O Setor Elétrico (Edição 101 - Junho 2014)

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Ano 9 - Edição 101 Junho de 2014

Segurança elétrica As responsabilidades do empregado e do empregador sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva

Dispositivos elétricos Pesquisa exclusiva revela aumento do uso de DR e DPS nas instalações e perspectivas de crescimento deste mercado

Telecomando em subestações assistidas Aspectos construtivos de fontes ininterruptas de energia



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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br

Pesquisa – Dispositivos Elétricos 82 A maioria dos fabricantes entrevistados apontou a desaceleração da economia brasileira como motivo que mais pode

Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com

influenciar negativamente o crescimento deste mercado em 2014. Certamente, por isso, as empresas projetaram um crescimento do mercado de apenas 6% para o ano em curso.

Painel de notícias 8

Coluna do consultor 122

Oferta de energia hidráulica caiu 5,4% em 2013; Edifícios se

É possível ter um “Padrão FIFA” nas instalações elétricas

mobilizam para atender à IT 41; Projeto obriga uso de energia

brasileiras?

limpa em prédios da União; Nexans lança aplicativo para Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

dimensionamento de cabos elétricos; AES Eletropaulo inaugura

Colunistas

nova subestação em São Paulo.

Michel Epelbaum – Energia sustentável

Fascículos 29

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Reportagem 62

Consultor técnico Hilton Moreno

A responsabilidade por fornecer os equipamentos de

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Bruno Gomes, Cláudio Mardegan, Danilo Brandão, Fernando Marafão, Flávio Gonçalves, Geraldo Rocha, Heitor Scalambrini, Hildo Guillardi, José Araújo, Luis de Pádua, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Milena Guirao, Nunziante Graziano, Osvaldo Santos, Paulo Lima, Paulo Serni, Rafael dos Santos, Rafael Pazi, Raniere Brito, Ricardo de Souza Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

segurança e treinar o funcionário é do empregador. Mas o que pode fazer o funcionário para preservar sua vida?

Condicionamento de energia 70 Revisão sobre aspectos construtivos e técnicas de controle do estágio de saída de fontes ininterruptas de energia.

Manutenção 108

124

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente

127 Jobson Modena – Proteção contra raios 128 João Barrico – NR 10 129 José Starosta – Energia com qualidade 130 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 132

126

Luis Fernando Arruda – Instalação MT

Dicas de instalação 134 Informações sobre disponibilidade futura do cobre.

Referências técnicas 136 Iluminação de ambientes de trabalho.

140

Estratégias de manutenção e aspectos de projeto para garantir

Espaço IEE

a disponibilidade e a confiabilidade do sistema de telecomando

Orientações visando especificar a tensão dos para-raios de

para subestações teleassistidas.

forma correta.

Aula prática – 116 Barramentos Blindados – Parte 4 Como selecionar elementos de proteção contra sobrecargas

Ponto de vista

142

Tarifas de energia e a dicotomia equilíbrio financeiro versus qualidade dos serviços.

Capa: Reggie Lavoie | Shutterstock.com Impressão - IBEP Gráfica Distribuição - Correio

e curto-circuito nos elementos terminais (derivações plug-in) e nas reduções de capacidade nominal em linhas longas de

Agenda 144

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

barramentos blindados.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos

Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Espaço Guia de Normas 120

Filiada à

FSC

meses.

Saiba mais sobre o sistema de aterramento, que deve estar

What’s wrong here 146

presente no SPDA e nas instalações elétricas de energia e de sinal.

Identifique o que existe de errado na instalação




Editorial

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O Setor Elétrico / Junho de 2014 Capa ed 101_D.pdf

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7/2/14

2:40 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 9 - Edição 101 Junho de 2014

Segurança elétrica As responsabilidades do empregado e do empregador sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva

O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 101 – Junho de 2014

Segurança: prioridade de todos

Dispositivos elétricos Pesquisa exclusiva revela aumento do uso de DR e DPS nas instalações e perspectivas de crescimento deste mercado

Telecomando em subestações assistidas Aspectos construtivos de fontes ininterruptas de energia

Edição 101

Grandes obras significam quase sempre grandes riscos, especialmente, para os envolvidos no trabalho mais braçal

das construções. Recentemente, o Brasil sofreu algumas transformações, envolvendo grandes projetos, que faziam parte dos preparativos para o Mundial de Futebol da Fifa. E não saiu ileso. Foram 12 estádios reformados ou construídos e sete vítimas fatais. Só na Arena Corinthians, foram três acidentes. Em novembro de 2013, a queda de um guindaste matou dois operários e em março deste ano, mais um funcionário morreu por não usar o cinto de segurança, que o prendia à estrutura.

Nas obras realizadas para a Copa do Mundo anterior, na África do Sul, houve duas mortes e, no Mundial de 2006,

na Alemanha, não houve vítimas. Os números brasileiros são preocupantes, mas dado muito mais alarmante é o que se vem registrando no Catar, região que deve hospedar o mesmo evento esportivo em 2022. De acordo com o relatório da International Trade Union Confederation, cerca de 1200 pessoas já morreram em obras de infraestrutura e construção de estádios naquele país. E a previsão é que haja pelo menos o dobro de óbitos ainda em decorrência desses projetos. Além das longas jornadas de trabalho, falta de estrutura e de segurança são os grandes causadores das mortes.

O paralelo com os acidentes registrados nas grandes construções para a Copa do Mundo ilustra a importância das

condições adequadas de segurança para os profissionais envolvidos. Em projetos envolvendo eletricidade, os riscos são tão altos quanto os existentes na construção civil. Como mostra a reportagem publicada nesta edição, a obrigatoriedade de fornecer os equipamentos de proteção individual e coletiva é da empresa empregadora, mas, não raramente, são encontrados trabalhadores que burlam as regras e deixam de usar um ou outro equipamento por considerá-lo desconfortável ou por dificultar a mobilidade. No caso da última vítima fatal, na Arena Corinthians, a polícia investiga as hipóteses de falha do equipamento de segurança e de que o operário tenha sido negligente, ao não se prender ao cabo de segurança.

Nesse sentido, vale lembrar que é dever da empresa fiscalizar o uso dos equipamentos de segurança por seus

funcionários. A Norma Regulamentadora nº 10 é clara ao dizer que as responsabilidades “são solidárias aos contratantes e contratados envolvidos”, especificando que os empregadores devem manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados e também adotar medidas preventivas e corretivas caso ocorra algum acidente. E os trabalhadores, da mesma maneira, devem também ser responsáveis por sua segurança e cumprir as determinações legais, no caso, fazer uso de todas as medidas preventivas.

O Catar é um dos países árabes mais ricos, graças à receita proveniente das jazidas de gás e petróleo na região, mas

carece de um arcabouço de medidas de segurança que preze pela vida dos seus trabalhadores. No Brasil, há diversas normas e leis que garantem condições mínimas de segurança do trabalho. Que todos os acidentes ocorridos, ao menos, sirvam de exemplo para os próximos grandes projetos que ainda serão realizados.

Boa leitura!

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Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Oferta de energia hidráulica caiu 5,4% em 2013 De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN), realizado pela EPE, isto ocorreu em decorrência das condições hidrológicas desfavoráveis observadas ao longo do ano Em razão das condições hidrológicas 2013 Fonte 2012 desfavoráveis observadas ao longo do período, houve (Em Mtep) (Em Mtep) redução da oferta de energia hidráulica em 2013: 121,5 Renováveis 119,8 o decréscimo foi de 5,4%. Estas informações foram 37,1 Energia hidráulica* 39,2 apresentadas pela Empresa de Pesquisa Energética 47,6 Biomassa da cana 43,6 (EPE) no Balanço Energético Nacional (BEN) 2014, 24,6 Lenha e carvão vegetal 25,7 documento publicado anualmente, cujo objetivo é consolidar a contabilidade energética brasileira, 12,3 Outras renováveis 11,4 mensurando a diferença entre oferta e consumo de 174,7 Não renováveis 163,6 todas as formas de energia produzidas no país inteiro. 116,5 Petróleo 111,4 O balanço mostrou também que houve recuo 37,8 Gás natural 32,6 da participação de renováveis na matriz elétrica. Em 16,5 Carvão mineral 15,3 decorrência da menor oferta hídrica, a contribuição, 3,9 Urânio (U3O8) 4,3 que era de 84,5% em 2012, caiu para 79,3% em *Inclui importação de eletricidade oriunda de fonte hidráulica. 2013, mesmo contando com a inserção de 1.724 MW na potência instalada do parque hidrelétrico brasileiro. Por sua vez, a participação da fonte eólica na matriz elétrica, que atingiu 2.202 MW, apresentou um crescimento de 30,2% em relação a 2012. Sobre as fontes térmicas, a pesquisa também apresentou um crescimento da sua participação na matriz elétrica brasileira entre 2012 e o ano passado. Usinas movidas a carvão mineral, gás natural e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo, tiveram sua contribuição aumentada de 1,6% para 2,6%; de 7,9% para 11,3%; e de 4,2% para 4,9%, respectivamente. Conforme a EPE, a energia térmica foi a principal responsável por atender ao aumento do consumo final de eletricidade em 2013, que foi de 3,6%, e teve como principais responsáveis os setores residencial e comercial. No total, a energia disponibilizada passou de 283,4 Mtep para 296,2 Mtep, contabilizando um aumento de 4,5%; o consumo final de energia (não apenas de energia elétrica) passou de 253 Mtep para 260,2 Mtep, acarretando em um aumento de 2,9%. A EPE também forneceu informações sobre as perdas na transformação de energia, que aumentaram 18%, de 30,4 Mtep para 36 Mtep. Conforme a EPE, isso ocorreu por causa do aumento da participação da energia térmica na matriz energética brasileira. Ainda segundo o balanço, a distribuição da oferta de energia em 2013 apresentou-se repartida da seguinte maneira: petróleo e derivados (39,3%); biomassa da cana (16,1%); gás natural (12,8%); hidráulica (12,5%); lenha e carvão vegetal (8,3%); carvão mineral (5,6%); lixívia e outras renováveis (4,2%) e urânio (1,3%). Sendo os setores que mais consumiram este tipo de energia: o industrial (33,9%) e o de transportes (32%)



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Edifícios se mobilizam para atender à IT 41 Pesquisa feita com 780 edifícios paulistas revela que 40% realizam manutenção prévia de suas instalações elétricas conforme a IT 41 antes mesmo da visita do Corpo de Bombeiros

O Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre)

em serviço pelo usuário, de forma a se verificar a

de segurança desprotegidas contra o fogo (26%);

e o Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo

conformidade com as prescrições desta norma”.

condutores elétricos instalados de forma inadequada

divulgaram pesquisa que avaliou 780 edifícios

(25%); e condutores elétricos sem isolamento ou

paulistas no sentido de verificar se eles estavam

amostra que foram visitados pelos bombeiros haviam

danificados (21%).

atendendo aos esquisitos da instrução técnica nº 41

realizado a manutenção ou reforma prévia de suas

(IT 41). Os dados foram coletados entre agosto e

instalações elétricas de acordo com os requisitos

do Departamento de Segurança Contra Incêndio

outubro de 2013 e a amostra abrangeu edificações

da IT 41. O restante (60%) não havia realizado

do Corpo de Bombeiros, os números da pesquisa

comerciais, residenciais e industriais com um perfil

manutenção prévia. Destes, 46% não apresentaram

revelam a movimentação do setor para se adequar

constituído por prédios novos e com idade superior

nenhum problema e 14% foram avaliados com

à norma, uma vez que 40% das edificações já

a cinco anos.

alguma inconformidade e por isso receberam o

haviam se preparado espontaneamente para

“Comunique-se”, indicação de que algum reparo se

atender a seus requisitos.

sempre que solicitado ou renovado o Auto

fazia necessário na instalação elétrica.

de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O

Antônio Maschietto, destaca a importância da norma

documento segue o item 7 da ABNT NBR 5410,

inconformidade e receberam a notificação dos

que, embora haja propostas no Congresso Nacional

segundo o qual, “qualquer instalação nova,

bombeiros, a maioria (18%) era de imóveis entre 10 e

para outros instrumentos de regulamentação, é

ampliação ou reforma de instalação existente deve

15 anos de existência. E as principais razões levantadas

atualmente “o único instrumento legal que nos

ser inspecionada e ensaiada durante a execução

para que eles recebessem o “Comunique-se” foi: partes

auxilia no processo de manutenção da segurança

e/ou quando concluída, antes de ser colocada

vivas expostas (42%); instalações elétricas do sistema

das instalações elétricas nas edificações”.

Instituída em 2011, a IT 41 é necessária

Constatou-se, então, que 40% dos prédios da

Entre os edifícios que apresentaram alguma

Para o tenente-coronel Adílson Antônio da Silva,

Neste sentido, o diretor-executivo do Procobre,



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dano elétrico gera 45% das indenizações de seguros a condomínios de SP Curtos-circuitos, variações de tensão e problemas no fornecimento são os grandes incidentes relativos à eletricidade

Danos na rede elétrica, como curtos-circuitos, variações de tensão

e prejuízos no fornecimento de energia, respondem por 44,7% das indenizações pagas a condomínios residenciais na cidade de São Paulo. As informações são de um estudo feito pela Lello, empresa especializada em administração condominial, em parceria com a Villa Vella Seguros, companhia do setor de corretagem. Os dados são baseados nos números de 2013.

Em segundo lugar entre as indenizações pagas por seguros

contratados ficaram as relativas à responsabilidade civil do condomínio, que cobre danos causados a condôminos ou a terceiros. Elas representaram 25,7% do total, enquanto as indenizações por quebras de vidros responderam por 13,4%.

De acordo com as empresas, a modalidade de seguro conhecida como

“cobertura ampla”, novidade no mercado, se tornou uma opção para os síndicos que querem proteger o condomínio contra problemas não cobertos na cobertura simples obrigatória, como desmoronamentos, alagamentos,

Problemas com eletricidade foram principal causa de indenizações em São Paulo.

terremotos e furacões. A vantagem principal é o valor pago por indenização aos condomínios. Na cobertura simples, os condomínios recebem R$ 10 milhões apenas no caso de incêndio, raio, explosões e quedas de aeronaves.

Na nova modalidade esse mesmo valor (R$ 10 milhões) é pago também em caso qualquer dano físico ao condomínio, como quebra de vidros, danos

elétricos, vendaval, impacto de veículos terrestres, tumulto, desmoronamento, alagamento, roubo de bens do condomínio, derrame de sprinklers e vazamento de tanques e tubulações.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Smart grid é solução para integrar redes de distribuição e planejamento urbano Durante o 10º Fórum de Redes Subterrâneas, discutiu-se também a importância de cabos subterrâneos para as redes inteligentes. Em evento paralelo, especialistas debateram gestão da iluminação pública no país

Os desafios visando à integração das atividades

de implantação de redes de distribuição de energia elétrica e o planejamento das cidades foi um dos temas abordados pelo presidente do Fórum Latino Americano de Smart Grid e diretor ECOee, empresa de consultoria na área de energia, Cyro Vicente Boccuzzi, durante o 10º Fórum de Redes Subterrâneas de Energia Elétrica. Este evento foi realizado paralelamente à Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública (Ilumexpo), entre 3 e 5 de junho de 2014 na cidade de São Paulo.

Em sua apresentação, Boccuzzi, destacou

a importância de se investir em smart grid, que é caracterizada pela automação e integração intensiva entre as tecnologias. Segundo o diretor da ECOee, as redes inteligentes trazem um novo cenário de oportunidades para que a expansão da rede de distribuição de energia elétrica ocorra

Realizado entre 3 e 5 de junho de 2014 na cidade de São Paulo, o 10 º Fórum de Redes Subterrâneas contou com palestras de especialistas, profissionais de distribuidoras de energia, representante da Aneel, entre outros

em concomitância com o planejamento urbano nas

Aparecido Pelegrini, que analisou os problemas

que poderia ser realizado por um órgão

cidades. Isto porque integra as infraestruturas de

e as alternativas possíveis para a repartição dos

independente, ou até pelos municípios e agentes,

energia e telecomunicações, que são os vetores

custos na implantação de redes subterrâneas,

que teria por responsabilidade o estudo da

tecnológicos para as cidades do futuro.

e dissertou sobre a necessidade de uma

definição dos itens de repartição de custos, da

governança centralizada para viabilizar estas obras

antecipação das obras e do planejamento, tanto

“uma oportunidade fabulosa de compartilhamento

compartilhadas.

de telecomunicação quanto de energia e que,

de custos para o poder público, porque, além

Segundo Pelegrini, as obras conjuntas

principalmente, segundo o diretor, estabeleceria

desses dois serviços fundamentais, pode ser passar

melhorariam não só o custo (que seria dividido),

um canal de comunicação mais ágil e frequente

a ter uma plataforma que permita integrar todos

como a imagem dos agentes envolvidos – sejam

entre os agentes.

outros serviços públicos: transporte e trânsito,

eles o município, distribuidores de telecomunicação,

segurança pública, gestão de resíduos, de saúde,

de energia elétrica, de gás –, que acabariam

a respeito do tema de redes subterrâneas, o

iluminação pública e outros”.

colaborando com a população ao fazer uma

Fórum contou também com palestras de agentes

obra civil apenas, e causando transtorno por um

de distribuição de energia. Destaque para o

redes inteligentes nas cidades e que elas, através

determinado momento, de uma só vez.

depoimento do ex-gerente da divisão de Engenharia

de suas prefeituras, terão que forçosamente investir

Durante a sua apresentação, o sócio-

da Manutenção da CPFL Energia e consultor da RAR

para viabilizar essa infraestrutura. Para ele, isso

diretor da Sinapsis mostrou que diversas obras

Consultoria, Ronaldo Antonio Roncolatto, que falou

irá começar pela energia elétrica, que implicará

de infraestrutura poderiam ter seus custos

sobre o Programa Cidades Inteligentes da CPFL na

em uma oportunidade de reduzir custos e acelerar

compartilhados, contudo, faltam regras e estudos

cidade de Campinas (SP).

a modernização e qualidade dos serviços. “E as

mais aprofundados em relação ao tipo de item

redes subterrâneas entram como um ingrediente

que pode ser compartilhado, sobre o custo e

(Aneel) também se fez presente por meio do

fundamental neste processo de transformação”,

qual seria a participação financeira de cada

superintendente de Regulação dos Serviços de

destacou o diretor.

agente nesta divisão.

Distribuição da Aneel, Carlos Alberto Calixto Matta,

que deu a visão do agente regulador a respeito

Para o especialista, as redes inteligentes trarão

Boccuzzi vê como inevitável a inserção das

Outra palestra de destaque no 10º Fórum

Para o fornecimento de diretrizes básicas

Objetivando fornecer uma visão mais abrangente

A Agência Nacional de Energia Elétrica

de Redes Subterrâneas foi realizada pelo sócio-

visando a realização de obras compartilhadas,

da conversão de redes de distribuição de energia

diretor da Sinapsis Inovação em Energia, Marcelo

Pelegrini sugere um modelo de governança,

elétrica aéreas para subterrâneas. Matta destacou


O Setor Elétrico / Junho de 2014

15

que o tema esteve presente na agenda regulatória da agência relativo ao biênio 2013/2014 e continua presente na agenda do biênio 2014/2015.

Conforme Matta, a Aneel está no momento avaliando a expansão dos

sistemas subterrâneos de distribuição e identificando a eventual necessidade de sua regulamentação e interface com os processos tarifários. A próxima ação da Aneel será abrir uma consulta pública no fim deste ano para avaliar uma regulamentação específica para conversão de redes aéreas em subterrâneas e definição de locais, técnicas e regras para a implantação de novas redes. “Espero em 2015 trazer para o próximo fórum a boa notícia de que teremos um regulamento”, finalizou o superintendente.

Ilumexpo

Paralelamente ao Fórum de Redes Subterrâneas, aconteceu a terceira

edição da Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública (Ilumexpo), que reuniu especialistas para discutir o futuro da iluminação pública no país, além de tendências, tecnologias e planejamento para essa área. O tema desta edição foi “Novos paradigmas e tecnologias para os atuais desafios da administração municipal na gestão da iluminação pública”.

Como não haveria de ser diferente, o principal assunto dos debates foi

a obrigatoriedade da transferência dos ativos de iluminação pública para as prefeituras até o final de 2014, conforme determina a resolução normativa da Aneel 414/10.

Na opinião do consultor e diretor da ECOee, Cyro Vicente Boccuzzi, as

cidades vão forçosamente ter que investir para viabilizar a infraestrutura necessária numa tentativa de diminuir custos e aceleração a modernização e a qualidade seus serviços à população. Segundo ele, para isso, será preciso aliar o interesse público com a competência técnica e de gestão, em modelos de parcerias público-privadas que possam assegurar serviços eficientes e sustentáveis, bem como trazer investimentos inviáveis de serem arcados exclusiva e unilateralmente através do poder público.

A coordenadora do Programa de Eficiência Energética do Instituto

Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Luciana Hamada, afirmou, em sua palestra, que a maioria dos municípios não possui os meios adequados para assumir esse tipo de gestão, faltando-lhes capacitação técnica; identificação de recursos, mapeamento dos equipamentos e estudos luminotécnicos, além de mecanismos de interação com a população.

Para os municípios que ainda não receberam os ativos de iluminação

pública, ele fornece algumas orientações para o sucesso dessa transferência, como o conhecimento do cadastro do sistema de iluminação pública; a definição da forma de gestão frente à nova demanda de operação e manutenção do serviço; a instituição da Contribuição do Custeio de Iluminação Pública (CIP); conhecimentos técnicos e normas de segurança.

Sobre a CIP, é importante lembrar que sua receita deve ser autorizada

por lei municipal e prevista no orçamento anual ou em crédito especial e para ser cobrada a partir de janeiro de 2015, ela deverá ser aprovada até dezembro de 2014.


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Chave seccionadora

Fusível

www.sarel.com.br

www.sob-brasil.com

Fabricada pela Sarel,

A Schurter está expandindo sua gama de

a chave seccionadora

fusíveis de alta tensão com o lançamento do

tripolar, modelo SRF,

modelo SHF 6.3x32, com capacidade de ruptura

pode ser instalada em

de 1.500 A e tensão nominal de 500 Vca nas

cabines de alvenaria ou

versões cartucho ou pigtail. Disponíveis em

em painéis metálicos para

correntes de 1 A a 8 A, os fusíveis de cartucho

uso abrigado. É produzida

podem ser utilizados em porta-fusíveis e clips,

em conformidade com a

que permitem a fácil substituição de fusíveis.

norma IEC 62271-103.

Seus contatos

principais móveis são do

O acionamento da seccionadora pode ser manual por meio de punho de manobra, por vara de manobra ou motorizado.

Segundo a empresa, uma ampla gama de clips e porta-fusíveis está disponível para este modelo de fusível. A versão pigtail permite ainda a

tipo dupla-faca, com contatos lineares e dispostos de forma que possam suportar

montagem direta em placas de circuito impresso.

os esforços resultantes das solicitações mecânicas e elétricas, já as partes

condutoras são de cobre eletrolítico tratadas galvanicamente com estanho ou prata.

três fases, em fontes de alimentação (UPS),

A estrutura suporte, onde são fixados os isoladores, é fabricada em

automação predial, conversores de frequência,

chapa de aço laminada dobrada, soldada, formando uma estrutura monobloco

eletrônica industrial e de potência, entre outras.

Indicado para aplicação em sistemas de

e tratada com pintura eletrostática a pó à base de epóxi. Os isoladores são do tipo suporte em resina epóxi ou porcelana de alta resistência mecânica e excelente rigidez dielétrica.

Este fusível está de acordo com a diretiva RoHS e em aprovação com cURus.

As chaves seccionadoras são fabricadas para as tensões de 7,2 kV a 36,2

kV, correntes nominais de 200 A a 1.250 A e curto-circuito simétrico até 31,5 kA.

Sensores de inclinação www.balluff.com.br

Os sensores de inclinação BSI, da Balluff, medem o desvio (inclinação) de um objeto em relação à

horizontal, em até 360°. São indicados para o controle preciso de posição e para o monitoramento contínuo de movimentos rotativos, trazendo segurança a inúmeros tipos de operações.

De acordo com a fabricante, os sensores podem ser aplicados na geração convencional de energia e na

produção de energia renovável eólica e solar, trazendo como vantagens: princípio de medição sem contato e absoluto para uma integração simples em seu sistema; precisão de 0,1° e desvio de temperatura reduzido para o controle preciso de vários tipos de processos; faixa de temperatura ampliada de -40 °C a 85 °C e corpo metálico compacto que permitem a aplicação sob condições extremas.

Aplicados em turbinas eólicas, destinadas à geração de energia eólica, os sensores de inclinação BSI

contribuem para que os parques eólicos tenham mais de 99% de disponibilidade, já que medem o ângulo de inclinação absoluto de forma confiável, evitando que os valores limites sejam excedidos, reduzindo a carga do gerador.

Os sensores são responsáveis pelo controle preciso de posição e para o monitoramento contínuo de movimentos rotativos em sistemas de geração de energia.


O Setor Elétrico / Junho de 2014

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Hastes de aterramento www.tramontina.com.br

A Forjasul Eletrik, fabricante de materiais elétricos com a marca Tramontina, destaca a

sua completa linha de hastes de aterramento. Trata-se de peças fabricadas com conexão cobre-cobre, que elimina problemas de contato e corrosão, e com alma de aço trefilado, que confere às hastes maior resistência e robustez, permitindo que elas sejam encravadas no solo diretamente, sem a necessidade de furação prévia.

Para eliminar a possibilidade de corrosão eletroquímica entre as duas camadas,

o sistema produtivo adotado pela companhia foi desenvolvido de modo que a parte de cobre seja perfeitamente fixada à alma de aço, comportando-se como um só metal. Outra característica construtiva é que a ponta das hastes de aterramento é feita a frio, preservando a dureza e resistência do material.

Uma recomendação da Forjasul Eletrik é que, após a sua instalação, todos os sistemas

de aterramento devam ser inspecionados pelo menos uma vez por ano, de modo a verificar se houve aumento de resistência acima de 20%. Se isso ocorrer, é preciso checar a origem do problema e atuar na sua correção para baixar a resistência, o que pode ocorrer pela substituição ou acréscimo de novas hastes de aterramento ao sistema.

As hastes são indicadas para uso em instalações que envolvam pararaios, colunas de alambrados, edifícios em geral e antenas.


Painel de normas

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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

Aneel aprova audiência pública sobre regulamentação de instalações de transmissão Audiência, que ficará aberta até 29 de agosto, debate o aprimoramento da regulamentação relativa ao plano mínimo e ao monitoramento de instalações de transmissão

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou no início de junho, durante reunião

pública de sua diretoria, a audiência pública nº 022/2014, cujo objetivo é discutir o aprimoramento da regulamentação que diz respeito ao plano mínimo e ao monitoramento de instalações de transmissão.

Sobre o assunto da audiência, a Aneel informa que a efetividade da fiscalização feita pela

concessionária depende da qualidade dos planos e dos critérios adotados por ele. Com o objetivo de aprimorar este processo, foi proposta uma metodologia de monitoramento e fiscalização remota da manutenção de instalações de transmissão. Dessa maneira, o acompanhamento da execução dos planos será contínuo.

A Aneel informa ainda que o monitoramento da execução dos planos de manutenção e a

fiscalização remota da manutenção dos equipamentos são ações de caráter complementar e não visam substituir as fiscalizações em campo.

Os interessados em dar contribuições podem enviar um e-mail até o dia 29 de agosto para o

endereço eletrônico: ap022_2014@aneel.gov.br. Uma sessão presencial para debater o assunto está marcada para o dia 30 de julho na sede da Aneel, em Brasília.

Projeto obriga uso de energia limpa em prédios da União Segundo o PLS 168/2013, os novos prédios da União deverão atender, no mínimo, 50% de suas necessidades energéticas para a produção de calor e de frio, por meio de energias renováveis

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou, em junho, o PLS 168/2013, que torna

obrigatório o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis para sistemas de aquecimento de água e condicionamento de ar em novos prédios da União. A proposta segue agora para a análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Segundo o projeto de lei, os prédios da União deverão atender, no mínimo, a 50% de suas

necessidades energéticas para a produção de calor e de frio, por meio de energias renováveis. As fontes escolhidas no PL são: biomassa sólida, líquida ou gasosa; radiação solar; energia geotérmica; e vento. O texto dá a opção de que a energia possa ser produzida localmente ou por meio de geração distribuída.

Para o relator do PLS 168/2013, que deu parecer favorável ao projeto, o senador Inácio Arruda

(PCdoB-CE), o futuro esgotamento da energia obtida a par tir de fósseis implicará a adoção em massa de fontes renováveis de energia em escala mundial. Arruda destaca que sairão em vantagem aquelas nações que planejarem com antecedência a transição para essa nova realidade.


Projeto que anistia dívidas de consumidores de energia elétrica avança na Câmara Dívidas foram contraídas pelos pequenos produtores rurais durante o Programa “Luz no Campo” de 1999

A Comissão de Minas e Energia da Câmara

Federal aprovou no início de junho o Projeto de Lei (PL) 661/07, que dá anistia a dívidas de consumidores de energia elétrica contraídas no âmbito do Programa “Luz no Campo” de 1999. Segundo o texto do projeto, a anistia será custeada com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo destinado à universalização dos serviços de energia que financia, entre outros, o programa “Luz para Todos”.

O programa “Luz no Campo” exigia o

pagamento por parte dos usuários das taxas de instalação da rede, o que acabou endividando os pequenos produtores rurais. O relator do projeto na Comissão de Minas e Energia, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), explica que agora estas pessoas ficaram inadimplentes e estão impossibilitadas de contrair empréstimos ou tomar outras iniciativas para melhorar sua condição de produção.

“São dívidas pequenas, em sua maioria, e,

por conta disso, acolhemos o que era objeto de vários projetos e apresentamos o parecer que foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia", esclareceu Jardim.

Para ser aprovado definitivamente, o PL

661/07 ainda terá de ser analisado pelas Comissões de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição, Justiça e Cidadania.

O PLS 168/2013 – que torna obrigatório

o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis para sistemas de aquecimento de água e aquecimento e condicionamento de ar em novos prédios da União – foi aprovado no início de junho pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal.


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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Eaton destaca soluções contra possível crise energética No início de junho, a empresa reuniu jornalistas para apresentar produtos que podem atender concessionárias de eletricidade e outras empresas em caso de crise energética no país em 2014

A exposição “Brasil de 20 Copas” conta, por meio de diversos recursos multimídia, bastidores e segredos vividos pela seleção brasileira durante as edições do evento esportivo.

A Eaton realizou no último dia 2 de junho uma apresentação com o objetivo de divulgar as soluções

tecnológicas que podem ser oferecidas pela companhia a concessionárias de eletricidade e demais empresas em caso de crise energética, aventada diante da escassez de chuvas em todo o país durante o ano de 2014, que diminuiu bastante os reservatórios das hidrelétricas brasileiras. A empresa focou sua apresentação em produtos e soluções para o aumento de eficiência e confiabilidade das concessionárias, bem como aumento do fator de potência e consequente redução do desperdício de energia por parte das empresas.

No tocante a soluções para concessionárias, foram destacados produtos-chave no âmbito de redes inteligentes,

tais como: religadores automáticos, reguladores e capacitores, que trabalham na qualidade da tensão da energia fornecida. Além disso, a empresa salientou suas soluções de software de cálculo que permitem a modelagem e a simulação do sistema para definir quais os pontos para uma melhor instalação dos equipamentos.

Já para as soluções direcionadas às empresas, a Eaton destacou os estudos de sistemas de potência,

mais especificamente, estudos de potência e qualidade de energia, nos quais são analisados o que o cliente possui na planta, todo o seu sistema elétrico, avaliados o fator de potência e recomendados o melhor banco de capacitores para sua instalação. E também equipamentos que compõem os painéis de baixa e média tensão, como disjuntores, que além de realizar a proteção, ajudam a monitorar a distribuição de energia dentro da planta, informando qual setor consome mais energia.

Eaton na Copa do Mundo

O local escolhido para o encontro com a imprensa especializada foi o Estádio Municipal Paulo Carvalho de

Machado, o Pacaembu, mais especificamente, o Museu do Futebol. O lugar poderia parecer inusitado para o encontro, mas havia dois motivos para tal. O primeiro deles é que a Eaton patrocina uma mostra temporária no espaço: a exposição “Brasil de 20 Copas” que, por meio de diversos recursos multimídia, conta bastidores, segredos e inúmeros detalhes vividos pela seleção brasileira durante todas as edições do evento esportivo.

A segunda razão, e a mais importante, é que a Eaton forneceu nobreaks para um dos estádios sede da

Copa. Além de fornecer este equipamento para que os sistemas que necessitam de energia permaneçam em funcionamento e, consequentemente, as partidas não sejam interrompidas, a Eaton forneceu nobreaks para a Comba Telecom implantar Sistema de Antenas Distribuídas (DAS), que irradiam o sinal RF celular (iDEN, 2G, 3G, 4G) em estádios sede. Ou seja, estes equipamentos possibilitaram a continuidade do acesso à internet móvel para quem acompanhou os jogos pelos smartphones e tablets.



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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Nexans lança aplicativo para dimensionamento de cabos elétricos Ferramenta é baseada no Sistema de Dimensionamento Nexans (SDN) e é adequada para as plataformas Android, iOS e web

Com o intuito de oferecer praticidade a projetistas, que, muitas vezes, necessitam

de ferramentas em tempo real em seus trabalhos, a Nexans lançou um aplicativo de dimensionamento de cabos elétricos. Baseado no Sistema de Dimensionamento Nexans (SDN), o aplicativo serve para os programas Android, iOS e para a plataforma web. Para o presidente da Nexans no Brasil, Marco Vitiello, o lançamento reitera o compromisso da empresa de contribuir com a sociedade e tornar o mundo um lugar mais seguro. “A partir do momento que o dimensionamento correto é realizado, a instalação passa a correr menos risco de uma sobrecarga elétrica e de um possível incêndio”, afirma Vitiello.

Por meio do aplicativo, o projetista pode realizar, via smartphone ou tablet, os cálculos

da seção ideal dos cabos na própria obra e salvar a informação no dispositivo ou enviar o relatório por e-mail. Para utilizar a ferramenta, o usuário deve inserir os dados do circuito, tais como modelo do cabo, local de instalação, e assim receber os cálculos baseados nas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 14039, que estabelecem as condições que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa e média tensão, respectivamente, para garantir a segurança das pessoas.

De acordo com a Nexans, o aplicativo ainda leva em conta três etapas consideradas

essenciais no dimensionamento dos cabos: o aspecto técnico, que resulta na menor seção ideal para cada aplicação; o aspecto econômico, que se baseia na menor seção e na menor perda de energia; e o aspecto ambiental, que junto com a menor perda de energia analisa a emissão de CO2 com a menor seção indicada.

Quem quiser acessar o aplicativo SDN da Nexans, deve fazer o download na AppleStore e Google Play ou acessar a ferramenta em www.nexans.com.br/sdn.



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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Empresa escocesa fornece energia temporária para centros de transmissão da Copa do Mundo Aggreko instalou equipamentos de energia e de climatização temporários no centro de transmissão internacional, nos complexos de transmissão local e nas placas de publicidade eletrônica dos estádios

A empresa escocesa Aggreko, especializada em fornecimento de energia temporária, resfriamento de processos e climatização, foi a provedora oficial de energia

temporária da Copa do Mundo de 2014. A companhia instalou os equipamentos de energia e climatização temporários no centro de transmissão internacional, nos complexos de transmissão local e nas placas de publicidade eletrônica (Leds) dos estádios.

O sistema de energia temporário garantiu o fornecimento de energia exigido para que os equipamentos utilizados pelas transmissões dos jogos, como câmeras,

microfones, computadores e antenas, funcionassem sem falhas.

Já as soluções de climatização serviram para garantir que os equipamentos de transmissão, do centro e dos complexos, que são sensíveis ao calor e podem

superaquecer, fossem mantidos na temperatura certa. Além disso, estes equipamentos deixaram o clima ameno nos locais, levando conforto aos jornalistas.

No total, a Aggreko forneceu 50 MW de energia, sendo 12 MW para o Centro de Transmissão Internacional e 38 MW para as placas de publicidade eletrônica e os

Complexos de Transmissão Local. Esta energia foi transmitida via cabos, totalizando 150 km de extensão, e distribuída por aproximadamente 1000 painéis que foram operados e monitorados por cerca de 100 profissionais, entre engenheiros e técnicos.

Instalado no Riocentro, o Centro de Transmissão Internacional – responsável pelo envio de imagens para os países do exterior – foi apoiado e recebeu informações

e imagens dos jogos dos Complexos de Transmissão Local, por sua vez, montados em cada um dos 12 estádios da Copa.

Usina solar do Mineirão já gerou mais de 300 MW/h em dois meses Construída pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Minas Arena e o banco alemão KfW, a usina tem uma potência de 1,42 MWp A Usina Solar Fotovoltaica (USF) do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), já gerou em pouco mais de dois meses, desde sua inauguração, mais de 300 MW/h, energia suficiente par abastecer, em média, 1200 residências durante este período. Contudo, somente 10% dessa energia gerada retorna para ser utilizada pelo estádio de futebol.

Construída pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Minas Arena e o banco alemão KfW, a usina tem uma potência de 1,42 MWp

(megawatts-pico) e cerca de seis mil módulos fotovoltaicos instalados em uma área de cerca de 9.500 m² da cobertura do estádio.

Em razão da usina solar fotovoltaica, o Mineirão recebeu o selo Leed Platinum do U.S. Green Building Council (USGBC), tornando-se o primeiro e único do país a

ganhar a qualificação máxima. Foi também o primeiro estádio com esta certificação a participar de uma Copa do Mundo.



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O Setor Elétrico / Junho de 2014

AES Eletropaulo inaugura nova subestação em São Paulo A Estação Transformadora de Distribuição (ETD) Juscelino Kubitschek foi construída no bairro do Itaim Bibi e deve atender cerca de 300 mil habitantes

A fim de melhorar a qualidade do serviço, fornecendo mais segurança, agilidade

e confiabilidade do sistema elétrico de parte da zona sul da cidade de São Paulo, a AES Eletropaulo inaugurou, no bairro do Itaim Bibi, a Estação Transformadora de Distribuição (ETD) Juscelino Kubitschek. Foram investidos mais de R$ 80 milhões na obra, que possui 120 MW de capacidade, o suficiente para atender a cerca de 300 mil habitantes nas imediações.

Conforme a concessionária, a ETD foi projetada seguindo o padrão arquitetônico

da região. Dessa maneira, os transformadores estão localizados em um prédio com proteção acústica para evitar ruídos e tanto sua linha de transmissão em circuito duplo de 88 mil volts quanto seus circuitos de distribuição em 13,8 mil volts foram enterrados, contabilizando cerca 10 km de cabos subterrâneos.

A nova subestação foi equipada também com sistemas de controle que

possibilitam o acesso remoto por meio do Centro de Operação do Sistema da AES Eletropaulo (COS), localizado em Alphaville, Barueri, e uma rede de comunicação via

Os transformadores da ETD Juscelino Kubitschek estão localizados em um prédio com proteção acústica para evitar ruídos

fibra ótica, que possibilita a operação à distância.

Além do Itaim Bibi, mais 11 bairros serão beneficiados com a nova ETD. São eles: Campo Belo, Indianópolis, Vila Uberabinha, Vila Olímpia, Brooklin Paulista, Jardim

Luzitânia, Vila Nova Conceição, Parque do Ibirapuera, Paraíso, Jardim Paulista e Jardim Europa.



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O Setor Elétrico / Junho de 2014

S&C implanta soluções de confiabilidade na Arena Corinthians Sistema garante fornecimento ininterrupto de energia elétrica no novo estádio, em São Paulo

Com o objetivo de melhorar a confiabilidade do sistema de energia na Arena Corinthians, a

S&C Electric instalou uma chave para distribuição subterrânea automatizada no estádio, solução que vem sendo utilizada pela AES Eletropaulo por mais de 10 anos na área de concessão da empresa.

No caso de uma per turbação no sistema de energia, o Painel Vista® automaticamente

comuta o suprimento a uma rede de distribuição alternativa que abastece o estádio, garantindo o fornecimento contínuo de energia.

“Com as chaves de distribuição subterrânea Vista®, a confiabilidade, a segurança e a

eficiência da rede é melhorada”, afirmou o gerente geral da S&C Brasil, Cleverson Takiguchi.

Além disso, o Painel Vista também é submergível, tornando-se ideal para a instalação

nos vãos elétricos subterrâneos que abastecem a Arena Corinthians e que estão sujeitos a inundações.

Além da solução de automatização do estádio, a S&C forneceu também chaves de manobra

para garantir a confiabilidade do sistema de subtransmissão que alimenta as subestações fornecedoras de energia à arena. As chaves Mark V Circuit-Switcher, instaladas diretamente nas torres de subtransmissão, possibilitam à AES Eletropaulo manobrar os circuitos, transferindo a alimentação das subestações de maneira rápida e segura, fato que aumenta a confiabilidade e robustez do sistema de subtransmissão.

Segundo a empresa, Painel Vista garante o suprimento contínuo de energia à Arena Corinthians.


Apoio

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PROTEÇÃO DE GERADORES Geraldo Rocha e Paulo Lima

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Capítulo VI – Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas, falha de disjuntor e energização inadvertida

• Proteção de potência reversa • Proteções de correntes desequilibradas (Ansi 46) • Falha de disjuntor e energização inadvertida • Proteção contra energização inadvertida

CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa

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Capitulo VI – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão em invólucros metálicos

• Classificação TTA • Classificação PTTA • Verificação das características construtivas e de desempenho • Conceito de CMC de potência de baixa tensão

INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi

44

Capítulo VI – Lista de verificação para prontuário, projetos e ensaios elétricos

• Procedimentos de trabalho em área de risco • Projetos • Ensaios elétricos • Ensaios de alta tensão

MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo VI – Avaliação do isolamento em transformadores de potência

• Características dos sistemas de isolamento • Perdas no sistema de isolamento • Ensaios e avaliação do isolamento

56

Fascículos

• Procedimentos de treinamento de profissionais


Proteção de geradores

Apoio

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Capítulo VI Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas, falha de disjuntor e energização inadvertida Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*

Proteção contra motorização e correntes desbalanceadas

fosse um motor. Esta condição é denominada

As funções de proteção contra motorização

motorização. Já correntes desequilibradas nos enrolamentos

ou potência reversa (ANSI-32) e de desequilíbrio

do estator implicam na existência de correntes

de corrente ou sobrecorrente de sequência

de sequência negativa. A corrente de sequência

negativa (ANSI-46) são consideradas proteções

negativa produz um campo girante no entreferro

para condições anormais de operação do gerador.

da máquina, que também gira na velocidade

Se a turbina perder potência durante a

síncrona, mas com direção reversa se comparada

operação normal da máquina, o gerador passa

ao campo normal de sequência positiva. Este

a consumir potência ativa do sistema, como se

campo novo induz correntes no rotor, cuja

Figura 1 – Proteção de potência reversa (32) e correntes desequilibradas (46).


Apoio

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frequência é o dobro da frequência síncrona. Essas correntes

Como já mencionado anteriormente, a motorização

causam sobreaquecimento no rotor e podem eventualmente

ocorre quando há perda de potência da turbina durante

causar danos ao rotor.

operação normal da máquina de um motor. Esta condição é denominada motorização.

Proteções de potência reversa (Ansi 32)

Em turbinas a vapor, a motorização ocorre quando é

O plano complexo de potência mostrado na Figura 2 serve

cortado o suprimento de vapor. Nas turbinas a gás e diesel,

para analisar o fluxo de potência ativa e reativa entrando e

a motorização ocorre quando é cortado o suprimento de

saindo do gerador. O diagrama mostra que a máquina opera

combustível. Em turbinas hidráulicas, a perda parcial ou total

como um motor quando absorve potência ativa.

da água vinda pelo conduto forçado resulta na redução da

potência mecânica para o gerador.

A motorização pode causar danos à turbina. Quando o fluxo

normal de vapor é interrompido, a refrigeração natural que ele produzia também será perdida, gerando sobreaquecimento nas lâminas de ferro do estator e no rotor da turbina.

Nas turbinas a gás, as engrenagens de acoplamento da

turbina com outros elementos, como o compressor, podem sofrer danos quando ocorre a motorização. Já em um motor a diesel, se for aplicada alguma potência proveniente do gerador em uma condição de motorização, o motor pode sofrer sérios danos no acoplamento mecânico. Figura 2 – Plano complexo de potência.

Em turbinas hidráulicas, a motorização pode produzir


Proteção de geradores

Apoio

32

cavitações, que podem causar danos nas lâminas. Em

alguns casos, a turbina hidráulica pode ser projetada para

limite do elemento em 50% da potência de motorização,

operar como compensador síncrono, sendo insignificantes

com temporização entre 15 e 30 segundos, para evitar

os danos resultantes. Nesses casos, não é necessária a

operação durante oscilações transitórias de potência. Esses

proteção contra motorização.

valores podem variar dependendo das recomendações do

fabricante da turbina.

A Figura 3 mostra uma comparação dos valores típicos

O elemento 32P1 detecta a potência reversa. Ajuste o

de potência reversa necessários para girar um gerador com

a velocidade síncrona. Esses valores são típicos e os valores

a vapor de danos que podem ocorrer nos casos de baixos

reais devem ser fornecidos pelos fabricantes, sendo de grande

valores de geração. O tipo de turbina a vapor usada vai

importância na escolha do tipo de esquema de proteção e dos

determinar os ajustes do limite e a temporização do segundo

ajustes necessários para minimizar os danos na máquina.

elemento (32P2).

Nota-se que algumas turbinas precisam de 0,2% a 2% da

O segundo elemento é usado para proteger as turbinas

Na ocorrência de eventos de potência reversa, deverão

potência nominal para girar a máquina à velocidade síncrona.

ser desligados os disjuntores principais do gerador, o

Para detectar essa condição, um relé tem de ser muito sensível.

disjuntor de campo e a turbina.

Esses valores são conhecidos como potências de motorização. Proteções de correntes desequilibradas (Ansi 46)

Correntes desequilibradas nos enrolamentos do estator

implicam na existência de correntes de sequência negativa. A corrente de sequência-negativa produz um campo girante no entreferro da máquina, que gira na velocidade síncrona, mas com direção reversa se comparada ao campo normal de sequência positiva.

Este campo induz correntes no rotor, cuja frequência

é o dobro da frequência síncrona. Essas correntes de frequência dupla causam sobreaquecimento no rotor e Figura 3 – Valores típicos de potência reversa necessários para girar um gerador com velocidade síncrona.

podem eventualmente causar danos ao rotor.

ferro pode atingir valores intoleráveis. Os danos resultantes

Um relé de potência reversa ou direcional de potência

mede a potência ativa: P = 3 . V . I . cos ϕ

O relé pode ter uma curva de tempo-definido ou tempo-

inverso, dependendo do projeto do relé. A Figura 4 mostra a característica da proteção de potência reversa no plano complexo de potência. Esta proteção em particular é composta de dois elementos, 32P1 e 32P2. Ambos são de tempo definido.

A temperatura das bordas, dos anéis e do núcleo de

podem causar paradas prolongadas para reparo do gerador. Curtos-circuitos desequilibrados não são a única causa de desbalanços nos enrolamentos do gerador. Faltas série, como condutores abertos, um ou dois, podem também produzir uma quantidade relativamente grande de sequência negativa. Condições diferentes, tais como cargas desbalanceadas e assimetria das linhas de transmissão, também podem causar desequilíbrios nos enrolamentos do estator.

É prática comum equipar o gerador com proteção contra

condições externas de desbalanço que podem causar danos à máquina. Os relés microprocessados modernos são capazes de detectar correntes de sequência negativa de valores tão baixos quanto a capabilidade contínua do gerador. A Figura 5 mostra as características típicas dessa proteção. O valor mínimo de partida (pickup) pode ser Figura 4 – Elemento direcional de potência.

ajustado em 2% da corrente nominal do gerador.


Apoio

33


Apoio

O excesso de corrente desequilibrada vai provocar

Proteção de geradores

34

falha nos equipamentos e deve ser considerado como um problema elétrico grave. Os disjuntores principais do gerador devem ser desligados em caso de correntes excessivamente desbalanceadas.

Falha de disjuntor e energização inadvertida Se o disjuntor do gerador ou do grupo gerador transformador falhar quando receber uma ordem de trip de um dos relés de proteção do gerador, os disjuntores locais de retaguarda devem ser abertos automaticamente para eliminar o defeito que causou originalmente a atuação dos dispositivos de proteção. A proteção de falha de disjuntor propicia essa abertura automática dos disjuntores para eliminar a falta.

Basicamente, o relé de falha de disjuntor (50BF) é um

dispositivo de sobrecorrente de tempo definido cuja operação é iniciada pela proteção principal (a mesma que dá trip no disjuntor principal). Se a ordem de trip e a sobrecorrente persistirem além de um certo tempo (por exemplo, 0.2 s), Figura 5 – Sobrecorrente de sequência negativa.

O diagrama da Figura 6 mostra uma proteção de gerador

com capabilidade de sequência negativa contínua de 8% e tempo curto de 10 segundos.

O relé de proteção deve ser ajustado imediatamente

abaixo desses limites para fornecer a melhor proteção para correntes desbalanceadas. Um alarme de tempo definido com nível bem baixo, ajustado com partida em torno de 3% e temporização de 60 segundos, vai avisar o operador da existência de correntes desequilibradas causadas por um

o disjuntor principal é considerado como tendo falhado na abertura e o 50BF emite um comando de trip para todos os disjuntores de retaguarda locais.

A proteção de falha de disjuntor deve considerar o arranjo

de barras da SE. Barra simples Em um arranjo tipo barra simples, se o disjuntor 1 receber uma ordem de trip e não abrir, o esquema de falha de disjuntor deverá abrir os disjuntores 2, 3 e 4 conforme mostra a Figura 7.

condutor aberto.

Figura 7 – Arranjo de barra simples.

Barra em anel Conforme a Figura 8, para um barramento em anel, Figura 6 – Proteção de sobrecorrente de sequência negativa.

somente um disjuntor adicional na subestação necessita


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Disjuntor e meio

ser desligado. Com este esquema, se ocorrer um defeito no gerador da esquerda, a proteção envia um sinal de trip para

os disjuntores 1 e 2.

de falha de disjuntor depende do disjuntor envolvido. No

esquema da Figura 9, se ocorrer um defeito no gerador, a

Se o disjuntor 1 falhar na abertura, o esquema de falha

No caso de um arranjo do tipo disjuntor e meio, o esquema

de disjuntor associado deverá enviar um sinal de trip para os

proteção dará trip nos disjuntores 1 e 2.

disjuntores 2 e 3.

Se o disjuntor 1 falhar na abertura, o esquema de falha de

Adicionalmente, o esquema de falha de disjuntor deverá

disjuntor deverá dar trip nos disjuntores 2 e 4 e em qualquer

também enviar um sinal de transferência direta de trip

outro disjuntor que esteja conectado à barra esquerda. Se o

para o terminal remoto da linha que sai do ponto entre os

disjuntor 2 falhar na abertura, o esquema de falha de disjuntor

disjuntores 1 e 3.

deverá dar trip nos disjuntores 1 e 3.

O esquema deverá também enviar um sinal de transferência

de trip direto para o terminal remoto da linha que sai do ponto entre os disjuntores 2 e 3.

Figura 8 – Arranjo de barra em anel.

Figura 9 – Arranjo disjuntor e meio.


Proteção de geradores

Apoio

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Esquema de proteção básico

Em aplicações de disjuntor e meio ou barra em anel, o elemento

O diagrama lógico mostrado na Figura 10 exemplifica

50 de um disjuntor pode não ser ativado até a abertura do disjuntor

um esquema básico de falha de disjuntor. Esse esquema

associado. Nestas circunstâncias, este esquema reduzirá o tempo

básico é para um arranjo de barra simples com disjuntor

total de eliminação do defeito do disjuntor.

simples. Durante uma falta, o elemento 50 e o relé de proteção da linha são habilitados. A saída da porta AND é

Proteção contra energização inadvertida

ativada e parte o temporizador 62. Se as entradas do trip e

do elemento 50 permanecerem ativadas até esgotar o tempo

ou barra em anel possuem grande flexibilidade. Contudo, essas

do 62, é declarada uma condição de falha do disjuntor.

configurações também aumentam a possibilidade de um erro

Geradores conectados em uma configuração disjuntor e meio

operacional que resulte em energização acidental do gerador, conforme mostra a Figura 12.

A flexibilidade operacional da configuração disjuntor e meio ou

barra em anel permite que um disjuntor seja retirado de operação para manutenção enquanto o gerador permanece operando. Quando o gerador é retirado de operação, os disjuntores geralmente retornam à operação para completar um vão ou o anel. Nesses casos, uma chave seccionadora isola o gerador. Os esquemas de controle Figura 10 – Esquema de proteção básico.

O esquema é resetado quando ocorrer o dropout de qualquer um dos elementos.

Esquema de proteção multidisjuntores

Este esquema é recomendado para os arranjos de disjuntor

simples, disjuntor e meio e barra em anel. Em um arranjo complexo de barramento, cada disjuntor deve ter seu próprio temporizador ou temporizadores.

devem ser cuidadosamente projetados para evitar o fechamento da seccionadora em ocasiões não apropriadas.

Para completar o problema, quando o gerador é retirado

de operação, algumas proteções também podem ser retiradas de serviço para manutenção. Embora não esteja representado na figura, um gerador também pode ser energizado acidentalmente pelo serviço auxiliar.

Outra possibilidade de ocorrência de energização inadvertida

em geradores é o flashover em disjuntores. Os disjuntores de alta velocidade, com espaçamento pequeno entre os contatos, podem sofrer stress dielétrico severo. A probabilidade de descargas (flashover) é muito maior imediatamente antes da sincronização ou imediatamente após a abertura do disjuntor.

Nessas ocasiões, podem surgir tensões de até 2.0 p.u. entre os

contatos do disjuntor devido ao escorregamento do gerador em comparação ao sistema. Quando ocorre uma descarga, geralmente são envolvidos um ou dois pólos, resultando em um fluxo significativo de correntes desequilibradas. Este é um tipo de falta no disjuntor que deve ser detectada e isolada o mais rápido possível. Figura 11 – Esquema de proteção multidisjuntores.

Quando um gerador é retirado de operação, a frequência

cai e a saída do relé de subfrequência é habilitada. Esta saída

Quando a entrada do trip é habilitada, ocorre a partida do

temporizador 62. Se o elemento 50 estiver habilitado quando se esgotar o tempo do 62, o esquema declara uma condição de falha de disjuntor. Se a entrada do trip for desativada antes de expirar o tempo do 62, o temporizador reseta. Neste esquema, a temporização é iniciada pelo comando de trip. No esquema básico, a temporização não começava até que o elemento 50 também fosse ativado.

permanece habilitada até que o gerador volte a operar com a frequência do sistema. O contato de saída de um relé de sobrecorrente com ajuste sensível pode ser colocado em série com a saída do relé de subfrequência. Durante uma condição de energização indevida, a operação do relé de sobrecorrente pode ser usada para isolar o gerador.

Igualmente, os relés de subtensão também podem ser usados


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impedância pode ser instalado olhando para dentro do gerador e proporcionando proteção contra energização indevida. Deve ser realizado um estudo de estabilidade para garantir que o relé não atue durante oscilações de potência estáveis. Como essas soluções requerem uma fonte de tensão, as práticas de operação devem ser analisadas. Talvez seja necessário usar uma fonte de tensão separada para a proteção de energização inadvertida.

Figura 12 – Arranjo disjuntor e meio.

para supervisionar um relé de sobrecorrente com ajuste sensível. Um relé de sobrecorrente direcional também pode ser usado. Porém, as características direcionais devem ser escolhidas cuidadosamente de forma que não comprometam a capacidade do gerador em condições subexcitação.

Os elementos de sobrecorrente devem ser verificados

para garantir que os limites térmicos do gerador não sejam excedidos durante períodos de geração máxima. Um relé de

*Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em Proteção de Sistemas Elétricas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É atualmente gerente de Marketing e Engenharia de Aplicação na Schweitzer Engineering Laboratories e professor titular do curso P4 - Filosofias de Proteção de Geradores da Universidade SEL. PAULO LIMA é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, com ênfase em Sistemas Elétricos. Atua na SEL como engenheiro de aplicação e suporte técnico para clientes nos serviços e soluções para controle, automação e proteção nas áreas de geração, transmissão, distribuição. FIM Acesse todos os capítulos desta série em www.osetoreletrico. com.br. Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para redacao@atitudeeditorial.com.br


Conjuntos de manobra e controle de potência

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Capítulo VI Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão em invólucros metálicos Por Luiz Felipe Costa*

Nas instalações elétricas em corrente alternada,

circuitos principais associados.

com até 1.000 V eficazes entre fases, ou em

A norma brasileira aplicável, atualmente,

corrente contínua, com até 1.500 V entre polos,

a este tipo de equipamento é a ABNT NBR IEC

existe a possibilidade de se utilizar conjuntos de

60439-1, a qual, apesar de seu documento IEC

manobra e controle de baixa tensão, como o tipo

de origem já ter sido substituído por uma revisão

mostrado na Figura 1, atendendo as definições e

técnica em janeiro de 2009, ainda é válida no

recomendações das respectivas famílias normativas

território nacional.

da ABNT e da IEC.

Esta versão da norma brasileira se baseia,

Estes conjuntos são a concretização das barras

principalmente, no enquadramento dos tipos

de recebimento e distribuição de energia elétrica,

construtivos dos conjuntos de manobra e controle

responsáveis por integrar as funções de manobra,

de baixa tensão, que podem ser ofertados, a partir

proteção, controle, medição e seccionamento dos

do atendimento às especificações, em dois tipos: TTA e PTTA. A

classificação

TTA

(Type-Tested

low-

voltage switchgear and controlgear Assembly) se aplica aos conjuntos que possuam as características idênticas ou sem desvios que possam influenciar seu desempenho quando comparados a um protótipo aprovado em todos os ensaios de tipo requeridos.

A classificação PTTA (Partially Type-Tested

low-voltage switchgear and controlgear Assembly) se aplica aos conjuntos que apresentam tanto Figura 1 – Vista frontal de um CMCP de baixa tensão.

configurações

ensaiadas

quanto

outras

não


Apoio

39

ensaiadas, mas cujos desvios foram derivados, por exemplo, por

• IEC 61641-1: Cláusulas gerais (ou Requisitos comuns); e

cálculo, a partir de protótipos ensaiados e aprovados segundo

• IEC 61641-2: Conjuntos de manobra e controle de potência

os requisitos da norma.

de baixa tensão.

Dentro desta abordagem, todos os conjuntos não ensaiados,

nem que parcialmente, estão excluídos do universo coberto

Além disso, esta nova revisão acaba com a distinção

pela ABNT NBR IEC 60439-1. Porém, a IEC, de modo similar

que havia entre os conceitos de TTA e PTTA, adotando uma

ao que já existia para a média tensão, decidiu criar, também,

abordagem mais flexível de verificação das características

uma nova família normativa para os conjuntos de manobra e

construtivas e de desempenho. Passam a existir três tipos

controle de baixa tensão, a IEC 61641, seguindo a estruturação

diferentes, porém equivalentes, de verificação dos requisitos:

e a divisão já estabelecidas para outros equipamentos. O ponto que se destaca nesta revisão é a divisão da antiga IEC 60439-1

• Por ensaios / testes;

(já cancelada) em duas novas normas:

• Por cálculo / medições; • Por atendimento a regras de projeto.

É interessante notar a preocupação da IEC 61439-2 em

deixar claro o conceito de CMC de potência de baixa tensão: todo conjunto em baixa tensão utilizado para a distribuição e controle de energia elétrica para todos os tipos de cargas em aplicações industriais, comerciais e similares em que somente é permitida a operação por pessoas advertidas (BA4) e/ou qualificadas (BA5). A descrição da classificação (BA) para Figura 2 – Evolução da normalização para CMCP de baixa tensão.

influências externas, relativa à utilização (B) e à competência


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

40

das pessoas (A) associadas a uma instalação elétrica, pode ser

4 - Corrente nominal de regime contínuo (Ir);

encontrada na tabela 18 da ABNT NBR 5410 ou na tabela 12

5 - Corrente suportável nominal de curta duração (Ik);

da ABNT NBR 14039.

6 - Valor de pico da corrente suportável (Ip);

7 - Duração da corrente suportável (tk);

Assim, como a Figura 2 sugere, estamos experimentando

um amadurecimento e uma evolução na abordagem normativa

8 - Valores nominais pertinentes aos componentes incluídos no

dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão.

conjunto de manobra e controle (a NBR define este tópico como tensão nominal de alimentação dos dispositivos de fechamento

Anexo 1: Comparativo entre as normas técnicas para CMC

e abertura e de circuitos auxiliares);

de média tensão

9 - Nível de enchimento nominal para todos os compartimentos

Conforme o capítulo 4 da IEC 62271-200, as características

preenchidos por fluidos (a NBR define este tópico como pressão nominal de gás comprimido para isolamento e/ou operação).

nominais de um conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV e até 52 kV são:

Comparativo 1 - Tensão nominal (Ur);

2 - Nível de isolamento nominal (valores das tensões suportáveis

ANSI / IEEE e IEC, é apresentada, a seguir, uma tabela comparativa

nominais a frequência industrial – Ud, e ao impulso atmosférico

entre ambas, básica, com um resumo dos principais requisitos

– Up);

para conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico

3 - Frequência nominal (fr);

de média tensão:

Partindo-se dos requisitos normativos contidos nas famílias

Tabela 1 – Comparativo entre as culturas ANSI e IEC para conjuntos de manobra e controle de média tensão ITEM

ANSI / IEEE

IEC

Regiões geográficas de origem e principal influência

América do Norte

Europa

Norma(s) de referência

C37.20.2

IEC 60298: substituída pela IEC 62271-200

Norma(s) para disjuntores

C37.04;C37.06 e C37.09

IEC 60056; substituída pela IEC 62271-100

Norma(s) sobre Cláusulas Comuns

Não aplicável. São utilizadas normas dedicadas.

IEC 60694; substituída pela IEC 62271-1

Existe a norma IEEE C37.100.1 Escopo

Geralmente inclui um número limitado de valores

Geralmente inclui uma grande gama de valores

para cada característica especificada.

e permite que os fabricantes e usuários decidam quais combinações são adequadas.

Definições / Características básicas Cobre os conjuntos de manobra em invólucros

Cobre os conjuntos de manobra em invólucros

metálicos compartimentados.

metálicos, compartimentados ou não.

Equipamento principal de manobra deve ser extraível.

Equipamentos principais de manobra podem ser fixos.

Os condutores principais devem ser totalmente

Barramentos nus são aceitáveis.

isolados. Compartimentação mínima exigida maior do que a IEC 4.76; 8.25; 15; 27; 38 [1]

3.6; 7.2; 12; 17.5; 24; 36 [2]

Tensão suportável – 1 min. – Ud, kV – valor eficaz

19; 36; 36; 60; 80 [1]

10; 20; 28; 38; 50; 70 [2]

Impulso atmosférico (NBI) – Up, kV – valor de pico

60; 95; 95; 125; 150 [1]

40; 60; 75; 95; 125; 150 [2]

Tensões nominais – Ur, kV Nível nominal de isolamento


Apoio

41

ITEM

ANSI / IEEE

IEC

Corrente nominal - Ir, A

1.200; 2.000; 3.000 (4.000 – FC)

400; 500; 630; 800; 1.000; 1.250; 1.600; 2.000; 2.500; 3.150; 4.000 [3]

Corrente suportável nominal de curta duração – Ik,

16; 22; 23; 25; 31.5; 36; 40; 41; 48; 49; 50;

kA (= K x Isc, na ANSI)

63 (conforme a tensão especificada de uso e a

16; 20; 25; 31.5; 40; 50; 63 [3]

capacidade de interrupção - ver C37.06). Duração nominal da corrente de curta-duração – tk

2 (dois) segundos

1 (um) segundo como padrão, 3 (três) segundos opcional = 2.5 x a corrente de curta-duração do CMC

Valor nominal de crista da corrente de curta

= 2.7 (versões atuais adotam 2.6) x a corrente

duração – Ip, kA – valor de crista (corrente

de curta-duração (KI – o fator K foi retirado

(p/ 50 Hz – X/R= 14).

momentânea) – L/R= 45 ms

na última revisão da norma de disjuntores)

= 2.6 x a corrente de curta-duração do CMC

do disjuntor usado no painel.

(p/ 60 Hz – X/R= 17).

Os valores nominais são baseados

As frequências padronizadas são:

na frequência de 60 Hz.

16-2/3; 25; 50; 60 Hz.

Material isolante

As classes são similares aos limites e elevações da IEC.

Classe E da IEC: 80 ºC de elevação e 120 ºC total.

Conexões aparafusadas de barras

65 ºC de elevação; 105 ºC total.

75 ºC de elevação; 115 ºC total.

Terminais prateados para conexão de cabo

45 ºC de elevação; 85 ºC total.

65 ºC de elevação; 105 ºC total.

Partes externas normalmente manuseadas

10 ºC de elevação; 50 ºC total

30 ºC de elevação, 70 ºC total aplicam-se

Frequência nominal – fr

Elevações de temperatura permitidas e limites da temperatura total

prateadas ou niqueladas

para invólucro e tampas; outras

pelo operador.

partes não têm definições. Superfícies externas acessíveis ao operador que não

30 ºC de elevação; 70 ºC total.

40 ºC de elevação; 80 ºC total.

Especifica a exatidão mínima e as características

A IEC não aborda os transformadores

mecânicas e térmicas.

de corrente na norma de painéis.

Exige o uso de fatores de correção para as

IEC exige que os testes sejam feitos nas condições

condições atmosféricas não padronizadas.

padronizadas. O uso de fatores de correção é

precisam ser tocadas durante a operação normal. Transformadores de corrente

Ensaios de dielétricos

permitido quando acordado entre usuário e fabricante. Ensaio de impulso

3x1x3: nenhuma descarga nas três primeiras

15 aplicações iniciais para cada posição e em

aplicações ou uma num total de seis. Outro método,

ambas as polaridades. Se houver até duas falhas

já usado, é o 3x1x9: nenhuma descarga nas 3

nas 15 aplicações iniciais, devem ser dadas mais

primeiras aplicações ou 1 num total de 12.

5 aplicações para cada descarga (chegando ao

As aplicações são para cada posição

máximo de 25 disparos): 15x2x10.

e em ambas as polaridades. Ensaio do isolamento das barras

Exige o ensaio da cobertura, por 1 minuto, na

Nada

máxima tensão nominal. Ensaio de Descargas Parciais

Não exige e nem aborda o

Recomenda testes de descargas parciais sob certas

fenômeno de descargas parciais.

circunstâncias, mas não são exigidos. Seguem as recomendações do Anexo B da IEC 62271-200.

Ensaios de corrente de curta duração

A barra de terra deve suportar por um tempo

Condutores de aterramento e dispositivos

de 2 segundos a corrente informada.

devem suportar 1 segundo.


Apoio

Conjuntos de manobra e controle de potência

42

ITEM

ANSI / IEEE

IEC

Isolação primária

Os ensaios de resistência a chama e

Nada

ao rastreio são exigidos. Isolamento utilizado

O teste de verificação da resistência

Nada

ao rastreio é exigido. Ensaio de qualificação de pintura

O teste de névoa salina é exigido.

Nada

Verificação da capacidade de

É exigido para os disjuntores.

Exige ensaio com os dispositivos principais de manobra instalados no painel.

estabelecimento e interrupção Grau de proteção dos invólucros

Nenhum ensaio. São seguidas as exigências

São exigidos os ensaios para verificação

da NEMA 250 e as recomendações

do grau de proteção.

do Anexo A da C37.20.2. Correntes de fuga

Nenhuma medição é necessária.

Exige a medição caso sejam utilizadas partições ou guilhotinas isolantes.

Sujeito a acordo entre usuário e fabricante.

Sujeito a acordo entre usuário e fabricante.

Segue a ANSI/IEEE C37.20.7.

Segue o Anexo A da IEC 62271-200.

60 HZ 1.500 V por 1 minuto ou 1.800 V por 1

2.000 V por 1 minuto, 1 segundo opcional

segundo entre todos terminais e a terra.

(acordo entre usuário e fabricante).

Testes de alto potencial com 75%

Testes de alto potencial com 80%

do valor usado na fábrica.

do valor usado na fábrica.

Barramento principal

Deve ser isolado e segregado entre colunas.

Nenhuma exigência.

Aterramento

Não existe requisito específico como na IEC.

Para atender aos requisitos da IEC, chaves de

Arco devido a falhas internas

Isolação da fiação de controle

Ensaios de campo

aterramento são frequentemente usadas. Transformadores de potencial

Solicita o uso de proteção de sobrecorrente nos

Não existe tal exigência.

lados primário e secundário. Fiação de controle nos compartimentos de AT

Exige o uso de barreiras metálicas aterradas.

Permite o uso de tubos isolantes.

Barreiras internas e guilhotinas

Exige mais partições do que a IEC. É exigido o uso

As barreiras entre colunas adjacentes para o

no compartimento do barramento principal de

barramento principal são opcionais na IEC.

barreiras entre colunas. Invólucros

Especifica certas espessuras mínimas para algumas

Nenhuma espessura é especificada.

partes do invólucro e das barreiras internas.

Notas: 1. Ver tabela 1b (Níveis de Isolamento Nominais para tensões da Faixa I / Série II, em 60 Hz) da IEC 62271-1. 2. Ver tabela 1a (Níveis de Isolamento Nominais para tensões da Faixa I / Série I, em 50 Hz) da IEC 62271-1. 3. Os valores são selecionados a partir da série R10 (uma das cinco séries, desenvolvidas no século passado, pelo engenheiro francês, Charles Renard): 1 – 1,25 – 1,6 – 2 – 2,5 – 3,15 – 4 – 5 – 6,3 – 8 e os respectivos múltiplos para 10n. Sendo que os valores sublinhados na célula da tabela são os mais usuais.

*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

43


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

44

Capítulo VI Lista de verificação para prontuário, projetos e ensaios elétricos Por Marcus Possi*

Da mesma forma que se deve fazer com os

a sua classificação em BT, fica definido que há

elementos que formam uma instalação elétrica no

o envolvimento apenas dos procedimentos e

seu sentido “físico”, temos agora a necessidade

documentos pertinentes à classe de baixa tensão;

de

menos

• Prontuário AT – do mesmo modo, pelas

tangível: o seu prontuário e documentação. Os

características do estabelecimento e das suas

itens foram extraídos basicamente do previsto

instalações, sendo a sua classificação em AT, há

na NR 10 como necessário e essencial, e foram

o envolvimento também dos procedimentos e

colocados

documentos pertinentes à classe de alta tensão;

inspecionar

na

também

uma

planilha,

parte

desenvolvida

para

exemplificar um conjunto geral. Os itens listados

• Procedimentos de segurança– independentemente

a serem trabalhados são, por princípio, idênticos

da classe de tensão, mas ainda dentro das

aos já mencionados no capítulo anterior e se

características previstas pela NR 10, é aplicada a

enquadram em “Identificação do documento,

todas as instalações;

documentação, componentes e procedimentos”.

• Procedimentos de trabalho – idem ao item

Para

anterior.

cada

referenciaremos

um um

desses

valor

de

elementos, impacto

nas

Itens a serem desenvolvidos

instalações no quesito segurança, conforme referência encontrada na NR 10 sobre infração e

A relação de itens a seguir é sugestiva, mas

ação corretiva prevista. Quanto aos componentes

tende a contemplar os documentos mais comuns

previstos podemos citar:

dentro da classificação dada pelo título. A sua construção obedece às melhores práticas

• Prontuário BT – de acordo com as características

descritas anteriormente e já foi por diversas vezes

do estabelecimento e das suas instalações, sendo

utilizada em inspeções reais.


45

Prontuário – BT 1 2 3 4 5 6

7 8

Existem diagramas unifilares acessíveis. Os diagramas unifilares estão atualizados. Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações BT. Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações BT. Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações BT. Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. Existem procedimentos de trabalho para os serviços nas instalações BT. Existe procedimento para sinalização da área de trabalho. Prontuário – Geradores

9 Existem diagramas unifilares acessíveis. 10 Os diagramas unifilares estão atualizados. 11 Existem procedimentos de emergência para os serviços nos geradores. 12 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nos geradores. 13 Existem procedimentos de segurança para os serviços nos geradores. 14 Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. 15 Existem procedimentos de trabalho para os serviços nos geradores. 16 Existe procedimento para sinalização da área de trabalho. Prontuário – AT 17 Existem diagramas unifilares acessíveis. 18 Os diagramas unifilares estão atualizados. 19 Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações AT. 20 Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações AT. 21 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações AT. 22 Existem relatórios de ensaios dos equipamentos exigidos por norma ou fabricante. 23 Existem procedimentos de trabalho para os serviços nas instalações AT. 24 Os procedimentos de trabalho são executados por profissionais adequados – SEP. 25 Os procedimentos de trabalho não são executados individualmente. Prontuário – Sistema de aterramento 26 Existem projetos construtivos acessíveis. 27 Os projetos estão atualizados 28 Existem procedimentos de emergência para os serviços nas instalações AT. 29 Existem procedimentos de segurança para os serviços no sistema de aterramento. 30 Existem relatórios de ensaios do sistema de aterramento exigidos por norma.


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

46

Prontuário – SPDA 31 Existem projetos construtivos acessíveis. 32 Os projetos estão atualizados. 33 Existe documentação das inspeções e medições de SPDA – (anual até quinquenal). 34 Existem procedimentos de segurança para os serviços nas instalações do SPDA. 35 Existe especificação dos EPCs e EPIs para os serviços nas instalações SPDA. Procedimentos de segurança 36 Existem instruções técnicas de segurança em acordo com a área de segurança da organização. 37 Existe lista dos EPCs e EPIs. 38 Existem relatórios de testes em EPIs e EPCs. 39 Existem documentos de certificação de equipamentos de área classificada. 40 Existem documentos de certificação de equipamentos de EPIs e EPCs para os serviços nas instalações AT. 41 Existem documentos de certificação de equipamentos de EPIs e EPCs para os serviços nas instalações BT. 42 Os procedimentos de segurança estabelecem as seis regras básicas. 43 Existem documentos de repasse das orientações aos contratados e colaboradores para serviços em instalações elétricas.

os documentos que garantem a capacitação profissional e seu registro; e a identificação de cada profissional que atua dentro das instalações elétricas nas mais diferentes funções, de operação à manutenção, do projeto à construção. Dessa forma podemos questionar, na inspeção, a existência de duas condições: 1 – Se os procedimentos de treinamentos existem e estão documentados: • Procedimentos de treinamento dos trabalhadores da empresa ou de seus subcontratados documentados e de fácil acesso. • Procedimentos de treinamento dentro de um plano de integração da organização. 2 – Se os procedimentos de treinamentos contemplam os requisitos de compromisso de segurança: • Procedimentos de treinamento da empresa ou de seus subcontratados claramente contemplam o escopo proposto pela NR 10 nos seus anexos e emitem formalmente os seus documentos comprobatórios.

Documentação legal

• Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a

44 45 46 47

Existem planos de ação corretiva/preventiva. Existe documentação de classificação de profissionais (C/Q/H/A). Existem documentos com os treinamentos realizados. Existem documentos de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde. 48 Existem documentos comprobatórios da qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores. 49 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 50 Existe procedimento para sinalização da área de trabalho.

necessidade de reunião de ambientação e integração com as instalações e os equipamentos da empresa. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificado o envio dos procedimentos de segurança da empresa contratante para conhecimento dos subcontratados. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a preocupação com as vestimentas de trabalho na sua adequação às atividades, devendo considerar a condutibilidade, a

Procedimentos de trabalho 51 Existe um procedimento para entrega e recebimento de serviços. 52 Existe um documento formal de entrega e recebimento de serviços. 53 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 54 Existe procedimento de trabalho para sinalização da área de trabalho. 55 Existe um procedimento para entrega e recebimento de serviços. 56 Existe um documento formal de entrega e recebimento de serviços. 57 Existe procedimento de trabalho para avaliação de riscos do trabalho. 58 Existe procedimento de trabalho para sinalização da área de trabalho. 59 Há um sistema de controle de ordens de serviço de manutenção.

Procedimentos de treinamento de profissionais

Ainda dentro do tema prontuário, podemos observar sua

extensão e abrangência sendo cada vez mais ampliadas, com

inflamabilidade e as influências eletromagnéticas. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada se a existência dos procedimentos de emergência da empresa ou de seus subcontratados é documentada e estão de fácil acesso.

Procedimentos de contratação

A segurança é estendida aos profissionais e às empresas que

são contratadas para serviços dentro das instalações elétricas. Há uma preocupação da NR 10 em registrar e formalizar as responsabilidades e estendê-las a todos os envolvidos. Da mesma forma como proposto no item anterior, podemos questionar, durante a inspeção, a existência de três condições: 1 – Se os procedimentos de contratação existem e estão documentados: • Procedimentos de contratação da empresa ou de seus subcontratados documentados e de fácil acesso. • Procedimentos de contratação dentro de um plano de


Apoio

47


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

48

integração ou de treinamento interno da organização.

integração ou de treinamento interno da organização.

2 - Os procedimentos de contratação contemplam os requisitos

2 – Se os procedimentos de autorização aos acessos existem

de compromisso de segurança:

e estão documentados:

• Os procedimentos de contratação da empresa ou de

• Os procedimentos de autorização da empresa ou de seus

seus subcontratados possuem claramente a necessidade

subcontratados são documentados e estão de fácil acesso.

de treinamento documentado das equipes de trabalho no

• Os procedimentos de autorização estão dentro de um plano

contemplado pela NR 10, assim como solicita a cópia dos

de integração ou de treinamento interno da organização.

seus documentos comprobatórios. • Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a

3 – Se as autorizações para os funcionários e trabalhadores

necessidade de reunião de ambientação e integração com as

existem e estão arquivadas:

instalações e com os equipamentos da empresa.

• As autorizações para o acesso de funcionários às áreas de

• Nos contratos em serviços de terceiros é verificado o envio

segurança existem e estão arquivadas e de fácil acesso, sendo

dos procedimentos de segurança da empresa contratante

assinadas por autoridade reconhecida na organização.

para conhecimento dos subcontratados.

• As especificações das vestimentas de trabalho na sua

• Nos contratos em serviços de terceiros é verificada a

adequação às atividades completam a autorização, incluindo

preocupação com as vestimentas de trabalho na sua adequação

as especificações de condutibilidade, inflamabilidade e

às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a

influências eletromagnéticas. É explicitamente vedado o uso

inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.

de adornos pessoais.

• Nos contratos em serviços de terceiros é verificado se os procedimentos de emergência da empresa ou de seus subcontratados são documentados e estão de fácil acesso.

Procedimentos de manutenção Os procedimentos e a documentação são a base da implantação de políticas de qualidade em uma organização. A

3 – Se os documentos dos contratados são encontrados com

respeito de segurança, essa documentação e os registros fazem

fácil acesso:

com que o nível de segurança seja aumentado consideravelmente,

• Documentos de treinamento dos profissionais contratados

mas também demonstra claramente os limites de entendimento

e seus colaboradores encontrados e arquivados durante todo

de condutas. Negligenciar um procedimento administrativo é

o tempo de prestação de serviços.

passível de penalidades internas previstas na organização, mas a

• Nesses documentos podem ser vistos os certificados de

negligência ou a omissão de uso dos procedimentos de trabalho,

capacitação e de treinamento em segurança e serviços de

quando atrelados à segurança do trabalho, leva a outro rumo. Isso

instalações elétricas.

é destaque na NR 10. Em diversos pontos de sua redação, essa

• Validade dos certificados clara e planilhada em documentos

norma invoca a necessidade de procedimentos ora detalhados

anexados.

ou não como elemento de “segurança das instalações elétricas”,

• A classificação dos trabalhadores obedece ao apresentado

oferecido pelo empregador e seguido pelos trabalhadores. A

no item 10.8 quanto à habilitação, qualificação e capacitação.

capacitação dos profissionais passa pelo conhecimento e treino desses procedimentos. Segue a lista de orientação para a sua

Procedimentos de trabalho em área de risco

busca no prontuário destacado do próprio texto da NR 10:

A segurança é sempre tema constante e aqui registramos o

caso específico para área de risco. Isso é muito destacado na

1. Os procedimentos de manutenção em instalações elétricas

NR 10. Prosseguimos, como nos itens anteriores, a questionar

da empresa são documentados e estão de fácil acesso.

na inspeção a existência dessas condições:

Sempre expresso em Ordens de Serviço, com um trabalhador indicado para supervisor.

1 – Procedimentos de situação de emergência:

2. Os procedimentos de manutenção seguem padrões de

• Procedimentos de emergência da empresa ou de seus

sinalização previstos na NR 10, item 10.10.

subcontratados documentados e de fácil acesso.

3. Os procedimentos de manutenção em instalações elétricas

• Procedimentos de emergência dentro de um plano de

estão dentro de um plano de integração ou de treinamento


Apoio

49

interno da organização.

não possibilidade de desenergização, a previsão de isolação

4. Devem estar claros os papéis de cada participante no

das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema

plano de manutenção programada.

de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do

5. Os serviços de manutenção são claros na obrigatoriedade

religamento automático (nível de criticidade I2).

de existir um profissional habilitado responsável e autorizado.

11. Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de

6. Os serviços de manutenção são claros na obrigatoriedade

serviços que não permitirem o desligamento total, proteção

de existir um documento formal de autorização para entrega

individual específica e adequada às atividades desenvolvidas,

e recebimento de trabalho realizado.

em atendimento ao disposto na NR 6 (nível de criticidade I4).

7. Os serviços de manutenção são precedidos por análise

12. Nos serviços em locais de trabalho só é permitido o uso de

de risco que é registrada e documentada por profissional

equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis

habilitado. O objetivo desta análise está claro para a mitigação

com a instalação elétrica existente, preservando-se as

dos focos de riscos elétricos e adicionais, garantindo a sua

características de proteção, respeitadas as recomendações do

redução por meio de medidas de controle.

fabricante e as influências externas (nível de criticidade I3).

8. Nos serviços de manutenção sempre estão presentes

13. Há procedimentos nos serviços de manutenção que

dois trabalhadores, sendo pelo menos um habilitado, que

garantem que os locais de serviços elétricos, compartimentos,

são supervisionados por profissional autorizado, conforme

bem como invólucros de equipamentos e instalações elétricas

dispõe esta NR (nível de criticidade I4).

sejam exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente

9. Os serviços apresentam em seu procedimento a relação

proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de

e a descrição das medidas de proteção coletiva aplicáveis a

quaisquer objetos (nível de criticidade I2).

cada caso (nível de criticidade I4) e a desenergização para o

14.

trabalho (nível de criticidade I3).

laboratoriais e de campo ou comissionamento de instalações

10. Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de

elétricas atendam à regulamentação estabelecida nos itens

Há procedimentos para que os ensaios e testes elétricos


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

50

10.6 e 10.7 da NR 10, e somente podem ser realizados por

individual específica e adequada às atividades desenvolvidas,

trabalhadores que atendam às condições de qualificação,

em atendimento ao disposto na NR 6 (nível de criticidade I4).

habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta

• Os procedimentos de impedimento e desenergização

NR (nível de criticidade I3).

devem obedecer aos itens 10.6 quando em baixa tensão e 10.7 em alta tensão da NR 10 e devem ser documentados.

Procedimentos de operação documentados Projetos

Do mesmo modo que o anterior, e lembrando que as atividades de manutenção e operação diferem em características

Os projetos das instalações elétricas, do mesmo modo que o

e teor, segue a lista de orientações para a sua busca no prontuário

item anterior, devem ser bem cuidados. Os projetos e seus desenhos

destacado do próprio texto da NR 10:

são elementos que promovem segurança pelas informações que eles trazem para a realização dos diversos serviços. A lista a seguir

• Os procedimentos de operação em instalações elétricas da

pode orientar para a identificação e a composição no prontuário

empresa são documentados e estão de fácil acesso. Sempre

das instalações elétricas, conforme texto da NR 10. Os projetos

expresso em ordens de serviço, com um trabalhador indicado

estão executados conforme as normas em vigor:

para supervisor.

• O aterramento das instalações elétricas deve ser executado

• Os procedimentos de manutenção seguem padrões de

conforme

sinalização previstos na NR 10, item 10.10.

competentes e, na ausência desta, deve atender às normas

• Procedimentos de operação em instalações elétricas dentro de

internacionais vigentes (nível de criticidade I2).

um plano de integração ou de treinamento interno da organização.

• Os projetos de instalações elétricas especificam os

• Devem estar claros os papéis de cada participante no plano

dispositivos de desligamento de circuitos que possuem

de manobra em operações programadas.

recursos

• Nos serviços de operações, há a obrigatoriedade de existir

sinalização de advertência com indicação da condição

um profissional habilitado responsável e autorizado.

operativa (nível de criticidade I3).

• Os serviços de operação são claros na obrigatoriedade de

• O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever

existir um documento formal de autorização para entrega e

a instalação de dispositivo de seccionamento de ação

recebimento de trabalho realizado;

simultânea, que permita a aplicação de impedimento de

• Os serviços de operação são precedidos por análise de

reenergização do circuito (nível de criticidade I3).

risco e esta é registrada de forma clara e documentada por

• O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço

profissional habilitado. O objetivo desta análise está claro

seguro, quanto ao dimensionamento e localização de seus

para a mitigação dos focos de riscos elétricos e adicionais,

componentes e as influências externas, quando da operação

garantindo a sua redução pelas medidas de controle.

e da realização de serviços de construção e manutenção

• Nos serviços de operação e manobras sempre estão presentes

(nível de criticidade I3).

dois trabalhadores, sendo pelo menos um habilitado, que

• Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como:

são supervisionados por profissional autorizado, conforme

comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem

dispõe esta NR (nível de criticidade I4).

ser identificados e instalados separadamente, salvo quando

• Os serviços apresentam em seu procedimento a relação

o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento,

e a descrição das medidas de proteção coletiva aplicáveis a

respeitadas as definições de projetos (nível de criticidade I3).

cada caso (nível de criticidade I4) e a desenergização para o

• O projeto deve definir a configuração do esquema de

trabalho (nível de criticidade I3).

aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre

• Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de

o condutor neutro e o de proteção, bem como a conexão à

não possibilidade de desenergização, a previsão de isolação

terra das partes condutoras não destinadas à condução da

das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema

eletricidade (nível de criticidade I3).

de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do

• O projeto sempre que for tecnicamente viável e necessário,

religamento automático (nível de criticidade I2).

deve ter projetado dispositivos de seccionamento que

• Os serviços apresentam em seu procedimento, no caso de

incorporem

serviços que não permitirem o desligamento total, proteção

aterramento do circuito seccionado (nível de criticidade I1).

regulamentação

para

estabelecida

impedimento

recursos

fixos

de

de

pelos

reenergização,

órgãos

para

equipotencialização

e


Apoio

51


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

52

Ensaios elétricos

• O projeto prevê condições para a adoção de aterramento temporário (nível de criticidade I2).

• O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição

a garantia de sua entrada em funcionamento, da continuidade

dos trabalhadores autorizados, das autoridades competentes

de seus serviços e dos indicativos de necessidade de serviços

e de outras pessoas autorizadas pela empresa e deve ser

de manutenção. Eles são referenciados e definidos nas normas

mantido atualizado (nível de criticidade I2).

técnicas de instalações elétricas e conhecidos dos profissionais.

• O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as normas

A NR 10 admite a existência da rotina de ensaios por meio

regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho e

da anotação de cópia de seus relatórios dentro do prontuário

as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser

das instalações, de sua permanente revisão e atualização, bem

assinado por profissional legalmente habilitado (nível de

como dos documentos técnicos que apoiam sua validação por

criticidade I2).

profissionais habilitados. A esse processo, dá-se o nome de

Os ensaios elétricos nas instalações são fundamentais para

“plano de manutenção”.

O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo,

os seguintes itens de segurança:

Dessa maneira: • Os ensaios elétricos referentes às instalações estão

• Especificação das características relativas à proteção contra

disponíveis e arquivados.

choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais

• Os serviços de operação são precedidos por análise de risco,

(nível de criticidade I1).

e esta é registrada e documentada por profissional habilitado.

• Indicação de posição dos dispositivos de manobra dos

O objetivo desta análise está claro para a mitigação dos focos

circuitos elétricos (Verde – “D”, desligado e Vermelho – “L”,

de riscos elétricos e adicionais, garantindo a sua redução por

ligado) (nível de criticidade I1).

meio de medidas de controle.

• Descrição do sistema de identificação de circuitos

Ensaios de baixa tensão

elétricos e equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento,

De acordo com o capítulo 7 da ABNT NBR 5410,

dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas,

“Verificação final”, as prescrições gerais para inspeção visual e

definindo como tais indicações devem ser aplicadas

ensaios elétricos são:

fisicamente nos componentes das instalações (nível de

• Qualquer instalação ou reforma (extensão ou alteração)

criticidade I1).

de instalação existente deve ser inspecionada visualmente e

• Recomendações de restrições e advertências quanto ao

ensaiada, durante e/ou quando concluída a instalação, antes

acesso de pessoas aos componentes das instalações (nível de

de ser posta em serviço pelo usuário, de forma a se verificar a

criticidade I1).

conformidade com as prescrições desta norma.

• Precauções aplicáveis em face das influências externas

• Deve ser fornecida a documentação da instalação,

(nível de criticidade I1).

conforme 6.1.7, à(s) pessoa(s) encarregada(s) da verificação,

• O princípio funcional dos dispositivos de proteção,

na condição de documentação como construído (as built).

constantes do projeto, são destinados à segurança das pessoas

• Durante a realização da inspeção e dos ensaios devem ser

(nível de criticidade I1).

tomadas precauções que garantam a segurança das pessoas e

• Descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção

evitem danos à propriedade e aos equipamentos instalados.

com a instalação elétrica (nível de criticidade I1).

• Quando a instalação a verificar constituir reforma de uma

• Os projetos devem assegurar que as instalações

instalação existente, deve ser verificado se esta não anula as

proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e

medidas de segurança da instalação existente.

uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –

Ergonomia (nível de criticidade I2).

ser realizada com a instalação desenergizada de modo a

• Os projetos garantem ao trabalhador iluminação

confirmar se os componentes elétricos permanentemente

adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo

conectados estão em conformidade com as normas aplicáveis,

com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permitir que ele

corretamente selecionados e instalados de acordo com esta

disponha dos membros superiores livres para a realização

norma, e não visivelmente danificados, de modo a restringir

das tarefas (nível de criticidade I2).

seu funcionamento adequado e sua segurança. Nessa mesma

Uma inspeção visual deve preceder os ensaios e deve


53

inspeção visual deve ser incluída a verificação dos seguintes pontos: • medidas de proteção contra choques; • medidas de proteção contra efeitos térmicos; • seleção das linhas elétricas; • escolha, ajuste e localização dos dispositivos de proteção; • escolha e localização dos dispositivos de seccionamento e comando; • identificações dos componentes; • execução das conexões.

A norma de baixa tensão apresenta também uma relação

mínima de ensaios que deve ser seguida e que deve ter sua realização registrada se aplicáveis. São eles: • continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais principal e suplementares; • resistência de isolamento da instalação elétrica; • seccionamento automático da alimentação; • ensaio de tensão aplicada; • ensaios de funcionamento; • separação elétrica dos circuitos; • resistência elétrica do piso e das paredes.

Ensaios de alta tensão

As prescrições gerais para inspeção visual e ensaios elétricos,

de acordo com o capítulo 7 da ABNT NBR 14039, apontam que toda instalação, extensão ou alteração de instalação existente deve ser visualmente inspecionada e ensaiada, durante e/ou quando concluída a instalação, antes de ser posta em serviço pelo usuário. Sendo usados equipamentos de alta tensão, ou estando na proximidade de instalações ligadas, área de risco, para a inspeção e dos ensaios, devem ser tomadas precauções que garantam a segurança das pessoas e evitem danos à propriedade e aos equipamentos instalados. Prevê a inspeção visual com a instalação desernergizada. Nessa mesma inspeção visual deve ser incluída, no mínimo, a verificação dos seguintes pontos: • Medidas de proteção contra choques elétricos, incluindo medição de distâncias relativas à proteção por barreiras ou invólucros, por obstáculos ou pela colocação fora de alcance. • Presença de barreiras contra fogo e outras precauções contra propagação de incêndio e proteção contra efeitos térmicos. • Seleção de condutores, de acordo com sua capacidade de condução de corrente e queda de tensão. • Escolha e ajuste dos dispositivos de proteção e monitoração.


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

54

• Presença de dispositivos de seccionamento e comando,

também verificações após qualquer modificação ou reparo no SPDA

corretamente localizados.

e quando for constatado que o SPDA foi atingido por uma descarga

• Seleção dos componentes e das medidas de proteção de

atmosférica. Essa norma prevê uma periodicidade para as inspeções:

acordo com as influências externas.

uma inspeção visual do SPDA deve ser efetuada anualmente ou:

• Identificação dos condutores neutro e de proteção.

• cinco anos, para estruturas destinadas a fins residenciais,

• Presença de digramas, avisos e outras informações similares.

comerciais, administrativos, agrícolas ou industriais,

• Identificação dos circuitos, dispositivos fusíveis, disjuntores,

excetuando-se áreas classificadas com risco de incêndio

seccionadoras, terminais, transformadores, etc.

ou explosão;

• Correta execução das conexões.

• três anos, para estruturas destinadas a grandes concentrações

• Conveniente acessibilidade para operação e manutenção.

públicas (por exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros comerciais e pavilhões),

Apresenta também uma relação mínima de ensaios que

indústrias contendo áreas com risco de explosão conforme

deve ser seguida e que deve ter sua realização registrada, se

ABNT NBR 9518 e depósitos de material inflamável;

aplicáveis. São eles:

• um ano, para estruturas contendo munição ou explosivos,

• continuidade elétrica dos condutores de proteção e das

ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões

ligações equipotenciais principal e suplementares;

litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.).

• resistência de isolamento da instalação elétrica; • ensaio de tensão aplicada;

É previsto pela norma um conjunto de documentação

• ensaios de funcionamento;

técnica que deve ser mantido no local ou em poder dos

• ensaios específicos ou especiais recomendados pelos

responsáveis pela manutenção, sendo:

fabricantes.

• relatório de verificação de necessidade do SPDA e de seleção do respectivo nível de proteção;

Todos os equipamentos que possuírem condições especiais

• desenhos em escala mostrando as dimensões, os materiais

de instalações devem sofrer a inspeção de sua montagem com

e as posições de todos os componentes do SPDA, inclusive

base nas informações fornecidas pelos seus fabricantes. Nos

eletrodos de aterramento;

documentos apropriados pode ser verificada a necessidade de

• os dados sobre a natureza e a resistividade do solo, constando

ensaios especiais nos equipamentos que fazem parte integrante

obrigatoriamente detalhes relativos às estratificações do solo,

da sua aprovação para energização. Alguns dos ensaios mais

ou seja, o número de camadas, a espessura e o valor da

comuns requisitados pelos fabricantes de equipamentos são:

resistividade de cada uma;

• Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante – aplicável a

• um registro de valores medidos de resistência de

transformadores, disjuntores e chaves seccionadoras.

aterramento a ser atualizado nas inspeções periódicas ou

• Ensaio de fator de potência – aplicável a transformadores,

quaisquer modificações ou reparos SPDA.

máquinas elétricas de grande porte e geradores. • Ensaio de cromatografia de gases e análises físico-químicas

de óleos isolantes – aplicável a transformadores de força.

construção ajuda, é única ainda no nosso conhecimento,

• Ensaio de tempos de operação – aplicável a disjuntores.

possui várias formas a serem trabalhadas e usadas, mas não

• Ensaios de resistência de contatos elétricos – aplicável a

se esgota aqui. No próximo capítulo, trabalharemos o “passo

disjuntores e barramentos de alta capacidade de corrente.

a passo” para a montagem de um exemplo, a classificação do

• Ensaio de tensão aplicada – aplicável a cabos elétricos,

tipo de ação corretiva em tempo de preenchimento de campo,

equipamentos isolados a vácuo e a gás SF6.

e a forma de aplicação prática em campo dessa ferramenta,

Ao final desse artigo podemos dizer que a ferramenta em

contribuindo assim para um melhor entendimento.

Ensaios de componentes do SPDA

Encontram-se no capítulo 6 da ABNT NBR 5419, “Inspeção”, as

prescrições gerais para inspeção de forma cronológica, ou seja, nas diversas fases da vida da instalação: durante a construção da estrutura, após o término da instalação do SPDA e periodicamente. São previstas

*Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

55


Manutenção de transformadores

Apoio

56

Capítulo VI Avaliação do isolamento em transformadores de potência Por Marcelo Paulino*

Qualquer máquina ou equipamento elétrico

composto principalmente de papel-óleo. Portanto,

deverá suportar campos elétricos, onde determinada

este

parte de sua estrutura deverá ter uma resistividade

características deste tipo de isolamento.

muito alta, assegurando uma oposição à passagem

Este

de corrente elétrica de condução. O elemento que

características de um sistema de isolamento, suas

promove tal condição é chamado de dielétrico,

propriedades básicas e os tipos de testes e ensaios

sendo chamado de isolante o material que o

comumente executados. Os testes apontados serão

constitui.

apresentados e discutidos nos próximos capítulos.

trabalho

abordará

artigo

preferencialmente

descreverá

as

as

principais

A finalidade do dielétrico na indústria elétrica é

Características dos sistemas de isolamento

realizar o isolamento entre os elementos condutores do equipamento elétrico, além de modificar o valor do campo elétrico existente em determinado local.

Classificação dos materiais dielétricos

Portanto, os sistemas de isolamento constituem

um dos principais componentes de um equipamento

A classificação dos materiais dielétricos pode

elétrico. Na sua composição são utilizados diferentes

ser apresentada como:

tipos de materiais isolantes que são submetidos a diversos tipos de solicitações dielétricas e térmicas

a) Gases (ar, anidrido carbônico, hidrogênio, gases

ao longo de sua vida útil. Tais solicitações podem

raros, hexafluoreto de enxofre SF6);

resultar em falhas dos componentes deste isolamento,

b) Líquidos (óleos minerais, óleos sintéticos, óleos

resultando em desligamentos e prejuízos. Pode-se

vegetais);

afirmar que a vida útil de um equipamento elétrico

c) Sólidos (resinas, PVC, polietileno PE, papel Kraft,

qualquer é considerada como a do próprio sistema

porcelana, vidro);

de isolamento. A falha da isolação implica na falha

d) Vácuo;

do equipamento.

e) Compostos ou Híbridos (sistemas papel-óleo,

PE-óleo).

Conforme descrito no Capítulo 1, um sistema

Propriedades dos dielétricos

de isolamento de equipamentos, como utilizado principalmente

em

transformadores,

tanto

de

potência e transformadores de instrumentos, é

As principais propriedades dos meios dielétricos

são apresentadas a seguir:


Apoio

57

Permissividade ou constante dielétrica

Assim podemos designar, em função da capacitância, a

Dado um campo elétrico aplicado nas extremidades

permissividade relativa de um material, definida pela razão

de um material dielétrico, a permissividade elétrica é

mostrada a seguir, em que C é a capacitância entre duas

determinada pela capacidade deste material polarizar-se,

placas paralelas separadas pelo material isolante e C0 é a

cancelando parcialmente o campo elétrico dentro do material.

capacitância das mesmas placas paralelas separadas por

A permissividade ou constante dielétrica (ε) também pode ser

vácuo, desprezando-se o efeito de borda.

descrita como a facilidade que o material dielétrico permite o estabelecimento de linhas de campo em seu interior.

A permissividade ou constante dielétrica para o vácuo (ε0)

é dada por:

Normalmente, εr não é um parâmetro fixo, mas depende da temperatura, da frequência, bem como da estrutura molecular do material.

Assim, para um outro meio qualquer, pode-se definir a

permissividade relativa (εr) por meio de:

Polarização

A maior parte dos elétrons nos materiais isolantes não

está livre para se movimentar. Quando um campo elétrico é aplicado, as forças eletrostáticas resultantes criam um nível

A capacitância de um capacitor de área A e distância

entre placas d para um dielétrico qualquer, é dada por:

de polarização, direcionando as cargas e formando dipolos. Os tipos de polarização são descritos a seguir.

O primeiro tipo de polarização é caracterizado por

polarizações eletrônica e iônica que ocorrem praticamente instantaneamente sob a ação de um campo elétrico e sem


Manutenção de transformadores

Apoio

58

Rigidez dielétrica

dissipação de energia. Caracteriza-se por um deslocamento elástico de íons ou elétrons ligados ao núcleo de um átomo.

A polarização dipolar difere da eletrônica e da iônica

que pode ser aplicado a um material dielétrico sem que este

com relação ao movimento térmico das partículas. As

perca suas propriedades isolantes. De outra forma, pode-se

moléculas dipolares, que se encontram em movimento

afirmar que após um valor de tensão, designada por tensão

térmico

orientam-se

de ruptura, o material isolante passa a conduzir corrente.

parcialmente pela ação do campo, causando o efeito da

Assim, define-se rigidez dielétrica como a capacidade de

polarização.

resistir à tensão sem que haja a citada descarga, conforme

A polarização estrutural aparece apenas em corpos

a distância entre os dois pontos de aplicação. Este valor é

amorfos e em sólidos cristalinos polares (por exemplo,

dado em V/m.

desorganizado

inicialmente,

A rigidez dielétrica é o máximo valor de campo elétrico

vidro), onde um corpo amorfo é parcialmente constituído de partículas de íons. Ela se estabelece pela orientação de estruturas complexas de material, devido à ação de um campo externo, causando um deslocamento de íons e dipolos. Corrente de fuga

A rigidez dielétrica dos isolantes não é constante para

cada material, pois depende fundamentalmente da espessura

Nos isolantes sólidos, mesmo caracterizados por

do isolante, da pureza do material, do tempo e método de

uma resistividade muito grande, possuem elétrons livres

aplicação da tensão, da frequência da tensão aplicada e do

devido, entre outras causas, a impurezas e forças internas

tipo de solicitação ao qual o sistema dielétrico é submetido, da

no material, proporcionando uma pequena corrente que

temperatura, da umidade, entre outros fatores ambientais.

atravessa o isolante. Entretanto, pela acumulação de poeira e umidade na superfície do material ou na fronteira entre dois materiais diferentes, forma-se um novo caminho para a passagem da corrente elétrica, chamada corrente superficial. Esses dois eventos caracterizam o aparecimento da corrente de fuga no isolamento.

Esse efeito pode ser representado, em termos de circuito

elétrico, por um resistor em paralelo com um capacitor, como mostra a Figura 1. A quantificação da dificuldade de circulação da corrente de fuga pelo dielétrico é chamada de resistência de isolamento.

Figura 2 – Cuba de medidor de rigidez dielétrica com eletrodos VDE.

Descargas parciais

Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma

descarga elétrica de pequena intensidade que ocorre em uma região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um campo elétrico, onde o caminho formado pela Figura 1 – Representação esquemática do dielétrico – corrente de fuga.

descarga não une as duas extremidades dessa região de forma completa. A ocorrência de descarga parcial depende


Apoio

59

da intensidade do campo aplicado nas extremidades desse

normalmente partindo do eletrodo para a superfície.

espaço, além do tipo de tensão de teste aplicada (tensão

• Descargas parciais no ar ambiente geralmente são

alternada, tensão contínua, sinal transitório ou impulso).

classificadas como descargas externas e frequentemente

A norma IEC 60270 faz referência à medida de descargas

chamadas de descargas corona. No início do processo

parciais em sistemas e equipamentos elétricos com tensões

de indução da tensão, brilho e correntes de descargas

alternadas de até 400 Hz. Nesses equipamentos tem-se a

podem aparecer. Elas ocorrem em gases a partir de

ocorrência de avalanches de elétrons nos espaços vazios.

pontas agudas em eletrodos metálicos em partes com

Assim, descargas em dielétricos podem ocorrer somente em

pequenos raios de curvatura.

espaços gasosos ou fissuras nos materiais sólidos ou bolhas no dielétrico líquido. Portanto, descargas parciais são

Resistências de isolamento

iniciadas geralmente se a intensidade do campo elétrico

Uma vez que o campo elétrico estabelecido não

dentro do espaço vazio exceder a intensidade do campo do

ultrapasse o valor da tensão de ruptura, o dielétrico impede

gás contido nesse espaço.

a passagem da corrente elétrica. Este evento é dependente

da natureza e características do dielétrico e de suas

As descargas parciais podem ser classificadas de acordo

com a natureza da sua origem. Podem ser:

condições físicas.

• Descargas internas, que ocorrem nos espaços,

geralmente vazios preenchidos com gás, presentes

uma tensão no isolante, ele será atravessado por uma

nos materiais sólidos e líquidos usados em sistemas de

corrente. O quociente entre a tensão U e a corrente I é

isolamento.

chamada resistência de isolamento. Esta resistência não é

• Descargas superficiais, que ocorrem em gases ou

constante, ou seja, os isolantes geralmente não obedecem à

líquidos na superfície de um material dielétrico,

lei de Ohm.

Por não se tratar de um dielétrico perfeito, se aplicada


Manutenção de transformadores

Apoio

60

Figura 3 – Exemplo de medida de resistência de isolamento - esquema de conexão.

Perdas no sistema de isolamento

Nos dielétricos sujeitos a uma tensão contínua verifica-se

Ensaios e avaliação do isolamento

A avaliação do sistema de isolamento pode ser realizada

uma perda por efeito Joule tal como nos condutores. A

com ensaios elétricos básicos ou avançados, considerando o

corrente de perdas, se bem que muito limitada, dá lugar a

grau de complexidade da análise a ser realizada. Os ensaios

um certo aquecimento. Estas perdas não têm importância, a

têm por finalidade garantir as condições das características

não ser quando dão lugar a um aquecimento, permitindo, por

funcionais do isolamento dos transformadores de tal forma

consequência, maior corrente e maiores perdas.

que possam entrar em operação segura todo o equipamento.

Nos dielétricos sujeitos a uma tensão alternada há, da

A escolha do teste a ser realizado depende de vários

mesma forma, a perda por efeito Joule, mas surge um outro

fatores como o local de realização, testes de aceitação

fenômeno que origina perdas e que tem o nome de histerese

em fábrica ou em campo, o tempo disponível para teste,

dielétrica. A energia perdida é também transformada em

importância do equipamento, condições operativas, dentre

calor. O nome deste fenômeno é dado pela analogia existente

outros.

com a histerese magnética. A explicação física das perdas

por histerese dielétrica é dada por consideração da falta de

comprovadas em termos práticos por meio de testes ou

homogeneidade do dielétrico.

ensaios não destrutivos com aplicação de tensão contínua

ou alternada. Dos testes e ensaios elétricos não destrutivos,

A avaliação é realizada pela medida da capacitância, do

Fator de Dissipação (tgδ) ou Fator de Potência (cosφ) obtidos

As características elétricas de um dielétrico podem ser

temos:

com ponte Schering e ponte Doble. • Resistência de isolamento com corrente contínua, também chamado de teste de absorção de corrente pelo dielétrico, com aplicação de corrente contínua, obtidos, normalmente com o medidor de alta resistência, expresso em MΩ. O ensaio consiste em submeter o isolamento a uma tensão contínua, normalmente entre 500 V e 10.000 V, provocando circulação de uma pequena corrente elétrica, na ordem de microampères. Esta corrente depende da tensão aplicada, da capacitância do isolamento, da resistência total, das perdas superficiais, da umidade e da temperatura do material. Conforme já descrito, podemos afirmar que, para uma mesma tensão, quanto maior a corrente, menor a resistência. • Manutenção em fluídos dielétricos, realizada pelo Figura 4 – Esquema de conexão para medidas Capacitância, do Fator de Dissipação (tgδ).

teste de rigidez dielétrica, com aplicação de corrente


Apoio

61

alternada expresso em termos de tensão disruptiva e a

a resposta do meio dielétrico mediante a aplicação dos

análise cromatográfica dos gases dissolvidos nos óleos

testes de corrente de polarização e despolarização e

isolantes (cromatografia), que permite detectar eventuais

espectroscopia no domínio da frequência.

faltas ou defeitos associados aos dielétricos, inclusive antes de um eventual dano do equipamento.

• Teste de perdas dielétricas expresso por meio dos

descritos.

Os próximos capítulos abordarão cada um dos testes

valores de capacitância, do Fator de Dissipação (tgδ) ou Fator de Potência (cosφ) obtidos com ponte Schering

Referências

e ponte Doble, respectivamente, com aplicação de

• ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO, M. E. C. Manutenção de

corrente alternada. A avaliação do isolamento é

transformadores de potência, Curso de Especialização em

realizada pela análise dos componentes capacitiva e

Manutenção de Sistemas Elétricos – UNIFEI, 2012.

resistiva que flui pelo dielétrico.

• MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido

Análise

de

descargas

parciais

realizada

com

isolante. São Paulo: Ed. EDGARD BLUCHER, 1984.

instrumentos convencionais analógicos, dependentes do

• GT A2.05. Guia de manutenção para transformadores de

conhecimento do testador, ou modernos sistemas digitais

potência. CIGRE Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013.

de medida de descargas parciais que torna possível e mais eficaz a discriminação entre os eventos, sejam descargas parciais ou ruídos. Capacita também o sistema de teste para identificação dos tipos de falhas e sua localização. • Avaliação da umidade no isolamento papel-óleo por meio da espectroscopia do dielétrico no domínio do tempo e no domínio da frequência. Realizada pela medida da umidade e degradação do isolamento papel-óleo, identificando

* Marcelo Eduardo de Carvalho eletricista e especialista em elétricos pela Escola Federal (EFEI). Atualmente, é gerente |mecpaulino@yahoo.com.br.

Paulino é engenheiro manutenção de sistemas de Engenharia de Itajubá técnico da Adimarco

Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


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Reportagem Por Bruno Moreira

O Setor ElĂŠtrico / Maio de 2014


63

O Setor Elétrico / Maio de 2014

Segurança: responsabilidade do empregado e do empregador

A legislação diz que o empregador deve não somente fornecer equipamentos de proteção aos seus funcionários, mas fiscalizar a sua correta utilização, no entanto, empresas e associações investem em ações de conscientização para que os empregados também conheçam os riscos dos trabalhos com eletricidade, se capacitem e utilizem as devidas proteções com responsabilidade

A Copa do Mundo 2014 realizada em solo nacional agitou

estádio. O trabalhador foi levado com vida ao hospital, mas

os ânimos da população brasileira, como não poderia deixar de

acabou falecendo.

ser. Agitou também o mercado de construção civil, já que, para

se adequar às exigências da Federação Internacional de Futebol

morte de Cruz, mas segue duas linhas principais: a de que o

Associado (Fifa), entidade responsável pelo futebol em âmbito

operário tenha sido negligente, ao não se prender ao cabo

mundial, se fez necessária a construção de diversos estádios de

de segurança enquanto realizava um trabalho específico; e

futebol no país, além de obras de melhoria em infraestrutura.

falha no equipamento de segurança fornecido pela empresa

Estes estádios, obviamente, demandaram o emprego de milhares

responsável pela obra, no caso, a Fast Engenharia. De qualquer

de trabalhadores para a realização das obras planejadas no

forma, de quem quer que seja a responsabilidade, este caso

prazo estipulado. E em locais onde há operários, existe também

torna-se exemplar, pois mostra que a preocupação com o

a necessidade de cuidados para garantir a segurança dos

quesito segurança no trabalho deve partir de ambos os lados:

trabalhadores e evitar acidentes.

do empregado e do empregador.

Em mega construções como estádios de futebol, então,

A Polícia Civil de São Paulo ainda investiga a causa da

Esta tragédia aconteceu no âmbito da construção civil, mas

estes cuidados precisam ser até redobrados, porque os operários

poderia muito bem ocorrer dentro do segmento elétrico, em que

costumam trabalhar em grandes alturas e qualquer descuido

trabalhadores da área de manutenção e operação precisam se

pode ser fatal. Este foi o caso de Fábio Hamilton da Cruz,

precaver a fim de evitarem acidentes como choques elétricos,

um dos oito operários que morreram durante obras da Copa

que, devido ao nível de tensão, certamente, serão fatais. No

2014. Cruz, de 23 anos, faleceu no dia 29 de março enquanto

Brasil, quem fornece as diretrizes visando à segurança em

trabalhava na construção da Arena Corinthians, em São

instalações e serviços com eletricidade é o Ministério do Trabalho

Paulo. Ele despencou de uma altura de oito metros, enquanto

e Emprego (MTE) por meio da Norma Regulamentadora NR 10.

trabalhava na montagem das arquibancadas temporárias do

De fato, o documento normativo “estabelece os requisitos e as


Reportagem

O Setor Elétrico / Maio de 2014

condições mínimas objetivando a implementação de medidas de

Divulgação Furnas.

64

controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade” e “se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades”. A NR 10 trata, entre outras coisas, de medidas de proteção individual, entre as quais, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs); medidas de proteção coletiva, que compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica do equipamento, mas, caso isso não ocorra, pode se constituir em isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização,

Os EPIs devem ser fornecidos pelo empregador sem custo ao empregado e, além de fornecê-los o empregador deve se responsabilizar pelo treinamento e da correta utilização dos equipamentos

sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do religamento automático; e de habilitação, qualificação,

(Sintesp), Cosmo Palásio de Moraes Júnior, relata que muitas

capacitação e autorização dos trabalhadores.

vezes os empregados não querem usar os dispositivos porque

os acham desconfortáveis, contrariando a fama, segundo ele, de

No que diz respeito ao cumprimento dessas medidas, a NR 10

declara que as responsabilidades “são solidárias aos contratantes

que operários não gostam de se proteger.

e contratados envolvidos”, especificando que os contratantes

devem manter os trabalhadores informados sobre os riscos a

equipamentos de proteção de qualidade baixa e não indicados

que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e

para determinada tarefa. Tais lapsos seriam reflexo, de acordo

medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados

com Moraes Júnior, de algo maior, a dizer, da falta de um

e também adotar medidas preventivas e corretivas caso ocorra

sistema de planejamento para a realização de atividades

algum acidente. Já os trabalhadores, segundo a norma, devem

pensando na segurança do trabalhador. E nos estabelecimentos

zelar por sua segurança e de outras pessoas; responsabilizar-se

que existe um planejamento, ele é meramente formal, ou seja,

pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares;

só para constar. “Tudo é feito na correria, na base do vamos

e comunicar de imediato ao responsável pela execução do

É comum também, segundo o especialista, a compra de

fazer e depois vemos no que dá”, diz o diretor do Sintesp.

serviço as situações que considerar de risco para sua segurança

e saúde e a de outras pessoas.

exigem que seus empregados utilizem roupas de proteção

Falando especificamente sobre os equipamentos de proteção

sem estudar a necessidade para tal. Isto ocorre, por exemplo,

individual (EPIs), a advogada responsável pela área de Direito do

em situações em que os trabalhadores precisam se proteger

Trabalho da Ragazzi Advocacia e Consultoria, Sandra Sinatora,

contra arcos elétricos. Segundo o supervisor do Centro de

explica que eles devem ser fornecidos pelo empregador sem

Atendimento Técnico e Treinamentos da Eaton, Danilo

custo ao empregado e, além de fornecê-los, o empregador

Quintiliano, existem casos em que a potência do arco elétrico

deve se responsabilizar pelo treinamento e pela fiscalização da

é tão alta que a roupa não protege.

correta utilização dos EPIs. “Podendo (o empregador) aplicar

advertência, suspensão e até dispensa por justa causa se houver

têm algum ponto em que a energia é superior a 40 calorias por

recusa do empregado”, destaca Sandra.

cm², que é o limite de calor que a roupa categoria 4 protege. Ou

seja, ante esta emissão de calor, não adianta o funcionário estar

As diretrizes para que sejam realizadas as ações visando

Algumas vezes, na ânsia de se adequar à NR 10, empresas

Conforme Quintiliano, cerca de 90% das plantas industriais

à segurança dos trabalhadores são dadas pela norma do

vestindo o traje mais forte, que mesmo assim irá se queimar.

Ministério do Trabalho, contudo, não é sempre que as regras

são cumpridas. O que aconteceu na Arena Corinthians, apesar

necessita investir em estudos de arco elétrico, para a realização

de envolver obras da construção civil, é um exemplo disso. No

de algumas mudanças no projeto do sistema de proteção, tais

que diz respeito ao uso de EPIs, por exemplo, o especialista

como a redução do tempo de atuação dos relés, ou até mesmo

na área de segurança no trabalho, o diretor do Sindicato dos

a instalação de novos equipamentos de proteção. Com medidas

Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo

como estas, segundo Quintiliano, é possível reduzir a energia

Nesse sentido, segundo o supervisor da Eaton, a empresa


O Setor ElĂŠtrico / Maio de 2014

65


Reportagem

O Setor Elétrico / Maio de 2014

do arco elétrico (se ele ocorrer) a até 8 calorias por cm², que é o

Divulgação Furnas.

66

limite para roupas de proteção categoria 2.

Outro exemplo dessa falta de planejamento por parte das

empresas no que diz respeito à segurança no trabalho pode ser visto, conforme Moraes, do Sintesp, nos treinamentos visando instruir os empregados em relação às práticas de segurança. “Eles são obrigatórios, então é preciso cumpri-los, mas não há uma verdadeira preocupação. Trata-se de uma coisa a mais que é feita apenas para ganhar o certificado. Não se vê a importância dessas ações para garantir a segurança do trabalhador”, explica o especialista em segurança no trabalho.

Diagnosticando as práticas das empresas para evitar que

seus trabalhadores sofram acidentes, o diretor do Sintesp chega à conclusão de que houve avanços, mas de que muitos

Furnas também promove a capacitação de seus funcionários por meio de treinamentos práticos em campo, como aprender a subir em uma torre de transmissão de 45 metros

empregadores ainda não conhecem o que deve ser feito visando à segurança do empregado em seu ambiente de trabalho e os

que conhecem não compreendem essa realidade. “Seria preciso

empresas estão tentando agir de acordo com as condições

Sobre o cumprimento da NR 10, Padilla observa que as

mais conhecimento e estudo sobre as normas vigentes para que

estabelecidas nas normas, mas ainda há muitos problemas.

as práticas objetivando à segurança do trabalhador pudessem

Para fundamentar sua afirmação, o engenheiro eletricista cita

ser exercidas com responsabilidade”, sugere.

o estudo feito pela Enerenge, baseado no trabalho diário da companhia, em que foram avaliadas dez empresas – seis do

O cumprimento da NR 10

ramo industrial, duas do ramo de serviços e duas públicas que atuam na área da saúde – de acordo com três pontos:

As bases para as ações almejando a segurança em serviços

capacitação e treinamento dos profissionais; documentação das

em eletricidade encontram-se na NR 10. A versão, que fornece as

instalações; e condições de segurança das instalações conforme

diretrizes para os empregadores e empregados, é relativamente

as normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 14039, ABNT NBR IEC

recente, de dezembro de 2004, e tratou-se de uma reformulação,

60079-14 e ABNT NBR 5419.

pois a norma que tratava da segurança dos trabalhadores neste

“Avaliamos especificamente a conformidade em relação

segmento datava de 1978.

a estes três pontos porque foram eles que mais chamaram a

A nova versão do documento normativo começou a surgir

atenção durante nossos trabalhos junto a estas empresas”,

no início da década de 1990, por conta das informações

explica o engenheiro de segurança. De acordo com Padilla, por

relacionadas a acidentes envolvendo energia elétrica no

exemplo, não houve uma avaliação mais detalhada em relação

trabalho que chegavam ao MTE a partir das empresas. Junto

aos EPIs, porque verificou-se que normalmente as empresas

com representantes das distribuidoras e usuários, o Ministério

forneciam os equipamentos sem problemas.

resolveu formular uma nova norma, a fim de melhorar as

estatísticas de acidentes que estavam muito elevadas.

dos profissionais, verificou-se que seis empresas estavam

Segundo o engenheiro eletricista, engenheiro de segurança

adequadas conforme a NR 10. Com relação ao prontuário, a relação

e diretor da Enerenge Engenharia e Informática, Julian Vilellia

de profissionais utilizados e aos cursos feitos por eles, já duas

Padilla, uma das novidades e destaques desta versão atualizada

apresentaram falhas, pois tinham em seu quadro de funcionários

é que ela oficializou que as instalações elétricas devem atender

trabalhadores que não tinha feito o curso da NR 10 ou, no prontuário

às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

dos funcionários, havia a informação de que eles não tinham feito

Agora, por força da NR 10, quem não seguir a ABNT NBR 5410

um curso profissionalizante; e outras duas (as empresas públicas)

(instalações de baixa tensão), a ABNT NBR 14019 (instalações de

desconheciam totalmente as exigências nessa área.

média tensão), a ABNT NBR IEC 60079-14 (instalações em áreas

Outro aspecto da capacitação examinado durante o

classificadas) e a ABNT NBR 5419 (proteção contra descargas

trabalho da Enerenge feito junto às empresas diz respeito ao

atmosféricas), estará fora da lei e será penalizado por isso.

treinamento de reciclagem que os funcionários devem receber

Dessa forma, no que diz respeito à capacitação e treinamento

a cada dois anos. Segundo o engenheiro, a NR 10 diz apenas


67

O Setor Elétrico / Maio de 2014

Políticas

de segurança nas concessionárias

As concessionárias de energia elétrica são empresas que,

lideranças, treinar os colaboradores para observar

culturalmente, costumam investir na área de segurança do

continuamente a atuação de seus colegas e estimular a

trabalho. Talvez pela natureza de seu serviço, de grande

análise e diálogo sobre as rotinas de trabalho, destacando

utilidade pública, talvez pela preocupação de sua imagem,

que todos os procedimentos são realizados com as equipes

o certo é que grande parte delas apresenta programas nesta

próprias da AES Eletropaulo e com equipes contratadas.

área. A AES Eletropaulo, por exemplo, tem, desde 2002,

trabalhado para adequar suas instalações físicas e para criar

que realiza ações com o objetivo de garantir a saúde e a

manuais de procedimentos de trabalho, uniformizando as

integridade física de seus empregados. Por meio da área

rotinas operacionais.

de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional, a empresa

realiza ações de segurança no trabalho e da área da saúde;

De acordo com o gerente de segurança do trabalho da

Furnas também é um exemplo de concessionária

distribuidora, Alexandre Mendes Evangelista, a empresa

reconhecimento e valorização pessoal; atividades culturais,

apresenta um programa de segurança, saúde e meio

além de diversos atendimentos sociais e de apoio em

ambiente estabelecido, que é revisitado anualmente, e

circunstância que podem afetar a produtividade e o bem-

estabelece ferramentas de controle e metas relacionadas a

estar do empregado.

acidentes, doenças e impactos ambientais. O gerente explica

que a distribuidora atua em três esferas: controle de gestão;

Segurança e Saúde (GSS) de Furnas, Sérgio Ricardo

controle comportamental; e investimentos tecnológicos, ou

Fernandes da Silva, o trabalho realizado pela empresa

seja, estudo de mecanismos que tornem o trabalho mais

nesta área consiste em muito mais que o atendimento

simples e menos arriscado.

da legislação vigente. Trata-se sim de um trabalho de

No que diz respeito ao controle do comportamental do

identificação e análise de riscos existentes nas diversas

indivíduo, por exemplo, a concessionária realiza inspeções

atividades da empresa e de elaboração de soluções para

de segurança em campo. As chamadas “caminhadas de

eliminar ou controlar esses riscos, desenvolvendo métodos,

segurança” são visitas de gestores com o intuito de verificar

agendas de treinamento e mecanismos capazes de promover

se as equipes estão trabalhando conforme o procedimento

a melhoria contínua do processo.

estabelecido pela distribuidora. Faz-se inspeção de EPIs

e EPCs (cones, fitas, bastão de manobra); avaliam-se as

empresa ficou ciente, por exemplo, de que um acidente

condições dos veículos e ferramentas de trabalho (se uma

tem mais chances de ocorrer com dois perfis distintos

chave e um alicate estiver em condição precária, isso pode

de colaboradores: os mais novos, por conta da falta

acarretar em riscos de segurança); e verifica-se também

de experiência e do ímpeto de mostrar serviço, e os

se a equipe possui no campo a pasta de procedimento de

mais antigos e experientes, por conta do excesso de

segurança a serem efetuados.

autoconfiança.

Conforme Evangelista, estas visitas funcionam como

Segundo o coordenador técnico da Gerência de

Conforme Silva, é por meio desta análise que a

Essa análise contínua permitiu também identificar que

um diálogo comportamental. Para se ter uma ideia, no final

o acidente tem maior probabilidade de ocorrer no final do

das caminhadas, os gestores costumam dar um retorno aos

processo, quando o colaborador já está cansado ou perde o

trabalhadores. “Se o que foi visto está dentro do esperado

foco pensando na volta para casa e nos afazeres domésticos.

pela AES, os trabalhadores são parabenizados, pois o

“Conhecer as condições do funcionário e do processo no

objetivo é fortalecer o que já é bom”, diz o gerente. Caso

momento do acidente ajuda a empresa a desenvolver

contrário, se durante estas inspeções for encontrada alguma

métodos e procedimentos específicos para atacar a causa do

inconformidade, a atividade é interrompida até a correção

problema, reduzir os índices de acidentes e salvar vidas”,

do desvio. “Se houver recorrência do comportamento

explica o coordenador.

indesejado, pode até ser gerado um evento de CLT, que pode

ir de suspensão até demissão”, diz Evangelista.

funcionários por meio de treinamentos obrigatórios

A empresa também promove a capacitação de seus

Outro importante procedimento realizado pela

realizados na sede da empresa, no Rio de Janeiro, ou nas

distribuidora é o Behavior Based on Safety (BBS) – em

áreas regionais e de treinamentos práticos em campo, em

português, Comportamento Baseado em Segurança –, que

que o funcionário tem contato direto com os desafios da sua

visa à mudança comportamental em segurança, com o

atividade, como aprender a subir com segurança em uma

reforço da qualidade dos serviços e aprimoramento dos

torre de transmissão de 45 metros de altura, ou realizar

processos internos. O programa consiste em desenvolver

manutenção em espaços confinados.


68

Reportagem que deve haver o treinamento, mas não define a duração dele e tampouco o conteúdo dessa reciclagem, deixando para as empresas essa definição. “O que temos verificado é que as empresas contratam uma instituição de ensino para dar essa reciclagem, que, normalmente, é de 20 horas, e totalmente fora da realidade dessa empresa. Durante estes cursos, fala-se muita coisa repetitiva e acaba sendo maçante”, diz Padilla.

Para o diretor da Enerenge, os treinamentos de reciclagem

surtiriam mais efeitos se empresas elaborassem uma estatística dos acidentes ocorridos durante estes dois anos e focassem o curso de reciclagem na reavaliação das ações que culminaram nestes acidentes. Ou seja, o treinamento deveria ser focado na realidade da empresa e não em um programa pré-formatado.

Com relação à documentação, cinco empresas estavam com

todos os documentos em conformidade, três já haviam contatado empresas para a elaboração de documentos da instalação e estavam com o processo em andamento; e duas (as mesmas duas da capacitação) desconheciam totalmente a exigência.

A documentação diz respeito ao prontuário de instalações

elétricas, que é composto pelo diagrama unifilar elétrico (esquema simplificado que mostra a composição da instalação elétrica); pelo conjunto de todos os procedimentos de instruções técnicas para a realização do trabalho do eletricista; pela documentação das medições do sistema de proteção contra as descargas atmosféricas; pela especificação dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e dos EPIs; e pela documentação comprovada da capacitação, qualificação e treinamentos dos trabalhadores.

Já referente às condições de segurança das instalações, tendo

como base as normas da ABNT, nenhuma empresa atendeu 100% dos requisitos. Conforme a análise, oito delas apresentavam não conformidades menores e duas (empresas públicas) apresentavam situação temerária, com painéis sem tampas, gambiarras, etc. Sobre as não conformidades que não eram graves, o estudo constatou que a maioria delas dizia respeito à não existência do sistema de bloqueio para impedir a energização do painel quando alguém o estivesse operando. “Isso ocorre, normalmente, porque as instalações elétricas brasileiras são mais velhas que a NR 10, ou sejam, ainda não contemplam as mudanças trazidas pela norma”, explica o diretor da Enerenge.

A fim de que a situação se modifique e as empresas cumpram

os ditames da NR 10 em sua totalidade, Padilla acredita que o foco deve ser na educação e na conscientização das pessoas, no sentido de que elas saibam que a eletricidade pode matar e que elas devem se precaver para que acidentes não aconteçam. “Desde 2004, quando foi atualizada a NR 10, já se verificou uma redução de acidentes, mas a meta é o índice 0”, assevera o engenheiro de segurança.

O Setor Elétrico / Maio de 2014

Conscientização

O trabalho de conscientização é importante no sentido de

alertar os empregadores e os empregados para os riscos de se realizar serviços de energia elétrica sem os cuidados necessários com a segurança. No Brasil, duas entidades de destaque nessa área produzem dados estatísticos sobre acidentes com eletricidade, envolvendo trabalhadores e usuários e realizam atividades de fomento à segurança do trabalhador. São elas: a Fundação Coge (Funcoge), que trabalha junto às concessionárias de energia elétrica, e a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Atuando na área de gestão empresarial, a Funcoge é uma

instituição de caráter técnico-científico voltada para a pesquisa, ensino, estudo e aperfeiçoamento dos métodos, processos e rotinas do setor elétrico brasileiro, atuando em diversas áreas das empresas de energia, por meio de comitês (formados pelos próprios funcionários das empresas de eletricidade), entre os quais, o Comitê de Segurança e Saúde no Trabalho.

De acordo com o gerente da Funcoge, César Vianna, o

comitê de segurança funciona como um termômetro para a entidade, pois é por meio das ações promovidas por ele que a instituição sente o que é necessário para as companhias de energia elétrica no que diz respeito à segurança e saúde.

Uma destas ações é o Relatório de Estatísticas de Acidentes

no Setor Elétrico, realizado anualmente pela fundação desde 2009, e que dá sequência e complementa um trabalho que já vinha sendo desenvolvido pela Eletrobras desde 1977. Vianna elogia o relatório e diz que ele evolui de uma simples planilha para um software detalhado que fornece, entre outras coisas: a análise de acidentes, dando informações sobre a natureza da lesão, fonte da lesão, agente do acidente, entre outros; dados por empresas; custo dos acidentes para as empresas; e uma visão geral, mostrando qual foi o número de acidentados fatais no ano; além de comentários a respeito dos dados levantados.

Mais um exemplo de programa desenvolvido pela Funcoge

é o Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro (Sense). Trata-se de um evento bienal, cuja última versão foi realizada em 2013, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e que debate relevantes e atuais temas acerca de segurança e saúde no trabalho, no âmbito do setor elétrico, por meio de cursos pré-seminário, painéis técnicos, conferências internacionais, palestras e dezenas de contribuições técnicas. Além disso, após firmar parceria com a Utilities Risk Management

(URM),

empresa

canadense,

a

Funcoge

implementou o Sistema de Gestão do Trabalho Seguro, para


69

O Setor Elétrico / Maio de 2014

ser usado nas concessionárias de energia elétrica, a fim de

internet e, de fato, a entidade ampliou a coleta dos dados em

fornecer segurança ao trabalhador, melhorar a produtividade, a

2013. "Entretanto, acreditamos que o nosso trabalho em conjunto

confiabilidade e a operação do serviço em todos os níveis, por

com várias ações possam ter reduzido a taxa de acidentes,

meio de uma abordagem sistemática para trabalhar de maneira

principalmente os fatais", confia o engenheiro eletricista.

segura. O sistema, que no Brasil é empregado pela Brookfield, empresa de origem canadense, é constituído por 22 elementos

Adicional de periculosidade

calcados nas áreas de liderança, gestão de riscos, educação, controle e proteção e monitoramento.

Por sua vez, a Abracopel atua na conscientização dos

que realizam serviços de manutenção e operação na área elétrica

profissionais da área informando sobre os riscos, e as formas

visando mitigar o risco de acidentes, este ainda existe. Por isso,

de evitá-los, por meio de eventos técnicos, palestras específicas

a legislação brasileira prevê um adicional de periculosidade

sobre a NR 10, ações em mídia eletrônica, e mesmo como

para esses profissionais, da ordem de 30% sobre o salário base

apoiadora em ações de outros parceiros que tenham o mesmo

do empregado. Conforme a advogada responsável pela área de

foco. Segundo o diretor da Abracopel, Edson Martinho, os

Direito do Trabalho da Ragazzi Advocacia e Consultoria, Sandra

eventos da entidade são abertos a públicos diversos e, portanto,

Sinatora, o adicional é uma forma de compensar o empregado

atingem desde o eletricista até o engenheiro, seja de eletricidade

que exerce atividades em condições prejudiciais à saúde.

ou segurança do trabalho.

Dois importantes eventos promovidos pela Abracopel são

de acidente, além de estabilidade no emprego por, no mínimo

os encontros regionais de eletricistas e os seminários Elétrica

12 meses, ele poderá ingressar com ação judicial e pleitear

Segura, nos quais a entidade busca orientar e interpretar as

eventual indenização por danos materiais e/ou morais. “No

normas técnicas e regulamentadoras ligadas à eletricidade,

caso de óbito, também existe a possibilidade dos herdeiros

com o intuito de contribuir para o entendimento das regras

pleitearem indenização, sendo que os dependentes econômicos,

por parte dos trabalhadores e incentivar para que elas sejam

além de indenização, poderão pleitear pensão vitalícia”, diz

seguidas. "O resultado é a redução inerente dos acidentes pelo

Sandra Sinatora, explicando que os pedidos de indenização

conhecimento", destaca Martinho.

são analisados um a um pelo poder judiciário, não havendo

Assim como a Funcoge, a associação também contribui

nenhuma regra específica com relação a valores.

para o alerta sobre o perigo da eletricidade e possível mitigação

Sandra destaca que o fato de o empregador pagar o

de acidentes pela elaboração e publicação de estatísticas sobre

adicional não o libera do investimento em proteção e prevenção

mortes por choques elétricos. Realizadas anualmente seus dados

de acidentes. Para a advogada, trata-se de uma questão bastante

são obtidos pela ferramenta de “alerta de notícias do Google”,

delicada, sendo a conscientização dever de todos os envolvidos.

com palavras-chaves como: choque elétrico, eletrocutado,

“Muito embora seja do empregador a obrigação de fiscalizar a

eletropressão, curto circuito, incêndio, dentre outros. Conforme a

utilização do EPI, é a vida do empregado que está em risco e ele

Abracopel, os números levantados refletem somente uma parcela

deve preservá-la com a utilização correta dos equipamentos que

dos acidentes de origem elétrica que acontecem no Brasil. A

lhe são fornecidos”, diz.

estimativa, de acordo com a entidade, é de que o número possa

ser de quatro a cinco vezes maior do que o apresentado.

o índice de periculosidade, e o Decreto 93.412/1986 foram

Martinho explica que a instituição não possui dados

revogados pela Lei 12.740/2012, que alterou ao artigo 193

estatísticos

"mas

da CLT, que prevê quais são as atividades consideradas

conseguimos levantar os acidentes que estão relacionados a

perigosas. Contudo, este cancelamento é meramente técnico, e

atividades e que ocorreram devido à eletricidade". Em 2013,

o decreto continuará sendo aplicado até que se aprove o anexo

por exemplo, foram constatados 170 acidentes fatais na rede

IV, que dispõe sobre atividades e operações perigosas com

aérea, sendo 85 envolvendo profissionais de vários setores da

energia elétrica, que está presente na norma NR 16 do MTE,

economia, entre eles, eletricistas ou técnicos autônomos (28),

que regulamenta as atividades perigosas. De acordo com a

eletricista profissional de empresa (12) e instaladores de teve a

advogada, o MTE já criou um Grupo de Trabalho para estudar

cabo e telefonia (8). Martinho declara que não pode afirmar se

a inserção do anexo IV à NR 16 e, embora o texto já tenho

houve diminuição do número de acidentes, já que a estatística

sido aprovado pelo grupo, alguns pontos aguardam revisão e

fornecida pela associação é baseada nas notícias encontradas na

posição por parte do Ministério.

específicos

de

acidentes

de

trabalho,

Mesmo com todos os recursos fornecidos aos trabalhadores

A advogada explica que caso o trabalhador seja vítima

Por fim, vale salientar que a Lei 7.369/85, que introduziu


Condicionamento de energia

70

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Fontes ininterruptas de energia Uma

revisão sobre aspectos construtivos e técnicas de controle do estágio de saída

Por Hildo Guillardi, Paulo Serni, Danilo Brandão, Fernando Marafão, Luis de Pádua, Rafael Pazi e Flávio Gonçalves*


71

O Setor Elétrico / Junho de 2014

A

produção

industrial

de

fontes

apresenta um menor rendimento em função

ininterruptas de energia (UPS – Uninterruptible

das perdas constantes de chaveamento nos

Power System) iniciou-se na década de 1970,

semicondutores.

pela necessidade de fornecimento contínuo de

energia para grandes sistemas de informática.

de onda das tensões da carga e da rede, não há

No entanto, com a expansão do uso de

a necessidade de algoritmos de sincronismo da

novas tecnologias eletrônicas em todos os

saída da UPS com a rede principal.A inexistência

segmentos da sociedade, resultando em um

desses algoritmos diminui a complexidade

aumento expressivo no número de aplicações

do controle. O desacoplamento, por sua vez,

com cargas sensíveis, o fornecimento de

garante a possibilidade de compensação, para

energia de boa qualidade e contínua tornou-se

a carga, da maioria dos distúrbios ocorridos na

primordial, expandindo o mercado dos UPSs.

rede elétrica principal.

Topologias de construção de um UPS

Devido ao desacoplamento entre as formas

A segunda topologia utilizada é chamada

interativa ou de interação com a rede (line interactive). Sua principal característica é que a frequência da tensão apresentada à carga

A capacidade de comutação entre a fonte

depende completamente da rede (ao contrário

principal de energia e a secundária (baterias)

da topologia online), portanto, essa topologia

garante várias características inerentes à

necessita de algoritmos de sincronismo do

qualidade da energia elétrica, portanto, um

circuito do inversor com a rede elétrica.

UPS possui várias classificações de acordo

Contudo, a amplitude da saída não é totalmente

com sua topologia de construção e tempo de

dependente do valor da amplitude da tensão

comutação.

da rede, o que proporciona a capacidade de

Segundo a norma brasileira ABNT NBR

essa topologia atuar como compensador para

15014 e a internacional IEC62040-3, os UPSs

distúrbios relacionados com a magnitude da

são separados em três topologias quanto a

tensão da rede. Entretanto, pode apresentar

sua operação e, principalmente, quanto ao

um tempo considerável de comutação entre

fornecimento de energia à carga. No primeiro

as duas fontes, não conseguindo compensar

tipo, denominado online, a amplitude e a

todos os tipos de falta do sistema primário

frequência da tensão apresentadas à carga

(Tabela 1). Na Figura 2 é mostrado o circuito

são completamente independentes da rede

de acoplamento por meio de uma impedância,

principal e o circuito inversor do UPS é

sendo também possível o acoplamento por um

responsável pelo fornecimento de energia

transformador.

à carga durante toda sua operação. Nesse

sistema é tipicamente empregada a topologia

também conhecida em algumas literaturas

de dupla conversão, apresentada na Figura 1.

como off-line, a qual é fundamentada no

A vantagem dessa topologia é a inexistência

princípio de deixar o inversor em modo de

de tempo de comutação entre as duas

controle fonte de tensão pronto para entrar em

fontes (rede elétrica e bateria), entretanto,

funcionamento na ausência da rede principal.

A última topologia é chamada stand-by,

Figura 1 – UPS de topologia online com circuito de dupla conversão.


Condicionamento de energia

72

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Figura 2 – UPS de topologia de interação de linha com impedância de acoplamento.

Quando operando no modo de alimentação

topologia de UPS pode ser capaz de compensar.

da carga pela rede elétrica, tanto a tensão como

A operação de comutação entre a rede elétrica

a frequência dependem da rede, e o UPS pode

e a bateria, bem como a resposta transitória à

se encontrar no modo de recarga da bateria.

inserção e à remoção de cargas classificam um

Quando operando no modo de alimentação

UPS de acordo com as curvas da norma IEC

pela bateria, o valor de tensão e de frequência

62040-3, a qual apresenta o tempo e o nível

apresentados à carga não dependem mais

de resposta da saída para cada classificação, de

da rede, entretanto, o uso de algoritmos de

forma que a carga (ou processo) sensível não

sincronismo (fazendo com que a magnitude,

sofra nenhum dano. A Figura 4 apresenta essas

frequência e fase da rede elétrica sejam mantidas

curvas em sobreposição com a CBEMA/ITIC e

na saída) possibilita uma rápida comutação entre

IEE Std. 446, as quais mostram a tolerância de

as duas fontes. A topologia stand-by tipicamente

equipamentos eletrônicos a ocorrências de falta

utiliza o circuito de dupla conversão com uma

da rede, reforçando que um UPS deve ser capaz

chave de by-pass (Figura 3), o que permite a

de manter em funcionamento ininterrupto os

alimentação da carga sem a operação do circuito

equipamentos para os quais está fornecendo

inversor que compõem a UPS.

energia elétrica.

Dentro da possibilidade de um UPS atuar

Como visto na Figura 4, existem três

como um compensador para faltas no sistema

classificações de UPSs de acordo com sua

elétrico, deve-se destacar que o distúrbio a ser

resposta aos transitórios (de inserção e

compensado depende não só do algoritmo

remoção de carga e com a comutação da fonte).

usado, mas também da topologia construtiva da

Essa classificação vai da classe 1 (mais rígido),

UPS. A Tabela 1 mostra os tipos de distúrbios de

aceitando uma variação máxima de 30% na

Qualidade de Energia Elétrica (QEE) que cada

tensão de saída por um curto período de tempo,

Figura 3 – UPS de topologia stand-by com circuito de dupla conversão.



Condicionamento de energia

74

O Setor Elétrico / Junho de 2014

até a classe 3, que permite uma interrupção de até 10 ms no fornecimento.

Aspectos construtivos

Independentemente da topologia utilizada na

implementação, o UPS deve conter um circuito inversor de saída, podendo ainda possuir um circuito elevador de tensão contínua (boost) e/ ou um transformador para adequar os níveis de tensão (Figura 5) e fornecer isolamento galvânico ao sistema. Figura 4 – Compilação entre as principais curvas de tolerância de equipamentos eletrônicos a distúrbios da rede.

Tabela 1 – Distúrbios tipicamente compensados por um UPS

Fenômeno

Tempo

Exemplo

IEC 62040-3 Topologia de UPS

Ainda sobre o inversor de saída, podem-se

utilizar diferentes topologias em sua construção, desde a mais simples até topologias complexas, como a multinível mostrada na Figura 6. Topologias multiníveis diminuem o conteúdo

Interrupção (backout)

> 10ms

harmônico da tensão de saída, os esforços de

Afundamento de tensão (sag)

< 16ms

chaveamento e as perdas de comutação dos

Elevação de tensão (swell)

< 16ms

Subtensão (undervoltage)

contínuo

modulação PWM.

Sobretensão (overvoltage)

contínuo

Cintilação (flicker)

esporádico

Transitório (surge)

< 4ms

Harmônica Total (DHT) da tensão gerada pelo

Variação de frequência

esporádico

chaveamento, estes são amplamente utilizados

Distorção de alta frequência (burst)

periódico

Harmônicas

contínuo

semicondutores de potência; porém, aumentam a complexidade dos algoritmos de controle e Na etapa de saída do sistema é comum

a existência de um filtro LC (Figura 5) ou LCL para diminuição do nível de Distorção

por possuírem, na prática, mínima característica dissipativa. Porém, seu projeto deve levar em conta sua frequência natural de ressonância e de


75

O Setor Elétrico / Junho de 2014

chaveamento do sistema. Para se conseguir uma sintetização mais fiel de uma tensão puramente senoidal na saída, pode-se aumentar a frequência de chaveamento, transpondo o conteúdo harmônico indesejado para frequências superiores, as quais são mais fáceis de serem atenuadas com filtros de menor dimensão. Em contrapartida, tal opção pode gerar um considerável incremento das perdas no sistema, já que se aumenta o número de comutações dos semicondutores por período

Figura 5 – Circuito simplificado para uma UPS de dupla conversão.

da tensão.

Estratégias de controle Em um UPS, deseja-se que a tensão de saída sintetizada tenha forma de onda o mais próximo possível de uma senóide, de amplitude e frequência determinada e em fase com a rede (nas UPSs do tipo line interactive e stand-by). Além disso, é desejável uma boa resposta transitória à entrada e à saída de cargas: linear,

Figura 6 – Inversor monofásico de único nível (a) e multinível (b).


Condicionamento de energia

76

O Setor Elétrico / Junho de 2014

não garante que o erro seja nulo. 2)

Controlador

integrativo:

corrige

o

erro do sistema em regime permanente. Possui melhor desempenho para sinais de referência contínuos, por apresentar ganho (teoricamente) infinito na frequência zero. Tipicamente, utiliza-se o valor eficaz (RMS) Figura 7 – Diagrama de blocos do modelo da planta a ser controlada.

não linear e/ou desbalanceada (no caso de uma

modelo dinâmico do sistema. Destacam-se as

UPS trifásica).

transformadas αβ e dq, que convertem um

Sobre o controle do sistema do UPS, diversas

sistema trifásico em um sistema vetorial em

questões podem ser levantadas, tais como: qual

quadratura, resultando muitas vezes em valores

(ou quais) variável(is) observar e em que ordem

contínuos, os quais são mais simples de serem

devem ser inseridas na malha de controle (em

controlados.

um sistema multimalhas).

Controladores

Na literatura “A comparative analysis of multiloop voltage regulation strategies for single and three-phase UPS systems” (ver referências),

algumas

levantadas,

tipos de controladores digitais comumente

chegando-se à conclusão de que uma boa medida

encontrados em aplicações de controle do estágio

é o monitoramento, simultaneamente, das variáveis

de saída de UPSs. São estes os apresentados na

de tensão de saída (v0 ) e de corrente (Figura 7),

Figura 8, em que ZOH representa um amostrador

garantindo, assim, um bom controle da amplitude

digital; P(z) o controlador proporcional; (P(z)

e da DHT da tensão de saída. Também propõe-se

+ I(z)) o controlador proporcional integral;

a comparação do controle com monitorando

(P(z) + RESn(z)) o controlador ressonante; e

da corrente no indutor (iL ) e no capacitor (iC ) do

(P(z) + REP(z)) o controlador repetitivo, sendo

filtro LC de saída. A estratégia de monitoração da

que as associações entre eles ainda podem ser

corrente no indutor do filtro permite a diminuição

realizadas.

destas

questões

são

Nesse tópico são discutidos os principais

da DHT e pode agregar benefícios adicionais, como o controle do nível médio da corrente, evitando,

1) Controlador proporcional: é o principal tipo

assim, a saturação dos elementos eletromagnéticos

de controlador, sendo parte integrante de

presentes no circuito (transformador e o próprio

todos os demais, determinando a frequência

indutor do filtro).

de corte, o que reflete diretamente na

Em UPSs com inversores polifásicos é comum

dinâmica de resposta do sistema. Este faz

utilizar, em conjunto com os controladores,

com que a saída de um sistema acompanhe

métodos matemáticos para simplificação do

um determinado sinal de controle, porém,

da tensão de saída como referência, porém, este cálculo gera um atraso na dinâmica do controlador, já que seu valor corresponde à característica de um ciclo completo de um sinal. O controle integrativo é utilizado em conjunto com o controlador proporcional, expresso por (1), podendo ainda ser associado a um controlador derivativo, caracterizando um regulador PID, o que aperfeiçoaria, também, a resposta transitória do sistema.

(1)

3) Controlador ressonante: possui como vantagem a característica de conseguir seguir um sinal periódico, em um UPS, sem necessidade do cálculo do valor eficaz do sinal. Como característica principal tem seu ganho tendendo ao infinito em sua frequência de sintonia (ou frequências), fazendo com que o sistema apresente erro próximo de zero em tais frequências. Sua equação é expressa em (2).

(2)

4) Controlador repetitivo: com a equação mostrada em (3), é normalmente associado a algum tipo de filtro. Na Figura 8, o bloco FDFT(z) representa um filtro de resposta finita ao impulso (FIR), baseado na transformada discreta de Fourier (DFT), responsável pela seleção harmônica e estabilidade do sistema. Por fazer uso de uma realimentação positiva, esse controlador pode facilmente tornar-se instável e seu funcionamento consiste na

Figura 8 – Diagrama de blocos dos controladores proporcional, proporcionalintegral (PI), ressonante (PRES) e repetitivo (PREP).

inclusão de uma malha de atraso igual à Na amostras, fazendo com que o valor de erro


O Setor Elétrico / Junho de 2014

77

atual seja somado ao anterior, amplificando sua influência sobre o controle. Todavia, devido ao algoritmo de seleção da harmônica, esse tipo de controlador torna-se custoso computacionalmente.

(3)

O elevado custo computacional motivou o

estudo sobre a influência da taxa de amostragem e, por consequência, da velocidade de atualização da parcela repetitiva do controlador, em função da DHT gerada na tensão de saída.

Nas Figuras 9 a 11, nota-se que a frequência

de aquisição do sinal influencia diretamente na distorção da tensão de saída. Verifica-se que a diminuição da taxa de amostragem do algoritmo do controlador repetitivo proporciona um aumento da DHT da tensão de saída e o surgimento de novas harmônicas, causadas pela subamostragem do sinal, como mostrado nas Figuras 9 a 11. A resposta dinâmica não se altera.

Figura 9 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 200 S/s.

Figura 10 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 100 S/s.

Figura 11 – Espectro harmônico da tensão de saída utilizando controlador repetitivo com 50 S/s.


Condicionamento de energia

78

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Resultados de simulações

Para o estudo do controle multimalhas,

em regime permanente e transitório, foram realizadas

simulações

na

plataforma

de

simulação PSIM do estágio de saída de uma UPS monofásica operando em uma situação crítica (ou seja, carga não linear de potência nominal igual à potência nominal da UPS). O controlador foi implementado em linguagem C por meio de uma DLL (Dynamic Link Library), a qual era interpretada pelo simulador.

Figura 12 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle PI de tensão na saída e na corrente do capacitor.

Avaliação do controle em regime permanente

Considerando uma tensão de referência de

127 VRMS em 60 Hz, com controle multivariável da tensão de saída e corrente no capacitor (ic), obteve-se a resposta apresentada na Figura 12. Na Figura 13, tem-se a tensão de saída com o controle da tensão de saída e corrente no indutor (iL).

O controle com iC apresentou harmônicas

Figura 13 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle PI de tensão na saída e na corrente do indutor.

de alta frequência com valores acima do permitido, o que já não ocorre no controle com iL. Contudo, esse controle é mais vulnerável na corrente da carga, o que pode ser visto na Figura 13 (a tensão de saída não acompanha perfeitamente

sua

referência

durante

o

período em que a carga exige corrente).

Assim, a distorção harmônica foi elevada

para 8,77% e o nível de 3ª e 5ª harmônica ultrapassou os limites da norma IEC 620403. Para que o sistema se enquadrasse aos limites da norma, foi necessário implementar

Figura 14 – Tensão de saída e corrente da carga para o controle ressonante multimalha com corrente do indutor.

um controlador ressonante sintonizado nas

do UPS, passando para 100% e, por fim,

crítica, pois o controle conseguiu estabilizar a

3ª e 5ª harmônicas. A simulação resultante

retornando a 20%, conforme recomendação

saída em menos de 0,5 ms, com erros dentro

pode ser vista na Figura 14, que apresenta

da IEC62040-3.

dos limites da classificação 1 para UPSs.

menor índice de DHT, sendo igual a 2,88% e

Primeiro,

todas as componentes harmônicas atentas à

multimalha com a corrente no capacitor (Figura

testado nas mesmas condições anteriores. A

normatização.

15), em que se mostra que o transitório de

Figura 16 mostra que o controle possui um

entrada da carga foi crítico, provocando uma

erro semelhante durante o degrau de entrada

Avaliação do controle sob

grande oscilação da tensão de saída. A duração

de carga, com um afundamento de 70% de

condição transitória

do transitório foi de aproximadamente 9 ms,

tensão em relação à referência, tendo tempo

Nesse teste foi aplicado um degrau

assim os erros obtidos extrapolaram as três

de acomodação de 34 ms, assim ele não atende

de entrada e de saída de carga não linear,

categorias definidas pela norma IEC62040-3. Já a

às classificações, exatamente como o controle

começando com 20% da potência nominal

resposta ao degrau de saída de carga foi menos

anteriormente avaliado.

considera-se

o

controle

O controle com corrente do indutor foi


79

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Figura 15 – (a) Resposta dinâmica da tensão de saída durante degrau de carga com controle de iC . (b) Classificação da resposta segundo a IEC 62040-3.

Figura 16 – (a) Resposta dinâmica da tensão de saída durante degrau de carga com controle de iL. (b) Classificação da resposta segundo a IEC62040-3.

Com os testes de regime permanente e

alta frequência geradas pelo chaveamento

desempenho dinâmico, pode-se concluir que

do PWM, deve-se impor uma alta taxa de

os dois controles possuem características

amostragem para que o sinal de corrente do

positivas e negativas opostas. O controle

capacitor seja exibido com fidelidade. Porém,

com corrente do capacitor possui um

todo o desenvolvimento dos controladores foi

excelente

regime

baseado na taxa de aquisição fixa de 12 kHz,

permanente, superando o controle com

assim a corrente do indutor, que praticamente

corrente do indutor. Por outro lado, durante

não apresenta as harmônicas do chaveamento

transitórios da carga, apesar de ser mais

é melhor exibida, gerando maior eficiência em

lento, o controle com corrente do indutor

seu controle.

comportamento

em

apresenta dinâmica mais suave que aquele com corrente do capacitor, alimentando

Resultados experimentais

a carga com menores variações de tensão durante o transitório de carga.

Para validação e comparação entre os

Outro ponto positivo em utilizar o

diferentes tipos de controladores, montou-se

controle com a corrente do indutor é sua

o circuito da Figura 17, sendo cada controlador

frequência de amostragem. Como o capacitor

implementado em linguagem C no DSP de

drena todas as correntes harmônicas de

ponto fixo.


Condicionamento de energia

80

O Setor Elétrico / Junho de 2014

da resposta transitória percebeu-se que a melhor estratégia é baseada no uso de um controlador multimalhas de tensão de saída e corrente no indutor do filtro de saída. Observando o comportamento em regime e a DHT da onda de saída, concluiu-se que o controlador repetitivo apresenta o melhor

Figura 17 – Circuito de potência da UPS ensaiada.

desempenho, com o menor erro de controle

A seguir, é comparada a resposta da

tensão de saída do UPS utilizando cada um dos

tipos

controladores

mais rapidamente as perturbações de alta

controladores apresentados na seção III (PI,

para o estágio de saída e sua influência na

frequência provenientes da influência da

PRES e PREP), por meio da DHT da tensão.

regulação da tensão. Por meio do estudo

variação de corrente da carga não linear.

Escolheu-se

uma

carga

com

Além disso, foram analisados os principais e

combinações

de

e a menor DHT de saída, além de amortecer

não

linearidade bastante acentuada para destacar as distorções na tensão causadas. A Figura 18 é relativa ao resultado com controlador PI. Pode-se observar na Figura 18 que o controlador PI não proporciona um desempenho ótimo, pois o sinal a ser controlado é senoidal. Em seguida, utilizou-se o controlador ressonante, na Figura 19, com frequências de ressonância na 1ª, 3ª, ..., 11ª harmônicas (ímpares) do sinal fundamental.

Figura 18 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PI.

Comparando o controlador PI com o PRES,

constata-se a diminuição da DHT da forma de onda da tensão de saída, porém, ainda se observam perturbações de alta frequência no sinal de tensão devido ao crescimento e decrescimento abrupto da corrente de carga.

O uso do controlador repetitivo, na Figura

20, aumentou o consumo de processamento computacional do sistema, visto que em sua malha é calculada uma DFT (utilizando as mesmas frequências do PRES), o que exige grande quantidade de operações matemáticas do DSP.

Figura 19 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PRES.

O PREP foi o controlador que apresentou menor DHT no sinal de saída e que, praticamente, não apresentou perturbações de alta frequência indesejáveis na forma de onda da tensão.

Conclusões

Este trabalho apresentou uma revisão sobre os

principais aspectos relacionados à implementação de um UPS, desde sua classificação e normatização nacional e internacional até as principais topologias e suas capacidades de compensação.

Figura 20 – Tensão de saída e corrente da carga para o controlador PREP.


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O Setor Elétrico / Junho de 2014

Referências [1] ZHAO, B. et al. “Next-Generation Multi-Functional Modular Intelligent UPS System For Smart Grid”. IEEE Transactions on Industrial Electronics, n. 99, p. 18, 2012. [2] LEE, T.; KINOSHITA, M.; SANADA, K. “High-efficiency largecapacity uninterruptible power supply for 3-phase 4-wire power system”. Power Electronics and Motion Control Conference (IPEMC), 2012 7th International, China, 2012, v. 2, p. 1.131–1.136. [3] “Uninterruptible power systems (UPS) – Part 3: Method of specifying the performance and test requirements”. International Electrotechnica Commission, p. 212, 1999. [4] “Conversor a semicondutor – Sistema de alimentação de potência ininterrupta, com saída em corrente alternada (nobreak) – Terminologia,” ABNT/CB-03 – Eletricidade, 2003. [5] SÖLTER, W. “A new international UPS classification by IEC 62040-3”.Telecommunications Energy Conference, 2002. INTLEC. 24th Annual International, 2002, p. 541–545. [6] “PRODIST Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica”. ANEEL, 2012. [7] “Recommended Practice for Emergency and Standby Power Systems for Industrial and Commercial Applications”. IEEE Std 446-1995, 1995. [8] SKOK, S.; SKOK, M.; VRKIC, N. “Electrical performance test procedure for uninterruptible power supplies”, 2004 IEEE International Conference on Industrial Technology, 2004. IEEE ICIT ’04, Dec., v. 2, p. 667-671. [9] LOH, P. C. et al. “A comparative analysis of multiloop voltage regulation strategies for single and three-phase UPS systems”. IEEE

Transactions on Power Electronics, vl. 18, n. 5, p. 1.176-1.185, 2003. [10] KIM, E.-H. et al. “Practical Control Implementation of a Threeto Single-Phase Online UPS”. IEEE Transactions on Industrial Electronics, v. 55, n. 8, p. 2.933-2.942, 2008. [11] FLORES, J. V. et al. “Síntese de controladores repetitivos chaveados: uma aplicação a fontes ininterruptas de energia (UPS)”. Revista de Controle & Automação, v. 22, n. 2, p. 184-200, 2011.

*Hildo Guillardi Júnior é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica (2013) pela UNESP/Bauru. Atualmente é doutorando em engenharia elétrica pela Unicamp. É integrante do grupo de pesquisa GASI. Paulo José Amaral Serni é engenheiro eletricista, mestre (1992) e Doutor em Engenharia Elétrica (1999) pela Unicamp. É professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desde 1987 e docente do Curso de Engenharia de Controle e Automação – UNESP/Sorocaba desde 2012. Danilo Iglesias Brandão é engenheiro de Controle e Automação pela UNESP/ Sorocaba (2011) e tem mestrado em engenharia elétrica pela UNESP/Bauru (2013). Atualmente é doutorando em engenharia elétrica pela Unicamp. Desde 2008 é bolsista FAPESP. É integrante dos grupos de pesquisa DSCE e GASI.

Fernando Pinhabel Marafão é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica pela Unicamp. Desde 2005, é professor assistente doutor no Campus de Sorocaba da Unesp, onde liderou o Grupo de Automação e Sistemas Integráveis (GASI) de 2007 a 2011. Luis Otávio de Pádua Filho é engenheiro de Controle e Automação pela UNESP/Sorocaba (2009). Atualmente, trabalha como engenheiro de produto pela General Motors do Brasil, responsável por sistema de aquisição e instrumentação para testes de validação em automóveis. Rafael Rodrigues da Paz é engenheiro eletricista e mestre em Engenharia Elétrica pela UNESP/Sorocaba (2014). Atualmente, é professor da Faculdade de Engenharia de Sorocaba. Flávio Alessandro Serrão Gonçalves é engenheiro eletricista (1998), mestre (2001), doutor (2005) e pós-doutor (2007) em Engenharia Elétrica pela UNESP/Ilha Solteira (SP). Em 2011 foi pesquisador visitante na Universidade de Padova, Itália. Atualmente é professor e coordenador de curso de Engenharia de Controle e Automação no Campus de Sorocaba da Unesp.


Pesquisa

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Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Crescimento moderado Fabricantes e distribuidores de dispositivos elétricos estimavam crescimento de 14% em relação a 2013, mas o aumento foi de apenas 12%. O número, ainda assim, é superior ao acréscimo de 8% apresentado entre 2011 e 2012

As previsões otimistas feitas no ano passado pelos fabricantes de dispositivos

influência. Certamente, por isso, as empresas projetaram um crescimento do

elétricos não se concretizaram totalmente. O crescimento de 14% projetado para

mercado de apenas 6% para o ano em curso. O número é bem inferior ao aumento

as empresas do segmento para 2013 foi na verdade de 12% em comparação ao

de 14% estimado pelas empresas para 2013.

ano anterior, como mostra a pesquisa realizada neste mês pela revista O Setor

Elétrico, que entrevistou não apenas fabricantes, mas também distribuidores e

relação ao próprio desempenho em 2014. Se no ano passado, a maioria dos

usuários de dispositivos elétricos. Mesmo assim, o crescimento foi maior do que o

pesquisados (30%) apresentou um faturamento bruto anual entre R$ 10 milhões

verificado em 2012 ante 2011, que foi de somente 8%.

e R$ 30 milhões, neste ano, a mesma maioria (30%) declarou um faturamento um

Entre os fatores que podem influenciar o crescimento do mercado de

pouco menor, entre R$ 5 milhões e R$ 20 milhões.

dispositivos elétricos em 2014, a maioria dos fabricantes entrevistados, 35%,

apontou a desaceleração da economia brasileira deste ano como motivo de maior

revelou números que deverão ser encarados de forma positiva pelo mercado.

O pessimismo das empresas parece afetar, inclusive, a sua percepção em

No que diz respeito aos consumidores de dispositivos elétricos, a pesquisa


83

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Isto porque, se em 2013, 79% dos consumidores entrevistados estavam dispostos a investir até R$ 1 milhão na compra e/ou especificação dos produtos deste segmento, neste ano, a maioria dos entrevistados (58%) pretende investir até R$ 50 milhões.

Tal estimativa mostra que os consumidores estão satisfeitos com o mercado de dispositivos elétricos. O que

é verificado no próprio levantamento deste mês, em que a maioria dos entrevistados (25%) declarou que as empresas do setor fabricam produtos de boa qualidade técnica. Outros 47% teceram comentários elogiosos ao mercado, avaliando-o como em franco crescimento, maduro e responsável, atento às tendências internacionais, e que oferece bom respaldo técnico.

Veja na sequência a pesquisa na íntegra realizada com mais de 100 empresas, que informa ainda quais são os

tipos de produtos mais comprados e/ou especificados, bem como os principais segmentos de mercado atendidos:

MERCADO BRASILEIRO DE DISPOSITIVOS ELÉTRICOS

O segmento industrial continua sendo o principal mercado das vendas de dispositivos elétricos. 90% das

empresas (10% mais do que foi registrado em pesquisa realizada em 2013) indicam a indústria como principal cliente atendido. Em seguida, aparecem os montadores de quadros e painéis, com 57%. principais segmentos de atuação

90% 57% 54% 38%

Industrial

Montadores de painéis

Comercial

Residencial

Diferentemente do registrado na pesquisa anterior, neste ano, as vendas diretas ao cliente final lideram o ranking dos principais canais de vendas empregados pelos fabricantes e distribuidores de dispositivos elétricos. Distribuidores e atacadistas (antes empatados em primeiro lugar juntamente com vendas diretas) agora foram citados por 62% das companhias. Telemarketing continua sendo o meio menos utilizado. principais canais de vendas

76%

24%

Venda direta ao cliente final

62%

Revendas / varejistas

62%

Distribuidores / atacadistas

Telemarketing

56% das empresas afirmaram possuir a certificação de gestão de processos ISO 9001, índice levemente inferior ao registrado por esta mesma pesquisa há um ano, quando o percentual era de 59%. Com relação à ISO 14001, apenas 21% afirmaram contar com a certificação.


Pesquisa

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Dispositivos Elétricos

Certificados ISO

O Setor Elétrico / Junho de 2014

DISJUNTORES BT 17%

20%

Acessórios para disjuntores

21%

Abertos

ISO 14001 (ambiental)

56%

ISO 9001 (qualidade)

22%

18%

Disjuntor-motor

Caixa moldada

23%

Mini-disjuntores FUSÍVEIS BT

94% dos dispositivos elétricos utilizados são consumidos pelo mercado interno, segundo afirmaram as empresas que responderam à pesquisa.

28%

Acessórios para fusíveis

balança comercial

30%

Tipo NH

19%

Tipo D

6%

23%

Exportação

Tipo cartucho RELÉS BT

94%

30%

Mercado nacional

Os gráficos a seguir mostram os principais tipos de dispositivos mais comercializados dentro de sua categoria e na baixa tensão. Percebe-se que nos casos evidenciados não se observa uma predileção clara quanto ao uso de um ou outro equipamento. As opiniões são adversas. Confira.

Outros relés de proteção eletrônicos

24%

De falta à terra

23%

De subtensão 23%

Outros relés de proteção eletromêcanicos



Pesquisa

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Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

CHAVE BT

24%

Seccionadora fusível

RELÉS MT

25%

Comutadora

30%

Outros relés de proteção eletrônicos

24%

De falta à terra

22%

Reversora

25%

29%

De subtensão

Seccionadora

21%

Outros relés de proteção eletromêcanicos

ILUMINAÇÃO BT CHAVE MT

27%

Minuteria 38%

Interruptor para iluminação

22%

Outros

30%

Chave fusível

35%

Variador de luminosidade 35%

Chave seccionadora

No caso dos relés de média tensão, também não se identifica um modelo mais empregado. A única observação é para a chave religadora, pouco citada pelas empresas quando questionadas sobre os tipos de chaves comercializados.

13%

Chave religadora


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O Setor Elétrico / Junho de 2014

57% das empresas afirmaram comercializar o DPS e 45% também contam com o DR em seus estoques. No ano anterior, os percentuais eram, respectivamente, 54% e 41%. Percebe-se que os índices aumentam a cada pesquisa. Percentual de comercialização dos dispositivos

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

45%

57%

Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)

Não se pode deduzir o tamanho dos mercados de dispositivos de proteção. No entanto, a maior parcela das empresas acredita que os segmentos de dispositivos de proteção de baixa e média tensão, assim como o de dispositivos de comando, controle e acionamento faturem acima de R$ 100 milhões por ano. Confira as impressões. Percepcao sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de protecao de baixa tensao em 2013 10%

11%

Acima de R$ 500 milhões

Até R$ 10 milhões 7%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 6%

26%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

17%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 23%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT em 2013 11%

Acima de R$ 500 milhões

8%

Até R$ 10 milhões 6%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

17%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

26%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

20%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

12%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões


Pesquisa

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Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em 2013 7%

Até R$ 10 milhões

17%

Acima de R$ 500 milhões

9%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 9%

17%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

19%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 22%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Para se ter uma ideia do perfil das empresas que participaram desta pesquisa, além dos dados que poderão ser conferidos nas tabelas publicadas nas páginas seguintes, é possível inferir que a maior parte delas (53%) fature até R$ 20 milhões por ano. Veja a distribuição do mercado considerado por esta pesquisa. Faturamento bruto anual das empresas em 2013 11%

Acima de R$ 200 milhões

23%

Até R$ 5 milhões

7%

De R$ 80 milhões a R$ 200 milhões 3%

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 10%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões

30%

De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões

16%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

Nesta mesma pesquisa realizada em 2013, as companhias admitiram esperar crescimento de 14% para aquele ano. Constatamos, na pesquisa atual, que as empresas obtiveram um crescimento médio de 12% em 2013, quando comparado a 2012. A estimativa para 2014 é crescer, em média, mais 12% com um incremento de 6% para o mercado como um todo. Previsões de crescimento

6%

Do mercado de dispositivos elétricos para 2014 Das empresas para 2014

12% 12%

Das empresas em 2013 comparado ao ano anterior



Pesquisa

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Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Embora boa parte das empresas considere que os projetos de infraestrutura influenciem positivamente o mercado de dispositivos elétricos, a maioria, no entanto, está pessimista e aponta a desaceleração da economia como grande fator desanimador. Fatores que podem influenciar o crescimento do mercado de dispositivos elétricos em 2014 7%

7%

Falta de normalização e/ou legislação

5%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Programas de incentivo do governo

5%

Bom momento econômico do país

7%

Crise internacional 35%

Desaceleração da economia brasileira

21%

Projetos de infraestrutura 12%

Setor da construção civil desaquecido

1%

Setor da construção civil aquecido

OPINIÃO DOS CONSUMIDORES DE DISPOSITIVOS ELÉTRICOS Esta segunda parte da pesquisa consultou os consumidores de dispositivos elétricos, representados por projetistas, revendedores, consultores, empresas de manutenção e instalação. Confira o perfil dos entrevistados. Perfil dos pesquisados

11%

Consumidora de produtos

24%

Projetista

19%

Revendedora de produtos

16%

Instaladora

16%

Atua em consultoria

14%

Atua em manutenção

A pesquisa apurou os principais dispositivos de proteção de baixa tensão comprados e/ou especificados. Disjuntores estão no topo da lista. Os fusíveis compartilhavam desta posição na pesquisa do ano passado, mas nesta ocupa a quinta colocação.


91

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de proteção de baixa tensão mais comprados e/ou especificados

Disjuntores

75% 70% Relés de proteção em geral Dispositivos de proteção 70% contra surtos (DPS) diferenciais 60% Dispositivos residuais (DR) 50% Fusíveis 50% Acessórios para disjuntores 40% Acessórios para fusíveis

Entre os dispositivos de comando, controle e acionamento, as chaves comutadoras aparecem em primeiro lugar como produto mais comprado/ especificado. Entre os dispositivos para motores, botoeiras despontam na lista Dispositivos de comando, controle e acionamento BT mais comprados e/ou especificados

80% 75% 50%

Chave Comutadora

Chave de Transferência

Interruptor para Iluminação

45%

Minuteria

45%

Variador de Luminosidade

Dispositivos para motores mais comprados e/ou especificados

65%

Botoeira

60%

Inversor de freqüência

60%

Chave de partida convencional

55%

Soft starter

55%

Sinalizadores em geral

45%

Sensores em geral

45%

Relé de Impulso

45%

Chave fim de curso

45%

Temporizador


Pesquisa

92

Dispositivos Elétricos

No caso dos equipamentos de média tensão, chave seccionadora e disjuntores apresentam sutil destaque entre os mais procurados.

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Percentual de uso dos dispositivos a seguir nos projetos realizados pelas empresas em 2013

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados

30%

20%

Soft starter

32%

70%

Chave Seccionadora

70%

Disjuntores

65%

Relés de proteção em geral

65%

Pára-raios

60%

Chave Fusível

60%

Fusíveis

60%

Acessórios para disjuntores

50%

Inversor de freqüência

Acessórios para fusíveis

Chave de partida convencional

44% 68%

DR de alta sensibilidade (≥ 30mA)

78%

DPS

Veja, a seguir, as previsões de investimentos na compra e/ou na especificação de dispositivos elétricos para este ano. Estimativa de especificação e/ou compra de dispositivos elétricos

Chave Religadora

14%

Até R$ 1 milhão 29%

O percentual de uso de disjuntores e fusíveis nas instalações elétricas sofreu uma alteração significativa comparado ao ano passado. Na pesquisa realizada em 2013, tanto nas instalações residenciais como nas industriais, a participação do fusível, segundo os consumidores, era de 44% e dos disjuntores, 56%. Os índices deste ano são bem diferentes. Confira.

14%

Acima de R$ 100 milhões

14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Percentual de uso dos seguintes dispositivos em instalações residenciais e industriais

18%

Fusíveis

82%

Disjuntores

Instalações industriais

9%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

15%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

14%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

Os consumidores mostraram-se satisfeitos com os produtos que são disponibilizados no mercado. Perguntamos também às empresas que notas atribuiriam para este quesito e o resultado foi positivo. 50% delas atribuíram notas 8 e 9 (considerado bom) para o grau de satisfação com a qualidade dos produtos para dispositivos elétricos. Avaliação quanto ao grau de satisfação com a qualidade dos dispositivos elétricos disponíveis no mercado brasileiro

Fusíveis 7%

Disjuntores

Nota 10

91%

7%

Nota de 1 a 5

Instalações residenciais e análogas

Na opinião dos consumidores, os dispositivos DR e DPS estão sendo mais aplicados nas instalações, já com boa representatividade, segundo os usuários ouvidos. Para se ter uma ideia, a participação do DR e do DPS nos projetos era, no ano passado, de 26% e 33%, respectivamente. Neste ano, os índices subiram para 68% e 78%.

50%

Nota de 8 a 9

36%

Nota de 6 a 7



Pesquisa

94

Dispositivos Elétricos

Em complemento à avaliação de satisfação, perguntamos para as empresas participantes da pesquisa com usuários quais fatores são mais relevantes na decisão de compra e/ou especificação de produtos. Assistência técnica, disponibilidade de informações técnicas (catálogos, manuais, sites, etc.) e prazo de entrega foram os critérios que mais receberam notas altas, o que significa elevado grau de importância conferido a esses fatores. Assistênciatécnica do fabricante

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Possuir certificação ISO 6%

Nota 10

24%

Nota de 1 a 5 29%

Nota de 8 a 9 6%

Nota de 1 a 5 12%

Nota de 6 a 7

47%

41%

Nota de 6 a 7

Nota 10 35%

Nota de 8 a 9

Marca 12%

18%

Nota de 1 a 5

Nota 10

Disponibilidade de informaçõestécnicas 6%

Nota de 1 a 5 47%

12%

Nota 10

Nota de 6 a 7

29%

Nota de 6 a 7

41%

Nota de 8 a 9 35%

Nota de 8 a 9

Prazo de entrega 12%

Nota de 1 a 5

Em uma avaliação geral, a opinião dos usuários é ambígua. Enquanto 25% dizem que há produtos de boa qualidade técnica disponíveis, outros 21% afirmam que este setor tem deficiências técnicas (no que se refere à assistência técnica e suporte). Classificação do mercado brasileiro de dispositivos elétricos

41%

Nota 10

21%

Com deficiências técnicas (assistência e suporte)

47%

Nota de 8 a 9

18%

No entanto, local de fabricação do produto (nacional ou importado), fornecedor possuir certificação ISO e a marca do fabricante são os critérios menos considerados na hora de comprar esses produtos.

Oferece bom respaldo técnico 25%

Produtos de boa qualidade técnica

Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 12%

Nota 10

11%

24%

Atento às tendências internacionais

Nota de 1 a 5

2%

Desatualizado

11%

Mercado em franco crescimento 35%

Nota de 8 a 9

29%

Nota de 6 a 7

7%

Mercado maduro ce responsável

5%

Produtos com pouca qualidade técnica



Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

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X

X

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X

X

X

X

Guarulhos

SP

X

X

X

X

ADS DISJUNTORES

19 3804 1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

X

X

ALUMBRA

0800 19 3130

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

AMERICAN FUSE

11 4741 2109

www.americanfuse.com.br

Suzano

SP

X

X

X

APS COMPONENTES

11 2870 1000

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

X

X

X

ASELCO

11 3017 3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

ATS ELÉTRICA

11 2645 4196

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

X

BALTEAU

35 3629 5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

X

BEGHIM

11 2942 4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

X

BHS

11 2081 8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

X

CHINT ELECTRIC

11 3266 7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

X

X

CLAMPER

31 3689 9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

X

X

X

X

COEL

11 2066 3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

CONNECTWELL

11 5844 2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

X

X

D´LIGHT

11 2937 4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

DBTEC

12 3642 9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

DECORLUX

0800 601 1144

www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

DIGIMEC

11 2969 1600

www.digimec.com.br

São Paulo

SP

X

EATON

11 4525 7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

EFE-SEMITRANS

21 2501 1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ELETROTRAFO

43 3520 5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

X

X

X

ELOS

41 3383 9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

X

EMBRASTEC

16 3877 5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

ENERBRAS

0800 645 3052

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

X

X

ERICO

11 3621 4111

www.erico.com

São Paulo

SP

X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

X

FERRAMENTAS GERAIS

11 2131 7500

www.fg.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

FILTROIL

41 3672 4924

www.filtroil.ind.br

Quatro Barras

PR

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X

X

X

X

X

X

Outros

Possui certificado ISO 14.000

X

X

www.acabine.com.br

Acessórios para disjuntores

Possui certificado ISO 9001

X

X

11 2842 5252

Disjuntor-motor

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

SP

ACABINE

Abertos

Outros

X

Osasco

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telemarketing

X

www.abb.com.br

Oferece projeto para os clientes

Venda direta ao cliente final

X

X

11 3688 8445

Importa produtos acabados

Revendas/Varejistas

X

X

ABB

Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Distribuidores/Atacadistas

X

X

Residencial

X

X

Estado

Comercial

X

X

Cidade

Industrial

X

X

Site

Distribuidora

X

Telefone

Fabricante

X

EMPRESA

X

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Principal canal de vendas

Mini-disjuntores

Principal segmento de atuação

Empresa

Caixa moldada

96

Montadores de painéis

Pesquisa

X

X

X

X

X

X


97

O Setor Elétrico / Junho de 2014

X

www.holec.com.br

Boituva

SP

X

X

X

11 2949 4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

X

41 3677 1312

www.inael.com

Curitiba

PR

X

INDEL BAURU

14 3281 7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

X

X

INNTAG

19 3648 3700

www.inntag.com.br

Americana

SP

X

IRMÃOS ABAGE

41 3371 5600

www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

X

JNG

11 2090 0550

www.jng.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

KACON

11 3361 2696

www.kacon.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

KIENZLE

11 2249 9604

www.kienzle-haller.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

KRAUS NAIMER

11 2198 1288

www.krausnaimer.com.br

Cotia

SP

X

X

X

X

KRON MEDIDORES

11 5525 2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

LIMPO

41 3029 4111

www.limpoeletronica.com.br Curitiba

PR

X

X

X

LOJA ELETRICA

31 3218 8190

www.lojaeletrica.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

LSIS BRASIL

11 3833 0559

www.lsisbrasil.com.br

São Paulo

SP

X

X

MAGNANI

54 4009 5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

11 4176 7877

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

MARGIRIUS

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

X

MERSEN

11 2348 2366

ep.mersen.com

São Paulo

SP

X

X

METALTEX

11 5683 5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

MICRO-KEY

11 5514 6314

www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

MTM

11 4125 3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

MULTIDRIVE

19 3838 9800

www.multidrive.com.br

Sumare

SP

HEADING

11 3903 0099

www.heading.com.br

HOLEC

11 4191 3144

ICR - RELES INAEL

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Outros

X

Rio de Janeiro

X

Acessórios para disjuntores

X

São Paulo

www.hager.com.br

X

Disjuntor-motor

X

www.geindustrial.com.br

0800 724 2437

X

X

Caixa moldada

X

0800 595 6565

HAGER ELETROMAR

X

X

X

Abertos

SP

GE

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

São Paulo

RS

Oferece projeto para os clientes

X

Canoas

X

Importa produtos acabados

X

www.fullgauge.com.br

X

Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

X

X

51 3475 3308

Possui certificado ISO 14.000

X

FULL GAUGE

X

Possui certificado ISO 9001

X

X

SP

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

RJ

São Paulo

Outros

SP

www.fmccomercial.com.br

Telemarketing

X

X

11 4122 4704

X

Venda direta ao cliente final

X

SP

FMC COMERCIAL

X

Revendas/Varejistas

Residencial

X

São Caetano do Sul

X

Distribuidores/Atacadistas

Comercial

Montadores de painéis

Industrial

Distribuidora

X

Estado

Fabricante

X

Cidade

www.findernet.com

X

X

X

X

Site

11 4223 1550

X

X

X

X

Telefone

FINDER

X

X

X

EMPRESA

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Principal canal de vendas

Mini-disjuntores

Principal segmento de atuação

Empresa

X X

X X

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X


Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

X

X

X

OLTEC

11 2369 0872

www.oltectecnologia.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

PARAKLIN

11 3948 0042

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

X

PATEC

11 2917 3399

www.patecpaineis.com.br

São Paulo

SP

X

PEXTRON

11 5543 2199

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

X

PHOENIX CONTACT

11 3871 6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PROSERVINCOM

11 2975 3106

www.proservincom.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PW ELETRONICA

24 2246 7800

www.pweletronica.com.br

Petropolis

RJ

X

X

X

REHTOM

19 3818 5858

www.rehtom.com.br

Mogi Guaçu

SP

X

X

X

ROCKWELL

11 5189 9500

www.rockwellautomation.com.br São Paulo

SP

X

X

SAMRELLO

47 3323 3130

www.samrello.com.br

SC

X

X

SASSI

11 4138 5122

www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra

SP

X

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

SEL

19 3515 2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SIEMENS

0800 11 9484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

SOB SCHURTER

11 5090 0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SOBRETENSÃO

47 3338 4484

www.sobretensao.com.br

Blumenau

SC

SOPRANO

54 2109 6363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

X

STECK

11 2248 7000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

STRAHL

11 2818 3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

X

TEE

19 3875 9868

www.tee.com.br

Indaiatuba

SP

X

TERASAKI

21 3301 9898

www.terasaki.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com.br

Joinville

SC

X

VARIXX

19 3301 6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

X

X

VL INDÚSTRIA

11 2832 4000

www.vlindustria.com.br

São Paulo

SP

X

X

WEG

47 3276 4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X

WEIDMÜLLER CONEXEL

11 4366 9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

X

ZIV

21 3189 8501

www.zivbrasil.com.br

Niterói

RJ

X

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Blumenau

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X

X

Outros

X

Acessórios para disjuntores

X

X

Mini-disjuntores

X

SP

Caixa moldada

X

Sorocaba

Abertos

X

www.obo.com.br

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

15 3335 1382

Oferece projeto para os clientes

SP

OBO BETTERMANN

Importa produtos acabados

Estado

São Paulo

Possui programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Cidade

www.nutsteel.com.br

Possui certificado ISO 14.000

Site

11 2122 5777

Outros

Telefone

NUTSTEEL

Industrial

EMPRESA

Possui certificado ISO 9001

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas/Varejistas

Distribuidores/Atacadistas

Montadores de painéis

Distribuidora

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Principal canal de vendas

Fabricante

Residencial

Principal segmento de atuação

Empresa

Disjuntor-motor

98

Comercial

Pesquisa

X

X X X

X

X X

X

X



Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

19 3804 1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

ALUMBRA

0800 19 3130

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

AMERICAN FUSE

11 4741 2109

www.americanfuse.com.br

Suzano

SP

X

APS COMPONENTES

11 2870 1000

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

X

ASELCO

11 3017 3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

ATS ELÉTRICA

11 2645 4196

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

BALTEAU

35 3629 5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

BEGHIM

11 2942 4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

BHS

11 2081 8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

CHINT ELECTRIC

11 3266 7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

CLAMPER

31 3689 9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

COEL

11 2066 3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

CONNECTWELL

11 5844 2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

D´LIGHT

11 2937 4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

DBTEC

12 3642 9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

DECORLUX

0800 601 1144

www.decorlux.com.br

Curitiba

DIGIMEC

11 2969 1600

www.digimec.com.br

São Paulo

EATON

11 4525 7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

EFE-SEMITRANS

21 2501 1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ELETROTRAFO

43 3520 5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

X

X

X

ELOS

41 3383 9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

X

EMBRASTEC

16 3877 5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

ENERBRAS

0800 645 3052

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

ERICO

11 3621 4111

www.erico.com

São Paulo

SP

X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

FERRAMENTAS GERAIS

11 2131 7500

www.fg.com.br

São Paulo

SP

FILTROIL

41 3672 4924

www.filtroil.ind.br

Quatro Barras

PR

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X

Inversor de freqüência

ADS DISJUNTORES

X

Motor

Chave de partida de motor

SP

Variador de luminosidade

Guarulhos

Outros

www.acabine.com.br

Tipo D

X

11 2842 5252

Interruptor para iluminação

X

SP

ACABINE

Seccionadora fusível

Outros relés de proteção Eletrônicos

X

Estado

Osasco

Seccionadora

Outros relés de proteção Eletromecânicos

X

Cidade

www.abb.com.br

Iluminação

Reversora

De subtensão

X

Site

11 3688 8445

Chave

Comutadora

De falta à terra

X

Telefone

ABB

Automática

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

X

EMPRESA

Outros

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)

Acessórios para fusíveis

Relés

Tipo NH

Tipo cartucho

Fusíveis

Chave de transferência

Soft starter

Dispositivos de proteção de baixa tensão

Minuteria

100

Manual

Pesquisa

X

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PR

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101

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

www.geindustrial.com.br

São Paulo

SP

X

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

HEADING

11 3903 0099

www.heading.com.br

São Paulo

SP

X

HOLEC

11 4191 3144

www.holec.com.br

Boituva

SP

X

ICR - RELES

11 2949 4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

INAEL

41 3677 1312

www.inael.com

Curitiba

PR

X

INDEL BAURU

14 3281 7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

X

INNTAG

19 3648 3700

www.inntag.com.br

Americana

SP

X

IRMÃOS ABAGE

41 3371 5600

www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

X

X

JNG

11 2090 0550

www.jng.com.br

São Paulo

SP

X

X

KACON

11 3361 2696

www.kacon.com.br

São Paulo

SP

KIENZLE

11 2249 9604

www.kienzle-haller.com.br

São Paulo

SP

KRAUS NAIMER

11 2198 1288

www.krausnaimer.com.br

Cotia

SP

KRON MEDIDORES

11 5525 2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

LIMPO

41 3029 4111

www.limpoeletronica.com.br

Curitiba

PR

LOJA ELETRICA

31 3218 8190

www.lojaeletrica.com.br

Belo Horizonte

MG

LSIS BRASIL

11 3833 0559

www.lsisbrasil.com.br

São Paulo

SP

MAGNANI

54 4009 5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

11 4176 7877

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

MARGIRIUS

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

MERSEN

11 2348 2366

ep.mersen.com

São Paulo

SP

METALTEX

11 5683 5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

MICRO-KEY

11 5514 6314

www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

MTM

11 4125 3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

MULTIDRIVE

19 3838 9800

www.multidrive.com.br

Sumare

SP

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X

Inversor de freqüência

0800 595 6565

HAGER ELETROMAR

X

X

Chave de partida de motor

GE

X

X

Soft starter

RS

X

X

X

Minuteria

Canoas

X X

Motor

Variador de luminosidade

www.fullgauge.com.br

Interruptor para iluminação

51 3475 3308

Iluminação

Seccionadora fusível

FULL GAUGE

Seccionadora

SP

Chave

Comutadora

São Paulo

Manual

www.fmccomercial.com.br

Automática

11 4122 4704

Outros

SP

FMC COMERCIAL

Estado

Outros relés de proteção Eletrônicos

São Caetano do Sul

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Cidade

www.findernet.com

De subtensão

Site

11 4223 1550

De falta à terra

Telefone

FINDER

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

EMPRESA

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)

Outros

Relés

Acessórios para fusíveis

Tipo cartucho

Tipo D

Tipo NH

Fusíveis

Chave de transferência

Reversora

Dispositivos de proteção de baixa tensão

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X


Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

São Paulo

SP

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

PATEC

11 2917 3399

www.patecpaineis.com.br

São Paulo

SP

PEXTRON

11 5543 2199

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

PHOENIX CONTACT

11 3871 6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

PROSERVINCOM

11 2975 3106

www.proservincom.com.br

São Paulo

SP

PW ELETRONICA

24 2246 7800

www.pweletronica.com.br

Petropolis

RJ

REHTOM

19 3818 5858

www.rehtom.com.br

Mogi Guaçu

SP

ROCKWELL

11 5189 9500

www.rockwellautomation.com.br São Paulo

SP

SAMRELLO

47 3323 3130

www.samrello.com.br

SC

SASSI

11 4138 5122

www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra

SP

X

X

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

X

X

SEL

19 3515 2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SIEMENS

0800 11 9484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

SOB SCHURTER

11 5090 0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SOBRETENSÃO

47 3338 4484

www.sobretensao.com.br

Blumenau

SC

SOPRANO

54 2109 6363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

X

X

STECK

11 2248 7000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

X

STRAHL

11 2818 3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

X

X

TEE

19 3875 9868

www.tee.com.br

Indaiatuba

SP

TERASAKI

21 3301 9898

www.terasaki.com.br

Rio de Janeiro

RJ

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com.br

Joinville

SC

VARIXX

19 3301 6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

VL INDÚSTRIA

11 2832 4000

www.vlindustria.com.br

São Paulo

SP

WEG

47 3276 4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

WEIDMÜLLER CONEXEL

11 4366 9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

ZIV

21 3189 8501

www.zivbrasil.com.br

Niterói

RJ

Blumenau

X

X

X

X

X

X

X

X

Inversor de freqüência

www.oltectecnologia.com.br

11 3948 0042

X

X

Chave de partida de motor

11 2369 0872

PARAKLIN

X

X

Soft starter

OLTEC

X

Minuteria

SP

Motor

Variador de luminosidade

Sorocaba

Seccionadora fusível

www.obo.com.br

Iluminação

Seccionadora

15 3335 1382

Chave

Comutadora

SP

OBO BETTERMANN

Automática

Estado

São Paulo

Outros

Cidade

www.nutsteel.com.br

Outros relés de proteção Eletrônicos

Site

11 2122 5777

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Telefone

NUTSTEEL

De subtensão

EMPRESA

De falta à terra

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)

Outros

Relés

Acessórios para fusíveis

Tipo cartucho

Tipo D

Tipo NH

Fusíveis

Chave de transferência

Reversora

Dispositivos de proteção de baixa tensão

Interruptor para iluminação

102

Manual

Pesquisa

X

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Pesquisa

104

Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

Site

Cidade

Estado

Botoeira

Chave fim de curso

Contato

Relé de Impulso

Sensores em geral

Sinalizadores em geral

Disjuntores

Acessórios para disjuntores

Fusíveis

Acessórios para fusíveis

Pára-raios

De falta à terra

De subtensão

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Outros relés de proteção Eletrônicos

Chave Fusível

Chave Religadora

Chave Seccionadora

11 3688 8445

www.abb.com.br

Osasco

SP

X

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X

ACABINE

11 2842 5252

www.acabine.com.br

Guarulhos

SP

X

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X

X

X

X

ADS DISJUNTORES

19 3804 1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

X

X

ALUMBRA

0800 19 3130

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

AMERICAN FUSE

11 4741 2109

www.americanfuse.com.br

Suzano

SP

APS COMPONENTES

11 2870 1000

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

X

X

X

ASELCO

11 3017 3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

ATS ELÉTRICA

11 2645 4196

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

BALTEAU

35 3629 5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

BEGHIM

11 2942 4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

X

X

BHS

11 2081 8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

CHINT ELECTRIC

11 3266 7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

CLAMPER

31 3689 9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

COEL

11 2066 3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

CONNECTWELL

11 5844 2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

D´LIGHT

11 2937 4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

DBTEC

12 3642 9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

X

X

DECORLUX

0800 601 1144

www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

X

DIGIMEC

11 2969 1600

www.digimec.com.br

São Paulo

SP

X

EATON

11 4525 7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

X

EFE-SEMITRANS

21 2501 1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ELETROTRAFO

43 3520 5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

X

X

ELOS

41 3383 9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

EMBRASTEC

16 3877 5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

ENERBRAS

0800 645 3052

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ERICO

11 3621 4111

www.erico.com

São Paulo

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

FERRAMENTAS GERAIS

11 2131 7500

www.fg.com.br

São Paulo

SP

X

FILTROIL

41 3672 4924

www.filtroil.ind.br

Quatro Barras

PR

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X X

X X

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Outros

Telefone

ABB

Outros

EMPRESA

Temporizador

Relés

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X X X

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105

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

SP

Rio de Janeiro

RJ

X

X

HEADING

11 3903 0099

www.heading.com.br

São Paulo

SP

X

X

HOLEC

11 4191 3144

www.holec.com.br

Boituva

SP

ICR - RELES

11 2949 4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

INAEL

41 3677 1312

www.inael.com

Curitiba

PR

INDEL BAURU

14 3281 7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

INNTAG

19 3648 3700

www.inntag.com.br

Americana

SP

X

X

IRMÃOS ABAGE

41 3371 5600

www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

X

X

JNG

11 2090 0550

www.jng.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

KACON

11 3361 2696

www.kacon.com.br

São Paulo

SP

X

X

KIENZLE

11 2249 9604

www.kienzle-haller.com.br

São Paulo

SP

KRAUS NAIMER

11 2198 1288

www.krausnaimer.com.br

Cotia

SP

KRON MEDIDORES

11 5525 2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

LIMPO

41 3029 4111

www.limpoeletronica.com.br

Curitiba

PR

LOJA ELETRICA

31 3218 8190

www.lojaeletrica.com.br

Belo Horizonte

LSIS BRASIL

11 3833 0559

www.lsisbrasil.com.br

São Paulo

MAGNANI

54 4009 5255

www.magnani.com.br

MAGNET

11 4176 7877

www.mmmagnet.com.br

MARGIRIUS

0800 707 3262

MERSEN

11 2348 2366

METALTEX

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X

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X

X

Outros

São Paulo

www.hager.com.br

X

X

Chave Seccionadora

www.geindustrial.com.br

0800 724 2437

X

X

X

Chave Religadora

0800 595 6565

HAGER ELETROMAR

X

Chave Fusível

GE

X

Outros relés de proteção Eletrônicos

RS

X

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Canoas

X

De subtensão

www.fullgauge.com.br

X

De falta à terra

51 3475 3308

X

Pára-raios

FULL GAUGE

X

Acessórios para fusíveis

SP

Fusíveis

São Paulo

Acessórios para disjuntores

www.fmccomercial.com.br

Disjuntores

X

11 4122 4704

Outros

SP

FMC COMERCIAL

Sensores em geral

Estado

São Caetano do Sul

Sinalizadores em geral

Cidade

www.findernet.com

Relé de Impulso

Site

11 4223 1550

Contato

Telefone

FINDER

Botoeira

EMPRESA

Temporizador

Chave fim de curso

Relés

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

X

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X X

X X

X

X

X

MG

X

X

X

X

SP

X

X

Caxias do Sul

RS

X

X

São Bernardo do Campo

SP

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

ep.mersen.com

São Paulo

SP

11 5683 5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

MICRO-KEY

11 5514 6314

www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

MTM

11 4125 3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

MULTIDRIVE

19 3838 9800

www.multidrive.com.br

Sumare

SP

X

X

X

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X

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Pesquisa

106

Dispositivos Elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

SP

São Paulo

SP

PATEC

11 2917 3399

www.patecpaineis.com.br

São Paulo

SP

PEXTRON

11 5543 2199

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

X

PHOENIX CONTACT

11 3871 6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

X

PROSERVINCOM

11 2975 3106

www.proservincom.com.br

São Paulo

SP

X

PW ELETRONICA

24 2246 7800

www.pweletronica.com.br

Petropolis

RJ

X

REHTOM

19 3818 5858

www.rehtom.com.br

Mogi Guaçu

SP

ROCKWELL

11 5189 9500

www.rockwellautomation.com.br São Paulo

SP

X

SAMRELLO

47 3323 3130

www.samrello.com.br

SC

X

SASSI

11 4138 5122

www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra

SP

X

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

X

SEL

19 3515 2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SIEMENS

0800 11 9484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

SOB SCHURTER

11 5090 0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SOBRETENSÃO

47 3338 4484

www.sobretensao.com.br

Blumenau

SC

SOPRANO

54 2109 6363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

STECK

11 2248 7000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

STRAHL

11 2818 3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

X

TEE

19 3875 9868

www.tee.com.br

Indaiatuba

SP

TERASAKI

21 3301 9898

www.terasaki.com.br

Rio de Janeiro

RJ

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com.br

Joinville

SC

VARIXX

19 3301 6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

VL INDÚSTRIA

11 2832 4000

www.vlindustria.com.br

São Paulo

SP

WEG

47 3276 4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

WEIDMÜLLER CONEXEL

11 4366 9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

ZIV

21 3189 8501

www.zivbrasil.com.br

Niterói

RJ

Blumenau

X

X

X

X

X

X

Outros

São Paulo

www.paraklin.com.br

Chave Seccionadora

www.oltectecnologia.com.br

11 3948 0042

Chave Religadora

11 2369 0872

PARAKLIN

Chave Fusível

OLTEC

Outros relés de proteção Eletrônicos

SP

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Sorocaba

De subtensão

www.obo.com.br

De falta à terra

15 3335 1382

Pára-raios

OBO BETTERMANN

Fusíveis

Estado SP

Acessórios para fusíveis

São Paulo

Acessórios para disjuntores

Cidade

www.nutsteel.com.br

Disjuntores

Site

11 2122 5777

Outros

Telefone

NUTSTEEL

Sensores em geral

EMPRESA

Sinalizadores em geral

X

Relé de Impulso

Chave fim de curso

X

Contato

Botoeira

Temporizador

Relés

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X

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Manutenção

108

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Telecomando em subestações assistidas Por Bruno Gomes, Ricardo de Souza, José Araújo, Osvaldo Santos, Rafael dos Santos e Raniere Brito*

Estratégias de manutenção e aspectos de projeto para garantir a disponibilidade e a confiabilidade do sistema de telecomando para subestações teleassistidas


109

O Setor Elétrico / Junho de 2014

entre as quais a disponibilidade das funções de

supervisão da instalação.

transmissão, implicam em pesadas multas por

parcela variável.

a discussão a respeito das subestações

Um dos processos que passam por

teleassistidas, que hoje é uma realidade no setor

esta revisão é o da operação, que, com a

elétrico, discutindo ações e análises de projeto

modernização do sistema de proteção, controle

que permitam de fato que as instalações

e supervisão, apresenta uma tendência de

sejam

operar as subestações via centros de operação,

confiabilidade aceitável e apresentando pontos

eliminando a necessidade de operadores em

dos Procedimentos de Rede do

regime integral de turno. Para isto, entretanto, é

Operador Nacional do Sistema (ONS), que

necessário que a equipe de projetos e a equipe

merecem atenção e discussão pela equipe

de manutenção adotem medidas que garantam

técnica do setor elétrico.

Com este artigo, pretende-se fomentar

operadas

remotamente

com

uma

a confiabilidade e a disponibilidade do sistema de telecomando como um todo. Os projetos e a atuação da equipe de manutenção para

Estudo de caso – subestação São Luís III

subestações desassistidas não podem ser iguais

àqueles das instalações que possuem equipe de

A teleassistência de uma subestação

operação full time.

pressupõe a utilização de recursos ininterruptos

Embora a teleassistência de subestações

para as atividades de supervisão, comando e

tenha se iniciado assim que as instalações

execução da operação remotamente, a partir de

começaram a ser dotadas de sistemas de

um centro de operação ou por outra instalação.

proteção, controle e supervisão digitais, no final

Dentro deste conceito está inserida a

da década de 1990 e início dos anos 2000, a

subestação (SE) São Luís III – SELT. Ela é localizada

Eletrobras

Eletronorte, especificamente, a

no município de Paço do Lumiar (MA), um dos

regional do Maranhão, só teve a sua primeira

quatro municípios da Ilha de São Luís. Possui

subestação totalmente teleassistida em maio

uma linha de transmissão em 230 kV oriunda

de 2010. Esta opção é vista como única, ou

da SE São Luís II, dois transformadores 230/69

seja, não se consegue mais enxergar em curto

kV, 150 MVA cada e três linhas de interligação

prazo a figura do operador em regime de turno,

para a distribuidora local e é, atualmente,

mas uma equipe de manutenção fortalecida

responsável pelo suprimento de 30% da energia

com a absorção de mais mão de obra e com

elétrica da Grande Ilha. Na Figura 1, mostra-se a

a utilização da tecnologia para garantir a

localização eletrogeográfica da instalação.

O setor elétrico nacional tem passado por

inúmeros desafios ao longo dos últimos dez anos. O novo modelo do setor, a Resolução 270/2007 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e as regras de renovação das concessões, que culminaram em uma redução brusca de receita das maiores concessionárias de energia elétrica do país, têm exigido uma revisão de todo o processo de gestão destas empresas. O aumento da receita por concessões de novos empreendimentos só é possível por meio de concorrência em leilão. E o não cumprimento de metas de qualidade,

Figura 1 – Localização eletrogeográfica da SELT.


Manutenção

110

O Setor Elétrico / Junho de 2014

O sistema de proteção, comando e supervisão da instalação, energizada em maio de 2010, é integrado por uma rede em dupla estrela que utiliza o protocolo IEC 61850, simplificado na Figura 2.

No entanto, tal sistema não foi projetado de

forma diferente de nenhuma outra instalação recente pelo fato de ser teleassistida. O padrão seguido foi exatamente o mesmo que de subestações assistidas localmente, talvez por ter sido a primeira totalmente teleassistida da Regional.

Ao longo de três anos em operação, a

equipe de manutenção viu a necessidade de melhoria em uma série de fatores que podem propiciar melhoria na confiabilidade e disponibilidade da instalação, que culminou com o estudo e elaboração deste trabalho.

Figura 2 – Esquema simplificado da arquitetura de rede da SE São Luís III.

Resultados

que utilizam o protocolo IEC 61850, possuem

Upgrade no computador da engenharia

e

um recurso muito importante, principalmente

pesquisa das oportunidades de melhoria

para o caso de subestações teleassistidas,

meio de acesso remoto à rede do sistema de

foi dividido entre as áreas de Supervisão,

chamado Web Monitor. Se habilitado para

controle e proteção, possibilitando aquisição

Telecomunicações, Equipamentos, Controle

tal, é possível acessar o IED remotamente

de log de eventos, oscilografias, alterações de

e Gestão de Manutenção. A seguir mostra-se

por meio do seu endereço IP no browser

ajustes, entre outros. Por isso, é fundamental

o resultado da análise entre as equipes de

para visualização ou comando (controle de

que esta máquina seja a mais robusta possível,

engenharia e manutenção.

acesso) da tela do IED tal qual do operador.

principalmente no quesito processamento,

Assim é possível efetuarmos comando pelo

memória e qualidade da placa de rede.

O

desenvolvimento

do

estudo

Comando e controle

O computador da engenharia é o principal

IED, tornando-se um recurso emergencial

Além da necessidade de melhorar a

Habilitação de recurso Web Monitor

em caso de perda ou problema no sistema

configuração, foi verificado que não há

supervisório.

redundância na conexão do PC da engenharia

Os IEDs (Intelligent Electronic Device),



Manutenção

112

O Setor Elétrico / Junho de 2014

possibilita à equipe de operação/manutenção

Isto garante mais confiabilidade para o sistema

uma verificação remota das condições do

de supervisão.

ambiente em que estes equipamentos estão

Elétrica

instalados.

à rede, fornecendo redundância neste acesso.

Partida programada do gerador de emergência

Em subestações assistidas, os grupos

durante uma ocorrência foi a necessidade de

geradores

garantir que sistemas considerados essenciais

de

emergência

são

testados

Um

aspecto

subestações

importante

verificado

semanalmente pela equipe de operação local,

em

realizando partida em vazio durante dez

alimentação oriunda da barra de serviço

teleassistidas

tivessem

minutos. Em São Luís III, entretanto, não há

auxiliar de corrente contínua.

programação para que uma equipe vá até a

subestação realizar este teste.

III, será instalado um inversor (CC/CA) para

Por

Especificamente para o caso de São Luís

trabalho, iniciou-se

alimentação do circuito de carregamento

uma discussão (que ainda perdura) sobre a

de molas dos disjuntores, pois, durante a

periodicidade deste teste para subestações

ocorrência, houve falha no serviço auxiliar

teleassistidas. Este teste seria feito com

CA e as molas dos disjuntores não foram

comando remoto no grupo gerador, sem a

carregadas. Se fosse em uma subestação

meio

deste

presença do operador. Foi verificado ainda

assistida, não haveria maiores transtornos, pois

Substituição de conversores eletro-óticos

que a unidade de controle do grupo gerador

elas poderiam ser carregadas manualmente.

permite partida programada automaticamente

No entanto, para subestação teleassistida,

de acordo com a periodicidade definida.

o tempo de deslocamento de alguém para

Nestes três anos em operação, um dos

maiores problemas que provocavam falha de comunicação entre IEDs era defeito em conversores

eletro-óticos. Após

realizar tal ação é muito alto.

Supervisão

contato

Telecomunicações

com diversos fabricantes e outras regionais da Eletrobras Eletronorte, optou-se por

Redundância no roteamento para o COR

substituir todos estes conversores por de

outro fabricante, consideravelmente mais

o COR apresenta um gargalo: existe apenas um

as

confiável e robusto.

roteador, ou seja, não há redundância. Dessa

teleassistidas:

forma, foi implementado, neste plano de ação,

seccionadoras. Sem a confirmação visual do

Informações de temperatura das salas de

a tarefa de aquisição de mais um roteador,

estado destes equipamentos é praticamente

relés e baterias

garantindo a redundância necessária.

impossível

A distribuição da supervisão do SAGE para

Um ponto crítico é consenso entre empresas

que a

operam manobra

continuar

ou

subestações de

concluir

chaves

uma

manobra, pois apenas o estado apresentado na

Um parâmetro muito importante de ser monitorado, e que nem sempre é dada a

Recomposição automática

tela do sistema de supervisão não é garantia

devida atenção pela equipe de manutenção, é

de sucesso na operação.

a temperatura da sala de baterias e da sala de

a respeito de lógicas de recomposição

relés. No primeiro caso, na tensão de flutuação

automática

diretamente

ficou incubida de, juntamente com a equipe de

para baterias seladas reguladas a válvula

no ambiente SAGE, facilitando as ações

operação, estabelecer pontos relevantes de

necessita estar diretamente relacionada com a

do operador e tornando mais rápida a

monitoramento e posterior implementação

temperatura ambiente.

recomposição em caso de ocorrências.

de circuito interno de monitoramento por

Já está em andamento uma discussão implementadas

Por esta razão,a equipe de telecomunicações

câmeras, eliminando a necessidade de envio de

Os equipamentos digitais de controle, proteção e supervisão precisam trabalhar

Alimentação dos switches

um mantenedor sempre que for necessária a

em temperatura controlada de 20 ºC,

manobra de chaves.

aproximadamente, e temperaturas elevadas

as alimentações dos switches das duas redes.

podem comprometer o funcionamento destes

Isto é, o switch da rede 1 deve ter alimentação

equipamentos.

oriunda da barra 1 do serviço auxiliar CC,

enquanto a do switch da rede 2, da barra 2.

e definição das estratégias da manutenção,

A supervisão de temperatura, nestes casos,

Foi verificada a necessidade de separar

Gestão da manutenção Os engenheiros responsáveis pela gestão


113

O Setor Elétrico / Junho de 2014

após discussão sobre necessidade de revisão

elétrico tenham ciência dos Procedimentos de

(2)

dos processos hoje vigentes na empresa

Rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

dispositivos de bloqueio de acionamento dos

para o caso de subestações teleassistidas,

equipamentos de manobra;

atualizaram algumas rotinas e inspeções

da elaboração deste artigo, revisão nº 1.1

(3) Confirmação do curso completo das

periódicas, como o aumento da frequência

de 16/09/2010, cujo título é Requisitos

chaves seccionadoras durante manobras;

de termovisão, implementação de novas

Operacionais para os Centros de Operação,

tarefas no checklist dos operadores do

Subestações e Usinas da rede de operação,

• Garantir que os recursos de

COR, coleta e análise periódica de logs de

estabelece no capítulo 5 requisitos para

teleassistência não provoquem retardo

eventos dos IEDs pela equipe de controle e

teleassistência

na operação em tempo real em função

proteção.

merecem destaque:

O submódulo 10.14 vigente quando

de

subestações, os

quais

Telecomando

da

atuação

sobre

dos recursos tecnológicos utilizados;

O importante é termos em mente que as

• Ter recursos de supervisão e

ações e rotinas para subestações teleassistidas

• Garantir que a execução remota da

comando locais, com os requisitos

precisam de revisão, e não podem ser as

operação da instalação ocorra com

apropriados e disponíveis para sua

mesmas para subestações assistidas.

recursos mínimos similares ao que um

operação local, a serem usados no caso

operador dispõe na operação local,

de indisponibilidade ou degradação

como forma de permitir a operabilidade

de qualquer função do sistema de

da instalação teleassistida, assim como

teleassistência ou proteção;

Embora a teleassistência de subestações

a agilidade e a segurança da operação,

seja um caminho a ser seguido com o objetivo

dispondo de recursos tais como:

classificadas

Procedimentos de rede

de eficientizar o processo de operação e

Garantir

que como

as

instalações

relevantes, de

acordo com os critérios definidos

manutenção pelo melhor aproveitamento dos

(1)

recursos, é preciso que os agentes do setor

equipamentos principais da instalação;

Telecomando

sobre

todos

os

no submódulo 10.1, não sofram


Manutenção interrupção

114 de

supervisão,

c) o desligamento intempestivo da instalação

significativa alteração nesta filosofia, uma

controle e comando nos casos de

ou de parte dela é causa de instabilidade de

vez que exige presença ininterrupta de

indisponibilidade ou degradação dos

potência, frequência ou tensão numa região

equipe em subestações estratégicas. Se por

recursos de teleassistência;

geográfica (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e

um lado, esta alteração sugere melhoria na

Centro-Oeste); e

confiabilidade do sistema elétrico, por outro

• Assegurar

O Setor Elétrico / Junho de 2014

a

retomada

da

supervisão, controle e comando da

d)

instalação

provocará impacto financeiro nas empresas e,

operação das instalações da rede

ou de parte dela é causa de restrição

consequentemente, provocará discussão para

de operação não classificadas como

nas transferências energéticas e coloca

revisão nas receitas destas.

relevantes num tempo máximo de

em risco o atendimento de uma região

vinte minutos a partir da perda de sua

geográfica, unidade da federação ou capital,

plena condição de teleassistência.

ou compromete o processo de otimização

(1) Operador Nacional do Sistema Elétrico.

energética do SIN, tendo como referência

Submódulo 10.14 – Requisitos operacionais para

resultados de simulações computacionais.

os centros de operação, subestações e usinas da

Tais requisitos, no entanto, estão em

a

indisponibilidade

da

processo de revisão, cuja atualização do

Referências bibliográficas

rede de operação. Revisão 1.1 e 2012.1. Disponível

Procedimento de Rede já foi minutada e

As mudanças sugeridas pela revisão

em: <http://www.ons.com.br>.

encaminhada para avaliação da Aneel. Dentre

do

impactarão

(2) Rede de Operação Norte e Nordeste – DU-CT.

as principais alterações, cabe destacar:

significativamente no modo de operar e no

NNE.01 atualizado em 15 de janeiro de 2013.

custo de empresas do setor elétrico que já

Disponível em: <http://www.ons.com.br>.

• As instalações estratégicas tipos E1,

possuem instalações teleassistidas e que se

(3) Operador Nacional do Sistema Elétrico.

E2 e U3 classificadas de acordo com

enquadram como estratégica.

Submódulo 23.06 – Critérios para identificação

submódulo

10.14

os critérios definidos no submódulo

das instalações e componentes estratégicos

23.6, independentemente de serem

do Sistema Interligado Nacional. Revisão 2.0.

Conclusão

teleassistidas, devem ser providas de assistência local ininterrupta.

Disponível em: <http://www.ons.com.br>.

Os desafios que o setor elétrico tem

enfrentado só serão superados com a

O submódulo 23.6, revisão 2.0, de

mudança de atitude e de procedimentos dos

01/12/2010, não estabelece classificações

profissionais que atuam na área, utilizando a

por tipo conforme citado no submódulo

tecnologia como uma maneira para possibilitar

10.14, porém, identifica as instalações e

a melhoria do serviço, a diminuição dos

componentes estratégicos que, para serem

custos operacionais e, consequentemente,

assim determinadas, devem possuir pelo

a eficientização das empresas. Se teleassistir

menos um dos critérios a seguir satisfeitos:

subestações, é um caminho para isso que sejam então analisadas de forma diferente das

a) desligamento intempestivo da instalação

que não possuem esta característica.

ou de parte dela é causa de interrupção

significativa de carga numa região geográfica,

e aplicar os conceitos abordados por um

unidade da federação, capital ou grande polo

estudo de caso da subestação São Luis III

industrial, tendo como referência a escala

de 230/69 kV, 150 MVA, localizada na cidade

de severidade indicada no item 6.13 do

de São Luís, descrevendo sua arquitetura

submódulo 25.3;

de rede, os pontos identificados com baixa

b) a instalação ou o componente faz parte

confiabilidade e as sugestões necessárias.

de corredores de recomposição fluente

Foram levantadas várias oportunidades

– descritos em instruções de operação

de melhoria que, certamente, quando

– que possam impedir ou retardar o

implementadas,

estabelecimento de cargas em uma região

confiabilidade da instalação.

geográfica, unidade da federação, capital ou

grande polo industrial;

de Rede do ONS, no entanto, provoca uma

Neste trabalho procuramos exemplificar

elevarão

o

nível

de

A proposta de revisão dos Procedimentos

Bruno Gomes Gerude é engenheiro eletricista e pós-graduado em engenharia de produção pela Faculdade Pitágoras em 2011. Trabalha na Eletrobras Eletronorte desde 2007, atuando atualmente como Gerente da Divisão de Transmissão São Luís I. Ricardo Cardoso de Souza é engenheiro eletricista, com mestrado na área de Telecomunicações pela Universidade Federal de Campina Grande em 2005. Trabalha na Eletrobras Eletronorte desde 2005 como Engenheiro de Manutenção da área de Proteção e Controle. Raniere Vasconcelos Brito é formado em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal do Maranhão. Atua como técnico do SPCS (Sistema de Proteção, Controle e Supervisão) na Eletrobras Eletronorte há 32 anos. José Augusto Ferreira de Araújo é técnico em manutenção eletrônica. Trabalha na Eletrobras Eletronorte há 32 anos. Este trabalho foi originalmente apresentado durante o XXII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), que ocorreu de 13 a 16 de outubro de 2013, em Brasília (DF).



Aula prática

116

Barramentos blindados

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Barramentos blindados: assim a eletricidade viaja por uma autoestrada Parte 4 – Como selecionar elementos de proteção contra sobrecargas e curto-circuito nos elementos terminais (derivações plug-in) e nas reduções de capacidade nominal em linhas longas de barramentos blindados Por Nunziante Graziano*


117

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Proteção em elementos terminais

de derivação equipada com dispositivos de

permite

proteção, ou instalando disjuntores na carga, de

distribuição da energia elétrica. As principais

acordo com os critérios habituais já definidos.

vantagens (econômica e prática) são: a

Se os circuitos são longos, além de três

capacidade de condução muito superior à dos

metros, deve-se adotar derivação equipada

cabos, quando se compara as mesmas seções

com dispositivos de proteção, mesmo em

nominais; e a velocidade de implementação.

presença de disjuntores localizados na carga.

Neste segundo caso, no entanto, é suficiente

flexibilidade e a reutilização completa de

que somente a unidade de derivação seja

partes quando ocorrem mudanças de layout

equipada contra curto-circuito.

ou novas ampliações, que, no caso de utilização

de cabos, normalmente não é possível.

Se a carga é constituída por um motor,

a

máxima

racionalização

da

Não é desprezível, adicionalmente, a

deve-se atentar às correntes nominal e de

partida, e então especificar o elemento de

na fase de projeto, elementos padronizados

proteção contra sobrecarga e curto-circuito

e unidades modulares que permitem uma

A proteção dos elementos terminais está

que, naturalmente, permita que o motor

avaliação econômica, basicamente preventiva,

sujeita ao comprimento da linha e condições

arranque. Para proteção contra sobrecargas,

sendo dividida pela eficiência do emprego

de proteção local à jusante dessa derivação. A

basta utilizar proteção térmica. Para a proteção

da mão de obra de instalação, quantidade e

ABNT NBR IEC 60439-2 impõe que a posição

contra

utilizar

custo de todos os materiais necessários, e

do dispositivo de proteção contra curto-circuito

fusíveis do tipo aM (adequados para motores)

uma considerável simplificação dos cálculos

esteja localizada no ponto em que há uma

dispostos em série. É uma boa prática fornecer

técnicos.

redução da seção dos condutores. Exceções a esta

também relé térmico, do tipo diferencial, que

exigência são permitidas quando, entre o ponto de

possa atuar rapidamente no caso de ausência de

ção, existem basicamente duas formas:

redução da secção e a posição do dispositivo que

uma fase, de modo a não danificar o motor pelo

protege o trecho do barramento, sejam atendidas

estresse resultante térmico da falta de fase. A

- Acoplamento: ele é constituído por um

quatro condições descritas a seguir:

proteção do motor contra sobrecarga e curto-

elemento conector fixo que liga a linha principal

circuito pode também ser obtida diretamente

com a derivação, que geralmente é fornecida com

utilizando-se um disjuntor-motor modular.

proteção e usada como um plug-in com unidade

1) Comprimento não superior a três metros;

curtos-circuitos,

pode-se

Depois, há a conveniência de se ter, já

Considerando as possibilidades de deriva­

de seccionamento e proteção. Este dispositivo

2) Barramento construído de modo a minimizar o risco de curto-circuito;

Nota 1 – Os fusíveis normais não são

deve ser instalado fora de alcance se a corrente

3) Não seja instalado perto de materiais

recomendados para proteção contra sobrecarga

nominal for superior a 16 A, e deve ser equipado

combustíveis;

de motores, pois fusíveis de corrente nominal

com sinalização "Não opere sob carga".

4) Não seja instalado próximo a lugares com maior

adequada à proteção contra sobrecargas não

risco em caso de incêndio ou perigo de explosão.

permitem a partida do motor, pois atuam a 1,6 xIn, enquanto fusíveis que permitam a partida do

Outra

solução

considerada

é

a

motor não fornecem proteção para sobrecargas.

eventualidade de o dispositivo de proteção situado à montante da redução da seção

Nota 2 – Fusíveis do tipo aM são escolhidos

possuir características operacionais de tal

pela corrente nominal do motor. Pode-se

forma que proteção contra curto-circuito na

também usar um tipo de fusível gG (tipo

linha seja realizada. Uma outra solução ainda

geral), de corrente equivalente ao dobro da

que pode ser adotada é aquela que fornece

corrente nominal do motor.

proteção contra curto-circuito posicionada no ponto de derivação. Em

última

análise, proteção

contra

Condições de construção e instalação

sobrecarga e curtos-circuitos em trechos de derivação de comprimento inferior a

A utilização de linhas elétricas pré-

três metros pode ser alcançada pela adoção

fabricadas do tipo barramento blindado


Aula prática

118

Barramentos blindados

O Setor Elétrico / Junho de 2014

- Coletor móvel (Trolley): Consiste em um

agregando mais valor a um sistema repleto

derivações penduradas pode ser mitigado

carrinho equipado com rolos ou contatos

de tecnologia.

pela colocação do condutor com o eixo

deslizantes. Este carrinho pode ser equipado

Os contornos básicos de um sistema

maior na vertical, de modo a oferecer a

com proteção (fusíveis em geral).

de barramentos blindados são geralmente

ação contrária ao peso e ao momento de

definidos pelo projetista, que determina as

inércia, e reduzir a acumulação de poeiras

características principais dos componentes,

e depósitos. Enquanto não há nenhuma

desde a alimentação das cargas e condições

exigência específica normativa (na mesma

de

térmicas

linha dos painéis elétricos), é sempre

da periferia até os demais detalhes de

instalação,

características

aconselhável obter uma certificação de

suportação, como instalação horizontal,

conformidade dos componentes, com seus

vertical ou em prumada.

anexos técnicos e descritivos funcionais,

o que não é difícil, dado que se trata de

Em particular, devem ser considerados:

componentes

O primeiro tipo é muito difundido em

elétricos

de

estrutura

- Potência instalada;

modular, que todos os fabricantes podem,

- Tipo, quantidade e eficiência das cargas;

sem

- Fatores de simultaneidade e de carga;

documentação adequada.

- Corrente máxima absorvida pela planta;

grandes

dificuldades,

produzir

a

No final da instalação devem ser

- Fator de potência médio;

realizados todos os testes prescritos pela

ambientes de construção civil, industrial

- Estimativas de ampliação da instalação;

ABNT NBR IEC 60439-2, em especial:

e do setor terciário, com a introdução

- Estrutura, tipo e condições do local de

da linha de barramentos blindados do

instalação.

- Teste de continuidade do invólucro

tipo iluminação, enquanto o segundo tipo

metálico externo;

é usado quase que exclusivamente na

indústria, especialmente, para a fonte de

nas operações de montagem dos diversos

terra (para sistemas TN);

alimentação de pontes rolantes, guinchos ou

elementos, de acordo com as instruções do

- Medição da resistência de isolamento.

outras cargas em movimento. O invólucro

fabricante. De modo geral, a facilidade de

exterior (se metálico) pode ser usado como

instalação depende da qualidade de peças

um condutor de proteção, somente se for

necessárias para completar a montagem,

permitido e explicitamente indicado pelo

evidentemente refiro-me aqui ao projeto do

- Manual técnico de cálculo de líneas en

fabricante do barramento blindado. Não

barramento, notadamente à quantidade de

baja tensión y aplicaciones (canalizaciones

é permitida a utilização como condutor

parafusos a serem torqueados por emenda,

eléctricas prefabricadas – Tomo I, por Jorge

PE, ainda que haja continuidade elétrica

quantidade de emendas e peso específico

Gallego i Fernandez, 1ª Edição, 05/2003,

da carcaça ao longo de toda a linha por

das peças, bem como continuidade elétrica

Editora Iberica BD;

jumpers ou diretamente pela montagem (se

do invólucro previsto para ser o condutor

- La guida dell’ufficio técnico (4 – 2001),

não for garantida pelo fabricante), pois não

PE.

baseado no artigo técnico de Francesco Paoletti.

são garantidas a estabilidade e a resistência

mecânica aos efeitos eletrodinâmicos em

implemente

termos de curto-circuito para a terra. É

elementos constitutivos dos barramentos

interessante destacar o uso de sistemas de

blindados, pois isso pode afetar seriamente

controle e/ou monitoramento remoto tipo

a certificação dos componentes, a eficiência

ModBus, Ethernet ou outros protocolos que

em condições de falta e, finalmente, a

estão enfrentando rápido desenvolvimento

exclusão da garantia. Um outro elemento

em todos os setores. O monitoramento de

de interesse constitui-se pelas condições

correntes, fluxos de potência e qualidade

da montagem. Em instalações suspensas, os

da energia transportada têm sido alvo das

fabricantes geralmente indicam que o valor

redes de dados em barramentos blindados,

da flecha não exceda 1/250 da distância

e estão sendo facilmente implementados,

entre eixos. No entanto, o efeito das

A principal tarefa do instalador reside

- Medição da impedância de loop de falta a

Referências bibliográficas

É importante que o instalador não modificações

relativas

aos *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em Energia pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/ USP), pós-graduado em Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra ADESG-SP. É membro da ABNT/ CB-3/CE:03:17.03 – Conjunto de Manobra e Controle em Invólucro Metálico para tensões acima de 1 kV até e, inclusive, 36,2 kV; e membro do conselho diretor do IEE/USP. Atualmente, é diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Indústria e Comércio de Barramentos Blindados.



ESPAÇO GUIA DE NORMAS

Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.

Subsistema de aterramento

120

O sistema de aterramento, que deve estar presente no SPDA e nas instalações elétricas de energia e de sinal, tem a principal função de escoar para a terra as correntes elétricas indesejáveis que surjam nesses locais, de modo a causar a menor perturbação possível (tensões superficiais – toque e passo) nos arredores. O sistema de aterramento é um componente fundamental de diversos sistemas de proteção em uma instalação elétrica, tais como: proteção contra choques elétricos (ABNT NBR 5410:2004, em 5.1); contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419:2005, em 5.1.3); contra sobretensões, na proteção de instalações elétricas de energia e de sinal (ABNT NBR 5410:2004, em 6.3.5); contra sobretensões na proteção de linhas elétricas de telecomunicações (ABNT NBR 14306:1999); e na proteção contra descargas eletrostáticas (ABNT NBR 5410:2004, em 6.4). Na prática, é comum que seja feito um estudo em separado para cada proteção mencionada, o que pode induzir ao erro de interpretação de que os eletrodos de aterramento devem ficar separados. Para efeito de estudo e compreensão dos fenômenos, é conveniente separar os casos, porém, para um efetivo e confiável funcionamento das instalações elétricas, sua consequente proteção e das pessoas, deve existir um eletrodo de aterramento único para cada edificação ou estrutura. A ABNT NBR 5419 define, em 3.12, o “eletrodo de aterramento” como: “elemento ou conjunto de elementos do subsistema de aterramento que assegura o contato elétrico com o solo e dispersa a corrente de descarga atmosférica na terra”. Para assegurar as adequadas condições de funcionamento do eletrodo de aterramento devem ser levados em

consideração tanto os componentes metálicos do eletrodo quanto as condições intrínsecas do solo em que eles foram instalados. Em 5.1.3.1.2 da ABNT NBR 5419, é indicado que: “para assegurar a dispersão da corrente de descarga atmosférica na terra sem causar sobretensões perigosas, o arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais importantes que o próprio valor da resistência de aterramento. Entretanto, recomenda-se, para o caso de eletrodos não naturais, uma resistência de aproximadamente 10 Ω, como forma de reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de centelhamento perigoso. No caso de solo rochoso ou de alta resistividade, poderá não ser possível atingir valores próximos dos sugeridos. Nestes casos, a solução adotada deverá ser tecnicamente justificada no projeto”. Portanto, “10 Ω” é um valor estabelecido como valor máximo desejável, porém, se por impedimento técnico, este valor não for atingido, isso absolutamente não implica que o sistema de aterramento está irregular ou inadequado segundo a norma. Eletrodos naturais de aterramento

As armaduras de aço embutidas nas fundações das estruturas que satisfaçam os requisitos de continuidade elétrica, esforços eletrodinâmicos, térmicos e contra corrosão devem ser preferencialmente utilizadas como eletrodo natural de aterramento. As prescrições utilizadas para validar a utilização das armaduras dos pilares (vergalhões com emendas sobrepostas por no mínimo 20 vezes o seu diâmetro, firmemente conectados com arame recozido, por meio de solda ou conectores mecânicos em 50% de seus cruzamentos) também


ESPAÇO GUIA DE NORMAS se aplicam às armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e das vigas baldrame. Se, por algum motivo, a continuidade elétrica das armaduras não puder ser garantida, então deve ser realizado o ensaio conforme previsto no anexo E da ABNT NBR 5419. Uma alternativa para locais em que não existam estruturas contínuas é a utilização de barra de aço ou vergalhão com diâmetro mínimo de 8 mm, ou ainda fita de aço de 25 mm x 4 mm, disposta com a largura na posição vertical. O elemento deve formar um anel no entorno da edificação, conectar todos os elementos individuais de descida e estar embutido em, no mínimo, 5 cm de concreto. Eletrodos não naturais de aterramento – Aterramento pontual (arranjo tipo “A”)

Com características de utilização bastante limitadas, este arranjo é composto de eletrodos (radiais, verticais, horizontais ou inclinados), que, segundo o item 5.1.3.3.2 da norma, deve ser utilizado em solos com resistividade de até de 100 Ω.m e em estruturas com perímetro não superior a 25 m (Figura 1). Eletrodos não naturais de aterramento – Aterramento em anel (arranjo tipo “B”)

O aterramento em anel é caracterizado pela instalação de condutores horizontais em circuito fechado circundando a edificação ou embutidos nas fundações (Figura 2).

Figura 1 – Exemplo de eletrodo de aterramento pontual

A utilização desta configuração de eletrodo é obrigatória para estruturas com perímetro superior a 25 m. Dependendo da condição do solo (resistividade), podem ser acrescidas ao anel outras formas de condutores (verticais, inclinados ou radiais) para melhorar o escoamento das correntes elétricas. Nestes casos, os condutores devem ser distribuídos uniformemente ao longo do perímetro do anel. Como regra prática, vincula-se o condutor vertical ao local da descida. Caso haja necessidade da distribuição de um número maior de condutores verticais do que a quantidade de descidas, a distância entre os condutores não deve ser inferior ao seu comprimento (por exemplo, para condutores verticais de 3 metros de comprimento, a distância entre condutores deve ser maior ou igual a 3 metros).

Excetuando-se os eletrodos de aterramento formados por condutores que interliguem as fundações sem continuidade elétrica (sapatas, estacas, etc.), os demais devem estar posicionados a uma distância tipicamente entre 1 m e 1,5 m da edificação e ser enterrados a uma profundidade mínima de 0,5 m. Basicamente, o posicionamento do eletrodo de aterramento é função das condições do solo (resistividade) e da corrosão, fatores que, com o passar do tempo, podem provocar variação relevante em seu desempenho. Em relação à corrosão, vale destacar que o projeto deve sempre considerar que a conexão de metais diferentes (por exemplo, cobre e aço), sem as devidas precauções, pode causar corrosão eletrolítica. Uma solução prática comumente adotada para prevenir problemas com resistência mecânica, instabilidade do solo e corrosão é a de envelopar o eletrodo em uma mistura de cimento com areia (concreto magro).

Figura 2 – Exemplo para eletrodos de aterramento em anel e malha

Colaboraram com esta seção: Autor: Jobson Modena, engenheiro eletricista, consultor, diretor da Guismo Engenharia Edição: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor,

121


Coluna do consultor

122

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico

Sim, é possível ter um “padrão FIFA” em todas as instalações elétricas

Esta coluna está sendo escrita exatamente

no meio dos jogos da Copa do Mundo no Brasil. Neste momento, já sabemos que as previsões catastróficas que pipocaram mundo afora, e aqui dentro também, dando conta que tudo seria um desastre durante este período não se realizaram, pelo menos não integralmente. Tirando

alguns

contratempos

não

previstos, como a eliminação já na fase de grupos de algumas seleções consideradas favoritas, no mais tudo tem acontecido muito bem dentro do jeitinho brasileiro de fazer as coisas.

Em particular, dentro das arenas, e não

apenas nos seus gramados, as infraestruturas parecem responder talvez até acima das expectativas. Não houve (pelo menos até o momento em que escrevo este texto) nenhum blecaute digno de notícia, a

(incluindo as experimentais em 4K e 8K)

todas as instalações elétricas brasileiras”.

iluminação funciona dentro dos requisitos

seguem dando um show e foi até possível

Da instalação elétrica das habitações

especificados pela FIFA, nem houve registros

ver com muito detalhe em câmera superlenta

de interesse social até as galácticas arenas

de acidentes graves, incluindo aí problemas

um pássaro caçando um inseto em pleno ar

da Copa, tudo é uma questão simples

de origem elétrica. Tirando um grande

num dos jogos do Mundial.

de querer fazer o certo. Se nas arenas foi

vazamento de água pluvial na “Arena das

E então chegamos ao ponto que inspirou

possível, onde tudo é grandioso e complexo,

Dunas” por causa das chuvas muito acima da

o título desta coluna. Já que foi possível

porque em uma simples habitação isso seria

média, no mais tudo parece transcorrer na

construir arenas tão tecnológicas, seguras,

impraticável? Como se vê, é uma questão de

normalidade. Também não contam aqui as

eficientes, que funcionam dentro do rigoroso

querer fazer a coisa acontecer.

redes wi-fi que não funcionam em algumas

assim chamado “padrão FIFA”, incluindo

Convenhamos

poucas arenas, porque isso foi claramente

aí a infraestrutura das instalações elétricas

existentes de instalação elétrica e utilizar produtos

falta de planejamento e não um problema

de baixa tensão, média tensão, automação,

e equipamentos conforme as suas respectivas

técnico que não poderia ter sido facilmente

controle, iluminação e demais subsistemas

normas e regulamentos técnicos nas instalações

resolvido.

eletroeletrônicos, devemos então acreditar

elétricas em geral não chega perto de ter o padrão

que “sim, é possível ter um padrão FIFA em

FIFA para ser atendido. Basta querer!

As transmissões de tevê em alta definição

que

seguir

as

normas



Energia sustentável

124

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Dia mundial do meio ambiente?

em 2013 de 400 partes por milhão de CO2,

em relatório divulgado pela Agência Nacional de

Mundial do Meio Ambiente e inaugurada a

No dia 5 de junho foi comemorado o Dia

esperando-se crescimento nos próximos anos;

Energia Elétrica (Aneel).

Década para a Energia Sustentável para Todos.

- Eventos climáticos extremos como ondas de

O discurso do Secretário Geral da ONU ressalta

calor, inundações, secas e ciclones tropicais estão

vão algumas boas intenções:

que o apetite de energia e o termostato mundial

mais frequentes e severos. O próprio regime de

continuam a aumentar e é preciso esforço para

chuvas neste ano no Brasil foi totalmente atípico.

Para não ficar somente nas más notícias, aí

- O governo americano anunciou pacote para reduzir em 30% as emissões de CO2 das usinas

a transformação. Esta data foi criada pela ONU durante a Eco 1972, e em 2014 se volta para as

Se a tendência atual se mantiver, a Terra pode

termelétricas a carvão até 2030 (frente a 2005), que

mudanças climáticas com o tema Aumente sua

terminar o século até 4,8 °C mais quente. E o

representa 38% das emissões do país, pela segunda

voz, não o nível do mar.

setor de energia, especificamente quanto ao uso

vez tentando vencer a resistência interna a este

de combustíveis fósseis, é o maior responsável.

assunto. As opções para redução podem envolver

Não nos pareceu haver nesta data um movimento

relevante

e

proporcional

melhoria da eficiência energética, substituição por

ao

problema. Também a concorrência foi enorme:

E, no nosso país, alguns retrocessos:

usinas a gás, investimento em energias renováveis e atualização das termelétricas existentes;

às vésperas da Copa do Mundo, em meio a um momento econômico mundial de atenção, alerta

- Houve redução das emissões totais de gases

- Divulgação da intenção de assinar um novo

sobre falta de água e energia no Brasil, greves

de efeito estufa somente por conta daquelas

acordo global de redução de emissões em 2015,

e manifestações sociais, até a Lei da Palmada

oriundas do uso da terra/florestas, identificada

na Conferência das Partes a ser realizada em Paris,

ganhou mais atenção na mídia do que o meio

no mais recente inventário publicado em 2013

substituindo o Protocolo de Kyoto que está em

ambiente. As menções sobre a data em dois

(dados de 2010 x 2005), o que se mostra um

fase final (sem atingir os resultados pretendidos);

dos principais jornais e revistas de São Paulo

pouco ilusória, pois é focada na redução de

- O governo chinês pretende reduzir as emissões

se resumem a propagandas pagas de ações

desmatamento ilegal. Mas houve aumento das

de CO2 de 40 a 45% até 2020 (relativos a 2005).

ambientais de três grandes empresas.

emissões do uso da terra/florestas de 2010 frente

Em abril de 2014 foi publicado o mais

a 2009, e também de todas as demais categorias

Apesar das resistências aos problemas

recente relatório do IPCC sobre as mudanças

em relação a 2005, destacando-se o uso de

ambientais, a gestão da energia está no centro das

climáticas, reafirmando a sua concretização:

energia (21,4%);

discussões mundiais e faz parte da solução, seja

- Apesar do Pibinho esperado para 2014, o

pelo aumento da eficiência, redução de custos,

- Desde 1850, cada uma das três últimas décadas

crescimento real do consumo de energia neste

segurança de fornecimento, redução das emissões

tem sido mais quente na superfície da Terra do

período é bem superior (a Empresa de Pesquisa

de CO2 ou evolução para origem renovável.

que qualquer década anterior;

Energética (EPE) estima crescimento de 4%

Apesar do aparente apagão de prioridade

- Mais de 50% do aumento da temperatura

no ano);

ambiental no Brasil neste dia 5 de junho, as

do planeta entre 1951 e 2010 é atribuível ao

- A FIFA contratou uma empresa para fornecer

propostas do governo americano e chinês podem

homem, com mais de 90% de certeza;

50 MW de energia por meio de geradores a

motivar a obtenção de um novo acordo global

- Camadas de gelo em torno dos polos estão

óleo diesel para abastecer painéis publicitários

em 2015, que envolva os países emergentes, e

derretendo, o nível dos oceanos está aumentando

e transmissões jornalísticas dos estádios da

que também seja dirigido para a melhoria da

e eles estão se tornando mais ácidos;

Copa do Mundo e do centro internacional da

gestão da energia no mundo.

- As emissões de gases de efeito estufa continuam

imprensa, considerando que o Brasil não deu

aumentando e a atmosfera apresentou concentração

garantias suficientes de suprimento, com base

Que a força esteja conosco!

Que venha a Década da Energia Sustentável!



Iluminação eficiente

126

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da Comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Medições e verificações

Recorrentemente

venho

sendo

Tabela 1 – Tamanhos da malha

questionada sobre como verificar se um ambiente atende aos requisitos da norma

Ambiente

Maior dimensão da

Tamanho da malha

zona ou sala

p

ABNT NBR ISO 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho. Parte 1.

d

Publicada em março de 2013, a norma

substituiu a ABNT NBR 5413: 1992 Iluminância de interiores e a ABNT NBR

Área da tarefa

Aproximadamente 1 m

0,2 m

Salas/zonas de salas pequenas

Aproximadamente 5 m

0,6 m

Salas médias

Aproximadamente 10 m

1m

Salas grandes

Aproximadamente 50 m

3m

5382: 1985 - Verificação de Iluminância de interiores, e trouxe novos requisitos técnicos para os projetos de iluminação.

NOTA: Recomenda-se que o tamanho da malha não seja excedido.

A norma, além de solicitar os níveis de iluminância mantidos em serviço, traz de

são aceitáveis. A iluminância que a norma

(Ra, ou também conhecido como IRC) e

ofuscamento (UGR) e índice de reprodução

recomenda é o valor médio (média aritmética)

temperatura de cor pode-se verificar a adequação,

de cores (Ra) e temperatura de cor para os

desses pontos, que deve ser projetado ou

analisando as lâmpadas utilizadas e verificando

ambientes de trabalho internos.

medido nos planos de trabalho de referência.

os dados fornecidos pelos seus fabricantes.

Os níveis de iluminância podem ser

Quando este plano não está determinado

Pode-se ainda medir os valores de índice de

facilmente medidos e verificados através

deve ser criado um plano imaginário a uma

reprodução de cor e temperatura de cor através

de

altura de 0,75 m do piso do ambiente.

de equipamentos de medição portáteis chamados

O controle de ofuscamento ou UGR

de espectrofotômetros de iluminância.

sejam calibrados periodicamente e tenham

(Unified

pela

Esses equipamentos medem, além das

fotocélula com correção de coseno e correção

norma, não pode ser verificado in loco com

iluminâncias em lux, dados espectrais da

segundo a curva de sensibilidade do olho

equipamentos. Para verificação do UGR

fonte luminosa (índice de reprodução de

humano V(λ). A quantidade de pontos a ser

devem-se verificar os dados fornecidos pelo

cor, coordenadas cromáticas, temperatura

medida é definida por uma malha de pontos

fabricante da luminária. Este deverá fornecer

de cor, relação S/P - Scotopic/Photopic

definida pela norma em função da maior

o dado através de uma tabela, ou fornecer o

ratio,

dimensão da sala ou zona.

arquivo fotométrico da luminária, a partir

novos que tendem a substituir os luxímetros

O tamanho da malha recomendado para

do qual o projetista pode calcular o UGR

convencionais,

salas e zonas de salas é dado na Tabela 1.

através de software ou o inspetor ou técnico

mais completos e úteis principalmente para

Esta malha é recomendada tanto para

de segurança pode analisar a adequação da

fabricantes de equipamentos de iluminação,

elaboração de projetos em softwares de cálculo

luminária e características da sala ao tipo de

lighting designers e técnicos de segurança do

como para verificação das iluminâncias em

atividade definido pela norma.

trabalho, que necessitam verificar os dados

campo e tolerâncias da ordem de ±10%

Quanto ao índice de reprodução de cor

luminotécnicos dos ambientes.

requisitos

qualitativos

equipamentos

Recomenda-se

que

de

chamados estes

controle

luxímetros. equipamentos

Glare

Ratio),

definido

entre

outros). por

São serem

equipamentos equipamentos


Instalações MT

127

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela UNIFEI e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em FURNAS. Representa a IURPA no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Simplicidade que funciona e nem sinal de high tech

Estou em viagem aos Estados Unidos e, na

das leis antiquadas que temos no Brasil.

primeira semana, estive com colegas da IURPA

(www.iurpa.org) durante a conferência anual.

sem conversar antes com a indústria da eletricidade,

sem anúncios bombásticos sobre queda da tarifa!

Encontrei pessoas de várias partes do mundo, e

Sem estresse de portarias, mudanças impostas

de quase todos os estados dos EUA, e as informações

Bom, simples e funcional.

a que tive acesso não têm preço! Não estão nas

revistas oficiais dos seminários e nem vão estar nas

O governo federal havia anunciado investimentos

apresentações em PowerPoint que vão nos mostrar

bilionários em smart grid e ninguém sabe com

nas conferências que teremos brevemente no Brasil.

certeza onde está este dinheiro e, principalmente, o

que resultou dele.

É assim mesmo que funciona: a realidade não

Mas também há questões a serem resolvidas!

pode ser passada sem uma boa maquiagem. E só

o lado bom (real ou imaginário) é que chega a nós

explicam os ganhos, mas confesso que para mim não foi

pelos arautos das novas tecnologias.

nada definitivo e a sensação que percebo entre os colegas

Já tivemos acesso a relatórios (alguns oficiais) que

A verdade que se vê, no entanto, é que nas

que encontrei aqui é a mesma: é mais propaganda

maiorias dos lares não há nem sinal de smart grid ou

do que realidade; muito dinheiro, muito software,

AMI. O que se vê são os velhos discos girando e as

muito “paper”, muito medidor inteligente, grande

contas de uma energia muito mais barata que a nossa

processamento de dados, acesso a muita informação,

sendo enviadas todo mês pelo correio e boa parte

mas nada de resultado perceptível no dia a dia.

delas sendo paga com cheques (vem um envelope

dentro do envelope com a conta)!

entendem que a tecnologia resolve tudo e que estão

Mais barata mesmo: mais ou menos 35% de

enfrentando problemas, pois no campo as coisas não

nossa tarifa em Bacurituba, Codó ou Sucupira do

estão bem e ninguém dá conta de atender a tantos

Norte, que são pequenas cidades no Maranhão, no

alarmes gerados. Além disso, muitos clientes exigem a

norte do Brasil. Elas são cidades comuns quanto a

retirada dos medidores inteligentes (ou nem permitem

tudo o mais (ou seja, cheias de problemas – ou, de

sua instalação usando liminares) e as cortes estão dando

outra forma: não são padrão FIFA) mas tem tarifa

amparo legal a eles pelo fato de que os “smart meters”

padrão FIFA, de gente rica!

podem ser considerados invasivos: afinal, o que gera a

Mais barata e melhor de fato: mesmo em

fatura é apenas a quantidade de kWh consumida.

subúrbios longe das grandes cidades, a gente passa

Isto preocupa, pois, no Brasil, o mercado

por tempestades tropicais (nesta parte do ano elas são

vai ser tratado da mesma forma e considerando

muitas por aqui) e não temos grandes problemas;

os problemas regulatórios (tarifa branca e pré-

há equipes de plantão e mesmo sem uma agência

pagamento opcionais – o consumidor vai mudar

reguladora que restringe o negócio tanto como no

a maneira que usa a energia voluntariamente ou o

Brasil, o pessoal por aqui (os clientes com quem

consumidor que não paga a conta vai querer um

conversei) não reclamam. E de modicidade tarifária

medidor de pré-pagamento?), vemos um futuro

eles entendem melhor do que nós. Usam postes de

meio cinzento, sem grandes perspectivas de que

madeira, tem subestações extremamente simples e

nossos clientes vejam qualquer benefício das novas

um pessoal de campo que trabalha sem as amarras

tecnologias em curto e médio prazos.

Também há o problema de concessionárias que


128

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Proteção contra raios para os tanques que armazenam líquidos inflamáveis Como evitar que a chama

Sob o ponto de vista da proteção

controlada periodicamente, portanto, sempre

contra descargas atmosféricas, os tanques

que, por corrosão produzida pelo vapor do

de

inflamáveis

combustível, questões atmosféricas ou outras

dentro de tanques fechados com

podem ser divididos em duas categorias:

e a espessura da chapa chegar aos 4 mm (3/16), deve ter sua substituição programada.

respiros ou de tanques abertos,

autoprotegidos e não autoprotegidos. Os tanques autoprotegidos são aqueles que,

A corrosão em pontos localizados pode ser

pelo material, por suas dimensões e tipo

corrigida por reparos locais.

armazenamento

de

de construção, podem ser atingidos por

provocada pelo raio passe para

provocando sua explosão

Nesses casos, a espessura do teto deve ser

superior a 4 mm.

descargas atmosféricas diretas sob o mínimo

Situações em que um

risco de dano.

pode ser considerado como

Os tanques fechados providos de respiros

Os tanques não autoprotegidos são

autoprotegido

podem tê-los com dispositivos corta-chamas

tanque

os que necessitam de proteção externa ou

para impedir que ela entre no tanque. A

modificar suas características construtivas,

Um

ser

norma inglesa (BS) permite essa possibilidade

por

da

considerado autoprotegido, apesar de a chapa

desde que o usuário tenha disponíveis peças

chapa do revestimento para se tornarem

metálica não ter a espessura especificada, se

de reposição iguais ao número de peças

autoprotegidos.

tiver menos de 20 m de altura, portanto, com

instaladas e siga o plano de manutenção por

suscetibilidade a impacto direto por descargas

Dimensões mínimas normalizadas

ela especificado.

laterais quase nulas; e:

De acordo com a norma ABNT NBR

• O volume entre o teto e o líquido

e vácuo) que só deixam sair o vapor sob

5419, uma chapa de aço de 4 mm de espessura

armazenado for preenchido com um gás

uma velocidade superior a de deslocamento

não é perfurada por raio nem produz pontos

inerte, como o nitrogênio. Nesta condição, a

da chama. Válvulas do tipo por contrapesos

quentes suficientes para inflamar a mistura

corrosão interna das chapas é quase nula;

ainda são utilizadas em algumas usinas de

de ar e vapor do combustível na face oposta

• Quando, sob o teto externo, houver outro

álcool no Brasil, mas não são mais aceitas

ao ponto de impacto. Uma chapa de 2,5 mm

teto flutuante (que tem a denominação de selo

pelas normas americana e inglesa.

de espessura pode produzir pontos quentes,

flutuante ou de película flutuante) sobre o

mas não é perfurada. Pela norma americana

líquido. O vapor do líquido que sempre resta

peça de proteção mecânica do tanque para o

NFPA – 780, a espessura mínima para evitar

sobre o costado com a movimentação do teto

caso de sobrepressão interna (chapéu chinês).

a produção de pontos quentes é de 3/16, que

flutuante deverá ser extraído constantemente,

É fabricada de chapa de aço mais fina e fica na

corresponde a 4,8 mm aproximadamente.

por exaustores.

parte mais alta do tanque. Nessas condições

exemplo,

o

redimensionamento

tanque

de

combustível

pode

Os tanques do tipo fechado, sem respiros,

devem ser providos de válvulas PV (pressão

Com as dimensões vistas, a boa prática

Na maioria dos tanques abertos, há uma

essa peça deve ser substituída por outra de

manda que os tanques sejam construídos

com chapas mais espessas –6 mm a 8 mm

externo deve variar entre 2,5 e 4 mm, para

corta-chamas.

(1/4 a 5/16) – e que essa espessura seja

não haver sua perfuração.

Continua...

Em ambos os casos, a espessura e do teto

chapa grossa (6 mm a 8 mm) e provida de


129

O Setor Elétrico / Junho de 2014

NR 10

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Vale a pena ler de novo Recentemente se noticiou o resultado de uma ação judicial envolvendo acidente com rede elétrica e cuja conclusão trouxe à tona a necessidade de rever o nosso sistema de distribuição aérea. Sempre atenta à segurança com eletricidade, a Abracopel já se manifestou, por meio de seus membros, incansáveis batalhadores, que propuseram uma discussão sobre o assunto. De fato, são muitos os fatores e inúmeras as implicações que teremos de discutir e que precisam, efetivamente, serem discutidas. Por que distribuição aérea e não subterrânea? Onde vai ser pendurada a telefonia? E a TV a cabo? Quanto custa a segurança? Quanto custa a vida? Tem preço? Enquanto, felizmente, esses assuntos ficam na seara da discussão, vale a pena ler o que está no item 10.14.2 da nossa NR 10: “10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas

instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes”.

segurança, já que esse sistema facilita a ocorrência de situações inseguras e perigosas.

Sobre isso: Sempre que forem verificadas situações perigosas nas instalações elétricas, quer pelo seu uso inadequado, quer pela aproximação indevida, construções vizinhas ou qualquer outra ação de terceiros, as empresas responsáveis devem adotar as medidas de controle imediatamente e oferecer denúncia aos órgãos públicos que tenham competência para intervir a favor da segurança com a eliminação da situação perigosa e demais providências necessárias. Esta disposição impõe às empresas concessionárias a obrigação de denunciar situações irregulares para as quais não tenha autoridade para solucionar, e isso inclui as construções que se fazem encostadas às estruturas, apoiadas em postes, sob as redes elétricas nuas e outras mais que conhecemos e que basta parar e olhar para cima para identificar. Tecnicamente, a distribuição é aérea, nada contra, mas há um contexto de local, conservação, educação, limitação, abuso, estética e, principalmente, de

Mas o que isso tem a ver com o tal item 10.14.2 da NR 10? É que há uma certa acomodação, nem as empresas denunciam as situações irregulares, que em tese até lhes causam prejuízo por furto, e nem o poder público responsabiliza as empresas por manterem as situações inseguras, contentando-se com conclusões pela simples imprudência (das vítimas), como resultado de inquéritos. Ora, aprendemos que os acidentes são multicausais e, quando investigados a fundo e seriamente, fornecem dados surpreendentes, que contribuíram para a sua ocorrência. Nesses levantamentos, nas investigações sérias, certamente aparecerão fatores que se classificarão como negligência* e esta nem sempre é das vítimas! *negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções necessárias.


Energia com qualidade

130

O Setor Elétrico / Junho de 2014

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP. FIESP | jstarosta@acaoenge.com.br

Quando as “coisas” partem Parte 1

As partidas das máquinas elétricas (motores

e transformadores), a energização de capacitores e alguns circuitos especiais, mesmo as lâmpadas a vapores metálicos ou de sódio, possuem comportamento durante a partida ou energização que pode afetar outras partes das instalações elétricas ou ainda os próprios equipamentos. As causas e os efeitos são os mais diversos e trataremos de algumas dessas situações na sequência.

Partidas de transformadores Correntes de partida em transformadores são conhecidas e reconhecidas como uma das principais fontes de afundamentos de tensão em circuitos e barramentos à montante e em sistemas de distribuição típicos de concessionárias ou mesmo de instalações industriais. A situação piora

Figura 1 – Comportamento das correntes e tensões rms e comportamento das formas de onda de tensão e corrente.

quando diversos transformadores tentam partir simultaneamente e circuitos longos associados agravam o problema.

Os valores clássicos das correntes de partida

(também chamadas de acordo com a terminologia internacional de “In rush”) podem atingir valores 20 vezes maiores que a corrente nominal e em sistemas com baixas potências de curto-circuito a situação pode ser também piorada.

Considerando-se ainda a impossibilidade de

sincronismo com a manobra mecânica, os valores de corrente são os mais improváveis possíveis, uma vez que dependem do instante (associado à forma de onda de tensão) em que a conexão se estabelece. Além disso, a própria corrente não é equilibrada, uma vez que depende da energização do circuito magnético do transformador que tem pela própria construção uma característica desequilibrada.

Figura 2 – Forma de onda das correntes de partida de transformador 2.000 kVA.


131

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Figura 3 – Esquema do dispositivo de partida suave de transformador.

A Figura 1 ilustra o comportamento das

aplicados em grande volume na partida dos motores

correntes e tensões eficazes, bem como formas de

elétricos, utilizam componentes e elementos estáticos

ondas registradas na partida de um transformador

para o controle da tensão de alimentação e, como

de 2.000 kVA em 13,2 kV para 220 V. Chama a

consequência, da corrente de partida. O sistema

atenção o desequilíbrio das correntes e os efeitos

possui uma unidade de controle e outra de potência.

na tensão como a ocorrência de transientes.

Toda a operação é realizada com o trafo sem carga.

Tomando-se as 1.024 amostras por ciclo da forma

No instante em que o trafo é energizado, um

de onda de corrente fornecida pelo instrumento,

contator de “by pass” assume a carga propriamente

pode-se efetuar uma análise mais detalhada do

dita em sincronismo com o sistema de partida suave,

fenômeno, representado na Figura 2. Além dos altos

após a partida do transformador. No instante em que

valores esperados, observa-se o comportamento

a operação é realizada, a unidade de controle manda

da soma das correntes das fases, representada pela

um sinal para que a carga seja conectada.

corrente de neutro ou de terra dependendo do caso (In) e tem efetiva aplicação do modelo de proteção

Registros de operação

de fuga à terra que se deseja empregar. Naturalmente,

a corrente é transitória e tão logo o transformador é

corrente de Inrush de transformadores.

energizado esta corrente desaparece.

As Figuras 4 e 5 ilustram outros registros da Na Figura 4, nota-se a corrente de partida três

vezes maior que a corrente nominal; já a Figura

Solução

5 apresenta o mesmo caso com dispositivo de

Uma das possíveis soluções são os pouco

partida suave. Observa-se corrente máxima da

conhecidos dispositivos de partida suave para

ordem de 60% da corrente nominal com tempo

transformadores, que, a exemplo dos seus “irmãos”,

de partida da ordem de 1 ciclo.

Figura 4 – Partida de trafo sem controle.

Figura 5 – Partida de trafo com controle.

Continua na próxima edição.


Instalações Ex

132

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

IECEx – Sistema de Certificação da IEC Parte 1

O IECEx é o sistema da IEC para certificação

laboratórios de ensaios dos diversos países, acreditados

entre pares;

internacional de empresas de prestação de serviços,

pelo sistema, são mutuamente reconhecidos em um

• 1999: Início de operação do sistema de certificação

competências pessoais e de equipamentos para

sistema de confiança entre pares.

de equipamentos Ex, com a emissão de relatórios

atmosferas explosivas.

O IECEx pode ser entendido como uma

de ensaios (ExTR) padronizados, por laboratórios

O objetivo inicial do IECEx, no período

ferramenta de avaliação da conformidade da IEC

acreditados, baseados nas normas da série IEC

de sua concepção, era a criação de um sistema

para que empresas de prestação de serviços Ex, pessoas

60079;

internacionalmente acreditado, de forma que

ou equipamentos Ex, uma vez certificados, possam

• 2000: Emissão do primeiro certificado nacional

os ensaios e a certificação dos equipamentos Ex

evidenciar, de forma clara e confiável, o atendimento

de um equipamento Ex, baseado na análise dos

fossem feitos com base nas normas internacionais

aos requisitos das normas da série IEC 60079.

resultados em um relatório de ensaio e de avaliação

da série IEC 60079 (Atmosferas explosivas) e que

do sistema de gestão da qualidade do fabricante,

os certificados emitidos dentro deste sistema fossem

IECEx representa a capacidade da empresa de

elaborados dentro do sistema IECEx;

aceitos por parte de todos os países participantes.

prestação de serviços Ex, ou da pessoa competente

• 2002: Decisão do Comitê de Gestão do IECEx

No entanto, ao longo do tempo, com o

ou do fabricante do equipamento Ex de atender de

para progredir para o nível pleno, com a emissão de

desenvolvimento de suas estruturas, o IECEx passou

forma consistente e estar em conformidade com os

certificados de conformidade do IECEx;

a adotar uma visão mais abrangente, focando não

requisitos das normas técnicas da série IEC 60079

• 2003: Entrada em operação do sistema on-line

apenas a certificação dos produtos Ex, mas também

que estão indicadas no certificado. No sistema

de certificação do IECEx. Emissão do primeiro

a certificação das empresas de prestação de serviços

IECEx, todos os certificados são emitidos por

certificado de conformidade IECEx diretamente

em áreas classificadas, tais como os serviços de

terceira parte, seja por Organismos de Certificação

pela internet. Foram emitidos um total de 130

classificação de áreas, projeto, instalação, inspeção,

de Serviços ou de Produtos, ou por Organismos de

certificados durante aquele primeiro ano;

manutenção e oficinas de serviços de reparos. Além

Certificação de Pessoas.

• 2007: Lançamento do sistema de certificação

disso, o IECEx possui também um sistema para a

de empresas de prestação de serviços de reparo de

certificação de competências pessoais Ex.

IECEx, desde a sua concepção:

Um certificado de conformidade emitido pelo

É apresentada a seguir uma breve história do

Esta atual abordagem mais abrangente do

equipamentos Ex (Ex Repair Service Facilities); • 2010: Lançamento do sistema de certificação de

IECEx, com o foco da segurança durante todo o

• 1992: Estabelecimento do conceito no âmbito

competências pessoais Ex;

ciclo de vida das instalações industriais contendo

do TC-31 da IEC (Equipment for Explosive

• 2011: ONU oficialmente apoia o IECEx;

atmosferas explosivas, conta com o apoio da

Atmospheres). Uma pesquisa realizada pela IEC

• 2012: Lançamento dos sistemas de certificação

ONU no sentido de incentivar os diversos países

mostrou a concordância dos países-membros

de empresas de prestação de serviços (Ex Service

a alinharem seus regulamentos nacionais com os

no desenvolvimento de um sistema autônomo

Facilities) de projeto, instalação, inspeção e

sistemas internacionais de certificação do IECEx.

internacional Ex;

manutenção Ex, complementando o sistema de

Os sistemas de certificação Ex do IECEx têm

• 1994: Publicado o primeiro procedimento de

certificação de oficinas de serviços de reparos de

como princípio básico demonstrar a conformidade de

operação, convertido em 1999 para o Documento

equipamentos Ex, lançado em 2007;

empresas de prestação de serviços, das competências

IECEx 01 (IECEx Basic Rules);

• 2013: Realização das reuniões dos comitês técnicos e

das pessoas e dos equipamentos Ex com os requisitos

• 1996: Primeira reunião do Comitê de Gestão, em

de gestão do IECEx na cidade de Fortaleza, no Brasil,

indicados nas normas da série IEC 60079.

Londres, com a designação dos coordenadores dos

com a participação de mais de 100 participantes,

grupos de trabalho;

representantes de 30 países. Estas reuniões contaram

que todos os organismos de certificação de pessoas,

• 1997/1999: Desenvolvimento da estrutura do

com a presença do presidente e do vice-presidente

de serviços e de equipamentos, bem como os

IECEx, incluindo a primeira rodada de avaliação

da IEC e incluem a realização de um Seminário da

Um grande diferencial do sistema IECEx é


133

Figura 1 – Imagens das reuniões gerais do IECEx realizadas no Brasil, em 2013.

ONU sobre o Ciclo Total de Vida das Instalações em

conformidade entre os organismos de certificação

Atmosferas Explosivas, com uma apresentação do

acreditados.

Inmetro sobre este tema: Dentre as principais motivações que movem o

No presente momento, o IECEx é formado

IECEx e direcionam seus esforços e ações, podem ser

por 31 países dos cinco continentes, sendo que o

ressaltadas as seguintes:

Brasil é membro deste sistema desde 2009 e possui

• Remoção da duplicação ou repetição dos custos e

um Organismo de Certificação de Produtos (ExCB)

recursos para a realização de ensaios para a certificação

acreditado desde 2011.

nos níveis nacionais;

• Confiança das indústrias usuárias, dos organismos

Dentre os benefícios da condução da avaliação

da conformidade Ex por meio dos sistemas

de acreditação e dos organismos de regulação;

internacionais de certificação do IECEx, podem ser

• Confiança entre os organismos de certificação e

destacados os seguintes:

laboratórios de ensaios acreditados; • Portabilidade de resultados de ensaios, de avaliações

• Marca IEC internacionalmente reconhecida e

de sistemas de gestão e de certificações;

acreditada;

• Disponibilidade instantânea às informações,

• Reconhecimento global pelas indústrias;

incluindo os sistemas de certificações on-line, com

• Certificação baseada em normas internacionais

acesso direto aos certificados de conformidade de

IEC 60079, publicadas no Brasil como ABNT NBR

empresas de prestação de serviços, competências

IEC 60079;

pessoais e equipamentos Ex;

• Processo aberto e transparente para todos os

• Necessidade de abordagem do ponto de vista de

organismos de certificação de pessoas, certificação de

ciclo total de vida das indústrias Ex, incluindo a

sistemas e laboratórios de ensaios;

certificação das empresas de prestação de serviços e

• Regras claras e bem definidas, de conhecimento

de competências pessoais em atmosferas explosivas;

público, com documentos operacionais elaborados

• Foco na base para a segurança Ex: classificação de

em conjunto pelos países membros e disponível para

áreas correta, seleção correta dos equipamentos Ex,

acesso público na internet;

instalação e inspeção inicial correta, inspeções periódicas

• Transparência no processo de avaliação e nos resultados;

corretas, bem como reparos e recuperações corretas

• Sistemas de certificação elaborados tendo como

dos equipamentos Ex, de acordo com os requisitos das

base as solicitações diretas das indústrias;

respectivas partes da série de normas IEC 60079.

• Consistência nos processos de avaliação da

Continua...


Dicas de instalação

134

O Setor Elétrico / Junho de 2014

A disponibilidade futura do cobre Por Milena Guirão Prado*

A disponibilidade futura de minerais está baseada nos conceitos de reservas e de recursos. As reservas são os depósitos que foram descobertos, estimados e avaliados para serem economicamente rentáveis. Os recursos são muito maiores e incluem as reservas, os depósitos descobertos que são potencialmente rentáveis e os depósitos ainda não descobertos, mas que estão previstos com base em pesquisa geológica preliminar.

De acordo com o United States Geological Survey

(USGS, 2013), a quantidade de reservas de cobre é de 690 milhões de toneladas e os recursos de cobre estão estimados em 3,5 bilhões de toneladas. Este último dado não leva em consideração a grande quantidade de depósitos de cobre encontrados em águas profundas e em sulfuretos maciços submarinos. As oportunidades de exploração atuais e futuras levarão a um aumento em ambas as reservas e recursos conhecidos. Do

Figura 1 – Reservas históricas de cobre versus produção anual de cobre em milhões de toneladas (USGS, 2013).

total de aproximadamente mil projetos de cobre direcionados para a exploração futura, cerca de cem já

Uso do cobre

• aumentar a taxa de sucesso na exploração profunda e em outras áreas mais difíceis;

estão em construção (Intierra, 2011). Também é importante notar que o cobre está

Com base nos estoques globais de cobre e no

• criar condições mais seguras para operar em

presente naturalmente na crosta terrestre em uma

modelo de fluxos (recentemente desenvolvido pelo

ambientes extremos;

concentração de 67 partes por milhão (ppm). Assim,

Instituto Fraunhofer), estima-se que dois terços das

• reduzir o consumo de energia e de água;

a quantidade total de cobre em depósitos acima de

550 milhões de toneladas de cobre produzidas desde

• aumentar as taxas de recuperação do produto

3,3 km (limite provável de futura mineração) está

1900 ainda estão em uso produtivo (Glöser, 2013),

quando semielaborado para permitir que os

estimada em 300 bilhões de toneladas (Kesler, 2008).

sendo que:

produtores processem minérios mais complexos.

Reservas e produção

• Aproximadamente 70% é utilizado em aplicações

Estas e outras inovações ainda desconhecidas

elétricas;

irão garantir que a produção de novas minas

Desde 2000 foram extraídas 180 milhões de

• Cerca de 55% é utilizado em construções, 15% em

continue fornecendo os suprimentos vitais do cobre.

toneladas de cobre e nesse mesmo período as reservas

infraestrutura, 10% na indústria, 10% em transporte

Além disso, a reciclagem do cobre desempenha um

conhecidas aumentaram em 290 milhões de toneladas.

e 10% na fabricação de equipamentos.

papel importante na disponibilidade deste metal.

Como resultado, as reservas/taxas de produção aumentaram de 26 para 39. De acordo com os dados

O cobre primário de hoje é o material

Inovação em mineração e reciclagem

da USGS, desde 1950 existem registros de que há

reciclado de amanhã (ou cobre secundário). Atualmente, a reciclagem do cobre é de cerca de

cerca de 40 anos de reservas de cobre e mais de 200

A tecnologia tem um papel fundamental na

9 milhões de toneladas, sendo gerada por meio

anos de recursos restantes, refletindo desta maneira os

abordagem de muitos dos desafios enfrentados pela

da sucata “velha”, no qual refere-se ao cobre

avanços tecnológicos e a evolução econômica que a

nova produção de cobre. A inovação liderada pela

contido em produtos que chegam ao fim de sua

mineração vem tendo ao longo dos anos.

indústria do cobre irá:

vida útil, e pela sucata “nova”, no qual é formada


135

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Figura 2 – Uso do cobre (estoque mundial). Glöser,2013.

durante os processos de produção e fabricação.

importantes nas emissões de CO2.

Isso significa que aproximadamente 35%

Com base no atual conhecimento sobre a

do consumo anual de cobre provém de material

disponibilidade geológica e na inovação contínua

reciclado.

da indústria, existem boas razões para acreditar que

o cobre continuará a ser um contribuinte vital e

O cobre é uma das poucas matérias-primas que

podem ser recicladas diversas vezes sem perder o seu

positivo para a sociedade no futuro.

desempenho. Vale a pena ressaltar que as principais partes interessadas, tais como os decisores políticos,

Referências

sucateiros, produtores de cobre e recicladores, devem

• GLÖSER,

tentar garantir que o metal seja reciclado e reutilizado.

TERCERO ESPINOZA, Luis A. A dynamic analysis

Simon;

SOULIER,

Marcel;

Consequentemente, para atender à demanda

of global copper flows. Global stocks, postconsumer

futura de metais, será necessária uma combinação de

material flows, recycling indicators & uncertainty

matérias-primas primárias, proveniente das minas,

evaluation. In Environ. Sci. Technol. (in press) DOI:

bem como de materiais reciclados.

10.1021/es400069b. Disponível em: <http://pubs.acs.

org/doi/abs/10.1021/es400069b>, 2013.

Enquanto isso, políticas e tecnologias inovadoras

devem continuar contribuindo para a melhoria do

• Copper statistics and information (USGS, 2013).

desempenho da reciclagem e a sua eficiência de

Disponível em: <http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/

recursos.

commodity/copper/>. • KESLER, S. E.; WILKINSON, B. Earth’s copper

Conclusão

resources estimated from tectonic diffusion of porphyry copper deposits. Geology 36(3), p. 255-258, 2008.

O cobre é o metal mais antigo da humanidade,

• TILTON, J.; LAGOS, G. Assessing the long-run

com mais de dez mil anos, e ainda desempenha um

availability of copper. Resources Policy 32:19-23(2007).

papel vital nas questões críticas para a sociedade.

Ele contribui para a nossa alimentação e saúde,

em: <http://www.icsg.org/index.php/publications>.

World Copper Factbook (ICSG, 2012). Disponível

sendo fundamental para proporcionar o acesso à energia nos países em desenvolvimento, permitindo

*Milena Guirão Prado é gerente de

melhorias importantes na eficiência energética e no

comunicação para América Latina da

aumento das fontes de energia renováveis e reduções

International Copper Association (ICA).


Referências técnicas

136

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.

Iluminação de ambientes de trabalho

Em março de 2013, foi publicada a ABNT NBR ISO 8995-1 – Iluminação

Já a iluminância no entorno imediato deve estar, segundo a norma,

de ambientes de trabalho, Parte 1: Interior, que substitui e cancela as

relacionada com a iluminância da área de tarefa, e convém que proveja

normas NBR 5413 e NBR 5382. O novo documento normativo foi baseado

uma distribuição bem balanceada da luminância no campo de visão. No

na internacional ISO 8995 e elaborado em conjunto com a Commission

entorno, a iluminância pode ser mais baixa que a da área da tarefa, mas

Internacionale de l’Eclairage (CIE). A norma aborda aspectos quantitativos

não pode ser inferior aos valores da tabela:

e qualitativos da iluminação para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente com conforto e segurança.

Iluminância da Lux

Em sua coluna nesta publicação, a arquiteta e coordenadora da

comissão normativa que analisou esta norma, Juliana Iwashita, explicou que o documento se destaca pelos seguintes requisitos: • Iluminação mantida para a área da tarefa e o entorno imediato;

tarefa

Iluminância

do entorno imediato

Lux

≥ 750

500

500

300

300

200

≤ 200

Mesma iluminância da área de tarefa

• Controle de ofuscamento pelo Método UGR – Índice de ofuscamento unificado;

O ofuscamento, por sua vez, é causado por luminâncias excessivas ou

• Reprodução de cor mínima para as diversas atividades e tarefas.

contrastes no campo de visão e pode prejudicar a visualização dos objetos. A norma recomenda os seguintes valores estabelecidos na tabela a seguir

De acordo com a ABNT NBR ISO 8995, a iluminação deve conferir

conforto, desempenho e segurança visual aos trabalhadores. Para

para o ângulo de corte mínimo para proteção de visualização direta da lâmpada.

isso, é necessário que seja dada atenção a todos os parâmetros que contribuem para o ambiente luminoso, sendo os principais: distribuição

Luminância da lâmpada Kcd/m2

da luminância, iluminância, ofuscamento, direcionalidade da luz, aspectos

Ângulo

de corte

mínimo

1 a 20

10°

A distribuição da luminância no campo de visão controla o nível de

20 a 50

15°

adaptação dos olhos, o qual afeta a visibilidade da tarefa. Sendo assim, as

50 a 500

20°

≥500

30°

da cor da luz e superfícies, cintilação, luz natural e manutenção.

faixas de refletâncias úteis para as superfícies internas mais importantes são:

Teto:

0,6 – 0,9

Paredes:

0,3 – 0,8

os requisitos de iluminação para diversos ambientes e atividades. A tabela,

Planos de trabalho: 0,2 – 0,6

transcrita a seguir, exibe alguns desses critérios. É indispensável que a norma

Piso:

seja consultada na íntegra para mais detalhes.

0,1 – 0,5

Entre outras inúmeras recomendações, a ABNT NBR ISO 8995-1 traz


137

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Planejamento dos ambientes, tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor Tipo

de ambiente,

Iluminância

tarefa ou atividade

mantida

Índice de

Índice de

ofuscamento reprodução

Ev lux

unificado

Saguão de entrada

100

22

60

Sala de espera

200

22

80

Áreas de circulação e corredores

100

28

40

Áreas

(UGRL)

de cor mínimo

Observações

(Ra)

gerais da edificação

Nas entradas e saídas, estabelecer uma zona de transição, a fim de evitar mudanças bruscas. Escadas e esteiras rolantes

150

25

40

Rampas de carregamento

150

25

40

Refeitório e cantinas

200

22

80

Salas de descanso

100

22

80

Salas para exercícios físicos

300

22

80

Vestiários, banheiros e toaletes

200

25

80

Enfermaria

500

19

80

Salas para atendimento médico

500

16

90

Estufas e sala dos disjuntores

200

25

60

Correios e quadros de distribuição

500

19

80

Depósitos, estoques e câmara fria

100

25

60

Expedição

300

25

60

Estação de controle

150

22

60

Tcp no mínimo 4.000 K

200 lux, se forem continuamente ocupados. 200 lux se forem continuamente ocupadas.

Lavanderias

e limpeza a seco

Entrada de mercadorias, marcação

300

25

80

Lavagem e limpeza a seco

300

25

80

Passar roupas

300

25

80

Inspeção e reparos

750

19

80

50

28

20

e distribuição

Subestações Instalação de abastecimento de combustíveis

As cores para segurança devem ser reconhecíveis.

Casa da caldeira

100

28

40

Salas de máquinas

200

25

80

Salas auxiliares

200

25

60

Para montagem alta: ver também 4.6.2 (da norma). Os painéis de controle frequentemente estão na vertical. Dimerização Salas de controle

500

16

80

pode ser necessária. Para trabalho com VDT, ver 4.10.v


Referências técnicas Tipo

138

de ambiente, tarefa ou atividade

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Iluminância mantida

Ev lux

Índice de

Índice de

ofuscamento

reprodução de

unificado

(UGRL)

cor mínimo

Observações

(Ra)

Escritórios Arquivamento, cópia, circulação, etc.

300

19

80

Escrever, teclar, ler e processar dados

500

19

80

Desenho técnico

750

16

80

Estações de projeto assistido por computador

500

19

80

Para trabalho com VDT, ver 4.10.

Salas de reunião e conferência

500

19

80

Recomenda-se que a iluminação

Para trabalho com VDT, ver 4.10.

seja controlável. Recepção

300

22

80

Arquivos

200

25

80

Área de vendas pequena

300

22

80

Área de vendas grande

500

22

80

Área da caixa registradora

500

19

80

Mesa do empacotador

500

19

80

Recepção, caixa e portaria

300

22

80

Cozinha

500

22

80

200

22

80

Varejo

Restaurantes

e hotéis

Recomenda-se que a iluminação

Restaurante, sala de jantar e sala de eventos

seja projetada para criar um ambiente íntimo.

Restaurante self-service

200

22

80

Bufê

300

22

80

Salas de conferência

500

19

80

Recomenda-se que a iluminação seja controlável. Durante o período da noite

Corredores

100

25

80

são aceitáveis baixos níveis de iluminação.

Fonte: Trechos da tabela “Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade de cor”, da ABNT NBR ISO 8995-1.



Espaço IEEE

140

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Estamos especificando a tensão dos para-raios corretamente? Por Cláudio Mardegan*

Nos

últimos

anos,

tenho

encontrado

ou maior do que a frequência nominal do sistema.

a) Tensão fase-terra do sistema em regime e sob

sistematicamente dimensionamentos de para-

Esta definição praticamente surgiu com a introdução

curto-circuito fase-terra

raios de maneira inadequada. Entre os principais

dos para-raios a MOV (Metal Oxide Varistor).

impactos de um dimensionamento equivocado de

Tensão residual – É a tensão que aparece nos

sobretensões de regime permanente e transitórias

um para-raios podem ser citados: (a) diminuição

terminais do para-raios quando da passagem de

de maneira a identificar as sobretensões máximas

de sua vida útil; (b) diminuição do nível de

uma corrente de impulso na forma de 8/20 μs.

que irão surgir nessas situações. Dependendo da

proteção aos equipamentos; e (c) explosão dos

kJ/kVUr ou kJ/kVUc – A energia que um para-

relação Xo/X1 (que define o tipo de aterramento

para-raios. Estes são os elementos que motivaram

raios consegue conduzir é normalmente provida

do sistema), quando de um curto-circuito fase-

a escrita deste artigo, cujo tema será desenvolvido

pelos fabricantes, sendo expressa por kilo Joules

terra em uma das fases, nas outras duas fases sãs

de maneira compacta e objetiva.

por kV da tensão nominal ou da MCOV.

do sistema, a tensão fase-terra poderá se elevar e

Devem ser feitas simulações de condições de

atingir valores até 173% do valor da tensão fase-

Definições básicas

Algumas normas

terra do sistema. De

MCOV – sigla que vem do inglês, Maximum

Continuous Operating Voltage, e corresponde ao

são as normas ANSI/IEEE Std C62 e IEC 60099.

As principais normas relativas aos para-raios

uma

maneira

simplificada

(sem

simulações), para os valores estimativos iniciais, os seguintes critérios podem ser utilizados:

maior valor de tensão para o qual o para-raios é projetado, de modo a operar continuamente com esta tensão aplicada aos seus terminais.

Determinação da Tensão Máxima de Operação Contínua (MCOV)

Sistemas solidamente aterrados – 0,80 x VMáx_Operativa_Sistema

Tensão máxima operativa do sistema – corresponde

Sistemas aterrados por impedância – 1,05 x

à classe de tensão em que as concessionárias podem

trabalhar. Por exemplo: em 13.8 kV é igual a 15 kV,

raios é a tensão a partir da qual ele começa a

Como já mencionado, a MCOV do para-

em 138 kV é igual a 145 kV, etc.

conduzir. A escolha desta tensão deve ser pautada

TOV – Uma sobretensão oscilatória, associada com

nos seguintes critérios:

especificações mais justas, visto que o fator de

chaveamento, falta (por exemplo, rejeição de cargas,

a) Tensão fase-terra do sistema em condições de

sobretensão nem sempre atinge o máximo de

falta fase-terra) ou não linearidades (ferroressonância,

regime e sob curto-circuito fase-terra;

173%. As tabelas e as figuras seguintes mostram

harmônicos) de duração relativamente longa, a qual é

b) Nível de proteção adequado dos equipamentos

algumas simulações típicas.

amortecida ou muito pouco amortecida. Em alguns

(coordenação de isolamento);

O para-raios acima estava mal dimensionado,

casos, sua frequência pode ser algumas vezes menor

c) Energia do para-raios.

veja o porquê na tabela seguinte:

VFF_Sistema Por meio de simulações, pode-se chegar a

Figura 1 – (a) Corrente em um para-raios de 28 kV e (b) Energia em um para-raios de 28 kV.


141

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Caso

Uc / Ur

Para-raios Polim H

(kV)

En (kJ/kV)

I (A rms)

Ipico (A)

1

28 / 35

26.11

22.2

53.5

2

29 / 36.3

15.75

14.9

38.8

3

30 / 37.5

8.60

9.1

26.2

4

31 / 38.8

3.01

3.9

13.3

5

32 / 40

Desprezível

Desprezível

Desprezível

Nota: Os para-raios simulados possuem uma energia de 13.3 kJ/kVUc. O dimensionamento muito justo pode levar ao mostrado no item b) seguinte.

Figura 2 – Coordenação de isolamento.

Figura 3 – Utilização de para-raios com MCOV abaixo da TOV (diminuição da vida útil).

do para-raios. Assim, no dimensionamento

[03] Aterramento e Proteção contra sobretensões

equipamentos (coordenação de isolamento)

dos para-raios deve-se escolher uma tensão de

em sistemas aéreos de distribuição – Coleção

O nível de proteção dado deve ser tal que

MCOV tal que ele não entre em condução para

Distribuição de Energia Elétrica – v. 7 – Eletrobras

coordene com a isolação dos equipamentos

faltas fase-terra, pois, ao invés de se ter um nível

– EDUFF 1990.

protegidos, ou seja, a tensão dos para-raios deve

de proteção maior, estaremos diminuindo a vida

[04]

ficar abaixo da tensão suportável pela isolação

útil do para-raios. A Figura 3 mostra os danos

Behavior of Arresters – Jonathan Woodworth –

dos equipamentos protegidos e ainda ficar acima

internos de para-raios a óxido de zinco (ZnO)

Arrester Works – Arrester Facts 013.

da tensão máxima definida no item a). A Figura

com a tensão de MCOV especificada para um

[05] IEEE Std C62.22-1997 – IEEE Guide For

2 seguinte ilustra o exposto [01],[04].

valor menor que a TOV.

The Application Of Metal-Oxide Surge Arresters

b) Nível

de

proteção

adequado

dos

A referência [01] e [04] cita uma margem c) Energia do para-raios

margem a partir de 20%. A referência [05] utiliza

Como pode ser observado na Figura 1, muitas

15% para a relação CWW/FOW e BIL/LPL e

vezes é necessário elevar a tensão do para-raios

20% para BSL/SPL.

para que ele atenda às condições de energia

absorvida.

utilizado para proteção contra sobretensões de curta-duração (alta frequência) e elevadas

Temporary

Overvoltage

For Alternating-Current.

a partir de 15% e a referência [03] cita uma

Deve-se ter em mente que o para-raios é

Understanding

Referências

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. Publicou diversos artigos em revistas especializadas e ministrou inúmeras palestras técnicas (IEEEESW-Brasil, Cinase, Cinape, NR-10, etc.). É consultor, autor do livro

magnitudes. Por ter uma característica VxI com resposta mais próxima de um para-raios ideal,

[01] Equipamentos Elétricos – Especificação e

as pastilhas de óxido metálico têm sido as mais

aplicação em subestações de alta tensão – Furnas –

utilizadas atualmente. Estas pastilhas têm uma

1985 – Universidade Federal Fluminense.

vida útil que decai com o número de operações

[02] Norma IEC 60099-4.

Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais, patrocinado pela Schneider, e coautor do Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. É ainda membro sênior do IEEE.


Ponto de vista

142

O Setor Elétrico / Junho de 2014

Tarifas do setor elétrico: equilíbrio econômico-financeiro e qualidade dos serviços empresas, garantindo ganhos extraordinários a todas,

rigorosamente os contratos, que atendem unicamente

vem passando por uma reforma institucional, cujos

mesmo quando a qualidade de seus serviços é sofrível.

aos interesses das empresas, e deixam de lado os

objetivos seriam o aumento da competição, a melhoria

interesses do consumidor.

da qualidade dos serviços e a maior participação de

famigerado “equilíbrio econômico-financeiro” das

recursos privados na distribuição e transmissão do setor.

empresas está nos contratos de privatização, que

cujo nível de qualidade e continuidade dos serviços

No entanto, pode-se afirmar, o maior legado (negativo)

desconsidera o equilíbrio do orçamento familiar e a

tem despencado no Índice Anual de Satisfação do

deste período (que se convencionou chamar de “Nova

competitividade dos bens e serviços fornecidos pelo setor

Consumidor (IASC), ranking divulgado anualmente

República”) foram as mudanças introduzidas na forma

industrial e comercial, que têm na energia elétrica um

pela própria Aneel. Em 2011, a companhia estava em

de tarifação da energia elétrica.

insumo importante. Logo, responsabilizar adversários

quarto lugar, e em 2013 caiu para o 24º, em uma lista

A Lei 8.631, de 4 de março de 1993, promoveu

políticos pelas altas tarifas é politicar e camuflar o real

com 35 concessionárias.

uma profunda modificação na política tarifária,

problema. A responsabilidade é do governo federal (que

estabelecendo que os parâmetros de preços seriam

criou), que tem mantido a principal causa das tarifas

irrisórias recebidas pelo excesso de interrupções e por

propostos pelas próprias concessionárias, com a

estratosféricas de energia: os contratos de privatização

mortes por choques elétricos – que chegam a 37 óbitos,

homologação do Poder Concedente.

– feitos sob encomenda para que as concessionárias

desde 2012 (Bahia e Pernambuco são os Estados com

Com a liberalização econômica, a partir de

ganhem sempre.

maior número de mortes, vindo o Ceará, em 3º lugar).

1995, a tarifação adota a metodologia do “Preço Teto

Incentivado” (price cap), que fixa tarifas consideradas

tem contribuído para o aumento da inflação. Com a

em quatro anos (de 2010 a 2013) somou cerca de R$

“adequadas”

os

justificativa de que a energia das termoelétricas é mais

850 milhões. A Celpe foi ainda recompensada com

investimentos, e cobrir os custos operacionais, além de

cara – mais ainda com a contratação no mercado livre

um aumento na tarifa muito superior à inflação, e fica

receberem o benefício de reajustes e revisões.

–, os reajustes tarifários chegam a ser de duas a cinco

bem fora dos padrões da realidade econômica de seus

Na fórmula de cálculo do índice de reajuste, a tarifa

vezes o IPCA (inflação). E o consumidor deverá perder

usuários (mais de 80% são consumidores domiciliares).

está indexada ao IGP-M (índice geral de preços do

até 50% do desconto recebido na conta de luz, em

mercado), cuja evolução é bem superior ao IPC (índice

2013. Para 2015 e anos posteriores, antecipam-se mais

Bispo de Itu ou, como cidadão consciente, se insurgir

de preços ao consumidor) e ao IPCA (índice geral de

aumentos significativos na conta de luz.

contra mais este descalabro que avilta seus interesses

preços amplo), que regem os reajustes de salário e de

(tudo “legal” e com a conivência dos últimos governos).

preços ao consumidor. Na prática, enquanto o salário

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) refletem os erros

sobe pela escada, as tarifas elétricas sobem pelo elevador.

cometidos na condução da política energética. Os

Desde os anos de 1990, o setor elétrico brasileiro

para

remunerar

e

amortizar

Então, que fique bem claro, a “maracutaia” do

Neste início de ano (de 2014), a política energética

Os aumentos tarifários já autorizados pela Agencia

Um “passar de olhos” nos balancetes anuais dessas

consumidores atendidos pela AES Sul, do Rio Grande

empresas comprovam que os ganhos extraordinários

do Sul, tiveram um aumento médio de 29,54%. Os

das concessionárias se devem aos draconianos contratos

consumidores da Cemig, em Minas Gerais, foram

de privatização – em particular, os das distribuidoras.

surpreendidos em abril com um aumento de 14,82%

A noção de equilíbrio econômico, introduzida nos

e, em São Paulo, o aumento médio nas tarifas da CPFL

contratos de privatização (ou “de concessão”) como

Paulista foi de 17,23%. Para quatro distribuidoras no

mecanismo de proteção ao capital estrangeiro investido

Nordeste, os aumentos médios autorizados foram:

no setor elétrico, garante que os investimentos sejam

16,77% no Ceará; 11,85% em Sergipe; 14,82% na

sempre remunerados. E assim criou-se, no setor elétrico

Bahia; e 12,75% no Rio Grande do Norte.

brasileiro, o “capitalismo sem risco”.

Na prática, o que acontece, e está previsto em lei,

de um aumento médio de 18,13%. A justificativa para

é que as distribuidoras são ressarcidas por qualquer

este aumento exorbitante, frente a uma inflação de 5,68%

interferência que afete os preços da energia por elas

no período, foi o mesmo usado por todas as distribuidoras:

adquirida. O custo é sempre pago pelos consumidores

“pagaram mais caro pela energia comprada”.

(via tarifas), que subsidiam a saúde financeira dessas

Todos

Em Pernambuco, o pleito da Celpe junto à Aneel foi

os

pedidos

de

aumento

seguem

No caso da Celpe, o aumento premia uma empresa

Também deve ser levado em conta às multas

Nada disso abalou o lucro líquido da Celpe que,

Ao consumidor restam duas saídas. Reclamar ao

Basta! Revisão dos contratos já.

Por Heitor Scalambrini Costa, graduado em Física, mestre em Ciências e Tecnologias Nucleares e Doutor em Energética. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).



Agenda

144

4 a 6 de agosto

A Qualidade da energia elétrica: problemas e soluções

Descrição

Informações

Voltado a profissionais de concessionárias, prestadores de serviços e grandes empresas, o curso tem como objetivo analisar os problemas que afetam a qualidade de energia, tanto sob o ponto de vista da concessionária, como do ponto de vista do consumidor. Durante os três dias de aulas, serão debatidas técnicas práticas de solução visando solucionar os vários problemas de qualidade de energia.

Local:

Cursos

11 a 15 de agosto

Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

Introdução à automação de subestações

Descrição

Informações

O curso almeja apresentar alternativas de soluções de Sistemas de Automação e Subestações de Energia Elétrica (SAS) ou de Centros de Operação de Sistemas, discutindo topologias, metodologias e tecnologias atuais. Serão ministrados aos participantes, entre outros temas, conceitos básicos de um sistema de automação como a integração, subdivisão do sistema, equipamentos envolvidos, análises comparativas entre as diversas arquiteturas e protocolos de comunicação.

Local:

21 de agosto

Campinas (SP) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com

Fundamentos do setor elétrico brasileiro

Descrição

Informações

Conceitos de energia e suas aplicações; cadeia de valor do setor elétrico brasileiro, regulação e instituições do setor elétrico

Local:

brasileiro; política tarifária; bem como impactos socioambientais e licenciamento ambiental são os cinco módulos em que se dividem este curso. Assim, pretende-se dar ao aluno uma visão multidisciplinar do setor para que ele seja compreendido do ponto de vista físico, econômico, institucional e socioambiental.

São Paulo (SP)

25 e 26 de agosto

Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br

Projeto de PCI e EMC no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos

Descrição

Informações

Ministrado pelo engenheiro eletricista, Roberto Mena Barreto, este curso objetiva estudar as técnicas para o projeto de Placas de Circuito Impresso (PCI) e para o controle de interferências (EMC) necessárias ao desenvolvimento de Equipamentos Eletrônicos e Marcação CE. Fazem parte do programa: processo de solda (onda, refusão); Estudo de defeitos que causam retrabalhos e propostas de soluções; características EMC de equipamentos digitais; filtros e Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS); entre outros assuntos.

Local:

5 a 7 de agosto

Hortolândia (SP) Contato: qemc@qemc.com.br

Greenbuilding Brasil

Descrição

Informações

Evento de construção sustentável da América Latina, o Greenbuilding Brasil reúne profissionais da indústria da construção para mostrar a importância vital da consciência ambiental; a necessidade de políticas públicas de sustentabilidade e de capacitação profissional aliadas ao desenvolvimento econômico, melhoria de qualidade de vida e redução do uso de recursos naturais. O evento será composto por uma exposição e por conferência internacional. Em sua 4ª edição, realizada em 2013, o Geenbuilding Brasil foi visitado por mais de 9 mil pessoas, contou com 1.600 congressistas e 113 expositores.

Local:

20 de agosto

Eventos

O Setor Elétrico / Junho de 2014

São Paulo (SP) Contato: (11) 3893.1302 robson.caldas@clarionevents.com

4º Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética

Descrição

Informações

Voltado para gestores, técnicos e executivos do setor de energia; concessionárias de energia; empresas de engenharia industrial; ONGs; fornecedores de equipamentos; órgãos governamentais; entre outros, o curso quer debater e difundir tecnologias e experiências que possam ajudar no sentido de usar de forma racional a energia disponível e buscar fontes renováveis. Com essas medidas, segundo os organizadores, é possível reduzir o consumo de energia, diminuir custos e aumentar lucros, economizando e/ou buscando energias mais limpas e sustentáveis.

Local:

26 a 28 de agosto

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2262-9401 inscricao.planeja@gmail.com

Brazil Windpower 2014

Descrição

Informações

Aproveitando o bom momento da energia eólica no país – em 2013, foram contratados 4,7 GW, o maior recorde de contratação em leilões – a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), A Global Wind Energy Council (GWEC) e o Canal Energia realizarão na cidade do Rio de Janeiro mais uma edição do Brazil Windpower. Além de exposição em que participarão grandes empresas nacionais e multinacionais, o evento contará com uma conferência, na qual serão apresentados trabalhos técnicos de estudiosos do setor.

Local:

26 a 29 de agosto

Rio de Janeiro (RJ) Contato: info@brazilwindpower.org

Fenasucro

Descrição

Informações

Um dos eventos de grande referência em tecnologia e intercâmbio comercial para as usinas e profissionais, no Brasil e em 40 diferentes países, a Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro) é um importante encontro entre os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana. O evento cobre quatro grandes setores: agrícola, fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística.

Local: Sertãozinho (SP) Contato: (11) 3060-5000 info@reedalcantara.com.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Junho de 2014

11º Cobee 143 Congresso de Eficiência Energética (11) 5031-2707 abesco@anggulo.com.br www.cobee.com.br 28 Alubar (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Alumbra 26 (11) 4393-9300 sac@alumbra.com.br www.alumbra.com.br Anuário O Setor Elétrico 65 (11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br Arcoir 100 (11) 2115-7873 arcoir@arcoir.com.br www.arcoir.com.br Beghim 4 e 5 www.beghim.com.br BHS Eletrônica 111 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brazil Windpower 123 (21) 3154-9410 deny@canalenergia.com.br www.brazilwindpower.org

Cordeiro 89 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br Crouse-Hinds by Eaton 97 (15) 3353-7070 vendaschbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br Daisa 31 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Dutoplast 55 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton 47 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br Efe-Semitrans 49 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br Eletro Luminar 72 (11) 2106-3633 eletroluminar@eletroluminar.com.br www.eletroluminar.com.br Eletromar 57 0800 7242 437 www.hager.com.br

Brasformer Braspel 90 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br

Embrata 138 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br

Cabelauto 96 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br

Embramat 7 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br

Cablena 19 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Enerbras 27 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br ERG 129 (16) 3942-1880 vendas@erglojanr10.com.br www.erglojanr10.com.br

Clamper Fascículo (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 51 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 22 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Conex 21 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br Connectwell 45 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br Copper 100 95 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br

EngePower 110 (11) 3579-8777 www.easypower.com/demo Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

ICE Cabos Especiais 59 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br Ideal Industries What’s wrong 11 4314-9930 ideal_brazil@idealindustries.com www.idealindustries.com.br IBT 103 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br IFG 71 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Incesa 39 0800 700 3228 www.incesa.com.br Instrumenti 8 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Instrutemp 86 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br Intelli 99 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Kanaflex 102 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 20 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 106 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 43 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br Líder Rio 75 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com

Megabrás 6 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com Melfex 133 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br Mersen 87 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com Mon-Ter 24 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 81 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Naville 9 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Newmax 104 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 13 e Fascículo (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 53 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 79 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Paratec 135 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 17 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

145

Romagnole 37 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br Sarel 11 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 105 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sendi 119 (19) 3756-7348 sendi@cpfl.com.br www.sendi.org.br Siemens 33 www.siemens.com.br/3ts3us Siemens 85 www.siemens.com.br/protecao Sindustrial Engenharia 83 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Smart Grid 125 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br Strahl 91 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 101 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br TE Connectivity 137 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Telbra (11) 2946-4646 73 www.telbra.com.br Trael 131 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Trafomil 127 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 77 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br

Logmaster 74 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br

Perfil Líder 15 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br

Luminárias Projeto 12 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br

RDI Bender 25 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

VR Painéis Elétricos 61 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Gimi 84 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br

Magnet 112 e 113 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br

Real Perfil 35 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br

Walcenter 10 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br

Histec 18 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br

Média Tensão 23 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Redes Subterrâneas de Energia 139 (48) 3248-3553 ace@ace-sc.com.br www.ace-sc.com.br

Wetzel 98 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br

General Cable 107 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Unitron 93 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br


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What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Junho de 2014

O que há de errado?

ação Ilustr

: Ma

. uro Jr

Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.

PREMIAÇÃO

Resposta da edição 99 (Abril/2014)

O leitor EDUARDO SALEH identificou corretamente

Nesta edição, o leitor que mandar a resposta mais completa, relatando as não conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries:

os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta

• Alicate amperímetro TightSight

a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT

660ACA CAT IV, código 61-764;

NBR 5410. A vencedora receberá, como premiação, um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras e uma inscrição gratuita em um curso a distância da Hilton Moreno Consulting.

Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas

e continuem participando!

Confira a resposta correta:

A foto apresenta algumas não conformidades dentre as quais: (a) uso indevido da cor azul

• Alicate decapador Stripmaster Métrico 0,75 a 6,00 mm², código 45-092-341; • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou

clara para identificação dos condutores de fase, assim como, por coerência, para identificação

acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião!

das barras que saem do dispositivo de proteção; (b) aparentemente, há indícios de que estes mesmos condutores azuis claros não estariam suficientemente protegidos contra sobrecorrentes pelo dispositivo de proteção a montante; (c) a fixação destes condutores azuis claros por meio de fitas plásticas ao barramento pode colocar em risco de dano mecânico e aquecimento indevido da isolação dos condutores.

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.

Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

@

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br




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