MANIFESTO 1ª edição

Page 1

1ªEDIÇÃO

NÃO SE CALE. 1


2


Nota do Editor Enfim, a primeira edição está no ar! Pode parecer um tema relativamente saturado, já abordado diversas vezes de diversas maneiras, mas o problema ainda persiste. A violência doméstica ainda é presente na vida de milhares de pessoas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Com essa publicação, queremos trazer um olhar sensível e empático, mostrando que não é necessária a existência de agressões físicas para que o relacionamento seja considerado abusivo e violento. Queremos lembrar que você sempre tem a oportunidade de ajudar ou chamar por ajuda, só não pode se calar. A MANIFESTO tem como propósito dar voz aos que são reprimidos, queremos despertar a consciência de vocês, leitores, para que assim o verdadeiro manifesto comece. Obrigado e boa leitura!

3


E 6

Pág

Conheça o grupo Omnira e sua música empoderadora

C

Pág

As tendências para o inverno de 2016

9

I

Pág

D

Sugestões para o uso da pantacourt e os diferentes tipos de corpos

10

N

Pág

EDITORIAL: A Violência doméstica

Í

(e a autoestima da mulher violada) 4

8


A equipe

Pรกg

27

Agenda cultural

Pรกg

24

Sexo no primeiro encontro?

Pรกg

23

O feminismo e suas conquistas

Pรกg

22 5


A liberdade e a positividade do rap nacional feminino por Rafaelas Gomes

Três meninas e a cultura africana. Esta é a descrição que define o grupo de rap Omnira, quem, em Iorubá, linguagem nativa da África, significa liberdade. Formado por Paty Treze, Janaína D’Notria, Juliana Sete e DJ Neew, a banda foi criada em 2013.

Utilizando a ‘africanidade’ com o objetivo de trans-

mitir os ideais de liberdade à todas as pessoas, as meninas produzem músicas com discursos contra o racismo, discursos a favor do empoderamento de minorias, além de falar também sobre a fé nos orixás e uma vida sem rótulos. O grupo é reconhecido por transmitir, em sua música, sensações positivas. Recentemente, o trio lançou o disco “Grito da Liberdade”. Mesmo com as dificuldades e com duplas jornadas – pois, além de cantoras, elas são mães e possuem tarefas domésticas – o trio luta para vencer os desafios de viver da música e lutam, também, para ganhar espaço no rap feminino. Cada uma tem sua história. Janaina, 32, já cantou em grupos de soul e música negra no geral, tornando-se assim uma cantora madura e experiente. Paty, 25, teve inspiração do irmão mais velho e, quando ainda criança, escrevia músicas e poesias, mostrando ter grande potencial. Juliana, 30, teve seu início na escrita de músicas, incentivada pela cena de Perus, bairro da zona

6

oeste de São Paulo, e cantando em grupos femininos. Por fim, o DJ Neew, 29, também remanescente dessa época, já discotecou para diversos grupos, integrou diversos coletivos de razão social e vem agregar mais conteúdo e vivência no grupo. Durante uma reunião de lazer, as cantoras falavam sobre as causas feministas e negras no Brasil, quando a integrante Paty Treze mostrou para as amigas uma letra que havia escrito. Elas perceberam que havia muito a ser falado sobre tais movimentos e a partir daí a formação nasceu. A ideia do grupo é trazer para todos a voz da liberdade, tendo como inspiração seus próprios cotidianos. Na produção das músicas, as cantoras contam ser uma equipe, por vezes se juntam para escrever sobre uma determinada pauta, em outras, quando lhes falta tempo para se reunirem, elas criam pequenos trechos inspiradas em alguma vivência e mandam para as demais, assim cada uma monta uma parte da letra com sua visão pessoal e o DJ Neew as produz.


imagens: reprodução da internet/divulgação Omnira

Em relação as suas ideias sobre o feminismo, as canser educados a nos ver em igualdade desde o nascitoras afirmam que lutam por direitos iguais no ammento. Isso é quase impossível no atual modelo de sobiente do rap. “O feminismo tem ajudado muito as ciedade, onde tudo é dividido por gêneros, onde tudo mulheres a se auto afirmarem e se verem como iguais tem moralismo religioso, que também é um sistema perante os homens, muito embora esse movimento que segrega mulheres”. seja bastante criticado dentro do gênero, já que os homens se assustam quando veem mulheres organi“Somos livres, não seguimos regras ou cartilha de veszadas produzindo com a mesma qualidade que eles”. timentas”, é o que dizem as cantoras quando o assunto De acordo com a principal matéria desta edição da é a forma como se vestem e a imagem que desejam MANIFESTO, A Violência Contra a Mulher, perguntapassar por meio de suas roupas. mos ao grupo Omnira quais eram suas opiniões sobre As garotas abusam de burcas, chapéus, minissaias, o assunto e quais as forvestidos, bermudas, cromas solucionar esse proppeds, colares e turbantes. “A moda não me molda, blema, enfrentado por “Já fomos hostilizadas por A revista não me ilude, diversas mulheres. um contratante, que queO grupo afirmou que, in- Minha identidade ninguém compra” ria, supostamente, homefelizmente, esse conceito nagear as mulheres negras de posse do homem sobre a mulher pune a própria e a sua liberdade, porém solicitou que trocássemos mulher, que é agredida em todas as escalas pela culnossas ‘armaduras’ para não confundir as crianças do tura patriarcal. “Parar com a violência é uma reeduevento, que poderiam nos associar ao funk”, comentacação do nosso sistema social. Desestruturar conceiram. Porém, ressaltaram que não vão mudar o jeito de tos machistas e moralistas que nos colocam como a ser: “Estamos nesta luta pela verdadeira honra de serserviçal, como a que precisa ser corrigida ou qualquer mos livres, já nos acorrentaram por mais de 300 anos, outro motivo que o homem ache ser merecido para então basta. É isso que queremos passar para as próxia violência”. mas gerações, liberdade sobre seu corpo, sem regras”. Para elas, a lei Maria da Penha e os programas que Agora que você conheceu um pouco do trabalho e forincentivam as mulheres a denunciarem e não se camação do grupo, vale a pena ouvir o som e o que as larem são importantes. “Porém, os homens precisam garotas tem a dizer!

7


TEN DÊN CIAS

O

outono chegou e as marcas já lançaram suas coleções para as estações mais frias do ano. A MANIFESTO buscou as tendências para você arrasar nesses dias gelados! As cores que se destacam nesse período, são os tons terrosos, como marrom, laranja queimado, verde oliva e o vermelho.

por Carolina Namura

imagens: reprodução da internet/divulgação Tory Burch

Os anos 70 foi trend nas coleções de primavera/verão e continua em alta na próxima estação. Invista sem medo nas batas de tecidos mais grossos com manga longa. E, falando nessa época, não tem como não lembrar do estilo hippie: calças boca de sino, atualmente denominadas calças flare, e também dos vestidos longos com estampas florais, tribais e étnicas. As saias assimétricas e as modelos midi (comprimento abaixo do joelho) permanecem em alta na estação.

8

Ele está em tudo. O suede veio para ficar nessa temporada fria. O tecido macio, de aparência aproximada a camurça, pode ser encontrado em blusas, calças, casacos e até acessórios como bolsas e sapatos. Nessa pegada mais quentinha, o veludo é a aposta certa para manter o corpo aquecido com muito estilo. Assim como o suede, esse tecido pode ser encontrado em saias, calças, blusas e vestidos. As lojas apostaram tanto em modelos monocromáticos de tons neutros ou vibrantes, quanto em versões estampadas. O famoso e queridinho animal print também permanece, mas, neste ano, as cores e as formas reinventaram as tradicionais estampas de “oncinha” e zebra. Blusas alongadas e recortadas: essas peças são essenciais para compor o look ‘básico chique’ das celebridades gringas. Essa moda chegou ao Brasil e todas as lojas investiram. O modelo pode ser regata ou de manga curta. A mistura de camiseta com vestido (maxi tee dress) pode ter vários tipos de formatos, com fendas longas e recortes assimétricos. E, para finalizar, apresentamos a vocês a pantacourt. Conhecida também como calça pantalona de comprimento curto. As lojas apostaram forte nessa tendência. E, na próxima página, a MANIFESTO te dá algumas dicas de como usar o modelito.


Como usar

por Renato Lucas

Desde 2015, uma peça vem chamando muita atenção do público, que em partes a ama e a odeia por

conta de seu shape e comprimento. Estamos falando da pantacourt. Criada em 1913 pelo estilista francês Paul Poiret e popularizada na década de 70, a pantacourt é uma calça pantalona que tem seu comprimento reduzido, variando do término do joelho até a metade da canela. Devido ao seu comprimento, muitas mulheres, especialmente as brasileiras, sentem-se inseguras ao usar a peça com medo de ficarem muito baixas e sem curvas, já que a calça não acompanha a silhueta do corpo. Apesar disso, nós da MANIFESTO decidimos mostrar combinações de looks para que você se inspire e comece a acrescentar essa peça ao seu repertório de roupas. Cada vez mais, a moda se torna mais democrática e livre de regras, então, independentemente de seu gênero, cor de pele, peso ou altura, nossa dica é: use e sinta-se bem!

Para as baixinhas Prefira looks monocromáticos e sapatos altos, de preferência em tons neutros e com recortes. Isso ajuda a dar a impressão que a sua silhueta é mais alongada e deixa o look fica bem mais harmônico.

Para as altas e longilíneas

imagens: reprodução da Internet; Revista MANIFESTO

Estas podem abusar de diversos modelos e escolher comprimentos até o tornozelo (as de cintura alta sempre modelam melhor o corpo).

Para as curvilíneas Mulheres com o quadril mais largo podem optar por modelos em tons escuros e blusas com detalhes e estampas, pois estes irão chamar o olhar para o colo e rosto, equilibrando o visual.

9


Violência doméstica

Destrói a autoestima e a identidade pessoal da mulher

texto - Carolina Namura fotografia e edição - Danielle Alves modelo - Amanda Tomaz styling - Carolina Nulle cabelo e maquiagem - Victor Guimarães produção de moda - Amanda Kühl, Isabela Rodrigues e Aline Rodrigues vestuário - Carolina Herrera e acervo pessoal

10


11


C

hegamos ao mundo e tudo é novo. Vamos descobrindo as coisas e, aos poucos, optando por determinadas cores, cheiros, músicas, roupas e tudo o que mais nos agrada. E, assim, seguindo as nossas preferências, nossa personalidade é formada. Algumas mulheres mais ousadas, outras mais tímidas, mas cada uma com algo especial que a torna única. De acordo com dados divulgados pela Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), até outubro de 2015, mais de 63 mil denúncias de violência contra a mulher foram registradas. Desse total, 31.432 correspondem a denúncias de agressão física e 19.182 psicológica. Este número é alarmante e, de acordo com relatos, 67,36% dos casos foram cometidos por homens com quem as vítimas tiveram algum vínculo, como companheiros, cônjuges, namorados ou amantes. Os outros 27% dos casos, o agressor foi algum familiar, amigo, vizinho ou conhecido.

Não é só a agressão física que deixa marcas.

Um estudo publicado em 2013 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que a agressão cometida por parceiro íntimo é o tipo mais comum de violência contra mulheres do mundo todo. E, de acordo com esse relatório, a violência física ou sexual é um problema de saúde pública. A MANIFESTO quer deixar claro que o ato não precisa ser físico para deixar marcas nas vítimas. As mulheres que lidam com parceiros agressivos sofrem danos psicológicos muitas vezes irreparáveis, como casos de depressão a transtorno mental.

12


13


14


15


O artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 cita as formas de violência doméstica contra a mulher. No item II, podemos encontrar a citação que caracteriza violência psicológica como “qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da autoestima ou prejudique e perturbe o desenvolvimento ou controle suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, humilhação, manipulação, chantagem etc. E limitação do direito de ir e vir”. Esse tipo de ação, segundo a coordenadora Marilza Campos, da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres de Jundiaí, provoca prejuízo à autoestima e ao desenvolvimento pessoal. É muito comum encontrarmos mulheres que, ainda no namoro, possuem parceiros que a proíbam de usar roupas curtas, por exemplo. Quem nunca ouviu de uma amiga “o meu namorado não gosta que eu use short”, ou algo parecido? O ciúme precisa ser saudável e, a partir do momento em que interfere na liberdade e na personalidade da pessoa, é preciso ficar atenta.

16


17


A entrevistada Bruna Soares (nome fictício), de 18 anos, contou para a MANIFESTO que teve um relacionamento abusivo aos 16. “O começo do meu namoro era tranquilo, até que um dia precisei ir morar na casa dele. Meu namorado começou a me controlar, olhar meu celular sem permissão e a me proibir de usar certos tipos de roupas”, disse. Quando questionada sobre a sua atitude com relação ao opressor, Bruna disse que, ao se opor as vontades dele, o indivíduo se comportava de maneira agressiva. “Hoje não estamos mais juntos. E, para um próximo relacionamento, prefiro optar pela liberdade de ambos. Cada um tem a sua vida”, terminou.

Procure por ajuda

Não sinta medo ou vergonha de procurar por ajuda. Existem órgãos especializados na defesa da mulher, em todo o país. A coordenadora Marilza explicou que o primeiro passo é abrir um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Delegacia de Polícia mais próxima de sua residência ou em qualquer Delegacia de Defesa da Mulher. De acordo com a coordenadora, muitas mulheres ainda sentem medo de denunciar o agressor. A providência inicial é para garantir a proteção à mulher e aos seus familiares. “O B.O. é o passo mais indicado. Nele contém as ameaças que a pessoa está sofrendo e, por meio desse registro, a autoridade policial comunica a ocorrência ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para serem providenciadas ações de proteção”, orientou. Marilza explicou também que, se necessário, a vítima é encaminhada ao hospital ou ao Instituto Médico Legal (IML), por vontade própria, para exames e medidas de preservação a saúde. “Em casos mais graves, onde as ameaças persistem, e a pessoa corre risco de morte, a Delegacia da Mulher poderá encaminha-la para uma casa de abrigo”, disse. Além dessas alternativas, a Central de Atendimento à Mulher, 180, é um órgão muito importante para registrar os casos de violência. “Oriento que todas as mulheres liguem no 180, pois por meio dele, o Governo Federal faz um mapeamento de agressões em todo o país, e disponibiliza recursos para as áreas mais afetadas”, explicou.

18


19


Uma entrevistada contou para a MANIFESTO que o começo do seu namoro era maravilhoso. Mas que, aos poucos, o namorado passou a influenciar em sua personalidade. “Primeiro ele foi me afastando dos meus amigos, alegando que eles eram falsos comigo. E eu cai nessa conversa diversas vezes. Ele me proibia de conversar até com mulheres”, contou. Além do ciúme com relação as amizades, a entrevistada disse também que ele a proibia de cortar o cabelo mais curto ou mesmo de usar roupas mais decotadas. O namoro interferiu até na vida profissional dela. “Quando um projeto meu ‘bombou’, muita gente se aproximou de mim e ele falou tanto dessas pessoas, que eu comecei a sentir repulsa delas. Me afastei de tudo e quis ficar sozinha. A desculpa dele era que estava me protegendo”, disse. O mesmo aconteceu com outra entrevistada. “As brigas começaram no relacionamento e ele só me agredia verbalmente ou jogando coisas em meu rosto. Depois veio a agressão física. Quando eu não queria ter relação, ele me obrigava e, na maioria das vezes, acabava me machucando”, relatou.

A MANIFESTO quer encorajar todas as mulheres que, de alguma forma, sofram qualquer tipo de violência, seja física, psicológica, moral ou sexual, a se libertarem.

O ser humano é livre e ser feliz é direito de cada um. Mulher, você é linda e merece se amar pelo simples fato de ser quem você é!

Não hesite, ligue 180 para denunciar

20


21


OPINIÃO

A luta pela igualdade de gênero

(e as conquistas das mulheres por direitos iguais) por Carla Costa Luz

O feminismo tem seu conceito distorcido pela popu-

Sem o movimento, a mulher não teria direito ao ensino superior, ao voto, ao divórcio, à prática de esportes. Todas essas conquistas são resultado da união de um grupo de mulheres que lutaram pela igualdade. Infelizmente, nossas lutas ainda não terminaram, existe uma taxa astronômica de violência contra a mulher, e, pior, elas estão acontecendo, em maior número, dentro das casas.

22

imagens: reprodução da Internet; ilustração Frida: Lydia Clites.

lação, que por sua vez acredita que seja o oposto do machismo, resultando em aversão à causa, sendo bem comum ouvir algumas mulheres dizerem com orgulho que não fazem parte do movimento. O problema é que, enquanto o feminismo é uma luta pela igualdade de gênero, o machismo é um sistema de dominação, onde o homem se põe como superior à mulher, gerando discursos de ódio, diferenças sociais e diversos tipos de violência. Ao longo da história, o movimento feminista veio conquistando direitos em vários seguimentos, não sendo possível datar quando ele surgiu. Ele nasce toda vez que uma mulher se sente dominada e inferiorizada pelo homem e luta para melhorar as suas condições de vida.

No Brasil, existem várias organizações e movimentos feministas, um dos mais atuais é a “Marcha das Vadias”, que surgiu no Canadá quando um policial disse que, para evitar estupros dentro das universidades, as mulheres não deveriam se vestir como vadias. Desde então, a marcha ganhou seguidores no mundo todo, com o objetivo de desconstruir a cultura do estupro que se resume em culpabilizar a vítima e objetificar sexualmente a mulher. Como maior referencial, podemos citar a campanha “He for She”, lançada em 2015 pela ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil, evidenciando que a luta pela igualdade de gênero não é apenas de mulheres, mas de todos. A ação pede para que os homens se posicionem a favor da igualdade, visto que eles representam nossos agressores e, também, o posicionamento de figuras públicas masculinas é importante para que os jovens tenham um modelo e percebam que a sociedade precisa ser mudada. Toda a equipe da Revista MANIFESTO apoia as causas feministas, assim como luta pela liberdade de escolha e expressão da mulher e pela extinção da violência contra ela. Convidamos vocês, homens e mulheres, a contribuírem para uma sociedade mais justa e igualitária.


Sexo no primeiro encontro? por Victor Guimarães

A

maior parte dos assuntos aqui, que serão tratados como tabus, geralmente, não deveriam ser tratados como tabus. Sexo no primeiro encontro é um bom exemplo. Discorrer sobre esse assunto é fazer uma conexão direta com os princípios feministas, visto ser um empecilho apenas para as mulheres, não é mesmo? Analisando historicamente, a mulher sempre foi tratada como coadjuvante. Era a pessoa que deveria ficar em casa cuidando dos filhos enquanto o marido se preparava para lutar na guerra; que deveria ser boa moça e muito bem prendada para poder ser boa para seu homem; que deveria se dar ao respeito e usar vestimentas que cobrissem suas “vergonhas” para não dar a entender que debaixo de todos aquelas peças de roupas existia um corpo que não fosse propriedade exclusiva de “seu” homem. O corpo da mulher, ainda que seja só dela, tende a ser rotulado dentro das normas machistas e patriarcais da sociedade, desde sempre. O homem não vai ser visto como menos homem simplesmente por ter beijado diversas garotas numa noite ou por ter feito sexo num primeiro encontro, pelo contrário. Então, para descontruir esse preconceito, devemos descontruir primeiro esse tipo de pensamento que foi firmado pela ignorância histórica contra a mulher. Conversando com algumas meninas da equipe da MANIFESTO, pude perceber que muitas têm vontade, sim, de ir para cama após um primeiro encontro legal, onde a pessoa pareceu interessante e, consequentemente, excitante. Contudo, não o fazem por receio da reação do parceiro (a) ou por questões morais que lhe foram impostas. “Se você faz sexo com um cara depois do primeiro encontro, você é taxada de puta, vagabunda” disse uma delas, e complementa: “Inclusive, as próprias amigas te julgam de uma maneira degradante, fazem você se sentir baixa. Elas, mais do que todo mundo, deveriam quebrar esse preconceito, porém, acabam difundindo-o cada vez mais”. Não deveria existir regra ou senso moral para denominar o que você faz com seu corpo, como certo ou errado. “Muitas mulheres fazem, sim, contudo, não falam para ninguém, por receio de críticas” explica uma das entrevistadas. A experiência sexual é uma das mais íntimas que um casal pode ter, então, se você conseguiu clima suficiente para partir disso e desenvolver algo frutífero, você já começou em vantagem, não só para o relacionamento, mas para a autodescoberta, onde você esteve tão segura de si que pôde vivenciar uma experiência gostosa sem sentir remorso. Um conselho? Faça. Se se sentir confortável em fazer, simplesmente faça. Deixar que interfiram em algo que só irá interferir você é se limitar. Então: faça. Você querer explorar sua sexualidade não é indicação de caráter e não deveria te marcar como indecente, é um ato libertador, onde seu corpo está emitindo diversas reações que não resultam em nada além do prazer. E não seriam essas duas coisas que todos nós queremos? Prazer e liberdade?

23


Agenda Cultural

por Rafaela Gomes

Gênero: Ação, aventura e fantasia Sinopse: A Rainha Ravenna (Charlize Theron) governava com justiça até o dia em que sua bondosa irmã Freya (Emily Blunt) deu à luz uma menina destinada a retirá-la de seu posto de mais bela do reino. Irada, ela assassinou a criança, mergulhando sua irmã em uma profunda depressão. Anos mais tarde, ao saber da morte de Ravenna, Freya decide ir em busca de seu espelho mágico. Só que Ravenna ressuscita e caberá à Rainha do Gelo e aos rebeldes Erik (Chris Hemsworth) e Sara (Jessica Chastain) lutarem, mais uma vez, contra os poderes malignos da vilã. Data de estreia: 21 de Abril de 2016

Pista de Hoverboard

Gênero: Documentário Sinopse: O filme acompanha a Copa do Mundo de 2014 que aconteceu no Brasil, inclusive, mostra as reações dos brasileiros diante do jogo com a Alemanha que saiu vitoriosa por sete a um. Data de estreia: 21 de abril de 2016

Onde? Shopping Cidade - Avenida Itavuvu, 3.373 – Sorocaba/ SP A pista, montada no piso L3 do empreendimento, funcionará nos seguintes dias e horários: segunda a sexta, das 12h às 22h; aos sábados, das 10h às 22h e aos domingos e feriados, das 12h às 20h. Os valores do passeio variam de acordo com o tempo de utilização dohoverboard, sendo: R$15 (15 minutos) e R$ 20 (20 minutos), já inclusivo acompanhamento de monitores para inexperientes.

24

imagens: divulgação/Amor Por Direito; O Futebol; O Caçador e a Rainha de Gelo/Reprodução da Internet

Gênero: Drama, romance Sinopse: A policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore) e a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) estão em um relacionamento sério. O mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer a relação homoafetiva. Data de estreia: 21 de Abril de 2016


Exposição “Frente ao mar do Infinito” Onde? MACS - Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba Avenida Dr. Afonso Vergueiro, 450 - Centro De terça à sexta, das 10h às 17h. Como é a expressão de um pintor modernista, soteropolitano, que enfrenta problemas psiquiátricos, analfabeto e que mora com parentes em um casebre na periferia de Salvador? Uma mistura intrigante de geometria e abstração! Os traços fortes e planos das obras de Aurelino dos Santos remetem a uma Bahia quadrada ou retangular, com tons bastante contrastantes e figuras que causam confusão visual. A expressão figurativa desse artista, que retrata, na maioria de suas obras, a vida urbana de Salvador, conquistou o território europeu, quando foi chamado para expor na Fundation Cartier, na França, em 2012. Agora, Aurelino deve causar a mesma admiração em Sorocaba (SP).

Mostra “Geometria e Figurativos”

Onde? Pátio Cianê Shopping - Rua Dr. Afonso Vergueiro, 823 - Centro Inspirada em grandes pintores do impressionismo, como Claude Monet (1840-1926) e Vincent van Gogh (1853-1890), a mostra “Geometria e Figurativos” apresenta uma nova perspectiva de cenas do cotidiano, objetos e de elementos da natureza com pinturas geométricas feitas em tinta a óleo. De autoria do artista plástico Eduardo Lages, os trabalhos podem chegar amais de 1.700 variações de tons, contudo, sem a utilização de cores puras em sua criação. A mostra tem entrada gratuita e estará disponível ao público do dia 5/04 até o dia 1/05.

Circuito SESC

Itu recebe no sábado, dia 16 de abril (sábado), mais uma edição do Sesc Artes, na Praça da Independência (Carmo), a partir das 17 horas, com o apoio da Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. As atrações são gratuitas e contam com oficinas, cinema, leitura, música e muitomais.

IV MOSTRA FOTOGRÁFICA DOS FOTÓGRAFOS SALTENSES & CIA, “Aves – Parque do Lago”.

Onde? Sala Palma de Ouro - Rua Prudente de Moraes, 580, Salto/SP De terça a sexta-feira, das 14h às 21h Esta exposição traz alguns espécimes de aves fotografadas e identificadas no Parque do Lago. Em Salto, já foram registradas e identificadas 137 espécies de aves. Isso mostra a riqueza existente no Parque, rico também em outras espécies de mamíferos e insetos.

“Nany People – 3 em 1”

Onde? Sala Palma De Ouro, Salto-SP, 21h00 Como sempre, o objetivo é divertir e entreter o público, de uma maneira leve”, diz Nany. O show foi lançado em janeiro em São Paulo. O repertório da artista segue a receita de histórias curtas, humor ágil e interação com a plateia. A apresentação mistura “experiências, impressões e vivências em diversas situações e lugares do mundo” de Nany, que já atuou no cinema, na televisão e em outras produções de teatro. Valores: R$ 50,00 Inteira, R$ 25,00 Meia e R$ 20,00 Promocional.

25


Rua Rui Barbosa, 444 - Salto - SP Fone: (11) 4028-1560/(11) 9.7203-8267 E-mail: gerente.mel@gmail.com

Av. Dom Pedro II, 454 - Centro - Salto - SP Fone: (11) 4098-3756

26


Amanda Kühl - Produtora de Moda Aline Iwanoto - Produtora de Moda

Carolina Namura - Redatora Chefe

Carla Costa Luz - Gestora de Conteúdo

Carolina Nulle - Editora Sênior e Stylist

Danielle Alves - Fotógrafa

Douglas Mendes Oliveira - Mídias Sociais

Isabela Rodrigues - Produtora de moda

Joel Pignatari - Fotógrafo e Backstage

Luccas Almeida - Mídias Sociais e Revisor

Larissa Duarte - Gestora de Conteúdo

Rafaela Gomes - Redatora

Renato Lucas - Gestor de Conteúdo e Produtor de Moda

Thiago Nakao - Gestor de Conteúdo

Victor Guimarães - Editor Chefe e Coordenador de Design

Vitória Sales - Gestora de Conteúdo

27


28


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.