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Especialistas analisam as tendências do mercado de franquias e do varejo para o ano de 2022

TENDÊNCIAS

O varejo como um todo, o que inclui as franquias, sofreu mudanças e teve adaptações relevantes nos dois últimos anos, principalmente para atender um consumidor mais exigente e as necessidades sanitárias por causa da pandemia. Isso gerou oportunidades e desafios que compõem os movimentos do mercado para o novo ano que se inicia. Buscamos alguns especialistas para tentar antever como o mercado deve se comportar, e ajudar nossos leitores a colocar em prática suas estratégias ‘levando o bolo pronto enquanto o mercado apresenta a farinha’

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Segundo Thais Cordero,

advogada e líder da área societária do escritório Mar-

cos Martins Advogados, “as turbulentas tempestades provocadas pela pandemia estão, finalmente, dando pequenos sinais de melhora. Contudo, o cenário que se desenha é desafiador. Para os negócios que sobreviveram a esse período conturbado, é hora de reorganizar e planejar as ações para o próximo ano.

No Brasil, a perspectiva é de juros mais altos, somado a uma crise hídrica e às incertezas típicas de um ano eleitoral, além da expectativa de crescimento tímido do Produto Interno Bruto – PIB, previsto em apenas 1,57%. No mundo, já se considera um panorama de estagflação, onde a atividade econômica se encontra estagnada em meio a uma alta inflação. Diante de tantas incertezas, algumas medidas devem ser tomadas a fim de conter a crise e alavancar a retomada econômica. Por isso, os empresários que estão com apetite moderado para investimentos de risco, dado o cenário que se desenha, têm na franquia uma opção de aplicação de recursos, tempo e esforços com risco mitigado e um market share já consolidado.”

Dentre as tendências de crescimento de negócios para o próximo ano, a advogada destaca:

INTERNACIONALIZAÇÃO: Nos últimos oito anos, o nível de internacionalização das empresas brasileiras saltou de 12,9% para 21,6%, de acordo com um estudo publicado pela Fundação Dom Cabral. O aumento deixa claro a quantidade de portas abertas para os empreendedores constituírem suas empresas ao redor do mundo – novamente favorecidos pela cotação das moedas estrangeiras e menor tributação em determinados países. A Lei nº 14.195, que tem como objetivo a desburocratização do ambiente de negócios no Brasil, deve reduzir a insegurança jurídica tanto das empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil quando das brasileiras que querem se internacionalizar.

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem 163 redes de franquia brasileiras atuando em 106 países. Entre as nações com maior presença de marcas brasileiras, os Estados Unidos estão no topo do ranking, com Portugal em segundo lugar e o Paraguai em terceiro. Com o dólar em alta, a expansão pode ser ainda mais atrativa para as redes brasileiras. No entanto, é preciso grande apoio jurídico para entender as leis do país em que se pretende atuar.

FUSÕES E AQUISIÇÕES: Com foco em garantir sua sobrevivência, minimizando os impactos econômicos sentidos nesse último ano, as operações de fusões e aquisições vêm batendo recordes tanto em âmbito nacional quanto internacional. Só no primeiro trimestre deste ano, essas operações atingiram US$ 1,1 trilhão, um recorde desde 1998, segundo dados da Bloomberg. Para 2022, a tendência é que

cada vez mais companhias busquem essa estratégia como forma de unir forças, melhorar a eficiência e garantir a continuidade dos negócios.

Vimos grandes movimentos, como aquisição da Grand Cru pela Evino, da Dr. Pet pela Petz, e mesmo a China in Box, que foi comprada pela Spoleto. Esse tipo de movimento possibilita que o setor de franquias dê um salto, criando um crescimento inorgânico. As oportunidades para adentrar neste tipo de negócio devem se acentuar em 2022, visto que muitas podem estar com dificuldades financeiras advindas do período em que foram obrigadas a se manterem fechadas.

REESTRUTURAÇÃO SOCIETÁRIA: A reorganização interna é uma das principais chaves para que as empresas consigam sair da crise. Esse processo é uma consequência das mudanças estruturais que aconteceram ao longo do período dentro das companhias, como também em decorrência das próprias operações de fusões e aquisições. O objetivo é aumentar a eficiência e a competitividade.

As franquias e unidades franqueadas que foram atingidas pela pandemia, agora, precisam ‘colocar a casa em ordem’. Seja pelo falecimento dos franqueados decorrentes do cenário pandêmico ou, mesmo pela perda de parentes próximos que resultou em reanálise de prioridades. Ainda, há casos de franqueados insatisfeitos que querem repassar suas unidades para novos franqueados ou mesmo para a franqueadora.

PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO: Nunca sentimos tanto a vulnerabilidade da vida como neste período de pandemia. Foram mais de 600 mil óbitos causados pela Covid-19 apenas no Brasil – perdas que impactaram muitas empresas. Nesse contexto, a busca por um planejamento sucessório tem sido grande. Segundo o IBGE, a procura por documentação que subsidie o planejamento sucessório aumentou em mais de 50% em 2020. É importante salientar que mais de 90% das empresas brasileiras são familiares e, pensar a sucessão é fundamental. Dados mostram que mais de 70% das empresas não chegam aos filhos e apenas 5% chegam à geração dos netos de seu fundador.

Tendo em vista que a franquia funciona como uma empresa qualquer com o emprego de esforço e dedicação, a despeito do negócio ser um modelo já testado e aprovado, fato é que, de igual forma, demanda um bom planejamento sucessório. Algumas questões

devem ser consideras: há herdeiros dispostos a assumir o negócio? Há colaboradores preparados para se tornarem sócios? Existe a possibilidade de a gestão voltar para as mãos da franqueadora? Todas essas perguntas precisam ser feitas e checadas em seu contrato junto à franqueadora, para garantir a continuidade do negócio mesmo na ausência do franqueado. OS NÚMEROS

O estudo sobre o desempenho do franchising no último trimestre, realizado pela ABF, mostra que o faturamento do setor teve variação positiva de 7,8% em comparação com igual período de 2020 e de 0,4% em relação ao 3º tri de 2019. Os segmentos de Casa e Construção e Saúde, Beleza e Bem-Estar mantêm trajetória de crescimento dos últimos trimestres e o destaque foi para o de Hotelaria e Turismo que teve uma variação positiva de 53,1%, confirmando a recuperação, baseada na demanda reprimida do mercado.

As pesquisas da ABF com redes de todo o País apontam que este movimento está muito ligado à volta gradual da atividade econômica e da vida social, com o consumidor retomando hábitos como alimentação fora do lar e turismo. No terceiro tri, já estava bem adiantada a agenda de liberação das restrições relativas à Covid-19, inclusive com um retorno mais robusto das aulas presenciais. Os shoppings e aeroportos vêm registrando recuperação na movimentação de pessoas. De outro lado, os canais digitais se mantêm aquecidos. Também o delivery, atividades e serviços online e presenciais, conforme o contexto de cada rede, cidade e mercado.

“No segundo trimestre tivemos uma recuperação mais forte, pois a comparação foi com o pico da pandemia em 2020. Agora, comparamos dois trimestres com perspectivas melhores e mesmo assim houve um crescimento, tanto que conseguimos superar levemente o desempenho de 2019, o que consideramos bastante positivo. Logo, fica clara nossa curva de recuperação e entendemos que ela, inclusive, tende a acelerar mais um pouco no final do ano – período com muitas datas importantes para o varejo. A digitalização e os ajustes realizados pelas redes durante a pandemia mantêm um papel muito importante, mas vemos também movimentos mais intensos na área de expansão de unidades e contratação de mão de obra, mostrando que o setor segue rumo a um cenário de maior movimentação”, afirma André Friedheim,

presidente da ABF.

De acordo com a pesquisa, o setor totalizou 1.388.560 trabalhadores diretos nos meses de julho, agosto e setembro, ante 1.254.234 no mesmo período de 2020, um crescimento de 10,7%. Se compararmos o terceiro tri de 2021 com o de 2019, o crescimento foi de 3,4%. Neste estudo a ABF ratificou também uma percepção antiga: cerca de 17% dos empregos diretos no franchising são ocupados por pessoas em sua primeira experiência profissional. “O setor gerou mais de 120 mil postos de trabalho diretos, mostrando a importância das franquias nesta área, principalmente para jovens. Com acesso mais fácil a crédito, menos burocracia e um sistema tributário mais equilibrado, estou seguro de que

o setor poderia gerar ainda mais vagas, tendo um peso ainda maior na retomada da economia”, disse o presidente da ABF.

Segundo Jefferson Ramires, CEO da US Franchising e especialista em estratégias e franchising, “mesmo em meio a pandemia, o ano de 2021 registrou a abertura de quase 1,5 milhão de micro e pequenas empresas e, apesar das incertezas no quadro político-eleitoral e da possível lentidão na retomada econômica, o empreendedorismo continuará em alta em 2022.

CAUTELA

Hamilton Marcondes, especialista no

segmento de franquias, garante que fazer uma avaliação do varejo para os próximos meses e, principalmente, para 2022, depende de muitos fatores novos e antigos que vem influenciando o mercado. “ Existem, também, muitas perguntas a serem respondidas: A Pandemia acabou mesmo? E se acabou, como vai impactar o mercado nacional e mundial em 2022? Há vários setores com carência de matéria-prima, principalmente o de automóveis, que afeta muito a economia. Mas eu acho que o maior problema, que está na nossa porta, e pode piorar, se chama INFLAÇÃO, e não é só no Brasil, há uma grande preocupação com a inflação nos EUA, o que é raro, e também em alguns países da Europa, como na Alemanha.

Os efeitos da inflação no varejo e na economia como um todo são terríveis; já passamos por isto no Brasil, e não estou falando da ‘Híper-inflação’, basta uma inflação de 10% para mexer com o mercado e, principalmente, com o consumidor.”

Hamilton é diretor da HM Varejo & Franchising, consultoria que opera no nordeste há 29 anos. Ele garante que se a pergunta for sobre ‘uma solução’, ela realmente não é fácil.

FECHAMENTO 2021

Dado ao desempenho mais forte nos últimos trimestres, a ABF decidiu revisar suas projeções para o fechamento de 2021. Agora, a entidade projeta um crescimento de 9% no faturamento geral do setor em 2021 (em janeiro/2021 era de 8%) e um crescimento de 4% no número de redes (em janeiro/2021 era de 2%). Para o número de unidades e empregos foi mantida a projeção de 5%.

“Quando analisamos a curva de recuperação, faz sentido o ajuste de nossas perspectivas. Esperamos um desempenho ainda melhor no quarto trimestre, não apenas pela Black Friday, Natal e outros, mas também pela demanda reprimida e, principalmente, pela quase liberação das restrições relativas à Covid-19 associada a um estágio avançado da vacinação, incluindo, em alguns casos, até a terceira dose”, ressalta André Friedheim.

O QUE 2022 PODE TRAZER

Para o especialista Luis Henrique Sto-

ckler, CCO da empresa de soluções digitais para potencializar cadeias comerciais B2B,

6place Plataforma Digital de Negócios e professor da ESPM e FIA-PRO-

VAR, a inflação também é uma preocupação, “O ano de 2022 ainda será um ano desafiador para as redes de varejo e franquias, no meu entender, e são três as principais causas geradoras deste desafio: Inflação, Desemprego e Disrupção e Reestruturação das cadeias produtivas”, prevê.

Veja como cada uma dessas causas pode afetar o Sistema de Franquias, conforme o especialista: A INFLAÇÃO que ao mesmo tempo que corrói a capacidade de consumo da população, pressionando o crescimento da venda lá na ponta das unidades franqueadas, e também nas áreas de operações das redes, esgarçando o relacionamento Franqueador/ Franqueado e Indústria/Varejo, também acelera a busca pela aquisição de franquias e expansão de redes. Os potenciais franqueados já sentem atualmente suas poupanças e investimentos em risco por este fator e enxergam nas franquias e expansão uma boa opção para um melhor retorno financeiro de seu patrimônio.

O DESEMPREGO, já em alta desde o início da crise, não tem perspectiva de ceder e cada vez mais vai “empurrar” brasileiros para o empreendedorismo e, com mais segurança, para as redes de franquias. Esse movimento é recorrente em todas as crises e altas de desemprego por que passamos, desde que iniciei a trabalhar com franquias a 28 anos. Esta explosão de vendas de franquias nestas épocas gera duas consequências, o rápido crescimento de redes nem sempre acompanhado pela sua capacidade de entrega e suporte à operação, e, às vezes uma venda “fácil” de franquia para um candidato muito ávido pela compra que nem sempre medo a responsabilidade de empreender e planejar. Para ambas as redes, de Varejo ou Franquias, também permanece o risco do crédito ao consumidor e a corrosão de seu poder de compra que reflete na perspectiva de vendas.

A DISRUPÇÃO E REESTRUTURAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS em andamento pela digitalização dos negócios, da indústria até o consumidor final, agora verdadeiramente e cada vez mais “ominichanel” e fortemente acelerados pela pandemia, tem exigido investimento e esforço dobrado de todos os franqueadores, novos e antigos, no rearranjo de margens, volumes e processos logísticos. Para dar conta desta transformação, investimentos pesados têm sido realizados em todos os eles desta cadeia, tanto nos 3 pilares dos negócios, Pessoas, Processos e Sistemas, como na cultura e na relação das partes, incluindo as relação franqueador/ franqueado e Indústria/Varejo.

Portanto, o recado que Luis deixa, “preparem-se, pois o tempo de mar calmo e brisa leve ainda não chegou e não sabemos quando virá, no entanto, a boa previsão do tempo já nos indica que ajuste temos de fazer em nossas velas e que rumo devemos tomar. Bons negócios e Feliz 2022.”

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

“Fusões e aquisições continuarão a todo vapor em 2022. Escala é o nome do jogo. Veremos o surgimento de novas multi-franqueadoras e a consolidação das já existentes.” André Friedheim, Presidente da ABF – Associação Brasileira de Franchising, MasterFranqueado da Rede Café do Ponto e fundador da Francap Consultoria

Para o economista Daniel Bernard, fundador e CEO da NetplaN Consultoria, especializada em varejo e franchising, o pico de fusões e aquisições que aconteceu neste ano de 2021, deve diminuir no ano que vem. “Quem buscou se juntar o fez sobretudo em 2020 e 2021, durante a pandemia. Esperamos um ano menos favorável para M&A em 2022 sobretudo por ser um ano eleitoral e de ritmo de crescimento ainda incerto, com previsão de desaceleração do ritmo de crescimento do PIB. Por outro lado, o Brasil deve crescer, e muito, até o final desta década, em função de diversos investimentos estruturantes que estão sendo feitos pelas autoridades. Dentre os vetores de crescimento, a tecnologia do 5G e o avanço da Inteligência Artificial serão responsáveis por oportunidades e mudanças na infraestrutura de transportes e logística, por exemplo.”

Daniel Bernard, fundador e CEO da Netplan Consultoria

Adir Ribeiro CEO e fundador da PRAXIS BUSINESS

“O Franchising nacional, como todos os outros modelos de negócios, precisou se ajustar e atualizar, seja em produtividade e velocidade, como em novas soluções para os clientes, cada vez mais antenados e conectados. A transformação foi digital, mas também cultural e evidenciou a força e importância da relação franqueador e franqueados, a necessidade de comunicação e alinhamento e a proximidade, mesmo que remota, tornaram-se mandatórios para a sobrevivência e crescimento das redes de Franquias.

“Para 2022, o que vemos para o varejo e as redes de franquias em geral é a necessidade de consolidação das mudanças impostas pela pandemia e pela consequente mudança dos hábitos e costumes. Isso deverá vir pelo aprofundamento do uso da tecnologia na gestão, pelo trabalho cada vez mais especifico e profundo de entendimento de como funcionam as mídias digitais com o apoio de especialistas uma vez que cada vez mais isso está virando uma ciência e não sobrará lugar para tentativas ou achismos.

Outras consolidações dizem respeito ao contínuo aumento exponencial de compras pela internet e pelo crescimento de negócios home based, quando possíveis, como as próprias redes de marketing digital. Isso, entretanto não invalida o crescimento de segmentos que exigem pontos físicos e como grande tendência vemos um grupo de segmentos que na verdade podem ser chamados de “bem estar” e que envolvem negócios de saúde, beleza, estética e mais recentemente uma onda de academias tipo estúdios menores, de exercícios funcionais que operam com o apoio de aplicativos.

Segmentos tradicionais seguirão em alta, como alimentação, laser e outros que possam transformar a compra em alguma forma de experiência e vivência que se agregue ao produto” Paulo Ancona Lopez, Diretor na Ancona Consultoria, Transformador de Empresas e Modelador de Estratégias e Negócios

“ Com o dólar alto, produtos e equipamentos brasileiros se tornam um pouco mais competitivos. Não tanto porque a inflação está corroendo a nossa diferença de câmbio. Isto faz com que empresas brasileiras queiram levar seus produtos para fora. Mas, mais importante que isto, é a força da diversificação internacional que faz com que todas as empresas que tem mercado busquem esta estratégia! E no pós-pandemia muitos governos de Países focados na retomada econômica, estão injetando dinheiro em suas economias através de empréstimos subsidiados, como por exemplo a linha Portugal 2030 que a Global Franchise está representando no Brasil. Por outro lado, ficou mais cara a entrada de franquias estrangeiras no Brasil, mas, mesmo assim, isto não está impedindo a entrada de muitas novas empresas, atrás do pujante mercado brasileiro! Enfim, como diz o ditado “os cães ladram e a caravana passa”, isto é, os investimentos vão continuar fortes por todos os lados e em todo o mundo, por mais que a criem as tais ‘nuvens negras’! Tem muito dinheiro sobrando e procurando boas oportunidades de negócio!” Paulo Cesar Mauro é especialista em internacionalização e franquias, diretor da Global Franchise

CAPA

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

“O franchising é sem dúvida a melhor forma de empreender e, ‘todas as áreas de negócio podem ser frutíferas e tranformar-se num modelo de franquia’, basta o franqueado e o franqueador terem uma atitude empreendedora, estarem comprometidos com o modelo de negócio e a sua evolução. A APF- Associação Portuguesa de Franchising quer dinamizar o mercado interno de franchising e promover a expansão internacional dos seus associados e, para isso, assume como missão principal o estudo, divulgação e promoção do sistema em Portugal, sempre com o reconhecimento das boas práticas do Código Deontológico Europeu. As vantagens do franchising existem, tais como ser um investimento em marcas já testadas no mercado, a troca de experiência e a economia de escala. Hoje os números do franchising em Portugal demonstram um mercado sólido, com cerca de 530 marcas ativas, mais de 15 mil PME’s e um peso de 5,7% do PIB português. Os cursos da Academia do Franchising são integralmente construídos pela APF e com o objetivo de formar futuros empreendedores, neste modelo de negócio. Para além dos cursos, a APF organiza vários eventos ao longo do ano, o que permite incentivar a expansão das marcas e o networking entre associados. A médio prazo, a APF prevê a realização da ExpoFranchising, em Lisboa, em abril de 2022 e o Norte Franchise no Porto no segundo semestre.” Cristina Matos, Secretária Geral da Associação Portuguesa de Franchising (APF) e Presidente da TF do Conselho de Mundial de Franchising (TF.WFC), representado Portugal e os interesses do franchising a nível mundial

Arlan Roque Gerente de Expansão e Novos Negócios na Cacau Show

“Encerramos este ano com resultados excelentes, tanto em expansão de novas operações quanto na performance de venda das lojas! A leitura que faço em relação ao franchising, seu crescimento e a confiança do empreendedor é que cada vez mais negócios que ofereçam segurança e seriedade ao franqueado, aliados a competitividade do segmento e versatilidade do franqueador no sentido de se adaptar as circunstâncias com velocidade e visão do atendimento ao cliente final, permitirão a continuidade do crescimento em 2.022. O franqueado e o consumidor, querem simplicidade e agilidade em processos.”

“Após um grande período de privações, instabilidade e medo, acredito que em 2022 vamos encontrar consumidores que prezem pela melhor experiência de consumo em suas compras - sejam elas de produtos ou de serviços. Sendo assim, negócios que estejam bem posicionados no físico e no digital estarão muito à frente dos demais. Para mim, o foco em 2022 é o fortalecimento da experiência de consumo.”

Renata Rondon Diretora do Núcleo jurídico/ operações na US Franchising

“Para 2022 o varejo terá crescimento de modelos de vendas híbridos, uma atenção maior ao avanço do ESG, com mais foco na diversidade, governança, sustentabilidade e precisará de um alinhamento com os valores da geração y (os millennials) e principalmente da geração z (nascidos entre 1995 e 2010), que têm mais liberdade criativa.

Os sistemas de gestão estarão alinhados com soluções de comércio eletrônico e com inovações nas lojas físicas, como pagamentos por QR code ou reconhecimento facial.

Também é importante estarmos atentos aos aprendizados de 2021, para evitar o recrudescimento da pandemia em 2022 e tudo cair por terra.

Jefferson Ramirez CEO US FRANCHISING Especialista em estratégias

“O varejo sempre consegue inovar nas crises mas é preciso que o governo faça a sua parte, não só no controle da inflação como na geração de empregos. Pessoas desempregadas não consomem, e para piorar 2022 será um ano de eleições, ou seja não será um ano fácil. Enfim, as dúvidas e algumas respostas estão aí, creio que a partir de segundo bimestre do ano poderemos fazer uma avaliação melhor das tendências. Visto que os rumos da economia vão se desenhar com mais nitidez. Quanto ao setor de franquias, este está se recuperando ‘apesar ou por causa’ de tudo que já disse anteriormente, as pessoas querem mais do que nunca investir em um negócio seguro, e o ‘Sistema de Franquias’ ainda é a melhor solução. Mas essa recuperação não isenta as redes de franquia de pensar e planejar mais na frente, afinal franquia é varejo”, reforça. Hamilton Marcondes HM Varejo e Franchising

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