Nanci Alonso
O PRECONCEITO QUANDO O ASSUNTO É AIDS maissantos.com.br 1
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João Villela
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Guarda chuva invertido é um grande sucesso. Prático, facilita a entrada e a saída do carro; quando fechado, não molha o banco; fica em pé sozinho e tem uma alça que permite usar o celular enquanto caminha.
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CAPA
Nanci Alonso
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Uma luta constante contra a desinformação e o pré-conceito
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reconceito, desaprovação e criminalidade. Muitos desses adjetivos são usados para as pessoas que portam o vírus HIV. Entretanto, há aqueles que não se submetem ao majoritário, e se mostram firmes no combate a descriminação. Uma dessas pessoas é a presidente do Grupo de Apoio a Prevenção à Aids da Baixada Santista (GAPA/BS), Nanci Alonso. Fundadora do GAPA na Baixada, Nanci enfrentou muitos problemas durante esses 30 anos há frente da instituição. Entre eles, os maiores ficam por conta da falta de auxílio da comunidade, falta de dinheiro e tantos preconceitos que a instituição leva, apenas por ter o nome relacionado à Aids. Como surgiu o GAPA/BS? O que a sigla significa? Grupo de Apoio a Prevenção à Aids da Baixada Santista. Ele surgiu de uma homenagem ao cartunista Henfil que tinha sido morto, porque era hemofílico e havia ingerido sangue contaminado. Isso foi uma leitura, e depois montamos a revista do Henfil. É uma revista que ele fez uma peça de teatro nos anos 70. Como funciona o atendimento para pessoas com soro positivo? O GAPA trabalha com duas vertentes, uma é a educação e prevenção e apoio aos portadores de HIV/Aids. Qualquer pessoa que tenha soro positivo é atendida no GAPA, desde que ela esteja com adesão ao tratamento e não precise ser encaminhada para o atendimento público de saúde. Temos ainda, atendimentos jurídicos para o portador e família – serve para os pais também. Os grupos de autoajuda, que é o grupo solidário. Temos as oficinas de inclusão digital e computação, de artesanatos. Damos todos os apoios psicossocial as famílias e as crianças. Você é a única fundadora do GAPA na Baixada? Existe outro no Estado? No GAPA da Baixada Santista sou a única. Mas existe o de São Paulo que é a Aurea Abbade. Pode nos contar um pouco sobre como foram os primeiros anos da instituição? O Henfil havia ficado doente, e eu estava fazendo uma peça com ele no Ruth Escobar, e ele iria tomar um remédio que não era fabricado no Brasil. Hoje esse remédio custaria em torno de R$ 25 mil reais. Então, o pessoal de São Paulo realizou um show para arrecadar dinheiro, e nós faríamos um aqui na Baixada. Na época o Tanah Correa era o Secretário da Cul-
tura. Enfim, ele morreu no dia do show em São Paulo e nós resolvemos fazer a homenagem da Revista do Henfil. Nós convidamos atores originais da Ruth Escobar, que tinham direito da Revista. A própria Ruth Escobar veio. O pessoal do teatro, aqui de Santos, criou o povo da caatinga. E, foi um sucesso estrondoso. Daí a gente começou a questionar a qualidade do sangue. Foi o primeiro questionamento desse grupo foi isso, porque as pessoas estavam sendo infectadas porque o sangue estava infectado. Começamos a fazer reuniões no teatro sobre a questão do sangue. A gente ampliou, não só na questão dos hemofílicos, mas porque Santos estava com alto índice de pessoas infectadas. Santos estava sendo a capital nacional da Aids. Entramos em contato com o GAPA de São Paulo, o Paulo Bonfim era o presidente na época, e falou que podíamos usar o mesmo nome. O GAPA da Baixada é o terceiro do Brasil. Vocês vão mudar de sede. Como está sendo essa transição? Vocês estão obtendo muitas ajudas? Já fizemos a reforma, e estamos pedindo para as empresas nos ajudarem. Não recebemos ajuda de ninguém. Nós estamos fazendo uma vaquinha na Internet, as pessoas estão fazendo as doações pelo Banco do Brasil. E, a gente conseguiu com a AABB, que vai doar um toldo e realizará uma festa da pizza em maio para arrecadação de dinheiro. A gente tem trabalhado um pouco com essa coisa de conseguir dinheiro, e a casa já está quase pronta. Devemos nos mudar agora no final de março. E, ainda passamos no cartão de crédito. Vamos ter algumas parcelas para vencer e vamos pagando quando der. Como vocês arrecadam dinheiro? Alguma vez vocês precisaram desembolsar dos próprios bolsos? Sempre, a diretoria do GAPA sempre cumpriu muito isso, porque se não o GAPA fecharia. Quando não temos, a diretoria pega e coloca. Veja, nós tínhamos R$ 8 mil reais para fazer a obra, hoje ela está em R$ 25 mil. O que a gente fez? Colocamos no cartão de crédito (risos), e quando vai vencendo a gente vai pagando. Temos um bazar, o nome dele é ‘Bazar da Mudança’, qualquer peça custa apenas R$ 2 reais. Qualquer tipo de roupa, seja ela masculina, feminina, infantil, sapato ou bolsa. Só chegar lá que ela custará esse preço. Nós queremos fazer uma baita liquidação para levantar um dinheiro mais rápido e não levar tanta coisa para a mudança.
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Infelizmente, a AIDS continua forte na Baixada. Como vocês tentam fazer essa prevenção? Em Santos os números têm aumentado muito. Nós trabalhamos com o projeto ‘Viva Sabendo’, que serve para a testagem rápida para fluido oral. Em 20 minutos a pessoa obtêm o diagnóstico. Uma vez soro positivo, a pessoa é encaminhada para o CRAIDS e faz o confirmatório, realiza a consulta e já vai tomando a medicação. Então, nisso, o projeto é da Unesco, que está colocado que é para eradicalização. Eles chamam de 90,90,90. Porque 90% da população mundial tem acesso ao teste, 90% conheçam o seu soro positividade e 90% tomem medicamentos. Porque se a pessoa começar a tomar medicamentos antes dela ter qualquer recorrência clínica, e tomar o remédio sempre ela é negativa ao HIV na corrente sanguínea. Ela continua portadora, mas não é mais transmissora. Esses são os principais projetos. Mas fazemos debates, palestras, roda de conversa e nós temos grupos que vão ao GAPA para fazer oficina de sexo seguro. Esses são os projetos que nos envolvemos nas ruas. Na Vila Gilda, no Caldeirão do Diabo e na Rodoviária. Santos sempre teve um grande índice de infecções por HIV, geralmente causada por desinformação. Atualmente como anda o ensino para as prevenções nas escolas? Não tem, né. Acabou. Estou fazendo um programa de TV junto com um professor da faculdade de medicina, e ele fala sobre a questão da qualidade da informação. Na faculdade de medicina, existe a questão do HIV, mas falam que é um vírus e sobre ele. Mas não falam sobre a forma de contágio, como prevenir, essas coisas não têm. Então assim, as pessoas mais jovens de 15 a 39 anos, elas obtêm uma informação sem qualidade nenhuma. Tem algumas pessoas acham que se tomar o remédio antes são curadas, ou perguntam se a Aids já tem cura. Ou acham que se uma pessoa com Aids espirrar no rosto dela, ela vai contrair a doença. São coisas assim. É uma total desinformação. Qual faixa etária, atualmente, contrai mais a doença? A gente tem um crescente da população jovem no nível universitário. Temos um número muito significativo de 25 a 39 anos de HSH – homens que fazem sexo com homens. Santos também está entre as 20 cidades brasileiras com maior índice de Aids. A região sudeste é onde ocorre o maior número de casos com HIV. Por que o GAPA é tão importante para a senhora? Consegue se definir em uma palavra? Primeiro que eu acredito que tenhamos de lutar que as pessoas sejam tratadas de forma igual. Não podemos discriminar pessoas com HIV/Aids. Então assim, a importância que eu vejo no trabalho que desenvolvemos no GAPA, é de dar a essas pessoas um pouco mais de dignidade na vida.
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É o que eu quero para vida da minha filha, para minha vida e o que eu quero que o mundo tenha. Que as pessoas vivam com dignidade, que vivam com no mínimo qualidade de vida. Um bom atendimento médico e que tenham uma boa habitação. Não sofram por preconceito e nem com a criminalização da doença. Passaram-se 30 anos e essas coisas ainda continuam. Então acho que é um trabalho que você faz para essas pessoas e seus familiares, que é um trabalho de solidariedade e que tenhamos que estar empenhados para todos tenham um mundo melhor. Me tornei um ser humano muito melhor depois que entrei no GAPA, não tenho a menor dúvida nisso. Defino o GAPA em solidariedade. Vocês vão completar 30 anos em abril. Quais foram as maiores dificuldades que vocês enfrentaram durante todos esses anos? Acho que todas. As dificuldades financeiras, nós tivemos muito preconceito. Não só com os pacientes, mas com a instituição. Até com diretores, voluntários, funcionários da instituição. Para você ter uma ideia, nós precisávamos alugar uma casa. E a casa do canal 5 não quis alugar - com toda a documentação-, porque era para o GAPA. A pessoa não quis o nome da casa envolvida com questões de Aids. Para você ver que absurdo, e nós tivemos esse problema quando alugamos a primeira sede também. Essa, hoje, será a terceira sede. Essa casa falou abertamente que não queria. Mas outras casas que nós vimos tinham problemas, documentação não era aceita. Enfim, agora não foi explicito que era por conta da Aids, mas no fundo sabíamos que era por conta dela. A documentação estava toda certa. Mas essa dificuldade que você tem de preconceito muito grande, dos próprios portadores, de sofrem muito preconceito. Da criminalização da doença, como se só quem tivesse a doença fosse criminoso e a gente precisa acabar com isso. Enfim, a gente sofre de todos os problemas, porque somos uma ONG que recebe R$ 5 mil reais da Prefeitura para pagar o aluguel que é R$ 6,5 mil. E, todo o resto a gente que faz com bazar, feiras, etc. Agora nós estamos recebendo uma verba parlamentar que foi dada pelo vereador Francisco Nogueira, Telma, Rosis, Audrey e o Fabrício do DVD. Essa foi uma emenda parlamentar que vai disponível a partir de abril e durante 8 meses nós vamos ampliar o atendimento do GAPA para mais de 63 famílias. Com cestas básicas, vamos contratar psicólogos, algum assistente social – que nós não temos. Vamos contratar mais educadores. Conseguimos tudo isso com o auxílio dessa verba, mas passou 8 meses acabou também. Esperamos que eles doem ano que vem, mas é uma verba pontual. Veja bem, a reforma da casa precisamos fazer adequação, colocar corrimão em tudo, fazer parede, precisamos destruir banheiro para fazer cozinha, entendeu? Essa verba não pode ser usada, o que é um absurdo, mas estamos fazendo.
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A cerimônia da troca do sapato. Início da sua nova fase de vida
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