Revista Gastronomia & Turismo

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LUXO

The Leading Hotels of the World

FIRST CLASS

Voando na British

PRIVATIVO

Cruzeiros MSC

FIJI

Comes & Bebes no Pac铆fico Sul

CURITIBA

Surpresas Enogastron么micas

ALENTEJO Vinhos

G&T

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Sumário

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FIJI

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ENTREVISTA Francisco Sampaio e o Minho étnico-gastronômico

MANU BUFARA

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LEADING HOTELS

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CRÍTICA Sofrendo no francês

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PORCINI 1.250 rótulos

CENTRO EUROPEU Escola de gastronomia é aqui

43 MOËT & CHANDON

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CURITIBA Capital gastronômica

TÓQUIO Comendo lá

ALENTEJO Evolução dos vinhos


ao leitor Foto: LHW

Carta

A Revista Gastronomia & Turismo (G&T) aporta no competitivo mercado editorial para brindar o leitor com leituras (e imagens) que falam, em sentido amplo, do turismo gastronômico. Trata-se de uma revista para quem gosta de ler, obviamente, mas para quem gosta de ler com um pouco mais de profundidade. Vamos transitar, em nossas edições, do alto luxo ao pastel de feira, do vinho paranaense à bebida de Madame de Pompadour, da indústria alimentar de uma cadeia de fast-food às políticas internacionais no combate à fome. Otimismo, desafios, perseverança são as palavras de ordem. As mesmas que brotam da esperança de nosso povo neste Brasil pós-mensalão, neste Brasil renovado, de alma lavada e atento à sua cidadania. Um país de fé, sem fome, educado, alegre e que vibra. Um país charmoso, lindo, com ginga e finesse, com inteligência e savoir-vivre. Nesta edição de lançamento, a matéria de capa apresenta o exclusivíssimo selo da Leading Hotels of the World, que outorga a determinados hotéis a mais alta classificação da hospedagem de luxo. E já que falamos na amante de Luís XV, vamos apresentar ao leitor o pepino-do-mar, iguaria caçada em Fiji, no Pacífico Sul, e transportada para a Europa pelos desbravadores daquele arquipélago no século XVIII – para saciar, claro, os gourmets famintos por bêche-de-mer. Nossos jornalistas, colunistas e colaboradores vão ajudar a adoçar o conteúdo desta edição de lançamento, sem, contudo, esquecer que uma ou duas gotas de limão ou vermute fazem a diferença naquilo que se come – ou se bebe.

Gastão Neto publisher

Capa: Hotel Villa San Michele, Fiesole (Florença) Monastério séc. XVI desenhado por Michelangelo Publisher Gastão Neto

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Editor de jornalismo Adir Nasser Jr. adir@revistaget.com.br

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Arte/Web design Vorus Design

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Impressão e acabamento Gráfica Regente Tiragem: 10.000 exemplares Distribuição gratuita em Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e zona sul do Rio de Janeiro: livrarias e bancas nobres, hotéis de luxo, restaurantes expressivos, agências de viagens. G&T possui mailings vip e comercial estratégicos, que incluem executivos de grandes empresas, diretores e políticos de diversas instituições, trades turístico e gastronômico, formadores de opinião – entre os quais jornalistas e artistas.

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Réveillon na Bahia com vida de príncipe Grupo milionário espanhol Iberostar aposta em festa com requinte Por Ataíde Nemésio, com assessorias

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Fotos: divulgação

Good vibes (boas vibrações). É assim que todo mundo gosta de iniciar um novo ano. Então, positive vibrations em 2013! Pensando nisso, os resorts Iberostar Bahia e o Iberostar Praia do Forte (ambos 5 estrelas), localizados a menos de uma hora de Salvador, resolveram oferecer aos seus hóspedes na virada do ano um ambiente sofisticado, aconchegante e cheio de atrações, combinação ideal para atrair “tudo de bom” no ano novo. Os dois hotéis ficam dentro do mesmo e fabuloso complexo hoteleiro, e os hóspedes do Praia do Forte, uma pitada mais caro, podem transitar por todo o complexo, diversificando e aumentando assim a “territorialidade” do hóspede. E já que é Bahia, vamos baianar. O cantor Magary Lord será a principal atração do réveillon. (Informação importante para os viajantes do ritmo: Lord vem se destacando como a nova sensação da música baiana, com um estilo definido como black semba, mistura de semba de Angola, samba do Recôncavo e black music.) O músico apresentará um show com muito balanço e animação, tocando seus maiores sucessos como “Circulou” e “Inventando Moda”. Vai bombar é pouco. Lagostas É hora de lamber os beiços. A programação vibrante inclui uma ceia de gala especial comandada pelos principais chefs do Iberostar. “Estamos bem preparados para oferecer as melhores opções gastronômicas aos hóspedes. Só para este período já encomendamos uma tonelada e meia de lagosta e uma tonelada de camarão”, informa o diretor comercial e marketing do Iberostar no Brasil, Orlando Giglio. Para completar, a festa da virada terá oito minutos de fogos de artifício para os felizardos. All inclusive Os hotéis contam com estrutura completa de lazer, spa e campo de golfe. E com tudo incluído: alimentos e bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) de alto padrão, atividades, entretenimento, minibar e acomodação – ou seja, tudo isso dentro do valor da diária. As opções de pacote entre os dias 26 de dezembro a 2 de janeiro são a partir de R$ 841,00 por pessoa no Iberostar Bahia, e R$ 996,00 por pessoa no Iberostar Praia do Forte.

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E n t r e v i s ta Culinária do Minho Francisco José Torres Sampaio é um intelectual da gastronomia e do turismo. Concedeu entrevista à G&T por e-mail. Natural de Braga, Minho (extremo Norte atlântico), é licenciado em Ciências Históricas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e pós-graduado em Programas de Direção de Empresas, pela Universidad de Navarra, Espanha. Autor de mais de 50 livros, recebeu a Medalha de Prata de Mérito Turístico da Secretaria de Estado do Turismo, a Medalha de Ouro ao Mérito Turístico, pelo Comércio de Pontevedra, a Medalha de Honra da Xunta da Galiza, a Medalha de Cidadão de Mérito da Câmara Municipal de Viana do Castelo, a Comenda de Mérito por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, entre outras distinções. Por Ataíde Nemésio

G&T O senhor tem um artigo acadêmico intitulado “A gastronomia como produto turístico”. Como e quando a gastronomia se torna um produto turístico? Francisco Sampaio Na ótica do marketing, um produto é mais do que a sua descrição pura e simples. Será o conjunto (pacote) de atributos tangíveis e intangíveis pertencentes a algo (bens ou serviços), cujos benefícios irão satisfazer as necessidades dos seus compradores ou utilizadores, a um determinado preço. Na perspectiva do marketing turístico, o produto possui certas características que o individualizam e tornam distinto. Convém ainda realçar, no que concerne ao produto turístico, o seguinte: o elemento móvel é o consumidor; exige consumo imediato (não admite stocks – perecibilidade); dificilmente vemos dois “produtos turísticos” iguais – difícil estandardização; é suscetível de sazonalidade; existe rigidez de oferta – localização estática (apenas muda o aspeto exterior); existe acentuada concorrência entre “produtos turísticos” (inclusive) estâncias/resorts/ spas /segundas residências; montanhas/praias; urbano/ rural); tem um preço: a qualidade atribuída ao produto em termos de relação custo/benefício (value for money), com aumentos de grau de exigência e expectativas (excelência). G&T Na qualidade de ex-presidente da Região de Turismo do Alto Minho (RTAM, Portugal) – e atual presidente do Conselho Superior da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal –, do ponto de vista ambiental e culinário, o que chama a atenção do turista nessa região? FS Para dar ênfase à clara diferenciação dos espaços

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geográficos de relevante interesse paisagístico, sejam no litoral ou na montanha, o Minho inscreve no âmbito da sua diversificada oferta o produto turístico designado por turismo da natureza composto por estabelecimentos, atividades, serviços de alojamento e animação turística e ambiental, realizados e prestados em zonas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas, respectivamente: Parque Nacional da Peneda Gerês; Parque Natural do Litoral Norte; Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, e Área de Paisagem Protegida de Corno de Bico. Em relação à parte culinária, o Minho, rico em produtos da terra, senhor da farta variedade de mariscos e de peixes, apreciador há séculos do saboroso bacalhau de cura amarela da seca de Viana, possuidor de vinhos frescos e capitosos, o Entre Douro e Minho (agora espartilhado entre duas províncias Minho e Douro Litoral), pratica uma das mais gulosas gastronomias do espaço português. G&T Como defensor da Cozinha Atlântica, explique o que vem a ser essa cozinha? O que entende por “cozinha de emoções”? FS Da Cozinha Atlântica, [no que concerne ao] clima necessariamente atlântico, tal como dizia Pero Vaz de Caminha para definir os ares do Brasil ao rei D. Manuel I “carta sobre o achamento” de Maio de 1500: “A terra é de muitos bons ares, assim frios e temperados como os d’Antre Douro e Minho”. Como, aliás, Orlando Ribeiro tão bem definiu no seu livro Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico [Coimbra Editora, 1945], [em que fala sobre] o Minho e a Galiza: temperaturas suaves, um tempo úmido,


uma zona intermédia entre o Atlântico e o Mediterrâneo, na fachada ocidental do continente europeu, a que genericamente se podem agrupar a Irlanda e a parte mais ocidental da França e do Reino Unido. De uma história da alimentação e de uma gastronomia e vinhos próprios: destaque para a agricultura de montanha e das ribeiras suportada basicamente por uma produção extensiva de carne (raças autóctones: Barrosã, Mirandesa, Maronesa, Ternera Galega); os produtos hortícolas da vertente atlântica; os frutos; os peixes e mariscos, as algas e o sal; o leite e seus derivados; o pão de milho (boroa [broa]); os vinhos jovens (desde os vinhos verdes aos Alvarinhos) e outras bebidas alcoólicas (cidra). Da nova Cozinha do Alto Minho ou de uma cozinha... de emoções: sem querer fazer disto uma regra, creio que poderíamos através desta sequência otimizar aquilo que

se pretende: a requalificação e inovação da gastronomia e doçaria locais, desenvolvendo um marketing empresarial da restauração e hotelaria, contribuindo, assim, para o inventário e ressurgimento da gastronomia tradicional. Todas estas experiências, sobretudo toda esta vontade de inovar, obriga-me a refletir e a dizer o seguinte: tal como concluem Camilo, Eça, Ramalho Ortigão, Aquilino Ribeiro, Couto Viana, Ruben A., entre outros, será no comer provinciano que estará a genuína cozinha portuguesa e é nesse elogio de comer que os nossos maiores nos esclarecem, afirmando que não será com o afrancesamento da gastronomia portuguesa (língua e cozinha) que a nossa gastronomia vai alcançar aquilo que os franceses designam como a haut cuisine, nem agora com a globalização e a combinação de dietas! Para isso, basta-nos recordar do Eusébio Macário a conversa

do Barão do Rabaçal e o Abade pedindo notícias sobre a Felícia. Ou, já em Eça de Queiroz, tão permeável à cultura gastronômica francesa (Os Maias), em que João Ega encomenda os petits pois à la Cohen. Antes deliciarmonos com as receitas do Abade de Cortegaça “no meio dos sermões, ao domingo, ensinava a maneira de preparar o bacalhau”, tomando o partido da sadia cozinha tradicional. Não precisamos, pois, para nos afirmar, da nouvelle cuisine na acepção do seu criador Paul Bocouse, peremptório face à clientela que o consagrou: Rien dans le plât; tout sur l´addition [nada no prato, tudo em cima da conta]. Muito menos a “cozinha de fusão”, globalização culinária com fortíssimas influências asiáticas em geral e japonesas em particular. A coragem de selecionarmos, dentre o enquadramento regional que diferencia as cozinhas tradicionais e as matérias primas autóctones, os cardápios, não menus, que pela sua autenticidade, memória e identidade, foram eleitos pelos consumidores, reconhecendo-lhes o estatuto de Excelência. É tempo de escolhermos as receitas que, na inovação da tradição, nos darão a honra de podermos equipararmo-nos a qualquer outra alta cozinha, seja de que país for. Pretendemos, como já o afirmamos repetidas vezes, recuperar a cozinha vernácula (étnica, familiar, caseira e tradicional), uma cozinha simples, sóbria, rica de sabores fortes e pessoais, saudável. Mas desejamos também inovar, ter uma nova carta gastronômica, com renovadas ofertas na nossa História da Alimentação. Condição: nova cozinha, sim; novos sabores, sim... mas com um fundamento tradicional, uma Nova Cozinha de Emoções: em que não há clientes, mas convidados; não há oferta de serviços, antes um palco de experiências, vivências, pessoais, inesquecíveis, únicas; em que não há empregados, antes colaboradores; em que não se vendem lugares, tão só ambientes de convívio, confraternização, cultura, também, fechos de promissores negócios. Afinal, o Symposium grego, o Banquete romano. G&T Em seu paper o senhor faz referência à cultura castreja. Qual a sua influência na formação do espírito português, ibérico, seus gostos e idiossincrasias? FS Transcrevo os versos do agrônomo engenheiro Castro Caldas: Ser Minhoto é ser Celta; Castrejo Galaico, / pouco Lusitano: mais Suevo do que Visigodo; / nada Mouro. / Aragem do Atlântico sobre o Mediterrâneo. / Do berço de Portugal, não da Colónia. / Se perguntar se é bom ou mal, / julgo que é apenas tal e qual: / mais enxada do que charrua, / mais regadio do que sequeiro, / mais prado que pousio, / mais trabalho do que terra.

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OS ENCANTOS DE FIJI COM NATUREZA EXUBERANTE E BEM PRESERVADA, ARQUIPÉLAGO ATRAI MILHARES DE TURISTAS TODOS OS ANOS Por Adir Nasser Jr.

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o coração do Pacífico Sul, entre as ilhas da Polinésia e da Melanésia, a natureza plantou um encantador arquipélago vulcânico cercado de ilhotas de coral, com paisagens estonteantes – Fiji,

hoje um dos mais requisitados destinos turísticos da Oceania.

Embora apenas um terço de suas 322 ilhas seja habitado, há muito que fazer neste paraíso do Pacífico. Não à toa, 675 mil turistas visitaram Fiji em 2011, hospedando-se nos seus charmosos hotéis ou magníficos resorts para aproveitar ao máximo as belezas do lugar, cercado de uma incrível água cristalina, com bem preservados atóis, lagunas, recifes e vegetação nativa.

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As maiores ilhas são Viti Levu – onde fica a capital e principal polo turístico do país, Suva – e Vanua Levu, ambas de constituição vulcânica. Além delas, Taveuni (por onde passa a linha internacional de mudança de data) e Kadavu também têm dimensão considerável. Na capital, uma das mais cosmopolitas do Pacífico Sul, o visitante poderá contemplar as construções do período colonial inglês, bem como templos das diversas confissões religiosas existentes no país. Valem visitas ao Museu de Fiji, à Catedral Católica e ao exuberante Mercado Municipal, repleto de frutas e vegetais exóticos, frutos do mar e especiarias. Ainda em Viti Levu fica Nadi (pronuncia-se “Nandi”), um importante ponto de trânsito para outros destinos do arquipélago. Nela se destacam as belas praias


Fotos Shutterstock

de Wailoaloa e Newton, o templo hindu (o maior do Pacífico) e o Jardim do Gigante Adormecido. Vanua Levu, por seu turno, preserva mais acentuadamente os traços pitorescos do país melanésio e é cercada por incríveis praias adequadas para esportes aquáticos; o interior acidentado, propício a caminhadas e escaladas. Os demais grupos de ilhas são formados por corais e também repletas de atrativos, como as Mamanuthas, minúsculas formações a Oeste de Viti Levu, muito populares entre mergulhadores e surfistas por suas ondas e recifes. EXCLUSIVOS – Já Turtle Island, um destino para casais apaixonados, cravado no grupo das Yasawa, é um privilégio para poucos. Ilha quase deserta no arquipélago, Turtle tem acesso limitado a 14 casais de cada vez. Os 28 privilegiados poderão passar sua lua-de-mel em chalés individuais com alimentação e bebida no sistema “all inclusive” e desfrutar de uma praia privativa por casal, além de passeios de iate ou veleiro, passeios a cavalo pelo campo, mergulho e pesca submarina.

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Outro paraíso de acesso restrito é o Dolphin Island, uma ilha-resort, próxima de Viti Levu, que só aceita quatro hóspedes por noite. Nela, o destaque são as construções em arquitetura tradicional do arquipélago. Em Kiabu, também uma ilha exclusiva, a atração para os turistas é a prática de windsurf, além de visitas às grutas do local. G&T 11


De forma geral, a geografia do arquipélago e a moldura das belezas tropicais intocadas permitem a prática das mais diversas atividades de lazer, que são oferecidas tanto pelos grandes resorts como pelas pensões à beira-mar: surf, escalada, caminhadas na praia e no interior, mergulho, pesca. Já o grande número de ilhas desertas abre a possibilidade de incursões embarcadas. DIVERSIDADE A geografia humana em Fiji também encanta. A população, de 900 mil habitantes, é uma mistura dos antigos melanésios e polinésios com europeus e descendentes de trabalhadores indianos, que vieram

para o país no século XIX. Esta composição se reflete nos idiomas falados no país: o fijiano, o inglês e uma versão local do hindi. A população é majoritariamente cristã (64%), com minorias hindu (28%) e islâmica (6%). Alcançada em 1643 pelo explorador holandês Abel Tasman, que procurava a Austrália, Fiji não entrou na rota comercial europeia senão 130 anos depois. Naquela época, os navegadores consideravam uma insensatez ir a Fiji tendo de passar por desafiadoras barreiras de corais e podendo, de quebra, defrontaremse com canibais. Hoje, os milhares de turistas que vão a Fiji não encontram nem hostilidades nem barreiras rumo a este paraíso, a começar pelo visto de entrada, dispensado para egressos de quase todos os países. PASSEIOS RECOMENDADOS EM FIJI • Jardim do Gigante Adormecido (Garden of the Sleeping Giant) é uma área de 20 hectares repleta de orquídeas nativas do país e de muitas flores, como lírios e outras plantas exóticas. Originalmente, era o jardim anexo à casa de Raymond Burr, ator canadense naturalizado norte-americano, que manteve estreito contato com o arquipélago em razão de sua paixão por coletar conchas marinhas.

Foto: Helio Ciffoni

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• O Museu de Fiji, localizado no centro dos jardins botânicos de Suva, é um local bastante interessante para que o viajante conheça um pouco do passado do país. Muitas das tradições são contadas na


Foto: Helio Ciffoni

exibição, que dispõe de artefatos com mais de 3.700 anos. •

The Pearl Fiji Championship Golf Course and Country Club, localizado em Pacific Harbour, em Viti Levu, conta com um expressivo campo de golfe com desafios instigantes mesmo para esportistas experimentados. Os 60 buracos, obstáculos com água e ventos dão mais emoção ao jogo, que é disputado num ambiente cercado de floresta tropical exuberante.

OS SABORES TAMBÉM SÃO UM ESPETÁCULO A comida, relativamente barata e saudável para os mais diversos tipos de viajantes que vão a Fiji, pode ter qualidade muito variável, conforme alertam os guias. A comida local, que pode ser encontrada em pequenos restaurantes de cada cidade, inclui sobretudo frutas

Foto: Helio Ciffoni

tropicais – disponíveis em mercados de produtores rurais detodas as cidades conforme a disponibilidade sazonal – e uma exuberante diversidade de frutos do mar. Nas frutas tropicais sobressaem as variedades doces de abacaxi. Entre as especialidades da cozinha fijiana estão o kokoda, que são peixes ou frutos do mar em cubos marinados em limão e leite de coco, e o paulsami (folhas de taro ou dalo – vegetal típico do Pacífico, no Brasil chamado inhame-coco ou inhame de Açores – marinado em suco de limão e leite de coco, com recheios opcionais de carne ou peixe, ou ainda cebola ou alho). Outros pratos apreciados são a duruka, feita com aspargo cozido em creme de coco, e o miti, que é um creme de coco espesso, combinado com cebolas, limão, sal e pimenta. Os fijianos ainda preparam diferentes pratos tendo a mandioca (tavikoa) como ingrediente principal. A comida oferecida nos vilarejos


de um animal muito apreciado nas mesas europeias de então – o pepino-do-mar (bêche-de-mer). Em busca dos invertebrados marinhos, cuja captura era muito bem remunerada pelos gourmets do Velho Mundo, o temor das barreiras de coral foi superado e os exploradores finalmente se estabeleceram em Fiji, onde também encontraram uma grande fonte para extração da madeira de sândalo. BEBIDAS

frequentemente é bem mais envolvente em termos de sabor e das características pitorescas do que aquela servida nos hotéis e resorts. Nas aldeias, é possível experimentar a técnica do lovo, que é o cozimento dos alimentos em fornos de terra: faz-se o fogo diretamente no chão, e os alimentos, embalados em folhas de vegetais, são dispostos sobre as brasas. Em seguida cobrem-se as brasas com folhas ou areia; os alimentos ficam por horas num sufocado aquecimento, até que as delícias tropicais estejam prontas para ser degustadas. Curiosamente, a colonização de Fiji pelos europeus tem algo a ver com a alimentação. No século XVIII, os exploradores relutavam em aportar no arquipélago pelo risco que as barreiras de coral representavam. Porém, descobriu-se que as águas de Fiji eram habitat

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Uma das mais populares e apreciadas bebidas de Fiji é a yaqona, também conhecida como kava ou grog pela população local. Trata-se de uma bebida feita a partir da raiz da kava (ou kava-kava), uma planta piperácea do Pacífico, o que lhe confere um sabor terroso e apimentado, capaz de deixar dormente a língua (entre cinco e dez minutos) e causar relaxamento nos músculos. A yaqona é levemente intoxicante, especialmente se consumida em grandes quantidades e não pode ser ingerida juntamente com bebidas alcoólicas. O uso da bebida teria se disseminado durante as disputas internas pelo controle dos vilarejos em Fiji, nas quais a violência incluía ações de canibalismo entre as facções em disputa. O emprego da yaqona ajudava aos líderes selar a paz com mais facilidade... Para quem procura algo mais convencional, nem por isso mais monótono, degustar à beira-mar os cocktails, juntamente com as frutas tropicais – muitas de sabor realmente exótico –, e os diversos mariscos disponíveis pode ser uma ótima opção oferecida pela rede de hospedagem nas ilhas.


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O PRAZER DAS SENSAÇÕES Por Fábio Carnielli

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esde a Antiguidade o vinho é símbolo de destaque em várias culturas no mundo. Começando com os fenícios, disseminando-se entre os egípcios, gregos, romanos, assim se espalhando por toda a Europa. Enfrentando guerras e grandes navegações por um Novo Mundo, até chegar aos dias de hoje. Porém, ao término da Segunda Guerra Mundial, o vinho passa por um período de paz e de estabilidade, nunca antes visto na História, encontrando assim o ambiente perfeito para crescer e desenvolver padrões inimagináveis. No Brasil, até os anos 1980, o vinho era visto como uma bebida aristocrática. Os vinhos populares eram duros e agressivos quando seco, e, por essa razão, o consumo de vinhos chamado “suaves”, vinhos doces, era muito maior – devemos lembrar que até suco de limão azedo, quando adoçado, fica palatável. A partir dos anos 1990, com a abertura das importações, as ruas foram invadidas por carros importados, vistos apenas no cinema, roupas e calçados de marcas americanas e europeias. Por sua vez, os supermercados invadidos por bebidas estrangeiras: whiskys e vinhos eram os preferidos. Quem não se lembra dos alemães de garrafas azuis, os Valpolicella Bolla e os portugueses Calamares e o famosíssimo Matheus Rosé. Garrafas que davam status aos que os pediam nas mesas de restaurantes de todo o País. Com essa invasão de produtos estrangeiros, as indústrias brasileiras tiveram que se modernizar e correr atrás da moda, que invadiu o cotidiano das pessoas. Cópias de vinhos famosos foram oferecidos pelos produtores nacionais: lembro-me de ter uns quatro tipos de vinho nacional de garrafa azul (como o alemão). Com o paladar do brasileiro evoluindo para o vinho, as pessoas começam a se deparar com novidades de todo tipo e seguidamente inusitadas. Quem diria, naqueles anos 80, que teríamos vinhos tintos de alta qualidade na Serra de Santa Catarina; e que teríamos espumantes muito bons produzidos no Vale do São Francisco, no Nordeste? Cada vez mais ouvimos falar em vinhos com aromas e sabores descritos como frutados, amadeirados, leves ou encorpados. Mas, como saber qual comprar, quais combinam com peixe ou carne? Como funciona isto? O que é melhor, Merlot ou Cabernet? As opções estão aí, mas como desvendá-las? Por isso, frequentemente as pessoas procuram se informar, participam de cursos e degustações, que é uma ótima oportunidade para agregar conhecimento em vinhos e gastronomia. Aliás, esse assunto já faz parte da vida social das pessoas, porque hoje pratos elaborados e cartas de vinhos estão presentes em vários bares e restaurantes das médias e grandes cidades brasileiras – sem falar que, com conhecimento, a pessoa tira muito mais proveito e prazer no ato de comer e beber bem. O ideal é sempre fazer o que se gosta. E por isso a importância de descobrir o próprio paladar para poder escolher bem! Porque o melhor vinho do mundo é aquele que você gosta. Então, escolha o seu prato e vinho preferidos e BON APPÉTIT.

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MANU BUFFARA A melhor Cozinha Contemporânea de Curitiba

Da Redação, com assessorias Divulgação

No recente lançamento de revista especializada em aferir as novidades do mundo gastronômico curitibano, o nome da jovem chef Manoella Buffara ganhou projeção regional como chef do ano. Manu Buffara, proprietária do Restaurante Manu, recebeu ainda o prêmio de melhor Cozinha Contemporânea. Difundindo técnicas de preparos contemporâneos no Estado do Paraná, a jovem profissional, de 28 anos, conquistou os amantes da gastronomia com uma culinária inovadora e que valoriza os produtos regionais. Formada em chef de cuisine, restaurateur e administração hoteleira pelo Centro Europeu e pelo Corso Professionale de Cucina, em Costiglioli D´Asti, Itália, Manu Buffara trabalhou em alguns dos principais restaurantes da Europa, entre eles os italianos Ristorante Gualtiero Marchesi, o Ristorante da Vittorio e Ristorante Guido, todos consagrados com as tradicionais estrelas Michelin. E o dinamarquês Noma, considerado pelos especialistas como o melhor do mundo. Além disso, Manu conta com passagens por restaurantes norte-americanos, entre eles o famoso Alinea, do chef Grant Achatz, em Chicago, e atuou durante três anos como chef corporativa da rede de Hotéis Deville. Unindo toda a experiência adquirida no Brasil e no exterior, a chef inaugurou, no início de 2011, o Restaurante Manu, empreendimento inspirado em alguns

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dos estabelecimentos gastronômicos mais premiados do planeta, e revolucionou a gastronomia paranaense. “O Restaurante Manu foi baseado em um conceito de alta gastronomia que ainda não encontrávamos no Estado do Paraná. Trabalhar somente com menu degustação, por exemplo, era considerada uma loucura. Aos poucos conseguimos difundir essa ideia, reformulando os cardápios mensalmente, e apostando em sabores tipicamente brasileiros potencializados por técnicas contemporâneas”, explica Manu. Segundo a chef, a Veja Curitiba Comer & Beber 2012 consolida um trabalho intenso e de muita dedicação, que começa fora do restaurante e envolve uma equipe de profissionais extremamente qualificados. “A gastronomia é uma arte complexa, que envolve vários aspectos fundamentais para que o resultado final seja satisfatório para os consumidores. Na minha trajetória profissional, sempre valorizei muito os fornecedores de insumos. No Restaurante Manu temos parceria, por exemplo, com produtores de orgânicos e com os melhores fornecedores de carnes do Brasil. Além disso, o sucesso do empreendimento precisa ser dividido com a minha equipe, formada por jovens que trabalham com muito amor e que buscam diariamente a satisfação dos nossos clientes”, completa a profissional.

Prêmios • Chef do Ano – Veja Curitiba Comer & Beber (2012) • Cozinha Contemporânea (Restaurante Manu) Veja Curitiba Comer & Beber (2012) • Chef Revelação do Ano – Guia Quatro Rodas Brasil (2011) • Cozinha Contemporânea (Restaurante Manu) Veja Curitiba Comer & Beber (2011) • Chef 5 Estrelas – Prêmio Bom Gourmet (2011) • Chef Revelação do Ano–Revista Gula (2007).



ALTO LUXO EXCLUSIVO The Leading Hotels of the World

Chandlers Cross Hertfordshire, Reino Unido

Mercado de luxo baseado em marketing, vendas, propaganda e contatos pessoais Por Ataíde Nemésio

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anto no Brasil como no exterior, impera a classificação hoteleira por estrelas ou diamantes, brilhando, às vezes, arbitrariamente conforme o gosto (e pretensão) do dono do hotel. Junho do ano passado, o Ministério do Turismo brasileiro publicou a Portaria 100, que instituiu o Sistema Brasileiro para Classificação de Meios de Hospedagem. A adesão a esse sistema é voluntária. O sistema brasileiro inspirou-se no estudo e metodologia de 24 países. Em suma, há uma tentativa de normatização quando ao uso de estrelas no sistema hoteleiro para profissionalizar, regular e controlar a qualidade da hospedagem dos hotéis no Brasil.

Fotos: divulgação

Grand Hotel Continental, Siena: Palácio séc. XVII


Aniballe, CEO da LHW

da Leading Hotels of the World (LHW), o único selo que reúne os melhores hotéis do mundo sob uma única marca, embora cada hotel seja de propriedade e administração singular.

Taj Mahal Palace, Mumbai

Mas, cautela, este não é o caso de um Copacabana Palace, um Casa Grande Hotel Resort & Spa no Guarujá, um Tivoli São Paulo Mofarrej, um Pestana Convento do Carmo Hotel – ou dos cerca de 400 outros espetaculares empreendimentos internacionais (hotéis, resorts e spas) nesse mundão da hospedagem do mais alto nível.

Aniballe concedeu entrevista exclusiva a Gastronomia & Turismo e disse que os critérios para se tornar um membro da The Leading Hotels of the World devem satisfazer os padrões mais exigentes de qualidade em todas as áreas que influenciam o conforto e o bemestar do hóspede. A organização não convida novos membros; os hotéis devem solicitar a admissão. Ainda segundo ele, ao término bem sucedido de um rigoroso processo de inspeção, em que são avaliados mais de mil itens [não é hipérbole], é que finalmente um hotel passa a ostentar o prestigiado selo da Leading Hotels. Uma nova inspeção é feita a cada 18 meses, garantindo o merecido padrão de hotelaria de luxo mundialmente reconhecido.

Na contramão, ou, se preferir, na mão inglesa daquele sistema estelar, está a The Leading Hotels of the World, com seu exigente padrão de aferição dos hotéis que integram esta organização. “O mercado de luxo existe há vários séculos. Há quem diga que nasceu na França com a pujança dos tempos de Louis XIV e Louis XV. Para a The Leading Hotels of the World, o mercado de hotelaria de luxo nasce em 1928, quando proprietários dos melhores hotéis da época, amigos e frequentadores dos mesmos círculos, decidiram “trocar figurinhas” e propor que cada família de hóspedes (sim, naquela época viajavase em família e com a criadagem) que visitasse um hotel, seria instigada a também conhecer o hotel de um amigo, que estava igualmente à altura em termos de luxo e qualidade. Foi o início de um mercado de luxo baseado em marketing, vendas, propaganda e contatos pessoais”, explica João Aniballe, CEO no Brasil

Grand Hotel Miramare, Portofino

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O Copa, Rio


Le Bristol, Paris

Mudança de tom – Além da extensa lista de itens avaliados, ocorre ainda anualmente uma reinspeção incógnita para que se mantenha esse altíssimo padrão. Assim, o hóspede ganha a confiança em hospedar-se em um hotel que foi vistoriado por quem mais entende de hotelaria de luxo internacional. “O hóspede sabe que encontrará tanto no Zimbabue quanto no Laos um hotel que esteja à altura de suas expectativas, e não simplesmente que tenha um número específico de estrelas conferido por algum órgão de algum país ou departamento de turismo. Se não ficar satisfeito, o hóspede tem a quem recorrer, e a LHW está inteiramente a seu lado e tem força para exigir retratação do hotel e correção das falhas, sob pena de ser expulso da Leading. Imagine a força que tem um hóspede de qualquer lugar do mundo, e a força de uma associação que é a maior distribuidora mundial, que cobre mais de 80 países e tem 23 escritórios com equipes no mundo todo? Muda o tom da atenção àquele hóspede...”, observa Aniballe.

Hotel Cipriani, Veneza

termo que substitui o ‘luxo’. Todas as pessoas querem se sentir especiais. E com experiências inusitadas, bem elaboradas e cuidadosamente estudadas por quem as criou, planejou, é impossível o hóspede não se sentir fantasticamente bem. E se não estiver de acordo com ele, a experiência é imediatamente readequada para que fique feliz. Isso é mais do que luxo! Top expensive – Dentro da LHW, quais os cinco hotéis mais caros? E os resorts mais caros? O senhor citaria cifras? Dentre os mais caros estão o Hotel Splendido & Splendido Mare em Portofino, na Riviera Italiana, o Le Bristol em Paris, o Villa San Michele nos altos de Florença, cujos desenhos remontam a Michelangelo, o Çiragan Palace Kempinski em Istanbul e alguns hotéis da rede One & Only . As cifras podem chegar

Very rich indeed – Ostentação ainda é importante para os muito, muito ricos? O que eles procuram? Cada vez mais os ricos ostentam menos. O novo rico ainda sente necessidade disso, mas está cada vez mais démodé. Com a velocidade da informação, chique é ‘imitar’ a classe superior [do fr. classe supérieure]. E essa, não ostenta mais, já passou desse patamar e simplesmente desfruta a vida com exclusividade e experiências únicas, que estão disponíveis para poucos, seja fazer compras às 4 da manhã em um mercado de Paris acompanhado de um chef com estrelas Michelin ou ter aulas de falcoaria na Escócia. Isso não é ostentar mas sim vivenciar. Quanto mais autêntica e única a experiência, mais exclusiva – que é o novo

Grand Hotel Miramare: alta gastronomia

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a EUR 30 mil por noite se for na suíte presidencial, mas há valores para todos os bolsos, considerando-se as baixas temporadas quando o preço é bem menor e torna-se acessível a muitas pessoas que têm bom gosto e sabem viajar, obviamente. Como tudo na vida, saber investir também é saber escolher onde e quando ir. Se você faz questão de estar no meio do verão em Saint-Tropez ou no meio da neve em Zermatt, custará mais. Mas se você viaja em outras épocas para esses lugares maravilhosos, gasta menos, e sente-se ainda mais exclusivo. Depende do propósito de cada viagem. Tudo é possível quando se é bem orientado, e a Leading Hotels é uma ótima referência para tornar sonhos em realidade. Senza parole – Qual o seu hotel ou resort preferidos? Cite um prato e uma bebida “inefáveis”, e que só vamos encontrar em um dos hotéis da LHW? Com certeza meu hotel preferido não será o mesmo que o seu [há controvérsias], porque somos todos únicos e com gostos diversos. Sou do tipo que prefere a baixa estação, até porque quando é alta encontro tantas pessoas conhecidas que nem consigo relaxar. Amo o Grande Hotel Miramare, em Santa Margherita Ligure, Portofino, que é minha casa na Itália. Sou amigo dos proprietários e tenho lembranças de uma vida toda lá, portanto minha ligação emotiva é incomparável com qualquer outro hotel da Leading. Conheço desde a senhorinha da banca de legumes na rua principal até os atendentes do café da praça central. Enfim, laços intangíveis de sensações e lembranças, sem falar do aconchego desse hotel

Ciragen Palace Kempinskin, Istanbul

que foi palco da primeira transmissão radiofônica e também da primeira reunião tentativa de união dos países da Europa em 1951. Um drink que não quer calar é o meu insubstituível Spritz, drink proveniente do Norte da Itália, mais especificamente do Veneto, que o importou de seus tempos de império Austro-Húngaro, feito com 1/3 de Aperol, 1/3 de prosecco e 1/3 de club soda. Só de explicar, já me deu água na boca de lembrar quantos verões europeus eu já atravessei com um Spritz na mão... Ele pode ser encontrado em vários hotéis da Leading, principalmente na Itália. E para dizer um prato, cito o gnocchi de berinjela, no Cipriani em Veneza. Desculpem-me, não consigo me desligar das origens italianas e já me deu até fome! Foto: Beto Goulart

Hotel Splendido, Portofino: US$ 30 mil

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O famoso Spritz


Fotos: divulgação

MOËT & CHANDON

EXCELÊNCIA QUE PERDURA O famoso champanhe atravessa os anos como símbolo de requinte e sofisticação na arte de celebrar Por Adir Nasser Fabiane Vieira

P

resente hoje em mais de 170 países, nos cinco continentes, o champanhe Moët & Chandon nasceu no seio da aristocracia francesa do século XVIII, e mesmo com os percalços históricos por que passou em quase 270 anos, ainda é um símbolo da tradição e da excelência. Figura de destaque nas celebrações dos grandes da política e da economia, assim como nos badalados acontecimentos de pessoas de bom gosto, a marca também se renova e procura permanente atualidade com seu público. A maison desde a origem busca métodos inovadores de engarrafamento, a fim de aprimorar a pressão da segunda fermentação, mas as inovações estão também no posicionamento da marca ao oferecer diferenciais para os aficionados pelo champanhe. Assim, o Moët & Chandon foi deixando de ser só um ícone aristocrático. A desejada bebida – cuja produção de 100 milhões de garrafas repousa numa rede de 28 quilômetros de adegas escavadas – virou um símbolo pop da sofisticação.

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costumava dizer que “o champanhe é o único vinho que torna as mulheres mais bonitas e os homens engenhosos”.

Benoît Gouez, chef de cave

A marca está no cinema desde os primeiros dias de Hollywood, em centenas de filmes desde a década de 1930, inclusive em clássicos como ‘O Discreto Charme da Burguesia’, ‘Uma Linda Mulher’ e ‘Titanic’. Também foi o champanhe oficial dos prêmios Globo de Ouro por quase duas décadas e o champanhe exclusivo do Oscar de 2009 e 2010. A marca já apostou na customização de garrafas com os famosos cristais austríacos Swarovski para grandes estrelas de Hollywood e fãs. Origem – A mais importante das maisons da região de Champagne começou sua história em 1743, quando o descendente de uma tradicional família de origem holandesa passou a dedicar-se exclusivamente à produção e à venda de seus vinhos. Em 1716, Claude Moët (pronuncia-se Moêt, com t sonoro, em razão da origem holandesa) havia adquirido um título de negociante de vinho em Épernay. Tal fato se deu um ano após a morte de Dom Pierre Pérignon, o célebre monge beneditino considerado o pai espiritual do borbulhante champanhe, de quem Moët era amigo e que hoje dá nome a uma das marcas da companhia, o famoso champanhe vintage Dom Pérignon, produzido apenas em safras excepcionais. Já na sua criação, o champanhe Moët & Chandon mereceu a preferência dos potentados: foi bebida oficial das cortes reais da Inglaterra, Bélgica, Holanda, Dinamarca e Suécia. E também da Corte Pontifical. Com tal batismo por soberanos e aristocratas, o mais célebre dos vinhos prenunciava uma cintilante carreira. Na geração seguinte, o sucessor de Claude, seu neto Jean-Rémy Moët, introduziu o champanhe ao mundo e transformou um vinho comercializado em uma região na primeira marca de luxo mundial. Madame Pompadour, amante de Luis XV, foi uma das primeiras divulgadoras das borbulhantes especialidades da Maison Moët. A cortesã encomendava todos os anos, no mês de maio, 200 garrafas de champanhe da marca para a temporada de verão da corte, em Compiègne. Ela

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Êxito – Mais tarde, Jean-Rémy recepcionou várias vezes Napoleão I na rota de suas conquistas. O historiador do champanhe Patrick Forbes, ao fazer a memória da maison, disse que os dez anos que Jean-Rémy passou sob as graças de Napoleão fizeram dele o mais famoso vitivinicultor do mundo, “e os pedidos por seu champanhe começaram a afluir em tal profusão que ele mal conseguia saber como atendê-los”. Mas, como prefeito de Épernay, JeanRémy soube manter-se sabiamente acima das diferenças políticas. Em 1814, acolheu com a mesma simpatia o czar de todas as Rússias, Alexandre I, o duque de Wellington, o rei da Prússia, Frederico-Guilherme III, e o imperador da Áustria, Francisco II, entre muitas outras personalidades. Expansão e constância – Em 1832, Jean-Rémy afastouse da condução dos negócios e deixou a maison a cargo de seu filho Victor e de seu genro Pierre-Gabriel Chandon de Briailles. Para refletir esta parceria, o nome da empresa foi alterado para Moët & Chandon. A empresa adquiriria vinhedos nas décadas seguintes, como o Vale do Marne, o que fez expandir as operações e faria a produção atingir 2,5 milhões de garrafas em 1880. Apesar das turbulências políticas e das guerras que se seguiram na França, que prejudicaram os negócios, a Moët & Chandon manteve sua excelência sabedora de que trabalha para o mercado de alto luxo. Sintomaticamente, a maison, desde 1971, está ligada à Hennessy, do famoso conhaque, e, desde 1987, à Louis Vuitton, formando a LVMH (Louis-Vuitton-MoëtHennessy), o maior grupo de artigos de luxo do mundo, com vendas da ordem de € 23,6 bilhões em 2011, receitas oriundas de marcas como Ardberg, Kenzo, Marc Jacobs, TAG Heuer, Veuve Clicquot, Bulgari, entre outras. Em 1973, a então companhia Moët-Hennessy fundou a Domaine Chandon, uma vinícola além-mar na região de Napa Valley, na Califórnia, no que seria o primeiro empreendimento de uma vinícola francesa de espumantes nos Estados Unidos. A Domaine Chandon se estabeleceria mais tarde – em 1986 – no estado de Victoria, Sul da Austrália.


O MAR NO ESPÍRITO DO PORCO Por Ataíde Nemésio

Dos 100 melhores campos de golfe da Europa continental, seis estão no Algarve – província no extremo sul de Portugal, considerada um dos melhores destinos de férias no continente. A partir daí, pode-se inferir que o lugar é chique, quente e badalado.

(vôngole) com os pequenos cubos da carne tenra de porco. Como (verbo) acompanhado de papos-secos ou pão saloio. Volta e meia saboreio esse prato, de origem obscura, escoltado por um vinho da terra da cortiça.

O Alentejo, por sua vez, é também uma província daquele país e faz fronteira, ao sul, com o Algarve. São regiões ensolaradas, sendo o Alentejo mais continental, mais seco. O clima do Algarve é temperado mediterrânico, com invernos curtos (amenos) e verões longos (quentes e secos). Como destino turístico, teoricamente é mais atraente do que o Alentejo – mas não produz os excelentes vinhos deste. Contudo, o Algarve esconde cinco restaurantes com estrelas Michelin, dois deles com duas estrelas! (Na página 50 desta edição, G&T apresenta os vinhos alentejanos.)

Há duas prováveis lendas para o prato. A alentejana, que diz que os porcos alimentados no montado (terreno com azinheiras e sobreiros propício para pastagem de suínos) eram mais saborosos do que os porcos algarvios – alimentados com restos de peixe e farinha oriunda da moagem das espinhas –, cuja carne tinha gosto marinho. E a lenda algarvia, que diz justamente por terem gosto de mar os porcos do Algarve, adicionaram os mariscos para disfarçar o sabor bizarro do porco “autóctone”. Atualmente, alguma transnacional de rações deve alimentar os porquinhos do Algarve. Mas o sonho permanece...

Desde criança adoro “carne de porco à alentejana”. Delicio-me com a mistura caudalosa de amêijoas

CARNE DE PORCO À ALENTEJANA Receita para quatro pessoas Foto: ofadorestaurant

INGREDIENTES • • • • • • • • • • • •

800 g de carne de porco limpa 800 g de amêijoas ou assemelhado 1 copo generoso de vinho branco 1 colher de colorau ou 3 de massa de pimentão 3 dentes de alho 70 g de banha de porco 2 folhas de louro 1 limão 100 g de pickles partidos em pedaços (opcional) coentros picados, a gosto sal e pimenta 1 kg de batatas

MODO DE PREPARO Se o marisco estiver vivo (como convém) ponha-o em água durante duas horas para libertar alguma areia que ainda reste. Corte a carne em cubos e tempere com sal, pimenta, colorau, louro, o alho esmagado e o vinho branco e deixe marinar duas horas. Descasque as batatas, corte-as em cubos (1 cm mais ou menos) e frite-as. Escorra bem a carne e aproveite a marinada. Aqueça bem a banha e frite a carne até ficar bem tostada. Junte a marinada, deixe ferver 1 ou 2 minutos e acrescente as amêijoas. Vá mexendo até que estas abram. Polvilhe com os coentros e desligue o lume. Misture bem com as batatas fritas e sirva imediatamente. Decore com azeitonas pretas e com um limão partido em quartos. Cada comensal usará o limão para temperar o prato e cortar um pouco a gordura. Fonte da receita: http://acomidinha.wordpress.com/2011/02/27/receita-de-carne-de-porco-a-alentejana/#more-446

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CURITIBA, UMA CAPITAL GASTRONÔMICA bons exemplos de instituições, podemos citar o Centro Europeu, onde leciono, a PUC, Universidade Positivo, Opet, entre outras, formando sempre grandes profissionais, os quais continuamente encontro quando faço minhas visitas às cozinhas dos restaurantes que frequento. Curitiba é alta gastronomia – São referências incontestáveis os chefs Junior Durski e Manoella Buffara. Ele com Por Rudy Keller

o seu restaurante Durski, premiado e estrelado, com sua culinária impecável; ela, eleita chef do ano por um júri especializado, com o seu pequeno Manu, com cozinha

Meus alunos do curso de chef de cuisine habitualmente

de surpresas e sensações, e cardápio renovado todos os

me pedem sugestões de restaurantes em nossa cidade.

meses. Eu adorei ter saboreado “chips” de cupim bovino

Durante o curso, recomendamos aos futuros chefs que

e ovo de codorna explosivo, inesquecíveis.

frequentem bons restaurantes para obter as melhores informações gastronômicas possíveis para suas carreiras.

Curitiba é tradição – Île de France, sempre no mesmo local, perto do Passeio Público, com os seus pratos

Sabendo que os curitibanos são muito críticos e

clássicos, é um ícone de nossa cidade. Eu adoro o

exigentes quando se trata de arte e gastronomia, me

camarão com molhos de trufas. Mais afastado do centro,

faz pensar como nossa cidade é bem representada

em Santa felicidade, quase escondido, está o Chalet

gastronomicamente.

Suisse, com seus fondues e uma deliciosa sensação de

Começando pelas excelentes escolas onde são oferecidos os cursos de culinária, chef de cozinha e sommelier, nos níveis de extensão, graduação e pós-graduação. Como

se estar na Europa... E o Bar do Alemão, há mais de trinta anos no Largo da Ordem, servindo os deliciosos pratos da tradição germânica. Curitiba é multicultural – Além dos já tradicionais italianos, portugueses, chineses, japoneses, árabes, temos também em nossa cidade ótimas opções como o restaurante Gyros, um dos poucos restaurantes gregos autênticos do Sul do Brasil. Temos ainda cozinha tailandesa com o Lagundri do chef Marcelo Amaral. Curitiba é gastronomia harmonizada – Vários restaurantes abriram nos últimos anos na nossa capital como de loja de vinhos e restaurante simultaneamente, uma saudável combinação. Vários exemplos, como Vin Bistro, Vindouro, Terra Madre, C la Vie e DOP Cucina, oferecem a opção de vendas de vinho, inclusive para degustação a

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preço de custo no restaurante, sempre com simpáticos sommeliers auxiliando na escolha para a melhor harmonização. Curitiba tem excelentes opções nos bairros – A avenida Manoel Ribas em Santa Felicidade é referência nacional e já é roteiro turístico. Outras avenidas da cidade, fora do eixo central, também se tornaram vias gastronômicas. Como bons exemplos temos a Av. Batel, Munhoz da Rocha no Cabral, Chile no Água Verde, Itupava no Hugo Langue. Na Av. Nossa Senhora da Luz, bairro Jardim Social, está outro quase escondido, o Bistrot do David e da Giovana, um francês correto e com preços honestos, que ainda permite ao cliente levar seu próprio vinho sem cobrar a tradicional “rolha”. Curitiba é gaixa gastronomia também – Graças às redes sociais, encontrei o “Baixa Gastronomia-Curitiba”, o “Prato do Dia”, entre outros, excelentes locais onde descubro pastéis deliciosos, espetinhos geniais, além das melhores feijoadas da cidade, e muitas outras comidinhas que agradam a todos e não quebram o orçamento. Resumindo, Curitiba é uma deliciosa cidade para se viver!


A NOVA PRIMEIRA CLASSE DA BRITISH AIRWAYS É UM SHOW Design, ciências anatômica e culinária são o mix que faz voar ser um prazer

Por Ataíde Nemésio

I

nstigado pelo meu editor para encontrar uma companhia aérea internacional e fazerlhe o perfil – e intrigado que estava com as novidades que tenho recebido no meu mail a respeito dos upgrades (sem trocadilho) que a British Airlines tem realizado em seus serviços de terra e ar –, resolvi escolher a empresa britânica para a matéria. A escolha casava com a primeira visita oficial do primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao Brasil em setembro. De acordo com o comunicado conjunto dos dois chefes de governo, assinado ao final da visita, um dos temas tratados foi a UKBrazil, “uma série de projetos dinâmicos, envolventes e com marca consistente, com o objetivo de exibir no Brasil os negócios, a cultura, o turismo, a ciência e a inovação britânica, bem como de construir novas e duradouras parcerias entre os dois países nas áreas da cultura, ciência e comércio”. Genial: negócios, turismo. Faltava agora uma declaração privilegiada de um alto

Primeira classe

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funcionário da empresa aérea para trazer informações exclusivas aos curiosos leitores desta revista. Soube pelo diretor comercial da British Airways (BA) no Brasil, José Coimbra, “que o mercado brasileiro é um dos focos da companhia para o futuro, prova disso é o aumento de capacidade de José Coimbra quase 100% em 2011, com a mudança dos voos São Paulo-Londres, antes compartilhados com Buenos Aires, e o aumento de três para seis voos semanais entre Rio de Janeiro e Londres”. Essa informação, e a que vem logo abaixo, corroborava o intuito dos dois governos de “construir novas e duradouras parcerias entre os dois países nas áreas da cultura, ciência e comércio”. Prosseguiu o diretor comercial: “O incremento da economia brasileira, assim como os eventos que o país abrigará nos próximos anos, está entre as razões que fizeram a companhia investir no Brasil e continuar tendo o mercado como foco. No mundo, pelos próximos cinco anos, a British Airways investirá mais de £5 bilhões de libras em novas aeronaves, cabines inteligentes, lounges elegantes, melhorias nas salas VIP em todo o mundo, tecnologia para realizar check-in de forma rápida e conveniente, além de melhorias nas refeições a bordo, tudo para que o passageiro tenha uma experiência ainda mais confortável, em terra e no ar”.


Cama da First

ao seu estilo de vida premium e às suas expectativas. O princípio orientador foi “simplicidade premium” – muito atraente, não? Mimo mimético A nova cabine tem uma aparência sofisticada e atemporal, com base nas cores e tecidos dos uniformes oficiais do alto escalão da Marinha britânica, conhecida como Naval Barathea – mais britânico impossível!

BA 747-400

Tecnologia e conforto Cabines inteligentes é um dos eixos que a companhia inglesa tinha em mente quando se inspirou para desenvolver sua nova first class. Começou então contratando – juntamente com a equipe interna de especialistas em design da BA – as empresas britânicas de design Tangerine e Forpeople para produzirem a nova experiência da primeira classe. O brífingue era acomodar 14 clientes premium em um ambiente de luxo intimista por até 24 horas: o espaço deve permitir que eles trabalhem, durmam, comam e se divirtam de uma forma que corresponda

Inspirado na indústria de jatos particulares, o viajante tem a sua própria persiana eletrônica, melhorando a quantidade de luz que entra em sua suíte. Agora, a parte poética: a iluminação da cabine vai mudando durante o voo para refletir momentoschave do dia: no café da manhã será nítida e fresca, à hora do almoço vai refletir a luz do sol do meio-dia. Cai a tarde... Finalmente, a sensação de calor das velas será usado durante a noite: a isso tudo eu chamaria de... mimo mimético – tanto pela eufonia das palavras como pela semântica. Um guarda-roupa particular, pijama de lã macio, uma cama com tecnologia de ponta e controle para as posições e a utilização de molas em vez da tradicional camada de espuma sobre base de metal aumentam significativamente o nível de conforto. Last but not least, um lençol de 200 fios de algodão egípcio, um edredom de 400 fios e um travesseiro. G&T 29


elaborados por essa “cozinha de altitude” facilitam na identificação dos gostos, tornando-a mais apetecível, saborosa e correta para o organismo. (Lembrei-me agora da expressão que usávamos quando crianças lá em casa quanto ao sabor (ruim) da comida quando viajávamos de “classe turista”: gosto de comida de avião: aquela comida standard, paladar e cheiro idem servida nas classes econômicas – mas na British parece que é diferente.)

Quem viaja de primeira classe está acostumado com o que a vida tem de melhor, naturalmente, seja no trabalho, em casa ou enquanto se desloca. Sou informado que todos os tripulantes da cabine que servem na first terão passado pelo treinamento de serviço premium da British Airways – ainda bem. Isto parece resultar em um estilo “paralelo ao dos líderes da indústria da hospitalidade” (lembrei-me da matéria da Leading Hotels). Uma das mensagens do meu mail falava da parte da “atenção ao passageiro e o estilo intuitivo do serviço”, trazendo o caráter britânico para dentro do avião. Senti-me como em um hotel de luxo em Londres. Cozinha de altitude da BA É tão espetacular quanto a first, mas chamase height cuisine, cozinha de altitude. E o ideal para comê-la é você estar a pelo menos 10 mil metros acima do nível do mar. De preferência na primeira, mas essa cozinha da British é também para os da business e os muitos normais da economy class. Partindo de situações anormais de velocidade, altitude e pressão, nosso corpo e sentidos passam por um processo de adaptação instável, sem contar com a inconstância das emoções como o tédio, irritação, euforia, fobia, entre outras. Mais um elemento importante: pesquisas mostram que os passageiros anseiam pelas refeições para quebrar o enfado do voo. Pensando nisso, a British Airways desenvolveu um trabalho, diria eu, bio-psico-nutri-gastronômico, levando em conta como o organismo responde ao estresse do voo, à desidratação, falta de paladar (perda de 30%), olfato reduzido e visão diminuída nessa situação específica nas alturas. Os ingredientes, temperos, cocção, combinação de sabores, etc.

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Por meio de consulta aos clientes, chegouse à conclusão que muitos passageiros não estão ali, a bordo, para uma “dining out experience”, digamos, uma “boquinha contemporânea”; eles querem chegar em casa e voltar ao sabor da comida caseira; nada de muito chiquerê nos pratos e no serviço, mas algo com sabor identificável. Outro fator importante entre os passageiros é conhecer a procedência sustentável dos produtos. Desde que começaram com essas pequenas mudanças, inicialmente na Club World (business class), houve uma elevação de oito pontos no quesito satisfação. Nas outras classes não deve ser diferente.


Receita do Chef

V

ocê vai agora aprender a fazer uma receita saudável e refrescante, ideal para os nossos dias de “veranico”. Guilherme é membro da Federazione Italiana Cuochi, a única federação chancelada para representar a legítima cozinha italiana pelo mundo. Formado em turismo pela Universidade Positivo, Curitiba, é especialista em Gastronomia e professor pela mesma universidade. Trabalhou em dois restaurantes estrelados pelo Guia Michelin na Itália: Locanda San Lorenzo e Tivoli. Participou recentemente do programa Mais Você, da Rede Globo. Mantém desde 2009 o site www.chefguzela.com.br com receitas, dicas, concursos.

Guilherme Guzela

CARPACCIO DE MANGA COM CROCANTE DE PRESUNTO DE PARMA, RÚCULA E REDUÇÃO DE BALSÂMICO INGREDIENTES • 2 mangas maduras e firmes • 1 maço de rúcula • 50 g de presunto de Parma • óleo de soja • 400 ml de vinagre balsâmico • 200 g de açúcar

MODO DE PREPARO 1) Fatie finamente a manga. Coloque em um prato as fatias de forma bem aberta. 2) Coloque para reduzir o vinagre balsâmico com o açúcar até que fique cremoso, sem queimar. Cuidado com a redução, pois o creme fica ligeiramente mais espesso depois de frio, portanto, desligue antes de achar que está no ponto. 3) Corte o presunto em cubos e frite no óleo em fogo médio, até que fiquem crocantes. Monte com folhas de rúcula rasgadas, salpique o presunto frito e finalize com fios de balsâmico reduzido. Dica: Você pode trocar a manga por caqui, fica uma delícia!

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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA Ministro Vieira

Gastão Vieira participa do Bom Dia Ministro Ministro falou a veículos de todo o país sobre o desenvolvimento do turismo nacional Na última semana de setembro, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, participou do programa Bom Dia Ministro, que é produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Os principais projetos e expectativas para o setor turístico foram abordados durante a entrevista. O ministro respondeu perguntas de diversos veículos de comunicação do país. Jornalistas do Rio de Janeiro (RJ), Amazonas (AM), Ceará (CE), Pará (PA), Paraná (PR), Brasília (DF), Sergipe (SE), Maranhão (MA), Minas Gerais (MG), São Paulo (SP), Mato Grosso do Sul (MS) e Santa Catarina (SC) aproveitaram o espaço para tirar dúvidas sobre o trabalho da pasta. O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass), o Pronatec Copa, o Pronatec Copa “in company”, a reestruturação do programa Viaja Mais Melhor Idade, a desoneração da folha de pagamento do setor foram alguns dos assuntos pontuados durante a entrevista. Sobre o Pronatec Copa, que ofertará 240 mil vagas em mais de 29 cursos até a Copa do Mundo da FIFA 2014, o ministro disse que o programa será fundamental para receber com mais qualidade os turistas durante os megaeventos esportivos. “É um enorme desafio. Nós estamos administrando esse programa desde seu início, com muito cuidado, para que ele realmente venha a atingir suas metas até 2014, no que eu acredito fortemente”, disse Vieira. O ministro afirmou também que o programa Viaja Mais Melhor Idade, criado para dar condições especiais de viagem aos idosos, deve voltar em 2013. “É um programa importante para o turismo nacional. Ele foi oferecido à sociedade brasileira de forma criativa, despertou enorme sucesso, mas parou por alguns problemas de sintonia entre o hotel, a viagem de avião e o desejo das pessoas. Após um trabalho de reestruturação, vamos retomá-lo”, disse o ministro. A desoneração do setor e o déficit da balança comercial foram tratados com otimismo. Gastão Vieira ressaltou que, para o avanço destes temas, é necessário dar mais competitividade ao setor turístico brasileiro. “Temos dois desafios. O primeiro é aumentar o número de turistas estrangeiros no Brasil. O outro é fazer com que os brasileiros visitem mais o seu próprio país”, afirmou Vieira. “Assim, conseguiremos movimentar a economia, baixar os custos da hospedagem, do transporte aéreo, melhorar a qualidade dos serviços e, com isso, alcançar o crescimento da balança comercial”.

Por dentro do SBClass: conheça as estrelas de um hotel O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem é um passo importante para o avanço do turismo nacional. Você sabe que requisitos um hotel deve atender para solicitar as estrelas? O Ministério do Turismo lançou oficialmente na última semana o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem – SBClass. A iniciativa é uma parceria com o Inmetro e autoriza o uso de estrelas para sete tipos de empreendimentos: hotel, hotel fazenda, cama e café, resort, hotel histórico, pousada e flat/apart-hotel. Eles devem atender determinados requisitos para adquirir de uma a cinco estrelas, de acordo com as condições de infraestrutura, equipamentos, serviços oferecidos aos hóspedes e práticas de sustentabilidade. Um empreendimento é considerado hotel quando possui serviço de recepção e alojamento temporário, ofertado em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária. De acordo com a última Pesquisa de Serviços de Hospedagem feita pelo IBGE, são cerca de 3.435 hotéis nas regiões metropolitanas das capitais do país. A expectativa é que este seja o meio de hospedagem mais utilizado pelos turistas durante a Copa do Mundo da FIFA 2014. De acordo com o SBClass, um hotel poderá obter uma estrela quando disponibilizar serviço de recepção aberto durante 12h e disponível 24h por telefone, além de serviços de café da manhã, guarda de valores e monitoramento das expectativas e impressões do hóspede. Deverá apresentar também medidas permanentes para redução de consumo de energia elétrica e água. Para conseguir a segunda estrela, os hotéis devem adicionar sala de estar com televisão, área útil dentro do quarto e disponibilidade para pagamento com cartão de crédito ou débito. A terceira estrela exige o serviço de recepção aberto por 18h; estacionamento; restaurante; serviço de lavanderia; climatização e televisão com canal por assinatura em todos os quartos; acesso à internet nas áreas sociais e nos quartos. Em estabelecimentos com quatro estrelas, é necessário que o serviço de recepção esteja aberto por 24h. Facilidades como manobristas, bar e serviço à la carte no restaurante também são necessárias. O hotel precisa oferecer ainda um mínimo de três serviços “especiais”, como salão de beleza, venda de jornais/revistas, farmácia e baby sitter. Nos quartos, mini refrigeradores e mesa de trabalho também são exigências. A quinta estrela será a marca de um hotel que atender aos requisitos acima – e oferecer também salão de eventos e serviço de guest relation/concierge (ponto de informação ao cliente). Além disso, deverá dispor de seis serviços “especiais”, restaurante com comidas vegetarianas e dietas especiais e roupões e chinelos em todos os quartos.

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Redetur busca excelência e personalização nos serviços turísticos A agência curitibana Cláudia Farah Turismo aposta na força da união para oferecer produtos e serviços diferenciados aos clientes

Da Redação, com assessorias

A

partir de ideais inovadores, criar uma nova cultura integradora de parceiros e negócios no segmento viagens e turismo.

Esse o objetivo da Redetur, a primeira rede de agências de viagens do Brasil. A ideia prosperou em 2005 com um grupo pioneiro de 16 agências. Há sete anos, vem favorecendo seus membros com soluções de capacitação, potencialização de vendas e distribuição, integração de marketing e comunicação, padronização e novas tecnologias. A Cláudia Farah Turismo entrou no grupo em 2011 e é testemunha desses benefícios. A agência, situada na capital paranaense desde 1989, hoje é impulsionada pela onda de serviços diferenciados e vem se destacando no mercado com ofertas de roteiros exclusivos. “Os pacotes são preparados ante as necessidades e disponibilidades do cliente: desde o voo que ele gostaria de fazer, seja direto ou com escalas e conexões, a companhia aérea de sua preferência, até os hotéis, entre outros serviços, cabendo à agência então estruturar o pacote e harmonizar a relação custo/benefício” relata Gabriel Farah de Macedo, diretor administrativo da empresa. Macedo, que além do segmento de lazer também atua no turismo corporativo e de incentivo, lembra algumas questões com que convive na atividade turística e que o fizeram estar cada vez mais cauteloso diante das necessidades dos clientes – os quais obviamente detestam prejuízos em suas viagens: “O cliente tem que estar muito bem servido fora do país. A ideia é que se

Crescimento, otimismo e concorrência Os grandes números da indústria do turismo no Brasil, bem como a inclusão de novos públicos à atividade turística, são animadores. Devido ao incremento da renda e maior acesso aos pacotes, atualmente viaja-se pelo mundo, por exemplo, com R$ 1.500,00, O empresário Macedo parcelados em até 10 vezes. “Essa conjuntura impulsiona a economia brasileira e a qualidade da viagem, proporcionando ao viajante o alargamento do conhecimento, da cultura e até mesmo as suas reflexões sobre um mundo melhor”, cogita Macedo. De acordo com ele, a indústria do turismo é altamente competitiva. “Não existe um nivelamento, um equilíbrio neste mercado por conta da vontade das empresas em obterem sempre um lucro exagerado”. O diretor sugere a forma de minimizar essa rivalidade: a rede de agências pode operar no sentido contrário, seguindo uma estratégia de benefício coletivo com padrões éticos. A conclusão que se chega é que o fortalecimento das empresas parceiras, por meio da união, da diferenciação e da qualidade nos serviços, está na essência da Redetur, que hoje conta com 41 agências integradas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Como dizem os franceses, chapeau! (de se tirar o chapéu).

consiga perceber o seu perfil para realizar a viagem personalizada na forma que deseja. A isto se chama qualidade”, ameniza.

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Luís Ferreira, português, 48 anos, conhece o Brasil e, na Bahia, visitou plantações e fábricas de tabaco. De volta a Portugal, começou, pouco tempo depois, o comércio eletrônico de tabaco (charutos, cigarrilhas, tabaco de cachimbo e de enrolar) e uma gama de acessórios “gourmet” e “premium”. A Puros Premium Cigars foi uma das empresas nomeadas para os European Business Awards 2011, prêmios outorgados pela comunidade empresarial europeia. Segundo o comunicado, a European Business Awards nomeou este projeto português “pela criatividade e inovação demonstrada no seu portal comercial e loja ‘online’ puros.pt, bem como os resultados obtidos

Ferreira

pela empresa numa altura de particulares desafios”. Formado em informática de gestão, soube unir o útil ao agradável.

Por Fabiane Vieira

G&T A Europa sempre foi grande consumidora de tabaco. Qual a explicação disso? Ferreira Sim, é verdade, faz parte da nossa história, da nossa cultura e dos nossos hábitos. A lenda do tabaco está marcada do princípio ao fim pelo desvelo, a paixão e o prazer. Velha como a noite dos tempos, entrelaça-se com a vida e com a morte, o mistério e a riqueza, desde as suas origens. Mas o tabaco era totalmente desconhecido na Europa medieval, enquanto na América já era hábito entre os nativos. Mais tarde, quando da descoberta de Cuba por Cristóvão Colombo, em 1492, as duas culturas encontraram-se e desde então o tabaco espalhou-se por todo o mundo. G&T A partir de quando o charuto entra no cotidiano dos portugueses? F Os portugueses descobriram o tabaco com os Descobrimentos, mas foi a nobreza quem começou a fumar os primeiros charutos, que sempre estiveram associados ao poder e ao status. Hoje em dia existe o vício do cigarro. O prazer do charuto e da cigarrilha ficou desde sempre associado a uma maneira epicurista de se estar na vida. G&T Qual o perfil do seu empreendimento, filosofia e clientes? F Somos um projeto já com 12 anos, de vendas online através da nossa loja em português www.puros.pt e em inglês www.cigars-habanos.com. E vocacionados para

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o comércio eletrônico, vendendo para todo o mundo e prestando um serviço muito personalizado, muito próximo das pessoas. Usamos a tecnologia para chegar aos nossos clientes, mas queremos prestar um serviço bem tradicional, servindo as pessoas como elas merecem e gostam, ou seja, com todo o profissionalismo, simpatia e atenção. G&T Cite cinco marcas de charutos imbatíveis. F Cohiba, Montecristo, Partagas, Romeo y Julieta, Davidoff G&T Charutos não se bebe com...? F Prefiro abordar a questão de outra forma. O charuto degusta-se com a bebida que melhor o encanta! Para mim, não há nada melhor que acompanhar um charuto com um bom Porto ou cognac, mas cada um fará o casamento que melhor entender, desde que tire todo o prazer do mesmo, pois o charuto até com água se degusta, afinal há pessoas que não gostam de “cortar” ou misturar sabores e aromas. G&T O que esconde um homem quando fuma um charuto em público? E uma mulher? F Talvez as pessoas aproveitem a cortina de fumo criada pelo prazer de degustar um puro para esconder algumas das amarguras do seu quotidiano e, dessa forma, deixarem-se levar pelos encantos deste enorme prazer, quando conseguem tirar proveito do mesmo. Degustar um charuto é uma arte e, por tal, ter-se-á de ter alguma sensibilidade para apreciá-la ou tirar dessa arte todo o proveito.


Aos três anos, o Porcini Trattoria se consolida na alta gastronomia curitibana Por Fabiane Vieira Adir Nasser Jr.

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m casarão centenário totalmente restaurado no nobre bairro do Batel é há três anos um dos pontos da nova gastronomia curitibana. O Porcini Trattoria, resultado de projetos pessoais compartilhados pelos profissionais de gastronomia Fabio Cesar Pereira e Ewerton Antunes, conta com uma proposta ímpar para preencher uma lacuna no mosaico da alta gastronomia curitibana. Com linha gastronômica centrada na região do Vêneto e Toscana, e uma vasta adega de 1.250 rótulos, o Porcini traduz as aspirações dos fundadores, que começaram a estruturar o empreendimento em 2006, três anos antes da fundação, após se conhecerem enquanto faziam o curso de sommelier. “O projeto do restaurante foi todo pensado, planejado, executado pelos sócios; tudo o que os nossos clientes veem no restaurante são ideias que saíram da nossa cabeça, são conceitos que ao longo dos anos guardamos e usamos no projeto”, explica Fábio Pereira, que é administrador de empresas por formação. Para dar este ar todo peculiar, as ideias dos dois sócios passaram por uma triagem do arquiteto Adolfo Sakaguti, que resultou numa ampla reforma do casarão de 100 anos, deixando apenas paredes e fundações originais. A estrutura teve o incremento de um mezzanino e de um subsolo para abrigar a famosa adega. G&T 35


Fabio Cesar Pereira e Ewerton Antunes

Paleta de cabrito assada

Com capacidade para 175 lugares, o Porcini, além do salão principal, comporta vários microambientes, como a “rua italiana” – um corredor só de mesas para casais com iluminação mais tênue, fonte d’água, mesas de mármore e decorada com toldos; a sala de eventos multimídia, nos fundos do mezzanino, com decoração neoclássica, lustres italianos e sistema de acústica profissional, equipada com telão digital, plasmas, internet wireless, flip chart, etc., para eventos corporativos. Há ainda no subsolo, ao lado da adega, um ambiente reservado com capacidade para 12 pessoas, o Salão Imperatore. Na frente do casarão, lá fora, chamam à atenção duas tochas acesas durante a noite, que sinalizam o funcionamento da cozinha.

Através de um janelão de vidro, a cozinha é visível de todo o salão, de onde se pode observar a montagem dos pratos em tempo real.

ESPECIALIDADES Os três pratos mais lembrados da casa são a Paleta de Cabrito assada, que fica 30 horas marinando em vinho branco com ervas frescas e especiarias, acompanhada de tagliatelle na manteiga e sálvia com azeite trufado e legumes na brasa, o Filetto Ferrari, medalhões de mignon grelhados na brasa ao molho de tomate San Marzano sem pele, acompanhados de ravióli de mozzarella de búfala ao molho de gorgonzola e damascos, e o Robalo Grelhado ao molho de uvas verdes e passas com arroz cremoso de amêndoas e figos frescos puxados no vinho branco. Entre as receitas vênetas da casa destaca-se a codorna recheada com uma farofa de bacon e tomilho: acompanha polenta branca cremosa e sauté de radite com bacon. A carne é confitada com o molho do próprio assado. Conforme lembra Ewerton Antunes – que já atuou como chef de cuisine, sommelier, gerente operacional-administrativo e professor na área enogastronômica –, também é famosa a Polentinha cremosa gratinada no maçarico com ragoût de linguiça Blumenau, queijo grana padano e azeite trufado. Outras opções são o Ossobuco e o Polpetone. As massas são frescas, artesanais, feitas manualmente, todos os dias.

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VINHOS A carta de vinhos do Porcini é vasta. Os 1.250 rótulos têm procedências as mais diversas, não faltando opções da Croácia, Hungria e Suíça – além dos premier cru franceses, supertoscanos, vinhos do Novo Mundo escolhidos a dedo, champagnes sofisticados e chilenos com o melhor custo-benefício. A carta foi toda concebida pelos sócios, que conhecem a procedência de todos os vinhos que a compõem. A adega, que reserva especialidades que variam de R$ 50 a R$ 14 mil, acomodadas em mobília vintage, foi escavada num nível abaixo do chão, um subsolo literalmente construído, com teto de vidro que permite aos clientes apreciá-la desde cima, logo na entrada. O cardápio é o mesmo no almoço e jantar. O Porcini não atende às segundas no almoço e aos domingos no jantar.


NASCEDOURO DE CHEFS Curitiba forma talentos para a gastronomia brasileira

Da Redação, com assessorias

Há mais de uma década, o Centro Europeu, uma das principais escolas de profissões e idiomas da América Latina, oferece cursos de gastronomia que são referência em todo o Brasil, formando chefs de destaque internacional e recebendo alunos de diversas partes do país e do exterior. Com uma política que prioriza a excelência no ensino, a escola aposta em um quadro de professores ativos no mercado de trabalho e em uma Sede Gourmet referência, que oferece infraestrutura incomparável no Brasil. Inaugurada em 2007, a Sede Gourmet do Centro Europeu já formou mais de dois mil alunos, entre os quais a chef Manu Buffara, eleita “Chef Revelação” do ano, segundo eleição do Guia Quatro Rodas Brasil 2012. A estrutura, que conta com 900m², engloba seis espaços de ensino, compostos por quatro cozinhas didáticas para os cursos de Pâtisserie & Boulangerie e Chef de Cuisine – Restaurateur; uma cozinha didática pedagógica para aulas práticas expositivas; e uma sala-laboratório para aulas de análise sensorial e Sommelier. “O Centro Europeu conta hoje com a estrutura física mais completa, moderna e sofisticada do Brasil. O projeto da Sede Gourmet é exclusivo e inédito no país. Ele foi pensado especialmente para enriquecer a metodologia de ensino proposta pela escola e tornou- se essencial para que os nossos alunos alcancem os objetivos pedagógicos propostos para a formação de uma mão de obra de alto nível e de qualidade, sintonizada com as exigências do mercado”, explica Carlos Sandrini, presidente do Centro Europeu.

dos alunos. Segundo Rogério Gobbi, diretor acadêmico da instituição curitibana, a escola possui uma equipe de manutenção predial exclusiva e tem como parceiras empresas terceirizadas especializadas na manutenção técnica dos equipamentos. “Todo o processo de manutenção e higienização da sede obedece aos critérios e normas contemplados dentro das especificações previstas pela Legislação Federal e da Vigilância Sanitária, utilizadas pelas empresas de alimentação no Brasil”. Além da estrutura física impecável, a Sede Gourmet possui uma equipe exclusiva que atua na prospecção e desenvolvimento de fornecedores, garantindo a qualidade das aulas com o fornecimento de ingredientes frescos, diariamente. “Temos muito cuidado com a escolha e compra das iguarias que serão preparadas durante as nossas aulas. Por esse motivo, só trabalhamos com produtos de qualidade certificada. Para garantir esse fornecimento, buscamos fornecedores em todo o território nacional e desenvolvemos uma logística que garante que esses produtos cheguem à sala de aula para as práticas dos alunos”, completa Gobbi.

Assim como qualquer empreendimento voltado para o segmento da gastronomia, a Sede Gourmet do Centro Europeu conta com cuidados especiais de manutenção e higiene, fundamentais para a segurança

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Fotos: MSC Cocciere O transatlântico Fantasia

O PRAZER DA BOA MESA EM ALTO-MAR MSC aposta em atendimento diferenciado e alta gastronomia para clientes VIP de cruzeiros Por Adir Nasser Jr.

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magine unir o amplo o leque de atividades de um cruzeiro em um navio transatlântico com a privacidade e os serviços exclusivos – sobretudo alta gastronomia – em um espaço VIP. Pois é isto o que promete a empresa italiana MSC Cruzeiros, que aporta em novembro na costa brasileira o seu MSC Fantasia, transatlântico inédito na América do Sul, que traz a bordo um espaço de hospedagem exclusivo com 71 suítes de alto padrão – um ambiente chamado MSC Yacht Club, no qual os hóspedes contam com espaços privativos: piscina, bar, lounge e restaurante com menu assinado pelo chef italiano Mauro Uliassi, duas estrelas pelo Guia Michelin.

Yacht Club: bar da piscina

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À frente do restaurante L’Étoile, exclusivo da área MSC Yacht Club, Uliassi apresentará aos privilegiados


Suíte executiva e família

passageiros delícias como filé com caramelo de vinagre balsâmico acompanhado de pimenta e abacaxi marinado com lima e menta. Na carta de vinhos, rótulos mais renomados entre enólogos do mundo, como o sofisticado Cristal Brut Millésimé Louis Roederer, da região de Reims (França). O MSC Fantasia será o maior navio a realizar uma temporada regular pelo Brasil e conta com outros quatro restaurantes, dezoito bares, quatro piscinas, teatro, discoteca, quadra poliesportiva, cinema 4D, simulador de F1, entre diversas outras atrações. Além dele, estarão em operação no Brasil no verão os transatlânticos MSC Magnifica, MSC Orchestra e MSC Musica. Conforme explica o diretor de Marketing e Comercial da MSC Cruzeiros do Brasil, Adrian Ursilli, a proposta do serviço MSC Yacht Club é oferecer “um novo mundo de opções nas viagens de navio, ou seja, a exclusividade e privacidade de um cruzeiro de luxo aliado à possibilidade de poder usufruir toda infraestrutura de entretenimento e lazer de um transatlântico de última geração”.

Mas as preciosidades alimentares não ficam limitadas a este segmento exclusivo: culinária italiana, oriental, mexicana e vegetariana estão entre as opções da alta gastronomia a bordo dos navios da MSC Cruzeiros e, na próxima temporada, os hóspedes poderão saborear esses e outros excelentes pratos internacionais e, ainda, alguns clássicos da culinária nacional. “Atualmente, com o aumento da oferta, excelentes promoções e formas acessíveis de pagamento, um número cada vez maior de brasileiros tem experimentado essa nova opção de turismo e retornado, a cada ano, em maior número a bordo de nossos navios”, disse Ursilli. TODOS OS GOSTOS – Para agradar a todos estes públicos, os navios da MSC contam também com restaurantes temáticos como os asiáticos Oriental Plaza e Shangai, a bordo do MSC Magnifica e MSC Orchestra, respectivamente, além do mexicano com influências texanas, El Sombrero Tex Mex, no MSC Fantasia. Os hóspedes podem ainda degustar drinks, em bares e lounges nos mais diferentes estilos. Com oito diferentes tipos de cardápios, para um total de 146 opções e mais de 2.500 ingredientes, há uma grande gama de escolhas nas cinco refeições oferecidas diariamente a bordo de cada transatlântico. Em apenas um cardápio, por exemplo, é possível encontrar diversas opções de entradas, saladas, sopas, massas, pratos principais com carnes, aves, peixes ou frutos do mar, seleções de queijos e sobremesas.

Área de convívio YC

A equipe de bordo precisa estar preparada para recomendar um prato ou sugerir um acompanhamento da carta de vinhos italianos, franceses, espanhóis, portugueses, chilenos, argentinos, sul-africanos, brasileiros, entre outros. “O profissional de cruzeiros G&T 39


também lida com públicos de diferentes perfis e características, por isso precisa ser versátil e estar disposto a aprender diversas tarefas para servir um público cada vez mais exigente e heterogêneo”, comenta o diretor na sua entrevista a Gastronomia & Turismo. Durante a temporada na América do Sul, a culinária internacional recebe também um toque brasileiro para agradar a todos os paladares. FORNECIMENTO Para assegurar toda esta complexa e requintada operação, a MSC Italcatering, empresa do grupo responsável pela compra, mantimento e gestão de alimentos e bebidas da frota, abastece de produtos os navios a cada cruzeiro. Outro cuidado especial da armadora são os cardápios pensados nos hóspedes que necessitam de uma dieta personalizada. A MSC Cruzeiros oferece cardápios para crianças; opções para hóspedes que adotam uma alimentação vegetariana, light ou sem glúten; mais de 90 diferentes tipos de frutas frescas e secas e uma grande seleção de sobremesas de baixa caloria. A empresa possui ainda um menu especial dedicado a comidas kosher, alimentos que obedecem às normas dietéticas da tradição judaica. Esse cardápio é feito especialmente para grupos programados com no mínimo dois meses de antecedência do embarque. Para garantir a qualidade da alimentação servida a bordo, a MSC também destaca um rigoroso controle de qualidade com câmaras especiais, que mantêm todos os produtos em condições perfeitas para o consumo. Além disso, é certificada pela ISO 22000 (Gestão de Segurança Alimentar) em terra e a bordo. A empresa atende todas as exigências da Hazard Analysis Critical Control Point (HACCP), um sistema de monitoramento dos alimentos que se atenta a fatores que ameacem a qualidade dos produtos, a fim de reduzir e eliminar qualquer risco.

Frutti di mare

“O turista que procura por um cruzeiro de luxo está em busca de privacidade, tranquilidade e muito conforto, além de um atendimento especial, sob medida, em suítes ainda mais espaçosas e requintadas. No caso da MSC Cruzeiros, estamos lançando no Brasil um conceito inédito para esse público.” Adrian Ursilli (à dir.)

Teatro L’Avanguardia



Açougue Rio Grande:

aposta acertada em qualidade e atendimento Por Fabiane Vieira Adir Nasser Jr.

O cenário é uma cidade em crescimento demográfico e econômico. Em atuação, o protagonismo dos Caldi, uma família que no final dos anos 70 acreditou no potencial do mercado de alimentação em Curitiba. Atravessando os 370 quilômetros que separavam sua Luiz Gustavo cidade natal, Santo Antônio da Platina, a família estabeleceu um açougue no Cabral – bairro de classe média da capital paranaense –, açougue esse que é hoje referência no comércio de carnes da capital. O que começou com um açougue, com o nome de Rio Grande, fundado pelo patriarca Dirceu Caldi em 1979, é hoje um negócio que se expande também para a organização de eventos de gastronomia, mas que pretende até o final do próximo ano abrigar mais dois grandes projetos – uma boutique de carnes e uma casa de assados –, agora a cargo do sucessor do empreendimento, Luiz Gustavo Caldi, filho de Dirceu. Numa cidade que passou neste período por uma série de mudanças que a transformaram numa metrópole, o Açougue Rio Grande prosperou por se manter firme na proposta de Dirceu Caldi, falecido há cinco anos, em oferecer a seus clientes atendimento primoroso e qualidade de produtos. Conforme observa Luiz Gustavo, o açougue Rio Grande só trabalha com clientes de balcão, o que facilita a fidelização da clientela. O público pode contar com uma grande variedade de carnes. Vitela, pato, marreco, javali, codorna, rã, avestruz e coelho são algumas das opções de carnes exóticas oferecidas pelo açougue, umas sob encomenda outras a pronta entrega. O açougue não deixa de oferecer, além das carnes tradicionais, também alguns cortes diferenciados: carnes de raças britânicas como o Red Angus e o Hereford, gados de clima frio que se destacam por contar com a carne em marmoreio (entremeada por gordura), de sabor bem superior à de raças adaptadas ao clima tropical, como o Nelore, hoje amplamente difundido no Brasil. No mais, suínos, caprinos, ovinos e aves dividem o espaço... Seguindo a fórmula de sucesso do pai desde que assumiu os negócios, Luiz Gustavo vem inovando e expandindo

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horizontes. Há quatro anos, juntamente com o sócio Rafael Bertoli, administra a Rio Grande Eventos, empresa que presta serviços de eventos gastronômicos com a mesma qualidade e ótimo atendimento. Preocupada em manter preços justos para garantir a qualidade dos serviços, a empresa não procura uma expansão acelerada, porém já dispõe de estrutura com cozinha industrial. Em breve a chef Dayane Küster, responsável pelos cardápios, contará com certificação do Centro Europeu. “Cobramos um preço justo; não entramos em concorrência para baixar o preço e correr o risco de comprometer a qualidade do nosso produto”, disse Luiz Gustavo. Assados – E os novos negócios prosseguem. No início de 2013, deve ser inaugurada a loja de assados no bairro Cabral, que funcionará inicialmente aos sábados, domingos e feriados. A Assados Rio Grande vai contar com um serviço diferenciado e um atendimento personalizado, além de uma variedade de produtos, como costela de boi, de carneiro e de suíno, frango assado com recheio especial, e outros produtos nobres sob encomenda, como bife de chorizo, paleta de carneiro, costela ao molho barbecue e picanha. Além da alta gama de carnes, terão também vários acompanhamentos frios e quentes, sobremesas, diversas bebidas... entre elas algumas cervejas especiais e chopp artesanal. Boutique de carnes – Já para o primeiro semestre de 2013, o Açougue Rio Grande terá um espaço novo, vizinho ao empreendimento, com aproximadamente 500m² e boa localização. A loja, uma verdadeira boutique de carnes, será moderna, climatizada e aconchegante para garantir o bem-estar dos clientes. Além da carne de alto padrão serão oferecidos produtos afins, como utensílios para churrasco, grelhas e facas. A loja vai oferecer opções diferenciadas de bebidas, como as cervejas gourmets, vodkas e uma adega de vinhos bem elaborada para acompanhar as carnes. Marketing – Luiz Gustavo pretende investir mais forte ainda no marketing das empresas. Além do moderno site, já implantou a Fan Page do grupo, para promover e divulgar o açougue, a empresa de eventos e a de assados. Também contratou uma empresa de mídia social para garantir a comunicação integrada tanto entre as empresas do grupo como entres as empresas e seus clientes.


O SAGUI RANZINZA É pra olhar ou pra comer?

Por Antonio Simão Neto Genebra - Turistas costumam cair em muitas armadilhas: de hotéis caros e ruins a pensões baratas com baratas e tudo, de excursões que mostram países pela janela do ônibus a cruzeiros em navios abandonados depois da guerra, com rações idem. Dentre as arapucas pega-turista mais perigosas estão os restaurantes pretensiosos e pedantes, que vivem de resenhas plantadas por falsos conhecedores e dos preços abusivos cobrados de quem não se espera que volte. São restaurantes que o viajante toma como chiques, sofisticados, atualizados, mas que na realidade não são nada disso. Geralmente são só um cenário bem armado para pegar os incautos e desinformados e são, inevitavelmente, “franceses”, onde quer que estejam. Mas como reconhecer um desses estabelecimentos e evitar cair em tais armadilhas? Não é tão difícil. Veja alguns dos sinais identificadores. Você sabe que está tendo o privilégio de comer em um restaurante francês metido a besta quando o menu tem só pratos com nomes impossíveis de compreender, ingredientes impossíveis de identificar, sabores impossíveis de detectar – e contas impossíveis de pagar. Outra boa medida para saber se você caiu em uma daquelas armações é o grau de sua fome. Você chega com um pouco de fome, o que é normal e esperado. Sua fome vai aumentando à medida que o garçom demora meia-hora para trazer o menu, outra mais para tomar o pedido, e vai ficando com mais fome a cada minuto que passa até ele trazer o seu prato, horas e horas depois. Você come em dois bocados e sai com uma fome ronronante porque os microscópicos pratos não servem nem de aperitivo para uma pessoa esfomeada. Resumindo: você entra com fome e sai faminto. Desconfio que todos os pretensos gourmets que elogiam a comida francesa comem um croque monsieur reforçado com uma bièrre em um boteco antes de colocar uma gravata e ir jantar num lugar chic daqueles. Assim, por menor que seja a porção servida, muita fome eles não passam. Ou, quem sabe, sentaram antes em um bistrô conhecido para dar uma forrada com uma boa comida caseira antes de enfrentar os lindos arranjos decorativos feitos com fragmentos de alimentos que são servidos nos restaurantes da Gália contemporânea aos viajantes desavisados. A palavra ‘contemporânea’ em si, quando aparece em contextos gastronômicos me causa arrepios. A expressão ‘cozinha contemporânea’, por exemplo, passou a significar no meu dicionário ‘mistura de coisas descombinadas e insossas apresentadas com arte em pequeníssimas porções’. “Decoração contemporânea” é sinônimo de ambientes moldados com coisas velhas e quebradas, um

reaproveitamento de sucata em espaços apertados e mal iluminados, com mesas nanicas e cadeiras quebra-colunas. Eu não deveria reclamar da comida deste tipo de restaurante: é um erro derivado da diferença cultural, reconheço. Hoje já sei que naqueles locais os pratos não são feitos para serem comidos, mas sim para serem vistos. Devem ser olhados com admiração, mas não degustados – assim como enfeites de bolos de casamento (o bolão, depois de devidamente fracionado, pode ser servido para quem tem coragem de comê-lo, mas ninguém pensa em comer os noivos – digo, os enfeites que representam o noivo e a noiva, não é?). Os pratos a que me refiro são aqueles que lembram tortas de bingo de quermesse: a aparência pode ser boa, mas experimente comer um pedaço e você vai engasgar com o isopor e cuspir anilina azul por uns dois dias. O mesmo ocorre com os lindíssimos arranjos, artesanalmente elaborados e artisticamente montados sobre belos pratos de porcelana servidos nos restaurantes franceses. Não são pratos como conhecemos: são obras de arte batizadas propositalmente com nomes indecifráveis, construídas com galhos, espinhos, flores, folhas e frutinhas não comestíveis, raspas de vegetais aspergidas com algum gel estranho, e, escondida sob tudo isso, a tímida comida. Que fica bonita, isso fica! Você olha a linda escultura com desconfiança, mas a fome é tanta que você não poupa nem os galhos, flores e espinhos – e ainda assim o tonitruante protesto do seu estômago se faz ouvir ao longe. Você não pode fazer mais nada a não ser partir direto para sobremesa. A qual, para dizer a verdade, não costuma decepcionar muito. Basta pedir frutas frescas da estação, assim chamadas porque chegam na estação ferroviária, vindas de todas as partes do mundo, mantidas fresquinhas pelo congelamento. Serve-se também um queijinho para arrematar a fartura. Devem pensar que, se você já conseguiu comer todo o apetitoso arranjo natural servido como manjar do Olimpo, um pedacinho de queijo com mofo das cores do arco-íris vai passar como ambrosia. Para coroar o repasto (ô nome apropriado!), um líquido escuro e morno servido com cubinhos brancos que não derretem e não adoçam. Quando finalmente a conta chega – somente depois que você ameaçou sair sem pagar –, você banca o assalto sem chiar, feliz por poder ir embora dali e procurar logo um mac bistrozinho, porque ninguém é de ferro! Ilustrações: Adriano Pinheiro

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ORGULHO DO PARANÁ ZANLORENZI, 70 ANOS NA MESA DOS BRASILEIROS Uma história de sucesso e paixão pelos vinhos e sucos de uva Da Redação, com assessorias

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á sete décadas começou uma história de muito sucesso. Foi fundado, em 1942, o Grupo Vinícola Famiglia Zanlorenzi, que na época, chamava-se Zanlorenzi e Irmão Ltda. Antes disso, em 1939, os vinhos eram produzidos em casa, apenas para servir os amigos e a família de Júlia e Carlos Zanlorenzi. Descendentes de italianos, que chegaram ao Brasil em 1888, e apaixonados por vinhos resolveram produzi-los aqui no Brasil. Mas a fama das bebidas foi aumentando e, em 1942, eles decidiram fundar uma empresa. Hoje, 70 anos depois, quem comanda a Vinícola é Giorgeo Zanlorenzi, terceira geração da família à frente da empresa, que é uma das maiores produtoras de vinhos e sucos de uva do país. Com duas unidades, a fabril sediada em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e uma vinícola em São Marcos, no Rio Grande do Sul, a empresa detém cerca de 8,5% de toda a comercialização nacional. São cerca de 20 milhões de litros de vinho e sucos de uva comercializados por ano. Isso é possível, devido a mais moderna e ágil linha de envase da América Latina, com capacidade de engarrafamento de até 37.500 garrafas/hora. Por isso, o grupo é reconhecido como a maior empresa de vinhos do Brasil. “Buscamos aliar nossa tradição à tecnologia e garantir que os consumidores tenham produtos de altíssima qualidade, que satisfaçam os mais diversos paladares”, diz o diretor presidente do grupo, Giorgeo Zanlorenzi. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) houve um aumento de 45% no mercado de espumantes e de 60% no de sucos de uvas integrais de 2010 para 2011. E o Grupo Vinícola Famiglia Zanlorenzi acompanha esse crescimento. No ano passado, a empresa teve um aumento de 110% no volume de vendas de suco de uva integral e 140% nos espumantes. O VINHO E A SAÚDE Desde a Antiguidade, o vinho já era recomendado pelo grego Hipócrates como medicamento. Tantos outros povos mantinham o hábito de receitar a bebida para tratamentos de saúde. Hoje, têm-se diversas pesquisas comprovando a eficiência dele. A bebida é indicada como benéfica para o coração, diabetes, pressão arterial, combate ao câncer, entre outros. Claro que é necessário sempre o acompanhamento médico. Mas o

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benefício que o vinho traz para a saúde já é comprovado. No caso do coração, por exemplo, a ingestão moderada da bebida pode auxiliar na prevenção de doenças cardíacas e circulatórias. Isso porque ele aumenta o colesterol bom (HDL) e diminui o ruim (LDL) e a sua oxidação, que é o início do processo de arterosclerose. Além de dilatar os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e, consequentemente, o trabalho do coração. OS PRODUTOS O Grupo Vinícola Famiglia Zanlorenzi iniciou a produção dos vinhos com o Vinho Campo Largo em 1942. E ficou com este produto até 1999. Nos dez anos seguintes, lançou no mercado mais nove produtos. Mas o grande crescimento veio nos últimos dois anos. O reflexo disso foi alcançar a marca de 23 produtos e mais de 60 rótulos, entre vinhos, sucos e espumantes. Distribuídos e comercializados e todo o Brasil e em diversos países da América Latina, o Grupo trabalha com quatro segmentos de mercado: vinhos de mesa, vinhos finos, espumantes e frisantes e sucos de uva. No segmento de vinhos de mesa o grupo dispõe das marcas Campo Largo, Miracolo e Vinho do Avô. No segmento de espumantes e frisantes o grupo contempla: Baccio, Grand Festy, Lunar e Freeze Up. No segmento de vinhos finos, as marcas disponíveis são: Famiglia Zanlorenzi, Lunar e Vappore. No segmento de sucos de uva, as marcas são: Campo Largo e Casa da Uva.


O Suco de Uva produzido na vinícola é 100% natural. Ou seja, não tem adição de açúcar, corantes nem conservantes. Assim, mantém todas as características e substâncias encontradas na uva. Assim, como o vinho, traz diversos benefícios para a saúde. Nos sabores pêssego e uva, os coolers são levemente gaseificados, mais doces e refrescantes. São elaborados a partir do vinho branco de mesa de alta qualidade e suco natural de frutas. Mas mantêm as características do vinho. VINHO FAMIGLIA ZANLORENZI 70 MERLOT Este é um produto de edição limitada, com a produção de apenas 3.500 garrafas em comemoração ao aniversário de 70 anos da Vinícola. As uvas colhidas e selecionadas manualmente, as melhores castas foram processadas e passaram por 18 meses em barris novos de carvalho francês, o que dá um sabor único à bebida. Tem coloração rubi, aroma de frutas negras, especiarias e toques de café e caramelo. PRODUTOS PREMIADOS O Grupo Vinícola Famiglia Zanlorenzi já recebeu diversas premiações pelos seus produtos. A última foi este ano. O Baccio Espumante Moscatel 2011 foi premiado com Medalha de Prata, no Concurso Vinalies Internationales 2012, realizado no começo do mês de março, em Paris, na França. O Concurso Vinalies Internationales é considerado um dos maiores concursos do mundo e a edição deste ano reuniu 3.353 amostras, que foram avaliados por 140 degustadores, de 44 países, além disso, tem a chancela da Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV), da União Internacional de Enólogos (UIOE) e da Federação dos Concursos Internacionais (Vinofed). O Baccio é um dos espumantes nacionais mais reconhecidos internacionalmente. Nos últimos anos conquistou vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles, recebeu destaque no Concurso San Francisco International Wine Competition (2011), no Muscats Du Monde (2011), no The Internation Wine Challenge (2011), no Concours Mondial de Bruxelles (2010), no V Concurso Internacional de Vinhos 2010-Brasil, no Concurso Internacional de Vinos y Licores La Mujer Elige (2010) e também no Thessaloniki International Wine Competition (2008). Ele é fermentado em autoclaves, pelo processo charmat e possui perlage longa, intensa e persistente, destacada por seu sabor leve, equilibrado e refrescante. Harmoniza com sobremesas, tortas, fondue doce, mousses, cremes, chocolate e deve ser mantido em temperaturas entre 4ºC e 6ºC. Além da premiação, o espumante Baccio estará presente no livro Vinalies entre os 1.000 melhores vinhos do mundo. A edição 2012 circulará no segundo semestre.

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em TÓQUIO

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Texto e fotos por Helio Ciffoni

óquio – Entre muitas atrações, a gastronomia japonesa não pode ser deixada de lado quando se visita Tóquio. Com seus aproximadamente 160 mil restaurantes, as opções são as mais variadas possíveis, começando pela cozinha tradicional de diversas regiões do país, passando pelas adaptadas e largamente aceitas culinárias italiana, chinesa, coreana e indiana, até chegar na comida de rua e no fast-food, tanto das redes internacionais presentes como da própria “comida rápida” japonesa – que muitas vezes se come em pé nos restaurantes de lamen ou nos balcões das casas que oferecem tigelas de arroz com um pedaço de adocicada carne de porco como cobertura. Para o Guia Michelin 2012, Tóquio manteve-se na ponta como capital mundial da boa comida, com 16 restaurantes recebendo três estrelas. Tóquio destacou-se pelo quinto ano seguido como a cidade mais estrelada, mantendo-se à frente de Paris, por exemplo, com “apenas” 10 restaurantes.

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Shutterstock

RESTAURANTES


Comida de izakaya - sashimi de carne de cavalo, edamame (vagem de soja cozida e salgada, servida como aperitivo).

É claro que a comida japonesa não é só composta de peixe cru, como nos sushi e sashimi, ideia que muitos dos visitantes ainda trazem quando visitam o arquipélago. Os restaurantes de sushi variam muito em qualidade. Em geral, a matéria prima e a forma como é tratada pode fazer toda a diferença. Não basta que o peixe (ou outras variações dos frutos do mar) seja “pescado na hora”. Para manter a qualidade e o prazer de se comer o sushi ou sashimi, é preciso até mesmo saber como esse peixe vai morrer ou morreu: se retirado da água vivo, instantes antes de ser preparado, ou se já vem fatiado e congelado ao restaurante. Se o peixe não for tratado adequadamente desde o momento da pesca, ele poderá ser delicioso para comer assado, mas pode não dar um bom sashimi. Normalmente, os mais caros restaurantes têm em sua folha de pagamento os especialistas em descobrir “o melhor peixe do dia” e lutar por ele nos leilões do mercado de Tsukiji, realizados antes das 4 horas da manhã. Além do peixe, para o sushi é importante usar o “arroz de sushi” e o “vinagre de sushi”: essa é uma das grandes diferenças percebidas quando se come sushi no Japão pela primeira vez, para alguém já acostumado à iguaria no Brasil. E, além disso, deve-se estar preparado para não encontrar sushi com queijo, sushi quente ou sushi com brigadeiro. Para se saber qual o melhor restaurante de sushi em Tóquio, entre dez toquiotas teremos provavelmente dez respostas diferentes. Para o Guia Michelin, os restaurantes Saito e Mizutani receberam três estrelas, e o ponto principal é a qualidade de seus ingredientes: um jantar pode custar 200 dólares por pessoa. Já a popular rede Sushizanmai tem exatamente

Funcionária alterando o cardápio.

Vitrine dos pratos. Todas as comidas são de plástico.

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na variedade e baixo custo o seu principal atrativo, sendo uma das boas opções para se provar um sushi de boa qualidade. O meu preferido é um dos Sushizanmai, aberto 24 horas e que fica no mercado de Tsukiji. Aliás, café da manhã em restaurante de sushi não é incomum, e filas se formam às 6 horas no Dai Sushi, também na região do mercado. Só não tem café com leite. Em geral, os restaurantes são especializados: monjá, sushi, karê, yakitori. O cliente já vai sabendo que tipo de comida vai ter disponível. A mais tradicional é o prato completo (teishoku), encontrado em muitos restaurantes na hora de almoço. Uma porção de arroz, o potinho com verduras em conserva, uma salada, o caldo de missô e o prato quente principal, que pode ser um peixe grelhado, carne de porco, frango ou bife. Normalmente

Arroz, caldo, picles.

esse prato estará exposto como sugestão do dia, e seu preço, no almoço, é sempre convidativo. Raros são aqueles que almoçam em casa durante a semana. Nas regiões de escritórios, filas imensas se formam na hora de almoço, muitas vezes em restaurantes de 10 ou 15 lugares, que você só sabe que é um restaurante na hora das refeições. Nas estações e no piso gastronômico das lojas de departamentos, é comum escolher o prato na vitrine, com os modelos em plástico de praticamente tudo que tem no cardápio, ou seja, come-se pela aparência.

Bares embaixo do viaduto do trem - Izakaya: espetinhos e cerveja.

Come-se o que se vê

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Os restaurantes dos hotéis internacionais são sempre uma segurança para os estrangeiros com medo de se aventurar em busca de comida na rua. Os cardápios têm versão em inglês e muita oferta da cozinha internacional. Para quem quer mesmo provar da cozinha japonesa e da comida de boteco, por exemplo, não pode deixar de ir a um izakaya, bares que servem bebida alcoólica com petiscos variados. É impressionante como os tira-gostos são diferentes por aqui: espetinho de aspargos, beringela no vinagre, lula seca, tripas fritas, sashimi de baleia. Tudo acompanhado de saquê, umeshu (bebida alcoólica feita de ameixa) ou uma boa cerveja, a bebida alcoólica mais consumida no Japão. O álcool é parte importante da cultura japonesa, mas este é um outro assunto.


Vivencie momentos de expansão da Consciência Búdica, reavaliando sua existência, aprendendo a conhecer a realidade diretamente, reconhecendo e despertando o líder interno para ser Líder de Si Mesmo!

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Vinhas alentejanas

ALENTEJO: DA TERRA DAS ROLHAS A UMA TERRA DE VINHO

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Por Adir Nasser Jr.

onhecido internacionalmente como um dos maiores produtores de cortiça, o Alentejo, no centro-sul de Portugal, vem mostrando consistentemente nas últimas décadas que não tem vocação apenas para produzir o vedante de garrafas de outras plagas, mas que pode produzir também seu próprio vinho – e vinho de boa qualidade. Os tintos e brancos da região têm hoje denominação de origem e certificação geográfica e são exportados para diversos países. Terra dos sobreiros – árvore de cuja casca se extrai a cortiça, produto do qual Portugal é o maior produtor mundial –, o Alentejo hoje conta com uma grande produção de vinhos, em oito sub-regiões com direito à denominação de origem: Redondo, Reguengos, Portalegre, Moura, Granja-Amareleja, Évora e Borba, cada uma das quais com traços distintivos. A trajetória da vitivinicultura na região, porém, é permeada de percalços. A atual fase de sucesso teve início nos anos 1970. No passado, iniciativas de se produzir vinhos em larga escala malograram. Após atravessar séculos sem vicejar sob o domínio dos abstêmios muçulmanos, os vinhedos do Alentejo passaram a se notabilizar nos séculos XVI e XVII, com a produção de vinhos como os de Évora e Peramanca. Contudo, os conflitos políticos não deram perenidade ao cultivar, que só voltaria à condição de grande trunfo econômico no final do século XIX. Novamente, a decepção: a infestação de filoxera (inseto que danifica os vinhedos) e a substituição forçada das culturas por trigo em razão de uma política de Estado minaram os vinhedos do Alentejo. A partir dos anos 70, baseado em estudos de potencial, os diversos agentes interessados passaram a promover a cultura da vinha nos diferentes terroirs do Aleantejo. A partir de então entidades se formaram para garantir a produção de vinhos de qualidade no Alentejo.

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A promoção e a defesa da Denominação de Origem Alentejo (DOC Alentejo) e a indicação geográfica (Regional Alentejano) estão atualmente a cargo da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), uma entidade interprofissional privada criada em 1989. Produção – Atualmente são 355 agentes econômicos envolvidos com o vinho Alentejano, sendo 250 produtores. Segundo dados da CVRA de 2011, são 21.970 hectares plantados na região, dos quais 11.763 aprovados para a certificação DOC Alentejano. Apenas o DOC Alentejano teve um incremento de produção de 36% entre 2001 e 2011: saltou de 30,3 milhões de litros para 41,2 milhões de litros. Os principais mercados de exportação fora da União Europeia são Brasil, EUA, Angola, Canadá, China e Suíça. Na região, além das diversas castas autóctones adaptadas à geografia alentejana, que imprimem um acentuado caráter regional, são cultivadas variedades estrangeiras introduzidas recentemente para reforçar a produção vitivinícola do Alentejo. A DOC Alentejo requer no mínimo de 75% de castas tintas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Touriga Nacional, Trincadeira; já as castas brancas obrigatórias nesta proporção são Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Manteúdo, Perrum, Rabo-de-Ovelha, Síria (Roupeiro), Trincadeira das Pratas (Tamarez). Em razão desta flexibilidade na escolha das castas, inclusive muitas forâneas, o Vinho Regional Alentejano pode acolher facilmente os produtores. E, apesar desta multiplicidade de castas, de algumas diferenças regionais e da heterogeneidade de solos que caracteriza o Alentejo – com plantações dispersas em solos argiolosos, de xisto, granito, calhau rolado, calcários e argilas –, existem inúmeros traços comuns nos vinhos da grande planície alentejana: a fruta farta, a suavidade, o corpo cheio e entroncado, e, sobretudo, a enorme consistência que se mantém colheita após colheita.


ALLIA HOTELS ANUNCIA RESORT NO ESPÍRITO SANTO Novo empreendimento ficará nas Montanhas Capixabas, reduto turístico de paisagens naturais

Da Redação, com assessorias

A

Allia Hotels, que conta atualmente com 28 hotéis em operação no país, confirma mais um empreendimento no estado do Espírito Santo: o Bristol Vista Azul Resort & Meeting Center, localizado nas Montanhas Capixabas, em Pedra Azul, município de Domingos Martins. O empreendimento Resort & Meeting Center contará com salões de convenções, restaurantes, SPA, adega, salão de jogos, piscina externa aquecida, 154 unidades residenciais e 72 suítes hoteleiras (pool), totalizando 226 aptos. O investimento para este hotel é da ordem de R$ 23 milhões e a previsão de inauguração é para meados de 2015. A Allia Hotels conta com oito hotéis em funcionamento no estado, sendo sete em Vitória e um em Guarapari. Há previsão de lançamento de mais 12 empreendimentos somente no Espírito Santo. “Estamos otimistas com esse grande empreendimento, por estar localizado em uma importante área turística, principal passagem do Centro Oeste e de Minas Gerais para o Espírito Santo. Acreditamos que, além de dar continuidade ao nosso plano de expansão, também iremos atender uma demanda hoteleira específica para essa região, nos segmentos de lazer e eventos”, comenta o diretor de Desenvolvimento da Allia Hotels, Marcello Medeiros.

Maquete

As Montanhas Capixabas têm temperaturas amenas durante todo o ano e abrigam belas paisagens naturais, além de manter intensa atividade no segmento do turismo rural e de aventura. São consideradas o roteiro ideal para trilhas em meio à vegetação nativa da Mata Atlântica. Allia Hotels Criada em outubro de 2010, a Allia Hotels conta com 28 hotéis em operação, distribuídos nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiânia, Espírito Santo e Distrito Federal. Recentemente a rede anunciou investimentos de mais de R$ 500 milhões em novos hotéis no país. A previsão é que até o final de 2015 a Allia Hotels some mais 34 hotéis ao grupo. Com atuação voltada para o segmento de turismo executivo, a Allia Hotels oferece diversas opções de hospedagem com preços competitivos e qualidade para receber clientes corporativos durante a semana. E turismo de lazer nos finais de semana. www.alliahotels.com.br

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NOTAS TURÍSTICAS Da Redação, com assessorias

HOTEL ECOLÓGICO EM GALÁPAGOS TEM EXCELÊNCIA RECONHECIDA O World Travel Awards, prestigiada competição internacional de turismo, apontou o Finch Bay Hotel, administrado pela Metropolitan Touring na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos, como o melhor hotel ecológico da América do Sul em 2012. A entrega foi no dia 14 de setembro, em Turks e Caicos, após escolha por votação na qual participam agentes de viagem de todo o mundo. A presidente executiva da Metropolitan Touring, Paulina Burbano de Lara, afirmou que o prêmio é um reflexo da dedicação diária da equipe e do compromisso da empresa com o ecossistema de Galápagos e com os clientes. O Finch Bay é o único hotel do Equador com tratamento biológico para as águas residuais. Possui um amplo sistema de economia de energia, aplicado com painéis solares, lâmpadas especiais, sensores de movimento, maior isolamento acústico nos quartos e aparelhos eletrônicos mais eficientes. Seus resíduos sólidos são separados, classificados e encaminhados ao centro de reciclagem, enquanto que os orgânicos são utilizados como adubo nos jardins e hortas do hotel, onde são cultivadas frutas, legumes e ervas.

COSTA BRASILEIRA AGUARDA 15 NAVIOS PARA TEMPORADA DE CRUZEIROS A costa brasileira deve receber, de novembro de 2012 a abril de 2013, 15 navios durante a temporada de cruzeiros marítimos. Pelas embarcações passarão no período 762 mil turistas, nos 280 roteiros de viagens planejados, segundo a expectativa da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar). A oferta será 15% inferior à da temporada 2011/2012, que havia atingido uma oferta recorde, com 894 mil leitos disponíveis, em sete meses de duração (contra cinco da temporada que se aproxima) e com cruzeiros mais curtos. “Para 2012/2013, aumentamos a duração dos roteiros. Vínhamos com temporadas repletas de minicruzeiros, com duração de três a cinco noites, mas percebemos que o turista brasileiro prefere passar mais tempo a bordo. Por isso, esticamos as saídas e agora teremos menos viagens, porém mais longas, com média de sete noites”, afirmou Ricardo Amaral, presidente da Abremar. Os players comemoraram os excelentes números da temporada passada, na qual se registraram 386 atracações em 20 portos nacionais no período que se estendeu até maio deste ano. O Brasil já é o quinto colocado no ranking mundial do mercado de cruzeiros marítimos. Pelos dados da Cruise Lines International Association (Clia), o país perde em número de passageiros apenas para os Estados Unidos, que transportaram 10 milhões de cruzeiristas em 2011, Inglaterra, com 1,5 mi, Alemanha (1,2 mi) e Itália (889 mil). “Teríamos potencial para crescer ainda mais, não fosse o Custo Brasil, que tem deixado nosso país menos competitivo”, ressalta Amaral.

AVIESP FARÁ SEMINÁRIO EM NOVEMBRO COM VALTER PATRIANI Já estão abertas as inscrições para o Seminário da Associação das Agências de Viagens Independentes de São Paulo (Aviesp). Em sua quinta edição, o evento será realizado no dia 13 de novembro no Royal Palm Plaza Resort, em Campinas (SP), e reunirá diversos palestrantes, dentre os quais destacam-se, pela primeira vez, representantes de algumas operadoras de turismo, cuja meta é compartilhar ideias e capacitar os profissionais do trade. Valter Patriani, ex-CVC, falará sobre a importância de se manter agências físicas paralelamente à internet. Com o objetivo de incentivar a presença dos agentes de viagens e fortalecer a classe, caravanas patrocinadas pela Azul Linhas Aéreas partirão de dez cidades. Os associados adimplentes da entidade terão prioridade para usufruir das caravanas, porém sujeitos ao número de vagas. Mais informações e inscrições no site www.aviesp.com.

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DIA DO TURISMO MENSAGEM DA ONU RESSALTA SUSTENTABILIDADE A mensagem do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon por ocasião do Dia Mundial do Turismo (28/09) enfatizou a importância da aplicação do conceito de sustentabilidade na atividade turística. O tom da mensagem vem a propósito da comemoração, em 2012, do Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, da ONU. Foto: Steffi Loos/Associated Press/AE A mensagem de Ban Ki-moon reitera que a indústria turística já demonstrou liderança ao apresentar e desenvolver soluções para o uso de energias limpas, diminuindo a emissão de carbono por meio de iniciativas em empreendimentos hoteleiros e transporte aéreo. “O turismo foi enfatizado enquanto atividade capaz de contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável, o crescimento verde e o desafio de combater as mudanças climáticas por meio da relação com a energia”, afirmou a carta, que lembra os debates da Rio+20, sediada pelo Rio de Janeiro em junho deste ano, e da importância da conduta responsável dos turistas individualmente na preservação ambiental.

ACCOR EXPANDE PROGRAMA DE INCENTIVOS PARA BANDEIRA SOFITEL O programa A.Gente, canal de relacionamento com agentes de viagens do grupo Accor, líder mundial em operação hoteleira e líder de mercado na Europa, acaba de anunciar a integração dos hotéis de luxo da bandeira Sofitel do continente americano. Com este anúncio, agentes de viagens passam a somar pontos ao efetuarem reservas nos hotéis participantes da marca Sofitel neste continente. Estes pontos podem ser revertidos em recompensas do catálogo de prêmios online, benefícios nos hotéis participantes como hospedagens, brunches, jantares e almoços, além de prêmios nos parceiros do programa. O programa A. Gente é um canal exclusivo, pelo qual agentes de viagens acumulam pontos ao efetuarem reservas nos hotéis Sofitel, Pullman, Novotel e Mercure em toda a América Latina, e passa agora a contar com os hotéis da marca de luxo Sofitel na América do Norte também.

MTUR DESTINOU R$ 2 MILHÕES PARA AÇÃO DE QUALIFICAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA A cidade de Salvador entregou mais de 500 certificados para alunos qualificados profissionalmente nos cursos de cozinheiro, garçom, caixa, camareira e recepcionista, realizados por meio de um convênio entre o Ministério do Turismo e a Secretaria de Estado de Turismo da Bahia. O investimento na ação é de R$ 2 milhões. Ao todo, são 4,3 mil vagas para os cursos de garçom, cozinheiro, barman, recepcionista, camareira/arrumador, caixa e artesão. Até o momento, foram qualificadas 1.869 pessoas. Os alunos que receberam os certificados são das regiões de Salvador, Cachoeira, Mata de São João, Vera Cruz, Itaparica, Lauro de Freitas e Camaçari.

WORLDHOTELS REFORMA NOVAS OPÇÕES NA INTERFACE WEB O Worldhotels, um dos principais grupos de hotéis independentes de todo o mundo, divulgou uma gama de novos aperfeiçoamentos online projetados para maximizar os negócios para os hotéis afiliados. Os desenvolvimentos incluem a remodelação do portal worldhotels.com e novos recursos para hóspedes que planejam a viagem em trânsito, com a otimização móvel do website e um novo aplicativo móvel para iPhone e Android. O novo website oferece uma experiência muito mais amigável e foi projetado para converter “olhadores” em “reservadores” com layout otimizado, navegação e uma variedade de recursos de design, conteúdo e funcionalidade interativa.

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AIR FRANCE INVESTE MILHÕES DE EUROS PARA RETOMAR LIDERANÇA A Air France anunciou, em setembro, durante a feira IFTM - Top Resa, em Paris, o investimento de milhões de euros para reestruturar produtos e serviços e retomar a liderança no mercado aéreo mundial. Na sua malha de longa distância, a empresa pretende renovar suas cabines da primeira classe e da classe executiva das aeronaves Boeing 777 a partir de 2014 e, com isso, tornar sua frota referência em conforto, serviço e gastronomia. Já a partir do próximo inverno europeu, a Air France vai oferecer aos viajantes da classe executiva dos voos de média distância refeições completamente reformuladas e inspiradas na dos voos de longa de distância, com mais flexibilidade e atenção aos passageiros das classes executiva e econômica Premium. A companhia oferecerá ainda o serviço de download e armazenamento de jornais e revistas do dia para tablets ou smartphones antes do voo. Além disso, todos os clientes se beneficiarão cada vez mais dos serviços “à la carte” e de mais autonomia ao longo da sua viagem. Esses investimentos nos voos de média e longa distância vêm complementar os projetos recentes, como as novas infraestruturas no aeroporto de Paris Charles de Gaulle, incluindo o maior lounge de sua rede, e a modificação no layout das cabines de sua frota de longo curso.

REGIÃO DE FOZ DO IGUAÇU TERÁ O MAIOR PARQUE AQUÁTICO TERMAL DA AMÉRICA LATINA Em dezembro deste ano devem ser inauguradas as primeiras instalações do Parque Aquático Termal Lago de Itaipu, em Itaipulândia (PR, a 60 km de Foz do Iguaçu). O empreendimento da empresa Rio Water Planet pretende, ao ser concluído, tornar-se o maior parque aquático da América Latina e o único com água termal natural aberto ao público para bilheteria. O empreendimento terá o parque aquático termal, que será o primeiro a ser entregue; um clube para associados; e ainda um hotel com espaço para centro de convenções. Em uma área de mais de 262 mil m², o parque aquático será o único do Brasil a oferecer duas piscinas de ondas num mesmo complexo. Além disso, terá um dos maiores tobogãs do mundo e um tobogã gigante com oito pistas simultâneas de descida em botes para até quatro pessoas. A empresa Rio Water Planet, que conta com um complexo de grande porte no Rio de Janeiro, tem compromisso contratual de entregar mais de R$ 10 milhões em infraestrutura turística nesse grande complexo. Porém equipamentos do Wet’n Wild, franquia de parques aquáticos norte-americana, que seriam instalados em Foz do Iguaçu e acabaram ficando sem uso por alguns anos, foram adquiridos e serão instalados no novo parque, que contará com 45 equipamentos ao todo.

“HOTÉIS DE EMPRESAS” SÃO SOLUÇÃO EM CIDADES MÉDIAS EM CRESCIMENTO ECONÔMICO Comum em grandes metrópoles pelo mundo, segmento de escritórios virtuais oferece saída para empresas que precisam se instalar em cidades de pequeno e médio portes que, em razão do desenvolvimento de alguma atividade econômica, enfrentam súbita valorização imobiliária. Santos (SP) e Macaé (RJ) têm sido locais de crescimento dos chamados “hotéis de empresas”, que proporcionam também facilidades para quem enfrenta a burocracia para ter um ponto comercial na cidade. O termo “hotel de empresas”, que pode até soar estranho, resume perfeitamente o conceito impresso a estes empreendimentos e tem atraído a atenção de profissionais liberais, prestadores de serviços e donos de pequenos negócios que precisam se estabelecer. O custo inicial é zero. E não há burocracia, que se reduz à escolha do “apartamento” dentro do hotel corporativo. Como regra, nestes ambientes, o empresário se instala antes mesmo do trâmite para se formalizar com CNPJ. Em Santos, cidade em ebulição pelas possibilidades de negócios com a exploração de petróleo na camada pré-sal, surgem empresas de escritórios virtuais que aproveitam o bom momento da região e vem respondendo satisfatoriamente à necessidade de pequenos negócios Bacia de Santos de fugir da valorização dos alugueis no município.

Foto: Reprodução/Jornal Tribuna Hoje

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GUIA PARA BUSCAR ROTAS TURÍSTICAS DE BICICLETAS EM GRANDES CIDADES A Teresa Perez Tours lançou em setembro “The Traveller Trends Urbano”, publicação que apresenta alternativas para quem deseja aproveitar, andando de bicicleta, as grandes cidades por meio de roteiros que fujam aos clichês e do que está programado nos guias turísticos. Segundo Tomas Perez, presidente e cofundador do grupo turístico, cada vez mais pessoas aderem à tendência mundial de trocar o percurso pré-estabelecido em carros por passeios de bicicleta. “A sensação de liberdade que se tem ao escolher os caminhos como bem entender, por ciclovias que nos Bruges levam praticamente a todos os lugares, é indescritível”, disse. O livro mostra que na Europa, Copenhague, Amsterdã e Bruges formam o chamado Triângulo das Bicicletas. As cidades proporcionam uma combinação perfeita para quem quer conhecer a Dinamarca, a Holanda e a Bélgica sobre duas rodas. Nas vias de Amsterdã circulam bondes, pedestres, carros e bicicletas em uma ordem que parece difícil de ser entendida. Os caminhos, no entanto, permitem que se descubram seus canais mais escondidos, repletos de galerias e bistrôs que só quem se aventura pelos locais irá experimentar. Em Londres, os bairros de Shoreditch, Hackney e Hoxton apresentam opções para quem gosta de arte, gastronomia e boemia. Já em Nova York, a pedida é aproveitar as novíssimas ciclovias e fugir da agitação do centro e perder-se no Downtown para descobrir as galerias e delícias gastronômicas de bairros como o Meatpacking, além das lojas do Soho e do East Village.

ACCOR SEGUE COMO ÚNICO OPERADOR DO SOFITEL RIO DE JANEIRO O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em decisão do dia 27 de agosto, manteve o direito de a Accor operar o Hotel Sofitel Rio de Janeiro até que uma decisão judicial definitiva seja tomada. O TJ suspendeu a tentativa do concorrente Brazil Hospitality Group (BHG) adquirir o prédio onde está instalado o Sofitel. O BHG tentou reverter essa decisão da Presidência do Tribunal de Justiça por meio de um pedido de reconsideração, que foi negado. A Accor tem planos para investir mais R$ 30 milhões na conclusão da modernização do hotel, além dos R$ 35 milhões em reformas e benfeitorias ao longo dos últimos 15 anos, a fim de mantê-lo como um dos mais luxuosos hotéis da capital carioca.

CAIXA LANÇA CARTÃO TURISMO PLATINUM A Caixa Econômica Federal lançou o Cartão Turismo Platinum. O novo produto da linha de cartões de turismo Caixa traz vantagens adicionais, como uma maior pontuação no Programa de Pontos Caixa e uma bonificação de 4 mil pontos após o pagamento da última parcela da anuidade. O Cartão Turismo Platinum é o primeiro cartão de crédito Caixa com imagens pré-definidas para o cliente escolher. As opções são o Elevador Lacerda, o Teatro Amazonas, a Ponte Hercílio Luz e as Cataratas do Iguaçu. Como já acontece com os cartões turismo nas variantes Nacional, Internacional e Gold, o Cartão Turismo Platinum dá benefícios exclusivos para compras nos estabelecimentos de turismo e entretenimento, como hotéis, pousadas, companhias aéreas, restaurantes, agências de viagens, locadoras de automóveis e parques temáticos. Nessas compras, a pontuação no Programa de Pontos Caixa será de 1,8 ponto para cada US$ 1,00 gasto, e elas ainda poderão ser parceladas em até 48 vezes, com juros de 0,89% ao mês. Nas compras em ramos convencionais, como nos demais Cartões Platinum, cada US$ 1,00 gasto corresponderá a 1,5 ponto no programa. Ainda no Programa de Pontos Caixa, o cliente receberá uma bonificação de 4 mil pontos, após o pagamento da última parcela da anuidade, que já poderão ser transferidos para os programas Smiles (GOL) e Victoria (TAP), para a emissão de passagens aéreas, ou ainda para o programa Multiplus, para o resgate de ingressos de cinemas, teatros e casas de show, livros, CD, DVD e passagens aéreas da TAM. Emitido nas bandeiras Visa e MasterCard, o Cartão Turismo Platinum será produzido com a tecnologia chip, que torna as compras ainda mais seguras. Além disso, ele disponibilizará diferentes opções de seguro para viagem.

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SERVIÇO DE BORDO DA AMERICAN AIRLINES USARÁ TABLETS Uma experiência de bordo mais personalizada se tornará realidade até o fim do ano quando os comissários de bordo da American Airlines começarem a usar o novo Samsung Galaxy Note como parte do programa inédito para tablets. Por meio do programa, os comissários de bordo terão acesso ágil às informações mais atualizadas dos viajantes, o que lhes permitirá servir melhor os clientes da hora no curso do voo. Os comissários poderão ter acesso a informações do cliente, como nome, número do assento, status do programa de fidelização, registro de refeições e preferência por bebidas. Entre os projetos em estudo está o uso de dispositivos para transações na aeronave, tais como a compra de alimentos de bordo.

VIAJANDO COM A CRIANÇADA. O QUE DIZ A XIQUITA! Final de ano, férias das escolas, alto astral nas famílias e trégua no trabalho. A empresa Xiquita Moda Infantil atende um público de 0 a 12 anos com uma gama ampla de produtos. De empresa familiar a Megastores, desenvolve também um trabalho social importante de conscientização e segurança nas estradas. Leia, abaixo, as orientações para os pais e a petizada a respeito disso. Viagem marcada? Pegue a estrada com segurança! O período das férias é sempre uma ótima oportunidade para uma viagem divertida com a família e amigos. Mas pegar estrada, principalmente nesta época, exige muita cautela e a adoção de medidas importantes de segurança para evitar acidentes. A segurança dos pequenos durante qualquer trajeto de automóvel é prioridade! Na cidade, em pequenas distâncias e principalmente nas rodovias, onde o fluxo de automóveis aumenta consideravelmente nesta época do ano, o uso da cadeirinha é essencial. Por isso, a criança deve sempre estar no banco de trás com o dispositivo de retenção mais adequado de acordo com sua altura e peso. Consulte o Guia da Cadeirinha. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2007, 2.134 crianças de até 14 anos morreram vítimas de acidentes de trânsito. Deste total, 669 morreram na condição de passageira de veículos. Estudos americanos mostram que cadeiras de segurança para crianças, quando instaladas e usadas corretamente, diminuem os riscos de morte em até 71% em caso de acidente. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, alguns cuidados também podem contribuir para uma viagem mais segura, como a verificação rigorosa do veículo e dos equipamentos obrigatórios, o respeito à sinalização, a ingestão de refeições leves e o não consumo de drogas e álcool antes de dirigir, entre outros. O site da PRF também traz um Guia de Boa Viagem. A CRIANÇA SEGURA lançou uma campanha para mostrar a importância do uso da cadeirinha e os diferentes modelos existentes. Ao acessa o siter, o internauta passa a participar de um jogo de tabuleiro. No início do game, o jogador escolhe o carro equipado com o dispositivo de retenção adequado ao peso de seu filho (bebê conforto, cadeirinha, assento de elevação ou o próprio cinto de segurança do carro). Ao jogar o dado, o participante percorre o trajeto e recebe dicas e informações cada vez que para em determinada casa do tabuleiro. As mensagens trazem orientações sobre certificação, instalação, o risco de se transportar a criança no colo e a importância de se utilizar o equipamento mesmo em passeios curtos. Acesse o site: www.criancasegura.org.br

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