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“Saponárias”

APRESENTAÇÃO DE LIVRO

‘Saponárias’

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OBRA DE JAIME MILHEIRO E JOAQUIM PINTO VIEIRA

Texto José Rui Baptista › Fotografia Medesign

UMA VIAGEM PELA SAPOLÂNDIA

“Saponárias”, da autoria de Jaime Milheiro e Joaquim Pinto Vieira foi formalmente apresentado ao público, no passado dia 18 de maio, com o Salão Nobre da SRNOM a ser o palco de honra. Um livro singular, na qual se faz, através da quimera entre texto e ilustração, uma sátira às pessoas e aos costumes, numa viagem ao passado e ao presente de Portugal.

OSalão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional dos Médicos (SRNOM) recebeu, no dia 18 de maio, a apresentação do livro “Saponárias”, da autoria de Jaime Milheiro e Joaquim Pinto Vieira. A obra, dividida em oito capítulos, conta, num híbrido entre texto e ilustração, o perfil social de um ‘portuga’, misturando aventuras do passado e do presente, com uma dose “(des)equilibrada” de ironia e sarcasmo. A apresentação ficou a cargo de Arnaldo Saraiva, que explicou que o livro visa, conforme demonstrado na narrativa e imagem, uma “limpeza de costumes”, na qual passa “uma onda de nostalgia por o mundo não ser tão perfeito como nós o queremos”. Nesse sentido, o professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto sublinha o trabalho de ilustração realizado por Joaquim Pinto Vieira. “Trabalhando a partir dos textos de Jaime Milheiro, ele expõe-nos a uma variedade enorme de sapos, em diversas posturas e contextos. Há uma grande sabedoria por parte do pintor por ajustar, de forma brilhante, o texto com a imagem”, referiu.

COMPLEMENTARIDADE E AMIZADE Prefaciador da obra, Manuel Sobrinho Simões sentiu, desde o primeiro momento, que os autores “estavam a fazer algo bom”. Confessando ser “sensível a pessoas que gostam de fazer coisas com qualidade”, o fundador do IPATIMUP deu os parabéns aos autores pela fusão de dois estilos diferentes. “É muito difícil fazer uma coisa destas a duas mãos. São técnicas complementares, mas têm a sua lógica própria. Não é nada fácil”, sublinhou. Noutra perspetiva, Joaquim Pinto Vieira recordou que esta obra começou a ser pensada há cinco anos, em conversas com Jaime Milheiro, e que ela permitiu a construção de uma amizade duradoura. “É uma coisa importante, a criação da amizade. Foi uma experiência reconfortante. Nunca pensei que ela viesse através dos sapos”, ironizou o professor catedrático aposentado de desenho da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Por fim, Jaime Milheiro falou sobre o cuidado de se fazer uma narrativa humorística sem se descurar a vertente histórica. Nesse sentido, o especialista em Psiquiatria garantiu que, nesta obra, não se está a “destruir” a história, mas sim a fazer uma crítica. “A história não se inventa e não se deturpa. Quando fazemos esta criatividade, não estamos a fugir dela. Podemos rir-nos de nós, da história, mas não alterá-la”, concluiu. A última palavra coube a Carlos Mota Cardoso. Em representação do CRNOM, o psiquiatra descreveu o livro como “uma lição lindíssima”, sublinhando que a publicação de uma obra “é como o nascimento de uma criança” e que nos cabe a nós “alimentar essa vida”. n

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