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no sul de Israel, tâmaras de dois mil anos Cientistas israelenses anunciaram recentemente a germinação de sementes de tâmaras datadas de dois mil anos atrás. O surpreendente resultado de suas pesquisas foi publicado em um artigo na renomada revista científica internacional Science, em fevereiro deste ano, despertando o interesse de estudiosos no mundo inteiro.
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obin Allaby, geneticista da Universidade de Warwick, na Inglaterra, afirmou que esse surpreendente resultado “torna claro o fato de que nós ainda não conseguimos compreender a viabilidade, a longo prazo, das sementes”.
oportunidade única para estudar as tamareiras da região, descritas na Antiguidade por sua qualidade e tamanho, bem como pelas propriedades medicinais de seus frutos – mas foram consideradas perdidas durante séculos”, afirma o artigo sobre o assunto na revista. As primeiras análises genéticas revelaram que os agricultores do passado cultivavam tâmaras com traços de vários locais ao redor da Judeia. Segundo escritores clássicos como Galen, Strabo e Heródoto, havia uma fruta grande, doce, de longa conservação, que era muito cobiçada em todo o mundo romano. Depois do colapso do Império Romano do Oriente – precursor do Império Bizantino – e da conquista árabe da região, a produção de tâmaras decaiu na Terra de Israel. Na época das Cruzadas, ao redor do ano 1000 da Era Comum, as plantações das lindas tamareiras já não existiam.
Essa história começou, no entanto, há mais de 30 anos, durante escavações realizadas na Fortaleza de Massada e nas cavernas de Qumran, no Deserto da Judeia, pelo arqueólogo Ehud Netzer, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Netzer encontrou um pote cheio de sementes de tâmara, em bom estado de conservação, e os guardou por anos por considerar impossível voltarem a germinar após dois milênios. Em 2004, através de contatos acadêmicos, as sementes chegaram às mãos da equipe do Instituto Aravá de Estudos Ambientais, liderada pela doutora Elaine Solowey.
No artigo, de fevereiro, o coautor do estudo, Fredérique Aberlenc, biólogo do Instituto Francês de Desenvolvimento Sustentável, explicava que a pesquisa pretendia polinizar plantas fêmeas, com a expectativa de poderem dar frutos – o que de fato ocorreu em setembro deste ano, quando o Instituto anunciou o crescimento das primeiras tâmaras na palmeira, denominada Hannah.
O Instituto está localizado no Kibutz Ketura, no extremo sul de Israel, próximo à cidade de Eilat. O estudo assume relevância, pois ajuda a conhecer como os agricultores do passado cultivavam o fruto, na região, e como puderam sobreviver milênios. “A germinação da espécie Phoenix Dactylifera representa uma 69
dezembro 2020