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2020 E D I Ç Ã O PREMIUM
Nº11
DIGITAL
LIBERADO
JUNIOR
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Margareth Dalcolmo
A Medicina por excelência GASTRONOMIA OS CONCEITOS DA CHEF KÁTIA BARBOSA
TURISMO
SUSTENTABILIDADE MARCA VÁRIAS CIDADES
TECNOLOGIA
LEI DE PROTEÇÃO DE DADOS EXIGE ATENÇÃO
REVISTA MAIS SANTOS (323765502)
MAISINFLUENTE/BUSINESS
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GRUPO DE COMUNICAÇÃO
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MAISINFLUENTE/BUSINESS
BUSINESS
EDIÇÃO 11
Capa do mês: Margareth Dalcolmo Foto: Reprodução
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INFORMÁTICA
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DECORAÇÃO
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INVESTIMENTO
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PERFIL
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COMPORTAMENTO
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TURISMO
Nova LGPD: atenção total aos detalhes
Espelhos cabem em todos os ambientes
Por que não investir em criptomoedas?
A arte e o humor da chef Kátia Barbosa
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O tom preciso da informação sobre a Covid-19
COLUNISTAS
Alexis de Vaulx Ana Cristina Rosado Andreia Repsold Bettina Chateaubriand Fernanda Leitão Ilana Lipsztein Joana Lima Juliane Cavalini Marco França Simone Goldstein
Uma reflexão séria sobre ‘Velhofobia’
Cidades sustentáveis ganham destaque
LIBERADO
JUNIOR
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GRUPO DE COMUNICAÇÃO
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DIRETOR DE REDAÇÃO Liberado Junior // EDITOR-CHEFE Antonio Marques Fidalgo // EDITORA ASSISTENTE Silvia Barreto // JORNALISTA Anderson Firmino // DIAGRAMAÇÃO Kelvin Souza // DIRETOR DE NEGÓCIOS Sérgio Ricardo // DIRETOR GERAL Sérgio Liberado // ASSESSORIA DE IMPRENSA Line Skin // COMERCIAL E MARKETING comercial@liberadojunior.com.br // SITE Aluizio Nogueira Júnior // DEPARTAMENTO JURÍDICO Dr. João Freitas - OAB 107.753/SP // EDIÇÕES ANTIGAS jornalismo@maisinfluente.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO LEITOR Segunda a sexta-feira, das 9 às 17h * TELEFONE (13) 3237-6550 / ramal 16 E-MAIL jornalismo@maisinfluente.com.br * CORRESPONDÊNCIA Av. Bernardino de Campos, 64 - CEP 11065.000 - Vila Belmiro - Santos - SP * Rua Miguel Pereira, 38 - CEP22261.090 - Humaitá - Rio de Janeiro - RJ * A revista MAIS INFLUENTE BUSINESS é uma publicação bimestral do GRUPO LIBERADO JUNIOR © 2020. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. SÃO PROIBIDAS AS REPRODUÇÕES SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E ESCRITA. CIRCULAÇÃO: NACIONAL
Foto: Reprodução
EDITORIAL
Medicina com excelência
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la é referência no enfretamento do coronavírus no Brasil. Apesar de pertencer a uma tradicional família de advogados, inclinada a enveredar pela Diplomacia, a capixaba Margareth Dalcolmo surpreendeu a todos, quando ainda adolescente decidiu-se pela Medicina. Hoje, como pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é uma das pneumologistas mais experientes e influentes do País, participando do grupo de especialistas consultados pelo Ministério da Saúde para coordenar medidas para o enfrentamento da pandemia. Seja nos grupos de trabalho ou na intensa exposição pública na mídia nacional e internacional, a dra. Margareth impressiona pela objetividade e clareza ao informar sobre a Covid-19. Não por acaso recebeu recentemente o Prêmio Líderes do Rio 2020. Esta edição da Mais Influente Business traz ainda informações sobre como lidar com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), artigos e matérias atuais sobre Turismo, Decoração, Comércio Internacional, Cultura, Comportamento, Gastronomia e muito mais. Ótima leitura a todos! Antonio Marques Fidalgo Editor-chefe
tecnologia
BUSINESS
LGPD e ex-funcionários
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem sido um dos assuntos mais comentados em 2020, nos setores jurídicos e administrativos de empresas. Agora que a lei está em vigor, é preciso saber quais são os cuidados que devem ser tomados a partir da demissão de um colaborador, alerta Fernanda Medei, fundadora e CEO da Medei, empresa que tem como conceito o processo de demissão humanizado.. Sob esse aspecto, a discussão se dá especialmente quanto ao armazenamento dos dados do empregado após a extinção do contrato. Segundo o artigo 15 inciso III da LGPD, o tratamento dos dados pessoais ocorrerá na hipótese de comunicação do titular, solicitando que os dados sejam eliminados. Por isso, é importante se atentar para caso, no momento da demissão, o funcionário solicitar a exclusão (ou eliminação) de
seus dados da empresa - a resposta deve ser não. “A lei determina que a empresa pode manter os dados dos funcionários com a finalidade de cumprimento da legislação trabalhista, mesmo que haja o pedido de eliminação dos dados pelo ex-funcionário, ou seja: a legislação trabalhista pede a guarda de documentos. Sob pena de não possuí-los, a empresa pode ser autuada pela Secretaria do Trabalho, com aplicação de multas ou sanções”, explica a especialista. É importante guardar (mesmo que de maneira digital) holerites, informe de rendimentos, dados de registro de empregados e demais documentos produzidos durante a jornada do colaborador na empresa. “Imagine se este mesmo colaborador ingressar com uma ação trabalhista e você não tiver documentos que comprovem os recolhimentos de FGTS, INSS, pagamentos, a empresa terá que pagar o que
A legislação trabalhista pede a guarda de documentos dos funcionários, alertam especialistas
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Foto: Reprodução/Abeinfo
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quais cuidados devem ser tomados?
Foto: Reprodução
BUSINESS
Se o ex-funcionário conseguir provar que houve a exposição de dados, pode ser reconhecido o direito à indenização por danos morais
se pede na ação”, reforça Fernanda Medei. Outro ponto de cuidado é o tempo de armazenamento destes documentos: por exemplo, se o colaborador era membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), guardar todas as atas e o registro de empregados e o livro de Inspeção do Trabalho devem ser armazenados por prazo indeterminado. As informações de CIPA são inerentes à empresa e todos os funcionários que ali trabalham. Segundo Fernanda, cuidados extras devem ser tomados na divulgação de motivos de demissão do colaborador da empresa. Se alguém entrar em contato em busca de referências profissionais e você não tiver boas referências porque o colaborador foi demitido por justa causa, não repasse essa informação. Afinal, esta pessoa pode alegar que empresa repassou informações prejudiciais à sua jornada de trabalho
e por isso não consegue se recolocar no mercado. “Esse é um tópico de extrema importância. Se o ex-funcionário conseguir provar que houve a exposição de dados, pode ser reconhecido o direito à indenização por danos morais em decorrência da violação de seu direito fundamental à privacidade e intimidade”, pontua. Por fim, a empresa deve ter cuidado com os seus parceiros que realizam tratamento de dados externos, tais como contabilidades, empresas de folha de pagamento, software de ponto eletrônico, gamificação, entre outros. Todos eles devem demonstrar os cuidados com o tratamento de dados durante a jornada e o fim desta jornada. Escolha sempre parceiros que tenham workflow em que haja garantia de sigilo de informações e cuidados no armazenamento de dados. “Cuidados simples, contudo, evitam dores de cabeça no futuro”, conclui a especialista.
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tecnologia
BUSINESS
Adaptação à LGPD para as pequenas e médias empresas Proteste e Google mostram como PMEs podem se adaptar à nova lei
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BUSINESS
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om o início da validade da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, em setembro, as empresas passaram a ser obrigadas a cumprir uma série de obrigações e cuidados com informações sobre seus clientes e fornecedores. A lei foi criada para ajudar as pessoas a se protegerem em um mundo onde - cada vez mais - os dados são captados e compartilhados. Por isso, a Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e o Google listaram oito passos importantes para as pequenas e médias empresas seguirem para se adaptarem dentro dos prazos da nova lei. Confira: • Dados pessoais - Entenda como sua empresa trata dados pessoais; é importante saber quais dados são coletados, como esse processo acontece e o que é feito com estas informações; • Site - Não se esqueça do site; deve haver avaliações constantes dos formulários de cadastro no site, além da Política de Privacidade e aviso de utilização de cookies; • Boas práticas - Cuidado com as comunicações de Marketing; respeite as boas práticas no tratamento de informações do cliente, como aqueles que desejam não receber os comunicados da empresa; não adicione automaticamente pessoas à lista de contatos de e-mail; • Direitos - Permita que os titulares exerçam seus direitos; a lei lista diversos direitos aos titulares das informações, que devem ser seguidos pelas empresas. Alguns dos mais importantes são ter acesso aos dados, retificação, exclusão e restrição do tratamento, por exemplo; • Privacidade - Ajude na conscientização dos colaboradores; realização de treinamentos e comunicação específica aos colaboradores, mostrando a importância da criação e sedimentação da cultura da privacidade; • Segurança - Avalie seus fornecedores e parceiros; importante monitorar e questionar sempre qual a política de privacidade e as certificações de segurança das empresas parceiras; • Proteção - Tome cuidado com a segurança da informação; é essencial tomar medidas para proteção dos dados e informações de sua empresa e, consequentemente, dos seus clientes e parceiros; • Invasão - Relate eventuais incidentes - se houver alguma ocorrência indevida envolvendo dados da empresa, como invasão de computadores, vazamento de informações que possa causar dano a alguém, isso deve ser imediatamente comunicado às autoridades. Importante relembrar que a LGPD não veio para impedir a coleta, o armazenamento ou a utilização dos dados pessoais de indivíduos: a lei chega para estabelecer diretrizes de como esses dados devem ser utilizados. Em algumas situações, a lei torna o tratamento de dados pessoais até mais flexível se comparada com a realidade atual. Esse e outros conteúdos para PMEs podem ser encontrados no site LGPD para PMEs, desenvolvido pela Proteste, em parceria com o Google, com o intuito de ajudar as pequenas e médias empresas a entender - e atender - às especificações da nova lei.
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carreira
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Inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho tem resistência Perto de completar 30 anos, Lei de Cotas ainda enfrenta desafios
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o Brasil, toda empresa com 100 funcionários ou mais é obrigada por lei a ter de 2% a 5% dos seus cargos preenchidos por pessoas com algum tipo deficiência. É o que prevê o artigo 93 da Lei nº 8.213/91, também conhecida como Lei de Cotas, que apesar de seus quase 30 anos ainda não é plenamente cumprida. Em se tratando de mercado de trabalho, as pessoas com deficiência ainda enfrentam muitos desafios. “Existe um desconhecimento em relação à legislação. É algo que deveria ser instituído nos cursos de graduação. As pessoas precisam conhecer a lei para aumentar a adesão das empresas”, explica a enfermeira Maiza Claudia Vilela Hipólito, que recentemente defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Educação Física da Unicamp. Intitulada “Inclusão de pessoas com deficiência em empresas do setor industrial”, a pesquisa analisou as visões de 19 gestores e profissionais de recursos humanos em três unidades de uma empresa de grande porte, que atua na área de mineração e metalurgia. A ideia foi mapear práticas e políticas adotadas pelos empregadores e também as questões relativas ao acesso e à permanência de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Aceitação social - Para Gustavo Luís Gutierrez, professor e orientador da tese, as cotas têm diminuído o preconceito e trazido maior aceitação social para as pessoas com deficiência. “A legislação faz parte de um movimento
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amplo, que envolve também o esporte paralímpico e as lutas por acessibilidade. Há todo um esforço pelo resgate da cidadania e dos direitos dessas pessoas”, afirma. Atualmente, encontra-se em tramitação o Projeto de Lei 6159/19, submetido pelo Governo Federal ao Congresso Nacional em novembro do ano passado e que visa mudanças na Lei de Cotas e no Estatuto da Pessoa com Deficiência. Entre outras medidas, o projeto autoriza que as empresas substituam a contratação de PCDs pelo recolhimento mensal de dois salários-mínimos por cargo não preenchido, o que tem gerado críticas por parte de representantes e organizações dos movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência. Em carta publicada em janeiro deste ano e assinada por dezenas de entidades, o alerta é de que o PL pode retirar direitos e diminuir as chances de contratação de PCDs no mercado formal. Segundo Gutierrez, pesquisas como a realizada por Maiza são importantes porque mostram aspectos do começo do funcionamento das leis de inclusão e de uma geração de pessoas com deficiência, que só recentemente entrou no mercado de trabalho. “Estamos estudando, escrevendo e registrando um processo enquanto ele está acontecendo”, explica o professor. Inclusão no Brasil - O direito ao trabalho está previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído pela Lei nº 13.146/2015, e também faz parte da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiên-
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“As pessoas precisam conhecer a lei para aumentar a adesão das empresas”, explica pesquisadora cia (PCD), da qual o Brasil é signatário. Mas a situação do mercado de trabalho para as PCDs ainda está longe do ideal. “Há poucas pessoas com deficiência trabalhando e menos ainda com emprego formal”, afirma Maiza. Segundo nota técnica do IBGE de 2018 referente ao Censo 2010, 6,7% da população brasileira (cerca de 12,7 milhões de pessoas) possuíam algum tipo de deficiência. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2018 apontam que havia cerca de 486 mil pessoas com deficiência com empregos formais naquele ano, correspondendo a cerca de 1% das ocupações no mercado formal. Apesar de ainda ser pouco, o número tem crescido nos últimos anos: eram cerca de 418 mil PCDs formalmente empregadas em 2016 e 441 mil em 2017. O crescimento está relacionado com o aumento da fiscalização dos órgãos públicos sobre as empresas, mas também com uma melhor definição das regras da Lei de Cotas a partir de 2015, com a promulgação do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Os resultados da pesquisa realizada por Maiza Hipólito mostraram que ainda existe desconhecimento por parte desses gestores e profissionais de RH em relação à legisla-
Barreiras arquitetônicas são comuns nas empresas com sedes mais antigas, limitando contratações
ção. Além disso, a inserção de pessoas com deficiência no setor é vista por eles como um dificultador. “A maioria relata que elas devem ser inseridas na área administrativa”, conta Maiza. Os principais fatores que contribuem para isso são as barreiras arquitetônicas (a falta de adaptação dos espaços físicos, muito comum em sedes industriais mais antigas) e as próprias características de risco do setor, como a presença de altas temperaturas ou o uso de maquinário pesado. A pesquisa também constatou que há escassez de treinamento para os profissionais em relação à inserção e manutenção das pessoas com deficiência na empresa. Já em relação à qualificação profissional das PCDs, Maiza conta que muitos gestores a relatam como sendo precária, o que pode ser explicado pela pouca inserção dessa população no mercado de trabalho. “O próprio empregador pode promover essa qualificação”, ressalta. “A empresa que pesquisei tem essa preocupação, mesmo porque é difícil encontrar uma PCD qualificada no setor de metalurgia”. Limites da lei - Apesar da importância da Lei de Cotas para a garantia de direitos, ainda existem desafios para que a inclusão aconteça em todos os contextos no mundo do trabalho. Um deles é a própria variedade do mercado, que vai de supermercados e escritórios até fábricas e unidades de mineração como as visitadas por Maiza. A pouca especificidade da legislação também é um problema: a Lei de Cotas não define a quantidade de pessoas a serem contratadas em relação ao tipo de deficiência (auditiva, visual, física, intelectual) ou à sua gravidade. “A maioria das empresas opta por pessoas com deficiência leve. É mais fácil adaptar uma pessoa com amputação de um dedo, por exemplo, do que alguém com deficiência intelectual”, conclui a pesquisadora.
(*) Com informações de Samuel Ribeiro dos Santos Neto, mestre em Educação Física e bolsista da FAPESP no curso de Especialização em Jornalismo Científico da Unicamp
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decoração
BUSINESS
ESPELHOS
Confira dicas para usá-lo nos ambientes... e não errar! O arquiteto Renan Altera, que comanda o escritório Altera Arquitetura, em São Paulo, diz que o espelho nunca sairá de moda. “Na composição dos projetos, o elemento ajuda a refletir, ampliar e agregar beleza ao décor”, explica. Sempre em alta cotação nos ambientes da casa, os espelhos são itens versáteis que, além da funcionalidade original, também complementam a decoração e garantem maior amplitude visual aos espaços. Confira!
Foto: Photons Fotografia/Henrique Ribeiro
“O espelho é uma peça muito utilizada e presente no dia a dia das pessoas. Todos gostamos de verificar nossa imagem diante dele, mas nos projetos também sua importância na questão estética, como na funcionalidade na decoração”, afirma o profissional. Entre outros fins, a peça pode ser estrategicamente usada para disfarçar alguns elementos de obra inevitáveis, como colunas posi-
cionadas em locais que atrapalham a visibilidade de um ambiente. Em linhas gerais, o espelho é tão popular no décor por conta da sua profusão de vantagens quanto à aplicação, instalação e custo-benefício. Uma delas está relacionada à facilidade de encontrar e ter a peça em diferentes dimensões e modelos, assim como executá-la sob medida e no formato desejado. Por outro lado, Renan descreve que o espelho pode não trazer sua contribuição em ambientes com decoração ‘poluída’. “Com excesso de informações no cômodo, ou quando acompanhados por molduras muito robustas, o resultado é uma aparência pesada”, observa. Espelhos e seus formatos - Não faltam novidades no mercado. Junto com o tradicional espelho liso, os projetos podem contar com espelho
O painel espelhado atrás da TV foi escolhido com a função de trazer maior aconchego para o ambiente e a amplitude visual. Sua colocação ainda ‘escondeu’ a fiação no vão entre a parede, bem como a iluminação indireta presente em todo o seu entorno
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Foto: JP Image
Foto: Photons Fotografia/Henrique Ribeiro
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No lavabo assinado por Renan Altera, o Espelho Adnet foi eleito com a finalidade de exprimir o rosto do usuário e detalhes decorativos. Moderno e atemporal, proporcionou um charme pontual ao pequeno ambiente
orgânicas, natural, prata e fumê, entre outros modelos. “Gosto muito das peças com assinatura de design, como o Adnet. Sobretudo os espelhos sem forma definida, com angulações não tradicionais, têm ganhado protagonismo nos projetos de interiores”, detalha o arquiteto.
Foto: Photons Fotografia/Henrique Ribeiro
bisotado (com acabamento das bordas cortadas em ângulo), moldura slim, redondos, quadrados, com iluminação frontal estilo camarim, formas
No amplo banheiro, o mix entre referências industriais, como o cimento queimado no piso e parede, madeira de demolição na bancada e o clássico espelho inspirado na era vitoriana
Instalado em toda parede, na sala de jantar o espelho expandiu a sensação de tamanho do ambiente, ajudou na integração com a cozinha e compôs com o aparador suspenso
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No quarto, as portas de correr do armário receberam espelho, garantindo amplitude e facilitando a rotina na hora de se trocar
O espelho em cada cômodo Sala de jantar - Na sala de jantar, geralmente são empregados quando a intenção é ampliar o ambiente ou ajudar na integração com outros espaços, como a sala de estar. Mas Renan adverte a relevância de avaliar o modelo escolhido, para que ele ‘converse’, com o estilo decorativo. “Sem contar com as dimensões, pois a desproporcionalidade é super prejudicial”. Dormitório - Espelhos no dormitório apoiam o décor no intuito de ampliar
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e, sem dúvidas, é auxiliar na rotina do morador. Portanto, é recomendado a especificação de um espelho alto, que permita a visualização da cabeça aos pés. Caso o projeto não ofereça uma parede para sua instalação, é possível considerar um espaço na marcenaria, como
Foto: Photons Fotografia/Henrique Ribeiro
BUSINESS
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Foto: JP Image
No home office, a parede em frente à bancada de trabalho também serve de apoio para a TV. A solução aumentou a propagação da luz natural no ambiente e ajudou a camuflar a fiação
sua colocação em armários. Neste caso, o projeto precisa considerar o emprego de ferragens reforçadas, haja vista o peso da peça deixa a porta mais pesada, e a inclusão de puxadores camuflados e embutidos na porta, para que o usuário não precise apoiar as mãos e dedos no
espelho. “Ninguém gosta de um espelho manchado”, destaca Renan. Cozinha - Trata-se de ambiente mais incomum, mas é possível apostar em portas espelhadas em marcenaria, ou algum acabamento espelhado como vidro reflecta. “Mesmo não tão comum, ele pode ser favorável acima da bancada da pia, entre o frontão e o armário superior, e auxiliar em cozinhas que compõem ambiente integrados. Assim, quem está preparando receitas pode interagir com os convidados na sala de estar, por exemplo”, detalha o arquiteto.
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capa
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BUSINESS
Margareth Dalcolmo Prêmio Líderes do Rio 2020 Com objetividade e precisão, pneumologista orienta a população sobre a Covid Por Andréia Repsold
Referência no enfretamento do coronavírus no Brasil, a dra. Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é uma das pneumologistas mais experientes do País, atuando desde o início da crise na linha de frente. A médica participa do grupo de especialistas consultados pelo Ministério da Saúde para coordenar medidas para o enfrentamento da pandemia. Margareth Dalcolmo já enfrentou muitos desafios em quatro décadas de saúde pública. Entre eles, a tuberculose - sua principal área de trabalho - que ainda acomete 75 mil novas pessoas por ano no Brasil. Participou também da formulação dos programas que reduziram drasticamente o tabagismo no País. Mas, nenhum inimigo mobilizou suas forças como o SARS-CoV-2, vírus que provocou a pandemia da Covid-19. Entre aparições na TV, textos para sua coluna em O Globo, e a pesquisa, a médica sentiu no corpo os sintomas da doença em maio. Agora, vive a expectativa da imunização que tem o Brasil como um dos epicentros.
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onhecida internacionalmente por suas pesquisas, missões e atuação na área da pneumologia, Margareth Pretti Dalcolmo se tornou personagem familiar de todos os brasileiros por sua atuação na comunicação e divulgação de informações importantes sobre a Covid-19, ajudando as pessoas a se proteger e enfrentar a pandemia, que vem mudando o comportamento das populações em todo o mundo. Desde o inicio do aparecimento do novo coronavírus, a dra. Margareth, de forma elegante, objetiva e afável, como membro do grupo que assessorou o ex-ministro Sérgio Mandetta na revisão das normas brasileiras para a epidemia pela Covid-19, vem transmitindo informações importantes em vários veículos da imprensa nacional e internacional (TV Globo, Globo News, CNN, Band, Figaro, Guardian, The New York Times, Clarin, El Pais, China TV, Al Jazeera, TV Korean), de forma incansável e segura, ajudando a salvar muitas vidas. Médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, doutora em Medicina Respiratória pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, formada pela Escola de Medicina da Santa Casa da Misericórdia de Vitória, pneumologista clínica com experiência em conduzir e participar de protocolos de pesquisa clínica e tratamento da tuberculose e outras microbacterioses, participou de grupos de trabalho para controle das
infecções respiratórias junto ao Ministério da Saúde; do grupo que atuou na epidemia de SARS; participa de grupos de trabalho junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), para recomendações em tuberculose, e atualmente é membro do Task Force em Novos Tratamentos da Tuberculose compondo, desde 2015, o seleto grupo de peritos para aprovação de medicamentos essenciais da OMS. Na pesquisa clínica atuou como pesquisadora em ensaios clínicos coordenados pelo NIH; atualmente conduz como investigadora principal no Brasil, o estudo SimplicTB coordenado pela Global Alliance for TB Research e iniciou agora o estudo de fase 3 da vacina BCG para Covid-19 em profissionais da saúde, em parceria com o dr. Julio Croda, pela Fiocruz. Com mais de cem artigos científicos publicados na literatura nacional e internacional, Margareth Dalcolmo atuou como coordenadora da Câmara Técnica de Pneumologia e Cirurgia Torácica do CREMERJ, na qual permanece como membro, foi responsável pela criação e coordenação do ambulatório do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Fiocruz, sendo a pneumologista e pesquisadora responsável pela assistência e orientação dos residentes e pós-graduandos que passam pelo serviço, e é professora da Pós-graduação em Pneumologia da PUC- Rio de Janeiro Casada com o professor, educador, advogado, so-
Fotos: Reprodução
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Assediada pela imprensa, dra. Margareth é objetiva em todas as suas participações, atualizando conceitos e recomendações
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Com o prefeito Eduardo Paes, recebendo o Prêmio Líderes do Rio 2020
ciólogo, cientista político e ensaísta brasileiro Cândido Mendes, Margareth adora viajar e sempre recebeu amigos para discussões literárias e políticas, como Eduardo Lourenço, José Saramago, Mário Soares, Jorge Sampaio, Edgar Morin e Regis Debray, “que se tornaram grandes amigos, com os quais sempre foi e é um grande prazer conversar”. Nas suas andanças pelo mundo - a maioria a trabalho - Margareth gosta de salientar: “Conheci bem as culturas muçulmanas, quer a iraniana, quer as do Golfo e as asiáticas. Fiz a primeira palestra sobre Aids com a sociedade civil num congresso médico em Teerã, ainda no Governo Khatami, e em Omã. Na China, representei o Brasil em lugar do ministro temporão, então na Saúde, na reunião dos países de alta carga de tuberculose, com Bill Gates e a dra. Margaret Chan, então diretora da OMS”. Nos últimos anos dra. Margareth Dalcolmo faz parte de um projeto do Banco Mundial na África Subsaariana para doenças respiratórias ligadas à mineração. “Esse tem sido um desafio técnico imenso e uma vivência humana fortíssima para mim”, considera. Desde março deste ano, a pesquisadora é colunista semanal do jornal O Globo em “A Hora da Ciência”. E mais: informa que pretende lançar um livro com este material em breve.
Com o ex-ministro da Saúde, Sérgio Mandetta: colaboração de primeira hora
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BUSINESS
(*)
Mais velha de três irmãs, a dra. Margareth fugiu à regra dada como quase certa para uma família onde predominavam advogados. Nasceu em Colatina, no Espírito Santo, mas com apenas dois anos a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Cresceu no Bairro de Laranjeiras. Católica, leitora voraz, ótima aluna desde sempre. Por não ter tido filhos, tem nos sobrinhos seus afilhados e filhos do coração. Tudo levava a crer que aquela adolescente que lia muito seria diplomata, como chegou a cogitar. Afinal, falava fluentemente inglês, francês e espanhol, depois de cursar o antigo Clássico (hoje, equivalente ao ensino Médio), dirigido aos cursos relativos às Ciências Humanas. Aos 17 anos, em pleno período de ditadura militar, veio a surpresa para a família: a jovem Margareth havia decidido cursar Medicina. Naquela mesma época a família retornou para o Espírito Santo, agora para viver na Capital. Enquanto fazia o cursinho pré-vestibular, e também como forma de fazer amigos (ela praticamente conhecia apenas a própria família), Margareth fazia uma espécie de ‘escambo’ acadêmico: ‘trocava’ conhecimentos das matérias de Humanas por outros, da área de Exatas, que não dominava... A paixão pela área de Pneumologia começou já nas cadeiras clínicas da Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (onde se formou na turma de 1978), estimulada por professores que viam nela um futuro promissor. Estavam certos aqueles mestres que a inspiram até hoje. (*) Colaborou Antonio Marques Fidalgo 30
Na adolescência, a surpresa: de família predominantemente de advogados, a jovem Margareth optou pela Medicina
Foto: Reprodução/Acervo Pessoal
A opção pela Medicina
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comércio exterior
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A diplomacia brasileira e o futuro do
COMÉRCIO INTERNACIONAL
posse de Joe Biden primou pela defesa de mais acordos como novo presidente bilaterais entre os países. americano vai impriAinda que com uma agenda de mir, a partir de 2021, retomada ao fortalecimento das uma mudança profunorganizações e blocos comerciais da na política externa brasileira. O mundiais, Biden não deve abandomomento exigirá um reordenamento nar o interesse americano dos acordiplomático brasileiro que se distandos bilaterais já em andamento. É cie das conexões ideológicas entre evidente que haverá atraso para os governos e reforce as conexões saída desses acordos, que terão de entre países. A grande questão que ser reanalisados pela nova equipe. se apresenta é: está a diplomacia O acordo comercial dos EUA com brasileira preparada para resgatar o Brasil, sofrerá então, um atraso o protagonismo comercial brasileiro para ser oficializado. nos blocos econômicos mundiais? Ou seja, veremos uma mudanAlguns aspectos precisam ser ça no ordenamento do globalismo Carlo Barbieri: “Está a diplomacia considerados nessa análise. Joe que será impressa por Biden e que brasileira preparada para resgatar Biden, deverá seguir uma agenda o protagonismo comercial brasileiro exigirá da diplomacia brasileira mamais voltada aos acordos comernos blocos econômicos mundiais?” turidade para dialogar neste novo ciais multilaterais. Uma mudança contexto. O Governo brasileiro emblemática da ordem administrativa adotada nos úl- precisa enxergar as possíveis vantagens comerciais timos quatro anos pelo presidente Donald Trump que dentro dos blocos econômicos e buscar por uma nova
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Por Carlo Barbieri (*)
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BUSINESS
atuação em busca de protagonismo neste ambiente. na Europa. As consequências comerciais para o Brasil, A diplomacia é quem ditará as regras. A questão é se se nada for feito imediatamente, serão desastrosas. o Governo brasileiro vai conseguir se aproximar diploÉ urgente que Governo brasileiro reveja seu posimaticamente do Governo Biden. cionamento ideológico para não se Um outro fator que precisará ser isolar. Nós precisaremos desse coconsiderado pela diplomacia brasimércio internacional para impulsioleira é que Biden teve uma votação nar a recuperação econômica neste expressiva em meio aos ambientamomento pós-pandemia. O Brasil listas americanos. A reforma amdeve participar mais dos Blocos ecobiental americana, que tramita no nômicos, uma vez que o abandono e Congresso, deverá ser um grande boicote do atual governo americano desafio para o presidente eleito. Se às organizações como a OMC, por Biden não tiver a maioria no Senaexemplo, deve mudar sob o comando, equalizar essas questões pode do de Biden. demorar. Isso significa que o presiO Brasil precisa voltar a ser dente deverá inserir os pontos amproativo nos blocos comerciais. O bientais na pauta internacional com Itamaraty terá que reformular suas mais facilidade do que conseguirá posições. Não é mais possível peraprovar mudanças nesta área denmanecer restrito a uma lógica de tro do próprio país. parcerias com governos e não com Esse contexto exigirá do Brasil as nações - inclusive integradas nos que reveja sua posição. Uma vez Blocos. Na prática, uma estratégia que a união dos EUA com a França não anula a outra e o Brasil precisa Presidente eleito dos EUA, Joe deve pressionar comercialmente o estar preparado para lidar com este Biden, deve seguir agenda mais Brasil para exportação, principalnovo contexto, e rápido. voltada aos acordos multilaterais mente de produtos agrícolas. Biden ganhará um importante parceiro na Europa - a França - que tem total interesse em diminuir a aceitação dos (*) Carlo Barbieri é economista, advogado, produtos brasileiros em favor dos produtos franceses analista político, presidente do Grupo Oxford
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empresas
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Nova Lei de Falências traz mudanças positivas
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Legislação atualiza regras, aumenta prazos e traz segurança para procedimentos, analisa especialista
a mesma forma que empresas atualizam seus processos e tecnologias, as leis que acompanham o mercado também precisam, vez ou outra, de aperfeiçoamento. Nesse sentido, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 4.458/2020, que reformula a Lei de Falências (Lei 11.101/2005). A nova legislação traz mudanças importantes. De acordo com Claudio Serpe, advogado especialista em Recuperação Judicial, do escritório Serpe Advogados em São Paulo, as novidades devem trazer mais benefícios para as empresas conforme for sendo aplicada. “A lei em questão passou por uma ampla revisão e foram introduzidos novos dispositivos que, de modo geral, tendem a melhorar na utilização dos instrumentos legais da recuperação judicial de empresas e de falência. Todavia, somente na sua efetiva vigência será possível dizer que ela irá verdadeiramente atender ou não aos interessados, sejam eles empresa devedora ou credores”, explica Serpe. De acordo com o especialista, o texto original da antiga Lei 11.101 tinha muitos pontos baseados em leis estrangeiras mais modernas, que não foram aprovados na sua íntegra. Como resultado, dispositivos que não funcionaram ou que deram, em alguma medida, margem a interpretações doutrinárias nos seus 15 anos de existência. “Há tempos urgia a necessidade de uma revisão
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ampla e geral”, destaca. Uma das novidades é a ampliação do prazo de parcelamento de tributos federais. “Houve ampliação para 120 meses no prazo de parcelamento existente em relação a tributos federais para empresas que estiverem em regime de recuperação judicial”, pontua Claudio Serpe. Outro ponto é o fomento à concessão de crédito novo a empresas em recuperação judicial. “Em caso de decretação de falência, o financiador tem a segurança de receber seus créditos de maneira prioritária”, descreve. A vistoria prévia, a ser feita na empresa requerente da recuperação judicial, ainda deve ajudar a eliminar possíveis fraudes. Outros pontos positivos - Aperfeiçoamento do procedimento de “recuperação extrajudicial” (aprovação do plano por credores por maioria simples), beneficiando microempresas e empresas de pequeno porte, por ser um procedimento de menor custo e celeridade processual; renovação do prazo de suspensão de 180 dias por mais um período, concedido à empresa devedora e requerente da recuperação em execuções e pedidos de falência (fôlego econômico-financeiro); regras claras e objetivas para grupos econômicos, que podem ingressar com a recuperação judicial; incorporação do modelo da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional para os casos de insolvência transfronteiriça.
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Startup que faz empréstimo consignado recebe aporte de R$ 9 milhões A Paketá, que fez o primeiro empréstimo em agosto de 2019, tem R$ 800 milhões em funding e plataforma que torna o crédito consignado simples e desburocratizado Por Bettina Chateaubriand
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Fotos: Reprodução
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vontade de democratizar o acesso ao dinheiro com taxas adequadas e entregar uma experiência transformadora para funcionários CLTs que tomam empréstimos consignados, fez os empreendedores Fabian Valverde e Rafael Queiroz criarem a startup Paketá Crédito no final de 2018. Os dois já haviam fundado empresas de sucesso e vendido para outras companhias quando perceberam que era hora de empreender novamente. Dessa empreitada nasceu uma empresa de tecnologia que empresta dinheiro para funcionários com desconto mensal em folha de pagamento. A Paketá acaba de receber um aporte de R$ 9 milhões, liderado pelo fundo brasileiro Shift Capital (que também possui em seu portfó-
lio empresas como a Kovi, a Mimic, a The Coffee, dentre outras). “O mercado de consignado para funcionários CLT é um mercado carente de boas soluções. As instituições financeiras tradicionais, por falta de incentivo ou para não estabelecer competição com produtos como cheque especial, cartão de crédito ou empréstimos pessoais, não entregam uma experiência transformadora. Queremos acabar com as linhas caras do cheque especial e cartão de crédito para a maior quantidade de funcionários CLT de empresas de todos os portes”, diz Fabian Valverde, CEO e cofundador da Paketá. Antes da Paketá, Queiroz atuou por mais de dez anos como correspondente bancário de instituições financeiras, o que lhe confere um conhecimento profundo do produto e do relacionamento com empresas e RHs. Já Valverde, tem histórico bem-sucedido de criação de empresas de tecnologia e participou, entre outras iniciativas, do lançamento dos primeiros projetos de mobile banking do Brasil. Juntos, os empreendedores acumulam experiência de mais de 15 anos em projetos envolvendo o segmento financeiro. O histórico profissional de seus fundadores pode ser a explicação para o resultado em tão curto prazo da companhia. Pouco mais de um ano depois da primeira operação, em agosto de 2019, a Paketá tem convênios com mais de 700 empresas de diferentes portes. “Nosso maior cliente tem 55 mil funcionários e o nosso menor cliente tem cinco. Crédito consignado pode e deve ser democrático”, reforça Queiroz. A Paketá desenvolveu uma experiência digital e mobile única aos funcionários; 95% das contratações são integralmente pelo celular. Os empréstimos são solicitados nos canais digitais 24hs por dia, 7 dias semana. O processo é simples e fácil não só para os funcionários que em média levam três minutos para pedir o empréstimo, como também para o RH, já que está disponível a integração com sistemas de folha através de plataforma da empresa na nuvem e com total transparência. Como funciona - O time de Engenharia e Produto da Paketá desenvolveu uma plataforma de tecnologia utilizada em todas as etapas do crédito consignado. A etapa inicial é a análise de crédito da empresa e defini-
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ção da política de crédito dos empréstimos dos funcio- turalidade”, comenta Valverde. nários. Uma vez que a empresa esteja conveniada, o Com esse aporte, os sócios completam a sua sefuncionário acessa a plataforma e realiza uma simulação gunda rodada de captação financeira, enquanto traba100% digital. Tão logo o empréslhavam para aumentar o time timo seja aprovado pela empresa que hoje conta com 32 pessoas em que trabalha, o funcionário e empréstimos em todo Brasil. A recebe o dinheiro em sua conta captação foi liderada pela Shift corrente em até 24 horas. Capital e contou com a participaTrajetória do negócio - A ção de outros empresários e exePaketá foi fundada ao final de cutivos brasileiros que preferem 2018. Em poucos meses, realiter sua identidade não revelada. zou a sua primeira operação de “Há mais de três anos avaliacrédito. Já 2019 foi o ano de criar mos de perto várias Fintechs. A o produto, estruturar as primeiras Paketá é uma das poucas emlinhas de funding, conquistar os presas nesse setor que tem reconvênios iniciais e realizar os sultado positivo desde o primeiro primeiros empréstimos. Ao final empréstimo. Encontramos na desse período, a empresa tinha empresa uma combinação in15 convênios em operação e funteressante de time, tecnologia, ding de 20 milhões de reais. produto, parceiros e conheciEm 2020, a empresa enmento de crédito”, comenta João controu o product market fit e Maia, sócio da Shift Capital. Ele estruturou linhas de funding reainda destaca que a experiência levantes. Hoje conta com mais dos fundadores, a preocupação de 700 convênios e 800 milhões em ter o melhor produto e a conde reais em capital a emprestar. sistência em investir em tecnolo“Em 2019 fizemos nosso dever gia chamaram bastante atenção. de casa. Estudamos a melhor “Quando avaliamos as parcerias Valverde: “Resultados maneira de montar uma emde funding da empresa, com aparecem com naturalidade” presa que respeita os nossos profissionais e investidores de principais interlocutores, o RH, conhecido track record, ficamos os funcionários e os donos de bem confiantes em seguir com o capital. 2020 foi o ano de consonosso aporte”, finaliza Maia. lidar esses conceitos, assegurar O que vem pela frente - Os a receptividade do mercado e fundadores da Paketá destacam construir o alicerce para a escaque o projeto é duradouro. E a la”, destaca Queiroz. despeito do sucesso e cresciA empresa, que teve um cresmento recente, devem manter o cimento de 46 vezes no número crédito consignado como o prinde convênios em 2019, acabou cipal produto da empresa. “Querecebendo bastante assédio do remos ser o melhor produto de mercado em 2020. “Nesse último consignado. Vamos rápidos, mas ano, tivemos inúmeras abordasem pressa. Estamos no comegens de investidores e empresas ço da nossa jornada”, comenta - algumas delas competidoras Queiroz. “Crédito não aceita de- para adquirir ou se associar a saforo”, reforça Fabian. Paketá. Ser abordado por granO ano de 2021 será o ano des players que querem entrar da escala. A companhia espeno seu mercado, ou querem ter ra multiplicar a base de funcioacesso a nossa tecnologia, é nários elegíveis em 4,5 vezes. sempre algo a se orgulhar. Já Tarefa que pode parecer mais ter vivido esse cenário, tanto do fácil quando observado o creslado comprador quanto do lado cimento de 12 vezes obtido em vendedor algumas vezes nas mi2020. Além de ser o ano da esnhas vidas passadas, ajudaram cala, os fundadores destacam Queiroz: “Crédito não aceita desaforo” a reduzir a ansiedade de realizar que será um ano bem positivo a transação e acumular mais um para parcerias estratégicas que exit. Mantivemos a fidelidade ao plano que desenhamos estão em fase final de assinatura e devem ser divulno início da empresa e os resultados aparecem com na- gadas em breve.
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finança
Novas possibilidades...
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Por Joana Lima
o início do ano, momento em que vivíamos isolamento social mais intenso, menos conhecimento sobre o coronavírus e a Covid-19 e mais incertezas sobre a economia, ouvi de um gestor de fundo de investimentos que esse momento iria passar, que a humanidade não acabaria e que a economia superaria mais essa crise como tantas outras que já vivemos. Naquele momento, ouvir aquelas palavras foi um sopro de esperança. Uma espiada no futuro próximo. Estamos no final do ano e agora temos a certeza de que boas vacinas estão em estágio avançado de desenvolvimento com respostas concretas muito positivas. Somada a essa notícia, a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, com Senado dividido entre Democratas e Republicanos, soou como sinfonia nos ouvidos dos mercados de ações no mundo inteiro. Na semana seguinte ao desfecho das eleições americanas, o Ibovespa subiu mais de 7%, tocando nos 105 mil pontos. Senado dividido entre Democratas e Republicanos significa equilíbrio entre aqueles que entendem ser necessário aumento de gastos e aqueles que entendem que esse aumento não pode onerar empresas e pessoas físicas. Segundo especialistas, a mensagem que o norte-americano deu nas urnas foi de que não quer mais um presidente tão combativo e imprevisível, mas por outro lado, não aceita gastos irrestritos, taxação de empresas e grandes fortunas. Daí a necessidade de construção de um governo equilibrado. Com as questões internacionais direcionadas do ponto de vista eleitoral (que seria o grande tema este ano se não estivéssemos vivendo uma pandemia tão severa), temos que voltar nossas atenções às questões nacionais. No Brasil, ainda temos questões fiscais relevantes a serem endereçadas. No mês que se inicia, o ministro da Economia alertou sobre a possibilidade de termos hiperinflação e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, da possibilidade de o País “explodir” caso as reformas não saiam do papel. A XP projeta que o Ibovespa alcance os 115 mil pontos em meados de 2021. Para o fim de 2020, a projeção é de 107 mil pontos e 2021, 124.500 pontos. Isso significa alta de mais de 20% em relação aos níveis atuais.
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investimento
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CRIPTOMOEDAS por que não investir?
Ativos digitais cresceram 45,6% desde o início do ano
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esde 2008, as criptomoedas passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros e apresentaram uma revolução no mercado financeiro. Um grande exemplo disso é o seu rápido crescimento. De acordo com dados da Wise&Trust, fintech americana de gestão de investimentos em ativos digitais, o volume de negociações de investimentos com essa natureza cresceu 45,6% desde o início do ano: passou de U$ 185,45 bilhões para U$ 270 bilhões. Mesmo com todo esse espaço, para uma boa parte da população ainda restam muitas dúvidas sobre o que é, quais os riscos e quem pode investir em criptomoedas. No cenário causado pela pandemia da Covid-19, muito tem se falado sobre as novas opções de investimento e as moedas e ativos digitais são os que se destacam. Rudá Pellini, cofundador da Wise&Trust, listou algumas dicas para quem tem interesse em investir em criptomoedas, mas não sabe por onde começar. Confira: 1 - Entenda mais sobre o mercado, estude sobre: é muito importante e necessário entender onde estamos investindo. As criptomoedas são um tipo específico de moeda digital que utilizam criptografia para evitar a interceptação de informações. A sua compra e venda sempre acontece pela internet. Mundialmente, existem centenas de tipos de criptomoedas, o mais conhecido é o Bitcoin. 2 - Na hora de comprar, escolha uma empresa confiável: para comprar Bitcoin é muito necessário escolher uma empresa que passe confiança para negociar suas moedas, por isso sempre observe alguns quesitos como tempo de mercado, transparência e reputação. Além disso, é preciso avaliar riscos e projetar tendências para o futuro. 3 - Ao investir, esteja com os pés no chão: não aplique mais do que está disposto a perder. O crip-
tomercado é volátil, os picos de valorização podem mudar muito. Então, é necessário que você analise bem o momento e alinhe suas expectativas com o atual cenário. 4 - Cuidado com as supostas fórmulas mágicas: assim como em qualquer outro mercado, existirão pessoas oferecendo as tão sonhadas “fórmulas mágicas” para enriquecer em menos tempo. Um ponto fundamental para se dar bem é não se deixar enganar por tais propostas. Essas ofertas se tratam de convites para participar das famosas pirâmides financeiras. 5 - Mantenha a atenção na segurança das suas moedas: após adquirir suas primeiras frações de qualquer tipo de criptomoeda, preocupe-se com a segurança de seu dinheiro. Só deixe seu dinheiro em corretoras caso você realize operações de trade (compra e venda). Se não, é imprescindível que você tenha uma carteira para guardar suas criptomoedas. 6 - Não pare de aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto: por trás das criptomoedas, a tecnologia blockchain tem revolucionado o mundo em que vivemos. Mesmo que você já seja um investidor, mantenha o entusiasmo para sempre querer aprender coisas novas. Pode ser os gráficos de criptos ou análises técnicas, o que importa mesmo é manter o conhecimento em dia para ter mais confiança na hora de tomar decisões importantes. Quando você decide investir em criptomoedas, começa a fazer parte de uma revolução tecnológica financeira que poderá se tornar a forma padrão do sistema em um futuro não tão distante como imaginamos. O que vale é manter a atenção na hora de investir e conhecer a fundo este mercado em que está entrando, para não ser vítima de possíveis golpes financeiros.
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economia e negócios
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Até quando?
A pergunta é: quando o time de gestão e o modelo de negócio deixarão de ser subestimados na análise de crédito, por bancos e fundos?
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Por Marco França
s bancos que estão atuando como canais de produtos como Pronampe e FGI estão liberando em média R$ 60 mil e R$ 1 milhão por empresa, respectivamente. Eles usam tal ferramenta muito mais como aquisição de novos clientes do que para atender às demandas de giro e recuperação da recessão de vendas do último quadrimestre, no qual grande parte das empresas passou por testes de estresse significativos. Um ponto que chama sempre a atenção é o quanto o time de crédito gasta entendendo o modelo de negócios, a capacidade de gestão do time executivo e, de uma forma mais holística, a estratégia das empresas. Este tempo não passa de 5% do total gasto na preparação de documentos, entrevistas e adequação da empresa aos comitês de crédito. Consequentemente, isso gera uma sobrepeso à análise de balanço e de colaterais. No fim das contas, os bancos já estão estocados de imóveis e cheios de alienação fiduciária de equipamentos operacionais, que não têm o valor econômico desejado fora do contexto onde ele estava inserido. Ademais, é curioso o depósito de boa fé nos balanços das empresas pois existe uma diferença entre realidade de negócios e da contabilidade, em maior ou menor grau, dependendo do nível de governança e tamanho das empresas. A tarefa de análise clássica dos balanços deve e sempre será alvo de escrutínio necessário. A provocação que fazemos aqui se refere à limitação do escopo, sua eficácia e peso desta abordagem. A falta de reconciliação matemática entre o negócio das empresas e sua contabilidade tem diversas causas, variando entre interesses de agenda, caráter do management, senioridade da controladoria das empresas e a disponibilidade de orçamento para sistemas e controles internos. O desafio dos ofertantes de crédito é ter a paciência e capacidade de entender melhor o contexto da empresa e do seu negócio, avaliar a qualidade e os
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desafios do management na execução do seu plano de negócios. Alguns poucos bancos possuem times de crédito e analistas combinando estas abordagens e pensando um pouco mais fora da caixa. Temos um desafio grande para a alocação de crédito por bancos e fundos no médio prazo se o protocolo de análise não mudar. Um percentual não desprezível do PIB brasileiro é composto por empresas de serviços, tecnologia e outros, com balanços sem colateral e com boas margens em seus negócios. É vital a inserção crescente destas empresas no rol de opções e ofertas de crédito. São grandes geradoras de empregos e motores de crescimento da economia brasileira. O modus operandi forçosamente precisará avançar. A liquidez de capital atual não será atendida pelas formas tradicionais de análise vigentes. (*) Marco França é engenheiro pela PUC, tem MBA em Finanças (COPPEAD) e é sócio da Auddas
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negócios
Wipi: metas e visões sobre o cenário atual
o findar um ano, é dada a largada para se Valorização: uma grande meta. Lucas menciona planejar o próximo. Quando se fala em ne- que a WIPI almeja ser reconhecida pelo fato de ir gócios, os métodos para a maximização além do cumprimento de suas funções. O padrão do desempenho de uma companhia preci- de qualidade e as soluções em tecnologia, oferecisam estar em evidência. Pensando nisso, das pela empresa, apresentam um diferencial. “Não a WIPI, empresa de telecomunicações, destaca a res- é apenas commodity. Por isso, operamos em duas ponsabilidade de prover o que as pessoas mais busca- frentes: a tangível, que visa a entrega efetiva dos ram, diante do chamado “novo normal”: a conexão. produtos contratados, com o selo WIPI de qualidade, “Uma marca leve, cheia de energia e esperança e a intangível, ligada ao apoio a atletas, causas e para o futuro”. É com essa fraprojetos sociais”, comenta. se que Lucas Nóbrega, gestor Quando abordado sobre a de marketing da WIPI, define a importância de estar presenempresa. Segundo ele, frente te nos canais online, Lucas diz ao atual cenário, a companhia que a pandemia obrigou todos concentra-se na missão de manos setores a migrar para o meio ter uma forte ligação com seus digital e que, desde o princípio, assinantes. “Neste momento de a WIPI percebeu essa necessifragilidade, esta abordagem tem dade. “Somos uma empresa de feito a diferença. É o nosso slotelecomunicações, que viabiliza gan, ‘conexão abre sorrisos’, funo acesso à internet a milhares cionando na prática. de assinantes. Logo, a comuniQuanto às estratégias para cação via Instagram, Facebook preservar a fidelização dos cliene LinkedIn é natural, e vital para tes, explica que o “foco” na expeo negócio. A gente trabalha com riência dos usuários seja a chave estratégia de Inbound Marketing, para a melhoria constante dos levando conteúdo relevante e aliserviços que são oferecidos, além nhado ao negócio”, finaliza. dos produtos, sempre voltados à Lucas Nóbrega: satisfação de seus consumidores. Colaborou Thamiris Vieira feedback do cliente é fundamental
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Dona de um sorriso largo, Kátia Barbosa é pela excelente gastronomia
Sous-vide, reality show, novo restaurante, consultoria e operação bolinho de feijoada em Portugal... Tudo isso é
Kátia Barbosa em plena pandemia Por Simone Goldstein (Golda) e Ilana Lipsztein
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Foto: Reprodução/TV Globo
perfil
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ano de 2020 trouxe inúmeros desafios, mas também nos deu a honra de conhecer mais de perto a querida chef Kátia Barbosa. Dona de um coração gigante, ela contribuiu - com muito estilo - em evento beneficente da Brazil Foundation, que também ajudamos na realização, em plena pandemia, e que graças a pessoas como Kátia foi um sucesso. Kátia é aquela carioca sempre de sorriso largo, reconhecida pela excelente gastronomia que, desde o início de sua carreira, atraiu nomes como Ferran Adrià, Nigella Lawson, Claude Troisgros e Daniel Boulud. Uma empresária de mão cheia, cuja trajetória gastronômica começou no Aconchego Carioca, na Praça 15. Um restaurante abrindo em dezembro, operação de bolinhos de feijoada em Portugal, sous-vide inovando o seu delivery e consultorias são exemplos do que anda fazendo durante a pandemia. A chef carioca também é uma das mentoras do reality “Mestre do Sabor”, na Globo, ao lado de outros famosos chefs Claude Troisgros, Batista, Leo e Avillez. Não é a sua primeira vez na TV, tendo participado também de realities no “Mais Você”, de Ana Maria Braga, como “Fecha a Conta” e “Copia e Cola”. Com todo esse currículo e tantos afazeres, ela enfrentou a pandemia bravamente, tornando-se mais uma vez exemplo e, com certeza, material para a nossa The Wip Factory. Kátia certamente é uma Wip! Hoje, nós da The Wip Factory (Simone Goldstein/Golda e Ilana Lipsztein /IlanaWip) conversamos com ela a fim de inspirar outras mulheres a empreender ou a se reinventar diante de tantos novos desafios.
Fotos: Divulgação
Kátia, você apesar de várias frentes abertas e de fazer um sucesso incrível, onde quer que vá ou naquilo que produz, diz que ainda é jovem na sua carreira. Explica pra gente o por quê? Eu sou jovem na carreira, sim. Veja: o Alex Atala é mais jovem do que eu em idade, mas tem mais tempo de carreira; o Claude tem quase a minha idade e obviamente possui uma carreira brilhante e muito mais tempo de trabalho, então, eu sou pirralha na carreira... Eu comecei a trabalhar no restaurante do meu irmão e da minha cunhada, o Aconchego Carioca, quando eu tinha 40 anos, cuidando do salão e, só com 42 anos, finalmente fui para a cozinha. Mas tive a sorte de encontrar padrinhos maravilhosos como o Claude Troisgros, Alex Atala, Daniel Boulud, enfim, pessoas que gostaram muito do meu trabalho e me ajudaram bastante na construção da minha carreira.
Você é uma mulher que sempre se reinventa. Primeiro, aos 42 quando saiu do mercado de joias e virou Chef e agora também, com a pandemia. Conta como você está se adaptando durante a Covid-19? Eu acho que todo brasileiro tem essa história de superação. Costumo brincar com as minhas filhas que nascer pobre tem as suas vantagens: a gente cresce forte e muito criativo. Eu me reinventei quando meu pai faleceu, quando me separei... então, eu já estava cascuda com as dificuldades da vida. O brasileiro que não tem muito acesso precisa de coragem e criatividade, e a minha mãe passou isso pra gente. Nós temos de buscar saídas honrosas para nossas dificuldades. Aos 42, a opção que eu tinha era trabalhar no Aconchego Carioca, ser uma boa garçonete e uma boa ajudante de cozinha. Ao mesmo tempo fui estudando... Eu acho que a chave para o sucesso é o estudo, sempre pesquisar e se dedicar de verdade. Quando eu me afastei do salão e fui pra cozinha me cerquei de livros, porque eu não tinha dinheiro para ir pra faculdade e nem tempo. Mas eu não comprava livros de receita, eu queria livros que me falassem do processo dos ingredientes. Depois fui estudar receitas do mundo todo, da Índia e da China, da Itália, e eu me alimentava de ideias.
Kátia Barbosa e seus indispensáveis “bolinhos de feijoada”, agora exportados para Portugal
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Foto: Reprodução
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Com as temporadas do “Mestre do Sabor”, o reconhecimento nas ruas e mais responsabilidade Quando chegou a pandemia, eu não podia abrir o restaurante. Na verdade fechei três estabelecimentos... eu pensei: e agora, o que vou fazer? Sempre tive vontade de fazer comida embalada a vácuo - sous-vide - porque achava um excelente método de cocção e conservação do alimento, já que preserva a textura e o sabor. Com a pandemia eu fui obrigada a ficar em casa e aí tive tempo de estudar essa técnica e me especializar. A partir daí, parti para entrega a domicílio de comida embalada a vácuo, e foi um sucesso tão grande, que vários colegas já estão utilizando essa tecnologia. Eu acho que isso é a prova de que a gente pode se reinventar, e só querer e se dedicar. Soubemos que os seus famosos “bolinhos de feijoada” começaram a invadir Portugal... Você já abriu o seu restaurante por lá? Não. Nós estávamos nos preparando para alugar um imóvel quando chegou a pandemia e parou tudo.
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Mas já comecei a produzir os bolinhos de feijoada lá. Estamos com uma linha de três bolinhos e por enquanto atendemos a alguns restaurantes e clientes que pedem em casa. Precisávamos colocar a nossa marca lá, minha assinatura gastronômica é o bolinho de feijoada. Todo mundo pode copiar a receita, mas é importante saber quem criou... Quando percebi que havia umas pessoas produzindo em Portugal, eu não ia deixar passar essa oportunidade. Alugamos uma cozinha e começamos a produzir. Mas, como a minha ideia de restaurante é mais uma vez divulgar o Brasil, a comida brasileira e a nossa cultura, provavelmente, assim que possível, abriremos uma portinha lá, fazendo a comida carioca, nordestina... E o reality show “Mestre do Sabor”, te ajudou como empreendedora? Não foi o primeiro, não é? Ajudou muito! Estar na TV é um negócio mágico, você está dentro da casa das pessoas, convivendo ali com elas... e você só percebe isso quando está andando na rua e as pessoas te reconhecem. Mas tem de passar uma coisa que seja verdadeira. Quando as pessoas vão ao meu restaurante ou recebem a minha comida em casa, elas têm que encontrar algo compatível com o que eu falo na TV. Ontem eu ouvi uma frase incrível da Raissa Costa ‘o importante não é para onde você vai... você vai para onde a vida te levar... o importante é saber de onde você veio’. Então, eu não posso esquecer isso, nunca. Quando vou servir a minha comida quero que essa comida seja democrática, simples, barata e de boa qualidade. Como muitos outros que tiveram de se reinventar na pandemia, soubemos que além de pioneira do método sous-vide para delivery aqui no Brasil, e que além dos seus famosos bolinhos de feijoada marcando presença em Portugal, você ainda está ajudando a cantora Alcione como consultora de seu bar e, ainda por cima, inaugurando um novo
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classe C e D, com muito orgulho, com muita verdade. Eu acho que é isso que a cultura gastronômica precisa, ou seja, ser acessível às pessoas. Como empresária, e com certeza uma Wip, qual sua sugestão para as mulheres que estão pensando em se reinventar? Acredite na sua ideia e tente colocar essa ideia de maneira viável. Estude, faça ficha técnica e calcule, porque senão você vai se esborrachar ali na frente. Então, precisa se especializar naquilo que você vai fazer. Tem um link no meu perfil que é o Panelinha da Katita, onde ajudo várias mulheres que têm pequenos negócios em casa a se desenvolverem. Leve fé no seu trabalho e torne o seu produto o melhor possível, porque aí, minha filha, o sucesso não tem jeito: ele vai acontecer.
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espaço gastronômico no Rio. Explica pra gente que futuro é esse que já está chegando pra você? Como você vê o futuro da gastronomia? Os planos para o futuro já estão aí. Acabei de fazer uma consultoria para o bar da Alcione, uma pessoa que eu amo e admiro muito. Eu tive que me debruçar em pesquisa de comida maranhense, que eu nunca fiz, e pedir ajuda a ela. Eu falava: ‘eu nunca comi isso, me ajuda, Marrom! Isso aí está bom? É esse sabor mesmo?’ Ela ficou encantada, deu alguns toques que a gente está seguindo... Na próxima semana eu inauguro o meu novo restaurante, o Katita, em um espaço chamado Taste Lab, no Norte Shopping, onde chefs como Claude e Thomas Troisgros e outros jovens cozinheiros do Rio de Janeiro estarão fazendo uma comida diferenciada e assinada. Esse trabalho será um restaurante que não vai ter fogão porque a comida vai chegar pronta no saquinho de sous-vide, que é uma comida de verdade e saborosa. O Claude vai servir vários tipos de picadinho: o brasileiro, de frango, o chinês, o tailandês... então, vai ser incrível! Eu também só sirvo cinco pratos além dos meus bolinhos. A nossa ideia é democratizar a comida. E é aí que entra a resposta para a segunda pergunta sobre o futuro da gastronomia: será uma nova gastronomia, democratizada, não apenas no Brasil, mas no mundo. Este movimento, que já vem acontecendo há anos, é uma tentativa de trazer essa comida assinada, essa grife, para o grande público que não tem tanto acesso. Não é todo mundo que pode pagar um jantar e o menu degustação. Aqui no Brasil isso começou com Claude criando suas grifes: a Brasserie, a Boucherie, o Chez Claude, o Le Blond e outros. Ele completa essa popularização, chegando aos públicos da
Alegria contagiante e dicas para novas empreendedoras no perfil pessoal
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saúde
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VELHOFOBIA
Uma realidade cruel ainda maior na pandemia, diz antropóloga
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idoso ficou mais vulnerável psicológica e socialmente durante a pandemia. Por ser do grupo de risco, essa parte da população sofreu forte impacto na saúde mental ao se ver mais sozinha e sem interação social ou contato com parentes e amigos. Mas, segundo a antropóloga Mirian Goldenberg, uma parcela dessa população está buscando e encontrando formas criativas de se adaptar à nova realidade. Mirian Goldenberg é santista, doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde está radicada há muitos anos. “Tenho acompanhado diariamente cerca de 20 nonagenários que tiveram muita dificuldade no início da pandemia, comenta. Apesar desse cenário, a pesquisadora afirma que a grande maioria dos idosos está sofrendo violência física, verbal, psicológica, abuso financeiro e xingamentos durante a quarentena. “A velhofobia se tornou uma realidade cruel nesta pandemia”, afirma. Confira o bate-papo com Mirian Goldenberg. Afinal, quando se fica velho? Culturalmente, ficamos velhos muito cedo no Brasil, principalmente as mulheres. Com 30 anos, minhas pesquisadas já estão em pânico com as rugas, cabelos brancos, dificuldade para emagrecer. Começam a ter medo de não casarem e não terem filhos. Subjetivamente, envelhecemos muito cedo aqui porque existe uma velhofobia no Brasil: preconceitos e violências contra os mais velhos, dentro e fora de nossas casas. Ficamos velhos aqui porque o pânico de envelhecer é enorme. Em outras culturas não é assim. É mais fácil envelhecer hoje que no tempo dos nossos avós? O que mudou? É um paradoxo: é mais fácil e mais difícil. Mais fácil
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porque temos exemplos de muitos homens e mulheres que têm mais de 90 e são produtivos, ativos, independentes. Mais difícil porque a cultura da juventude, da beleza e do corpo perfeito, é cada vez mais disseminada no País. É possível a eterna juventu-
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de, não na questão física, mas do ponto de vista emocional? Não acredito que ser jovem é melhor do que ser velho, pois como digo em todos os meus cursos, palestras e textos: todos nós somos velhos, hoje ou amanhã. Falar de ser eternamente jovem é alimentar a ideia de que a juventude é melhor do que a velhice, mais bela, mais produtiva, mais rica. Acho exatamente o contrário: só acreditando que todos são velhos, inclusive os jovens, iremos mudar a nossa representação sobre a velhice. Então, em vez de eterna juventude, não seria melhor falar de eterna velhice?
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Em tempos de pandemia, em que os idosos, por serem grupo de risco, precisam ficar em casa, com pouco contato com o mundo externo, envelhecer está mais difícil? Tenho acompanhado diariamente cerca de 20 nonagenários, que tiveram muita dificuldade no início da pandemia. Agora, estão buscando formas criativas de se adaptar à nova realidade. Juntos, estamos fazendo uma série de atividades: grupo de estudos sobre “Os Lusíadas”, de Camões, jogos de palavras, lives, tocando piano, leitura de autores como Clarice Lispector e Fernando Pessoa, por exemplo. Eles se sentem úteis, importantes e fazendo algo de significativo, mesmo dentro de suas casas. Mas a grande maioria dos velhos está sofrendo violência física, verbal, psicológica, abuso financeiro, xingamentos. A velhofobia se tornou uma realidade cruel ainda maior nesta pandemia. Como cuidar da saúde mental dos mais velhos para não surtarem durante o isolamento social e continuarem se reinventando? Escutando, conversando, estando junto deles - mesmo que não fisicamente -, compartilhando atividades, respeitando seus desejos e limites. É o que tenho feito 24 horas do meu dia, desde 15 de março. Nunca estive tão próxima deles, nunca senti e recebi tanto amor como agora. Como as mulheres têm encarado o envelhecimento nos dias de hoje? A sociedade ainda impõe a elas uma cobrança maior que aos homens? Em todos os países em que estive, são as mulheres as maiores responsáveis por cuidar de todos na família, da casa, no trabalho, dos amigos. As mulheres cuidam de todos, mas não têm tempo para cuidar delas mesmas. Elas se sentem exaustas, deprimidas, insatisfeitas, frustradas por não terem tempo para elas. O fato de cuidarem de todos e não terem tempo para elas faz com que se sintam invisíveis, transparentes, sem o reconhecimento que elas tanto desejam. Elas dedicam todo o tempo para cuidar dos outros e não recebem o menor reconhecimento ou agradecimento por isso. É como se fosse apenas uma obrigação que elas devem cumprir por serem mulheres. Elas não cuidam de si mesmas, não têm tempo para si, não têm liberdade para serem elas mesmas. Liberdade social e liberdade interior. As mulheres são cobradas para terem uma vida muito mais controlada sexualmente, amorosamente, profissionalmente e em todas as áreas da vida. Por isso elas invejam tanto a liberdade dos homens. Elas querem ser mais livres em todos os sentidos, inclusive livres para poderem realizar todo o seu potencial amoroso, sexual, criativo, produtivo. As mulheres não são livres para serem elas mesmas. O que é velhofobia? Acha que ela aumentou em tempos de pandemia? A calamidade que estamos enfrentando evi-
Mirian Goldenberg: “Em vez de eterna juventude, não seria melhor falar de eterna velhice?”
denciou a face mais perversa de alguns políticos e empresários: a velhofobia. Estamos assistindo horrorizados a discursos sórdidos, recheados de estigmas, preconceitos e violências contra os mais velhos. ‘Vamos todos nos contaminar para criar imunidade e esta epidemia acabar logo. Só irão morrer alguns velhinhos doentes’. Ou... ‘Deixem os jovens trabalharem. Não vamos parar a economia para salvar a vida de velhinhos’; ‘Só velhinhos irão morrer, eles iriam morrer mesmo, mais cedo ou mais tarde’. Esse tipo de discurso revela uma situação dramática que já existia antes da pandemia. Os velhos são considerados inúteis, desnecessários e invisíveis. Homens e mulheres mais velhos, que já experimentam uma espécie de morte simbólica, ficam desesperados ao constatar que são considerados um peso para a sociedade. No entanto, a forte reação contra esses sociopatas prova que os mais velhos são muito valiosos e importantes para os brasileiros. Faremos tudo o que for necessário para demonstrar que os nossos velhos não são um peso, muito pelo contrário. São eles que estão nos ajudando a encontrar força e coragem para sobreviver física e mentalmente. São eles que estão nos ensinando a ser pessoas mais amorosas e generosas. São eles que estão cuidando de nós, como fizeram durante toda a vida. Muitos dos que disseminam o discurso de ódio e de extermínio dos mais velhos já passaram dos 60 anos. É urgente que eles aprendam uma lição importante: a única categoria social que une todo mundo é o ser velho. A criança e o jovem de hoje serão os velhos de amanhã. Os velhofóbicos estão construindo o seu próprio destino como velhos, e também o destino dos seus filhos e netos: os velhos de amanhã. Será que estes genocidas serão tão amados e protegidos como são os nossos velhos ou serão tratados como ‘velhinhos descartáveis’?, conclui a pesquisadora.
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comportamento
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O autoconhecimento é o primeiro passo para o sucesso profissional
Empresários ensinam jovens a como empreender suas carreiras
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Por Ana Cristina Rosado
rovavelmente, a primeira grande decisão que um adolescente toma em sua vida é a escolha da carreira. E, geralmente, isso acontece quando o jovem opta por um curso superior. É comum a sensação de insegurança nos primeiros anos na faculdade, ainda sem saber direito o que quer ser e fazer. Feliz são aqueles que acertaram na escolha e formam-se bons profissionais. Entretanto, há uma grande parte de alunos - cerca de 50% - que desiste do curso logo no primeiro ano de faculdade. E aí o prejuízo pode ser enorme, com a perda de um tempo valioso e, no caso de instituições particulares, de alguns milhares de reais. De olho neste gap, os empresários Eduardo Martins e Vivian Huet criaram o Workshop Empreenda a sua Carreira. Inovador e com o objetivo de orientar os esEduardo
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tudantes na escolha profissional, o trabalho foca na compreensão das características individuais e do autoconhecimento do participante, fomentando a independência e a responsabilidade pelas suas escolhas. “Trabalhamos junto com os jovens para ajudá-los a se tornarem empreendedores, protagonistas do seu próprio desenvolvimento. Ao identificar e entender seus interesses e os traços da sua personalidade, fica mais fácil definir os seus objetivos e abraçar os seus talentos potenciais, o que vai ajudar a determinar o seu perfil profissional”, afirma Eduardo. Conhecer a si mesmo - Durante sete semanas, os jovens participantes do “Empreenda a sua Carreira” desenvolvem individualmente uma série de tarefas para aprofundar o conhecimento sobre si mesmo e incentivar a sua Martins autonomia. Com várias atividades
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que incluem pesquisas, relatórios, que as pessoas entendam que a exercícios, entrevistas e apresenvida é cheia de mudanças e as tações, os inscritos são cada vez escolhas presentes podem não mais encorajados a decidir por si atender às expectativas futuras, mesmos a seguirem o próprio capor isso é necessário estudar e minho, assumindo a responsabiliaprender continuamente. dade pelo seu crescimento pessoSabe-se, por exemplo, que al e profissional. muitas profissões dos próximos Todo o trabalho desenvolvido cinco, dez anos nem existem ainprocura mostrar que existe uma da; então, pouco adianta prepacarreira ideal para cada pessoa, e rar os jovens para ingressar num ela está justamente na interseção curso específico, se esta carreira entre as habilidades, a personalipode nem existir mais no futuro. dade e os interesses do indivíduo. “Preparamos cada um de nossos “Ao fim do ‘Empreenda’, eu me ‘pupilos’ para identificar o seu tasenti mais seguro e agora sei em lento; aquilo que gosta e faz bem. que área da Economia trabalhar”, Uma vez que eles têm clareza dos afirma João Pedro Tesserolli, 17 Vivian Hauet seus talentos, não vão apenas anos, do Colégio Santo Agostinho. definir o que cursar na faculdade, Juliana Costa Soska, com a mesma idade, completa mas o seu objetivo de carreira, aonde querem cheque vai fazer Direito e “o projeto foi essencial para en- gar, sendo capazes de visualizar e se identificar com tender meus interesses e minhas habilidades e encon- um profissional 20/30 anos à sua frente. Isso os difetrar uma carreira que realmente seja a minha cara”. rencia da grande maioria dos jovens que entram na Essa técnica facilita o jovem acessar importantes faculdade sem muito conhecimento do mercado de informações pessoais e utilizar no processo decisório trabalho, muito menos de onde querem chegar. Os da escolha da carreira. Perguntas como quem sou participantes do workshop conseguem, desde muito eu?, como vejo o mundo e sou percebido pelos de- novos, focar no seu objetivo e já começar a dar os mais?, do que eu gosto?, onde quero estar daqui a primeiros passos para chegar lá, agindo como em10 anos?, qual o significado do sucesso?, são en- preendedores de suas carreiras”, explica Vivian Huet. corajadas e permitem o reconhecimento dos desejos Futuro dos filhos - É natural ainda, que os pais se e potenciais talentos, clareando a decisão por qual preocupem com o futuro de seus filhos, mas no “Emprecaminho trilhar. enda a sua carreira” eles são apenas seus patrocinadoHabilidades - “O trabalho que a Vivian e o Dudu res dando a oportunidade de fortalecê-los na indepenfizeram foi essencial para eu me conhecer melhor dência para liderar o seu desenvolvimento profissional. e descobrir meus pontos fortes para, finalmente, “Nossa experiência foi espetacular em todos os sentiescolher uma carreira para mim. Eu escolhi cursar dos, foi mesmo um diferencial nesta época de tanta inArquitetura na faculdade, mas só percebi essa pos- decisão”, complementa Cláudia Quaresma, mãe de Rasibilidade depois do ‘Empreenda a faela. Durante o workshop, que tem sua Carreira’. Eles me ajudaram a turmas limitadas a dez inscritos, os ver todas as possibilidades e junparticipantes recebem acompanhatar minhas habilidades com coisas mento personalizado da sua evoluque gostava de fazer, criando esção e ainda têm a oportunidade de sas ligações para escolher a carse aprofundar nas carreiras escoreira”, comenta Rafaela Quareslhidas, se conectando diretamente ma Carsalade, 18 anos, aluna da com experientes e bem-sucedidos Escola Corcovado. profissionais de mercado, através Dessa forma, o curso é o meio do apoio do time do “Empreenda”. e não o fim do processo e a sua Eduardo e Vivian, engenheiro escolha é consequência natural e economista, respectivamente, da jornada de autoconhecimento, ambos formados pelo Santo Ináque tem como principal objetivo cio e PUC-Rio, possuem ampla colocar o jovem no lugar de proexperiência profissional, inclusive tagonista na escolha da sua carinternacional, e já orientaram alureira. Além da concorrência glonos do Santo Agostinho, Escola balizada, que desafia ainda mais Corcovado, Colégio Cruzeiro, NoJuliana Costa Soska os futuros profissionais, é preciso tre Dame, Andrews, entre outros.
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saúde
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Dr. Guilherme Ravanini
Câncer e o novo coronavírus: análises e explicações sobre o problema 54
or conta da pandemia, centenas de pessoas saíram prejudicadas, fisicamente ou psicologicamente. Para os pacientes com câncer, por exemplo, os problemas ficaram mais sérios, principalmente, pelo fato de fazerem parte do grupo de risco e assim, a infecção por Sars-Cov-2 (covid - 19), pode ser mais grave. Portanto, precisam tomar medidas drásticas de precaução: manter o distanciamento social, o uso de máscaras ao ir às ruas, além de incluir, na rotina, exercícios e o consumo de frutas, legumes e verduras no almoço e no jantar. A doença oncológica causa alterações metabólicas, associadas à diminuição da imunidade, o que se agrava com a onda do novo coronavírus. Segundo o Dr. Guilherme Ravanini, quando há associação do tratamento radio/quimioterapia com as cirurgias, piora o estado. Por isso, diversas atitudes foram selecionadas com o objetivo de amenizar essa gravidade. “No começo, tentamos operar aqueles que tinham cânceres, potencialmente, curáveis, em consideração ao risco pós-operatório”. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), 30 a 50% das mortes, por câncer, poderiam ter sido evitadas, caso não houvesse hábitos como fumar, a má alimentação, ingerir bebidas alcoólicas em excesso, relações sexuais inadequadas e a não participação à campanha de vacinação contra Hepatibe B e HPV (Papiloma vírus humano). O médico ainda explica que o câncer, seja em um órgão do aparelho digestivo, ginecológico ou urinário, deve ser entendido como uma doença sistêmica, que acomete o indivíduo como um todo. O tratamento, que altera o metabolismo e afeta o emocional, tanto do enfermo quanto dos familiares, necessita ser feito de maneira interdisciplinar. “Na prática, tende a ser avaliado do ponto de vista clínico, com exames físicos e anamnese minuciosos, complementares e laboratoriais, de imagem e, possivelmente, endoscópicos. Avaliação nutricional e funcional são essenciais para um pós operatório tranquilo e sem complicações”, finaliza.
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beleza
Num ano atípico o olhar a si mesmo e ao outro mudaram de ângulo
vamos terminando 2020, um ano atípico para todos nós. Mudanças abruptas na vida de todos surgiram e foram nos obrigando a sobreviver de maneira diferente. O olhar a si mesmo e ao outro mudam de ângulo. A interação interpessoal não é mais naturalmente presencial, o aperto de mãos cede lugar as câmeras de notebook e smartphones. Passamos mais tempo com nós mesmos, nos olhamos mais e naturalmente buscamos melhorar, aparência e exigências, que vão além da imagem pessoal. Um dos ramos da economia que mais expandiram neste ano foi o da beleza e saúde. O investimento em saúde cresce, com cuidados multidisciplinares e tendência ao consumo inteligente. Gerenciar o tempo neste novo momento torna-se também um desafio, e os cuidados a saúde devem atender também a esta nova exigência. Dermocosméticos multifuncionais, que permitem ações integradas (hidratação e despigmentação, calmante e antioxidante, hidratação e firmador entre outros) são tendência neste momento. A rotina de cuidados a pele é otimizada, priorizando limpeza adequada, hidratação (lugar dos produtos multifuncionais) e proteção solar. Os protetores solares ganham destaque também. Atividades ao ar livre mais frequentes evidenciam a importância da proteção. A conscientização é unânime e finalmente o filtro solar passa a ser integrado na rotina de saúde de homens e adolescentes também, não apenas ao público feminino antes preocupado em manter a saúde da pele por estética. Aliado aos novos filtros que integram moléculas com efeito dispigmentante, antioxidante, hidratante... temos os avanços da indústria farmacêutica com produtos orais que conferem reforço aos danos actínicos gerados pela exposição solar com antioxidantes orais ainda mais
eficazes, antiglicantes e anti-inflamatórios. Neste ano em que a saúde está em pauta mais do que nunca, a conscientização sobre o cuidado com a exposição solar prolongada, uso de filtro solar e alimentação equilibrada estão em foco, a medida que o câncer de pele é a neoplasia mundialmente mais prevalente. Cuidados com o corpo também ganham destaque. Novas tecnologias permitem estímulo do colágeno corporal para melhora de contorno e flacidez. Microondas prometem reduzir gorduras localizadas, remodelando pele e tonificando tecidos. Estímulos eletromagnéticos de alta intensidade potencializam o efeito dos exercícios, permitindo treinar sem suar. Mais tônus em menos tempo e com pouco esforço. Os bioestimuladores do colágeno continuam em alta para os tratamentos corporais. Para a face a tendência é a procura de tratamentos mais naturais. O olhar clínico do médico atuante torna-se cada vez mais importante para a manutenção da beleza individual sem que aconteça exagero desnecessário e não saudável. Preenchedores permitem estímulo de colágeno e projeção, com protocolos individualizados. Olhos em foco! As videoconferências em alta e máscaras cobrindo a face tornam essenciais os cuidados com o terço superior da face. Fios bioabsorvíveis, toxina botulínica, preenchedores em novos protocolos permitem o arqueamento da sombrancelha sem necessidade de cirurgia. Diante do apelo ao belo, a compreensão de que o bem estar depende diretamente da manutenção de saúde, com suplementação adequada, alimentação equilibrada e cuidado individualizado. Projetamos um 2021 com cuidado consciente, equilíbrio e dinamismo.
Dra. Mariana Kessel / Foto: Bruna Zappelli
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moda
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A influencer (e musa) Débora Máximo dá o tom do Verão em cinco dicas
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Por Tatiana Nobili
Foto: Jeff Rocha
om a experiência de quem trabalha com moda há mais de 20 anos, é antenada e considerada uma referência de estilo, a modelo e influencer Débora Máximo escolheu as “top five” dicas para looks impecáveis neste Verão. “O ano de 2020 nos fez repensar sobre vários assuntos e, como a moda é uma expressão do que se passa dentro de nós, conseguimos perceber que após o grande período de isolamento as pessoas buscaram na forma de se vestir a praticidade, o conforto e a alegria das cores. Com isso tudo, estamos mais leves e levamos para as ruas não só o uso das máscaras, mas também uma forma mais simples e divertida de se vestir, sem deixar a feminilidade e o sofisticado de lado”, afirma.
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Seguem as dicas “quentes”, como a estação: Vestido Com tanta praticidade, estar arrumada com uma única peça é tudo! E os vestidos fazem essa função muito bem! Quer mais feminino que um vestido em viscose esvoaçante? Então aproveite, pois estão super em alta junto com os shapes mais amplos e estruturados com camadas no comprimento midi e até longo! Eu amo! São muito elegantes! Cor Estou amando esse momento colorido que estamos vivendo. Hoje encontramos as cores na maioria dos tecidos e isso flexibiliza os estilos trazendo um formal mais divertido. Fato que antes encontraríamos somente cores mais sóbrias para uma alfaiataria, por exemplo, mas para esse Verão teremos looks em cores mais vivas e o meu escolhido é o pink intenso, além das cores pastéis, aquelas chamadas candy colors que voltarão com força neste Verão. Beachwear Essas peças são fundamentais para o nosso Verão! Quando pensamos em um look praia, lembramos sempre de algo mais largado, não é mesmo? Dessa vez a versão de roupas de banho vem bem elegante, e também ousada. O modelo com a cintura alta e bem marcada, às vezes até com cinto, conseguiu seu lugar ao sol e agora para 2021 ele vem mais cavado como nos anos 80, junto dos tops meia taça e o modelo triângulo. Os maiôs também estão entre os mais amados para os dias de piscina, afinal são sempre muito elegantes! Uma versão beachwear bem glamourosa que tem conquistado até as mais jovens! Sapato Depois dessa fase, creio que nunca mais seremos as mesmas na hora de escolher um sapato. Com o conforto em alta, as mules tomaram conta do meu armário, junto delas estão os saltos em bloco e midi, além das sandálias quadradas e com tiras que entram em qualquer look, dando um show. Bermudas As bermudas estão chegando bem devagar. Em 2018 elas vieram no modelo ciclista, que não pegou muito para as brasileiras de pernas grossas. Agora elas se apresentam mais larguinhas, em tecido natural como o linho ou em tecidos mais nobres com blaiser, uma peça muito versátil pois pode ser usada com tênis, scarpim ou sandália, só fazer a combinação certa.
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entretenimento
Alexis de Vaulx Cidadão honorário da Cidade do Rio de Janeiro Embaixador do Turismo das cidades de Nice e Rio de Janeiro Comendador pela Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito
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pandemia assolando o Brasil e o mundo tem tirado uma das caracterizadas mais valiosas do povo brasileiro: sua alegria. Prova disso os cancelamentos das comemorações para as festas de fim de ano e do Carnaval, em fevereiro de 2021! Uma luz no entanto tem surgido no fim do túnel com a vacina e grandes projetos estão sendo tocados, trazendo esperança de dias melhores e muitas alegrias. Um dele, levará o nosso Carnaval do Rio de Janeiro - maior espetáculo da terra e maior expressão da nossa alegria e cultura popular brasileira - para o centro da Europa, mais exatamente na França, para uma gigantesca exposição (do tamanho do nosso Carnaval mesmo), com prazo de duração de seis meses: “A minha alegria atravessou o mar” na Exposição do Carnaval e Cidade do Rio de Janeiro na França, de maio a novembro de 2021. “Ai que marravilha”! A empresa Incentivo Brasil está organizando a maior exposição de todos os tempos do Carnaval e Cidade do Rio de Janeiro no CNCS www.cncs.fr - Centre National du Costume de Scène (Centro Nacional do Figurino de Cena), o mais famoso museu de figurinos do mundo, na cidade de Moulins, na França, localizada a duas horas de Paris. No total, mais de uma tonelada de belas fantasias farão parte da exposição, que pretende ilustrar os diferentes carnavais na Cidade Maravilhosa, desde o carnaval de rua, com seus foliões anônimos e seus famosos bate bolas; passando pelo carnaval nos salões de bailes da alta sociedade do Rio de Janeiro, ao maravilhoso carnaval das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. A grande exposição será ambientada em mais de oito mil metros quadrados no seleto e único museu de figurinos do mundo, com curadoria do carnavalesco e figurinista carioca Alexandre Couto. A exposição O museu já recebeu, desde sua inauguração, mais de um milhão de visitantes. O presidente da instituição, Christian Lacroix, e sua diretora Delphine Pinasa, investiram na ideia e criaram grandes expectativas em sediar na França o maior espetáculo da terra, a festa mais espetacular da Cidade Maravilhosa, que encanta o mundo. As fantasias serão ambientadas no CNCS ao longo de 18 vitrines, e terá uma grande surpresa para os visitantes: na última sala será montado um carro alegórico com to-
dos os seus componentes e com belos destaques, como é visto nos desfiles na Marquês de Sapucaí. De tão realista, o visitante terá a sensação de pisar na mais famosa avenida do carnaval do Rio de Janeiro, com direto ao samba, a batucada e efeitos especiais. A proposta do carnavalesco carioca, figurinista Alexandre Couto, o curador da exposição, é sugerir uma viagem no tempo... o visitante só se lembrará que está na França, quando na saída se deparar com o pátio de um dos mais belos museus do mundo. A cereja do bolo veio do centro de memória da LIESA www.liesa.globo.com e da Riotur www. rio.rj.gov.br, que gentilmente cederam os seus arquivos com fotos, filmes e material relativo ao Carnaval, para ilustrar e compor a exposição. Para viabilizar este projeto inédito, foi fundamental contar com apoio da LIESA, da Riotur e da Secretaria de Cultura do Governo de Estado do Rio de Janeiro. “Grandes ateliers cariocas, como o dos estilistas Alexandre Couto e Zezito, bem como as escolas de samba do Rio de Janeiro, permitiram reunir um acervo avaliado em mais de um milhão de reais, que embarca para a França em containers, por avião, pela Air France, transportadora oficial da exposição. Os donos dessa festa Alexandre Couto estará em Moulins, a convite do museu francês, nos três meses de montagem da exposição, bem como na preparação do material para o catálogo. Com duração de seis meses, a exposição em Moulins vem ratificar a ideia de que o carnaval carioca continua sendo o grande embaixador da cultura brasileira em diversos países, fomentando uma troca de informações e estabelecendo uma relação cultural entre eles. Relação esta que também se manifesta em outros importantes segmentos da cultura, como na música, na dança e nos esportes. Em Moulins, nos salões do belo palácio do século XVI, o público - como na letra do samba - vão se sentir em casa: “Será que eu serei o dono dessa festa, um rei no meio de uma gente tão modesta ?”... E, embalados pela energia que envolve um dos mais belos espetáculos da terra, os personagens da maior festa do mundo reconhecerão: “Diga espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz que eu”... Pura alegria em tempos difíceis. Puro “savoir faire”!
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esporte
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Após tratamento em 2019, Diego Souza é destaque no Grêmio
Jogador foi atendido pelo médico Rodrigo Melchiades de Souza Mauro
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Por Ingrid de Moraes Rocha, com supervisão de Ana Cristina Rosado des de atleta. Após a recuperação, recebeu um ótimo contrato pelo Grêmio e tem grande atuação nos campeonatos brasileiros. Segundo o médico Rodrigo, é preciso ter um planejamento personalizado com base no mapeamento completo dos riscos de saúde em cada paciente. Para o médico, o jejum noturno é excelente para o metabolismo, por isso indica realizar a última refeição o mais cedo possível. Dr. Rodrigo ainda ressalta que não só atletas de alta performance, como o Diego, são beneficiados pelo tratamento, mas também pacientes que querem prevenir o envelhecimento e alcançar melhores resultados estéticos. Vale lembrar que Diego Souza passou pelos quatro grandes times do Rio de Janeiro: Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco. Mas também frequentou outros clubes do Brasil e Europa, como São Paulo, Cruzeiro, Atlético-MG, Palmeiras, Vasco, Sport, Benfica, Grêmio e a seleção brasileira. No dia 30 de novembro, Diego recebeu uma homenagem do Grêmio por ter completado 100 jogos vestindo a camisa do tricolor.
FOTO: REPRODUÇÃO REUTERS/DIEGO VARA
iego completa 20 gols no campeonato e se torna o maior artilheiro do Grêmio, em uma temporada com renovação de contrato até 2021. O jogador quase desistiu da profissão, mas antes procurou o Dr. Rodrigo Melchiades de Souza Mauro, médico especializado em Clínica Médica e Nutrologia, para melhorar o seu desempenho no futebol. Diego conta que pensou em se aposentar, pois estava ganhando peso e sem energia para as ativida-
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BUSINESS
direito
Inteligência artificial e a atividade notarial
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ssim como diversos profissionais de outras áreas, tais como médicos, economistas, engenheiros, eu, como tabeliã, tive muito receio de ser substituída por um grande computador que fosse capaz de pensar de forma inteligente. A meu ver, seria uma concorrência desleal! Pior, hoje já se fala de computadores dotados de inteligência cognitiva, i.e., pensam como o cérebro humano. No entanto, decidi encarar o problema e, dentro das minhas limitações técnicas, iniciei um estudo sobre esse assunto, que tanto me assombrava. À medida que o tempo foi passando e o meu conhecimento foi se aprofundando sobre essa matéria, pude respirar mais aliviada e che-
Por Fernanda Leitão (*) guei à inarredável conclusão de que nada substitui o conhecimento humano. Nada substitui aquela conversa com o seu cliente para saber exatamente o que ele pretende e lhe entregar a solução mais adequada e dentro da sua capacidade econômica. Nesses 22 anos que atuo como Tabeliã do 15º Ofício de Notas, tive a oportunidade de adquirir uma boa experiência a respeito do comportamento humano e posso afirmar, de forma categórica, que não existe uma única receita de bolo para resolver todos os problemas que me são direcionados. Problemas relacionados à sucessão, à família, à empresa, entre outros. Resumindo, sou uma verdadeira solucionadora de problemas. Como um computador poderá me substituir? Não querendo ser presunçosa ou cética quanto à capacidade dos algoritmos, creio que não serei substituída tão cedo, como algumas pessoas que não conhecem a minha atividade imaginam. Pode ser que esse dia chegue, sim, mas acredito que ainda estamos bem distantes dessa realidade. Entendo que o avanço tecnológico, principalmente, da inteligência artificial veio para agregar e facilitar a vida de profissionais como eu, visto que todas as atividades que desempenhamos que são operacionais, ou seja, que não demandam o exercício do pensamento, estas sim serão agradavelmente substituídas. (*) Fernanda Leitão é tabeliã do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro
Centro Rua do Ouvidor, 89 - Centro Centro - Rio de Janeiro, RJ De segunda a sexta das 08h às 18h Contato:3233-2600 / 99002-2475 (WhatsApp) Barra Av. das Américas, 500 – Bloco 11 – Loja 106 Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, RJ De segunda a sexta das 08h às 18h Sábado das 09h às 15h Contato: (21) 3154 - 7161 / 99002-2475 (WhatsApp) faleconosco@cartorio15.com.br
direito
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Instagran: @julianecavalini
Lei Geral de Proteção de Dados nas escolas
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escola?), primando pela transparência dos atos a fim de demonstrar a exata conformidade da instituição de ensino com a LGPD. Claro que estas questões deverão estar previstas e descritas em um contrato no momento da matrícula, pois dessa forma dispensará que os pais sejam consultados diuturnamente por questões de adequação ao tratamento dos dados de seus filhos, que já poderiam ter sido sanados desde o ato da matrícula. Além disso é importante que a escola faça uma triagem de todos os dados que até então foram coletados (considerando, principalmente os alunos antigos), e dispensar aqueles dados desnecessários para a finalidade contratada, qual seja: educação. Não se esquecendo da importância do treinamento dos professores e funcionários em geral, que deverão estar treinados e orientados para evitar vazamentos de dados desnecessários, que podem ocorrer em uma simples conversa pelo WhatsApp, ou email ou, ainda, através de uma simples ligação telefônica, seja por desconhecer os limites das informações que podem compartilhar, seja por desconhecer as responsabilidades que esta ingerência poderá provocar, tanto em termos financeiros, quanto em termos de publicidade negativa. A adequação às normas da LGPD é uma realidade, que as escolas deverão incorporar como papel preventivo nas relações estabelecidas com as famílias dos seus alunos. Mudança de cultura, investimento, fator reputacional positivo, confiabilidade, são pontos relevantes que já devem começar a ser analisados na busca da proteção dos dados que coletam.
(*) Advogada especialista em Direito do Trabalho; sócia do escritório João Freitas Advogados Associados
FOTO: REPRODUÇÃO/AGÊNCIA BRASIL
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Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) protege os dados pessoais da pessoa natural, mas trata com cuidado especial os dados sensíveis que são aqueles que podem gerar algum constrangimento ao titular, e de alguma forma afetar a sua integridade, física e moral. E é justamente com foco na integridade das crianças, adolescentes, menores e incapazes que as escolas precisarão lidar com mais acuidade no tratamento dos dados pessoais desses pequenos titulares. Dentre as diversas formas de tratamento, o consentimento específico em destaque, em relação a coleta e armazenamento dos dados pessoais dos menores, é uma das ferramentas que os gestores de escolas deverão passar a utilizar como forma de validar os contratos celebrados. As escolas deverão manter pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos que estão sendo aplicados para tratá-los e mantê-los protegidos. Além disso, as informações de tratamento deverão ser fornecidas, quando solicitadas pelos pais e responsáveis pelos menores, de forma simples, clara e acessível, sobretudo, em relação às características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do aluno, inclusive com o uso de recursos audiovisuais de modo a propiciar uma melhor compreensão acerca de todos os dados que estão em posse das escolas e que dizem respeito às crianças e adolescentes. As escolas também deverão priorizar - no ato da coleta dos dados dos alunos - o princípio da finalidade (o dado coletado preenche o fim que se busca na necessidade da
Por Juliane Cavalini
Para preservar a integridade das crianças, adolescentes, menores e incapazes, setor precisará lidar com mais acuidade no tratamento dos dados pessoais dos alunos
cultura
FOTO:REPRODUÇÃO
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Noel Rosa tem 343 canções e 1.980 fonogramas cadastrados no ECAD
Noel Rosa 110 anos de nascimento
ECAD faz homenagem ao artista e à sua incrível obra musical
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oel Rosa é reconhecidamente um dos mais importantes artistas da história da música brasileira e uma referência do samba. Cantor, compositor, instrumentista, Noel de Medeiros Rosa nasceu em 11 de dezembro de 1910. Apesar de ter nos deixado aos 26 anos de idade, a sua contri-
buição para as mudanças musicais e culturais de sua época foi grande e, até hoje, influencia gerações com seus sambas, marchinhas e canções. Para homenagear esse gênio da música popular, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (o conhecido ECAD) fez um levantamento de sua obra musical. O destaque ficou com “Feitiço da Vila”, uma parceria com Oswaldo Gogliano, o Vadico, que figura em primeiro lugar nos rankings das músicas do artista mais gravadas por outros intérpretes e das mais tocadas nos últimos cinco anos nos principais segmentos de execução pública. Noel Rosa tem 343 canções e 1.980 fonogramas cadastrados no banco de dados do ECAD.
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Confira o ranking de músicas mais tocadas de autoria de Noel Rosa nos últimos cinco anos, nos principais segmentos de execução pública (rádio, sonorização ambiental, casas de festas e diversão, Carnaval, festa junina, show e música ao vivo): Música
Autores
1
Feitiço da Vila
Noel Rosa / Vadico
2
As pastorinhas
Braguinha / Noel Rosa
3
Conversa de botequim
Noel Rosa / Vadico
4
Feitio de oração
Noel Rosa / Vadico
5
Pierrot apaixonado
Heitor dos Prazeres / Noel Rosa
6
Filosofia
Noel Rosa / André Filho
7
O orvalho vem caindo
Kid Pepe / Noel Rosa
8
A.e.i.o.u
Noel Rosa / Lamartine Babo
9
Onde está a honestidade
Noel Rosa / Chico Viola
10
Pra que mentir
Noel / Vadico
Posição
Boemia e paixão - Nascido na Rua Teodoro da Silva, no bairro carioca de Vila Isabel, Noel era de família de classe média; estudou no tradicional Colégio de São Bento. Mesmo demonstrando notável inteligência, não era aplicado nos estudos. Sofria bullying: um defeito no maxilar, resultado de seu parto complicado, fazia com que geralmente não se alimentasse em público; o desencontro das arcadas dentárias e a articulação insuficiente do queixo forçavam Noel Rosa a preferir líquidos, pouco nutritivos. Assim, longe de ser um modelo de beleza, o rapazola franzino ainda adolescente aprendeu a tocar bandolim de ouvido, tomou gosto pela música e, claro, pela atenção que ela lhe proporcionava. O passo O vício do cigarro, combinado com a bebida em excesso e seguinte foi o má alimentação resultaram na tuberculose que matou Noel violão e, bem
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cedo, tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas a cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito. Foi também naquele ano que arriscou as suas primeiras composições, “Minha Viola” e “Festa no Céu”, ambas gravadas por ele mesmo. ‘Com que roupa?’ - Mas foi no ano seguinte que o sucesso chegou, com o lançamento de “Com que roupa?”, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um incontestável clássico do cancioneiro brasileiro. Esta canção surgiu de um episódio em que queria sair com os amigos, mas sua mãe não deixou e escondeu suas roupas. Ele então, com pressa, perguntou: “Com que roupa eu vou?” A bebida e o vício do cigarro também aceleraram o processo que resultou na morte precoce de um dos mais importantes artistas brasileiros da história. O cantor e compositor carioca nos deixou em 4 maio de 1937, em decorrência de tuberculose, com pouco mais de 26 anos. Apesar da vida curta, compôs compulsivamente num espaço de apenas cinco anos.
...O orvalho vem caindo Vai molhar o meu chapéu E também vão sumindo As estrelas lá do céu Tenho passado tão mal A minha cama É uma folha de jornal...
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cultura
‘Viva la Vida’
Biografia de Frida Kahlo Oito dias antes de morrer, Frida Kahlo usou seus pincéis pela última vez, deixando em um quadro a mensagem: “Viva la vida. Coyoacán, 1954”. Poucos meses antes, sua perna direita havia sido amputada e ela sentia que toda sua energia a abandonara, como se a vida estivesse, aos poucos, se afastando. Seu último quadro retratava a natureza morta e não por coincidência ela se despedia.
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oncebido pela espanhola Carmen Domingo, o audiobook “Viva la Vida” (produção da Storytel, uma das líderes globais em serviço de streaming de audiobooks e e-books, em parceria com produtores do México e Espanha) retrata a trajetória de uma das maiores artistas do século, de personalidade única, capaz de reunir força e tristeza, amor e raiva, superação e resiliência, e se permitir ser maior que a vida. Narrado por Júlia Ianina, o audiobook abre as portas para a essência e para a alma de uma das artistas mais importantes de todos os tempos, descrita pela escritora espanhola feminista Carmen Domingos. Ícone - Frida Kahlo é provavelmente um dos rostos mais conhecidos do mundo. Seu retrato ganhou o mundo e é estampado e vendido em camisetas, bolsas e quadros. A artista mexicana se tornou ícone da cultura pop e do movimento feminista; seu semblante sério guarda as marcas de uma vida breve, marcada por acidentes. Suas obras, na maioria, retratam as próprias dores e angústias. Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, nascida em 1907, em Coyoacán, México, teve poliomielite aos seis anos, o que fez com que sua perna direita ficasse mais fraca, aos 18 anos sofreu um grave acidente de ônibus que a deixou acamada. Foi neste período que Frida começou a pintar, segundo ela, retratos da sua própria realidade. Bissexual assumida, foi redescoberta e ganhou projeção internacional apenas em 1970, com o crescimento do movimento feminista. A obra tem dez episódios em língua portuguesa e pode ser ouvida
online ou offline na plataforma. A autora Carmen Domingo é formada em Filologia Hispânica pela Universidade de Barcelona; colaborou com diversas editoras e revistas e foi coordenadora de conteúdo do site feminino Nosotras. Atualmente, trabalha como redatora, palestrante, colaboradora de mídia, professora e editora de conteúdo web. Baixe o app aqui: http://story.tel/baixarapp
Frida Kahlo: vida sofrida, de superação e resiliência, em meio ao ativismo feminista...
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Fotos: Reprodução
...contado em audiobook da filóloga espanhola Carmen Domingo
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gastronomia
A evolução da Gastronomia
Da tradicional cozinha clássica à modernização da cozinha autoral e caseira
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Por Paula Rocha
entar-se à mesa com a guns chefs mundialmente conhecidos família e os amigos para como Paul Bocuse, Joël Robuchon apreciar a boa comida, e Pierre Troisgros, começaram um faz parte da tradição dos grande movimento de evolução da brasileiros. A diversidade gastronomia por entenderem que, e a riqueza de ingredientes encontraa partir das bases e técnicas clássidas em nossas terras, nos permitiu cas, cada chef deveria colocar a sua desenvolver uma culinária marcante criatividade em prática, reduzindo os em cada região do País, representadesperdícios, desenvolvendo pratos da por pratos e preparos que se tornaindividuais, quentes e atraentes que ram verdadeiras assinaturas de cada encantassem o cliente e, assim, valolugar. Essa variedade aliada ao nosso rizassem o seu trabalho. É marcado clima ensolarado e ao nosso jeito acoaqui o início da revolucionária ‘Noulhedor de ser, formaram o cenário pervelle Cuisine’, caracterizada pela ênfeito para atrair os olhares de um povo fase no empratamento das receitas que tem as artes culinárias correndo com leveza e estímulo dos sentidos em suas veias: os franceses! humanos. E para começarmos a falar deste Em meados da década de 80, altema por aqui, fiz questão de trazer guns chefs franceses chegaram ao uma das maiores referências da culiBrasil, encontraram a nossa riqueza nária moderna aqui no Brasil: o chef de ingredientes, a cozinha típica e as Paula Rocha francês Roland Villard, que foi um dos possibilidades de adaptar e criar noprotagonistas da evolução gastronômica que temos viven- vos pratos com tudo que tinha aqui. O chef Roland Villard ciado desde os anos 90 no cenário nacional. Ao contar um chegou na década de 90 e se entusiasmou com o que viu: pouco da sua história e seu trabalho, ele me levou à uma “No Brasil não existiam escolas de Gastronomia como verdadeira viagem, desde a cozinha clássica até às possi- hoje. Havia tradição culinária, uma gastronomia caseira bilidades do futuro da gastronomia, devido às mudanças de maravilhosa e que tem que ser sempre mantida, pois é a comportamento dos consumidores que temos vivenciado. fundação da cultura brasileira, é o patrimônio cultural do E agora, vou dividir este privilégio com você! povo daqui. Mas tinha um espaço muito grande para deNo século XIX, renomados chefs franceses começaram senvolver uma gastronomia criativa.” a escrever livros definindo as técnicas Roland quis trazer um pouco da da culinária, bem como as receitas cultura francesa adaptada ao Brasil. clássicas e como elas deveriam ser No Restaurante Le Pré Catelan, ele executadas. Um destes chefs foi o criou o menu fixo tradicional, mas tamgrande Auguste Escoffier, que também bém desenvolveu um menu que mufoi responsável pela transformação dava a cada 15 dias, com três opções dos processos e equipamentos na code entrada, três de prato principal e zinha, estabeleceu padrões para a matrês de sobremesa. Essa inovação nipulação dos alimentos e implemenno mercado local, atraiu os clientes tou condições mínimas de trabalho, que gostavam de ser surpreendidos e higiene e princípios de liderança. Neste admiravam o trabalho do chef e este cenário, todos os chefs seguiam sempúblico foi crescendo cada dia mais. pre as receitas clássicas. Às vezes, Por aqui não era comum essa prática eles davam um toque que diferenciava francesa dos serviços individuais. Era um restaurante do outro, mas nunca se feito o prato principal em uma porção valorizava apresentação, decoração e maior para duas pessoas. Outro difeempratamento. Não havia espaço para rencial do chef, é que ele fazia quesa criatividade do chef, apenas para intão de ir ao salão para vender o menu. terpretação e o seu trabalho não era Ele ia às mesas explicar os pratos, invalorizado - conta Roland. gredientes e combinações para que Chef Rolland Vilard Até que, na década de 70, altodos entendessem a proposta e o
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Paula Rocha e o Chef Rolland Vilard equilíbrio presente no serviço, conectando o cliente aos sentimentos e emoções presentes na gastronomia. Esta clareza e excelência no atendimento conquistou as pessoas e virou uma das marcas registradas de Roland. Sua busca incessante pelo aprendizado e por oferecer o melhor para os seus clientes, o fez viajar pelo Brasil para descobrir outras regiões, produtos e ingredientes que existiam em cada lugar, pois a maioria não chegava ao Rio de Janeiro com facilidade. Em 2009 começou a trabalhar com os produtos vindos da Amazônia e criou o primeiro menu degustação com 10 serviços. Eram mais de 23 produtos originários da Amazônia, entre eles açaí, feijão de Santarém, os peixes tambaqui, tucunaré, entre outros. Mas, como eram produtos não vistos com frequência por aqui, ele percebeu que talvez o cliente não conseguiria ter a conexão emocional com a comida e, assim, não aproveitaria completamente aquela experiência. Foi aí que ele teve a sacada genial de criar um livrinho de quatro páginas, em quatro línguas - português, francês, espanhol e inglês - que acompanhava o menu, completamente ilustrado com as fotos e descrição dos pratos, dos ingredientes e suas características (inclusive medicinais em alguns casos), conectando a cultura nacional com a emoção gastronômica sentida ao degustar cada prato. Ao final do jantar, o cliente levava o livro para casa, tornando a experiência memorável para além do salão do restaurante: lembraria para sempre das sensações e sentimentos que teve durante aquela experiência única! Foi um sucesso! Roland e a equipe conquistaram o mercado, eram reconhecidos principalmente por causa deste trabalho e, isto fez com que ele criasse outros menus inesquecíveis neste mesmo padrão, como o menu Villegagnon e o menu Arroz e Feijão. O primeiro, foi uma homenagem ao almirante Nicolas Durand de Villegagnon, que foi o primeiro francês que chegou ao Brasil. Para este, ele fez um cartão postal personalizado mostrando o chef como o próprio Villegagnon “descobrindo” o Rio de Janeiro, observando pela luneta a beleza e imponência da mata Atlântica. O segundo, o menu Arroz e Feijão (2011), foi uma releitura em 10 serviços, que valorizava estes dois ingredientes clássicos sempre presentes na mesa do brasileiro. Todos os pratos tinham arroz e feijão, algo totalmente diferente e inusitado até então:
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“O importante para mim sempre foi, não só cozinhar, mas como criar uma emoção em torno da gastronomia que eu pudesse explorar. Quando o cliente vai comer, ele quer sonhar, ele quer emoção! Eu queria duplicar essa emoção: cozinhar e contar uma história. Isso que foi para mim a base da visão do que é a gastronomia.” Na visão dele, o chef tem que se adaptar e se inspirar no local onde está inserido dando asas a criatividade, respeitando os ingredientes, estabelecendo conexões emocionais, fomentando o mercado e valorizando a região: “Cada lugar tem suas peculiaridades: história, clima, ingredientes, aspectos culturais e pode te remeter à lugares incríveis. Por exemplo, se amanhã eu tiver que me mudar para a Índia, eu vou me virar! Vou descobrir os ingredientes e culinária locais e tentar fazer os melhores pratos que surpreendam o povo da região. Este prazer de surpreender me dá a mesma motivação que tenho ao cozinhar. Compreender e respeitar a base da gastronomia cultural, é uma maneira de retribuir aos brasileiros o prazer de viver aqui. Eu sou chef de cozinha, não tenho pretensão nenhuma, mas se posso participar e ajudar o povo a conhecer qualquer coisa que eu descobri graças a vocês, vale a pena.” E quando falamos do agora para o futuro da gastronomia, Roland acredita que o cenário atual trouxe, não só uma mudança de hábito e comportamento dos brasileiros, mas também iniciou um intenso movimento de busca pelo conhecimento das artes culinárias antes não visto: “A pandemia desenvolveu muito a gastronomia amadora, pois as pessoas estavam em casa e, fora as obrigações que todos tinham que fazer, a gastronomia se relacionou com terapia. O prazer que sentimos ao cozinhar despertou nas pessoas a vontade de aprender mais sobre as técnicas e como manipular ingredientes que antes não consumiam em casa, para surpreenderem a família e desfrutarem de momentos felizes em volta da mesa. Para mim o futuro da culinária está voltado para o essencial. À valorização dos ingredientes. À boa comida que as pessoas gostam e se identificam porque podem fazer em casa.” E quando falamos sobre uma possível redução de clientes nos restaurantes, ele pondera: “A gastronomia sofisticada, com bastante trabalho e criatividade, continua reservada aos profissionais e sempre terá o seu espaço no mercado. Mas ver a gastronomia caseira, com um toque contemporâneo e criativa vai ser interessante. Talvez para os restaurantes, seja um problema daqui em diante, pois agora as pessoas estão descobrindo este prazer que é cozinhar para quem se ama e, acredito que vão optar mais por fazer reuniões e jantares em casa para desfrutarem destes momentos juntos ou para mostrar que sabem fazer, do que sair para o restaurante. Além disso, presenciamos o crescimento e facilidade de pedir a comida em casa, no conforto. Vai ser complicado, vai ter uma mudança. Cada vez mais, as pessoas vão investir em panelas, louças, facas, utensílios para mesa, flores, vinhos... até a arquitetura residencial está se adaptando, investindo em ambientes interativos que integram cozinha e sala. Temos que saber ser criativos a medida que as mudanças acontecem e tentar nos adaptar ao máximo para promover as melhores experiências aos nossos clientes. A palavra do momento é inspiração.”
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O arroz como você jamais imaginou
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Por Marcelo Eletrizzante
are de pensar no arroz como você sempre pensou. Apenas por um instante. Que tal? Coisa branquinha sem graça, que enquanto fresca é boa, mas, no mesmo dia, quando esfria empelota, gruda e fica sem graça. Vira-lata. Será? Essas pérolas do Oriente são joias que alimentam metade da população de humanos da Terra. Há quem veja nesses grão brancos mero enchimento pra pança. Embora haja quem ame o arroz de qualquer jeito e diga que não vive sem ele, o cereal branco, em suas múltiplas variedades e apresentações, é um ator principal sim e não mero coadjuvante. Merece respeito e carinho, como o povo da Ásia tem por ele. Os italianos honram seus arrozes. Talvez os espanhóis ainda mais. Você pensou em paella, aposto e num risotto, tenho certeza. Fuja das caricaturas. Descubra mais, queira mais. Ainda que apenas uma pitada. Sim. A bela paella com frutos do mar é a mais conhecida, mas aquela à moda da cidade de Valença, feita com frango e
coelho é muito, mas muito gostosa, surpreendentemente boa. Sim, e por favor, previna-se de rememorar a Páscoa e o fofo entregador de ovinhos. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não vamos falar de animais e sentimentos sobre eles. Isso é papo pra outro lugar. Falemos de comida. O arroz absorve o gosto do tempero, dos condimentos e ingredientes que são aplicados em seu preparo. Sentimos isso claramente quando comemos arroz Bomba, uma das variedades usadas pelos espanhóis nas paellas. Os arrozes usados no preparo do risotto também têm essa característica. Por isso, o esmero no seu preparo tem o condão de elevar a qualidade final do prato. Risotto não é complicado de se preparar, mas exige alguns cuidados. Acompanhe comigo e entre numa cozinha imaginária. O bê-á-bá você conhece. Panela ampla, fogo médio pra alto, manteiga, cebola picada, depois arroz e colher de pau. Sim, pra que os grãos não sejam detonados. Remexa o conteúdo sem que dourem demais. Salgue sem exagero.
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E vinho branco seco, quanto melhor, melhor, é óbvio. O vinho traz acidez, tão importante para que o prato não fique insosso, sem graça. Dá contraste com e assanha a percepção do paladar. Deixe evaporar e não remexa demais. Se der, balance a panela, isso, sem medo, mas com muito cuidado pra não fazer besteira. Não rebole, é desnecessário. Chega o momento de o caldo entrar em cena. Aí está o segredo. O caldo tem de ser bom, muito bom. Afinal, o sabor desse caldo é que definirá o sabor do risotto. Verta aos poucos o caldo e deixe que evapore. Mexa às vezes os grãos embebidos no caldo. O processo leva algo em torno de 20 minutos. Quando estiver a poucos minutos de terminar o cozimento, os grãos estarão ainda firmes, como os italianos gostam e chamam de al dente. Nesse momento, é interessante acrescentar manteiga, sem dó nem pudor. Sem sal, para evitar que passe do ponto por descuido. Os demais ingredientes podem entrar, conforme o caso e a receita, no começo, durante o preparo ou no final para arremate. Queijo parmesão ralado ajuda a dar corpo ao risotto, se casar com a receita. A ideia da coisa é essa, as variações ficam por conta da criatividade e pelas receitas mais conhecidas. Os italianos preferem o risotto mais cremoso e mole, a ser consumido tão logo seja servido. O passar do tempo faz o risotto endurecer e os grãos se ligarem. Espero que você faça ou experimente um risotto muito bem feito e perceba a diferença. As inúmeras variedades desse nobre grãozinho e as infinitas maneiras de preparo mundo a fora, tornam o arroz especial. Vale rememorar algumas receitas, a começar pelas caseiras: arroz de carreteiro dos gaúchos, galinhada, arroz de cuxá, lá do Maranhão, que mescla influências das cozinhas africana e francesa, com camarões secos e vinagreira, baião de dois do Nordeste, com queijo coalho e feijões, arroz marroquino, com carne de frango, nozes, aletria (um macarrão fininho que entra na receita, muito comum na culinária da Península Ibérica, trazido pelos Mouros), ervas. Esse arroz me faz lembrar um arroz de receita mais recente, o arroz barranco. No preparo, camadas de ingre-
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dientes diversos, carnes, vegetais, ervas, nozes e castanhas, são intercaladas na são panela. Na hora de servir, se corta a massa formada na vertical desvelando as camadas de ingredientes. Tais camadas, de cores e granulação diferentes, lembram de como as camadas e veios do solo expostos nos barrancos cortados. Temos ainda arroz com lentilha, o festivo arroz de forno, que toda avó e mãe conhece, o arroz de coco na Bahia e outras receitas baianas que levam azeite de dendê. No Goiás surge o arroz com pequi, um must, que leva coentro e cúrcuma, uma raiz parecida com o gengibre, porém menor, mais conhecida como açafrão da terra, de nobre poderes anti-inflamatórios. Essa fórmula goiana d não se restringe à galinhada e ao arroz com pequi, mas se estende ao memorável arroz Maria Isabel, carregado de ingredientes, carne seca principalmente. E a seu lado, o impactante arroz de puta rica. Isso mesmo. Nome curioso batiza uma receita histórica e alegre. A cúrcuma e o pequi não apenas trazem apenas ao arroz, mas também muito sabor. Por falar em açafrão, não se deve comparar a cúrcuma ao verdadeiro açafrão, ou seja, o pistilo de uma flor, Crocus sativus. Muito usado na Espanha, mas também no Norte da África, na Itália, Oriente Médio e Ásia Central, Irã e adjacências. In natura, finos fios, ou moído, é caríssimo. Mas, o que traz aos pratos em que é usado merece nota. Algo único. Insubstituível. Já que falamos de açafrão imperioso lembrar da paella e sua cor mágica. Mas, os espanhóis têm ainda seu arroz feito com a tinta de lula, que por lá existe em várias espécies. Os tradicionais mercados das cidades exibem essas preciosidades. Em Barcelona, o Mercado São José (Mercat de Sant Josep, em catalão), conhecido como La Boqueria, é um ícone. Imperdível. A extensa variedade de moluscos ofertada é tentadora. A tinta da lula, armazena numa bolsinha, usada pra despistar numa situação de
perigo frente a um predador, acabou sendo aproveitada em deliciosas receitas e no caso do arroz, lhe empresta a cor negra. Falamos de açafrão e não podemos nos olvidar de que ao ser misturado na comida, começa vermelho e aos pouco tinge o alimento num tom de amarelo específico. A cor da paella. O risotto milanês também leva açafrão verdadeiro, sendo igualmente amarelo e não menos delicioso. Prosseguindo no tema, sabemos que a cozinha persa, do Irã, nos traz o Tah-Dig, arroz da variedade Basmati cozido, e depois mesclado com arroz temperado com açafrão. O prato é preparado sobre batatas na manteiga, que acabam douradas e quando servido, com travessa invertida, o amarelo aceso do arroz com açafrão fica por cima, sobre grãos brancos. O sabor é fantástico. Mas, difícil comparar esse valioso prato com outros do Oriente, como o arroz frito dos chineses, dos vietnamitas, dos coreanos, dos tailandeses e dos demais países. Prato feito em vários estilos, com vegetais, ovos, carnes, frutos do mar, condimentos, também conhecido como colorido, e cuja variação comum no Japão é o Yakimeshi. O preparo desse arroz numa chapa ampla, atrás do balcão é muito interessante. Vegetais são grelhados, assim como fatias de carnes ou frutos do mar, e o arroz é então incorporado aos vegetais, ovos, ervas e temperos. Em alguns restaurantes seu preparo segue um espetáculo, que tornar a refeição ainda melhor. Embora a culinária japonesa recomende arroz de variedade diferentes para o Yakimeshi e para o sushi e outros itens assemelhados, a ideia, para um ocidental, é a de que são de certa maneira parecidos. Missão arriscada esta, de pretender revisitar os mais memoráveis arrozes. Falamos de Basmati, compridinho, meio torto de sabor interessante, não menos que o arroz Jasmim da Tailândia, de aroma inebriante, sensacional, que completa aquela cozinha fantástica que tão
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bem faz harmonizar o salgado, o doce, o azedo e até o amargo. Em meio a esse Tsunami de pratos e informações, relembro a canja de galinha da vovó. Tão simples, tão boa, que assim como a cautela, não faz mal a ninguém. Canja é comida pra mãe recente, é receita pra combater ressaca e pode aparecer até velório. Não tardam expressões ligadas ao arroz. Fulano é “arroz de festa”. Não perde uma. Sicrana deixou o arroz empelotar, tá “unidos venceremos”, ou é carnavalesco, “vem em blocos”. E outras tantas. Os Árabes, os Indianos e outros povos também valorizam muito o arroz. Receita conhecida, com variações regionais, é o popular Pilaf, que mescla cebola, alho, pimentões, caldo de legumes, e outros vegetais. Os Indianos carregam nos temperos secos, como se sabe. Apreciam comida vigorosa, bem condimentada, viva, vibrante. Cubanos seguem linha bastante próxima à brasileira. Os mexicanos temperam mais. Em resumo, temos um verdadeiro Bolero de Ravel nessas receitas, com variações sobre o mesmo tema, com o mesmo grande ator principal, o Senhor Arroz, atuando altivo, talvez em diferentes momentos ora impetuoso, ora equilibrado. Aqui mais sereno, suave, elegante. Ali, festivo, colorido, pungente. Ele merece ser mais bem explorado, pesquisado e conhecido, e praticado, porque certamente trará boas surpresas e muita satisfação. Marcante como um prato autoral exibido, ou seguro de suas qualidades, como um arroz doce clássico, pacífico e que nos abraça com muito carinho e um toque de canela. Essa joia encerra bom augúrio, tanto que nos casórios é arremessada sobre os nubentes, para lhes trazer sorte, energia e fartura. Celebremos então com saquê, feito com arroz e servido morno ou gelado, puro ou num drink caprichado. Saúde! Beijo nas crianças e abraço nos cachorros, ou vice-versa. *Marcelo Eletrizzante é um apreciador de comida boa. Visite e conheça mais sobre o seu canal Eletrizzantetv no Youtube, no Instagram e no Face Book.
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turismo
Mercado doméstico será priorizado no primeiro semestre de 2021, como forma imediata de atrair turistas
Lançamento do Plano de Ação 2021 do
Rio Convention & Visitors Bureau
O
Conselho Curador do Rio Convention & Visitors Bureau aprovou, por unanimidade, seu Plano de Ação que norteará as ações de promoção institucional da Cidade do Rio de Janeiro para o próximo ano. A reunião foi realizada de forma híbrida, no Hilton Barra Hotel, um dos mantenedores do Rio CVB. Segundo a presidente executiva Sonia Chami, o conceito é de planejamento integrado, atuando como polo aglutinador do setor turístico em suas ações de marketing, sempre com o foco em atender a todos os segmentos, com visão estratégica e ampla da Cidade. Devido à pandemia, no primeiro semestre de 2021, o mercado doméstico será priorizado, com a realização de ações visando atrair, de forma mais imediata, turistas para a Cidade Maravilhosa. A captação de novos congressos e eventos também seguirá como prioridade do Rio Convention & Visitors Bureau, uma vez que o segmento é de extrema importância para estabelecer um fluxo contínuo de turistas na Cidade e, consequentemente, diminuir a sazonalidade. Estabelecer um calendário de eventos robusto para o Rio de Janeiro
será determinante para a movimentação do setor nos próximos anos. O plano será revisto trimestralmente, de modo que as ações previstas estejam sempre adequadas à realidade financeira e aos anseios da entidade e de seus mantenedores. “O momento é de muita união para dar vitalidade a um setor que é essencial para a economia do Rio de Janeiro”, afirmou Roberta Werner, diretora comercial do Rio CVB.
Roberta Werner, diretora comercial do Rio CVB
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turismo
BUSINESS
Férias de janeiro com muita diversão para toda família
Resorts Club Med do Brasil, com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, tem all inclusive para a garotada
A
s férias de janeiro estão logo ali e nada melhor do que começar o novo ano renovando as energias junto da família, em meio à natureza, ao ar livre e com toda a segurança e conforto que os resorts Club Med proporcionam. Durante todo o mês de janeiro, a rede traz uma programação especial para as crianças: a escola de futebol do Zico, nas unidades Lake Paradise, localizada a uma hora e meia de São Paulo, e Rio das Pedras, a cerca de duas horas do Rio de Janeiro. Tudo garantido no pacote all inclusive, sem custo adicional. Para que este momento de diversão e descanso seja
desfrutado com todo o cuidado, garantindo a saúde, o bem-estar e a segurança de funcionários e hóspedes, o Club Med está seguindo o seu programa global “Seguros Juntos” (“Safe Together”) que reforça os protocolos de higienização, realiza adaptações das áreas comuns e traz novas medidas para a prática de esportes e atividades de lazer. Conhecido por proporcionar férias inesquecíveis com o melhor do conceito premium all inclusive, além de estrutura completa de diversão e entretenimento para todas as faixas etárias, o Club Med traz para as férias de janeiro da criançada o Zico 10 Camp.
Bom gosto, aliado ao atendimento de excelência: marcas da rede Club Med
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Garotada se esbanda com as atividades propostas no Zico 10 Camp O programa, que vai para a sua quinta edição na unidade Rio das Pedras e terceira em Lake Paradise (SP), vai funcionar ao longo de todo o mês, de quarta-feira a domingo, sem custo adicional.Com aulas práticas acompanhada por jogos, treinos e muita diversão, as atividades são supervisionadas por uma equipe especializada de instrutores e professores selecionados pelo próprio Zico. Além disso, a atração conta com um protocolo específico de higiene para segurança de alunos e professores: higienização e sanitização de todo o material técnico de prática, antes e depois de cada aula; higienização das mãos com álcool em gel no início e término de cada aula e na entrada e saída do campo/quadra; água mineral descartável e individual para hidratação durante os treinos; cada aluno receberá uma bola higienizada para as atividades e deverá usar a mesma até o final da aula; distanciamento físico nas atividades, quando possível; uso de máscara obrigatório para todos os professores e aferição de temperatura com leitor térmico no início de cada aula. A escola de futebol do grande ícone brasileiro levará
aos resorts atividades voltadas para meninas e meninos, dos 6 aos 17 anos, sem taxa de inscrição nem pagamento extra. As aulas acontecerão na parte da manhã e da tarde e as inscrições serão realizadas diretamente em cada unidade Club Med. Tudo está incluso nos pacotes de três ou cinco diárias, com valores por adulto, com até duas crianças convidadas de até 11 anos, acompanhadas e acomodadas com dois adultos 100% pagantes no mesmo apartamento, de acordo com a disponibilidade de quartos. Rio das Pedras e Lake Paradise proporcionam uma experiência exclusiva, com conforto, lazer e o premium all inclusive Club Med - oferta variada e à vontade do melhor da gastronomia nacional e internacional - café da manhã, almoço e jantar e, entre as refeições, ficam à disposição bebidas, lanches e aperitivos. As modalidades esportivas à disposição dos hóspedes são variadas e consideram diferentes públicos, com destaque para os esportes náuticos e o golfe, em Lake Paradise, com um campo profissional dentro do resort. O bem-estar do corpo e da mente é garantido também com serviços de spa (custo à parte).
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Na Bahia, a localização na Costa do Descobrimento
Na Bahia, Club Med Trancoso
deslumbrantes, onde é possível respirar ar puro e relaxar o corpo e a mente em meio à natureza tropical, entre o mar e as falésias. Além das atividades já existentes e um spa que oferece massagens e outras terapias relaxantes (este último com custo extras), também faz parte das novidades a oferta de opções gastronômicas saudáveis, naturais e equilibradas em estações específicas
O Club Med Trancoso, que reabriu suas portas após uma reforma robusta em sua infraestrutura, também preparou condições especiais para receber os turistas nas férias de janeiro. É o destino perfeito para quem deseja momentos de descanso em família sem deixar de cuidar do corpo e da mente com atividades e serviços dedicados a este propósito. Localizado no Sul da Bahia, estado em que o sol e o Verão estão presentes o ano inteiro, o Club Med Trancoso está situado em um dos cenários mais lindos do País - a Costa do Descobrimento. O novo Club Med Trancoso traz a renovação de todos os quartos das categorias superior e deluxe e do restaurante principal, que agora conta com uma adega. Além disso, o Bloco Familiar é a nova categoria de acomodações, destinado a famílias, sendo 30 novos quartos com espaço, design, localização e serviços pensados estrategicamente para esse público. O resort também ampliou a sua oferta de serviços premium all inclusive, que passa a contar com aulas de Yoga, guiadas por profissionais capacitados e instrutores profissioAr puro para relaxar o corpo e a mente,em meio à natureza tropical nais, nas locações com as paisagens mais
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nos restaurantes existentes na unidade. Esportes variados e atividades de lazer para todas as idades não faltam: escola de arco e flecha, escola de trapézio voador com atividades de circo, escola de fitness, escola de golfe, escola de tênis, basquetebol, vôlei de praia, futebol, voleibol, pólo aquático, hidroginástica, marcha esportiva, sala de ginástica e de cardio-training, tênis de praia e golfe (com custo extra) são as opções disponíveis. Todas as atividades são monitoradas pela equipe de GOs (Gentis Organizadores). O golfe é um dos destaques do Club Med Trancoso com um campo profissional, tido como um dos melhores da América Latina. Situado no Complexo Terravista, a cinco minutos a pé do resort, o campo profissional tem 18 buracos, aproveitando a beleza natural e a topografia da região. O cartão-postal do campo é o buraco 14, o qual exige uma precisa tacada sobre a falésia a 40 metros de altura em relação à praia. Segurança - Os resorts Club Med oferecem todo o conforto do all inclusive e toda a segurança, com adaptações e propósitos alinhados com as recomendações e diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e com as autoridades locais. Por meio do programa global “Seguros Juntos”, o Club Med implementa novos protocolos certificados por empresas de padrão internacional - Cristal Standards International e Ecolab - oferecendo um nível a mais de segurança para o bem-estar dos hóspedes. As novas medidas estão em evidência ao longo de toda a jornada do cliente, desde o check-in até o término da estada. A sinalização dos novos protocolos está amplamente presente em vários pontos dos resorts para uma experiência de lazer e relaxamento livre de preocupações. Os cuidados do programa “Seguros Juntos” contemplam reforços
de higiene e segurança desde o transfer, passando por quartos, restaurantes e bares, atividades de lazer e monitoramento infantil. Equipamentos serão frequentemente higienizados, atenção da equipe para a não formação de filas e aglomerações; oferta de diferentes áreas com atividades de lazer para que os clientes possam se divertir sem aglomerações e maior atenção aos serviços digitalizados. Os protocolos e medidas sanitárias são regularmente atualizados, e sujeitos à ajustes de acordo com as leis e diretrizes do País e/ou estado onde os resorts Club Med estão presentes. Club Med - Com uma atmosfera própria e envolvente, o Club Med é a maior rede de resorts do mundo, com mais de 70 unidades espalhadas por 26 países em todos os continentes. No continente americano, a rede conta com 12 unidades: três no Brasil (Trancoso, na Bahia, Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, e Lake Paradise, em São Paulo); seis no Caribe (Michès Playa Esmeralda e Punta Cana, na República Dominicana, Columbus Isle, nas Bahamas, La Caravelle, na ilha de Guadalupe, Les Boucaniers, na Martinica, e Turkoise, nas ilhas Turcas e Caicos); duas no México (Cancun Yucatan e Ixtapa Pacific); e uma nos EUA (Sandpiper Bay). O Club Med é líder no mercado ski para a Europa e é a única bandeira no Brasil com diversidade de produto Sol/Neve no mundo (Europa, África, Caribe...). Entre os mais variados destinos, os resorts de Sol e Neve estão localizados em verdadeiros paraísos, que oferecem uma vivência única para os frequentadores em Premium All Inclusive resorts. Os resorts do Club Med se destacam pelo conceito informal chic, pela rica gastronomia e, também, pelas atividades esportivas. A rede é considerada a maior escola de esportes do mundo e possui mais de 40 modalidades para diferentes públicos.
Unidade Rio das Pedras é exemplo de conforto e entretenimento
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Foto: Divulgação/Cesar Augusto Delong
turismo
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Município de Rolante (RS) teve projetos bem avaliados na premiação mundial de 2020, que aconteceu online
DESTINOS SUSTENTÁVEIS Brasil tem nove cidades selecionadas por órgão internacional
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Foto: Reprodução
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Lugares como a cascata em Rio Antinha, de Rio Negrinho (SC), encantaram os especialistas envolvidos na premiação
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ove municípios brasileiros, localizados em três estados, estão entre os 100 destinos sustentáveis de 2020, indicados na competição “Sustainable Top 100”, organizada anualmente pelo Green Destinations e parceiros, com o objetivo de mostrar boas práticas de sustentabilidade em destinos emergentes ou já estabelecidos. Este ano, devido por causa da pandemia, a 6ª edição
do Top 100 foi lançada nos Global Green Destinations Days de forma online em outubro, direto de Berlim, na Alemanha. As nomeações são feitas com base em 30 critérios básicos de sustentabilidade e uma bem escrita história de boas práticas nesse sentido. Com isso, destinos selecionados são depois convidados para as conferências anuais da organização, para apresentar suas histórias e trocar experiências com agentes do setor de Turismo sobre como tornar os
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Foto: Reprodução/Renan Soloaga
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Cajueiro de Pirangi, em Parnamirim (RN), com seus 8,5 mil m² (e está no Guinness Book, desde 1995) é uma das atrações da cidade
destinos melhores e mais sustentáveis para as comunidades locais e viajantes. Entre os municípios brasileiros reconhecidos pelo órgão internacional estão seis na região Sul, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; e três na região Nordeste, no estado do Rio Grande do Norte. São eles (em ordem alfabética): • • • • • • •
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Canguçu (RS) Forquilhinha (SC) Gaspar (SC) Rio Negrinho (SC) Rolante (RS) Schroeder (SC) Parnamirim (RN)
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São Miguel do Gostoso (RN) Tibau do Sul (Praia da Pipa) (RN)
A organização Green Destinations é uma fundação sem fins lucrativos para o desenvolvimento e reconhecimento de destinos sustentáveis, liderando uma parceria global de representantes, organizações especializadas e instituições acadêmicas. O comitê Top 100 ressalta que a seleção não significa que o destino seja totalmente sustentável, mas que a cidade envolvida está desenvolvendo esforços e prometendo progresso nessa área. “Destinos completamente sustentáveis não existem”, ponderam os organizadores. Para conferir o Top 100 mundial de destinos selecionados na edição 2020 acesse aqui: https://greendestinations. org/sustainabletop100/
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social por Ana Rosado
E o Natal de 2020? Sobrevivemos a mais um ano, e que ano! Entre longos isolamentos, litros de álcool em gel e incontáveis máscaras de proteção, sem sombra de dúvidas, estes foram os 365 dias mais difíceis de nossas vidas. Não percamos a esperança de que o Natal nos traga toda a energia positiva para enfrentar eventuais novos desafios. Que possamos usufruir daquele que é o maior presente que a vida poderia nos conceder: a convivência com nossos entes queridos, temporariamente afastados pela pandemia. Desejo um Feliz Natal, com muita saúde, paz e harmonia para todos! Assim, amigos e colunistas do Grupo Liberado Junior de Comunicação se reuniram aqui para juntos transmitirem pensamentos e reflexões nesta data tão nobre que se aproxima. 79
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Sylvia de Castro Que o nascimento de Jesus possa ser a estrela guia que levará a humanidade para a cura deste vírus, e a vacina que nos tornará para sempre imunes a todos os males, do preconceito, da indiferença, do desamor, da falta de solidariedade, do egoísmo. E que a paz, a esperança e a caridade reinem sobre a terra. Feliz Natal!
Renan Ferreira Que o espírito de união tome conta dos corações, celebre o nascimento do menino Jesus respeitando a vida do próximo.
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Manoela Ferrari Apesar do período difícil, o último mês do ano carrega sempre a sensação de um ciclo a ser encerrado e a esperança de um porvir melhor. Com o futuro batendo à porta, emerge um mar de expectativas. Esta época de Natal nos renova o convite a viver a esperança que dá sentido à nossa existência. É tempo de estar atento e vigilante ao que desejamos plantar e colher em nossos próprios corações. E devemos fazê-lo não só através de presentes ou palavras, mas, principalmente, de gestos e atitudes. Que todos tenham um feliz e abençoado Natal!
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Claudia Jannuzzi Eu espero que neste ano tão difícil, o Natal seja o símbolo e o renascimento da esperança, da união e da bondade. Que esse momento que passamos não tenha sido capaz de endurecer corações, e que a alegria de estarmos juntos possa voltar a ser a tônica de nossas vidas.
Tatiana Duarte da Silva O Natal é uma das datas mais importantes do ano. O dia do nascimento de Cristo, uma data de renovação, paz, harmonia e, principalmente, amor dentro dos lares. Seja com amigos ou familiares, comemorar esta data é um momento especial. Apesar do ano difícil que tivemos não podemos perder a esperança que tempos melhores estão por vir. E é isto que nos move, a esperança!
Bayard Boiteux Que o Natal traga muita solidariedade, preocupação e respeito pelo próximo e que nos mostre caminhos de amor, paz e alegria. Feliz Natal!
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Guilherme Rivanini Desejo a todos um Feliz Natal, com muito amor em família. Depois de um ano tão difícil, espero que 2021 seja de renovação, crescimento, saúde e união. Diana Macedo Soares Que a energia positiva do Natal traga força e ajude todos os que estão sofrendo com a pandemia. Abraços Natalinos.
Débora MáximoO Natal chegou para alegrar as vidas de quem sofreu com um ano árduo, com caminhos cheios de espinhos, como Jesus. Mas chegou o momento de deixar as mágoas de lado e adotar a fé e o espírito de fraternidade e felicidade, para que bons fluídos acompanhem o novo ano que em breve se iniciará. Seja feliz!
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José e Eufemia Liberado Um ano atípico de perdas e muitos desafios, nunca devemos perder a fé e acreditar que tudo passará. A felicidade de ter a presença da família unida e feliz, não só no Natal, supera qualquer presente que possa estar debaixo da árvore. Desejamos uma celebração de muito amor e paz!
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Antonio Marques Fidalgo Depois de um ano em que aprendemos a real importância da comunicação, com mudanças e adaptações instantâneas, fica de aprendizado a valorização do que realmente importa para cada um de nós: a família e os amigos com quem sempre podemos contar. Que este Natal nos traga a esperança por tempos mais solidários e permanente reflexão: 2021 começa neste 25 de dezembro! Luz! Mariana Kessel e família O Natal de 2020 certamente será diferente, com muita reflexão. As famílias, mesmo distantes uma das outras, não deverão esquecer sobre os princípios da fé e do amor ao próximo. E, acima de tudo, lembrar de duas palavras importantes: esperança e gratidão.
Juliana Scivoletto Em um ano tão diferente, desejo que o espírito do Natal renove nossa fé e esperança, para que possamos celebrar ainda mais a vida perto de quem amamos. Feliz Natal!
Danieli e Marcelo Meucci É diante do enigma ético do rosto de seus pacientes, isolados e sozinhos em um leito, que tais profissionais da saúde realizam a sua vocação para o cuidado. Cuidar é responsabilizar-se pelos outros, cumprindo a faculdade, a disposição e a preocupação com o outro, desse ofício apurado nas casas da dor e nos fundos do silêncio, lá onde há choro e ranger de dentes e onde poucos de nós gostaríamos ou teríamos coragem de estar. Por isso, as ciências da saúde, dão oportunidade para o exercício da responsabilidade: na manifestação do rosto, somos responsáveis por outrem sem esperar a recíproca, ainda que isso me viesse a custar a vida. No dicionário da ética, o nome disso é bondade. Desejamos à todos um Natal abençoado e um Ano Novo repleto de boas energias e de muitas felicidades!
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PRÊMIO LÍDERES DO RIO 2020
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ondução do evento foi feita pela Presidente do LIDE RIO DE JANEIRO que afirmou: “Este está sendo, certamente, o ano mais desafiador das nossas vidas no âmbito profissional e, especialmente, pessoal. Nossa geração não viveu guerras, não experimentou restrições severas, e um simples vírus, de uma hora para a outra, assustou o mundo inteiro, paralisando as maiores e mais importantes economias do mundo. Do dia para noite lojas foram fechadas, escritórios abandonados, ruas vazias, aeroportos sem passageiros, aviões parados, pessoas isoladas nas suas casas, milhares de empregos em risco ou definitivamen-
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te eliminados. Nesse cenário quase apocalíptico, vimos nascer no Brasil uma urgência, um senso de responsabilidade social jamais visto. As corporações, a sociedade civil organizada, os líderes empresariais, se uniram em um esforço com objetivo comum: ajudar no combate à pandemia. “A mídia assumiu um papel muito relevante na disseminação de notícias educativas, combatendo a desinformação e valorizando como nunca os esforços conscientes e solidários de pessoas e empresas. Sem falar na devoção dos profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, cientistas - que trabalharam e seguem trabalhando incansavelmente no combate ao COVID-19.
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Esse ano o valor está no papel que cada líder à frente de sua empresa, instituição ou organização social ou empresarial, teve na mobilização pelo combate dos efeitos devastadores dessa pandemia. Muito bom contar com o prestígio da presença do futuro Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro na cerimônia. O CONSELHO EMPRESARIAL DO LIDE RIO DE JANEIRO selecionou empresas de todos os setores que colocaram em prática seu papel de cidadãs, apoiando e promovendo iniciativas como distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, álcool gel, entre outros. Empresas e pessoas doaram quantias consideráveis para construção de hospitais de campanha, abertura de novos leitos em hospitais, incentivo à pesquisa para o desenvolvimento da vacina. Foram estas iniciativas e personalidades do Rio de Janeiro que o Prêmio LÍDERES DO RIO divulgou, destacou e premiou em 2020.
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Na mobilização pelo combate dos efeitos devastadores dessa pandemia, o prestígio da presença do futuro Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro na Cerimônia foi muito bem recebido pelos empresários. SOBRE O LIDE O LIDE Grupo de Líderes Empresariais multisetorial independente com alta conectividade e foco no crescimento socioeconômico acredita que excelentes oportunidades surgem do encontro de líderes que se reúnem para compartilhar experiências e debater ideias. O propósito do LIDE RIO DE JANEIRO é fomentar o desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro, ampliando o ambiente de negócios e oportunidades de boas conexões empresariais. Desde 2011, o LIDE RIO DE JANEIRO realiza a entrega do Prêmio LÍDERES DO RIO, um reconhecimento à empresários, empreendedores, entidades e empresas que contribuem para a expansão do ambiente de negócios e a geração democrática de renda no estado.
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Eduardo Paes e Andréia Repsold
Romeu Domingues, Margareth Dalcolmo, Andréia Repsold, Eduardo Paes, Marcella Coelho
Fernanda Freitas Leitão e Netto Moreira
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Carla Pinheiro e Cristiano Correa
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Bruno Mondin e Rafael Bastos
Eduardo Buffara e Liberado Junior
Fernanda LeitĂŁo e Guido Silveira
Eduardo Paes e Romeu Domingues
Carlos Felipe de Carvalho e Leandro Reis
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Cristiano Beraldo e Netto Moreira
Eduardo Paes e representantes do Movimento UniĂŁo Rio
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Eduardo Kants
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Flavio Rodrigues e David Zylbersztajn
Margareth Dalcolmo e Eduardo Paes
Thomaz Naves e Delcio Sandi
Ministro Joรฃo Otรกvio de Noronha
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Pedro Paulo Carvalho e Alessandro Horta
Michelle Novaes e Bernardo Winik
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Milena Palumbo e An Verhust-Santos
Paulinha Sampaio
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7:19 AM O momento em que você descobriu a melhor vista do Rio para o seu Réveillon. Comece o ano vivendo uma experiência única. Admire Copacabana com uma vista privilegiada, divirta-se em uma festa incrível, com todos os detalhes pensados para você, além de descansar e iniciar o ano com a energia renovada. Visite nosso site e desfrute experiências memoráveis no Fairmont Rio. fairmontrio.com @fairmontrio Seguimos todos os protocolos de saúde e segurança certificados pelo selo ALL Safe e Bureau Veritas. 91