Revista movimentos 11ª Edição

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ANO III - Nº 11 Setembro de 2016

REPORTAGEM ESPECIAL

Filho do coração, filho legítimo: Adoção COMPORTAMENTO

Abuso sexual infantil. Isso não é coisa de criança

OPINIÃO

A Política! ARTIGO

Tecnologia combina com criança?


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SUMÁRIO

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MOVIMENTOS

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CAPA Existem limites na relação família e escola?

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REPORTAGEM ESPECIAL Filho do coração, filho legítimo: Adoção

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COMPORTAMENTO Abuso sexual infantil. Isso não é coisa de criança

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OPINIÃO A Política!

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ESPORTE Taekwondo, esporte olímpico

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CIDADE A fonte da vida não pode morrer

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FOTOS: 1 ISTOCKPHOTO 2 ISTOCKPHOTO 3 ISTOCKPHOTO 4 ISTOCKPHOTO

ARTIGOS

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Tecnologia combina com criança? A população carcerária no Brasil Os reféns da Crise Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós!

FIQUE POR DENTRO

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“Aconteceu e você não viu”

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Editorial

FOTO: ISTOCKPHOTO

A Revista Movimentos tem o maior prazer em levar às suas mãos, mais uma edição de seu trabalho. Nossa pequena equipe está sorrindo à toa, pois é como um filho que nasce a cada três meses. A intenção é fornecer aos leitores uma seleção de textos de vários segmentos, com o objetivo de proporcionar informações de maneira equilibrada e séria sobre os assuntos mais atuais de nossa comunidade. A Revista foi feita para quem gosta de ler e tomar conhecimento dos vários entendimentos dos temas mais relevantes dessa sociedade moderna e em constante mutação. A capacidade de interpretar e entender a ideia do autor e qual a mensagem que ele transmite, é demonstração de capacidade literária e maturidade na leitura. Os assuntos foram escolhidos com carinho e com o maior desejo de contribuir para uma sociedade democrática, sociedade esta que se vê bombardeada por informações tendenciosas e que necessita de outras informações das mais diversas tendências e ideologias, a fim de contribuir no entendimento das tendências e mudanças que a sociedade contemporânea desenvolve. Nesse tempo de pós-modernidade, não é estranho se sentir receoso e nem é incomum as dúvidas, devido a velocidade das informações e a pressão que essas mesmas informações exercem com o fim de promover transformações da própria sociedade. Analisar se as mudanças apontam a melhor direção é responsabilidade nossa como agentes de transformação, principalmente quando alegamos que nossa crença é em Cristo, ou seja, cristãos. A principal mudança percebida nos dias atuais são as que estão ligadas ao caráter das pessoas. A família, escola e a igreja estão sendo afetadas diretamente. Isso significa que há interpretações de valores e princípios que estão atingindo nosso dia a dia de forma negativa e destruidoras. Estamos aceitando pacificamente as ideias baseadas em sofismas (aparência de verdade) introduzidos pela esquerda e por uma mídia interessada em que os valores sejam mudados. Numa sociedade de maioria cristã, precisamos nos posicionar com relação a interpretação que alguns dão a determinados assuntos e que propõem mudanças que descaracterizem a célula-mãe da sociedade - a família. A Revista Movimentos tem a proposta de ajudar os leitores a aumentar sua capacidade de interpretação de tudo aquilo que tem sido falado e mostrado pela mídia em geral, trazendo em suas páginas outros entendimentos agregadores. Um sofisma muito usado diz que as minorias precisam ser respeitadas., mas respeitar as minorias não significa ter que concordar com o que elas fazem ou acreditam, principalmente quando o posicionamento dessa minoria é resultado de escolha e não de uma realidade natural. A escolha por uma religião é um exemplo típico disso, pois ninguém nasce religioso. Alguém pode ser ensinado a viver numa religião, mas em determinado momento isso se transformará numa decisão consciente como processo de escolha pessoal. Essa escolha deve ser respeitada, mas não significa que seja obrigatório concordar com ela. Respeitar não significa ser igual àquele que optou ser ou fazer alguma coisa. Por exemplo, eu respeito os fumantes, mas não preciso fumar para dizer que respeito e nem os fumantes precisam aprovar leis que obriguem todos a tornarem-se fumantes. O princípio de uma sociedade democrática não é tornar todos iguais, mas respeitar em que todos compreendam as escolhas feitas e ter a liberdade de dizer de forma apropriada que não concorda. Espero que você tenha uma boa leitura! Luciano Estevam Gomes Diretor Executivo da Revista Movimentos

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Expediente

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Diretor Executivo Pr. Luciano Estevam Gomes Jornalista Responsável Cibele Alves Registro Profissional: 0003315/ES Textos Alcides Oliveira Pinto Antônio Douglas Medeiro Carla Guimarães Cibele Alves José Carlos de Almeida Luciano Estevam Gomes Valseni Braga Wagner Simões Ferreira Neto Walace Andrade Projeto Gráfico e Diagramação Wanderson Scofield do Nascimento Terci Colaboração Israel Moret Tiragem 5.000 exemplares Contato comunicacao@pibara.org.br Facebook/revistamovimentos Produção Primeira Igreja Batista em Aracruz www.pibara.org.br CNPJ: 27.013.044/0001-02 Telefones: (27) 3256 1475 (27)99974 5229


“Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. Disse então o homem: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada”. Gênesis 2:22,23

A IDEOLOGIA DE GÊNERO NADA TEM A VER COM RESPEITAR O DIREITO DE MINORIAS, MAS SIM DESTRUIR O QUE DE MAIS IMPORTANTE TEMOS COMO SOCIEDADE - A FAMÍLIA. setembro de 2016

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Por Luciano Estevam Gomes

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cidade numa escola pública, e acredito que não seja diferente em outros municípios, a mudança, por exemplo, do nome das festividades em comemoração às mães para outro nome, e não o tradicionalmente conhecido - “Dia das Mães”. A alegação parece convencer, mas, o que na verdade não se percebe, é a intenção em fragilizar o conceito de família tradicional. Alguns dizem que a mudança é necessária para atender a famílias onde não existam mais a figura do pai ou da mãe. Seria essa a alternativa correta? Crianças nesse tipo de situação, devem ser trabalhadas em suas perdas, o que, aliás, acontece o tempo todo e em todos os lugares. É necessário reconhecer que a maioria das escolas não está preparada para lidar com situações como essa, e com isso, ficam vulneráveis a esses tipos de sofismas. A escola e a família precisam encarar problemas como esses, com maior profundidade e seriedade, para não ceder aos caprichos dos ‘achismos’, longe da realidade e orientações profissionais. É necessário a contratação dos serviços de orientação profissional que ajude a criança a superar a sua perda, o que naturalmente a própria família já o faz. Mas se a justificativa para acabar com o dia das mães e dos pais é o caso de justificar que duas mulheres ou dois homens optaram pela relação homoafetividade, a saída não é confundir a família, mas sim que um deles tenham a coragem de assumir o papel de ‘mãe’ e/ou “pai” e serem homenageados pelos papeis que tentarão desempenhar, mesmo a despeito daqueles que discordam, já que estamos em uma sociedade livre e democrática. Agora, o que não pode acontecer é a tentativa da escola de fragilizar a família como sempre a conhecemos. Sempre tivemos alunos sem pai ou mãe na história da educação brasileira, e sempre comemoramos o dia das mães e o dia dos pais. Mudar a tradição cultural e o entendimento sobre a família tradicional, é uma demonstração de ignorância sobre assuntos que devem ser encarados com maior profissionalismo. O ataque ao conceito de família tradicional e as mudanças conceituais

com argumentos falsos, escondem uma intenção bem mais perigosa que se chama Ideologia de Gênero. Cada vez mais que a família tradicional é atacada para que a ideologia de gênero avance e tome lugar mais proeminente, com um discurso de meias verdades, como o de atender as minorias. Hoje se fala muito sobre os direitos das minorias, mas é muito importante pensar o que isso significa. Quando nos solidarizamos com minorias, pensamos nas questões sociais como, por exemplo, os índios. Todos nós sabemos que o índio nasce índio e eles não estão querendo que todos se tornem índios. É maravilhoso quando pensamos no aumento do direito das mulheres, embora não façam parte das minorias, mas elas nasceram mulheres e não estão buscando lutar para que os homens se tornem mulheres também. É óbvio que as estatísticas mostram que os afrodescendentes foram prejudicados e tiveram menos oportunidades, mas eles não estão buscando que todos sejam afrodescendentes. E assim é com todos os grupos de minorias culturais, éticas e raciais. O discurso em favorecer uma minoria precisa ser avaliado com cuidado, pois quando falamos de ideologia de gênero, não estamos falando de pobres ou questão racial, mas sim de pessoas que escolheram comportarem-se diferente da natureza do gênero que nasceram, escolha essa que deve ser respeitada, mas que não pode alterar o padrão de toda uma sociedade, amparada pela nossa constituição Federal que protege a família composta por um homem e uma mulher de educarem seus filhos conforme a família sempre fez. Tenho ouvido até de professores afirmações sem nenhuma base científica que temos que aceitar a ideologia de gênero, pois as pessoas homoafetivas nasceram assim. Tais tentativas de mudar essas comemorações, são protagonizadas por pessoas que não respeitam as leis de nossa nação, e tentam usar a máquina estatal para mudar o que não deve ser mudado, pois não valorizam as mães e nem os pais, além de estimular ações de ideologia de gênero, já excluídas do PNE - Plano Nacional de Educação, bem como das mesmas leis que re-

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abemos que quando há parceria entre a família e escola, podemos aguçar e alimentar os mais diversos conhecimentos de uma criança. Essa relação já foi e ainda é motivo de muitos estudos que comprovam que quanto mais a escola e família interagem, mais a criança desenvolve suas habilidades. No entanto, precisamos ter bem claro qual é o papel de cada um nesta relação, uma vez que as mesmas compartilham funções sociais, políticas e educacionais, que contribuem e influenciam a formação do cidadão. Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos, havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já, na família, os objetivos, conteúdos e métodos se diferenciam, promovendo o processo de socialização, proteção, condições básicas de sobrevivência e o desenvolvimento, principalmente das crianças no plano social, cognitivo e afetivo reconhecidos e aceitos pela família. Mas nos últimos tempos está havendo equívocos de ambas partes. A família achando que a escola deve educar, controlar e colocar limites no seu filho, e a escola achando-se no papel de responsável pelos valores e princípios que são da família. Um exemplo disso são as comemorações do dia das mães e o dia dos pais nas unidades de ensino e a afirmação corrente de que é necessário mudar essas comemorações em decorrência de outras formas de famílias agora existentes. É preciso ficar atento porque é perceptível uma intenção, mais do que deliberada e completamente equivocada, provocada por setores do Ministério da Educação, insuflados pela esquerda marxista, apoiada por veículos de comunicação em massa com documentários televisivos, bem como por novelas e seriados, em modificar hábitos e costumes tradicionais de nossa sociedade que valoriza a família tradicional, demonstrando uma clara intenção oportunista de impor uma ideologia de gênero que acaba por confundir ainda mais os papéis da escola e família. Recentemente presenciei em nossa

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gulam a educação do Estado do Espírito Santo e em nosso município. Para ajudar na compreensão se uma pessoa “gay” realmente nasce “gay”, a Associação Americana de Pediatras publicou um artigo assinado, pela Dra. Michelle A. Cretella, M.D. (Presidente da Associação Americana de Pediatras, Dr. Quentin Van Meter, M.D. - Vice-Presidente da Associação Americana de Pediatras Endocrinologista Pediátrico e Paul McHugh, M.D., Professor Universitário de Psiquiatria da Universidade Johns Hopkins Medical School, detentor de medalha de distinguidos serviços prestados e ex-psiquiatra-chefe do Johns Hopkins Hospital), que passo na íntegra: A Associação Americana de Pediatras conclama educadores e legisladores a rejeitarem todas as políticas que condicionam as crianças a aceitarem como normal uma vida de personificação química e cirúrgica do sexo oposto. São os fatos, e não a ideologia, o que determina a realidade.

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A SEXUALIDADE HUMANA É UM TRAÇO BIOLÓGICO BINÁRIO OBJETIVO: “XY” e “XX” são marcadores genéticos de saúde, não de um distúrbio. A norma para o design humano é ser concebido ou como macho ou como fêmea. A sexualidade humana é binária por design, com o óbvio propósito da reprodução e florescimento da nossa espécie. Esse princípio é evidente em si mesmo. Os transtornos extremamente raros de diferenciação sexual (DDSs) — inclusive, mas não apenas, a feminização testicular e hiperplasia adrenal congênita — são todos desvios medicamente identificáveis da norma binária sexual, e são justamente reconhecidos como distúrbios do design humano. Indivíduos com DDSs não constituem um terceiro sexo.

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NINGUÉM NASCE COM UM GÊNERO. TODOS NASCEM COM UM SEXO BIOLÓGICO. Gênero (uma consciência e percepção de si mesmo como homem ou mulher) é um conceito sociológico e psicológico, não um conceito bio-

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lógico objetivo. Ninguém nasce com uma consciência de si mesmo como masculino ou feminino; essa consciência se desenvolve ao longo do tempo e, como todos os processos de desenvolvimento, pode ser descarrilada por percepções subjetivas, relacionamentos e experiências adversas da criança, desde a infância. Pessoas que se identificam como “sentindo-se do sexo oposto” ou “em algum lugar entre os dois sexos” não constituem um terceiro sexo. Elas permanecem homens biológicos ou mulheres biológicas.

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A CRENÇA DELE OU DELA DE SER ALGO QUE NÃO É INDICA, NA MELHOR DAS HIPÓTESES, UM PENSAMENTO CONFUSO. Quando um menino biologicamente saudável acredita que é uma menina, ou uma menina biologicamente saudável acredita que é um menino, existe um problema psicológico objetivo, que está na mente, não no corpo, e deve ser tratado como tal. Essas crianças sofrem de disforia de gênero (DG). Disforia de gênero, anteriormente chamada de transtorno de identidade de gênero (TIG), é um transtorno mental reconhecido pela mais recente edição do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V). As teorias psicodinâmicas e sociais de DG/TIG nunca foram refutadas.

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A PUBERDADE NÃO É UMA DOENÇA – E OS HORMÔNIOS QUE BLOQUEIAM A PUBERDADE PODEM SER PERIGOSOS. Reversíveis ou não, os hormônios que bloqueiam a puberdade induzem a um estado doentio — a ausência de puberdade — e inibem o crescimento e a fertilidade em uma criança até então biologicamente saudável.

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CERCA DE 98% DOS MENINOS E 88% DAS MENINAS CONFUSOS COM O PRÓPRIO GÊNERO ACABAM ACEITANDO O SEU SEXO BIOLÓGICO DEPOIS DE PASSAREM NATURALMENTE PELA PUBERDADE, segundo o DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos - quinta edição).

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CRIANÇAS QUE USAM BLOQUEADORES DA PUBERDADE PARA PERSONIFICAR O SEXO OPOSTO VÃO REQUERER HORMÔNIOS DO OUTRO SEXO NO FIM DA ADOLESCÊNCIA. Esses hormônios (testosterona e estrogênio) estão associados a riscos para a saúde, o que inclui, entre outros, o aumento da pressão arterial, a formação de coágulos sanguíneos, o acidente vascular cerebral e o câncer.

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O ÍNDICE DE SUICÍDIO É 20 VEZES MAIOR ENTRE ADULTOS QUE USAM HORMÔNIOS DO SEXO OPOSTO E SE SUBMETEM A CIRURGIAS DE MUDANÇA DE SEXO – inclusive nos países mais afirmativos em relação aos chamados LGBTQ, como a Suécia. Que pessoa compassiva e razoável seria capaz de condenar crianças e jovens a esse destino, sabendo que, após a puberdade, cerca de 88% das meninas e 98% dos meninos vão acabar aceitando a realidade com boa saúde física e mental?

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É ABUSO INFANTIL CONDICIONAR CRIANÇAS A ACREDITAREM QUE UMA VIDA INTEIRA DE PERSONIFICAÇÃO QUÍMICA E CIRÚRGICA DO SEXO OPOSTO SEJA NORMAL E SAUDÁVEL. Endossar a discordância de gênero como normal através da rede pública de educação e de políticas legais servirá para confundir as crianças e os pais, levando mais crianças a serem apresentadas às “clínicas de gênero” e aos medicamentos bloqueadores da puberdade. Isto, por sua vez, praticamente garante que essas crianças e adolescentes vão “escolher” uma vida inteira de hormônios cancerígenos e tóxicos do sexo oposto, além pensarem na possibilidade da mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu corpo quando forem jovens adultos. É importante que se deixe claro que não há aqui nenhuma intenção de repúdio ou discriminação pelos que optam por comportamento diferente do gênero em que nasceram, mas está longe o entendimento de que alguém nasça “gay”. Diante disso, não há nenhum motivo que


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derá em sabermos em que mãos estão a educação de nossas crianças. A referida psicóloga, em entrevista à Revista Comunhão, explica que a forma como alguns educadores tratam o tema, convencendo a criança, que é um ouvinte passivo, que ela não nasceu homem ou mulher e que seu sexo é apenas um detalhe, poderá produzir um outro problema - falta de identidade. A escola utiliza estratégias de dominação que podem controlar crianças e jovens pela via do chamado “construtivismo” ou “conhecimento relativista” que nega o ensino objetivo. Assim vão induzindo–os ao erro e à crença em filosofias que prometem igualdade, fraternidade e, principalmente, liberdade.

Os pais devem estar atentos e se informar, conhecer os assuntos que seus filhos estão aprendendo na escola através do diálogo e revisando os materiais escolares, além de manter um diálogo franco e aberto, assim como lutar pelos direitos da família assim como nós a conhecemos. Lembre-se: respeitar não significa e nunca significará concordar. Para que a criança tenha um desenvolvimento pleno, é necessário que cada um exerça seu papel pleno, sem invadir o espaço do outro. X Luciano Estevam Gomes Pastor Batista, Pedagogo, Especialista em Educação e Mestre em Teologia.

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seja forte o suficiente para que troquemos o nome do dia das mães ou dia dos pais, principalmente para satisfazer uma escolha social e não natural. A psicóloga clínica cristã, autora do livro “A ideologia de Gênero na Educação, Marisa Lobo, afirma que o MEC tem agido com total doutrinação ideológica política de esquerda, relativizando todos os conteúdos, banalizando a sexualidade, além da precocidade com que trata temas ligados à sexualidade infantil, e que isso preocupa demasiadamente, por ferir o núcleo da família tradicional. É real a possibilidade da escola interferir na construção ou na desconstrução de valores pétreos da família, isso depen-

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SEU NEGÓCIO EM NOSSO AMBIENTE

A RADIO DA SUA FAMILIA! Ligue e participe 3256 2802 / 9 9624 6060



Reportagem Especial

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Por Cibele Alves

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Reportagem Especial

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dotar é um ato de amor. É dividir com alguém um pouco de si. É um momento especial e tão esperado por muitos. Existe uma fila enorme daqueles que estão à espera de um filho, e há aqueles que por algum ocorrido estão aguardando pais que possam ajuda –lós na caminhada da vida. Atualmente, de acordo com informações do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), da Corregedoria Nacional de Justiça, estão cadastrados 35.836 pretendentes à adoção e 6.592 crianças e adolescentes aptas a serem adotados. As exigências dos pretendentes ainda são o maior obstáculo para adoção no Brasil. Dos 6.592 crianças e adolescentes aptos à adoção que constam no CNA atualmente, 16,99% são negras, 48,86% são pardas, 33,48% são brancas, 0,3% pertencem à raça amarela e 0,36% são indígenas. A preferência por crianças brancas já vem mudando. Nos últimos seis anos, o número de candidatos que somente aceitam crianças de raça branca tem diminuído – em 2010, eles representavam 38,73% dos candidatos a pais adotivos, enquanto em 2016 são 22,56% de pretendentes que fazem essa exigência. Paralelamente, o número de candidatos que aceitam crianças negras subiu de 30,59% do CNA em 2010 para os atuais 46,7% do total de pretendentes do cadastro. Da mesma forma, o número de pretendentes que aceitam crianças pardas aumentou de 58,58% do cadastro em 2010 para 75,03% dos candidatos atualmente. A barreira em relação adoção das crianças negras e pardas vem sendo derrubada timidamente como mostra os dados no CNA. A redução é constatada porque, ao se inscreverem no CNA, os futuros pais adotivos precisam responder, entre outras exigências, se possuem restrições em relação à cor da criança, ou seja, se aceitam adotar uma criança negra ou parda. Muitas famílias têm mudado o perfil do tão sonhado filho, no entanto, ainda enfrentam muito preconceito pela decisão que tomam. Essa mudança de perfil resultou só neste

ano, até o mês de Abril, na adoção de 119 crianças negras e pardas, das 252 adoções feitas no país pelo CNA. Um outro ponto que também estamos avançando é no quesito idade da criança, no entanto este ponto é ainda mais delicado. Segundo a CNA, o aumento das chamadas adoções tardias – de crianças com mais de três anos – é um dos fatores que impulsiona a adoção de crianças negras, isso porque, atualmente, das 5.918 crianças com mais de três anos no CNA, 4.005 são negras ou pardas (68%). Entre as crianças com idade entre 0 e 3 anos (não completos), 332 das 654 crianças disponíveis são negras ou pardas (cerca de 51%). Em 2010, foram feitas 114 adoções tardias (43% do total), percentual que foi crescendo, chegando a 711 em 2015, o que equivale a 50% do total de adoções desse tipo naquele ano. É interessante que se esclareça que quando falamos que houve aumento das adoções tardias, às vezes imaginamos um menino negro de 10 anos sendo adotado; entretanto, esse tipo de adoção ainda continua muito raro. Quando se fala em aumento na adoção tardia, entenda-se que esse fato acontece porque antes a maioria dos candidatos preferiam crianças de até no máximo três anos e agora alguns passaram aceitar até 5 anos. Avançamos sim, e isso é muito bom para os envolvidos no processo, no entanto, precisamos ir muito além para fazer essa conta fechar. Atualmente no Espírito Santo, segundo a Comissão Judiciária de Adoção (Ceja) do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), 139 crianças, de 0 a 17 anos de idade, estão disponíveis para adoção. Aí vem a indagação: Como assim? Se conhecemos vários “casas lares” cheios de crianças e adolescentes! Na opinião da ministra do Superior Tribunal de Justiça e corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, Fátima Nancy Andrighi, em entrevista ao portal do CNA, ainda existem muitos entraves legais e burocráticos num processo de definição jurídica para uma criança ser considerada disponível para adoção. “A lei estabelece que os vínculos biológicos devem ser prestigiados e

os pais biológicos, ou a família extensa, devem ser consultados e preparados. Nesse período, a criança permanece acolhida e o Ministério Público fica na dúvida em propor a ação de destituição do poder familiar. Ainda temos no Brasil uma mentalidade de favorecer a família biológica em detrimento do direito da criança em ter uma família real. Temos de frisar que os tempos são diferentes para as crianças, para os adultos e para os processos. Acima de qualquer tempo, está a criança”, diz a ministra. Grupos de Apoio a Adoção – Para somar a este processo de adoção hoje existem os grupos de apoio. Segundo Flowrency Pacheco Assis, Assistente Social do Grupo de Apoio a Adoção Mãos Amigas (GAAMA), o grupo é um espaço para trocas de experiências e informações, além de orientar e aconselhar a quem deseja adotar ou se informar. O principal objetivo do grupo é discutir temas voltados à adoção, à convivência familiar e comunitária, e promover ações que possam criar na sociedade uma nova cultura da adoção. “É muito importante para criança a convivência familiar. Por isso, reforçamos e estimulamos as adoções legais, para que elas sejam seguras e para sempre. Precisamos compartilhar a visão de que adoção é uma filiação legitima”, afirma Flowrency. Vale ressaltar que estes grupos não fazem partem de nenhum Juizado da infância e juventude, mas parceiros desses grupos. Normalmente o grupo é formado por pais e filhos por adoção, pessoas habilitadas ou em processo de adoção, além dos profissionais das áreas afins. Conquanto, de nada adianta existir os mais diversos recursos tecnológicos para cruzar os dados dos pretendentes com os das crianças e adolescentes aptas para doação, ou o fato de existir grupos (como o GAAMA) em cidades, ou mesmo ter as mais diversas campanhas do poder público ou privado sobre adoção, se não existir amor e a vontade de fazer a diferença na vida de uma pessoa. Para avançamos efetivamente precisamos fazer mais ações objetivas de amor, pois ainda existem muitas crianças e adolescentes a espera de uma família.

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Reportagem Especial

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PARA CONQUISTAR O FILHO TÃO AGUARDADO, VEJA O PASSO-A-PASSO DA ADOÇÃO.

1) EU QUERO: Você decidiu adotar. Então, procure a Vara de Infância e Juventude do seu município e saiba quais documentos deve começar a juntar. A idade mínima para se habilitar à adoção é 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida. Os documentos que você deve providenciar: identidade; CPF; certidão de casamento ou nascimento; comprovante de residência; comprovante de rendimentos ou declaração equivalente; atestado ou declaração médica de sanidade física e mental; certidões cível e criminal.

7) APROVADO: Você está automaticamente na fila de adoção do seu Estado e agora aguardará até aparecer uma criança com o perfil compatível com o perfil fixado pelo pretendente durante a entrevista técnica, observada a cronologia da habilitação. Caso seu nome não seja aprovado, busque saber os motivos. Estilo de vida incompatível com criação de uma criança ou razões equivocadas (para aplacar a solidão; para superar a perda de um ente querido; superar crise conjugal etc.) podem inviabilizar uma adoção. Você pode se adequar e começar o processo novamente.

2) DÊ ENTRADA!: Será preciso fazer uma petição – preparada por um defensor público ou advogado particular – para dar início ao processo de inscrição para adoção (no cartório da Vara de Infância). Só depois de aprovado, seu nome será habilitado a constar dos cadastros local e nacional de pretendentes à adoção.

8) UMA CRIANÇA: A Vara de Infância vai avisá-lo que existe uma criança com o perfil compatível ao indicado por você. O histórico de vida da criança é apresentado ao adotante; se houver interesse, ambos são apresentados. A criança também será entrevistada após o encontro e dirá se quer ou não continuar com o processo. Durante esse estágio de convivência monitorado pela Justiça e pela equipe técnica, é permitido visitar o abrigo onde ela mora; dar pequenos passeios para que vocês se aproximem e se conheçam melhor. Esqueça a ideia de visitar um abrigo e escolher a partir daquelas crianças o seu filho. Essa prática já não é mais utilizada para evitar que as crianças se sintam como objetos em exposição, sem contar que a maioria delas não está disponível para adoção.

3) CURSO E AVALIAÇÃO: O curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção é obrigatório. Na 1ª Vara de Infância do DF, o curso tem duração de 2 meses, com aulas semanais. Após comprovada a participação no curso, o candidato é submetido à avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar feitas pela equipe técnica interprofissional. Algumas comarcas avaliam a situação socioeconômica e psicoemocional dos futuros pais adotivos apenas com as entrevistas e visitas. O resultado dessa avaliação será encaminhado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância. 4) VOCÊ PODE: Pessoas solteiras, viúvas ou que vivem em união estável também podem adotar; a adoção por casais homoafetivos ainda não está estabelecida em lei, mas alguns juízes já deram decisões favoráveis. 5) PERFIL: Durante a entrevista técnica, o pretendente descreverá o perfil da criança desejada. É possível escolher o sexo, a faixa etária, o estado de saúde, os irmãos etc. Quando a criança tem irmãos, a lei prevê que o grupo não seja separado. 6) CERTIFICADO DE HABILITAÇÃO: A partir do laudo da equipe técnica da Vara de Infância e também do parecer emitido pelo Ministério Público, o juiz dará sua sentença. Com seu pedido acolhido, seu nome será inserido nos cadastros, válidos por dois anos em território nacional.

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9) CONHECER O FUTURO FILHO: Se o relacionamento correr bem, a criança é liberada e o pretendente ajuizará a ação de adoção. Ao entrar com o processo, o pretendente receberá a guarda provisória, que terá validade até a conclusão do processo. Nesse momento, a criança passa a morar com a família. A equipe técnica continua fazendo visitas periódicas e apresentará uma avaliação conclusiva. 10) UMA NOVA FAMÍLIA!: O juiz profere a sentença de adoção e determina a lavratura do novo registro de nascimento, já com o sobrenome da nova família. Existe a possibilidade também de trocar o primeiro nome da criança. Nesse momento, a criança passa a ter todos os direitos de um filho biológico. X *Informações do CNA

Cibele Alves, jornalista.


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Comportamento

Abuso sexual infantil. Isso nao é coisa de criança Por Wagner Simões Ferreira Neto

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Comportamento

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abuso sexual infantil é a prática de qualquer atividade sexual entre a criança e uma pessoa mais velha. Crianças que passam muito tempo durante o dia sem o cuidado de um responsável ou alguém de confiança, são alvos fáceis desse tipo de abuso. Nos últimos anos, mais e mais casos de adultos abusados na infância estão vindo à tona e preocupando pais e educadores sobre os riscos e as formas de prevenção. Considerando esta alarmante realidade, como saber se isso está acontecendo com o seu filho? E o que fazer se você descobrir? Sinais - Não espere que a criança procure você e te conte sobre o fato. A grande maioria delas sente muita vergonha e não falará abertamente sobre isso. Normalmente, toda criança irá apresentar alguns desses comportamentos (sinais) apresentados abaixo. Fique atento a esses sinais, caso eles venham se repetindo constantemente e sem causa aparente.

Sinais no comportamento • • • • • • •

Medo de lugares, pessoas ou atividades com choro excessivo sem explicação; Perturbações no sono como pesadelos, insônias ou “xixi na cama”; Resistência ao toque e carinho, até mesmo com familiares e amigos mais próximos; Agressividade, irritação, nervosismo ou fuga de casa; Timidez em excesso, com isolamento e pouco contato social até com crianças da mesma idade; Baixo desempenho escolar e desânimo; Hipersexualização (sexualidade “aflorada”): exibicionismo (querer trocar muitas vezes de roupa durante o dia, uso de muita maquiagem e roupas curtas), curiosidade excessiva (olhar escondido no banheiro, falar muito sobre “ficar” e namorar), masturbação infantil e promiscuidade.

Sinais no corpo • • • • •

Dor ao urinar, agachar, andar ou sentar; Sangramento ou dor na boca, genitálias e ânus; Dificuldade em segurar o xixi e o cocô, às vezes sujando as roupas; Cortes, manchas ou queimaduras pelo corpo.

Como ajudar a criança • •

Caso você detecte muitos dos sinais acima, siga as seguintes instruções: Saiba quem são os adultos com os quais seu filho convive. Não faça uma “caça às bruxas”, mas seja sincero com você mesmo e não descarte pessoas próximas a você. Nunca converse na frente do possível abusador; inicie com assuntos descontraídos e sem pressa. Mostre segurança para a criança, sem precisar utilizar as técnicas do abusador (doar presentes e muito carinho).

Entenda que o abusador também é uma pessoa de confiança para ele. A criança deve saber que você a ama e de que continuará gostando dela não importa o que acontecer; Questione se fizeram alguma brincadeira que ela não gostou ou se tocaram em seu corpo e não foi bom. Não pergunte se alguém a machucou. Ouça com paciência e contato visual. Caso ela confesse, não mostre sua raiva ou indignação – a criança se sentirá culpada. Diga que a ama e agradeça pela sinceridade; Marque uma consulta com um profissional da área da saúde (ginecologista/urologista, pediatra e psicólogo). Converse com eles e leve a criança regularmente pois a superação do trauma leva um tempo; Caso o abuso seja confirmado, procure a polícia. Não tente resolver sozinho, mas não converse com outras pessoas que não estejam envolvidas. Não comente nas redes sociais e não exponha a criança. Acima de tudo, ofereça amor incondicional à criança. Ensine que ela não precisa te dar nada em troca disso.

O que o abuso sexual pode causar na criança? A criança que sofre o abuso sexual pode carregar marcas pelo resto de sua vida. No entanto, com um suporte familiar, escolar e profissional é possível ultrapassar toda a dor sofrida e viver uma vida saudável e feliz. Vergonha e culpa são os sentimentos mais comuns. Algumas crianças duvidam sobre o que aconteceu e afirmam ser apenas “coisa da cabeça”. O trauma pode se tornar mais forte com a puberdade – as mudanças no corpo lembram toda a dor sofrida. A sexualidade é deturpada, como algo nojento e que deve ser reprimido, ou de forma promíscua e descuidada. A autoestima desse jovem tende a ser baixa, como alguém sujo e que não presta. O medo é constante, principalmente de pessoas que lembrem o abusador. Podem surgir sintomas de depressão e ansiedade. Automutilação (“cutting”, cortes pelo corpo) e tentativas de suicídio podem acontecer em casos mais graves. Com todos esses riscos, não hesite em procurar ajuda. O abuso não é coisa de criança. X Fontes: www.childmolestationvictims.com www.childhood.org.br Wagner Simões Ferreira Neto, psicólogo clínico e palestrante, graduado pela Ufes e pela University of California Davis; e em formação pela Escola Paulista de Psicanálise.

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OpiniĂŁo

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ÍTICA!

Opinião

Por Luciano Estevam Gomes

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hegou a época de eleições e com ela algumas coisas bem complicadas. Alguém já afirmou que existem três coisas que não podem ser discutidas em família ou entre amigos: religião, futebol e política, mas você já reparou que são os assuntos que mais tomam espaço na vida de muita gente? Pois é, infelizmente na discussão desses assuntos instigantes, podemos falar coisas que não deveríamos e que, por certo, nos arrependeremos. Dentre esses três assuntos, quero destacar a política. Chegou a hora de escolhermos aqueles que serão nossos representantes no legislativo e executivo municipal. Com o nosso voto contrataremos os funcionários que decidirão sobre os caminhos e descaminhos de nossa cidade. Elegeremos o prefeito, o vice-prefeito e vereadores que exercerão suas funções, esperando que o façam com muito trabalho e, principalmente honestidade, mesmo porque ultimamente o Ministério Público e a Justiça estão atentos aos desmandos e desleixos praticados no exercício das funções, principalmente públicas. As regras para propaganda eleitoral mudaram bastante e o financiamento de campanhas tomaram novos rumos. Alguns candidatos estão cientes da grande responsabilidade que assumirão, mas outros nem sabem o que farão, como, por exemplo, no caso dos vereadores que, infelizmente, na sua grande maioria nem possuem um posicionamento político ideológico, básico

para o exercício da função. Entretanto, são eles que aprovam as leis, o que lhes é exigido examinar se as ideias, geralmente embutidas nas propostas, mesmo que de forma sutil, estão baseadas numa fundamentação política de ideologia comunista, fascista ou socialista. Então, o que se requer de nossos vereadores? Precisam ser inteligentes, sensíveis e corajosos para não ceder às pressões de movimentos sociais que defendem uma ou outra corrente ideológica diferente daquela em que o vereador assumiu em sua campanha eleitoral. É assim que uma sociedade democrática se organiza. Aqueles que acreditam de uma forma, elegerão candidatos que trabalharão para todos, mas defenderão os princípios e valores ideológicos daqueles que o elegeram. A sociedade precisa conversar com os candidatos aos cargos públicos. Mas o que sempre ouvimos dos candidatos? Eles sempre falam o que vão fazer, mas precisamos muito mais do que isso, precisamos descobrir sobre o que acreditam, mesmo porque é naquilo que cremos que nos identificamos e damos a nossa vida. Precisamos saber se os candidatos possuem caráter, já que a mentira é um bem quase comum na política e, infelizmente na sociedade de um modo geral. Para isso é necessário que se façam perguntas bem diretas, que estejam relacionadas aos seus valores. Se você fizer isso, não estará votando em uma pessoa por grau de parentesco ou por amizade, mas sim em uma proposta ideológica. Embora qualquer

pessoa possa se candidatar a cargos políticos, não deveríamos elegê-los sem os atributos básicos e necessários à função. Percebemos que muitos candidatos só estão interessados em um emprego garantido por quatro anos e ainda outros pela vaidade do poder. O certo seria que o voto não fosse dado por causa de parentesco ou amizade, e de forma alguma em troca de algum favor. Você nunca terá moral para cobrar algum compromisso do seu vereador ou prefeito, caso tenha “vendido” o seu voto. Os dias são maus e as pessoas, infelizmente estão se comportando como se não fosse existir o amanhã. Entretanto, nossos filhos e netos estarão lá adiante e nós poderemos ou não facilitar para eles. Se dermos bons exemplos como cristãos que dizemos ser, haverá esperança para eles. Quando chega uma época como essa, muitos candidatos começam a mentir, falar mal dos outros e a prometer o que não podem cumprir. O cristão de verdade não entra neste jogo, mas se vale da oportunidade para para questionar e orar pela nossa cidade. Caso verifique que o seu candidato não possui os mesmos valores que você, troque de candidato imediatamente e lhe diga o porquê. Concluo, parafraseando um versículo bíblico: “É melhor você entrar no céu sem político, do que ir para o inferno abraçado com ele”. X Luciano Estevam Gomes Pastor Batista, Pedagogo, Especialista em Educação e Mestre em Teologia.

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Brasil, Brasil, o o pais pais do do

Esporte

SURF!

FOTO: HUMBERTO DE MARCHI

TAEKWONDO ESPORTE OLÍMPICO Por José Carlos de Almeida

A ORIGEM DO TAEKWONDO De origem coreana, taekwondo significa “a arte de usar os pés e as mãos na luta”. Há mais de dois mil anos, o rei Ching Heung, da 24ª dinastia Silla, formou uma tropa de elite com guerreiros especialistas em combates corporais. Batizado de Hwa Rang Do, o grupo funcionava como os samurais japoneses. Além de exímios lutadores usando armas como lança, arco e flecha e espada, os integrantes dessa tropa se especializaram em artes marciais, em especial o soo bak, que utilizava amplamente os pés e as mãos. No período da dinastia Koryo (924-1392), os mestres desenvolveram 25 posturas de luta, cujas técnicas formaram a base para o nascimento do taekwondo que se conhece hoje. Após a invasão japonesa na Coreia, que durou de 1909 a 1945, as artes marciais praticadas pelos coreanos foram proibidas. Eles só retomaram o hábito de treiná-las após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O nome taekwondo só passou a ser adotado na metade da década de 1950, quando, ainda sob os efeitos da Guerra da Coreia, travada entre 1950 e 1953, o general Choi Hong-hi teve sucesso na empreitada de unir diversas escolas de diferentes estilos de arte marcial sob uma única luta, batizada de taekwondo. Em 1964, realizou-se o primeiro campeonato nacional na Coreia e, em 1965, foi fundada a Korea Taekwondo Federation.

ESPORTE OLÍMPICO O Taekwondo tornou-se esporte olímpico em 1988, participando dos Jogos Olímpicos de Seul (1988) e Barcelona (1992) como esporte de exibição. Após ficar fora de Atlanta (1996), foi incluído no programa olímpico, valendo medalhas na edição de Sydney-2000. Em campeonatos de lutas, os atletas deste desporto devem utilizar equipamentos de proteção com o objetivo de não ocorrer ferimentos em função dos golpes e diminuir o impacto por eles causado. Os equipamentos de proteção servem para proteger a cabeça, o tórax, região genital, pernas, braços e mãos. A vestimenta ou uniforme usado, geralmente na cor branca de acordo com as regras da federação responsável, chama-se Dobok. CBTKD A Confederação Brasileira de Taekwondo foi fundada em fevereiro de 1987 e é a entidade nacional que administra o desporto da modalidade Taekwondo no Brasil. É filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro, à União Pan-americana de Taekwondo e à Federação Mundial de Taekwondo. ORIGEM DO NOME • “Tae” (Partir ou esmagar com o Pé) • kwon ( Partir ou esmagar com a mão) • “Do” (espírito/caminho em si).

Em sentido global, taekwondo indica a técnica de combate sem armas para defesa pessoal, envolvendo destreza no emprego das mãos e punhos, de pontapés voadores, de esquivas e intercepções de golpes com as mãos, braços ou pés, para a rápida destruição do oponente. Hoje em dia, o taekwondo tornou-se olímpico, e, em muitas academias, pratica-se o taekwondo olímpico. Basicamente um desporto de chutes com muita explosão. Mais precisamente 30% de socos e 70% de chutes. Nos Estados Unidos, país onde o caratê era a arte marcial predominante nos anos 1980 e 1990, o taekwondo foi, por muito tempo, “erroneamente” chamado de “caratê coreano”. As artes marciais coreanas vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, mostrando que a Ásia não se limita apenas ao Japão ou à China. Para o praticante do taekwondo esta arte é bem mais que medalhas, títulos ou promoções dadas aos vencedores de “competições” por aí afora. O taekwondo exprime a capacidade de vencer uma dificuldade pessoal, desenvolvendo outras áreas da vida pessoal por meio da ética empregada no treinamento do taekwondo. X José Carlos de Almeida, Bacharel em Ed. Física, Mestre 4ºDan de Taekwondo Reg. Kukkiwon e CBTKD.

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Cidade

A fonte da vida

não pode morrer

Por Cibele Alves

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uando ficamos um dia sem o abastecimento de água o desespero é total; e se ficamos sabendo que haverá falta de abastecimento de água normalmente economizamos para não faltar água para as principais atividades. Ainda não estamos acostumados a ficar sem água em nossas torneiras, praticamente dependemos dela para tudo que fazemos. A escassez de chuvas que acabou se tornando a grande causadora da crise hídrica é talvez um dos temas que mais preocupa toda a população, isso porque a água é a nossa fonte de vida. Já faz um bom tempo que ouvimos, vemos e lemos sobre o assunto. Mas as vezes achamos que é algo distante de nós. Mesmo porque moramos no Brasil que detém 53% da fonte de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). No entanto, poucos sabem ou se lembram das aulas de geografia que tivemos quando ainda jovens, onde o professor explicava que a água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país - incrivelmente, onde o número de habitantes é maior o recurso hídrico é menor. Mesmo o Brasil sendo um país privilegiado com relação à disponibilidade de água, ainda sofremos com a escassez em muitos lugares. A distribuição é um dos fatores que contribui para essa realidade, mas também temos outros fatores que colaboram, como a falta de chuva por exemplo. Nos últimos

anos, as chuvas estão vindo com um volume muito menor do que o esperado, o que faz com que os nossos rios continuem abaixo do nível ideal, e em outros casos chegam a secar. Além desse fator, a poluição dos rios torna mais grave a situação. Estamos cada vez mais minando nossa fonte de vida com os desperdícios e a poluição, além do fato de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano. Algumas medidas são necessárias para que se busque minimizar o impacto critico desta escassez, que tem causado uma das maiores secas dos últimos 40 anos na região do Espirito Santo. Em Aracruz, a prefeitura criou em outubro de 2015 o decreto nº 30.2777, que determina restrições para o uso de água potável no município fornecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE-ARA), por prazo indeterminado. Com essa medida fica proibida a utilização da água da rede pública para lavar veículos, calçadas, frentes de imóveis, ruas, encher piscinas, bem como para outras situações que não sejam o consumo humano e que caracterizem desperdício. Em caso de descumprimento, o infrator poder levar uma multa pelo uso irregular da água potável. As denúncias podem ser feitas na Ouvidoria do Município pelo telefone: 3270-7050 ou 0800-283-9263, pelo celular: 997890358, pelo e-mail: ouvidoria@pma.es.gov. br ou pessoalmente na Ouvidoria, que fica localizada no centro, à Rua índio Carneiro Magalhães, 33. Outra medida adotada pelo município

para atual crise foi a implantação do racionamento 3 por 1, ou seja, três dias sem fornecimento de água e um dia com. A medida foi drástica, mais necessária devido à escassez de chuvas. O momento em que vivemos requer que se junte forças do poder público, privado e toda população para cuidar da nossa fonte de vida. Precisamos ser cautelosos, e se necessário mudar de hábitos para termos “combustível” para os próximos anos. CONFIRA ALGUMAS ATITUDES POSSÍVEIS PARA REDUZIR O DESPERDÍCIO DE ÁGUA: • Aproveitar as águas da chuva, armazenando-as de maneira correta; • Fechar a torneira enquanto se escova os dentes; • Reaproveitar o papel. Isso é muito importante, pois para produzir papel gasta-se muitos litros de água; • Acabar com o pinga-pinga da torneira. Uma torneira gotejando, gasta, em média, 46 litros de água por dia; • Reduzir o consumo doméstico de água potável; • Não contaminar os cursos d’água; • Evitar o desperdício, cuidando dos vazamentos de água, e não lavar as calçadas utilizando água potável; • Ao tomar banho, devemos desligar o chuveiro ao ensaboar, pois uma ducha chega a gastar mais de 16 litros de água por minuto. Todas essas mudanças de hábitos, embora pareçam pequenas, produzem um enorme resultado quando cada um faz sua parte. X Cibele Alves, jornalista.

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Artigo

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Artigo

Por Valseni Braga

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ciência tem constatado que o cérebro humano é sofisticado e possui enorme capacidade para aprender, guardar e processar informações. Utilizando os conhecimentos atuais, os cientistas concluíram que o cérebro humano possui mais de 1 bilhão de neurônios e trilhões de conexões neurais possíveis, com capacidade superior aos computadores deste início do século XXI. O cérebro é realmente uma maravilha tecnológica criada por Deus! Os pais e as escolas precisam saber lidar com esse potencial, aproveitando essa possibilidade que todo ser humano possui de aprender e de se desenvolver, tornando-se uma pessoa preparada e que se posta adequadamente diante da vida, exercendo a sua plena cidadania e ajudando a construir uma sociedade mais ética, justa e solidária. Um tema debatido em vários fóruns atualmente é se o contato com a tecnologia é benéfico ou maléfico para as crianças e em qual idade elas deveriam ter acesso a esses recursos. A maioria dos especialistas se posiciona favoravelmente à utilização moderada da tecnologia na infância, tomando-se a devida cautela. Ora, se o cérebro é tecnologicamente avançado e geralmente pouco explorado pelos processos educativos, na família ou na escola, podemos entender que os recursos da tecnologia digital podem ajudar na produtividade do processo ensino aprendizagem. A tecnologia realmente encanta, tanto as crianças quanto os adultos, pois ela

ajuda o ser humano na possibilidade de realizar o seu potencial. Por ela viaja-se sem sair do lugar e ela trás até nós um mundo de imagens coloridas, dados e informações, nos conectando com o todo e nos dando um sentimento de completude. Por isso, há uma crescente utilização da tecnologia por todos os seres humanos em todos os processos, inclusive na educação. Não há nada errado nisso, pois toda a criação Divina transpira conhecimento, sabedoria e tecnologia. Entretanto, precisamos ter cuidado no uso da tecnologia, principalmente com as crianças que estão em fase de formação. Em cada fase da vida a criança precisa desenvolver certas funções psicomotoras, sendo este um fator que deve limitar o seu acesso à tecnologia. Por isso, constata-se certa unanimidade por parte dos especialistas de que as crianças com menos de dois anos de idade devem ser mantidas afastadas da tecnologia. Por exemplo, no artigo da terapeuta ocupacional Cris Rowan, publicado no portal The Huffington Post em 6/3/2014, ela cita 10 razões, pesquisadas, para limitar o acesso de crianças à tecnologia. Afirma que até os dois anos de idade as crianças não devem utilizar a tecnologia digital pois, nesta fase, há o crescimento rápido do cérebro, triplicando de tamanho. Afirma ainda que crianças superexpostas à tecnologia são mais propensas a desenvolverem déficit de atenção, atrasos cognitivos, impulsividade aumentada e diminuição da capacidade de autorregulação. Já, entre o 3º e o 5º ano de vida, as crianças precisam brincar, dramatizar, manipular objetos e

fazer experimentações, além de construir relações sociais. Ou seja, devem ter limitado acesso à tecnologia, de no máximo 1 hora por dia e, a partir dos 6 anos até os 18 anos de idade, o tempo recomendado é de duas horas diárias. Também, o pediatra Aranha, (2010), numa entrevista para o site iG, afirmou que “É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia. Hoje em dia as crianças são cada vez mais consumidoras e menos criativas em todos os níveis – ação, emoção e pensamento – e isso é um grande perigo”. Realmente o que se constata na atualidade é a excessiva utilização das ferramentas tecnológicas pelas crianças, sendo de responsabilidade das famílias e das escolas promover o correto direcionamento nessa utilização. Segundo os estudos de Piaget (1975) “viver cada fase da infância é indispensável para um bom desenvolvimento humano”. Portanto, deve ser dada à criança o direito de conviver com os recursos tecnológicos na medida certa, de forma que não prejudique o seu desenvolvimento natural, garantindo as condições para a formação de um cidadão plenamente preparado para a vida, com senso crítico, autônomo e que tenha a consciência de seu papel na sociedade. X Valseni Braga, Diretor-Geral da Rede Batista de Educação

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Do lixo ao luxo Amoeba NA EDIÇÃO DESTE MÊS NÃO É BEM ALGO RETIRADO DO LIXO, MAS É FEITA COM PRODUTOS QUE VOCÊ TEM EM CASA OU MUITO FÁCEIS DE ACHAR PARA COMPRAR. NOSSA RECEITINHA DE HOJE É AMOEBA, UM BRINQUEDO QUE ESTÁ MUITO NA MODA E É UMA FEBRE ENTRE A CRIANÇADA E, DETALHE, ESTA RECEITA É ATÓXICA, POIS NÃO LEVA BÓRAX. NOSSA SUPER DICA DESSE BRINQUEDO É, COLOCAR NUM POTINHO DE PAPINHA DECORÁ-LO COMO TEMA DA FESTA E DAR DE LEMBRANCINHA NO ANIVERSÁRIO DO SEU FILHO (A). AS CRIANÇAS VÃO AMAR.

VAMOS AOS INGREDIENTES: Ingredientes: • Água boricada (você encontra na farmácia) • Cola branca ou cola de isopor (a cola de isopor a deixará mais transparente e menos grudenta) • Bicarbonato de sódio • Corante alimentício Modo de preparo: 1. Em um copo coloque a água boricada e vá acrescentando o bicarbonato de sódio e mexendo. Você deve acrescentar bicarbonato até as bolinhas sumirem da água por completo. 2. Em uma tigela adicione a cola, algumas gotinhas do corante e vá acrescentando aos poucos à mistura de água boricada com bicarbonato. 3. Mexa bastante, note que a mistura já se parece com a amoeba, mas quanto mais mexer mas sua geleca vai ficar elástica. Gostou? Fácil né! Você pode fazer de várias cores e também acrescentar gliter, que fica o máximo. Revista da Primeira Igreja Batista em Aracruz

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Artigo

Por Antônio Douglas Medeiro

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população carcerária no Brasil já passa dos 600 mil, a quarta maior do planeta, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Justiça no relatório Infopen (levantamento nacional de informações penitenciária), em 2015. O primeiro lugar fica com o Estados Unidos com mais de 2 milhões. No ano de 2001 eram 230 mil presos no Brasil, 15 anos depois este número quase triplicou. Segundo o Ministério, se a taxa de prisões continuar no mesmo ritmo, um em cada 10 brasileiros estará atrás das grades em 2075. Diante de todas essas informações fica a pergunta: existe solução para esse problema? Há esperança para essas pessoas que estão privadas da liberdade? Qual o papel da Igreja de Cristo? Qual o seu papel como cristão? Um dos problemas que enfrentamos em nosso país são as leis fracas e com brechas. O infrator não teme a justiça, ele sabe que não fica muito tempo preso, e o crime acaba compensando. Um exemplo, se um homem rouba um carro e na fuga acaba capotando com ele, a polícia o prende e o leva à Justiça que o condena por uns 2 ou 3 anos de detenção. No entanto, a pessoa roubada fica sem nada. Onde teve justiça? No antigo Israel a legislação era mais dura e criava um relacionamento (uma relação de compensação) entre

o infrator e o ofendido. Se um homem roubasse um boi iria restituir cinco bois, se não tivesse condições para restituir iria trabalhar como escravo para o ofendido até pagar o valor devido. O ofendido era responsável pela alimentação e moradia do infrator, e até da sua família se tivesse uma sobre sua responsabilidade (Ex 22.-15). O crime não compensava! A situação da legislação brasileira é um dos fatores que contribui para esse crescimento da população carcerária. O infrator deve ser punido com uma pena exemplar, a ponto dele não querer cometer mais nenhum crime, pois sabe que o Estado o punirá severamente. Temer o governante é o que a bíblia ensina no livro de Romanos capítulo 13, versículo 3. É dever de todos cumprir a lei, porque o Estado porta a espada para punir e é servo de Deus, ou seja, Deus usa as autoridades para punir os malfeitores. É nosso dever como cristão pregar e orar pelos presos, para que se arrependam dos seus pecados. Mas podemos fazer mais, como: realizar visitas quando possível; trabalharmos de forma preventiva realizando projetos ou oficinas para a comunidade em que estamos inseridos, utilizando os recursos que temos para que crianças, adolescentes e jovens tenham oportunidade de escolha. Sabendo que estas ações não deve

transformar a igreja numa ONG, visto que sua missão essencial é adorar a Deus, ensinando o Evangelho e fazendo discípulos. Entretanto, como membros do corpo de Cristo, devemos nos engajar no serviço abnegado de resgatar o perdido por meio de atos objetivos de amor e justiça. Conscientes de que a vida que muitos que estão encarcerados estão vivendo não é a raiz do problema, mas as consequências de um coração caído, distante de um relacionamento com seu Criador. Através da pregação fiel do evangelho uma nação inteira pode mudar. As taxas de crimes diminuiriam radicalmente, pois leis e governantes mais justos seriam eleitos por um povo mais esclarecido e consciente. Foi assim com a Inglaterra de John Wesley no século 18, onde várias pessoas foram salvas e suas condutas imorais abandonadas graças ao evangelho de Cristo. Se existe esperança? Claro que sim, ela se chama Jesus, aquele que liberta o cativo do pecado, que é a raiz de todo mal no mundo. A raiz do problema carcerário é o pecado, e somente com o evangelho é possível alterar esse quadro. Todos os outros métodos são superficiais comparados ao poder do evangelho. Que Deus abençoe o nosso país. X Antônio Douglas Medeiro.

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Artigo

Os reféns da crise

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Por Alcides Oliveira Pinto

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Artigo

O

GRUPO QUE MAIS ESTÁ SENDO AFETADO, E O QUE ELES ESTÃO FAZENDO PARA DRIBLAR ESSE MOMENTO? Segundo as Nações Unidas no Brasil (ONUBR – 19/01/2016) “a persistência de altas taxas de desemprego em todo o mundo e a vulnerabilidade crônica dos empregos em muitas economias emergentes e em desenvolvimento ainda estão afetando profundamente o mundo do trabalho, adverte um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. O problema do desemprego no mundo tem se acentuado drasticamente, afetando as economias emergentes de modo geral, e isso, tem trazido graves consequências sociais com reflexos negativos para a economia das nações atingidas. Segundo o EBC – Agência Brasil (01/05/2016) apesar da crise internacional atingir em cheio os países emergentes, no caso brasileiro é agravado pelos problemas internos, ou seja, ganha outros contornos, que são pertinentes à crise política e fiscal que são as principais causas do desemprego no Brasil. Vale ressaltar nesse mesmo contexto, que o Banco Mundial reduziu a perspectiva de crescimento global em 2016 para 2,4% comparado com 2,9% que foi projetado em janeiro deste ano. Segundo o Banco Mundial esta medida foi adotada, devido “ao crescimento lento das economias avançadas, preços de produtos básicos obstinadamente baixos, comércio global fraco e retração dos fluxos de capital. Ainda de acordo com o Banco, “o Brasil deverá sofrer uma contração de 4% em 2016 e sua recessão deverá continuar em 2017 em meio a tentativas de arrocho das políticas, aumento do desemprego, redução da renda real e incerteza política”. A despeito do cenário apresentado, alguns setores conseguem enxergar um pequeno “ponto de luz” aparecendo no fim do túnel. Apesar disso, ainda é precoce para sabermos como será o desenrolar ou desfecho da situação econômica do país nos próximos meses. Independentemente dos fatores expostos acima, o que se percebe é que as perspectivas de aberturas de postos de trabalhos ainda não são muito animadoras, pois tende se perdurar a crise de desemprego por um bom tempo no Brasil, não obstante tenha havido uma tímida sinalização de melhora no aspecto do cenário econômico. Segundo estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado em julho deste ano, em face da crise econômica o Brasil deverá ter em 2016, o pior desempenho na criação de empregos na comparação com outros 43 países. De acordo com o relatório, o Brasil deve apresentar um saldo negativo de empregos, isto é, quando o número das demissões supera as contratações de 1,6% ao longo deste ano, em contrapartida nos países da OCDE a previsão é que haja crescimento de 1,5% dos postos de trabalho em 2016. Segundo estudos da OCDE as projeções para 2017 apontam, que a situação no Brasil provavelmente melhorará com previsão de crescimento de 0,7% do emprego. Contudo, em outro estudo feito pela OCDE em junho também deste ano, o Brasil continuará sofrendo consequências em 2016 com a maior queda do PIB dentre as 44 economias que foram analisadas, devendo retroceder 4,3%.

Essa queda é atribuída ao aprofundamento da recessão, a qual deve subsistir até 2017, além disso temos as incertezas políticas, bem como a Operação Lava Jato que vem atuando fortemente nas investigações dos maiores casos de corrupção já apurados no Brasil que abalam as estruturas de confiança dos investidores e consumidores. Por isso, segundo o relatório publicado pela OCDE a previsão da taxa de desemprego no Brasil deverá alcançar 11,3% neste ano contra 8,5% em 2015. De acordo com esse contexto, são dois grupos que mais estão sendo afetados no “meio do olho desse furacão”. Segundo o resultado dos estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados em junho de 2016, mostram os mais afetados pelo desemprego é a população dos jovens entre 14 e 24. Esse grupo apresentou no 4° trimestre de 2015 o índice de 15,25% e passou para 26,36% no 1° trimestre deste ano, o que indica um aumento do desemprego. O gráfico 1 mostra a divisão da população entre 14 e 24 anos entre ocupados, desocupados, aqueles que somente estudam e os chamados “nem-nem”, ou seja, aqueles que nem estudam nem atuam na força de trabalho. Observa-se no gráfico, que os jovens que somente estudavam subiram de 35% em 2012 até 38,2% no último trimestre de 2014, e, desde o início da crise, houve um novo recuo de até 36,3% no início de 2016. De outro modo, a proporção de jovens desocupados estava oscilando em torno de 8% até 2015, tendo subido de maneira muita acelerada desde então, alcançando o patamar de 13,2% em 2016. Por outro lado, a parcela de jovens nem-nem não mostrou qualquer indicador de tendência, tendo oscilado em torno de 13% durante todo o período. GRÁFICO 1 - Taxa de Desemprego (jan-fev-mar./2012 - fev-mar-abr./2016) (Em %)

Fonte: IBGE/PNADC. Elaboração: Ipea/Dimac.

Outro grupo foram os dos chefes de família que também foi muito afetado e atingido pelo desemprego, com um nível mais grave. Segundo Mariana, Ana e Érica (Folha Uol – 01/08/2016) esse desemprego provocado pela recessão, chegou a um patamar extremamente grave: “passou a atingir os trabalhadores que respondem pela principal fonte de renda da família”.

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Artigo

De acordo com a Folha Uol, nem mesmo esses trabalhadores que têm resistido ao longo do tempo outras turbulências de mercado, e com mais vínculo de anos de emprego e experiência estão sendo poupados. Haja vista, que especialmente esse grupo foi o “mais afetado pelo desemprego no ano passado, representando cerca de um terço das demissões, segundo levantamento do economista Sérgio Firpo, do Insper”. O crescimento da taxa de desemprego dos chefes de família foi de 72%, de 3,53% dos trabalhadores no início da recessão, em meados de 2014, para 6,07% no primeiro trimestre deste ano. De acordo com IBGE, esses chefes de famílias que são compostos por homens e mulheres, representam 45% dos funcionários com mais de dois anos atuando na mesma empresa. O que os desempregados devem fazer para driblar esse momento de crise? Atente-se a algumas dicas. Estar melhor preparado. A falta de empregabilidade não é somente por causa dos aspectos abordados acima, mas também porque são decorrentes da falta de qualificação profissional e de educação formal das pessoas. Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil entrevistou Gilberto Braga, que é economista e professor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Ibmec, o qual aconselha que quem perdeu o emprego que nunca perca de vista a qualificação. Segundo o economista, “o importante é se qualificar sempre. Hoje em dia, com o mercado mais fechado, quem tem o currículo melhor tem mais chances. Não se deve desistir de fazer cursos, estágios e de procurar emprego”. Ele salienta que o empreendedorismo é uma tendência em épocas de desemprego alto. “Entretanto, justamente por ser tendência, há muita concorrência”, alerta. Muitos desempregados tentam driblar a crise apostando em um negócio próprio, mas será que estão preparados para empreender? Apostar no próprio

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negócio tem sido cada vez mais a alternativa de muita gente. O presidente da Fecomércio, Domingos Tavares, diz que é possível começar um novo negócio nesse período de crise e de desemprego. E afirma que “na hora da crise é que a criatividade tem que aflorar. Então o desempregado tem essa saída. O empreendedorismo tem sido a saída para o desempregado e para aquele que não tem a perspectiva de um novo emprego.” Nesse momento de recessão econômica e de alto índice de desemprego não é hora de os trabalhadores que estão procurando emprego ficarem escolhendo as oportunidades somente dentro da sua área de atuação, pelo contrário, deve aceitar trabalhar em outras áreas. Também deve abrir mão de ganhar um salário maior. Usando dessas maleabilidades, aumentam as chances de oportunidades de conseguir trabalho, além de afastar o risco de ficar mais tempo ainda desempregado. Paulo Sardinha que é Presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos (ABRH), afirma que “a pessoa tem que ser flexível. Deve considerar uma atividade fora de sua área de atuação e com remuneração menor, ainda que temporariamente”. Segundo alguns especialistas procurar emprego em outras regiões também é uma medida que deve ser pensada e levada em consideração. O especialista Sardinha afirma ao jornal O Dia que “o tempo para a recolocação no mercado de trabalho aumentou”. “Antes, a média era de 3 a 4 meses. Hoje, é de 6 meses. Por isso, não dá para cair no desânimo. Muitos recebem a notícia da demissão e ficam em choque. Deve-se retomar contatos logo e até a procurar emprego em outras regiões”, orienta ele, que dá como exemplo o setor de petróleo. “Enquanto há demissões em Macaé, há chances no Rio Grande do Norte”. Outra alternativa dada pelo especialista, ao veículo de comunicação, é para “quem tem condições, de contratar empresas especializadas em recolocação no mercado de trabalho. A consultoria envolve desde aperfeiçoamento na carreira até indicações de vagas. Em

geral o atendimento é para empresas, para recolocação de seus demitidos (outplacement), e também há atendimento para pessoas físicas, mas o preço costuma ser salgado”. No entanto, mesmo com toda essa crise onde podemos encontrar paz para passarmos esse momento delicado? Apesar das crises inesperadas que muitas vezes passamos em nossas vidas e que nos assombram algumas vezes, não podemos deixar que elas venham nos abater, pois fazem parte da experiência de vida. Na Bíblia, no Livro de Atos 27, conta uma história fantástica do naufrágio de um navio, de onde podemos ler e obter ótimos aprendizados para serem aplicados em nossas vidas em tempos de crise. Rick Warren, escreveu sob esse mesmo contexto de crise no texto do Maná da Segunda do dia 30/04/2012, cujo o título é “Administrando Crises”, e ele diz em parte do trecho o seguinte: “Determine a razão. Pergunte a si mesmo: ‘Qual é realmente a razão por trás da crise?’ A causa é geralmente mais profunda do que aquilo que surge na superfície. No caso do naufrágio relatado pelo apóstolo Paulo no livro de Atos são citadas três razões: (1) Eles deram ouvidos a conselhos errados; (2) Seguiram a opinião popular, e (3) Confiaram nas circunstâncias e não no que sabiam ser a coisa certa a ser feita. Se você está encontrando dificuldade para descobrir a razão de sua crise, tente orar a respeito”. O rei Davi escreveu: “Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus...” (Salmo 73.16-17). Portanto, independente das crises que passamos ao longo de nossas vidas, estejamos atentos e preparados para os embates, afinal Jesus Cristo está no controle de tudo e de todos. X Alcides Oliveira Pinto, palestrante, instrutor e professor de graduação e pós-graduação, Especialista em Gestão Empresarial e Finanças e Mestre em Administração.


Bobó de Camarão 2kg camarões limpos sem casca 1,5 kg Aipim 250 ml de leite de coco 2 maços de cebolinha verde 5 tomates picados sem sementes 1 cebola picada 1 colher de sopa de coloral 1 sache de hondashi 3 dentes de alho picados Sal e azeite a gosto Modo de preparo. 1. Lave os camarões e tempere com sal e limão, deixe marinar 2. Pegue uma panela com água e cozinhe a mandioca em pedacinhos 3. Quando estiver mole, acrescente um vidro de leite de coco 4. Deixe esfriar um pouco e bata no liquidificador 5. Esquente o azeite de oliva e alho picado. Deixe dourar, junte a cebola, tomate e coloral, deixe derreter o tomate 6. Acrescente os camarões e frite 7. Adicione, o coentro, salsa e o hondashi e deixe cozinhar por alguns minutos 8. Junte na mesma panela, a mandioca batida no liquidificador 9. Deixe levantar fervura e está pronto.

Cantinho da culin ária setembro de 2016

Por Gustavo Rocha Gomes Revista da Primeira Igreja Batista em Aracruz

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Artigo

E

ra verão de 1890 quando o Marechal Deodoro da Fonseca abriu um concurso para a criação de um hino oficial para o Brasil. Dentre as músicas apresentadas, venceu a de Leopoldo Miguez enletrada por um poema de Medeiros e Albuquerque. O refrão deste hino diz: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade, Dá que ouçamos tua voz”. Este hino posteriormente não se tornou o hino oficial brasileiro, mas o hino à República. O destaque que se faz neste hino é esse grito por liberdade que sempre ecoou por toda a história humana. Não há quem viva sem liberdade e se diga feliz! Ansiamos por liberdade! Aliás, nos últimos tempos em nosso país, as mais acaloradas manifestações diziam respeito à liberdade em várias dimensões: de expressão, de orientação sexual, de religião, para votar a partir de sua consciência sem a pressão do partido político e por aí vai. Por sermos um país culturalmente religioso, a liberdade de religião acaba sendo uma temática que sempre está presente nas discussões, mesmo entre os que se consideram não religiosos (aliás muitas vezes eles discutem mais sobre religião do que os próprios religiosos!). Mas será que sempre existiu liberdade de religião no Brasil? O que um cidadão ganha tendo liberdade religiosa? E o que o país ganha concedendo tal liberdade aos seus cidadãos? Constitucionalmente, no Brasil nem sempre existiu liberdade de religião. A Constituição de 1824 sancionava a plena liberdade de crença, restringindo, porém, a liberdade de culto público, visto que ela determinava em seu art. 5º que “a Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo”. Entrementes, na primeira Constituição da República, de 24 de fevereiro de 1891, no art. 72, § 3º, foram consagradas as liberdades de crença e de culto, estabelecendo-se que “todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum”. Neste quesito, todas as Constituições que se seguiram resguardaram esta previsão. A liberdade religiosa portanto, permite ao religioso o direito ao pleno exercício de crença,

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LIBERD LIBERD

Abre as asa


Artigo

DADE! DADE!

as sobre nós! Por Walace Andrade

manifestação litúrgica e observância dogmática. Mas também abrange, inclusive, o direito de não acreditar ou professar nenhuma fé, devendo o Estado e seus cidadãos respeito ao ateísmo, por exemplo. Quando o país concede liberdade religiosa aos seus cidadãos ela lhes dá a oportunidade de praticar a tolerância religiosa, ou seja, a capacidade de respeitar a crença do outro, ou mais estritamente, respeitar o outro. Tendo em consideração que ele é seu igual. Ou seja, desperta nos indivíduos a ideia de que não sou superior ou inferior ao outro só porque ele crê diferente de mim. Desta feita não se lhe imputa condenação imediata, mas tolerância e respeito imediatos. É comum as pessoas confundirem tolerância com aceitação. E neste ponto o entendimento do filósofo inglês John Locke nos parece sensato, uma vez que defendia a tolerância baseada no princípio grego de indiferença, ou seja, não necessariamente deve-se aceitar como legítima ou verdadeira a crença alheia, basta tolerar os diferentes cultos. Aliás, a tolerância religiosa vindica que cultos diferentes convivam entre si. Porque na fé que cada um tem, sempre haverá a “certeza” de que a verdade está ao seu lado, de que conhece o único caminho da salvação, mas é crucial que as escolhas dos demais sejam toleradas. Porque por mais que determinado seguimento religioso se considere completamente certo de que a verdade está ao seu lado, este jamais deve buscar o uso da força para fazer valer tal crença. A propósito, já dizia o profeta: não é por força nem por violência! Seguramente um país se torna um lugar muito melhor para se viver se houver ampla tolerância religiosa, inclusive com ateus. Porque a liberdade religiosa pressupõe necessariamente o tratamento isonômico a todos os cidadãos independentemente de suas crenças religiosas, assentindo que ninguém seja privado de direitos por motivo de crença religiosa, pelo contrário, propiciando que todos sejam iguais perante a lei. Igualdade esta que não significa imperiosamente a uniformização das convicções religiosas. A liberdade religiosa também proporciona ao crente a oportunidade de proclamar livremente o que de fato ele crê, de maneira que ele poderá pregar em todo tempo a Boa Notícia, e se necessário usará [sem nenhuma repressão] palavras… já dizia São Francisco de Assis. Que as asas da liberdade permaneçam abertas sobre nós! X

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Fique por dentro

HAPPY DAY DE FÉRIAS Nas férias de julho, na Pibara, teve brincadeiras, oficinas e muita alegria para a criançada.

NOITE DE FESTA No dia 31 de julho, as células da PIBARA festejaram os discipulados e a multiplicação.

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COLÉGIO PIBARA CELEBRA APRENDIZADO

Fique por dentro

O fechamento do semestre do Colégio foi de tirar o fôlego com a apresentação dos pequenos alunos.

HOMENAGEM AOS PAIS A comemoração pelo o dia dos pais mexeu com o coração dos valentes. Haja coração!

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MANDOU MAL

Nadador Ryan Lochte

“Pararam nosso carro e esses sujeitos, que levavam distintivos da polícia, sem sirene nem nada além desse distintivo, nos fizeram sair”, contou Lochte horas depois. “Sacaram as armas e disseram outros nadadores que se jogassem ao chão. Eles obedeceram. Eu me neguei porque não estava fazendo nada errado”, explicou o medalhista norteamericano. Causando um desgaste internacinal e inventando mentiras sobre um possivel assalto no Rio de Janeiro durante as Olimpíadas Rio 2016.

ou

MANDOU BEM

Nadador Michael Phelps

“Me fez acreditar que há um poder maior do que eu e que existe um propósito para mim nesse planeta”, disse o nadador norte-americano Michael Phelps ao ESPN, depois de ser convencido por um amigo a procurar uma clinica de reabilitação e de ler o livro: sobre o livro “UMA VIDA COM PROPÓSITO” de Rick Warren.



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