C r i s t i n a H o r n


VERテグ

2016

cleoshowroom Cleo Showroom cleocarvalhobh.com.br


wéber pádua

Marcio Rodrigues

inês yamaguchi

gustavo marx

Heloisa Aline

Titita motta

colaboradores

fotógrafo

stylist

jornalista

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fotógrafo

fotógrafo

jornalista


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Múltipla escolha Em seu Verão 2015, a Gucci mostrou que o jeans pode ser versátil e assumir várias funções — de saída de praia, nos dias mais quentes, a vestido casual, com pegada romântica. Entre no clima, vista a sua peça e não esqueça: a escolha é sua.

calvin klein

vitrine

patogê

gucci

patogê

anne fernandes

civil

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www.tutta.com.br | + 55 31 3313 2532 | + 55 31 3332 1065


Preto no b ranco

vitrine

A clรกssica dupla fashionista ganha poder em peรงas minimalistas, que dispensam bordados e apostam em shapes extremamente bem modelados.

calvin klein

alphorria

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gucci

coven


Estácio de Sá, 49, Gutierrez, Belo Horizonte contato@kalandra.com.br | 31 3297-9322  /kalandra.showroom  @kalandrashowroom


Pérolas em foco

vitrine

Ricardo Tisci elevou (literalmente) as pérolas a outro nível em seu desfile Primavera Verão 2016 para a Givenchy. Com ajuda da make-up artist Pat McGrath, elas se transformaram em máscaras surpreendentes. O conceito pode ser aplicado no dia a dia. Aposte em detalhes com pérolas em vestidos ou mesmo em acessórios com o material.

isla

givenchy kalandra

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dolce&gabbana

lazara kalandra



C lima rosé

vitrine

Escolhida como a cor do Verão 2016 pela Pantone, o rosa quartzo já domina o guarda-roupa feminino há algumas estações, principalmente quando o assunto é moda festa.

tutta fatima scofield

carolina herrera fendi para mares

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prada



fashion news

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Street photography by Webinho A visita às cidades japonesas de Tóquio, Kyoto e Osaka não passou impune aos olhos (e lentes) de Weber Pádua. O fotógrafo esteve no país em março e voltou com um livro em mente, que acaba de ganhar corpo em formato tabloide. Com cerca de 40 fotos, “Tokyotosaka” ganhou, também, exposição e prefácio de Fernanda Takai.

Leca Novo

Pode entrar A designer Mary Figueiredo Arantes há tempos tem vontade de abrir o seu showroom na Serra, direcionado apenas a vendas por atacado para o público final. Pois seu desejo está prestes a ser realizado. Mary, como boa designer, já prepara a transformação do seu showroom em loja conceito. Anote na agenda: a partir do dia 18 de outubro, a casa é sua.


Brigitte Bardot inspira coleção Para comemorar os 30 anos da sua marca, a Romaria, Rosângela Brandão seguiu rumo a Saint-Tropez, na França, com uma equipe de peso: o fotógrafo Márcio Rodrigues, a diretora de arte Lu Nacif e a stylist Aline Meni. Lá foi realizada a campanha da marca, recheada de peças com pegada navy, no melhor estilo Bardot.

Estampas em foco

fashion news

Márcio Rodrigues

Especializada em moda festa e casual chic, com tamanhos que chegam até o número 42, a marca r.vasconcellus, de Rogério e Patrícia Vasconcellus, chama atenção pelas estampas exclusivas. Preste atenção na coleção Outono Inverno 2016 da grife, criada em parceria com a Criata e o estudio1.Incomum. “Optamos por estampas florais misturadas com o plissado ou com motivos étnicos em preto e branco”, explica Rogério. Nos tecidos, muito crepe, neoprene, cetim e malha Jersey.

Jardim das delícias A grife Maracujá apostou em uma coleção colorida, inspirada na flora brasileira. A cartela de cores passeia pelo coral, sálvia, amarelo e pink e as estampas abusam das flores, como tulipa, hibisco e peônia. Tudo sem deixar de lado a feminilidade da mulher, com shapes que valorizam a sua sensualidade.

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fashion news

Superfeminina A grife mineira Alfreda já caiu nas graças de blogueiras como Thássia Naves, Camila Coutinho e Camila Coelho. Criada em 2014, tem como fashion designer o estilista Daniel Alvez, que define bem a mulher Alfreda. “Ela é contemporânea, gosta de consumir moda e entende do assunto”. Em seu DNA, a feminilidade é a palavra de ordem. Pense em bordados, saias evasês à la Sex and the City e estampas florais, que foram magistralmente bem traduzidas em sua coleção de Verão 2016, denominada “Magia das Flores”.

Inverno russo Cleo Carvalho já está a toda com a criação da sua coleção Outono Inverno 2016, que é inspirada na cidade de São Petersburgo. Duas peças terão destaque — a capa e a maxi chemise. “As capas estão muito fortes na Europa e chegam marcando presença no nosso inverno”, explica Cleo. Já a chemise aparece ainda maior, com volume e comprimento alongado.

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Rua Congonhas, 847 | Bairro Santo Ant么nio Belo Horizonte | Minas Gerais | 31 3296-1097

/r.vasconcellus

@r.vasconcellus


Inspiração francesa

fashion news

O palácio de Versailles é o tema da coleção de Outono Inverno 2016 de Ellizabeth Marques. Com estilo assinado por Fernando Silva, o destaque são as matérias-primas, como o jacquard de seda, que remete à textura das paredes do palácio. Os estilos barroco e rococó também estão presentes através de uma estética elegante e sofisticada, que reforça o DNA da marca: os bordados manuais em pedrarias.

João Viegas

Brasilidade dá o tom A fauna e flora brasileiras foram a base da coleção de verão 2016 da grife RM, de Raquel Mattar. Destaque para a cartela de cores leves e suaves, que são acompanhadas pelos shapes fluidos da peça. O conceito orgânico está presente em toda a coleção, que se divide em três linhas: Rio, Scarf e Aquarela.

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João Viegas


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Por Raquel Ayres

Muita história para contar

moda mineira

Há mais de 20 anos no mercado, marcas de moda mineira superam crises e desafios e mostram que o segredo de um bom negócio é personalidade aliada à muita qualidade e profissionalismo.

Alphorria, Feita por e para a mulher “A Alphorria não foi fundada, ela nasceu, foi começada”, diz Edna Thibau, proprietária da Alphorria, marca mineira que chegou aos 30 anos contabilizando 300 funcionários internos, showroom no bairro Cidade Jardim e parceria de mais de 15 anos com a Rede Globo, desenvolvendo figurino para personagens como a Beatriz, interpretada por Glória Pires na última novela das 21h, Babilônia. A marca nasceu da vontade de Edna de fazer da malha uma roupa que despertasse o desejo das mulheres. “Era um tecido que não tinha valor naquela época, restrito às peças esportivas”, contou. “Sempre fiz minhas próprias roupas, gostava de mexer com máquina, fazia moulage .” Ela revela que era o início dos efeitos da independência feminina e a malha proporcionava a agilidade que os tempos pediam.

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“Já achava a malha prática, e havia pouco tecido de malha no país. Comecei sozinha, fazendo tudo como pronta-entrega. Depois passei a pedido; é mais fácil para planejar e melhor para desenvolver uma coleção com cuidado e não deixar à mercê do momento do mercado”, explicou Edna. Com um DNA muito forte, a Alphorria aposta em uma moda festa mais limpa e precisa na modelagem. “Quem tem que aparecer é a mulher, não a roupa. Uma das forças da roupa da Alphorria está na modelagem, que ressalta a silhueta. É o tipo da roupa que a mulher precisa vestir, pois é quase feita no corpo; e é aí que ela mostra sua diferença, de leveza, atemporal”, avalia Edna Thibau. Para Edna, o sucesso da Alphorria está, entre outros pontos, na coragem de ser fiel à sua proposta para consolidar o trabalho. “Não fazer o que o outro está fazendo só por-


Marcio Rodrigues / Estúdio Lumini

moda mineira

“Nosso pulo do gato foi fazer da malha objeto de desejo da mulher, entrar em outra parte do guardaroupa da mulher.”

que está vendendo no momento. É necessário pensar muito à frente e não deixar que as febres interfiram na identidade que a marca tem.” Para celebrar esta mulher que veste a marca criada por Edna, será lançado o livro A Mulher Alphorria. “Ela é independente, gosta de estar sempre pronta, viaja, é prática, cuida de casa, dos filho e de si também”, explica Edna. “É preciso respeitar o estilo desta mulher Alphorria”. Por isto, modismo e fast-fashion não fazem parte do repertório da grife, para não colocar na mulher Alphorria uma moda que não é para ela. O lema não é dançar conforme a música. “A gente mantém o ritmo no qual acredita”, afirma Edna sobre a crença no que garante à Alphorria um lugar de destaque no segmento da moda. Empresária destemida, Edna Thibau chama atenção para os cuidados que a crise requer, mas frisa que é necessário observar que o psicológico está muito abalado. “O emo-

cional prejudica muito. As pessoas ficam com medo e este medo é prejudicial. O momento é de ir devagar, com calma”. Ela acredita que, ao longo de 30 anos, as parcerias com os clientes vão fazer toda diferença. Se anteriormente os clientes compravam 15 marcas, agora estão comprando oito, dez. E optam por aquelas que proporcionam segurança. Como, por exemplo, parcelar a venda, entender a situação de cada um. Ninguém deve se sentir derrotado. Atacadista por vocação, a opção de trabalhar por pedidos vem do desejo por desenvolver uma coleção com cuidado e não ficar à mercê do mercado, do momento, explicou Edna. “Nosso pulo do gato foi fazer da malha objeto de desejo da mulher, entrar em outra parte do guarda-roupa da mulher. O pecado é ter a referência em um outro alguém. A referência deve estar em você”, garante ela, com segurança de quem desbravou caminhos.

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moda mineira

Fábio Cançado

Cosh, Trabalho minucioso

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Fundada em 1995 pelas sócias Cora Faria e Sheila Rochwerger, a Cosh completou 20 anos vencendo um dos maiores desafios do segmento da moda festa: a roupa artesanal, cujos bordados podem levar cerca de um mês para ficarem prontos, de avesso tão caprichado quanto o direito. Bordado que, além de precioso, é duradouro. “É preciso história e dom manual para o trabalho de bordadeira. Carregar certa bagagem”, afirma Cora Faria. Para alcançar o patamar de marca consolidada, que atualmente vende para 100 lojas Brasil afora e exporta para Estados Unidos e Argentina, adaptações a cenários diversos foram necessárias, pois a globalização mudou tudo. A começar pelo aumento da concorrência por produtos importados da Ásia, em um primeiro momento. E também os vestidos bordados à máquina, com pedrarias, vindos dos Estados Unidos. “Superamos tudo com nosso atendimento exclusivo e a qualidade do produto”, avalia ela que, ao contrário de muitos, não vê este processo de internacionalização como negativo. Se antes, para se encontrar material diferenciado era preciso ir até o tecido e buscá-lo, agora, o tecido vem até a Cosh. Vem da Europa, e é de alta qualidade. A exemplo das rendas e do tule italiano que, segundo Cora, é macio e não pinica como o nacional. “Não podíamos escolher e ficávamos restritos à seda ou musseline”. A escolha de tecidos nobres variados, somou-se à possibilidade do desenvolvimento de estampas exclusivas, outro diferencial da marca. Se atualmente Minas Gerais é conhecida pela força de sua moda festa, há 20 anos não era assim. Foi esta característica que fez com que Cora e Sheila optassem pelo segmento. De lá para cá a dupla investiu muito – e ainda investe – em treinamento de equipe, viagens para conhecer o que se faz de novo no mundo, capacitação de mão de obra. Cora garante que, apesar do esmero necessá-

rio para se confeccionar um vestido que leve a etiqueta Cosh, o custo é acessível. “E, por isto, trabalhamos com pedidos”, explica ela. “Assim, planejamos a compra, produção e entrega, o que garante a tranquilidade tanto para a produção quanto para o lojista”, destaca Cora. “Com o mostruário elaborado, lançamos a coleção para os lojistas nas semanas de moda que acontecem pelo Brasil. Neste momento, os lojistas fazem suas apostas dentro da coleção e escolhem os modelos que terão em suas lojas. A produção das nossas peças é artesanal e os vestidos são feitos um a um, em delicado trabalho handmade. E,finalmente, nossa coleção chega às araras das multimarcas em todo o Brasil e em nossa loja em Belo Horizonte”, explica Cora. “Vendemos sonhos, desejo. Não podemos dizer que nosso produto é supérfluo. A festa é uma comemoração e, muitas vezes, o dia mais importante da vida de uma mulher. Estamos sempre por detrás para realizar esse sonho”, uma vez que o público-alvo da Cosh são formandas, debutantes, mães de noivas e, recentemente, até as próprias noivas.

“Vendemos sonhos, desejo. Não podemos dizer que nosso produto é supérfluo”.


Fábio Cançado

Patogê, A força do jeans

“Pensamos num produto que oferecesse ao consumidor praticidade, conforto e durabilidade”. Peça chave no guarda-roupa de qualquer mulher versátil, o jeans pode ser usado em vários momentos e, por isso, foi escolhido como carro-chefe da marca, há 25 anos. “Pensamos num produto que oferecesse ao consumidor praticidade, conforto e durabilidade. A nossa história é influenciada pelas transformações econômicas, políticas e sociais do Brasil e do mundo. E com esta proposta de liberdade e desenvolvimento tecnológico, a Patogê se especializou no segmento jeans com o intuito de atender os desejos do nosso público”, comenta Patrícia. Se em 1990 os recursos eram parcos, hoje a Patogê está investindo em frentes diversas, que vão do estilo ao maquinário. Também estará lançando, em setembro, a loja virtual. Está prevista, ainda, a conclusão da nova fábrica da Patogê, em 2017, com infraestrutura três vezes maior do que a da fábrica atual. A nova sede ocupará terreno de 17 mil m2, sendo que na primeira fase da obra 7 mil m2 de área serão construídas. Patrícia conta, ainda, que a marca está adquirindo tecnologia de ponta que permitirá maior automação e aumento na produção.

Um olho no local e outro para além. Se nos primeiros anos da Patogê a produção, pequena, era focada no público local, com o tempo, novos mercados foram conquistados enquanto o jeans passava por várias transformações: lavagens, modelagens, adornos. Hoje, a Patogê está presente em todo o Brasil, com planos de ampliar presença em algumas regiões e estreitar o relacionamento com os clientes. “Manter a nossa marca viva e atual em um país de tanta diversidade é o nosso desafio”, aponta Patrícia. Para além das atividades produtivas propriamente, a Patogê está em sintonia com as questões da contemporaneidade, quando nossos recursos naturais estão no centro das discussões que envolvem desde o consumo doméstico até o modo como as corporações utilizam a natureza para produzir. Por isso a Patogê está investindo, também, em uma lavanderia e estação de tratamento de água para reduzir o desperdício e chegar à reutilização do recurso usado em abundância na lavagem do jeans. “Nosso jeans circula entre os preferidos das mulheres devido à modelagem, que abraça as curvas e aumenta a autoestima instantaneamente. Ver o nosso cliente utilizar o nosso produto para expressar o seu jeito de viver e deixá-lo satisfeito é motivo de grande orgulho”.

moda mineira

“No início, fundar a empresa foi a realização de um sonho. Trabalhávamos com recursos próprios e não tínhamos muito para investir. O negócio começou timidamente, no âmbito familiar. Desde então, os investimentos não pararam”, revela a empresária Patrícia Castro, fundadora da Patogê, marca de jeans que se destaca no mercado pela modelagem que valoriza as curvas femininas.

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Fábio Cançado

Lázara Design, Estilo e qualidade

moda mineira

Há 24 anos, uma banca na Feira Hippie realizada aos domingos, em Belo Horizonte, era o embrião da marca de bijouterias e semijoias Lázara Design, comandada pela designer Lázara Ferreira. Do sucesso na Feira Hippie veio a primeira feira fora de Minas Gerais. A extinta Fenit, nos anos 80. A seguir, aconteceram as participações em outras feiras, a abertura do showroom no bairro Santa Inês até chegar a Bijoias, importante feira de negócios voltada para empresários do setor de bijouterias finas realizada anualmente em São Paulo.

“Nosso público-alvo é a mulher que quer se sentir bonita e exuberante, independente da idade.”

Um dos ingredientes do sucesso da Lázara Design é a interligação entre estilo e qualidade. “É primordial que a marca tenha estilo próprio. Em contrapartida, não acertar na compra da matéria-prima afeta a qualidade da mercadoria, o que, segundo Lázara, tira as marcas deste exigente mercado. E é aqui em Minas Gerais, no Minas Trend, evento que antecipa os lançamentos para lojistas de todo Brasil, que, segundo Lázara, está seu melhor ponto de vendas. “Nele, lançamos uma prévia da coleção. Na Bijoias, lançamos a coleção como um todo”, explica Lázara.

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A designer e empresária fala que as oportunidades de expansão foram surgindo aos poucos: “Fomos convidados a participar da Bijoias há mais ou menos 10 anos, e deu certo”. Também não faltam editoriais de moda em que modelos ostentam as peças da Lázara. Elas agradam tanto, que saem das páginas de revistas para o corpo de atrizes que usam brincos, colares, pulseiras e anéis de Lázara, de impressionantes cores e formas adornados com pedraria. “Temos uma boa assessoria de imprensa, mas isto só,não conta. Graças a Deus temos agradado várias celebridades”, comemora Lázara. Mas ela assegura que não só glamour das atrizes faz o sucesso da marca. “Nosso público-alvo é a mulher que quer se sentir bonita e exuberante, independente da idade.” Concorrência, versatilidade, agilidade são desafios que a empresária enumera como diários e que são acentuados pela crise. “Mas sou otimista por natureza e uma das formas de enfrentar a crise é, por exemplo, trabalhar sempre com o dourado, pois o mesmo é muito caro. Muitas marcas optam por outros banhos por este motivo”, assegura a ousada Lázara, apostando no que é menos corriqueiro e confere ar de preciosidade. “Desafios a gente têm todos os dias, com novas concorrências, com a agilidade e versatilidade da moda.”



Fábio Cançado

moda mineira

Tutta, A vida é uma festa

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“Neste verão, apaixone-se pela Tutta”. Com este slogan para a coleção da referida estação em 2016, a grife de festas marca seus 20 anos de história bem-sucedida na moda mineira dentro do segmento de roupa de festa. Com o nome saído do italiano, a tradução para Tutta é tudo. Apesar de tal abrangência subjetiva, na prática, a marca tem seu foco tão bem definido que investe vigorosamente em pesquisas de comportamento para conhecer e entender bem seu público-alvo: os consumidores da classe A e B. O carro-chefe para esta clientela sofisticada são os vestidos longos. “O desenvolvimento de um vestido vai além da técnica, atravessa tempos e histórias. No processo de criação, a busca pela perfeição traduz-se nos elegantes modelos da Tutta”, afirma uma das diretoras da marca, Shirlene Campos, que junto com a irmã, Shirley Campos, dirigem a marca fundada pela mãe em 1991. Desde o início o foco da Tutta esteve na combinação entre exuberância e elegância. E tal desenho inicial foi-se solidificando e tomando corpo até que, em 1997, a Tutta passou a produzir, segundo Shirlene, alta costura em resposta às mudanças observadas no mercado mineiro, já mais fortalecido e identificado como padrão de estilo e criatividade. “É um perfil diferente do fast fashion. Sua necessidade, o que o vestido de festa irá representar para aquele momento tão especial. O vestido de festa envolve sonhos e tem o poder de transformar a mulher”, avalia Shirlene Campos, que responde pela Direção de Estilo da Tutta. Shirlene avalia que o segmento de festa e alta costura possui peculiaridades, como o caráter anti-sazonal, ou atemporal. Ou seja, não há significativas variações nas criações em função das estações do ano. Por outro lado, adaptar os conceitos criados às constantes variações observadas pela modernização de técnicas e matéria-prima, de-

senvolvimento de novos tecidos e peças é o principal desafio. “Criar uma moda que seja sempre o foco do desejo da mulher. Fazer um vestido exclusivo, que vista bem, o mais diferente possível de outro, num preço compatível com as possibilidades de cada segmento de consumo e, ainda assim, manter viável a produção”, aponta Shirlene.

“O desenvolvimento de um vestido vai além da técnica, atravessa tempos e histórias. No processo de criação, a busca pela perfeição traduz-se nos elegantes modelos da Tutta”.



Fábio Cançado

moda mineira

Rogério Costa, Camisaria contemporâneo

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“Moda é comportamento e, por isso, temos que estar sempre atentos aos acontecimentos do momento, político, econômico e cultural. Com estes elementos, embarcamos na construção de sonhos, na elaboração dos objetos de desejos femininos. Pensando em um conceito, nosso estilo está voltado para uma mulher contemporânea, que se torna versátil ao se vestir bem, do trabalho até o happy hour”. Com esta reflexão, o empresário Rogério Costa define o universo ao qual se refere a marca que leva seu nome e tem como carro-chefe a camisaria em tecidos diferenciados, corte elegante e uma grande variedade de estampas exclusivas. A empresa Rogério Costa está no mercado desde 1985, inicialmente com produção de camisaria masculina. Na década de 90, a marca passou a investir na moda feminina, levando para esta peça do vestuário todo o know -how de modelagem e corte exigido pela camisaria masculina. A produção, que era pequena, logo dobrou e Bill, irmão de Rogério, passou a dividir com ele o comando dos negócios. No Prado há 25 anos em sede própria, onde funciona showroom e fábrica, a Rogério Costa conta com equipe de vendas que constantemente recebe treinamento para realizar negócios presencialmente e por telemarketing para clientes em todo Brasil. “Nossos pontos de venda são cuidadosamente planejados para que nossos clientes possam trabalhar com produtos exclusivos”, conta Costa. A qualidade das peças , trabalhadas com tecidos diferenciados, estampas exclusivas, bordados bem elaborados, misturados a elementos artesanais e modelagem confortável, logo deram vida a um produto de identidade própria, muito bem aceito por mulheres maduras e jovens senhoras que precisam estar bem vestidas o dia inteiro, com um estilo casual chique de bom gosto. “Nossas camisas com estampas exclusivas vem evoluindo com o tempo, em variados tecidos e modelagens”,

destaca Rogério Costa. Segundo ele, este é um mercado extremamente dinâmico e globalizado, no qual cabem duas coleções ao ano, com numeração do 40 ao 50, em um sistema de pronta entrega onde semanalmente há lançamentos de peças novas. “O universo de uma confecção é complexo e desafiador pela forma como o setor funciona. Criamos uma coleção apostando no calendário que acontece normalmente de quatro a seis meses antes de ser lançado. Até 1995, a produção era exclusiva para atender 20 prontas-entregas de Belo Horizonte. A partir desta data surgiu o nosso maior desafio com o apoio dos consultores de moda de Belo Horizonte”. Costa avalia que investir no segmento de moda ainda é um negócio rentável pois o nicho que sua empresa ocupa tem boas perspectivas de aumento. “Nossos planos de longo prazo incluem manter a estrutura existente com um produto melhor, sem nos esquecermos dos aspectos de preço e qualidade para sermos competitivos”, diz ele.

“O universo de uma confecção é complexo e desafiador pela forma como o setor funciona.”



Por Heloisa Aline

um polo chamado prado

comércio

Com suas casas antigas, ruas estreitas e clima de interior, o bairro Prado se firma como reduto de lojas e showrooms de moda

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Ninguém sabe dizer exatamente como foi que Belo Horizonte se tornou um polo de moda na década de 1980. De repente, pequenas confecções começaram a florescer em alguns pontos da cidade, ocupando fundos de quintais, garagens de casas, galpões desocupados. Um parque fabril chefiado, em sua maioria, por um exército de mulheres laboriosas, que, familiarmente, aprenderam com suas avós e bisavós, as artes das prendas domésticas, ou seja, costurar, bordar e executar trabalhos manuais com perfeição. Na capital mineira, ainda provinciana, com menos de 2 milhões de habitantes na época, o fenômeno era bem visível. Foi nesse cenário que surgiram, de um lado, o Grupo Mineiro de Moda, reunindo marcas sofisticadas, e de outro lado, a Minas Mostra Mulher, de formato mais popular, cuja primeira edição aconteceu em 1983, no hotel Brasilton. Parte dos integrantes da feira era formada pelas fabriquetas do Barro Preto, que, a esta altura, já se tornara famoso como ponto de vendas especializado em “modinha”, roupas em malha e jeans, de maneira geral. O bairro atraia clientes de atacado de fora do estado, que se abasteciam nos showrooms ali instalados, assim como as pequenas revendedoras, as conhecidas “sacolei-

ras”, que lá podiam se abastecer em pequenas quantidades e em sistema de pronta-entrega. “Com a mudança da Minas Mostra Mulher para o Minascentro, atraindo compradores de todo o país, que chegavam em Belo Horizonte de ônibus ou de avião, esse comércio se intensificou. Cerca de 30 mil pessoas vinham comprar na feira. O Prado, como ponto de moda, começou muito depois”, relembra Nilso Farias, promotor do evento.

início Uma das testemunhas oculares dessa história é Dauro de Araújo Andrade. Em 1977, ele e a mulher, Socorro, registraram a Help, confecção localizada na rua Rio Negro, esquina com rua Aristóteles Caldeira, cujos produtos já eram vendidos em boas lojas de Belo Horizonte. “Nesta época, não havia quase ninguém do setor no Prado. O Barro Preto estava explodindo”, conta. Na sua opinião, a migração para a região se deu de uma maneira espontânea. “Lembro-me que a Caos – que, naquele período, se chamava Caos dos Trópicos – tinha uma espaço privilegiado no edifício Mondrian, na rua Mato Grosso. Era uma loja no


A Caos continua com um dos showrooms mais conhecidos do Prado

c resc i m e nto Foram muitas as empresas que fizeram seu nome no Prado. Em 1985, Evaldo e Edna Thibau entraram no mercado com a Alphorria, tendo como primeiro endereço a avenida do Contorno, e com a promessa de elevar a malha a um novo status. Conquistaram o Brasil com essa proposta e com suas roupas construídas na técnica da moulage, na qual Edna é perita. Em seguida, construíram um imponente showroom na rua Platina e, na sequência, uma fábrica gigante, ocupando um quarteirão, na rua Ametista. Sem contar a Bahal, uma segunda label, alternativa, que durou alguns anos. A Alphorria, que está completando 30 anos, se tornou uma das marcas mais importantes do cenário fashion, participando de todos os movimentos relevantes que marcaram as três décadas, inclusive o São Paulo Fashion Week. Outra marca que fez carreira na região é a Iorane, cuja origem é dos anos 1980. Em determinado momento da sua história, resolveu apostar na pronta-entrega como fórmula ideal de negócio. O projeto deu tão certo que abriu showroom também em São Paulo, três lojas em pontos nobres de Belo Horizonte, outra em São Paulo, inaugurando, recen-

comércio

térreo, com bastante visibilidade. Um dia, fiquei sabendo que ia montar um showroom no Prado. Não acreditei que estava deixando aquele ponto’’. A Caos era uma marca arrastaquarteirão com fila de compradores na porta. No embalo, outra empresa influente e badalada, a Tráfico Z, também se transferiu para o local. A consultora Claudinha Barbosa, com 30 anos de experiência no atendimento à clientes, tem uma explicação para o movimento que colocou essa zona da cidade no mapa da moda. “Muita gente tinha showroom no Barro Preto, mas as fábricas eram distantes. Acho que o Prado foi uma possibilidade de agregar as duas coisas com praticidade. As casas com quintais ofereciam essa possibilidade”, reflete. Nilso Farias analisa que a migração significou um desejo das etiquetas melhores, que estavam mais equipadas e já tinham clientes fiéis, se afastarem de um comércio que foi ficando muito popular. “Havia muitas sacoleiras, vendas a varejo, e elas procuraram um novo endereço para fugir desse contexto. À medida que isto foi acontecendo, outras empresas as acompanharam nessa direção”. Caso da Última Hora, hoje UH Premium. O negócio começou em 1988 pelas mãos de Maria Isabel Bicalho, numa sala no bairro de Lourdes, fabricando camisas de linho Braspérola, trabalhadas com ponto ajour e muitos bordados. Oito anos depois, atraída pelas possibilidades do bairro, a fábrica se mudou para lá. Segundo Célia Bicalho, que junto à irmã, Izabela, assumiu o controle da confecção, o local era tranquilo, familiar, com fácil estacionamento, vantagens que o antigo endereço não ofereciam. O tempo passou e a evolução da marca foi notável. Se antes trabalhava somente com pronta-entrega, passou a participar de feiras de pedidos, o que ampliou o leque de ação. A entrada no Minas Trend mudou completamente o seu perfil, dando-lhe visibilidade. E integrar o line up do evento, desfilando as coleções, constituiu a alavanca final para que se convertesse em uma grife de prestígio, com estilo autoral, presente nas melhores lojas do Brasil.

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temente, ponto comercial em Miami. Tendo como garota-propaganda a blogueira Thássia Naves, viaja com ela por vários destinos internacionais, de Hollywood ao Japão, para fotografar suas coleções.

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c li m a de i nte r i or

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Quem chega pela primeira vez ao bairro do Prado se surpreende com a quantidade de showrooms sofisticados instalados nas ruas estreitas, muitas delas ainda com calçamento em paralelepípedo, e nomes de minérios e de pedras, onde os clientes são recebidos com pompa e circunstância. A demanda das empresas da moda fez com que várias famílias abdicassem de suas moradias em detrimento da oferta de caros aluguéis. O movimento aumentou consideravelmente, mas o local não perdeu completamente suas características tradicionais, dividindo-se entre o glamour fashion e um comércio que atende à população que continua morando ali. Ponto vantajoso é que a preservação das casas antigas, algumas com arquitetura da época da fundação da capital mineira, impede a verticalização da região. Ainda é possível observar uma certa tranquilidade de cidade de interior, estacionar com facilidade, os clientes conseguem andar a pé entre um endereço e outro. Este é o sentimento de Bárbara Maciel, que há dois anos alugou uma “casinha” para abrigar sua B. Bouclé. Projetada internamente pelo arquiteto Marcos Nobre, a decoração em clima retrô, com móveis antigos, porcelanas, paredes originais, encanta os compradores. Tudo foi pensado para que se sintam bem, contribuindo positivamente para o momento sempre tenso das compras. “Eles se sentem confortáveis, acolhidos, abraçados, se assentam à mesa onde podem saborear um pão de queijo, bolos, um chá de rosas”, explica a estilista. Para ela, “estar no Prado é estar dentro de um circuito que funciona e facilita a vida de todo mundo: clientes, fabricantes, consultores”.

Antes conhecidos como corretores de moda, atividade iniciada nos anos 1980, quando Belo Horizonte se tornou destino fashion e os lojistas tinham dificuldade em localizar as empresas e produtos adequados às suas necessidades, agora nominados consultores em negócios de moda, é impossível falar do Prado sem citar esses profissionais, que se tornaram fundamentais na interlocução e logística entre as duas pontas do mercado: compradores e fabricantes. Organizados em duas associações - a ACNM e a Coopermoda - são eles que movimentam os negócios da região e se tornaram imprescindíveis para o sucesso comercial das fábricas.

Célia e Izabela Bicalho, as irmãs que comandam a UH Premium

p re co n ce i to Se ainda existe preconceito com as marcas locais – alguns afirmam que isto persiste –, ele tem se esvaído diante da boa performance das mesmas. Boa parte delas consegue aliar a pronta-entrega ao sistema de pedidos, participando de feiras importantes, o que permite manter as fábricas azeitadas o ano inteiro. A última temporada de lançamentos para o verão 2016 provou que essas empresas têm poder de fogo, confirmando que há, sim, um coração fashion pulsando no bairro. E que, apesar da crise e da clien-


Foto Gustavo Amorim


comércio

Rosângela Aguiar e a blogueira Anna Fasano no showroom da Romaria

tela mais arredia, há também muito dinheiro rolando no Prado. E nem vale falar aqui da contratação de blogueiras famosas e caras, porque o fato já se tornou corriqueiro entre essa turma. Várias atrizes globais de primeiro time, com cachês bem polpudos, aterrissaram em Belo Horizonte para participar da apresentação das coleções. Entre os exemplos, a Fleche D’or investiu em novo showroom e convidou Sophie Charlotte, ainda em cartaz na novela Babilônia, para comemorar com os convidados. A Jes, do mesmo grupo, também reformou seu espaço e teve como representante do seu estilo, o plus size, nada menos do que a comediante Fabiana Karla. Mariana Rios, cantora e atriz, também esteve na cidade para apresentar a coleção cápsula que criou para a Frutacor, marca de moda festa. A Cajo, por sua vez, investiu em desfile com presença de Marina Ruy Barbosa.

A Romaria, de Rosângela Aguiar, veterana no mercado, levou uma equipe mineira – o fotógrafo Márcio Rodrigues, a designer Luciana Nacif e a stylist Aline Meni, entre outros – para fotografar o catálogo na francesa Saint Tropez, estrelado pela modelo norueguesa Thollefsen, sinalizando um novo status e patamar de mercado. Dois motivos a levaram a bancar o investimento: a comemoração dos 30 anos da Romaria e o fato de não acreditar em crise. “É nesses momentos que a gente tem que aproveitar para crescer”, ressalta. A transferência para o Prado, há três anos, significou também uma mudança no estilo das coleções. “A roupa está mais limpa, mais casual e elegante. Achei que aqui poderia alcançar os clientes que desejo e estou muito satisfeita com os resultados”, afirma. Verdade seja dita: quem tem agitado o mercado de moda de Belo Horizonte, desafiando as dificuldades do país, é mesmo a turma do Prado.

Márcio Rodrigues

Saint-Tropez foi o local escolhido para o catálogo de Verão da Romaria

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ellizabeth marques show room belo horizonte 31 2535 3448 minastrend | mg ellizabethmarques.com.br ellizabeth_marques


Por Raquel Ayres foto Fábio Cançado

entrevista

Desb ravadores de mercado

Em atividade desde 1993, a Associação dos Consultores em Negócios de Moda (ACNModa) reúne cerca de 107 consultores associados e tem à frente, como presidente, Paulo da Silva Lopes, um de seus fundadores. A princípio com atividades restritas à chamada corretagem de moda feita de forma freelancer, a Associação ampliou atuação ao longo de 23 anos de existência. Ao serviço de transporte de lojistas do Brasil inteiro que aportam em Minas Gerais, com destaque para Belo Horizonte, aos showsrooms de nossas confecções sejam de pronto-entrega ou pedido, a ACNModa agregou, para os lojistas traslados para hotéis e aeroporto, convênios com hotéis e restaurantes e até mesmo, o envio de mercadorias para as cidades de todo país. Tudo sem custo para o lojista. Tal evolução só foi possível graças ao que Paulo da Silva Lopes chama de desbravamento da área. “Queríamos oferecer serviços diferenciados. Fomos desbravadores, procurávamos detectar o que o cliente precisava e o que poderíamos oferecer, informando às confecções o que o cliente estava buscando. Não nos acomodamos em somente levar o lojista aos showrooms, criamos uma nova forma. Fomos nos capacitando, buscando conhecimento dentro do que a moda mineira desenvolve, que é um produto semi-artesanal. Para nos capacitar, viajávamos em grupo e visitávamos feiras como Fenit, Couromoda”, frisou Lopes, relembrando os primeiros grandes eventos de moda do país e que tinham por objetivo promover a indústria têxtil. “Víamos as tendências de moda, mostrávamos para os consultores daqui o que seria lançado para as pronto-entregas. Hoje, confecções lançam seus catálogos e enviam para a sede da ACNModa. E o nosso cliente, por sua vez, gosta de ver o tecido, ver o produto pronto, a pintura feita à mão”, destaca Lopes, que concedeu entrevista na qual avalia o cenário atual do segmento e fala sobre a moda como negócio para além de tendências. “Somos um espelho organizacional”, frisa ele.

Como a Associação de Consultores em Negócios de Moda analisa o cenário atual da economia brasileira para os negócios que envolvem a moda? Como este segmento está sendo diretamente afetado pela crise que, inclusive, já coloca o Brasil como país em estado de recessão técnica? Já passamos por outras crises. Mas como a concorrência era menor, sofríamos menos que hoje. Não sei a dimensão real do que nos atinge atualmente. Contudo, a grande virtude está em enfrentar a crise, criar novas opções. Está difícil, ninguém nega, mas não quer dizer que não vá melhorar. Sempre vai haver alguém comprando o que alguém está vendendo. Temos que superar e pedir a nossos políticos para serem mais coerentes.

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entrevista

“Já passamos por outras crises. Mas sempre vai haver alguém comprando o que alguém está vendendo.”

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Como o consultor deve atuar para ajudar o lojista e o atacadista a atravessarem o momento econômico? O que esta consultoria deve apontar ao seu cliente?

entrevista

A Associação busca parceria com entidades afins, convênio com hotel, transportadora, operadoras de traslado. Tudo para gerar comodidade para o lojista que vem de todas as partes do Brasil buscar o diferencial da moda mineira. Procuramos mecanismos para oferecer preço diferenciado na hospedagem de hotéis e de todo tipo de serviço que o cliente precisa aqui. Nosso consultor estende isto ao cliente. Temos o que mais se precisa no segmento moda: o produto que encanta o consumidor final. Ele não tem despesa alguma com nosso trabalho. Possibilitamos ao lojista acesso a eventos e contatos que geram parcerias sem nenhum custo. Como o lojista pode maximizar seu custo/benefício ao vir fazer compras em Belo Horizonte? Há os itens chamados compras certas? A compra certa é aquela que corresponde ao produto que o lojista precisa. Não existe item barato ou caro. Existe o que atende ao público deste lojista ou não. O que vende não é caro. Em compensação, uma mercadoria que custou R$ 1,00 que seja, mas não tem comprador, é cara. O que vai trazer de volta ao Polo Mineiro de Moda aquele lojista que está vindo aqui pela primeira vez, por exemplo? Nosso mix de produtos. Todo lojista gostaria de encontrar tudo em local único. E Belo Horizonte e Minas Gerais oferecem isto; aqui há uma vitrine que reúne moda festa, casual, casual chique, moda jovem e acessórios. Apenas quando falamos em calçados, o enfoque é outro. Mas estamos aumentando nichos de produtos e encontra-se aqui produtos diversificados. O que distingue nosso polo de moda de outros como o Bom Retiro, em SP, por exemplo? Minas faz produto diferenciado, não trabalha como indústria com volume de peças iguais e em série. Temos várias confecções de porte médio, trabalhamos por coleção em que se vai introduzindo a cada semana novos modelos. O que precisamos é que a economia volte a crescer para que o consumidor final volte a consumir. De acordo com o que o senhor apontou acima, planejamento de compra passa a ser ainda mais importante. Como o consultor pode atuar nisto? Como este planejamento deve ser feito?

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O consultor em negócios de moda pode ajudar o lojista no planejamento de compra na medida em que somos detentores de conhecimento do cenário e produto local. O lojista chega aqui desprovido de conhecimento. Mas nosso associado já visitou previamente as confecções, já detectou o perfil de loja do cliente. Temos cerca de 400 confecções conveniadas. Este planejamento vem com atendimento personalizado, qualificado sobre o que o lojista vai adquirir. Depois vem a etapa da reposição de produto. Temos convênio com transportadoras, pois se cada confecção for mandar sua encomenda, o lojista que compra em cinco, seis pontos diferentes teria que pagar taxas altíssimas. Nós intermediamos este processo com todas as notas fiscais. Somos agentes facilitadores, fazemos acompanhamento, na reposição, colocamos gerentes de venda em contato e coletamos os produtos nas confecções. Existe um processo de revitalização do mercado. O que o lojista espera ao contactar um consultor de moda quando vem a Belo Horizonte fazer compras? Credibilidade. Porque o consultor está focado naquilo que o cliente mais precisa. Ele sabe onde está este produto com agilidade, segurança, profissionalismo e custo zero. O consultor oferece apoio e ferramentas para disponibilizar ao cliente ganho de tempo ao direcioná-lo, com a vantagem de mostrar ao cliente também coisas novas, opções que ajudem a melhorar e expandir sua cartela de produtos. A ACNModa existe desde 1993. São 22 anos de atuação. Ao longo deste tempo, como a atividade de consultoria em negócios de moda foi se transformando até chegar ao estágio atual? E para que lado ou caminhos aponta? Temos que ser dinâmicos, acompanhar o mundo para falar de tudo. Nossas parcerias precisam agregar valor e possibilitar a vinda deste cliente de Divinópolis, por exemplo, até aqui. Estamos atentos, certos, convictos de que ninguém produz resultados sozinho. O consultor em negócios de moda está “antenado” também com as tendências da moda? Atualmente os blogues e suas blogueiras ganharam destaque. A ACNModa percebe esta influência? A informação está muito rápida e dinâmica. As blogueiras participam dos mesmos lançamentos que nós e fazem parte das estratégias de marketing das marcas. Mas os convite das fábricas, o business do negócio fica, mesmo, por nossa conta. Nós é que trazemos o fundamental e captamos para os clientes.


www.patoge.com.br

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Por Sabrina Dutra

Onde a moda acontece

minas trend

O Minas Trend chega à 17ª edição, reunindo grandes nomes do universo fashion, de 6 a 9 de outubro, no Expominas. “A Força de Quem Faz” é o tema da temporada de outono/inverno 2016 da Semana de Moda Mineira, que também é uma das principais plataformas de negócios do setor no país.

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Belo Horizonte se transforma na capital da moda brasileira, entre os dias 6 a 9 de outubro, quando a Fiemg — Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, promove o 17º Minas Trend, único evento do segmento no país que reúne, no mesmo espaço, expositores de vestuário, calçados, bolsas, joias e bijuterias. No Expominas, profissionais do mercado de moda do Brasil e do exterior vão conferir, em primeira mão, as coleções de outono/inverno 2016. Inspirado pelo tema “A Força de Quem Faz”, o Minas Trend destaca o poder da criatividade, da inovação, do empreendedorismo e da força de trabalho dentro do processo produtivo. Marcando toda a ambientação dos pavilhões do centro de convenções e servindo como fio condutor das atividades paralelas ao salão de negócios (exposições, oficinas e instalações), a temática vem reafirmar o trabalho artesanal como principal atrativo da moda mineira, prestando homenagem ao ofício criativo, que envolve desde os profissionais de corte, modelagem e costura até os responsáveis por novas tecnologias, que contribuem para uma indústria mais moderna e competitiva. “O potencial humano é um dos principais pilares que mantém a nossa indústria de moda. Temos que valorizar e estimular cada

vez mais a qualificação e participação desses profissionais no dia a dia das empresas”, ressalta o presidente da Fiemg, Olavo Machado Junior. Mais do que um evento que antecipa tendências, o Minas Trend é um salão de negócios que promove o encontro de toda a cadeia dessa indústria, propiciando a troca de conhecimento e a integração entre profissionais para colocar em destaque a criatividade e o talento de seus protagonistas. Mais uma vez, a concepção e cenografia do evento ficam a cargo do arquiteto Pedro Lázaro. O tradicional desfile de abertura, que faz um mix das coleções de outono/ inverno 2016 de várias grifes, tem styling de Paulo Martinez e Mariana Sucupira. Ricardo dos Anjos assina a beleza e Roberta Marzola comanda a direção de todos os desfiles, que acontecem na sala especial do Expominas, somente para convidados das marcas.

p a rce r i a estra té g i ca O Minas Trend conta com a parceria do Sindicato das Indústrias de Calçados, Bolsas e Cintos (Sindicalçados-MG e Sindibolsas -MG), Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras


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11H

Vivaz

17 H

Lucas Magalhães

Lino Villaventura

Faven

Plural Llas

19H

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Fabiana Milazzo Anne Est Folle

Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias (Sindijoias Gemas-MG) e Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindivest-MG), que fazem o elo com lojistas e expositores, dando ainda mais representatividade ao evento. O presidente do Sindivest-MG, Michel Aburachid, lembra que hoje o Minas Trend é uma feira de excelência não só no Brasil, mas no mundo, muito elogiada pela imprensa especializada: “A organização é perfeita, bem como o cadastro de compradores. E os expositores são os melhores, pois passam por uma curadoria. Essa engrenagem foi criada pelo nosso sindicato. Assim, alavancamos a indústria de confecções. Outro ponto importante foi alinharmos o comportamento da feira e dos consultores de moda, criando um novo tipo de relacionamento. Afinal, temos o mesmo objetivo”. Desde 2013, o Sindivest-MG promove o Ready to Go, projeto realizado pelo TS Studio, destinado à identificação, capacitação e divulgação de novos talentos da moda mineira, em âmbito regional e nacional. Estilistas e proprietários de pequenas empresas com potencial criativo para crescimento encontram respaldo nas ações do programa, no estande coletivo do Sindivest-MG no Minas Trend. Além do espaço para expor, as marcas participantes contam

Mabel Magalhães

com a consultoria do TS Studio nas áreas de produto, tendência e gestão, preparando-as para o lançamento de sua coleção na feira. A curadora Tereza Santos, diretora de criação do TS Studio, seleciona 12 marcas, avaliando-as pelos critérios de inovação, empreendedorismo e criatividade. “Damos assistência a essas marcas como a uma criança: você ajuda nos primeiros passos até ela aprender a caminhar sozinha” compara Aburachid. “É uma espécie de incubadora para as empresas, mas não as que produzem vestuário e sim moda. Temos o maior carinho pelo Ready to Go e orgulho em ver como hoje estão se destacando nomes que passaram pelo programa, como Jardin e Lucas Magalhães. Não queremos que elas tenham um crescimento vegetativo, mas de qualidade e beleza”. Nesta edição do Minas Trend, o Sindivest-MG lança um novo projeto: a Loja Conceito, que visa fomentar e promover negócios para pequenos e médios proprietários de multimarcas de moda. Desenvolvido pela Allure Consult, de Marta Meireles, o espaço foi pensado para expor ao varejista a dinâmica de uma “loja perfeita”, apresentando as facilidades e tecnologias de grandes fornecedores da cadeia de varejo. Em cada canto, ideias para

minas trend

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otimizar os serviços, melhorar a capacitação e oferecer soluções inteligentes e viáveis para o ponto de venda. A Loja Conceito também pretende aproximar outros elos do mercado da moda, por meio de parcerias com os principais sindicatos que englobam o setor. O ambiente integra serviços e produtos, como programas de software, mobiliário, manequins, cabides, vitrines, papelaria e uniformes. Além do espaço físico, o projeto conta com a “Revista Virtual Loja Conceito”, que oferece conteúdo de tendências, gerado a partir do Minas Trend.

“Queremos o lojista cada

minas trend

vez mais qualificado. Afinal, a sobrevivência da indústria da moda depende dele” Michel Aburachid, Presidente do Sindivest.

O sindicato também apoia o Workshop MIT — Moda, Informação e Transformação, uma plataforma estratégica de conteúdo multimeios que aborda temas do mercado, com foco na geração de negócios. “Convidamos quem têm interesse em multiplicar essas informações, como proprietários de confecções, diretores comerciais de empresas de moda e estilistas”, explica Aburachid. A última edição foi no dia 23 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), e teve como palestrantes Traudi Guida (SouQ Store), Cláudia Narciso (Arezzo & Co.), Marco Aurélio Lobo (Istituto Europeo di Design), Paulo Conegero (Farfetch) e Gustavo Greco (New Greco). Junto, foi apresentada também a exposição “TOKYOTOSAKA”, um mergulho no cotidiano do Japão pelo fotógrafo Weber Pádua.

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Look da estilista Ana Barros, revelação do concurso Ready to Go

Natalia Menezes é o novo talento da moda mineira


rogeriocosta.com.br domani


Por Anna Carolina Ludendorff

E sperando voc ê passar

especial gestão de lojas

Cores da estação, tecidos chamativos e produções que prometem parar qualquer pessoa que estiver do lado de fora. As vitrines são mais poderosas do que se imagina!

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Quem nunca se pegou parado no meio da rua ou do shopping completamente seduzido por uma peça que está exposta em uma vitrine? Essa reação comum causada por ela comprova a sua importância para as marcas, pois são o primeiro contato do público com as peças da coleção e, consequentemente, com o conceito que cada loja deseja transmitir. Por isso, profissionais do segmento fashion vêm investindo em produções cada vez mais elaboradas e criativas para continuarem atraindo um número maior de curiosos. Atualmente, com o grande fluxo de informações em nível mundial, despertar o tal sentimento de desejo nas pessoas virou uma tarefa difícil. Elas não consomem mais o produto como um simples objeto de valor utilitário, mas sim o que ele representa dentro de determinado contexto. Deste modo, as lojas precisam associar sua imagem com um estilo de vida no qual os clientes se imaginem fazendo parte, e as vitrines devem acompanhar esse modelo. De acordo com a consultora em Desenvolvimento de Produtos da Moda e Gestão, Heloísa Santos, a vitrine é a melhor propaganda de marketing que a empresa disponibiliza para interagir com o mercado, tanto para o espaço físico quanto e-commerce. “É o momento em que a loja mostra toda a sua criatividade e irreverência na colocação dos produtos para os clientes e potenciais compradores”, revela. Para os lojistas que desejam investir em suas entradas, a especialista acredita que o primeiro passo é conhecer sobre os conceitos do vitrinismo. “É necessário um curso básico para compreender um pouco do mercado de merchandising visual. Isso é importante para os empresários conhecerem as técnicas e métodos mais utilizados e saberem quais ideias serão interessantes para seu negócio”, diz. Segundo ela, é também indicado contratar uma empresa especializada em montagem e organização de vitrines que possa fazer um estudo do perfil do cliente e do público-alvo, antes de iniciar o trabalho. Para se ter uma vitrine harmoniosa, outras etapas também são essenciais. Saber fazer uma boa composição, distribuindo bem as formas, cores, texturas e escolher a iluminação adequada para compor o ambiente contam pontos. Uma boa vitrine não deve estar carregada de manequins e tampouco


de produtos, mas trazer elementos distribuídos de maneira uniforme, que proporcionem um visual agradável e equilibrem o ambiente. Bons exemplos disso são encontrados ao redor do mundo. A enorme Harrods, de Londres, considerada uma das mais exclusivas e luxuosas lojas de departamentos do mundo, sempre traz vitrines que surpreendem o público com temas inusitados e cheios de criatividade. Ainda em território britânico, a Selfridges também se torna marcante, não só por suas marcas, mas pela capacidade de transformar sua fachada. “No Brasil, posso citar nomes excelentes, como BoBô, Patrícia Nascimento, Schutz, Siberian e as filiais da Zara espalhadas por todo o país”, conta a especialista.

e s p e c i av li tgr ienset sã o d e l o j a s

Na Schutz, a vitrine se mistura com a arquitetura de interiores da loja

d etalhes que fazem a di fe re n ça Uma boa vitrine é sinônimo de bom gosto e criatividade, mas também requer boas doses de organização. Levar em conta a questão do preço e as tendências do momento é importante, pois na maioria das lojas os produtos estão distribuídos por setores. O Primeiro Setor (Zona Platina) é onde se localizam as promoções e a fachada, tendo a função de atrair o cliente de imediato. O Segundo setor é chamado de Zona Ouro, onde ficam os lançamentos e produtos de compra por impulso. É nele que o cliente é levado para o interior da butique. Este é um espaço nobre, tem que ser trabalhado e convidativo ao cliente, fazendo-o circular por todo o ambiente. O Terceiro Setor, Zona Prata, é onde fica o mostruário de destino e conteúdo da loja. Tem o objetivo de fazer com que as pessoas permaneçam no local. Já o Quarto Setor, Zona Bronze, é onde estão as mercadorias de maior valor, como caixa e provadores. Por meio dele é possível agregar valor e concluir a compra de forma estratégica. A profissional ainda lembra que o indicado é que o mostruário seja trocado de 15 em 15 dias. “É um local que deve sempre contemplar novidades em produtos, pois isso será o diferencial da loja e pode aumentar significativamente as vendas”, conclui.

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especial gestão de lojas

A Louis Vuitton sempre surpreende em suas vitrines

tipos de vi t r i n e Para se conseguir a vitrine ideal, é preciso levar em consideração alguns fatores particulares, que variam de loja para loja. Por isso, existem diferentes estilos com conceitos específicos já estabelecidos e que podem ajudar na hora de montar a composição que mais combine com a fachada e a arquitetura do ambiente.

As Vitrines Fechadas possuem uma separação sólida em relação ao espaço e expõem os produtos apenas para o público que está do lado de fora. São geralmente utilizados para destacar as peças dentro de um plano de fundo. Nesse caso, os elementos não sofrem interferência do interior da loja. O acesso a esse tipo de vitrine geralmente é restrito a funcionários e se dá por uma porta específica. Para estar dentro desse conceito, não é preciso se preocupar tanto com as laterais, parte de cima ou parte de baixo do mostruário.

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Vitrines Abertas ao Fundo, ao contrário das anteriores, não possuem separação entre a vitrine e o interior do ponto de venda. Permitem, então, que o consumidor visualize os produtos expostos pelos dois lados, interno e externo. Esse modelo exige que o interior da butique esteja sempre atrativo para o cliente, não sendo recomendável a exposição de peças com preços elevados, para facilitar o contato das pessoas com as mercadorias. Exigem uma manutenção maior, devido contato e manuseio constante dos produtos.


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especial gestão de lojas

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A vitrine da loja de departamentos londrina Selfridges já virou ponto turístico

A Prada aposta em uma abordagem cênica em suas vitrines

O modelo denominado Vitrines de Quina ou Esquina pede um visual que direcione o consumidor para a entrada da loja e que permita a visualização da coleção por diferentes ângulos. As mercadorias devem estar dispostas em linha reta para facilitar que os clientes parem diante delas para observação. Não há necessidade de usar o logotipo ou a placa na parte lateral, pois corre o risco de se confundirem com a entrada do estabelecimento. A exposição de produtos nesse tipo vitrine deve ser centralizada na esquina ou colocada em grupos. Isso fará com que as pessoas que estiverem passando percorram toda sua extensão. Já as Vitrines Mostradores ou Shadow Boxes são mais altas que as demais, comumente utilizadas por lojas que comercializam peças menores, como joias, relógios e bijuterias. Normalmente o mostruário fica posicionado na altura dos olhos do público, por toda a parte frontal da loja, e servem para dar destaque as peças. As mercadorias devem estar tanto voltadas à rua quanto voltadas à porta.



Por Anna Carolina Ludendorff

O poder da ex periê ncia

especial gestão de lojas

Marcas como Lo ui s Vui t to n, Pra d a e a b ra s i lei ra Fa rm já investem em lo j as co m d es i g n arro j ad o e m ost ra m qu e, para conti nua r i m p res s i o nand o o p úb li co co m s ua s criações, precis am o us a r tam b ém em s eus es p aços

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Ao longo dos anos, o perfil do público consumidor mudou, encontrando-se mais exigente e seletivo na hora de comprar determinado produto. Diante deste cenário, muitos empresários, especialmente do segmento da moda, têm procurado inovar ao inaugurar lojas com arquitetura moderna, materiais extravagantes e fachadas surpreendentes para chamar atenção de seus clientes. Exemplos de espaços “que enchem os olhos” existem nas principais capitais internacionais, mas também já chegaram ao Brasil. Na Oscar Freire, localizada na região nobre de São Paulo, as Havaianas inauguraram uma megaloja de 300 m 2, nomeada de Espaço Havaianas — a única do mundo que reúne todos os 350 modelos da marca. O arquiteto responsável pelo projeto é Isay Weinfield, que optou pela ausência de fachada convencional, sem vitrine e porta de vidro. Desta maneira, segundo ele, um desavisado pode até não perceber que entrou no espaço. E as extravagâncias não param no tamanho e na fachada da loja. O teto é formado por um mosaico de claraboias, com aberturas laterais para que a água da chuva irrigue as palmeiras e pitangueiras que fazem parte da decoração. Os bancos espalhados pelo local são feitos de tronco de madeira pequiá e o piso de pedra goiás. Para representar a origem da marca, que tinha apenas modelos simples com duas cores, foi criada uma barraca de feira expondo essas sandálias como se fossem frutas da estação. O lado high-tech do ambiente traz um cubo formado por 51 telas de 42 polegadas cada, no qual são exibidos vídeos sobre os modelos de sandálias. Já o sistema de luz, vídeo e som conta com 70 caixas acústicas escondidas nas prateleiras e no jardim, sendo acionados por uma rede de sessenta computadores. Com investimento de R$10 milhões, o Espaço já chama a atenção de quem passa pelo local e tem atraído pessoas de todas as idades e gostos. Diante desse projeto ambicioso, o retorno acaba sendo nivelado por cima. A expectativa da marca é vender ali 6 mil pares de chinelos por mês, que custam entre R$7,90, modelo infantil da linha Top, e R$250, chinelos bordados com cristais Swarovski.


A loja conceito da Havaianas em São Paulo aposta no clima praiano

A Farm, inaugurada em 1999 no bairro de Copacabana, também é uma forte referência dentro desse novo conceito de vender mais do que peças de roupa e acessórios. E o grande responsável pelo forte posicionamento que a marca tem hoje é o gerente de Marketing, André Carvalhal. Para ele, que também é autor do livro “A Moda Imita a Vida”, o segredo está em pensar além do produto. É necessário oferecer ao público-alvo um estilo de vida no qual ele se imagine como fazendo parte. Hoje a empresa espalha seu jeito brasileiro, colorido, estampado, alegre e genuinamente carioca para as principais capitais brasileiras. Assim como suas estampas, a Farm conta com lojas totalmente conceituais, ousadas, sustentáveis e que fogem dos padrões previsíveis e monótonos. A concept store em Vila Madalena, São Paulo, foi nomeada de Farm Harmonia e tem o projeto arquitetônico desenvolvido pelo escritório da Triptyque. Ganhou, recentemente, 1º lugar da categoria Obras Concluídas, da 8ª Bienal Internacional de Arquitetura, além de já ter conquistado o prêmio da revista londrina Icon. O prédio possui sistema próprio de tratamento e reutilização da água, as madeiras utilizadas são reflorestadas e há plantas espalhadas por todo o local. A loja também serve como ponto para exposições, palestras e rodas de samba de raiz, onde são servidos cerveja, água de coco e os presentes podem se divertir com banhos de mangueira com a água captada pelos tubos da casa. Tudo isso faz parte do Marketing de Experiência defendido por Carvalhal: proporcionar uma experiência única ao consumidor e não tratá-lo apenas como um mero comprador.

especial gestão de lojas

l ifesty le ca r i o ca

Loja Prada, em Tóquio, no Japão

Farm aposta em uma arquitetura bem carioca

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especial gestão de lojas

Fundação Louis Vuitton, projeto de Frank Gehry próximo a Paris

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a s gr i fes pe l o mun d o No cenário internacional, as principais marcas já vêm surpreendendo o mundo fashion com butiques que trazem um mix de arquiteturas moderna e contemporânea, bem diferentes daquelas de antigamente. A francesa Louis Vuitton inaugurou, em outubro do ano passado, um projeto que passou a ser a menina dos olhos do empresário Bernard Arnault: a Fundação pertencente à maison em Paris. Diferente da Gucci e Salvatore Ferragamo, que possuem museus com sua história, o local vai além e apresenta uma vasta coleção de arte contemporânea. A arquitetura da Fundação é assinada pelo canadense naturalizado americano, Frank Gehry, e está instalada no Jardin d’Acclimatation, parque que fica nos arredores do Bois de Boulogne. O edifício demorou 12 anos para ficar pronto e custou a Arnauld cerca de U$135 milhões. Tanto investimento acabou também sendo alvo de polêmicas, pois muitos parisienses acharam o projeto moderno demais. No quesito inovação, os orientais dão um show. Em Tóquio, capital do Japão, as construções são minimalistas e compostas, principalmente, de torres com estruturas prensadas para suportar os efeitos dos frequentes sismos que ocorrem por lá. São muitas as lojas de grife assinadas por grandes arquitetos, boa parte na região de Omotesando e no bairro vizinho Aoyama. Nesse contexto, a Prada Omotesando antecipa o futuro. Desenvolvida pelos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, o espaço é um conglomerado que comporta 100 lojas e tem a fachada amarrada com cordas de aço, que formam uma trama quadrangular de vidros planos, côncavos e convexos, em que nenhuma face possui o mesmo tamanho. Com a fronteira entre o estabelecimento comercial, arte e arquitetura mais difusa, empresário e arquiteto passam, então, a desenvolver juntos as estratégias de criação, que refletirão posteriormente nas vendas. Isso porque o design da loja se torna uma extensão do conceito que a marca deseja ocupar para seu público.


especial gestão de lojas

Prédio da Hermes no bairro de Ginza, em Tóquio, tem arquitetura assinada por Renzo Piano

A arquitetura de interiores da Prada japonesa aposta no movimento para chamar atenção dos clientes A Chanel apostou em sua logo gigante em sua loja no bairro de Ginza, em Tóquio.

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u m girassol da cor d o s e u ca b e lo _

Fotos Gustavo Marx Styling Inês Yamaguchi

Maquiagem Renata Vilela Modelo Cibele Ramm (Ford Models) Produção Letícia Sanábio Assitente de moda Ana Gabriella Sarmento Assistentes de fotografia Gustavo Romanelli e Tarcísio Gonçalves Agradecimento ao restaurante Topo do Mundo

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Na página anterior Blusa usada como colete B.Bouclé, Blusa Artsy, Calça Lafê, Cinto de metal Anne Fernandes, Cinto com penas Divina Pele, Brincos Erika Barcelos, Pulseira Misfit, Sandália Luiza Barcelos Nesta página Vestido Patrícia Motta, Mix de colares Cali Store, Brincos Misfit Na página seguinte Vestido LN Deluxe, Colete Patogê, Brincos Misfit




Na página anterior Vestido Lavi, Blazer Anne Fernandes, Colar Mercado, Brincos Lázara Design, Anéis Mercado, Chapéu Hippus Nesta página Vestido Patrícia Motta, Mix de colares Cali Store, Brincos Misfit.



Na página anterior Kimono Cleo, Vestido Arte Sacra, Gargantilha Mercado, Colar de cima Mercado, Colar de baixo Cali Store Nesta página Blusa Maracujá, Colete Lu Henriques, Saia Laví, Brincos Misfit, Colar Lázara Design, Pulseiras Misfit



Na página anterior Vestido crochet B. Bouclé sobre vestido Faven, Faixa usada como encharpe Faven, Colar Lázara Design, Brincos Lu Gazire, Braço esquerdo: pulseiras Misfit, Braço direito: pulseiras de metal Lu Gazire, pulseira detalhe marfim Erika Barcelos, bracelete rígido Mercado Nesta página Vestido Coven, Cardigã Faven, Gargantilha Misfit, Colares Mercado, Anel mão direira Mercado, Anel mão esquerda Lu Gazire, Sandália Luiza Barcelos



Na página anterior Saia Patrícia Motta, Cropped Jana Lima, Brincos e anéis Lu Gazire , Cinto Mercado, Colar de cima Mercado, Colar de baixo Cali Store, Anéis Lu Gazire, Sandália Luiza Barcelos Nesta página Blusa Top TT Beachwear, Kimono Mercado, Saia Lu Henriques, Cinto Essenciale, Colar Lázara Design, Brincos Mercado, Pulseiras Lázara Design, Sandália Luiza Barcelos


Blazer e calรงa Alphorria, Colar Clรกudia Marisguia, Cinto Mercado, Sandรกlia Yellow Factory


preto no branco Fotos Weber Pádua Styling Inês Yamaguchi

Maquiagem Bruno Cândido / Modelo Sheila Klein (JOY Management) / Produção Letícia Sanábio / Assistente Ana Gabriella Sarmento


Blusa Artsy, Calรงa Maracujรก, Mochila Virginia Barros, Sandรกlia Yellow Factory Na pรกgina seguinte Body Cajo, Sandรกlia Yellow Factory

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Saia e blusa Arte Sacra, Sandรกlia Yellow Factory


Vestido UH Premium, Mochila Mercado Na pรกgina seguinte Vestido Kaster, Blazer DBZ




Blusa LN de Luxe, cal莽a Engenharia da Roupa e bolsa Ad么 Atelier


D i f r on t e m ’ er i S i c i li a , o n u v ol a d i rosa sorta d al m a r e ! Giovanni Pascoli, “Odi e Inni”- L’isola dei poeti, 1906

_ Fotos Márcio Rodrigues Styling Inês Yamaguchi

Maquiagem Bruno Cândido / Modelo Luana Cassola (JOY Management) / Produção Letícia Sanábio / Assistente Ana Gabriella Sarmento / Assistente de fotografia Rodrigo Bethonico


Blusa Lenelee , Saia Cajo, Colar Lรกzara Design, Brincos Lรกzara Design


Top Lu Pessanha, Saia Faven, Brincos Lรกzara Design, Pulseiras Lรกzara Design, Sandรกlia Luiza Barcelos


Top Faven, Bolero Elizabeth Marques, Pantalona Romaria, Sandรกlia Luiza Barcelos , Pulseiras Mary Design, Brincos Lรกzara Design


Vestido usado como blusa Tutta, saia Faven


Blusa LN Deluxe , Saia Cosh, Colar correntes Sorelle, Colar de medalhas Lรกzara Design , Brincos Lรกzara Design



Na pรกgina anterior Saia Claudia Rabelo, Brincos Lรกzara Design, Pulseiras Lรกzara Design Nesta pรกgina Blusa Dani Salomรฃo, Hot pants Cila, Colar correntes Sorelle, Brincos Lazara Design



Saia Infinita Couture, Blusa E.Store, Pulseiras Mary Design, Colar correntes Sorelle, Brincos Lรกzara Design


Por Izabela Ventura

Procuram- se tendê ncias

trendhunter

O que faz determinado shape, tecido ou cor ser o hit da estação? Consultamos especialistas e descobrimos que o comportamento é a alma do negócio.

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Saber identificar tendências de moda é uma missão desafiadora, mas especialistas revelam que não é preciso ser estilista para que seus produtos façam sucesso com o público. Basta identificar os perfis de clientes e usar uma dose de bom senso na compra do showroom. Nesta edição, a Circuito Moda BH preparou dicas de profissionais da área para selecionar o mix, destacando alguns dos principais nichos do mercado fashion: moda festa, casual e, claro, o jeans, queridinho dos brasileiros. Tendências em moda, segundo a diretora da divisão de consultoria da WGSN MINDSET Latam, empresa especializada em análises de previsão nesse mercado, Daniela Dantas, “são traduções de comportamento em roupas. As nossas vontades, estado de espírito, anseios e aspirações influenciam a maneira como nos expressamos e o que vestimos é uma forma muito importante de fazer isso”. Sendo assim, quando o empresário está alinhado com tendências, ele está em sintonia com o consumidor. Mas a especialista alerta que, mais importante do que identificar trends, é reconhecer a preferência certa do seu público. “Conheça-o bem, descubra quem o influencia e onde busca essas informações”, orienta. A grande questão é como saber a direção mais assertiva a seguir, coleção por coleção. Mas isso tem se tornado mais fácil nos últimos anos, com a popularização da internet e das redes sociais, de acordo com o estilista de moda masculina da Civil Jeans, Paulo Emílio Mouchrek. Se antigamente era preciso viajar e frequentar fashion weeks mundo afora para antecipar a moda por aqui, hoje basta fazer uma busca on-line nos canais certos para colher as informações necessárias. A “ronda” pode ser feita no Instagram das grandes marcas nacionais e internacionais, no Facebook, Pinterest, Snapchat e nas páginas das blogueiras mais influentes da região. “As tendências eram muito verticalizadas, ´ditadas´ pelos grandes polos; hoje estão pulverizadas, e quem tiver uma noção de moda interessante e um bom networking também pode virar um formador de opinião”, avalia Mouchrek.


d em o cra ci a Outra aliada dos gestores do ramo é a democratização da moda, que deixou de ser vista como algo fútil e passou a ser reconhecida como negócio, conforme observa a diretora criativa da Arte Sacra, loja voltada para a moda festa, Marcela Malloy. O segredo, afirmam Marcela e a também diretora da marca Carolina Malloy, é sempre observar o mercado e ficar atento ao comportamento de consumo para trilhar um caminho futuro. “Há vários perfis de lojistas e cada um deve saber o que seu cliente quer, o que pode ser feito com estudos de mercado. Mas, claro, existem os modelos atemporais, que voltam repaginados em outras coleções. Em casos assim, mudamos, por exemplo, as cores, seguindo as pesquisas de tendências atuais”, ensina Marcela.

[e acertar nas escolhas] As tendências de moda são muito importantes para direcionar o trabalho de criação de uma marca. Na Cleo, loja de moda casual, a partir dessas referências, que são coletadas em revistas especializadas do mundo todo, street style e passarelas, a equipe coordena a criação de peças que atendam à demanda, levando em conta a realidade do público. “Não adianta tentar trazer todas as tendências europeias para o Brasil, uma vez que o nosso clima é diferente. E a temperatura é apenas um dos diversos fatores que influenciam as decisões”, explica a proprietária e diretora criativa, Cleo Carvalho. Cleo indica o acompanhamento de veículos de comunicação e revistas de moda como a Vogue Itália e a Instyle, e de perfis em redes sociais de estilistas de renome alinhados com o estilo da empresa. Além, é claro, de seguir a própria intuição. “A mulher brasileira gosta de peças com alguma ousadia, então roupas muito fechadas ou em comprimentos intermediários costumam ser menos aceitas. Mas isso não quer dizer que não se deve ousar de vez em quando. Tendências menos populares também são importantes para quebrar paradigmas.” A diretora da divisão de consultoria da WGSN MINDSET Latam, Daniela Dantas, compartilha essa premissa e destaca: faça o seu próprio filtro ao invés de ficar absorvendo todas as tendências que o mercado impõe. Isso porque, as pessoas querem mais autenticidade e verdade nas relações, o que influência a cadeia de moda. “O ciclo de influências está muito menos óbvio. Buscar uma conexão de verdade com seu público faz com que ele se identifique e se aproxime da sua marca”, revela. Na Arte Sacra, as diretoras Carolina e Marcela, além de consumir veículos de comunicação especializados, “respiram” moda em todo o cotidiano. “Observamos uma ida a um museu, um restaurante, teatro... toda imersão de arte nos traz inspiração. A partir disso, direcionamos esses olhares para a marca, de modo que possamos aproveitar o que está dentro do nosso DNA”, diz Marcela.

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dicas práti cas pa ra identi fi ca r te n dê n c i a s

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a vez dos h o m e n s Para a moda masculina, o estilista de moda da Civil Jeans, Paulo Emílio Mouchrek, lembra que as tendências não mudam tão rápido quanto as de moda feminina. Por isso, é preciso ter cautela ao investir em um showroom muito diferente do habitual. “Apesar de estar mais antenado, o homem precisa ter algo mais ancorado e um tempo maior para maturar as ideias. Atualmente, os clientes desejam mais do que roupas, querem algo que reforce o estilo de vida deles”, salienta Mouchrek. Dessa forma, a dica do estilista para direcionar melhor as escolhas para esse público é ir além das pesquisas em sites de moda e acompanhar todo o estilo de vida contemporâneo. “Vale participar de eventos e até observar sites de cervejas e motocicletas”, ressalta.

te n dê n ci a s de m o d a

trendhunter

Para selecionar um showroom atraente e assertivo, é preciso entender bastante sobre os produtos oferecidos e estudar a fundo o perfil do cliente, bem como suas necessidades. A fim de ajudar na tarefa, especialistas selecionados pela Circuito Moda BH adiantam algumas tendências que devem pautar o mundo fashion nos próximos anos. Confira:

Moda casual Para os próximos dois anos, a feminilidade nas peças vai continuar em alta, com muitas rendas, bordados coloridos, babados, mangas amplas, estampas florais de todos os tamanhos, vestidos e batas. A tendência, em minha opinião, é que tudo fique muito elegante, confortável e romântico.

Cleo Carvalho, proprietária e diretora criativa da Cleo

jeans Na moda feminina, vemos hoje uma ‘onda’ folk americano, marcas com referência sweet people, boho chic, anos 70 e estampados étnicos com influência norte-americana. Na masculina, nosso conceito passa pelo life style. Estamos trabalhando o universo das motocicletas e do vintage, além da malharia lavada e do jeans ‘destruído’, e voltando forte com o xadrez e influência dos anos 60, 70 e 80.

Paulo Emílio Mouchrek, estilista da Civil Jeans

Moda festa A roupa de festa é mais atemporal. O que trazemos como tendência são cores, um shape diferente e referências para os bordados.

Carolina e Marcela Malloy, diretoras da Arte Sacra

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Por Izabela Ventura

especial gestão de lojas

Em busca de resultados

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Criatividade e organização. Saiba como usar estes fatores para gerir a sua loja e ter bons resultados nos negócios. Entusiasmo e criatividade são qualidades importantes para qualquer empreendedor, mas, para ter sucesso na atual conjuntura econômica, é preciso planejar e investir em capacitação específica. Especialistas do segmento de moda apontam que, para serem competitivos no mercado, profissionais da área devem se organizar, focar o consumidor e o treinamento das equipes. “Muitos empreendedores têm boas ideias, mas possuem dificuldade para aliar a criatividade com a parte operacional do negócio. Trata-se de adotar uma mentalidade diferente, que passe do pensamento mais abstrato ao raciocínio lógico. A boa notícia é que é possível desenvolver as habilidades necessárias buscando formação em gestão”, ressalta a orientadora do curso Técnico em Moda do Núcleo de Criação e Design do Senac, Julia Bello. Entre os conhecimentos a que se deve dar ênfase, está a gestão do relacionamento com o cliente, um dos principais aspectos que vão definir se o estabelecimento será bem sucedido ou não. Segundo a proprietária da 221 Consultoria e Projetos, Tereza Cristina Horn, a economia tem deixado os consumidores mais cautelosos e seletivos para comprar. Por isso, o bom treinamento das equipes de atendimento para recebê-los é imprescindível. “Esse relacionamento é um elemento estratégico da gestão e todos devem estar cientes de sua importância. Com essa consciência, o atendimento fica mais efetivo e constante, menos sujeito a picos de venda e sazonalidades. Com essa premissa no plano de ações, a empresa tem um melhor desempenho, ampliação de atuação e elevação do tíquete médio”, explica a consultora. Para despertar esse zelo na equipe, Tereza aconselha a capacitação aos funcionários com cursos, observando a ação como um investimento, e não um custo. “As pessoas precisam entender bem sobre os produtos oferecidos e as demandas dos clientes, gerando um retorno de forma mais qualificada. O profissional de vendas não pode mais basear seu trabalho em uma conversa simpática, mas deve se portar como um gestor de relacionamento”, alerta.


foco no cl i e nte

seg mento exige prof ission a l multitarefa

Gerir um estabelecimento de moda não é tarefa fácil. Além do conhecimento específico desse mercado e de atualização de tendências, é preciso ser um profissional “multitarefa”: administrar o negócio, cuidar das contas, dos impostos, do estoque, do treinamento das equipes, da criação e montagem das vitrines, entre vários outros pontos. Para não comprometer a eficiência dos processos e a manutenção da empresa no mercado, é preciso se organizar e adotar mecanismos que facilitem o dia a dia. O consultor de moda do Instituto byBrasil, Rodrigo Cezário, adverte que é primordial, especialmente aos donos de micro e pequenos negócios, montar uma equipe dinâmica, para quem se delegar tarefas cotidianas como pagamentos e atendimento. Para o empresário que não puder se comprometer em aumentar o quadro de funcionários, a dica é a terceirização, de acordo com Julia Bello, que ministra as disciplinas Marketing em Moda e Empreendedorismo e Negócios em Moda, no Senac. “Os gestores devem entender todos os processos, mas às vezes não têm habilidade ou tempo para tarefas específicas. Por isso, contratar fornecedores que façam, por exemplo, a identidade visual da empresa, a modelagem e costura das roupas (no caso dos ateliês), a contabilidade e o controle dos impostos são uma ótima opção. Acredito na parceria de empreendedores que se juntam para trabalhar dessa forma.” Outro ponto importante da gestão, que acaba sendo negligenciado por causa de demandas mais urgentes, é o controle de estoque. O registro das mercadorias que entram e saem parece simples, mas acompanhar esse quesito de perto

especial gestão de lojas

O investimento em profissionalização e treinamento da equipe de atendimento, priorizando as necessidades do consumidor, tem sido responsável pelo sucesso e expansão da Tetê Rezende, loja com 35 anos de atuação no ramo de vestidos de noiva, em Belo Horizonte. Em setembro deste ano, uma grande mobilização em prol do aperfeiçoamento do relacionamento com os clientes foi um dos fatores que permitiu a inauguração da Tetê Rezende Unique, concept store que comercializa roupas multimarcas para festas, incluindo o público masculino, e vestidos assinados por uma das sócias da empresa, a estilista Patrícia Rezende. Ela conta que as mineiras são bastante exigentes em relação ao atendimento e à qualificação dos funcionários. Por isso, contratou a consultoria da 221 para auxiliar a gestão de relacionamento com os clientes. “Mostramos que cada um dos 32 colaboradores deve fazer sua parte para que as pessoas passem um período prazeroso dentro da loja, desde o momento em que estaciona o carro, até o recebimento do produto final”. Patrícia lembra que as provas dos vestidos de noiva são muito especiais, e todos devem considerar que estão fazendo parte dos sonhos das consumidoras. Outro investimento importante da empresária é em cursos de marketing pessoal e de moda para os colaboradores, ensinando, por exemplo, como acompanhar as tendências do mundo fashion e identificar as roupas que combinam com cada tipo físico.

Rodrigo Cezário, consultor de moda

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é estratégico. “Analisando seu ranking de vendas, você terá importantes informações que podem ser cruzadas com as necessidades que surgiram na última coleção, como algum produto que faltou ou sobrou”, destaca Rodrigo Cezário. Um desafio em relação ao mix de produtos é a seleção dos itens. Com os consumidores mais comedidos para ir às compras, é preciso ser assertivo e oferecer um bom custo-benefício aos clientes. “O desafio é adquirir produtos criativos e gastar pouco para isso, tendo um preço final competitivo”, aconselha Júlia.

especial gestão de lojas

o rga n i zaçã o e m p r i m e i ro lu g a r Patrícia Rezende, sócia da Tetê Rezende e Tetê Rezende Unique, é empresária, estilista, administradora, treinadora de equipes e assume quaisquer outras funções que um estabelecimento de moda exige. Para se organizar com tantas demandas no negócio, que é familiar, ela conta com o comprometimento dos colaboradores e, aos empresários do ramo, dá a dica: é preciso gostar do que faz. “A empresa é minha vida. Tenho um time integrado ao meu lado, consciente do nosso papel na vida das pessoas”, afirma.

gestão e p ra ti c i d a d e Utilize planilhas e programas de computador que ajudem nas tarefas relativas ao controle de estoque, pagamentos e outros processos financeiros. Muitas ferramentas são gratuitas e fáceis de usar.

Boa opção de capacitação é a educação à distância, como a do Sebrae-EAD, que oferece cursos de gestão.

Acompanhe as principais blogueiras de moda com influência na sua região e sites e aplicativos com conteúdos de tendências e produtos de moda, como o Instagram.

Invista em serviços personalizados.

Use recursos criativos de Visual Merchandising, estratégia de varejo que trabalha o ambiente do ponto de venda, criando identidade e personalidade por meio do design e da disposição dos produtos. Tenha a vitrine mais atrativa da sua rua.

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Por Izabela Ventura

Foco no digital

online

Ferramenta indispensável para os empresários, a internet mostra as suas forças quando o assunto são negócios de moda

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Grande aliada dos consumidores na hora de pesquisar produtos, comparar preços e efetivar compras, a internet também tem se mostrado uma importante ferramenta para destacar empresas no mercado, especialmente no segmento de moda. Segundo pesquisas, empresários e especialistas da área, a rede mundial de computadores é fundamental para impulsionar o movimento nas lojas físicas e vice-versa. Investindo em inovação e com um planejamento efetivo de gestão, é possível ingressar no mundo on-line com segurança e sucesso. Em Belo Horizonte, mais da metade dos empresários e consumidores considera seguro vender e comprar pela internet. É o que aponta a Pesquisa de Opinião sobre o Comércio Eletrônico, realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, mostrando que 24,1% dos estabelecimentos da capital mineira trabalham com vendas pela internet e 57% dos empresários afirmam ter “alta segurança” nas vendas. A maioria comercializa roupas (28,5%), sapatos (10,2%) e itens de cosméticos e perfumaria (9,4%). Dos estabelecimentos consultados, 72,5% são microempresas, evidenciando que, mesmo com faturamento e rentabilidade menor que das empresas de maior porte, esses empresários estão atentos às novidades do mercado. Segundo Luana Oliveira, supervisora de Estudos Econômicos da Federação, o empresário não precisa necessariamente vender pela rede, mas deve garantir presença on-line por meio de um bom site e ampla atuação nas redes sociais. Ela salienta que, no segmento da moda, é possível aliar as vantagens das lojas físicas com as compras on-line. “Muitos consumidores vão à loja experimentar a roupa e efetivam a transação pela internet. Nos sites, os empresários podem aproveitar para vender produtos diferenciados e exclusivos como forma de atrair e fidelizar os clientes virtuais”, orienta. Seguir lições como essas têm garantido o sucesso da La Vetrina, loja mineira de moda feminina que vem conquistando clientes Brasil afora. Criada em 2011 pela administradora de empresas Larissa Horsts, o estabelecimento “nasceu” on-line, mas seis meses depois, a loja física foi inaugurada devido à demanda dos clientes de BH por experimentar as roupas. “A loja virtual é uma maneira de divulgar ainda mais a física, tornando-a mais consolidada no mer-


Foto divulgação

“Como nosso público é jovem e consome produtos da internet, as vendas no e-commerce crescem a cada dia”.

cado. A física traz segurança para o cliente que ainda não é tão adepto às compras on-line e permite que o interessado monte seus looks”, afirma Larissa. O e-commerce também é a grande aposta da diretora criativa da grife mineira Cajo Fashion, Carol Caetano. Lançada em 2013, a Cajo tem como foco o atacado e conta com um showroom no Prado, exclusivo para lojistas. Já a Cajo Store, inaugurada em dezembro de 2014, funciona como um outlet e comercializa coleções passadas para os consumidores finais. “Como nosso público é jovem e consome produtos da internet, as vendas no e-commerce crescem a cada dia”, ressalta a diretora da loja, que está presente em todas as regiões do Brasil em mais de cem pontos de venda, além do mercado norte-americano.

mitos e verdades sobre o mercado online

online

Carol Caetano, diretora criativa da Cajo Fashion

O estudo “O impacto digital nas compras em lojas”, elaborado pela Google, prova que a web é fundamental para os varejistas aumentarem a presença dos consumidores nas lojas físicas. A pesquisa desmitifica três aspectos que norteiam o mercado on-line, evidenciando: que resultados de pesquisa na rede são uma forma poderosa de levar os consumidores às lojas físicas; que os empresários podem segurar a atenção dos clientes por meio desses buscadores, sites ou aplicativos; e que os consumidores visitam lojas por motivos além da compra em si, buscando uma experiência informativa e customizada. Portanto, dispositivos móveis como tablets e smartphones podem ser um incentivador das compras físicas. Antenada a essa tendência, Carol Caetano, da Cajo Fashion, investiu em uma plataforma mobile, processo que também está em desenvolvimento na La Vetrina. “Acredito que esse seja um incentivador das compras on-line por facilitar o acesso à marca”, defende Carol.

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reflexão

Qual é sua aposta para 2 01 6?

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Ninguém se arrisca a dizer que as previsões sombrias para o ano de 2015 não se confirmaram. Para desespero de muitas empresas que não se prepararam para os tempos difíceis, a combinação de juros altos, inflação, ajuste fiscal, desemprego, corrupção e crise política, trouxe apreensão e resultados negativos em termos de vendas. Mas, diante desse cenário, ainda há esperança? Sim! Para quem pensa que o mar não está para peixe, eu digo o contrário. É possível obter bons resultados em períodos difíceis. Tempos de bonança costumam nivelar o mercado por baixo, pois não há necessidade de muito esforço e de estratégias bem elaboradas e executadas. Em momentos de incerteza ,é preciso investir ainda mais em um planejamento assertivo, buscar diferenciação de serviços e produtos, manter uma equipe bem treinada, um caixa gerenciado com eficiência e definir metas possíveis de serem alcançadas com esforço e disciplina. Mas, por onde começar? Primeiramente, encontrando respostas para as seguintes questões: o que sua empresa faz muito bem? O que ela pode fazer de diferente de seus concorrentes? Como usar essas habilidades para fazer o que os seus clientes desejam? Em seguida, invista em sua equipe e no aprimoramento da entrega do seu produto ou serviço frente ao mercado. Implemente em sua empresa um ambiente propício à inovação, com mais foco e menos hierarquia. Acredite, uma cultura inspiradora pode acarretar mudanças significativas em seu negócio. Reúna um time forte, uma verdadeira “tropa de elite”. Mas saiba que os ótimos profissionais não andam por aí,

Por Tereza Cristina Horn

dando sopa no mercado. Profissionais comprometidos são como abelhas, sentem cheiro de desafios instigantes. Motivam-se por causas e não apenas por resultados. Todo esse processo, por isso, deve ser sustentado por desafios, algo capaz de instigar não só braços, mas mentes brilhantes. Paralelamente, aposte em líderes mobilizadores. Ou seja, aqueles que escolhem ter em seus quadros somente profissionais que possam executar as metas e oferecer aos clientes o atendimento que eles merecem. Após reunir um time de sucesso, dedique tempo e esforço estudando os próximos passos para alcançar uma meta relevante. Planejar é importante. A busca pelo sucesso deve ser precedida pelo desejo de realização. Isso faz muito sentido. Se olharmos ao redor, veremos exemplos importantes de empresas que, a partir de um desejo transformado em meta, investiram em planejamento, montaram um plano de ação, executaram cuidadosamente cada etapa, avaliaram seu desempenho e acompanharam os resultados que foram transformados em novas metas com respostas bem sucedidas. Feito isso, parta para a última etapa: invista em um atendimento excelente para seu o cliente. Procure pensar da forma como ele pensa e receba-o como ele gostaria de ser recebido. Contrariando todas as perspectivas para o próximo ano, eu aposto em crescimento porque acredito que uma vantagem sustentável é construída por meio de seis pilares: cultura inspiradora, equipe eficiente, metas desafiadoras, custos otimizados, produtos competentes e um atendimento de primeira. Alguém duvida? Que venha 2016!



AG E N DA

agenda

Os melhores eventos de moda você encontra aqui.

Outubro

Janeiro 2016

6 a 9 de outubro Minas Trend Outono/Inverno 2016 Belo Horizonte/MG www.minastrend.com.br

11 a 13 de janeiro Couromoda Feira de Calçados, Moda e Artigos em Couro São Paulo/SP www.couromoda.com

19 a 23 de outubro 40ª São Paulo Fashion Week/ Inverno 2016 São Paulo/SP ffw.com.br/spfw

Novembro 4 e 5 de novembro Première Vision São Paulo São Paulo/SP premierevision-saopaulo.com 4 a 6 de novembro SC Trade Show Outubro/Inverno 2016 Balneário Camborií/ SC www.sctradeshow.com.br 16 a 18 de novembro Zero Grau Feira de Calçados e Acessórios Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

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11 a 12 de janeiro Inspiramais Evento oferecido pela indústria de componentes São Paulo/SP www.inspiramais.com.br/evento/apresentacao 10 a 13 de janeiro FENIN Fashion São Paulo 2016 São Paulo/SP www.fenimfeiras.com.br/pretaporter_ espera.html 19 a 22 de janeiro FENIN Fashion Outono/Inverno 2016 Bento Gonçalves/RS www.fenimfeiras.com.br/fenimoutonoinverno/o-evento/ 19 a 21 de janeiro Feira de Moda de Gramado 2016 Gramado/RS www.ciadasfeiras.com.br


grupo mineiro de moda


Por Titita Motta

história

M ade in Minas

Integrantes do GMM em 1992, no Cine Usina: (da esquerda para a direita) Tereza Santos, Renato Loureiro, Sheila Mares Guia, Mônica Fleury, Eliana Queiróz, Nem Campos, Liana Fernandes, Helen Carvalho, Monica Torres, Luiza Magalhães, Marcia Correa e Mabel Magalhães

Exposição sobre o Grupo Mineiro de Moda, que projetou o estilo mineiro para todo o país, resgata a memória do setor durante as décadas de 80 e 90. Reunidos pelo curador e integrante do GMM, Renato Loureiro, reportagens, ensaios fotográficos, vídeos de desfiles, depoimentos de personalidades e 36 looks fazem parte da exposição Grupo Mineiro de Moda #Na Vanguarda dos Anos 80, comemorativa dos 35 anos do lançamento da associação fashion que reunia dez marcas. A produção executiva é da Supernova Promoções e Marketing, de Letícia Bhering, e o projeto expográfico do arquiteto Pedro Lázaro. A mostra está no Centro de Referência da Moda, em Belo Horizonte, até dezembro de 2015. A Fundação Municipal de Cultura viabilizou o projeto, idealizado por Marta Guerra, gestora do CRModa. Na mostra, looks editados por Renato Loureiro a partir dos acervos das marcas Allegra/Mares, Art-Man, Artimanha/ Mabel Magalhães, Bárbara Bela, Comédia, Eliana Queiróz, Frizon (Claudia Mourão e Mônica Torres), Patachou, Pitti/Renato Loureiro e Printemps/Sônia Pinto atestam uma impressionante atualidade de estilo e ainda mostram como o padrão de qualidade era levado a sério: tecidos nobres como linho, algodão, seda, tricô, lã, acabamentos primorosos e modelagens arrojadas.

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Vídeos dos desfiles distribuídos em 14 monitores, material gráfico em catálogos, campanhas e convites, além de clippings de matérias jornalísticas e depoimentos de personalidades da política, da moda, da mídia, da cultura e da arquitetura reafirmam a importância da iniciativa de criação do Grupo. Os documentos da mostra ainda confirmam como os princípios do design contemporâneo do século 20 regiam não só a moda vestuário da época, mas também as artes gráficas — como se pode ver nas criações da dupla de publicitários Angela Dourado e João Delpino — e os interiores dos sofisticados showrooms de cada marca. Os arquitetos Carico Dumont, Eraldo Pinheiro e Freuza Zechmeister figuravam entre os mais solicitados para criar os espaços comerciais do período. Afinal, o minimalismo era a ordem vigente para o contingente envolvido com a chamada economia criativa em meados da década de 1980. E isso valia para tudo: roupa, acessório, interiores, catálogo, etc. Menos para os eventos de lançamento, alguns de fato monumentais, especialmente considerando-se o vanguardismo para a época. Para bancar o marketing, cada uma das dez empresas contribuía para um caixa comum mensalmente, o que possibilitava pagar todo o custo do evento e ações envolvidas. “Era tudo do nosso bolso mesmo. Não havia patrocínio nessa época”, observa Loureiro.

No final dos anos 1970, Belo Horizonte abrigava um número considerável de confecções de prêt-à-porter recém-nascidas e comandadas por jovens empresários, que abandonavam suas profissões de origem para se dedicar ao lucrativo negócio da moda. O cenário brasileiro do período era favorável ao crescimento do setor: classe média com poder aquisitivo demandando estilo atualizado a cada estação e mercado fechado para as importações. As butiques multimarcas, que transformaram a Savassi em área comercial e lançadora de tendências de moda, queriam produtos inéditos em suas araras. No início da década de 1980, as confecções de Belo Horizonte já comercializavam suas coleções para o mercado nacional, mas a projeção na mídia da moda feita aqui só começa a acontecer a partir da iniciativa do Grupo de convidar e trazer para seus lançamentos os nomes mais importantes do jornalismo do setor da época.

Look da Artimanha fotografado para campanha da marca hoje denominada Mabel Magalhães

história

trajetória do gmm

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A modelo Virgínia Punko no impressionante desfile de lançamento do inverno 1988 do GMM na Praça da Estação, em Belo Horizonte

história

“Nós nos organizamos como grupo para criar uma coincidência de datas em torno dos lançamentos para os compradores.” Renato Loureiro

calendário “Nós nos organizamos como grupo para criar uma coincidência de datas em torno dos lançamentos para os compradores”, explica Renato Loureiro. Providência que também gerou o estabelecimento de um calendário para o setor. Este passou a funcionar para as marcas que trabalham sob pedido no atacado: temporada para a primavera-verão e para o outono-inverno. Nas reuniões posteriores das dez marcas que passaram a integrar a associação, programava-se os eventos de lançamento. Em seguida ao primeiro desfile, realizado no Via Marquês, em 1982, vieram o do shopping Quinta Avenida, o do Palácio das Artes e o do Cabaré Mineiro. O lançamento da primavera-verão 87/88 foi comemorado com uma edição da revista independente “Finalmente”, dedicada exclusivamente à trajetória e performance do GMM, e lançada em coquetel na Biblioteca Pública Luiz de Bessa.

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O desfile mais apoteótico foi o do lançamento do inverno de 1988 na gare da Rede Ferroviária Federal, na Praça da Estação, que reuniu 150 modelos sob o comando de Regina Guerreiro e do diretor Paulo Ramalho. A plateia assentada na plataforma assistiu a um inédito espetáculo da apresentação das dez grifes, em cenário de filme noir, e o clima colaborou com leve garoa. O evento do verão 90/91 no Minas Tênis II atestou a projeção nacional do Grupo. Não se sabe como o salão do clube pôde acolher por volta de duas mil pessoas que faziam fila ao longo da Avenida Bandeirantes. Os dez anos do GMM, em 1992, foram comemorados com a exibição de vídeo e coquetel no Cine Usina. E o último desfile da associação, em 1994, aconteceu em Ouro Preto, em frente à Igreja São Francisco de Assis, sob a direção de Paulo Borges. Evento noturno, envolto pela magia do cenário barroco autêntico da cidade, foi também memorável.


O Grupo Mineiro inovou também no formato de varejo escolhido quando abriram lojas próprias de cada marca na galeria ArtBHZ, na Savassi, em 1988. O espaço reunia a Allegra de Sheila Mares Guia, a RL de Renato Loureiro, a Mabel Magalhães, Art Man, de Marcia Correia e Luiza Magalhães, Mônica Torres, Comédia, de Liana Fernandes e Patachou, de Tereza Santos, na época. Foi o primeiro mini shopping exclusivo de luxo de Belo Horizonte com lojas com projetos de interiores assinados pelos nomes tops da arquitetura comercial contemporânea. Hoje algumas das marcas do GMM foram extintas tais como Art Man, Eliana Queiróz e Comédia, que estão presentes com seus inesquecíveis hits de estilo na exposição. Outras permanecem com os descendentes na família de seus fundadores. Caso da Mabel Magalhães, comandada por Claudia Magalhães e seus irmãos, com dois pontos de venda em Belo Horizonte e presença no mercado internacional. A Bárbara Bela tem confecção e lojas exclusivas em São Paulo e Belo Horizonte sob a direção de Helen Carvalho e de Georgiana Mascarenhas, sua filha. Liana Fernandes trabalha como estilista para diversas confecções de Belo Horizonte. Mônica Fleury, sua ex-sócia na Comédia é proprietária da marca Contempo de atacado e varejo. Nem Campos, fundadora da Straccio, hoje é Secretária Municipal de Cultura em Oliveira, sua terra natal. Eliana Queiróz dedica-se ao agronegócio em sociedade com o marido. Renato Loureiro é consultor e, através do seu estúdio, presta serviços ao mercado têxtil em direção de estilo, uniformes corporativos, atividades didáticas, curadorias e projetos de qualificação de mão de obra para moda. Tereza Santos, que vendeu a Patachou em 2005 para Sandra Pires, sua ex-sócia, atua através do seu TS Studio com design de estilo para o mercado, marketing para marcas de moda emergentes, curadoria de mostras de design, concursos de estilismo, workshops, etc.

história

modernidade no varejo

O modelo Paulo Zulu em look de desfile da Art Man Look da Comédia no desfile de Ouro Preto, em 1994

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história

Sheila Mares Guia e sua filha Érika comandam as duas lojas da cadeia e coleções da marca Mares em São Paulo e Belo Horizonte. Os pontos de venda multimarcas de luxo oferecem uma super seleção de grifes internacionais e nacionais em roupas e acessórios. Sônia Pinto continua ativa no mercado, mantendo seu inconfundível estilo extremamente autoral nas coleções que se dirigem a duas lojas exclusivas da marca em Belo Horizonte e São Paulo, capital. Ela é homenageada na mostra, pois pertenceu ao Grupo apenas no início da organização. Claudia Mourão mantém sua marca própria de calçados e acessórios, além da cadeia de lojas Equipage em Belo Horizonte, que comanda juntamente com as três filhas. Márcia Correia, da Art Man, dedica-se aos serviços de consultoria para confecções de Belo Horizonte. Mônica Torres, através do seu escritório no Rio de Janeiro, desenvolve coleções para o mercado de grifes de couro e assessora a filha na marca própria Priscila Torres.

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Detalhe da exposição do GMM

Grupo Mineiro de Moda #Na Vanguarda dos Anos 80 Centro de Referência da Moda Rua da Bahia, 1149, Centro, Belo Horizonte, MG De 31 de agosto a 20 dezembro Terça a sexta: 9h às 21h Sábado e domingo: 10h às 14h


ANNA NUNES @AGÊNCIA DOZE


Por Anna Carolina Ludendorff

Inspiração fashion

leitura indispensável

Como estilistas têm sua carreira – e vida pessoal – influenciadas pela literatura? Descubra quais são os títulos preferidos dessa turma e saiba como fizeram a diferença em sua trajetória.

Camila Faria, da Vivaz “Desde que entrei na faculdade de Moda, já comecei a trabalhar na área. Ou seja, sempre tive o teórico e o prático caminhando juntos ao longo de minha vida profissional. Em meu curso, percebia que, muitas vezes, os livros indicados pelos professores eram muito filosóficos, teóricos, pouco práticos e não me encantavam. Até que, no segundo ano, fui fazer um “Summer Course” no Instituto Europeu de Design, em Barcelona, e me indicaram um livro no primeiro dia de aula, intitulado “Diseño de Moda”, da escritora Sue Jenkyn Jones. Ele realmente mudou minha visão sobre a moda naquele momento! É muito prático e objetivo, e me ensinou, em 182 páginas, a ver o que eu, como uma estudante de moda, deveria esperar e entender sobre a minha futura carreira. Além disso, me ajudou a perceber melhor várias curiosidades que tinha na época e que não eram muito claras até então”.

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Pollyanna Buzetti, gerente de Produto e Mídias da DBZ Jeans “Sou formada em Comunicação Social com ênfase em Cinema e sempre fui completamente apaixonada com figurino, principalmente os de época. Durante minha formação, tive que ler muitos livros e fiz muitas pesquisas (até a minha conclusão de curso foi sobre a minha grande paixão que é o figurino). Um dos livros que me incentivaram foi o “O espírito das roupas - A moda no século dezenove” de Gilda de Mello e Souza, que fala sobre a atitude de se vestir daquela época e porque se portavam daquela maneira. Mas o livro que foi o principal motivo de querer saber mais sobre o assunto, que me incentivou a trabalhar com figurino, foi “Figurino: uma experiência na televisão” de Adriana Leite e Lisette Guerra. Ele mostra a importância fundamental do figurino em uma produção e como personagem, e a verdadeira necessidade do figurinista estudar muito antes de começar uma produção”.

leitura indispensável

sem ele, o ator não consegue entrar no

Georgiana Mascarenhas, estilista Barbara Bela “Quando penso em um livro que influenciou a minha vida, imediatamente me lembro do título Paixão Índia, do escritor espanhol Javier Moro. Ele traz a história de amor entre Anita Delgado, uma bailarina espanhola, e o Rajá da cidade de Kapurthala. A leitura me transportou para o universo de cores e cheiros que só quem conhece a Índia consegue compreender completamente. Até hoje, quando visito o país, busco reconhecer lugares e momentos como os retratados na obra. Além disso, a forma como a Princesa encarou a nova cultura e se deixou envolver pelo contexto sem perder a identidade é inspiradora para toda mulher que busca um ‘algo mais’ na vida”.

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Por Anna Carolina Ludendorff

Sa b ores inesquec í veis Degustar um bom prato é sempre uma ótima escapatória do corre-corre do dia a dia. Confira a seguir onde e quais são as perdições gastronômicas de empresários do segmento da moda em Belo Horizonte.

roteiro gastronômico

cachoeira dos macacos

Ana Paola Murta, diretora da Skazi “Meu prato predileto em Belo Horizonte, há mais de 20 anos, é o atum do restaurante Taste-Vin. Além deste sabor, os suflês são maravilhosos e incomparáveis, sem falar no camarão à provençal. O chef Rodrigo Fonseca mantém a casa lotada durante todos os dias de funcionamento e, além do talento e capricho, consegue preservar uma qualidade impecável em todo o menu, sem nunca ter me decepcionado.”

Heliana Lages, diretora da Heliana Lage “Para as pessoas que apreciam a natureza, uma excelente indicação é o restaurante ‘Mar Mineiro’, localizado no município de São Sebastião das Águas Claras (Macacos), há aproximadamente 20 quilômetros de Belo Horizonte. Por meio de um mirante, é possível admirar as belezas que Minas tem a oferecer, como montanhas, ar puro e um pôr do sol único. Uma oportunidade de curtir a natureza e conhecer os sabores da região! À noite, o local fica iluminado com tocheiros e a lua nasce na varanda. Vale a pena conhecer e experimentar suas delícias, que além da comida mineira, serve pratos maravilhosos, com peixe e camarão. Além disso, oferece drinks variados e uma cervejinha bem gelada!”.

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Fotos divulgação

Victor Dzenk, estilista “Meu prato favorito é o arroz de cavaquinha do restaurante A Favorita, localizado no bairro Lourdes. Toda vez que experimento, me remete às brisas do mar. Faz gerar criatividade em meu paladar”.

Ana Flávia Castro, diretora da Kalandra

“Meu restaurante favorito em Belo Horizonte é o tradicional francês Taste Vin, localizado no bairro Lourdes. Um prato do menu que considero especial é o Camarão a Provençal, mas

“A minha dica é o restaurante J-San no bair-

também não posso deixar de citar o Soufflé de Gruyère. To-

ro Buritis. É um lugar superbacana, com gen-

dos preparados cuidadosamente pelo Chef Rodrigo Fonseca.

te bonita, alegre e ambiente descontraído. O

Jantar no Taste Vin é quase um ritual e é perfeito para dife-

prato que eu amo é o rodízio “Menu Confiança”

rentes tipos de ocasiões, que vão desde um jantar romântico

que fica a cargo do Chef Cristiano Avelino. Sem

com meu marido a um encontro informal com amigos. Entre

dúvida, ele atiça todos os sentidos. A comida

os diferenciais gastronômicos do restaurante, posso desta-

é criada na hora para podermos apreciar pa-

car a textura, leveza e delicadeza dos pratos, que não deixam

ladares diferentes e sofisticados. O mais in-

de me surpreender a cada nova visita.”

roteiro gastronômico

Renata Campos, diretora da Renata Campos

teressante é que o estabelecimento traz uma fusão da culinária japonesa contemporânea com a ocidental. Além dos pratos, a unidade do Buritis conta com o Lounge Sunset, que traz a participação dos renomados DJ’s Bruno Larcher e Rodrigo Rodrigues com suas misturas de House e Rock and Roll, resgatando clássicos como U2 e Rolling Stones.”

Regina Salomão, diretora da regina salomão “Há pouco tempo, foi inaugurado a poucos quarteirões da minha casa o L’entrecot de Paris. Desde então, vou sempre que a agenda permite. O prato principal, o entrecorte com seu molho misterioso - um segredo que eles não revelam! – me agrada tanto quanto à decoração, que me remete a ótimos momentos que passei na cidade luz”.

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Por Anna Carolina Ludendorff

Jotta, Por Fabio Bartelt

Um lugar para chamar de seu Estilistas mineiros revelam quais são seus lugares preferidos em Belo Horizonte para diferentes ocasiões.

hotspots

ouro preto

Jotta Sybbalena O estilista mineiro Jotta Sybbalena transita entre os universos do vestuário e dos acessórios com maestria. Graduado em Belas Artes e Estilismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, faz parte da chamada “Nova Geração de estilistas dos anos 90”, com criações repletas de personalidade. Seu talento fashion já foi usado em trabalhos com marcas como Arezzo, Luiza Barcelos, Caos, Patrícia Motta e Guilhermina. Atualmente, exerce a Direção Criativa da marca de calçados homônima, Jotta Sybbalena Shoes. Além de ser consultor de Direção Criativa e de Imagem, atua como consultor da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), no Projeto Identidade, e na Materioteca, no Estado de Minas Gerais. Confira a seguir os lugares que fazem a cabeça de Jotta Sybbalena.

Local mais romântico Tem gente que não gosta, mas para mim a cidade de Ouro Preto já é especial e naturalmente romântica. Por isso preciso ir além e citar o restaurante Acaso 85, que funciona no porão de uma casa. Um local histórico, do século 18, ótimo para tomar um bom vinho. Tem um clima mágico! www.acaso85.com.br

Melhor comida típica Restaurante Faz de Conta, no bairro Jardim Canadá. restaurantefazdeconta.com.br

Seu Cartão-postal da cidade Praça do Papa, no bairro Mangabeiras.

Cantinho de inspiração Meu home office.

Para se divertir O museu de Inhotim, um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil.

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instituto inhotim, galeria adriana varejão



Valéria Lemos

Mirante do bairro Mangabeiras

Valéria Lemos,

hotspots

estilista e empresária das marcas Essenciale e E.Store No início da década de 90, a estilista e empresária mineira Valéria Lemos criou a marca Essenciale, reconhecida por seu delicado trabalho com aplicações de rendas e alfaiataria impecável. Desde então, a marca prima pelo cuidado nos acabamentos e na escolha da matéria-prima, que passa por fibras naturais, tecidos importados, cristais swarovski e aviamentos. Especialista em roupas finas, a Essenciale de Valéria transita com leveza do casual à festa, se inspirando no universo das mulheres fortes que se expressam através da sua feminilidade e sofisticação. Com o passar dos anos, ela observou que muitas filhas de suas clientes tinham vontade de se vestir como suas mães. Daí surgiu a ideia de desenvolver a E.Store, nos anos 2000.

Local mais romântico Mirante Mangabeiras, localizado aos pés da Serra do Curral. Perfeito para ver pôr do sol!

Melhor comida típica Restaurante Trindade, do chef Felipe Ramed.

Seu Cartão-postal da cidade A tradicional e bela Praça da Liberdade.

Cantinho de inspiração

Praça da LIBERDADE

A janela do meu quarto.

Para se divertir Reunir os amigos em um bom restaurante, acompanhados de um delicioso vinho.

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TOKYOTOSAKA Weber Pádua

NOVO

SUMO-SIZED

PHOTOJOURNAL DE

WEBER PÁDUA JÁ NAS “BANCAS”


Grupo Mineiro de Moda fotos João Paulo de Castro

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A inauguração da exposição que conta a história do Grupo Mineiro de Moda foi uma agradável noite de reencontros e memórias. Estilistas, jornalistas e políticos prestigiaram o evento.

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1 Cláudia Magalhães e Cristina Franco 2 Fernanda Baldioti e Silvia Rogar 3 Marta Guerra e Angelo Oswaldo 4 Pedro Lázaro e Letícia Bhering 5 Detalhe da exposição 6 Renato Loureiro e Paulo Martinez 7 Martielo Toledo e Cristina Franco 8 Leônidas Oliveira e Pedro Paulo Cava

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Proação Fashion Day

fotos Divulgação

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1 No dia 19 de agosto de 2015, aconteceu, no Minascentro, o desfile beneficente “Proação Fashion Day”. Presidido por Ângela Proença, “O Proação” é uma organização sem fins lucrativos focada no desenvolvimento e na inclusão social, que realiza anualmente o evento fashion, com todo lucro revertido para a organização. No line up do desfile, estiveram presentes: Alex Moreira Alta Costura, Atmo, Cajo, Chocolate Colorido, Carmen Steffens, Claudia Marisguia Bijoux, DBZ Jeans, Fleche Dor, Leida Magalhães por D’ Laport, Leviza Wool Line, Luluzinha Kids, Manoel Bernardes, Monnalisa, Patrícia Motta, Regina Salomão, RM - Raquel Mattar e Trintênio.

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1 Monique Caetano e Luciano Bellini 2 Nivia Marisguia, Fernanda Leuma e Cláudia Marisguia 3 Luisa Possi e Márcia Prudente 4 Guilherme Torres e Philip Martins 5 Alex Moreira, Renata Kuerten, Ângela Proença, Márcia Prudente e Felipe Titto 6 Celina Gingold 7 Paola Antonini 8 Fernanda Fontes

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Inauguração T ete R ezende Unique fotos Edy Fernandes

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A concept store apresentou aos profissionais do setor de casamento e formadores de opinião o seu novo espaço, no bairro Santa Lúcia. Nas araras, coleções moda festa de marcas tradicionais e novos estilistas, para atender a todos os estilos de casamento, e um segmento de itens masculinos, inclusive alfaiataria portuguesa.

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1 Miriam Lima, Patrícia Rezende, Tete Rezende e Adrianne Perez 2 Cláudia Costa e Tetê Rezende3 Heloisa Aline e Helena Branquinho 4 Patrícia Rezende, Conceição Rezende e Cláudia Costa 5 Patrícia Rezende e as noivas 6 Ana Magalhães, Giovanna Campos, Jeff Amaral e Ludmilla Rangel 7 José Nicomedes Moreira e Tete Rezende 8 Tereza Santos e Patrícia Rezende

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endereços

Agência Doze Rua Antônio De Albuquerque, 842 Sl 301 Funcionários – Bh – Mg Tel.: (31) 3225-9093

endereços

Alphorria Store Rua Conde De Linhares, 255 Cidade Jardim - Bh - Mg Tel.: (31) 3335-4678 www.alphorria.com.br Anne Fernandes Show Room Belo Horizonte Rua Cuiabá, 1077 Prado – Bh - Mg Tel.: (31) 3334-7757/ (31) 3309-4147 www.bhannefernandes.com.br Show Room São Paulo Rua Lopes Amaral, 54 Itaim – Sp – Sp Tel.: (11) 2893-6370 / (11) 2893-6370 www.spannefernandes.com.br Arte Sacra Rua Lavras, 605 São Pedro – Bh – Mg Tel.: (31) 3287-1417 Bella Donna Av. Bandeirantes, 912 Mangabeiras – Bh – Mg Tel.: (31) 3889-0011 Bruno Candido Rua Grão Mogol, 1231 Sion – Bh – Mg Tel.: (31) 3285-1216 Cila Av. Contorno, 6181 Savassi – Bh – Mg Tel.: (31) 2555-7566 Bh Shopping Br-356, 3049 Piso Op 40 Belvedere – Bh – Mg Tel.: (31) 3286-6203 www.cila.com.br

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Cláudia Marisguia Rua Padre Odorico, 107 São Pedro – Bh – Mg Tel.: (31) 3281-9455 www.facebook.com/Claudiamarisguia www.instagram.com/Claudiamarisguiabijoux Claudia Rabelo Rua Mato Grosso, 704 Barro Preto – Bh – Mg Tel.: (31) 3337-6473 Av. Augusto De Lima, 1327 Barro Preto – Bh – Mg Tel.: (31) 3295-2069 Rua Guajajaras, 1473 Barro Preto – Bh – Mg Tel.: (31) 3292-4871 www.claudiarabelo.com.br Cléo Rua Aristóteles Caldeira,281 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3312 2339 www.cleocarvalhobh.com.br Cosh Show Room Rua Irmão Gonçalves Xavier, 58 São Pedro – Bh – Mg Tel.: (31) 3225-0075 www.cosh.com.br D’lart Rua Rubi, 532 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3291-7267 d.larte@Terra.com.br Elizabeth Marques Rua Aristóteles Caldeira, 194 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 2535-3448 Gustavo Marx www.gusmarx.com www.instagram.com/Gustavomarxny gustavo@gusmarx.com


Joy Model Management Av. Getúlio Vargas, 668 Sl 102 Savassi – Bh - Mg Tel.:(31) 3653-9747 www.joymgmt.com Kalandra Rua Estácio De Sá, 49 Gutierrez – Bh – Mg Tel.: (31) 3297-9322 contato@kalandra.com.br www.kalandra.com.br Lafê Rua Aristóteles Caldeira, 359 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3022-4446 www.lafebh.com.br Lazara Design Av . Vicente Risola, 1409 Santa Inês – Bh – Mg Tel.: (31) 3488-8441 www.lazaradesign.com.br Lu Gazire Rua Rio Claro, 331 A Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 9131-6116 Whatsapp: (31) 8681-1116 www.facebook.com/Luciana.gazire www.instagram.com/Lugazire lugazire@gmail.com Márcios Rodrigues Rua Parentins, 321 Santa Lúcia – Bh – Mg Tel.: (31) 3337-0005/ (31) 9953-1533 Mary Design Rua Ivaí 25 Serra – Bh – Mg Tel.: (31) 3055-0005 Minas Trend Av. Amazonas, 6030 Gameleira – Bh - Mg

Open Arquitetura Rua Safira 555 A Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3016-5450/ (31) 9208-8288 Patogê Rua Oscar Trompowsky, 558 Gutierrez – Bh – Mg Tel.: (31) 3334-2014 R. Vasconcellus Rua Congonhas, 847 Santo Antônio – Bh – Mg Tel.: (31) 3296-1097 Rogério Costa Rua Turfa, 920 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3332-0145 TM Fashion Rua Antonio De Albuquerque 606 Sblj 07 Savassi – Bh – Mg Tel.: (31) 3284-0089/ (31) 3227-6785 www.tmfashion.com.br luciano@Tmfashion.com.br Tutta Rua Brumadinho, 500 Prado - Bh - Mg Tel.: (31)3332-1065/ (31) 3313-2532 Whatsapp: (31)9691-3885/ (31)8677-2314 Uh Premium Rua Brumadinho, 242 Prado – Bh – Mg Tel.: (31) 3586-0053 Voice Design Rua Pirapetinga, 322 Sl 304/305 Serra- Bh – Mg Tel.: (31) 3261-2608 Weber Pádua Rua Nova Era, 474 Sion – Bh – Mg Tel.: (31) 3031-5380


reflexão

o poder do papel

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Sempre acreditei que o jornalismo era uma forma criativa e interessante de interagir com a pluralidade do mundo, desenvolver a percepção e a sensibilidade, compreender melhor como as pessoas vivem e se comportam. Quando fiz minha opção profissional, não tive a menor dúvida: queria trabalhar em jornal ou revista, desenvolver uma habilidade, a de escrever, que se manifestou desde que era criança. Daí que a opção pelo impresso foi uma decorrência natural. O que sempre me instigou em uma redação de jornal, além do desafio diário de colocar uma edição na rua, vencendo todas as dificuldades de encontrar a fonte, entrevistá-la, redigir uma matéria, tudo em um prazo curto, era o valor de um texto, a reverência por aqueles profissionais capazes de domar as palavras para se expressar. Outro fato valorizado por aqueles que também escolheram o impresso era o espaço que tinham para colocar suas ideias, seja em uma reportagem, uma coluna, uma análise crítica. Sempre defendemos este ponto de vista: ao contrário do jornalismo da TV, com horário limitado, o jornal era uma imensa colcha de retalhos para o leitor se abastecer com as informações das áreas que lhe apetecessem. Com a vantagem do papel, matéria-prima física dos impressos, que poder ser facilmente guardado, em caso de interesse por um assunto particular. Sou cria do impresso e continuo sentindo o mesmo prazer, que sentia antes, em folhear um jornal ou uma revista e deparar com uma boa matéria assinada por um profissional talentoso. Sei ainda que, por detrás daquele produto, efêmero por origem, esconde-se o esforço de uma grande equipe, mãos anônimas, nomes que não aparecem no expediente de um veículo, mas são vitais para que ele sobreviva.

Por Heloisa Aline

A começar pelo repórter que pesquisa, investiga, escreve, passando pelo pessoal da gráfica, finalizando com a entrega nos ônibus, aviões, nas bancas ou nas casas dos assinantes, para que chegue o mais rápido possível ao leitor, razão de todo esse tour de force. Trata-se de uma logística cara, porque envolve muitas etapas e muitas equipes de trabalhadores. Não há como competir com a internet, cuja chegada trouxe um novo modus operandi. O avanço da tecnologia de comunicação mudou o mundo, facilitou os serviços, a interação entre as pessoas e a democratização da informação. Jornais e revistas tentam correr atrás, criando seus portais, sites, blogs, que os coloquem ao alcance, particularmente, de uma nova geração, que não conhece outra forma de se informar a não ser pelas telas de um computador, tablet ou smartphone. Os impressos sofrem com a chegada das novas mídias e com a falta de uma legislação que as regule. Qualquer um pode criar seu minifúndio particular na rede para divulgar suas ideias e explorar publicidade ao bel prazer, sem nenhuma tributação, sem empregar ninguém, sem qualquer contribuição social. Também sem compromisso com a veracidade, com o profissionalismo, com a qualidade do texto. Há que se separar o joio do trigo, mas a verdade é que conteúdos fracos, superficiais, fragmentados ou tolos são recorrentes. Há muita estrada para andar nessa entressafra entre as mídias impressas e virtuais. Não acredito que os impressos acabem, como se profetiza, porque – alegam -, ninguém têm tempo ou paciência de ler muito nos tempos atuais – o que é uma pena! Assim como o rádio não acabou com a chegada da televisão, penso que será encontrada uma saída, um novo caminho, uma solução rumo a um público inteligente e curioso, que se interesse em informação honesta que gere conhecimento e crítica.


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