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Crowfunding nas franquias

CROWFUNDING EM FRANQUIAS

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Como é a versão 2021 desta modalidade

A captação de recursos via equity crowdfunding para redes de franquias é opção diferenciada de investimento e desperta opiniões adversas. Especialistas admitem que este é um novo nicho de oportunidades ao mesmo tempo que recomendam cuidados e análise detalhada na escolha do negócio a investir

AImmo Invest entrou para o mercado em 2021, tornando-se a primeira plataforma eletrônica de investimento participativo com foco no mercado de franquias. A fintech é regulada e autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de ser associada a ABF- Associação Brasileira de Franchising. A plataforma de equity crowdfunding conecta investidores que buscam por projetos com alta rentabilidade, com empreendedores que buscam acesso ao mercado de capitais.

Para o empreendedor é uma alternativa de acesso a capital de giro ou para incremento do seu negócio, como a abertura de novas unidades ou implantação de inovações na operação, por exemplo. sem que ele tenha que buscar empréstimos em bancos. Já para os investidores, é uma modalidade de investimento que oferece cotas de franquias.

Segundo Diego Scalvi, CEO da Immo Invest, o modelo de negócios da Immo Invest permite que empresas de capital fechado façam ofertas públicas de investimentos através da Instrução 588 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o equity crowdfunding. “Nosso propósito é dar acesso

para as redes de franquias ingressarem no mercado de capitais, e para os investidores que buscam investimentos alternativos terem a possibilidade de diversificação da carteira, sempre em busca de maior rentabilidade. A rede apresenta seu projeto aos investidores e oferece uma porcentagem do capital social da empresa em troca do investimento ou estipula uma taxa de juros coerente com o mercado para obter o empréstimo dos investidores da plataforma”, explica.

CAPITAL FECHADO

“É importante ressaltar que uma das exigências da regulamentação que seguimos junto ao CVM é que a empresa ofertante não esteja com capital aberto na bolsa de valores”, informa o empresário.

A exemplo do que já acontece no mercado de startups, o investidor se torna sócio da franqueadora ou da unidade, mas não vira franqueado da marca — ele não tem acesso ao know-how ou à operação do negócio. “Crowfunding no Brasil é muito focado no mercado de startups, que tem um risco mais alto. Já o setor de franquias é mais sólido, tem um negócio já validado com um público mais mapeado”, afirma Scalvi.

Desta forma, o investidor avalia o projeto que está com captação aberta, cadastra-se na plataforma, define o valor a ser investido e realiza uma transferência bancária. De acordo com Scalvi, o monitoramento do investimento pode ser feito a qualquer momento pelo usuário. Também é possível acessar todos os contratos, relatórios e informações do aporte realizado.“Os investidores aportam recursos financeiros para um negócio e recebem a propriedade de uma pequena parte desse negócio. Se a franquia for bem-sucedida, seu valor aumentará, assim como o valor de uma ação nesse negócio, além de receber uma remuneração proporcional ao desempenho no resultado líquido da operação”, explica.

Os investimentos partem de R$1 mil e têm rentabilidade estimada de 12% a 28% ao ano, por projeto. A participação societária pode ocorrer de duas formas: operações do tipo dívida (debt), quando os investidores emprestam dinheiro para os empreendedores e são remunerados com juros, ou aportes equity, que dão aos investidores o direito de ter uma remuneração sobre os resultados da empresa, nos prazos acordados.

A ABF informa que o mecanismo ainda é novo e precisa passar pelo teste de ‘engajamento com marcas e investidores’. Segundo Silvana Buzzi, diretora executiva da entidade, a possibilidade de captar recursos por meio de crowfunding para subsidiar movimentos de expansão de redes e unidades é “mais um indicativo do dinamismo do mercado de franquias, que está sempre buscando novas alternativas em diversas etapas do negócio. Mas, exigirá um maior planejamento dos franqueadores e franqueados para atender às demandas de transparência exigidas”, recomenda.

Para que essa modalidade resgate a confiança que alguns outros movimentos do passado não conseguiram proporcionar a investidores, esses pontos devem ser bem discutidos e alinhados. A avaliação da unidade franqueada (no caso do aporte ser nela), tem que estar bem especificada, por exemplo.

Especialistas ainda relembram ações que, nos anos 70 no EUA, e mesmo aqui no Brasil, no início dos anos 2000 fizeram com que estas e outras dificuldades encerrassem fundos de investimento focados em franquias. Novos tempos, novas soluções. Essa é a roda dos negócios.

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