Revista Empreende | Marcelo Tas

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Setembro/Outubro 2019 Ano 01 | Edição 06

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Marcelo Tas Jornalista Influenciador Digital

Acesse https://VIU.LA Tire uma foto do rosto do Tas e veja o recado que ele tem para você!

A CURIOSIDADE É UMA VIRTUDE QUE DEVE SER PERSEGUIDA HISTÓRIA QUE INSPIRA Conheça a trajetória de Davi Braga que criou sua primeira startup, com apenas 13 anos de idade

KOBRA ALÉM DA ARTE

O FUTURO DO TRABALHO

Eduardo Kobra, o artista por trás de mais de 500 murais espalhados pelo mundo

Terminou a faculdade? Então não perca tempo, estude e continue aprendendo sempre


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Perplan CP 01 Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda., projeto legal de processo nº 2019 0233563 em aprovação, sujeito a alterações. Comercialização permitida somente após o registro do Memorial de Incorporação no Cartório de Reg. de Imóveis, na forma da Lei nº 4.591/64. Perplan Intermediação de Vendas de Imóveis Ltda. - CRECI 27878-J.


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Especial Empreendedorismo

É de pequeno que se aprende a empreender Conheça a trajetória de Davi Braga que, para facilitar a vida dos pais na hora de comprar o material escolar, criou sua primeira Startup com apenas 13 anos de idade.

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O Futuro do Trabalho

Terminou a faculdade? Então não perca tempo, estude! Quatro entre quatro especialistas ouvidos pela Empreende são muito claros ao aconselhar quem acaba de se formar e vai iniciar a sua trajetória profissional: ‘Continue aprendendo, sempre’.

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#oMelhorProfissional - Tecnologia

Gustavo tem os pés na terra e a cabeça no espaço

Engenheiro aeroespacial Gustavo Baldo Carvalho sabia desde criança o que queria ser na vida e, do interior paulista, foi parar na Alemanha, onde ajuda a lançar satélites.

24 #oMelhorProfissional - Educação

Sucata vira robô nas mãos dos alunos de Débora Garofalo

Professora paulistana conta como criou projeto que já tirou mais de uma tonelada de lixo das ruas da capital e foi reconhecido internacionalmente.

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#oMelhorProfissional - Gastronomia

A doce carreira de Sandra Matarazzo

Descubra como essa administradora de empresas transformou um hobby em um empreendimento de sucesso no ramo de produção de conteúdo culinário.

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Entrevista de Capa

A curiosidade é uma virtude que deve ser perseguida Prestes a completar 60 anos, Marcelo Tas garante que nunca deixará de ser curioso em relação a tudo. Foi assim que ele passou pela Aeronáutica e pela Engenharia Civil até se tornar o comunicador que é hoje.

48 #MindSet

Quer ter tranquilidade para empreender? Então respire!

Monja Coen ensina a praticar a respiração consciente em busca do equilíbrio necessário para viver melhor, até mesmo na jornada empreendedora.

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#oMelhorProfissional - Cultura e Arte

Eduardo Kobra, o artista por trás de mais de 500 murais espalhados pelo mundo Criado na periferia, em meio a pichações e ao movimento hip-hop, Carlos Eduardo Fernandes, conhecido como Kobra, ganhou notoriedade e tornou-se nome de peso no cenário de street art mundial.

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#Startup

Henrique Portugal, startup superstar

Tecladista do grupo Skank fala sobre como música e empreendedorismo caminham juntos e alerta: ‘Aprender a empreender se tornou uma necessidade’.

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Expediente

DÉBORAH DORASCIENZI Diretora de Conteúdo

abeeon.com/deborah.dorascienzi

THIAGO LUZZI

Diretor Executivo

abeeon.com/thiago.luzzi

ANGELO DAVANÇO Jornalista e Revisor

abeeon.com/angelo.davanço

MARIANA PACHECO

Jornalista

abeeon.com/mariana-pacheco

HENRIQUE MORETTO

Projeto Gráfico e Diagramação

abeeon.com/henrique.moretto

CAMILA RODRIGUES

Jornalista

abeeon.com/camila-rodrigues

THAIS MEGUMI SATO Analista de Tecnologia

abeeon.com/thais.megumi

GUILHERME BORDINI

Fotógrafo

abeeon.com/Guilherme.Bordini

AMANDA SALOMÃO

Consultora de Imagem e Estilo

abeeon.com/amanda-salomao

ERRATA

Diferente do que foi publicado na matéria ‘Quer Empreender? Então Pega essa Visão!’ (página 16, edição 03, de fevereiro/março de 2019), o ex-vendedor de água mineral Rick Chester não perdeu a mãe quando tinha 8 anos de idade.

INFLUENCERS Revista Abeeon Empreende Av. Wladimir M. Ferreira 1660 sl 607 Jd. Botânico – Ribeirão Preto CEP 14021-630

@FotografoBrasileiroEmParis @ReceitaseTemperos @KobraStreetArt @MesaEtiqueta @MonjaCoen @MarceloTas @DaviBraga

COLUNISTAS

Leopoldo Andretto Pedro Custódio Thiago Franco Zezé Barros

FOTO DE CAPA Nathalie Bohm

Site: revistaempreende.com.br Sugestões e Críticas: contato@revistaempreende.com.br Perfil na Rede Social de Negócios: abeeon.com/revistaempreende

Publicidade e Anúncios: comercial@abeeon.com Thiago (16) 99766-5152 Impressão: Grafilar Gráfica e Editora Circulação: Ribeirão Preto

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Conteúdos elaborados por empresas que anunciam na revista estão referenciados por expressões como “apresenta”, “apresentado por”, “oferecimento”, “especial publicitário”, “conteúdo publicitário”, publieditorial”, “publi” e “promo”. A Revista Abeeon EMPREENDE é uma publicação bimestral. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial. As colunas e matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos autores, bem como conteúdos dos anúncios e mensagens publicitárias.



Nosso Propósito

Um ano de EMPREENDE por Déborah Dorascienzi e Thiago Luzzi

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este mês, circula a edição de aniversário da Revista Empreende. Comemorando um ano de muito trabalho, e com uma audiência ávida por inovação e vontade de fazer mais, a Empreende realiza uma curadoria em busca dos melhores conteúdos para os nossos leitores.

Quanto mais conhecimento você buscar e quanto mais diversificado for, maiores são as chances de encontrar formas inovadoras de superar desafios. E como todo empreendedor é um “resolvedor” de problemas, é preciso continuar aprendendo, sempre.

Você sabe por que fazemos isso? Porque acreditamos que, para construir um país de primeiro mundo, é preciso uma nação que arregaça as mangas e faz acontecer. E a melhor maneira de construir o Brasil que queremos é empreendendo. Empreender não é sinônimo de ser empresário. Todo mundo pode ser um empreendedor. Empreender é uma atitude diante da vida.

Pensando nisso, nesta edição, conversamos com quatro especialistas sobre o futuro do trabalho e preparamos uma matéria sobre a importância de manter os estudos e evitar ser esmagado pelas transformações da nova era do mercado de trabalho e das empresas.

O empreendedor acredita que sempre é possível fazer melhor, ele faz a diferença e não para até sentir que resolveu o problema. É por isso que a seleção de um conteúdo relevante, que proporcione ferramentas para empoderar e ajudar a jornada do empreendedor, é tão necessária nesta era de excesso de informação.

Continue Aprendendo, Sempre Aliás, vivendo em um mundo onde praticamente qualquer informação está à distância de um clique, a busca por conhecimento não está mais limitada a uma sala de aula. Hoje em dia, concluir uma graduação – não importa em que área –, e não exercê-la é mais comum do que se imagina. Se você se encontra nesta situação, não se preocupe, pois não está sozinho ou sozinha. Saiba que, para alcançar a plenitude em sua carreira profissional, é preciso estudar sempre, independente da forma. Além disso, a pluralidade dos estudos o torna ainda mais criativo em relação àqueles que, depois de se formarem, pararam de estudar.

Redes Sociais Digitais

Falando em transformações, poucas coisas mudaram tanto o mundo corporativo e as relações pessoais como a criação de uma ferramenta tecnológica incrível, destinada a conectar e aproximar as pessoas. Estamos nos referindo às redes sociais digitais. Pode até ser que, no início, a sensação de conexão e proximidade com as pessoas que nos seguem e seguimos era mais intensa e aparentemente real. Entretanto, hoje, de um modo geral, vivenciamos um momento crítico, no qual as redes estão sendo utilizadas de maneira inadequada ao seu propósito, acabando por distanciar as pessoas. Nesta edição, você acompanhará mais sobre este tema, pautado pelos nossos colunistas, além de descobrir como o nosso ilustre entrevistado de capa, Marcelo Tas, grande comunicador e empreendedor, se relaciona, de maneira sábia, com seu público nas redes sociais. Tas fala, ainda, sobre revolução digital, educação, empreendedorismo e como encara os “haters”. Em suas palavras: “Que coisa complexa é a impressão que as pessoas têm de mim. Tem gente que me acha o máximo e tem quem me ache o cocô do cavalo do bandido! ”.

Agora, bora tomar um café acompanhado de uma boa leitura?

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foto: Guilherme Bordini

Nosso Propรณsito

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O Futuro do Trabalho

Terminou a Faculdade?

Então não perca Tempo, Estude! por Angelo Davanço

Quatro entre quatro especialistas ouvidos pela Empreende são muito claros ao aconselhar quem acaba de se formar e vai iniciar a sua trajetória profissional: ‘Continue aprendendo, sempre’

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ocê acaba de terminar a faculdade, quatro ou mais anos aprendendo todas as técnicas necessárias para desenvolver a sua novíssima profissão da melhor maneira possível e, assim, iniciar uma trajetória segura e cheia de recompensas. O enredo parece ótimo, mas todos sabemos que este filme nem sempre tem o final que se espera. O que dizer, então, se esta história ocorre em uma época como a nossa em que, ao se conhecer tudo sobre uma atividade profissional, poucos meses depois, ela está completamente alterada pelos avanços tecnológicos? A receita para buscar o final feliz? Nunca deixar de estudar. Este é o principal conselho de quatro especialistas ouvidos pela Empreende e que se dedicam a pensar no futuro do trabalho. “Mais de um estudo mostra que o tempo que se leva, no mercado, para sua formação ter perdido metade da sua utilidade, ou sua empregabilidade, é o tempo que levou a sua formação. Em outras palavras, uma graduação de quatro anos perde a metade da sua utilidade, no mercado, em exatos quatro anos. Isso se você não continuar aprendendo, o tempo todo, enquanto trabalha ou empreende. Na prática, quem sai da universidade, hoje, deveria estar estudando o equivalente a um ou dois dias inteiros por semana”, diz Silvio Meira, professor extraordinário da Cesar.School e professor emérito do Centro de Informática da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco. “Quem está saindo da universidade agora não pode pensar que seu período de estudo e apren-

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“Continuar competitivo no mercado exige um trabalho que seja, também, um aprendizado. Toda boa empresa é também uma boa escola”

Silvio Meira


O Futuro do Trabalho

Conheça as Dez Profissões mais Emergentes no Futuro Segundo o relatório The Future of Jobs, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial de 2018, realizado em Davos, na Suíça, as dez profissões mais emergentes em 2022 serão as seguintes: 1. Analistas e cientistas de dados 2. Especialistas em AI e machine learning 3. Gerentes de operações e gerais 4. Analistas e desenvolvedores de apps e software 5. Profissionais de marketing e vendas 6. Especialistas em big data 7. Especialistas em transformação digital 8. Especialistas em novas tecnologias 9. Especialistas em desenvolvimento organizacional 10. Serviços de informação tecnológica

imagem: Freepik.com

Fonte: Relatório The Future of Jobs – Fórum Econômico Mundial 2018

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O Futuro do Trabalho dizagem acabou. Muito pelo contrário, a pessoa terá que entender que a partir desse momento terá que buscar cursos e outras oportunidades que façam com que ela agregue valores, muitas vezes intangíveis, ao profissional que quer se tornar um dia. Além disso, é importante buscar entender quais serão as características futuras de sua profissão. Como a sua profissão se transformará com o avanço de novas tecnologias e o que deve fazer para se destacar nesse futuro cenário”, afirma Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party.

“A inteligência artificial vai nos permitir fazer coisas até agora impossíveis. Precisamos saber como lidar com estas novidades”

“Atualização permanente deixou ser uma opção para profissionais que queiram se destacar no mercado de trabalho. A necessidade de ajustes nas próprias práticas demanda constante atenção para os fatores que interferem na nossa carreira. Entre eles, os recursos que a tecnologia tem nos propiciado. O mercado tem valorizado o profissional com capacidade de aprender. Aprender, neste caso, é sinônimo de evoluir ou melhorar. Com tantas mudanças e adaptações, nas mais diversas frentes, o envolvimento com a própria evolução

Luís Rasquilha

precisa ser contínuo”, aconselha o professor da FGV – Fundação Getúlio Vargas e coach de lideranças, Marcelo Jabur. Para Luís Rasquilha, CEO da Inova Consulting e Inova Business School, ao sair da faculdade, o recém-formado deve “manter uma atitude de constante aprendizado e procurar estar atualizado face ao que está acontecendo nas áreas onde atuará. É preciso estudar e atualizar a base de conhecimento, relacionar-se com ecossistemas que permitam conhecer mais e melhor sobre o contexto dos mercados e testar novas ideias, produtos e iniciativas que permitam construir uma base sólida de conhecimento face aos desafios do mercado”.

E Rasquilha não mira apenas nos alunos em sua análise. Para ele, os modelos educativos precisam ser revistos com urgência. “Ainda observamos muito da educação praticada olhando para o retrovisor e não para o futuro, se preocupando muito com competências técnicas e menos com competências comportamentais. Isso precisa urgentemente ser alterado”, alerta.

Inteligência Artificial e Automação no Trabalho:

Desafio ou Oportunidade?

Sempre lembradas quando o assunto é o futuro do trabalho, a inteligência artificial e a automação de processos produtivos podem ser encaradas, por alguns, como uma ameaça, e por outros, como uma grande oportunidade. “Para aqueles que não conseguirem se adaptar e se preparar para as possibilidades que essas e outras tecnologias trarão para o nosso dia a dia e para as nossas profissões, sem dúvida são uma ameaça. Mas, ao mesmo tempo, essas novas tecnologias abrem um leque muito grande de novas profissões e de novas oportunidades que permitirão um grande desenvolvimento para aqueles que se prepararem, conseguirem pensar fora da caixa e se arriscarem”, avalia Tonico Novaes. Para Silvio Meira, a automação e a inteligência artificial vão afetar, principalmente, o trabalho que pode ser definido em termos de padrões de comportamento repetitivos. “O trabalho sempre evoluiu e sempre evoluirá. O espectro de evolução do que hoje chamamos de inteligência artificial e automação é imenso. Só estamos vendo os primeiros capítulos de novelas que serão longas, muito longas”, acredita.

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O Futuro do Trabalho

O que fazer para se manter Competitivo no Futuro do Trabalho? Você já sabe que a vontade de aprender deve ser sua eterna companheira na jornada profissional, mas há outras características e ações importantes de serem aplicadas para quem quer sobreviver no futuro do trabalho. Confira: • Identifique suas habilidades e procure as melhores maneiras de aprimorá-las; • Tenha um pensamento empreendedor, mesmo se estiver atuando dentro de uma empresa. Pense em problemas e soluções; • Familiarize-se com conceitos como data analytics, machine learning, IoT, big data, entre outras tecnologias já presentes; • Abra-se para a possibilidade de trabalhar em carreiras potencialmente diferentes; • Tenha consciência de que nada é definitivo. A vida seguirá apresentando muitos desafios e oportunidades; • Trabalhe cada vez mais sua capacidade de adaptação;

• Busque informação constante sobre as mudanças que ocorrem e as tendências para o futuro dentro de sua área de atuação; • Pesquise sobre a 4ª revolução industrial e as profissões do futuro; • Acompanhe redes sociais profissionais, como LinkedIn e Abeeon, siga perfis de profissionais e empresas relacionados à sua atuação; • Estude conteúdos que permitam sua atualização, em plataformas como canais no YouTube, podcasts, blogs, mas não se esqueça também dos livros, artigos e cursos, on-line ou presenciais; • Seja inovador, estrategista, resiliente e criativo para construir e propor soluções; • Tenha coragem de correr riscos e acredite em suas ideias.

imagem: Shutterstock

Fontes: Luís Rasquilha, Marcelo Jabur, Silvio Meira e Tonico Novaes

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Novas Realidades

“O mercado, certamente, valoriza profissionais que não ficam estagnados em um conhecimento adquirido há muito tempo”

imagem: Freepik.com

O Futuro do Trabalho

E se o constante aprendizado é condição essencial para se manter vivo no mercado de trabalho, o olhar atento sobre a própria profissão não deve, nunca, ser relegado a segundo plano. Nem mesmo se pode admitir que uma única atividade seja o suficiente para os padrões atuais do mercado. Para quem ainda vai escolher uma carreira - ou carreiras -, ou para quem quer mudar o próprio rumo profissional, é importante acompanhar as mudanças em curso.

No futuro que já se desenha, deverá sobreviver, segundo Silvio Meira, quem se preocupar muito mais com o que não sabe e tentar aprender, investindo tempo e recursos para isso, ao invés de tentar proteger um bom emprego. “No futuro do trabalho não há bons empregos, mas grandes oportunidades de aprendizado que se transformam em carreiras de futuro”, reflete.

Para Tonico Novaes, o profissional do futuro não será uma pessoa que fará a mesma atividade por anos seguidos em uma mesma empresa. “Ele poderá ter dois ou três trabalhos, trabalhar dois dias da semana em um local, no outros dias tocar a sua startup, por exemplo. O profissional do futuro terá que ter múltiplas habilidades, mas ao mesmo

Marcelo Jabur lembra que existem dados disponibilizados pela Secretaria de Trabalho dos Estados Unidos que afirmam que 65% dos jovens que estão hoje no ensino fundamental naquele país terão um emprego que ainda não foi inventado. “Por aí já dá para estimar que tem muita novidade pela frente”, prevê o especialista.

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tempo, saber utilizá-las em conjunto, de forma a obter os melhores resultados com as ferramentas que possui”.

Marcelo Jabur



Especial Empreendedorismo

É de Pequeno que se Aprende a Empreender por Angelo Davanço

Conheça a trajetória de Davi Braga que, para facilitar a vida dos pais na hora de comprar o material escolar, criou sua primeira startup com apenas 13 anos de idade

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ocê lembra o que fazia aos 13 anos de idade? Talvez jogasse futebol com os amigos na rua, brincava com a irmã mais nova de experimentar as roupas da mãe, calçava os grandes sapatos do pai para sair andando pela casa. Pois aos 13 anos, o alagoano Davi Braga “brincou” de criar a sua primeira startup. O List-It surgiu das observações que o menino fazia quando o assunto era a compra do material escolar. “A ideia surgiu com base em um problema que eu encontrei da minha mãe e de várias outras mães na hora de pesquisar a lista de material escolar. Identificando o problema, escrevi no papel quais seriam as possíveis soluções e desenvolvi, a partir desse esquema que eu fiz, um site simples e básico, que de alguma maneira resolvia o problema das mães, porque facilitava o processo de compra do material escolar”, explica Davi, hoje com 18 anos e vivendo novamente na Flórida, Estados Unidos, onde cursa faculdade de Business. Antes, aos 16, estudou e morou em uma escola no estado de Massachusetts. Empreender não era algo tão estranho na família Braga. Segundo Davi, que é filho do empresário e investidor João Kepler, são vários os casos de empreendedorismo dentro de casa, mas não bastava apenas se apoiar na tradição familiar. “Eu tive que fazer com que aquela veia empreendedora se tornasse algo muito maior, então, por mais que eu já tenha, de alguma maneira, nascido empreendedor, e a prova disso são as características que eu tenho desde moleque – sempre fui questionador, sempre fui criativo, sempre fui líder –, mas para fazer que esta atitude crescesse dentro de mim, foram necessários muito esforço e muito empenho”, reconhece.

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Especial Empreendedorismo

E se criar um novo negócio pode parecer algo intimidador para boa parte dos adultos, imagine como é isso para um menino de 13 anos? “No início, quando você começa a empreender, de alguma maneira sempre fica um pouco intimidado. Independentemente de sua idade, você pode ter 30 anos, pode ter 40 anos, quando você não tem muito resultado, as pessoas olham estranho para você. Imagine a minha situação, quando eu comecei a minha empresa? As pessoas me olhavam mais estranho ainda! Então eu me senti muito intimidado no início. Mas depois que comecei a apresentar resultados, que o List-It começou a trabalhar em mais cidades, começou a faturar, consequentemente, as pessoas passaram a me respeitar mais e a me olhar com outros olhos”, relembra.

foto Deise Oliveira

Na prática, o List-It funciona com base numa lógica invertida de comércio eletrônico, ou seja, os pais entram na plataforma, colocam sua cidade, seu Estado, a escola e a série de seus filhos e aparece automaticamente toda a lista de material escolar já selecionada, sem a necessidade de clicar item por item, apenas se retira o que não quer. “Nos primeiros anos, eu tinha meus correspondentes nas cidades, e eles eram os responsáveis por ir em busca dos parceiros fornecedores do material escolar, ir em busca das listas de material escolar e adicioná-las ao sistema”, explica Davi, que chegou a ter 57 cidades brasileiras integradas ao negócio, mas aí veio a primeira mudança para os

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foto Deise Oliveira

Especial Empreendedorismo

‘Não desista’, aconselha o jovem empreendedor Mesmo com tantas dificuldades que surgem na hora de tirar um negócio do papel, Davi Braga aconselha aos empreendedores a terem a persistência como característica principal. “Eu sempre fui criticado, desde o princípio, e se eu tivesse desistido por conta das críticas, não teria chegado a lugar algum, porque eu teria me deixado levar por aquelas pessoas que queriam me manter na mediocridade, sendo médio, sendo normal, e eu nunca fui normal. Se você é jovem e quer fazer alguma coisa diferente da maioria, você vai ser criticado, mas não é por conta dessas pessoas que estão criticando que você tem que desistir. Não desista, é muito importante você se manter no seu trajeto, se manter no seu eixo, através do seu propósito”, aconselha.

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E se você não sabe por onde começar a empreender, Davi diz que é possível aprender com os exemplos de outras pessoas. “Eu aprendi a empreender, além da prática desde muito cedo, lendo exemplos de pessoas que já eram empreendedoras. Essa é a melhor maneira de se aprender, na prática e com exemplos. Ou seja, você quer aprender a criar um negócio? Então busque pessoas que já tiveram sucesso em seu segmento e aprenda com estas pessoas. Você quer aprender de verdade? Coloque isso que você aprendeu com as outras pessoas na prática e valide aquela informação, para que ela se torne um aprendizado. É desta maneira que eu vejo a melhor maneira para se aprender a empreender”, finaliza.


Especial Empreendedorismo Estados Unidos e surgiram novos desafios. “Eu parei de dar atenção total ao meu negócio, e quando você não dá atenção, as coisas começam a diminuir e foi de fato o que aconteceu. Eu não tinha mais estrutura e nem tempo para tocar o negócio da maneira como eu queria, pois estava focado nos meus estudos”, diz.

Novos Rumos

Agora, em 2019, Davi garante que fechou um ciclo após cinco anos de List-It, com a associação com outra marca, a Eskolare. “Com esta união, agora eu não tenho mais nenhuma responsabilidade operacional com a ferramenta, ou seja, a minha responsabilidade agora é apenas como embaixador da marca, e obviamente, a Eskolare quer usar o meu know-how, minha experiência, aquilo que eu sei neste mercado, para crescer cada vez mais, mas eu não sou diretor, eu não sou nada do tipo”, explica. Criada há dois anos, a Eskolare desenvolve lojas virtuais para instituições de ensino, onde os pais podem comprar de uniformes a excursões e, a partir de agora, as listas de materiais escolares integradas ao List-it.

foto Deise Oliveira

Mas não pense que Davi Braga pretende parar por aí em sua jornada empreendedora. “Eu sou empreendedor, sou viciado em criar negócios e soluções para problemas existentes, é isso o que eu gosto de fazer, é isso o que eu vou continuar fazendo por muito tempo”, diz. “Também tenho meu propósito de compartilhar o empreendedorismo como eu acredito, para a maior quantidade de pessoas que eu posso. Com certeza vou continuar lançando livros, compartilhando aquilo que eu acredito. Novos livros, novos negócios, muita coisa virá por aí”, garante o autor do livro “Empreender Grande Desde Pequeno”, lançado em 2018.

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#oMelhorProfissional – Tecnologia

Gustavo tem os Pés na Terra e a Cabeça no Espaço por Angelo Davanço

Engenheiro aeroespacial Gustavo Baldo Carvalho sabia desde criança o que queria ser na vida e, do interior paulista, foi parar na Alemanha, onde ajuda a lançar satélites

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uando Gustavo Baldo Carvalho tinha apenas oito anos de idade, seu pai o levou ao cinema para assistir ao filme ‘Flash Gordon’. As aventuras do antigo herói da ficção científica, embaladas pela trilha sonora da banda Queen, definiriam o que o garoto iria buscar pelo resto da vida: as coisas do espaço. “Desde aquela época, no início dos anos 1980, eu já sabia que queria ser engenheiro aeroespacial e parti em busca de realizar este sonho”, conta Gustavo, hoje aos 46 anos e vivendo em Darmstad, uma cidade alemã com pouco mais de 150 mil habitantes, na região de Frankfurt, onde está localizado o ESOC (Centro de Controle Espacial Europeu), pertencente à Agência Espacial Europeia.

“É preciso encarar a vida com uma grande missão guiada. Nunca parar de sonhar, nunca desistir de uma paixão. Não podemos brigar com os nossos sonhos” Gustavo Baldo Carvalho, Engenheiro Aeroespacial

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foto: Guilherme Bordini

Na Alemanha, Gustavo integra uma equipe de seis pessoas – além dele, um norte-americano, um português, um inglês, um alemão e um russo -, responsável por treinar os times para o controle de satélites após seus lançamentos. “Três meses antes de um lançamento, iniciamos toda a simulação de como será feito o trabalho. Neste período são corrigidas falhas e aperfeiçoados processos, bem como são imaginados os problemas que podem ocorrer nas operações de lançamento e navegação”, afirma o engenheiro, que calcula já ter participado de 15 missões para colocar satélites no espaço em oito anos.


foto: Divulgação

Sua trajetória teve início em Ribeirão Preto (SP), onde nasceu e estudou até o ensino médio. Filho de pais professores de matemática e geografia, cursou Engenharia Mecânica Aeronáutica na USP de São Carlos e fez mestrado no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ao mesmo tempo em que iniciava sua trajetória profissional na Embraer, primeiro em São José dos Campos, depois em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, onde aprendeu a pilotar aviões e participava dos testes de computadores de bordo em pleno voo. Em 2002, partiu para fazer doutorado na Alemanha, mas ainda vinculado à Embraer. De volta ao Brasil cinco anos depois, trocou o emprego que tinha para seguir tentando o seu sonho. “Eu tinha uma voz dentro de mim que ficava martelando: Vamos fazer Flash Gordon, você não vai fazer Flash Gordon?”, diverte-se.

arrependeria de ter deixado meu sonho de lado. Aquilo foi um tapa na minha cara e me fez não desistir do que eu queria”, reconhece.

Outra vez que esta voz interior apareceu foi quando passou seis meses assistindo novelas e pensou em desistir de tudo para montar um estúdio de música com o irmão Luciano, dois anos mais novo. “Naquela hora, meu irmão perguntou se eu tinha certeza do que eu estava fazendo, se quando chegasse à velhice, deitado numa cama, não me

Exploração Espacial

A partir daí, trabalhou numa empresa com pouco mais de 200 funcionários em Porto Alegre, que o enviou para executar projetos em Israel. E mais uma vez não estava feliz. “Fiquei três meses por lá, mas estava trabalhando com integração de mísseis, eu estava, de certa forma, criando armas, trabalhando com guerras, definitivamente não era isso o que eu queria”, lembra. E lá foi o Gustavo iniciar sua trajetória na Agência Espacial Europeia, primeiro na Bélgica, para onde levou a esposa e teve a primeira filha, até chegar ao interior alemão, em 2011, ver a primogênita ganhar uma irmã e, finalmente, realizar o sonho de trabalhar com os pés no chão, mas com a cabeça bem longe, no espaço. Nos últimos oito anos, o engenheiro aeroespacial brasileiro tem participado de missões para colocar satélites da União Europeia no espaço, com fins meteorológicos, de rastreamento remoto de recursos naturais ou observação

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foto: Divulgação

#oMelhorProfissional – Tecnologia

da Terra. Seu próximo passo, iniciado no ano passado, é colaborar com o lançamento de uma sonda em 2022 que terá por objetivo chegar a Júpiter em 2030. “O propósito de toda missão como esta é verificar se, fora da Terra, existem recursos que possam vir a nos auxiliar. Em Júpiter não vai ser diferente. Vamos ver se encontramos algo por lá”, explica. E tem sido assim ao longo de toda a história da humanidade. Gustavo compara a chegada do homem à Lua, há 50 anos, às explorações por caravelas que culminaram com a descoberta da América, em 1492. “O espaço é a nova América da humanidade”, diz. Para ele, enquanto Colombo e seus homens descobriram rotas de navegação e novas riquezas do outro lado do Atlântico, o time da Nasa, ao colocar o homem na Lua, em julho de 1969, deixou um legado tecnológico que mudou nossas vidas em diversos aspectos. “As pesquisas para viabilizar a viagem à Lua resultaram em tecnologias corriqueiras hoje em dia, como a comida desidratada, a bateria recarregável, os painéis para captação da energia solar, os sensores de batimentos cardíacos e até o joystick dos nossos videogames”, finaliza, para alegria de sua voz interior, que finalmente encontrou Flash Gordon e suas aventuras espaciais.

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#oMelhorProfissional – Gastronomia

A Doce Carreira de Sandra Matarazzo por Camila Rodrigues

Descubra como essa administradora de empresas transformou um hobby em um empreendimento de sucesso no ramo de produção de conteúdo culinário

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riada no meio de fornadas de bolos caseiros e tabuleiros de doces, além de inúmeras tigelas raspadas, a food stylist Sandra Matarazzo, de 35 anos, de São Paulo -SP, não imaginava que sua vida pudesse mudar tanto quando resolveu reunir todas as suas receitas, autorais e de família, em um site de culinária, o Receitas e Temperos. Pois bem: não só deu muito certo, como tornou a empresária referência no conteúdo gastronômico e autora de dois livros, sem falar nas participações marcantes em programas de televisão líderes de audiência em seus respectivos canais. O amor pela culinária desabrochou na infância, sob a influência da sua avó Nina, uma confeiteira de mão cheia, que cuidava de Sandra e da sua irmã enquanto sua mãe trabalhava. Para manter vivo esse sentimento, mas sem deixar as obrigações de lado, em 2013, a chef criou um blog, com a finalidade de organizar receitas e compartilhar com amigos, além de expor outra paixão: a fotografia. “Antes de colocar o projeto no ar, montei o esboço de como seria, pedi para fazer um logo que tivesse uma relação comigo, criei planos de início e expansão, já pensando na evolução do trabalho, mesmo sendo, na época, um hobby”, conta.

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“O ato de cozinhar é colocar toda sua energia, amor, carinho e compartilhar com as pessoas que você ama. É lindo demais e muito gratificante”


#oMelhorProfissional

O hobby que virou negócio A formação acadêmica de Sandra foi Administração de Empresas e Marketing, mas, mesmo inserida no mundo corporativo, a paulistana se viu imersa e atuante na indústria alimentícia. “Gostava muito do meu trabalho antes de focar no site. Se temos uma profissão que nos ajuda a evoluir como pessoa e nos auxilia a pagar as contas, devemos estar agradecidos por isso; sempre pensei dessa forma”, afirma. Sempre positiva e tentando ver o lado bom diante de qualquer situação, a empresária focou no seu objetivo e conta que tudo deu tão certo, que foi necessário dedicar-se exclusivamente ao novo empreendimento. “Muitas vezes, fiquei sem dormir à noite para criar conteúdo ou pensando em novas ideias. O tempo passou, e continuo com a mesma paixão e vontade de fazer acontecer. Afinal, só assim se consegue evoluir constantemente”, frisa.

foto: Divulgação

A dedicação de Sandra rendeu uma aceitação ótima por parte do público. “Foi muito positiva desde o princípio, tanto que, inicialmente, comecei a produzir conteúdo para

o site junto ao meu trabalho em uma empresa de representação comercial, e depois notei que o mercado estava em ascensão e que poderia evoluir mais e me divertir”, relata. “Eu amo o que faço! Coloco carinho e dedicação, pois o público é maravilhoso e sempre retribui com amor. Sinto-me muito abençoada por isso”, completa.

Sabores da Infância

Todo o carinho recebido ao longo de sua vida, por meio dos doces feitos pela sua avó ou a lembrança de raspar as panelas, é revivido, segundo a chef, em receitas que fazem parte do vasto repertório de seu site e vídeos produzidos para o seu canal no YouTube. “Posso dizer que os doces, de modo geral, me fazem voltar no tempo e lembrar como era bom ser criança – ter aquela imagem da panela gigante cheia de delícias”, conta Sandra, que ainda diz que seus olhos chegam a brilhar com a cena. Ela ainda revela que seus seguidores compartilham a mesma predileção da sua família: os doces. “Entre as receitas mais vistas, o bolo gelado de leite ninho é um dos campeões. Mas, modéstia à parte, ele é mesmo maravilhoso, fofinho, molhadinho e supersaboroso”, diz.

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#oMelhorProfissional – Gastronomia

Aprender, Sempre! Sandra é enfática ao dizer que sua bagagem não é apenas fruto de vivências familiares e de tentativas e erros na cozinha. A empresária sabe da importância de se atualizar e buscar novas técnicas, inclusive em escolas renomadas no ramo da gastronomia internacional. “Já fiz diversos cursos no Brasil e fora também, como na Lenôtre Paris, na França”, conta.

se referindo ao começo do processo seletivo do MasterChef Brasil, em setembro de 2014. “Ter sido selecionada diante de tantas pessoas foi, sem dúvida, muito especial; e, na época, eu nem era tão craque na cozinha assim”, brinca.

Contudo, ela entende que muitas pessoas não desfrutam dessa oportunidade e frisa que, muitas vezes, a vontade de colocar a mão na massa é de grande valia no sucesso da preparação. “Para mim, cozinha é questão de prática, todos podem cozinhar – até quem acha que não é bom com as panelas –, basta perder o medo e se arriscar. É errando que se aprende”, diz.

Se não bastasse ser colocada à prova diversas vezes e sofrer com a pressão e comentários dos chefs convidados, Sandra enfrentou mais um desafio. Entretanto, dessa vez foi bem diferente, já que ela recebeu o convite para participar de O Aprendiz, só com influenciadores digitais, comandado por Roberto Justus, conhecido pela sua expertise no mundo corporativo. “Eles escolheram perfis bem diferentes, tanto em relação à área de atuação como à personalidade de cada participante”, explica. “Quando recebi o convite, fiquei feliz demais. Naquele momento, vi uma maneira de mostrar um outro lado meu que poucos conheciam, que é o de trabalhar e empreender”, completa.

Com o intuito de transpor barreiras e vencer desafios, a chef entrou de cabeça em uma experiência nova em sua vida. Ela descobriu que uma famosa franquia de programas culinários estava recrutando cozinheiros amadores para participar da primeira temporada da atração. “Eu conhecia o programa internacional e adorava. Me candidatei para participar da seleção e, mesmo diante de tantos inscritos, senti uma mistura de dúvida com assertividade”, relembra,

Sandra revela que a sua participação no programa da TV Band trouxe críticas construtivas, por parte do apresentador, que serão levadas adiante na vida profissional da empresária. “De modo geral, recebi muitos elogios dele durante o programa, e, quando houve críticas, foram boas para o meu desenvolvimento e muito bem-vindas – afinal, estamos aqui para aprender”, frisa. “Eu tenho uma admiração pelo profissional que o Justus é, e por tudo que ele conquistou”, conclui.

foto: Divulgação

Reality Shows

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Quem resiste a um Gelato desse?

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#oMelhorProfissional – Construção Civil

Berenice ‘brinca’ até hoje de montar e desmontar casas por Angelo Davanço

Apaixonada pela Engenharia desde criança, professora do Paraná ajudou a criar sistema construtivo sustentável que permite transferir a habitação de local

U

m sistema construtivo criado por uma professora e um então aluno de mestrado, há dez anos, no interior paranaense, pode inovar, a partir de agora, a construção de unidades habitacionais no Brasil, unindo tecnologia e a possibilidade de a habitação ser transferida de lugar, com o reaproveitamento de todos os materiais. Desenvolvido pela professora Berenice Martins Toralles, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pelo hoje arquiteto Reginaldo de Matos Manzano, o Sistema Construtivo Leve de Alto Desempenho para Vedação Vertical recebeu, em março desde ano, a Carta Patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Mais um passo dado na carreira da professora Berenice, que se formou em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Pelotas, fez mestrado também no Rio Grande do Sul, antes do doutorado e do pós-doutorado em Barcelona, na Espanha. Na UEL desde 1987, ela atua também na administração, como Chefe de Departamento, Coordenadora de Curso e membro de comissões como Conselho Universitário, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Sua área de atuação é voltada à construção civil, com ênfase em Materiais e Componentes da Construção.

“Meu interesse pela Engenharia Civil vem desde a infância, quando sempre fui muito curiosa e gostava de montar e desmontar coisas, perguntando como elas eram feitas. Sempre me atraiu criar e também porque meu pai era diretor do Senai e convivi muito neste meio técnico, o que sempre me fascinou.” Berenice Toralles,

Engenheira Civil, Professora e Pesquisadora

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#oMelhorProfissional

foto: Daniel Procopio/UEL-COM

Engenharia, como todas as profissões, passa por mudanças Para a professora e pesquisadora Berenice Martins Toralles, a Engenharia Civil, assim como quase todas as profissões, passa por um momento de mudança de paradigmas. “A entrada dos conceitos BIM (Modelo de Informação da Construção), a impressão 3D, os materiais compósitos, a nanotecnologia, dentre outros em outras áreas como transportes, hidráulica e saneamento, estão aí para serem utilizados e, desta forma, contribuindo para a modernização da indústria da construção civil”, avalia. Mas, independente do avanço tecnológico, para ela, o profissional da área deve atuar, acima de tudo, com motivação. “É preciso estar motivado e querer atuar nesta área com entusiasmo, sabendo que ocorrerão dificuldades, mas que você sempre pode fazer a diferença”, aconselha.

6,35

milhões de unidades é o déficit habitacional do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE/2015

O sistema agora patenteado foi desenvolvido por Berenice e Reginaldo em 2009 para participação no concurso de um fabricante de cimento, com a temática habitação sustentável. A dupla acabou não vencendo o concurso, mas percebeu que a criação tinha características inovadoras a ponto de merecer a patente. A inovação está em abrir mão do tradicional tijolo e cimento, substituídos por uma construção modular, utilizando kit composto por pilar, viga, madeira de reflorestamento e placas em concreto celular, mais leve. Segundo os inventores, esta construção só é possível a partir do fornecimento dos kits, pré-fabricados, para serem usados em economia de escala, ou seja, na construção de conjuntos populares, contribuindo para a redução do déficit habitacional do país.

Busca de Parcerias De acordo com Berenice, agora, com a aprovação da patente, dá-se início à busca de parcerias para viabilizar as construções sob o novo sistema. “Neste momento, estamos na busca de parceiros que comprem o sistema e, assim, se possa comprovar sua eficiência, principalmente em termos de flexibilidade, rapidez, sustentabilidade e

custo”, afirma a professora e pesquisadora. Ela não estima quais os custos de construção de uma unidade a partir da invenção, mas garante serem mais baixos se comparados ao sistema tradicional, “principalmente levando em conta a racionalização do processo, a rapidez e a redução da mão de obra envolvida para executar o sistema proposto”. A professora explica que é possível construir uma unidade de cerca de 100 metros quadrados em apenas duas semanas. Esta unidade poderia ser posteriormente desmontada, sem qualquer comprometimento dos materiais. As placas de cimento são colocadas em camadas duplas (uma interna e outra externa) formando paredes. Todo o acabamento hidráulico, elétrico e rede lógica ficam embutidos no interior das placas. No processo encaminhado ao INPI, os inventores definem o sistema como uma simplificação de todos os processos e métodos para a execução do produto final. Ainda de acordo com os inventores, o novo sistema construtivo respeita os chamados três ‘Rs’ da construção civil - reciclar, reutilizar e reaproveitar, colaborando para a sustentabilidade. (Com informações da Agência UEL de Notícias).

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#oMelhorProfissional – Saúde

Do Consultório à Gestão em Serviços de Saúde por Angelo Davanço

Médico Rodrigo Nóbrega fala sobre como deixou o atendimento rotineiro em pediatria para se dedicar integralmente à gestão na área de saúde por todo o País

A

trajetória profissional do médico Rodrigo Nóbrega, 50 anos, é bem peculiar. Formado em 1991 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto/SP, após fazer a residência, iniciou carreira profissional em sua especialidade, a pediatria. Foi assim por duas décadas, trabalhando na Santa Casa, em seu consultório particular ou como médico assistente do Hospital das Clínicas. Mas, a partir da metade de sua caminhada profissional, Dr. Rodrigo, o pediatra, começou a descobrir um novo perfil como gestor. “Comecei a me dedicar à área de gestão de saúde em 1999, quando entendi que era preciso, além de exercer uma boa qualidade técnica, conhecer também um pouco de gestão para poder me destacar na carreira. Então comecei a estudar por conta própria e já no início dos anos 2000 montamos três projetos de unidades de terapia intensiva infantil, neonatal e pediátrica em Barretos, São Sebastião do Paraíso e Uberaba”, relembra. Dez anos após o início de sua jornada empreendedora, em 2009 surgiu a marca Gesti, uma empresa focada em gerenciar unidades de terapia intensiva e também destinada a oferecer consultoria. “Começamos a entender que este know-how que a gente tinha em gestão de UTI e mesmo em outros setores de hospitais e operadoras de saúde, poderíamos compartilhar todo este conhecimento através de consultorias e assessorias”, diz.

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foto: Guilherme Bordini

#oMelhorProfissional

Gestão em saúde é área em crescimento A gestão em saúde é uma área nova e em franco crescimento no Brasil. Se há duas décadas, quando o médico Rodrigo Nóbrega se lançou a este desafio, apenas uma faculdade oferecia esta formação, hoje são várias as opções nesta carreira nas universidades brasileiras. “A gestão em saúde vem evoluindo de forma acentuada, em especial nos últimos dez anos, e essa melhora na gestão ocorre tanto na área privada quanto na área pública. Você tem cada vez mais profissionais experientes entrando no mercado e tanto hospitais privados como hospitais públicos, como clínicas e planos de saúde, têm percebido que para sobreviver no mercado é preciso prestar um bom serviço à população, é preciso gerenciar os processos administrativos, financeiros, assistenciais, todos pontos trabalhados pela gestão”, diz. E para quem deseja se dedicar a esta carreira, o Dr. Rodrigo dá a receita básica: “Primeiro, é preciso ter uma formação básica adequada, uma boa faculdade, um bom MBA, bons cursos. Em segundo lugar é preciso ter experiência prática, pois a escola não é capaz de nos ensinar tudo. Finalmente, por terceiro, é preciso sempre voltar ao ponto inicial. É preciso continuar estudando. Conforme vão surgindo os desafios, devemos pesquisar nos livros, pesquisar na internet, ler muito mais do que sobre a saúde, mas também sobre planejamento estratégico, área comercial, marketing, gestão financeira, gestão de pessoas, aspectos jurídicos, contábeis e assim por diante”, aconselha.

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#oMelhorProfissional – Saúde

‘Custo é o principal gargalo da saúde brasileira’ Em um setor em que a escalada da tecnologia é intensa, demandando maiores investimentos, e em um país onde a crise econômica interfere diretamente na prestação de serviços em saúde, o principal desafio é a conta a ser paga para a atividade girar. “O grande gargalo em saúde hoje no Brasil é financeiro, você tem um país que viveu uma crise profunda nos últimos anos e a saúde é uma área onde você tem uma incorporação de tecnologia muito rápida. A tecnologia é fundamental para melhorar a qualidade de assistência em saúde, melhorar a resolutividade, o prognóstico, a qualidade de vida dos pacientes, mas ela tem custos e a grande questão da saúde no Brasil hoje é quem paga esse custo”, avalia o médico Rodrigo Nóbrega. Na outra ponta do avanço tecnológico vem a diminuição de renda de grande parcela da população. “A crise gerou desemprego, fazendo diminuir o número de pessoas com planos de saúde. E quem antes pagava por um plano, muitas vezes hoje não tem mais condições de pagar. Então os planos diminuíram, passaram a ter receitas mais apertadas, com isso têm que negociar tabelas mais baixas com hospitais, clínicas, laboratórios, e ao mesmo tempo você tem uma tecnologia avançando, para atender melhor o paciente, custando cada vez mais caro e vê as fontes de pagamento diminuindo, então este é o principal gargalo da saúde hoje no Brasil”, explica.

Hoje, a Gesti Soluções atua em diversos setores, que incluem a gestão de UTI neonatal, pediátrica e adulta, unidades de pronto socorro e pronto atendimento e serviços de cardiologia, além de consultorias focadas principalmente nas gestões de custos, planejamento estratégico e processos de qualidade. Entre os clientes da empresa, figuram hospitais públicos e privados, unidades de atendimento, planos de saúde e clínicas e consultórios particulares espalhados por todo o País. “Temos clientes em Ribeirão Preto, Sertãozinho, Matão, São Paulo e em Estados como Pará, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso do Sul, entre outras localidades”, enumera.

Serviços de saúde no shopping Em Ribeirão Preto, a empresa está fortemente ligada ao Centro Médico do RibeirãoShopping, com participação societária em sete operações, que vão do pronto atendimento a

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serviços de diagnóstico por imagem, cardiologia e odontologia, além do Esselense Day Hospital. Há ainda participações na gestão de outras duas clínicas particulares, totalizando nove operações no local, lançado há dois anos pelo grupo Multiplan. “Tem sido uma experiência bastante interessante. O Centro Médico do RibeirãoShopping tem oferecido serviços de alta qualidade para a população de Ribeirão Preto e região, tanto em relação à qualidade técnica dos profissionais que estão atuando lá, como em relação aos equipamentos que as clínicas dispõem. Sem contar a área física das clínicas, em um lugar onde é muito agradável do paciente ir, bem mais agradável do que ir a um hospital, ou mesmo a um consultório na cidade. Você tem toda a comodidade, estacionamento fácil, segurança, consegue resolver praticamente tudo no mesmo lugar e no mesmo dia. É um conceito bem bacana, uma ideia muito interessante”, avalia.


Apresentado por

Médicos convidados realizam procedimento de redução de estômago por Gastroplastia Endoscópica na Santa Casa U

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o procedimento é indicado a pacientes que não respondem à terapêutica habitual e que não têm indicação cirúrgica. Ainda de acordo com a entidade, a Gastroplastia Endoscópica tem durabilidade de dois anos e pode ser repetida quando necessário e com indicação médica. A técnica, que surgiu em grandes centros médicos nos Estados Unidos e na Europa, é aprovada no Brasil desde julho de 2017.

A técnica permite a realização de sutura na parede do estômago, fazendo com ele adquira a forma de um tubo, comportando uma menor quantidade de comida. “A Gastroplastia é uma técnica endoscópica segura, que necessita de prévio treinamento por parte da equipe médica e tem apresentado resultados bastantes satisfatórios, em torno de 15,6% de perda de peso total em estudo médico por meta-análise, incluindo vários centros do mundo. O procedimento não substitui as técnicas de cirurgias bariátricas existentes, mas aparece como uma alternativa bem menos invasiva”, explica o médico Dr. Norberto Katsumi Osaki (CRM 58509), chefe do serviço de endoscopia digestiva da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto.

A aplicação do procedimento por médicos convidados foi assistida pela equipe do Serviço de Endoscopia e Colonoscopia da Santa Casa. “Sem dúvida, esta é uma técnica bem interessante”, avalia o médico Dr. Paulo Mega (CRM 60140), um dos endoscopistas do hospital presentes no procedimento.

foto: Divulgação

foto: Divulgação

ma equipe médica convidada realizou na Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP), no dia 20 de julho, um procedimento para redução do estômago por meio da Gastroplastia Vertical Endoscópica – nome técnico da redução do estômago por Endoscopia utilizando o OvertStich, equipamento acoplado a um endoscópio, que permite a realização de pontos com agulha e fio para realizar uma redução no volume do estômago, sem a necessidade de cirurgias ou incisões externas.

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#oMelhorProfissional – Educação

Sucata vira robô nas mãos dos alunos de Débora Garofalo por Angelo Davanço

Professora paulistana conta como criou projeto que já tirou mais de uma tonelada de lixo das ruas da capital e foi reconhecido internacionalmente

P

egue uma turma de crianças, alunos de uma escola pública de periferia de uma metrópole, que entre tantos desafios, têm que conviver com lixo, muito lixo, espalhado pelo caminho. Junte estes estudantes a uma professora apaixonada pelo ofício de ensinar e curiosa em relação às amplas possibilidades da tecnologia. O resultado desta soma é o projeto ‘Robótica com Sucata’, desenvolvido ao longo de quatro anos em uma escola municipal da zona Sul da cidade de São Paulo e que tirou mais de uma tonelada de lixo e sucata das ruas, envolvendo a participação de dois mil alunos, levando a sua idealizadora, a professora Débora Garofalo, à final de um dos mais importantes prêmios voltados para a Educação no mundo. Não é pouca coisa. “O projeto nasceu da vontade de transformar a vida de crianças e jovens da periferia, através de tendências como programação e ensino de robótica, ao mesmo tempo que os próprios alunos me narravam que eles tinham um grande problema que era o lixo. O lixo que impedia as crianças de irem para a escola em dias de chuva, devido aos alagamentos, e também em função de trazer doenças, como dengue e leptospirose. E aí então me veio uma ideia de poder unir esses dois fatores para ensinar robótica”, explica Débora. Na prática, o projeto levou, a partir de 2014, os estudantes para as ruas próximas à escola e às suas casas, no bairro Cidade Leonor, para um trabalho de sensibilização de porta em porta e de reco-

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foto: Divulgação

#oMelhorProfissional

E valia tudo na hora de retirar o lixo das ruas e colocar a mente para criar. “Os materiais utilizados eram praticamente tudo o que eles encontravam nas ruas: Papelão, plástico, lata, material eletrônico, computadores velhos, ventiladores... A única coisa que nós realmente compramos foi o Arduino para poder trabalhar”, afirma Débora, referindo-se ao dispositivo composto por um micro controlador que se conecta a um computador e que, depois de programado, pode direcionar, por exemplo, um robô.

foto: Divulgação

Após quatro anos de realização do projeto, a professora comemora os resultados conseguidos junto a um público

extremamente simples, que vive em uma comunidade muito carente, com altos índices de violência e de tráfico de drogas. “Conseguimos combater o trabalho infantil em 95%, a evasão escolar em 93%, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) saltou de 4,2 para 5,2, retiramos mais de uma tonelada de lixo das ruas... Mas eu sempre digo que a maior vitória foi ver estas crianças realmente com um projeto de vida, foi devolver o sonho para estas crianças e falar para elas que não é o lugar que determina o que elas podem ser na vida, mas sim elas próprias.” Mais ou menos o que aconteceu com a própria Débora, que nasceu em São Paulo e estudou em escola pública até o magistério. “Desde a infância eu sempre acreditei que esta era a minha vocação”. Por pouco ela não conseguiu passar na segunda fase para cursar uma universidade pública, e então teve que trabalhar em bancos e indústrias para custear os estudos, até formar-se em Pedagogia

foto: Divulgação

lhimento de sucata e materiais eletrônicos. De volta à sala de aula, era a hora de fazer um exercício científico e criativo, para a produção de robótica com o material retirado das ruas. O resultado do trabalho foi, então, apresentado para a comunidade, em exposições para mostrar o que eles conseguiram transformar a partir da sucata.

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#oMelhorProfissional – Educação

Projeto será levado para todo o Estado de São Paulo Após o reconhecimento pelo Global Teacher Prize 2019, Débora Garofalo também teve seu nome lembrado pelo Governo do Estado de São Paulo. Convidada pelo secretário de Educação, Rossieli Soares, ela passou a integrar o programa ‘Inova Educação’, para ajudar a implementar o componente de tecnologia e inovação e, assim, levar o seu trabalho para toda a rede estadual de ensino a partir de 2020. “É uma grande alegria poder participar de uma política pública que vai impactar professores e mais de 2 milhões de alunos, do sexto ao nono ano do ensino Fundamental II. Isso já começa para o próximo ano, então agora é o momento de muito trabalho, é o momento de construir este componente com a rede, de passar um pouco da minha experiência, da gente providenciar infraestrutura, para que o professor tenha esta liberdade de trabalhar com material não estruturado, por tudo o que o trabalho traz de premissa nas questões de criatividade, inventividade e sustentabilidade”, diz Débora.

e Letras e especializar-se em Língua Portuguesa e seguir, hoje, com o mestrado. “Tive uma infância relativamente simples, com uma mãe que criou três filhas sozinha, mas que sempre nos incentivou muito, deixando um legado de que a única coisa que nos faria ser alguém na vida seria a educação”, relembra.

Reconhecimento Internacional

foto: Divulgação

Tanto esforço e entusiasmo pela profissão levaram Débora, neste ano, a ser a primeira mulher brasileira indicada para a final do Global Teacher Prize, considerado o “Prêmio Nobel da Educação”. “Este reconhecimento veio coroar um trabalho de quatro anos que quebra o para-

digma do ensino de robótica no Brasil, que mostra que é possível, sim, utilizarmos materiais não estruturados para se trabalhar com estes conceitos. Acho que também traz um exemplo para estas crianças e professores, que é preciso transformar a educação, que o caminho é árduo, mas ele pode ser reconhecido”, observa, antes de aconselhar os colegas professores que desejam inovar em sala de aula: “É preciso uma mudança de atitude, vencer o medo do novo e poder realmente se entregar dentro desse processo. Como professora, quando eu comecei, não tinha conhecimento do todo, mas eu me permiti aprender, então é necessário escutar os alunos e também estar disposto a aprender”.

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Entrevista de Capa

‘A Curiosidade é uma Virtude que Deve ser Perseguida’ Entrevista a Angelo Davanço

Prestes a completar 60 anos, Marcelo Tas garante que nunca deixará de ser curioso em relação a tudo. Foi assim que ele passou pela Aeronáutica e pela Engenharia Civil até se tornar o comunicador que é hoje

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arcelo Tristão Athayde de Souza poderia ser um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) ou ter seu nome estampado em placas de grandes obras, mas ele apostou no acrônimo de seu sobrenome para se tornar um dos comunicadores mais conhecidos do Brasil. Nascido em Ituverava, na região de Ribeirão Preto (SP), no dia 10 de novembro de 1959, Marcelo Tas está prestes a chegar aos 60 anos e carrega na bagagem experiências que ajudaram a moldar sua carreira na mídia e um desejo imenso de estar sempre atento às novidades do mundo. Quando saiu de sua cidade natal, aos 15 anos, para fazer o colégio da FAB em Barbacena, no interior mineiro, não imaginava que a vontade de desvendar novos saberes o levaria a São Paulo, onde fez o curso de Engenharia Civil na Faculdade Politécnica da USP. Foi na Poli que Marcelo começou a se envolver com o jornal do grêmio estudantil, empregando uma de suas características mais marcantes: as coisas da vida política tratadas com uma grande dose de humor. E lá foi ele, levado por sua curiosidade, até a televisão. O Tas do repórter Ernesto Varela, da bancada do CQC, das entrevistas do Provocações, da magia do Rá-tim-bum. O Tas do Professor Tibúrcio. “As pessoas me param até hoje nas ruas por causa do Professor Tibúrcio. No meu top five particular de personagens, ele é o número um”, revela o ator, apresentador, roteirista, diretor e escritor, com o nome sempre ligado às coisas da tecnologia, que ele tanto gosta de acompanhar, desde os tempos em que aprendeu a usar uma máquina de escrever. Na entrevista a seguir, Marcelo Tas fala sobre revolução digital, educação, empreendedorismo, redes sociais e sobre seu relacionamento com o público. “Que coisa complexa é a impressão que as pessoas têm de mim. Tem gente que me acha o máximo e tem quem me ache o cocô do cavalo do bandido!”, diz.

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“Eu agradeço muito a Força Aérea Brasileira por isso, por me tornar um ótimo datilógrafo!”


Entrevista de Capa

foto: Nathalie Bohm

“Eu sempre fui muito curioso. Creio que esta é uma virtude que a gente deve perseguir”

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Entrevista de Capa

“O momento que a gente vive deve ser de diálogo, pois as pessoas não se permitem mais não serem ouvidas”

Como todos que cresceram nos anos 1970, você deve ter ingressado no mundo da tecnologia com aquele tradicional curso de datilografia, não é mesmo? Olha, você sabe que a datilografia foi algo muito importante para mim. Eu fiz o colégio na Escola Preparatória de Cadetes do Ar em Barbacena (MG), e lá tinha aulas de datilografia. Esta prática me ensinou a escrever com rapidez e sem pensar muito na dificuldade que é você teclar. A nossa comunicação, hoje em dia, ocorre pela ponta dos dedos e eu creio que todo conhecimento, como a datilografia, para podermos usar isso de uma maneira saudável, ajuda e muito. Eu agradeço muito a Força Aérea Brasileira por isso, por me tornar um ótimo datilógrafo (risos)!

O brasileiro é empreendedor por natureza ou por necessidade? Eu votaria nas duas alternativas. Por necessidade, com certeza, e por DNA. Nós temos uma natureza empreendedora e o motivo para mim é muito claro, é a diversidade, o Brasil tem uma população com uma diversidade cultural, racial, de orientação sexual, de idades também. O Brasil é um país em que idades diferentes convivem, ao contrário da Europa, por exemplo, onde crianças, até hoje, são tratadas de uma forma muito diferente, muito distante, com algumas exceções, como na Finlândia, mas o Brasil é um país onde existe um terreno muito fértil para o empreendedorismo se desenvolver. foto: Nathalie Bohm

Como tem sido para você acompanhar a evolução tecnológica? Eu sempre fui muito curioso. Creio que esta é uma virtude que a gente deve perseguir. As coisas continuam mudando muito rapidamente, então, se você se contentar em descobrir uma coisa e pensar que é isso,

que agora você sabe, não é por aí. Existe uma eterna necessidade de busca e eu sempre fui curioso em relação a tudo. Eu comecei a trabalhar profissionalmente na televisão no início da década de 80, quando a interação com o público era muito primária. Eu me sinto muito sortudo por ter vivido essa mudança de relacionamento com o meu público, por meio dessa revolução digital.

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foto: Nathalie Bohm

Entrevista de Capa

Eu mesmo tenho a grata alegria de viajar bastante pelo país e encontrar, especialmente, mais recentemente, pelo interior de São Paulo, belas iniciativas de empreendedorismo, nas regiões de Marília, de Sorocaba, aí em Ribeirão Preto. Até por eu ter nascido na região, eu acompanho muito a evolução de Ribeirão. A região já fazia chip, já fazia material odontológico de alta performance, quando eu era moleque, na década de 80. Por que não a Engenharia Civil, por que não a Aeronáutica e por que sim a mídia? Olha, o coração é que foi me levando, eu sempre sou levado pelo que vai me abrindo um universo de interesse. Na engenharia, eu aprendi coisas incríveis, especialmente na área da tecnologia, que é a minha veia. Na Aeronáutica, eu aprendi algo fundamental, além da datilografia, que foi conhecer a diversidade do Brasil. A Aeronáutica é um celeiro de sabedoria brasileira, de alto padrão. A Aeronáutica me deu uma visão do País, da Amazônia, do Oeste, do Pantanal, de todas as regiões. Em cada etapa dessas, eu tive um aprendizado diferente, mas o meu coração foi guiado na hora que eu percebi que a minha vocação era a comunicação e isso não invalidava todos os aprendizados anteriores. Eu jamais poderia ser o comunicador que eu sou hoje, sem o aprendizado

da Aeronáutica, da Engenharia Civil, do teatro, que é outra escola incrível, que infelizmente não pude me dedicar o quanto gostaria. Nos anos 90, você já fazia ensino a distância no Telecurso. Como foi esta experiência? Eu havia participado das duas séries do Rá-tim-bum e do Castelo Rá-tim-bum, que são pedagógicas também. Creio que aquela experiência motivou o convite da Fundação Roberto Marinho para me aproximar do Telecurso, que, naquela época, era um programa muito engessado, com atores interpretando papéis de professores diante de um quadro negro. Era um formato que tentava simular uma sala de aula, o que era muito pouco eficiente, pois nada substitui uma sala de aula. E foi aí que eu fui convidado pelo Hugo Barreto, que foi o grande idealizador desse projeto, e ali no Telecurso tive que aprender algo que eu não sabia, que é criar aulas usando uma série de linguagens de televisão, como animação, telenovelas, telejornal. A gente criava personagens âncoras para cada uma destas matérias. Geografia, por exemplo, era um carteiro que percorria a cidade e dava a noção para as pessoas sobre geolocalização. Foi um desafio gigantesco, com uma equipe enorme, chegamos a ter 100 pessoas em torno disso, e produzimos mais

“Esta é a grande beleza da democracia, dialogar, debater com pessoas que pensam diferente de você”

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Entrevista de Capa

de 1.500 aulas, em meados dos anos 90, e por uns dez anos. É o maior projeto de televisão que eu participei e que foi usado de uma forma muito intensa pela população do Brasil. Olha, se eu tiver uma pequena chance de ir para o céu, é por conta da minha participação no Telecurso (risos)!

“Não há nenhuma demonstração de ódio ou de afeto que me assuste, eu sei que ambas podem ser uma pista falsa”

Como as redes sociais estão atuando na transformação das pessoas e como lidar com tanta informação disponível? Antes de mais nada, é bom dizer que as redes sociais não são seres humanos, elas não têm vontade própria. Eu lido com elas como elas são de verdade: ferramentas. Assim como você não pode usar um serrote sem saber direito quais são os riscos de ser cortado, você tem que saber usar a rede social. Mas o que acontece hoje é que a gente sai usando, achando que é tudo de graça, que é tudo fácil, e muitas vezes se estrepa muito. Se a gente usar as redes de uma maneira passiva, sem entender o que é aquilo, vamos ficando dentro de um ambiente muito viciado, muito direcionado, onde você é seduzido a discutir assuntos que geralmente não são relevantes, porque todo mundo pensa igual ou pensa

foto: Nathalie Bohm

Quais são os principais desafios da educação ao ter que unir o ensino tradicional às novidades apresentadas diariamente pela tecnologia? O desafio é o diálogo, porque a aula, aquela que a gente conhecia e que ainda ocorre dentro da classe, deve ser um diálogo. E os grandes professores sempre conseguiram isso, o engajamento. Acho que a palavra é esta mesmo, a mesma palavra que a gente usa para a internet. Se perguntarmos para os leitores quais são os seus professores que eles lembram, com carinho, no coração, serão aqueles que em algum momento conseguiram o engajamento, o diálogo, o professor que obrigou a pensar, que provocou, que fez você ler pela primeira vez na frente dos seus colegas e você viveu uma experiência inédita na sua vida, onde entra a emoção, onde entram as descobertas. Com a tecnologia, há uma chance grande de dispersão do diá-

logo, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade muito grande de melhorar até esse engajamento. O professor não vai poder agir como fazia antigamente, quando ele era o único cara que falava, o único dono da verdade, o único proprietário da informação. O momento que a gente vive deve ser de diálogo, pois, hoje, as pessoas não se permitem mais não serem ouvidas.

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“Se eu tiver uma pequena chance de ir para o céu, é por conta da minha participação no Telecurso!”

soas que me odeiam em demasia. São pessoas que geralmente eu não respondo, mas eu guardo com muito carinho os xingamentos ou as demonstrações de paixão avassaladora para eu poder entender quem sou eu. Eu abro regularmente, olho e reflito que coisa complexa é a impressão que as pessoas têm de mim. Tem gente que me acha o máximo e tem quem me ache o cocô do cavalo do bandido (risos)!

E em qual dos dois grupos tem mais gente? Olha, tem um equilíbrio. Eu me sinto sortudo por ter muita gente que demonstra ter afeto e tal, mas eu não me assusto com nenhum deles. Não há nenhuma demonstração de ódio ou de afeto que me assuste, eu sei que ambas podem ser uma pista falsa, então, o que eu procuro fazer, quando não tem xingamento e palavrão, é escolher algum deles e responder: “Olha, Maurício, eu creio que você não entendeu o que eu falei”. E, geralmente, quando eu respondo para uma pessoa, um xingamento ou uma agressão, muitas vezes, inicia-se um diálogo até que interessante. O que esperar do Tas 6.0 que vem por aí? Eu espero continuar com o espírito de criança, e o espírito de criança significa olhos e ouvidos abertos e não deixar morrer a curiosidade. Pelo que, exatamente, eu não sei (risos)! foto: Nathalie Bohm

absolutamente o oposto, e aí isso vai gerando aquelas famosas discussões polarizadas, em que não existe vencedor, tem só xingamento e papo furado. No campo político, as redes ajudaram a trazer a discussão para o âmbito familiar, entre os amigos, mas com uma situação muito perigosa, que é o viés. É muito perigoso quando você é fisgado por um ponto de vista enviesado e não percebe. Isso é um pouco onde nós estamos hoje amarrados no Brasil, porque ou você é a favor do Bolsonaro ou você é comunista, não fica nenhuma outra opção de, como é o meu caso, não concordar com os métodos do Bolsonaro, apesar de concordar que não devemos admitir a corrupção petista. Esta é a minha posição, eu luto por um Brasil onde nós vamos ultrapassar o lugar onde o PT nos deixou, que é um lugar bastante deserto, um lugar onde estava se buscando a supremacia de um partido às custas de corrupção, mas também não me alinho com os métodos do Bolsonaro, que são truculentos, que pregam que, para se resolver a violência, é preciso armar o cidadão. Eu até posso discutir a questão do armamento, para mim não tem problema nenhum. Por exemplo, eu acho que devemos, sim, permitir o armamento do cidadão que mora na zona rural do Brasil, pois eu conheço essa realidade, mas não é por isso que eu vou concordar que qualquer pessoa que faça um curso de tiro possa sair dirigindo com uma arma debaixo do banco, que é o que ele quer, e daí você se matar por conta de discussões imbecis. O que quero dizer é que eu, que não me coloco em nenhum dos dois opostos, tenho certa dificuldade de participar do debate. Então, o viés é muito perigoso, por você ser levado para um lugar onde vai ser impedido de dialogar com qualidade. Esta é a grande beleza da democracia, dialogar, debater com pessoas que pensam diferente de você, e esta, aliás, é a alegria que eu tenho hoje de fazer um programa chamado Provocações, onde eu trago pessoas que pensam diferente de mim, e procuro ouvir o que elas têm a dizer, e elas, muitas vezes, vão ter que ouvir provocações que não vão concordar.

Entrevista de Capa

Dentro destes diálogos, muitas vezes enviesados, destas provocações, como você lida com os haters? Eu tenho uma técnica. Eu criei uma pasta no meu computador que se chama “Amam me Odiar”, e lá eu coloco pessoas que me amam em demasia e pes-

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#oMelhorProfissional – Cultura e Arte

Eduardo Kobra, o artista por trás de mais de 500 murais espalhados pelo mundo por Camila Rodrigues

O brasileiro de origem humilde migrou das pichações em muros para a produção de grandes painéis de relevância mundial

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riado na periferia, em meio a pichações e ao movimento hip-hop, Carlos Eduardo Fernandes, de 44 anos, conhecido como Kobra, ganhou notoriedade e tornou-se nome de peso no cenário de street art mundial. Isso porque o muralista, natural do Jardim Martinica, área periférica da capital paulista, é autor de mais de 500 obras realizadas nas ruas do Brasil e de outros 17 países. Kobra lembra que o seu despertar para a arte começou muito cedo, com 12 anos de idade. Na época, o menino era conhecido como cobra, escrito com a letra “c”. “Me interessei por esse universo quando notei que poderia me comunicar e falar algo que desejava”, lembra. A falta de formação técnica, já que sua família não tinha condições de proporcionar cursos especializados, não impediu Kobra de desenvolver um estilo próprio, que se assemelha, em termos de qualidade e proporção, aos do muralista mexicano Diego Rivera (1886-1957) e dos expoentes do street art internacional: os americanos Keith Haring (1958-1990) e Jean-Michel Basquiat (1960-1988), ambos conhecidos por picharem espaços públicos com mensagens de protestos, e o polêmico britânico Bansky, cuja identidade não é divulgada. Autodidata, o artista ainda procura resgatar o tempo perdido e absorver o máximo de conhecimento. “Como não tive acesso a galerias e museus, costumo aproveitar ao máximo as oportunidades. Quando estou em algum país novo, tiro um tempo para conhecer a história local, os artistas que ali viveram, visitar galerias de arte tradicionais e contemporâneas, além de fazer um tour pela cidade e ver as manifestações públicas reproduzidas em forma de street art – sempre procuro saber o que está acontecendo no mundo”, diz.

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Foto: divulgação/Kobra

#oMelhorProfissional

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Foto: Alan Teixeira

#oMelhorProfissional – Cultura e Arte

Foto: Alan Teixeira

Mural “A Lenda do Brasil” em homenagem ao Ayrton Senna, está localizado no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação em São Paulo.

Artista Eduardo Kobra

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Escolha do Projeto Por ser referência em seu nicho de atuação, o muralista recebe convites do mundo inteiro. “Vão desde galerias de arte, festivais, pessoas físicas e até organizações, que pretendem revitalizar áreas degradadas com os meus painéis. Porém, o processo de decisão se dá por alguns fatores determinantes. Um deles, que julgo primordial, é a liberdade criativa. Ou seja, ter 100% de autonomia para executar exatamente o que desejo”, afirma. Além de não abrir mão da independência em seu modo de trabalho, Kobra dá preferência para locais desconhecidos por ele ou que façam parte de uma história. “Procuro desenvolver murais em lugares que tenham conexões com a minha obra”, pontua, enfatizando que não há distinção em relação à classe econômica. “Rico ou pobre, tanto faz. Sinto a mesma realização de fazer uma obra em qualquer lugar – tanto que eu consigo manter uma boa conexão”, frisa. O artista é assertivo ao dizer que, hoje em dia, com toda a certeza, a etapa mais demorada durante o processo é a pesquisa. “De uma forma geral, a criação tem levado mais tempo que a própria pintura. Estou me preocupando cada vez mais com as temáticas e a mensagem que quero passar. Então, às vezes, levo de duas a três vezes mais, pensando como vai ser feito”, pontua.


Foto: Studio Leone

#oMelhorProfissional

Mural Racionais no Capão redondo em São Paulo

Marca Registrada

Foto: divulgação/Kobra

Grandiosidade à parte, Kobra relata que muitas pessoas tendem a reconhecer seu trabalho por conta da explosão de cores, que mais parece um caleidoscópio visto a olho nu. Contudo, segundo ele, esse fator é apenas uma das nuances, mesmo que em destaque, pertencentes a sua identidade artística. “As cores estão sempre ligadas à mensagem. A paleta escolhida, por exemplo, no mural “Let me be myself”, que retrata Anne Frank, é a mesma contida na capa de seu diário, escrito durante a guerra. Tudo está interligado”, explica. Ele ressalta que a obra, como um todo, sempre é pensada em seus detalhes, mesmo que poucas pessoas sejam capazes de absorver de primeira.

Murais de Kobra, na França, inspirados no pintor Claude Monet

Fora a coloração escolhida, o paulistano é conhecido pelas representações hiper-realistas, baseadas em fotografias e estudos anatômicos. É possível notar essa característica na série de obras intituladas “Olhar a paz”, onde retrata personalidades que lutaram contra a violência, como Mahatma Gandhi e a ativista paquistanesa Malala Yousafzai.

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#oMelhorProfissional – Cultura e Arte

Segundo o artista, não tem como mensurar, dentro de seu trabalho e de seus 30 anos de carreira, qual mural é o mais importante. Pelo contrário. Para ele, todos, sem dúvida, possuem suas peculiaridades e significância dentro de sua trajetória – seja pela mensagem positiva, muito presente na temática, ou por deixar registrados momentos históricos importantes que não devem ser esquecidos pelo público. “Todos têm uma história e uma importância para mim. Sou muito entusiasmado e valorizo cada um dos meus convites, pois eles demonstram e retratam momentos específicos da minha vida, e, claro, tudo o que acredito”, relata. Entre os mais lembrados, ou de maior relevância dentro de seu vasto portfólio, está o mural “Etnias”, batizado “Todos Somos Iguais”, com mais de 3.000 metros quadrados de altura, pintado na parede de um antigo arma-

Obra apagada, mas não esquecida O painel “O Beijo”, intitulado com o mesmo nome dado pelo fotógrafo norte-americano Alfred Eisenstaedt (1898-1995), famoso pela imagem que retrata o momento em que os americanos saíram às ruas para comemorar o final da 2º Guerra Mundial, tornou-se ponto turístico, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Por conta da visibilidade alcançada, a prefeitura da cidade tombou o prédio. Entretanto, o proprietário do edifício, após saber do tombamento, optou por apagar a obra, pintando de cinza a parede do mural.

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zém, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ) para os Jogos Olímpicos de 2016. “A princípio, ele foi criado para ficar exposto nos Emirados Árabes. Contudo, surgiu a oportunidade de produzir no Brasil, e eu acabei fazendo uma nova pesquisa para decidir quais personagens seriam retratados”, conta. Ele frisa que seus estudos culminaram na representação, de forma respeitosa e simbólica, dos primeiros povos pertencentes a cada continente: Huli (Oceania), Mursi (África), Kayin (Ásia), Supi (Europa) e Tapajós (Américas). “No meio dos integrantes de cada povo, há representações da cartografia mundial. Fora que todos possuem os olhos pintados com as cores da bandeira brasileira, verde e amarelo”, pontua. Para a conclusão deste trabalho, que foi considerado pelo Guiness World Records como o maior grafite pintado no planeta, Kobra e sua equipe trabalharam em turnos de 12 horas, por dois meses - utilizando, ao total, mais de 3.000 latas de spray, 700 litros de tinta colorida e 1.800 litros de tinta branca para o fundo. Engana-se quem pensa que o artista não quebraria o seu próprio recorde. Em 2017, ele produziu um trabalho que é uma ode ao chocolate, que ocupa um paredão de 5.742 metros quadrados às margens da Rodovia Castello Branco, no quilômetro 35, na cidade de Itapevi (SP).

Fotos: divulgação/Kobra

Obras Icônicas


#oMelhorProfissional

Mural Etnias, batizado como Todos somos um. Localizado no bairro da Gamboa do Rio de Janeiro.

Problemas Recorrentes Por ser requisitado para desenvolver projetos em outros países, o artista comenta que esse processo exige alguns desafios a serem transpostos. “O que eu tenho de mais importante no meu trabalho, o que priorizo, são as mensagens e temas que procuro abordar. E nem sempre consigo a permissão para dar continuidade às minhas ideias, como, por exemplo, liberdade para falar abertamente sobre racismo, agressão – de qualquer tipo -, refugiados e imigração”, referindo-se a alguns temas recorrentes em seus trabalhos. Entretanto, para Kobra, por ser um artista bem colocado no mercado e com obras significativas, ele tem o privilégio de recusar, quando não pode se expressar de forma livre.

Mural Anne Frank em Amsterdam

O muralista ainda lembra do caso em Atenas, na Grécia, onde um de seus painéis foi destruído. “O trabalho representava a evolução humana e, no final, mostrava os homens destruindo o planeta, o meio ambiente e jogando a bomba atômica. Esse trabalho foi interpretado de uma forma errônea por religiosos ortodoxos, que acabaram me ameaçando e destruindo o painel”, relata. Mas Kobra diz que esse foi um caso isolado e que seus temas costumam ser bem aceitos e admirados.

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Fotografia #oMelhorProfissional – Fotografia

Leandro Dias, mais conhecido no Instagram e YouTube como o “Fotógrafo Brasileiro em Paris”, abandonou sua carreira como professor de matemática em 2012 para se lançar como fotógrafo, clicando nos principais monumentos da capital francesa. Foi capa de revistas como Caras e Contigo, e já clicou personalidades como Neymar, Larissa Manoela, Luciana Gimenez, entre outros. Leandro está sempre disponível para todos que querem registrar sua passagem pela “Cidade Luz”. Mais Informações: @fotografobrasileiroemparis www.fotografoemparis.com

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foto: Divulgação

#oMelhorProfissional

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#oMelhorProfissional – Fotografia

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#oMelhorProfissional

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#oMelhorProfissional – Fotografia

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Apresentado por FisioForma

SUMMER

Protocolo internacional chega com exclusividade na FISIOFORMA!

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Clínica Fisioforma traz com exclusividade o protocolo internacional, Summer . Uma associação de tecnologias e técnicas PRIME que vai te preparar para o verão mais fit da sua vida! Esse protocolo é para quem quer estar com o corpo em forma no verão!!! A hora de começar o projeto 2020 é agora!

Tecnologias Todas as técnicas e tecnologias envolvidas no protocolo são PRIME, ou seja, altas tecnologias, que proporcionam resultados rápidos e de maneira muito segura, visto que são tecnologias minimamente ou não invasivas.

Quem pode Fazer? .LA ps://VIU Acesse httfoto do rosto a Tire um desta página e da pessoamais conteúdo. descubra

Na FISIOFORMA, todo tratamento começa com as devidas avaliações clínicas. Em casos específicos, qualquer tipo de restrição ao uso dos equipamentos e/ou submissão a determinados tratamentos, será detectada. Para pacientes que sofrem restrições, um programa personalizado é elaborado para promover o seu bem-estar e atender às suas demandas em tratamentos estéticos e de emagrecimento.

Como Funciona? É um protocolo internacional de técnicas e tecnologias que a clínica trouxe, que proporciona a destruição da célula de gordura e pode tratar também a flacidez e a celulite separadamente ou de maneira associada. A associação de tecnologias desse novo protocolo garante uma ação potencializada, capaz de eliminar até 40% da gordura localizada na região tratada já na primeira sessão, o que faz do Summer um programa assertivo, seguro e que devolve a sua modelagem corporal de maneira muito rápida.

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#LookdoDia

Como Versatilizar os seus Looks de Trabalho? Amanda Salomão Consultora de Moda, Imagem e Estilo. @amandasalomao Mais informações de contato: abeeon.com/ amanda-salomao

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empre escuto das minhas clientes e alunas muitas queixas sobre não ter o que vestir para o trabalho. Na verdade, as reclamações não são só sobre o que vestir na ocasião do trabalho, mas em muitas outras situações.

cinto de uma peça que pode ir passear em outra. O importante é separar 15 minutos que você gastaria na Netflix e testar novos jeitos de usar a mesma peça. Aposto com você que terá surpresas!

Acredito que olhamos para as peças que existem no nosso guarda-roupa já um pouco condicionadas e acostumadas a fazer o “arroz com feijão” de todos os dias e, por isso, acabamos não conseguindo enxergar outras opções, ficando sempre com a sensação de que as composições são as mesmas.

Se você disser que adora comprar algo novo e que, mesmo com as dicas, tem essa necessidade, por que não arrematar alguns acessórios que podem modernizar e reciclar seu guarda-roupa? Um lenço para usar de cinto ou amarrar na bolsa, acessórios de cabelo, brincos ou colares para destacar aquela blusa “basiquinha”, vale até um sapato que não seja de cor neutra como nude ou preto.

Cometemos o erro de não ver diferentes escolhas e acabamos sempre em novas compras: não tenho roupa –> compras –> novos looks, que a partir de um tempo deixam de ser novos também e o ciclo se repete. Nesta edição preparei algumas dicas para você, empreendedora, aprender a versatilizar os seus looks de trabalho e deixar todo mundo com a impressão de que as suas composições são novas e cheias de estilo. Que tal começar pelo seu cabelo? Não estou falando em novos cortes ou tintura, mas descobrir outros penteados, investir em novas presilhas, tiaras, faixas. Elas são boas aliadas quando o cabelo não está nos melhores dias ou também quando a criatividade não está aguçada. Capriche em um coque desconstruído ou impecável, ou numa tiara e prepare-se para receber elogios! Você também pode tirar um tempo para testar novas combinações, sejam de cores (a internet está cheia de aplicativos que te ajudam) ou de diferentes jeitos de usar suas peças. Um vestido com sobreposição de camisa, um

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Não tem ideia por onde começar? Vamos lá, então! Comece pelas inspirações, faça uma pasta dentro do seu celular com looks de referência (não se esqueça de checar o dress code do seu ambiente de trabalho). Lembre-se de que é acervo de inspirações. Por exemplo, viu uma combinação superbacana de calça amarela e blusa roxa? Tente fazer a combinação de cor com outras peças como, por exemplo, um brinco roxo com uma calça amarela. Estamos vivendo o momento em que sempre o menos pode ser mais, a maior dica é olhar com carinho para o seu guarda-roupa e pensar no que você pode fazer de diferente com ele. Lembre-se de que a sua imagem diz muito sobre você e, sendo dona da sua empresa, ela também irá falar sobre o seu empreendimento. Não tenha medo de testar e tentar novos looks. ARRASE! Um beijo, capriche nos looks e bons negócios!


foto: Rafael Cautella

#LookdoDia

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#Mindset

Quer empreender melhor? Então respire! por Angelo Davanço

Monja Coen ensina a praticar a respiração consciente em busca do equilíbrio necessário para viver melhor, até mesmo na jornada empreendedora

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uem começa um novo projeto de vida ou de negócios aprende, desde cedo, a encarar fatores como incertezas, ansiedade, dúvidas, correções de rotas, acertos, conquistas e realização de sonhos. E, para que esta jornada possa ser acompanhada da tranquilidade necessária para empreender, alguns minutos de respiração podem fazer a diferença. É o que ensina a monja zen budista Coen Roshi, 72 anos, missionária oficial no Brasil da tradição Soto Shu, com sede no Japão, e Primaz Fundadora da Comunidade Zen Budista em São Paulo. A técnica para a respiração consciente, transmitida pela Monja Coen em todas as suas palestras, é simples. Sente-se confortavelmente e com a coluna ereta, com os ossos do quadril posicionados no meio do assento e o queixo em linha reta com o solo. Com as mãos sobrepostas sobre o colo, a respiração deve ser lenta, preenchendo todo o pulmão, e, ao soltar o ar, após uma pequena pausa, esvazie o peito quase que por completo. Neste momento, o pensamento deve perceber o ar preenchendo o corpo e renovando a energia. Repetindo lentamente este processo três vezes, já será possível encontrar seu eixo de equilíbrio. E, se o exercício for realizado várias vezes ao dia, ainda melhor. “Quando estiver com estresse ou ansiedade, respire. Todas as nossas emoções passam pelo processo respiratório. A respiração consciente nos recoloca presentes no que estamos fazendo”, aconselha a monja. Além de dedicar tempo para a respiração consciente, outros conselhos de Monja Coen para quem administra um negócio ou pensa em se lançar no mundo empreendedor são a confiança e a resiliência. “É preciso que você confie em si mesmo, que confie neste momento

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#Mindset único, nas pessoas que estão ao seu lado e, ao mesmo tempo, que tenha resiliência, a capacidade de, em alguns momentos, nos fazermos pequenos, apertadinhos, para passarmos por lugares difíceis e depois podermos desabrochar”, diz. Características que a monja paulistana, nascida Cláudia Dias Baptista de Souza, sempre teve, seja trabalhando como repórter no Jornal da Tarde ou atuando pelo Banco do Brasil nos Estados Unidos, onde conheceu e se encantou pelo zen budismo. Foi para o Japão em 1983, onde permaneceu por 12 anos, praticando em diversos templos pelo país e atendendo as comunidades locais com serviços memoriais, enterros, preces nas residências, casamentos e práticas zen para crianças e adultos.

“Cada dia é único, cada momento é único. Aprenda a viver o agora. Faça desse momento o melhor do mundo”

Paciência, persistência e sabedoria são outros conselhos que ela dá para os empreendedores. “Isso pode acontecer junto a práticas meditativas e de autoconhecimento. Você poder respirar conscientemente e encontrar uma tranquilidade física que vai lhe proporcionar a calma interior necessária para seguir em frente”, orienta Monja Coen, autora de livros como “Viva Zen: Reflexões Sobre o Instante e o Caminho”, “A Sabedoria da Transformação: Reflexões e Experiências” e “O Sofrimento é Opcional”, entre outros.

foto: Divulgação

Para aprender o idioma necessário para sua prática religiosa, Monja Coen teve que praticar, desde o início de seus estudos, outra caracte-

rística empreendedora: o foco. “No início, como eu não sabia falar japonês, preferia as horas de meditação. Percebendo isso, minha monja superiora me colocou para aprender o idioma na hora da meditação. Então, eu me dedicava por completo às aulas de japonês para aprender rápido e, assim, ter mais tempo para meditar”, diz.

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#Mindset

Reflexões de Monja Coen para uma Jornada Empreendedora O projeto Sebrae Inspira, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul, produziu um vídeo em que Monja Coen dá seis conselhos para os aspirantes a empreendedor ou àqueles que já vivem o desafio de administrar o próprio negócio. Confira um resumo das suas dicas: 1- As incertezas do início “Quando começamos qualquer coisa, temos incertezas, e isso é natural, por isso, precisamos do apoio de pessoas mais experientes. A gente se prepara, faz cursos, segue conselhos. A vida é incerta, não há nada certo neste mundo, então, não é porque você está iniciando agora que as incertezas vão impedi-lo de ir em frente, de levar adiante o seu projeto.”

foto: Divulgação

2- Conciliando trabalho e família “Empresa e família nem sempre parecem algo conciliatório, mas são. Você pode dividir o seu tempo muito bem. Organizando-se mentalmente, você se organiza fisicamente, e vai dar tempo, sim, de estar com a sua família, com as pessoas que você convive, dando atenção absoluta. O mais importante é você oferecer a sua presença, estar presente. Não significa estar 24 horas por dia presente, mas quando estiver junto, estar de verdade, bem perto deles.”

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3- Momentos de crise na empresa “As crises são oportunidades de crescimento. Se você está em crise, em dificuldade, maravilha! É hora de repensar a empresa toda, procurar onde está a falha, o que está acontecendo, se é uma coisa pessoal sua, se é uma coisa do grupo, se é o momento histórico do país. Você tem que analisar a situação para tomar as decisões acertadas. Você deve perceber que cada obstáculo o deixa mais forte para você passar por ele. Olhe a sua meta, não olhe o problema.” 4- Equilíbrio entre vida digital e vida real “O mundo digital é uma maravilha, é o nosso novo brinquedo, nossa nova descoberta, mas ele está aqui para nos ajudar e não para nos tirar da nossa vida. Então, tome cuidado, por mais maravilhoso que seja, ele foi criado para ser uma ferramenta para podermos viver melhor. Se isso tira você de seus relacionamentos, tira você de sua capacidade de decisão, então, tem algum problema aí, preste atenção.” 5- Foco na solução e não no problema “Problemas existem. É como na matemática, você precisa aprender a ler o problema, aprender qual é a realidade, qual a dificuldade e quais são as possíveis soluções. Não pense em uma única solução, pois existem várias, por isso, é bom a gente convidar outras pessoas para pensar junto. Converse com quem você trabalha, às vezes, aquela pessoa mais simples, que não tem um cargo de decisão, pode lhe mostrar um caminho. Respeite as outras pessoas, você não está sozinho.” 6- Tomada de decisões “A gente sabe que tomar decisões traz um desgaste, existe um estresse nisso, pois é uma responsabilidade que não é só da sua vida, mas dos seus familiares e das pessoas que trabalham com você, e isso se expande numa rede muito grande. Para isso, é preciso ter muita certeza. Não duvide de você nem de sua capacidade de decisão. Para tomar uma decisão, é preciso ver todos os ângulos, não é uma coisa de repente, baseada na intuição. Intuição é importante, mas além dela é preciso ter a razão. Quando razão e intuição funcionam juntos, aí tudo dá certo.” Fonte: Sebrae Inspira – Sebrae/MS Link para o vídeo do Sebrae: https://www.youtube.com/watch?v=YWCbhacB6ng


#Startup

Henrique Portugal, startup superstar por Angelo Davanço

Tecladista do grupo Skank fala sobre como música e empreendedorismo caminham juntos e alerta: ‘Aprender a empreender se tornou uma necessidade’

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conomista, cruzeirense, músico e empreendedor, não necessariamente nesta ordem. Assim pode ser apresentado Henrique Portugal, 54 anos, tecladista do Skank, uma das bandas mais conhecidas do cenário rock nacional, com mais de 6 milhões de discos vendidos em quase 30 anos de carreira. Formado em Economia pela PUC/MG, chegou a trabalhar como analista de sistemas de uma multinacional. “Mas deixei tudo de lado para realizar o meu sonho como músico. Toda a minha formação me ajudou e ainda ajuda até hoje”, reconhece Henrique, que chegou a tocar com o Sepultura antes de conhecer Samuel Rosa, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti e montar a banda dona de hits como Jackie Tequila, Te Ver, Garota Nacional, Saideira e Balada do Amor Inabalável.

Copyright-©-diegoruahn-903

Além de conciliar a agenda de shows, gravações e programas de televisão com o Skank, Henrique ainda encontra tempo para empreender. Conectado à tecnologia e novas tendências, já investiu na Confrapar, uma gestora de

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foto: Divulgação

#Startup

“Aprender a empreender se tornou uma necessidade. Estamos vendo as mudanças acontecendo no dia a dia e cada vez mais rápidas. Na verdade, ao montar uma banda você já está empreendendo”

Henrique Portugal, tecladista do Skank

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#Statup fundos de investimento para empresas de tecnologia, e na Pleimo, uma startup com foco em música, duas coisas que, para ele, têm uma ligação. “O músico normalmente sabe compor, criar os arranjos e gravar. As startups são bem parecidas ao pensar numa solução, criação de um aplicativo, mas os artistas e as startups travam quando chegam na parte comercial ou na busca de um investidor”, avalia. Além da tecnologia e da música, o tecladista do Skank atualmente também mira nas questões ambientais. “Sou sócio numa empresa que fabrica um produto natural orgânico para controle de pragas na agricultura e na pecuária. Sou daqueles que acredita na missão de limpar o mundo de forma saudável e sustentável”, diz.

Música e Mercado Mas, voltando à música, Henrique diz como o artista deve aliar talento, criatividade e questões ligadas ao mercado na hora de fazer o seu trabalho: “Durante muito tempo se dizia que o músico deveria ficar ligado somente na sua aptidão artística. Existem várias histórias onde os artistas tiveram problemas ao tentar entrar na parte administrativa de suas carreiras. Isto ficou no passado, hoje já se sabe que uma carreira não funciona somente com o lado artístico”. Conhecimento de mercado especialmente necessário quando se trata da música, uma das primeiras expressões artísticas a serem impactadas pela revolução tecnológica. “A música foi a primeira cadeia de negócios que realmente foi afetada com a digitalização das coisas. Começando com a pirataria dos CDs e depois com as plataformas de distribuição de conteúdo pirata”, analisa. Segundo Henrique, a indústria da música perdeu em torno de 50% da sua receita, fora o fechamento de praticamente todas as lojas e fábricas de CDs no País. “Todas estas mudanças criaram uma nova estrutura de funcionamento que está começando a crescer de forma consistente. Acredito que os outros segmentos de mercado deveriam estudar o que aconteceu com a música para evitar erros que foram cometidos”, avalia. E se a tecnologia já mudou o jeito de se consumir produtos culturais, como é fazer música hoje em dia? “O processo de divulgação e venda mudou completamente. Hoje pouco se fala de álbuns. Fala-se de singles. Isto é, lançar músicas de forma separada, como acontecia nos anos 50. Não existe mais venda. Agora é você ter acesso para escutar a música que deseja. O que não mudou para nós, artistas, é que o mais importante é criar músicas boas e que façam sentido para as pessoas”. Para quem quer iniciar hoje uma carreira musical ou fazer algo ligado a inovação, Henrique Portugal é direto no conselho: “Hoje em dia as pessoas estão muito empoderadas com seus smartphones, que dão acesso a tudo. O mais importante para se criar música ou empreender é ser verdadeiro e se tornar um observador da sociedade. Não gaste tempo tentando convencer as pessoas de alguma coisa. Ninguém mais tem paciência para isto!” Economista, músico e empreendedor. Mas onde entra o Cruzeiro nesta história? Em entrevista ao canal Fox Sports, em 2014, um dos autores do sucesso É Uma Partida de Futebol, que embalou os jogos da Copa do Mundo por vários estádios brasileiros, revelou que a paixão pelo time azul de Belo Horizonte veio da empregada da família que o criou. “Meus pais trabalhavam o dia inteiro e ela era alucinada pela Raposa, um time que, durante a minha infância, era uma máquina de fazer gols. Não teve jeito, rapaz, virei cruzeirense”, afirmou ao canal de televisão.

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#Etiqueta&Negócios

Sorria, você está sendo vigiado! por Andréa Staciarini

Andréa Staciarini

Consultora de Etiqueta @mesaetiqueta Mais informações de contato: www. mesaetiqueta.com.br

Se nem ministro, juiz ou presidente têm escapado da exposição de suas conversas na mídia, que lição fica para nós, simples mortais?

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stamos na era da informação e ela voa ao ritmo digital. Todos querem saber tudo: Empresas querem conhecer seus clientes, clientes querem saber o que há por trás das empresas. As redes sociais, os sites de pesquisa e os aplicativos formaram um conglomerado que informa tudo a nosso respeito: Gostos, preferências, hábitos, padrões. Somos estudados, tabulados e transformados em algoritmos. Nunca se teve tanto acesso ao conhecimento, mas muitos não sabem o que realmente fazer diante dele e da exposição demasiada dessa era. Estamos assistindo, diariamente, vazamentos de conversas entre personagens graúdos da vida política nacional e o que parecia ficção científica há algumas décadas, agora, já faz parte do trivial pacote sensacionalista das redes de notícias: Fotos, áudios, vídeos e um acurado rastreamento da movimentação financeira, da conduta moral e até dos gostos particulares de quem está sob os holofotes. Candidaturas desmoronam por conversas de WhatsApp e mocinhos tornam-se vilões da noite para o dia com o vazamento de uma opinião mal proferida. Para o mundo dos simples mortais, dos que empregam e dos que são empregados, fica a lição, muitas vezes vergonhosa, que nossos protagonistas superstars dos poderes executivo, legislativo e judiciário deixam para nós: Falar é prata, calar é ouro e não escrever bobagens nas mídias sociais é diamante! Agora, confira algumas dicas de como não queimar o filme – e até a carreira –, por falta de etiqueta na internet:

1- Preconceito é abominável. Todo comentário preconceituoso é mal visto, seja ele de caráter sexista, racista, religioso e até político. O respeito deve prevalecer sempre. 2- Agressividade se trata no consultório. Discussões em grupos de WhatsApp e em redes sociais são um atestado da sua saúde emocional. Se você não quer passar recibo de que está precisando trabalhar melhor seu autocontrole, contenha-se. 3- Escreveu e não leu... Você já sabe, mas não custa relembrar: sua

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imagem profissional pode ser arranhada por excessivos erros gramaticais e conteúdo de baixo calão. Não propague mensagens falando mal de pessoas e empresas, muito menos repassando informações duvidosas. 4- Positivo SIM, chato NÃO. Ser otimista nas conversas, compartilhar mensagens úteis e responder atenciosamente são qualidades louváveis, mas tentar agradar demais, estender muito a conversa e querer ser o mais simpático sempre é cansativo para seus interlocutores.


#Etiqueta&Negócios 5- Cuidado com os nudes! Fotos sensuais ou imagens íntimas nas redes sociais podem ser uma ameaça à sua carreira ou a dos outros. Não propague pornografia nas redes e grupos e sempre cuide para que nada sobre você ou seus amigos circule. As fotos do agito da noite anterior não acrescentam conteúdo à sua vida profissional. 6- Aborde as pessoas com bom senso. Cada vez mais o mundo dos negócios se vale das ferramentas da internet para chegar até o cliente ou parceiro comercial. Aborde com bom senso e, se possível, explique quem o indicou.

7- Mantenha uma boa imagem de você. Como líder ou liderado, é importante manter uma imagem dentro dos padrões éticos de comportamento, importando-se com a família, com a saúde e com a comunidade. 8- Não enrole durante o trabalho. Pega mal (muito mal mesmo!) você conferir a cada cinco minutos o que está rolando nas redes sociais e grupos dos quais você participa. Não importa se você é o líder ou um membro da equipe, lembre-se, “você está sendo vigiado”.

Para acertar no uso das redes sociais no ambiente empresarial, tenha em mente que elas podem ser uma importante ferramenta de trabalho, no qual se prospectam clientes, interage-se com parceiros comerciais e acompanha-se o mercado. Para as mentes criativas, a rede é o próprio mercado do futuro, onde se vendem imagem e sonhos. E, na dúvida do que dizer ou postar, é bom lembrar-se de um conhecido ditado indiano: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio”.

foto: pexels

Um cordial abraço a todos e bons negócios.

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#Bonvivant

Qualidade, Conforto e Luxo na Hora de Dormir Apresentado por Zezé Barros

Desde 1983, a Luiz XV Colchões oferece produtos de alta qualidade e com o que tem de mais novo em tecnologia para melhorar o sono dos clientes

Acesse https://VIU.LA Tire uma foto do rosto da pessoa desta página e descubra mais conteúdo.

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á mais de 36 anos no mercado, a Luiz XV Colchões é referência em Ribeirão Preto (SP) quando o assunto é dormir bem. A marca é reconhecida por oferecer colchões de qualidade diferenciada, com produtos para quem procura o mais alto nível de conforto para ter um sono restaurador. A loja, agora, possui mais uma unidade, localizada na região mais valorizada da cidade, na avenida Wladimir Meirelles Ferreira, 1.375, no Jardim Botânico. A Luiz XV Colchões trouxe para a nova loja produtos da Restopedic American Mattress, uma das líderes mundiais na indústria de colchões, com foco nos estilos americano e europeu. Entre as características da marca estão o nível de conforto superior, com espumas importadas - especialmente da Bélgica, e opções para todos os tipos de consumidor. Mas, principalmente, são colchões para quem procura qualidade diferenciada na hora de dormir. O modelo Paris Luiz XV by Restopedic, por exemplo, é ideal para quem gosta de um colchão mais firme. Para

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aqueles que preferem os mais macios, a loja também possui modelos com espuma Ultracel em gel, que ainda controla melhor a temperatura, característica indispensável para cidades quentes como Ribeirão Preto. Na Luiz XV, os clientes também encontram a linha prime da Restopedic. O modelo Imattress, por exemplo, é totalmente diferenciado dos colchões comuns. Para começar, em vez de ter uma camada de espuma rígida em cima das molas ensacadas, ele possui três níveis, sendo o primeiro e o último compostos por uma espuma macia e, o do meio, por um látex especial, que sustenta o corpo e proporciona conforto extra. Outro detalhe que faz toda a diferença nos colchões da Luiz XV é a base motorizada, que pode ser ajustada a qualquer modelo da loja. Se o cliente quiser, ele ainda pode incluir um massageador no colchão, que é controlado pelo smartphone. Outras informações podem ser obtidas no site da loja www.luizxv.com.br e pelo telefone (16) 3623-6090.


Apresentado por

Luiz XV Colchões Qualidade em sua essência!

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esde 1983 estamos oferecendo as melhores noites de sono com colchões da mais alta qualidade e sempre trazendo para nossas lojas o que tem de mais novo em tecnologia para o melhor descanso. Qualidade em sua essência – feito para durar. Os nossos produtos são testados para durar, para que você possa desfrutar de um sono de qualidade inabalável a cada noite por muitos anos. Testes rigorosos ano após ano, orgulhosamente atingindo os mais altos padrões de qualidade e certificados. Esperamos que nossos clientes durmam tão bem, que eles não apenas aguardem ansiosos para ir dormir todas as noites, mas também que digam a seus amigos e familiares.

? www.luizxv.com.br • atendimento@luizxv.com.br ` facebook.com/luizxvcolchoes/ • instagram.com/luizxv_colchoes/ $Av. Presidente Vargas, 422 –  16 3623 6090 ou n 16 99114 4474 $Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1375 –  16 3877 8162 ou n 16 99115 1008

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Faça Acontecer

O inferno das Redes Sociais Thiago Franco Especialista em liderança e CEO da Turnus, startup de gestão de escalas de trabalho. Atua como coach, professor e consultor, desenvolvendo pessoas para pensar de maneira mais estratégica e se conectar melhor com outras pessoas.

@thiagofranco.coach Mais informações de contato: abeeon.com/ Thiago-Franco

E

u comecei a usar redes sociais em 2012, com o Facebook. Se você está pensando no Orkut, sim, eu resisti a essa onda. Embora eu não soubesse exatamente do que se tratava, vi muita gente brigando, então, julguei que rede social era só uma forma de arrumar confusão. Sempre ouvi falar sobre o mal que as redes trazem, mas nunca me senti afetado de maneira significativa. Até que comecei a usar o Instagram. Eu não conseguia acompanhar a velocidade da informação no Instagram! Você é estimulado a passar e curtir uma coisa atrás da outra: uma baleia, corrida de bicicleta, gatinho fofo, pessoas numa festa e... Qual era aquela foto que eu tinha gostado mesmo? Sabe Deus, o cérebro não tem nem a chance de processar a informação direito. Mas nada é tão ruim que não possa piorar, comecei a me comparar com outras pessoas: Número de likes, visualizações, comentários etc. Logo veio uma enorme frustração, porque sempre tem alguém com milhares de likes a mais que você, independente da qualidade do conteúdo. E, veja, eu sempre presto muita atenção ao meu corpo. Traduzindo, quando estou mal, somatizo os problemas, mas hoje consigo percebê-los de maneira consciente. Comecei a reparar como meu corpo reagia ao Instagram; os batimentos aceleravam e a respiração ficava entrecortada: ansiedade! Esse inferno de rede social me causava muita ansiedade! Para minha sorte, o Instagram fez uma mudança recente cortando o acesso ao número de curtidas. Achei que nunca fariam isso, pois julgava que queriam exatamente estimular o vício e a competitividade. Mas qual a minha surpresa quando a mudança entrou em vigor? Cadê a ansiedade? Senti a navegação leve como nunca! Sem comparações, meu foco migrou das curtidas para o conteúdo. Você deve estar se perguntando: É possível ter controle? Minha opinião: Parcialmente; o negócio é feito para entrar na sua cabeça. Contudo, as redes não são vias de mão única, você pode escolher quem vai seguir, expressar e compartilhar o que pensa. A sociedade faz o homem e o homem faz a sociedade. O mesmo vale para a rede social, ela te influencia, mas você também a constrói. Steve Jobs dizia que “as pessoas ligam a televisão quando querem desligar o cérebro”. Na televisão, somos espectadores, mas nas redes sociais podemos – e devemos – ser protagonistas para que elas sejam o que podem ser de melhor: Espaços de criação, expressão, aprendizado e interação entre as pessoas.

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Escritório na Mochila

O medo de errar e a ansiedade de fazer a escolha certa Pedro Custódio

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ocê já ouviu falar na Lei de Hick? Formulada por William Edmund Hick e Ray Hyman, ela descreve, basicamente, o tempo que uma pessoa leva para tomar uma decisão com base no número de opções possíveis a serem escolhidas. Ou seja, quanto maior o número de alternativas, maior será o tempo necessário para que aquela pessoa faça uma escolha. Nessa era de excesso de informações e inúmeras alternativas, sempre nos encontramos em um paradoxo de escolhas. Se você abrir agora qualquer aplicativo no seu celular, provavelmente vai ver as seguintes opções: “Clique aqui”, “saiba mais”, “cadastre-se agora”.

Advogado que carrega o escritório na mochila, escreve e ajuda outros advogados a terem mais tempo e mobilidade.

Mais informações de contato: abeeon.com/pedrocustodio-advogado

E a vida é uma questão de escolhas, não é? Em qual área me especializar? Abro um escritório ou começo em home office? Devo fazer esse curso ou aquele? Compro esse carro ou aquele? Até a nossa identidade entra em jogo. Quem vamos ser? Como queremos que nossos clientes nos vejam? Em que assunto devo me tornar autoridade? E por aí vão as alternativas. Não estou dizendo que isso seja ruim. Nossos antepassados não tiveram tantas opções de escolha. Mas também corremos o risco de cair num limbo entre o arrependimento de escolhas ruins feitas no passado e a ansiedade de fazer as escolhas certas no presente. Em uma palestra do TED que assisti recentemente, o psicólogo Barry Schwartz fala sobre um dos dogmas centrais da sociedade ocidental: liberdade de escolha. Ele conclui que o excesso de possibilidades de escolhas nos tornou menos livres e mais paralisados; mais insatisfeitos em vez de mais felizes. Temos dificuldades em escolher uma área de atuação, porque as opções são muitas. Mas o pior não é isso. O pior é pensar que uma poderia te deixar mais feliz, mas a outra mais rico. Optando pela que te deixaria mais rico, você corre um sério risco de ficar infeliz. Optando pela que te deixaria mais feliz, você corre um sério risco de não ficar rico. É um paradoxo, realmente. Fica difícil escolher, porque escolher uma coisa significa abrir mão de outra, e aquela velha pergunta bate à porta: Será que vale a pena? Hoje, percebo o privilégio de viver a impermanência e a inconstância da vida, encontrando talentos e vontades escondidas. O propósito talvez seja a própria descoberta, pois estranho seria já nascer sabendo quais as melhores escolhas para a sua vida. Em vez de ficar esperando sempre pelo melhor, ansioso pelo próximo capítulo ou pelo que ainda virá, talvez seja hora de se permitir um pouco e confiar mais nas suas escolhas, mesmo que você descubra lá na frente que talvez não tenha sido a melhor.

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Inovar para Continuar

Nova Era Exige Novo Posicionamento das Empresas Prof. Leopoldo

Andretto

Graduado e pósgraduado pela FGV, com cursos de especialização na Universidade da Califórnia, San Diego, que possui 16 Prêmios Nobel (dois em Economia), onde é palestrante convidado e coordenador dos cursos de Gestão Estratégica e Inovação para executivos do Brasil. Foi coordenador dos MBAs da FGV Management, sendo atualmente consultor empresarial nas áreas de Estratégia e Gestão de Inovação.

Mais informações de contato: abeeon.com/andretto

E

stamos em plena era do conhecimento e da inovação, na qual a única estratégia a ser utilizada é simples e bem conhecida: “Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”. A inovação acelerada, a economia compartilhada e o surgimento apressado de startups estão colocando o mundo empresarial de cabeça para baixo. Novas empresas surgem a partir de ideias inéditas e algumas delas, em pouco tempo, passam a valer bilhões de dólares sem grandes investimentos e superando números de líderes globais nos segmentos que entram. Como exemplo “espantoso” temos a “Airbnb”, serviço on-line para as pessoas anunciarem, pesquisarem e reservarem acomodações em qualquer parte do mundo. Sem investimento fixo importante, a empresa passou a ter mais quartos oferecidos ao mercado que a rede Marriott, maior complexo de hotéis do mundo, que investiu bilhões de dólares para montar sua estrutura.

Líder Inovador

Uma frase de Steve Jobs define bem como deve ser o perfil do empresário nesse cenário: “A inovação distingue um líder de um seguidor”. Para adentrar nessa nova era, que deixa de ser opção e passa a ser atitude obrigatória para se manter e se diferenciar no mercado, os líderes devem cultivar a cultura inovadora na sua empresa e junto à sua equipe, além de ficar, mais do que nunca, atentos às variáveis externas que interferem no seu negócio: Novo perfil do consumidor, concorrência acirrada, tecnologia disponível, globalização, legislação, política e economia.

Ideias Inovadoras

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como o “Beacon”, a “Vitrine Interativa” e o “Provador Virtual”. O primeiro é um dispositivo do tamanho de um caixa de fósforo que é afixado na parte externa da loja. A partir de um aplicativo, o mesmo emite um sinal para o smartphone de pessoas que passam num perímetro de uns 100 metros e envia mensagens de lançamentos e/ou promoções da loja. As vitrines interativas e os provadores virtuais, por sua vez, utilizados tanto na loja física como no e-commerce, maximizam a experiência de compra, especialmente das mulheres.

Conselho de Clientes Uma ação que tem feito muito sucesso e dá muito retorno a custo reduzido é a criação de um “Conselho de Clientes”, que pode ser composto por uns cinco clientes de perfis diferentes, que se reúnem com o gestor da loja bimensalmente, a fim de discutir vários assuntos: atendimento, linha de produtos, propaganda, vitrine, pós-venda, sugestões diversas etc. Os clientes, atualmente, têm interesse em serem mais participativos e, com certeza, aceitariam um convite para participar do conselho. Como motivação adicional aos conselheiros, a loja pode oferecer algum brinde ou um desconto nas suas compras.

O sucesso da “Amazon brasileira” Magazine Luiza é, sem dúvida, a empresa varejista brasileira que melhor traçou uma estratégia inovadora bem sucedida que integra (e expande) o negócio físico e o on-line (e-commerce e marketplace).

Atitudes inovadoras no varejo podem incluir desde implantação de dispositivos tecnológicos até novas posturas quanto ao relacionamento com clientes e com a própria equipe de colaboradores.

Comprovando que o “omnichannel” é a melhor alternativa para o cenário atual do varejo, a empresa reflete seu sucesso em números extraordinários: no último ano, suas vendas totais aumentaram 36% e o lucro bruto saltou 54%!

Nos Estados Unidos, estão fazendo muito sucesso inovações tecnológicas no varejo

O ritmo é de Amazon, mas o DNA é brasileiro.


Aprenda Sempre

Invista em Você

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esta edição, o jovem empreendedor Davi Braga nos mostra que, para se lançar em uma jornada empreendedora, é preciso aprender com quem já fez e, mais do que isso, após aprender, por meio de cursos, da escuta ativa de palestras ou da leitura de histórias de sucesso, é preciso colocar tudo o que se conheceu em prática, sem medo das críticas. E nunca pense que é preciso chegar a hora certa para aprender a empreender. “Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice”, nos ensinou Platão. Davi Braga está aí para provar que se pode aprender e praticar negócios desde muito cedo. Então não perca tempo, veja as dicas de cursos e eventos que selecionamos para você:

Eventos Presenciais Curso prático de fotos e artes para redes sociais usando o celular

Data: 25, 26 e 30 de setembro Local: Acirp (rua Visconde de Inhaúma, 489, Centro, Ribeirão Preto/SP) Destinado a empreendedores e seus colaboradores que utilizam as redes sociais nos negócios, o curso com Eduardo Soares tem por objetivo melhorar a comunicação na internet e atrair novos clientes com conteúdo de qualidade, por meio de aplicativos gratuitos e suas ferramentas para criar artes, anúncios, convites, promoções e fotos com filtros. Para participar é preciso possuir smartphone com bom espaço de memória. Saiba mais: www.acirp.com.br

Atualização é a palavra de ordem

Gestão Estratégica de Projetos Início: Setembro de 2019 Local: FAAP (rua Adolfo Mantovani, 395, Residencial Flórida, Ribeirão Preto/SP) O curso é indicado a profissionais como engenheiros de todas as especialidades, arquitetos, administradores, profissionais de TI e demais áreas, que queiram atuar em inovação e desenvolvimento de produtos, serviços e sistemas ou em projetos de melhoria de processos de trabalho. Coordenação de Afrânio Maia Miglioli Saiba mais: www.pos.faap.br/rp

Gestão de Saúde Início: 21 de setembro Local: Senac (rua Capitão Salomão, 2.133, Jardim Mosteiro, Ribeirão Preto/SP) O curso é voltado para a especialização de profissionais para atuarem na gestão de serviços de saúde públicos e privados, contribuindo com a melhoria e profissionalização da área. As atividades também pos-

sibilitam que o gestor desenvolva uma visão estratégica dos serviços, a partir de estudos aprofundados da realidade administrativa do setor e de suas unidades produtivas. Saiba mais: www.sp.senac.br

Gerenciando o tempo para otimizar resultados

Data: 21 de outubro Local: Acirp (rua Visconde de Inhaúma, 489, Centro, Ribeirão Preto/SP) Conduzido pela mestre em Gestão Empresarial Tania Lima, o curso possibilita a reflexão sobre mitos e verdades da administração do tempo e ensina a promover planejamentos orientados para resultados, com foco em temas como agenda, gaps, prioridades, urgências, plano de ação, produtividade e bons resultados. Saiba mais: www.acirp.com.br

Faça um Curso Novo! 75


foto: pexels

Invista em VocĂŞ

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Invista em Você

Cursos On-line Marketing Digital para o Empreendedor Data: O ano todo Com o surgimento da internet e dos ambientes virtuais, novos recursos ficaram disponíveis, tornando o marketing digital algo muito poderoso em relação ao marketing tradicional. Com o marketing digital para o empreendedor, há a possibilidade do alcance global, a interatividade com o consumidor e um foco maior nos investimentos, segmentando públicos e nichos de mercado e reduzindo custos de campanha. Saiba mais: www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/cursosonline

Desbloqueio criativo: Ferramentas para despertar sua criatividade e ter mais ideias

Data: O ano todo O conceito de criatividade está bastante presente no nosso dia a dia. Criativo é aquele que consegue resolver um problema com facilidade, aquele que cria algo novo, que consegue improvisar, inovar ou mesmo sair com uma solução inusitada de forma que ninguém havia pensado. E como, afinal de contas, a pessoa desenvolveu essa habilidade? Ser criativo é um dom? Será uma habilidade divina de olhar para coisas e pensar em algo totalmente diferente do que o resto dos “meros normais” pensam? Saiba mais: www.descola.org

Faça um Curso Novo!

Roteiro para vídeo

Como Planejar o Seu Negócio

Data: O ano todo Se os vídeos têm se tornado tão populares entre as pessoas e o resultado parece tão certo, por que poucas empresas ainda investem nessa produção no Brasil? O motivo é a falta de profissionais realmente qualificados e a complexidade das etapas de produção, inclusive em relação ao roteiro, que é o que trata esta certificação. Saiba mais: www.universidade. rockcontent.com

Startup de A a Z Data: O ano todo Não existe uma “receita de bolo” para as startups, mas alguns pontos são essenciais para que o negócio prospere e chegue ao sucesso. O curso ensina a identificar esses pontos e a se preparar para derrubar as barreiras que surgem pelo caminho. Saiba mais: www.eventos. starse.com.br

Data: o ano todo No curso você vai aprender que o planejamento é uma função inicial no processo de abertura de uma empresa, porque, para obter sucesso em qualquer atividade, é necessário que o empresário saiba onde está e aonde quer chegar. O planejamento consiste no estabelecimento de objetivos, etapas, prazos e meios para sua concretização e é um processo de organização de informações e dados importantes, fundamental tanto para manter a empresa funcionando quanto para atingir metas. Saiba mais: www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/ead

Gestão de Mídias Sociais Data: o ano todo

Os desafios que todas as empresas enfrentam já são bem conhecidos. Mesmo assim, 67% delas fecham em 5 anos ou menos. Neste curso, você aprenderá o passo a passo para superá-los. Curso on-line e gratuito, com Junior Borneli, o fundador da StarSe, é destinado a profissionais insatisfeitos, empreendedores e executivos. Você vai aprender a sobreviver ao ciclo de 5 anos de forma fácil e crescente, tirar seu projeto do papel, identificar seus parceiros e muito mais.

Atualmente, há um enorme número de pessoas presentes de alguma forma em redes sociais. Canais como Facebook, Twitter, Instagram e YouTube fazem parte da vida dos consumidores e influenciam não só no comportamento deles, mas na decisão de compra. Através de uma gestão bem feita de mídias sociais existe uma grande oportunidade de consolidar o nome da sua marca no mercado, fechar negócios e aproximar o relacionamento com seus clientes e potenciais consumidores. A maioria das marcas tem perfis e contas nas mais variadas mídias sociais, mas ainda sofrem para conseguir resultados reais. O bom gerenciamento de uma estratégia de Social Media Marketing é a chave para ter sucesso nesses canais.

Saiba mais: cursos.startse.com/ jornada-empreendedor

Saiba mais: www.universidade. rockcontent.com

A Jornada do Empreendedor Data: o ano todo

Atualização

é a palavra de ordem 77


#HeadLine

CASACOR Ribeirão Preto

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foto: Felipe Araujo

foto: Marcelo Semeghini

té o dia 22 de setembro, Ribeirão Preto recebe a 2ª edição da maior mostra de arquitetura, designer de interiores e paisagismo das Américas: a CASACOR. Com 41 ambientes, a mostra traz exemplos de espaços aconchegantes para todos os gostos, assinados por mais de 60 profissionais que traduzem o tema “Planeta Casa”. Além disso, o evento conta com uma área de lazer completa, com loja, restaurante, bar e café que garante o melhor da gastronomia e reforça o objetivo de proporcionar experiências incríveis aos visitantes. Para completar a programação da mostra, de terça a quinta-feira, diversos conteúdos relacionados ao universo do morar estão disponíveis ao público. Já as novidades deste ano ficam por conta da aula show de gastronomia em parceria com o Shopping Iguatemi Ribeirão Preto às quintas-feiras e música ao vivo toda sexta. Mais informações: casacor.abril.com.br.

foto: Felipe Araujo

Maurício Siqueira, diretor da CASACOR Ribeirão Preto

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foto: Arauco Melamina

foto: Felipe Araujo

foto: Felipe Araujo

foto: Felipe Araujo

#HeadLine

Academia de Empreendedorismo

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ibeirão Preto ganha sua primeira Academia de Empreendedorismo: A Moura Academy – Empreendedores de Elite. Os sócios Jorge Moura, Julio Siqueira e Anderson Silva promoveram um coquetel de inauguração bem descontraído, com a participação de vários empresários e executivos. O principal objetivo da Academia de Empreendedorismo é potencializar as empresas que possuem o perfil de crescimento no mercado. Muitas empresas têm dificuldades de consolidar sua marca, crescer e obter uma rentabilidade significativa. A Academia possui um grupo de mentores que vão estruturar o projeto do empresário para transformá-lo em empreendedor de elite, fazendo com que a empresa cresça de forma rápida em um tempo mais curto.

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#HeadLine

Mostra de Startups no Inova Ribeirão 2019 Mostra de Startups encerrou o último dia do Inova Ribeirão 2019, evento que reuniu, entre 16 e 18 de julho, mais de mil pessoas para falar sobre inovação e empreendedorismo

foto: Igor Oliveira

foto: Igor Oliveira

Centenas de empresas que atuam no ecossistema de inovação em Ribeirão Preto e região estiveram presentes. O encontro foi uma vitrine para que empreendedores apresentassem seu modelo de negócio e uma oportunidade de networking.

“O Inova Ribeirão tem grande potencial de continuidade pois cria um ambiente de aproximação e negócios do ecossistema de inovação de Ribeirão Preto e região. As instituições realizadoras acreditam que a inovação em produtos, serviços e processos é uma questão central para a sobrevivência econômica das empresas e, também, do país”, afirma Dorival Balbino, presidente da ACIRP – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.

foto: Igor Oliveira

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Ex-CEO da Chanel mostra o novo tipo de líder feminina

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er uma pessoa bem-sucedida no trabalho pode trazer implícita a ideia de uma vida totalmente dedicada a ele, onde se abdica da constituição de uma família, de momentos de descanso e até de lazer. Entretanto, o livro da executiva Maureen Chiquet, CEO da marca de luxo Chanel por 10 anos, nos abre os olhos para uma nova perspectiva de sucesso para as mulheres. Do Nosso Jeito foi lançado pela editora Seoman em agosto e nos apresenta um novo estilo de liderança feminino,

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onde a predominância masculina no mundo corporativo perde cada vez mais espaço para mulheres de personalidade, livres de quaisquer rótulos e donas de seus destinos. Maureen prega que é possível para a mulher atingir o patamar que deseja independente do seu estado civil, número de filhos ou gosto pela moda. Em sua vida profissional esteve à frente de grandes companhias e liderou equipes tendo como pilares o encorajamento, a curiosidade e estar aberta a ouvir opiniões divergentes.


#HeadLine

Smart City Business Brazil

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O secretário nacional de Telecomunicações e Políticas Digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Vitor Menezes, esteve presente e, na ocasião, lançou o Programa Nacional de Estratégias para Cidades Inteligentes Sustentáveis, que estabelecerá indicadores e metas para a transformação dos municípios brasileiros em cidades inteligentes. De acordo

foto: Divulgação

Smart City Business Brazil marcou a consolidação da parceria entre Governo Federal, Prefeituras e Empreendedores para impulsionar o ecossistema de “Smart Cities” em todo País. O evento aconteceu em São Paulo e atraiu visitantes em três dias de debates, reuniões estratégicas e a apresentação dos maiores especialistas em tecnologia e inovação social do mundo preocupados em promover um novo modelo de gestão pública baseado na infraestrutura de tecnologia, inovação e comunicação voltados ao bem-estar social, ambiental, cultural e econômico da sociedade.

com o secretário, o plano de estratégias do governo federal começaria já em agosto com a criação da Câmara Nacional de Cidades Inteligentes, para traçar os alvos, indicadores e demandas para estruturar o projeto.

Novas cidades, investimentos e vagas de emprego evento Smart City trouxe grandes oportunidades de nos unimos às prefeituras e desenvolvermos projetos assertivos que beneficiem tanto as empresas, quanto a população. O resultado da feira foi muito positivo, pois os principais formadores de decisões estão presentes, certamente vamos ter um retorno muito grande”, ressaltou o gerente de vendas da empresa Christie, Daniel Monteiro, sobre as negociações iniciadas no evento. O cenário aponta que a tendência é que todo o ecossistema de Smart City aumente a atuação no País, incenti-

vando a geração de novas vagas de emprego e de economia de recursos aos cofres públicos. Assim, é natural que cada vez mais pessoas busquem se qualificar. “Essa é a terceira edição que participamos e dessa vez sentimos uma presença diferente. Além das empresas, vimos cidadãos e estudantes interessados em saber como as novas tecnologias podem ajudar em projetos que beneficiem a população. Com certeza estaremos presentes no próximo ano”, declarou o diretor comercial da Engie, Matheus Amorim, maior geradora privada de energia do Brasil. foto: Divulgação

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#HeadLine “

Projeto European Space Talks “

Terra é um grande laboratório para a exploração de outros planetas em busca de recursos naturais”. A afirmação é do engenheiro aeroespacial ribeirão-pretano Gustavo Baldo Carvalho, 46 anos, que no dia 6 de agosto, participou de palestra na Escola Estadual Professor Alcides Corrêa, onde fez o primeiro grau nos anos 1970 e 80, época em que descobriu a paixão pelas coisas do espaço ao assistir no cinema ao filme “Flash Gordon”.

foto: Guilherme Bordini

Durante sua fala, dirigida a estudantes, professores, pais de alunos e ao público em geral, Gustavo relembrou sua trajetória profissional até chegar à Agência Espacial Euro-

Ana Luísa Landi, Arnaldo Martinez de Bacco Neto, Gustavo Baldo Carvalho, Gladson Barbosa e Carolina Barbosa

peia, na Alemanha, e aconselhou: “Encarem a vida como uma missão guiada. Nunca parem de sonhar, nunca desistam de uma paixão, não briguem com seus sonhos”. A palestra de Gustavo Baldo Carvalho em Ribeirão Preto integrou a programação oficial do projeto European Space Talks, desenvolvido pela ESA, a Agência Espacial Europeia, para comemorar os 50 anos da chegada do homem à Lua. O Brasil é o único país fora do continente europeu a sediar as atividades do programa. Além de Ribeirão Preto, São José dos Campos e São Carlos também receberam as palestras do engenheiro aeroespacial ribeirão-pretano. Palestra European Space Talks, Engenheiro Gustavo Balbo

foto: Guilherme Bordini

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Futuro dos Negócios e da Educação

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specialistas em Inteligência Artificial discutiram sobre o futuro dos negócios e da educação no Instituto SEB, no último dia 20 de agosto, evento que reuniu 400 pessoas. As palestras foram ministradas por Rick Sommer e Vinicius David, ambos do Vale do Silício. Rick Sommer participou do desenvolvimento de cursos on-line para o Programa de Educação para Jovens Super-

dotados de Stanford (EPGY), usando tecnologia inovadora para oferecer oportunidades educacionais exclusivas a estudantes talentosos do mundo todo. Vinicius David é bacharel em engenharia industrial, MBA em administração de empresas e está completando uma especialização em Inteligência Artificial aplicada para negócios na Stanford Graduate School of Business.

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