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13.º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”, da Fundação BIAL
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Foi sob o lema “O Mistério do Tempo” que se realizou o 13º Simpósio da Fundação BIAL “Aquém e Além do Cérebro”. O evento reuniu “alguns dos mais importantes cientistas e filósofos da atualidade” no Salão Nobre da SRNOM entre os dias 6 e 9 de abril. A cerimónia de abertura contou com um tributo ao neurocientista Fernando Lopes da Silva, numa sessão em que se celebrou a ciência e a investigação.
SRNOM FOI MAIS UMA VEZ PALCO PARA O EVENTO, QUE REUNIU “ALGUNS DOS MAIS IMPORTANTES CIENTISTAS E FILÓSOFOS DA ATUALIDADE”
Para que os investigadores apoiados pela Fundação BIAL pudessem ter um espaço alargado de discussão e de apresentação dos seus projetos, a Fundação criou, em 1996, o simpósio “Aquém e Além do Cérebro”. Com periodicidade bianual, estes encontros reúnem os investigadores apoiados pela instituição e outros conceituados investigadores nas áreas das Neurociências e da Parapsicologia. Depois do interregno provocado pela pandemia, este ano, o “Aquém e Além do Cérebro” voltou ao Salão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM), o palco das últimas edições, para o 13º Simpósio. Promover um “diálogo interdisciplinar frutuoso em volta dos muitos aspetos relacionados com o tempo” foi um dos grandes objetivos do encontro de 2022, que teve como tema “O Mistério do Tempo”. “Convidámos
um conjunto de investigadores de primeiro plano a nível internacional para aqui discutirem o tema deste ano. É nosso intuito fomentar um enriquecedor diálogo interdisciplinar e também a organização de projetos de investigação por equipas multidisciplinares”, indicou Luís Portela, presidente da Fundação BIAL, no início da sessão. Grato à comissão organizadora pelo “excelente programa” e aos palestrantes, cerca de 174 ao longo dos anos, destacou o “elevado nível científico” que os simpósios atingiram, bem como o apoio de instituições como a Ordem dos Médicos e do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas para o seu sucesso. TRIBUTO A FERNANDO LOPES DA SILVA Nesse sentido, Luís Portela frisou o “trabalho discreto, mas sempre eficaz, realizado com dedicação e entusiasmo, por aquele que foi o presidente da maioria dos nossos simpósios”, o Professor Fernando Lopes da Silva. Neste que é o primeiro simpósio que a Fundação organiza depois do seu falecimento, em 2019, foi prestada uma “homenagem simples, mas de profundo agradecimento”. Após a leitura da sua biografia, com o seu percurso profissional exemplar, e do visionamento de um vídeo, foi cumprido um minuto de silêncio em memória do neurocientista. “O Professor Fernando Lopes da Silva marcou o percurso e a história da Fundação BIAL, tendo tido um papel fundamental no reconhecimento e afirmação deste organismo. Discreto, mas muito focado e eficiente, mantinha um enorme sentido de equilíbrio, uma permanente defesa dos valores universais e uma relação simples e serena com todos à sua volta. Amigo do seu amigo, foi uma grande referência na área das neurociências e um ser humano fantástico”, declarou o presidente da Fundação BIAL, Luís Portela. As filhas do homenageado, Sofia e Susana Lopes da Silva fizeram depois uma intervenção e agradeceram o reconhecimento público prestado ao pai. Coube ao presidente da comissão organizadora da edição deste ano, Axel Cleeremans, proceder à conferência inaugural e deixar também algumas palavras sobre Fernando Lopes da Silva. “Foi das pessoas mais gentis que conheci em toda a minha vida. Gentileza é uma caraterística que muitas pessoas subvalorizam, sendo que, às vezes, é usada para diminuir a pessoa. Mas, no caso do Fernando, a gentileza fazia parte da sua personalidade, algo que o definia, na forma como ele abordava quem estava à sua volta. Respeitava toda a gente. Por isso, não surpreendia o facto de ser um grande cientista, porque ele falava com as pessoas sempre com uma mente aberta. Destaco o seu contributo para a temática do funcionamento do cérebro, em que foi um verdadeiro pioneiro. Como muitos colegas escreveram no seu obituário, em 2019, ele foi um dos neuropsicólogos mais influentes do nosso tempo e isso é refletido nas suas inúmeras publicações”, frisou o investigador belga. Entre alguns agradecimentos, o orador explicou a escolha do tema, “o tempo e a forma como falamos dele, porque continua a ser algo misterioso, no sentido em que ainda não sabemos como pensá-lo”. A física e metafísica do tempo, a forma como os sistemas biológicos respondem e se adaptam à passagem do tempo e a perceção da psicologia do tempo foram os principais tópicos abordados ao longo dos três dias de simpósio. Além de Luís Portela e Axel Cleeremans, a mesa da cerimónia de abertura foi composta por Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, António Sousa Pereira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, e Pedro Nuno Teixeira, Secretário de Estado do Ensino Superior. Num momento em que “a Casa do Médico desperta para a Ciência”, segundo o bastonário, os convidados elogiaram a importância destes encontros científicos e do tema, “que está presente em todas as dimensões da vida humana”. António Araújo, Walter Osswald, Manuel Heitor, Artur Santos Silva, Henrique Cyrne de Carvalho, Altamiro da Costa Pereira, entre outras figuras de relevo no panorama da saúde e ciência em Portugal também marcaram presença neste evento.
13º Simpósio da Fundação BIAL, “Aquém e Além do Cérebro” PROGRAMA