Limonada

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dezembro 2011  •  no1

1    dezembro 2011


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2    dezembro 2011



Editorial

DIREÇÃO GERAL Luisa Melo EDIÇÃO Guilherme Garcia

Quem nunca pegou um copo de limonada para se refrescar numa tarde de verão? O gostinho ora doce, ora azedo traz tantas recordações... Claro, sempre com os pés no chão de quem ainda tem muito o que viver.   E foi assim que, do encontro de cinco jovens universitários com uma vontade de mostrar o seu universo de uma forma diferente, com espontaneidade e criatividade, surgiu Limonada.   Aqui você vai encontrar um pouco de tudo que acontece na vida jovem: moda, arte, design, música, viagem, tecnologia e novidades. Mas tudo isso contado de forma diferente, buscando no passado o presente.

REDAÇÃO Luisa Melo, Marília Paiva, Guilherme Garcia, Beatriz Ferraz e Ana Paula de Sá REVISÃO Ana Paula de Sá PROJETO GRÁFICO Luisa Melo, Marília Paiva, Guilherme Garcia, Beatriz Ferraz e Ana Paula de Sá DIREÇÃO DE ARTE Marília Paiva, Luisa Melo e Guilherme Garcia ILUSTRAÇÕES Capa por Luisa Melo, seção Viagem por Luisa Melo, seção Capa por Marília Paiva e seção Tecnlogia por Guilherme Garcia FOTOGRAFIA Seção Arte tiradas de banco de imagens da internet, seção Viagem tiradas por Luisa Melo, seção Educação do site da Rhode Island School of Design, seção Música tirada de banco de imanges da internet, seção Capa tiradas por Marília Paiva e do site Lomography, seção Shop tiradas do site Kinkyland, Kero Tudo e O Segredo de Vitorio, seção Moda tiradas por Beatriz Ferraz e seção Crônica por Ana Júlia Melo. ANÚNICOS Retirados do site Ads of the World COLABORADORES Ana Júlia Melo ORIENTADORA Célia Matsunga TIRAGEM 5 exemplares

}Se a vida lhe der um limão faça uma limonada~

IMPRESSÃO Athalaia Digital CONTATO revistalimonada@gmail.com Essa revista foi desenvolvida para a disciplina de Planejamento Gráfico da Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília sendo para fins totalmente acadêmicos.


SUMÁRIO

dezembro 2011  •  № 1

4 |  Arte

Maria Bonomi 8 |  Viagem

Buenos Aires 12 |  Educação

RI School of Design 16 |  Música

Vitrola 20|  Capa

Lomografia 28 |  Shop

Sempre queremos

20 31

8

31 |  Moda

Roupa Velha 36 |  Tecnologia

Flickr, Apps 40|  Crônica

Perdendo o cabaço


Maria Bonomi O Centro Cultural do Banco do Brasil apresenta “Maria Bonomi em Brasília - da Gravura à Arte Pública”, retrospectiva dos 60 anos de produção dessa renomada artista ítalo-brasileira. As obras de Bonomi foram organizadas em três divisões: os anos de formação, a arte política e o universo feminino. Independente dessas divisões, Maria Bonomi mostra que tem traços e estilo próprios característicos, estilo este que a artista mantém em toda sua produção até os dias de hoje, o que faz dela a renomada artista que é. Ana Paula de Sá

6    dezembro 2011


Arte Nascida em 1935, em Meina, Itália, Maria Anna Olga Luiza Bonomi veio para São Paulo em 1946. Aos 15 anos, em1950, estudou pintura e desenho com Yolanda Mohalyi e Karl Plattner. Em 1954, começa o seu trabalho na gravura com Lívio Abramo.   Em São Paulo, no ano de 1956, realiza a sua primeira exposição individual. Ainda em 56, recebe uma bolsa de estudos da Ingram-Merrill Foundation e estuda no Pratt Institute Graphics Center, em Nova York. Ao mesmo tempo, dedicou seus estudos à gravura e teoria da arte na Columbia University, com Hans Müller e Meyer Schapiro.   No ano de 1959, Bonomi finalmente volta ao Brasil e freqüenta a Oficina de Gravura em Metal com Johnny Friedlaender, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Junto a Lívio Abramo funda o Estúdio Gravura em São Paulo, em 1960. A partir da década de 1970, passa a dedicar-se também à escultura,

dezembro 2011       7


além de produzir grandes painéis para espaços públicos.   Defende sua tese de doutorado “Arte Pública” no ano de 1999.

de Maria Bonomi espalhadas pela entrada, as-

A EXPOSIÇÃO

sim como dois grandes

Dividida em três galerias,

painéis. Na primeira

“Maria Bonomi em Brasília

galeria estão expostos

- da Gravura à Arte Públi-

as grandes matrizes dos

ca” apresenta ao público

seus trabalhos xilográfi-

desde as gravuras e xilo-

cos, sendo que há tam-

gravuras de Bonomi até

bém uma projeção de

às grandes esculturas.

imagens de suas obras

A exposição tem como

públicas, como o painel

curador o historiador

“Etnias”, que integra o

Jorge Coli, que comenta

Memorial da América

o seguinte “É possível

Latina, em São Paulo. Na

transformar uma gravura

segunda galeria, estão

pequena da Maria em um

os trabalhos que a artista

tamanho grandioso, e o

dedicou à mulher: “Ho-

trabalho, ainda sim, re-

menagem a Nara Leão”,

siste à mudança de es-

de 1969, e “Paris Rilton”,

cala. Você tem um objeto

sua mais nova escultura,

denso e admirável”.

são da série de escul-

Ao entrar no CCBB em

turas que abordam o

Brasília, é possível perce-

mundo das celebridades.

ber diversas esculturas

Sendo “Paris Hilton”

8    dezembro 2011


Arte

uma escultura bastante polêmica por ser uma escultura “oca”, sendo uma crítica à própria celebridade. Esta parte da exposição também contém seus trabalhos com máscaras e uma escultura feita com as facas por ela utilizadas em seus trabalhos de xilogravura. Já na terceira e última galeria, a Sala Política, se concentram gravuras produzidas durante os tempos da ditadura.   Além dessa exibição completa das obras realizadas por Bonomi até

hoje, a mostra também apresenta o trabalho mais recente da artista plástica, a xilogravura “A Ponte”, além de uma nova série de 20 esculturas inéditas em metal. “A ideia é mostrar que esses objetos, que foram e continuam sendo criados a partir da gravura, formam uma obra inacabada”, comenta o curador da exposição, admirado com espírito e a jovialidade de Maria Bonomi que, aos 76 anos, ainda está produzindo obras inéditas mantendo o estilo que tanto a consagrou. n dezembro 2011       9


Buenos Aires Um guia turístico diferente. A melhor cidade da Argentina vista com outros olhos Luisa Melo

Três dias em Buenos Aires podem ser

po sozinho ou conhecer

incrivelmente bem aproveitados, se

novas pessoas? Viagem

fugirmos da habitual rota turística. A

romântica ou curtir com

intenção da Limonada é mostrar uma

os amigos? Esses pontos

Big Apple diferente.

são determinantes para

ANTES DA VIAGEM É sempre bom pesquisar um pouco sobre o lugar que se pretende viajar. Economiza tempo. Em vez de chegar e ter que procurar um lugar decente para ficar, você pode aproveitar uma boa praça ou um inesquecível restaurante! Quando for escolher a hospedagem é importante saber o perfil da viagem. Descansar ou festejar? Ficar um tem-

decidir entre Hotéis - convenientes para quem quer um ambiente reservado e não hesita em pagar bem por um bom colchão- ou Albergues - típicos para quem abre mão do conforto, quer economizar e adora conhecer pessoas novas.

leve sempre com voce: Máquina fotográfica Caderno de anotações Fotos, desenhos ou anotações, você escolhe. O importante é registrar!

www. whatsup buenosaires .com


“Três dias em Buenos Aires podem ser incrivelmente bem aproveitados, se fugirmos da habitual rota turística.”

Viagem Decidido o perfil da viajem, fica mais fácil procurar um bom lugar, com a localização ideal! Buenos Aires possui uma variedade de bairros, cada um com suas peculiaridades. Os mais conhecidos são: Microcentro, San Telmo, Puerto Madero, La Boca, Recoleta e Palermo.

PRIMEIRO DIA Onde quer que seja seu hotel, vá dar uma volta! Compre um mapa numa banca de jornal - não vá querer se perder, hein! - e ande o máximo que puder. Pare para ver lojas, compre alguma coisa, mas não perca sua tarde apenas com isso. Dedique esse primeiro dia da viagem para você sentir o clima da cidade! Esse também é o dia adequado para tirar todas as suas dúvidas. Pergunte sobre os lugares que pensou em visitar, os horários de funcionamento e os respectivos endereços. Agora que você já tem um mapa fica mais fácil se organizar.   Ao chegar ao hotel provavelmente você vai estar muito cansado. Mas não desanime! O dia ainda está longe de terminar! Se você é daqueles que precisa de uma pausa, não exite em descansar,

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Dancar

Severino

(Hipolyto Ygoyen 968) Aberto apenas as segundas-feiras a partir das 11pm

Asia de Cuba

(Puerto Madero, Pierina Dialessi 750 e Macacha Guemes) Aberto de segunda a sexta

Entrada AR$60,oo

durma se necessário. As festas só começam a partir de 1 da manhã. Caso você ache melhor não parar, engate para não desanimar, se arrume e fique no hall do hotel. Em albergues já é mais fácil conhecer outras pessoas e você pode acabar sabendo de boas festas. Outra opção para passar o tempo é ir aos barzinhos, no horário “happy hour”

Comer

Oui Oui (Palermo, Nicaragua 6068, entre Arevalo e Dorrego) Deliciosa e bem servida a refeicao da pra duas pessoas El Federal (San Telmo, Carlos Calvo 599 e Peru) Antigo cafe que contagia pelo seu visual Indicado para refeicoes tipo lanche

SEGUNDO DIA Comece o dia da melhor forma possível, não acorde muito tarde e não perca o café da manha do hotel/albergue! Principalmente se este for acompanhado com um famoso doce de leite local. É importante que você desfrute dos costumes porteños.   Lembre-se de fazer pelo menos uma ótima refeição nesses dias de viagem, daquelas que te deixam a lembrança de um bom gosto na boca por bastante tempo!   Recoleta é uma boa opção para almoço. Aproveite para conhecer o famoso Cemitério do Recoleta, é diferente de todos que muitos já conheceram!   Esse pode ser o dia mais importante da sua viagem. Ainda há tempo, e você já não é um completo desconhecido do assunto Buenos Aires. Pegue o metrô e tente cumprir pelo menos dois itens da lista de lugares que quer conhecer.

happy hour Gibraltar (San Telmo, Peru 895 com Estados Unidos) Aberto das 12pm as 4am Melhores dias: Quartas e Sabados Antares (Palermo, Armenia 1447, entre Gorriti e Cabrera) Aberto diariamente- 7pm as 4am


TERCEIRO DIA Agora que você já é perito em Buenos Aires, uma ótima dica é alugar uma bicicleta, e com o mapa na mão conhecer todos os cantinhos da cidade! A cidade possui uma longa ciclovia na Avenida Del Libertador que percorre os principais bairros, além de dar acesso a inúmeros parques. Inclusive o famoso “Jardim Japonês”.   A melhor vantagem da bicicleta é poder andar longas distâncias, podendo parar em qualquer lugar que achar interessante como uma livraria, um café, ou um convidativo banquinho na praça.   Vale ressaltar que todas as cidades possuem índices de violência, umas mais outras menos. Se for visitar o bairro La Boca e seu famoso Camenito, fique atento ou vá acompanhado. Sen-

onde ir Roda 2 Oro

(Palermo, Fray Justo Santa Maria de oro 2305) Aluguel de bicicletas

AR$10 a hora ou AR$50 o dia Cimenterio de la Recoleta

(Recoleta, Junin com Vicente Lopez)

do este bairro uma ótima dica para um programa num dia de sol, para sentar tomar uma cervejinha e admirar a alegria do povo argentino. n

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Conheça a

Rhode Island School of Design Fundada e mantida por mulheres em Março do ano de 1877, a Rhode Island School of Design é referência mundial no campo das artes e do design. Originada junto ao Rhode Island School of Design Museum of Art, a RISD é uma das primeiras universidades americanas com atuação na área. Ana Paula de Sá

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Educação

“ John Maeda

Com m a i s de 9 6% de a lu nos em pr ega dos depois de formados, a RISD é uma universidade privada com diversos programas e graduações atraindo estudantes do mundo inteiro”

é um artista de

renome mundial. Bacharel e mestre em Ciências da Computação e Engenharia Elétrica, Maeda é PhD em Ciência de Design pela Universidade de Tsukuba Instituto de Arte e Design no Japão e MBA pela Arizona State University. Após receber o Prêmio Nacional de Design, e ser representado na coleção permanente do Museu de Arte Moderna, Maeda tornou-se presidente da Rhode Island School of Design (RISD) em junho de 2008, e o é até hoje. Há mais de uma

Maeda vê o tradicional, técnicas

década seu trabalho tem sido integrar a

feitas à mão, fundamentais para uma

tecnologia, a educação e as artes, como

educação cada vez mais aprimorada,

uma forma de sintetizar o século 21 pela sua criatividade e inovação.

como na própria universidade, em t John Maeda

um mundo excessivamente digital no qual existe a busca das pessoas para se reconectar com o que é real e autêntico. A universidade tem como objetivo educar seus alunos e o público na criação e apreciação de obras de arte e design, para descobrir e transmitir conhecimentos e contribuir sempre com a sociedade por meio de um pensamento crítico e de inovação. dezembro 2011       15


Educação

Com mais de 96% de alunos empregados depois de formados, a RISD é uma universidade privada com diversos programas e graduações atraindo estudantes do mundo inteiro. A universidade oferece cursos como Arquitetura, Mídia Digital, História da Arte,

“Sekala Ribbons”, da aluna Anastasia Azure s

Escultura, Ilustração, Design Gráfico, Joaelheria e Escultura em Metal, entre vários outros. Maeda acredita que todos os alunos deveriam ter acesso à RISD e por isso há vários programas como bolsas, financiamentos, para que alunos do mundo inteiro possam estudar ali. Para alunos estrangeiros se candidatarem às bolsas, basta fazer o SAT, que é o equivalente ao vestibular, e uma prova de proficiência em inglês sendo o TOEFL ou o IELTS. Para saber mais sobre a universidade, acesse o site oficial: www.risd.edu  n 16    dezembro 2011

Biblioteca da Rhode Island School of Design s


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17    dezembro 2011


Música

Na vitrola Senhoras e Sehores segurem-se em suas poltronas e agarrem seus fones de ouvido, é com prazer que o Vitrola dessa semana apresenta a vocês The Nymphs! Beatriz Ferraz

The Nymphs

18    dezembro 2011

Quer fugir das músicas

promete te levar a uma viagem no

meramente

comerciais

tempo, de volta para quando letra de

e da afinação de pop

música significava mais que “bootie

star corrigidas pelo au-

shaking.”

to-tunes?

Recomendo

The Nymphs é um quarteto femini-

The Nymphs. A melo-

no que nasceu no cenário de música

dia suave dessa banda

eclética de Melbourn em 2005. Bek


Música

Trazendo elementos do passado com cara nova Chapman, Jane Hendry, Kel Day and

cas da época da Segunda Guerra

Clare Hendry se apresentavam como

Mundial, combinando-as com músi-

“backing vocals” de uma banda de

cas a capella, valsas, e baladas senti-

hip-hop quando acabaram se unindo

mentais. O que cria um estilo único de

através do amor que as quatro sentiam

interpretações atemporais de canções

por arranjos vocais, figurinos vintage

antigas, bem como uma seleção de

e Dean Martin (ator e cantor de anos

clássicos revigorados, acrescentado o

1940).

seu toque próprio a um gênero muito

As cantoras se inspiraram no “croon-

tempo ignorada pela massa.

ers” (interpretes de canções populares)

Armadas com vestidos inspirados

dos tempos de guerra e grandes vo-

nos anos 50, sapatos combinando, e

cais do passado como The Andrews

um tempero teatral, as ninfas trazem

Sisters, The Chordettes and The Mills

nos shows além da boa música um

Brothers. The Nymphs recriam músi-

pouco de comédia e nostalgia. n dezembro 2011       19





Capa

Lomomania Quem hoje em dia não tem uma câmera fotográfica digital? Elas estão por todos os lados, nas mãos de fotógrafos profissionais ou nas do cara no ponto de ônibus. Talvez todos os seus amigos tenham uma também. Isso porque vivemos uma época em que a câmera digital está ao alcance de todos e não é muito caro ou difícil fazer fotos de alta qualidade dos melhores – ou piores – momentos da vida. E é por isso que é difícil acreditar que uma câmera analógica, que ainda usa os antiquados rolos de filme, criada durante a Guerra Fria, esteja fazendo tanto sucesso. Marília Meireles de Paiva

“Comprei a primeira [Lomo] em 2006.

firmou mais como um estilo de vida do

Um amigo tinha acabado de voltar de

que como um mero estilo fotográfico.

Tóquio e falou dessas câmeras de

Muito mais do que um meio para

plástico super legais. Ele me mostrou

registrar momentos posados, a Lomo

as fotos e achei incríveis. Na época

é usada para registrar o cotidiano de

eu sofria um impasse fotográfico:

forma livre e despretensiosa, sem

só tinha dinheiro para comprar uma

preocupação com o resultado final

câmera digital daquelas podres, tipo

da fotografia. A estudante brasiliense

Cyber Shot. [...] Como a ideia não era vi-

Ana Cecília Schettino, 20 anos, con-

rar fotologger, não queria uma câmera

corda. Para ela, a ideia de não ter de

assim. A Lomo resolveu o impasse: é

se preocupar com os fatores técnicos

barata, é linda e as fotos são legais”. O

e poder abusar da experimentação é o

caso da repórter da Folha de S. Paulo

principal diferencial da Lomo. “O que

e estudante de letras da USP, Juliana

mais me preocupa quando vou utili-

Cunha, de 23 anos, resume bem a

zar uma Lomo é o enquadramento,

sensação de se ter uma Lomo. Desde

mas no fim das contas posso ter ro-

seu surgimento, a pequena notável se

dado o filme errado, a foto sair cortada dezembro 2011       23


1991 - Praga, república tcheca 1983 - São petesburgo, ®rússia

Lomomania começa em Praga, em 1991, quando dois jovens vienenses de férias

A lomo surgiu na Rússia, em plena Guerra Fria, com a ordem de reproduzir pequenas câmeras japonesas, resistentes, robustas e fáceis de usar. A ideia era vender câmeras baratas que fossem utilizadas em massa, para propagandear o estilo de vida soviético. Curiosidade: o nome Lomo vem do nome da fábrica russa.

24    dezembro 2011

descobrem a Lomo. De volta a Viena, o fascínio deles pela cor, luz e qualidade das imagens (com foco, ou não) produzidas foi tão contagioso que rapidamente se espalhou pelo continente.


Capa 1995 - viena, áustria Em 1995, nascia em Viena a Sociedade Lomográfica e a primeira Lomo Embaixada. O objetivo era impedir o desaparecimento das pequenas máquinas russas, uma vez que a fábrica em São Petesburgo tinha acabado com a produção. A Sociedade organiza eventos pelo mundo todo que reafirmar o valor da Lomografia.

2010 - colônia, Alemanha Durante os últimos anos, uma comunidade de mais de 500 mil fotógrafos estabeleceu uma reputação internacional para a Lomografia. O ano de 2010 marca a invasão da Lomo na Photokina, evento realizado em Colônia. Durante a feira, foram lançadas três novas câmeras e novos modelos de filmes e acessórios, espalhando,definitivamente, a paixão pela fotografia analógica.

dezembro 2011       25


Capa e ainda assim muito legal!”, comenta.

mais longe. Gosto muito disso porque

Diferentemente das câmeras digi-

faz as pessoas se mexerem mais do

tais, a forma da Lomo não impres-

que um simples ‘aperto no obtura-

siona. Em geral, as câmeras são fei-

dor’. Isso faz elas desejarem sempre

tas de plástico e lembram câmeras

fazer algo diferente e, sem perceber,

de brinquedo. E é exatamente pela

estão melhorando e evoluindo seu

fragilidade de seu acabamento que

gosto estético e olhar fotográfico”.

ela faz o que as máquinas digitais não

Gente como a jornalista Juliana Cunha,

conseguem reproduzir: vazamento de

a estudante Ana Cecília e o fotógrafo

luz, distorção da cor, enquadramento

Jorge Sato são conhecidas como Lo-

inusitado, e um mágico equilíbrio en-

molovers. São os amantes da foto-

tre contraste e saturação. O fotógrafo

grafia analógica, que ganha cada vez

paulista Jorge Sato, 30 anos, aponta

mais adeptos. Essas pessoas, além

ainda para outro diferencial: “Uma

de possuírem uma Lomo, encaram

das bases [da Lomografia] é o ato

a fotografia de uma forma diferente.

de experimentar e criar para chegar

Acreditam que o elemento surpresa,

Festival Fun Bundle t

26    dezembro 2011


de levar o filme para revelar e ficar esperando para ver o resultado, é fundamental. A aspirante a designer Cibele Varão, 22 anos, é outra do time Lomo. “Gosto do analógico. Gosto da ideia de não poder prever como uma foto realmente irá ficar. As cores e texturas que o uso de filmes e lentes de plástico proporciona trazem uma estética de foto que me agrada bastante”, opina.   Para esses amantes da Lomografia a graça é essa: improvisar! Aprender a observar o mundo a nossa volta e explorar suas possibilidades. Sendo o elemento surpresa justamente uma das “regras de ouro” (ver box ao lado) da

A mais famosa de todas as câmeras

lomografia. Grande parte das câmeras

é a Lomo LC-A que foi a precursora

não tem visor e as que têm não são

de tudo. Além dela, outras opções das

muito confiáveis, assim o fotógrafo

pequenas câmeras são Holga, a Su-

conta com seu instinto na hora de foto-

perSampler, a ActionSampler, a Diana

grafar, e é comum não saber o que foi

F+ e a Fisheye. A lista é grande e os lan-

fotografado até a hora da revelação.

çamentos de novos modelos e edições especiais é constante. Por isso, pode-se afirmar que a Lomografia é uma volta ao

CÂMERAS E ACESSÓRIOS:

passado, mas com olhos para o futuro.

Conforme o interesse pelo estilo foi

Para quem tem interesse em comprar

crescendo, milhares de produtos rela-

sua própria Lomo e se arriscar no mun-

cionados à lomografia foram criados,

do da fotografia analógica, agora ficou

desde porta-retratos, bolsas, camise-

mais fácil conseguir comprá-la no Bra-

tas e chaveiros até lentes especi-

sil: a Lomography Brazil tem uma loja vir-

ais, disparadores, flashes e câmeras

tual que vende vários modelos incríveis

dos mais variados tipos e estilos.

de câmeras, acessórios, filme, etc. dezembro 2011       27


Lomo LC-A R$: 760,00 Para os aficcionados por lomografia, a Lomo LC-A é uma réplica da original russa, que celebra a percursora da lomo.

Lomo LC-A Fisheye Nº 2 R$: 219,00 Sua lente captura quase 180º do mundo ao seu redor. Ela praticamente faz um disparo circular em uma imagem retangular.

Fisheye 2 Fisheye Submarine R$: 155,00 É a Fisheye que pode ser mergulhada até 20 metros de profundidade, conservando as cores da imagem.

Fisheye Submarine

Action Sampler R$: 99,00 Primeira Lomo com multilente, ela capta em uma só foto movimentos em uma

Action Sampler 28    dezembro 2011

sequência de quatro fotos.


Capa Diana F+ R$: 249,00 Réplica do clássico dos anos 60. A Diana é uma das câmeras mais procuradas. É famosa por suas imagens radiantes.

Diana F+

Super Sampler R$: 155,00 Fácil e prática, esta câmera multilente captura quatro imagens panorâmicas em sequência, em uma única foto.

Color Splash R$: 189,00 Possui um sistema de roda de cores que dispõe diversos filtros coloridos que podem ser selecionados aleatoriamente.

Color Splash

Spinner 360º R$: 279,00 Inpirada em um conceito futurista ela permite fotografar em 360º. A Spinner leva a fotografia panorâmica para um outro nível.

Spinner 360º dezembro 2011       29


Shop

Encontrado: loja online Kero Tudo

1 Encontrado: loja online Kinkyland

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Sempre

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30    dezembro 2011


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Relógio Flip Retrô R$ 199,00

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Caneca CMYK R$ 18,50

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Pen Drive Camêra 8GB R$ 119,00

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Conjunto sal e pimenta R$ 49,90

5 Caderno Video Tape R$ 64,00

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Carimbos Facebook R$ 69,00

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Caneca Zoom R$ 120,00

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31    dezembro 2011

dezembro 2011       31



Moda

Roupa Velha Meu guarda-roupa é uma máquina do tempo Beatriz Ferraz

A moda sempre recicla e resgata o

A estética retrô incentiva a cria-

passado de uma forma ou de outra,

tividade e possibilita a criação de um

coleções retrô podem ser encontradas

look barato a partir de peças velhas e

em lojas de departamento, em des-

usadas, transformando, quem diria, o

files de estilistas renomados e conse-

guarda roupa da sua mãe e os brechós

qüentemente nas ruas. O que popular-

em verdadeiras fontes de inspiração.

izou a cultura vintage adaptando-a ao

Brechó é sinônimo de roupa usada e

cenário atual combinando cintura alta,

geralmente barata, mas com a explosão

ombreiras, estampas características de

retrô, os brechós se tornaram “pops” e

uma década específica com peças e el-

caros. O que fere os antigos princípios

ementos atuais criando um visual único.

da pechincha e barganha mais básicos dezembro 2011       33


dos verdadeiros brechós. Brechó bom é

The 20’s

barato, bagunçado, com poluição visu-

A década marcada pelo suingue do

al, um pouquinho de poeira e um dono

jazz, foxtrot, e dos clubes notur-

tão ícone quanto os próprios objetos.

nos. As mais pedidas eram saias na

E aqui você fica sabendo um pouco

altura do joelho combinadas com

sobre os tesouros de cada época que

cabelos curtos. Período marcado

você pode encontrar em um brechó.

pelo início da libertação feminina.

34    dezembro 2011


Moda

The 40’s e 50’s Época das pin-ups, marcada por roupas de cintura bem definida, cabelos com cachos glamourosos e batom vermelho. Tudo isso envolto em uma aura de inocência num tom provocativo e instigante. A vulgaridade passa longe do estilo pin-up.

dezembro 2011       35


The 60’s Essa década é marcada pelas cores e pela natureza. Traduz a explosão da cultura jovem em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. Batas, roupas coloridas, muitos acessórios e cabelão natural marcam o estilo da época.


Moda

The 2011’s Mix Agora vale tudo! Aposte em peças marcantes da sua década favorita, misture anos 20 com 60 com 90, o que conta é a originalidade.

n

dezembro 2011       37


Descubra e compartilhe Guilherme Vargas Garcia

38    dezembro 2011


Tecnologia

ARMAZENE CLASSIFIQUE BUSQUE COMPARTILHE Se você ainda não conhece, você

melhor organizá-las, criar álbuns e até

precisa conhecer. O Flickr é uma es-

colocá-las no mapa, criando geotags

pécie de comunidade online, ou mel-

que mostram o local onde elas foram

hor, uma rede social, onde você pode

tiradas.

armazenar, gerenciar e buscar fotos. Tudo isso acontece graças à tecnologia de computação em nuvem. Este tipo de tecnologia garante mobilidade, em que é possível visualizar suas fotos de vários aparelhos, por exemplo, smartphones.   No site você pode carregar suas fotos e anexar tags (ou etiquetas) para

O melhor jeito de aprender sobre o Flickr é fazendo uma conta grátis. Lá você poderá armazenar suas fotos, entrar em grupos e fazer amigos. A navegação do site é boa e você consegue achar tudo o que quiser digitando palavras-chave no campo de busca.

dezembro 2011       39


Tecnologia

História

Busque

O site do Flickr surgiu em Vancouver,

O site também é um ótimo lugar para

Canadá, desenvolvido pela empre-

se encontrar boas fotos para você

sa Ludicorp em fevereiro de 2004. O

guardar e usar, fugindo um pouco

seu alto nível de interatividade entre os

daquelas mesmas imagens que todo

usuários e pelos sistemas de categori-

mundo acha quando busca no Goo-

zação, tags e geotags, chamou aten-

gle Images. É necessário, porém, se

ção de grandes empresas, e em 2005

atentar aos direitos autorais de cada

a Yahoo! Inc. adquire a Ludicorp e con-

foto e usuário. Alguns usuários não

sequentemente o Flickr.

permitem a livre publicação de suas fotografias.

Experimente

Veja também Se você gostou do Flickr, existem também outros sites, ou rede so-

Para criar uma conta basta entrar no

ciais, que podemos achar boas

site e se cadastrar. Existem dois tipos

imagens:

de conta, a gratuita e a Pro. Com a gratuita você consegue ter acesso a todas as funções, porém com alguns limites. Na conta gratuita você só pode fazer upload de dois vídeos e 300 MB de fotos por mês. Na conta Pro você paga R$45,90 por ano e ganha envio de fotos e vídeos ilimitados, navegação livre de anúncios, além de outras vantagens. n 40    dezembro 2011


Tecnologia

Não tem? Guilherme Vargas Garcia

Ainda não comprou sua câmera lomográfica, mas está morrendo de vonta18 efeitos

de de usufruir de todos aqueles efeitos de cores, exposição e foco?

Edição de foto Integração com redes sociais

Pois então a notícia boa é que você não precisa de uma lomo para ter fotos com esses efeitos, se você tiver um smartphone já será capaz de ter uma biblioteca inteira.   Separamos dois aplicativos que você pode baixar gratuitamente para o seu smartphone.

18 efeitos

Os dois aplicativos possuem uma rede onde você pode compartilhar

Blur Linear e Radial

com outros usuários as suas fotos, se-

Integração com redes sociais

guir perfis e favoritar fotos.   E se você não tiver uma lomo nem um smartphone, você pode tentar se aventurar em programas de edição de imagem como o Photoshop Elements ou o próprio Photoshop. n dezembro 2011       41


Crônica

PERDENDO O CABAÇO

A primeira vez a gente nunca esquece Ana Júlia Melo

Do analógico eu só me recordava das fotos de família, a espera do resultado e os negativos engavetados. Descobri a fotografia só depois. Meu primeiro contato, além dos memoráveis tempos de criança, foi na universidade. Obturador, diafragma e ISO vieram juntos com jpeg e pixels. Quando comecei a cursar comunicação o mundo já tinha se transformado em digital.   Eis que me aparece uma Lomo. Na minha mão aquela câmera plástica preta e azul, e três filmes de 120 milímetros. O que eu faço

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Crônica com isso? A resposta óbvia: use! Aprender a manuseá-la exigiu delicadeza. Era com um brinquedo, simples. Entretanto, ela parecia frágil, e pior que isso, indecifrável. Meu prazo seria de uma semana para tentar entendê-la.

O PRIMEIRO CONTATO E AS REGRAS Comecei quebrando a primeira regra, leve a sua câmera onde quer que você vá. Mas como todo bom guia o último dos 10 mandamentos Lomo diz: “não leve a sério nenhuma regra”. E foi assim. Sem ler o manual, nem os mandamentos básicos para quem se aventura na experiência lomographyca.   Não tinha noção de como seria o tempo de exposição. Segurei o dedo por três segundos. Segurei por frações de um segundo. Usei flash. Fotografei em tempo nublado e de sol a pino. Meu temor era a segunda regra, use a todo o momento. Sentia uma insegurança que me impedia de fotografar, mas com o barulho do rodar da bobina o medo se perdeu. Outras duas regras me inibiam não pense e seja rápido. As amarras da graduação! Pensava a cada foto, mudava de lugar e dava muita importância aos detalhes. Demorava até conseguir “sentar o dedo”.   No segundo filme já me sentia mais solta. Aprendi a usar o foco que passou despercebido no primeiro filme. Perdi a dó de usar uma pose. Acreditava que tudo poderia ser lomografado e assim, acabei com as poses em dois dias. Tirar a máquina da bolsa tornou-se um prazer. Enquadrar o que viria a ser minha imagem, um desafio. Subitamente tudo que via, eu via através da lente da Diana.

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Crônica REVELAÇÃO – FRUSTRAÇÕES E APRANDIZADOS Terminado o filme, a emoção de rodar a bobina até o final e levá-lo para revelar acelera o coração. Por quase nada você pode perder seu filme. E não há backup que recupere o seu arquivo em formato “papel fotossensível”.   Hora da verdade. O maior medo era de nenhuma foto ter prestado. Abri o papel devagar, tentando conter minha afobação, que parecia estar estampada na minha cara. Tiradas da embalagem, foi nítida a minha reação “sorriso besta de satisfação”. Minhas fotos tinham cor, algumas, nenhum foco. Mas eu as olhava bestificada, achando lindo.   Segundo filme. Toda a história se repete. A ansiedade, a afobação. Mas no final, o sorriso besta de satisfação foi substituído por uma cara inconfundível de decepção. As bordas das fotos estavam queimadas, provavelmente por não ter lacrado bem o filme depois de retirá-lo da câmera. As fotos estavam cortadas, porque rodei a bobina mais do que devia. Ficaram escuras. De fato gostei de poucas no primeiro momento, mas depois, olhando e relembrando, me peguei apaixonada por todas elas.

QUERO MAIS O analógico, principalmente em Brasília, é um sonho de poucos apaixonados. Dá trabalho, custa caro, não é nada prático, além da presença natural do inesperado. Nada daquele visor instantâneo que te permite ver logo em seguida a foto (você não precisa saber

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Crônica

o que foi capturado no filme, regra nº 8). Analisar e repetir várias vezes a foto é possível (regra nº 4: “tente fotografar de todas as maneiras”), mas não sai barato. É caro se apaixonar.   Os filmes coloridos de 35 ou 120 mm ainda encontram lugar no mercado de Brasília. Mas o que fazer com um filme Lomo preto e branco de 120 milímetros? Não encontrei lugar que revelasse. Já desesperada, perguntei por telefone: Você saberia me dizer se existe algum lugar onde eu consiga revelar esse filme? Na UnB, lá eles têm laboratório. Essa foi a resposta. Logo descobri que essa seria uma paixão daquelas difíceis, de romance literário.   No laboratório da Faculdade de Comunicação descobri que eles possuem os químicos, papel e equipamentos necessários para revelar o meu P&B 120 mm. Eu poderia revelar meu filme, eu mesma. A minha cara foi de espanto. Espanto maior do que o primeiro, o de me deparar com uma câmera analógica. Coisa de Vicky Cristina Barcelona ir para laboratório, fotografar e revelar suas próprias fotos. Decidi vencer o medo e arriscar. Eu poderia perder meu filme. Marquei para revelar. O resultado? Fica para o próximo texto. n dezembro 2011       45



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