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Ariane de Medeiros Pereira
Ariane de Medeiros Pereira
Caicó/RN
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Um plano avesso: entre a vida e a morte
Os dias se passavam e em minha mente parecia que o que temia aconteceria, mas caminhava esperando que o milagre viesse de pronto. Sabia que o que rogava era difícil de acontecer, dado que, as chances eram mínimas, mas a esperança era tamanha. Fazia algum tempo que havia descoberto que Charlene estava envenenando o seu companheiro, Tobias, com o intuito de ficar com sua fortuna, haja vista que, possuía diversas empresas do ramo automobilístico.
Tobia, por outro lado, amava sua esposa e jamais suspeitaria que ela atentasse contra sua vida. Tudo parecia transcorrer na mais remota tranquilidade na vida daquela família. Eu assistia o desenrolar, de modo apreensivo, buscando uma forma de informar a situação, entretanto, não via saída. Resolvi vigiar mais de perto Charlene e perceber de que maneira ela escondia o veneno, e em que momento, aproveitava para colocar na água do marido.
Com dias a fio perseguindo a vida de Charlene, na espreita, consegui observar o momento exato em que ela cometia o abominável. Ela era uma mulher astuta e se passava de boa esposa, passou esperar o momento em que o marido ia fazer seus exercícios físicos e a boa esposa sempre levava sua água desejada. Claro, se Tobias sentisse algum mal estar saberia que poderia advir dos exercícios físicos. Charlene continua encoberta pela máscara de esposa amável e preocupada.
Pensava todos os dias em começar a lançar suspeita a Tobias sobre o caráter de sua esposa, no entanto, não obtinha sucesso em meus objetivos. Tobias ainda brincava que desde de criança eu me preocupava demais com ele e que jamais o deixava sozinho em suas preocupações. Éramos primos inseparáveis, como se fossemos almas gêmeas. Sorri e percebi que não adiantava argumentar com meu primo, ele estava com sua visão encoberta pelo amor que sentia por Charlene. Certamente teria que usar novas estratégias.
Passei a me aproximar cada dia mais de Charlene, acompanhava de perto suas ações, percebi que sempre guardava o saquinho plástico com uma substância branca dentro de sua bolsa e a deixava sempre bem guardada, para evitar que alguém a descobrisse. Logo, consegui uma
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pequena amostra que mandei para ser analisada, não restava dúvida, era um veneno poderoso que ia sendo introduzido no organismo e promovendo a morte das células lentamente.
Como faria para resolver aquela situação? O que pensar para desmascarar Charlene? Não via uma solução cabível. Tudo parecia muito bem organizado, mas não tardou a me vir a ideia de trocar a substância por outra. Assim, fiz coloquei uma substância branca no plástico que Charlene usava e continuei a segui-la de perto. Sempre que percebia que já deveria está perto o final da substância ficava atenta para trocar.
Tobias passou a sentir alguns sintomas de fraqueza que não sabia pensar o que seria, pois já havia ido ao médico e este não havia identificado nada de anormal. Sua esposa parecia bastante “preocupada”, mas o seguia firme em seus exercícios, com os dias Tobias não reclamava mais. Tudo transcorria como de costume e Charlene parecia mais feliz que nunca. Estava radiante esperando o dia que não teria mais que suportar Tobias e seus familiares.
Os dias se passaram e Charlene começou a se sentir cansada e abatida, resolveu fazer alguns exames, mas tudo parecia normal. Por outro lado, Tobias algumas vezes chegou a reclamar de dores abdominais. E Charlene aumentava suas expectativas de viver sua liberdade e com a riqueza deixado pelo esposo. Não passou muitos dias, quando Charlene recebeu uma ligação da clínica sobre seus exames. O médico a pedia que fosse a ter ele para que conversasse. Ela não deu grande importância. Ao que dias mais tarde recebeu nova ligação pedindo que esta fosse a clínica que era urgente. Charlene se dispôs a ir bastante aborrecida, pois estava mais cansada.
Ao retornar da clínica vinha bastante abalada, afirmando que, o médico havia encontrado uma anomalia em seus exames, mas que não conseguia identificar a causa, parecia que Charlene estava sendo envenenada, mas que, não conseguia detectar nenhuma substância. O médico havia dito a mesma que não sabia se o quadro dela poderia evoluir, e continuaria a pesquisar. Charlene estava desesperada como esse fato poderia está ocorrendo com ela? Ela teria um inimigo oculto? Não poderia ser isso chegou à conclusão. Mas, também, não deixou seu plano de lado para com Tobias.
Tobias continuava bem, apenas, sentindo de vez em quando, o desconforto estomacal. E Charlene criava expectativa. O médico pediu que ela refizesse os exames, o que ela acatou. Os exames revelaram que o quadro dela havia piorado e ela não sabia qual seria o motivo.
Assim, transcorria os dias. O médico chegou a dizer a ela que talvez, ele não tivesse o que fazer por ela. Charlene ficou desesperada.
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Passou a cuidar de sua alimentação com medo de alguém está envenenando. Mas, não sentia melhoras. Recebeu novamente a ligação da clínica, na qual o médico pedia para que ela retornasse, pois havia descoberto uma possibilidade que poderia ser a causa da doença misteriosa de Charlene. De pronto, ela saiu para a clínica. Ao chegar lá, o médico disse a ela que a mesma poderia estar contaminada com uma substância venenosa, mas que ela não havia ingerido. Apenas teria tido contato ao manuseá-la. Charlene logo lembrou do veneno que comprava para o marido e que sempre o tocava e colocava na bolsa e que, às vezes, caia algumas partículas em sua bolsa.
Em silêncio disse que era impossível, pois não tinha manuseado algo assim. Mas, perguntou ao médico qual seria o tratamento se fosse o caso, este apenas balançou a cabeça negativamente e disse: não existe. Charlene voltou para casa com seu fim traçado, mas se perguntava porque Tobias ainda não havia falecido se o veneno era tão letal? Os dias seguiam e ela continuava a piorar e carregava a culpa de seu plano. Resolveu contar a família seus planos na ânsia da morte. Tobias não podia crê, mas a prima Ester o advertiu, e disse: tentei te avisar como você não me ouviu, a solução foi trocar o veneno que Charlene usava. E por sorte, eu não me contaminei, pois sempre usei luvas. Agora, ela está passando para outro plano por seu próprio veneno de ganância e de ambição.