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Prólogo: Uma escola diferente, uma vida especial
Prólogo
Uma escola diferente, uma vida especial
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Oano é 2003. O G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro desfila no sambódromo, comemorando 50 anos de carnaval. Sob a responsabilidade dos carnavalescos Renato Lage e Marcia Lavia, a escola conta a sua própria história na avenida: “Salgueiro, Minha Paixão, Minha Raiz – 50 anos de Glória”. É um revival de todos os carnavais, dos momentos marcantes vividos pela comunidade salgueirense, que foram imortalizados na memória de muitos. Um encontro de gerações, no qual, ao final da avenida, pode-se ver o carro que traz a “Velha Guarda”: uma homenagem dos carnavalescos às pessoas que fizeram os 50 anos da escola. São passistas, compositores, mestres-salas e porta-bandeiras, coreógrafos, enfim, uma legião de artistas, de seres humanos, que em muito contribuíram para a construção da história de sucesso da escola.
Em meio a esses baluartes, podemos ver uma senhora negra com um enorme Durante o desfile do Salgueiro, 2003.
turbante vermelho e branco, assentada em uma cadeira, cumprimentando as pessoas. Como em um flashback, muito atenta, observa em silêncio cada momento do desfile, às vezes sorri, às vezes se fecha.
Apesar de já ter sofrido duas ou três isquemias e com a saúde um pouco debilitada, seus olhos são vivos e atentos; o corpo talvez já não esteja com as formas perfeitas como esteve algumas décadas atrás, mas o amor pelo Salgueiro certamente continua o mesmo.
Quem é esta senhora? Qual a sua ligação com a escola? Infelizmente, muitos jovens não sabem quem ela é, porém a dança étnico-brasileira tem muito a lhe agradecer. Ela muito trabalhou para o reconhecimento e afirmação do artista negro na dança; é a maior autoridade em danças folclóricas brasileiras.
Seu nome? Mercedes Baptista.
Sua história? Longa.
Sua vida? Marcada pelo amor à dança.
“Uma pessoa que agarrou-a com unhas e dentes, transformando-se na estrela que é, admirada e conceituada” (Eduardo Sucena, p. 392, 1989).