Revista Guitarlicks - Edição 01

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REVISTA

GUITAR LICKS APRENDA VIOLÃO

FLAMENcO:

! A T I U T A R G

VÍDEO AULA COM TODOS EXERCÍCIOS

juan martin - soleares

LICKS PARA improvisar: avengend sevenfold Y. MALMSTEEN guthrie govan MEGADETH JOE BONAMASSA ANDRÉ GIMENES

DESENVOLVA SUA TÉCNICA PALHETADA ALTERNADA sweep picking ligados arpejos escalas e muito mais!

OS MELHORES

ÁLBUMS DE 2015 POR FÁBIO REZENDE

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Edição 01 - Fev 2016

EDITORIAL

ÍNDICE FÁBRICA DE LICKS ......................................... 04 Aprenda a construir seu próprio solo com exercícios e vídeo aulas

violão instrumental ................................. 09 os melhores álbuns de 2015 .................... 13 Fábio Rezende, escritor no blog Fliperamas e Sons, analisa 5 álbuns que você precisa ouvir

Imagens capa ............................................................ 01 Foto retirada do site www.wallpapercave.com

anúncio ...................................................... 07 Foto retirada do site www.wallpapercave.com

anúncio ...................................................... 08 Foto retirada do site www.wallpapercave.com

juan martin ............................................... 09 Foto retirada do site www.domgitar.com

VINIS ............................................................. 13 Foto retirada do site www.cuv3.com

CAPAS DE CD’s ....................................... 14 - 17

Divulgação

É com um imenso prazer que dou partida a mais nova opção para o aprendizado gratuito de Guitarra e Violão. Em parceria com a designer gráfico Natalia Bae, eu os apresento a primeira edição da Revista “Guitar Licks”, título que espero ser vingadouro nesse novo formato de aprendizado. Nessa primeira edição teremos muitos Licks para o seu desenvolvimento técnico, criativo e musical. Os interessados na arte do violão flamenco não podem perder a transcrição completa da peça “Soleares” de Juan Martin, lembrando sempre que todos os exercícios acompanham uma vídeo aula completa disponível no nosso site oficial e no nosso canal do youtube. Por último, quero novamente agradecer a parceria com a Natalia Bae, pois sem ela não seria possível que esse incrível projeto se realizasse. Bom estudos e até a próxima! André Gimenes Músico formado pela Unisantanna em Licenciatura Musical. Professor de Violão e Guitarra em Santo André e por Skype para todo o território Brasileiro. andre-gimenes@hotmail.com facebook.com/gtrandregimenes

CONTRA CAPA ................................................ 20 3

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Aulas via

Fábrica de licks Improvisar é como escrever um livro ou uma história. Para conseguir escrever bem, é preciso que você tenha um bom vocabulário. Eu vejo o estudo de licks como uma forma de extender seu dicionário musical e com isso conseguir criar e improvisar melhor os seus próprios solos. Cada lick novo aprendido é uma possibilidade nova para utilizar no seu dia a dia musical, seja tocando sozinho ou com uma banda. Nessa série de lições vamos ver alguns licks que com certeza ajudará no seu desenvolvimento técnico e melódico, além disso, explicarei alguns conceitos teóricos para você entender algumas formas de se utilizar essas frases. O primeiro passo é aprender o lick em um andamento lento para obter a melhor forma de digitação e posicionamento dos dedos. Tente sempre perceber se a forma que você está tocando é a forma mais confortável e inteligente, efetuando o menor movimento com as mãos. Após aprender lentamente, comece a aumentar a velocidade. Se você deseja aprimorar por exemplo sua palhetada alternada, treine o lick em um andamento rápido, sempre respeitando seus limites. Analise o conceito teórico do lick e escolha alguma backing track com a mesma tonalidade do lick para você começar a improvisar. Primeiro tente repetir a mesma frase que você aprendeu em diversos andamentos diferentes. Após um bom domínio sobre o lick, tente alterar algumas notas, a princípio dentro da escala, e então comece a criar seu próprio fraseado. Espero que você se divirta o mesmo tanto que eu me diverti criando essa seríe de exercícios. Bom estudo!

Clique e assista a vídeo aula! 4

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ANDRÉ GIMENES

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Fábrica de licks EXERCÍCIO 01: megadeth - 44 minutes RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Neste exercício perceba a utilização de tríades formando um tema bastante melódico. No primeiro compasso temos as notas E, G e B, formando o acorde de E menor. No compasso 2 e 3 temos as notas B,C,E,G formando o acorde de C7M e no quarto compasso temos o acorde de B menor formado pelas notas B,D e F#. Tom: Mi Menor/Em

EXERCÍCIO 02: JOE BONAMASSA RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Começamos o lick dentro do padrão 1 da pentatônica de Gm. Preste atenção na utilização de uma rítmica não tão comum no rock e blues com divisão de 7 notas por tempo. A partir do segundo compasso tocamos dentro do mesmo padrão mas agora na região mais grave do braço. No terceiro e quarto compasso adicionamos uma nota oriunda da escala de G eólio(A) e algumas notas cromáticas servindo como notas de passagem. Tom: G menor

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EXERCÍCIO 03: ANDRÉ GIMENES - RIVIERA RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Neste lick eu utilizo o padrão de G eólio até a terceira corda, terminando com algumas notas outsides para uma sonaridade mais puxada para o fusion. Esse lick pode ser um bom treino para a palhetada alternada, treine lentamente e aumente a sua velocidade gradativamente. Tom: G menor

EXERCÍCIO 04: Avengend Sevenfold – Buried Alive RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Começamos o lick utilizando a técnica de sweep picking no acorde de La menor, subimos e descemos no mesmo padrão, após subiremos no arpejo de Fa maior e finalizamos descendo tocando as notas C e E formando o acorde de C maior e modulando no mesmo trecho para as notas E,G# e B formando o acorde de E maior. Treine lentamente esse exercício, sempre utilize a palhetada com menor atrito possível com as cordas para uma melhor execução do sweep. Tom: A menor

EXERCÍCIO 05: ANDRÉ GIMENES - RIVIERA RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Vamos utilizar novamente a técnica de sweep picking arpejando tétrades, temos em sequência os acordes: Am7, Gm7 e Dm7(11) com algumas passagens cromáticas. Tom: G menor

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CONSTRUINDO SEU SOLO EXERCÍCIO 06: Guthrie Govan - Wonderful Slippery Thing RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Neste lick, Guthrie Govan utiliza a escala de A mixolidio com algumas notas outside. Tom: D maior utilizando a escala de A mixolidio

EXERCÍCIO 07: Yngwie Malmsteen – Arpeggios From Hell RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL

Mais um exemplo do uso tríades, agora utilizando palhetada alternada em cima do acorde de E menor. Treine lentamente e utilize o mesmo padrão de arpejo em outras casas para outros acordes menores. Tom: E menor

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VIOLÃO INSTRUMENTAL o violão flamenco de juan martin RITMO

TÉCNICA

DIFICULDADE GERAL Inicio a sessão “Violão Instrumental” com a transcrição e vídeo aula da peça flamenca “Soleares” de Juan Martin. Juan Martin é um violonista espanhol autor de diversos songbooks de violão flamenco, a transcrição do mês está presente no livro “El Arte Flamenco de la Guitarra”. No violão flamenco é comum a utilização de setas. Seta para cima significa que você tocará da corda 6 até a corda 1 com o dedo indicado na partitura. Quando aparecer seta para baixo, execute o movimento contrário, o dedo indicador sai da corda 1 para a corda 6, praticamente o sistema contrário ao que estamos acostumados a utilizar em música com levadas. Bons estudos!

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VIOLテグ INSTRUMENTAL

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OS MELHORES

ÁLBUNS DE

2015


FABIO REZENDE

1. I love you, Honeybear – Father John Misty

Estudante de ciências da computação (UFABC). Gosto de música, games, quadrinhos e outros clichês por aí. Penso em viajar o tempo todo. Marinheiro só. www.fliperamasesons.wordpress.com www.twitter.com/fliperamasesons www.fliperamasesons.tumblr.com @fliperamasesons

Olá! Agora que o ano de 2015 acabou, fiz a lista daqueles que considerei os melhores álbuns lançados neste ano. Para fazer esta lista, uni o meu gosto pessoal com a recepção de público e crítica que estes álbuns tiveram ao redor do mundo no ano passado. Logo, estão na lista apenas aqueles que ouvi, gostei e pensei que valeriam a pena ser compartilhados. Não é uma lista definitiva, é claro, e adoraria ouvir recomendações dos seus álbuns preferidos que saíram no ano passado.

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O segundo álbum solo de Father John Misty, alter-ego de Josh Tillman, consolidam-no como um dos mais criativos artistas da atualidade. Para falar sobre este álbum, no entanto, é necessário explicar quem é este cara. Josh Tillman é o ex-baterista do Fleet Foxes, uma banda de indie-folk formada em 2006 em Seattle, nos EUA. O Fleet Foxes fez um relativo sucesso e tocou em diversos festivais ao redor do mundo. No entanto, apesar do sucesso, ele se encontrava cansado da rotina de sua ex-banda, e do ócio criativo em que se encontrava. Resolveu então assumir o alter-ego de “Father John Misty”, sob o qual ele permitiu-se explorar diferentes temas e estilos musicais . O seu álbum de estréia como Father John Misty, “Fear Fun”, de 2012, demonstra claramente essa sua nova busca por uma nova visão do mundo e de si mesmo. Em 2015 ele lançou este álbum, “I Love You, Honeybear”, que dedicou à sua recém-esposa Emma Tillman, mas chamou de “álbum conceitual sobre si próprio”. Neste álbum, Father John Misty fala sobre seus sentimentos sobre as diferentes facetas do casa


mento, o paradoxo entre ser um ato íntimo de cumplicidade e uma instituição (como na faixa título e em “Holy Shit”). Mais adiante, trata com humor ácido a sociedade norte-americana (“Bored In USA”), a futilidade (“The Night Josh Tillman Came to Our Apartment”) e vê gestos de amor no compartilhamento de sonhos delirantes (“When You’re Smiling and Astride Me”). A doçura do título do álbum (Eu te amo , ursinho de pelúcia, em tradução literal) e dos arranjos fazem um contraste muito interessante com suas letras excêntricas, bem-humoradas e altamente confessionais (e às vezes tudo isso). Ainda que fale de amor, traz uma visão única sobre ele e sobre o matrimônio de maneira geral, sem (medo de) soar piegas ou clichê por isso.

morrer”). Multi-instrumentista, ele sempre prezou pela variedade de temas e instrumentos. Em “Carrie & Lowell”, no entanto, Sufjan Stevens deixou de lado toda a super-produção característica de sua música até então, e utilizando apenas voz e violão (e piano ocasionalmente), compôs canções autobiográficas que tratam de temas difíceis, sendo ao mesmo tempo uma homenagem e uma reflexão sobre a sua difícil relação com a mãe (a “Carrie” do título), que havia falecido recentemente. O título do álbum também faz referência ao seu padrasto (“Lowell”) que representou para ele a figura do amor paterno que lhe faltara devido à ausência de seu pai biológico e a instabilidade da mãe. Ao tratar do seu relacionamento com eles dois, Sufjan Stevens encontra uma bela maneira de falar sobre as memórias de sua infância e sobre os seus próprios sentimentos. As melodias das canções são em sua simples, ternas e belas, e funcionam muito bem em mesclar a nostalgia das suas lembranças com a melancolia das quais tratam. As faixas “Death With Dignity”, “Should Have Known Better” e “The Only Thing”são pontos alto do disco. A sua capa exprime perfeitamente o sentimento que permeia o álbum : caseiro, nostálgico, ainda que levemente obscuro. Vale a pena ser ouvido. Poucas vezes um artista soou tão sincero.

2. Carrie & Lowell – Sufjan Stevens

Sufjan Stevens é um artista inquieto, que já flertou com diversos estilos durante sua carreira. Seu álbum de maior sucesso até então era Illinoise (que consta inclusive no livro “1001 discos para se ouvir antes de

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3. Harmlessness – The World Is a Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die

anteriores, tornando esta banda um destaque dentre os seus pares neste movimento. As letras seguem com estrutura e temas bem variados e pouco usuais. A faixa “January 10th, 2014”, é um tributo à uma vigilante da Cidade do México que havia agido como justiceira, ao caçar e matar caminhoneiros que violentavam mulheres naquela região, enquanto “Rage Against the Dying of the Light” e “Ra Pantera Dance”, são quase crônicas cotidianas misturadas a reflexões sobre sentimentos humanos. Na já citada “You Can’t Live There Forever” e “Mental Health”, há o clima apaziguador que faz juz ao nome da banda. O álbum é concluído com um épico de 8 minutos, “Mount Hum”.

Ocorre há alguns anos nos EUA um movimento que se tem chamado de emo-revival, onde algumas bandas utilizam-se da temática do pop-punk/emo do início dos anos 2000, mas deixando de lado o melodrama e visual caricato que tornou-se o esteriótipo deste estilo em suas vertentes mais populares. Esta banda de nome comprido e muitos integrantes (são 9 no total), chamou atenção com seu álbum de estréia: Whenever, If Ever, de 2013, e uma série de EPs que disponibiliza na sua página do Bandcamp, onde demonstrou canções de riqueza melódica e de estrutura nada convencional (é interessante observar que poucas das canções tem refrão, e suas letras normalmente são escritas em parágrafos ou em forma de diálogo). Neste álbum de 2015, Harmlessness, a TWIABP mostrou um amadurecimento musical ao conseguir incorporar elementos de folk (como em “You Can’t Live There Forever”) e post-rock ao seu som de maneira mais incisiva do que em seus trabalhos

4. To Pimp a Butterfly – Kendrick Lamar

Para um ouvinte brasileiro, mesmo que se saiba o inglês, é um pouco difícil compreender todas as gírias e referências utilizadas pelo Kendrick Lamar em suas letras neste álbum. No entanto, é mais fácil compreender as questões sociais das quais este álbum trata: a pobreza, a violência, a desigualdade social, as diferentes 16


From Kinshasa é o álbum de estréia da Mbongwana Star, uma banda da República Democrática do Congo, formada por dois músicos de rua que tocavam em Kinshasa, ambos ex-integrantes da banda Staff Benda Bilili, unidos a alguns músicos locais e um produtor e multi-instrumentista irlandês. Este álbum soa surpreendente por mesclar uma sonoridade eletrônica- às vezes minimalista, às vezes pulsante, às vezes hipnótica – a ritmos e estilos de percussão tradicionais africanos, conseguindo a proeza de soar ao mesmo tempo futurista e de raíz. Ainda que os estilos musicais mais populares – o jazz, o samba por aqui – tenham suas origens atreladas à música africana, admito conhecer muito pouco da música contemporânea produzida por lá, assim como, infelizmente, a maioria de nós. Este álbum, no entanto, vem quebrar esta barreira: recomendo que o ouça como uma viagem ao desconhecido. Em minha opinião, não cabe apresentar faixas que se destaquem individualmente: as canções climáticas e experimentais complementam-se, tornando este um daqueles álbuns que funciona melhor se encarado em sua totalidade, como um livro. Aperte play na primeira faixa, “From Kinshasa To The Moon”, e deixe-se levar pelo delírio musical trazido pelo Mbongwana Star neste seu ambicioso e excelente álbum de estréia.

esferas e consequências do racismo na auto-estima e na posição do negro na sociedade, dentre outros. To Pimp A Butterfly soa como uma mixtape, ao mesclar samples, climas, instrumentos, estilos diferentes e diversos convidados ao longo do álbum. O resultado é um álbum caótico como os temas nele abordados, que prende a atenção do ouvinte justamente por ser tão imprevisível, mesmo a tratar de temas que são (infelizmente) tão comuns. Em “For Free?”, Kendrick Lamar dispara seus versos sobre uma base instrumental de uma banda de jazz (de saxofone, piano e bateria), soando tão perfeitamente encaixadas, como se todo rapper devesse ser acompanhado por uma banda de jazz. Em “Momma”, uma melodia soul acompanha seus versos, cuja intensidade vai aumentando até o fim da faixa. As minhas preferidas são as já citadas, “Wesley’s Theory”, “King Kunta”, “These Walls”, e “Mortal Man”. 5. From Kinshasa – Mbongwana Star

Gostou? Não esquece de conferir mais matérias como essa no blog:

De longe a maior surpresa do ano – tomei conhecimento deste álbum no final de novembro.

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