Revista O Comércio - Edição Especial Cidade do Livro de 2011

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R$ 3,00 Ano 1 Edição Nº 9

Ana Jhúlia é

A Garota da Capa

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Lençóis Paulista Abril de 2011

A Serviço da Comunidade.

EDIÇÃO ESPECIAL CIDADE DO LIVRO • 153 ANOS

Uma princesa que representa o futuro. Um castelo que remete à solidez e tradição da sociedade. Uma homenagem à Cidade do Livro. É isso que A Garota da Capa vem mostrar.

União

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ara comemorar o aniversário de Lençóis Paulista, a Revista O Comércio traz como tema a força da união. Mostraremos associações, cooperativas e sindicatos – fundamentais para garantir cidadania, direitos ou mesmo para melhorar a vida da comunidade em geral. Os exemplos são variados. Tem história que emociona, como a da Apae. É possível imaginar uma sociedade sem um trabalho como este? Cada entidade tem uma função específica. As associações nascem com o objetivo de proporcionar mais benefícios a determinado grupo. Já os sindicatos carregam em sua filosofia a luta por melhores condições de trabalho. As cooperativas mostram que com junção de forças e organização é possível melhorar as condições econômicas e alavancar o desenvolvimento. O movimento associativo é da maior importância para a defesa dos interesses coletivos. Sem união de esforços não há conquistas. Essas instituições surgem para oferecer uma organização para que as pessoas que trabalham em áreas semelhantes de atividade e enfrentam problemas comuns, possam se encontrar e aprender umas com as outras. Com o passar do tempo é como se essas organizações ganhassem vida própria. Precisam estar estruturadas, ter suas atividades dirigidas e seus bens administrados. Necessitam de recursos financeiros bem geridos. Outro requisito fundamental é ter objetivos, o que inclui o envolvimento de pessoas para identificá-los, para implementar programas de atividades e para fornecer uma série de serviços para alcançá-los. As entidades apresentadas nesta edição exercem trabalhos específicos, possuem histórias que merecem respeito e, com certeza, fazem a diferença para a sociedade.

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Comércio e Indústria fortes Acilpa foi criada na década de 70 para defender interesses de empresários; hoje trabalha também pelo desenvolvimento social e econômico de Lençóis Paulista

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Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) é uma entidade bastante conhecida da população. Foi criada há mais de três décadas – a data exata é 17 de outubro de 1973 – por membros do Rotary Club e comerciantes que queriam melhorar suas oportunidades com a união de membros do setor. Hoje, a associação conta com aproximadamente 450 membros, representantes dos mais variados segmentos comerciais e industriais. De acordo com José Antonio Silva, o Neno, atual presidente da Acilpa, desde sua criação a entidade atua para defender os interesses dos empresários e buscar soluções que atendam as necessidades da coletividade. Para Neno, existem muitas vantagens em ser associado. “Além de defender assuntos do interesse do empresário ou comerciante, o lojista que participa das campanhas da Acilpa, realizadas em datas como dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e Natal, tem venda garantida, porque damos bons prêmios para o consumidor, o que o estimula a comprar no comér-

cio local”, avalia o presidente. “Também temos convênio com a Unimed, para consultas, exames, internações clínicas e cirúrgicas e um Plano Empresarial diferenciado, oferecido exclusivamente as empresas associadas à Acilpa”, completa. Como o perfil do comércio e da indústria foi mudando ao longo das últimas décadas, o trabalho da Acilpa também evoluiu. A Associação assumiu o compromisso de oferecer treinamento, capacitações e firmar parcerias, sempre pensando no fortalecimento das empresas locais. Atualmente, por exemplo, existe uma parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) para estimular a contratação de estagiários, com o PAE (Posto de Atendimento ao Empreendedor do Sebrae), para realização de cursos, com escolas de ensino técnico e profissionalizante, serviços para combater a inadimplência e até um cartão de crédito corporativo, o Acilpa Card, que nasceu com a proposta de fortalecer o comércio local. As novidades não param. “Este ano queremos implantar o cartão alimen-

tação, em parceria com a Prefeitura, para os servidores públicos e estender o benefício para nossos associados. Esta é uma maneira para o giro de capital ficar na nossa cidade. Hoje muitas empresas compram cesta básica de fora, então queremos trazer isso para Lençóis. Em 2012, quero fortalecer a educação, proporcionar cursos gratuitos para os melhores dos alunos da rede pública e estadual”, conclui.

Confira o que a Acilpa tem para oferecer • Acilpa Card • Consultas ao Serviço de proteção ao crédito de pessoa física, jurídica e o Usecheque • SRC (Serviço de Recuperação de Crédito) • Cooperativa de Crédito • Cartão Convênio • Campanhas Promocionais • Cursos e Palestras • Auditório para uso dos associados • Consultoria Jurídica • JUCESP (Junta Comercial do Estado de São Paulo)

EDITORA RESPONSÁVEL: Gazeta Paulista Empreendimentos Editoriais Ltda. | CNPJ: 01.782.039/0001-70. COMERCIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO: Bistrô Serviços de Publicidade Ltda. - ME. Rua 13 de Maio, Nº 1.347, Centro, Lençóis Paulista, CEP: 18683-370 CNPJ: 10.744.028/000197. IMPRESSÃO: Jornal da Cidade. TIRAGEM: 8.000 exemplares. CIRCULAÇÃO: Agudos, Borebi, Lençóis Paulista e Macatuba. DIRETORES: Anderson Prado de Lima e Breno Medola. EDITORA CHEFE: Kátia Gisele Sartori (MTB 46.650). FOTOGRAFIA: Fernanda Benedetti (MTB 55.117). REVISTA O COMÉRCIO: (14) 3264-8187 e 3263-6886 | ocomercio@revistaocomercio.com.br | www.revistaocomercio.com.br. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, portanto, podem corresponder ou não à opinião desta revista.


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Crédito sem

burocracia

Fundada em 2007, Sicoob conta com mais de 300 cooperados e ajuda a fortalecer economia de Lençóis Paulista Foto: Fernanda Benedetti

Sicoob foi fundada em 2007 para facilitar o crédito aos empresários lençoenses

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SICOOB está entre as mais jovens cooperativas de crédito que surgiram em Lençóis Paulista. Foi inaugurada em novembro de 2007, vinculada à Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) e com o propósito de facilitar o crédito para o setor empresarial. Oferece serviços financeiros como um banco, mas com taxas bem mais atrativas. “A cooperativa fucniona como um banco comum, sendo fiscalizada pelo Banco Central do Brasil e com o apoio da Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo, mas não tem fins lucrativos”, explica João Luiz Boarato, presidente da Sicoob. No início eram 22 sócios fundadores. Atualmente, a Sicoob conta com mais de 200 cooperados. Segundo Boarato, nas cooperativas de crédito, o cliente tem atendimento rá-

pido e diferenciado na hora que precisa de um empréstimo, uma aplicação, ou serviços bancários, já que ele não é um simples cliente e sim cooperado ou dono que, inclusive, participa das decisões e resultados da cooperativa. “O crédito é rápido, sem burocracias, com tarifas reduzidas e ainda com taxas de juros competitivas. Isso significa que as cooperativas de crédito geram um diferencial de renda para os associados e esses recursos deverão gerar consumo no comércio local. Lençóis Paulista conta hoje com quatro bancos privados e três bancos públicos, além de várias financeiras, que gozam de faturamentos líquidos mensais milionários (lucros). Entre as finalidades do cooperativismo de crédito está a de proporcionar condições, para que um percentual destes lucros milioná-

rios dos bancos e financeiras seja gerado dentro das cooperativas e, portanto, permaneça na cidade. Isso beneficiará os cooperados, reduzindo custos dos empresários e aumentando o poder aquisitivo dos cidadãos lençoenses que, pagando menos taxas e tarifas, poderão consumir mais no comércio local”, resume. Outra vantagem de ser cooperado ou dono, como gosta de destacar Boarato, é ter direitos e deveres conforme descritos no Estatuto Social. “Os cooperados têm direito a voto na assembleia geral da Cooperativa, podendo votar a favor ou contra as decisões e os trabalhos que estão sendo executados pela diretoria e seus conselhos. Podem também expor suas reivindicações e até se candidatar a um dos cargos da diretoria e de seus conselhos, de acordo com as regras estatutárias.

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Crédito fácil Cooperserv nasceu para oferecer agilidade em operações financeiras e juros baixos para os servidores públicos; em oito anos concedeu quase cinco mil empréstimos Foto: Fernanda Benedetti

Cooperativa de crédito realiza operações com juros mais baixos e menos burocracia para servidores públicos

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ota-se um alto grau de organização e disponibilidade para o associativismo e cooperativismo entre os funcionários públicos municipais de Lençóis Paulista. Exemplos de que a união pode resultar em melhoria de vida e serviços não faltam. Além da ASP, há oito anos os funcionários ligados à administração pública fundaram a Cooperserv (Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores Públicos Municipais). A entidade realiza empréstimos constantes e começa a ampliar sua atuação junto à comunidade. O atual diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda, Altair Toniolo, o Rocinha, participou da fundação da Cooperserv. Ele cumpre o terceiro mandato como presidente da cooperativa. “A cooperativa foi fundada em 2002 porque um grupo de servidores achou

que faltava uma instituição financeira que fizesse empréstimo com taxa de juros menores e mais rápido”, resume. As cooperativas de crédito podem oferecer praticamente todos os serviços e produtos financeiros disponibilizados pelos bancos, desde que os clientes sejam seus associados. Para ser associado é necessária a integralização de uma cota do capital da cooperativa. Rocinha conta com orgulho que a Cooperserv começou a operar com um capital de R$ 3 mil e 27 pessoas. “Hoje já são mais de 500 cooperados e o capital da cooperativa já passa de R$ 3 milhões”, completa Rocinha. Todas as operações financeiras realizadas possuem aval do Banco Central. Já foram realizados quase cinco mil empréstimos, numa movimentação que ultrapassa R$ 15 milhões. Para o presidente da co-

operativa, há muitas razões técnicas para ser cooperado, como agilidade na liberação de crédito, taxa de juros menor que a do mercado, participação nas sobras. As de juros taxas variam de 1,65% a 1,9%. Como segurança, o funcionário não pode comprometer mais do que 30% do seu salário no valor da parcela dos empréstimos. Mas a grande vantagem para Rocinha é que com o sistema de cooperativismo, quem adere se torna uma espécie de sócio. Dessa forma, o crescimento é compartilhado por todos. Agora a Cooperserv começa a ampliar sua atuação, assumindo um compromisso com o desenvolvimento social. Por exemplo, a cooperativa criou um treinamento de organização do orçamento familiar para os servidores públicos, para que eles possam aplicar os recursos financeiros que recebem de maneira consciente e positiva.


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á duas décadas a ASP (Associação dos Servidores Públicos Municipais de Lençóis Paulista) atua para oferecer benefícios a quem trabalha pelo bom desempenho do município. A fundação da ASP aconteceu em 1991 e a primeira presidente foi Maria Inês Crepaldi. O começo foi modesto. Apesar de conta com aproximadamente 400 associados, a Associação contava apenas com 15 parceiros, basicamente, farmácias, consultórios odontológicos e óticas. Desde 2003, a Associação está sob o comando de Jonadabe José de Souza. Reeleito por duas vezes, atualmente cumpre seu terceiro mandato. Assim que assumiu a presidência da ASP procurou ampliar o número associados e de benefícios disponíveis, aumentar a lista de parceiros e também

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Pelo bem do servidor Fundada há duas décadas, Associação dos Servidores Públicos de Lençóis Paulista assume compromisso de oferecer convênios, parcerias e lazer aos sócios Foto: Fernanda Benedetti

abraçou o projeto de oferecer lazer aos servidores. A fórmula para administrar adotada por Jonadabe parece estar funcionando. Atualmente, a ASP conta com 1.715 associados, número que representa mais de 90% dos servidores. Além disso, hoje são 529 parceiros comerciais. Entre os benefícios estão convênio médico e odontológico, plano funerário e outros tipos de serviços. No segmento comercial, o cartão do servidor faz sucesso. A ideia foi do próprio Jonadabe. “A parceria que temos com o comércio é muito for-

de peças para carro. O número de lojas cresce todo mês. O valor gasto no comércio é descontado em folha de pagamento. Para segurança do servidor, ele pode comprometer apenas uma parte do salário. O cartão também acaba sendo uma forma de motivar os funcionários públicos a consumirem em estabelecimentos locais.

Lazer

O presidente da ASP, Jonadabe José de Souza, na sede da associação

te. O servidor tem várias vantagens: ele pode comprar parcelado pelo preço à vista ou conseguir descontos especiais”, en-

fatiza Jonadabe. O cartão do servidor funciona como um cartão de crédito e é aceito em supermercados, lojas de roupa, lojas

Jonadabe também quer ampliar as opções de lazer do servidor. Hoje, são oferecidos dois espaços para os funcionários se reunirem com a família e amigos. Associados

podem usufruir dos locais por meio de agendamento e também por sorteio. Mas, de acordo com o presidente da ASP, é preciso aumentar a oferta. Nos projetos para o futuro está a construção de um grêmio recreativo. “Temos duas barracas, mas é muito pouco. Não conseguimos atender nem 50% dos associados com esses dois locais. Para suprir essa necessidade estamos negociando a construção de um grêmio recreativo, isso já está em andamento”, revela Jonadabe. A diretoria da ASP também possui um calendário de eventos para proporcionar momentos de descontração aos servidores e uma forma de homenagem em datas específicas. Na programação, tem o Dia Internacional da Mulher, Festa Junina, Torneio de Truco, Dia do Servidor Público e Campeonato de Futsal.


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Camda atua Às compras há 46 anos N

ome conhecido para Lençóis Paulista e região, a Camda (Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina) comemora 46 anos em abril. A cooperativa foi fundada em 1965 por um grupo de agricultores. O objetivo era fortalecer a comercialização da produção, a aquisição de insumos, mudas, sementes e outros produtos necessários para o plantio e a colheita. Outro objetivo da união foi fundar uma representação firme e coesa junto aos órgãos governa-

mentais da época, sendo que a mais importante tarefa foi ser uma espécie de indicador da rota a seguir, o divulgador da mais moderna tecnologia e criador de processos para o manuseio da terra. Ao longo desses 46 anos, a Camda apresentou um crescimento constante e seguro. Hoje possui lojas em todo o Estado. Na região, conta com unidades em Lençóis Paulista, Macatuba e Jaú. No quadro de funcionários, são aproximadamente 550 profissionais de diversas áreas.

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Foto: Fernanda Benedetti

Em 1990, dentro da Usina São José, nascia a Copercon, cooperativa que atendia às necessidades de consumo de colaboradores da Zilor, com a proposta de oferecer produtos mais baratos e qualidade acima de tudo. O slogan era “A Força que Brotou da União”. A sede própria em Lençóis Paulista viria a ser inaugurada em 1999. Atualmente é uma força econômica ativa em Lençóis Paulista e Macatuba, contando com 2 lojas e um poder de compra que ultrapassa 5 mil cooperados.

Credicitrus é conhecida em todo o Brasil

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m maio de 1976 era criada a Coopercitrus (Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo), que mais tarde se tornaria um dos exemplos de cooperativismo brasileiro no setor agropecuário. A marca es-

tá representada em Lençóis Paulista. A Coopercitrus reuniu as mais diversas culturas e colocou à disposição dos cooperados, vários departamentos: insumos, infra-estrutura e logística, grãos, máquinas e imple-

mentos, assistência técnica e supermercado. A Credicitrus cresceu como uma sociedade cooperativista, visando promover assistência financeira aos cooperados em suas atividades específicas, com a finali-

dade de fomentar a produção agropecuária e a produtividade rural, bem como sua circulação e industrialização. Após alguns anos, a cooperativa oficializou convênio com o BANCOOB - Banco Cooperativo do Brasil.


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Associativismo no campo

Foto: Fernanda Benedetti

Fundada em 1959, Ascana atua pelos interesses de produtores rurais de Lençóis Paulista e região

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produção rural de cana-de-açúcar é a força motriz da região. O desenvolvimento econômico de cidades como Lençóis Paulista está no trabalho de pequenos, médios e grandes produtores. Para alavancar o desenvolvimento e defender os interesses desta classe surge a Ascana (Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê). A Associação, sediada em Lençóis Paulista, foi fundada em 19 de julho de 1959 e, atualmente, abrange as cidades de Agudos, Borebi, Areiópolis, São Manuel, Igaraçu do Tietê, Macatu-

ba, Pederneiras, Boraceia e Avaré. São aproximadamente 700 associados divididos entre esses municípios. O trabalho da Ascana, num aspecto mais técnico, consiste em proporcionar maior rentabilidade nas plantações de cana, com análise do solo, análise da cana e o controle de pragas da lavoura para os produtores. Também disponibiliza treinamentos para os funcionários do setor e uso correto do equipamento de segurança no trabalho. “Oferecemos treinamento para os motoristas de treminhões, operadores de máquinas agríco-

las e aos trabalhadores rurais”, destaca Hermínio Jacon, presidente da Ascana. De acordo com o presidente, a Ascana faz a intermediação do associado, unidade industrial e com os Governos Estaduais e Federal, defendendo sempre os interesses do produtor. A Ascana também oferece benefícios para os associados. “Temos convênio médico com a Unimed, convênio com laboratórios odontológicos”, lembra Jacon. Com a crescente mecanização no campo, a capacitação dos trabalhadores que antes atuavam diretamen-

Na foto, Hermínio Jacon, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê, a Ascana

te na lavoura para funções em outros setores também é uma preocupação e um compromisso da Ascana. “Temos um projeto chamado ‘Cana Limpa’, ministrado pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que tem como ob-

jetivo ensinar aos trabalhadores rurais a forma correta de desenvolver o trabalho de acordo com as normas técnicas apropriadas, utilizando corretamente os EPIs (Equipamentos de Produção Individual) e as ferramentas de trabalho. O Senar também

ministra outros cursos como operação de manutenção de tratores agrícolas e colhedeiras automotrizes, aplicação de agrotóxico, operação de sistema irrigação por aspersão, instalação da lavoura, manejo e tratos culturais e colheita”, aponta.


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Central do agronegócio Associação Rural atua há mais de cinco décadas em Lençóis Paulista e inovou a cena do agronegócio regional com a realização da Facilpa e Expovelha & Expocabra Foto: divulgação

A Facilpa (Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) é uma das realizações da associação

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m 1952, um grupo de pessoas que exercia atividades na lavoura, na pecuária e nas indústrias rurais, fundou a Associação Rural de Lençóis Paulista. A área territorial da associação abrangia os municípios de Lençóis Paulista e Macatuba e tinha por finalidade agremiar em sua esfera de ação as pessoas nos segmentos ligados à produção rural, defender seus interesses, estudar os seus problemas e orientar a vida profissional. Atualmente, as atribuições da Associação Rural vão muito além desses interesses. A entidade é peça fundamental para o de-

senvolvimento econômico do município. A ARLP é responsável e reconhecida pela organização da Facilpa (Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) e da Expovelha & Expocabra. A Facilpa nasceu em 1977 para ser uma exposição de gado leiteiro e foi idealizada em parceria com criadores de Agudos. A primeira edição foi organizada em um terreno onde funcionava a Indústria de Tecelagem Fibiana, mais ou menos onde hoje fica o Centro de Treinamento de Condutores, no final da Avenida Brasil. As estruturas das barracas eram feitas de eucalipto e

para a coberta utilizavam lonas e as exposições e julgamentos aconteciam nas ruas de chão batido. Atualmente, a Feira é uma das maiores e mais estruturadas festas agropecuárias do Brasil. Impressiona pelo número de expositores, animais apresentados, estrutura e, claro, pela programação artística. Já a Expovelha chega a sua 24ª edição em 2011. O evento é realizado em parceria com a Aspaco (Associação Paulista de Criadores de Ovinos). Participam da exposição criadores e expositores de 13 estados brasileiros, vindos das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.


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Sindicato Rural surgiu Pela desfesa dos na década de 60 trabalhadores rurais E A Foto: Fernanda Benedetti

m 1965, um grupo de produtores rurais criou o Sindicato Rural de Lençóis Paulista. Desde então, esta entidade representativa de classe ampliou sua atuação no município e na região. Hoje, o Sindicato é presidido por Ermenegildo Luiz Coneglian e tem como base territorial as cidades de Águas de Santa Bárbara, Areiópolis, Borebi e Macatuba. São 250 pessoas que integram o quadro associativo e 630 dependentes, que usufruem de benefícios oferecidos pelo Sindicato. Para o presidente, as grandes vantagens que a entidade oferece ao produtor

Ermenegildo Luiz Coneglian, presidente do Sindicato Rural

são assessoria tributária, trabalhista, administrativa e jurídica, além de convênio médico e odontológico. Coneglian destaca ain-

da a realização de eventos e cursos gratuitos, em parcerias com instituições como o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Foto: Fernanda Benedetti

s mãos que trabalham para movimentar a economia de Lençóis Paulista e região também estão no campo. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lençóis Paulista representa a categoria e defende seus ideais desde 1968. O presidente do Sindicato, Amavel Coelho Vaz, 46 anos, resume o trabalho da entidade em uma frase: “defender os direitos trabalhistas como férias, 13º salário, piso salarial, segurança e transportes”. O sindicato realiza um trabalho de fiscalização, que é feito bem de perto. Além disso, a entidade também oferece outros benefícios para os tra-

Amavel comanda a entidade que defende trabalhadores rurais

balhadores, como plano odontológico, clínico geral, cabeleireiro, xérox. Estes serviços são estendidos aos filhos dos sindicalizados. “Todos os atendimentos são realizados na sede do sindicato que hoje con-

ta com cerca de mil associados, trabalhadores das lavouras de cana, laranja e hortaliças”, enumera Vaz. O sindicato também oferece avaliação jurídica e convênio com várias lojas do setor de roupas e calçados.


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Pé na estrada

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Mãos no volante

Cootelpa começou realizando transporte de estudantes e Sindicato dos Motoristas nasceu para garantir direitos hoje leva cargas para diversas regiões do Estado de São Paulo trabalhistas; hoje oferece benefícios como atendimento médico e lazer m Lençóis Paulista, o estunidades foram surgindo contos especiais. Além dis-

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pírito de união entre as classes profissionais é forte. É possível encontrar até mesmo uma Cooperativa de Transporte Especiais, a Cootelpa. O nome é reconhecido e a cooperativa não para de crescer. Tudo começou no ano de 1996. O atual presidente, Adilson Luís, que participou do processo de implantação, lembra que no início eram aproximadamente 20 motoristas. Essas pessoas realizavam o transporte escolar pela prefeitura e resolveram se organizar em cooperativa. Com trabalho de grupo, a cooperativa cresceu rapidamente. “Logo depois de um ano, as opor-

e como a cidade apresentava um crescimento desse mercado, passamos a fazer transporte de funcionários para empresas também”, destaca Luís. Em 1998, mais um desafio. Os cooperados assumiram compromissos para realizar transporte de encomendas em todo o Estado de São Paulo. Hoje, Luís conta com orgulho que o número de cooperados chega a 130. Para o presidente, fazer parte da cooperativa traz uma série de vantagens para os trabalhadores. “Temos vantagens em aquisição de veículos. Como cooperativa, conseguimos des-

so, oferecemos treinamentos aos cooperados. Outro benefício é que o cooperado não precisa se preocupar com nada em relação à manutenção do veículo, abastecimento, tudo isso a cooperativa faz”, lista. Sem quem faz parte da cooperativa tem benefícios, quem contrata seus serviços também pode conseguir algumas garantias, segundo o presidente. “Zelamos muito pelo segurança, porque o nosso carro forte é o transporte de estudantes. Então o motorista tem que estar bem descansado, tranqüilo. Assim oferecemos um serviço de qualidade para nossos clientes”, conclui.

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m grupo de motoristas lençoenses, não satisfeitos com a situação da classe, resolveu se informar para descobrir o que poderia ser feito para melhorar a rotina de trabalho. Eles acabaram descobrindo o Sindicato de Bauru, onde conseguiram orientação para montar a entidade também em Lençóis Paulista. Tudo isto aconteceu no ano de 1986. O grupo primeiro se organizou em associação. Em 1991, a associação foi transformada em Sincovelpa (Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores de

Transportes Rodoviário, Urbano e de Passageiros de Lençóis Paulista). A entidade apresenta um dos crescimentos mais significativos entre os sindicatos que surgiram em Lençóis Paulista. Para se ter uma ideia desta evolução, em 1989 eram 61 associados. Hoje, são mais de dois mil motoristas sindicalizados. O presidente José Pintor lembra das dificuldades vividas pela categoria na época em que decidiram se organizar. “Tínhamos muitas dificuldades, não recebíamos piso salarial, hora extra, esca-

la de folga semanal, entre outras coisas. Hoje, graça a Deus, temos os acordos coletivos em que a classe tem piso salarial, cesta básica, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), convênio médico, alimentação no campo”, enumera. Além de lutar por direitos trabalhistas, o Sindicato oferece benefícios como atendimento odontológico, cabeleireiro, kits escolares para os filhos dos motoristas, parcerias com o comércio, assistência jurídica e até parcerias com colônias no litoral paulista, curso de informática para sindicalizados e seus familiares.


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Princesas, castelos e livros

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Revista O Comércio, a Ramblas Livraria e Papelaria e a Príncipe Shopping somaram esforços para a produção de A Garota da Capa nesta edição que comemora os 153 anos de Lençóis Paulista. No contexto de sonho, fantasia e realização, a pequena Jhúlia inspirou os flashes da fotógrafa Fernanda Benedetti. Nossa equipe pensou em buscar um ensaio que remetesse às características de nossa cidade. A criança representa o futuro de nossa comunidade. O castelo, por sua vez, lembra a solidez e tradição preservadas atrás dos nossos “muros”.

Para ilustrar o título Cidade do Livro e prestar uma justa homenagem ao escritor Orígenes Lessa, que imagem melhor que muitos livros no interior de uma livraria, a Ramblas. A Príncipe Shopping apresentou a coleção tropical inverno 2011 da Lilica Ripilica, como sempre, a grife feminina infantil mais famosa do país, vem para transformar meninas em princesas e deixar pais e mães ainda mais corujas do que geralmente são. A temporada mais fria do ano da Lilica Ripilica desponta com muito estilo. Trajes de equitação serviram de referência pa-

ra criar uma coleção romântica, sofisticada e chique. Vestidos, saias, blusas, pólos, camisas, boleros, jaquetas, tricôs, coletes, shorts, calças e outros itens despontam versáteis para compor looks invernais ou mais tropicais para aqueles lugares onde o frio não vem com tanta força, como aqui na região. As cores ficam por conta do vermelho, preto, rosa nude, champagne, pink e verde mate. Os aviamentos com detalhes de cavalos e seus acessórios ocupam espaço na coleção da Lilica. Confira nas próximas páginas!


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A Garota da Capa Nome completo: Ana Jhúlia de Siqueira Aniversário: 21 de Março (7 anos) Signo: Áries Mãe: Patrícia Radichi Tiritan Pai: Rafael Augusto de Siqueira

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Filme: Barbie Moda e Magia Perfume: Poema; Água de cheiro Hobby: Brincar de casinha e ir ao balé Livro: Um sonho de Princesa Música: Meteoro; Luan Santana Prato: Frango de panela da vó Viagem dos sonhos: Porto Seguro

Grife: Lilica Ripilica Loja: Príncipe Shopping Local do ensaio: Ramblas Fotografia: Fernanda Benedetti


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Missão

filantrópica Adefilp começou processo de inclusão social de deficientes com lição de pioneirismo; diretoria comemora nova sede Adefilp é pioneira na inclusão social de deficientes

Fotos: Fernanda Benedetti

Associados comemoram a construção de nova sede

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á mais de uma década, quando surgiu a Adefilp (Associação dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista), o tema ‘inclusão social’ não merecia a devida importância. Com pioneirismo, o então presidente e fundador da associação, José Carlos de Oliveira, o Baixinho, começou a mobilizar pessoas, empresas, famílias e clubes de serviço para transformar a realidade do deficiente. A Adefilp nasceu com uma missão filantrópica, sem fins lucrativos. Hoje é responsável pela realização de um trabalho cuja importância fica difícil de mensurar: resgatou a autoestima de

muitas pessoas com a inclusão no mercado de trabalho e por meio dos esportes. As medalhas conquistadas pela equipe de atletismo PCD (pessoa com deficiência), em Jogos Regionais e Jogos Abertos, refletem o sucesso. O trabalho e dedicação das pessoas que representam a Adefilp chamam a atenção e mobilizam a sociedade. Iniciativa privada, com o empresário Edenilson Grecca e representantes políticos, arregaçaram as mangas e saíram em busca de recursos para que a associação tivesse a infraestrutura adequada. Por causa disso, a Adefilp está ganhando uma nova sede. A associação desponta

para se tornar um grande centro de terapia, adolescentes e adultos de ambos os sexos, de todas as idades, e também um espaço de integração com a comunidade. O conjunto da nova sede terá um prédio com mais de mil metros quadrados para dependência da diretoria, secretaria, recepção, banheiros, recreação infantil, almoxarifado, depósito, refeitório e áreas para terapia e atividades profissionalizantes. Anexo às áreas para atividades, será construída uma praça paradesportiva, com pista de atletismo, área para caminhada, playground, campo de futebol de areia, piscina e quadra poliesportiva.


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Trabalho sustentável U m trabalho desenvolvido por mãos anônimas é exemplo de resgate da dignidade e preservação ao meio ambiente. A Cooprelp (Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista) nasceu em 2002 e, atualmente, conta com 53 cooperados. O projeto é merecedor de respeito e destaque. Só para ter uma ideia, figurou entre os escolhidos pelo concurso “10 Melhores Práticas em Gestão Local”, promovido pela Caixa Econômica Federal, concorrendo com 176 inscritos de todo o País. A organização da cooperativa levou à recuperação e ampliação da Usina de Triagem de Lixo Urbano e à organização da cole-

Cooprelp é exemplo de inclusão social e preservação do meio ambiente para todo o País Foto: Fernanda Benedetti

Projeto de reciclagem criado em 2002 resgata a dignidade de catadores e preserva o meio ambiente

ta seletiva, que atualmente chega a 20% no município. Antes dessa mudança, a maior parte do lixo recolhido ia direto para o ater-

ro sanitário da cidade. Somente uma pequena fatia era destinada à reciclagem. “A cooperativa tem duas frentes, uma social e outra

de meio ambiente, e conseguimos retirar as pessoas que catavam lixo da rua. Hoje essas pessoas trabalham com a gente, têm um

salário, trabalham com segurança, recolhem INSS. Transformamos um trabalho informal numa profissão, resgatamos a dignidade dessas pessoas, pois elas podem contar com esse salário e ajudar no orçamento de casa”, avalia o diretor de Meio Ambiente, Benedito Martins. Outro aspecto relevante é o fortalecimento do cooperativismo e a inclusão social. A seleção do lixo também é feita por sete deficientes físicos indicados pela Adefilp (Associação dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista). Isso sem contar o mérito de melhorar a vida de pes-

soas carentes, como catadores de lixo e portadores de necessidades especiais, como deficientes físicos, além de promover a melhoria da qualidade ambiental. Os cooperados recebem remuneração de R$ 500 a R$ 600 por mês. A usina de reciclagem é totalmente adaptada para receber o projeto. A infraestrutura conta com refeitório, vestiários e ala administrativa. O paisagismo ainda reforça a ideia de quem com a reciclagem é possível conseguir o equilíbrio. Além disso, os participantes dispõem de três refeições diárias, conta bancária, escolaridade para os filhos e assistência social e psicológica.


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Lençóis Paulista Abril de 2011 Foto: divulgação

Corrente de

esperança Associação usa a internet como ferramenta para difundir informações sobre o lúpus; doença é rara, comum em mulheres e portadores ainda são vítimas de preconceito

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idinha Máximo tomou uma postura cada vez mais comum em pessoas obrigadas a enfrentar doenças. Ela juntou forças e pessoas para levar informação sobre o lúpus. Em 2007, criou uma associação regional que reúne portadores deste mal, a Alepoles. “Me considero uma batalhadora, especialmente pela vida. Depois de descobrir que tinha uma doença grave, incurável, faço tratamento correto e levo uma vida praticamente normal. Amo a vida. Minha família é meu maior tesouro e tudo o que eu posso oferecer é amor”. O lúpus é uma doença rara e mais frequente nas mulheres do que nos homens. É provocada por

um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes. No lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo, como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, confundem o diagnóstico. Por se tratar de um mal raro, a doença é desconhecida de muita gente. O objetivo da associação é divulgar assuntos que interessem não apenas aos portadores da doença, mas a todas as pessoas. “Por incrível que pareça, ainda exis-

te um grande preconceito contra nós, lúpicos. Essa doença não é contagiosa, independente da forma como se manifesta”, explica Cidinha. A doença exige tratamento cuidadoso, por médicos especialistas. Pessoas tratadas adequadamente têm condições de levar uma vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a vida. Cidinha faz uso da internet para levar e buscar informações. No colorido blog alepoleslencoislupus.blogspot.com é possível saber mais sobre a doença, aprender sobre legislação ou mesmo trocar experiências.


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Por um mundo

melhor Fundada na década de 70, Apae de Lençóis Paulista trabalha pela inclusão social de crianças, jovens e adultos

Foto: Fernanda Benedetti

Apae é exemplo de solidariedade e foi pioneira na inclusão de pessoas especiais

E

m todo o Brasil, associações surgiram para lutar pelos direitos de pessoas. Em Lençóis Paulista, a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) nasceu na década de 70. O trabalho que a entidade realiza faz toda a diferença para que o mundo seja melhor e mais justo. A história da Apae de Lençóis começa com um grupo de pessoas preocupadas em atender pessoas que tinham necessidades especiais. A associação nasceu por meio do trabalho voluntário, da dedicação de quem não espera nada em troca, a não ser um grande sorriso estampado no rosto de quem é auxiliado. A inclusão social dos deficientes é causa reconhe-

cida em todas as partes do mundo, mas manter a Apae funcionando é um desafio constante. A associação é mantida principalmente com repasses municipais – principal fonte de recursos -, também conta com ajuda do Governo do Estado e, em menor proporção, do Governo Federal. Segundo a presidente da entidade em Lençóis Paulista, Ana Lucia Lauria Darcie, também há empresas que colaboram e campanhas de arrecadação pontuais, como a contribuição descontada na conta d’água dos munícipes. Ainda é necessária a realização de eventos beneficentes. É nessa hora que funcionários e voluntários mostram o respeito que têm pela Apae e ajudam na barraca da entidade em eventos como a Feira da Bonda-

de, a barraca da Facilpa, a Festa da Padroeira. São cerca de 170 alunos atendidos diariamente e mais 30 ex-alunos que vão à escola para participar de atividades como fisioterapia, natação ou fonoaudiologia. A Apae de Lençóis atua em todos as etapas de desenvolvimento. Conta com educação precoce (zero a três anos), educação infantil 1 (de três a quatro anos), infantil 2 (dos cinco aos seis anos), e ensino fundamental a partir dos seis anos. O quadro de funcionários é formado por coordenadores pedagógicos, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, dentistas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, médicos e professores.

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Costura reta

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Foto: Fernanda Benedetti

Cooperativa de costureiras inaugurada em 2008 está mudando a vida de muitas lençoenses para melhor

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união constrói amizades, calças, blusas e o que mais o mercado requisitar. Em Lençóis Paulista, a criação da Cooperíndicos (Cooperativa de Costura Industrial) deu novo significado à vida de muitas mulheres e suas famílias. A cooperativa surgiu em 2008, por meio do curso de corte e costura oferecido no Centro Municipal de Formação Profissional “Prefeito Ideval Paccola”. “Ali começamos a pegar pequenos serviços”, lembra a presidente

da Cooperindicos, Roseli Aparecida da Silva. As cooperadas destacam o apoio que receberam e recebem da administração pública, principalmente, do diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda, Altair Toniolo, o Rocinha e do diretor do Centro Municipal, Wanderley Francatti. Atualmente, são 15 cooperadas, com uma renda mensal que varia de R$ 400 a R$ 1 mil por mês. “O bom da cooperativa é que trabalhamos como autônomas, mas com res-

ponsabilidade de empresa grande. Aqui fazemos nosso próprio salário, então quanto mais trabalhamos mais ganhamos”, resume a presidente. A cooperativa trabalha com confecção de roupas esportivas e aceita pedidos de fabricantes conhecidas em todo o Brasil. Um dos principais clientes é a rede de lojas Renner. Os cortes já vem prontos. A média de produção atual gira em torno de 15 mil peças por mês. Para muitas dessas mulheres, aprender uma

Cooperativa resgatou autoestima e incluiu mulheres no mercado de trabalho

qualificação e depois entrar para o mercado de trabalho representou uma mudança significativa em suas vidas, principalmente, em relação à autoestima, além de complementar a renda familiar. “Eu estou na cooperativa há um ano. Eu tra-

balhava em casa. Aqui ganhamos mais e todo mês temos serviços. Eu gosto porque a gente faz nosso pagamento, então somos todas unidas para trabalhar bastante e assim sermos recompensadas. Isso é muito bom”, avalia Kelly Cristina Dias da Silva, de

36 anos. “Estou aqui há três anos. Nunca tinha trabalhado, aí surgiu essa oportunidade. Estou gostando e o que ganho aqui ajuda no orçamento da casa”, confirma Elza de Almeida Pereira Marques, de 46 anos.


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Confira a lista das principais organizações, associações, cooperativas e sindicatos que trabalham para a comunidade regional: • Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria pela Vida • Antonio Ribeiro Maciel Sobrinho e Outros (CEA) • Associação Amigos de Bairro da Vila da Prata • Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) • Associação Beneficente Hospital Nossa Senhora da Piedade • Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista (Acilpa) • Associação Cultural Comunitária Peniel FM • Associação das Mulheres Unimedianas de Lençóis Paulista • Associação de Alunos e Ex-alunos Senai Lençóis Paulista • Associação de Moradores e Proprietários Rurais dos Bairros (Fazenda Fartura) • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) • Associação Desportiva Classista Zillo Lorenzetti • Associação dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista (Adefilp) • Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Rurais de Lençóis Paulista • Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana) • Associação dos Servidores Públicos Municipais de Lençóis Paulista (ASP) • Associação Lençoense de Árbitros • Associação Lençoense de Incentivo à Cultura • Associação Paulista Medicina Seção Regional Lençóis Paulista e Macatuba • Associação Protetora Amigos dos Animais de Lençóis Paulista • Associação Rural de Lençóis Paulista • Associação Shorin Ryu de Karatê Samuray • Clube da Amizade da Terceira Idade de Lençóis Paulista • Clube de Convivência da Terceira Idade Viva a Vida Lençóis Paulista • Congregação das Irmãzinhas dos Anciões Desamparados • Cooperativa de Crédito dos Empresários de Lençóis Paulista (Sicoob) • Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores Públicos (Cooperserv) • Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados das Empresas Zillo Lorenzeti Ltda. (Coopercred - CECMEE Zillo Lorenzetti) • Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos Profissionais de Lençóis Paulista

• Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista • Cooperativa de Transportes Especiais de Lençóis Paulista (Cootelpa) • Cooperativa Educacional de Lençóis Paulista(Cooperelp) • Grêmio Esportivo e Recreativo Omitex • Grêmio Recreativo Grupo Lwart • Legião Feminina de Lençóis Paulista • Legião Mirim de Lençóis Paulista • Liga Centro-Oeste de Esportes Amadores • Liga Lençoense de Bocha • Liga Lençoense de Futebol Amador • Lions Club de Lençóis Paulista • Organização Cristã de Ação Social (OCAS) • Organização dos Advogados do Brasil (Casa do Advogado) • Organização não governamental Nossa Terra • Rede de Combate ao Câncer de Lençóis Paulista • Rotary Club de Lençóis Paulista • Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo • Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Urbano (Sincovelpa) • Sindicato dos Empregados Domésticos de Lençóis Paulista e Região • Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Lençóis Paulista • Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Lençóis Paulista • Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, Papelão e Cortiça de Lençóis Paulista • Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção • Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lençóis Paulista • Sindicato Rural de Lençóis Paulista • Sociedade Amigos do Hospital Nossa Senhora da Piedade • Sociedade Italiana de Lençóis Paulista • Unimed de Lençóis Paulista (Cooperativa de Trabalho Médico)

UNIÃO


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Cooperativismo em sala de aula Fotos: Fernanda Benedetti

Há 10 anos Cooperelp surgiu com a proposta inovadora para melhorar a qualidade de ensino em todas as idades

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om a força do cooperativismo é possível tudo, até mesmo melhorar o ensino. Quem apresenta essa lição é a Cooperelp (Cooperativa de Ensino de Lençóis Paulista). A Cooperelp foi fundada

em 2000, por um grupo de pais que buscava uma proposta pedagógica diferenciada para educar seus filhos. Eles receberam o apoio de uma empresa de Lençóis,que comprou uma instituição chamada Dinâmica. Assim

a história começou. Segundo a diretora Maria Cristina Giacomini Flosi, a grande vantagem da cooperativa de ensino é que esta não visa lucros, pois trabalha com sistema de rateio de despesas e tem como objetivo primordial oferecer educação de qualidade. A Cooperelp é formada por uma diretoria administrativa, composta pelos pais dos alunos e uma diretoria pedagógica, que é formada por direção, coordenação e professores. Ao todo são 63 funcionários. A cooperativa atualmente conta com 565 alunos, matriculados da educação infantil ao ensino médio.

Cooperelp: proposta é melhorar o ensino desde a educação infantil até o preparo para o vestibular

A proposta pedagógica é embasada no sistema Anglo de ensino, com profissionais qualificados. “Os conteúdos são trabalhados com base nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), elaborados pelo Ministério da Educação e em sintonia com os novos formatos do ENEM (Exame

Nacional do Ensino Médio) e dos vestibulares. Maria Cristina explica ainda que a Cooperelp assume o compromisso de passar conceitos e oferecer benefícios que vão muito além daquilo que é ensinado em sala de aula. “Oferecemos também atendimento fonoaudiológico e psico-

lógico que reforçam a qualidade do trabalho pedagógico. Temos aulas de musicalização, artes plásticas, esportes, educação ambiental, educação para a cidadania, atividades diversificadas, orientação profissional, orientação de estudos, plantões de dúvidas e auxílio nas tarefas”, define.


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