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Amélia Luz
Amélia Luz
Pirapetinga/MG
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A Casa da Imaginação
Entrei na casa bem assombrada Que a campainha não tocava O mordomo não atendia Você ali me esperava E a porta rangia... rangia... O relógio não batia Ali ninguém sabia O que era ser real Num mundo só de magia E de sobrenatural... Tinha um fogão sem fogo Uma cadeira sem jogo Um sofá quebrado Um quadro dependurado Mostrando a figura Tristonha e escura De um casal de namorados Hoje, pela vida, separados... O jardim não floria O luar não enternecia O violão estava sem cordas O piano não tinha teclado E as crianças mudas, jaziam, Petrificadas no chão. No varal não tinha roupas Na casa não tinha pratos Não tinha pão nem cheiro de sopa, Nem panelas na cozinha tinha. As torneiras não pingavam água Mas havia um poço fundo De mágoas e amargas recordações...
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O velho cão cochilava A mulher pálida não mais amava E se esquecera na certa De que tivera um coração! Mas, num canto secreto qualquer Havia escondida uma chave dourada. Abri então a porta encantada E te encontrei na rede deitada.... Faceiro ajeitei-me a teu lado Trocamos assim a mesma emoção. Trêmula me destes a mão Em pacto de amor primeiro. Embora não tivesse telhado Ali ficamos enamorados Na casa sem teto, mas tão abrigados, Sem cores, sem flores, sem nada, Onde eu via tão linda A minha doce amada Cantando versos na madrugada Em noite de serenata, Sorrindo livre, só para mim...