2 minute read
deu na imprensa
da Automotive Business automotivebusiness.com.br
IMPOSTO ZERO PARA CARROS ELÉTRICOS PREOCUPA QUEM MONTA ÔNIBUS
Advertisement
Concorrência ficaria desleal e quem monta já está contra a medida
Aeletrificação foi a tônica da Lat.Bus, principal feira de mobilidade urbana do continente, mas o tema preocupa as fabricantes locais de ônibus no que diz respeito à abertura do mercado. Especificamente em relação à possibilidade de as montadoras estrangeiras importarem veículos elétricos com imposto zero, como propõe o Projeto de Lei (PL) 403, que tramita no Senado Federal.
Segundo o texto, de autoria do senador Irajá (PSD/TO), deverão ser isentas do tributo as importações de veículos elétricos e híbridos até dezembro de 2025, uma obrigação que atualmente é recolhida sob uma alíquota de 35%. O texto aguarda votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Enquanto a matéria é apreciada em Brasília, as montadoras já se mostram contrárias à medida. As empresas citam que a redução do imposto como algo que venha a gerar concorrência desleal e possível quebra da cadeia de fornecedores. Para a Mercedes-Benz, que mantém produção local de chassis de ônibus elétricos, o PL fere a isonomia da concorrência dentre do segmento.
“A isenção é um banho de água fria. A Mercedes-Benz está há 65 anos no Brasil, gerando emprego, desenvolvendo cidades e o país. A empresa ligou os municípios. Quero deixar claro que não somos contra novos concorrentes, só gostaria que eles entrassem pela porta da frente investindo no Brasil, colocando fábrica aqui, gerando emprego, pagando impostos. Reduzir o imposto de 35% para zero é pegar tudo o que a gente investiu e jogar no lixo”, afirmou Walter Barbosa, diretor de vendas de ônibus da montadora.
Imposto zero para elétricos é desleal para produtores locais
A Scania, que ainda não produz no país chassis elétricos, segue na mesma linha da disputa desleal e também critica o imposto zero.
“A partir do momento em que fabricantes assumem compromisso com o país, não apenas comercial, mas também social, não é justa a concorrência desleal. Sempre fomos a favor do livre-mercado, mas com concorrência leal. É oportunista pegar um lote de ônibus importados, trazer para cá e falar: ‘pronto, acabou’. Assim nós podemos fazer a mesma coisa. Fechamos nossas fábricas todas aqui, deixamos de empregar cinco mil pessoas, só na fábrica, e mandamos para o Brasil ônibus importados. Isonerar só os importados não é justo”, disse Silvio Munhoz, diretorgeral das operações comerciais.
Segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, existe uma discussão entre fabricantes e o governo no sentido de serem estabelecidas condições mais equilibradas em termos de competição.