Revista Fácil - Edição 187

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ANO XXII - 2018 - Edição 187- R$ 15,00 - www. revistafacil.net

Chesf: 70 anos gerando progresso

Como a Internet influencia nossas escolhas Gastronomia: Salada como prato principal

Beber

reduz risco de diabetes FÁCIL | Lazer e Negócios NE

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Expediente Presidente Fernando La Greca Diretor Comercial Manoel Marques Diretora de Negócios Nilza Guerra Diretora de Produção Ana La Greca Editor de Turismo Luiz Felipe Moura Colaboradores de Fotos Evaldo Parreira Ivaldo Régis Colaboradores Ana Paula Silva Carla Aymar Dr. Carlos Bayma Gilson B. Feitosa Horácio Abiahy Yluska Regina Quesado de Almeida Jaymar chedid Jefferson Victor José Artur Paes Vieira de Melo Leandro Ricardo Roberta Monteiro Silvio Romero Rogério Almeida Colaborador São Paulo Renato Cury Fone: 11 2864.1636 Administração Rua D. Maria Vieira, 88-E - Ilha do Retiro Recife-PE - CEP 50830-020 Tel. 55 81 3039.0594 | 3039.0595 Redação Tel. 55 81 3039.0595 redacao@revistafacil.net Comercial Tel. 55 81 3039.0594 comercial@revistafacil.net Assinaturas Tel. 55 81 3039.0594 Auditada por Baker Tilly Brasil Ceará Sucursal Fortaleza Diretor Mario Pinho Rua Coronel Manuel Albano, 900, torre V, Sl. 405 Maraponga - Fortaleza - CE Tel. 85 32 98 1506 | 85 98856 5149 OI 85 99764 4290 TIM | 11 96031 2011 OI/SP Brasília Linkey Representações e Publicidades Ltda. (61) 3202-4710/ 61 9 8289-1188 linda@linkey.com.br São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul WW Rede Maurilio Macedo 11.99171.1673 mauriliomacedo@wwrede.com.br Fácil Lazer e Negócios Nordeste é uma publicação da EBI - Editora Brasileira de Imprensa Ltda Opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da Revista. Proibida a reprodução total ou parcial de matérias ou fotos sem a autorização da Revista.

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Chesf: 70 anos

Internet

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Sumário Economia Matéria Capa Internet Gastronomia Cinema Internacional Coluna PB

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Gastronomia

Edição 187 | Ano XXII | Abril 2018 www.revistafacil.net | FÁCILTV - www.faciltv.tv

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Economia

Ana Paula Silva / Fotos: Arquivo Chesf

Chesf: 70 anos gerando progresso

Obras da construção da primeira Usina e subestação Paulo Afonso I

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a década de 1940 iniciava-se um projeto de grande importância para a história do Nordeste, a criação da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). Instituída por meio de uma Assembleia de acionistas em 1948, a Companhia impactou positivamente as pessoas que moravam no Nordeste, proporcionando mais energia elétrica, especialmente nas capitais dos Estados. A primeira usina da Chesf foi a Usina Paulo Afonso I, localizada onde atualmente é a cidade de Paulo Afonso/BA. A primeira cidade beneficiada com energia através da transmissão da Chesf foi Recife e, em seguida, foi a vez de Salvador/BA. Atualmente, a Chesf é uma subsidiária da Eletrobrás, está vinculada ao Ministério de Minas e Energia e tem como principal atividade gerar, transmitir e comercializar energia elétrica. Nos dias atuais, a Companhia possui 12 usinas hidrelétricas, sendo oito delas instaladas ao longo do Rio São Francisco, duas no Rio Contas, na Bahia, uma no Rio Parnaíba, no Piauí, uma no Rio Piancó e outra no Rio Aguiar, na Paraíba. Além

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destas, a Chesf possui uma usina térmica a biocombustível. Atualmente a potência total instalada no parque gerador da Chesf é de aproximadamente 11 mil Megawatt. Está presente em oito estados nordestinos, com geração e distribuição de energia, e sua maior hidrelétrica é a Usina Xingó, localizada entre Alagoas e Sergipe. Emprega atualmente mais de quatro mil funcionários, sendo uma das mais importantes geradoras de energia no Brasil. Nesta matéria serão apresentadas a história da Chesf, o período de sua criação, a importância que teve e ainda tem para os municípios do Nordeste, os benefícios que a Companhia trouxe e quais são os projetos na área social e também de novas fontes para geração de energia.

Um projeto para o Nordeste No período em que foi criada a Chesf, a região Nordestina era tida como um local atrasado e com pouca estrutura para novos investimentos. A transmissão de energia era realizada


Usinas de Paulo Afonso I , II , e III

em alguns horários e restrita a algumas cidades. Os municípios do interior, por exemplo, não possuíam energia elétrica. O eixo do desenvolvimento econômico brasileiro era nas Regiões Sul e Sudeste, para onde eram direcionadas as indústrias, os estabelecimentos comerciais e os novos projetos. Contudo, em 1945 começou o projeto de criação da Companhia do São Francisco, no governo do então presidente Getúlio Vargas. Mas foi apenas em 1948 que a companhia foi instituída. Em 1949, foi iniciada a construção da Usina Paulo Afonso I, primeira hidrelétrica da Chesf, sendo inaugurada apenas em 1955. À época, gerava apenas 180 MW. As cachoeiras de Paulo Afonso tinham potencial para geração de energia elétrica, mas haviam dificuldades geográficas na região que não permitiam a construção de uma Usina no local. Assim, a Hidrelétrica de Paulo Afonso foi a primeira a ser projetada para ser instalada no subsolo, devido a essas dificuldades. Portanto, tal projeto necessitou de mais investimentos financeiros além de engenheiros bem capacitados.

A importância do projeto merece destaque pelo desenvolvimento econômico e, especialmente, pelo progresso que trouxe. Houve uma mudança na distribuição de energia para os municípios nordestinos, que passaram a ter energia elétrica em mais horários, além de não ser restrito a algumas cidades. Com o tempo, os municípios do interior dos Estados começaram a ter energia elétrica também, o que possibilitava o desenvolvimento dos municípois. Assim, novos estabelecimentos puderam ser instalados, trazendo novas atividades econômicas. Setores como a indústria, por exemplo, puderam ser desenvolvidos, com a possibilidade de instalação de novos equipamentos. A partir de 1950 ocorre um maior desenvolvimento industrial, que teve um aumento de mais de 300% no Nordeste até a década de 1980. Esse progresso teve como um dos principais fatores a ampliação da oferta de energia elétrica na Região, proporcionada pela Chesf. O progresso estava se desenvolvendo no Nordeste. Cidades outrora destacados na economia brasileira como Salvador

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A Companhia investiu na criação de Usinas locais até então sem muita importância econômica. O atual município de Paulo Afonso, por exemplo, é um dos destaques. O local, que na década de 1940 era apenas um distrito, hoje possui cinco usinas da Chesf, sendo de grande importância para a Companhia. As cachoeiras e a própria Usina de Paulo Afonso são atrativos que geram mais renda para o local e a possibilidade de desenvolvimento de atividades ligadas ao setor de Turismo.

Usina de Angiquinho

Além de Paulo Afonso, os municípios de Piranhas/AL e Canindé do São Francisco/SE também puderam se desenvolver, especialmente este último. Na região do Baixo São Francisco, os cânions naturais da região são atrativos turísticos no trecho navegável, além de auxiliar no desenvolvimento dos projetos de irrigação e abastecimento de água para o município de Canindé/SE. A Usina Hidrelétrica de Xingó, situada em Canindé de São Francisco, é atualmente uma das maiores hidrelétricas do Brasil. Contudo, além de ser uma grande produtora de energia, ela auxilia no desenvolvimento dos projetos de irrigação local e no abastecimento de água para o município de Canindé. A Usina também se tornou um grande ponto turístico para a região.

Luiz Gonzaga

e Recife, primeiros municípios nordestinos a receber energia elétrica pela transmissão da Chesf, podiam novamente progredir economicamente, estavam abertas e mais preparadas para os novos investimentos.

Desenvolvimento para os municípios Com o aumento na geração e distribuição de energia gerados pela instalação da Chesf, a economia dos estados nordestinos pôde progredir também. Os investimentos na criação de Usinas da Companhia geraram empregos para a Região Nordeste, proporcionando mais renda para algumas famílias.

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Dentre os benefícios proporcionados pelos projetos de irrigação local para a cidade de Canindé e municípios ribeirinhos, estão a melhoria nas atividades de produção agrícola e pecuária. A agroindústria e a piscicultura também são atividades econômicas que se tornaram viáveis na região. O turismo também é uma das atividades econômicas mais rentáveis da região. Para atender a demanda turística, foram criados estabelecimentos como hotéis e pousadas, gerando mais empregos. Com o desenvolvimento econômico, Canindé passou a ser segundo maior arrecadador do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de Sergipe. Assim, além de gerar energia elétrica, a Chesf proporciona também condições para melhoria na qualidade de vida, com novas oportunidades de emprego direto e indireto, além de um desenvolvimento econômico e social da região. O presidente da Companhia, Sinval Zaidan Gama, mencionando o exemplo de Paulo Afonso, informa que como a cidade “não tinha condições de atender uma grande quantidade de gente que foi pra lá para a construção da usina, a Chesf construiu tudo que era necessário: casas, clube, escola, hospital, aeroporto etc.” Isso reforça o compromisso que a empresa tem com a sociedade em vários aspectos, melhorando a infraestrutura local.


Mais que energia hidroelétrica Uma empresa que visa o desenvolvimento econômico e social de forma eficiente e sustentável também precisa estar em consonância com as questões ambientais, buscando alternativas renováveis para a geração de energia. Com o risco de escassez da água, outras fontes alternativas para geração de energia foram sendo descobertas e desenvolvidas. Pensando nisso, a Companhia do São Francisco começou a atuar em projetos de produção de energia eólica e solar, com vistas à redução da utilização da água. Dentre os projetos desenvolvidos estão o Parque de Energia Eólica localizado em Sento Sé/BA e, o Parque de Geração Solar em Bom Nome, distrito de São José do Belmonte/PE

Sobradinho

Para o presidente da Companhia, Sinval Gama, “há bastante tempo que se sabe que o NE tem a vocação para gerar energia a partir do vento e do sol. O que precisava era ter indústrias que produzissem os equipamentos necessários para gerar energia a partir dessas fontes renováveis a um custo competitivo com outras fontes. Isso passou a ocorrer por volta de 2009 para eólica e 2014 para solar. E essa será a grande vocação do nordeste para os próximos anos em matéria de geração de energia, quando essas duas fontes passarão a gerar mais energia que as usinas instaladas no rio São Francisco. A vocação das águas do velho Chico passará a ter uma importância mais de uso múltiplo do que a própria geração de energia.”. Para geração de energia com fontes renováveis, a Chesf procura firmar parcerias com instituições privadas. São constituídas as SPE (Sociedades de Propósito Específico). Atualmente existem 40 parques eólicos no Nordeste, distribuídos em 10 complexos eólicos situados nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí.

Xingó

Parque de Energia Eólica localizado em Sento Sé/BA

No campo de energia solar o projeto que está em desenvolvimento é a Central Fotovoltaica da Plataforma Solar de Petrolina, além de um projeto heliotérmico de 1MWp que também será implantado em Petrolina/PE, em parceira com o Cepel. A energia heliotérmica, também chamada de Concentrating Solar Power (CSP), consiste na geração de energia através do acúmulo do calor proveniente da irradiação solar. Nesse processo, a energia pode ser armazenada para ser utilizada inclusive no perío-

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Xingó

Linha de transmissão de 230 Kv

do noturno. Isso proporciona mais uma alternativa de geração de energia renovável no país

A família chesfiana Mais que uma empresa, a Chesf procura ser vista como uma família. O fato é tanto que um membro desta Companhia, carinhosamente autodenominados de chesfianos, consideram-se parte da mesma, atuando em favor do seu crescimento e desenvolvimento. Desde membros da diretoria até operadores, todos fazem parte desta “família chesfiana”. Como ressalta Sinval Zaidan Gama, “a Chesf é a única empresa que seus funcionários conservam um sobrenome, uma espécie de família, ‘chesfiano’. Mesmo após se desligar da Chesf, todos se consideram chesfianos.” Esse costume pode ser explicado por diversos fatores, sejam atuais ou até mesmo históricos. Um deles reside no fato da preocupação da Chesf no bem-estar de seus funcionários, proporcionando melhores condições de moradia e educação, por exemplo. Além disso, nos locais onde foram construídas as Usinas as pessoas possuíam um vínculo social muito próximo. “Creio que o fato das usinas de Paulo Afonso terem sido construídas em sequência e por funcionários da própria Chesf, isso possibilitou que muitas famílias tivessem seus familiares empregados na companhia e isso levou essa irmandade para dentro da Chesf”, informa Sinval Gama. Atualmente, a Chesf investe na qualidade do ambiente de trabalho, com melhorias nas técnicas de prevenção de acidentes e cuidados com a saúde dos funcionários. Além disso, investe em cursos de capacitação e aperfeiçoamento, visando uma melhoria do seu quadro de funcionários, preparando-os para novas oportunidades. Em 2016 foram ministradas aulas de pós-graduações lato sensu e stricto sensu, além de Congressos, Seminários e Simpósios. Foram desenvolvidos projetos como o Plano de Educação Corporativa da Chesf, que tinha como objetivo oferecer oportunidades educacionais aos empregados que pudessem o Plano de Educação Corporativa da Chesf, que oferecia oportunida-

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des educacionais aos empregados que pudessem contribuir com o desenvolvimento de competências que tivessem alguma relação com as propostas empresariais da Companhia. Outro projeto realizado foi o Programa Vivendo e Aprendendo, que foi desenvolvido juntamente com o Sesi e oferecia cursos de ensino fundamental e médio, elevando o grau de escolaridade dos funcionários. Essas atuações para o aperfeiçoamento técnico dos funcionários reforçam o sentimento familiar mútuo que existe entre colaboradores e diretoria.

Os projetos sociais da Chesf E não é apenas com os “chesfianos” que a Companhia se preocupa. Um dos valores da empresa é o compromisso com a sociedade. Assim, a atuação da Chesf abrange a sociedade como um todo, especialmente a comunidade que fica no entorno da Companhia, com projetos que visam o desenvolvimento humano e social dos estados nordestinos. Com a construção das primeiras barragens da Chesf, pessoas que moravam em locais com pouca estrutura física tiveram sua qualidade de vida melhorada com a criação de novas casas que foram feitas pela Companhia para realocar as famílias para a construção das hidrelétricas. E até os dias atuais, os projetos sociais continuam sendo uma das preocupações da Chesf. A Companhia procura seguir a Política de Responsabilidade Social da Eletrobras e o Manual de Orientação sobre Projetos Sociais da própria Chesf para basear suas atuações na sociedade. Assim, seguindo essas diretrizes, a Companhia ampliou a adesão de seus funcionários no Programa de Voluntariado Empresarial Chesf que objetiva “incentivar, organizar, apoiar e reconhecer ações voluntárias de participação cidadã de seus empregados em prol da sociedade”, conforme informa a Companhia. No ano de 2016, foram investidos voluntariamente quase R$40 milhões em programas e projetos sociais. Dentre as ações desenvolvidas pela empresa, estão o Programa Luz Para Todos, com projetos que visam a distribuição de


Canion do Rio São Francisco

energia para mais pessoas, e o Projeto Lago de Sobradinho, que permite que pequenos produtores e agropecuários desenvolvam sistemas na agroindústria, meliponicultura, pesca e psicultura. Atualmente, este último projeto atende aos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Pilão Arcado, todos localizados na Bahia.

Plantio de mudas

Visando abranger o aspecto ambiental, a Chesf também promove ações sociais voltadas para o cuidado com o meio ambiente, a exemplo do Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Plano de Ação Socioambiental (PAS) que realizam oficinas abrangendo temas como educomunicação ambiental, conservação de recursos naturais e sustentabilidade. Com isso, a Companhia apresenta-se como grande parceira da sociedade, atuando para além de sua principal missão. Gerar e transmitir energia contribuindo para o bem estar da sociedade é a missão da Chesf, que vai mais além, auxiliando no desenvolvimento local e proporcionando acesso a serviços básicos para mais pessoas. São 70 anos de desenvolvimento para o Nordeste, 70 anos que a Chesf atua e cresce ao lado do povo nordestino. Distribuição de mudas pela equipe da Chesf

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Capa

Texto: Jefferson Victor / Fotos: Google

Beber com frequência

reduz risco de diabetes Pesquisa dinamarquesa revela que a ingestão de bebida tenha papel na regulação de insulina

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essoas que bebem de três a quatro vezes por semana são menos propensas a desenvolver diabetes do que aquelas que bebem com menos frequência ou não bebem, sugere um novo estudo realizado por especialistas dinamarqueses.

Eles concluíram que beber moderadamente com essa frequência reduziu em 32% o risco de diabetes em mulheres e de 27% em homens - em comparação àqueles que consomem álcool menos de uma vez por semana. E mostraram ainda que o risco da doença era menor quando mulheres consumiam nove drinques por semana, enquanto que para os homens, a média era de 14 por semana. “Descobrimos que a frequência com que se bebe tem um efeito independente da quantidade de álcool consumido”, comentou a professora Janne Tolstrup, do Instituto Nacional de Saúde Pública da Universidade do Sul da Dinamarca, que conduziu a pesquisa. “Os resultados podem parecer contra-intuitivos, porque as pessoas sabem que a bebida alcoólica é ruim para os diabéticos e, portanto, tendem a associar o uso de álcool com um maior risco de desenvolver diabete no futuro”, disse Janne. “Mas a associação entre um consumo moderado de álcool e

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um risco menor de diabete já havia sido sugerida por inúmeros estudos anteriores. Notamos que o efeito é melhor quando se consome álcool em quatro porções do que em apenas uma”, acrescenta. Os resultados mostram uma relação não linear entre o consumo de álcool e o risco de diabete. “Os que apresentaram menor risco de diabete, em comparação aos abstêmios, foram aqueles que bebem moderadamente com frequência”, disse Janne. “O excesso de álcool, por outro lado, não reduziu os riscos, aumentando-os em alguns casos.” A pesquisadora afirmou, no entanto, que será preciso realizar mais estudos para entender o mecanismo pelo qual uma ingestão moderada de álcool reduz os riscos de diabete. “A frequência do consumo tem certamente um papel importante na associação entre álcool e redução de risco de diabete. Mas não sabemos ainda como se dá esse mecanismo, do ponto de vista biológico”, explicou Janne. “Uma hipótese é de que talvez uma frequência moderada de consumo do álcool tenha um papel na regulação do sistema de insulina do organismo.” A pesquisa, publicada no periódico Diabetologia, se baseou em dados de mais de 76 mil dinamarqueses coletados entre 2010 e 2011 pelo órgão público de saúde do país. Os participantes foram acompanhados em média por cinco anos. Além de responder a questionários sobre estilo de


vida, foram coletadas amostras de sangue e outras informações sobre suas condições de saúde.

bém estava relacionado com um risco menor de problemas cardiovasculares, tais como ataque cardíaco e derrame.

Após os cinco anos, um total de 859 homens e 887 mulheres desenvolveram diabetes. O estudo explica que não foi possível distinguir entre o diabetes tipo 1 e o 2, mas ressalta que a maioria dos indivíduos provavelmente desenvolveu a tipo 2 - que tem estreita relação com o estilo de vida, enquanto que a tipo 1 é influenciado especialmente pela genética e diagnosticado ainda na juventude.

Mas consumir qualquer quantidade de álcool aumentou o risco de doenças gastrointestinais, tais como doença hepática alcoólica e pancreatite.

As descobertas também sugerem que nem todos os tipos de álcool têm o mesmo efeito. O vinho se mostrou especialmente benéfico, e os pesquisadores escrevem que uma explicação possível é a presença de polifenóis na bebida (especialmente no tinto), substância que reduz o açúcar do sangue, segundo estudos anteriores. Homens que consumiam mais de sete taças de vinho por semana tinham cerca de 30% menos risco de diabetes do que aqueles que consumiam a bebida menos de uma vez por semana. Para mulheres, a média é de uma ou mais taças por semana. No caso de cerveja, homens com consumo de um a seis unidades por semana reduziram o risco 21%. Não houve diferença, no entanto, para as mulheres. Já o alto consumo de destilados entre mulheres parece aumentar significativamente o risco da doença - mas não há efeito no caso dos homens.

Diabete: Doença que atinge milhões de pessoas no Mundo Quase 400 milhões de pessoas têm diabetes no mundo. Só no Brasil, há 14 milhões de diabéticos, mas a maioria deles não sabe que tem a doença. Apesar de tratável, muitos diabéticos não controlam a doença e sofrem graves consequências, como amputação de membros e até cegueira. A diabete é uma doença que provoca o aumento de açúcar no sangue como resultado do mau funcionamento da insulina — hormônio responsável por transportar o açúcar do sangue para dentro das células do corpo. Há dois tipos da doença: o diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune, ou seja, leva à destruição das células do pâncreas, e atinge entre 5% e 10% dos portadores da doença. Já no diabetes tipo 2, o paciente pode até produzir insulina, mas com algum defeito ou ela não é aproveitada de forma correta pelo organismo. Isso acontece em até 95% dos casos.

Ao contrário de outros estudos, essa pesquisa não encontrou correlação entre o consumo excessivo de álcool e diabetes. Segundo Tolstrup, isto pode ter ocorrido pelo baixo número de participantes que relataram consumir álcool em excesso, o que foi estabelecido para o consumo de cinco ou mais copos em uma mesma ocasião.

Efeito do álcool Mas especialistas ressaltam que isto não é uma desculpa para beber mais do que o recomendado. Emily Burns, da organização Diabetes UK, alerta que o impacto do consumo de álcool sobre o diabetes tipo 2 varia de pessoa para pessoa. Embora os resultados sejam interessantes, ela afirma que “não é recomendável que as pessoas enxerguem isso como um sinal verde para se beber mais do que as atuais diretrizes da NHS (o serviço de saúde público britânico)”. A diretriz sugere que homens e mulheres não deveriam beber mais do que 14 unidades de álcool por semana, o equivalente a seis pints (medida inglesa que corresponde a 560 ml) de cerveja de moderado teor alcoólico ou a dez taças pequenas de vinho de baixo teor alcoólico. E isso espaçado por um período de três dias ou mais, com alguns dias sem o consumo de nenhuma bebida alcoólica. “O álcool está associado a 50 diferentes condições, então não estamos dizendo ‘vá em frente e consuma álcool”, reforça Tolstrup. A equipe dinamarquesa usou os dados para também analisar o efeito de álcool em outras enfermidades. Ela mostrou que beber moderadamente poucas vezes por semana tam-

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Internet

Texto: Jefferson Victor / Fotos: Google

Como a internet influencia secretamente nossas escolhas Nada é por coincidência na internet; Muitas pessoas podem estar espionando enquanto você navega.

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m uma época na qual softwares nos dizem no que devemos pensar, uma prática um pouco mais antiquada tem ganhado destaque no noticiário: o trabalho de um seleto grupo de enigmáticos indivíduos que decidem o que é e o que não é notícia.

Recentemente foi divulgado que o Facebook usa pessoas para selecionar quais assuntos são ou não vistos por seus usuários. Ironicamente, o problema da rede social é a falta de um algorítmo específico. A argumentação mais polêmica que surgiu com a notícia foi a de que a seleção de “trending topics” do site teria um viés anticonservador. Ou seja, o Facebook esconderia notícias e opiniões mais conservadoras de maneira desproporcional, algo que a empresa negou veementemente. Mas, segundo o site de tecnologia Gizmodo, o primeiro a noticiar o fato, o Facebook teria dois motivos para se envergonhar. O primeiro é a presença de funcionários de carne e osso, o que prejudicaria a “ilusão de um processo de seleção

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de notícias mais isento”; o segundo é o fato de esses “curadores de notícias” aparentemente serem tratados como se fossem um software, operando fora de qualquer parâmetro editorial mais rigoroso e trabalhando para atingir metas quantitativas.

O ‘empurrãozinho’ Questão ética à parte, a verdade é que a plataforma de compartilhamento de informações mais poderosa do mundo ainda não é capaz de selecionar, sem humanos, o que é visto por seus usuários. Meios como o Facebook estão selecionando as notícias e as informações que consumimos sob títulos chamativos como “trending topics” ou critérios como “relevância”. Mas nós praticamente não sabemos como isso tudo é filtrado. Isso é importante porque mudanças sutis nas informações às quais somos expostos podem transformar nosso comportamento. Para entender isso, pense nesse insight vindo


da ciência comportamental e que tem sido amplamento adotado por governos e outras autoridades em todo o mundo: o “empurrãozinho”. Isso consiste em usar táticas discretas para nos incentivar a adotar um certo comportamento. Um exemplo conhecido é fazer da doação de órgãos algo obrigatório, a não ser que o indivíduo se manifeste contrariamente. O resultado é que mais pessoas acabam doando. Críticos dessa abordagem argumentam que esse “empurrãozinho” está acabando com a decisão informada. “Em vez de explicar a questão e ajustar a política para o desejo da população, o ‘empurrão’ ajusta a vontade da população à política que se quer implantar”, explica o escritor britânico Nick Harkaway em um artigo para o Instituto de Arte e Ideias. “A escolha é uma habilidade, um hábito que precisa ser praticado para funcionar melhor.” E como esses “empurrõezinhos” se aplicam no mundo digital? Quando navegamos na internet, enfrentamos escolhas continuamente - do que comprar ao que acreditar - e engenheiros e designers também podem sutilmente manejar nossas decisões nesse ponto. Afinal, não é só o Facebook que está no jogo das seleções de informações. Sistemas de recomendação cada vez mais afiados estão na dianteira do atual boom da inteligência artificial, da tecnologia “vestível” e da chamada internet das coisas. Do Google à Apple e Amazon, o truque está em entregar ao usuário informações perfeitamente personalizadas. No entanto, o que está em jogo não é tanto a questão “homem X máquina”, mas sim a disputa “decisão informada X obediência influenciada”. Quanto mais informações relevantes tivermos nas pontas dos dedos, melhor equipados estamos para tomar deci-

sões. Isso é um dos princípios fundamentais da tecnologia da informação quando vista como uma força positiva. O filósofo especializado em tecnologia Luciano Floridi, autor do livro The Fourth Revolution (“A Quarta Revolução”), usa a expressão “design pró-ético” para descrever esse processo: uma apresentação equilibrada de informações claras que nos impele a abordar conscientemente uma decisão importante, e nos responsabilizarmos por ela. Para Floridi, os sistemas de informação deveriam expandir - e não contrair - nosso engajamento ético, tentando resistir à tentação de nos influenciar.

‘Cutucadas’ invisíveis Isso, no entanto, gera algumas tensões fundamentais: entre a conveniência e a deliberação; entre o que o usuário deseja e o que é melhor para ele; entre a transparência e o lado comercial. Quanto mais os “sistemas” souberem sobre você em comparação ao que você sabe sobre eles, há mais riscos de suas escolhas se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas” invisíveis. E o equilíbrio entre o que está acontecendo no mundo e o que o usuário fica sabendo está cada dia mais pendendo para o lado da ignorância individual. Não há um simples antídoto para essa situação, assim como nenhuma grande conspiração. De fato, a combinação bem realizada do uso de softwares com a curadoria humana está se tornado o único caminho pelo qual esperamos poder navegar os exabytes de dados que se acumulam pelo mundo. Mas vale a pena lembrarmos que aqueles que projetam a tecnologia que utilizamos têm objetivos diferentes dos nossos - e que navegar com sucesso significa deixar de acreditar que existe uma saída para a parcialidade humana.

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Gastronomia Por Chef Leandro Ricardo chefleandroricardo@hotmail.com @chefleandroricardo

Salada como prato principal

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ábitos mais equilibrados no que diz respeito a alimentação, comer salada virou uma obrigação, e em muitas dietas a proteína está lá apenas como mera coadjuvante. O meu papel nessa história toda é tornar a vida de quem optar apenas por uma salada como prato principal, mais gostosa e feliz.

Uma salada de alface, que começa como uma simples entrada com baixo teor calórico, pode se transformar rapidamente em uma refeição principal se adicionarmos queijos, grãos, sementes, tomates secos, nozes, frutas secas, carnes, embutidos, pães torrados e molhos. É provável que a maioria dos ingredientes seja saudável, mas certas combinações e porções podem virar bombas calóricas.As folhas cruas devem fazer a base do prato e podem ser consumidas em mais de uma variedade e em grande quantidade numa mesma salada. Os vegetais (tomate, pepino, cenoura, beterraba, couve-flor, brócolis, berinjela, nabo, rabanete, pimentões coloridos e cebola) podem variar entre três e quatro tipos numa mesma receita. Já as frutas (secas ou frescas), os carboidratos (trigo, milho, batata cozida, pão ou torradas, grão-de-bico, soja e lentilha, entre outros), as nozes, amêndoas ou castanhas e as proteínas (queijo, frios, frango, ovo e atum, por exemplo), devem chegar à receita em apenas uma porção cada. A adição de carboidrato e proteína não é obrigatória — mas faz da salada uma refeição completa, dispensando complementos. Então, a escolha desses ingredientes dependerá do que a pessoa pretende comer junto com a salada. Alguns adicionais de baixo valor calórico, como cebola, cogumelos, palmito e kani, dão sabor e textura ao preparo. Então na hora de montar ou preparar sua salada pense muito bem no que por no prato. Separei para meus leitores saladas que fogem um pouco do tradicional, seguem algumas receitas para que todos se deliciem. Bom apetite!

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Foto: Cleo Santana

Salada de Guacamole com tortilha Ingredientes:

Preparo:

2 tortilhas de trigo Para o guacamole: 1 abacates grandes e maduros 3 colheres (sopa) de suco de limão 1 dente de alho sem casca amassado e picado 1 cebola pequena sem casca bem picada 1 tomate grande sem sementes e bem picado 1 a 2 pimentas dedo de moça sem sementes e bem picadas 2 colheres (sopa) de coentro fresco picado 1 pitada de açúcar Sal e pimenta a gosto Coentro para decorar

Abra os abacates ao meio e remova os caroços. Com uma colher, retire toda a poupa e coloque em um recipiente médio. Adicione o suco de limão e amasse bem com um garfo, até obter uma pasta grossa. Acrescente o alho bem picado, a cebola, o tomate, a pimenta, o coentro e o açúcar. Mexa bem e tempere a gosto com sal e pimenta. Adicione um pouco mais de suco de limão se necessário. Cubra com papel filme e deixe na geladeira até a hora de servir. Sirva com tortilhas prontas ou faça você mesmo Serve: 4 Preparo: 10mins Cozimento: 20mins Tempo adicional: 2horas na geladeira Pronto em: 2h30min FÁCIL | Lazer e Negócios NE 15


Crepe Caprese Salad Ingredientes: Massa de crepe de manjericão 1 unidade Tiras de frango 120g Mussarela de búfala 50g Tomate seco 50g Molho agridoce 50ml Alface americana e outras folhas picadas à gosto Azeite 20ml Preparo: Asse a massa de crepe, frite as tiras de frango em um pouco de azeite. Recheie a massa com o frango em tiras, a mussarela de búfala ralada e o tomate seco, enrole e decore com o molho agridoce. Massa de crepe de manjericão Ingredientes: 2 ovos Sal uma pitada

Foto: Renaldo Tibúrcio

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1 colher de manteiga sem sal 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de leite Manjericão 5g Preparo: Junte os ovos com o sal. Dissolva o trigo com o leite, acrescente a manteiga derretida e bata tudo no liquidificador. Molho Agridoce Ingredientes: 500 g de mostarda amarela 500 g geleia de framboesa 500 ml azeite de oliva 500 ml de água morna Sal e pimenta Liquidificar tudo e reservar na geladeira.


Foto: Renaldo Tibúrcio

Salada de Salmão, camarões salteados com molho de maracujá Mix de folhas 90g (alface francesa, crespa, americana e rúcula) Camarão 80g Alho picado meio dente Cubos de salmão 100g Mix de queijos 50g (gorgonzola, ricota, búfala) Molho de maracujá 50ml Azeiteextra virgem Vila Flor 50ml Sal e pimenta a gosto Preparo: Tempere o salmão com sal pimenta, refogue-o no azeite. Tempere os camarões com sal e pimenta, refogue-os junto com alho. Faça uma cama mix de folhas, adi-

cione o mix de queijos, arrume os cubos de salmão e os camarões no prato, decore com o molho de maracujá. Molho de maracujá Ingredientes: Mel 80ml Polpa de maracujá 100g Amido 15g Água 200ml Preparo: Numa frigideira, adicione a polpa de maracujá, o mel o amido dissolvido em um pouco d’água e deixe reduzir em fogo baixo.

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Couscous Rouge com camarão

Foto: Cleo Santana

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Ingredientes:

Preparo:

1 pacote de couscous marroquino 500ml de caldo legumes 300g de camarões sem casca e cabeça 2 colheres de chá de temperos em pó: louro, cravo, canela, pimenta. Meia cebola pequena ralada 4 colheres de sopa de azeite de oliva 1 colheres de chá de sal 1 cenoura grande laminada refogada. 200g de ervilha fresca 2 colheres de sopa de aipo picado (só o talo) 1 colher de sopa de hortelã picado Suco concentrado quente de meia beterraba

Aqueça os temperos com metade do azeite, coloque em seguida a cebola com o restante do azeite e deixe dourar, em seguida os camarões e os legumes, refogue bem. Em outra panela hidrate o couscous com suco de beterraba e o caldo de legumes, tempere com hortelã, adicione mais azeite e o sal se necessário acrescente o refogado de camarões e deixe descansar por 15 minutos. Decore com a cenoura laminada refogada. Obs: para obter o suco de beterraba, bata-a com um pouco do caldo de legumes quente.


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Coluna Cinema

Por Jefferson Victor e Gabriel Luna / Fotos: Divulgação Colaboração – Viciados por Filmes (Instagram: @viciadosporfilmes e Facebook: Viciados por Filmes)

Com carga dramática e ações confusas, Tomb Raider: A Origem faz sua estréia nos cinemas brasileiros.

D

epois de dois filmes bem irregulares com a atriz Angelina Jolie, Hollywood resolveu ressuscitar a famosa arqueóloga britânica que é a protagonista do videogame “Tomb Raider”. Como o próprio título já diz, a terceira adaptação cinematográfica da famosa franquia de jogos conta a origem da formação de Lara Croft (Alicia Vikander no novo filme) como exploradora, além de mostrar uma personagem muito mais humana e fragilizada, aprendendo a lidar com situações de sobrevivência e com uma carga menos “imbatível”, antes vista nos dois primeiros filmes. A trama investe na edição do jogo de 2013, com adendos para tornar a história interessante para o público em geral. Lara Croft é uma mulher que trabalha para pagar suas contas, mesmo sendo filha de um milionário excêntrico que desapareceu numa expedição na Ásia. Para manter o alinhamento com a postura política escolhida, Lara se recusa a assumir o império do pai. Mas embarca numa aventura para desvendar o enigma de seu desaparecimento.

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A história é uma mistura de elementos dessa nova leva de jogos e conceitos já trabalhados nos jogos anteriores, por exemplo, o relacionamento entre Lara e seu pai, artifício bastante abordado nos primeiros jogos da série e que tem uma relação forte com a personalidade de Lara. Se por um lado a adaptação é fiel a caracterização da personagem, o mesmo não se pode dizer de sua formação, que ao contrário dos jogos, coloca a personagem em uma situação muito mais de resposta do que ação necessariamente, fazendo com que tudo que fizesse parte da construção dela como arqueóloga (e consequentemente exploradora) não viesse dos elementos que compuseram seu passado e sim de situações encaixadas no roteiro que forçam algum tipo de ação. Isso fica muito claro quando o diretor Roar Uthaug constrói cenas específicas para mostrar as habilidades de Lara, mas não necessariamente essas mesmas cenas tenham um verdadeiro significado narrativo, sendo mais um meio do


Lu Ren (Daniel Wu) e Lara (Alicia Vikander) em uma das principais cenas de ação do filme

filme mostrar como ela é forte, ágil e destemida, mas que não conversam com outras cenas que a colocam em situações muito mais extremas do que ela estava acostumada, por assim dizer. Essas mesmas cenas que parecem não conversar muito com o filme são exatamente as reproduções das cenas vistas no jogo de 2013, o que faz com que o sentido por trás delas seja totalmente perdido, transformando elementos que deveriam ser essenciais para o filme totalmente descartados. Apesar da ótima interpretação de Alicia Vikander no papel, fazendo jus a escolha da atriz ganhadora do Oscar, as cenas que demandam um “algo a mais” são as mesmas cenas citadas acima, ou seja, uma boa interpretação que fica jogada num filme mediano. Tem um momento específico do filme que é muito importante para a construção de Lara como pessoa, e apesar da atuação e da carga dramática que a cena pede ser até entregues, para os que não conhecem o jogo, a cena vai passar despercebida e sem muita importância, principalmente por ela só copiar a cena e não trazer o background que a contextualiza. Ainda assim, o pior do filme não está nas confusas cenas de ação com trilhas mal colocadas e que remetem a filmes dos anos 2000, ou até a fraca computação gráfica que me lembra o saudoso King Kong de 2005, o pior do filme é tentar de alguma forma, criar uma relação entre Lara e seu Pai se utilizando de alguns flashbacks (essas que também servem para mostrar alguma habilidade de Lara) de uma maneira muito rápida e que pouco contextualiza, se sustentando nesse relacionamento muito mal trabalhado para dar seguimento à trama do filme.

Dentro desse aspecto tem o vilão Mathias Vogel (Walton Goggins) que faz a mesma cara o filme todo e tem menos de cinco cenas (tirando o final), que faz dele um personagem extremamente raso e que suas atitudes são (de novo) respostas de situações que o roteiro coloca dentro do filme, sendo mais um personagem que suas motivações são totalmente jogadas ao que roteiro quiser colocar. Trazendo aspectos conhecidos pelos fãs da série e de longe a melhor caracterização da Lara já vista no cinema, o filme se preocupa mais em repetir cenas marcantes do jogo em vez de criar uma boa história propriamente dita. Junto a um fraco enredo que se sustenta em uma relação de pai e filha muito mal trabalhada, ‘’Tomb Raider - A Origem’’ tenta ser um novo começo para a famosa exploradora no mundo do cinema, mas no final só consegue ser um retalho de cenas mal costuradas em um filme de duas horas, o melhor a se fazer depois que assistir esse filme é ir para casa e jogar o Tomb Raider de 2013 para ter uma melhor experiência. Lara Croft (Alicia Vikander) encara o medo em várias cenas do filme

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Internacional

Texto e Fotos: Rogério Almeida

Kafka em 1906 em Praga

O rio Moldava

A Praga de Kafka Franz Kafka nasceu em Praga, em 3 de julho de 1883, e que na época pertencia ao Império Austro-húngaro. Era o primeiro filho do comerciante judeu Hermann Kafka e de Julie Lowy. Quem visita Praga nos dias de hoje encontra muitos locais relacionados a um dos mais influentes escritores do século XX. Tudo ainda continua como na época de Kafka, o rio Moldava (Vltava, em theco), corre com velocidade passando pela Ponte Carlos (Karlov Most), considerada a mais bela ponte do mundo. Construída pelo rei da Bohemia, Carlos IV, em 1357, conta a lenda que este seguindo regras de cabala e da astrologia, ordenou o início da obra exatamente às 5h23 do dia 9 de julho, acreditando que a combinação do dia e hora significaria uma grande força. E é verdade que os mais de quatro milhões de turistas que anualmente passam pela ponte de 520 metros de extensão e que recebia todo tipo de veículos até o início do século XX, comprovam a resistência da obra. Cerca de 30 estátuas, de estilo gótico e barroco enfeitam a ponte que resiste ao tempo. Destaque ainda para as imagens de santos católicos, entre eles o São João Nepomuceno. Há quem acredita que basta tocar numa das placas abaixo da imagem do santo para seu pedido ser atendido.

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Como cidade medieval, Praga se destaca pelo bem preservado castelo, que fica no alto da colina de Hradcany. Fundado no século IX, ocupa o equivalente a sete campos de futebol, sendo o maior castelo antigo do mundo, pelo Livro dos Recordes Guiness. Antiga residência dos reis da Bohemia, uma das alas é ocupada hoje pela Presidência da Republica, e abriga o Convento de São Jorge (Hoje Galeria Nacional) e a Catedral de São Vito, sendo esta muito frequentada por Kafka. O escritor costumava muito ir a capela de São Venceslau que possui painéis de folhas de outo e cerca de 1.300 pedras semipreciosas. Hoje num dos lados da capela está uma porta com sete fechaduras, que guarda as joias da coroa tcheca. E um andar abaixo está o panteão real, com os restos mortais dos reis Carlos IV, Wenceslau IV e Rodolfo II Bem junto ao castelo, no número 22 da pequena Rua dourada, morou o escritor. A casa em azul e ainda muito bem preservada se deve ao fato de que Praga praticamente não foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje na rua dourada se encontram livrarias com obras de Kafka e pequenas lojas de artesanato. O bairro judeu (Josefov) frequentado por Kafka possui uma das ruas favoritas do escritor, a Staronová, do final do século XII e considerada a mais antiga da Europa. Bairro da moda, Josefov é o preferido das cafeterias, lojas de design e boutiques de luxo.


Torre de Praga Praça principal de Praga

Praga vista panorâmica

Casa de Kafka

Igreja de São Nicolas

Rua Dourada, no número 22, na casa azul viveu Kafka

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Contudo, o lugar mais visitado pelos turistas em Praga é a Praça do Relógio Astronômico. Localizado na torre da Prefeitura, a cada hora cheia uma multidão lota o lugar para ver um esqueleto representando a morte, articulado por um mecanismo, que aparece para acionar o carrilhão.

Praça do Relógio Astronômico

No primeiro momento pensei que os bonecos iriam aparecer fora do relógio, depois percebi que surgem pelos arcos os 12 apóstolos e um imenso galo mecânico conta as horas, terminando a apresentação que além de curta é muito interessante. O relógio astronômico apresenta três tipos de calendários da antiga Bohemia, o babilônico e o atual romano. Além disso se vê os movimentos do sol, da lua e dos 12 signos do zodíaco. Quem visita Praga não deve deixar de ver a imagem do Menino Jesus de Praga que está num interior de uma pequena igreja. Interessante que a pequena imagem, que foi doada por uma espanhola, não está no altar-mor e sim na lateral da igreja. Praga é uma cidade de enigmas, talvez por isso tenha servido de inspiração a Kafka para escrever obras primas como A Metamorfose, o Processo e O Castelo. Em 3 de junho de 1924 Kafka falece no Sanatório de Kierling, em Klosterneurg, Áustria, tendo ao lado sua amada Dora Diamant e seu amigo Robert Klopstock. E no dia 11 de junho seu corpo é sepultado no Novo Cemitério Judeu de Praga. O QUE VER • • • Café Arco frequentado por Kafka

Tumulo de Kafka no Novo Cemitério Judeu de Praga

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Relógio astronômico Old Town Hall, de 1334. Praça Wenceslas onde começou a revolução do veludo que libertou a Tchecoslováquia do comunismo Catedral de São Vito Praga Opera Estatal Igreja de São Nicholas Palácio Kinsky Ponte Carlos Mala Strana Castelo de Praga Mausoleu dos reis tchecos Palácio Lobkowicz

O QUE FAZER •

Beber uma cerveja pilsen

ONDE FICAR Praga possui desde hotéis de alto luxo como o cinco estrelas Kings Court, com 135 apartamentos, até pousadas e bed & breakfast. O ideal é ficar num hotel no centro da cidade, para poder percorrer à pé os principais pontos turísticos. Informações turísticas •

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www.prague.eu/pt Portal oficial de turismo de Praga


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Coluna/PB

Por Rogério Almeida (De João Pessoa-PB) rogerioalmeidaturismo@yahoo.com.br

João Pessoa (Foto: divulgação)

Encontro das Cidades Criativas Brasileiras da Unesco João Pessoa foi sede do I Encontro das Cidades Criativas Brasileiras da Unesco (ECriativa) que foi realizado na Estação das Artes ao lado da Estação Cabo Branco- Ciência, Cultura e Artes. A capital paraibana foi reconhecida, no final de 2017, como referência pela criatividade. Participaram do encontro representantes de oito cidades que integram a Rede Mundial de Cidades Criativas para troca de experiências, como Belém, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Paraty, Salvador e Santos. O Encontro foi promovido pela Prefeitura de João Pessoa em parceria com o Sebrae/PB, com a participação de representantes da Unesco no País, além do Ministério da Cultura. Juíza Rita Andrade e Thereza Madalena (Foto: Divulgação)

Homenagem A juíza de direito Rita de Cássia Andrade foi homenageada com o Prêmio “Mulher Exemplo,” numa iniciativa do Fórum Todas por Uma, presidido pela deputada estadual Daniella Ribeiro (Progressistas) e também recebeu um troféu de destaque da apresentadora Thereza Madalena, da TV Master de João Pessoa.

Embaixador do Brasil na Alemanha, Mário Vilalva e Gilson Lira (Embratur) (Foto: Mercado de Eventos/Divulgação)

Manuelina Hardman e Marcus Vinícius do Hardman Hotel (Foto: Rogério Almeida).

Hora do Planeta O Hardman Hotel foi o único da Paraíba, a participar pelo terceiro ano consecutivo da Hora do Planeta, uma iniciativa mundial da ONG WWF, que tem por objetivo chamar a atenção para a ameaça do aquecimento global. Na ocasião foi servido durante uma hora, aos hóspedes e colaboradores, um coquetel de itens orgânicos na área da piscina, com música ao vivo e à luz de velas. Para o gerente comercial Marcus Vinícius e a diretora Manuelina Hardman, a ação mostra o compromisso do hotel com o meio ambiente.

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Oliver Fess e Benjamin Weidmann, da Condor, com Gilson Lira e Alisson Braga, da Embratur

Turistas alemães Durante a realização da ITB em Berlim, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), através do diretor de Inteligência Competitiva e Promoção, Gilson Lira manteve contatos com o Embaixador do Brasil na Alemanha, Mário Vilalva e com representantes da companhia aérea Condor que voa para Recife e Fortaleza, para trazer mais turistas alemães para o nordeste.


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