Healthers Edição 14

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A SUA DETERMINAÇÃO E A NOSSA VONTADE DE SUPERAR OBSTÁCULOS FAZEM TODA A DIFERENÇA.

Todo dia, acompanhamos pessoas enfrentando seus maiores desafios com determinação e otimismo. Nosso compromisso não se limita a oferecer a melhor infraestrutura e as equipes médicas mais reconhecidas do país. Apoiamos todos os nossos pacientes com atitudes que promovem o bem-estar e demonstram atenção e carinho. A assistência humanizada de nossas equipes e as terapias desenvolvidas sob medida para cada paciente são fundamentais no momento em que acolhimento e excelência é o que mais importa.


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/HospitalSJose.SP Responsável técnico: Dr. Luiz Eduardo L. Bettarello – CRM 23706


ÍNDICE 10 Capa Entrevista com Marcelo Gleiser

20 Compras 10 tendências globais redefinirão a indústria da saúde e farmacêutica de 2020

28 Finanças Aumento de impostos: até quando?

44 TI Qual o caminho para o Hospital Digital?

52 Marketing A “sofrência” nossa de cada dia

Artigos Finanças Carlos Alberto Marsal

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Sustentabilidade Roberta Valença

38

Sustentabilidade Valdir Borba

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TI Luis Comaz

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TI Klaiton Simão

48

Marketing Manuel Coelho

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RH Bruno Bakaukas

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Estratégia Luis Augusto Lobão

88

Hospitais Privados Francisco Balestrin

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Inovação Rakesh Vaidyanathan

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Insight Alberto Leite

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66 Especial Inovação

A inovação na saúde - um comprometimento para a melhoria da rotina do setor

76 RH Inovação em Recursos Humanos

92 ASAP Como a inovação e a tecnologia podem ser fundamentais para o engajamento e resultados da sua empresa

116 Backstage Roberto Schahin - A paixão pelo esqui


importa.

cuidar do que mais A gente cuida de você para você

Na Rede de Hospitais São Camilo, vemos o ser humano por trás do paciente.

E estamos cada vez mais preparados para tratá-lo com a qualidade, a atenção e o cuidado que nos colocou entre os hospitais brasileiros com as principais certificações internacionais. Tudo isso porque o que buscamos é o seu bem-estar. Conheça o que temos de novo na Rede. Pompeia: novo prédio com 86 leitos, Centro de Referência em Transplante de Medula Óssea e atendimento especializado em Pediatria. Santana: novo Pronto-Socorro Infantil e novo Centro Médico, espaço exclusivo para consultas e exames. Ipiranga: novo Centro de Oncologia.

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Acreditação com Excelência ONA nível III

Nossa missão é cuidar da vida. • Pompeia • Santana • Ipiranga Visite www.saocamilo.com e saiba mais (11) 3172-6800 /RedeHospitaisSaoCamiloSP

Dr. Fábio Luís Peterlini Responsável Técnico Corporativo SETEMBRO DE 2014 CRM/SP 54.289 29 /RedeSaoCamiloSP


EDITORIAL

2 anos de

Healthers!

Rumo a Orlando!

Completamos dois anos de “vida” e o nosso maior presente é a certeza de estarmos no caminho certo. A equipe cresceu, realizamos algumas mudanças positivas e, agora no mês de junho, o nosso primeiro evento internacional está prestes a acontecer. Não poderia ser mais gratificante.

Tathiana Freire

O Healthers Inspirit, que acontecerá em Orlando - Estados Unidos, foi criado como intuito de reunir profissionais da saúde que estão envolvidos com o futuro da área, ou seja, a inovação será o tema mais discutido contendo três pilares: futuro, metodologia para a chegada segura ao futuro e a criação de valor durante o percurso. Esse foi um grande passo, passo dado com muita dedicação e trabalho. Todos os detalhes foram pensados para oferecer um evento de qualidade para os participantes, transmitindo o melhor dos nossos convidados especiais. Já mencionei o quanto sou feliz por estar na Healthers; assumi a revista há pouco tempo, mas a acompanho praticamente desde o começo e, por isso, posso afirmar a paixão e o carinho que existe nessa rotina cheia de surpresas. Para mim é muito especial viver esse momento, ainda mais quando posso trazer toda a equipe para perto de casa. Orgulho em representar a saúde de forma tão positiva, por trabalhar com vencedores que sabem o verdadeiro significado do trabalho em equipe… cada dia fico mais e mais apaixonada pela saúde, com a certeza que eu também estou no caminho certo. Parabéns para todos nós, equipe e parceiros que acreditam no nosso trabalho. Mickey, aguarde-nos!

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Publisher Alberto Leite | alberto@healthers.com.br Diretora Comercial Gabriela Marcondes | gabriela@healthers.com.br Editora Chefe Tathiana Freire | tathiana@healthers.com.br Arte e Ilustração Tatiane Fernandes | tatifdesign@healthers.com.br Executiva de negócios Flávia Carvalho | flavia@healthers.com.br Administrativo e Financeiro Guilherme Montoro | montoro@healthers.com.br Assistente de comunicação

Manuela Morais | manuela@healthers.com.br

Operações Beatriz Fiore | beatriz@healthers.com.br

HEALTHERS é uma revista direcionada aos executivos do setor de saúde brasileiro, cujo objetivo é compartilhar conhecimento técnico e prático para comunidades de marketing, TI em saúde, RH, Compra, Venda, Finanças e CEOs. A publicação traz, também, conteúdo acadêmico e artigos escritos por especialistas, além de cases internacionais. As informações contidas nas mensagens publicitárias publicadas pela revista são de exclusiva responsabilidade das empresas anunciantes. Os artigos assinados são responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores da revista. Todo o conteúdo da HEALTHERS, revista e portal, é de livre reprodução, sendo necessária a citação da fonte, conforme legislação de direitos autorais. Marketing e Audiência Saiba como promover e valorizar sua marca, seus produtos ou serviços na HEALTHRES | revista e portal. Solicite nosso Mídia Kit pelo e-mail gabriela@healthers.com.br ou pelo telefone: (11) 2339 6351 Editorial: Para falar com a redação da HEALTHERS ligue: (11) 2339 6351 / 23396412 ou envie suas notícias para redacao@healthers.com.br Publicidade: Para anunciar na revista, no portal HEALTHERS, ou discutir uma estratégia de comunicação para aumentar as vendas de seu produto ou serviço, ligue para (11) 4327-7007 ou gabriela@healthers.com.br. Distribuição: Correios Impressão: Gráfica Resolução HEALTHERS - Apaixonados pela Saúde. Rua Antônio Comparato, 160 Campo Belo- São Paulo/SP – Brasil

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ENTREVISTA Acompanhe este e outros conteĂşdos em www.healthers.com.br

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Marcelo Gleiser Professor de física e astronomia da Dartmouth College, Marcelo Gleiser é especialista em Física não-linear e Astrobiologia. Desenvolvendo diversas pesquisas, seus principais interesses estão divididos em duas áreas, Cosmologia e Física de partículas. Marcelo escreveu diversos livros que são referências quando queremos respostas sobre o tão complexo universo; o último lançado foi em 2014, chamado A Ilha do Conhecimento: os limites da ciência e a busca por sentidos.

Gleiser também faz parte da Sociedade Americana de Física e ganhou importantes prêmios como o Presidential Faculty Fellows Award da Casa Branca e da National Science Foundation. Frequentemente podemos vê-lo participando de programas americanos e brasileiros, sendo assim, foi com muita alegria que recebemos a reposta positiva para uma entrevista exclusiva. Confira.

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ENTREVISTA

“a ciência quer explicar o mundo

da melhor maneira que podemos” 12

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Healthers: Por favor, conte-nos um pouco sobre o início da sua carreira até o sucesso. Marcelo Gleiser: Comecei fazendo engenharia e logo vi que meu negócio era física; estava mais interessado nas questões fundamentais sobre o mundo, mais ligado à teoria da relatividade do que em construir pontes ou reatores. Minha carreira foi semelhante à de muitos outros: terminei o mestrado na UFRJ e ganhei bolsa para fazer um doutorado na Inglaterra. Foi lá, de certa forma, que vi que podia competir com os melhores alunos graças à excelente formação que tive no Brasil. Pesquisei, publiquei artigos e em 1991 ganhei minha posição como professor no Dartmouth College, uma escola de elite nos EUA. Acho que o momento de impacto ocorreu quando ganhei um prêmio da Casa Branca e da National Science Foundation em 1994, dado a apenas 15 cientistas e engenheiros jovens de todas as áreas. Isso foi notícia no Brasil e me rendeu o respeito dos colegas aqui. Desde então, venho fazendo pequisa, ensinando e dedicando o resto do meu tempo à popularização da ciência através de meus livros, artigos e documentários na TV. Healthers: Ciência e religião. Poderia explicar um pouco mais sobre a racionalização da natureza? Marcelo Gleiser: Antes da ciência, a religião dava respostas aos mistérios do cosmo: nossa origem e a dos animais, das estrelas... Com o avanço da ciência, muitas dessas perguntas foram encontrando respostas precisas e o papel da religião como “explicadora” da realidade foi diminuindo. Isso gerou uma tensão e ainda gera, pois as pessoas de fé acham que a ciência tem como missão eliminar a religião. Na verdade não é nada disso; a ciência quer explicar o mundo da melhor maneira que podemos; é um esforço humano para entendermos quem somos e como podemos viver melhor. Não tem e não pode “eliminar” a religião; apenas fazê-la um pouco menos necessária, digamos. Não podemos provar cientificamente que Deus JUNHO DE 2015

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ENTREVISTA

“O desafio maior das ciência é ter verba para que a pesquisa continue...” não existe, mas podemos oferecer evidência que torna sua existência pouco justificável. Mas não existe uma guerra aberta entre ciência e fé; apenas entre grupos de interesse que misturam o papel de uma e de outra. Healthers: Ainda existe uma “guerra” entre religião e ciência? Ainda se limitam? Marcelo Gleiser: A “guerra” existe apenas quando grupos religiosos interferem no ensino das ciência e na conduta social de indivíduos: por exemplo, indo contra a vacinação ou bloqueando clínicas de aborto nos EUA, ou tentando proibir o ensino da teoria da evolução nas escolas. Esse tipo de atitude é absurda, revertendo as pessoas a um obscurantismo medieval. Por outro lado, cientistas devem ter mais cuidado com certas asserções feitas publicamente sobre o que a ciência pode ou não explicar. Healthers: Para você qual é o prazer de uma descoberta? Marcelo Gleiser: É entender um pouco mais do mundo, do mistério que nos cerca. Vejo a pesquisa científica como uma atividade profundamente espiritual, ao menos a pesquisa que lida com questões mais profundas sobre o universo. É uma forma de comunhão com a Natureza. 14

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Healthers: Você acredita que com o avanço da ciência a visão sobre o universo está diferente? Qual a sua opinião? Marcelo Gleiser: Com certeza! Quanto mais aprendemos sobre o universo mais muda nossa visão de mundo, quem somos nessa imensidão. Por exemplo, hoje entendemos o quanto nosso planeta é especial e o quanto a vida é especial, incluindo a vida inteligente. Somos criaturas raras, e os únicos humanos no universo. Portanto, devemos pensar com cuidado sobre como tratar a vida e nosso planeta; pois sem ele não podemos sobreviver. Healthers: Hoje, quais são as pesquisas mais importantes para o futuro da ciência? Marcelo Gleiser: Existem muitas! Mas na área médica as aplicações da engenharia genética e a simbiose entre humanos e máquinas; a natureza do câncer e seu tratamento. Na área da física, a exploração do universo, desvendando sua composição material, viagens interplanetárias, busca por vida em outros planetas e luz do sistema solar...Na área das neurociências, os processos cerebrais e sua ligação com a atividade neuronal e, mais adiante, a criação (ou não) de máquinas inteligentes.


Healthers: Quais seriam o grandes desafios? Marcelo Gleiser: O desafio maior das ciência é ter verba para que a pesquisa continue, tanto aplicada quando fundamental; os governos têm que continuar a fomentar a pesquisa básica, que é como progredimos nosso conhecimento sobre as questões mais fundamentais. Mais praticamente, seria muito bom explorar Marte com humanos, desvendar qual a composição da matéria escura, que envolve as galáxias e não é matéria comum, conseguir viabilizar a fusão nuclear de forma industrial para resolver a questão da energia no planeta. Healthers: A ciência é muito ampla. Você acredita que por causa disso a busca pelo conhecimento pode ser facilmente confundida? Marcelo Gleiser: Sim, confundida pelo público não-especializado dadas as dificuldades técnicas. Isso ocorre com frequência, infelizmente, em parte por causa da mídia, que tende a querer controvérsia. Um bom exemplo é a questão do aquecimento global, que virou um debate político mesmo que a ciência seja bem clara. Por isso é importante que cientistas também divulguem a ciência par ao público não-especializado.

Healthers: Há algum tempo vivemos obcecados pelo futuro e pelo novo, portanto, cada vez mais, buscamos respostas e soluções relacionadas, por exemplo, à longevidade e à saúde. Por causa disso as pessoas começaram a exigir mais da ciência e passaram a se interessar mais, ou esse é um interesse natural referente à curiosidade do ser humano? Marcelo Gleiser: Acho que esse interesse sempre existiu. Todo mundo quer uma vida longa e saudável. A diferença é que na nossa época as diferenças são nítidas. Basta ver que no final do século 19 a expectativa de vida era de 50 anos mais ou menos e agora é mais de 70. Se voltarmos à Idade Média, a expectativa de vida era menos de 30! Portanto, a ciência faz uma enorme diferença e deve ser apoiada. Healthers: Como você classifica o avanço da ciência quando o assunto é a saúde no Brasil? Marcelo Gleiser: A saúde no Brasil melhorou muito, mas ainda precisa melhorar mais. Em particular, os hospitais p úblicos vivem à beira da penúria, faltando medicamentos, instrumentos atualizados, médicos descansados e com melhor remuneração etc. Crianças ainda morrem de doenças tropicais e por

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ENTREVISTA

falta de alimentação sadia. Não sei se existe um ponto ideal para a saúde pública, mas devemos sempre almejar melhorias. Healthers: Quais foram os nossos progressos científicos e o que ainda nos falta? Marcelo Gleiser: Os que menciono acima, na área da medicina, e também na área da saúde mental. As tecnologias digitais redefiniram nossas vidas e como nos comunicamos. O que falta? Segundo minha visão, que elaboro no livro A Ilha do Conhecimento, é impossível prever. Mas se um dos papeis mais importantes da ciência é aliviar o sofrimento humano, estamos longe de nosso objetivo. Healthers: Qual o futuro ideal para essas áreas e as inovações necessárias? Marcelo Gleiser: É arriscado profetizar em ciência; como se diz por aqui, previsão é boa quando é para o passado. Mas temos pela frente desafios enormes com relação ao aumento da população mundial e a relativa melhoria no poder aquisitivo, especialmente em países populosos como a China, a Índia e o Brasil. Isso significa que números cada vez maiores de pessoas vão querer bens que

precisam de energia e de combustível: carros, TVs, ar-condicionado, produtos diversos… a questão é como essa realidade poderá ser sustentável num planeta finito e com limites. Healthers: Nossos pontos positivos e negativos… Marcelo Gleiser: Se por “nossos” você se refere à humanidade como um todo, diria que de positivo temos nossa criatividade e capacidade de amar e de se relacionar de forma construtiva. De negativo temos nosso tribalismo, que nos limita aceitar diferenças e os que não fazem parte da nossa “tribo”. Healthers: Amanhã, o que se espera da ciência (em gera)l? Marcelo Gleiser: Da ciência se espera soluções. Soluções para os problemas que afligem o mundo, curas para doenças, para a fome, para o aquecimento global; da ciência se espera o que muitas vezes são milagres. Seria o caso de revistarmos o que de fato queremos e o quanto precisamos mudar nossos valores, nosso imediatismo, nossa ganância, para que ocorram mudanças. O amanhã depende muito mais da nossa compreensão desses problemas do que do que se espera da ciência.

“Temos pela frente desafios enormes com relação ao aumento da população mundial...” 16

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“Nossa percepção da realidade é limitada, sabemos menos do que gostaríamos...” Healthers: Quais seriam os maiores progressos que tivemos nos últimos anos?

Healthers: Na sua opinião... a ciência e o papel do cientista.

Marcelo Gleiser: Melhoria na qualidade de vida de milhões de pessoas, aumento da expectativa de vida, curas para muitos males, melhor eficiência no consumo de energia, o fumo visto como mal…

Marcelo Gleiser: A ciência é nossa tentativa de compreender o mundo e nosso lugar nele através duma linguagem universal baseada na verificação de hipóteses. O cientista é o intérprete da Natureza, o indivíduo que constrói essa tradução de forma que todos possam compreendê-la.

Healthers: A ciência tem limites? Qual o princípio da incerteza? Marcelo Gleiser: A ciência, como qualquer invenção humana, depende de nossa capacidade criativa; portanto é inerentemente limitada visto que somos seres limitados. Fora isso, a própria natureza oferece limites, como da incerteza, que nos diz que no mundo dos átomos não podemos saber tudo o que queremos saber. Temos que nos contentar com uma descrição limitada do que ocorre.

Healthers: Finalizando… a realidade x o futuro e as diferentes percepções. Marcelo Gleiser: Dado que nossa percepção da realidade é limitada, sabemos menos do que gostaríamos. É dessa tensão entre o que vemos e o que queremos ver que vem nossa criatividade. O futuro será definido pelas escolhas que fizermos agora. Se o dever de cada geração é deixar um mundo melhor para a próxima, temos que arregaçar as mangas e começar a dar duro. Temos muito trabalho pela frente.

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Queremos levar nossa referência e inovação também para você. a brookfield incorporações, em parceria exclusiva com a Healthers, trará oportunidades especiais para você. uma das maiores empresas do mercado imobiliário, atuando há mais de três décadas no brasil. mais que empreendimentos, construímos o sonho de milhares de pessoas, com mais de 86 mil imóveis entregues em são paulo, rio de Janeiro, centro-oeste e sul. todos eles com algo em comum: a inovação e a praticidade que proporcionam mais qualidade para sua vida.

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Introdução A principal característica das publicações setoriais tradicionais é a análise retrospectiva dos fatos e as projeções quantitativas, em geral, centradas na taxa de crescimento e na receita total gerada pelo segmento. Para esta matéria, a proposta foi diferente: através de pesquisas primárias e secundárias e significativas interações com pessoas chave do segmento, o foco foi trazer para o diálogo os principais desafios atuais e as respectivas soluções aplicáveis e que já são realidade, mas que serão democratizadas e adotadas plenamente em um futuro muito próximo. O ponto de partida do estudo contou com observação de tendências, eventos e fatos marcantes que a partir do ano de 2020 desenhará um ambiente em Life Science & Healthcare, muito diferente de hoje. É uma resposta as frequentes solicitações de executivos da indústria por “conteúdos e publicações sobre desafios futuros para provocar e apimentar as sessões de trabalho de discussão do direcionamento estratégico da empresa”. 20

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Imperativos da Mudança A indústria de Life Science & Healthcare está mudando rapidamente e as empresas ainda possuem dificuldade para (i) entender tais mudanças, (ii) construir um senso de urgência e (iii) preparar ações efetivas de resposta. Alguns fatos relevantes para reflexão: A expectativa de vida da população cresce anualmente. Os japoneses vivem 84 anos em média, seguidos dos britânicos com 81 e norte americanos com 79 anos. China (75) e Brasil (74,9 anos - 2014) possuem média parecida. A Índia está em um patamar abaixo com 66 anos O número de indivíduos com idade acima de 65 anos será de 580 milhões em 2018 – 10% da população mundial ou um em cada: 4 Japoneses, 5 Europeus (ocidental), 10 Chineses, 11 Brasileiros (8,77%) A população global portadora de diabetes é de 382 Milhões, aproximadamente 1 em cada 4 são chineses. O Brasil possui 12 milhões de diabéticos (2010) – há mais diabéticos no Brasil do que a população somada do Uruguai e do Paraguai O total de gastos globais com Pharma aumentará 6,9% por ano – de USD 1,23 trilhões em 2014 para USD 1,61 trilhões em 2018. Oncologia liderará como área terapêutica

10 tendências globais redefinirão a indústria da Saúde e Farmacêutica de 2020 1 - Pacientes mais participativos e criação de um segmento denominado de consumidores de Saúde (health consumers): O mundo em 2020: • O paciente tem acesso ao seu perfil genético, sabe que doença possui ou pode desenvolver (risco) e está mais engajado a ações de promoção/prevenção a saúde (wellness) e investe tempo e dinheiro em manter-se saudável. Além disso, participa de fóruns e

comunidades online para discussão de tratamentos. Hoje, a adesão a programas do RH ou do plano de saúde para promoção da saúde não enfrenta barreiras e há recompensas atrativas ao funcionário para isso; • Pacientes com maior acesso à informação e conhecimento elevam o padrão de exigência e qualidade da saúde do consumidor. Ele se torna um health consumer: entende que há opções de tratamentos, utiliza informação e dados sobre o seu caso para decidir qual o tratamento mais conveniente em relação a tempo, local, provedor de saúde e custo; • Empresas de saúde engajam os pacientes através de mídias sociais e as interações onJUNHO DE 2015

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COMPRAS line cresceram exponencialmente e agora são ricas fontes de dados para uso de ferramentas analíticas para gestão da saúde populacional. Por outro lado, os pacientes utilizam estes canais para avaliar e ranquear serviços e tratamentos médicos; • O governo e as empresas trabalham com comunidades online de paciente, de hospitais e de fontes pagadoras de saúde para identificar melhores práticas e tratamentos com melhor custo-efetividade; • Novos modelos de gestão baseados em colaboração e cooperação auxiliam na redução dos custos e na melhoria dos cuidados aos pacientes. O “P4Medicine” vira uma realidade: a medicina é preventiva, previsível, personalizada e participativa; • Privacidade e segurança dos dados dos pacientes ainda é uma preocupação, mas há um senso comum quanto aos benefícios do compartilhamento das informações.

2 - Era da medicina digitalizada – novos modelos de negócios direcionam novas ideias O mundo em 2020: • Popularização dos cuidados médicos remotos e tratamento no lar tornou-se comum. Hospital especializado são reservados exclusivamente para trauma e cirurgia emergencial. Para cuidados básicos, a residência do paciente é onde alguns tratamentos são efetuados. Proliferam o sistema de “accountable care organization (ACO)” para a prestação de cirurgias eletivas, remuneradas através de contrato de desempenho; • Canais virtuais como web, telefone e e-mail integram a rotina de atendimento: contato virtual entre paciente e médico via comunicação digital e ampla utilização de telemedicina e diagnósticos digitais a distância. Como resultado, a produtividade dentro da prestação de serviços médicos nunca esteve tão alta; Soluções de telehealth e de mHealth (mobile health) – convergência entre biomedicina, tecnologia da informação, health data, wireless e mobile 22

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– tiveram a sua resistência de adoção por parte da classe médica significativamente reduzida e hoje direcionam os estudos da ciência; • Agências regulatórias, entidades médicas e fundos de investimentos possuem posicionamento claro e transparente sobre segurança do paciente e eficácia da tecnologia e de novas ferramentas para auxiliar no tratamento dos pacientes; • Tele-mentoring: cirurgias robóticas/tradicionais mentorizadas por médicos a distância que utilizam óculos em 3D de alta precisão foram aprovadas completamente pelo órgão regulador e são apoiadas pela classe médica.

3 - Avanço de wearables e mHealth O mundo em 2020: • Aplicativos e equipamentos de monitoramento e coleta de dados em tempo real se tornam cada vez mais acessíveis e vão além do bem-estar, suportando o diagnóstico preventivo e o acompanhamento; • Os dispositivos “wearable” (termo que significa tecnologias para vestir) moldam a qualidade de vidas dos consumidores, capturando e rastreando como a pessoa vive e como administra a sua condição de saúde; • Estes dispositivos adotados por pacientes e indicados por médicos especialistas (biosensing) já fazem parte da estratégia de aumentar a prevenção e autocontrole da saúde. Fazem parte do protocolo e do receituário médico com forma de viabilizar o monitoramento/alerta desde postura do paciente até a sua atividade cerebral; • São realidades os dispositivos como o HealthPatch, sensor na forma de adesivo descartável que é aplicado no peito do paciente, e que permite o monitoramento em tempo real pelos médicos e pelo próprio paciente via bluetooth. Permite a coleta de dados importantes para a condução de importantes análises clínicas como tempo de sono, arritmia, respiração, temperatura; • Produtos inovadores (bio sensores) e até então com custos inviáveis, em 2020 são prescritos por médicos e amplamente utilizados pelos pacien-


tes: (i) lentes de contato que monitoram o nível de glicose nas lágrimas, indicando a dosagem de insulina que fora lançada em 2014 pela Calico (Google) é prescrita regularmente para diabéticos; (ii) smart pills que monitora a medicação tomada e que transmitem imagens do sistema digestivo do paciente e depois são absorvida pelo organismo e (iii) sensores na sola do pé para monitorar peso, equilíbrio e temperatura; já são comercialmente viáveis a acessíveis.

4 - Explosão da utilização de Big Data – Healthcare data O mundo em 2020: • Digitalização da medicina gera grande quantidade de dados que são empregados no mapeamento e monitoramento de doenças, maior precisão em diagnósticos e aumento de eficiência da cadeia da saúde; • Para alguns países, os dados capturados e consolidados de prestação de saúde (healthcare data) se tornou prioridade nacional e atraem investimentos significativos. Paciente, clínica e autoridades da saúde usam estas informações para transformar tratamentos e diagnósticos na busca de uma melhor resolutividade e produtividade. Buscar melhores tratamentos, lança-los mais rapidamente e cobrar o preço pelo resultado atingido tornou-se uma regra de negócios; • A utilização de Prontuários eletrônicos (Electronic Health Records) combinados com uma efetiva governança para permitir o acesso a base de dados e o compartilhamento tem contribuído muito para a mudança na forma com que o serviço de saúde é prestado e gerenciado – tudo com base nas análises históricas e na predição das informações; • As empresas farmacêuticas construíram, adquiriram ou contrataram novas competências e parcerias para uso de Big Data da cadeia da saúde para descobrir e precificar novas moléculas e drogas. O uso de ferramentas estatísticas avançadas (Advanced Analytics), bio marcadores e de dados genômicos permitem o desenvolvimento de uma medicina personalizada; • Hoje, com o prontuário eletrônico dissemina-

do e integrado, o estetoscópio agora é digital, o que permite a gravação e análise dos batimentos cardíacos e a sincronização automática com o prontuário e com o aplicativo de smartphone do paciente. O estetoscópio tradicional virou peça de museu.

5 - Regulamentação avança junto à tecnologia O mundo em 2020: • Para garantir a implementação de inovações tecnológicas, as agências reguladoras conduziram reformas na regulação de qualidade, segurança e eficácia dos tratamentos, com maior velocidade nas aprovações; • Os órgãos reguladores agora encorajam a inovação através da convergência entre ciência e tecnologia. Assim, buscam tecnologias disruptivas para desafiar os preceitos tradicionais de avaliar qualidade, segurança e eficácia da medicina. Estão em cursos várias iniciativas de harmonização de exigências e requerimentos regulatórios entre os órgãos de diferentes países (padrão técnico comum) com o objetivo de simplificar e agilizar os processos; • O uso de big data, wearables, media social e biosimilares foram regulamentados para proteger paciente e médicos. Para tanto, os órgãos reguladores agora possuem em seus quadros cientistas e tecnólogos; • Diminuição das barreiras entre empresas medicamentos, dispositivos médicos e equipamentos de diagnósticos, agora buscam convergência para criar soluções integradas para o tratamento de determinadas patologias, impactando a forma com que estas soluções são desenvolvidas e reguladas.

6 - P&D em rede – parcerias e big data O mundo em 2020: • Pesquisa e desenvolvimento tem poucas fronteiras: é eminentemente construída por uma rede em torno de acadêmicos e de parJUNHO DE 2015

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COMPRAS ceiros. As descobertas em torno de empresas e laboratórios autônomos e autossuficientes já são minoria. Utilização de parcerias institucionais e big data são mandatórios para desenvolver novos medicamentos dentro de custos alvo e do time-to-market para lançamento do produto; • As atividades de pesquisa e desenvolvimento são distribuídas pelas empresas de Life Science em vários centros conectados. O foco central de P&D é o de (i.) entender as doenças sob o ponto de vista biológico e genético; (ii.) avaliar o padrão dos custos com tratamento atuais; e (iii.) determinar tipos de tratamentos; • Pesquisa clínica com necessidade de menor investigação uma vez que o monitoramento remoto e visitas virtuais aos centros facilita o processo e reduz o custo da pesquisa ao mesmo tempo em que incrementa a geração de dados através do contínuo monitoramento (acesso a prontuários eletrônicos e wearables); • O sequenciamento de DNA agora custa cerca de USD 50 por perfil genético, o que permite a busca mais precisa e efetiva de pacientes para as pesquisas clínicas e a personificação de medicação e intervenção para o paciente; Os dados sobre pesquisa clínica e genômica estão agora completamente integradas com o processo de pesquisa, permitindo a análise cruzadas de dados e informações.

7 - Novo modelo comercial farmacêutico de geração de valor O mundo em 2020: • Novo modelo comercial baseado em ações de marketing multicanal integrado globalmente em rede para (i) atingir médicos, paciente, fontes pagadoras e formadores de opinião; e (ii) garantir a participação ativa em mídias sociais, campanhas de educação públicas e comunidades / associações de pacientes; • O tradicional modelo de forças de venda dos anos 2000 não é mais válido, foi modificado para um modelo mais “customer facing” utilizando educação médica e diálogos orques24

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trados com provedores da saúde. Uso intenso de marketing multicanal para assegurar que hospitais/clínicas tenham acesso quando e onde desejarem; • Utilização de plataformas globais de CRM para médicos permite informações sobre preferência e efetividade de engajamento; • Parcerias com empresas de Big Data permite criar registros da população no mundo real, abrindo espaço para maior assertividade nas decisões; • O sistema de saúde e os médicos finalmente aceitaram que as empresas farmacêuticas desempenham um importante papel na educação e no compartilhamento de recentes conhecimentos científicos (medicação e tratamento), e enxergam as empresas como parte positiva do sistema da saúde.

8 - Plataforma de serviços corporativos globais – a nova configuração das farmacêuticas O mundo em 2020: • Serviços corporativos centralizados em estrutura global com foco em aumento da eficiência e inovação ao longo da cadeia de valor, organizados através de centros de serviços compartilhados e centros de excelência é a forma mais comum de organização das empresas farmacêuticas multinacionais; • Global Business Service (GBS) agora é o responsável pelo processo “end-to-end” de governança integrado com centros de serviços compartilhados e de excelência (CoE – center of excellence); • O serviço de apoio (back office) é agora um nervo central para viabilizar os negócios, ou seja, tornaram-se parceiros estratégicos para endereçar as decisões de custos e de alocação de recursos. O Global Business Service (GBS) mensura e compara os resultados que cria e os riscos que corre; • Parte dos processos são completamente via web com workflows e conceito de autosserviço. O uso de outsourcing para alguns proces-


sos se tornou mais amplo; • Arquitetura tecnológica pesada foram substituídas pela adoção de serviços nas nuvens em toda a organização.

9 - Inovação em países emergentes – novo modelo de negócios O mundo em 2020: • Crescimento de novos modelos de negócios e desenvolvimento de novas drogas para atendimento do mercado de países emergentes com carência de acesso e a serviços e tratamentos; • Em 2020, o foco comercial está no BRIC sendo desafiado por Latam, Vietnam, Indonésia e África – regiões com expectativas não atendidas, prevalência de doenças infecciosas e pobreza; • “Translational medicine” incluindo sequenciamento de DNA permite um salto em pesquisas – Brasil e China contribuem para desenvolvimento de drogas inovadoras, principalmente para terceira idade e morbidade; • Ações regulatórias protegem os direitos de propriedade intelectual (IP) no BRIC. Governos locais entendem e reconhecem que tratamento inovadores e farmacêuticas multinacionais possuem um papel importante para estabelecer uma relação de ganho mútuo; • Novos mercados na África e Ásia emergem, onde anteriormente apenas farmacêuticas de genérico operavam; Empresas farmacêuticas criaram marcas específicas para atuar em alguns mercados emergentes, permitindo maior adequação à política de preço da localidade, enquanto preserva ações comerciais mais rentáveis em paralelo.

10 - Recuperação da confiança do consumidor O mundo em 2020: • Recuperação da confiança do consumidor e equilíbrio entre responsabilidade social e lu-

cros, através de maior transparência e inclusão dos principais stakeholders nos processos de P&D e precificação de medicamentos; • A prioridade das empresas farmacêuticas foi na recuperação da reputação negativa dos anos 90’s: o Sunshine act e o FCPA (foreign corrupt practices act) iniciaram uma onda de punição há alguns anos. A resposta das empresas farmacêuticas foi canalizada para o estabelecimento de compliance officers que asseguram o cumprimento das políticas e regras corporativas. Além disso, a atuação em filantropia em alguns países tem trazido bons feedback; Hoje, a cultura de transparência prevalece em relação a precificação, pagamentos a prescritores e resultados de pesquisas clínicas. Embora algumas das tendências globais para o ano de 2020 possam parecer um tanto quanto distantes considerando o patamar atual e futuro da indústria nacional, as recentes pressões por melhora da qualidade do atendimento aos pacientes e por incremento da eficiência no gerenciamento de custos, tem impulsionados as empresas a implementarem mudanças estruturais cada vez mais frequentes para manter e obter vantagens competitivas. Grandes hospitais de vanguarda já estão convencidos sobre a necessidade de engajar os pacientes através de multicanais. O chamado “patient CRM” visa gerenciar todos os pontos de contatos entre o paciente e o hospital, permitindo uma interação contínua e interativa desde a entrada até a alta do paciente – gerando informações preciosas para obtenção de “insights” via solução de analytics. No âmbito de gestão de custos, também através de modelos matemáticos avançados, as fontes pagadoras e os RHs de empresas direcionam ações para (i) conhecer melhor a base de beneficiários; (ii) segmentá-la conforme critérios comportamentais e de utilização do plano; e (iii) estabelecer ações de promoção de saúde (wellness) ou de avaliação de plataformas de atendimentos de melhor custo-efetividade – a tão conhecida solução de “population health management”. Logo, o futuro não está tão longe quanto aparenta. JUNHO DE 2015

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FINANÇAS

Aumento

de impostos: até quando? Por Rodrigo M. Amato - sócio da Mark 2 Market, professor do Instituto Educacional da BVM&F e Consultor de Valores Mobiliários credenciado pela CVM.

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Recentemente, em 1 de Abril de 2015, o governo elevou as alíquotas de contribuição do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras. Apesar da infeliz coincidência com o dia da mentira, isso é uma dura verdade para o empresariado brasileiro: o governo vem optando pelo aumento da carga tributária para atingir a meta fiscal no lugar de efetuar cortes na pesada máquina do estado. De toda forma, concordemos ou não com a política monetária, ela é esta a que aí está, portanto nos cabe a adaptação e entendimento do ambiente para saber como melhor lidar com ele. Voltando ao PIS e COFINS sobre receitas financeiras, cujas alíquotas haviam sido instituídas em 0% pelo Decreto 5.442/05; há quase 10 anos isso não era mais preocupação. Com o Decreto 8.426/15, as alíquotas passam a 0,65% e 4% respectivamente. O ministério da fazenda estima que com esta medida os cofres públicos sejam beneficiados com um aumento de arrecadação da ordem de R$ 2,7 bilhões somente este ano, com a entrada em vigor das novas alíquotas em 1 de Julho de 2015. Entretanto, especialistas entendem que o efeito pode ser bem maior do que isso na economia, já que em alguns casos há ineficiência fiscal em certas operações financeiras com a volta dos tributos. Como exemplo, companhias com dívidas em dólar e operações de derivativos para conversão em reais estão sujeitas ao pagamento de imposto sobre a variação cambial positiva mensal (por competência, se assim for o regime de opção da empresa), bem como sobre o resultado do derivativo em seu vencimento. Caso ao longo a vigência do contrato de dívida o dólar

se deprecie (suba) e em seu vencimento aprecie (caia), a carga tributária para a empresa será maior do que os 4,65% previstos, ou seja, o que era ruim pode ser pior. Nesse cenário, as empresas optam por não contratar mais este tipo de operação, que normalmente traziam taxas menores, e agora passam a acessar o mercado de crédito local. O efeito na economia pode ser ruim, já que indiretamente o governo está aumentando o custo do capital de terceiros, como se fosse um aumento na taxa básica de juros. Estas alíquotas se aplicam apenas às empresas enquadradas no regime tributário não-cumulativo. Atualmente, do setor de saúde, não fazem parte deste grupo as empresas de serviços prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas, de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue. Ainda assim estão enquadrados em tal regime as indústrias de materiais e toda a cadeia de suprimentos do setor, o que pode trazer pressão em custos nos serviços prestados ao público. Espera-se que o governo revise a matéria, não para a redução novamente a 0% das alíquotas, mas pela redução de distorções apresentadas pelo mercado, que aguarda soluções. Não será simples para o ministro Joaquim Levy agradar a todos: a comunidade financeira, que deve perder negócios com a redução de atratividade de suas operações; ao como agradar ao empresariado, lhes trazendo um maior custo de capital e pressão de preços; enquanto se promete ainda níveis de desemprego baixos e aumento de renda à população. JUNHO DE 2015

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FINANÇAS

Produtividade e eficiência: porque precisamos fazer mais com menos Estamos mais uma vez vivendo os impactos de um contexto adverso no Brasil. As baixas taxas de crescimento, a redução dos investimentos, o déficit público, racionamento de água, crise energética, o fantasma da volta da inflação e a queda no nível de emprego são apenas alguns dos diversos fatores que estão gerando um clima de grande incerteza e pessimismo para 2015 e anos subsequentes. Como se não bastassem estes impactos, ainda temos uma grande crise política agravada pelos recentes escândalos de corrupção. Há também riscos adicionais e impactos na imagem do país trazidos pelos desdobramentos da operação Lava Jato. O cenário é bastante adverso, contudo, ao analisar o comportamento do cenário econômico e político no Brasil nestas últimas décadas constatamos que estas instabilidades infelizmente são históricas e geradas por aspectos estruturais e conjunturais que apenas evidenciam a fragilidade de nossas instituições e fundamentos. Gosto muito de um provérbio chinês que diz “quando não compreendemos a dor ela nos dilacera, quando entendemos seus fins, ela nos aperfeiçoa”. Acredito que a sequência de adversidades vividas nestes últimos anos tem contribuído para desenvolver uma extraordinária criatividade e capacidade de renovação nos empreendedores e executivos brasileiros, além de acelerar os instrumentos de controle e gestão de riscos nas organizações. A crise traz também oportunidades para aqueles que conseguem empreender e transformar 30

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aspectos negativos em espaços para aprimoramento das atividades. É dentro desta perspectiva que se insere a maximização da produtividade e da eficiência por meio da otimização da cadeia produtiva e de processos de apoio administrativo em instituições hospitalares. Classicamente a implementação de projetos com esta finalidade sempre foi cercada de muita desconfiança, o setor hospitalar já vivenciou diversas iniciativas de otimização com foco direcionado para redução de despesas e maximização de resultados sem o cuidado com a manutenção da qualidade e outros aspectos correlacionados como satisfação de clientes, colaboradores, dentre outros. Em muitas instituições é claro o direcionamento estratégico para maximizar os resultados a partir de iniciativas visando reduzir custos, então por que grande parte dos projetos não atinge resultados financeiros satisfatórios? Por que estas iniciativas em geral não geram mudança cultural efetiva nas instituições? Por que ainda há barreiras para o desenvolvimento de uma mentalidade voltada ao aproveitamento máximo dos recursos? Existem muitas explicações para estes questionamentos, uma delas relacionada à origem do processo de avaliação dos resultados. Já destaquei em outros artigos que o aprimoramento das ferramentas e da gestão financeira em nosso setor ainda carece de um processo de evolução efetivo e baseado nas melhores práticas. A gestão financeira tradicional, representada pela figura do controller, está


Carlos Marsal é superintendente de controladoria e finanças do Hospital Sírio-Libanês

em franco processo de desenvolvimento e em muitas empresas já foi substituída pela gestão estratégica de finanças representada por um CPO (Chief Performance Officer). Dentre as atribuições desta função está a de liderar iniciativas de gestão da produtividade e eficiência e incentivar a rentabilização máxima dos ativos. Também cabe enfatizar que a cultura na área de saúde ainda absorve com reservas programas de melhoria da eficiência e da produtividade. Existem muitos entraves para viabilização destes programas que vão desde a dificuldade para patrocinar medidas de padronização até restrições para alocação dinâmica de recursos humanos. Existem outras restrições como o estágio atual dos modelos de negócio, a falta de ferramentas e critérios para um melhor acompanhamento dos resultados e barreiras para utilização de modelos desenvolvidos e consagrados em outros setores, dentre outros. Estima-se que a o índice de ineficiência no sistema de saúde americano esteja entre 34% e 50%, ou seja, bilhões de dólares são desperdiçados na cadeia produtiva e nas atividades administrativas e de apoio. Este é um retrato de um país altamente desenvolvido e que aplica recursos em pesquisas e programas voltados para a produtividade e eficiência, mas evidentemente buscar de forma contínua iniciativas visando a melhoria sustentável dos resultados é tarefa que deve constar na agenda de qualquer organização.

Uma característica marcante das empresas americanas é a orientação e o foco na maximização de resultados, assim, em uma primeira análise, causa certa estranheza um índice tão alto de ineficiência. Estes números confirmam a dificuldade comum do setor de empreender medidas de ajuste tendo em vista suas características intrínsecas como: complexidade da estrutura organizacional, característica delicada da prestação de serviço, complexidade do gerenciamento dos recursos empregados na operação, dentre outros. Por outro lado, temos a convicção que, guardados os cuidados com a qualidade dos serviços e o suprimento adequado de recursos humanos e materiais, destinar foco a estes programas garante a médio e longo prazo uma importante fonte de geração de resultados cuja viabilização depende única e exclusivamente do esforço e da profissionalização das instituições. Acredito que para desenvolvimento de um programa robusto é preciso considerar todas as dimensões do negócio. Evidentemente, uma das premissas para implementação de um programa com ampla abrangência é a definição clara dos limites de viabilização das ações. Estes limites, devem manter ou garantir melhorias na qualidade dos serviços ofertados e por outro lado, otimizar os recursos empregados no desenvolvimento das atividades. Tenho constatado que em alguns países, principalmente Estados Unidos e Inglaterra, atualmente os programas de melhoria da JUNHO DE 2015

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FINANÇAS

“Um projeto efetivo depende da avaliação prévia de muitos fatores como: comprometimento do grupo, parceiro ideal, metodologias a serem empregadas, limites de atuação, balanceamento entre resultados qualitativos e quantitativos” produtividade e eficiência são desenvolvidos com observância máxima destes aspectos. Outro detalhe importante é que o olhar sobre o tema não se restringe mais a avaliação da melhor geração de resultados qualitativos na dimensão dos recursos humanos, atualmente os programas estão sendo desenvolvidos com absoluta atenção a processos, sistemas empregados, indicadores, métricas de produtividade e eficiência além do referenciamento eu também passa a se gerado a partir de análises mercadológicas e do comportamento de clientes e equipes. Recentemente, desenvolvemos um “projeto piloto” no Hospital Sírio-Libanês com o objetivo de testar metodologias de otimização de produtividade e eficiência empregadas em outros setores de atividade e testadas em hospitais americanos. Contamos com a parceira da At Kearney, empresa de consultoria global com valor reconhecido na implementação destas iniciativas. O projeto foi desenvolvido na área de enfermagem que além do comprometimento com as expectativas de resultados, já desenvolvia ações voltadas para melhoria da produtividade e eficiência dos colaboradores. As lideranças da enfermagem também desenvolviam um estudo científico para criação de um novo modelo de classificação da gravidade de pacientes com foco na objetividade, resolutividade e compatibilização da demanda por recursos. Após um estudo abrangente que avaliou todos os processos que compreendem a de32

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manda por serviços e a oferta de recursos neste fragmento da perspectiva assistencial, reestruturamos o modelo a partir da utilização de várias técnicas como: balanceamento e compartilhamento de recursos e centralização da gestão de escalas. Também foi desenvolvida uma ferramenta específica para complementação de requisitos na gestão das equipes e escalas. O ‘projeto piloto’ foi implementado em quatro unidades do hospital e até o momento obtivemos um retorno de 6 vezes o investimento empregado. Neste momento, estamos desdobrando o projeto para as demais unidades e estudando ferramentas que façam a gestão consolidada da operação (produção e controle dinâmico das escalas) integrando aplicações clínicas, operacionais e financeiras. Concluindo, entendo que os profissionais de finanças podem contribuir muito para o desenvolvimento destas iniciativas, a introdução do papel das áreas financeiras no início deste artigo não foi por acaso, tenho a certeza que os colegas devem atentar a estas oportunidades que se apresentam. Um outro aspecto importante é que a elaboração de um projeto efetivo depende da avaliação prévia de muitos fatores como: comprometimento do grupo, parceiro ideal, metodologias a serem empregadas, limites de atuação, balanceamento entre resultados qualitativos e quantitativos, dentre outros. Como em outras iniciativas que buscam a transformação, o patrocínio da alta administração é fundamental para alcance dos objetivos.


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Crescendo por você e para você O SÃO CRISTÓVÃO SAÚDE desenvolveu toda uma linha de cuidado mamãe-bebê especialmente para você. Um atendimento integral e qualificado, com toda estrutura necessária. Iniciando na gravidez com a unidade de pré-natal, passando pela assistência materno-neonatal do parto, até o acompanhamento ambulatorial do desenvolvimento da criança, e todo apoio das unidades pediátricas quando necessário. Complementando com as vacinações das mamães, bebês e crianças, prevenção extremamente importante. E o Curso Preparatório para Gestantes e Pais, visando um maior conhecimento dos novos papais e mamães, trazendo mais segurança e tranquilidade nessa fase.

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Fachada do Centro ambulatorial 3 • Unidade pré-natal

Sala de atendimento pré-natal

Bercário • Vista externa

O BERÇÁRIO normal permite a visualização do bebê logo após o nascimento, sem que ele fique exposto a riscos. O BERÇÁRIO PATOLÓGICO e a UTI NEONATAL estão bem equipados com aparelhos modernos e toda uma equipe neonatal gabaritada. Esse conjunto de setores, a Unidade Materno-Neonatal, tem se destacado pelos seus bons resultados de desfecho das mamães e bebês, confirmando nosso grau de excelência. Em casos de emergência/urgência, o PRONTO ATENDIMENTO OBSTÉTRICO oferece o suporte necessário, com ambiente recentemente reformado, acolhimento pela enfermagem, atendimento médico pelo plantonista, exames complementares, sala ampla de medicação/ observação/cardiotocografia. Sua entrada é diferenciada do Pronto Socorro geral, sempre visando a maior segurança da paciente. Todo esse bloco materno-neonatal encontra-se em um mesmo andar do hospital, totalmente interligado, trazendo maior conforto e segurança às gestantes, mamães e bebês.


Para os bebês e crianças que necessitem de um atendimento de urgência/ emergência, o São Cristóvão Saúde oferece o PRONTO SOCORRO INFANTIL no Hospital e Maternidade São Cristóvão. Apresenta entrada diferenciada, área de recreação na recepção, banheiros infantis com fraldário (além de ducha e banheiras), pré-atendimento pela enfermagem, atendimento médico com equipe multiprofissional, sala de inalação, sala de procedimentos, sala de emergência, observação/medicação/isolamento. Uma ala totalmente nova foi desenvolvida no hospital, onde todo um andar foi cuidadosamente planejado e criado para o atendimento pediátrico de internação.

Brinquedoteca e Recepção • PS INFANTIL

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UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA possui leitos de enfermaria e apartamento, disponibilizando ainda a acomodação VIP para quem desejar um diferencial. Tem iluminação especial e luz vigia, cantos arredondados e muita cor, monitoramento de segurança e de assistência. Dispõe de espaço para recreação e atividades lúdicas. A UTI PEDIÁTRICA e UTI NEONATAL dessa ala apresentam leitos bem equipados, painel de monitoramento central de todos pacientes, sendo os leitos isolados entre si e com espaço para seu acompanhante. Todo andar é temático e uma equipe multiprofissional de especialistas é totalmente voltada à ala pediátrica. Hospital e Maternidade São Cristóvão Rua Américo Ventura, 123 • CEP 03128-020 - Mooca - São Paulo - SP


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Um bom pré-natal é o segredo para uma gravidez mais tranquila e um parto sem maiores complicações. Por isso, foi desenvolvida recentemente uma nova unidade, a UNIDADE DE PRÉ-NATAL, no Centro Ambulatorial Américo Ventura 3, localizado no Mooca Plaza Shopping. Um espaço moderno, em um local diferenciado, com um ambiente direcionado somente às gestantes, com consultórios médicos, sala de cardiotocografia, e equipe especialmente treinada para esse momento especial da vida das mamães e papais. A vacinação é essencial para proteção, trazendo defesa contra doenças. No Centro Ambulatorial Américo Ventura 2 foi desenvolvida a CLÍNICA DE VACINAÇÃO que possui todo tipo de vacinação, especialmente para as mamães, bebês e crianças. Conta com vacinas do calendário vacinal básico, além de vacinas diferenciadas, que permitem menos picadas de vacinas por terem vacinas associadas, e vacinas com menos reações adversas.

Apartamento • 5º andar

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No Centro Ambulatorial Américo Ventura 2 ainda encontra-se o AMBULATÓRIO DE PEDIATRIA, com pediatras altamente capacitados para o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e criança, e/ou tratamento de doenças. Apresenta-se em um andar desenvolvido com temática e estrutura infantil, recepção com brinquedoteca e consultórios acolhedores. Oferecemos ainda um diferencial para quem desejar, o agendamento da primeira consulta pediátrica do recém-nascido, no tempo indicado, já realizado à alta do Hospital e Maternidade São Cristóvão após o parto nesse estabelecimento.

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SUSTENTABILIDADE

O ponto de mutação Eu tinha apenas um ano quando o físico austríaco Fritjof Capra escreveu o livro “O Ponto de Mutação”, em 1982. O livro aborda um diálogo de três pessoas que embora tenham estilos de vida e pensamentos diferentes, são abertas a novas perspectivas; o diálogo dos personagens acontece em um castelo medieval na França. Essas pessoas são americanas e fazem parte de núcleos sociais diferentes. O primeiro ator é um senador e ex-candidato à presidência da republica dos EUA; ele se sente desmotivado com a política, argumentando não ter discurso próprio, tendo que repetir os discursos que seus assessores escrevem pautado no que as pessoas querem ouvir. O segundo é um professor de literatura e escritor, que se sente na crise de meia idade; ele foi à França para fugir da competitividade das grandes cidades. A terceira é uma cientista especialista em Física que vive uma crise existencial ao ver a intenção do uso militar em sua pesquisa no auxílio de melhorar a vida dos indivíduos. Em meio a estas crises de percepções dos personagens, o autor compara o pensamento cartesiano ao nosso paradigma atual, onde a visão fragmentada que nos facilitou entender muita coisa até então já não dá conta dos desafios que temos hoje como sociedade. A leitura desses fragmentos são reducionistas e tecnicistas, separa o todo em partes e entende cada um deles acreditando que esse pro38

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cesso leva ao entendimento do todo. Porém as transformações que precisamos induzir nos endereçam a quebrar nossos paradigmas e pensar de forma sistêmica, integral, que tem como premissa enxergar o todo como algo indissociável. Ele nos ajuda a criar a imagem desses fatos, com alguns exemplos em nossas ciências, como biologia, psicologia e economia.

Será que a orientação do setor da saúde tem um viés sistêmico? Quando um indivíduo vai até um hospital com desconforto e pressão alta para ser atendido no Pronto Socorro e, consequentemente, é atendido e medicado ele vai embora satisfeito, pois está sem dor. Mas, esse processo impacta no contexto integral do indivíduo ou apenas uma parte dele? O famoso “apaga o incêndio”, comum na gestão de vários negócios no Brasil. Segundo Relatório da PWC – PriceWaterhouseCoopers - acerca do setor, emitido em 2005, os gastos da saúde irão representar 21% do PIB nos EUA e 16% do PIB nos outros países da OCDE até 2020, onde a maior concentração de gastos será com doenças crônicas. Em outros termos mais simples, seria como dizer que gastaremos mais em tecnologia para produzir corações artificiais do que promover a prevenção de pacientes crônicos, que poderiam ser diminuídas ou até


Roberta Valença CEO da Arator, consultoria especializada em projetos de sustentabilidade com inovação roberta@aratorsustentabilidade.com.br

mesmo evitadas a partir de novos hábitos alimentares, exercícios físicos regulares. O tabagismo também é um fator muito influente nos pacientes crônicos. Vamos refletir: O que é mais barato? Onde poderíamos reinvestir esse dinheiro? O pensamento fragmentado acaba nos levando a ter um raciocínio que não encoraja a prevenção e sim a intervenção, mas essa conta não fecha mais. O sistema de saúde não aguentará o aumento dessas despesas, com o modelo de financiamento que temos. Como diria a minha querida Elis Regina “o passado é uma roupa que não nos cabe mais”. O mundo muda mais rápido que a percepção das pessoas, é um grande desafio principalmente da área da saúde, informar, permitir que os indivíduos sejam mais responsabilizados das consequências de seus hábitos. Precisamos enxergar a saúde com uma nova visão, ajudar a reunir todos os atores para um diálogo e tratar de medidas estruturantes para nosso sistema ser mais sustentável. Muitos ao ler meu artigo dirão: “está bom, na teoria é lindo, mas e a pressão que sofrerei com a indústria farmacêutica nesse contexto de utilizar menos medicamentos, com a do Tabaco com a reeducação para mitigação, ou com os outros elos da saúde que hoje sobrevivem da doença? E até mesmo com outras áreas que interagem para esse com-

plexo nó, como a alimentício e seus produtos extremamente industrializados que ajudam na aceleração de algumas doenças, tal qual o excesso de agrotóxicos nos alimentos in natura etc. e tal”. Esse caminho inevitavelmente terá de ser percorrido por nós, colocando as dificuldades embaixo do braço, assumindo riscos e responsabilidades, discutindo em torno do eixo critico e considerando tudo o que permeia, inclusive a corrupção que tenta nos cegar todos os dias. A sustentabilidade do sistema de saúde não é pautada apenas em crescimento econômico em si, mas também com a ampliação da rede da vida, a qual a sua própria sobrevivência depende. A proposta aqui é perceber que o início do ponto de mutação é agora!

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SUSTENTABILIDADE

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Gestão do Cliente em Saúde

Ousar e Inovar: treine o seu Cliente e seja um Campeão. Parte I Para o bom desenvolvimento da gestão com o cliente é preciso focar não apenas no processo de atendimento, mas essencialmente no cliente e não apenas do ponto de vista do atendimento técnico-operacional, principalmente sob a ótica ou olhar do mesmo; o que chamamos de foco do cliente, ou seja, além de olhar para ele é imperioso perceber o olhar que tem sobre a Organização. Ao invés de apenas ouvir é fundamental dialogar e interagir com o cliente, e para isso é preciso: • Conhecer o cliente melhor que qualquer outra empresa; • Incentivar diálogos para garantir a fidelidade à marca ou serviço; • Investir na lealdade em relação ao cliente; • Inovar a maneira de fazer negócios e de se relacionar diretamente com o cliente; • Envolver funcionários na ação de dialogar; • Envolver o próprio cliente na ação: treiná-lo para esse novo relacionamento. No mundo globalizado e complexo os processos de operações de serviço e a velocidade e a qualidade da entrega com excelência estão ganhando uma enorme importância na satisfação da clientela e, por consequência, o pacote de serviços está se tornando amplo e ao mesmo tempo possui um grau maior de padronização (e nesse aspecto a gestão de comunicação pode contribuir muito). Mesmo na área da saúde a consistência do relacionamento, desde o atendimento, é cada vez mais exigida. Mesmo na era da padronização e dos grandes bancos de dados, o aten40

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dimento personalizado é na realidade a melhor opção no relacionamento com clientes. Este tipo de atendimento é realizado com métodos e processos que podem ser concentrados, treinados e reproduzidos na velocidade da conexão do marketing one-to-one e com a participação do cliente. Atualmente o cliente tem poder de influenciar no próprio processo da prestação dos serviços, pelo simples fato de que ele toma parte das atividades do processo, isso faz com que possa destacar a sua percepção e participação na própria qualidade do serviço, especialmente na questão do tempo para o atendimento. Por isso, cada vez mais os serviços ganham velocidade na conexão interativa com o cliente, falando com ele e orientando-o diretamente no processo do atendimento, com pré-consulta, pré-internação, e participação direta de cuidadores da própria família. Na área da saúde a gestão com o cliente deveria ser um ponto a ser cuidado de forma relevante, pois a participação direta do paciente (cliente) e de seus familiares, em determinados processos do tratamento, é fundamental, tais como: cuidados paliativos, Home Care, cuidados de higiene e de assepsia de feridas cirúrgicas, respeito as prescrições de remédios e de alimentação, entre outros. O treinamento do cliente não precisa estar diretamente relacionado com a eficiência na utilização dos recursos do sistema produtivo ou operacional da assistência, como ocorre com bancos, mas essencialmente relacionado


Prof. Valdir Ribeiro Borba

Palestrante e Gestor de Organizações de Saúde. Mestre em Administração e Administrador Hospitalar Emérito, 1991. Marketing de Relacionamento para Organizações de Saúde – Editora Atlas. Autor dos Livros: Estratégia e Ação – DOC Editora Rio de Janeiro RJ. Gestão da Integralidade Convergente – DOC Editora Rio de Janeiro RJ.

ao aumento da eficácia e segurança do serviço. Na área da saúde os serviços dependem essencialmente da atuação do cliente e de seus familiares para que as percepções do desempenho e da qualidade sejam satisfatórias. Por exemplo, no caso da realização de exames que necessitam de jejum obrigatório ou no caso de fisioterapia, pré-natal, ou no caso de terapia renal supletiva e tantos outros, dependem da boa orientação, do treinamento e da participação do cliente e de seus familiares.

O treinamento do cliente pode ser de diversas formas, como: • Treinamento explícito, em que um técnico é alocado para treinar pessoalmente o cliente, seus familiares e cuidadores. Caso do Fisioterapeuta ou da Enfermeira de CAPD, ou Nutricionistas e até médicos quando de cuidados paliativos e de Home Care. • Treinamento implícito, por informações publicadas ou veiculadas, através de folhetos, jornais, placas, sinalizações, vídeos e outros instrumentos e veículos da comunicação social. Na área de saúde esses recursos são muito relevantes, principalmente nos casos de saúde pública, através de folhetos explicativos, jornal da saúde, vídeos de educação que são transmitidos nas salas de espera dos ambulatórios e outros, bem como no caso de medicina preventiva. Muitos serviços de saúde, públicos ou privados, mas igualmente de função pública

tem a opção de utilizar o treinamento implícito de clientes, especialmente as cooperativas médicas e as clínicas especializadas (angiologia, oftalmologia, pediatria, medicina preventiva e outras). As organizações operadoras de planos de saúde podem e devem, através da sua área de comunicação social, produzirem vídeos para serem distribuídos e utilizados em empresas clientes e em salas de esperas dos ambulatórios e dos consultórios de seus conveniados, contratados e ou cooperados. Alguns programas de incentivo à promoção e proteção da saúde, como campanhas de vacinações, concurso e premiação por empresas que adotem programas de redução de peso de seus funcionários, por empresas e por funcionário do grupo, programa de caminhadas, esportes e competições saudáveis entre empresas clientes, podem e deve ser desenvolvidos como processo de prevenção da saúde, mediante programas e gincanas premiadas. A gestão com o cliente envolve a expectativa e a percepção do mesmo e que tem influência direta no pacote e na precificação dos serviços. Não se pode gerenciar o que não se pode medir, portanto é essencial que se adote medidas de desempenho para que se possa aferir o grau de satisfação do cliente, índices de redução de riscos e de morbidade, grau de retardamento de cronicidade de doenças do grupo como ponto central do processo de gestão com o mesmo. JUNHO DE 2015

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TI

Pare de “tentar” inovar Há cerca de um ano, escrevi para o site da Healthers um artigo sobre organização do portfólio de projetos. Quero retomar este assunto, com olhos nos projetos de inovação. Recentemente, li um artigo interessante na Harvard Business Review online, sobre “Projetos Zumbi”: aqueles que nunca morrem; esses estão em transe, entre o mundo das ideias e o real, plugados no portfólio de projetos, drenando os recursos e energia da organização.

Reconheceu algum? Adiados a cada revisão do portfólio, vão se arrastando... mas, por razões diversas, não avançam e, o que é pior, ocupam mentes, recursos e tempo da equipe.

E o que prende essa entidade ao limbo? A tecnologia - ainda - não funciona como esperado ou planejado; o mercado mudou de direção; alguém fez algo parecido ou melhor; surgiu outra prioridade. Eu já passei por situações em que pretendíamos inovar em um serviço, mas esbarrávamos em limitações de tecnologia de um parceiro, algo muito comum em empresas que dependem de serviços externos. O projeto ficou lá, em stand by, por mais de um ano. Quando o parceiro resolveu suas questões, o projeto foi finalizado; era inovador, só que perdeu o timing de mercado e o resultado não foi o esperado. Erramos em não reavaliar o cenário externo, antes de retomar o projeto.

O artigo da HBR dá algumas boas dicas sobre como eliminar estes zumbis: 1) Defina critérios objetivos: o apego emocional pode adiar a decisão de encerrar um projeto; 2) Aposte em um olhar externo: um consultor de olho no cenário macro e com percepção de usuário; 3) Registre: o que deu certo e as armadilhas de desenvolvimento e gestão. Isso deverá ajudar a equipe no futuro, até antes de iniciar e alocar recursos para outro candidato zumbi;

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Luiz Comar é gestor e consultor em TI, especializado em fases de startup e de reestruturação

Será que está acontecendo com algum projeto em seu portfólio e você ainda não percebeu? Uma forte razão para a sobrevida está relacionada ao fato de que a finalização e o sucesso dos projetos pode resultar em bonificações à equipe e seu fracasso em penalizações. A equipe percebe que o cenário não está como planejado, mas se recusa a assumir e comunicar isso; busca racionalizações para justificar a manutenção do projeto. Comportamento instintivo: congelamento. Meu convite é para parar de “tentar” inovar e focar nos projetos que realmente têm chance de sucesso. Por isso, a avaliação constante

de mercado, riscos e prioridades são fundamentais. Afaste os zumbis da equipe e libere seu time para focar em finais felizes.

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4) Redefina a lógica de recompensas: projetos deste tipo implicam em risco. E penalizar alguém que aceita o risco pode desestimular a cultura de intraempreendedorismo; 5) Comunique: o encerramento de um projeto diz muito sobre os próximos e um comunicado transparente pode dar boas pistas de onde investir dali em diante e otimizar recursos; 6) Tenha um ritual de encerramento.

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TI

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Qual o caminho para o Hospital Digital? Introdução A Tecnologia da Informação (TI) tem sido um importante caminho para que um hospital se torne mais eficiente e com maior qualidade na assistência e segurança do paciente. Há vários estudos que confirmam isso, oferecendo assim um maior respaldo para que os gestores hospitalares invistam em ferramentas para o setor. É um caminho longo, sendo o destino final o Hospital Digital.

O que é um Hospital Digital Não há ainda um consenso sobre Hospital Digital. Mas, pode-se entender que é “um hospital com intensa e ampla adoção de ferramentas de TI para suporte a assistência, ope-

ração, backoffice e gestão”. Assim, o hospital digital possui toda a informação em formato digital, disponível no momento certo, para o profissional certo e no formato certo.

Qual o caminho para o hospital digital? É necessário um investimento continuado ao longo de alguns anos para se alcançar o nível de um hospital digital, ao mesmo tempo deve-se entender que a complexidade para manter tudo isso aumentará. Fundamental, portanto possuir uma infraestrutura que suporte uma operação 24 x 7 que não pode parar e, também, uma equipe de TI de alta qualidade.

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TI

Abaixo um esquema que mostra as etapas evolutivas na busca pelo hospital digital, partindo de um hospital com o prontuário ainda em papel, passando pela implantação de PEP, estágios da HIMSS, paperless e, finalmente, o último degrau, o hospital digital.

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“O EMRAM preconiza 7 estágios evolutivos em busca do hospital digital, com a crescente adoção do prontuário eletrônico e tecnologias correlatas.” Referências para planejar o Hospital Digital Recentemente, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) lançou um documento chamado “Diretrizes de TI para Hospitais Privados” que apresenta 10 diretrizes que o hospital deve considerar na sua jornada em busca do hospital digital. Esse documento pode ser visualizado em: http://anahp.com. br/publicacoes-anahp/livros/manual-diretrizes-de-ti. Com maior foco na área clínica-assistencial, o modelo de adoção do Prontuário Eletrônico da HIMSS (EMRAM – Electronic Medical Record Adoption Model) é outra boa referência para avançar no uso da TI. O EMRAM preconiza 7 estágios evolutivos em busca do hospital digital, com a crescente adoção do prontuário eletrônico e tecnologias correlatas. O EMRAM funciona também como uma acreditação hospitalar, especialmente para os estágios 6 e 7, com a visita de auditores da HIMSS que confirmam a aderência ao modelo e certificam o hospital. O quadro a seguir resume os oito estágios do EMRAM.

Mais informações sobre o EMRAM da HIMSS em: http://www.folksesaude.com. br/modelo_de_adocao_de_PEP_HIMSS_ EMRAM_vFOLKS.pdf.

Seu hospital está preparado para essa jornada? Se há evidências concretas do benefício da TI para o hospital e ficou entendido que a jornada é longa, é preciso iniciar já! Mas, como está a sua equipe de TI? Seu sistema de informação (ERP, PEP...)? Já adotou a certificação digital? Sua infraestrutura está pronta? Há uma área pensando em inovação? E os pacientes, já foram envolvidos e engajados? Utilizar as referências apresentadas neste artigo para fazer uma avaliação de como está o seu hospital, certamente, é um bom ponto de partida! Por Dr. Cláudio Giulliano Alves da Costa, MD, MSc, CPHIMS. Diretor – Presidente da FOLKS e-Saúde – Consultoria e Treinamento. Para questões e dúvidas, enviar e-mail para claudio@folkstic.com. JUNHO DE 2015

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TI

TICs voltadas à saúde: o que o futuro nos reserva? Depende do ambiente de negócios... Muitos exercícios de futurologia são apresentados no meio acadêmico e profissional quando o assunto envolve a tecnologia da informação e comunicação; essas estão voltadas à área da saúde, seja no âmbito da gestão, seja no da assistência. Não que eu seja contra, pelo contrário, sempre há o que se beber nesta fonte, mas percebo uma abordagem predominantemente técnica, é como se os especialistas estivessem tentando antever como evoluirá o que existe hoje. Talvez seja por isso que se erra tanto neste tipo de análise. Erra-se por não considerar o cenário do mercado específico, da economia, do ambiente político, entre outros fatores. Avaliar a tecnologia, como um fim em si, geralmente nos leva a grandes equívocos que, hoje, nos parecem até irônicos e engraçados (vide a previsão de Dennis Gabor, físico britânico e autor de Inventing the Future, de 1962): “A transmissão de documentos por cabos de telefone é possível, em princípio, mas o aparato requerido é tão caro que nunca irá se tornar uma proposta prática”. (1) Esta previsão pessimista, hoje estapafúrdia para os representantes das gerações Y, X e mesmo para os baby-boomers, passou longe 48

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não por questionar o potencial da tecnologia; nota-se que já havia a percepção de que seria possível tecnicamente, talvez não naquele momento, mas em um futuro próximo. Ela falhou por não procurar compreender a dinâmica da economia, como o mercado responderia a uma inovação desta proporção, criando as condições necessárias ao barateamento dos insumos e recursos para a sua produção em larga escala. Depois, veio a tecnologia wireless. Lembro-me que, em um MBA que fiz há dez anos, ouvi de um mestre entusiasmado que dentro de dois ou três anos os cabos serviriam apenas à interligação entre as cidades, pois estas teriam uma cobertura sem fio chamada Wimax, gratuita e com uma banda de alta capacidade, que mudaria para sempre o patamar de utilização de dispositivos móveis, TV a cabo, redes corporativas, etc. Teríamos cidades sem fios, nas ruas, nas casas, nas empresas. Ou seja, do pessimismo do NUNCA de 1962 passamos ao otimismo do SEMPRE em 2005, palavras perigosas de dizer em se tratando de tecnologia. No caso do Wimax, ele nasceu, mas o boom que todos esperavam não se deu. Nos dois casos, toda a cadeia econômica e produtiva que compõe o ambiente, no qual a


Klaiton Simão Diretor Corporativo de TI Hospital São Camilo

tecnologia está inserida, foi desconsiderada, tendo predominado uma visão de túnel apenas nos aspectos técnicos desta ou daquela tecnologia, se ela poderia existir ou não. O problema é que o fato dela poder existir, por si só não garante a sua doção e o seu desenvolvimento; ela precisa ser produzida, divulgada, distribuída e comprada. Mais do que isso, precisa acomodar todos os interesses dos players do segmento, fabricantes, governo, distribuidores e consumidores. A tarefa não é fácil, sobretudo não é técnica. Tomemos como exemplo a TISS: Troca de Informação na Saúde Suplementar. Diz o site da ANS sobre o padrão: “A Troca de Informações na Saúde Suplementar - TISS foi estabelecida como um padrão obrigatório para as trocas eletrônicas de dados de atenção à saúde dos beneficiários de planos, entre os agentes da Saúde Suplementar. O objetivo é padronizar as ações administrativas, subsidiar as ações de avaliação e acompanhamento econômico, financeiro e assistencial das operadoras de planos privados de assistência à saúde e compor o Registro Eletrônico de Saúde”. (2) Comecei a acompanhar as discussões sobre este padrão em 1998, e o que se via à época era uma expectativa muito grande de que a implantação da TISS acabaria com o trânsito de papel entre hospitais e operadoras, uma vez que já seria disponibilizada a troca de arquivos entre prestadores e fontes pagadoras em meios eletrônicos - o que dispensaria todos os players do setor

da imensa quantidade de papel que, naquele momento, transitava no segmento. Mais do que isso, a padronização dos dados e a sua centralização em uma base analítica na agência reguladora proporcionariam a identificação de distorções nas práticas comerciais e disparidades de preços, para cima ou para baixo, o que certamente terminaria por trazer de volta o equilíbrio econômico-financeiro do setor. Olhando para trás, não consigo pensar em um exemplo mais ilustrativo do que este, quando afirmo que o problema não é a tecnologia. A você, caro amigo leitor que deseja ouvir da minha boca qual é o problema então, posso responder recorrendo ao imortal poeta Paulo Leminski: “Repara bem no que eu não digo”. (1) www.2spare.com/item_50221.aspx (2)http://www.ans.gov.br/prestadores/tisstroca-de-informacao-de-saude-suplementar

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MARKETING

A “sofrência”

nossa de cada dia Otto Scharmer, PHD do MIT - Massachusetts Institute of Technology’s - afirmou recentemente que “depois de mais de 20 anos de estudos junto as cabeças mais brilhantes e inovadoras, podemos dizer que cada ser humano não é um, mas dois. Um é o resultado do passado condicionado e o outro do futuro desconhecido pronto a emergir. A essência do nosso trabalho é possibilitar que esses dois ‘eus’ comecem a se dissolver um no outro, ficando apenas o vazio da plenitude da consciência, unificada com o quantum universal. Essa é a maior fonte da inovação. Essa é a essência da Theory U.”

Ficou confuso? Espera aí que tem mais. Em 1859, 24 anos após deixar as ilhas Galápagos a bordo do Navio Beagle, Charles Darwin defendia a Teoria das Espécies, afirmando que não seria o mais forte ou mais inteligente que sobreviveria, mas sim o mais adaptável. Darwin já prenunciava o 52

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que sabemos hoje e que recentemente foi rotulado como geração Flux: pessoas que possuem alta capacidade de gerar resultados positivos e de se adaptar a mudanças constantes em um ambiente de tecnologia em empresas que mudam seus planos de negócios rapidamente. Temos visto hoje, no mercado de saúde e igualmente no mercado de comunicação, um ambiente com rápidas mudanças e cenários inovadores. Start-ups de profissionais imberbes ameaçam líderes seculares em seus tronos dourados. Jovens profissionais de medicina montam estruturas de atendimento em áreas populares gerando volumes de faturamento similares a tradicionais instituições. Aplicativos para celular fazem em segundos aquilo que softwares demoravam minutos para processar em parrudos equipamentos. Mudou a forma de chamar táxi, comer, comprar e até de encontrar o amor da sua vida. Eu mesmo, conheci a mulher da minha vida pela internet (casados há 5 anos).


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A pergunta que não quer calar é: como viver nesse ambiente de caos e mudanças velozes sem sofrer? A resposta vale alguns milhões de dólares, mas arrisco 5 dicas valiosas e gratuitas para diminuir a resistência aos novos tempos. Arrisque sem medo. Muitas empresas desejam fazer coisas inovadoras, mas esbarram no medo. Contratam agências de propaganda baseadas em processos criativos mas temem ousar diante de um novo conceito ou posicionamento. Steve Jobs, ex presidente da Apple, tinha uma frase ótima sobre inovar e superar o medo: “Não faz sentido olhar para trás e pensar: devia ter feito isso ou aquilo, devia ter estado lá. Isso não importa. Vamos inventar o amanhã e parar de nos preocupar com o passado”. Atrite até acender. Na minha juventude fui escoteiro e aprendi entre outras coisas a fazer fogo sem fósforo. O método é simples, você faz um furo em uma madeira e encaixa outra e vai girando. O atrito gerará calor e o calor fogo. Na nossa cultura latina temos medo do atrito. Uma boa discussão gera novas ideias e, ao contrário do que muitos pensam, você não se torna inimigo de quem discorda. Você cresce com isso. Não existe derrota, existe experiência. Meu afilhado, expoente da geração X me confidenciou outro dia estar com um novo amor. Eu na esperança de protegê-lo da euforia embalada pelos hormônios da juventude aconselhei: vá devagar, você pode se machucar. Ele rapidamente respondeu: quem se machuca padrinho são vocês que sofrem por antecipa-

ção, eu admito experiências em minha vida. Eu, claro, fiz cara de pastel, mas tirei uma lição: me distanciar um pouco do conceito ocidental de erro e acerto e me fixar no pensamento oriental de que tudo é experiência. Difícil? Sim. Possível? Sim. Tenha um olhar positivo sobre o mundo. Eu sei que você torceu o nariz agora e pensou: será que você não assiste TV? O mundo está desabando! Em muitas situações na vida, se queremos construir algo devemos olhar o copo meio cheio e não meio vazio. Ser inspirador de novos horizontes atualmente é um grande diferencial para qualquer líder. Diminua a “sofrência”. Se você não está se divertindo algo está errado. Isso vale para seu relacionamento, trabalho ou família. O mesmo afilhado que me fala sobre experiências me mandou uma nova esses dias: padrinho, eu admiro a sua “sofrência”. E lá fui eu entender com ele o novo termo. Ele me disse que admirava minha capacidade de sofrer intensamente com certas situações, a isso ele chamava de “sofrência”. Segundo ele, nossa geração (x) tem uma enorme paixão por sofrer com situações cotidianas e simples. Bem, vamos caminhando por esse mundo de atritos, medos e visões positivas, encarando tudo que é novo como oportunidade. O mundo está ai e não vai parar de inovar (quem quer morar em Marte?), o segredo para surfar nessa onda é aceitar as experiências e diminuir as “sofrências” nossas de cada dia. Por Marcos Le Pera - publicitário, empresário, articulista e está tentando abandonar a “sofrência” apesar de ser Palmeirense.

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MARKETING

“A melhor forma de se prever o futuro, é inventá-lo” Alan Kay Quando nós, profissionais de Marketing, pensamos nesta frase o que nos vem à mente?

Sentimo-nos impelidos a desenvolver conceitos ou inventar soluções que, uma vez implementadas, encantarão os stakeholders de nossas organizações, ou simplesmente adotamos uma postura mais passiva no sentido de apenas validarmos o que a tecnologia traz de novidade para a adaptar no nosso dia a dia? O convite deste artigo é para refletirmos, juntos, sobre qual lado queremos estar. Tom Freston, que durante 17 anos foi CEO da MTV e também responsável pelo grande desenvolvimento da rede de Televisão (que depois lançou canais de sucesso como Nickelodeon, Nick at Night, VH1, Comedy Central, dentre outros), disse que “inovação é tomar duas coisas que já existem e colocá-las juntas de uma maneira distinta”. Neste sentido, temos inúmeros casos de produtos inovadores que surgiram exatamente deste conceito, como exemplo os laptops conversíveis, lançados há alguns anos no mercado, que unem a praticidade dos tablets com o processamento dos notebooks; case de celular que ao abrir se transforma em um porta-cartões (https:// www.thegrommet.com/iphone-storage-

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Manoel Coelho Superintendente Executivo de Marketing - Beneficência Portuguesa de São Paulo

“inovação é tomar duas coisas que já existem e Colocá-las juntas de uma maneira distinta.” -case-by-eyn); e, saindo um pouco da área de tecnologia, cadeiras que se transformam em barracas (http://www.amazon.com/ Kamp-Rite-Tent-Original-Size-Green/ dp/B000BH46MU). Estes três exemplos reforçam o que citamos há pouco, ou seja, são apenas duas ideias que, uma vez fundidas, tornam um produto inovador. Entretanto, há um exemplo realmente marcante; uma ONG, na Índia, consciente das precárias condições de estudo enfrentadas pelas crianças daquele país, desenvolveu uma carteira dobrável, feita de papelão e que se transforma de uma simples mochila em uma carteira escolar (https://www. youtube.com/watch?v=_10AyjJD8A4).

deu uma questão muito mais profunda, a questão social; mais do que um produto inovador, foi um produto desenvolvido para fazer o bem. Diante destes quatro exemplos e voltando ao convite que fiz no início deste artigo, como nós, profissionais de marketing, temos estado atentos ao desenvolvimento de produtos ou soluções para o nosso dia a dia que além de inovadores também façam realmente a diferença na vida daqueles que mais precisam?

Pense nisso.

Pois bem, o que distingue os quatro produtos exemplificados acima? Os três primeiros são produtos inovadores, concebidos a partir da junção de duas ideias que ao final, atendem às demandas específicas em termos de praticidade de seu público. Entretanto, o que diferencia o quarto exemplo dos demais é que mais do que ter atendido à demanda de praticidade de seu público, esta última aten-

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GESTÃO

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Novos tempos para a saúde: o paciente como protagonista por Prof. Sílvio Abrahão Laban Neto e Dr. Bento Fortunato Cardoso dos Santos - Coordenadores do MBA Executivo em Gestão de Saúde Einstein – Insper e do Certificate in Healthcare Management Einstein-Insper. Peter Drucker, um dos mais influentes pensadores da gestão empresarial contemporânea, em seu célebre livro “Management: tasks, responsibilities, practices”, de 1973, afirmava que qualquer organização deveria, partindo das necessidades, realidades e valores dos consumidores, definir a satisfação destes como seu propósito final. Todavia, quando se fala de gestão em saúde, como integrar a perspectiva dos pacientes no propósito de uma organização do setor. Além disso, como reconhecer o protagonismo do paciente no seu processo de tratamento e cuidado? Quase 20 anos depois, em 1990, seu livro “Managing the Nonprofit Organization: Principles and Practices’ buscou trazer suas reflexões sobre gestão para as organizações sem fins lucrativos e reiterando a importância de se colocar o cliente, consumidor ou paciente no centro da atuação da organização e da definição de seu propósito e missão. Nos dias de hoje, estas considerações continuam válidas e atuais. No entanto, nesse período, a humanidade passou por profundas transformações que acabaram modificando, de forma significativa, a sociedade, os indivíduos e os relacionamentos destes entre si e com as organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos. A globalização, a constituição de blocos econômicos e a redução das barreiras ao comér60

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cio entre os países permitiram que indivíduos passassem a ter acesso a produtos e serviços antes pouco conhecidos e explorados. A rápida disseminação de informações graças à internet e às redes sociais introduziu novos hábitos, comportamentos, produtos culturais e de consumo. Essas mudanças ensejaram o surgimento de um individuo muito mais informado, poderoso, exigente e com novas demandas a serem atendidas. Não raro, em contato com profissionais que atuam em organizações de saúde, ouvimos relatos de situações em que os clientes se apresentam muito informados a respeito de condutas, tratamentos e procedimentos e um indicador claro é o aumento das ações contra o Sistema Único de Saúde (SUS), para a compra de remédios importados sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária que em 2014 fez com que os governos federal e estadual fossem obrigados a gastar, por determinações judiciais, R$ 314 milhões em 2014. Além disso, estes indivíduos na condição de consumidores e/ou pacientes desejam assumir um maior protagonismo com relação às suas atividades, relacionamentos e hábitos, bem como desejam ser ouvidos e atendidos em qualquer momento e em lugar. Neste sentido, a tecnologia da informação tem papel essen-


cial, particularmente as tecnologias de comunicação móvel e os smartphones. Surgem aplicativos para os mais variados fins, tais como o Blooder para facilitar o processo de doação de sangue e o aplicativo nativo dos iPhones voltado à saúde onde os indivíduos podem não apenas registrar informações e resultados de exames, bem como monitorar suas atividades físicas de forma quase imperceptível. Outra transformação importante e que expressa de forma mais clara este protagonismo dos indivíduos tem a ver com os processos de comunicação indivíduo-organização, hoje muito mais interativos, fáceis e dinâmicas. Novamente, as tecnologias de informação desempenham papel fundamental ao possibilitar que consumidores interajam diretamente entre si e com as organizações, estabelecendo processos de comunicação de dupla mão. Além disso, e-mails e sites passam a ser complementados por blogs, wikis, mundos e comunidades virtuais. Exemplos no mundo das relações de consumo já são bastante conhecidos, tais como os dos fabricantes de materiais esportivos Nike (NIKEiD) e Adidas (miADIDAS) e dos veículos ingleses Miini que permitem aos consumidores personalizar produtos combinando cores, modelos, acabamentos e detalhes. Além das questões de personalização, muitos consumidores têm usado a tecnologia e, particularmente, as redes sociais para trocar informações sobre produtos e serviços, avaliando-os, recomendando-os e promovendo-os ou não, criando uma nova forma de relacionamento na qual as marcas e as empresas já não têm mais o controle sobre o processo de comunicação para e com seus consumidores. No caso das organizações de saúde, mesmo antes da proliferação das alternativas de comunicação e compartilhamento de informações por meio da tecnologia, muitos grupos já se organizavam, tendo como ponto em comum a relação com uma enfermidade. Estes grupos e fóruns algumas vezes, em escala planetária, já trocavam informações diversas e desta forma contribuíam para uma melhoria na qualidade de vida dos envolvidos. A tecnologia não apenas apri-

morou este mecanismo como também possibilitou o surgimento de outras iniciativas, controladas pelos próprios indivíduos e pacientes que passam a gerenciar estas ações, muitas vezes de forma mais abrangente do que a anterior que se concentrava em grupos de indivíduos acometidos ou interessados por uma patologia comum. Uma dessas iniciativas é a rede social ‘doentes inovadores’ (www.doentes-inovadores.com) projeto da Escola de Negócios e Economia da Universidade Católica de Lisboa. Com a proposta de permitir “compartilhar soluções, viver melhor” a plataforma permite que doentes acometidos de enfermidades crônicas possam discutir seus desafios cotidianos e compartilhar soluções e estratégias válidas para melhorar sua qualidade de vida e até mesmo contribuir com o tratamento da própria doença. Baseado nos princípios da inovação aberta e da inovação promovida pelos utilizadores, a iniciativa conecta pacientes, médicos e interessados em saúde e tem produzido resultados relevantes em para indivíduos portadores de Mal de Alzheimer, nanismo, fibrose cística, bem como o desenvolvimento de ideias e produtos para mulheres recém saídas de processos de mastectomia e mãos prostéticas de baixo para crianças. Inúmeras associações de pacientes já aderiram à esta rede, assim como instituições de ensino e fundações. Moral da história, algumas organizações inclusive as de saúde, começam a perceber que deixar os próprios indivíduos, sejam eles, consumidores ou pacientes se comunicarem com outros pode ser uma forma de aumentar a relevância e a credibilidade de seus produtos e serviços, bem como de fomentar inovação e qualidade de vida. O aspecto mais relevante da mudança em curso nos hábitos, valores e necessidades dos indivíduos é sua elevação ao posto de protagonistas e não mais, como em um passado recente, meros depositários passivos das ações das organizações. As organizações em geral e, particularmente as de saúde, não podem ignorar estas transformações. JUNHO DE 2015

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GESTÃO

“Só é inovador o que melhora a vida das pessoas” O consultor Lourenço Bustani quer acelerar a transformação das empresas com seu conceito de inovação consciente, segundo o qual os gestores têm de ir além de seus produtos e serviços se quiserem inovar para valer Nos anos 60, o norte-americano Theodore Levitt, professor da Harvard Business School, virou as organizações de cabeça para baixo ao lhes perguntar em que negócio estavam. Ele ensinou que a indústria de ferrovias ruiu não porque surgiu a indústria automobilística, e sim porque as companhias do setor não entenderam que estavam no negócio de transporte, não no ferroviário. Para terem sucesso, segundo Levitt, as empresas precisavam parar de pensar em produto e focar o uso dele. Em plena década de 2010, o brasileiro Lourenço Bustani, jovem líder da firma de consultoria Mandalah que foi incluído entre as 62

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pessoas mais criativas do mundo dos negócios pela revista Fast Company, parece propor uma transformação parecida com seu conceito de inovação consciente. Para terem sucesso hoje, segundo Bustani, as empresas precisam entender não só em que negócio estão, mas também os diversos impactos que ele causa e inovar. “Isso não é mais conversa periférica”, diz. Nesta entrevista, ele explica o que é inovação consciente – “só pode ser considerado inovador aquilo que necessariamente melhora a vida das pessoas” – e conta como tem visto as empresas mudarem.


Divulgação|Marcus Hausser

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Saiba mais sobre Lourenço Bustani Quem é: Cofundador, com o publicitário Igor Botelho, da empresa de consultoria Mandalah, que assessora empresas na criação de produtos, serviços e estratégias que tenham como norte o ser humano, sem abrir mão do lucro. Trajetória: Nascido em Nova York, filho de di-

plomatas brasileiros (seu pai é José Maurício Bustani, que já foi elencado entre os que mais contribuem para a paz mundial), foi criado em cinco países e em quatro idiomas diferentes, mas sempre se considerou brasileiro. Reconhecimento: Por seu conceito de inovação consciente, foi incluído, em 2012, na lista das 100 pessoas mais criativas do mundo dos negócios pela revista Fast Company, na 48a posição. JUNHO DE 2015

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GESTÃO O que a Mandalah faz? Fazemos com que as empresas entendam que toda a sua atividade de geração de valor tem consequências no curto, médio e longo prazos. São consequências ambientais, sociais, culturais, políticas, econômicas e podem ser positivas ou negativas. A maneira como se tem feito negócios é dissociando valor e impacto, e é isso que explica o contexto de desequilíbrio que vivemos. Não existe divisão entre valor e impacto. Como valor e impacto podem voltar a integrar-se? Quando as pessoas começam a enxergar o impacto tanto quanto o valor, elas se sensibilizam e revêem suas ações para que sejam menos devastadoras. É quando cai a ficha e os gestores percebem que não dá para viver em um contexto em que poucos ganham e muitos perdem. Impactos não deveriam ser assunto de governo? O setor privado foi o local que escolhemos para essa reflexão, pelo modo como movimenta os mercados, impacta o meio ambiente, emprega pessoas e forma cultura. Mas, também é assunto de governo e por isso lançamos um braço de políticas públicas em 2014. Quanto mais essas esferas andarem juntas, maior a chance de sucesso. Como gerar reflexão em gestores de uma montadora? Em uma cidade como São Paulo, não se pode ficar “cuspindo” veículos com motor a combustão sem ter consciência sobre as limitações de infraestrutura, sobre a poluição, a insegurança, o trânsito. Quando o gestor da montadora enxerga que atua em um ecossistema maior do que o formado pelo veículo e pelo motorista e que precisa melhorar a vida das pessoas, ele começa a inovar. A empresa deixa de ser de motores para ser de mobilidade. Theodore Levitt do século 21... vocês já fizeram 70 projetos de inovação consciente. Essas empresas mudaram? 64

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A crise financeira de 2008 nos ajudou, sabia? Antes, nossas ideias eram vistas como um plano B e viramos plano A de repente. A visão sistêmica tornou-se quase uma exigência. Como vemos que os impactos são uma nova variável levada em conta nas decisões? Notamos, por exemplo, que há uma nova composição de equipes, com mais gente tendo essa mentalidade. As estruturas começam a mudar também e somos recebidos de maneira mais atenciosa nas empresas, o que permitiu à Mandalah crescer e internacionalizar-se. Os gestores não acham vocês “santinhos” demais? Ninguém na Mandalah é “santinho”; ninguém quer converter as pessoas ao bem. Queremos ajudar os gestores a conciliar sua busca do lucro e de outras questões pragmáticas, com suas buscas individuais, como a de contribuir para a saúde e a alegria das pessoas. Mesmo entre os executivos mais céticos, existem os que querem deixar um legado de que se orgulhem e por uma série de fatores ainda não conseguiram fazer isso. Mas, inoculado o “vírus da consciência” nos gestores, a coisa anda. Você falou da montadora hipotética, mas tem a General Motors como cliente. Como a coisa tem andado lá? É interessante, porque nossa relação com a GM começou em 2008, com eles incomodados conosco, porque dissemos que o negócio estava se tornando o cigarro do século 21. Mas, foi aquele tipo de incômodo que aproxima, não que distancia, sabe? Do tipo “isso é uma verdade que eu não queria ouvir, porém sei que tenho de ouvir, me fale mais a respeito”. Não estou dentro da GM no dia a dia, mas o que testemunho é que mentalidades mudaram ao longo dos projetos que fizemos e isso influenciou decisões estratégicas da companhia. É claro que para conseguir mudar o percurso de uma indústria centenária e com muita inércia, como é a automobilística, vamos precisar de mais que meia dúzia de projetos. Mas eles já incorporaram aprendizados sobre mobilidade que os influenciam nos investimentos de longo prazo.


Outro cigarro do futuro são as bebidas alcoólicas. Conte um pouco de seu projeto para a AB InBev, por favor. Fomos contratados pela AB InBev para fazer uma reflexão a respeito de como suas marcas de cerveja podem se tornar uma força propulsora para a sociedade com base em uma metodologia que criamos chamada Brands For Good (BFG). Não podemos contar detalhes do projeto, por questões de confidencialidade, mas já o implementamos no Brasil e na Europa e o apresentamos na China, no México e no Canadá. O que os gestores da AB InBev colocaram o produto de lado por um instante, sobrando um território fértil para a inovação. Sobrou a “alma” do negócio deles, que está embutida nas marcas. Esses gestores estão se perguntando o que todos os executivos deveriam se perguntar: “O que mais eu posso ser além daquilo que comercializo?”. Fazer essa pergunta também contribui para lucrar mais? Sim, principalmente nos tempos de hoje, em que tudo o que se comercializa pode se tornar obsoleto da noite para o dia. Investindo na “alma”, você consegue encontrar e estabelecer um território mais perene para seu desenvolvimento, não replicável pela concorrência. Os gestores não dizem que há um limite para o que o consumidor aceita pagar por “alma”? Eu vejo isso de duas formas – a ética e a pragmática. A ética é: se uma empresa grande descobre um jeito mais responsável de manufaturar e comercializar um produto e está consciente do estrago que o jeito atual causa, deve investir nesse jeito de qualquer modo, até para incentivar o resto da indústria a fazê-lo. Trata-se de um protagonismo necessário. A argumentação pragmática: trabalhe em cooperação com fornecedores e concorrentes para conseguir um preço mais competitivo. Não dá mais para atuar de maneira predatória como as empresas têm feito.

A experiência da Mandalah varia muito nos países em que está presente? Vejo menos diferenças do que semelhanças; é claro que a Califórnia tem uma sociedade mais progressista e aceita mais naturalmente a inovação consciente. Porém, de modo geral, todos estão no mesmo pé: já entenderam o que precisa ser feito, só lhes falta a ousadia. Até os gestores brasileiros envoltos em denúncias de corrupção estão nesse pé? No Brasil damos respostas pragmáticas às coisas. Precisamos aprender que a questão ética precede o pragmatismo. Também precisamos aprender a pensar no médio e longo prazos; vivemos o império do curto prazo, mas vamos aprender.

Saiba mais sobre inovação consciente

Até o cestinha Kobe Bryant inovou assim com a Mandalah O conceito de inovação consciente pregado pela firma de consultoria Mandalah – que deve seu “h” final à palavra “humano”– vem atuando para transformar os mais diversos tipos de organizações, não apenas as grandes multinacionais, como General Motors e AB InBev. Startups, escolas, ONGs e governos também são atendidos por Bustani e sua equipe. “Entendemos que toda e qualquer organização era valor e é passível de transformação”, diz o consultor. Até pessoas físicas podem envolver-se, como celebridades. Um dos projetos mais recentes da Mandalah, por exemplo, foi feito em uma parceria entre o jogador da NBA Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, e as empresas Flag e Mesa&Cadeira. Reuniu 12 criativos brasileiros na sede do Facebook, na Califórnia, para prototipar, em 96 horas, uma plataforma que contribuísse para a redução da inatividade infantil no Brasil. “Sempre que houver pessoas predispostas a mudar, poderá haver inovação consciente”, afirma Bustani, com esperança. JUNHO DE 2015

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INOVAÇÃO

A inovação na saúde Um comprometimento para a melhoria da rotina do setor O que passa pela sua cabeça quando você se depara com a palavra inovação? Difícil, certo? O nosso acesso às informações são tão fáceis que hoje, recebemos inúmeros tipos de informações e opiniões sobre o tema. Os pensamentos podem variar desde as inovações mais futuristas até as mais simples, aquelas que já facilitam o nosso dia a dia. Acredito que esse seja um assunto de extrema importância para a área da saúde, indispensável para o dia a dia dos profissionais e pacientes que só ganham com o investimento em inovação. A inovação do modelo de negócio é indispensável para o crescimento do mesmo. Baseando-se nessa informação, o Hospital Sírio-Libanês entidade filantrópica e sem finalidade lucrativa - afirma que a fundamentação e a modelagem do negócio têm uma forte referência na identidade organizacional e na prática da filantropia que é um dos aspectos mais importantes da atuação do hospital. “Os negócios, base para formulação da estratégia são: a assistência, o ensino, a pesquisa. A filantropia é a razão de ser da Sociedade e permeia a atuação em todas as dimensões do negócio, assim como na atuação de todos os colaboradores envolvidos nas 66

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atividades produtivas, de apoio e administrativas. A partir destes fundamentos são estabelecidas as estratégias de negócio e o modelo de gestão que sustenta nossos ritos e práticas de operação e administração”, conta Carlos Alberto Marsal, superintendente de Controladoria e Finanças do hospital. Para o Sírio-Libanês todas as estratégias e objetivos que geram valor para os stakeholders, sejam eles quantitativos ou qualitativos, estabelecem estratégias de negócio e, por sua vez, indicadores que objetivam identificar a evolução e execução. A inovação e o pioneirismo fazem parte do DNA da instituição; no que se refere ao modelo de negócio, a inovação se dá a partir dos direcionamentos estratégicos que estabelecem, tendo como objetivos: a geração do conhecimento e o desenvolvimento dos profissionais e, também, a priorização de projetos e planos dentro do conhecimento presente no modelo de gestão. “Desenvolvemos projetos que visam assegurar o alcance dos objetivos estratégicos e também a evolução de nossos indicadores. Periodicamente, além de reflexões conjuntas com conselheiros e dirigentes, nos referenciamos em pes-


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quisas com pacientes, médicos e colaboradores para rediscussão dos caminhos ou a necessidade de redirecionamentos estratégicos. Ao identificar o que fazer e sistematicamente avaliar a execução de nossos planos, adotamos medidas de ajuste quando necessário”, diz Marsal.

O que há de novo no modelo de negócios do Hospital Sírio-Libanês A organização do modelo de gestão que suporta as estratégias e a modelagem do negócio é um grande salto de qualidade para melhoria dos instrumentos de governança e gestão, por isso foi criado uma nova dimensão para a gestão. Buscam propor, discutir e validar, em grupo, todas as iniciativas e o que contribuirá para a melhoria das propostas de valor. No campo da execução de projetos estão implementando uma nova metodologia que compreende a elaboração, proposição e gerenciamento. Espera-se que esta nova metodologia traga um grande diferencial para o hospital. JUNHO DE 2015

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INOVAÇÃO O GRAACC - hospital filantrópico que atende 90% SUS e 10% convênios - também possui um modelo de negócio inovador com um diferencial. O modelo é formado por um tripé equilibrado, que é composto pelo Setor Público (Universidade), Setor Privado (Gestão de Empresários) e Sociedade.

além de cuidar das estratégias de transparência e prestação de contas à sociedade. Essa gestão privada e independente traz mais agilidade e permite crescimento mais seguro. E, por fim, a Sociedade, que apoia com doações por confiar tanto no corpo clínico quanto na gestão”, explica Sérgio Amoroso, presidente do GRAACC

“Podemos dizer que a inovação no modelo de negócio é o modelo como um todo, em que os três setores interagem de forma complementar um ao outro. Temos a Universidade que, por meio da área de oncologia pediátrica, provém o corpo clínico e facilita o acesso aos novos conhecimentos e aplicação das mais modernas técnicas de tratamento. Temos o Setor Privado, que por meio da gestão, provém recursos para que todo o conhecimento seja alcançado e aplicado,

Sendo um hospital sem fins lucrativos, o negócio é voltado a atender aqueles que não têm condições financeiras para pagar um tratamento, sendo assim, neste ambiente a doação/ captação é estratégia para completar o orçamento anual. “A transparência e a a prestação de contas à sociedade são fatores fundamentais para o sucesso dessa estratégia, além, é claro, do resultado medido pelos índices de cura e qualidade de vida oferecido durante o tratamento”, esclarece o presidente.

Resultados do modelo de negócio do GRAACC e dimensões O resultado é o crescimento contínuo, espelhado no aumento dos índices de cura com qualidade de vida. A média de índice de cura, geral no Brasil nessa área, está entre 40% e 50%; no hospital do GRAACC esse índice está em 70%. Esse é o maior resultado que se pode medir. Hoje, o hospital tem mais de 300 novos casos de câncer infantil por ano. É considerado um dos maiores centros de câncer infantil do país e está cada vez mais especializado em casos complexos. Espera-se formar o maior centro da área no país, especializado em em complexidade e atender uma lacuna em que não há atendimento adequado. Tudo é realizado com a participação de todos (governo, setor privado e sociedade), levando a uma dimensão de modelo possível para a sociedade. Essa dimensão e esse desafio são o que os move na consolidação desse modelo.

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Assim como o GRAACC a AACD também é uma instituição sem fins lucrativos e a sua receita é proveniente de doações, atendimentos do SUS, repasses de emendas parlamentares e atendimento de clientes particulares, ou seja, a cada três procedimentos conveniados, a instituição consegue subsidiar uma gratuita. De acordo com Valdesir Galvan, CEO da AACD, o hospital está criando mecanismos modernos para explorar o universo digital e melhorar a eficácia dos modelos de doações, como, por exemplo, o ‘Aniversário do Bem’; a captação de recursos online que conta com celebridades que convidam os fãs para contribuir; cartões de Natal; ações de crowdfunding para incentivar doações; entre outros. Já que tocamos no assunto ‘universo digital’ e mecanismos modernos, vamos explorar um pouco mais o tema. A inovação tecnológica cresce sem parar, portanto não é por acaso que o CEO da AACD se preocupa com esse tipo de investimento. Outros hospitais também se importam com essa inovação; como o Hospital do Coração (HCor) que reverte suas verbas em tecnologia - 2,5% do faturamento do hospital é usado para o Plano de Investimento em Tecnologia da Informação, como é chamado. Carlos Yoshihara, gerente de PACS e Infra-Telecom do HCor, conta que procuram investir em equipamentos e em processos que agreguem valor ao serviço prestado pelo hospital, para a recuperação da saúde dos seus pacientes, como, por exemplo, dispensadores automáticos de materiais e medicamentos nas unidades assistenciais (UTI, UCO, PS, Centro Cirúrgico e Unidades de Internação). “Há um alinhamento muito forte com as diretivas da JCI (Joint Commission Internation) referente às metas de segurança do paciente”, esclarece. Os resultados dos projetos, relacionados à inovação, são analisados, de forma multidisciplinar, quanto a viabilidade de extensão de sua aplicabilidade em outras áreas do hospital. “Novamente usamos como exemplo os dispen-

sadores automáticos de materiais e medicamentos nas unidades assistenciais. Iniciamos com o “piloto” no Pronto Socorro e depois expandimos para as Unidades de Internação, UTI Adulto, UTI Pediátrico, Unidade Coronariana e Centro Cirúrgico”, completa Yoshihara. E o que há de novo nesta área do HCor? O gerente diz que utilizam infraestrutura de Wi-Fi para coletar dados de controles automáticos e convergência para os protocolos TCP-IP e HL7 dos diferentes equipamentos médico-hospitalares, sempre visando a integração dos vários sistemas existentes. Com o intuito de aprimorar ainda mais as inovações que já tem feito, o HCor fechou uma parceria com a TOTVS - provedor global de software de gestão, plataforma e consultoria para empresas de todos os portes. Focados na consolidação de um produto com diferenciais quanto à funcionalidade necessária para atender especialmente as características dos processos do segmento de saúde, a união das empresas resultaram no software HIS (Hospital Information System). O sistema foi desenvolvido para contemplar os requisitos do setor e foi lançado, oficialmente, na Feira Hospitalar que aconteceu de 19 a 22 de maio desde ano, no Expo Center Norte em São Paulo. “Nossa solução de HIS foi desenvolvida a 4 mãos, com a participação do corpo clínico do HCor e nosso time de especialistas. Criamos uma solução única e diferenciada no mercado, onde o foco é agilizar a comunicação entre os médicos, enfermeiros e pacientes. Além de promover a melhoria nos processos das instituições de saúde, maximização de resultados e atendimento total a regulamentação do setor”, comenta Marcelo Souccar, diretor do segmento de Saúde da TOTVS. Entre os diferenciais é possível citar a Central de Autorizações, que com a utilização de workflows pode automatizar o processo de aprovação de guias e agilizar os agendamentos de consultas, pedidos de exames, check-ups, cirurgias, internações, entre outros. “A Central de Agendamento também é outro JUNHO DE 2015

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INOVAÇÃO diferencial da solução. Com a utilização de uma Agenda Única que proporciona ao time de call center maior agilidade nos processos de agendamento através da utilização de filtros rápidos de visualizações e do assistente de agendamento, onde são disponibilizados os horários de múltiplos exames de acordo com a ordem de execução, o sistema indica a melhor sequência de exames e horários, tudo para facilitar o dia-a-dia dos pacientes”, completa Marcelo. Souccar ainda alerta que as instituições de saúde precisam começar a utilizar a tecnologia como sua aliada, melhorando a qualidade na assistência prestada aos pacientes, agilizando processos, integrando setores e, consequentemente, maximizando os resultados. “O Brasil é o 8º maior mercado de saúde mundial, segundo dados da ANAHP, e estudos apontam que metade das instituições de saúde no Brasil ainda não possuem um sistema de gestão, os processos são feitos de forma manual, sem nenhum controle efetivo. Por isso é muito importante a adesão à tecnologia na área de saúde”, afirma. Ainda sobre inovação em tecnologia, o hospital Oswaldo Cruz inaugurou o primeiro centro cirúrgico 3D da América Latina que atende casos de alta complexidade e aposta em radioterapia intraoperatória para melhorar o tratamento de pacientes com câncer. O novo centro cirúrgico possui nove salas com dimensões que variam entre 34 e 62 m² - compostas pelos mais modernos e seguros equipamentos que, além de beneficiarem o trabalho cirúrgico, garantem mais conforto às equipes médicas que atuam no hospital. Por contar com uma estrutura tecnológica 3D, aplicado ao Robô Da Vinci S HD, um dos principais diferenciais favoreceu a equipe médica que não precisa levar filmes ou CDs com exames de imagens para o Centro Cirúrgico. Por meio da integração com o sistema PACS (Picture Archiving Communication System), o médico poderá buscar imagens obtidas em exames realizados no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do hospital, 70

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transmitindo-as, se necessário, para qualquer monitor na sala. O robô Da Vinci S HD tem quatro braços e visualização 3D em alta definição para procedimentos cirúrgicos. O equipamento traz diversas vantagens para o paciente, já que o procedimento é menos invasivo e proporciona diagnóstico mais preciso, além de recuperação mais rápida e menos dolorosa. Do ponto de vista dos cirurgiões, a robótica elimina possíveis e naturais tremores durante os movimentos, reduz a fadiga dos especialistas em procedimento, corrige e aumenta a liberdade dos movimentos e proporciona maior acessibilidade à microcirurgia, pois possibilita a majoração ou miniaturização das imagens e dos movimentos.

Radioterapia direcionada Hospital Oswaldo Cruz Ainda como parte do investimento em inovações cirúrgicas, reforçando a excelência do Hospital na área de Oncologia, o hospital Alemão Oswaldo Cruz acaba de adquirir o INTRABEAM®, uma nova técnica de radioterapia. Esse tratamento consiste na aplicação de radioterapia direcionada em pacientes com câncer em estágio inicial submetidos à cirurgia. Durante o procedimento cirúrgico, após a remoção do tumor, o cirurgião posiciona o equipamento no tecido do leito tumoral, assegurando uma posição próxima do tecido-alvo à fonte de radiação. Em seguida, o oncologista radioterapeuta confirma o posicionamento e aplica a dose terapêutica de radiação prescrita.


Já falamos sobre inovação no modelo de negócio, na tecnologia e, claro, não poderemos esquecer da inovação nos serviço; a Amil é um ótimo exemplo para o assunto. Preocupada com o serviço que presta aos seus clientes, a empresa, desde a sua fundação em 1978, tem a inovação e o pioneirismo como lema. Foi a primeira operadora a oferecer consultas e exames sem limites e a primeira no mundo a criar um serviço de teleatendimento com médicos de plantão 24 horas. Desde então diversas inovações fazem parte da história da empresa, sendo todas as tecnologias desenvolvidas internamente pela equipe de Tecnologia da Informação da Amil.

O novo método ajuda a evitar exposição desnecessária à radiação e limita o tratamento ao local exato onde o tumor primário estava presente. Desta forma, é possível conquistar com apenas uma sessão de radioterapia intraoperatória o resultado de aproximadamente 28 sessões de radioterapias convencionais.

“Nosso processo é voltado para o desenvolvimento de soluções práticas que beneficiam nossos clientes, médicos, corretores e colaboradores. A partir da avaliação sobre quais inovações vão garantir uma oferta de serviços de qualidade e o fácil acesso de nossos diversos públicos ao que necessitam, os projetos são conduzidos pela equipe de Tecnologia da Informação de forma a assegurar total controle, segurança e confiabilidade na utilização de tais sistemas”, explica o diretor de Tecnologia, Telmo Pereira. Além de apurações para identificar as necessidades dos clientes e do acompanhamento das tendências do mercado, a Amil também estimula a inovação interna por meio da plataforma Ignite!, cujo nome faz referência direta à intenção de ‘acender a inovação’. Trata-se de uma ferramenta online na qual os colaboradores podem compartilhar, curtir e comentar ideias. As sugestões mais bem cotadas são avaliadas por um Comitê de Inovação e os vencedores, além de terem suas ideias implementadas, são convidados a conhecer a sede do UnitedHealth Group – multinacional norte-americana da qual a Amil faz parte. Para Telmo, o desafio da inovação nos serviços é aumentar a publicidade desses serviços, para que eles sejam utilizados por um número cada vez maior de pessoas. Outro desafio é o feedback do cliente sobre as soluções – essencial para aperfeiçoar, cada vez mais, as plataformas. “O aplicativo Amil Clientes, por exemplo, já foi avaliado por quase três mil usuários na Play Store e na Apple Store, mantendo média de pontuação de 4,1 e 4,5, respectivamente, em uma escala de um a cinco. No caso das avaliações na Play Store – onde há a possibilidade de interação com usuários - a empresa responde a todos os comentários postados”, conta.

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INOVAÇÃO

Serviços de destaque da Amil Biometria facial

Mais de um milhão de beneficiários da Amil já tiveram seus rostos registrados em um sistema inteligente de reconhecimento facial. A marca foi alcançada em apenas um ano de uso da tecnologia, que, além de confirmar a identidade do paciente, permite a conexão direta de seu cadastro com seu prontuário médico. A nova tecnologia consiste em um sistema automático e inteligente de mapeamento e captação de traços anatômicos. A biometria facial já está instalada em cerca de 280 unidades credenciadas, entre consultórios médicos e unidades médicas avançadas, permitindo uma integração direta desses locais com o prontuário médico do paciente. Até o momento, a tentativa de uso de carteirinhas por terceiros representou menos de 0,5% de todos os casos que passaram pelo novo sistema de identificação facial.

A inovação no Brasil De acordo com Marcio Coelho, presidente da Johnson & Johnson Medical Brasil, o país tem diversos desafios nessa área, muitas vezes focamos nossos esforços em resolver os problemas emergenciais e com isso não conseguimos pensar a longo prazo como forma de encontrar soluções efetivas para questões complexas da cadeia de saúde. “A inovação existe quando conseguimos olhar para grandes problemas e buscamos maneiras de solucioná-los. Dessa forma, inovação não diz respeito apenas a uma evolução técnica ou um produto transformador. A inovação acontece também quando buscamos formas de otimizar processos, diminuir custos, aumentar a produtividade e de uma maneira geral tornar o sistema mais sustentável. Nesse sentido, ainda temos muitas oportunidades para trabalhar buscando formas inovadoras de melhorar o acesso a saúde de qualidade no Brasil”, afirma. 72

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A Johnson & Johnson Medical acredita que uma empresa efetivamente inovadora desafia todos os seus aspectos organizacionais, respirando e buscando inovação. Na prática isso significa que não são apenas produtos inovadores que fazem da companhia uma ‘líder em inovação’, mas sua capacidade de buscar novos métodos, modelos de gestão, cultura, processos e parcerias que ultrapassem fronteiras. “No Brasil, nosso objetivo é inovar para, de fato, melhorar a gestão do sistema de saúde, seja no mercado público ou no privado. Entendemos que a inovação é a base para desenvolver todo o ecossistema de saúde, desde o acesso aos produtos e procedimentos que melhorem a vida de pacientes e o dia a dia do médico, até iniciativas que diminuam o desperdício da cadeia, otimizem processos, incrementem o serviço e o atendimento ao paciente – tornando o sistema cada vez mais sustentável”, diz Marcio


Prontuário eletrônico

Por meio da ferramenta, o paciente pode acompanhar seu histórico médico diretamente do smartphone: tratamentos, indicações de medicamentos e horários de administração de remédios, entre outros dados.

PepView

Plataforma voltada para os médicos, que permite consolidar os prontuários dos pacientes. Disponível para os profissionais mediante autorização da gestão da rede própria.

Atendimento multiplataforma

A Amil investe constantemente na qualificação de seus canais de atendimento. Por isso, a empresa aposta em soluções multicanais e serviços digitais que simplificam o atendimento aos beneficiários, credenciados e corretores, como o portal amil.com.br – no qual é possível obter 2ª via de boletos, pesquisar rede credenciada e agendar consultas, entre outros serviços – e o teleatendimento 24 horas. A empresa também oferece suporte aos beneficiários pelo aplicativo Amil Clientes (Android e iOS) – lançado em 2013 e que acaba de alcançar a marca de 200 mil usuários – e via rede social (Facebook).

A internalização da Inovação como uma capability de negócio e de cultura organizacional é um processo em contínuo desenvolvimento. Ao estimular que seus colaboradores desafiem o status que entendam o real impacto que seu trabalho têm na empresa e, no caso da Johnson, no sistema de saúde, é preciso estar preparado para lidar com a demanda por inovação, insights e a motivação por mudar processos. “Temos muitos projetos em fase de assinatura de contrato ou desenvolvimento, por isso não podemos abrir detalhes. Mas é possível dar um breve escopo do que temos feito ao longo dos anos: a Johnson & Johnson Medical, por meio da ETHICON, assinou uma parceria com Google para o progresso da cirurgia robótica, para beneficiar cirurgiões, pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. O objetivo é reunir capacidades, propriedade intelectual e expertise para criar uma plataforma inovadora capaz de integrar tecnologias avançadas. Parceria com a IBM com o objetivo de encontrar soluções para os desafios da colaboração

visa alavancar o avanço tecnológico com base nas capacidades de cada empresa buscando soluções efetivas para toda a cadeia. Impulsionar a inovação utilizando o conhecimento técnico e cirúrgico dos produtos Johnson & Johnson e a expertise de design e informática das plataformas IBM”, revela o presidente. É importante ressaltar que a sociedades e associações de classe, assim como todos os agentes da cadeia de saúde, devem trabalhar juntos para garantir o acesso a tecnologias e à inovação. Para isso, é fundamental que elas atuem de maneira próxima às agências reguladoras e entidades responsáveis pela incorporação de novas tecnologias, governos e associações de pacientes. Além disso, é preciso aproximar indústria e universidades com o intuito de incentivar a pesquisa colaborativa. Quanto mais colaboração houver entre todos os segmentos, poderemos avançar para acelerar o desenvolvimento local de inovação ou a internalização de novas tecnologias. JUNHO DE 2015

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RH

Inovação em

Recursos Humanos

Por Dorailson Pereira Andrade - diretor geral da Idee Consult Quando pensamos em inovação o que nos vem à mente é algo relacionado à invenção, à criação pura, uma disrupção que muda significativamente uma situação; portanto, pensar e falar em inovação em Recursos Humanos deve ser um desafio mental, considerando o paradigma da intangibilidade natural desta matéria. Antes de seguirmos falando deste tema, primeiro precisamos clarificar o que significa de fato inovação. Há várias apresentações sobre o significado desta palavra, porém todas têm como essência “a novidade ou renovação”, ou seja, inovação é a “introdução de algo novo que muda o status quo”. Há a inovação evolucionária (contínua e dinâmica) que provoca avanços incrementais na tecnologia, processos ou hábitos; e a inovação revolucionária (descontínua) que é, em geral, perturbadora e disruptiva. Como consultor na área de Organização e Gestão de Pessoas eu sou comumente abor76

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dado por clientes com perguntas como “o que há de novo no mercado em Recursos Humanos?”. Eu costumo responder com uma pergunta para reflexão : “o que você está fazendo com o que você já tem instalado?”. Em resumo, às vezes, corremos atrás de coisas novas e inovadoras e não utilizamos na sua plenitude o que já existe dentro de casa e, que tem provável potencial para mudar algo na empresa: novos pensamentos, a cultura, comportamentos, hábitos, práticas de gestão e resultados. A inovação não está associada às soluções sofisticadas, ao contrário, a maioria das soluções inovadoras são aquelas simples, práticas e que geram visibilidade e resultados consistentes no curto prazo.


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RH Diante do que foi exposto até aqui, afinal o que é inovação em Recursos Humanos? 1 - É sair de uma área eminentemente técnica-administrativa-operacional para uma área relacional-estratégica-transformadora; 2 - É orientar-se de “fora para dentro”, ou seja, ouvir os clientes internos (gestores e colaboradores) e entregar o que de fato esta população precisa e espera, ao contrário do que normalmente se faz atualmente; 3 - É entender o contexto externo, o negócio, a estratégia, o organismo corporativo (processos, cultura, valores, crenças, hábitos, estilos, ambiente, comportamentos); 4 - É antecipar-se às demandas futuras da empresa e prover os recursos humanos necessários no tempo certo; 5 - É acompanhar as transformações na sociedade e no mundo corporativo, adequando suas políticas e práticas relacionadas às Pessoas; 6 - É agir e ser vista como área parceira por toda a população interna, é surpreender constantemente; 7 - É ser simples e eficaz em suas abordagens e ações; 8 - É criar condições e promover constantemente ambientes mais simples, produtivos, inovadores e agradáveis para se trabalhar; 9 - É efetivamente desenvolver líderes gestores de pessoas e impulsionadores; 10 - É criar formatos atualizados de aprendizagem, é promover internamente o compartilhamento de experiências profissionais e do conhecimento organizacional; 11 - É criar condições para se absorver ao máximo a eficiência e potencialidade dos colaboradores; 12 - É construir uma marca empregadora, motivo de orgulho para os atuais colaboradores e de desejo para o mercado; 13 - É entender a dinâmica dos ciclos de evolução de uma organização, avaliar o estágio atual da empresa e criar soluções alinhadas ao momento; 14 - É agir dentro dos conceitos dos 7 P’s de marketing: produto, praça, preço, promoção, pessoas, processos, evidências físicas (physical evidence); 15 - É, acima de tudo, criar um novo mindset e agir na direção de novas práticas.

“nenhuma mudança é um movimento fácil, porém ela é continuamente necessária...” 78

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Após a leitura destas 15 condições para a inovação em Recursos Humanos, provavelmente você está se perguntando se é, como é possível fazer tudo isso. De fato, é quase impossível fazer tudo isto no curto prazo, mas perfeitamente exequível no longo prazo. Comece avaliando o estágio atual de RH em sua empresa, em seguida elabore um plano estratégico de mudanças (5 anos), defina prioridades, identifique as ações necessárias, promova ações fáceis, simples e que geram resultados visíveis imediatos. Monitore o avanço do plano, reconheça os acertos e principalmente os erros como forma de aprendizagem e evolução do plano original; certifique-se que você está com uma equipe preparada para este novo contexto, envolva de forma produtiva os parceiros internos criando um maior engajamento, garanta o patrocínio da liderança. E lembre-se, nenhuma mudança é um movimento fácil, porém ela é continuamente necessária, principalmente na área de Gestão de Pessoas que, ao meu ver e de acordo com estudos realizados, apresenta uma razoável lacuna entre o que é esperado e necessário e o que de fato está sendo entregue. “Eu acredito que a inovação está ao seu redor. Você vê o que alguém já está fazendo, adapta isso ao seu local e eleva a novos níveis. Este processo nunca para”, Jack Welch, ex-CEO da GE.

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RH Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br

A chama da inovação Era setembro de 1998, eu estava em casa e tinha acabado de voltar de lua de mel e recebi uma chamada internacional, era o diretor comercial da empresa em que trabalhava. Ele me disse algo como: “Bruno, eu estou aqui nos Estados Unidos e acabo de obter a aprovação para o ampliar o headcount da área comercial. Você tem interesse em retomar aquela rápida conversa que tivemos há alguns meses?”. Respondi afirmativamente. Alguns meses antes do telefonema, eu entrei na sala deste diretor e disse algo mais ou menos assim: “Olá Sylvio, tudo bem? Trabalho aqui na área de desenvolvimento. Sou engenheiro e tenho inglês fluente. Nós não nos conhecemos muito bem, mas gostaria que o senhor soubesse que eu tenho interesse em trabalhar na área comercial, ok?”. Eu buscava algo novo para minha carreira, mas não me preparei muito bem para aquela conversa. Agi por pura intuição e coragem e a partir desta atitude, penso que iniciei um processo de inovação pessoal.

A inovação vista como uma combustão Em essência, a inovação surge como consequência de um conflito. Um conflito onde a ideia nova se contrapõe à ideia estabelecida. Em 1998, eu estava em conflito comigo mesmo. Queria mudar. Na inovação, a ideia nova não precisa necessariamente desafiar por completo o que está estabelecido. Podemos inovar alterando processos, definindo novos mecanismos de controle ou ajustando um produto existente para atender um novo público. Como um bom engenheiro, acredito que é útil analisarmos a inovação sob a ótica de uma equação matemática. Vamos representá-la por um 80

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processo de combustão química. Para que haja a combustão, devemos ter 3 componentes: o combustível, o comburente e o calor (energia). Por exemplo: quando acendemos a boca do fogão, o gás é o combustível, o oxigênio do ar é o comburente e a faísca (ou fósforo nos fogões da minha época) é o calor (ou a energia).

O combustível Penso que há dois componentes que podem servir como combustível para a inovação dentro de uma empresa: a coragem e a intuição. Quantas inovações foram provocadas usando coragem e intuição como combustíveis, não é mesmo? Posso dizer que ao menos no meu exemplo, estes dois componentes foram fundamentais para iniciar um processo de inovação em pequena escala. Pense nas últimas inovações que aconteceram na empresa onde você trabalha ou no mercado em que você atua. É provável que muitas das inovações ocorridas em sua própria carreira não teriam acontecido sem uma boa dose de coragem e intuição. Como líderes no mercado onde atuamos, muitas vezes temos a intuição sobre as inovações relevantes que precisamos implementar. É provável que coragem também não nos falte. Afinal, assumir uma posição de liderança já é um forte exemplo da nossa coragem. Mas, só o combustível não é suficiente, precisamos de mais outras coisas para esta equação ficar completa.

O comburente Vimos que a inovação é resultado de um conflito. A princípio, a ideia de conflito possui uma conotação negativa, mas não deveria ser sempre assim, afinal existem conflitos saudáveis. Para que ideias


Por Bruno Bakaukas Neto - co-fundador da Rede Dialogas de Coaching novas possam surgir e conflitar de forma saudável com ideias estabelecidas, é preciso que haja um ambiente favorável e receptivo. E este ambiente é o oxigênio da nossa reação química, fazendo o papel do comburente. Este ambiente pode ser construído com dois pilares básicos: a confiança e o diálogo. Sem confiança, novas ideias simplesmente ficam na gaveta. As pessoas não se arriscam a compartilhar seus pontos de vista, a coragem não é suficiente para enfrentar a falta de confiança da equipe e da liderança. Além disto, é preciso uma boa dose de diálogo e devemos entender o diálogo como uma ferramenta de relacionamento, algo que vai muito além de uma mera expressão da forma de se comunicar dentro da empresa. O diálogo deve ser analógico e inclusivo. Em um ambiente onde o diálogo é constante, não há espaço para extremismos que sustentam opiniões binárias e polarizadas.

A energia (ou fagulha) Agora precisamos da fagulha que irá acender a chama da inovação dentro da empresa. Vamos partir da premissa de que temos o combustível (colaboradores com coragem e abertos a agir com base em suas intuições) e o comburente (um ambiente receptivo a novas ideias onde os conflitos são saudáveis, pois há confiança e os relacionamentos são permeados pelo diálogo). Agora precisamos da energia. E neste caso a energia é dada pela divulgação de metas claras! Quando as metas e objetivos são claros e divulgados de maneira transparente pela liderança, temos a energia necessária para desencadear a combustão. As pessoas sentem-se apoiadas para inovar, pois sabem para onde precisam ir. As ideias passam a estar conectadas com o contexto do mercado. Existe uma visão de futuro que sustenta e serve

de norte para ideias novas, afinal as metas estão claras e todos sabem quais são os seus papéis. Será que tudo isto é possível? Talvez não em todos os momentos. Entretanto, se a liderança estiver atenta aos componentes da equação, é provável que haja uma elevação no nível de engajamento dos colaboradores. A boa notícia é que estas atitudes e habilidades podem ser aprimoradas por meio de Programas de Desenvolvimento como Treinamentos Comportamentais ou Processos de Coaching. Definitivamente, a inovação pressupõe uma nova forma de pensar. Para inovar, é preciso usar a empatia, a colaboração e a experimentação permitindo que o novo tome o espaço do que está estabelecido. E foi isto que fiz na minha vida quando decidi fazer a transição de carreira e passar a atuar como Coach. Precisei de uma boa dose de coragem (muito maior do que há 17 anos), além disso o autoconhecimento trouxe a oportunidade de aprimorar minha intuição. Em casa, encontrei um ambiente acolhedor e receptivo recheado pela confiança da minha família; quando defini metas e objetivos claros, senti a chama da inovação reaquecendo minha vida. E você? Como anda a sua chama da inovação? E dentro da sua organização? O que a liderança está fazendo na sua empresa para garantir a disponibilidade dos componentes desta combustão? Com muita alegria recebo o convite para escrever nesta publicação! É uma honra fazer parte deste nobre projeto. Afinal, promover um espaço para aprimorar e valorizar as pessoas e instituições que lutam pela vida é um gesto nobre. A você, líder formador de opinião na área de saúde, meus sinceros votos de sucesso! Que você consiga inovar sempre, para que os cidadãos brasileiros tenham condições de cuidar da saúde de suas famílias de forma digna e justa. JUNHO DE 2015

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CLÍNICO Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br

A voz do paciente Opiniões dos pacientes ajudam hospitais a identificar caminhos para melhorar processos e práticas Várias iniciativas têm tornado os hospitais lugares que, além do tratamento adequado, proporcionam acolhimento e atendimento humanizado ao paciente. Permitir que ele escolha entre itens do cardápio, o horário para que o almoço seja servido ou o horário de determinados exames e procedimentos, criar unidades individualizadas na UTI para garantir maior privacidade, autorizar a visita de animais de estimação, enfim, é imensa a gama de novidades que vêm sendo introduzidas nas práticas e processos das instituições, muitas delas originadas das demandas, experiências e percepções dos pacientes. Os hospitais se preocupam cada vez mais em conhecer as opiniões e preferências dos pacientes e criam mecanismos que favoreçam um maior envolvimento e participação nas decisões sobre seu tratamento. A estratégia de colocar o paciente no centro das atenções e fazê-lo ator de assuntos de seu interesse tornou-se caminho importante para a melhoria da prática médica e assistencial. 84

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Não custa lembrar que cuidado e humanização no atendimento, acolhimento, transparência, respeito às individualidades são fatores importantes no processo de assistência, contribuindo para a recuperação, o conforto e o bem-estar dos pacientes. “O fato é que o paciente pode dar subsídios valiosos às instituições que souberem ouvi-lo”, afirma o Dr. Luís Fernando Aranha Camargo, infectologista e gerente de Pesquisa Clínica da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Dessa escuta e atenção surgem sugestões para o aperfeiçoamento ou implementação de serviços, adequações arquitetônicas, incorporação de novas tecnologias, mudança nas práticas e processos assistenciais. O Einstein tem inúmeros exemplos, como a implantação do serviço de concierge para os pacientes oncológicos. Fortalecendo a hospitalidade interna, os concierges são responsáveis por acompanhar e facilitar a


“O fato é que o paciente pode dar subsídios valiosos às instituições que souberem ouvi-lo” circulação do paciente dentro das dependências do hospital. Outra prática que se tornou frequente, mas foi gerada a partir da demanda de uma mãe, é o apoio de psicopedagogas para garantir que crianças internadas recebam os conteúdos escolares e possam realizar as provas no próprio hospital. Gerente de Atendimento ao Cliente do Hospital Israelita Albert Einstein, Rita Grotto lembra de outra demanda individual que acabou gerando um projeto em benefício de um grupo mais amplo de clientes. A esposa de um paciente tetraplégico reclamou do trajeto que era obrigada a fazer

conduzindo a cadeira de rodas com o marido em alguns deslocamentos dentro do hospital. Pois bem, a instituição fez uma reforma que facilitou a circulação desse e de outros pacientes cadeirantes. Visita de animais de estimação é outro exemplo de iniciativa adotada pelo Einstein sintonizada com as aspirações dos pacientes. Sensibilizada com os pedidos a respeito e sabedora dos benefícios que a relação de afeto com os animais traz, a instituição criou um fluxo formal para viabilizar tais visitas com a devida segurança sanitária.

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CLÍNICO É longa a lista de realizações advindas dessa maior atenção às necessidades e demandas dos pacientes. Contudo, cabe aos gestores discernir sobre a viabilidade e pertinência daquilo que é demandado. Em outra face, essa comunicação direta permite constatar se decisões e soluções propostas pelo hospital funcionam ou não, de acordo com a perspectiva daqueles que são os principais interessados. “Ganhamos muito em escutar os pacientes. É incrível como podemos descobrir até coisas que podem não parecer muito importantes, mas que têm grande valor para o paciente”, diz o Dr. Luís Fernando. Ele lembra, por exemplo, as mudanças promovidas na UTI do Einstein há alguns anos. O hospital se preocupou em dispor de um ambiente com os melhores recursos técnicos e humanos para atender e monitorar pacientes que apresentam quadros mais delicados e precisam de cuidados intensivos. Aos pacientes, porém, importava também a privacidade. Assim, em vez do ambiente aberto congregando um conjunto de leitos, a UTI passou a contar com unidades individuais. Segundo Rita, nesse processo de fortalecimento da relação do hospital com os usuários, outro personagem que merece atenção quanto ao seu conforto e bem-estar é o acompanhante, figura que desempenha papel importantíssimo nos processos curativos. “Dentro de um hospital, familiares e amigos precisam ser bem acolhidos como se fossem pacientes”, afirma ela, ressaltando a existência de serviços inovadores como o Espaço Einstein para o Acompanhante, ambiente que oferece série de recursos e informações para garantir a comodidade e tranquilidade dessas pessoas.

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Mas como a instituição pode se preparar para ouvir o paciente? São muitas as ferramentas que os hospitais têm adotado. Serviços de Atendimento ao Cliente bem-estruturados e proativos, como o modelo adotado no Einstein que vai ao quarto dos pacientes indagar sobre a qualidade do atendimento, podem funcionar como termômetros diários para captar demandas, queixas e sugestões. Outra boa fonte são as pesquisas formais que permitem avaliar a satisfação do paciente quanto a diferentes aspectos dos serviços prestados pela instituição. Canais de comunicação, entre eles as redes sociais, fortalecem o arsenal de interação com os pacientes. Começam a surgir também no Brasil iniciativas mais ousadas, como a criação de conselhos consultivos de pacientes, em linha com o que ocorre em respeitadas instituições internacionais e com os princípios de definidos por entidades como a Planetree, que orienta para as práticas de humanização. O Einstein já possui há três anos um Conselho Consultivo de Pacientes, composto por pacientes e familiares que aceitam o convite da instituição. O conselho tem uma agenda de reuniões periódicas com diretores, gestores e representantes de diferentes áreas da instituição para discutir temas relativos ao atendimento e serviços prestados pelo hospital. É uma dinâmica que permite à instituição identificar oportunidades de melhoria e investir em iniciativas que brotam do olhar e da percepção dos pacientes e que se reverterão em benefícios para eles. Texto elaborado pela área de atendimento de pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein

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ESTRATÉGIA Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br

Gestão em tempos de crise Este artigo também poderia ser chamado de gestão do dia a dia, mas acredito que o título que te chamou atenção seja a preocupação que está tirando o sono da maioria dos dirigentes e empresários. De toda forma, teremos a oportunidade de conversar sobre os pontos que consideramos importantes para que sejam cuidados nos momentos de turbulência. O cenário econômico de 2015 indica estagnação ou desaceleração do crescimento no Brasil, aumento gradual dos juros e pressão inflacionária causando impacto no consumo e no endividamento das famílias, ou seja, período desafiador para as organizações. E não para por ai, temos outros problemões à frente, como a grave crise da água; racionamento de energia e seu encarecimento; a operação lava-jato reduzirá o investimento da Petrobras e, consequentemente, paralisará outras obras realizadas pelas empresas envolvidas com o governo; congresso fragmentado e a incontrolável politica deverá dificultar reformas urgentes; cenário econômico externo ainda em recuperação; forte queda dos preços das commodities (base das exportações brasileiras); real depreciado aumentando o custo de importação; e ajuste fiscal forte e crédito mais seletivo; ou seja, como todo período de desafios as empresas bem preparadas podem utilizar este momento como uma oportunidade. Oportunidade para se reinventar e se preparar para um novo ciclo de crescimento futuro. Em períodos de turbulência as organizações, via de regra, registram retornos menores, mas sua rentabilidade deverá ficar acima do custo de capital (principio para criação de valor). 88

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Os recursos financeiros são os combustíveis para atravessar uma crise. Se o tanque de combustível estiver vazio, a viagem será curta, portanto você precisa, incialmente, avaliar corretamente os recursos que estão à sua disposição. Qual é a alavancagem financeira de sua empresa? Qual é o nível de endividamento? Qual o valor das reservas de caixa? Como estão esses números em comparação com os concorrentes? Um passo importante para qualquer empresa em uma crise é preparar cenários para o curto e para o longo prazo, a fim de determinar os recursos necessários para a sobrevivência.

Uma resposta aos desafios Para trabalharmos na construção de um plano para atravessar a crise, precisamos levar em consideração cinco elementos: o impacto da crise no seu setor, a posição competitiva de sua empresa, a sua saúde financeira, capacidade e velocidade na execução e, por fim, o engajamento e a resiliência de sua equipe. Visualize sua empresa em um radar com estas cinco dimensões e você poderá focalizar quais ações têm a maior probabilidade de eficácia em sua situação. Quando a vida de uma pessoa está sob ameaça, o corpo se adapta de maneira extraordinária para lutar ou fugir; o fluxo sanguíneo é desviado para os pulmões e para outras áreas críticas, as pupilas se dilatam para aumentar a capacidade de visão e a audição fica mais aguçada, a respiração e os batimentos cardíacos e os reflexos se aceleram e as chances de sobrevivência aumentam.


Luiz Augusto Lobão Mendes - Diretor de Negócios HSM

Seria bom se uma empresa pudesse reagir de maneira tão semelhante aos perigos de uma crise, quando isso acontece as chances de sobrevivência aumentam. Não perca o cenário externo de vista, mas não fique lamentando ou utilizando as informações para justificativas, desculpas ou explicações. Se concentre nos aspectos que fazem diferença neste momento, o objetivo de ter uma estratégia clara durante a crise é ajudar a figurar do lado certo das tabelas de mortalidade, não apenas como sobrevivente, mas determinado a crescer, pois as forças darwinianas eliminam os concorrentes mais fracos. Jamais imaginamos que as empresas chegariam perto de colocar em prática o que se tornou o clichê empresarial supremo: “os nossos colaboradores são nosso maior patrimônio!”. Venho escutando isto de presidentes e diretores há alguns bons anos, mas é uma necessidade que devemos. Toda organização por mais medíocre que seja consegue com o tempo aprender os mecanismos de condicionamento do comportamento humano. Estes instrumentos são úteis no início, mas com o passar do tempo acabam não atendendo mais, pois as pessoas aprendem a “trabalhar” com eles; chamo de mecanismos de condicionamento do comportamento humano: definir uma meta, colocar uma estrutura de controle e ter um plano de consequências para aqueles que conseguem atingir e superar a meta. A grande questão quando as pessoas conseguem “trabalhar” com os mecanismos, elas aprendem que a recompensa sempre é dada pelo atingimento e nunca pelo desafio. Neste

momento a organização começa a valorizar o “subdesempenho satisfatório”. Não existe prêmio para aqueles que buscam mais, mas somente para aqueles que alcançam, isto faz com que a organização comece a contratar metas menores. O interessante neste processo é que a empresa fica satisfeita com o atingimento destas metas e vai perdendo a capacidade de buscar resultados maiores, o sistema valoriza o fazer/atingir e não o querer fazer mais, no final a ideia que passa para a equipe é que ela deve contratar uma meta que possa entregar. Hoje, a verdadeira fonte de vantagem competitiva está no talento humano, infelizmente continuamos subestimando as pessoas e subutilizando suas habilidades. Na maioria das empresas pessoas que nunca serviram nas “trincheiras” cuidam da contratação e desenvolvimento das equipes; isso é chamado de RH, e a melhor forma de fazê-lo é pondo os melhores profissionais da organização diante deste processo. Com a aceleração da competição e com o atual cenário que passamos, o capital humano das organizações talvez seja a única forma verdadeiramente sustentável de vantagem competitiva. Acreditamos que as pessoas são dotadas de uma curiosidade inata e estão imbuídas da motivação natural para agir e aprender. Portanto, devemos aproveitar a engenhosidade de nossas equipes e recompensar os melhores, para que sejam importantes agentes de desenvolvimento. Isso pode ser feito com a introdução de novos e métodos e processos de gestão de pessoas, além de outras atividades inovadoras que estimulem a competitividade e o crescimento da organização. JUNHO DE 2015

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ASAP Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br

Como a Inovação e a Tecnologia podem ser fundamentais para o engajamento e resultados da sua empresa Internet, celulares, smartphones, mensagens via sms, whatsApp, tecnologias disponíveis e que seriam suficientes para elevar os serviços de saúde a uma outra categoria, mais eficiente, acessível, inclusiva, menos onerosa. Contudo, alguns obstáculos impedem que a área da saúde usufrua de toda a tecnologia existente e dê um salto rumo à inovação. O principal deles, aponta o presidente do Conselho de Administração da Aliança para Saúde Populacional ASAP, Paulo Marcos Senra, é cultural.

ou meses, se deslocar, gastar com táxi, ônibus ou estacionamento. Quando o dia do encontro com o médico chega, muitas vezes aquele problema de saúde já foi superado, o indivíduo já se curou e por isso falta à consulta. “Estamos no século XXI executando práticas na área da saúde do século passado. É fundamental que os benefícios proporcionados pela comunicação e conexão entre as pessoas sejam cada dia mais utilizados na saúde da população”, diz Senra.

Ele traça uma comparação entre o comércio e a saúde, para exemplificar. É possível pagar contas pela internet, importar mercadorias, fazer recebimentos com cartão de crédito no celular a partir de aplicativos, saber em tempo real qual a melhor rota de trânsito e fugir do congestionamento, mas os pacientes não podem falar com seus médicos por meio de mensagens ou sms. Enviar o resultado de um exame por email também não é possível. É preciso marcar consulta, aguardar semanas

Ainda segundo ele, alguns dos benefícios que a tecnologia traria ao setor de saúde são a fidelização entre pacientes e seus médicos, contatos em tempo real à distância e, principalmente, soluções que envolvam o mínimo possível de deslocamentos. Ele explica que há muita inovação na área da comunicação, e que essas inovações poderiam se estender para a prevenção de doenças, o que envolveria diagnóstico, novos equipamentos, novas técnicas e aparelhos. Haveria também inovação na área de imunização, novas

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vacinas, no diagnóstico como um todo, inovação e tratamento. “A inovação é a base de um futuro mais eficiente, com qualidade e menor custo para a Gestão de Saúde Populacional”. Na avaliação da CEO da ASAP, Marilia Ehl Barbosa, o obstáculo que impede o avanço da inovação na saúde é a legislação médica. “Na medida em que defende que o paciente deve ser atendido por um profissional médico, a legislação cria um entrave para o atendimento não presencial”, diz Marilia. “Na área da saúde, para que possamos inovar, é necessário quebrar paradigmas e dogmas existentes, desde que o foco seja aprimorar a

saúde das pessoas, o acesso e a melhoria nos resultados”, continua a Presidente da ASAP. O modelo operacional da saúde no Brasil também precisa de renovação. As consultas com hora marcada – um padrão habitual dos profissionais médicos – é uma prática do século passado, avalia Senra. Diante desse cenário, o avanço para o uso das tecnologias na área da saúde e a busca pela eficiência nos serviços prestados dependeriam dos médicos? Na avaliação de Senra, os médicos estão assoberbados e sem tempo para refletir sobre essas questões. “Não podemos culpar os médicos. Não inovamos na saúde por uma questão cultural”.

“Na área da saúde, para que possamos inovar, é necessário quebrar paradigmas...” JUNHO DE 2015

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ASAP Capacitação médica Novos equipamentos e uso de tecnologias dependem de capital humano para operá-los. Mas o Brasil dispõe desse capital humano capaz de atuar dentro de um modelo inovador de saúde e promover um salto de eficiência? Na avaliação do Presidente do Conselho de Administração da ASAP, apesar do longo tempo necessário para formar um profissional de saúde, e do alto custo, há sim pessoas capacitadas. Porém, o país não consegue atender a demanda por serviços de saúde. “A Saúde Suplementar cresceu muito nos últimos 15 anos, saindo de 10 milhões de pessoas para 50 milhões de usuários e não houve tempo para preparar os profissionais e estimular essa mudança, por isso ainda trabalhamos com a cultura do passado, sem um novo formato”, explica Paulo Marcos Senra. Ao avaliarmos a questão por outro ângulo – o do paciente – como convencê-lo de que as consultas via Skype, sms ou email são tão adequadas, eficientes e sérias como as realizadas nos consultórios? “Trata-se de uma questão de tempo”, diz o Presidente do Conselho de Administração da ASAP. Segundo ele, assim como a cultura de pagar contas e sacar dinheiro nos caixas eletrônicos demorou um pouco para ser aceita pela população, o mesmo pode acontecer com a inovação e uso da tecnologia no atendimento médico. “A inovação vai chegar à saúde, só que leva tempo”. A aderência ao uso de celulares ou Skype nas consultas médicas não requer capacitação dos profissionais de saúde, pois são tecnologias acessíveis ao mercado consumidor. Capacitar os médicos para integrá-los à inovação significa treiná-los no exterior 94

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para operarem robôs que fazem cirurgias, estarem aptos a lerem ultrassonografias e ressonâncias magnéticas mais sofisticadas. “Há muita inovação na saúde, o uso de tecnologias transformou-se em um desejo da sociedade, que quer o melhor, mais simples e que o cure, mas o uso de toda essa modernidade exige que os médicos se capacitem, façam treinamentos completamente diferentes de quando realizam cirurgias com bisturis, mas não são todos os hospitais que podem investir nos médicos”.

Investimentos em inovação “Todos os players do setor de saúde estão atentos à necessidade de inovar e fazer diferença no setor. Certamente, a disposição existe, mas ainda há resistência a tudo o que é novidade”, avalia a CEO da ASAP, Marilia Ehl Barbosa, quando questionada se os atores do mercado, como as seguradoras, planos de saúde, entre outros, estão preparados para promoverem um salto em direção à inovação. Ainda segundo a Presidente, no setor da saúde, tornar as pessoas mais responsáveis pelo seu cuidado, mudar o seu comportamento para que tenham hábitos mais saudáveis e, para isso, contar com as soluções inovadoras e a tecnologia, é primordial. “Nesse setor, não há possibilidade de se aguardar por mudanças de leis e resistências infundadas”. Para Senra, os players não estão preparados, pois atuam como empresas do século passado. “Saltos de mudança disruptiva são necessárias para a área da saúde”. Para que os players do mercado de saúde migrem do atual patamar para modelos inovadores o investimento inicial se concentraria na modificação de suas práticas operacionais. Segundo Sen-


ra, o investimento “até que não é grande”, mas teria de haver modificação de práticas e metodologias, como estimular o médico a realizar consultas por Skype. “Por não existir uma maneira de remunerar o médico, esse tipo de consulta não é permitida”. Senra afirma que a medicina vai mudar, e rápido, mas que essas mudanças não partirão dos players do mercado de saúde. “Há práticas de regulações, regulamentos e contratos que pedem que as operações sejam feitas da maneira que são hoje. Para que haja inovação, é preciso mudar todo o formato de funcionamento desse tipo de empresa”. O viés econômico não é a única motivação para se buscar a inovação e a tecnologia, afirma Marilia. Segundo ela, é preciso que haja, mais do que preocupação, um compromisso com a produção da saúde das populações que se pretende assistir. Porém, ressalta, “é necessário mudar com urgência o modelo do sistema de saúde, e isso ocasionará a luta contra o desperdício”. Para Senra, deve-se buscar a inovação para proporcionar mais conforto, tornar as situações mais cômodas e mais simples, o que, consequentemente, provocará a redução dos custos com saúde. Para exemplificar, ele relata a seguinte situação: no caso de uma pessoa obesa, que pesa 150 quilos e necessita de atendimento. Ela terá de sair de casa, descer escadas ou usar elevadores, às vezes essa pessoa nem cabe no elevador, tem de chamar o táxi, se deslocar. Já no consultório terá de esperar e se tiver problemas de ordem fisiológica, é outro agravante para poder aguardar pela consulta. Depois deverá retornar à casa. “Veja quantos custos. É o táxi, o estacionamento, o acompanhante, e se pudesse ser feita uma consulta por meio da tecnologia, usando a telemedicina, esses custos seriam reduzidos e haveria mais conforto”. Pelo fato dessas condições não estarem disponíveis, os pacientes muitas vezes adiam sua ida ao médico, quando aquela consulta poderia ser fundamental para a sua saúde. O motivo do adiamento pode ser a falta de condições financeiras para pagar o táxi, o ônibus. “Nós temos de pensar em facilitar a vida, e consequentemente, reduzir o custo”, diz o Presidente do Conselho de Administração da ASAP.

Ressalta Marilia que, ao se falar em inovação, não podemos esquecer os benefícios da genômica e da farmacogenética. “A análise do DNA de uma pessoa pode gerar informações riquíssimas para seu devido tratamento e, o mais importante, para conhecer que riscos ela tem pela frente. Esse tipo de inovação será de grande valia para a Gestão de Saúde Populacional, pois as iniciativas das organizações serão direcionadas para a real necessidade dos seus trabalhadores”, afirma a CEO da ASAP. As tecnologias simples, como o uso de telefones celulares, ainda não foram incorporadas aos modelos de saúde em atividade no país porque “ainda não chegamos ao ponto de uma necessidade fundamental”, avalia Senra. Para Marilia, a tecnologia na área da saúde geralmente vem encarecer os procedimentos e as empresas acabam percebendo esses investimentos apenas como custos, o que é um erro. Ela também explica que os dirigentes e gestores não param para fazer uma conta que não é tão simples: a redução da curva de aumento dos custos com assistência médico-hospitalar, com iniciativas simples, mas que geram um resultado muito bom, não somente econômico-financeiro, mas de satisfação das pessoas que estão sendo cuidadas, além da maior produtividade na empresa.

GSP e inovação “Somente a Gestão de Saúde Populacional pode produzir um sistema sustentável. E, para isso, é preciso ser capaz de atender o paciente ao longo de sua vida, com cuidados específicos para a sua condição e melhorias de métricas de qualidade”, afirma Marilia. A inovação na Gestão da Saúde Populacional parte de procedimentos simples, com o deslocamento das tecnologias já existentes para dentro das estruturas médicas e hospitalares. E os players de saúde devem estar atentos às tendências e aos modelos inovadores. A principal razão para isso, segundo Senra, é oferecer o melhor atendimento para quem depende dessas empresas. “Com prevenção, imunização e educação é possível evitar que as pessoas adoeçam”. Investir em Gestão de Saúde JUNHO DE 2015

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ASAP Populacional e inovação, afirma Marilia, é questão de sobrevivência no setor de saúde no Brasil. “É preciso entender que a manutenção das organizações passa pela necessidade de mudanças na sua atuação, para que não mais simplesmente tratem os doentes, sem qualquer preocupação com a evolução da saúde das pessoas sob sua responsabilidade”.

Modelo ideal A ASAP define como conceito ideal de inovação em GSP um modelo que tenha ênfase na promoção da saúde e na qualidade de vida, com acompanhamento direto e constante dos portadores de doenças crônicas, usando tecnologia e engajamento nos programas de gestão de saúde populacional. A gestão de saúde populacional tem o objetivo de transformar o velho modelo reativo, que aguarda surgir a doença, em um proativo, que mapeia as populações e seus riscos, faz predições e previsões e age evitando as enfermidades e ou minimizando seus impactos. “Em vez de os esforços estarem direcionados para o tratamento de doenças, a meta é que os esforços se concentrem na difusão da importância da saúde e no autocuidado, no empoderamento do cidadão, via ferramentas tecnológicas e de comunicação disponíveis neste novo século”, afirma a CEO da ASAP. Ainda segundo ela, a inovação e tecnologia podem fazer com que as iniciativas sejam implementadas de forma mais rápida, gerando maior eficiência na capacitação de pessoas, na obtenção de informações de qualidade com o intuito de levar a decisões acertadas, na superação do problema de acesso, no empoderamento dos participantes. “A ASAP entende que a aplicação de modelos preditivos, que se baseiam em estatísticas de situações passadas para calcular a probabilidade de um determinado evento ocorrer, deve ser amplamente utilizada pelas organizações, visando a melhorar a qualidade dos resultados e a manutenção das contas sob controle”.

Inovação e eficiência Em seu Fórum Internacional deste ano, a ASAP apresentou cases que afirmaram ser a inovação uma aliada da eficiente GSP. O cuidado de pa96

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cientes em lugares onde a distância é fator crítico torna necessário o uso de soluções inovadoras. “Tivemos exemplos, no Fórum 2015 da ASAP, de utilização da telemedicina para o intercâmbio de informações indispensáveis para promoção e proteção da saúde, redução do risco da doença e outros agravos e recuperação. Além de possibilitar a capacitação contínua de profissionais, cuidadores e pessoas, bem como facilitar pesquisas, avaliações e gestão da saúde”, explica Marilia. Outro destaque, segundo a CEO da ASAP, foram as Accountable Care Organizations (ACO) que, ao reunir médicos, hospitais e outros prestadores de serviços em saúde, assumem a responsabilidade de prover cuidado integrado aos pacientes. Com essa iniciativa, não há mais a simples remuneração por serviço, conhecida como fee-for-service. Nesse sistema, a receita provém de quanto foi possível economizar com o atendimento, considerando-se que o cuidado certo, na hora certa, aliados às práticas para evitar duplicação de serviços e erros médicos, certamente reduzirão custos no setor. Segundo Marilia, outro exemplo discutido no Fórum ASAP 2015 foi o uso de dados para reduzir os custos com saúde populacional apresentado por Oliver Harrison, em que o investimento na educação das pessoas, estimulou mudanças de comportamento. Informações disponibilizadas com a utilização de tecnologia podem ser capazes de estimular as pessoas a reduzirem a inatividade, o tabagismo e a má alimentação. “Considero que são duas experiências que podem ser introduzidas no setor brasileiro. Certamente, já temos alguns casos de sucesso no País”, afirma.


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HOSPITAIS PRIVADOS Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br

Na falta de transparência, aposta-se no atraso De tempos em tempos, ressurgem pelos corredores de Brasília algumas ameaças que já tínhamos superado. Fundamentalmente, as que dizem respeito a tabelamentos, congelamentos, pisos, tetos e todo tipo de regulação de preços. Seria desnecessário dizer o quanto estranho é ouvir essas palavras nos tempos atuais, quase duas décadas após a estabilização da economia brasileira. Quem tem mais de 50 anos, sabe perfeitamente o que significa e o que significou a intervenção do governo na economia de mercado e para o cenário econômico do país -- entre os anos de 1968 a 1991. Acreditando que os segmentos oligopolistas tendiam a elevar seus preços sistematicamente acima das taxas de inflação, alimentando assim um círculo vicioso, criou-se naquele período de exceção uma das ferramentas mais perversas para a iniciativa privada. O Controle Interministerial de Preços, mais conhecido pela sigla CIP, mostrou-se, por sua vez, totalmente ineficaz para os fins a que se propunha, como o controle da inflação, além de provocar um atraso no desenvolvimento industrial e comercial brasileiro. Uma das páginas mais tristes da nossa história recente diz respeito à implantação do Plano Cruzado e das ações de tabelamento e controle de preços na década de 1980, quando as filas nos supermercados, a falta de produtos e o mercado negro de bens de consumo e de alimentos, como a carne, deixaram marcas profundas na consciência coletiva dos brasileiros. 98

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Transportando essa experiência do passado para os dias atuais e, em especial, para a área de saúde, não podemos deixar de temer pelos resultados das recentes ameaças. Até porque os medicamentos já são controlados pelo governo. Por outro lado, há um sem-número de projetos de Lei para tabelar os dispositivos médicos e o material hospitalar. E, está em discussão até mesmo o tabelamento de preços e serviços. Como justificativa, usa-se quase sempre a elevação dos gastos com saúde, as supostas “práticas abusivas” e as chamadas “falhas de mercado”, das quais fariam parte a concorrência imperfeita, a assimetria de informação ou a desigualdade do poder de barganha. A elevação de custos no setor, porém, tem outras causas. Desconsideram-se, nas iniciativas de regulação, a realidade brasileira e as características da área de saúde. Existem dados que comprovam o elevado crescimento e a grande demanda por serviços médicos e hospitalares nos últimos anos. De um lado temos a alta taxa de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde, com uma média de 4,3% ao ano. Saindo de 41,5 milhões de usuários, o país conta hoje com mais de 51 milhões de beneficiários de planos assistenciais. Além disso, os brasileiros estão vivendo mais. Nos últimos cinco anos, por exemplo, a idade média dos pacientes dos hospitais representados pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) subiu de 37 para 43 anos de idade. O tempo médio de internação dos pacientes com até 60 anos subiu de 4,2 para 4,7


Francisco Balestrin é presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

dias – o que significa uma elevação de 12%. Deve-se considerar ainda que as doenças crônicas, como diabetes, estão se tornando endêmicas na faixa da população acima dos 60 anos, o que exige cuidados especiais. As recentes inovações da tecnologia médica, frequentemente apontada como vilã dos custos, é ainda uma das responsáveis pelo aumento da longevidade da nossa população. Do ponto de vista empresarial, os fatores macroeconômicos, como a elevação do dólar, impactam fortemente a estrutura de custos do setor, que importa grande quantidade de seus insumos e equipamentos. No setor hospitalar privado, essas questões têm gerado um aumento de despesas maior que o aumento das receitas e o fechamento de hospitais, em média um por semana no Brasil. Não há dúvida que são necessárias reformas profundas no Sistema de Saúde do país, inclusive para reduzir custos. A redução de tributos seria um bom começo, mas é também necessário dar mais transparência aos preços praticados e estimular a concorrência entre os fabricantes e distribuidores de dispositivos médicos e de materiais. Os modelos de remuneração atuais, especialmente na saúde suplementar, conduzem ao desperdício e estimulam más práticas. Faltam investimentos em prevenção de doenças e na promoção de saúde, que sejam capazes de reduzir os custos do sistema e melhorem a qualidade de vida da população. Faltam recursos para conter epidemias e diminuir a violência urbana e do trânsito, cujas

vítimas enchem os prontos-socorros do país. E, principalmente, carecemos de uma maior integração e coordenação entre os sistemas público e privado, o que gera, frequentemente, duplicação de esforços e retrabalho na assistência à população. A solução do tabelamento de preços, seja dos dispositivos médicos, seja dos serviços hospitalares, não resolve nenhum desses problemas, e ainda cria alguns novos. O risco de desabastecimento – como ocorreu nos tabelamentos do passado -- é absolutamente real. Nos hospitais menores e em regiões mais afastadas, nos quais o volume de compras é menor e a logística mais complexa, o risco é ainda maior. Com preços tabelados, a competição entre as empresas deixa de ser baseada nos critérios de preço e qualidade e passa a ser baseada em quem faz o melhor lobby com o órgão regulador de preços. Em um mercado competitivo, como o de saúde – com seus mais de 245 mil estabelecimentos que prestam serviços de saúde no Brasil – as próprias forças do mercado estimulam a diferenciação, as melhorias contínuas de qualidade, os preços competitivos e a transparência. Isto cria um ambiente bem distinto do retrocesso que uma intervenção desnecessária e fora de propósitos poderia ocasionar. Precisamos aprender as lições do passado e projetar, a partir delas, um futuro mais ético, sustentável e próspero. Ignorá-las é apostar no atraso. JUNHO DE 2015

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Expansão da oferta de leitos Em dezembro de 2014, a Anahp aplicou uma pesquisa entre os principais dirigentes dos hospitais associados, com o intuito de identificar a perspectiva de expansão da oferta de leitos de alta complexidade dessas instituições.

O resultado da pesquisa demonstrou que a maioria dos hospitais (86%) tem investido ano a ano na expansão da oferta de leitos de alta complexidade – em média 8% ao ano. Para 2015, a expectativa é de continuidade desta ampliação.

Previsão e expansão/adequação de leitos de alta complexidade Há a previsão, mas não sei precisar tempo

15% Acima de 50% Entre 30 e 50%

11%

Entre 20 e 30%

22%

7% 11% Não planejamos nenhuma expansão/adequação 100

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22% Até 10%


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“89% das instituições da cidade de São Paulo que responderam o questionário devem investir em projetos de expansão...” Caso esta previsão se confirme, pode significar em torno de 479 novos leitos privados de alta complexidade no país, requerendo investimentos de cerca de R$ 335,4 milhões, além de pessoal capacitado e tecnologia de ponta, com equipamentos e materiais imprescindíveis para assistência, recuperação e manutenção da vida dos pacientes. Outra pesquisa da Associação relacionada à expansão de leitos demonstra que entre as instituições, associadas à Anahp, que responderam as perguntas (50), 76% dos hospitais possuem projeto de expansão para 2015 e, destes, 71% pretendem investir na ampliação do número de leitos.

lo* que responderam o questionário devem investir em projetos de expansão, sendo que 61,5% desses hospitais pretendem ampliar o número de leitos disponíveis.

Se estratificarmos esses dados por região, 89% das instituições da cidade de São Pau-

*A Anahp possui 21 hospitais associados na capital paulista.

Atualmente, a Região Metropolitana de São Paulo dispõe de 42.298 leitos. Destes, 23.330 são leitos SUS e 19.078 são privados. Somente na capital paulista, a cidade oferece 29.283 leitos, sendo 15.110 são leitos SUS e 14.173 são privados. Já os leitos de alta complexidade, na capital, totalizam 6.168, sendo: 2.524 leitos SUS e 3.644 não SUS. (Fonte: CNES/Ministério da Saúde – fev.2015).

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CASE

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Florida Hospital apresenta a sua tecnologia para profissionais do Stem Day at the Capitol Florida Hospital juntou cerca de 20 centros de ciência, museus, corporações e educadores para o STEM Day at the Florida Capitol. Durante o evento, especialistas do hospital utilizaram simuladores de pacientes para realizar algumas demonstrações sobre a importância da tecnologia na formação médica e na área da saúde.

A tecnologia tem criado novas oportunidades para a formação médica e para tratamentos que não eram possíveis há, apenas, uma década. Simulações médicas e grupos de treinamento do Florida Hospital desenvolvem tecnologia de ponta para que médicos, enfermeiros e pessoal não clínico estejam preparados para enfrentar situações complexas.

Desenvolvido pelo Orlando Science Center, o evento foi criado para ajudar os legisladores a compreenderem a importância do crescimento da Ciência, Tecnologia, Engenharia e a Matemática (STEM).

O simulador de paciente - manequim que imita uma variedade de condições médicas, como por exemplo, ataques cardíacos e partos - é apenas uma das diversas maneiras que o hospital utiliza para realizar treinamentos de funcionários e alunos. JUNHO DE 2015

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CASE

“Pesquisas mostram que 60% dos empregos do futuro exigirão habilidades no mesmo, sendo que hoje ocupa apenas 20% da mão de obra.” “Florida Hospital está comprometido, não só hoje, mas nas próximas décadas, em entregar a mais alta qualidade de atendimento aos pacientes e atender as necessidades de saúde da comunidade”, disse Pat Connors, chefe do desenvolvimento de simulação e tecnologia do hospital. “Temos dedicado recursos, significativos para a emergente tecnologia de simulação, para assegurar que estamos equipando os funcionários com as competências que necessitam, oferecendo cuidados de melhor qualidade. Hoje, queremos que nossos legisladores entendam a importância da educação do STEM e como ele é aplicável em muitas indústrias, incluindo a área da saúde”. O Science Center criou o STEM Day para atrair os legisladores e para que eles também possam entender melhor os impactos crescentes da educação relacionada ao STEM envolvendo a mão de obra e o crescimento econômico de todo o Estado. STEM se tornou um tema de muita importância em educação e negócios. Pesquisas mostram que 60% dos empregos do futuro exigirão habilidades no mesmo, sendo que hoje ocupa apenas 20% da mão de obra. A sinergia entre museus, centros de ciência, educação e as empresas, pode aprimorar a aprendizagem do STEM nas escolas com demonstrações de aplicações realizadas no mundo real. 104

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“Preparar o STEM é uma das prioridades do Orlando Science Center e nós não podemos fazer isso sozinhos”, conta Joann Newman, presidente e CEO. “Os centros de ciência, museus, educação e indústria estão em parceria para acender uma faísca nos jovens e incentivá-los nessa carreira lucrativa”. “STEM Day é sobre a consciência”, continuou Newan. “Nós queremos que nossos funcionários vejam o papel fundamental que os centros de ciência desempenham na criação da próxima geração de inovadores”.


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Facilities Services

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NOSSA VIDA É FACILITAR A SUA.

Manutenção | Serviços


EVENTO

Epecial Healthers 2 anos Por Manuela Morais

Com a missão de contribuir ativamente para a melhoria da saúde do mundo e com o objetivo de ser uma plataforma segura, rápida, colaborativa e fácil para acessar e se relacionar com executivos das maiores empresas de saúde do Brasil, a Healthers completou em 2015, dois anos de muita dedicação e contribuição para este imenso mercado. Com produtos destinados às principais prestadoras de saúde do Brasil, a Healthers tem, em seu portfólio, importantes serviços como revistas impressas, fóruns presenciais e online, conferências nacionais e internacionais, serviços customizados de marketing, consultoria comercial e pesquisa, redes sociais integradas, MBA, educação continuada e software para supply chain. Unindo ao longo desta jornada os quatro pilares que sustentam os valores da empresa 106

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- Paixão, Disciplina, Atitude e Responsabilidade - a Healthers conseguiu consolidar sua presença nacional através dos serviços oferecidos, levando aos executivos o conhecimento essencial para tomada de decisões. Para Alberto Leite, CEO da empresa, todo o trabalho e dedicação exercidos ao longo destes anos é gratificante, pois estes dois aspectos estão ligados a uma missão muito clara que é colaborar com a melhoria da saúde no mundo, “seja como for, estamos dia a dia pensando nesta missão. Nossa equipe é de pessoas apaixonadas, por isso vivemos disso, sonhamos com isso. Nossos sonhos estão ligados a isso. Não vejo hoje, nenhuma forma de se dedicar a algo se não estiver conectado com uma missão clara de vida e que todos a suportem diariamente. E isso a Healthers tem”, conta.


Todo o trabalho realizado esses anos proporcionou à empresa resultados satisfatórios e positivos, além de muitas conquistas e realizações, “A Healthers nasceu vencedora, com um propósito claro e colaborando com todos. Nasceu na nuvem, na colaboração, na nova geração e ao mesmo tempo amparada por conselhos da geração passada. Somos ousados e humildes ao mesmo tempo” completa Alberto. Desde 2013, a Healthers pode concluir seis fóruns de conteúdo realizados presencialmente, 10 jantares para presidentes de hospitais nos melhores restaurantes e locais de São Paulo e chegou a marca de 14 edições da revista. Com a empresa de pesquisa, chegou a uma média de mais de 15.000 entrevistas com pacientes por mês.

Já com a empresa de software conseguiu reduzir mais de R$ 100 milhões em custos hospitalares. Nesses dois anos também foi possível lançar um MBA em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração) e também realizar o primeiro evento internacional que acontecerá no mês de junho em Orlando - Estados Unidos - cujo tema principal será a Inovação. O CEO diz que não tem do que se queixar em termos de resultados e completa dizendo sobre o futuro, “o que vem pela frente é que nos traz desafios maiores, pois avançaremos em terrenos ainda inexplorados. Mas, estamos confiantes e sonhamos ainda mais. Sempre”.

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EVENTO

Confira a hist贸ria da Healthers em nossa linha do tempo:

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EVENTO

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LIFESTYLE

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Vida digital: a facilidade da tecnologia na área da saúde por Manuela Morais

Pensando em colaborar com a saúde e, claro, utilizando a tecnologia, Daniel Branco teve a ideia de criar a Medicinia. A empresa é constituída por uma plataforma digital, onde médicos e pacientes podem, por um portal, fazer perguntas sobre a área da saúde, que são respondidas, voluntariamente, por médicos.

possui mais de 250 mil acessos mensais. Com o amadurecimento e crescimento, a empresa atende importantes hospitais brasileiros, incluindo HCor, Mãe de Deus, São Cristóvão, Divina Providência, dentre outros; com esse crescimento pode criar outra ferramenta que possibilita a conexão entre hospitais e pacientes. “Por esta plataforma hospitais passam a manter um relacionamento com seus pacientes durante todo o ciclo de atendimento, desde antes da internação, informando sobre os procedimentos que serão realizados durante a hospitalização, passando pela educação sobre as condições de saúde de cada paciente, além de enviar a eles, de forma privada e segura, todas as orientações pós-alta” explica Daniel Branco, CEO da Medicinia.

O Medicinia para População, como é chamado o site, é muito procurado e utilizado,

Em pleno século XXI, onde vivemos em um mundo digital, alguns procedimentos ainda

As novas tecnologias aparecem de forma constante e crescente a cada segundo. Elas estão em todos os lugares, no trabalho, em casa, nos meios de transportes, em nossas mãos, enfim, no nosso dia a dia. Com isto, novos aplicativos, programas, soluções e plataformas são lançados no mercado com o intuito de facilitar e ajudar a vida de todo o mundo, seja no esporte, na moda, na área da saúde, entre outros.

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LIFESTYLE

“o paciente é melhor acolhido pelos médicos e sabe que está sendo acompanhado e que tem a quem recorrer...” são ultrapassados, como no caso do relacionamento médico-paciente na área da saúde, “nossa Medicina hoje, é baseada exclusivamente em interações presenciais, sejam no consultório ou no hospital. Essas interações são super intensas, o paciente é examinado diariamente pelo médico, sinais vitais são acompanhados regularmente pela enfermagem; em alguns casos, o paciente chega a ser levado para a porta do hospital em cadeiras de rodas, para evitar que ele caia. Mas, basta sair do hospital, que o paciente cai num vácuo de comunicação. Até a próxima internação, se houver, o paciente provavelmente não receberá mais nenhuma comunicação do seu hospital”, revela Branco. De acordo com o CEO, pode-se concluir que todo o vínculo formado durante a internação irá se perder, pois dificilmente o hospital procurará o paciente novamente. Pensando em solucionar questões como essa e ajudar na vida tanto do médico como do paciente a empresa foi desenvolvida, “ela serve para preencher essa lacuna, aproximando hospitais e pacientes ao longo de todo o ciclo de cuidado continuado do paciente” completa Daniel. Quando adotadas pelos médicos e hospitais, plataformas como estas ajudam no desenvolvimento de seus trabalhos possibilitando também o acompanhamento da resolutividade da conduta terapêutica do paciente, além de ter a chance para dar mais atenção e segu114

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rança ao mesmo, já que será possível acompanhar seu estado de saúde sem que ele tenha que ir presencialmente a uma consulta, além da possibilidade de sanar algumas dúvidas e relatar sobre algum mal-estar ou anormalidade que esteja sentindo a qualquer momento. Para Daniel não é possível imaginar resultados negativos nestas plataformas e em adotar este estilo de vida, muito pelo contrário, só é possível enxergar lados positivos, “o paciente é melhor acolhido pelos médicos e sabe que está sendo acompanhado e que tem a quem recorrer sempre que necessário, além do hospital poder contar com mais recursos para otimizar e automatizar o acompanhamento de seus pacientes” finaliza.


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Schahin em Las Lenas. Campeonato que aconteceu em agosto de 2013

BACKSTAGE

A paix達o

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pelo esqui Nem sempre um hobby é tão simples quanto parece, mas continua sendo muito prazeroso para quem tem um. O esporte, por exemplo, exige tanta dedicação quanto as diversas reuniões diárias ou os planejamentos que devem ser concluídos, mas ainda é uma das formas mais eficientes para prevenir o estresse. O esqui é uma ótima definição do que escrevemos acima, cheio de desafios, pede muita habilidade e resistência física. “Como todo outro esporte o esqui requer disciplina e treino, além de uma desenvoltura e uma aptidão à velocidade”, explica Roberto Schahin, diretor da MTS Health Partners e apaixonado pelo esporte. Roberto começou a esquiar com 3 anos em Las Lenas (Argentina) e, desde então, o esporte virou um hábito na vida do diretor. Aliás, é muito comum encontrar crianças esquiando por causa da facilidade do aprendi-

zado; é considerado um esporte sem limites, permitindo que esquiadores o pratiquem até em idade mais avançadas. Estudar fora do Brasil também foi uma ótima maneira do diretor se dedicar mais ao esporte. “Tive uma experiência muito bacana quando fiz faculdade na Suíça e ficava próximo das melhores estações de esqui da Europa, St. Moritz e Zermatt”, conta. Na mesma época Roberto teve a oportunidade de fazer viagens pela França e Itália, com o intuito de aperfeiçoar, ainda mais, os conhecimentos que tinha. Já comentamos que o esqui requer treino, por isso Roberto não deixa de praticá-lo por, pelo menos, duas vezes por ano, em viagens que intercalam entre os Estados Unidos e América do Sul. Toda dedicação ao esporte acabou rendendo alguns prêmios e, recentemente, foi campeão do Giant Slalom Amador pelo Brasil na categoria que disputa. JUNHO DE 2015

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BACKSTAGE

Da esquerda para a direita, Roberto e Arthur Schahin. Irmãos em Beaver Creek - fevereiro de 2014

Schahin tem dois irmãos que compartilham a paixão pelo esporte e que o incentivam a continuar. Os irmãos participam de competição juntos e também foram campões no mesmo campeonato, ficando em terceiro e primeiro lugar dentro das categorias de cada um. Tendo também o trabalho e o automobilismo como hobbies, Roberto finaliza, “se considerar que o meu outro hobby é o automobilismo, o esqui complementa a sensação de velocidade”. Para quem quer começar a esquiar é importante saber que nunca é tarde, o importante é ter determinação. As estações de esqui oferecem aulas em grupos ou privadas, com instrutores que possuem anos de experiência; as roupas e equipamentos também podem ser alugados por lá. As montanhas não oferecem só o esqui como entretenimento, as que estão próximas das cidades oferecem diversos tipos de programas e, claro, os resorts disponibilizam inúmeras atividades. 118

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Selfie da última viagem que aconteceu neste ano (final de março) para Deer Valley


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INOVAÇÃO

Como a internet das coisas enfrenta os desafios gerados pelos equipamentos médicos? No último artigo escrevi sobre as grandes mudanças na área da saúde, mudanças que estão impactando os consumidores, provedores, indústrias farmacêuticas, empresas de equipamentos médicos, entre outros. Dentro das próximas edições quero discutir como essas mudanças estão impactando uma parte do sistema da área da saúde - empresas de equipamentos médicos - e como essa indústria está começando a utilizar a tecnologia da internet para resolver alguns desses problemas.

Equipamentos Médicos alguns contextos Primeiro vamos definir o que queremos dizer quando mencionamos equipamentos médicos. Os Estados Unidos investem, anualmente, 2,7 trilhões de dólares na área da saúde, sendo que aproximadamente 8% desse valor é investido nesses equipamentos. Esses são indispensáveis quando nos referimos aos stends cardíacos, tomografias e implantes de joelhos que são realizados por robôs cirúrgicos. Além disso, os equipamentos também estão relacionados aos diagnósticos in vitro, ou seja, uma mistura de produtos químicos com grandes máquinas de diagnósticos. 120

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A NAICS (empresa de classificação metodológica dos Estados Unidos) define nove categorias de equipamentos médicos que, juntas, somaram 150 bilhões de dólares em 2013. Em todo o mundo esse tipo de equipamento é um importante componente das despesas na saúde; os países desenvolvidos dominam essa indústria e mais de 70% dessa receita vem dos Estados Unidos e Europa. Os 40 maiores fornecedores, que controlam 75% da indústria, são dos Estados Unidos (23) e da Europa (11). Tradicionalmente a margem de equipamentos médicos são generosas e a indústria gasta bastante em R&D; as margens históricas, de acordo com a A.T.Kearney, foi de 25% nos últimos 5-7 anos. Equipamentos médicos também têm um relacionamento mais fácil com o FDA - tempo de espera mais curto, comparado aos inovadores farmacêuticos; a inovação de equipamentos têm crescido de forma relativamente fácil e com ciclos mais rápidos. Tudo isso está mudando.

Desafios Encarados Nos Estados Unidos, o crescimento da despesa na área da saúde é preocupante e várias iniciativas políticas estão sendo implementadas


Rakesh Vaidyanathan sócio de The Jai Group e consultor de alianças internacionais na área de saúde, Farma e tecnologia médica.

e limitarão o crescimento da mesma. As projeções da Medicaid e da Medicare diz que de 2011 até 2021, o gasto com equipamentos médicos duráveis crescerão de forma mais lenta do que o crescimento global de gastos de 6%. Enquanto iniciativas mais acessíveis forçam a maximização das cotas predeterminadas do sistema de entrega ao paciente, a compra de equipamento médico espera ser racionalizada. Particularmente o diagnóstico por imagem, a subutilização e a autorreferrência do mercado americano, motivam, significativamente, a minuciosidade, resultando em cortes dramáticos e novas diretrizes. O IHS prevê que o mercado mundial de equipamentos CT, incluindo os mercados emergentes, terão um crescimento de aproximadamente 4% e o mercado MRI de todo o mundo terá um crescimento em torno de 2-3% nos próximos anos. Neste cenário de crescimento mais lento do que a indústria, a AT Kearney está projetando uma erosão de margem maior que 8 pontos percentuais - entre 2014 e 2020 - para todas as indústrias que se esforçam para manter os preços com um maior controle reguIarmentar e com compra centralizada que torna os clientes mais poderosos. A perda das margens será agravada por causa do aumento da demanda dos dados de eficácia baseados em evidências da FDA por provações e seguradoras que codificam as versões mais recentes de dispositivos médicos com alto reembolso. Isso aumenta o investimento necessário para o lançamento dos produtos reduzindo o ROI.

Recalls de segurança, que tem crescido principalmente em Radiologia, têm gerado uma nova categoria de custos de ruptura. A Mckinsey estima que a queda dos preços das ações, devido a problemas de qualidade relacionados a um recall público, tenha sido muito alto, como 16.8% na segunda parte da última década. Finalmente a intervenção regulatória em um andamento normal dos negócios é esperada para aumentar os custos. Um aumento de 2,3% no imposto especial de consumo, se não pode ser repassado ao consumidor final, pode ter um efeito significativo sobre as margens do lucro líquido das empresas de dispositivos médicos. O recente sistema de indentificação de controle exclusivo, conhecido como Unique Identification Tracking, que foi obrigatório pela FDA irá adicionar custos para o sistema que não pode ser recuperado com essa demanda lenta. Como resultado desses desafios, as empresas de dispositivos médicos estão, hoje, sob pressão da gestão e clientes para oferecer uma maior qualidade de produtos e serviços com custos mais baixos, utilizando os recursos já existentes.

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WHATELSE

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O que fazer? Aonde ir? O que ler? O que ouvir? O inverno chegou e, melhorando um pouco mais, nada como a temporada de esqui para garantir a diversão nessa estação do ano.

da MTS Health Partners, que também aparece na seção Backstage falando um pouco mais sobre o tema.

Mas, quais seriam os melhores lugares para essa época do ano? Quais as melhores estações para profissionais ou crianças? Para que pudéssemos esclarecer essas dúvidas, conversamos com Roberto Schahin, diretor

Apaixonado por esqui, Schahin nos ajudou com algumas dicas que te ajudarão a escolher o melhor local para as férias de inverno; confira abaixo alguns dos locais selecionados pelo diretor. JUNHO DE 2015

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WHATELSE

América do Sul Chile e Argentina Portillo, Chile Hospedagem: Portillo Hotel - Apesar de só existir um hotel bacana, é a melhor opção para esquiadores e snowboarders de nível elevado. A montanha tem um dos melhores meios de elevação (lift) e o hotel é ski in/out. Pistas: Plateau, Condor, Roca Jack e Garganta. Essa última é a mais arriscada com dead end no lago que eu já cai uma vez. La Parva, Chile Próximo a Portillo, é o Jet Set dos chilenos no inverno. La Parva é uma estação fantástica, mas com opções reduzidas de hospedagem. Aqui aconselho alugar um flat pela temporada. Las Lenhas, Argentina Hospedagem: Hotel Piscis para quem tiver crianças ou Virgo para adultos. Também ski in/out com uma excelente infraestrutura para crianças e ideal para iniciantes. Las Lenas tem pistas com altitude menor que Portillo e uma qualidade inferior quando falamos de lifts, no entanto conta com diversas opções de restaurantes, casinos, bares, entre outros. Bariloche, Argentina A famosa cidade com hotéis bacanas - como o Llao Llao - também possui uma imensidade de pistas. Por ter uma altitude menor, a neve não chega a ser tão boa, mas definitivamente é a melhor opção para quem não esquia por causa da quantidade de atrações paralelas ao esqui. Caso você seja apaixonado pelo esporte ou queira dar uma esticada nessa temporada, fugir do verão do hemisfério Sul é um opção para o final do ano. Seguem outras sugestões enviadas por Schahin.

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Deer Valley, Utah Com várias opções de hospedagem e uma montanha só para esquiadores (Snowboard free), o hotel St. Regis é um dos poucos ski in/out e é o jet set dos artistas de Hollywood e personalidades (como o Pappa Jones, que é o dono de toda penthouse do condomínio anexo ao hotel). Na última vez que estive por lá foi este ano em meados de março, apesar da neve estar no fim, tive a oportunidade de esquiar em todas as pistas. Existem diversas opções para todos os níveis e uma estrutura maravilhosa anexa ao Park City. Recomendo o hotel St. Regis que possui um spa maravilhoso e um restaurante do Jean Georges (J&G Grill); eles costumam fazer um castelo de gelo na neve, patrocinado pela champange Ruinart. O bar na base da montanha com uma lareira de solo artificial também é imperdível!

Aspen, Colorado O melhor hotel da cidade é o Little Nell na base de Aspen Montain, que está sempre lotado e tem o melhor après-ski do colorado (vale a pena tomar um hot chocolate por lá após o esqui). Aspen também tem várias opções de hospedagem, incluindo na pista vizinha de Snowmass. O acesso aos lifts e às pistas são de primeiríssima linha, a única que não aceita snowboarders é a de Highlands. Quem tiver aptidão para aventuras definitivamente deve tentar a long short, em Snowmass, que mistura um pouco de alpinismo com esqui e diferentes níveis de descida. Aspen já está bem acostumada com brasileiros e, por isso, é um local fácil para novatos. Com uma diversidade gastronômica e hotelaria elevada a cidade se destaca como a melhor opção para não esquiadores no Colorado. Indico os restaurantes: Nest, Matsuhisa e Steakhouse 316. Beaver Creek, Colorado Próximo e com a mesma atmosfera de Aspen, Beaver Creek também é uma excelente opção para iniciantes e com uma ótima infraestrutura para crianças. A atmosfera do Colorado está presente na praça central, nos restaurantes e Pubs da base da montanha. As pistas e lifts são espetaculares e velozes, o que significa um bônus aos esquiadores de performance. Recomendo o Hyatt na base da montanha e o restaurante Splendido, que tem uma carta de vinhos fora de série. JUNHO DE 2015

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América do Norte Estados Unidos


RETRATOS RETRATOS

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André François Fotógrafo há mais de 20 anos, André François fundou, em 1995, a ImageMagica, uma organização que trabalha com a fotografia como ferramenta de transformação social dentro de escolas e hospitais de todo o Brasil. Desde 2006, André registra o acesso à saúde e qualidade de vida das pessoas no Brasil e no mundo. É autor de 7 livros.

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Tenda cirúrgica comandada pelos Expedicionários da Saúde. Criada em 2003, por médicos voluntários, a organização vai aos lugares mais remotos da Amazônia em busca de comunidades indígenas que precisam de atendimento cirúrgico. Essas cirurgias, na maioria cataratas e hérnias, resgatam a qualidade de vida dos indígenas, que voltam a caçar, pescar e cultivar seus alimentos.

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Alberto Leite é CEO e fundador do Grupo Cboard S.A, que publica a revista Healthers e professor de inovação e estratégia do mba da FIA.

Marcianinhos Marciano, pai, descobre que seu filho, o Marcianinho, havia pegado a sua nave enquanto trabalhava e fica furioso. Questionado sobre o uso, Marcianinho diz que fez um breve passeio à Terra. - Meu filho, já falei para não ir nunca para lá. Todas as vezes que aparecemos por lá, eles entram em guerra. - Papai, aprendi muito com a viagem, muito mesmo. Quando questionado, novamente, sobre o que aprendeu, disse então ao pai: - Lá na Terra tem mais água do que terra, não entendo porque chamam então o planeta de Terra. A água é bonita, azulzinha, salgada e eles não gostam de bebê-la. Gostam mais da docinha que tem bem pouco e fica no meio da terra. Gostam dela, mas amam uma outra, pretinha que fica embaixo da terra. Essa gera até guerra por lá. Eles vivem de forma estranha, alguns andam sem vestes e ficam o ano inteiro esperando uma chuva. Outros ficam cheios de roupas e quando a chuva aparece eles se protegem com objetos redondinhos. Acho que são um povo estranho demais, vivem em quadrados. Vivem em quadrados que os protegem, entram em quadrados menores que se movem e os levam até outro quadrado maior onde passam a maior parte do tempo. Tem tanto quadrado por lá que hoje já estão empilhando quadrados, um em cima do outro, e os quadrados que se movem estão ficando cada vez menores, porque não estavam conseguindo se mover, de tanto quadrado que existia. O pior de tudo é quando morrem, eles vão para outro quadradinho menor, que fica enterrado. De tempos em tempos eles ganham uns papeizinhos estranhos que trocam por coisas, qualquer coisa que queiram. Para ganhar os papeizinhos precisam ficar dentro dos quadrados grandes. Quanto mais tempo ficam, mais 130

JUNHO DE 2015

papeizinhos ganham. Com os papeizinhos compram mais quadradinhos móveis que os levam para a água salgada, onde tiram a roupa, como aqueles que vivem sem chuva e ficam nadando na água salgada. Essa parte eu não entendi direito papai. Eles possuem diversas cores, não são de uma cor só como nós daqui. Tem gente branca, escurinha, mais ou menos, amarela, vermelha, e alguns que não se contentaram com sua cor e decidiram se pintar de outras cores. A tecnologia lá não é das mais avançadas, os seres humanos gostam de tudo que possam pegar nas mãos e terem ao seu lado, sejam quadrados, papéis ou objetos tecnológicos. Adquirem essas tecnologias com papeizinhos e recentemente adotaram a tecnologia dos papeis durinhos, que chamam de cartão de crédito. Este serve para comprar aquilo que eles não precisam com os papeis que não têm. Tive um único contato com um humano que me disse que trabalhava num hospital, algo como um quadrado que cuida das pessoas quando doentes. Disse pra mim que seu mercado passava por uma transformação e que ele não sabia o que fazer. Estava muito preocupado. Em cinco minutos que fiquei com ele, ele mudou de cor duas vezes. Disse a ele que aqui em Marte quando isso aconteceu há 19.000 anos atrás nós nos unimos, você se lembra papai? Disse a ele que conseguimos nos reunir e formar grupos de discussão sobre diversos temas e que isso impulsionou nosso mundo. Disse também que entender que éramos um grupo e não empresas separadas nos fez ver o mundo de forma diferente e só crescemos com isso. Marciano, pai, perdoou o Marcianinho e hoje, passa grande parte do seu tempo tentando entender a Terra, coisa que não conseguiu entender nos últimos 25.000 anos.


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SETEMBRO DE 2014

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