Ano 9 - Edição 101 Junho de 2014
Segurança elétrica As responsabilidades do empregado e do empregador sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva
Dispositivos elétricos Pesquisa exclusiva revela aumento do uso de DR e DPS nas instalações e perspectivas de crescimento deste mercado
Telecomando em subestações assistidas Aspectos construtivos de fontes ininterruptas de energia
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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br
Pesquisa – Dispositivos Elétricos 82 A maioria dos fabricantes entrevistados apontou a desaceleração da economia brasileira como motivo que mais pode
Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com
influenciar negativamente o crescimento deste mercado em 2014. Certamente, por isso, as empresas projetaram um crescimento do mercado de apenas 6% para o ano em curso.
Painel de notícias 8
Coluna do consultor 122
Oferta de energia hidráulica caiu 5,4% em 2013; Edifícios se
É possível ter um “Padrão FIFA” nas instalações elétricas
mobilizam para atender à IT 41; Projeto obriga uso de energia
brasileiras?
limpa em prédios da União; Nexans lança aplicativo para Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
dimensionamento de cabos elétricos; AES Eletropaulo inaugura
Colunistas
nova subestação em São Paulo.
Michel Epelbaum – Energia sustentável
Fascículos 29
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Reportagem 62
Consultor técnico Hilton Moreno
A responsabilidade por fornecer os equipamentos de
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Bruno Gomes, Cláudio Mardegan, Danilo Brandão, Fernando Marafão, Flávio Gonçalves, Geraldo Rocha, Heitor Scalambrini, Hildo Guillardi, José Araújo, Luis de Pádua, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Milena Guirao, Nunziante Graziano, Osvaldo Santos, Paulo Lima, Paulo Serni, Rafael dos Santos, Rafael Pazi, Raniere Brito, Ricardo de Souza Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.
segurança e treinar o funcionário é do empregador. Mas o que pode fazer o funcionário para preservar sua vida?
Condicionamento de energia 70 Revisão sobre aspectos construtivos e técnicas de controle do estágio de saída de fontes ininterruptas de energia.
Manutenção 108
124
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
127 Jobson Modena – Proteção contra raios 128 João Barrico – NR 10 129 José Starosta – Energia com qualidade 130 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 132
126
Luis Fernando Arruda – Instalação MT
Dicas de instalação 134 Informações sobre disponibilidade futura do cobre.
Referências técnicas 136 Iluminação de ambientes de trabalho.
140
Estratégias de manutenção e aspectos de projeto para garantir
Espaço IEE
a disponibilidade e a confiabilidade do sistema de telecomando
Orientações visando especificar a tensão dos para-raios de
para subestações teleassistidas.
forma correta.
Aula prática – 116 Barramentos Blindados – Parte 4 Como selecionar elementos de proteção contra sobrecargas
Ponto de vista
142
Tarifas de energia e a dicotomia equilíbrio financeiro versus qualidade dos serviços.
Capa: Reggie Lavoie | Shutterstock.com Impressão - IBEP Gráfica Distribuição - Correio
e curto-circuito nos elementos terminais (derivações plug-in) e nas reduções de capacidade nominal em linhas longas de
Agenda 144
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
barramentos blindados.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos
Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Espaço Guia de Normas 120
Filiada à
FSC
meses.
Saiba mais sobre o sistema de aterramento, que deve estar
What’s wrong here 146
presente no SPDA e nas instalações elétricas de energia e de sinal.
Identifique o que existe de errado na instalação
Editorial
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O Setor Elétrico / Junho de 2014 Capa ed 101_D.pdf
1
7/2/14
2:40 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 9 - Edição 101 Junho de 2014
Segurança elétrica As responsabilidades do empregado e do empregador sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva
O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 101 – Junho de 2014
Segurança: prioridade de todos
Dispositivos elétricos Pesquisa exclusiva revela aumento do uso de DR e DPS nas instalações e perspectivas de crescimento deste mercado
Telecomando em subestações assistidas Aspectos construtivos de fontes ininterruptas de energia
Edição 101
Grandes obras significam quase sempre grandes riscos, especialmente, para os envolvidos no trabalho mais braçal
das construções. Recentemente, o Brasil sofreu algumas transformações, envolvendo grandes projetos, que faziam parte dos preparativos para o Mundial de Futebol da Fifa. E não saiu ileso. Foram 12 estádios reformados ou construídos e sete vítimas fatais. Só na Arena Corinthians, foram três acidentes. Em novembro de 2013, a queda de um guindaste matou dois operários e em março deste ano, mais um funcionário morreu por não usar o cinto de segurança, que o prendia à estrutura.
Nas obras realizadas para a Copa do Mundo anterior, na África do Sul, houve duas mortes e, no Mundial de 2006,
na Alemanha, não houve vítimas. Os números brasileiros são preocupantes, mas dado muito mais alarmante é o que se vem registrando no Catar, região que deve hospedar o mesmo evento esportivo em 2022. De acordo com o relatório da International Trade Union Confederation, cerca de 1200 pessoas já morreram em obras de infraestrutura e construção de estádios naquele país. E a previsão é que haja pelo menos o dobro de óbitos ainda em decorrência desses projetos. Além das longas jornadas de trabalho, falta de estrutura e de segurança são os grandes causadores das mortes.
O paralelo com os acidentes registrados nas grandes construções para a Copa do Mundo ilustra a importância das
condições adequadas de segurança para os profissionais envolvidos. Em projetos envolvendo eletricidade, os riscos são tão altos quanto os existentes na construção civil. Como mostra a reportagem publicada nesta edição, a obrigatoriedade de fornecer os equipamentos de proteção individual e coletiva é da empresa empregadora, mas, não raramente, são encontrados trabalhadores que burlam as regras e deixam de usar um ou outro equipamento por considerá-lo desconfortável ou por dificultar a mobilidade. No caso da última vítima fatal, na Arena Corinthians, a polícia investiga as hipóteses de falha do equipamento de segurança e de que o operário tenha sido negligente, ao não se prender ao cabo de segurança.
Nesse sentido, vale lembrar que é dever da empresa fiscalizar o uso dos equipamentos de segurança por seus
funcionários. A Norma Regulamentadora nº 10 é clara ao dizer que as responsabilidades “são solidárias aos contratantes e contratados envolvidos”, especificando que os empregadores devem manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados e também adotar medidas preventivas e corretivas caso ocorra algum acidente. E os trabalhadores, da mesma maneira, devem também ser responsáveis por sua segurança e cumprir as determinações legais, no caso, fazer uso de todas as medidas preventivas.
O Catar é um dos países árabes mais ricos, graças à receita proveniente das jazidas de gás e petróleo na região, mas
carece de um arcabouço de medidas de segurança que preze pela vida dos seus trabalhadores. No Brasil, há diversas normas e leis que garantem condições mínimas de segurança do trabalho. Que todos os acidentes ocorridos, ao menos, sirvam de exemplo para os próximos grandes projetos que ainda serão realizados.
Boa leitura!
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Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Oferta de energia hidráulica caiu 5,4% em 2013 De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN), realizado pela EPE, isto ocorreu em decorrência das condições hidrológicas desfavoráveis observadas ao longo do ano Em razão das condições hidrológicas 2013 Fonte 2012 desfavoráveis observadas ao longo do período, houve (Em Mtep) (Em Mtep) redução da oferta de energia hidráulica em 2013: 121,5 Renováveis 119,8 o decréscimo foi de 5,4%. Estas informações foram 37,1 Energia hidráulica* 39,2 apresentadas pela Empresa de Pesquisa Energética 47,6 Biomassa da cana 43,6 (EPE) no Balanço Energético Nacional (BEN) 2014, 24,6 Lenha e carvão vegetal 25,7 documento publicado anualmente, cujo objetivo é consolidar a contabilidade energética brasileira, 12,3 Outras renováveis 11,4 mensurando a diferença entre oferta e consumo de 174,7 Não renováveis 163,6 todas as formas de energia produzidas no país inteiro. 116,5 Petróleo 111,4 O balanço mostrou também que houve recuo 37,8 Gás natural 32,6 da participação de renováveis na matriz elétrica. Em 16,5 Carvão mineral 15,3 decorrência da menor oferta hídrica, a contribuição, 3,9 Urânio (U3O8) 4,3 que era de 84,5% em 2012, caiu para 79,3% em *Inclui importação de eletricidade oriunda de fonte hidráulica. 2013, mesmo contando com a inserção de 1.724 MW na potência instalada do parque hidrelétrico brasileiro. Por sua vez, a participação da fonte eólica na matriz elétrica, que atingiu 2.202 MW, apresentou um crescimento de 30,2% em relação a 2012. Sobre as fontes térmicas, a pesquisa também apresentou um crescimento da sua participação na matriz elétrica brasileira entre 2012 e o ano passado. Usinas movidas a carvão mineral, gás natural e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo, tiveram sua contribuição aumentada de 1,6% para 2,6%; de 7,9% para 11,3%; e de 4,2% para 4,9%, respectivamente. Conforme a EPE, a energia térmica foi a principal responsável por atender ao aumento do consumo final de eletricidade em 2013, que foi de 3,6%, e teve como principais responsáveis os setores residencial e comercial. No total, a energia disponibilizada passou de 283,4 Mtep para 296,2 Mtep, contabilizando um aumento de 4,5%; o consumo final de energia (não apenas de energia elétrica) passou de 253 Mtep para 260,2 Mtep, acarretando em um aumento de 2,9%. A EPE também forneceu informações sobre as perdas na transformação de energia, que aumentaram 18%, de 30,4 Mtep para 36 Mtep. Conforme a EPE, isso ocorreu por causa do aumento da participação da energia térmica na matriz energética brasileira. Ainda segundo o balanço, a distribuição da oferta de energia em 2013 apresentou-se repartida da seguinte maneira: petróleo e derivados (39,3%); biomassa da cana (16,1%); gás natural (12,8%); hidráulica (12,5%); lenha e carvão vegetal (8,3%); carvão mineral (5,6%); lixívia e outras renováveis (4,2%) e urânio (1,3%). Sendo os setores que mais consumiram este tipo de energia: o industrial (33,9%) e o de transportes (32%)
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Edifícios se mobilizam para atender à IT 41 Pesquisa feita com 780 edifícios paulistas revela que 40% realizam manutenção prévia de suas instalações elétricas conforme a IT 41 antes mesmo da visita do Corpo de Bombeiros
O Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre)
em serviço pelo usuário, de forma a se verificar a
de segurança desprotegidas contra o fogo (26%);
e o Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo
conformidade com as prescrições desta norma”.
condutores elétricos instalados de forma inadequada
divulgaram pesquisa que avaliou 780 edifícios
(25%); e condutores elétricos sem isolamento ou
paulistas no sentido de verificar se eles estavam
amostra que foram visitados pelos bombeiros haviam
danificados (21%).
atendendo aos esquisitos da instrução técnica nº 41
realizado a manutenção ou reforma prévia de suas
(IT 41). Os dados foram coletados entre agosto e
instalações elétricas de acordo com os requisitos
do Departamento de Segurança Contra Incêndio
outubro de 2013 e a amostra abrangeu edificações
da IT 41. O restante (60%) não havia realizado
do Corpo de Bombeiros, os números da pesquisa
comerciais, residenciais e industriais com um perfil
manutenção prévia. Destes, 46% não apresentaram
revelam a movimentação do setor para se adequar
constituído por prédios novos e com idade superior
nenhum problema e 14% foram avaliados com
à norma, uma vez que 40% das edificações já
a cinco anos.
alguma inconformidade e por isso receberam o
haviam se preparado espontaneamente para
“Comunique-se”, indicação de que algum reparo se
atender a seus requisitos.
sempre que solicitado ou renovado o Auto
fazia necessário na instalação elétrica.
de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O
Antônio Maschietto, destaca a importância da norma
documento segue o item 7 da ABNT NBR 5410,
inconformidade e receberam a notificação dos
que, embora haja propostas no Congresso Nacional
segundo o qual, “qualquer instalação nova,
bombeiros, a maioria (18%) era de imóveis entre 10 e
para outros instrumentos de regulamentação, é
ampliação ou reforma de instalação existente deve
15 anos de existência. E as principais razões levantadas
atualmente “o único instrumento legal que nos
ser inspecionada e ensaiada durante a execução
para que eles recebessem o “Comunique-se” foi: partes
auxilia no processo de manutenção da segurança
e/ou quando concluída, antes de ser colocada
vivas expostas (42%); instalações elétricas do sistema
das instalações elétricas nas edificações”.
Instituída em 2011, a IT 41 é necessária
Constatou-se, então, que 40% dos prédios da
Entre os edifícios que apresentaram alguma
Para o tenente-coronel Adílson Antônio da Silva,
Neste sentido, o diretor-executivo do Procobre,
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dano elétrico gera 45% das indenizações de seguros a condomínios de SP Curtos-circuitos, variações de tensão e problemas no fornecimento são os grandes incidentes relativos à eletricidade
Danos na rede elétrica, como curtos-circuitos, variações de tensão
e prejuízos no fornecimento de energia, respondem por 44,7% das indenizações pagas a condomínios residenciais na cidade de São Paulo. As informações são de um estudo feito pela Lello, empresa especializada em administração condominial, em parceria com a Villa Vella Seguros, companhia do setor de corretagem. Os dados são baseados nos números de 2013.
Em segundo lugar entre as indenizações pagas por seguros
contratados ficaram as relativas à responsabilidade civil do condomínio, que cobre danos causados a condôminos ou a terceiros. Elas representaram 25,7% do total, enquanto as indenizações por quebras de vidros responderam por 13,4%.
De acordo com as empresas, a modalidade de seguro conhecida como
“cobertura ampla”, novidade no mercado, se tornou uma opção para os síndicos que querem proteger o condomínio contra problemas não cobertos na cobertura simples obrigatória, como desmoronamentos, alagamentos,
Problemas com eletricidade foram principal causa de indenizações em São Paulo.
terremotos e furacões. A vantagem principal é o valor pago por indenização aos condomínios. Na cobertura simples, os condomínios recebem R$ 10 milhões apenas no caso de incêndio, raio, explosões e quedas de aeronaves.
Na nova modalidade esse mesmo valor (R$ 10 milhões) é pago também em caso qualquer dano físico ao condomínio, como quebra de vidros, danos
elétricos, vendaval, impacto de veículos terrestres, tumulto, desmoronamento, alagamento, roubo de bens do condomínio, derrame de sprinklers e vazamento de tanques e tubulações.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Smart grid é solução para integrar redes de distribuição e planejamento urbano Durante o 10º Fórum de Redes Subterrâneas, discutiu-se também a importância de cabos subterrâneos para as redes inteligentes. Em evento paralelo, especialistas debateram gestão da iluminação pública no país
Os desafios visando à integração das atividades
de implantação de redes de distribuição de energia elétrica e o planejamento das cidades foi um dos temas abordados pelo presidente do Fórum Latino Americano de Smart Grid e diretor ECOee, empresa de consultoria na área de energia, Cyro Vicente Boccuzzi, durante o 10º Fórum de Redes Subterrâneas de Energia Elétrica. Este evento foi realizado paralelamente à Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública (Ilumexpo), entre 3 e 5 de junho de 2014 na cidade de São Paulo.
Em sua apresentação, Boccuzzi, destacou
a importância de se investir em smart grid, que é caracterizada pela automação e integração intensiva entre as tecnologias. Segundo o diretor da ECOee, as redes inteligentes trazem um novo cenário de oportunidades para que a expansão da rede de distribuição de energia elétrica ocorra
Realizado entre 3 e 5 de junho de 2014 na cidade de São Paulo, o 10 º Fórum de Redes Subterrâneas contou com palestras de especialistas, profissionais de distribuidoras de energia, representante da Aneel, entre outros
em concomitância com o planejamento urbano nas
Aparecido Pelegrini, que analisou os problemas
que poderia ser realizado por um órgão
cidades. Isto porque integra as infraestruturas de
e as alternativas possíveis para a repartição dos
independente, ou até pelos municípios e agentes,
energia e telecomunicações, que são os vetores
custos na implantação de redes subterrâneas,
que teria por responsabilidade o estudo da
tecnológicos para as cidades do futuro.
e dissertou sobre a necessidade de uma
definição dos itens de repartição de custos, da
governança centralizada para viabilizar estas obras
antecipação das obras e do planejamento, tanto
“uma oportunidade fabulosa de compartilhamento
compartilhadas.
de telecomunicação quanto de energia e que,
de custos para o poder público, porque, além
Segundo Pelegrini, as obras conjuntas
principalmente, segundo o diretor, estabeleceria
desses dois serviços fundamentais, pode ser passar
melhorariam não só o custo (que seria dividido),
um canal de comunicação mais ágil e frequente
a ter uma plataforma que permita integrar todos
como a imagem dos agentes envolvidos – sejam
entre os agentes.
outros serviços públicos: transporte e trânsito,
eles o município, distribuidores de telecomunicação,
segurança pública, gestão de resíduos, de saúde,
de energia elétrica, de gás –, que acabariam
a respeito do tema de redes subterrâneas, o
iluminação pública e outros”.
colaborando com a população ao fazer uma
Fórum contou também com palestras de agentes
obra civil apenas, e causando transtorno por um
de distribuição de energia. Destaque para o
redes inteligentes nas cidades e que elas, através
determinado momento, de uma só vez.
depoimento do ex-gerente da divisão de Engenharia
de suas prefeituras, terão que forçosamente investir
Durante a sua apresentação, o sócio-
da Manutenção da CPFL Energia e consultor da RAR
para viabilizar essa infraestrutura. Para ele, isso
diretor da Sinapsis mostrou que diversas obras
Consultoria, Ronaldo Antonio Roncolatto, que falou
irá começar pela energia elétrica, que implicará
de infraestrutura poderiam ter seus custos
sobre o Programa Cidades Inteligentes da CPFL na
em uma oportunidade de reduzir custos e acelerar
compartilhados, contudo, faltam regras e estudos
cidade de Campinas (SP).
a modernização e qualidade dos serviços. “E as
mais aprofundados em relação ao tipo de item
redes subterrâneas entram como um ingrediente
que pode ser compartilhado, sobre o custo e
(Aneel) também se fez presente por meio do
fundamental neste processo de transformação”,
qual seria a participação financeira de cada
superintendente de Regulação dos Serviços de
destacou o diretor.
agente nesta divisão.
Distribuição da Aneel, Carlos Alberto Calixto Matta,
que deu a visão do agente regulador a respeito
Para o especialista, as redes inteligentes trarão
Boccuzzi vê como inevitável a inserção das
Outra palestra de destaque no 10º Fórum
Para o fornecimento de diretrizes básicas
Objetivando fornecer uma visão mais abrangente
A Agência Nacional de Energia Elétrica
de Redes Subterrâneas foi realizada pelo sócio-
visando a realização de obras compartilhadas,
da conversão de redes de distribuição de energia
diretor da Sinapsis Inovação em Energia, Marcelo
Pelegrini sugere um modelo de governança,
elétrica aéreas para subterrâneas. Matta destacou
O Setor Elétrico / Junho de 2014
15
que o tema esteve presente na agenda regulatória da agência relativo ao biênio 2013/2014 e continua presente na agenda do biênio 2014/2015.
Conforme Matta, a Aneel está no momento avaliando a expansão dos
sistemas subterrâneos de distribuição e identificando a eventual necessidade de sua regulamentação e interface com os processos tarifários. A próxima ação da Aneel será abrir uma consulta pública no fim deste ano para avaliar uma regulamentação específica para conversão de redes aéreas em subterrâneas e definição de locais, técnicas e regras para a implantação de novas redes. “Espero em 2015 trazer para o próximo fórum a boa notícia de que teremos um regulamento”, finalizou o superintendente.
Ilumexpo
Paralelamente ao Fórum de Redes Subterrâneas, aconteceu a terceira
edição da Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública (Ilumexpo), que reuniu especialistas para discutir o futuro da iluminação pública no país, além de tendências, tecnologias e planejamento para essa área. O tema desta edição foi “Novos paradigmas e tecnologias para os atuais desafios da administração municipal na gestão da iluminação pública”.
Como não haveria de ser diferente, o principal assunto dos debates foi
a obrigatoriedade da transferência dos ativos de iluminação pública para as prefeituras até o final de 2014, conforme determina a resolução normativa da Aneel 414/10.
Na opinião do consultor e diretor da ECOee, Cyro Vicente Boccuzzi, as
cidades vão forçosamente ter que investir para viabilizar a infraestrutura necessária numa tentativa de diminuir custos e aceleração a modernização e a qualidade seus serviços à população. Segundo ele, para isso, será preciso aliar o interesse público com a competência técnica e de gestão, em modelos de parcerias público-privadas que possam assegurar serviços eficientes e sustentáveis, bem como trazer investimentos inviáveis de serem arcados exclusiva e unilateralmente através do poder público.
A coordenadora do Programa de Eficiência Energética do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Luciana Hamada, afirmou, em sua palestra, que a maioria dos municípios não possui os meios adequados para assumir esse tipo de gestão, faltando-lhes capacitação técnica; identificação de recursos, mapeamento dos equipamentos e estudos luminotécnicos, além de mecanismos de interação com a população.
Para os municípios que ainda não receberam os ativos de iluminação
pública, ele fornece algumas orientações para o sucesso dessa transferência, como o conhecimento do cadastro do sistema de iluminação pública; a definição da forma de gestão frente à nova demanda de operação e manutenção do serviço; a instituição da Contribuição do Custeio de Iluminação Pública (CIP); conhecimentos técnicos e normas de segurança.
Sobre a CIP, é importante lembrar que sua receita deve ser autorizada
por lei municipal e prevista no orçamento anual ou em crédito especial e para ser cobrada a partir de janeiro de 2015, ela deverá ser aprovada até dezembro de 2014.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Chave seccionadora
Fusível
www.sarel.com.br
www.sob-brasil.com
Fabricada pela Sarel,
A Schurter está expandindo sua gama de
a chave seccionadora
fusíveis de alta tensão com o lançamento do
tripolar, modelo SRF,
modelo SHF 6.3x32, com capacidade de ruptura
pode ser instalada em
de 1.500 A e tensão nominal de 500 Vca nas
cabines de alvenaria ou
versões cartucho ou pigtail. Disponíveis em
em painéis metálicos para
correntes de 1 A a 8 A, os fusíveis de cartucho
uso abrigado. É produzida
podem ser utilizados em porta-fusíveis e clips,
em conformidade com a
que permitem a fácil substituição de fusíveis.
norma IEC 62271-103.
Seus contatos
principais móveis são do
O acionamento da seccionadora pode ser manual por meio de punho de manobra, por vara de manobra ou motorizado.
Segundo a empresa, uma ampla gama de clips e porta-fusíveis está disponível para este modelo de fusível. A versão pigtail permite ainda a
tipo dupla-faca, com contatos lineares e dispostos de forma que possam suportar
montagem direta em placas de circuito impresso.
os esforços resultantes das solicitações mecânicas e elétricas, já as partes
condutoras são de cobre eletrolítico tratadas galvanicamente com estanho ou prata.
três fases, em fontes de alimentação (UPS),
A estrutura suporte, onde são fixados os isoladores, é fabricada em
automação predial, conversores de frequência,
chapa de aço laminada dobrada, soldada, formando uma estrutura monobloco
eletrônica industrial e de potência, entre outras.
Indicado para aplicação em sistemas de
e tratada com pintura eletrostática a pó à base de epóxi. Os isoladores são do tipo suporte em resina epóxi ou porcelana de alta resistência mecânica e excelente rigidez dielétrica.
Este fusível está de acordo com a diretiva RoHS e em aprovação com cURus.
As chaves seccionadoras são fabricadas para as tensões de 7,2 kV a 36,2
kV, correntes nominais de 200 A a 1.250 A e curto-circuito simétrico até 31,5 kA.
Sensores de inclinação www.balluff.com.br
Os sensores de inclinação BSI, da Balluff, medem o desvio (inclinação) de um objeto em relação à
horizontal, em até 360°. São indicados para o controle preciso de posição e para o monitoramento contínuo de movimentos rotativos, trazendo segurança a inúmeros tipos de operações.
De acordo com a fabricante, os sensores podem ser aplicados na geração convencional de energia e na
produção de energia renovável eólica e solar, trazendo como vantagens: princípio de medição sem contato e absoluto para uma integração simples em seu sistema; precisão de 0,1° e desvio de temperatura reduzido para o controle preciso de vários tipos de processos; faixa de temperatura ampliada de -40 °C a 85 °C e corpo metálico compacto que permitem a aplicação sob condições extremas.
Aplicados em turbinas eólicas, destinadas à geração de energia eólica, os sensores de inclinação BSI
contribuem para que os parques eólicos tenham mais de 99% de disponibilidade, já que medem o ângulo de inclinação absoluto de forma confiável, evitando que os valores limites sejam excedidos, reduzindo a carga do gerador.
Os sensores são responsáveis pelo controle preciso de posição e para o monitoramento contínuo de movimentos rotativos em sistemas de geração de energia.
O Setor Elétrico / Junho de 2014
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Hastes de aterramento www.tramontina.com.br
A Forjasul Eletrik, fabricante de materiais elétricos com a marca Tramontina, destaca a
sua completa linha de hastes de aterramento. Trata-se de peças fabricadas com conexão cobre-cobre, que elimina problemas de contato e corrosão, e com alma de aço trefilado, que confere às hastes maior resistência e robustez, permitindo que elas sejam encravadas no solo diretamente, sem a necessidade de furação prévia.
Para eliminar a possibilidade de corrosão eletroquímica entre as duas camadas,
o sistema produtivo adotado pela companhia foi desenvolvido de modo que a parte de cobre seja perfeitamente fixada à alma de aço, comportando-se como um só metal. Outra característica construtiva é que a ponta das hastes de aterramento é feita a frio, preservando a dureza e resistência do material.
Uma recomendação da Forjasul Eletrik é que, após a sua instalação, todos os sistemas
de aterramento devam ser inspecionados pelo menos uma vez por ano, de modo a verificar se houve aumento de resistência acima de 20%. Se isso ocorrer, é preciso checar a origem do problema e atuar na sua correção para baixar a resistência, o que pode ocorrer pela substituição ou acréscimo de novas hastes de aterramento ao sistema.
As hastes são indicadas para uso em instalações que envolvam pararaios, colunas de alambrados, edifícios em geral e antenas.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Aneel aprova audiência pública sobre regulamentação de instalações de transmissão Audiência, que ficará aberta até 29 de agosto, debate o aprimoramento da regulamentação relativa ao plano mínimo e ao monitoramento de instalações de transmissão
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou no início de junho, durante reunião
pública de sua diretoria, a audiência pública nº 022/2014, cujo objetivo é discutir o aprimoramento da regulamentação que diz respeito ao plano mínimo e ao monitoramento de instalações de transmissão.
Sobre o assunto da audiência, a Aneel informa que a efetividade da fiscalização feita pela
concessionária depende da qualidade dos planos e dos critérios adotados por ele. Com o objetivo de aprimorar este processo, foi proposta uma metodologia de monitoramento e fiscalização remota da manutenção de instalações de transmissão. Dessa maneira, o acompanhamento da execução dos planos será contínuo.
A Aneel informa ainda que o monitoramento da execução dos planos de manutenção e a
fiscalização remota da manutenção dos equipamentos são ações de caráter complementar e não visam substituir as fiscalizações em campo.
Os interessados em dar contribuições podem enviar um e-mail até o dia 29 de agosto para o
endereço eletrônico: ap022_2014@aneel.gov.br. Uma sessão presencial para debater o assunto está marcada para o dia 30 de julho na sede da Aneel, em Brasília.
Projeto obriga uso de energia limpa em prédios da União Segundo o PLS 168/2013, os novos prédios da União deverão atender, no mínimo, 50% de suas necessidades energéticas para a produção de calor e de frio, por meio de energias renováveis
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou, em junho, o PLS 168/2013, que torna
obrigatório o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis para sistemas de aquecimento de água e condicionamento de ar em novos prédios da União. A proposta segue agora para a análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Segundo o projeto de lei, os prédios da União deverão atender, no mínimo, a 50% de suas
necessidades energéticas para a produção de calor e de frio, por meio de energias renováveis. As fontes escolhidas no PL são: biomassa sólida, líquida ou gasosa; radiação solar; energia geotérmica; e vento. O texto dá a opção de que a energia possa ser produzida localmente ou por meio de geração distribuída.
Para o relator do PLS 168/2013, que deu parecer favorável ao projeto, o senador Inácio Arruda
(PCdoB-CE), o futuro esgotamento da energia obtida a par tir de fósseis implicará a adoção em massa de fontes renováveis de energia em escala mundial. Arruda destaca que sairão em vantagem aquelas nações que planejarem com antecedência a transição para essa nova realidade.
Projeto que anistia dívidas de consumidores de energia elétrica avança na Câmara Dívidas foram contraídas pelos pequenos produtores rurais durante o Programa “Luz no Campo” de 1999
A Comissão de Minas e Energia da Câmara
Federal aprovou no início de junho o Projeto de Lei (PL) 661/07, que dá anistia a dívidas de consumidores de energia elétrica contraídas no âmbito do Programa “Luz no Campo” de 1999. Segundo o texto do projeto, a anistia será custeada com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo destinado à universalização dos serviços de energia que financia, entre outros, o programa “Luz para Todos”.
O programa “Luz no Campo” exigia o
pagamento por parte dos usuários das taxas de instalação da rede, o que acabou endividando os pequenos produtores rurais. O relator do projeto na Comissão de Minas e Energia, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), explica que agora estas pessoas ficaram inadimplentes e estão impossibilitadas de contrair empréstimos ou tomar outras iniciativas para melhorar sua condição de produção.
“São dívidas pequenas, em sua maioria, e,
por conta disso, acolhemos o que era objeto de vários projetos e apresentamos o parecer que foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia", esclareceu Jardim.
Para ser aprovado definitivamente, o PL
661/07 ainda terá de ser analisado pelas Comissões de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição, Justiça e Cidadania.
O PLS 168/2013 – que torna obrigatório
o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis para sistemas de aquecimento de água e aquecimento e condicionamento de ar em novos prédios da União – foi aprovado no início de junho pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Eaton destaca soluções contra possível crise energética No início de junho, a empresa reuniu jornalistas para apresentar produtos que podem atender concessionárias de eletricidade e outras empresas em caso de crise energética no país em 2014
A exposição “Brasil de 20 Copas” conta, por meio de diversos recursos multimídia, bastidores e segredos vividos pela seleção brasileira durante as edições do evento esportivo.
A Eaton realizou no último dia 2 de junho uma apresentação com o objetivo de divulgar as soluções
tecnológicas que podem ser oferecidas pela companhia a concessionárias de eletricidade e demais empresas em caso de crise energética, aventada diante da escassez de chuvas em todo o país durante o ano de 2014, que diminuiu bastante os reservatórios das hidrelétricas brasileiras. A empresa focou sua apresentação em produtos e soluções para o aumento de eficiência e confiabilidade das concessionárias, bem como aumento do fator de potência e consequente redução do desperdício de energia por parte das empresas.
No tocante a soluções para concessionárias, foram destacados produtos-chave no âmbito de redes inteligentes,
tais como: religadores automáticos, reguladores e capacitores, que trabalham na qualidade da tensão da energia fornecida. Além disso, a empresa salientou suas soluções de software de cálculo que permitem a modelagem e a simulação do sistema para definir quais os pontos para uma melhor instalação dos equipamentos.
Já para as soluções direcionadas às empresas, a Eaton destacou os estudos de sistemas de potência,
mais especificamente, estudos de potência e qualidade de energia, nos quais são analisados o que o cliente possui na planta, todo o seu sistema elétrico, avaliados o fator de potência e recomendados o melhor banco de capacitores para sua instalação. E também equipamentos que compõem os painéis de baixa e média tensão, como disjuntores, que além de realizar a proteção, ajudam a monitorar a distribuição de energia dentro da planta, informando qual setor consome mais energia.
Eaton na Copa do Mundo
O local escolhido para o encontro com a imprensa especializada foi o Estádio Municipal Paulo Carvalho de
Machado, o Pacaembu, mais especificamente, o Museu do Futebol. O lugar poderia parecer inusitado para o encontro, mas havia dois motivos para tal. O primeiro deles é que a Eaton patrocina uma mostra temporária no espaço: a exposição “Brasil de 20 Copas” que, por meio de diversos recursos multimídia, conta bastidores, segredos e inúmeros detalhes vividos pela seleção brasileira durante todas as edições do evento esportivo.
A segunda razão, e a mais importante, é que a Eaton forneceu nobreaks para um dos estádios sede da
Copa. Além de fornecer este equipamento para que os sistemas que necessitam de energia permaneçam em funcionamento e, consequentemente, as partidas não sejam interrompidas, a Eaton forneceu nobreaks para a Comba Telecom implantar Sistema de Antenas Distribuídas (DAS), que irradiam o sinal RF celular (iDEN, 2G, 3G, 4G) em estádios sede. Ou seja, estes equipamentos possibilitaram a continuidade do acesso à internet móvel para quem acompanhou os jogos pelos smartphones e tablets.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Nexans lança aplicativo para dimensionamento de cabos elétricos Ferramenta é baseada no Sistema de Dimensionamento Nexans (SDN) e é adequada para as plataformas Android, iOS e web
Com o intuito de oferecer praticidade a projetistas, que, muitas vezes, necessitam
de ferramentas em tempo real em seus trabalhos, a Nexans lançou um aplicativo de dimensionamento de cabos elétricos. Baseado no Sistema de Dimensionamento Nexans (SDN), o aplicativo serve para os programas Android, iOS e para a plataforma web. Para o presidente da Nexans no Brasil, Marco Vitiello, o lançamento reitera o compromisso da empresa de contribuir com a sociedade e tornar o mundo um lugar mais seguro. “A partir do momento que o dimensionamento correto é realizado, a instalação passa a correr menos risco de uma sobrecarga elétrica e de um possível incêndio”, afirma Vitiello.
Por meio do aplicativo, o projetista pode realizar, via smartphone ou tablet, os cálculos
da seção ideal dos cabos na própria obra e salvar a informação no dispositivo ou enviar o relatório por e-mail. Para utilizar a ferramenta, o usuário deve inserir os dados do circuito, tais como modelo do cabo, local de instalação, e assim receber os cálculos baseados nas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 14039, que estabelecem as condições que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa e média tensão, respectivamente, para garantir a segurança das pessoas.
De acordo com a Nexans, o aplicativo ainda leva em conta três etapas consideradas
essenciais no dimensionamento dos cabos: o aspecto técnico, que resulta na menor seção ideal para cada aplicação; o aspecto econômico, que se baseia na menor seção e na menor perda de energia; e o aspecto ambiental, que junto com a menor perda de energia analisa a emissão de CO2 com a menor seção indicada.
Quem quiser acessar o aplicativo SDN da Nexans, deve fazer o download na AppleStore e Google Play ou acessar a ferramenta em www.nexans.com.br/sdn.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Empresa escocesa fornece energia temporária para centros de transmissão da Copa do Mundo Aggreko instalou equipamentos de energia e de climatização temporários no centro de transmissão internacional, nos complexos de transmissão local e nas placas de publicidade eletrônica dos estádios
A empresa escocesa Aggreko, especializada em fornecimento de energia temporária, resfriamento de processos e climatização, foi a provedora oficial de energia
temporária da Copa do Mundo de 2014. A companhia instalou os equipamentos de energia e climatização temporários no centro de transmissão internacional, nos complexos de transmissão local e nas placas de publicidade eletrônica (Leds) dos estádios.
O sistema de energia temporário garantiu o fornecimento de energia exigido para que os equipamentos utilizados pelas transmissões dos jogos, como câmeras,
microfones, computadores e antenas, funcionassem sem falhas.
Já as soluções de climatização serviram para garantir que os equipamentos de transmissão, do centro e dos complexos, que são sensíveis ao calor e podem
superaquecer, fossem mantidos na temperatura certa. Além disso, estes equipamentos deixaram o clima ameno nos locais, levando conforto aos jornalistas.
No total, a Aggreko forneceu 50 MW de energia, sendo 12 MW para o Centro de Transmissão Internacional e 38 MW para as placas de publicidade eletrônica e os
Complexos de Transmissão Local. Esta energia foi transmitida via cabos, totalizando 150 km de extensão, e distribuída por aproximadamente 1000 painéis que foram operados e monitorados por cerca de 100 profissionais, entre engenheiros e técnicos.
Instalado no Riocentro, o Centro de Transmissão Internacional – responsável pelo envio de imagens para os países do exterior – foi apoiado e recebeu informações
e imagens dos jogos dos Complexos de Transmissão Local, por sua vez, montados em cada um dos 12 estádios da Copa.
Usina solar do Mineirão já gerou mais de 300 MW/h em dois meses Construída pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Minas Arena e o banco alemão KfW, a usina tem uma potência de 1,42 MWp A Usina Solar Fotovoltaica (USF) do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), já gerou em pouco mais de dois meses, desde sua inauguração, mais de 300 MW/h, energia suficiente par abastecer, em média, 1200 residências durante este período. Contudo, somente 10% dessa energia gerada retorna para ser utilizada pelo estádio de futebol.
Construída pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Minas Arena e o banco alemão KfW, a usina tem uma potência de 1,42 MWp
(megawatts-pico) e cerca de seis mil módulos fotovoltaicos instalados em uma área de cerca de 9.500 m² da cobertura do estádio.
Em razão da usina solar fotovoltaica, o Mineirão recebeu o selo Leed Platinum do U.S. Green Building Council (USGBC), tornando-se o primeiro e único do país a
ganhar a qualificação máxima. Foi também o primeiro estádio com esta certificação a participar de uma Copa do Mundo.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
AES Eletropaulo inaugura nova subestação em São Paulo A Estação Transformadora de Distribuição (ETD) Juscelino Kubitschek foi construída no bairro do Itaim Bibi e deve atender cerca de 300 mil habitantes
A fim de melhorar a qualidade do serviço, fornecendo mais segurança, agilidade
e confiabilidade do sistema elétrico de parte da zona sul da cidade de São Paulo, a AES Eletropaulo inaugurou, no bairro do Itaim Bibi, a Estação Transformadora de Distribuição (ETD) Juscelino Kubitschek. Foram investidos mais de R$ 80 milhões na obra, que possui 120 MW de capacidade, o suficiente para atender a cerca de 300 mil habitantes nas imediações.
Conforme a concessionária, a ETD foi projetada seguindo o padrão arquitetônico
da região. Dessa maneira, os transformadores estão localizados em um prédio com proteção acústica para evitar ruídos e tanto sua linha de transmissão em circuito duplo de 88 mil volts quanto seus circuitos de distribuição em 13,8 mil volts foram enterrados, contabilizando cerca 10 km de cabos subterrâneos.
A nova subestação foi equipada também com sistemas de controle que
possibilitam o acesso remoto por meio do Centro de Operação do Sistema da AES Eletropaulo (COS), localizado em Alphaville, Barueri, e uma rede de comunicação via
Os transformadores da ETD Juscelino Kubitschek estão localizados em um prédio com proteção acústica para evitar ruídos
fibra ótica, que possibilita a operação à distância.
Além do Itaim Bibi, mais 11 bairros serão beneficiados com a nova ETD. São eles: Campo Belo, Indianópolis, Vila Uberabinha, Vila Olímpia, Brooklin Paulista, Jardim
Luzitânia, Vila Nova Conceição, Parque do Ibirapuera, Paraíso, Jardim Paulista e Jardim Europa.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
S&C implanta soluções de confiabilidade na Arena Corinthians Sistema garante fornecimento ininterrupto de energia elétrica no novo estádio, em São Paulo
Com o objetivo de melhorar a confiabilidade do sistema de energia na Arena Corinthians, a
S&C Electric instalou uma chave para distribuição subterrânea automatizada no estádio, solução que vem sendo utilizada pela AES Eletropaulo por mais de 10 anos na área de concessão da empresa.
No caso de uma per turbação no sistema de energia, o Painel Vista® automaticamente
comuta o suprimento a uma rede de distribuição alternativa que abastece o estádio, garantindo o fornecimento contínuo de energia.
“Com as chaves de distribuição subterrânea Vista®, a confiabilidade, a segurança e a
eficiência da rede é melhorada”, afirmou o gerente geral da S&C Brasil, Cleverson Takiguchi.
Além disso, o Painel Vista também é submergível, tornando-se ideal para a instalação
nos vãos elétricos subterrâneos que abastecem a Arena Corinthians e que estão sujeitos a inundações.
Além da solução de automatização do estádio, a S&C forneceu também chaves de manobra
para garantir a confiabilidade do sistema de subtransmissão que alimenta as subestações fornecedoras de energia à arena. As chaves Mark V Circuit-Switcher, instaladas diretamente nas torres de subtransmissão, possibilitam à AES Eletropaulo manobrar os circuitos, transferindo a alimentação das subestações de maneira rápida e segura, fato que aumenta a confiabilidade e robustez do sistema de subtransmissão.
Segundo a empresa, Painel Vista garante o suprimento contínuo de energia à Arena Corinthians.
Apoio
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PROTEÇÃO DE GERADORES Geraldo Rocha e Paulo Lima
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Capítulo VI – Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas, falha de disjuntor e energização inadvertida
• Proteção de potência reversa • Proteções de correntes desequilibradas (Ansi 46) • Falha de disjuntor e energização inadvertida • Proteção contra energização inadvertida
CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa
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Capitulo VI – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão em invólucros metálicos
• Classificação TTA • Classificação PTTA • Verificação das características construtivas e de desempenho • Conceito de CMC de potência de baixa tensão
INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi
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Capítulo VI – Lista de verificação para prontuário, projetos e ensaios elétricos
• Procedimentos de trabalho em área de risco • Projetos • Ensaios elétricos • Ensaios de alta tensão
MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo VI – Avaliação do isolamento em transformadores de potência
• Características dos sistemas de isolamento • Perdas no sistema de isolamento • Ensaios e avaliação do isolamento
56
Fascículos
• Procedimentos de treinamento de profissionais
Proteção de geradores
Apoio
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Capítulo VI Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas, falha de disjuntor e energização inadvertida Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*
Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas
fosse um motor. Esta condição é denominada
As funções de proteção contra motorização
motorização. Já correntes desequilibradas nos enrolamentos
ou potência reversa (ANSI-32) e de desequilíbrio
do estator implicam na existência de correntes
de corrente ou sobrecorrente de sequência
de sequência negativa. A corrente de sequência
negativa (ANSI-46) são consideradas proteções
negativa produz um campo girante no entreferro
para condições anormais de operação do gerador.
da máquina, que também gira na velocidade
Se a turbina perder potência durante a
síncrona, mas com direção reversa se comparada
operação normal da máquina, o gerador passa
ao campo normal de sequência positiva. Este
a consumir potência ativa do sistema, como se
campo novo induz correntes no rotor, cuja
Figura 1 – Proteção de potência reversa (32) e correntes desequilibradas (46).
Apoio
31
frequência é o dobro da frequência síncrona. Essas correntes
Como já mencionado anteriormente, a motorização
causam sobreaquecimento no rotor e podem eventualmente
ocorre quando há perda de potência da turbina durante
causar danos ao rotor.
operação normal da máquina de um motor. Esta condição é denominada motorização.
Proteções de potência reversa (Ansi 32)
Em turbinas a vapor, a motorização ocorre quando é
O plano complexo de potência mostrado na Figura 2 serve
cortado o suprimento de vapor. Nas turbinas a gás e diesel,
para analisar o fluxo de potência ativa e reativa entrando e
a motorização ocorre quando é cortado o suprimento de
saindo do gerador. O diagrama mostra que a máquina opera
combustível. Em turbinas hidráulicas, a perda parcial ou total
como um motor quando absorve potência ativa.
da água vinda pelo conduto forçado resulta na redução da
potência mecânica para o gerador.
A motorização pode causar danos à turbina. Quando o fluxo
normal de vapor é interrompido, a refrigeração natural que ele produzia também será perdida, gerando sobreaquecimento nas lâminas de ferro do estator e no rotor da turbina.
Nas turbinas a gás, as engrenagens de acoplamento da
turbina com outros elementos, como o compressor, podem sofrer danos quando ocorre a motorização. Já em um motor a diesel, se for aplicada alguma potência proveniente do gerador em uma condição de motorização, o motor pode sofrer sérios danos no acoplamento mecânico. Figura 2 – Plano complexo de potência.
Em turbinas hidráulicas, a motorização pode produzir
Proteção de geradores
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cavitações, que podem causar danos nas lâminas. Em
alguns casos, a turbina hidráulica pode ser projetada para
limite do elemento em 50% da potência de motorização,
operar como compensador síncrono, sendo insignificantes
com temporização entre 15 e 30 segundos, para evitar
os danos resultantes. Nesses casos, não é necessária a
operação durante oscilações transitórias de potência. Esses
proteção contra motorização.
valores podem variar dependendo das recomendações do
fabricante da turbina.
A Figura 3 mostra uma comparação dos valores típicos
O elemento 32P1 detecta a potência reversa. Ajuste o
de potência reversa necessários para girar um gerador com
a velocidade síncrona. Esses valores são típicos e os valores
a vapor de danos que podem ocorrer nos casos de baixos
reais devem ser fornecidos pelos fabricantes, sendo de grande
valores de geração. O tipo de turbina a vapor usada vai
importância na escolha do tipo de esquema de proteção e dos
determinar os ajustes do limite e a temporização do segundo
ajustes necessários para minimizar os danos na máquina.
elemento (32P2).
Nota-se que algumas turbinas precisam de 0,2% a 2% da
O segundo elemento é usado para proteger as turbinas
Na ocorrência de eventos de potência reversa, deverão
potência nominal para girar a máquina à velocidade síncrona.
ser desligados os disjuntores principais do gerador, o
Para detectar essa condição, um relé tem de ser muito sensível.
disjuntor de campo e a turbina.
Esses valores são conhecidos como potências de motorização. Proteções de correntes desequilibradas (Ansi 46)
Correntes desequilibradas nos enrolamentos do estator
implicam na existência de correntes de sequência negativa. A corrente de sequência-negativa produz um campo girante no entreferro da máquina, que gira na velocidade síncrona, mas com direção reversa se comparada ao campo normal de sequência positiva.
Este campo induz correntes no rotor, cuja frequência
é o dobro da frequência síncrona. Essas correntes de frequência dupla causam sobreaquecimento no rotor e Figura 3 – Valores típicos de potência reversa necessários para girar um gerador com velocidade síncrona.
podem eventualmente causar danos ao rotor.
ferro pode atingir valores intoleráveis. Os danos resultantes
Um relé de potência reversa ou direcional de potência
mede a potência ativa: P = 3 . V . I . cos ϕ
O relé pode ter uma curva de tempo-definido ou tempo-
inverso, dependendo do projeto do relé. A Figura 4 mostra a característica da proteção de potência reversa no plano complexo de potência. Esta proteção em particular é composta de dois elementos, 32P1 e 32P2. Ambos são de tempo definido.
A temperatura das bordas, dos anéis e do núcleo de
podem causar paradas prolongadas para reparo do gerador. Curtos-circuitos desequilibrados não são a única causa de desbalanços nos enrolamentos do gerador. Faltas série, como condutores abertos, um ou dois, podem também produzir uma quantidade relativamente grande de sequência negativa. Condições diferentes, tais como cargas desbalanceadas e assimetria das linhas de transmissão, também podem causar desequilíbrios nos enrolamentos do estator.
É prática comum equipar o gerador com proteção contra
condições externas de desbalanço que podem causar danos à máquina. Os relés microprocessados modernos são capazes de detectar correntes de sequência negativa de valores tão baixos quanto a capabilidade contínua do gerador. A Figura 5 mostra as características típicas dessa proteção. O valor mínimo de partida (pickup) pode ser Figura 4 – Elemento direcional de potência.
ajustado em 2% da corrente nominal do gerador.
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Apoio
O excesso de corrente desequilibrada vai provocar
Proteção de geradores
34
falha nos equipamentos e deve ser considerado como um problema elétrico grave. Os disjuntores principais do gerador devem ser desligados em caso de correntes excessivamente desbalanceadas.
Falha de disjuntor e energização inadvertida Se o disjuntor do gerador ou do grupo gerador transformador falhar quando receber uma ordem de trip de um dos relés de proteção do gerador, os disjuntores locais de retaguarda devem ser abertos automaticamente para eliminar o defeito que causou originalmente a atuação dos dispositivos de proteção. A proteção de falha de disjuntor propicia essa abertura automática dos disjuntores para eliminar a falta.
Basicamente, o relé de falha de disjuntor (50BF) é um
dispositivo de sobrecorrente de tempo definido cuja operação é iniciada pela proteção principal (a mesma que dá trip no disjuntor principal). Se a ordem de trip e a sobrecorrente persistirem além de um certo tempo (por exemplo, 0.2 s), Figura 5 – Sobrecorrente de sequência negativa.
O diagrama da Figura 6 mostra uma proteção de gerador
com capabilidade de sequência negativa contínua de 8% e tempo curto de 10 segundos.
O relé de proteção deve ser ajustado imediatamente
abaixo desses limites para fornecer a melhor proteção para correntes desbalanceadas. Um alarme de tempo definido com nível bem baixo, ajustado com partida em torno de 3% e temporização de 60 segundos, vai avisar o operador da existência de correntes desequilibradas causadas por um
o disjuntor principal é considerado como tendo falhado na abertura e o 50BF emite um comando de trip para todos os disjuntores de retaguarda locais.
A proteção de falha de disjuntor deve considerar o arranjo
de barras da SE. Barra simples Em um arranjo tipo barra simples, se o disjuntor 1 receber uma ordem de trip e não abrir, o esquema de falha de disjuntor deverá abrir os disjuntores 2, 3 e 4 conforme mostra a Figura 7.
condutor aberto.
Figura 7 – Arranjo de barra simples.
Barra em anel Conforme a Figura 8, para um barramento em anel, Figura 6 – Proteção de sobrecorrente de sequência negativa.
somente um disjuntor adicional na subestação necessita
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Disjuntor e meio
ser desligado. Com este esquema, se ocorrer um defeito no gerador da esquerda, a proteção envia um sinal de trip para
os disjuntores 1 e 2.
de falha de disjuntor depende do disjuntor envolvido. No
esquema da Figura 9, se ocorrer um defeito no gerador, a
Se o disjuntor 1 falhar na abertura, o esquema de falha
No caso de um arranjo do tipo disjuntor e meio, o esquema
de disjuntor associado deverá enviar um sinal de trip para os
proteção dará trip nos disjuntores 1 e 2.
disjuntores 2 e 3.
Se o disjuntor 1 falhar na abertura, o esquema de falha de
Adicionalmente, o esquema de falha de disjuntor deverá
disjuntor deverá dar trip nos disjuntores 2 e 4 e em qualquer
também enviar um sinal de transferência direta de trip
outro disjuntor que esteja conectado à barra esquerda. Se o
para o terminal remoto da linha que sai do ponto entre os
disjuntor 2 falhar na abertura, o esquema de falha de disjuntor
disjuntores 1 e 3.
deverá dar trip nos disjuntores 1 e 3.
O esquema deverá também enviar um sinal de transferência
de trip direto para o terminal remoto da linha que sai do ponto entre os disjuntores 2 e 3.
Figura 8 – Arranjo de barra em anel.
Figura 9 – Arranjo disjuntor e meio.
Proteção de geradores
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Esquema de proteção básico
Em aplicações de disjuntor e meio ou barra em anel, o elemento
O diagrama lógico mostrado na Figura 10 exemplifica
50 de um disjuntor pode não ser ativado até a abertura do disjuntor
um esquema básico de falha de disjuntor. Esse esquema
associado. Nestas circunstâncias, este esquema reduzirá o tempo
básico é para um arranjo de barra simples com disjuntor
total de eliminação do defeito do disjuntor.
simples. Durante uma falta, o elemento 50 e o relé de proteção da linha são habilitados. A saída da porta AND é
Proteção contra energização inadvertida
ativada e parte o temporizador 62. Se as entradas do trip e
do elemento 50 permanecerem ativadas até esgotar o tempo
ou barra em anel possuem grande flexibilidade. Contudo, essas
do 62, é declarada uma condição de falha do disjuntor.
configurações também aumentam a possibilidade de um erro
Geradores conectados em uma configuração disjuntor e meio
operacional que resulte em energização acidental do gerador, conforme mostra a Figura 12.
A flexibilidade operacional da configuração disjuntor e meio ou
barra em anel permite que um disjuntor seja retirado de operação para manutenção enquanto o gerador permanece operando. Quando o gerador é retirado de operação, os disjuntores geralmente retornam à operação para completar um vão ou o anel. Nesses casos, uma chave seccionadora isola o gerador. Os esquemas de controle Figura 10 – Esquema de proteção básico.
O esquema é resetado quando ocorrer o dropout de qualquer um dos elementos.
Esquema de proteção multidisjuntores
Este esquema é recomendado para os arranjos de disjuntor
simples, disjuntor e meio e barra em anel. Em um arranjo complexo de barramento, cada disjuntor deve ter seu próprio temporizador ou temporizadores.
devem ser cuidadosamente projetados para evitar o fechamento da seccionadora em ocasiões não apropriadas.
Para completar o problema, quando o gerador é retirado
de operação, algumas proteções também podem ser retiradas de serviço para manutenção. Embora não esteja representado na figura, um gerador também pode ser energizado acidentalmente pelo serviço auxiliar.
Outra possibilidade de ocorrência de energização inadvertida
em geradores é o flashover em disjuntores. Os disjuntores de alta velocidade, com espaçamento pequeno entre os contatos, podem sofrer stress dielétrico severo. A probabilidade de descargas (flashover) é muito maior imediatamente antes da sincronização ou imediatamente após a abertura do disjuntor.
Nessas ocasiões, podem surgir tensões de até 2.0 p.u. entre os
contatos do disjuntor devido ao escorregamento do gerador em comparação ao sistema. Quando ocorre uma descarga, geralmente são envolvidos um ou dois pólos, resultando em um fluxo significativo de correntes desequilibradas. Este é um tipo de falta no disjuntor que deve ser detectada e isolada o mais rápido possível. Figura 11 – Esquema de proteção multidisjuntores.
Quando um gerador é retirado de operação, a frequência
cai e a saída do relé de subfrequência é habilitada. Esta saída
Quando a entrada do trip é habilitada, ocorre a partida do
temporizador 62. Se o elemento 50 estiver habilitado quando se esgotar o tempo do 62, o esquema declara uma condição de falha de disjuntor. Se a entrada do trip for desativada antes de expirar o tempo do 62, o temporizador reseta. Neste esquema, a temporização é iniciada pelo comando de trip. No esquema básico, a temporização não começava até que o elemento 50 também fosse ativado.
permanece habilitada até que o gerador volte a operar com a frequência do sistema. O contato de saída de um relé de sobrecorrente com ajuste sensível pode ser colocado em série com a saída do relé de subfrequência. Durante uma condição de energização indevida, a operação do relé de sobrecorrente pode ser usada para isolar o gerador.
Igualmente, os relés de subtensão também podem ser usados
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impedância pode ser instalado olhando para dentro do gerador e proporcionando proteção contra energização indevida. Deve ser realizado um estudo de estabilidade para garantir que o relé não atue durante oscilações de potência estáveis. Como essas soluções requerem uma fonte de tensão, as práticas de operação devem ser analisadas. Talvez seja necessário usar uma fonte de tensão separada para a proteção de energização inadvertida.
Figura 12 – Arranjo disjuntor e meio.
para supervisionar um relé de sobrecorrente com ajuste sensível. Um relé de sobrecorrente direcional também pode ser usado. Porém, as características direcionais devem ser escolhidas cuidadosamente de forma que não comprometam a capacidade do gerador em condições subexcitação.
Os elementos de sobrecorrente devem ser verificados
para garantir que os limites térmicos do gerador não sejam excedidos durante períodos de geração máxima. Um relé de
*Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em Proteção de Sistemas Elétricas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É atualmente gerente de Marketing e Engenharia de Aplicação na Schweitzer Engineering Laboratories e professor titular do curso P4 - Filosofias de Proteção de Geradores da Universidade SEL. PAULO LIMA é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, com ênfase em Sistemas Elétricos. Atua na SEL como engenheiro de aplicação e suporte técnico para clientes nos serviços e soluções para controle, automação e proteção nas áreas de geração, transmissão, distribuição. FIM Acesse todos os capítulos desta série em www.osetoreletrico. com.br. Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para redacao@atitudeeditorial.com.br
Conjuntos de manobra e controle de potência
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Capítulo VI Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão em invólucros metálicos Por Luiz Felipe Costa*
Nas instalações elétricas em corrente alternada,
circuitos principais associados.
com até 1.000 V eficazes entre fases, ou em
A norma brasileira aplicável, atualmente,
corrente contínua, com até 1.500 V entre polos,
a este tipo de equipamento é a ABNT NBR IEC
existe a possibilidade de se utilizar conjuntos de
60439-1, a qual, apesar de seu documento IEC
manobra e controle de baixa tensão, como o tipo
de origem já ter sido substituído por uma revisão
mostrado na Figura 1, atendendo as definições e
técnica em janeiro de 2009, ainda é válida no
recomendações das respectivas famílias normativas
território nacional.
da ABNT e da IEC.
Esta versão da norma brasileira se baseia,
Estes conjuntos são a concretização das barras
principalmente, no enquadramento dos tipos
de recebimento e distribuição de energia elétrica,
construtivos dos conjuntos de manobra e controle
responsáveis por integrar as funções de manobra,
de baixa tensão, que podem ser ofertados, a partir
proteção, controle, medição e seccionamento dos
do atendimento às especificações, em dois tipos: TTA e PTTA. A
classificação
TTA
(Type-Tested
low-
voltage switchgear and controlgear Assembly) se aplica aos conjuntos que possuam as características idênticas ou sem desvios que possam influenciar seu desempenho quando comparados a um protótipo aprovado em todos os ensaios de tipo requeridos.
A classificação PTTA (Partially Type-Tested
low-voltage switchgear and controlgear Assembly) se aplica aos conjuntos que apresentam tanto Figura 1 – Vista frontal de um CMCP de baixa tensão.
configurações
ensaiadas
quanto
outras
não
Apoio
39
ensaiadas, mas cujos desvios foram derivados, por exemplo, por
• IEC 61641-1: Cláusulas gerais (ou Requisitos comuns); e
cálculo, a partir de protótipos ensaiados e aprovados segundo
• IEC 61641-2: Conjuntos de manobra e controle de potência
os requisitos da norma.
de baixa tensão.
Dentro desta abordagem, todos os conjuntos não ensaiados,
nem que parcialmente, estão excluídos do universo coberto
Além disso, esta nova revisão acaba com a distinção
pela ABNT NBR IEC 60439-1. Porém, a IEC, de modo similar
que havia entre os conceitos de TTA e PTTA, adotando uma
ao que já existia para a média tensão, decidiu criar, também,
abordagem mais flexível de verificação das características
uma nova família normativa para os conjuntos de manobra e
construtivas e de desempenho. Passam a existir três tipos
controle de baixa tensão, a IEC 61641, seguindo a estruturação
diferentes, porém equivalentes, de verificação dos requisitos:
e a divisão já estabelecidas para outros equipamentos. O ponto que se destaca nesta revisão é a divisão da antiga IEC 60439-1
• Por ensaios / testes;
(já cancelada) em duas novas normas:
• Por cálculo / medições; • Por atendimento a regras de projeto.
É interessante notar a preocupação da IEC 61439-2 em
deixar claro o conceito de CMC de potência de baixa tensão: todo conjunto em baixa tensão utilizado para a distribuição e controle de energia elétrica para todos os tipos de cargas em aplicações industriais, comerciais e similares em que somente é permitida a operação por pessoas advertidas (BA4) e/ou qualificadas (BA5). A descrição da classificação (BA) para Figura 2 – Evolução da normalização para CMCP de baixa tensão.
influências externas, relativa à utilização (B) e à competência
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
40
das pessoas (A) associadas a uma instalação elétrica, pode ser
4 - Corrente nominal de regime contínuo (Ir);
encontrada na tabela 18 da ABNT NBR 5410 ou na tabela 12
5 - Corrente suportável nominal de curta duração (Ik);
da ABNT NBR 14039.
6 - Valor de pico da corrente suportável (Ip);
7 - Duração da corrente suportável (tk);
Assim, como a Figura 2 sugere, estamos experimentando
um amadurecimento e uma evolução na abordagem normativa
8 - Valores nominais pertinentes aos componentes incluídos no
dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão.
conjunto de manobra e controle (a NBR define este tópico como tensão nominal de alimentação dos dispositivos de fechamento
Anexo 1: Comparativo entre as normas técnicas para CMC
e abertura e de circuitos auxiliares);
de média tensão
9 - Nível de enchimento nominal para todos os compartimentos
Conforme o capítulo 4 da IEC 62271-200, as características
preenchidos por fluidos (a NBR define este tópico como pressão nominal de gás comprimido para isolamento e/ou operação).
nominais de um conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV e até 52 kV são:
Comparativo 1 - Tensão nominal (Ur);
2 - Nível de isolamento nominal (valores das tensões suportáveis
ANSI / IEEE e IEC, é apresentada, a seguir, uma tabela comparativa
nominais a frequência industrial – Ud, e ao impulso atmosférico
entre ambas, básica, com um resumo dos principais requisitos
– Up);
para conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico
3 - Frequência nominal (fr);
de média tensão:
Partindo-se dos requisitos normativos contidos nas famílias
Tabela 1 – Comparativo entre as culturas ANSI e IEC para conjuntos de manobra e controle de média tensão ITEM
ANSI / IEEE
IEC
Regiões geográficas de origem e principal influência
América do Norte
Europa
Norma(s) de referência
C37.20.2
IEC 60298: substituída pela IEC 62271-200
Norma(s) para disjuntores
C37.04;C37.06 e C37.09
IEC 60056; substituída pela IEC 62271-100
Norma(s) sobre Cláusulas Comuns
Não aplicável. São utilizadas normas dedicadas.
IEC 60694; substituída pela IEC 62271-1
Existe a norma IEEE C37.100.1 Escopo
Geralmente inclui um número limitado de valores
Geralmente inclui uma grande gama de valores
para cada característica especificada.
e permite que os fabricantes e usuários decidam quais combinações são adequadas.
Definições / Características básicas Cobre os conjuntos de manobra em invólucros
Cobre os conjuntos de manobra em invólucros
metálicos compartimentados.
metálicos, compartimentados ou não.
Equipamento principal de manobra deve ser extraível.
Equipamentos principais de manobra podem ser fixos.
Os condutores principais devem ser totalmente
Barramentos nus são aceitáveis.
isolados. Compartimentação mínima exigida maior do que a IEC 4.76; 8.25; 15; 27; 38 [1]
3.6; 7.2; 12; 17.5; 24; 36 [2]
Tensão suportável – 1 min. – Ud, kV – valor eficaz
19; 36; 36; 60; 80 [1]
10; 20; 28; 38; 50; 70 [2]
Impulso atmosférico (NBI) – Up, kV – valor de pico
60; 95; 95; 125; 150 [1]
40; 60; 75; 95; 125; 150 [2]
Tensões nominais – Ur, kV Nível nominal de isolamento
Apoio
41
ITEM
ANSI / IEEE
IEC
Corrente nominal - Ir, A
1.200; 2.000; 3.000 (4.000 – FC)
400; 500; 630; 800; 1.000; 1.250; 1.600; 2.000; 2.500; 3.150; 4.000 [3]
Corrente suportável nominal de curta duração – Ik,
16; 22; 23; 25; 31.5; 36; 40; 41; 48; 49; 50;
kA (= K x Isc, na ANSI)
63 (conforme a tensão especificada de uso e a
16; 20; 25; 31.5; 40; 50; 63 [3]
capacidade de interrupção - ver C37.06). Duração nominal da corrente de curta-duração – tk
2 (dois) segundos
1 (um) segundo como padrão, 3 (três) segundos opcional = 2.5 x a corrente de curta-duração do CMC
Valor nominal de crista da corrente de curta
= 2.7 (versões atuais adotam 2.6) x a corrente
duração – Ip, kA – valor de crista (corrente
de curta-duração (KI – o fator K foi retirado
(p/ 50 Hz – X/R= 14).
momentânea) – L/R= 45 ms
na última revisão da norma de disjuntores)
= 2.6 x a corrente de curta-duração do CMC
do disjuntor usado no painel.
(p/ 60 Hz – X/R= 17).
Os valores nominais são baseados
As frequências padronizadas são:
na frequência de 60 Hz.
16-2/3; 25; 50; 60 Hz.
Material isolante
As classes são similares aos limites e elevações da IEC.
Classe E da IEC: 80 ºC de elevação e 120 ºC total.
Conexões aparafusadas de barras
65 ºC de elevação; 105 ºC total.
75 ºC de elevação; 115 ºC total.
Terminais prateados para conexão de cabo
45 ºC de elevação; 85 ºC total.
65 ºC de elevação; 105 ºC total.
Partes externas normalmente manuseadas
10 ºC de elevação; 50 ºC total
30 ºC de elevação, 70 ºC total aplicam-se
Frequência nominal – fr
Elevações de temperatura permitidas e limites da temperatura total
prateadas ou niqueladas
para invólucro e tampas; outras
pelo operador.
partes não têm definições. Superfícies externas acessíveis ao operador que não
30 ºC de elevação; 70 ºC total.
40 ºC de elevação; 80 ºC total.
Especifica a exatidão mínima e as características
A IEC não aborda os transformadores
mecânicas e térmicas.
de corrente na norma de painéis.
Exige o uso de fatores de correção para as
IEC exige que os testes sejam feitos nas condições
condições atmosféricas não padronizadas.
padronizadas. O uso de fatores de correção é
precisam ser tocadas durante a operação normal. Transformadores de corrente
Ensaios de dielétricos
permitido quando acordado entre usuário e fabricante. Ensaio de impulso
3x1x3: nenhuma descarga nas três primeiras
15 aplicações iniciais para cada posição e em
aplicações ou uma num total de seis. Outro método,
ambas as polaridades. Se houver até duas falhas
já usado, é o 3x1x9: nenhuma descarga nas 3
nas 15 aplicações iniciais, devem ser dadas mais
primeiras aplicações ou 1 num total de 12.
5 aplicações para cada descarga (chegando ao
As aplicações são para cada posição
máximo de 25 disparos): 15x2x10.
e em ambas as polaridades. Ensaio do isolamento das barras
Exige o ensaio da cobertura, por 1 minuto, na
Nada
máxima tensão nominal. Ensaio de Descargas Parciais
Não exige e nem aborda o
Recomenda testes de descargas parciais sob certas
fenômeno de descargas parciais.
circunstâncias, mas não são exigidos. Seguem as recomendações do Anexo B da IEC 62271-200.
Ensaios de corrente de curta duração
A barra de terra deve suportar por um tempo
Condutores de aterramento e dispositivos
de 2 segundos a corrente informada.
devem suportar 1 segundo.
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Conjuntos de manobra e controle de potência
42
ITEM
ANSI / IEEE
IEC
Isolação primária
Os ensaios de resistência a chama e
Nada
ao rastreio são exigidos. Isolamento utilizado
O teste de verificação da resistência
Nada
ao rastreio é exigido. Ensaio de qualificação de pintura
O teste de névoa salina é exigido.
Nada
Verificação da capacidade de
É exigido para os disjuntores.
Exige ensaio com os dispositivos principais de manobra instalados no painel.
estabelecimento e interrupção Grau de proteção dos invólucros
Nenhum ensaio. São seguidas as exigências
São exigidos os ensaios para verificação
da NEMA 250 e as recomendações
do grau de proteção.
do Anexo A da C37.20.2. Correntes de fuga
Nenhuma medição é necessária.
Exige a medição caso sejam utilizadas partições ou guilhotinas isolantes.
Sujeito a acordo entre usuário e fabricante.
Sujeito a acordo entre usuário e fabricante.
Segue a ANSI/IEEE C37.20.7.
Segue o Anexo A da IEC 62271-200.
60 HZ 1.500 V por 1 minuto ou 1.800 V por 1
2.000 V por 1 minuto, 1 segundo opcional
segundo entre todos terminais e a terra.
(acordo entre usuário e fabricante).
Testes de alto potencial com 75%
Testes de alto potencial com 80%
do valor usado na fábrica.
do valor usado na fábrica.
Barramento principal
Deve ser isolado e segregado entre colunas.
Nenhuma exigência.
Aterramento
Não existe requisito específico como na IEC.
Para atender aos requisitos da IEC, chaves de
Arco devido a falhas internas
Isolação da fiação de controle
Ensaios de campo
aterramento são frequentemente usadas. Transformadores de potencial
Solicita o uso de proteção de sobrecorrente nos
Não existe tal exigência.
lados primário e secundário. Fiação de controle nos compartimentos de AT
Exige o uso de barreiras metálicas aterradas.
Permite o uso de tubos isolantes.
Barreiras internas e guilhotinas
Exige mais partições do que a IEC. É exigido o uso
As barreiras entre colunas adjacentes para o
no compartimento do barramento principal de
barramento principal são opcionais na IEC.
barreiras entre colunas. Invólucros
Especifica certas espessuras mínimas para algumas
Nenhuma espessura é especificada.
partes do invólucro e das barreiras internas.
Notas: 1. Ver tabela 1b (Níveis de Isolamento Nominais para tensões da Faixa I / Série II, em 60 Hz) da IEC 62271-1. 2. Ver tabela 1a (Níveis de Isolamento Nominais para tensões da Faixa I / Série I, em 50 Hz) da IEC 62271-1. 3. Os valores são selecionados a partir da série R10 (uma das cinco séries, desenvolvidas no século passado, pelo engenheiro francês, Charles Renard): 1 – 1,25 – 1,6 – 2 – 2,5 – 3,15 – 4 – 5 – 6,3 – 8 e os respectivos múltiplos para 10n. Sendo que os valores sublinhados na célula da tabela são os mais usuais.
*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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43
Inspeção de instalações elétricas
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44
Capítulo VI Lista de verificação para prontuário, projetos e ensaios elétricos Por Marcus Possi*
Da mesma forma que se deve fazer com os
a sua classificação em BT, fica definido que há
elementos que formam uma instalação elétrica no
o envolvimento apenas dos procedimentos e
seu sentido “físico”, temos agora a necessidade
documentos pertinentes à classe de baixa tensão;
de
menos
• Prontuário AT – do mesmo modo, pelas
tangível: o seu prontuário e documentação. Os
características do estabelecimento e das suas
itens foram extraídos basicamente do previsto
instalações, sendo a sua classificação em AT, há
na NR 10 como necessário e essencial, e foram
o envolvimento também dos procedimentos e
colocados
documentos pertinentes à classe de alta tensão;
inspecionar
na
também
uma
planilha,
parte
desenvolvida
para
exemplificar um conjunto geral. Os itens listados
• Procedimentos de segurança– independentemente
a serem trabalhados são, por princípio, idênticos
da classe de tensão, mas ainda dentro das
aos já mencionados no capítulo anterior e se
características previstas pela NR 10, é aplicada a
enquadram em “Identificação do documento,
todas as instalações;
documentação, componentes e procedimentos”.
• Procedimentos de trabalho – idem ao item
Para
anterior.
cada
referenciaremos
um um
desses
valor
de
elementos, impacto
nas
Itens a serem desenvolvidos
instalações no quesito segurança, conforme referência encontrada na NR 10 sobre infração e
A relação de itens a seguir é sugestiva, mas
ação corretiva prevista. Quanto aos componentes
tende a contemplar os documentos mais comuns
previstos podemos citar:
dentro da classificação dada pelo título. A sua construção obedece às melhores práticas
• Prontuário BT – de acordo com as características
descritas anteriormente e já foi por diversas vezes
do estabelecimento e das suas instalações, sendo
utilizada em inspeções reais.
45
Prontuário – BT 1 2 3 4 5 6
7 8
Existem diagramas unifilares acessíveis. Os diagramas unifilares estão atualizados. Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações BT. Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações BT. Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações BT. Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. Existem procedimentos de trabalho para os serviços nas instalações BT. Existe procedimento para sinalização da área de trabalho. Prontuário – Geradores
9 Existem diagramas unifilares acessíveis. 10 Os diagramas unifilares estão atualizados. 11 Existem procedimentos de emergência para os serviços nos geradores. 12 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nos geradores. 13 Existem procedimentos de segurança para os serviços nos geradores. 14 Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. 15 Existem procedimentos de trabalho para os serviços nos geradores. 16 Existe procedimento para sinalização da área de trabalho. Prontuário – AT 17 Existem diagramas unifilares acessíveis. 18 Os diagramas unifilares estão atualizados. 19 Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações AT. 20 Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações AT. 21 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações AT. 22 Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. 23 Existem procedimentos de trabalho para os serviços nas instalações AT. 24 Os procedimentos de trabalho são executados por profissionais adequados – SEP. 25 Os procedimentos de trabalho não são executados individualmente. Prontuário – Sistema de aterramento 26 Existem projetos construtivos acessíveis. 27 Os projetos estão atualizados 28 Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações AT. 29 Existem procedimentos de segurança para os serviços no sistema de aterramento. 30 Existem relatórios de ensaios do sistema de aterramento exigidos por norma.
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
46
Prontuário – SPDA 31 Existem projetos construtivos acessíveis. 32 Os projetos estão atualizados. 33 Existe documentação das inspeções e medições de SPDA – (anual até quinquenal). 34 Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações do SPDA. 35 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações SPDA. Procedimentos de segurança 36 Existem instruções técnicas de segurança em acordo com a área de segurança da organização. 37 Existe lista dos EPCs e EPIs. 38 Existem relatórios de testes em EPIs e EPCs. 39 Existem documentos de certificação de equipamentos de área classificada. 40 Existem documentos de certificação de equipamentos de EPIs e EPCs para os serviços nas instalações AT. 41 Existem documentos de certificação de equipamentos de EPIs e EPCs para os serviços nas instalações BT. 42 Os procedimentos de segurança estabelecem as seis regras básicas. 43 Existem documentos de repasse das orientações aos contratados e colaboradores para serviços em instalações elétricas.
os documentos que garantem a capacitação profissional e seu registro; e a identificação de cada profissional que atua dentro das instalações elétricas nas mais diferentes funções, de operação à manutenção, do projeto à construção. Dessa forma podemos questionar, na inspeção, a existência de duas condições: 1 – Se os procedimentos de treinamentos existem e estão documentados: • Procedimentos de treinamento dos trabalhadores da empresa ou de seus subcontratados documentados e de fácil acesso. • Procedimentos de treinamento dentro de um plano de integração da organização. 2 – Se os procedimentos de treinamentos contemplam os requisitos de compromisso de segurança: • Procedimentos de treinamento da empresa ou de seus subcontratados claramente contemplam o escopo proposto pela NR 10 nos seus anexos e emitem formalmente os seus documentos comprobatórios.
Documentação legal
• Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a
44 45 46 47
Existem planos de ação corretiva/preventiva. Existe documentação de classificação de profissionais (C/Q/H/A). Existem documentos com os treinamentos realizados. Existem documentos de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde. 48 Existem documentos comprobatórios da qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores. 49 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 50 Existe procedimento para sinalização da área de trabalho.
necessidade de reunião de ambientação e integração com as instalações e os equipamentos da empresa. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificado o envio dos procedimentos de segurança da empresa contratante para conhecimento dos subcontratados. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a preocupação com as vestimentas de trabalho na sua adequação às atividades, devendo considerar a condutibilidade, a
Procedimentos de trabalho 51 Existe um procedimento para entrega e recebimento de serviços. 52 Existe um documento formal de entrega e recebimento de serviços. 53 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 54 Existe procedimento de trabalho para sinalização da área de trabalho. 55 Existe um procedimento para entrega e recebimento de serviços. 56 Existe um documento formal de entrega e recebimento de serviços. 57 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 58 Existe procedimento de trabalho para sinalização da área de trabalho. 59 Há um sistema de controle de ordens de serviço de manutenção.
Procedimentos de treinamento de profissionais
Ainda dentro do tema prontuário, podemos observar sua
extensão e abrangência sendo cada vez mais ampliadas, com
inflamabilidade e as influências eletromagnéticas. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada se a existência dos procedimentos de emergência da empresa ou de seus subcontratados é documentada e estão de fácil acesso.
Procedimentos de contratação
A segurança é estendida aos profissionais e às empresas que
são contratadas para serviços dentro das instalações elétricas. Há uma preocupação da NR 10 em registrar e formalizar as responsabilidades e estendê-las a todos os envolvidos. Da mesma forma como proposto no item anterior, podemos questionar, durante a inspeção, a existência de três condições: 1 – Se os procedimentos de contratação existem e estão documentados: • Procedimentos de contratação da empresa ou de seus subcontratados documentados e de fácil acesso. • Procedimentos de contratação dentro de um plano de
Apoio
47
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
48
integração ou de treinamento interno da organização.
integração ou de treinamento interno da organização.
2 - Os procedimentos de contratação contemplam os requisitos
2 – Se os procedimentos de autorização aos acessos existem
de compromisso de segurança:
e estão documentados:
• Os procedimentos de contratação da empresa ou de
• Os procedimentos de autorização da empresa ou de seus
seus subcontratados possuem claramente a necessidade
subcontratados são documentados e estão de fácil acesso.
de treinamento documentado das equipes de trabalho no
• Os procedimentos de autorização estão dentro de um plano
contemplado pela NR 10, assim como solicita a cópia dos
de integração ou de treinamento interno da organização.
seus documentos comprobatórios. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a
3 – Se as autorizações para os funcionários e trabalhadores
necessidade de reunião de ambientação e integração com as
existem e estão arquivadas:
instalações e com os equipamentos da empresa.
• As autorizações para o acesso de funcionários às áreas de
• Nos contratos em serviços de terceiros é verificado o envio
segurança existem e estão arquivadas e de fácil acesso, sendo
dos procedimentos de segurança da empresa contratante
assinadas por autoridade reconhecida na organização.
para conhecimento dos subcontratados.
• As especificações das vestimentas de trabalho na sua
• Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a
adequação às atividades completam a autorização, incluindo
preocupação com as vestimentas de trabalho na sua adequação
as especificações de condutibilidade, inflamabilidade e
às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a
influências eletromagnéticas. É explicitamente vedado o uso
inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.
de adornos pessoais.
• Nos contratos em serviços de terceiros é verificado se os procedimentos de emergência da empresa ou de seus subcontratados são documentados e estão de fácil acesso.
Procedimentos de manutenção Os procedimentos e a documentação são a base da implantação de políticas de qualidade em uma organização. A
3 – Se os documentos dos contratados são encontrados com
respeito de segurança, essa documentação e os registros fazem
fácil acesso:
com que o nível de segurança seja aumentado consideravelmente,
• Documentos de treinamento dos profissionais contratados
mas também demonstra claramente os limites de entendimento
e seus colaboradores encontrados e arquivados durante todo
de condutas. Negligenciar um procedimento administrativo é
o tempo de prestação de serviços.
passível de penalidades internas previstas na organização, mas a
• Nesses documentos podem ser vistos os certificados de
negligência ou a omissão de uso dos procedimentos de trabalho,
capacitação e de treinamento em segurança e serviços de
quando atrelados à segurança do trabalho, leva a outro rumo. Isso
instalações elétricas.
é destaque na NR 10. Em diversos pontos de sua redação, essa
• Validade dos certificados clara e planilhada em documentos
norma invoca a necessidade de procedimentos ora detalhados
anexados.
ou não como elemento de “segurança das instalações elétricas”,
• A classificação dos trabalhadores obedece ao apresentado
oferecido pelo empregador e seguido pelos trabalhadores. A
no item 10.8 quanto à habilitação, qualificação e capacitação.
capacitação dos profissionais passa pelo conhecimento e treino desses procedimentos. Segue a lista de orientação para a sua
Procedimentos de trabalho em área de risco
busca no prontuário destacado do próprio texto da NR 10:
A segurança é sempre tema constante e aqui registramos o
caso específico para área de risco. Isso é muito destacado na
1. Os procedimentos de manutenção em instalações elétricas
NR 10. Prosseguimos, como nos itens anteriores, a questionar
da empresa são documentados e estão de fácil acesso.
na inspeção a existência dessas condições:
Sempre expresso em Ordens de Serviço, com um trabalhador indicado para supervisor.
1 – Procedimentos de situação de emergência:
2. Os procedimentos de manutenção seguem padrões de
• Procedimentos de emergência da empresa ou de seus
sinalização previstos na NR 10, item 10.10.
subcontratados documentados e de fácil acesso.
3. Os procedimentos de manutenção em instalações elétricas
• Procedimentos de emergência dentro de um plano de
estão dentro de um plano de integração ou de treinamento
Apoio
49
interno da organização.
não possibilidade de desenergização, a previsão de isolação
4. Devem estar claros os papéis de cada participante no
das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema
plano de manutenção programada.
de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do
5. Os serviços de manutenção são claros na obrigatoriedade
religamento automático (nível de criticidade I2).
de existir um profissional habilitado responsável e autorizado.
11. Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de
6. Os serviços de manutenção são claros na obrigatoriedade
serviços que não permitirem o desligamento total, proteção
de existir um documento formal de autorização para entrega
individual específica e adequada às atividades desenvolvidas,
e recebimento de trabalho realizado.
em atendimento ao disposto na NR 6 (nível de criticidade I4).
7. Os serviços de manutenção são precedidos por análise
12. Nos serviços em locais de trabalho só é permitido o uso de
de risco que é registrada e documentada por profissional
equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis
habilitado. O objetivo desta análise está claro para a mitigação
com a instalação elétrica existente, preservando-se as
dos focos de riscos elétricos e adicionais, garantindo a sua
características de proteção, respeitadas as recomendações do
redução por meio de medidas de controle.
fabricante e as influências externas (nível de criticidade I3).
8. Nos serviços de manutenção sempre estão presentes
13. Há procedimentos nos serviços de manutenção que
dois trabalhadores, sendo pelo menos um habilitado, que
garantem que os locais de serviços elétricos, compartimentos,
são supervisionados por profissional autorizado, conforme
bem como invólucros de equipamentos e instalações elétricas
dispõe esta NR (nível de criticidade I4).
sejam exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente
9. Os serviços apresentam em seu procedimento a relação
proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de
e a descrição das medidas de proteção coletiva aplicáveis a
quaisquer objetos (nível de criticidade I2).
cada caso (nível de criticidade I4) e a desenergização para o
14.
trabalho (nível de criticidade I3).
laboratoriais e de campo ou comissionamento de instalações
10. Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de
elétricas atendam à regulamentação estabelecida nos itens
Há procedimentos para que os ensaios e testes elétricos
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
50
10.6 e 10.7 da NR 10, e somente podem ser realizados por
individual específica e adequada às atividades desenvolvidas,
trabalhadores que atendam às condições de qualificação,
em atendimento ao disposto na NR 6 (nível de criticidade I4).
habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta
• Os procedimentos de impedimento e desenergização
NR (nível de criticidade I3).
devem obedecer aos itens 10.6 quando em baixa tensão e 10.7 em alta tensão da NR 10 e devem ser documentados.
Procedimentos de operação documentados Projetos
Do mesmo modo que o anterior, e lembrando que as atividades de manutenção e operação diferem em características
Os projetos das instalações elétricas, do mesmo modo que o
e teor, segue a lista de orientações para a sua busca no prontuário
item anterior, devem ser bem cuidados. Os projetos e seus desenhos
destacado do próprio texto da NR 10:
são elementos que promovem segurança pelas informações que eles trazem para a realização dos diversos serviços. A lista a seguir
• Os procedimentos de operação em instalações elétricas da
pode orientar para a identificação e a composição no prontuário
empresa são documentados e estão de fácil acesso. Sempre
das instalações elétricas, conforme texto da NR 10. Os projetos
expresso em ordens de serviço, com um trabalhador indicado
estão executados conforme as normas em vigor:
para supervisor.
• O aterramento das instalações elétricas deve ser executado
• Os procedimentos de manutenção seguem padrões de
conforme
sinalização previstos na NR 10, item 10.10.
competentes e, na ausência desta, deve atender às normas
• Procedimentos de operação em instalações elétricas dentro de
internacionais vigentes (nível de criticidade I2).
um plano de integração ou de treinamento interno da organização.
• Os projetos de instalações elétricas especificam os
• Devem estar claros os papéis de cada participante no plano
dispositivos de desligamento de circuitos que possuem
de manobra em operações programadas.
recursos
• Nos serviços de operações, há a obrigatoriedade de existir
sinalização de advertência com indicação da condição
um profissional habilitado responsável e autorizado.
operativa (nível de criticidade I3).
• Os serviços de operação são claros na obrigatoriedade de
• O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever
existir um documento formal de autorização para entrega e
a instalação de dispositivo de seccionamento de ação
recebimento de trabalho realizado;
simultânea, que permita a aplicação de impedimento de
• Os serviços de operação são precedidos por análise de
reenergização do circuito (nível de criticidade I3).
risco e esta é registrada de forma clara e documentada por
• O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço
profissional habilitado. O objetivo desta análise está claro
seguro, quanto ao dimensionamento e localização de seus
para a mitigação dos focos de riscos elétricos e adicionais,
componentes e as influências externas, quando da operação
garantindo a sua redução pelas medidas de controle.
e da realização de serviços de construção e manutenção
• Nos serviços de operação e manobras sempre estão presentes
(nível de criticidade I3).
dois trabalhadores, sendo pelo menos um habilitado, que
• Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como:
são supervisionados por profissional autorizado, conforme
comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem
dispõe esta NR (nível de criticidade I4).
ser identificados e instalados separadamente, salvo quando
• Os serviços apresentam em seu procedimento a relação
o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento,
e a descrição das medidas de proteção coletiva aplicáveis a
respeitadas as definições de projetos (nível de criticidade I3).
cada caso (nível de criticidade I4) e a desenergização para o
• O projeto deve definir a configuração do esquema de
trabalho (nível de criticidade I3).
aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre
• Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de
o condutor neutro e o de proteção, bem como a conexão à
não possibilidade de desenergização, a previsão de isolação
terra das partes condutoras não destinadas à condução da
das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema
eletricidade (nível de criticidade I3).
de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do
• O projeto sempre que for tecnicamente viável e necessário,
religamento automático (nível de criticidade I2).
deve ter projetado dispositivos de seccionamento que
• Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de
incorporem
serviços que não permitirem o desligamento total, proteção
aterramento do circuito seccionado (nível de criticidade I1).
regulamentação
para
estabelecida
impedimento
recursos
fixos
de
de
pelos
reenergização,
órgãos
para
equipotencialização
e
Apoio
51
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
52
Ensaios elétricos
• O projeto prevê condições para a adoção de aterramento temporário (nível de criticidade I2).
• O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição
a garantia de sua entrada em funcionamento, da continuidade
dos trabalhadores autorizados, das autoridades competentes
de seus serviços e dos indicativos de necessidade de serviços
e de outras pessoas autorizadas pela empresa e deve ser
de manutenção. Eles são referenciados e definidos nas normas
mantido atualizado (nível de criticidade I2).
técnicas de instalações elétricas e conhecidos dos profissionais.
• O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as normas
A NR 10 admite a existência da rotina de ensaios por meio
regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho e
da anotação de cópia de seus relatórios dentro do prontuário
as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser
das instalações, de sua permanente revisão e atualização, bem
assinado por profissional legalmente habilitado (nível de
como dos documentos técnicos que apoiam sua validação por
criticidade I2).
profissionais habilitados. A esse processo, dá-se o nome de
Os ensaios elétricos nas instalações são fundamentais para
“plano de manutenção”.
O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo,
os seguintes itens de segurança:
Dessa maneira: • Os ensaios elétricos referentes às instalações estão
• Especificação das características relativas à proteção contra
disponíveis e arquivados.
choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais
• Os serviços de operação são precedidos por análise de risco,
(nível de criticidade I1).
e esta é registrada e documentada por profissional habilitado.
• Indicação de posição dos dispositivos de manobra dos
O objetivo desta análise está claro para a mitigação dos focos
circuitos elétricos (Verde – “D”, desligado e Vermelho – “L”,
de riscos elétricos e adicionais, garantindo a sua redução por
ligado) (nível de criticidade I1).
meio de medidas de controle.
• Descrição do sistema de identificação de circuitos
Ensaios de baixa tensão
elétricos e equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento,
De acordo com o capítulo 7 da ABNT NBR 5410,
dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas,
“Verificação final”, as prescrições gerais para inspeção visual e
definindo como tais indicações devem ser aplicadas
ensaios elétricos são:
fisicamente nos componentes das instalações (nível de
• Qualquer instalação ou reforma (extensão ou alteração)
criticidade I1).
de instalação existente deve ser inspecionada visualmente e
• Recomendações de restrições e advertências quanto ao
ensaiada, durante e/ou quando concluída a instalação, antes
acesso de pessoas aos componentes das instalações (nível de
de ser posta em serviço pelo usuário, de forma a se verificar a
criticidade I1).
conformidade com as prescrições desta norma.
• Precauções aplicáveis em face das influências externas
• Deve ser fornecida a documentação da instalação,
(nível de criticidade I1).
conforme 6.1.7, à(s) pessoa(s) encarregada(s) da verificação,
• O princípio funcional dos dispositivos de proteção,
na condição de documentação como construído (as built).
constantes do projeto, são destinados à segurança das pessoas
• Durante a realização da inspeção e dos ensaios devem ser
(nível de criticidade I1).
tomadas precauções que garantam a segurança das pessoas e
• Descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção
evitem danos à propriedade e aos equipamentos instalados.
com a instalação elétrica (nível de criticidade I1).
• Quando a instalação a verificar constituir reforma de uma
• Os projetos devem assegurar que as instalações
instalação existente, deve ser verificado se esta não anula as
proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e
medidas de segurança da instalação existente.
uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –
Ergonomia (nível de criticidade I2).
ser realizada com a instalação desenergizada de modo a
• Os projetos garantem ao trabalhador iluminação
confirmar se os componentes elétricos permanentemente
adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo
conectados estão em conformidade com as normas aplicáveis,
com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permitir que ele
corretamente selecionados e instalados de acordo com esta
disponha dos membros superiores livres para a realização
norma, e não visivelmente danificados, de modo a restringir
das tarefas (nível de criticidade I2).
seu funcionamento adequado e sua segurança. Nessa mesma
Uma inspeção visual deve preceder os ensaios e deve
53
inspeção visual deve ser incluída a verificação dos seguintes pontos: • medidas de proteção contra choques; • medidas de proteção contra efeitos térmicos; • seleção das linhas elétricas; • escolha, ajuste e localização dos dispositivos de proteção; • escolha e localização dos dispositivos de seccionamento e comando; • identificações dos componentes; • execução das conexões.
A norma de baixa tensão apresenta também uma relação
mínima de ensaios que deve ser seguida e que deve ter sua realização registrada se aplicáveis. São eles: • continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais principal e suplementares; • resistência de isolamento da instalação elétrica; • seccionamento automático da alimentação; • ensaio de tensão aplicada; • ensaios de funcionamento; • separação elétrica dos circuitos; • resistência elétrica do piso e das paredes.
Ensaios de alta tensão
As prescrições gerais para inspeção visual e ensaios elétricos,
de acordo com o capítulo 7 da ABNT NBR 14039, apontam que toda instalação, extensão ou alteração de instalação existente deve ser visualmente inspecionada e ensaiada, durante e/ou quando concluída a instalação, antes de ser posta em serviço pelo usuário. Sendo usados equipamentos de alta tensão, ou estando na proximidade de instalações ligadas, área de risco, para a inspeção e dos ensaios, devem ser tomadas precauções que garantam a segurança das pessoas e evitem danos à propriedade e aos equipamentos instalados. Prevê a inspeção visual com a instalação desernergizada. Nessa mesma inspeção visual deve ser incluída, no mínimo, a verificação dos seguintes pontos: • Medidas de proteção contra choques elétricos, incluindo medição de distâncias relativas à proteção por barreiras ou invólucros, por obstáculos ou pela colocação fora de alcance. • Presença de barreiras contra fogo e outras precauções contra propagação de incêndio e proteção contra efeitos térmicos. • Seleção de condutores, de acordo com sua capacidade de condução de corrente e queda de tensão. • Escolha e ajuste dos dispositivos de proteção e monitoração.
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
54
• Presença de dispositivos de seccionamento e comando,
também verificações após qualquer modificação ou reparo no SPDA
corretamente localizados.
e quando for constatado que o SPDA foi atingido por uma descarga
• Seleção dos componentes e das medidas de proteção de
atmosférica. Essa norma prevê uma periodicidade para as inspeções:
acordo com as influências externas.
uma inspeção visual do SPDA deve ser efetuada anualmente ou:
• Identificação dos condutores neutro e de proteção.
• cinco anos, para estruturas destinadas a fins residenciais,
• Presença de digramas, avisos e outras informações similares.
comerciais, administrativos, agrícolas ou industriais,
• Identificação dos circuitos, dispositivos fusíveis, disjuntores,
excetuando-se áreas classificadas com risco de incêndio
seccionadoras, terminais, transformadores, etc.
ou explosão;
• Correta execução das conexões.
• três anos, para estruturas destinadas a grandes concentrações
• Conveniente acessibilidade para operação e manutenção.
públicas (por exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros comerciais e pavilhões),
Apresenta também uma relação mínima de ensaios que
indústrias contendo áreas com risco de explosão conforme
deve ser seguida e que deve ter sua realização registrada, se
ABNT NBR 9518 e depósitos de material inflamável;
aplicáveis. São eles:
• um ano, para estruturas contendo munição ou explosivos,
• continuidade elétrica dos condutores de proteção e das
ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões
ligações equipotenciais principal e suplementares;
litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.).
• resistência de isolamento da instalação elétrica; • ensaio de tensão aplicada;
É previsto pela norma um conjunto de documentação
• ensaios de funcionamento;
técnica que deve ser mantido no local ou em poder dos
• ensaios específicos ou especiais recomendados pelos
responsáveis pela manutenção, sendo:
fabricantes.
• relatório de verificação de necessidade do SPDA e de seleção do respectivo nível de proteção;
Todos os equipamentos que possuírem condições especiais
• desenhos em escala mostrando as dimensões, os materiais
de instalações devem sofrer a inspeção de sua montagem com
e as posições de todos os componentes do SPDA, inclusive
base nas informações fornecidas pelos seus fabricantes. Nos
eletrodos de aterramento;
documentos apropriados pode ser verificada a necessidade de
• os dados sobre a natureza e a resistividade do solo, constando
ensaios especiais nos equipamentos que fazem parte integrante
obrigatoriamente detalhes relativos às estratificações do solo,
da sua aprovação para energização. Alguns dos ensaios mais
ou seja, o número de camadas, a espessura e o valor da
comuns requisitados pelos fabricantes de equipamentos são:
resistividade de cada uma;
• Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante – aplicável a
• um registro de valores medidos de resistência de
transformadores, disjuntores e chaves seccionadoras.
aterramento a ser atualizado nas inspeções periódicas ou
• Ensaio de fator de potência – aplicável a transformadores,
quaisquer modificações ou reparos SPDA.
máquinas elétricas de grande porte e geradores. • Ensaio de cromatografia de gases e análises físico-químicas
de óleos isolantes – aplicável a transformadores de força.
construção ajuda, é única ainda no nosso conhecimento,
• Ensaio de tempos de operação – aplicável a disjuntores.
possui várias formas a serem trabalhadas e usadas, mas não
• Ensaios de resistência de contatos elétricos – aplicável a
se esgota aqui. No próximo capítulo, trabalharemos o “passo
disjuntores e barramentos de alta capacidade de corrente.
a passo” para a montagem de um exemplo, a classificação do
• Ensaio de tensão aplicada – aplicável a cabos elétricos,
tipo de ação corretiva em tempo de preenchimento de campo,
equipamentos isolados a vácuo e a gás SF6.
e a forma de aplicação prática em campo dessa ferramenta,
Ao final desse artigo podemos dizer que a ferramenta em
contribuindo assim para um melhor entendimento.
Ensaios de componentes do SPDA
Encontram-se no capítulo 6 da ABNT NBR 5419, “Inspeção”, as
prescrições gerais para inspeção de forma cronológica, ou seja, nas diversas fases da vida da instalação: durante a construção da estrutura, após o término da instalação do SPDA e periodicamente. São previstas
*Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
55
Manutenção de transformadores
Apoio
56
Capítulo VI Avaliação do isolamento em transformadores de potência Por Marcelo Paulino*
Qualquer máquina ou equipamento elétrico
composto principalmente de papel-óleo. Portanto,
deverá suportar campos elétricos, onde determinada
este
parte de sua estrutura deverá ter uma resistividade
características deste tipo de isolamento.
muito alta, assegurando uma oposição à passagem
Este
de corrente elétrica de condução. O elemento que
características de um sistema de isolamento, suas
promove tal condição é chamado de dielétrico,
propriedades básicas e os tipos de testes e ensaios
sendo chamado de isolante o material que o
comumente executados. Os testes apontados serão
constitui.
apresentados e discutidos nos próximos capítulos.
trabalho
abordará
artigo
preferencialmente
descreverá
as
as
principais
A finalidade do dielétrico na indústria elétrica é
Características dos sistemas de isolamento
realizar o isolamento entre os elementos condutores do equipamento elétrico, além de modificar o valor do campo elétrico existente em determinado local.
Classificação dos materiais dielétricos
Portanto, os sistemas de isolamento constituem
um dos principais componentes de um equipamento
A classificação dos materiais dielétricos pode
elétrico. Na sua composição são utilizados diferentes
ser apresentada como:
tipos de materiais isolantes que são submetidos a diversos tipos de solicitações dielétricas e térmicas
a) Gases (ar, anidrido carbônico, hidrogênio, gases
ao longo de sua vida útil. Tais solicitações podem
raros, hexafluoreto de enxofre SF6);
resultar em falhas dos componentes deste isolamento,
b) Líquidos (óleos minerais, óleos sintéticos, óleos
resultando em desligamentos e prejuízos. Pode-se
vegetais);
afirmar que a vida útil de um equipamento elétrico
c) Sólidos (resinas, PVC, polietileno PE, papel Kraft,
qualquer é considerada como a do próprio sistema
porcelana, vidro);
de isolamento. A falha da isolação implica na falha
d) Vácuo;
do equipamento.
e) Compostos ou Híbridos (sistemas papel-óleo,
PE-óleo).
Conforme descrito no Capítulo 1, um sistema
Propriedades dos dielétricos
de isolamento de equipamentos, como utilizado principalmente
em
transformadores,
tanto
de
potência e transformadores de instrumentos, é
As principais propriedades dos meios dielétricos
são apresentadas a seguir:
Apoio
57
Permissividade ou constante dielétrica
Assim podemos designar, em função da capacitância, a
Dado um campo elétrico aplicado nas extremidades
permissividade relativa de um material, definida pela razão
de um material dielétrico, a permissividade elétrica é
mostrada a seguir, em que C é a capacitância entre duas
determinada pela capacidade deste material polarizar-se,
placas paralelas separadas pelo material isolante e C0 é a
cancelando parcialmente o campo elétrico dentro do material.
capacitância das mesmas placas paralelas separadas por
A permissividade ou constante dielétrica (ε) também pode ser
vácuo, desprezando-se o efeito de borda.
descrita como a facilidade que o material dielétrico permite o estabelecimento de linhas de campo em seu interior.
A permissividade ou constante dielétrica para o vácuo (ε0)
é dada por:
Normalmente, εr não é um parâmetro fixo, mas depende da temperatura, da frequência, bem como da estrutura molecular do material.
Assim, para um outro meio qualquer, pode-se definir a
permissividade relativa (εr) por meio de:
Polarização
A maior parte dos elétrons nos materiais isolantes não
está livre para se movimentar. Quando um campo elétrico é aplicado, as forças eletrostáticas resultantes criam um nível
A capacitância de um capacitor de área A e distância
entre placas d para um dielétrico qualquer, é dada por:
de polarização, direcionando as cargas e formando dipolos. Os tipos de polarização são descritos a seguir.
O primeiro tipo de polarização é caracterizado por
polarizações eletrônica e iônica que ocorrem praticamente instantaneamente sob a ação de um campo elétrico e sem
Manutenção de transformadores
Apoio
58
Rigidez dielétrica
dissipação de energia. Caracteriza-se por um deslocamento elástico de íons ou elétrons ligados ao núcleo de um átomo.
A polarização dipolar difere da eletrônica e da iônica
que pode ser aplicado a um material dielétrico sem que este
com relação ao movimento térmico das partículas. As
perca suas propriedades isolantes. De outra forma, pode-se
moléculas dipolares, que se encontram em movimento
afirmar que após um valor de tensão, designada por tensão
térmico
orientam-se
de ruptura, o material isolante passa a conduzir corrente.
parcialmente pela ação do campo, causando o efeito da
Assim, define-se rigidez dielétrica como a capacidade de
polarização.
resistir à tensão sem que haja a citada descarga, conforme
A polarização estrutural aparece apenas em corpos
a distância entre os dois pontos de aplicação. Este valor é
amorfos e em sólidos cristalinos polares (por exemplo,
dado em V/m.
desorganizado
inicialmente,
A rigidez dielétrica é o máximo valor de campo elétrico
vidro), onde um corpo amorfo é parcialmente constituído de partículas de íons. Ela se estabelece pela orientação de estruturas complexas de material, devido à ação de um campo externo, causando um deslocamento de íons e dipolos. Corrente de fuga
A rigidez dielétrica dos isolantes não é constante para
cada material, pois depende fundamentalmente da espessura
Nos isolantes sólidos, mesmo caracterizados por
do isolante, da pureza do material, do tempo e método de
uma resistividade muito grande, possuem elétrons livres
aplicação da tensão, da frequência da tensão aplicada e do
devido, entre outras causas, a impurezas e forças internas
tipo de solicitação ao qual o sistema dielétrico é submetido, da
no material, proporcionando uma pequena corrente que
temperatura, da umidade, entre outros fatores ambientais.
atravessa o isolante. Entretanto, pela acumulação de poeira e umidade na superfície do material ou na fronteira entre dois materiais diferentes, forma-se um novo caminho para a passagem da corrente elétrica, chamada corrente superficial. Esses dois eventos caracterizam o aparecimento da corrente de fuga no isolamento.
Esse efeito pode ser representado, em termos de circuito
elétrico, por um resistor em paralelo com um capacitor, como mostra a Figura 1. A quantificação da dificuldade de circulação da corrente de fuga pelo dielétrico é chamada de resistência de isolamento.
Figura 2 – Cuba de medidor de rigidez dielétrica com eletrodos VDE.
Descargas parciais
Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma
descarga elétrica de pequena intensidade que ocorre em uma região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um campo elétrico, onde o caminho formado pela Figura 1 – Representação esquemática do dielétrico – corrente de fuga.
descarga não une as duas extremidades dessa região de forma completa. A ocorrência de descarga parcial depende
Apoio
59
da intensidade do campo aplicado nas extremidades desse
normalmente partindo do eletrodo para a superfície.
espaço, além do tipo de tensão de teste aplicada (tensão
• Descargas parciais no ar ambiente geralmente são
alternada, tensão contínua, sinal transitório ou impulso).
classificadas como descargas externas e frequentemente
A norma IEC 60270 faz referência à medida de descargas
chamadas de descargas corona. No início do processo
parciais em sistemas e equipamentos elétricos com tensões
de indução da tensão, brilho e correntes de descargas
alternadas de até 400 Hz. Nesses equipamentos tem-se a
podem aparecer. Elas ocorrem em gases a partir de
ocorrência de avalanches de elétrons nos espaços vazios.
pontas agudas em eletrodos metálicos em partes com
Assim, descargas em dielétricos podem ocorrer somente em
pequenos raios de curvatura.
espaços gasosos ou fissuras nos materiais sólidos ou bolhas no dielétrico líquido. Portanto, descargas parciais são
Resistências de isolamento
iniciadas geralmente se a intensidade do campo elétrico
Uma vez que o campo elétrico estabelecido não
dentro do espaço vazio exceder a intensidade do campo do
ultrapasse o valor da tensão de ruptura, o dielétrico impede
gás contido nesse espaço.
a passagem da corrente elétrica. Este evento é dependente
da natureza e características do dielétrico e de suas
As descargas parciais podem ser classificadas de acordo
com a natureza da sua origem. Podem ser:
condições físicas.
• Descargas internas, que ocorrem nos espaços,
geralmente vazios preenchidos com gás, presentes
uma tensão no isolante, ele será atravessado por uma
nos materiais sólidos e líquidos usados em sistemas de
corrente. O quociente entre a tensão U e a corrente I é
isolamento.
chamada resistência de isolamento. Esta resistência não é
• Descargas superficiais, que ocorrem em gases ou
constante, ou seja, os isolantes geralmente não obedecem à
líquidos na superfície de um material dielétrico,
lei de Ohm.
Por não se tratar de um dielétrico perfeito, se aplicada
Manutenção de transformadores
Apoio
60
Figura 3 – Exemplo de medida de resistência de isolamento - esquema de conexão.
Perdas no sistema de isolamento
Nos dielétricos sujeitos a uma tensão contínua verifica-se
Ensaios e avaliação do isolamento
A avaliação do sistema de isolamento pode ser realizada
uma perda por efeito Joule tal como nos condutores. A
com ensaios elétricos básicos ou avançados, considerando o
corrente de perdas, se bem que muito limitada, dá lugar a
grau de complexidade da análise a ser realizada. Os ensaios
um certo aquecimento. Estas perdas não têm importância, a
têm por finalidade garantir as condições das características
não ser quando dão lugar a um aquecimento, permitindo, por
funcionais do isolamento dos transformadores de tal forma
consequência, maior corrente e maiores perdas.
que possam entrar em operação segura todo o equipamento.
Nos dielétricos sujeitos a uma tensão alternada há, da
A escolha do teste a ser realizado depende de vários
mesma forma, a perda por efeito Joule, mas surge um outro
fatores como o local de realização, testes de aceitação
fenômeno que origina perdas e que tem o nome de histerese
em fábrica ou em campo, o tempo disponível para teste,
dielétrica. A energia perdida é também transformada em
importância do equipamento, condições operativas, dentre
calor. O nome deste fenômeno é dado pela analogia existente
outros.
com a histerese magnética. A explicação física das perdas
por histerese dielétrica é dada por consideração da falta de
comprovadas em termos práticos por meio de testes ou
homogeneidade do dielétrico.
ensaios não destrutivos com aplicação de tensão contínua
ou alternada. Dos testes e ensaios elétricos não destrutivos,
A avaliação é realizada pela medida da capacitância, do
Fator de Dissipação (tgδ) ou Fator de Potência (cosφ) obtidos
As características elétricas de um dielétrico podem ser
temos:
com ponte Schering e ponte Doble. • Resistência de isolamento com corrente contínua, também chamado de teste de absorção de corrente pelo dielétrico, com aplicação de corrente contínua, obtidos, normalmente com o medidor de alta resistência, expresso em MΩ. O ensaio consiste em submeter o isolamento a uma tensão contínua, normalmente entre 500 V e 10.000 V, provocando circulação de uma pequena corrente elétrica, na ordem de microampères. Esta corrente depende da tensão aplicada, da capacitância do isolamento, da resistência total, das perdas superficiais, da umidade e da temperatura do material. Conforme já descrito, podemos afirmar que, para uma mesma tensão, quanto maior a corrente, menor a resistência. • Manutenção em fluídos dielétricos, realizada pelo Figura 4 – Esquema de conexão para medidas Capacitância, do Fator de Dissipação (tgδ).
teste de rigidez dielétrica, com aplicação de corrente
Apoio
61
alternada expresso em termos de tensão disruptiva e a
a resposta do meio dielétrico mediante a aplicação dos
análise cromatográfica dos gases dissolvidos nos óleos
testes de corrente de polarização e despolarização e
isolantes (cromatografia), que permite detectar eventuais
espectroscopia no domínio da frequência.
faltas ou defeitos associados aos dielétricos, inclusive antes de um eventual dano do equipamento.
• Teste de perdas dielétricas expresso por meio dos
descritos.
Os próximos capítulos abordarão cada um dos testes
valores de capacitância, do Fator de Dissipação (tgδ) ou Fator de Potência (cosφ) obtidos com ponte Schering
Referências
e ponte Doble, respectivamente, com aplicação de
• ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO, M. E. C. Manutenção de
corrente alternada. A avaliação do isolamento é
transformadores de potência, Curso de Especialização em
realizada pela análise dos componentes capacitiva e
Manutenção de Sistemas Elétricos – UNIFEI, 2012.
resistiva que flui pelo dielétrico.
• MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido
•
Análise
de
descargas
parciais
realizada
com
isolante. São Paulo: Ed. EDGARD BLUCHER, 1984.
instrumentos convencionais analógicos, dependentes do
• GT A2.05. Guia de manutenção para transformadores de
conhecimento do testador, ou modernos sistemas digitais
potência. CIGRE Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013.
de medida de descargas parciais que torna possível e mais eficaz a discriminação entre os eventos, sejam descargas parciais ou ruídos. Capacita também o sistema de teste para identificação dos tipos de falhas e sua localização. • Avaliação da umidade no isolamento papel-óleo por meio da espectroscopia do dielétrico no domínio do tempo e no domínio da frequência. Realizada pela medida da umidade e degradação do isolamento papel-óleo, identificando
* Marcelo Eduardo de Carvalho eletricista e especialista em elétricos pela Escola Federal (EFEI). Atualmente, é gerente |mecpaulino@yahoo.com.br.
Paulino é engenheiro manutenção de sistemas de Engenharia de Itajubá técnico da Adimarco
Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Reportagem Por Bruno Moreira
O Setor ElĂŠtrico / Maio de 2014
63
O Setor Elétrico / Maio de 2014
Segurança: responsabilidade do empregado e do empregador
A legislação diz que o empregador deve não somente fornecer equipamentos de proteção aos seus funcionários, mas fiscalizar a sua correta utilização, no entanto, empresas e associações investem em ações de conscientização para que os empregados também conheçam os riscos dos trabalhos com eletricidade, se capacitem e utilizem as devidas proteções com responsabilidade
A Copa do Mundo 2014 realizada em solo nacional agitou
estádio. O trabalhador foi levado com vida ao hospital, mas
os ânimos da população brasileira, como não poderia deixar de
acabou falecendo.
ser. Agitou também o mercado de construção civil, já que, para
se adequar às exigências da Federação Internacional de Futebol
morte de Cruz, mas segue duas linhas principais: a de que o
Associado (Fifa), entidade responsável pelo futebol em âmbito
operário tenha sido negligente, ao não se prender ao cabo
mundial, se fez necessária a construção de diversos estádios de
de segurança enquanto realizava um trabalho específico; e
futebol no país, além de obras de melhoria em infraestrutura.
falha no equipamento de segurança fornecido pela empresa
Estes estádios, obviamente, demandaram o emprego de milhares
responsável pela obra, no caso, a Fast Engenharia. De qualquer
de trabalhadores para a realização das obras planejadas no
forma, de quem quer que seja a responsabilidade, este caso
prazo estipulado. E em locais onde há operários, existe também
torna-se exemplar, pois mostra que a preocupação com o
a necessidade de cuidados para garantir a segurança dos
quesito segurança no trabalho deve partir de ambos os lados:
trabalhadores e evitar acidentes.
do empregado e do empregador.
Em mega construções como estádios de futebol, então,
A Polícia Civil de São Paulo ainda investiga a causa da
Esta tragédia aconteceu no âmbito da construção civil, mas
estes cuidados precisam ser até redobrados, porque os operários
poderia muito bem ocorrer dentro do segmento elétrico, em que
costumam trabalhar em grandes alturas e qualquer descuido
trabalhadores da área de manutenção e operação precisam se
pode ser fatal. Este foi o caso de Fábio Hamilton da Cruz,
precaver a fim de evitarem acidentes como choques elétricos,
um dos oito operários que morreram durante obras da Copa
que, devido ao nível de tensão, certamente, serão fatais. No
2014. Cruz, de 23 anos, faleceu no dia 29 de março enquanto
Brasil, quem fornece as diretrizes visando à segurança em
trabalhava na construção da Arena Corinthians, em São
instalações e serviços com eletricidade é o Ministério do Trabalho
Paulo. Ele despencou de uma altura de oito metros, enquanto
e Emprego (MTE) por meio da Norma Regulamentadora NR 10.
trabalhava na montagem das arquibancadas temporárias do
De fato, o documento normativo “estabelece os requisitos e as
Reportagem
O Setor Elétrico / Maio de 2014
condições mínimas objetivando a implementação de medidas de
Divulgação Furnas.
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controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade” e “se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades”. A NR 10 trata, entre outras coisas, de medidas de proteção individual, entre as quais, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs); medidas de proteção coletiva, que compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica do equipamento, mas, caso isso não ocorra, pode se constituir em isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização,
Os EPIs devem ser fornecidos pelo empregador sem custo ao empregado e, além de fornecê-los o empregador deve se responsabilizar pelo treinamento e da correta utilização dos equipamentos
sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do religamento automático; e de habilitação, qualificação,
(Sintesp), Cosmo Palásio de Moraes Júnior, relata que muitas
capacitação e autorização dos trabalhadores.
vezes os empregados não querem usar os dispositivos porque
os acham desconfortáveis, contrariando a fama, segundo ele, de
No que diz respeito ao cumprimento dessas medidas, a NR 10
declara que as responsabilidades “são solidárias aos contratantes
que operários não gostam de se proteger.
e contratados envolvidos”, especificando que os contratantes
devem manter os trabalhadores informados sobre os riscos a
equipamentos de proteção de qualidade baixa e não indicados
que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e
para determinada tarefa. Tais lapsos seriam reflexo, de acordo
medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados
com Moraes Júnior, de algo maior, a dizer, da falta de um
e também adotar medidas preventivas e corretivas caso ocorra
sistema de planejamento para a realização de atividades
algum acidente. Já os trabalhadores, segundo a norma, devem
pensando na segurança do trabalhador. E nos estabelecimentos
zelar por sua segurança e de outras pessoas; responsabilizar-se
que existe um planejamento, ele é meramente formal, ou seja,
pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares;
só para constar. “Tudo é feito na correria, na base do vamos
e comunicar de imediato ao responsável pela execução do
É comum também, segundo o especialista, a compra de
fazer e depois vemos no que dá”, diz o diretor do Sintesp.
serviço as situações que considerar de risco para sua segurança
e saúde e a de outras pessoas.
exigem que seus empregados utilizem roupas de proteção
Falando especificamente sobre os equipamentos de proteção
sem estudar a necessidade para tal. Isto ocorre, por exemplo,
individual (EPIs), a advogada responsável pela área de Direito do
em situações em que os trabalhadores precisam se proteger
Trabalho da Ragazzi Advocacia e Consultoria, Sandra Sinatora,
contra arcos elétricos. Segundo o supervisor do Centro de
explica que eles devem ser fornecidos pelo empregador sem
Atendimento Técnico e Treinamentos da Eaton, Danilo
custo ao empregado e, além de fornecê-los, o empregador
Quintiliano, existem casos em que a potência do arco elétrico
deve se responsabilizar pelo treinamento e pela fiscalização da
é tão alta que a roupa não protege.
correta utilização dos EPIs. “Podendo (o empregador) aplicar
advertência, suspensão e até dispensa por justa causa se houver
têm algum ponto em que a energia é superior a 40 calorias por
recusa do empregado”, destaca Sandra.
cm², que é o limite de calor que a roupa categoria 4 protege. Ou
seja, ante esta emissão de calor, não adianta o funcionário estar
As diretrizes para que sejam realizadas as ações visando
Algumas vezes, na ânsia de se adequar à NR 10, empresas
Conforme Quintiliano, cerca de 90% das plantas industriais
à segurança dos trabalhadores são dadas pela norma do
vestindo o traje mais forte, que mesmo assim irá se queimar.
Ministério do Trabalho, contudo, não é sempre que as regras
são cumpridas. O que aconteceu na Arena Corinthians, apesar
necessita investir em estudos de arco elétrico, para a realização
de envolver obras da construção civil, é um exemplo disso. No
de algumas mudanças no projeto do sistema de proteção, tais
que diz respeito ao uso de EPIs, por exemplo, o especialista
como a redução do tempo de atuação dos relés, ou até mesmo
na área de segurança no trabalho, o diretor do Sindicato dos
a instalação de novos equipamentos de proteção. Com medidas
Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo
como estas, segundo Quintiliano, é possível reduzir a energia
Nesse sentido, segundo o supervisor da Eaton, a empresa
O Setor ElĂŠtrico / Maio de 2014
65
Reportagem
O Setor Elétrico / Maio de 2014
do arco elétrico (se ele ocorrer) a até 8 calorias por cm², que é o
Divulgação Furnas.
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limite para roupas de proteção categoria 2.
Outro exemplo dessa falta de planejamento por parte das
empresas no que diz respeito à segurança no trabalho pode ser visto, conforme Moraes, do Sintesp, nos treinamentos visando instruir os empregados em relação às práticas de segurança. “Eles são obrigatórios, então é preciso cumpri-los, mas não há uma verdadeira preocupação. Trata-se de uma coisa a mais que é feita apenas para ganhar o certificado. Não se vê a importância dessas ações para garantir a segurança do trabalhador”, explica o especialista em segurança no trabalho.
Diagnosticando as práticas das empresas para evitar que
seus trabalhadores sofram acidentes, o diretor do Sintesp chega à conclusão de que houve avanços, mas de que muitos
Furnas também promove a capacitação de seus funcionários por meio de treinamentos práticos em campo, como aprender a subir em uma torre de transmissão de 45 metros
empregadores ainda não conhecem o que deve ser feito visando à segurança do empregado em seu ambiente de trabalho e os
que conhecem não compreendem essa realidade. “Seria preciso
empresas estão tentando agir de acordo com as condições
Sobre o cumprimento da NR 10, Padilla observa que as
mais conhecimento e estudo sobre as normas vigentes para que
estabelecidas nas normas, mas ainda há muitos problemas.
as práticas objetivando à segurança do trabalhador pudessem
Para fundamentar sua afirmação, o engenheiro eletricista cita
ser exercidas com responsabilidade”, sugere.
o estudo feito pela Enerenge, baseado no trabalho diário da companhia, em que foram avaliadas dez empresas – seis do
O cumprimento da NR 10
ramo industrial, duas do ramo de serviços e duas públicas que atuam na área da saúde – de acordo com três pontos:
As bases para as ações almejando a segurança em serviços
capacitação e treinamento dos profissionais; documentação das
em eletricidade encontram-se na NR 10. A versão, que fornece as
instalações; e condições de segurança das instalações conforme
diretrizes para os empregadores e empregados, é relativamente
as normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 14039, ABNT NBR IEC
recente, de dezembro de 2004, e tratou-se de uma reformulação,
60079-14 e ABNT NBR 5419.
pois a norma que tratava da segurança dos trabalhadores neste
“Avaliamos especificamente a conformidade em relação
segmento datava de 1978.
a estes três pontos porque foram eles que mais chamaram a
A nova versão do documento normativo começou a surgir
atenção durante nossos trabalhos junto a estas empresas”,
no início da década de 1990, por conta das informações
explica o engenheiro de segurança. De acordo com Padilla, por
relacionadas a acidentes envolvendo energia elétrica no
exemplo, não houve uma avaliação mais detalhada em relação
trabalho que chegavam ao MTE a partir das empresas. Junto
aos EPIs, porque verificou-se que normalmente as empresas
com representantes das distribuidoras e usuários, o Ministério
forneciam os equipamentos sem problemas.
resolveu formular uma nova norma, a fim de melhorar as
estatísticas de acidentes que estavam muito elevadas.
dos profissionais, verificou-se que seis empresas estavam
Segundo o engenheiro eletricista, engenheiro de segurança
adequadas conforme a NR 10. Com relação ao prontuário, a relação
e diretor da Enerenge Engenharia e Informática, Julian Vilellia
de profissionais utilizados e aos cursos feitos por eles, já duas
Padilla, uma das novidades e destaques desta versão atualizada
apresentaram falhas, pois tinham em seu quadro de funcionários
é que ela oficializou que as instalações elétricas devem atender
trabalhadores que não tinha feito o curso da NR 10 ou, no prontuário
às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
dos funcionários, havia a informação de que eles não tinham feito
Agora, por força da NR 10, quem não seguir a ABNT NBR 5410
um curso profissionalizante; e outras duas (as empresas públicas)
(instalações de baixa tensão), a ABNT NBR 14019 (instalações de
desconheciam totalmente as exigências nessa área.
média tensão), a ABNT NBR IEC 60079-14 (instalações em áreas
Outro aspecto da capacitação examinado durante o
classificadas) e a ABNT NBR 5419 (proteção contra descargas
trabalho da Enerenge feito junto às empresas diz respeito ao
atmosféricas), estará fora da lei e será penalizado por isso.
treinamento de reciclagem que os funcionários devem receber
Dessa forma, no que diz respeito à capacitação e treinamento
a cada dois anos. Segundo o engenheiro, a NR 10 diz apenas
67
O Setor Elétrico / Maio de 2014
Políticas
de segurança nas concessionárias
As concessionárias de energia elétrica são empresas que,
lideranças, treinar os colaboradores para observar
culturalmente, costumam investir na área de segurança do
continuamente a atuação de seus colegas e estimular a
trabalho. Talvez pela natureza de seu serviço, de grande
análise e diálogo sobre as rotinas de trabalho, destacando
utilidade pública, talvez pela preocupação de sua imagem,
que todos os procedimentos são realizados com as equipes
o certo é que grande parte delas apresenta programas nesta
próprias da AES Eletropaulo e com equipes contratadas.
área. A AES Eletropaulo, por exemplo, tem, desde 2002,
trabalhado para adequar suas instalações físicas e para criar
que realiza ações com o objetivo de garantir a saúde e a
manuais de procedimentos de trabalho, uniformizando as
integridade física de seus empregados. Por meio da área
rotinas operacionais.
de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional, a empresa
realiza ações de segurança no trabalho e da área da saúde;
De acordo com o gerente de segurança do trabalho da
Furnas também é um exemplo de concessionária
distribuidora, Alexandre Mendes Evangelista, a empresa
reconhecimento e valorização pessoal; atividades culturais,
apresenta um programa de segurança, saúde e meio
além de diversos atendimentos sociais e de apoio em
ambiente estabelecido, que é revisitado anualmente, e
circunstância que podem afetar a produtividade e o bem-
estabelece ferramentas de controle e metas relacionadas a
estar do empregado.
acidentes, doenças e impactos ambientais. O gerente explica
que a distribuidora atua em três esferas: controle de gestão;
Segurança e Saúde (GSS) de Furnas, Sérgio Ricardo
controle comportamental; e investimentos tecnológicos, ou
Fernandes da Silva, o trabalho realizado pela empresa
seja, estudo de mecanismos que tornem o trabalho mais
nesta área consiste em muito mais que o atendimento
simples e menos arriscado.
da legislação vigente. Trata-se sim de um trabalho de
No que diz respeito ao controle do comportamental do
identificação e análise de riscos existentes nas diversas
indivíduo, por exemplo, a concessionária realiza inspeções
atividades da empresa e de elaboração de soluções para
de segurança em campo. As chamadas “caminhadas de
eliminar ou controlar esses riscos, desenvolvendo métodos,
segurança” são visitas de gestores com o intuito de verificar
agendas de treinamento e mecanismos capazes de promover
se as equipes estão trabalhando conforme o procedimento
a melhoria contínua do processo.
estabelecido pela distribuidora. Faz-se inspeção de EPIs
e EPCs (cones, fitas, bastão de manobra); avaliam-se as
empresa ficou ciente, por exemplo, de que um acidente
condições dos veículos e ferramentas de trabalho (se uma
tem mais chances de ocorrer com dois perfis distintos
chave e um alicate estiver em condição precária, isso pode
de colaboradores: os mais novos, por conta da falta
acarretar em riscos de segurança); e verifica-se também
de experiência e do ímpeto de mostrar serviço, e os
se a equipe possui no campo a pasta de procedimento de
mais antigos e experientes, por conta do excesso de
segurança a serem efetuados.
autoconfiança.
Conforme Evangelista, estas visitas funcionam como
Segundo o coordenador técnico da Gerência de
Conforme Silva, é por meio desta análise que a
Essa análise contínua permitiu também identificar que
um diálogo comportamental. Para se ter uma ideia, no final
o acidente tem maior probabilidade de ocorrer no final do
das caminhadas, os gestores costumam dar um retorno aos
processo, quando o colaborador já está cansado ou perde o
trabalhadores. “Se o que foi visto está dentro do esperado
foco pensando na volta para casa e nos afazeres domésticos.
pela AES, os trabalhadores são parabenizados, pois o
“Conhecer as condições do funcionário e do processo no
objetivo é fortalecer o que já é bom”, diz o gerente. Caso
momento do acidente ajuda a empresa a desenvolver
contrário, se durante estas inspeções for encontrada alguma
métodos e procedimentos específicos para atacar a causa do
inconformidade, a atividade é interrompida até a correção
problema, reduzir os índices de acidentes e salvar vidas”,
do desvio. “Se houver recorrência do comportamento
explica o coordenador.
indesejado, pode até ser gerado um evento de CLT, que pode
ir de suspensão até demissão”, diz Evangelista.
funcionários por meio de treinamentos obrigatórios
A empresa também promove a capacitação de seus
Outro importante procedimento realizado pela
realizados na sede da empresa, no Rio de Janeiro, ou nas
distribuidora é o Behavior Based on Safety (BBS) – em
áreas regionais e de treinamentos práticos em campo, em
português, Comportamento Baseado em Segurança –, que
que o funcionário tem contato direto com os desafios da sua
visa à mudança comportamental em segurança, com o
atividade, como aprender a subir com segurança em uma
reforço da qualidade dos serviços e aprimoramento dos
torre de transmissão de 45 metros de altura, ou realizar
processos internos. O programa consiste em desenvolver
manutenção em espaços confinados.
68
Reportagem que deve haver o treinamento, mas não define a duração dele e tampouco o conteúdo dessa reciclagem, deixando para as empresas essa definição. “O que temos verificado é que as empresas contratam uma instituição de ensino para dar essa reciclagem, que, normalmente, é de 20 horas, e totalmente fora da realidade dessa empresa. Durante estes cursos, fala-se muita coisa repetitiva e acaba sendo maçante”, diz Padilla.
Para o diretor da Enerenge, os treinamentos de reciclagem
surtiriam mais efeitos se empresas elaborassem uma estatística dos acidentes ocorridos durante estes dois anos e focassem o curso de reciclagem na reavaliação das ações que culminaram nestes acidentes. Ou seja, o treinamento deveria ser focado na realidade da empresa e não em um programa pré-formatado.
Com relação à documentação, cinco empresas estavam com
todos os documentos em conformidade, três já haviam contatado empresas para a elaboração de documentos da instalação e estavam com o processo em andamento; e duas (as mesmas duas da capacitação) desconheciam totalmente a exigência.
A documentação diz respeito ao prontuário de instalações
elétricas, que é composto pelo diagrama unifilar elétrico (esquema simplificado que mostra a composição da instalação elétrica); pelo conjunto de todos os procedimentos de instruções técnicas para a realização do trabalho do eletricista; pela documentação das medições do sistema de proteção contra as descargas atmosféricas; pela especificação dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e dos EPIs; e pela documentação comprovada da capacitação, qualificação e treinamentos dos trabalhadores.
Já referente às condições de segurança das instalações, tendo
como base as normas da ABNT, nenhuma empresa atendeu 100% dos requisitos. Conforme a análise, oito delas apresentavam não conformidades menores e duas (empresas públicas) apresentavam situação temerária, com painéis sem tampas, gambiarras, etc. Sobre as não conformidades que não eram graves, o estudo constatou que a maioria delas dizia respeito à não existência do sistema de bloqueio para impedir a energização do painel quando alguém o estivesse operando. “Isso ocorre, normalmente, porque as instalações elétricas brasileiras são mais velhas que a NR 10, ou sejam, ainda não contemplam as mudanças trazidas pela norma”, explica o diretor da Enerenge.
A fim de que a situação se modifique e as empresas cumpram
os ditames da NR 10 em sua totalidade, Padilla acredita que o foco deve ser na educação e na conscientização das pessoas, no sentido de que elas saibam que a eletricidade pode matar e que elas devem se precaver para que acidentes não aconteçam. “Desde 2004, quando foi atualizada a NR 10, já se verificou uma redução de acidentes, mas a meta é o índice 0”, assevera o engenheiro de segurança.
O Setor Elétrico / Maio de 2014
Conscientização
O trabalho de conscientização é importante no sentido de
alertar os empregadores e os empregados para os riscos de se realizar serviços de energia elétrica sem os cuidados necessários com a segurança. No Brasil, duas entidades de destaque nessa área produzem dados estatísticos sobre acidentes com eletricidade, envolvendo trabalhadores e usuários e realizam atividades de fomento à segurança do trabalhador. São elas: a Fundação Coge (Funcoge), que trabalha junto às concessionárias de energia elétrica, e a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Atuando na área de gestão empresarial, a Funcoge é uma
instituição de caráter técnico-científico voltada para a pesquisa, ensino, estudo e aperfeiçoamento dos métodos, processos e rotinas do setor elétrico brasileiro, atuando em diversas áreas das empresas de energia, por meio de comitês (formados pelos próprios funcionários das empresas de eletricidade), entre os quais, o Comitê de Segurança e Saúde no Trabalho.
De acordo com o gerente da Funcoge, César Vianna, o
comitê de segurança funciona como um termômetro para a entidade, pois é por meio das ações promovidas por ele que a instituição sente o que é necessário para as companhias de energia elétrica no que diz respeito à segurança e saúde.
Uma destas ações é o Relatório de Estatísticas de Acidentes
no Setor Elétrico, realizado anualmente pela fundação desde 2009, e que dá sequência e complementa um trabalho que já vinha sendo desenvolvido pela Eletrobras desde 1977. Vianna elogia o relatório e diz que ele evolui de uma simples planilha para um software detalhado que fornece, entre outras coisas: a análise de acidentes, dando informações sobre a natureza da lesão, fonte da lesão, agente do acidente, entre outros; dados por empresas; custo dos acidentes para as empresas; e uma visão geral, mostrando qual foi o número de acidentados fatais no ano; além de comentários a respeito dos dados levantados.
Mais um exemplo de programa desenvolvido pela Funcoge
é o Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro (Sense). Trata-se de um evento bienal, cuja última versão foi realizada em 2013, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e que debate relevantes e atuais temas acerca de segurança e saúde no trabalho, no âmbito do setor elétrico, por meio de cursos pré-seminário, painéis técnicos, conferências internacionais, palestras e dezenas de contribuições técnicas. Além disso, após firmar parceria com a Utilities Risk Management
(URM),
empresa
canadense,
a
Funcoge
implementou o Sistema de Gestão do Trabalho Seguro, para
69
O Setor Elétrico / Maio de 2014
ser usado nas concessionárias de energia elétrica, a fim de
internet e, de fato, a entidade ampliou a coleta dos dados em
fornecer segurança ao trabalhador, melhorar a produtividade, a
2013. "Entretanto, acreditamos que o nosso trabalho em conjunto
confiabilidade e a operação do serviço em todos os níveis, por
com várias ações possam ter reduzido a taxa de acidentes,
meio de uma abordagem sistemática para trabalhar de maneira
principalmente os fatais", confia o engenheiro eletricista.
segura. O sistema, que no Brasil é empregado pela Brookfield, empresa de origem canadense, é constituído por 22 elementos
Adicional de periculosidade
calcados nas áreas de liderança, gestão de riscos, educação, controle e proteção e monitoramento.
Por sua vez, a Abracopel atua na conscientização dos
que realizam serviços de manutenção e operação na área elétrica
profissionais da área informando sobre os riscos, e as formas
visando mitigar o risco de acidentes, este ainda existe. Por isso,
de evitá-los, por meio de eventos técnicos, palestras específicas
a legislação brasileira prevê um adicional de periculosidade
sobre a NR 10, ações em mídia eletrônica, e mesmo como
para esses profissionais, da ordem de 30% sobre o salário base
apoiadora em ações de outros parceiros que tenham o mesmo
do empregado. Conforme a advogada responsável pela área de
foco. Segundo o diretor da Abracopel, Edson Martinho, os
Direito do Trabalho da Ragazzi Advocacia e Consultoria, Sandra
eventos da entidade são abertos a públicos diversos e, portanto,
Sinatora, o adicional é uma forma de compensar o empregado
atingem desde o eletricista até o engenheiro, seja de eletricidade
que exerce atividades em condições prejudiciais à saúde.
ou segurança do trabalho.
Dois importantes eventos promovidos pela Abracopel são
de acidente, além de estabilidade no emprego por, no mínimo
os encontros regionais de eletricistas e os seminários Elétrica
12 meses, ele poderá ingressar com ação judicial e pleitear
Segura, nos quais a entidade busca orientar e interpretar as
eventual indenização por danos materiais e/ou morais. “No
normas técnicas e regulamentadoras ligadas à eletricidade,
caso de óbito, também existe a possibilidade dos herdeiros
com o intuito de contribuir para o entendimento das regras
pleitearem indenização, sendo que os dependentes econômicos,
por parte dos trabalhadores e incentivar para que elas sejam
além de indenização, poderão pleitear pensão vitalícia”, diz
seguidas. "O resultado é a redução inerente dos acidentes pelo
Sandra Sinatora, explicando que os pedidos de indenização
conhecimento", destaca Martinho.
são analisados um a um pelo poder judiciário, não havendo
Assim como a Funcoge, a associação também contribui
nenhuma regra específica com relação a valores.
para o alerta sobre o perigo da eletricidade e possível mitigação
Sandra destaca que o fato de o empregador pagar o
de acidentes pela elaboração e publicação de estatísticas sobre
adicional não o libera do investimento em proteção e prevenção
mortes por choques elétricos. Realizadas anualmente seus dados
de acidentes. Para a advogada, trata-se de uma questão bastante
são obtidos pela ferramenta de “alerta de notícias do Google”,
delicada, sendo a conscientização dever de todos os envolvidos.
com palavras-chaves como: choque elétrico, eletrocutado,
“Muito embora seja do empregador a obrigação de fiscalizar a
eletropressão, curto circuito, incêndio, dentre outros. Conforme a
utilização do EPI, é a vida do empregado que está em risco e ele
Abracopel, os números levantados refletem somente uma parcela
deve preservá-la com a utilização correta dos equipamentos que
dos acidentes de origem elétrica que acontecem no Brasil. A
lhe são fornecidos”, diz.
estimativa, de acordo com a entidade, é de que o número possa
ser de quatro a cinco vezes maior do que o apresentado.
o índice de periculosidade, e o Decreto 93.412/1986 foram
Martinho explica que a instituição não possui dados
revogados pela Lei 12.740/2012, que alterou ao artigo 193
estatísticos
"mas
da CLT, que prevê quais são as atividades consideradas
conseguimos levantar os acidentes que estão relacionados a
perigosas. Contudo, este cancelamento é meramente técnico, e
atividades e que ocorreram devido à eletricidade". Em 2013,
o decreto continuará sendo aplicado até que se aprove o anexo
por exemplo, foram constatados 170 acidentes fatais na rede
IV, que dispõe sobre atividades e operações perigosas com
aérea, sendo 85 envolvendo profissionais de vários setores da
energia elétrica, que está presente na norma NR 16 do MTE,
economia, entre eles, eletricistas ou técnicos autônomos (28),
que regulamenta as atividades perigosas. De acordo com a
eletricista profissional de empresa (12) e instaladores de teve a
advogada, o MTE já criou um Grupo de Trabalho para estudar
cabo e telefonia (8). Martinho declara que não pode afirmar se
a inserção do anexo IV à NR 16 e, embora o texto já tenho
houve diminuição do número de acidentes, já que a estatística
sido aprovado pelo grupo, alguns pontos aguardam revisão e
fornecida pela associação é baseada nas notícias encontradas na
posição por parte do Ministério.
específicos
de
acidentes
de
trabalho,
Mesmo com todos os recursos fornecidos aos trabalhadores
A advogada explica que caso o trabalhador seja vítima
Por fim, vale salientar que a Lei 7.369/85, que introduziu
Condicionamento de energia
70
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Fontes ininterruptas de energia Uma
revisão sobre aspectos construtivos e técnicas de controle do estágio de saída
Por Hildo Guillardi, Paulo Serni, Danilo Brandão, Fernando Marafão, Luis de Pádua, Rafael Pazi e Flávio Gonçalves*
71
O Setor Elétrico / Junho de 2014
A
produção
industrial
de
fontes
apresenta um menor rendimento em função
ininterruptas de energia (UPS – Uninterruptible
das perdas constantes de chaveamento nos
Power System) iniciou-se na década de 1970,
semicondutores.
pela necessidade de fornecimento contínuo de
energia para grandes sistemas de informática.
de onda das tensões da carga e da rede, não há
No entanto, com a expansão do uso de
a necessidade de algoritmos de sincronismo da
novas tecnologias eletrônicas em todos os
saída da UPS com a rede principal.A inexistência
segmentos da sociedade, resultando em um
desses algoritmos diminui a complexidade
aumento expressivo no número de aplicações
do controle. O desacoplamento, por sua vez,
com cargas sensíveis, o fornecimento de
garante a possibilidade de compensação, para
energia de boa qualidade e contínua tornou-se
a carga, da maioria dos distúrbios ocorridos na
primordial, expandindo o mercado dos UPSs.
rede elétrica principal.
Topologias de construção de um UPS
Devido ao desacoplamento entre as formas
A segunda topologia utilizada é chamada
interativa ou de interação com a rede (line interactive). Sua principal característica é que a frequência da tensão apresentada à carga
A capacidade de comutação entre a fonte
depende completamente da rede (ao contrário
principal de energia e a secundária (baterias)
da topologia online), portanto, essa topologia
garante várias características inerentes à
necessita de algoritmos de sincronismo do
qualidade da energia elétrica, portanto, um
circuito do inversor com a rede elétrica.
UPS possui várias classificações de acordo
Contudo, a amplitude da saída não é totalmente
com sua topologia de construção e tempo de
dependente do valor da amplitude da tensão
comutação.
da rede, o que proporciona a capacidade de
Segundo a norma brasileira ABNT NBR
essa topologia atuar como compensador para
15014 e a internacional IEC62040-3, os UPSs
distúrbios relacionados com a magnitude da
são separados em três topologias quanto a
tensão da rede. Entretanto, pode apresentar
sua operação e, principalmente, quanto ao
um tempo considerável de comutação entre
fornecimento de energia à carga. No primeiro
as duas fontes, não conseguindo compensar
tipo, denominado online, a amplitude e a
todos os tipos de falta do sistema primário
frequência da tensão apresentadas à carga
(Tabela 1). Na Figura 2 é mostrado o circuito
são completamente independentes da rede
de acoplamento por meio de uma impedância,
principal e o circuito inversor do UPS é
sendo também possível o acoplamento por um
responsável pelo fornecimento de energia
transformador.
à carga durante toda sua operação. Nesse
sistema é tipicamente empregada a topologia
também conhecida em algumas literaturas
de dupla conversão, apresentada na Figura 1.
como off-line, a qual é fundamentada no
A vantagem dessa topologia é a inexistência
princípio de deixar o inversor em modo de
de tempo de comutação entre as duas
controle fonte de tensão pronto para entrar em
fontes (rede elétrica e bateria), entretanto,
funcionamento na ausência da rede principal.
A última topologia é chamada stand-by,
Figura 1 – UPS de topologia online com circuito de dupla conversão.
Condicionamento de energia
72
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Figura 2 – UPS de topologia de interação de linha com impedância de acoplamento.
Quando operando no modo de alimentação
topologia de UPS pode ser capaz de compensar.
da carga pela rede elétrica, tanto a tensão como
A operação de comutação entre a rede elétrica
a frequência dependem da rede, e o UPS pode
e a bateria, bem como a resposta transitória à
se encontrar no modo de recarga da bateria.
inserção e à remoção de cargas classificam um
Quando operando no modo de alimentação
UPS de acordo com as curvas da norma IEC
pela bateria, o valor de tensão e de frequência
62040-3, a qual apresenta o tempo e o nível
apresentados à carga não dependem mais
de resposta da saída para cada classificação, de
da rede, entretanto, o uso de algoritmos de
forma que a carga (ou processo) sensível não
sincronismo (fazendo com que a magnitude,
sofra nenhum dano. A Figura 4 apresenta essas
frequência e fase da rede elétrica sejam mantidas
curvas em sobreposição com a CBEMA/ITIC e
na saída) possibilita uma rápida comutação entre
IEE Std. 446, as quais mostram a tolerância de
as duas fontes. A topologia stand-by tipicamente
equipamentos eletrônicos a ocorrências de falta
utiliza o circuito de dupla conversão com uma
da rede, reforçando que um UPS deve ser capaz
chave de by-pass (Figura 3), o que permite a
de manter em funcionamento ininterrupto os
alimentação da carga sem a operação do circuito
equipamentos para os quais está fornecendo
inversor que compõem a UPS.
energia elétrica.
Dentro da possibilidade de um UPS atuar
Como visto na Figura 4, existem três
como um compensador para faltas no sistema
classificações de UPSs de acordo com sua
elétrico, deve-se destacar que o distúrbio a ser
resposta aos transitórios (de inserção e
compensado depende não só do algoritmo
remoção de carga e com a comutação da fonte).
usado, mas também da topologia construtiva da
Essa classificação vai da classe 1 (mais rígido),
UPS. A Tabela 1 mostra os tipos de distúrbios de
aceitando uma variação máxima de 30% na
Qualidade de Energia Elétrica (QEE) que cada
tensão de saída por um curto período de tempo,
Figura 3 – UPS de topologia stand-by com circuito de dupla conversão.
Condicionamento de energia
74
O Setor Elétrico / Junho de 2014
até a classe 3, que permite uma interrupção de até 10 ms no fornecimento.
Aspectos construtivos
Independentemente da topologia utilizada na
implementação, o UPS deve conter um circuito inversor de saída, podendo ainda possuir um circuito elevador de tensão contínua (boost) e/ ou um transformador para adequar os níveis de tensão (Figura 5) e fornecer isolamento galvânico ao sistema. Figura 4 – Compilação entre as principais curvas de tolerância de equipamentos eletrônicos a distúrbios da rede.
Tabela 1 – Distúrbios tipicamente compensados por um UPS
Fenômeno
Tempo
Exemplo
IEC 62040-3 Topologia de UPS
Ainda sobre o inversor de saída, podem-se
utilizar diferentes topologias em sua construção, desde a mais simples até topologias complexas, como a multinível mostrada na Figura 6. Topologias multiníveis diminuem o conteúdo
Interrupção (backout)
> 10ms
harmônico da tensão de saída, os esforços de
Afundamento de tensão (sag)
< 16ms
chaveamento e as perdas de comutação dos
Elevação de tensão (swell)
< 16ms
Subtensão (undervoltage)
contínuo
modulação PWM.
Sobretensão (overvoltage)
contínuo
Cintilação (flicker)
esporádico
Transitório (surge)
< 4ms
Harmônica Total (DHT) da tensão gerada pelo
Variação de frequência
esporádico
chaveamento, estes são amplamente utilizados
Distorção de alta frequência (burst)
periódico
Harmônicas
contínuo
semicondutores de potência; porém, aumentam a complexidade dos algoritmos de controle e Na etapa de saída do sistema é comum
a existência de um filtro LC (Figura 5) ou LCL para diminuição do nível de Distorção
por possuírem, na prática, mínima característica dissipativa. Porém, seu projeto deve levar em conta sua frequência natural de ressonância e de
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
chaveamento do sistema. Para se conseguir uma sintetização mais fiel de uma tensão puramente senoidal na saída, pode-se aumentar a frequência de chaveamento, transpondo o conteúdo harmônico indesejado para frequências superiores, as quais são mais fáceis de serem atenuadas com filtros de menor dimensão. Em contrapartida, tal opção pode gerar um considerável incremento das perdas no sistema, já que se aumenta o número de comutações dos semicondutores por período
Figura 5 – Circuito simplificado para uma UPS de dupla conversão.
da tensão.
Estratégias de controle Em um UPS, deseja-se que a tensão de saída sintetizada tenha forma de onda o mais próximo possível de uma senóide, de amplitude e frequência determinada e em fase com a rede (nas UPSs do tipo line interactive e stand-by). Além disso, é desejável uma boa resposta transitória à entrada e à saída de cargas: linear,
Figura 6 – Inversor monofásico de único nível (a) e multinível (b).
Condicionamento de energia
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
não garante que o erro seja nulo. 2)
Controlador
integrativo:
corrige
o
erro do sistema em regime permanente. Possui melhor desempenho para sinais de referência contínuos, por apresentar ganho (teoricamente) infinito na frequência zero. Tipicamente, utiliza-se o valor eficaz (RMS) Figura 7 – Diagrama de blocos do modelo da planta a ser controlada.
não linear e/ou desbalanceada (no caso de uma
modelo dinâmico do sistema. Destacam-se as
UPS trifásica).
transformadas αβ e dq, que convertem um
Sobre o controle do sistema do UPS, diversas
sistema trifásico em um sistema vetorial em
questões podem ser levantadas, tais como: qual
quadratura, resultando muitas vezes em valores
(ou quais) variável(is) observar e em que ordem
contínuos, os quais são mais simples de serem
devem ser inseridas na malha de controle (em
controlados.
um sistema multimalhas).
Controladores
Na literatura “A comparative analysis of multiloop voltage regulation strategies for single and three-phase UPS systems” (ver referências),
algumas
levantadas,
tipos de controladores digitais comumente
chegando-se à conclusão de que uma boa medida
encontrados em aplicações de controle do estágio
é o monitoramento, simultaneamente, das variáveis
de saída de UPSs. São estes os apresentados na
de tensão de saída (v0 ) e de corrente (Figura 7),
Figura 8, em que ZOH representa um amostrador
garantindo, assim, um bom controle da amplitude
digital; P(z) o controlador proporcional; (P(z)
e da DHT da tensão de saída. Também propõe-se
+ I(z)) o controlador proporcional integral;
a comparação do controle com monitorando
(P(z) + RESn(z)) o controlador ressonante; e
da corrente no indutor (iL ) e no capacitor (iC ) do
(P(z) + REP(z)) o controlador repetitivo, sendo
filtro LC de saída. A estratégia de monitoração da
que as associações entre eles ainda podem ser
corrente no indutor do filtro permite a diminuição
realizadas.
destas
questões
são
Nesse tópico são discutidos os principais
da DHT e pode agregar benefícios adicionais, como o controle do nível médio da corrente, evitando,
1) Controlador proporcional: é o principal tipo
assim, a saturação dos elementos eletromagnéticos
de controlador, sendo parte integrante de
presentes no circuito (transformador e o próprio
todos os demais, determinando a frequência
indutor do filtro).
de corte, o que reflete diretamente na
Em UPSs com inversores polifásicos é comum
dinâmica de resposta do sistema. Este faz
utilizar, em conjunto com os controladores,
com que a saída de um sistema acompanhe
métodos matemáticos para simplificação do
um determinado sinal de controle, porém,
da tensão de saída como referência, porém, este cálculo gera um atraso na dinâmica do controlador, já que seu valor corresponde à característica de um ciclo completo de um sinal. O controle integrativo é utilizado em conjunto com o controlador proporcional, expresso por (1), podendo ainda ser associado a um controlador derivativo, caracterizando um regulador PID, o que aperfeiçoaria, também, a resposta transitória do sistema.
(1)
3) Controlador ressonante: possui como vantagem a característica de conseguir seguir um sinal periódico, em um UPS, sem necessidade do cálculo do valor eficaz do sinal. Como característica principal tem seu ganho tendendo ao infinito em sua frequência de sintonia (ou frequências), fazendo com que o sistema apresente erro próximo de zero em tais frequências. Sua equação é expressa em (2).
(2)
4) Controlador repetitivo: com a equação mostrada em (3), é normalmente associado a algum tipo de filtro. Na Figura 8, o bloco FDFT(z) representa um filtro de resposta finita ao impulso (FIR), baseado na transformada discreta de Fourier (DFT), responsável pela seleção harmônica e estabilidade do sistema. Por fazer uso de uma realimentação positiva, esse controlador pode facilmente tornar-se instável e seu funcionamento consiste na
Figura 8 – Diagrama de blocos dos controladores proporcional, proporcionalintegral (PI), ressonante (PRES) e repetitivo (PREP).
inclusão de uma malha de atraso igual à Na amostras, fazendo com que o valor de erro
O Setor Elétrico / Junho de 2014
77
atual seja somado ao anterior, amplificando sua influência sobre o controle. Todavia, devido ao algoritmo de seleção da harmônica, esse tipo de controlador torna-se custoso computacionalmente.
(3)
O elevado custo computacional motivou o
estudo sobre a influência da taxa de amostragem e, por consequência, da velocidade de atualização da parcela repetitiva do controlador, em função da DHT gerada na tensão de saída.
Nas Figuras 9 a 11, nota-se que a frequência
de aquisição do sinal influencia diretamente na distorção da tensão de saída. Verifica-se que a diminuição da taxa de amostragem do algoritmo do controlador repetitivo proporciona um aumento da DHT da tensão de saída e o surgimento de novas harmônicas, causadas pela subamostragem do sinal, como mostrado nas Figuras 9 a 11. A resposta dinâmica não se altera.
Figura 9 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 200 S/s.
Figura 10 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 100 S/s.
Figura 11 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 50 S/s.
Condicionamento de energia
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Resultados de simulações
Para o estudo do controle multimalhas,
em regime permanente e transitório, foram realizadas
simulações
na
plataforma
de
simulação PSIM do estágio de saída de uma UPS monofásica operando em uma situação crítica (ou seja, carga não linear de potência nominal igual à potência nominal da UPS). O controlador foi implementado em linguagem C por meio de uma DLL (Dynamic Link Library), a qual era interpretada pelo simulador.
Figura 12 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle PI de tensão na saída e na corrente do capacitor.
Avaliação do controle em regime permanente
Considerando uma tensão de referência de
127 VRMS em 60 Hz, com controle multivariável da tensão de saída e corrente no capacitor (ic), obteve-se a resposta apresentada na Figura 12. Na Figura 13, tem-se a tensão de saída com o controle da tensão de saída e corrente no indutor (iL).
O controle com iC apresentou harmônicas
Figura 13 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle PI de tensão na saída e na corrente do indutor.
de alta frequência com valores acima do permitido, o que já não ocorre no controle com iL. Contudo, esse controle é mais vulnerável na corrente da carga, o que pode ser visto na Figura 13 (a tensão de saída não acompanha perfeitamente
sua
referência
durante
o
período em que a carga exige corrente).
Assim, a distorção harmônica foi elevada
para 8,77% e o nível de 3ª e 5ª harmônica ultrapassou os limites da norma IEC 620403. Para que o sistema se enquadrasse aos limites da norma, foi necessário implementar
Figura 14 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle ressonante multimalha com corrente do indutor.
um controlador ressonante sintonizado nas
do UPS, passando para 100% e, por fim,
crítica, pois o controle conseguiu estabilizar a
3ª e 5ª harmônicas. A simulação resultante
retornando a 20%, conforme recomendação
saída em menos de 0,5 ms, com erros dentro
pode ser vista na Figura 14, que apresenta
da IEC62040-3.
dos limites da classificação 1 para UPSs.
menor índice de DHT, sendo igual a 2,88% e
Primeiro,
todas as componentes harmônicas atentas à
multimalha com a corrente no capacitor (Figura
testado nas mesmas condições anteriores. A
normatização.
15), em que se mostra que o transitório de
Figura 16 mostra que o controle possui um
entrada da carga foi crítico, provocando uma
erro semelhante durante o degrau de entrada
Avaliação do controle sob
grande oscilação da tensão de saída. A duração
de carga, com um afundamento de 70% de
condição transitória
do transitório foi de aproximadamente 9 ms,
tensão em relação à referência, tendo tempo
Nesse teste foi aplicado um degrau
assim os erros obtidos extrapolaram as três
de acomodação de 34 ms, assim ele não atende
de entrada e de saída de carga não linear,
categorias definidas pela norma IEC62040-3. Já a
às classificações, exatamente como o controle
começando com 20% da potência nominal
resposta ao degrau de saída de carga foi menos
anteriormente avaliado.
considera-se
o
controle
O controle com corrente do indutor foi
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Figura 15 – (a) Resposta dinâmica da tensão de saída durante degrau de carga com controle de iC . (b) Classificação da resposta segundo a IEC 62040-3.
Figura 16 – (a) Resposta dinâmica da tensão de saída durante degrau de carga com controle de iL. (b) Classificação da resposta segundo a IEC62040-3.
Com os testes de regime permanente e
alta frequência geradas pelo chaveamento
desempenho dinâmico, pode-se concluir que
do PWM, deve-se impor uma alta taxa de
os dois controles possuem características
amostragem para que o sinal de corrente do
positivas e negativas opostas. O controle
capacitor seja exibido com fidelidade. Porém,
com corrente do capacitor possui um
todo o desenvolvimento dos controladores foi
excelente
regime
baseado na taxa de aquisição fixa de 12 kHz,
permanente, superando o controle com
assim a corrente do indutor, que praticamente
corrente do indutor. Por outro lado, durante
não apresenta as harmônicas do chaveamento
transitórios da carga, apesar de ser mais
é melhor exibida, gerando maior eficiência em
lento, o controle com corrente do indutor
seu controle.
comportamento
em
apresenta dinâmica mais suave que aquele com corrente do capacitor, alimentando
Resultados experimentais
a carga com menores variações de tensão durante o transitório de carga.
Para validação e comparação entre os
Outro ponto positivo em utilizar o
diferentes tipos de controladores, montou-se
controle com a corrente do indutor é sua
o circuito da Figura 17, sendo cada controlador
frequência de amostragem. Como o capacitor
implementado em linguagem C no DSP de
drena todas as correntes harmônicas de
ponto fixo.
Condicionamento de energia
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
da resposta transitória percebeu-se que a melhor estratégia é baseada no uso de um controlador multimalhas de tensão de saída e corrente no indutor do filtro de saída. Observando o comportamento em regime e a DHT da onda de saída, concluiu-se que o controlador repetitivo apresenta o melhor
Figura 17 – Circuito de potência da UPS ensaiada.
desempenho, com o menor erro de controle
A seguir, é comparada a resposta da
tensão de saída do UPS utilizando cada um dos
tipos
controladores
mais rapidamente as perturbações de alta
controladores apresentados na seção III (PI,
para o estágio de saída e sua influência na
frequência provenientes da influência da
PRES e PREP), por meio da DHT da tensão.
regulação da tensão. Por meio do estudo
variação de corrente da carga não linear.
Escolheu-se
uma
carga
com
Além disso, foram analisados os principais e
combinações
de
e a menor DHT de saída, além de amortecer
não
linearidade bastante acentuada para destacar as distorções na tensão causadas. A Figura 18 é relativa ao resultado com controlador PI. Pode-se observar na Figura 18 que o controlador PI não proporciona um desempenho ótimo, pois o sinal a ser controlado é senoidal. Em seguida, utilizou-se o controlador ressonante, na Figura 19, com frequências de ressonância na 1ª, 3ª, ..., 11ª harmônicas (ímpares) do sinal fundamental.
Figura 18 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PI.
Comparando o controlador PI com o PRES,
constata-se a diminuição da DHT da forma de onda da tensão de saída, porém, ainda se observam perturbações de alta frequência no sinal de tensão devido ao crescimento e decrescimento abrupto da corrente de carga.
O uso do controlador repetitivo, na Figura
20, aumentou o consumo de processamento computacional do sistema, visto que em sua malha é calculada uma DFT (utilizando as mesmas frequências do PRES), o que exige grande quantidade de operações matemáticas do DSP.
Figura 19 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PRES.
O PREP foi o controlador que apresentou menor DHT no sinal de saída e que, praticamente, não apresentou perturbações de alta frequência indesejáveis na forma de onda da tensão.
Conclusões
Este trabalho apresentou uma revisão sobre os
principais aspectos relacionados à implementação de um UPS, desde sua classificação e normatização nacional e internacional até as principais topologias e suas capacidades de compensação.
Figura 20 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PREP.
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
Referências [1] ZHAO, B. et al. “Next-Generation Multi-Functional Modular Intelligent UPS System For Smart Grid”. IEEE Transactions on Industrial Electronics, n. 99, p. 18, 2012. [2] LEE, T.; KINOSHITA, M.; SANADA, K. “High-efficiency largecapacity uninterruptible power supply for 3-phase 4-wire power system”. Power Electronics and Motion Control Conference (IPEMC), 2012 7th International, China, 2012, v. 2, p. 1.131–1.136. [3] “Uninterruptible power systems (UPS) – Part 3: Method of specifying the performance and test requirements”. International Electrotechnica Commission, p. 212, 1999. [4] “Conversor a semicondutor – Sistema de alimentação de potência ininterrupta, com saída em corrente alternada (nobreak) – Terminologia,” ABNT/CB-03 – Eletricidade, 2003. [5] SÖLTER, W. “A new international UPS classification by IEC 62040-3”.Telecommunications Energy Conference, 2002. INTLEC. 24th Annual International, 2002, p. 541–545. [6] “PRODIST Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica”. ANEEL, 2012. [7] “Recommended Practice for Emergency and Standby Power Systems for Industrial and Commercial Applications”. IEEE Std 446-1995, 1995. [8] SKOK, S.; SKOK, M.; VRKIC, N. “Electrical performance test procedure for uninterruptible power supplies”, 2004 IEEE International Conference on Industrial Technology, 2004. IEEE ICIT ’04, Dec., v. 2, p. 667-671. [9] LOH, P. C. et al. “A comparative analysis of multiloop voltage regulation strategies for single and three-phase UPS systems”. IEEE
Transactions on Power Electronics, vl. 18, n. 5, p. 1.176-1.185, 2003. [10] KIM, E.-H. et al. “Practical Control Implementation of a Threeto Single-Phase Online UPS”. IEEE Transactions on Industrial Electronics, v. 55, n. 8, p. 2.933-2.942, 2008. [11] FLORES, J. V. et al. “Síntese de controladores repetitivos chaveados: uma aplicação a fontes ininterruptas de energia (UPS)”. Revista de Controle & Automação, v. 22, n. 2, p. 184-200, 2011.
*Hildo Guillardi Júnior é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica (2013) pela UNESP/Bauru. Atualmente é doutorando em engenharia elétrica pela Unicamp. É integrante do grupo de pesquisa GASI. Paulo José Amaral Serni é engenheiro eletricista, mestre (1992) e Doutor em Engenharia Elétrica (1999) pela Unicamp. É professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desde 1987 e docente do Curso de Engenharia de Controle e Automação – UNESP/Sorocaba desde 2012. Danilo Iglesias Brandão é engenheiro de Controle e Automação pela UNESP/ Sorocaba (2011) e tem mestrado em engenharia elétrica pela UNESP/Bauru (2013). Atualmente é doutorando em engenharia elétrica pela Unicamp. Desde 2008 é bolsista FAPESP. É integrante dos grupos de pesquisa DSCE e GASI.
Fernando Pinhabel Marafão é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica pela Unicamp. Desde 2005, é professor assistente doutor no Campus de Sorocaba da Unesp, onde liderou o Grupo de Automação e Sistemas Integráveis (GASI) de 2007 a 2011. Luis Otávio de Pádua Filho é engenheiro de Controle e Automação pela UNESP/Sorocaba (2009). Atualmente, trabalha como engenheiro de produto pela General Motors do Brasil, responsável por sistema de aquisição e instrumentação para testes de validação em automóveis. Rafael Rodrigues da Paz é engenheiro eletricista e mestre em Engenharia Elétrica pela UNESP/Sorocaba (2014). Atualmente, é professor da Faculdade de Engenharia de Sorocaba. Flávio Alessandro Serrão Gonçalves é engenheiro eletricista (1998), mestre (2001), doutor (2005) e pós-doutor (2007) em Engenharia Elétrica pela UNESP/Ilha Solteira (SP). Em 2011 foi pesquisador visitante na Universidade de Padova, Itália. Atualmente é professor e coordenador de curso de Engenharia de Controle e Automação no Campus de Sorocaba da Unesp.
Pesquisa
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Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Crescimento moderado Fabricantes e distribuidores de dispositivos elétricos estimavam crescimento de 14% em relação a 2013, mas o aumento foi de apenas 12%. O número, ainda assim, é superior ao acréscimo de 8% apresentado entre 2011 e 2012
As previsões otimistas feitas no ano passado pelos fabricantes de dispositivos
influência. Certamente, por isso, as empresas projetaram um crescimento do
elétricos não se concretizaram totalmente. O crescimento de 14% projetado para
mercado de apenas 6% para o ano em curso. O número é bem inferior ao aumento
as empresas do segmento para 2013 foi na verdade de 12% em comparação ao
de 14% estimado pelas empresas para 2013.
ano anterior, como mostra a pesquisa realizada neste mês pela revista O Setor
Elétrico, que entrevistou não apenas fabricantes, mas também distribuidores e
relação ao próprio desempenho em 2014. Se no ano passado, a maioria dos
usuários de dispositivos elétricos. Mesmo assim, o crescimento foi maior do que o
pesquisados (30%) apresentou um faturamento bruto anual entre R$ 10 milhões
verificado em 2012 ante 2011, que foi de somente 8%.
e R$ 30 milhões, neste ano, a mesma maioria (30%) declarou um faturamento um
Entre os fatores que podem influenciar o crescimento do mercado de
pouco menor, entre R$ 5 milhões e R$ 20 milhões.
dispositivos elétricos em 2014, a maioria dos fabricantes entrevistados, 35%,
apontou a desaceleração da economia brasileira deste ano como motivo de maior
revelou números que deverão ser encarados de forma positiva pelo mercado.
O pessimismo das empresas parece afetar, inclusive, a sua percepção em
No que diz respeito aos consumidores de dispositivos elétricos, a pesquisa
83
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Isto porque, se em 2013, 79% dos consumidores entrevistados estavam dispostos a investir até R$ 1 milhão na compra e/ou especificação dos produtos deste segmento, neste ano, a maioria dos entrevistados (58%) pretende investir até R$ 50 milhões.
Tal estimativa mostra que os consumidores estão satisfeitos com o mercado de dispositivos elétricos. O que
é verificado no próprio levantamento deste mês, em que a maioria dos entrevistados (25%) declarou que as empresas do setor fabricam produtos de boa qualidade técnica. Outros 47% teceram comentários elogiosos ao mercado, avaliando-o como em franco crescimento, maduro e responsável, atento às tendências internacionais, e que oferece bom respaldo técnico.
Veja na sequência a pesquisa na íntegra realizada com mais de 100 empresas, que informa ainda quais são os
tipos de produtos mais comprados e/ou especificados, bem como os principais segmentos de mercado atendidos:
MERCADO BRASILEIRO DE DISPOSITIVOS ELÉTRICOS
O segmento industrial continua sendo o principal mercado das vendas de dispositivos elétricos. 90% das
empresas (10% mais do que foi registrado em pesquisa realizada em 2013) indicam a indústria como principal cliente atendido. Em seguida, aparecem os montadores de quadros e painéis, com 57%. principais segmentos de atuação
90% 57% 54% 38%
Industrial
Montadores de painéis
Comercial
Residencial
Diferentemente do registrado na pesquisa anterior, neste ano, as vendas diretas ao cliente final lideram o ranking dos principais canais de vendas empregados pelos fabricantes e distribuidores de dispositivos elétricos. Distribuidores e atacadistas (antes empatados em primeiro lugar juntamente com vendas diretas) agora foram citados por 62% das companhias. Telemarketing continua sendo o meio menos utilizado. principais canais de vendas
76%
24%
Venda direta ao cliente final
62%
Revendas / varejistas
62%
Distribuidores / atacadistas
Telemarketing
56% das empresas afirmaram possuir a certificação de gestão de processos ISO 9001, índice levemente inferior ao registrado por esta mesma pesquisa há um ano, quando o percentual era de 59%. Com relação à ISO 14001, apenas 21% afirmaram contar com a certificação.
Pesquisa
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Dispositivos Elétricos
Certificados ISO
O Setor Elétrico / Junho de 2014
DISJUNTORES BT 17%
20%
Acessórios para disjuntores
21%
Abertos
ISO 14001 (ambiental)
56%
ISO 9001 (qualidade)
22%
18%
Disjuntor-motor
Caixa moldada
23%
Mini-disjuntores FUSÍVEIS BT
94% dos dispositivos elétricos utilizados são consumidos pelo mercado interno, segundo afirmaram as empresas que responderam à pesquisa.
28%
Acessórios para fusíveis
balança comercial
30%
Tipo NH
19%
Tipo D
6%
23%
Exportação
Tipo cartucho RELÉS BT
94%
30%
Mercado nacional
Os gráficos a seguir mostram os principais tipos de dispositivos mais comercializados dentro de sua categoria e na baixa tensão. Percebe-se que nos casos evidenciados não se observa uma predileção clara quanto ao uso de um ou outro equipamento. As opiniões são adversas. Confira.
Outros relés de proteção eletrônicos
24%
De falta à terra
23%
De subtensão 23%
Outros relés de proteção eletromêcanicos
Pesquisa
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Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
CHAVE BT
24%
Seccionadora fusível
RELÉS MT
25%
Comutadora
30%
Outros relés de proteção eletrônicos
24%
De falta à terra
22%
Reversora
25%
29%
De subtensão
Seccionadora
21%
Outros relés de proteção eletromêcanicos
ILUMINAÇÃO BT CHAVE MT
27%
Minuteria 38%
Interruptor para iluminação
22%
Outros
30%
Chave fusível
35%
Variador de luminosidade 35%
Chave seccionadora
No caso dos relés de média tensão, também não se identifica um modelo mais empregado. A única observação é para a chave religadora, pouco citada pelas empresas quando questionadas sobre os tipos de chaves comercializados.
13%
Chave religadora
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O Setor Elétrico / Junho de 2014
57% das empresas afirmaram comercializar o DPS e 45% também contam com o DR em seus estoques. No ano anterior, os percentuais eram, respectivamente, 54% e 41%. Percebe-se que os índices aumentam a cada pesquisa. Percentual de comercialização dos dispositivos
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)
45%
57%
Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)
Não se pode deduzir o tamanho dos mercados de dispositivos de proteção. No entanto, a maior parcela das empresas acredita que os segmentos de dispositivos de proteção de baixa e média tensão, assim como o de dispositivos de comando, controle e acionamento faturem acima de R$ 100 milhões por ano. Confira as impressões. Percepcao sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de protecao de baixa tensao em 2013 10%
11%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões 7%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 6%
26%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 23%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT em 2013 11%
Acima de R$ 500 milhões
8%
Até R$ 10 milhões 6%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
17%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
26%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
20%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Pesquisa
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Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em 2013 7%
Até R$ 10 milhões
17%
Acima de R$ 500 milhões
9%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 9%
17%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
19%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 22%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Para se ter uma ideia do perfil das empresas que participaram desta pesquisa, além dos dados que poderão ser conferidos nas tabelas publicadas nas páginas seguintes, é possível inferir que a maior parte delas (53%) fature até R$ 20 milhões por ano. Veja a distribuição do mercado considerado por esta pesquisa. Faturamento bruto anual das empresas em 2013 11%
Acima de R$ 200 milhões
23%
Até R$ 5 milhões
7%
De R$ 80 milhões a R$ 200 milhões 3%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 10%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões
30%
De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões
16%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
Nesta mesma pesquisa realizada em 2013, as companhias admitiram esperar crescimento de 14% para aquele ano. Constatamos, na pesquisa atual, que as empresas obtiveram um crescimento médio de 12% em 2013, quando comparado a 2012. A estimativa para 2014 é crescer, em média, mais 12% com um incremento de 6% para o mercado como um todo. Previsões de crescimento
6%
Do mercado de dispositivos elétricos para 2014 Das empresas para 2014
12% 12%
Das empresas em 2013 comparado ao ano anterior
Pesquisa
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Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Embora boa parte das empresas considere que os projetos de infraestrutura influenciem positivamente o mercado de dispositivos elétricos, a maioria, no entanto, está pessimista e aponta a desaceleração da economia como grande fator desanimador. Fatores que podem influenciar o crescimento do mercado de dispositivos elétricos em 2014 7%
7%
Falta de normalização e/ou legislação
5%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Programas de incentivo do governo
5%
Bom momento econômico do país
7%
Crise internacional 35%
Desaceleração da economia brasileira
21%
Projetos de infraestrutura 12%
Setor da construção civil desaquecido
1%
Setor da construção civil aquecido
OPINIÃO DOS CONSUMIDORES DE DISPOSITIVOS ELÉTRICOS Esta segunda parte da pesquisa consultou os consumidores de dispositivos elétricos, representados por projetistas, revendedores, consultores, empresas de manutenção e instalação. Confira o perfil dos entrevistados. Perfil dos pesquisados
11%
Consumidora de produtos
24%
Projetista
19%
Revendedora de produtos
16%
Instaladora
16%
Atua em consultoria
14%
Atua em manutenção
A pesquisa apurou os principais dispositivos de proteção de baixa tensão comprados e/ou especificados. Disjuntores estão no topo da lista. Os fusíveis compartilhavam desta posição na pesquisa do ano passado, mas nesta ocupa a quinta colocação.
91
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de proteção de baixa tensão mais comprados e/ou especificados
Disjuntores
75% 70% Relés de proteção em geral Dispositivos de proteção 70% contra surtos (DPS) diferenciais 60% Dispositivos residuais (DR) 50% Fusíveis 50% Acessórios para disjuntores 40% Acessórios para fusíveis
Entre os dispositivos de comando, controle e acionamento, as chaves comutadoras aparecem em primeiro lugar como produto mais comprado/ especificado. Entre os dispositivos para motores, botoeiras despontam na lista Dispositivos de comando, controle e acionamento BT mais comprados e/ou especificados
80% 75% 50%
Chave Comutadora
Chave de Transferência
Interruptor para Iluminação
45%
Minuteria
45%
Variador de Luminosidade
Dispositivos para motores mais comprados e/ou especificados
65%
Botoeira
60%
Inversor de freqüência
60%
Chave de partida convencional
55%
Soft starter
55%
Sinalizadores em geral
45%
Sensores em geral
45%
Relé de Impulso
45%
Chave fim de curso
45%
Temporizador
Pesquisa
92
Dispositivos Elétricos
No caso dos equipamentos de média tensão, chave seccionadora e disjuntores apresentam sutil destaque entre os mais procurados.
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Percentual de uso dos dispositivos a seguir nos projetos realizados pelas empresas em 2013
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados
30%
20%
Soft starter
32%
70%
Chave Seccionadora
70%
Disjuntores
65%
Relés de proteção em geral
65%
Pára-raios
60%
Chave Fusível
60%
Fusíveis
60%
Acessórios para disjuntores
50%
Inversor de freqüência
Acessórios para fusíveis
Chave de partida convencional
44% 68%
DR de alta sensibilidade (≥ 30mA)
78%
DPS
Veja, a seguir, as previsões de investimentos na compra e/ou na especificação de dispositivos elétricos para este ano. Estimativa de especificação e/ou compra de dispositivos elétricos
Chave Religadora
14%
Até R$ 1 milhão 29%
O percentual de uso de disjuntores e fusíveis nas instalações elétricas sofreu uma alteração significativa comparado ao ano passado. Na pesquisa realizada em 2013, tanto nas instalações residenciais como nas industriais, a participação do fusível, segundo os consumidores, era de 44% e dos disjuntores, 56%. Os índices deste ano são bem diferentes. Confira.
14%
Acima de R$ 100 milhões
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Percentual de uso dos seguintes dispositivos em instalações residenciais e industriais
18%
Fusíveis
82%
Disjuntores
Instalações industriais
9%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
15%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
14%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
Os consumidores mostraram-se satisfeitos com os produtos que são disponibilizados no mercado. Perguntamos também às empresas que notas atribuiriam para este quesito e o resultado foi positivo. 50% delas atribuíram notas 8 e 9 (considerado bom) para o grau de satisfação com a qualidade dos produtos para dispositivos elétricos. Avaliação quanto ao grau de satisfação com a qualidade dos dispositivos elétricos disponíveis no mercado brasileiro
Fusíveis 7%
Disjuntores
Nota 10
91%
7%
Nota de 1 a 5
Instalações residenciais e análogas
Na opinião dos consumidores, os dispositivos DR e DPS estão sendo mais aplicados nas instalações, já com boa representatividade, segundo os usuários ouvidos. Para se ter uma ideia, a participação do DR e do DPS nos projetos era, no ano passado, de 26% e 33%, respectivamente. Neste ano, os índices subiram para 68% e 78%.
50%
Nota de 8 a 9
36%
Nota de 6 a 7
Pesquisa
94
Dispositivos Elétricos
Em complemento à avaliação de satisfação, perguntamos para as empresas participantes da pesquisa com usuários quais fatores são mais relevantes na decisão de compra e/ou especificação de produtos. Assistência técnica, disponibilidade de informações técnicas (catálogos, manuais, sites, etc.) e prazo de entrega foram os critérios que mais receberam notas altas, o que significa elevado grau de importância conferido a esses fatores. Assistênciatécnica do fabricante
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Possuir certificação ISO 6%
Nota 10
24%
Nota de 1 a 5 29%
Nota de 8 a 9 6%
Nota de 1 a 5 12%
Nota de 6 a 7
47%
41%
Nota de 6 a 7
Nota 10 35%
Nota de 8 a 9
Marca 12%
18%
Nota de 1 a 5
Nota 10
Disponibilidade de informaçõestécnicas 6%
Nota de 1 a 5 47%
12%
Nota 10
Nota de 6 a 7
29%
Nota de 6 a 7
41%
Nota de 8 a 9 35%
Nota de 8 a 9
Prazo de entrega 12%
Nota de 1 a 5
Em uma avaliação geral, a opinião dos usuários é ambígua. Enquanto 25% dizem que há produtos de boa qualidade técnica disponíveis, outros 21% afirmam que este setor tem deficiências técnicas (no que se refere à assistência técnica e suporte). Classificação do mercado brasileiro de dispositivos elétricos
41%
Nota 10
21%
Com deficiências técnicas (assistência e suporte)
47%
Nota de 8 a 9
18%
No entanto, local de fabricação do produto (nacional ou importado), fornecedor possuir certificação ISO e a marca do fabricante são os critérios menos considerados na hora de comprar esses produtos.
Oferece bom respaldo técnico 25%
Produtos de boa qualidade técnica
Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 12%
Nota 10
11%
24%
Atento às tendências internacionais
Nota de 1 a 5
2%
Desatualizado
11%
Mercado em franco crescimento 35%
Nota de 8 a 9
29%
Nota de 6 a 7
7%
Mercado maduro ce responsável
5%
Produtos com pouca qualidade técnica
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
X
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X
X
X
X
X
Guarulhos
SP
X
X
X
X
ADS DISJUNTORES
19 3804 1119
www.adsdisjuntores.com.br
Mogi Mirim
SP
X
X
ALUMBRA
0800 19 3130
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
AMERICAN FUSE
11 4741 2109
www.americanfuse.com.br
Suzano
SP
X
X
X
APS COMPONENTES
11 2870 1000
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
X
X
X
ASELCO
11 3017 3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
ATS ELÉTRICA
11 2645 4196
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
BALTEAU
35 3629 5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
X
BEGHIM
11 2942 4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
X
BHS
11 2081 8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
X
CHINT ELECTRIC
11 3266 7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
X
X
CLAMPER
31 3689 9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
X
X
X
X
COEL
11 2066 3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
CONNECTWELL
11 5844 2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
X
X
D´LIGHT
11 2937 4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
DBTEC
12 3642 9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
DECORLUX
0800 601 1144
www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
DIGIMEC
11 2969 1600
www.digimec.com.br
São Paulo
SP
X
EATON
11 4525 7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
EFE-SEMITRANS
21 2501 1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ELETROTRAFO
43 3520 5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
X
X
ELOS
41 3383 9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
X
X
EMBRASTEC
16 3877 5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
X
X
ERICO
11 3621 4111
www.erico.com
São Paulo
SP
X
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
FERRAMENTAS GERAIS
11 2131 7500
www.fg.com.br
São Paulo
SP
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X
X
FILTROIL
41 3672 4924
www.filtroil.ind.br
Quatro Barras
PR
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Outros
Possui certificado ISO 14.000
X
X
www.acabine.com.br
Acessórios para disjuntores
Possui certificado ISO 9001
X
X
11 2842 5252
Disjuntor-motor
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
SP
ACABINE
Abertos
Outros
X
Osasco
Oferece treinamento técnico para os clientes
Telemarketing
X
www.abb.com.br
Oferece projeto para os clientes
Venda direta ao cliente final
X
X
11 3688 8445
Importa produtos acabados
Revendas/Varejistas
X
X
ABB
Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Distribuidores/Atacadistas
X
X
Residencial
X
X
Estado
Comercial
X
X
Cidade
Industrial
X
X
Site
Distribuidora
X
Telefone
Fabricante
X
EMPRESA
X
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores
Principal canal de vendas
Mini-disjuntores
Principal segmento de atuação
Empresa
Caixa moldada
96
Montadores de painéis
Pesquisa
X
X
X
X
X
X
97
O Setor Elétrico / Junho de 2014
X
www.holec.com.br
Boituva
SP
X
X
X
11 2949 4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
X
41 3677 1312
www.inael.com
Curitiba
PR
X
INDEL BAURU
14 3281 7070
www.indelbauru.com.br
Bauru
SP
X
X
INNTAG
19 3648 3700
www.inntag.com.br
Americana
SP
X
IRMÃOS ABAGE
41 3371 5600
www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
X
JNG
11 2090 0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
KACON
11 3361 2696
www.kacon.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
KIENZLE
11 2249 9604
www.kienzle-haller.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
KRAUS NAIMER
11 2198 1288
www.krausnaimer.com.br
Cotia
SP
X
X
X
X
KRON MEDIDORES
11 5525 2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
LIMPO
41 3029 4111
www.limpoeletronica.com.br Curitiba
PR
X
X
X
LOJA ELETRICA
31 3218 8190
www.lojaeletrica.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
LSIS BRASIL
11 3833 0559
www.lsisbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
X
MAGNANI
54 4009 5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
11 4176 7877
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
MERSEN
11 2348 2366
ep.mersen.com
São Paulo
SP
X
X
METALTEX
11 5683 5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
MICRO-KEY
11 5514 6314
www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
MTM
11 4125 3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
MULTIDRIVE
19 3838 9800
www.multidrive.com.br
Sumare
SP
HEADING
11 3903 0099
www.heading.com.br
HOLEC
11 4191 3144
ICR - RELES INAEL
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X
X
X
Outros
X
Rio de Janeiro
X
Acessórios para disjuntores
X
São Paulo
www.hager.com.br
X
Disjuntor-motor
X
www.geindustrial.com.br
0800 724 2437
X
X
Caixa moldada
X
0800 595 6565
HAGER ELETROMAR
X
X
X
Abertos
SP
GE
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
São Paulo
RS
Oferece projeto para os clientes
X
Canoas
X
Importa produtos acabados
X
www.fullgauge.com.br
X
Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
X
X
51 3475 3308
Possui certificado ISO 14.000
X
FULL GAUGE
X
Possui certificado ISO 9001
X
X
SP
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
RJ
São Paulo
Outros
SP
www.fmccomercial.com.br
Telemarketing
X
X
11 4122 4704
X
Venda direta ao cliente final
X
SP
FMC COMERCIAL
X
Revendas/Varejistas
Residencial
X
São Caetano do Sul
X
Distribuidores/Atacadistas
Comercial
Montadores de painéis
Industrial
Distribuidora
X
Estado
Fabricante
X
Cidade
www.findernet.com
X
X
X
X
Site
11 4223 1550
X
X
X
X
Telefone
FINDER
X
X
X
EMPRESA
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores
Principal canal de vendas
Mini-disjuntores
Principal segmento de atuação
Empresa
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
X
X
X
OLTEC
11 2369 0872
www.oltectecnologia.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
PARAKLIN
11 3948 0042
www.paraklin.com.br
São Paulo
SP
X
PATEC
11 2917 3399
www.patecpaineis.com.br
São Paulo
SP
X
PEXTRON
11 5543 2199
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
X
X
PHOENIX CONTACT
11 3871 6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PROSERVINCOM
11 2975 3106
www.proservincom.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PW ELETRONICA
24 2246 7800
www.pweletronica.com.br
Petropolis
RJ
X
X
X
REHTOM
19 3818 5858
www.rehtom.com.br
Mogi Guaçu
SP
X
X
X
ROCKWELL
11 5189 9500
www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SP
X
X
SAMRELLO
47 3323 3130
www.samrello.com.br
SC
X
X
SASSI
11 4138 5122
www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra
SP
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
SEL
19 3515 2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SIEMENS
0800 11 9484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOB SCHURTER
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
47 3338 4484
www.sobretensao.com.br
Blumenau
SC
SOPRANO
54 2109 6363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
X
STECK
11 2248 7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
STRAHL
11 2818 3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
TEE
19 3875 9868
www.tee.com.br
Indaiatuba
SP
X
TERASAKI
21 3301 9898
www.terasaki.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com.br
Joinville
SC
X
VARIXX
19 3301 6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
X
X
VL INDÚSTRIA
11 2832 4000
www.vlindustria.com.br
São Paulo
SP
X
X
WEG
47 3276 4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
ZIV
21 3189 8501
www.zivbrasil.com.br
Niterói
RJ
X
X
Blumenau
X
X
X
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X
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X X
X
X
Outros
X
Acessórios para disjuntores
X
X
Mini-disjuntores
X
SP
Caixa moldada
X
Sorocaba
Abertos
X
www.obo.com.br
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
15 3335 1382
Oferece projeto para os clientes
SP
OBO BETTERMANN
Importa produtos acabados
Estado
São Paulo
Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Cidade
www.nutsteel.com.br
Possui certificado ISO 14.000
Site
11 2122 5777
Outros
Telefone
NUTSTEEL
Industrial
EMPRESA
Possui certificado ISO 9001
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas/Varejistas
Distribuidores/Atacadistas
Montadores de painéis
Distribuidora
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores
Principal canal de vendas
Fabricante
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
Disjuntor-motor
98
Comercial
Pesquisa
X
X X X
X
X X
X
X
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
19 3804 1119
www.adsdisjuntores.com.br
Mogi Mirim
SP
ALUMBRA
0800 19 3130
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
AMERICAN FUSE
11 4741 2109
www.americanfuse.com.br
Suzano
SP
X
APS COMPONENTES
11 2870 1000
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
X
ASELCO
11 3017 3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
ATS ELÉTRICA
11 2645 4196
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
BALTEAU
35 3629 5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
BEGHIM
11 2942 4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
BHS
11 2081 8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
CHINT ELECTRIC
11 3266 7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
CLAMPER
31 3689 9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
COEL
11 2066 3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
CONNECTWELL
11 5844 2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
D´LIGHT
11 2937 4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
DBTEC
12 3642 9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
X
DECORLUX
0800 601 1144
www.decorlux.com.br
Curitiba
DIGIMEC
11 2969 1600
www.digimec.com.br
São Paulo
EATON
11 4525 7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
EFE-SEMITRANS
21 2501 1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ELETROTRAFO
43 3520 5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
X
X
ELOS
41 3383 9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
X
X
EMBRASTEC
16 3877 5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
ERICO
11 3621 4111
www.erico.com
São Paulo
SP
X
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
FERRAMENTAS GERAIS
11 2131 7500
www.fg.com.br
São Paulo
SP
FILTROIL
41 3672 4924
www.filtroil.ind.br
Quatro Barras
PR
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
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X
X
X
X
X X
X
Inversor de freqüência
ADS DISJUNTORES
X
Motor
Chave de partida de motor
SP
Variador de luminosidade
Guarulhos
Outros
www.acabine.com.br
Tipo D
X
11 2842 5252
Interruptor para iluminação
X
SP
ACABINE
Seccionadora fusível
Outros relés de proteção Eletrônicos
X
Estado
Osasco
Seccionadora
Outros relés de proteção Eletromecânicos
X
Cidade
www.abb.com.br
Iluminação
Reversora
De subtensão
X
Site
11 3688 8445
Chave
Comutadora
De falta à terra
X
Telefone
ABB
Automática
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)
X
EMPRESA
Outros
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)
Acessórios para fusíveis
Relés
Tipo NH
Tipo cartucho
Fusíveis
Chave de transferência
Soft starter
Dispositivos de proteção de baixa tensão
Minuteria
100
Manual
Pesquisa
X
X
X
X
X
X X
X
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X
PR
X
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SP
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X
X
X
X
X
101
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
www.geindustrial.com.br
São Paulo
SP
X
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
HEADING
11 3903 0099
www.heading.com.br
São Paulo
SP
X
HOLEC
11 4191 3144
www.holec.com.br
Boituva
SP
X
ICR - RELES
11 2949 4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
INAEL
41 3677 1312
www.inael.com
Curitiba
PR
X
INDEL BAURU
14 3281 7070
www.indelbauru.com.br
Bauru
SP
X
INNTAG
19 3648 3700
www.inntag.com.br
Americana
SP
X
IRMÃOS ABAGE
41 3371 5600
www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
X
X
JNG
11 2090 0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
KACON
11 3361 2696
www.kacon.com.br
São Paulo
SP
KIENZLE
11 2249 9604
www.kienzle-haller.com.br
São Paulo
SP
KRAUS NAIMER
11 2198 1288
www.krausnaimer.com.br
Cotia
SP
KRON MEDIDORES
11 5525 2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
LIMPO
41 3029 4111
www.limpoeletronica.com.br
Curitiba
PR
LOJA ELETRICA
31 3218 8190
www.lojaeletrica.com.br
Belo Horizonte
MG
LSIS BRASIL
11 3833 0559
www.lsisbrasil.com.br
São Paulo
SP
MAGNANI
54 4009 5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
11 4176 7877
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
MERSEN
11 2348 2366
ep.mersen.com
São Paulo
SP
METALTEX
11 5683 5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
MICRO-KEY
11 5514 6314
www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
MTM
11 4125 3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
MULTIDRIVE
19 3838 9800
www.multidrive.com.br
Sumare
SP
X
X
X
X
X
X
X X
X
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X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
Inversor de freqüência
0800 595 6565
HAGER ELETROMAR
X
X
Chave de partida de motor
GE
X
X
Soft starter
RS
X
X
X
Minuteria
Canoas
X X
Motor
Variador de luminosidade
www.fullgauge.com.br
Interruptor para iluminação
51 3475 3308
Iluminação
Seccionadora fusível
FULL GAUGE
Seccionadora
SP
Chave
Comutadora
São Paulo
Manual
www.fmccomercial.com.br
Automática
11 4122 4704
Outros
SP
FMC COMERCIAL
Estado
Outros relés de proteção Eletrônicos
São Caetano do Sul
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Cidade
www.findernet.com
De subtensão
Site
11 4223 1550
De falta à terra
Telefone
FINDER
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)
EMPRESA
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)
Outros
Relés
Acessórios para fusíveis
Tipo cartucho
Tipo D
Tipo NH
Fusíveis
Chave de transferência
Reversora
Dispositivos de proteção de baixa tensão
X
X
X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
São Paulo
SP
www.paraklin.com.br
São Paulo
SP
PATEC
11 2917 3399
www.patecpaineis.com.br
São Paulo
SP
PEXTRON
11 5543 2199
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
PHOENIX CONTACT
11 3871 6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
PROSERVINCOM
11 2975 3106
www.proservincom.com.br
São Paulo
SP
PW ELETRONICA
24 2246 7800
www.pweletronica.com.br
Petropolis
RJ
REHTOM
19 3818 5858
www.rehtom.com.br
Mogi Guaçu
SP
ROCKWELL
11 5189 9500
www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SP
SAMRELLO
47 3323 3130
www.samrello.com.br
SC
SASSI
11 4138 5122
www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra
SP
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
X
X
SEL
19 3515 2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SIEMENS
0800 11 9484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOB SCHURTER
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
47 3338 4484
www.sobretensao.com.br
Blumenau
SC
SOPRANO
54 2109 6363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
X
X
STECK
11 2248 7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
X
STRAHL
11 2818 3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
TEE
19 3875 9868
www.tee.com.br
Indaiatuba
SP
TERASAKI
21 3301 9898
www.terasaki.com.br
Rio de Janeiro
RJ
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com.br
Joinville
SC
VARIXX
19 3301 6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
VL INDÚSTRIA
11 2832 4000
www.vlindustria.com.br
São Paulo
SP
WEG
47 3276 4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
ZIV
21 3189 8501
www.zivbrasil.com.br
Niterói
RJ
Blumenau
X
X
X
X
X
X
X
X
Inversor de freqüência
www.oltectecnologia.com.br
11 3948 0042
X
X
Chave de partida de motor
11 2369 0872
PARAKLIN
X
X
Soft starter
OLTEC
X
Minuteria
SP
Motor
Variador de luminosidade
Sorocaba
Seccionadora fusível
www.obo.com.br
Iluminação
Seccionadora
15 3335 1382
Chave
Comutadora
SP
OBO BETTERMANN
Automática
Estado
São Paulo
Outros
Cidade
www.nutsteel.com.br
Outros relés de proteção Eletrônicos
Site
11 2122 5777
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Telefone
NUTSTEEL
De subtensão
EMPRESA
De falta à terra
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)
Outros
Relés
Acessórios para fusíveis
Tipo cartucho
Tipo D
Tipo NH
Fusíveis
Chave de transferência
Reversora
Dispositivos de proteção de baixa tensão
Interruptor para iluminação
102
Manual
Pesquisa
X
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X
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X
Pesquisa
104
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
Site
Cidade
Estado
Botoeira
Chave fim de curso
Contato
Relé de Impulso
Sensores em geral
Sinalizadores em geral
Disjuntores
Acessórios para disjuntores
Fusíveis
Acessórios para fusíveis
Pára-raios
De falta à terra
De subtensão
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Outros relés de proteção Eletrônicos
Chave Fusível
Chave Religadora
Chave Seccionadora
11 3688 8445
www.abb.com.br
Osasco
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
ACABINE
11 2842 5252
www.acabine.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
ADS DISJUNTORES
19 3804 1119
www.adsdisjuntores.com.br
Mogi Mirim
SP
X
X
ALUMBRA
0800 19 3130
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
AMERICAN FUSE
11 4741 2109
www.americanfuse.com.br
Suzano
SP
APS COMPONENTES
11 2870 1000
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
X
X
X
ASELCO
11 3017 3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
ATS ELÉTRICA
11 2645 4196
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
BALTEAU
35 3629 5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
BEGHIM
11 2942 4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
X
X
BHS
11 2081 8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
CHINT ELECTRIC
11 3266 7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
CLAMPER
31 3689 9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
COEL
11 2066 3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
CONNECTWELL
11 5844 2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
D´LIGHT
11 2937 4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
DBTEC
12 3642 9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
X
X
X
DECORLUX
0800 601 1144
www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
X
DIGIMEC
11 2969 1600
www.digimec.com.br
São Paulo
SP
X
EATON
11 4525 7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
X
EFE-SEMITRANS
21 2501 1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ELETROTRAFO
43 3520 5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
X
ELOS
41 3383 9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
EMBRASTEC
16 3877 5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ERICO
11 3621 4111
www.erico.com
São Paulo
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FERRAMENTAS GERAIS
11 2131 7500
www.fg.com.br
São Paulo
SP
X
FILTROIL
41 3672 4924
www.filtroil.ind.br
Quatro Barras
PR
X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X
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X X X
X
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X X
X
X X
X X
X X
X X
X X
X
X
Outros
Telefone
ABB
Outros
EMPRESA
Temporizador
Relés
X
X
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X X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X X
X
X
X
X
X
X
105
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
SP
Rio de Janeiro
RJ
X
X
HEADING
11 3903 0099
www.heading.com.br
São Paulo
SP
X
X
HOLEC
11 4191 3144
www.holec.com.br
Boituva
SP
ICR - RELES
11 2949 4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
INAEL
41 3677 1312
www.inael.com
Curitiba
PR
INDEL BAURU
14 3281 7070
www.indelbauru.com.br
Bauru
SP
INNTAG
19 3648 3700
www.inntag.com.br
Americana
SP
X
X
IRMÃOS ABAGE
41 3371 5600
www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
X
X
JNG
11 2090 0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
KACON
11 3361 2696
www.kacon.com.br
São Paulo
SP
X
X
KIENZLE
11 2249 9604
www.kienzle-haller.com.br
São Paulo
SP
KRAUS NAIMER
11 2198 1288
www.krausnaimer.com.br
Cotia
SP
KRON MEDIDORES
11 5525 2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
LIMPO
41 3029 4111
www.limpoeletronica.com.br
Curitiba
PR
LOJA ELETRICA
31 3218 8190
www.lojaeletrica.com.br
Belo Horizonte
LSIS BRASIL
11 3833 0559
www.lsisbrasil.com.br
São Paulo
MAGNANI
54 4009 5255
www.magnani.com.br
MAGNET
11 4176 7877
www.mmmagnet.com.br
MARGIRIUS
0800 707 3262
MERSEN
11 2348 2366
METALTEX
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Outros
São Paulo
www.hager.com.br
X
X
Chave Seccionadora
www.geindustrial.com.br
0800 724 2437
X
X
X
Chave Religadora
0800 595 6565
HAGER ELETROMAR
X
Chave Fusível
GE
X
Outros relés de proteção Eletrônicos
RS
X
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Canoas
X
De subtensão
www.fullgauge.com.br
X
De falta à terra
51 3475 3308
X
Pára-raios
FULL GAUGE
X
Acessórios para fusíveis
SP
Fusíveis
São Paulo
Acessórios para disjuntores
www.fmccomercial.com.br
Disjuntores
X
11 4122 4704
Outros
SP
FMC COMERCIAL
Sensores em geral
Estado
São Caetano do Sul
Sinalizadores em geral
Cidade
www.findernet.com
Relé de Impulso
Site
11 4223 1550
Contato
Telefone
FINDER
Botoeira
EMPRESA
Temporizador
Chave fim de curso
Relés
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
MG
X
X
X
X
SP
X
X
Caxias do Sul
RS
X
X
São Bernardo do Campo
SP
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
ep.mersen.com
São Paulo
SP
11 5683 5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
MICRO-KEY
11 5514 6314
www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
MTM
11 4125 3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
MULTIDRIVE
19 3838 9800
www.multidrive.com.br
Sumare
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
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X
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X X
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X X
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X X
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X
X
Pesquisa
106
Dispositivos Elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
SP
São Paulo
SP
PATEC
11 2917 3399
www.patecpaineis.com.br
São Paulo
SP
PEXTRON
11 5543 2199
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
X
X
PHOENIX CONTACT
11 3871 6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
X
PROSERVINCOM
11 2975 3106
www.proservincom.com.br
São Paulo
SP
X
PW ELETRONICA
24 2246 7800
www.pweletronica.com.br
Petropolis
RJ
X
REHTOM
19 3818 5858
www.rehtom.com.br
Mogi Guaçu
SP
ROCKWELL
11 5189 9500
www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SP
X
SAMRELLO
47 3323 3130
www.samrello.com.br
SC
X
SASSI
11 4138 5122
www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra
SP
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
X
SEL
19 3515 2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SIEMENS
0800 11 9484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOB SCHURTER
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
47 3338 4484
www.sobretensao.com.br
Blumenau
SC
SOPRANO
54 2109 6363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
STECK
11 2248 7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
STRAHL
11 2818 3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
TEE
19 3875 9868
www.tee.com.br
Indaiatuba
SP
TERASAKI
21 3301 9898
www.terasaki.com.br
Rio de Janeiro
RJ
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com.br
Joinville
SC
VARIXX
19 3301 6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
VL INDÚSTRIA
11 2832 4000
www.vlindustria.com.br
São Paulo
SP
WEG
47 3276 4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
ZIV
21 3189 8501
www.zivbrasil.com.br
Niterói
RJ
Blumenau
X
X
X
X
X
X
Outros
São Paulo
www.paraklin.com.br
Chave Seccionadora
www.oltectecnologia.com.br
11 3948 0042
Chave Religadora
11 2369 0872
PARAKLIN
Chave Fusível
OLTEC
Outros relés de proteção Eletrônicos
SP
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Sorocaba
De subtensão
www.obo.com.br
De falta à terra
15 3335 1382
Pára-raios
OBO BETTERMANN
Fusíveis
Estado SP
Acessórios para fusíveis
São Paulo
Acessórios para disjuntores
Cidade
www.nutsteel.com.br
Disjuntores
Site
11 2122 5777
Outros
Telefone
NUTSTEEL
Sensores em geral
EMPRESA
Sinalizadores em geral
X
Relé de Impulso
Chave fim de curso
X
Contato
Botoeira
Temporizador
Relés
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
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X X
X
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X X
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X X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X X
Manutenção
108
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Telecomando em subestações assistidas Por Bruno Gomes, Ricardo de Souza, José Araújo, Osvaldo Santos, Rafael dos Santos e Raniere Brito*
Estratégias de manutenção e aspectos de projeto para garantir a disponibilidade e a confiabilidade do sistema de telecomando para subestações teleassistidas
109
O Setor Elétrico / Junho de 2014
entre as quais a disponibilidade das funções de
supervisão da instalação.
transmissão, implicam em pesadas multas por
parcela variável.
a discussão a respeito das subestações
Um dos processos que passam por
teleassistidas, que hoje é uma realidade no setor
esta revisão é o da operação, que, com a
elétrico, discutindo ações e análises de projeto
modernização do sistema de proteção, controle
que permitam de fato que as instalações
e supervisão, apresenta uma tendência de
sejam
operar as subestações via centros de operação,
confiabilidade aceitável e apresentando pontos
eliminando a necessidade de operadores em
dos Procedimentos de Rede do
regime integral de turno. Para isto, entretanto, é
Operador Nacional do Sistema (ONS), que
necessário que a equipe de projetos e a equipe
merecem atenção e discussão pela equipe
de manutenção adotem medidas que garantam
técnica do setor elétrico.
Com este artigo, pretende-se fomentar
operadas
remotamente
com
uma
a confiabilidade e a disponibilidade do sistema de telecomando como um todo. Os projetos e a atuação da equipe de manutenção para
Estudo de caso – subestação São Luís III
subestações desassistidas não podem ser iguais
àqueles das instalações que possuem equipe de
A teleassistência de uma subestação
operação full time.
pressupõe a utilização de recursos ininterruptos
Embora a teleassistência de subestações
para as atividades de supervisão, comando e
tenha se iniciado assim que as instalações
execução da operação remotamente, a partir de
começaram a ser dotadas de sistemas de
um centro de operação ou por outra instalação.
proteção, controle e supervisão digitais, no final
Dentro deste conceito está inserida a
da década de 1990 e início dos anos 2000, a
subestação (SE) São Luís III – SELT. Ela é localizada
Eletrobras
Eletronorte, especificamente, a
no município de Paço do Lumiar (MA), um dos
regional do Maranhão, só teve a sua primeira
quatro municípios da Ilha de São Luís. Possui
subestação totalmente teleassistida em maio
uma linha de transmissão em 230 kV oriunda
de 2010. Esta opção é vista como única, ou
da SE São Luís II, dois transformadores 230/69
seja, não se consegue mais enxergar em curto
kV, 150 MVA cada e três linhas de interligação
prazo a figura do operador em regime de turno,
para a distribuidora local e é, atualmente,
mas uma equipe de manutenção fortalecida
responsável pelo suprimento de 30% da energia
com a absorção de mais mão de obra e com
elétrica da Grande Ilha. Na Figura 1, mostra-se a
a utilização da tecnologia para garantir a
localização eletrogeográfica da instalação.
O setor elétrico nacional tem passado por
inúmeros desafios ao longo dos últimos dez anos. O novo modelo do setor, a Resolução 270/2007 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e as regras de renovação das concessões, que culminaram em uma redução brusca de receita das maiores concessionárias de energia elétrica do país, têm exigido uma revisão de todo o processo de gestão destas empresas. O aumento da receita por concessões de novos empreendimentos só é possível por meio de concorrência em leilão. E o não cumprimento de metas de qualidade,
Figura 1 – Localização eletrogeográfica da SELT.
Manutenção
110
O Setor Elétrico / Junho de 2014
O sistema de proteção, comando e supervisão da instalação, energizada em maio de 2010, é integrado por uma rede em dupla estrela que utiliza o protocolo IEC 61850, simplificado na Figura 2.
No entanto, tal sistema não foi projetado de
forma diferente de nenhuma outra instalação recente pelo fato de ser teleassistida. O padrão seguido foi exatamente o mesmo que de subestações assistidas localmente, talvez por ter sido a primeira totalmente teleassistida da Regional.
Ao longo de três anos em operação, a
equipe de manutenção viu a necessidade de melhoria em uma série de fatores que podem propiciar melhoria na confiabilidade e disponibilidade da instalação, que culminou com o estudo e elaboração deste trabalho.
Figura 2 – Esquema simplificado da arquitetura de rede da SE São Luís III.
Resultados
que utilizam o protocolo IEC 61850, possuem
Upgrade no computador da engenharia
e
um recurso muito importante, principalmente
pesquisa das oportunidades de melhoria
para o caso de subestações teleassistidas,
meio de acesso remoto à rede do sistema de
foi dividido entre as áreas de Supervisão,
chamado Web Monitor. Se habilitado para
controle e proteção, possibilitando aquisição
Telecomunicações, Equipamentos, Controle
tal, é possível acessar o IED remotamente
de log de eventos, oscilografias, alterações de
e Gestão de Manutenção. A seguir mostra-se
por meio do seu endereço IP no browser
ajustes, entre outros. Por isso, é fundamental
o resultado da análise entre as equipes de
para visualização ou comando (controle de
que esta máquina seja a mais robusta possível,
engenharia e manutenção.
acesso) da tela do IED tal qual do operador.
principalmente no quesito processamento,
Assim é possível efetuarmos comando pelo
memória e qualidade da placa de rede.
O
desenvolvimento
do
estudo
Comando e controle
O computador da engenharia é o principal
IED, tornando-se um recurso emergencial
Além da necessidade de melhorar a
Habilitação de recurso Web Monitor
em caso de perda ou problema no sistema
configuração, foi verificado que não há
supervisório.
redundância na conexão do PC da engenharia
Os IEDs (Intelligent Electronic Device),
Manutenção
112
O Setor Elétrico / Junho de 2014
possibilita à equipe de operação/manutenção
Isto garante mais confiabilidade para o sistema
uma verificação remota das condições do
de supervisão.
ambiente em que estes equipamentos estão
Elétrica
instalados.
à rede, fornecendo redundância neste acesso.
Partida programada do gerador de emergência
Em subestações assistidas, os grupos
durante uma ocorrência foi a necessidade de
geradores
garantir que sistemas considerados essenciais
de
emergência
são
testados
Um
aspecto
subestações
importante
verificado
semanalmente pela equipe de operação local,
em
realizando partida em vazio durante dez
alimentação oriunda da barra de serviço
teleassistidas
tivessem
minutos. Em São Luís III, entretanto, não há
auxiliar de corrente contínua.
programação para que uma equipe vá até a
subestação realizar este teste.
III, será instalado um inversor (CC/CA) para
Por
Especificamente para o caso de São Luís
trabalho, iniciou-se
alimentação do circuito de carregamento
uma discussão (que ainda perdura) sobre a
de molas dos disjuntores, pois, durante a
periodicidade deste teste para subestações
ocorrência, houve falha no serviço auxiliar
teleassistidas. Este teste seria feito com
CA e as molas dos disjuntores não foram
comando remoto no grupo gerador, sem a
carregadas. Se fosse em uma subestação
meio
deste
presença do operador. Foi verificado ainda
assistida, não haveria maiores transtornos, pois
Substituição de conversores eletro-óticos
que a unidade de controle do grupo gerador
elas poderiam ser carregadas manualmente.
permite partida programada automaticamente
No entanto, para subestação teleassistida,
de acordo com a periodicidade definida.
o tempo de deslocamento de alguém para
Nestes três anos em operação, um dos
maiores problemas que provocavam falha de comunicação entre IEDs era defeito em conversores
eletro-óticos. Após
realizar tal ação é muito alto.
Supervisão
contato
Telecomunicações
com diversos fabricantes e outras regionais da Eletrobras Eletronorte, optou-se por
Redundância no roteamento para o COR
substituir todos estes conversores por de
outro fabricante, consideravelmente mais
o COR apresenta um gargalo: existe apenas um
as
confiável e robusto.
roteador, ou seja, não há redundância. Dessa
teleassistidas:
forma, foi implementado, neste plano de ação,
seccionadoras. Sem a confirmação visual do
Informações de temperatura das salas de
a tarefa de aquisição de mais um roteador,
estado destes equipamentos é praticamente
relés e baterias
garantindo a redundância necessária.
impossível
A distribuição da supervisão do SAGE para
Um ponto crítico é consenso entre empresas
que a
operam manobra
continuar
ou
subestações de
concluir
chaves
uma
manobra, pois apenas o estado apresentado na
Um parâmetro muito importante de ser monitorado, e que nem sempre é dada a
Recomposição automática
tela do sistema de supervisão não é garantia
devida atenção pela equipe de manutenção, é
de sucesso na operação.
a temperatura da sala de baterias e da sala de
a respeito de lógicas de recomposição
relés. No primeiro caso, na tensão de flutuação
automática
diretamente
ficou incubida de, juntamente com a equipe de
para baterias seladas reguladas a válvula
no ambiente SAGE, facilitando as ações
operação, estabelecer pontos relevantes de
necessita estar diretamente relacionada com a
do operador e tornando mais rápida a
monitoramento e posterior implementação
temperatura ambiente.
recomposição em caso de ocorrências.
de circuito interno de monitoramento por
Já está em andamento uma discussão implementadas
Por esta razão,a equipe de telecomunicações
câmeras, eliminando a necessidade de envio de
Os equipamentos digitais de controle, proteção e supervisão precisam trabalhar
Alimentação dos switches
um mantenedor sempre que for necessária a
em temperatura controlada de 20 ºC,
manobra de chaves.
aproximadamente, e temperaturas elevadas
as alimentações dos switches das duas redes.
podem comprometer o funcionamento destes
Isto é, o switch da rede 1 deve ter alimentação
equipamentos.
oriunda da barra 1 do serviço auxiliar CC,
enquanto a do switch da rede 2, da barra 2.
e definição das estratégias da manutenção,
A supervisão de temperatura, nestes casos,
Foi verificada a necessidade de separar
Gestão da manutenção Os engenheiros responsáveis pela gestão
113
O Setor Elétrico / Junho de 2014
após discussão sobre necessidade de revisão
elétrico tenham ciência dos Procedimentos de
(2)
dos processos hoje vigentes na empresa
Rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
dispositivos de bloqueio de acionamento dos
para o caso de subestações teleassistidas,
equipamentos de manobra;
atualizaram algumas rotinas e inspeções
da elaboração deste artigo, revisão nº 1.1
(3) Confirmação do curso completo das
periódicas, como o aumento da frequência
de 16/09/2010, cujo título é Requisitos
chaves seccionadoras durante manobras;
de termovisão, implementação de novas
Operacionais para os Centros de Operação,
tarefas no checklist dos operadores do
Subestações e Usinas da rede de operação,
• Garantir que os recursos de
COR, coleta e análise periódica de logs de
estabelece no capítulo 5 requisitos para
teleassistência não provoquem retardo
eventos dos IEDs pela equipe de controle e
teleassistência
na operação em tempo real em função
proteção.
merecem destaque:
O submódulo 10.14 vigente quando
de
subestações, os
quais
Telecomando
da
atuação
sobre
dos recursos tecnológicos utilizados;
O importante é termos em mente que as
• Ter recursos de supervisão e
ações e rotinas para subestações teleassistidas
• Garantir que a execução remota da
comando locais, com os requisitos
precisam de revisão, e não podem ser as
operação da instalação ocorra com
apropriados e disponíveis para sua
mesmas para subestações assistidas.
recursos mínimos similares ao que um
operação local, a serem usados no caso
operador dispõe na operação local,
de indisponibilidade ou degradação
como forma de permitir a operabilidade
de qualquer função do sistema de
da instalação teleassistida, assim como
teleassistência ou proteção;
Embora a teleassistência de subestações
a agilidade e a segurança da operação,
•
seja um caminho a ser seguido com o objetivo
dispondo de recursos tais como:
classificadas
Procedimentos de rede
de eficientizar o processo de operação e
Garantir
que como
as
instalações
relevantes, de
acordo com os critérios definidos
manutenção pelo melhor aproveitamento dos
(1)
recursos, é preciso que os agentes do setor
equipamentos principais da instalação;
Telecomando
sobre
todos
os
no submódulo 10.1, não sofram
Manutenção interrupção
114 de
supervisão,
c) o desligamento intempestivo da instalação
significativa alteração nesta filosofia, uma
controle e comando nos casos de
ou de parte dela é causa de instabilidade de
vez que exige presença ininterrupta de
indisponibilidade ou degradação dos
potência, frequência ou tensão numa região
equipe em subestações estratégicas. Se por
recursos de teleassistência;
geográfica (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e
um lado, esta alteração sugere melhoria na
Centro-Oeste); e
confiabilidade do sistema elétrico, por outro
• Assegurar
O Setor Elétrico / Junho de 2014
a
retomada
da
supervisão, controle e comando da
d)
instalação
provocará impacto financeiro nas empresas e,
operação das instalações da rede
ou de parte dela é causa de restrição
consequentemente, provocará discussão para
de operação não classificadas como
nas transferências energéticas e coloca
revisão nas receitas destas.
relevantes num tempo máximo de
em risco o atendimento de uma região
vinte minutos a partir da perda de sua
geográfica, unidade da federação ou capital,
plena condição de teleassistência.
ou compromete o processo de otimização
(1) Operador Nacional do Sistema Elétrico.
energética do SIN, tendo como referência
Submódulo 10.14 – Requisitos operacionais para
resultados de simulações computacionais.
os centros de operação, subestações e usinas da
Tais requisitos, no entanto, estão em
a
indisponibilidade
da
processo de revisão, cuja atualização do
Referências bibliográficas
rede de operação. Revisão 1.1 e 2012.1. Disponível
Procedimento de Rede já foi minutada e
As mudanças sugeridas pela revisão
em: <http://www.ons.com.br>.
encaminhada para avaliação da Aneel. Dentre
do
impactarão
(2) Rede de Operação Norte e Nordeste – DU-CT.
as principais alterações, cabe destacar:
significativamente no modo de operar e no
NNE.01 atualizado em 15 de janeiro de 2013.
custo de empresas do setor elétrico que já
Disponível em: <http://www.ons.com.br>.
• As instalações estratégicas tipos E1,
possuem instalações teleassistidas e que se
(3) Operador Nacional do Sistema Elétrico.
E2 e U3 classificadas de acordo com
enquadram como estratégica.
Submódulo 23.06 – Critérios para identificação
submódulo
10.14
os critérios definidos no submódulo
das instalações e componentes estratégicos
23.6, independentemente de serem
do Sistema Interligado Nacional. Revisão 2.0.
Conclusão
teleassistidas, devem ser providas de assistência local ininterrupta.
Disponível em: <http://www.ons.com.br>.
Os desafios que o setor elétrico tem
enfrentado só serão superados com a
O submódulo 23.6, revisão 2.0, de
mudança de atitude e de procedimentos dos
01/12/2010, não estabelece classificações
profissionais que atuam na área, utilizando a
por tipo conforme citado no submódulo
tecnologia como uma maneira para possibilitar
10.14, porém, identifica as instalações e
a melhoria do serviço, a diminuição dos
componentes estratégicos que, para serem
custos operacionais e, consequentemente,
assim determinadas, devem possuir pelo
a eficientização das empresas. Se teleassistir
menos um dos critérios a seguir satisfeitos:
subestações, é um caminho para isso que sejam então analisadas de forma diferente das
a) desligamento intempestivo da instalação
que não possuem esta característica.
ou de parte dela é causa de interrupção
significativa de carga numa região geográfica,
e aplicar os conceitos abordados por um
unidade da federação, capital ou grande polo
estudo de caso da subestação São Luis III
industrial, tendo como referência a escala
de 230/69 kV, 150 MVA, localizada na cidade
de severidade indicada no item 6.13 do
de São Luís, descrevendo sua arquitetura
submódulo 25.3;
de rede, os pontos identificados com baixa
b) a instalação ou o componente faz parte
confiabilidade e as sugestões necessárias.
de corredores de recomposição fluente
Foram levantadas várias oportunidades
– descritos em instruções de operação
de melhoria que, certamente, quando
– que possam impedir ou retardar o
implementadas,
estabelecimento de cargas em uma região
confiabilidade da instalação.
geográfica, unidade da federação, capital ou
grande polo industrial;
de Rede do ONS, no entanto, provoca uma
Neste trabalho procuramos exemplificar
elevarão
o
nível
de
A proposta de revisão dos Procedimentos
Bruno Gomes Gerude é engenheiro eletricista e pós-graduado em engenharia de produção pela Faculdade Pitágoras em 2011. Trabalha na Eletrobras Eletronorte desde 2007, atuando atualmente como Gerente da Divisão de Transmissão São Luís I. Ricardo Cardoso de Souza é engenheiro eletricista, com mestrado na área de Telecomunicações pela Universidade Federal de Campina Grande em 2005. Trabalha na Eletrobras Eletronorte desde 2005 como Engenheiro de Manutenção da área de Proteção e Controle. Raniere Vasconcelos Brito é formado em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal do Maranhão. Atua como técnico do SPCS (Sistema de Proteção, Controle e Supervisão) na Eletrobras Eletronorte há 32 anos. José Augusto Ferreira de Araújo é técnico em manutenção eletrônica. Trabalha na Eletrobras Eletronorte há 32 anos. Este trabalho foi originalmente apresentado durante o XXII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), que ocorreu de 13 a 16 de outubro de 2013, em Brasília (DF).
Aula prática
116
Barramentos blindados
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Barramentos blindados: assim a eletricidade viaja por uma autoestrada Parte 4 – Como selecionar elementos de proteção contra sobrecargas e curto-circuito nos elementos terminais (derivações plug-in) e nas reduções de capacidade nominal em linhas longas de barramentos blindados Por Nunziante Graziano*
117
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Proteção em elementos terminais
de derivação equipada com dispositivos de
permite
proteção, ou instalando disjuntores na carga, de
distribuição da energia elétrica. As principais
acordo com os critérios habituais já definidos.
vantagens (econômica e prática) são: a
Se os circuitos são longos, além de três
capacidade de condução muito superior à dos
metros, deve-se adotar derivação equipada
cabos, quando se compara as mesmas seções
com dispositivos de proteção, mesmo em
nominais; e a velocidade de implementação.
presença de disjuntores localizados na carga.
Neste segundo caso, no entanto, é suficiente
flexibilidade e a reutilização completa de
que somente a unidade de derivação seja
partes quando ocorrem mudanças de layout
equipada contra curto-circuito.
ou novas ampliações, que, no caso de utilização
de cabos, normalmente não é possível.
Se a carga é constituída por um motor,
a
máxima
racionalização
da
Não é desprezível, adicionalmente, a
deve-se atentar às correntes nominal e de
partida, e então especificar o elemento de
na fase de projeto, elementos padronizados
proteção contra sobrecarga e curto-circuito
e unidades modulares que permitem uma
A proteção dos elementos terminais está
que, naturalmente, permita que o motor
avaliação econômica, basicamente preventiva,
sujeita ao comprimento da linha e condições
arranque. Para proteção contra sobrecargas,
sendo dividida pela eficiência do emprego
de proteção local à jusante dessa derivação. A
basta utilizar proteção térmica. Para a proteção
da mão de obra de instalação, quantidade e
ABNT NBR IEC 60439-2 impõe que a posição
contra
utilizar
custo de todos os materiais necessários, e
do dispositivo de proteção contra curto-circuito
fusíveis do tipo aM (adequados para motores)
uma considerável simplificação dos cálculos
esteja localizada no ponto em que há uma
dispostos em série. É uma boa prática fornecer
técnicos.
redução da seção dos condutores. Exceções a esta
também relé térmico, do tipo diferencial, que
exigência são permitidas quando, entre o ponto de
possa atuar rapidamente no caso de ausência de
ção, existem basicamente duas formas:
redução da secção e a posição do dispositivo que
uma fase, de modo a não danificar o motor pelo
protege o trecho do barramento, sejam atendidas
estresse resultante térmico da falta de fase. A
- Acoplamento: ele é constituído por um
quatro condições descritas a seguir:
proteção do motor contra sobrecarga e curto-
elemento conector fixo que liga a linha principal
circuito pode também ser obtida diretamente
com a derivação, que geralmente é fornecida com
utilizando-se um disjuntor-motor modular.
proteção e usada como um plug-in com unidade
1) Comprimento não superior a três metros;
curtos-circuitos,
pode-se
Depois, há a conveniência de se ter, já
Considerando as possibilidades de deriva
de seccionamento e proteção. Este dispositivo
2) Barramento construído de modo a minimizar o risco de curto-circuito;
Nota 1 – Os fusíveis normais não são
deve ser instalado fora de alcance se a corrente
3) Não seja instalado perto de materiais
recomendados para proteção contra sobrecarga
nominal for superior a 16 A, e deve ser equipado
combustíveis;
de motores, pois fusíveis de corrente nominal
com sinalização "Não opere sob carga".
4) Não seja instalado próximo a lugares com maior
adequada à proteção contra sobrecargas não
risco em caso de incêndio ou perigo de explosão.
permitem a partida do motor, pois atuam a 1,6 xIn, enquanto fusíveis que permitam a partida do
Outra
solução
considerada
é
a
motor não fornecem proteção para sobrecargas.
eventualidade de o dispositivo de proteção situado à montante da redução da seção
Nota 2 – Fusíveis do tipo aM são escolhidos
possuir características operacionais de tal
pela corrente nominal do motor. Pode-se
forma que proteção contra curto-circuito na
também usar um tipo de fusível gG (tipo
linha seja realizada. Uma outra solução ainda
geral), de corrente equivalente ao dobro da
que pode ser adotada é aquela que fornece
corrente nominal do motor.
proteção contra curto-circuito posicionada no ponto de derivação. Em
última
análise, proteção
contra
Condições de construção e instalação
sobrecarga e curtos-circuitos em trechos de derivação de comprimento inferior a
A utilização de linhas elétricas pré-
três metros pode ser alcançada pela adoção
fabricadas do tipo barramento blindado
Aula prática
118
Barramentos blindados
O Setor Elétrico / Junho de 2014
- Coletor móvel (Trolley): Consiste em um
agregando mais valor a um sistema repleto
derivações penduradas pode ser mitigado
carrinho equipado com rolos ou contatos
de tecnologia.
pela colocação do condutor com o eixo
deslizantes. Este carrinho pode ser equipado
Os contornos básicos de um sistema
maior na vertical, de modo a oferecer a
com proteção (fusíveis em geral).
de barramentos blindados são geralmente
ação contrária ao peso e ao momento de
definidos pelo projetista, que determina as
inércia, e reduzir a acumulação de poeiras
características principais dos componentes,
e depósitos. Enquanto não há nenhuma
desde a alimentação das cargas e condições
exigência específica normativa (na mesma
de
térmicas
linha dos painéis elétricos), é sempre
da periferia até os demais detalhes de
instalação,
características
aconselhável obter uma certificação de
suportação, como instalação horizontal,
conformidade dos componentes, com seus
vertical ou em prumada.
anexos técnicos e descritivos funcionais,
o que não é difícil, dado que se trata de
Em particular, devem ser considerados:
componentes
O primeiro tipo é muito difundido em
elétricos
de
estrutura
- Potência instalada;
modular, que todos os fabricantes podem,
- Tipo, quantidade e eficiência das cargas;
sem
- Fatores de simultaneidade e de carga;
documentação adequada.
- Corrente máxima absorvida pela planta;
grandes
dificuldades,
produzir
a
No final da instalação devem ser
- Fator de potência médio;
realizados todos os testes prescritos pela
ambientes de construção civil, industrial
- Estimativas de ampliação da instalação;
ABNT NBR IEC 60439-2, em especial:
e do setor terciário, com a introdução
- Estrutura, tipo e condições do local de
da linha de barramentos blindados do
instalação.
- Teste de continuidade do invólucro
tipo iluminação, enquanto o segundo tipo
metálico externo;
é usado quase que exclusivamente na
indústria, especialmente, para a fonte de
nas operações de montagem dos diversos
terra (para sistemas TN);
alimentação de pontes rolantes, guinchos ou
elementos, de acordo com as instruções do
- Medição da resistência de isolamento.
outras cargas em movimento. O invólucro
fabricante. De modo geral, a facilidade de
exterior (se metálico) pode ser usado como
instalação depende da qualidade de peças
um condutor de proteção, somente se for
necessárias para completar a montagem,
permitido e explicitamente indicado pelo
evidentemente refiro-me aqui ao projeto do
- Manual técnico de cálculo de líneas en
fabricante do barramento blindado. Não
barramento, notadamente à quantidade de
baja tensión y aplicaciones (canalizaciones
é permitida a utilização como condutor
parafusos a serem torqueados por emenda,
eléctricas prefabricadas – Tomo I, por Jorge
PE, ainda que haja continuidade elétrica
quantidade de emendas e peso específico
Gallego i Fernandez, 1ª Edição, 05/2003,
da carcaça ao longo de toda a linha por
das peças, bem como continuidade elétrica
Editora Iberica BD;
jumpers ou diretamente pela montagem (se
do invólucro previsto para ser o condutor
- La guida dell’ufficio técnico (4 – 2001),
não for garantida pelo fabricante), pois não
PE.
baseado no artigo técnico de Francesco Paoletti.
são garantidas a estabilidade e a resistência
mecânica aos efeitos eletrodinâmicos em
implemente
termos de curto-circuito para a terra. É
elementos constitutivos dos barramentos
interessante destacar o uso de sistemas de
blindados, pois isso pode afetar seriamente
controle e/ou monitoramento remoto tipo
a certificação dos componentes, a eficiência
ModBus, Ethernet ou outros protocolos que
em condições de falta e, finalmente, a
estão enfrentando rápido desenvolvimento
exclusão da garantia. Um outro elemento
em todos os setores. O monitoramento de
de interesse constitui-se pelas condições
correntes, fluxos de potência e qualidade
da montagem. Em instalações suspensas, os
da energia transportada têm sido alvo das
fabricantes geralmente indicam que o valor
redes de dados em barramentos blindados,
da flecha não exceda 1/250 da distância
e estão sendo facilmente implementados,
entre eixos. No entanto, o efeito das
A principal tarefa do instalador reside
- Medição da impedância de loop de falta a
Referências bibliográficas
É importante que o instalador não modificações
relativas
aos *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em Energia pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/ USP), pós-graduado em Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra ADESG-SP. É membro da ABNT/ CB-3/CE:03:17.03 – Conjunto de Manobra e Controle em Invólucro Metálico para tensões acima de 1 kV até e, inclusive, 36,2 kV; e membro do conselho diretor do IEE/USP. Atualmente, é diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Indústria e Comércio de Barramentos Blindados.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Subsistema de aterramento
120
O sistema de aterramento, que deve estar presente no SPDA e nas instalações elétricas de energia e de sinal, tem a principal função de escoar para a terra as correntes elétricas indesejáveis que surjam nesses locais, de modo a causar a menor perturbação possível (tensões superficiais – toque e passo) nos arredores. O sistema de aterramento é um componente fundamental de diversos sistemas de proteção em uma instalação elétrica, tais como: proteção contra choques elétricos (ABNT NBR 5410:2004, em 5.1); contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419:2005, em 5.1.3); contra sobretensões, na proteção de instalações elétricas de energia e de sinal (ABNT NBR 5410:2004, em 6.3.5); contra sobretensões na proteção de linhas elétricas de telecomunicações (ABNT NBR 14306:1999); e na proteção contra descargas eletrostáticas (ABNT NBR 5410:2004, em 6.4). Na prática, é comum que seja feito um estudo em separado para cada proteção mencionada, o que pode induzir ao erro de interpretação de que os eletrodos de aterramento devem ficar separados. Para efeito de estudo e compreensão dos fenômenos, é conveniente separar os casos, porém, para um efetivo e confiável funcionamento das instalações elétricas, sua consequente proteção e das pessoas, deve existir um eletrodo de aterramento único para cada edificação ou estrutura. A ABNT NBR 5419 define, em 3.12, o “eletrodo de aterramento” como: “elemento ou conjunto de elementos do subsistema de aterramento que assegura o contato elétrico com o solo e dispersa a corrente de descarga atmosférica na terra”. Para assegurar as adequadas condições de funcionamento do eletrodo de aterramento devem ser levados em
consideração tanto os componentes metálicos do eletrodo quanto as condições intrínsecas do solo em que eles foram instalados. Em 5.1.3.1.2 da ABNT NBR 5419, é indicado que: “para assegurar a dispersão da corrente de descarga atmosférica na terra sem causar sobretensões perigosas, o arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais importantes que o próprio valor da resistência de aterramento. Entretanto, recomenda-se, para o caso de eletrodos não naturais, uma resistência de aproximadamente 10 Ω, como forma de reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de centelhamento perigoso. No caso de solo rochoso ou de alta resistividade, poderá não ser possível atingir valores próximos dos sugeridos. Nestes casos, a solução adotada deverá ser tecnicamente justificada no projeto”. Portanto, “10 Ω” é um valor estabelecido como valor máximo desejável, porém, se por impedimento técnico, este valor não for atingido, isso absolutamente não implica que o sistema de aterramento está irregular ou inadequado segundo a norma. Eletrodos naturais de aterramento
As armaduras de aço embutidas nas fundações das estruturas que satisfaçam os requisitos de continuidade elétrica, esforços eletrodinâmicos, térmicos e contra corrosão devem ser preferencialmente utilizadas como eletrodo natural de aterramento. As prescrições utilizadas para validar a utilização das armaduras dos pilares (vergalhões com emendas sobrepostas por no mínimo 20 vezes o seu diâmetro, firmemente conectados com arame recozido, por meio de solda ou conectores mecânicos em 50% de seus cruzamentos) também
ESPAÇO GUIA DE NORMAS se aplicam às armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e das vigas baldrame. Se, por algum motivo, a continuidade elétrica das armaduras não puder ser garantida, então deve ser realizado o ensaio conforme previsto no anexo E da ABNT NBR 5419. Uma alternativa para locais em que não existam estruturas contínuas é a utilização de barra de aço ou vergalhão com diâmetro mínimo de 8 mm, ou ainda fita de aço de 25 mm x 4 mm, disposta com a largura na posição vertical. O elemento deve formar um anel no entorno da edificação, conectar todos os elementos individuais de descida e estar embutido em, no mínimo, 5 cm de concreto. Eletrodos não naturais de aterramento – Aterramento pontual (arranjo tipo “A”)
Com características de utilização bastante limitadas, este arranjo é composto de eletrodos (radiais, verticais, horizontais ou inclinados), que, segundo o item 5.1.3.3.2 da norma, deve ser utilizado em solos com resistividade de até de 100 Ω.m e em estruturas com perímetro não superior a 25 m (Figura 1). Eletrodos não naturais de aterramento – Aterramento em anel (arranjo tipo “B”)
O aterramento em anel é caracterizado pela instalação de condutores horizontais em circuito fechado circundando a edificação ou embutidos nas fundações (Figura 2).
Figura 1 – Exemplo de eletrodo de aterramento pontual
A utilização desta configuração de eletrodo é obrigatória para estruturas com perímetro superior a 25 m. Dependendo da condição do solo (resistividade), podem ser acrescidas ao anel outras formas de condutores (verticais, inclinados ou radiais) para melhorar o escoamento das correntes elétricas. Nestes casos, os condutores devem ser distribuídos uniformemente ao longo do perímetro do anel. Como regra prática, vincula-se o condutor vertical ao local da descida. Caso haja necessidade da distribuição de um número maior de condutores verticais do que a quantidade de descidas, a distância entre os condutores não deve ser inferior ao seu comprimento (por exemplo, para condutores verticais de 3 metros de comprimento, a distância entre condutores deve ser maior ou igual a 3 metros).
Excetuando-se os eletrodos de aterramento formados por condutores que interliguem as fundações sem continuidade elétrica (sapatas, estacas, etc.), os demais devem estar posicionados a uma distância tipicamente entre 1 m e 1,5 m da edificação e ser enterrados a uma profundidade mínima de 0,5 m. Basicamente, o posicionamento do eletrodo de aterramento é função das condições do solo (resistividade) e da corrosão, fatores que, com o passar do tempo, podem provocar variação relevante em seu desempenho. Em relação à corrosão, vale destacar que o projeto deve sempre considerar que a conexão de metais diferentes (por exemplo, cobre e aço), sem as devidas precauções, pode causar corrosão eletrolítica. Uma solução prática comumente adotada para prevenir problemas com resistência mecânica, instabilidade do solo e corrosão é a de envelopar o eletrodo em uma mistura de cimento com areia (concreto magro).
Figura 2 – Exemplo para eletrodos de aterramento em anel e malha
Colaboraram com esta seção: Autor: Jobson Modena, engenheiro eletricista, consultor, diretor da Guismo Engenharia Edição: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor,
121
Coluna do consultor
122
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico
Sim, é possível ter um “padrão FIFA” em todas as instalações elétricas
Esta coluna está sendo escrita exatamente
no meio dos jogos da Copa do Mundo no Brasil. Neste momento, já sabemos que as previsões catastróficas que pipocaram mundo afora, e aqui dentro também, dando conta que tudo seria um desastre durante este período não se realizaram, pelo menos não integralmente. Tirando
alguns
contratempos
não
previstos, como a eliminação já na fase de grupos de algumas seleções consideradas favoritas, no mais tudo tem acontecido muito bem dentro do jeitinho brasileiro de fazer as coisas.
Em particular, dentro das arenas, e não
apenas nos seus gramados, as infraestruturas parecem responder talvez até acima das expectativas. Não houve (pelo menos até o momento em que escrevo este texto) nenhum blecaute digno de notícia, a
(incluindo as experimentais em 4K e 8K)
todas as instalações elétricas brasileiras”.
iluminação funciona dentro dos requisitos
seguem dando um show e foi até possível
Da instalação elétrica das habitações
especificados pela FIFA, nem houve registros
ver com muito detalhe em câmera superlenta
de interesse social até as galácticas arenas
de acidentes graves, incluindo aí problemas
um pássaro caçando um inseto em pleno ar
da Copa, tudo é uma questão simples
de origem elétrica. Tirando um grande
num dos jogos do Mundial.
de querer fazer o certo. Se nas arenas foi
vazamento de água pluvial na “Arena das
E então chegamos ao ponto que inspirou
possível, onde tudo é grandioso e complexo,
Dunas” por causa das chuvas muito acima da
o título desta coluna. Já que foi possível
porque em uma simples habitação isso seria
média, no mais tudo parece transcorrer na
construir arenas tão tecnológicas, seguras,
impraticável? Como se vê, é uma questão de
normalidade. Também não contam aqui as
eficientes, que funcionam dentro do rigoroso
querer fazer a coisa acontecer.
redes wi-fi que não funcionam em algumas
assim chamado “padrão FIFA”, incluindo
Convenhamos
poucas arenas, porque isso foi claramente
aí a infraestrutura das instalações elétricas
existentes de instalação elétrica e utilizar produtos
falta de planejamento e não um problema
de baixa tensão, média tensão, automação,
e equipamentos conforme as suas respectivas
técnico que não poderia ter sido facilmente
controle, iluminação e demais subsistemas
normas e regulamentos técnicos nas instalações
resolvido.
eletroeletrônicos, devemos então acreditar
elétricas em geral não chega perto de ter o padrão
que “sim, é possível ter um padrão FIFA em
FIFA para ser atendido. Basta querer!
As transmissões de tevê em alta definição
que
seguir
as
normas
Energia sustentável
124
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Dia mundial do meio ambiente?
em 2013 de 400 partes por milhão de CO2,
em relatório divulgado pela Agência Nacional de
Mundial do Meio Ambiente e inaugurada a
No dia 5 de junho foi comemorado o Dia
esperando-se crescimento nos próximos anos;
Energia Elétrica (Aneel).
Década para a Energia Sustentável para Todos.
- Eventos climáticos extremos como ondas de
O discurso do Secretário Geral da ONU ressalta
calor, inundações, secas e ciclones tropicais estão
vão algumas boas intenções:
que o apetite de energia e o termostato mundial
mais frequentes e severos. O próprio regime de
continuam a aumentar e é preciso esforço para
chuvas neste ano no Brasil foi totalmente atípico.
Para não ficar somente nas más notícias, aí
- O governo americano anunciou pacote para reduzir em 30% as emissões de CO2 das usinas
a transformação. Esta data foi criada pela ONU durante a Eco 1972, e em 2014 se volta para as
Se a tendência atual se mantiver, a Terra pode
termelétricas a carvão até 2030 (frente a 2005), que
mudanças climáticas com o tema Aumente sua
terminar o século até 4,8 °C mais quente. E o
representa 38% das emissões do país, pela segunda
voz, não o nível do mar.
setor de energia, especificamente quanto ao uso
vez tentando vencer a resistência interna a este
de combustíveis fósseis, é o maior responsável.
assunto. As opções para redução podem envolver
Não nos pareceu haver nesta data um movimento
relevante
e
proporcional
melhoria da eficiência energética, substituição por
ao
problema. Também a concorrência foi enorme:
E, no nosso país, alguns retrocessos:
usinas a gás, investimento em energias renováveis e atualização das termelétricas existentes;
às vésperas da Copa do Mundo, em meio a um momento econômico mundial de atenção, alerta
- Houve redução das emissões totais de gases
- Divulgação da intenção de assinar um novo
sobre falta de água e energia no Brasil, greves
de efeito estufa somente por conta daquelas
acordo global de redução de emissões em 2015,
e manifestações sociais, até a Lei da Palmada
oriundas do uso da terra/florestas, identificada
na Conferência das Partes a ser realizada em Paris,
ganhou mais atenção na mídia do que o meio
no mais recente inventário publicado em 2013
substituindo o Protocolo de Kyoto que está em
ambiente. As menções sobre a data em dois
(dados de 2010 x 2005), o que se mostra um
fase final (sem atingir os resultados pretendidos);
dos principais jornais e revistas de São Paulo
pouco ilusória, pois é focada na redução de
- O governo chinês pretende reduzir as emissões
se resumem a propagandas pagas de ações
desmatamento ilegal. Mas houve aumento das
de CO2 de 40 a 45% até 2020 (relativos a 2005).
ambientais de três grandes empresas.
emissões do uso da terra/florestas de 2010 frente
Em abril de 2014 foi publicado o mais
a 2009, e também de todas as demais categorias
Apesar das resistências aos problemas
recente relatório do IPCC sobre as mudanças
em relação a 2005, destacando-se o uso de
ambientais, a gestão da energia está no centro das
climáticas, reafirmando a sua concretização:
energia (21,4%);
discussões mundiais e faz parte da solução, seja
- Apesar do Pibinho esperado para 2014, o
pelo aumento da eficiência, redução de custos,
- Desde 1850, cada uma das três últimas décadas
crescimento real do consumo de energia neste
segurança de fornecimento, redução das emissões
tem sido mais quente na superfície da Terra do
período é bem superior (a Empresa de Pesquisa
de CO2 ou evolução para origem renovável.
que qualquer década anterior;
Energética (EPE) estima crescimento de 4%
Apesar do aparente apagão de prioridade
- Mais de 50% do aumento da temperatura
no ano);
ambiental no Brasil neste dia 5 de junho, as
do planeta entre 1951 e 2010 é atribuível ao
- A FIFA contratou uma empresa para fornecer
propostas do governo americano e chinês podem
homem, com mais de 90% de certeza;
50 MW de energia por meio de geradores a
motivar a obtenção de um novo acordo global
- Camadas de gelo em torno dos polos estão
óleo diesel para abastecer painéis publicitários
em 2015, que envolva os países emergentes, e
derretendo, o nível dos oceanos está aumentando
e transmissões jornalísticas dos estádios da
que também seja dirigido para a melhoria da
e eles estão se tornando mais ácidos;
Copa do Mundo e do centro internacional da
gestão da energia no mundo.
- As emissões de gases de efeito estufa continuam
imprensa, considerando que o Brasil não deu
aumentando e a atmosfera apresentou concentração
garantias suficientes de suprimento, com base
Que a força esteja conosco!
Que venha a Década da Energia Sustentável!
Iluminação eficiente
126
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da Comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Medições e verificações
Recorrentemente
venho
sendo
Tabela 1 – Tamanhos da malha
questionada sobre como verificar se um ambiente atende aos requisitos da norma
Ambiente
Maior dimensão da
Tamanho da malha
zona ou sala
p
ABNT NBR ISO 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho. Parte 1.
d
Publicada em março de 2013, a norma
substituiu a ABNT NBR 5413: 1992 Iluminância de interiores e a ABNT NBR
Área da tarefa
Aproximadamente 1 m
0,2 m
Salas/zonas de salas pequenas
Aproximadamente 5 m
0,6 m
Salas médias
Aproximadamente 10 m
1m
Salas grandes
Aproximadamente 50 m
3m
5382: 1985 - Verificação de Iluminância de interiores, e trouxe novos requisitos técnicos para os projetos de iluminação.
NOTA: Recomenda-se que o tamanho da malha não seja excedido.
A norma, além de solicitar os níveis de iluminância mantidos em serviço, traz de
são aceitáveis. A iluminância que a norma
(Ra, ou também conhecido como IRC) e
ofuscamento (UGR) e índice de reprodução
recomenda é o valor médio (média aritmética)
temperatura de cor pode-se verificar a adequação,
de cores (Ra) e temperatura de cor para os
desses pontos, que deve ser projetado ou
analisando as lâmpadas utilizadas e verificando
ambientes de trabalho internos.
medido nos planos de trabalho de referência.
os dados fornecidos pelos seus fabricantes.
Os níveis de iluminância podem ser
Quando este plano não está determinado
Pode-se ainda medir os valores de índice de
facilmente medidos e verificados através
deve ser criado um plano imaginário a uma
reprodução de cor e temperatura de cor através
de
altura de 0,75 m do piso do ambiente.
de equipamentos de medição portáteis chamados
O controle de ofuscamento ou UGR
de espectrofotômetros de iluminância.
sejam calibrados periodicamente e tenham
(Unified
pela
Esses equipamentos medem, além das
fotocélula com correção de coseno e correção
norma, não pode ser verificado in loco com
iluminâncias em lux, dados espectrais da
segundo a curva de sensibilidade do olho
equipamentos. Para verificação do UGR
fonte luminosa (índice de reprodução de
humano V(λ). A quantidade de pontos a ser
devem-se verificar os dados fornecidos pelo
cor, coordenadas cromáticas, temperatura
medida é definida por uma malha de pontos
fabricante da luminária. Este deverá fornecer
de cor, relação S/P - Scotopic/Photopic
definida pela norma em função da maior
o dado através de uma tabela, ou fornecer o
ratio,
dimensão da sala ou zona.
arquivo fotométrico da luminária, a partir
novos que tendem a substituir os luxímetros
O tamanho da malha recomendado para
do qual o projetista pode calcular o UGR
convencionais,
salas e zonas de salas é dado na Tabela 1.
através de software ou o inspetor ou técnico
mais completos e úteis principalmente para
Esta malha é recomendada tanto para
de segurança pode analisar a adequação da
fabricantes de equipamentos de iluminação,
elaboração de projetos em softwares de cálculo
luminária e características da sala ao tipo de
lighting designers e técnicos de segurança do
como para verificação das iluminâncias em
atividade definido pela norma.
trabalho, que necessitam verificar os dados
campo e tolerâncias da ordem de ±10%
Quanto ao índice de reprodução de cor
luminotécnicos dos ambientes.
requisitos
qualitativos
equipamentos
Recomenda-se
que
de
chamados estes
controle
luxímetros. equipamentos
Glare
Ratio),
definido
entre
outros). por
São serem
equipamentos equipamentos
Instalações MT
127
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela UNIFEI e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em FURNAS. Representa a IURPA no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Simplicidade que funciona e nem sinal de high tech
Estou em viagem aos Estados Unidos e, na
das leis antiquadas que temos no Brasil.
primeira semana, estive com colegas da IURPA
(www.iurpa.org) durante a conferência anual.
sem conversar antes com a indústria da eletricidade,
sem anúncios bombásticos sobre queda da tarifa!
Encontrei pessoas de várias partes do mundo, e
Sem estresse de portarias, mudanças impostas
de quase todos os estados dos EUA, e as informações
Bom, simples e funcional.
a que tive acesso não têm preço! Não estão nas
revistas oficiais dos seminários e nem vão estar nas
O governo federal havia anunciado investimentos
apresentações em PowerPoint que vão nos mostrar
bilionários em smart grid e ninguém sabe com
nas conferências que teremos brevemente no Brasil.
certeza onde está este dinheiro e, principalmente, o
que resultou dele.
É assim mesmo que funciona: a realidade não
Mas também há questões a serem resolvidas!
pode ser passada sem uma boa maquiagem. E só
o lado bom (real ou imaginário) é que chega a nós
explicam os ganhos, mas confesso que para mim não foi
pelos arautos das novas tecnologias.
nada definitivo e a sensação que percebo entre os colegas
Já tivemos acesso a relatórios (alguns oficiais) que
A verdade que se vê, no entanto, é que nas
que encontrei aqui é a mesma: é mais propaganda
maiorias dos lares não há nem sinal de smart grid ou
do que realidade; muito dinheiro, muito software,
AMI. O que se vê são os velhos discos girando e as
muito “paper”, muito medidor inteligente, grande
contas de uma energia muito mais barata que a nossa
processamento de dados, acesso a muita informação,
sendo enviadas todo mês pelo correio e boa parte
mas nada de resultado perceptível no dia a dia.
delas sendo paga com cheques (vem um envelope
dentro do envelope com a conta)!
entendem que a tecnologia resolve tudo e que estão
Mais barata mesmo: mais ou menos 35% de
enfrentando problemas, pois no campo as coisas não
nossa tarifa em Bacurituba, Codó ou Sucupira do
estão bem e ninguém dá conta de atender a tantos
Norte, que são pequenas cidades no Maranhão, no
alarmes gerados. Além disso, muitos clientes exigem a
norte do Brasil. Elas são cidades comuns quanto a
retirada dos medidores inteligentes (ou nem permitem
tudo o mais (ou seja, cheias de problemas – ou, de
sua instalação usando liminares) e as cortes estão dando
outra forma: não são padrão FIFA) mas tem tarifa
amparo legal a eles pelo fato de que os “smart meters”
padrão FIFA, de gente rica!
podem ser considerados invasivos: afinal, o que gera a
Mais barata e melhor de fato: mesmo em
fatura é apenas a quantidade de kWh consumida.
subúrbios longe das grandes cidades, a gente passa
Isto preocupa, pois, no Brasil, o mercado
por tempestades tropicais (nesta parte do ano elas são
vai ser tratado da mesma forma e considerando
muitas por aqui) e não temos grandes problemas;
os problemas regulatórios (tarifa branca e pré-
há equipes de plantão e mesmo sem uma agência
pagamento opcionais – o consumidor vai mudar
reguladora que restringe o negócio tanto como no
a maneira que usa a energia voluntariamente ou o
Brasil, o pessoal por aqui (os clientes com quem
consumidor que não paga a conta vai querer um
conversei) não reclamam. E de modicidade tarifária
medidor de pré-pagamento?), vemos um futuro
eles entendem melhor do que nós. Usam postes de
meio cinzento, sem grandes perspectivas de que
madeira, tem subestações extremamente simples e
nossos clientes vejam qualquer benefício das novas
um pessoal de campo que trabalha sem as amarras
tecnologias em curto e médio prazos.
Também há o problema de concessionárias que
128
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Proteção contra raios para os tanques que armazenam líquidos inflamáveis Como evitar que a chama
Sob o ponto de vista da proteção
controlada periodicamente, portanto, sempre
contra descargas atmosféricas, os tanques
que, por corrosão produzida pelo vapor do
de
inflamáveis
combustível, questões atmosféricas ou outras
dentro de tanques fechados com
podem ser divididos em duas categorias:
e a espessura da chapa chegar aos 4 mm (3/16), deve ter sua substituição programada.
respiros ou de tanques abertos,
autoprotegidos e não autoprotegidos. Os tanques autoprotegidos são aqueles que,
A corrosão em pontos localizados pode ser
pelo material, por suas dimensões e tipo
corrigida por reparos locais.
armazenamento
de
de construção, podem ser atingidos por
provocada pelo raio passe para
provocando sua explosão
Nesses casos, a espessura do teto deve ser
superior a 4 mm.
descargas atmosféricas diretas sob o mínimo
Situações em que um
risco de dano.
pode ser considerado como
Os tanques fechados providos de respiros
Os tanques não autoprotegidos são
autoprotegido
podem tê-los com dispositivos corta-chamas
tanque
os que necessitam de proteção externa ou
para impedir que ela entre no tanque. A
modificar suas características construtivas,
Um
ser
norma inglesa (BS) permite essa possibilidade
por
da
considerado autoprotegido, apesar de a chapa
desde que o usuário tenha disponíveis peças
chapa do revestimento para se tornarem
metálica não ter a espessura especificada, se
de reposição iguais ao número de peças
autoprotegidos.
tiver menos de 20 m de altura, portanto, com
instaladas e siga o plano de manutenção por
suscetibilidade a impacto direto por descargas
Dimensões mínimas normalizadas
ela especificado.
laterais quase nulas; e:
De acordo com a norma ABNT NBR
• O volume entre o teto e o líquido
e vácuo) que só deixam sair o vapor sob
5419, uma chapa de aço de 4 mm de espessura
armazenado for preenchido com um gás
uma velocidade superior a de deslocamento
não é perfurada por raio nem produz pontos
inerte, como o nitrogênio. Nesta condição, a
da chama. Válvulas do tipo por contrapesos
quentes suficientes para inflamar a mistura
corrosão interna das chapas é quase nula;
ainda são utilizadas em algumas usinas de
de ar e vapor do combustível na face oposta
• Quando, sob o teto externo, houver outro
álcool no Brasil, mas não são mais aceitas
ao ponto de impacto. Uma chapa de 2,5 mm
teto flutuante (que tem a denominação de selo
pelas normas americana e inglesa.
de espessura pode produzir pontos quentes,
flutuante ou de película flutuante) sobre o
mas não é perfurada. Pela norma americana
líquido. O vapor do líquido que sempre resta
peça de proteção mecânica do tanque para o
NFPA – 780, a espessura mínima para evitar
sobre o costado com a movimentação do teto
caso de sobrepressão interna (chapéu chinês).
a produção de pontos quentes é de 3/16, que
flutuante deverá ser extraído constantemente,
É fabricada de chapa de aço mais fina e fica na
corresponde a 4,8 mm aproximadamente.
por exaustores.
parte mais alta do tanque. Nessas condições
exemplo,
o
redimensionamento
tanque
de
combustível
pode
Os tanques do tipo fechado, sem respiros,
devem ser providos de válvulas PV (pressão
Com as dimensões vistas, a boa prática
Na maioria dos tanques abertos, há uma
essa peça deve ser substituída por outra de
manda que os tanques sejam construídos
com chapas mais espessas –6 mm a 8 mm
externo deve variar entre 2,5 e 4 mm, para
corta-chamas.
(1/4 a 5/16) – e que essa espessura seja
não haver sua perfuração.
Continua...
Em ambos os casos, a espessura e do teto
chapa grossa (6 mm a 8 mm) e provida de
129
O Setor Elétrico / Junho de 2014
NR 10
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Vale a pena ler de novo Recentemente se noticiou o resultado de uma ação judicial envolvendo acidente com rede elétrica e cuja conclusão trouxe à tona a necessidade de rever o nosso sistema de distribuição aérea. Sempre atenta à segurança com eletricidade, a Abracopel já se manifestou, por meio de seus membros, incansáveis batalhadores, que propuseram uma discussão sobre o assunto. De fato, são muitos os fatores e inúmeras as implicações que teremos de discutir e que precisam, efetivamente, serem discutidas. Por que distribuição aérea e não subterrânea? Onde vai ser pendurada a telefonia? E a TV a cabo? Quanto custa a segurança? Quanto custa a vida? Tem preço? Enquanto, felizmente, esses assuntos ficam na seara da discussão, vale a pena ler o que está no item 10.14.2 da nossa NR 10: “10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas
instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes”.
segurança, já que esse sistema facilita a ocorrência de situações inseguras e perigosas.
Sobre isso: Sempre que forem verificadas situações perigosas nas instalações elétricas, quer pelo seu uso inadequado, quer pela aproximação indevida, construções vizinhas ou qualquer outra ação de terceiros, as empresas responsáveis devem adotar as medidas de controle imediatamente e oferecer denúncia aos órgãos públicos que tenham competência para intervir a favor da segurança com a eliminação da situação perigosa e demais providências necessárias. Esta disposição impõe às empresas concessionárias a obrigação de denunciar situações irregulares para as quais não tenha autoridade para solucionar, e isso inclui as construções que se fazem encostadas às estruturas, apoiadas em postes, sob as redes elétricas nuas e outras mais que conhecemos e que basta parar e olhar para cima para identificar. Tecnicamente, a distribuição é aérea, nada contra, mas há um contexto de local, conservação, educação, limitação, abuso, estética e, principalmente, de
Mas o que isso tem a ver com o tal item 10.14.2 da NR 10? É que há uma certa acomodação, nem as empresas denunciam as situações irregulares, que em tese até lhes causam prejuízo por furto, e nem o poder público responsabiliza as empresas por manterem as situações inseguras, contentando-se com conclusões pela simples imprudência (das vítimas), como resultado de inquéritos. Ora, aprendemos que os acidentes são multicausais e, quando investigados a fundo e seriamente, fornecem dados surpreendentes, que contribuíram para a sua ocorrência. Nesses levantamentos, nas investigações sérias, certamente aparecerão fatores que se classificarão como negligência* e esta nem sempre é das vítimas! *negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções necessárias.
Energia com qualidade
130
O Setor Elétrico / Junho de 2014
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP. FIESP | jstarosta@acaoenge.com.br
Quando as “coisas” partem Parte 1
As partidas das máquinas elétricas (motores
e transformadores), a energização de capacitores e alguns circuitos especiais, mesmo as lâmpadas a vapores metálicos ou de sódio, possuem comportamento durante a partida ou energização que pode afetar outras partes das instalações elétricas ou ainda os próprios equipamentos. As causas e os efeitos são os mais diversos e trataremos de algumas dessas situações na sequência.
Partidas de transformadores Correntes de partida em transformadores são conhecidas e reconhecidas como uma das principais fontes de afundamentos de tensão em circuitos e barramentos à montante e em sistemas de distribuição típicos de concessionárias ou mesmo de instalações industriais. A situação piora
Figura 1 – Comportamento das correntes e tensões rms e comportamento das formas de onda de tensão e corrente.
quando diversos transformadores tentam partir simultaneamente e circuitos longos associados agravam o problema.
Os valores clássicos das correntes de partida
(também chamadas de acordo com a terminologia internacional de “In rush”) podem atingir valores 20 vezes maiores que a corrente nominal e em sistemas com baixas potências de curto-circuito a situação pode ser também piorada.
Considerando-se ainda a impossibilidade de
sincronismo com a manobra mecânica, os valores de corrente são os mais improváveis possíveis, uma vez que dependem do instante (associado à forma de onda de tensão) em que a conexão se estabelece. Além disso, a própria corrente não é equilibrada, uma vez que depende da energização do circuito magnético do transformador que tem pela própria construção uma característica desequilibrada.
Figura 2 – Forma de onda das correntes de partida de transformador 2.000 kVA.
131
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Figura 3 – Esquema do dispositivo de partida suave de transformador.
A Figura 1 ilustra o comportamento das
aplicados em grande volume na partida dos motores
correntes e tensões eficazes, bem como formas de
elétricos, utilizam componentes e elementos estáticos
ondas registradas na partida de um transformador
para o controle da tensão de alimentação e, como
de 2.000 kVA em 13,2 kV para 220 V. Chama a
consequência, da corrente de partida. O sistema
atenção o desequilíbrio das correntes e os efeitos
possui uma unidade de controle e outra de potência.
na tensão como a ocorrência de transientes.
Toda a operação é realizada com o trafo sem carga.
Tomando-se as 1.024 amostras por ciclo da forma
No instante em que o trafo é energizado, um
de onda de corrente fornecida pelo instrumento,
contator de “by pass” assume a carga propriamente
pode-se efetuar uma análise mais detalhada do
dita em sincronismo com o sistema de partida suave,
fenômeno, representado na Figura 2. Além dos altos
após a partida do transformador. No instante em que
valores esperados, observa-se o comportamento
a operação é realizada, a unidade de controle manda
da soma das correntes das fases, representada pela
um sinal para que a carga seja conectada.
corrente de neutro ou de terra dependendo do caso (In) e tem efetiva aplicação do modelo de proteção
Registros de operação
de fuga à terra que se deseja empregar. Naturalmente,
a corrente é transitória e tão logo o transformador é
corrente de Inrush de transformadores.
energizado esta corrente desaparece.
As Figuras 4 e 5 ilustram outros registros da Na Figura 4, nota-se a corrente de partida três
vezes maior que a corrente nominal; já a Figura
Solução
5 apresenta o mesmo caso com dispositivo de
Uma das possíveis soluções são os pouco
partida suave. Observa-se corrente máxima da
conhecidos dispositivos de partida suave para
ordem de 60% da corrente nominal com tempo
transformadores, que, a exemplo dos seus “irmãos”,
de partida da ordem de 1 ciclo.
Figura 4 – Partida de trafo sem controle.
Figura 5 – Partida de trafo com controle.
Continua na próxima edição.
Instalações Ex
132
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
IECEx – Sistema de Certificação da IEC Parte 1
O IECEx é o sistema da IEC para certificação
laboratórios de ensaios dos diversos países, acreditados
entre pares;
internacional de empresas de prestação de serviços,
pelo sistema, são mutuamente reconhecidos em um
• 1999: Início de operação do sistema de certificação
competências pessoais e de equipamentos para
sistema de confiança entre pares.
de equipamentos Ex, com a emissão de relatórios
atmosferas explosivas.
O IECEx pode ser entendido como uma
de ensaios (ExTR) padronizados, por laboratórios
O objetivo inicial do IECEx, no período
ferramenta de avaliação da conformidade da IEC
acreditados, baseados nas normas da série IEC
de sua concepção, era a criação de um sistema
para que empresas de prestação de serviços Ex, pessoas
60079;
internacionalmente acreditado, de forma que
ou equipamentos Ex, uma vez certificados, possam
• 2000: Emissão do primeiro certificado nacional
os ensaios e a certificação dos equipamentos Ex
evidenciar, de forma clara e confiável, o atendimento
de um equipamento Ex, baseado na análise dos
fossem feitos com base nas normas internacionais
aos requisitos das normas da série IEC 60079.
resultados em um relatório de ensaio e de avaliação
da série IEC 60079 (Atmosferas explosivas) e que
do sistema de gestão da qualidade do fabricante,
os certificados emitidos dentro deste sistema fossem
IECEx representa a capacidade da empresa de
elaborados dentro do sistema IECEx;
aceitos por parte de todos os países participantes.
prestação de serviços Ex, ou da pessoa competente
• 2002: Decisão do Comitê de Gestão do IECEx
No entanto, ao longo do tempo, com o
ou do fabricante do equipamento Ex de atender de
para progredir para o nível pleno, com a emissão de
desenvolvimento de suas estruturas, o IECEx passou
forma consistente e estar em conformidade com os
certificados de conformidade do IECEx;
a adotar uma visão mais abrangente, focando não
requisitos das normas técnicas da série IEC 60079
• 2003: Entrada em operação do sistema on-line
apenas a certificação dos produtos Ex, mas também
que estão indicadas no certificado. No sistema
de certificação do IECEx. Emissão do primeiro
a certificação das empresas de prestação de serviços
IECEx, todos os certificados são emitidos por
certificado de conformidade IECEx diretamente
em áreas classificadas, tais como os serviços de
terceira parte, seja por Organismos de Certificação
pela internet. Foram emitidos um total de 130
classificação de áreas, projeto, instalação, inspeção,
de Serviços ou de Produtos, ou por Organismos de
certificados durante aquele primeiro ano;
manutenção e oficinas de serviços de reparos. Além
Certificação de Pessoas.
• 2007: Lançamento do sistema de certificação
disso, o IECEx possui também um sistema para a
de empresas de prestação de serviços de reparo de
certificação de competências pessoais Ex.
IECEx, desde a sua concepção:
Um certificado de conformidade emitido pelo
É apresentada a seguir uma breve história do
Esta atual abordagem mais abrangente do
equipamentos Ex (Ex Repair Service Facilities); • 2010: Lançamento do sistema de certificação de
IECEx, com o foco da segurança durante todo o
• 1992: Estabelecimento do conceito no âmbito
competências pessoais Ex;
ciclo de vida das instalações industriais contendo
do TC-31 da IEC (Equipment for Explosive
• 2011: ONU oficialmente apoia o IECEx;
atmosferas explosivas, conta com o apoio da
Atmospheres). Uma pesquisa realizada pela IEC
• 2012: Lançamento dos sistemas de certificação
ONU no sentido de incentivar os diversos países
mostrou a concordância dos países-membros
de empresas de prestação de serviços (Ex Service
a alinharem seus regulamentos nacionais com os
no desenvolvimento de um sistema autônomo
Facilities) de projeto, instalação, inspeção e
sistemas internacionais de certificação do IECEx.
internacional Ex;
manutenção Ex, complementando o sistema de
Os sistemas de certificação Ex do IECEx têm
• 1994: Publicado o primeiro procedimento de
certificação de oficinas de serviços de reparos de
como princípio básico demonstrar a conformidade de
operação, convertido em 1999 para o Documento
equipamentos Ex, lançado em 2007;
empresas de prestação de serviços, das competências
IECEx 01 (IECEx Basic Rules);
• 2013: Realização das reuniões dos comitês técnicos e
das pessoas e dos equipamentos Ex com os requisitos
• 1996: Primeira reunião do Comitê de Gestão, em
de gestão do IECEx na cidade de Fortaleza, no Brasil,
indicados nas normas da série IEC 60079.
Londres, com a designação dos coordenadores dos
com a participação de mais de 100 participantes,
grupos de trabalho;
representantes de 30 países. Estas reuniões contaram
que todos os organismos de certificação de pessoas,
• 1997/1999: Desenvolvimento da estrutura do
com a presença do presidente e do vice-presidente
de serviços e de equipamentos, bem como os
IECEx, incluindo a primeira rodada de avaliação
da IEC e incluem a realização de um Seminário da
Um grande diferencial do sistema IECEx é
133
Figura 1 – Imagens das reuniões gerais do IECEx realizadas no Brasil, em 2013.
ONU sobre o Ciclo Total de Vida das Instalações em
conformidade entre os organismos de certificação
Atmosferas Explosivas, com uma apresentação do
acreditados.
Inmetro sobre este tema: Dentre as principais motivações que movem o
No presente momento, o IECEx é formado
IECEx e direcionam seus esforços e ações, podem ser
por 31 países dos cinco continentes, sendo que o
ressaltadas as seguintes:
Brasil é membro deste sistema desde 2009 e possui
• Remoção da duplicação ou repetição dos custos e
um Organismo de Certificação de Produtos (ExCB)
recursos para a realização de ensaios para a certificação
acreditado desde 2011.
nos níveis nacionais;
• Confiança das indústrias usuárias, dos organismos
Dentre os benefícios da condução da avaliação
da conformidade Ex por meio dos sistemas
de acreditação e dos organismos de regulação;
internacionais de certificação do IECEx, podem ser
• Confiança entre os organismos de certificação e
destacados os seguintes:
laboratórios de ensaios acreditados; • Portabilidade de resultados de ensaios, de avaliações
• Marca IEC internacionalmente reconhecida e
de sistemas de gestão e de certificações;
acreditada;
• Disponibilidade instantânea às informações,
• Reconhecimento global pelas indústrias;
incluindo os sistemas de certificações on-line, com
• Certificação baseada em normas internacionais
acesso direto aos certificados de conformidade de
IEC 60079, publicadas no Brasil como ABNT NBR
empresas de prestação de serviços, competências
IEC 60079;
pessoais e equipamentos Ex;
• Processo aberto e transparente para todos os
• Necessidade de abordagem do ponto de vista de
organismos de certificação de pessoas, certificação de
ciclo total de vida das indústrias Ex, incluindo a
sistemas e laboratórios de ensaios;
certificação das empresas de prestação de serviços e
• Regras claras e bem definidas, de conhecimento
de competências pessoais em atmosferas explosivas;
público, com documentos operacionais elaborados
• Foco na base para a segurança Ex: classificação de
em conjunto pelos países membros e disponível para
áreas correta, seleção correta dos equipamentos Ex,
acesso público na internet;
instalação e inspeção inicial correta, inspeções periódicas
• Transparência no processo de avaliação e nos resultados;
corretas, bem como reparos e recuperações corretas
• Sistemas de certificação elaborados tendo como
dos equipamentos Ex, de acordo com os requisitos das
base as solicitações diretas das indústrias;
respectivas partes da série de normas IEC 60079.
• Consistência nos processos de avaliação da
Continua...
Dicas de instalação
134
O Setor Elétrico / Junho de 2014
A disponibilidade futura do cobre Por Milena Guirão Prado*
A disponibilidade futura de minerais está baseada nos conceitos de reservas e de recursos. As reservas são os depósitos que foram descobertos, estimados e avaliados para serem economicamente rentáveis. Os recursos são muito maiores e incluem as reservas, os depósitos descobertos que são potencialmente rentáveis e os depósitos ainda não descobertos, mas que estão previstos com base em pesquisa geológica preliminar.
De acordo com o United States Geological Survey
(USGS, 2013), a quantidade de reservas de cobre é de 690 milhões de toneladas e os recursos de cobre estão estimados em 3,5 bilhões de toneladas. Este último dado não leva em consideração a grande quantidade de depósitos de cobre encontrados em águas profundas e em sulfuretos maciços submarinos. As oportunidades de exploração atuais e futuras levarão a um aumento em ambas as reservas e recursos conhecidos. Do
Figura 1 – Reservas históricas de cobre versus produção anual de cobre em milhões de toneladas (USGS, 2013).
total de aproximadamente mil projetos de cobre direcionados para a exploração futura, cerca de cem já
Uso do cobre
• aumentar a taxa de sucesso na exploração profunda e em outras áreas mais difíceis;
estão em construção (Intierra, 2011). Também é importante notar que o cobre está
Com base nos estoques globais de cobre e no
• criar condições mais seguras para operar em
presente naturalmente na crosta terrestre em uma
modelo de fluxos (recentemente desenvolvido pelo
ambientes extremos;
concentração de 67 partes por milhão (ppm). Assim,
Instituto Fraunhofer), estima-se que dois terços das
• reduzir o consumo de energia e de água;
a quantidade total de cobre em depósitos acima de
550 milhões de toneladas de cobre produzidas desde
• aumentar as taxas de recuperação do produto
3,3 km (limite provável de futura mineração) está
1900 ainda estão em uso produtivo (Glöser, 2013),
quando semielaborado para permitir que os
estimada em 300 bilhões de toneladas (Kesler, 2008).
sendo que:
produtores processem minérios mais complexos.
Reservas e produção
• Aproximadamente 70% é utilizado em aplicações
Estas e outras inovações ainda desconhecidas
elétricas;
irão garantir que a produção de novas minas
Desde 2000 foram extraídas 180 milhões de
• Cerca de 55% é utilizado em construções, 15% em
continue fornecendo os suprimentos vitais do cobre.
toneladas de cobre e nesse mesmo período as reservas
infraestrutura, 10% na indústria, 10% em transporte
Além disso, a reciclagem do cobre desempenha um
conhecidas aumentaram em 290 milhões de toneladas.
e 10% na fabricação de equipamentos.
papel importante na disponibilidade deste metal.
Como resultado, as reservas/taxas de produção aumentaram de 26 para 39. De acordo com os dados
O cobre primário de hoje é o material
Inovação em mineração e reciclagem
da USGS, desde 1950 existem registros de que há
reciclado de amanhã (ou cobre secundário). Atualmente, a reciclagem do cobre é de cerca de
cerca de 40 anos de reservas de cobre e mais de 200
A tecnologia tem um papel fundamental na
9 milhões de toneladas, sendo gerada por meio
anos de recursos restantes, refletindo desta maneira os
abordagem de muitos dos desafios enfrentados pela
da sucata “velha”, no qual refere-se ao cobre
avanços tecnológicos e a evolução econômica que a
nova produção de cobre. A inovação liderada pela
contido em produtos que chegam ao fim de sua
mineração vem tendo ao longo dos anos.
indústria do cobre irá:
vida útil, e pela sucata “nova”, no qual é formada
135
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Figura 2 – Uso do cobre (estoque mundial). Glöser,2013.
durante os processos de produção e fabricação.
importantes nas emissões de CO2.
Isso significa que aproximadamente 35%
Com base no atual conhecimento sobre a
do consumo anual de cobre provém de material
disponibilidade geológica e na inovação contínua
reciclado.
da indústria, existem boas razões para acreditar que
o cobre continuará a ser um contribuinte vital e
O cobre é uma das poucas matérias-primas que
podem ser recicladas diversas vezes sem perder o seu
positivo para a sociedade no futuro.
desempenho. Vale a pena ressaltar que as principais partes interessadas, tais como os decisores políticos,
Referências
sucateiros, produtores de cobre e recicladores, devem
• GLÖSER,
tentar garantir que o metal seja reciclado e reutilizado.
TERCERO ESPINOZA, Luis A. A dynamic analysis
Simon;
SOULIER,
Marcel;
Consequentemente, para atender à demanda
of global copper flows. Global stocks, postconsumer
futura de metais, será necessária uma combinação de
material flows, recycling indicators & uncertainty
matérias-primas primárias, proveniente das minas,
evaluation. In Environ. Sci. Technol. (in press) DOI:
bem como de materiais reciclados.
10.1021/es400069b. Disponível em: <http://pubs.acs.
org/doi/abs/10.1021/es400069b>, 2013.
Enquanto isso, políticas e tecnologias inovadoras
devem continuar contribuindo para a melhoria do
• Copper statistics and information (USGS, 2013).
desempenho da reciclagem e a sua eficiência de
Disponível em: <http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/
recursos.
commodity/copper/>. • KESLER, S. E.; WILKINSON, B. Earth’s copper
Conclusão
resources estimated from tectonic diffusion of porphyry copper deposits. Geology 36(3), p. 255-258, 2008.
O cobre é o metal mais antigo da humanidade,
• TILTON, J.; LAGOS, G. Assessing the long-run
com mais de dez mil anos, e ainda desempenha um
availability of copper. Resources Policy 32:19-23(2007).
papel vital nas questões críticas para a sociedade.
•
Ele contribui para a nossa alimentação e saúde,
em: <http://www.icsg.org/index.php/publications>.
World Copper Factbook (ICSG, 2012). Disponível
sendo fundamental para proporcionar o acesso à energia nos países em desenvolvimento, permitindo
*Milena Guirão Prado é gerente de
melhorias importantes na eficiência energética e no
comunicação para América Latina da
aumento das fontes de energia renováveis e reduções
International Copper Association (ICA).
Referências técnicas
136
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.
Iluminação de ambientes de trabalho
Em março de 2013, foi publicada a ABNT NBR ISO 8995-1 – Iluminação
Já a iluminância no entorno imediato deve estar, segundo a norma,
de ambientes de trabalho, Parte 1: Interior, que substitui e cancela as
relacionada com a iluminância da área de tarefa, e convém que proveja
normas NBR 5413 e NBR 5382. O novo documento normativo foi baseado
uma distribuição bem balanceada da luminância no campo de visão. No
na internacional ISO 8995 e elaborado em conjunto com a Commission
entorno, a iluminância pode ser mais baixa que a da área da tarefa, mas
Internacionale de l’Eclairage (CIE). A norma aborda aspectos quantitativos
não pode ser inferior aos valores da tabela:
e qualitativos da iluminação para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente com conforto e segurança.
Iluminância da Lux
Em sua coluna nesta publicação, a arquiteta e coordenadora da
comissão normativa que analisou esta norma, Juliana Iwashita, explicou que o documento se destaca pelos seguintes requisitos: • Iluminação mantida para a área da tarefa e o entorno imediato;
tarefa
Iluminância
do entorno imediato
Lux
≥ 750
500
500
300
300
200
≤ 200
Mesma iluminância da área de tarefa
• Controle de ofuscamento pelo Método UGR – Índice de ofuscamento unificado;
O ofuscamento, por sua vez, é causado por luminâncias excessivas ou
• Reprodução de cor mínima para as diversas atividades e tarefas.
contrastes no campo de visão e pode prejudicar a visualização dos objetos. A norma recomenda os seguintes valores estabelecidos na tabela a seguir
De acordo com a ABNT NBR ISO 8995, a iluminação deve conferir
conforto, desempenho e segurança visual aos trabalhadores. Para
para o ângulo de corte mínimo para proteção de visualização direta da lâmpada.
isso, é necessário que seja dada atenção a todos os parâmetros que contribuem para o ambiente luminoso, sendo os principais: distribuição
Luminância da lâmpada Kcd/m2
da luminância, iluminância, ofuscamento, direcionalidade da luz, aspectos
Ângulo
de corte
mínimo
1 a 20
10°
A distribuição da luminância no campo de visão controla o nível de
20 a 50
15°
adaptação dos olhos, o qual afeta a visibilidade da tarefa. Sendo assim, as
50 a 500
20°
≥500
30°
da cor da luz e superfícies, cintilação, luz natural e manutenção.
faixas de refletâncias úteis para as superfícies internas mais importantes são:
Teto:
0,6 – 0,9
Paredes:
0,3 – 0,8
os requisitos de iluminação para diversos ambientes e atividades. A tabela,
Planos de trabalho: 0,2 – 0,6
transcrita a seguir, exibe alguns desses critérios. É indispensável que a norma
Piso:
seja consultada na íntegra para mais detalhes.
0,1 – 0,5
Entre outras inúmeras recomendações, a ABNT NBR ISO 8995-1 traz
137
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Planejamento dos ambientes, tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor Tipo
de ambiente,
Iluminância
tarefa ou atividade
mantida
Índice de
Índice de
ofuscamento reprodução
Ev lux
unificado
Saguão de entrada
100
22
60
Sala de espera
200
22
80
Áreas de circulação e corredores
100
28
40
Áreas
(UGRL)
de cor mínimo
Observações
(Ra)
gerais da edificação
Nas entradas e saídas, estabelecer uma zona de transição, a fim de evitar mudanças bruscas. Escadas e esteiras rolantes
150
25
40
Rampas de carregamento
150
25
40
Refeitório e cantinas
200
22
80
Salas de descanso
100
22
80
Salas para exercícios físicos
300
22
80
Vestiários, banheiros e toaletes
200
25
80
Enfermaria
500
19
80
Salas para atendimento médico
500
16
90
Estufas e sala dos disjuntores
200
25
60
Correios e quadros de distribuição
500
19
80
Depósitos, estoques e câmara fria
100
25
60
Expedição
300
25
60
Estação de controle
150
22
60
Tcp no mínimo 4.000 K
200 lux, se forem continuamente ocupados. 200 lux se forem continuamente ocupadas.
Lavanderias
e limpeza a seco
Entrada de mercadorias, marcação
300
25
80
Lavagem e limpeza a seco
300
25
80
Passar roupas
300
25
80
Inspeção e reparos
750
19
80
50
28
20
e distribuição
Subestações Instalação de abastecimento de combustíveis
As cores para segurança devem ser reconhecíveis.
Casa da caldeira
100
28
40
Salas de máquinas
200
25
80
Salas auxiliares
200
25
60
Para montagem alta: ver também 4.6.2 (da norma). Os painéis de controle frequentemente estão na vertical. Dimerização Salas de controle
500
16
80
pode ser necessária. Para trabalho com VDT, ver 4.10.v
Referências técnicas Tipo
138
de ambiente, tarefa ou atividade
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Iluminância mantida
Ev lux
Índice de
Índice de
ofuscamento
reprodução de
unificado
(UGRL)
cor mínimo
Observações
(Ra)
Escritórios Arquivamento, cópia, circulação, etc.
300
19
80
Escrever, teclar, ler e processar dados
500
19
80
Desenho técnico
750
16
80
Estações de projeto assistido por computador
500
19
80
Para trabalho com VDT, ver 4.10.
Salas de reunião e conferência
500
19
80
Recomenda-se que a iluminação
Para trabalho com VDT, ver 4.10.
seja controlável. Recepção
300
22
80
Arquivos
200
25
80
Área de vendas pequena
300
22
80
Área de vendas grande
500
22
80
Área da caixa registradora
500
19
80
Mesa do empacotador
500
19
80
Recepção, caixa e portaria
300
22
80
Cozinha
500
22
80
200
22
80
Varejo
Restaurantes
e hotéis
Recomenda-se que a iluminação
Restaurante, sala de jantar e sala de eventos
seja projetada para criar um ambiente íntimo.
Restaurante self-service
200
22
80
Bufê
300
22
80
Salas de conferência
500
19
80
Recomenda-se que a iluminação seja controlável. Durante o período da noite
Corredores
100
25
80
são aceitáveis baixos níveis de iluminação.
Fonte: Trechos da tabela “Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade de cor”, da ABNT NBR ISO 8995-1.
Espaço IEEE
140
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Estamos especificando a tensão dos para-raios corretamente? Por Cláudio Mardegan*
Nos
últimos
anos,
tenho
encontrado
ou maior do que a frequência nominal do sistema.
a) Tensão fase-terra do sistema em regime e sob
sistematicamente dimensionamentos de para-
Esta definição praticamente surgiu com a introdução
curto-circuito fase-terra
raios de maneira inadequada. Entre os principais
dos para-raios a MOV (Metal Oxide Varistor).
impactos de um dimensionamento equivocado de
Tensão residual – É a tensão que aparece nos
sobretensões de regime permanente e transitórias
um para-raios podem ser citados: (a) diminuição
terminais do para-raios quando da passagem de
de maneira a identificar as sobretensões máximas
de sua vida útil; (b) diminuição do nível de
uma corrente de impulso na forma de 8/20 μs.
que irão surgir nessas situações. Dependendo da
proteção aos equipamentos; e (c) explosão dos
kJ/kVUr ou kJ/kVUc – A energia que um para-
relação Xo/X1 (que define o tipo de aterramento
para-raios. Estes são os elementos que motivaram
raios consegue conduzir é normalmente provida
do sistema), quando de um curto-circuito fase-
a escrita deste artigo, cujo tema será desenvolvido
pelos fabricantes, sendo expressa por kilo Joules
terra em uma das fases, nas outras duas fases sãs
de maneira compacta e objetiva.
por kV da tensão nominal ou da MCOV.
do sistema, a tensão fase-terra poderá se elevar e
Devem ser feitas simulações de condições de
atingir valores até 173% do valor da tensão fase-
Definições básicas
Algumas normas
terra do sistema. De
MCOV – sigla que vem do inglês, Maximum
Continuous Operating Voltage, e corresponde ao
são as normas ANSI/IEEE Std C62 e IEC 60099.
As principais normas relativas aos para-raios
uma
maneira
simplificada
(sem
simulações), para os valores estimativos iniciais, os seguintes critérios podem ser utilizados:
maior valor de tensão para o qual o para-raios é projetado, de modo a operar continuamente com esta tensão aplicada aos seus terminais.
Determinação da Tensão Máxima de Operação Contínua (MCOV)
Sistemas solidamente aterrados – 0,80 x VMáx_Operativa_Sistema
Tensão máxima operativa do sistema – corresponde
Sistemas aterrados por impedância – 1,05 x
à classe de tensão em que as concessionárias podem
trabalhar. Por exemplo: em 13.8 kV é igual a 15 kV,
raios é a tensão a partir da qual ele começa a
Como já mencionado, a MCOV do para-
em 138 kV é igual a 145 kV, etc.
conduzir. A escolha desta tensão deve ser pautada
TOV – Uma sobretensão oscilatória, associada com
nos seguintes critérios:
especificações mais justas, visto que o fator de
chaveamento, falta (por exemplo, rejeição de cargas,
a) Tensão fase-terra do sistema em condições de
sobretensão nem sempre atinge o máximo de
falta fase-terra) ou não linearidades (ferroressonância,
regime e sob curto-circuito fase-terra;
173%. As tabelas e as figuras seguintes mostram
harmônicos) de duração relativamente longa, a qual é
b) Nível de proteção adequado dos equipamentos
algumas simulações típicas.
amortecida ou muito pouco amortecida. Em alguns
(coordenação de isolamento);
O para-raios acima estava mal dimensionado,
casos, sua frequência pode ser algumas vezes menor
c) Energia do para-raios.
veja o porquê na tabela seguinte:
VFF_Sistema Por meio de simulações, pode-se chegar a
Figura 1 – (a) Corrente em um para-raios de 28 kV e (b) Energia em um para-raios de 28 kV.
141
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Caso
Uc / Ur
Para-raios Polim H
(kV)
En (kJ/kV)
I (A rms)
Ipico (A)
1
28 / 35
26.11
22.2
53.5
2
29 / 36.3
15.75
14.9
38.8
3
30 / 37.5
8.60
9.1
26.2
4
31 / 38.8
3.01
3.9
13.3
5
32 / 40
Desprezível
Desprezível
Desprezível
Nota: Os para-raios simulados possuem uma energia de 13.3 kJ/kVUc. O dimensionamento muito justo pode levar ao mostrado no item b) seguinte.
Figura 2 – Coordenação de isolamento.
Figura 3 – Utilização de para-raios com MCOV abaixo da TOV (diminuição da vida útil).
do para-raios. Assim, no dimensionamento
[03] Aterramento e Proteção contra sobretensões
equipamentos (coordenação de isolamento)
dos para-raios deve-se escolher uma tensão de
em sistemas aéreos de distribuição – Coleção
O nível de proteção dado deve ser tal que
MCOV tal que ele não entre em condução para
Distribuição de Energia Elétrica – v. 7 – Eletrobras
coordene com a isolação dos equipamentos
faltas fase-terra, pois, ao invés de se ter um nível
– EDUFF 1990.
protegidos, ou seja, a tensão dos para-raios deve
de proteção maior, estaremos diminuindo a vida
[04]
ficar abaixo da tensão suportável pela isolação
útil do para-raios. A Figura 3 mostra os danos
Behavior of Arresters – Jonathan Woodworth –
dos equipamentos protegidos e ainda ficar acima
internos de para-raios a óxido de zinco (ZnO)
Arrester Works – Arrester Facts 013.
da tensão máxima definida no item a). A Figura
com a tensão de MCOV especificada para um
[05] IEEE Std C62.22-1997 – IEEE Guide For
2 seguinte ilustra o exposto [01],[04].
valor menor que a TOV.
The Application Of Metal-Oxide Surge Arresters
b) Nível
de
proteção
adequado
dos
A referência [01] e [04] cita uma margem c) Energia do para-raios
margem a partir de 20%. A referência [05] utiliza
Como pode ser observado na Figura 1, muitas
15% para a relação CWW/FOW e BIL/LPL e
vezes é necessário elevar a tensão do para-raios
20% para BSL/SPL.
para que ele atenda às condições de energia
absorvida.
utilizado para proteção contra sobretensões de curta-duração (alta frequência) e elevadas
Temporary
Overvoltage
For Alternating-Current.
a partir de 15% e a referência [03] cita uma
Deve-se ter em mente que o para-raios é
Understanding
Referências
*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. Publicou diversos artigos em revistas especializadas e ministrou inúmeras palestras técnicas (IEEEESW-Brasil, Cinase, Cinape, NR-10, etc.). É consultor, autor do livro
magnitudes. Por ter uma característica VxI com resposta mais próxima de um para-raios ideal,
[01] Equipamentos Elétricos – Especificação e
as pastilhas de óxido metálico têm sido as mais
aplicação em subestações de alta tensão – Furnas –
utilizadas atualmente. Estas pastilhas têm uma
1985 – Universidade Federal Fluminense.
vida útil que decai com o número de operações
[02] Norma IEC 60099-4.
Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais, patrocinado pela Schneider, e coautor do Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. É ainda membro sênior do IEEE.
Ponto de vista
142
O Setor Elétrico / Junho de 2014
Tarifas do setor elétrico: equilíbrio econômico-financeiro e qualidade dos serviços empresas, garantindo ganhos extraordinários a todas,
rigorosamente os contratos, que atendem unicamente
vem passando por uma reforma institucional, cujos
mesmo quando a qualidade de seus serviços é sofrível.
aos interesses das empresas, e deixam de lado os
objetivos seriam o aumento da competição, a melhoria
interesses do consumidor.
da qualidade dos serviços e a maior participação de
famigerado “equilíbrio econômico-financeiro” das
recursos privados na distribuição e transmissão do setor.
empresas está nos contratos de privatização, que
cujo nível de qualidade e continuidade dos serviços
No entanto, pode-se afirmar, o maior legado (negativo)
desconsidera o equilíbrio do orçamento familiar e a
tem despencado no Índice Anual de Satisfação do
deste período (que se convencionou chamar de “Nova
competitividade dos bens e serviços fornecidos pelo setor
Consumidor (IASC), ranking divulgado anualmente
República”) foram as mudanças introduzidas na forma
industrial e comercial, que têm na energia elétrica um
pela própria Aneel. Em 2011, a companhia estava em
de tarifação da energia elétrica.
insumo importante. Logo, responsabilizar adversários
quarto lugar, e em 2013 caiu para o 24º, em uma lista
A Lei 8.631, de 4 de março de 1993, promoveu
políticos pelas altas tarifas é politicar e camuflar o real
com 35 concessionárias.
uma profunda modificação na política tarifária,
problema. A responsabilidade é do governo federal (que
estabelecendo que os parâmetros de preços seriam
criou), que tem mantido a principal causa das tarifas
irrisórias recebidas pelo excesso de interrupções e por
propostos pelas próprias concessionárias, com a
estratosféricas de energia: os contratos de privatização
mortes por choques elétricos – que chegam a 37 óbitos,
homologação do Poder Concedente.
– feitos sob encomenda para que as concessionárias
desde 2012 (Bahia e Pernambuco são os Estados com
Com a liberalização econômica, a partir de
ganhem sempre.
maior número de mortes, vindo o Ceará, em 3º lugar).
1995, a tarifação adota a metodologia do “Preço Teto
Incentivado” (price cap), que fixa tarifas consideradas
tem contribuído para o aumento da inflação. Com a
em quatro anos (de 2010 a 2013) somou cerca de R$
“adequadas”
os
justificativa de que a energia das termoelétricas é mais
850 milhões. A Celpe foi ainda recompensada com
investimentos, e cobrir os custos operacionais, além de
cara – mais ainda com a contratação no mercado livre
um aumento na tarifa muito superior à inflação, e fica
receberem o benefício de reajustes e revisões.
–, os reajustes tarifários chegam a ser de duas a cinco
bem fora dos padrões da realidade econômica de seus
Na fórmula de cálculo do índice de reajuste, a tarifa
vezes o IPCA (inflação). E o consumidor deverá perder
usuários (mais de 80% são consumidores domiciliares).
está indexada ao IGP-M (índice geral de preços do
até 50% do desconto recebido na conta de luz, em
mercado), cuja evolução é bem superior ao IPC (índice
2013. Para 2015 e anos posteriores, antecipam-se mais
Bispo de Itu ou, como cidadão consciente, se insurgir
de preços ao consumidor) e ao IPCA (índice geral de
aumentos significativos na conta de luz.
contra mais este descalabro que avilta seus interesses
preços amplo), que regem os reajustes de salário e de
(tudo “legal” e com a conivência dos últimos governos).
preços ao consumidor. Na prática, enquanto o salário
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) refletem os erros
sobe pela escada, as tarifas elétricas sobem pelo elevador.
cometidos na condução da política energética. Os
Desde os anos de 1990, o setor elétrico brasileiro
para
remunerar
e
amortizar
Então, que fique bem claro, a “maracutaia” do
Neste início de ano (de 2014), a política energética
Os aumentos tarifários já autorizados pela Agencia
Um “passar de olhos” nos balancetes anuais dessas
consumidores atendidos pela AES Sul, do Rio Grande
empresas comprovam que os ganhos extraordinários
do Sul, tiveram um aumento médio de 29,54%. Os
das concessionárias se devem aos draconianos contratos
consumidores da Cemig, em Minas Gerais, foram
de privatização – em particular, os das distribuidoras.
surpreendidos em abril com um aumento de 14,82%
A noção de equilíbrio econômico, introduzida nos
e, em São Paulo, o aumento médio nas tarifas da CPFL
contratos de privatização (ou “de concessão”) como
Paulista foi de 17,23%. Para quatro distribuidoras no
mecanismo de proteção ao capital estrangeiro investido
Nordeste, os aumentos médios autorizados foram:
no setor elétrico, garante que os investimentos sejam
16,77% no Ceará; 11,85% em Sergipe; 14,82% na
sempre remunerados. E assim criou-se, no setor elétrico
Bahia; e 12,75% no Rio Grande do Norte.
brasileiro, o “capitalismo sem risco”.
Na prática, o que acontece, e está previsto em lei,
de um aumento médio de 18,13%. A justificativa para
é que as distribuidoras são ressarcidas por qualquer
este aumento exorbitante, frente a uma inflação de 5,68%
interferência que afete os preços da energia por elas
no período, foi o mesmo usado por todas as distribuidoras:
adquirida. O custo é sempre pago pelos consumidores
“pagaram mais caro pela energia comprada”.
(via tarifas), que subsidiam a saúde financeira dessas
Todos
Em Pernambuco, o pleito da Celpe junto à Aneel foi
os
pedidos
de
aumento
seguem
No caso da Celpe, o aumento premia uma empresa
Também deve ser levado em conta às multas
Nada disso abalou o lucro líquido da Celpe que,
Ao consumidor restam duas saídas. Reclamar ao
Basta! Revisão dos contratos já.
Por Heitor Scalambrini Costa, graduado em Física, mestre em Ciências e Tecnologias Nucleares e Doutor em Energética. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Agenda
144
4 a 6 de agosto
A Qualidade da energia elétrica: problemas e soluções
Descrição
Informações
Voltado a profissionais de concessionárias, prestadores de serviços e grandes empresas, o curso tem como objetivo analisar os problemas que afetam a qualidade de energia, tanto sob o ponto de vista da concessionária, como do ponto de vista do consumidor. Durante os três dias de aulas, serão debatidas técnicas práticas de solução visando solucionar os vários problemas de qualidade de energia.
Local:
Cursos
11 a 15 de agosto
Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
Introdução à automação de subestações
Descrição
Informações
O curso almeja apresentar alternativas de soluções de Sistemas de Automação e Subestações de Energia Elétrica (SAS) ou de Centros de Operação de Sistemas, discutindo topologias, metodologias e tecnologias atuais. Serão ministrados aos participantes, entre outros temas, conceitos básicos de um sistema de automação como a integração, subdivisão do sistema, equipamentos envolvidos, análises comparativas entre as diversas arquiteturas e protocolos de comunicação.
Local:
21 de agosto
Campinas (SP) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com
Fundamentos do setor elétrico brasileiro
Descrição
Informações
Conceitos de energia e suas aplicações; cadeia de valor do setor elétrico brasileiro, regulação e instituições do setor elétrico
Local:
brasileiro; política tarifária; bem como impactos socioambientais e licenciamento ambiental são os cinco módulos em que se dividem este curso. Assim, pretende-se dar ao aluno uma visão multidisciplinar do setor para que ele seja compreendido do ponto de vista físico, econômico, institucional e socioambiental.
São Paulo (SP)
25 e 26 de agosto
Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br
Projeto de PCI e EMC no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos
Descrição
Informações
Ministrado pelo engenheiro eletricista, Roberto Mena Barreto, este curso objetiva estudar as técnicas para o projeto de Placas de Circuito Impresso (PCI) e para o controle de interferências (EMC) necessárias ao desenvolvimento de Equipamentos Eletrônicos e Marcação CE. Fazem parte do programa: processo de solda (onda, refusão); Estudo de defeitos que causam retrabalhos e propostas de soluções; características EMC de equipamentos digitais; filtros e Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS); entre outros assuntos.
Local:
5 a 7 de agosto
Hortolândia (SP) Contato: qemc@qemc.com.br
Greenbuilding Brasil
Descrição
Informações
Evento de construção sustentável da América Latina, o Greenbuilding Brasil reúne profissionais da indústria da construção para mostrar a importância vital da consciência ambiental; a necessidade de políticas públicas de sustentabilidade e de capacitação profissional aliadas ao desenvolvimento econômico, melhoria de qualidade de vida e redução do uso de recursos naturais. O evento será composto por uma exposição e por conferência internacional. Em sua 4ª edição, realizada em 2013, o Geenbuilding Brasil foi visitado por mais de 9 mil pessoas, contou com 1.600 congressistas e 113 expositores.
Local:
20 de agosto
Eventos
O Setor Elétrico / Junho de 2014
São Paulo (SP) Contato: (11) 3893.1302 robson.caldas@clarionevents.com
4º Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética
Descrição
Informações
Voltado para gestores, técnicos e executivos do setor de energia; concessionárias de energia; empresas de engenharia industrial; ONGs; fornecedores de equipamentos; órgãos governamentais; entre outros, o curso quer debater e difundir tecnologias e experiências que possam ajudar no sentido de usar de forma racional a energia disponível e buscar fontes renováveis. Com essas medidas, segundo os organizadores, é possível reduzir o consumo de energia, diminuir custos e aumentar lucros, economizando e/ou buscando energias mais limpas e sustentáveis.
Local:
26 a 28 de agosto
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2262-9401 inscricao.planeja@gmail.com
Brazil Windpower 2014
Descrição
Informações
Aproveitando o bom momento da energia eólica no país – em 2013, foram contratados 4,7 GW, o maior recorde de contratação em leilões – a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), A Global Wind Energy Council (GWEC) e o Canal Energia realizarão na cidade do Rio de Janeiro mais uma edição do Brazil Windpower. Além de exposição em que participarão grandes empresas nacionais e multinacionais, o evento contará com uma conferência, na qual serão apresentados trabalhos técnicos de estudiosos do setor.
Local:
26 a 29 de agosto
Rio de Janeiro (RJ) Contato: info@brazilwindpower.org
Fenasucro
Descrição
Informações
Um dos eventos de grande referência em tecnologia e intercâmbio comercial para as usinas e profissionais, no Brasil e em 40 diferentes países, a Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro) é um importante encontro entre os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana. O evento cobre quatro grandes setores: agrícola, fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística.
Local: Sertãozinho (SP) Contato: (11) 3060-5000 info@reedalcantara.com.br
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Junho de 2014
11º Cobee 143 Congresso de Eficiência Energética (11) 5031-2707 abesco@anggulo.com.br www.cobee.com.br 28 Alubar (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Alumbra 26 (11) 4393-9300 sac@alumbra.com.br www.alumbra.com.br Anuário O Setor Elétrico 65 (11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br Arcoir 100 (11) 2115-7873 arcoir@arcoir.com.br www.arcoir.com.br Beghim 4 e 5 www.beghim.com.br BHS Eletrônica 111 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brazil Windpower 123 (21) 3154-9410 deny@canalenergia.com.br www.brazilwindpower.org
Cordeiro 89 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br Crouse-Hinds by Eaton 97 (15) 3353-7070 vendaschbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br Daisa 31 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Dutoplast 55 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton 47 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br Efe-Semitrans 49 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br Eletro Luminar 72 (11) 2106-3633 eletroluminar@eletroluminar.com.br www.eletroluminar.com.br Eletromar 57 0800 7242 437 www.hager.com.br
Brasformer Braspel 90 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br
Embrata 138 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br
Cabelauto 96 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br
Embramat 7 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br
Cablena 19 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
Enerbras 27 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br ERG 129 (16) 3942-1880 vendas@erglojanr10.com.br www.erglojanr10.com.br
Clamper Fascículo (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 51 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 22 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Conex 21 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br Connectwell 45 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br Copper 100 95 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br
EngePower 110 (11) 3579-8777 www.easypower.com/demo Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
ICE Cabos Especiais 59 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br Ideal Industries What’s wrong 11 4314-9930 ideal_brazil@idealindustries.com www.idealindustries.com.br IBT 103 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br IFG 71 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Incesa 39 0800 700 3228 www.incesa.com.br Instrumenti 8 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Instrutemp 86 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br Intelli 99 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Kanaflex 102 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 20 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 106 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 43 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br Líder Rio 75 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com
Megabrás 6 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com Melfex 133 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br Mersen 87 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com Mon-Ter 24 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 81 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Naville 9 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Newmax 104 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 13 e Fascículo (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 53 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 79 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Paratec 135 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 17 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br
145
Romagnole 37 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br Sarel 11 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 105 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sendi 119 (19) 3756-7348 sendi@cpfl.com.br www.sendi.org.br Siemens 33 www.siemens.com.br/3ts3us Siemens 85 www.siemens.com.br/protecao Sindustrial Engenharia 83 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Smart Grid 125 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br Strahl 91 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 101 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br TE Connectivity 137 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Telbra (11) 2946-4646 73 www.telbra.com.br Trael 131 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Trafomil 127 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 77 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br
Logmaster 74 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br
Perfil Líder 15 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
Luminárias Projeto 12 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br
RDI Bender 25 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
VR Painéis Elétricos 61 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
Gimi 84 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br
Magnet 112 e 113 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br
Real Perfil 35 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br
Walcenter 10 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br
Histec 18 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br
Média Tensão 23 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
Redes Subterrâneas de Energia 139 (48) 3248-3553 ace@ace-sc.com.br www.ace-sc.com.br
Wetzel 98 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br
General Cable 107 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Unitron 93 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br
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What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Junho de 2014
O que há de errado?
ação Ilustr
: Ma
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Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.
PREMIAÇÃO
Resposta da edição 99 (Abril/2014)
O leitor EDUARDO SALEH identificou corretamente
Nesta edição, o leitor que mandar a resposta mais completa, relatando as não conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries:
os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta
• Alicate amperímetro TightSight
a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT
660ACA CAT IV, código 61-764;
NBR 5410. A vencedora receberá, como premiação, um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras e uma inscrição gratuita em um curso a distância da Hilton Moreno Consulting.
Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas
e continuem participando!
Confira a resposta correta:
A foto apresenta algumas não conformidades dentre as quais: (a) uso indevido da cor azul
• Alicate decapador Stripmaster Métrico 0,75 a 6,00 mm², código 45-092-341; • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou
clara para identificação dos condutores de fase, assim como, por coerência, para identificação
acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião!
das barras que saem do dispositivo de proteção; (b) aparentemente, há indícios de que estes mesmos condutores azuis claros não estariam suficientemente protegidos contra sobrecorrentes pelo dispositivo de proteção a montante; (c) a fixação destes condutores azuis claros por meio de fitas plásticas ao barramento pode colocar em risco de dano mecânico e aquecimento indevido da isolação dos condutores.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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