ano XVII | nº 80 | 2016 | www.construirnordeste.com.br
arquitetura | infraestrutura | tecnologia | negócios | urbanismo
PLANTAS NATIVAS: PAISAGISMO QUE VAI MUITO ALÉM DA BELEZA REUSO DE ÁGUA: QUANDO A CHUVA CONTRIBUI COM A ECONOMIA
ESPAÇO ABERTO
IOFV: instalação hospitalar em empreendimentos de luxo
Edifício Verde: construção do presente para preservar o futuro
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ARQUITETURA
Presidente da ADIT fala sobre readequações do imobiliário turístico
R$ 15,00 | € 5,00
ENTREVISTA
M
odelos dinâmicos e expansivos de atuação para impulso das empresas anunciantes, com o vigor necessário para enfrentamento de cenários peculiares. Consideramos que o momento é de agilizar a comunicação para fomentar resultados significativos. Nesse contexto, nasceu o CONSTRUIRBR.COM. Espaço digital, que abraçará a REVISTA CONSTRUIR NE, nessa etapa estimulante.
A OPORTUNIDADE Daremos maior apoio aos nossos anunciantes, parceiros e leitores, com desenvolvimento de projetos de relacionamento diferenciados, interseção e compartilhamentos de iniciativas editoriais, criação de novos modelos de negócios, mantendo esse papel de suporte disseminador de tecnologias, boas práticas e referências. Tudo com a utilização determinante dos meios digitais, que multiplicarão muito rapidamente o efeito de cada passo, de cada iniciativa. Presente há mais de 17 anos como a única revista do setor da construção do Nordeste, a Revista Construir Nordeste – vocacionada para o setor produtivo da construção – cresceu, se modernizou e ocupa hoje lugar de destaque, como publicação e na realização de eventos relacionais, em sintonia com os conceitos da construção e arquitetura sustentável. Manteremos e elevaremos nossa posição de referência.
POSICIONAMENTO E ESTRATÉGIA A nossa VISÃO é ser a referência no mercado editorial e de eventos do setor da construção, especialmente na região Nordeste, tendo como a nossa MISSÃO: c ontribuir para o desenvolvimento do mercado da Construção, levando informações de qualidade às empresas e profissionais do setor, através de publicações, plataforma web e eventos, numa perspectiva ambiental positiva, de acordo com os conceitos do desenvolvimento sustentável da construção e arquitetura.
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SUMÁRIO
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12 PALAVRA | Luiz Fernando Moura, presidente da ABRAINC: “Alguns indicadores mostram que pode haver melhora do setor imobiliário nos próximos meses” 15
ENTREVISTA Felipe Cavalcanti, presidente da Adit : “O grande inimigo não é o empreendimento regularizado, mas a ocupação irregular do solo”
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PAINEL ACONTECE Chegou a APA – Associação Pernambucana de Arquitetos
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Manaus sedia a 2ª edição do Congresso Internacional de Arquitetura e Sustentabilidade da Amazônia 21º Prêmio Deca - Inscrições abertas Mobilidade é o desafio no prêmio Schindler Global Award Copergás amplia fornecimento de gás natural no Recife Casa Cor Pernambuco celebra o morar brasileiro em 2016
22 MOSTRA CONSTRUIR Vida Sustentável Foi em maio, com exposição, debate e troca de experiências 26 VITRINE | Produtos diferenciados em destaque 28 ESPAÇO ABERTO O Edifício Urbano Vitalino, do Colégio Fazer Crescer, em Recife, é a primeira construção sustentável do setor educacional em Pernambuco Indicação de áreas aptas para disposição final de resíduos da construção civil. 32 CAPA Como o uso das plantas nativas interfere na sustentabilidade dos empreendimentos
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37 ARQUITETURA HOSPITALAR Projeto destaque é para o IOFV, instituição o mais alto nível tecnológico no setor de oftalmologia
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André Dantas
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48 TECNOLOGIA Reuso da água 51 NEGÓCIOS Ramada Hotel – Geração de 56 empregos diretos Solarium – 10 anos e sua quarta fábrica instalada no Recife Monica Mercês - Geração de emprego e renda - a porta da saída da crise Leonardo Maciel – “É urgente a necessidade de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do INPI”
56 PERFIL EMPRESARIAL | Josemar Ferraz
EXPEDIENTE
DIRETORIA EDITORA | Elaine Lyra elainelyra@construirbr.com DIRETORA EXECUTIVA | Tatiana Feijó tatiana@construirbr.com
REDAÇÃO DIRETORA DE REDAÇÃO | Elaine Lyra EDITORIA | JUST PRESS COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTO redacao@construirbr.com EDITORA DE ARTE | Luciana Alves COLUNISTAS Leonardo Maciel | Mônica Mercês CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Angelo Just, Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas, Adriana Cavendish, Alexana Vilar, Betinha Nascimento, Bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão, Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, José Tavares, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Renato Leal, Risale Neves, Rúbia Valéria Sousa Sandra Miranda, Serapião Bispo, Williames de Albuquerque REPRESENTANTES PARA PUBLICIDADE NSAPE | Márcia Soares +55 81 3264.0576 | marcia@nsape.com.br ESPAÇO DE MÍDIA | Rogério Álvares +55 81 99976 8544 I rogerio@espacodemidia.com.br
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PONTO DE VISTA
Começou um novo ciclo. Será mesmo? Pelo menos é o que todos queremos. Precisamos trabalhar para superar a onda de desaceleração que insiste em nos assombrar. Os economistas falam que 2017 também será um ano difícil. Nada diferente das previsões anteriores, mas é preciso trabalhar. E o grande desafio é investir, agir, atuar e acreditar. Assim as chances de superação poderão chegar mais rapidamente. Nessa onda propulsora, a Adit completa 10 anos promovendo debates sobre o setor imobiliário e turístico. Na entrevista, o presidente da instituição, Felipe Cavalcante, revela que os empreendimentos hoteleiros turísticos vem sofrendo readequações para se manterem fortes no mercado. E a palavra do presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) alerta sobre a necessidade de intervenções econômicas no setor imobiliário. Você vai ver o resumo do que aconteceu na primeira Mostra Construir, promovida pela Revista Construir NE no Shopping Rio Mar, em Recife. Foi um apanhado de tecnologias para acústica, energia e iluminação, com debates e exposições. E tem mais atitudes valiosas! Em Espaço Aberto, o projeto sustentável da Escola Fazer Crescer tem tudo para ser uma referência. Na matéria de Capa, o uso de Plantas Nativas revela-se uma opção vigorosa à estrutura dos empreendimentos. Além de belas, mantem e recuperam os ecossistemas. Pássaros voltam e a dinâmica dos espaços verdes retomam a saúde. Em Arquitetura, mostramos como o Instituto de Olhos Fernando Ventura segue a tendência de hospitais em luxuosos empresariais. O Estilo fica por conta de uma Casa de Campo Unifamiliar do arquiteto André Dantas.
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Elaine Lira - Direto
ra da Redação
O reuso da água da chuva em construções comerciais e residenciais é o tema da Tecnologia, comprovando o quanto implantação de sistemas contribue para economizar água. Já Negócios trás o artigo de Mônica Mêrces sobre a geração de emprego e renda no setor da construção e o advogado Leonardo Maciel, da Queiroz Cavalcanti, sublinha a falta de celeridade do processo de registro de marca no INPI. O destaque no espaço Perfil Empresarial é para a carreira de 38 anos do arquiteto pernambucano Josemar Ferraz. Revista Construir Vida Sustentável, o retrofit é mostrado como uma solução alinhada ao conceito de sustentabilidade e qualidade de vida nas cidades. É a tendência dos centros urbanos para modernizar, adaptar e revitalizar os imóveis existentes e se apresenta como uma nova e importante oportunidade de negócios. A entrevista com Serapião Bispo mostra o quanto é possível se construir grandes empreendimentos sustentáveis. Como nosso mercado é robusto e forte! É trabalhar com vigor, acreditar e ir em frente. Ótima leitura.
Estilo: Espaços pensados para o bem estar na Casa de Campo projetada pelo arquiteto André Dantas.
As plantas nativas vão muito além do paisagismo.
Instituto de Olhos Fernando Ventura: referência em tecnologia em saúde no centro do Recife.
FOI ASSIM
CORRE, SENÃO A ED. 80 NÃO SAI! Pois é. O título já dá uma ideia de como foi a produção da edição 80 da Construir NE. Uma correria só! Foi gente nova chegando na redação, tentando entender o timing do negócio, queimando os neurônios para acompanhar cada processo, cada pauta, cada tema, cada entrevistado. O pessoal veterano ajudou em tudo que podia. Deu uns toques, mostrou como se faz, apresentou exemplos, fontes de informação, e tudo que precisava para que déssemos conta de fazer uma Construir NE linda para vocês. Essa edição foi ainda mais prazerosa de fazer por causa da temática: retrofit. É imprescindível abordar o assunto nos tempos de hoje. Afinal, se a gente não discute e repensa os nossos hábitos hoje, como será o futuro do nosso planeta amanhã? Cada exemplo maravilhoso e enriquecedor de práticas sustentáveis você vai encontrar por aqui, sabia? Reuso de água de chuva, edifício sutentável, uso de plantas nativas... tudo isso para contribuir com a melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente.
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Tivemos pouco tempo, corremos para conseguir os contatos das fontes, falar com diversos especialistas sobre os assuntos abordados – com alguns tivemos sucesso, com outros nem tanto – e tirar o máximo de informações possíveis e úteis de todos eles e produzir imagens para ilustrar, uma correria... Mas, no final, conseguimos dar conta do recado. Deu tudo certo! A edição 80 da Construir NE foi feita com muito carinho e cuidado, especialmente para vocês. Esperamos que gostem e que possam se inspirar nas dicas e nas atitudes sustentáveis que trazemos neste número. Que elas possam sair das páginas da nossa revista e se espalhar por aí, como as abelhas espalham o pólen e fazem a vida se multiplicar. A redação.
PALAVRA
“O SETOR IMOBILIÁRIO PRECISA DE MEDIDAS PARA TORNAR A TOMADA DE DECISÃO PARA LANÇAMENTOS MAIS RÁPIDA E SEGURA”
SETOR IMOBILIÁRIO NECESSITA DE MEDIDAS ** Luiz Fernando Moura
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pesar da ligeira melhora no ambiente macro, como os indicadores de confiança e juros, as dimensões de crédito imobiliário e demanda mantiveram trajetória declinante. Já o ambiente setorial manteve-se praticamente estável, com a melhora nos indicadores de insumos e lançamentos compensando a queda no indicador de preço dos imóveis. No total, cinco dos 12 indicadores do Radar A brainc-Fipe e ncontram-se nos níveis mais baixos da série, como atividade, massa salarial, preço dos imóveis, emprego e condições de financiamento, todos com indicadores bastante desfavoráveis do ponto de vista do setor. Em 2016, o panorama geral do mercado permanece negativo, com queda de 0,6 pontos entre junho de 2016 e dezembro de 2015. Em relação aos 12 meses, entre junho
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de 2016 e junho de 2015, nota-se uma queda em todas as dimensões, resultando em um recuo de 1,6 pontos na média geral. Apesar disso, alguns indicadores já mostram que pode haver uma melhora nos próximos meses. O setor imobiliário precisa de medidas, como baixar a taxa de juros, controlar a inflação, aumentar a concessão de crédito para tornar a tomada de decisão para lançamento de novos empreendimentos e para aquisição de novas unidades mais rápida e mais segura. Estamos otimistas, pois é um setor fundamental para impulsionar o desenvolvimento do país, e que muito contribui na geração de emprego e renda.
** Presidente da Abrainc - Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
Colômbia
QUALIDADE E ÉTICA. Norte
pitacocriativo
Nordeste
Centro-Oeste
Desde 1969, a gente se realiza ao ver cada projeto tomando forma. Trabalhamos com segurança e transparência. Nossa motivação vai além da construção. Nossas fôrmas, andaimes e escoramentos contam com tecnologia alemã, e nossa equipe oferece um atendimento próximo e diferenciado, pois cada solução tem muito do nosso coração.
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Prêmio PINI - Melhores da Construção 1º lugar: Escoramentos e fôrmas para concreto desde 1999. 1º lugar: Andaime fachadeiro e fôrma de alumínio, desde 2011.
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Nossa estrutura é feita de gente.
ENTREVISTA
ENTREVISTA FELIPE CAVALCANTE – ADIT
Readequação é foco dos empreendimentos turísticos
O
Nordeste brasileiro vem passando por uma revolução nos setores turístico e imobiliário. Apesar do potencial da região, com suas condições climáticas e belezas naturais, os investidores estão se reinventando para continuar fortes no mercado. Os empreendimentos estão sendo readequados para continuar recebendo os turistas que, sejam eles nacionais ou internacionais, desejam conforto para extrair o máximo de proveito durante a estadia. Apesar da estagnação, a ADIT – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro está comprometida em continuar fortalecendo o setor. A Construir Nordeste conversou com o presidente da instituição, Felipe Cavalcante sobre o atual panorama da região e quais as expectativas para o futuro no campo turístico.
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ENTREVISTA Com a atual situação econômica do Brasil, houve redução dos complexos turístico-residenciais? Sim, desde a crise em 2008/2009 o Nordeste vem sofrendo um grande abalo, apesar de que houve até um boom de novos empreendimentos imobiliário-turísticos há uns três anos, porém mais voltados ao público local, regional. Mas naturalmente, o crescimento tende a retomar quando a economia voltar.
NOS PRÓXIMOS ANOS, COMO O BRASIL ESTÁ BARATO, OS INVESTIDORES VOLTARÃO. SE A GENTE TIVER UMA BOA INFRAESTRUTURA NÓS CONSEGUIREMOS TRAZER OS TURISTAS.
A Adit acredita que a partir do segundo semestre haverá uma melhora nos investimentos imobiliários turísticos no Nordeste? Não, ainda é muito cedo. Acreditamos que partir do ano que vem esse movimento ainda permaneça de maneira mais tímida a acontecer. Apesar de a paralisia política ter acabado, agora é esperar os resultados das ações na área econômica. E se por um lado, a parte imobiliária foi muito afetada, na parte turística em si, que inclui parte das nossas ações, principalmente no Nordeste, em vários casos, o impacto foi positivo, devido às poucas indústrias que não foram afetadas pela crise, ou que foram afetadas positivamente, devido à questão cambial. Então, entendemos que a partir da recuperação da economia, já nesse segundo semestre e início do próximo ano, o setor trístico volte a melhorar no Nordeste. Investidores estrangeiros continuam visando o Brasil? O Brasil saiu da moda. E com os conflitos políticos, os pontos negativos foram sobressaltados, mesmo com o preço baixo do câmbio.
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Nós entendemos que nos próximos anos, como o Brasil está barato, os investidores voltarão, não necessariamente para determinado tipo de investimento de turístico imobiliário no Nordeste, apesar de a gente começar a ver alguns players se movimento nesse sentido, mas na economia como um todo. O Brasil está barato e eles voltarão aos investimentos aos poucos. A região Nordeste possui algum diferencial para atrair os investimentos turísticos, sem levar em consideração a condição climática? Realmente a questão climática, a parte tropical do Brasil é o principal driver para os investimentos turísticos, especialmente para os turistas
nacionais. Já para os internacionais continua sendo um sonho distante, em termo de escala, como acontece em outros destinos, como Caribe, etc. Acho que por algum tempo ainda a gente vai ter focar no mercado nacional. Obviamente que um voo a mais que vir da Europa contribui, mas não sustenta o desenvolvimento turístico do Nordeste. Fora isso, tem a questão de sazonal, o querosene, que devia ser mais baixo para estimular mais voos, a infraestrutura, a questão de saúde, uma série de outras questões que poderiam contribuir ao desenvolvimento do setor. Em resumo, se a gente tiver uma boa infraestrutura, segurança, que hoje está afetando muito o nordeste, nós conseguiremos trazer os turistas.
ENTREVISTA
A GENTE NÃO PODE PENSAR EM FAZER EMPREENDIMENTOS QUE PREJUDIQUEM O MEIO AMBIENTE. A CONSCIÊNCIA DOS EMPRESÁRIOS É MUITO GRANDE. O GRANDE INIMIGO É A OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO; ISSO QUE TEM QUE SER COMBATIDO.
ILOA Resort - Barra de São Miguel - AL.
Como os empresários estão repensando os empreendimentos no litoral? Na verdade eles começaram a fazer isso com a crise em 2008/2009, quando grandes glebas de áreas foram adquiridas para a construção de megaempreendimentos, voltados para o mercado internacional, mas percebeu-se que esse mercado não existia. Com isso foram adaptados os empreendimentos para o mercado local, que em certa medida os consumiu. Porém, agora a maior adaptação que está sendo feita é o fracionamento das unidades. Contudo, esses empreendimentos de reestruturação imobiliária turísticos ainda não estão regulamentados pela lei, mas alguns destinos que tem uma concentração de parques temáticos
como em Gramado, Olímpia e Caldas Novas têm tido grande sucesso. Essa a adaptação mais recente nesta situação de crise que estamos vivendo. Como a associação está empenhada a ajudar os empresários a continuar expandindo? A Adit tem como grande foco orientar e educar os empresários brasileiros. Temos feito várias ações em relação a isto, como lançamentos de livros e trazendo literaturas que ainda não existem no Brasil, incentivando os empresários. Temos também um grande foco em network. A Adit tem em seu DNA a geração de negócios. E estamos também muito antenados com a vanguarda, novos nichos de mercado para que os empresários possam tirar o máximo de proveito.
Cada dia mais há preocupação em integrar com o meio ambiente. As questões socioambientais têm dificultado os investimentos? Não há o que se reclamar com relação a isso. A gente não pode pensar em fazer empreendimentos que prejudiquem o meio ambiente, apesar de que qualquer empreendimento sempre existirá uma matriz com fatos positivos e negativos. Mas a consciência dos empresários é muito grande. Eles não fazem nada fora da lei, tudo licenciado. O grande inimigo não é o empreendimento regularizado, mas a ocupação irregular do solo; isso que tem que ser combatido. De qualquer maneira, com a Lei Complementar nº 140, que foi aprovada no Congresso, houve uma maior clareza sobre qual ente da Federação deve licenciar qual empreendimento. Além disso, a Adit também tem tentado orientar e educar os empresários de como lidar com essa oposição de empreendimentos, tendo inclusive lançado um livro chamado Nimby Wars recentemente, com o maior especialista americano no tema, onde são divulgadas táticas e estratégias de como lidar com esta oposição quando você está com toda a razão, mas setores da sociedade organizada contrários ao seu empreendimento são contrários, baseados em ideologias ou outros interesses para barrá-los.
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PAINEL acontece
PROFISSIONAIS ARQUITETOS VALORIZADOS NA ASSOCIAÇÃO PERNAMBUCANA DE ARQUITETOS (APA) A APA (Associação Pernambucana de Arquitetos) é uma associação civil, de direito privado e sem fins lucrativos. Ela foi fundada com o objetivo de valorizar a profissão, criar um ambiente favorável entre as diversas entidades que formam o mercado, modernizar os processos e a gestão dos escritórios, além de criar uma pauta propositiva de diálogo com a sociedade. Além disso, todos associado tem direito ao APA CARD, um cartão de vantagens que dá descontos em estabelecimentos parceiros como o Çava Bistrô, Kisu Comida Japonesa, o Ipog Instituto de Pós Graduação, Academia R2, a Faxina Mais entre outros. Associe-se você também.
DEBATES SUSTENTÁVEIS PARA A AMAZÔNIA CONTINENTAL Manaus recebe entre 14 a 16 de setembro, a 2ª edição do Congresso Internacional de Arquitetura e Sustentabilidade na Amazônia – II ARQAMAZONIA. Com o tema Cidade e Natureza, Ambiente de Todos, o evento tem o objetivo de propor modelos urbanos e arquitetônicos sustentáveis na Amazônia. Serão três dias de programação, onde arquitetos e urbanistas, geólogos, ambientalistas e interessados pelo tema, vão debater os projetos arquitetônicos e urbanísticos da Amazônia Continental, além de discutir e propor tecnologias sustentáveis aplicáveis na região. O II ARQAMAZONIA é realizado pela Federação Panamericana de Associações de Arquitetos e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil.
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INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O 21º PRÊMIO DECA Arquitetos, engenheiros, designers de interiores e construtoras de todo o Brasil já podem se inscrever no 21º Prêmio Deca. Conhecido por premiar os melhores banheiros, este ano o concurso apresenta uma grande novidade: irá prestigiar também os melhores projetos de cozinha. O prêmio acontece em duas etapas: regional e nacional. Na regional, serão premiados os melhores projetos das categorias residencial, comercial e mostra. Já nacionalmente, será escolhido o melhor projeto das três categorias regionais, além dos destaques das categorias Construtora e Cozinha. As inscrições podem ser realizadas até o dia 26 de setembro pelo site www.decaclub.com.br/premio.
MOBILIDADE É O DESAFIO NO PRÊMIO SCHINDLER GLOBAL AWARD Estudantes do Brasil e exterior, que estejam cursando o último ano de graduação ou mestrado dos cursos de arquitetura, paisagismo, design e planejamento urbano podem participar da 7ª edição do Schindler Global Award (SGA). A edição 2017 do prêmio tem como tema a região do Ceagesp, São Paulo, e vai desafiar os estudantes a usar a mobilidade como catalisador para a mudança, priorizando a integração entre população e elementos urbanos. A competição, realizada pelo Grupo Schindler - líder global em elevadores e escadas rolantes - vai premiar o projeto vencedor com mais de US$ 100.000. As inscrições podem ser realizadas até 31 de dezembro de 2016 pelo site www.schindleraward.com.
COPERGÁS AMPLIA FORNECIMENTO DE GÁS NATURAL NO RECIFE A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) vem ampliando e construindo mais ramais de distribuição do Gás Natural para ampliar o fornecimento do combustível. A partir de novembro, o gás natural chega aos moradores dos bairros do Espinheiro, Graças, Casa Forte, Parnamirim, Rosarinho e Derby. A ação faz parte dos planos de ampliação da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), que planeja investir R$ 11 milhões em recursos para fornecer gás natural a 60 mil imóveis até 2019, no Recife. Além disso, o órgão está investindo na expansão do ramal norte, passando por Igarassu e chegando até Goiana, atendendo assim, ao novo polo automotivo e cervejeiro do Estado.
CASA COR PERNAMBUCO CELEBRA O MORAR BRASILEIRO EM 2016 Sob o comando das irmãs Isabela Coutinho e Carla Cavalcanti, a CASA COR Pernambuco será realizada entre os dias 23 de setembro e 6 de novembro deste ano e contará com a participação de arquitetos, designers e paisagistas renomados que assinarão o projeto de 42 ambientes. Tradição e modernidade marcam a mostra de arquitetura que terá como cenário um sobrado do século XIX, com arquitetura colonial e estilo classicista imperial, situado na Zona Norte do Recife. Com o tema a celebração do morar brasileiro, o evento visa a criação de experiências que inspirem e emocionem para transformar a casa em um espaço para celebrar a vida. Entre os ambientes da época estão o escritório principal, quarto das filhas, quarto dos filhos, com os respectivos banheiros, suíte principal, banheiro das filhas, banheiro dos filhos e terraço frontal, como extensão da área de convívio familiar e apreciação da paisagem.
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Desafios para projetar e construir ambientes sustentáveis Tendências que vieram para ficar Fotos por Tatiana Feijó
Sustentabilidade com foco em acústica, iluminação e energia. Com este mote, a MOSTRA CONSTRUIR – VIDA SUSTENTÁVEL, realizada de 9 a 12 de junho, no Shopping RioMar, procurou levar à sociedade, e não apenas para especialistas, uma abordagem contemporânea integrada destes conhecimentos com foco em conforto, saúde e bem estar. O cenário proporcionado pela MOSTRA foi inspirador para apresentação de tecnologias voltadas à energia solar, para estimular o desenvolvimento de projetos arquitetônicos, considerando o conforto acústico e luminotécnico. O evento contou com exposição (Praça de Inovações), o minicongresso, com palestras e debates, com o intuito de estimular o uso racional da energia, a utilização de fontes renováveis, tecnologias e sistemas. A Mostra Construir teve como objetivo promover a prática de projetos adequados de iluminação e acústica nos edifícios e espaços urbanos, proporcionando melhor qualidade de vida e conforto. Para isso, a programação contou com palestras de renomados especialistas como Francisco Buarque e a conselheira do CAU/PE Cláudia Torres. Vários momentos marcaram a Mostra Construir sob a temática Acústica. Um deles foi a palestra de da arquiteta e mestra em engenharia ambiental urbana na área de poluição sonora pela Universidade Federal da Bahia, Débora Barreto, com o tema Acústica e a Norma de Desempenho.
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Já o arquiteto e especialista Francisco Buarque discursou sobre Projetando com os Ouvidos. Uma segunda palestra de Francisco teve como tema a Poluição Sonora provocada pelo Elevado Costa e Silva. O arquiteto e coordenador técnico da Trevo Drywall, Wenderson Fontenelle Lobo, palestrou sobre a Performance do DryWall na Acústica, e o engenheiro civil, administrador e empresário Araripe Serpa Júnior, explanou sobre Acústica: o agente invisível que nos ameaça. Em um segundo momento da Mostra, alguns equipamentos foram apresentados ao público. Assim, o público pode ter experiências com frequencímetro, um equipamento de visualização de ondas sonoras, além da apresentação de sons de frequências conhecidas e pôde conhecer uma cabine acústica, instalada pela Trevo Brasil, em parceria com a New Building, onde o púbico experimentou o impacto nos ouvidos e nas sensações p roporcionado pelo uso de equipamentos acústicos adequados.
“O PÚBICO EXPERIMENTOU O IMPACTO NOS OUVIDOS E NAS SENSAÇÕES PROPORCIONADO PELO USO DE EQUIPAMENTOS ACÚSTICOS ADEQUADOS” Quanto à iluminação, o professor Dr. Ruskin Freitas, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, abordou o tema: Estratégias Bioclimáticas na Arquitetura esclarecendo conceitos
Elaine Lyra, Revista Construir NE, a Professora Dra. Emília Rabbani, mediadora do Painel Sustentabilidade em Projetos de Construção e Paisagismo e a arquiteta Luciana Raposo, consultora do Sebrae PE, palestrante.
Mônica Plumari, Lemca, palestrante do Mini Congress Construir
A arquiteta professora Dra. Cláudia Torres, coordenou o Painel Iluminação
Coordenador do Painel Energia, o engenheiro e professor Carlos Salviano
Coordenador e mediador do Painel Acústica, o arquiteto Francisco Buarque
Mohana Lima, a light designer, foi palestrante no Mini Congress Construir
Palestrante no Mini Congress Construir a professora Dra. Solange Léder
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Carlos Sampaio, Pricila Correalli e Wenderson Fontenelle Lobo, da Trevo Drywall.
Equipe da Mostra Construir recebendo o públicoinserir uma foto
Ana Lúcia Gonçalves
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A cabine acústica, desenvolvida pela Trevo Drywall e New Building, atraiu o público, que pode comprovar os benefícios do tratamento acústico
fundamentais para a compreensão da importância do tratamento adequado das envoltórias que produzem diferentes linguagens arquitetônicas em diferentes contextos climáticos para o conforto ambiental e desempenho energético.
“APRESENTADAS OPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO, COM AS PALESTRAS: ESTÍMULO AO USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS E OS RECURSOS PARA ENERGIAS ALTERNATIVAS.” Já a professora Dra. Solange Léder, e pesquisadora do Laboratório de Conforto da Universidade Federal da Paraíba, ressaltou a relação entre luz natural e saúde, um tema que vem
ganhando interesse crescente de especialistas e projetistas, uma vez que a importância do uso da luz natural ultrapassa a necessidade de racionalização energética nos edifícios para uma dimensão de saúde e produtividade. Explorar as possibilidades da luz artificial muito além da luz natural, tema abordado pela professor Dra. da UFPB Cláudia Torres, teve como objetivo mostrar que luz natural e artificial podem estar integradas aos projetos, desde o início da concepção até a fase de funcionamento do edifício. Tal postura gera eficiência e uma nova possibilidade de expressão arquitetônica. A lighting designer Mohana Lima ilustrou sua palestra sobre Iluminação de Varejo com diversos cases em shoppings centers, explorando várias so-
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luções para mostrar a importância da luz como atrativo de vendas e suas variações sutis de intensidade, direção, aparência e qualidade na reprodução das cores para valorizar os produtos e atrair os clientes. Fabricantes de luminárias das marcas Exporlux + Light Design e LEMCA apresentaram produtos de última geração em Leds e explicando aspectos importantes a serem observado na especificação e compra destes equipamentos.
“ O USO DA LUZ NATURAL ULTRAPASSA A NECESSIDADE DE RACIONALIZAÇÃO ENERGÉTICA NOS EDIFÍCIOS PARA UMA DIMENSÃO DE SAÚDE E PRODUTIVIDADE” Na questão energética, a energia solar e as fontes alternativas soram o destaque das palestras. A Mostra levou ao conhecimento Como Aproveitar a Energia Solar Fotovoltaica, palestra proferida pelo professor José Bione de Melo. Mediador do debate, o professor Carlos Salviano explanou sobre Como Aproveitar a Energia Solar Térmica. Outros especialistas no assunto, como o engenheiro Manoel Malta e Carlos Roberto Harduim de Souza se voltaram às oportunidades de financiamento, com as palestras de Estímulo ao uso de Energias Renováveis e os Recursos para Energias Alternativas para Micro e Pequenas Empresas, respectivamente. Soluções para Reduzir o Consumo de Energia e seus Benefícios foi outro tema explanado pelos professores Salviano e Rafael Lira. Foi debatido o case da Arena de
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Pernambuco sobre a Aplicação de Energia Solar Térmica, além das palestras sobre a Energia Fotovoltáica em Geração Distribuída, e a Eficiência Energética: Pequenas Ações Grandes Resultados. Uma Praça de Inovações também foi montada em parceria com empresas. A LEMCA e Light Design apresentaram tecnologias diferenciadas de iluminação, enquanto a Salviano Engenharia levou novidades no setor de energia solar. Já New Building e Trevo DryWall destacaram equipamentos para viabilizar projetos acusticamente adequados. O SEBRAE esteve presente com propostas diferenciadas implementadas em apoio a esses setores.
Assim, a revista Construir NE promoveu a 1ª MOSTRA CONSTRUIR - Projetando com os Sentidos e com Eficiência. O apoio apoio dos parceiros contribuiu para o alcance máximo do seu principal objetivo, que é o de criar condições favoráveis, através de exposição e debate, melhorar a qualidade de vida e conforto. Nosso muito obrigada aos mediadores do Mini Congresso: os professores Cláudia Torres, Francisco Buarque e Carlos Salviano. E às empresas Trevo Drywall, Lemca, Light Design Exporlux, Sebrae, Rio Mar, Salviano Engenharia, New Building, Perfil, Ar-Raçif, SM Empreendimentos e Consultoria, Ana Lúcia Gonçalves Arquitetura Verde e a montadora Pontual. Em 2017 tem mais!
VITRINE
01| INOVAÇÃO E DESIGN EM ELEVADORES RESIDENCIAIS A Thyssenkrupp lança o Synergy One, elevador desenvolvido para o segmento residencial que reúne soluções inovadoras em design, versatilidade e engenharia. Dentre elas, destacase a oferta de painéis coloridos para as cabinas, dando ao cliente a opção de customizar a decoração do elevador. O produto também traz economia de energia com a máquina de tração sem engrenagem com motor de imãs permanentes, que melhora o rendimento e diminui custos. A cabina possui iluminação LED, que reduz em 75% o consumo de energia e sua durabilidade é cinco vezes maior que a lâmpada fluorescente.
02| AR CONDICIONADO INDIVIDUAL PARA ESCRITÓRIOS Para atender às particularidades de conforto de todos os usuários, os inventores Fernando Dondeo, Arthur Sakamoto, Fabíola Moltene e Guilherme Gomes, afiliados à Associação Nacional dos Inventores (ANI), criaram o “dispositivo direcionador de ar condicionado diferenciado individual”. O produto funcionará por meio de difusores que podem se movimentar para todos os lados, abrindo e fechando, similar ao existente em veículos. O “dispositivo direcionar de ar-condicionado diferenciado e individual” foi desenvolvido de modo a atender os requisitos necessários para adquirir pontos para a certificação LEED em Green Buildings, pois promove a redução do consumo de energia e maior qualidade de convivência e bem-estar dos ocupantes dos espaços coletivos. O público-alvo deste invento são empresas de engenharia e arquitetura, fabricantes de móveis e de ar condicionado.
03| SEGURANÇA TAMBÉM NA PINTURA A companhia nacional CKC do Brasil, especialista em produtos de proteção passiva contra incêndios lança a tinta intumescente CKC-333, para proteção de paredes de alvenaria com função corta-fogo, que dura três horas, reduz a emissão de fumaça e a propagação de chamas. À base de água, e com alto desempenho para retardar chamas, a pintura intumescente é diferencial em área de segurança passiva contra incêndios em armazéns, edifícios corporativos e indústrias. Além dessas vantagens, a pintura não precisa de chapisco, emboço ou reboco e exige baixo investimento: cerca de 50% a menos que a parede revestida com o sistema convencional.
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ESCOLA SUSTENTÁVEL: CASO DO EDIFÍCIO URBANO VITALINO
Stela Fucale - Professora Associada da Universidade de Pernambuco Amanda Pereira - Estudantes de Graduação em Engenharia Civil da Universidade de Pernambuco Carolina Peixoto - Estudantes de Graduação em Engenharia Civil da Universidade de Pernambuco Mayara Gomes - Estudantes de Graduação em Engenharia Civil da Universidade de Pernambuco Pedro Selva - Bacharel em Arquiterura pelaUFPE
O setor da construção civil é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social no Brasil, no entanto, é também um importante consumidor dos recursos naturais e energéticos, além de gerar uma grande quantidade de resíduos, que em geral são depositados de forma inadequada. A construção sustentável se mostra assim uma alternativa que oferece maior conscientização e responsabilidade, adaptando as necessidades de uso, produção e consumo humano, de modo que os recursos sejam preservados para as gerações futuras. Em Recife, o Edifício Urbano Vitalino, quinta unidade do Colégio Fazer Crescer (CFC), localizado no bairro do Rosarinho, fez uso de diversos componentes sustentáveis ainda na fase de concepção de projeto. A edificação em estudo se trata da primeira construção sustentável do estado de Pernambuco no setor educacional, contendo 2.982,19 m² de área construída, distribuídos em quatro andares divididos em dois módulos, Foto 1. A fundação foi do tipo hélice continua, e o solo excedente foi reutilizado para aterro em outro terreno da escola que hoje funciona como estacionamento. A estrutura compreende pilares e vigas de aço galvanizado a fogo, além de lajes do tipo steel deck, elementos estes que compõem a construção modular, capaz de minimizar
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desperdício de matéria-prima e de tempo. Nas fachadas utilizou-se placas de ACM (chapas de alumínio composto), assim como os painéis isoeste, fornecendo isolamento térmico e acústico. Na vedação e separação de ambientes, foi utilizado drywall, reduzindo significativamente a quantidade de resíduos em relação ao uso de blocos cerâmicos para a mesma função.Outra estratégia utilizada para tornar a edificação mais sustentável foi a de não revestir com cerâmica o piso da escola, já que o processo de fabricação e transporte produz alta quantidade de CO2, sendo assim, foi adotado o piso do tipo concreto polido. Para possibilitar a economia dos recursos hídricos, foi implementado um sistema de aproveitamento de água da chuva e água cinza (água livre de resíduos sólidos, proveniente das pias e chuveiros dos banheiros), no qual a água passa por uma estação de tratamento localizada dentro da escola, sendo utilizada posteriormente nas descargas de bacias sanitárias e mictórios bem como na irrigação dos jardins. A edificação possui ainda descargas do tipo dual flush e torneiras hidromecânicas nos banheiros, capazes de gerar uma maior economia de água. Também prevê um sistema de medição individualizada por meio de hidrômetros, permitindo a verificação de possíveis vazamentos e a identificação das áreas de maior consumo com os monitoramentos futuros.
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Foto 1: Vista geral da edificação
Levando-se em consideração a carta bioclimática da cidade do Recife, a orientação da edificação foi escolhida para proporcionar o máximo de conforto térmico. Tendo em vista ainda o bem estar dos usuários, foram incorporados brises nas fachadas leste e oeste das salas de aula, a fim de fornecer proteção contra o ganho térmico. No caso da quadra esportiva, os brises além de fornecerem proteção possuem a capacidade de otimizar a luminosidade e ventilação naturais devido à presença de material isolante em sua composição. Outro exemplo de utilização da luz natural, foi a colocação de um telhado de vidro. O projeto da edificação em estudo incluiu a implementação de mais um elemento sustentável no que diz respeito à proteção térmica, agora com o auxílio da vegetação : a construção de um jardim vertical (18,31m2) e um telhado
verde (120 m²), este último capaz de promover isolamento térmico, proteção contra a radiação solar direta, redução da demanda de energia elétrica, resfriamento por evapotranspiração e diminuição do volume de águas pluviais direcionadas à rede de drenagem urbana contribuindo para a redução de enchentes (problemática recorrente na cidade do Recife). Com o intuito de proporcionar energia a partir de fontes renováveis, a edificação inclui um sistema fotovoltaico, composto por painel solar com 126 módulos policristalinos e dois inversores, onde se estima uma geração de 71.268 kWh/ano. Conta-se também com o uso de luminárias para tecnologia LED e ar condicionados do tipo inverter, compondo um sistema energicamente mais eficiente.A Foto 2 exibe alguns dos elementos sustentaveis empregados.
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ESPAÇO ABERTO #vidaacadêmica A Universidade de Pernambuco, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, está em parceria com o CFC no desenvolvimento de pesquisas para avaliar indicadores de sustentabilidade ao longo do uso da edificação.Importante já destacar a grande minimização da geração de resíduos durante a construção, atingindo um valor de cerca 70% de redução se comparado ao método convencional de construção no Brasil. Tal resulta-
do se deve, principalmente, à cautela na escolha dos materiais, com menores perdas, menor necessidade de recortes e maior possibilidade de padronização de medidas. Vê-se, portanto, que é de fundamental importância a implementação de escolas sustentáveis para que as próximas gerações possam usurfruir dos recursos naturais e perpetuar o conhecimento sobre a sustentabilidade, além de mencionar as melhorias alcançadas tanto para a saúde quanto a produtividade dos alunos.
Jardim vertical
Placa fotovoltaica
Brises
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Estrutura metálica
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DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) PARA INDICAÇÃO DE ÁREAS APTAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Colaboração de Pós-Graduação em engenharia Civil (PEC) da Universidade de Pernambuco - UPE
**Diogo H. Fernandes da Paz, Kalinny P. V. Lafayette
Nos municípios brasileiros é bastante comum a utilização de áreas irregulares para a disposição dos resíduos da construção e demolição (RCD) e outros resíduos volumosos, que causam sérios danos ao meio ambiente, à sociedade e atividades do poder público. Os custos para recuperação destas áreas irregulares são bastante elevados, pois além da grande quantidade de RCD disposta, servem de atrativos para a disposição de outros resíduos não inertes, como os resíduos domiciliares e comerciais que ocasionam uma série de impactos ambientais. O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil visa, dentre suas atividades, a realização o cadastramento de áreas públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos
oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento. A utilização de análises e planejamento estratégico, na gestão de RCD a nível regional, pode contribuir para boas práticas de gestão em uma determinada região. Inicialmente permite que o governo, a indústria da construção e partes interessadas no processo aprofundem seus conhecimentos sobre a atual situação da região. Para auxiliar a implementação da gestão integrada de RCD na Região Metropolitana do Recife (RMR), projetos estão em andamento com o objetivo de desenvolver uma ferramenta online (web tool) que facilite a análise de estratégias de gerenciamento dos RCD. Foram escolhidos os municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Cabo de Santo Agostinho para a realização do mapeamento dos pontos de deposição irregular de RCD, e criação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para indicar possíveis áreas que
estejam aptas a receber Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), Áreas de Transbordo e Triagem (ATT) e Aterros de Inertes. Como forma de classificar as áreas como mais aptas ou menos aptas, serão atribuídos pesos para cada variável selecionada, sendo o resultado apresentado em mapas temáticos. Ao final, a ferramenta estará disponível online aos gestores municipais da RMR para consulta e planejamento, através uso de um sistema SIGWEB, e permitirá a integração entre os gestores, a participação da sociedade e comunidade acadêmica. ** Eng. Diogo H. Fernandes da Paz - Professor do IFPE (dhfp_pec@poli.br) ** Dra. Kalinny P. V. Lafayette - Professora adjunta da Escola Politécnica de Pernambuco e membro do corpo docente permanente do mestrado em Engenharia Civil da POLI/UPE (klafayette@poli.br)
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CAPA
PLANTAS NATIVAS PARA QUE TE QUERO Como o uso das plantas nativas interfere na sustentabilidade dos empreendimentos da região
Todo empreendimento que se preze investe em projetos paisagísticos como uma forma de agregar valor e atrair mais interessados. Visualmente, eles chamam a atenção. Aqueles que utilizam plantas nativas, então, possuem muitas vantagens. Dentre elas, a mais importante tem relação com a sustentabilidade, pois aquelas repõem a vegetação que foi desmatada do meio ambiente local, o que acaba influenciando diretamente na preservação da fauna também. No Nordeste, devido a sua imensa diversidade de
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climas e biomas, esses projetos devem ser bem pensados porque, conforme a microrregião em que será implantado, as espécies precisam se adaptar. Você sabia que existem espécies mais adequadas às características da nossa região? Certos tipos de plantas se adaptam melhor por aqui e exigem menos esforço para mantê-las em ordem. Ainda assim, é preciso ficar atento aos detalhes com o cuidado e a manutenção do jardim que, quando bem-feitos, garantem-no vida longa.
Leonardo Fino
CAPA
Mais do que apenas servir para decorar e embelezar o ambiente, o paisagismo tem função ainda mais nobre, principalmente em se tratando daqueles projetos que utilizam as plantas nativas. Ele ajuda a reconstruir a vegetação local, o que contribui para tornar os empreendimentos mais sustentáveis. Segundo o agrônomo e paisagista pernambucano Marcelo Kozmhinsky, “o uso de plantas nativas no paisagismo tem um reflexo muito positivo sobre a reposição da vegetação que foi subtraída do meio ambiente natural. Essas apresentam características mais atrativas e devem ser adaptadas ao contexto no qual estão sendo propostas”. Além disso, as plantas nativas acabam contribuindo diretamente com a manutenção da fauna local. “O uso de vegetação nativa no paisagismo tem uma grande importância no ecossistema urbano pelo suporte às aves, animais silvestres e insetos que dependem dos frutos e abrigo para sobrevivência”, avalia o também paisagista Luiz Vieira.
“O USO DE VEGETAÇÃO NATIVA TEM UMA GRANDE IMPORTÂNCIA NO ECOSSISTEMA URBANO” Apesar disso, quando projetos de paisagismo são encomendados, é necessário fazer uma combinação entre o desejo do cliente e as possibilidades de uso das plantas. Para atingir este objetivo, as sementeiras estão sempre buscando oferecer novidades para o mercado, trazendo novas espécies ou criando novas variedades para que possam se adaptar e se desenvolver no local onde forem plantadas. Mas isso não significa que tudo que o cliente quiser no projeto poderá ser realizado. “O Nordeste é
uma região com diversidade climática onde diferentes biomas se desenvolvem, o que representa limitações no uso de plantas por questões de temperatura ou necessidades hídricas”, alerta Kozmhinsky. A escolha das plantas usadas no paisagismo depende ainda de vários fatores. Depende do momento de criação, dos desejos e perfil do cliente, do clima, da localização, da insolação, da disponibilidade do mercado, entre outros. “Também tem o aspecto estético e utilitário das espécies que pode ter um efeito escultórico, pela forma, de textura, de porte e servir para sombreamento, floração, direcionamento em renques e alamedas, barreira visual, suporte a fauna e melhoria da poluição atmosférica”, esclarece Vieira. No entanto, segundo a paisagista Ana Lúcia Nunes, existem aquelas que mais se adequam a determinados ambientes. “Existem plantas para interior, plantas para área externa, que neste caso não podem ter espinhos, também há aquelas que necessitam de sol pleno, enquanto outras podem ficar à meia sombra”, lembra a paisagista. Para evitar problemas de adaptação da vegetação, é preciso analisar bem as plantas que vão ser empregadas no projeto paisagístico. Em empreendimentos próximos a beira mar, por exemplo, os fatores maresia e vento devem ser considerados. “Algumas plantas são resistentes a ventos mais fortes, outras resistem melhor à maresia. Para área da piscina, por exemplo, as espécies não podem ter uma queda de folhas muito grande, é necessário serem resistentes ao cloro, bem como é indicado que não façam sombra sobre área”, alertou Ana Lúcia.
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CAPA
Na zona da mata, plantas floríferas são menos indicadas por conta do clima quente, uma vez que se adaptam melhor em regiões de clima frio. No semi-árido, limitações mais específicas em função da disponibilidade de água para a irrigação das plantas são o maior embarreiramento para os projetos. “As sementeiras deveriam ter uma maior oferta de plantas ornamentais adequadas para essas regiões em sintonia com um mundo mais sustentável e equilibrado que visa preservação dos recursos naturais sem esgotá-los”, opinou Kozmhinsky. Levando-se estes pontos em consideração, paisagismos feitos em praia costumam usar opções como Crino rosa, Alamanda, Jasmim leiteiro e Palma Brava para compor o projeto. Na zona da mata é comum o uso de Pitanga, Cajueiro, Alamanda Lantana, muitas plantas da família das Aráceas, Pau Brasil, Ipês, Bromélias, entre outras. Em regiões do semi-árido, Craibeira, Umbuzeiro, Macambira e algumas cactáceas são as mais requisitadas.
PAISAGISMO NO NORDESTE Na região Nordeste é frequente que muitos projetos paisagísticos façam uso de algumas espécies de plantas nativas mais comuns. É o caso das bromélias, por exemplo, que tem mais de 3000 espécies e milhares de híbridos. A maior parte delas é nativa das Américas e só no Brasil existem mais de 1500 espécies disponíveis. Elas são uma das mais adaptáveis famílias de plantas do mundo e apresentam grande resistência para sobreviver, além de infinitas e curiosas variedades de formas e combinações de cores. Também não é raro encontrar jardins que exibam a palma brava entre sua vegetação. Isso porque é um tipo de planta que não necessita de grandes espaços para seu desenvolvimento, exige um baixo consumo de água por ser uma suculenta – planta cuja a raiz, o talo ou as folhas foram engrossados para permitir o armazenamento de água em grandes quantidades – e tolera grandes períodos sem ser irrigada.
“A TENDÊNCIA É USAR O QUE É DA REGIÃO, POIS FAVORECE A POLINIZAÇÃO, E A FAUNA EXISTENTE” Outra opção bastante apreciada é a Helicônia, cujas folhas atingem até 3 metros de altura e são parecidas com as da bananeira, daí esta espécie também ser conhecida como bananeira do mato. Adapta-se bem em solos úmidos e não é muito adequada para lugares onde haja incidência de ventos fortes, pois estes podem danificar suas folhas. Originam-se na América do Sul, América Central, Ilhas do Pacífico e Indonésia.
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CUIDADO E MANUTENÇÃO Projetos realizados com plantas nativas têm a vantagem de gerar economia na manutenção do jardim, uma vez que elas são mais resistentes, simples e adaptadas ao ambiente. “Hoje o maior critério adotado é a sustentabilidade, a tendência é usar o que é da região, pois favorece a polinização, e a fauna existente, além de exigir pouca manutenção, pois essas plantas exigem o mínimo de cuidado, já que são resistentes à falta de água e ao sol excessivo, e se renovam sós”, afirma Ana Lúcia Nunes. Economicamente falando, este tipo de jardim ainda apresenta mais vantagens. É o que aponta Vieira, ao mencionar outro fator que corrobora a opinião da sua colega. “O uso da vegetação nativa é mais vantajoso também porque suporta as aves que se alimentam dos insetos e diminuem as pragas”, atesta.
divulgação
CAPA
Marcelo Kozmhinsky
Nannai Muro Alto Beach Resort - Jardim feito com Filodendron, jasmim-leiteiro e paquevira.
Helicônias, plantas nativas da Mata Atlântica Brasileira.
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Marcelo Kozmhinsky
CAPA
As Bromélias, em primeiro plano, que são nativas do Brasil.
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assim como a colaboração de uma boa equipe de manutenção, que entenda do negócio, também é essencial. “O ideal seria que os condomínios tivessem um manual indicando os cuidados
com as plantas para que as empresas e jardineiros tivessem uma roteiro a ser seguido e o gestor pudesse acompanhar o serviço”, enfatizou o paisagista.
Luiz Vieira
As plantas necessitam de água e adubação na medida certa. Não se pode exagerar e nem deixar faltar, uma vez que cada tipo requer um cuidado específico. Em relação a adubação, “a orgânica melhora a fertilidade e disponibilidade dos macro e micronutrientes essenciais ao bom desenvolvimento das espécies que estão no jardim”, ensina Kozmhinsky. Já o fornecimento de água, nos meses mais quentes do ano, e com maior incidência de insolação, devem ser intensificados, considerando que a aguação manual, em geral, não fornece toda a demanda hídrica das plantas. Tratos culturais, como retirada de ervas daninhas, combate a pragas e doenças, e podas adequadas e no tempo certo, além do uso de equipamentos e ferramentas lavadas e esterilizadas que impeçam levar doenças e pragas de um ambiente para outro, são essenciais para o sucesso com o jardim,
Nannai - Integração com paisagem costeira. Uso de diversas espécies nativas de restinga como cajueiro, pitangueira, aroeira, algodão-de-praia.
Cisterna Acqualimp. Uma solução que vem a calhar. Para reutilização de água da chuva, use a Cisterna Acqualimp. Só ela possui um sistema completo e eficiente de coleta e tratamento, sendo a melhor solução para reúso da água. E ainda é a única do mercado com um revestimento antibacteriano que não deixa o mosquito da dengue se proliferar. Conheça o seu funcionamento em acqualimp.com/cisterna.
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Rua Antonio Pedro de Figueiredo, 42 Pina , Recife - PE CEP:51011-510 E-mail:contato@russoventura.com.br Fone/Fax: (81) 3221.8810 / (81) 3052.1041
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Mariana Russo é arquiteta, formada pela Faculdade Unidas de Pernambuco - FAUPE com especialização em Interiores pela Escuola Art.e na cidade de Florença - Itália. Fernanda Ventura também é arquiteta, formada pela Universidade Federal de Pernambuco e administradora de empresas formada pela Universidade de Pernambuco. A Russoventura Arquitetura foi fundada em 2003 pelas sócias que uniram suas experiências a partir das afinidades construídas como amigas de infância. O escritório preza pelo atendimento personalizado. Equilibra a estética da boa arquitetura e o custo para realizar a obra, utilizando princípios de administração de empresas, para conciliar a criatividade, a harmonia dos elementos e os recursos disponíveis para o projeto. O cliente pode optar ainda por contratar também o serviço de gerenciamento da obra.
ARQUITETURA
Rogério Maranhão
Aos Olhos do Centro do Recife Empreendimento hospitalar segue tendência em empresarial de luxo com alta tecnologia O Instituto de Olhos Fernando Ventura (IOFV) foi concebido para ser um centro de referência e resolutividade em oftalmologia. Seguindo a tendência de abrigar um hospital e ambulatório em empresariais de luxo, com tecnologias e acessibilidades construtivas, foram escolhidos dois andares do empresarial Casa
Grande, totalizando uma área de 1.000m², repletos de equipamentos de altíssima tecnologia, bloco cirúrgico de referência, ambientes confortáveis com moderna decoração e colaboradores bem treinados, atentos a todos os detalhes para o melhor atendimento ao paciente. Tudo isto no coração da cidade do Recife.
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Rogério Maranhão
ARQUITETURA
Consultório com móveis exclusivos.
O IOFV está localizado no Derby, tendo como vista a Praça do Derby, tombada pelo patrimônio histórico e desenhada pelo paisagista Burle Marx. A partir dessa vista ficou definido que no andar mais alto seriam montadas as áreas ambulatorial e de ambientes de apoio, a sala de espera e recepção, voltados para a praça, e os demais ambientes como salas de reunião, triagem, lente de contato, banheiros, copa e vestiário de funcionários, além dos oito consultórios voltados para parte de trás do edifício. Na ocasião foi comemorado os 40 anos de dedicação à oftalmologia do Dr. Fernando Ventura. “Objetivamos executar uma medicina de alto nível, sendo pioneiros em algumas tecnologias e no poder de alta resolução nos procedimentos de diagnósticos e cirúrgicos”, pontua Ventura. Diante do objetivo maior de solucionar os problemas dos pacientes, os consultórios são interligados por portas de correr embutidas nas paredes de gesso acartonado, para que médicos de várias especialidades da oftalmologia possam trocar experi-
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ências e melhor atender o paciente. Dessa maneira, é possível que a interação da equipe médica seja permanente e contínua, viabilizando ao médico fazer múltiplos atendimentos e diminuir a tempo de espera. No andar abaixo do ambulatório, do lado esquerdo, foi locado o Bloco Cirúrgico, quarto de internamento e ambientes de apoio de cirurgia, como recuperação, posto de enfermagem, estar médico e recepção de cirurgia. À direita da lâmina encontra-se o centro de diagnóstico, com salas de exames, onde o paciente consegue realizar um check-up completo, e ainda uma área de call center e administrativo-financeiro. O fluxo de entrada e saída se dá pelo elevador, e internamente pode ser pela escada do edifício.
Hall de entrada com revestimento vinílico similar à madeira.
Divulgação
ARQUITETURA
Rogério Maranhão
Bloco Cirúrgico possui alta tecnologia.
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Rogério Maranhão
ARQUITETURA
(Foto maior) - A ambientação foi uma preocupação frequente dos proprietários para que o empreendimento servisse de referência. (Foto menor) - Hall de elevadores com iluminação direta e indireta, conferindo acolhimento e aconchego.
nhados móveis exclusivos, além da escolha de mobiliários de alto padrão, com a decoração de quadros e objetos que retratassem o conceito inicial. Algumas paredes receberam uma pintura de cimento queimado e painéis em 3D que decoram banheiro e recepção. A iluminação foi usada de forma direta e indireta, conferindo ao ambiente acolhimento e aconchego. Assim, o IOFV foi projetado para atender ao mais alto nível tecnológico no setor de oftalmologia, e proporcionar o melhor atendimento aos pacientes. Esta referência pode ser conferida pela certificação Zeiss, concedida ao Instituto. Bem no centro da cidade do Recife e ao alcance de todos.
FICHA TÉCNICA Arquitetura: RussoVentura Arquitetura Execução da Obra: WMF Engenharia Instalações Elétricas / Comunicação Incêndio: Unibase Instalações Hidráulicas: Luciano Teófilo Oliveira Instalações Hidráulicas Instalações de Ar Condicionado Daikin: AirSplit Center Serralharia: ALLKP Modulados: Finger Luminárias: Light Design Vidros e Espelhos: SanVidro / Minidros Gases Hospitalares: Engetec Paredes / Forro / Vinílico / Portas de Correr: Albisa Portas de Giro: Serraria Rocha Puxadores de Portas Vai e Vem e de Correr: Dismade Revestimentos: Refinare
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Granitos e Mármores: Marmorart Tintas: Disbec Cortinas Hospitalares: Cosimo Cataldo Persianas: Habitare Piso Elevado: A Carneiro Home Loucas e Metais: Deca Divisória Desing On (4º Pvto): Casa Ofício Bancada Escovação: Cozinhas NE Expurgo: Hospinox Régua Médica e Painel Medicinal de Gases: TMED Porta Automática Hall Elevadores: CGE Splits Bloco Cirúrgico marca Trane: Ingersoll Torres de Tomadas: DBA Tecnologia Projetos Complementares: Sotil
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Rogério Maranhão
Todo piso é elevado que facilita a questão das instalações e o revestimento vinílico similar à madeira torna o ambiente aconchegante e de bom gosto. Nas áreas de cirurgia foi usado piso em manta vinílica e piso vinílico condutivo para as salas cirúrgicas. As paredes em gesso acartonado serve para evitar manutenções futuras. E no lugar da pintura, todas as paredes foram revestidas com material vinílico lembrando o papel de parede. Além disso, no teto foram instaladas placas de forros na maioria acústicos e removíveis. A ambientação foi uma preocupação frequente dos proprietários para que o empreendimento servisse de referência. Assim, foram dese-
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ARQUITETO André Dantas Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-PE, Pós-Graduação em Arquitetura Sustentável e Especialista em paisagismo. Com experiência prática profissional há mais de 16 anos no mercado, elaborando projetos de arquitetura e interiores residenciais e comerciais entre residências, lojas, clínicas, etc. No seu portfólio também consta participações em mostras tais como: Casa Cor, Morar Mais, Casa Plural, Ferreira Costa, Feicon-Decor Prime Show, e assinatura de várias vitrines de Lojas do Segmento de Decoração, com várias publicações em revistas especializadas.
SUSTENTABILIDADE NO CAMPO O cenário para esse projeto de uma residência com características sustentáveis acontece em Gravatá numa região montanhosa de clima ameno, com temperaturas agradáveis na faixa dos 13 graus no inverno e apenas a 45 minutos de Recife.
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A proposta para atender uma família com um casal e dois filhos deveria privilegiar o conforto, o convívio e a sustentabilidade. Não poderíamos deixar de contemplar o verde. No paisagismo, um grande piso gramado evidencia a arquitetura e faz a festa da garotada que corre, pula e transformam o espaço num playground naturalmente verde. A inspiração teve como mote o convívio familiar. Para tanto a implantação respeitou os recuos do terreno de esquina, com dimensões reduzidas e irregulares. Assim, o projeto de arquitetura idealizado respeitou o declive natural, onde sugerimos uma planta vertical, fatiada em setores. Optamos por revestimentos mais adequados ao local e materiais com menor impacto ambiental, como cascalho e pedra cariri, além de porcelanato de baixo resíduo. E para atender a uma necessidade de baixo consumo energético, projetamos uma iluminação natural com amplas janelas e beirais generosos que garantem ventilação e sombra. Para o interior, seguindo a tendência de personalização dos espaços neste projeto, desenvolvemos vários elementos sensoriais explorando cores, formas e texturas, com um mobiliário em linhas retas e alongadas, que setorizam o espaço com a harmonia e contemporaneidade. Buscando um resultado multifuncional, que consiga atender as necessidades da família, hora na sala de jantar, hora no home, ou todos integrados. Esse novo estilo de viver se aproxima do conceito do Loft, que unifica a sala de jantar, estar e cozinha gourmet. Uma forma de tornar o espaço mais amplo e agradável, para degustar momentos de prazer.
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TECNOLOGIA
REUSO DE ÁGUA EM EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS E RESIDENCIAIS CHOVEU, ARMAZENOU, REUTILIZOU Novas construções estão adotando medidas para o reuso de água
Novas construções estão adotando medidas para o reuso de água Em tempos em que o tema “sustentabilidade” ocupa cada vez mais espaço na agenda do planeta, os empreendimentos têm apresentando soluções apoiadas nos pilares orientadores desse conceito. Um exemplo bastante prático, e que vem sendo adotado por muitas novas construções, é o reuso de água. Obras mais recentes estão investindo em medidas para reutilizar principalmente a água da chuva. Empresas especialistas em água no mercado brasileiro fornecem este tipo de solução sustentável para seus clientes. Segundo Daniel Colaço, engenheiro de especificação da Acqualimp, o reuso da água de chuva é feito quando a “água resultante de precipitações atmosféricas é coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais, e passam por processos de tratamento para eliminação de impurezas”. O sistema de reaproveitamento consiste em cisternas de diferentes volumes projetadas para tratamento e armazenamento de água de chuva abaixo do nível do solo (enterradas). O tamanho da cisterna depende de estudo, que deve ser realizado antes da instalação do produto, para que esta supra as necessidades específicas de cada obra.
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“No estudo devem constar o alcance do projeto, a população que utiliza a água de chuva e a determinação da demanda a ser definida pelo projetista do sistema”, esclarece Colaço. Ainda incluem-se na concepção dos estudos as séries históricas e sintéticas das precipitações da região onde será feito o projeto de aproveitamento de água de chuva. O volume dos reservatórios deve ser dimensionado com base em critérios técnicos, econômicos e ambientais, levando em conta as boas práticas da engenharia. Após determinar o volume do reservatório, é recomendado fazer uma avaliação do solo para confirmar se o local poderá receber uma Cisterna e, por fim, faz-se a instalação, conforme recomendado no manual técnico do produto. Outra solução para reuso da água consiste em um processo físico para o reuso de água denominado “indução hidrocavitacional”. Este processo, segundo Abraão Rodrigues, diretor comercial da Saneaqua, “tem eficiência comprovada de até 99,9%, que representa uma água praticamente livre de impurezas”. Consiste na injeção avançada de oxigênio sob pressão, gerando micro e nano-bolhas, quebrando a molécula de água (H2O), liberando uma hidroxila (-OH) que é o segundo mais eficiente agente oxidante da natureza.
TECNOLOGIA
Sistema Agua de Chuva saida solução cisterna e seus acessórios para coleta e tratamento da água de chuva. Foto divulgação
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TECNOLOGIA
Depois disso, a água está pronta para ser reutilizada. Mas não é para toda finalidade que ela pode ser usada. Para beber, por exemplo, ela não é adequada. “A água recolhida deve ter usos não potáveis como para dar descarga em bacias sanitárias, para a irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d’água e usos industriais”, pondera Rodrigues. Além do lado sustentável do reuso de água, que promove economia e racionalização do uso, ainda há inúmeras outras vantagens. O imóvel e o projeto da construção têm valor agregado, atualizam-se com as novas tecnologias, os gastos com a conta de água diminuem, o valor investido no equipamento tem retorno rápido – em média em 4 a 6 anos – e ainda garante-se maior reserva de água potável. Qualquer empreendimento que possua telhado para captação da
tado para irrigação de jardins e torres de resfriamento do sistema de climatização de todas as unidades dos condomínios. A cada um minuto são acumulados cinco litros de água que são utilizadas no processo, chegando a produzir 3.600 litros por dia.
água, espaço para instalação do reservatório e um solo adequado ao procedimento pode implementar o reuso de água da chuva e se aproveitar dos benefícios que esta prática oferece.
NEM SÓ DE CHUVA VIVE O REUSO DE ÁGUA
PEQUENAS GOTAS, GRANDES ECONOMIAS
O Camará Shopping, em Caramagibe, e os edifícios empresariais Isaac Newton e Alfred Nobel, em Recife, são exemplos de grandes empreendimentos que adotam a prática do reuso de água, mas não proveniente da chuva. No Camará Shopping, apenas 30% da água que está sendo utilizada na obra é nova. Os outros 70% vêm de água de reuso da antiga fábrica. O que eles captam em um dia é usado durante um mês inteiro. Nos empresariais Isaac Newton e Alfred Nobel, o líquido que sai dos aparelhos de ar condicionado é que são reutilizados. Ele é conduzido a um reservatório e depois reaprovei-
Melhor do que apenas dizer que o reuso de água gera bastante economia é provar. E, para isso, nada melhor do que números. Um dos cases da Acqualimp é a instalação do sistema de captação de chuva em sua própria fábrica, localizada em Extrema, Minas Gerais. Metade da área do telhado possuía capacidade para o projeto e a água captada costuma ser reutilizada no processo de produção, resfriando moldes do processo de fabricação do portfólio deles. Em períodos de chuva, a fábrica chega a economizar 50% na conta de água da rede pública.
Processo para reuso de água Saneacqua.
Cisterna tratada , produto Acqualimp.
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NEGÓCIOS
RAMADA
Um hotel para chamar de seu
Vencedor do Prêmio Ademi 2015, na categoria Residencial com até dois quartos, o recém inaugurado Ramada Hotel & Suítes Recife Boa Viagem é o primeiro empreendimento da marca Ramada no Nordeste, pertencente ao maior grupo hoteleiro do mundo - a Wyndham Hotel Group, e que no Brasil é representada pela Vert Hotéis. O Recife foi escolhido para abrigar o novo empreendimento devido a cidade ser uma das maiores e mais desenvolvidas capitas do Nordeste. “O empreendimento colabora com a economia local com a geração de 56 empregos diretos”, destaca a CEO da Vert Hoteis, Érica Drumond. Erguido pela Rio Ave, possui uma área total construída de 13.733,36 m², e está localizado a 500 metros
da praia. Conta com 192 espaçosos apartamentos distribuídos em uma torre de 24 andares. No Recife, a Rede oferece serviços diferenciados e com foco nos moradores locais, como o restaurante aberto 24 horas com atendimento ao público externo, coworking com adaptação dos quartos em salas de reuniões com capacidade para até 10 pessoas, rooftop com a realização de festas no terraço do hotel e ainda o pet friendy, para receber o animal de estimação como hóspede. Outro diferencial do empreendimento é o long stay. De acordo com a gerente Joselma Cavalcanti, as empresas também têm buscado esta solução por ser uma oportunidade de alocar, com segurança, executivos que participam de projetos em outras
cidades, reduzindo seus custos de deslocamento. O Ramada Hotel & Suítes Recife Boa Viagem faz parte do plano de expansão da rede Vert Hoteis, que tem como meta inaugurar 13 novos hotéis no país até o fim deste ano. Este é o segundo da Vert no Nordeste.
* Serviço: Ramada Hotel & Suítes Boa Viagem - Recife Endereço: Avenida Visconde de Jequitinhonha, 1228 - Boa Viagem Telefone (81) 3127-5700 www.ramadabrasil.com.br
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NEGÓCIOS
SOLARIUM
Forte há 10 Anos no Nordeste Prestes a completar 10 anos no mercado local, a Solarium se consolida como uma das marcas de revestimentos mais procuradas no Nordeste. Com sua quarta fábrica instalada no Recife, a empresa sulista viu na região um ponto estratégico ao setor hoteleiro. Nosso mercado está consolidado em todo o país. Mas, o Recife tem uma importância estratégica, pois é porta de entrada para o Norte e Nordeste, principalmente por seu polo hoteleiro nacional”, afirma Cristiano de Souza Gomes, diretor comercial da Solarium. Com uma sólida gestão administrativa e financeira, a Solarium apresentou resultados muito positi-
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* Serviço: Os produtos Solarium são comercializados exclusivamente em boutiques espalhadas por todo o Brasil. Telefone (81) 3461-3735 www.solariumrevestimentos.com.br
vos nos oito primeiros anos, sempre com crescimento por volta de 20%, e projeta fechar 2016 com média de 3% acima quando comparado o ano anterior. Estes números são reflexos da diversificação dos produtos. Há quase dois anos, a marca investiu no sistema de engenharia de fachada ventilada, única 100% nacional, e com o diferencial da entrega instalada através de parcerias. Além disso, no Nordeste a Solarium introduziu os produtos corporativos, eu são comercializado diretamente pela fábrica, ao contrário do decorativo que já está no mercado nacional há quase 20 anos. Cristiano explica ainda que a diversificação ajudou a não enfrentar uma
crise forte. Sentimos a crise, mas estamos no verde devido às inovações da marca , conclui o executivo. O piso drenante é um dos destaques da linha, além de ser o único com esta característica produzido na região. É um tipo de piso que permite que a água da chuva possa se infiltrar e chegar até o solo, melhorando o escoamento e evitando o acúmulo de água na superfície. Como novidade, ainda este ano a marca estará com lançamentos em parceria com o designer Zanine de Zanine e a arquiteta Vivan Coser, com a criação de peças decorativas. Para 2017, que marca 10 anos da empresa na região, a Solarium planeja alguns eventos para comemorar a data.
NEGÓCIOS
GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA A PORTA DA SAÍDA DA CRISE ** Mônica Mercês - Economista, Assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário - QGDI.
normais de uma economia saudável e dinâmica, é importante perceber esse novo movimento e torcer para que de fato ele seja contínuo e traga novos tempos para o Brasil. BRASIL E REGIÕES EMPREGO FORMAL: ADMITIDOS – DESLIGADOS ACUMULADO NOS ÚLTMOS 12 MESES (AGO/15 A JUL/16)
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego.
BRASIL E REGIÕES EMPREGO FORMAL CONSTRUÇÃO CIVIL: ADMITIDOS – DESLIGADOS ACUMULADO NOS ÚLTMOS 12 MESES (AGO/15 A JUL/16)
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
BRASIL - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL - JAN/2010 A AGOSTO/2016 68,5 51,5
50 pontos
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2016 .
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2015 .
2014 .
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2013 .
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2012 .
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2011 .
35,0 2010 .
Crise, crise, crise. Ouvimos essa palavra várias vezes ao dia e já há mais de um ano. O fundo do poço se aproxima, está perto, já chegou, profetizam pessoas que torcem para que possamos sair o mais rápido possível dessa situação que assola o Brasil. Nosso país é gigante, diverso e capaz e nosso povo, alegre, criativo e produtivo. Mas é preciso voltar a produzir mais, bens de consumo duráveis ou não, e voltar a empregar o exército de trabalhadores que tiveram seus postos de trabalho eliminados pela recessão econômica, inegavelmente agravada pelos problemas políticos. As estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego de Julho de 2016 revelam que nos últimos 12 meses foram admitidos no país 15.400.875 trabalhadores e desligados 17.107.334, resultando num saldo negativo de 1.706.459. Os dados da região Nordeste mostram que foram perdidos 294.601 postos de trabalhos, o que representa 17% do saldo do país. Esse mesmo recorte considerando o setor da construção civil mostra o impacto que a atividade sofreu neste cenário. Foram 410.629 postos de trabalho excluídos, ou seja, 25% do total de todas as atividades econômicas, e desse total 24% ( -97.000) foram perdas na região Nordeste. Sem emprego, não se gera renda, não se tem demanda para novo consumo. A interrupção desse ciclo nocivo só se dá através da retomada da produção. É necessário que se tenha um ambiente favorável aos negócios para que possamos atrair capital produtivo para o mercado. Para isso, é fundamental que o clima de confiança retorne aos palcos do Brasil, para que possamos convocar novamente esses trabalhadores ao cenário produtivo. E nunca é demais ressaltar que o estímulo à atividade da construção civil movimenta numa proporção direta, pelo seu efeito mais que multiplicador, toda a economia do país. Para finalizar tem-se, enfim, uma boa notícia. Neste ambiente nebuloso observamos que nos últimos meses o índice de confiança do empresário industrial, medido pela Confederação Nacional da Indústria- CNI, que vinha numa trajetória declinante, nunca antes vista, mudou de direção, e de julho para em agosto/16, cresceu 4,2 pontos, atingindo 51,5 pontos (quanto mais perto de 100 pontos, mais confiança). Mesmo ainda abaixo para os patamares
Fonte: CNI
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ISSO É DIREITO
PROCESSO DE REGISTRO DE MARCA NO INPI: CELERIDADE JÁ! ** Por Leonardo de Godoy Maciel. - Sócio de Queiroz Cavalcanti Advocacia, especialista em Direito Empresarial.
No Brasil, a Lei nº 5.648, de 11/12/1970, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 9.279, de 14/05/1996 (“Lei da Propriedade Industrial”), atribuiu ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a finalidade de executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial. No desempenho de suas atribuições, o INPI é responsável pela execução de atividades diversas, como, por exemplo, a análise e concessão de registro de patentes, marcas, desenhos industriais, indicações geográficas, programas de computador e de topografias de circuitos. Muito embora a propriedade industrial esteja estreitamente ligada ao desenvolvimento econômico e tecnológico de qualquer país, no Brasil, o setor não tem obtido do Poder Público o devido tratamento. Isso porque, chega a ser espantoso o tempo médio de duração dos pedidos de registro de marcas e patentes no INPI, que em alguns casos ultrapassa longos dez anos de tramitação. Na presente abordagem, contudo, ainda que se observe a problemática nos procedimentos relacionados aos demais institutos da propriedade industrial, restringiremos a nossa análise ao processo de registro de marca, tema de alta relevância para a atividade empresarial. Pois bem. Conforme dispõe o art. 129 da Lei da Propriedade Industrial, o titular da marca adquire a sua propriedade por meio do registro validamente expedido pelo INPI, sendo lhe assegurado o seu uso exclusivo em todo o território nacional. Ou seja, o uso da marca pelo titular não será o bastante para lhe conferir a proteção legal, pois o efetivo direito à propriedade se concede por meio da expedição do registro da marca pelo INPI. Entretanto, o INPI tem levado entre três a cinco anos para processar um pedido de registro de marca, mesmo nos casos em que não se tenha verificado qualquer intercorrência no curso do procedimento. Por outro lado, quando o pedido sofre alguma oposição de terceiros ou é indeferido na primeira instância de análise, fazendo-se
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necessária, neste caso, a interposição de recurso, o prazo pode se estender para além dos cinco anos. A excessiva demora tem causado gravíssimos transtornos ao empresariado, sobretudo porque a imprevisibilidade do resultado do processo na autarquia federal gera insegurança jurídica. Como o procedimento é bem moroso, não é incomum que o uso da marca se dê antes da concessão do seu registro pelo INPI. Porém, na hipótese de um desfecho negativo, com o indeferimento do pedido, o resultado pode ser bem desastroso para o empreendedor, que dedicou significativa parcela do seu investimento no fomento de sua marca. Em outros casos, a demora faz com que alguns pedidos nem tenham mais utilidade, porque a marca pode ter caído em desuso após longo período de tramitação do pedido no INPI. Cabe destacar que a propriedade e o uso das marcas possuem ampla proteção jurídica no Brasil. A Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso XXIX, consagra a propriedade das marcas como uma garantia constitucional. No mesmo sentido, o art. 124, inciso XIX, da Lei da Propriedade Industrial, veda o registro de sinais que importem “reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia”. No entanto, se para obter a plena proteção, segundo a Lei da Propriedade Industrial, faz-se necessário o prévio registro da marca no INPI, o demasiado período de tramitação dos processos na autarquia representa verdadeiro óbice ao atendimento dos propósitos da legislação. Nesse cenário, é urgente a necessidade de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do INPI, compatibilizando os seus recursos e estruturas com a demanda e dinâmica do mercado. Precisamos de um INPI célere, que assegure razoável duração dos seus processos aos interessados no registro de marcas, e isso é para já!
PERFIL EMPRESARIAL
PROFISSIONAL PLURAL
Arquiteto pernambucano Josemar Ferraz leva experiência consolidada ao Nordeste através da área acadêmica e consultorias
Ao longo de 38 anos de carreira, os empreendimentos do Nordeste sempre tiveram um toque do arquiteto pernambucano Josemar Ferraz. Com larga expertise nas áreas de desenvolvimento de projetos, gestão, compatibilização e consultoria em arquitetura nos mais diversos segmentos, Josemar desenvolveu projetos em diversos estados do Nordeste, como Pernambuco, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, bem como em São Paulo e Brasília, além de um empreendimento em Angola. Atuou ainda como sócio do escritório Goiana Arquitetos Ltda. Sua carreira inclui ainda uma passagem de dez anos pela construtora Moura Dubeux Engenharia, onde atuou como Superintendente de Desen-
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volvimento Imobiliário e Produtos, estando à frente de todos os projetos e compatibilizações com foco em metas e resultados. Após quase quatro décadas de atuação no mercado, fundou a Josemar Ferraz Arquitetura e Consultoria, com foco no desenvolvimento de projetos, compatibilizações, consultorias e promoção de cursos voltados para arquitetura hoteleira, comercial (shopping), hospitalar, educacional, industrial/logística, residencial, imobiliária e de interiores. A empresa tem como missão a busca pela eficiência e inovação, seguindo as tendências do mercado. Como o mercado está sempre em transformação e novos conceitos vão surgindo, o pernambucano acumula cursos de pós-graduação na área, a
exemplo do MBA em Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute – PMI) na Faculdade Santa Maria e do MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil pela Fundação Getúlio Vargas. Também carrega no currículo o curso de Alvenaria Estrutural, ministrado pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), e o curso de Arquitetura Hospitalar, ministrado por Jarbas Karman. Viu no meio acadêmico uma oportunidade de novos desafios e de trocar experiências. Assim, ministra cursos e palestras em diversas instituições como UFPE, ESUDA, FAUPE, FAVIP, CREA e Unicap. Possui também atuação voltada para a área de qualificação e formação profissional, ministrando palestras e workshops relacionados ao desenvolvimento, coordenação, compatibiliza-
PERFIL EMPRESARIAL ção e gestão de projetos arquitetônicos para o mercado imobiliário e para construção civil, sob os temas “Hotel: Planejamento e Projeto” e o “Gestão e Compatibilização de Projetos para o Mercado Imobiliário residencial”. A previsão é de que novos cursos sejam lançados em breve para atender a demanda de estudantes, profissionais recém-formados ou em busca de novas oportunidades de qualificação.
PROJETOS Grandes empreendimentos da rede hoteleira de todo o Nordeste possuem a assinatura de Josemar Ferraz como o Mar Hotel (Recife), Hotel Casa Grande (Gravatá), Hotel Ouro Branco (João Pessoa), o Hotel do Sol (Maceió), além do Summerville Beach Resort, Beach Class Muro Alto e Enotel, todos em Porto de Galinhas. Sua marca também está registrada nos projetos de grandes centros comerciais, como o Shopping Guararapes (Jaboatão dos Guararapes), River Shopping (Petrolina), Shopping Iguatemi (Campina Grande) e o Shopping Pirajá Off Price (Salvador). Como também assumiu projetos de destaque na área hospitalar, a exemplo do Hospital Memorial Arcoverde e do Hospital Geral Clóvis Carvalho, em Floresta, além de diversos projetos na área médica. Quanto às indústrias, desenvolveu fábricas, galpões logísticos e de produção, para clientes como a Gerdau e Arcelor Mittal. Além de ter liderado a execução de empreendimentos residenciais urbanos, de praias e de campo, com projetos de arquitetura de interiores de diversos apartamentos, residências, lojas e escritórios comerciais. Assim, com tanta bagagem, Josemar Ferraz tem como uma de suas metas atuais expandir seus serviços para outros estados, levando a sólida experiência na área de desenvolvimento, gestão, coordenação e compatibilização de projetos para mercados fora do território pernambucano. O Nordeste é o seu foco prioritário de expansão.
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APOIO EM COMUNICAÇÃO
CEARÁ / PARAÍBA
RESILIÊNCIA, GESTÃO URBANA E SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL * Luiz Priori Jr. - é doutor em engenharia civil com pós-doutorado em resiliência urbana e mudanças climáticas. * Lucas Lobato é estudante de engenharia de produção na UFPE e bolsista (PIBIC-CNPQ) na área de gerenciamento de riscos em desastres naturais.
Uma das questões importantes quando se analisa a gestão urbana e sua interferência na sustentabilidade é considerar os aspectos institucionais de uma cidade resiliente frente a desastres decorrentes de eventos hidrológicos extremos, em particular as enchentes e as inundações (enxurradas) e seus consequentes deslizamentos de terra. Exemplo disso foram as fortes chuvas que castigaram e aterrorizaram os moradores da cidade do Recife e Região Metropolitana (RMR), no mês de maio, e que deixam um rastro de sete mortes, sendo quatro no Recife e três na vizinha cidade de Olinda. A Constituição Federal de 1988 determina a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil que compreende a União, os Estados e os Municípios, todos autônomos, nos termos dessa Carta. No artigo 23, a Constituição brasileira ratifica esse princípio quando define as competências administrativas comuns à União, aos Estados e aos Municípios: proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente, como também, garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico. As previsões apontam que as mudanças climáticas afetarão de forma significativa o ciclo hidrológico na nossa região, com chuvas mais intensas e secas mais prolongadas. Os aglomerados urbanos com grande densidade populacional, como as cidades do Recife e de Olinda, são mais vulneráveis aos efeitos resultantes da ocorrência dos eventos hidrológicos extremos, como enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra. Os impactos desses fenômenos na infraestrutura urbana podem deixar seus habitantes mais vulneráveis a certos problemas, como falhas no sistema de saneamento e fornecimento de energia, piora na mobilidade urbana da cidade e danos nas propriedades localizadas nas áreas atingidas.
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Uma pesquisa sobre o gerenciamento de riscos de eventos hidrológicos extremos, que desenvolvemos no departamento de Engenharia de Produção da UFPE, com apoio da CAPES, pode exemplificar essa questão da responsabilidade institucional municipal com a proteção do meio ambiente e segurança da população frente aos efeitos do clima. Tomaremos como objeto de estudo uma área que fica no entorno no Riacho do Passarinho, que divide os municípios de Recife e Olinda, mais especificamente nos bairros de Dois Unidos (Recife) e Sítio dos Pintos (Olinda). Para tal, foi feita uma coleta dos dados disponíveis junto à CODECIR (Coordenadoria de Defesa Civil do Recife), sobre as áreas com risco alto e muito alto de alagamento, que disponibilizou cerca de 50 imagens de satélite com pontos de alagamentos nas diversas áreas da cidade do Recife. Infelizmente a cidade de Olinda não possui acervo semelhante. A carência de dados disponíveis é um dos pontos que dificultam o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa locais. Através da análise desses dados, verificou-se que, dentre as seis RPA (Região Política-Administrativas) que compõem a cidade do Recife, a microrregião RPA 2 – que compreende os bairros de Beberibe, Dois Unidos, Linha do Tiro, Água Fria, Bomba do Hemetério, Cajueiro, Arruda e Fundão – foi a que apresentou mais pontos com risco de alagamento. Por essa razão, na RPA 2 foi delimitada uma área para aplicarmos a pesquisa de campo, escolhida por ser a que apresentou o maior número de pontos de alagamento por metro quadrado da região e recaiu no bairro de Dois Unidos, em torno da Avenida Hildebrando de Vasconcelos e o do Riacho do Passarinho. Esse córrego é um afluente do Rio Beberibe, um dos três grandes cursos d’água que cortam a RMR e serve de limite entre as cidades do Recife e Olinda. Chuvas intensas e localizadas, aliadas a dejetos lançados, pela população, nesse rio e em seus afluentes, contribuem para as frequentes enchentes na região.
Mesmo que a prefeitura de Olinda não tenha a mesma disponibilidade de dados, a pesquisa exploratória foi ampliada para a margem norte do riacho, indo até a Rua do Passarinho, bairro de Sítio dos Pintos no município de Olinda. Os aspectos que foram observados, na análise dos pontos relevantes que levaram ao agravamento das cheias na região, foram extraídos do relatório da pesquisa “Resiliência Urbana de Cidades Costeiras: um recurso para enfrentar as Mudanças Climáticas”, desenvolvida na Universidade Federal de Pernambuco, por um dos autores desse artigo, com o apoio do programa de pós-doutorado PNPD da CAPES.
A pesquisa teve como objetivo verificar as vulnerabilidades da infraestrutura local aos problemas de enchentes e alagamentos existentes na região, assim como mostrar possíveis soluções a serem adotadas pela população em conjunto com as prefeituras. Foram verificadas e registradas imagens das condições físicas da infraestrutura local, como também, foram colhidos depoimentos espontâneos dos moradores. Alguns comentários sobre os aspectos da infraestrutura urbana observados, relativos aos sistemas de energia, saneamento, resíduos, transporte e elementos de edificações, serão apresentados a seguir.
Vista do Riacho do Passarinho: observa-se que uma margem é pavimentada e o canal revestido (Recife), enquanto a outra margem é de terra e sem revestimento (Olinda).
ENERGIA Percebe-se claramente a falta de segurança e de manutenção na rede de distribuição de energia, principalmente na área pertencente ao município de Olinda, evidenciada principalmente pela existência de fios cortados ligados à rede de energia elétrica na localidade. Na área pertencente ao município do Recife, devido à falta de fiscalização dos órgãos competentes, foi verificada a existência de edificações invadindo as calçadas e consequentemente ocupando as áreas onde se localizam os postes, podendo ocasionar acidentes. Em ambas as localidades, toda a fiação é aérea, além disso, os postes apresentam sinais de deterioração e oxidação das ferragens, pondo em grave risco a população em época de chuvas. Um exemplo disso foi a ocorrência de dois acidentes por descargas elétricas, no mês de maio, na cidade, um deles, infelizmente, com uma vítima fatal.
Residência construída irregularmente tomando a calçada – ver detalhe do poste de eletricidade (Recife).
Infraestrutura viária do lado de Recife (foto da esquerda) e Olinda (foto da direita).
MOBILIDADE Foi verificada a existência de pavimentação nas ruas da área que pertence ao município do Recife, o que não ocorre no município de Olinda. Esse é um investimento na infraestrutura, que, sem dúvida, contribui para a melhoria da qualidade de vida da população, que acaba sofrendo com a impossibilidade de mobilidade, devido a buracos e lama decorrentes dos alagamentos existentes.
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SANEAMENTO Devido à falta de saneamento na área do município de Olinda, os moradores acabam por despejar uma grande quantidade de esgoto nesse ponto do Riacho do Passarinho, contaminando a água no local. Já a na área de Recife, uma parte é saneada e na outra parte as edificações contêm fossas sépticas, não existindo esgotos a céu aberto. Verificou-se a necessidade de investimento na educação dos moradores para não jogarem lixos nos rios e canais, evitando, assim, a poluição e o acúmulo de materiais que possam levar ao agravamento das enchentes e alagamentos.
Canais de drenagem que fluem para o Riacho do Passarinho: revestidos do lado do Recife e sem revestimento lado de Olinda.
RESÍDUOS Embora toda a região seja servida pela coleta domiciliar regular de lixo, não havendo necessidade de se jogar entulhos nos logradouros, não é isto o que acontece. Encontramos ruas sujas, com uma grande quantidade de dejetos deixados pelos moradores, o que pode acabar por entupir as bocas-de-lobo, impedindo a drenagem das águas de chuva.
Os resíduos tanto são jogados no riacho como deixados no entorno da área estudada.
EDIFICAÇÕES Verificou-se a existência de habitações precárias, principalmente no município de Olinda, evidenciando tratar-se de moradias para pessoas de baixa renda, que, além de encontrar-se em situação de pobreza, são ameaçadas pelo grande risco de alagamento de suas casas, devido à vulnerabilidade da infraestrutura local. Situação diferente foi verificada na área do Recife, onde foi feito um melhor investimento na infraestrutura, com ruas pavimentadas e sistemas de drenagem para que a água possa desembocar no córrego, trazendo melhor qualidade de vida para a população dessa localidade. Pôde-se concluir que as cidades do Recife e de Olinda apresentam várias situações de vulnerabilidades encontradas na região estudada, o que é agravado por se tratar de um bairro com população de baixa renda. Visando à mitigação do risco de alagamentos constantes nessas regiões, as prefeituras, tanto do Recife, como de Olinda, deveriam investir mais em planejamento urbano, tendo como foco melhorar a infraestrutura, com a finalidade de proteger a população dos riscos de eventuais desastres “naturais”. Por fim, conclui-se que intervenções, que podem ser consideradas de pequeno porte, na infraestrutura urbana, trariam reflexos positivos para a resiliência e qualidade de vida da população dessas localidades. Um exemplo está na falta de cooperação entre as prefeituras dessas cidades, que pode ser evidenciado na precária estrutura da ponte de madeira que serve de travessia entre os dois lados do riacho e que põe em risco a população obrigada a utilizá-la, sem alternativa próxima. Como o córrego serve de divisa entre os dois municípios, é considerado como território de ninguém, não merecendo atenção nem do Recife nem de Olinda.
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Ponte sobre o Riacho do Passarinho que liga as cidades de Recife e Olinda (Foto da esquerda) e Tipologia das edificações do lado de Olinda (Foto da direita).
Esse artigo não visa a um aprofundamento teórico sobre a sustentabilidade urbana em si, mas, tenta mostrar como uma eficiente gestão pública pode afetar o bem-estar da população, através do investimento na infraestrutura e seus reflexos na resiliência urbana. Procuramos com esse texto provocar o debate sobre como tornar as cidades menos vulneráveis e mais resilientes frente a eventos hidrológicos extremos, através da questão: como seria possível mudar a percepção dos riscos que os gestores e a população têm sobre as enchentes, através do entendimento das responsabilidades de se agir preventivamente, evitando, assim, os danos e os prejuízos?
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CAPA
RETROFIT VAI ALÉM DA REFORMA Tendência da arquitetura e design, o Retrofit valoriza a cultura e o empreendimento.
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CAPA
O homem moderno está em busca de qualidade de vida num ambiente melhor. Os conceitos de moradia estão ultrapassados e as pessoas hoje desejam empregar mais design e tecnologia aos lares. No início, a moradia tinha a função estrita de abrigo. Com o passar do tempo, entretanto, tornou-se necessário que também fosse confortável em vários sentidos. Assim, os empreendimentos precisam se adequar e seguir os desejos das pessoas, como também o ambiente urbano. Tendência da arquitetura e design, o Retrofit aparece como uma forma de revitalizar edifícios e outras construções trazendo a eles novas tecnologias e designs mais modernos. A revitalização não se limita a imóveis, como também pode ocorrer em grandes áreas urbanas ao se revitalizar parques e espaços públicos. Surgiu na Europa a fim de solucionar um problema: o que fazer com tamanha quantidade de edifícios antigos e históricos inutilizados, ou com tecnologias ultrapassadas que impossibilitam seu uso? O Retrofit difere substancialmente da simples restauração, que consiste na restituição do imóvel à sua condição original, ou da reforma, que visa à introdução de melhorias, sem compromisso com suas características anteriores. O termo é pronunciado com grande frequência no dia a dia profissional de arquitetos, designers, projetistas, construtores e urbanistas, fazendo referência a renovações e atualizações no projeto, mantendo as características intrínsecas da obra.
Na última década, as empresas perceberam que a forma predadora não teria mais espaço, passando a agregarem valor aos seus empreendimentos, a partir de novas abordagens e tecnologia. No Brasil, o processo ainda é ‘iniciante’. “Menos de 10% das empresas estão investindo neste processo, com exceção daquelas de menor porte que já ocupam esse nicho há um certo tempo. Mesmo assim, de forma tímida e espaçada”, garante César Barros, urbanista e professor da Faculdade dos Guararapes, no Recife. O consumidor também está mostrando esta preocupação tanto aos governantes quanto aos empreendedores. Ele anseia melhor qualidade de vida não apenas dentro da sua unidade. “Mas começamos a ter exemplos bem interessantes como nas áreas portuárias do Recife e Rio de Janeiro. No centro de São Paulo vemos retrofits de prédios habitacionais. Mas ainda são exemplos pontuais”, confirma Lilian Sarrouf, coordenadora Técnica da Comissão Pós Obra do SindusConSP. Quando um edifício é “retrofitado”, nem sempre terá o mesmo uso e finalidade que possuía anteriormente. São diversas variáveis que precisam ser observadas para se realizar as obras, como localização, condições do imóvel, perfil do proprietário, investimento, entre outras. Sabe-se que os diversos sistemas que compõe um edifício tem vida útil distinta. Dessa maneira, o Retrofit pode ser feito em diferentes etapas, atrelado a duração de um ou mais sistemas. Ou como um todo em imóveis mais antigos.
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CAPA
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No futuro, as empresas e o poder público, enxergarão que investir no retrofit, será a melhor maneira de garantir a preservação dos sítios históricos, através da reforma e ocupação de imóveis vazios, bem como consolidar as centralidades metropolitanas. Por isto, as cidades precisam ser repensadas de forma integrada. O planejamento urbano necessita que haja respeito ao patrimônio, a infraestrutura, ao meio ambiente, enfim, melhorar o construir. E o retrofit chega para gerar um reflexo no plano social, além de ser um estimulador da economia, uma vez que a população terá um olhar diferenciado, valorizando o local e atraindo investimentos.
(Foto a esquerda) - Retrofit mantém a essência do Edifício Martinelli, construído na década de 1930 em São Paulo. (Foto abaixo) - Fachada da loja Daslu quando inagurada em 2005.
Portal G1.
dessas áreas, poderia direcionar investimentos, com as devidas garantias institucionais, gerando um mercado pulsante e permanente”, garante Barros. A crise também tem feito que novas alternativas, antes não consideradas, passem a fazer parte da lista de empreendimentos das empresas, apesar de que o retrofit não esteja propriamente ligado ao momento de crise, segundo Sarrouf. É mais uma tendência dos centros urbanos em modernizar, adaptar e revitalizar os imóveis existentes. “É uma nova oportunidade de negócios às empresas; cada vez mais promissora e diversificada”, completa. O mercado imobiliário sempre trabalhou com um estoque regulatório que alimenta a oferta, independente do déficit.
Digital Light
Uma das principais vantagens do retrofit é valorizar mais o projeto no mercado imobiliário, além de torná-lo sustentável e apropriado para os tempos de hoje. No Brasil, a demanda para o Retrofit aumentou nos últimos anos não apenas por causa da preocupação crescente com o patrimônio histórico, como também por ser uma opção de conservação e melhoria do patrimônio em áreas de potencial construtivo esgotado, como as regiões centrais de algumas metrópoles. As empresas já perceberam que aspectos como preservação do meio ambiente, respeito ao patrimônio estético e cultural, conforto, estética, logística, modernidade e sustentabilidade têm trazido retornos como reconhecimento, melhoria da marca da empresa e velocidade nas vendas. A população quer manter viva sua história, sua tradição. Os empreendedores poderiam derrubar o que existe e construir tudo novo, mas sabem que nem sempre é a solução. Preservar as características locais tem grande importância e trás reconhecimento. “Mas faltam Políticas Públicas que tenham como premissa um planejamento a curto, médio e longo prazo. É preciso investimentos, mas não basta arrecadar dinheiro se não existe o planejamento, arcabouço legal e parcerias público-privada para manter ‘a cidade viva’”, enfatiza Sarrouf. A coordenadora ainda completa que é comum que as cidades cresçam e se expandam para novas regiões, deixando para trás áreas que antes foram “nobres”, no entanto se estas áreas forem abandonadas, o custo social e da deterioração do patrimônio recai sobre todos os moradores. O poder público vê com bons olhos essa adequação dos empreendimentos, porém não assume o papel de protagonista, que seria fundamental enquanto política pública de moradia e dinâmica urbana. “Precisam ser estabelecidos programas e ações para incentivar o investimento em retrofit. Com o mapeamento
19 a 21 de outubro de 2016
Quarta a sexta, das 16h às 22h
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TUDO SOBRE CONSTRUÇÃO E ARQUITETURA EM UM SÓ LUGAR A união dos bons negócios com o bom gosto: a FEICON BATIMAT NORDESTE é o ponto de encontro dos lançamentos e das tendências em construção e arquitetura do Norte e Nordeste. Em sua 4ª edição edição, já consolidada como a mais importante plataforma de relacionamento e inovações para o setor, atua como oportunidade para profissionais que desejam fortalecer os seus negócios. Uma exposição que reúne o mix dos setores, um congresso que traz atualização profissional com especialistas e uma mostra de decoração com padrão internacional trazem para o evento empresas nacionais, que proporcionam experiência, networking e demonstração técnica.
√ NEGÓCIOS
√ CONTEÚDO
CONGRESSO
E N CO N T RO D E NE G Ó CIOS
CONGRESSO
Conselho Consultivo:
√ INOVAÇÃO
FÓRUM DO CONHECIMENTO
LOJA CONCEITO ROAD SHOW FÓRUM CASA A NDAOM A C O CONHECIMENTO CERÂMICA
LOJA CONCEITO ANAMACO
CONGRESSO
Agência Oficial
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FÓRUM DO CONHECIMENTO
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ROAD SHOW
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ROAD SHO
BOAS PRÁTICAS
CAMINHÃO-FOSSA NUNCA MAIS Biodigestor trata afluentes de forma sustentável O Brasil é um dos países em que a precária situação de saneamento básico ainda persiste. Apesar das conquistas sociais experimentadas na última década, falta muito para avançar na questão do saneamento básico. Um levantamento do Instituto Trata Brasil, de 2015, mostra que o país não conseguirá alcançar a universalização do sistema nos próximos 20 anos se o trabalho de implantar serviços de água e esgoto continuar no ritmo observado. A pesquisa, chamada de Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades, inclui os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do ano base de 2012. A conclusão aponta para uma lentidão nos investimentos no saneamento por parte das três esferas de governo - nacional, estadual e municipal. O quesito tratamento de esgoto mostra piora tanto na lista das dez melhores como nas piores. Apenas uma cidade tem 100% de tratamento: Santos. E somente uma capital entra no ranking: Curitiba, com 88,3% da população atendida. As antigas fossas ainda é a opção encontrada para a maioria dos lares brasileiros para despejar os resíduos diários. Apenas 39% da população possui esgoto tratado, segundo o ranking do Trata Brasil. Com isso, muitas empresas estão enxergando possibilidades de melhorar a vida da população e ainda contribuir com o meio ambiente. Uma dessas é a Acqualimp, que possui um produto que tem sido bastante procurado. Disponível nos de 600, 1.300 e 3.000 litros, o biodigestor é utilizado no tratamento de afluentes sanitários em residências, chácaras, sítios, fazendas e escritórios.
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Funciona assim: o esgoto afluente entra pelo tubo número 1 e é levado até a parte inferior do tanque onde é depositado. Em seguida ocorre a separação da parte sólida (que é decantada) e da parte líquida que é infiltrada no filtro anaeróbio seguindo um fluxo ascendente. A parte sólida retida entra em processo de digestão biológica através dos micro-organismos presentes no próprio material coletado. Ao entrar no filtro, a parte liquida sofre uma troca de meio de aeróbico para anaeróbico, possibilitando assim a eliminação das bactérias aeróbias, resultando um efluente com nível de tratamento adequado para o lançamento e infiltração no solo. O material sólido digerido - mais denso - é decantado até o fundo da parte cônica do biodigestor, possibilitando assim a retirada dele pelo leito de secagem sem a necessidade de contato com a parte biológica. De acordo com o sócio-diretor da JCM Empreendimentos e Participações, Fábio Monteiro, o biodigestor é uma ótima solução porque trata o esgoto e descarta o efluente sem impactar no meio ambiente e pela praticidade de sua instalação. “O sistema garante uma forma eficiente do tratamento do esgoto doméstico, não polui o meio ambiente, cuida da higiene, da saúde, principalmente em locais e/ou cidades que não possuem saneamento básico. O sistema também é autolimpante e dispensa os serviços de limpa fossa “, garante Monteiro. Como case de sucesso, a JCM já utilizou o sistema nas últimas 10 residências em que a empresa edificou, e aplicará também em obras comerciais, assim que tiver oportunidade.
Economicamente falando, o biodigestor também é mais vantajoso. A facilidade e rapidez da instalação, o custo e o benefício compensam, pois o valor investido é recuperado logo após. Pois o valor de duas a quatro visitas de manutenção do biodigestor supera o valor da contratação de um caminhão limpa-fossa. Vale ressaltar também que o fabricante oferece uma garantia de 5 anos. “No meu caso como construtor, fico tranquilo na garantia dos serviços de esgotamento por ter um suporte do fabricante, no mesmo período que tenho que dar garantia ao meu cliente, me deixando numa zona de conforto”, finaliza Monteiro.
BOAS PRÁTICAS
SAÍDA DE EFLUENTE TRATADO (600mm) Eficiência de 75% a 90% emfunçãodo tipo de esgoto coletado
DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO SEDIMENTADO
VENTILAÇÃO Os gases provenientes do processo de biodigestão serão eliminados pela tubulação do sistema de ventilação do esgoto sanitário
ENTRADA DE ESGOTO LEITO DE SECAGEM
FILTRO ANAERÓBICO DE LEITO FIXO COM FLUXO ASCENDENTE Colônia de Bactérias que são responsáveis pelo tratamento
EXTRAÇÃO DO LODO ESTABILIZADO (600mm)
complementardo efluente
LANÇAMENTO DO ESGOTO AFLUENTE (100mm)
O destino final do efluente deverá ser especificado pelo responsável técnico da obra, uma vez que variáveis como tipo de solo e área disponível interferem diretamente na decisão. O bom dimensionamento dessa etapa é fundamental para a eficiência do sistema, uma vez que a infiltração no solo antes do destino final (manancial) é indispensável. O sistema de tratamento de esgoto unifamiliar exige que a água tratada seja infiltrada no solo antes de atingir o manancial. Jamais despeje o efluente final diretamente sobre o solo. Utilize um sumidouro ou vala de infiltração para o despejo do efluente. Já a manutenção e a limpeza tem o período para extração do lodo é de 12 a 18 meses, conforme utilização do produto. As extrações do lodo devem ser realizadas preferencialmente em períodos de seca.
DEPOSIÇÃO DO LODO
O Biodigestor Acqualimp é simplesmente uma fossa pronta. Ao invés do consumidor construir uma fossa tradicional de alvenaria, ele vai instalar o Biodigestor. Trata-se de uma miniestação sustentável de tratamento de efluentes/esgoto dispensando o uso do caminhão limpa-fossa. Biodigestor Acqualimp 600L - Casas até 5 pessoas ***
BIODIGESTÃO Área de intensa atividade biológica (processo exotérmico) onde as bactérias anaeróbicas realizam a decomposição da matéria orgânica (lodo fresco)
Biodigestor Acqualimp 1.300L - Casas até 10 pessoas *** Biodigestor Acqualimp 3.000L - Casas até 20 pessoas *** *** Número de pessoas atendidas considerando apenas o esgoto primário.
BENEFÍCIOS DO BIODIGESTOR ACQUALIMP: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Sistema completo de tratamento de efluentes/esgoto residencial; Produto compacto: facilita o manuseio para a instalação de forma mais eficiente; Autolimpante: retira o lodo sem contaminação e mau cheiro; Preserva o meio ambiente: não contamina o solo e o lençol freático; Maior economia: dispensa o caminhão limpa-fossa; Melhor custo benefício: menor tempo para instalação e mão de obra; 5 (Cinco) anos de garantia.
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É BACANA
JANELA EM PVC É MAIS ECOEFICIENTE QUE A DE ALUMÍNIO Juliana Tahira
Uma Análise de Ecoeficiência, realizada pela Fundação Espaço ECO® (FEE®) mostra que a janela de PVC é mais ecoeficiente que a janela de alumínio. A de PVC teve melhor desempenho na categoria Consumo de Energia, a mais relevante no estudo. Dentre os pontos que contribuíram para esse resultado está a eficiência energética para o conforto térmico, quase duas vezes superior ao da janela de alumínio.
LIXO INDUSTRIAL VIRA COMBUSTÍVEL PARA FABRICAÇÃO DE CIMENTO
FORTLEV INVESTE EM CAIXAS D’ÁGUA DE GRANDE VOLUME
Divulgação
Imagem ilustrativa
Resíduos industriais e pneus são usados como combustíveis da chama, e também substitutos de matéria prima, dos mesmos fornos usados para a produção de cimento. Este processo, chamado de coprocessamento, é uma alternativa significativa para a destruição segura de resíduos causadores de passivos ambientais e doenças, além de contribuir para mitigação das emissões de CO2. Este foi um dos temas abordados no 7º Congresso Brasileiro de Cimento, realizado em São Paulo.
A Fortlev, empresa líder do setor, oferece a maior variedade de modelos de reservatórios e capacidades de armazenamento do mercado. Somente na linha de polietileno são 22 opções, variando de 100 litros a 20.000 litros, além daqueles voltados para o consumo sustentável, como as Cisternas Vertical e Horizontal e o Tanque Slim.
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VISTO DE PORTUGAL
PORTUGAL SIM… E POR QUE NÃO? **
Renato Leal
Há mais de 20 anos que vivo em Portugal e que faço negócios entre os dois países. E, confesso, algumas coisas me chamam ainda muita atenção. E vou ser repetitivo, com argumentos e fatos que costumo esgrimir em conversas, seminários e fóruns dos quais participei e venho ainda participando. A primeira delas foi o enorme avanço do ensino da engenharia em Portugal. O desenvolvimento de modelos construtivos de última geração em praticamente todo o universo da construção civil, seja ela residencial ou de infraestrutura, e não só; e a evolução final, fruto desta experiência histórica que foi a adesão à zona do EURO, da construção de um novo país em todos os setores que envolvem as atividades da construção civil. Certo é que, algumas construtoras brasileiras foram quase que hegemônicas no início deste processo. Depois surgiram grande empreiteiras portuguesas que fizeram evoluir bastante os métodos construtivos, e até mesmo de promoção imobiliária. E também, quando a economia entrou em crise, de forma espasmódica, empresas de construção e outras, ligadas a gestão de projetos – de capitais e gestão portuguesas – tentaram abraçar o mercado brasileiro. Alguns poucos sucessos, muitos insucessos e diversas desistências a seguir. A segunda – agora pela negativa – foi a incapacidade destes países darem as mãos num projeto comum de desenvolvimento, inclusive com inserções na África de língua portuguesa, das atividades relacionadas a este setor. Inclusive nas questões relacionadas à construção sustentável – o qual Portugal vem dando mostras de incansável evolução – e até mesmo as questões quanto às energias renováveis cada vez com maior participação das energias eólica e fotovoltaíca. E aí se explica em parte o insucesso descrito no parágrafo anterior. Durante todo este tempo alternaram-se períodos de crise em ambos os países. Agora, vemos Portugal lentamente retomando o desenvolvimento econômico, e o Brasil, por outro lado, vivenciando aquela que certamente será a maior crise da sua história política e econômica re-
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cente; entendo isto como desde 1930. A mais profunda e mais longa, sem sombra de dúvidas. Neste contexto, e por conta de toda esta minha experiência de Portugal, resolvi assumir a coordenação de uma platataforma, a qual demos o nome de PortugalSIM, que explora as oportunidades de turismo, residencia, investimentos e negócios nas terras lusitanas. E volto novamente à baila com as perguntas que tanto me inquietam e que foram exploradas em artigos escritos para a Revista Construir Nordeste: Por que os países ditos irmãos exploram tão pouco as oportunidades que existem, no ensino e pesquisa de engenharia, nas parcerias e trocas de experiência; nos consórcios entre empresas para exploração de oportunidades nos dois países – evidentemente com ênfase hoje no Brasil, que é um país todo por construir? Por que não abrimos o mercado de trabalho, transferindo pessoas e conhecimento de engenharia e gestão de projetos? Urge facilitarmos o reconhecimento dos diplomas de ambos os países e facilitarmos os vistos recíprocos de residência e trabalho; Portugal tem avançado bastante nas áreas de construção sustentável e recuperação de construções históricas com diversas soluções de aproveitamento. Onde está havendo troca de experiências nestes segmentos? O Brasil, nem de longe tem, em termos de prédios históricos, a dimensão de Portugal. Mas diversas cidades hoje, destroem prédios de traça histórica, descaracterizando a sua urbanidade. São muitas outras as perguntas mas, se me responderem a estas três, me darei por satisfeito. Será um bom começo. Se existe o setor que PortugalSim + BrasilSim faz sentido, sem dúvida alguma é este que engloba arquitetura e construção, sustentabilidade e eficiência energética, geração de energias renováveis e, por fim recuperação de imóveis históricos. Vamos aguardar mais uma vez? Vamos perder mais uma década? Ou vamos pegar no tacho? ** Fundador e Diretor da B4 Business Solution. Idealizador e coordenador do PortugalSim. (www.portugalsim.com.br)
EU DIGO
MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA DE ÁGUA: ECONOMIA, MENOS DESPERDÍCIO E MAIS JUSTIÇA ** Marco Aurélio Teixeira - gerente de negócios da CAS Tecnologia e especialista em gestão de recursos hídricos e precursor da medição individualizada no Brasil.
A divisão da conta de água nos condomínios será obrigatória. De acordo com a Lei 13.312, dentro de cinco anos a regra entrará em vigor e todos os prédios novos do país deveram ter hidrômetros individuais entregues pela construtora. Essa medida pode gerar uma economia mínima de 25% já no primeiro mês, podendo chegar a 50% por apartamento. A medida não atinge condomínios construídos antes da resolução, mas deve movimentar o mercado de construção civil nos próximos meses. Quando a medição individualizada foi lançada, há 13 anos, houve muita dificuldade para convencer os usuários sobre a importância e funcionalidade da ferramenta. Na fase seguinte, a sociedade passou a entender melhor o conceito da medição individualizada e mais do que isso, a questão da justiça social - cidadãos querem pagar de acordo com seu consumo, e não mais pela conta do seu vizinho. A medição individualizada propõe que as pessoas deixem de pagar o famoso “rateio” na conta do condomínio no consumo de água para pagar o valor real consumido por cada unidade utiliza, ou seja, apenas pelo
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que realmente gastaram. Por meio da telemetria – medição à distância – é possível mensurar diariamente a diferença de consumo de água de uma família com muitas pessoas e de alguém que mora sozinho, por exemplo, além da facilidade na detecção de possíveis vazamentos. Atualmente, com o agravamento da crise hídrica entramos em uma terceira etapa – da consciência ambiental. Ou seja, além da busca por redução de custos, entra em cena também o temor de que um recurso até pouco tempo atrás tido como infinito e barato, acabe. Em São Paulo já existe uma lei em vigor há seis anos, que obriga os apartamentos a terem medição individualizada; onde somos responsáveis por 50 mil pontos de medição de água e gás. Esse crescimento também foi impulsionado pela crise econômica. Atualmente, a cada dez orçamentos que preparamos, sete são aprovados pelos prédios. Antes desse período, apenas uma proposta era aceita. *Marco Aurélio Teixeira é gerente de negócios da CAS Tecnologia e especialista em gestão de recursos hídricos e precursor da medição individualizada no Brasil.
EU DIGO
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SUMÁRIO
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ENTREVISTA | Serapião Bispo explica como a Reserva Camará já nasceu com a sua sustentabilidade no seu DNA
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EU DIGO | Marco Aurélio Teixeira, da CAS Tecnologia: “Com a medição individualizada de água as pessoas pagam o valor real do consumo”
10 VISTO DE PORTUGAL | Renato Leal A plataforma PortugalSim chega para explorar oportunidades nas terras lusitanas
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11 É BACANA! | Lixo industrial vira combustível Janela de PVC 12
BOAS PRÁTICAS | Biodigestor: caminhão-fossa nunca mais
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CAPA | Retrofit além da reforma
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RESILIÊNCIA, GESTÃO URBANA E SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL | Luiz Priori
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O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e sociedade. Busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reúso da água, nas drenagens e na gestão dos resíduos. www.movimentovidasustentavel
ENTREVISTA
PLANEJAMENTO URBANO E MELHOR QUALIDADE DE VIDA RESERVA CAMARÁ MOSTRA COMO UM COMPLEXO IMOBILIÁRIO PODE SER ALTAMENTE SUSTENTÁVEL
Tendências, as cidades planejadas estão cada vez mais a olhos vistos no Brasil, visando principalmente uma melhor qualidade de vida das pessoas. Em virtude de todo o desenvolvimento da área oeste da Região Metropolitana do Recife, que vem se destacando em Pernambuco e beneficiando-se pela proximidade da Cidade da Copa, dos investimentos em mobilidade e de todo potencial de consumo da sua população,
a Reserva Camará Complexo Multiuso – residencial e comercial – não é apenas mais uma construção, mas sim, um conceito, que integra tudo que se precisa para viver bem. O diretor presidente da Reserva Camará e representante do consórcio de empresas que está investindo no projeto, Serapião Bispo Ferreira Neto explica como o empreendimento já nasceu com a sustentabilidade em seu DNA.
SERAPIÃO BISPO Além de ser engenheiro civil graduado pela Escola Politécnica de Pernambuco - Poli/UPE -, Serapião Bispo Ferreira Neto ocupa o cargo de diretor de Ciência e Tecnologia do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), com forte desempenho no Movimento Vida Sustentável (MVS) do mesmo órgão. Também já presidiu a Comissão Técnica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e hoje é o diretor presidente e representante das seis empresas construtoras da Reserva Camará.
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ENTREVISTA
O que é a Reserva Camará?
De onde partiu a ideia de se construir um complexo imobiliário sustentável em Camaragibe? O local escolhido pertencia à antiga Companhia Industrial Pernambucana. Um local de área verde, no centro da cidade e que possui vida. Então precisávamos pensar em um empreendimento que não impactasse tanto, sendo eficiente desde o projeto, passando pela construção, até a operação. Foi um ano e meio de projeto até o início das obras, em 2013. Todo o empreendimento está sendo concebido dentro da construção sustentável, que envolve gestão da água, do verde, do tratamento e reuso do esgoto e leva o conceito do ciclo fechado, proporcionando conforto térmico (refrigeração), acústico e eficiência energética aos equipamentos, passando a atender a 48 conceitos de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) do Green Building Council Brasil.
Luanna Valentim
A Reserva Camará é um complexo multiuso que se propõe a não ser apenas mais uma construção, mas sim, um conceito, que integra tudo que se precisa para viver bem. É uma obra de seis empresas construtoras e de enge-nharia. Um empreendimento ousado, com base no conceito Mixed Use, reunindo em um mesmo projeto unidades residenciais, comerciais, serviços, centros de compras e conveniência, uma faculdade e um centro de convenções, além de um museu que irá preservar um pouco da cultura do local. O terreno possui 26 hectares, dos quais 13 serão destinadas à preservação da fauna e flora locais, e cerca de 260m² de área construída, abrigando toda a estrutura funcional que uma cidade requer. A Reserva trará desenvolvimento, aumentará a comodidade e as oportunidades para toda região, com um empreendimento completo e sustentável.
COMPLEXO IMOBILIÁRIO NO CENTRO DE CAMARAGIBE, A RESERVA CAMARÁ ATENDE A 48 CONCEITOS DE CERTIFICAÇÃO LEED DO GREEN BUILDING BRASIL.
Economicamente falando, foi mais vantajoso seguir este conceito sustentável para o projeto? Com certeza. Se seguíssemos o caminho convencional teríamos gasto mais, sem contar as dificuldades com órgãos públicos. Para isto, precisamos investir em pessoas com conhecimentos. As pessoas têm o preconceito de que ser sustentável é mais caro. Pelo contrário, ao longo prazo, no nosso caso, durante a operação do aparelho será recompensado tudo que foi investido. O que fizemos foi muito mais do que o poder público pede. Então já temos certa blindagem que nos protege no futuro.
Muito se fala sobre a escassez de recursos hídricos, especialmente no Nordeste. Quanto ao sistema de reaproveitamento de água do complexo, como se dá o Plano de Conservação das Águas?
Obra limpa e seca, denominada Construção Industrializada.
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O Complexo possui um Programa de Gestão Hídrica, que visa o uso racional da água potável na construção e na operação de cada edificação, através da implantação de sistemas de tratamento de efluentes, reuso de água, captação de águas pluviais, entre outras estratégicas. De todo o complexo, apenas 25 a 30% de água nova é utilizado nas obras. Assim, cerca de 70% da água usada nas obras são de reuso. O que captamos em um dia, da adutora da an-
CERCA DE 70% DA ÁGUA UTILIZADA NAS OBRAS SÃO DE REUSO
tiga fábrica, é utilizada em um mês. Sem contar que todo o empreendimento contará com equipamentos e utensílios que reduzem o consumo hídrico. Portanto, está sendo muito eficiente.
versos sistemas complementares estão sendo implementados, como o de energia limpa e o programa desperdício zero. Todo esse investimento em ferramentas e técnicas que tornam a obra altamente sustentável, com um método pioneiro e inovador em diversos aspectos, vem chamando a atenção de muitas pessoas. Desde o inicio das obras, o Camará recebe mensalmente dezenas de visitas técnicas de estudantes de cursos técnicos, graduação, mestrado e até doutorado em áreas voltas à construção civil, segurança do trabalho e sustentabilidade. O resultado de todas as ações desenvolvidas já está sendo percebido não só por nossa equipe de trabalho, mas também pelo público e especialistas em geral, pois, além das conquistas recebidas diariamente através dos resultados alcançados, o Camará Shopping recebeu diversas honrarias destacando-se através de diversas premiações, sendo a mais recente o Selo Verde da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), além do Top Socioambiental e de RH ADVB/PE 2014; 1° Prêmio Construir NE (Categoria Boas Praticas); Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade; Prêmio de Sustentabilidade Ambiental do Sistema FIEPE e o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, entre outros.
Luanna Valentim
(Foto acima) - O sistema construtivo é 100% pré-moldado feito em estrutura metálica em Steel Framing. (Foto a direita) - Paredes do Camará Shopping todas de Dry Wall.
Luanna Valentim
Luanna Valentim
ENTREVISTA
Qual a importância de um empreendimento deste porte estar envolvido no processo de sustentabilidade? O complexo possui um projeto inovador, que coloca a sustentabilidade a serviço da economia, e para ser um exemplo de empreendimento integralmente sustentável em todas as suas etapas. Além da adoção do método construtivo industrializado e do plano de reaproveitamento de água, outros di-
Fachada com tratamento térmico para reduzir o custo de climatização.
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Na sua próxima obra, adote novas medidas! Construções isotérmicas geram conforto térmico e economia de energia.
PAINÉIS E TELHAS ISOTÉRMICOS
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tô té ao c e it e o a u i t d r c rq e e n o a d d a f tê ida id n de s e i o a u s s q r C lid e i n e de t a a R v t i a s s ilid D e r b ta al Ve t n te To ia s m u S no o Ec ez d i p Ra
pa m i l a Obr
www.isoeste.com.br
Rapidez e perfeição juntas.
ano V | nº 29 | 2016
RETROFIT: NOVO CONCEITO DE REFORMA RESERVA CAMARÁ: GRANDE COMPLEXO DE SUSTENTABILIDADE
BOAS P’RÁTICAS
EU DIGO
Biodigestor coleta resíduos de forma sustentável
Medição individualizada de água: economia, menos desperdício e mais justiça