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“O Estranho Mundo do Confinamento”

«A memória é uma caixa de surpresas…»

APRESENTAÇÃO DE LIVRO

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‘O Estranho Mundo do Confinamento’

Da autoria de Maria do Céu Machado e Leonor Duarte de Almeida, “O Estranho Mundo do Confinamento” conta a história de quatro gerações de uma família lisboeta, com as questões dos confinamentos a serem o tema central da obra. A Sala Braga da SRNOM recebeu, a 27 de maio, a apresentação do livro, que ficou a cargo de Júlio Machado Vaz.

Texto José Rui Baptista › Fotografia Medesign “Esta estranha história desenrola-se de meados do século XX aos nossos dias. Emoções, paixões escondidas, incoerências, evolução civilizacional e o seu retrocesso constituem a trama do livro”. “O Estranho Mundo do Confinamento”, da autoria de Leonor Duarte de Almeida e Maria do Céu Machado, conta a história de quatro gerações de uma família lisboeta. Desde as memórias dos mais velhos aos pesadelos dos mais frágeis, a obra aborda questões de «confinamentos» vários (sociais, políticos, económicos, educacionais e de cultura), “tendo como pano de fundo a pulseira electrónica da pandemia”. A apresentação da obra ocorreu, a 27 de maio, na Sala Braga do Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM).

LEVANTAMENTO DE EXPERIÊNCIAS Para Teresa Martins Marques, investigadora do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a obra é “um belo documento da experiência individual e coletiva, até à constatação de um vírus interclassista”. Elogiando o valor da obra pelo despertar de sentimentos no ser humano, Teresa Martins Marques referiu qual a mensagem subliminar do livro. “O amor passa pelos interstícios do segredo”, afirmou. Por seu lado, Júlio Machado Vaz, que tomou a seu cargo a apresentação da obra, levantou algumas questões, como as relações através da tecnologia, as máscaras e os confinamentos. Para o especialista em Psiquiatria, nós “estamos a aprender a viver com o vírus ainda em pandemia”, e o livro é “extremamente oportuno”. “A obra recorda-nos situações que vivemos com esforço e liga-as com a vida em geral”, sintetizou. Maria do Céu Machado revelou que “O Estranho Mundo do Confinamento” começou a ser trabalhado a partir de março de 2020, momento em que desafiou Leonor Duarte de Almeida a aceitar escrever um livro a duas mãos. Ao mesmo tempo, explicou qual foi o processo criativo da obra. “Pensamos noutros confinamentos, vidas sufocadas nos seus segredos, culpabilidades, esperanças e desesperos. É assim que surge esta história de quatro gerações, com base numa história real, acrescida da nossa criatividade”, resumiu a ex-presidente do Infarmed. Por fim, Leonor Duarte de Almeida considerou que esta “idiossincrasia e diferentes experiências de vida” se articularam muito bem. A oftalmologista destacou a importância das emoções para a construção narrativa desta obra. “Não deixei de recriar certas histórias e processos de discriminação das pessoas e penso que isso é importante para que se fizesse o choque terapêutico dessas questões”, concluiu.

AUTORAS: Maria do Céu Machado: Professora Catedrática jubilada da Faculdade de Medicina de Lisboa, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, vice-presidente da Academia Portuguesa de Medicina e da European Federation of the Academies of Medicine. Foi presidente do INFARMED (201719), vice-presidente do Conselho Nacional de Saúde (2016-17), e Alta Comissária para a Saúde (2006-11). Leonor Duarte de Almeida: Oftalmologista em Lisboa. Mestre e Doutorada em Bioética, lecionou na Faculdade de Medicina de Lisboa como Professora Auxiliar de Oftalmologia. É membro da Associação Portuguesa de Escritores. n

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