O Setor Elétrico (Edição 103 - Agosto 2014)

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Ano 9 - Edição 103 Agosto de 2014

Iluminação

eficiente em foco O Led vem ganhando cada vez mais espaço entre fabricantes e consumidores de equipamentos de iluminação. Cerca de 70% dos projetistas afirmam que esta tecnologia já faz parte do dia a dia de seus projetos

Cenário atual da biomassa no Brasil Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país

Certificação de trabalhadores de instalações Ex Desafios para implantação de LT 500 kV Tucuruí/Manaus




Sumário

4 atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br

Reportagem – Biomassa no Brasil 66 Fonte que já foi bastante beneficiada no começo da década de 2000 com fortes incentivos governamentais, sofre na atualidade com concorrência da energia eólica. Especialistas veem leilão regional como possível desafogo para o segmento.

Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br

Painel de notícias 8

Coluna do consultor 136

Consumo de eletricidade vai triplicar em 2050; Setor eletroeletrônico

Sobre a impor tância da obrigatoriedade da verificação

cresce apenas 3% no 1º semestre de 2014; Inmetro publica

periódica das instalações elétricas, a fim de que

portaria voltada a energia solar fotovoltaica; Senado recebe

acidentes com eletricidade ocorram em número cada

Projeto de Lei que favorece autoprodutor de energia; Eletrobras

vez menor.

Fascículos 27 Atmosferas explosivas 76 A importância da certificação das competências pessoais para garantir a segurança durante o ciclo de vida das instalações “Ex”.

Transmissão 84

Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável

138

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente

140

142 Jobson Modena – Proteção contra raios 144 João Barrico – NR 10 146 José Starosta – Energia com qualidade 148 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 150 Luis Fernando Arruda – Instalação MT

As dificuldades de logística para implementação da linha de

Dicas de instalação 152

transmissão na Amazônia, trecho Oriximiná/Manaus, em meio

Tipos de cabos para aplicação na geração de energia eólica.

a rios e áreas alagadas.

Pesquisa – Fabricantes, consumidores 96 e projetistas da área de iluminação Levantamento mostra que eficiência energética é uma

Referências técnicas 156 Requisitos dos raios mínimos de curvatura para instalação de cabos elétricos.

preocupação cada vez maior entre os projetistas do setor. Mais

Ponto de vista 158

da metade deles afirmou que emprega soluções eficientes

Concorrência de fabricantes brasileiros de produtos para

entre 75% e 100% de seus projetos luminotécnicos.

iluminação pública com equipamentos importados faz indústria

Aula prática – SPDA 124

nacional do setor apresentar viés de baixa.

Como realizar a devida proteção com a ajuda de equipamentos e

Agenda 160

dispositivos instalados na parte interna ou externa das edificações.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos

Espaço Guia de Normas 134

Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

lucra R$ 881 milhões no 1º semestre de 2014; Elektro lança Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP).

Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós

meses.

Medidas de proteção contra perigos resultantes de faltas por

What’s wrong here 162

arco conforme a NBR 14039.

Identifique o que existe de errado na instalação.

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico Hilton Moreno Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Amaury Saliba, Andrea Maria de Lima, Evandro Magalhães, Gabriel Cardozo Prado da Silva, João Pereira Corrêa, Leonel Rodrigues, Luis Felipe Costa, Marcelo Paulino, Mario Noburu Takai, Paulo Fernandes Costa, Paulo Ricardo Silva, Roberval Bulgarelli. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Snvv|Shutterstock.com Impressão - IBEP Gráfica Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

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Editorial

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Ano 9 - Edição 103 Agosto de 2014

Iluminação

eficiente em foco O Led vem ganhando cada vez mais espaço entre fabricantes e consumidores de equipamentos de iluminação. Cerca de 70% dos projetistas afirmam que esta tecnologia já faz parte do dia a dia de seus projetos

O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 103 – Agosto de 2014

Certificação de trabalhadores de instalações Ex Desafios para implantação de LT 500 kV Tucuruí/Manaus

Edição 103

A eterna luta por um mundo verde

Cenário atual da biomassa no Brasil Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país

Num planeta em que investir em eficiência energética e em técnicas eficientes de geração e de consumo de energia

é imperativo, tecnologias que estimulem a geração sustentável e que utilizem recursos renováveis são cada vez mais necessárias. Como é sabido, o Brasil é muito feliz nesse sentido. Conta com uma matriz elétrica fundamentalmente renovável e apresenta larga oferta de recursos considerados “limpos”, como água, vento, sol e biomassa – lenha, cereais, cana-de-açúcar, etc. – para geração de energia elétrica.

Para se ter uma ideia, até o final do ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Internacional

de Energia (IEA), o Brasil era o país que mais utilizava biomassa na produção de energia, responsável por 16% do uso mundial no setor. Em seguida estavam os Estados Unidos (9%) e a Alemanha (7%).

Apesar de ser pouco abordada pela mídia de modo geral, a biomassa está à frente da eólica na matriz elétrica

nacional, mas deve ser ultrapassada por esta em breve. Segundo especialistas, a falta de incentivos governamentais para a fonte é um dos principais entraves para o crescimento dessa fonte de energia.

Estudiosos do setor defendem que a bioeletricidade pode ainda trazer desenvolvimento rural nas regiões de

produção, além de empregos e contribuir com a geração de créditos de carbono para o país. No entanto, a eletricidade gerada a partir da biomassa é pouco competitiva, sendo utilizada, em sua maioria, como cogeração. Assim, usinas de canade-açúcar, por exemplo, utilizam a bagaço gerado no processo de produção de açúcar e álcool para produzir parte da sua própria energia. Para eles e outros produtores, o preço pago por essa energia elétrica não compensa a produção em maior escala e, assim, essa fonte vai perdendo espaço na matriz nacional. A reportagem desta edição traz um apanhado geral sobre o status dessa fonte de energia no país, passando pelo histórico evolutivo até os motivos que levaram à sua estagnação.

Ainda nesta edição, o engenheiro Roberval Bulgarelli assina um artigo em que toca em um assunto extremamente

delicado e importante: a qualificação dos trabalhadores que atuam em instalações com atmosferas explosivas. Segundo ele, é evidente a carência de formação e de atualização profissional desses trabalhadores, que lidam com ambientes de alto nível de periculosidade. Os produtos destinados a essa área já passam por um processo rigoroso e compulsório de certificação, mas no que compete à certificação das competências pessoais, o caminho a percorrer ainda é longo e está apenas no início.

Aos interessados em iluminação, a pesquisa deste mês é voltada para este mercado. Um estudo com fabricantes,

distribuidores e profissionais deste segmento permite uma avaliação peculiar e específica sobre o mercado de equipamentos para iluminação industrial, comercial e pública.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor

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Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Consumo de eletricidade vai triplicar em 2050 De acordo com estudo do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 realizado pela EPE, o consumo passará de 513 TWh para 1624 TWh até o período

O consumo de eletricidade vai triplicar até 2050, revela estudo sobre a demanda produzido pela

Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que faz parte do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Segundo a análise da entidade pública federal, a perspectiva é de que até a referida data o Brasil esteja consumindo 1624 TWh de energia elétrica. Na atualidade, a demanda por eletricidade é de 513 TWh.

No que diz respeito ao consumo de eletricidade por consumidor, o país deverá alcançar daqui

a 35 anos um padrão compatível ao da União Europeia: 7.000 kWh/hab/ano. O documento projeta também o aumento de penetração de veículo híbridos. A estimativa é de que até 2050, mais de 50% da frota de veículos leves seja composta por carros flex (gasolina/etanol/eletricidade); outros 10% usarão apenas eletricidade.

O crescimento da energia distribuída através da geração solar também é destaque. De acordo

com o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, a expectativa é de que aproximadamente 15 milhões de domicílios consuma energia por meio de painéis fotovoltaicos em 2050. Isso equivaleria a 13% da demanda elétrica brasileira na ocasião. “Além disso, o aquecimento de água a par tir do sol também crescerá, beneficiando provavelmente em torno de 20% dos domicílios brasileiros”, avalia o executivo.

Consumo total de energia

O consumo total de energia, que inclui gasolina, eletricidade, etanol entre outros, também vai

crescer, de acordo com a análise realizada pela EPE. A demanda vai passar de 267 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP) para 605 milhões de TEP.

“Apesar do consumo de energia dobrar até 2050, esse crescimento será bem inferior ao

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que é positivo do ponto de vista ambiental”, pondera Tolmasquim.

Segundo o presidente da EPE, isto será possível por causa do aumento da eficiência energética

nas próximas décadas, que permitirá reduzir em 20% o consumo total de energia no país. “Mesmo o consumo de energia não acompanhando o PIB, o Brasil em 2050 terá o consumo per capita de hoje da Dinamarca e Alemanha”, afirma.

Esta análise é o segundo estudo de cinco que irão compor o PNE 2050. O primeiro estudo

abordou a economia do país neste período.

Consumo total de eletricidade no Brasil – 2013 a 2050



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Para brasileiros, o preço da energia elétrica é elevado Segundo pesquisa encomendada pela Abraceel, com mais de duas mil pessoas, 67% dos entrevistados consideram os custos com fornecimento de eletricidade altos ou muito alto

A percepção dos consumidores brasileiros em relação aos serviços prestados pelas distribuidoras de energia

elétrica não é das mais positivas. É o que diz a pesquisa intitulada “A Energia da Democracia é Livre”, encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) com 2.002 pessoas em todo território nacional, entre 17 e 22 de junho deste ano.

Segundo o levantamento, apresentado durante evento realizado pela Abraceel no dia 07 de agosto, mais de

dois terços dos entrevistados (67%) consideram muito caro ou caro o preço pago pela energia elétrica. Além disso, a opinião dos consumidores sobre a qualidade da energia distribuída também depõe contra as concessionárias. Isto porque, conforme a pesquisa, 40% dos entrevistados afirmam ter aumentado os cortes e interrupções de energia este em relação a 2013. O reflexo disso pode ser sentido na vontade dos consumidores em mudar de fornecedor de energia. Conforme o levantamento, 57% dos pesquisados exerceriam tal direito se ele existisse.

A respeito da insatisfação dos consumidores, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício

Tolmasquim, que estava presente no evento, declarou estranhar os números mostrados pelo Ibope. Segundo ele, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) realizou em meados de 2013 uma pesquisa, com uma amostra muito maior – 25.375 pessoas, em 911 municípios, de 26 estados – na qual 78,7% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o fornecimento de energia elétrica.

Em resposta à Tolmasquim, o diretor regional do Ibope Inteligência, Maurício Garcia, um dos responsáveis pela

pesquisa, afirmou que o número de entrevistas não invalida a credibilidade de uma amostra, ou seja, não é porque a pesquisa da Abradee foi realizada com o universo de entrevistados muito maior que o seu resultado é mais crível do que o da pesquisa feita pelo Ibope. “Temos confiança de que é uma amostra representativa da opinião pública brasileira”, diz Garcia, destacando que a pesquisa foi realizada com rigor estatístico.

A percepção sobre o risco de racionamento também foi levantada pelo Ibope nesta pesquisa. O resultado

obtido não foi nada animador: 75% dos cidadãos entrevistados pelo instituto consideram que os riscos de escassez de fornecimento são de muito alto a médio este ano. Para Garcia, esta percepção reflete o consenso dentro da opinião pública de que há escassez de chuva no país que pode acarretar na falta de energia elétrica. Na ocasião, o presidente da EPE voltou a afirmar de que o risco de desabastecimento de energia no Brasil este ano é muito pequeno.

Especificamente sobre o tema principal da pesquisa, ou seja, a ampliação do mercado livre de energia para os

consumidores residenciais, o levantamento apresentou um resultado animador para as empresas comercializadoras de energia, mostrando que 66% dos cidadãos gostaria de escolher a empresa que oferece energia elétrica na sua casa, assim como pode escolher a operadora de telefonia celular. Otimista com o que lhe foi apresentado, o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, destacou que ante este cenário, deve-se deixar claro ao consumidor residencial que já é tecnicamente possível que ele escolha o seu fornecedor de energia.

O presidente da EPE, por sua vez, observou como positiva a oportunidade de o consumidor poder escolher

de quem comprar energia. Contudo, segundo o executivo, é preciso debater seriamente a questão, com o objetivo de evitar o desmantelamento do modelo atual de expansão de energia. “Grande parte do abastecimento vem hoje dos leilões de energia; o próprio mercado livre vive dessas sobras”, explica Tolmasquim. Ou seja, boa parte do ambiente regulado (AR) - que compra energia por meio de leilões - se suporta em contratos de longo prazo. Se todos são liberados para comprar energia no ambiente livre (AL), em tese, ninguém mais quer fazer contrato de longo prazo, o que pode ruir todo o sistema.

Medeiros entende a preocupação do presidente da EPE, por isso faz coro às suas palavras: “a discussão deve

ser ampla, com a participação de todos os segmentos da sociedade”, salienta.


O Setor Elétrico / Agosto de 2014

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Grupo de Líderes Empresariais cria o Lide Energia A nova unidade de negócio da entidade será comandada pelo físico e ex-ministro, José Goldemberg, que também irá compor o Comitê de Gestão do Lide

O Grupo de Líderes Empresariais (Lide) tem

uma nova unidade de negócios: o Lide Energia, que debaterá em eventos temas relativos ao setor, enfatizando as diferentes fontes de energia existentes no Brasil. O novo braço do grupo será comandado pelo renomado professor José Goldemberg, que também irá compor o Comitê de Gestão do Lide.

José Goldemberg é físico e tem longa

experiência na área educacional e política. Membro da Academia Brasileira de Ciência, ele é ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e da Sociedade Brasileira de Física. No Governo Federal, atuou como secretário da Ciência e Tecnologia (19901991) e Ministro da Educação (1991-1992). Foi também secretário do Meio Ambiente pelo Estado de São Paulo entre 2002 e 2006.

“Trata-se de uma grande conquista para o Lide,

que agora possui no seu Comitê de Gestão quatro ex-ministros de Estado da melhor envergadura”, afirmou o presidente do Lide, o empresário João Doria Jr. Já fazem parte do corpo gestor da entidade: o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que é presidente do Lide Internacional; o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, presidente do Lide Agronegócios; e o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, presidente do Lide Cultura.

Fundado em 2003, o Lide apresenta, na

atualidade, 1.620 empresas filiadas. Seu objetivo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários.


Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Setor eletroeletrônico cresce apenas 3% no 1º semestre de 2014 Nos primeiros três meses deste ano, aumento do faturamento havia sido de 6%. Contudo, no segundo trimestre não houve variação. Dados são da Abinee

O setor eletroeletrônico não apresentou variação nominal de seu faturamento no segundo trimestre de 2014 em comparação com o mesmo período do ano

passado. A informação faz parte da Avaliação Conjuntural do Setor Eletroeletrônico apresentada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), anunciada no último dia 13 de agosto.

No semestre, foi registrado aumento de 3%, puxado em boa parte pelos resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano (acréscimo de 6% em relação a

2013). Contudo, de acordo com o levantamento da Abinee, se for levada em conta a inflação, o faturamento no 1º semestre de 2014 apresentou queda real de 4% ante o mesmo período do ano anterior.

Um dos responsáveis por esse desempenho ruim da indústria eletroeletrônica é o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), que apresentou

uma queda de 1% de seu faturamento no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. Conforme apuração da Abinee, as áreas de geração e transmissão estão aquecidas por causa de encomendas de equipamentos. Contudo, os investimentos em distribuição continuam parados, pois o setor ainda sente os efeitos da Medida Provisória (MP) 579.

As áreas de componentes e de material de instalação que apresentaram, respectivamente, uma queda de 8% e um aumento de 1% no faturamento neste

segundo trimestre, também contribuíram bastante para o atual cenário. Explicando especificamente os números relativos ao segmento de materiais elétricos, a associação destacou que apesar de todos os incentivos para a construção civil, não foram registrados reflexos nos negócios das pequenas construções e reformas, principais mercados deste setor.

A retração da atividade econômica do país, com a redução dos investimentos e estabilidade do consumo, foi considerada pela Abinee a principal razão para o

baixo crescimento do faturamento neste primeiro semestre de 2014.

Exportações, importações e perspectivas para o final do ano

No que diz respeito às exportações, a avaliação semestral consolidou a tendência de queda. Se os números do primeiro trimestre deste ano já haviam se

mostrado 1% inferior ante aos valores do primeiro trimestre de 2013, no fechamento dos primeiros seis meses do ano, o decréscimo das exportações ficou mais evidente (5%); a indústria do segmento exportou US$ 3,299 bilhões neste primeiro semestre. No mesmo período do ano passado, as exportações chegaram a US$ 3,457 bilhões.

O semestre demonstrou não ter sido bom também para as importações de produtos do setor. Se no primeiro trimestre deste ano foi registrado um

crescimento de 8%, em comparação com os primeiros três meses de 2013, o primeiro semestre terminou em queda de 1%, contabilizando US$ 20.878 bilhões ante US$ 21.182 bilhões do mesmo período no ano passado.

Diante destes números, as projeções para a indústria do setor envolvendo o ano de 2014 se tornaram mais pessimistas. Na avaliação do primeiro trimestre

deste ano, a indústria projetava um crescimento do faturamento (em milhões de reais) da ordem de 8%. Este valor foi reajustado agora para apenas 3%. Os representantes do segmento também se tornaram mais céticos em relação às exportações, cuja queda foi reajustada de 2% para 5%.

Projeções para o faturamento da indústria elétrica e eletrônica (em R$ milhões)

Fonte: Abinee



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Aneel abre chamada para projetos de eficiência energética Com iniciativa, agência pretende incentivar a mudança de comportamento do consumidor de energia elétrica e promover a redução significativa do consumo

A Aneel abriu no dia 19 de agosto inscrições para que interessados enviem propostas à

Chamada de Projeto de Eficiência Energética Prioritário nº 001/2014 – Ações de Comunicação e Marketing para Melhoria da Eficiência Energética no Uso Final de Energia Elétrica. Com essa iniciativa, a agência pretende incentivar a mudança de comportamento do consumidor de energia elétrica e promover a redução significativa do consumo. O tempo estipulado para o recebimento das sugestões é de 60 dias.

Outros objetivos do projeto são a retirada de demanda no horário de ponta do sistema, por

meio da criação de hábitos mais eficientes e racionais de uso e manutenção dos equipamentos elétricos; a substituição de aparelhos obsoletos e ineficientes por outros de menor consumo e maior eficiência; e a divulgação da existência de modalidades tarifárias que incentivam o uso eficiente das redes de distribuição, como a Tarifa Branca, e o consumo de energia, como o Sistema de Bandeiras Tarifárias e de pré-pagamento.

A divulgação do Programa de Eficiência Energética (PEE), regulado pela Aneel, e ampliação do

seu escopo de atuação também fazem parte da iniciativa. Por meio do PEE, as concessionárias de distribuição de energia são obrigadas a aplicar anualmente o montante de, no mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica. Conforme a Aneel, o programa é a maior fonte de recursos disponível para eficiência energética no país, com cerca de R$ 450 milhões por ano.

Projeto quer difundir também a existência de modalidades tarifárias como a Tarifa Branca e o Sistema de Bandeiras Tarifárias e de pré-pagamento.



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Emenda compacta fria

Luminárias tartaruga

www.elos.com.br

www.lalux.com.br

Lançamento da Elos, a Emenda Compacta Fria (EMCF) é indicada para

Presente no mercado de iluminação desde 2004 com a fabricação de

cabos isolados de média tensão de até 36 kV. O produto é do tipo pré-moldado,

soquetes para lâmpadas fluorescentes, a Lalux ingressa agora no mercado de

em que a recomposição do isolamento, o confinamento e o condicionamento do

luminárias e lança a sua linha de luminárias tartaruga.

campo elétrico são feitos em uma só peça de EPDM, cuja montagem é realizada

100% a frio. A luva da emenda é do tipo torquimétrico.

totalmente injetadas em policarbonato com tratamento anti-UV, parafusos em

aço inox e soquete E27 incorporado. As peças também estão disponíveis na

De acordo com a empresa, todo o trecho é recoberto com uma capa

contrátil a frio que sela a região da emenda, ficando totalmente blindada e

São seis modelos de luminárias, disponíveis nas cores branca e preta,

versão com Leds.

submersível. Esta emenda EMCF tem uma faixa de aplicação de 16 mm² a 630 mm² em 24 kV ou 36 kV.

A empresa garante que o produto é de fácil instalação e montagem.

Cabos não halogenados www.cobrecom.com.br

Os cabos atendem à norma ABNT NBR 13248.

Entre os destaques da Cobrecom estão os cabos não halogenados:

Superatox Flex 70 °C e o Superatox Flex HEPR 90 °C para um, dois, três e quatro condutores.

Por emitirem baixa quantidade de fumaça e sem a presença de gases

tóxicos e corrosivos, os cabos são indicados principalmente para locais com grande afluência de pessoas que possuem condições difíceis de fuga, como estádios, escolas, cinemas, teatro, shopping centers, hospitais, hotéis, centros de convenções, torres comerciais e residenciais, conforme recomendado pelas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 13570.

O Cabo Superatox Flex possui tensão de isolamento 450 V/750 V. É composto

As luminárias tartaruga estão disponíveis também para uso com Leds.

Sistema de monitoramento de geração de energia solar ep.mersen.com

Produto inovador no Brasil, o sistema de monitoramento de

geração de energia solar em nível da string maximiza a produção de energia da usina fotovoltaica, pois facilita o gerenciamento da planta e diminui os custos de manutenção.

Além disso, segundo a Mersen, garante a segurança dos

operadores e da própria planta, uma vez que monitora todas as strings, possibilitando a prevenção de acidentes, as vezes causados por uma sombra parcial ou painéis parcialmente danificados.

por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classe 4. Já o Cabo Superatox Flex HEPR 90 °C conta com tensão de isolamento de 0,6/1 kV. O produto é formado por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classes 4 e 5 (flexíveis).

Sistema garante segurança de operadores e da própria planta.



Painel de normas

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

Inmetro publica portaria voltada a energia solar fotovoltaica A Portaria nº 357 do dia 1º de agosto aprova a adequação aos Requisitos de Avaliação da Conformidade para Sistemas e Equipamentos de Energia Fotovoltaica

O Instituto Nacional de Metrologia,

Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou no dia 1º de agosto a Por taria nº 357, que aprova a adequação aos Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Sistemas e Equipamentos para Energia Fotovoltaica (módulo, controlador de carga, inversor e bateria), estabelecidos pela Por taria Inmetro nº 004/2011.

O documento estipula ainda o

prazo de seis meses, contando a par tir de sua publicação, para que os inversores comecem a ser fabricados e impor tados somente em conformidade com os Requisitos da Por taria Inmetro nº 004/2011 e devidamente registrados no Inmetro.

A Por taria nº 004/2011 estabeleceu

os critérios para o Programa de Avaliação da Conformidade para sistemas e equipamentos para energia fotovoltaica, por meio do mecanismo de Etiquetagem, para utilização da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), atendendo aos requisitos do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), visando à eficiência energética e adequado nível de segurança.


Senado recebe Projeto de Lei que favorece autoprodutor de energia Apresentado em agosto, PLS 249/2014 pretende reduzir o ICMS e fornecer vantagens econômicas a pessoas e empresas que investem na própria geração de energia elétrica

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) apresentou

no dia 18 de agosto, na Câmara do Senado, o Projeto de Lei PLS nº 249/2014, que tem como objetivo reduzir o ICMS e dar vantagens econômicas a pessoas e empresas que investem na própria geração de energia elétrica, os autoprodutores de energia.

Explicando as razões de seu projeto, o

parlamentar do PMDB conta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou condições regulatórias para que pessoas ou empresas invistam em novos modelos de energia. Entretanto, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estaria impedindo este desenvolvimento por determinar a cobrança de ICMS, inclusive sobre o montante de energia produzido pelas empresas e residências, em vez de tributar apenas o excedente vendido pelas concessionárias.

Neste sentido, segundo Raupp, a prática

do Confaz prejudica todo o projeto de geração de energia distribuída e descentralizada porque compromete o retorno financeiro. E isso se reflete no número de projetos existentes no país. Nos últimos dois anos, desde que a Aneel editou a resolução sobre o assunto, apenas 263 kW foram instalados neste sistema. Isso representa cerca de 0,0002% do que é consumido no Brasil.

De acordo com Raupp, o Brasil deve investir

na desconcentração das unidades geradoras de energia. “A grande vantagem da geração distribuída em relação à geração concentrada é exatamente a redução de perdas e a diminuição dos investimentos em redes de transmissão e de distribuição”, destacou.

O sistema de geração pode ser instalado em

prédios residenciais, comerciais, industriais, e em terrenos, tendo como base as fontes fotovoltaica, eólica e de biomassa, entre outras.


Painel de normas

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

A ABNT publica duas novas normas técnicas no mês de agosto • Interruptores para aparelhos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 11 de agosto a NBR IEC 61058-

2-1:2014, intitulada “Interruptores para aparelhos Parte 2-1: Requisitos particulares para interruptores para cabos flexíveis”. O documento aplica-se especificamente a interruptores para cabos flexíveis voltados a aparelhos (mecânico ou elétrico), acionados pela mão, pé ou para utilização em outra atividade humana que acionem ou comandem os aparelhos elétricos e outros equipamentos para uso doméstico ou análogo, com tensão nominal não superior a 250 V e corrente nominal que não exceda 16 A.

• Medição de radioperturbações de equipamentos elétricos

Entrou em vigor no dia 21 de agosto a norma ABNT NBR IEC/CISPR 15:2014. O documento de 56 páginas

refere-se à emissão (radiação e condução) de perturbações em radiofrequência e fornece limites e métodos de medição das radioperturbações características dos equipamentos elétricos de iluminação e similares.

Seis projetos de norma estão em consulta pública na ABNT • Isoladores poliméricos para alta tensão, para uso externo e interno

Intitulado “Isoladores poliméricos de alta tensão, para uso externo e interno – Ensaio de trilhamento e

erosão, pelo método da roda de trilhamento e pelo ensaio de cinco mil horas”, o Projeto 03:036.01-078 está em consulta pública até o próximo dia 19 de setembro.

De acordo com a ABNT, a norma é aplicável a isoladores poliméricos cujo corpo isolante consiste em um

ou vários materiais orgânicos. Estão englobados neste documento isoladores com núcleo sólido e isoladores ocos, que são utilizados em linhas aéreas e em equipamentos para uso interno e externo, com uma tensão nominal superior a 1.000 V.

• Proteção contra descargas atmosféricas

Estão em consulta nacional até 10 de outubro de 2014, os projetos 03:064.10-100/1, 03:064.10-100/2,

03:064.10-100/3 e 03:064.10-100/4. Os documentos, que dizem respeito à proteção contra descargas atmosféricas, estão previstos para cancelar e substituir a norma ABNT NBR 5419:2005.

A antiga norma será dividida em quatro partes. A primeira parte estabelece os requisitos para a

determinação e fornece subsídios para o uso em projetos de proteção contra descargas atmosféricas. A segunda parte institui os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a terra.

Já a parte 3 provê os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um

Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e para proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA. E a quarta e última parte fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos – Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) – para reduzir o risco de danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).

• Fios e cabos para telecomunicações

Elaborado pela Comissão de Estudo de Métodos de Ensaios para Fios e Cabos Telefônicos (CE-03:046.02) do

Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), o projeto de revisão ABNT NBR 9152 tem como intuito cancelar e substituir sua edição anterior de 1994. O documento normativo estabelece o método de ensaio de choque térmico em fios e cabos para telecomunicações e estará em consulta pública até o dia 10 de outubro deste ano.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Eletrobras lucra R$ 881 milhões no 1º semestre de 2014 Resultado positivo foi alcançado apesar de a estatal brasileira ter apresentado prejuízo de R$ 105 milhões no segundo trimestre deste ano

A Eletrobras fechou o primeiro semestre de 2014 com um lucro de R$ 881 milhões. Este número

é bem superior ao apresentado em 2013, quando a empresa obteve um ganho de R$ 164 milhões. O resultado destes primeiros seis meses foi alcançado apesar do prejuízo de R$ 105 milhões notificado pela estatal brasileira no segundo trimestre deste ano. No balanço para este período, constatou-se que Ebitda consolidado foi de R$ 465 milhões e a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 6,867 bilhões.

O resultado negativo do segundo trimestre deste ano teve como uma de suas principais razões a compra

de energia para revenda no mercado de curto prazo, no valor de R$ 2,010 bilhões, e despesas causadas por ordens judiciais, no valor de R$ 360 milhões. De acordo com a Eletrobras, contribuiu ainda para a queda do lucro neste período a provisão de R$ 131 milhões para perdas nos ativos financeiros e uma perda cambial de R$ 104 milhões.

Em relação ao impacto positivo no resultado do segundo trimestre, a Eletrobras destaca a venda da

energia no mercado de curto prazo, no valor de R$ 1.020 bilhão e a reversão de contratos onerosos, na quantia de R$ 568 milhões, sendo a maior parte advinda da passagem de obrigações que pesavam sobre a Chesf na usina hidrelétrica de Itaparica, passada à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba (Codevasf). Além disso, contribuiu para uma queda não tão bruta do lucro no segundo trimestre o reconhecimento de exposição involuntária no Ambiente de Contratação Regulado (ACR), no valor de R$ 100 milhões.

Osram adquire empresa italiana Clay Paky Companhia é especializada em iluminação de shows e eventos. Empresas já eram parceiras na fabricação de alguns produtos

A fim de aumentar sua força no ramo de iluminação para entretenimento, a multinacional alemã Osram

adquiriu a empresa italiana Clay Paky, especializada em iluminar shows e eventos. A companhia integrará o canal Speciality Lighting da Osram, responsável por lâmpadas automotivas, e o portfólio de Display Optic Ligthing. A compra deve ser concluída até o fim de 2014. Os valores não foram divulgados.

Comemorando a aquisição, o gerente de vendas do Canal Display Optic da Osram Brasil, Ricardo Oliveira,

destacou que Osram e Clay Paky sempre se complementaram. A companhia é fabricante de diversos produtos que já utilizam dispositivos da Osram. “Nessa nova etapa da sociedade esperamos oferecer ao mercado um leque ainda maior de soluções para a iluminação de entretenimento com a união de dois respeitáveis portfólios e o domínio tecnológico de ambas”, afirmou.

Segundo informações da multinacional alemã, na atualidade, o setor de entretenimento está entre os

que mais crescem no mercado de iluminação. Inclusive, a Osram possui uma importante participação neste mercado, por meio do desenvolvimento dos produtos chamados de Solid State Lighting (SSL) – Iluminação de Estado Sólido, em português –, que incluem as tecnologias LED e laser.

Fundada em 1976, a Clay Paky, que fica sediada em Bérgamo, a cerca de 40 km de Milão, no norte da

Itália, possui mais de 100 funcionários e, recentemente, anunciou um faturamento anual de 60 milhões de euros (cerca de R$ 184 milhões).



Painel de empresas

24

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Elektro lança Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP) O programa consistirá, entre outras ações, na instalação de painéis solares, medidores inteligentes e pontos de lâmpadas Led até dezembro de 2014

A Elektro lançou no último dia 14 de agosto

o Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP), cidade considerada Patrimônio Histórico Nacional. O programa, que recebeu R$ 18 milhões em investimentos, foi apresentado a toda comunidade local e demais públicos de interesse, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em cerimônia realizada na Biblioteca Municipal.

O programa consistirá, entre outras ações,

na instalação sem custos aos clientes de painéis solares para geração de energia em prédios públicos e em residências, visando uma redução de consumo em torno de 45% e 60%, respectivamente.

O município receberá ainda seis mil

medidores inteligentes, que possibilitarão aos clientes acompanhar seu consumo via internet.

Projeto Cidade Inteligente foi apresentado no último dia 14 de agosto em cerimônia realizada na Biblioteca Municipal de São Luiz do Paraitinga.

Pelo site da distribuidora, será possível verificar o consumo diário e evitar gastos excessivos. O equipamento também irá agilizar o restabelecimento de energia. Do Centro de Operações da Elektro, localizado em Campinas (SP), técnicos poderão identificar os desligamentos sem que o cliente precise avisar a concessionária.

A iluminação pública de São Luiz do Paraitinga também será beneficiada por meio da instalação de 120 pontos de lâmpadas Led, cujo consumo chega

a ser 50% menor do que o das luminárias convencionais. Veículos elétricos, bicicletas elétricas, triciclo e um ônibus, o Elektrobus, serão outras medidas disponibilizadas pela distribuidora.

A previsão é de que até dezembro deste ano todas essas tecnologias já estejam disponíveis para uso.



Painel de empresas

26

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Schneider Electric inaugura centro de formação profissional em Blumenau (SC) Promovido pelo braço social da empresa, ação irá fornecer à população de baixa renda cursos gratuitos de Introdução à Eletricidade e Introdução à Tecnologia

O Instituto Schneider Electric na Comunidade, braço social da Schneider Electric, inaugurou no

início de agosto, na cidade Blumenau (SC), mais um centro de formação profissional. A ação visa integrar parceiros locais e colaboradores voluntários, em cursos gratuitos de capacitação para a população de baixa renda. Podem par ticipar interessados a par tir de 12 anos, que comprovem residir no município.

O centro, que está localizado dentro da própria unidade fabril da Schneider Eletric na cidade

catarinense, realiza cursos de Introdução à Eletricidade e Introdução à Tecnologia, com duração média de três meses. A previsão é de que, no próximo ano, sejam ministradas também aulas de Introdução ao Microempreendedorismo. As aulas começaram no dia 18 de agosto, com turmas de até 20 alunos.

Os cursos contam com o apoio de instituições de ensino, que serão responsáveis pela

cer tificação dos alunos. No caso das aulas de Introdução à Eletricidade, por exemplo, incumbência é do centro universitário Unilins. Além disso, o aprendizado dos alunos e o desempenho dos professores são supervisionados por funcionários voluntários da Schneider Electric, que foram capacitados e treinados para desempenhar tal atividade.

Na unidade fabril de Blumenau, a Schneider Electric produz soluções elétricas, como painéis

de baixa tensão e média tensão, transformadores de distribuição a seco de média tensão, transformadores e reatores de baixa tensão. A empresa tem na região 630 colaboradores, dos quais aproximadamente 40 serão voluntários no novo centro de formação.

O centro está localizado dentro da própria unidade fabril da Schneider Eletric na cidade de Blumenau, em Santa Catarina.


Apoio

27

CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa

28

Capitulo VIII – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão - Aplicações

• Características nominais • Condições de serviço e características construtivas • Lista de verificações de rotina • Graus de proteção

INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Gabriel Cardozo Prado da Silva Capítulo VIII – Inspeção por meio eletrônico

38

• Projeto de inspeção • Soluções computacionais • Gerenciamento das listas de verificação • Outros recursos desejáveis • Vantagens e desvantagens

MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo VIII – Avaliação do isolamento em transformadores de potência

52

• Novas aplicações de avaliação do isolamento com variação de frequência • Avaliação do ensaio de fator de potência • Medidas das propriedades dielétricas • Análise nas medidas no isolamento e determinação

ATERRAMENTO DO NEUTRO Paulo Fernandes Costa Capítulo II – Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão

• Avanço na aplicação de resistores de baixo valor ôhmico • Especificação dos resistores de baixo valor ôhmico • Conclusão

60

Fascículos

• Relações entre o fator de potência e o fator de dissipação


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

28

Capítulo VIII Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão – Aplicações Por Luiz Felipe Costa*

A aplicação de conjuntos de manobra e

de serviço) e no capítulo “7” (Projeto e Construção)

controle de baixa tensão, conforme a ABNT NBR

da norma ABNT NBR IEC 60439-1 devem servir de

IEC 60439-1, é feita, inicialmente, com base nas

base para se estabelecer os critérios de uso.

características nominais necessárias à mesma:

O relatório técnico IEC/TR 61439-0 (“Lowvoltage switchgear and controlgear assemblies –

[1] Tensão nominal (Un);

Part 0: Guidance to specifying assemblies”), que

[2] Tensão nominal de operação (Ue);

já se encontra na sua 2ª edição (lançada, pela IEC,

[3] Tensão nominal de isolamento (Ui);

em abril de 2013), é uma excelente ferramenta

[4] Tensão suportável nominal de impulso (Uimp);

na compreensão dos requisitos de aplicação e

[5] Corrente nominal (In);

desempenho associados a este tipo de equipamento.

[6] Corrente suportável nominal de curta-duração

(Icw);

60439-1, a tabela 7 desta norma lista os ensaios

[7] Corrente suportável nominal de crista (Ipk);

de tipo e de rotina aplicáveis a cada tipo de CMC

[8] Corrente nominal condicional de curto-

(TTA / PTTA) e, também, especifica como cada um

circuito (Icc), se aplicável;

destes testes deve ser aplicado para atendimento aos

[9] Corrente nominal de curto-circuito limitada

requisitos relativos à classificação TTA e PTTA.

por fusível (Icf), se aplicável;

[10] Fator nominal de diversidade (FDR);

(CMC com os ensaios de tipo totalmente efetuados)

[11] Frequência nominal (fn).

é um painel de BT que está em conformidade com

Seguindo a atual abordagem da ABNT NBR IEC

Pela atual definição da norma, um painel “TTA”

um tipo ou sistema estabelecido, sem apresentar

Dentro do novo contexto da IEC 61439, estas

desvios que possam influenciar o seu desempenho

características ainda se mantêm válidas. Porém, o

quando comparado com o protótipo típico ensaiado

mais importante a ser ressaltado neste momento é o

e aprovado, conforme a ABNT NBR IEC 60439-1 e

fato de que os requisitos nominais para um conjunto

a antiga IEC 60439-1. Dessa forma, um conjunto

de manobra e controle de potência de baixa tensão,

de manobra e controle “TTA” deve atender aos

como os listados anteriormente, não são suficientes

requisitos dos seguintes ensaios de tipo:

para definir a sua aplicação. É necessário levar em conta as condições de serviço e as características

• Limites de elevação de temperatura;

construtivas requeridas. As informações e as

• Propriedades dielétricas;

recomendações contidas no capítulo “6” (Condições

• Corrente suportável de curto-circuito;


Apoio

29

• Eficácia do circuito de proteção; • Distâncias de escoamento e isolação;

• Verificação dos limites de elevação de temperatura por teste ou

• Funcionamento mecânico; e

extrapolação a partir de resultados de um conjunto ensaiado;

• Grau de proteção (IP, conforme NABNT BR IEC 60529).

• Verificação da isolação pela medição da resistência de isolamento com um megômetro de, no mínimo, 500 V;

Para a ABNT NBR IEC 60439-1, a lista de verificações de

rotina é a seguinte:

• Verificação da suportabilidade aos esforços da corrente de curto-circuito pelo ensaio ou extrapolação (cálculos), a partir de arranjos com configurações similares ensaiadas e aprovadas;

• Inspeção do conjunto de manobra e controle, incluindo a

• Verificação da eficácia da conexão entre as partes condutoras

inspeção da instalação elétrica e, se necessário, ensaio de

expostas do CMC e o circuito de proteção pela inspeção ou

funcionamento elétrico;

medição de resistência.

• Ensaio dielétrico;

Exemplos de antigos documentos técnicos que podem ser

• Verificação das medidas de proteção e da continuidade

utilizados na avaliação de estruturas do tipo PTTA, a partir de

elétrica do circuito de proteção.

sistemas com valores ensaiados e aprovados, são listados a seguir:

Já um PTTA (CMC com ensaios de tipo parcialmente efetuados)

é um painel de BT que apresenta tanto configurações ensaiadas

• Technical Report IEC 60890: A method of temperature-rise

quanto outras não ensaiadas, mas cujos “desvios” foram derivados,

assessment by extrapolation for partially type-tested assemblies

por exemplo, por cálculo, a partir de protótipos ensaiados e que

(PTTA) of low voltage switchgear and controlgear;

satisfizeram os requisitos de norma (ABNT NBR IEC 60439-1 e a

• Technical Report IEC 61117: A method for assessing the short-

antiga IEC 60439-1). Um conjunto de manobra e controle “PTTA”

circuit strength of partially type-tested assemblies (PTTA). Este

pode diferir de um “TTA” no atendimento dos seguintes requisitos:

documento foi incorporado à IEC 61429-1, na forma do anexo P.


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

30

A título ilustrativo, a Figura 1 apresenta duas montagens

usadas para a verificação das propriedades dielétricas de conjuntos de manobra e controle. A primeira foi para um CDC e a segunda para um CCM. O ensaio em questão era de verificação da suportabilidade ao impulso atmosférico.

• Corrente nominal das barras de derivação: 800 A; • Fator nominal de diversidade: 0,8; • Formas de separação: 4b; • Graus de proteção: IP20 (interno) / IP31 (externo).

É importante atentar para o fato de que, no universo dos

equipamentos de BT, diferente da média tensão, o contexto das solicitações dielétricas, apesar de toda a sua relevância, não é fator determinante. Entretanto, os problemas surgidos com altas correntes nominais de regime e os níveis altos de curto-circuito em espaços físicos, muito menores do que aqueles encontrados na MT, levam a preocupações quanto à solução de arranjos de barramentos, de equipamentos de manobras, transformadores de instrumentos e elementos de proteção contra sobrecorrentes.

Conforme comentado anteriormente, os conjuntos de manobra

e controle em BT e MT são a concretização dos arranjos de barras elétricas de um sistema de potência. Eles integram os dispositivos CDC – Centro de Distribuição de Cargas

e as interligações que permitem as atividades relacionadas à operação de um ponto específico da instalação, valendo-se de suportes, pilares, travessas, placas de montagem, etc. Este arranjo, com todos os seus equipamentos, pode apresentar um invólucro, o qual visa, basicamente, dois objetivos: • Segurança humana, primordialmente; e • Proteção dos equipamentos.

Dentro desse contexto, os invólucros e as divisórias de

qualquer tipo de equipamento elétrico, inclusive os painéis elétricos, tanto de baixa quanto de média tensão, devem ser CCM – Centro de Controle de Motores Figura 1 – Ensaios de verificação das propriedades dielétricas (impulso atmosférico de 8 kV de crista).

associados a um determinado índice classificativo conhecido como código IP (Índice de Proteção), o qual visa estabelecer ou identificar os limites de ingresso de sólidos e líquidos, além de dar uma orientação quanto ao nível de proteção física contra

Exemplos de valores das características construtivas

contatos com circuitos que possam vir a estar energizados. Esta

básicas de um conjunto de manobra e controle de baixa

classificação, definida na ABNT NBR IEC 60529, associa os

tensão são listadas a seguir:

códigos IP ao desempenho de um determinado invólucro ou anteparo de um equipamento elétrico. Os graus de proteção

• Tensão nominal: 690 V;

(código IP) são construídos, basicamente, da seguinte forma:

• Tensão nominal de operação: 480 V (quando esta é diferente da tensão nominal);

• 1º numeral (0 a 6, ou letra X): define o ingresso de objetos

• Tensão nominal de isolamento: 1.000 V;

sólidos e a proteção de pessoas contra partes perigosas;

• Tensão nominal de impulso: 8 kV;

• 2º numeral (0 a 8, ou letra X): define o ingresso de água, com

• Capacidade de interrupção máxima: 50 kA;

efeitos danosos ao equipamento;

• Corrente suportável de curta duração: 50 kA simétricos por 1 s;

• Letra adicional (A, B, C, D): proteção de pessoas contra partes

• Valor de pico do 1º semiciclo da corrente suportável: 105 kA);

perigosas;

• Corrente nominal das barras principais: 2.500 A;

• Letra suplementar (H, M, S, W): informação específica.


Apoio

31


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

32

O primeiro dígito (numeral) da classificação do grau de

A primeira letra adicional após a indicação do grau de proteção

proteção (IP) indica que o equipamento deve prevenir acesso

(IPXX) é opcional e indica que o equipamento fornece proteção

a partes perigosas e o ingresso de corpos sólidos, conforme a

adicional, conforme a Tabela 3. A segunda letra “suplementar”

Tabela 1. O segundo dígito (numeral) da classificação do grau

após a indicação do grau de proteção (IPXX) é, também, opcional

de proteção (IP) indica que o equipamento deve prevenir o

e indica que o equipamento atende a requisitos específicos para

ingresso de água, conforme a Tabela 2.

uma das aplicações mostradas na Tabela 4. Tabela 1 – Grau de proteção – IP: 1º numeral

IP_X

Proteção contra (proteção de pessoas / preservação do equipamento):

0

Nenhuma

1

Uma esfera de diâmetro de 50 mm (costa da mão) não deve comprometer a segurança (50 N). Uma esfera de diâmetro de 50 mm não deve entrar completamente.

2

Um dedo articulado de teste com diâmetro de 12 mm e L = 80 mm não deve tocar partes perigosas ou diminuir distâncias de isolamento (10 N). Uma esfera com diâmetro de 12,5 mm não deve entrar completamente.

3

Um arame de aço, com diâmetro de 2,5 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (3 N). Um arame de aço de diâmetro de 2,5 mm não deve entrar.

4

Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N). Um arame de aço de diâmetro de 1,0 mm não deve entrar.

5

Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N). Quantidades limitadas de pó podem penetrar, mas não devem poder interferir com a operação normal do equipamento (“dust-protected”). Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N).

6

A prova de pó (“dust-tight”).

Tabela 2 – Grau de proteção – IP: 2º numeral IPX_

Proteção contra (ingresso de água):

0

Nenhuma

1

Gotas

de água caindo verticalmente ( condensação ).

2

Gotas

de água caindo com um ângulo de

3

Aspersão

4

Respingos

5

Uso

15o

de água caindo com um ângulo de

com a vertical ( por exemplo , sistemas de combate a incêndio com pé direito alto e com uso de sprinkler ).

60o

com a vertical ( por exemplo , sistemas de combate a incêndio com pé direito baixo e com uso de sprinkler ).

de qualquer direção .

de mangueiras d ’ água

6

Condições

7

Imersão

temporária .

8

Imersão

contínua .

jato d ’ água de baixa pressão proveniente de qualquer direção

de convés de navios

jato d ’ água com alta pressão proveniente de qualquer direção .

Tabela 3 – Grau de Proteção – IPXX: 1ª letra adicional IPXX_ Usar com A

0

Proteção contra A esfera com 50 mm de diâmetro pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica (rigidez dielétrica, tensão de impulso etc.). Proteção contra as costas da mão.

B

0&1

O dedo de teste de diâmetro de 12 mm pode entrar até 80 mm, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica. Proteção contra dedos.

C

0, 1 & 2

O dispositivo de teste, com diâmetro de 2,5 mm e comprimento de 100 mm, pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica.

D

0, 1, 2 & 3

O dispositivo de teste, com diâmetro de 1,0 mm e comprimento de 100 mm, pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica.

Proteção contra ferramentas.

Proteção contra fios.

Tabela 4 – Grau de Proteção – IPXX: 2ª letra adicional IPXX _ H

Requisito específico Equipamentos de alta-tensão.

M

Verificação do ingresso de água com o equipamento em movimento (por exemplo, máquina rotativa em operação).

S

Verificação do ingresso de água com o equipamento em repouso (por exemplo, máquina rotativa parada).

W

Adequado para uso em condições climáticas especiais e com características adicionais de proteção (a ser acordado entre fabricante e usuário).


Apoio

33


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

34

Figura 3 – Exemplo da forma “2a".

Figura 2 – Coluna de CCM de BT mostrando os diferentes graus de proteção (IP), conforme a barreira ou parte analisada.

É importante atentar para o fato de que um mesmo

equipamento pode apresentar diferentes graus de proteção, conforme o que está sendo avaliado: o conjunto (invólucro

Figura 4 – Exemplo das formas “4b” e “3b".

externo), uma parte (unidade funcional, por exemplo) ou uma

• Proteção contra contato com partes perigosas: no mínimo

barreira, conforme exemplificado na Figura 2.

IP XXB; e

Um fator que está, também, correlacionado ao grau

• Proteção contra penetração de corpos sólidos: no mínimo

de proteção de um conjunto de manobra e controle são as

IP 2X.

correntes nominais a serem adotadas nas unidades funcionais e nos barramentos principal e de derivação.

É importante ressaltar que o grau de proteção IP 2X cobre

Pode até não ser uma relação clara e direta, mas o fato

o grau de proteção IP XXB. A separação interna pode ser

de se tomar a decisão de adotar uma classificação IP mais

obtida por meio de partições ou barreiras (metálicas ou não),

restringente quanto à entrada de corpos sólidos pode implicar

isolamento das partes vivas ou uso de componentes com o

restrições na ventilação natural necessária à troca de calor para

grau de proteção desejado (por exemplo, disjuntores em caixa

operação das partes ou da totalidade dos painéis. Afinal, cada

moldada com grau de proteção IP 2X – “à prova de dedos”).

elemento instalado dentro de um painel, apesar de ter um valor

de sobretemperatura associado à sua corrente permanente e à

escolha o arranjo que melhor atende aos seus requisitos de

temperatura ambiente externa, ele encontra-se sob influência

segurança e continuidade de serviço, conforme a instalação

direta das condições do seu microambiente.

existente. A Figura 3 mostra um exemplo de um CMCP de

Os tipos de forma de separação permitem que o usuário

Outro ponto muito relevante na especificação e na aplicação

BT com forma de separação 2a (vista posterior, mostrando

de um CMCP de BT é a definição da forma de separação interna.

barramentos principal e de derivações, além dos terminais de

Conforme descrito na seção “7.7” da ABNT NBR IEC 60439-1, as

saída das unidades funcionais). Já a Figura 4 apresenta uma

formas de separação interna estabelecem as condições construtivas,

vista posterior de um CMCP de BT com forma 3b nas duas

por meio de divisões e barreiras, para se atingir graus de proteção

colunas da direita e forma 4b nas três colunas da esquerda.

internos iguais ou superiores a IPXXB e IP2X entre compartimentos.

Em outras palavras, aplica-se a seguinte filosofia:

separação interna são apresentados na tabela 5 e na Figura 5.

Os detalhes sobre os requisitos construtivos das formas de


Apoio

35


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

36

Figura 5 – Representação esquemática das formas de separação definidas pela ABNT e IEC.

Tabela 5 – Formas de separação interna para CMCP de BT, segundo a IEC. Critério principal

Critério secundário

Sem separação interna.

Forma Forma 1

Separação entre os barramentos e as unidades funcionais.

Terminais para os condutores externos não separados dos barramentos.

Forma 2a

Terminais para os condutores externos separados dos barramentos.

Forma 2b

Terminais para os condutores externos não separados dos barramentos.

Forma 3a

Terminais para os condutores externos separados dos barramentos.

Forma 3b

Separação entre os barramentos e todas as unidades funcionais e separação

Terminais para os condutores externos no mesmo compartimento da unidade

Forma 4a

entre todas as unidades funcionais. Separação entre os terminais para condutores

funcional associada.

Separação entre os barramentos e as unidades funcionais e separação entre todas as unidades funcionais. Separação entre os terminais para condutores externos e as unidades funcionais, mas não entre os terminais das diferentes unidades funcionais.

externos das diferentes unidades funcionais e entre os terminais das unidades funcionais e os barramentos. Terminais para os condutores externos não se encontram no mesmo

Forma 4b

compartimento da respectiva unidade funcional, mas em um compartimento ou espaço individual, separado, fechado e protegido.

*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

37


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

38

Capítulo VIII Inspeção por meio eletrônico Por Gabriel Cardozo Prado da Silva*

A falta de documentação e o uso de formulários

esses dispositivos, utilizados em conjunto com

em papel são fatores que limitam a produtividade

computadores, possam potencializar inspeções

da equipe de inspeção. A crescente demanda por

em

inspeções torna necessário o desenvolvimento de

computacionais.

instalações

elétricas,

formando

soluções

ferramentas e padrões que ajudem os profissionais

Atualização e resumo do processo de inspeção

a aumentar a sua produtividade, sem que se perca o critério técnico, que valida os resultados da

inspeção.

Com a aproximação do término da publicação

e

desta série de fascículos sobre inspeção de instalações

necessidade de comunicação com diversos atores

elétricas e para contextualizar a apresentação do

durante sua execução, características inerentes às

apoio computacional, o momento se mostra oportuno

inspeções, existe a necessidade de documentação

para a apresentação de recapitulação e resumo de

e padronização dos procedimentos e atividades dos

conceitos já apresentados, para organização da

profissionais ligados às inspeções de instalações

sequência de atividades que compõem o processo

elétricas, como meio de diminuição dos riscos de

de inspeção de instalações elétricas, segundo a

acidentes de trabalho e gestão da qualidade dos

proposta apresentada nos fascículos.

Por

conta

das

atividades

repetitivas

serviços. O paradigma de inspeção encontrado

Projeto de inspeção

no mercado de trabalho hoje destaca o uso das mesmas ferramentas utilizadas há décadas, sejam

Dependendo das características do projeto,

elas ferramentas de gestão ou ferramentas de apoio

este pode ter início de formas diferentes. Em

à execução da inspeção, como os formulários

caso de contratação de mão de obra externa,

impressos em papel.

esta pode acontecer por meio de licitação, cartamóveis,

convite, aceitação de proposta, entre outras, todas,

com destaque para os tablets, permite que

entretanto, devendo conter dados do escopo do

A

popularização

Iniciar Projeto de Inspeção

dos

dispositivos

Realizar Estudo

Realizar Preparação

Realizar Inspeção

Produzir Resultados Finais


39

projeto. Caso o escopo não esteja bem definido, os envolvidos devem interagir para garantir que um entendimento único sobre o que será executado seja alcançado e sobre quais são os limites da inspeção.

Os seguintes itens se destacam, mas não limitam a lista de

informações necessárias neste momento: • Quais são as restrições de tempo do projeto; • Quem são os envolvidos e como interagem com o projeto; • Quais elementos serão inspecionados; • Onde os elementos estão localizados; • Definir o contexto de uso dos elementos a serem inspecionados.

Ideia semelhante é utilizada caso o projeto seja interno,

ou seja, caso os membros da equipe de inspeção sejam funcionários da organização que recebe a inspeção, ou neste caso, que determina que a inspeção seja executada. Como benefício, tem-se o fato de ser mais simples a aquisição de informações sobre o escopo do projeto. Em um primeiro momento, o entendimento do escopo do projeto será utilizado para configurar o acordo comercial entre as partes e, posteriormente, será utilizado como insumo da etapa de estudo. Alternativamente, caso não seja possível chegar a um entendimento mútuo sobre qualquer dos itens expostos, o projeto não deverá ser executado.

O estudo

Para que o projeto de inspeção ocorra satisfatoriamente,

atingindo os objetivos de todos os envolvidos, é necessário que a equipe de inspeção detenha uma série de informações pertinentes ao trabalho que será executado. Tais informações são adquiridas pela análise dos documentos da fase de iniciação, com visitas ao local onde as inspeções serão executadas, entrevistando os trabalhadores desses locais, determinando e consultando normas técnicas próprias à inspeção que será executada, consultando especialistas e profissionais consultores, entre outras fontes que a equipe de inspeção julgue necessárias, sempre de forma documentada.

Os itens a seguir se destacam na lista de informações a

serem levantadas durante a etapa de estudo: • Endereço de todas as unidades a serem inspecionadas; • Grupos de elementos a serem inspecionados; • Normas técnicas a serem consultadas, por grupo; • Quantidade, mesmo que estimada, de elementos a serem


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

40

inspecionados, por grupo;

• Execução das inspeções;

• Premissas para planejamento e controle do projeto;

• Ações de segurança no trabalho;

• Contato dos responsáveis pelo acesso às áreas onde as

• Aprovação de entregas e resultados;

inspeções serão realizadas;

• Acesso aos locais de inspeção;

• Contato dos responsáveis pela segurança do trabalho;

• Formas de apresentação dos resultados.

• Contato de outros envolvidos que sejam julgados importantes para o projeto;

• Premissas de segurança à vida e à saúde;

ferramentas de apoio à inspeção. Estas devem seguir o conjunto

• Limites de inspeção.

de tecnologias e procedimentos determinados pela equipe de

Um importante passo desta etapa é o desenvolvimento das

inspeção e possuem, no mínimo, o conjunto de formulários de Aqui se entende grupo de elementos como sendo

inspeção que será utilizado.

a classificação de equipamentos ou sistemas por uma

característica comum, tal que possam ser inspecionados

de verificação, são documentos utilizados durante a inspeção

seguindo-se uma mesma lista de verificação. Características

para confrontar o estado dos elementos inspecionados com um

físicas, localização e aplicação específica podem ser critérios

padrão de qualidade esperado. Devem conter, portanto, todos

para a definição dos grupos.

os estados do elemento, de verificação necessária no momento

Durante esta etapa, após análise das necessidades da

da inspeção. A Norma de Inspeção Predial Nacional, título de

inspeção, a equipe responsável deve definir quais ferramentas

um documento de autoria do Instituto Brasileiro de Avaliação

serão utilizadas, como listas de verificação em papel,

e Perícias de Engenharia, apresenta a seguinte definição para

computadores, rádios, programas de computador, entre outras.

lista de verificação: “Conjunto de tópicos a serem vistoriados,

Essa é uma atividade importante para a proposta de utilização de

considerado o número mínimo de itens abordados em uma

soluções computacionais para inspeção, onde serão avaliados

inspeção” (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de

seus prós e contras.

Engenharia, 2012).

Formulários de inspeção, também conhecidos por listas

Tradicionalmente, elabora-se um modelo de formulário em

A preparação

papel e, durante a inspeção de cada elemento, preenche-se um

Esta etapa se alimenta dos dados levantados e produzidos na

formulário. Assim, para cada elemento tem-se um formulário

etapa de estudos para executar todas as ações que antecedem

preenchido, que contém informações, que identifique cada

o início das inspeções. Possuem como objetivo definir padrões

um dos estados desejados como conforme ou não conforme, e

e ferramentas para garantia da qualidade da execução das

ainda as possíveis soluções no caso de não conformidade.

inspeções e dos resultados entregues. O volume de trabalho

dedicado a esta etapa é diretamente proporcional ao volume e

um único formulário de inspeção. Caso seja identificada a

à complexidade das inspeções a serem realizadas, investimento

necessidade de mais de um formulário de inspeção, existe na

financeiro no projeto, tamanho da equipe de inspeção e

verdade a necessidade da divisão em grupos distintos. Esta divisão

quantidade de grupos de elementos.

clara entre grupos é importante para posterior tratamento dos

Cada grupo identificado na etapa anterior deve possuir

Durante esta etapa, faz-se necessário que sejam definidos

dados. Ainda dentro das ferramentas, podem-se citar sistemas

processos, ou procedimentos de trabalho, que serão utilizados

de informação e softwares que necessitem ser desenvolvidos ou

pela equipe de inspeção e demais envolvidos. Além de

ajustados para atender a requisitos específicos da inspeção. A

documentar e registrar o entendimento único dos envolvidos

principal entrega deste subprocesso são as listas de verificação.

sobre como cada um desempenhará suas funções, os processos

Grupos comuns de serem encontrados em projetos de

são ferramentas de controle de qualidade e gestão de

inspeção de instalações elétricas são: quadros de distribuição,

conhecimento importantes para reduzir o tempo desta etapa

quadros de comando, transformadores de potência, banco de

em projetos futuros.

baterias, SPDA, entre outros. Deve-se lembrar ainda que, em

Como conjunto mínimo de processos, podem-se citar

atendimento ao item 10.2.4 da NR 10, “estabelecimentos com

aqueles que tratam dos itens listados a seguir:

carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas” (Ministério do Trabalho

• Comunicação;

e Emprego, 2004), e dessa forma deve-se elaborar uma lista


Apoio

41


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

42

de verificação contendo os itens necessários do prontuário da

transmitir os resultados da inspeção. Como é recomendável

instalação elétrica inspecionada, itens esses definidos pela NR

que um profissional da empresa responsável pelas instalações

10 e normas técnicas aplicáveis.

acompanhe cada equipe de inspeção, a autorização da equipe,

A definição do plano de trabalho, ou seja, cronograma de

e deste profissional, deve vir na forma de ordem de serviço,

atividades que serão executadas pela equipe de inspeção, é

utilizando-se dos meios normais de autorização da empresa.

importante tanto para apoio à logística, quanto para garantia

Caso esse processo seja falho, a equipe de inspeção deve

da entrega dos resultados do projeto, já que, dependendo da

garantir outras formas de autorização formal.

complexidade e volume de inspeções, pode se tornar impossível

Caso seja aplicável, além do preenchimento do formulário

a coordenação das atividades somente analisando demandas

de inspeção relativo a seu grupo, a inspeção de cada elemento

de tarefas diárias.

deve resultar um conjunto de fotografias, termogramas ou

A preparação do plano de trabalho é resultado do

outros indicadores gráficos, que devem registrar o estado desse

planejamento da inspeção e deve trazer o conjunto de

elemento no momento da inspeção. O registro fotográfico

equipamentos que serão inspecionados, separados por

atende a diversas necessidades. Primeiro é possível conferir o

equipe de inspeção e por unidade de tempo (dia, semana)

preenchimento do formulário pela análise da imagem, pedir

ou, quando não for possível, a quantidade de equipamentos

a opinião de outro profissional não presente no momento da

que será inspecionada por unidade de tempo e o local

inspeção e comparar com outras fotografias para verificar a

destes equipamentos. Dessa forma, o plano de trabalho

evolução da aparência dos elementos. Além disso, as fotografias

poderá ser enviado para outros setores da organização que

protegem a equipe de inspeção contra modificações no

atuam nas instalações elétricas, como a manutenção, para

elemento posteriores à inspeção, que poderiam ser utilizadas

compatibilização das demandas de espaço e pessoal, e ainda

para desacreditar o resultado do trabalho realizado.

possibilitará o desenvolvimento de indicadores de produtividade

do projeto de inspeção, comparando o número de inspeções

as inspeções, quando os dados da quantidade de inspeções

planejadas contra o número de inspeções realizadas.

realizadas, informações das listas de verificação, arquivos

Percebe-se que existem procedimentos e ferramentas

de imagens entre outros possíveis resultados da inspeção,

diversas que devem ser utilizados pela equipe de inspeção.

são coletados da equipe. Neste momento, indicadores de

Para isso, antes de partir para a próxima etapa é importante

desempenho podem ser atualizados para verificação da

que cada membro da equipe receba treinamento adequado à

necessidade de ações corretivas, como aumento da equipe ou

função que desempenhará. Caso as ações contidas nesta etapa

alteração dos processos e procedimentos, sempre na intenção

sejam negligenciadas, pode-se comprometer os resultados

da manutenção das datas de entregas planejadas e aprovadas

da inspeção esperados pelos envolvidos, como restrições de

pelos envolvidos.

tempo, ou mesmo comprometer a qualidade dos resultados,

O controle da produtividade das equipes envolvidas

como a impossibilidade de comparação de resultados desta

diretamente

inspeção com inspeções anteriores, por não utilizar os mesmos

desenvolvimento e da atualização de indicadores gráficos

padrões.

de desempenho, que colaboram com a comunicação do

As atividades administrativas se iniciam uma vez terminadas

nas

inspeções

pode

ser

realizado

pelo

andamento do projeto com os envolvidos, e que podem ser

A inspeção

utilizadas como fator que aciona ações corretivas ou preventivas

Durante a etapa de inspeção, todos os elementos contidos

de manutenção da produtividade em valor planejado.

no projeto serão inspecionados utilizando-se os procedimentos

Produzir resultados finais

e ferramentas já desenvolvidos. Estes recursos podem ser atualizados por uma evolução natural de qualidade e as

Estão

englobadas

nesta

etapa

as

atividades

de

modificações devem ser registradas, comunicadas e aceitas

desenvolvimento dos resultados finais do projeto de inspeção.

pelos demais envolvidos.

Estes variam muito de acordo com a natureza da inspeção, mas

Cada equipe de inspeção deve conferir seu plano de

sempre atendem à necessidade de imparcialidade, isenção de

trabalho, ou seja, conjunto de equipamento ou elementos

juízo de valor e embasamento técnico para sua elaboração.

a serem inspecionados no período vigente, conferir as

ferramentas de inspeção, receber autorização, inspecionar e

resumir o conjunto de possíveis resultados da inspeção como

Este tema será tratado no próximo fascículo, mas pode-se


Apoio

43

todas as listas de verificação preenchidas, em versão final,

conjunto de fotos e imagens coletadas, relatórios, lembrando

para que uma solução computacional possa colaborar

que estes devem conter premissas de trabalho, incluindo as

efetivamente com a atividade de inspeção de instalações

fontes para definição do padrão utilizado para verificação das

elétricas.

Foram levantados requisitos de funções e recursos desejados

conformidades e não conformidades encontradas, e finalmente um resumo dos resultados encontrados na inspeção.

Gerenciamento das listas de verificação O maior impacto do uso de soluções computacionais,

Solução computacional

dentro da metodologia proposta, está na substituição das

As soluções computacionais têm como objetivo a

listas de verificação de papel pelo uso de dispositivos móveis

otimização da atividade de inspeção de instalações elétricas

para o preenchimento de listas de verificação em mídia

pela automatização de tarefas repetitivas e redução das

digital, colaborando com a produtividade e viabilizando

oportunidades de falhas humanas. Aqui entende-se solução

novas entregas para os envolvidos do projeto. A solução deve

computacional como o conjunto de softwares e hardwares

prever meios para a criação de novas listas de verificação de

organizados para atender às necessidades de projetos de

forma simples e, preferencialmente, modular, ou seja, em que

inspeção das instalações elétricas.

seja possível reaproveitar elementos de listas de verificação

Em nenhum momento a solução computacional deve ser

anteriormente desenvolvidas, como campos de identificação

percebida como ferramenta para substituição da análise técnica

dos equipamentos, itens a serem verificados ou ações corretivas

do profissional de engenharia elétrica, sempre necessária, mas

padrão.

como ferramenta para tornar mais eficiente o seu trabalho e

Para facilitar o trabalho de digitação e criação das

possibilitar que suas entregas sejam melhores e para viabilizar

listas, espera-se que essa atividade seja desempenhada em

entregas antes inviáveis.

computador, para que posteriormente a lista seja enviada


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

44

ao dispositivo móvel onde será preenchida quantas vezes

as listas de verificação em arquivo no formato PDF (Portable

existirem equipamentos compatíveis com esta lista. A solução

Document Format).

deve prever então meios de envio do modelo da lista para o

dispositivo, e assim os softwares devem ser compatíveis.

estas deverão ser novamente preenchidas em versão definitiva,

Já no dispositivo, cuja recomendação é que seja um tablet

uma vez que a lista preenchida no momento da inspeção

de tela sensível ao toque para facilitar seu uso, os modelos de

quase sempre possui rasuras e não permanece em condições

lista de verificação serão preenchidos durante a inspeção dos

apresentáveis para se anexar nos relatórios da inspeção.

No caso da utilização das listas de verificação em papel,

equipamentos e sistemas da instalação elétrica, e o aplicativo

Outros recursos desejáveis

utilizado para realização deste preenchimento deve dar suporte ao preenchimento, fornecendo todo o conjunto de informações

Sendo possível o desenvolvimento de aplicativo de

desenvolvido pela equipe de inspeção durante a fase de preparação.

dispositivo móvel próprio às necessidades da inspeção, podem-se listar outros requisitos interessantes para aumento da

Análise dos resultados da lista de verificação

produtividade da equipe de inspeção. Caso cada equipe tenha à disposição um tablet, esta equipe pode ter usuário e senha

Uma vez que o uso de listas de verificação em mídia digital

para identificação única do usuário do dispositivo, e assim

torna mais fácil o envio e a organização tabular dos resultados

atualizar automaticamente o plano de trabalho desta equipe,

da inspeção, abre-se também a oportunidade de análise dos

mostrando quais equipamentos devem ser inspecionados ao

dados da inspeção de forma mais profunda, objetivando

longo do tempo.

encontrar padrões e tendências.

Mesmo que o volume de inspeções seja grande, é

de Análise Prévia de Risco (APR), necessária de ser executada

possível, por exemplo, verificar quais são as principais não

antes de cada serviço em instalações elétricas, e suporte ao

conformidades encontradas durante a inspeção, divididas por

registro fotográfico usando a câmera do dispositivo.

tipo de equipamento, por locais, por época (caso a inspeção

seja processo recorrente). Esta análise pode até mesmo ser

da inspeção, em que a solução poderia organizar as informações

realizada durante a execução do projeto para emissão de

para elaboração do relatório técnico de inspeção, ou para o

resultados parciais.

plano de ações corretivas, facilitando o seu desenvolvimento.

O aplicativo pode ainda conter suporte para preenchimento

Recurso interessante também é o apoio aos relatórios finais

Quando as listas de verificação estão em mídia física, por

Vantagens e desvantagens

exemplo papel, a informação deveria ser transformada em digital antes dessa análise, o que aumenta consideravelmente o esforço

Pelo

exposto

percebe-se

que

o

uso

de

soluções

e os custos de mão de obra, possivelmente inviabilizando esta

computacionais passa por uma preparação mais longa e de

operação, e ainda aumentando a chance de erros humanos. Pelo

maior trabalho antes da inspeção. A partir da atividade de

exposto, é interessante que a solução computacional contenha

definição da ferramenta, do subprocesso “realizar estudo”,

ferramentas para organização, filtragem e agrupamento dos

caso se selecione o uso de solução, a equipe deverá verificar

resultados da inspeção para análise por diferentes critérios.

os programas e dispositivos a serem utilizados, desenvolver as listas de verificação dentro do sistema e garantir que toda

Impressão das listas de verificação preenchidas

equipe de inspeção seja capaz de operar o dispositivo móvel.

As listas de verificação são recursos fundamentais no processo

e a redução de mão de obra, com proporcional redução dos

de inspeção, inclusive para registro formal dos seus resultados,

prazos e custos da inspeção, redução das chances de erro

devendo portanto estar entre os resultados finais da inspeção,

humano, pela automatização da transferência de informações,

fornecidos à empresa responsável pelas instalações elétricas.

facilidade de rastreio das causas e autores dos erros, quando

Estando no banco de dados da solução computacional

ocorrem, e viabilização de novos tipos de entregas a clientes

em informação digital, todas as listas de verificação devem

e envolvidos no projeto de inspeção. Uma vez as informações

ser impressas respeitando os modelos e padrões dessas listas,

estando facilmente em mídia digital, sua análise e utilização

e a solução deve possuir meios para que essa impressão seja

tornam-se flexível, inclusive, para atendimento de demandas

facilmente executada, como por exemplo a exportação de todas

não previstas inicialmente, durante o planejamento da inspeção.

Como vantagem, pode-se citar o aumento da produtividade


Apoio

45


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

46

Exemplo de apoio computacional à inspeção de instalações elétricas

criação dos formulários que nos serviram de lista de verificação

Durante o ano de 2012, foi realizado projeto de inspeção de

para inspeção. Já no endereço do Google Drive, devemos clicar no botão

instalações elétricas de empresa do setor de telecomunicações,

“Criar” e selecionar a opção “Formulário”. Logo em seguida,

cujo volume de trabalho era da ordem de centenas de unidades

somos levados à tela de desenvolvimento do formulário, na

a serem inspecionadas. Somado ao grande volume, existia

qual devemos selecionar um nome e organizar as perguntas

ainda a necessidade de emissão de resultados parciais da

que o comporão.

inspeção para programação de ações corretiva e controle de

produtividade.

seções, o que facilita a identificação e a leitura da equipe de

Com esse cenário, e somando uma severa restrição

inspeção. Para acionar quebras de seção, devemos proceder da

orçamentária

mesma forma que para adicionar novas perguntas, selecionando

para

investimentos,

foram

organizadas

É possível dividir as perguntas em grupos com o uso de

ferramentas e desenvolvidos procedimentos de trabalho para

o botão “Adicionar item”.

viabilizar a realização do projeto de inspeção. Como resultado,

foi registrada uma economia na ordem de 40% dos gastos

de perguntas em conjunto com aqueles que serão responsáveis

operacionais da inspeção e a entrega dos resultados finais, e

pelo seu preenchimento, para que o formulário criado atenda

conclusão do projeto, dentro dos prazos assumidos.

da melhor forma possível seu objetivo. Dessa forma criamos as

As

perguntas e configuramos suas possíveis respostas.

ferramentas

e

os

processos

são

brevemente

apresentados a seguir.

Recomendamos que sejam explorados os diferentes tipos

Não devemos usar múltiplas páginas nestes formulários,

primeiramente, porque prejudicaria a produtividade do

Determinação das ferramentas

responsável pelo preenchimento dos campos, e segundo por

Levando-se em conta os quesitos citados no item

limitação do aplicativo Forms, que, no modo off-line, não

“Preenchimento dos documentos: eletrônico versus impresso”,

suporta múltiplas páginas.

do quinto capítulo deste, foram selecionadas as seguintes

Terminado o trabalho, devemos clicar na opção “Ver

ferramentas:

formulário publicado” para visualizar o resultado. Devemos anotar este endereço (URL) para uso posterior no aplicativo Forms.

• Conta do Google Drive; • Conta no Dropbox;

• Tablet Ipad 2 ou superior, com conexão 3G;

Passamos agora à apresentação das ações que devem

Disponibilização do formulário no “tablet”

• Aplicativo Forms instalado no Ipad;

ser realizadas no aplicativo Forms, instalado no Ipad, para

• Aplicativo Dropbox instalado no Ipad;

viabilizar a utilização do formulário já criado no Google Drive.

• MS Excel.

Primeiramente, deve-se abrir o aplicativo e clicar no botão New Form, localizado no canto superior esquerdo.

Todas as ferramentas, com exceção do aplicativo Forms, já

faziam parte do cotidiano da equipe de inspeção. O aplicativo foi adquirido por 1,99 dólares (iTunes). Existiu portanto baixo custo de investimento em equipamentos e programas, sendo o maior investimento em horas de preparo e desenvolvimento de procedimentos de trabalho.

Criação do formulário

Como já mencionado, foi utilizada a plataforma Google

Será aberta uma tela para inclusão do URL do formulário, o que

Drive (https://drive.google.com), com seu recurso de formulários,

pode ser feito seguindo os passos descritos na tela do aplicativo.

como peça principal da nossa metodologia de apoio eletrônico

à inspeção. Seu uso é muito simples e possui todos os recursos

de verificação sem para isso depender da disponibilidade de conexão à

identificados como desejados pela equipe de planejamento.

internet. Para isso, devemos habilitar o modo offline do aplicativo.

Apresentaremos de forma resumida, o procedimento para

É preferencial que seja possível realizar o preenchimento das listas

Para habilitar o modo offline, primeiramente toque o


Apoio

47

botão em formato de tomada, para depois habilitar o botão Offline Mode. Aparecerá uma tela de aplicativo sem nenhuma resposta armazenada. Esta tela mudará levemente ao longo do procedimento.

Abrir o formulário

Após a inclusão, o formulário aparecerá na tela inicial

do aplicativo. Caso tenha mais de um formulário incluso no aplicativo, pode-se passar de um para o outro deslizando o

Preenchimento e envio das informações

dedo na tela horizontalmente.

Depois de aberto, o formulário ocupará toda a tela do

dispositivo, facilitando sua leitura e preenchimento.

Para acessar o formulário, basta tocá-lo.


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

48

Cada tipo de campo pede uma forma de preenchimento, como

simples encontrada foi a utilização do aplicativo Dropbox.

seleção ou inclusão de texto. Todos, de forma intuitiva, não

Após garantir que o aparelho esteja conectado à internet,

requerem maiores detalhes.

bastando uma conexão estável de 3G, na tela de visualização

das respostas, o usuário deve tocar o botão Open In… e, na

Deve-se tomar o cuidado de definir como obrigatórios os

campos cujas respostas sempre são imprescindíveis, de modo

caixa de opções subsequente, selecionar a opção Dropbox.

a não permitir o envio do formulário incompleto.

arquivo de extensão csv, que pode ser facilmente importado

O responsável pela inspeção deve ser instruído a não permitir

As respostas são armazenadas no Dropbox na forma de um

que qualquer possível limitação do formulário o impeça de

para o MS Excel, caso necessário.

documentar a realidade encontrada, de modo que, vez e outra,

comentários adicionais eram registrados em papel. Esse conteúdo

visualizar uma pequena janela. Nela é possível escolher o nome

deve posteriormente ser passado para o banco de dados único da

do arquivo e seu destino. Recomenda-se que o nome siga algum

inspeção, e o formulário deve passar por atualização.

padrão para fácil identificação e recuperação, caso necessário.

O usuário é levado para o aplicativo Dropbox, no qual pode

Após ter o formulário todo preenchido, o responsável pela

inspeção deve revisar seu conteúdo e satisfeito com o resultado final, armazenar a resposta do formulário na memória do Ipad, clicando no botão enviar. Essa resposta ficava armazenada na memória física do dispositivo, quando se trabalha no modo off-line. Caso se trabalhe no modo on-line, a resposta iria imediatamente para o banco de dados.

Depois de armazenar as respostas do formulário, a próxima

tela apresenta a opção de voltar ao formulário para um novo preenchimento em Go back to the form ou voltar para a tela inicial do aplicativo, no botão Forms.

Independentemente da opção selecionada, a resposta do

formulário já está armazenada na memória do Ipad.

Após uma ou mais inspeções bem sucedidas, é possível

ver a quantidade de respostas de formulários armazenadas na memória do Ipad.

Para aumentar a sua confiabilidade, o procedimento

orienta a realização de backup das respostas. A forma mais

Tocar o botão Save para finalizar o backup.


Apoio

49


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

50

Após fazer o backup, com conexão ativa à internet, o

usuário pode realizar o upload das respostas do formulário para a planilha on-line do Google.

Atenção: Não desabilitar o modo off-line enquanto possuir respostas armazenadas. Caso existam inspeções salvas e o usuário desabilite o modo off-line, essas respostas de formulário serão perdidas. Uma mensagem alerta sobre o perigo de se perder informações.

Para fazer upload, basta tocar o ícone em formato de

Tratamento das informações

Visando agilidade na atualização dos indicadores de

desempenho do projeto, parte destes indicadores são atualizados por

tomada e após a opção Upload Answers.

meio de recursos das tabelas eletrônicas do aplicativo Google Drive

Enquanto o upload está sendo realizado, uma mensagem

(spreadsheets), de onde se utilizam dados da inspeção e fórmulas

aparece na tela e o aplicativo fica indisponível. Recomenda-se

para atualizar gráficos que eram vinculados dinamicamente com o

permanecer com este aplicativo ativo enquanto o upload está

portal de acompanhamento, acessado pelos clientes.

sendo executado.

O grande apoio ao tratamento das informações das

inspeções foi realizado pelo programa MS Excel, que,

Uma vez feito o upload, as respostas são removidas da

memória do Ipad.

além de totalizar as inspeções, pode, de maneira simples,


Apoio

51

a assinatura do habilitado responsável, onde ganhamos em tempo da equipe poupado e produtividade.

Através da configuração prévia de ações corretivas que

seguiam a metodologia de classificação proposta nestes artigos, e ainda com o uso de macros, criamos meios de listar as ações corretivas, separadas por equipamento e elemento da instalação, como apoio à criação do plano de ação, reduzindo de forma drástica o tempo necessário para o seu desenvolvimento.

Este artigo precede o que apresentaremos a seguir sobre

a inspeção em instalações elétricas para fins de auto vistoria predial. Legislação estadual e municipal, com foco em qualidade das instalações no nível de garantia de segurança dos ocupantes e do público que a acessa, demanda todas as técnicas apresentadas até aqui, incluindo o uso de formulários e meios eletrônicos com o fim de aumentar a produtividades, totalizar não conformidades, buscando as mais frequentes, organizando por tipos de equipamento ou local.

Com o uso de macros desenvolvidas em Visual Basic

for Applications (VBA) e utilizando as informações das inspeções, criamos mecanismo de exportação em PDF de cada lista de verificação preenchida – para cada equipamento ou elemento da instalação - de modo a facilitar

reduzir os custos e melhorar a competitividade. *GABRIEL CARDOZO PRADO é engenheiro eletricista e consultor em gestão de obras em engenharia. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Manutenção de transformadores

Apoio

52

Capítulo VIII Avaliação do isolamento em transformadores de potência Ensaio de perdas dielétricas e capacitância Por Marcelo Paulino*

A avaliação de equipamentos de subestação

procedimentos e ferramentas que possibilitem

tem evoluído com a utilização de procedimentos e

a obtenção de dados das instalações de forma

sistemas de teste dotados de técnicas e ferramentas

rápida e precisa.

que promovem uma avaliação eficaz e rápida

desses equipamentos. Essa avaliação deve ser

testes de transformadores utilizando varredura de

aprimorada, de forma a garantir o funcionamento

frequências. Por meio da observação do fenômeno

contínuo

do efeito pelicular e do fenômeno da polarização

das

instalações

responsáveis

pelo

Este trabalho mostra técnicas de avaliação e

suprimento de energia elétrica.

do meio dielétrico, o trabalho avalia a condição

Como os equipamentos elétricos instalados

do isolamento de transformadores de potência e

em subestações podem ser solicitados a operar

buchas de alta tensão.

sob diversas condições adversas, tais como: altas temperaturas, chuvas, poluição, sobrecarga e, dessa forma, mesmo tendo uma operação e manutenção de qualidade, não se pode descartar a possibilidade

Medida de capacitância, fator de potência e fator de dissipação com variação de frequência

de ocorrerem falhas que deixem indisponíveis as

Medida da Capacitância (C) e Fator de

funções de transmissão e distribuição de energia

Dissipação

elétrica aos quais pertencem. Assim, as atividades

importantes

de comissionamento e manutenção periódica para

isolamento, publicado primeiro por Schering em

verificação regular das condições de operação

1919 e utilizado para esse propósito em 1924.

desses equipamentos tornam-se cada vez mais

Em um diagrama simplificado do isolamento, Cp

importante. E torna-se imperativo a busca por

representa a capacitância e Rp, às perdas.

(FD)

estão

métodos

estabelecidos de

diagnóstico

como de


Apoio

53

Relações entre o fator de potência e o fator de dissipação

A relação entre fator de potência (FP), definido como o

cosseno do ângulo entre a corrente total e a tensão aplicada (cos ϕ), e o fator de dissipação (FD), definido como a tangente Figura 1 – Diagrama simplificado do isolamento.

O fator dissipação é definido como:

do ângulo entre a corrente total e a corrente capacitiva (tan δ). Matematicamente, a correlação entre os dois pode ser escrita como:

(1)

Na Figura 2, C1 e R1 conectados em série representam as

perdas do objeto em teste, e C2 representa perdas livres do

(2)

capacitor de referência. (3)

Novas aplicações de avaliação do isolamento com variação de frequência

Até os dias de hoje, o fator de dissipação ou o fator de potência

só foram medidos na frequência da linha. Com a fonte de potência do equipamento utilizado neste trabalho é possível agora fazer Figura 2 – Representação de uma Ponte Shering.

essas medições de isolamento em uma larga faixa de frequência.


Manutenção de transformadores

Apoio

54

Além da possibilidade de aplicar uma larga faixa de

da conexão das linhas;

frequência, as medições podem ser feitas em frequências

• Todos os terminais das buchas de um determinado grupo,

diferentes da frequência da linha e seus harmônicos. Com

como os terminais A, B, C (e Neutro) do enrolamento de Alta

este princípio, as medições podem ser realizadas também na

Tensão; A, B, C (e Neutro) do enrolamento de baixa tensão

presença de alta interferência eletromagnética em subestações

e A, B, C (e Neutro) do enrolamento terciário devem ser

de alta tensão.

conectados;

A faixa de frequência utilizada varia de 15 Hz a 400 Hz. Os

• Os terminais do neutro de todos os enrolamentos conectados

testes podem ser realizados sem problemas, pois, nesta faixa

em estrela com ponto aterrado devem ser desconectados do

de frequências, as capacitâncias e as indutâncias do sistema

terra (tanque);

elétrico testado são praticamente constantes. Para avaliarmos o isolamento, devemos considerar que o dielétrico perde sua capacidade de isolar devido a: • Movimento de íons e elétrons (corrente de fuga); • Perdas por causa do efeito da polarização.

Procedimentos gerais Em linhas gerais, seguem alguns procedimentos para a realização das medidas de capacitância e fator de potência para transformadores de dois enrolamentos. A Figura 3 mostra a

Figura 4 – Transformador preparado para teste.

representação esquemática do isolamento para transformadores

• Se o transformador tiver um comutador de taps, então ele

de dois enrolamentos.

deve ser posto na posição de neutro (0 ou no meio dos taps); • Conectar os terminais de aterramento do equipamento de teste no aterramento do transformador (subestação); • Conectar a saída de alta tensão do equipamento de teste (fonte) no enrolamento de alta tensão do transformador (de acordo com as instruções de conexão). Deve-se evitar que partes desparafusadas ou soltas do cabo de teste de alta tensão toquem qualquer parte como buchas e o tanque do

Figura 3 – Representação esquemática do isolamento para transformadores de dois enrolamentos.

transformador. Isto pode causar abertura de arcos (flashovers); • Conecte o cabo de medida (vermelho) no enrolamento de baixa tensão, e o cabo Guarda (azul) carcaça do

Em que:

transformador (de acordo com as instruções de conexão do

• Cab representa o isolamento entre os enrolamentos de Alta

equipamento de teste utilizado). Neste caso é realizada a

Tensão (AT) e os enrolamentos de Baixa Tensão (BT);

medida:

• Ca representa o isolamento entre os enrolamentos de Alta

Tensão (AT) e a carcaça;

(Cab).

• Cb representa o isolamento entre os enrolamentos de Baixa

• Alguns equipamentos de teste possuem a facilidade de

Tensão (BT) e a carcaça.

trocarem a função dos cabos, ou seja, o cabo vermelho pode

UST-A: medida de AT para BT, guardando carcaça

ser um cabo de medida ou Guarda, dependendo da escolha Assim:

do testador. O mesmo ocorre para o cabo Azul. Assim, com

• O transformador deve estar desenergizado e completamente

a mesma conexão é realizada a medida:

isolado do sistema de potência;

• O aterramento adequado do tanque do transformador deve

• Para realizar o teste de BT para carcaça, conecte o cabo de

ser checado;

medida (vermelho) no enrolamento de alta tensão, e o cabo

• Os terminais das buchas de alta tensão devem ser isolados

de saída de alta tensão do equipamento de teste (fonte) no

GST-A: medida de AT para carcaça, guardando BT (Ca).


Apoio

55


Manutenção de transformadores

Apoio

56

Tabela 1 – Condições do isolamento pela IEEE Std. 62-1995

enrolamento de baixa tensão. O cabo Guard (azul) continua na carcaça do transformador. É realizada a medida:

Condições do isolamento

Transformador Bom

Aceitável

Deve ser investigado

Novo

DF < 0.5%

-

-

Antigo sob serviço

DF < 0.5%

0.5% < DF < 1%

DF > 1%

GST-A: medida de BT para carcaça, guardando AT (Cb).

Todos os valores medidos a 20 °C

Neste caso é importante que o testador use o histórico do

equipamento para realizar uma análise adequada.

Com o desenvolvimento de novas técnicas e novos equipamentos

de teste, a avaliação do isolamento pode ser feita com a variação de frequência da tensão de teste. Assim capacita o testador a realizar testes sem problemas de interferência eletromagnética e com maior capacidade de avaliação. Com a variação de frequência, o resultado mostra uma tendência que pode ser usada para avaliação, Figura 5 – Esquema de conexão para medidas AT-BT e AT-carcaça.

pois à medida que elevamos a frequência, as perdas aumentam, ou seja, os valores de FP ou FD tendem a aumentar. As Figuras 7 e 8 mostram o comportamento do FP com variação de frequência para um transformador novo de 69 kV.

Figura 6 – Esquema de conexão para medidas BT-carcaça.

• “Curte-circuite” todos os TCs de bucha, se houver;

Figura 7 – Transformador novo de 69 kV.

• Não faça nenhum teste com alta tensão em transformadores sob vácuo; • A tensão de teste pode ser alterada respeitando-se a tensão do enrolamento sob teste; • Todos os testes devem ser feitos com a temperatura do óleo próxima a 20 °C. Correções de temperatura podem ser calculadas usando as curvas de correção, mas elas dependem em grande parte do material isolante, do conteúdo de água e de vários outros parâmetros; • É importante obedecer às determinações registradas nos manuais dos equipamentos de testes.

Figura 8 – Fator de potência para transformador novo de 69 kV.

Avaliação do ensaio de fator de potência

Para os testes realizados apenas na frequência da linha

comparação das medidas de fator de potência entre as buchas

(60 Hz), o range dos valores de fator de potência para novos

das três fases de um banco de reatores ASEA/BROWN BOVERI,

e antigos transformadores são publicados pelas normas e por

tipo RM46, 2002, com potência: 40,33 MVAr, tensão HV: 500

outras literaturas. Pela IEEE Std. 62-1995, são determinados

kV, corrente HV: 127 A. A Figura 9 mostra um dos reatores e a

os seguintes valores:

Figura 10 mostra os valores de FP para as três fases do banco.

A seguir temos um exemplo de resultado onde é realizada a


Apoio

57

Nota-se que o fator de potência tende a aumentar com o aumento da frequência, comprovando o descrito anteriormente. Entretanto, registraram-se picos negativos e positivos exatamente sobre a frequência de 60 Hz. Isso ocorreu devido à forte interferência eletromagnética na medida, pois os reatores avaliados estão instalados ao lado do bay de 500 kV energizado. Vale ressaltar que, se as medidas fossem feitas apenas com 60 Hz, os resultados anotados certamente estariam errados, pois não levariam em consideração as condições reais Figura 9 – Reator ASEA/BROWN BOVERI, tipo RM46 (154 kV-20 kV).

do isolamento sob teste.

Diagnóstico de umidade no isolamento

Para a avaliação do conteúdo de umidade no isolamento

líquido e sólido, o emprego do método Karl Fischer, além de amplamente utilizado, serve como dado de referência para outros métodos, tais como os métodos de resposta dielétrica. Entretanto, este método sempre é afetado por diversas influências, como o ingresso de umidade do ambiente durante a coleta, transporte e preparação da amostra. Isso compromete Figura 10 – Medidas de fator de potência nas fases A, B e V.

os resultados e dificulta a comparação com valores referenciais.


Manutenção de transformadores

Apoio

58

Buscando uma solução para determinação da umidade,

A análise das propriedades dielétricas é dada com a

métodos de diagnóstico de dielétricos foram desenvolvidos para

combinação da polarização interfacial no isolamento óleo

deduzir a umidade no papel e realiza a análise das características

e papel no transformador de potência, combinando suas

do isolante. Os trabalhos da Força Tarefa D1.01.09 do Cigré

características. A resposta dielétrica de isolamento pode ser

mostram a validade desses métodos. Estes trazem a promessa

registrada no domínio do tempo ou no domínio frequência.

de dar maior precisão ao diagnóstico e determinação da

Uma vez no domínio do tempo tem-se o registro da medida

umidade no isolamento. Métodos de diagnósticos do dielétrico

de carga e descarga das correntes pelo isolamento. Este

deduzem o teor de umidade no isolamento sólido empregando

procedimento é conhecido como Corrente de Polarização

os mecanismos de estabelecimento de correntes polarização e

e Despolarização (Polarization and Depolarization Currents

despolarização, bem como fator de dissipação com variação de

– PDC). As medidas no domínio da frequência são obtidas

frequência. A seguir é descrito o método que combina medidas

pelas medições de tangente delta, com uma faixa de

no domínio do tempo e medidas no domínio da frequência. Isso

frequência maior, especialmente em baixas frequências. Este

possibilita diagnósticos seguros até mesmo para isolamentos

procedimento é chamado de Espectroscopia no Domínio

muito antigos.

da Frequência (Frequency Domain Spectroscopy – FDS). A combinação dessas duas técnicas reduz drasticamente a

Medidas das propriedades dielétricas

duração do teste comparado com as técnicas existentes.

Sobre as propriedades do dielétrico, o isolamento de um

Análise das medidas no isolamento e determinação da umidade

transformador é composto de espaçamentos preenchidos com óleo isolante. Sendo aplicada tensão de teste no enrolamento de alta tensão, a corrente flui na isolação principal e é medida

A

umidade

influencia

fortemente

grandezas

como

no instrumento de teste. Essa corrente é medida na ordem de

correntes de polarização e despolarização, capacitância e

[nA] e [pA]. As propriedades medidas são a condutividade da

fator de dissipação. O fator de dissipação com variação de

celulose e do óleo, além do efeito de polarização interfacial.

frequência mostra uma forma de curva típica em formato de

A polarização interfacial ocorre se dois materiais com

“S”. Com o aumento do teor de umidade, da temperatura ou

diferente condutividade e permissividade (óleo e papel) estão

com o envelhecimento, a curva aumenta para frequências

dentro de um dielétrico. Assim, os íons em óleo viajam para

mais elevadas.

o elétrodo oposto e forma uma nuvem de carga que pode ser medida externamente como um efeito de polarização. A polarização e a condutividade são afetadas pela geometria do isolamento e sua composição. A medida do isolamento de um transformador consiste na medida da superposição de vários efeitos, tais como as propriedades do papel sozinho e do óleo isolante, mostradas na Figura 11.

Figura 12 – Interpretação para os dados de domínio da frequência com a discriminação entre as influências de vários fenômenos físicos.

A seguir estão os resultados do teste em transformador

WEG 230-69-13,8 KV, fabricado em 1981 e reformado em 2010. A Tabela 2 mostra os resultados na frequência de 60 Figura 11 – Fator de dissipação do papel e do óleo e a sobreposição dos efeitos na reposta global (óleo + papel).

Hz extraídos do teste de PDC+FDS mostrado na Figura 13. A Figura 14 mostra a unidade testada.


Apoio

59

Tabela 2 – Resultado de teste em transformador de 230 KV (60 Hz) Teste realizado

Fator de dissipação

Capacitância

Umidade

AT – BT (CHL)

0,210%

2,4681 nF

1,2%

BT– massa (CLT)

0,226%

4,6884 nF

1,3%

Figura 14 – Transformador 230-69-13.8 KV sob teste.

• GT A2.05 – Guia de manutenção para transformadores de potência. Cigre Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013.

Figura 13 – Resultados do teste em transformador 230-69-13.8 KV sob teste.

Referências • ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO M. E. C. Manutenção de transformadores de potência. Curso de Especialização em Manutenção de Sistemas Elétricos – Unifei, 2012. • MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido isolante. São Paulo: Edgard Blucher, 1984.

* Marcelo Eduardo de Carvalho eletricista e especialista em elétricos pela Escola Federal (EFEI). Atualmente, é gerente |mecpaulino@yahoo.com.br.

Paulino é engenheiro manutenção de sistemas de Engenharia de Itajubá técnico da Adimarco

Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Aterramento do neutro

Apoio

60

Capítulo II Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão Paulo Fernandes Costa*

O

aspectos

• Em sistemas de média tensão, uma vez definida

conceituais mais importantes que dizem respeito

capítulo

anterior

tratou

dos

a aplicação de resistores de baixo valor ôhmico e,

à escolha do tipo de resistor para a aplicação em

consequentemente, desligado o sistema durante

questão. Foi mostrado que em sistemas elétricos

uma falta à terra, a corrente escolhida para limitação,

industriais de baixa tensão aplica-se resistor de

além de atender ao critério de ser igual ou superior

alto valor ôhmico, que não exige o desligamento

à corrente capacitiva, deve atender ainda a outro

imediato do sistema na ocorrência de uma falta à

critério: o de fornecer corrente suficiente para

terra, enquanto na maioria dos sistemas de média

operação segura da proteção de falta à terra.

tensão deve ser aplicado resistor de baixo valor

• Até a entrada em operação dos relés digitais

ôhmico, que, ao contrário, exige o desligamento

modernos, uma década atrás, utilizavam-se relés

imediato do sistema na ocorrência da falta à terra.

de

Neste segundo artigo, serão discutidos os critérios de

de falta à terra. Estes relés possuíam alto

especificação dos resistores para sistemas elétricos

consumo, notadamente quando ajustados em

industriais de média tensão, isto é, os resistores de

baixas correntes, não sendo possível utilizar

baixo valor ôhmico.

transformadores de corrente toroidais de baixa

proteção

eletromecânicos

para

proteção

relação de transformação para sua alimentação. A

Avanços na aplicação de resistores de baixo valor ôhmico

solução era aumentar a corrente de falta à terra, o

TCs toroidais e, por conseguinte, sua potência.

Por muitas décadas os resistores de baixo

que possibilitava também aumentar a relação dos

valor ôhmico têm sido aplicados em sistemas de

• Até esta época, os valores de limitação eram

média tensão e algumas modificações importantes

bastante elevados, sendo padrão os valores de 400

na sua aplicação ocorreram bem recentemente,

A, 600 A, 800 A, 1.000 A e maiores.

um pouco mais de uma década. As modificações

• Atualmente, a situação se modificou, os relés

mais importantes referentes à aplicação podem ser

digitais possuem baixíssimo consumo, permitindo

descritas da seguinte forma:

utilizar TCs toroidais de baixa relação, com baixa


Apoio

61

potência. Com esta solução pode-se utilizar atualmente níveis

por exemplo, dentro de um quadro de manobra, mesmo com

de limitação reduzidos, desde que atendam aos quesitos de

o desligamento rápido, podem ocorrer paralizações necessárias

dimensionamento estipulados anteriormente. Os valores mais

para limpeza dos isoladores e alguns reparos.

utilizados na atualidade são: 25 A, geralmente aplicado em

• Outro aspecto importante da aplicação dos resistores de baixo

sistemas de mineração e, para sistemas industriais, os valores

valor ôhmico na atualidade diz respeito ao reconhecimento da

de 50 A, 100 A, 150 A, 200 A e 300 A.

absoluta necessidade de supervisionar continuamente a integridade

• Ao substituir um resistor de 400 A por outro de 50 A, com

do circuito neutro-resistor-terra, uma vez que, se este circuito for

atendimento aos critérios de dimensionamento, a corrente de falta

interrompido e ocorrer uma falta à terra, muitos equipamentos

à terra é reduzida oito vezes e os efeitos térmicos e dinâmicos, que

podem ser danificados por sobretensões transitórias. Existem vários

variam com o quadrado da corrente, são reduzidos em 64 vezes.

casos reais e recentes destas ocorrências, envolvendo queima de

• Com a utilização de recursos modernos, como o emprego de

transformadores e motores em sistemas de média tensão.

relés digitais que permitem utilizar a seletividade lógica, e ainda com a aplicação de relés de sobrecorrente associados a relés

e sistemas de detecção de arco, recursos estes que permitem

neutro-resistor-terra. A ênfase em supervisionar continuamente

reduzir significativamente o tempo de desligamento do sistema

o circuito deve ser explicada, uma vez que existem circuitos

durante faltas à terra, é possível evitar a evolução da falta à terra

utilizando relés de sobrecorrente e sobretensão associados a

para faltas entre fases em sistemas com resistor de baixo valor

TCs e TPs, que realizam a supervisão somente no momento da

ôhmico. Como a rapidez da evolução depende do valor da

ocorrência da falta à terra, o que não é aceitável. De fato, se

corrente de arco, limitar o curto em valores mais baixos auxilia

houver uma ruptura do circuito neutro-resistor-terra antes da

significativamente no processo de evitar a referida evolução. Se

ocorrência da falta à terra, situação esta que não é detectada

o valor da corrente de limitação for elevado e a evolução ocorrer,

pelo sistema de proteção/supervisão descrito, o sistema elétrico

A Figura 1 ilustra as possibilidades de ruptura do circuito


Aterramento do neutro

Apoio

62

poderá ser submetido a sobretensões transitórias no momento

orientações do artigo anterior.

da falta à terra, antes do desligamento pelas proteções.

• Acrescentar ao valor estimado cerca de 20% a 30% para atender a eventual crescimento futuro do sistema. • Utilizar o valor padronizado mais próximo do valor estimado (valores como 25 A, 50 A, 100 A, 150 A, 200 A, 300 A, 400 A). Observar que, ao optar pela padronização, o valor padronizado pode atender ao percentual de crescimento desejado para o sistema, não sendo necessário acrescentar os percentuais sugeridos no item anterior. • Evitar especificar derivações nos resistores, o que os encarece desnecessariamente. É preferível substituir o resistor no futuro, se houver acréscimo muito grande da corrente capacitiva do

Figura 1 – Algumas possibilidades de interrupção do circuito neutroresistor-terra.

sistema, o que raramente acontece.

• Definir o tipo de resistor, o material de sua fabricação e a

A supervisão contínua deve ser executada utilizando

sua temperatura de trabalho de acordo com o tempo ou

circuito digital apropriado que faça a circulação permanente

regime de carga a que será submetido. A IEEE Std 32, que é

de uma corrente por meio do circuito neutro-resistor-terra e

praticamente a única norma estruturada que contém capítulo

não somente pelo resistor. O circuito de supervisão pode ser

que rege o fornecimento de resistores para aterramento do

adaptado em resistores existentes como forma de “retrofit”. A

neutro, estabelece as informações contidas na Tabela 1. Deve

Figura 2 traz ilustrações de resistores danificados.

ser observado que o material para confecção de resistores, cujo

As causas da ruptura do circuito neutro-resistor-terra são

regime de operação não é contínuo, é definido na norma como

diversas, como sobretensões transitórias (descargas atmosféricas,

sendo o aço inox. Para resistores de uso contínuo, a referida

chaveamentos), sobrecargas além do tempo suportável, vibrações

norma não estabelece o tipo de material que deve ser aplicado.

no transporte e na operação normal, vida útil vencida, corrosão,

Para resistores de alto valor ôhmico, pode-se, em tese, aplicar a

defeitos de fabricação, defeitos de montagem e outros.

classificação de tempo estendido (extendend-time rating), que significa que o resistor pode ser submetido a tempo de carga

Especificação dos resistores de baixo valor ôhmico

superior a 10 minutos, com a restrição de que o número de

Na especificação dos resistores de baixo valor ôhmico para

No entanto, devido a questões de segurança (temperatura do

aterramento do neutro de sistemas de média tensão, devem ser

invólucro, que pode ser tocado inadvertidamente com o resistor

observados no mínimo os seguintes aspectos:

em carga), é preferível utilizar regime contínuo que fornece

• Estimar o valor da corrente capacitiva do sistema em que

temperaturas bem menores para os elementos resistivos e,

será aplicado o resistor, por medição ou por cálculo, conforme

consequentemente, para os invólucros.

Figura 2 – Exemplos reais de resistores interrompidos.

vezes que isto acontece não seja superior a 90 dias no ano.


Apoio

63


Aterramento do neutro

Apoio

64

Tabela 1 – Informações sobre resistores para aterramento do neutro

nível de tensão de aplicação do resistor. Em geral, esta capacidade é

Regime de funcionamento

Temperatura final permitida nos elementos resistivos, considerando temperatura ambiente inicial de 30 0C

Observação

Curto tempo 1 minuto

760 0C

Material: aço inox

Curto tempo 10 segundos

760 0C

Material: aço inox

de, no mínimo, 10% da capacidade de curta duração do resistor para resistores construídos com apenas uma camada de elementos, sendo 8% para construções com mais de uma camada.

Conclusão Este artigo abordou as principais modificações que devem

Regime estendido (extended time rating)

610 0C

Material: aço inox

ser introduzidas na especificação dos resistores de aterramento

Contínuo

385 0C

Material: não definido

do neutro em sistemas de média tensão, principalmente devido

• A chapa estrutural do invólucro metálico dos resistores não deve ser inferior a 12 USG (2,78 mm), enquanto a chapa de fechamento não deve ser inferior a 14 USG (1,98 mm). Observa-se que a fragilidade dos invólucros dos resistores constitui uma das principais causas de rompimento dos elementos resistivos, bem como de alguns outros danos sofridos por eles. • Para os resistores de média tensão de baixo valor ôhmico, deve ser solicitado o teste de tensão aplicada, bem como devem ser mantidas as distâncias entre qualquer parte energizada do resistor e o invólucro metálico de acordo com o estabelecido na tabela 21 da norma ABNT NBR 14039, cujos valores são reproduzidos na Tabela 2. Observe que para resistores não se aplica o teste de impulso atmosférico (Tensão Suportável de Impulso, TSI). Os valores de TSI que os equipamentos de média tensão devem suportar estão também presentes na mesma tabela da norma em questão, mas se aplicam a outros equipamentos não resistores para aterramento do neutro, e por isso foram suprimidos da Tabela 2. Tabela 2 – Distâncias mínimas x tensão nominal da instalação Tensão nominal da instalação (kV)

Tensão de ensaio à frequência industrial (kV)

Distância mínima fase terra (mm)

3

10

60

4,16

19

60

6

20

90

13,8

34

160

23,1

50

160

34,5

70

270

• Deve ser informado na especificação o tipo de invólucro a ser fornecido, que deve ser apropriado para as condições do ambiente de instalação (grau IP). Observe que o grau de proteção IP 54 atende à exigência de impedimento de entrada de pós e de água (projeção), sendo adequado para uso ao tempo. Para ambientes abrigados sem presença de pós, é suficiente utilizar o grau IP 23. • Para resistores especificados para regime de curto tempo, deve ser solicitado que o fabricante forneça a capacidade de corrente em regime contínuo, para eventualmente acomodar correntes harmônicas presentes principalmente em aplicações nas quais existem acionamentos com velocidade variável (inversores de frequência) no

à introdução nestes sistemas de relés digitais, inversores de frequência, e também do aumento de conhecimento dos fenômenos transitórios que podem ocorrer durante uma falta à terra. A redução do valor de limitação e a constatação da obrigatoriedade da supervisão correta e permanente da integridade do circuito neutro-resistor-terra são dignos de destaque. Deve ser destacado também que os resistores devem ser inerentemente robustos, não sendo aceitável uma especificação que permita um fornecimento de conjuntos mecanicamente e eletricamente frágeis. O custo dos resistores quando comparado ao dos equipamentos principais do sistema elétrico é irrisório e sua falha pode resultar em falhas destes equipamentos principais, tendo como consequência a paralisação da produção e perdas associadas.

Referências • COSTA, P. F. “Redução dos riscos proporcionados pelos arcos elétricos”. Eletricidade Moderna, dez. 2009. • SELKIRK, D.; SAVOSTIANIK, M.; CRAWFORD, K. “Why neutral: grounding resistor need continuous monitoring”. IEEE Petroleum and Chemical industry Conference, 2008. • Catálogo Técnico: Resistor de aterramento em média tensão com supervisão de continuidade “on-line” modelo RAM-SC2. Disponível em: <www.seniorequipamentos.com.br>. • Catálogo Técnico: “Upgrade” para monitorar a continuidade do circuito neutro-terra em resistores de aterramento em média tensão existentes. Disponível em: <www.seniorequipamentos.com.br>. • SELKIRK, D.; SAVOSTIANIK, M.; CRAWFORD, K. “The dangers of grounding resistor failures”. IEEE Industry Application Magazine, Sep./Oct. 2010. • ANSI/IEEE Std 32-1972 (Reaffirmed 1990), Neutral Grounding Devices “IEEE Std Requirements, Terminology, and Test procedures for Neutral Grounding Devices”. *Paulo Fernandes Costa é Engenheiro Eletricista e Msc pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor aposentado dos cursos de engenharia elétrica da UFMG e CEFET-MG e diretor da Senior Engenharia e Serviços LTDA, Belo Horizonte-MG. É palestrante e autor de vários artigos na área de aterramento, proteção, segurança, qualidade de energia e sistemas elétricos industriais em geral. Atua como consultor, bem como na área de desenvolvimento tecnológico, com experiência de mais de 40 anos. E-mail: pcosta@seniorengenharia.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


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Reportagem

66

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Por Bruno Moreira

Em segundo plano Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país. Especialistas veem leilões regionais como saída para

Cortesia-UNICA-Foto-Niels-Andreas-Usina-Sao-Francisco

tornar a vida da energia gerada pelo bagaço de cana mais doce


67

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Com capacidade instalada de 9.500 MW, a biomassa

formato em que ocorrem. Para eles, os incentivos para essa

– proveniente, em sua maioria, do bagaço e da palha

fonte devem passar por uma reformulação dos certames

da cana-de-açúcar – representa 7,6% da matriz elétrica

promovidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

brasileira, perdendo apenas para o gás natural (11,3%) e

“Nesses leilões organizados pelo governo, enquanto a regra

para a fonte hidráulica (70,6%). A previsão, no entanto, é

for modicidade tarifária, a biomassa não irá conseguir

a de que, em mais alguns anos, a geração eólica ultrapasse

competir”, acredita a engenheira química e coordenadora

a biomassa, a qual, segundo especialistas, conta com

do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) do

poucos incentivos governamentais. Embora o potencial

Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade

brasileiro para esta fonte seja elevado, o preço da energia

de São Paulo (USP), Suani Teixeira Coelho. Como parece

gerada a partir da biomassa ainda é alto em comparação

difícil até cogitar que o governo mude o atual sistema,

com a hidrelétrica e a eólica, o que leva os agentes deste

a solução estaria, conforme os especialistas, em leilões

mercado a pleitearem fomentos específicos.

divididos por regiões.

Fontes do setor afirmam que os leilões – principal

O gerente de tecnologia e aplicações da Associação

meio de negociação da energia elétrica – promovidos

da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Leonardo

pelo Governo não são suficientes, ou pelo menos, não no

Caio, explica que o preço do MWh da energia produzida em eólicas não agrega o custo da transmissão da energia gerada e as perdas apresentadas neste processo. A maioria dos empreendimentos eólicos está na região Nordeste do país, mas os grandes centros consumidores de energia elétrica encontram-se nas regiões Sul e Sudeste. Dessa forma, este custo com a transmissão precisa ser contabilizado quando se fala em usinas eólicas. Por sua vez, os leilões regionais poderiam ser uma saída para este problema e uma forma de tornar a energia produzida pela biomassa mais competitiva. Afinal, a maior produção de cana-de-açúcar está na região Sudeste, que também é a região em que o consumo é o maior, o que evitaria maiores custos com a transmissão.

O físico, professor do Instituto de Energia e Ambiente

da USP, José Goldemberg, explica que o essencial é que a biomassa não compita no mesmo certame com fontes como a hidrelétrica ou eólica por exemplo. E o que o preço-teto do megawatt do leilão estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seja atrativo para as empresas do segmento sucroalcooleiro participarem. Segundo o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, ele deveria girar entre R$ 150 e R$ 200 por MWh.

Se o preço fosse mais convidativo, isso faria que muitas

usinas produtoras de açúcar e álcool investissem na renovação de seus equipamentos, afinal, muitos destes empreendimentos são de origem familiar e apresentam tecnologia antiga. Para Caio, se estas empresas fizessem um retrofit em suas usinas, “trocassem as turbinas e as caldeiras (de baixa pressão por caldeiras de alta pressão, mais eficientes), conseguiriam aproveitar mais o bagaço da cana e gerar de três a quatro vezes mais energia do que geram hoje”. Segundo Goldemberg, o potencial de geração de energia elétrica da biomassa com tecnologia eficiente se situa entre 10 mil megawatts e 15 mil megawatts, capacidade equivalente à Itaipu.


Reportagem

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Foto: reprodução

68

Antes dos incentivos governamentais, usinas focavam apenas na produção de açúcar e álcool, sendo o resíduo (bagaço e palha) considerado um empecilho.

Histórico

Tanto a biomassa como o vento são considerados fontes

lembrar que o aproveitamento dessa fonte energética já foi

renováveis de energia. A biomassa, por exemplo, pode ser

bem menor no Brasil. Na realidade, desde a implantação

definida como recurso renovável que provêm de matéria orgânica

das primeiras usinas sucroalcooleiras no país no início do

– de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a

século XX, os produtores de açúcar e álcool já utilizavam

produção de energia. Em seu site, o Ministério de Meio Ambiente

o bagaço da cana para a produção de calor e eletricidade

(MMA) define a biomassa também como uma forma indireta

visando o autoconsumo. Contudo, até o início da década

de aproveitamento da luz solar. Isso porque grande parte deste

de 2000, a participação da biomassa na matriz de oferta de

material vem de plantas, que, por sua vez, necessitam da radiação

energia elétrica era ínfima.

solar para serem transformadas em energia química, por meio da

fotossíntese, e assim crescerem e se reproduzirem.

incentivos governamentais, focavam apenas na produção

Diante deste cenário fica a pergunta: por que não

investir mais em biomassa no país? Antes da resposta, vale

O gerente da Cogen recorda que as usinas, antes dos

Dito isso, fica claro porque o Brasil poderia investir

de açúcar e álcool, sendo o resíduo (bagaço e palha)

ainda muito mais nesta fonte. Afinal, o que não falta aqui

considerado um empecilho. Assim, as caldeiras de baixa

são terras para cultivo e incidência solar. Conforme dados

pressão, e consequente baixa eficiência, utilizadas na

do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), de 2011, o Brasil

época eram de grande ajuda porque tinham de queimar

tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis

bastante bagaço para gerar energia.

e de alta produtividade, dos quais, segundo uma estimativa

A presença da biomassa na matriz de geração de

do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

energia elétrica começou a se transformar em 2004, com

(Mapa), 90 milhões ainda não foram explorados. Em relação

a reestruturação do setor elétrico nacional, que adotou

ao potencial solar do país, para se ter uma ideia, segundo

políticas de fomento à diversificação de energia elétrica,

informações do MMA, o Brasil recebe energia solar da

incentivando a maior participação da bioeletricidade no

ordem de 1013 MWh anuais, o que corresponde a cerca de

panorama energético do país. Entre as medidas adotadas

50 mil vezes o seu consumo de eletricidade por ano.

pelo governo, neste sentido, destacam-se os leilões de



Reportagem

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Ferdinando Ramos Fotografia

70

Biomassa é definida como recurso renovável que provêm de matéria orgânica – de origem vegetal ou animal – e tem como objetivo primordial a produção de energia.

energia e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas

como geradora de energia elétrica no país.

de Energia Elétrica (Proinfa).

Segundo dados da EPE, presentes no Plano Decenal de

como objetivo aumentar a participação da energia elétrica

Expansão (PDE) de Energia – 2022, da reestruturação do

produzida por empreendimentos concebidos com base em

setor até abril do ano passado, haviam sido realizados 19

fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas

leilões de energia, ocorrendo venda de energia de usinas

(PCH) no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN). A

sucroalcooleiras em 12 deles. Dentre estes certames,

ideia inicial era negociar 1.100 MW produzidos por cada

destaque para o 1º Leilão de Energia Reserva realizado

fonte. Com uma cláusula de que, caso a energia ofertada por

pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em

determinada fonte não fosse totalmente contratada, este

2008, no qual foram contratados 2.379 MW de usinas

excedente poderia ser repassado à outra. E foi exatamente

térmicas movidas à biomassa (bagaço da cana e capim

isso que ocorreu. A biomassa foi subcontratada (685 MW)

elefante). Uma boa explicação para o sucesso da biomassa

e a diferença foi dividida entre as PCHs e a energia eólica,

neste certame é que só foi ofertada energia gerada por este

que venderam 1.191 MW e 1.423 MW, respectivamente.

tipo de fonte. Já por meio do Proinfa foram contratados

um pouco mais de 685 MW de energia gerada a partir de

participou das chamadas públicas do Proinfa com uma

27 usinas a base de biomassa.

tarifa duas vezes menor do que a proposta para a energia

P roinfa :

Instituído em 2004, pelo Decreto nº 5025, o Proinfa teve

Isso ocorreu, de acordo com Suani, porque a biomassa

eólica. A tarifa estabelecida pelo Ministério de Minas

remédio amargo

e Energia (MME) foi de aproximadamente R$ 100 por megawatt/hora (MWh), enquanto a energia eólica foi

Se o Proinfa foi um dos agentes catalisadores da

ofertada por mais de R$ 200 por MWh. Diante desses

participação da biomassa na matriz elétrica brasileira,

números, muitas empresas não se interessam em comprar

ironicamente, foi ele também, de acordo com a engenheira

a energia a ser futuramente gerada por meio de usinas de

Suani, o responsável pelo início da estagnação desta fonte

biomassa e os empreendimentos ficaram subcontratados.


O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Resíduos

sólidos urbanos

Não só do bagaço e da palha da cana-de-açúcar vive a biomassa no país. Nas cidades, a biomassa produzida por

meio de resíduos sólidos pode se tornar uma alternativa interessante para a geração de energia elétrica.

A coordenadora do Cenbio, que desenvolve estudos na área, acredita que exista cada vez mais interesse em produzir

energia dessa forma. Uma prova disso, segundo ela, seria a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 pela Lei nº 12.305, cujo objetivo é enfrentar os principais problemas ambientais, sociais e econômicos do país decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos por meio de mecanismos como o processamento tecnológico destes resíduos.

Nesta brecha que se abriu com o PRNS, a geração de energia elétrica por meio de resíduos sólidos urbanos poderia

avançar muito no país. O problema, de acordo com Suani, é conseguir viabilizar economicamente projetos nessa área. “São tecnologias importadas e caras”, afirma a cientista, citando a incineração como um dos principais processamentos de lixo utilizados atualmente para produzir energia elétrica.

De acordo com Suani, em cidades grandes como São Paulo, onde são produzidas milhares de toneladas de resíduos

por dia, a melhor maneira de processar o lixo é pela incineração. A energia gerada por este processo acaba custando cerca de R$ 300 por MWh, ou seja, um preço caro demais comparado à tarifa de outras fontes, o que inviabiliza a participação da biomassa de resíduos sólidos em leilões do governo.

A situação piora ainda mais quando se fala de cidades menores. Nestes locais, são produzidos resíduos em pouca

quantidade para serem transformados em energia por meio de incineradores. Segundo a coordenadora do Cenbio, estes equipamentos têm capacidade para gerar 10 MW por dia e uma cidade, com 10 mil habitantes, por exemplo, consegue produzir cerca de 10 toneladas diárias, o suficiente para produzir 200 kW. Ou seja, o incinerador seria subutilizado.

Para esta quantidade de energia, a tecnologia mais adequada seria a gaseificação, processo no qual a biomassa

é aquecida a uma temperatura de 400 ºC a 900 ºC, utilizando oxigênio em quantidades inferiores à estequiometria (mínimo teórico para que haja combustão). O resultado deste processo é um gás de síntese, formado por monóxido de carbono, hidrogênio, metano, dióxido de carbono e nitrogênio, que pode ser utilizado em motores de combustão interno e turbinas a gás para geração de energia elétrica. Contudo, de acordo com a coordenadora do Cenbio, este processo ainda é muito incipiente no país. “Ainda não vi nenhum funcionando”, diz a pesquisadora.

A única saída visando incrementar a participação da biomassa de resíduos sólidos urbanos no Brasil seria por meio

de incentivos governamentais. E o melhor chamariz para que houvesse estes incentivos, conforme Suani, é a questão do saneamento básico. Para a coordenadora do Cenbio, quando se fala, por exemplo, em incinerar este tipo de biomassa, deve se levar em conta primeiro a questão de se estar resolvendo o problema do resíduo sólido urbano. “A energia seria secundária nesse caso”, diz. Contudo, de acordo com ela, a Aneel e outros agentes não enxergam desse jeito e afirmam que não é responsabilidade do Setor Elétrico subsidiar o saneamento básico. “Do ponto de vista global, pensando na política pública de um país, isso me parece estranho”, declara a pesquisadora. Em cidades grandes como São Paulo, onde são produzidos milhares de toneladas de resíduos por dia, a melhor maneira de processar o lixo é pela incineração.

71


Reportagem

72

Biomassa

dedicada

Quando se fala em geração de energia elétrica por intermédio da biomassa, o que se tem em mente é o bagaço da

cana-de-açúcar. Contudo, apesar do alto potencial para a produção de eletricidade por meio desta fonte, o principal negócio das empresas deste segmento é a produção de açúcar e etanol. Tanto que a biomassa foi utilizada inicialmente para alimentar as próprias caldeiras utilizadas nas usinas sucroalcooleiras e assim gerar vapor e consequentemente energia elétrica. Apenas posteriormente, esta energia começou a ser exportada para a rede.

Segundo Tatiana Gonsalves, engenheira agrônoma e diretora comercial da Nexsteppe Brasil, empresa que comercializa

sementes para serem empregadas na produção de biocombustíveis, bioeletricidade e bioenergia, esta demanda adicional (exportação ode energia para a rede) trouxe alguns problemas, não apenas para as usinas sucroalcooleiras como também para algumas indústrias de grãos, que se viram sem biomassa suficiente para utilizar em benefício próprio, em seus processos de cogeração. Neste sentido, o cultivo de biomassa dedicada, ou seja, produção de grãos com o objetivo principal de gerar energia, surge como uma solução.

A engenheira agrônoma explica que muitas usinas sucroalcooleiras estão empregando na atualidade suas áreas de

renovação, no período de entressafra, a fim de cultivarem grãos como soja e amendoim, cuja biomassa será destinada exclusivamente para a geração de energia elétrica. De acordo com Tatiana, neste sentido, algumas empresas da área até terceirizam o cultivo em suas terras para a compra posterior da biomassa, “mas outras já estão investindo em suas próprias equipes, capacitando-as para outros cultivos, além da cana-de-açúcar”, diz a engenheira agrônoma.

Abordando especificamente o sorgo Palo Alto, semente híbrida produzida pela Nexsteppe, com foco na geração de

energia, Tatiana afirma que o produto é adequado para ser trabalhado em conjunto com as plantações de cana. Isso porque o cereal tem um ciclo rápido, de 120 a 140 dias, e pode ser plantado no período de entressafra da cana, que vai de novembro a março, ocupando suas áreas de renovação.

Se for levado em conta as características do cereal e de seu cultivo, o sorgo também poderia surgir como concorrente

da cana-de-açúcar no que diz respeito à produção de biomassa. Afinal, além do seu ciclo ser mais rápido (o da cana dura cerca de 12 meses), de acordo com a diretora da Nexsteppe, o custo de produção de uma tonelada de biomassa de sorgo (R$ 25) é menor que o custo de biomassa de cana-de-açúcar (R$ 30 por tonelada). Sem falar que, ao contrário da biomassa da cana, que é residual, a biomassa do sorgo é dedicada, ou seja, o cereal é plantado e colhido com o objetivo de gerar energia, o que facilitaria o planejamento e, consequentemente, a segurança no abastecimento de biomassa para a geração de energia elétrica.

Suani lembra que na época foi chamada pelo governo

favoravelmente para a energia eólica mesmo em 2009.

para em conjunto com outros especialistas calcular

A coordenadora do Cenbio explica que uma série

uma tarifa condizente com a realidade da biomassa no

de fatores fez que isso acontecesse. Além de incentivos

país. Contudo, segundo Suani, a tarifa apresentada foi

governamentais, para fugir da crise econômica na Europa,

considerada alta pelo MME que optou por um valor mais

os fabricantes de turbinas eólicas – estrangeiros, em sua

baixo. O resultado, como dito, foi a subcontratação "Foi um

imensa maioria – começaram a investir no Brasil, com

programa que começou com tudo para dar certo. Mas não

preços muito mais baratos, o que acarretou no abaixamento

adianta ir contra o mercado", afirma a engenheira química.

da tarifa da energia eólica. Se se levar em conta que os

Mesmo com a preferência do governo para a eólica

leilões de energia no país prezam pela modicidade tarifária,

dentro do Proinfa, a biomassa conseguiu aumentar

ou seja, vence o leilão quem oferecer o menor ágio pela

bastante sua presença como gerador de energia elétrica,

energia oferecida, e que atualmente a tarifa da energia

comenta Leonardo Caio, da Cogen. Não à toa, hoje ainda

eólica gira em torno de R$ 125 por MWh e a biomassa

é a terceira fonte com mais participação na matriz. De

custa mais do que isso em média, percebe-se que não há

acordo com ele, com as medidas de incentivo, como os

possibilidade de competição entre estas duas fontes, no

leilões, algumas usinas sucroalcooleiras conseguiram

momento. Para se ter uma ideia de como a energia eólica

ter até 30% de seu lucro atrelado à produção de energia

se tornou popular, no Leilão A-3 da EPE realizado em

elétrica. Conforme Caio, a situação começou a se reverter

junho deste ano, participaram 268 empreendimentos do


73 certamente, sendo 248 usinas eólicas.

mais eficientes para obterem os incentivos. No entanto,

O professor Goldemberg considera distorcida a visão do

não é do interesse destes empreendimentos realizar tal

governo federal em priorizar, não apenas a fonte eólica, mas

troca, em razão da baixa tarifa da energia gerada a partir

também as fontes convencionais como a hídrica, carvão e

da biomassa.

gás, em detrimento da biomassa. Para ele, a participação

da biomassa na matriz energética brasileira é muito

venha obtendo tanto sucesso quanto a energia eólica

promissora e a EPE tem sistematicamente subestimado

pode estar, segundo a EPE, no fato de que a entrega de

a contribuição desta fonte de energia renovável. Neste

energia advinda desta fonte não tem atendido o montante

sentido, "os 4 mil MW previstos pela EPE para 2020 são

contratado em grande parte dos acordos firmados no

um limite inferior e ela poderia facilmente contribuir com

ambiente regulado (AR). Em análise feita pela Empresa

muito mais", afirma Goldemberg.

de Pesquisa Energética, considerando a produção de 60

No entanto, o governo federal, por meio da EPE,

usinas de biomassa entre 2008 e 2011, verificou-se que

continua afirmando que vem investindo na biomassa.

somente uma usina apresentou geração igual ou superior

Exemplo disso seriam as políticas de financiamento do

a sua garantia física firmada em contrato.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Esta geração, aquém do nível de contratação nos

(BNDES), visando estimular a eficientização do setor por

leilões, segundo a EPE, ainda que tenha como justificativa

linhas crédito específicas para troca de caldeiras. Usinas

quebras de safra da cana-de-açúcar, efeitos da crise

antigas podem obter até 90% dos itens financiáveis caso

econômica internacional de 2008, problemas climáticos,

possuam caldeira de operação igual ou superior a 60 bar.

dentre outros, afeta a credibilidade da oferta da energia

Lembrando que caldeiras mais eficientes trabalham com

associada a usinas de biomassa. Afinal, de acordo com

este valor de pressão. Ou seja, usinas antigas com caldeiras

a EPE, a segurança é um dos pilares do novo modelo de

de baixa pressão não se adequam a esta política de

setor elétrico, e a biomassa não seria uma fonte segura

financiamento, necessitando trocá-las por equipamentos

para a produção de energia.

Uma das razões, contudo, para que a biomassa não




Atmosferas explosivas

76

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Certificação das competências pessoais A importância da certificação para garantir a segurança durante o ciclo de vida das instalações “Ex” Por Roberval Bulgarelli*

Os trabalhos associados com instalações

serviços para estas áreas “Ex” estão embasadas

de segurança nas instalações elétricas em

elétricas em atmosferas explosivas representam

em normas técnicas da série ABNT NBR IEC

atmosferas explosivas, é necessário que sejam

um grupo específico e particular das atividades

60079 – Atmosferas explosivas, publicadas

adequadamente realizadas atividades das quais

relacionadas com os serviços prestados para as

pela ABNT, totalmente harmonizadas com as

dependem os treinamentos, as experiências,

instalações elétricas na indústria de um modo

respectivas normas técnicas internacionais.

as habilidades e as qualificações das pessoas

geral, em áreas não classificadas.

envolvidas na realização de tais trabalhos.

de projeto, montagem, inspeção, manutenção

Para a obtenção dos níveis necessários

As particularidades dos requisitos de

No entanto, de uma forma geral, as empresas


77

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

e reparos, nas diferentes regiões do Brasil,

apresentam deficiências de qualificação de

mento

pessoal, não possuindo as devidas experiências,

sobre a compulsoriedade de certificação de

certificação de equipamentos elétricos “Ex”.

conhecimentos e habilidades que o tornem

equipamentos elétricos para instalação em áreas

competente

para

desempenhar,

com

a

O Brasil possui desde 1991 um regula­ nacional, publicado

pelo

Inmetro,

pela Comissão Técnica “Ex” do Inmetro, de um regulamento que tornou compulsória a Com base naqueles esforços, a esperança

classificadas contendo atmosferas explosivas.

que havia, no início da década de 1990, era a

performance necessária, as atividades solicitadas.

Naquela época, os esforços que foram

de que os níveis de segurança requeridos nas

É comum a verificação de serviços de

realizados tinham como premissa que a

instalações elétricas em atmosferas explosivas

classificação de áreas, projetos, montagem e

comercialização somente de equipamentos

seriam alcançados, em decorrência da existência

inspeções, envolvendo instalações elétricas em

elétricos, que tivessem passado por um rigoroso

de produtos certificados “Ex” no mercado.

atmosferas explosivas, que não atendem aos

processo de certificação de terceira parte, traria

requisitos normativos indicados nas respectivas

a necessária elevação dos níveis de segurança

anos sob a obrigatoriedade de certificação de

partes das normas da série ABNT NBR IEC

das instalações e das pessoas envolvidas com

equipamentos “Ex”, pode ser verificado que, na

60079.

atmosferas explosivas. Naquela ocasião havia uma

prática, os níveis de segurança das instalações

Pode ser verificado, com base na qualidade

No entanto, transcorridos mais de 20

grande demanda no mercado por equipamentos

e das pessoas ainda não se encontram nos

dos serviços que são realizados, que a mão de

elétricos

patamares

obra de profissionais envolvendo projetistas,

decorrência do grande número de plataformas

verificados a ocorrência de graves acidentes,

montadores, instaladores e inspetores é carente

que foram instaladas na Bacia de Campos.

incluindo explosões e acidentes fatais.

com relação ao acesso a cursos de formação

e qualificação e a treinamentos de reciclagem

da ocorrência de diversas explosões e da

equipamentos “Ex” já disponibiliza uma ampla

envolvendo as atividades relacionadas com

verificação da existência no mercado de uma

e completa gama de equipamentos, produtos,

as instalações elétricas, de instrumentação,

grande quantidade de equipamentos “Ex” sem

materiais e sistemas “Ex”, tantos elétricos

automação e de telecomunicações em áreas

certificados ou com certificados falsificados,

como mecânicos, com uma certificação de

classificadas.

foram realizados esforços para a elaboração,

terceira parte, emitida por um Organismo de

para

atmosferas

explosivas, em

No final da década de 1980, em função

necessários, continuando

sendo

O mercado nacional e internacional de


Atmosferas explosivas

78

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Certificação de Produtos acreditado, seja pelo

dos equipamentos “Ex”, mas incluindo também

Inmetro, no âmbito nacional, seja pelo IECEx –

a certificação das pessoas e das empresas que

sistema da IEC para certificação abrangendo o

realizam serviços em áreas classificadas.

todo o ciclo de vida “Ex”.

As deficiências e as não conformidades

Dessa forma, pode ser verificado que o

que são introduzidas durante a realização das

sistema de certificação de equipamentos “Ex”

atividades de instalação, manutenção ou reparos,

se encontra esgotado e saturado, em termos de

fazem com que os equipamentos “Ex” percam

atender aos seus objetivos de elevação dos atuais

as suas características originais de proteção

níveis de segurança e das pessoas que trabalham

contra a ignição de atmosferas explosivas

em instalações contendo atmosferas explosivas.

que podem estar presentes em seus locais de

Pode ser verificado que, tendo como base

instalação. Estas deficiências são, na maioria das

a grande quantidade de não conformidades

vezes, decorrentes de falta de treinamentos,

de projeto, montagem, inspeção, manutenção

conhecimentos,

e reparo dos equipamentos e instalações

qualificações e competências das pessoas

elétricas “Ex” que podem ser verificadas em

responsáveis e dos executantes destes tipos de

diversas plantas industriais no Brasil, que a

serviços.

simples certificação de equipamentos elétricos

“Ex” não é suficiente para garantir a segurança

no “ciclo total de vida” das instalações

das instalações e pessoas envolvidas em áreas

“Ex” reconhece o fato de que somente a

classificadas.

“tradicional” certificação de equipamentos “Ex”

Sob o ponto de vista de segurança industrial

não é suficiente para garantir a segurança das

pode ser verificado que de pouco adianta que

instalações em atmosferas explosivas e nem das

os equipamentos elétricos “Ex” tenham sido

pessoas que nelas trabalham.

certificados de terceira parte, por Organismos

de Certificação de Produtos, acreditados, se os

instalações elétricas em atmosferas explosivas,

mesmos não são devidamente especificados,

os equipamentos elétricos “Ex” necessitam

instalados, inspecionados, mantidos ou reparados,

estar seguros durante todo o tempo em que

ao longo das décadas em que normalmente

permanecem instalados em áreas classificadas, ao

permanecem instalados em locais de elevado

longo de décadas, e não somente quando estes

risco

equipamentos saem das fábricas.

de

explosão, contendo

atmosferas

experiências,

habilidades,

A abordagem de certificação com base

Sob o ponto de vista do ciclo total de vida das

explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras

combustíveis.

de certificação também das competências

das pessoas que realizam atividades em áreas

Isto pode ser verificado em função das

Nesse sentido, existe a necessidade básica

projeto,

classificadas bem como das empresas de

montagem, inspeção, manutenção e reparos que

prestação de serviços, tais como empresas

são frequentemente verificadas nas instalações

projetistas, de montagem, de inspeção, de

em áreas classificadas de diversas indústrias das

manutenção e oficinas de reparos “Ex”.

áreas do petróleo, petroquímica, química, silos de

grãos, sucroalcooleira e de alimentos. Tais não

que ocorrem nas áreas de indústrias químicas,

conformidades podem invalidar as proteções

petroquímicas e de petróleo, geralmente não

proporcionadas

“Ex”

são decorrentes da falta de instalação de

certificados e colocar em risco as instalações

equipamentos “Ex” certificados, mas sim de

em atmosferas explosivas nas quais tais

falhas nas atividades de montagem, manutenção

equipamentos foram instalados.

e reparos nestes equipamentos, falhas estas que

invalidam a segurança que era proporcionada

diversas

não

conformidades

pelos

de

equipamentos

Para que estes níveis de segurança possam

Pode ser verificado que os graves acidentes

ser elevados há a necessidade de uma nova

pelos equipamentos certificados.

postura com relação a este problema, com a

adoção de um ponto de vista de certificação

classificação de áreas, projeto, instalação, inspeção,

que não fique limitado somente à certificação

manutenção e reparos “Ex” somente será

A melhoria de qualidade dessas atividades de


79

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

obtida mediante um processo de certificação

conformidade para a determinação dos níveis

oficinas de serviços de reparos “Ex”, em 2007

das competências pessoais dos profissionais

mínimos de conhecimentos, qualificação e

e de competências pessoais em atmosferas

envolvidos com estas atividades e das empresas

competências

envolvidos.

explosivas, em 2010, ficou evidente para toda a

que prestam serviços de projeto, montagem,

Podem ser verificados, na prática, elevados

comunidade técnica internacional a necessidade

inspeção e manutenção “Ex”.

índices de rotatividade no setor de prestação de

de uma visão mais ampla, abrangendo todas as

serviços para instalações industriais envolvendo

fases de operação de uma planta de processo,

longo dos últimos 20 anos e constatando-se o

atmosferas explosivas.

desde seu projeto até as atividades rotineiras

baixo nível de conformidade que se encontram as

de inspeção, manutenção e reparos dos

instalações “Ex”, pode ser verificado que o Brasil

solucionados, os profissionais envolvidos com

equipamentos e instalações “Ex”.

deveria ter iniciado um processo de certificação

atividades em áreas classificadas necessitam

das competências das pessoas e das empresas

ser capazes de trabalhar com competência nas

competências pessoais “Ex” elaborado pelo

que trabalham em áreas classificadas e não

funções para as quais são requeridos, tais como

IECEx, em um trabalho conjunto dos 30 países

Olhando para a história “Ex” no Brasil ao

dos

profissionais

Para que estes problemas possam ser

O sistema internacional de certificação de

somente dos equipamentos

que integram este sistema,

elétricos que são instalados

inclusive com a participação

nestas áreas de risco.

do Brasil, tem como base

Sob o ponto de vista

dez unidades de competência

do nível de segurança das

Ex, os quais abrangem todas

instalações “Ex” existentes

as

no Brasil, o que pode ser

relacionadas

constatado é que, caso isto

em áreas classificadas ou

tivesse sido feito, certamente

associadas com atmosferas

hoje

explosivas.

poderíamos

contar

atividades

que com

serviços

com uma força de trabalho

Estas

mais preparada para realizar

de

com mais competência e

estabelecidas no Documento

consciência, à luz das normas

Operacional IECEx OD 504,

técnicas

indicadas a seguir:

existentes,

as

dez

estão

unidades

competências

Ex

são

atividades das quais depende a segurança das instalações em

• Ex 001: Aplicação dos

atmosferas explosivas.

princípios básicos de proteção

Fazendo

uma

analogia

em atmosferas explosivas;

entre os requisitos de um

• Ex 002: Execução de

fabricante para a fabricação

classificação de áreas;

de um equipamento “Ex” e

• Ex 003: Instalação de

os requisitos para a execução,

equipamentos com tipos de

por parte de uma pessoa, de

proteção “Ex” e respectivos

um serviço relacionado a este equipamento,

projetistas, instaladores, inspetores, profissionais

sistemas de fiação;

pode ser verificado que, enquanto a fabricação de

de manutenção e de reparo de equipamentos

• Ex 004: Manutenção de equipamentos em

novos equipamentos “Ex” possui normalmente

“Ex”.

atmosferas explosivas;

um processo bem controlado e submetido a

• Ex 005: Reparo e revisão de equipamentos

sistemas de certificação e a regulamentos legais,

mais evidente, no Brasil e em todo o mundo. A

com tipos de proteção “Ex”;

os níveis requeridos de competência para as

simples certificação de equipamentos elétricos

• Ex 006: Ensaios de equipamentos e

atividades de estudos de classificação de áreas,

para atmosferas explosivas não é suficiente para

instalações elétricas associadas a atmosferas

seleção e especificação de equipamentos “Ex”,

garantir a segurança das instalações e das pessoas

explosivas;

projeto, montagem, inspeção e manutenção para

que trabalham em atmosferas explosivas.

• Ex 007: Execução de inspeções visuais e

atmosferas explosivas não são processos tão

apuradas de equipamentos e instalações

bem controlados.

IECEx, em 2002, com o sistema de certificação

associadas a atmosferas explosivas;

Além disso, a terceirização de serviços

de equipamentos “Ex” e, posteriormente, com

• Ex 008: Execução de inspeções detalhadas

também requer programas de avaliação de

o lançamento dos sistemas de certificação de

de equipamentos ou instalações elétricas

Fatos como estes têm se tornado cada vez

Com o início oficial das atividades do


Atmosferas explosivas

80

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

associadas a atmosferas explosivas;

áreas, projeto, montagem, inspeção, manutenção,

contendo poeiras combustíveis;

• Ex 009: Projeto de instalações elétricas

reparos, segurança, supervisão, gerenciamento,

• NBR IEC 60079-14: Projeto, montagem e

associadas a atmosferas explosivas;

operação e outros profissionais que executam

inspeção inicial de instalações “Ex”;

• Ex 010: Execução de inspeções de auditoria ou

trabalhos relacionados a atmosferas explosivas.

• NBR IEC 60079-17: Inspeção e manutenção

de avaliação das instalações elétricas ssociadas

de instalações “Ex”;

a atmosferas explosivas.

profissionais que atuam nas áreas de segurança,

• NBR IEC 60079-19: Reparo, revisão e

operação, processo, eletricidade, instrumentação,

recuperação de equipamentos “Ex”;

automação,

• NBR IEC 61892-7: Instalações elétricas em

Estas unidades de competências “Ex”

Tais

atividades

incluem, entre

telecomunicações,

outros,

mecânica,

detalham, para cada atividade em áreas

suprimento, fabricantes de equipamentos e

classificadas, os requisitos de conhecimentos,

sistemas, laboratórios de ensaios, organismos

experiências,

unidades marítimas – Áreas classificadas.

de certificação de produtos e organismos

requeridos para o processo de certificação,

de

organismos

do ciclo total de vida das instalações “Ex”, em

bem como determinam os aspectos críticos de

de acreditação, organismos reguladores e

2013, o IECEx ampliou o sistema de certificação

evidências para os quais os candidatos devem

provedores de treinamentos.

de empresas de prestação de serviços, iniciado

ser avaliados, por meio de exames teóricos e

As principais normas da série ABNT NBR

em 2007 com oficinas de serviços de reparo,

práticos.

IEC 60079 e ABNT NBR IEC 61892 aplicáveis

incluindo agora também as empresas projetistas,

para a certificação nestas dez unidades de

de montagem, de inspeção e de manutenção.

competências “Ex” são as seguintes:

qualificações

e

treinamentos

Podem ser citados como exemplos de

pessoas que trabalham em áreas classificadas e

certificação

de

pessoas,

Relacionado com a necessidade de visão

Estes sistemas de certificação de empresas

de prestação de serviços “Ex” estão intimamente

que necessitam evidenciar os seus conhecimentos, qualificações e experiências requeridas nestas dez

• NBR IEC 60079-10-1: Classificação de áreas

relacionados com o sistema de competências

unidades de competências “Ex”, os profissionais

contendo gases inflamáveis;

pessoais “Ex”, uma vez que os empregados

envolvidos nas atividades de classificação de

• NBR IEC 60079-10-2: Classificação de áreas

destas empresas devem demonstrar as devidas


81

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

competências pessoais, de acordo com as dez

• As pessoas envolvidas com a função de

unidades de competências “Ex” (Ex 001 a Ex

projetos “Ex” devem possuir certificação nas

010), de acordo com as atividades que executam

unidades de competência Ex 001 e Ex 009;

em áreas classificadas.

• As pessoas envolvidas com a função de

Devem ser destacadas e esclarecidas as

reparos “Ex” devem possuir certificação nas

diferenças e as interfaces que existem entre as

unidades de competência Ex 001 e Ex 005.

unidades de competências Ex 001 a Ex 010 e as funções de trabalho das pessoas que possuam

tais competências. As certificações de acordo

certificação “Ex” no Brasil, com foco no ciclo

Com relação à evolução dos sistemas de

com as unidades de competências Ex não

total de vida das instalações “Ex” adotado

definem a função de uma pessoa, mas somente

pelo IECEx e apoiado pelo ONU, a Associação

as atividades para as quais a pessoa demonstrou

Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Ensaios

ser competente.

(Abendi) lançou, no dia 31 de julho deste ano,

A definição do escopo das funções de

o sistema de certificação de competências

trabalho normalmente é feita pelo empregador

pessoais em atmosferas explosivas. O objetivo

(ou empresa contratante dos serviços), pelo

deste sistema é o de certificar as competências

proprietário ou operador da planta. Uma

pessoais de profissionais que executam atividades

definição geral do escopo das funções dos

relacionadas com atmosferas explosivas, de

profissionais que trabalham em áreas classificadas

acordo com os requisitos das normas da série

foi também considerada nos sistemas do IECEx

ABNT NBR IEC 60079.

de certificação de empresas de prestação

de serviços de projeto, montagem, inspeção

Abendi está alinhado e harmonizado com os

e manutenção, os quais também definem

Documentos Operacionais do IECEx - Sistema

os requisitos de competências pessoais dos

da IEC de certificação em relação às normas

empregados destas empresas.

sobre atmosferas explosivas. O sistema de

Podem ser citados como exemplos das

Certificação de Competências Pessoais “Ex”

interfaces entre as funções de trabalho e as

da Abendi é composto pelas 10 Unidades de

unidades de competências Ex 001 a Ex 010, os

Competências “Ex”, que representam as diversas

sistemas do IECEx de certificação de empresas de

atividades relacionadas com áreas classificadas.

prestação de serviços “Ex” de projeto, instalação,

A Abendi é também a representante do Brasil

montagem, inspeção, manutenção e reparo. Nos

no Subcomitê de Certificação de Competências

respectivos Documentos Operacionais do IECEx

Pessoais “Ex” do IECEx (ExPCC – Personnel

para estes sistemas de certificação de serviços

Certification Committee).

para atmosferas explosivas, são indicados os

seguintes requisitos de unidades de competência

e pioneira no Brasil em termos de certificação

“Ex” para cada uma das seguintes funções de

de competências pessoais em atmosferas

trabalho:

explosivas acordo com as normas equivalentes

Este sistema de certificação “Ex” da

Esta iniciativa da Abendi, considerada inédita

da série ABNT NBR IEC 60079, está alinhada • As pessoas envolvidas com a função de

com a abordagem do “ciclo total de vida” das

instalações “Ex” devem possuir certificação nas

instalações “Ex”, adotada internacionalmente

unidades de competência Ex 001, Ex 003, Ex

pelo IECEx e que conta com o apoio da

006 e Ex 008;

ONU para implantação e harmonização nos

• As pessoas envolvidas com a função de

regulamentos dos nacionais dos diversos países

inspeções “Ex” devem possuir certificação nas

membros.

unidades de competência Ex 001, Ex 004, Ex

007 e Ex 008;

deste sistema de certificação de competências

• As pessoas envolvidas com a função de

pessoais

manutenção “Ex” devem possuir certificação nas

disponíveis no site da associação: http://abendici.

unidades de competência Ex 001 e Ex 004;

org.br/atmosferaexplosiva/.

Mais informações sobre os procedimentos “Ex”

da

Abendi

encontram-se


Atmosferas explosivas

Conclusões

sobre

a

certificação

82 de

competências pessoais “Ex”

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

de competência “Ex”, as quais são necessárias para compor as atividades de cada função de trabalho.

• Em termos de segurança industrial, deve

• Com o lançamento pela Abendi de um sistema

ser ressaltada a importância da existência

de certificação de competências pessoais

de sistemas de certificação de competências

em atmosferas explosivas, de acordo com os

pessoais e de empresas prestadoras de serviços

requisitos do IECEx, o Brasil dá um grande

para atmosferas explosivas para garantir a

passo no sentido de elevação dos níveis de

segurança destas instalações durante todo o seu

segurança das instalações industriais envolvendo

ciclo de vida.

atmosferas explosivas, bem como das pessoas

• Pode ser verificado, na prática, que a maioria

que nelas trabalham.

das empresas que realizam serviços, como

• Com este novo sistema de certificação

classificação de áreas, projeto, montagem,

de competências pessoais “Ex”, podem

inspeção e manutenção em áreas classificadas,

ser esperados grandes ganhos para toda

não possui os devidos procedimentos, sistemas

a sociedade, em termos de educação,

de gestão da qualidade, equipamentos e pessoal

treinamentos, qualificação, segurança, saúde

devidamente competente para a execução

ocupacional e preservação do meio ambiente.

destas atividades. • Em função dessas deficiências, pode ser verificada nas plantas industriais, durante as inspeções das instalações “Ex”, uma grande quantidade de não conformidades oriundas de falhas de projeto, montagem, inspeção e manutenção. • Somente a existência de sistemas de certificação de competências pessoais e de prestadores de serviços tornaria possível a contratação de empresas que realmente tenham evidenciado o atendimento dos requisitos de certificação e das normas técnicas nacionais aplicáveis da série NBR IEC 60079, com base nos requisitos do IECEx. • A forma mais adequada e efetiva para as pessoas evidenciarem o atendimento dos requisitos normativos da série ABNT NBR IEC 60079 é por meio da certificação de terceira parte, emitida por um Organismo de Certificação de Pessoas, acreditado para a emissão de certificados no escopo envolvendo atmosferas explosivas. • Devem estar claras as interfaces existentes entre as dez unidades de competências “Ex” definidas no Documento Operacional IECEx OD 504 e as competências pessoais requeridas por uma determinada função de trabalho, tal como montador, inspetor ou reparador. De acordo com definições do empregador ou de outra autoridade competente, as funções de trabalho são formadas por diferentes unidades

Referências bibliográficas 1.ABNT NBR IEC 60079-10-1:Atmosferas explosivas – Parte 10-1: Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gás; 2.ABNT NBR IEC 60079-10-2:Atmosferas explosivas – Parte 10-2: Classificação de áreas – Atmosferas de poeiras combustíveis; 3. ABNT NBR IEC 60079-17: Atmosferas explosivas – Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas; 4. ABNT NBR IEC 60079-19: Atmosferas explosivas – Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos; 5. ABNT NBR IEC 61892-7: Unidades marítimas fixas e móveis - Instalações elétricas - Parte 7: Áreas classificadas; 6. IECEx: IEC System for Certification to Standards relating to Equipment for use in Explosive Atmospheres. Disponível em: <http://www.iecex. com>; 7. IECEx OD 504: Especificações para a avaliação dos resultados das unidades de competência; 8. ONU: Marco regulatório comum para equipamentos utilizados em ambientes de atmosferas explosivas. Disponível em: <http://www.iec.ch/about/ brochures/pdf/conformity_assessment/IEC_A%20 Common%20Regulatory%20Framework_UN_ Pt.pdf>; 9. Abendi / Certificações / Atmosferas explosivas. Disponivel em: http://abendici.org.br/ atmosferaexplosiva/. *Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).



Transmissão

84

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Desafios para implantação da LT 500 kV Tucuruí/Manaus Dificuldades de logística para implementação da linha de transmissão na Amazônia, trecho Oriximiná/Manaus, em meio a rios e áreas alagadas Por Amaury Saliba, Mario Noburu Takai, Evandro Magalhães e Paulo Ricardo Silva*


85

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

A Interligação da Amazônia ao Sistema

dividido em três trechos, incluindo a inter­

Elétrico Nacional (SIN), por meio da

ligação do Estado do Amapá, licitado pela

construção da Linha de Transmissão (LT),

Aneel no leilão nº 004/2008.

ligando a UHE Tucuruí a Manaus, é estudada

desde 1986 pela Eletrobras Eletronorte,

formada com a Abengoa Brasil e Eletrobras

visando a interligação dos sistemas isolados

Chesf arremataram o lote C, constituindo a

ao SIN e a substituição da geração térmica a

SPE-Concessionária Manaus Transmissora de

óleo, com a consequente redução na emissão

Energia S.A., sendo o contrato de concessão

de gases do efeito estufa.

firmado com a Aneel em setembro de 2008,

A Eletrobras Eletronorte, em sociedade

Diversos estudos analisaram as opções

ocasião em que se iniciou a elaboração do

técnicas mais viáveis e menos impactantes,

projeto básico e o licenciamento ambiental

levando-se em conta os critérios possíveis

do empreendimento, com as atividades de

de evitar a passagem da linha de transmissão

estudos de traçado e série de estruturas.

em corredores com áreas sob proteção

Peculiaridades de suprimento de materiais para a região das obras

legal, sobretudo, terras indígenas e unidades de

conservação,

além

de

minimizar

interferências sobre núcleos urbanos de população e áreas de preservação com

cobertura de floresta natural, várzeas e

desinterligada de rodovias do restante do país,

outros ecossistemas.

a implantação da LT-500-kV-Oriximiná/Silves/

Sendo

a

região

amazônica

e

Por estar localizada na região da Amazônia

seu

Lechuga (Manaus) prescindiu, antes de tudo,

patrimônio ambiental de importância global,

de uma logística especial de transporte para o

a implantação de qualquer projeto nessa

suprimento de materiais e equipamentos, via

região torna-se um considerável desafio e

de regra, fabricados no sul do país.

requer o máximo de cuidado e tecnologias

adequadas para minimizar as interferências

fabricantes, após os necessários estudos de

com o sistema socioambiental.

logística de suprimento, foram basicamente:

Manaus (AM), Itapiranga (AM), Urucará

Neste contexto, o presente trabalho tem

Os pontos de entrega definidos aos

como finalidade descrever algumas fases da

(AM) e Oriximiná (PA).

implantação da LT-500-kV-Oriximiná/Manaus,

especialmente de um trecho com aproxi­

os equipamentos dos empreiteiros de

madamente 300 km de extensão, com seu

construção e montagem foram também

traçado apoiado no rioAmazonas e seus afluentes,

condicionados a esta logística, tendo em vista

advindo desta situação as dificuldades de logística,

a existência quase nula de máquinas/veículos/

tendo a maioria das estruturas acessos fluviais, e

equipamentos em Manaus e no interior do

a necessidade de um planejamento diferenciado

Amazonas.

em relação às formas clássicas de construção

de linhas de transmissão, principalmente devido

especializadas

também às condicionantes hidrológicas impostas

contratadas pelos fabricantes, uma vez que

pela região.

utilizamos a modalidade CIF, trabalharam

Ressalta-se que a mobilização de todos

Para este suprimento, as transportadoras em

logística

amazônica,

com duas alternativas de rota: a menos

Introdução

demorada, via Porto Velho (mas inoperante

Em 2008, chegou-se à versão final dos

seis meses por ano devido à falta de calado

Estudos de Viabilização da Interligação

para a balsa no Rio Madeira), e a rota via

Tucuruí/Manaus e o empreendimento foi

Belém, conforme visualizada na Figura 1.

LOTE A

LT-500-kV-Tucurui/Xingú/Jurupari e SEs Adjacentes

LOTE B

LT-500-kV- Jurupari/Oriximiná eLT-230KV- Jurupari/Macapá e SEs Adjacentes

LOTE C

LT-500-kV-Oriximiná/Silves/Lechuga(Manaus) e SEs Adjacentes


Transmissão

Na

região

Amazônica

e,

particularmente, ao longo do traçado da Linha de Transmissão Oriximiná/Lechuga (Manaus), o planejamento executivo das obras deve obrigatoriamente levar em conta as condicionantes hidrológicas.

Estas

condicionantes

atendem,

sobretudo, ao aproveitamento das chamadas

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

“janelas hidrológicas” que dizem respeito

ocorrência dos serviços de execução das

aos altos e longos índices pluviométricos

fundações especiais nas áreas alagadas

que definem a praticabilidade dos serviços

em dois períodos secos, bem como os

(dias trabalháveis), assim como as variações

serviços de fundação das torres especiais

das cotas dos rios que, em diversos casos,

da travessia do Rio Trombetas em um

submergem as fundações e as partes

período de cheia, devido à necessidade da

inferiores das estruturas, impossibilitando

existência de calado para as balsas com os

a execução da fundação, montagem e

equipamentos de execução.

instalação dos cabos.

ambiental (LI), em maio de 2010 (15

No caso da linha de transmissão

Oriximiná/Lechuga

Condicionantes hidrológicas para construção

86

tivemos

meses após a assinatura do contrato de

dezenas de estruturas cujas cotas dos

concessão), e com a expectativa de se

níveis de água começam a baixar quando

perder a janela hidrológica daquele ano,

exatamente começam as primeiras chuvas,

foram promovidas diversas gestões com

reduzindo sobremaneira os dias possíveis

o Ibama para liberação excepcionalmente

de trabalho durante o ano.

dos serviços de execução das fundações

Mesmo nas áreas não alagáveis, as

nas áreas alagadas com a emissão da

características do solo argiloso, de pouca

Licença Prévia (LP), para aproveitarmos o

permeabilidade

e

(Manaus),

Ainda sem a obtenção do licenciamento

sua

benefício da referida janela hidrológica, o

formação camadas orgânicas complexas, ao

possuindo

em

que significaria o ganho em seis meses em

contato com a água o torna extremamente

nosso cronograma de obras (Figura 2).

crítico para o transito de máquinas,

equipamentos e até mesmo pessoas.

situação

contratos

Todas estas condicionantes hidrológicas

Não

obstante

a

ocorrência

adversa, foram com

os

desta

firmados

os

empreiteiros

de

foram levadas em conta no planejamento

construção e montagem com prazo de

inicial de construção e foi projetado o

18 meses, a partir da emissão da LI, na

tempo de construção, considerando-se a

condição desta emissão ocorrer até agosto

Figura 1 – Logística de suprimento de materiais – rota via Belém.


87

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

de 2010, o que permitia a implantação

*Início das cheias: dezembro –

subsequentes de montagem de estruturas

da obra com dois períodos secos e um

cheia máxima: junho

e lançamento de cabos tiveram de ser

*Início da vazante: julho – vazante

interrompidas nestes trechos e alternadas

máxima: novembro

para os trechos adjacentes, além da total

período molhado.

Infelizmente, a LI somente foi emitida

ao final do ano de 2010, impondo ao

recuperação dos acessos e praças de

cronograma de obras um período seco e

Em

virtude

dois períodos molhados, situação esta que

mencionado,

comprometeu o planejamento original dos

notadamente conhecidos por Estrada da

empreiteiros de construção e montagem,

Várzea e Variante do Nhamundá, que têm

afetando, dessa forma, prazos e custos.

parte de suas extensões situadas em cotas

dois

do

regime

trechos

hídrico da

obra,

torres quando da retomada das obras em agosto de 2011.

Distribuição de materiais na faixa – pulmões

mais baixas, ficam completamente submersos

foram premissas fundamentais no planejamento

entre os meses de fevereiro e junho.

à

inicial da obra, o comportamento dos rios na

planejamento para abastecer os locais

região da linha de transmissão foi utilizado

os serviços interrompidos em meados de

de

para o dimensionamento de equipamentos,

fevereiro de 2011, quando as águas dos rios

equipamentos e materiais. Neste contexto,

das equipes e da sequência de execução dos

vieram a cobrir estes trechos e retomados

conforme ilustrado na Figura 3, foi utilizada

serviços.

somente no final de agosto do mesmo ano,

a sistemática de criação dos Pulmões de

aproveitando a próxima vazante.

Abastecimento, que consistem em diversos

transmissão têm os períodos de seca e

depósitos intermediários entre os pátios

vazante bem definidos, sendo:

trechos em duas etapas, as atividades

Da mesma forma que as praticabilidades

Os

rios

na

região

da

linha

de

Sendo assim, estes trechos tiveram

Além da execução das fundações destes

As dificuldades de logística conduziram necessidade implantação

de das

um

minucioso

estruturas

de materiais e a faixa de servidão.

com


Transmissão

88

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 2 – Curva de dias praticáveis x meses.

Sistemática de contratação dos serviços de construção e montagem

processo de contratação das obras civis

Rio Amazonas, bem como a travessia do Rio

e da montagem da linha de transmissão

Trombetas, conforme ilustrado na Figura 4.

Oriximiná/Lechuga (Manaus).

Ao final de 2009, já com mais de um ano

No que se refere ao trecho Oriximiná/

dos métodos construtivos peculiares em

de assinatura do contrato de concessão

Silves, ressaltou-se a peculiar característica

relação às formas clássicas de construção

e com a expectativa de obtenção do

de longos trechos de várzea e o acesso à

de linhas de transmissão que, via de regra,

licenciamento

faixa por meio de vias fluviais interligadas ao

têm seu traçado apoiado em rodovias

ambiental,

iniciou-se

o

Devido à dificuldade de logística e

tempo de transporte quantidade de materiais

estoque urucará trecho

pulmão

raio de

dist. km

vértices

estrutura isoladores

(ton)

cabos opgw

seixo

tempo viagens

tempo tempo

(ton)

(ton)

1.304,42

13,83

22,49 1.304,36

2,54

8,81

26

v31 ao v29 327,23

17,45

348,45

3,69

6,01

348,44

0,68

10,53

34

v29 ao v28 391,11

20,86

416,48

4,41

7,18

416,46

0,81

38,29

112

v28 ao v26 1.422,20

75,85

1.514,45

16,05

26,11 1.514,37

2,96

117

v26 ao v22 654,09

34,88

696,51

7,38

12,01 696,48

1,36

37,33 3.231,86

7

177,80 23,0 46,0

137

v22 ao v17 868,60

56,46

820,70

8,70

14,15 820,66

15,52 2.552,25 2.531,50 166,56 7.855,12

16

470,40 59,0 118,0

5

Km 243

5

Km 194 +

17,61

9

5

Km 188

20,75

4

Km 160

(ton)

total por pulmão

65,33

Km 253

(ton)

aço

v32 ao v31 1.224,97

5

(ton)

areia

6

Km 275

(ton)

fio cimento contrapeso (ton) (ton)

balsa

250ton

32,98

cobertura

5

(ton)

cabos cabos condutores para-raios

balsa

500ton

1.022,38 1.022,38 69,92 6.052,62

41,46

6,0

12,0

4

28,80

4,0

8,0

5,0

10,0

273,11

273,11

18,68 1.616,85

326,43

326,43

22,32 1.932,51

4

36,20

1.186,99 1.186,99 81,18 7.027,14

15

366,00 46,0 92,0

-

Figura 3 – Pulmões de abastecimento.

(horas) (dias) dias

13

545,91

545,91

-


89

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 4 – Trecho Oriximiná/Silves.

existentes, não foram obtidas, quando da

por tipos de canteiros, devido à necessidade

coleta de preços, propostas completas

de implantação nos mais variados locais

para o referido trecho, muito embora os

de 12 canteiros de obras para um trecho

convites foram enviados a 24 empresas.

de linha de transmissão com 333 km

Ressalta-se

atratividade

também deste

a

falta

de

de extensão, devido à descontinuidade

empreendimento

da faixa de servidão cortada por rios,

por conta de sua complicada logística e

conforme mostra a Figura 5.

limitação de exercício de trabalho, uma

vez que a região possui períodos de chuva

necessidade de implantação de canteiros de

dessintonizados dos períodos de cheia, ou

selva com a seguinte infrestrutura mínima:

Há que se destacar neste item a

seja, as cotas dos rios são mais elevadas nos períodos de poucas chuvas e mais

• Unidades geradoras de 110 kVA para

baixas no período de maior intensidade de

garantia do suprimento de energia elétrica;

chuvas, conforme já relatado.

• Refeitório – incluindo despensa com

provimento de gêneros alimentícios e gás

A peculiaridade de construção deste

complexo trecho de linha de transmissão

abastecido semanalmente;

conduziu à contratação da construtora

• Padaria, açougue, alojamentos, poço

Andrade Gutierrez, recém desmobilizada,

artesiano;

naquela ocasião, das obras do gasoduto

do Coari-Manaus-AM, por meio de uma

recuperação, sala de pequenas cirurgias,

sistemática especial de contratação de

equipamentos

quantidades por preço unitário.

médico-hospitalares,

profissionais da área médica (médico e

Esta sistemática prevê o pagamento

Posto

médico

incluindo

leitos

de

medicamentos

e

de uma logística fluvial para chegada aos

enfermeiro);

locais de construção das torres, materiais,

• Corpo de vigilantes sanitários treinados

equipamentos, bem como pessoal; a partir

e credenciados pelas entidades sanitárias

daí, a execução dos serviços são pagos

locais (SUCAM);

na forma clássica, ou seja, quantitativos

• Posto de combustíveis e lubrificantes;

de serviços, contidos nos projetos, por

• Oficina mecânica e almoxarifado com

preços unitários.

grande estoque de peças de reposição para máquinas, veículos e equipamentos;

Canteiros de obras de

Além do pagamento de equipamentos logística,

ressaltou-se

também

a

necessidade de pagamentos diferenciados

Pequena

estrutura

de

lazer

para

atendimento aos funcionários; • Segurança e medicina do trabalho com supervisores e médico.


Transmissão

90

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 5 – Canteiros e abrangências.

Figura 6 – Canteiro de selva.

Nas situações nas quais a necessidade de chegada à faixa deveria ser imediata, foi notória a utilização de barcos e balsas com alojamentos.

Figura 7 – Balsa alojamento.

Escolha da série de estruturas

custos.

extensão e está em uma região de difícil

Os tipos estruturais mais frequentes

acesso, a redução de peso e a facilidade

Por conta das relatadas condições

para torres de circuito duplo, para a

de transporte e construção tornaram-se

adversas de logística, o estudo para escolha

classe de tensão em 500 kV, são os que

fatores importantes para se estudar uma

de série de estruturas constituiu-se em

estão em disposição vertical ou triangular

solução alternativa que possibilitasse bom

fator essencial para a redução dos prazos

das fases, utilizando-se sempre soluções

desempenho e baixo impacto ambiental

de construção, minimização dos impactos

de torres autoportantes. Para a situação

associados ao menor custo possível para

ambientais e a consequente redução de

requerida da LT, que tem uma grande

o empreendimento. Partiu-se, então, para



Transmissão

92

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

o estudo de soluções de torres estaiadas

condutores. Enquanto na solução vertical o

monomastro com disposição das fases na

feixe foi de 900 mm, na solução Danúbio

vertical e com disposição triangular de

foi de 700 mm. Adicionalmente, foram feitos

fases tipo Danúbio.

estudos econômicos comparativos entre as

A Figura 8 apresenta as configurações

duas soluções, apontando a vantagem da

finais estudadas das estruturas estaiadas

disposição Danúbio em relação ao peso

vertical e Danúbio, respectivamente. A

das estruturas, cargas sobre fundações e ao

solução Danúbio, inédita na classe de tensão

desempenho elétrico.

500 kV, permitiu a obtenção do mesmo SIL

(1.200 MW) da disposição vertical por

mais econômica, partiu-se para a definição

meio de uma menor expansão do feixe de

das séries de estruturas da LT, levando-se

Após a escolha da solução estrutural

Figura 8 – Torres estaiadas monomastro vertical e Danúbio.

Tabela 1 – Série de estruturas normal Torre

Aplicação

Ângulo

Vão médio

(°)

(m)

Vão gravante

Alt. útil (m)

máx.

(m)

OCEL

Estaiada de suspensão leve

0/2

550

700

43.5

OCEM

Estaiada de suspensão média

0/2

650

850

43.5

OCSL

Autoportante de suspensão leve

0/2

550

700

43.5

OCSM

Autoportante de suspensão média

0/2

650

850

43.5

OCSP

Autoportante de suspensão pesada

0/5

750

950

49.5

OCAA

Ancoragem meio de linha

30

400

1000

40.5

OCAT

Ancoragem meio de linha e terminal

60

400

1000

34.5

OCTR

Autoportante de susp. p/ transposição

0/2

650

850

43.5



Transmissão

94

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

em consideração as particularidades da

Tabela 2 – Série de estruturas para matas e trechos alagados

região, tais como matas com grandes alturas,

Torre

Aplicação

Ângulo

Vão médio

(°)

(m)

diversos trechos com áreas alagadas e grandes rios. As Tabelas 1, 2 e 3 apresentam

OCEM-E

Estaiada de suspensão média especial

0/2

650

as estruturas da série normal, da série para

OCSM-E

Autoportante de suspensão média especial

0/2

matas e trechos alagados e da série especial

OCSL8

Autoportante de suspensão pesada

0/2

Vão gravante

Alt. útil (m)

máx.

(m)

850

49.5

650

850

63.0

800

1000

64.0

para travessias de rios, respectivamente.

Para a série normal foram desenvolvidas

Tabela 3 – Série de estruturas para travessias de rios

duas torres estaiadas com grandes vãos

Torre

médios (550 m e 650 m) e elevada altura útil máxima (43,5 m). Com a utilização dessas estruturas foi possível obter na plotação da LT um vão médio elevado de

Aplicação

Ângulo

Vão médio

(°)

(m)

gravante

Vão

Alt. útil (m)

máx.

(m)

GTS

Autoportante de suspensão - CD

0

1700

1850

152.35

GTA

Autoportante de ancoragem - CS

20

800

600

34.0

563 m e 507 m, respectivamente, para os trechos Oriximiná/Silves e Silves/Lechuga,

estaiada (OCEM-E) e uma autoportante de

reduzindo-se assim o número de estruturas,

suspensão (OCSM-E), ambas com aplicações

Alternativa 1: torre de suspensão OCSL8

as obras civis de fundações e o impacto

similares às da série normal, porém com

e ancoragens da série normal (OCAA e

ambiental na região. É também importante

alturas úteis maiores.

OCAT);

ressaltar

Alternativa 2: torres da série normal

que

a

utilização

de

torres

Adicionalmente, foi também desenvolvido

estaiadas (73,61% no trecho Oriximiná/

o projeto de uma torre (OCSL8) com elevado

Silves e 78,28% no trecho Silves/Lechuga)

vão médio (800 m) e grande altura útil (64

possibilitou a redução do peso total da

m), principalmente para aplicação nos trechos

LT em aproximadamente 27% em relação

alagados. Tinha-se como propósito aumentar

apresentados na Tabela 4 e indicam menores

ao peso total de 21.279 t (39 t/km), sem

o vão médio nestes trechos, reduzindo-se

custos (redução de 27%) com a utilização

a travessia do Rio Trombetas, obtendo-se

o número de estruturas e a quantidade de

da série normal tanto nas fundações quanto

uma economia de peso de 5.804 ton. Esta

fundações, pois se pensava que, com estas

nas estruturas, apesar do maior número de

redução de peso significa também redução

reduções, haveria diminuição do custo global.

estruturas utilizadas. Portanto, nos trechos

de impacto ambiental, pois este montante

Para dirimir dúvidas a respeito da economia

alagados

de material deixou de ser fabricado,

com a utilização desta torre, resolveu-se

estruturas autoportantes da série normal

transportado e montado.

desenvolver um interessante estudo técnico-

e a torre OCSL8 foi utilizada somente

econômico utilizando-se duas alternativas de

em locais de travessias de obstáculos com

locação nos trechos alagados:

necessidade de grandes vãos.

Para travessias sobre matas foram

desenvolvidas duas torres especiais, uma

(OCSL, OCSM, OCSP, OCAA e OCAT). Os resultados das alternativas 1 e 2 são

foram

também

utilizadas

as


95

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Tabela 4 – Resultados da plotação para os trechos alagados Alternativa

Torres

Extensão

Preço

Preço

Quantidade

Vão médio (m)

Peso (kgf)

1

61.069

88

678

3.695.453

74.484.284

18.477.265

92.961.549

2

61.069

100

601

2.718.020

54.268.356

13.590.100

67.858.456

Diferença

-

+13,6%

-11,4%

-26,4%

-27,1%

26,4%

-27,0%

fundações

(R$)

Preço total

(m)

estruturas

(R$)

(R$)

Ambiental tem também caráter preliminar

*AMAURY SALIBA é engenheiro civil,

e

no que concerne à fase executiva, uma vez

pós-graduado em Hidrologia. Atua na

deste

que somente sua obtenção determina o

Eletrobras Eletronorte, onde desde

empreendimento desde à época do Leilão

ponto de partida para qualquer intervenção

2009, exerce o cargo de Diretor nas

004/2008 e em época anterior nos estudos

direta a ser feita na faixa de servidão da

SPEs Manaus Construtora (LT-500KV-

promovidos pela Empresa de Planejamento

linha de transmissão.

Oriximiná/Silves/Lechuga-Manaus) e

Elétrico (EPE), levou-se em conta também

aspectos de logística e ambiental. Somente

execução dos serviços de campo, desde

na fase executiva da implantação é que são

a implantação do traçado, com estudos

efetivamente delineadas, equacionadas e

topográficos e geológicos, é que são

parametrizadas as dificuldades relacionadas

conhecidas as reais características dos

à acessibilidade, isolamento e minimização

solos, a vegetação e, no caso específico

dos

desta linha de transmissão, os parâmetros

Conclusão na

Não

obstante,

composição

impactos

na dos

viabilidade custos

ambientais

da

região

É evidente que apenas durante a

engenheiro eletricista e há oito anos atua na construtora Andrade Gutierrez na área de energia como gerente técnico comercial, sendo responsável pelo desenvolvimento de negócios de

No entanto, a natureza não é exata.

ajustes destes quesitos. Este aspecto não se

projeto, planejamento

de

constitui em fato excepcional, mas na regra

eletricista e atua na Eletrobras

logística sofreram diversas adequações

inerente ao sequenciamento das etapas de

Eletronorte desde 1989, na área de

por conta das surpresas naturais, como

implantação de uma linha de transmissão

projetos de linhas de transmissão.

a ocorrida em 2011 quando o nível dos

atualmente em nosso país.

PAULO RICARDO RALO LIBERATO DA SILVA

plano

rios se comportaram de forma totalmente diferente ao de 2010 e tivemos em 2011

necessários

EVANDRO PACHECO MAGALHÃES é

logísticos, e

os

Pvelho/Araraquara-Bipolo 2).

amazônica. O

fazendo-se

Construtora Integração (LT+/-600KV-

construção de linhas de transmissão. MÁRIO NOBURU TAKAI é engenheiro

é engenheiro civil. Desde 1995,

Referências

atua como sócio diretor da Engetower

uma diferença a maior de cotas de cinco

XIV – ERIAC – Grupo 3: LT-500Kv-CD-

Engenharia, cujo escopo principal de

metros em relação a 2010.

Oriximiná/Silves/Lechuga – Solução Estrutural

serviços é a elaboração de projetos

com Torre Estaiada Monomastro.

de estruturas metálicas para LTs e

Há que se ressaltar que o Licenciamento

SEs.


Pesquisa

96

Equipamentos para iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Por uma iluminação mais eficiente Segundo levantamento, 60% dos fabricantes já apontam o Led como a lâmpada mais comercializada do país. Participação pode ser ainda maior com a entrada em vigor da certificação da tecnologia para uso doméstico em geral, prevista para o fim deste ano


97

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

A busca pela eficiência energética vem

incandescentes de 60 W, dando o prazo de que

ganhando cada vez mais espaço no mercado

elas deixem de ser comercializadas até o dia 30

de iluminação do Brasil. Esta tendência

de junho de 2015. Além disso, deve influenciar o

está demonstrada na pesquisa desta edição

setor o fato de que o Inmetro proibiu a par tir de

realizada com fabricantes e consumidores de

1º de julho que o varejo comercialize lâmpadas

equipamentos de iluminação, que aponta a

incandescentes e fluorescentes compactas com

consolidação da lâmpada Led – que possui

potência superior a 60 W, que não atendam aos

baixo consumo energético e alta durabilidade

novos níveis mínimos de eficiência energética.

– como produto mais comercializado neste segmento. De acordo com o levantamento, 60%

Projetistas

das empresas apontaram esta tecnologia como

a lâmpada que mais vem sendo vendida em seus

de iluminação apresentou uma novidade em

estabelecimentos. Este número já era bastante

relação às últimas edições: realizou entrevistas

considerável na pesquisa do ano passado,

com projetistas da área. Neste levantamento,

quando 59% dos fabricantes e distribuidores a

que teve como universo 25 empresas do

citaram.

setor, 48% dos entrevistados disseram isso

Entre os consumidores de equipamentos e

tomou-se ciência que a principal área de atuação

acessórios para iluminação a popularidade do

das companhias são escritórios, edifícios

Led também aumentou. Na categoria lâmpadas,

corporativos e edifícios púbicos.

a tecnologia Led foi citada por 70% dos

entrevistados como o principal produto comprado

distribuidores de equipamentos de iluminação, a

e/ou especificado. Na sua frente, foram apontadas

presença do Led está sendo bem marcante entre

as lâmpadas fluorescentes compactas (80%) e

os projetistas desta área, tanto que 68% das

tubulares (80%). Na pesquisa do ano passado,

empresas entrevistadas do segmento afirmaram

somente 62% dos pesquisados consideraram o

que esta fonte luminosa já faz par te do dia a dia

Led como a lâmpada mais comprada.

de seus projetos luminotécnicos. Os restantes

32% disseram empregar ocasionalmente o Led

A par ticipação da tecnologia Led no mercado

A pesquisa deste ano voltada para o mercado

Assim como ocorre entre os fabricantes e

de iluminação pode aumentar ainda mais nos

em seus trabalhos.

próximos anos, caso a falta de normas referente

A

ao produto seja definitivamente solucionada.

preocupação das empresas que realizam

As perspectivas para isso são boas. Após a

projetos luminotécnicos. Mais da metade dos

Associação Brasileira de Normas Técnicas

entrevistados afirmaram ter sido possível

(ABNT) publicar, no ano passado, diversas

aplicar conceitos e soluções de iluminação

normas para produtos de Led, entre elas,

energeticamente eficientes entre 75% e 100%

normas de lâmpadas, módulos e controladores,

de seus projetos luminotécnicos.

o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade

e Tecnologia (Inmetro) publicou regulamento

íntegra, mostrando a opinião de fabricantes,

específico de qualidade para Leds usados em

distribuidores, consumidores e projetistas da

iluminação pública viária. Não bastasse isso, a

área de iluminação.

questão

da

eficiência

também

é

Confira a seguir a pesquisa publicada na

cer tificação para uso doméstico em geral deve entrar em vigor ainda este ano.

Mercado brasileiro de produtos e

Outro fator que deve contribuir para a

sistemas de iluminação

notória presença de lâmpadas mais eficientes – tecnologia Led incluída –

no mercado de

Os setores industrial (75%) e comercial

iluminação é a decisão por par te do Governo

(74%) continuam sendo apontados como os

Federal de proibir, a par tir do dia 30 de junho de

principais clientes atendidos pelos fabricantes e

2014, a fabricação e a impor tação das lâmpadas

distribuidores entrevistados nesta pesquisa.


Pesquisa

98

Equipamentos para iluminação

Principais segmentos de atuação

Principais canais de vendas

Outros Público

34%

66% Residencial

56%

49%

48%

Comercial

74%

39%

Industrial

75%

Se no ano passado, o telemarketing foi o meio de venda menos

33%

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas/varejistas

Distribuidores/tacadistas

A adesão às cer tificações ISO continua pouco significativa: 42% das

empregado (23%) pelas empresas pesquisadas, este ano foi o principal

empresas entrevistadas disseram apresentar produtos com cer tificado ISO

canal para escoar os produtos, sendo mencionado por 56% dos

9001 (de qualidade) e 13% afirmaram ter equipamentos com a cer tificação

entrevistados. As revendas e varejos perderam espaço também. Em 2013,

ISO 14001 (de gestão ambiental). Estes números em 2013, eram 46% e

74% dos fabricantes disseram comercializar o produto por essa via, este

12%, respectivamente.

ano, somente 39% afirmaram isso.


99

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Certificações ISO

ISO 14001

13%

ISO 9001

42%

Os fabricantes e distribuidores apontaram as luminárias industriais

(66%), comerciais (63%) e refletores (57%) como os produtos mais comercializados desta área. As luminárias de Led mantiveram a mesma porcentagem do ano passado (52%), mas subiram de sexto para quar to lugar no ranking das luminárias mais vendidas. Luminárias mais comercializadas

Industriais

66% 63%

Refletores

57% 52% 49%

Comerciais

Especificas para Leds Projetores

Decorativas

43%

Públicas

43% 40% 31% 20% 20%

De Emergência

Especiais

De Sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.) Para Atmosferas Explosivas

O Led continua sendo o tipo de lâmpada mais comercializada pelo setor,

segundo pesquisa. No ano passado, 59% dos entrevistados disseram ser o tipo mais vendido. Em 2014, um pequeno acréscimo, pois 60% fizeram essa afirmação.


Pesquisa

100

Equipamentos para iluminação

Lâmpadas mais comercializadas

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Os gráficos a seguir demonstram a opinião dos fabricantes e distribuidores

entrevistados referente ao tamanho total do mercado de cinco luminárias mais Leds

60% 47%

cuja maioria das empresas (53%) pesquisadas disse faturar de R$ 200 milhões para cima.

Fluorescentes compactas

Percepção do tamanho anual do mercado de luminárias

Vapor metálico

43%

Fluorescentes tubulares

41%

representativas do setor. Destaque para o mercado de luminárias públicas,

Industriais

13%

Acima de R$ 500 milhões

Vapor de mercúrio

31%

18%

Halógenas

30%

14%

Até R$ 10 milhões 9%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Mistas

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

29%

14%

Decorativas

24%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

Dicróicas

23%

21%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Incandescentes

24% 14% 12% 5%

Especiais

11%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Públicas

11%

Miniaturas

Até R$ 10 milhões 31%

Acima de R$ 500 milhões

Indução

5%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 4%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11%

Reatores e/ou ignitores foram apontados por 49% das empresas

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

entrevistadas como os acessórios mais empregados para iluminação, sendo a maior porcentagem. Os interruptores foram os produtos menos utilizados (32%).

22%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acessórios para iluminação mais utilizados

16%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Reatores e/ou ignitores

49% 42% 40% 36% 34% 33% 32%

Porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias Interruptores

Comerciais

15%

Acima de R$ 500 milhões

15%

Até R$ 10 milhões 7%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Sistemas de controle automático de iluminação

11%

Variadores de intensidade (dimmers)

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

Relés fotoelétricos 25%

Sensores para iluminação

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

9%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 18%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões



102

Pesquisa

Equipamentos para iluminação

Específicas para Leds

17%

15%

Acima de R$ 500 milhões

Até R$ 10 milhões 11%

7%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 13%

13%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

24%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

para atmosferas explosivas

7%

Acima de R$ 500 milhões 2% De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

26%

Até R$ 10 milhões

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 22%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 15%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

24%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

A balança comercial continua extremamente favorável ao mercado nacional.

Ficam no país 97% dos produtos de iluminação, e apenas 3% é destinado à exportação. Balança comercial

3%

Exportação

97%

Nacional

As empresas esperavam crescer 21% em 2013, segundo pesquisa do ano

passado. Elas afirmaram no levantamento deste ano ter crescido em média 15%. Talvez por isso seus prognósticos para 2014 sejam menos animadores. A expectativa é de um acréscimo de 15% em relação ao ano anterior. A previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014 também foi puxada para baixo. Se em 2013, as empresas projetavam que o setor aumentasse 13%, este ano as previsões são de um crescimento da ordem de 9%.


103

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Previsões de crescimento

9%

Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014

15% 15%

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2014 Percentual de crescimento da sua empresa em 2013 comparado ao ano anterior

No que diz respeito ao faturamento bruto anual das empresas de iluminação em 2013, a maioria dos entrevistados (54%) declarou faturar até R$ 10 milhões. O faturamento informado refere-se apenas aos produtos abrangidos por esta pesquisa. Faturamento bruto anual em milhões de R$ de sua empresa no ano passado

7% 10%

Acima de R$ 200 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

20%

Até R$ 3 milhões 7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

14%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 20%

8%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 14%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

A desaceleração econômica foi escolhida pela maioria das empresas

pesquisadas (22%) como o principal fator que deve influenciar o crescimento do mercado neste ano.


Pesquisa

104

Equipamentos para iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Justificativas da previsão de crescimento (positiva ou negativa) para este mercado em 2014

Opinião dos consumidores de equipamentos e acessórios de iluminação

11%

Outros 7%

Falta de normalização e/ou legislação 6%

Incentivos por força de legislação ou normalização

11%

Revendedores (37%) e projetistas (26%) representam a maior parte dos

consumidores que participaram do levantamento. Consultorias, empresas de

Programas de incentivo do governo 5%

Bom momento econômico do país

manutenção e instalação também fazem parte do perfil de consumidores que fizeram parte da pesquisa. Perfil dos consumidores que participaram da pesquisa

5%

Consumidora de produtos

3%

Crise internacional

26%

22%

Projetista

Desaceleração da economia brasileira

14%

Projetos de infraestrutura 10%

Setor da construção civil desaquecido

11%

Setor da construção civil aquecido

8%

37%

Instaladora

Revendedora de produtos

5%

Atua em manutenção 19%

Atua em consultoria



106

Pesquisa

Equipamentos para iluminação

As luminárias industriais foram apontadas como as mais compradas e/ou especificadas pelos consumidores desta pesquisa, sendo que 85% deles fizeram tal afirmação. A surpresa ficou por conta das luminárias de emergência, que no ano passado foram escolhidas por 76% como principal produto e este ano dividiram a quinta posição com as luminárias de Led, sendo citadas por 55% dos entrevistados.

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Em relação aos tipos de lâmpadas, as fluorescentes compactas e tubulares foram destacadas, ambas por 80% dos consumidores pesquisados, como os produtos mais comprados e/ou especificados. Principais produtos de iluminação comprados e/ou especificados: Lâmpadas

Principais produtos de iluminação comprados e/ou especificados: Luminárias

80% 80%

Comerciais

70%

85% 70% 70% 60% 55% 55% 50% 45% 35% 30% 20%

45%

Refletores Industriais

40% 40%

Projetores

35%

Específicas para Leds

30%

De emergência

30%

Decorativas

De sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.)

Públicas Especiais

Para atmosferas explosivas

25% 15% 15%

15%

Florescentes Compactas Fluorescente Tubulares

Leds

Vapor Metálico

Dicroicas Incandescentes

Mistas

Decorativas Vapor Mercúrio

Halógenas

Especiais Miniaturas De Indução

Mais da metade dos consumidores (58%) disseram acreditar que em até cinco anos o Led será a tecnologia dominante no mercado de iluminação.



Pesquisa

108

Equipamentos para iluminação

Em quanto tempo os LEDs serão a principal fonte luminosa

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Garantia

5%

mais de 20 anos

5%

de 10 até 20 anos

20%

25%

Notas de 1 A 5

Nota 10

58%

em até 5 anos

32%

25%

de 6 a 10 anos

Notas de 6 A 7

30%

Notas de 8 A 9

A estimativa em relação à compra de produtos para equipamentos de iluminação não está tão otimista em 2014. A maioria (80%) disse que pretende investir até R$ 5 milhões ainda este ano. Apenas 10% declaram que irão investir de R$ 5 milhões até R$ 10 milhões e somente 5% projetam dispender mais de R$ 100 milhões.

Disponibilidade informações (catálogo, site, etc.)

20% 35%

Notas de 1 A 5

Nota 10 Estimativa para este ano de especificação e/ou compra de EQUIPAMENTOS PARA ILUMINAÇÃO

5% 5%

20%

Acima de R$ 100 milhões

Notas de 6 A 7

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

25%

10%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Notas de 8 A 9

40%

Até R$ 1 milhão Prazo de entrega

20%

25%

40%

Notas de 1 A 5

Nota 10

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

10%

Notas de 6 A 7

O nível de satisfação dos consumidores com este mercado melhorou um pouco em relação à 2013, mas continua preocupante. Se na pesquisa do ano passado, 69% dos consumidores deram notas de 6 a 7 aos produtos do setor, este ano caiu para 50%. Outro ponto positivo é que no levantamento de 2014, 5% dos entrevistados deram nota 10. Esta avaliação nem havia sido cogitada em 2013. Grau de satisfação com a qualidade dos Equipamentos de Iluminação no mercado brasileiro

5%

Nota 10

20%

Notas de 1 A 5

45%

Notas de 8 A 9

Assim como na pesquisa de 2013, treinamento oferecido pelo fabricante, local de fabricação do produto (nacional ou importado) e a empresa ter alguma certificação ISO foram os critérios menos considerados pelos consumidores entrevistados. Treinamento oferecido pelo fabricante

25%

5%

Notas de 8 A 9

Nota 10 10% 50%

Notas de 8 A 9

Notas de 6 A 7

Para complementar a avaliação de satisfação, questionamos os usuários sobre as empresas participantes da pesquisa sobre quais fatores são mais relevantes na decisão de compra e/ou especificação de produtos. Os quesitos garantia, disponibilidade de informações e prazo de entrega receberam as notas mais altas.

40%

Notas de 6 A 7

45%

Notas de 1 A 5



110

Pesquisa

Equipamentos para iluminação

Local de fabricação do produto (nacional ou importado)

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

O fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001

5%

5%

Nota 10

Nota 10

20%

25%

Notas de 8 A 9

Notas de 8 A 9

15%

60%

Notas de 6 A 7

Notas de 1 A 5

15%

55%

Notas de 1 A 5

Notas de 6 A 7

A maioria dos consumidores pesquisados (27%) enxerga o mercado como em franco crescimento. Opinião parecida com o levantamento de 2013, que foi de 28%.

Justificativas da previsão de crescimento (positiva ou negativa) para este mercado em 2014

4% 17%

Oferece bom respaldo técnico

Com deficiências técnicas (assistência e suporte) 8%

Desatualizado

13%

Atento às tendências internacionais

4%

Maduro e responsável

15%

Apresenta produtos com pouca qualidade técnica 12%

Com produtos de boa qualidade técnica

27%

Em franco crescimento



Pesquisa

112

Equipamentos para iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Uso de Leds em projetos luminotécnicos

Análise do mercado de projetistas

A maioria dos projetistas de iluminação entrevistados (48%) afirmaram ter escritórios,

edifícios corporativos e industriais como seus principais clientes. Empatados em segundo

32%

Essa fonte luminosa ocasionalmente é utilizada nos projetos da empresa

lugar, citados por 44% das empresas pesquisadas, estão a iluminação pública e a industrial. As áreas hospitalar e de hotéis foram as menos mencionadas (16%) pelos projetistas 68%

Principais áreas de atuação

Essa fonte luminosa faz parte do dia a dia dos projetos da empresa

Escritórios, Edifícios

48% corporativos /públicos Iluminação pública 44% Industrial 44% 32%

Residencial

24% Monumentos, edifícios históricos e similares Shopping centers e lojas em geral 24% 20% Esportiva Outros 16% 16% 16%

No que diz respeito à eficiência energética, 58% das empresas pesquisadas afirmaram conseguir utilizar conceitos e soluções eficientes entre 75% e 100% de seus projetos luminotécnicos. Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes

4 %

Menos de 25% 21%

Entre 25% e 50%

Hotéis

Hospitalar 58%

Entre 75% e 100%

O Led está bem difundido entre as empresas do segmento. Cerca de 70% dos entrevistados disseram empregar a tecnologia em seus projetos.

17%

Entre 50% e 75%



Equipamentos para iluminação

PR

ALPER

11 3265 6461 www.alper.com.br

São Paulo

SP

X

X X X X X X X

X

ALPHA MARKTEC

11 2782 3200 www.alphamarktec.com.br

São Paulo

SP

X

X

X X

X

X

ALPHA-EX

11 3933 7533 www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

X X

X X X

X

X

X

ALTENA

11 4602 8666 www.altena.com.br

Salto

SP

ALUMBRA

11 4393 9300 www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

ANOLIGHT

27 3359 6205 www.anolight.com.br

Vila Velha

ES

X

X

APLIC ENGENHARIA

19 3241 0051 www.aplicengenharia.com.br

Campinas

SP

APOIO

11 3386 7402 www.apoio.ind.br

São Paulo

SP

X

ARM ILUMINAÇÃO

11 4163 1484 www.armiluminacao.com.br

Barueri

SP

X

ART-LUZ

11 2436 6222 www.artluz.com.br

São Paulo

SP

AUREON

11 3966 6211 www.aureon.com.br

São Paulo

SP

AVANT

11 3355 2220 www.avantled.com.br

São Paulo

SP

BAXTON

11 2093 4344 www.baxton.com.br

São Paulo

SP

X

BLAN LUMINÁRIAS

49 3344 0233 www.blanluminarias.com.br

São Lourenço do Oeste

SC

X

BLEST DO BRASIL

41 3274 4472 www.blest.com.br

Curitiba

PR

BLUMENAU ILUMINAÇÃO

47 3036 5155 www.blumenau.ind.br

Blumenau

SC

BRILIA

11 5180 5570 www.brilia.com.br

São Paulo

SP

CENTRAL EX

19 3708 9200 www.central-ex.com.br

Campinas

SP

COEL

11 2066 3211 www.coel.com.br

São Paulo

SP

COISARADA

49 3251 9000 www.coisarada.net

Lages

SC

COMSYSTEL

11 4158 8440 www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

X

X

CONEXLED

11 2331 0303 www.conexled.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X X

CROUSE-HINDS BY EATON

15 3353 7070 www.crouse-hinds.com.br

Votorantim

SP

D´LIGHT

11 2937 4650 www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DBTEC

12 3642 9006 www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

DECORLUX

0800 601 1144 www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

DINATEL

11 3997 7012 www.dinatelreator.com.br

São Paulo

SP

DIWALI ILUMINAÇÃO

11 4508 0090

São Paulo

SP

São José dos Pinhais

Estado

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PR X

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De Sinalização

46 3581 5950 www.accordiluminacao.com.br Dois Vizinhos

Cidade

De Emergência

ACCORD ILUMINAÇÃO

Site

Públicas

0800 707 2977 www.abalux.com.br

Comerciais

Telefone

ABALUX

Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais

EMPRESA

Importa produtos acabados

Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Luminárias

Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas/varejistas

Canal de vendas

Distribuidores/atacadistas

Público

Principal segmento de atuação

Fabricante e distribuidora Industrial

Distribuidora

Fabricante

A empresa é

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Residencial

114

Comercial

Pesquisa

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115

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

EATON’S COOPER LIGHTING BUSINESS 11 3616 8444 www.cooperindustries.com

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X

ELETRO TERRÍVEL

11 3959 6855 www.eletroterrivel.com.br

São Paulo

SP

EMBRALUZ

11 2488 0859 www.embraluz.com.br

São Paulo

SP

EMBRAMAT

11 2098 0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo

SP

X

EMPALUX

41 3021 3500 www.empalux.com.br

Curitiba

PR

X

ENERBRAS

0800 645 3052 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ENGELUZ

43 3528 1467 www.engeluz.com.br

Wenceslau Braz

PR

X

ETIL

11 3616 6666 www.etil.com.br

São Paulo

SP

X

EXATRON

0800 541 3310 www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

FINDER

11 4223 1550 www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FLC LAMPADAS

11 3933 3100 www.flc.com.br

São Paulo

SP

X X X X X X X

FLEX AUTOMATION

11 2389 2777 www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

X

FORTLIGHT

11 2087 6000 www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

X

FOXLUX

41 3302 8100 www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

X X

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X

X

GE ILUMINAÇÃO

0800 333 4448 www.geiluminacao.com.br

São Paulo

SP

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X

X

GEVI GAMMA

11 3842 7655 www.gevigamma.com.br

São Paulo

SP

X X X X

GLIGHT

75 2101 7272 www.glight.com.br

Feira de Santana

BA

X X X X X X X

GLOLANI

11 2294 1133 www.glolani.com.br

São Paulo

SP

GOLDEN

11 2122 6666 www.lampadasgolden.com.br

São Paulo

SP

GRUPO GERALUX

41 3153 7800 www.grupogeralux.com.br

Curitiba

PR

GUBRO

21 2592 0190 www.gubro.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437 www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HDA ILUMINAÇÃO LED

54 3298 2100 www.hda.ind.br

Nova Petropolis

RS

I9LUX

11 4163 1296 www.i9lux.com

Barueri

SP

IDEAL ILUMINAÇÃO

19 3756 6744 www.idealiluminacao.com.br

Campinas

SP

X

IDEAL INDUSTRIES

11 4314 9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

ILUMATIC

11 2149 0299 www.ilumatic.com.br

São Paulo

SP

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De Sinalização

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RS

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De Emergência

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Canoas

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São Paulo

51 3031 3130 www.eletricanoas.com.br

X

Públicas

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11 2168 8550 www.ekoled.com.br/

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Comerciais

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ELETRICANOAS

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EKOLED

X

Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais

Importa produtos acabados

Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001

Telemarketing

Luminárias

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X

Venda direta ao cliente final

SP

Revendas/varejistas

SP

São Paulo

Canal de vendas

Distribuidores/atacadistas

Estado

São Paulo

Público

Cidade

Residencial

Site

Comercial

11 3933 8888 www.dni.com.br

Principal segmento de atuação

Fabricante e distribuidora Industrial

Telefone

DNI - KEY WEST

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

A empresa é

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Equipamentos para iluminação

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INTRAL

54 3209 1300 www.intral.com.br

Caxias do Sul

RS

IRMÃOS ABAGE

41 3371 5600 www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

ITAIM ILUMINAÇÃO

11 4785 1010 www.itaimiluminacao.com.br

Embu das Artes

SP

KDL ILUMINAÇÃO

11 4617 3432 www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

LALUX

31 3476 6144 www.lalux.com.br

Belo Horizonte

MG

LLUM BRONZEARTE

11 3634 8110 www.bronzearte.com.br

Embu

SP

LORENZETTI

11 2065 7380 www.lorenzetti.com.br

São Paulo

SP

X X

LTDA

11 4035 1552 www.guarilux.com.br

Bragança Paulista

SP

X

LUCCHI

11 3704 3737 www.lucchi.com.br

São Paulo

SP

LUMIBRAS

54 3463 9111 www.lumibras.com.br

Garibaldi

RS

X

X

LUMICENTER

41 2103 2750 www.lumicenter.com

São José dos Pinhais

PR

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X

LUMINÁRIAS PROJETO

11 2946 8200 www.luminariasprojeto.com.br São Paulo

SP

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X

LUMINÁRIAS SUN WAY

21 3860 2688 www.coloniallustres.com.br

Rio de Janeiro

RJ

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X

LUTRON

11 3257 6745 www.lutron.com

São Paulo

SP

X

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X

LUXSIM

11 3951 4373 www.luxsim.com.br

São Paulo

SP

X

X X

MACCOMEVAP

21 2687 0070 www.maccomevap.com.br

Itaguai

RJ

MAGNANI

54 4009 5255 www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MARGIRIUS

0800 707 3262 www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

MCA

31 3464 8686 www.mcacontroles.com.br

Belo Horizonte

MG

MELFEX

11 4072 1933 www.melfex.com.br

Diadema

SP

MUTTER

19 3589 1220 www.mutter.com.br

Porto Ferreira

SP

NAVILLE ILUMINAÇÃO

11 2431 4500 www.naville.com.br

Guarulhos

SP

NUTSTEEL

11 2122 5777 www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

O2 LED

11 2539 5199 www.o2led.com.br

São Paulo

OLIVO

48 2102 8820 www.olivosa.com.br

ONIX

44 3233 8500 www.onixcd.com.br

OPUS LED OSRAM

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11 4329 6787 www.opusled.com.br

São Paulo

SP

11 3684 7393 www.osram.com.br

Osasco

SP

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Mandaguari

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Siderópolis

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De Sinalização

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De Emergência

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47 3325 1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau

Cidade Leme

Públicas

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IMPERIAL LUMINARIAS

Site

Comerciais

X

X

19 3572 2299 www.ilumi.com.br

Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais

X

SC

Telefone

ILUMI

Importa produtos acabados

SP

Público

Estado

EMPRESA

Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Luminárias

Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas/varejistas

Canal de vendas

Distribuidores/atacadistas

Fabricante e distribuidora Industrial

Principal segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Residencial

116

Comercial

Pesquisa

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117

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

São Paulo

SP

PHILIPS DO BRASIL

0800 979 1925 www.philips.com/lighting

Barueri

SP

X

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POLIMETAL

31 3361 1095 www.polimetal.com.br

Contagem

MG

X

X

PW ELETRONICA

24 2246 7800 www.pweletronica.com.br

Petrópolis

RJ

X

QS REATORES

35 3559 0200 www.qualitrafo.com.br

Guaxupé

MG

X

X

X X X

QUALITRONIX

35 3471 3300 www.qualitronix.com.br

Santa Rita do Sapucaí

MG

X

X X X

X X

REATIVA

42 3222 3500 www.reativa.com

Ponta Grossa

PR

REEME

11 3525 3290 www.reeme.com.br

São Paulo

SP

SAVE ENERGY

54 3419 4938 www.saveenergylife.com.br

Caxias do Sul

RS

SETSON

11 5622 0840 www.setson.com.br

São Paulo

SP

X

SKYLUX

19 3563 0303 www.skylux.com.br

Pirassununga

SP

X

SOB

11 5090 0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SPOTLUX

41 3091 8600 www.spotlux.com.br

Curitiba

PR

STARTEC

11 2916 2333 www.startecimport.com.br

São Paulo

SP

STELLATECH

51 3529 7044 www.stellatech.com.br

Sapiranga

RS

STRAHL

11 2818 3838 www.strahl.com

São Paulo

SP

SULMINAS

35 3714 2660 www.sulminasfioscecabos.com.br Poços De Caldas

SYLVANIA DO BRASIL

11 3133 2400 www.sylvania-americas.com

São Paulo

SP

X X X X X X X

X

TASCHIBRA

47 3281 7300 www.taschibra.com.br

Indaial

SC

X X X X X X X

X

X

TECNOWATT

31 3359 8200 www.tecnowatt.com.br

Contagem

MG

X X X

X

X X

TRANSVOLTEC

11 2014 2266 www.transvoltec.com.br

São Paulo

SP

X

X

TRÓPICO

19 3885 6428 www.tropico.com.br

Indaiatuba

SP

X

UNICOBA - LEDSTAR

11 5078 1914 www.ledstar.com.br

São Paulo

SP

X

UNITRON

11 3931 4744 www.unitron.com.br

São Paulo

SP

UP-LUX

11 4220 2988 www.uplux.com.br

São Paulo

SP

X

UTILUZ

54 3218 5200 www.utiluz.com

Caxias do Sul

RS

X

WALMONOF

11 2421 0230 www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

WEG

47 3276 4000 www.weg.net

Jaraguá Do Sul

SC

WETZEL

47 3451 4033 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

WGR IGNITRON

11 2155 5500 www.wgr.com.br

São Paulo

SP

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MG

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De Sinalização

X

11 3948 0042 www.paraklin.com.br

De Emergência

SP

PARAKLIN

Públicas

Estado

São Paulo

Site

Comerciais

Cidade

11 2172 1050 www.ourolux.com.br

Público

Telefone

OUROLUX

Comercial

EMPRESA

Importa produtos acabados Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais

Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Luminárias

Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas/varejistas

Canal de vendas

Distribuidores/atacadistas

Residencial

Fabricante e distribuidora Industrial

Principal segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

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Equipamentos para iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Telefone

ABALUX

0800 707 2977 www.abalux.com.br

PR

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ACCORD ILUMINAÇÃO

46 3581 5950 www.accordiluminacao.com.br Dois Vizinhos

PR

X

ALPER

11 3265 6461 www.alper.com.br

São Paulo

SP

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ALPHA MARKTEC

11 2782 3200 www.alphamarktec.com.br

São Paulo

SP

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ALPHA-EX

11 3933 7533 www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

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ALTENA

11 4602 8666 www.altena.com.br

Salto

SP

ALUMBRA

11 4393 9300 www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

ANOLIGHT

27 3359 6205 www.anolight.com.br

Vila Velha

ES

APLIC ENGENHARIA

19 3241 0051 www.aplicengenharia.com.br

Campinas

SP

APOIO

11 3386 7402 www.apoio.ind.br

São Paulo

SP

ARM ILUMINAÇÃO

11 4163 1484 www.armiluminacao.com.br

Barueri

SP

ART-LUZ

11 2436 6222 www.artluz.com.br

São Paulo

SP

AUREON

11 3966 6211 www.aureon.com.br

São Paulo

SP

AVANT

11 3355 2220 www.avantled.com.br

São Paulo

SP

BAXTON

11 2093 4344 www.baxton.com.br

São Paulo

SP

X

BLAN LUMINÁRIAS

49 3344 0233 www.blanluminarias.com.br

São Lourenço do Oeste

SC

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BLEST DO BRASIL

41 3274 4472 www.blest.com.br

Curitiba

PR

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BLUMENAU ILUMINAÇÃO

47 3036 5155 www.blumenau.ind.br

Blumenau

SC

X

BRILIA

11 5180 5570 www.brilia.com.br

São Paulo

SP

CENTRAL EX

19 3708 9200 www.central-ex.com.br

Campinas

SP

COEL

11 2066 3211 www.coel.com.br

São Paulo

SP

COISARADA

49 3251 9000 www.coisarada.net

Lages

SC

COMSYSTEL

11 4158 8440 www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

CONEXLED

11 2331 0303 www.conexled.com.br

São Bernardo do Campo

SP

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CROUSE-HINDS BY EATON

15 3353 7070 www.crouse-hinds.com.br

Votorantim

SP

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D´LIGHT

11 2937 4650 www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

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DBTEC

12 3642 9006 www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

DECORLUX

0800 601 1144 www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

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DINATEL

11 3997 7012 www.dinatelreator.com.br

São Paulo

SP

DIWALI ILUMINAÇÃO

11 4508 0090

São Paulo

SP

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Site

Cidade São José dos Pinhais

Estado

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Sistemas de controle automático de iluminação

EMPRESA

Variadores de intensidade

Interruptores

Sensores para iluminação

Relés fotoelétricos

Reatores e/ou Ignitores

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

Especiais

Miniaturas

Decorativas

Leds

De Indução

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

Incandescentes

Lâmpadas

Refletores

Projetores

Específicas para Leds

Decorativas

Para Atmosferas Explosivas

Luminárias

Vapor metálico

118

Vapor de mercúrio

Pesquisa

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119

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

EATON’S COOPER LIGHTING BUSINESS 11 3616 8444 www.cooperindustries.com

São Paulo

ELETRICANOAS

51 3031 3130 www.eletricanoas.com.br

Canoas

RS

ELETRO TERRÍVEL

11 3959 6855 www.eletroterrivel.com.br

São Paulo

SP

EMBRALUZ

11 2488 0859 www.embraluz.com.br

São Paulo

SP

EMBRAMAT

11 2098 0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo

SP

EMPALUX

41 3021 3500 www.empalux.com.br

Curitiba

PR

ENERBRAS

0800 645 3052 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ENGELUZ

43 3528 1467 www.engeluz.com.br

Wenceslau Braz

PR

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ETIL

11 3616 6666 www.etil.com.br

São Paulo

SP

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EXATRON

0800 541 3310 www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

FINDER

11 4223 1550 www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FLC LAMPADAS

11 3933 3100 www.flc.com.br

São Paulo

SP

FLEX AUTOMATION

11 2389 2777 www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FORTLIGHT

11 2087 6000 www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

FOXLUX

41 3302 8100 www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

GE ILUMINAÇÃO

0800 333 4448 www.geiluminacao.com.br

São Paulo

SP

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GEVI GAMMA

11 3842 7655 www.gevigamma.com.br

São Paulo

SP

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GLIGHT

75 2101 7272 www.glight.com.br

Feira de Santana

BA

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GLOLANI

11 2294 1133 www.glolani.com.br

São Paulo

SP

GOLDEN

11 2122 6666 www.lampadasgolden.com.br

São Paulo

SP

X X X

GRUPO GERALUX

41 3153 7800 www.grupogeralux.com.br

Curitiba

PR

X

GUBRO

21 2592 0190 www.gubro.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437 www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HDA ILUMINAÇÃO LED

54 3298 2100 www.hda.ind.br

Nova Petropolis

RS

I9LUX

11 4163 1296 www.i9lux.com

Barueri

SP

IDEAL ILUMINAÇÃO

19 3756 6744 www.idealiluminacao.com.br

Campinas

SP

IDEAL INDUSTRIES

11 4314 9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

ILUMATIC

11 2149 0299 www.ilumatic.com.br

São Paulo

SP

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Sistemas de controle automático de iluminação

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11 2168 8550 www.ekoled.com.br/

X

Variadores de intensidade

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EKOLED

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Interruptores

SP

X

Sensores para iluminação

X

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Relés fotoelétricos

X X X

X X

Reatores e/ou Ignitores

SP

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

SP

São Paulo

Especiais

Estado

Miniaturas

Cidade São Paulo

Decorativas

Leds

De Indução

Vapor metálico

Vapor de mercúrio

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

Incandescentes

Lâmpadas

Refletores

Projetores

Específicas para Leds

Telefone Site 11 3933 8888 www.dni.com.br

Decorativas

EMPRESA DNI - KEY WEST

Para Atmosferas Explosivas

Luminárias

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Equipamentos para iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

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PR

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IRMÃOS ABAGE ITAIM ILUMINAÇÃO

11 4785 1010 www.itaimiluminacao.com.br

Embu das Artes

SP

X X X X X

KDL ILUMINAÇÃO

11 4617 3432 www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

X X X X

LALUX

31 3476 6144 www.lalux.com.br

Belo Horizonte

MG

LLUM BRONZEARTE

11 3634 8110 www.bronzearte.com.br

Embu

SP

LORENZETTI

11 2065 7380 www.lorenzetti.com.br

São Paulo

SP

LTDA

11 4035 1552 www.guarilux.com.br

Bragança Paulista

SP

LUCCHI

11 3704 3737 www.lucchi.com.br

São Paulo

SP

LUMIBRAS

54 3463 9111 www.lumibras.com.br

Garibaldi

LUMICENTER

41 2103 2750 www.lumicenter.com São José dos Pinhais 11 2946 8200 www.luminariasprojeto.com.br São Paulo

PR

21 3860 2688 www.coloniallustres.com.br 11 3257 6745 www.lutron.com

Rio de Janeiro

RJ

São Paulo

SP

X

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11 3951 4373 www.luxsim.com.br 21 2687 0070 www.maccomevap.com.br

São Paulo

SP

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Itaguai

RJ

54 4009 5255 www.magnani.com.br 0800 707 3262 www.margirius.com.br

Caxias do Sul

RS

Porto Ferreira

SP

31 3464 8686 www.mcacontroles.com.br 11 4072 1933 www.melfex.com.br

Belo Horizonte

MG

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Diadema

SP

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19 3589 1220 www.mutter.com.br 11 2431 4500 www.naville.com.br

Porto Ferreira

SP

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Guarulhos

SP

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11 2122 5777 www.nutsteel.com.br 11 2539 5199 www.o2led.com.br

São Paulo

SP

X

São Paulo

SP

X

48 2102 8820 www.olivosa.com.br 44 3233 8500 www.onixcd.com.br

Siderópolis

SC

Mandaguari

PR

11 4329 6787 www.opusled.com.br 11 3684 7393 www.osram.com.br

São Paulo

SP

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Osasco

SP

X

INTRAL

LUMINÁRIAS PROJETO LUMINÁRIAS SUN WAY LUTRON LUXSIM MACCOMEVAP MAGNANI MARGIRIUS MCA MELFEX MUTTER NAVILLE ILUMINAÇÃO NUTSTEEL O2 LED OLIVO ONIX OPUS LED OSRAM

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Sistemas de controle automático de iluminação

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Variadores de intensidade

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SP

Interruptores

Sensores para iluminação

Relés fotoelétricos

Reatores e/ou Ignitores

X

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SC

47 3325 1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau 54 3209 1300 www.intral.com.br Caxias do Sul 41 3371 5600 www.irmaosabage.com.br Curitiba

IMPERIAL LUMINARIAS

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

Especiais

Miniaturas

Decorativas

Leds

De Indução

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

X

SP

Incandescentes

Lâmpadas

Refletores

Estado

Projetores

Cidade Leme

Específicas para Leds

Telefone Site 19 3572 2299 www.ilumi.com.br

Decorativas

EMPRESA ILUMI

Para Atmosferas Explosivas

Luminárias

Vapor metálico

120

Vapor de mercúrio

Pesquisa

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O Setor Elétrico / Agosto de 2014

SP

POLIMETAL

31 3361 1095 www.polimetal.com.br

Contagem

MG

PW ELETRONICA

24 2246 7800 www.pweletronica.com.br

Petrópolis

RJ

QS REATORES

35 3559 0200 www.qualitrafo.com.br

Guaxupé

MG

QUALITRONIX

35 3471 3300 www.qualitronix.com.br

Santa Rita do Sapucaí

MG

REATIVA

42 3222 3500 www.reativa.com

Ponta Grossa

PR

REEME

11 3525 3290 www.reeme.com.br

São Paulo

SP

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SAVE ENERGY

54 3419 4938 www.saveenergylife.com.br

Caxias do Sul

RS

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SETSON

11 5622 0840 www.setson.com.br

São Paulo

SP

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SKYLUX

19 3563 0303 www.skylux.com.br

Pirassununga

SP

X

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X

SOB

11 5090 0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SPOTLUX

41 3091 8600 www.spotlux.com.br

Curitiba

PR

X

STARTEC

11 2916 2333 www.startecimport.com.br

São Paulo

SP

X

STELLATECH

51 3529 7044 www.stellatech.com.br

Sapiranga

RS

X X X X

STRAHL

11 2818 3838 www.strahl.com

São Paulo

SP

SULMINAS

35 3714 2660 www.sulminasfioscecabos.com.br Poços De Caldas

MG

X

SYLVANIA DO BRASIL

11 3133 2400 www.sylvania-americas.com

São Paulo

SP

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TASCHIBRA

47 3281 7300 www.taschibra.com.br

Indaial

SC

X X

TECNOWATT

31 3359 8200 www.tecnowatt.com.br

Contagem

MG

X X X X

TRANSVOLTEC

11 2014 2266 www.transvoltec.com.br

São Paulo

SP

TRÓPICO

19 3885 6428 www.tropico.com.br

Indaiatuba

SP

UNICOBA - LEDSTAR

11 5078 1914 www.ledstar.com.br

São Paulo

SP

UNITRON

11 3931 4744 www.unitron.com.br

São Paulo

SP

UP-LUX

11 4220 2988 www.uplux.com.br

São Paulo

SP

UTILUZ

54 3218 5200 www.utiluz.com

Caxias do Sul

RS

WALMONOF

11 2421 0230 www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

WEG

47 3276 4000 www.weg.net

Jaraguá Do Sul

SC

WETZEL

47 3451 4033 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

WGR IGNITRON

11 2155 5500 www.wgr.com.br

São Paulo

SP

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Sistemas de controle automático de iluminação

Barueri

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Variadores de intensidade

0800 979 1925 www.philips.com/lighting

X X X X X X X X

Interruptores

PHILIPS DO BRASIL

X X X X

Sensores para iluminação

SP

Relés fotoelétricos

São Paulo

Reatores e/ou Ignitores

11 3948 0042 www.paraklin.com.br

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

PARAKLIN

Especiais

Estado SP

Miniaturas

Cidade São Paulo

Decorativas

Telefone Site 11 2172 1050 www.ourolux.com.br

Leds

OUROLUX

De Indução

Vapor metálico

Vapor de mercúrio

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

Incandescentes

Lâmpadas

Refletores

Projetores

Específicas para Leds

Decorativas

EMPRESA

Para Atmosferas Explosivas

Luminárias

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Projetistas de iuminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

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Outros

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Iluminação pública

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Hotéis

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Número de funcionários de sua empresa

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Monumentos, edifícios históricos e similares

Estado

Shopping centers e lojas em geral

Rio de Janeiro São Paulo Nova Lima Belo Horizonte Salvador São Paulo Porto Alegre Curitiba Brasília São Paulo São Paulo Caxias do Sul Belo Horizonte Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro Sarapuí Salvador São Paulo Florianópolis São Paulo São Paulo Araruama Indaiatuba São Paulo

9079 2220 8598 8500 8900 2281 0044 3500 9555 6861 4540 1300 5153 5097 2928 6711 1392 1414 3290 2222 8752 9919 2174 6428 5500

Hospitalar

Cidade

pt.calameo.com www.avantled.com.br www.ceilux.com.br www.centraliluminacao.com.br www.citeluz.com.br www.citylights.com.br www.cristinamaluf.com.br www.empalux.com.br www.foxengenharia.com.br www.francoassociados.com www.godoyassociados.com.br www.intral.com.br www.legengenharia.com.br www.lap.com.br www.luzurbana.com.br www.pethras.com.br www.phoenixdesign.com.br www.qualityltda.com.br www.reeme.com.br www.sadenco.com.br www.senzilighting.com.br www.studioix.com.br www.transforluz.com.br www.tropico.com.br www.wgr.com.br

3231 3355 3547 3429 2102 2501 3332 3021 2103 3064 5575 3209 3643 3494 5571 2508 3276 3341 3525 3028 5052 3872 2664 3885 2155

Esportiva

Site

21 11 31 31 71 11 51 41 61 11 11 54 31 85 11 21 15 71 11 48 11 11 22 19 11

Industrial

Telefone

ANA MORAES PROJETOS AVANT CEILUX CENTRAL ILUMINAÇÃO CITELUZ CITYLIGHTS CRISTINA MALUF ARQUITETURA EMPALUX FOX ENGENHARIA FRANCO ASSOCIADOS GODOY LUMINOTECNIA INTRAL L & G ENGENHARIA LAP ENGENHARIA LUZ URBANA PETHRAS ENGENHARIA PHOENIX DESIGN QUALITY ENGENHARIA REEME ILUMINAÇÃO SADENCO ENGENHARIA SENZI LIGHTING STUDIOIX TRANSFORLUZ TRÓPICO WGR IGNITRON

Escritórios/Edifícios coorporativos/Edifícios públicos

EMPRESA

Residencial

Principais áreas de atuação da empresa

5 a 10

122

até 5

Pesquisa

X X

X X X

X X X

X


123

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

RJ SP MG MG BA SP RS PR DF SP SP RS MG CE SP RJ SP BA SP SC SP SP RJ SP SP

X X X X X X X X

X X X X X X X

X X

X X X X X

X X

X X X X X X

X X

X X X X

X X X X X

X X X X X

X X

X X

X

X X X X X

X X X X X X X

X

Entre 75% e 100%

X X

X X

X X

Entre 50% e 75%

X X X

X X X X

entre 25% e 50%

Menos de 25%

Essa fonte luminosa não é utilizada nos projetos da empresa

Essa fonte luminosa ocasionalmente é utilizada nos projetos da empresa

Essa fonte luminosa faz parte do dia-a-dia dos projetos da empresa

às vezes

Não

X X X

X X X

X X

X X X X

X

X

X X X

X X X X X

X

X

X

X X

X X X

Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes?

X X

X X

X X X

X

Em relação ao uso de LEDs em projetos luminotécnicos

X X

X

X

X X

Sim

Estado

Às vezes

Rio de Janeiro São Paulo Nova Lima Belo Horizonte Salvador São Paulo Porto Alegre Curitiba Brasília São Paulo São Paulo Caxias do Sul Belo Horizonte Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro Sarapuí Salvador São Paulo Florianópolis São Paulo São Paulo Araruama Indaiatuba São Paulo

9079 2220 8598 8500 8900 2281 0044 3500 9555 6861 4540 1300 5153 5097 2928 6711 1392 1414 3290 2222 8752 9919 2174 6428 5500

Não

Cidade

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3231 3355 3547 3429 2102 2501 3332 3021 2103 3064 5575 3209 3643 3494 5571 2508 3276 3341 3525 3028 5052 3872 2664 3885 2155

Especifica produtos, Compra produtos, equipamentos, equipamentos, componentes, fornecedores componentes, fornecedores

Sim

Site

21 11 31 31 71 11 51 41 61 11 11 54 31 85 11 21 15 71 11 48 11 11 22 19 11

Não possui e não acho importante

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Não possui ainda, mas acho importante

EMPRESA

Sim

Possui certificado ISO 9001

X X X


Aula prática

124

SPDA

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Proteção contra sobretensão de origem atmosférica Por Andrea Maria de Lima*

Como realizar a devida proteção com a ajuda de equipamentos e dispositivos instalados na parte interna ou externa das edificações


125

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Com

a

constante

evolução

das

sobretensão podem perturbar as instalações

• Falhas geradas no funcionamento dos

instalações elétricas desde o descobrimento

elétricas e cargas:

programas

da

eletricidade,

lógicos

das

• Sobretensões de manobra: sobretensões de

programáveis e sistemas de controle.

alta frequência ou causadas por uma alteração

e, com isso, a necessidade da realização de

no regime estabelecido de uma rede elétrica

operacionais pode ser muito maior do

um maior número de funções, controle de

(durante a manobra de um equipamento);

que o valor do equipamento destruído. As

processos e os aspectos relacionados às

• Sobretensões de frequência industrial:

sobretensões de origem atmosférica são

edificações ficaram mais complexos, exigindo

sobretensões da mesma frequência da rede

eliminadas com a ajuda de alguns dispositivos

equipamentos cada vez mais caros, sendo

(50 Hz, 60 Hz ou 400 Hz) causadas por uma

de proteção específicos.

necessário prover uma proteção completa

alteração permanente do estado da rede

para as instalações elétricas. Pensando nas

(segundo uma falha: falha de isolamento, falha

maneira que as instalações elétricas de baixa tensão.

proteções, foram criados os dispositivos

de um condutor neutro, etc.);

para proteger os equipamentos/pessoas/

instalações contra distúrbios que possam

eletrostática: sobretensões de duração muito

aparecer na rede. São eles:

curta (alguns nanossegundos) de frequências

complexidade

controladores

exponencialmente

instalações

a

dos

aumentou

Disjuntores

para

proteção

contra

Sobretensões

causadas

por

descarga

Além

disso,

o

custo

das

perdas

As redes de sinais são afetadas da mesma Descargas atmosféricas podem afetar as

instalações elétricas (e/ou comunicações) de uma edificação de duas maneiras:

muito altas, causadas por descarga de cargas

• Impacto direto da descarga atmosférica na

elétricas acumuladas (por exemplo, uma

edificação, o que chamamos de descarga direta;

sobrecarga e curtos-circuitos;

pessoa caminhando sobre um carpete com um

• Impacto indireto da descarga atmosférica

• Interruptores diferenciais residuais (DR)

sapato isolado está carregada eletricamente

na edificação, o que chamamos de descargas

para proteção contra choques elétricos e

com uma tensão de diversos quilovolts);

indiretas:

incêndios;

• Sobretensões de origem atmosférica: raios

 Uma descarga atmosférica pode atingir

• Dispositivos de proteção contra surtos

produzem uma energia elétrica impulsional

a rede elétrica aérea de alimentação de

(DPS) para proteção contra sobretensões.

extremamente importante, de milhares de

uma edificação. A sobretensão pode se

ampères (e milhares de volts), de alta frequência

propagar por vários quilômetros a partir

Este artigo será dedicado à proteção

(aproximadamente um megahertz), de curta

do ponto de impacto;

contra sobretensão de origem atmosférica,

duração (de um microssegundo a um milissegundo).

 Uma descarga atmosférica pode cair

enfatizando, então, a utilização do dispositivo

próxima a uma linha de energia elétrica e

de proteção contra surtos (DPS).

modos de propagação:

Constantemente são formadas milhares

Estas sobretensões possuem difere­ntes

a radiação eletromagnética da corrente da descarga atmosférica induz uma corrente

de tempestades ao redor do mundo, as

elevada e uma sobretensão na rede de

quais são acompanhadas por descargas

atmosféricas (raios). A descarga atmosférica é

condutores vivos e a terra: fase-terra ou

um fenômeno natural que gera sobretensões

neutro-terra;

transitórias com consequências destrutivas,

resultando em vítimas fatais e em bilhões de

condutores vivos: fase-fase ou fase-neutro.

Modo

Modo

comum:

aparecem

entre

os

diferencial:

aparecem

entre

gastos com a reparação dos danos causados

Nos últimos dois casos, as correntes e

as tensões perigosas são transmitidas pela rede de alimentação de energia elétrica. Uma descarga atmosférica também pode

Impacto do raio nas instalações elétricas

pelas descargas atmosféricas.

alimentação de energia elétrica.

Raios também causam um grande número

de incêndios, geralmente em áreas agrícolas

cair próxima a uma edificação, fazendo que o potencial de terra ao redor do ponto de impacto aumente perigosamente.

(destruindo casas ou tornando-as inabitáveis).

Edifícios altos são especialmente propensos a

elétricos e eletrônicos (transformadores,

descargas atmosféricas.

medidores e eletrodomésticos) em instalações

Descargas atmosféricas danificam sistemas

Características da onda da descarga atmosférica

A sobretensão nada mais é do que um pulso

elétricas residenciais e industriais. É muito

ou uma onda de tensão que se sobrepõe à tensão

elevado o custo dos reparos com os danos

e tensão das descargas atmosféricas, temos:

nominal da rede. A sobretensão perturba os

causados pelas descargas atmosféricas como

• Onda de 10/350 μs: caracterizam ondas de

equipamentos e produz radiação eletromagnética.

também é difícil estimar as consequências de:

corrente de uma descarga atmosférica direta;

Além disso, a duração da sobretensão provoca

Analisando os tipos de ondas de corrente

• Onda de 8/20 μs: caracterizam ondas

um pico de energia nos circuitos elétricos, o qual

• Perturbações causadas a computadores e

de corrente de uma descarga atmosférica

pode destruir equipamentos. Quatro tipos de

redes de telecomunicações;

indireta.


Aula prática

126

SPDA

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 1 – Tipos de descargas atmosféricas.

atmosféricas são caracterizadas por uma onda de tensão de 1,2/50 μs. Este tipo de onda de tensão é utilizado para verificar a suportabilidade de equipamentos a sobretensões de origem atmosférica (tensões de impulso de acordo com a norma IEC 61000-4-5).

Como realizar a proteção contra as descargas atmosféricas?

Para responder às diferentes necessidades nas

instalações elétricas, a proteção contra os efeitos diretos e indiretos das descargas atmosféricas pode ser realizada com a ajuda de equipamentos/ dispositivos a serem instalados na parte externa ou interna das edificações. • Na parte externa pode ser adotado um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas Figura 2 – Tipos de ondas de corrente das descargas atmosféricas.

Estes dois tipos de onda de corrente de

descarga atmosférica são utilizados para os testes dos DPSs (norma ABNT NBR IEC 61643-1) e imunidade de equipamentos a correntes de descarga atmosférica. O valor da crista de onda de corrente caracteriza a intensidade da descarga atmosférica. • As sobretensões geradas por descargas

(SPDA), que é utilizado para evitar os incêndios e as degradações que poderão ser ocasionadas por um impacto direto da descarga atmosférica sobre a edificação (para-raio, gaiola de Faraday). • Na parte interna da edificação são utilizados Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) para proteger as instalações elétricas e os equipamentos eletroeletrônicos. Vale lembrar que o DPS não protege contra sobretensões temporárias, somente transitórias. A função do DPS é escoar a sobretensão causada pela descarga atmosférica e limitar a sobretensão a um valor que não seja perigoso para a instalação elétrica e equipamentos.

Conforme o item 5.4.2 da ABNT NBR 5410,

“Proteção contra sobretensões transitórias”, a proteção com DPS deve ser realizada em alguns casos: Figura 3 – Onda de tensão 1,2/50 μs.


127

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 4 – (a) Para-raio simples e (b) Gaiola em malha (gaiola de Faraday).

• Instalação alimentada por linha aérea (total ou

Nota: a proteção contra sobretensões pode ser

usam diferentes tecnologias adaptadas para

parcialmente) e situada em região de influências

omitida se as consequências forem calculadas e

cada efeito de descarga atmosférica. O DPS é

externas AQ2 (mais de 25 dias de trovoadas por

assumidas, pensando na parte material, mas, caso

basicamente constituído por:

ano – tabela 15 da ABNT NBR 5410), sujeita aos

as consequências resultem em risco direto ou

efeitos das descargas indiretas;

indireto para a segurança e saúde das pessoas, esta

1) um ou mais componentes não lineares: a parte

• Instalação em região de influências externas

proteção não deverá ser omitida.

viva (varistor, centelhador, etc.); 2)

AQ3 (riscos pela exposição dos componentes da instalação), sujeita aos efeitos das descargas diretas.

um

dispositivo

de

proteção

térmica

Componentes de um DPS

(desconector interno) que protege o DPS ao final

Os dispositivos de proteção de surto (DPS)

da vida útil (DPS com varistor);


Aula prática

128

SPDA

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

3) um indicador que sinaliza o fim da vida útil do

Tabela 1 – Tabela de desempenho resumida do DPS

DPS. Alguns DPS permitem a sinalização remota do fim da vida útil; 4) um dispositivo de proteção contra curtocircuito (DPCC) externo, que assegura sua proteção

contra

os

curtos-circuitos

(este

dispositivo pode ser integrado no DPS).

Spark gap • Tipo chaveamento de tensão: dispositivo spark gap (centelhador) é principalmente usado contra efeito de descarga direta:  Possui uma alta impedância quando não tem presença de sobretensão, mas altera

O DPS pode ser construído utilizando

rapidamente para um valor de impedância

uma ou mais tecnologias:

sobretensões atmosféricas

causadas

por

diretas, com

descargas

uma

grande

muito baixo em resposta a uma sobretensão

capacidade de escoamento, recomendado

elevada;

para instalações em locais de alta exposição

 É principalmente usado contra descargas

a descargas atmosféricas na entrada da

atmosféricas diretas;

distribuição elétrica das edificações com

 É apto a chavear uma alta corrente para a

SPDA. O DPS Classe I é caracterizado por

terra (equivalente a um curto-circuito).

uma onda de corrente 10/350 µs; Figura 5 – DPS integrando as duas funções da Classe I e Classe II (Classe I + II) e as duas tecnologias no mesmo produto.

Varistor • Tipo limite de tensão: varistor ou diodo

- Classe II – com uma capacidade de escoamento menor que o da Classe I, é recomendado para proteção das instalações

ceifador (semicondutor) principalmente usado

Os DPS são instalados em trilho DIN e

elétricas e equipamentos eletroeletrônicos

contra efeito de descarga indireta:

no mercado podemos encontrar nas versões:

em edificações sem SPDA, mas que podem sofrer os efeitos indiretos das descargas

 em uma alta impedância quando não tem presença de sobretensão, contudo, possui

- 1P, 1P+N, 2P, 3P, 3P+N e 4P;

atmosféricas. O DPS Classe II é caracterizado

relação inversa com a corrente e tensão

- Classe I, Classe II, Classe I+II em um único

por uma onda de corrente 8/20 µs;

(redução da impedância com o aumento da

dispositivo e Classe III.

- Classe III – os DPSs desta classe são destinados à proteção fina dos receptores

corrente e tensão);  Limita a tensão para um valor padrão

Existem três classes de DPS:

capacidade baixa de escoamento e devem ser

máximo (Up) para qualquer corrente < ao valor de descarga nominal (In).

sensíveis (computadores, etc.), possuem uma

- Classe I – destinado à proteção contra

instalados à jusante de um DPS Classe II. O


129

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

DPS Classe I é caracterizado por uma onda

sempre superior à corrente presumida de

os DPSs devem ser instalados com o ponto de

de corrente combinada 1,2/50 µs e 8/20 µs.

curto-circuito no ponto da instalação.

entrada da linha na edificação ou no quadro de distribuição principal, localizado o mais próximo

Características comuns

A norma ABNT NBR IEC 61643-1 define

DPS Classe II

possível do ponto de entrada; ou

• Imáx: corrente máxima da descarga

b) quando o objetivo for a proteção contra

as características e os testes para DPS

Este é o valor de crista de uma corrente de

sobretensões

conectados a redes de distribuição de baixa

forma de onda de 8/20 μs que o DPS é capaz

atmosféricas diretas sobre a edificação ou em

tensão.

de escoar uma vez.

suas proximidades, os DPSs devem ser instalados

provocadas

por

descargas

no ponto de entrada da linha na edificação.”

DPS Classe III

• Uc: tensão máxima em regime permanente - Esta é a tensão CA ou CC acima da qual

• Uoc: tensão de curto-circuito aplicada

- Quando existir SPDA na edificação, deverão

o DPS torna-se ativo. Este valor é escolhido

durante testes de classe III.

ser instalados DPSs Classe I (efeitos diretos) e Classe II (efeitos indiretos) no quadro

segundo a tensão da rede e a disposição do esquema de aterramento.

• Up: nível de proteção - Esta é a tensão

comparáveis,

máxima nos bornes do DPS, quando ativo. Esta

particularidade.

Os três tipos de classe não são cada

uma

possui

sua

principal e DPS Classe II nos quadros terminais. - Quando não existir SPDA na edificação, deverá ser instalado o DPS Classe II

tensão é atingida quando a corrente fluindo pelo DPS for igual a In. O nível de proteção de tensão escolhido deve ser inferior à

Onde instalar e como selecionar?

nos quadros de distribuição e se existir equipamentos sensíveis instalados a mais de

suportabilidade das cargas a sobretensão.

A classe do DPS a ser instalada na origem

30 m do quadro que contém o DPS Classe II,

Na ocorrência de descargas atmosféricas,

da instalação depende da presença ou não

deverá ser instalado um DPS Classe III o mais

geralmente, a tensão nos bornes do DPS

de um sistema de proteção contra descargas

próximo possível ao equipamento sensível.

permanece menor do que Up.

atmosféricas (SPDA). Se a edificação possuir

• In: corrente de descarga nominal - Este

um SPDA (conforme IEC 62305), um DPS

é o valor de crista da corrente de descarga

Classe I deverá ser instalado.

instalados é determinado por:

de forma de onda 8/20 μs que o DPS pode

descarregar 15 vezes.

localização dos DPSs”, da norma ABNT

• Tamanho do local e a dificuldade de assegurar

NBR 5410, existem alguns critérios a serem

a equipotencialidade. Em locais grandes, é

seguidos:

essencial instalar um DPS na entrada de cada

DPS Classe I

O número de DPSs adicionais a serem

Conforme item 6.3.5.2.1 – “Uso e

quadro terminal;

• Iimp: corrente impulsional de descarga Equivale ao valor de crista da corrente, de

“a) quando o objetivo for a proteção contra

• Distância que separa cargas sensíveis a serem

forma de onda de 10/350 μs que o DPS

sobretensões de origem atmosférica transmitidas

protegidas pelo dispositivo de proteção de

pode escoar 5 vezes. Aplicável somente à

pela linha externa de alimentação, bem como

entrada. Quando as cargas estiverem situadas

tecnologia spark gap. Esta corrente deve ser

a proteção contra sobretensões de manobra,

a mais de 30 m do dispositivo de proteção


Aula prática

SPDA

130

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Tabela 2 – Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação (Tabela 31 da ABNT NBR 5410) Tensão de impulso suportável requerida em kV

Tensão nominal da instalação V

Categoria de produto

Sistemas

Sistemas

Produto a ser

Produto a ser utilizado

Equipamentos

Produtos

trifásicos

monofásicos

utilizado na

em circuitos de

de utilização

especialmente

com neutro

entrada da

distribuição e circuitos

instalação

protegidos

terminais Categoria de suportabilidade a impulsos

IV

III

II

I

4

2,5

1,5

0,8

-

6

4

2,5

1,5

-

8

6

4

2,5

120/208

115-230

127/220

120-240 127-254

220/380, 230/400, 277/480 400/690

Tabela 3 – Valor mínimo de Uc exigível do DPS em função do esquema de aterramento (Tabela 49 da ABNT NBR 5410) DPS conecta entre Fase X

Neutro

PE

Esquema de aterramento PEN

X

X

X

X

TT

TN-S

IT com neutro

IT sem neutro

distribuído

distribuído

1,1 Uo

1,1 Uo

1,1 Uo

1,1 Uo

1,1 Uo

√3 Uo

Uo

Uo

X X

TN-C

U

1,1

X

U

Uo

Notas 1 - Ausência de indicação significa que a conexão considerada não se aplica ao esquema de aterramento. 2 - Uo é a tensão fase-neutro. 3 - U é a tensão entre fases. 4 - Os valores adequados de Uc podem ser significativamente superiores aos valores mínimos da tabela.

Tabela 4 – Arquitetura de DPS em modo comum (MC) e modo diferencial (MD) TT

TN-C

TN-S

IT

Fase-neutro (MD)

Recomendado

-

Recomendado

Não utilizado

Fase-terra (PE ou PEN (MC)

Sim

Sim

Sim

Sim

Neutro a terra (PE) (MC)

Sim

-

Sim

Sim

Figura 6 – DPSs 2P, 3P, 4P, 1P+N e 3P+N.


131

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

de entrada Classe II, será necessário prover

• Corrente nominal de descarga e corrente de

proteções finas o mais próximo possível das

impulso (Iimp)

cargas sensíveis;

• Risco de exposição. No caso de um local

NBR 5410, a corrente de impulso Iimp não

muito exposto, deve ser instalado um DPS

deve ser inferior a 12,5 kA (forma de onda

Classe I e um DPS Classe II.

10/35 µs) para cada modo de proteção.

Segundo o item 6.3.5.2.4 da norma ABNT

Os DPSs devem estar em conformidade

com a norma ABNT NBR IEC 61643-1 e

• Corrente nominal de descarga (In)

selecionados conforme descrito no item

6.3.5.2.4 “Seleção dos DPS” da norma de

5410, a corrente nominal de descarga In não

instalações de baixa tensão, que menciona as

deve ser inferior a 5 kA (8/20 µs) para cada

seguintes características:

modo de proteção.

• Nível de proteção Up

A

seção

5.4.2.3

• da

Segundo o item 6.3.5.2.4 da ABNT NBR

Lembrando

que, para

determinar

a

norma ABNT

intensidade do DPS destinado à proteção

NBR 5410, “Seleção dos componentes da

de uma instalação elétrica contra os efeitos

instalação sob o critério de suportabilidade às

das descargas atmosféricas (baixo risco,

sobretensões transitórias", auxilia na seleção

médio risco e alto risco), é necessário levar

do nível de proteção Up para DPS em função

em conta os critérios próprios do local e as

das cargas a serem protegidas.

características dos equipamentos a serem

protegidos. Temos de avaliar:

De acordo com o item 6.3.5.2.4,

“Seleção dos DPS”, da mesma norma, alínea “a) nível de proteção (Up) – O nível

 a probabilidade de queda de raios no

de proteção do DPS deve ser compatível

local;

com a categoria II de suportabilidade a

 a natureza da rede;

impulsos indicada na tabela 31. No caso

 a presença de para-raio na instalação;

de conexões conforme o esquema 3, o

nível de proteção exigido refere-se ao nível

equipamentos;

global, isto é, entre fase e PE. Quando o

 o custo da parada do equipamentos.

o

custo

e

a

sensibilidade

dos

nível de proteção exigido, qualquer que

Conexão

seja o esquema de conexão, não puder ser atendido com um só conjunto de DPS,

devem ser providos DPSs suplementares,

as mais curtas possíveis, de modo a reduzir

devidamente

coordenados,

de

Conexões de um DPS às cargas devem ser

modo

o valor do nível de proteção (Up instalada)

que o nível de proteção requerido seja

nos bornes do equipamento protegido. O

satisfeito”.

comprimento total das conexões do DPS à rede e ao bloco de bornes de terra não deve

• Máxima tensão de operação contínua Uc

exceder 50 cm.

de

Dependendo da disposição do esquema aterramento, a

tensão

máxima

Uma das características essenciais para

de

proteção do equipamento é o nível de

operação contínua Uc do DPS deve ser igual

proteção máxima da tensão (Up instalada)

ou superior aos valores exibidos na tabela 49

que o equipamento pode suportar nos seus

da norma ABNT NBR 5410.

bornes. Consequentemente, um DPS deve ser escolhido com um nível de proteção Up

• Número de polos:

adaptado para proteção do equipamento.

O comprimento total dos condutores de

Dependendo do esquema de aterramento,

é necessário prover uma arquitetura de DPS

conexão é L = L1+L2+L3 (Figura 7).

que garanta proteção em modo comum (MC)

e modo diferencial (MD).

impedância por unidade de comprimento

Para correntes de alta frequência, a


Aula prática

132

SPDA

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 7 – Conexões do DPS L < 50 cm.

é de aproximadamente 1 μH/m. Portanto,

• Continuidade de serviço quando o DPS

aplicando a lei de Lenz a esta conexão: ΔU =

chegar ao fim de sua vida;

L di/dt. A corrente de forma de onda 8/20 μs

• Isolar facilmente o DPS, quando for

normalizada, com uma amplitude de corrente

substituído preventivamente.

de 8 kÂ, cria, consequentemente, um aumento de tensão de 1.000 V por metro de cabo.

Após determinado o tipo de DPS adaptado à

instalação, é necessário escolher um dispositivo ΔU = 1 x 10-6 x 8 x 103 / 8 x 10-6 = 1.000 V

de desconexão (disjuntor) apropriado. A

capacidade de interrupção deve ser compatível

Como resultado, a tensão entre os bornes

do equipamento, Up instalada, é:

com a capacidade de interrupção no ponto da instalação e também totalmente coordenado

Up instalada = Up + U1 + U2

com o DPS. O fabricante deve garantir esta

Se L1+L2+L3 = 50 cm e a forma de onda

coordenação e fornecer uma lista de escolha

é 8/20 μs com amplitude de 8 kÂ, a tensão

para os quais os testes foram realizados.

entre os bornes do equipamento será de Up

Indicação de fim de vida útil

+ 500 V.

Indicadores de fim de vida útil estão

Seção do condutor

associados aos desconectores interno e

A ABNT NBR 5410 recomenda a seção

externo do DPCC do DPS para informar

mínima na entrada da instalação de acordo

ao usuário que o equipamento não está

com os critérios a seguir:

mais apto a proteger a instalação contra sobretensões de origem atmosférica.

• Se o DPS for instalado no ponto de entrada

da linha elétrica da edificação ou em suas

por um indicador (luminoso ou mecânico)

proximidades: no mínimo 4 mm²;

no frontal do DPS. Esta função geralmente é

• Se o DPS instalado for para proteção contra

exigida pelas normas de instalação.

A indicação de fim de vida útil é fornecida

as descargas diretas na edificação: mínimo 16 mm².

Referências • ABNT NBR 5410: Instalações elétricas de baixa

Dispositivos de desconexão dos DPSs

tensão.

Um dispositivo de desconexão (disjuntor)

Schneider Electric, 2010.

• Electrical installation guide, Technical collection,

é necessário para garantir a segurança da

• Catálogo “Acti9 - A eficiência que você merece”,

instalação. Cada DPS deve obrigatoriamente

Schneider Electric, 2010.

ser associado a um dispositivo de desconexão à montante em série.

*Andrea Maria de Lima é engenheira

de aplicação da Schneider Electric.

Este dispositivo assegura:



ESPAÇO GUIA DE NORMAS

Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.

Proteção contra perigos resultantes de faltas por arco conforme a 134

Simplificadamente, o arco voltaico é uma espécie de “curto-circuito através do ar”, que se movimenta em alta velocidade (da ordem de 100 m/s) e elevadas temperaturas (milhares de graus K). Isso provoca destruição total ou parcial dos componentes elétricos (painéis, dispositivos, etc.), dos materiais em seu entorno e pode causar graves lesões (algumas até fatais) nas pessoas que estejam próximas, mesmo que elas sejam BA4 ou BA5. Desta forma, conforme 5.9 da NBR 14039, para diminuir o risco de formação dos arcos, os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a sua operação devem ser selecionados e instalados, de modo a garantir a segurança das pessoas que trabalham nas instalações. Para tanto, devem ser utilizados dispositivos de abertura sob carga, chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido, sistemas de intertravamento, fechaduras com chave não intercambiáveis, coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas perfuradas ou telas, equipamentos ensaiados para resistir às faltas de arco internas. Além disso, devem ser empregados dispositivos limitadores de corrente e selecionados tempos de interrupção muito curtos. Isso pode ser obtido

NBR 14039

por meio de relés instantâneos ou por dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor, atuando em dispositivos de interrupção rápidos. Outras medidas de proteção incluem ainda a existência de corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível, além da recomendação de se operar a instalação a uma distância segura, uma vez que a realização de simples manobras dentro de uma subestação pode dar origem a um arco voltaico. Esse arco pode causar queimaduras de elevado grau, além da inalação de gases tóxicos e quentes emanados pelos componentes elétricos submetidos a altíssimas temperaturas. Outro problema importante durante o arco elétrico é o estrondo causado pelo deslocamento de ar, que pode atingir um nível de ruído muito elevado, podendo levar até à perda temporária, ou às vezes definitiva, da audição. Os perigos não param por aí, pois é comum que o arco provoque o arremesso de equipamentos, partes ou peças derretidos a vários metros de distância, colocando, assim, o operador em risco de ser atingido por eles. Finalmente, as ondas de pressão decorrentes do arco são capazes de arremessar uma pessoa a alguns metros, o


ESPAÇO GUIA DE NORMAS

que pode ter consequências muito sérias para sua saúde. De forma geral, após a devida análise dos riscos conforme a NR-10, podem-se estabelecer procedimentos de segurança do operador que incluam o uso de roupas especiais para a proteção contra queimaduras. Pelo lado da instalação, podem ser utilizados painéis à prova de arco elétrico, além de se prever a realização de manobras a distância por meio de painéis com interface homemmáquina (IHM). Mesmo com a utilização de painéis à prova de arco, devem ser utilizados relés de detecção de arco de modo a reduzir significativamente a energia dissipada durante a ocorrência do evento. A tecnologia mais atual na área de proteção contra arcos elétricos tem como base duas técnicas: apenas na detecção da luminosidade emitida pelo arco elétrico; ou

na detecção da luz emitida pelo arco associada a uma verificação do nível da corrente elétrica nos circuitos (Figura 1). Neste caso, o objetivo é evitar operações indevidas onde existe a possibilidade de eventualmente o sensor de arco ficar exposto à incidência direta de alguma outra fonte de luz que não aquela proveniente do arco (por exemplo, a luz do sol, flash de máquina fotográfica, lâmpadas incandescentes, etc.). Os sensores de luminosidade são instalados internamente nos painéis próximos aos barramentos, aos disjuntores, chaves e outros dispositivos potencialmente geradores de arcos. As saídas dos sensores atuam relés que, por sua vez, operam dispositivos de seccionamento, interrompendo, assim, o arco no início de sua formação, bem como reduzindo a energia correspondente e todos os perigos resultantes relatados anteriormente.

135

Figura 1 - Princípio de funcionamento de detecção de arco voltaico (cortesia SEL)

Colaborou com esta seção: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor


Coluna do consultor

136

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico

O que os acidentes de aviões podem ensinar para a ‘turma’ de instalações elétricas?

Segundo

o

dicionário

da

língua

é colocado à disposição da sociedade para

inconcebível ainda para o cidadão comum a

portuguesa Houaiss, a palavra ‘pode’ remete

produzir o produto mais seguro, confiável,

ideia de que apenas uma verificação inicial

a ‘ter a possibilidade de’ ou ‘ter a ocasião de’,

confortável, sustentável e economicamente

é suficiente para garantir a segurança e a

enquanto ‘deve’ é sinônimo de ‘ter a obrigação

viável.

operação da aeronave durante sua existência.

de’. Obviamente, essas definições estão em

Vencidas todas as etapas de projeto,

É indiscutível que somente a aplicação dessa

perfeita sintonia com o senso comum das

especificação e construção da aeronave,

prática de verificações periódicas no avião

pessoas em relação às palavras em questão.

é inconcebível que tal equipamento seja

pode garantir a segurança do equipamento o

Partindo desse ponto, vamos tomar como

entregue para os voos comerciais sem a

tempo todo. Não é por acaso que, nas ocasiões

exemplo o caso de um avião de passageiros,

realização de testes finais que comprovem que

em que ocorrem acidentes com aviões, uma

com capacidade para centenas de pessoas e

o produto final atende a todos os requisitos

das primeiras atitudes dos peritos é verificar

toneladas de cargas. Tal aeronave certamente

estabelecidos na documentação. E assim,

se o plano de avaliação e manutenção da

é projetada segundo o estado da arte da

após essa cuidadosa verificação inicial, o jato

aeronave estava em dia.

engenharia aeronáutica, além de atender (e

finalmente levanta voo.

O resultado desse cuidadoso procedimento

superar) todos os requisitos mínimos das

que

normas técnicas aplicáveis ao tema. Todo o

a que um avião estará sujeito ao longo de

melhores práticas e atendimento às normas,

conhecimento técnico e científico armazenado

toda sua vida útil são tão importantes quanto

a especificação dos produtos corretos, a

pela comunidade especializada no assunto

essa avaliação inicial. Provavelmente é mais

montagem cuidadosa, a verificação inicial

Os procedimentos de vistorias e correções

envolve

o

projeto

segundo

as


137

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

indispensável e um plano rigoroso de avaliações

caso do avião, tanto a norma NBR 5410 (baixa

num patamar elevado e vergonhoso para os

periódicas – é o relativamente baixo número

tensão) quanto a NBR 14039 (média tensão)

profissionais do setor. Incontável número de

de acidentes e vítimas na aviação civil quando

prescrevem de modo obrigatório a verificação

acidentes e incidentes com eletricidade deve

comparado a outros meios de transporte.

inicial das respectivas instalações elétricas.

ser colocado na conta da falta de verificações

A conclusão sobre esse caso é que as

As duas normas até incluem uma parte sobre

periódicas. O envelhecimento natural dos

verificações periódicas do avião são tão

“manutenção” das instalações, mas ambas são

componentes, as intervenções indevidas ao

importantes quanto a verificação inicial

muito vagas a respeito (é preciso aperfeiçoar

longo do tempo, as sobrecargas e sobretensões

para garantir a segurança da aeronave

essa parte dos dois textos). E nenhuma delas

a que as instalações são submetidas em toda

durante toda a sua vida útil. Dessa forma,

trata da verificação periódica das instalações.

sua vida são alguns dos fatores que exigem uma

a próxima conclusão que nos remete ao

Essa situação nos remete ao caso concreto

verificação periódica das instalações elétricas.

primeiro parágrafo deste artigo é que deve ser

de um avião que é colocado à disposição

É pura questão de fatos, lógica e bom senso.

obrigatória a verificação periódica de aviões

do público após ter sido testado na época

A quantidade de vítimas na aviação civil é

e não simplesmente pode ser interessante

de sua conclusão e nunca mais passou por

muito menor do que a quantidade de vítimas

verificar periodicamente a sua situação. Nesse

nenhuma verificação. Quem se habilitaria

por eletricidade.

caso, a diferença entre ‘pode’ e ‘deve’ seriam

a entrar nessa aeronave? No entanto, todos

milhares de vítimas adicionais todos os anos.

os dias milhões de pessoas utilizam suas

instalações elétricas é um requisito que deve

residências, hotéis, locais de trabalho e lazer

ser incorporado o mais rápido possível às

turma de instalações elétricas?

que têm instalações elétricas que, com muita

normas técnicas e regulamentações em todas

Sob o ponto de vista da engenharia, uma

sorte, foram verificadas uma vez só antes de

as esferas do poder público. Não podemos

instalação elétrica não é muito diferente

serem entregues e nunca mais passaram por

nos dar ao luxo de dizer que tais verificações

de um avião. Os dois produtos finais são o

qualquer verificação.

podem ser uma boa ideia a ser aplicada

resultado de um projeto, uma especificação

Ao contrário da aviação civil, essa

quando alguém tiver vontade de fazê-las.

e uma montagem adequada. Assim como no

situação coloca os acidentes com eletricidade

“Pode” ser que essa hora seja tarde demais.

Mas o que isso tudo tem a ver com a

Em conclusão, a verificação periódica das


Energia sustentável

138

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Prazo para os lixões chega ao fim, mas os lixões não...

A Copa do Mundo já é parte do passado,

trabalho da CNM indica ainda que 16 capitais

resíduos poderia ser reaproveitado (31,9% dos

mas o legado da má gestão pública continuará

ainda têm lixões, como as cidades-sede da Copa

resíduos são recicláveis e os 51,4% de matéria

por

isso

do Mundo Belo Horizonte, Brasília, Recife,

orgânica poderiam passar por compostagem

diariamente, como nestes dois casos de proteção

Manaus e Porto Alegre (fonte: O Estado de São

ou biodegradação para geração de energia). No

contra incêndio:

Paulo, 07 e 14/07/14).

entanto, apenas 18% dos municípios possuíam

Assim como a Copa do Mundo saiu no

programas oficiais de coleta seletiva, somente

• O mega Templo de Salomão da Igreja

“jeitinho brasileiro”, com falhas e atrasos, o

1,6% dos resíduos orgânicos coletados eram

Universal aberto ao público em São Paulo sem

Congresso (e o Governo, nos bastidores) tenta

encaminhados para compostagem (fonte: Ipea)

o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros;

evitar possíveis ações judiciais dos Ministérios

e a reciclagem de resíduos domésticos não chega

• Dois em cada três hidrantes nas ruas de São

Públicos, propondo adiar por longos oito

atualmente a 2% (fonte: Folha de São Paulo,

Paulo não funcionam, conforme amostragem

anos o prazo de quatro anos dado pela Política

10/5/14).

encomendada pelo Ministério Público Estadual

Nacional de Resíduos Sólidos.

ao Corpo de Bombeiros (fonte: O Estado de

A verba pública desperdiçada em estádios

inadequada de resíduos à saúde pública (por

São Paulo, 05/08/14).

com previsão de pouca utilização, para promover

exemplo, várias doenças), é importante enfatizar

30 dias de espetáculo, poderia ter resolvido

os benefícios de sua adequada gestão, tais como:

anos.

Os

noticiários

mostram

Além dos impactos adversos da destinação

E vamos ao assunto desta coluna: a má

boa parte do problema de limpeza pública

gestão pública dos resíduos urbanos. Terminou

municipal no país. Segundo a Associação

• Geração de mais de 280 MW pelo biogás

no dia 2 de agosto o prazo de quatro anos

Brasileira das Empresas de Limpeza Pública

dos aterros (fonte: Plano Nacional de Resíduos

concedido pela Lei Federal n° 12.305/10 –

(Abrelpe), o Brasil precisaria investir R$ 6,7

Sólidos) e consequente potencial de redução de

Política Nacional de Resíduos Sólidos/PNRS (a

bilhões para coletar de forma adequada todos

emissões de gases de efeito estufa;

mesma que define a logística reversa de vários

os resíduos sólidos e destiná-los em aterros

• Redução de consumo de energia de 10 GWh/

resíduos, incluindo os eletroeletrônicos) para

sanitários. Poderia ser parte do legado, mas não

ano pela reciclagem (fonte: Banco Mundial

os municípios brasileiros apresentarem seus

foi.

citado na Folha de São Paulo, 11/08/14);

planos diretores de gerenciamento de resíduos

Para piorar, a quantidade de resíduos

• Geração de empregos e elevação do PIB pelo

e instalarem aterros sanitários adequados. De

gerados no Brasil em 2013 foi 4,1% maior do

aumento da reciclagem.

acordo com a Associação Brasileira de Empresas

que em 2012 (aumento superior ao do PIB e

de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ao crescimento populacional) e a coleta caiu

(Abrelpe), 40% do lixo atualmente coletado

10%. De acordo com a Abrelpe, o Brasil é o

e saneamento básico não rende votos e

tem destinação irregular. Mais de 61,7% dos

quinto país em termos de produção de resíduos,

visibilidade aos candidatos” pode ser quebrado:

municípios não se adequaram às exigências

e caso mantenha o ritmo de investimentos da

oferta de água à população também não o é,

da PNRS, e 1.000 dos 2.400 municípios

última década, a adequação da destinação final

mas neste ano se tornou um assunto “quente”

consultados

ocorrerá apenas em 2065.

(e seco) da agenda eleitoral em algumas regiões.

(Confederação Nacional dos Municípios) não

O diagnóstico da situação dos resíduos

Vamos avaliar as propostas dos candidatos em

elaboraram o Plano de Gerenciamento de

sólidos urbanos no Brasil feito pelo Instituto de

2014 e 2016? E vamos fazer a nossa parte no

Resíduos Sólidos, indispensável para a obtenção

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 25 de

setor elétrico destinando adequadamente os

de verba federal para a execução de aterros. O

abril de 2012, concluiu que mais de 80% destes

resíduos sólidos?

no

Levantamento

da

CNM

O paradigma de que “investir em resíduos



Iluminação eficiente

140

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Roadmap da indústria do Led A iluminação de estado sólido (SSL),

um número crescente de aplicações, melhorando

que a economia de energia anual de fontes

conhecida como as tecnologias de Led e Oled,

sua qualidade global de forma constante, alguns

de iluminação de diodo emissor de luz (Led)

tem o potencial de reduzir significativamente o

deles não conseguem igualar o desempenho das

em 2013 mais do que duplicou em relação ao

consumo de energia com iluminação e reduzir

tecnologias que são projetadas para substituir

ano anterior nos Estados Unidos, indo para

as emissões de gases de efeito estufa. O DOE –

e podem não corresponder às especificações de

188 trilhões de unidades térmicas britânicas

Departamento de Energia dos Estados Unidos –

seus fabricantes. Com tantos novos produtos de

(BTUs), o que equivale a uma economia de

estima que a mudança para a iluminação Led ao

iluminação Led que chegam ao mercado, nem

custos anuais de energia de cerca de US$ 1,8

longo dos próximos 20 anos poderia economizar

sempre é fácil identificar os itens de qualidade.

bilhão. Embora essas economias atuais sejam

US$ 250 bilhões em custos de energia durante

Por esta razão, nos Estados Unidos, o

significativas, a penetração no mercado ainda

esse período, reduzir o consumo de eletricidade

Departamento de Energia possui diversas ações

é bastante modesta, segundo o DOE. Como

para iluminação por quase um semestre e evitar

para estimular o uso consciente e consistente da

referência, estima-se que apenas cerca de 1% da

1,8 milhões de toneladas de emissões de carbono.

tecnologia SSL. No mês de agosto, foi publicada

base instalada de lâmpadas do tipo A (lâmpadas

A promessa de economia de energia da

a edição de 2014 do Solid-State Lighting

de bulbo convencional) é de lâmpadas Led, mas

tecnologia SSL tem particular relevância para o

Manufacturing R&D Roadmap. Este documento

o crescimento está acelerando rapidamente.

mercado americano, dada a transição em curso

complementa o Plano do Programa Plurianual,

A partir de 2012 e 2013, verificou-se que nos

para lâmpadas de alta eficiência, exigidas por

que orienta os programas centrais de Pesquisa

EUA a base instalada de Leds em aplicações de

políticas energéticas, como o Energy Independence

e Desenvolvimento de Produtos SSL. Um dos

iluminação geral mais do que duplicou para cerca

and Security Act de 2007. O propósito declarado

objetivos do Roadmap é orientar o programa

de 105 milhões de unidades. O estudo concluiu

deste ato é mover os Estados Unidos em direção a

de P&D de fabricação e ajudar as solicitações

ainda que os 188 trilhões de BTU poupados

uma maior independência e segurança energética,

de financiamento direto para ele. O Roadmap

representam apenas uma pequena fração do total

aumentar a produção de combustíveis renováveis

também oferece orientação para equipamentos

do potencial de economia de energia de cerca de

e não poluentes, proteger os consumidores para

e materiais, com base no consenso da indústria

4,1 quatrilhões de BTU, assumindo a adoção

aumentar a eficiência de produtos, edifícios

sobre a evolução esperada da fabricação de

completa de SSL.

e veículos, promover a pesquisa e implantar

SSL, para assim reduzir os riscos, melhorar a

Embora a adoção generalizada possa ser

opções de captura e armazenamento de gases de

qualidade, aumentar a produtividade e diminuir

de vários anos afora, o potencial destaca a

efeito estufa, além de melhorar o desempenho

os custos.

importância do desenvolvimento de uma

energético do Governo Federal, entre outros fins.

Este documento é atualizado anualmente

capacidade de produção alta e robusta para SSL.

Apesar da tecnologia de iluminação de estado

com o feedback da indústria, por uma série de

A adoção do mercado tende a acelerar, os preços

sólido estar ainda numa fase de desenvolvimento,

mesas-redondas com especialistas convidados

continuam a cair (veja o cenário na Figura 1) e as

ela está evoluindo rapidamente, com novas

e participantes das oficinas promovidas pelo

vendas devem aumentar a um ritmo muito mais

gerações de dispositivos introduzidos a cada

DOE, sendo um documento bastante valioso

rápido.

poucos meses. Segundo o DOE, embora muitos

para pessoas que possuem interesse no estado

Segundo o Roadmap do DOE, alguns

desses produtos possam economizar energia e

tecnológico atual do Led.

pontos-chaves referentes ao Led são resumidos a

proporcionar iluminação de alta qualidade em

seguir:

Segundo este Roadmap, o DOE concluiu


141

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

para minimizar custos e maximizar a eficácia. • Luminárias de aplicação flexível e fabricação de módulos serão necessárias para atender ao mercado em rápida expansão. Ou seja, para ser capaz de acomodar a enorme variedade de modelos procurados pelos consumidores para múltiplas aplicações, linhas terão de ser eficientes e eficazes em termos de custos, mesmo com números relativamente baixos para um determinado modelo. Isso pode apelar para equipamentos e métodos de fabricação inovadores. • Mais atenção deve ser dada para a fabricação de Figura 1 – Cenário de queda de preços estimada para lâmpada Led tipo A19.

fósforos/down-conversores e aplicação eficiente desses materiais dentro do pacote de Led. Há

• No caso de produtos de iluminação com

de compreender e prever mudança de cor ao

oportunidades para reduzir custos, melhorar

base em Led, atingir o ponto de cor de destino

longo do tempo pode aumentar a confiança dos

a eficiência e qualidade de cor, aumentar a

consistentemente adiciona custo e complexidade

consumidores em produtos de iluminação Led e

produção de luz, bem como simplificar o

ao processo de fabricação de luminárias,

simplificar o processo de fabricação, reduzindo

processo de fabricação.

especialmente onde as exigências de aplicações

assim o custo de fabricação.

de controle de cores é rígido.

• A fabricação da luminária continua a mudar

• A estabilidade de cor a longo prazo ainda é

dramaticamente em resposta à nova tecnologia,

download no site do Departamento de Energia

pouco compreendida e a mitigação adiciona custo

com menos ênfase no paradigma da lâmpada-

dos Estados Unidos: http://energy.gov/eere/

aos produtos de iluminação Led. A capacidade

luminária e mais ênfase em luminárias integradas

solid-state-lighting.

O documento na íntegra está disponível para


Instalações MT

142

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Energia e seu custo real Quanto custa o kWh vendido pelas

pois, como elas pertencem ao governo federal, o

distribuidoras? Esta é uma pergunta recorrente,

prejuízo é repartido entre os que pagam impostos,

simples e sem resposta exata, embora alguns

entre os que produzem. Ou seja: o furto de energia

especialistas tenham prontamente o suposto valor.

em Manaus, por exemplo, é repartido pelos que

Com

mantém a máquina federal: você! Nós!

os

subsídios

cruzados,

custos

“escondidos” (por exemplo, nas novas tarifas

Com outros fatores que causam perdas

de geração aceitas por algumas empresas) e

(outro dia poderemos tentar abrir esta caixa)

aumentos tarifários difíceis de entender (alguns

acontece o mesmo: socialização do prejuízo. Até

da ordem de 35%), parece que, em cada lugar

quando e que até que ponto vai haver “lado”

do Brasil, tem de haver valores bem diferentes e

produtivo suficiente para manter coisas assim?

gente (isso mesmo: consumidores e clientes são

gente!) que consiga pagar por isso.

geração térmica passarem a ser parte das tarifas

de distribuição?

De repente, sua conta de energia aumenta

E o que vai ocorrer quando os custos da

35% e você tem de acomodar isso no seu

orçamento!

distribuição de energia elétrica que terminam nos

Vejam a tarifa em alguns Estados, onde

próximos anos?

sabidamente a população tem baixo poder

aquisitivo, e veremos uma grande inversão,

as distribuidoras?

pois eles pagam mais pelo kWh que clientes na

América do Norte, que têm melhor qualidade de

no assunto e os órgãos oficiais envolvidos com

serviço e muito mais poder aquisitivo. Em alguns

a questão se reunissem e estudassem as causas

casos, esta relação é mais que o dobro.

destes desequilíbrios e nos esclarecessem tantos

pontos de incerteza.

O cenário ainda fica pior se olharmos o resultado

E o que vai ocorrer com as concessões de

Vamos ter uma MP similar à 579 / 2012 para Seria interessante que consultores especialistas

das concessionárias de distribuição. Algumas ainda

apresentam lucro, mas, definitivamente, o negócio

pobres consumidores brasileiros o acesso fácil à

da distribuição de energia elétrica no Brasil não é

geração fotovoltaica nas suas casas, pois com o

mais muito atrativo.

valor de kWh na baixa tensão atingindo a casa

Seria interessante, inclusive, viabilizar aos

Se as regras impostas ao setor tornam a

dos R$ 700 por MWh (incluindo os impostos

indústria não atrativa, o capital vai migrar para

que, corretamente, na visão do consumidor,

outras atividades, outros locais. E aí pode haver

representam custo de energia como qualquer

problemas desde a falta de agentes até de falta de

outra parcela) todo investimento neste formato

investimento e o consequente desabastecimento.

de geração distribuída vai se pagar rapidamente.

E ainda começaremos a limpar nossa matriz,

Já vimos este fenômeno em vários países e

não estamos imunes a isso! Outras

concessionárias

hoje pressionada pela geração das térmicas – tão de

distribuição

nos dão um prejuízo enorme. E digo “nos dão”

combatidas há uma década e que, literalmente, estão nos salvando da escuridão total.



Proteção contra raios

144

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Homenagem e informação

Analisando a história, os fatos levam a crer que

agosto é o mês escolhido pelos planos superiores como temporada para recrutar especialistas a fim de reforçar seu departamento de engenharia elétrica. Em 2000, Ademaro Cotrim deixava uma lacuna até hoje sentida pela comunidade técnica, agora, 14 anos depois, Armando Pereira dos Reis Miranda foi o escolhido.

Pioneiro no Brasil na utilização das armaduras das

fundações como eletrodo de aterramento, o colega Reis Miranda integrou várias comissões de revisão de norma por mais de vinte anos, dentre elas a que revisou o texto da ABNT NBR 5419:2005, sempre contribuindo com sua vasta experiência no assunto.

Dono de personalidade forte e caráter ilibado deixa o livro “Instalações Elétricas Industriais” e o

exemplo pela aguerrida luta a favor do desenvolvimento da boa prática da engenharia.

Em homenagem ao colega Miranda e como forma de instigar o leitor a ler o texto na íntegra e

contribuir com a revisão, este artigo mostra uma parte do Anexo F da parte 3, que possivelmente regulamentará o ensaio de continuidade elétrica das armaduras.

Lembrando que os projetos de norma estão disponíveis para contribuição em <http://www.

abntonline.com.br/consultanacional/> e lá ficarão até 10 de outubro de 2014. “... Ensaio de continuidade elétrica das armaduras F.1 Introdução O uso das armaduras do concreto como parte integrante do SPDA natural deve ser estimulado desde que sejam seguidas as recomendações descritas na Norma e complementadas neste Anexo.

É importante analisar o projeto estrutural da edificação visando auxiliar o ensaio das estruturas do

concreto armado. F.1.1 A definição dos pilares utilizados é feita, se possível por meio da análise do projeto estrutural da edificação, com consulta ao responsável pela execução da obra em relação à amarração das armaduras e de forma prioritária pela medição da continuidade elétrica dos pilares e vigas. Com o SPDA instalado, uma verificação final deve ser realizada. F.1.2 Primeiramente, os componentes naturais devem obedecer aos requisitos mínimos descritos nesta Norma sendo: a) condutores de descidas conforme 5.3; b) subsistema de aterramento conforme 5.4 F.1.3 Os ensaios de continuidade das armaduras devem ser realizados com dois objetivos: a) para verificação de continuidade elétrica de pilares e trechos de armaduras na fundação (primeira verificação); b) após a instalação do sistema, para verificar a continuidade de todo o sistema envolvido (verificação final). ...”



NR 10

146

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

“Me engana que eu gosto” Quando o Ministério do Trabalho e

Que ilusão!

proteção individual, de forma que só faltou

Emprego (MTE) publicou a consulta para coleta

revogar a NR-6, quando mencionou o item

de contribuições visando à regulamentação do

sem regulamentação, de repente, no rastro

10.2.8 sem mencionar o item 10.2.9.

artigo 193 da CLT, assim o fez:

deixado pelo 7 a 1 do circo futebolístico, saiu

a “obra prima” regulamentadora do adicional

as medidas de proteção coletiva, elege a

do Anexo IV da Norma Regulamentadora

de periculosidade por eletricidade.

desenergização como prioritária, mas de

nº 16 (Atividades e Operações Perigosas)

Foram utilizados alguns conceitos da

forma alguma afirma que é a única medida de

disponibilizada em Consulta Pública pela

NR-10, na medida do interesse, o que dá um

proteção.

Portaria SIT nº 371, de 26 de abril de 2013

aspecto técnico ao negócio da periculosidade

Foi estabelecido que o trabalho em

para coleta de sugestões da sociedade, em

e foram estabelecidas regras e definições

proximidade dá direito à percepção do

conformidade com a Portaria MTE nº 1.127,

oportunistas e absurdas que só se prestam

adicional, o que implica que esse trabalho

de 2 de outubro de 2003”.

para atender clientes mais interessados.

realizado na zona livre é capaz de criar o

direito ao adicional de periculosidade.

“Trata-se de proposta de texto para criação

Desde

então,

alguns

crédulos

Passado um período de mais de um ano

É certo que nenhum EPI pode ser mais

Ora, o item 10.2.8 da NR-10 prioriza

contribuíram atendendo ao chamado da

eficiente que uma medida de proteção de

A regulamentação inovou também nos

publicação, porque acreditaram que suas

caráter coletivo, porém a regulamentação

conceitos quando no item 3 do anexo estabeleceu

propostas seriam consideradas. Afinal, o

publicada em 17/07/14 pela Portaria nº 1.078

que trabalho intermitente é equiparado à

objetivo era colher as sugestões da sociedade.

desvalorizou totalmente os equipamentos de

exposição permanente, ainda que a situação


O Setor Elétrico / Agosto de 2014

147

“chamada de exposição” ocorra uma vez no mês. Como é que se explica que o Ministério de Previdência tenha definições totalmente diversas do MTE, quanto ao que seja habitual, intermitente, eventual e permanente?

O texto da Lei (artigo 193) estabelece

risco acentuado e exposição permanente como condições de aplicabilidade do direito ao adicional. A regulamentação não pode restringir ou aumentar o texto da Lei. A regulamentação é subalterna à Lei. Esse texto regulamentador se torna ilegal, assim como foi o texto do Decreto nº 93.412/86 ao estabelecer a proporcionalidade do adicional ao tempo de exposição. Vamos esclarecer: se alguém tiver que passar sob um receptáculo de uma lâmpada presa no teto sem um globo, o parafuso do receptáculo, que é um ponto energizado, estará a cerca de 2,6 metros de altura. Suponhamos que esta pessoa tenha estatura média. Se ela levantar o braço, alcançará 2,20 metros e ficará, portanto, a 40 centímetros da parte viva, que já é zona controlada. Ou seja, ela terá direito ao adicional! E basta que passe sob essa lâmpada uma vez por mês! A NR-16 – anexo 4 considera essa situação como risco acentuado e exposição permanente. Para pessoas advertidas, a NBR-5410 estabelece como medida de segurança colocar as partes vivas a distâncias superiores a 2,50 metros. Será que o texto da portaria tem alguma coisa a ver com técnica? Absurdamente repetiu-se o conteúdo do decreto revogado (Decreto nº 93.412/86), fazendo apenas uma junção do que era o item 1 com o item 2, de sorte que o conteúdo ofertado pelos trabalhadores do setor de energia elétrica em 1985 foi preservado.

Ninguém se preocupa em impedir que

sejam feitas “horas extras” em trabalho considerado perigoso. Ninguém se preocupa em impedir que sejam estabelecidos prêmios de produtividade para trabalhos perigosos.

Não há conserto. No Brasil, a vida tem

preço tabelado e vale menos que 1/3 do salário.

“Me tira o tubo”


Energia com qualidade

148

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Quando as “coisas” partem Parte 3 P artidas

da forma de onda de corrente) e a Figura

devem ser sobre dimensionados em relação

A injeção de energia reativa em instalações

1 B (reflexo na forma de onda de tensão),

àqueles aplicados em manobra de motores.

elétricas de baixa tensão com a instalação de

extraídas de publicação do IEEE, apresentam

Alguns destes dispositivos são equipados

capacitores já foi apresentada e discutida em

exemplo de um transiente oscilatório causado

com bobinas de In-rush.

colunas anteriores de “O setor elétrico” com

pela partida de capacitor em situação “back

• Contatores podem ter seus contatos

diversas abordagens, incluindo, além dos

to back”.

danificados na ocorrência de desligamentos

aspectos de compensação do fator de potência

Os transientes podem atingir tensões

e religamentos consecutivos causados, por

em si, ressonância harmônica, velocidade

instantâneas de até duas vezes a tensão

exemplo, por afundamentos de tensão.

de manobra, influência em operação com

nominal, em função do ângulo que ocorre a

• Cargas podem ser afetadas quando as

geradores e outras características (ver edições

manobra. Devido aos componentes resistivos

concessionárias manobram seus capacitores

de janeiro de 2014, maio e junho de 2011,

dos circuitos os valores típicos de sobretensão

nas redes de distribuição.

setembro de 2012 e outras).

de manobra são da ordem de 1,1 a 1,6 vezes

• Proteção a transientes e surtos devem ser

Outro ponto que merece ser tratado

a tensão nominal. Alguns cuidados devem

especificadas.

são os aspectos relacionados às partidas e

ser tomados quando se utilizam manobras

• Caso o capacitor seja mantido inserido no

manobras dos capacitores. Este assunto tem

mecânicas de contatores:

circuito em situação de baixa carga poderão

de capacitores

ocorrer sobretensões até que os capacitores

sido reportado em diversas oportunidades tanto nas instalações elétricas de indústrias

As

cargas

e prédios comerciais como em circuitos de

barramentos de alimentação dos bancos de

distribuição de concessionárias em média

capacitores (acionamentos dos motores e

M anobra

tensão, configurando-se como um dos

outras) estarão sujeitas a estes transientes

principais problemas de qualidade de energia

causados pela manobra de capacitores.

ser uma ferramenta que possibilita a injeção

discutidos. A Figura 1 A (comportamento

• Contatores de alimentação dos capacitores

de energia reativa com a isenção de transientes

Figura 1 A – Transiente oscilatório de corrente causado por manobra convencional de capacitor.

conectadas

aos

mesmos

sejam desligados. estática

A manobra estática de capacitores pode

Figura 1 B – Transiente oscilatório de tensão causado por manobra convencional de capacitor.


149

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Figura 2 – Transiente de tensão em manobra mecânica de capacitores (sem sincronismo).

Figura 3 - Comportamento da forma de onda de tensão em manobra estática de capacitores (sincronizada).

de manobra (desde que o equipamento seja

senoide) em que a manobra é efetuada; no

capaz de sincronizar a partida). A função

caso do desligamento, parte da energia do

denominada “zero crossing” permite que

capacitor será dissipada no contator e na

os capacitores sejam manobrados (quer

rede causando transientes.

na entrada ou na saída) sem transiente de

manobra por conta de controle adequado. As

elementos de descarga como resistores

Figuras 2 e 3 apresentam o comportamento

ou reatores e só devem ser reinseridos nos

da manobra de um banco de capacitores sem

circuitos após o descarregamento no caso de

manobra sincronizada e outro com manobra

manobra convencional (mecânica).

sincronizada. Neste caso de manobra estática,

A especificação da manobra depende

o sistema não é submetido a estes transientes

fundamentalmente do tipo de carga que se

e não há problemas de transientes.

está manobrando e os impactos na qualidade

Os transientes ilustrados na Figura 2

da energia das redes elétricas.

são aleatórios e dependem do instante (na

Capacitores devem possuir em seu corpo

Continua na próxima edição.


Instalações Ex

150

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

O subcomitê SC-31 do Cobei e as primeiras normas sobre atmosferas explosivas

O início da elaboração de normas técnicas

• NBR 8370 – Terminologia “Ex” (1984)

brasileiras da ABNT sobre atmosferas explosivas

• NBR 8447 – Segurança intrínseca – Ex “i”

ocorreu em 1968, com a publicação do Projeto

(1984)

de Norma P-EB-239 – Equipamentos com

• NBR 8601 – Imersão em óleo – Ex “o”

invólucros à prova de explosão, posteriormente

(1984)

publicada como NBR 5363.

• NBR 8368 – Temperatura máxima de

superfície (1984)

No ano seguinte, em 1969, foi publicado

o Projeto de Norma P-NB-158 – Instalações

• NBR 8444 – Determinação da temperatura

elétricas em ambientes com líquidos, gases ou

de ignição de gases (1984)

vapores inflamáveis, que posteriormente foi

publicado como a norma NBR 5418.

equipamentos “Ex” (1986)

• NBR 9883 – Segurança aumentada – Ex “e”

Em 1979, foi oficialmente criado no Cobei

NBR

9518

Requisitos

gerais

de

o Comitê Técnico CT-31, responsável pela

(1995)

elaboração, de forma coordenada e em consenso

• NBR 9884 – Grau de proteção – Máquinas

entre as empresas envolvidas no assunto,

elétricas girantes (1987)

de normas técnicas sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas.

Durante as décadas de 1980 e 1990,

da nova organização do Cobei, estas normas

sob a coordenação inicial do engenheiro

foram sendo gradativamente canceladas e

Sérgio

Rausch,

da

Promon

A partir do início dos anos 2000, dentro

Engenharia,

substituídas por novas, harmonizadas com

e, posteriormente, do engenheiro Dácio

as respectivas normas internacionais da IEC,

de Miranda Jordão, da Petrobras, foram

publicadas na série ABNT NBR IEC 60079.

elaboradas pelo CT-31 do Cobei e publicadas

pela ABNT diversas normas “Ex”, relacionadas

do Cobei é composto por seis Comissões de

a seguir:

Estudo, as quais acompanham o processo de

No presente momento, o subcomitê SC-31

revisão, atualização e elaboração das normas • NBR 5363 – Invólucros à prova de explosão

técnicas internacionais das séries IEC 60079

– Ex “d” (1968/1990)

e ISO/IEC 80079 elaboradas pelo TC-31 da

• NBR 5418 – Instalações “Ex” (1969/1995)

IEC (Equipment for Explosive Atmospheres).

• NBR 5420 – Invólucros pressurizados – Ex

A missão e o objetivo principal do

“p” (1992)

SC-31 do Cobei é participar do processo de

• NBR 6146 – Graus de proteção de invólucros

elaboração, comentários, revisão, atualização

– Códigos IP (1980)

e publicação das novas edições das normas


151

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

técnicas internacionais elaboradas pelo TC 31

indústria siderúrgica e empresas das áreas

De forma a possibilitar a publicação

da IEC.

de química, petroquímica e da indústria

no Brasil, por parte da ABNT, em língua

A participação neste processo faz que os

do petróleo, usuárias de equipamentos e de

portuguesa, das normas técnicas internacionais

profissionais brasileiros envolvidos com o

instalações em atmosferas explosivas de gases,

da IEC sobre atmosferas explosivas, as

assunto estejam sempre atualizados em termos

vapores, névoas ou poeiras explosivas.

comissões de estudo do subcomitê SC-31 do

do “estado da arte” da normalização técnica

Durante

análise,

Cobei efetuam os trabalhos complementares

internacional “Ex”.

comentários, votação e aprovação das normas

de elaboração de normas da série NBR IEC

os

trabalhos

de

Além disso, a participação de profissionais

internacionais do TC-31, realizados pelas

60079, “idênticas” em conteúdo técnico,

brasileiros neste processo faz que possam ser

Comissões de Estudo do SC-31, as empresas,

forma e apresentação em relação às respectivas

incluídas – nas normas internacionais da série

as instituições e os profissionais brasileiros

normas da série IEC 60079, as quais já se

IEC 60079 (Equipamentos elétricos “Ex”) e

possuem a oportunidade de conhecer as

tornaram anteriormente “velhas conhecidas”

ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos

normas da série IEC 60079, de participar de

dos membros do SC-31, em função da

“Ex”) – as boas práticas, lições aprendidas

sua evolução, contribuir com comentários

participação no processo anterior de revisão,

e know-how de empresas brasileiras neste

e sugestões para o aprimoramento destas

comentários, votação e aprovação.

assunto.

normas técnicas internacionais, com base nas

O

subcomitê

SC-31

do

Cobei

Este processo de harmonização das normas

é

boas práticas e no know-how das empresas e

nacionais com as normas internacionais

formado por profissionais envolvidos em

instituições brasileiras envolvidas neste ramo

faz com que haja no Brasil a aplicação da

equipamentos e instalações elétricas em

de especialidade técnica industrial.

mesma base normativa para os requisitos de

atmosferas explosivas, representantes de mais

Uma

âmbito

projeto, fabricação, ensaios e certificação de

de 70 empresas. Encontram-se representadas

internacional da IEC, incorporando em

equipamentos “Ex” que são utilizados nos

no SC-31 empresas das áreas de consultoria,

consenso os comentários e as boas práticas

países mais desenvolvidos nesta área.

projeto, instalação, fabricação, laboratórios de

pelos diversos países do TC-31, inclusive as do

Na próxima coluna, falaremos sobre o

ensaios, organismos de certificação acreditados

Brasil – as normas passam a ser aplicadas por

organograma do SC-31 e sobre a evolução das

pelo Inmetro, seguradoras, órgãos de classe,

todos os países integrantes da IEC.

normas da série ABNT NBR IEC 60079.

vez

aprovadas

no


Dicas de instalação

152

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Cabos para aplicação na geração de energia eólica Por Leonel Rodrigues*

Com o crescente interesse em energias renováveis como a proveniente

• Todas as turbinas eólicas instaladas no mundo até o final de 2012

pela geração eólica, verificamos cada vez mais a importância deste

podiam fornecer 580 TWh/ano, mais de 3% da demanda de energia

tema, principalmente com o aumento da demanda por energia elétrica,

elétrica mundial;

bem como a escassez e a dificuldade do aumento da capacidade de

• O setor de energia eólica em 2012 registrou um volume de negócios

obtenção por meio de recursos convencionais.

de 75 bilhões de dólares;

• 100 países já utilizam o poder do vento para geração de energia

Embora a energia obtida pela geração eólica cubra apenas uma

pequena parcela da oferta total gerada, a expansão do setor está em

elétrica;

forte crescimento e, consequentemente, a necessidade de insumos,

• Ásia representou a maior parcela de novas instalações (36,3%),

como os cabos elétricos, merece um destaque especial.

seguida pela América do Norte (31,3%) e Europa (27,5%). América Latina aparece com 3,9% e Austrália/Oceania com 0,8% das novas

Tendências

e desenvolvimentos econômicos

recentes

instalações. África praticamente não atuou no mercado de geração eólica com apenas 0,2%; • América Latina e Europa Oriental são as regiões promissoras para

De acordo com o relatório de energia eólica mundial de 2012 da

instalações de novos parques eólicos;

Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA – World Wind Energy

• A WWEA espera uma capacidade global acima de 500 GW até 2016, e

Association), podemos ressaltar os seguintes números:

prevê cerca de 1.000 MW de geração de energia eólica até o ano de 2020.

• A capacidade eólica mundial chegou a 282 GW, dos quais 44,6

Brasil

GW foram adicionados somente em 2012, o maior acréscimo anual

registrado. China e EUA juntos adicionaram em 2012 uma potência de

utilização de fontes sustentáveis de energia como a eólica. Observa-se que,

26 GW com novas turbinas eólicas;

principalmente, em decorrência do recente desenvolvimento tecnológico

• O setor de energia eólica mostrou uma taxa de crescimento de 19,2%

e de políticas públicas de incentivo, há um gradual incremento da

em 2012;

participação de fontes renováveis na matriz energética nacional. Além

O Brasil possui um perfil energético com potencial técnico para


153

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

disso, a questão ambiental certamente é um dos argumentos mais importantes para a expansão observada nos últimos anos.

Nesse panorama, as centrais eólicas assumem um papel de destaque,

atribuído especialmente ao baixo impacto imposto ao ambiente em sua fase de implantação. A essa vantagem soma-se o desenvolvimento de sua base tecnológica industrial e a experiência operativa acumulada nos últimos anos em todo o mundo.

Atualmente, o Brasil possui 181 usinas instaladas com capacidade

total de 4,6 GW, representando apenas 3% da capacidade de geração de energia do país.

Figura 2 – Matriz elétrica brasileira (GW). Fonte: ABEEólica – Junho 2014.

Como pode ser observada, a expansão da geração eólica concentra-se

na região Nordeste, no litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte; no interior da Bahia; e, na Região Sul, predominantemente no litoral do Rio Grande do Sul.

A expansão da geração de energia eólica no Brasil, já contratada e

em construção está apresentada na tabela a seguir:

Figura 1 – Situação geral: novo recorde em novas instalações eólicas.

Potência adicional com geração de energia eólica no Brasil (MW) Região

2013

2014

2015

2016

2017

2018

Sudeste/Centro-Oeste

0

0

0

0

0

200

Sul

330

565

174

526

528

400

Nordeste

1.763

2.098

2.362

1.099

552

400

Norte

0

0

0

58

203

0

1.683

1.283

1.000

TOTAL 2.663 2.536 2.093 Fonte: Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 – Geração de energia elétrica.


154

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Tipos de cabos elétricos para redes de energia eólica

• Desenvolvimentos de cabos: Fabricantes de cabos de energia investem pesado em pesquisa e desenvolvimento para encontrar formas de melhorar o desempenho das

Diferentes partes da unidade de geração eólica demandam diferentes

turbinas eólicas. São avaliados os compostos de isolamento e cobertura dos

desempenhos. Dentro da nacele (compartimento instalado no alto da

cabos, além da simulação dos condutores para definir a melhor flexibilidade

torre que abriga todo o mecanismo do gerador) da turbina eólica, devem

do cabo

ser utilizados cabos de controle, e de dados sujeitos a flexão contínua e cabos de energia resistentes a torção e flexão devem ser usados na torre da turbina eólica.

Além da exigência de flexibilidade, também devem ser consideradas

resistência térmica, resistência à abrasão, resistência a óleo e outros componentes químicos. Para as partes móveis do gerador eólico, o cabo deverá ter boa flexibilidade de torção e flexão, com possibilidade de operar em um raio de curvatura pequeno devido a limitações de espaço. Requisitos especiais de retardância à chama, baixa emissão de fumaça, uso de compostos não halogenados (Low-Smoke-Zero-Halogen, LSZH), resistência à radiação UV e proteção eletromagnética também são necessários devido às considerações de segurança. De

modo

geral,

instalações

de

energia

eólica

requerem

simultaneamente alta flexibilidade e resistência à torção para os cabos utilizados. • Cabos para torres eólicas:

São utilizados cabos de baixa tensão (1 kV) com isolamento em

Figura 4 – Simulação mecânica de cabos para geração eólica.

Com o desenvolvimento de modelos de turbinas para geração de energia

borracha flexível que transmitem a energia produzida no gerador para

eólica, os cabos são projetados para atender às seguintes necessidades:

o transformador, geralmente localizado na base da torre. Os cabos são

- Modificação de cabos para acomodar turbinas e geradores cada vez

fabricados com compostos não halogenados e também são resistentes

maiores;

ao óleo, abrasão e raios UV. Entre o transformador e a base da nacele

- Substituição de cabos de baixa tensão por média tensão para turbinas

são utilizados cabos de média tensão, que podem suportar até 35 kV,

eólicas com transformadores localizados nas naceles;

isolados em borracha flexível. Para aplicações fixas, são utilizados cabos

- Melhorar a flexibilidade para atender altas torções e vibrações;

de baixa tensão em cobre ou alumínio.

- Criação de novos compostos para isolamento dos cabos para calor, frio, resistência a óleos e fogo; - Desenvolvimento de cabos com condutores de alumínio para redução de peso e de custos; - Integrar as funções de telecomunicações e energia quando possível; - Aumentar a capacidade de transmissão de dados nos cabos de data; - Encontrar novas maneiras de monitorar e gerenciar remotamente as turbinas eólicas; - Desenvolver soluções técnicas para sustentabilidade das turbinas eólicas. • Soluções em cabos:

Figura 3 – Ilustração de cabos para naceles.

Para atender à necessidade nas instalações dos cabos em parques

eólicos, os fabricantes de cabos estão desenvolvendo e entregando cabos com terminais, conectores, acessórios, conjuntos e kits cortados no lance

• Cabos para naceles:

exato para a instalação. Com a iniciativa de uma solução integrada entre

São cabos flexíveis blindados de baixa tensão para suportar até 120 °C. A

fabricante de cabos e torres eólicas, obtém-se uma redução do custo e do

blindagem do cabo atende às características de proteção eletromagnética. Os

tempo total da instalação.

cabos são isolados com silicone para suportar o calor intenso (até 120 °C). Para grandes turbinas (2,5 MW a 6 MW), cabos flexíveis de média tensão

*Leonel Rodrigues é gerente de aplicação de produtos da

podem suportar três voltas completas em qualquer direção.

Nexans.



Referências técnicas

156

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.

Cabos elétricos

Raios mínimos de curvatura para instalação - Cabos com blindagem de fitas

- Cabos com capa de chumbo puro ou liga de

requisitos dos raios mínimos de curvatura

chumbo

para instalação permanente e móvel de

externo nominal do cabo.

A norma ABNT NBR 9511 traz os

O raio mínimo é de 12 vezes o diâmetro

nominal sobre a capa metálica.

cabos elétricos. Os raios de curvatura referem-se à superfície interna do cabo e

- Cabos com blindagem de fios

não ao seu eixo.

combinada

A Tabela 1 traz os raios mínimos de

Com blindagem individual ou coletiva, ou

não

com

fita

metálica

curvatura para cabos isolados, unipolares

descontínua, o raio é de 12 vezes o diâmetro

e

externo nominal do cabo.

multipolares

ou

multiplexados, sem

capa metálica, sem blindagem metálica ou Nos casos a seguir, deve-se respeitar:

Espessura nominal da isolação mm

- Cabos com proteção metálica e armação intertravada

Os raios mínimos para cabos não

blindados são os estabelecidos na Tabela 1, respeitando o limite mínimo de sete vezes o diâmetro externo nominal do cabo.

vezes o diâmetro externo nominal do cabo,

Os raios mínimos de curvatura são os

definidos na Tabela 2.

Diâmetro

Igual ou

Superior a 25

nominal do

inferior a

e inferior ou

cabo mm

25

igual a

-

4

4

5

6

4

8

5

6

7

8

-

-

7

8

X Diâmetro externo nominal do cabo

Nota: No caso de cabo multiplexado, deve ser considerado como diâmetro externo nominal o diâmetro nominal sobre a reunião das veias. Fonte: ABNT NBR 9511

Tabela 2 – Raios mínimos de curvatura para cabos com capa de alumínio Característica da capa

X Diâmetro nominal sobre a capa metálica

exceto no caso de armação de trança, para

Lisa

20

o qual os raios mínimos de curvatura são os

Levemente corrugada¹

16

estabelecidos na mesma Tabela 1, também

Corrugada²

12

atento ao limite mínimo de seis vezes o diâmetro externo nominal do cabo.

Superior a 50

50

Inferior ou igual a

ou fios O raio mínimo de curvatura é de 12

Superior a

- Cabos com armação de fitas planas

- Cabos com capa de alumínio

Tabela 1 – Raios mínimos de curvatura dos cabos

armação metálica, para instalação fixa.

O raio mínimo é de 12 vezes o diâmetro

¹ Levemente corrugada: profundidade de corrugamento menor ou igual a 1,5 vez a espessura nominal da capa de alumínio. ² Corrugada: profundidade de corrugamento maior que 1,5 vez a espessura nominal da capa metálica. Fonte: ABNT NBR 9511



Ponto de vista

158

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

Iminente perigo às indústrias nacionais Por João Pereira Corrêa*

Neste momento de crise vivida pela indústria

Aneel, as concessionárias transferem às prefeituras

habilidades em se aproveitar da oportunidade a

nacional, fabricantes de produtos para iluminação

a responsabilidade sobre seus parques e aí surgem

qualquer custo. Ainda se percebe o claro desejo

pública enfrentam demanda retraída e, ao mesmo

as Parcerias Público-Privada (PPPs). Diante disso,

de enterrar a indústria nacional com todos os seus

tempo, a forte e injusta concorrência dos produtos

empresas multinacionais e nacionais importadoras,

custos, investimentos, empregos criados, pesadas

importados por empresas multinacionais e outras

com seus pequenos escritórios em forma de

cargas tributárias e as enormes dificuldades que

nacionais, as quais sequer mantêm plantas de

consórcios, se propõem a assumir essa administração

se fazem presentes a qualquer industrial legalista

fabricação no Brasil, apenas alguns escritórios

em longos e gordos contratos com as inúmeras

brasileiro.

comerciais, forçando a introdução de produtos. Estes

prefeituras brasileiras.

Deixo aqui meu mais claro, transparente e

equipamentos, não raramente, são fabricados em

Em particular, a prefeitura da cidade de São

profundo sentimento de ser mais um empreendedor

países orientais, onde, lá sim, os fabricantes mantêm

Paulo, maior parque de iluminação do país. Com

e fabricante brasileiro que se dedicou e ainda

suas plantas com grandes efetivos, propiciando o

o novo modelo de administração, aliás, a proposta

dedica a manter o mais alto grau de tecnologia e

pleno emprego aos trabalhadores locais. Esta situação

é de que haja a troca de aproximadamente 580.000

desenvolvimento com produtos de última geração

acaba levando as indústrias brasileiras ao triste

pontos de luz, hoje com lâmpadas de descarga (sódio,

em Led.

declínio de fabricação, faturamento e desemprego,

metálica, mercúrio) por luminárias com Leds.

Dirijo-me aqui também a todos os colegas

empurrando o empresariado industrial a pensar em

Esta é uma excelente proposta de modernização

gestores e administradores públicos de todas as

desistir da árdua tarefa de manter uma indústria

baseada na redução de custos do consumo de

esferas e sugiro uma forte reflexão sobre o tema da

nacional e mudar o alvo para operações financeiras,

energia, em sustentabilidade, smart city, com

desindustrialização nacional em detrimento aos

onde o retorno do capital é garantido.

retorno garantido em longo prazo. Esse vultoso

produtos importados normalmente com preços

Altos investimentos em engenharia, processos,

programa, divulgado por esta própria prefeitura,

baixos e qualidade desconhecida, pois “o barato

desenvolvimentos de novos produtos, ferramental

enche de expectativas os fabricantes de produtos

sempre fica mais caro”.

e máquinas, certificações de qualidade em órgãos

de iluminação nacionais e, por isso mesmo, com

acreditados, custos com mão de obra de fabricação e

maior conhecimento de seu próprio terreno quanto

de montagem, altos encargos, maiores, inclusive, do

às conservações físicas de instalações, à qualidade da

que muitos países americanos, europeus e orientais,

distribuição de energia e a todos os recursos hoje

homologações de produtos em órgãos e laboratórios

instalados, como cabeamento aéreo, instabilidades

oficiais exigentes, etc. Isso tudo faz com que nossos

de tensão, redes não autorizadas e os, cada vez mais

produtos, genuinamente nacionais, deixem de ser

crescentes, “gatos” que demonstram a evolução e

competitivos com esses concorrentes que apenas

planejamentos descontrolados por anos e anos.

“colocam” seus produtos acabados diretamente no

mercado sem qualquer “investimento” em nosso país,

que as multinacionais e os pequenos escritórios de

apenas acomodados em pequenos escritórios de vendas.

importação fazem, a qualquer custo, a costumeira

Dessa forma, nosso setor, que ainda hoje

pressão pela escolha de seus produtos em detrimento

proporciona diretamente 1.000 empregos nas cinco

dos produtos nacionais.

principais indústrias brasileiras do setor e mais de

Nesse momento de rara oportunidade aos

10.000 indiretos, se vê em iminente e preocupante

fabricantes nacionais, infelizmente, vimos por

viés de baixa em seus negócios.

inúmeras entrevistas, depoimentos de grandes

No entanto, a nítida impressão que fica é a de

Diante de grandes alterações implementadas

empresas multinacionais e de oportunistas nacionais

na administração dos parques de iluminação

ofertando seus produtos e propondo parcerias,

pública no país, por meio da resolução 414 da

caracterizando suas evidentes e sempre agressivas

Por João Pereira Corrêa, especializado em consultoria industrial, com MBA em logística empresarial. É diretor presidente da JJC Assessoria Industrial e diretor da Ilumatic S/A - Iluminação e Eletrometalúrgica, empresa do setor de iluminação, com mais de 50 anos de atuação nos mercados brasileiro e latino-americano.



Agenda

160

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

6 a 8 de outubro Descrição

Informações

O curso tem como objetivo capacitar técnicos e engenheiros para que eles possam diagnosticar ocorrências, recuperar o sistema em menor tempo e agilizar os trabalhos de comissionamento. O programa contemplará, entre outros assuntos, a importância da oscilografia e a evolução tecnológica; fundamentos de análise de sistemas elétricos; estudo de oscilografias produzidas durante distúrbios ocorridos em redes elétricas; e análise de ocorrências específicas.

Local:

23 de outubro

Cursos

Análise de oscilografias - Distúrbios

Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

Tecnologia Led

Descrição

Informações

Os participantes deste curso serão apresentados aos conceitos de iluminação para realização de projetos que visem à eficiência energética e aos aspectos requeridos em iluminação para as certificações Leed e Procel Edifica. A aula abordará variados temas, entre os quais: certificações ambientais, conceitos e requisitos; certificação Leed; certificação Procel Edifica; requisitos para elaboração de projetos luminotécnicos eficientes. O curso consistirá em apresentações expositivas e apresentação de cases nacionais e internacionais.

Local:

23 e 24 de outubro

São Paulo (SP) Contato: (11) 4704-3540 treinamentos@expersolution.com.br

Projeto de sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à rede

Descrição

Informações

Baseado em conceitos consagrados na Alemanha – um dos países que mais investe em energia solar – e correlacionados

Local:

à realidade brasileira, o curso aborda os temas fundamentais para projetar uma instalação fotovoltaica conectada à rede. O conteúdo programático das aulas contemplará os tipos de sistemas fotovoltaicos; principais usos e aplicações; dimensionamento de sistemas; norma ABNT NBR 16274 com aparelhos de medição; entre outros. Haverá também uma visita à primeira instalação de energia solar executada no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro (RJ)

23 a 26 de outubro

Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br

Subestações: Conceitos, Equipamentos, Manutenção e Operação

Descrição

Informações

Propiciar aos participantes realizarem manutenções preventivas e fornecer informações relativas a operação e proteção de subestações este é o objetivo do curso promovido pela Engepower. Direcionadas a engenheiros técnicos e eletricistas, as aulas terão como conteúdo programático: conceitos básicos, tipos de subestações, principais equipamentos de pátio, principais equipamentos da casa de comando, manutenção e operação de subestações, entre outros.

Local:

28 de setembro a 1º de outubro

São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com

MagLev 2014

Descrição

Informações

Realizado desde 1977, o evento tem como intuito favorecer o desenvolvimento da tecnologia de Veículos de Levitação Magnético (MagLev). A 22ª edição do evento, que será realizada no Rio de Janeiro, inaugurará e apresentará para a comunidade internacional o primeiro veículo brasileiro de levitação magnética para transporte urbano, desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o MagLev-Cobra.

Local:

1 a 3 de outubro

Eventos

Uberlândia (MG)

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2539-1214 maglev2014@cmeventos.com.br

9º Congresso Internacional de Bioenergia

Descrição

Informações

Um dos mais importantes fóruns de discussões sobre energias renováveis do Brasil, o Congresso Internacional de Bioenergia, chega em sua nona edição projetando receber mais de mil congressistas participantes vindos de diversos cantos do país e do mundo. A expectativa é de que o número de trabalhos técnicos também aumente, chegando a mais de 400 projetos de pesquisadores, professores, graduandos e analistas.

Local:

8 a 10 de outubro

São Paulo (SP) Contato: (54) 3226-4113 contato@bioenergia.net.br

20ª Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp)

Descrição

Informações

A ser realizada no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP), a Fisp deverá reunir aproximadamente 700 empresas relacionadas ao tema que irão apresentar as novidades na área de segurança e proteção ao trabalhador, entre as quais soluções voltadas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho, vestimentas especiais anti-chama e ferramentas para trabalho como protetores auditivos e faciais, cintas ergonômicas, capacetes, etc. A expectativa é de que 45 mil pessoas visitem o evento.

Local:

15 e 16 de outubro

São Paulo (SP) Contato: www.fispvirtual.com.br

5º Seminário Licenciamento e Gestão Socioambiental no Setor Elétrico

Descrição

Informações

O evento tem como objetivo debater os diversos aspectos envolvendo o licenciamento e a gestão socioambiental no setor elétrico. Na edição deste ano, serão temas de discussão: terras indígenas, áreas de preservação permanente, a exigência do Cadastro Ambiental Rural, regularização fundiária, competências dos órgãos ambientais, além de procedimentos e práticas para o licenciamento e gestão socioambiental de empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

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Connectwell 103 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br

Fortlight 121 (11) 2087-6000 vendas@fortlight.com.br www.fortlight.com.br

Legrand 25 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br

Real Perfil 39 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br

Conprove 118 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br

General Cable 145 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Líder Rio 59 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com

RM Sarel 29 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br

Altus 47 (51) 3589 9500 www.altus.com.br

Construfios Fios e Cabos 123 (11) 5053-8383 construfios@construfios.com.br www.construfios.com.br

Gimi 131 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br

Luminárias Projeto 110 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br

Romagnole 98 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br

Alubar 73 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net

Copper 100 139 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br

HDA Iluminação Led 7 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

Magnet 86 e 87 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br

Sarel 81 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Alumbra 112 (11) 4393-9300 sac@alumbra.com.br www.alumbra.com.br

Cordeiro 33 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br

Hellermann Tyton 127 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br

Média Tensão 55 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Sassi Medidores 95 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

Andra 9 (11) 3855-7000 andra@andra.com.br www.andra.com.br

Corfio 65 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br

Histec 26 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br

Megabrás 22 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Arcoir 114 (11) 2115-7873 arcoir@arcoir.com.br www.arcoir.com.br

Crouse-Hinds by Eaton 41 (15) 3353-7070 vendaschbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br

ICE Cabos Especiais 106 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Melfex 150 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

Schneider Electric Encarte 0800 7289 110 call.center.br@br.schneider-electric.com www.schneider-electric.com.br

Avant 101 www.avantled.com.br

Crimper 122 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br

Agpr5 - Abirush Automação 14 e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br Alpha 115 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www. alpha-ex.com.br

Balestro 24 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br BHS Eletrônica 111 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br

Daisa 57 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Diagnerg 146 (16) 3945-1223 www.diagnerg.com.br

Ideal Industries What’s wrong 11 4314-9930 ideal_brazil@idealindustries.com www.idealindustries.com.br IBT 143 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br IFG 130 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Iguaçumec 78 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br

Mersen 8 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com Montal 132 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br Mon-Ter 20 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

BRVal 92 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br

Dutoplast 31 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br

Brasformer Braspel 142 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br

Eaton 5 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br

Cabelauto 120 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br

Efe-Semitrans 137 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br

Cablena 11 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Eletromar 141 0800 7242 437 www.hager.com.br

Instrumenti 10 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br

Elos 89 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br

Instrutemp 133 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br

Embramat 13 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br

Intelli 91 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

Embrata 94 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br

Itaim Iluminação 2ª capa e 3 (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br

Enerbras 93 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br

Kanaflex 117 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br

Enercon 99 (11) 2919-0911 vendas@enercon.com.br www.enercon.com.br

Kienzle 97 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br

Exper 157 (11) 4704-3540 contato@expersolution.com.br www.expersolution.com.br

KRC 116 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br

Perfil Líder 69 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br

Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

LEDSTAR – Unicoba 109 (11) 5078-1914 comercial@ledstar.com.br www.ledstar.com.br

RDI Bender 37 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Chint 45 (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículo e 43 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 15 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cobremack 105 (11) 4156-5531 SP (71) 3594-1400 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br Cofibam 61 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Condumax 23 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 21 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

Ilumatic 104 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Induscabos 147 (11) 4636-2211 spvendas@induscabos.com.br www.induscabos.com.br

Naville 77 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br

SEL Engenharia 79 (19) 3515-2040 engenharia@selinc.com www.selinc.com.br Sendi 159 (19) 3756-7348 sendi@cpfl.com.br www.sendi.org.br Sicame 63 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br Strahl 102 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Telbra 113 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br

Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br

Tigre Tubos e Conexões 17 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br

Novemp Fascículo e 35 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

Trael 126 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

Nutsteel 107 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 6 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 49 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com Paratec 144 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 51 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Pennwell Corporation 155 407-903-5000 Ext. 248 viviane@multimediausa.com

Trafomil 149 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 19 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br Unitron 82 e 83 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br Utiluz 119 (54) 3218-5200 utiluz@utiluz.com www.utiluz.com VR Painéis Elétricos 53 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br Walcenter 151 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br Wetzel 18 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br


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Patrocínio

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Agosto de 2014

O que há de errado?

ação Ilustr

: Ma

. uro Jr

Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.

PREMIAÇÃO Nesta edição, o leitor que mandar a

Resposta da edição 101 (Junho/2014)

resposta mais completa, relatando as não conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será

Diversos leitores identificaram os principais problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor IGOR CAPELO apresentou a resposta mais completa em relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá, como premiação, um alicate amperímetro, um alicate decapador e um conector de torção.

Parabéns a todos os leitores que mandaram suas

respostas e continuem participando!

Confira a resposta correta:

A foto apresenta algumas não conformidades em relação à NBR 5410, dentre as quais destacamos: os eletrodutos utilizados não aparentam atender a nenhuma norma do produto, o que contraria o item 6.2.11.1.1, além de estarem em péssimo estado de conservação; os condutores isolados estão sem proteção do conduto fechado; a presença da tubulação de água logo acima do quadro de distribuição, sem que ele tenha o grau de proteção adequado, não atende ao requisito de 6.2.9.4.1 da NBR 5410.

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.

contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries: • Alicate amperímetro TightSight 660ACA CAT IV, código 61-764; • Decapador para cabos subterrâneos (PP) 1,5 mm2 a 2,5 mm2, código 45-235. • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial. com.br ou acesse www. osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião! Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br




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