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Sob a visão do diretor

Seno Leonhardt é mestre em Ensino e Gestão, atua há 40 anos na Rede Sinodal – sendo o atual presidente da Associação Rede Sinodal de Educação – e está à frente da IENH desde 2004. Em entrevista exclusiva, ele detalha a importância da escola para a comunidade e os seus objetivos e planos para o futuro da educação na instituição.

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Como podemos resumir os 190 anos da IENH? A história da IENH pode ser resumida em quatro palavras: protagonismo, propósito, inspiração e inovação. O protagonismo dos imigrantes foi essencial para criar a primeira escola de Novo Hamburgo. Característica que permanece forte nas lideranças da instituição e é trabalhada como diferencial com nossos alunos. O propósito tem sido o fio condutor da Instituição e está presente nos princípios e na sua missão, dando perenidade para uma educação de qualidade diferenciada. A inspiração vem de todos que nos antecederam e deram asas a grandes sonhos e, hoje, nos motivam a buscar as melhores alternativas de desenvolvimento da instituição. A inovação sempre foi o grande desafio a ser buscado e dá a condição de podermos garantir a continuidade de um trabalho comprometido com os anseios de uma sociedade em constante transformação.

O que os 190 anos significam para a instituição e para comunidade? É um marco histórico extremamente importante para Novo Hamburgo e região, pois foi a primeira escola da cidade e é uma das mais antigas instituições de ensino do estado que ainda permanece em funcionamento. Ela se funde com o histórico da região, já que surge a partir dos imigrantes alemães, em 1832, e supriu a necessidade de educação dos filhos destes, mas também acabou qualificando as pessoas para os novos negócios que surgiram. Sendo assim, a escola vai crescendo junto com o desenvolvimento da região e contribuindo de forma muito decisiva.

Quais são os desafios de dirigir uma instituição de ensino desse porte? É uma grande responsabilidade, porque lidamos com os valores históricos dessa instituição que estão conectados também com a cultura evangélica luterana. Esse é um compromisso e um desafio, que é manter acesa essa chama e garantir que o legado histórico que recebemos, da inovação, seja continuado. Devemos olhar para trás, mas sem esquecer de sempre olhar para frente para ver onde podemos inovar. Essa é a essência da IENH, que sempre permaneceu dentro da comunidade e valorizando a sua história, mas sem perder um dos seus atributos que é inovar.

A IENH é conhecida pela vanguarda na inovação e na tecnologia. Quais os desafios nessa área? Olhamos o histórico da IENH e percebemos que, em cada tempo, a instituição teve uma contribuição de inovação muito significativa para comunidade. Se retornarmos, por exemplo, aos anos 1980, quando a questão da informática começava a dar os primeiros passos, tanto nas empresas como nas escolas, a IENH começava a investir forte na área. Essa vanguarda está presente até hoje, continuamos a ser essa instituição que se projeta pela inovação. Entre os grandes desafios que temos está em acompanhar as mudanças cada vez mais velozes e de procurar se antecipar às inovações.

Podes citar alguma dessas mudanças antecipadas pela IENH? Um exemplo mais recente é a questão do currículo bilíngue. Quando começamos a falar sobre o bilíngue, lá em 2004, 2005, não era uma questão que estava sendo discutida em termos de estado ou de país. A IENH entrou forte nesse assunto e deflagrou um processo de inovação dentro da comunidade, e hoje percebemos, depois de quase 20 anos, que isso passou a ser uma realidade nacional. Lembrando que a oferta de uma língua estrangeira sempre esteve presente na instituição, mas o currículo bilíngue é muito mais do que uma oferta de uma segunda língua. Ele abre novos horizontes e faz o aluno enxergar o mundo como uma oportunidade de empregabilidade. Hoje temos alunos que saem do ensino médio e buscam as universidades em outros países, porque estão plenamente preparados, não só na língua, mas também na visão de mundo.

A Faculdade IENH foi outra inovação nos últimos 15 anos, certo? O que ela traz para a comunidade? Com certeza! A Faculdade IENH tem sido bem aceita na comunidade. Nós temos colocado no mercado de trabalho profissionais que não são formados naquele estilo tradicional que outras faculdades têm seguido. Temos uma estrutu- ra com componentes curriculares diferentes e conectamos nossos alunos com o mercado de trabalho, porque a grande maioria dos nossos professores são oriundos dele, ou seja, são pessoas que atuam nas empresas e lecionam na IENH. Com isso, trazem aquela experiência do mercado para dentro da sala de aula. Esse é um diferencial. Além disso, temos uma empregabilidade muito grande dos nossos alunos que se formam na faculdade.

Quais os desafios e metas da IENH para os próximos anos? Pretendemos desenvolver currículos cada vez mais inovadores e adaptados a essa nova era. Não sabemos se daqui a 15 anos, quando nossos alunos da educação infantil saírem da escola, ainda existirão as mesmas profissões de hoje. Precisamos sempre pensar quais os empregos que existirão quando eles se formarem no ensino superior. Devemos preparar esse aluno para um desafio que não sabemos qual é. Temos que formar um aluno que seja instigado a pesquisar, a problematizar para que possa se descobrir dentro desse novo cenário. Não simplesmente preparar eles com aqueles componentes tradicionais que só repetem conteúdo e, sim, para abrir seus horizontes novos. Então esse é o desafio.

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