Ano 11 - Edição 127 Agosto de 2016
A polêmica NR 12
Norma que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos é criticada pela indústria. Especialistas defendem o regulamento
Iluminação sem crise
Fabricantes, distribuidores e projetistas cresceram mais do que o esperado em 2015 e estão otimistas para fechamento de 2016 Barramentos blindados: influência do aquecimento na resistência elétrica
Renováveis
Eólica alcança 10 GW de capacidade instalada Como fica a PDA de sistemas fotovoltaicos?
4
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br
Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br
Suplemento Renováveis
Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
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Quarta edição de Renováveis – Energias complementares traz uma entrevista especial com a presidente executiva da
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Carla Kos Duboc - carla@atitudeeditorial.com.br Sidnei Vargas – vargas@atitudeeditorial.com.br
Abeeólica, Elbia Gannoum, que fala sobre as conquistas da energia eólica e os desafios pela frente. E um artigo exclusivo traz detalhes técnicos sobre a instalação de proteção contra descargas atmosféricas em sistemas fotovoltaicos.
Coluna do consultor Painel de notícias
8
10
Pesquisa – Equipamentos para
84
iluminação Setor parece ter sentido pouco a crise econômica
Schréder revitaliza cidade do Rio de Janeiro; FLC
que assola o país. Fabricantes e distribuidores
muda identidade visual de seus materiais de ponto de
cresceram, em média, 15% em 2015 e
venda; Indústria eletroeletrônica apresenta queda nas
projetistas consideram este mercado maduro
exportações; Tramontina Eletrik completa 40 anos;
profissionalmente. Confira.
do setor elétrico brasileiro. Evento - Expolux
20
Evento consolidou a tecnologia Led e debateu iluminação pública e industrial em simpósio técnico. Fascículos
25
Espaço 5419
100
Telhas metálicas como elemento captor do SPDA.
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios 102 João José Barrico – NR 10
104
José Starosta – Energia com qualidade 106 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
Reportagem
54
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
Weidmüller Conexel faz evento para distribuidores. Estas e outras notícias sobre empresas, mercado e produtos
Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
108
110
Publicada em 2010, NR 12 é contestada pela indústria e
Ponto de vista
especialistas defendem o regulamento.
A importância da infraestrutura de TI para
Colaboradores desta edição: Claudio Mardegan, Eugenio Pedrozo, Hédio Tatizawa, Hélio Eiji Sueta, José Barbosa de Oliveira, Leonardo Barros, Luís Eduardo Caires, Luis Zucatto, Nunziante Graziano, Silvio J. van Dijk, Tania Nunes, Vicente Scopacasa e Wagner Barbosa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock | Vadim Ratnikov Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
distribuidores, atacadistas e revendedores. Aula prática
60
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
114
A primeira parte de um artigo técnico que trata da
Agenda
influência do aquecimento na resistência elétrica de
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos
barramentos blindados.
próximos meses.
Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Editorial
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Capa ed 127_H.pdf
1
8/25/16
4:15 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 11 - Edição 127 Agosto de 2016
A polêmica NR 12
Norma que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos é criticada pela indústria. Especialistas defendem o regulamento
O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 127 – Agosto de 2016
Iluminação sem crise Barramentos blindados: influência do aquecimento na resistência elétrica
Renováveis
Eólica alcança 10 GW de capacidade instalada Como fica a PDA de sistemas fotovoltaicos?
Edição 127
Vento e luz
Fabricantes, distribuidores e projetistas cresceram mais do que o esperado em 2015 e estão otimistas para fechamento de 2016
Esta edição traz duas notícias muito acalentadoras para o coração dos profissionais que atuam no setor
elétrico brasileiro. A primeira diz respeito à marca histórica dos 10 GW de capacidade instalada que a fonte eólica acaba de alcançar neste final do mês de agosto. A segunda refere-se ao setor de iluminação que revelou crescimento expressivo em 2015, em meio a um cenário econômico negativo, e mantem projeções otimistas para o fechamento deste ano.
Esta última notícia foi constatada na pesquisa setorial realizada pela revista O Setor Elétrico com cerca de 150
companhias do segmento de iluminação, entre fabricantes, distribuidores e empresas de projetos. Para se ter uma ideia, nesta mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas projetaram crescimento, em média, de 8% em 2015, no entanto, o acréscimo registrado no ano passado, conforme registrado no estudo deste ano, foi de 17%. Para 2016, a estimativa é que as empresas apresentem crescimento médio de 15%. Ótimas previsões para um ano como este! A pesquisa na íntegra pode ser consultada nesta edição, a partir da página 84.
No tocante à eólica, uma das fontes renováveis mais promissoras do país, chegar à marca de 10 GW de
capacidade instalada em tão pouco tempo é uma surpresa e uma vitória ao mesmo tempo. Surpresa porque há exatos dez anos, a fonte apresentava 235 MW de capacidade instalada e, desde então, a energia dos ventos vem crescendo vertiginosamente, chegando hoje a representar 7,5% da matriz elétrica nacional. E o sucesso deveu-se a diversos fatores, como políticas nacionais e internacionais de fomento às fontes renováveis, tendo em vista, por exemplo, a relação da produção de energia elétrica com as mudanças climáticas; iniciativas governamentais – como a organização dos leilões de reserva a partir de 2009 –; e, claro, o grande potencial brasileiro.
Nosso potencial estimado é de cerca de 500 GW, cerca de três vezes superior à demanda atual do país.
Estamos comemorando a marca dos primeiros 10 GW. A meta é dobrar esta capacidade instalada nos próximos quatro anos e ainda há muito potencial a ser explorado. Em entrevista exclusiva ao caderno RENOVÁVEIS – Energias complementares, publicado nesta edição, a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum, fala um pouco sobre esse avanço da energia eólica no país, desafios a serem superados e expectativas para a fonte no país.
A energia eólica foi a que mais cresceu no mundo todo nos últimos anos. A China é o país com maior
capacidade instalada, seguida dos Estados Unidos e da Alemanha. Em 2014, a energia eólica representou 2% de toda a geração de eletricidade brasileira e, em termos de investimentos anuais, o país ocupou a 4ª posição do mundo. Em 2015, recebeu investimentos de R$ 20 bilhões e gerou 41 mil empregos. Se continuarmos assim, estaremos no caminho certo para a construção de uma matriz cada vez mais limpa e sustentável.
Boa leitura!
Abraços,
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Espírito olímpico na engenharia é possível?
No início destes nossos jogos olímpicos nos deparamos com a grotesca situação
dos prédios que deveriam abrigar as delegações, os quais estavam efetivamente não concluídos. Valeu a máxima que “obra não se conclui, obra se abandona”. Agora, então, “se abandona e se esquece”. O espetáculo foi ainda incrementado com as justificativas dos responsáveis pela “obra” corroboradas, vejam só, até por ministros de estado que se uniram às estúpidas justificativas sobre os fatos relatados e ironizados, nada menos, pelo próprio prefeito do Rio.
Fato é que olhando os acontecimentos pelo ângulo sério da engenharia, a
situação nos deixa incrédulos, já que todas as normas nacionais recomendam as etapas de testes e verificações, incluindo a de desempenho das edificações. A nossa ABNT NBR 5410 apresenta um capítulo específico sobre as verificações finais que, evidentemente, também não foi atendido. Vamos esperar que ninguém seja vítima de eletrocussão e que equipamentos não sejam danificados, afinal “ELE” é brasileiro. Será que ainda é? Veremos.
No mundo real, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), etapa Salvador,
nos traz esperanças para dias melhores, com um congresso denso em que o grau de interesse foi crescente. Foram mais de 500 profissionais trocando experiências em uma nova viagem pelas instalações elétricas. Congressistas, patrocinadores e organizadores saíram bastante motivados para repetir o fato em Curitiba, em outubro.
A nossa economia deu alguns poucos sinais de recuperação, ao menos, a
percepção de progresso é melhor do que a de alguns meses atrás. Teremos que ter paciência e muito trabalho para levantar este moribundo atacado sem dó por inescrupulosos e execráveis personagens da nossa história.
Vivemos ainda um interessante momento de discussão de fontes de energia
sem esquecer, é claro, que os atuais custos baixos decorrem de desequilíbrio entre oferta e demanda, em função da recessão e que a energia fotovoltaica é uma opção complementar e não uma fonte principal. Um sistema elétrico de bom desempenho depende ainda de boa potência de curto-circuito. Por maior que seja nosso espírito olímpico, as placas sozinhas em nossos telhados não serão capazes de suprirem a energia demandada por todas as nossas cargas. Um bom planejamento de geração e, principalmente, de uso de energia é sempre fundamental e o congresso brasileiro de eficiência energética (Cobee), realizado no final de agosto, em São Paulo, é sempre uma boa oportunidade para estas discussões, fundamentalmente, com boas práticas de engenharia.
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
EPE lança portal Webmap Ferramenta coloca em um único local na internet informações sob responsabilidade de diversos departamentos, com o intuito de facilitar a geração e a compreensão de mapas e estudos críticos do setor elétrico brasileiro
Com o objetivo de facilitar a geração e
a compreensão de mapas e estudos críticos do setor elétrico em todo o território nacional, integrando informações sob responsabilidade de diversos departamentos em um único local na internet, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou recentemente o portal Webmap EPE, que contém informações georreferenciadas a respeito do sistema energético existente. A ferramenta já está disponível no site da EPE – www.epe.gov.br.
O projeto quer também simplificar o grande
volume de informações do setor energético, a fim de disponibilizá-lo à população, atendendo à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011, regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.724/2012). Além do Webmap EPE, o Plano Decenal de Expansão de Energia e o Plano Nacional de Energia fazem parte desta iniciativa da EPE em atender a esta legislação.
hidrelétricas, termelétricas, eólicas e solares,
70% do market share global de Sistemas de
Através do portal Webmap EPE, o
as linhas de transmissão e subestações, os
Informação Geográfica (GIS) e representada
cidadão comum poderá fazer consultas,
campos de petróleo e gás, os gasodutos e
no Brasil pela Imagem. Conforme o analista de
visualizar com detalhes a cadeia de geração
as unidades de biocombustíveis espalhadas
Pesquisa Energética da Superintendência de
e de transmissão de energia no país, assim
pelo território nacional.
Meio Ambiente, Rodrigo Vellardo Guimarães,
como o andamento dos empreendimentos de
O Webmap EPE foi implantado sobre a
a EPE utiliza esta plataforma desde 2006,
energia. Será possível ainda localizar as usinas
plataforma ArcGIS, da Esri, companhia com
mas apenas para uso interno e não integrado.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Indústria eletroeletrônica apresenta queda das exportações no mês de julho A venda de produtos elétricos e eletrônicos ao exterior caiu 22% em comparação a julho de 2015. Queda pode ser explica pela baixa do dólar, segundo Abinee O mês de julho não trouxe boas notícias
e baixos, as empresas do setor enfrentam
patamar cambial. As companhias projetam
para um segmento da indústria nacional.
dificuldades para traçar planos de médio e
reduzir, em média, 35% do total previsto.
De acordo com a Associação Brasileira
longo prazo, pois os contratos de exportação
da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee),
não são negócios pontuais”, explica Barbato.
2016 também registraram queda em relação
as exportações de produtos elétricos e
Conforme o presidente da Abinee, o setor
a julho de 2015. Passaram de US$ 2,7
eletrônicos caíram 22% em relação a julho do
eletroeletrônico é um dos mais dependentes
bilhões no ano passado para US$ 2 bilhões
ano passado, saindo de US$ 553,3 milhões
de insumos importados e também afetado
neste ano, representando um decréscimo de
para US$ 431,8 milhões. Em comparação a
pela volatilidade do câmbio na formação
23,5%. Comparado a junho, as importações
junho deste ano, as exportações registraram
de preços de seus produtos no mercado
recuaram 20% e, no que se refere aos sete
decréscimo, de 4,6%. E no que se refere aos
interno, onde as margens são apertadas. “A
primeiros meses do ano, registram queda de
primeiros sete meses do ano, o recuo das
indústria não consegue conviver com tanta
30,6% entre 2015 e 2016.
exportações foi de 2,7%, entre 2015 e 2016.
instabilidade cambial”, diz.
O déficit da balança comercial de
De acordo com o presidente da
Em sondagem realizada no início de
produtos elétricos e eletrônicos, porém,
Abinee, Humberto Barbato, a queda das
agosto junto às suas associadas, a Abinee
diminuiu em relação a igual período do ano
exportações pode ser explicada pela falta de
apurou que 24% das empresas consultadas
passado. Se em 2015, foi registrada uma
confiança das empresas face à instabilidade
já diminuíram suas projeções para vendas ao
defasagem de US$ 17,08 bilhões, em 2016,
do real frente ao dólar. “Com tantos altos
exterior no ano de 2016 em razão do novo
este déficit passou para US$ 10,9 bilhões.
As importações para o mês de julho de
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Schréder fornece soluções de iluminação para revitalizar a cidade do Rio de Janeiro Por conta das Olimpíadas, diversas regiões da capital fluminense foram revitalizadas. A Schréder garantiu produtos ao Parque Olímpico, Museu do Amanhã, Arena Maracanã e Porto Maravilha
Em razão dos Jogos Olímpicos de 2016,
a prefeitura do Rio de Janeiro reurbanizou a região portuária da cidade, o Porto Maravilha, e outras regiões da capital fluminense. A Schréder, empresa do segmento de iluminação pública, participou das melhorias, oferecendo soluções de iluminação para diversos locais da cidade e instalações, que foram parte integrante das Olimpíadas no
A luminária Yoa foi escolhida para iluminar a região do Porto Maravilha, com o objetivo de tornar mais seguro o trânsito dos visitantes e residentes pelo local.
Rio, tais como o Parque Olímpico, o Parque Madureira, o Museu do Amanhã, a Arena Maracanã, além do próprio Porto Maravilha.
segurança para o público em geral. A Akila
durante a noite.
Na Arena Maracanã, a Schréder forneceu
Olímpica é uma releitura da luminária Akila e
soluções de iluminação Led de baixo custo
contou com design desenvolvido pelo escritório
noite a imponente arquitetura do Museu
Com o intuito de destacar durante a
para melhorar a paisagem ao redor do estádio
Índio da Costa especialmente para os Jogos.
do Amanhã, a empresa instalou neste novo
e garantir o mais alto nível de segurança para
A luminária Yoa foi escolhida para iluminar
marco arquitetônico da cidade do Rio de
os visitantes que entram e saem do local.
a região do Porto Maravilha, com o objetivo
Janeiro o projeto BaroLed. A instalação
A Schréder também iluminou a fachada da
de tornar mais segura o trânsito dos visitantes
conquistou a certificação Leed. Já no Parque
arena, tornando o ambiente mais propício a
e residentes pelo local. Mais de 1.400
Madureira, terceiro maior parque da cidade,
eventos festivos.
luminárias Yoa foram instaladas em toda a área
com 103.000 m², a Schréder entregou 600
No Parque Olímpico, a Schréder instalou
com diferentes configurações (topo de poste,
luminárias, gerando economia de energia
mil unidades da luminária Akila Olímpica
braço simples e suporte duplo) para atender
para que os moradores possam se beneficiar
nos diversos espaços esportivos do Parque
aos requisitos de iluminação nas diversas
das diversas instalações de dia e à noite.
Olímpico, como o Parque Esportivo Maria
áreas em harmonia com a arquitetura local.
Além disso, a Schréder forneceu soluções de
Lejnk, a Arena do Futuro, o Parque Deodoro
De acordo com a Schréder, a Yoa possui
iluminação Led sustentáveis para o Aeroporto
e o Velódromo Olímpico. As luminárias
design simples, que integra harmonicamente
Galeão e Túnel Martim de Sá, com o intuito
proporcionaram
e
a paisagemcv durante o dia e fornece uma luz
de facilitar o trajeto de entrada e saída da
resplandecente, com o objetivo de garantir
clara e suave, criando um ambiente acolhedor
cidade.
uma
iluminação
clara
15
Weidmüller Conexel promove evento para distribuidores CRealizado em São Paulo, o Top Distribution 2016 recebeu empresas de todo o Brasil e foi marcado pela apresentação da nova estratégia de distribuição da companhia
Participantes do Top Distribution 2016.
No último dia 13 de julho de 2016, a
Weidmüller Conexel realizou, no Jockey Club de São Paulo, o evento Top Distribution 2016, um encontro voltado para os seus principais parceiros de distribuição e que reuniu empresas do setor elétrico de todo o país. Nesta
ocasião,
foi
apresentada
a
estratégia global de distribuição do Grupo Weidmüller e o foco da Weidmüller Brasil para este segmento. De acordo com o diretor geral da companhia, Deodato Vicente, nos últimos anos, está ocorrendo uma mudança cultural muito grande na Weidmüller Brasil e o fortalecimento da parceria com a rede de distribuição é fundamental para a organização, cujo objetivo é alcançar cada vez mais um maior número de clientes finais através de parceiros distribuidores dedicados à venda não só de produtos, mas de soluções para os seus clientes. Por isso, também foi ressaltada a importância de se antecipar às tendências tecnológicas e de mercado que estão surgindo, como é o caso do segmento de energia solar fotovoltaica e da chamada Indústria 4.0.
Além de negócios, o evento contou ainda
com um momento de confraternização e uma premiação para os distribuidores que se destacaram nas categorias Distribuidor Parceiro Platina e Ouro.
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Tramontina Eletrik completa 40 anos Ciente de que uma das maiores preocupações do mundo na atualidade é o meio ambiente, a empresa vem desenvolvendo diversas ações ecologicamente sustentáveis em sua unidade fabril A Tramontina Eletrik completa 40 anos de
sustentáveis, a companhia auxilia também a
existência neste ano de 2016 ciente de que
comunidade vizinha à sua fábrica situada na
uma das maiores preocupações do mundo na
cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do
atualidade é o meio ambiente. Neste sentido, a
Sul, tratando a água utilizada na planta fabril
empresa vem desenvolvendo diversas ações
e reutilizando praticamente toda a matéria-
ecologicamente sustentáveis. Recentemente,
prima.
a companhia implantou em suas instalações
um sistema de energia solar fotovoltaico
fabricar peças de alumínio para redes de
interligado à rede elétrica regional, com o
transmissão de energia, a empresa está
intuito de complementar a capacidade de
hoje consolidada no mercado de materiais
geração. Conforme a Tramontina Eletrik,
elétricos. A companhia atua em três divisões
este sistema possibilita à empresa utilizar
diferentes. Além do carro-chefe materiais
uma quantidade menor de energia vinda da
elétricos, a Tramontina Eletrik comercializa
distribuidora, gerando economia financeira
equipamentos para atmosferas explosivas e
e de recursos hídricos. Através de práticas
peças injetadas de alumínio.
Nascida em 1976, com o objetivo de
GE fornece sistemas de proteção, distribuição e backup para Olimpíadas 2016 Ao todo, a empresa forneceu mais de três mil nobreaks, 65 transformadores de energia e uma série de equipamentos de distribuição elétrica
A GE, por meio da GE Energy Connections,
instalou os sistemas de proteção e de distribuição de energia e sistemas de backup nas arenas que sediaram as competições do Jogos Olímpicos Rio 2016. Com base nas lições aprendidas nas últimas cinco Olimpíadas, incluindo os Jogos Olímpicos de Inverno, a empresa implementou uma série de processos “fast track” (simultâneos) para ajudar a ampliar o fornecimento de energia
Ao todo, a empresa forneceu mais de 3 mil sistemas de fornecimento de energia ininterrupta – nobreaks – trifásicos e monofásicos.
para mais de 32 locais e instalações olímpicas. Ao todo, a empresa forneceu mais
“A GE tem uma longa história de
de três mil sistemas de fornecimento de
fornecimento de soluções de segurança para
energia ininterrupta – nobreaks – trifásicos
o suprimento energético nos Jogos Olímpicos,
e monofásicos, 65 transformadores de
tendo fornecido sistemas de UPS para todas
energia, e uma série de equipamentos de
as edições, desde a Olimpíadas de Inverno
distribuição elétrica, desde painéis de baixa
de Turim, em 2006. Desde então, a GE tem
tensão até cubículos de média tensão. Toda
aprendido algumas lições valiosas sobre como
a aparelhagem foi entregue, instalada, testada
implantar sistemas de energia completos em
e conectada a um centro de monitoramento
diversos locais e instalações esportivas em
de energia centralizado em tempo para a
um cronograma altamente apertado”, afirmou
Cerimônia de Abertura, ocorrida no dia 5 de
o diretor geral para o negócio de Energy
agosto.
Connections da GE, Rohan Kelkar.
Evento
20
Expolux
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Consolidação do Led e seminários técnicos marcam Expolux 2016 15ª edição da Feira Internacional da Indústria de Iluminação consolidou a tecnologia Led, presente em praticamente todos os estandes, e inovou ao reestruturar os seminários do tradicional Simpolux, sendo um deles organizado pela revista O Setor Elétrico
Quem visitou a Feira Internacional da
e controle da luz para as mais diversas
cima. Tudo indica que a recuperação dos
Indústria de Iluminação da América Latina
aplicações: residencial, comercial e pública.
negócios no segundo semestre permitirá ao
(Expolux) deste ano percebeu a presença
De acordo com o diretor do evento,
segmento repetir o desempenho alcançado
constante e marcante do Led, tecnologia
Alexandre Brown, a Expolux mostrou-se um
em 2015, quando faturou R$ 3,9 bilhões”,
altamente eficiente, que permite designs
excelente termômetro para o setor que vinha
lembra o executivo.
inovadores e aplicações que superam
trabalhando com uma queda de 7% nas
as expectativas do setor. Expositores se
suas vendas em 2016 quando comparada
de 2016, foram, no total, 380 expositores,
reinventaram
soluções
a 2015. “As perspectivas pós-Expolux
que lançaram cerca de 600 produtos e
com uso do Led aliado a gerenciamento
levaram a Abilux a rever estes números para
tecnologias, que puderam ser vistos de
e
apresentaram
Entre os dias 28 de junho e 1º de julho
21
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
perto pelos 22.320 visitantes do Brasil
menor para a Intral, mas ainda assim muito
e do exterior que passaram pelo evento.
proveitosa. “Cerca de 80% dos contatos
“Registramos
realizados aqui serão transformados em
aumento
de
5,26%
em
relação à edição anterior com uma audiência
negócios futuros”, afirmou.
qualificada que incluiu arquitetos, designers
Vale acrescentar que, no segundo
de interiores, construtores, engenheiros e
dia da Expolux, foram realizadas rodas de
lojistas”, comemorou o gerente do evento,
negócios, que contaram com a participação
Ivan Romão.
de 14 expositores, 36 compradores e 84
“Não estávamos esperando receber
reuniões. “Os encontros geraram negócios
um grande público na Expolux por conta do
declarados pelos compradores da ordem
cenário econômico do país no momento.
de R$ 9 milhões”, revelou Brown.
No entanto, os contatos realizados foram
Já para a Taschibra, o aumento no
ótimos e, com certeza, irão se transformar
número de visitantes que passou pelo seu
em
avaliou
estande foi impulsionado pela apresentação
Joice Carvalho, responsável pela área de
de novidades em Leds e decoração.
marketing da Aureon.
“Trabalhamos para apresentar o que há de
Da mesma maneira, o coordenador
mais moderno. Neste ano, por exemplo,
de marketing da Intral, Sandro Neves,
trouxemos a Linha Energia Solar Led,
conta que foi para a Expolux com três
que reúne duas importantes tendências,
lançamentos e com expectativa baixa, mas
a solar e a do Led. Acreditamos que isto
ficou surpreso com a movimentação da feira,
tenha contribuído para que mais visitantes
que, na comparação às outras edições, foi
conhecessem o estande da Taschibra,
contratos/vendas
futuras”,
Espaço Design contou com 13 ambientes assinados por arquitetos e designers de interiores dedicados à apresentação de produtos e sistemas de iluminação.
Evento
22
Expolux
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
um resultado muito positivo até mesmo em comparação com edições anteriores”, considerou a diretora da empresa, Natalie Schreiber Felippi. A Expolux 2016 proporcionou aos visitantes a oportunidade de conhecer em primeira mão tendências em produtos e tecnologias que marcarão o setor de iluminação não apenas neste segundo semestre, como no decorrer do próximo ano. Leds com alta qualidade de reprodução, conjuntos óticos com avançada tecnologia em materiais e em qualidade técnica, designs contemporâneos e produtos com eficiência energética e alto desempenho marcaram a feira deste ano. Para a próxima edição, mais novidades são esperadas. A 16ª edição da Expolux será realizada também em São Paulo, na Expo Center Norte, entre os dias 24 e 28 de abril de 2018.
Arena do Conhecimento Téc Simpolux
Paralelamente à exposição da Expolux,
aconteceram alguns eventos paralelos, como
as
Arenas
do
Conhecimento
Simpolux Decor e TEC e o Espaço Design – uma área de 1.161 metros quadrados composta com 13 ambientes assinados por arquitetos e designers de interiores dedicados integralmente à apresentação de produtos de iluminação que se destacam
Arena do Conhecimento TEC Simpolux recebeu, ao longo dos quatro dias de evento, cerca de 700 participantes.
Evento
24
Expolux
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
pelo design, tecnologia e sustentabilidade.
Destaque para a Arena do Conhecimento
TÉC Simpolux, uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), que contou com o apoio da revista O Setor Elétrico como parceira de conteúdo. Foram quatro dias de intensos debates sobre os temais técnicos, polêmicos e mais importantes que envolvem os setores da iluminação pública e industrial.
No total, foram 23 palestras realizadas por
importantes agentes desse setor, incluindo acadêmicos, consultores, representantes do governo, consultores, lighting designers e especialistas da indústria.
Uma das palestras que mais atraiu a
atenção do público foi a proferida pelo engenheiro Luciano Rosito, que falou sobre
Arena do Conhecimento TEC Simpolux foi constituída por 23 palestras sobre iluminação pública e industrial e contou com a revista O Setor Elétrico como parceira de conteúdo.
as novidades da nova norma ABNT NBR IEC 62722-2-1 – Requisitos particulares
público e atualizar os ali presentes sobre
Karin Marins.
para
a transferência dos ativos de iluminação
Gestão
coordenador da comissão que revisou esta
pública para os municípios brasileiros.
pública,
norma sanou dúvidas a respeito de prazos
Este último tema foi ainda amplamente
tecnologias para ambientes industriais,
e dos métodos de ensaios para demonstrar
discutido por outros especialistas, como
Led na iluminação pública, embelezamento
conformidade com o documento normativo.
o pesquisador do Instituto de Pesquisas
urbano e outros assuntos importantes
luminárias
Led.
Na
ocasião,
o
do
serviço
eficiência
de
iluminação
energética,
novas
Ainda no âmbito da regulamentação,
Tecnológicas de São Paulo (IPT), Oswaldo
fizeram parte da grade do seminário que
o superintendente da Agência Nacional
Sanchez Junior, que tratou ainda a respeito
recebeu, ao longo dos quatro dias de
de Energia Elétrica (Aneel), Carlos Mattar,
do papel da iluminação pública nas cidades
palestras, cerca de 700 participantes. A
abrilhantou
inteligentes;
Wladimir
programação completa pode ser acessada
tema “Regulação da gestão de iluminação
Antonio Ribeiro, da Manesco Advogados;
nesta reportagem em sua versão online, que
pública”, o que incluiu discutir a atuação da
e também pela professora da Escola
ficará disponível em: www.osetoreletrico.
Aneel no sentido de defender o interesse
Politécnica da Universidade de São Paulo,
com.br
os
debates,
abordando
o
pelo
advogado
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Luis Carlos Zucatto, Tania Nunes da Silva e Eugenio Pedrozo
26
Capítulo VIII – A contribuição da GD para a eletrificação rural • Mini e microgeração distribuída de energia elétrica nas áreas rurais • Lógica de cadeias de suprimentos curtas • Intercooperação
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
34
Capítulo VIII – Métodos de conexão externa e requisitos de desempenho • Propriedades dielétricas • Limites de elevação de temperatura • Proteção contra os curtos-circuitos
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa
40
Capítulo VIII – Gerenciamento elétrico • Leds do tipo single chip • Leds do tipo MJT
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo VIII – Aterramento híbrido para geradores e fatores de influência na escolha do tipo de aterramento • Aterramento híbrido para geradores • Fatores de influência na escolha do aterramento • Criação de uma referência de terra em um sistema não aterrado
46
Apoio
Geração distribuída
26
Capítulo VIII A contribuição da GD para a eletrificação rural: o caso das cooperativas gaúchas de eletrificação rural
Fascículo
Por Luis Carlos Zucatto; Tania Nunes da Silva; Eugenio Ávila Pedrozo*
A mini e a microgeração distribuída
fotovoltaica é a de maior destaque, com
dos 36 meses vigentes anteriormente;
de energia elétrica são inovações que
3.494 conexões, seguida pela energia
Autoconsumo remoto: Outra novidade é
favorecem
pois
eólica, com 37 novas conexões. Em
que o consumidor poderá usar os créditos
asseguram a base da triple bottom line,
a
sustentabilidade,
termos de capacidade total instalada, a
para abater a fatura de outros imóveis,
uma vez que contribuem para a ampliação
energia gerada pelo sol também lidera,
cuja fatura esteja sob sua titularidade,
da base de beneficiários pela geração
com 24,1 MW (mais de 80% do total),
mesmo em outros locais, desde que
de energia elétrica, um serviço que se
acompanhada pela energia hidráulica,
estejam na área de atendimento da
tornou oneroso no Brasil; possibilitam
com 2,5 MW. Em terceiro, o biogás, que
mesma distribuidora. Esse tipo de
significativas reduções de custos e por
soma 1,6 MW instalados.
utilização dos créditos foi denominado
outro lado, eventuais receitas, portanto,
É importante destacar que o ambiente
com impacto econômico e financeiro
regulatório para a GD, além do fomento
Condomínios: Outra inovação da norma
para os indivíduos, pequenas empresas,
via recursos alavancados pelo ProGD,
diz respeito à possibilidade de instalação
propriedades
rurais;
e,
“autoconsumo remoto”;
apresentam
que até 2030 deverão somar R$ 100
de geração distribuída em condomínios
reduzidos efeitos adversos ao meio
bilhões (MME, 2016), tem favorecido
(empreendimentos de múltiplas unidades
ambiente.
o expressivo crescimento desse tipo
consumidoras).
De acordo com o Ministério de
de geração de energia elétrica no País.
a energia gerada pode ser repartida
Minas e Energia (MME, 2016), até maio
Nesse âmbito, especialmente por meio
entre os condôminos em porcentagens
deste ano (2016), a Agência Nacional
da Resolução Normativa Nº 482, que
definidas pelos próprios consumidores;
de Energia Elétrica (Aneel) já havia
entrou em vigor em 1º de março de 2016,
registrado 3.565 conexões de geração
a GD se torna mais atrativa, em aspectos
Consórcios: A nova resolução criará
distribuída (GD). Somente neste ano, de
como:
ainda a figura da “geração compartilhada”,
janeiro a maio, foram feitas 1.781 novas
Nessa
configuração,
possibilitando que diversos interessados
conexões, montante 6,5 vezes superior ao
Prazo: Pela nova regra, quando a
se unam em um consórcio ou em uma
mesmo período de 2015, quando foram
quantidade
cooperativa,
feitas 272 conexões. Assim, com estas
determinado
à
geração distribuída e utilizem a energia
novas conexões, o Brasil já contabiliza,
energia consumida naquele período, o
gerada para redução das faturas dos
por meio da GD, 29,7 megawatts (MW).
consumidor terá um prazo maior para
consorciados ou cooperados, como se
No que tange ao tipo de fonte, a energia
utilizar os créditos – 60 meses, em vez
fossem um único consumidor;
de
energia
mês
for
gerada superior
em
instalem
sistemas
de
27
Isenção de ICMS: Um dos principais pilares para a expansão da energia distribuída é a isenção da cobrança de ICMS sobre a energia inserida pelo consumidor na rede da distribuidora. O consumidor será tributado com o ICMS apenas sobre o saldo da energia que ele receber da distribuidora e não conseguir compensar; Isenção de PIS/Cofins: Além de não pagar ICMS, também ficará isenta do PIS/Pasep e da Cofins a energia injetada pelo consumidor na rede elétrica e não compensada; Redução do Imposto de Importação: Até 31 de dezembro de 2016, está reduzida de 14% para 2% a alíquota do Imposto de Importação incidente sobre bens de capital destinados à produção de equipamentos de geração solar fotovoltaica e até 31 de dezembro de 2015, foi reduzida de 14% para 2% o tributo incidente sobre importação de módulos fotovoltaicos; Apoio do BNDES: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi autorizado pela Lei nº 13.203, de 8 de dezembro de 2015, a apoiar com recursos a taxas diferenciadas projetos de eficiência energética e de geração distribuída por fontes renováveis em escolas e hospitais públicos (MME, 2015). A Aneel não divulga o número de pessoas, empresas ou propriedades rurais beneficiadas com essas iniciativas. Há de se supor, contudo, que se em média houver 0,5 MW de geração em cada iniciativa, a energia elétrica destes empreendimentos equivale a 2% da capacidade de geração da Itaipu Binacional, que demandou elevadíssimos investimentos e com impactos ambientais, que foram amplamente discutidos. Se comparada à capacidade da Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, que tem gerado debates intensos sobre a eficiência e sobre os impactos ambientais e sociais, os empreendimentos de micro e minigeração no País equivaleriam a 7,5% da geração total desta CHE. Entretanto, a mini e a microgeração são dispersas, com elevada capilaridade, gerando a energia elétrica junto, ou próxima, ao consumo, evitando problemas de perdas na transmissão e distribuição, assim como elevadíssimos custos de transmissão e vulnerabilidade do Sistema Integrado Nacional (SIN). Por outro lado, nas áreas rurais de um país vasto como o Brasil, a distribuição de energia elétrica ainda carece de melhorias, especialmente no que tange à estabilidade do fornecimento, tensão nas redes e reposição do serviço quando há quedas provocadas por intempéries. No Rio Grande do Sul, a eletrificação rural foi desencadeada por meio de Cooperativas de Eletrificação Rural (CERs), que foram criadas com este
Apoio
Geração distribuída
28
intuito.
Hoje,
essas
organizações
estratégia diferente daquela que, de
defende que: “Esta peculiaridade é de
respondem pela distribuição de energia
maneira geral, se adota nos trabalhos
grande relevância, pois minimiza perdas
elétrica em 50% da área rural do RS
acadêmicos:
a
durante o transporte e pode evitar
(Fecoergs, 2015). Porém, as CERs não
base teórica e após os resultados, para
a necessidade de extensas linhas de
só distribuem a energia elétrica, como
serem, então, discutidos à luz daquele
transmissão”. À perspectiva deste autor
significativa parte delas tem iniciativas
embasamento teórico. Se tem ciência do
pode-se acrescentar o fato de que, no
de geração, sendo que algumas destas
risco das críticas e se consideram, até,
caso de PCHs, por estarem localizadas de
iniciativas podem ser caracterizadas
pertinentes eventuais críticas. Porém,
maneira capilarizada nas áreas de atuação
como de microgeração, uma vez que a
dada a natureza do evento, acredita-se
das
potência instalada é de 1 MW ou menor.
que essa nova proposta possa trazer
rurais e permitem que se sustente a
A partir desse contexto, se estabelece
alguma contribuição no sentido de se
tensão da energia na “ponta do sistema”.
como objetivo deste estudo discutir a
romper com alguns paradigmas. Como
Nesse sentido, um dos entrevistados
geração distribuída de energia elétrica e
abordagens teóricas, são discutidas a
disse que a microgeração na ponta
sua contribuição para a distribuição de
mini e a micro geração distribuídas,
estabiliza o sistema. Afirmou também
energia elétrica nas áreas rurais sob a
as cadeias de fornecimentos curtas e
que “essa pequena parcela, perante o
lógica da sustentabilidade.
a
Caminho metodológico No que tange à coleta dos dados, foram em
realizadas
profundidade
organizações de
28 com
entrevistas gestores
cooperativas,
estruturas
de
primeiro
apresentar
representação,
líder de classe de trabalhadores e
predominantemente
intercooperação,
nas
perspectivas
sistema, não é insignificante porque
do
movimento
aqui na ponta, em momentos de pico
cooperativo e da competição, com as
de consumo, permite que se mantenha a
respectivas apresentação e discussão
tensão. Por isso, não tivemos queda ou
dos resultados, concomitantemente ao
interrupção no fornecimento quando
embasamento teórico.
caiu o Sistema Interligado (Entrevistado GC4). Essa perspectiva é reforçada
Mini e microgeração distribuída de energia elétrica nas áreas rurais
por outros entrevistados, que afirmam ser necessário gerar energia elétrica próximo ao consumo, pois essa geração,
especialistas em cooperativismo e em
Fascículo
são
ideológico-filosófica
de
gestores
CERs,
apesar de parecer “modesta”, tem efeitos
distribuição de energia elétrica em
A mini e a microgeração de energia
substanciais no sistema, especialmente
áreas rurais. Para analisar os dados,
elétrica distribuída estão regulamentadas
aqui na “ponta”, como se referem às áreas
foram definidas, a priori, as categorias
no Brasil desde 2012, por meio da
rurais gaúchas (Entrevistados GCER2,
de análise a partir do embasamento
Resolução
482/2012,
GCER3, GCER7, GCER15, GOC2, EX11).
teórico. Em relação às categorias de
a qual prevê que “[...] o consumidor
Para distribuir energia elétrica nas áreas
análise, Bardin (2004) explica que estas
brasileiro pode gerar sua própria energia
rurais, os agentes têm como principiais
são ‘caixas’ em que o pesquisador, no
elétrica a partir de fontes renováveis e
desafios populações remotas e dispersão
processo de categorização dos dados,
inclusive fornecer o excedente para a
geográfica dos consumidores, baixo
organiza as unidades de análise. Depois
rede de distribuição de sua localidade”
consumo médio por unidade, elevados
de
(Aneel,
categorizados,
os
dados
foram
Normativa
Nº
a
custos de manutenção, instabilidade
interpretados sob a lógica interpretativo-
Aneel define os parâmetros de até 100
na renda dos consumidores rurais, que
analítica. Para Silva, Gobbi e Simão
KW para microgeração e de mais de
acabam por ter dificuldades para pagar
(2004), “o papel de interpretação da
100 KW até 1 MW para minigeração.
as tarifas (Reiche, Covarrubia e Martinot,
realidade social configura ao método
Porém, em maio de 2015, esse órgão
2000; Hirmer e Cruickshank, 2014). Já,
de análise de conteúdo um importante
regulador propôs que se ampliassem
Lahimer et al., (2013) acrescentam ainda:
papel como ferramenta de análise na
esses
considerando-se
crescimento populacional em declínio,
pesquisa qualitativa nas ciências sociais
como microgeração a partir de 75 KW
escassez de fornecimento e elevada
aplicadas”.
e a minigeração, podendo atingir 3
dependência de subsídios dos governos.
MW para empreendimentos de fonte
Como alternativa a esses desafios para
hidráulica e 5 MW para outras fontes
a distribuição de energia elétrica nas
(Aneel, 2015). Ao comentar o fato de que
áreas rurais, a mini e a microgeração
na mini e microgeração distribuídas de
distribuída se apresentam como uma
energia elétrica, produção e consumo
possibilidade
estão próximos, Miranda (2013, p. 4)
complementaridade
Teoria de base ao estudo, apresentação e discussão dos resultados Neste estudo, se optou por uma
2012).
Nesta
parâmetros,
Resolução,
importante, entre
pois
a
diferentes
Apoio
29
Apoio
Geração distribuída
30
fontes, como PCHs, eólica, fotovoltaica
elétrica, mesmo que não gerem efeitos
de vida e desenvolvimento de áreas
e
podem
ou impactos sobre o volume de oferta de
rurais, em alternativa a um sistema
proporcionar estabilidade na oferta de
de
biomassa
e
biogás,
energia no sistema como um todo, são
complexo, caro e vulnerável a uma
energia e também redução nos custos.
importantes para as economias locais.
série de fatores. Pode-se pensar nessas
Porém, dada a regulamentação vigente
Nesse sentido, o entrevistado GC3 disse
cadeias não só para áreas que ainda
no país e os custos dos equipamentos,
que a PCH que a CER tem no Município de
não disponham de acesso à energia
especialmente no caso da geração eólica
Inhacorá (RS), cuja capacidade é de 1,36
elétrica, mas também para aquelas que já
e fotovoltaica, essas alternativas ainda
MW/h, em termos de Valor Adicionado
disponham do serviço, mas que poderá
não se consolidaram no país.
Bruto (VAB) gera para este município,
paulatinamente ser complementado ou, quiçá, paulatinamente substituído.
Outro aspecto que conspira a favor
aproximadamente, 1 milhão de reais por
dessas fontes é a proximidade entre
ano, sendo a segunda maior empresa
geração e consumo, isto é, baseiam-se
em VAB nesse município. As cadeias
na lógica de cadeias curtas. As questões
de fornecimento de energia elétrica
pertinentes a essa lógica são apresentadas
curtas também podem se constituir em
e discutidas na próxima seção.
estratégias de mitigação de efeitos a
Fascículo
Fornecimento de energia elétrica baseada na lógica de cadeias de suprimentos curtas
que estão sujeitos os “linhões”, como as
A intercooperação como forma de viabilizar empreendimentos de mini e microgeração distribuída de energia elétrica
perdas na transmissão, vulnerabilidades em relação a questões climáticas e de
A intercooperação é o sexto dos sete
dispêndios para construção, operação
princípios do movimento cooperativo
e manutenção. Obviamente, a grande
e, de acordo com a International
geração sustenta o sistema, porém
Co-Operative Alliance (ICA, 2015),
As cadeias de suprimentos curtas,
apresenta gargalos e riscos, tanto no
as organizações cooperativas servem
segundo Migliore, Schifani e Cembalo
que diz respeito à eficiência, como no
mais efetivamente a seus membros e
(2015), por sua natureza, têm efeitos
que tange à segurança e à estabilidade
fortalecem o movimento cooperativo,
positivos sobre o meio ambiente e na
do fornecimento de energia elétrica.
quando
trabalham
economia local. Os consumidores de
Ainda se tem um sistema extremamente
baseadas
em
produtos e serviços parecem confiar
dependente
geração
internacionais. Para o Ministério da
mais em cadeias de suprimento curtas,
centralizada porque não se vislumbrava
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
pois as têm próxima e a ciência de que
a necessidade de se capilarizar a geração
(MAPA, 2013), “[...] a intercooperação
o fornecimento é local lhes torna mais
de energia elétrica, por meio de PCHs,
é o esforço conjunto das cooperativas
propensos a confiar no suprimento.
fontes eólicas, fotovoltaicas, de biomassa
para
Na visão de Renting, Marsden e Banks
e biogás.
atuação no mercado fazendo com que
da
grande
conjuntamente,
locais,
fortalecer
sua
regionais
capacidade
e
de
(2003), as cadeias curtas somente se
As cadeias de fornecimento de
os cooperados sejam atendidos de
sustentarão se houver o reconhecimento
energia elétrica curtas também podem
forma eficaz em suas necessidades”.
de que as pequenas comunidades são
assumir a perspectivas de (pequenos)
Já, na lógica de Baggio (2009), além de
importantes para a manutenção da base
sistemas
autônomos,
ser uma base filosófica do movimento
econômica e social dos territórios, uma
especialmente para aquelas localidades
cooperativo, a intercooperação é uma
vez que estes se constituem no locus das
distantes, para as quais a conexão ao
forma
relações que possibilitam a sobrevivência
SIN se torne deveras onerosa, pelos
as
e reprodução dos grupos sociais. Vallejo
motivos já elencados. Assim, além de
objetivos são de assegurar os interesses
(2002, p. 8) amplia esta perspectiva sobre
favorecer
dessas
dos associados e das comunidades em
território, dizendo que “[...] é o espaço
regiões, a disponibilidade desse serviço
que essas organizações atuam. Ações
geográfico em que se vive e que requer
poderá
de intercooperação favorecem trocas
administração para o bem dos indivíduos
pequenas
e do conjunto da comunidade”. A partir
negócios que dependem desse insumo.
gerando benefícios mútuos. E, neste
dessas concepções acerca de cadeias
Em face a esses aspectos, as cadeias de
sentido, Braga (2010, p. 13) defende
curtas, território e das implicações das
fornecimento de energia elétrica curtas
que as ações podem ser de diferentes
cadeias curtas para a economia local
apresentam-se como uma importante
naturezas:
“a
e meio ambiente, pode-se considerar
estratégia para assegurar o acesso a um
acontecer
simplesmente
que a mini e a microgeração de energia
serviço fundamental para a qualidade
trocas de informações e experiências, ou
locais,
o
mais
desenvolvimento
atrair
investimentos
agroindústrias
e
como outros
de
mútua
organizações
entre
as
cooperação
entre
cooperativas,
cujos
organizações
cooperativas,
intercooperação através
pode de
Apoio
ainda através da compra e/ou vendas em
disseram que as obras demandam elevado
apresentam riscos, ao se unirem, as
comum”.
aporte de recursos e que nenhuma das
CERs envolvidas diluem o risco. Além
quatro CERs, isoladamente, conseguiria
destes relatos, existem outras iniciativas
nasceram com o objetivo de construir
oferecer
à
no campo gaúcho em que a energia
redes para distribuição de energia elétrica
obtenção de financiamento para tanto.
elétrica chega por meio da ação dessas
e, hoje, são 15 dessas organizações
A saída foi formar uma cooperativa
organizações cooperativas. É importante
cooperativas
energia
em que as quatro CERs ofereceram
destacar que essas organizações já foram
elétrica para 50% da área rural gaúcha
garantias e o agente financiador aloca os
em número maior, porém, algumas
(Fecoergs, 2015). No entanto, algumas
recursos proporcionalmente às garantias
foram incorporadas por outras ou se
dessas CERs optaram por gerar energia
de cada participante na Coogerva.
autoliquidaram, dando espaço a outros
elétrica, por meio de PCHs, aproveitando
Outra iniciativa de intercooperação, de
agentes para suprir esse serviço. No
recursos hídricos em suas áreas de
acordo com o entrevistado GC2, foi a
entanto, essas organizações cooperativas
atuação. Nessa perspectiva, podem-se
implementação da Cooperventos Giruá
estão promovendo avanços significativos
relatar ações que a Creluz desenvolve,
S.A, com a finalidade de fazer inventário
no contexto da microgeração distribuída
como é o caso da Cooperativa de
eólico no município de Giruá. Essa
de energia elétrica, uma vez que têm
Geração do Rio da Várzea (Coogerva),
iniciativa tem a participação de três
elevado número de projetos aguardando
a qual é uma iniciativa desta CER mais
CERs: Certhil, Creluz e Ceriluz, além
licenciamento ambiental que somariam
a Cooperluz, Coprel e Certel para a
de uma empresa de capital privado. Este
R$ 1 bilhão de investimentos em todo o
construção de duas PCHs no Rio da
entrevistado afirmava que, após 24 meses
RS. Esses projetos, em sua maior parte,
Várzea: PCH Linha Aparecida e PCH
de medição, os dados apontavam para
são de PCHs, porém, há também na área
Linha Jacinto, ambas no município de
viabilidade de um campo com dez torres
da energia eólica e de biomassa, como é o
Rodeio Bonito (RS) (Creluz, 2015).
com capacidade total de 2 MW/h cada.
caso da Creral, que está em fase final de
Como iniciativas desta natureza, por
um projeto de microgeração a partir da
exigirem
queima da casca de arroz.
No Rio Grande do Sul, as CERs
que
fornecem
Em relação a esta iniciativa, os entrevistados GC4, GC7, GC10 e GC15
as
garantias
investimentos
necessárias
significativos
31
Apoio
Geração distribuída
32
Considerações finais
vulnerabilidades, com pontos críticos de
food quality in the short supply chain: effects
elevado ônus para sustentá-lo. Sabe-se que
of conventions of quality on consumer choice.
Entende-se que, nas áreas rurais, a
essa substituição implica em alterações no
Foode Quality and Preference, v. 39, p. 141-
micro e a minigeração distribuída de
Marco Regulatório e pode gerar embates
156, 2015.
energia elétrica são um desafio maior do
em vista do interesse dos agentes. Porém,
• Miranda, Raul F. C. Análise da inserção
que nas áreas urbanas, uma vez que os
o interesse social deve prescindir de outros
de geração distribuída de energia solar
consumidores são mais distantes, alguns
interesses.
fotovoltaica no setor residencial brasileiro.
com baixo consumo per capita. Por conta desses desafios, a oferta desse serviço
291f. Dissertação. Mestrado em Planejamento Energético. (Programa de Pós-Graduação em Planejamento Energético). Universidade
nessas áreas nem sempre é de qualidade satisfatória e depende de agentes que não
• Agência Nacional de Energia Elétrica
Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2013.
são orientados somente pelo retorno do
(ANEEL). (2012). Informações técnicas.
• Reiche, Kilian; Covarrubia, Alvaro; Martinot,
investimento, mas também por outras
• Aneel. Revisão da norma que trata da micro e
Eric. (2000). Expanding electricity access to
lógicas, além de depender de subsídios
da minigeração distribuída está em audiência.
remote areas: off-grid rural electrification in
dos governos. Entretanto, ainda se tem
• Baggio, Adelar F. Estratégias de cooperação e
developing countries.
um sistema (SIN) que é baseado na lógica
relações associativistas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009.
• Renting, Henk; Marsden, Terry K.; Banks,
da eficiência, orientado pela modicidade
• Bardin, Lawrence. Análise de conteúdo.
Jo. Understanding alternative food networks:
tarifária e que, por ser complexo e de
Lisboa: Edições 70, 2004.
exploring the role of short food supply chains in
grandes dimensões, é vulnerável, e que
• Braga, Marcel J. Redes, alianças estratégicas e
rural development. Environment and Planning
ultimamente tem apresentado problemas de
intercooperação: o caso da cadeia produtiva de
A, v. 35, n. 3, p. 393-411, 2003.
sustentação econômica, ambiental, social e
carne bovina. Revista Brasileira de Zootecnia,
• Silva, Cristiane R.; Gobbi, Beatriz C.; Simão,
tecnológica.
v.39, p.11-16, 2010.
Ana A. O uso da análise de conteúdo como
• Federação das Cooperativas de Energia,
uma ferramenta para a pesquisa qualitativa:
dar
Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio
descrição e aplicação do método. Organizações
respostas mais satisfatórias, especialmente,
Grande do Sul (FECOERGS). (2015). Pequenas
Rurais Agroindustriais, v. 7, n. 1, p. 70-81,
aos problemas da distribuição de energia
centrais hidrelétricas em operação.
2005.
elétrica nas áreas rurais, comparativamente
• Hirmer, Stephanie; Cruickshank, Heather.
• Vallejo, Luiz R. Unidades de conservação:
aos demais agentes. Essas organizações
The user-value of rural electrification: an
uma discussão teórica à luz dos conceitos de
cooperativas também têm inciativas de
analysis an adoption of existing models and
território e de políticas públicas. Geographia,
microgeração
theories. Renewable and Sustainable Energy
v.4, n.8, p. 51-72, 2002
Por outro lado, as CERs, apesar de interligadas
Fascículo
Referências
ao
SIN,
conseguem
distribuída
de
energia
elétrica, isto é, geram e “jogam” na
Reviews, v. 34, p. 145-154, June, 2014.
rede de distribuição já próximo ao
• International Co-Operative Alliance. (2015).
empreendimento de geração, normalmente,
Co-operative identiy, values & principles.
PCHs. Assim, quanto à contribuição para a
• Lahimer, A. A.; Alghoul, M. A.; Yousif, F.;
geração de energia elétrica sob a lógica da
Razikov, T. M.; Amin, N. E Sopian, K. Research
sustentabilidade, as CERs têm se destacado
and development aspects on decentralized
por
social,
electrification options for rural household.
ambiental e econômica. A perspectiva
Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.
social, sobretudo, por empreendimentos
24, August, p. 314-324, 2013.
de PCHs, que não requerem a remoção
• Ministério da Agricultura, Pecuária e
de agricultores por alagamento de suas
Abastecimento. (2014). Cooperativismo e
terras, é uma escolha dessas organizações
associativismo.
cooperativas para viabilizar a permanência
• Ministério de Minas e Energia. (2015). Brasil
dos associados em suas propriedades.
lança Programa de Geração Distribuída com
Por fim, entende-se que seja necessária a
destaque para energia solar.
complementação e, em algumas regiões,
• Ministério de Minas e Energia. (2016). Brasil
a substituição paulatina do atual sistema
registra 3.565 conexões de geração distribuída
de geração, transmissão e distribuição
até maio.
de energia elétrica, pois tem apresentado
• Migliore, Giuseppina; Schifani, Giorgio;
observar
as
perspectivas
Cembalo, Luigi. Opening the black box of
*Professor Dr. Luis Carlos Zucatto é Professor da Universidade Federal de Santa Maria, Chefe do Departamento de Administração do Campus Palmeira das Missões da UFSM e professor do Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Públicas da UFSM. Professora Dra. Tania Nunes da Silva é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Dr. Eugenio Avila Pedrozo é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
33
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
34
Capítulo VIII Métodos de conexão externa e requisitos de desempenho Por Nunziante Graziano*
Prezado leitor, este fascículo pretende apresentar em detalhes o projeto de revisão
elétricos e os métodos de incorporação de
contra choques elétricos.
dispositivos de manobra e de componentes
da norma brasileira para construção de
No capítulo sexto, analisamos as
conjuntos. Na última edição, abordamos
quadros elétricos e barramentos blindados
condições para proteção contra choques
os circuitos elétricos internos, as conexões
de baixa tensão. No capítulo inicial deste fascículo
Tabela 1 – Seção de condutores de cobre adequadas para conexão aos terminais para condutores externos
apresentamos ao leitor os objetivos deste trabalho, que contemplou a apresentação do panorama atual da ABNT NBR IEC 60439 vigente no Brasil, suas subdivisões, principais pontos de interesse, como a classificação dos painéis em TTA e PTTA, suas interpretações e seus abusos. No segundo capítulo, iniciamos a análise das principais definições e dos termos usuais. No seguinte, continuamos a análise das principais definições, condições de instalação, características de isolamento, proteção contra os choques elétricos e
Fascículo
distâncias de isolação e escoamento, proteção
características nominais. No quarto capítulo, finalizamos a apresentação de todas as características construtivas,
requisitos
de
marcação,
condições da instalação dos conjuntos e iniciamos os requisitos de construção, apresentando resistência dos materiais e das partes, verificação dos materiais no tocante à corrosão, entre outras propriedades. No quinto capítulo da série, analisamos as principais condições de verificação, construção e performance, quais sejam: grau de proteção,
Condutores sólidos ou encordoados
Condutores flexíveis
Seções
Seções
Corrente nominal mínima A
máxima mm
mínima
máxima mm
2
2
6
0,75
1,5
0,5
1,5
8
1
2,5
0,75
2,5
10
1
2,5
0,75
2,5
13
1
2,5
0,75
2,5
16
1,5
4
1
4
20
1,5
6
1
4
25
2,5
6
1,5
4
32
2,5
10
1,5
6
40
4
16
2,5
10
63
6
25
6
16
80
10
35
10
25
100
16
50
16
35
125
25
70
25
50
160
35
95
35
70
200
50
120
50
95
250
70
150
70
120
315
95
240
95
185
Se os condutores externos são conectados diretamente aos dispositivos incorporados, as seções indicadas nas especificações pertinentes são válidas. Nos casos em que é necessário utilizar condutores de seções diferentes dos especificados na tabela, um acordo especial deve ser firmado entre o fabricante de conjunto e o usuário.
Apoio
e a refrigeração e este capítulo tratará das
indicado e, no caso de cabos com múltiplos
de fechamento, etc., devem ser projetadas
conexões externas e iniciará o debate sobre
condutores, acomodar adequadamente os
de tal forma que, quando os cabos são
a avaliação dos requisitos de desempenho.
condutores, pois os condutores não podem
instalados corretamente, as medidas de
ser submetidos a esforços que podem
proteção especificadas contra contato e grau
reduzir sua expectativa de vida normal.
de proteção devem ser obtidas. Isto implica
O
montador
do
conjunto
deve
indicar se os bornes são apropriados para conexão de condutores de cobre
Salvo acordo em contrário entre o
na seleção de meios de entrada apropriados
ou de alumínio, ou ambos. Os bornes
montador do conjunto e o usuário, em
para a aplicação, como especificado pelo
devem ser de tal modo que os condutores
circuitos trifásicos e com neutro, os bornes
montador do conjunto.
externos possam ser conectados por meios
do condutor neutro devem permitir a
Os bornes para condutores de proteção
(parafusos, conectores, etc.) que assegurem
conexão de condutores de cobre que têm
externos devem ser marcados de acordo com
que a pressão de contato necessária
uma seção mínima igual à metade da seção
a IEC 60445. Como um exemplo, ver símbolo
correspondente à corrente nominal e a
do condutor de fase, com um mínimo de 16
gráfico Nº 5019 da IEC 60417. Este símbolo
corrente de curto-circuito do dispositivo
mm2, se a seção do condutor de fase excede
não é requerido onde é pretendido que o
ao circuito sejam mantidos. Na ausência de
16 mm2, ou igual à seção do condutor de
condutor de proteção externo seja conectado
um acordo especial entre o montador do
fase, se a seção do último for menor ou
a um condutor de proteção interno, que é
conjunto e o usuário, os bornes devem ser
igual a 16 mm .
claramente identificado com as cores verde ou
2
capazes de acomodar condutores da menor
Para certas aplicações, as quais levam
verde e amarelo. Os bornes para condutores
à maior seção correspondente à corrente
a altos valores de harmônicas de sequência
de proteção externos (PE, PEN) e blindagem
nominal.
zero (por exemplo, as harmônicas de 3ª
de metal de cabos de conexão (eletroduto de
A utilização de condutores de alumínio,
ordem), maiores seções do condutor de N
aço, etc.) devem, onde exigido, ser nus e, salvo
o tipo, as dimensões e o método de
podem ser necessárias na medida em que
especificação em contrário, apropriados para
terminação dos condutores devem estar
essas harmônicas de fases são adicionadas no
a conexão de condutores de cobre. Um borne
conforme acordado entre o montador
condutor de N e resultam em uma alta corrente
separado de tamanho adequado deve ser
do conjunto e o usuário. No caso em que
às frequências mais elevadas. Esses requisitos
provido para o(s) condutor(es) de proteção de
os condutores externos para circuitos
são submetidos a um acordo particular entre o
saída de cada circuito.
eletrônicos com baixos níveis de correntes e
fabricante do conjunto e o usuário.
Exceto acordo em contrário entre o
tensões (menos que 1 A e menos de 50 Vca
Se forem providos meios de conexão de
montador do conjunto e o usuário, os
ou 120 Vcc) tenham que ser conectados a
neutro de entrada e de saída, de condutores
bornes para condutores de proteção devem
um conjunto, a tabela 1 não se aplica.
de proteção e de condutores PEN, eles
permitir a conexão de condutores de cobre
devem ser dispostos próximos dos bornes
que têm uma seção que depende da seção
dos condutores de fase correspondentes.
dos condutores de fase correspondentes de
O espaço disponível para ligações elétricas deve permitir conexão adequada dos condutores externos do material
Aberturas para cabos de entrada, placas
acordo com a Tabela 2.
35
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
36
correspondente no Anexo G para a tensão
Tabela 2 – Capacidade mínima para condutores de proteção de cobre (PE, PEN) (8.8) Seção dos condutores fase S
nominal do sistema de alimentação do
Seção mínima do condutor
circuito no ponto em que o conjunto deve
de proteção correspondente (PE, PEN) Sp a mm2
mm2
S ≤ 16
S
16 < S ≤ 35
16
35 < S ≤ 400
S/2
400 < S ≤ 800
200
800 < S
S/4
ser utilizado e a categoria de sobretensão apropriada. Tensões de impulso suportável de circuitos auxiliares - Os circuitos auxiliares que são conectados ao circuito principal e que funcionam à tensão nominal de utilização
No caso de invólucros e condutores
se comprovar que a performance declarada
de alumínio ou liga de alumínio, deve ser
pelo fabricante realmente será obtida pelo
dada consideração particular ao perigo de
produto em questão. O leitor verá que
corrosão eletrolítica. Os meios de conexão
essas características de performance são
para assegurar a continuidade das partes
os nossos velhos conhecidos “ensaios de
condutivas com condutores de proteção
tipo”, com o codinome de requisitos de
externos não devem ter nenhuma outra
performance. Então, vejamos:
construção, passaremos agora à parte
circuito
do
conjunto
deve
mais importante da revisão da ABNT
ser capaz de suportar as sobretensões
NBR IEC 60439, o polêmico assunto
temporárias e transitórias a que se pode
TTA. Uma das principais razões da
submeter o conjunto em serviço.
atualização e modernização da norma foi
A
capacidade
para
suportar
as
o uso inadequado e, por vezes, impróprio
sobretensões temporárias e a integridade
dos conceitos de TTA e PTTA. Na versão
de isolação sólida são verificadas pela
vigente no Brasil, um TTA só é obtido
tensão suportável à frequência industrial e
quando se realizam os sete ensaios de
a capacidade para suportar as sobretensões
tipo em um determinado corpo de prova,
transitórias é verificada pela tensão de
assim como um PTTA será obtido por
impulso suportável.
variações significativas em um TTA, mas
Fascículo
requisitos do circuito principal, enquanto os circuitos auxiliares que não são conectados ao circuito principal podem ter uma capacidade de suportar sobretensões diferentes daquela do circuito principal. As CA ou CC devem ser capazes de resistir à
• Propriedades dielétricas Cada
das sobretensões, devem atender aos
distâncias de isolamento destes circuitos
função. Analisados todos os conceitos de
sem qualquer dispositivo para redução
que não o desconfigure por completo.
Tensão suportável à frequência industrial
Uma outra interpretação errada do PTTA
– Os circuitos do conjunto devem ser
muito utilizada foi a de se realizar alguns
capazes de suportar a tensão suportável à
ensaios de tipo em um corpo de prova e
frequência industrial dada nas Tabelas 8 e 9
chamá-lo de parcialmente testado, o que é
da norma (ver 10.9.2.1). A tensão nominal
uma falácia, visto que a norma é taxativa em
de isolamento de qualquer circuito do
dizer que para que exista um PTTA, antes
conjunto deve ser igual ou superior à sua
existiu um TTA.
tensão máxima de utilização.
Para tentar frear esses abusos sem
Tensões de impulso suportável de circuitos
perder o grande serviço prestado pela
principais - A distância de isolamento entre
ABNT NBR IEC 60439, que é conscientizar
as partes vivas e suas partes condutivas
sobre a importância da certificação de
expostas, assim como entre as partes vivas
painéis de baixa tensão, a norma inovou
de potencial diferente, deve ser capaz
na forma de se abordar o que pode
de suportar a tensão de ensaio indicada
ser exigido para que se caracterize um
na Tabela 10 da norma em função da
painel em conformidade coma a norma.
tensão nominal de impulso suportável.
Assim, são abordadas as características de
A tensão nominal de impulso suportável
desempenho, que só podem ser garantidas
para uma determinada tensão nominal de
se ensaios forem realizados com o intuito de
utilização não deve ser menor do que o
tensão de impulso suportável estabelecida na norma, cuja tabela de tensões está presente no anexo G da publicação. Proteção de dispositivos de proteção contra surto – Quando as condições de sobretensão requerem dispositivos de proteção contra surto (DPS) para serem conectados aos circuitos principais, os DPS devem ser protegidos para prevenir condições de curto-circuito conforme especificado pelo fabricante do DPS. • Limites de elevação de temperatura O conjunto e os seus circuitos devem ser capazes de conduzir suas correntes nominais nas condições especificadas como corrente nominal do conjunto (InA), corrente nominal de um circuito (Inc) e corrente nominal de pico admissível (Ipk), levando-se em conta as características dos componentes, a sua disposição e aplicação, sem exceder os limites indicados na Tabela 6 da referida norma, quando são verificados em conformidade com os limites de elevação estabelecidos. Esses limites de elevação de temperatura indicados na Tabela 6 aplicam-se à temperatura média do ar ambiente inferior ou igual a 35 °C. A elevação de temperatura de um elemento ou parte é a diferença entre a temperatura deste elemento ou da parte medida e a temperatura do ar ambiente fora
Apoio
37
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
38
do conjunto. Termopares ou termômetros
presumindo que a sobretemperatura de
montador do conjunto podem substituir
devem ser utilizados para medições de
cada componente ou dispositivo seja
tal acordo. Se as condições de serviço
temperatura. Para enrolamentos, o método
proporcional à potência dissipada gerada
requerem uma máxima continuidade de
de medição da temperatura por variação da
neste componente.
alimentação, o ajuste ou a seleção dos
resistência deve, geralmente, ser utilizado.
dispositivos de proteção contra curto-
Os termômetros ou termopares devem ser
• Proteção contra os curtos-circuitos e
circuito no interior do conjunto deve,
protegidos contra as correntes de ar e a
suportabilidade aos curtos-circuitos.
onde possível, ser coordenado de tal forma
radiação de calor.
Os conjuntos devem ser capazes de
que a ocorrência de curto-circuito em
medida
suportar os esforços dinâmicos e térmicos,
qualquer circuito de saída seja eliminada
em todos os pontos em que um limite
resultantes de correntes de curto-circuito
pelo dispositivo de manobra instalado no
de elevação de temperatura deve ser
não excedendo os valores nominais. É
circuito defeituoso, sem afetar os outros
observado. Uma atenção particular deve ser
importante salientar que corrente de
circuitos de saída, assegurando, assim, a
prestada nas junções de condutores e bornes
curto-circuito pode ser reduzida pelo uso
seletividade do sistema de proteção.
dos circuitos principais. Para a medição da
de dispositivos limitadores de corrente, por
temperatura do ar no interior do conjunto,
exemplo, indutância, fusíveis limitadores
contra os curtos-circuitos são ligados
devem ser dispostos vários dispositivos de
de corrente ou outros dispositivos de
em série e previstos para funcionarem
medição em locais apropriados.
manobra limitadores de corrente.
simultaneamente para atingir a capacidade
A
temperatura
deve
ser
Quando os dispositivos de proteção
Se a temperatura média do ar ambiente
Os conjuntos devem ser protegidos
de interrupção de curto-circuito requerido
é superior a 35 ºC, então, os limites de
contra as correntes de curto-circuito por
(isto é, proteção de retaguarda), o
elevação
ser
meio de, por exemplo, disjuntores, fusíveis
montador do conjunto deve informar
adaptados para essa condição especial de
de
temperatura
devem
ou combinação de ambos, que podem ser
ao usuário (por exemplo, por uma
serviço, de forma que a soma da temperatura
incorporados no conjunto ou podem ser
etiqueta de advertência no conjunto ou
ambiente e os limites de elevação individuais
dispostos fora dele.
nas instruções de funcionamento) que
permaneçam idênticos. Se a temperatura
nenhum dos dispositivos de proteção
média do ar ambiente é inferior a 35ºC, a
Relação entre corrente de pico e corrente
pode ser substituído por outro dispositivo
mesma adaptação dos limites de elevação de
de curta duração – Para determinar o
que não seja do tipo e de características
temperatura é admitida sujeito a um acordo
esforço eletrodinâmico, o valor da corrente
nominais idênticas, a menos que tenha
entre o usuário e o fabricante do conjunto.
de pico deve ser obtido multiplicando o
sido submetido a ensaio e validado
A elevação de temperatura não pode
valor eficaz da corrente de curto-circuito
conjuntamente com os dispositivos de
causar danos para as partes condutoras de
pelo fator n. Os valores do fator n e o fator
retaguarda. Caso contrário, a capacidade
corrente ou partes adjacentes do conjunto.
de potência correspondente são dados na
de
Em particular, para materiais isolantes,
Tabela 3.
dispositivos pode ser comprometida.
conformidade por referência ao índice de
Coordenação dos dispositivos de proteção
Compatibilidade eletromagnética (EMC)
temperatura de isolação (determinado,
- A coordenação dos dispositivos de
- Para a maior parte das aplicações de
por exemplo, pelos métodos definidos na
proteção no interior do conjunto com
conjuntos que entram no escopo desta
IEC 60216) ou por conformidade com
aqueles a serem utilizados externamente
norma, são considerados dois conjuntos
a IEC 60085. Se os limites de elevação
ao conjunto deve ser objeto de acordo
de condições ambientais e são designados
de
entre o montador do conjunto e o usuário.
como Ambiente A e Ambiente B. Ambiente
Informações
A refere-se a uma rede de potência
interrupção
da
combinação
dos
Fascículo
o fabricante original deve demonstrar a
temperatura
forem
modificados
para cobrir uma temperatura ambiente
dadas
no
catálogo
do
diferente, em consequência, pode ser necessário modificar a corrente nominal
Tabela 3 – Valores para o fator n a
de todos os barramentos, todas as unidades
Valor eficaz da corrente
funcionais, etc. É conveniente que o fabricante original indique as medidas a serem tomadas, se necessário, a fim de assegurar a conformidade com os limites de temperatura. Para as temperaturas ambientes inferiores ou iguais a 50 ºC, isso pode ser realizado através de cálculo,
cos ϕ
n
I ≤5
0,7
1,5
5 <I ≤ 10
0,5
1,7
de curto-circuito kA
10 <I ≤ 20
0,3
2
20 < I ≤ 50
0,25
2,1
50 < I
0,2
2,2
Apoio
alimentada por um transformador de alta
Este ambiente aplica-se também aos
comerciais ou levemente industriais.
ou média tensão, dedicada à alimentação
dispositivos que funcionam através de
de uma instalação de uma unidade fabril ou
baterias ou alimentados por uma rede de
o qual o conjunto é apropriado deve ser
planta similar, e destinada a funcionar no
distribuição de energia de baixa tensão não
indicado pelo montador do conjunto.
interior ou próximo de uma área industrial,
pública e não industrial, se os dispositivos
como descrito a seguir. Esta norma
são destinados a serem utilizados em
continuaremos a análise da IEC 61439-1
aplica-se também aos dispositivos que
locais descritos abaixo. Os referidos
em seus requisitos de verificação de
funcionam através de baterias e destinados
ambientes são os locais residenciais,
projeto, mais uma inovação em relação à
a serem utilizados em áreas industriais. Os
comerciais e levemente industriais, de
versão atual. Até lá!
referidos ambientes são do tipo industrial,
uso interno e uso externo. A seguinte
interno ou externo. As áreas industriais são
lista, ainda que não exaustiva, dá uma
caracterizadas pela existência de um ou
indicação sobre os locais que são incluídos:
mais dos seguintes exemplos: dispositivos
propriedades residenciais, por exemplo,
industriais,
médicos,
casas, apartamentos; pontos de venda
manobras frequentes de cargas indutivas
ao varejo, como lojas, supermercados;
ou capacitivas elevadas e correntes e
escritórios,
campos magnéticos associados elevados.
salão de dança, postos de combustíveis,
Já o Ambiente B refere-se a redes
estacionamentos para veículos, parque de
públicas
dos
diversões e centros esportivos, oficinas,
dispositivos conectados a uma fonte de
laboratórios, centros de serviços. Os locais
corrente contínua dedicada destinada a
caracterizados pela alimentação direta em
assegurar a interface entre o dispositivo
baixa tensão provenientes da rede pública
e a rede pública de baixa tensão.
são
de
científicos
baixa
ou
tensão
ou
bancos,
considerados
cinemas,
como
bares,
residenciais,
A condição ambiental A e/ou B para
No próximo capítulo deste fascículo
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
39
Apoio
Led – Evolução e inovação
40
Capítulo VIII Gerenciamento elétrico Por Vicente Scopacasa*
Este artigo tratará dos aspectos elétricos
na oferta de opções de componentes Leds,
disponibilizado por todos os fabricantes.
do Led, das diversas possibilidades hoje
temos hoje a oferta de Leds com tensão
Normalmente, são encontrados na faixa
disponíveis em termos de tensão direta
direta maior, em que destacamos os Leds
de baixa e média potência, como também
e, principalmente, das várias formas
com o a tecnologia MJT (Multi junction
no início da faixa de alta potência de até
que temos para polarizar o Led com a
technology), além de Leds do tipo arrays,
6 watts, dependendo do fabricante. Neste
corrente correta e necessária para o melhor
como os produtos com dois ou mais chips
caso, estamos falando de Leds de 3 volts
desempenho, além de garantir a longa vida
dentro do mesmo encapsulamento – os
de tensão direta típica. Neste tipo de Led,
útil que esta tecnologia disponibiliza.
CoB (chip on board) que contêm grandes
o gráfico que apresenta o valor da tensão
Leds
quantidades de chips montados dentro do
direta em função da corrente direta está
eram, basicamente, disponibilizados em
mesmo encapsulamento e que apresentam
representado na Figura 1.
encapsulamentos com um único chip
altos valores de tensão direta.
Até
alguns
anos
atrás,
os
semicondutor com uma única junção do tipo p-n, o que resulta em valor de tensão
Leds do tipo single chip
direta da ordem de 3 volts. Como sabemos,
Além disso, alguns fabricantes costumam também apresentar o valor da tensão direta para vários valores de corrente direta e de temperatura (geralmente 25 °C e 85 °C), o
esta junção do tipo p-n caracteriza um
Trata-se de um encapsulamento que
que facilita em muito a tarefa do projetista.
diodo e, em função dos materiais utilizados
contém um único chip semicondutor.
No caso de termos um arranjo com vários
(no caso normalmente InGaN – Indium,
Este tipo de Led é comum e muito
Leds deste tipo, temos que decidir qual
galium, nitride), obtemos valores de tensão
Fascículo
direta da ordem de 3 volts típicos com uma pequena variação tanto para cima como para baixo deste valor. Os
fabricantes
de
componentes
Leds costumam especificar este valor, normalmente, através do valor típico e os limites de variação. Em geral, estes limites vão de 2,70 V a 3,30 V e muitos deles dividem esta faixa em faixas de menor variação, conhecidos como binning, possibilitando que o projetista possa escolher variações menores no caso de projetos mais críticos. Com o avanço da tecnologia e o aumento
Figura 1 – Curva da tensão direta pela corrente direta de um Led com uma única junção p-n.
Apoio
41
topologia iremos utilizar, ou seja, como é que vamos interligar os Leds para que tenhamos compatibilidade com o controlador de corrente a ser utilizado no projeto. Como exemplo, vamos considerar que nossa fonte de luz utilizará oito Leds do tipo single chip
Figura – 2A
e, portanto, temos várias opções de arranjo. Para facilitar, vamos considerar duas topologias, sendo a primeira com todos os oito Leds associados em série (Figura 2a) e a segunda com dois grupos de quatro Leds em duas séries associadas em paralelo (Figura 2b). Com o arranjo da Figura 2a,
Figura – 2B Figura – 2A – Arranjo com os oito Leds em série. 2B – Dois ramos de quatro Leds em paralelo.
considerando a tensão direta de 3 V por Led, teremos uma tensão total de 24 V e
Concluímos, então, que a potência
no circuito da Figura 2a, a corrente de 1a será
a corrente será igual em todos os Leds da
total dos dois arranjos será a mesma (24
a mesma em todos os Leds do circuito, ao
série. Assumindo uma corrente de 1A,
W), porém, a especificação do controlador
passo que, no caso da Figura 2b, não temos
a potência total do circuito será igual a
(driver) será diferente, já que, no primeiro
essa garantia, pois, dependendo da variação
24 W. Considerando agora o arranjo da
caso, iremos precisar de um driver de
da tensão direta individual de cada Led,
Figura 2b, a tensão total será de 12 V e, se
corrente fixa de 1 A e com range de tensão de
podemos ter correntes diferentes circulando
considerarmos a corrente por ramo igual
24 V e, no segundo caso, precisaremos de um
nos dois ramos, o que pode representar um
a 1 A, como no exemplo anterior, teremos
driver de corrente fixa de 2 A e com range
problema a menos, já que temos a garantia
uma corrente total de 2 A e a potência total
de tensão de 12 V. Além disso, devemos
de que todos os LEDs fazem parte do mesmo
será também igual a 24 W.
também levar em consideração o fato de que,
grupo (bin) de tensão.
Apoio
Led – Evolução e inovação
42
LEDs do tipo MJT (Multi Junction Technology)
de um Led do tipo multi junction ou
controle tanto do flicker, como do fator
high voltage, em que notamos que
de potência e da distorção harmônica. A
existem várias junções entre os pontos
figura 4 exibe um circuito de controle,
Diferentemente dos Leds com um
P e N, compreendidas em uma área
conforme indicado.
único chip com uma junção p-n, os Leds
de, aproximadamente, 1,82 mm2 (1.3
Como pode ser observado no circuito
conhecidos como MJT (Multi Junction
x 1.4mm) e todas estas junções estão
da Figura 4, é possível a utilização de
Technology) também apresentam um único
interligadas em série, o que faz com que
um driver relativamente simples e de
chip, mas com várias junções internas.
tenhamos a soma das quedas de tensão,
baixo custo, porém, de baixa eficiência
Como todas estas junções p-n internas
resultando em um Led de alta tensão.
e sem controle de flicker. Obviamente,
ao chip estão em série, a tensão direta
Quando temos somente uma junção entre
dependendo do produto, da aplicação e do
resultante é a soma de todas elas e, com
os pontos P e N, estamos nos referindo
nível de potência envolvidos, esta solução
isso, temos Leds com tensões altas. Estes
a um Led comum de 3 volts de queda de
pode vir a ser uma opção viável.
Leds também são conhecidos com high
tensão.
voltage Leds e têm uma grande variedade
Esta simplificação dá-se, principal
de Leds com tecnologia multi junction de
de aplicações, principalmente, com a
mente, pelo fato de que, quanto maior for
alta tensão e também em decorrência do
simplificação
(driver)
a tensão dos Leds, mais fácil será adaptá-
número crescente de opções de produtos
em função de operarem em tensões mais
los às condições da rede elétrica. Por outro
com várias tensões disponíveis, tem-se
altas e, portanto, mais próximas às tensões
lado, os “Leds AC” apresentam alguns
observado o surgimento de vários tipos
usualmente encontradas na rede elétrica.
inconvenientes, como a geração de flicker,
de chips semicondutores dedicados para
Uma outra característica destes Leds
fenômeno conhecido como flutuação de
aplicação em drivers. Esses chips oferecem
é o fato de utilizarem baixas correntes de
tensão que causa cintilação luminosa;
melhor desempenho, maior controle e,
operação, o que simplifica mais ainda o
maior distorção harmônica, que é a
acima de tudo, possibilidade de anular
projeto do driver. Estes Leds podem ser
deformação da onda de tensão ou corrente;
o efeito flicker, tornando os Leds de alta
encontrados em várias tensões de trabalho
menor fator de potência; e, finalmente,
tensão uma opção viável e, acima de tudo,
desde 12 V até 220 V. Como comentário
menor eficácia (relação lúmen/watt).
confiável.
do
controlador
adicional, estes Leds são comumente
Constatamos, então, que precisamos
conhecidos como “Leds AC” ou de corrente
modificar as condições da rede elétrica
fabricado
alternada, o que não é correto, pois o Led
para que possamos utilizar os Leds
projetado para ser ligado diretamente
é, por natureza, um componente DC. O
adequadamente. O que normalmente
à rede elétrica e possibilita alcançar
termo “Led AC” deve-se ao fato de que ele
fazemos
driver
eficiências da ordem de 90% e fator de
pode ser ligado diretamente à rede elétrica,
relativamente simples onde incluímos
potência da ordem de 0.95 a 0.97. Por
porém, o Led já vem montado em uma
uma
alguns
se tratar de um chip com alto nível de
placa de circuito impresso juntamente com
resistores para o controle da corrente
integração, a montagem do driver pode ser
um driver muito simples, portanto, o Led
nos
que,
feita na mesma placa dos Leds, reduzindo
do tipo MJT ou high voltage não é ligado
como estamos operando em correntes
o custo total da solução. A eliminação do
à rede elétrica diretamente e sim com o
relativamente baixas, podemos fazer
flicker é possível através de uma simples
auxílio de um driver.
este
modificação no circuito.
A Figura 3 apresenta um esquema
Fascículo
Com o constante aumento na oferta
Figura 3 – Estrutura de um chip multi junction.
é
projetar
ponte Leds.
um
retificadora Convém
controle
com
e
salientar
resistores
com
moderada estabilização, porém, sem
Como exemplo, temos o CI MAP9000, pela
Magnachip,
que
foi
Um exemplo de aplicação típica é
Figura 4 – Exemplo de um driver simples para Leds de alta tensão (multi junction).
Apoio
43
Apoio
Led – Evolução e inovação
44
Figura 5 – Exemplo de um circuito de driver com o MAP9000.
Figura 6 – Operação básica do MAP9000.
apresentado na Figura 5 e o modo de
fabrica e comercializa Leds de alta tensão,
sem nenhum outro tipo de componente.
funcionamento é representado na Figura
chamado de Acrich 2. Trata-se de um chip
Obviamente, podemos sofisticar um pouco
6, em que os Leds são divididos em grupos
com alto nível de integração incluindo a
mais o circuito adicionando componentes
e cada grupo é acionado pela tensão
ponte retificadora e demais componentes
de proteção ou de controle tornando a
excedente e na sequência de 1 a 4 em
passivos. Também é diretamente ligado à
solução mais robusta e completa. Um
sintonia com a corrente. Com a inclusão
rede elétrica e fornece as condições ideais
ponto a mais a ser destacado é que essas
de
de funcionamento para o arranjo de Leds
soluções somente podem ser utilizadas
do circuito.
com tensão de rede fixa, ou seja, o projeto
alguns
componentes
periféricos
podem-se obter várias opções de circuitos
Fascículo
dependendo da aplicação.
A Figura 7 apresenta um exemplo
tem que ser desenvolvido para 127 V ou
Uma outra alternativa viável para
de circuito com Leds de alta tensão
220 V, não admitindo que o produto seja
ser utilizada em conjunto com Leds de
alimentados pelo chip Acrich 2. Nota-se
do tipo full range.
alta tensão é o chip fabricado pela Seoul
que o chip foi montado na própria placa
Concluindo, podemos dizer que os
Semicondutores, empresa que também
de circuito impresso onde estão os Leds e
Leds com a tecnologia multi junction são
Figura 7 – Exemplo de circuito utilizando o Acrich 2 da Seoul Semiconductor.
Apoio
45 opções viáveis em que se busca menor
montados em um único encapsulamento,
custo da solução, porém, os devidos
gerando algo como 15.000 lúmens de fluxo
cuidados deverão ser tomados a fim de
luminoso.
Referências 1. CLD-DS139 Rev 0 – Cree® XLamp® XP-G3
que os produtos tenham bom desempenho
Como temos vários chips montados
e estejam de acordo com as normas e
dentro de um único encapsulamento,
Magnachip.
práticas usuais do mercado.
podemos ter vários tipos de arranjos
3. Application note “Designing with
Leds do tipo multi chip ou arrays – São
resultando em diversas capacidades de
Acrich 2” from Seoul Semiconductor.
muito comuns no dia de hoje e cada vez
correntes e tensões, fato este que temos que
mais são difundidos no mercado. São Leds
levar em consideração, quando da escolha
que comportam vários chips no mesmo
do controlador (driver) a ser utilizado
encapsulamento
disponíveis
com os Leds. As especificações do driver
em potências elétricas que vão desde
e
estão
devem estar de acordo com os valores de
alguns miliwatts até 150 W. Dois bons
tensão e corrente, e, consequentemente da
exemplos são os Leds conhecidos como
potência, totais do arranjo para garantir o
“super midpowers”, os quais basicamente
perfeito funcionamento do circuito.
consistem de vários chips contidos em um
No próximo capítulo, iremos abordar
encapsulamento típico de Leds midpower,
mais aspectos do driver, como rendimento,
gerando fluxo luminoso da ordem de 500
fator de potência, distorção harmônica,
lúmens a 700 lúmens. Outro bom exemplo
assim como formas de polarização dos
são os Leds COB (Chip on Board), em
Leds, dimerização e também um pouco
que quantidades de até 300 chips são
sobre os efeitos de ripple e flicker.
2. MAP9000 Application note from
*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
46
Capítulo VIII Aterramento híbrido para geradores e fatores de influência na escolha do tipo de aterramento Por Cláudio Mardegan*
Aterramento híbrido para geradores
de um sistema aterrado por resistência de baixo valor com um
Historicamente, o aterramento de turbo-geradores através de
sistema aterrado por resistência de alto valor. Obviamente, nesta
resistência de alto valor era a maneira mais confiável. Entretanto,
condição, o sistema é aterrado por resistência de baixo valor, pois
registros de ocorrências relataram que muitos geradores queimavam
na associação em paralelo de duas impedâncias, a impedância
o rotor para faltas à terra quando o curto-circuito ocorria entre
resultante será menor que a menor delas, que no caso é a resistência
o gerador e o primeiro disjuntor após o gerador e quando a falta
de baixo valor. Quando ocorre um curto-circuito entre o gerador e
à terra era limitada a um valor acima de 10 A. Essas observações
o disjuntor, a proteção diferencial de terra 87 GN irá promover o
foram realizadas pelo meu amigo e engenheiro americano David
desligamento instantâneo do disjuntor do gerador, porém, o curto-
Shipp, o qual é o Chairman do Grupo de Trabalho sobre aterramento
circuito fase-terra não é eliminado até que a máquina primária
híbrido para geradores.
(turbina, motor) desligue o sistema. É neste intervalo que o rotor
A Figura 1 seguinte ilustra o princípio de funcionamento deste tipo de aterramento.
Fascículo
O aterramento híbrido é composto pela associação em paralelo
Figura 1 – Aterramento híbrido de gerador.
das máquinas queimava. Neste esquema, a proteção 87 GN, além de desligar o disjuntor, desliga também o contator que fica em série
Apoio
com o resistor de baixo valor, ou seja, o sistema fica apenas com o
Níveis de danos toleráveis devido às faltas;
aterramento de alto valor, limitando o curto-circuito fase-terra em
Efeitos dos afundamentos de tensão durante as faltas.
10 A, evitando, desta maneira, a queima do rotor. Este sistema tem a
Para um aprofundamento no assunto, recomenda-se consultar IEEE
vantagem, também, de ficar mais sensível para faltas mais distantes
Std 142.
do gerador, uma vez que a contribuição do gerador para uma corrente de falta à terra à frente do disjuntor do gerador terá valor
Resumo
maior, no entanto, limitado pelo resistor de baixo valor do gerador.
Fatores de influência na escolha do tipo de aterramento
(a) Sistema solidamente aterrado Este método é utilizado em sistemas de distribuição, pois além facilitar a localização da falta, não diminui o valor da corrente de falta à terra.
Nenhum dos métodos é perfeito e os fatores que interferem na escolha são:
(b) Sistema aterrado por resistência de baixo valor
Nível de tensão do sistema;
nível de tensão e assim, num curto entre-espiras, a energia liberada
Possibilidades de tensões transitórias;
não afeta a chaparia das máquinas. É usado também em média
Tipos de equipamentos instalados no sistema;
tensão para a proteção da blindagem dos cabos, na ocorrência de
Continuidade operacional;
uma falta à terra.
Este método é utilizado quando existem máquinas girantes no
Métodos utilizados no sistema existente; Disponibilidade de ponto de aterramento conveniente; Prescrições normativas;
(c) Sistema aterrado por resistência de alto valor É utilizado este método quando se deseja um alto grau de
Custo dos equipamentos (incluindo manutenção e dispositivos de
confiabilidade, ou seja, disponibilidade de energia. É importante
proteção);
frisar que valores de resistência de aterramento muito elevados
Segurança (incluindo risco de choque e incêndio);
(corrente limitada a 50 A ou menos), em média tensão, dificulta
47
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
48
Tabela 1 – Definição dos diversos sistemas de aterramento
Relações de Parâmetros de Corrente de Falta Fase-Terra Classes de Formas de Aterramento A - Efetivamente (Nota4)
Componentes Simétricas
(%)
Transitória PU
(Nota 1)
(Nota 2)
(Nota 3)
Referência
Xo/X1
Ro/X1
Ro/Xo
1 - Efetivamente
0a3
0a1
-
> 60
≤2
2 - Muito Efetivamente
0a1
0 a 0.1
-
> 95
< 1.5
0a1
-
> 25
<2.3
B3
<2
< 25
≤ 2.73
B3
B3
B - Não Efetivamente
1- Indutância
Baixa Indutância
3 a 10
Alta Indutância
> 10
2 - Resistência
Baixa Resistência
Alta Resistência (Nota 8)
3 - Indutância e Resistência
4 - Ressonante (Nota 5)
5 - Capacitância não aterrada
0 a 10 > 10
≥2
< 25
<2.5
>100
≤ (-1)
<1
≤ 2.73
-
>2
< 10
≤ 2.73
-
-
<1
≤ 2.73
B7, B17
Faixa A (Nota 6)
-∞ a -40
-
-
<8
≤3
B6, B20
Faixa B (Nota 7)
-40 a 0
-
-
>8
>3
B6, B20
Notas:
1 - Na referência [126] são apresentadas os valores do COG para várias relações diferentes de R1/X1. O COG afeta a especificação dos Pára-raios. 2 - Corrente de falta fase-terra em porcento do valor da corrente de curto-circuito trifásica. 3 - Tensão transitória fase-terra, que ocorre logo após uma falta, em pu de crista da tensão de operação pré-falta fase-terra. 4 - Em circuitos lineares, a Classe A1 limita o valor da tensão fase-terra fundamental nas fases sãs a 138% da tensão pré-falta. Na classe A2 estão limitadas a menos de 110%. 5 - Veja Willheim e Waters e as precauções prescritas no IEEE Std C62.92.2-1989, C6292;.3-1993, C62.92.4-1991 e C62.92.5-1992. 6 - Sistema com neutro normalmente isolado (não aterrado), para o qual a reatância de sequência zero é capacitiva (negativa). 7 - Refira ao item 7.6 da norma IEEE Std C62.92.1. Cada caso deve ser avaliado individualmente. 8 - Em sistemas aterrados por resistência de alto valor, os valores de Rs, Xs e Xn são desprezíveis comparados com Rn e Xcg.
muito a seletividade cronológica. É usado também em média tensão
terra entre o gerador e o primeiro disjuntor, neste caso, a corrente é
para a proteção da blindagem dos cabos, na ocorrência de uma falta
limitada a 10 A para garantir a proteção do gerador.
à terra.
A definição dos diversos tipos de sistemas de aterramento em função dos parâmetros dos circuitos de sequência, segundo a
(d) Sistema de aterramento híbrido para geradores
norma Americana IEEE Std C62.92.1, é apresentada na Tabela 1.
Este método é normalmente utilizado para máquinas de
Para uma melhor visualização dos tipos de sistemas de
potência a partir de 5 MVA devido ao seu valor. O sistema funciona
aterramento em função dos parâmetros dos circuitos de sequência,
como um sistema aterrado por resistência de baixo valor (LRG)
veja a Figura 2.
para faltas à terra a partir do disjuntor do gerador e funciona como um sistema aterrado por resistor de alto valor (HRG) para faltas à
Criação de uma referência de terra em um sistema não aterrado
Fascículo
Quando se deseja criar uma referência de terra em um sistema não aterrado, as duas formas mais comumente utilizadas são: (a) Utilização de um autotransformador zigue-zague de aterramento e (b) Utilização de um transformador com o primário em estrela com neutro acessível. (a) Autotransformador de aterramento Zigue-zague Emprego O autotransformador de aterramento destina-se unicamente para conduzir a corrente de sequência zero para a terra, objetivando diminuir o deslocamento de neutro através da diminuição da Figura 2 - Definição gráfica dos vários sistemas de aterramento.
impedância de sequência zero como também o fornecimento de
Apoio
49
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
50
uma referência de terra em sistemas não aterrados. Princípio de funcionamento O autotransformador de aterramento Zigue-zague possui dois enrolamentos em cada perna do núcleo, no entanto, apenas um enrolamento de cada fase fica em uma perna e o outro fica em outra perna do núcleo. A Figura 3 ilustra o exposto.
Figura 5 - Autotransformador de aterramento Zigue-zague sob falta.
Figura 3 – Autotransformador de aterramento: princípio de funcionamento.
Em condições normais de operação, a única corrente que flui pelo transformador é a corrente de magnetização, necessária para manter as tensões, como indicado na Figura 4. Em outras palavras, a impedância de sequência positiva e negativa são iguais à impedância de magnetização, e em condições normais são muito maiores que as impedâncias do sistema. No diagrama de sequência positiva e negativa, estas impedâncias são, desta forma, consideradas como sendo infinitas.
Conforme observado na Figura 5, somente a corrente de sequência zero encontra caminho através do autotransformador de aterramento. A corrente de falta será: IF = Iao + Ia1 + Ia2 Sabe-se ainda que para a condição de falta à terra: |Iao| = |Ia1| = |Ia2| As componentes de corrente de sequência positiva e negativa têm seu caminho através do sistema e anulam nas fases sem defeito.
Fascículo
Nas fases sem defeito: Ib=0
Ib = Ibo + Ib1 + Ib2 = 0
Ib1+Ib2 = -Ibo = -Iao
Ic=0
Ic = Ico + Ic1 + Ic2 = 0
Ic1+Ic2 = -Ico = -Iao
Cálculo da corrente de falta à terra com autotransformador de aterramento O valor da corrente de falta à terra com o autotransformador aterramento é feito utilizando-se a equação a seguir. Figura 4 – Diagrama vetorial das tensões de sequência num autotransformador Zigue-zague em regime.
Em condições de falta à terra (uma das fases vai à terra), a corrente de sequência zero será igual e contrária em cada um dos enrolamentos de uma mesma perna e, assim, aparecerá uma impedância de dispersão entre cada dois enrolamentos de uma mesma perna. Veja a Figura 5.
IF =
3E Z1S + Z1S + Z0
Em que: IF = Corrente de falta à terra; E = Tensão fase-terra do sistema; Z1S = Impedância de sequência positiva do sistema; Z2S = Impedância de sequência negativa do sistema;
Apoio
Z0S = Impedância de sequência zero do sistema; Z0T = Impedância de sequência zero do autotransformador ziguezague; RG = Resistência do neutro do autotransformador zigue-zague. Condições particulares de Z0 a1) Sistemas não aterrados Z0 = Z0T a2) Sistemas aterrados
Z0 = (Z0S x Z0T) / (Z0S + Z0T)
a3) Resistência no neutro do autotransformador de aterramento Z0 = 3.RG + j X0T
Para a especificação do autotransformador de aterramento,
ZF
51
-2 x Z1S
a2) Nível máximo de sobretensão nas fases sem defeito Para esta condição, a sobretensão máxima na fase sem defeito é obtida da equação abaixo: VFT =
VFF √3
x FS
FS = ( 1 + K - 1 )2 + 3 2 K+2 4 K=
Especificação do autotransformador de aterramento Zigue-zague
3E
Z0T =
X0 X1
Tabela 2 – Fatores de sobretensão em função da relação Xo/X1
K = (Xo/X1)
FS
1
*
1.0000
2
*
1.1456
a2) Nível máximo de sobretensão nas fases sem defeito
3
*
1.2490
4
1.3229
Especificação da impedância de sequência zero do
10
1.5207
20
1.6154
INFINITO
1.7321
duas informações são necessárias: a1) Corrente de curto-circuito fase-terra desejada
autotransformador de aterramento a1) Corrente de curto-circuito fase-terra desejada
* Sistema eficazmente aterrado, desde que: Ro/R1 ≤ 1
Assim, a partir do fator de sobretensão, acha-se K. Como se A impedância Z0T sai da equação abaixo:
conhece X1, obtém-se Xo.
Apoio
52
A norma ABNT NBR 5119 indica a Tabela 4, a qual não
Especificação básica do autotransformador
diferencia, nem o nível de tensão, nem a conexão e nem se o reator é trifásico ou banco composto de unidades monofásicas
Z 0T = Impedância do transformador expressa em Ω / fase; I 0 = Corrente de sequência zero do autotransformador de aterramento, expresso em A/fase, lembrando que I0 = IF / 3;
Tabela 4 – Corrente nominal em função do tempo de funcionamento nominal
RG = Resistência de aterramento autotransformador expressa
Tempo de
em Ω;
Corrente nominal, em regime
funcionamento nominal contínuo, em porcentagem da corrente
kVACC = Potência de curto-circuito do autotransformador
nominal de curta duração
zigue-zague, sendo:
10s 1 minuto
7
10 minutos
30
tempo prolongado
30
KVACC = √3 x E x I0 KVACC = 3 x EFT x I0 KVACC = EFT x IF
3
kVA = Potência nominal equivalente do autotransformador
O método do Transmission and Distribution Reference
de aterramento. Esta potência faz a equivalência do
Book é mais conservativo do que o método da ABNT NBR
autotransformador de aterramento com os transformadores de
5119, para 10 s e para 1 min em unidades trifásicas. A norma é
dois enrolamentos comuns. Como os autotransformadores de
mais conservativa para 1 min em unidades monofásicas. Para
aterramento são construídos para suportarem a condição de
os demais tempos não se pode traçar um paralelo.
curto-circuito por curto período de tempo (de dez segundos a cinco minutos), os kVAs nominais do autotransformador não
Exemplo
precisam ser iguais ou próximos aos kVAcc.
Especificar
um
autotransformador
zigue-zague
de
aterramento para um sistema de 13.8 kV, cuja corrente de curto-circuito seja de 21 kA, para que mantenha uma
kVA = k3 x KVACC (autotransformador • zig-zag • trifásico)
sobretensão fase-terra nas fases sem defeito de, no máximo,
kVA = k1 x KVACC (banco de transformadores • zig-zag • monofásico)
1.6 vezes a tensão nominal fase terra. O autotransformador de aterramento deverá suportar a falta por 10 segundos. Solução
Apresentam-se na Tabela 3 os valores de k1 e k3.
O valor da impedância de sequência positiva será: Tabela 3 – Fatores k3 e k1 para a determinação dos kVAs para transformadores de aterramento
k3 para Unidades Trifásicas
Fascículo
Tempo Especificado
Conexão
Conexão ZIG-ZAG
YD
2.4 a 13.8kV
23 a 34.5kV
46kV
69kV
92kV
10s
-
0.064
0.076
0.08
0.085
0.092
1 minuto
0.17
0.104
0.11
0.113
0.118
0.122
2 minutos
0.24
0.139
0.153
0.16
0.167
0.174
3 minutos
0.295
0.17
0.187
0.196
0.204
0.212
4 minutos
0.34
0.196
0.216
0.225
0.235
0.245
5 minutos
0.38
0.22
0.242
0.253
0.264
0.275
k1 para Unidades Monofásicas 1 minuto
0.057
0.033
0.037
0.04
0.043
0.046
2 minutos
0.08
0.046
0.051
0.055
0.06
0.064
3 minutos
0.098
0.057
0.064
0.068
0.074
0.08
4 minutos
0.113
0.065
0.073
0.078
0.084
0.091
5 minutos
0.127
0.073
0.082
0.088
0.095
0.102
Nota: Os valores da tabela acima foram calculados tomando-se como base uma temperatura inicial não superiror a 75º C, que as perdas de carga estão todas armazenadas no transformador e que a temperatura final não irá exceder o máximo permitido pelas normas.
Apoio
13.8 Z1S = X1S = √3 21
KVACC = √3 x 13.8 x 1082.8 = 25880 [kVA] = 0.3794Ω
X2S = X1S = 0.3794Ω
k3 = 0.064 (13.8kv - 10s) kVA = k3 x kVACC = 0.064 x 25880 = 1656 kVA A especificação do autotransformador de aterramento será:
K = X0T / X1S Para um fator de sobretensão de 1.6 o valor de K = 17.395, logo: X0T = K x X1S = 6.5997 Ω A corrente de falta à terra será: A partir da corrente de sequência zero podem-se calcular os kVAcc.
3 x 13800 3E √3 IF = X1S = = = 23902.3 = 3248.3A Z1S + Z1S + Z0 0.3794 + 03794 + 6.5997 7.3585
I I0 = X1S = F = 3248.3 = 1082.8A 3 3
X0T = 6.6 Ω / fase I0 = 1083 A / fase kVACC = 25880 A kVAN = 1656 kVA t = 10 segundos VN = 13.8 kV (entre fases) *Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
53
54
Reportagem
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Por Bruno Moreira
NR 12 divide opiniões N
Publicada no final de 2010, norma relativa à segurança
o final de 2010, tornou-se vigente a
no trabalho em máquinas e equipamentos é criticada por
12 (NR 12), relativa à segurança no trabalho em
nova versão da Norma Regulamentadora Nº
Conselho Nacional das Indústrias (CNI). Especialistas do setor
máquinas e equipamentos. Especificamente,
elogiam regulamento
publicado em 17 de dezembro do referido
o documento normativo e seus 12 anexos, ano, pelo Ministério do Trabalho e Educação (MTE), definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. Regulamenta ainda a sua fabricação, importação,
comercialização,
exposição
e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas.
O engenheiro de segurança e consultor
na área, José Carlos Freitas, que participou da elaboração da revisão da NR 12, conta que o novo documento começou a ser redigido em 2008, três décadas depois de sua última revisão, ocorrida em 1978. A versão antiga, criada para preencher um vácuo no que se referia a regras para estabelecer a segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, continha apenas seis páginas. Neste sentido, a versão atualizada, que conta com mais de 100 páginas, tornou mais complexos e completos os requisitos que devem ser obedecidos para que se previnam acidentes e doenças do trabalho. Para se ter uma ideia da importância e do que se esperava com a empreitada, foi montada uma aliança tripartite, composta por Governo, empregados e empresários, com o objetivo de debater, elaborar e redigir a nova versão da NR 12.
Entretanto, nem todo este zelo por
parte do MTE, impediu que a Confederação
55
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Nacional de Indústrias (CNI) demonstrasse
O engenheiro de segurança participante
conta que, recentemente, analisou um texto
insatisfação após a entrada em vigor da
na elaboração da NR 12, José Carlos
elaborado pela confederação a respeito da NR
NR 12, propondo modificações no texto
Freitas, não encara de forma muito positiva
12 e verificou nele uma série de erros técnicos.
normativo. Em nota enviada à revista O Setor
as reclamações da CNI. Não obstante as
“Eles não sabem do que estão falando.
Elétrico, a entidade afirma trabalhar pelo
exigências distintas entre a norma brasileira e
Para fazer algo deste gênero, é preciso de
aprimoramento da NR 12, a fim de que esta
europeia, o engenheiro destaca ser impossível
um corpo técnico adequado”, afirma o
seja uma norma “técnica e financeiramente
comparar a situação nacional com a do
engenheiro, enfatizando que todo o debate
exequível” para as empresas do país. Nesse
continente europeu, no que diz respeito ao
para a elaboração da NR 12 foi realizado com
sentido, a CNI sugere, entre outras medidas,
parque de máquinas e equipamentos, e ao
maioria de técnicos e engenheiros. “Havia
a criação de uma linha de corte temporal para
modo como as máquinas e os equipamentos
representação sindical, que falava da parte
que a norma não retroaja ao parque industrial
são tratados. “Hoje na Europa, eles estão
prática, mas na hora da discussão técnica eles
instalado antes de sua publicação e adquirido
bem mais avançados que nós. As máquinas
não se intrometiam”, lembra.
em total conformidade com a lei vigente à
não são tão velhas e o nível de exigência de
época. “É preciso ressaltar que a indústria
segurança dos seus equipamentos é bem
que a NR 12 tem foco no risco, objetivando
Por fim, o consultor faz questão de destacar
brasileira não abre mão da máxima proteção e
maior do que o dos brasileiros”, diz. No Brasil,
sua mitigação, independentemente se as
segurança do trabalhador, mas não considera
ao contrário, boa parte do parque industrial
máquinas são novas ou usadas. Por essa
razoável que uma norma retroaja, tornando
é sucateada, segundo Freitas. “Eu fui fazer
razão, o documento normativo cita a ABNT
irregular todo o parque industrial instalado
vistorias em máquinas que não cumpriam nem
NBR ISO 12100, norma que especifica a
antes de 2010”, declara.
os requisitos da norma NR 10 (segurança em
terminologia básica, os princípios e uma
instalações e serviços em eletricidade), cuja
metodologia para obtenção da segurança em
12 contrariou a boa prática internacional ao
última atualização ocorreu em 2004”, relata.
projetos de máquinas. “A grande dificuldade que eu vejo é o pessoal do mercado ter esse
A Confederação argumenta que a NR
abarcar todo o parque industrial, exigindo
alteração em centenas de milhares de
nacional, algo que não existe na legislação
Com relação à retroatividade da norma
máquinas usadas país afora. Conforme
europeia, Freitas explica que tal peculiaridade
a entidade, a nova NR 12 extrapolou as
não significa que a máquina usada do parque
entendimento”, diz Freitas.
Dificuldades para adequação
normas de segurança da União Europeia,
industrial europeu não seja tratada de maneira
consideradas como referência internacional, e
distinta em comparação à máquina nova. “O
nas quais o texto brasileiro fundamentou-se.
fabricante, ciente de que existe uma nova
as empresas ajustassem suas máquinas e
Isto porque, segundo a entidade, a legislação
norma de segurança, comunica o usuário
equipamentos à NR 12 já terminaram. Em
europeia, em vigor desde 2006, foi aplicada
sobre isso, deixando para ele a decisão de
teoria, todo o parque de máquinas brasileiro já
apenas a máquinas novas, excluindo as que já
atualizar ou não sua máquina usada”, explica.
teria que estar adequado à nova norma, mas
se encontravam na linha de produção.
Freitas questiona ainda sobre a demora
essa não é a realidade, afirma o engenheiro
da entidade em realizar estas reclamações. “A
eletricista e pós-graduado em segurança no
Além disso, a norma brasileira difere de
Atualmente, todos os prazos para que
sua referência internacional em relação ao
revisão da NR 12 foi publicada em 2010 e as
trabalho, Robélio Lopes da Silva. Gerente
prazo para adequação e à forma como as
reclamações só começaram em 2012. Antes
de projetos da Arteseg, empresa que atua
empresas deveriam agir para se adaptar às
de ser publicada, a norma foi colocada em
desde a elaboração de laudo técnicos até a
novas regras. Conforme a CNI, na Europa,
consulta pública. Por que ninguém reclamou
implementação de medidas de segurança
as empresas receberam dos órgãos de
na época? ”, indaga o consultor, relembrando
para máquinas e sistemas elétricos, Silva relata
fiscalização três anos para se adequarem, já,
que as reinvindicações da CNI em relação à
que muitas empresas ainda têm procurado
no Brasil, foi definido um cronograma com
retroatividade da norma começaram a ocorrer
a Arteseg para adequarem suas máquinas.
131 prazos diferentes, sendo que algumas
por conta das padarias do Rio de Janeiro,
“A demanda esteve muito maior em 2014 e
empresas tiveram de cumprir vários prazos
cujas máquinas panificadoras estariam em sua
2015”, conta o gerente, explicando que, na
ao mesmo tempo. No que se refere a
maioria obsoletas e inseguras.
virada do ano, houve uma freada de pedidos
como as empresas deveriam se adaptar, no
em razão da crise econômica e política.
continente europeu, coube a cada fabricante
em relação ao pleito da CNI não se resumem
a definição de como se adaptar às regras.
apenas à demora da confederação para fazer
avaliados pela Arteseg, o gerente de projetos
As críticas do engenheiro de segurança
Em relação ao estado dos equipamentos
Já em solo brasileiro, foi a regra que definiu
as reclamações e à comparação, considerada
afirma ter presenciado uma variedade de
quais dispositivos de segurança a indústria
descabida por ele, entre a situação das
condições. Segundo ele, há empresas em
precisou instalar em cada equipamento,
máquinas brasileiras e europeias. A falta de
que o parque de máquinas é incrivelmente
alguns dos quais, de acordo com a entidade,
conhecimento técnico das reivindicações
novo, limpo, com sinalização correta, etc. “Em
se mostraram tecnicamente inviáveis.
também é citada pelo engenheiro. Freitas
contrapartida, já vi empresas com máquinas
56
Reportagem
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
antigas, até meio sucateadas, onde não existe
Experiência da Terex
nada de adequação, nenhuma cultura visando à NR 12”, diz. De uma maneira geral, no entanto, segundo Silva, as empresas estão cientes de que é preciso haver uma modificação.
Fabricante global de uma ampla gama de produtos, tais como plataformas
aéreas de trabalho, guindastes e utilities, no que diz respeito a equipamentos de guindar para elevação de pessoas, a Terex produz em solo brasileiro somente equipamentos do tipo cesta aérea isolados e não isolados.
Na América Latina, a Terex oferece equipamentos nos seguintes segmentos:
Plataformas Aéreas de Trabalho, Guindastes, Construção de Estradas, Construção, Utilities e Processamento de Materiais. Conforme o gerente técnico de produtos da Terex Latin America, Carlos Perdigão Gomes, apesar de os equipamentos produzidos pela empresa atenderem a boa parte dos requisitos do Anexo XI da NR 12, ainda assim, “alguns elementos precisaram ser incorporados às máquinas para torná-las mais seguras”.
Ao todo, para adequar seus equipamentos ao Anexo XII, a Terex desenvolveu
e implementou: um sistema de operação de emergência que permite a rotação da torre em caso de pane; o sistema Interlock, que impede a operação das sapatas estabilizadoras sem o prévio recolhimento do braço móvel para uma posição segura de transporte; o reposicionamento dos comandos das sapatas estabilizadoras a fim de possibilitar a visualização dos movimentos das sapatas estabilizadoras durante a operação; e a instalação de indicadores de inclinação para permitir que o operador visualize se o equipamento está posicionado dentro dos limites de inclinação lateral permitidos. Na atualidade, todos os equipamentos da companhia já estão em conformidade com a norma.
Gomes destaca dois fatores que foram preponderantes para que a Terex
passasse pelo processo de adequação de seus produtos sem enfrentar grandes dificuldades: a participação ativa da empresa do Grupo Técnico responsável pela elaboração do Anexo XII da NR 12 e o fato de “ser uma empresa globalizada que já possuía todo o conhecimento para a implementação dos requisitos do anexo”.
O gerente técnico de produtos da Terex Latin America avalia o Anexo XII
como “extremamente importante para garantir a segurança dos usuários de cestas aéreas”, e as exigência do MTE como “razoáveis e factíveis”. Gomes concorda também com o fato de a norma se aplicar também aos equipamentos fabricados antes de sua publicação, destacando que nem todos os equipamentos produzidos até a data da publicação do Anexo XII apresentavam condições seguras de operação”, afirma. “Na nossa visão, equipamentos que não oferecem condições seguras de trabalho devem ser adequados ou retirados de operação”, conclui.
O gerente explica que a procura das
empresas pela Arteseg, no sentido de analisar e adequar suas máquinas e equipamentos, acontece normalmente após as companhias terem sido notificadas pelos fiscais do Ministério do Trabalho. Neste contato com os fabricantes, o fiscal solicita o inventário de máquinas – a análise de riscos, ou seja, a classificação do risco da máquina – e o cronograma para a adequação dos equipamentos que foram apontados como não conformes.
Para quantificar os riscos do equipamento/
processo e a severidade dos mesmos, emprega-se
a
técnica
Hazard
Rating
Number (HRN), em que são respondidas numericamente as seguintes questões: Qual a probabilidade de alguém se ferir? Qual o grau de risco? Quantas pessoas trabalham na máquina? Qual a frequência de exposição a esse risco? Cada item receberá uma nota, que, somadas, gerarão o HRN, ou seja, a grandeza do risco do equipamento/processo. Um HRN de 100, por exemplo, é considerado um risco grave. Ante esta taxa, o órgão fiscalizador já solicita que a empresa informe o que deve ser realizado para a diminuição do índice. “Inicialmente apontado o risco, já é preciso dar a solução”, diz.
A fiscalização, no entanto, segundo o
gerente de projetos, já foi sentida como mais dura pelas empresas que contratam os serviços da Arteseg. Baseando-se em sua experiência, Silva afirma que, a partir de 2013, os fiscais partiram a campo cobrando o cumprimento da norma com muito rigor, chegando até, em determinada ocasião, a parar a produção de uma planta industrial de uma grande empresa multinacional para analisar as máquinas. Atualmente, porém, neste momento de crise no país, o trabalho dos órgãos fiscalizadores está mais consciencioso, de acordo com o engenheiro eletricista. Mesmo se a empresa não se adequar rapidamente, mas estiver seguindo de maneira correta o cronograma de trabalhado apresentado para adequação
57
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
das máquinas e equipamentos, os fiscais do
Anexo XII da NR 12, Engº Hélio Domingos R.
utilizados no Brasil eram importados de lá –
Ministério do Trabalho enxergarão isso com
Carvalho, o Anexo XII foi gerado e elaborado
sempre possuíram sistema de nivelamento.
“bons olhos”. Neste sentido, de acordo com
com o objetivo de estabelecer um patamar
Depois, começaram a surgir algumas cestas
Silva, os agentes fiscalizadores verificarão
tecnológico
e
aéreas fabricadas no Brasil com nivelamento
principalmente se foram adequados, em
utilização de cestas aéreas, cestos acoplados
por gravidade, que é muito mais inseguro.
primeiro,
em guindastes e cestos suspensos, tendo em
O Anexo XII veio corrigir algumas dessas
lugar
os
equipamentos
que
mínimo
para
construção
vista a existência de equipamentos inseguros
distorções, oferecendo a padronização de
e a utilização de adaptações improvisadas
itens de segurança.
e até bizarras. Carvalho destaca que um
dos principais motivos, no entanto, foi o
suspensos, Carvalho explica que só pode ser
cesto acoplado em guindastes, usualmente
feita em situações excepcionais, quando não
empregado de maneira irregular.
houver realmente a possibilidade de emprego
O especialista da Cemig explica que o
de equipamentos como cestas aéreas ou
e equipamentos normalmente necessitam de
guindaste tem como função principal elevar
guindastes com cestos acoplados ou ainda
eletricidade para funcionar. Contudo, há uma
cargas, foi desenvolvido para isso, mas que
de uma Plataforma de Trabalho Aéreo
parte da norma que se relaciona de forma
as empresas passaram ao longo do tempo a
(PTA). Para o emprego do cesto suspenso, é
mais direta com o setor: trata-se do Anexo XII,
utilizá-lo também para elevar pessoas, usando
preciso que a inviabilidade técnica dos outros
publicado em dezembro de 2011 pelo MTE,
cestos acoplados. “Não existia nenhuma
equipamentos seja comprovada por laudo
que dispõe sobre equipamentos de guindar
normalização permitindo o uso destes cestos,
técnico elaborado por profissional legalmente
para elevação de pessoas e realização de
então, cada empresa fazia do jeito que
habilitado e mediante emissão de respectiva
trabalho em altura. O anexo traz dezenas de
achava melhor. Começou a virar uma prática
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
exigências de requisitos técnicos e de gestão
de mercado sem nenhuma regulamentação,
para fabricação e utilização de equipamentos
gerando muitas soluções, algumas muito
precária dos equipamentos antes da nova
tipo cestas aéreas e cestos acoplados em
inseguras”, diz. Assim, o MTE resolveu
regulamentação,
guindautos/guindastes e cestos suspensos,
regulamentar e aproveitou para incluir cestos
a cestos suspensos e acoplados. Entre as
apresentam um risco mais alto ao usuário.
Equipamentos de guindar para elevação de pessoas
A área elétrica permeia a NR 12 como
um todo, isto é inegável, já que as máquinas
No que se refere à utilização de cestos
O
coordenador
reitera
a
principalmente
situação relativa
que são amplamente utilizados em todo país,
aéreos e cestos suspensos nesta norma.
mudanças apresentadas pelo Anexo XII,
com mais intensidade pelas concessionárias
A situação dos cestos aéreos não era tão
Carvalho destaca: a obrigatoriedade de
de energia elétrica e suas contratadas,
grave, conforme relata o coordenador de
sistema de nivelamento ativo e automático; a
nas atividades de construção, operação e
Engenharia de Ferramentas e Equipamentos
padronização da caçamba na qual o operador
manutenção das redes de energia elétrica.
da
coisas
fica alojado; e a obrigatoriedade do comando
Cemig,
mas
havia
algumas
Segundo o coordenador da Área de
inseguras. Por exemplo, os equipamentos
dentro da caçamba, já que, anteriormente,
Engenharia de Ferramentas e Equipamentos
de cestas aéreas que vinham dos Estados
se tratava de um cesto normal, em que o
da Cemig e membro do Grupo Técnico do
Unidos – historicamente, os equipamentos
trabalhador não possuía nenhum controle.
60
Aula prática
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
A influência do aquecimento na resistência elétrica de barramentos blindados parte 1
E
Por Luís Eduardo Caires, Hédio Tatizawa, Hélio Eiji Sueta e Silvio J. van Dijk*
ntre as muitas variáveis que influenciam o
determinados para estas condições de
e, assim, corrigir o valor da queda de tensão
valor da resistência elétrica de um barramento
carregamento e de temperatura. A partir
calculada, obtendo-se um valor mais próximo
blindado, encontra-se a temperatura atingida
destes valores, são calculadas as quedas
da realidade.
pelo condutor no equilíbrio térmico. Esta, por
de tensão de um sistema alimentado por
sua vez, é função da temperatura ambiente
barramento blindado.
na qual o barramento se encontra e do valor
da corrente elétrica ao qual o condutor é
para correntes inferiores ao ensaiado tende a
As normas relativas a barramentos
submetido.
diminuir o valor da resistência elétrica. Além
blindados, ABNT NBR IEC 60439-2 e IEC
Os ensaios de elevação de temperatura
disso, nem sempre a temperatura ambiente
61439-6, nas quais estão definidos os
em barramentos blindados são realizados
na qual o sistema será instalado condiz com
procedimentos
para a corrente nominal informada pelo
a temperatura observada no momento do
expressões
fabricante, a uma temperatura ambiente
ensaio.
efetuar as correções da resistência em
dependente
das
condições
climáticas
Fundamentos teóricos
A utilização de um barramento blindado
de
ensaio,
matemáticas
que
apresentam permitem
Em função dessas variáveis, passa a
função das temperaturas e dos valores
observadas no momento do ensaio. Os
ser importante a adequação do valor da
obtidos no ensaio, no equilíbrio térmico.
dados de resistência elétrica obtidos são
resistência elétrica às condições de instalação
Essas expressões podem ser utilizadas, em
61
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
A variação da resistência elétrica com
a temperatura é frequentemente utilizada para medir mudanças de temperatura.
No caso da aplicação em ensaios de
barramentos, a norma IEC 61439-6 isola a resistência Rt2 que passa a ser chamada de Rθ. A temperatura ambiente de referência é 20 °C, posto que a resistividade dos materiais Figura 1 – Variação da resistência com a temperatura.
normalizados
é
determinada
para essa temperatura. Dessa forma, Rt1 é equivalente à R20 da norma.
princípio, para calcular a queda de tensão
mas –T0 °C é a temperatura na qual a
A forma encontrada na norma para
corrigida em função da carga na linha
resistência seria zero se a taxa de decaimento
descrever a reta da variação da resistência
pré-fabricada em diferentes temperaturas
entre 100 °C e 0 °C fosse mantida constante
com a temperatura é do tipo Y=α.X+β, com
ambiente, porém, somente na condição de
em todas as temperaturas. Por similaridade
α e β sendo os coeficientes angular e linear.
corrente nominal. No entanto, para correntes
de triângulos da figura anterior, tem-se:
Utilizando-se do gráfico da Figura 1
diferentes da nominal, é preciso conhecer a
e fazendo-se as devidas adequações da
temperatura de estabilização do condutor
nomenclatura, pode-se equacionar a reta,
em função da corrente aplicada e isso é
cuja equação passa a ser:
função das características de dissipação da
montagem do barramento.
quaisquer em graus centígrados [°C], e Rt1
Em que t1 e t2 são duas temperaturas
De uma forma geral, a resistência elétrica
e Rt2 as respectivas resistências. Portanto,
de um material muda com sua temperatura.
se a resistência Rt1 for conhecida na
Para todos os metais puros, a resistência
temperatura t1, a resistência Rt2 pode ser
aumenta com a temperatura. Se a resistência
calculada para qualquer outra temperatura
de qualquer metal puro for traçada em função
t2, por meio da expressão anterior, desde
da temperatura, observa-se que, na faixa de
que se conheça o valor de T0 para um
0 °C a 100 °C, o gráfico é praticamente uma
determinado material. Para o cobre T0 =
linha reta, como exibido na Figura 1.
234,5 °C e para o alumínio T0 = 236,4 °C.
Se uma linha reta for traçada, esta cortará
Para temperaturas muito altas ou muito
Em que o coeficiente α é dado pela
expressão:
Dessa forma, como os valores para T0
são
conhecidos,
pode-se
calcular
α para o cobre e para o alumínio, cujos valores são 0,003929273 e 0,003900156,
o eixo da temperatura no valor –T0 °C. Isso
baixas, fora da faixa de 0 °C a 100 °C, a
respectivamente.
não significa que a resistência elétrica do
precisão dada pela utilização da expressão
[1] passa a ficar comprometida.
diretamente àquela encontrada na norma,
material seja realmente zero neste ponto,
A
expressão
[2]
não
corresponde
62
Aula prática
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
em que a temperatura θ aparece em função
cortar os termos envolvendo o coeficiente α.
da temperatura ambiente θa, registrada no
Se a resistência térmica se mantivesse
momento do ensaio, somada à elevação
constante, os termos RTH poderiam ser
de temperatura Δθ (θ = θa + Δθ). Assim, a
simplificados. Para se chegar a valores
expressão [2] pode ser reescrita da seguinte
precisos
forma:
necessário
da
relação
estudar
o
RTH1/RTH
faz-se
comportamento
térmico do barramento.
O coeficiente α
adotado na norma
assume o valor 0,004:
O estudo teórico envolveria a melhor
elaboração
do
modelo
e
consumiria
muito tempo para análise e validação dos parâmetros, pois, não dispensa a
Esse valor genérico pode ser utilizado
para os dois materiais (cobre e alumínio), segundo a aplicação da norma.
A potência dissipada pelo barramento
pode ser calculada em função do quadrado do valor da corrente multiplicado pelo valor da resistência correspondente.
confirmação empírica.
O estudo empírico da dissipação
dos barramentos demandaria um tempo considerável de laboratório para os testes das diversas configurações que podem ser encontradas no mercado. Dessa forma, para uma primeira aproximação mais bem dirigida, buscou-se na literatura estudos que fossem aplicáveis, a fim de adiantar o
Os resultados são válidos para o
processo.
valor da resistência correspondente à
corrente aplicada, na temperatura de
(http://www.cda.org.uk/megab2/ elecapps/
estabilização, determinando uma elevação
pub22/sec3. htm) traz a seguinte expressão
da temperatura Δθ.
simplificada:
Um
texto
encontrado
na
Internet
O calor gerado pela energia elétrica no
processo é dissipado na forma de um fluxo energético. Para efeitos práticos pode-se
empregar a seguinte expressão:
confirmação da sua validade, pois foi obtido
Esse modelo simples e útil carece da
da literatura assim como está, ao contrário das expressões [1] a [8], deduzidas de um Em que Δθ é a elevação de temperatura
modelo mais básico. Tem-se, portanto,
e RTH é a resistência térmica do objeto que
de um lado, um modelo melhor definido
mantém a diferença de temperaturas entre
teoricamente, mas que carece da definição
o ponto mais quente e o ambiente, ou seja,
dos parâmetros de dissipação e, de outro,
dificulta o fluxo de calor do ponto mais
um modelo, possivelmente empírico, no
quente para o mais frio.
qual a influência desses parâmetros já foi
equacionada, tendo como produto final
Analisando-se a relação entre duas
situações, na qual, em uma situação
uma expressão simples, mas que carece de
específica, um barramento blindado é
determinação precisa de sua origem.
submetido a uma corrente I1 e as respectivas
resistências elétrica e térmica, R1 e RTH1,
É necessário determinar empiricamente
qual a melhor expressão matemática para
determinam uma elevação de temperatura
explicar o comportamento térmico do objeto
Δθ1 e a situação genérica, chega-se ao
testado. Para isso, seria necessário executar
seguinte equacionamento:
ensaios em diversos níveis de corrente a fim de se obter a melhor aproximação.
Do ponto de vista prático, isso seria
complicado, visto que o ensaio prescrito
Caso a temperatura se eleve dentro de
pelas normas somente é executado na
certos limites e a variação da resistência
condição nominal.
elétrica seja pequena de modo a poder
Embora cada fabricante possa realizar
63
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
testes em outros níveis de corrente a
de estabilização em função do nível de
no qual o barramento blindado encontra-se
fim de obter o modelo matemático para
corrente aplicada.
instalado.
seu produto, isso consumiria um tempo
considerável em laboratório e os resultados
em mais de um modelo de barramento com
seriam restritos devido ao segredo industrial.
o propósito de se ampliar o universo de
resistência, dada em mΩ/m, pode ser
É fundamental o acesso a um laboratório de
aplicação.
aplicada a seguinte equação:
Além disso, é importante a verificação
ensaio capaz de realizar essas medições.
e práticos para a variação da temperatura,
Independentemente
da
aproximação
Para se calcular a queda de tensão,
em mV, relacionada ao valor da nova
Uma vez verificados os valores teóricos
adotada, pode-se inferir, a partir da ideia de
podem-se
variação da resistência térmica, que há uma
correção do valor da resistência elétrica do
utilizar
os
resultados
na
dinâmica na dissipação de potência, ou seja,
barramento blindado, quando submetido
determinado pela soma das características
ela não permanece constante, levando-se à
a carregamentos parciais. Para isso, é
da carga do sistema e do barramento
necessidade de estudar melhor esse processo
necessário aplicar a correção do valor da
blindado. Nos ensaios de laboratório,
Em que cosϕ é o fator de potência
para se obter melhores resultados em função
elevação de temperatura (Δθ) na equação [5]
em que não há uma carga específica, o
da configuração do objeto testado.
para a nova corrente de referência:
fator de potência é determinado somente
pelas
Para se alcançar os objetivos em tempo
características
do
barramento
blindado. Nestes casos, como o valor
hábil, pode-se partir da consideração de que a expressão [9] é uma boa aproximação
da reatância indutiva X é constante e
para os propósitos iniciais. Objetivamente, a
o valor da resistência varia em função
validade dessa premissa precisa ser provada
Em que a elevação de temperatura Δθ e
do carregamento, o fator de potência é
empiricamente. A maneira mais simples
a corrente I são valores nominais, extraídos
diferente para cada situação analisada e
de se verificar a validade da expressão no
do relatório de ensaio; I1 é a corrente para
o mesmo deve ser corrigido para efeito
laboratório é realizar um grupo de ensaios
a qual se deseja calcular o novo valor de
de comparação com os valores obtidos
para acompanhar a variação da temperatura
resistência R1; e θa a temperatura ambiente
na prática. Isso pode ser feito através da
64
Aula prática
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
utilização da equação 12, em que o valor
O presente estudo pode vir a sugerir
da resistência deve ser atualizado:
melhorias para a realização dos ensaios de elevação de temperatura em laboratório, complementando o procedimento descrito nas normas ABNT NBR IEC 60439-2 e IEC 61439-6.
Objetivos Objetos ensaiados
A aplicação final deste estudo visa
determinar o comportamento térmico dos
barramentos a fim de utilizar esse parâmetro
ramentos blindados:
Foram ensaiados os seguintes bar
no cálculo do valor da resistência elétrica desses elementos e a queda de tensão
1 - Barra colada, In 2500A, IP55, 1 condutor
associada. Além disso, o modelo proposto
por fase;
tem por premissa ser o mais abrangente
2 - Barra distanciada, In 2000A, IP31, 2
possível, com elevado grau de precisão,
condutores por fase;
evitando expor informações críticas e sigilosas
3 - Barra distanciada, In 1000A, IP31, 1
de projetos dos fabricantes.
condutor por fase;
A
metodologia
a
ser
abordada
é
4 - Barra distanciada, In 630A, IP54, 1
fundamental para a padronização de um
condutor por fase;
equacionamento matemático que seja válido
5 - Barra distanciada, In 700A, IP31, 1
e equitativo para os fabricantes, permitindo
condutor por fase;
obter
6 - Barra distanciada, In 500A, IP54, 1
resultados
confiáveis,
reduzindo
custos associados à aplicação em projetos
condutor por fase.
de instalação e a aprovação destes junto às concessionárias.
Metodologia
Para tanto, é necessário realizar medições
da resistência, reatância indutiva e impedância
Os sistemas de barramento blindado
de barramentos blindados das versões barra
utilizados nos ensaios foram formados por,
colada e barra distanciada, no equilíbrio
pelo menos, dois elementos retos e dois
térmico, quando submetidos a ensaios de
elementos de junção e submetidos ao ensaio
elevação de temperatura, para diversos
de elevação de temperatura nas condições
valores de carregamento, variando de frações
determinadas pela IEC 61439-1/6 para valores
de corrente até a nominal.
diferentes de corrente.
A cada etapa deve ser medido o valor
Foram realizadas as seguintes medições:
da resistência RDC a frio e na temperatura de estabilização. Os valores encontrados,
- Temperatura do condutor em diferentes
tanto da resistência quanto da temperatura
pontos;
de estabilização para as respectivas correntes
- Temperatura do invólucro em diferentes
aplicadas, devem ser confrontados com o
pontos;
estudo teórico e verificada a viabilidade de se
- Temperatura das junções;
aplicar a correção do valor da resistência em
- Temperatura ambiente em dois pontos
função do carregamento.
distintos;
- Corrente no equilíbrio térmico;
Por fim, usar esta correção e, aliado ao
fator da temperatura ambiente, aplicar os
- Parâmetros para determinação das
resultados no equacionamento para o cálculo
características do condutor;
de queda de tensão [11] em que estas variáveis
- Queda de tensão englobando dois
são levadas em consideração, utilizando-se os
elementos retos e duas junções;
valores nominais extraídos dos relatórios de
- Medição da resistência elétrica (corrente
ensaio. Comparar os valores calculados com
contínua) RDC na temperatura ambiente
os valores da queda de tensão medidos na
inicial e na temperatura estabilizada do
prática.
barramento, ao final da etapa.
66
Aula prática
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
As imagens a seguir ilustram as montagens dos ensaios realizados no laboratório:
Figura 2 – Vista geral da montagem do modelo barra colada.
Figura 3 – Vista geral da montagem do modelo barra distanciada.
Foram colocados sensores de temperatura (termopares) em pontos específicos, conforme
ilustram as Figuras 4 e 5:
Figura 4 – Detalhe dos pontos de medição de temperatura no teste do modelo barra colada.
Figura 5 – Detalhe dos pontos de medição de temperatura no teste do modelo barra distanciada.
Agradecimentos a Marcus Eduardo Piffer Amaral, do IEE/USP; a Francisco H. Kameyama, do IEE/ USP; e a Márcio Almeida da Silva, da AES Eletropaulo. *Luis Eduardo Caires é engenheiro, com mestrado em engenharia elétrica e supervisor do Serviço Técnico de Altas Potências do IEE/USP; Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e chefe da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do IEE/USP; Hédio Tatizawa é doutor em Engenharia Elétrica e professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP; Silvio J. van Dijk é engenheiro eletricista, gerente industrial e de projetos da Holec Barras. Colaborador: Roberto Barrotte, da Barrotte Ortega e Cia Ltda (BOR). Continua na Próxima edição
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 1 - Edição 4 / Agosto de 2016
Os primeiros 10 GW
Em entrevista exclusiva, presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, fala sobre as conquistas da energia eólica no país e os desafios para que a fonte dobre a sua capacidade instalada até 2020
Proteção
Como proteger um sistema de geração fotovoltaico contra descargas atmosféricas *Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO
Eólica
68
Artigo
Parques eólicos registram maior grau de eficiência no Rio Grande do Norte
Os parques eólicos Eurus II e Renascença alcançaram, em junho deste ano, 61% do fator de capacidade, o maior do Estado Atlantic atingiu 61%, o mais
contratos e licenciamentos
são mais intensos, resultando
foi destaque para dois projetos
alto do Estado. Nos últimos 12
de projetos da empresa. Ele
em maior produção de energia
eólicos da Atlantic Energias
meses um fator de capacidade
explica que outra condição que
elétrica dos parques eólicos.
Renováveis que operam no Rio
de 55,2% foi registrado, 9,7%
afeta diretamente o fator de
Em períodos mais úmidos, a
Grande do Norte: Eurus II, no
acima do previsto.
capacidade de um projeto é o
produção é menor, pois não há
município de João Câmara, e
regime dos ventos, que muda de
muita incidência de ventos.
Renascença V, em Parazinho.
a relação da energia elétrica
acordo com as estações do ano.
De acordo com dados do
produzida com a energia elétrica
“Chamamos de sazonalidade a
entraram em operação em
Boletim Mensal de Geração
nominal, ou seja, um índice que
forma que a produção do projeto
janeiro de 2015 e somam
Eólica (junho/2016), organizados
indica o grau de eficiência do
varia ao longo do ano”, diz.
60 megawatts de potência
pelo Operador Nacional do
parque eólico”, ressalta Eduardo
instalada, suficiente para
Sistema Elétrico (ONS), o fator
Dias, Coordenador Regulatório
segundo semestre é um período
abastecer cerca de 20 mil
de capacidade do conjunto da
da Atlantic, responsável por
mais seco e, por isso, os ventos
residências.
O mês de junho de 2016
“O fator de capacidade é
No Rio Grande do Norte, o
Eurus II e Renascença V
Usinas eólicas e seus impactos
Energia produzida a partir da força dos ventos é limpa e renovável; mas, para também ser sustentável, os aerogeradores não podem se sobrepor a áreas de alta relevância ecológica, especialmente unidades de conservação e rotas de aves migratórias ambiental é tão grande quanto
de Conservação (UC) Federal.
da força dos ventos ganha força
pesquisadora da Universidade de
a potência dos ventos que
no Brasil e no mundo, sendo uma
Passo Fundo (UPF), do Projeto
sopram na área, fazendo com
de Vida Silvestre dos Campos de
importante alternativa para reduzir
Charão e membro da RECN, a
que ambientalistas e empresas
Palmas, localizado nos municípios
o uso das fontes energéticas
energia eólica representa um avanço
de energias alternativas dividam
de Palmas e General Carneiro.
tradicionais baseadas na queima dos
em temos de sustentabilidade,
opiniões. Em Santa Catarina, o
Criado em 2006 para a proteção
combustíveis fósseis – que emitem
mas, para que seja ambientalmente
mesmo aconteceu nas cidades
integral da fauna e da flora local,
gases de efeito estufa na atmosfera
correta, deve ser bem planejada.
de Urupema e Urubici, onde há
abriga mais de 200 espécies de
e contribuem para a intensificação
“É evidente que necessitamos de
grande incidência do papagaio-
aves, o que é considerado uma
da mudança global do clima. No
opções energéticas com fontes
charão (Amazona pretrei) e do
alta diversidade. “A instalação de
entanto, o fato de ser uma fonte
renováveis, mas é imprescindível
papagaio-do-peito-roxo (Amazona
usinas eólicas na região seria um
de energia limpa e renovável não
posicionar as usinas eólicas em locais
vinacea), espécies ameaçadas de
impacto direto para essa espécie,
significa que o impacto ambiental da
onde seu impacto seja mínimo”,
extinção e cujas rotas migratórias
que requer muita atenção e
eólica seja nulo.
defende. Ela complementa:
coincidem com locais propostos
cuidados”, argumenta a bióloga
“Do contrário, haverá danos
inicialmente para a instalação de
Nêmora. “A escolha do local de
executivo do Observatório do
injustificáveis; e o prejuízo é ainda
parques eólicos.
implantação de usinas eólicas
Clima e membro da Rede de
maior quando os parques eólicos
O Estado do Paraná, por
pode e deve ser bem planejada,
Especialistas em Conservação
estão perto de locais de pouso ou
exemplo, abriga um parque eólico
de forma aproveitar ao máximo
da Natureza (RECN), Carlos
repouso de aves migratórias que
composto por cinco geradores
o potencial dos ventos, mas sem
Rittl, energia limpa não é
voam em grupos compactos”.
de 25 metros cada um. Agora,
prejudicar áreas reconhecidamente
necessariamente sinônimo de
um consórcio privado planeja
importantes para a conservação da
energia sustentável. “Qualquer
corrobora questionamentos sobre
aumentar o potencial energético
natureza”, afirma.
empreendimento que gere
propostas de implantação de
paranaense com a instalação de
impactos deve ser avaliado de
parques eólicos em áreas que se
três novos parques eólicos na
Palmas aguarda a determinação
forma adequada e eficiente. Só
sobrepõem a regiões brasileiras
região de Palmas, na divisa com
das competências pelo
pode ser considerado sustentável
de alta relevância ecológica. Por
Santa Catarina. O problema é que
licenciamento ambiental, que deve
se houver mitigação de impactos
exemplo, na região conhecida
o local planejado para uma dessas
ser realizado pelo Ibama, após
associada à compensação do que
como Boqueirão da Onça, no
construções – o parque eólico
ouvido o Instituto Chico Mendes
não se pode evitar”, analisa.
sertão nordestino, a diversidade
Água Santa – fica em uma Unidade
de Biodiversidade (ICMBio).
A energia produzida a partir
Na opinião do secretário
Para Nêmora Prestes,
O alerta de Carlos e Nêmora
A UC em questão é o Refúgio
O empreendimento em
Artigo
Eólica
Grupo Nordex instala 66 MW em parque eólico no Brasil Serão 22 turbinas fornecidas para o parque Ventos da Bahia a partir do terceiro trimestre deste ano
O Grupo Nordex deverá
instalar, ainda neste ano, 22 turbinas eólicas no parque Ventos da Bahia, desenvolvido pela Sowitec. A negociação foi feita ainda pela Acciona Windpower, antes da fusão com a Nordex. O projeto foi registrado como uma proposta firme em junho de 2016 e considerado no relatório do primeiro semestre do ano.
Localizado na Bahia, o parque
receberá dez turbinas modelo AW125/3000, com torres de 120 metros em concreto e doze torres
total, o parque terá capacidade
produção no Brasil: duas fábricas
a "Ventos da Bahia I", serão
com 100 metros também em
instalada de 66 MW.
de torres em concreto e uma de
construídos outros nove parques
concreto. A produção das torres e
fabricação de naceles. A sede
eólicos no Brasil com uma
a entrega das turbinas começará
Windpower, o Grupo Nordex
da empresa está localizada em
capacidade total de 1,185 MW
no final do terceiro trimestre. No
opera três unidades de
São Paulo. Depois de finalizada
de energia renovável.
Após fusão com a Acciona
69
70
Eólica
Entrevista
Por Flávia Lima
A energia eólica é hoje a fonte de maior
competitividade no país, tendo em vista o seu preço atrativo e a ausência de investimentos em grandes projetos hidrelétricos atualmente. Nos últimos anos, cerca de 50% dos contratos oriundos dos leilões de energia foram provenientes da fonte eólica e a expectativa é de que os certames continuem favorecendo a energia dos ventos somados ao aumento da demanda em consequência da retomada do crescimento econômico.
O Brasil já é um dos maiores produtores
de energia eólica do mundo. De acordo com o relatório anual divulgado pelo Global World Energy Council (GWEC), a capacidade instalada brasileira de energia eólica tem apresentado crescimentos que se destacam na América Latina e também no ranking mundial da instituição. O 2015 Global Wind Market Report, divulgado em abril deste ano, mostrou que, em 2015, foram adicionados 2,75 GW de energia eólica à produção do país, com novas 1.373 turbinas distribuídas em 111 parques eólicos, superando a marca dos 2,5 GW instalados em 2014.
No aspecto mundial, o documento afirma
que 2015 foi “um ano sem precedente para a indústria eólica, já que as instalações do ano passaram a marca de 60 GW pela primeira vez na história”. O último recorde havia sido em 2014, quando 51 GW foram instalados no
Os primeiros 10 GW
mundo todo.
A fonte eólica, que engatinhava em meados dos anos 2000, com uma capacidade instalada modesta de 27 MW, alcançou números surpreendentes na década seguinte. Práticas de fomento à fonte, especialmente a organização dos leilões de energia, além do desenvolvimento da tecnologia no país, permitiram o crescimento da sua participação na matriz elétrica nacional, que chega a 7,5% no final do mês de agosto de 2016 com a marca histórica de 10 GW de capacidade instalada.
quebrado por produzir 10% da demanda
O Brasil tem alguns dos melhores ventos
do mundo, três vezes superior à necessidade de eletricidade do país. No ano de 2015, o recorde de geração eólica do Brasil foi nacional de energia no dia 2 de novembro, evidenciando ótima performance operacional. Outra marca importante alcançada foi o registro de mais um recorde diário, quando o Sistema Interligado Nacional (SIN) computou a produção de 4.877 MWmédios no último dia 30 de junho. Nesse mesmo dia, a energia eólica na região Nordeste do Brasil registrava o maior valor do ano, com 4.606 MWmédios, sendo 353 MWmédios acima do recorde anterior, verificado um dia antes.
Entrevista
Eólica
71
Para se ter uma ideia, em 2015, foram investidos US$ 286 bilhões em energias renováveis no
mundo. As fontes que mais cresceram foram eólica – com acréscimo de 63 GW de energia eólica à capacidade de geração total – e solar – com incremento de 47 GW.
No Brasil, apenas a energia eólica, no ano passado, abasteceu uma população equivalente
a toda a região Sul do país, recebeu investimentos da ordem de R$ 20 bilhões e gerou 41 mil empregos.
Estas e outras informações foram ratificadas pela presidente executiva da Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, que, em entrevista exclusiva ao suplemento RENOVÁVEIS – Energias complementares, afirmou que a capacidade instalada eólica no país alcance 20 GW até o ano de 2020. Na ocasião da entrevista, a energia eólica batia os 9,9 GW com a segurança de chegar aos 10 GW até o final do mês de agosto de 2016, distribuídos em cerca de 400 parques eólicos pelo país.
Gostaria de começar a entrevista com uma
Assim como está acontecendo com a
boa notícia: já alcançamos os 10 GW de
fonte solar, a eólica, também no seu
capacidade instalada?
início, enfrentou problemas de preço,
especialmente, por conta dos equipamentos
Estamos, atualmente, perto de 9,9 GW de
capacidade instaladaem 399 parques eólicos,
importados. Qual o cenário atual? Já
mas devemos alcançar este número de 10 GW
contamos com uma indústria nacional
próximo ao final do mês, por volta do dia 29 ou
significativa de peças e componentes para
30 de agosto.
este mercado?
Na realidade, o contexto da energia eólica
Qual a estimativa mais realista da Abeeólica
é muito diferente do cenário vivido pela solar.
para os próximos anos?
O primeiro leilão de eólica ocorreu em 2009,
então, desde essa data, os fabricantes já se
De toda a energia que já foi contratada
por meio dos leilões até 2015, chegaremos a
preocuparam em produzir nacionalmente os
2019 com 18,5 GW de capacidade instalada.
equipamentos para atender à necessidade
Isto é real e está em contrato. Em se tratando
das usinas eólicas. Além disso, o índice de
de estimativa, devemos alcançar 20 GW em
nacionalização requerido para financiamento
2020. Temos um leilão ainda neste ano e outro
era de 60% e o dólar estava baixo, logo,
em 2019 e os resultados desses certames
se precisássemos, era possível comprar
podem muito bem superar esta estimativa.
equipamentos importados com mais tranquilidade. Hoje, a situação é outra. O BNDES
Existe crise para o setor eólico brasileiro?
exige 80% de nacionalidade dos equipamentos
e com o câmbio alto, a indústria nacional é mais
Ainda não existe crise para o setor eólico
porque este setor está vivendo as decisões
competitiva com relação à importação.
tomadas há três, quatro anos, e que estão sendo concretizadas agora. Neste ano de 2016,
Como fonte complementar, você acredita
já sentimos um pouco mais de dificuldades pelo
que a fonte eólica (com ajuda da solar)
resultado das decisões de 2015. Agora, o país já
pode substituir plenamente as térmicas em
está em processo de retomada, de recuperação
períodos de estiagem?
econômica, logo, poderemos passar pela crise
sem senti-la efetivamente.
continuar por um longo tempo e o conceito de
O conceito de complementaridade vai
Eólica
72
Entrevista
tão rápido. Ao longo do caminho, fomos
colocar os leilões em dia para atender aos
descobrindo questões importantes que nos
parques eólicos, isso porque, atualmente, é
proporcionaram esse crescimento tão acelerado
o projeto que, às vezes ainda fica no papel
e nos dão expectativa de mais crescimento
aguardando e não mais a construção em si.
ainda. Estamos falando em cinco, seis anos de rápida evolução para representarmos hoje
Tendo em vista o cenário econômico atual,
7,5% da matriz nacional com os 10 GW de
como você avalia o comportamento dos
capacidade instalada e a estimativa é de que
investidores nesse setor? As condições de
sejamos a segunda principal fonte do país a
financiamento são a principal dificuldade
partir de 2020 com os 20 GW.
ou o setor se esbarra também na falta de
confiança dos investidores?
Com o custo de produção muito
competitivo, a fonte eólica passou a ter o
maior potencial do Brasil. Enquanto a fonte
uma correção da expectativa desfavorável
hidrelétrica possui 260 GW, a eólica tem 500
que apresentávamos no começo do ano.
GW de potencial. Atualmente, o país tem 160
Se o país não cresce, logo, a demanda por
GW instalados, ou seja, temos, em potencial
energia também não cresce. Por este motivo,
eólico, três vezes, em média, a necessidade do
inclusive, é que a contratação deste ano será
Brasil.
menor do que a do ano passado, por conta do
alternativo nunca deveria ter sido usado, no
No caso da mini e microgeração, a fonte
cenário econômico. Com a portaria do leilão,
sentido de colocar uma coisa em detrimento de
solar destaca-se pela sua facilidade de ser
os investidores já mudaram de opinião e se
outra. As fontes renováveis têm um potencial
instalada sobre telhados, por exemplo. Com
mostram mais otimistas. Estamos trabalhando
muito grande de crescimento justamente
a eólica, é mais difícil ser autoprodutor.
para vender 2 GW neste ano no leilão. Além
porque os recursos hídricos estão se esgotando
Você acha que a eólica pode também crescer
disso, estive com o BNDES recentemente
e elas são altamente competitivas em relação
nesse ambiente?
e as políticas continuam as mesmas. O
às outras fontes. Mas elas não vão substituir,
banco continuará apoiando as empresas de
mas sim trabalhar em complementaridade.
grande especialmente para solar. O grande
energia porque entende que as renováveis são
potencial da energia eólica está em projetos
prioridades para o país.
A microgeração tem um potencial muito
Agora, com o leilão agendado, está havendo
Quais conquistas tributárias importantes
de grande porte, com grande escala. A solar
já foram alcançadas pelo setor? E qual
é mais competitiva na mini e microgeração.
Por fim, o setor eólico é um grande gerador
o trabalho da Abeeolica no sentido de
O vento ideal não é encontrado em qualquer
de empregos. Quais são os números
impulsionar a fonte?
lugar, diferente do sol, que pode ser encontrado
de empregos criados? E como anda a
em todo lugar. Mas isso não impede que, em
qualificação da mão de obra neste setor?
isenção de ICMS, PIS e Cofins para alguns casos,
algumas situações, você consiga fazer eólica de
não necessariamente para a eólica. O que ocorre
pequeno porte.
gera muito emprego. Considerando que a cada
O Brasil tem políticas industriais, como
A fonte eólica possui uma indústria que
1 GW são gerados 15 mil postos de trabalho
é que o setor tem buscado essas isenções, que já existem, também para a indústria eólica.
A transmissão chegou a ser um dos grandes
e nossa estimativa é instalar 2,5 GW por ano,
O conceito de regulação para a eólica é muito
obstáculos para o setor eólico. Como está
esses números correspondem a 40 mil novos
novo. A nossa competitividade não é resultado
essa situação hoje? Ainda existem parques
empregos a cada ano, desde a fabricação
de uma política específica porque ela, por si só,
eólicos sem conexão?
de equipamentos à instalação, operação e
é competitiva, sustentável e abundante. Não faz
manutenção. A capacitação é diferente em
sentido buscar subsídios o tempo todo.
ser desafio. A transmissão é bem mais lenta do
cada momento da cadeia. Tivemos alguma
que a construção dos parques e, por isso, desde
dificuldade com mão de obra no início, mas
A energia eólica cresceu muito rapidamente.
2013, os regulamentos foram refeitos de modo
à medida que foi se criando uma demanda, o
Você imaginava que esse avanço seria tão
que a transmissão fosse leiloada primeiro.
mercado foi se qualificando. Para isso, também
rápido?
Desses 10 GW, temos apenas 300 MW
foram estabelecidos convênios com entidades,
resultantes ainda desse modelo anterior. Hoje,
como o Senai, CTGAS-ER (no Rio Grande do
a transmissão é um desafio porque precisamos
Norte) e outras.
Tínhamos certeza do crescimento, mas
não imaginávamos que isso fosse acontecer
A transmissão já foi gargalo, agora passou a
Solar
74
notícias
Startup curitibana oferece energia solar por assinatura O serviço já está disponível na capital paranaense, com planos a partir de R$ 19,90, e em breve estará disponível em outras regiões do país
da fatura.
energia solar doméstica no
captar recursos e atender todo
Nacional de Energia Elétrica
Uma das alternativas
Brasil, que gera, em média,
o Brasil. Para Reinaldo Cardoso,
(Aneel) garante a possibilidade
mais viáveis é a geração
uma economia de R$ 40,00
um dos fundadores da startup,
de micro e minigeração
de energia por meio de
por mês na conta de luz. Ao
a tecnologia tem um grande
doméstica de energia por meio
painéis solares fotovoltaicos
invés de vender e instalar os
potencial de expansão. “De
da resolução normativa nº 482.
instalados nos telhados das
equipamentos, eles optaram
acordo com a Aneel, até 2024
Ou seja, ela permite que o
residências. Embora o retorno
pela comercialização do
teremos mais 1,2 milhões de
consumidor instale pequenos
seja garantido, os custos
serviço e adotaram um
sistemas fotovoltaicos instalados
geradores, tais como painéis
para compra e instalação dos
sistema similar aos planos de
em telhados por todo o Brasil.
solares ou microturbinas
mecanismos ainda são altos.
TV por assinatura, no qual o
Temos certeza de que os
eólicas, em suas residências ou
Este impasse foi o estímulo
equipamento fica na casa do
brasileiros irão abraçar essa
comércio. Considerando que
encontrado pela startup
cliente em comodato, com
causa assim que conhecerem o
no atual sistema de energia
curitibana Renova Green para
planos comerciais e residenciais
nosso sistema”, detalha.
elétrica os consumidores são
criar o seu recém-lançado
a partir de R$ 19,90 (taxa de
totalmente dependentes
modelo de negócio.
instalação: R$ 199,00).
do projeto, em um país que,
apesar de possuir um dos
Desde 2012, a Agência
Inspirados pelo case
Apoiados pela aceleradora
Segundo o idealizador
das distribuidoras locais,
que são as responsáveis por
de sucesso da empresa
ISAE Business, programa
maiores potenciais de energia
todo o processo de compra e
norte americana Solar City,
do Instituto Superior de
solar do planeta, gera quase
instalação, a oportunidade de
maior instaladora de painéis
Administração e Economia
toda sua eletricidade por
gerar sua própria eletricidade
fotovoltaicos dos Estados
(ISAE), de Curitiba, a empresa
meio das usinas hidrelétricas,
pode significar uma
Unidos, a startup decidiu
pretende se firmar no mercado
a iniciativa representa uma
considerável redução no valor
operacionalizar a geração de
local para posteriormente
transformação no setor.
Solar
notícias
Phoenix Contact promove encontro sobre energia solar Consultor internacional da companhia falou a um grupo seleto de profissionais e colaboradores da empresa sobre conceitos e novas soluções para aplicação no mercado solar fotovoltaico A Phoenix Contact reuniu clientes e fornecedores, no último dia 28 de junho, para apresentar suas soluções de monitoramento e proteção para o mercado solar fotovoltaico, setor em franca expansão no Brasil e no mundo. Para isso, a empresa trouxe para o país o consultor da empresa na Alemanha, Torsten Sieker, que falou sobre o mercado de modo geral e apresentou a linha de produtos da Phoenix Contact para os presentes. De uma forma bem clara, o especialista apresentou a cadeia completa deste setor e mostrou caminhos para atuação neste mercado. A empresa pode auxiliar as empresas de engenharia em projetos, na especificação e definição de uma plataforma de
monitoramento e aquisição de dados. Já os instaladores puderam observar a praticidade de trabalhar com esses novos produtos e a eficiência que pode ser gerada nas instalações em campo. O consultor Torsten Sieker aproveitou a visita ainda para treinar toda a equipe de engenharia da Phoenix Contact do Brasil. Entre os produtos da empresa para o mercado solar, destacam-se as string boxes, caixas de poliéster que contam com o conceito de montar e ligar, ou seja, o cliente fará, unicamente, a conexão de dois cabos de força, um cabo terra e um cabo de rede, na parte interna. Todas as demais conexões já estão prontas pelo lado externo da caixa, o que resulta em redução de tempo de montagem
Consultor da Phoenix Contact Alemanha apresentou as novidades da empresa para a indústria solar.
no campo e em qualidade das conexões internas do painel. A Phoenix Contact entende que a energia solar fotovoltaica é uma realidade e terá sua base muito ampliada, seja por políticas governamentais, seja por pressão
do aumento da demanda. Com a implantação de fabricantes locais de insumos para este mercado, ela se torna, a cada dia, mais competitiva e é, com certeza, uma tendência positiva para o futuro.
75
Solar
76
Artigo
Por Wagner Barbosa*
Proteção contra descargas atmosféricas em sistema de geração fotovoltaico Sistema de pequeno porte
A Figura 1 mostra o arranjo básico de um sistema de geração solar
queima e danos, protegendo, assim, o investimento realizado no sistema
fotovoltaico de pequeno porte interligado na rede de distribuição de
fotovoltaico.
energia elétrica.
Como solução, faz-se necessária a utilização de protetores contra
surtos elétricos (DPS) apropriados para mitigação desses riscos de
A seleção e a instalação de DPS em sistemas fotovoltaicos
dependerão de vários fatores, conforme a seguir: • Densidade de descargas para a terra – NG (raios/km2/ano) do local; • Características do sistema de energia de baixa tensão (por exemplo, linhas aéreas ou subterrâneas) e do equipamento a ser protegido; • Suportabilidade dos equipamentos frente a sobretensões; • Se o painel fotovoltaico precisa ser protegido contra descargas diretas.
Do ponto de vista da suportabilidade dos equipamentos instalados
nas linhas de corrente contínua, os DPSs devem possuir nível de proteção inferior à suportabilidade dos equipamentos.
A Tabela 1 mostra os valores de suportabilidade a tensões
impulsivas para equipamentos que compõem o sistema de geração Figura 1 – Esquema de geração fotovoltaica grid tie.
Os sistemas fotovoltaicos estão diretamente expostos a surtos
provocados por descargas atmosféricas ou por chaveamento nas linhas de energia. Estes surtos podem reduzir a vida útil, ou até mesmo danificar os módulos fotovoltaicos e os inversores, situações que certamente terão impacto nos custos de manutenção e consequente aumento do tempo de amortização.
Várias ocorrências podem causar sobretensões em um sistema
fotovoltaico, conforme: • Descarga direta no SPDA externo da instalação; • Descargas próximas à instalação; • Descargas diretas ou próximas à rede de distribuição de energia da concessionária de energia; • Sobretensões oriundas da rede de distribuição de energia em função de faltas, chaveamentos (operações de comutação).
fotovoltaica, em que Uoc max representa a máxima tensão do sistema fotovoltaico em corrente contínua e Uw representa a suportabilidade dos equipamentos a sobretensões impulsivas. Tabela 1 – Suportabilidade a tensões impulsivas de equipamentos que compõem o sistema de geração fotovoltaica
Artigo
Solar
Proteção contra descargas atmosféricas indiretas
A localização e o tipo dos DPS, no caso de indução provocada por
descargas atmosféricas próximas, devem ser conforme mostra a Figura 2
Figura 2 – Diagrama esquemático da localização dos DPS.
O DPS 2, mostrado na Figura 2, não será necessário se a distância
entre o quadro de destruição de circuitos e o inversor for menor do que 10 m. O DPS 4 não será necessário se a distância entre o inversor
Figura 4 – Localização do DPS no caso de descarga direta e painéis isolados do para-raios.
e o painel fotovoltaico for menor do que 10 m (Figura 3) e o nível de proteção Up do DPS1 menor ou igual a 0,8Uw, se a tensão impulsiva suportável pelo painel ou se o nível de proteção do DPS 1 for menor ou igual a 0,5Uw, conforme mostra a Tabela 1. As distâncias L1 e L2 devem ter comprimento total menor que 0,5 m.
Figura 5 – Diagrama esquemático localização dos DPSs.
Figura 3 – Esquema de conexão de DPS.
Instalação de painéis fotovoltaicos em estrutura com SPDA externo conectado aos painéis fotovoltaicos
Proteção contra descargas diretas
quanto os de corrente contínua, estarão em paralelo com os condutores de
Duas situações serão analisadas, arranjos onde o SPDA é isolado do sistema
fotovoltaica e arranjos onde o SPDA é interligado no sistema fotovoltaico.
Nesta situação, os condutores de alimentação, tanto em corrente alternada
aterramento, portanto, sujeitos a receber uma parcela da corrente de descarga.
Instalação de painéis fotovoltaicos em edificação com SPDA externo isolado do sistema fotovoltaico.
Mesmo com a separação entre o sistema de captação e o sistema de
geração fotovoltaica, uma parcela da corrente do raio será distribuída via linhas de alimentação elétrica. Neste caso, deve-se utilizar DPS classe I, ou seja, com capacidade para drenar uma parcela da corrente do raio, conforme mostra a Figura 5, DPS 3.
O DPS 2 não será necessário se o inversor estiver localizado junto ao
quadro de distribuição de circuitos, conectado à mesma barra de terra do quadro, com comprimento de cabo menor que 0,5 m. O DPS 4 não será necessário se a distância entre o inversor e o painel fotovoltaico for menor do que 10 m e o nível de proteção Up do DPS1 menor ou igual a 0,8Uw, tensão impulsiva suportável pelo painel ou se o nível de proteção Up do DPS 1 for menor ou igual a 0,5Uw, conforme Tabela 1.
Figura 6 – Localização do DPS.
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Solar
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A parcela da corrente que será drenada via DPS dependerá:
Artigo Tabela 2 - Valores estimados de In e Iimp para DPS tipo limitador de tensão para instalação na linha de corrente contínua
- Do nível de proteção do sistema de proteção de descargas atmosféricas, conforme estabelecido na ABNT NBR 5419; - Da resistência de aterramento; - Do número de condutores de descida do para raios; - Da distância entre os painéis e o inversor e barra de aterramento local; - Da impedância do DPS (curto-circuitante ou limitador de tensão).
A Figura 7 mostra um exemplo de distribuição de corrente em
instalação com duas descidas.
Como os condutores estarão em paralelo com os condutores de
aterramento, os DPS devem ser classe I, conforme mostra a Figura 8.
Figura 8 – Diagrama esquemático localização dos DPSs.
O DPS 2 não será necessário se o inversor estiver localizado
Figura 7 – Diagrama esquemático da instalação do DPS.
junto ao quadro de distribuição de circuitos, conectado à mesma
Em que:
que 0,5 m. O DPS 4 deve ser instalado o mais próximo possível do
Z A1 ...ZA2: Impedância dos condutores de descida;
painel fotovoltaico.
ZPE: Impedância da ligação equipotencial; TAL: Barra de equipotencialização local;
barra de terra do quadro, com comprimento total de cabo menor
Planta de geração fotovoltaica de grande porte
Z 1...Z2: Impedância dos condutores em corrente contínua; I 1..I2: corrente de descarga na linha de corrente contínua drenada
pelos DPS – 1,2;
múltiplos aterramentos e malhas (mesh), reduzindo os valores
I Total: corrente de descarga total drenada pelo pelo DPS 3;
da corrente de descarga a serem drenados pelos DPS em corrente
Uma planta de geração fotovoltaica é caracterizada por
I4...I7: corrente de descarga drenada pelo DPS instalados nas linhas
contínua.
de energia em corrente alternada.
- Do nível de proteção do SPDA;
A Tabela 2 exibe os valores mínimos para corrente nominal - I n e
A corrente parcial de descarga dependerá:
corrente de impulso - I imp para DPS tipo limitador de tensão a serem
- Da resistência de aterramento. Resistência de aterramento
instalados nas linhas de corrente contínua. O número de descidas
elevada resultará em correntes mais elevadas para os DPS
da edificação influenciará na parcela da corrente que será desviada
instalados nas linhas de corrente contínua;
via condutores do sistema de geração fotovoltaica.
- Da dimensão da malha (mesh);
- Da impedância do DPS;
Por exemplo, para uma instalação com SPDA nível III, deve-se
utilizar DPS nos cabos de corrente contínua com corrente de
- Do tipo de inversor utilizado: centralizado ou distribuído. No
impulso I imp mínima de 5kA e corrente nominal de descarga I n de
caso de sistema centralizado, a corrente parcial de descarga será
8,5 kA.
drenada pelo DPS instalado na linha de corrente contínua. No caso
Artigo
Solar
79
de sistema com inversores distribuídos, a corrente parcial será drenada pelos DPS instalados nas linhas de corrente alternada.
A Figura 9 mostra, de forma simplificada, uma planta de
geração com vários painéis interligados.
Figura 9 – Planta de geração fotovoltaica.
A Tabela 3 mostra valores mínimos para corrente nominal - In e
corrente de impulso - Iimp, tanto para DPS tipo limitador de tensão, quanto para tipo comutador de tensão a serem instalados nas linhas de corrente contínua. Tabela 3 - Valores estimados de In e Iimp para DPS tipo limitador
de tensão ou tipo comutador de tensão para instalação na linha de corrente contínua
Tipos de conexões Sistemas isolados
Três tipos de conexão são utilizados em sistemas isolados:
• Conexão tipo estrela; • Conexão tipo delta; • Conexão em modo comum. Os três tipos de conexão serão descritos a seguir.
Para aplicação de DPS em sistema de geração fotovoltaica com
Solar
80
Artigo
tensões em corrente contínua entre 100 VDC e 1000 VDC, a prática recomenda a utilização de combinação de DPSs vligados em série. Na Figura 10 é detalhada uma ligação tipo estrela, em que os DPS 1, DPS 2 e DPS 3 devem ser iguais no que se refere à tensão nominal e à capacidade de corrente nominal de surto. A soma das tensões nominais dos DPS 1 e DPS 2, DPS 1 e DPS 3, DPS 2 e DPS 3 deve ser superior à tensão máxima do sistema – Uoc max entre positivo e negativo. A Figura 11 traz um exemplo de produto adequado para instalação em sistema fotovoltaico de 1000 VDC. Figura 12 – Conexão em delta.
Figura 13 – Conexão em modo comum.
Sistemas aterrados Figura 10 – Conexão tipo estrela.
Em sistema com um dos polos aterrados, deve ser previsto um DPS
entre o polo positivo e negativo, DPS 1 e outro, entre polo aterrado e a barra de aterramento da instalação, DPS 2, conforme detalhado na Figura 14. O DPS 2 poderá ser suprimido se a conexão do DPS 1 for executada na mesma barra de aterramento do polo, ou se a distância (L) for inferior a 1 m. O DPS 1, conectado em modo transversal, deve possuir tensão nominal superior à tensão máxima do sistema – Uoc max entre os polos positivo e negativo. O DPS 2, quando necessário, poderá ter tensão nominal inferior à tensão entre os polos positivo e negativo.
Figura 11 - Exemplo de produto com circuito preparado para conexão tipo estrela - VCL SP 1000 VDC.
A conexão em delta, detalhada na Figura 12, representa a conexão
clássica utilizada para proteção em modo comum, ou seja, entre linha e terra e modo transversal, entre linhas. Os DPS 1, DPS 2 e DPS 3 devem ser iguais no que se refere à tensão nominal e à capacidade de corrente nominal. O DPS 1, conectado em modo transversal, deve possuir tensão nominal superior à tensão máxima do sistema – Uoc max entre o polo positivo e negativo.
Na conexão em modo comum detalhada na Figura 13, deve ser
levada em consideração a suportabilidade dos equipamentos às sobretensões (ver Tabela 1), uma vez que a tensão residual a ser estabelecida entre os polos positivo e negativo, quando da operação dos DPS, será a soma das tensões residuais dos DPS 1 e DPS 2.
Figura 14 – Conexão em sistema aterrado.
*Wagner Barbosa é engenheiro eletricista com MBA em Gestão de Empresas e Negócios. É diretor técnico industrial na Clamper Indústria e Comércio, empresa especialista em dispositivos de proteção contra descargas atmosféricas. É membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (CB3/Cobei) e membro do Conselho Diretor da P&D Brasil, Associação de empresas de base tecnológica nacional.
APOIO
84
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Onde está a crise?
Na contramão de outros mercados do segmento elétrico, as empresas da área de iluminação quebraram expectativas, crescendo mais em 2015 do que previam Ao contrário de outros nichos do setor elétrico, o mercado
como também foram os números referentes ao quadro de funcionários
de iluminação vem atravessando com certa tranquilidade a crise
e ao tamanho anual total do mercado. No estudo realizado em 2015, as
econômica e política que assola o Brasil nos últimos anos. Isto é o
empresas projetaram um crescimento do mercado da ordem de 3%. No
que nos informa a Pesquisa de Produtos e Sistemas de Iluminação
levantamento de 2016, elas acreditam que o mercado de iluminação
realizada recentemente pela revista O Setor Elétrico com mais de
irá elevar-se em 10%; uma diferença de sete pontos percentuais, o
150 fabricantes, distribuidores e projetistas deste segmento. Em
que denota confiança dos distribuidores e fabricantes de que a força
levantamento similar feito no ano passado, as empresas da área
do segmento irá sobrepujar o declínio da economia brasileira. No que
(fabricantes e distribuidoras) afirmaram ter crescido 10% em 2014 na
diz respeito ao quadro de funcionários das empresas, em 2015, as
comparação com o ano anterior. Contudo, temerosas pelo que já se
companhias almejavam aumentar em 4% o número de empregados.
delineava na economia do país foram conservadoras e previram um
Em 2016, a expetativa é de que haja um acréscimo de 8%.
crescimento percentual para suas empresas, em média, de apenas 8%
em 2015. O acréscimo, no entanto, registrado no estudo deste ano,
mercados parecem se destacar, são eles o de iluminação pública e
foi bem superior: 17%. Tal resultado fez os distribuidores e fabricantes
o de Leds. Os dois apresentam uma expressiva camada faturando
se mostrarem mais otimistas, mas nem tanto, afinal, a crise econômica
acima de R$ 1 bilhão ao ano, segundo opinião das pesquisadas. Ao
ainda assusta. Assim, para 2016, estimam elevação média de 15%
todo, 21% do mercado de luminárias públicas fatura este valor. No
para suas empresas.
caso do mercado específico para Led, este número é um pouco menos
A situação político-econômica incerta do Brasil quase não afetou
expressivo, mas ainda considerável: 14%. Para se ter uma ideia, em
mesmo as empresas do ramo de iluminação, isto porque não apenas
outros mercados, como o de luminárias comerciais e para atmosferas
os dados relativos ao crescimento percentual para cada empresa
explosivas, apenas 6% e 3%, respectivamente, faturam mais de R$ 1
foram superiores aos apresentados no levantamento do ano passado,
bilhão, conforme manifestaram as companhias pesquisadas.
Diante deste bom momento do segmento de iluminação, dois
85
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Não obstante o prognóstico otimista dos fabricantes e distribuidores
Principais segmentos de atuação
de produtos e sistemas de iluminação, ainda mais se comparado a outras empresas de outros segmentos que participaram de levantamentos
Público
anteriores feitos por O Setor Elétrico, a avaliação das companhias agora
46%
entrevistadas no que se refere aos fatores que influenciam negativamente o seu mercado de atuação é muito parecida. A maioria dos entrevistados,
56%
24%, acredita que a desaceleração da economia é o principal componente influenciador do crescimento do mercado em 2016. Em segundo lugar,
Comercial
78%
com 15% dos votos vem a desconfiança dos investidores.
Industrial
82%
Projetistas
Residencial
O levantamento deste ano também considerou a opinião dos
projetistas de iluminação, que corroboram o otimismo dos fabricantes e distribuidores no que se refere ao mercado. Isto porque, a maioria dos entrevistados (39%) define o mercado de iluminação como em franco crescimento. Nem tudo, porém, parece ser positivo neste segmento. Uma parcela significativa dos projetistas pesquisados (25%) ainda vê o mercado como tendo produtos de baixa qualidade técnica. Impressão que se espera reduzir com a consolidação da norma do Inmetro para
A adesão às certificações ISO continua pouco significativa: 12%
revelaram possuir a certificação de gestão ambiental ISO 14001 e 39% contam com a ISO 9001. No ano passado, os índices eram de 17% e 43%, respectivamente. Certificações ISO
lâmpadas Led.
Confira a seguir, na íntegra, a pesquisa feita com fabricantes e
distribuidores de produtos e sistemas de iluminação e o levantamento
12%
realizado com os projetistas da área.
Assim como foi identificado na pesquisa realizada com este mesmo
ISO 9001
39%
Números do mercado brasileiro de produtos e sistemas de iluminação
ISO 14001
Sendo a indústria o principal segmento de atuação dessas empresas,
setor no ano passado, a indústria e o comércio são os principais clientes
é natural que as luminárias industriais estejam entre as mais ofertadas
dos fabricantes e distribuidores de produtos e sistemas de iluminação.
deste mercado. 72% das empresas comercializam este tipo de produto.
82% dos pesquisados apontaram a indústria como principal segmento
As comerciais, consequentemente, são o segundo tipo de luminárias mais
de atuação.
presentes nas prateleiras do mercado de iluminação.
86
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
Luminárias mais comercializadas
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Entre os acessórios, os reatores continuam liderando. 40% das
pesquisadas apontaram reatores e ignitores como os mais procurados. Em seguida, aparecem os sensores e os porta-lâmpadas. Confira.
Especiais
30%
Acessórios para iluminação mais utilizados
Refletores
67% 61% 49%
Específicas para Leds
28%
De Sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.) De Emergência
38%
49%
Interruptores
40% Comerciais
67%
Variadores de intensidade (dimmers)
32%
Para Atmosferas Explosivas
21%
36%
Sensores para iluminação
Relés fotoelétricos
Públicas
72%
Reatores e/ou ignitores
44%
Industriais
38%
Sistemas de controle automático de iluminação
36%
Decorativas
50% 16%
Projetores
Porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
Em ascendência, os Leds estão cada vez mais presentes no mercado
brasileiro de iluminação. No ano passado, 66% das empresas trabalhavam com este tipo de produto. Neste ano, 73% das companhias, entre fabricantes
Os gráficos a seguir demonstram a opinião dos fabricantes e
e distribuidores, apresentam o Led em seu portfólio. As incandescentes, por
distribuidores entrevistados no que diz respeito ao tamanho total do
sua vez, são cada vez menos encontradas.
mercado das cinco luminárias mais representativas do setor. O mercado de
Lâmpadas mais comercializadas
luminárias públicas é o que mais fatura. Segundo as empresas entrevistadas, 40% deste mercado ganha mais de R$ 500 milhões por ano. Já o mercado de luminárias para atmosferas explosivas, segundo 49% das empresas, apresenta faturamento anual de até R$ 10 milhões por ano. A estimativa é
11% Especiais
de que o mercado de luminárias específicas para Leds também esteja bem,
Miniaturas
14%
27%
faturando acima de R$ 500 milhões anuais.
Decorativas
73% 4%
Indução
Leds
Percepção do tamanho anual do mercado de luminárias Industriais
Vapor metálico
41% 31% Vapor de mercúrio
23% Halógenas 20% Dicróicas 32% Fluorescentes compactas 33% 21% Mistas 10%
9% 9%
Acima de R$ 1 bilhão
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
22%
Até R$ 10 milhões
10%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
Fluorescentes tubulares
Incandescentes
23%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
87
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Públicas
para atmosferas explosivas
3%
14%
7%
Até R$ 10 milhões
21%
7%
Acima de R$ 1 bilhão
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 10%
19%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 19%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 10%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Comerciais
Acima de R$ 1 bilhão De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 3% De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
13%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 14%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
17%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Até R$ 10 milhões
6%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 25%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões Específicas para Leds
6
Acima de R$ 1 bilhão
49%
14%
Acima de R$ 1 bilhão
24%
20%
Até R$ 10 milhões
Até R$ 10 milhões 24% 9%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
7%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
11%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
17% 7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
88
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
A maioria das empresas que participou deste levantamento (51%) diz
ter faturado até R$ 10 milhões no ano passado. Uma outra grande parcela
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Fatores que justificam as previsões de crescimento para este mercado em 2016
dos entrevistados (29%) faturou entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões em
5%
2015. E somente 1% dos fabricantes e distribuidores pesquisados faturou
Programas de incentivo do governo
8%
acima de R$ 1 bilhão.
Desvalorização da moeda brasileira
Faturamento bruto anual das empresas em 2015
4%
Bom momento econômico do país 24%
1% 15%
1%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Falta de confiança de investidores
Acima de R$ 1 bilhão
5%
Desaceleração da economia brasileira
13%
7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Falta de normalização e/ou legislação
2%
Setor da construção civil aquecido
6%
Incentivos por força de legislação ou normalização 29%
51%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
Até R$ 10 milhões
14%
Setor da construção civil desaquecido
7%
Crise internacional 8%
De acordo com o levantamento, os fabricantes e distribuidores de
produtos e sistemas de iluminação apresentaram um crescimento de 17% em 2015 em relação a 2014. Uma boa notícia para as empresas, que almejavam crescer apenas 8% no ano passado. A previsão de crescimento
Projetos de infraestrutura
Análise do mercado de projetistas
para 2016% é de 15%. A principal área de atuação das empresas de projeto de iluminação são as indústrias, segmento que foi indicado por 67% dos Previsões de crescimento
entrevistados. Em segundo lugar, vem a área de escritórios e edifícios comerciais, com 63% das indicações. Shopping centers, iluminação pública, e residências dividem o terceiro lugar como principal área de atuação dos projetos, com 35% de votos cada segmento.
17% 15% 10% 8%
Crescimento das empresas em 2015 comparado ao ano anterior
Previsão de crescimento percentual em 2016
Crescimento do tamanho anual total do mercado para 2016
Acréscimo ao quadro de funcionário da empresa em 2016
Os fatores que mais afetam e continuarão afetando o crescimento
do mercado de iluminação em 2016 são: a desaceleração da economia brasileira e a falta de confiança dos investidores, que receberam 24% e 15% dos votos, respectivamente. Também foi considerado um item com grande influência, o setor da construção civil desaquecido, recebendo 14% dos votos. Desvalorização da moeda brasileira e projetos de infraestrutura, ambas com 8% dos votos, também tiveram votações expressivas.
Principais áreas de atuação das empresas
12% Outros 35% Iluminação pública 14% Hotéis 6% Monumentos, edifícios históricos e xilares 35% Shopping centers e lojas em geral 4% Hospitalar 10% Esportiva 67% Industrial Escritórios, Edifícios
63% corporativos / públicos 35% Residencial
89
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
O emprego de sistemas de controle e gerenciamento de iluminação baixou
relevantes no momento de o projetista especificar e/ou comprar
drasticamente nos dois últimos anos, segundo os projetistas pesquisados. No
produtos e sistemas de iluminação. Treinamento oferecido pelo
último levantamento deste segmento, realizado pela revista, em 2014, 58%
fabricante e o fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001 são os itens
das empresas de projetos pesquisadas afirmaram conseguir utilizar conceitos
menos considerados, conforme o levantamento.
e soluções eficientes entre 75% e 100% de seus projetos luminotécnicos.
No estudo deste ano, apenas 14% disseram aplicar sistemas de controle e
ou comprar até R$ 500 mil em produtos de iluminação neste ano de
gerenciamento em 75% e 100% de seus projetos. A grande maioria (49%)
2016. Somente 2% dos projetistas estima especificar e/ou comprar
disse utilizar estes conceitos em apenas 25% de seus trabalhos.
acima de R$ 500 milhões em produtos deste segmento.
A maioria das empresas entrevistadas pretende especificar e/
Aplicação de sistemas de controle e gerenciamento de iluminação
14%
49%
Entre 75% e 100% dos projetos
Estimativa para 2016 de especificação e/ou compra de produtos de iluminação
Menos de 25% dos projetos
13%
2%
Entre 50% e 75% dos projetos
6%
11%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 43%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Entre 25% e 50% dos projetos
Acima de R$ 50 milhões
2%
Até R$ 500 mil
18%
A principal evolução tecnológica da área de iluminação nos últimos
anos, o Led, tende a ser dominante em pouco tempo. De acordo com 65% dos projetistas de iluminação que participaram desta pesquisa, demorará apenas cinco anos para o Led se tornar a principal fonte luminosa do mercado. Em pesquisa feita no ano passado, 50% dos
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões 29%
De R$ 500 mil a R$ 1 milhão
consumidores de produtos de iluminação acreditavam que essa tecnologia se tornaria dominante neste período. Tempo para os Leds serem a principal fonte luminosa do país
8%
A opinião dos projetistas sobre o mercado brasileiro de produtos de iluminação é, na média, positiva. 39% dos
De 11 a 20 anos 29%
63%
entrevistados avaliam este mercado como em franco crescimento.
Em até 5 anos
Concomitantemente, no entanto, 25% ainda enxergam neste
De 6 a 10 anos
segmento produtos com baixa qualidade técnica e 10% acreditam ser um mercado desatualizado.
Garantia, assistência técnica do fabricantes e disponibilidade
Classificação do mercado brasileiro de produtos e sistemas de iluminação
de informações técnicas (catálogos, site, etc.) são os fatores mais
5e6
4%
2%
4% 14% 8%
4% 10% 16% 0%
0%
O fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001
Disponibilidade de informações técnicas
2% 12% 4%
Prazo de entrega
Assistência técnica do fabricante
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
Garantia
Treinamento oferecido pelo fabricante
Preço
1a4
Marca (fabricante)
Notas
Possuir selo do Inmetro
Nota para cada um dos fatores que envolvem a decisão de especificação e/ou compra de PRODUTOS E SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
2% 4%
Oferece bom respaldo técnico
Com deficiencias tecnicas (assistência e suporte) 10%
Desatualizado 4%
7 e 8 43% 20% 33% 27% 29% 24% 31% 27% 37% 20% 9 e 10 51% 58% 47% 69% 69% 66% 37% 43% 55% 42%
6%
Maduro e responsável 25%
Apresenta produtos com pouca qualidade técnica
Atento às tendências internacionais 8%
2% 14%
6% 18% 22% 6% 24%
2%
Outro
39%
Em franco crescimento
Produtos de boa qualidade técnica
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
(11) 3265-6760 www.alper.com.br
São Paulo
SP
Alpha Equipamentos Elétricos
(11) 3933-7533 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
Alpha Marktec Materiais Eletricos
(11) 2782-3200 www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
Alumbra
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
Anolight
(31) 3476-6144 www.anolight.com.br
Indaial
SC
ArchiLumi Iluminação e Automação
(65) 3025-2725 www.archilumi.com
Cuiabá
MT
ARM Iluminação
(11) 4163-1484 www.armiluminacao.com.br
São Paulo
SP
x
x
Artiere Eletrônica
(41) 3018-4444 www.artiere.com.br
Curitiba
PR
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Aureon
(11) 3966-6211 www.aureon.com.br
São Paulo
SP
x
Avant Lux
(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br
São Paulo
SP
Barsotti
(21) 2501-5971 www.barsotti.ind.br
Rio de Janeiro
RJ
Baxton
(11) 2227-5600 www.baxton.com.br
São Paulo
SP
x
Beta Controles
(11) 2837-5466 www.betasistemas.com.br
São Paulo
SP
x
Blest Iluminação
(41) 3274-4472 www.blest.com.br
Curitiba
PR
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Boho Studio Fellix Satto
(27) 99800-3423 www.fellixsatto.com.br
Vitória
ES
Borchardt Engenharia
(47) 3029-3902 www.borchardt.net.br
Joinville
SC
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Claritek
(31) 3286-7551 www.claritek.com.br
Varginha
MG
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x
Coel
(11) 2066-3211 www.coel.com.br
São Paulo
SP
x
x
Coisarada
(49) 3251-9000 www.coisarada.net
Lages
SC
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x
Coman-Tech Instalações Elétricas
(54) 9673-1444 www.comantech.com.br
Passo Fundo
RS
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Condumax
(17) 3279-3700 www.condumax.com.br
Olimpia
SP
x
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x
x
Conexled
(11) 2334-9393 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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D´Light
(11) 2937-4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
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x
Decorlux
(41) 3029-1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
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Demape
(11) 4894-8800 www.demape.com.br
Itatiba
SP
Diallight
(19) 3113-4300 www.dialight.com
Indaiatuba
SP
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x
Dinatel
(11) 3997-7012 www.dinatelreator.com.br
São Paulo
SP
x
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Diwali Iluminação
(11) 4508-0090
São Paulo
SP
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São Paulo
SP
x
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x
São Paulo
SP
Dubai manutenção de sis. Elétricos (11) 98603-4613 Eletro Terrível
(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br
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De Emergência
SP
Alper
Públicas
Estado
São Paulo
Comerciais
Cidade
(11) 3257-2160 4bprojetos@uol.com.br
Luminárias
Industriais
Telefone Site
4B Projetos
Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação
EMPRESA
Importa produtos acabados
Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Certificado ISO 9001
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Outros
Internet
Venda direta ao cliente final Telemarketing
Revendas/varejistas
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
Público
Residencial
Comercial
Industrial
Fabricante e distribuidora
Distribuidora
Fabricante
segmento A empresa é Principal de atuação
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
90
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91
Fineline Brasil
(11) 95707-7750 www.fineline-global.com
São Bernardo do Campo
SP
FN Iluminação
(11) 3763-5565 www.fatornobre.com.br
São Paulo
SP
Fortlight
(11) 2087-6000 www.fortilight.com.br
Guarulhos
SP
Foxlux
(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
Frontec
(51) 3201-2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
x
Ge Lighting
(11) 3614-1900 www.gelighting.com
São Paulo
SP
x
Glolani
(11) 2294-1133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
Guarilux
(11) 4035-1552 www.guarilux.com.br
Bragança Paulista
SP
Gubro
(21) 2592-0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
Hager Brasil Ltda
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
HDA Iluminação LED
(54) 3298-2100 www.hda.ind.br
Nova Petrópolis
RS
x
Ideal Iluminação
(19) 3756-6744 www.idealiluminacao.com.br
Campinas
SP
Ideal Industries
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
Ilumatic
(11) 2149-0299 www.ilumatic.com.br
São Paulo
Ilumi
(19) 3572-2299 www.ilumi.com.br
Leme
Imperial Luminárias Incesa
(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau (17) 3279-2600 www.incesa.com.br Olimpia
IntegraHaus
(11) 4349-6261 integrahaus.com.br
São Paulo
SP
Intral S.A
(54) 3209-1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
x
Itaim Iluminação
(11) 4785-1010 www.itaimiluminacao.com.br
Embu das Artes
SP
x
KDL Iluminação
(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
Kian
(21) 2702-4500 www.kian.com.br
São Gonçalo
RJ
x
Lalux
(31) 3476-6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
x
Lâmpadas Golden
(11) 2122-6666 www.lampadasgolden.com.br
São Paulo
SP
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De Emergência
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Públicas
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Comerciais
São Caetano do Sul
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Luminárias
Industriais
(11) 2147-1550 www.findernet.com
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Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação
Finder
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Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
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MG
Importa produtos acabados
RS
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Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Porto Alegre
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
(51) 3357-5000 www.exatron.com.br
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Al SP x
Certificado ISO 9001
(35) 99178-8108 www.facebook.com/samuelprediais Extrema
Exatron
Outros
Equipe SIEP
Internet
PR
Venda direta ao cliente final Telemarketing
PR
Campo Largo
Revendas/varejistas
São José dos Pinhais
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
(41) 3021-3500 www.empalux.com.br
Enerbrás Materiais Elétricos Ltda
Público
Empalux
Residencial
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
Comercial
Embramat
Industrial
Estado
Fabricante e distribuidora
Telefone Site (82) 2126-0020 www.eletroluz-al.com
Distribuidora
Eletroluz
EMPRESA
Cidade Maceio
Fabricante
segmento A empresa é Principal de atuação
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
x
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Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
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Light Tool
(15) 3489-8313 www.lighttool.com.br
Iperó
SP
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Lorenzetti S.A
(11) 2065-7200 www.lorenzetti.com.br
São Paulo
SP
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Lucchi
(11) 3704-3737 www.lucchi.com.br
São Paulo
SP
Lumavi
(17) 3121-2900 www.lumavi.com.br
São José do Rio Preto
SP
x
Lumicenter Lighting
(41) 2103-2750 www.lumicenter.com.br
são José dos Pinhais
PR
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Lumiluz Iluminação
(12) 3978-2270 www.lumiluziluminacao.com.br Jambeiro
SP
x
Luminárias Projeto
(11) 2946-8200 www.luminariasprojeto.com.br São Paulo
SP
x
Luminárias Sun way
(21) 3860-2688 www.coloniallustres.com.br
Rio de Janeiro
RJ
Lúmit Personalizados para Ilum.
(12) 3863-2334 www.lumit.com.br
São Sebastião
SP
x
Lutron
(11) 3257-6745 www.lutron.com.br
São Paulo
SP
x
Maccomevap
(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
x
Magnani Mat Elétricos
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MarGirius
(19) 3589-5000 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
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Melfex
(11) 4072-1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
x
x
MGM Construções Elétricas Ltda
(49) 3433-8000 www.mgmconstrucoes.com.br Xanxere
SC
Microled
(11) 3199-7320 www.microled.ind.br
São Paulo
SP
x
Naville Iluminação
(11) 2431-4500 www.naville.com.br
Guarulhos
SP
x
NVC Lighting
(11) 4435-1603 www.nvc-lighting.com.br
São Paulo
SP
Obo Bettermann
(15) 3335-1382 www.obo.com.br
Sorocaba
SP
Odnumyar Engenharia Elétrica
(41) 3257-3823 www.odnumyar.com.br
Curitiba
PR
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x x x
Onix
(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
x
x
Onno Led
(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br
Piracicaba
SP
x
Osram
(11) 3684-7490 www.osram.com.br
São Paulo
SP
x
Ourolux
(11) 2174-1000 www.ourolux.com.br
São Paulo
SP
x
x x x
Play Led
(11) 96396-3259 www.hsecbrasil.com.br
São Paulo
SP
x
Power Lume
(54) 3222-3515 www.powerlume.com.br
Caxias do Sul
RS
x x x x x x x x x
Projeluz
(44) 3447-8100 www.projeluz.com.br
Alto Paraná
PR
x
Prourbe
(44) 3447 3575 www.prourbe.com.br
Alto Paraná
PR
x
Reativa Service
(42) 3222-3500 www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
Reeme Iluminação
(11) 3525-3290 www.reeme.com.br
São Paulo
SP
x
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Renetec Eletromecânica Ltda
(11) 4991-1999 www.renetec.com.br
Santo André
SP
x
x
Revoluz Iluminação
(11) 3474-1274 www.revoluz.com.br
Diadema
SP
x
x x
Rovimatic Led
(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br
Sao Paulo
SP
x
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x
Save Iluminação eficaz
(21) 3349-0220 www.save.eng.br
Rio de Janeiro
RJ
x
Schreder
(19) 3517-9680 www.schreder.com.br
Vinhedo
SP
x
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SCORPIUS
(11) 3207-8152 www.scorpiusiluminacao.com.br São Paulo
SP
x
Segurimax
(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br
Gaspar
SC
x
Solelux
(11) 3815-3511 www.solelux.com.br
São Paulo
SP
x
Spotlux
(41) 3019-8090 www.spotlux.com.br
Curitiba
PR
Sr Led Light
(19) 3546-3767 www.ledlightsr.com.br
Cordeirópolis
SP
Sulminas Fios e Cabos Ltda
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas
MG
Sylvania
(11) 3133-2400 www.sylvania-americas.com
São Paulo
SP
Tasco
0800 770 3171 www.tasco.com.br
Boituva
SP
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Trópico Industria e Comércio Ltda
(19) 3885 6428 www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
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Umni arquitetura
(61) 98428-4496
Brasilia
DF
x
Uniled
(11) 3806-0156 www.uniled.com.br
São Paulo
SP
Unitron
(11) 3931-4744 www.unitron.com.br
São Paulo
SP
V3 Serviços e Instalações
(21) 3802-8630 www.vetres.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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Varixx
(19) 3301-6900 www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
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Vilux - Iluminação Led
(27) 3338-1545 www.vilux.com.br
Serra
ES
x
Walmonof
(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
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De Emergência
SP
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Públicas
Ribeirão Preto
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Comerciais
(16) 3917-0076 www.ledtron.com.br
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Industriais
Ledtron Engenharia
x
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
Luminárias
Importa produtos acabados
Limeira
Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
(19) 3717-0069 www.lediniluminacao.com
Certificado ISO 9001
SP
Led-in Soluções em Iluminação
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Campinas
Outros
Telefone Site (19) 3291-1122 www.ledclass.com.br
Internet
Venda direta ao cliente final Telemarketing
Revendas/varejistas
Distribuidores/atacadistas
Público
Residencial
Comercial
Industrial
Fabricante e distribuidora
Distribuidora
Estado
Canal de vendas
LedClass
EMPRESA
Cidade
Fabricante
segmento A empresa é Principal de atuação
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação
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Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
EMPRESA
Telefone Site
Cidade
Estado
4B Projetos
(11) 3257-2160 4bprojetos@uol.com.br
São Paulo
SP
Alper
(11) 3265-6760 www.alper.com.br
São Paulo
SP
x
Alpha Equipamentos Elétricos
(11) 3933-7533 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
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Alpha Marktec Materiais Eletricos
(11) 2782-3200 www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
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x
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Alumbra
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
x
Anolight
(31) 3476-6144 www.anolight.com.br
Indaial
SC
ArchiLumi Iluminação e Automação
(65) 3025-2725 www.archilumi.com
Cuiabá
MT
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ARM Iluminação
(11) 4163-1484 www.armiluminacao.com.br
São Paulo
SP
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x
x
Artiere Eletrônica
(41) 3018-4444 www.artiere.com.br
Curitiba
PR
Aureon
(11) 3966-6211 www.aureon.com.br
São Paulo
SP
Avant Lux
(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br
São Paulo
SP
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Barsotti
(21) 2501-5971 www.barsotti.ind.br
Rio de Janeiro
RJ
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Baxton
(11) 2227-5600 www.baxton.com.br
São Paulo
SP
x
Beta Controles
(11) 2837-5466 www.betasistemas.com.br
São Paulo
SP
x x
Blest Iluminação
(41) 3274-4472 www.blest.com.br
Curitiba
PR
x
Boho Studio Fellix Satto
(27) 99800-3423 www.fellixsatto.com.br
Vitória
ES
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Borchardt Engenharia
(47) 3029-3902 www.borchardt.net.br
Joinville
SC
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Claritek
(31) 3286-7551 www.claritek.com.br
Varginha
MG
Coel
(11) 2066-3211 www.coel.com.br
São Paulo
SP
Coisarada
(49) 3251-9000 www.coisarada.net
Lages
SC
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x x
Coman-Tech Instalações Elétricas
(54) 9673-1444 www.comantech.com.br
Passo Fundo
RS
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x
Condumax
(17) 3279-3700 www.condumax.com.br
Olimpia
SP
Conexled
(11) 2334-9393 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
x
x x x x
D´Light
(11) 2937-4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
x
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Decorlux
(41) 3029-1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
Demape
(11) 4894-8800 www.demape.com.br
Itatiba
SP
Diallight
(19) 3113-4300 www.dialight.com
Indaiatuba
SP
Dinatel
(11) 3997-7012 www.dinatelreator.com.br
São Paulo
SP
Diwali Iluminação
(11) 4508-0090
São Paulo
SP
Dubai manutenção de sis. Elétricos
(11) 98603-4613
SP
SP
x
Eletro Terrível
(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
x x x
Sistemas de controle automático de iluminação
Variadores de intensidade
Interruptores
Sensores para iluminação
Relés fotoelétricos
Reatores e/ou Ignitores
Especiais
Miniaturas
Decorativas
Leds
Acessórios
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Refletores
Lâmpadas
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
Para Atmosferas Explosivas
De Sinalização
Luminárias
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
(11) 95707-7750 www.fineline-global.com
São Bernardo do Campo
SP
FN Iluminação
(11) 3763-5565 www.fatornobre.com.br
São Paulo
SP
Fortlight
(11) 2087-6000 www.fortilight.com.br
Guarulhos
SP
Foxlux
(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
Frontec
(51) 3201-2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
Ge Lighting
(11) 3614-1900 www.gelighting.com
São Paulo
SP
Glolani
(11) 2294-1133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
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Guarilux
(11) 4035-1552 www.guarilux.com.br
Bragança Paulista
SP
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Gubro
(21) 2592-0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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Hager Brasil Ltda
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HDA Iluminação LED
(54) 3298-2100 www.hda.ind.br
Nova Petrópolis
RS
Ideal Iluminação
(19) 3756-6744 www.idealiluminacao.com.br
Campinas
SP
Ideal Industries
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
Ilumatic
(11) 2149-0299 www.ilumatic.com.br
São Paulo
SP
Ilumi
(19) 3572-2299 www.ilumi.com.br
Leme
SP
Imperial Luminárias Incesa
(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau (17) 3279-2600 www.incesa.com.br Olimpia
SP
IntegraHaus
(11) 4349-6261 integrahaus.com.br
São Paulo
SP
Intral S.A
(54) 3209-1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
Itaim Iluminação
(11) 4785-1010 www.itaimiluminacao.com.br
Embu das Artes
SP
KDL Iluminação
(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
Kian
(21) 2702-4500 www.kian.com.br
São Gonçalo
RJ
Lalux
(31) 3476-6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
Lâmpadas Golden
(11) 2122-6666 www.lampadasgolden.com.br
São Paulo
SP
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Sistemas de controle automático de iluminação
Fineline Brasil
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Variadores de intensidade
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Interruptores
São Caetano do Sul
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Sensores para iluminação
(11) 2147-1550 www.findernet.com
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Relés fotoelétricos
Finder
RS
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Reatores e/ou Ignitores
MG
Exatron
(35) 99178-8108 www.facebook.com/samuelprediais Extrema (51) 3357-5000 www.exatron.com.br Porto Alegre
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Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
Equipe SIEP
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Especiais
PR
Miniaturas
PR
Campo Largo
Decorativas
São José dos Pinhais
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
x
Leds
(41) 3021-3500 www.empalux.com.br
Enerbrás Materiais Elétricos Ltda
x
De Indução
Empalux
x x x x x x x x x x x x
SP
Vapor metálico
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
Vapor de mercúrio
Embramat
Halógenas
Telefone Site (82) 2126-0020 www.eletroluz-al.com
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Refletores
Projetores
x
Específicas para Leds
De Sinalização
Al
Decorativas
Estado
Acessórios
Lâmpadas
Eletroluz
EMPRESA
Cidade Maceio
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
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SC
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Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
x
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Ledtron Engenharia
(16) 3917-0076 www.ledtron.com.br
Ribeirão Preto
SP
x x
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Light Tool
(15) 3489-8313 www.lighttool.com.br
Iperó
SP
x x
x
Lorenzetti S.A
(11) 2065-7200 www.lorenzetti.com.br
São Paulo
SP
x
x
Lucchi
(11) 3704-3737 www.lucchi.com.br
São Paulo
SP
Lumavi
(17) 3121-2900 www.lumavi.com.br
São José do Rio Preto
SP
x
x x
Lumicenter Lighting
(41) 2103-2750 www.lumicenter.com.br
são José dos Pinhais
PR
Lumiluz Iluminação
(12) 3978-2270 www.lumiluziluminacao.com.br Jambeiro
SP
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Luminárias Projeto
(11) 2946-8200 www.luminariasprojeto.com.br SP
SP
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x
x
Luminárias Sun way
(21) 3860-2688 www.coloniallustres.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
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Lúmit Personalizados para Ilum.
(12) 3863-2334 www.lumit.com.br
São Sebastião
SP
x x x
x x x x
Lutron
(11) 3257-6745 www.lutron.com.br
São Paulo
SP
Maccomevap
(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
Magnani Mat Elétricos
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MarGirius
(19) 3589-5000 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
Melfex
(11) 4072-1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
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x
MGM Construções Elétricas Ltda
(49) 3433-8000 www.mgmconstrucoes.com.br Xanxere
SC
(11) 31997320 www.microled.ind.br
São Paulo
SP
x x
Naville Iluminação
(11) 2431-4500 www.naville.com.br
Guarulhos
SP
NVC Lighting
(11) 4435-1603 www.nvc-lighting.com.br
São Paulo
SP
x x x x x x x x x x
Obo Bettermann
(15) 3335-1382 www.obo.com.br
Sorocaba
SP
Odnumyar Engenharia Elétrica
(41) 3257-3823 www.odnumyar.com.br
Curitiba
PR
Onix
(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
Onno Led
(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br
Piracicaba
SP
Osram
(11) 3684-7490 www.osram.com.br
São Paulo
SP
x
Ourolux
(11) 2174-1000 www.ourolux.com.br
São Paulo
SP
Play Led
(11) 96396-3259 www.hsecbrasil.com.br
São Paulo
SP
Power Lume
(54) 3222-3515 www.powerlume.com.br
Caxias do Sul
RS
Projeluz
(44) 3447-8100 www.projeluz.com.br
Alto Paraná
PR
Prourbe
(44) 3447 3575 www.prourbe.com.br
Alto Paraná
PR
Reativa Service
(42) 3222-3500 www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
Reeme Iluminação
(11) 3525-3290 www.reeme.com.br
São Paulo
SP
Renetec Eletromecânica Ltda
(11) 4991-1999 www.renetec.com.br
Santo André
SP
Revoluz Iluminação
(11) 3474-1274 www.revoluz.com.br
Diadema
SP
x x x x x
Rovimatic Led
(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br
Sao Paulo
SP
Save Iluminação eficaz
(21) 3349-0220 www.save.eng.br
Rio de Janeiro
RJ
Schreder
(19) 3517-9680 www.schreder.com.br
Vinhedo
SP
x x x x x x x x x
SCORPIUS
(11) 3207-8152 www.scorpiusiluminacao.com.br São Paulo
SP
x x
Segurimax
(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br
Gaspar
SC
Solelux
(11) 3815-3511 www.solelux.com.br
São Paulo
SP
Spotlux
(41) 3019-8090 www.spotlux.com.br
Curitiba
PR
Sr Led Light
(19) 3546-3767 www.ledlightsr.com.br
Cordeirópolis
Sulminas Fios e Cabos Ltda
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas
MG
Sylvania
(11) 3133-2400 www.sylvania-americas.com
São Paulo
SP
Tasco
0800 770 3171 www.tasco.com.br
Boituva
SP
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Indaiatuba
SP
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Brasilia
DF
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Uniled
(11) 3806-0156 www.uniled.com.br
São Paulo
SP
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Unitron
(11) 3931-4744 www.unitron.com.br
São Paulo
SP
V3 Serviços e Instalações
(21) 3802-8630 www.vetres.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
Varixx
(19) 3301-6900 www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
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Vilux - Iluminação Led
(27) 3338-1545 www.vilux.com.br
Serra
ES
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x
Walmonof
(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
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Trópico Industria e Comércio Ltda (19) 3885 6428 www.tropico.com.br (61) 98428-4496 Umni arquitetura
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Microled
SP
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Sistemas de controle automático de iluminação
x
Variadores de intensidade
SP
Interruptores
Limeira
Sensores para iluminação
(19) 3717-0069 www.lediniluminacao.com
Relés fotoelétricos
Led-in Soluções em Iluminação
Reatores e/ou Ignitores
Cidade Campinas
Especiais
Telefone Site (19) 3291-1122 www.ledclass.com.br
Miniaturas
Decorativas
Leds
Acessórios
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Refletores
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
De Sinalização
Lâmpadas
LedClass
EMPRESA
Estado SP
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
96
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Pesquisa - Projetistas de Iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Alpha Equipamentos Elétricos
(11) 3933-7533 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
Alpha Marktec Mat. Eletricos LTDA (11) 2782-3200 www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
Amper Energia Ltda
São José
SC
ArchiLumi Iluminação e Automação (65) 3025-2725 www.archilumi.com
Cuiabá
MT x
x
Artiere Eletrônica
(41) 3018-4444 www.artiere.com.br
Curitiba
PR x
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Atmosfera Design
(21) 3471-9148 www.atmosferadesign.com.br Rio de Janeiro
RJ
x
x
Beta Controles
(11) 2837-5466 www.betasistemas.com.br
São Paulo
SP x
x
x
Cold Led Light
(62) 3248-2050 www.coldledlight.com.br
Goiania
GO
x x
Conciso
(84) 2030-4939 www.concisoti.com.br
Natal
RN
x
x x
Conexled
(11) 2334-9393 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo SP
x
x
Delis BR
(11) 3213-1025 www.delisbr.com
São Paulo
Delta Canaletas Diwali Iluminação
(48) 3286-6677 www.amperenergia.com.br
x x
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x
(11) 4705-3133 www.deltaperfilados.com.br Santana de Parnaiba
SP x
x
(11) 4508-0090
São Paulo
SP x
x
eletro Terrível Ltda
(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
x
x
Embraluz
(11) 2488-0859 www.embraluz.com.br
São Paulo
SP
x
x
Empalux
(41) 3021-3500 www.empalux.com.br
Curitiba
PR x
x
Frontec
(51) 3201-2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS x
Hager Brasil
0800-7242437
Rio de Janeiro
RJ x
x
iBright Iluminação
(11) 99800-0000 www.ibright.com.br
São Paulo
SP
x
Ilumina Engenharia
(54) 9915-9339 www.iluminaenergia.com.br Passo Fundo
RS
x
Intral S.A
(54) 3209-1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS x
x
IRIS um olhar para o Futuro
(11) 99222-6616 www.silviacarneiro.com
São Paulo
SP
x
Lap Engenharia
(85) 3494-5097 www.lap.com.br
Fortaleza
CE
x
Ledpro
(54) 3313-0402 www.ledpro.com.br
Passo fundo
RS
x
x X x
Melfex
(11) 4072-1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
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SP x
www.hager.com.br
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Entre 75% e 100%
BA x
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Entre 50% e 75 %
Salvador
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Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes
Em relação ao uso de Leds em projetos luminotécnicos
Entre 25% e 50 %
(71) 3023-0889 www.allledbahia.com.br
x
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As vezes
All Led Iluminação
x
Não
SP
x
Sim
(19) 99656-4444 www.alessandroazuos.com.br Campinas
x
As vezes
Alessandro Azuos Ilum. Cênica
x
Não
SC
Especifica Compra produtos, produtos, equipamentos, equipamentos, componentes, componentes, fornecedores etc
Sim
Criciúma
Não possui e não acho importante
(48) 3462-3900 www.agpr5.com
Não possui ainda, mais acho importante
SP
AGPR5
Sim
UF
São Paulo
Mais de 30
Cidade
(11) 3257-2160 4bprojetos@uol.com.br
De 10 a 20 De 20 a 30
Telefone
4B Projetos
De 5 a 10
Iluminação pública Outros
Hotéis
Monumentos e edifícios históricos
Hospitalar Shopping centers e lojas em geral
Industrial Esportiva
Site
Residencial Escritórios, Edifícios corporativos / Edifícios públicos
EMPRESA
Até 5
Número de funcionários Certificado das empresas ISO 9001
Principais áreas de atuação das empresas
Faz parte do dia a dia dos projetos de sua empresa Ocasionalmente é utilizada nos projetos de sua empresa Não é utilizada nos projetos de sua empresa Menos de 25%
98
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
(43) 3025-2408 www.nbvengenhariaeletrica.com.br Londrina
PR
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O2 Led
(11) 2539-5199 www.o2led.com.br
São Paulo
SP x
x
x
Reativa Service
(42) 3222-3500 www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
x
Reeme Iluminação
(11) 5562-1944 www.reeme.com.br
São Paulo
SP
x x
x
Renetec
(11) 4991-1999 www.renetec.com.br
Santo André
SP
x
x
Rovimatic Led
(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP x
x
RRP Projetos de Instalações
(11) 2501-5804 www.rrpinstalacoes.com.br
São Paulo
SP x
x
Save Iluminação - Eng. e Com.
(21) 3349-0220 comercial@save.eng.br
Rio de Janeiro
RJ
x
x
Senzi Lighting Designer
(11) 5052-8752 www.senzilighting.com.br
São Paulo
SP
x
x x
Studio LD - Light & Dreams
(11) 4498-0109 www.studiold.com.br
Santana de Parnaiba
SP x
x
x
Trópico Industria e Comércio Ltda (19) 3885-6428 www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
x x
x
Varixx
(19) 3301-6900 www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
x
x
x
Vilux
(27) 3338-1545 www.vilux.com.br
Serra
ES
x
x
VNS-Iluminação
(51) 8183-9685
Charqueadas
RS x
Walmonof
(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
Xa
(82) 3315-3821 www.maceio.al.gov.br/xa
Maceió
Al
Zettatecck
(19) 3321-8400 www.zettatecck.com.br
Araras
SP
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Entre 75% e 100%
Nbv engenharia elétrica
x
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Entre 50% e 75 %
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Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes
Entre 25% e 50 %
SP
x
Em relação ao uso de Leds em projetos luminotécnicos
Faz parte do dia a dia dos projetos de sua empresa Ocasionalmente é utilizada nos projetos de sua empresa Não é utilizada nos projetos de sua empresa Menos de 25%
Guarulhos
x
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As vezes
(11) 2431-4500 www.naville.com.br
x
Não
Naville Iluminação
x
Sim
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As vezes
x
Não
SP
Especifica Compra produtos, produtos, equipamentos, equipamentos, componentes, componentes, fornecedores etc
Sim
x
Sorocaba
Não possui e não acho importante
x
(15) 3034-3566
Não possui ainda, mais acho importante
SP x
MVF Instalações e Manutenções
Sim
UF
São José do Rio Preto
Mais de 30
Cidade
(17) 3238-8777 www.mvba.com.br
De 10 a 20 De 20 a 30
Telefone
MVBA Instalações Elétrica
De 5 a 10
EMPRESA
Número de funcionários Certificado das empresas ISO 9001
Até 5
Iluminação pública Outros
Hotéis
Monumentos e edifícios históricos
Hospitalar Shopping centers e lojas em geral
Industrial Esportiva
Site
Residencial Escritórios, Edifícios corporativos / Edifícios públicos
Principais áreas de atuação das empresas
x
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Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Por José Barbosa de Oliveira*
As telhas metálicas utilizadas como elemento captor do SPDA
O Sistema de Proteção conta Descargas
Atmosféricas
(SPDA)
inicia-se
pela
mesmo por elementos não metálicos, não atendendo mais à finalidade.
interceptação da descarga atmosférica. O
subsistema de captação desempenha um
elétrica não poder ser revestida por
Outra exigência é a continuidade
papel fundamental na dinâmica da eficiência
elementos isolantes e atender a uma
do sistema. Em uma primeira análise,
espessura mínima. As estruturas metálicas
sempre pensamos na adição de elementos
existentes devem ter continuidade elétrica
captores, como mastros, captores tipo
ao longo de toda sua extensão, através
Franklin, malhas de condutoras através
de conexões entre os diversos elementos,
de cabos ou barras. Porém, os sistemas
realizadas
com um maior desempenho começam
frisamento, costurado, aparafusado ou
com a análise dos elementos naturais
conectado por parafusos e porcas. O
e
por
solda,
caldeamento,
existentes
revestimento isolante não permitirá a
na edificação (de suporte, decoração,
utilização da estrutura como componente
segurança, como a estrutura metálica das
da captação, mas a ABNT NBR 5419:2015
das
estruturas
metálicas
coberturas, telhados, etc.).
permite uma camada de 1 mm de asfalto
ou 0,5 mm de PVC e pintura para proteger
A ABNT NBR 5419:2015 mais que
permite a utilização de estruturas metálicas
de corrosão ou estética.
existentes como parte integrante do SPDA.
A
espessura
mínima
para
que
Ela sugere que seja dada preferência por
se possa utilizar a estrutura metálica
tal solução. Além disso, atribui um valor de
existente como componente de captação
maior desempenho quando se necessita
é especialmente discutida quando da
reduzir os riscos de perdas causadas pelas
utilização de telhas metálicas e coberturas
descargas atmosféricas.
de tanques de combustível. No caso e
de telhados metálicos, usualmente, em
qualquer estrutura metálica como parte
galpões industriais, suportados ou não por
integrante do nosso SPDA? A resposta
estruturas metálicas, a sua utilização como
é não. A ABNT NBR 5419:2015 impõe
elemento captor propicia uma enorme
algumas exigências e características para
economia na implementação da solução
a utilização destas estruturas. De uma
e um maior desempenho, ponto de união
forma
de interesses entre projetista e investidor
Então,
podemos
geral,
utilizar
toda
independentemente
do
subsistema, a estrutura tem que ter um
/ proprietário. Porém, temos que vencer a
caráter permanente, definitivo. Não se
exigência da espessura mínima.
pode utilizar aquela estrutura que sofrerá
alterações, manutenções ou substituições.
tabela a seguir com os valores das espessuras
Estruturas,
guarda-corpo
mínimas para utilização de estruturas
trocadas
ou
metálicas como elementos captores de um
substituídas por outros compostos ou
SPDA. Ela pode ser utilizada para todas as
e
escadas,
como podem
rufo, ser
A ABNT NBR 5419:2015 apresenta a
101
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Material
Espessura t
Espessura t'
Porém, um grande número de telhas
Aço (inoxidável e
4
0,5
espessura. Mas, calma. Não desanime
Classe do SPDA
mm
mm
com isto. Há uma alternativa que atenderá
galvanizado a quente) I a IV
Cobre
0,5
às exigências, permitindo a dispensa
0,65
de captores convencionais, mesmo no
5
Alumínio
fabricadas atualmente não possui esta
7
caso de telhas com espessuras inferiores, classes de proteção do SPDA, ou melhor,
aço, temos 4 mm. Fica claro que a mesma
quando abaixo das telhas metálicas,
os valores de espessura por material são os
espessura é necessária se o objetivo for
sustentando-as, houver uma estrutura
mesmos, não dependendo das classes de
evitar a perfuração da estrutura.
metálica. Neste caso, as telhas metálicas,
proteção. Nesta tabela, encontramos uma
Já quando não se trata de ambientes
mesmo com espessuras inferiores, podem
coluna com os materiais que podem ser
em área classificada e quando a perfuração
ficar fora do volume de proteção (se não
utilizados, uma coluna com as espessuras
da estrutura não for um problema, as
for importante prevenir contra perfuração
“t” e outra com as espessuras “t’”.
espessuras “t’” podem ser adotas. É o
e não se tratar de área classificada).
Quando se deseja prevenir contra
caso de uma grande parte de galpões
Não considerando as telhas, a estrutura
perfurações e pontos quentes do lado
industriais. Assim, em um galpão cuja
metálica que as sustentam serão utilizadas como elemento natural de captação.
interno da estrutura, a espessura “t”
cobertura é composta por telhas metálicas
deve ser observada. Logo, caso haja área
com espessura maior ou igual a “t’”, não
classificada abaixo da cobertura metálica,
é um ambiente de área classificada, e
*José Barbosa de Oliveira é engenheiro
a opção de espessura deve ser maior ou
a perfuração é aceitável, podendo ser
eletricista e membro da comissão de estudos CE
igual a “t”. Conforme a tabela, no caso de
dispensados os captores convencionais.
03:64.10, do CB-3 da ABNT.
102
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Reativação da CE-003:064.010 - Proteção contra Descargas Atmosféricas (PDA) A comissão de estudos (CE) 003:064.010
- Revisão da ABNT NBR 5419:2015 –
será reativada em setembro deste ano,
Proteção contra descargas atmosféricas, Parte
tendo como escopo a normalização que visa
1: Princípios gerais, Parte 2: Gerenciamento
diminuir os riscos no campo de proteção
de risco, Parte 3: Danos físicos a estruturas e
contra os efeitos diretos e indiretos causados
perigos à vida, e Parte 4: Sistemas elétricos e
pelas descargas atmosféricas em estruturas,
eletrônicos internos na estrutura. Este tópico não
edificações e pessoas no que concerne à
deve ser motivo de qualquer sentimento negativo
conduta, terminologia, documentação, requisitos,
por parte do leitor, basta comparar o tempo
procedimentos e ensaios.
desde o inicio da revisão do texto da versão
Os principais objetivos da reativação
da 5419:2005, em 2006, até a publicação da
são a oficialização de algumas normas e
versão atual, ou seja, mesmo com este assunto
procedimentos que constam do acervo da IEC
em pauta, não há sequer uma previsão longínqua
e também da eventual correção de algum desvio
para publicação de nova versão.
que a utilização da ABNT NBR 5419:2015 mostrou necessário executar.
Embora a participação em uma CE
Após definição do coordenador e secretário,
seja aberta a qualquer cidadão brasileiro,
praxe no processo de reativação de qualquer CE,
acredita-se que a mesma desperte o interesse
serão propostos o tratamento e a observância
nos profissionais voltados à área, tais como,
dos seguintes assuntos:
universidades,
fabricantes
e
fornecedores
de materiais, sensores de raio, acessórios, - Alteração junto à IEC do comitê a que a CE
instaladores, projetistas e consultores nos mais
está vinculada para que fique oficialmente
variados níveis, bem como profissionais da
configurado o status “espelho” junto ao TC 081
construção civil, institutos de pesquisa, órgãos
da IEC;
governamentais e reguladores, associações,
- Esclarecimento do posicionamento oficial da
sindicatos, etc.
CE, Cobei e ABNT junto aos órgãos públicos
Dessa forma, espera-se novidade até o
quanto aos captores não convencionais, também
final deste ano para os três primeiros itens
conhecidos como ionizantes ou com emissão
mencionados na lista anterior e, para 2018, para
antecipada de líder;
o quarto item, ou seja, a prioridade da CE será
- Criação do texto base para projeto de
minimizar riscos em áreas abertas.
norma
003:064.010.101
-
Procedimentos
Caso haja interesse em participar, basta
de segurança para redução do risco fora de
enviar um e-mail para cobei@cobei.org.br e
uma estrutura, baseado no documento IEC
solicitar que seu nome seja incluído na comissão.
62713:2013;
De nossa parte, contamos com sua
- Criação do texto base para projeto de norma
experiência, consistência, disciplina, bom senso
003:064.010.102 - Proteção contra Descargas
e força de vontade, fatores indispensáveis para
atmosféricas - Sistemas de alerta de trovoada,
um membro participativo de uma comissão de
baseado no documento IEC 62793:2016;
estudos.
104
NR 10
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
“Não precisa prática, tampouco habilidade. Qualquer criança pode manusear o aparelho”
Era com essa afirmação que os
entregar serviços de eletricidade, próprios
mascates, que chamávamos marreteiros,
de profissionais qualificados, a pessoas
atraiam a atenção das pessoas para vender
“ligeiramente informadas” sobre como
descascador de laranja, abridor de latas e
aplicar este ou aquele produto, ainda que
outras bugigangas. Mas o que isso tem a
essencialmente elétrico.
ver com a eletricidade? Nada!
Não é senão a motivação para aumentar
extra-baixa
as vendas de tal produto ou criar uma
tensão não é para leigos. Não se vê, não
clientela cativa que se cria um trabalhador
tem cheiro e nem cor, mas tem potencial
iludido que entende de eletricidade e
para causar danos e, por isso, exige
que tão pouco entende que acaba por se
respeito e conhecimento específico.
considerar um especialista.
Já tratamos desse assunto nesta
coluna, mas, ao que parece, é necessário
mais capaz que seja na sua profissão, as
repetir porque ainda tem muita gente
responsabilidades por instalar e montar
argumentando que, por falta de mão de
equipamentos elétricos, sem que ele tenha as
obra qualificada no mercado, é justo e lícito
bases mínimas necessárias para o exercício
Eletricidade
acima
de
Não se pode atribuir ao pedreiro, por
105
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
da profissão de eletricista e essas bases quem
elétrica, quiçá um “eletropedreiro”.
excelente manual explicativo, de forma que
estabelece é o Sistema Oficial de Ensino.
qualquer pessoa (alfabetizada) pudesse
Para agravar, a “moda pegou” e agravou.
aplicar o equipamento.
no
Fabricantes já se propõe a formar e a
comércio verdadeiras instalações “prêt-a-
instruir clientes para empregar os produtos
porter”. Desde kits para alarme a “padrões”
de sua fabricação. Seria ótimo e louvável
de entrada compostos de poste, caixa,
se tivessem o mínimo critério e bom senso
chave geral, eletrodutos e condutores já
de instruir apenas os profissionais da área
Voltemos ao nosso caso:
enfiados, com isolador na ponta do poste.
elétrica e não pedreiros e leigos, somente
Somente
De lambuja, vem um metro de cantoneira de
para vender seus produtos e criar clientela.
podem se envolver com instalações e
chapa dobrada, levemente galvanizada e um
serviços com eletricidade. É Lei - artigo 180
pedaço de cabo para fazer o aterramento.
“kits” de primeiros socorros, obrigatórios
da CLT.
Inicialmente,
nos
Atualmente,
são
eram
encontradas
apenas
entradas
Ainda temos na lembrança a história dos veículos.
Então,
foi
eliminada
a
Aplicação de injeção é tão simples. Pode?
trabalhadores
qualificados
O ensino – transmissão de conhecimento
individuais. A coisa agradou e agora
obrigatoriedade
risco
– é uma atividade de grande nobreza,
temos
porque
era
um
com
adicional e só tinha gaze, tesourinha,
mas não pode ser um meio informal e
barramentos e montagens mais complexas,
esparadrapo e outros apetrechos, mas o kit
irresponsável de conferir atribuições.
com barramentos e seccionadoras que não
não tinha o principal, o profissional de saúde
Na área elétrica, assim como nas
podem ser confiadas a leigos.
qualificado para prestar o atendimento.
demais
entradas
coletivas,
caixas
áreas
técnicas,
as
atividades
Em lojas e depósitos de materiais
Só
que,
devem ser realizadas e/ou supervisionadas
de
diligentes
preocupados com a falta de médicos
por profissionais legalmente habilitados
recomendam, dimensionam, tiram dúvidas,
nos locais mais remotos de nossa terra,
que estão obrigados a registrar no órgão
informam, instruem, dão dicas para o pedreiro
os
cirúrgicos
fiscalizador do exercício profissional a sua
e, pronto, foi criado um eletricista, o que meu
montassem kits para pequenas cirurgias,
responsabilidade técnica pela execução,
amigo Joaquim chamaria de “pedreirista”.
a de apêndice (apendkit), para extração
condução e supervisão dos serviços, na
Um trabalhador que se julga capaz na área
de dentes (dentkit), acompanhados de um
forma da Lei.
construção,
balconistas
para
fabricantes
ilustrar,
de
imaginemos
materiais
106
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Aspectos de operação e premissas de filtros de harmônicas em aplicações industriais – Parte 2
Filtros ativos
portanto, com menor distorção. Quanto melhor
correntes
harmônicas
produzidas
pelas
for este processo, maiores serão a eficiência
cargas, o filtro ativo deve operar referenciado
Uma das definições clássicas de filtro ativo é
e a competência do filtro. Normalmente, os
a um sinal por ele emitido na rede com
aquela que considera que: “o filtro ativo é um
filtros ativos possuem funções específicas de
frequência da ordem de 1 kHz a 10 kHz;
equipamento que deve ser capaz de injetar
controle, como a seleção de quais harmônicas
• Este sinal de alta frequência (em relação
(ou absorver) correntes harmônicas que,
serão mitigadas, e mesmos aspectos de
aos 60 Hz) e de baixa amplitude pode causar
somadas às correntes da carga, produza uma
equilíbrio de correntes fundamentais e fator
impactos não esperados no barramento de
corrente com menor conteúdo de correntes
de potência na componente fundamental em
conexão AC em função da existência do
harmônicas na rede”. Uma outra definição
60 Hz.
capacitor no link DC e efeitos de ressonância
seria: “o filtro deve ser capaz de neutralizar as
Alguns cuidados aplicam-se quando
harmônica em função do comportamento da
correntes harmônicas produzidas pela carga,
filtros ativos são definidos como solução de
impedância do capacitor com a mencionada
de forma a produzir uma corrente com menor
mitigação da distorção de tensão, devido à
alta frequência. Como consequência, o que
conteúdo harmônico na rede”. De forma geral,
redução das correntes harmônicas.
se espera neste caso é uma redução da vida útil do capacitor do link DC em médio prazo,
o filtro ativo deve ser construído com circuito digital de alta velocidade, de forma que, tanto
• Para que seja possível a mitigação das
caso não se insiram reatâncias neste link DC
a geração das correntes harmônicas pelas cargas, como a compensação pelo filtro ocorra no menor instante possível e de forma sincronizada, caso contrário, o filtro não seria efetivo em cargas rápidas e passaria a ser mais uma fonte de corrente harmônica, não para cancelar, mas para se somar àquelas geradas pelas cargas. A Figura 1 apresenta o princípio de operação e conexão do filtro ativo ao sistema elétrico. O filtro ativo [3] (da mesma forma que o passivo) é conectado ao circuito em ligação tipo “shunt”.
As correntes “geradas” (ou absorvidas)
pelo filtro se somam (ou neutralizam) àquelas da carga, originando na fonte uma corrente mais próxima da forma de onda senoidal,
Figura 1 – Circuito típico de aplicação de filtro ativo. Fonte: Danfoss [3].
107
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
ou na entrada do inversor. A solução para
ocorrência de ressonância provocada pelos
Motor;
o efeito indesejável apontado, portanto, é a
capacitores sem reatores [6];
[2]S. M. Deckmann e J. A. Pomilio -
instalação de reatores como anteriormente
• Cada sistema possui seus prós e contras
Condicionamento de Energia Elétrica e
comentado (“2b” na referencia [1]);
para aplicações e deve ser avaliado antes da
Dispositivos FACTS;
• As cargas devem operar com regime
especificação e da instalação.
[3] Danfoss- Instruções de Utilização VLTR
conhecido e controlado, pois se no decorrer do
período
de
operação
se
verificar
incremento da carga em relação ao previsto no
dimensionamento
do
filtro,
Active Filter AAF006;
Agradecimentos ao colega Eng. Henrique
Rizzo pela revisão do texto.
poderá
haver aumento da distorção de tensão no
[4] SENAI – Escola Senai “Mariano Ferraz"conversores de frequência – apostila; [5] – Danfoss – Apresentação sobre
Referências:
barramento;
harmônicas; [6] – Starosta,J. – Apresentação –
• A compensação reativa, se efetuada em
[1] Lenze – AC tech- When to Use a Line
distorções harmônicas;
conjunto com o uso de filtros ativos, deve
or Load Reactor- Protecting the Drive or the
[7] - Mitsubishi inverter – option catalog.
considerar o uso de reatores antirressonantes, evitando ressonância harmônica em situação de não operação adequada do filtro. Neste caso, os inversores de frequência também devem estar equipados com reatores na entrada.
Sínteses e conclusões Em suma, filtros são aplicados para adequação das distorções de tensão dos barramentos de alimentação de cargas que prescindem de tensões não distorcidas e atendem a algumas premissas: • Filtros passivos compensam energia reativa e fator de potência e também podem filtrar as correntes harmônicas, enquanto filtros ativos filtram as harmônicas e também podem compensar o fator de potência; • Reatores na entrada de inversores mitigam harmônicas, distúrbios de qualidade de energia e podem ser aplicados na redução de correntes de curto-circuito. Também são necessários na instalação de filtros ativos ou passivos ressonantes e antirressonantes; • A especificação dos filtros passivos é normalmente feita pela potência reativa (kvar) e a dos filtros ativos em corrente (A); • Solução econômica: uso misto, com compensação de energia reativa efetuada com o uso de filtros passivos (reatores antirressonantes) e filtros ativos aplicado às correntes harmônicas. Uso de reatores antirressonantes (filtros antirressonante) na compensação reativa deve ser aplicado, uma vez que, caso o filtro ativo venha a falhar por alguma razão, o sistema estaria sujeito à
108
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Novos requisitos para classificação de áreas contendo poeiras combustíveis – Parte 2
Grupos de poeiras combustíveis (Grupo III)
Os equipamentos “Ex” para instalação
e produtos químicos em geral, como o
de temperatura de ignição podem ser
enxofre.
citados apenas como valores de referência.
Podem ser citados como exemplo
Dependendo
de produtos classificados no Grupo IIIB
são
da
fonte
apresentados
de
diversos
consulta, resultados,
carvão
poeiras combustíveis não condutivas com
influenciados também pelo método de
devem ser adequados para o Grupo I.
resistividade acima de 103 ohm.m, tais
ensaio em laboratório adotado para esta
Os equipamentos “Ex” para instalação
como produtos com base no carbono,
medição. Os métodos e procedimentos
em áreas contendo gases ou líquidos
como, por exemplo, poeiras de carvão
para a determinação da temperatura de
inflamáveis devem ser adequados para
vegetal, carvão mineral, coque de petróleo
ignição das poeiras combustíveis são
o Grupo II. Os equipamentos “Ex” para
e negro de fumo.
indicados na norma ISO/IEC 80079-20-2 -
instalação em áreas classificadas contendo
Podem ser citados como exemplos
Explosive atmospheres - Part 20-2: Material
poeiras combustíveis devem ser adequados
de produtos classificados no Grupo IIIC
characteristics - Combustible dusts test
para o Grupo III.
poeiras
methods, publicada em 02/2016.
em
minas
subterrâneas
de
combustíveis
condutivas
com
resistividade abaixo de 103 ohm.m, tais
III são destinados para instalação ou
como
alumínio,
áreas tem também por finalidade mapear e
utilização em locais com uma atmosfera
magnésio e suas ligas. Poeiras condutivas
determinar as extensões e a abrangência
explosiva de poeiras diferentes daquelas
são poeiras que podem apresentar riscos de
das áreas que podem conter misturas
encontradas em minas suscetíveis a grisu.
ocasionar curtos-circuitos, dependendo do
explosivas e, consequentemente, permitir
Estes equipamentos “Ex” são subdivididos
nível de tensão presente nos equipamentos
a posterior especificação adequada de
de acordo com a natureza da atmosfera
elétricos.
equipamentos e sistemas “Ex” a serem
explosiva de poeira para o qual ele é
Os equipamentos “Ex” marcados IIIB
instalados ou utilizados para cada tipo
destinado.
são também adequados para aplicações
de área classificada mapeada por estes
O Grupo III possui as seguintes subdivisões:
que requerem equipamentos “Ex” do Grupo
estudos, levando em conta as respectivas
Grupo IIIA (Fibras combustíveis), Grupo
IIIA.
“Ex”
zonas, grupos, classes de temperatura ou,
IIIB (Poeiras não condutivas) e Grupo IIIC
marcados IIIC são também adequados para
se indicados, o EPL (Equipment Protection
(Poeiras condutivas).
aplicações que requerem equipamentos
Level) requerido dos equipamentos “Ex”.
Os
equipamentos
“Ex”
do
Grupo
poeiras
metálicas
Similarmente,
de
equipamentos
Esta documentação de classificação de
“Ex” do Grupo IIIA ou IIIB.
Desta
produtos classificados no Grupo IIIA as
Como a temperatura de ignição das
classificação de áreas constitui a base para
fibras combustíveis, tais como trigo, soja,
poeiras combustíveis varia grandemente
a especificação técnica dos equipamentos
cevada, cacau, milho, leite, algodão, linho,
com a variação da granulometria e do
“Ex” a serem utilizados nestas áreas de risco
juta, serragem, grãos, materiais plásticos
teor de umidade, os valores indicados
de explosão, tanto em casos de projetos
Podem ser citados como exemplo de
forma,
a
documentação
de
109
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
novos, como nos casos de atividades de manutenção ou reparos, possibilitando a especificação do EPL requerido para cada equipamento “Ex”, dependendo do local da instalação (Da, Db ou Dc), bem como o tipo de proteção a ser utilizado nos equipamentos “Ex”, como Ex “i”, Ex “p”, Ex “op”, Ex “t”, Ex “m”, Ex “c”, Ex “b”, Ex “k” ou Ex “s”.
Ao se instalar equipamentos ou sistemas
elétricos, de instrumentação, de automação, de telecomunicações ou mecânicos em uma planta de processamento onde possam estar presentes atmosferas explosivas, os tipos de proteção dos equipamentos “Ex” e o os níveis de proteção dos equipamentos “Ex”
(EPL)
proporcionados
dependem
do risco potencial envolvido, identificado e
mapeado
nesta
documentação
de
classificação de áreas.
A documentação de classificação de
áreas deve ser também frequentemente consultada para a execução das atividades rotineiras
de
emissão
de
Permissões
de Trabalho, onde é verificado o tipo de classificação das áreas dos locais da
realização
dos
trabalhos,
sendo
determinados os requisitos de segurança aplicáveis. Esta documentação de classificação de áreas deve também ser utilizada durante as atividades de inspeções periódicas (nas instalações “Ex”, a serem realizadas no intervalo máximo a cada três anos). Tendo como base as informações indicadas na documentação de classificação de áreas, é necessário verificar se os equipamentos elétricos, eletrônicos, de automação, de telecomunicações
ou
mecânicos
“Ex”
encontram-se adequadamente instalados, de acordo com os requisitos de zona, grupo, classe de temperatura e EPL dos respectivos locais de instalação.
Os dados resumidos da nova edição de
2016 da ABNT NBR IEC 60079-10-2 são apresentados no site da ABNT Catálogo: http://www.abntcatalogo.com.br/norma. aspx?ID=357345.
110
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Por que o distribuidor precisa dar mais atenção à infraestrutura de TI?
A máxima “o Brasil que dá certo”
execrar o espírito provinciano e se dar
as informações serem o patrimônio mais
poderia ser facilmente aplicada ao mercado
conta de que há um tráfego intenso de
importante de uma empresa.
atacado distribuidor. Com um crescimento
volume de dados percorrendo no mercado
de 50,6% no ano passado, conforme
em que atua, seja devido à grande
segmento são desafiados e pressionados
aponta a pesquisa Ranking ABAD Nielsen
variedade de produtos comercializados,
pela
2016, o segmento nada contra a maré do
mau
A cada ano que passa, os negócios do entrega
com
mais
agilidade,
às milhares de entregas efetuadas ou à
qualidade, escalabilidade e, não menos
dos
principais
alta movimentação de consumidores que
importante, mantendo a disponibilidade e
economia
desempenho
brasileira,
compram das prateleiras de seus clientes.
resiliência das tecnologias já existentes.
criando condições para empresários do
Ao longo dos anos, a tecnologia
Quando a crise estancar, o distribuidor
setor investirem em melhorias que visam
tem avançado cada vez mais rápido,
que estiver pronto, com a casa arrumada,
manter a competitividade e o crescimento
softwares complexos e que atendem a
terá uma grande vantagem competitiva
de suas operações.
muitos departamentos trazem redução
diante da concorrência, graças à ordem
A hora de crescer é agora. Mesmo
de custo com mão de obra, mas, em
apoiada pela TI. Quem avisa, amigo é.
com certa instabilidade econômica, as
contrapartida, necessitam de soluções
métricas não deixam de ser positivas.
mais avançadas em termos de estrutura,
Porém, convido você, caro leitor, a fazer
sejam
uma linha de raciocínio vitalícia. Vamos
de dados, ou equipamentos. Muito se
lá. A empresa cresce, seu número de
fala sobre boas soluções focadas em
funcionários aumenta junto com o de
produtividade, em mais assertividade nas
clientes, necessidades ganham força e
decisões, em diminuição de erros e em
você se esquece de um “pequeno detalhe”
análises mais precisas. O que não deixa de
que permite que a empresa funcione
ser uma verdade, mas tudo isso necessita
corretamente: a infraestrutura de TI. Então,
de investimentos frequentes em tecnologia
eu pergunto: será que a sua empresa está
para não haver perda de faturamento, falta
preparada para suportar tudo isso, sem
de segurança das informações e outros
precisar repensar no seu atual ambiente
itens que colaboram para o insucesso dos
de tecnologia?
negócios.
indicadores
da
Quando
uma
de
não
maneira
computadores
empresa sustentável,
antigos,
complementares,
a
infraestrutura
como
de
banco
cresce
Com
usando
dia é possível vislumbrar aumento de
TI
em
tecnologias
produtividade, pois um ambiente bem
ultrapassadas, programas piratas, conexão
dimensionado e bem assistido contribui
de internet caseira, falta de uma estratégia
para que a empresa nunca pare. Sem
de telefonia, servidor e de planejamento
contar a redução de custos, uma vez que
de redes e conexões de internet, ela paga
minimiza a necessidade constante de mão
Por Leonardo Barros, diretor executivo
o preço por isso, seja em curto ou médio
de obra com reparos. Soma-se tudo isso à
da Reposit, provedora de soluções em
prazo. É hora de o empresário racionalizar,
segurança dos dados, pelo simples fato de
gerenciamento de dados.
112
Agenda 17 e 18 de outubro
Cursos
Proteção de transformador SR745
Descrição
Informações
Direcionado a engenheiros eletricistas e técnicos eletrotécnicos e eletrônicos, a formação técnica terá seu conteúdo programático dividido em: teoria básica sobre a aplicação do relé; hardware, ensinando, por exemplo, sobre disposição e identificação de terminais de conexão, acesso, display, IHM, etc.; software, aulas sobre obtenção e armazenamento de eventos e oscilografia do relé; e módulos práticos, com parametrização online/ offline e testes de proteção. Para participar do curso, é desejável conhecimentos em circuitos elétricos e sistemas elétricos de potência.
Local: Cotia (SP) Contato: (11) 2626-2453 treinamentos@protcontrol.com
17 a 19 de outubro
Harmônicos em redes elétricas
Descrição
Informações
De interesse de técnico e engenheiros que trabalham com operação, medições de harmônicos e de qualidade de energia e estudos elétricos, o curso pretende discutir como são gerados os harmônicos, estudar como modelar as cargas não lineares e ensinar a calcular e aplicar os filtros para resolver os problemas de harmônicos nas instalações elétricas. Durante as aulas serão apresentados exemplos medidos em campo e simulados em microcomputador.
Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
17 a 21 de outubro
Mercado, tarifas e formação do preço da energia
Descrição
Informações
Os alunos que participarem deste curso aprenderão, entre outros assuntos, a respeito de planejamento de operação; Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e Ambiente de Contratação Livre (ACL); Preço de Liquidação das Diferenças (PLD); e leilões de energia elétrica. As aulas são voltadas para profissionais de engenharia elétrica, engenharia da produção, engenharia civil, matemática e estatística; além de profissionais da área de mercado de energia elétrica, pesquisadores e estudantes de pós-graduação.
Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6276 cursos@lactec.org.br
20 e 21 de outubro
Sistemas fotovoltaicos com baterias e híbridos
Descrição
Informações
O curso abarcará dos fundamentos ao dimensionamento dos vários componentes, arquiteturas de sistemas, normas, regulamentações, aspectos comerciais e suas aplicações para sistemas fotovoltaicos. Entre os temas que serão debatidos durante as aulas estão: aplicações e objetivos dos sistemas com baterias; sistemas híbridos com geradores e aerogeradores de pequeno porte; minirrede em locais isolados; e backup para sistemas conectados à rede.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: cursos@solarize.com.br www.solarize.com.br
27 e 28 de setembro
Encontro Nacional de Consumidores Livres
Descrição
Informações
O objetivo do evento anual é fornecer informações de cunho comercial, financeiro, de eficiência e gestão energética para consumidores de energia livre e com potencial para adentrar a este mercado. Em 2016 será realizada a quarta edição do encontro. No ano passado, o evento reuniu mais de 200 participantes, sendo mais de 80 consumidores livres, interessados nas boas prática do mercado livre.
Local: São Paulo (SP) Contato: (21) 3154-9400 www.encontroconsumidoreslivres.com.br
16 a 19 de outubro
17 th International Conference on Harmonics and Quality of Power – ICHQP
Descrição
Informações
Organizada pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a conferência apresenta o trabalho de excelência acadêmica e técnica de pesquisa na área de qualidade de energia. Compõem o evento sessões especiais e tutoriais conduzidas por peritos internacionais.
Local: Belo Horizonte (MG) Contato: pfribeiro@ieee.org www.ichqp2016.org
19 a 21 de outubro
Eventos
O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Feicon Batimat Nordeste
Descrição
Informações
Importante plataforma de relacionamento e inovações para o setor, a feira atua como vitrine para empresas que desejam ampliar seus negócios. O evento, que entra em sua quarta edição neste ano, é composto também por um congresso que traz atualização profissional e uma mostra de decoração com padrão internacional. Os organizadores esperam para esta edição a presença de mais de dez mil visitantes/compradores qualificados.
Local: Olinda (PE) Contato: (11) 3060-4717 atendimento@reedalcantara.com.br
26 e 27 de outubro
XXII Simpósio Jurídico ABCE
Descrição
Informações
Fomentar a discussão de temas atuais, relevantes e que estão na agenda das empresas e dos agentes deste setor. Este é o objetivo do Simpósio Jurídico da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), que, em 2016, terá a sua 22ª edição. O evento é direcionado a profissionais do direito especializados no setor elétrico; juízes e promotores com interesse no setor; dirigentes e executivos de empresas públicas e privadas das áreas jurídica, contábil, de controladoria e finanças, de meio ambiente, entre outros.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3089-8800 abce@abce.org.br
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Índice de anunciantes
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O Setor Elétrico / Agosto de 2016
Conexled (11) 2334-9393 www.conexled.com.br
4ª capa
ICE Cabos Especiais 87 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br
D’Light 18, 19 e Fascículos (11) 2937- 4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br
Ilumatic 41 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br
Embrata 94 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br
Induma 10 (47) 3411-0099 vendas1@induma.com.br www.induma.com.br
Enerbrás 43 0800 645 3052 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br
Intelli (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br
Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans.brazil@nexans.com www.nexans.com.br
Enmac 31 (11) 2489-5200 enmac@enmac.com.br www.enmac.com.br
Itaim Iluminação 2ª capa e 3 (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br
Novemp Fascículos e Encarte (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
BRVal (21) 3812-3100 vendas@brval.com.br www.brval.com.br
Fastweld 71 (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
Instrumenti 104 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br
Palmetal 12 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br
Cablena 109 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
FLIR Brasil 107 (15) 3238-8075 flir@flir.com.br www.flir.com.br
Itaipu Transformadores 15 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br
Paratec 102 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br
Cinase 23 (11) 3872-4404 www.cinase.com.br/2016
Fluke 9 (11)3741-1300 info@fluke.com.br www.fluke.com.br
ABB 0800 014 9111 abb.atende@br.abb.com www.abb.com.br Alpha Ex 24 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 29 (91) 3754-7100 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br Balestro 98 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br Brametal 75 (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br 27
Chardon Group 6 (11) 4033-2210 wvalentim@chardongroup.com.br www.chardongroup.com.br Clamper Fascículos e 69 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 13 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
General Cable 73 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
ComSol 5 (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com Condumax 79 0800 701 3701 www.condumax.com.br
Kian Brasil 58 (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br 90
KRC (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Renetec 53 (11) 4991-1999 vendas@renetec.com.br www.renetec.com.br
Mon-Ter 85 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 105 (11) 5056-8900/ 0800 161819 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br
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Sarel (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 91 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sendi 111 www.sendi.org.br Sil 101 (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br 16
THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br
Pliz 39 (11) 4126-7290 vendas@pilz.com.br www.pilz.com.br
Tigre Tubos e Conexões 17 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br
Polar Macaé 8 (22) 2105-7777 vendas@polarmacae.com.br www.polarmacae.com.br
Latin American 113 www.latin-american-utility-week.com
Helllerman Tyton 95 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br
LedClass 93 (19) 3291-0123 contato@ledclass.com.br www.ledclass.com.br
Holec 61 (11) 4191-3144 vendas@holec.com.br www.holecbarras.com.br
Maccomevap 45 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
Press Mat 37 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br
Huntsman 66 0800 170 850 www.huntsman.com/power
Magnet 57 (11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br
Protcrontrol 14 (11) 2626-2453 www.protcontrol.com
Hyva Guindastes 83 (54) 3209 3400 guindastes@hyva.com.br www.hyva.com.br
Megabarre 7 (11) 4525-6700 vendas@megabarre.com.br www.megabarre.com.br
QT EQUIPAMENTOS/DUTOTEC (51) 3470-6080 dutotec@dutotec.com.br www.dutotec.com.br
35
Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Romagnole 47 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br
Patola 63 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br
Gimi Pogliano 99 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br
65
Cobremack (11) 4156-5531 SP (71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br
103
Melfex 21 (11) 4072-1933 contato@melfex.com.br www.melfex.com.br
Trael 62 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br
Poleoduto 51 (11) 2413-1200 poleoduto@poleoduto.com.br www.poleoduto.com.br
Te Connectivity 64 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy 81 e 97
Unitron (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br 22
WEG 33 (47) 3276-4000 faleconosco@weg.net www.weg.net