imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

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O mundo de olho no Brasil

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012 chega com promessas de desenvolvimento e crescimento da economia brasileira. E aqueles que souberem aproveitar as oportunidades, devem ter bons resultados este ano. Já foi assim em 2011. A despeito da crise financeira global, vimos a economia brasileira despertar para os mercados mais diversos, juntamente com os outros países do BRIC. Uma curiosidade a respeito do BRIC: não basta sermos um país em desenvolvimento. Existem muitos países na mesma condição. Dezenas deles. Você já pensou na peculiaridade dos países do BRIC (Brasil, Índia, Russia e China)? Todos possuem vastos territórios. Territórios tão extensos que têm um mercado interno capaz de absorver praticamente toda produção, em caso de crise mundial. Mas não podemos nos restringir apenas ao mercado interno. Da mesma forma que o Brasil, outros países possuem a mesma demanda de consumo, mas com produções diversificadas. Assim, a livre troca torna-se instrumento de desenvolvimento desses mercados. Enquanto importamos eletrônicos e automóveis da China, exportamos produtos agrícolas para eles. As relações comerciais entre os quatro países do bloco fortalecem as nações, enquanto o resto do mundo mergulha na crise. Nesse intercâmbio, vemos nossos empresários aprendendo novas formas de negociação e também ensinamos os chineses a diversidade de negócios que temos em nosso país. Ambos os lados crescem, se desenvolvem e criam novas formas de mercado. Esses são os temas das duas matérias principais desta edição. A pauta de exportações e as relações com o mercado chinês. Para nos auxiliar na compreensão dessa cultura tão diferente, temos uma entrevista exclusiva com o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Fernando Ou. Por fim, falamos sobre o reajuste do Salário Mínimo e como ele vai afetar as relações de trabalho e a sua empresa. E torcemos para que todo esse conteúdo o ajude na tomada de decisões, afinal, se não for assim, nosso trabalho não terá valido a pena. Boa leitura!

José Carlos Toledo Grupo Marpress

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Expediente

Carta ao leitor

Presidente José Carlos Toledo Diretor Luiz Carlos T. Borges Editor e Jornalista Responsável Vides Júnior (MTB 41.756-SP) vides@revistaimpresso.com.br Projeto gráfico e diagramação Patricia Gomiero patricia@revistaimpresso.com.br Ilustração Mariana Pavusa Gerente Comercial Silvia Batalha silvia@revistaimpresso.com.br Contato Comercial Caio Sanches, Luiz Feijolli Colaboradores Isaac Pinski, Marília Silvério, Marcelo Nakagawa e Cleide Gonçalves Impressão Marpress Gráfica e Editora GRUPO MARPRESS (11) 4723-6600 Av. Henrique Peres, 1.500 - Vl. Bernadotti Mogi das Cruzes - SP - Cep 08735-400 Esta é uma publicação do Grupo Marpress, Distribuição Gratuita. Tiragem: 15.000 Para dúvidas, sugestões e elogios: redacao@revistaimpresso.com.br As opiniões contidas nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores.


Índice

32 II Capa

42 II Mercado Externo

O que Governo e empresários podem fazer para tornar o Brasil competitivo frente aos produtos chineses?

Não basta exportar commodities. O País precisa agora aumentar sua pauta de manufaturas

06 II Notícias Mogi 10 II Região 16 II Cenário 26 II Economia 48 II Agronegócio 50 II Pesquisa 58 II Entrevista

54 II Online

Fernando Ou, presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, fala sobre o mercado

64 II Leitura 66 II Artigos 70 II Antiácido

fevereiro 2012

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Altogiro Alto Tietê: R$ 4 bi em impostos As dez cidades que compõem a região totalizaram R$ 3,8 bi em impostos pagos em 2011. O cálculo é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A cidade que mais arrecadou impostos foi Mogi das Cruzes, com mais de R$ 978 milhões, aumento de 11,16% em relação a 2010. E a menor arrecadação ficou com Salesópolis, com cerca de R$ 38 milhões.

Tânia Fukusen assume ACMC Tânia Fukusen, eleita presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, assumiu o cargo em janeiro. Tânia substitui Marcus Melo e deve permanecer na presidência até 2014. De acordo com ela, a meta para este ano é conquistar novos benefícios para os associados e continuar contribuindo para o crescimento do comércio na cidade.

Bertaiolli prioriza sistema viário Em entrevista ao jornal O Diário, de Mogi das Cruzes, o prefeito Marco Bertaiolli disse que não dá para esperar mais para resolver os problemas de mobilidade da cidade, e citou as travessias férreas (que deverão ser sanadas com viadutos ou passagens subterrâneas) e projetos para desafogar a ligação Mogi-Suzano. Parte dos projetos já foi apresentada à CEF para garantir o financiamento.

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Notícias mogi

Mogi deve ganhar mais zonas industriais

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ogi das Cruzes deve incorporar novas zonas industriais, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A proposta inclui os bairros do Taboão (que possui uma das maiores reservas de terrenos industriais da Região Metropolitana), Vila Moraes, Cocuera, César de Souza e Volta Fria. Para o secretário Marcos Damásio, a extensão territorial de Mogi está comprometida com as legislações ambientais e de proteção de mananciais, o que diminui o potencial de desenvolvimento. Por isso a secretaria fez um estudo de potenciais áreas

que podem abrigar os pólos industriais, sem comprometer o meio ambiente. "Nesta avaliação prévia, levamos em conta regiões onde existem grandes áreas não habitadas e sem a influência representativa de vegetação e cursos d’água". No caso de César de Souza e Taboão, que já são zonas industriais, as propostas incluem otimização da infraestrutura e ocupação de áreas de antigas propriedades rurais. Já Cocuera e Vila Moraes devem ter implantadas Zonas Mistas Residenciais, que visam a implantação de empresas de baixo impacto ambiental, sem alterar as áreas habitacionais.

Perimetral deve custar R$ 60 milhões

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novo trecho da Avenida Perimetral em César de Souza deve custar R$ 60 milhões. Destes, R$ 40 milhões devem ser aplicados apenas na transposição da linha férrea. Os outros R$ 20 milhões serão para desapropriações e abertura das pistas. O novo trecho integra a lista de projetos prioritários que a prefeitura vai elaborar para pleitear a liberação de recursos federais por

meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2013. O novo trecho deve ocupar o leito da Avenida Vereador Dante Jordão Stoppa, estendendo-se até a Francisco Rodrigues Filho, onde se encontrará com o primeiro trecho da Perimetral, que faz a ligação entre César de Souza e o Rodeio. O trecho tem aproximadamente um quilômetro, além do viaduto.


Notícias mogi

Emesp ganha novo espaço Fotos: divulgação

O

prefeito Marco Bertaiolli, acompanhado pelo viceprefeito José Antonio Cuco Pereira, assinou a ordem de serviço para o início das obras de reforma e ampliação da Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche, na Vila Lavínia. A unidade faz parte da rede de proteção à pessoa com deficiência de Mogi das Cruzes. A prefeitura investiu R$ 984.868,78 na obra, que deverá ser concluída em 180 dias. "Mogi está construindo uma rede, assim como temos a rede de proteção da saúde mental e a de deficiência física, tudo isso se completa. Não são equipamentos isolados. Este trabalho é fundamental para que tenhamos um atendimento digno de uma cidade de 400 mil habitantes como a nossa", disse o chefe do executivo. Inaugurada em agosto de 1987, a Emesp atende 210 alunos e tem como

Bertaiolli assina a ordem de serviço para as obras de ampliação da Emesp

prioridade crianças de Educação Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental matriculadas na rede regular de ensino. "Tínhamos um espaço único para atender os alunos. Temos todos os profissionais

capacitados para fazer este atendimento, mas faltava o espaço. Com a reforma, as crianças poderão ser melhor atendidas", comentou Maria de Lourdes Masiero Lamim, diretora da unidade.

Mogi terá centro paradesportivo

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governador Geraldo Alckmin e o prefeito Marco Bertaiolli assinaram o convênio que assegura recursos para a construção do primeiro centro paradesportivo de Mogi das Cruzes. A unidade será erguida no Rodeio, ao lado da AACD, por meio de uma parceria entre a prefeitura e o governo do Estado. O centro terá investimento total de R$ 2,5 milhões. O Estado destinará R$ 1,5 milhão para as obras, enquanto

o município entrará com R$ 1 milhão. A licitação será aberta no início de 2012 e a expectativa é de que o complexo seja entregue até o final do ano que vem. "Fechamos 2011 com mais este presente, que vai proporcionar um atendimento ainda mais qualificado às pessoas com deficiência. Mogi das Cruzes já possui a AACD e a Apae, e o ginásio oferecerá um espaço privilegiado para as práticas esportivas", disse Bertaiolli.

Alckmin e Bertaiolli comemoram convênio para construção do ginásio paradesportivo

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Altogiro

Notícias mogi

R$ 243 mi para Mogi Isso é quanto o Governo do Estado pretende investir na cidade levando em conta seis principais obras de grande porte. Para os próximos 12 meses, a previsão é de R$ 20 bi, com um contingente de R$1,5 bi no orçamento deste ano, em razão da crise econômica. Dentre as obras esperadas, estão a duplicação da Mogi-Dutra e da SP-66, bem como a reconstrução das estações Estudantes e Mogi das Cruzes.

Eleições: seis pré-candidatos Faltando ainda 10 meses para as eleições deste ano, Mogi já tem seis pré-candidatos para o cargo de prefeito, além do atual, Marco Bertaiolli, que vai concorrer à reeleição. Bertaiolli, além do apoio de Junji Abe (que compartilha o mesmo partido), também conta com o apoio do governador Geraldo Alckmin.

Frota já supera 200 mil veículos Que as mudanças viárias em Mogi serão bem-vindas, não há dúvida, afinal, já são mais de 200 mil veículos emplacados na cidade, segundo a Secretaria Municipal de Transportes. O secretário Carlos Nakaharada confirmou que a cidade recebe mil novos veículos por mês. Do total que roda na cidade, 129 mil são de passeio, e 28 mil são motocicletas. Veículos pesados somam 32,4 mil.

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CDHU deve investir R$ 4,6 milhões

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Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) deve investir aproximadamente R$ 4,6 milhões em Mogi das Cruzes neste ano. Os recursos serão aplicados na construção de 96 unidades habitacionais térreas, de dois projetos diferentes. A previsão é de que as obras tenham início no próximo semestre e que os empreendimentos sejam inaugurados já no próximo ano. As informações são do secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres, que esteve em Itaquaquecetuba para acompanhar o governador Geraldo Alckmin na entrega de 360 apartamentos populares. O primeiro projeto (Vila Dignidade) terá 24 casas populares destinadas exclusivamente a idosos de baixa

renda e investimentos de R$ 2,2 milhões. O condomínio será erguido no distrito de Braz Cubas. Tanto a licitação quanto as obras ficarão ao cargo da CDHU, porque as casas serão doadas aos beneficiários. Já a administração ficará por conta da prefeitura em parceria com o Conselho Municipal do Idoso, que indicará os moradores. O segundo projeto será erguido no Conjunto Jeferson, mas sem demanda específica. As 45 unidades sairão ao custo de R$ 2,4 milhões. A construção, neste caso, será por administração direta, ou seja, em parceria com o município. A CDHU entra com os recursos e a prefeitura faz uma licitação para as obras. Para dar suporte aos novos condomínios, a prefeitura (que cedeu os terrenos), vai construir uma creche e uma escola.

Câmara economiza R$ 2,1 milhões

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presidente da Câmara Municipal de Mogi, Mauro Araújo, entregou para o prefeito Marco Bertaiolli um cheque no valor de R$ 2,1 milhões referente a recursos não utilizados em 2011. A economia foi possível graças às melhorias na gestão, que incluíram horas-extras, otimização do sistema de compras e redução dos gastos com energia elétrica e água. "É um valor três vezes

maior que o devolvido no ano passado, quando foram economizados R$ 700 mil", disse Mauro Araújo. Durante a entrega do cheque, Araújo sugeriu que os recursos sejam utilizados no programa de expansão de câmeras de segurança, principalmente nos bairros de Braz Cubas e Jardim Universo. "São recursos importantes, e vamos estudar a solicitação do vereador", disse Bertaiolli.


Notícias mogi

Novas indústrias devem injetar R$ 300 mi na cidade Foto: divulgação

Investimentos em crescimento

As três torres do Helbor Concept prometem valorizar ainda mais a região

O

s investimentos gerados pelas novas indústrias que se instalaram em Mogi das Cruzes somados ao volume de recursos aplicados na ampliação de empresas já existentes na cidade movimentaram cerca de R$ 150 milhões em 2011. Para 2012, a expectativa é o dobro, ou

seja, R$ 300 milhões. Pelo menos dez companhias de grande porte se instalaram no município em 2011, segundo informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento. A maioria se estabeleceu no distrito do Taboão e em César de Souza e cada uma gerou uma média de 250 postos de trabalho.

Parte das indústrias já estabelecidas na cidade também investiu na ampliação de seus parques. O destaque ficou por conta da General Motors, que apresentou plano de investimento de R$ 80 milhões, aumentando consequentemente o número de funcionários. A Fame também migrou parte de suas operações para o distrito de Sabaúna, contratando mais 200 funcionários. A previsão para este ano é que as novas indústrias, assim que estiverem instaladas, devam gerar mais cinco mil empregos. Todos os outros setores somados (comércio, serviços e indústria) devem somar mais cinco mil vagas. Uma grande expectativa acompanha a ampliação do Mogi Shopping e a construção das torres da Helbor, que devem atrair dezenas de novas lojas e empresas. Por fim, Carrefour, Wal-Mart e Makro sondam a cidade para abertura de novas unidades.

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Altogiro

Região

Divino terá capela A mais tradicional festa do município, (o Divino Espírito Santo), vai ganhar uma capela no Centro da cidade. O projeto prevê a transformação da Casa da Criança, que fica nos fundos da Catedral de Santana, no local que servirá aos adoradores do Divino. O prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico, mas apesar disso, algumas paredes já foram derrubadas para dar lugar ao altar e ao átrio.

Tamoios vai ser duplicada As obras para a duplicação da rodovia dos Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao Litoral Norte, devem começar em março deste ano, segundo o Dersa. A conclusão das obras está prevista para 20 meses, ou seja, novembro de 2013. No entanto, somente o trecho entre São José e Paraibuna será duplicado, ou seja, o trecho de serra deve permanecer com pista única até a conclusão dos estudos.

Aumenta procura por emprego em Mogi Com a chegada de 2012, aumentou a procura por recolocação no Emprega Mogi, programa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da cidade. Com uma média de 120 atendimentos diários em 2011, a chegada deste ano causou um aumento de 25% na demanda. Mas nem todo atendimento é por emprego. Interessados também procuram emissão de Carteira de Trabalho e orientações de seguro-desemprego.

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Estado cria a RM Vale Governador Geraldo Alckmin sanciona lei que cria Região Metropolitana do Vale do Paraíba

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RM Vale é um instrumento do Estado que permitirá o planejamento e a gestão de questões comuns que afetam as cidades da região. Com a criação da Região Metropolitana os 39 prefeitos e o governo do Estado trabalharão em conjunto políticas públicas com o objetivo de agilizar a resolução de problemas comuns nas cidades da região. O Projeto de Lei 66/2011 divide a RM Vale em cinco sub-regiões (veja quadro) facilitando a criação de instrumentos de planejamento, execução e fomento das ações metropolitanas. Também será criado o Conselho de Desenvolvimento e a partir dele os Conselhos Consultivos, o Fundo e a Agência de Desenvolvimento. O con-

selho será composto, de forma paritária, pelos prefeitos dos 39 municípios da região e representantes do Governo do Estado, e será a principal entidade de deliberação sobre planos, projetos, programas, serviços e obras a serem executados na RM Vale com recursos do Fundo de Desenvolvimento.

Foto: divulgação

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba será dividida em cinco sub-regiões Cidade-sede

Cidades da sub-região

Cruzeiro

Arapeí, Areias, Bananal, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz, São José do Barreiro, Silveira

Guaratinguetá

Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá, Piquete, Potim, Roseira

São José dos Campos

Caçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna, Santa Branca, São José dos Campos

Taubaté

Campos do Jordão, Loginha, Natividade da Serra, Pindamonhangaba, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Luiz do Paraitinga, Taubaté, Tremembé, Redenção da Serra

Litoral Norte

Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba


Região

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Interior de São Paulo foi líder em investimentos

o Brasil, São Paulo permanece como o estado que mais recebe investimentos no país. Em 2010, o estado recebeu 678 anúncios de investimento, perfazendo um montante de US$ 49,9 bilhões, segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), da Fundação Seade. Com a divulgação da Piesp, São Paulo ocupa a liderança nacional com folga (Rio de Janeiro havia atraído US$ 18,5 bilhões em 2010 e Minas Gerais US$ 10,6 bilhões). O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, destacou a importância desse tipo de pesquisa. "A publicação desse resultado é fundamental para que possamos direcionar nossas políticas de atração de investimentos, buscando levar empreendimentos para as regiões menos favorecidas do Estado", afirmou. A Piesp identifica os setores de atividade econômica a que pertencem os investimentos anunciados,

além de mostrar para quais regiões do Estado foram direcionados e a origem do capital.

Maior mercado Para o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida, alguns fatores explicam porque o Estado é o maior destino de investimentos do Brasil. "Temos o maior mercado consumidor da América Latina, mão-deobra qualificada, infraestrutura de padrão internacional, cadeia de fornecedores diversificada e legislação ambiental avançada. Isso faz de São Paulo um destino obrigatório para qualquer empresa que queira se expandir na América Latina", afirmou. Outro fator que, segundo NOVA Almeida, contribui para São Paulo ocupar a liECOBAG derança na atração de investimentos é a profissionalização LINHA do atendimento fornecido aos empresários que desejam se instalar ou expandir seus negócios. "A Investe São Paulo foi criada

há três anos para ser a porta de entrada das empresas no Estado. Até o momento, a Agência garantiu US$ 6 bilhões em investimentos de empresas privadas, gerando 18,7 mil empregos diretos", ressaltou Almeida. A distribuição dos investimentos no Estado * São Paulo

US$ 28,8 bilhões

Campinas

US$ 4,4 bilhões

São José dos Campos

US$ 2,2 bilhões

Baixada Santista

US$ 2 bilhões

Sorocaba

US$ 1,4 bilhão

Presidente Prudente

US$ 1,3 bilhão

Investimentos por nacionalidade de empresa Espanholas

US$ 3,2 bilhões

Norteamericanas

US$ 2,2 bilhões

Japonesas

US$ 1,6 bilhão

Alemãs

US$ 1,1 bilhão

Inglesas

US$ 817 milhões

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Região

Orçamento maior I As Câmaras das cinco maiores cidades do Alto Tietê (Mogi das Cruzes, Suzano, Itaquá, Ferraz e Poá) terão disponíveis R$ 65 milhões do orçamento da União para os trabalhos legislativos de 2012. Mogi terá o maior valor, de R$ 21 milhões (ano passado foram R$ 17,5 milhões). Para Suzano, o valor é de R$ 19 milhões, um milhão a mais que em 2010. Já Poá vai contar com R$ 10 milhões, quase três milhões a mais do que em 2010.

Orçamento maior II Já o orçamento para a cidade de Mogi será 35% maior que em 2010, devendo chegar a R$ 1,1 bilhão, um recorde para a cidade. Aproximadamente R$ 901 milhões estão direcionados à administração municipal; R$ 99 milhões ficam para o Semae e outros R$ 86 milhões para a Previdência Municipal. O novo programa de emergências, o Samu, terá R$ 10 milhões. A maior receita do município, de R$ 214 milhões, é a cota do ICMS, 22% a mais que o ano passado.

Ferraz terá Universidade Federal Jorge Abissamra, prefeito de Ferraz, confirmou que a cidade terá mesmo uma Universidade Federal. O otimismo é tanto que espera-se que já a partir de agosto deste ano já sejam oferecidas vagas para preenchimento dos cursos. O prédio será erguido no Jardim Seminário, onde havia o seminário que deu nome ao bairro.

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Empresas têm interesse na Nova Imigrantes

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uas empresas manifestaram interesse em executar juntas a construção e manutenção da rodovia que ligará o Rodoanel Mario Covas, em São Paulo, a Itanhaém: a Contern Construções e Comércio Ltda e a Cibe. O projeto é uma alternativa para o congestionado trânsito do Sistema Anchieta-Imigrantes. Embora não haja ainda a definição de traçado da nova via, a capital paulista e Itanhaém estão separadas por aproximadamente 50 quilômetros. Já pela Imigrantes, a distância entre São Paulo e a Baixada Santista é de cerca de 70 Km. Com a construção da ‘Nova Imigrantes’, a viagem do Rodoanel até Itanhaém deve durar cerca de meia hora. Além do Rodoanel, mais uma alternativa estudada pelo Governo do Estado é ligar Itanhaém pela Fazenda Araraú a Parelheiros, no extremo sul de São Paulo. A Secretaria de Estado de Logística e Transportes está fazendo estudos sobre a ligação e vai analisar propostas da iniciativa privada, mas não fixou prazo para concluir os estudos. O Governo Estadual avalia incluir a obra em uma concessão abrangendo a maior parte da rodovia Padre Manuel da Nóbrega à Régis Bittencourt. O prefeito de Itanhaém, João Carlos Forssell, defende a criação da ‘Nova Imigrantes’ como a melhor solução

para toda a Região Metropolitana da Baixada Santista. "O problema do congestionamento durante a temporada de verão na Região já é crônico. Uma nova via em Itanhaém aliviará muito o trânsito de Praia Grande para o Litoral Sul. Isso facilita o tráfego em Santos, Guarujá e São Vicente, na medida em que teríamos uma nova alternativa mais ao Sul", disse. A reivindicação atende ainda entidades empresariais, o turismo e a Petrobras, que tem em Itanhaém um ponto estratégico na exploração do pré-sal. O objetivo é resolver gargalos que possam atrapalhar o ‘boom’ econômico que se espera com a exploração da Bacia de Santos. A expectativa é que até 2025 sejam injetados R$ 209 bilhões na Região Metropolitana da Baixada Santista.

Imigrantes: gargalo logístico no Litoral Sul causa congestionamentos e transtornos


Região

Fotos: divulgação

Guararema se espelha em SIL

Representantes de Guararema em reunião com Luiz Carlos Pinheiro para adotar SIL

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uatro profissionais da prefeitura de Guararema estiveram em Mogi das Cruzes para uma reunião técnica com o chefe de divisão Luiz Carlos Pinheiro, responsável pelo Sistema Integrado de Licenciamento (SIL) na cidade. No encontro, Pinheiro forneceu informações sobre a implantação e operacionalização do sistema no município, promovendo uma troca de experiências e comprovando que a iniciativa em Mogi já se tornou um modelo. O SIL desburocratiza e agiliza o processo de licenciamento de empresas, permitindo ao empresário ou a seu contador realizar todos os procedimentos pela Internet de forma integrada para os quatro órgãos responsáveis pela emissão do docu-

mento – Prefeitura, Cetesb, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. A eficácia da iniciativa já rendeu, em novembro de 2011, o Prêmio Congresso de Informática e Inovação da Gestão Pública na categoria Administração Pública Eficiente e Eficaz – Aplicações Voltadas ao Cidadão. Em Mogi, o SIL funciona desde junho de 2010. Antes, como explica Pinheiro, havia uma média de 92 licenças emitidas mensalmente a novas empresas na cidade. Já depois do sistema implantado, esse número saltou para 380 por mês. O aumento é justificado pela agilidade do sistema – atualmente uma empresa com baixo risco consegue sua licença em no máximo 48 horas após dar entrada no processo. Já empresas de alto risco têm

acesso ao documento em um prazo médio de 30 dias. "O Estado entrou com a tecnologia, mas a formatação e a postura é municipal. Com o SIL, o diretor da empresa vai responder a um questionário online e, a partir disso, ele passa a se responsabilizar por todas as informações concedidas. É um sistema com um alto índice de aprovação e que agilizou muito o nosso trabalho", declarou o chefe da divisão da Prefeitura de Mogi. Em Guararema, o sistema utilizado ainda é o antigo, e o licenciamento de uma empresa de alto risco, por exemplo, chega a levar de oito meses a um ano. Pela lentidão, há centenas de pedidos parados no setor de Vigilância Sanitária e é exatamente por isso que o município decidiu adotar o SIL. fevereiro 2012

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Altogiro

Região

Mogi quer Super Copa

Zona rural terá banco de dados

O secretário de Esportes de Mogi, Nilo Guimarães, está pleiteando trazer para a cidade a Super Copa, que corresponde a fase final da Copa Brasil. A despeito de Pelotas (RS) estar praticamente confirmada para o evento, Mogi está fazendo forte lobby junto a Confederação Brasileira de Basquete para sediar a competição. A cidade ainda precisa levantar a questão financeira para finalizar seu interesse.

Mogi pode receber BMW Com o interesse da BMW em instalar uma unidade fabril no Brasil, e o anúncio do empresário José Gozzi de que a unidade pode ser erguida em Mogi das Cruzes, é notório que o município teria enormes ganhos em muitos sentidos. Os investimentos iniciais ficariam em torno de R$ 600 milhões apenas para a implantação do projeto, idealizado para a Chácara Guanabara.

Vale tem estágios sobrando Segundo o Sincovat, o Vale do Paraíba tem mais de 700 vagas de estágios não preenchidas apenas no mês de janeiro. Isso se deve à falta de pessoal qualificado, o que abre oportunidades aos recém-formados e oferece chances aos empresários de moldarem os funcionários às necessidades da empresa.

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Secretaria Municipal de Agricultura de Mogi das Cruzes deve desenvolver em 2012 um banco de dados que vai reunir informações da zona rural do município. Cerca de duas mil propriedades são responsáveis pelo cultivo de hortaliças, flores, frutas e criação de animais. Com o banco de dados, será mais fácil trabalhar as necessidades dos agricultores e promover o desenvolvimento do setor. O objetivo do Governo é acompanhar o setor de perto. "Ao finalizar o Plano de Desenvolvimento Rural, destacamos algumas prioridades, como criar este banco de dados, qualificar o sinal de Internet e telefonia, melhorar as estradas vicinais e oferecer segurança aos moradores e produtores. Quanto às informações, vamos realizar uma espécie de censo, preenchendo formulários, e digitalizaremos os dados que deverão ser atualizados sempre, mantendo uma periodicidade", explicou o secretário interino, Yusi Edagi. Outras prioridades serão cumpridas obedecendo fases. "A qualidade

dos sinais de Internet e telefonia são essenciais para os produtores realizarem a venda e manter o negócio. A qualidade das vicinais é igualmente importante, já que a mercadoria deve chegar em perfeito estado ao destino. E a segurança, discutida em diversas reuniões, consiste em pedir patrulhas rurais 24 horas por dia e também bases nos bairros mais distantes do Centro. Tudo isso estará na pauta em 2012", garante o secretário. A prefeitura também vai realizar, com o apoio da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), o tratamento especial de drenagem superficial para águas pluviais e compactação de doze estradas. "Concluímos nove quilômetros da Estrada Ken Saito, entre Cocuera e Biritiba Ussu (entre a Mogi-Salesópolis e a Mogi-Bertioga) e estamos nos preparando para os quatro quilômetros que ligam o Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcante e o Conjunto Santo Ângelo. Além disso, os dois quilômetros da Estrada do Maeda, no Pindorama", finaliza Edagi.


Região

Suzano prevê R$ 4 bilhões em investimentos dívidas de longo prazo e R$ 1,86 milhão de curto prazo, ante uma dívida bruta total de R$ 7,19 milhões registrada em junho de 2011. O cronograma de amortização da

dívida prevista pela companhia prevê o pagamento de R$ 3,61 milhões entre os anos de 2011 e 2013, R$ 2,02 milhões entre 2014 e 2016 e R$ 2,61 milhões de 2017 em diante. Fotos: divulgação

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Suzano estima um investimento de R$ 4 bilhões no plano para o ano de 2012, ante o montante de R$ 3,5 bilhões contabilizado em 2011. Deste valor, R$ 500 milhões serão alocados na manutenção de projetos e R$ 3,5 bilhões em expansão. Já para o ano de 2013, está previsto um investimento de R$ 2,2 bilhões - R$ 1,7 bilhões em crescimento e R$ 500 milhões em manutenção. Os valores não incluem investimentos que poderão ser terceirizados. De acordo com a empresa, os projetos de crescimento serão desenvolvidos com disciplina, "respeitando o equilíbrio financeiro da companhia". Entre as iniciativas para a redução de alavancagem, a empresa afirma que estão em andamento a alienação da unidade Capim Branco, que possui 81 megawatt de capacidade instalada e 51 megawatt de energia assegurada. Alienação e Dívidas Estão em andamento ainda a alienação de terras não utilizadas e a obtenção de parceria estratégica para a Suzano Energia Renovável. Em estudo ficam a pré-venda de energia, a possibilidade de terceirização de atividades não-estratégicas, a venda de determinados ativos da área de papel e a venda de participações em novos projetos da área de celulose. Em setembro de 2011, a dívida bruta da empresa somava R$ 8,25 milhões, sendo R$ 6,38 milhões como

Suzano Papel e Celulose: unidade de branqueamento e pátio de madeiras

Os números da companhia Investimentos Montante para 2012

4 bilhões

Manutenção de projetos

500 milhões

Crescimento e expansão

3,5 bilhões

Montante para 2013

2,2 bilhões

Crescimento e expansão

1,7 bilhões

Manutenção

500 milhões

fevereiro 2012

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Cenário

Empresas planejam crescimento por fusões Cinco em cada dez corporações brasileiras pretendem crescer por meio de fusões e aquisições nos próximos três anos Veja os países onde as empresas privadas pretendem crescer por meio de M&A* Geórgia

62,5

Polônia

57,7

Chile

57,1

Holanda

53,8

México

53,5

Bósnia

52

Filipinas

49,5

Quais as nações onde menos se planeja esse tipo de crescimento **

D

ados do International Business Report (IBR- 2011) da Grant Thornton revelam que 46,4% das empresas brasileiras planejam expandir por meio de Fusões e Aquisições (M&A) nos próximos três anos. A maioria (60%) tem como objetivo ampliar o acesso geográfico a novos mercados, seguido pelo interesse em adquirir novas tecnologias ou novas marcas (56,7%) e acesso a custos operacionais mais baratos (51,1%). A pesquisa engloba mais de 11 mil empresas em 39 países. Segundo o sócio da Grant Thorn-

16

ton Brasil, Octavio Zampirollo, o estudo mostra que o Brasil se tornou atrativo para os investidores. "O dado reflete, por um lado, a concentração de riqueza econômica no Sudeste, e por outro, a grande necessidade de desenvolvimento das outras regiões, tanto em termos socioeconômicos, como também geopolíticos". Já na China, país onde 43,3% das companhias pretendem crescer por meio de M&A, as duas principais razões são crescer em escala (76,5%) e acesso a novos mercados (71,20%). "Atualmente a China dispõe de um grande mercado interno capaz de re-

Alemanha

84,6

Tailândia

84,5

Grécia

81,8

Taiwan

78

Itália

76,5

* Em porcentagem ** Í ndice dos que não pretendem esse tipo de crescimento Fonte: International Business Report (IBR- 2011)

duzir os custos de produção em escala e de assegurar a sobrevivência da economia quando a demanda externa se retrair", diz Zampirollo. Regionalmente, os destaques são a América Latina e os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) com 47% e 42,6% dos empresários, respectivamente (a média mundial é de 33,6).


Cenário

Empreendedor Individual formaliza 1,9 milhões

O

programa Empreendedor Individual formalizou aproximadamente 1,9 milhões de pessoas, segundo dados do Ministério da Previdência Social. Na análise dos estados que apresentaram o maior número de adesões estão São Paulo, com 442.624, Rio de Janeiro (239.031), Minas Gerais (186.931) e Bahia (151.703). O secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim,

CALLAN METHOD

INGLÊS EM 1/4 DO TEMPO

afirmou que as metas deverão ser revistas este ano, devido ao grande número de adesões. "Esperamos uma aceleração ainda maior, com a entrada de novos empreendedores, e já pensamos em estipular uma nova meta para 2012, já que a anterior, de dois milhões, está para ser superada. O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, também avaliou positivamente o programa. "Desde o início, nosso objetivo foi

Estados que mais aderiram ao Empreendedor Individual Estado

Adesões

São Paulo

442.624

Rio de Janeiro

239.031

Minas Gerais

186.931

Bahia

151.703

incentivar ainda mais a formalização destes trabalhadores, para permitir que tenham acesso à previdência".


Cenário

Vagas para executivos caíram 14% em 2011 Queda pode ter sido ocasionada pela crise financeira global

L

evantamento mensal de vagas feito pela Ricardo Xavier Recursos Humanos apontou a abertura de 23.346 posições para executivos no ano passado. O número, que representa um declínio de 13,77% em relação a 2010, mostra que as empresas sentiram o efeito da crise internacional e colocaram o pé no freio nas contratações. O mês de dezembro foi o de maior recuo para o mercado de trabalho. No período, foram ofertadas 1.215 oportunidades, o que equivale a uma diminuição de 37,27% na comparação com novembro. "Mas o ano não foi de todo negativo para os profissionais. Talentos de áreas como Engenharia, Comercial, Recursos Humanos e de Compras foram disputados, e muitas companhias até reclamaram do aumento dos salários dos contratados", destaca João Xavier, diretor geral da empresa. Para ele, o aumento da remuneração é justamente reflexo da valorização profissional. Setores ganharam destaque No último mês do ano, a área Comercial liderou as contratações, sendo a responsável por 15,1% do total de vagas abertas. Engenharia ocupou o segundo lugar no ranking, com 11,7% das oportunidades, seguida

18

Foto: divulgação

Confira a lista das dez graduações que mais se destacaram no período * Engenharia

21,86

Administração

14,09

Ciências Contábeis

pela área Administrativa, que ofertou 6,3% das posições. Na sequência, os setores que também se destacaram foram: Financeiro (6,1%), Marketing (4,8%), Tecnologia da Informação (3,7%), Recursos Humanos (3,5%) e Compras/Suprimentos (3,4%). Assim como nos meses anteriores, em dezembro os engenheiros permaneceram na liderança dos profissionais mais procurados no mercado, com 21,86% do total das oportunidades. Empresas brasileiras abriram 79,26% das novas oportunidades de emprego, sendo o restante das vagas oferecidas por multinacionais.

6

Economia

5,43

Publicidade e Marketing

3,03

Direito

2,97

Comunicação

1,39

Psicologia

1,20

Arquitetura

1,14

Tecnologia da Informação

0,88

* em porcentagem ** fonte: Ricardo Xavier Recursos Humanos

Levantamento não representa a totalidade das vagas abertas no país. Veja as cidades com maior oferta.* São Paulo

44,12

Campinas

18,44

Salvador

13,33

Porto Alegre

12,43

Belo Horizonte

7,24

Rio de Janeiro

4,44

* em porcentagem ** fonte: Ricardo Xavier Recursos Humanos


Cenário

Ponto eletrônico adiado de novo Ministério do Trabalho adiou pela quinta vez a adoção do ponto eletrônico impresso, desta vez entre abril e setembro de 2012

A

nova data fixada pelo ministério está entre abril e setembro, de acordo com os setores de atividade econômica. O ponto eletrônico passaria a valer a partir de 1 de janeiro de 2012. Agora, a partir do dia 2 de abril próximo, o novo ponto eletrônico passa a valer para as empresas que exploram atividades na indústria, no comércio em geral e no setor de serviços, incluindo, entre outros, os

financeiros, de transportes, de construção, de comunicações, de energia, de saúde e de educação. Em 1 de junho, a obrigatoriedade entra em vigor para as empresas que exploram atividade agroeconômica. E a partir de 3 de setembro, valerá para as microempresas e empresas de pequeno porte. A adoção do ponto eletrônico vem gerando divergências entre os setores

sindicais e as confederações patronais. Para os sindicatos, a exigência vai evitar que os trabalhadores façam horas extras e não recebam por elas. Já as entidades sindicais patronais argumentam que a adoção do ponto eletrônico pode gerar altos custos, principalmente para as pequenas empresas. Segundo o Ministério do Trabalho, a regra está sendo adotada para evitar fraudes na marcação das horas trabalhadas.

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Cenário

Recalls crescem 100% no Brasil em oito anos Em 2011 foram realizados 75 chamamentos no País, mas número ainda está bem abaixo de outros países. Líderes ainda são carros e motos

20

que subiu para 75 em 2011. O Código de Defesa do Consumidor determina que o fornecedor do produto defeituoso faça uma ampla campanha de chamamento com

divulgação em rádio, jornal e TV. Não pode haver custo para o consumidor. Além disso, é obrigatório comunicar o recall às autoridades de defesa do consumidor. Fotos: divulgação

A

legislação brasileira estabelece que, sempre que um produto apresentar algum defeito e colocar em risco a saúde e a segurança do consumidor, a empresa deverá fazer uma campanha de chamamento para corrigir o defeito, sem nenhum custo. Esse procedimento é conhecido como recall. Em 2011, foram feitos recalls de 75 produtos no País. Veículos e motocicletas lideram a lista, com 41 e 14 campanhas, respectivamente. O número ainda é bem diferente de outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram anunciadas cerca de 60 campanhas de chamamento só em dezembro. "Quando há o reconhecimento de eventual risco para o consumidor, a realização da campanha de chamamento elimina o risco e pode evitar acidentes de consumo", avalia Juliana Pereira, diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça. Segundo ela, o mercado precisa compreender que realizar o recall, quando necessário, é uma demonstração de transparência e respeito ao consumidor. Ao longo dos últimos anos, o número de campanhas no Brasil aumentou. Em 2003, foram 33 campanhas de chamamento, número

Chamamentos de 2003 a 2011 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* Veículos

29

29

26

27

28

27

36

51

41

Motocicletas

0

2

5

5

1

6

8

13

14

Medicamentos

2

4

5

3

3

1

1

0

0

Produtos

1

3

1

1

7

6

5

7

17

Informática

1

1

1

4

0

3

1

0

0

Brinquedos

0

0

0

4

4

2

0

4

0

Alimentos

0

1

0

0

1

1

1

2

3

Total

33

40

38

44

44

46

52

77

75

*Recalls até 28/12


Cenário

Empreendedores pretendem ampliar o negócio Pesquisa revela que quase 70% dos empreendedores planejam expandir ou diversificar os negócios

A

nalistas se dizem surpresos com a pesquisa que foi divulgada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN), onde 69,7% dos pequenos e médios empreendedores brasileiros dizem planejar a expansão ou diversidade dos negócios em 2012. Outros 27,9% disseram que deverão conduzir a empresa sem grandes mudanças. A pergunta que gerou esses dados foi "O que você mais deseja profissionalmente em 2012?", feita com exclusividade para a publicação. O universo da pesquisa abrangeu 1.200 empreendedores, que foram entrevistados pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em parceria com o banco Santander, entre os dias 1 e 5 de setembro de 2011. Participaram os setores da indústria, do comércio e de serviços.

O superintendente de Pequenas e Médias Empresas do Santander, César Fischer, se disse bastante surpreso com o resultado. "Jamais imaginei uma resposta como essa. Se alguém me perguntasse, eu diria que a porcentagem dos que querem expandir chegaria a 25%, no máximo", disse. Para o professor do Insper, José Luiz Rossi Junior, os números mostram que a confiança na realização de investimentos cresceu. "O empreendedor está vendo problemas a curto prazo, mas está esperançoso no médio e longo prazo", analisa. Queda na confiança Se de um lado, a visão dos empreendedores é positiva, do outro, a confiança diminuiu: passou de 73,7 a 73,4 pontos numa escala de 0 a

      

100, de acordo com o Índice de Confiança de Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN). O estudo é realizado trimestralmente. Na última semana de 2011, a Serasa Experian divulgou indicador apontando que a partir do primeiro trimestre de 2012 a economia inicia um novo ciclo de crescimento.

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Cenário

Inadimplência volta a crescer De acordo com SCPC, índice aumentou mais de 5% em 2011 meses do ano, com cinco elevações consecutivas na taxa básica de juros, foi preponderante para consolidar um quadro de maior endividamento das famílias, em função do custo mais caro do crédito e do estancamento das linhas de financiamento de longo prazo. "Tivemos juros mais altos e inflação persistente durante todo o ano, e isso gerou um impacto significativo no poder de compra do brasileiro", disse.

Recuperação de crédito

D

e acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inadimplência do consumidor aumentou 5,34% em 2011. O resultado é o oposto dos números de 2009 e 2010, que estavam em baixa. O resultado de 2011 decorre de onze elevações consecutivas da taxa durante o ano, levando-se em comparação o confronto com os mesmos meses de 2010. A última alta registrada ocorreu em dezembro, quando houve expansão de 2,29% sobre os resultados do último mês de 2010. Em 2011, o valor médio das dívidas não-bancárias (que incluem cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços com telefonia e fornecimento de energia e água)

22

foi de R$ 320,63, uma queda de 17,3% na comparação com 2010. Já títulos movimentados e cheques sem fundo apresentaram elevação de valores médios de 16% e 8,4% respectivamente. Na avaliação do Serasa, o aumento dos juros afetou a capacidade de pagamento do consumidor. Já para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, a inadimplência mais alta em 2011 é resultado da instabilidade econômica provocada pela crise financeira internacional e as consequências que ela gerou no humor das economias, como a perda de confiança no mercado. Além disso, avalia o dirigente lojista, o equívoco na condução da política monetária nos primeiros

No que se refere aos cancelamentos de registros, que dão medida ao nível de recuperação de crédito no varejo, o resultado do ano também foi mais tímido em 2011, com alta de 4,94%. Um ano antes, esse índice havia variado positivamente em 5,69%. Assim como o quadro de vendas a prazo, espera-se uma melhora desses dados em 2012, já que os últimos dados disponíveis mostraram uma elevação tanto na comparação entre dezembro e novembro, com alta de 10,7%, quanto no confronto dezembro-dezembro, com 1,26%. "Em 2011, houve uma alta dos índices de recuperação de crédito e de inadimplência. Em geral, quando há alta de um, há queda do outro. Não foi o que aconteceu neste ano, mas esperamos que em 2012 esse movimento volte a ocorrer, com recuperações em alta e inadimplência em desaceleração", disse.


Cenário

Mulher paquerada no trabalho rende menos

T

Fotos: divulgação

odo mundo sabe que não devemos misturar negócios com prazer. Essa máxima acaba de ser comprovada cientificamente por uma pesquisa da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. Um estudo recente, publicado pela revista Psychology of Women Quarterly, constatou que mulheres expostas à paquera deixam de executar as atividades com a mesma desenvoltura com que realizam aquelas com relações estritamente profissionais. A conclusão veio com a observação do desempenho de 67 mulheres que tinham como tarefa completar um teste de matemática com o auxílio de um homem. Durante o teste, as mulheres que foram paqueradas pelo auxiliar tiveram resultado inferior em comparação com as que foram tratadas de forma mais profissional. Do total de

questões, a média de acerto das que não foram alvo de flerte foi de 12 questões, número que caiu para cinco no outro grupo. Os pesquisadores afirmam que a situação de paquera provoca ansiedade nas mulheres, independente de a iniciativa ser correspondida ou não. Para Sarah Gervaisa, coordenadora da pesquisa, um olhar já é o suficiente para despertar os estereótipos sexistas no ambiente de trabalho. "Isso gera nervosismo e ansiedade na mulher. A distração e o mau desempenho nas tarefas seriam consequências desses sentimentos". O mesmo teste foi aplicado de forma invertida, ou seja, como homens respondendo as questões, e auxiliados por mulheres. Curiosamente, neste caso, não houve diferenças nos resultados obtidos.

Anfavea: novo recorde

O

Brasil atingiu a marca de 3,63 milhões de automóveis vendidos em 2011, segundo dados da Anfavea. O número é o novo recorde de uma indústria que só se supera ano após ano. Em relação a 2010, o aumento foi de 3,4%, apesar da crise. Destes, 541,5 mil unidades foram exportadas, 7,7% a mais que o ano anterior. Os veículos com motor flex foram os mais vendidos (83,1%), os movidos a gasolina somaram 11% e os movidos a diesel 5,9%. Carros com motor 1.0 responderam por 45,2% das vendas e os superiores a 2.0, por 1,2%. A participação de importados no total das vendas, enquanto isso, disparou a 27% ante 25,7% em novembro e 21,7% um ano antes. Apesar do aumento em meados de dezembro do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos importados, muitos distribuidores comercializaram estoques durante o mês, sem alterações de preços, informou na véspera a associação de concessionárias Fenabrave. Com isso, as vendas de importados em dezembro subiram mais que as de veículos nacionais, a 14% sobre novembro e a 13,8% no comparativo anual. As exportações do setor em dezembro somaram US$ 1,34 bilhão, queda de 2,7% sobre novembro, mas salto de quase 25% sobre um ano antes. No ano, as vendas externas dispararam 20,6%, a US$ 15,48 bilhões, ficando acima dos US$ 13,1 bilhões previstos pela Anfavea. fevereiro 2012

23


Cenário

Dez públicos-alvo que você

E

não pode ignorar em 2012

m pouco mais de 10 anos, o mercado consumidor brasileiro se expandiu rapidamente com o avanço de milhões de pessoas para classes sociais superiores. No cotidiano, isto pode ser observado na popularização de produtos e serviços que eram sofisticados como smartphones,

banda larga, jantares, ou ultrasofisticados como carros importados, viagens internacionais e tratamentos estéticos. Mas depois deste período, os próximos anos tendem a ser encobertos pela crise econômica europeia e pelo patamar de juros no Brasil que tende a implodir a saúde financeira dos que

fizeram dívidas de longo prazo. Mas o futuro ainda apresenta diversas oportunidades para empreendedores que sabem planejar antecipadamente suas ações. Desta forma, empresários que lidam diretamente com o público final precisam estar atentos a, pelo menos, dez públicos em 2012. Por Marcelo Nakagawa

1

2

"Iguarzinho" ao da "capitar": Conceitos de negócios já

Melhor idade: Depois da classe C, a próxima grande

validados em grandes capitais estão sendo demandados pela população das cidades do interior. Esta população quer as mesmas facilidades e sofisticações encontradas nas capitais. Um exemplo são as padarias gourmets, onde é possível tomar café da manhã, almoçar, jantar e fazer um lanchinho na noite.

tendência que inevitavelmente se tornará realidade é a emergência do consumo do pessoal da terceira idade. Esta população ainda é mal atendida com produtos feios, sem design inteligente e caros, e serviços descuidados e até desrespeitosos. Um dos mercados que começa a se organizar melhor, apesar do amadorismo, é o de viagens para o público da terceira idade.

3 Em pânico: Infelizmente, o pânico da violência urbana se

expande rapidamente para municípios de qualquer porte. Há um público em um pânico cada vez maior que consome soluções de segurança residencial, privada e patrimonial. Mas isto também implica em uma demanda maior por serviços de comunicação, rastreamento e monitoramento de pessoas, veículos e ambientes.

24

4 Galinha morta: O endividamento não planejado e a piora do cenário mundial estão contribuindo para a formação de um público com dívidas complexas que financiou imóveis, veículos e produtos eletrônicos. Isto tende a criar um mercado consumidor ruim conhecido pelo jargão "galinha morta", para pessoas que precisam se desfazer da dívida, mesmo que isto signifique grandes perdas econômicas.


Cenário

5

6

Um melhor: Mas os que conseguirão manter seu status

Consumidor virtual: Não há volta para o comércio

econômico ou até melhorá-lo tendem a buscar produtos e serviços melhores. Se estiver acostumado com um determinado restaurante, buscará "um melhor". Se tiver um determinado aparelho celular, pensará em comprar "um melhor".

eletrônico. Ele só tende a crescer. Os sites de compras coletivas empurraram milhões de brasileiros que ainda não tinham tido a coragem de digitar o número do seu cartão de crédito em um site. Depois disso, estas pessoas se acostumaram a comprar online e isto só tende a se consolidar. Mas a compra virtual também acontecerá de empreendedores locais e também de produtos mais perecíveis. Diversos sites estão, por exemplo, oferecendo serviços para que pequenos artesãos divulguem sua atividade na Internet.

7 Pais consumistas e conscientes: O otimismo econômico também incentivou casais a terem filhos. Mas estes pais frescos também são mais "frescos" no que diz respeito àquilo que compram para seus filhos. Alimentação mais saudável, entretenimento mais educativo, viagens para locais de lazer seguro, escolas com propostas pedagógicas mais modernas são algumas características deste mercado.

8 Coluna do meio: Outro mercado que cresce sem pa-

rar é o de homossexuais e é fato, que a imensa maioria dos empresários não sabe como lidar com este público que tem um imenso poder de consumo. Os poucos que acertam, não têm do que reclamar. Muitas construtoras adoram atender este público porque são mais sofisticados e, é claro, gastam mais. Os donos de pet shops sabem que, se bem atendidos, são fiéis e ainda divulgam para outros conhecidos. Em muitas empresas será a coluna do meio que sustentará o negócio.

9 Fast fashion: É um termo que poderia ser traduzido

como moda passageira. Isto sempre existiu, mas com a Internet, o número de produtos e serviços associados a uma grande moda passageira não para de crescer. Os mais antigos se lembrarão da pulseira Sabona e os mais jovens da Powerbalance. Duas modas super passageiras, mas que chamaram a atenção. Se uma loja tivesse isto na vitrine, as pessoas paravam para ver. O mercado de consumidores fast fashion exige empreendedores antenados e que fazem pequenas apostas de produtos que geram muitos comentários e "likes" no Facebook.

10 Sombra e água fresca: O ser humano é vagabundo por

natureza. Se tiver um jeito mais rápido e fácil de fazer algo ele logo se interessa. Desta forma, o mercado que sempre estará na moda é o que oferece um aumento da percepção da conveniência. Se você vende um produto ou presta um serviço, se torná-lo mais conveniente para o consumidor final, tenha certeza, que venderá mais.

fevereiro 2012

25


Economia

Novo salário mínimo Como será o impacto na economia nacional?

Cerca de R$ 47 bilhões serão injetados na economia brasileira em 2012 com o reajuste do salário mínimo. Saiba como o aumento afeta trabalhadores e empresas 26


Economia

C

om a entrada em vigor do novo mínimo de R$ 622, cerca de R$ 47 bilhões devem ser injetados na economia brasileira, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O reajuste não deve causar pressão nas contas públicas, apesar da diferença de 9,2% em ganho real para o trabalhador. O aumento de R$ 77 deve trazer uma despesa adicional R$ 19,8 bilhões para a Previdência Social. Mas a arrecadação sobre o consumo deve compensar esse gasto com saldo positivo de R$ 22,9. O coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado, garantiu que o reajuste está de acordo com o orçamento do Governo. "O aumento está perfeitamente dentro das possibilidades das contas públicas. O governo tinha, inclusive, espaço para arredondar o salário para R$ 625, como já fez em anos anteriores". Oliveira também esclarece que os setores mais beneficiados pelo aumento do mínimo serão o alimentício e o de bens de consumo semiduráveis, como calçados e vestuário, isso porque são indústrias mais sensíveis ao ganho salarial da população de baixa renda. Para onde vão os R$ 47 bi? No contexto geral, aproximadamente 47,6 milhões de pessoas, entre beneficiários da Previdência e trabalhadores, vão ser beneficiados, pois pouco mais da metade dos trabalhadores (50,3%), recebe até um salário mínimo. Parte dos recursos devem ser direcionados para o pagamento de

Classes C e D têm crise? O Instituto Data Popular realizou um estudo em que aponta que os consumidores da classe C serão os principais beneficiários do aumento do salário mínimo. Os indicadores antecedentes da economia brasileira já mostram uma recuperação para o segundo semestre, o que não traria grandes consequências para a classe assalariada. O que vai determinar se existe crise ou não para a classe assalariada é o nível de contágio da economia brasileira em relação a crise da Europa; se o contágio fosse muito forte, obviamente as empresas adiariam projetos de investimentos e demitiriam, mas até o momento com os dados e indicadores disponíveis este contágio teve um efeito limitado, e a partir do segundo semestre a economia voltará a crescer num ritmo mais acelerado. A Classe C continuará crescendo e deverá chegar a 113 milhões de pessoas em 2014, o que representa 56% da população brasileira. A continuidade da oferta de crédito deve garantir a expansão dessa classe. * fontes: Richard Rytenband, economista pela PUC-SP e especialista em investimentos e Fernanda Della Rosa, assessora econômica da FecomercioSP

dívidas e consumo, acredita o economista e especialista em investimentos Richard Rytenband. "A economia brasileira sofreu uma forte desaceleração no último trimestre do ano passado. Com o agravamento da crise da Europa, o aumento do salário mínimo aliado a redução da taxa básica de juros vão impulsionar a recuperação da atividade econômica a partir do segundo semestre", explica. Alguns indicadores antecedentes já confirmam esta recuperação para o meio do ano. A assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fernanda Della Rosa, também acredita que as pessoas devam utilizar o aumento do mínimo para o pagamento de dívidas ou gastar o excedente que receberam na compra de novos produtos. "No Brasil, estima-se que cerca de 17 milhões de pensionistas recebam remuneração vincula-

da ao salário mínimo. Para este grupo o aumento de R$ 77,13 representa um adicional anual de R$ 17 bilhões. Além dos pensionistas, pouco mais de 11 milhões de trabalhadores recebem formalmente salário mínimo. O efeito anual desse acréscimo será de cerca de R$ 11 bilhões. Com a injeção desses recursos na economia o comércio tende a apresentar aquecimento nas vendas", prevê. A aposta do Governo para o crescimento da economia está baseada na expansão do crédito. "Embora o aumento do consumo sempre cause preocupação sobre a ocorrência de possíveis pressões inflacionárias, o Governo está atento sobre a evolução dos índices e atuará se necessário", lembra Fernanda, e explica que no primeiro semestre de 2010, o Governo adotou diversas medidas de restrição ao crédito que foram, no segundo semestre, revertidas. "A última medida foi a redução dos empréstimos compulsórios". fevereiro 2012

27


Economia

Contratações formais

Contratações informais Geralmente, o reflexo do aumento do salário mínimo não afeta as contratações nem o mercado informal de contratações, explica Ferreira. "A informalidade possui outros fatores que favorecem seu crescimento, como a alta incidência de encargos sobre a mão-de-obra, especialmente". Para ele, categorias que estão muito próximas do salário mínimo, como aquelas de mão-de-obra de baixa qualificação, sofrerão acréscimo em custos. "Mas isso já é tradicional quanto ao repasse, de forma que os clientes que contratam tais empregados receberam com naturalidade o repasse". Rytenband já coloca que, com a desaceleração da economia brasileira, o ritmo de contratações formais ou informais está se reduzindo. "Com os dados e indicadores antecedentes disponíveis a partir do segundo semestre este quadro começará a ser revertido", espera.

Ferreira: pisos estaduais vão sofrer reajuste para não ficar próximos do piso nacional

Akl: as empresas já precificaram eventuais aumentos de custo em função do reajuste

Fernanda: com a injeção desses recursos, comércio deve apresentar aquecimento

Fotos: divulgação

Sempre que o salário mínimo é reajustado com valores acima dos da inflação, aumenta o poder aquisitivo dos aposentados e daqueles que estão em início de carreira, como, por exemplo, a geração do "primeiro emprego". "Mas, há outros efeitos: certamente o valor impulsionará os pisos salariais de categorias profissionais que fiquem muito perto do mínimo, levando os sindicatos a buscarem aumentos acima da inflação, pelo menos neste item", explica o diretor jurídico da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), Wolnei Ferreira, e lembra que haverá aumento nos adicionais que são vinculados ao salário mínimo, especialmente o de insalubridade. "Também os pisos estaduais, fixados pelos governadores de Estado, deverão sofrer reajustes maiores, para não ficarem próximos do mínimo nacional", completa. No entanto, Wolnei acredita que o mercado de contratações sofra com reflexos negativos,

já que a grande maioria das categorias já possui valores acima do salário mínimo (o governador Geraldo Alckmin já fixou o novo mínimo estadual em R$ 690, ou seja, aumento de R$ 90). Rytenband esclarece que o aumento do salário mínimo isoladamente não será responsável pela aumento de contratações, mas será mais uma variável que vai impulsionar a recuperação da atividade econômica. "Em 2012 teremos baixo crescimento, mas para 2013 devemos apresentar um forte crescimento similar a 2010". Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed, explica que a central já paga salários acima de média de mercado, de modo que não se enquadra entre aquelas que terão mais impacto com o novo mínimo. Quanto as outras empresas, ele considera: "Tudo dependerá da saúde financeira de cada uma. De maneira geral, as empresas já precificaram eventuais aumentos de custos em função do novo salário".

28


Economia

Terceirização e repasse de valores Rytenband diz que o aumento dos custos automaticamente é repassado aos clientes, num movimento que intensifica a distorção da precificação dos bens e serviços no País. "O brasileiro acaba pagando muito mais do que deveria por um bem e serviço, quando comparado com um similar oferecido no exterior". Já Alcântara, da FMU, afirma que o custo variável das empresas deve aumentar com o novo salário mínimo, mas que é pouco provável que essas empresas repassem esse aumento aos clientes. "Dado que com a demanda interna pouco aquecida, aumentos de preços podem fazer com que os clientes migrem para empresas que mantenham os preços". Fernanda também duvida que o aumento do salário cause impacto negativo para as empresas, pois ele faz parte da sua composição de custos. "A formação de preços contempla custos fixos, custos variáveis e a

Rytenband: salário e taxa básica vão impulsionar a atividade econômica

margem de lucro desejada. O mercado, contudo, é concorrencial, o que limita a prática de preços elevados". Há de se considerar também que os preços ao consumidor são reajustados conforme o caso pelos índices inflacionários, pondera. Wolnei avalia que os departamentos de Recursos Humanos estruturados, com escalas salariais e quadros de carreira, não se incomodam com o reajuste do salário mínimo, pois seguem a tendência de mercado, avaliando periodicamente seus níveis de competição e retenção de mão-de-obra. "Assim, os salários mais altos não devem ser afetados, pois são medidos por vários outros fatores, não pelo salário mínimo".

um problema estrutural que eleva os salários, assim como nos setores que possuem um sindicato forte, como o dos bancários, que ano após ano organiza greves para reivindicar aumentos reais. "Com o forte crescimento econômico dos últimos anos e a manutenção deste cenário, será muito comum este tipo de movimento; cabe ao Governo reformar os tributos trabalhistas e permitir que a precificação dos bens e serviços no país não sofra distorções, com o repasse do aumento dos custos", aconselha Rytenband, e completa: "No atual momento, se compararmos o custo de bens e serviços produzidos no Brasil com o de outros países já vamos verificar tal distorção, criada pelo excesso de impostos".

Relação funcionário-empregador Com uma escassez de mão-de-obra qualificada que afeta uma série de setores (como de tecnologia e construção civil), em casos como este, existe

Alcântara: os importadores serão os mais beneficiados com o aumento do mínimo

Índices de confiança O crescimento da renda afeta positivamente o Índice de Confiança do Consumidor. A escala varia de 0=pessimismo total a 200=otimismo total. Em dezembro, o ICC da FecomercioSP ficou em 158,2, apontando elevada confiança dos consumidores entrevistados. O principal fator que está contribuindo para este alto índice é o bom desempenho do mercado de trabalho. "Os últimos dados divulgados pelo IBGE apontaram que, na Região Metropolitana de São Paulo RMSP, a Taxa de Desocupação em outubro de 2011 ficou em 5,6% da população contra 6,1% registrada para setembro", explica Fernanda. A massa salarial cresceu 0,5% em relação ao mês anterior chegando 16.341 milhões. "Na trajetória do ano, o valor mais elevado foi apontado em julho quando foi registrada uma massa fevereiro 2012

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Economia

salarial de 16.450 milhões. Esses são os fatores que aumentam a confiança do consumidor", conclui. Akl complementa dizendo que o processo de recuperação do salário mínimo começou na segunda metade da década de 1990, após o advento do Plano Real. "Então, esses reajustes não surpreendem as empresas, que já consideram essa realidade em seus planejamentos". O presidente da Central Unimed conta que toda vez que a economia cresce, o segmento de saúde suplementar é impactado positivamente. Portanto, as empresas mais suscetíveis ao reajuste do salário mínimo (alimentos, bebidas, têxteis) tendem a contratar mais pessoal e a ampliar a oferta de planos de saúde como benefício contratual. "A inflação da medicina, formada por honorários médicos, custos hospitalares e laboratoriais, é bem diferente da que norteia os demais segmentos econômicos. Logo, não haverá, em nossa avaliação, um peso maior para os clientes dos planos de saúde, devido ao novo salário", finaliza. Em 2012, 75% do que for injetado na economia será destinado à classe média que consome produtos importados. Apenas 12% desse montante serão destinados as camadas mais baixas da população, de acordo com o instituto Data Popular. "Dessa forma, apesar da indústria nacional ganhar com o aumento do salário mínimo, os importadores serão os maiores beneficiados com esse aumento", sugere Alcântara. Sobre os índices de confiança, ele conclui: "Os índices devem aumentar, dado que a situação pessoal dessa melhoria aumenta o consumo, e assim melhora a

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A Era de Ouro dos Consórcios O aumento do salário mínimo afeta positivamente o sistema de consórcios. Será natural que, nos primeiros meses, haja uma tendência ao consumo de produtos diversos até então não consumidos e mais desejados, como, por exemplo, no setor de alimentação. Só num segundo momento o foco deixará de ser dirigido a esses produtos e passará para o consumo de bens duráveis ou formação de poupança. E o consórcio oferece uma vantagem expressiva ao consumidor: a formação de poupança com objetivo definido. É assim que é definido o setor de consórcios pelo presidente da ABAC (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios), Paulo Roberto Rossi. "Se atentarmos para o valor do aumento, R$ 77 (14,13% a mais do que o salário mínimo anterior), é aproximadamente o valor de uma parcela mensal em um consórcio de motos". É importante lembrar que o consórcio é considerado um bem de futuro, por isso o consumidor se sente mais seguro em seu emprego, com salário maior, e pode pensar em formar ou ampliar seu patrimônio pessoal ou familiar. Pesquisa realizada pela Quorum Brasil, a pedido da Abac em 2010, identificou participação maior da classe C na compra de consórcios (veja gráficos).

motocicletas 14%

2006

28% 2009

2010

10%

1%

35%

56%

55%

26%

71%

automóveis 2006 12%

39% 48% 31%

2009 14% 2010

3% 31%

54%

64%

A B C


EDUCAÇÃO INFANTIL ( PERÍODO INTEGRAL) ENSINO FUNDAMENTAL I ( PERÍODO INTEGRAL) ENSINO FUNDAMENTAL II ENSINO MÉDIO CURSO PRÉ-VESTIBULAR ETAPA

UNIDADE I 4724-9090 UNIDADE II 4723-8789

www.colegiobrasilis.com.br


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China:


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Espelho para o desenvolvimento brasileiro? O brasileiro reclama da invasão de produtos chineses no mercado nacional, mas não consegue ser competitivo em relação aos produtos "made in china". O que empresários, indústria e Governo podem fazer para reverter esse quadro? Por Vides Júnior Fotos Divulgação

Às vezes aliada, às vezes concorrente, o fato é que o brasileiro reclama da invasão dos produtos da China, mas na comparação de preços, acaba optando pelo produto chinês. Se antes o Dragão do Oriente era um mero "copiador", hoje desenvolveu tecnologia própria, com preço baixo e facilidade de penetração em qualquer mercado. Dentre os empresários brasileiros, existe uma quase-revolta diante do que chamam de "competitividade injusta", mas quando têm a chance, não pensam duas vezes para entrar no mercado chinês, o mais cobiçado do mundo. Diante de tanta complexidade, o que pode ser feito para que o Brasil tenha tanta competitividade quanto nossos concorrentes orientais? fevereiro 2012

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A

relação da China com a globalização pode ser comparada a um namoro que evolui rapidamente para o casamento. A antiga fórmula ‘salários miseráveis+clonagem de produtos+exportações’ está mudando. Hoje, os salários estão melhores, os trabalhadores mais qualificados; o país forma um sem-número de especialistas de diversas áreas e já tem uma forte indústria própria, que não mais copia produtos do ocidente, mas que desenvolve novidades que são abraçadas pelo mundo todo. Se algo tem mudado com enorme lentidão, são os preços baixos. O gigante chinês continua com os preços mais competitivos do mercado global, e se antes era o rei da pirataria, hoje abre mercados legais, fecha parcerias com outros países e importa quantias impressionantes de tudo que possa interessar aos seus 1,6 bilhões de habitantes. Mas quando a China se abriu ao mercado, com suas parcas fábricas e funcionários desqualificados, o Brasil já tinha uma forte indústria desenvolvida. O que aconteceu para que eles nos superassem tão rapidamente? Onde o Brasil falhou, ou onde deixou de investir para que o gigante asiático nos ultrapassasse tão facilmente (e a outros países), tornando-se a segunda maior economia do planeta? E mais importante: o que podemos fazer para nos igualar ou mesmo superar os chineses?

Brasil-China, a curva crescente Se, por um lado, o brasileiro tem reclamado da invasão de produtos chineses no mercado nacional, por outro, não pensa duas vezes em com-

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Feira Internacional da Construção Civil, em Bauma, na China: reflexo do crescimento

prar o made in China quando faz a comparação de preços. O que pouca gente sabe é que, ao comprar o produto chinês, está contribuindo para a desindustrialização do país. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Mobiliário Corporativo (Abramco), Maurício Mendes Pereira, a relação entre Brasil e China tem apresentado uma curva extremamente crescente nos últimos anos. "Certamente, o que impulsiona este crescimento está relacionado com a política externa da China com relação ao mundo, ou seja, a China está se preparando cada vez mais para se tornar um grande produtor para todos os mercados, principalmente para os países emergentes, devido ao seu consumo crescente". A relação Brasil-China é uma relação de benefício mútuo muito grande para ambos e cada vez mais importante à medida que as relações comerciais dos dois países se aprofundam. Somente no ano passado, o fluxo de comércio entre os dois paí-

ses alcançou, incluindo exportações e importações, U$ 77 bilhões, o que representa um aumento de quase 39% na comparação com 2010, informa o diretor da Prática Chinesa da KPMG no Brasil, Daniel Lau. "Somente as exportações do Brasil para a China cresceram 44% de 2010 para 2011 e as importações aumentaram 29% no mesmo período. Isso vem de um ciclo longo de crescimento do comércio exterior dos dois países e que, em 2011, atingiu uma marca histórica de superávit brasileiro de U$ 11 bilhões". O executivo explica que esse fluxo, ao mesmo tempo que é positivo para o Brasil, também o é para a China, através da importação de commodities. "Ao mesmo tempo, nos últimos anos temos visto um grande aumento de investimentos (diretos e indiretos) chineses no Brasil. São grandes marcas chinesas chegando no País. E existe mais empresas pesquisando o mercado e que vão desembarcar aqui". A gerente de comunicação da Classe, uma das maiores importadoras


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no segmento de bens de consumo do Brasil, Eliane De Martini, esclarece que as relações entre Brasil e China são muito antigas e nunca houve conflitos bélicos entre os dois países, o que facilita muito as relações e o entendimento entre ambos. "Brasil e China podem ser considerados economias complementares. A China precisa dos alimentos que o Brasil produz em abundância e o Brasil necessita da alta tecnologia produzida pela China. Além disso, enfrentam dificuldades bem semelhantes, como distribuição de renda problemática e alto índice de disparidades sócioeconômicas. Os dois países acreditam que esses problemas podem ser minimizados por meio da elevação da capacidade de consumo e da melhora da qualidade de vida de suas populações, melhorando a distribuição de renda". Eliane lembra que essa troca gera empregos e empresas, tanto aqui quanto na China, além de movimentar o turismo. "Milhares de turistas chineses, bem como estudantes e empresários, visitam o Brasil todos os anos e também cresce, anualmente, o número de brasileiros em visita a China, seja a passeio ou a negócios. Ser parceiro comercial da China é, indiscutivelmente, uma das mais importantes relações no mercado internacional, já que o alto padrão de vida desfrutado na maioria das nações do mundo desenvolvido é resultado direto de parcerias comerciais com a China". João Furtado, professor e pesquisador ligado a Fundação Vanzolini, explica que a relação Brasil-China se baseia em dois conjuntos de fatores, um ligado às complementaridades econômicas e o outro às ambições da China. "O Brasil possui grande capa-

O que o empresário brasileiro deve fazer para conquistar o mercado chinês? e stabelecer relações com pessoas que tenham conhecimento do mercado chinês e que sejam altamente confiáveis  c onhecer o mercado interno e as eventuais possibilidades de garantias para a operação  f azer uma profunda pesquisa de mercado, conhecer fornecedores, saber onde investir, avaliar a empresa parceira d escobrir se o tipo de empresa que vai ser desenvolvida possui prioridade dentro do Plano Quinquenal Chinês e studar a logística do país, pois não existe integração total dos meios de transporte e canais de escoamento. Contribuição: Daniel Lau e Maurício Mendes Pereira

Instalação do estaleiro norueguês Norway's Group, em Octobuoy

cidade para aumentar a produção de produtos básicos, que o crescimento chinês estimula - quantidade e preço. E a China pretende ser a manufatura do mundo e vem ocupando todos os grandes mercados, para todos os gêneros de produtos". Parceria política e econômica A importância da China para o Brasil não é apenas econômica. Brasil

e China já assinaram diversos acordos bilaterais para cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agricultura, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica, dentre outros. "Quanto maior a cooperação entre os dois países, menos dependentes dos Estados Unidos e Europa se tornarão. China e Brasil têm, atualmente, uma importante parceria para objetivos fevereiro 2012

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políticos e estratégicos e ambos são peças-chaves na diplomacia global de cada um", conta Eliane. Nos últimos 15 anos, o governo brasileiro tem se preocupado bastante em elevar a importância do Brasil no cenário político internacional. A China desempenha um papel muito importante para o crescimento da economia mundial e é um país de crescente influência no cenário internacional, explica a gerente da Classe. "O Brasil é a principal economia da América Latina e a 8ª economia mundial. Assim, é importante que caminhem juntos. Não podemos, também, nos esquecer dos BRICs, cujo peso econômico é considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial", reitera. Mendes, da Abramco, concorda: "Hoje a China representa um dos principais parceiros comerciais do nosso país, haja visto o grau de importância em nossa Balança Comercial. E isto pode ser verificado tanto nas importações como nas exportações". O maior desafio do Brasil no que diz respeito ao comércio com a China é promover a diversificação das exportações, afirmou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda, durante o programa de rádio Brasil em Pauta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). De acordo com Tatiana, a China deixou de concentrar investimentos em commodities, e passou a investir cada vez mais em indústrias, principalmente automotivas e de telecomunicações. Com um saldo comercial de significativos US$ 11 bilhões em

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Eliane: alto padrão de vida de algumas nações é resultado de parcerias comerciais

Lau: a presença de empresas brasileiras na China ainda é muito tímida

2011, as exportações do Brasil para a China crescem num ritmo mais acelerado do que as importações.

de comunicação interna. É notório, porém, aqui na empresa, o empenho, tantos dos brasileiros, como dos chineses, em conseguir entender as diferenças culturais e aprender o idioma alheio, mas, por se tratar de idiomas bastante diferentes, o aprendizado não é fácil e nem rápido". Já Lau tem opinião bem diferente. "Os maiores problemas não são a língua, nem a distância, e sim um maior conjunto de medidas e ações de aproximação entre os dois países em todos os níveis da economia brasileira pública e privada". Para ele, é preciso melhorar o nível de cooperação porque a ajuda mútua ainda é pequena diante do ‘oceano de oportunidades’ que os dois lados oferecem. "Faltam mais pessoas interessadas nessa relação e dispostas a tomar ação. É preciso ir à China e conhecer a realidade dos chineses: como eles fazem negócios, a sua cultura empresarial, o nível de competição, o ambiente em que os empresários fabricam os produtos, etc. O mercado chinês é bem

ar de obstáculos, oceano M de oportunidades Dentre os obstáculos que podem viabilizar ainda mais a relação entre Brasil e China, idiomas e culturas totalmente diferentes podem ser considerados os principais obstáculos para retardar as negociações. "Isso sem falar na diferença de fuso horário. Quando aqui no Brasil estamos chegando ao trabalho, na China eles estão chegando em suas casas para o repouso noturno. Às vezes isso causa algum problema quando há a necessidade de alguma comunicação urgente", explana Eliane. Segundo ela, a Classe mantém executivos chineses e também brasileiros em posições estratégicas da organização. "Essa ação minimiza bastante as dificuldades de comunicação com a China, mas causa alguma dificuldade


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aproveitando oportunidades a reboque dos acontecimentos". Vitória para o agronegócio

Mendes: a China representa um dos principais parceiros comerciais do país

dinâmico, está em constante mudança e não adianta querer vencer na China estando fora da China". Avaliando o lado econômico do ponto de vista do empresário brasileiro, Mendes afirma que o principal obstáculo está nas diferenças de preço decorrentes da política cambial. "Enquanto que no Brasil nossos custos relacionados a impostos, folha de pagamento, etc, fazem com que nossos insumos não tenham competitividade externa, a China, em uma direção totalmente contrária, trabalha para que seus produtos sejam realmente competitivos para outros mercados. O obstáculo está, portanto, nesta distinção dos governos para encarar o mercado externo". Furtado completa, com certa acidez: "Entre os vários obstáculos, a incompreensão do significado da China na atualidade e no futuro. Enquanto não compreendermos seriamente o significado desse novo mundo comandado pela China, vamos ficar na defensiva e

Mesmo depois da crise surgida em 2008, com a quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos, até os graves problemas econômicos agora na região do Euro, os países asiáticos mais dinâmicos prosseguem em rápido ritmo de crescimento. É natural, portanto, as esperanças voltarem-se para lá, diante das grandes oportunidades oferecidas pelos seus mercados consumidores, explica o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Neste contexto, sem dúvida, a China é o grande destaque, com participação fundamental para o bom desempenho das exportações de produtos agrícolas brasileiros. Em 2011, quando o superávit do país alcançou US$ 29,8 bilhões, a China contribuiu com nada menos do que 39%. O saldo positivo para o Brasil no comércio com os chineses foi de US$ 11,5 bilhões no ano passado, mais que o dobro do superávit de 2010, de US$ 5,1 bilhões (aumento de 125%). Como isso tende a aumentar, é fundamental termos uma visão estratégica na relação com os chineses, aconselha Carvalho. "Muitos analistas apontam que a demanda crescente dos países asiáticos é uma grande oportunidade para o Brasil. Compartilhamos dessa análise, já que esse conjunto de países com enorme população e renda recente enfrenta problemas de disponibilidade de recursos naturais. O economista Edmar Bacha, define bem esse cenário como "a era asiocêntrica".

Se uma mão coloca, a outra tira As exportações de agroprodutos brasileiros para a China deram um salto de 2,7% em 2000 para 14,4% no ano passado, segundo os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento. Em 2011, a China foi líder na importação de commodities do Brasil. O gigante asiático tem sido responsável pela manutenção de preços do agronegócio. Nos últimos anos, a importação de agroquímicos chineses contribuiu visivelmente para a queda do valor desses produtos. Se em 2006 o Brasil importava pouco mais de 11 mil toneladas, em 2011 foi de mais de 45 mil toneladas. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Se por um lado, o produtor se beneficia com a redução dos custos de produção, por outro, o crescimento das importações causa a desindustrialização do setor. "Na época da ditadura, o Brasil fabricava cerca de 80% dos defensivos agrícolas que usava. Hoje, esse número não chega a 35%", adverte o diretor executivo da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos, Túlio Teixeira de Oliveira. Fernando Marini, diretor de produto do Sindag, complementa: "Outro problema é a entrada de agroquímicos ilegais ( sem registro no Ministério da Agricultura) no País. "Hoje, o contrabando corresponde a 9% do mercado brasileiro de defensivos". A Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) se defende: "As empresas chinesas são colocadas como culpadas por tudo, muitas vezes para justificar a falta de competitividade brasileira", alfineta o porta-voz da entidade, Tang Wei.

fevereiro 2012

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portunidades para indústria O de carnes em 2012 Apesar dos problemas enfrentados pelos produtores de carne suína, 2011 foi um ano positivo. No entanto, a aposta dos produtores para este ano é mesmo a China, que vem aumentando as importações do gênero. Quem avalia é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto. Com as restrições impostas pela Rússia para a entrada de carne suína brasileira, coube ao país buscar novos mercados na China, que deve se consolidar como um mercado importante para o Brasil, não apenas em função das negociações governamentais amplamente divulgadas na mídia, mas também em função da forte restrição de oferta devido a problemas sanitários. Isso já está mudando a composição das exportações brasileiras, com a substituição da Rússia como principal comprador. Há ainda a possibilidade de abertura das exportações para Japão e Coréia do Sul, mas persistem dúvidas se o Brasil conseguirá ser aceito nestes mercados mais exigentes. Os preços internacionais das carnes devem se manter em níveis elevados devido aos baixos estoques e a problemas sanitários em vários países. Além disso, o câmbio se manterá volátil, mas em patamares superiores a 2011. O efeito dessas variáveis será o aumento das exportações, sempre considerando um cenário de controle da febre aftosa no Brasil. O mercado do luxo Com a aceleração das economias emergentes, cresce também o mer-

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Os dois lados dos empreendedores no Brasil e na China Diferenças

E nfoque das preocupações: o empresário chinês está comprometido com a alta produtividade, devido às margens de lucro enxutas

E nfoque das preocupações: o empresário brasileiro têm um compromisso social maior, seja pela política interna de suas empresas, seja por imposição das leis trabalhistas

erfil individual: chineses são mais P compenetrados, sérios e metódicos. Sua hora de almoço é reduzida e eles quase nunca deixam o escritório na hora da saída, sempre prolongam o expediente

erfil individual: O brasileiro é P mais irreverente, mais criativo, há sempre um pouco de diversão no trabalho e uma grande gama de feriados e licenças

poio do Governo: o governo chiA nês, apesar de comunista, é altamente empreendedor, incentivando todos os setores da economia em determinado momento

poio do Governo: os poucos A programas lançados pelo Governo não são suficientes para incentivar a competitividade, e perdem para os altos tributos

Semelhanças isão empreendedora: o empresário chinês passa pelas mesmas dificuldaV des que o brasileiro: concorrência, busca por espaço para venda do produto, obtenção de crédito Criatividade: ambos buscam soluções para enfrentar os desafios e problemas do comércio internacional Adaptabilidade: ambos conseguem se adaptar à realidade do mercado e ao ambiente do outro, aprendendo com a troca de experiências

cado de artigos de luxo. E sendo os países do BRIC com maior exponencial de mercado, China e Brasil, que antes passavam longe do mercado do luxo, agora lideram esses mercados. Prova disso é que a China criou um ranking de premiação com as 100 marcas mais valiosas

do mundo. A premiação, considerada o "Oscar do Luxo" é apurada pela World Luxury Association organização internacional sem fins lucrativos de pesquisa e gestão de marcas desse segmento. A lista de 2012, a primeira delas, contempla segmentos variados,


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como aeronaves, iates, carros, joias, relógios, moda, bebidas e marcas de inovação. Nas palavras da entidade, "com o fenômeno da valorização do Yuan (a moeda chinesa), a desvalorização do euro e do número de chineses viajando para a Europa em 2012, o consumo total de produtos de luxo deve alcançar 59 bilhões de euros, um número recorde". A entidade também aposta que o poder de gasto dos chineses no estrangeiro estimulará a China a se tornar o mais poderoso país comprador de produtos de luxo do mundo. O curioso é que, dentre as 100 marcas mais valiosas do mercado de luxo, apenas uma é chinesa: a Sun Valley Icewine.

Como conquistar o dragão? A entrada no mercado chinês ainda é um entrave para diversos setores de nosso país. Por exemplo: como vamos competir com produtos manufaturados com os chineses, se nossos custos são muito superiores aos custos internos da China? "Agora, quando o assunto é o agronegócio, a China representa uma grande oportunidade de crescimento para as exportações. No entanto, o governo ou as câmaras de comércio ainda fazem muito pouco se comparado aos tamanhos dos respectivos mercados", desabafa Mendes. Lau discorda. "As câmaras de comércio e entidades do setor têm

ajudado, na sua maioria, pequenas e médias empresas, o que representa apenas uma parte da economia brasileira. Muitos empresários brasileiros têm ido à China querendo fazer negócios, mas a presença de fato ainda é muito tímida frente a milhares de empresas asiáticas, europeias e americanas que já se estabeleceram por lá". Lau conta que, até 2011, mais de 300 mil empresas estrangeiras investiram na China. "Atualmente ainda existem poucas empresas brasileiras por lá, e o mercado chinês está cada vez mais competitivo e seletivo. Com isso, a janela de oportunidades para os empresários brasileiros está ficando cada vez mais restrita", adverte.


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a indústria brasileira no Brasil, E como fica? Apesar das diferenças entre as culturas comerciais entre Brasil e China, há mercados em que ambos se apresentam como potenciais competidores. "Um deles é o mercado moveleiro. Neste caso, a empresas fornecedoras de componentes para esta indústria estão, cada vez mais, encarando a difícil tarefa de competir com produtos chineses, o que inibe o crescimento da indústria nacional", alerta Mendes. Furtado lembra que esse não é um aspecto exclusivo da relação BrasilChina. "A China é competidora do mundo todo, de todos os países relevantes. Claro que pode inibir. E não será com medidas pontuais de proteção que vamos evitar isso. O desafio chinês exige seriedade, um conjunto de ações ousadas em coordenação com políticas abrangentes e consistentes". Para Eliane, o assunto é polêmico, pois como criticar o país mais bem sucedido em relação ao desenvolvimento econômico? "Os índices de

crescimento do PIB, em mais de 25 anos, são contínuos. Mas não podemos esquecer que existem diferenças gritantes entre Brasil e China. Os regimes políticos e índices demográficos são diferentes, as culturas e a história dos dois países são muito diferentes". Conforme o poder aquisitivo dos chineses aumenta, o seu mercado interno se desenvolve notadamente, a fim de atender à nova classe média em formação, explica. "Daí o surgimento de novas empresas e a instalação de multinacionais em território chinês. Algumas grandes empresas chinesas, inclusive, já têm projeção internacional, tornando o país cada vez menos dependente do mercado externo". Lau defende que, em qualquer relação comercial realizada entre dois grandes países, há setores que não se confrontam e existem outros que acabam competindo. "A China tem trazido oportunidades de desenvolvimento interno em áreas como mineração e agricultura. E a importação cada vez maior das commodi-

ties, especialmente mineração e agricultura, faz com que estas empresas façam cada vez mais investimentos, P&D e tecnologia nestas áreas. Ao exportarmos produtos como celulose ou alimentos, existe sim pesquisa de desenvolvimento e tecnologia agregada nestes produtos". Dá para seguir o exemplo chinês? Para seguir os passos da China, só para começar, o Brasil precisaria abrir mão de algumas leis trabalhistas e ambientais e reduzir os salários para garantir custos baixos. Isso geraria um conflito social incontornável. "Mas alguns exemplos podem ser seguidos. A China não teve medo do capitalismo internacional e soube tirar proveito dele, adotando ou negando os princípios do liberalismo ocidental conforme seus interesses. E tem investido incansavelmente na infraestrutura, educação e ciência", sugere Eliane. Mendes diz que podemos nos espelhar na desoneração de forma planejada. "Deve ser feita respeitando os

Brasil-Argentina quer combater invasão chinesa O combate à invasão de produtos chineses no mercado latino-americano é prioridade do Conselho Empresarial Brasil-Argentina, cuja primeira reunião deve ocorrer em meados de fevereiro. Especialistas calculam que, entre 2005 e 2009, o Brasil deixou de exportar mais de US$ 2,5 bilhões para os países da América Latina por causa da concorrência com a China. As perdas da Argentina somaram US$ 730 milhões. Entre os produtos dos dois países que mais perderam mercado para os similares chineses estão químicos, de informática, de telecomunicações e máquinas e equipamentos. Além disso, o Conselho, criado no ano passado pelas presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, buscará soluções para os conflitos comerciais en-

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tre os dois países e promoverá a integração bilateral. O Conselho terá uma secretaria executiva formada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere do país vizinho, a União Industrial Argentina (UIA). Segundo a gerente-executiva de Comércio Exterior, Tatiana Porto, o intuito do Conselho é facilitar a elaboração de propostas para os governos brasileiro e argentino. "O diálogo é extremamente importante e, em muitos casos, leva a soluções rápidas e fáceis", destaca. Além da Argentina, a CNI integra conselhos empresariais de outros países, como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Taiwan e África do Sul. Esses conselhos debatem propostas para eliminar barreiras comerciais e estreitar relações bilaterais.


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Números gigantes de um mercado gigante 5 mil  é a quantidade de fábricas instaladas apenas na cidade de Huangyan U$ 1,7 trilhões  é o PIB anual da China, três vezes maior que o do Brasil US$ 600 bilhões  é a média anual do volume de exportações 1.228  é a média de registros patentes internacionais, 5,5 vezes maior que o do Brasil US$ 5,5 bilhões  é a quantidade de títulos vendidos pela iniciativa privada chinesa em 2011

US$ 3,2 trilhões  é o mercado de títulos de dívidas, segundo maior da Ásia, atrás somente do Japão

17,3%  dos produtos brasileiros para comércio exterior foram vendidos para a China

30%  foi o aumento dos negócios nos escritórios de importação chineses em 2011

US$ 100  é o salário médio do operário chinês, um dos menores do mundo, dificilmente acompanhado de algum benefício

direitos constitucionais, para não termos o risco de ver nossas diferenças sociais potencialmente aumentadas, como ocorre na China. Porém, vejo que muitas ações poderiam ser tomadas através de reformas fiscais e trabalhistas, o que posicionaria o Brasil de forma mais contundente no cenário econômico internacional". Lau finaliza dizendo que é difícil fazer uma base de comparação. "O principal desafio está no entendimento e adaptação. Muita coisa que funciona aqui não funciona lá e vice-versa. É importante ver a China como uma sugestão; observar como as coisas são feitas por lá e adaptá-las

às necessidades brasileiras". Como exemplo, ele cita a construção civil na China, que é extremamente avançada. "Podemos citar a construção recente de um hotel cinco estrelas de 30 andares que foi feito em apenas um mês e que, mesmo assim, foi preparado para resistir a fortes terremotos. Isso é um exemplo do que pode ser copiado ou adaptado pelo Brasil e não ignorado". Quer saber mais? Leia a matéria "Do Brasil para o mundo", na página 42, e a entrevista feita com o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Fernando Ou, na página 58.


Mercado

Do Brasil para o mundo Apesar da crise financeira global, o Brasil continua batendo recordes de exportação. Mas não basta viver de commodities. O que o país pode fazer é diversificar também a produção e exportação de manufaturas Por Vides Júnior Fotos Divulgação

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Mercado

S

im. É possível diversificar nossa pauta e torná-la mais qualitativa se avançarmos em competitividade. Vale observar que hoje a participação dos manufaturados no total da exportação brasileira para o mundo é de quase 36%, sendo o restante distribuído entre básicos e semimanufaturados. Para a Ásia, a pauta está concentrada em produtos básicos (76%). Já para os Estados Unidos, temos uma fatia bem mais representativa de venda de manufaturados, de 46%, portanto uma pauta mais qualitativa. Nesse sentido, é muito importante dinamizar e aumentar o comércio com os Estados Unidos como forma de exportar mais e com mais valor agregado. As considerações estão expostas no programa "Competitividade Brasil – Custos de Transação", da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), onde são discutidas propostas para tornar o Brasil mais competitivo. "Acreditamos que é possível ampliar fortemente nossa corrente de comércio com os americanos, que representa apenas 13% do comércio internacional brasileiro hoje. Se considerarmos o tamanho da economia americana, vemos que ainda há muito potencial de expansão, e percebemos que ela começa a apresentar importantes sinais de reação, o que deve contribuir para aumentar as importações por parte dos Estados Unidos e, portanto, nossas vendas", sugere o diretor de Relações Governamentais da Amcham, Eduardo Fonseca. Potencial para diversificação Com certeza, o Brasil tem potencial para a diversificação da produção

e exportação de produtos manufaturados. Mas, para isso, é preciso políticas públicas para viabilizar esse crescimento. Nesse sentido, será importante aguardar as medidas que o Governo pretende divulgar nesse primeiro trimestre, a respeito de estímulo às exportações de produtos manufaturados. A sugestão é do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Carvalho indica que para melhorar nossas posições no comércio mundial, temos que investir mais em inovação, pesquisa, tecnologia e design, de modo a aprimorar os produtos e serviços já existentes e também os novos. "Acontece que, nesses casos, os resultados não aparecem no curto prazo. Assistiremos agradáveis surpresas a partir da utilização de ferramentas biotecnológicas para a produção de combustíveis renováveis como, por exemplo, nos etanóis e óleos. Podemos maximizar a produção sustentável de alimentos e energia, com soluções ambientalmente corretas, para mitigar os grandes problemas ligados a poluição e o aquecimento global. Diversificar, via tecnologia industrial, os produtos derivados do agronegócio também", explica o presidente da Abag. Período desfavorável e incertezas Diversificação está relacionada à capacidade produtiva, o que tem a ver com as vantagens comparativas e com a disponibilidade dos fatores de produção, mas principalmente na capacidade de consolidar essas vantagens. Isso especialmente no que diz respeito à P&D (Pesquisa &

Desenvolvimento), que, no Brasil, é algo que ainda não está ao alcance de muitas empresas, em grande parte pelos altos custos tributários relativos a esse tipo de investimento. As palavras acima são do coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Ciências Contábeis da Veris IBTA Metrocamp, faculdade do Grupo Ibmec Educacional, Fabrício Pessato Ferreira. Quanto ao aumento de exportação, essa variável é função direta da competitividade da taxa de câmbio e da demanda estrangeira. E ambas vivem um período desfavorável no caso brasileiro. "A taxa de câmbio está sobrevalorizada, em particular pela entrada de capitais financeiros, atraídos, em parte, pelas altas taxas de juros. E a demanda externa vive um momento de incertezas pela estagnação na Europa e nos Estados Unidos, além da possibilidade de desaceleração da economia chinesa. O fator "China" é o que tem favorecido o Brasil nas contas externas, porque o consumo daquele país tem elevado os preços das commodities no mercado internacional. Se a China desacelerar, os preços de produtos como soja, açúcar e aço podem cair, o que poderia prejudicar o saldo comercial brasileiro", explica Pessato. Concorrência com o BRIC Para que o Brasil tenha melhores condições de competir com países concorrentes, principalmente com os outros BRICs (Rússia, Índia e China), é urgente avançar em inovação e infraestrutura. "O Brasil está vivendo um momento positivo, mas outros países estão atuando com muito mais fevereiro 2012

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Mercado

agressividade e rapidez no que diz respeito à inovação. O País precisa discutir uma plataforma ampla de inovação e colher os frutos da ascensão social da população, da descoberta do pré-sal, de nossa atuação de vanguarda em biocombustíveis e do fato de que seremos sede de grandes eventos mundiais, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016", aconselha Fonseca, da Amcham. A boa notícia é que a maioria das empresas no Brasil planeja ampliar seus investimentos em inovação. Segundo pesquisa realizada pela Amcham durante o '3º Seminário Rumos da Inovação no Contexto Empresarial Brasileiro', em maio de 2011, quase 80% dos empresários consultados afirmaram essa intenção, enquanto 17% disseram pretender manter os aportes. "Além disso, vemos com muito bons olhos o programa Ciência sem Fronteiras. Um passo que é fundamental para o Brasil estimular o incentivo à inovação é a relação entre academia e setor privado. O estímulo do Governo Federal para que o setor privado faça parte do programa naturalmente incrementará esta relação", explica. Agronegócio, salvador da Pátria? Se o Brasil está com posição privilegiada no comércio global, a contribuição do agronegócio foi decisiva para isso. Em 2011 o setor foi responsável por 26% das exportações e mais do que o triplo do saldo da balança comercial do Brasil, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. "Os produtos básicos são os principais sustentáculos do saldo da balança comercial,

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Pessato: China deixará de ser conhecida como produtora de "ching-lings"

principalmente minério de ferro, celulose e soja em grãos. A China foi o principal destino dos produtos brasileiros. O país comprou 44,3 bilhões de toneladas. O segundo são os Estados Unidos com 25,9 bilhões de toneladas", defende Carvalho, da Abag. O crescimento das exportações para os Estados Unidos, de 2000 a 2011, teve um salto de US$ 1,1 bilhão para US$ 44,3 bilhões. "A crise econômica nos países desenvolvidos poderá configurar para o Brasil um novo ciclo de desenvolvimento econômico, tanto a ampliação do mercado interno como à inserção mais profunda da moderna agricultura e da indústria no mercado internacional", completa. A China e a Índia, durante muito tempo, competiram no mercado internacional por meio do fator de produção "trabalho". A mão-de-obra barata desses países possibilitou a venda de mercadorias para o mun-

do todo e atraiu parte expressiva dos investimentos diretos do exterior, a ponto de serem denominadas as "fábricas do mundo" na década de 1990. A China iniciou uma mudança desse padrão no início da década de 2000, com pesados investimentos em C&T (Ciência & Tecnologia), para dar o salto produtivo que a Coreia do Sul deu nos anos 1980. "E está sendo muito eficaz nesse processo. Por exemplo, as montadoras chinesas estão se tornando cada vez mais fortes em todo o mundo. Em breve, a China deixará de ser conhecida pejorativamente como produtora de ‘ching lings’ e se tornará forte em produtos de alta tecnologia", aposta Pessato. Já o Brasil ficou estagnado nesse processo. "Na segunda metade da década de 1990, o então governo FHC cometeu dois erros estratégicos importantes. Em primeiro lugar, acreditou que a estabilidade econômica por si só traria um ambiente


Mercado

Carvalho: capital estrangeiro em si não é problema, é solução

favorável à P&D e as empresas começariam a investir. Segundo, como consequência do primeiro, o Estado poderia diminuir a participação de seus gastos nessa área e se concentrar em setores que considerou mais importantes, como Educação e Infraestrutura – além dos pesados encargos da dívida pública, que então comprometiam um percentual elevado dos gastos do Governo", lembra o coordenador do Ibmec. Pessato lembra também que os governos Lula e Dilma não mudaram substancialmente essa política. Na hierarquia dos orçamentos públicos, C&T continua no "final da fila" e os investimentos em Infraestrutura continuam aquém do necessário. "É urgente que os investimentos em C&T entrem nas prioridades das políticas públicas, assim como Educação, Saúde e Infraestrutura. Os governantes precisam estar convencidos de que C&T é uma questão

de sobrevivência no comércio exterior e que, sem isso, o Brasil ficará à mercê das intempéries do sistema financeiro internacional", adverte.

rasil: risco de ser B um país agrícola? Fonseca, da Amcham, diz que temos que evidenciar os pontos positivos da economia brasileira, e a agropecuária é um deles. "No entanto, se utilizarmos os aprendizados nessas áreas, a evolução também permeabilizará outros setores da economia. O know how que temos na produção agrícola também abre portas para o Brasil realizar parcerias internacionais e trocar tecnologias com países, estimulando outras potencialidades internacionais em nosso mercado". Quanto à indústria, ele sugere que "se avançarmos em competitividade, o que envolve avanços em infraes-

Fonseca: temos que evidenciar os pontos positivos da economia brasileira

trutura, capacitação de mão-de-obra (especialmente técnica) para atender os desafios produtivos e simplificação tributária, é natural que nossa participação nas exportações aumente". Pessato esclarece que o consumo chinês no mercado internacional inflacionou os preços das commodities e o Brasil foi um dos países que mais se beneficiou desse processo, o que explica a sucessão de recordes de exportações nos últimos anos. No entanto, esse comércio é centralizado em produtos de baixo valor agregado. "Para que a indústria ganhe destaque no rol das exportações, é necessária uma política industrial que trace e efetive estratégias com essa finalidade". Ao contrário do que muitos pensam, a Abag trabalha como "entidade guarda-chuva" das cadeias produtivas, voltadas para os setores agrícola e industrial, de modo que trabalhem de forma equilibrada. "Alimento farto e barato depende de energia barata. Após fevereiro 2012

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Mercado

a chamada revolução verde, o Brasil se industrializou e se fortaleceu. Tornou-se importante player no mercado internacional. Mas terá de continuar na busca de progresso, dependente cada vez mais do domínio de tecnologias avançadas", esclarece Carvalho. A produção agropecuária envolve tecnologias de ponta nos ramos da biotecnologia e da química fina. Setores ligados a indústria da cana ensaiam passos para frente na área alcoolquímica. "Temos que dar o pulo em cadeias como das plantas oleaginosas para os diferentes óleos, do gás natural para fertilizantes, da mineração para siderurgia, do petróleo para produtos refinados".

O pré-sal O Brasil tem potencial para explorar produtos de origem petrolífe-

ra, mas não pode deixar em segundo plano a cadeia sucroenergética, um case de sucesso na consolidação da tecnologia e da gestão no agronegócio brasileiro. "São 40 anos de experiência desde o surgimento do Proálcool", lembra Carvalho. "Nas últimas décadas, o aumento da produtividade nas lavouras e na indústria de cana-de-açúcar, fruto dos significativos avanços tecnológicos, foi o grande responsável pela competitividade do etanol. E esse processo segue em frente". O Brasil pode se desenvolver como potência na área de geração de energia dos derivados do petróleo, bem como na indústria petroquímica. Desde que, obviamente, haja estratégia de governo traçada e executada para isso. "A ação do Estado, não só no Brasil, como em todos os lugares do mundo desenvolvido, foi funda-

mental para orientar os investimentos privados", avalia Pessato. "Sem tal ação, os investimentos privados não se arriscarão em empreendimentos com alto grau de incertezas e cujo retorno sobre investimento oferece longos períodos para a recuperação do capital investido".

indústria nacional é mesmo A nacional? Desenvolver a indústria nacional. Essa proposta apresenta uma problemática: boa parte da indústria nacional tem origem estrangeira. Desenvolver essa indústria fortalece, indiretamente, economias de outros países. Mas uma indústria puramente nacional pode beirar o protecionismo. Fonseca esclarece que a Amcham defende os avanços em competitividade como

Vocação, inovação e boa gestão Entrevista com José Roberto Romeu Roque, coordenador do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais. imPRESSo: Como podemos concorrer com a China e a Índia, por exemplo, que realizam grandes investimentos em inovação e também em infraestrutura? Romeu Roque: Somente com melhorias institucionais que garantam investimentos privados de longo prazo, mesmo que sejam através de parcerias público-privadas. A melhoria institucional passa pelo estrito controle da corrupção, gestão adequada de conflitos, de interesses, fortalecimento dos órgãos de proteção da concorrência e simplificação da legislação trabalhista e tributária.

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imPRESSo: Já somos um dos maiores exportadores de commodities do mundo. É possível agregar também a indústria manufatureira nesse rol de exportações recordes? Romeu Roque: Ser um país agrícola é uma de nossas vocações. Porém a indústria de outros setores pode se beneficiar dessa característica. Nosso país poderá ser forte com agricultura altamente competitiva e a indústria também poderá, em nichos específicos existentes e com as melhorias institucionais já comentadas. Não vejo antagonismo insuperável em ter-se indústria, agricultura, comércio e serviços saudáveis e fortes imPRESSo: A questão tributária é um grande empecilho para o desenvolvimento do nosso mercado externo. Como resolver essa questão?


Mercado

chave para o sucesso de toda economia. "Quando uma economia é competitiva, não há necessidade de adotar políticas protecionistas ou reserva de mercado. Indústria nacional e protecionismo são questões diferentes. O que o País deve, e tem se estruturado para fazer, é desenvolver o setor industrial, e não a indústria de capital estrangeiro, e aqui novamente faz-se fundamental o desenvolvimento e avanço concreto da competitividade do País". Carvalho conta que a China encontrou algo que oferecia vantagens comparativas de curto prazo; no caso, produtos fabricados com mão-de-obra barata – mas não se deixou iludir pela teoria econômica que defende a tese de que as mesmas vantagens comparativas mantêm o equilíbrio no longo prazo. "Com o tempo, a diversificação, os investimentos em capacidade pro-

dutiva e em tecnologia são os itens que asseguram a verdadeira independência econômica". Para o presidente da Abag, o capital estrangeiro em si não é problema. É solução. "Desde que seja utilizado de forma estratégica, integrando-o à indústria doméstica e aos centros de pesquisa. Pensar em indústria puramente nacional é um equívoco em termos de estratégia para política industrial, porque simplesmente é inviável. A China, por exemplo, não fortaleceu a indústria automotiva sozinha, mas sim, desenvolveu tecnologia integrada a empresas de países como Estados Unidos, Itália e Japão. Hoje em dia, nenhum país conseguirá "dar o salto" sozinho. Pensar em indústria puramente nacional pode induzir os governantes a executar políticas equivocadas, como a "Lei de Reserva de Mercado" do período militar", alerta.

Romeu Roque: Simplificando a legislação tributária, aumentando a eficiência do serviço público e realizando gastos públicos corretos. Entendemos que não há necessidade de reduzir os gastos públicos em valor absoluto. Basta mantermos o seu valor. O próprio crescimento da economia propiciará a redução percentual dos gastos em alguns anos. Sem corte de gastos pode-se chegar à uma carga tributária adequada e saudável para o crescimento do Brasil. imPRESSo: Como criar uma indústria puramente nacional, que concorra no mercado interno e externo com a indústria estabelecida em nosso território? Romeu Roque: A economia mundial após a globalização é alicerçada em grandes corporações. As lógicas são transnacionais. A questão não parece ser indústria nacional x estrangeira. É melhor pensar na questão de como empresários nacionais podem se articular com empresas nacionais e estrangeiras, protegendo o mercado interno para empresas competitivas e que tenham que gerar conhecimento e empregos no Brasil.

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Agronegócio

2011 fecha com recorde de produção e lucro inesperado Soja e milho geraram boa renda, e café bateu recorde de exportações

A

soja despertou lucros inéditos em 2011, com produção de 75,3 milhões de toneladas e um crescimento de 9,7% sobre a safra anterior. Algumas sacas foram vendidas por até R$ 45. Já a produção de milho ficou em 57,5 toneladas somente no primeiro semestre de 2011, um aumento de 2,7%. No geral, a produção de grãos no ano passado ficou em 160 milhões de toneladas, um número 9% maior em relação à safra anterior. No entanto, os desafios para o agricultor estão além da exportação ou escoamento do produto. Em alguns estados, principalmente no CentroOeste e Norte, parte da produção se

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perde devido às condições precárias das estradas, que na época das chuvas ficam quase intransitáveis. Segundo o corretor de agronegócios Antonio Sartori, a safra recorde e os preços historicamente altos formaram uma combinação perfeita em 2011. "Para 2012, o consumo vai diminuir. Vamos ter estoques mais apertados e preços mais altos do que temos hoje. A China é e continuará sendo um grande importador de produtos agrícolas", avalia. O governo americano já avaliou que o Brasil poderá ser o maior exportador mundial de soja em 2012, mas para isso, o país precisa confirmar as novas colheitas recordes.

Café com preço recorde Já os produtores de café comemoraram, pois 2011 foi o ano das safras curtas e preços recordes, com altas de 61% em relação a 2010. Isso porque problemas climáticos afetaram as produções de países concorrentes, como Colômbia e Vietnã. Por isso, as exportações também bateram recorde. Com a estimativa da OIC (Organização Internacional do Café) de que a produção de café possa ter retração de 3,34% em 2012, produtores brasileiros correm atrás da certificação do Estado, exigida para o comércio exterior, de modo a manter a produção em alta.


Agronegócio

Governo vai fortalecer agronegócio em 2012 Central de cadastro e seguro rural devem trazer benefícios ao pequeno produtor, tornando o setor mais homogêneo e diminuindo a pobreza

A

Fotos: divulgação

senadora do Tocantins e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, afirmou que mudanças na política agrícola brasileira a partir de 2012 vão levar mais produtores rurais para o agronegócio de sucesso, de alta produtividade, o que vai tornar o setor mais homogêneo. Segundo a senadora, dos 16 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, mais da metade está no campo, revelam dados

do Programa Brasil Sem Miséria. "Essas pessoas não têm acesso às políticas públicas e ficam cada vez mais pobres com a política agrícola inadequada", afirma. Para a senadora, o investimento em seguro e crédito para o setor agropecuário deve melhorar o cenário para o produtor rural. Entre as novas regras estão previstas a criação de uma central transparente onde o produtor não é obrigado a se cadastrar, mas participando da iniciativa tem direito a crédito, renegociação de dívidas e seguro rural.

Como funciona? Ao se cadastrar na central, o agricultor informa as características da sua produção, como tamanho da propriedade, o que é produzido e os números de produção. No entanto, o produtor que optar pelo cadastro terá, obrigatoriamente, que fazer um seguro para a sua produção. "Como poucas pessoas hoje fazem a apólice, o seguro fica caríssimo. Então, quando ele se torna obrigatório, fica muito mais barato", explica Kátia. O seguro não será somente para atender a demanda de possíveis problemas climáticos, mas também comporta a questão financeira, para que o produtor tenha capacidade de continuar produzindo, mesmo que tenha perdido investimento em uma safra anterior. O recurso utilizado na iniciativa (cerca de R$ 5 bilhões) deve vir da verba destinada aos leilões realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para escoamento das safras, como os de PEP e Pepro. fevereiro 2012

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Pesquisa

Diferença de salários deverá ser proibida Projeto de Lei vai autuar empresas que pagarem salários menores às mulheres

U

m Projeto de Lei tramita na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), atacando um problema que ainda persiste em muitas empresas: o projeto favorece as mulheres que recebem salários inferiores aos de outros profissionais exercendo o mesmo cargo. A informação é da Agência Senado. O PLC 130/11, de autoria do deputado Marçal Filho, condena as organizações que praticarem tal discriminação a pagarem à contratada multa cinco vezes superior à diferença verificada durante todo o contrato. "A diferença de salários entre homens e mulheres está expressa na Constituição e em outras normas, inclusive por meio da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]", esclarece o deputado.

Segundo um estudo da Confederação Internacional dos Sindicatos as brasileiras são as mais prejudicadas com a diferenciação salarial em todo o mundo: elas ganham em média 34% menos que os homens. O Estudo foi elaborado em 2009, com base numa pesquisa envolvendo 300 mil mulheres de 24 países. Depois do Brasil, a maior diferença é na África do Sul (33%), seguida pelo México (29%). A menor diferença é da Índia, com 6,3%. Apesar da proliferação de normas, o país ainda não conseguiu acabar com esse tipo de discriminação. Depois da análise na CAS, a matéria seguirá para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde receberá decisão terminativa.

A discriminação no mundo País

Diferença salarial

Brasil

34%

África do Sul

33%

México

29,8%

Argentina

26,1%

Estados Unidos Países mais justos Suécia

20,8%

Dinamarca Reino Unido Índia

Diferença salarial 11% 10,1% 9% 6,3%

Rapi12 Doze índices que podem ajudar a melhorar seus negócios

0,3%

é quanto o novo salário mínimo vai contribuir para a alta do PIB em 2012, prevê a Apas. O impacto deverá ser sentido principalmente no consumo das famílias das classes C, D e E. Para a entidade, o aumento do salário mínimo e a economia aquecida impactarão na economia.

50

2,3%

foi o crescimento do número de domínios registrados na Internet no terceiro trimestre de 2011, segundo a VeriSign. O número chega a impressionantes 220 milhões de domínios. A pesquisa também apontou que os domínios .com e .net são líderes de crescimento.

3,3%

é quanto se espera de crescimento do PIB neste ano. Para o ano passado, a projeção foi reduzida pela sexta semana seguida, ao passar de 2,9% para 2,87%. O IBGE divulgará o resultado do PIB de 2011 em março próximo. As projeções são do Boletim Focus.


Pesquisa

Microempresas não precisam de computador Pelo menos é isso que os empresários disseram em pesquisa realizada pelo Cetic com duas mil microempresas de diversos setores

4%

foi o crescimento nas vendas do varejo em 2011, segundo a ACSP. As vendas a prazo, medidas pelo SCPC, subiram 4,1% no ano e as transações à vista, acompanhadas pelo SCPC/Cheque aumentaram 3,8% no mesmo período. O resultado foi considerado positivo.

O que as micros fazem na Internet? Ver e-mails  97% Buscar informações  90% Mensagens instantâneas  57% Oferecer serviços ao cliente  53% Monitorar o mercado  53%

Celular corporativo A mesma pesquisa questionou a utilização do celular como ferramenta de trabalho. Curiosamente, a utilização cresce proporcionalmente ao tamanho das empresas Tamanho

Utilizam o celular

Micros

36%

Pequenas

61%

Telefone via Internet  15%

Médias

82%

Entrega de produtos online  13%

Grandes

93%

Treinamento e educação 34%

Fotos: divulgação

L

evantamento realizado pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), revelou que, em 2010, 77% das microempresas afirmaram utilizar computadores, contra 23% que disseram não fazer uso. Os entrevistados que afirmaram não usar o computador e, consequentemente, não acessar a Internet, alegaram que o equipamento não é necessário para o seu tipo de negócio. A resposta foi apontada por 72%. Vale lembrar que as microempresas são aquelas que têm até nove funcionários. Para o estudo, as microempresas não utilizam ainda o computador e a Internet porque ainda não perceberam a utilidade destes meios para suas atividades, ou talvez, exista uma lacuna na aquisição de habilidades para o uso efetivo dessas ferramentas.

16%foi o aumento do merca-

do turístico em 2011. O número de brasileiros que viajam saltou de 43 milhões para 50 milhões, entre 2007 e 2010. O levantamento apurou também que cerca de 30% do custo total da viagem internacional fica no Brasil, beneficiando empresas locais.

21,98%

foi o crescimento do volume de reservas internacionais brasileiras em 2011, segundo o BC, o que representa um recorde de US$ 352,012 bilhões. Parte do crescimento se deve às compras feitas pelo BC no mercado à vista de câmbio para conter a desvalorização da moeda norte-americana. fevereiro 2012

51


Pesquisa

BRICs terão 40% do mercado automotivo até 2016

A

KMPG Internacional realizou pesquisa com 200 executivos da indústria automobilística mundial, e apontou que o Brasil pode se tornar o terceiro maior mercado de carros do planeta em 2016. A pesquisa diz que, em quatro anos, as vendas de veículos no país devem somar entre quatro e seis milhões de unidades, superando o volume de negócios do mercado japonês. O levantamento também indica que o Brasil deve exportar mais de um milhão de veículos até 2017. "O resultado da pesquisa demonstra claramente a imagem que o mercado automobilístico mundial projeta para o Brasil: a de um país com economia saudável e ótimas perspectivas para negócios. Ao final, o mercado automobilístico encontrou um lugar próprio no Brasil", afirmou Charles Krieck, sócio-líder das áreas de mercado industrial e auditoria da KPMG Internacional.

BRICs crescem O estudo também apontou que os países do bloco BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) responderão por 40% das vendas de carros no planeta em 2016. O relatório, porém, considera o cenário com a China seguindo na ponta das vendas globais – à frente

dos Estados Unidos – e o Brasil assumindo a terceira colocação e superando Japão (atual 3º do ranking) e a Alemanha (4ª colocada). Além disso, a pesquisa apontou ainda que os veículos híbridos são a solução ecológica mais viável e indica que haverá entre 9 e 14 milhões de carros elétricos no mundo até 2026.

Linha de montagem da General Motors: empresa investe na ampliação das fábricas

Rapi12 Doze índices que podem ajudar a melhorar seus negócios

36%

dos alemães têm a percepção de que o Euro fracassou como moeda única na Europa, revela pesquisa do Instituto Faktenkontor. Apesar da avaliação negativa, 56% confiam no futuro do euro e 19% esperam, inclusive, que no futuro outros países da UE adotem a moeda.

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39,9%

dos acessos à Internet no Brasil acontecem por meio de tablets, revela pesquisa do Grupo NPD. O número coloca o Brasil como líder latinoamericano de acesso à rede por esses dispositivos. Segundo a comScore, celulares ainda lideram o segmento, com 56, 6%.

46,8%

das consultas para concessão de crédito vieram da região Sudeste, revela o Serasa Experian. Na segunda posição, aparece o Nordeste, com 22,4% seguida pelo Sul, com 14,4%. As regiões com menos consultas foram a CentroOeste (9,3%) e a Norte (9,2%).


Pesquisa

Otimismo ajuda na economia

48%

da energia ofertada no Brasil vem de fontes renováveis, como a biomassa, a energia hidroelétrica e os biocombustíveis, o que coloca o País na liderança da agroenergia, pois 85% da energia consumida no mundo vem de fontes não-renováveis e esgotáveis.

buídos por 200 cidades diferentes, na qual o instituto tenta apurar um Índice de Expectativas das Famílias (IEF). Pela metodologia do Ipea, quando o índice fica entre 60 e 80 pontos, as famílias podem ser consideradas "otimistas". Acima disso, é "grande otimismo". Abaixo, na faixa de 40 a 60 pontos, há "moderação". De 20 a 40 pontos, há "pessimismo" e, de 0 a 20 pontos, "muito pessimismo". No mais recente levantamento, observou-se que todas as regiões do país apresentaram em dezembro um IEF superior ao de novembro, com

exceção do Nordeste, que registrou queda de 0,6 pontos. Em dezembro, o IEF atingiu 67,2 pontos, 3,5 a mais do que em novembro, igualando-se ao mais alto já observado antes (janeiro de 2011). Em dezembro de 2010, o índice estava em 64,6 pontos. Em relação à expectativa para 2012, a região mais otimista é a Centro-Oeste (82,2% das famílias acham que a situação socioeconômica será melhor este ano) e a menos otimista, o Sul (59,6% apostam em melhoria em 2012). Fotos: divulgação

O

s brasileiros estão mais otimistas em relação à situação socioeconômica do país, informa pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Pelo levantamento, em dezembro, 64,4% das famílias acreditavam que, em 2012, o Brasil passaria por melhores momentos do que em 2011. Em novembro o índice era menor, de 60,1%. De acordo com o presidente do Ipea, a confiança das pessoas atua como indutor ou redutor do crescimento econômico. "Se as expectativas estão otimistas em relação ao futuro, tende-se a gastar mais. Quando há forte pessimismo, gasta-se menos", disse. O otimismo dos brasileiros resulta de uma percepção de que houve melhoria nas condições de vida. Em dezembro, 78,2% das famílias diziam se sentir melhores financeiramente do que um ano antes. Na metade de 2011, eram 74,7%. Para 2012, 86,6% das famílias apostam que irão progredir, percentual maior do que em novembro passado (82,7%). Os dados apurados pelo Ipea fazem parte de uma pesquisa mensal realizada com 3,8 mil domicílios, distri-

58%

dos empreendedores desconhecem o conceito de sustentabilidade, embora desenvolvam ações que mostrem sua aplicação no cotidiano, afirma o Sebrae. Ainda assim, 72% atribuem grande importância ao meio ambiente e somente 17% admitiram não se preocupar.

100%

dos municípios e distritos brasileiros devem ser atendidos pelos Correios até 2015, promulgou o MinC. Hoje, apenas 64% dos pequenos distritos (de até 500 habitantes) possuem o serviço. Dos municípios, apenas 46 não possuem agências. fevereiro 2012

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Online

e-commerce: Brasil deve ser 4º maior até 2015 Em 2011, País aparece em 6º lugar entre as dez maiores nações com potencial de vendas online e em 2º entre os emergentes

O

Feeds

Brasil deverá ser o quarto maior do mercado mundial de e-commerce em 2015. Atualmente o País ocupa o sétimo lugar e deverá subir, ajudado pela crise mundial, que fará com que Estados Unidos e nações europeias mudem de posição nos próximos quatro anos. A projeção é do T-index 2015, índice estatístico que indica a participação de vendas online de cada país no mercado mundial, associando a população na Internet ao PIB per capita estimado. No estudo, o Brasil aparece entre os dez com maior potencial de vendas pela web, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França. Segundo a projeção T-Index 2015, os Estados Unidos, que hoje é o primeiro colocado em vendas virtuais,

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com participação de 24,4%, será desbancado nos próximos quatro anos pela China (veja quadro). Atualmente, a China tem uma fatia de 11,5% do e-commerce mundial, mas em 2015 terá 18,8% dos negócios da web. O Brasil deve subir do sexto para o quarto lugar, com a queda dos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. O cálculo da projeção supõe uma tendência de crescimento linear para todos os países. Se a China mantiver a taxa de aumento que apresentou desde 2005 até 2009, pode superar os Estados Unidos em 2015. No entanto, confrontando os dados de 2005 a 2009 com os dos últimos dois anos, a tendência da China parece sofrer uma leve queda que pode influenciar a projeção para 2015.

Internet vai melhorar o mundo É o que diz o CEO da Google, Eric Schmidt. Para ele, a Google e outras companhias rivais (como Apple, Facebook e Amazon), são as empresas cujas plataformas estão tendo o maior impacto político e nos negócios no mundo. Schmidt também considera os smartphones como supercomputadores pessoais pois "podem responder a qualquer questão importante na vida de uma pessoa".

Países emergentes com maior crescimento em e-commerce China

+63,4%

Brasil

+43,3%

Rússia

+27,5%

Índia

+26,6%

Indonésia

+20,8%

Turquia

País China

+20% Participação Previsão* atual* 11,5 18,8

Estados Unidos

24,4

16,8

Japão

6,6

4,9

Brasil

3

4,3

Rússia

-

-

* Em porcentagem

Banda larga vai puxar crescimento O setor de telecomunicações tem perspectivas positivas para 2012 e a grande responsável será a banda larga. Isso porque, em 2011, o crescimento foi de 103% na comparação com 2010. Este ano, com a ajuda do Plano Nacional de Banda Larga, a expectativa (ainda não mensurada) é de que aumente o número de usuários de aparelhos fixos e móveis, principalmente entre as classes A, B e C.



Online

Confira o ranking de queixas do e-commerce em 2011 O site ReclameAqui divulgou a lista dos sites de comércio eletrônico que mais receberam reclamações no ano passado

Feeds 56

Foto: divulgação

A

principal queixa dos consumidores em relação aos sites de e-commerce continua sendo o atraso na entrega dos itens adquiridos. Essas reclamações, porém, cresceram apenas 6,18% entre dezembro de 2010 e o mesmo período de 2011 (14 mil reclamações em dezembro passado). Isso segundo dados do site ReclameAqui (www.reclameaqui.com.br) que ganhou popularidade devido a facilidade com que se pode registrar uma reclamação. Apesar da alta, o presidente do ReclameAqui, Maurício Vargas, não acredita que o número evidencie uma crise no setor de comércio eletrônico. Ao analisar o comportamento dos consumidores, observou-se que a maioria (52%) considera o preço como o fator decisivo para efetivar

uma compra pela Internet. Outros 17% citam a confiança na loja e 10% citam o prazo de entrega.

Google+ ultrapassa 62 milhões de usuários A plataforma que combina serviços de busca, redes sociais e compartilhamento atingiu a marca no final de 2011, segundo o site de genealogia Ancestry. com. De acordo com a pesquisa do portal, o Google+ ganha 625 mil usuários por dia. O grande desafio para a plataforma é mensurar a quantidade de internautas ativos, fato que a colocaria em pé de igualdade com o Facebook (que tem mais de 800 milhões de usuários).

O ranking das mais reclamadas* Empresa** Reclamações Americanas.com

2091

Walmart

1732

Extra.com.br

1529

Ponto Frio

1520

Compra Fácil

1244

Submarino

1225

Ricardo Eletro

922

Shoptime

881

Casas Bahia

696

Saraiva

616

Carrefour

518

Efacil

457

Fnac.com.br Fast Shop

316 254

* Fonte: ReclameAqui ** Consideradas apenas lojas virtuais

Brasileiro passa mais tempo na Internet Segundo o Ibope Nielsen Online, 63,5 milhões de brasileiros têm acesso à Internet, seja no trabalho ou em casa. Os números são referentes a novembro de 2011 e, se comparados com outubro do mesmo ano, o crescimento foi de 3,7%. Se comparados aos resultados de novembro de 2009, o crescimento foi de 17%. Já o número de horas conectadas por usuário foi de 63 horas/mês.


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Entrevista

H谩

seis mil anos

fazendo neg贸cios

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Entrevista

Com diversos interesses em comum, Brasil e China são os países do BRIC que apresentam o maior desenvolvimento e uma pauta de negócios bilateral que promete mais crescimento

A

Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) surgiu da necessidade de haver uma entidade reconhecida e representativa, com serviços, estrutura, parcerias estratégicas e conhecimento específico, para edificar e promover o comércio entre o Brasil e a China. E em seus 10 anos, a CBCDE vem fazendo um importante trabalho. O empresário Fernando Ou assumiu em 2010 a presidência da entidade. Nascido na cidade de Qing Tian, na Província de Zhejiang, Ou vive há 38 anos no Brasil, onde atua no ramo da importação de maquinário para construção civil. Há 10 anos atua na promoção das relações e dos negócios entre o Brasil e a China e foi presidente da Associação Chinesa do Brasil (ACB) por duas gestões. Em 2010 foi escolhido pelo governo chinês representante da comunidade chinesa da América Latina na 3ª sessão anual da 11ª Assembleia Popular Nacional (APN), principal órgão legislativo da China. Tem o título de Personalidade da Comunidade Chinesa do Brasil, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Na entrevista que segue, Ou fala sobre as relações entre os dois países, comércio internacional, concorrência e desenvolvimento. imPRESSo: Em sua opinião, quais são os principais motivos que impulsionam a relação Brasil-China?

Ou: Brasil e China são países em desenvolvimento. Ambos buscam o bem-estar de seus povos. Com a nova estrutura de crescimento mundial, na qual os países em desenvolvimento têm um novo papel, brasileiros e chineses têm de andar juntos, pois possuem economias complementares em vários setores e podem encontrar soluções para as áreas mais complexas. Destaco que os principais motivos para essa parceria são o novo realinhamento econômico mundial e a nova posição dos chamados países emergentes. O crescimento chinês, antes visto como uma bolha, gerou procura por commodities que o Brasil tinha a oferecer. E isso fez aumentar a procura de negócios no Brasil por parte dos chineses. Hoje essa parceria também envolve setores mais industriais, como o de tablets e o automotivo, o que mostra que o comércio bilateral pode e deve ser aperfeiçoado para que contemple os interesses dos dois países. imPRESSo: Qual é a relevância da China para a política externa do Brasil? Ou: A China e o Brasil têm interesses comuns em várias pautas externas. Isso foi demonstrado pela parceria de ambos em importantes fóruns, como o G20, e na recente reunião dos BRICs. Essa mudança foi e está sendo importante, pois a pauta de debates globais estava muito contaminada apenas pelos interesses hegemônicos

americanos e da integração europeia. Com essa inflexão da postura da China e do Brasil, que teve o apoio de outros países emergentes, o contexto do debate mudou. Hoje é impossível pensar num G8 mais forte do que o G20. É impossível pensar numa mudança no mercado financeiro sem a decisiva participação de China e Brasil, ambos credores dos EUA, ambos importantes cotistas do FMI e ambos geradores do atual crescimento econômico mundial. Ou seja: os dois países são atores importantes e devem caminhar juntos. imPRESSo: Quais são os principais obstáculos na relação entre o Brasil e a China? Ou: Há muito mito na relação Brasil-China. Muita gente ainda fala dela como se estivéssemos em 1974, ano em que as duas nações reataram relações diplomáticas. Outros ainda enxergam nessa relação um ganho apenas para a China. Quem poderia comprar a maior parte da produção de commodities do Brasil, como ocorre hoje? Isso gera empregos só na China ou também no Brasil? Essas questões são elementares e devem ser colocadas no debate. Cabe ao Brasil modificar sua pauta de exportação, o que o governo do presidente Lula fez e o da presidenta Dilma está fazendo. Mas isso não depende só do Brasil. O mercado hoje é global e o Brasil vai ter de investir em educação e tecnologia, como fez a China. Isso não é fevereiro 2012

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Entrevista

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Há muito mito na relação BrasilChina. Ainda falam como se estivéssemos em 1974

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novidade. O Japão fez isso. A Coreia do Sul fez isso. E o Brasil, hoje, está nesse caminho. Mas isso leva tempo. Vejo que o maior obstáculo é a comunicação entre os dois países. Os brasileiros precisam conhecer melhor a China e os chineses, da mesma forma, o Brasil. Uma ou outra pendência comercial não pode afastar esses dois grandes parceiros. imPRESSo: Como os empresários brasileiros têm abordado o desafio de entrar no mercado chinês? Há coordenação com o governo federal ou com as câmaras de comércio? Ou: Empresários de norte a sul do Brasil já fazem negócios com a China, mas muitos ainda têm a intermediação de empresas americanas e europeias. O preço da soja ainda é negociado em Chicago... Mas acredito que isso também está em mudança. Hoje vejo que os empresários já buscam conhecer diretamente as opções de negócios.

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Como exemplo, cito o crescimento exponencial de pedidos de visto para visitas à China. Câmaras de comércio são instrumentos importantes, pois os próprios empresários fazem parte da sua composição. Ir para a China sem uma assessoria de negócios é temerário. Muitos foram – e ainda vão – e voltaram com uma imagem negativa das relações comerciais. Mas muitos outros vão com a ajuda da CBCDE, por exemplo, e voltam com várias oportunidades, muitas das quais viram contratos de compra e venda. Muitos geram empregos aqui e lá. O Governo também tem sua parcela de importância e, a meu ver, está fazendo a sua parte. A presidente Dilma visitou a China, mas ainda não foi aos Estados Unidos. Isso pode ser simbólico, demonstra que o Governo não descuida dessa aproximação. E ressalto que as missões comerciais brasileiras sempre têm a participação de muitos empresários.

imPRESSo: Qual é a diferença entre o discurso da China e o dos países europeus no que diz respeito às relações com o Brasil? Ou: O discurso é mutável. E no caso das relações entre países mais ainda. A Europa da década de 2000 era uma zona de integração forte e em crescimento. Hoje a mesma Europa é uma economia frágil e em crise. Mas o discurso, em vários temas, não mudou e não mudará. O que está por trás do discurso é que a China promove uma invasão de produtos no Brasil. Muitas das empresas ditas brasileiras que se queixam são, na verdade, multinacionais americanas e europeias, que estão aqui, mas representam interesses de seus países de origem. Não se pode esquecer de que muito do que se diz sobre o crescimento da parceria entre o Brasil e a China, na realidade, tem a ver com essa "guerra" comercial. A China, por outro lado, tem enfrentado junto com o Brasil temas complexos e avançados. Veja o caso da entrada de empresas de alta tecnologia no mercado brasileiro. O Brasil não tem essa tecnologia. A vinda dessas empresas vai gerar formação de mão-de-obra. E também gerará pesquisa. Essa negociação foi feita em alto nível, envolveu as chancelarias dos dois países. E avançou. Não vejo isso nas parcerias americanas e europeias com o Brasil. Isso se reflete nos dados da balança comercial, obviamente. imPRESSo: Quais são as principais estratégias que a China usa na abordagem ao Brasil? A cooperação econômica? A cooperação política? Ou: A China faz negócios há seis mil anos. Há uma cultura comercial adquirida ao longo desse tempo. Cla-


Entrevista

ro que o mundo mudou, mas ressalto que o negociador chinês tem experiência em comércio exterior, adquirida principalmente nos últimos 20 anos. As estratégias usadas são conhecidas e utilizadas por todos; o que diferencia o empresário chinês é sua determinação em ouvir, conhecer, estudar e ousar. Muitas empresas chinesas tiveram prejuízos, pois mesmo com esses cuidados fizeram apostas erradas. Mas muitas empresas foram bem sucedidas. A estratégia é não desistir de entrar no mercado brasileiro e buscar parceiros certos e honestos. Conhecer de perto o mercado é fundamental. A cooperação econômica e política é a base para qualquer negociação. imPRESSo: As relações entre a China e o Brasil são principalmente centradas no Estado, ou outros atores (como empresas privadas, decisores políticos, organizações internacionais) influenciam o desenvolvimento das relações? Ou: O Estado, seja ele chinês ou brasileiro, deve ter papel indutor e regular alguns setores. Mas ressalto que ele não pode substituir as empresas e o papel dos empresários. Por isso é importante saber até onde vai o Estado e até onde o empresariado pode ir. Numa relação de negócios deve haver um direcionamento para as prioridades, mas essa costura governamental não pode deixar de lado os observadores, os empresários etc... E os empresários tampouco podem esperar que o Estado resolva seus problemas, como na questão de impor barreiras. As barreiras podem até segurar o fluxo de comércio por um tempo, mas não melhoram o mercado interno nem a competitividade, e com o tempo atrofiam o próprio desen-

volvimento do país. Atores como as câmaras de comércio são fundamentais para que não seja preciso adotar medidas que só afastam as parcerias. É necessário sempre sentar à mesa, debater e encontrar as soluções. imPRESSo: De que forma o Brasil olha para o crescimento chinês? Ou: O Brasil não só observa, mas aproveita o crescimento chinês para melhorar vários setores da economia. O caso do agronegócio é emblemático. Hoje essa cadeia de exportação, muito voltada para a China, gera impacto em outros setores. Para se exportar soja são necessárias estradas e portos para escoamento. A melhora da infraestrutura beneficia outras culturas produtivas e até favorece o transporte de pessoas entre cidades. Mas ainda vejo o Brasil tímido e pouco ousado na hora de tomar decisões para grandes projetos. Registro também que não é só o Brasil que olha

e usufrui do crescimento chinês. Das 500 maiores empresas americanas, 90% têm filial na China. Quantas empresas brasileiras têm filial na China? Poucas. Por isso a CBCDE quer incentivar a ida de empresas para lá, fornecendo a elas o apoio necessário. imPRESSo: Os dois países são potenciais competidores? Ou: Não acho certo dizer que os dois países são competidores. São parceiros comerciais que têm relações em muitos setores e como tal também enfrentam muitos desafios. A competição no mercado internacional é saudável, gera novas estratégias e tecnologias. Vejo os dois países mais como complementares do que como competidores. Muito do que se fala da competição entre a China e o Brasil é, na verdade, uma briga entre empresas multinacionais e a China. O caso dos automóveis é interessante. A indústria automotiva brasileira não

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A presidente Dilma visitou a China, mas não os Estados Unidos. Isso pode ser simbólico

" fevereiro 2012

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Entrevista

é propriamente nacional. A China, por sua vez, tem nessa área empresas novas, que estão se desenvolvendo e competindo. A entrada delas no Brasil causa desconforto nas empresas que dominam o mercado brasileiro, pois gera competição nos preços e na oferta. Isso é bom ou ruim? E para quem? É preciso fazer essa ressalva para que não se pense que a China é um parceiro negativo para o Brasil. A China não vai indicar quais setores o Brasil deve ter como prioridade e quais indústrias deve desenvolver. Mas está pronta para ser parceira no desenvolvimento de várias áreas nas quais o Brasil não tem tecnologia, e quer aprender em setores que não domina, como a agricultura, a extração de petróleo etc. imPRESSo: Quando se fala em empresas brasileiras na China, muitos pensam apenas em grandes companhias, como a Embraer e a Embraco. Há espaço para empresas de menor porte? Ou: A CBCDE tem entre seus associados empresas grandes, médias e pequenas. Isso comprova que acreditamos que existem negócios e oportunidades para todos. Na Itália, 80% das exportações são feitas por pequenas empresas. A presidente Dilma sabe da importância dos pequenos empresários e encaminhou projeto de lei criando o Ministério das Pequenas e Médias Empresas. Isso indica o foco do governo brasileiro na promoção de políticas para desenvolver esse tipo de empresa. Por isso é fundamental estimularmos as missões comerciais, que são integradas principalmente por pequenas empresas. Juntas, elas podem somar forças e fazer muitos negócios.

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imPRESSo: Quais são os principais cuidados para uma empresa nacional iniciar um negócio na China? Ou: É preciso uma consultoria ou assistência prévia. Isso pode se dar via câmara de comércio ou via Sebrae e entidades setoriais. Mas alerto que o principal cuidado é não cair no conto do negócio fácil. "Se eu conseguir vender para 1% dos chineses..." Esse é um grande mito para muitas empresas. Isso só será possível se houver investimento contínuo e se elas contarem com a ajuda de especialistas no mercado chinês. Deve-se ter claro que na China a competição é brutal e o mercado é dinâmico. Outro cuidado é com os prazos de contrato e de pagamento. É preciso muito know-how na hora de se fechar um contrato. É sempre muito importante ter relacionamento direto com o parceiro chinês. imPRESSo: Quando se fala em produtos chineses, logo se imagina tecnologia a preços competitivos. É possível uma empresa de tecnologia brasileira competir na China? Ou: Não só é possível como já acontece. O caso da Embraer é clássico. E há a Embraco, entre outras. O mercado financeiro do Brasil também deveria se mirar no chinês. O Brasil tem uma área de tecnologia de serviços que ainda não existe na China. É uma oportunidade. Também temos uma tecnologia em produção de alimentos que a China não tem. imPRESSo: Qual a diferença entre o empresário chinês e o brasileiro? Ou: Pode parecer que há muitas diferenças, mas depois de algum tempo se constata que eles são parecidos. Todo empresário, no fundo, quer aumentar seu mercado. Há

uma simpatia grande entre chineses e brasileiros. Tenho muitos amigos no Brasil, que vão além dos negócios. A CBCDE reúne empresários dos dois países, que convivem de forma harmônica. Nas missões que a Câmara organiza se vê esse entrosamento. Os empresários se ajudam. Chega uma hora em que cada qual vai cuidar do seu mercado, mas isso é normal. Com outros povos também é assim. imPRESSo: Para finalizar, como tem sido os trabalhos da CBCDE nos últimos dez anos? Ou: A Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico chega a esta fase consciente dos imensos desafios que tem diante de si. Mas chega também cheia de alegria, pois quando começou a funcionar, a corrente de comércio entre os dois países não passava de US$ 1 bilhão, e hoje ultrapassa US$ 50 bilhões. É um crescimento expressivo e emblemático de tudo que foi feito. Não só pela CBCDE, é claro, mas ela ajudou no debate, na mediação e na busca de soluções. Nosso objetivo é que nos próximos dez anos a parceria entre a China e o Brasil se expanda para setores que ainda não são prioritários, e que, no entanto, são norteadores do desenvolvimento, como tecnologia e educação. Contamos com a ajuda dos dois governos para que nosso suporte esteja sempre presente. E pretendemos iniciar um processo de expansão de nossas atividades para além de São Paulo. O que realmente desejamos é que os negócios possam ser feitos, mas que sejam feitos para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida dos chineses e brasileiros. Se não tiverem esse fim, então não terá valido a pena.


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Leitura

Perseguindo Estrelas Autor: Boris Groysberg Páginas: 448 Editora: Évora Preço: R$ 99

Quem Matar na Hora da Crise? Autor: Artur Lopes Páginas: 182 Editora: Evora Preço: R$ 49,90

Guia Tributário do Brasil Autor: David Roberto R. Soares da Silva Páginas: 356 Editora: Eskalab Preço: R$ 134

Ao analisar as carreiras de profissionais de bancos de Wall Street, Boris Groysberg, professor em Harvard, concluiu que profissionais-estrela, (esses que fazem a diferença dentro de uma organização), quando mudam de empresa, sofrem um declínio em sua performance e isso acontece por conta da diferença de culturas organizacionais ou das redes de contato ou por conta de outros recursos que estavam acostumados, mas que pertenciam ao antigo empregador, ou ainda pela conjunção de todos esses fatores. O resultado é que muitos executivos, quando recebem uma proposta mais vantajosa de emprego, costumam carregar consigo a equipe que o apoiava na empresa anterior. O autor oferece ao leitor orientações e insights sobre a natureza fundamental da performance. A obra traz também orientações práticas sobre como gerenciar a carreira de forma estratégica e como as empresas fazem para identificar, desenvolver e reter talentos.

Num mundo altamente conectado, empresas nascem e morrem numa agilidade que só não é maior por conta da burocracia que emperra o País. Ser um empreendedor no Brasil requer paciência e muito jogo de cintura, já que a carga tributária e a legislação costumam agir como entraves para o crescimento corporativo. O livro traz know how gerencial e auxilia o empresário a entender não somente a natureza e origem da dificuldade, mas também propicia elementos para percepção da adequação (ou não) da sua atuação. Além de tocar em aspectos sensíveis da conduta do empresário, o livro fornece as ferramentas certas para a superação da crise. Também traz à tona um dos momentos mais cruciais do mundo corporativo, quando a crise vem para a empresa. É nessa hora que se discute "quem deve morrer quando surge a busca pela sobrevivência? As convicções de quem deu vida ao negócio, ou tudo que foi gerado pela iniciativa do empreendedor?".

Com a atual crise econômica na Europa e Estados Unidos, os países em desenvolvimento passam a ter um papel bastante relevante para o crescimento mundial. Dentre eles, o Brasil aparece como uma opção interessante para investimentos. Mais preparado para enfrentar a atual crise do que no crash de 2008 - já que na atual não existe paralisia de crédito -, o Brasil pode se beneficiar da situação momentânea e se tornar destino do capital internacional, que está temeroso de investir nas economias centrais. Consciente desses fatos, o advogado David Roberto Soares da Silva lançou o Brazil Tax Guide for Foreigners, que vai auxiliar investidores estrangeiros a conhecer e entender o sistema tributário brasileiro. "Se para os brasileiros já é difícil compreender como funciona o sistema tributário nacional, o que dizer dos estrangeiros que sequer conhecem a nossa língua", argumenta o autor.

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A (ir)responsabilidade sobre as finanças

A

Isaac Pinski

Sócio-diretor da Pinski Consultoria, mestre em administração pela FEA-USP e certificado como Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching

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tribui-se importância exagerada às variáveis exógenas à organização quando o assunto tratado é inadimplência. Mercado em recessão, competição desleal com os chineses, tributação excessiva do governo, e por aí vai. Culpa-se a todos, mas, será que fizemos a nossa lição de casa? Olhando-se a intimidade dessa empresa podemos observar outra busca por culpados, agora dentro de casa. Ora foram os vendedores incautos que tanto pressionaram a área de Crédito, que produtos foram fornecidos a clientes sem garantias de crédito; ora foi o gerente industrial que exagerou na necessidade daquele novo equipamento que desequilibrou o fluxo de caixa. Por outro lado, os "clientes internos" da área Financeira não deixam por menos e a culpam pela incompetência de permitir que a organização chegasse ao ponto que chegou, ainda mais quando isso afeta diretamente seus bolsos. Façamos um paralelo entre a organização corporativa e a familiar e iremos perceber algumas notáveis semelhanças. Em grande parcela das famílias brasileiras há uma separação muito clara das funções: há os provedores e há os consumidores. O papel do provedor, além de trazer os recursos financeiros para o grupo familiar, é de se indispor com todos os demais ao tentar reduzir o montante de gastos desejado. A responsabilidade do provedor sobre os recursos financeiros é total e a dos demais... nenhuma! Ele é o chato e controlador, mas quando os recursos

são insuficientes ele se torna o incompetente. E quando a família entra no vermelho de dívidas impagáveis através de cheques especiais e no rotativo de cartões de crédito os dedos acusadores apontam apenas para o provedor. Como mudar essa equação? Mudando a maneira de pensar e de agir dos atores, ou seja, mexendo no seu comportamento e em suas emoções. Para começar, uma conversa franca, onde se expõe a situação concreta da organização, os riscos que todos correm e uma análise das alternativas. Decidido isso, deve-se escolher o caminho a trilhar bem como renegociação dos papéis, das responsabilidades e da contribuição de cada um para a organização. O mesmo deve ser feito nas instituições, com o suporte profissional necessário para que tais evoluções aconteçam da maneira e no momento adequado. A responsabilidade sobre as finanças corporativas deverá se distribuir de forma mais inteligente e sensata entre seus consumidores internos, deixando para a área Financeira, além das tarefas rotineiras habituais, a imprescindível coordenação da sua gestão estratégica. Assim, a organização poderá direcionar - e não desperdiçar - seus esforços, evitar a inadimplência e atingir um patamar desejável em seu ambiente de trabalho. Afinal, se a atividade financeira, assim como a inadimplência, é tão sensível para as corporações, esta não deve ser exclusividade da área Financeira, mas compartilhada com sensatez pelas diferentes áreas da organização.



Artigo

Sorriso rentável

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Marília Silvério É gerente corporativa de Comunicação Interna e Cultura Organizacional da Serasa Experian

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s razões que levam as pessoas ao mercado de trabalho vão muito além de um contracheque no fim do mês. Todos nós estamos em busca de um propósito, de significado para aquilo que fazemos todos os dias. Queremos ser relevantes, fazer a diferença. Hoje, com ambientes complexos e desafiadores e a crescente competitividade, a felicidade tornou-se pauta obrigatória nas mesas de RH, diretores e presidentes de empresas. Não há outro caminho, só vão se sobressair nesse cenário as empresas que contarem com equipes de alta performance, trabalhando de forma alinhada e coesa. Dessa forma, temos a missão de conciliar as aspirações pessoais dos nossos funcionários com os objetivos e metas organizacionais, com ambientes de trabalho positivos, que fomentem a criação de relações de confiança e de cooperação. Na Serasa Experian, há muito não falamos mais de Gestão do Clima Organizacional. Hoje, falamos em felicidade e colocamos nosso discurso em prática. Desenvolvemos internamente uma metodologia que nos permite mensurar a felicidade dos profissionais em três esferas: na empresa como um todo, na área em que atuam e com o líder ao qual respondem. A pesquisa é aplicada em uma amostra da população. Trimestralmente 50% da empresa é convidada a participar, respondendo a um questionário extremamente objetivo. São apenas três perguntas às quais os funcionários atribuem uma nota de zero

a dez. O diferencial reside na análise qualitativa. Caso queiram, as pessoas podem comentar as suas respostas e isso tem nos permitido evoluir muito na gestão do ambiente de trabalho. Os resultados têm sido bastante positivos. A média geral da felicidade na empresa passa de oito, em uma escala de zero a dez, e tem se mantido estável desde a primeira edição da pesquisa. Mas isso só é possível com o apoio da liderança. É papel dos líderes envolver as pessoas e fazer com que se sintam parte da organização. Não há desempenho diferenciado em times desmotivados. Pessoas felizes são mais dedicadas e se mantêm produtivas por muito mais tempo. Existe uma relação entre a felicidade dos profissionais, a satisfação dos clientes e os resultados de negócio. No contexto corporativo, felicidade é a existência de processos capazes de criar valor para todos os públicos com os quais a empresa interage. É a existência de uma visão clara e realista do presente e, por que não, otimista, do futuro que pretendemos conquistar. É o respeito e a valorização das pessoas, a excelência no atendimento ao cliente e a consciência de que responsabilidade social deve permear todos os processos da organização. Hoje, estamos convictos de que não existe forma mais clara e objetiva de preservar a confiança e prover sentido do que enfatizar que buscamos a felicidade dos nossos profissionais no trabalho e, acima de tudo, colocar esse discurso em prática.


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A rádio-peão!

Q

uando você era criança, deve ter brincado de "Telefone Sem Fio", aquele jogo aonde um vai passando a informação no ouvido do outro, e geralmente o último tem uma noção totalmente distorcida da mensagem original. Por ser apenas uma brincadeira, ninguém sai prejudicado (claro que, dependendo da imaginação das crianças envolvidas, às vezes rola um bullying). Mas é bem provável que na sua empresa aconteça algo parecido. É a Rádio-Peão. Dispensa explicações, não é? Quando você estava na base da pirâmide, provavelmente deve ter trocado alguns cochichos com seus colegas de trabalho. Talvez ainda troque. A diferença entre o "Telefone Sem Fio" e a "Rádio-Peão", é que a segunda geralmente traz prejuízos para a empresa. Seja em que direção for. Exemplo 1 A cadeia descendente Presidente para diretor: a empresa está mal das pernas. Talvez eu tenha que viajar para a China fechar algumas parcerias novas, quem sabe diminuir nossa produção e otimizar nossos ganhos. Diretor para gerente: O chefe está mal das pernas. Talvez viaje para a China para fechar novas parcerias e descansar um pouco. Quando voltar, talvez corte parte da produção e comece a importar dos chineses. Do gerente para o assistente: O chefe está de sacanagem. Vai viajar para a China com uma nova parceira enquanto a gente fica trabalhando. E o pior é que, quando voltar, vai mandar metade do pessoal pra rua e substituir por chineses, que ganham menos. Do assistente para o aspone (toda empresa tem aspones): O chefe e sua amante chinesa vão viajar pra fora visitar a família dela, que tem um fábrica ching-ling. Talvez ele nem volte e mande fechar a empresa. Vamos todos pra rua. Do aspone para os peões: negócio é o seguinte, temos que fazer uma greve antes que o chefe venda tudo e se mude pra China, onde tem duas famílias, duas empresas e mão-de-obra escrava. Avisem o sindicato!

Exemplo 2 A cadeia ascendente Do peão para o aspone: Acho que vou pedir um aumento, sabe. Faz anos que trabalho aqui, e nunca tive um. Se não conseguir, vou procurar outro emprego. Do aspone para o assistente: O pessoal da produção disse que quer um aumento, e talvez alguns benefícios adicionais, senão podem sair da empresa ou fazer uma greve. Será que ganho uma promoção pela informação? Do assistente para o gerente: Sabe, o pessoal da produção, da cozinha e da limpeza estão preparando uma greve na surdina. Parece que o sindicato está envolvido. Quem me contou foi o aspone. Ele merece uma promoção pela informação! Do gerente para o diretor: É bom se preparar porque a categoria vai fazer greve! É capaz que o Estado todo pare! Acho bom deixar um pessoal terceirizado já de prontidão e contratar alguns advogados para cuidar disso quando chegar a hora. Ah sim, e tome cuidado que ouvi falar que o aspone quer o seu lugar. Do diretor para o presidente: Senhor, o aspone está organizando uma greve com todo o pessoal da produção, cozinha, limpeza e chefes de departamento. O senhor devia mandá-lo embora para acabar com o problema. Do presidente para o presidente (em pensamento): relaxe, é óbvio que tudo isso é fofoca. Provavelmente temos um funcionário da produção insatisfeito, querendo aumento. Basta descobrir quem é e ver se ele merece um aumento ou uma promoção. Ah, sim, e mandar o aspone fofoqueiro embora. Conclusão 1: não tenha aspones na empresa, eles são pródigos em criar confusão. Conclusão 2: tenha um mural onde possa publicar as decisões importantes, ou faça reuniões com os chefes, para evitar as fofocas. Conclusão 3: presidentes não ouvem a rádio-peão.

Autor

Åber Lavlov

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fevereiro 2012

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