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Ano LV - Fev/2017 - Nº558

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Energia

Enquanto constrói parques eólicos, Engie coloca à venda duas termelétricas

Megaprojetos: China expande rede TAV, mas já lida com “elefantes brancos”


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S umário

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Editorial

4 | Planejamento a longo prazo e obras definitivas

Fórum da Engenharia / Investimentos Diretor Editorial: Joseph Young Editor: Augusto Diniz augusto.diniz@m3editorial.com.br Publicidade: Wanderlei Melo comercial@m3editorial.com.br Diagramação: Ergon Art Circulação: Jessica Briz circulacao@m3editorial.com.br

6 | Porto de Itaqui (MA) sediará base de distribuição da Raízen

Fórum da Engenharia

9 | Ammann e Intermaq apresentam tecnologias para a construção de estrada

Newsletter Global Sede: Rua Marquês de Paraná, 471 - cj. 10 - Alto da Lapa São Paulo - SP - Brasil - CEP: 05086-010 Telefone: (11) 3895-8590 adm@m3editorial.com.br www.revistaoempreiteiro.com.br A revista O EMPREITEIRO é uma publicação mensal, dirigida, em circulação controlada, a todos os segmentos da indústria de construção imobiliária e industrial, e aos setores público e privado de infraestrutura, obras de transporte, energia, saneamento, habitação social, telecomunicações etc. O público leitor é formado por profissionais que atuam nos setores de construção, infraestrutura e concessões: construtoras; empresas de projetos e consultoria; montagem mecânica e elétrica; instalações; empresas que prestam serviços especializados de engenharia; empreendedores privados; incorporadores; fundos de pensão; instituições financeiras; fabricantes e distribuidores de equipamentos e materiais; órgãos contratantes das administrações federal, estadual e municipal. Preços das edições impressas: Números avulsos: R$ 15,00; Edições atrasadas: R$ 15,00; 500 Grandes: R$ 40,00 (1 exemplar ano); Registro de Publicação está assentado no cadastro de Divisão de Censura de Diversões Públicas do D.P.F. sob nº 475/73.8190, no livro B - registro no 1º Ofício de Títulos e Documentos. Registrada no Serviço de Censura Federal sob nº 2; 269P209/73. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte do conteúdo desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida, de qualquer forma e por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações, ou qualquer sistema de armazenagem de informação, sem autorização, por escrito, dos editores. Siga-nos no Twitter: @oempreiteiro Nos adicione: revista O Empreiteiro O EMPREITEIRO foi editado de 1962 a 1968 como jornal e desde 1968 em formato de revista. Diretor Responsável: Joseph Young

12 | Plano multibilionário de infraestrutura atrasa no Canadá

Megaprojetos

14 | China expande a rede TAV – que já tem “elefantes brancos”

Construção Industrial 16 | Edificação voltada à missão crítica

Energia

18 | Enquanto constrói parques eólicos, Engie coloca à venda duas termelétricas

Energia / eólica

22 | Montagem de parque envolve sincronizar todos os recursos 24 | Há 308 ainda a serem entregues até 2018

Mobilidade Urbana

27 | Aposta na “metrorização” e na “eletromobilidade” do ônibus Capa: Termelétrica Pampa Sul (RS) e parques eólicos em obras da Engie (Fotos: Divulgação) www.revistaoempreiteiro.com.br | 3


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Planejamento a longo prazo e obras definitivas

O sistema de transporte público e as enchentes de verão nas cidades continuam aguardando uma solução de longo prazo

O declínio previsível da velha política, praticada a base de As áreas de risco do ponto de vista geológico podem ser maconchavos em bastidores e troca de favores, ignorando a opinião peadas por drones que produzem fotos georefereciados, servinpública, na maioria das vezes, deve abrir espaço para uma nova do-se de base de estudos de campo para os projetos e as obras geração de gestores públicos que venham a se valer de ferramen- de estabilização. Em ambas as áreas, há empresas de engenharia tas de administração que tiveram sucesso na iniciativa privada. competentes para articular os programas de curto e médio prazos, O alucinante ciclo de quatro ou oito anos — para suprir as dimensionando as obras definitivas. É o fim de medidas paliativas carências de uma metrópole, Estado ou país, precisa ser substi- como as placas que indicam os locais de enchentes em São Paulo. tuído por planejamento que se estenda por décadas. Vamos nos Segurança hídrica é outro ponto nevrálgico das cidades brasilimitar ao cenário de uma cidade, como exemplo, numa escala leiras, visando garantir o abastecimento d’água. Mais uma vez, o mais perceptível ao cidadão comum. estado e as prefeituras precisam contratar empresas de engenharia O transporte de massa necessariamente precisa ser basear no para projetar as obras de médio e longo prazo. Há de se incentivar metrô e trens metropolitanos, com programas de obras que recu- sistematicamente o reúso d’água — ainda a solução mais sensata perem seu atraso de décadas. Numa data futura e não tão longín- — inspirando-se no exemplo de Cingapura, a cidade-Estado onde qua este modal precisa superar o transporte por ônibus nas regiões 30% da água consumida é de efluente reciclado e esterilizado. metropolitanas — mesmo que este ganhe melhorias como BRT e Enfim, soluções definitivas existem e estão na prateleira. A veículos híbridos e elétricos. A prefeitura e o Estado não têm recur- gestão pública precisa planejar a longo prazo — e não apenas sos para tanto? Vamos conceder as linhas a operadoras privadas. em vencer a próxima eleição, daqui a quatro anos. As despesas As enchentes de verão e os desde custeio da máquina administralizamentos de encostas instáveis sotiva precisam ser reduzidas, subsmente serão vencidos por estudos de tituindo o aumento puro e simples engenharia que indiquem obras defidos quadros de funcionários pela nitivas para superar esses fenômenos. implantação de sistemas de tecnoCidades que sofrem com enchentes logia de informação. Os programas recorrentes em vários países têm rede investimentos precisam receber corrido à escavação de túneis profunmais recursos. dos de grande diâmetro, para estocar A velha política está na berlino excesso d’água, que é liberado aos da. Os protestos vão voltar às ruas a poucos. O exemplo mais antigo talvez partir de março; a população cansou Cingapura recicla e esteriliza 30% da água consumida seja Chicago, nos Estados Unidos. de esperar. 4 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017


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Porto de Itaqui (MA) sediará base de distribuição da Raízen

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Bancos tem liquidez para participar das obras de infraestrutura O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que as instituições financeiras têm liquidez para participar da modernização da infraestrutura, mas depende do modelo de garantias a ser adotado. A liquidez do sistema é grande e não há restrições a clientes de porte que podem tocar essas obras. O descasamento entre os prazos de funding pode ser resolvido, afirmou.

Governo melhora acesso de crédito público a empresas de fora Incremento portuário na região Norte-Nordeste

Ao custo de R$ 200 milhões, a Raízen vai construir base de distribuição de combustíveis no Polo Industrial de São Luís, localizado no porto de Itaqui (MA). As obras vão demorar dois anos e a base tem potencial de dobrar o volume hoje de combustíveis distribuído na região pela empresa — criada pela associação da Shell e Cosan —, que atinge 1,2 bilhão de l/ano. Ao comprar o terreno de 10 ha por 20% do valor de mercado, o projeto assumiu contrapartidas sociais, como a construção de cinco escolas, a geração de 700 empregos na etapa de obras e de 600 na fase de operação.

O Decreto 8.957, sancionado pelo presidente Temer em meados de janeiro, tem base no artigo 39 da Lei 4.131, que garante empréstimos públicos apenas a empresas estrangeiras que atuam em setores de “alto interesse nacional”. Entre esses setores estão transportes e saneamento ambiental — inclusive saneamento básico e gestão de resíduos sólidos -, acrescidos da indústria têxtil, comércio, educação, saúde, e petróleo e gás. Analistas apontam que o decreto favorece não só financiamento de projetos, mas também a estruturação de garantias. Ele também sinaliza garantia ou aval a financiamentos já estruturados no exterior ou no mercado privado local.


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Para atrair o investidor global, vem se somar também o Decreto 8.874 de outubro de 2016, que facilita a emissão de debêntures para empresas enquadradas no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) — atendendo às demandas de operadoras de aeroportos e rodovias dos Estados Unidos e Europa. Empresas chinesas devem participar dos novos leilões com fontes de funding já definidas.

Os caminhos diversos das empresas do mercado de imóveis Tecnisa e Tenda

FI-FGTS vai selecionar projetos de até R$ 7 bi Seguindo um novo modelo aprovado em fins de 2016, a Caixa Econômica federal publicou edital de chamada pública para seletiva de até 15 projetos que receberão um total de R$ 7 bilhões, nos setores de saneamento, rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e energia. O prazo de entrega das propostas de 45 dias começou no dia 30 de janeiro. Os critérios de avaliação incluem peso do projeto no setor; relação financiamento versus investimento total; se o debênture é incentivado ou não; empregos gerados; região geográfica; capital próprio dos acionistas comprometido; outras fontes de longo prazo e nível de governança.

MP agiliza construção de Ferrogrão com recursos privados

Foco na habitação popular

A Tecnisa ambiciona a meta de R$ 500 milhões em operações anuais como incorporadora, sem definir prazos, afirma seu presidente Meyer Nigri, depois de um 2016 difícil, quando lançou R$ 80 milhões, realizou vendas líquidas de R$ 109 milhões, mas os distratos atingiram R$ 455 milhões. A empresa efetuou ainda aumento de capital de R$ 200 milhões, no qual a Cyrela participou com R$ 75 milhões e passou a deter 13,62% do capital da empresa. A Tenda lançou R$ 968 milhões até setembro passado, focada na faixa 2 do programa Minha Casa Minha Vida em seis regiões metropolitanas. A empresa deve se separar da Gafisa, que vai ceder até 30% do capital que controlava, com o ingresso ainda da Jaguar Real Estate Partners em percentagem significativa. Há dois anos a Tenda convertia em vendas 12 de cada 100 clientes que negociavam. Hoje, a relação caiu para sete.

A Medida Provisória 758, publicada em 21 de dezembro passado, permite que o governo inicie o processo para licitar as obras da ferrovia Ferrogrão, que será financiada com recursos privados dos principais tradings do País, ligando Sinop (MT) ao distrito de Miritituba, em Itaituba (PA), por 933 km. É um projeto em estudos, desde 2012, pelas tradings Amaggi, Louis Dreyfus, Cargill, Bunge e ADM, batizado de Pirarara, juntamente com a Estação da Luz Participações (EDPL). Os investimentos privados previstos são da ordem de R$ 12,6 bilhões. Esse “consórcio” desenvolveu todo o projeto em seus aspectos técnicos e entregou os estudos para o governo, que poderá lançar o edital em maio. A MP delimitou a faixa de domínio da BR-163, para ser aproveitada para a ferrovia Ferrogrão.

Aegea contrata R$ 269 milhões para Águas de Sinop

Jaguar capta US$ 350 mi para focar no setor imobiliário da América Latina A Jaguar Growth Partners concluiu a captação de US$ 350 milhões para formar um fundo de private equity imobiliário focado no Brasil, Argentina, região andina e México. Faz parte do fundo o IFC do Banco Mundial, a seguradora New York Life e o fundo UTIMCO da Universidade de Texas (EUA). Esse fundo comprou participação na LatAm Logistic Properties, dedicada a imóveis industriais na América Latina; na empresa de shopping Aliansce no País; e anunciou a compra de até 30% da incorporadora Tenda, que se desmembra do grupo Gafisa.

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Investimento privado em saneamento

Um financiamento de R$ 269 milhões de longo prazo foi estruturado para as obras da concessão de água e esgotos outorgada à Águas de Sinop, no município de mesmo nome, em Mato Grosso, empresa essa controlada pelo grupo Aegea.


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WEG irá fornecer para parque eólico de Itaguaçu; sai a Impsa A catarinense venceu licitação de aerogeradores para o complexo de Itaguaçu (BA), composto por dez parques num total de 280 MW. Este faz parte de 21 parques eólicos nos quais Furnas tem participação conquistada com a venda de energia no leilão A-5 de 2013, com operação programada para maio de 2018. A maioria usaria equipamentos da Impsa, que paralisou as atividades em 2014. Espera-se que a estatal realize licitações de mesmo tipo para os parques Acaraú (CE), de 70 MW; Famosa III, de 84 MW, e Serra do Mel, também de 84 MW, estes dois últimos no Rio Grande do Norte.

Hidrelétricas Belo Monte e Santo Antônio estão à venda

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a cargo da Vivo, Oi, Embratel, Algar e Sercomtel. Essas obras abrangem call centers, construção de torres dotadas de estações radiobase e serviços de transmissão. O parque existente de 80 mil antenas deve crescer 50%.

CCR reforça caixa com R$ 4 bi ao vender ações

Grupo quer novas concessões

Foram 254 milhões de ações vendidas na bolsa de valores, ao preço de R$ 16,00 cada. A CCR reforça seu caixa com vistas aos novos leilões dos quatro aeroportos da Infraero, das duas rodovias em São Paulo e ao programa ampliado de obras na concessionária Nova Dutra, que está parado na ANTT.

CTEEP lança R$ 300 mi em debêntures para financiar obras Chineses têm interesse na UHE do rio Madeira

As empresas que formam o bloco de controle da Norte Energia — Neoenergia, Cemig, Light, Vale, Sinobras, J.Malucelli e os fundos Petros e Funcef, que somam 50,02% do capital, contrataram o Bradesco BBI para buscar investidores no mercado global. O valor patrimonial é estimado em R$ 10 bilhões e a hidrelétrica a ser concluída em 2019 ainda precisa de R$ 5 bilhões para terminar as obras. Os compradores terão que assumir o financiamento de R$ 22 bilhões do BNDES. As negociações da usina de Santo Antônio estão mais avançadas e a SPIC (State Power Investment Corp.) da China deve formalizar a proposta em março. O valor dos ativos deste último é estimado em R$ 9 bilhões.

Santander é quem lidera esse lançamento destinado a captar recursos para um programa de projetos e obras da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), que já está em curso, no valor total de R$ 636 milhões, a ser concluído em dezembro de 2019.

ISA colombiana retoma investimentos e avalia ativos

Teles propõem investir mais R$ 4 bi/ano se PL 79/2016 passar Devolvido ao Senado por uma liminar do STF, a tramitação da lei PL 79/2016 que altera a Lei Geral de Telecomunicações e transforma as concessões atuais em autorizações, volta a ser o centro de atenção das teles, que reiteram o compromisso de investir mais R$ 4 a 5 bilhões em obras de melhoria, que vai se somar ao investimento médio do setor de R$ 25 bilhões/ano,

Três novos lotes de linha de transmissão

Depois de considerar resolvido o pagamento da indenização de R$ 3,9 bilhões devido à Cia. de Transmissão de Energia Elétrica

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Paulista (CTEEP), da qual é controladora, a estatal ISA arrematou no fim de 2016 três lotes de linha de transmissão em leilão, nos quais se comprometeu a investir R$ 1,14 bilhão, além de anunciar a compra de participação no controle da Taesa, por R$ 1 bilhão, ficando sócia da Cemig. A ISA busca investir em outros ativos maduros ou novos e avaliou alguns da Eletrobras. Vai participar do próximo leilão de transmissão previsto para abril, quando serão oferecidos 34 lotes que demandarão inversões de R$ 12 bilhões.

Bolognesi ganha 2 anos para reestruturar termelétricas a GNL

Tereos e São Martinho investem em capacidade e TI

Reavaliação de iniciativas complexas

Unidade de Pradópolis (SP) terá 130 mil ha conectados

A Tereos francesa, que controla a Guarani, alocou R$ 60 milhões para expandir a capacidade de moagem de cana na usina de Tanabi (SP), frente à recuperação dos preços globais do açúcar. Com isso, a capacidade dela vai a 4 milhões t na safra 2018/19, elevando a produção do grupo para 21 milhões t/safra. Já a São Martinho, que iniciou em 2016 a ampliação da usina Santa Cruz em 500 mil t para 5,6 milhões t na safra 2017/18, confirmou a construção de uma rede 4G para interligar 5 mil equipamentos com as usinas e 13 mil empregados, que entrará em serviço até 2020. A empresa contratou o Centro de Pesquisa em Desenvolvimento em Telecomunicações para aprimorar os sistemas para conectividade total. O projeto piloto será concluído até o final do ano na usina São Martinho, em Pradópolis (SP), que terá os 130 mil ha conectados.

Kroton programa aplicar em bens de capital R$ 193 milhões em 2017 Desse total, R$ 143 milhões se destinarão a bens de capital e R$ 50 milhões em despesas operacionais. A Kroton registrou maior captação de alunos novos neste inicio de semestre, tanto no ensino presencial, quanto no a distancia, em seus estabelecimentos de ensino. 8 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017

A Aneel adiou para janeiro de 2021 a operação das usinas a GNL de Rio Grande (RS) e Nova Tempo (PE), atendendo ao pleito do grupo Bolognesi, que somam cerca de 2.500 MW. Na época do leilão A-5 de 2014, analistas alertavam o risco de concentrar o elevado volume de energia em dois projetos complexos, com unidades de regaseificação de GNL, nas mãos de empresa novata na atividade. A Bolognesi busca investidores para estruturar o funding das termelétricas.

Renner vai destinar R$ 500 mi para abrir 60 novas lojas

Varejo aposta na ampliação da rede

Ao expandir seu lucro líquido em 8% com relação ao ano anterior, atingindo R$ 625 milhões, a rede de moda Renner vai manter o volume de investimentos realizados em 2016 e aplicar cerca de R$ 500 milhões esse ano, na abertura de 60 lojas. Está mantida a meta de chegar a 2021 com 450 lojas Renner, 125 lojas Camicado e 300 unidades Youcom.


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Ammann e Intermaq apresentam tecnologias para a construção de estrada

foto: Divulgação/Ammann

Foi realizado em 26 de janeiro, em Lima, no Peru, o Ammann do que outros concorrentes do mercado. Além disso, ele destacou Asphalt Forum, evento desenvolvido para compartilhar as tec- que a Ammann é líder em construção de usinas de asfalto na nologias disponíveis nas usinas de asfalto e nos equipamentos América Latina, porque seguem oferecendo produtos de qualidade compactação. O encontro reuniu especialistas de grandes de para a construção de vias. construtoras e empreiteiras, incluindo a Obrainsa, ICCGSA, Mota SOBRE A INTERMAQ Engil, Cosapi, entre outros. Com mais de 25 anos de presença no mercado peruano, a Na construção global, existe a tendência de se incorporar os materiais reciclados nas misturas asfálticas, não só para reduzir Intermaq é uma companhia líder na comercialização de equia poluição ambiental, mas para economizar custos de material. pamentos e maquinário para desenvolvimento da infraestrutuA Ammann é uma empresa Suíça com experiência neste setor e ra viária. Conta em sua carteira de produtos com máquinas de este ano levou ao mercado peruano as modernas Usinas Contí- alta qualidade e tecnologia de vanguarda para os processos de nuas de Asfalto, da série Prime, que permite trabalhar com até construção, pavimentação, manutenção e conservação da malha viária tanto para asfalto quanto para concreto - as mesmas po25% de material reciclado. Os produtos são distribuídos pela Intermaq SAC, represen- dem ser adquiridas na modalidade de aluguel (rental), o que por tante da Ammann na região. Desde que os equipamentos da marca chegaram ao Peru, eles têm conquistado posição de vanguarda na construção de vias asfálticas, não apenas com as usinas de asfalto, mas também com os rolos compactadores. Hoje a Ammann e a Intermaq participam de grandes obras, como o trecho 2 da estrada longitudinal da Serra, em Cajamarca; as novas rotas de Lima; a restauração e ampliação do aeroporto de Jauja, em Junín; a restauração e ampliação da estrada Dv. Negromayo – Ocorruro – Pallpata – Dv. Yauri, entre outras. Sobre o Ammann Asphalt Forum, Juan Manuel Draxl, gerente geral da Intermaq, apresentou as novas propostas de equipamentos Ammann disponíveis para o mercado peruano. O executivo mencionou ainda que Nova edição do Asphalt Forum, dessa vez em Lima, no Peru os equipamentos da marca suíça tiveram uma grande aceitação no mercado local, graças à sua alta eficiência e sua vez inclui um rigoroso serviço de pós venda e de peças de qualidade apresentada. reposição a nível nacional. A empresa oferece equipamentos de última geração para a “Já temos mais de 30 equipamentos vendidos e estamos otimistas para o ano de 2017, onde colocaremos muito mais e par- compactação e pavimentação de asfalto e concreto, além de triticiparemos em diversos projetos de construção e saneamento. turação, triagem e materiais de lavagem - tarefas comuns na Hoje, no mundo, a tendência de incorporar materiais reciclados indústria da construção, bem como na de mineração. Por fim, a Intermaq conta com equipe de engenheiros e técninas misturas asfálticas é grande, e nossa usina oferece está solução, permitindo a incorporação de até 25% de material reci- cos para fornecer a melhor assessoria sobre a seleção do equipaclado, gerando uma redução dos custos e menor contaminação mento, e atenção sobre aspectos relacionados ao serviço e treinamento de operadores e mecânicos de pós-venda. Soma ainda ambiental”, comentou o executivo da Intermaq. Por outro lado, Rudiney Melo, Product Sales Manager, repre- um estoque permanente de peças de reposição e uma oficina de sentante da Ammann do Brasil, ressaltou que os equipamentos reparação moderna nas diversas frentes de trabalho onde operam da empresa possuem grandes benefícios e maior confiabilidade seus equipamentos. www.revistaoempreiteiro.com.br | 9


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Votorantim Cimentos abre planta industrial na Bolívia Divulgação/Votorantim Cimentos

A Votorantim Cimentos, junto com seus parceiros na Itacamba Cemento, inaugurou este mês (fevereiro) uma fábrica em Yacuses, região de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. De acordo com Fred Fernandes, diretor de participações na América do Sul da empresa brasileira, essa é a primeira unidade integrada – da extração de matéria-prima à produção final – da Votorantim Cimentos naquele país. O investimento na unidade foi de US$ 220 milhões. O executivo explica que a empresa já detém na Bolívia participação em uma unidade de moagem em Puerto Quijarro (na fronteira Brasil-Bolívia), também Investimento de US$ 220 milhões no país vizinho em Santa Cruz de La Sierra, desde 1997, por meio da Itacamba Cemento. Hoje, a Itacamba Cemento é formada por uma parceria cial de crescimento. “Parte significativa da demanda por cimenentre Votorantim Cimentos, Compañía de Cemento Camba, do to naquele país era suprida por importações até a inauguração grupo boliviano Coceca, e a espanhola Cementos Molins. de Yacuses”, lembra ele. Com a nova operação, a Bolívia passa A nova unidade terá capacidade de produção de 950 mil t/ a ser autossuficiente no fornecimento do insumo. Pela sua loano de cimento, o equivalente a cerca de 58.000 sacos de 50kg/ calização geográfica, Yacuses deve garantir o fornecimento de dia. De acordo com a Votorantim, a fábrica será responsável em cimento para o departamento de Santa Cruz, o maior mercado elevar a capacidade de produção total da Itacamba a 1,2 milhão nacional, que equivale a um terço da demanda. Além disso, será de t/ano na Bolívia, considerando as 250 mil t/ano da moagem possível apoiar o fornecimento a outras regiões, principalmente de Puerto Quijarro. Cochabamba, Beni e a região leste de Tarija, informa “Os planos para a nova planta tiveram início em a Votorantim. 2010. Yacuses é a primeira unidade integrada de A Turquia será o próximo país onde a Votorantim cimento na Bolívia, com capacidade para realizar o Cimentos inaugurará um empreendimento. Neste processo completo de fabricação de cimento, desde território, ela adquiriu os ativos da Cimpor. O startup o processamento das matérias-primas ao processada fábrica de Sivas, na região central da Turquia, está mento do clínquer e a produção do cimento, além do previsto para o primeiro semestre deste ano. O invesensacamento e distribuição”, conta Fred Fernandes. timento na unidade é de 140 milhões de euros para Fred Fernandes O diretor explica ainda que o cimento está em um forno de 4.500 TPD. conformidade com a NB-011 do Instituto Boliviano de normas Com mais esse novos negócios, a Votorantim Cimentos passa e qualidade (Ibnorca), que garante os padrões de qualidade, po- a atuar em 13 países, além do Brasil: Argentina, Bolívia, Canadá, dendo ser utilizado em todas as fases da construção. “Atualmen- Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Índia, Marrocos, Peru, Tute, a marca está presente nas principais obras de Santa Cruz de nísia, Turquia e Uruguai. La Sierra, o que inclui a aplicação em estradas, edifícios e obras No Brasil, a empresa não tem previsão de novas inauguraem geral”, diz. ções. A unidade de produção mais recente aberta no País foi a de A Bolívia representa um mercado estratégico na América Primavera (PA), a quase 200 km da capital Belém, em julho do Latina para a Votorantim Cimentos, por conta do alto poten- ano passado. (Augusto Diniz) 10 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017



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ENRGlobalInsider Plano multibilionário de infraestrutura atrasa no Canadá

como a SNC Lavalin, WSP Global, Stantec, Aecon Group e Stuart Olson, que trabalham também nos Estados Unidos e Reino Unido, podem lidar com esse tipo de problema de cronograma, diz Lynk. Mas muitas outras terão dificuldades de conviver com o lento desembolso de recursos no plano de infraestrutura canadense, que visava aquecer o mercado de construção e engenharia por conta da diminuição acelerada de projetos de óleo e gás no país com a queda de preço do petróleo.

Mais de 55 mil pontes nos EUA estão com estrutura ameaçada

Projeto de VLT parado em Calgary

O multibilionário plano de infraestrutura do Canadá está com atrasos no desenvolvimento de projetos. Um relatório emitido por um órgão regulador do orçamento parlamentar canadense levantou sérias questões sobre a rapidez com que o governo será capaz de cumprir a promessa, de um aumento de US$ 143,1 bilhões nos gastos com infraestrutura nos próximos 12 anos. O governo federal comprometeu-se a aplicar US$ 10,4 bilhões na primeira fase do programa de 2016 a 2018. No entanto, até agora, apenas US$ 3 bilhões em projetos potenciais foram alocados, diz Jean-Denis Fréchette, diretor do órgão de orçamentos. “Algumas das empresas associadas estão inquietas porque eles não estão vendo gastos com projetos a médio prazo”, disse Michael Atkinson, presidente da Associação Canadense de Construção. Yuri Lynk, diretor de pesquisa de patrimônio da Canaccord Genuity Corp., com sede em Quebec, conta que os governos provinciais e municipais têm parcela grande de responsabilidade. “A forma como o sistema político (canadense) foi criado, o dinheiro federal demora a fazer o seu caminho até eles”, disse. Em julho de 2015, por exemplo, o governo federal anunciou um compromisso de US$ 1,1 bilhão com o novo projeto de linha de VLT em Calgary, Alberta, com planos para iniciar a construção em 2017. Mas os governos municipais e provinciais destinaram oficialmente sua parcela de financiamento – a chamada contrapartida - apenas em dezembro. Empresas de construção e engenharia mais diversificadas, 12 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017

Pelo menos 20 anos para substituir ou corrigir as pontes deficientes

O número de pontes estruturalmente deficientes nos Estados Unidos caiu ligeiramente no ano passado, e o total hoje está em 55.170, de acordo com uma nova análise da American Road & Transportation Builders Association (ARTBA). O relatório da ARTBA mostra que os estados conseguiram ano passado recuperar 2.785 pontes do número total de estruturas deficientes, ou apenas 0,5%. O estudo baseia-se nos arquivos de 2016 da Federal Highway Administration. Os dados abrangem um total de 612.079 pontes analisadas, nos 50 estados e no Distrito de Columbia. Alison Premo Black, economista-chefe da ARTBA, disse que se a melhoria for de 0,5% ao ano, serão necessários mais de 20 anos para substituir ou corrigir todas as pontes deficientes. “Pode levar mais tempo do que isso, se novas pontes forem adicionadas à lista de deficientes durante esse período, o que é quase certo acontecer”, diz. Alison acrescentou em um comunicado: “Não foram fornecidos aos departamentos estaduais de transporte os recursos para manter as condições estruturais das pontes no seu território”. Uma classificação estruturalmente deficiente não implica que uma ponte seja insegura, observa a Federal Highway Admi-


Ne nistration. Por razões de segurança, os estados reduzem os limites de peso para algumas pontes deficientes e, nos casos mais graves, são interditadas ao tráfego. A divulgação do relatório ocorreu em um momento em que as agências de construção, transporte e rodovias estaduais aguardam ansiosamente o prometido programa de investimento em infraestrutura de US$ 1 trilhão do presidente Donald Trump. Porém, não há sinais de que a liberação do plano seja rápida.

Vertedouro da represa de Oroville, na Califórnia, entra em obras

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de atrair jovens para as carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O projeto é o resultado de anos de trabalho da MacGillivray Freeman Films, a Sociedade Americana de Engenheiros Civis e a construtora Bechtel. O lançamento inclui extensos programas de acompanhamento educacional, bem como eventos e exposições. O filme de US$ 15 milhões foi patrocinado pela Bechtel, Sociedade Americana de Engenheiros Civis, Fundação Asce, Conselho Nacional de Consultores de Engenharia e Topografia e a United Engineering Foundation. Com efeitos 3D especiais, o filme leva os espectadores a uma jornada a complexos projetos de engenharia de grande e pequeno porte. Os trabalhos vão desde a Torre de Xangai, com 632 m de altura, construída a prova de tufões, até um projeto no Haiti de uma ponte através de um rio que provocou muitas vítimas de afogamento. O filme mostra a importância da engenharia e da imaginação, inovação e criação nesta profissão.

Programa tenta auxiliar arenas a economizar energia e água Erosão em um dos vertedouros comprometeu a barragem

Depois de evacuar mais de 188 mil pessoas de suas casas nas cidades centrais da Califórnia, ao norte de Sacramento, no dia 13 de fevereiro, as equipes da represa de Oroville trabalham para conter a erosão que ocorreu em um dos vertedouros da barragem, além de realizarem reforço em toda sua estrutura. Com uma altura de 274 m, trata-se da mais elevada barragem de terra dos Estados Unidos. As fortes tempestades verificadas no Estado nos últimos tempos fizeram as represas alcançarem níveis inéditos, depois de anos de seca. No caso do lago artificial de Oroville, todos os vertedouros foram acionados. Porém, em um deles, que nunca tinha entrado em operação em 50 anos de existência da barragem, técnicos detectaram uma rachadura. Por conta disso, aumentaram a vazão no vertedouro principal, mas não foi suficiente para evitar que fosse formada uma extensa erosão neste vertedouro auxiliar.

Filme em Imax mostra a importância da engenharia no mundo

Foi lançado em fevereiro, nos Estados Unidos, o filme “Dream big: Engineering Our World” (em tradução livre para o português “Grande Sonho: Engenheirando o Mundo Nosso”). Trata-se do primeiro filme em Imax (imagens maiores em tamanho e resolução do que filmes convencionais) com o objetivo

Levantamento de dados permitirá definir metas

O Instituto Nacional de Ciências da Construção (NIBS) está tentando obter apoio junto a administradores de cerca de 1.500 estabelecimentos esportivos profissionais, universitários e comunitários nos Estados Unidos, para reduzir o consumo de energia e água. “A coleta de dados de referência representa o maior desafio de longe neste projeto. Sem ele, não podemos avançar”, diz Ryan M. Colker, conselheiro do instituto, que lançou recentemente um estudo de 66 páginas intitulado “Avançando a eficiência na energia e na água em complexos esportivos”. Uma estratégia bem sucedida de sustentabilidade deve ser incorporada ao desempenho atual e definir metas realistas para a melhoria, diz o relatório. Por isso, o trabalho de levantamento de dados é fundamental.

A ENR é uma publicação da Dodge Data & Analytics, editora com mais de 100 anos de atividades e a principal no mundo com foco em Construção, Infraestrutura e Arquitetura. A revista O Empreiteiro é parceira editorial exclusiva da ENR no Brasil. Mais informações: www.enr.com

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China expande a rede TAV — que já tem “elefantes brancos” Mesmo com a maior rede do mundo, com 20 mil km de extensão, a China quer construir outros 15 mil km de linhas de trem de alta velocidade até 2025, como vetores de desenvolvimento regional. Mas já existem estações que ficam vazias a maior parte do tempo, porque estão muito longe das grandes cidades

Poucas linhas com lucro operacional e muitas com elevado prejuízo e até estações “fantasmas”

Como o TAV precisa viajar quase sempre em linha reta, há estações em regiões de baixa densidade demográfica — na escala chinesa - que ficam localizadas a grandes distâncias de centros urbanos e são pouco utilizadas, porque carecem de transporte de massa entre si. Nas três regiões densamente povoadas, o TAV realmente criou uma economia conectada — na região de Beijing ao norte, Xangai ao leste e Guangzu, capital da província de Guangdong, ao sul, a urbanização adensada segue o traçado dos trilhos. Um exemplo simplório: há 75 milhões de pessoas vivendo nas cidades satélites de Xangai, num percurso de apenas uma hora pelo TAV, onde o aluguel é um terço do cobrado na

cidade considerada a capital econômica do país. A passagem do TAV custa apenas R$ 11, subsidiada em grande parte pelo governo central. A abordagem inovadora do governo chinês consiste em usar o TAV para limitar o crescimento exagerado das metrópoles, como Xangai, e incentivar o fortalecimento de cidades num raio de uma a duas horas de percurso, criando uma região econômica dinâmica em torno do modal, reduzindo os problemas típicos de centros urbanos excessivamente densos. O MAIS RÁPIDO PODE NÃO SER LUCRATIVO Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvol-

Mapa da rede de trem de alta velocidade na China

Principais cidades Velocidade de 300 km/h ou acima Velocidade de 200-250 km/h Trens rápidos entre cidades

O TAV vem sendo usado para evitar inchaço nas metrópoles

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Me vimento Econômico (OECD), organismo que reúne países industrializados, revela que custa 90% a mais construir um TAV que alcance 350 km/h se comparado ao que atinja 250 km/h. Isso significa que apenas linhas que tenham mais do que 100 milhões de passageiros/ano e tempos de percurso de cinco horas ou menos, como a linha Beijing-Xangai, justificam a velocidade maior. Por esse critério, as linhas de TAV na parte ocidental e ao norte da China são deficitárias e muito. A operadora dessa rede, a estatal China Railway Corp., tem dívidas de 4 trilhões de yuans, igual a 6% do PIB do país. Apenas seis linhas mostram lucros operacionais — sem contar os custos de construção — lideradas por Beijing-Xangai, que passou a ser o TAV mais lucrativo do mundo, obtendo receita de 6,6 bilhões de yuans, equivalente a US$ 1 bilhão, em 2016. No lado oposto, segundo fontes locais, a linha Guangzu e Guizu paga 3 bilhões de yuans/ano só de juros sobre investimentos, três vezes mais do que gera com a receita de passageiros. Mas a situação de estações “fantasmas” é real. Em Xiaogan, na província de Hubei, a estação do TAV está a 100 km do centro e falta transporte de massa até ela. Em Suzhu, província de Anhui, a estação está a 45 km do centro urbano, no meio do nada. Para

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Linha Beijing-Xangai se consolidou como a principal do TAV chinês

estimular o desenvolvimento, o governo construiu uma rodovia de oito pistas ligando a um polo industrial ao lado da estação. Investidores ergueram fábricas de roupas, alimentos e produtos medicinais que, entretanto, não atraíram indústrias para produzir ali.

Estação Hongqiao, em Xangai: a multidão de passageiros se aglomera em torno de marcas pintadas na plataforma da estação; o TAV para precisamente com as portas alinhadas com as marcas; a multidão embarca nos vagões em exatos 20 minutos — e um batedor de carteira leva todos os cartões de crédito de um jornalista que viajava no trem, conta um usuário

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Edificação voltada à missão crítica Os sistemas de energia elétrica e de climatização são elementos chave do empreendimento

Augusto Diniz – Santana de Parnaíba (SP) Em uma conversa com o engenheiro eletricista Bruno Pagliaricci sobre as obras de um data center que ele é responsável, as palavras instalações elétrica e climatização são repetidas inúmeras vezes, mais do que qualquer outro serviço a ser realizado na construção do empreendimento. O motivo dessa atenção especial a estes sistemas não é tão complicado de entender: energia elétrica e temperatura adequada são essenciais para manter uma operação de data center trabalhando initerruptamente. Os dois itens são interligados e a eficiência de ambos, ao lado da segurança dos dados, determinam o interesse do cliente em escolher um ambiente para seu armazenamento de grande volume de informações. “A complexidade das instalações de infraestruPerspectiva da edificação quando totalmente ocupada tura elétrica e de climatização é crítica. Um empreendimento desse tipo não pode parar e precisa ter temperatura constante para atender os servidores”, ressalta empreendimento deve absorver cerca de 100 trabalhadores. A Afonso França Engenharia é a responsável pela obra e deixará Bruno. Por isso, a sua implantação é acompanhada de perto. Além disso, a climatização costuma consumir bastante ener- a parte civil pronta para as instalações futuras de expansão que gia elétrica disponibilizada em um empreendimento desse tipo. E venham a ser feitas – de acordo com Bruno, “o crescimento do o cliente avalia o power unit efficiency (PVE; índice de eficiência mercado é que determinará a expansão”. A Odata busca para o empreendimento a certificações Leed energética que é a relação entre a energia consumida em todo empreendimento e a consumida especificamente pelo data cen- de construção sustentável e a Tier III do Uptime Institute, entidater) antes da contratação, pois isso define o valor da operação. de máxima de certificação de data center. “No nosso caso, ele está em 1,43, o que é um ótimo índice”, afirOBRAS ma – quanto mais próxima de 1 o índice, melhor. A obra do data center está sendo feita em área de um antigo O data center em questão, nomeado DC SP01, fica em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, município que possui galpão logístico desativado, mas pouco foi aproveitado de sua esoutros centros de dados já instalados e, portanto, com vocação trutura, de acordo com Bruno. A construção teve início em julho de 2016, com ligeira terraplenagem no terreno para adaptações. para investimentos dessa natureza. Bruno Pagliaricci é Chief Technology Officer (CTO) da Oda- Neste início de 2017, a construção atingiu o pico com pelo 350 trabalhadores nas mais diversos serviços de execução. ta, empresa do Pátria Investimentos, que faz sua “Prédio de missão crítica é uma obra técnica. A primeira investida neste crescente segmento com preocupação é grande em todas as etapas de execua construção desse data center. A inauguração da ção. É o caso deste data center”, afirma o engenheiro primeira fase está prevista para março, com abertura Antonio Carlos Machini Jr., diretor de Obras da Afonde duas salas com data centers. so França. A experiência da construtora em hospitais, O investimento inicial é de R$ 150 milhões – poonde também a criticidade é característica, exigindo dendo chegar a R$ 400 milhões com a conclusão conhecimento técnico e instalação de equipamentos, das outras etapas, que projetam no total 12 salas Bruno Pagliaricci levou a construtora a atuar no segmento de data center. com data centers. Quando totalmente ocupado, o 16 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017


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Fotos: Augusto Diniz

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Fachada com fechamento em alvenaria, com dois pisos, terá área de escritórios dos usuários do data center

O terreno da obra tem área total de 22,8 mil m² e a área construída é de 13,5 mil m². A parte da frente do empreendimento, com dois pisos, comportam as áreas de escritório e foram erguidas com estrutura pré-moldada e fechamento de alvenaria. Já a área de TI, com 10 mil m² e em um único piso, onde se encontram os data centers, foi todo executado em pré-moldado, inclusive as placas de fechamento. A composição da parte do prédio onde ficam os data centers envolvem salas de geração de energia, corredores técnicos de distribuição de energia e climatização e as chamadas salas de TI, onde ficam os racks e os respectivos servidores de armazenamento de dados. Cada sala de TI tem 308 m² e são ladeadas pelas salas de geração de energia e os corredores técnicos. Nas salas de TI, três faces de parede são de drywall contrafogo, e somente uma é de concreto – justamente a parede de face para as salas de geração de energia. A questão de estanqueidade é fundamental nesse tipo de empreendimento. A laje do edifício é o ponto mais vulnerável, conta Antonio Carlos. Segundo ele, isso exige uma boa impermeabilização. Ele aponta que um diferencial feito nessa obra foi ter a captação da água de chuva circulando para fora do empreendimento, e não dentro da estrutura, gerando, com isso, mais segurança interna. O engenheiro da Afonso França lembra que os caixilhos do prédio também devem ser bem vedados. “Estanqueidade nasce

Preocupação com a estanqueidade na laje e nos caixilhos

no projeto. Mas durante as execuções, cuidamos de perto esse aspecto”, diz. Nas salas de TI o cabeamento de distribuição de energia elétrica e de rede (ou lógica) é aéreo e circulam por meio de pipe racks. As salas de TI têm piso elevado de 70 cm, para que a climatização do ambiente ocorra por baixo. A Odata optou por fazer o cabeamento passar em cima da sala e não pelo piso elevado para, assim, facilitar a manutenção dos sistemas. Bombas de refrigeração posicionadas nos corredores mantém a temperatura média de 22° C nas salas de TI, fazendo permanente troca de ar que sai por cima da sala. Essas bombas transformam ar quente em ar frio por meio de sistema de resfriamento, que é mantido por chillers instalados na cobertura da edificação. As bombas lançam o ar frio por debaixo do piso elevado formando o colchão pleno, que se estende do corredor para as salas de TI. Nas salas de geração de energia elétrica existirão até 15 geradores a diesel Caterpillar, entre 1.8 MW a 3 MW, para serem acionados em qualquer eventualidade. Há ainda sistemas de detecção e combate a incêndio, circuito fechado de TV e controle de acesso. Uma subestação recebe a energia da rede pública e distribui às salas, que terão transformadores para convertê-la na corrente adequada. Uma torre de água potável e de reúso está instalada na entrada do empreendimento. FICHA TÉCNICA – DATA CENTER DA ODATA EM SANTANA DO PARNAÍBA (SP) Projeto: Quark-Aceco Gerenciadora: PML Integradora: Afonso França Engenharia Pré-fabricados: CPI Instalações elétricas, hidráulicas e de combate a incêndio: Planem Engenharia Climatização (instalação): Heating Cooling Piso elevado: Hunter Douglas CFTV e controle de acesso: Controller BMS

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Enquanto constrói parques eólicos, Engie coloca à venda duas termelétricas Fotos: Divulgação

Grupo quer se centrar em energias renováveis em escala global

Usina Termelétrica Pampa Sul (RS) em obras; busca de possíveis compradores

constrói unidades geradoras no País, o grupo Engie iniciou O grupo controlador da Tractebel, a Engie, é o maior geprocesso de sondagem de mercado para identificar potenciais rador privado de energia do País, operando uma capacidade instalada de 10.212 MW em 28 usinas entre hidrelétricas, ter- compradores para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, de 857 MW, em Santa Catarina, e para a Usina Termelétrica Pammelétricas e centrais eólicas – o que representa cerca de 6% pa Sul, que está em plena construção. da capacidade do país. O faturamento anual chega “Esta transação está em linha com a estratégia a R$ 7 bilhões. de descarbonização da Engie em todo o mundo, foEm construção hoje no País estão os parques cada em atividades de baixa emissão de carbono, eólicos Campo Largo (327,7 MW), na Bahia, Escom geração de energia limpa e renovável de fontes trela (29,7 MW), Ouro Verde (29,7 MW), Cacimbas hídrica, eólica, biomassa e solar, além da cadeia do (18,9 MW), e Santa Mônica (18,9 MW), todos no gás natural, infraestrutura e serviços”, justifica em Ceará, e a termelétrica de carvão Pampa Sul (340 nota o CEO do grupo no Brasil, Mauricio Bähr. MW), Rio Grande do Sul. Mauricio Bähr Além dessas duas termelétricas a venda, a EnPorém, ao mesmo tempo em que adquiri e 18 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017


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O grupo de energia finaliza a construção de quatro parques eólicos no Estado do Ceará

gie desativou ano passado a termelétrica de Charqueadas (RS) e mantem em operação a de Willian Arjona (MS) de 190 MW. A Usina Termelétrica Pampa Sul contava até pouco tempo com mais de 1.500 trabalhadores no canteiro, em diferentes frentes de trabalho, como a montagem eletromecânica da caldeira e a concretagem da chaminé em andamento. Os grandes equipamentos, como a turbina, continuam chegando na planta em Candiota (RS), onde a usina está sendo construída. A linha de transmissão e a correia transportadora da usina também estão em trabalhos de montagem. A obra da correia transportadora de carvão, que terá 4,17 km de extensão e uma capacidade de transporte de 550 t de carvão por hora, está em fase inicial. O sistema deverá entrar em operação comercial em 2019. Já os quatro parques do Complexo Eólico de Santa Mônica, em construção desde agosto de 2014, no município cearense de Trairi, entrarão totalmente em operação comercial ainda no primeiro trimestre deste ano. O empreendimento possui 36 aerogeradores com capacidade instalada de 97,2 MW. O projeto tem características inéditas: torres de 120 m de altura e montagem pelo processo inovador chamado Eolift, um metódo que permite montar as torres de baixo para cima.

Neste ano, deu-se início na Bahia as obras civis do Complexo Eólico Campo Largo. Ele terá 121 aerogeradores de 2,7 MW, totalizando 326,7 MW de potência instalada. O complexo está em construção na divisa dos municípios de Sento Sé e Umburanas, na região oeste do Estado, se situando num planalto onde o regime de ventos é provocado pela altitude e não pela condição litorânea. ENERGIA FOTOVOLTAICA A energia solar fotovoltaica é outro segmento que a Engie no Brasil investe. Neste ramo, há tanto projetos de energia distribuída como centralizada. A empresa ainda aguarda autorização plena para dar início às obras da Central Fotovoltaica Assu, no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada de 30 MW. A sua entrada em operação é prevista para novembro de 2018 e demanda investimento de R$ 220 milhões. O projeto representa a entrada do grupo na geração solar centralizada. Na área de energia fotovoltaica distribuída, a Engie desenvolve uma iniciativa em parceria com a Celesc, distribuidora de energia de Santa Catarina. O projeto Bônus Eficiente – Linha Fo-

A empresa desenvolve mais de 400 MW em projetos de geração eólica

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mas eles devem cumprir uma série de requisitos técnicos e básicos para participar do programa. O retorno do investimento para o consumidor final é de três a quatro anos, com a vida útil de 25 anos para os equipamentos.

Geração hidrelétrica representa boa parte da capacidade instalada da Engie

tovoltaica vai subsidiar a instalação de painéis solares em mil residências no Estado. As inscrições dos interessados começam este mês (fevereiro),

JIRAU ATINGIU OPERAÇÃO PLENA EM DEZEMBRO Representando mais de um terço da capacidade instalada da Engie no País, a Usina Hidrelétrica Jirau, com 50 turbinas e 3.750 MW, no rio Madeira, em Rondônia, foi finalmente colocada em operação plena em dezembro último. Seu custo total foi de R$ 19,5 bilhões, financiados em sua maior parte pelo BNDES. Jirau é controlada pelo consórcio ESBR (Energia Sustentável do Brasil), que tem como acionistas as empresas Engie (40%); Eletrobrás Eletrosul (20%); Eletrobrás Chesf (20%) e Mizha Participações (20%), uma subsidiária da japonesa Mitsui. Jirau opera a fio d’água. Suas unidades geradoras são do tipo bulbo.

Depois da Leme, Tractebel quer ampliar atividade de engenharia com nova aquisição A Leme Engenharia passou esse ano definitivamente a se chamar Tractebel, depois que foi adquirida pelo grupo belga em 2000. Segundo a empresa, a mudança faz parte de um projeto de unificação da marca em todo o mundo. O engenheiro Claudio Maia, presidente da Tractebel América Latina, explica que uma das estratégias agora é a de expansão das suas atividades por meio de aquisições de empresas com competências técnicas similares e complementares às já existentes. “Só em 2016, a Tractebel adquiriu três empresas na Europa. Outras aquisições estão previstas para 2017, incluindo a de uma empresa no Brasil”, revelou. “A principal aposta para o País é o mercado de infraestrutura, onde a empresa está em fase de negociação para a aquisição de uma companhia especializada em projetos de mobilidade urbana, portos, aeroportos, hidrovias e metrôs.” A Tractebel mantém cinco escritórios no Brasil - Belém, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis e Rio de Janeiro -, atuando em áreas como energias renováveis, hidroenergia, geração térmica, gás, sistemas de transmissão, mobilidade urbana, edificações complexas, saneamento e meio ambiente. A empresa global de engenharia, com 4,4 mil empregados – sendo 650 na América Latina - e 605 milhões de euros em receita global, pertenceaogrupoEngie,quenoBrasiléamaiorgeradoraprivadadeenergia. De acordo com Claudio Maia, “o rebranding não afetará os negócios da empresa no País, que continuará com a expertise da Leme Engenharia”. Nos últimos anos, a Tractebel foi responsável por diversas obras importantes no País. No segmento de hidroenergia, a empresa finalizou o gerenciamento e supervisão das obras e mon-

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tagem da Usina Hidrelétrica Jirau (3.750 MW), inaugurada em dezembro de 2016 no rio Madeira, em Rondônia. Em 2015, a empresa assinou contrato com o governo do Pará para realizar a fiscalização e o gerenciamento de diversos serviços de infraestrutura, que englobam obras de saneamento, edificações complexas e urbanização. A Tractebel está presente em 33 países. A empresa encerrou 2016 com um faturamento na América Latina de R$ 220 milhões. Os negócios do Brasil representam dois terços desse faturamento. Em janeiro de 2017, a Tractebel instalou um novo escritório no México. “Essa é a primeira oportunidade da Tractebel estabelecer uma presença formal no México, onde será responsável pela engenharia do proprietário para a construção do parque eólico Três Mesas, com capacidade de 52 MW, localizado na região de Tamaulipas, nordeste do país”, conta Cláudio Maia.

Obra da UHE Jirau virou referência da empresa de engenharia


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A metodologia Eolift A francesa Freyssinet é a desenvolvedora da metodologia Eolift, que vem sendo utilizada na construção de parques eólicos pela Engie. Trata-se da execução de torres de concreto com cerca de 120 m de altura - tradicionalmente elas são de aço. Após a construção das fundações, as seções pré-fabricadas de concreto da torre – uma dezena de seções - são colocadas umas sobre as outras com auxílio de um equipamento hidráulico. Um guindaste de pequeno porte iça cada seção para o perímetro do equipamento hidráulico, que fará o encaixe de uma seção com a outras. Na primeira seção da torre, antes dela ser posicionada sobre

outra seção de concreto, já se instala no topo dela a nacelle, que é o componente principal onde está o gerador eólico – na metodologia convencional, a nacelle é instalada por guindaste somente depois que a torre está totalmente concluída. Após todas as seções de concreto da torre serem posicionadas umas sobre as outras, elas são tensionadas de cima para baixo por meio de cabos. As pás eólicas são então erguidas por guindastes e instaladas junto à nacelle. Abaixo, segue em ordem por meio de imagens, da esquerda para a direita, a aplicação em campo da metodologia Eolift.

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Montagem de parque envolve sincronizar todos os recursos Contrato pode incluir a operação e manutenção durante dez anos por parte do fabricante

Augusto Diniz Com dados do último relatório da Global Wind Energy Council (GWEC) em que aponta a energia eólica como responsável por cerca de 20% de toda a eletricidade gerada no mundo até 2030, a dinamarquesa Vestas não tem dúvidas de que o Brasil terá papel importante nesta consolidação. “O País tem vocação, com um dos melhores ventos do mundo. Ele tem possibilidades concretas de ampliar seu parque eólico”, afirma Wagner Meireles, diretor de Construção da Vestas. “E investir nesse tipo de geração é uma forma de consolidar a posição do Brasil no mapa eólico mundial”. Além da vocação, Wagner afirma que a energia eólica “é vantajosa em termos financeiros, uma vez que entre as principais formas de gerações renováveis - vento, sol e biomassa -, a eólica é a mais competitiva”. A convicção da Vestas é tal no mercado brasileiro que em janeiro do ano passado, com um investimento de R$ 100 milhões, abriu uma fábrica em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), a primeira da empresa no País. Segundo a multinacional, ela proporcionou a geração de mais de 600 empregos na região. “Isso possibilitou à companhia maior agilidade para a entrega de seus contratos no País, além de facilitar a logística para os serviços de manutenção desses parques”, conta o executivo. O Brasil é o oitavo maior mercado da Vestas em contratos firmes. 22 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017

A companhia fechou 2016 com 371 MW contratados em energia eólica no Brasil; no ano anterior, somou 376 MW em pedidos firmes e incondicionais. A fábrica da Vestas em Aquiraz produz a turbina V110 e são produzidas atendendo as regras do Finame.

Unidade industrial da Vestas em Aquiraz (CE)

NOVOS PEDIDOS No início deste ano, a Vestas divulgou o recebimento de um pedido firme e incondicional de 21 turbinas eólicas de 2 MW cada, a serem produzidas no Brasil, para os parques eólicos do Cabeço Vermelho e Cabeço Vermelho II, localizados no Estado do Rio Grande do Norte e encomendadas pela operadora espanhola Gestamp. O contrato inclui ainda a montagem e o gerenciamento de


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produção, por meio do contrato AOM4000, com duração total de 10 anos. O contrato AOM 4000 é uma modalidade em que todas as manutenções fazem parte do contrato, assim como os materiais, peças, componentes, consumíveis e equipamentos auxiliares. A entrega das turbinas está prevista para se iniciar no último trimestre deste ano. O fabricante explica que o transporte das turbinas será realizado via modal rodoviário, a partir da unidade industrial cearense - 17 turbinas serão entregues no município de João Câmara e quatro em Jardim dos Angicos, onde estão localizados os parques. O diretor de Construção da Vestas explica que, em geral, a montagem de uma turbina eólica é feita por guindaste de esteiras com capacidade de içamento de até 600 t, configurado com uma lança treliçada de 120 m. A turbina eólica é dividida em módulos para ser montada: a torre em três ou quatro seções; a nacelle, que é a estrutura principal onde está o gerador e multiplicador de velocidade, cuja principal função é transformar energia mecânica em elétrica; o hub, que é a estrutura que conecta as pás à nacelle; e as pás, içadas uma a uma, perfazendo três no total. “Um parque eólico é construído como uma linha de montagem, porém ao invés do produto se mover na linha de montagem (como uma fábrica de automóveis), é a linha de montagem que se move ao longo dos produtos”, exemplifica Wagner Meireles, diretor de Construção da Vestas. Montagem e manutenção de turbinas em contratos de longo prazo O engenheiro relata que um guindaste de pneus de 300 t com lança telescópica realiza a primeira parte do trabalho: montagem dos painéis elétricos, seções inferiores da xão à rede elétrica não está disponível), usa-se geradores a diesel para energizar todos os sistemas da turbina, atualizar e ajustar os torre e escadas de acesso. “Na segunda etapa de montagem o guindaste principal de 600 softwares de comando e proteção, e testar os sistemas de segut ergue as seções superiores da torre, a nacelle (componente mais rança operacional da turbina. A outra etapa acontece quando a pesado) e o hub. Finalmente um guindaste médio de 500 t sobre rede elétrica estiver disponível, com a realização dos testes finais. “A tarefa principal na instalação de um parque eólico é a pneus termina o trabalho montando as pás”, detalha. “A razão de se separar a montagem em vários estágios é otimizar o uso do guin- coordenação de todos os recursos necessários, no tempo correto, daste principal que representa o maior custo durante a montagem”. determinado pelo planejamento da construção. O grande segredo Posteriormente, equipes de montagem interna, tanto elétrica da montagem eficaz de um parque eólico é a sincronização ótiquanto mecânica, deixam a turbina pronta para ser comissionada. ma dos diversos recursos envolvidos: logística de equipamentos e “Então neste estágio final de comissionamento todos os sistemas peças, guindastes, equipes de instalação e comissionamento. Se de operação e segurança da turbina são testados. Ela é conectada um parafuso não estiver disponível no tempo correto, isso afeta todo o projeto”, finaliza Wagner Meireles. ao sistema elétrico e começa a gerar energia elétrica”, diz. A Vestas possui mais de 78 GW de turbinas eólicas instaladas Já o comissionamento é feito com equipes próprias e é subdivido em duas etapas. No pré-comissionamento (quando a cone- em 75 países. www.revistaoempreiteiro.com.br | 23


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Há 308 parques ainda a serem entregues até 2020 O Brasil passou de 10° para 9° entre os países com mais capacidade instalada A previsão é que até 2020 pelo menos 308 parques eólicos entrem em operação no País. A informação é do boletim “Dados Mensais” deste mês (fevereiro), da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Nas páginas seguintes, a revista O Empreiteiro lista 191 centrais eólicas que devem entrar em obras em breve, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O Brasil chegou em fevereiro com 10,79 GW de capacidade instalada de energia eólica, em 432 parques eólicos. Ano passado, de acordo com o boletim, foram gerados 33,15 TWh de energia eólica, representando um crescimento de 52% em relação a 2015. Segundo a Abeeólica, o investimento médio anual no setor tem sido na casa de US$ 5 bilhões. Pelo menos seis empresas no país produzem turbinas aerogeradoras, outras quatro fazem pás eólicas e há ainda cerca de mil fornecedores de componentes. Recentemente, o Global Wind Energy Council (GWEC) divulgou estatísticas referentes ao ano passado e no ranking dos dez países com mais capacidade instalada total de energia eólica, o Brasil subiu uma posição e aparece em 9º colocado, ultrapassando a Itália. A China continua a líder, seguida dos Estados Unidos, neste trabalho. Ainda sobre os dados recentes apresentados pela Abeeólica, a energia eólica alcançou participação de 7,1% na matriz elétrica brasileira, sendo superadapela hidrelétrica (61,4%), biomassa (9,3%) e gás natural (8,6%). Um item a destacar neste boletim da Abeeólica refere-se à situação dos parques. Dos 10,79 GW de capacidade instalada de energia eólica, 3,31 GW estão no Rio Grande no Norte em operação comercial. A segunda posição é ocupada pela Bahia (1,75 GW), seguido pelos Estados do Ceará (1,63 GW) e Rio Grande do Sul (1,67 GW). Porém, em potência contratada e em construção lidera a Bahia, com 3,48 GW, perfazendo um total de 159 parques. Bem mais abaixo vem o Rio Grande do Norte, com 1,22 GW e 50 centrais eólicas. O Piauí aparece em terceiro neste índice, com 0,90 GW e 33 parques.

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UNIDADE(S) GERADORA(S)

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Parques eólicos ainda não iniciados UF

UNIDADE(S) GERADORA(S)

POTÊNCIA (MW)

PREVISÃO OPERAÇÃO

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1.890

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3.000

02/01/2019

Serra da Babilônia X

BA

1 a 13

2.600

01/11/2018

Anísio Teixeira

BA

1a5

1.350

27/04/2018

Serra da Babilônia II

BA

1 a 15

3.000

01/11/2018

Assuruá I

BA

1 a 10

3.000

15/03/2019

Serra da Babilônia IX

BA

1 a 13

2.600

01/11/2018

USINA

USINA

Assuruá III

BA

1a6

1.200

27/04/2018

Serra da Babilônia VI

BA

1 a 13

2.600

01/11/2018

Assuruá IV

BA

1 a 15

3.000

27/04/2018

Serra da Babilônia VII

BA

1 a 13

2.600

01/11/2018

Boa Esperança

BA

1 a 15

3.000

02/01/2019

Serra da Babilônia VIII

BA

1 a 13

2.600

01/11/2018

1 a 14

2.800

01/11/2018

Boa Vista da Lagoinha

BA

1 a 15

3.000

01/04/2018

Serra da Babilônia XI

BA

Botuquara

BA

1a8

2.160

27/04/2018

Serra da Babilônia XII

BA

Cabeça de Frade

BA

1

270

27/04/2018

Tamboril

BA

2.800

01/11/2018

1 a 10

2.700

13/06/2018

Cabeça de Frade

BA

2

300

27/04/2018

Teiú 2

BA

1a7

1.400

30/06/2018

Campo Largo III

BA

1 a 11

2.937

01/01/2019

Umburanas 1

BA

1a9

2.700

04/05/2019

Campo Largo IV

BA

1 a 11

2.937

01/01/2019

Umburanas 10

BA

1a7

2.100

17/06/2019

Campo Largo V

BA

1 a 11

2.937

01/01/2019

Umburanas 11

BA

1a5

1.500

04/05/2019

Campo Largo VI

BA

1 a 11

2.937

01/01/2019

Umburanas 12

BA

1a8

2.280

04/05/2019

Campo Largo VII

BA

1 a 11

2.937

01/01/2019

Umburanas 13

BA

1 a7

1.890

17/06/2019

Campo Largo XXI

BA

1 a 11

2.970

01/01/2019

Umburanas 14

BA

1a9

2.490

17/06/2019

Canjoão

BA

1a2

600

27/04/2018

Umburanas 15

BA

1a7

1.890

17/06/2019

Cansanção

BA

1a4

1.470

27/04/2018

Umburanas 16

BA

1 a 10

2.700

04/05/2019

Capoeiras III

BA

1 a 14

1.800

15/05/2018

Umburanas 17

BA

1a9

2.430

01/12/2019

Carrancudo

BA

1a7

1.890

27/04/2018

Umburanas 18

BA

1a3

810

04/05/2019

Casa Nova II

BA

1 a 14

2.800

15/04/2018

Umburanas 19

BA

1a9

2.580

01/12/2019 04/05/2019

Casa Nova III

BA

1 a 12

2.400

15/04/2018

Umburanas 2

BA

1a9

2.700

Conquista

BA

1a9

2.430

27/04/2018

Umburanas 21

BA

1a9

2.430

01/12/2019

Coxilha Alta

BA

1a6

1.920

13/06/2018

Umburanas 23

BA

1a6

1.650

01/12/2019

Curral de Pedras I

BA

1 a10

2.000

27/04/2018

Umburanas 25

BA

1a6

1.710

01/12/2019

Curral de Pedras II

BA

1 a 15

3.000

27/04/2018

Umburanas 3

BA

1a7

1.890

04/05/2019

Curral de Pedras III

BA

1 a 15

3.000

15/03/2019

Umburanas 4

BA

1a7

1.890

04/05/2019

Curral de Pedras IV

BA

1 a 10

2.000

15/08/2018

Umburanas 5

BA

1a7

1.890

04/05/2019

Diamante II

BA

1a9

1.800

27/04/2018

Umburanas 6

BA

1a8

2.160

17/06/2019

Diamante III

BA

1a9

1.800

27/04/2018

Umburanas 7

BA

1a9

2.430

04/05/2019

Embiruçu

BA

1a2

600

27/04/2018

Umburanas 8

BA

1a9

2.430

17/06/2019

Ico

BA

1a4

1.080

15/06/2018

Umburanas 9

BA

1a6

1.800

17/06/2019

Imburana de Cabão

BA

1a7

2.010

15/08/2018

Umbuzeiro Muquim

BA

1 a 15

3.000

02/01/2019 01/11/2018

Ipê Amarelo

BA

1a6

1.800

27/04/2018

Ventos da Bahia I

BA

1 a 10

3.000

Itaguaçu da Bahia

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

Ventos da Bahia III

BA

1 a 10

3.000

01/11/2018

Jequitibá

BA

1a3

810

27/04/2018

Ventos da Bahia IV

BA

1a4

1.200

01/05/2018

Laranjeiras I

BA

1 a 14

2.800

27/04/2018

Ventos da Bahia IX

BA

1 a 10

3.000

01/11/2018

Laranjeiras II

BA

1 a 15

3.000

27/04/2018

Ventos da Bahia XVIII

BA

1a9

2.700

01/11/2018

Laranjeiras III

BA

1 a 13

2.600

15/03/2020

Ventos da Santa Beatriz

BA

1a5

1.000

01/11/2018

Laranjeiras IX

BA

1 a 12

2.400

15/03/2020

Ventos da Santa Beatriz

BA

11 a 14

800

01/11/2018

Laranjeiras V

BA

1 a 13

2.600

27/04/2018

Ventos da Santa Beatriz

BA

6 a 10

1.000

01/11/2018

Lençóis

BA

1a4

1.080

15/02/2018

Ventos da Santa Dulce

BA

1 a 14

2.800

01/01/2019

Macambira

BA

1a8

2.160

27/04/2018

“Ventos da Santa Esperança”

BA

1 a 14

2.800

01/01/2019

Mandacaru

BA

1 a 15

3.000

02/01/2019

Ventos de Santa Aurora

BA

1a5

1.000

01/11/2018

Papagaio

BA

1a9

1.800

15/08/2018

Ventos de Santa Aurora

BA

11 a 14

800

01/11/2018

Pedra do Reino IV

BA

1 a 10

2.000

01/10/2019

Ventos de Santa Aurora

BA

6 a 10

1.000

01/11/2018

www.revistaoempreiteiro.com.br | 25


E

n e r g i a

/ Eó

l i c a

UNIDADE(S) GERADORA(S)

POTÊNCIA (MW)

BA

1a5

1.000

BA

11 a 14

800

BA

6 a 10

1.000

USINA

UF

Ventos de Santa Emilia Ventos de Santa Emilia Ventos de Santa Emilia

PREVISÃO OPERAÇÃO

UNIDADE(S) GERADORA(S)

POTÊNCIA (MW)

PREVISÃO OPERAÇÃO

1a9

2.700

28/12/2018

1a9

2.700

28/12/2018

900

28/12/2018

USINA

UF

01/11/2018

Aura Lagoa do Barro 06

PI

01/11/2018

Aura Lagoa do Barro 07

PI

01/11/2018

Aura Queimada Nova 03

PI

1a3

Ventos de Santa Luiza

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 09”

PI

1a3

690

01/01/2018

Ventos de Santa Vera

BA

1 a 14

2.800

15/06/2018

“Ventos de São Vicente 09”

PI

4a8

1.150

01/01/2018

“Ventos de Santa Aparecida”

BA

1a5

1.000

01/11/2018

“Ventos de São Vicente 09”

PI

9 a 13

1.150

01/01/2018

“Ventos de Santa Aparecida”

BA

11 a 14

800

01/11/2018

“Ventos de São Vicente 10”

PI

1a3

690

01/01/2018

“Ventos de Santa Aparecida”

BA

6 a 10

1.000

01/11/2018

“Ventos de São Vicente 10”

PI

4a8

1.150

01/01/2018

“Ventos de Santa Madalena”

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 10”

PI

9 a 13

1.150

01/01/2018

“Ventos de Santa Marcella”

BA

1 a 14

2.800

15/09/2018

“Ventos de São Vicente 11”

PI

1a3

690

01/01/2018

Ventos de Santo Antônio

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 11”

PI

4a8

1.150

01/01/2018

Ventos de São Bento

BA

“1 a 3 e 8 a 14”

1.960

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 11”

PI

9 a 13

1.150

01/01/2018

Ventos de São Bento

BA

4a7

840

21/05/2018

“Ventos de São Vicente 12”

PI

1a5

1.000

01/01/2018

Ventos de São Cirilo

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 12”

PI

11 a 15

1.000

01/01/2018

Ventos de São João

BA

1 a 14

2.800

27/05/2018

“Ventos de São Vicente 12”

PI

6 a 10

1.000

01/01/2018

Ventos de São Rafael

BA

1 a 14

2.800

15/07/2018

“Ventos de São Vicente 14”

PI

1a5

1.000

01/01/2018

Ventos do Santo Abraao

BA

1 a 14

2.800

02/04/2018

“Ventos de São Vicente 14”

PI

11 a 15

1.000

01/01/2018

Ventos do São Gabriel

BA

1a5

1.000

01/11/2018

“Ventos de São Vicente 14”

PI

6 a 10

1.000

01/01/2018

Ventos do São Gabriel

BA

11 a 14

800

01/11/2018

Arara Azul

RN

1 a 11

2.750

01/01/2018

Ventos do São Gabriel

BA

6 a 10

1.000

01/11/2018

Aroeira

RN

1 a 15

3.000

15/06/2018

Ventos do São Mário

BA

1 a 14

2.800

01/01/2019

Aventura I

RN

1 a 13

2.600

15/08/2018

Ventos do São Paulo

BA

1 a 14

2.800

01/01/2019

Bentevi

RN

1a6

1.500

01/01/2018

Bons Ventos Cacimbas 2

CE

1 a 12

2.520

01/01/2018

Boa Esperança I

RN

1 a 14

2.800

01/12/2019

Bons Ventos Cacimbas 3

CE

1a7

1.470

01/01/2018

Cabeço Vermelho

RN

1 a 13

2.600

01/01/2018

Bons Ventos Cacimbas 4

CE

1a5

1.050

01/01/2018

Cabeço Vermelho II

RN

1 a 10

2.000

01/01/2018

Bons Ventos Cacimbas 5

CE

1 a 11

2.310

01/01/2018

Catanduba I

RN

1 a 10

3.000

01/12/2018

Jandaia

CE

1 a 18

2.880

15/12/2020

Catanduba II

RN

1 a 10

3.000

01/12/2018

Jandaia I

CE

1 a 12

1.920

15/12/2020

Jericó

RN

1 a 15

3.000

15/06/2018

“Nossa Senhora de Fátima”

CE

1 a 18

2.880

15/12/2020

Ouro Verde I

RN

1 a 11

2.750

01/01/2018

Santa Rosa

CE

1 a 10

2.000

05/06/2018

Ouro Verde II

RN

1 a 12

3.000

01/01/2018

Santo Inácio III

CE

1 a 13

2.830

19/06/2018

Ouro Verde III

RN

1 a 10

2.500

01/01/2018

Santo Inácio IV

CE

1 a 10

2.100

19/06/2018

Pedra Rajada

RN

1 a 10

2.000

02/10/2018

São Clemente

CE

1 a 12

1.920

15/12/2020

Pedra Rajada II

RN

1 a 10

2.000

02/10/2018

São Januário

CE

1 a 12

1.920

15/12/2020

São Bento do Norte I

RN

1 a 11

2.420

01/01/2019

SÃO RAIMUNDO

CE

1 a 10

2.100

19/06/2018

São Bento do Norte II

RN

1 a 11

2.420

01/01/2019

Uirapuru

CE

1 a 14

2.800

15/03/2018

São Bento do Norte III

RN

1 a 10

2.200

01/01/2019

Ventos de Angelim

CE

1 a 12

2.400

24/06/2018

São Miguel I

RN

1 a 10

2.200

01/01/2019

Ventos Maranhenses 05

MA

1a6

1.500

31/10/2018

São Miguel II

RN

1 a 10

2.200

01/01/2019

Ventos Maranhenses 05

MA

7 a 12

1.500

31/10/2018

São Miguel III

RN

1 a 10

2.200

01/01/2019

Canoas

PB

1 a 15

3.150

29/08/2019

Serra do Mel I

RN

1 a 14

2.800

28/11/2018

Lagoa 1

PB

1 a 15

3.150

01/01/2019

Serra do Mel II

RN

1 a 14

2.800

28/11/2018

Lagoa 2

PB

1 a 15

3.150

29/08/2019

Serra do Mel III

RN

1 a 14

2.800

28/11/2018 15/06/2018

Serra das Vacas V

PE

1 a 13

2.600

15/06/2018

Umbuzeiros

RN

1 a 15

3.000

Serra das Vacas VII

PE

1 a 13

2.600

15/06/2018

Valência I

RN

1 a 12

2.760

30/04/2018

Aura Lagoa do Barro 01

PI

1a9

2.700

27/06/2019

Valência II

RN

1 a 10

2.300

30/04/2018 30/04/2018

Aura Lagoa do Barro 02

PI

1a9

2.700

28/12/2018

Valência III

RN

1a9

2.070

Aura Lagoa do Barro 03

PI

1a9

2.700

28/12/2018

Vila Acre I

RN

1a6

1.260

23/08/2018

Aura Lagoa do Barro 04

PI

1a9

2.700

28/12/2018

Vila Acre I

RN

7 a 12

1.260

23/08/2018

Aura Lagoa do Barro 05

PI

1a8

2.400

28/12/2018

26 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017

Fonte: Aneel


Mo

b i l i d a d e

Ur

b a n a

Aposta na “metrorização” e na “eletromobilidade” do ônibus Grupo sueco desenvolve alguns projetos nessas áreas

Linha de 22,5 km em Curitiba (PR) permite a recarga da bateria do motor elétrico dos veículos nas estações de embarque e desembaque

Augusto Diniz

(semáforos e pontos de embarque e desembarque) e nas arrancadas até o veículo atingir 20 km/h. A partir O trabalho de criar faixas exclusivas para ônibus, daí, os dois motores funcionam de forma paralela. A estabelecendo corredores segregados nas vias urbabateria do motor elétrico é alimentada pelas frenanas, é chamado por técnicos do setor de transporte gens. A cada vez que se acionam os freios, a energia de “metrorização”, associando o veículo ao metrô de desaceleração é utilizada para carregar as batepor conta do ganho de velocidade. A Volvo aposta rias. O modelo consome até 35% menos combustível. neste segmento e desenvolve alguns projetos nessa Fabiano Todeschini Já os elétricos-híbridos é a segunda geração área apoiado na “eletromobilidade”. de ônibus híbridos e também possui dois motores. Fabiano Todeschini, presidente da marca sueca na América La- A diferença é que, além de recarregar a bateria durante as tina no segmento de ônibus também usa o termo “metrorização” frenagens, o veículo possui tecnologia que permite a recarga para designar a importância desse setor para a empresa, e vê o sis- rápida da bateria nos pontos de embarque e desembarque de tema com chance de crescimento devido ao custo: “Chega a ser 15 passageiros, o que dá mais autonomia para o veículo circular vezes mais barato (a implementação) do que o metrô”, sem com- no modo 100% elétrico. Por receber recargas rápidas, pode parar, entretanto, a capacidade de passageiros dos dois modais. operar no modo 100% até 10 km. O modelo reduz o consumo Ele cita alguns lugares com avançado desenvolvimento de de combustível e de emissão de gás carbônico em até 75%, em corredores segregados de ônibus, como Curitiba (PR), Bogotá comparação com o ônibus diesel convencional. (Bolívia) e mais recentemente a cidade do Rio de Janeiro, com Uma das propostas da empresa nesta área é o CIVI (City Vehiquatro projetos de Bus Rapid Transit (BRT), sendo três em ope- cle Interconnect), considerada por ela uma evolução do BRT, operação plena. Nesse sistema, ganha força o modelo de “eletromo- rando com ônibus híbridos e ferramentas de conectividade, em bilidade”, que é a mobilidade urbana com ônibus eletrificados sua versão convencional e articulada. (híbridos e elétrico-híbridos) e os 100% elétricos – para a Volvo, A gestão da operação é feita pelo ITS4Mobility Volvo, com esse modelo é um caminho sem volta e mais de 2.700 veícu- terminais e estações conectados por fibra ótica, e veículos colos eletrificados da marca estão em circulação todo o mundo. nectados por rede de dados, gerando ganho de eficiência e maior O ônibus híbrido tem dois motores, um movido a bateria e outro produtividade. Os terminais e estações terão painéis em LED com a diesel. O motor elétrico funciona quando os ônibus estão parados o horário em tempo real das chegadas e partidas. www.revistaoempreiteiro.com.br | 27


Mo

b i l i d a d e

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Recentemente, a Volvo lançou um ônibus biarticulado de 30 m e capacidade para até 300 pessoas, considerado o maior do mundo, voltado ao mercado de corredores segregados. Ao todo, a empresa oferece quatro modelos para este sistema, com capacidade a partir de 150 passageiros. A marca conta com um programa dedicado a auxiliar os gestores públicos e operadores de transporte na escolha dos veículos e soluções mais adequadas para os sistemas organizados de transporte como o BRT. No Brasil, no segmento de ônibus rodoviários e urbanos, a Volvo tem market share de 9,5%. PROJETO NA SUÉCIA A Volvo desenvolve em Gotemburgo, cidade do país natal da marca, a Suécia, o projeto ElectriCity, junto com outras empresas, governo e universidades. A proposta é desenvolver um modelo de transporte urbano sustentável. “Não adianta pensarmos apenas nos veículos. Temos que entender quais são as necessidades das cidades e, juntos, elaborar soluções que tragam mais qualidade de vida para a população”, afirma Fabiano. Segundo a empresa, essas novas demandas de transporte urbano das cidades estão muito alinhadas com a evolução tecnológica e baixa redução da emissão poluentes. O ElectriCity é composto de uma área eletrificada e integrada aos sistemas de transporte urbano estabelecidos, onde operam ônibus híbridos e elétricos, com estações para recarga rápida da bateria do motor elétrico dos veículos, serviços conectados, wi-fi gratuito e a possibilidade de pontos de embarque e desembarque instalados em ambientes fechados. O projeto, de acordo com a

Projeto CIVI, proposta de aprimoramento da Volvo ao BRT

empresa, é indicado para áreas centrais, onde há maior concentração de poluentes e alto fluxo de pedestres. Em Gotemburgo, os veículos elétricos da Volvo estão em operação há mais de um ano. A marca apresentou projeto semelhante em Curitiba e, desde agosto passado, circula na cidade um ônibus elétrico híbrido equipado com wi-fi na linha Juvevê - Água Verde de 22,5 km. O veículo permite a recarga da bateria do motor elétrico no ponto final de embarque e desembarque - a operação do veículo se dá 100% elétrico em até 70% do percurso. As estações de recarga com interface aberta possibilita que ônibus de qualquer fabricante possa recarregar a bateria. A empresa informa que os primeiros resultados da operação mostram que o veículo está operando 55% do tempo no modo 100% elétrico, consome 65% menos combustível que o modelo convencional a diesel e 30% menos que o ônibus híbrido de primeira geração.

Volvo mantém investimento de R$ 1 bi na América Latina po Volvo na América Latina. Por este motivo, estávaWilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, lembra que 2016 “foi um ano difícil”, mas avalia mos preparados para aproveitar as oportunidades de que os resultados na região foram equilibrados. Ele afirma negócios nos outros países”, afirma Wilson Lirmann. Outro item que chamou a atenção do resultado ainda que a empresa mantém o investimento de R$ 1 bi no ano passado apresentado pela Volvo na América no continente no desenvolvimento de produtos e serviços para os próximos três anos, boa parte aplicada no Brasil. Latina foi o crescimento na participação na área de Segundo o executivo, no mundo, o grupo apremotores industriais, voltados para geração de enersentou expansão de atuação na Ásia e África, e que a Wilson Lirmann gia em instalações comerciais e industriais, no agroárea de serviços teve bastante incremento. Ele relata negócio, na construção e na mineração. Segundo a que a indústria automotiva vai passar por uma revolução por empresa, somente no Brasil este segmento consome anualmente conta do crescimento do veículo híbrido. cerca de 17 mil unidades. A Volvo destaca o crescimento no ano passado das exportaEm 2013, 95% das vendas da Volvo Penta estavam direcioções a partir do Brasil de caminhões de 16 t, que teve um avanço nadas para motores náuticos de lazer e de trabalho. Atualmente, 40% dos motores da marca comercializados no continente são de 30,6% em relação a 2015. “A exportação sempre foi um dos pilares dos negócios do Gru- para atividades industriais.

28 | O E m p r e i t e i r o | F e v e r e i r o 2017


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