Manifesto Blecaute
Apresentação
A poesia, no limite, é o abismo da linguagem. “Poesia é risco”, disse Augusto de Campos. E o artista plástico Hélio Oiticica: “experimentar o experimental”. Experimentar nos limites da linguagem não é só um desafio formal; justamente porque só temos acesso ao mundo pela linguagem e porque na poesia forma e conteúdo precisam estar articulados, a atitude experimental busca ampliar nossa experiência do mundo correndo os riscos da expansão das possibilidades expressivas da linguagem.
Nesta revista-manifesto, estão reunidos trabalhos experimentais de poetas que participaram, recentemente, ao menos de um (alguns participaram de ambos) desses dois seguintes cursos oferecidos pela Casa das Rosas: Poesia Blackout, ministrado por Diego Pansani, e Poesia Expandida, curso anual do Centro de Referência Haroldo de Campos ministrado por mim, Juliana Di Fiori Pondian, Anderson Gomes e Daniel Minchoni.
Constatar que dessas duas atividades surge uma publicação tão vigorosa – e concebida, organizada e realizada autonomamente – reafirma nosso propósito de manter uma atuação baseada em planejamento de ações articuladas e nossa confiança no estímulo à criação e à auto-organização.
Valendo-se de técnicas de apropriação, rasura, veladura e interferência, entre outras, os poetas da Manifesto Blecaute desbordam, velam, revelam, mordem e desnudam a lábia da língua. Não há receituário para a poesia, mas pode-se extrair poesia de uma receita de pamonha, por exemplo. Experimentar é ampliar o campo de possibilidades, espantar-se do inesperado.
Vida longa para a aventura desses poetas!
Editorial
Se há algum borrão no tempo que possa ser considerado o risco de partida para esta revista, esse foi o mês de abril de 2022, quando a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura ofereceu, em formato on-line, a oficina de Poesia Blackout, coordenada pelo poeta Diego Pansani. A referida instituição, que integra a Rede de Museus-Casas Literárias de São Paulo, notabiliza-se pela ampla difusão e apoio à expressão literária de vanguarda, de modo que não poderia ser outro o ambiente de acolhida de uma modalidade artística que se propõe a repensar radicalmente o próprio fazer poético e suas implicações estéticas.
Nos quatro encontros realizados naquele abril, muito foi discutido e produzido, afinal a oficina teve 132 inscritos. Diego sugeriu em sua exposição a realização de dinâmicas de criação, de forma aberta e horizontalizada, convidando a turma a trabalhar a partir de textos escolhidos individualmente, bem como a intervir em documentos de relevante caráter histórico-político, como o Manifesto Antropofágico modernista e a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.
Dada a qualidade e o aspecto fortemente provocativo dos trabalhos elaborados durante o curso, teria sido mesmo lamentável não reuni-los em um documento que pudesse conduzi-los a um público mais amplo. Foi assim que, ao final da oficina, os participantes foram convidados a integrar voluntariamente a organização do presente volume, batizado de Manifesto Blecaute.
Mas o que pode ser, então, a Poesia Blecaute?
A nomenclatura Blackout Poetry ganhou popularidade com a obra Newspaper Blackout, de Austin Kleon, na qual o autor reúne inúmeros textos por ele produzidos a partir do noticiário de jornal. Conforme explica o próprio Kleon, a confecção desse tipo de poema envolve a seleção de palavras presentes em textos já existentes, cobrindo à tinta preta os termos não escolhidos, de forma a fazer emergir novos sentidos daquilo que verbalmente já se encontrava acabado.
O procedimento não é novo. Ao relatar algumas de suas descobertas sobre precedentes do blackout em sua palestra no TEDxKC (https://youtu .be/YQ9z2owWxDk), Kleon menciona, dentre outros exemplos, a expressiva produção do artista britânico Tom Phillips - que batizou de Humument seu majestoso projeto de reinvenção, página a página, de um romance vitoriano a partir da inscrição de desenhos, colagens e recortes sobre o texto original que, aliás, ainda se encontra em processamento - cujas inspirações
remontam à própria técnica dadaísta de elaboração aleatória de textos, imortalizada por Tristan Tzara no item VIII do Dada Manifesto sobre o amor débil e o amor amargo, de 1920, chamado Para fazer um poema dadaísta.
Evidentemente, a partir da utilização da técnica do blecaute não se pretende usurpar a autoria dos textos-suporte ou das obras-suporte, tampouco meramente replicá-los, satirizando-os ou tentado elucidar seu sentido. O que se busca é extrair novas imagens e possibilidades expressivas inesperadas a partir do contato do artista e do leitor com produções verbais ou pictóricas já existentes e, portanto, já incorporadas ao campo do conhecido, intentando um alargamento do repertório estético em face das possibilidades artísticas já instituídas, em processo análogo àquele descrito por Augusto de Campos no texto Informação e redundância na música popular, 1968. Esse tipo de fazer poético se insere, assim, em um debate mais amplo e de grande relevância contemporânea, em que a noção de originalidade é repensada para abranger a possibilidade de um fazer criativo pautado no diálogo cultural e na intertextualidade a partir da apropriação e reelaboração de obras anteriores, conforme evidenciam, com destaque, os trabalhos de Marjorie Perloff, Unoriginal genius, 2010, Kenneth Goldsmith Uncreative writing, 2011 e, no Brasil, de Leonardo Villa-Forte, Escrever sem escrever: a literatura de apropriação, 2016. O novo paradigma também se manifesta em outros tipos de fazer artístico de maior alcance e popularidade, como é o caso do sample no contexto da música.
Foi levando em consideração todas essas questões que a organização da Revista pensou o projeto gráfico, a seleção de textos e a estruturação da publicação, os quais tomaram alguns meses de reuniões. Com o aprendizado adquirido nesse processo de edição coletiva, pretendemos trazer maior organização e agilidade para eventuais projetos futuros.
Por impulso antropofágico, o nome escolhido para a Revista foi Manifesto Blecaute, deixando de lado a grafia blackout. Neste primeiro volume, foram recebidas apenas obras de poetas que integraram a Oficina de Poesia Blackout, como forma de congratular e simbolizar o encerramento de um ciclo de encontros – na verdade, em termos de diversidade não há nada de “apenas”: os artistas aqui reunidos estão espalhados por diversos pontos do Brasil, havendo também representantes residentes no exterior. Uma vez selecionados os textos, buscamos dividi-los em três categorias a partir de afinidades de conteúdo (primeiro bloco) e aspectos estético-formais (segundo e terceiro blocos), para que a leitura das obras fosse acompanhada de um diálogo mais fluido das mesmas entre si.
Uma última – e não menos importante – consideração: o viés crítico é congênito à Poesia Blecaute, afirmação que traz consigo relevantes implicações do ponto de vista político, sobretudo considerando o atual momento histórico brasileiro. Em 2022, completam-se dois séculos da independência do Brasil, ambíguo marco temporal que é celebrado como símbolo de uma suposta autodeterminação nacional, mas que encobre, por debaixo dos traços da oficialidade, toda a brutalidade genocida dispensada às populações originárias e aos povos escravizados ao longo de toda história brasileira. Também em 2022, a realização da Semana de Arte Moderna completa 100 anos, não só marcados por seu sólido legado estético-formal, como também – e felizmente! – por contundentes críticas à forma insuficiente e elitizada com que os modernistas pensaram a realidade brasileira, sobrepondo-se às identidades dos grupos sociais marginalizados que muitas vezes buscavam retratar. Finalmente, no mesmo 2022, vivemos o resultado de um período de quatro anos em que o apagamento e a supressão foram as atitudes institucionais prevalecentes: direitos básicos como vida, saúde, previdência, bem como garantias relacionadas à dignidade do trabalho, foram ameaçados e eliminados; o meio ambiente foi sistematicamente agredido; a crença na ciência e na eficácia vacinal foi posta em xeque; a validade do processo eleitoral, negada; da cultura, só restaram cinzas. O sigilo de um século foi decretado e, novamente, a realidade de exclusão e marginalização de amplos setores da sociedade brasileira foi e tem sido apagada.
Diante de tal contexto, é preciso deixar claro que os procedimentos de cobrir, suprimir, riscar ou apagar presentes nesta publicação são subvertidos para serem empregados em nome da criação e ampliação de sentidos e da expressão plural das vozes não contempladas nos textos e obras-suporte. Trata-se de proposta avessa e ativamente reativa aos expedientes nocivos de apagamento e silenciamento presentes na institucionalidade brasileira desde os primórdios da organização política do país e que no atual momento parecem fazer-se presentes de forma mais aguda e explícita.
Sem maiores delongas: se desde 1822 vamos nos iludindo com o chiado da Independência e desde 1922 esforçamo-nos para aprender timidamente a deglutir o alheio para gerar algo próprio, não seria 2022 um bom momento para, enfim, __________?
Políticanãosediscute
Para não tratar de política, produza um poema nulo, feito a lápis sem ponta e passe-o a limpo com uma caneta seca. Ao final, declame de boca fechada.
Sinistro de Estado
Democracia
Constituição
CÂMARA DOS DEPUTADOS Centro de Documentação e Informação
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PREÂMBULO
Nós,representantesdopovobrasileiro, reunidosemAssembléiaNacional ConstituinteparainstituirumEstadodemocrático, destinadoa assegurar o exercíciodosdireitossociaiseindividuais,aliberdade,asegurança,obem-estar,o desenvolvimento,aigualdadeeajustiçacomovaloressupremosdeumasociedade fraterna,pluralistaesem preconceitos,fundadanaharmoniasociale comprometida, naordeminternaeinternacional,comasoluçãopacíficadas controvérsias,promulgamos,sobaproteçãodeDeus,aseguinteConstituiçãoda República Federativa do Brasil.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art.1ºARepúblicaFederativadoBrasil,formadapelaunião indissolúvel dos EstadoseMunicípiosedoDistritoFederal,constitui-seemEstadodemocráticode direito e tem como fundamentos: I -a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
Parágrafoúnico. Todoopoder emanadopovo,queoexercepormeiode representantes eleitos ou diretamente, nos termosdesta Constituição.
O Poder é o Povo
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante ;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximirse de obrigação legal a todos imposta e recusar se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicia
Cidadão
Egocentrismo Constitucional de Ines Habara
Sem a Divisão Central, o Tom Cinza é Igual
Poesiaérisco
descubra um texto e descubra um texto
B l a c k o u t J o ã o C a b r a l
Fazer o seco, fazer o úmido
A gente de uma capital entre mangues, gente de pavio e de alma encharcada, se acolhe sob uma música tão resseca que vai ao timbre de punhal , navalha. Talvez o metal sem húmus dessa música, ácido e elétrico, pedernal de isqueiro, lhe dê uma chispa capaz de tocar fogo na molhada alma pavio, molhada mesmo.
●
A gente de uma Caatinga entre secas, entre datas de seca e seca entre datas, se acolhe sob uma música tão líquida que bem poderia executar se com água. Talvez as gotas úmidas dessa música que a gente dali faz chover de violas, umedeçam, e, se não com a água da água, com a convivência da água, langorosa
B l a c k o u t M e l l o
OS ESTATUTOS DO HOMEM (Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens estão livre s do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdad e passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo p r ofeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a com ida de ambos terá o mesm o gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfral da da na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre d a flor .
Artigo IX
Fica p e rmitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretud o tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artig o XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brinca r com os rinoceronte e caminhar pelas tardes com uma imens a begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar
Despedida
Despedida
Comofaleiontem,entregueascoisasfindaanossarelaçãoequalquervínculoquepossa ter contigo.
Esqueceoquetedisse naquelacarta Pramimqualquerlastroderespeitoecarinhoque tinha por ti acabou e acaba aqui.
Não quero mais ter nenhum tipo de vínculo contigo e nem com a nossa história Pretendoesquecerdeti,desserelacionamento e quemsabeatédoteunome,dentrode um tempo.
Não te desejo nada! Nada mesmo. Nem de ruim e nem de bom porque para mim Seporacaso, esperoquenãoocorra,mastambémnãovou viver comosehabitasseuma cidadesitiada decruzarmospelasruas,vamosnosignorarefingirquenãonos conhecemos.
Que fiques tu e teu sadismo aí. Hoje eu entendo que existe paz e, certamente, é longe de ti que ela habita
Da leveza de desprender-se do que tem valor
A VIAGEMIMPOSSÍVEL EXPLICAR. Afastava-se aos poucos daquela zona onde as coisas têm forma fixa e arestas, onde tudo tem um nome sólido e imutável. Cada vez mais afundavana região líquida, quieta e insondável, onde pairavam névoas vagas e frescas como as da madrugada. Da madrugada erguendo-se no campo. Na fazendado tio acordara no meio da noite. As tábuas da casa velha rangiam. De lá do primeiro andar, solta no espaço escuro, afundara os olhos na terra, procurando as plantas que se torciam enrodilhadas como víboras. Alguma coisa piscava na noite, espiando, espiando, olhos de um cão deitado, vigilante. Osilêncio pulsava no seu sangue e elaarfava com ele. Depois a madrugada nasceu sobre as campinas, rosada, úmida. As plantaseram de novo verdes e ingênuas, o talo fremente, sensível ao sopro do vento, nascendo da morte. Já nenhum cão vigiava a fazenda, agora tudo era um, leve, sem consciência.Havia então um cavalo solto na campina quieta, a mobilidade de suas pernas apenas adivinhada. Tudo impreciso, mas de súbito na imprecisão encontrara uma nitidez que ela apenas adivinhara e não pudera possuir inteiramente. Perturbada pensara: tudo, tudo. As palavras são seixos rolando no rio. Não fora felicidade o que sentira então, mas o que sentira fora fluido, docemente amorfo, instante resplandecente, instante sombrio. Sombriocomo a casa que ficava na estrada coberta de árvores folhudas e poeira do caminho. Nela morava um velho descalço e dois filhos, grandes e belos reprodutores. O mais novo tinha olhos, sobretudo olhos, beijara-a uma vez, um dos melhores beijos que jamais sentira, e alguma coisa erguia-se no fundo de seus olhos quando ela lhe estendia a mão. Essa mesma mão que agora repousava sobre o espaldar de uma cadeira, como um pequeno corpinho aparte, saciado, negligente. Quando era pequena costumava fazê-la dançar, como a uma mocinha tenra. Dançara-a mesmo para o homem que fugia ou fora preso, para o amante — e ele fascinado e angustiado terminara por apertá-la, beijá-la como se realmente a mão sozinha fosse uma mulher. Ah, vivera muito, a fazenda, o homem, as esperas. Verões inteiros, onde as noites decorriam insones, deixavam-na pálida, os olhos escuros. Dentro da insônia, várias insônias Conhecera perfumes. Um cheiro de verduraúmida, verdura aclarada por luzes, onde? Ela pisara então na terra molhada dos canteiros, enquanto o guarda não prestava atenção. Luzes pendendo de fios, balançando, assim,meditando indiferentes, música de banda no coreto, os negros fardados e suados. As árvores iluminadas, o ar frio e artificial de prostitutas. E sobretudo havia o que não se pode dizer:olhos e boca atrás da cortina espiando, olhos de um cão piscando a intervalos, um rio rolando em silêncio e sem saber. Também: as plantas crescendo de sementes e morrendo. [...]
O fio de uma vida introspectiva
TABACARIA
Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamentecerta, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e estelado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. (...)
Um achado
MIA COUTO TRADUTOR DE CHUVAS
Os meus primeiros versos foram escritos para o meu pai e falavam de relação que ele, na sua poesia, criava entre as palavras e a chuva. Ainda hoje o meu pai continua chovendo dentro dos meus poemas.
TESTAMENTO DA MULHER SUSPENSA
Eis o que vos deixo: um leve gosto de renascer lembrada.
E um falso desejo de ser esquecida.
Que eu virei buscar a espuma da onda que ficou para sempre por quebrar.
Beleza não me bastou: o que quis ser foram cetins de fogo, pétalas de cinza depois do abraço.
Nem flor invejei: o que mais ilumina vem de um oceano escuro
Esperanças tive: todas naufragaram ante cansaços e remorsos Procurei ilhas e mares: só havia viagens, travessias de água nos olhos de quem amei.
Num mundo com remédios parcos não clamei bravuras. Injusto é viver em perecível ser.
Menina, aprendi a desenrolar tapetes em rasos pátios voadores,
varandas maiores que o mundo onde o tempo à nossa mão vinha beber.
Meus pequenos dedos rasgaram céus, mas o ensejo era largo: em mim secaram lembranças de um mar antigo Assim, tudo o que sou já fui na criança que sonhou ser tudo.
Meus lutos, sem emenda, carrego: viuvez de mulher não vem de marido.
Vem do amor não mais sonhado. Com a fragilidade de um riso enfrentei ruínas e derrotas e apenas a vida, calada, me calou.
Tudo falei com meus amantes. Perante o amor, porém, não tive palavra. O que da vida me restou: pegadas alheias sob meus pés molhados.
Viver sabe quem ainda vai viver. Deixo me, mulher que quase foi, à mulher que nunca fui.
Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa. O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema am1ericano informará. Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande1 . Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil2. Uma consciência participante, uma rítmica religiosa. Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré lógica para o Sr. Lévy Bruhl estudar. Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem. A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls. Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaigne. O homem natural. Rosseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos. Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará. Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós. Contra o Padre Vieira Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O reianalfabeto disseralhe: ponha isso no papel, mas sem muita lábia. Fez se o empréstimo. Gravou se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia. O espírito recusa se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores. Só podemos atender ao mundo orecular. Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem. Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. O instinto Caraíba. Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia. Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo. Nunca fomos catequizados. Fizemos foi o Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses. Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro. Catiti Catiti7 Imara Notiá Notiá Imara Ipeju8 A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais. Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chama se Galli Mathias. Comi o. Só não há determinismo onde há o mistério. Mas que temos nós com isso? Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra9. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César. A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue. Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas. Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu10: - É mentira muitas vezes repetida. Mas não foram cruzados11 que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti. Se Deus é a consciência do universo Incriado, guaraci13 é a mãe dos viventes. Jaci13 é a mãe dos vegetais. Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social planetário. As migrações. A ..,.
Língua nua
DELÍRIO
Delírio
SEI QUE DESPERTEI e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver, diz me que é muito cedo ainda. . . Sinto me febril de longe. Peso me não sei por quê. .. Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre um sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-me, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho. Um vento de sombras sopra cinzas de propósitos mortos sobre o que eu sou de desperto. Cai de um firmamento desconhecido um orvalho morno de tédio. Uma grande angústia inerte manuseia me a alma por dentro, c incerta, altera me como a brisa aos perfis das copas. Na alcova mórbida e morna a antemanhã de lá fora é apenas um hálito de penumbra. Sou todo confusão quieta. . . Para que há de um dia raiar?. . . Custa me o saber que ele raiará, como se fosse um esforço meu que houvesse de o fazer aparecer. Com uma lentidão confusa acalmo. Entorpeço me. Bóio no ar, entre velar e dormir, e uma outra espécie de realidade surge, e eu em meio dela, não sei de que onde que não é esse. .. Surge mas não apaga esta, esta alcova tépida, essa de uma floresta estranha. Coexistem na minha atenção algemada as duas realidades, como dois fumos que se misturam. Que nítida de outra e de ela essa trêmula paisagem transparente! . . . E quem é esta mulher que comigo veste de observada essa floresta alheia? Para que é que tenho um momento de mo perguntar? . . . Eu nem sei querê lo saber. . . A alcova vaga é um vidro escuro através do qual, consciente dele, vejo essa paisagem. . . e essa paisagem conheço-a há muito, e há muito que com essa mulher que desconheço erro, outra realidade, através da irrealidade dela. Sinto em mim séculos de conhecer aquelas árvores, e aquelas flores e aquelas vias em desvios c aquele ser meu que ali vagueia, antigo e ostensivo
Ines seu som está estourado! a gangue é the tribe o título original? parece que sim, pelo enredo deve ser THE TRIBE mesmo, acabei de pesquisar mudei pro celular e não vi a lista de presença https://c7nema.net/critica/item/41948-thetribe-por-paulo-portugal.html boa! valeu Ainda não postei, Julio. Vou aproveitar, então. A lista de presença, pessoal: https://forms.gle/jzFesyobTpFA6cnJ9 pode repetir deu uma cortada aqui escrever a partir das imagens é isso? obrigado caio Hashi de gente / espanta / Inebria / Envergonha - mas não impede o gôzo Das mãos de Gabo descortinou-se um mundo Os joelhos de Elenice estavam vermelhos e inchados. O sonho de PIcasso iss/o os olhos de esperança do Lula <3 nossa imaculada não é tão santa tem coração que espanta cobriu o rosto com as mãos, ria Frida, lida com a vida, linda de tranças, de poesia vestida. Dos dedos solenes e lamuriosos de Pedro II... o olhar de van gogh confrontavam a tez negra de Carolina de Jesus sorriso de dua lipa tempos modernos hitler e seu bigode nos aranha ainda os joelhos de Klimt O olhar de Machado de assis Naquele verão, Gabo tinha cílios brancos os cabelos de simone A boca da Brigiter Bardot as pálpebras de Gandhi olhos de Clarice os labios vermelhos de gal a cintura fina de Marilyn Monroe A mão de Drummond escorregando a flor na página As orelhas de Fanny Price delicadas e atentas tateando o som dos passos de seu amado o cigarrinho de Szymborska / uma extensão poética de suas mãos os olhos de Picasso eram quadrados As pernas de garrincha só não eram mais poderosa que a língua de gandhi... a boca rouge de Marisa Monte ruge Os olhos de cigana oblíqua de Capitu As frieiras no pé de Martinho Lutero as mãos de marilyn monroe A barba morfada de Marx Os olhos de Monet, perdendo a visão aos poucos morfar de orfar do power ranger A voz de iobaldo A carcaça do desgraçado ainda sorria se me vou amanhã, arto só meu avô morto assassinado debaixo da pedra o peso E hoje ia morrendo Quando a barata acordou transfigurada num alemão de meia-idade… quando enfim morreu, o dinossauro ainda estava lá A mão de pilão esmagou o patinho o impiedosos pneu do carro sobre o gato A cabeça decapitada do meu bisavô num balde. Sempre lhe disseram que a morte era escura, mas para Pedro ela tinha contornos azuis A morte me ronda desde pequena, nessa vida imensa a morte curiosa do que dela vem antes Já estava acostumada à morte por seu perfume no ar o vermelho da bomba esmagada pétalas brancas em rostos pálidos quando meu primeiro peixe se afogou Quando a sereia morreu, todos os sonhos foram aniquilados. Sentada no banco da praça, próximo ao asilo, a morte aprecia a vida passar quando ela morrer Mind the gap. Como não sabia ler, morreu Dona Maria esquecida do lado de fora da janela do 803 O primeiro dia foi também seu último. Ano passado morri, este ano sigo morrendo assombrando as vidas, a morte assovia ao ouvido, ressabiada. vivi nunca , so tive tiro na nuca
Fragmento de Chat de Oficina
Alémdosriscos
Mais que risco, a poesia pode ser arrisco.
O Poema Secreto de Oswald Para Glauber Rocha
FREUD
COM O CINEMA AMERICANO, MAS TROUXE À BAHIA IMAGINAÇÃO SURREALISTA
Ainda temos tempo!
Réquiem
T-shirt
Ira
Dose generosa
Nu, o ego ronrona
Enchente
Ingredientes
• 5 espigas de milho com palha
• 1/4 de xícara de chá de coco fresco ralado
• 1 xícara de chá de açúcar
• 1 pitada de sal
Modo de preparo
1. Retire as palhas das espigas, com cuidado para que não rasguem. Leve em uma panela grande com bastante água ao fogo alto e deixe ferver;
2. Mergulhe as palhas por 1 minuto e transfira para uma tigela. Dispense a água, encha a panela com uma nova água e volte ao fogo para ferver;
3. Enquanto a água ferve, prepare as pamonhas: com um ralador médio, dentro de uma tigela grande, rale as espigas de milho. Depois de raladas, raspe cada sabugo com a parte de trás de uma faca;
4. Sobre uma tigela, peneire o milho ralado, espremendo bem o bagaço com a parte de trás de uma colher até tirar todo o líquido. Ah! Em seguida, descarte o bagaço;
5. Junte ao líquido o coco ralado, o açúcar, o sal e misture bem. Vai adquirir consistência de creme;
6. Para fazer a embalagem da pamonha, deite na bancada duas palhas, uma de frente para outra, com as laterais encaixadas Unidas, elas devem tomar a forma de um tubo. Use um barbante para amarrar a extremidade de baixo, bem firme Com uma mão, segure essa parte, deixando a extremidade solta virada para cima. Use um funil para verter o creme;
7. Feche a pamonha e amarre o topo com um barbante, deixando cerca de 3 cm de espaço entre o recheio e o enlace, para não vazar;
8. Transfira para um prato e repita o processo até acabar todo o creme;
9. Transfira as pamonhas para a panela com água fervente e deixe cozinhar por 30 minutos;
10. Retire com uma escumadeira, e deixe esfriar antes de abrir.
Se encontrasse tempo durante o verão, escreveria .
Praia
Autoria isolada é inconcebível
Foliar
Os brutos também fazem poesia blecaute
Justaposição
AdrianePuresa
Belo Horizonte, MG, Brasil .
Mestre em Artes visuais com ênfase em Cinema, UFMG. Sempre estive envolvida com o design gráfico e o cinema de animação e também possuo experiência docente. Produzi e criei peças gráficas, ilustrei, desenhei tirinhas, grafitei e tatuei. Nas produções autorais tenho desenvolvido ultimamente experiências com palavras que viram imagens e imagens que são palavras.
Instagram: @pupubr Site: http://www.elefantevoador.com .br
AndréRodriguesPádua
São Sebastião do Paraíso, MG, Brasil .
É músico (de)formado em Direito.
Instagram: @rodrigues .andre .padua E-mail: andre .rodrigues .padua@gmail .com
ArianaAssumpção
São Paulo, SP, Brasil .
Designer gráfico e fotógrafa, 54, paulistana, adoraria viver de brisa e arte. Viajei por plataformas artísticas: desenho, pintura, foto e descobri a poesia. Tenho um podcast no Spotify, onde narro poesias e devaneios: Rotativa do Pensar. Exposição Moiras em 2011 em um coletivo de fotógrafos na Avenida Paulista; Exposição na 14º Bienal de Curitiba 2019 no pavilhão Digital com a obra Fronteiras?
Site: https://elequitr5 .wixsite .com/meusite/inicio
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BrunoVictorPacífico . . . . . . . . . . . .65,68,119
Rio Bonito, RJ, Brasil . Nasceu em Manaus. Mestre em Filosofia da Arte, UFF e mestrando em literatura, PUC-Rio. Publicou A superioridade da forma musical diante da poesia em Schopenhauer, Ed. Dialética. Ganhou o prêmio amazonense Feliciano Lana de literatura com o livro de contos Desertos do real: quatro peças antidistópicas, Ed. Córrego.
Instagram: @bvictpacifico
CamilaMendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Mogi das Cruzes, SP, Brasil . Camila Mendes, 26 anos. Redatora, curiosa e agora envolvida com blecaute. Estudo literatura, sociologia e comédia. Alguns dos meus textos você pode ler no link a seguir.
Site: readymag .com/camilamendes/pasta
CarolinePiresMaia . . . . . . . . . . . . 77,79,125
São Paulo, SP, Brasil .
Artista encapsulada, Caroline não faz da arte seu ofício. Fez Direito e hoje faz Medicina veterinária. Mas desde sempre a arte esteve nela: leitora ávida, poeta sem público, pianista sem plateia. Na poesia blackout, encontrou um aspecto similar com sua personalidade: a ocultação e capacidade de recriar(-se).
Instagram: @carol_maia93
CynthiaPanca . . . . . . . . . . . . . .135,145
Santos, SP, Brasil .
Poetisa, escritora, empreendedora, natural de Santos, SP, é formada em Direito. Autora dos livros Infinitude do SER - Poesia, Ed. Costelas Felinas, Conto-te Encantos - Contos, Ed. Matarazzo e do audiobook infantil Poê Tupinambá Segue o Céu para Plantar, Ed. Atelier do Universo.
Instagram: @cynthiapanca
DanPorto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Curitiba, PR, Brasil .
Artista, escritor, professor e produtor. Publicou Pequeno Manual do Vestibular’, 2009, Raridades, 2011, Viver e ajudar a viver, 2014, Série Poética: Just it, Carménère, Xilema, 2015, A cura da Aids, 2017, tempo de ninguém, 2022, no prelo, além de textos avulsos em jornais e revistas de literatura.
Instagram: @danportoeu
DanielleFonseca . . . . . . . . . . . . 67,95,143
Belém,PA, Brasil .
Natural de Belém, PA, 1975. Artista visual e escritora, sua poética é composta a partir de elementos da literatura, poesia, filosofia, da música e da paisagem. Participa de exposições, projetos artísticos e literários: foi indicada ao Prêmio PIPA 2016. Lançou em 2021 seu primeiro livro intitulado Nenhum outro som no ar pra que todo mundo ouça, edição da autora e projeto gráfico de André Vallias.
Instagram: @banzaipipelineproducoes
DiegoPansani . . . . . . . . . . . . . . .25,131
Campinas, SP, Brasil .
Diego Pansani é autor dos livros O Amador, 2018 e Nenhuma Poesia, 2019. Foi contemplado pelo proac - 2021 para elaborar o trabalho de poesia blecaute: blackouts do futuro. Também conduz oficinas de escrita criativa, inclusive a que deu origem a esta publicação.
Instagram: @diego .pansani
DouglasGomes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Teresina,PI, Brasil .
Natural de Teresina, PI, é mestrando em jornalismo e pesquisa cultura digital, mídia alternativa e participação em plataformas de mídia social. Movido por café, literatura e curiosidade, vive em busca de novas representações de mundos a partir da poesia, fotografia e das artes plásticas
Instagram: @nostalgicintellect
ElaineResende
Fortaleza,CE, Brasil .
Arquiteta e Urbanista, editora do blog Sabático Literário e do canal Lendo de Tudo um Pouco. A Professora da Lua é seu primeiro livro infantil, disponível em ebook pela Amazon. Seu perfil no IG traz resenhas de livros, filmes e pensamentos. Tem 47 anos, é carioca e vive com o marido, dois filhos e seu cãozinho Byron.
Instagram: @cria .elaineresende
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ElizabethViana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Belém, PA, Brasil .
Mestranda no Programa de Pós-graduação em Direito, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Instagram: @elztav_
GiselaMoura . . . . . . . . . . . . . 40-43,87
Berlim, Alemanha .
Nasci em Santos, ilha de São Vicente, minha Ithaca de onde cresci, parti e voltei e de novo deixei; o mar como memória, a infância a beira-mar como única máscara essencial que ainda permanece mesmo com toda a distância, pois agora antípoda de mim mesma vivendo em Berlin. Estudei biologias; arqueologia; línguas e literatura buscando que a palavra preencha a ausência e a perplexidade das emoções que em mim não encontram forma de expressão possível. Sendo assim, querendo ser o espelho escrevo.
GlauciaAnk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Niterói,RJ, Brasil . Bióloga, artesã, mãe, feminista. Seus textos abordam o cotidiano, usando a rotina e o entorno como referência. Plantou árvores, tem um filho e publicou dois livros: o artesanal Areia entre os dedos dos pés e plano sequência pela Editora Penalux. Instagram: @glaucia .ank
InesYajimaHabara . . . . 56,58,147,150-153 Toronto, Canadá .
Artivista corumbaense (MS), criadora da Arte Inesperada, arte de treinar estar presente. Tem livros e HQ publicados. Foco em diversidade e inclusão. Jogos, curta de animação e video poemas em mostras com Ontario Science Centre, TIFF Sprocket, Casa das Rosas, AnimaMundi, entre outros. Prêmio Paixão de Ler com A Esperta Mão Aberta. Coletivos Escreviventes e Arte Inesperada.
Instagram: @arte .INESperada Site: https://bestcomicever.wordpress .com
IsaKehl . . . . . . . . . . . . . . 154-157
Limeira,SP, Brasil .
Isa Cecília é poeta, escritora e estudante de biblioteconomia. É apaixonada por Hilda Hilst, capas de revistas antigas e blecaute. Instagram: @isakehl
LeoLamim . . . . . . . . . . . . . 27,75,99
Palmas,TO, Brasil . Nascido em Além Paraíba, MG. Mora atualmente em Palmas, TO. Formado em Letras. É poeta, escritor, ator e performer. Lançou o livro Não Sei Escrever Versos de Resistência, pela Editora Folheando. Teve poemas publicados na antologia Gritos Contidos, na revista A Palavra Solta e no blog Poesia na Alma.
Instagram: @leolamimm
LudmilaRodrigues
Salvador, BA, Brasil .
Natural de Salvador, BA. Publicou nas regiões abissais do oceano é sempre noite, 7Letras, 2021, e, além de poeta, é tradutora e revisora de textos.
Instagram: @ludmilardgs
MarciaRosenberger
SantoAndré,SP, Brasil .
Artista visual e editora pelo selo Loreley Books. Participou das residências artísticas A Zero, Editora Medusa, PR e Arte @o Centro, Torres Vedras, PT; da Feira ArtsLibris En Red, Barcelona e Lisboa e do programa Formas de la Idea, AR-BR-UY. Participa de exposições, feiras de arte impressa e orienta mentorias e oficinas de livro de artista.
Instagram: @marciarosenberger
E-mail: rosenberger.marcia@gmail .com
MarcoBojorquezMartínez
Cidade do México, México .
Guadalajara, México, 1995. Professor, músico, pesquisador e tradutor. Estudou Língua e Literatura pela Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM e publicou traduções do português para o espanhol com Carlos Vitale em La Reversible, Círculo de tradução em Barcelona, bem como em algumas revistas brasileiras como Nota do tradutor e mallarmargens; Verteu um Cancioneiro do poeta Vanderley Mendonça. Atualmente prepara seu primeiro poemario e um estudo sobre Transblanco de Haroldo de Campos e Octavio Paz.
Instagram: @tombohor
E-mail: m .antonio .multi@gmail .com
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MoniqueBonomini . . . . . . . . . . . . . . . . . .133
Poá, SP, Brasil .
Natural de São Paulo, é graduada em Direito, História e atua como Revisora. Feminista em construção, usa sua página no Instagram para compartilhar experiências de leitura e vida. É colunista do portal Olhar para dentro e participa do Coletivo Escreviventes de escritoras. No Medium publica crônicas intimistas. Tem textos em coletâneas e revistas literárias. Nas redes sua produção pode ser encontrada em:
Linktree: www.linktr.ee/moniquebonomini
Instagram: @moniquebonomini
NataliaRodrigues
Osasco,SP, Brasil .
Natália é formada em audiovisual e coleciona histórias de todo tipo e formato. Entusiasta de universos alternativos e adoradora de cães, acredita em coisas como magia, ETs, justiça social e viagens interdimensionais.
Publicou um conto na Faísca, Revista Mafagafo.
Instagram: @ohainana
Twitter: https://twitter.com/ohainana
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PauloResende . . . . . . . . . 55,85,97,115
Fortaleza,CE, Brasil .
Brasileiro e mora no estado do Ceará. É administrador, escritor, desenhista amador, chef de cuisine e um curioso incurável. Publicou diversos livros desde 2020. É casado e juntos criam dois filhos nesse mundo louco. É avô de Lorde Byron (o Shih Tzu que conquistou a família) e sempre tem um novo projeto pela frente.
Instagram: @cria .pauloresende
RosileneSouza . . . . . .29,31,36,73,121
BeloHorizonte,MG, Brasil .
Mineira, atualmente vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Graduanda em Artes Plásticas, Escola Guignard, UEMG, graduada em Comunicação Social, UNI-BH. Seu processo de criação é pautado em pesquisa das linguagens artísticas: colagem, escrita criativa fotografia e vídeo, o que a mobiliza para a arte. Tem trabalhos artísticos e escritos publicados em livros e revistas impressos e digitais.
Instagram: @souzaaprosi
SofiaRoth . . . . . . . . . .103,105,159
São Paulo, SP, Brasil .
É criativa desde criança. Designer de profissão, admiradora de arte e literatura, apenas recentemente descobriu na poesia mais uma forma de criar e expressar sua sensibilidade. Integrou o Poesia Expandida 2022 da Casa das Rosas e é possível encontrar algumas de suas composições em seu perfil do instagram.
Instagram: @sofiaaroth
ThaisBueno . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Jacareí,SP, Brasil .
Nasceu em Jacareí, SP. Começou a escrever poemas aos 6 anos de idade. Se formou como musicista pela FAVCOLESP em 2017. Participou de bandas como Feirantes, Histerisma e Tempo Câmara. Bandalhices, Editora Urutau é seu primeiro livro de poesias.
Instagram: @bandalhices
ThiagoFolador . . . .39,89,109,111,113
SãoPaulo,SP, Brasil .
Nasceu em São Paulo e vive a maior parte no litoral do estado. Formado em História, é professor e pesquisador. Dedica-se também a escrita de poemas.
Instagram: @folador_t
WladPieroni . . . . . . . . . . . . . . 91e127
SãoPaulo,SP, Brasil .
Designer de formação, Wlad Pieroni amplia seu interesse em artes visuais, participando de cursos livres de diferentes técnicas desde 2013. Através da colagem investiga a desconstrução e apropriação da imagem como meio de criar novas composições e narrativas. Neste processo tem expandido sua pesquisa para o campo da poesia visual.
Instagram: @wladpieroni
ManifestoBlecaute
Agradece à Casa das Rosas, ao Júlio Mendonça pelo texto de apresentação e ao Caio Nunes pelo suporte técnico.
Revista Manifesto Blecaute
Instagram: @revistamanifestoblecaute Email: revistamanifestoblecaute@gmail .com
Editorial, organização e revisão Adriane Puresa André Rodrigues Pádua Cynthia Panca Diego Pansani Douglas Gomes Ines Yajima Habara Marcia Rosenberger Paulo Resende Rosilene Souza Wlad Pieroni
Texto editorial André Rodrigues Pádua Texto revisão Douglas Gomes Capa Adriane Puresa, Ines Yajima Habara
Projeto gráfico e diagramação Adriane Puresa
Assistência Editorial Ines Yajima Habara Mídias Sociais Adriane Puresa Cynthia Panca Marcia Rosenberger
DadosInternacionaisdeCatalogaçãonaPublicação(CIP) (CâmaraBrasileiradoLivro,SP,Brasil)
Revista Manifesto Blecaute [livro eletrônico]. -1. ed. -- Fortaleza, CE : Ed. dos Autores, 2022. PDF.
Vários autores. Vários organizadores. ISBN978-65-00-56049-7
1. Poesia - Coletâneas - Literatura brasileira. 22-136375 CDD-B869.108
Índicesparacatálogosistemático:
1. Poesia : Coletâneas : Literatura brasileira B869.108
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129