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OPINIÃO

MIBI – MADE IN BRAZIL ILIMITADO

POR ERWIN FRANIECK

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Recuperar cadeias industriais relevantes no Brasil, integrando-as no contexto global é um propósito que vai além de interesses de classes, entidades ou mesmo individuais. Para preparar um cenário futuro que possa nos dar novas e boas perspectivas, é necessária a percepção das associações e suas instituições representadas, juntamente com seus empresários, sobre a necessidade de se priorizar além do caixa do mês também a visão estratégica de médio e longo prazos.

E é aqui que precisamos ser muito efetivos na geração das condições para alcançarmos êxito no propósito maior: salvar nossas Cadeias Produtivas. Da matéria prima ao produto no mercado global.

Aprendemos muito sobre indústria, engenharia, logística, finanças, superação de crises, cenário local e global nestes últimos 50 anos. Foram diversas histórias de sucesso. Temos tudo o que precisamos para nos unir em prol de mapear as cadeias de valor de produtos com grande demanda no país e no mundo e, dentro dos conceitos de produção enxuta (lean manufacturing), exercitarmos em conjunto um Brasil Lean de ponta a ponta.

Foi com esta ideia que dezenas de empreendedores, empresários, membros do governo, e entidades diversas se uniram, há pouco mais de um ano, para criar uma cadeia produtiva para 15.000 ventiladores pulmonares objetivando o enfrentamento a pandemia que assolava o Brasil. A missão: aumentar a capacidade produtiva em mais de 30 vezes em menos de 60 dias. Vice-presidentes de bancos, presidentes de montadoras se uniram e não perguntaram se deveriam ou não, mas envidaram os esforços necessários para atingirmos o objetivo.

O sucesso foi total. Conseguimos produzir os 15.000 ventiladores antes do prazo estipulado. Fizemos um ato de comemoração com todos os envolvidos. E neste momento nos perguntamos, se ao sermos capaz de realizar uma proeza com a complexidade que havia nos ventiladores, conseguiríamos ir muito além do que estamos atingindo na industrialização do Brasil.

Foi neste momento que nos integramos para a criação do Programa Made in Brasil Ilimitado (MiBI), com a finalidade de criar as condições de contorno que tínhamos nos consórcios que se formaram para produção dos ventiladores. Nasceu deste desejo uma rede Nacional de Apoio às ações de promover cadeias produtivas na área da mobilidade.

Atualmente contamos com uma portaria em aprovação e cinco grupos de trabalho (GTs) focados em escolher um projeto piloto para cada um destes 5 segmentos industriais: componentes metálicos, componentes eletroeletrônicos, conjuntos eletromecânicos, conjuntos plásticos e câmbios automáticos. Recentemente surgiu uma nova demanda por se pensar na cadeia nacional para semicondutores, criando assim o GT6.

Estes 5 GTs estão realizando as atividades de escolha do projeto piloto, criando a cadeia de valor nacional e mapeando os “vazios” em toda a cadeia, apresentando o diagnóstico para serem criadas as medidas, quer seja dentro do aspecto dos arranjos industriais, quer seja dos arranjos governamentais, nas áreas tributárias, regulatórias, assim como buscar instrumentos financeiros adequados.

Fazem parte desta Rede Colaborativa as seguintes associações: ABAL, ABINEE, ABINFER, ABISEMI, AÇO-BRASIL, AEA, ANFAVEA, ME-SEPEC, SAE BRASIL, SINDIPEÇAS, atuando quer seja no Comitê Executivo, quer seja apoiando as atividades em cada um dos GTs.

O principal desafio desta Rede é promover o propósito comum acima dos interesses individuais de cada um dos elos desta cadeia.

Não há limites para o Brasil e para os brasileiros. Levantar a cabeça, arregaçar as mangas, e construir o futuro tão sonhado.

Erwin Franieck - Diretor Presidente SAE4MOBILITY (ICT) erwin.franieck@saebrasil.org.br

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