TURISMO
OS EFEITOS DO COVID-19 PODEM CHEGAR A 2021
SAÚDE
SÍNDROME DE BURNOUT: ALERTA DE ESGOTAMENTO FÍSICO
TECNOLOGIA
BRASIL É ALVO FÁCIL PARA OS CRIMES CIBERNÉTICOS
maisinfluente.com.br
2020 E D I Ç Ã O PREMIUM
Nº06 R$22
LIBERADO
JUNIOR
©
Fernanda Leitão
Uma tabeliã à frente do seu tempo
REVISTA MAIS SANTOS (323765502)
MAISINFLUENTE/BUSINESS
REVISTA MAIS JR (323765501)
GRUPO DE COMUNICAÇÃO
1
Eleve seu negócio a outro nível! Faça seu cliente se sentir
o próprio Boss.
Sinônimo de inovação no segmento OOH, a Itabus Publicidade, está lançando o BOSS. Um novo conceito de mídia itinerante, com a garantia de uma experiência exclusiva em um transporte de luxo, atrelada à estrutura e serviço de primeira classe. /itabus /itabus_publicidade (21) 2722-2633
Quem somos A InvestAmerica oferece um conjunto completo de serviços de consultoria e suporte para empresas e desenvolvedores dos EUA que buscam obter capital por meio do Programa Piloto de Visto de Investidor Imigrante dos EUA (“EB-5 Capital”). O Presidente e CEO da InvestAmerica, Mike Xenick, está registrado na Sequence Financial Specialists, LLC (“Sequência”) para conduzir uma variedade de transações de valores mobiliários, incluindo colocações privadas EB-5. O foco inicial da InvestAmerica em projetos EB-5 está em due diligence abrangente, trabalhando com uma equipe experiente de profissionais do EB-5 para preparar um pacote de ofertas de qualidade em conformidade com as leis de valores mobiliários dos EUA por meio de apresentações nos EUA e no exterior. A InvestAmerica também tem acesso a uma profunda base de contatos de credores e investidores institucionais com sede nos EUA, a fim de complementar o capital EB-5 e preencher toda a estrutura de capital de uma transação.
Indústrias e especialização A InvestAmerica procura representar clientes nos setores de Imobiliário, Manufatura, Infraestrutura, Hotelaria e Franquia de Restaurantes . Sentimos confiança em nossa experiência e conhecimento nessas indústrias para aconselhar e direcionar empresas com sucesso em suas necessidades estratégicas de captação de capital, estrutura e financiamento de crescimento. Fornecimento de Investidores A InvestAmerica acessa potenciais investidores privados através de vários meios diferentes, incluindo nossa rede global de referência profissional proprietária e agentes de referência EB-5 com sede nos EUA, da seguinte forma: A InvestAmerica possui uma rede global de referência proprietária em rápido crescimento, estabelecida por meio de relacionamentos com os principais players no espaço EB5. Essas fontes incluem CPAs e CFAs internacionais, agentes imobiliários, banqueiros privados, consultores de investimentos, consultores, advogados tributários e advogados de imigração localizados nos EUA e em dezenas de outros países.
A InvestAmerica também possui relações de propriedade com vários Representantes Registrados e Localizadores de Estrangeiros (“EB-5 Agents”) que são aprovados pela Sequence. Esses agentes EB-5 têm acesso a possíveis investidores EB-5 em locais como o Brasil e outros países da América do Sul, Oriente Médio, África, Índia, Reino Unido, Europa, Rússia e China, entre outros. História da Empresa Os atuais diretores da InvestAmerica começaram no campo EB-5 em 2010 em uma empresa anterior, inicialmente para explorar a oportunidade e entender se e como desenvolver uma linha de negócios em torno do Programa EB-5 dentro de um banco tradicional de investimentos boutique. Após um extenso processo educacional; conhecer muitos dos proprietários dos principais Centros Regionais do EB-5, advogados de imigração, advogados de valores mobiliários, consultores, fornecedores do EB-5 e outras pessoas importantes; e falando em vários painéis EB-5 em conferências, os diretores criaram um conjunto completo de serviços de banco de investimento, exclusivo para os proprietários do projeto EB-5 e os Centros
Regionais. Em 2012, a divisão EB-5 de nossa empresa anterior foi transferida para a InvestAmerica. A InvestAmerica não é uma corretora, não oferece valores mobiliários e não está registrada na FINRA ou em outras organizações reguladoras de valores mobiliários. Todos os valores mobiliários oferecidos por meio da Sequence Financial Specialists, LLC, FINRA / SIPC. A InvestAmerica, LLC é uma subsidiária da Sequence Holdings LLC. Contatos Mike Xenick CEO InvestAmerica Tel .: +1 (813) 448-6769 E-mail: mike.xenick@investamericap.com Mila de Olano Cordenadora Global de Desenvolvimento E-mail: mila.deolano@investamericap.com Tel.: +1 (843) 743-6540
9H
9H30
10H R7.COM/HOJEEMDIA
11H R7.COM/DOMINGOSHOW
14H R7.COM/HORADOFARO
A riqueza e diversidade do agronegócio. O Agro Record, comandado por Alexandre Furtado, é um programa que exibe reportagens especiais, os principais fatos agropecuários da nossa região e as noticias mais importantes deste setor.
Visita na Record é um programa com entrevistas e curiosidades. Saúde, beleza, moda, turismo, esporte, informação, comportamento e gastronomia são alguns dos assuntos que você encontra nessas visitas.
O dia começa com Renata Alves, Cesar Filho, Ana Hickmann e Ticiane Pinheiro levando a melhor informação pra você.
FOTO: EDU MORAES/RECORD TV
Sabrina Sato comanda as atrações inéditas e imperdíveis no Domingo Show. FOTO: EDU MORAES/RECORD TV
Rodrigo Faro chega com grandes surpresas e muitas novidades para o Hora do Faro.
FOTO: EDU MORAES/RECORD TV
MKT RECLITVALE
A PROGRAMAÇÃO MAIS COMPLETA PARA UM
SUPER DOMINGO ESTÁ NA RECORD TV.
R7.COM/THEFOUR
19H30 R7.COM/DOMINGOESPETACULAR
23H15 R7.COM/CAMERARECORD
L
FOTO: BLAD MENEGHEL/RECORD TV
A busca incansável por informação. Esse é o Domingo Espetacular com Patrícia Costa, Eduardo Ribeiro e Thalita Oliveira.
FOTO: ANTONIO CHAHESTIAN E EDU MORAES/RECORD TV
Marcos Hummel traz grandes apurações jornalísticas para o seu final de domingo no Câmera Record.
FOTO: EDU MORAES/RECORD TV
HORÁRIO DE BRASÍLIA.
18H
A batalha musical mais intensa da TV. Com a apresentação de Xuxa Meneghel, você vai se emocionar com o The Four Brasil.
TURISMO
OS EFEITOS DO COVID-19 PODEM CHEGAR A 2021
SAÚDE
SÍNDROME DE BURNOUT: ALERTA DE ESGOTAMENTO FÍSICO
TECNOLOGIA
BRASIL É ALVO FÁCIL PARA OS CRIMES CIBERNÉTICOS
maisinfluente.com.br
2020 E D I Ç Ã O PREMIUM
EDIÇÃO 06
Fernanda Leitão
Uma tabeliã à frente do seu tempo
Capa do mês: Fernanda Leitão Foto: Ana Wander Bastos
28
24 33 38 45 48 51
Tabeliã torna Cartório de Notas referência no Rio
mundo pet Mercado cada vez mais aquecido sustentabilidade Afinal, o que é sustentabilidade empresarial? empreendedorismo Sonho de juventude vira negócio
colunistas Alberto Claro Pereira Joana Lima Juliane Cavalini Luiz Sales Paulo Kogos
investimento A hora de investir nos EUA é agora! turismo Os impactos do coronavírus no mercado vinho E chocolate: combinação perfeita
LIBERADO
JUNIOR
©
GRUPO DE COMUNICAÇÃO
maisinfluente.com.br facebook.com/ maisinfluenterevista instagram.com/ maisinfluenterevista
DIRETOR DE REDAÇÃO Liberado Junior // EDITOR-CHEFE Antonio Marques Fidalgo // EDITORA DE REDAÇÃO Silvia Barreto // JORNALISTAS Marcelo Bragança e Diego Brígido // DIAGRAMAÇÃO Kelvin Souza // DIRETOR DE NEGÓCIOS Sérgio Ricardo // DIRETOR GERAL Sérgio Liberado // SITE Andrey de Lima // ASSESSORIA DE IMPRENSA Line Skin // COMERCIAL E MARKETING comercial@liberadojunior.com.br // DEPARTAMENTO JURÍDICO Dr. João Freitas - OAB 107.753/SP // EDIÇÕES ANTIGAS jornalismo@maisinfluente.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO LEITOR Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h * TELEFONE (13) 3237-6550 / ramal 16 E-MAIL jornalismo@maisinfluente.com.br * CORRESPONDÊNCIA Av. Bernardino de Campos, 64 - CEP 11065.000 - Vila Belmiro - Santos - SP * Rua Miguel Pereira, 38 - CEP22261.090 - Humaitá - Rio de Janeiro - RJ * A revista MAIS INFLUENTE BUSINESS é uma publicação bimestral do GRUPO LIBERADO JUNIOR © 2020. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. SÃO PROIBIDAS AS REPRODUÇÕES SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E ESCRITA. CIRCULAÇÃO: NACIONAL
REVISTA MAIS SANTOS (323765502)
REVISTA MAIS JR (323765501)
BUSINESS
REVISTA ENJOY TRIP (323765505)
©
REVISTA MAIS INFLUENTE MULHER (323765504)
LIBERADO
JUNIOR
GRUPO DE COMUNICAÇÃO
REVISTA MAIS INFLUENTE HOMEM (323765503)
Nº06 R$22
FOTOS: DIVULGAÇÃO
EDITORIAL
SONHADORES COM OS PÉS NO CHÃO
H
istórias inspiradoras permeiam os bastidores do mundo dos negócios. Algumas individuais, de inequívoco tino comercial, outras tantas de pessoas que tiveram experiências e aprendizado de berço, em meio a famílias empreendedoras, cujo legado passa de geração em geração. São cases de absoluto sucesso, alicerçados em preceitos de responsabilidade social, compromissos com a sustentabilidade, conectados com o futuro. Esta edição da Mais Influente Business traz bons exemplos para inspirar novos sonhadores com os pés no chão. Outros temas também merecem destaque, como o avanço dos crimes cibernéticos no País. Esse termo, que surgiu nos anos 1990, durante reunião do G-8, reflete ações delituosas que geram US$ 600 bilhões de prejuízo, algo equivalente a 0,8% do PIB global. Se esse universo de perdas fosse um país, seria a 28ª economia do mundo. E, ainda, os impactos da pandemia de coronavírus no mercado do Turismo; os efeitos da Síndrome de Burnout, que afeta 33 milhões de brasileiros; a busca por uma alimentação saudável; o prazer da combinação de bons vinhos com chocolate, moda e muito mais! Certamente, o leitor tem muitos - e bons - motivos para ser Mais Influente Business. Ótima leitura! Antonio Marques Fidalgo Editor-chefe
tecnologia
O empreendedor digital e as possibilidades que chegam a todo instante
C 16
FOTO: DIVULGAÇÃO
omeço a conversar com você sobre as novas maneiras de o empreendedor fazer negócios em uma era totalmente digital, que cada vez mais é parte do nosso cotidiano. Há empresas que estão crescendo muito rápido em termos de resultados. São elas que movimentam o mercado atualmente e são motor da Economia. Para o IBGE, só um por cento das empresas no Brasil cresce a mais de 20% ao ano, por três anos seguidos. Parece um percentual muito pequeno, mas representa 50% dos novos empregos gerados nos últimos anos. A missão dessas empresas é fundamental para o País. Então, precisamos criar máquinas de crescimento e para isso elas precisam ser previsíveis, escaláveis e lucrativas. Elas precisam ser previsíveis a ponto de entendermos como funcionam, como podem melhorar, para poder planejar, investir e também precisam ser escaláveis, ou seja, a ficarem melhores com o tempo e não queimar etapas importantes para a sua sustentabilidade. Essas empresas precisam construir sua autoridade em ferramentas digitais como o Google, ter uma base de seguidores, uma lista de e-mail própria e de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados ou outras alternativas de marketing digital. Finalmente, elas precisam ser lucrativas para terem viabilidade financeira para isso. E à medida que há essa viabilidade, os custos são conhecidos e o quanto que os clientes dessas empresas dão de resultado ao longo do tempo, o gestor tem a segurança para continuar investindo nesse crescimento, mesmo que muitas vezes signifique colocar dinheiro na frente. E essas melhorias das competências organizacionais (skill ups) estão em um contexto no qual o processo de compra e o cliente mudaram. Hoje, há infinitas opções de escolha de produtos, desde aplicativos no celular, carros, bebidas, software de marketing, etc. Qualquer categoria de negócios está numa situação muito diferente de alguns anos atrás em virtude disso. O consumidor, hoje, também tem acesso limitado à informação. Tanto que percebermos as mudanças nos nossos próprios hábitos com relação a este tema. Hoje temos acesso a uma centenas (no mínimo) de veículos
especializados em negócios e tecnologia, blogs, social media, etc. Esse consumidor (que pode ser um de nós) está com poder de voz muito ampliado. Se antes ele era refém das empresas, hoje está com um microfone e alto falante na mão e ele vai falar. Pode ser para o bem ou para o mal. As três possibilidades atuais: infinitas escolhas possíveis, acesso infinito à informação e o microfone com um alto falante na mão deste cliente, possuem uma série de efeitos colaterais para os negócios. Alguns positivos, como o fato de que o ciclo de venda para a maioria das soluções encurtou. Outros negativos, pois está mais difícil atrair, vender e (caro também) reter esses clientes. O fato é que vendedores mais agressivos já não estão sendo mais tão eficientes. Ainda mais que nos
Prof. Alberto Claro Pereira
FOTO: ACERVO PESSOAL
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Por Alberto Claro Pereira
recorrência ou em um modelo de assinatura (chamado de subscription economy). Vários serviços do nosso dia a dia que usamos já são nesse modelo. Independente da estarmos sendo forçados a ir para esse modelo de assinatura de recorrência, é fato que todos nós estamos no business de reputação, no business de recorrência. E há uma sigla de três letras chamada LTV (valor da vida toda do cliente, em português) que está comandando as definições estratégicas dos negócios atualmente. Em virtude disso, todas as empresas devem começar a repensar o seu negócio para otimizar para o LTV. Basicamente, é a contribuição financeira que aquele cliente dá para sua empresa ao longo da vida dele. Está aí a importância de se otimizar o nosso negócio para longevidade e a saúde do relacionamento com o cliente e para se otimizar a LTV. Temos que repensar nossa jornada com o cliente, repensar todos os processos de marketing, vendas e serviços para se desenhar uma nova jornada, que temos com nossa base de clientes, independente se é pessoa física ou jurídica. Esse processo de compra em um ambiente cada vez mais digital pode levar meio segundo ou pode levar dois anos, mas a Psicologia diz que esse processo é razoavelmente linear e lógico e todas as pessoas passam por ele. Portanto, pense nisso! Irei me aprofundar sobre isso em uma próxima oportunidade que conversarmos por aqui. Aguardo vocês! Comente sobre os assuntos aqui tratados, compartilhe e nos envie as sugestões de temas e conteúdo!
MAISINFLUENTE/BUSINESS
últimos anos o papel do vendedor tradicional vem sendo alvo de críticas por parte de muitas pessoas. Mas uma atuação mais digital por parte dos empreendimentos pode ajudar nesse sentido. Independente do fato de trabalharmos ou não como vendedores no dia a dia, todos estamos em vendas. Pensamos o dia inteiro em vendas: convencendo investidores a colocar dinheiro no negócio, convencendo pessoas a trabalhar conosco, convencendo o time de que a direção que estamos tomando para os negócios está correta, convencendo os clientes e parceiros a acreditar no que fazemos, defendendo ideias, buscando recursos para um projeto, tentando ganhar uma promoção ou, simplesmente, tentando vender o seu produto para o cliente. Portanto, estamos fazendo vendas o tempo todo! E é claro que vendas é fundamental para a empresa, senão não se consegue investir para continuar crescendo e para continuar crescendo e realizando a missão que se definiu em um determinado planejamento estratégico. Para todos nós a boa notícia é que essas mudanças profundas, que tiveram como principal protagonista o papel do comprador no processo de compra, nos últimos anos, inverteram completamente isso. Hoje, o vendedor é que tem que tomar cuidado com cliente, a empresa tembém. Como exemplo, estamos vivendo uma mudança estrutural significativa dos modelos de negócio da maioria das empresas por vontade própria ou não. Mas todas (ou as que são geridas com essa visão) estão mudando o modelo de negócio para um modelo baseado mais em
17
MAISINFLUENTE/BUSINESS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
tecnologia
18
Crimes cibernéticos crescem no Brasil País está entre os principais locais atingidos no mundo
O
avanço da tecnologia facilitou o acesso a informações rápidas, resoluções de problemas e também a lidar melhor com serviços que, presencialmente, demorariam um tempo maior a serem executados. Porém, apesar de todos os benefícios que o mundo virtual traz aos usuários, é importante estar em alerta, já que o Brasil - segundo relatório de 2017 da Norton Symantec, empresa de segurança cibernética avançada - é o segundo país que mais sofre ataques cibernéticos, atingindo em média inacreditáveis 62 milhões de pessoas. Já de acordo com os estudos da McAfee – da mesma área de atuação - divulgados no início de 2018, as empresas brasileiras sofreram com o cibercrime um estrondoso prejuízo de US$ 10 bilhões (equivalente a R$ 32,4 bilhões) por ano.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O que é cibercrime - Juridicamente, segundo o advogado e professor Fábio Solito, o cibecrime pode ser configurado por uma série de condutas. “A Lei 12.737, de 30 de novembro de 2012, também conhecida como ‘Lei Carolina Dieckmann’, é que descreve estes delitos informáticos, como a invasão de computadores ou smarO termo cibercrime apareceu em uma tphones sem a expressa autorização reunião no final dos anos 1990, em um subgrupo do titular do dispositivo, a venda ou do G-8, que reúne os oito países mais ricos distribuição gratuita e influentes do mundo. Na ocasião foram de programas que possibilitem essa abordadas as maneiras e os métodos utilizados invasão, além do ataque a sites ou para combater as práticas ilícitas da internet. aplicativos que gerem interrupção ou perturbação na funcionalidade destes”.
19
Solito acrescenta que outras condutas também podem ser tidas como crimes cibernéticos. Exemplo disso é a violação de e-mails sem autorização judicial, contida na Lei n.º 9.296/96. O especialista José Matias Neto, diretor de Customer Success Group para a América Latina, acredita que a facilidade de ganhos financeiros, a grande proporção e o aumento da velocidade da transmissão de dados colaboraram para muito para que os ataques crescessem ao redor do mundo. “Com os dados que temos divulgados – que hoje são basicamente dos Estados Unidos, União Europeia (desde que a General Data Protection Regulation entrou em vigor, em maio de 2019), Japão e outros poucos países - podemos constatar que se o cibercrime fosse um país, seria a 28ª economia do mundo. O cibercrime custa ao mundo quase US$ 600 bilhões atualmente, 0,8% do PIB global”, conta.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
FOTO: DIVULGAÇÃO
Como se proteger – Para não ser alvo desse tipo de ataque, é importante estar atento, ter conhecimento e possuir ferramentas de segurança. José Matias diz que esse conhecimento pode ser adquirido na própria internet, já que existem diversos sites sobre segurança da informação. Deixar de clicar em e-mails que trazem a promessa de ganhar algo, de acessar sites perigosos ou instalar aplicativos maliciosos, já constitui uma boa forma de proteção. “Recomendamos ter uma solução de segurança instalada em seus equipamentos que contenha antivírus, antispam, filtro de conteúdo, backup e criptografia”, indica o especialista. O advogado Fábio Solito ressalta outro importante cuidado. “Chamo a atenção para o gerenciamento e compartilhamento de fotos e informações pessoais nas redes sociais. Acabamos deixando informações valiosas pelo caminho, sem nem mesmo perceber. Sem dúvida é uma porta de entrada para criminosos”.
20
Punição – No Brasil, a penalidade para esse tipo de crime ainda é frágil e insuficiente; recentemente o assunto voltou a ser debatido. Solito explica que para invasões de sistemas e roubo de informações, que danifiquem o todo ou parte dos dados de outra pessoa, a pena de detenção varia de três meses a um ano. Já em outras situações, não existe sequer previsão. “Imagine que, caso você vá a uma lan house e o proprietário do estabelecimento invada o computador que você está fazendo uso; isso não
configura crime, pelo simples fato de você não ser o proprietário do equipamento. Por outro lado, nos outros crimes praticados mediante o uso da rede, os quais chamo de ‘crimes virtuais’ e não cibernéticos, como estelionato, pedofilia, crimes de incitação à violência, contra a honra, ameaças etc, o que os operadores do Direito fazem é utilizar o Código Penal para o enquadramento das condutas ilícitas”, explica. Sentindo na pele – O técnico em Telecomunicações Silvano Barbosa, de 54 anos, enfrentou por duas vezes problemas com
Como denunciar – O advogado Solito recomenda uma série de ações. “Salve tudo, colete evidências, salve e-mails, dê ‘print’ nas telas e,
se for o caso, preserve conversas dos aplicativos de mensagens. É prudente que estes arquivos sejam guardados em nuvem, evitando assim que um eventual novo ataque apague as provas. E mais: se possível que a vítima chame testemunhas para acompanhar o procedimento de coleta”, orienta. Para fortalecer ainda mais as provas, o advogado indica que além da guarda é importante registrá-las em cartório e registrar ocorrência na Delegacia de Polícia. Mas, adverte: nem todas as cidades contam com delegacias especializadas em crimes cibernéticos ou virtuais”.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
roubo de seus dados pessoais. “Eu possuía um cartão internacional e pagava o seguro. Sempre tive o hábito de ir aos mesmos lugares, usando o cartão. Um dia estava em casa, quando alguém do banco me ligou de madrugada, perguntando se era meu perfil estar viajando naquele momento, porque haviam realizado uma compra de 123 dólares fora do País. Como eu neguei, cancelaram meu cartão imediatamente e estornaram o valor”, conta Silvano. Na época desempregado, ele acredita que a clonagem dos dados do cartão tenha ocorrido após o cadastro feito em um site de empregos. A segunda situação aconteceu no final de 2019, quando a partir de um portal de compras seu cartão foi clonado novamente e, dessa vez, o site mantinha um selo de segurança falso. “Hoje, para evitar novos roubos, utilizo meu cartão apenas em lugares confiáveis ou peço auxílio. Mas, claro, tenho medo de novos ataques”.
21
negócios
FOTO: DIVULGAÇÃO
Ter bem clara e definida essa estratégia, é a certeza de que está no caminho certo mesmo em meio a crises e períodos de instabilidade
Já definiu sua estratégia de negócios? É adequar um plano que garanta o alcance de seus objetivos
Por Silvia Barreto
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O
tempo não para, não espera ninguém, e como diria o cantor, compositor e poeta Geraldo Vandré, você faz a sua hora, portanto, que seja agora! Seguindo esse pensamento, que é um dos pilares do mercado de negócios, a grande maioria dos empresários corre em busca do sucesso de agora, sem esperar o amanhã. E como alcançar essa questão em sua empresa? Uma das estratégias de negócios estabelecidos, segundo economistas, é definir como será a implantação de uma Unidade Estratégica de Negócios - UEN, que tem como foco determinado, atingir o setor da organização que atue de forma estratégica e otimizada dentro da Área Estratégica de Negócios - AEN, segmento de mercado no qual a organização atua através da sua, ou das suas UEN. A estratégia de negócios é uma adequação na qual pretende criar um plano que garanta o alcance de seus objetivos e melhora no posicionamento da organização. Ter bem clara e definida essa estratégia, é a certeza de que está no caminho certo, mesmo em meio a crises e períodos de instabilidade. Atrair clientes e manter a lucratividade é uma tarefa difícil, mas que pode ser desenvolvida a partir do estabelecimento de novas ações. Em determinados setores, investir em promoções diferenciadas, criar o plano do negócio e ficar atento ao planejamento estratégico são algumas opções para aumentar o faturamento da empresa. Mas como fazer isso na prática? Vamos às dicas que recebemos de especialistas ligados ao setor econômico. O pontapé inicial é arrumar a questão operacional. Essa área tem função primordial no sucesso da implantação da estratégia, porém, é necessário ter uma base sólida, que é o núcleo de toda a estratégia. Sem isso não há possibilidade de estruturação e o resultado pode ficar mais distante dos objetivos planejados. Faça um diagnóstico preciso de como está sua empresa hoje. Mesmo que possa ser algo negativo, certamente esse levantamento irá lhe trazer a realidade nua e crua, totalmente viva aos seus olhos. Inclua questionamentos como: que desafios a empresa enfrenta que faz com essas estratégias não sejam implementadas? Qual o resultado que se deseja? Não basta apenas uma simples identificação dessas perguntas; é preciso interpretá-las e torná-las claras para toda a organização. Defina seu público-alvo, onde de fato você atua e para quem você comercializa o seu produto. Umas das técnicas mais eficazes para isso é conseguir responder à seguinte pergunta: para quem você deseja aparecer? Você deve entender todas as suas características, com atenção especial ao produto ou serviço que apresenta, como comportamento de seus visitantes e suas necessidades. Estabeleça metas desafiadoras, pois quanto mais alto o obstáculo possa parecer a ser transportado, maior será o esforço. Toda estratégia de negócios necessita de metas, afinal, todo o seu planejamento será baseado nelas. O desenvolvimento de metas precisa ser de curto, médio e longo prazos, nos diversos departamentos da empresa. As metas têm que ser desafiadoras, específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais. Essas serão as molas propulsoras dos colaboradores, pois sairão da zona de conforto e irão, de fato, para a “briga”. Cada meta deve ser acompanhada de um indicador de desempenho para medir as ações realizadas e saber se estão sendo eficazes ou se é necessário replanejá-las. Tenha uma conduta padrão, pois ao elaborar uma estratégia de negócios, deve-se fazer com que ela seja flexível. As dificuldades são inevitáveis; é necessário estar preparado para imprevistos. É importante que você desenvolva uma política de orientação. Domine a negociação com fornecedores, já que sua estratégia não deve levar em conta apenas fatores internos, para ser eficaz, é preciso olhar para fora da empresa, o que inclui os fornecedores. Estreitar o relacionamento com eles e estabelecer parcerias “ganha/ganha” fará a empresa ter um diferencial competitivo, como consequente aumento de competitividade. Monitore seus concorrentes e tenha certeza que isso não é errado, como muitos dizem por aí. O conhecimento profundo dos seus concorrentes é primordial para o desenvolvimento de sua estratégia. Monitore também seus produtos e serviços, seu sistema de divulgação, sua relação com clientes e seu sistema de inovação. O monitoramento dos concorrentes também é uma forma de entender para onde o seu concorrente está indo, seja para galgar um espaço que você domina ou porque “descobriu” um novo nicho lucrativo. Amplie sua rede de contatos, porque esse pode ser seu início do trabalho e você pode realizar de forma bastante inteligente é ter a capacidade de ampliar sua rede de contatos. Essa rede representa um sistema de suporte onde existe o compartilhamento de serviços e troca de informações entre indivíduos e grupos com interesses em comum. Realize uma gestão financeira eficiente, porque ter um plano traçado é algo relevante. No entanto, para fazer acontecer é preciso ter dinheiro, o que implica gerir de forma eficaz os recursos e conseguir, seja por meio de investimentos, seja por produtividade, a receita necessária para colocar as ideias em prática. Crie um capital de giro, avalie o que pode ser economizado e busque o aumento no faturamento. A qualificação de sua equipe não é fácil. Além do investimento é necessário conquistar a participação dos funcionários. Segundo Norton e Kaplan, dois grandes nomes da estratégia, 90% delas falham, não porque foram mal elaboradas, e sim porque foram mal executadas. Grande parte da execução pode ser creditada à equipe. Logo, não adiantará ter a melhor estratégia de negócios se você não contar com um time qualificado e engajado com a causa. Importante promover cursos de reciclagem e a troca de ideias entre os colaboradores e estabeleça metas desafiadoras, mas alcançáveis. Sabemos, então, que preparar uma boa estratégia de negócios é um trabalho árduo. No entanto, os benefícios e resultados são significativos. Na verdade, a sobrevivência e o crescimento da empresa no longo prazo e o crescimento e motivação da equipe dependem disso.
23
mundo pet
MAISINFLUENTE/BUSINESS
20 bilhões
24
Essa é a previsão de faturamento para o mercado Pet Tutores preferem cortar custos de diversão, em vez dos mimos com o seu amigo
Oito em cada dez pessoas afirmam que seu cão é o motivo para se levantar da cama a cada dia
MAISINFLUENTE/BUSINESS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
D
e ano a ano a crise no mercado financeiro atinge diversos setores. Segundo uma pesquisa feita com os economistas americanos pela National Association for Business Economics, 80% dos participantes acreditam que haverá uma desaceleração na economia americana em 2020. No Brasil, de acordo com economistas especializados, o setor elevou suas estimativas para o crescimento da economia neste ano. De acordo com as projeções, a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,25% para 2,28%. Foi a sétima semana seguida de alta. Em especial o mercado Pet vive a cada ano períodos de crescimento e a palavra “crise” passa muito longe desse setor. Segundo informações do IBGE, existem mais animais de estimação nos lares do que crianças no País. A pesquisa mostra que o número de cães nos lares brasileiros já ultrapassou o de crianças até 14 anos. Em 2013, ano do levantamento, o Brasil tinha 44,9 milhões de crianças e 52,2 milhões de cachorros. Há cães em quase 29 milhões de lares brasileiros. Já os gatos estão presentes em 17,7% das casas. Um estudo feito pela Fundação Affinity revelou que oito em cada dez pessoas no mundo afirmam que o seu cão é o motivo para se levantar da cama a cada dia. Ainda segundo esse estudo, 70% das pessoas afirmam ter a companhia constante do animal e 84% brincam com ele todos os dias. Os gastos com a alimentação ainda dominam o mercado, ocupando 70% da fatia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Mas, veterinários e especialistas no setor apontam que os tutores procuram cada vez mais nichos que priorizem o bem-estar e a saúde da vida do animal. E a razão para esse mercado ser tão promissor tem uma razão: mesmo passando por momentos de crise financeira, o tutor ligado emocionalmente ao seu animal prefere cortar outros custos, como viagens de finais de semana ou jantares em restaurantes mais caros, em vez de cortar os mimos e cuidados com o seu amigo. Segundo levantamento do IBGE, o mercado Pet em 2020 deve atingir um faturamento de R$ 20 bilhões. Isso é nítido quando se calcula o expressivo aumento do número de pessoas (donos de animais) que tratam os bichinhos como parte da família. Pesquisa realizada por uma empresa que oferece hospedagem domiciliar aos cachorros comprovou essa tese e aponta que 71% dos donos dormem com seus cães. Isso representa o fato de que três em cada quatro cachorros dividem a cama com seus ‘pais’, sendo 43% frequentemente e 28% de vez em quando, segundo dados divulgados. O levantamento foi realizado pela internet com cinco mil pessoas, com idades entre 19 e 45 anos, segundo Eduardo Baer, que é sócio-diretor e co-fundador da empresa que realizou a pesquisa. O levantamento abordou outros comportamentos, como o fato de que 51% dos entrevistados, por exemplo, admitem que seus cães assistem televisão. Na sexta-feira à noite, 93% dos tutores preferem a companhia do pet a sair para baladas. E, a cada aniversário do animal, 47% afirmaram ter vontade de comemorar. Dos 29% que já fizeram uma festinha de parabéns para o seu cão, 38% afirmam fazer todo ano.
25
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O envolvimento emocional tão forte dos tutores com os animais faz com que o mercado fique aquecido e ao mesmo tempo saturado quando falamos das opções tradicionais, como pet shops e clínicas veterinárias. Porém, existe um espaço enorme para as soluções inovadoras, como: hotéis, escola e aplicativos para encontrar cuida-
26
dores de cães e gatos. Mas se você está pensando em empreender na área, procure um diferencial. Já que a concorrência é alta, invista na inovação, atendimento qualificado e qualidade na entrega do serviço para conquistar o seu espaço.
Delivery de serviços Os app chegaram para ficar e tornar a vida das pessoas mais prática. O leque de opções de serviços é vasto, de entrega de alimentos a domicílio a aluguel de lugares para estadia. É facilidade para toda a família. Mas quem estava de fora da onda dos app acabou de ser incluído na lista de serviços oferecidos com um clique: os pets. A papopet.com, plataforma criada pelos sócios João Sales, Renato Wada, Marcelo Pieri e Sérgio Souza, trouxe a proposta inovadora a esse mercado com o intuito de intermediar o contato de clientes com prestadores de serviço para animais que trabalham com qualidade e paixão. “Listamos Os sócios João Sales, Renato Wada, Marcelo Pieri e Sérgio Souza, papopet.com, uma variedade de diferenciais que plataforma que conecta pessoas aos melhores prestadores de serviço para animais teremos em nossos serviços para os usuários, fornecedores e para a sociedade. Vemos com bons olhos o crescimento do segmento Praticamos taxas competitivas e atraentes, temos de cuidados com os bichinhos, devido à evolução um serviço de curadoria para resolução de problemas, do relacionamento com seus donos e os desafios do um motor inteligente de busca, seguro para todas as dia a dia corrido das pessoas. Cada vez mais será transações e espaço para ONGs publicarem seus pro- necessário contar com profissionais gabaritados. É gramas e iniciativas”, revela João Sales, um dos só- aí que a papopet.com entra para ser a referência em cios da papopet.com. delivery de serviços.”, conclui Sales. A plataforma preconiza a praticidade. O tutor enA plataforma que conecta pessoas aos melhores prescontra os profissionais que deseja em sua região com tadores de serviço para animais das proximidades em facilidade e rapidez, agenda o atendimento e por fim questão. De veterinários a pet shops, o site e o app simo prestador de serviço vai até o endereço - seja para plificam a procura por serviços à domicílio, bem como por atender lá ou para fazer o transporte do bichinho no estabelecimentos que transportam os bichinhos em seguesquema de “leva e traz” em segurança. “Acho muito rança no esquema de “leva e traz”. bom quando atendem aqui em casa mesmo, porque O processo é simples: o tutor do pet escolhe o serpodemos ficar perto dos cachorros no momento exato viço e o provedor, utilizando o portal ou o app. Para ale assim acompanhamos a maneira como eles são tra- guns serviços, como estadia, a plataforma permite que o tados”, conta Gabriela Carvalho, tutora de cinco cães. cliente fale diretamente com o fornecedor a fim de sanar Segurança é outra palavra valorizada pela pa- qualquer dúvida que possa existir. Na finalização o clienpopet.com. Além de zelar pelo bem-estar e integri- te escolhe a forma de pagamento e então a transação dade dos bichinhos, o pagamento dos serviços é se completa. O prestador de serviço, por sua vez, tem completamente seguro, feito na própria plataforma. autonomia para deixar seus preços e horários. Ou seja, a E assim a iniciativa alia tecnologia e cuidado a fim praticidade alcança todos os lados envolvidos. de atender os tutores e seus melhores amigos: os Os empresário oferecem agendamento rápido, paanimais de estimação. “O mercado pet como um gamento seguro, geolocalização, monitoramento dos todo tem crescimento constante nos últimos anos. serviços prestados e qualidade.
investimento
C
Economista Joana Lima
Apocalypse Now! Nem Tanto... Por Joana Lima
omo economista e assessora de investimentos, não poderia falar de outro assunto a não ser sobre os efeitos do COVID-19 nas economias e bolsas de valores mundo afora. Poderia usar a palavra devastador e de fato está sendo bem extenso. Estamos vivendo uma pandemia com consequências graves para a saúde pública. Países emergentes como o Brasil são ainda mais afetados, afinal nosso sistema de saúde é sabidamente mais precário. O impacto de perda de vidas é incalculável. O que podemos calcular (ou ao menos tentar) são os efeitos na economia real e no mercado financeiro. Até o momento, tivemos perda de mais de 40% do Ibov desde o pico atingido em janeiro deste ano. As empresas consequentemente encolheram drasticamente em termos de valor de mercado e ainda não sabemos se já chegamos “no fundo do poço”.
Entretanto, o que sabemos é que essa crise tem começo, meio e fim. Diferentemente de 2008, não estamos vivendo uma crise no sistema financeiro em si. Os governos estão aplicando políticas monetárias expansionistas ostensivas (ou seja, jogando dinheiro na economia) para auxiliar as empresas a absorverem os impactos da crise. Se as empresas sobrevivem, empregos são mantidos, consumo é mantido, PIB cresce e a roda volta a girar. Para quem tem perfil de investidor agressivo, enxerga-se boa oportunidade de compra. De novo, não sabemos se estamos no menor nível de preços possível, portanto, não podemos precisar o melhor momento de compra (isso não existe), o que se faz é preço médio. O que isso significa? Ir comprando aos poucos, durante dias ou semanas. Isso garante bom preço aos ativos. O gráfico abaixo mostra o quão desvalorizado está o Ibovespa e a possibilidade de recuperação à frente. O mundo sairá dessa crise. Isso é garantido. O que temos que pensar é de que forma, quais serão os impactos de longo prazo. Da crise de 2008, saímos mais fortalecidos, com instituições mais fortes e governos mais preparados. Agora, vamos enfrentar a de 2020 e, o mais importante, aprender com ela.
FONTE: HENRIQUE BREDDA – ALASKA ASSET MANAGEMENT
Lima Sócia / Assessora de Investimentos +55 21 99765-8979 | joana@capitaleprivato.com.br +55 21 4042-1752 | www.capitaleprivato.com.br R. Sete de Setembro, 43, sala 1.201 Rio de Janeiro - RJ – 20050-003
capa
FERNANDA LEITÃO A fé pública, muito além de certidões e registros
Por Liberado Junior / Edição: Antonio Marques Fidalgo | Fotos: Ana Wander Bastos
CAPA
Fernanda LeitĂŁo
H
á 22 anos, Fernanda Leitão decidiu dar uma guinada em sua vida profissional. De advogada bem-sucedida e procuradora do Estado do Rio, buscou na atividade notarial uma nova missão junto à sociedade. E mergulhou fundo na possibilidade de tornar um Cartório carioca como referência no setor, desafiando-se a propor mudanças no particular mundo dos documentos, escrituras e procurações. E conseguiu
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Como foi a sua trajetória profissional? Estudei Direito na UERJ e durante o curso atuei como assistente da Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro; meu ingresso naquele órgão se deu por meio de concurso público (1987 a 1991). Logo que me formei - em julho de 1991 - pedi exoneração da PGM e permaneci um ano só estudando, já que o meu objetivo era ser procuradora do Estado do Rio de Janeiro, pois eu queria advogar, de forma concomitante. Passei na minha primeira tentativa para a PGE. Dessa forma, atuei como procuradora do Estado e advogada entre 1993 a 1998. Neste ano prestei o primeiro concurso público no Brasil, para ingresso na atividade notarial e registral (cartório). Com isso, pedi exoneração na Procuradoria, bem como o cancelamento da minha inscrição na OAB. Sou tabeliã do 15º Ofício de Notas da Capital do Rio de Janeiro há 22 anos.
30
Tiago Salles - (CoFundador e EditorExecutivo da Revista Justiça & Cidadania), Fernanda Leitão ( Tabeliã do 15° Ofício de Notas do Rio de Janeiro), Eduardo Gussen - (Procuradorgeral de Justiça do Rio de Janeiro), João Otávio Noronha – (Ministro do Superior Tribunal de Justiça), Alexandre Câmara (Desembargador no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), Luciano Bandeira (Presidente da OAB/RJ), Michelle Novaes (Tabeliã Substituta do 15º Ofício de Notas)
Qual é a importância de um cartório para a sociedade brasileira? Gostaria de ressaltar, primeiramente, que o Tabelião (nomenclatura usada no Brasil), Notário (na Europa) ou Escribano (nos países da América Central e do Sul, com exceção do Brasil) existe em 89 países do mundo, entre eles, Alemanha, França, Espanha, Japão, China, Canadá (francês), Rússia e muitos outros. Com isso, podemos constatar que ‘Cartório’ não se trata de uma ‘jaboticaba’, como muitos falam. Estamos vivenciando nos dias atuais o fenômeno da ‘desjudicialização’, ou como eu prefiro me referir ‘do compartilhamento da Justiça’. Esse movimento
tem sido incentivado por vários seguimentos públicos e privados há alguns anos, tendo como antecedente a absoluta impossibilidade do Poder Judiciário atender de forma eficaz, a todas as demandas que lhe são encaminhadas, somada à sua lentidão e excessiva onerosidade. Existe hoje no nosso País - e de certa forma esse é um movimento mundial - uma forte tendência de se transferir do Poder Judiciário para os cartórios, todas as questões que não envolvam litigiosidade, a chamada jurisdição voluntária. Como se vê, os Cartórios de Notas representam a antítese da burocracia. Atualmente, neles se faz inventário, divórcio, reconhecimento extrajudicial da usucapião, entre outros tantos atos de fundamental importância para a vida do cidadão. Penso que a importância do Tabelião nesse contexto será vital em razão da segurança jurídica, da credibilidade e da eficiência, que revestem os seus atos aliados à fé pública notarial (presunção de veracidade dos atos praticados pelo Tabelião). Fora a importância para a sociedade, os tabeliães se tornaram, após a edição do Provimento CNJ nº 88/19, colaboradores do Governo, no sentido de se combater a corrupção e a lavagem de dinheiro.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Quais foram os seus primeiros desafios como tabeliã? Os desafios foram incontáveis, pois tive que lidar com problemas de toda ordem, a maior parte deles operancionais. De pronto, tive que me defender em vinte ações trabalhistas, precisei contar e catalogar mais de 1.500 livros de escrituras, procurações e testamentos - e as respectivas caixas de documentação - e mudar o endereço do cartório. Logo no início, pude ter plena convicção de que a minha vida lá não seria nada fácil...
31
Como marca, o que considera ponto primordial para se manter no mercado? Considero ponto primordial para nos mantermos no mercado a nossa modernização, aliada à segurança jurídica que conferimos aos nossos atos. Penso que a atividade notarial, dificilmente será substituída por um programa de computador, por mais inteligente que essa máquina possa ser, haja vista que nosso trabalho é artesanal; a grande maioria das questões que nos são encaminhadas demandam uma intervenção humana com expertise, lembrando que esta expertise do Tabelião é milenar. Qual foi a modernização, dos cartórios nos últimos anos? Como mencionei antes, desde 2007, os Cartórios de Notas estão fazendo escritura de inventário, divórcio e, a partir de 2015, estamos fazendo também a ata notarial, que servirá para o reconhecimento de usucapião extrajudicial. Além disso, o reconhecimento da filiação socioafetiva e reprodução assistida já é uma realidade no nosso País. O Conselho Nacional de Justiça tem sido o grande responsável por essas importantes mudanças e avanços, no sentido da ‘desjudicialização’ ou ‘compartilhamento da justiça’.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Quais são os desafios para 2020? Creio que o nosso grande desafio para este ano será a implementação do ato eletrônico, já estamos caminhando a passos largos para que isso aconteça. Acredito que, até o final de 2020 já o teremos implantado no Brasil.
32
O que o profissional precisa ter para trabalhar no 15º Ofício? Apesar dos tabeliães exercerem uma delegação de um serviço público, isso se dá em caráter privado. Portanto, implica dizer que o Tabelião escolhe, livremente, os seus funcionários e colaboradores. No entanto, essa liberdade se traduz em uma enorme responsabilidade, que deverá ser bastante criterioso nas suas escolhas. Como a tecnologia está influenciando a prestação de serviços nos cartórios? Entendo que a tecnologia pode e será uma grande aliada do serviço extrajudicial (cartórios). De fato, e aqui darei o exemplo da blockchain, trata-se de uma tecnologia disruptiva que, sem dúvida, veio para ficar. É altamente segura (imutabilidade dos dados), transparente, escalável, paperless e atende os anseios da sociedade atual, que busca por conforto, serviços digitalizados e menos burocráticos. Além disso, no momento, estou desenvolvendo também, com a ajuda do Watson (inteligência artificial), um mecanismo de controle tecnológico que tem como escopo a prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (Lei nº 9.613/98 c/c Lei nº 12.683/12, Provimento CNJ nº 88/19). Como vai ser o Cartório do futuro? Creio que o cartório do futuro será bem virtual, as pessoas trabalharão muito mais em suas casas; os ambientes de trabalho serão menores; haverá uma interoperabilidade muito maior, com diversos órgãos do Governo e até mesmo com cartórios de outras especialidades, conferindo muito mais segurança, agilidade e comodidade para todos.
Tiago Salles – (Co-Fundador e Editor-Executivo da Revista Justiça & Cidadania), Fernanda de Freitas Leitão ( Tabeliã do 15° Ofício de Notas do Rio de Janeiro), Luiz Fux (Vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça), Claudio Tavares ( Presidente do TJRJ) Bernardo Cabral – (advogado e Ex-senador), Luís Felipe Salomão - (Ministro do Superior Tribunal de Justiça)
sustentabilidade
FOTO: DIVULGAÇÃO
No intuito de reforçar a importância de possuir sustentabilidade empresarial, a Bovespa criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que é uma importante ferramenta para esclarecer aos investidores a realidade da empresa a despeito dessas práticas
Iniciativas sustentáveis Empresas dão exemplo à sociedade
Por Silvia Barreto
FOTO: DIVULGAÇÃO
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O 34
que é sustentabilidade empresarial? Esse conceito consiste no estabelecimento de ações referentes ao meio ambiente e na adoção de medidas que promovem o resultado financeiro e propiciam, de forma ética, o desenvolvimento de toda a comunidade. Longe de ser apenas uma jogada de marketing, a prática apresenta resultados tanto para a empresa quanto para a sociedade. Apesar disso, é importante lembrar que ações positivas cooperam para bons índices de saúde da marca. Para os consumidores, alguns comportamentos executados pela companhia podem refletir diretamente no andamento do negócio. No âmbito das vendas, cada vez mais consumidores buscam empresas coerentes com a sustentabilidade. Segundo um estudo feito pela Nielsen, 73% dos millennials (pessoas que têm hoje, entre 18 e 35 anos) pagariam mais por soluções ou produtos sustentáveis. Já na área dos investidores a preocupação com o futuro do planeta foi consolidada pela ONU com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Assim, para atingir essas metas, as empresas tem um papel fundamental construção de uma sociedade ambientalmente correta. Um exemplo de atuação nesse sentido foi a Unilever, que desenvolveu um Plano Sustentável, cujo intuito era atrelar o propósito com suas marcas. Essa estratégia resultou, em 2016, um crescimento 50% mais rápido e responderam a 60% do crescimento total. Nesse âmbito, as empresas conseguem vincular crescimento econômico e prosperidade ambiental. Além desses fatores, na visão do investidor é essencial que a empresa siga alguns parâmetros de sustentabilidade. Um deles é o ESG que é uma métrica que avalia fatores ambientais, sociais e de governança. Ou seja, caso a empresa ou a indústria não se adeque a esses critérios, ela perderá investimento, pois pioraria sua imagem institucional o que abaixaria a demanda de ações (para empresas de capital aberto). No intuito de reforçar a importância de possuir sustentabilidade empresarial, a Bovespa criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) que é uma importante ferramenta para esclarecer aos investidores a realidade da empresa a despeito dessas práticas. Desse modo, para ocorrer o crescimento exponencial da empresa ela deve ter um investimento ideal, o que só ocorrerá se seguir tais práticas de sustentabilidade. Empresas que têm como meio de crescimento principal a produção de produtos, devem ter uma preocupação extra com os recursos que obtém a título de
matéria-prima. Esse perfil de empresa tem a responsabilidade primária de perceber os impactos que causa ao meio ambiente. Tais impactos são inevitáveis, mas existem práticas que permitem não substituir - mas ao menos mitigar - estas alterações ambientais da qual é responsável em gerar. Em contrapartida, as empresas que são caracterizadas pela prestação de serviços, como as de consultoria, escritórios de advocacia, entre outras, devem prestar mais atenção às pessoas que compõem seu time, já que os projetos sobre os serviços que entregam são produzidos por estas pessoas. Nesse sentido, implementar políticas que estimulam a diversidade e a convivência das diferenças dentro de suas organizações, observando e incorporando as tendências de comportamentos que a sociedade passa a adotar, é essencial também para que se obtenha bons resultados, no que diz respeito à sustentabilidade empresarial. Isso não significa que uma empresa que vende produtos não deve também se preocupar com políticas de inclusão, referente à diversidade das pessoas. Faz-se verdade também que empresas de prestação de serviços devem se preocupar com a pegada ambiental que sua existência deixa. Observa-se que organizações que adotam práticas sustentáveis tendem a possuir um clima organizacional mais harmonioso, uma vez que a preocupação com a sociedade e o meio ambien-
Sugestões de projetos de sustentabilidade Estimular os colaboradores a realizarem trabalhos voluntários concedendo folga Esta é uma maneira de afirmar que a empresa é de fato levanta a bandeira das causas da sociedade e do meio-ambiente, já que oferecerá tempo pago dos seus colaboradores para que dediquem esse momento a projetos voluntários, que contemplem essas causas. Esse estímulo aos seus colaboradores não impede também que a empresa tenha seu próprio projeto voluntário, social ou ambiental, seja em parceria com outras organizações, como ONGs, outras empresas ou mesmo órgãos públicos locais, ou por conta própria. Isso representa uma preocupação da empresa em devolver valor para a comunidade em que atua. Eleger a sustentabilidade como métrica de avaliação A partir do momento em que a empresa adota práticas sustentáveis em sua rotina, de maneira que funcionem, como regra interna, faz sentido que isso seja levado em consideração na hora de se realizar a avaliação de desenvolvimento individual, assim como a avaliação do departamento da empresa. Se esta não possui ainda essas políticas, talvez seja o momento de adotá-las e considerar incorporar a sustentabilidade como critério de avaliação. Essa prática pode estimular os comportamentos individuais em consonância com a cultura organizacional sustentável da empresa. A organização pode também oferecer capacitações na área, para promover e estimular que novos projetos sustentáveis surjam e sejam incorporados aos seus processos. ‘Gameficar’ a execução de práticas sustentáveis Alguns projetos são capazes de medir a sua eficiência através de indicadores, que podem também servir de base para ser considerado como métrica de avaliação de desempenho individual e da equipe. Nesse sentido, é possível criar competições entre departamentos ou equipes de trabalho para estimular ainda mais a adesão ao projeto em questão. Fazer campanhas internas durante o ano Nos casos em que a empresa já possuir projetos definidos sobre as práticas sustentáveis, é importante que se faça campanha deles constantemente durante a rotina da empresa. Por exemplo, se houver uma meta de redução do consumo de energia elétrica, é interessante que haja cartazes ou lembretes sobre desligar os monitores antes de sair. Desestimular o uso de materiais descartáveis Ter uma política que desestimula o uso de materiais descartáveis pode ter um impacto significativo para o meio ambiente, assim como para o orçamento da empresa. Às vezes, investir em utensílios reutilizáveis, com a logo da empresa, pode significar um fortalecimento da marca, assim como uma prática que auxilia na conscientização de seus participantes, para reduzir e evitar o consumo de descartáveis em seu cotidiano.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
te gera maior engajamento dos colaboradores, que se sentem contemplados com essas políticas. Vale repetir que o maior engajamento da equipe acarreta uma melhora na performance de execução do time. Ainda, políticas verdes são capazes de trazer uma outra fonte de renda para a empresa, como se fosse uma renda acessória, ou mesmo de economia de recursos, como é o caso da prática de reutilização de embalagens. O conceito de sustentabilidade envolve muito mais do que cuidar do meio ambiente. Além da preservação da fauna e da flora, é preciso considerar a justiça social, envolvendo compromissos relacionados à ética, diversidade de gênero, eliminação de preconceitos, cuidado com a comunidade e muito mais. Tudo isso contribui para o desenvolvimento sustentável, ou seja, que não vai ser destrutivo com a natureza ou com a comunidade. Uma empresa que se preocupa com essa questão geralmente possui programas internos e externos, que ajudam o meio ambiente, os colaboradores, os clientes, quem está envolvido no processo dos seus produtos e serviços e daqueles que são afetados de alguma forma com a atividade. As organizações devem ter essa preocupação com o meio ambiente e a sociedade, uma vez que estão inseridas no espaço e na comunidade. Ignorar essa realidade mostra um desinteresse da empresa de crescimento conjunto com o mundo, seja com relação às pessoas, seja com a natureza. Ademais, se as empresas não se preocuparem com o que está à sua volta, pode ser que chegue a um nível em que não há mais lugar para estas organizações seguirem. Algumas práticas sustentáveis, adotadas por empresas podem ser descritas como implementação de sistemas de tratamento e reaproveitamento da água; uso consciente da água e da energia elétrica; desenvolvimento de programas de inclusão social na comunidade; programas de reciclagem; respeito ao gênero, opção sexual e religião do colaborador; uso consciente dos recursos naturais; reutilização de matéria-prima; não poluir o solo com produtos da empresa; projetos educacionais referentes à preservação do meio ambiente; descarte de esgoto e resíduos de forma correta; não praticar trabalho escravo; respeito à diversidade cultural, sexualidade, raça, etnia e credo; políticas para diminuir as diferenças de gênero. No mundo corporativo também há vantagens para as instituições que adotam políticas de desenvolvimento sustentável. São elas o crescimento do bem-estar com a preservação do meio ambiente; imagem positiva, contribuindo para a credibilidade e confiança junto aos consumidores, fornecedores e investidores; vantagem competitiva e diferenciação de mercado, abrindo espaço para a expansão de nichos; redução nos custos de produção, que consequentemente, geram economia nos processos da empresa; satisfação e aumento da produtividade do colaborador por estar em um lugar que respeita a ele, os colegas, a comunidade e ao meio ambiente
35
economia
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Apostemos na liberação dos cassinos
36
O
Por Paulo Kogos
papa João Paulo II definia o estado de pobreza como a exclusão da rede de produtividade e troca. É exatamente isto que a proibição dos cassinos fez com inúmeros trabalhadores e empresários do setor. Amparado por um discurso pseudo-moralista, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou, em 1946, a proibição dos jogos de azar no Brasil. Fecharam as portas 71 cassinos, condenando imediatamente 53.200 funcionários ao desemprego, sem falar nos empregos indiretos eliminados pelo esfriamento da atividade econômica no entorno destes estabelecimentos. O portentoso Palácio Quitandinha (foto), em Petrópolis, que estava em construção e seria o maior cassino da América Latina, tornou-se um lúgubre monumento a um sonho frustrado de um Monte Carlo dos trópicos. Diante das crises que se avizinham, é mister que apontemos a liberação dos cassinos como uma solução de rápido efeito para revitalizar os mercados nacionais, principalmente o setor de turismo, a grande vocação destas terras que tanto encantaram Pero Vaz de Caminha. Enquanto, em 2018, Las Vegas recebia 42 milhões de turistas e Macau 34 milhões - destinos pequenos mas recheados de cassinos - o nosso continental País não
chegou a sete milhões de visitas. Durante a terrível recessão de 2016, quando o PIB brasileiro recuou 3,5%, nossos vizinhos latinos como Peru, Bolívia e Uruguai, em parte graças aos turistas atraídos pelos jogos de azar, obtiveram resultados positivos. Imaginem todo o desenvolvimento da infra-estrutura turística decorrente dos dólares trazidos por jogadores estrangeiros, que certamente atrairia outros tipos de turistas. Imaginem navios fluviais no Rio da Amazonas, dotados de caça-níqueis e mesas de pôquer, tornando economicamente viável a preservação da floresta. Imaginem os empregos! Hotéis comuns de 4 e 5 estrelas empregam uma média de 0,8 trabalhadores por apartamento, contra 3,2 dos hotéis cassino! E durante uma crise cambial como estamos enfrentando, com o dólar chegando a casa dos 5 reais, o influxo de moeda estrangeira forte poderia ainda mitigar tais ingerências monetárias, o que denota a natureza anti-cíclica da atividade. Finalmente, a liberação dos cassinos abriria novas oportunidades para a classe artística. Basta lembrar que grandes nomes das artes cênicas nacionais despontaram nos teatros de revista dos cassinos, como Virgínia Lane, que estreou sua brilhante carreira no Cassino da Urca. O economista Ludwig von Mises nos lembra que depressões e desemprego são resultado das intervenções estatais na economia. A proibição dos cassinos é um exemplo claríssimo disto e a liberação é um remédio efetivo e sem efeitos colaterais. Podem apostar!
imóveis
A blockchain e a tokenização de bens imóveis
A
Por Fernanda de Freitas Leitão
ideia desse texto é provocar o leitor e descortinar uma possível solução para um grave problema que assola nosso País - e boa parte do mundo - de forma impiedosa, que é a falta de liquidez do mercado imobiliário. Para entendermos o que chamamos de tokenização, devemos, primeiramente, conhecer a tecnologia blockchain, pois sem blockchain não há tokenização. De forma simplista, blockchain é uma cadeia de blocos, e consiste em um protocolo de registro distribuído que visa à descentralização da autoridade certificadora de uma transação eletrônica como medida de segurança, além de garantir a imutabilidade dos seus registros.
Centro Rua do Ouvidor, 89 - Centro Centro - Rio de Janeiro, RJ De segunda a sexta das 08h às 18h Contato:3233-2600 / 99002-2475 (WhatsApp) Barra Av. das Américas, 500 – Bloco 11 – Loja 106 Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, RJ De segunda a sexta das 08h às 18h Sábado das 09h às 15h Contato: (21) 3154 - 7161 / 99002-2475 (WhatsApp) faleconosco@cartorio15.com.br
A partir desse conceito, foram criados tokens vinculados a um ativo seja móvel ou imóvel – não confundir com o token criado pelos bancos como recurso de segurança – sendo que cada token poderá ser subdividido em milhares de outros tokens. Com o intuito de explicar de forma bem palatável para aqueles que não dominam a tecnologia da informação, tokenizar um determinado bem seria como você explodí-lo em diversos fragmentos, sendo que cada fragmento desse ativo representaria um pedaço da propriedade – que não perderia as suas características, nem valor com a “explosão”, criando um sistema econômico de redes e mercados descentralizados, sem intermediários. Precisamos encontrar soluções fora da caixa e engajar toda a sociedade nos problemas das nossas cidades. Esse compartilhamento da responsabilidade é essencial para que possamos sair do estado em que nos encontramos e proporcionar a todos uma melhor qualidade de vida.
entrevista
Por Liberado Junior
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Sonho de Juventude, perseverança e conquistas como consequência
38
Foi preciso evoluir o nosso modo de trabalho na Itabus, para abraçarmos esta novidade de forma agregadora à nossa empresa. Hoje, enxergo a convergência entre as mídias online e off-line como uma grande oportunidade, ambas se complementam e unificam o discurso publicitário
Como surgiu a Itabus Publicidade? O Sr. José Augusto Nalin, dono das Lojas Nalin, era o meu cliente no segmento de cama e mesa, ele foi o primeiro a aceitar divulgar na mídia em ônibus e é até hoje é nosso cliente. Nesta época, eu exercia todas as funções sozinho, prospectava os clientes, confeccionava os adesivos e os colava nos ônibus. Com o tempo fui conquistando novos clientes e ganhando mais experiência na área. Um tempo depois, consegui uma sala na garagem de uma auto viação em Niterói, para que eu utilizar como apoio para as minhas operações, foi
FOTO: DIVULGAÇÃO
Christiano Barros , CEO e sócio fundador da Itabus
Conte-nos sobre a sua história antes de ser o CEO e sócio fundador da Itabus Publicidade: Comecei a trabalhar bem jovem; aos 15 anos já dava aula particular de Matemática para familiares e alunos do colégio em que estudava. Além disso, tocava em uma banda e com ela fazia shows em diversas cidades; devido a essa paixão, também dava aula de música. Aos 17 anos, comecei a trabalhar na área comercial, sendo preposto de um representante comercial em uma fábrica de tecidos para cama e mesa. Era uma rotina desgastante, afinal, eu precisava carregar mostruários de em média 30 kg e minhas únicas conduções eram os transportes públicos, percorria a pé desde o Saara - no centro do Rio de Janeiro - aos calçadões comerciais cariocas, região dos Lagos, leste fluminense e interior do Estado. Quando estava cursando a faculdade de Administração, aos 20 anos, tive a oportunidade de conhecer um empresário, dono de uma auto viação no município de Magé. Ele conhecia o meu trabalho em vendas na indústria têxtil e me fez uma proposta. Sugeriu que eu oferecesse aos meus clientes a divulgação de suas lojas nos vidros traseiros de seus ônibus. A principio, eu fiquei relutante, por ser uma área na qual não tinha conhecimento, mas enxerguei ali uma oportunidade e tive coragem para encarar este novo desafio.
Sobre os desafios da sua gestão, quais foram os principais que você teve que enfrentar? Gerir um negócio não é uma tarefa fácil e dentre diversos obstáculos, consigo citar os mais impactantes para o negócio. No início encontrei desafios como avaliar a demanda do mercado e a concorrência, a adequação às exigências e restrições da mídia em ônibus, além de formar os departamentos e montar uma equipe de base. Encontrei também desafios logísticos como as adversidades operacionais do setor de transporte, a distância entre as garagens dos ônibus e também o clima, que é um fator incontrolável, porém impacta diretamente a adesivação das frotas. Ao olhar para os desafios do mercado, posso citar a ascensão da mídia online como um ponto de forte mudança no comportamento das marcas. Foi preciso evoluir o nosso modo de trabalho na Itabus, para abraçarmos esta novidade de forma agregadora à nossa empresa. Hoje, enxergo a convergência entre as mídias online e off-line como uma grande oportunidade, ambas se complementam e unificam o discurso publicitário, atingindo o público em 360º e potencializando as campanhas. Quais são as principais conquistas da empresa? Nossas primeiras grandes conquistas foram obter a liderança na frota no leste fluminense, pois a partir disto, passamos ser a única empresa a oferecer para o mercado publicitário a opção da mídia backbus em 1.200 ônibus. E também a conquista da parceria com a Embeleze, em 2006, momento este em que fizemos nossa primeira campanha em nível nacional, abrangendo diversos estados e um total de 26 cidades, sendo a marca uma empresa amiga e cliente até hoje. Chegar à Capital carioca foi outro momento de forte comemoração, realizamos esta grande movimentação por uma demanda solicitada pelo mercado. Para atendermos esta nova realidade, obtivemos novos parceiros, totalizando ao longo desses anos a marca de 27 viações, somando cerca de 5.000 ônibus exclusivos, o que nos fez líder no segmento carioca. Participar do Programa PAEX em parceria com a Fundação Dom Cabral, fez grande diferença no desenvolvimento de toda gestão de cada departamento da empresa, pois aprimoramos todos os processos, desde a venda até a entrega ao cliente. Além do investimento em institutos de pesquisa e tecnologia operacional, que trouxeram credibilidade a eficiência da mídia, e demonstraram objetividade às coberturas geográficas das linhas de ônibus e os perímetros de interesse de circulação. Qual é a filosofia da Itabus? Buscamos ser mais que mídia em ônibus, para isso, encontramos em nosso lema a inspiração necessária para sermos disruptivos no
cenário tradicional. Desde a fundação da empresa defendo quatro palavras-chave que nos movem em nossa trajetória: fé, foco, determinação e confiança. Os significados destas palavras expressam o que acredito ser o mais importante para o desenvolvimento de uma empresa e assim, divido com os meus colaboradores o seu poder motivacionais. Há 16 anos estou à frente desta companhia, já vivenciamos inúmeras mudanças, mas a essência e filosofia que nos regem permanecem as mesmas. Por isso, nossa história é de ascensão, construímos uma base forte e permanente, que resiste a todas as fases da empresa. Recentemente vocês ganharam o Prêmio Marketing Contemporâneo com o case Mude Uma Vida, em parceria com a ActionNaid Brasil (organização internacional que trabalha por justiça social, igualdade de gênero e pelo fim da pobreza). Como classifica este feito? Foi uma alegre surpresa alcançarmos esta conquista. O Prêmio Marketing Contemporâneo prestigia as principais empresas do cenário brasileiro; estar entre as ganhadoras desta edição foi a concretização de todo o nosso empenho. Para mim, apoiar o terceiro setor sempre foi um fator importante enquanto empresário. Desdobro esta preocupação com todo o meu time, em ações sociais constantes em parceria com ONGs em instituições beneficentes. Este ano, procuramos a ActionAid, ONG com a qual possuímos mais de 10 anos de parceria, para dar suporte ao seu projeto de comunicação de 2019, junto desenvolvemos uma campanha emocionante, que trouxe resultados reais, mudando a vida de inúmeras famílias no região do semiárido brasileiro. Esta foi uma conquista ímpar e todo o time da Itabus é responsável por esta vitória, somos um organismo vivo, onde cada um é essencial para o sucesso. Quais são os planos da empresa para 2020? Nossa grande aposta para 2020, será implementar mais um produto exclusivo nos ônibus do Rio de Janeiro, trata-se de uma plataforma digital embarcada, uma tecnologia ainda não existente no mercado, a qual aproximará as marcas ao seu público, integrando a mídia online e off-line. Outro produto que estamos lançando para o mercado publicitário, é o Boss, um gerador de experiência itinerante, o qual agrega sofisticação, tecnologia e atendimento para o nosso público. Aperfeiçoar o nosso Projeto Entrelinhas é uma meta para 2020. Esta iniciativa leva capacitação aos colaboradores dos nossos clientes, desejamos ir cada vez mais além da mídia em ônibus e este projeto nos proporciona esta evolução. Aplicamos uma gestão focada no resultado do cliente desde o planejamento da campanha a preparação do engajamento do colaborador dos nossos clientes. Entendemos que a mídia impulsiona o reconhecimento da marca para o público, mas apenas uma equipe motivada e treinada pode efetuar o aumento nas vendas. Por isso, investir ainda mais no Entrelinhas é nosso objetivo.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
este o meu primeiro escritório e nele o negócio ganhou outra proporção. Agora mais profissionalizado, pude encerrar minhas atividades como vendedor da indústria têxtil e focar apenas no segmento de mídia.
39
jurídico
Relação de trabalho nas plataformas digitais
40
Por Juliane Cavalini
stamos passando por um processo de mudança motivados pelas transformações digitais. Sites, redes sociais, twiter e outras formas de comunicação crescem e se propagam mundialmente, e isso vem modificando comportamentos e relacionamentos. Poderíamos chamar de cibercultura essa distribuição e difusão de informações, alavancadas ao elo da informática, com o processo de telecomunicação. Essa troca de informações conecta o mundo inteiro construindo novas formas de socialização. O celular, o iphone, smartphone, Ipad, computador, e agora até relógios, passaram a ser uma extensão humana, essenciais à vida social contemporânea. Toda essa tecnologia vem criando um fenômeno disruptivo nas relações de trabalho, gerando novas situações no setor, em todos os níveis, seja na execução, remuneração, subordinação e disposição do tempo do trabalhador. As plataformas digitais estão criando trabalhadores de um mercado ultraflexível, e com isso a figura do empregador, no sentido tradicional da relação de emprego, está se dissipando. Nas relações de trabalho, via plataformas digitais, não há salário fixo, a remuneração e definida por “tarefa”, ‘pay as you go’. Não há estabilidades, trabalha-se a liberdade, com incomparável mobilidade. Não há controle de jornada. Não há local especifico de trabalho. O que se preza é uma agenda flexível definida pelo trabalhador, de acordo com a sua Dra. Juliane Pascoeto Cavalini disposição.
Por outro lado, temos, as instabilidades de horários, a redução de acesso a benefícios, falta de interação com outros colegas e possíveis perdas de ganhos comparados aos trabalhadores tradicionais. A verdade é que estamos vivendo um processo de mudanças nas relações laborais e, com isso, as novas formas de trabalho construídas sobre fatos, elementos e paradigmas digitais, precisam se adequar as fontes formais diretas do direito do trabalho, ou criar novas normativas a fim de contemplar as novas realidades. O direito é sempre construído pelo homem, diante do dado social que lhe é oferecido; com isso, nos vemos diante de uma evolução tecnológica em acelerada ascensão, cujas diretrizes laborais ainda estão por se definir, na busca de uma segurança jurídica para todos.
FOTO: DIVULGAÇÃO
MAISINFLUENTE/BUSINESS
E
Você já ouviu falar em Amazon, Loggi, Uber, Airbnb, Cabify, Ifood, Marketplace? São economias compartilhadas, decorrentes de uma economia sob demanda, com ênfase na intermediação eletrônica e imersa no capitalismo de plataforma.
jurídico
Promotor ou procurador? Você, minha cara leitora, meu caro leitor, talvez tenha percebido, ainda sem ler o artigo, que ao final - ao lado do meu nome - não consta a qualificação com a qual se habituou a identificar a profissão do colunista...
im, em outras edições, nessa mesma situação, você encontrria: Luiz Sales do Nascimento é Promotor de Justiça de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Agora, consta o cargo Procurador de Justiça. Explico. Nossa Constituição, ao tratar da organização do Estado brasileiro, estruturou o Ministério Público dividindo-o, de um lado, em Ministério Público da União, que abrange, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar, e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e de outro lado, os Ministérios Públicos Estaduais. Em verdade, cada um desses Ministérios Públicos foi criado para oficiar perante um tipo de Justiça. Assim, o Ministério Público Federal oficia perante a Justiça Comum Federal. Para você entender melhor, os Procuradores da República da Operação Lava Jato são membros do Ministério Público Federal que atuam perante uma Vara da Justiça Federal. O então Juiz Sérgio Moro, era magistrado da Justiça Comum da União, da Justiça Federal. Mas a União tem também Justiças Especializadas, como a Justiça do Trabalho e a Justiça Militar. Por isso, há um Ministério Público do Trabalho, cujos integrantes são chamados de Procuradores do Trabalho, e um Ministério Público Militar, cujos membros são denominados Procuradores Militares. Não pense você que a Justiça Federal é mais importante ou hierarquicamente superior à Justiça Estadual. O Juiz Federal não é mais que o Juiz Estadual. É tudo uma questão de competência. Somente para exemplificar, se a União. que é uma pessoa jurídica de direito público interno, com seus próprios interesses, e que pode ter interesses em conflito não apenas com outras pessoas jurídicas de direito público, como os estados, os municípios e o Distrito Federal, ou pessoas jurídicas de direito privado - e até pessoas físicas - figurar em um dos polos da relação processual, a competência será da União. Veja o Tribunal do Júri, que tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida. Ordinariamente, o presidente do referido tribunal é um Juiz de Direito, da Justiça Estadual, mas se a vítima de um homicídio tentado for, como já vi acontecer em Santos (SP), um médico do Instituto Nacional de Seguridade Social, no exercício de sua profissão, a competência se desloca para o Tribunal do Júri da Justiça Federal. Pois bem, cada um dos Estados de nossa Federação tem sua própria Justiça Comum Estadual, e ao lado dela, para fazer valer o interesse público, um Ministério Público Estadual. Os membros do Ministério Público Estadual são os Promo-
tores de Justiça, e aqueles que atuam em grau de recurso, representando o interesse público em uma Câmara de Recursos no Tribunal de Justiça, são chamados Procuradores de Justiça. Em agosto último, após 29 anos de carreira, fui promovido ao cargo de Procurador de Justiça Cível. Daí a mudança de minha qualificação. Convenhamos, para o povo entender, seria muito melhor que os cargos fossem todos assim chamados: Promotor de Justiça Federal, Promotor de Justiça do Trabalho, Promotor de Justiça Militar, Promotor de Justiça de primeira instância e Promotor de Justiça de segunda instância nos Ministérios Públicos Estaduais e do Distrito Federal e Territórios. Mas se podemos complicar, para que facilitar?
Não pense você, que a Justiça Federal é mais importante ou hierarquicamente superior à Justiça Estadual. O Juiz Federal não é mais que o Juiz Estadual. É tudo uma questão de competência
MAISINFLUENTE/BUSINESS
S
Por Luiz Sales
41
saúde
Esgotamento físico e mental? Pode ser a Síndrome de Burnout Doença atinge 33 milhões de pessoas no Brasil
MAISINFLUENTE/BUSINESS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Rotinas extenuantes, excesso de trabalho, Sintomas noites mal dormidas, estresse permanente, De acordo com especialistas, diversas fadiga, irritabilidade, falta de motivação, são situações podem levantar o alerta para o alguns sinais de alerta para uma doença que diagnóstico da doença. Um indivíduo com está atingindo cada vez mais pessoas. a Síndrome de Burnout pode apresentar os De acordo com uma pesquisa da Inter- seguintes sintomas: national Stress Management Association (IsExaustão - A pessoa pode se sentir emoma-BR) cerca de 32% dos trabalhadores no cionalmente esgotado. Já fisicamente, dores Brasil possuem a Síndrome de Burnout, o que de cabeça, dores de estômago, apetite ou murepresenta mais de 33 milhões de cidadãos. danças de sono podem ser alguns dos sinais. Trata-se de uma condição em que o orgaIsolamento - Com a sobrecarga, a pesnismo abre suas portas para o esgotamento soa pode adquirir uma tendência a se isolar físico e emocional. do seu ciclo de amigos, colegas de trabalho Mas, afinal, o que é de fato a Síndrome de e familiares. Burnout? Escapar em fantasias - Fugas, férias indiConforme o médico Victor Brandão, espe- viduais ou a procura por medicamentos, álcocialista em psiquiatria integrativa, Burnout é ol, drogas e alimentos que podem ser capazes uma síndrome de ordem psíquica que surge de “entorpecer” o indivíduo, para eles podem como resposta prolongada aos estressores in- ser uma fórmula de escape. terpessoais crônicos no trabalho. Irritabilidade - A irritação é um dos sinais “Os resultados são uma exaustão esma- básicos da doença, o que pode fazer com que, gadora, sentimentos de desapego do traba- quem desenvolva a síndrome possa se envollho, e uma sensação de ineficácia e falta de ver em situações embaraçosas mais facilmenrealização”, explica. te; e se estressarem por qualquer motivo quan“Burnout não é apenas aumento do es- do algo não sai como o planejado. tresse. É mais do que estar simplesmente irritado ou cansado da carga de trabalho. Um indivíduo que sofre com a síndrome vai se sentir constantemente exausto, como se seu trabalho Os resultados são uma exaustão não importasse, e têm concepções distorcidas e muitas vezes esmagadora, sentimentos de desapego pessimistas de si mesmos e dos do trabalho, e uma sensação de ineficácia outros”, acrescenta. Segundo Victor Brandão, ese falta de realização tatísticas mostram que uma em cada cinco pessoas pode sofrer de alguma forma de problema de saúde mental no trabalho.
43
saúde
Doenças frequentes - Burnout, como outro estresse a longo prazo, pode prejudicar e reduzir as defesas do corpo, tornando-o mais suscetível a resfriados, gripe e infecções. Doenças mentais como depressão e ansiedade também podem se tornar um gatilho para a doença. Outras doenças recorrentes são a hipertensão arterial, diabetes mellitus, disfunção erétil e entre outras. Diagnóstico O diagnóstico da doença pode ser feito por um médico especializado em psiquiatria ou psicologia, que avaliará clinicamente o quadro do paciente, baseado em seus sinais e sintomas, podendo solicitar exames que possam complementar o embasamento do laudo. “Após essa avaliação e o diagnóstico feito, o tratamento deverá ser rapidamente iniciado para evitar que o problema se agrave, diz o psicólogo Roberto Debnki. “O psicólogo também pode avaliar a presença do estresse e do Burnout, e trabalhar conjuntamente com o médico e outros profissionais da área a fim de lidar adequadamente para recuperar a saúde do seu cliente”.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Tratamento De acordo com especialistas, o melhor tipo de tratamento deve ser direcionado para os pacientes por meio de profissionais especializados em lidar com a doença. Técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva, treinamento de habilidades sociais, gerenciamento didático do estresse, mudança de atitude frente a situações de estresse, meditação, atividade física, psicoterapia são algumas das formas para se tratar a doença adequadamente. O tempo de tratamento dependerá do grau de acometimento pelo Burnout e da resiliência e saúde prévia que o paciente apresentava. Existe a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde que é aplicada no SUS, com 29 práticas que se integram aos tratamentos convencionais em diversas patologias, nas unidades básicas de saúde.
44
Como prevenir? A Síndrome de Burnout pode ser evitada com alguns cuidados, como a prática de atividades físicas regulares, uma dieta equilibrada, o hábito da meditação (já que meditar traz diversos benefícios para a saúde), por exemplo. Bons hábitos também de sono, ou seja, descansar a quantidade de horas na qual o seu corpo precisa, torna-se imprescindível para uma vida saudável. Pedir ajuda ao perceber que algo não está bem, não ter vergonha de conversar com um amigo, ou buscar auxílio profissional é essencial para um diagnóstico e tratamento mais eficaz. Nos últimos anos, o número de casos da doença aumentou e para os especialistas há uma razão para isso. O mundo moderno traz a exigência da performance, da produtividade, da obrigação de se estar atua-
lizado com todas informações, da autocobrança pela perfeição e erro zero, e da exigência do ter de se mostrar dessa maneira para todos, nas redes sociais e na vida. O homem atual é polivalente e policompetente. Isso é altamente estressante, pois se trata de um resultado impossível de conquistar, e a sensação de frustração é algo que também as pessoas não conseguem lidar de maneira saudável. “Todos esses fatores geram alto grau de estresse e Burnout, afetando a saúde e a vida das pessoas, das famílias e das organizações”, acrescenta Debski. Já Victor Brandão lembra que o desenvolvimento da doença é reconhecidamente multifatorial. “A sobrecarga de trabalho se mostra como um dos principais fatores, já que ninguém faz bem um trabalho quando é executado além da capacidade individual”. A falta de controle emocional no gerenciamento do estresse e reconhecer a hora certa de parar é um ponto que vejo constantemente na minha prática. Outra questão importante é a falta de recompensa, quando se tem sobrecarga no trabalho e não há um mecanismo compensador pelo esforço ou sentimento de gratidão, é da natureza humana sentir um limiar mais curto com relação àquele trabalho. Confiança “Existe também o contrato implícito de que a maioria de nós será tratado de boa fé. Quando essa confiança é quebrada acaba gerando sintomas prejudiciais. O risco de esgotamento pessoal aumenta à medida que a confiança diminui. Por fim, quando valores da empresa coincidem com valores pessoais do trabalhador, resulta em indivíduos mais fidedignos o seu propósito de trabalho. A incompatibilidade e a rejeição desses valores podem levar ao esgotamento profissional mais rápido”, conclui o especialista. Além disso vivemos cada vez mais plugados em nossos celulares. As pessoas responsáveis sentem a necessidade de responder a todos os e-mails que recebem, além de zaps e outras formas de comunicação. O excesso de informação é total. “Diante de tanta demanda, nosso corpo sucumbe. O estresse crônico do cotidiano libera doses elevadas de cortisol e adrenalina na corrente sanguínea das pessoas”, afirma o médico Gilberto Ururahy, diretor da MedRio Check-up. “A adrenalina em excesso – grande estimulante – contribui para as insônias e noites mal dormidas. O excesso de cortisol deprime a imunidade e muitas vezes, conduz à depressão”, informa o doutor Ururahy. “As pessoas precisam se privilegiar mais! Ter atenção à sua saúde e evitar extremos. Não é possível, nos dias atuais, o indivíduo se ver diante de uma doença em estágio avançado. A medicina preventiva, muitas vezes, aponta os caminhos para uma vida saudável, a partir do conhecimento dos fatores de risco para a saúde da pessoa. Assim, é fundamental a realização de um check-up médico regular e viver a vida sem surpresas”, conclui.
investimentos nos EUA
Porque investir nos Estados Unidos Absolutamente integrado ao seleto mundo do mercado de investimentos, há mais de 20 anos Mike Xenick, presidente e CEO da InvestAmerica, adotou como missão guiar, proteger e apoiar as famílias em sua jornada de imigração para uma vida melhor nos Estados Unidos. Em todo esse tempo, Xenick levantou milhões de dólares de capital para empresas do mercado intermediário. Conte-nos sobre a sua história, todos os desafios e aprendizados... Nosso desejo de ajudar os investidores e suas famílias a imigrar para os Estados Unidos começou em 2010. Nossos primeiros projetos foram muito pequenos, e serviram como uma excelente visão de como poderíamos fornecer acesso a uma vida nova e melhor para essas famílias. Em 2012, parei com meus parceiros e comecei a
InvestAmerica. Tínhamos pouco dinheiro, poucos contatos internacionais, poucos relacionamentos no setor e, ainda, poucos projetos para trabalhar. Concentramo-nos em dizer aos membros estabelecidos do setor que fazíamos as coisas de maneira diferente de todos os outros, mas na conformidade com as leis de valores mobiliários dos EUA, transparência do investidor e concentração nas estruturas de capital e as ofertas, que temos favoráveis ao investidor. A partir daí, junto com o restante da indústria, crescemos muito rapidamente, penetrando nos principais mercados, como Brasil, Colômbia, México, Venezuela, Índia e Reino Unido. Aprendemos que colocar o investidor e sua família em primeiro lugar, atender a todas as suas necessidades e protegê-las ao longo de sua jornada é a chave para o sucesso, crescimento e longevidade.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Por Liberado Junior
45
A Mila faz parte do seu staff, como é ter uma brasileira a frente de um business de investimento? A Mila trouxe um elo que faltava para a nossa equipe em geral, atuando como nossa coordenadora de Desenvolvimento Global. Suas habilidades de energia, entusiasmo, dedicação, eficiência e linguagem foram fundamentais para solidificar e aumentar nossa presença no Brasil, em outros países da América do Sul e de outras partes do mundo.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
Sobre os desafios da sua gestão, quais foram os principais que teve de enfrentar? Crescer fora da fase de inicialização com pouco financiamento e relacionamentos mínimos; entrar em novos mercados internacionais para ganhar a confiança dos investidores locais; muitos anos de incerteza quanto a alterações pendentes nos preços e outras regras e regulamentos; competir com outras empresas que poderiam nos vencer no preço, mas não na qualidade ou no foco no investidor. E mais: não ter recursos e pessoal suficientes para fornecer um conjunto completo de serviços aos investidores, até termos uma parceria com Gene King e Michael Grady, proprietários da corretora Sequence Financial Specialists, regulamentada pela FINRA (Financial Industry Regulatory Authority) e pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC). Representamos com sucesso várias centenas de investidores
46
e suas famílias, ajudando 100% daqueles que investiram através do InvestAmerica a obter residência condicional e permanente nos EUA. Qual é a filosofia da INVESTAMERICA? A empresa existe para orientar, apoiar e proteger as famílias que imigram para uma vida melhor nos EUA. Quais são os planos da empresa para 2020? Por que estão procurando o Brasil? Quais as novas janelas de investimentos? Em 2020, planejamos continuar expandindo nossa empresa de várias maneiras: ampliando o nosso negócio principal com o programa de investidor EB5, representando um portfólio de empreendimentos imobiliários comerciais de alta qualidade nos EUA, para ajudar as famílias a obter Green Card dos EUA; ampliando a nossa nova plataforma E-2 Visa, que permite que indivíduos e suas famílias - com cidadania em certos países, que possuem um tratado E-2 com os EUA - iniciem ou adquiram negócios naquele país e movam sua família para lá, para viver e operar esse negócio, permitindo que eles cheguem muito mais rapidamente do que um visto EB-5; mais: proporcionando a eles uma oportunidade subsequente de obter um green card por meio de um investimento em EB-5. Planejamos também continuar aumentando a nossa fortaleza no Brasil e na Índia, focar na construção de maiores presenças na Argentina, Colômbia, México, África do Sul e Reino Unido. O Brasil tem sido o foco da InvestAmerica desde 2014, e já adquirimos cerca de 80 investidores até o momento. Estamos procurando aumentar nossas relações profissionais lá (empresas de contabilidade, advogados, especialistas em imigração, gerentes de patrimônio, banqueiros etc.). O novo investimento para o EB-5 agora é de US$ 900 mil por investidor para projetos localizados em uma área de emprego direcionado. Há dúvidas frequentes... Por exemplo: preciso ser um cidadão americano para investir nos Estados Unidos? Não! Qualquer pessoa com fundos disponíveis para investir pode fazê-lo nos EUA, desde que o valor selecionado seja adequado ao seu perfil de investimento específico, e que os fundos tenham sido obtidos de forma legal.
Mike Xenick, CEO da InvestAmerica, e Mila de Olano, cordenadora Global de Desenvolvimento
Preciso ter uma conta bancária nos Estados Unidos para comprar
Em quais tipos de imóveis posso investir? Qualquer tipo. A InvestAmerica normalmente fornece um portfólio de várias opções de investimento em várias classes de ativos, incluindo, multifamiliares (apartamentos e condomínios), hotéis e hospitalidade, escritório, varejo, industrial, manufatura, entre outras. Devo pagar à vista ou financiar um imóvel americano? É muito difícil comprar imóveis nos EUA sem dinheiro, a menos que o investidor esteja bem estabelecido no território americano, já tenha negócios ou possua imóveis lá e tenha uma conta bancária por lá. Portanto, o dinheiro precisa estar disponível para a maioria dos investimentos até que o investidor possa se estabelecer mais. Tenho que viajar para os EUA para fechar o negócio? Depende do ativo que está sendo adquirido. Para um investimento em EB-5, o investidor não precisa viajar para os EUA para fechar a transação. Comprar imóvel nos EUA dá direito ao green card? Apenas comprar imóveis no país não dá direito a um investidor obter um green card. Para obter o cartão por meio do programa EB-5, o investimento deve estar em uma empresa ou projeto que crie 10 novos empregos nos EUA em tempo integral, para cada investidor no projeto; caso contrário, deverá atender a requisitos adicionais do Programa EB-5. Se eu voltar ao Brasil, perco meu visto? Se você obtiver um green card ondicional ou permanente, por meio do programa EB-5, poderá retornar ao Brasil a qualquer momento, desde que você ou quaisquer outros titulares de Green Card da família não fiquem fora dos EUA por mais de 180 dias consecutivos a ano. Qual a hora de investir e por que investir nos Estados Unidos? Os EUA, historicamente, proporcionam um ambiente econômico estável; existem regulamentos de valores mobiliários para proteger os investidores e os EUA têm uma grande variedade de opções de investimento para escolher. Quais são as etapas para imigrar para os Estados Unidos? O Programa de Investidores Imigrantes EB-5 (“EB-5”) foi criado em 1990 pelo Congresso e é administrado pelos Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS). O Programa EB-5 permite que cidadãos estrangeiros obtenham o Green Card (visto de residente permanente) para si, cônjuge e filhos solteiros com menos de 21 anos, a partir do investimento de, atualmente pelo menos, US$ 900 mil em uma nova empresa americana, que crie ou preserve um mínimo de 10 novos empregos nos EUA. Além disso, em 1992, o congresso criou o Programa do Centro Regional, que permite que os indivíduos invistam em um novo negócio dos EUA as-
sociado a um Centro Regional aprovado pelo USCIS. As regulamentações permitem que o Departamento de Estado emita dez mil vistos EB-5, a cada ano, nesta categoria. Os investidores que forem adjudicados com a petição I-526 pelo USCIS receberão um Green Card condicional de dois anos, que subsequentemente requer que apresentem uma petição I-829, no prazo de 21 a 24 meses da aprovação I-526. A petição I-829 deve demonstrar que o investidor sustentou os US$ 900 mil em um investimento em risco - por um período de dois anos - e o investimento criou o mínimo de 10 empregos exigidos. Uma vez que a petição I-829 seja aprovada, o investidor se torna elegível para um retorno de capital sujeito ao sucesso do projeto. E se retiram assim as restrições e condições de sua residência, recebendo o green card permanente. Todos os investimentos da modalidade EB-5 devem ser aplicados em um novo empreendimento comercial, desde que seja uma empresa estabelecida após 29 de novembro de 1990, ou fundada em (ou antes) de 29 de novembro de 1990. Nesse caso, desde que tenha sido comprada, e que o negócio existente seja reestruturado e reorganizado de modo que resulte em uma nova empresa comercial; ou, ainda, expandida por meio do investimento, para que haja um aumento de 40% no valor líquido ou no número de empregados. Quais são os dez principais estados dos EUA para investir? Não tenho certeza sobre o top 10, no entanto, os mais procurados são Nova York, Washington DC, Flórida, Texas, Geórgia, Carolina do Norte, Califórnia e Arizona. Qual é o perfil dos imigrantes? Isso depende de qual caminho de imigração o interessado está solicitando, pois existem dezenas de opções, cada uma com seus próprios requisitos, restrições, custos e qualificações. Para o investidor EB-5, o perfil é tipicamente alguém que possui um rendimento anual de no mínimo US$ 200 mil por ano (300 mil se casado) e um patrimônio líquido de pelo menos US$ 1 milhão de dólares, sem contar a residência principal; tem alguma experiência em investimentos, obteve seus fundos investíveis por meios legais, deseja morar permanentemente nos EUA. O candidato ao visto E2 (que não leva à residência permanente por conta própria) deve ter entre US $ 100 mil e US$ 1 milhão disponíveis (dependendo do negócio que está comprando) para investir, além do desejo de morar e trabalhar nos EUA. E o estilo de vida na América? A resposta a essa pergunta é realmente dependente de onde alguém escolhe viver, pois cada estado, cidade e comunidade nos EUA pode fornecer uma variedade de estilos de vida; provavelmente qualquer estilo de vida desejado está disponível. Vistos diferentes dos EUA? Conforme observado anteriormente, existem dezenas de vistos disponíveis, cada um com seus próprios requisitos, qualificações, custos etc. Os que a InvestAmerica é especializada são EB-5, E-2 e L-1, embora possamos facilitar o acesso a muitos outros mediante solicitação.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
uma casa? Não é um requisito definido, no entanto, é um processo muito mais simples se uma conta bancária for estabelecida nos EUA.
47
MAISINFLUENTE/BUSINESS
turismo
48
Impactos do coronavírus no turismo podem chegar a 2021 Como os demais setores, os reflexos econômicos são incalculáveis
Por Diego Brígido
A
FOTO: DIVULGAÇÃO
Nuuk Groelândia
Coliseu de Roma
em inglês) e da Oxford Economics, respondeu, em 2018, por 10,4% de toda a atividade econômica do planeta; empregou uma em cada cinco pessoas, desde 2014, e movimenta US$ 8,8 trilhões ao ano. Pasmem! Se fosse um país, o turismo só ficaria atrás dos EUA, que movimenta US$ 20,6 trilhões e da China, com US$ 11,5 trilhões ao ano. Tudo isso depende, no entanto, do interesse do visitante em viajar – se não há viagem, não há receita. E, claro, o interesse na viagem está diretamente ligado a quão seguro o viajante se sente para adentrar um outro território. E é aí que voltamos à sensibilidade da atividade turística. É aí que precisamos falar sobre o novo coronavírus. Os números não param de crescer [Provavelmente até o final dessa matéria, os números já tenham mudado] O surto crescente causado pelo Covid-19, com origem na China, vem causando estragos na economia mundial e, sobretudo, no turismo. Na lacuna de tempo existente entre a expansão do contágio pelo vírus e a profilaxia do mesmo, o desastre pode ser enorme, ainda mais quando falamos de uma atividade extremamente sensível. Já são mais de 105 mil casos do novo vírus em quase 100 países e territórios, de acordo com a agência Reuters; a China lidera com mais de 80% dos contagiados. A Itália, que concentra o maior número de casos na Europa, tem mais de 9 mil infectados, quase 500 mortos (mais de 3500 pessoas
MAISINFLUENTE/BUSINESS
ntes de mais nada, deixe-me apresentar, afinal, a partir de agora, nos encontraremos com frequência nas páginas das editorias de Turismo e Gastronomia. Sou Diego Brígido, jornalista especializado nessas duas áreas, turismólogo (sim, essa profissão existe) e sommelier por hobby. Agora, vamos ao que interessa. O turismo é uma atividade extremamente sensível a fatores externos, e sofre os impactos de crises econômicas, sociais e de saúde, quase que imediatamente. Como indústria, a atividade ajuda a distribuir renda, promovendo um fluxo constante de pessoas pelo globo, gerando negócios e oportunidades, tanto para grandes corporações quanto para pequenos empreendimentos. Estamos falando de um segmento que, de acordo com pesquisa do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla
49
FOTO: DIVULGAÇÃO
O caos está instalado
MAISINFLUENTE/BUSINESS
morreram em todo o mundo) e, na última segunda, 9 de março, o governo decretou quarentena em todo o país, restringindo a entrada e saída de pessoas. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são 930 casos suspeitos (até 9 de março) e 30 confirmados. O que mais assusta com relação ao novo coronavírus é a velocidade de contágio, que deixou ‘no chinelo’ as epidemias recentes, como SARS e H1N1.
50
E o turismo? O turismo, obviamente, tem sido o setor mais afetado com a epidemia do coronavírus. Além dos destinos de férias, festas populares e viagens de negócios também são fortemente prejudicadas. Os cancelamentos de viagens aéreas e cruzeiros marítimos crescem diariamente, em um ritmo assustador. Ninguém quer estar perto do surto ou correr o risco de viajar saudável e voltar doente. Algumas companhias aéreas, redes hoteleiras e armadoras marítimas estão remarcando viagens, alterando destinos ou cancelando, sem prejuízo para os clientes – talvez assumindo possíveis danos, outras cobram multa e não ressarcem os viaVeneza-Itália jantes. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Agências de Viagem (ABAV), cada agência está tratando individualmente os casos. Mas, ainda segundo a associação, as políticas de remarcação não são das agências de viagens e, sim, das companhias aéreas, hotéis, locadoras de automóveis etc, e que tem pedido aos fornecedores que não estabeleçam multas para os casos de remarcação de viagem. O turismo corporativo também tem sofrido as consequências. Na Europa, eventos que atraem milhares de pessoas todos os anos foram cancelados ou adiados. O Salão do Automóvel de Genebra, por exemplo, que celebraria sua 90a edição, foi cancelado às pressas, já com a feira praticamente montada. A ProWein, maior feira de vinhos do mundo, na Alemanha, que aconteceria entre
15 e 17 de março e esperava receber mais de 60 mil visitantes, foi adiada, sem previsão de acontecer. Congressos, feiras e convenções representam os maiores orçamentos do turismo de negócios, já que reúnem milhares de participantes. Portanto, os impactos com os cancelamentos são ainda maiores que aqueles causados pelo turismo de lazer. A realidade, no entanto, é que os dois tipos de turistas estão desistindo de viajar (lazer e negócios). A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), que representa as 290 maiores companhias do setor, estima, com isso, um prejuízo de cerca de U$ 29,3 bilhões em 2020. De acordo com a IATA, quase 50% dos clientes deixaram de voar e a maioria exige o ressarcimento pelo cancelamento. Desde o início do ano, a rede de hotéis Marriott fechou 90 unidades na China e, em fevereiro, a receita por quarto, da rede, caiu 90% em relação ao mesmo mês de 2019. A estimativa de especialistas é que a crise provocada pelo surto traga efeitos a longo prazo e se prorrogue até 2021. Só na Itália, os prejuízos no turismo devem chegar em 5 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano. No Brasil... O governador de São Paulo, João Dória, em entrevista na última segunda-feira, 9 de março, afirmou que o Brasil ainda não foi afetado pela epidemia e que, por isso, não há motivo para pânico. Segundo ele, as autoridades sanitárias têm feito um forte trabalho de controle nos portos. No entanto, ainda que o coronavírus não tenha se alastrado pelo país, como no resto no mundo, sobretudo na China e na Itália, o impacto na indústria do turismo nacional já pode ser sentido, sem previsão de que um novo horizonte se descortine. @dibrigido
vinho
Ao leite ou amargo. Chocolates combinam com vinho? Chocolate com tinto seco É mais difícil, mas não impossível, harmonizar chocolate com vinho tinto seco. Vinhos tintos com mais açúcar residual vão bem com chocolate amargo. Procure por vinhos com 10 a 60 gramas de açúcar por litro, preferencialmente das uvas Syrah, Zinfandel, Malbec e os cortes estilo bordalês. Recomendações Pinot Noir - Uma harmonização surpreendentemente perfeita. A gordura do chocolate branco acentua os sabores doces de cerejas vermelhas, morangos e framboesas encontradas no Pinot Noir. Beaujolais - Outro vinho tinto leve que tem a mesma característica do Pinot Noir. Moscato d’Asti - Uma vez que o chocolate branco é delicado o suficiente para combinar com vinhos brancos, um Moscato Branco ou Moscato d’Asti oferece sabores de pêssegos e creme com notas florais de rosas. Vinhos espumantes fazem essa harmonização ter cremosidade extra. Vinho do Gelo (ou Ice Wine) - Dependendo das variedades usadas para fazer o vinho do gelo (geralmente Riesling ou Cabernet Franc), você descobrirá notas de abacaxi, torta de limão e laranjas cristalizadas. Porto Rosé - Este é o mais novo estilo de Porto e oferece sabores ricos de morangos e groselha. A mineralidade neste Porto lhe confere uma doçura mais sofisticada.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
FOTO: DIVULGAÇÃO
A
lguns enólogos garantem que a parceria (entre chocolate e vinho) pode até não ser muito técnica, mas é uma combinação empírica, passional, já que o vinho é considerado uma bebida intensa, com paladares e aromas bem marcantes. O espumante Chardonnay e a trufa de maracujá se combinam pelo realce de sabores cítricos e a acidez. A doçura deixa uma sensação muito agradável ao paladar. Já o espumante Prosecco e a trufa de laranja traz aos amantes da bebida uma experiência refrescante e com toques agridoces. Essa harmonização é uma brincadeira que remete ao Spritz, drink famoso da região do Vêneto, na Itália, composto por Prosecco, laranja e Aperol. O espumante Moscatel e a trufa de champanhe são os indicados para quem gosta de equilibrar sabores mais adocicados. Um bom chocolate de leite é geralmente cerca de metade chocolate e metade creme (ou gordura). São mais doces e têm mais gordura, o que faz deles os mais fáceis de harmonizar com o vinho. Os vinhos tintos de colheita tardia, aqueles feitos com uvas que permanecem mais tempo na videira, super combinam. Além desse, há a possbilidade de escolha pelo vinho do Porto, que traz sabores de frutas vermelhas ao chocolate; Banyuls ou Maury que cai, mavilhosamente bem com trufas de chocolate e o Moscato Rutherglen, considerado o vinho doce mais doce do mundo, mas que não deixa de combinar com os chocolates ao leite. Os polifenóis do chocolate amargo parecem duplicar em contato com o vinho e dão a ambos um sabor um pouco amargo. Mas são também a parte do chocolate que traz todos os benefícios à saúde! Justamente essa amargura do chocolate escuro é que nós queremos equilibrar harmonizando com um vinho cuidadosamente selecionado. As indicações são pelo Vin Santo del Chianti, rico nos sabores doces de cerejas, canela e amêndoas e o tradicional do Porto que harmoniza bem com chocolates com altas percentagens de cacau. Tecnicamente não é chocolate, porque não contém cacau (apenas a gordura do cacau), mas acaba sendo um dos poucos doces parecidos com chocolate que combinam com vinho tinto seco.
51
vinho
S
‘Habemus vinum!’
Afinal, como se deu a ligação do cristianismo com a bebida de Baco e Dionísio? Por Diego Brígido
MAISINFLUENTE/BUSINESS
e você está lendo a editoria de Gastronomia antes da editoria de Turismo, ainda não me conhece, então deixe-me apresentar. Agora, se você já leu a outra editoria, pode pular esse parágrafo. Sou Diego Brígido, jornalista, turismólogo e sommelier por hobbie. A partir de agora, estarei nas páginas de cá, e no portal, semanalmente, nas editoriais de Turismo e Gastronomia, para, juntos, fazermos viagens inesquecíveis. Vamos juntos! E, para o texto de estreia, decidi começar pela improvável, mas bastante interessante relação do cristianismo com o vinho, já que a bebida sagrada de Baco e Dionísio (deuses Romano e Grego, diga-se de passagem) será bem presente em nossos papos enogastronômicos.
52
mosteiros. Nesses locais, o vinho passou a ser produzido para a eucaristia e também para manter os religiosos. Muitos dos mais extensos vinhedos da Europa surgiram nos mosteiros, catedrais e igrejas. Com a expansão do território islâmico até a Península Ibérica, no século VII, o vinho sofreu mais um revés, já que o islamismo proibia o consumo de álcool. O comércio foi estremecido e as cidades passaram a ficar isoladas, o que enfraqueceu, momentaneamente, a vitivinicultura. Mas, mesmo com a Europa fragmentada em pequenos territórios autônomos, os feudos, a Igreja conseguiu continuar exercendo forte influência e a atividade vinícola seguiu, sob as mãos dos monges. É nesse momento que as cepas nobres passam a se diferenciar das outras, e surgem, então, regiões com uvas de melhor qualidade. Está aí o embrião das Denominações de Origem, com vinhos diferenciados por regiões, classificação tão valorizada hoje. Nem mesmo Carlos Magno, o Imperador, passou batido pela viticultura. Na Borgonha, ele mantinha vinhedos, na sub-região de Corton, onde surgiu, inclusive, o famoso vinho branco Corton Charlemagne. Com a Tomada de Constantinopla (que virou Istambul) pelos turcos, em 1453, a Idade Média chega ao fim, dando lugar a um movimento de admiração pelos artistas e filósofos da Antiguidade Clássica. É a vez do Renascimento, que se fortaleceu na Europa, no século XVI, e resgatou as artes, as ciências e o próprio espírito humano. Então, o vinho ganhou o impulso que precisava, e a vitivinicultura passou a ser considerada uma verdadeira arte. Ou seja, meus caros, sob todos os aspectos históricos e culturais, o vinho, desde sempre, é uma bebida sagrada. Habemus vinum!
Começou assim... Os romanos incorporaram muitas tradições dos gregos antigos em sua cultura, o que incluiu o gosto pelo vinho e até um Deus sagrado da bebida: Baco era a versão romana de Dionísio, o deus grego do vinho. Os povos bárbaros dominados pelo povo de Roma eram estimulados a cultivarem videiras. Assim, com o passar dos anos, a região que hoje é ocupada pela Europa foi sendo conquistada e a produção do vinho foi ganhando territórios. No século V, quando deixaram a região hoje conhecida como França, os romanos já tinham demarcado os territórios dos mais famosos vinhedos da Europa, às margens dos rios, pois de barco era mais fácil transportar o vinho. Pelos idos do século V, a crise que assolou a Europa @dibrigido dividiu a região em diversos reinos bárbaros e a produção do vinho foi prejudicada. No “O vinho que se utiliza na celebração do santo entanto, junto da crise, emergiu uma força poderosíssima, que Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, passou a proteger a atividade vitivinícola, estimulando o seu puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias fortalecimento: o cristianismo. estranhas. Na mesma celebração da Missa se A bebida que outrora havia sido dádiva dos deuses grego e lhe deve misturar um pouco d’água. Está totalmente romano, passou a ter papel de destaque nos rituais cristãos e, proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto então, a Igreja passou a controlar ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a sua produção. Se o vinho representava o sangue de Cristo, cabia Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para à Igreja, então, garantir o ritual. Com a conversão do impea validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob rador Constantino (aquele, de nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, Constantinopla) ao cristianismo, no século IV, a Igreja se que não constituem uma matéria válida”. dedicou a converter todos os Redemptionis Sacramentum, cap.III, §50 povos bárbaros e a construir
FOTO: DIVULGAÇÃO
15º Cartório de Notas: Rio De Janeiro reuniu autoridades jurídicas no Fasano Tiago Salles do Instituto Justiça e Cidadania junto com as advogadas Fernanda de Freitas Leitão (Titular Serventia) Michelle Novaes Freitas (substituta) do 15º Cartório de Notas - Rio de Janeiro realizaram uma edição do projeto Conversa com o Judiciário. O tema do encontro foi a “Análise econômica do direito e os serviços extrajudiciais”. A nata poderosa do mundo jurídico marcou presença e entre as muitas autoridades estavam o Ministro Luís Fux (vice-presidente do STF) e Ministro João Otávio de Noronha (Presidente do STJ). A coordenação dos debates ficou a cargo do Ministro Luís Felipe Salomão (Ministro do STJ) e o Desembargador Alexandre Freitas Câmara do TJRJ. O evento teve apoio do LIDE Rio de Janeiro. Fotos: Bruna Zappelli
Luiz Carlos Ciocchi (Presidente Furnas), Marcelo Moura (Pinheiro Neto Advogados), Marise Grinstein (Diretora Novos Negócios LIDE RIO), Andréia Repsold (Presidente LIDE RIO), Katia Repsold (Presidente Naturgy) e Wilson Ferreira (Presidente Eletrobras)
Andréia Repsold (Presidente LIDE RIO), Gustavo Ene (Secretário Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Inovação), Angela Flores (Presidente Inmetro), Fabio Schimit (Inmetro) e Marise Grinstein (Diretora Novos Negócios LIDE RIO)
Sergio Mannheimer (Mannheimer, Sergio e Lira Advogados), Jacques Malka Y Negri (Malka y Negri Advogados), Gabriel Di Blasi (Di Blasi Parente Associados) e Marcelo Schaimberg (Brokers Corretora)
56
O LIDE RIO DE JANEIRO abriu o calendário 2020 no Fairmont, num exclusivo Business Dinner com Gustavo Ene, secretário de Desenvolvimento, Indústria, Serviço e Inovação do Ministério da Economia sob o tema “Perspectivas do Desenvolvimento Social e Econômico do Brasil”, com foco no Rio de Janeiro.
Paulo Parente (Di Blasi Parente Associados), Alexis de Vaux (Incentivo Brasil), Michael Nagy (Fairmont Rio de Janeiro Copacabana), Raquel Araujo (Di Blasi Parente Associados) e Ayrton Xerez (Carvalho Hosken)
FOTOS: DIVULGAÇÃO / LIDE
Miriam Carvalho (Presidente Carvalhão Transportes), Katia Repsold (Presidente Naturgy), Fabiola D’avila (Comrio) e Vera Barreto (Integra Corretora)
MAISSANTOS.COM.BR
MAISINFLUENTE/BUSINESS
ENJOYTRIP.COM.BR
58
AMAISINFLUENTE.COM.BR
MAIS CONTEĂšDO
BUSINESS Direito Economia Sustentabilidade LIDE
Direito
Relações de trabalho em tempo de covid - o poder do empregador Por Juliane Cavalini (*)
MEDIDAS PROVISÓRIAS • O governo editou várias Medidas Provisórias desde a decretação do Estado de Calamidade Pública, porém foi através das MPs 927/20 e 936/20 que foram oferecidas aos empregadores alternativas trabalhistas visando a manutenção do Emprego e da Renda.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
MEDIDA PROVISÓRIA 927/20 Foram flexibilizados vários dispositivos legais, autorizando aos empregadores a aplicação de algumas medidas, sem que necessidade de cumprimento de prazos, comunicados a órgãos públicos, e ainda, a suspensão de determinados recolhimentos e pagamentos, dentre eles: • Antecipação de férias • Concessão de férias coletivas • Banco de horas decorrente de suspensão de atividades remuneradas • Teletrabalho • Suspensão do pagamento do FGTS
60
MEDIDA PROVISÓRIA 936/20 Esta MP trouxe em seu texto as seguintes alternativas ao empregador: • Suspensão Temporária do Contrato de Trabalho do empregado, até o prazo máximo de 60 dias, podendo ser fracionado em períodos de 30 dias. • Redução de Jornada em 25%, 50% ou 70%, e a consequente redução do salário na mesma proporção. PAGAMENTO DO TRABALHADOR Redução de Jornada – o empregador deixará de pagar o valor correspondente ao percentual da redução da jornada (25%, 50% ou 70%) e o empregado passará a receber da União a quantia equivalente ao percentual
reduzido, porém calculado sobre o valor do seguro desemprego a que faria jus. Suspensão – o empregador deixará de pagar o salário do empregado que passará a receber da União, durante a suspensão, o equivalente ao valor que faria jus se estivesse recebendo seguro desemprego. PECULIARIDADE Empresas com receita bruta para o ano-calendário de 2019, superior a R$ 4.800.000,00 somente poderão suspender o contrato de trabalho desde que arquem com pagamento de ajuda compensatória mensal no valor de 30% do valor do salário do empregado, durante o período da suspensão temporária do contrato de trabalho, pactuada. GARANTIA PARA EMPREGADO Ao celebrar o acordo individual para a suspensão temporária do contrato de trabalho, ou redução de jornada, o empregado gozará de garantia de emprego provisória equivalente ao dobro do período do benefício (suspensão ou redução), a partir da data de sua celebração. QUAL A MELHOR MEDIDA QUE A EMPRESA DEVERÁ APLICAR? Cada empresa deverá avaliar as suas atividades, a demanda, o nível de trabalhadores, a sua necessidade e o poder econômico, para então decidir, se vale a pena ou não, investirem nas medidas, cabendo considerar que determinadas providências repercutem na estabilidade dos trabalhadores que aderirem ao programa. (*) Juliane Pascoeto Cavalini @julianecavalini Advogada especialista em Direito do Trabalho Sócia do escritório João Freitas Advogados Associados
Direito
O
Soluções nascem das crises Por Michelle Novaes (*)
s desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus trouxeram mudanças estruturais às empresas. De uma hora para outra, tivemos que lidar com o distanciamento social, um novo comportamento do consumidor, os aprendizados do trabalho remoto e os desafios da inserção digital no chamado “novo normal”. Acredito na máxima que “toda crise é uma oportunidade”, por mais sombrio que o cenário se apresente. Em circunstâncias diferentes, mas igualmente desafiadoras, me tornei tabeliã substituta. Recém-formada em Direito, larguei 10 anos de experiência na aviação executiva para mergulhar num terreno desconhecido e promissor das atividades notariais. Há sempre a desconfiança dos empregadores quanto a falta de experiência e de qualificação. No primeiro cartório que trabalhei passei por uma verdadeira prova de fogo, assim que cheguei. Um dia meu chefe me chamou e disse: “Michelle, nós estamos perdendo um cliente muito importante. Você pode nos ajudar a manter essa conta?” Não hesitei. Mesmo sem conhecer ninguém, fui
até a porta de um dos diretores da empresa e pedi uma reunião. Descobri qual era o problema, estabeleci uma relação de confiança e até hoje eles são meus clientes. O que quero dizer com tudo isso? É que toda trajetória profissional será construída com desafios, e como gestor, é preciso estar preparado para a agir quando a crise chegar. Foi assim com o 15º Ofício de Notas nesta pandemia. Tivemos que ser rápidos. Criamos um grupo de crise, assumimos o compromisso de não demitir ninguém (são mais de 200 colaboradores), reduzimos carga horária e fortalecemos nossa carteira de clientes e parceiros. Nos adaptamos rapidamente do atendimento manual para o eletrônico. Desse cenário, nasceu uma estrela: lavramos a primeira escritura de compra e venda de imóvel totalmente digital do Rio de Janeiro. Comprador e vendedor assinaram a escritura sem precisar ir ao cartório. São soluções como essa - que surgem em tempos de crise - que empurram a sociedade para frente! (*) Tabeliã substituta do 15º Ofício de Notas - RJ
Economia
O que temos para hoje?
D
Por Joana Lima
esde janeiro, quando ainda achávamos que o coronavírus seria mais uma epidemia asiática, como vimos outras na primeira década do século XXI, tenho escrito sobre a doença no âmbito econômico e financeiro. Hoje, o tema parece mais em pauta que nunca. Portanto, continuarei abordando o mesmo assunto. Acompanho diariamente a evolução do vírus pelo mundo com o intuito de saber se estamos mais próximos de uma recuperação econômica. O que temos para hoje então? 5 milhões de infectados, 2,7 milhões de casos ativos, mais de 2 milhões de altas médicas e 330 mil mortes. O R0 (índice que mede quantas pessoas um doente pode contaminar) em muitos lugares já caiu para baixo de 1, o que é uma excelente notícia. Significa que um indivíduo contamina menos de 1 pessoa. Esse número já chegou a 3. Provavelmente, esses números estarão obsoletos antes mesmo de a revista ser publicada, mas o que importa é a evolução para algo melhor todos os dias. No Brasil, os dados ainda não são animadores. Em termos absolutos são alarmantes. A OMS declarou que atualmente o epicentro da pandemia está na América do Sul e mostrou especial preocupação com o Brasil. Em termos relativos, temos muito com o que nos preocupar, mas vemos que não estamos muito distantes do que os países europeus viveram com algumas semanas de antecedência. No lado econômico do problema, muitos economistas e gestores com bastante experiência (alguns com mais de 30 anos de mercado) afirmam todos os dias que nunca viram uma crise tão aguda como essa. Nunca os mercados caíram tão rápido e de maneira tão sincronizada sem poupar nenhum país. Por outro lado, também nunca viram uma recuperação tão rápida (em termos de mercado financeiro). Por exemplo, a Nasdaq (índice que mede os papeis ligados à tecnologia nos EUA) já está positiva no ano. S&P 500 acumula queda de 12%, tendo recuperado mais de 20%. E o Ibov (índice da nossa bolsa brasileira) acumula queda de 30% no ano (janeiro até
Lima Sócia / Assessora de Investimentos +55 21 99765-8979 | joana@capitaleprivato.com.br +55 21 4042-1752 | www.capitaleprivato.com.br R. Sete de Setembro, 43, sala 1.201 Rio de Janeiro - RJ – 20050-003
FONTE: XP INVESTIMENTOS
hoje), mas já recuperou 20 mil, o que significa que, do seu pior momento quando bateu 63 mil pontos, até hoje perto dos 83 mil pontos também já recuperou 30%. Não estamos no zero a zero, tivemos queda de quase 50% do melhor momento da bolsa ao pior, mas significa que estamos recuperando algum terreno. As projeções para a economia mundial são preocupantes. Esse efeito é intensificado nos mercados emergentes como o nosso e parece que o Brasil vem sofrendo ainda mais. Existem razões técnicas para isso: uma delas é a forte desvalorização cambial que o Real sofreu. A forte queda na taxa básica de juros somada à instabilidade política foram terreno fértil para fuga de capitais. O que fazer então com meus investimentos em meio a esse cenário de tamanha incerteza? Como tenho repetido reiteradas vezes: diversificação. Diversifique seus investimentos. Procure investimentos internacionais (hoje em dia isso é facilmente encontrado nas plataformas independentes), procure gestores de fundos de investimentos experientes (certamente eles já viveram outras crises. 2008 não tem muito tempo por exemplo). Não assuma tanto risco nesse momento, mas procure empresas sólidas que sobreviverão a essa crise. Elas são negociadas na bolsa de valores. Aproveite a curva de juros a seu favor. Há boas oportunidades ali também. Sabemos que essa crise vai passar. Quando e como sairemos dela ainda é difícil prever. Podemos aproveitar esse momento para muitas reflexões, uma delas pode ser sobre como alocamos nossos recursos.
Sustentabilidade
Foto: Reprodução
‘novo normal’ traz a tona uma nova realidade de mercado, com novos comportamentos e oportunidades de negócio. A cada realidade enfrentada pelo mundo, novos negócios emergem, assim como nichos de mercado se abrem e novos caminhos são trilhados; entretanto, a necessidade de atender a esse mercado deve coexistir com as necessidades já existentes. Isso quer dizer que, as novas oportunidades de mercado devem respeitar as necessidades já existentes. Desde a década de 1990 iniciou-se a disseminação do conceito de sustentabilidade ambiental pela área de administração, através da publicação de diversos livros, artigos e relatórios internacionais. Entende-se sustentabilidade ambiental como a responsabilidade de proteção ao meio ambiente de forma consciente, preservando os recursos naturais para garantir o equilíbrio do planeta e satisfação das necessidades presentes, sem comprometer o meio ambiente e manutenção das gerações futuras. Hoje, qualquer ação que tomamos deve ser avaliado o impacto que pode ser causado no futuro. Qualquer tipo de ação que não atenda essa necessidade é inconsequente. Tendo em vista o conceito de sustentabilidade ambiental, torna-se fundamental uma atenção especial à nova tendência de mercado de restaurantes, o delivery. A cada dia, o grupo de adeptos ao delivery cresce e, com isso, a demanda de entregas aumenta vertiginosamente. A grande maioria dos restaurantes aderiu à nova oportunidade de negócio e, como valor agregado, muitos estabelecimentos têm investido massivamente no uso de embalagens utilizando plástico, alumínio, papel e isopor, já que a apresentação da comida, dentro de uma embalagem fechada, não é mais a primeira avaliação do cliente. A grande questão do consumo do delivery não está sendo levado em consideração neste momento, pois a preocupação maior com a atual situação social e comportamental do planeta minimiza a percepção do impacto
Por Cássio Marques
ambiental que o delivery pode causar, num futuro a médio e longo prazos. Para termos uma ideia volumétrica do problema, pense em uma família de três pessoas que não utilizavam o sistema de delivery antes, e que agora fazem suas refeições diárias com esse serviço e recebem em casa três refeições. Se cada uma delas for entregue utilizando uma sacola plástica, uma folha de papel e duas embalagens de isopor, ao final do mês essa família terá utilizado 90 sacolas, 90 folhas de papel e 180 embalagens de isopor. Nesta última, vale lembrar que a embalagem não é reciclável. Se você multiplicar esta mesma estrutura familiar por um milhão, teremos ao final do mês 90 milhões de sacolas, 90 milhões de folhas e 180 milhões embalagens de isopor. Isso está aderente a nossa filosofia de consumo sustentável? Vale lembrar que temos hoje o descarte seletivo, que é a primeira etapa do ciclo de reciclagem ou reaproveitamento de material, entretanto a questão é não gerarmos materiais para serem descartados. Isso é a consciência ambiental em primeiro plano. A coleta seletiva foi gerada pela necessidade de minimizar os impactos ambientais causados pelo descarte indiscriminado. Então, se a questão das embalagens utilizadas em delivery não é boa, qual seria então a solução para este problema? A resposta é bem simples e basta que consigamos perceber que o serviço de delivery não é um modelo novo. Há alguns anos, quando máquinas ainda não estavam dominando o mercado profissional e o trabalho braçal era necessário nas empresas, era comum o uso de marmitas de alumínio, empilhadas uma sobre a outra e encaixadas em um trilho. Essas marmitas eram geralmente feitas por familiares ou pensões, que entregaram no horário de almoço para os trabalhadores e retornadas ao final do dia ao local de origem para serem higienizadas e usadas para entrega do dia seguinte. Esse era um modelo de delivery que não utilizava embalagem descartável e, naquela época, pouco ainda se falava em sustentabilidade. Que tal revisitarmos o passado e tentarmos trazer esse modelo tão sustentável para o nosso presente? Que tal percebermos que, muitas vezes o avanço pode significar um retrocesso? Que tal mantermos viva a consciência de sustentabilidade ambiental? Por fim, que tal garantirmos o futuro da nova geração? Hoje, na nova realidade do planeta, é inviável que não pensemos em uma solução mais inteligente no serviço de delivery. Já atingimos uma maturidade sobre a questão de respeito ambiental e temos, obrigatoriamente, que manter essa consciência viva.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O
Muito além do delivery
63
Conexão e conteúdo relevante
O
LIDE Rio de Janeiro segue com sua agenda importante de eventos virtuais, com temas relevantes e atuais. Com público fiel e participativo, os encontros têm como propósito a atualização constante dos filiados, trazendo um overview aos stakeholders. Confira os temas e palestrantes: “O novo normal: O futuro do varejo e a ressignificação dos produtos” - Participaram do evento Lisht Marinho, sócio-fundador e diretor de Criação da Joalheria LISHT; Luiz A. Marinho, sócio-fundador BrandWorks e CEO GS&MALLS e Carla Pinheiro, empresária, vice-presidente FECOMERCIO RJ, diretora FIRJAN e presidente AJORIO. Para eles o importante legado pós-pandemia será a melhoria da experiência de consumo no varejo, com a utilização de novas tecnologias e humanização do espaço físico.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
“Desafios na nova indústria do turismo” Contou com Dilson Verçosa, diretor de Vendas American Airlines para América do Sul e Central, e Michael Nagy, diretor de Vendas e Marketing Fairmont Rio de Janeiro Copacabana/AccorHotels. Falaram da grande expectativa para a retomada da indústria fundamental para o Rio.
64
“O novo mundo pós pandemia e os eventos esportivos - Lars Grael, velejador, medalhista olímpico e presidente do LIDE ESPORTE e Glenda Koslowski, jornalista jsportiva, apresentadora e tetracampeã de Body-Boarding foram os palestrantes do LIDE TALKS, que teve mediação de Marcia Cintra, consultora na Área de Esportes e Mídia. O debate evidenciou o quanto o esporte nos ensina a trabalhar em equipe, a valorizar o outro e a pensar no conjunto, e a expectativa de que as lições que o esporte nos dá sejam aprendidas e praticadas diariamente, para desenvolver a empatia e a solidariedade fundamentais no momento atual. “Setor elétrico: Conta-Covid auxílio às distribuidoras” - O LIDE LIVE Rio de Janeiro, especial Energia reuniu André Pepitone, diretor geral da ANEEL; Rodrigo Limp, secretário de Energia Elétrica do MME; Elisa Bastos, diretora da ANEEL; Daniel P. Slaviero, diretor-presidente da COPEL; Reynaldo P. Filho, diretor-presidente da CEMIG. Os especialistas apresentaram e debaterem sobre o Decreto nº 10.350 da MP 950, uma operação de mercado que preserva os consumidores e fortalece a retomada econômica do País.
“Geração de Caixa” - Apresentado por Matheus Vasconcellos, coordenador de Planejamento, Controle e Utilities no Rio Galeão, head da Fintech Contaí e vice-presidente na Império Ductil e Charbel Tauil, diretor do Hotel Solar do Imperador e co-founder da Ybyonline, e Gestor da Garden Galerias – Niterói. Concluíram que neste momento totalmente inesperado e complicado que estamos vivendo,
e com um futuro ainda incerto, o melhor que podemos fazer é criticar nossas “verdades absolutas” para focar em inovação e não cairmos nas armadilhas de sempre. “Tendências do Mercado” - Foram debatidos a partir das apresentações de Rosecler Bilibio, diretora do Laboratório Biológico Análises Ambientais Rio de Janeiro e João Cabral Neto, head Área de Expansão, Novos Negócios e Parcerias Comerciais na Ferfi Consultoria em Benefícios e Corretora de Seguros. A crise chegou para aprimorar os processos de implantação de novas tecnologias gerando um valor agregado no serviço das consultorias. “Desafios e oportunidades na crise” - Reuniu filiados com depoimentos de Jansen Costa, fundador da Fatorial Investimentos e Arthur Penna, analista Inteligência de Mercado no IRB Brasil RE, mostraram a relevância do controle do caixa e manutenção das equipes saudáveis física e mentalmente.
MAISINFLUENTE/BUSINESS
O LIDE FUTURO Rio de Janeiro iniciou a série de encontros INSIGHTS, com o propósito dos filiados se ajudarem neste momento de crise, a partir do compartilhamento de melhores práticas e experiências, formação de parcerias e negócios. A dinâmica é a apresentação de dois filiados por evento, que relatam um pouco da sua história, de suas empresas e os maiores desafios atuais, mediados pelo head Pedro Casares. Os participantes debatem sobre seus desafios, trocam ideias, opiniões e falam de soluções. O objetivo é fortalecer a comunidade LFRJ, a conexão e o networking dos filiados.
65
MAISINFLUENTE/BUSINESS 66
M
Solidão do Poder – um tema recorrente entre lideranças
esmo em tempos mais colaborativos, os principais executivos enfrentam a rotina de dilemas complexos, que demandam sua palavra final e corajosa na hora de definir os próximos passos institucionais. Como saber se estou no caminho certo? Quais são os impactos de uma decisão errada? Estou ousando ou me protegendo? Curto ou longo prazo? Como melhorar minha relação com o conselho? Como harmonizar minha equipe? Muitos executivos em posições da C-Suite se identificam com a chamada “solidão do poder” . Eva Hirsch Pontes, filiada ao LIDE MULHER Rio de Janeiro, diretora da Phoenix Coach, e a EIGHT Diálogos Transformadores, acabam de lançar um programa curto
destinado ao C-Level das organizações. A percepção de solidão e sentimento de sobrecarga são queixas comuns entre os executivos nas posições de comando das organizações. Com apoio na abordagem colaborativa “CoDev -Co-Desenvolvimento”, pequenos grupos formados por participantes do topo de organizações locais e globais compartilham seus dilemas. A experiência dos pares e o ambiente seguro criado com apoio no método estruturado, contribuem para que esses executivos revejam seus problemas através de um olhar sistêmico, ampliando sua perspectiva e opções de como se reposicionarem frente aos seus dilemas. Grupo de 6 a 8 pessoas; encontros quinzenais por dois meses; duração duas horas por encontro. Para saber mais: www.8DIALOGOS.COM.BR
67
MAISINFLUENTE/BUSINESS