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Opinião
Arthur Coelho
chef-coelho@hotmail.com
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Apagão profissional?
Que mistério é esse? Sobrando emprego? Onde estão os profissionais da gastronomia?
Que enigma é esse, quase indecifrável? Escolas de gastronomia voltando à sua normalidade, cursos com turmas em lista de espera, retomada das atividades relacionadas à alimentação fora do lar, hotéis cheios, bares lotados, praças de alimentação cheias, food-parks repletos de clientes. No entanto, os empreendedores e empresários da gastronomia sofrendo horrores com um apagão profissional no que se refere à área da alimentação.
Nesse sentido, venho recebendo dezenas de solicitações para preenchimento de vagas em todos os postos: cozinha e salão, com seus respectivos profissionais, hotéis com postos na área de A&B, de gerência a confeiteiros. Todavia, não tenho encontrado esses profissionais. O País com quase 15 milhões de desempregados, mas o que se observa é uma lacuna imensa para preencher essas vagas com profissionais, que estão no mercado, em formação ou egressos das escolas.
Será a oferta de salário? a jornada? o posto? a exigência de experiência? a formação acadêmica? O que está ocorrendo com a falta, o apagão profissional que todas as regiões do país passam, se há mais de quatorze milhões de desempregados?
Em conversa com futuros profissionais, tenho perguntado porque eles não têm assumido esses postos. Alguns alegam os baixos salários, outros reclamam das longas jornadas (!?). São jornadas normais da área (não visualizo nada de excepcional, pois em geral as jornadas estão dentro da lei (8 horas/dia de trabalho com folga semanal). Isso é inconcebível e incompatível com a construção coerente, correta e alicerçada em conhecimentos, expertises e desenvolvimento de carreiras.
Concordo, antes que os novos talentos levantem bandeira contra, que esses conceitos e valores, que não são a maioria. Mas devo confessar que tenho ouvido muito dessas ponderações. E isso tem afastado os futuros profissionais da área, fortalecendo o apagão profissional.
Geralmente, sugiro uma dica para os dois lados (empresários e colaboradores): juntem futuros profissionais com profissionais já consolidados no mercado, permitam essa junção para que as equipes sejam construídas com os dois saberes – o acadêmico e o prático –garantindo, assim, a oportunidade de aprendizado para ambos. Para as escolas, recomendo que levem profissionais que estão no mercado para encontros, workshops, mesas redondas e batepapos com os futuros profissionais. Assim, é possível compreenderem melhor o mercado da gastronomia fora dos laboratórios, fora do glamour e dentro da realidade da profissão.
Para esse trinômio – escolas/faculdades + empresários + mercado – fica aqui também uma singela mensagem e um pequeno pedido/conselho: SEJAM TRANSPARENTES, ÉTICOS, RESPEITOSOS E COERENTES com os alunos, com os negócios e com o mercado. Só me resta desejar BOA SORTE a todos!