Coisas terranas

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organização Annelise Estrella, Claudio de Melo Filho, Flora Villas Carvalho, Isabela Domingues Oliveira e Susana Dias

Campinas, SP BCCL/UNICAMP 2021



autores Ana

Paula

Bianca

Valle

Peter,

Pereira,

Bruno

Ana

Novaes,

Oliveira Cláudio

Rovati, de

Annelise

Melo

Estrella,

Filho,

Danielle

Cristina, Déa Trancoso, Diego Leal, Emanuely Miranda, Evelin Fomin, Enrico Cândido, Fábio Portugal Sorrentino, Fernanda Oliveira, Flora Villas,

Giulia

Losnak,

Gláucia

Pérez,

Isabela

Domingues

Oliveira,

Jhenifer Silva, Júlia Palhardi, Kris Oliveira, Laís de Paula Pereira, Larissa

Bellini,

Mauricio

Lucia

Simionato,

Estevinho, Milena

Mariana

Bachir,

Vilela,

Milena

Mateus

Bento,

Bravin,

Mônica

Pasini,

Néliane Catarina Simioni, Patricia Forestieri, Priscila Jácomo, Rafael Martins

Revadam,

Ricardo

Loiola,

Vanessa Eyng, Wallace Fauth.

Silvia

Cipriano,

Susana

Dias,



sondagem









experimentações escavatórias



01 COISAS COMPANHEIRAS Bruno Novaes

ANOTAÇÃO "As coisas fazem parte de nós, são algo como os órgãos do nosso corpo", Primo Levi.


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02 COISAS COMPANHEIRAS Claudio de Melo Filho

ANOTAÇÃO "A vida na pandemia é, sobretudo, vazia. Vazia de gente, de voz, de vida, de vontade, vazia de relação. Pra não morrer, acho que a única coisa que nos salva é a vida doméstica e sua performances repletas de coisas, artefatos distribuidos no tempo, na casa, no espaço, no corpo, nas lembranças, cada qual com

sua

história

própria,

sua

costura

que

traçam

entre

eles

e

nós,

na

descoberta que temos a cada vez que interagimos com eles, as sensações múltiplas

que

podem

nos

provocar

-

enjoo,

dores,

medo,

prazer,

retorno,

obstáculo. Acho que os artefatos de minha casa talvez me tenham salvado a vida", Flora Villas Carvalho.


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03 COISAS COMPANHEIRAS Danielle Cristine

ANOTAÇÃO "Entusiasmados, nós olhamos o afora pelas manhãs. Mundos coabitam em meio ao

alheio.

Neste

alheio,

exalam-se

possíveis

futuros

em

coisas

estáticas.

Cravamos histórias que não podem voltar a ser como antes", Claudio de Melo Filho.


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04 COISAS COMPANHEIRAS Bianca Peter

ANOTAÇÃO "... para nós o corpo próprio é a primeira das 'coisas' na medida em que se conserva e nos empurra para o mundo. ´'É a primeira produção, a obra prima infantil do estágio em que deixamos de ser simplesmente fenômeno' (DME, 130). Com o corpo, entramos no mundo das coisas", David Lapoujade.


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05 COISAS COMPANHEIRAS Annelise Estrella

ANOTAÇÃO "A pandemia intensifica tudo: sentimentos, relações pessoais, com as coisas. De manhã,

o

vento

caminha

pelo

jardim

alheio

à

vida

companheira

que

vai

caminhar durante o dia. Ontem ele até soprou em meu rosto de forma tênue que essa vida pode ser amiga se a companhia para caminhar nela também for. A forma com que ele segura a caneca que eu trouxe no Texas me deixa inspirada", Annelise Estrella.


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06 COISAS COMPANHEIRAS Fábio Portugal Sorrentino

ANOTAÇÃO "As coisas mostram que o respiro é a testemunha do esgotado. É a descoberta do possível que a Mãe nos oferece como retorno. É também o jogo curioso de se descobrir bambu, muito além de uma performance desmemoriada", Bianca Peter.


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07 COISAS COMPANHEIRAS Flora Villas

ANOTAÇÃO "A

coisa

tem,

por

sua

vez,

um

modo

bem

particular

existente, completamente distinto do fenômeno. O que

de

se

colocar

como

é uma coisa? Como faz

uma coisa para existir como coisa? [...] O triângulo equilátero é uma coisa, mas uma sonata de Schubert também é uma coisa. As pirâmides do Egito, Sócrates e um átomo são coisas, embora não subsistam todas da mesma maneira através do espaço-tempo", David Lapoujade.


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08 COISAS COMPANHEIRAS Giulia Losnak

ANOTAÇÃO "Meu corpo compõe com as coisas, com suas existências luminosas, sinto o movimento

de

montagem

que

nos

envolve

mutuamente,

minhas

cascas

se

soltam, sou povoada de musgos, abrigo insetos, percebo que de mim saem mesas, canetas, livros, conchas... com uma força espiritual antes impensada", Susana Dias.


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09 COISAS COMPANHEIRAS Isabela Oliveira

ANOTAÇÃO "A janela é liberdade e ao mesmo tempo o sol que nos aproxima", Gláucia Pérez.


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10 COISAS COMPANHEIRAS Jhenifer Silva

ANOTAÇÃO "A

ideia

enquanto

de

que

nos

os

trecos

dissolvemos

de

algum

numa

modo

mistura

drenam

pegajosa

a de

nossa

humanidade,

plástico

e

outras

mercadorias, corresponde à tentativa de preservar uma visão simplista e falsa de uma humanidade pura e previamente imaculada", Daniel Miller.


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11 COISAS COMPANHEIRAS Júlia Palhardi

ANOTAÇÃO "Brincamos muito, nos doamos às demais coisas existentes, criamos vida em juntamentos", Lucia Estevinho.


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12 COISAS COMPANHEIRAS Kris Oliveira

ANOTAÇÃO "A arqueologia está baseada na ideia com-partilhada de que o passado está enterrado Gnecco.

e

de

alguma

maneira

cifrado/codificado

nas

coisas",

Cristóbal


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13 COISAS COMPANHEIRAS Laís de Paula Pereira

ANOTAÇÃO "Trata-se

do

modo

como

materiais

de

todos

os

tipos,

com

propriedades

variadas e variáveis, são avivados pelas forças do cosmo, misturadas e fundidas umas às outras na geração de coisas", Tim Ingold.


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14 COISAS COMPANHEIRAS Larissa Bellini

ANOTAÇÃO "Só vagarosamente caminhando, tateando o trajeto, encontrando a trilha aos tropeços e caneladas; um rumo sem rumo", Isabela Domingues.


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15 COISAS COMPANHEIRAS Milena Bachir

ANOTAÇÃO "É uma mesa, mas é também uma obra de arte, uma fórmula vital, um modo de existir que é um chamado a dar atenção a como são inventadas as conexões, as relações", Susana Dias.


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16 COISAS COMPANHEIRAS Néliane Catarina Simioni

ANOTAÇÃO "Sobre a relação misteriosa de dois objetos tão diferentes entre si", Lais Pereira.


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17 COISAS COMPANHEIRAS Mônica Pasini

ANOTAÇÃO "Coisas companheiras que te permitem outonar e se aumentar mergulhando nas profundezas da sua jornada, trancada e encantada aqui dentro, como num parto

em

Jácomo.

que

a

mulher

respirava

fundo

mas

o

ar

era

pouquinho",

Priscila


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18 COISAS COMPANHEIRAS Mariana Vilela

ANOTAÇÃO "Eu às vezes tenho tanta pena das 'coisas'. A mesinha com tampo de mármore, coitada tão gelada e branca e pálida e em vão orgulhosa. Pensa que é nobre. E minha cesta de papéis tão elegante e sóbria, de madeiras em tiras mas de que adianta sua beleza se está sempre no chão, sempre com papel amarratoda das cartas que não mandei", Clarice Lispector.


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19 COISAS COMPANHEIRAS Wallace Fauth

ANOTAÇÃO "do pensamento ao barro, da palavra à pedra", Bruno Novaes.


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20 COISAS COMPANHEIRAS Ana Paula Valle Pereira

ANOTAÇÃO "A

nossa

mão

pode

servir

como

uma

pequena

bolsa.

Será

que

ela

foi

a

inspiração para a primeira bolsa confeccionada no planeta Terra? Acho que sim. A mão vira uma bolsa para bebermos água. Uma colher. Como uma colher. Colher talvez seja a intermediária entre mão e bolsa. Ou a bolsa veio antes?", Ana Oliveira Rovati.


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21 COISAS COMPANHEIRAS Ana Oliveira Rovati

ANOTAÇÃO "A era da produção me atingiu, estou aqui escrevendo com culpa de que poderia estar produzindo", Fernanda de Souza Oliveira.


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22 COISAS COMPANHEIRAS Déa Trancoso

ANOTAÇÃO "Sinto enorme falta da rua, de andar na rua, solto, e esquecido dos perigos, crente ou fingindo crer que as coisas nem são ruins", Diego Leal.


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23 COISAS COMPANHEIRAS Diego Leal

ANOTAÇÃO "Não ver gente é o pior", Enrico Cândido.


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24 COISAS COMPANHEIRAS Emanuely Miranda

ANOTAÇÃO "Entre viver em dois mundos, escolho musgar!", Silvia Cipriano.


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25 COISAS COMPANHEIRAS Evelin Fomin

ANOTAÇÃO "Há terras inférteis que devem ser respeitadas como tal, na esperança de que uma chuva alcance esse trecho seco; enquanto isso, aprofundo debates com neófitos umedecidos, sedentos", Evelin Fomin.


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26 COISAS COMPANHEIRAS Fernanda Oliveira

ANOTAÇÃO "Hoje foi um dia muito especial, pois conheci pessoas brilhantes e estava, de certa forma, sendo abrilhantado por elas", Ricardo Loiola.


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27 COISAS COMPANHEIRAS Lucia Estevinho

ANOTAÇÃO "Para manter um corpo e fugir do assombro da morte ou do pleno esgotamento em vida, Kris Erik de Oliveira.


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28 COISAS COMPANHEIRAS Mauricio Simionato

ANOTAÇÃO "Essa abertura me levou além, me pega pelo braço, arregala meus olhos e diz: esse azul é todo seu", Júlia Palhardi.


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29 COISAS COMPANHEIRAS Patricia Forestieri

ANOTAÇÃO "Tem um objeto no meu quarto que me intriga", Mateus Bravin.


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30 COISAS COMPANHEIRAS Priscila Jácomo

ANOTAÇÃO "O fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de envolverse no prazer de existir", Milena Bachir.


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31 COISAS COMPANHEIRAS Ricardo Loiola

ANOTAÇÃO "é flagrante que as coisas têm prioridade garantida, as coisas, e não as coisas inertes, mas as coisas em movimento, as coisas e seu movimento, sendo as coisas e seu movimento costumeiro aparentemente a mesma coisa", Fernando Deligny.


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32 COISAS COMPANHEIRAS Silvia Cipriano

ANOTAÇÃO "... se esta mesa está feita, pelo carpinteiro, está todavia por fazer no que concerne ao artista ou ao filósofo", Étienne Souriau.


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33 COISAS COMPANHEIRAS Vanessa Eyng

ANOTAÇÃO "As coisas têm uma potência de imensidão. Uma conexão íntima, terrena e descalça. Uma ferida metafórica. Cética e anônima. No fim, traste", Rafael Martins Revadam.


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ITEM

QUANTIDADE

(%)

Fotografias ......................................

273 ..........................................

41,5

Pessoas ............................................

06 ..........................................

0,9

Mãos ................................................

24 ..........................................

3,6

Plantas .............................................

13 ..........................................

2,0

Celulares ..........................................

03 ..........................................

0,5

Carregadores...................................

01 ...........................................

0,2

Tablets .............................................

05 ..........................................

0.8

Fones de ouvidos .............................

05 ..........................................

0.8

Computadores .................................

12 ..........................................

1,8

Relógios ............................................

03 ..........................................

0.5

Radiola .............................................

01 ..........................................

0.2

Batedeira .........................................

01 ..........................................

0.2

Mouses/teclado................................

03 ..........................................

Câmeras ...........................................

02 .........................................

Telescópio ........................................

01 ..........................................

Netflix ...............................................

01 ..........................................

Quadros ...........................................

05 ..........................................

Livros ................................................

15 ..........................................

Caneta/lápis ...................................

07 ..........................................

Cadernos/agenda............................

15 ..........................................

Estojos ..............................................

04 ..........................................

Borracha ...........................................

01 ..........................................

Lápis de cor ......................................

05 ..........................................

Post-its .............................................

03 ..........................................

Pasta ................................................

01 ..........................................

Colchonete.......................................

01 ..........................................

Óculos ..............................................

10 ..........................................

Máscaras ..........................................

05 ..........................................

Produtos de beleza/hidratantes........

08 ..........................................

Àlcool gel ........................................

02 ..........................................

Remédios ..........................................

03 ..........................................

Lente de contato .............................

02 ..........................................

0.5 0.3 0.2 0.2 0.8 2.7 1,1 2,7 0.6 0.2 0.8 0.5 0.2 0.2 1.5 0.8 1.2 0.3 0.5 0.3


ITEM

QUANTIDADE

Concha ..............................................

01 .......................................... 0.2

Pedra .................................................

02 .......................................... 0.3

Chave ................................................

01 .......................................... 0.2

Facão ................................................

01 .......................................... 0.2

Isqueiro...............................................

01 .......................................... 0.2

Moedor de café ................................

01 .......................................... 0.2

Jogos .................................................

03 .......................................... 0.5

Colchão/cama...................................

04 .......................................... 0.6

Mesa de cabeceira ...........................

01 .........................................

Poltrona/cadeira...............................

02 .......................................... 0.3

Rede ..................................................

01 .......................................... 0.2

Retrato .............................................. Bonecos ............................................ Jogos (quebra-cabeça, xadrex) ...... Alimentos .......................................... Bebidas (chá, vinho).......................... Quadros ............................................ Bicicleta ............................................. Prendedor de cabelo ......................... Bolsa .................................................. Chapéu .............................................. Colar .................................................. Chinelo .............................................. Instrumentos musicais ....................... Mochila .............................................. Luminária/luz...................................... Janela ................................................ Xícaras/copos.................................... Garrafa de água ............................... Cafeteira/chaleira ............................ Chapéus ............................................. Linhas/agulha..................................... Caixa de costura ................................

(%)

01 ..........................................

0.2

0.2

11 .......................................... 1.7 03 .......................................... 0.5 02 .......................................... 0.3 04 .......................................... 0.6 05 .......................................... 0.8 01 .......................................... 0.2 03 .......................................... 0.5 01 .........................................

0.2

02 .......................................... 0.3 06 .......................................... 0.9 01 .......................................... 0.2 05 .......................................... 0.8 03 .......................................... 0.5 06 .......................................... 0.9 05 .......................................... 0.8 11 ..........................................

1.7

04 .......................................... 0.6 03 .......................................... 0.5 02 ......................................... 0.3 01 .......................................... 0.2 01 .......................................... 0.2


ITEM

QUANTIDADE

Caixas ..............................................

03 .........................................

Prendedor de cabelo........................

03 .......................................... 0.5

Canudo.............................................

01 ..........................................

0.2

Bolsa ................................................

01 ..........................................

0.2

Casaco.............................................

01 ..........................................

0.2

Bicicleta............ ...............................

01 ..........................................

0.2

Almofada .........................................

01 ..........................................

0.2

Protetor de olhos para dormir .........

01 ..........................................

0.2

Prato ................................................

01 ..........................................

0.2

Desodorante.....................................

01 ..........................................

0.2

Regador............................................

01 ..........................................

0.2

Esculturas/ imagens ........................

03 .......................................... 0.5

Origamis ..........................................

01 ...........................................

Filtro dos sonhos ..............................

01 ...........................................

Enfeite .............................................

02 .........................................

Lençol ..............................................

09 ..........................................

Tapete ..............................................

02 ..........................................

Mesa ................................................

52 ..........................................

Chão ................................................

28 ..........................................

Parede ..............................................

54 ..........................................

Estante/armário ...............................

07 ..........................................

Vaso ..................................................

03 ..........................................

CATEGORIAS A PENSAR Contato com mundos Agrupam mundos Protegem mundos Multiplicam mundos Visualizar mundos

(%) 0.5

0.2 0.2 0.3 1.4 0.3 7.8 4.2 8.1 1.1 0.5




descavação fabulatória



caderno de estratigrafias imaginadas Autor: Cláudio Filho Técnica: Photoshop CS6, Manipulação Digital, Recortes não-acidentais. Fotografias de escavações: Iara Cabral Jota Dimensões 400x300 pixels Data: 2021













arqueologia especulativa

Autores: Annelise Estrella, Cláudio Filho, Flora Villas, Isabela Domingues e Susana Dias Técnica: Escrita criativa e Photoshop CS6,Manipulação Digital. Dimensões 400x300 pixels Data: 2021


Título afetivo: Libertas quae sera tamen Dimensões relacionais: Além de uma mão Materiais: Papel, tinta, ideias e revolução Direitos: Fábio Portugal Sorrentino Habitat imaginário do objeto: Estante do tempo Povo porvir: Anárquico Local improvável de coleta: URSS Data de origem: Março de 2022


Título afetivo: Alívio imediato Dimensões relacionais: Mais ou menos do tamanho do antebraço - de cada um Materiais: Borracha lentamente moldada por onde aperta o sapato Direitos: Milena Bachir Habitat imaginário do objeto: Rente ao chão, e nunca com o solado virado. Povo porvir: Disposto à expansão dos limites corporais impostos e ao alargamento do tempo Data de origem: 2025

Título afetivo: Mar de histórias Dimensões relacionais: Incalculáveis. Expandese em todas as direções. Materiais: Tempos, tinta, celulose, acaso combinatório. Direitos: Milena Bento Habitat imaginário do objeto: Nos vãos invisíveis das paredes, sobre pisos e sob tetos feitos de ideias. Grande afinidade à curiosidade e a leitores-traças Povo porvir: Navegantes, dos mais cautelosos aos mais intrépidos Data de origem: 2021-2030-2017-2045


Título afetivo: O que as paredes (não) contêm. Dimensões relacionais: Do tamanho do que vejo Materiais: Alma em expansão, olhos e olhares, paredes que rebentam de dentro para fora. Direitos: Néliane Simioni Habitat imaginário do objeto: Por trás das fachadas. Povo porvir: Contumazes autovisitadores Data de origem: Julho de 2025.

Título afetivo: Conector pensamento-papel (mas também chamado de avivamento de realidades). Dimensões relacionais: Bem acolhido no espaço de uma mão Materiais: Plástico, feltro, corante, tempo de organizar dentro e fora de si Direitos: Mariana Vilela Habitat do objeto: Idealmente, em estojos e copos, na escrivaninha. Mas, por transitar bem em realidades e, por ser tão útil ao imaginoso, frequentemente surge em bolsas, gavetas, num cantinho atrás de um móvel. Trata-se de um dispositivo cuja tampa tende à vida livre Povo porvir: Alinhavadores criativos Data de origem: Outubro de 2021


Título afetivo: Guardador de sonho Material: Tecido, espuma, cansaço e desejo Dimensões relacionais: Maior que um humano Direitos: Flora Villas Habitat imaginário do objeto: 1/4 Povo porvir: Utópico Local improvável de coleta: Sonífera Ilha Data de origem: Julho de 2021

Título afetivo: Panóptico de bolso Dimensões relacionais: Algo entre um isqueiro e uma caixa de fósforo Direitos: Kris Oliveira Materiais: Aço, eletricidade, vigília, lente, led, cabo, monitoramento, dados, controle Habitat imaginário do objeto: Acima do controlador Povo porvir: Ciborgue Local improvável de coleta: A nuvem Data de origem: 2022


Título afetivo: Enseada doméstica Dimensões relacionais: Da extensão do cansaço, do tamanho de um colo Materiais: Têxteis moldáveis ao corpo, fibras entrelaçadas no afeto Direitos: Mônica Pasini Habitat imaginário do objeto: Cômodos gregários. Vai muito bem perto de livros e filmes – e melhor ainda perto dos afetos Povo porvir: Afeito às paragens e à companhia despretensiosa Data de origem: Janeiro de 2023

Título afetivo: Janela, ouvido, terrível nova Dimensões relacionais: “Tanto quanto ninguém nunca viveu” Materiais: Voz, fibra e resistência sobre celulose Direitos: Mauricio Simionato Habitat imaginário do objeto: Em cada fibra humana, nos recônditos onde não se quer olhar – e, por isso mesmo, dos quais não se deve esquecer Povo porvir: “Nós, já submersos” Data de origem: Fevereiro de 2030


Título afetivo: Lembrança da infância Dimensões relacionais: Cabe um no outro Materiais: Madeira, tinta e mão leve Direitos: Isabel Oliveira Habitat imaginário do objeto: Casa de bonecas Povo porvir: Infinito Local improvável de coleta: Memória Data de origem: Outubro de sempre

Título afetivo: Apresentador de mundos 2.0 Dimensões relacionais: Palma da mão Materiais: Plástico, metal e histórias Direitos: Giulia Losnak Habitat imaginário do objeto: Mente inquieta Povo porvir: Diverso Local improvável de coleta: Julho de 2021 Data de origem: 2021


Título afetivo: Triturador do sono Dimensões relacionais: O tamanho de um gato Materiais: metal, plástico, trabalho, firmeza, tinta, engrenagem, força Direitos: Jhenifer Silva Habitat imaginário do objeto: Fixado às ansiedades laborais Povo porvir: Acordado Local improvável de coleta: Ateliê da memória Data de origem: 2021

Título afetivo: Resguardo anti-fascista Dimensões relacionais: O tamanho de um estojo e a espessura de palito Materiais: Pano, elástico, segurança, distância, linha, resistência. Direitos: Júlia Palhardi Habitat imaginário do objeto: É um ser que circula, grudado aos corpos e escapando da morte Povo porvir: Vacinado Local improvável de coleta: Entre um rosto e outro Data de origem: 2020


Título afetivo: Leite de terra Dimensões relacionais: Algo entre uma mão e um (a)braço Materiais: Argila, cuidado, afeto, memória, leite, carinho, água Direitos: Laís de Paula Pereira Habitat imaginário do objeto: Onde mais se precisar de cuidado ou onde se guarda a memória Povo porvir: Aleitado e terroso. Local improvável de coleta: Onde tudo começou Data de origem: 2021 ou 10.000 anos a.C.

Título afetivo: Enebriador Dimensões relacionais: Enquanto potência se assemelha a uma garrafa, enquanto realização tem o tamanho do ar Materiais: Vidro, papelão, acrílico, cheiro, carvão, madeira, bambu, massala, óleo essencial, planta, olfato Direitos: Larissa Bellini Habitat imaginário do objeto: Atmosferas sensíveis Povo porvir: Relaxado Local improvável de coleta: Memória olfativa Data de origem: 2021



devir terra gestos arqueológicos Desenhos: Flora Villas Composições: Susana Dias Técnica: Manipulação digital Dimensões: variadas Data: 2021









exercícios de ver pelo olhar do outro Fotografias: Isabela Domingues Técnica: fotografia digital Dimensões: 10 x 15cm Data: 2021



Retrato do artista quando coisa Manoel de Barros A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.





aterrar

Fotografias e montagens: Susana Dias Técnica: Coleta, Fotografia, Manipulação Digital. Manipulação artesanal. Dimensões: variadas Data: 2021





transcrição da carta original

Minhes querides, Assumir o compromisso da interdisciplinaridade não é uma prática banal, mas sim um projeto que exige para além de uma abertura extensas às outras formas de experimentar e degustar o mundo, mas também uma dose intensa de responsabilidade. E se aqui partimos da arqueologia enquanto ponto de partida para a construção de uma teia experimentativa de diálogos (ou talvez como a própria linha que a entrelaça), foi preciso também assumir um compromisso em debruçar sobre o conjunto de saberes e fazeres que compõe a prática arqueológica. E é desse diálogo que brotou a terra que compõem as coisas, os corpos, as palavras e os silêncio desse livro. Foi também dessa conversa que se desenharam as quadrículas e esquadros que recortam e remontam as relações materiais com as coisas e imagens que aqui se dispõem. Foi pensando, como fez Tara Million, arqueóloga aborígene Cree, a prática arqueológica como “caminho para a criação do tempo profetizado” (MILLION, 2005, p. 40) que desfiamos elucubrações arqueoliterárias sobre os ser-coisas afetivas que habita essas páginas. Mas é especialmente pela materialidade que a arqueologia costura suas mais (a/e)fetivas linhas aqui. É por entender, como fizeram antes tantas outras arqueólogas, que os artefatos que nos compõem a existência também são vivos e sagrados para fora da nós, são entidade animadas, capazes de negociação e reciprocidade (MILLION, 2005). É por isso também que terminamos aqui, enterradas em nossos corpos e palavras, enterradas e aterradas, comprometidas com a terra mais do que com a escavação por si, comprometidos com as coisas mais do que com sua análise. Devolvemos também aqui, como fez Tara Million com seus artefatos escavados, as coisas para a terra e as cobrimos de nossas próprias orações poéticas. " Abraços procês! Flora


PARA CRIAR O MUNDO


OLÓDÙMARÈ

DEU

PARA

OBÀTÁLÁ

ÈWÒN/CHAIN

(UMA

CORRENTE),

EWE

KOKO

(FOLHAS), IGBIN/SNAIL (CARACÓIS), IYEPE IWARUN (TERRA) E AKUKO ADIYE ELESE MARUN (UMA GALINHA DE CINCO DEDOS). OBÀTÁLÁ TIROU ESSE ÀSE (AUTORIDADE) PARA COMEÇAR A FALAR, ORDENANDO, TUDO QUE QUER FICAR NA TERRA. AQUELA TERRA QUE AINDA ESTÁ MOLHADA OBÀTÁLÁ FALA PARA QUE COMECE A FICAR SECA, PARA

TER

IGI

(ÁRVORES)

E

ERANKO

(ANIMAIS).

DEPOIS

ELE

USOU

ESSE

OPA

OJE

(BRACELETE) PARA IR DE VOLTA ATÉ CÉU. O SEGUNDO TRABALHO QUE OLÓDÙMARÈ DEU PARA OBÀTÁLÁ FOI A CRIAÇÃO DOS HUMANOS, ESSE TRABALHO É CONJUNTO ENTRE ELE,

Ș

OBÀTÁLÁ, E È

Ș Ș

IYEPE TUTU (TERRA MOLHADA). È ENCONTRAR TERRA MOLHADA. È

Ș

ILÉ (MÃE DA TERRA). FOI È OBÀTÁLÁ

QUE

Ș

Ù. OBÀTÁLÁ PERGUNTOU PARA È

MOLDOU

Ù ONDE É QUE ELES VÃO ARRUMAR

Ù DIZ PARA OBÀTÁLÁ FICAR TRANQUILO QUE VÃO

Ù DIZ QUE IRIA PEGAR EMPRESTADA A TERRA COM

Ù QUE BUSCOU ESSA TERRA MOLHADA, ESSA ARGILA. FOI

ESSA

ARGILA,

MAS

AS

PESSOAS

AINDA

ESTAVAM

SURDAS.

NOSSOS ANCESTRAIS E QUE IRIAM SER OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA, AINDA

Ș

NÃO FALAVAM. PORQUE AS PESSOAS MORREM? FOI PORQUE È

Ù PEDIU EMPRESTADO A

TERRA A ILÈ E QUE FOI USADA PARA FAZER ARGILA MOLHADA. O QUE ILÈ (MÃE DA

Ș Ș

TERRA) DISSE PARA È (AREIA) PARA QUE È

Ù FOI QUE DEPOIS QUE ELE TERMINASSE DE USAR ESSA TERRA

Ù DEVOLVESSE ISSO À ILÈ (MÃE DA TERRA). POR ISSO QUE AS

Ș

PESSOAS MORREM, DEPOIS QUE È

Ù TERMINASSEM DE USÁ-LA NESTE MUNDO, ELE

DEVOLVE PARA ILÈ. ÚNICA COISA QUE IRIA SAIR DO NOSSO CORPO, AO MORRER SERIA SÓ AQUELA RESPIRAÇÃO QUE OLÓDÙMARÈ EXPIROU QUANDO FEZ A IMAGEM DE ODI, NO

Ẹ̀

NOSSO CORPO DE AREIA TRANSFORMADA EM ARGILA, COM O USO DA ÁGUA COLHIDA NA TERRA --OLAOLU O. O. DADA (OBALESUN DE OBÀTÁLÁ HOLYTEMPLE - ILÉ IF

- NIGÉRIA)



Do ventre das coisas saem fluxos inomináveis. Observar as coisas é seguir as coordenadas das complexas existências dos humanos na Terra. Acessar os modos como as coisas estão emaranhadas às vidas dos humanos. Não são meros produtos, nem meros objetos inertes, são parte dos humanos. São parte de uma história de exploração e degradação da Terra. Há coisas demais, dispensáveis, acessórias, fúteis. Mas as coisas são, também, parte de uma história de aprendizados e cuidados com a Terra. Há muitas coisas eficazes, imprescindíveis, vitais. Mas mesmo estas parecem nos pedir uma atenção criteriosa e diferenciada. Isso porque é urgente transmutarmos nossas relações com as coisas. Repensarmos os materiais de que são feitas, a natureza e condições do trabalho envolvidos em sua criação, o seu tempo de vida, a relação coisa-desejo, o destino das coisas quando não mais convivermos com elas... Repensarmos, enfim, a nossa relação com as coisas. Assumirmos que as coisas são extensões de nossos corpos, são companhias (Haraway, 2019) de nossas práticas, dependem de processos responsáveis para que possam retornar de onde vieram, da terra. Neste livro-exposição propomos pensar essas questões inventando um diálogo entre artes, literatura, filosofia e arqueologia para experimentar uma perspectiva "terrana" das coisas. É de Bruno Latour (2014; 2020) que trazemos esse termo para propor uma relação com as coisas fora dos circuitos capitalistas predatórios, antes de uma separação entre humanos e coisas. A lida com as coisas para a confecção do livro-exposição cria uma outra duração para as relações, convida a levar a sério nossa existência compartilhada com as coisas e pensar em um contínuo entre terra, coisas e humanos que precisa ser cuidado. No percurso de leitura do livro, há fotografias das coisas que acompanham cada um - as próprias fotografias também como coisas que nos acompanham -, coisas que vão sendo redescobertas a partir de uma arqueologia fabular cuja vontade é pensar e criar novos acordos com as próprias coisas - para além de descobri-las e revelá-las ao público. O convite é, portanto, para que nas grandes ou miúdas coisas vejamos poesia. Nesse movimento, quem sabe, vermos surgir gentes feitas de lama e poeira, conectadas a esta Terra.



Bibliografia DADA, Olaolu O.O. A narração de uma ideia: a criação do mundo, antes do 1º dia em Ilé Ifé. Trad. Rei Ojele Obàtálá Agbaye e Yeye Meso Obàtálá Agbaye. ClimaCom – Povos Ouvir – A coragem da vergonha [Online], Campinas, ano 6, n. 16, dez. 2019. Disponível em: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/olaolu-o-o-dadaa-narracao-de-uma-ideia-a-criacao-do-mundo-antes-do-1-o-dia-em-ile-ife DELIGNY, Fernand. O aracniano e outros textos. Trad. Lara de Malimpensa. São Paulo: n-1 edições, 2015. INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizonte Antropológico, jun. 2012. Disponível em : https://doi.org/10.1590/S0104-71832012000100002 HARAWAY, Donna. Seguir con el problema: generar parentesco en el Chthuluceno (El origen del mundo. Trad. Helen Torres. Bilbao: Consonni, 2019. LAPOUJADE, David. As existências mínimas. Trad. Hortência Santos Lencastre. São Paulo: n-1 edições, 2017. LATOUR, Bruno. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Trad. Maryalua Meyer; Rev. André Magnelli; Orelha Stelio Marras. São Paulo/Rio de Janeiro: Ubu Editora/ Ateliê de Humanidades Editorial, 2020. LATOUR, Bruno. Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, 57(1), pp. 11-31, 2014. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/87702 Acesso em: jul. de 2021. LEVI, Primo. É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. LISPECTOR, Clarice. Um sopro de vida: pulsações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978. MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. MILLION, Tara. Developing an Aboriginal archaeology: receiving gifts from the White Buffalo Calf Woman. In: Indigenous Archaeologies: Decolonizing theory and practice, editado por Smith, C. & H. M. Wobst. Abingdon/ New York: Routledge. pp: 39-51, 2005. SOURIAU, Étienne. Los diferentes modos de existência. 1a. ed. volumen combinado. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Cactus, 2017.





Este livro foi uma criação feita na primeira parte da disciplina Literatura, cultura e sociedade, oferecida por Susana Dias no primeiro semestre de 2021, no Mestrado em Divulgação Científica e Cultural, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Participaram da organização do livro artistas e pesquisadores do grupo multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo (Labjor-Unicamp) ciências, educações e comunicações e do ACTLAB - Laboratório de Pesquisas em Arte, Ciência e Tecnologia (IA-Unicamp).



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