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EMPODERAMENTOFEMININO
conquistando cada vez mais espaço no mercado, mesmo com os homens liderando disparado na frente esse ambiente. Em um estudo realizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostra que 70% dos homens acham que as suas carreiras têm mais prioridade do que a de suas esposas. O preconceito ainda existe e é por isso que se faz cada vez mais necessário entendermos a posição sócio-econômica que a mulher alcançou e quais as desconstruções que a sociedade ainda precisa passar.
Infelizmente, essa configuração patriarcal do núcleo das famílias já vem de muitas outras gerações e não é algo tão fácil de se quebrar, apesar das conquistas. Não são poucas as pessoas que têm o pensamento de que o homem deve ser o chefe e o principal provedor financeiro na família, que as mulheres, por sua vez, devem “cui- dar do lar”, ou seja, dos afazeres da casa, dos filhos e de toda essa ideia misógina que já sabemos. E mais que empreender em si, mulheres que quebram esses paradigmas acabam ocupando um espaço de representatividade, em que outras mulheres se inspiram e ganham força para fazer, ou mesmo, para ir além.
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Além dos tabus e do padrão de ‘responsabilidades’ a igualdade de gênero no mercado de trabalho e na estrutura social ainda tem um longo caminho a ser percorrido.
O ano de 2023 começou com Shakira se tornando uma das artistas mais comentadas em todo o mundo. Com o vídeo de BZPR Music Sessions #53, ela descarrega tudo o que passou com as traições do ex-marido e jogador do Barcelona, Gerard Piqué, provando mais do que nunca que “as mulheres não choram, faturam”. Mas não são apenas as famosas que transformam os desafios diários em superação e trabalho. No franchising, as mulheres são maioria.
No Brasil, elas foram as mais atingidas pela crise que veio com a pandemia (quase 8,5 milhões saíram do mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2020). Contudo, a porcentagem de mulheres empreendedoras cresceu 41% no mesmo ano, enquanto que o número de homens cresceu apenas 22%.
“Tem uma frase que retrata bem a mulher: ‘eu nunca estive tão cansada, mas eu nunca tive tanta garra’. Depois que vira mãe, por exemplo, a mulher se torna mais criativa, resiliente, tem mais foco, mais força, mais vontade de fazer dar certo e trabalhar melhor. Muitas vezes, ela só precisa de flexibilidade no trabalho para que possa entregar toda essa potência que adquiriu”, comenta Brunna Duarte, head de Marketing e uma das fundadoras do Do It Girls Club, comunidade de networking e conteúdo voltada para empreendedoras e executivas. A plataforma é uma comunidade feminina que transforma a vida de
A porcentagem de mulheres
41% em 2020 e de homens, 22% mulheres, através de uma rede única de networking e conteúdos exclusivos. O ecossistema DIG (@doitgirlsclub) tem como propósito ajudar mulheres a alavancarem suas vidas pessoais, profissionais e financeiras mais rápido, através de um ambiente de crescimento, colaboração, aprendizado e novas conexões.
M E Solo E Empreendedora
Vale ressaltar também que o segundo arranjo familiar mais comum no Brasil é de mães solo, segundo a pesquisa Diversidade e Inclusão, do Instituto Qualibest. Além disso, mesmo quando não são elas as provedoras financeiras da casa, mulheres com filhos têm maior dificuldade de conseguir trabalho em comparação a outras profissionais ou homens.
quando o empreendimento é formado por apenas um funcionário: o dono. Muitas mulheres com as quais conversamos relatam: ‘amo meu negócio, porém odeio números, fluxo de caixa, não entendo nada. Isso pode prejudicar o desenvolvimento do negócio”, contam Brunna e as outras fundadoras da comunidade DIG, Natália Archanjo e Adriana Tavares.
O SEBRAE destaca ainda que os principais desafios para a mulher empreendedora incluem contexto social, as dinâmicas contra preconceitos e a dificuldade em coordenar vida pessoal e profissional. “Existe também a questão de que algumas mulheres perdem suas parcerias por falta de interação. Isso ocorre principalmente por conta da dificuldade de estabelecer as primeiras conexões, justamente por se tratar de um ecossistema em que eles são maioria“, lembra Brunna.
Um Relatório do Banco Mundial de 2022 mostra que mais de dois bilhões delas têm menos oportunidades e direitos econômicos que os homens em 190 países.
Esses obstáculos, lógico, são mais presentes em classes sociais menos favorecidas, onde existem mulheres com menos possibilidades para superá-los, mas eles existem independente da renda. Siga na leitura e co- nheça a história de algumas mulheres que são protagonistas no franchising. Inspire-se.
Luzia Costa, CEO da Sóbrancelhas, conta que seu marido, Renato Júlio, trabalha junto com ela na empresa e a apoia diante dos desafios da vida empreendedora. “Sempre recebi o apoio do meu marido. Eu sou muito grata por ter essa relação. Nós dois viemos de baixo, construímos tudo do zero, e em nenhum momento ele tentou invalidar a minha posição de mulher e empreendedora. Ter ele ao meu lado me incentivando é um fator muito importante, pois, mais que trabalharmos juntos na empresa, temos uma família, e esse equilíbrio é fundamental para continuarmos com a harmonia da vida pessoal e profissional”, comenta a empresária.
Segundo Luzia, é muito triste essa mentalidade pequena e preconceituosa das pessoas de achar que a mulher não pode ter um emprego melhor que o parceiro ou ter uma empresa e se tornar a principal responsável financeira da família. “As pessoas precisam entender que a relação de parceria do casal não vai se afetar pela posição profissional que a mulher ocupa. Pelo contrário: ambos precisam fi car felizes com a vitória de um e do outro, ainda mais a de uma mulher”, conclui.
Bruna Vasconi, dona da franquia Peça
Rara Brechó com 52 lojas espalhadas pelo País, tem o Shark Tank José Carlos Semenzato e a atriz Debora Secco como sócios.
Recentemente, outro Shark Tank - José Appolinário, tornou-se franqueado da rede, já com planos para investir em outras unidades.
A empreendedora, com 13 anos fez sua primeira viagem para comprar roupas num outlet em São Paulo e revender para as minhas amigas em Brasília. “Aos 18, cursava psicologia, ampliei meu mix de produtos e aos 24, prestes a me formar, já casada e com dois filhos eu não poderia me dar ao luxo de emendar na graduação em uma especialização ou algo do tipo. Precisava sustentar as crianças e nesse momento meu networking diário, ou seja, minhas principais clientes não estariam mais à minha disposição, naquele convívio diário da faculdade. Foi aí que surgiu meu ‘primeiro emprego formal’, há 15 anos reinventei o ‘brechó’ no Brasil e fundei a Peça Rara Brechó’, relembra e continua, “o principal desafio foi conciliar todos os papéis que uma mulher decide desempenhar, isso não é tarefa simples. Organizar o dia a dia da minha família, ser presente e ao mesmo tempo me dedicar a todas as demandas da empresa me consomem todo o tempo e energia. É de fato multiplicar para dividir. Eu sofro e choro ás vezes, mas sinto muito orgulho de tudo pois também, além de uma grande realização pessoal e profissional, sei que inspiro outras mulheres, isso é muito recompensador.
Somos multitarefa e nosso universo feminino é versátil, cheio de energia, criativo e pode sim ser muito equilibrado. As dificuldades e até mesmo possíveis crises precisam ser encaradas como combustível e oportunidade de crescimento e realização”.
Ana Carolina da Silva, diretora geral da franquia AF Crédito. Ela que herdou o bastão do pai no negócio entrou na empresa para “quebrar um galho” na parte financeira, já que sua paixão era seguir na área da saúde. Mas não teve jeito, com o tempo ela ganhou espaço no negócio e conquistou sua vontade em trilhar esse caminho ao lado do pai, se tornando o seu braço direito na empresa.
Ela que cursa Gestão Comercial hoje é a responsável geral de toda equipe, analisando indicadores de desempenho diariamente, suporte, como também está por dentro de todas as negociações, novidades e comunicação com os franqueados.
“Ser tão jovem e desempenhar um papel tão importante no ramo em que atuamos, onde ainda somos minoria, é muito difícil. Por diversas vezes em reuniões observei olhares preconceituosos, falas depreciadas. E por esse motivo já me peguei tendo aquela velha síndrome da impostora que ultrapassa gerações. As pessoas sempre acham que por você ser jovem e mulher, você não tem conhecimento, não tem potencial, não está fazendo o suficiente. E o que eu aprendi com todas essas situações foi a ter força e olhar para dentro de mim e reconhecer o meu potencial, focar no que eu sou boa. Nós não somos o que o outro diz e por mais jovem que eu seja eu sempre soube muito bem onde queria e quero chegar e ninguém pode me dizer o contrário”, finaliza a diretora.
Amanda Pinatti, da franquia Dot Bank –banco digital voltado para empresas com alto volume de emissão de boletos bancários – hoje ocupa o cargo de diretora comercial da rede. Mas para conquistar essa posição, ela que entrou aos 24 anos na franquia como backoffice se dedicou muito à empresa, e isso não passou despercebido pelos gestores da marca.
Confiante e determinada, ela que é mãe do pequeno Maurício de sete anos, desde muito cedo aprendeu a lidar com as diferenças e superou os desafios por estar em um negócio, geralmente comandado por homens. “A mulher é pressionada a decidir entre ser mãe ou trilhar uma caminhada na carreira profissional. Mas estamos cada vez mais ganhando espaço para trilhar essa dupla jornada. Aqui no banco, por exemplo, meus pontos fortes foram destacados com maestria pelos gestores, o que me fizeram aprender lidar com as mais diversas situações e aprimorar os pontos que eram fracos”, comenta a diretora.
Viviane Henriques é advogada e há quatro anos lidera a franquia Reino Rural Franchising - espe - cializada em produtos agropecuários como suplemento nutricional animal e fertilizantes próprios da marca. Ela comanda a operação em conjunto com o sócio e fundador do empreendimento Matheus Ferraz. Juntos, se complementam dentro da empresa. Matheus é responsável pelo setor de vendas, e Viviane lida com o administrativo e o call center da loja matriz, na qual possui expertise de anos nesse mercado. Com o setor agropecuário aquecido nos últimos anos e o negócio rendendo bons frutos, resolveram expandir a marca para o franchising, mercado esse ainda pouco explorado no setor de franquias. Hoje a Reino Rural soma 40 unidades em operação atuando exclusivamente com modelo de negócio home office. Para 2023 é esperado que o faturamento fique acima de R$ 15 milhões.
Sete anos após fracas sar em uma loja de presentes e decoração, Ana Paula Ribeiro
Cury resolveu empreender no segmento de artigos religio sos e positividade e criou, em 2016, a marca Santo Santo Santo, em São José do Rio Preto (SP). A ideia surgiu quando ganhou da irmã uma pulseira de silicone com o emblema da cruz sagrada de São Bento.
Devido à sua devoção e ao sucesso da peça entre seus amigos, Ana Paula resolveu revender as peças da própria casa. Para comprar a primeira remessa de pulseiras, ela parcelou no cartão de crédito R$ 2.700. Em seis meses, abriu uma loja física e no ano passado entrou para o franchising. Hoje a loja soma mais de mil itens, entre pulseiras, chaveiros, adornos para carros, terços, incensos litúrgicos, velas aromáticas, etc, mas 60% das vendas continuam sendo as pulseiras de silicone. é evoluir o legado deixado sem mudar a essência da marca, que se manteve viva e sadia por anos”, explica Kohlrausch. Atualmente, a Bibi conta com mais de 150 operações, sendo 19 localizadas no exterior, e está presente em mais de 3 mil pontos vendas, além de exportar para, ao menos, 50 países.
Em menos de um ano de franquia, a marca conquistou 4 unidades franqueadas, além de ter a loja própria também com e-commerce. Em 2022, o faturamento da rede foi de R$ 1,9 milhão.
Andrea Kohlrausch, presidente da Calçados Bibi, atuou em diversos setores da empresa e, em 2010, liderou a estruturação da Bibi Franchising, expandindo o projeto de lojas exclusivas da marca para mais de 87 cidades em quase todos os estados brasileiros e pontos internacionais, registrando um crescimento da rede desde o ingresso no mercado de franquias, em 2008. A empresária assumiu a liderança do Grupo Bibi em 2019, após suceder seu pai, que ficou a frente do negócio por mais de 40 anos. “Assumi a 3ª geração recebendo uma empresa saudável em todas as frentes de negócios e com a missão de tornar a Bibi uma marca global de desejo. O foco
Lucilaine Lima, fundadora do Instituto Gourmet , aprendeu a ser mãe e empresária ao mesmo tempo. “Foram dias de desafios, porém eu tinha a co ragem de continuar e a certeza de que não podia desistir, tinha dias que não era por mim, mas por ele. Essa é a figura de muitas mulheres brasileiras, cada vez que vejo um mulher começando a empreender, lembro da minha trajetória com carinho. Eu sempre fui muito estudiosa e curiosa, apaixonada por conhecimento, óbvio que para vencer os olhares duvidosos e preconceituosos você precisa, de alguma forma, carregar algo que te faça diferente dos demais. No meu caso, eu tinha tanta convicção que as pessoas acreditavam no meu sonho junto comigo. Outra coisa que eu tinha era conhecimento, sempre busquei mais e continuo fazendo isso até hoje, pois, de certa forma você já salta 50% de onde começaria e elimina alguns preconceitos logo de cara. Mas é claro que são momentos desafiadores, aqueles que você consegue identificar claramente, que, pelo fato de ser uma figura feminina, provoca um certo incômodo, isso drena sua energia, pois é cultural e perceptível”, relata. Para a empreendedora, o importante é não desistir. Os momentos de vulnerabilidade são os que mais nos ensinam, aproveite eles com gratidão, são tesouros no meio do caminho da sua jornada, não ignore-os. Se cansar, pare e descanse, depois siga em frente, quando fazemos o que amamos, temos um motivo único para levantar da cama todos os dias e transformar a vida de alguém, é missão, não pode desistir.
Leandra Bisi
Priante, é publicitária e franqueada da 5àsec há 11 anos e membro do conselho da franqueadora pelo terceiro man dato, além de participante dos comitês de marketing, sustentabilidade e inovação. Atualmente, a empresária está à frente de 11 operações da maior rede de lavanderias do mundo. A história empreendedora da profissional deu início após atuar por 15 anos como representante comercial de uma multinacional calçadista na região Norte do país, até sentir que era a hora de novos desafios. Ela conta que a oportunidade de juntar sua experiência de marca e gestão com a vontade de empreender de forma planejada foi o pontapé para entrar no segmento de franquias, escolhendo a 5àsec por ser admiradora e cliente da marca e por identificar espaço de crescimento no mercado local. O ingresso da empresária na franquia se deu após um ano de estudo mercadológico até Leandra desenhar um projeto inédito de lavanderia drive-thru para a franqueadora. A partir dali, Leandra não parou mais de empreender, abrindo diferentes modelos de negócios da 5àsec, como o formato de autosserviço, loja híbrida e armários digitais. Hoje, a franqueada é exemplo e case de sucesso na rede que conta com mais de 520 pontos de venda. Segundo a empresária, vários desafios e adversidades fizeram parte de sua trajetória, mas foram de grande importância para o crescimento e amadurecimento empresarial. “Já senti preconceito sendo uma mulher empreendedora. Porém, sempre respondi com conhecimento, firmeza e educação. Ouvi muitas vezes que herdei o negócio ou que tinha um sócio por trás, e até mesmo que um homem havia iniciado a operação. Para as mulheres que desejam ser empreendedoras, afirmo que temos que garantir a ocupação de mais postos de trabalho e, para isso, é importante que incentivemos políticas afirmativas sobre o tema. Precisamos nos apoiar e, sobretudo, nunca duvidar da nossa capacidade”, comenta. O sucesso da empresária é retratado no livro de coautoria chamado ‘O segredo das empreendedoras de sucesso’, lançado em fevereiro deste ano. A obra conta com depoimentos de 22 mulheres empreendedoras de diversas regiões do Brasil, que revelam os erros e acertos de administrarem seu próprio negócio. Nele, Leandra aborda pontos sobre a necessidade de conhecimento, foco e disciplina para empreender e traz diversos ensinamentos, desafios e conquistas.
As franqueadas TRATABEM e irmãs Maria Augusta, 40 anos, e Juliana Marcolin Olinto, 36, são proprietárias da loja em São Jerônimo (RS). Juliana conta que ao decidir empreender com o projeto da marca, chamou a irmã que à época morava em Florianópolis (SC), e a decisão não poderia ser mais acertada. “Nos negócios já começamos bem”, diz. Em outubro de 2020, em plena pandemia, elas abriram a loja e só no primeiro mês venderam 15 piscinas. Enquanto Maria trabalha internamente, cuidando da loja, da área financeira, estoque, sistema, da gestão da profissional contratada para trabalhar nas redes sociais da unidade etc., Juliana atende os clientes em suas residências, fazendo limpeza, manutenção e todo serviço relacionado às piscinas. “Nós temos perfis diferentes e nos completamos. Eu amo cuidar da parte burocrática, da gestão da loja, enquanto a Juliana ama fazer os serviços externos”, diz Maria, e completa: “Duas mulheres tocando o negócio transmite credibilidade e segurança para os clientes, que veem que fazemos o trabalho com competência e sabem que mulher é multitarefa”.
Água Doce Sabores do Brasil, des cobriu que a marca atuava no segmento por acaso e lembrou do sucesso das franquias no país japonês. Com dinhei ro economizado enquanto morou fora do Brasil e o desejo de ser empreendedora, mesmo sem nunca ter considerado entrar no ramo alimentício, apostou em uma operação da rede. Nascida no Paraná antes de se mudar para Tupã, Shirlei decidiu abrir o primeiro restaurante em Toledo, oeste do estado natal. Franqueada desde 2006, a empresária conta que não sentiu dificuldades por ser mulher empreendedora, mas que tem muito orgulho da sua trajetória. “Acredito que ser mulher me ajuda e fortalece nos desafios do dia a dia. Nesse mundo do empreendedorismo, nós temos um jeitinho especial de lidar com tudo, sempre dando uma pitada de amor ao fazer contato com fornecedores, colaboradores e clientes”, comenta.
Nayara Gomes
Shirlei Noriko Miike Redressa, de 57 anos, morou durante 10 anos no Japão antes de investir no sistema de franchising. Moradora de Tupã, sede da
Ferreira, de 37 anos, é fisioterapeuta e franqueada da Milon do ParkShopping em Brasília, no Distrito Federal, e do Campinas Iguatemi, no interior de São Paulo. Ela conta que atuou durante dez anos na área de formação e iniciou a trajetória empreendedora no ano de 2019, com uma franquia de beachwear. Em 2021, iniciou sua parceria com a Milon, marca que sempre consumiu para vestir os filhos. Nayara sempre se identificou com o mundo infantil e percebeu na Milon uma oportunidade de trazer produtos específicos para a sua região de moradia. Segundo a empresária, nem tudo é fácil para as mulheres empreendedoras. “Infelizmente encontrei várias barreiras durante minha trajetória. Passei seis meses para o estabelecimento comprar a minha ideia de levar uma marca de beachwear para um estado que não tem praia. Desde então, tenho que provar como posso fazer a diferença no mundo empresarial. Atualmente, com muitas viagens, sou diariamente questionada com quem deixo meus filhos, e de como consigo administrar toda logística das minhas unidades. Um conselho que dou para as mães e mulheres que gostariam de ser empreendedoras é que escute seu coração, seja forte e saiba que as dificuldades fazem parte do processo, porém não desista e sempre faça acontecer”, comenta Nayara.
Rochele Lautenschlager, 29 anos, design de interiores e sua a sócia, Rosana Rey, 55, corretora de imóveis, são as mais novas franqueadas da iGUi Conceito de Porto Alegre (RS). Inaugurada em dezembro de 2022, as empresárias investiram R$ 1 milhão na nova loja, que conta com uma ampla área de 700 m² com os modelos iGUis revestidos com a Cerâmica Atlas à mostra e todo o portfólio da rede, que conta com mais de 100 produtos, e que envolve a franquia
TRATABEM
- especializa- da na limpeza, manutenção, assistência técnica e venda de produtos para todos os tipos de piscinas. Rosana se tornou franqueada iGUi há cerca de quatro anos, em Paragominas (PA), e há dois está de volta a Porto Alegre. “É um divisor de águas sempre na minha vida: antes e depois da iGUi. Meu sentimento é de muita alegria e gratidão no meu coração, a Deus, porque sempre pedi uma oportunidade, a essa empresa, às pessoas que dirigem, àquelas que me indicaram”, ressaltou. Para Rochele, é um projeto grandioso e “estar à frente dele dá aquele apertinho gostoso no coração e o desejo e a certeza de que faremos muito e tudo muito bem”, afirma.
Leandra Cruz, é franqueada Casa do Construtor. Ela tentou fugir da genética empreendedora, mas não conseguiu. Filha de dono de supermercado, ela preferiu enveredar para o merca do corporativo, atuando em planejamento financeiro. Mas, não foi por muito tempo. Hoje, ela é franqueada da Casa do Construtor de Louveira (SP) e não se arrepende de ter trocado os 25 anos de dedicação ao mundo corporativo por um negócio próprio. Apesar de o segmento de Casa e Construção ainda ser considerado um segmento árduo para as mulheres, ela não teve medo, ao contrário. “Recebi indicação de um amigo que sua irmã já tinha unidades da Casa do Construtor. Conheci a empresa e o ramo de atuação a fundo e me encantei. Me sinto realizada e acredito que para ter sucesso em um empreendimento como este, é preciso planejamento”, disse.
Empreendedorismo Rosa Em Destaque
Léa Bueno, fundadora e sócia da Tutores Educação Multidisciplinar
Trajetória como empreendedora
Muitas pessoas querem começar sua carreira empreendendo, abrindo um negócio. Comigo foi um pouco diferente. Eu praticava o que hoje se chama de intraempreendedorismo, ou seja, eu agia com mentalidade empreendedora dentro das empresas que trabalhei como funcionária, de forma a impulsionar os negócios. Então, quando surgiu a oportunidade de abrirmos um negócio próprio, meu marido e eu pudemos aplicar tudo aquilo que aprendemos trabalhando dentro de empresas. A Tutores Educação Multidisciplinar nasceu da nossa necessidade pessoal por um sistema de educação complementar capaz de ajudar nossos filhos no desenvolvimento de seus estudos. Como não encontramos nada no mercado com as características que buscávamos, partimos para pesquisar e visitar empresas do setor em diversos centros educacionais nos Estados Unidos. Então, em 2008 nascia a Tutores, pioneira no Brasil na área de franquias de educação multidisciplinar, aulas particulares, reforço escolar e tutoria.
A marca rapidamente se tornou sinônimo de acompanhamento escolar, a principal parceira da família e da escola nos cuidados com o estudante. Com apenas cinco anos de operação, fomos eleitos A Melhor Microfranquia do Brasil de 2013 pela Revista Pequenas Empresa & Grandes Negócios.
Como protagonistas do segmento, investimos no desenvolvimento de cursos livres para acelerar a aprendizagem e material didático-pedagógico para estimulação cognitiva de nossos alunos. Nossas unidades se transformaram então, em centros de estudos de educação integrada, atendendo todas as necessidades do estudante do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
Acredito que 2023 será um ano de muito crescimento para a rede de franquias Tutores, pois o modelo disruptivo de personalização do ensino, que temos trabalhado desde o início, se tornou tendência no mercado da educação atual.
Teve algum obstáculo em relação ao fato de ser mulher nessa trajetória?
Eu nunca senti nenhum tipo de obstáculo pelo fato de ser mulher. No entanto, pelo fato de crescer dentro das empresas em que eu trabalhei, sim. Penso que foi muito mais devido ao fato de subir na carreira do que pelo de ser mulher. Isso sempre vem de pessoas que pensam pequeno e não conseguem evoluir. Essas pessoas nunca crescem.
Pessoas que querem empreender devem estar preparadas para isso. Vão enfrentar muita oposição de pessoas que não acreditam no negócio, que acham que a gente não é capaz e que torcem para não dar certo. E, infelizmente, algumas vezes, essa torcida desfavorável ocorre dentro da própria família.
Acredita que hoje as dificuldades para as mulheres empreenderem persistem?
Acredito que o Brasil é um dos países que mais valorizam a mulher profissionalmente. Toda mulher que sonha em ter seu negócio próprio e tem tempo e disposição para se dedicar àquilo que acredita, vai conseguir prosperar.
Qual seu recado como empreendedora para mulheres que tenham o sonho de empreender?
Meu conselho é que tenham uma mente empreendedora. Trata-se de atitude e pode ser exercia por qualquer pessoa. Empreender é correr atrás de soluções, é buscar inovação, é não aceitar a estagnação.
Comecem sendo empreendedoras no pouco, onde estão. Depois vão subindo os degraus. Sejam empreendedoras na sua casa, na sua igreja, no seu círculo de amigos.
Não fiquem esperando guardar cinquenta, cem ou duzentos mil reais para então abrir um negócio. Seja empreendedora hoje! Comece com o que tem. O mercado de microfranquias oferece oportunidades de negócios com investimento inicial de cerca de 10 mil reais, que permite a viabilização do sonho do negócio próprio imediato.