Um olhar amoroso e poético sobre a arte de um BrasilUniverso

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MEMORIAL DO CURSO:

Um Olhar Amoroso e Poético sobre a Arte de um BrasilUniverso

Aulas e atividades de Bené Fonteles Programa Professor Especialista Visitante da Graduação em Artes Visuais - Instituto de Artes/Unicamp - 2019


UM DEPOIMENTO

do professor visitante Bené Fonteles

M

inha experiência como professor visitante especialista da Unicamp entre agosto e dezembro de 2019 no Instituto de Artes da Unicamp foi um dos momentos mais extraordinários de minha existência cultural e artística. Uma das razões foi não ter tido ainda uma atuação como professor de uma universidade tão notável e aberta como a Unicamp. Também, e muito pelo aprendizado com os alunos da graduação, os alunos especiais e o público que convivi em várias palestras que dei em eventos no campus universitário. A origem semântica de alunos é “aquele que ainda não tem luz” e o professor como aquele que os ilumina. Paulo Freire dizia que quem ensina muito aprende. E foi o que aconteceu comigo. Os alunos da graduação ainda muito jovens, então descobrindo com muita coragem suas linguagens e talentos e precisavam mais de um mestre inspirador do que um professor que lhes tragam conteúdos a serem assimilados para se tornar uma mera nota. Tentei ser este mestre que lhe trouxe valores éticos, já que nas palavras poética e estética, a palavra ética jaz embutida. Procurei lhes dar o máximo de liberdade para arguir e questionar o que expunha e dar informações sobre uma arte feita no Brasil Universal. Informes que acima de tudo não fossem só nossos avanços estéticos, mas os sonhos de poéticas de vida dos artistas que deram muito de seu ser para construção de uma história da arte no país forjada com consistência, consciência e ousadia. Escrevi uma carta para os alunos da graduação, lida na aula inaugural no auditório do Instituto de Artes, para honrar esta coragem de ser artista e os impulsionar para os desafios do que é ter este oficio na sociedade brasileira e para servir 2


Com Jochen Volz, diretor e curador da PINA / Pinacoteca do Estado de SP 3


a humanidade. Não é só um desafio estético e profissional, mas também um ato poético, político e espiritual. Hélio Oiticica disse que a obra de um artista não pertence a ele, mas a humanidade. Acrescento que o artista é apenas um instrumento deste humano e divino ao mesmo tempo. Conviver com alunos no segundo semestre foi um desafio: alguns negligenciaram deveres, são muitas as disciplinas e quem sabe, nem precisavam tantas. Nos últimos meses do ano, precisam conquistar o tempo perdido para passar de ano ou no TCC, sem falar na dispersão pela atenção dadas aos grupos que participam nas redes sociais ligados também as disciplinas curriculares. Chego a pensar que os alunos querem apenas “ficar” com o professor visitante mas não o levam tão a sério. A minha proposta era ir mais fundo nas questões do fazer artístico também em termos filosóficos, éticos e espirituais e não só em termos históricos e estéticos. Procurei então, inspirá-los no verdadeiro sentido que para mim do que é a Arte e a “beleza de seu compromisso” (Gandhi) com o mundo. Foi muito interessante a conversa que tivemos sobre o ensaio “A função da arte?” que escrevi na década de 1990 e dei para eles refletirem. A conversa gerou uma reflexão não só entre o que pensava o professor e os alunos, mas o que faltava refletir entre eles mesmo de seus papéis de aprendizados no curso de artes visuais e na sociedade, fato que me disseram, nunca havia acontecido em sala de aula. Uma das experiencias gratificantes foi levá-los para fora da sala de aula em duas visitas aos museus e instituições culturais em São Paulo, no próprio campus, no Casarão e atelier Árvore do pintor, gravador e desenhista Ernesto Bonato que já foi artista visitante do IA na Unicamp e por isso também, resolveu morar próximo ao Campus Universitário. Bonato nos acolheu muito generosamente durante todo um dia de outubro e falou da sua experiencia artística e seu compromisso sério com o fazer e o pensamento artístico justamente o que expus no ensaio “A Função da Arte?” 4


Com Emanoel AraĂşjo, diretor e curador do Museu AfroBrasil 5


Alguns alunos da graduação, depois de fazer duas seções de mostras de seus processos criativos e conceituais, puderam falar de seus trabalhos sem avaliação, mas procurando compreender porque decidiram desenvolver seus projetos estéticos e poéticos. Deu para sentir que alguns ainda tem pouca maturidade estética em seus projetos, mas tem uma enorme coragem de desenvolvê-los e apostar na incerteza que é a vida profissional com o oficio da arte. O chamado corpo docente do Instituto de Artes tem a enorme responsabilidade de provocá-los a desenvolver processos criativos com liberdade e ao mesmo tempo com consistência e mantê-los muito bem informados, não só sobre o panorama da história da arte no mundo, mas sobre as raízes culturais do país e de seus artistas que deram muito de sua vida a Arte. Um exemplo é Rubem Valentim – que eles disseram não conhecer – e que é um artista fundamental junto a Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, Volpi, Iberê Camargo, Antônio Bandeira e outros, para um projeto de arte moderna brasileira. Valentim faz a passagem do moderno para o contemporâneo em meio a importância capital do movimento Concreto e Neo-concreto. Pedi a estes alunos da graduação que escrevessem um texto, mesmo que breve, sobre as aulas dadas como: “Heranças Ameríndias: da Arte Rupestre ao Contemporâneo”, “Heranças das Africanidades”, o ensaio “A Função da Arte?” e as visitas aos museus e instituições culturais em São Paulo. O resultado foi muito estimulante pela reflexão que puderam fazer sobre como se geram curadorias museológicas e se mantem as instituições culturais no país. Recebi nestes escritos, algumas críticas por não ter me aprofundado nas questões estéticas. Mas foi justamente isso que não quis fazer ao dar aulas para os alunos da graduação. Isso cabe ao corpo docente do IA, até por obrigação curricular. Fui convidado pelo edital para passar minha experiencia como artista com atuação em várias linguagens e mídias e também como curador. Seria até melhor se minha experiencia no IA tivesse sido como artista visitante pois, quem sabe, eu não tenho mesmo talento para ser professor teórico e normal. 6


Com Paulo Miyada, co-curador da 34º Bienal de São Paulo na Fundação Bienal 7


Mas fiquei contente de terminar com 17 anos da graduação – muito mais com o número crescente de alunos especiais - que embora faltando algumas aulas, se comprometeram em ser atuantes e dialogar comigo de forma igual. Apesar do tratamento formal de “Sr” e “professor” herdados desde quando fizeram o ensino básico e fundamental. Romper com este “respeito” hierárquico e traze-los para uma outra experiencia sensitiva e sensorial com a arte -que não separa da vida - foi minha intenção primordial para os colocar no plano generoso de trocas de experiencias entre eles mesmos e com o professor. Este foi o meu mais duro e melhor desafio. Confesso que não sei se consegui, mas o que que consegui já me deixou contente. Os alunos especiais do qual sequer havia uma obrigação contratual com a Unicamp de formar uma turma, chegaram me para assistir na aula inaugural no IA, pediram para formar outra turma que passou a ser nas tardes de quinta-feira na mesma AP10 do Instituto de Artes onde me encontrava com os da graduação. A maioria dos alunos eram mulheres, elas sempre mais presentes que os homens nos compromissos educativos. Muitas delas, já com mestrado e doutorado em artes e outras áreas de conhecimento, e algumas, artistas extraordinárias da cena contemporânea em Campinas e Sorocaba, pois haviam cinco participantes da cidade vizinha. Nossa turma de alunos especiais das tardes de quinta-feira, era um grupo extremamente criativo e afetivo, pessoas maduras de consciência e com afirmação poética e estética atuando há décadas na comunidade, o que para mim foi uma honra na convivência do aprendizado mutuo. O resultado da obra de todos os alunos com as cascas de café para refletirem sobre a importância do café no ciclo econômico do país e em especial em Campinas - já que a Unicamp tem seu campus numa antiga fazenda de café - foi o ato mais gratificante de todo processo das aulas. Isso está exposto nas fotos deste Memorial do Curso e no texto que escrevi sobre a forte e emocionante experiencia que me fez mais artista e mais humano. Gratidão! 8


Piquenique entre uma visita guiada e outra em frente ao Museu AfroBrasil no Parque Ibirapuera 9


Visita a mostra Sertões no Museu de Arte Moderna de SP com sua curadora Júlia Rebouças

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Visita a mostra Entrevendo de Cildo Meireles no SESC Pompéia com a co-curadora Júlia Rebouças

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Visita a Ocupa 9 de Julho com o artista Lourival Cuquinha 12


Visita ao lago do centro cultural Casarão nos arredores de Campinas com a turma de alunos da graduação 13


Alik e Marli Wunder, mentoras do centro cultural Casarão falam sobre a importância e funcionamento do centro para a comunidade 14


Obra de Marli e Alik Wunder a partir das cascas de café numa das inúmeras árvores do Casarão 15


Professor BenĂŠ recebe cesta dos indĂ­genas xinguanos de presente dos seus alunos em agradecimento a seu trabalho durante o curso 16


A G O S TO

Dia 8 – Aula inaugural “Heranças Ameríndias da arte rupestre ao contemporâneo” no auditório do Instituto de Artes para alunos da graduação e especiais inscritos no curso, professores de faculdades e público em geral com projeção de 224 imagens e conversa sobre o tema.

Dia 15 – Projeção do catalogo virtual da obra “Àgora: OcaTaperaTerreiro” de Bené Fonteles montada e ativada durante os quatro meses da 32º Bienal de São Paulo de 2016 com conversa com alunos da graduação e especiais em dois turnos. A aula da tarde contou com a participação especial do artista popular de Campinas Seu Constante que tem um trabalho de pintura e objeto bastante representativo na comunidade.

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Dia 22 – Palestra com projeção de imagens da “Presença Indígena na obra de Bené Fonteles” da década de 1970 à 2018 com conversa sobre o tema para os alunos da graduação e alunos especiais em dois turnos.

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Dia 29 – Amostragem da produção dos alunos da graduação e especiais com comentários e reflexões dos próprios alunos sobre as obras dos colegas e mediação do professor.

Monotipias de Caró Brandão 19


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Obras multimĂ­dias de Marli Wunder 22


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Livros de artista, de Rosana Torralba

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Mauro Tanaka e seus instrumentos musicais de utensĂ­lios domĂŠsticos 29


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Obra em foto linguagem, de DĂŠbora Bruno 42


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Lili Baniwa 44


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Especial: Dia 28 – Bené Fonteles faz palestra sobre as mito-poéticas da sua arte no III Simpósio Internacional Repensando Mitos Contemporâneos na Casa do Lago promovido pelo Programa de Pós Graduação em Artes da Cena do Instituto de Artes.

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SETEMBRO

Dia 5 – Leitura do ensaio “A Função da Arte?” de Bené Fonteles com reflexão dos alunos da graduação pela manhã. A tarde a continuação da amostragem de obras de alunos especiais com presença dos alunos da graduação com o aluno Caró mostrando suas obras de final de curso com mediação do professore a reflexão sobre o ensaio “A Funcão da arte?”. Dia 12 – Projeção da palestra “Heranças das Africanidades” com cerca de 180 imagens em conversa de reflexão sobre o tema com alunos da graduação. A tarde com alunos especiais segunda conversa reflexão sobre “A Função da Arte?”.

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Dia 19 – Visita com alunos da graduação e especiais a São Paulo com encontro com o diretor e curador da Pinacoteca do Estado de São nos guiando pela mostra “Somos muitos: experimentos sobre coletividade” e individual de Grada Kilomba “Desobediências poéticas”. Visita ao Museu AfroBrasil com visita guiada de seu diretor/curador e criador Emanoel Araújo no acervo da instituição. Visita a exposição “Sertões” do Panorama de Arte Brasileira com curadoria de Júlia Rebouças no Museu de Arte Moderna de SP Conversa com Paulo Myiada curador adjunto da 33º Bienal de São Paulo de 2020 que nos falou da proposta da Bienal com o tema “Está escuro mas eu canto” parte de um poema de Thiago de Melo.

Obra/suporte de performances de Rirkrit Tiravaija 48


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Jochen Volz nos fala sobre a proposta da mostra “Somos Muit+s: experimentos sobre coletividade�. Estamos sobre a obra/suporte de performance de Rirkrit Tiravaija. Obs. A aluna Silvana Sarti vai atuar dias depois com seu coletivo nesta obra a partir de contato neste dia com o curador Volz.

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Obra vivencial de Maurício Ianês com escrita espontânea do publico e o serviço de uma café forte aos participantes

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Emanoel Araújo criador, curador e diretor do Museu AfroBrasil nos dá uma incrível aula sobre seu papel de existência e resistência cultural para criar e manter o museu que sem duvida é o mais importante da memória da contribuição negra e mestiça da cultura feita no Brasil. Araújo é nosso Mario de Andrade redivivo e com certeza o mais importante ativador da memória cultural e visual no país

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Obras do Mestre Didi com fortes referencias também aos Orixás do Candomblé da Bahia

Ferramentas dos Orixás da cultura afro-baiana feitas por José Adário e gravuras de Rubem Valentim 53


Obras de Rubem Valentim em serigrafias e esculturas mรณveis 54


Conversa com Paulo Myiada co-curador da 34º Bienal de São Paulo de 2020. Paulo nos falou da proposta da Bienal com o tema “Está escuro mas eu canto” parte de um poema de Thiago de Melo reproduzido no cartaz da mostra.

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Dia 26 – Projeção da obra ambiental “Tempo Templo Tempo Templo” de Bené Fonteles instalada na Usina de Arte em Pernambuco. 56


Dia 26 – Conversa sobre a concepção da obra coletiva dos alunos da graduação a ser realizada na Torre no campus da Unicamp. A tarde com alunos especiais uma visita guiada com palestra na mostra “...transFIGURAções...” na Galeria Gaia.

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Especial: No dia 17 a abertura da mostra individual “...transFIGURAções...” de Bené Fonteles na Galeria Gaia na Unicamp com curadoria de Sylvia Furagatti.

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Abertura da mostra ...transFIGURAções... de Bené Fonteles na Galeria Gaia na Biblioteca Central Cesar Lattes na Unicamp

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No dia 27 a palestra “Heranças Ameríndias da arte rupestre ao contemporâneo” de Bené Fonteles realizada pelo DCult na Casa dos Saberes Ancestrais na Casa do Lago.

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OUTUBRO

Dia 3 – Não houve aula para o alunos da graduação por motivo da greve de estudantes em movimentação nacional. A tarde foi realizada a aula “Heranças das Africanidades” para alunos especiais dentro da mostra de Bené Fonteles na Galeria Gaia da Unicamp pelas fortes referencias da sua obra com o tema desta aula e da aula das Heranças Ameríndias. Dia 10 – Os alunos da graduação estão na semana do festival do Instituto de Artes portanto não houve aula para os alunos da graduação. Aula com alunos especiais com projeção e reflexão sobre a obra “Tempo Templo Tempo Templo” de Bené Fonteles e artistas que utilizam o ambiente como suporte de obras seja na Usina de Arte em Pernambuco onde está a referida obra, Inhotim e a Fazenda Serrinha onde acontece o Festival de Arte em Bragança Paulista. Dia 17 – Aula para alunos da graduação e especiais durante todo o dia no atelier de Ernesto Bonato em Campinas.

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Pinturas de Ernesto Bonato em seu Atelier Ă rvore 69


Aula de pintura e desenho com Ernesto Bonato 70


Marli Wunder e BenĂŠ Fonteles em pinturas de Ernesto Bonato 71


Resultado de trabalhos dos alunos do curso em oficina de Ernesto Bonato no seu Atelier Ă rvore

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Desenho de Luiz Lira e o artista em pintura de Ernesto Bonato

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Luiz Lira e pinturas de Ernesto Bonato no atelier Ă rvore

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O mĂşsico e compositor Diogo Nazareth e o artista visual Eduardo Ver em pinturas de Ernesto Bonato 77


O artista visual Pexente BarĂŠ admira a obra Dona InĂĄcia, grande mestra da cultura popular de Campinas, em pintura de Ernesto Bonato 78


Dia 24 – Oficina dos alunos da graduação para concepção do projeto da obra coletiva na Torre no campus universitário, com mediação da professora Alik Wunder da Faculdade de Educação.

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Dia 31 –Visita dos alunos da graduação e especiais a São Paulo para ver as exposições: “Sertões” no Panorama de Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo, com visita monitorada da curadora Júlia Rebouças.

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Júlia Rebouças nos fala sobre a obra Fundamento, 2019 de Mariana Matos

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Randolpho Lamonier Fui criado entre mรกquina e fogo, 2019

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Michel Zózimo Avante, 2019 e Radio Yandê com Território Sônico Ancestral, 2019

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Lise Robato As facas de meu pai, 2005

Michel Zรณzimo Manto verde, 2019 85


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Gervane de Paula Deus Ápis, suas es´posas e seu rebanho ou Mundo Animal, 2016/2019 em colaboração com Adir Sodré, Jonas Barros e Benedito Nunes

Arte aqui eu mato, 2016 que tem como referência o livro Arte Aqui é Mato de Aline Figueiredo de 1990

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Dalton Paula Bamburró, 2019 – pinturas sobre bateias de garimpo de metal e madeira

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Dia 31 –Visita dos alunos da graduação e especiais a São Paulo para ver a exposição “Entrevendo” de Cildo Meireles no Sesc Pompeia com visita monitorada da co-curadora Júlia Rebouças. Especial:

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Cildo Meireles Olvido, 1987-1989 com dinheiro de diferentes países americanos, duas toneladas de ossos circundados de 70 mil velas. Dentro da tenda há carvão mineral e o som de serra elétrica 92


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Malhas da Liberdade I, 1976

Sal sem carne, 1975

Inserções no circuito ideológicos: Projeto Cédula, 1970-2019 94


Amerikka, 1991-2013, teto com 70 mil projĂŠteis de dois calibres e chĂŁo com 20 mil ovos de madeira para serem pisados

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Missão / Missões (Como construir catedrais) 1987-2019 com 600 mil moedas ao chão, 2 mil ossos ao teto e 800 hóstias ligando céu e terra 97


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Bené Fonteles e Júlia Rebouças falam da mostra de Cildo Meireles frente a sua obra Razão/Loucura, 1976, a preferida da curadora.

Fio, 1990-1995 com feno segurado por fios de ouro que sai de uma agulha do mesmo mineral escondida na coluna vegetal 100


Mariana Lacerda e Juliana Amador “Terra prometida”

Dia 31 – Visita a Ocupação 9 de Julho no centro de São Paulo (antigo prédio do INSS) com mostra de site especifc de importantes artistas da cena contemporânea em solidariedade a ocupação deste prédio por migrantes, refugiados e sem tetos de SP. 101


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Centenas de edições de panfletos foram criados e distribuídos aos milhares na ocupação e divulgado pelas redes sociais

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Bené Fonteles assina a obra Manifestação pela Demarcação das Terras Indígenas, 1996. Feita junto com os povos indígenas. O artista colocou um cocar Karajá e flechas - atiradas contra uma frente de contato nos anos de 1970 - na escultura da justiça na Praça dos Três Poderes em Brasília. Obra doada a Ocupação. A foto da manifestação é de Ieda Cavalcante

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Lourival Cuquinha nos mostra a bandeira Lula Livre assinada pelo Lula para ser leiloada em beneficio da ocupação. Bené mostra uma almofada para assento com obra de Abdias Nascimento “Símbolo do Quilombismo”, 1980 inspirado nas ferramentas dos orixás Exu e Ogum

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Lourival Cuquinha nos mostra a sua obra Apólise do Apocalipse em móvel onde expõe uma cópia da Carta de Pero Vaz de Caminha que os historiadores chamam de certidão de nascimento do Brasil. O documento é comido vagarosamente por dezenas de grilos

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O aluno Carรณ Brandรฃo ao colocar sua obra na Ocupa 9 de Julho, obra que foi parte do seu TCC no Instituto de Artes da Unicamp no final de 2019

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Obra de Nuno Ramos (quadro), Rodrigo Bueno (galhos e pintura) e no meio da sala obra de Lourival Cuquinha e outros. 109


Obra de Pio Figueiroa na escada e de Nelson FĂŠlix na parede dos sanitĂĄrios 110


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Espaço para eventos como festas, refeições e projeção de filmes como Bacurau cedido pelos diretores para varias projeções com centenas de pessoas

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InterferĂŞncia de BenĂŠ Fonteles com cadeira sobre grafitti

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Lourival Cuquinha nos introduz nos meandros da Ocupação 9 de julho em sua proposta habitacional, cultural e artística. Na secretaria de comunicação da Ocupação 9 de julho a organização nos fala das propostas de operação de mídias para tornar mais pública a causa da ocupação e as programações de eventos da comunidade

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Lourival Cuquinha nos introduziu pela porta dos fundos da Ocupação 9 de Julho – entrada oficial - e nos mostrou a horta-pomar-jardim da comunidade Relento, obra de Geórgia Kyriakakis Grafitti, obra coletiva

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Maios eum sus, ipid ut lamus nam, utatia vitatis este volorpo rrorio molore adit velit adit doluptatis nation re cumque optur, ium quiatestrum con re vendebitis consero rporesti dit

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Dia 15 Encerramento da exposição “... transFIGURAções...” de Bené Fonteles com conversa de Bené Fonteles e projeção do filme “Cozinheiro do Tempo” do cineasta e compositor André Luiz de Oliveira sobre a obra do artista na Galeria Gaia na Unicamp.

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NOVEMBRO

Dia 7 – Conversa para construção da obra coletiva com alunos da graduação pela manhã e a tarde com alunos especiais a tarde. Dia 14 – Vivência de arte extrassensorial baseada nas experiência de arte e terapia de Ligia Clark para os alunos da graduação. Os alunos da tarde tiveram uma experiência com a obra de performance com a aluna Silvana Sarti e visita ao atelier de Ernesto Bonato para ver a mostra de xilogravuras de Eduardo Ver.

Eduardo Ver nos mostra suas extraordinárias xilogravuras inspiradas no terreiro de Umbanda onde é membro nos arredores de São Paulo onde vive 122


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Silvana Sarti Trilogia da Vida - Fotoperformance, um mergulho na alma de todas as coisas. A Trilogia da Vida, fotoperformance, nasce inspirada da premissa das religiões arcaicas, especialmente as de matriz africana e indígena, que creem que tudo tem uma alma, seja um animal, vegetal ou mineral. Dividida em 3 capítulos: Anima Latente. Alegoria da alma vegetal. Silvana Sarti e Fábio Florentino dirigem um olhar quântico para a natureza, mostrando que não há divisão entre homem e natureza. A escultura Bernini, Apolo e Dafne, servem de referência estética para o trabalho.

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“Anima Manifesta, alegoria da alma selvagem” Com o fotógrafo Ivano Mercanzin, exploram o reino animal, a teoria da evolução de Darwin, a questão de gênero, as minorias étnicas, os assim chamados “selvagens”, em particular os indígenas da América do Sul, gravemente ameaçados da mira expansionista das civilizações ditas “evoluídas”. A referência escultória é o “Hermafrodita Adormecido”, estátua grega ambígua, organizada por Bernini, que deixa imaginar uma sexualidade latente em cada ser, seja para o feminino como para o masculino. Feita entre as paredes de um pequeno abatedouro, asséptico, organizado, que torna-se espectador de um antigo e

sanguinolento conflito entra vida e morte, intrínseco ao próprio fato de existir, a morte que alimenta a vida e vice-versa. Um corpo branco que se utiliza de signos étnicos com uma poética artística, para provocar estranhamento e ao mesmo tempo empatia, já que a banalização da morte das minorias não mais funciona para alertar ao genocídio que esta em pleno vigor em nosso país. Anima Transcendente. Alegoria da alma mineral, está em processo. Com inspiração na escultura “O êxtase de Santa Teresa d’Avila” de Bernini.

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Dia 21 – Mostragem durante todo o dia no Casarão com alunos da graduação e especiais das obras feitas com cascas de café refletindo sobre a questão cultural, artística, política e econômica do ciclo do café na região e no país com obras construídas pelos alunos com os meios da pintura, desenho, fotografia, colagem, vídeo, instalação e performance.

Lucas Villela Performance

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VerĂ´nica Hoffmamm Performance

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Mirs Monstrengo Performance

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Davi de Codes Vídeo

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Alda Romaguera / Instalação performance 139


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Coletivo de alunos da graduação: Eduardo Moric, Lucca Rolim, Cláudia Freire e Elis Laslo mostram vídeo performance baseado na experiência com vários elementos com o professor Bené em sala de aula inspirado nas experiências sensoriais de Lígia Clark e Pape 141


Victor Lopes comenta a obra do coletivo 142


Lucas Villela coa café sobre poster de Chaplin e cascas de café para servir para vários participantes das experiências

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Miguel Oliveira mostra obra com cascas de cafĂŠ coladas em pintura sobre madeira 146


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Pedro Brantes / VĂ­deo para celular

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Caró Brandão / Instalação

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Caró Brandão compôs esta obra em camadas com cascas de café, sedimentos de solo do Casarão e lixo ao redor do centro cultural. O material foi transportado em sua bicicleta e a obra feita com a ajuda do leal amigo Miguel Oliveira.

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VitorAlves

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Bel Melo / Instalação

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Luisa Schilling / VĂ­deo para celular

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Camila Mistrorigo

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Amanda Cinti faz uma contundente e forte reflexĂŁo sobre o papel do cultivo do cafĂŠ na economia e histĂłria de Campinas e do Brasil. Ela fez dois anos na faculdade de economia antes de fazer o curso de Artes Visuais no Instituto de Artes da Unicamp.

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Maria Isabel Roncolatto

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MaĂ­ra Otsuka

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Sofia Koyana / Desenho e colagem

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Thaysa Martins Obra tátil com cascas de café dentro de um pequeno travesseiro de lã

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Lícia Chaves Grafite com aplicação de cascas de café

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Mauro Tanaka Cascas de cafĂŠ e guizos sobre auto falante eletrificado 174


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Verônica Hoffmamm

Instalação performance 176


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Miki Narita nos trouxe um embrulho feito de papel artesanal japonês (washi) para envolver cartas, o qual estava fechado com dois fios e que ela foi abrindo magicamente com delicadeza oriental. No objeto ela nos fez ver a bandeira do Japão em partes e explicou emocionada - em português e japonês - o significado do símbolo da bandeira oficial da terra natal de seus avós, a bandeira mais sintética e essencial de uma nação: o retângulo branco significa a paz que seus ancestrais desejam; o circulo vermelho a energia KI da terra do sol nascente - o próprio sol. Enquanto Miki falava de sua ancestralidade - província de Kagoshima e província de Hokkaido no Japão; (tem uma admirável longevidade pela forma tranquila e trabalhadora que vivem em comunidade e servem aos outros de forma muito solidária como na vida tribal de qualquer comunidade aborígene). Miki esteve na terra de seus ancestrais por 10 meses, recentemente, em 2018/2019, para estudar na Universidade de Kagoshima. Aproveitou a oportunidade para buscar suas raízes e conhecer a cidade natal de seus avós, nos falou deles e de sua ascendência com tanta emoção que nos fez chorar. Foi um grande momento para todos nós com uma profunda reflexão sobre a imigração no Brasil, em especial, a dos japoneses que aqui chegados primeiro em 1908 vindo no navio Kasato Maru.

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Os japoneses nos trouxeram não só simples operários e lavradores para a indústria ou para o cultivo do café em São Paulo, mas também talentosos seres para nos encher de arte e gastronomia, do budismo e do zen e sua poesia essencial, o hai-kai de Bashô, Issa e Busson, seus mais celebres poetas deste o século XIII. Foi assim que nos chegou pelo atlântico e de navio, pela primeira vez este povo, trazendo fé, cultura e arte, e embora em banzo em meio a diáspora japonesa, o que nos povoou do sul ao norte do país, foi uma rica e inestimável herança ancestral do oriente. O povo de origem de Miki nos trouxe grandes artistas visuais como Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Toyota e muitos outros descendentes. Ao falar de tudo isso, pois tenho forte influência da cultura japonesa, só pode chorar de gratidão junto com Narita e os outros. Bené Fonteles

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Alda Romaguera

Montagem em perfomance 183


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Vera Figueiredo

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Malu Arruda

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Mirs Monstrengo Performance

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Mirs faz performance com cascas e grãos de café ao som da musica Negro Drama dos Racionais MC’s

Negro Drama Racionais Mc’s Negro drama, entre o sucesso e a lama Dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama Negro drama, cabelo crespo e a pele escura A ferida, a chaga, à procura da cura Negro drama, tenta ver e não vê nadaA não ser uma estrela, longe, meio ofuscada Sente o drama, o preço, a cobrança No amor, no ódio, a insana vingança Negro drama, eu sei quem trama e quem tá comigo O trauma que eu carrego pra não ser mais um preto fudido O drama da cadeia e favela Túmulo, sangue, sirene, choros e velas

Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia Que sobrevivem em meio às honras e covardias Periferias, vielas, cortiços Você deve tá pensando: O que você tem a ver com isso? Desde o início por ouro e prata Olha quem morre, então veja você quem mata Recebe o mérito, a farda que pratica o mal Me ver pobre, preso ou morto já é cultural (...) Mas aê, se tiver que voltar pra favela Eu vou voltar de cabeça erguida Porque assim é que é Renascendo das cinzas Firme e forte, guerreiro de fé Vagabundo nato! 199


Marli e Alik Wunder Instalação performance

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Silvana Sarti Performance

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Performance O que resta Cantando a canção de Cascatinha e Inhana: Meu cafezal em flor”, e “As chinelinhas do meu amor” de Chiquinha Gonzaga, a performer entra vestida de branco, num estilo de mucama colonial, ela dança e canta alegremente mostrando a sua total crença e simplicidade. Em uma sacolinha ela carrega cascas de café, como coisa muito preciosa e mostra às pessoas discretamente o conteúdo da sacola. Aproxima-se de um “altar” e oferece seu tesouro, que rapidamente é levado pelo vento deixando-a de mãos vazias. Entristece e deitando-se no chão pede ajuda a mãe terra, assim descobre que tem um pincel dentro dela, isto é, a arte permanece com ela, através desse pincel, pode recriar tudo o que perdeu. A arte não tem limites, nem fim. Silvana Sarti, 2019 210


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Participação especial Elio Wunder

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Seu Constante

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Seu Constante pintando as estaca do redário no Casarão em Campinas, em um projeto dos alunos do Curso Olhar Amoroso.

Bené, com camiseta pintada por seu Constante, ao lado de Mirs

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Ernesto Bonato aprecia as obras de Seu Constante junto do artista e seu filho Mirs

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Especial: Dia 4 - Aula “Heranças Ameríndias da arte rupestre ao contemporâneo” na Faculdade de Educação com mediação da professora Alik Wunder desta faculdade. Dia 11 - Aula “Heranças das Africanidades” nos eventos do mês da consciência negra promovido pelo DCult na Unicamp.

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Dia 16 - Visita com alunos especiais a Fábrica de Arte Marcos Amaro em Itú para ver as exposições de Bispo do Rosário, Pola Fernandez, José Spaniol e Iza Figueiredo. 227


Mostra de Pola Fernandez com obra realizada na ColĂ´nia Juliano Moreira no Rio de Janeiro.

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Este livro de artista foi feito com os pacientes da Colônia Juliano Moreira que compareceram a abertura da exposição 230


Bispo do Rosรกrio 231


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Acervo FAMA

Nelson Leiner 235


Henrique Oliveira

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Eduardo Frota

Rodrigo Sassi

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JosĂŠ Spaniol

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Carmela Cross

Tunga 239


DEZEMBRO

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Marli Wunder 243


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Licia Chaves Â

Miguel Oliveira

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Silvana Sarti 247


Sofia Koyana

Mirs Monstrengo Ernesto Bonato

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Marilde Stropp 249


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Marli Gonรงalves

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Experimento 01:

Ensaio sobre a memória e o café Vídeo-arte (32min)

Victor Lopes

O

Experimento01 é uma vídeo-arte-registro de experimentos com a temática da cultura e memória do café para a sociedade brasileira, claro que em um primeiro ensaio experimentado por movimentos, gestos e também a pesquisa pelo arquivo midiático da história do café. Seguindo a proposta da disciplina realizada na UNICAMP junto ao professor-artista Bené Fonteles, o gatilho CAFÉ é incorporado na temática de meu projeto intitulado “Projeto Livro Turvo” (2017), que aborda a temática de memória, esquecimento (aqui tratadas não como conceitos opostos e sim distintos), mas principalmente estuda a experiência do alzheimer em seus campos sociais extraídos em poéticas plásticas. Deste projeto trago temáticas e objetos reutilizados em outros trabalhos (“Quando minha vó esqueceu-se de tudo, só falava em Guarani” 32min).

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Portanto acumulado entre a disciplina e meu projeto o experimento intenta uma abordagem que contrasta poesia e ironia através do jogo de rituais e arquivo midiático, a fim de falar sobre a “experiência” e como a mesma pode ser vista por mais de uma perspectiva, trato aqui a advertência com o uso de apropriações culturais para narrativas e informações tanto com o arquivo jornalistico sensacionalista exibido quanto com o ritual visto no vídeo. A poesia traz consigo o valor da experiência mas não deixa de ironizar e citar a violência por trás das mais variadas perspectivas. Aqui cabe ainda o tratamento de um experimento sobre a estética e a política quando abordada no uso da experiência visceral do campo das artes. O uso da tipografia escrachada, o arquivo de propagandas e o ensaio do produto CAFÉ trazem ao mesmo tempo a beleza e a ironia da publicidade impregnada em nossa memória, ou pelo menos esquecida ali nalgum canto dela. O experimento é o primeiro de uma série que pretendo produzir, sempre com o mesmo gatilho.

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Davi de Codes

A poética extraída do gesto de viajar mês a mês para encontrar o filho que reside em outro estado. Caminhos percorridos de diferentes maneiras, repetidas vezes, contaminadas por sons e imagens dos lugares. Um percurso que se insere em uma pesquisa de doutorado em Educação, e que versa sobre os fluxos do deslocar e encontrar com qualquer cultura/imagem do Brasil. Da docência feita em errância e pelo mover-se. Ser cambiantemente atravessado pelo mínimo e sutil. 262


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Miki Narita

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Bené canta para Miki uma canção que fez nos anos de 1980 para as crianças sobre a cultura japonesa 266


Falas de Mirs Monstrengo, Vera Figueiredo declama seu poema “Café: o preto passado no saco” e participação especial de Diogo Nazareth com suas canções 267


Rosana Toralba

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Alda Romaguera

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Luiz Lira fala sobre suas matrizes de xilogravura inspiradas em sua indignação em recente massacre de jovens em Heliópolis/SP. As matrizes lembram os enforcamentos de negros nos EUA na década de 1950, os quais geraram a forte e bela canção “Estranha Fruta”, composta e cantada pela magnífica Billy Holliday. Lira nos dá um depoimento sobre o limite do que é ser um negro no país ao sair à rua. Comove os participantes e público da exposição que ainda não tinham ouvido uma fala tão contundente sobre a realidade dos negros no Brasil ainda muito racista. Prova que a escravidão não foi curada e resolvida na sociedade brasileira.

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Bené, sua presença me mostrou como é possível viver de forma plena e verdadeira no mundo. Sua gentileza, amorosidade e respeito a todas as formas de ser me mostrou como é possível agregar pessoas em torno de algo maior, resgatar o sentido de sermos humanos através da poesia e beleza. Obrigada por proporcionar tantos momentos especiais e tanta luz a mim e a todo essa rede de afeto que criou com sua passagem. Que seu caminho siga sempre com toda essa luz. Um beijo. Lícia Campos uuuuuuuuuuu

Bené querido, seu olhar amoroso e poético nos trouxe encontros que reuniram afetos, seguiremos conectados por essa teia criativa espalhando sementes por aí!!! Gratidão por me reconectar ao amor incondicional!!! Alda Guató Bené, o professor, recebe dos alunos em gratidão, uma cesta dos indígenas do Xingu. 276


Edição e ensaio fotográfico: Bené Fonteles com fotos de Marli Wunder, Verônica Hoffmann, Alik Wunder e Alda Romaguera Projeto gráfico: Licurgo S. Botelho e Bené Fonteles

Parede frontal do Instituto de Artes da Unicamp com obra de Bella Tozini. Obra danificada pela intolerância racial e de gênero. Foto: Bené Fonteles

Gratidão a Alik Wunder Sylvia Furagatti Edwaldo Sabadini Filipe Salles Wenceslao Oliveira Jr Paulo Miyada Jochen Volz Emanoel Araújo Júlia Rebouças Lourival Cuquinha Miguel Oliveira Ernesto e Marina Bonato e Grupo Olhar Amoroso


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