Ano 9 - Edição 103 Agosto de 2014
Iluminação
eficiente em foco O Led vem ganhando cada vez mais espaço entre fabricantes e consumidores de equipamentos de iluminação. Cerca de 70% dos projetistas afirmam que esta tecnologia já faz parte do dia a dia de seus projetos
Cenário atual da biomassa no Brasil Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país
Certificação de trabalhadores de instalações Ex Desafios para implantação de LT 500 kV Tucuruí/Manaus
Sumário
4 atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br
Reportagem – Biomassa no Brasil 66 Fonte que já foi bastante beneficiada no começo da década de 2000 com fortes incentivos governamentais, sofre na atualidade com concorrência da energia eólica. Especialistas veem leilão regional como possível desafogo para o segmento.
Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Painel de notícias 8
Coluna do consultor 136
Consumo de eletricidade vai triplicar em 2050; Setor eletroeletrônico
Sobre a impor tância da obrigatoriedade da verificação
cresce apenas 3% no 1º semestre de 2014; Inmetro publica
periódica das instalações elétricas, a fim de que
portaria voltada a energia solar fotovoltaica; Senado recebe
acidentes com eletricidade ocorram em número cada
Projeto de Lei que favorece autoprodutor de energia; Eletrobras
vez menor.
Fascículos 27 Atmosferas explosivas 76 A importância da certificação das competências pessoais para garantir a segurança durante o ciclo de vida das instalações “Ex”.
Transmissão 84
Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável
138
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
140
142 Jobson Modena – Proteção contra raios 144 João Barrico – NR 10 146 José Starosta – Energia com qualidade 148 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 150 Luis Fernando Arruda – Instalação MT
As dificuldades de logística para implementação da linha de
Dicas de instalação 152
transmissão na Amazônia, trecho Oriximiná/Manaus, em meio
Tipos de cabos para aplicação na geração de energia eólica.
a rios e áreas alagadas.
Pesquisa – Fabricantes, consumidores 96 e projetistas da área de iluminação Levantamento mostra que eficiência energética é uma
Referências técnicas 156 Requisitos dos raios mínimos de curvatura para instalação de cabos elétricos.
preocupação cada vez maior entre os projetistas do setor. Mais
Ponto de vista 158
da metade deles afirmou que emprega soluções eficientes
Concorrência de fabricantes brasileiros de produtos para
entre 75% e 100% de seus projetos luminotécnicos.
iluminação pública com equipamentos importados faz indústria
Aula prática – SPDA 124
nacional do setor apresentar viés de baixa.
Como realizar a devida proteção com a ajuda de equipamentos e
Agenda 160
dispositivos instalados na parte interna ou externa das edificações.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos
Espaço Guia de Normas 134
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
lucra R$ 881 milhões no 1º semestre de 2014; Elektro lança Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP).
Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós
meses.
Medidas de proteção contra perigos resultantes de faltas por
What’s wrong here 162
arco conforme a NBR 14039.
Identifique o que existe de errado na instalação.
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico Hilton Moreno Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Amaury Saliba, Andrea Maria de Lima, Evandro Magalhães, Gabriel Cardozo Prado da Silva, João Pereira Corrêa, Leonel Rodrigues, Luis Felipe Costa, Marcelo Paulino, Mario Noburu Takai, Paulo Fernandes Costa, Paulo Ricardo Silva, Roberval Bulgarelli. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Snvv|Shutterstock.com Impressão - IBEP Gráfica Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
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Ano 9 - Edição 103 Agosto de 2014
Iluminação
eficiente em foco O Led vem ganhando cada vez mais espaço entre fabricantes e consumidores de equipamentos de iluminação. Cerca de 70% dos projetistas afirmam que esta tecnologia já faz parte do dia a dia de seus projetos
O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 103 – Agosto de 2014
Certificação de trabalhadores de instalações Ex Desafios para implantação de LT 500 kV Tucuruí/Manaus
Edição 103
A eterna luta por um mundo verde
Cenário atual da biomassa no Brasil Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país
Num planeta em que investir em eficiência energética e em técnicas eficientes de geração e de consumo de energia
é imperativo, tecnologias que estimulem a geração sustentável e que utilizem recursos renováveis são cada vez mais necessárias. Como é sabido, o Brasil é muito feliz nesse sentido. Conta com uma matriz elétrica fundamentalmente renovável e apresenta larga oferta de recursos considerados “limpos”, como água, vento, sol e biomassa – lenha, cereais, cana-de-açúcar, etc. – para geração de energia elétrica.
Para se ter uma ideia, até o final do ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Internacional
de Energia (IEA), o Brasil era o país que mais utilizava biomassa na produção de energia, responsável por 16% do uso mundial no setor. Em seguida estavam os Estados Unidos (9%) e a Alemanha (7%).
Apesar de ser pouco abordada pela mídia de modo geral, a biomassa está à frente da eólica na matriz elétrica
nacional, mas deve ser ultrapassada por esta em breve. Segundo especialistas, a falta de incentivos governamentais para a fonte é um dos principais entraves para o crescimento dessa fonte de energia.
Estudiosos do setor defendem que a bioeletricidade pode ainda trazer desenvolvimento rural nas regiões de
produção, além de empregos e contribuir com a geração de créditos de carbono para o país. No entanto, a eletricidade gerada a partir da biomassa é pouco competitiva, sendo utilizada, em sua maioria, como cogeração. Assim, usinas de canade-açúcar, por exemplo, utilizam a bagaço gerado no processo de produção de açúcar e álcool para produzir parte da sua própria energia. Para eles e outros produtores, o preço pago por essa energia elétrica não compensa a produção em maior escala e, assim, essa fonte vai perdendo espaço na matriz nacional. A reportagem desta edição traz um apanhado geral sobre o status dessa fonte de energia no país, passando pelo histórico evolutivo até os motivos que levaram à sua estagnação.
Ainda nesta edição, o engenheiro Roberval Bulgarelli assina um artigo em que toca em um assunto extremamente
delicado e importante: a qualificação dos trabalhadores que atuam em instalações com atmosferas explosivas. Segundo ele, é evidente a carência de formação e de atualização profissional desses trabalhadores, que lidam com ambientes de alto nível de periculosidade. Os produtos destinados a essa área já passam por um processo rigoroso e compulsório de certificação, mas no que compete à certificação das competências pessoais, o caminho a percorrer ainda é longo e está apenas no início.
Aos interessados em iluminação, a pesquisa deste mês é voltada para este mercado. Um estudo com fabricantes,
distribuidores e profissionais deste segmento permite uma avaliação peculiar e específica sobre o mercado de equipamentos para iluminação industrial, comercial e pública.
Boa leitura!
Abraços,
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Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Consumo de eletricidade vai triplicar em 2050 De acordo com estudo do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 realizado pela EPE, o consumo passará de 513 TWh para 1624 TWh até o período
O consumo de eletricidade vai triplicar até 2050, revela estudo sobre a demanda produzido pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que faz parte do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Segundo a análise da entidade pública federal, a perspectiva é de que até a referida data o Brasil esteja consumindo 1624 TWh de energia elétrica. Na atualidade, a demanda por eletricidade é de 513 TWh.
No que diz respeito ao consumo de eletricidade por consumidor, o país deverá alcançar daqui
a 35 anos um padrão compatível ao da União Europeia: 7.000 kWh/hab/ano. O documento projeta também o aumento de penetração de veículo híbridos. A estimativa é de que até 2050, mais de 50% da frota de veículos leves seja composta por carros flex (gasolina/etanol/eletricidade); outros 10% usarão apenas eletricidade.
O crescimento da energia distribuída através da geração solar também é destaque. De acordo
com o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, a expectativa é de que aproximadamente 15 milhões de domicílios consuma energia por meio de painéis fotovoltaicos em 2050. Isso equivaleria a 13% da demanda elétrica brasileira na ocasião. “Além disso, o aquecimento de água a par tir do sol também crescerá, beneficiando provavelmente em torno de 20% dos domicílios brasileiros”, avalia o executivo.
Consumo total de energia
O consumo total de energia, que inclui gasolina, eletricidade, etanol entre outros, também vai
crescer, de acordo com a análise realizada pela EPE. A demanda vai passar de 267 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP) para 605 milhões de TEP.
“Apesar do consumo de energia dobrar até 2050, esse crescimento será bem inferior ao
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que é positivo do ponto de vista ambiental”, pondera Tolmasquim.
Segundo o presidente da EPE, isto será possível por causa do aumento da eficiência energética
nas próximas décadas, que permitirá reduzir em 20% o consumo total de energia no país. “Mesmo o consumo de energia não acompanhando o PIB, o Brasil em 2050 terá o consumo per capita de hoje da Dinamarca e Alemanha”, afirma.
Esta análise é o segundo estudo de cinco que irão compor o PNE 2050. O primeiro estudo
abordou a economia do país neste período.
Consumo total de eletricidade no Brasil – 2013 a 2050
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Para brasileiros, o preço da energia elétrica é elevado Segundo pesquisa encomendada pela Abraceel, com mais de duas mil pessoas, 67% dos entrevistados consideram os custos com fornecimento de eletricidade altos ou muito alto
A percepção dos consumidores brasileiros em relação aos serviços prestados pelas distribuidoras de energia
elétrica não é das mais positivas. É o que diz a pesquisa intitulada “A Energia da Democracia é Livre”, encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) com 2.002 pessoas em todo território nacional, entre 17 e 22 de junho deste ano.
Segundo o levantamento, apresentado durante evento realizado pela Abraceel no dia 07 de agosto, mais de
dois terços dos entrevistados (67%) consideram muito caro ou caro o preço pago pela energia elétrica. Além disso, a opinião dos consumidores sobre a qualidade da energia distribuída também depõe contra as concessionárias. Isto porque, conforme a pesquisa, 40% dos entrevistados afirmam ter aumentado os cortes e interrupções de energia este em relação a 2013. O reflexo disso pode ser sentido na vontade dos consumidores em mudar de fornecedor de energia. Conforme o levantamento, 57% dos pesquisados exerceriam tal direito se ele existisse.
A respeito da insatisfação dos consumidores, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício
Tolmasquim, que estava presente no evento, declarou estranhar os números mostrados pelo Ibope. Segundo ele, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) realizou em meados de 2013 uma pesquisa, com uma amostra muito maior – 25.375 pessoas, em 911 municípios, de 26 estados – na qual 78,7% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o fornecimento de energia elétrica.
Em resposta à Tolmasquim, o diretor regional do Ibope Inteligência, Maurício Garcia, um dos responsáveis pela
pesquisa, afirmou que o número de entrevistas não invalida a credibilidade de uma amostra, ou seja, não é porque a pesquisa da Abradee foi realizada com o universo de entrevistados muito maior que o seu resultado é mais crível do que o da pesquisa feita pelo Ibope. “Temos confiança de que é uma amostra representativa da opinião pública brasileira”, diz Garcia, destacando que a pesquisa foi realizada com rigor estatístico.
A percepção sobre o risco de racionamento também foi levantada pelo Ibope nesta pesquisa. O resultado
obtido não foi nada animador: 75% dos cidadãos entrevistados pelo instituto consideram que os riscos de escassez de fornecimento são de muito alto a médio este ano. Para Garcia, esta percepção reflete o consenso dentro da opinião pública de que há escassez de chuva no país que pode acarretar na falta de energia elétrica. Na ocasião, o presidente da EPE voltou a afirmar de que o risco de desabastecimento de energia no Brasil este ano é muito pequeno.
Especificamente sobre o tema principal da pesquisa, ou seja, a ampliação do mercado livre de energia para os
consumidores residenciais, o levantamento apresentou um resultado animador para as empresas comercializadoras de energia, mostrando que 66% dos cidadãos gostaria de escolher a empresa que oferece energia elétrica na sua casa, assim como pode escolher a operadora de telefonia celular. Otimista com o que lhe foi apresentado, o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, destacou que ante este cenário, deve-se deixar claro ao consumidor residencial que já é tecnicamente possível que ele escolha o seu fornecedor de energia.
O presidente da EPE, por sua vez, observou como positiva a oportunidade de o consumidor poder escolher
de quem comprar energia. Contudo, segundo o executivo, é preciso debater seriamente a questão, com o objetivo de evitar o desmantelamento do modelo atual de expansão de energia. “Grande parte do abastecimento vem hoje dos leilões de energia; o próprio mercado livre vive dessas sobras”, explica Tolmasquim. Ou seja, boa parte do ambiente regulado (AR) - que compra energia por meio de leilões - se suporta em contratos de longo prazo. Se todos são liberados para comprar energia no ambiente livre (AL), em tese, ninguém mais quer fazer contrato de longo prazo, o que pode ruir todo o sistema.
Medeiros entende a preocupação do presidente da EPE, por isso faz coro às suas palavras: “a discussão deve
ser ampla, com a participação de todos os segmentos da sociedade”, salienta.
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
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Grupo de Líderes Empresariais cria o Lide Energia A nova unidade de negócio da entidade será comandada pelo físico e ex-ministro, José Goldemberg, que também irá compor o Comitê de Gestão do Lide
O Grupo de Líderes Empresariais (Lide) tem
uma nova unidade de negócios: o Lide Energia, que debaterá em eventos temas relativos ao setor, enfatizando as diferentes fontes de energia existentes no Brasil. O novo braço do grupo será comandado pelo renomado professor José Goldemberg, que também irá compor o Comitê de Gestão do Lide.
José Goldemberg é físico e tem longa
experiência na área educacional e política. Membro da Academia Brasileira de Ciência, ele é ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e da Sociedade Brasileira de Física. No Governo Federal, atuou como secretário da Ciência e Tecnologia (19901991) e Ministro da Educação (1991-1992). Foi também secretário do Meio Ambiente pelo Estado de São Paulo entre 2002 e 2006.
“Trata-se de uma grande conquista para o Lide,
que agora possui no seu Comitê de Gestão quatro ex-ministros de Estado da melhor envergadura”, afirmou o presidente do Lide, o empresário João Doria Jr. Já fazem parte do corpo gestor da entidade: o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que é presidente do Lide Internacional; o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, presidente do Lide Agronegócios; e o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, presidente do Lide Cultura.
Fundado em 2003, o Lide apresenta, na
atualidade, 1.620 empresas filiadas. Seu objetivo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Setor eletroeletrônico cresce apenas 3% no 1º semestre de 2014 Nos primeiros três meses deste ano, aumento do faturamento havia sido de 6%. Contudo, no segundo trimestre não houve variação. Dados são da Abinee
O setor eletroeletrônico não apresentou variação nominal de seu faturamento no segundo trimestre de 2014 em comparação com o mesmo período do ano
passado. A informação faz parte da Avaliação Conjuntural do Setor Eletroeletrônico apresentada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), anunciada no último dia 13 de agosto.
No semestre, foi registrado aumento de 3%, puxado em boa parte pelos resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano (acréscimo de 6% em relação a
2013). Contudo, de acordo com o levantamento da Abinee, se for levada em conta a inflação, o faturamento no 1º semestre de 2014 apresentou queda real de 4% ante o mesmo período do ano anterior.
Um dos responsáveis por esse desempenho ruim da indústria eletroeletrônica é o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), que apresentou
uma queda de 1% de seu faturamento no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. Conforme apuração da Abinee, as áreas de geração e transmissão estão aquecidas por causa de encomendas de equipamentos. Contudo, os investimentos em distribuição continuam parados, pois o setor ainda sente os efeitos da Medida Provisória (MP) 579.
As áreas de componentes e de material de instalação que apresentaram, respectivamente, uma queda de 8% e um aumento de 1% no faturamento neste
segundo trimestre, também contribuíram bastante para o atual cenário. Explicando especificamente os números relativos ao segmento de materiais elétricos, a associação destacou que apesar de todos os incentivos para a construção civil, não foram registrados reflexos nos negócios das pequenas construções e reformas, principais mercados deste setor.
A retração da atividade econômica do país, com a redução dos investimentos e estabilidade do consumo, foi considerada pela Abinee a principal razão para o
baixo crescimento do faturamento neste primeiro semestre de 2014.
Exportações, importações e perspectivas para o final do ano
No que diz respeito às exportações, a avaliação semestral consolidou a tendência de queda. Se os números do primeiro trimestre deste ano já haviam se
mostrado 1% inferior ante aos valores do primeiro trimestre de 2013, no fechamento dos primeiros seis meses do ano, o decréscimo das exportações ficou mais evidente (5%); a indústria do segmento exportou US$ 3,299 bilhões neste primeiro semestre. No mesmo período do ano passado, as exportações chegaram a US$ 3,457 bilhões.
O semestre demonstrou não ter sido bom também para as importações de produtos do setor. Se no primeiro trimestre deste ano foi registrado um
crescimento de 8%, em comparação com os primeiros três meses de 2013, o primeiro semestre terminou em queda de 1%, contabilizando US$ 20.878 bilhões ante US$ 21.182 bilhões do mesmo período no ano passado.
Diante destes números, as projeções para a indústria do setor envolvendo o ano de 2014 se tornaram mais pessimistas. Na avaliação do primeiro trimestre
deste ano, a indústria projetava um crescimento do faturamento (em milhões de reais) da ordem de 8%. Este valor foi reajustado agora para apenas 3%. Os representantes do segmento também se tornaram mais céticos em relação às exportações, cuja queda foi reajustada de 2% para 5%.
Projeções para o faturamento da indústria elétrica e eletrônica (em R$ milhões)
Fonte: Abinee
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Aneel abre chamada para projetos de eficiência energética Com iniciativa, agência pretende incentivar a mudança de comportamento do consumidor de energia elétrica e promover a redução significativa do consumo
A Aneel abriu no dia 19 de agosto inscrições para que interessados enviem propostas à
Chamada de Projeto de Eficiência Energética Prioritário nº 001/2014 – Ações de Comunicação e Marketing para Melhoria da Eficiência Energética no Uso Final de Energia Elétrica. Com essa iniciativa, a agência pretende incentivar a mudança de comportamento do consumidor de energia elétrica e promover a redução significativa do consumo. O tempo estipulado para o recebimento das sugestões é de 60 dias.
Outros objetivos do projeto são a retirada de demanda no horário de ponta do sistema, por
meio da criação de hábitos mais eficientes e racionais de uso e manutenção dos equipamentos elétricos; a substituição de aparelhos obsoletos e ineficientes por outros de menor consumo e maior eficiência; e a divulgação da existência de modalidades tarifárias que incentivam o uso eficiente das redes de distribuição, como a Tarifa Branca, e o consumo de energia, como o Sistema de Bandeiras Tarifárias e de pré-pagamento.
A divulgação do Programa de Eficiência Energética (PEE), regulado pela Aneel, e ampliação do
seu escopo de atuação também fazem parte da iniciativa. Por meio do PEE, as concessionárias de distribuição de energia são obrigadas a aplicar anualmente o montante de, no mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica. Conforme a Aneel, o programa é a maior fonte de recursos disponível para eficiência energética no país, com cerca de R$ 450 milhões por ano.
Projeto quer difundir também a existência de modalidades tarifárias como a Tarifa Branca e o Sistema de Bandeiras Tarifárias e de pré-pagamento.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Emenda compacta fria
Luminárias tartaruga
www.elos.com.br
www.lalux.com.br
Lançamento da Elos, a Emenda Compacta Fria (EMCF) é indicada para
Presente no mercado de iluminação desde 2004 com a fabricação de
cabos isolados de média tensão de até 36 kV. O produto é do tipo pré-moldado,
soquetes para lâmpadas fluorescentes, a Lalux ingressa agora no mercado de
em que a recomposição do isolamento, o confinamento e o condicionamento do
luminárias e lança a sua linha de luminárias tartaruga.
campo elétrico são feitos em uma só peça de EPDM, cuja montagem é realizada
100% a frio. A luva da emenda é do tipo torquimétrico.
totalmente injetadas em policarbonato com tratamento anti-UV, parafusos em
aço inox e soquete E27 incorporado. As peças também estão disponíveis na
De acordo com a empresa, todo o trecho é recoberto com uma capa
contrátil a frio que sela a região da emenda, ficando totalmente blindada e
São seis modelos de luminárias, disponíveis nas cores branca e preta,
versão com Leds.
submersível. Esta emenda EMCF tem uma faixa de aplicação de 16 mm² a 630 mm² em 24 kV ou 36 kV.
A empresa garante que o produto é de fácil instalação e montagem.
Cabos não halogenados www.cobrecom.com.br
Os cabos atendem à norma ABNT NBR 13248.
Entre os destaques da Cobrecom estão os cabos não halogenados:
Superatox Flex 70 °C e o Superatox Flex HEPR 90 °C para um, dois, três e quatro condutores.
Por emitirem baixa quantidade de fumaça e sem a presença de gases
tóxicos e corrosivos, os cabos são indicados principalmente para locais com grande afluência de pessoas que possuem condições difíceis de fuga, como estádios, escolas, cinemas, teatro, shopping centers, hospitais, hotéis, centros de convenções, torres comerciais e residenciais, conforme recomendado pelas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 13570.
O Cabo Superatox Flex possui tensão de isolamento 450 V/750 V. É composto
As luminárias tartaruga estão disponíveis também para uso com Leds.
Sistema de monitoramento de geração de energia solar ep.mersen.com
Produto inovador no Brasil, o sistema de monitoramento de
geração de energia solar em nível da string maximiza a produção de energia da usina fotovoltaica, pois facilita o gerenciamento da planta e diminui os custos de manutenção.
Além disso, segundo a Mersen, garante a segurança dos
operadores e da própria planta, uma vez que monitora todas as strings, possibilitando a prevenção de acidentes, as vezes causados por uma sombra parcial ou painéis parcialmente danificados.
por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classe 4. Já o Cabo Superatox Flex HEPR 90 °C conta com tensão de isolamento de 0,6/1 kV. O produto é formado por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classes 4 e 5 (flexíveis).
Sistema garante segurança de operadores e da própria planta.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Inmetro publica portaria voltada a energia solar fotovoltaica A Portaria nº 357 do dia 1º de agosto aprova a adequação aos Requisitos de Avaliação da Conformidade para Sistemas e Equipamentos de Energia Fotovoltaica
O Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou no dia 1º de agosto a Por taria nº 357, que aprova a adequação aos Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Sistemas e Equipamentos para Energia Fotovoltaica (módulo, controlador de carga, inversor e bateria), estabelecidos pela Por taria Inmetro nº 004/2011.
O documento estipula ainda o
prazo de seis meses, contando a par tir de sua publicação, para que os inversores comecem a ser fabricados e impor tados somente em conformidade com os Requisitos da Por taria Inmetro nº 004/2011 e devidamente registrados no Inmetro.
A Por taria nº 004/2011 estabeleceu
os critérios para o Programa de Avaliação da Conformidade para sistemas e equipamentos para energia fotovoltaica, por meio do mecanismo de Etiquetagem, para utilização da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), atendendo aos requisitos do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), visando à eficiência energética e adequado nível de segurança.
Senado recebe Projeto de Lei que favorece autoprodutor de energia Apresentado em agosto, PLS 249/2014 pretende reduzir o ICMS e fornecer vantagens econômicas a pessoas e empresas que investem na própria geração de energia elétrica
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) apresentou
no dia 18 de agosto, na Câmara do Senado, o Projeto de Lei PLS nº 249/2014, que tem como objetivo reduzir o ICMS e dar vantagens econômicas a pessoas e empresas que investem na própria geração de energia elétrica, os autoprodutores de energia.
Explicando as razões de seu projeto, o
parlamentar do PMDB conta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou condições regulatórias para que pessoas ou empresas invistam em novos modelos de energia. Entretanto, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estaria impedindo este desenvolvimento por determinar a cobrança de ICMS, inclusive sobre o montante de energia produzido pelas empresas e residências, em vez de tributar apenas o excedente vendido pelas concessionárias.
Neste sentido, segundo Raupp, a prática
do Confaz prejudica todo o projeto de geração de energia distribuída e descentralizada porque compromete o retorno financeiro. E isso se reflete no número de projetos existentes no país. Nos últimos dois anos, desde que a Aneel editou a resolução sobre o assunto, apenas 263 kW foram instalados neste sistema. Isso representa cerca de 0,0002% do que é consumido no Brasil.
De acordo com Raupp, o Brasil deve investir
na desconcentração das unidades geradoras de energia. “A grande vantagem da geração distribuída em relação à geração concentrada é exatamente a redução de perdas e a diminuição dos investimentos em redes de transmissão e de distribuição”, destacou.
O sistema de geração pode ser instalado em
prédios residenciais, comerciais, industriais, e em terrenos, tendo como base as fontes fotovoltaica, eólica e de biomassa, entre outras.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
A ABNT publica duas novas normas técnicas no mês de agosto • Interruptores para aparelhos
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 11 de agosto a NBR IEC 61058-
2-1:2014, intitulada “Interruptores para aparelhos Parte 2-1: Requisitos particulares para interruptores para cabos flexíveis”. O documento aplica-se especificamente a interruptores para cabos flexíveis voltados a aparelhos (mecânico ou elétrico), acionados pela mão, pé ou para utilização em outra atividade humana que acionem ou comandem os aparelhos elétricos e outros equipamentos para uso doméstico ou análogo, com tensão nominal não superior a 250 V e corrente nominal que não exceda 16 A.
• Medição de radioperturbações de equipamentos elétricos
Entrou em vigor no dia 21 de agosto a norma ABNT NBR IEC/CISPR 15:2014. O documento de 56 páginas
refere-se à emissão (radiação e condução) de perturbações em radiofrequência e fornece limites e métodos de medição das radioperturbações características dos equipamentos elétricos de iluminação e similares.
Seis projetos de norma estão em consulta pública na ABNT • Isoladores poliméricos para alta tensão, para uso externo e interno
Intitulado “Isoladores poliméricos de alta tensão, para uso externo e interno – Ensaio de trilhamento e
erosão, pelo método da roda de trilhamento e pelo ensaio de cinco mil horas”, o Projeto 03:036.01-078 está em consulta pública até o próximo dia 19 de setembro.
De acordo com a ABNT, a norma é aplicável a isoladores poliméricos cujo corpo isolante consiste em um
ou vários materiais orgânicos. Estão englobados neste documento isoladores com núcleo sólido e isoladores ocos, que são utilizados em linhas aéreas e em equipamentos para uso interno e externo, com uma tensão nominal superior a 1.000 V.
• Proteção contra descargas atmosféricas
Estão em consulta nacional até 10 de outubro de 2014, os projetos 03:064.10-100/1, 03:064.10-100/2,
03:064.10-100/3 e 03:064.10-100/4. Os documentos, que dizem respeito à proteção contra descargas atmosféricas, estão previstos para cancelar e substituir a norma ABNT NBR 5419:2005.
A antiga norma será dividida em quatro partes. A primeira parte estabelece os requisitos para a
determinação e fornece subsídios para o uso em projetos de proteção contra descargas atmosféricas. A segunda parte institui os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a terra.
Já a parte 3 provê os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e para proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA. E a quarta e última parte fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos – Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) – para reduzir o risco de danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).
• Fios e cabos para telecomunicações
Elaborado pela Comissão de Estudo de Métodos de Ensaios para Fios e Cabos Telefônicos (CE-03:046.02) do
Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), o projeto de revisão ABNT NBR 9152 tem como intuito cancelar e substituir sua edição anterior de 1994. O documento normativo estabelece o método de ensaio de choque térmico em fios e cabos para telecomunicações e estará em consulta pública até o dia 10 de outubro deste ano.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Eletrobras lucra R$ 881 milhões no 1º semestre de 2014 Resultado positivo foi alcançado apesar de a estatal brasileira ter apresentado prejuízo de R$ 105 milhões no segundo trimestre deste ano
A Eletrobras fechou o primeiro semestre de 2014 com um lucro de R$ 881 milhões. Este número
é bem superior ao apresentado em 2013, quando a empresa obteve um ganho de R$ 164 milhões. O resultado destes primeiros seis meses foi alcançado apesar do prejuízo de R$ 105 milhões notificado pela estatal brasileira no segundo trimestre deste ano. No balanço para este período, constatou-se que Ebitda consolidado foi de R$ 465 milhões e a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 6,867 bilhões.
O resultado negativo do segundo trimestre deste ano teve como uma de suas principais razões a compra
de energia para revenda no mercado de curto prazo, no valor de R$ 2,010 bilhões, e despesas causadas por ordens judiciais, no valor de R$ 360 milhões. De acordo com a Eletrobras, contribuiu ainda para a queda do lucro neste período a provisão de R$ 131 milhões para perdas nos ativos financeiros e uma perda cambial de R$ 104 milhões.
Em relação ao impacto positivo no resultado do segundo trimestre, a Eletrobras destaca a venda da
energia no mercado de curto prazo, no valor de R$ 1.020 bilhão e a reversão de contratos onerosos, na quantia de R$ 568 milhões, sendo a maior parte advinda da passagem de obrigações que pesavam sobre a Chesf na usina hidrelétrica de Itaparica, passada à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba (Codevasf). Além disso, contribuiu para uma queda não tão bruta do lucro no segundo trimestre o reconhecimento de exposição involuntária no Ambiente de Contratação Regulado (ACR), no valor de R$ 100 milhões.
Osram adquire empresa italiana Clay Paky Companhia é especializada em iluminação de shows e eventos. Empresas já eram parceiras na fabricação de alguns produtos
A fim de aumentar sua força no ramo de iluminação para entretenimento, a multinacional alemã Osram
adquiriu a empresa italiana Clay Paky, especializada em iluminar shows e eventos. A companhia integrará o canal Speciality Lighting da Osram, responsável por lâmpadas automotivas, e o portfólio de Display Optic Ligthing. A compra deve ser concluída até o fim de 2014. Os valores não foram divulgados.
Comemorando a aquisição, o gerente de vendas do Canal Display Optic da Osram Brasil, Ricardo Oliveira,
destacou que Osram e Clay Paky sempre se complementaram. A companhia é fabricante de diversos produtos que já utilizam dispositivos da Osram. “Nessa nova etapa da sociedade esperamos oferecer ao mercado um leque ainda maior de soluções para a iluminação de entretenimento com a união de dois respeitáveis portfólios e o domínio tecnológico de ambas”, afirmou.
Segundo informações da multinacional alemã, na atualidade, o setor de entretenimento está entre os
que mais crescem no mercado de iluminação. Inclusive, a Osram possui uma importante participação neste mercado, por meio do desenvolvimento dos produtos chamados de Solid State Lighting (SSL) – Iluminação de Estado Sólido, em português –, que incluem as tecnologias LED e laser.
Fundada em 1976, a Clay Paky, que fica sediada em Bérgamo, a cerca de 40 km de Milão, no norte da
Itália, possui mais de 100 funcionários e, recentemente, anunciou um faturamento anual de 60 milhões de euros (cerca de R$ 184 milhões).
Painel de empresas
24
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Elektro lança Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP) O programa consistirá, entre outras ações, na instalação de painéis solares, medidores inteligentes e pontos de lâmpadas Led até dezembro de 2014
A Elektro lançou no último dia 14 de agosto
o Projeto Cidade Inteligente em São Luiz do Paraitinga (SP), cidade considerada Patrimônio Histórico Nacional. O programa, que recebeu R$ 18 milhões em investimentos, foi apresentado a toda comunidade local e demais públicos de interesse, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em cerimônia realizada na Biblioteca Municipal.
O programa consistirá, entre outras ações,
na instalação sem custos aos clientes de painéis solares para geração de energia em prédios públicos e em residências, visando uma redução de consumo em torno de 45% e 60%, respectivamente.
O município receberá ainda seis mil
medidores inteligentes, que possibilitarão aos clientes acompanhar seu consumo via internet.
Projeto Cidade Inteligente foi apresentado no último dia 14 de agosto em cerimônia realizada na Biblioteca Municipal de São Luiz do Paraitinga.
Pelo site da distribuidora, será possível verificar o consumo diário e evitar gastos excessivos. O equipamento também irá agilizar o restabelecimento de energia. Do Centro de Operações da Elektro, localizado em Campinas (SP), técnicos poderão identificar os desligamentos sem que o cliente precise avisar a concessionária.
A iluminação pública de São Luiz do Paraitinga também será beneficiada por meio da instalação de 120 pontos de lâmpadas Led, cujo consumo chega
a ser 50% menor do que o das luminárias convencionais. Veículos elétricos, bicicletas elétricas, triciclo e um ônibus, o Elektrobus, serão outras medidas disponibilizadas pela distribuidora.
A previsão é de que até dezembro deste ano todas essas tecnologias já estejam disponíveis para uso.
Painel de empresas
26
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Schneider Electric inaugura centro de formação profissional em Blumenau (SC) Promovido pelo braço social da empresa, ação irá fornecer à população de baixa renda cursos gratuitos de Introdução à Eletricidade e Introdução à Tecnologia
O Instituto Schneider Electric na Comunidade, braço social da Schneider Electric, inaugurou no
início de agosto, na cidade Blumenau (SC), mais um centro de formação profissional. A ação visa integrar parceiros locais e colaboradores voluntários, em cursos gratuitos de capacitação para a população de baixa renda. Podem par ticipar interessados a par tir de 12 anos, que comprovem residir no município.
O centro, que está localizado dentro da própria unidade fabril da Schneider Eletric na cidade
catarinense, realiza cursos de Introdução à Eletricidade e Introdução à Tecnologia, com duração média de três meses. A previsão é de que, no próximo ano, sejam ministradas também aulas de Introdução ao Microempreendedorismo. As aulas começaram no dia 18 de agosto, com turmas de até 20 alunos.
Os cursos contam com o apoio de instituições de ensino, que serão responsáveis pela
cer tificação dos alunos. No caso das aulas de Introdução à Eletricidade, por exemplo, incumbência é do centro universitário Unilins. Além disso, o aprendizado dos alunos e o desempenho dos professores são supervisionados por funcionários voluntários da Schneider Electric, que foram capacitados e treinados para desempenhar tal atividade.
Na unidade fabril de Blumenau, a Schneider Electric produz soluções elétricas, como painéis
de baixa tensão e média tensão, transformadores de distribuição a seco de média tensão, transformadores e reatores de baixa tensão. A empresa tem na região 630 colaboradores, dos quais aproximadamente 40 serão voluntários no novo centro de formação.
O centro está localizado dentro da própria unidade fabril da Schneider Eletric na cidade de Blumenau, em Santa Catarina.
Apoio
27
CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa
28
Capitulo VIII – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão - Aplicações
• Características nominais • Condições de serviço e características construtivas • Lista de verificações de rotina • Graus de proteção
INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Gabriel Cardozo Prado da Silva Capítulo VIII – Inspeção por meio eletrônico
38
• Projeto de inspeção • Soluções computacionais • Gerenciamento das listas de verificação • Outros recursos desejáveis • Vantagens e desvantagens
MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo VIII – Avaliação do isolamento em transformadores de potência
52
• Novas aplicações de avaliação do isolamento com variação de frequência • Avaliação do ensaio de fator de potência • Medidas das propriedades dielétricas • Análise nas medidas no isolamento e determinação
ATERRAMENTO DO NEUTRO Paulo Fernandes Costa Capítulo II – Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão
• Avanço na aplicação de resistores de baixo valor ôhmico • Especificação dos resistores de baixo valor ôhmico • Conclusão
60
Fascículos
• Relações entre o fator de potência e o fator de dissipação
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
28
Capítulo VIII Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão – Aplicações Por Luiz Felipe Costa*
A aplicação de conjuntos de manobra e
de serviço) e no capítulo “7” (Projeto e Construção)
controle de baixa tensão, conforme a ABNT NBR
da norma ABNT NBR IEC 60439-1 devem servir de
IEC 60439-1, é feita, inicialmente, com base nas
base para se estabelecer os critérios de uso.
características nominais necessárias à mesma:
O relatório técnico IEC/TR 61439-0 (“Lowvoltage switchgear and controlgear assemblies –
[1] Tensão nominal (Un);
Part 0: Guidance to specifying assemblies”), que
[2] Tensão nominal de operação (Ue);
já se encontra na sua 2ª edição (lançada, pela IEC,
[3] Tensão nominal de isolamento (Ui);
em abril de 2013), é uma excelente ferramenta
[4] Tensão suportável nominal de impulso (Uimp);
na compreensão dos requisitos de aplicação e
[5] Corrente nominal (In);
desempenho associados a este tipo de equipamento.
[6] Corrente suportável nominal de curta-duração
(Icw);
60439-1, a tabela 7 desta norma lista os ensaios
[7] Corrente suportável nominal de crista (Ipk);
de tipo e de rotina aplicáveis a cada tipo de CMC
[8] Corrente nominal condicional de curto-
(TTA / PTTA) e, também, especifica como cada um
circuito (Icc), se aplicável;
destes testes deve ser aplicado para atendimento aos
[9] Corrente nominal de curto-circuito limitada
requisitos relativos à classificação TTA e PTTA.
por fusível (Icf), se aplicável;
[10] Fator nominal de diversidade (FDR);
(CMC com os ensaios de tipo totalmente efetuados)
[11] Frequência nominal (fn).
é um painel de BT que está em conformidade com
Seguindo a atual abordagem da ABNT NBR IEC
Pela atual definição da norma, um painel “TTA”
um tipo ou sistema estabelecido, sem apresentar
Dentro do novo contexto da IEC 61439, estas
desvios que possam influenciar o seu desempenho
características ainda se mantêm válidas. Porém, o
quando comparado com o protótipo típico ensaiado
mais importante a ser ressaltado neste momento é o
e aprovado, conforme a ABNT NBR IEC 60439-1 e
fato de que os requisitos nominais para um conjunto
a antiga IEC 60439-1. Dessa forma, um conjunto
de manobra e controle de potência de baixa tensão,
de manobra e controle “TTA” deve atender aos
como os listados anteriormente, não são suficientes
requisitos dos seguintes ensaios de tipo:
para definir a sua aplicação. É necessário levar em conta as condições de serviço e as características
• Limites de elevação de temperatura;
construtivas requeridas. As informações e as
• Propriedades dielétricas;
recomendações contidas no capítulo “6” (Condições
• Corrente suportável de curto-circuito;
Apoio
29
• Eficácia do circuito de proteção; • Distâncias de escoamento e isolação;
• Verificação dos limites de elevação de temperatura por teste ou
• Funcionamento mecânico; e
extrapolação a partir de resultados de um conjunto ensaiado;
• Grau de proteção (IP, conforme NABNT BR IEC 60529).
• Verificação da isolação pela medição da resistência de isolamento com um megômetro de, no mínimo, 500 V;
Para a ABNT NBR IEC 60439-1, a lista de verificações de
rotina é a seguinte:
• Verificação da suportabilidade aos esforços da corrente de curto-circuito pelo ensaio ou extrapolação (cálculos), a partir de arranjos com configurações similares ensaiadas e aprovadas;
• Inspeção do conjunto de manobra e controle, incluindo a
• Verificação da eficácia da conexão entre as partes condutoras
inspeção da instalação elétrica e, se necessário, ensaio de
expostas do CMC e o circuito de proteção pela inspeção ou
funcionamento elétrico;
medição de resistência.
• Ensaio dielétrico;
Exemplos de antigos documentos técnicos que podem ser
• Verificação das medidas de proteção e da continuidade
utilizados na avaliação de estruturas do tipo PTTA, a partir de
elétrica do circuito de proteção.
sistemas com valores ensaiados e aprovados, são listados a seguir:
Já um PTTA (CMC com ensaios de tipo parcialmente efetuados)
é um painel de BT que apresenta tanto configurações ensaiadas
• Technical Report IEC 60890: A method of temperature-rise
quanto outras não ensaiadas, mas cujos “desvios” foram derivados,
assessment by extrapolation for partially type-tested assemblies
por exemplo, por cálculo, a partir de protótipos ensaiados e que
(PTTA) of low voltage switchgear and controlgear;
satisfizeram os requisitos de norma (ABNT NBR IEC 60439-1 e a
• Technical Report IEC 61117: A method for assessing the short-
antiga IEC 60439-1). Um conjunto de manobra e controle “PTTA”
circuit strength of partially type-tested assemblies (PTTA). Este
pode diferir de um “TTA” no atendimento dos seguintes requisitos:
documento foi incorporado à IEC 61429-1, na forma do anexo P.
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
30
A título ilustrativo, a Figura 1 apresenta duas montagens
usadas para a verificação das propriedades dielétricas de conjuntos de manobra e controle. A primeira foi para um CDC e a segunda para um CCM. O ensaio em questão era de verificação da suportabilidade ao impulso atmosférico.
• Corrente nominal das barras de derivação: 800 A; • Fator nominal de diversidade: 0,8; • Formas de separação: 4b; • Graus de proteção: IP20 (interno) / IP31 (externo).
É importante atentar para o fato de que, no universo dos
equipamentos de BT, diferente da média tensão, o contexto das solicitações dielétricas, apesar de toda a sua relevância, não é fator determinante. Entretanto, os problemas surgidos com altas correntes nominais de regime e os níveis altos de curto-circuito em espaços físicos, muito menores do que aqueles encontrados na MT, levam a preocupações quanto à solução de arranjos de barramentos, de equipamentos de manobras, transformadores de instrumentos e elementos de proteção contra sobrecorrentes.
Conforme comentado anteriormente, os conjuntos de manobra
e controle em BT e MT são a concretização dos arranjos de barras elétricas de um sistema de potência. Eles integram os dispositivos CDC – Centro de Distribuição de Cargas
e as interligações que permitem as atividades relacionadas à operação de um ponto específico da instalação, valendo-se de suportes, pilares, travessas, placas de montagem, etc. Este arranjo, com todos os seus equipamentos, pode apresentar um invólucro, o qual visa, basicamente, dois objetivos: • Segurança humana, primordialmente; e • Proteção dos equipamentos.
Dentro desse contexto, os invólucros e as divisórias de
qualquer tipo de equipamento elétrico, inclusive os painéis elétricos, tanto de baixa quanto de média tensão, devem ser CCM – Centro de Controle de Motores Figura 1 – Ensaios de verificação das propriedades dielétricas (impulso atmosférico de 8 kV de crista).
associados a um determinado índice classificativo conhecido como código IP (Índice de Proteção), o qual visa estabelecer ou identificar os limites de ingresso de sólidos e líquidos, além de dar uma orientação quanto ao nível de proteção física contra
Exemplos de valores das características construtivas
contatos com circuitos que possam vir a estar energizados. Esta
básicas de um conjunto de manobra e controle de baixa
classificação, definida na ABNT NBR IEC 60529, associa os
tensão são listadas a seguir:
códigos IP ao desempenho de um determinado invólucro ou anteparo de um equipamento elétrico. Os graus de proteção
• Tensão nominal: 690 V;
(código IP) são construídos, basicamente, da seguinte forma:
• Tensão nominal de operação: 480 V (quando esta é diferente da tensão nominal);
• 1º numeral (0 a 6, ou letra X): define o ingresso de objetos
• Tensão nominal de isolamento: 1.000 V;
sólidos e a proteção de pessoas contra partes perigosas;
• Tensão nominal de impulso: 8 kV;
• 2º numeral (0 a 8, ou letra X): define o ingresso de água, com
• Capacidade de interrupção máxima: 50 kA;
efeitos danosos ao equipamento;
• Corrente suportável de curta duração: 50 kA simétricos por 1 s;
• Letra adicional (A, B, C, D): proteção de pessoas contra partes
• Valor de pico do 1º semiciclo da corrente suportável: 105 kA);
perigosas;
• Corrente nominal das barras principais: 2.500 A;
• Letra suplementar (H, M, S, W): informação específica.
Apoio
31
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
32
O primeiro dígito (numeral) da classificação do grau de
A primeira letra adicional após a indicação do grau de proteção
proteção (IP) indica que o equipamento deve prevenir acesso
(IPXX) é opcional e indica que o equipamento fornece proteção
a partes perigosas e o ingresso de corpos sólidos, conforme a
adicional, conforme a Tabela 3. A segunda letra “suplementar”
Tabela 1. O segundo dígito (numeral) da classificação do grau
após a indicação do grau de proteção (IPXX) é, também, opcional
de proteção (IP) indica que o equipamento deve prevenir o
e indica que o equipamento atende a requisitos específicos para
ingresso de água, conforme a Tabela 2.
uma das aplicações mostradas na Tabela 4. Tabela 1 – Grau de proteção – IP: 1º numeral
IP_X
Proteção contra (proteção de pessoas / preservação do equipamento):
0
Nenhuma
1
Uma esfera de diâmetro de 50 mm (costa da mão) não deve comprometer a segurança (50 N). Uma esfera de diâmetro de 50 mm não deve entrar completamente.
2
Um dedo articulado de teste com diâmetro de 12 mm e L = 80 mm não deve tocar partes perigosas ou diminuir distâncias de isolamento (10 N). Uma esfera com diâmetro de 12,5 mm não deve entrar completamente.
3
Um arame de aço, com diâmetro de 2,5 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (3 N). Um arame de aço de diâmetro de 2,5 mm não deve entrar.
4
Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N). Um arame de aço de diâmetro de 1,0 mm não deve entrar.
5
Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N). Quantidades limitadas de pó podem penetrar, mas não devem poder interferir com a operação normal do equipamento (“dust-protected”). Um arame de aço, com diâmetro de 1,0 mm e L = 100 mm, não deve comprometer a segurança (1 N).
6
A prova de pó (“dust-tight”).
Tabela 2 – Grau de proteção – IP: 2º numeral IPX_
Proteção contra (ingresso de água):
0
Nenhuma
1
Gotas
de água caindo verticalmente ( condensação ).
2
Gotas
de água caindo com um ângulo de
3
Aspersão
4
Respingos
5
Uso
15o
de água caindo com um ângulo de
com a vertical ( por exemplo , sistemas de combate a incêndio com pé direito alto e com uso de sprinkler ).
60o
com a vertical ( por exemplo , sistemas de combate a incêndio com pé direito baixo e com uso de sprinkler ).
de qualquer direção .
de mangueiras d ’ água
6
Condições
7
Imersão
temporária .
8
Imersão
contínua .
–
jato d ’ água de baixa pressão proveniente de qualquer direção
de convés de navios
–
jato d ’ água com alta pressão proveniente de qualquer direção .
Tabela 3 – Grau de Proteção – IPXX: 1ª letra adicional IPXX_ Usar com A
0
Proteção contra A esfera com 50 mm de diâmetro pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica (rigidez dielétrica, tensão de impulso etc.). Proteção contra as costas da mão.
B
0&1
O dedo de teste de diâmetro de 12 mm pode entrar até 80 mm, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica. Proteção contra dedos.
C
0, 1 & 2
O dispositivo de teste, com diâmetro de 2,5 mm e comprimento de 100 mm, pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica.
D
0, 1, 2 & 3
O dispositivo de teste, com diâmetro de 1,0 mm e comprimento de 100 mm, pode entrar, mas não deve tocar em partes perigosas ou reduzir a isolação elétrica.
Proteção contra ferramentas.
Proteção contra fios.
Tabela 4 – Grau de Proteção – IPXX: 2ª letra adicional IPXX _ H
Requisito específico Equipamentos de alta-tensão.
M
Verificação do ingresso de água com o equipamento em movimento (por exemplo, máquina rotativa em operação).
S
Verificação do ingresso de água com o equipamento em repouso (por exemplo, máquina rotativa parada).
W
Adequado para uso em condições climáticas especiais e com características adicionais de proteção (a ser acordado entre fabricante e usuário).
Apoio
33
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
34
Figura 3 – Exemplo da forma “2a".
Figura 2 – Coluna de CCM de BT mostrando os diferentes graus de proteção (IP), conforme a barreira ou parte analisada.
É importante atentar para o fato de que um mesmo
equipamento pode apresentar diferentes graus de proteção, conforme o que está sendo avaliado: o conjunto (invólucro
Figura 4 – Exemplo das formas “4b” e “3b".
externo), uma parte (unidade funcional, por exemplo) ou uma
• Proteção contra contato com partes perigosas: no mínimo
barreira, conforme exemplificado na Figura 2.
IP XXB; e
Um fator que está, também, correlacionado ao grau
• Proteção contra penetração de corpos sólidos: no mínimo
de proteção de um conjunto de manobra e controle são as
IP 2X.
correntes nominais a serem adotadas nas unidades funcionais e nos barramentos principal e de derivação.
É importante ressaltar que o grau de proteção IP 2X cobre
Pode até não ser uma relação clara e direta, mas o fato
o grau de proteção IP XXB. A separação interna pode ser
de se tomar a decisão de adotar uma classificação IP mais
obtida por meio de partições ou barreiras (metálicas ou não),
restringente quanto à entrada de corpos sólidos pode implicar
isolamento das partes vivas ou uso de componentes com o
restrições na ventilação natural necessária à troca de calor para
grau de proteção desejado (por exemplo, disjuntores em caixa
operação das partes ou da totalidade dos painéis. Afinal, cada
moldada com grau de proteção IP 2X – “à prova de dedos”).
elemento instalado dentro de um painel, apesar de ter um valor
de sobretemperatura associado à sua corrente permanente e à
escolha o arranjo que melhor atende aos seus requisitos de
temperatura ambiente externa, ele encontra-se sob influência
segurança e continuidade de serviço, conforme a instalação
direta das condições do seu microambiente.
existente. A Figura 3 mostra um exemplo de um CMCP de
Os tipos de forma de separação permitem que o usuário
Outro ponto muito relevante na especificação e na aplicação
BT com forma de separação 2a (vista posterior, mostrando
de um CMCP de BT é a definição da forma de separação interna.
barramentos principal e de derivações, além dos terminais de
Conforme descrito na seção “7.7” da ABNT NBR IEC 60439-1, as
saída das unidades funcionais). Já a Figura 4 apresenta uma
formas de separação interna estabelecem as condições construtivas,
vista posterior de um CMCP de BT com forma 3b nas duas
por meio de divisões e barreiras, para se atingir graus de proteção
colunas da direita e forma 4b nas três colunas da esquerda.
internos iguais ou superiores a IPXXB e IP2X entre compartimentos.
Em outras palavras, aplica-se a seguinte filosofia:
separação interna são apresentados na tabela 5 e na Figura 5.
Os detalhes sobre os requisitos construtivos das formas de
Apoio
35
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
36
Figura 5 – Representação esquemática das formas de separação definidas pela ABNT e IEC.
Tabela 5 – Formas de separação interna para CMCP de BT, segundo a IEC. Critério principal
Critério secundário
Sem separação interna.
Forma Forma 1
Separação entre os barramentos e as unidades funcionais.
Terminais para os condutores externos não separados dos barramentos.
Forma 2a
Terminais para os condutores externos separados dos barramentos.
Forma 2b
Terminais para os condutores externos não separados dos barramentos.
Forma 3a
Terminais para os condutores externos separados dos barramentos.
Forma 3b
Separação entre os barramentos e todas as unidades funcionais e separação
Terminais para os condutores externos no mesmo compartimento da unidade
Forma 4a
entre todas as unidades funcionais. Separação entre os terminais para condutores
funcional associada.
Separação entre os barramentos e as unidades funcionais e separação entre todas as unidades funcionais. Separação entre os terminais para condutores externos e as unidades funcionais, mas não entre os terminais das diferentes unidades funcionais.
externos das diferentes unidades funcionais e entre os terminais das unidades funcionais e os barramentos. Terminais para os condutores externos não se encontram no mesmo
Forma 4b
compartimento da respectiva unidade funcional, mas em um compartimento ou espaço individual, separado, fechado e protegido.
*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Inspeção de instalações elétricas
Apoio
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Capítulo VIII Inspeção por meio eletrônico Por Gabriel Cardozo Prado da Silva*
A falta de documentação e o uso de formulários
esses dispositivos, utilizados em conjunto com
em papel são fatores que limitam a produtividade
computadores, possam potencializar inspeções
da equipe de inspeção. A crescente demanda por
em
inspeções torna necessário o desenvolvimento de
computacionais.
instalações
elétricas,
formando
soluções
ferramentas e padrões que ajudem os profissionais
Atualização e resumo do processo de inspeção
a aumentar a sua produtividade, sem que se perca o critério técnico, que valida os resultados da
inspeção.
Com a aproximação do término da publicação
e
desta série de fascículos sobre inspeção de instalações
necessidade de comunicação com diversos atores
elétricas e para contextualizar a apresentação do
durante sua execução, características inerentes às
apoio computacional, o momento se mostra oportuno
inspeções, existe a necessidade de documentação
para a apresentação de recapitulação e resumo de
e padronização dos procedimentos e atividades dos
conceitos já apresentados, para organização da
profissionais ligados às inspeções de instalações
sequência de atividades que compõem o processo
elétricas, como meio de diminuição dos riscos de
de inspeção de instalações elétricas, segundo a
acidentes de trabalho e gestão da qualidade dos
proposta apresentada nos fascículos.
Por
conta
das
atividades
repetitivas
serviços. O paradigma de inspeção encontrado
Projeto de inspeção
no mercado de trabalho hoje destaca o uso das mesmas ferramentas utilizadas há décadas, sejam
Dependendo das características do projeto,
elas ferramentas de gestão ou ferramentas de apoio
este pode ter início de formas diferentes. Em
à execução da inspeção, como os formulários
caso de contratação de mão de obra externa,
impressos em papel.
esta pode acontecer por meio de licitação, cartamóveis,
convite, aceitação de proposta, entre outras, todas,
com destaque para os tablets, permite que
entretanto, devendo conter dados do escopo do
A
popularização
Iniciar Projeto de Inspeção
dos
dispositivos
Realizar Estudo
Realizar Preparação
Realizar Inspeção
Produzir Resultados Finais
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projeto. Caso o escopo não esteja bem definido, os envolvidos devem interagir para garantir que um entendimento único sobre o que será executado seja alcançado e sobre quais são os limites da inspeção.
Os seguintes itens se destacam, mas não limitam a lista de
informações necessárias neste momento: • Quais são as restrições de tempo do projeto; • Quem são os envolvidos e como interagem com o projeto; • Quais elementos serão inspecionados; • Onde os elementos estão localizados; • Definir o contexto de uso dos elementos a serem inspecionados.
Ideia semelhante é utilizada caso o projeto seja interno,
ou seja, caso os membros da equipe de inspeção sejam funcionários da organização que recebe a inspeção, ou neste caso, que determina que a inspeção seja executada. Como benefício, tem-se o fato de ser mais simples a aquisição de informações sobre o escopo do projeto. Em um primeiro momento, o entendimento do escopo do projeto será utilizado para configurar o acordo comercial entre as partes e, posteriormente, será utilizado como insumo da etapa de estudo. Alternativamente, caso não seja possível chegar a um entendimento mútuo sobre qualquer dos itens expostos, o projeto não deverá ser executado.
O estudo
Para que o projeto de inspeção ocorra satisfatoriamente,
atingindo os objetivos de todos os envolvidos, é necessário que a equipe de inspeção detenha uma série de informações pertinentes ao trabalho que será executado. Tais informações são adquiridas pela análise dos documentos da fase de iniciação, com visitas ao local onde as inspeções serão executadas, entrevistando os trabalhadores desses locais, determinando e consultando normas técnicas próprias à inspeção que será executada, consultando especialistas e profissionais consultores, entre outras fontes que a equipe de inspeção julgue necessárias, sempre de forma documentada.
Os itens a seguir se destacam na lista de informações a
serem levantadas durante a etapa de estudo: • Endereço de todas as unidades a serem inspecionadas; • Grupos de elementos a serem inspecionados; • Normas técnicas a serem consultadas, por grupo; • Quantidade, mesmo que estimada, de elementos a serem
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
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inspecionados, por grupo;
• Execução das inspeções;
• Premissas para planejamento e controle do projeto;
• Ações de segurança no trabalho;
• Contato dos responsáveis pelo acesso às áreas onde as
• Aprovação de entregas e resultados;
inspeções serão realizadas;
• Acesso aos locais de inspeção;
• Contato dos responsáveis pela segurança do trabalho;
• Formas de apresentação dos resultados.
• Contato de outros envolvidos que sejam julgados importantes para o projeto;
• Premissas de segurança à vida e à saúde;
ferramentas de apoio à inspeção. Estas devem seguir o conjunto
• Limites de inspeção.
de tecnologias e procedimentos determinados pela equipe de
Um importante passo desta etapa é o desenvolvimento das
inspeção e possuem, no mínimo, o conjunto de formulários de Aqui se entende grupo de elementos como sendo
inspeção que será utilizado.
a classificação de equipamentos ou sistemas por uma
característica comum, tal que possam ser inspecionados
de verificação, são documentos utilizados durante a inspeção
seguindo-se uma mesma lista de verificação. Características
para confrontar o estado dos elementos inspecionados com um
físicas, localização e aplicação específica podem ser critérios
padrão de qualidade esperado. Devem conter, portanto, todos
para a definição dos grupos.
os estados do elemento, de verificação necessária no momento
Durante esta etapa, após análise das necessidades da
da inspeção. A Norma de Inspeção Predial Nacional, título de
inspeção, a equipe responsável deve definir quais ferramentas
um documento de autoria do Instituto Brasileiro de Avaliação
serão utilizadas, como listas de verificação em papel,
e Perícias de Engenharia, apresenta a seguinte definição para
computadores, rádios, programas de computador, entre outras.
lista de verificação: “Conjunto de tópicos a serem vistoriados,
Essa é uma atividade importante para a proposta de utilização de
considerado o número mínimo de itens abordados em uma
soluções computacionais para inspeção, onde serão avaliados
inspeção” (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
seus prós e contras.
Engenharia, 2012).
Formulários de inspeção, também conhecidos por listas
Tradicionalmente, elabora-se um modelo de formulário em
A preparação
papel e, durante a inspeção de cada elemento, preenche-se um
Esta etapa se alimenta dos dados levantados e produzidos na
formulário. Assim, para cada elemento tem-se um formulário
etapa de estudos para executar todas as ações que antecedem
preenchido, que contém informações, que identifique cada
o início das inspeções. Possuem como objetivo definir padrões
um dos estados desejados como conforme ou não conforme, e
e ferramentas para garantia da qualidade da execução das
ainda as possíveis soluções no caso de não conformidade.
inspeções e dos resultados entregues. O volume de trabalho
dedicado a esta etapa é diretamente proporcional ao volume e
um único formulário de inspeção. Caso seja identificada a
à complexidade das inspeções a serem realizadas, investimento
necessidade de mais de um formulário de inspeção, existe na
financeiro no projeto, tamanho da equipe de inspeção e
verdade a necessidade da divisão em grupos distintos. Esta divisão
quantidade de grupos de elementos.
clara entre grupos é importante para posterior tratamento dos
Cada grupo identificado na etapa anterior deve possuir
Durante esta etapa, faz-se necessário que sejam definidos
dados. Ainda dentro das ferramentas, podem-se citar sistemas
processos, ou procedimentos de trabalho, que serão utilizados
de informação e softwares que necessitem ser desenvolvidos ou
pela equipe de inspeção e demais envolvidos. Além de
ajustados para atender a requisitos específicos da inspeção. A
documentar e registrar o entendimento único dos envolvidos
principal entrega deste subprocesso são as listas de verificação.
sobre como cada um desempenhará suas funções, os processos
Grupos comuns de serem encontrados em projetos de
são ferramentas de controle de qualidade e gestão de
inspeção de instalações elétricas são: quadros de distribuição,
conhecimento importantes para reduzir o tempo desta etapa
quadros de comando, transformadores de potência, banco de
em projetos futuros.
baterias, SPDA, entre outros. Deve-se lembrar ainda que, em
Como conjunto mínimo de processos, podem-se citar
atendimento ao item 10.2.4 da NR 10, “estabelecimentos com
aqueles que tratam dos itens listados a seguir:
carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas” (Ministério do Trabalho
• Comunicação;
e Emprego, 2004), e dessa forma deve-se elaborar uma lista
Apoio
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Inspeção de instalações elétricas
Apoio
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de verificação contendo os itens necessários do prontuário da
transmitir os resultados da inspeção. Como é recomendável
instalação elétrica inspecionada, itens esses definidos pela NR
que um profissional da empresa responsável pelas instalações
10 e normas técnicas aplicáveis.
acompanhe cada equipe de inspeção, a autorização da equipe,
A definição do plano de trabalho, ou seja, cronograma de
e deste profissional, deve vir na forma de ordem de serviço,
atividades que serão executadas pela equipe de inspeção, é
utilizando-se dos meios normais de autorização da empresa.
importante tanto para apoio à logística, quanto para garantia
Caso esse processo seja falho, a equipe de inspeção deve
da entrega dos resultados do projeto, já que, dependendo da
garantir outras formas de autorização formal.
complexidade e volume de inspeções, pode se tornar impossível
Caso seja aplicável, além do preenchimento do formulário
a coordenação das atividades somente analisando demandas
de inspeção relativo a seu grupo, a inspeção de cada elemento
de tarefas diárias.
deve resultar um conjunto de fotografias, termogramas ou
A preparação do plano de trabalho é resultado do
outros indicadores gráficos, que devem registrar o estado desse
planejamento da inspeção e deve trazer o conjunto de
elemento no momento da inspeção. O registro fotográfico
equipamentos que serão inspecionados, separados por
atende a diversas necessidades. Primeiro é possível conferir o
equipe de inspeção e por unidade de tempo (dia, semana)
preenchimento do formulário pela análise da imagem, pedir
ou, quando não for possível, a quantidade de equipamentos
a opinião de outro profissional não presente no momento da
que será inspecionada por unidade de tempo e o local
inspeção e comparar com outras fotografias para verificar a
destes equipamentos. Dessa forma, o plano de trabalho
evolução da aparência dos elementos. Além disso, as fotografias
poderá ser enviado para outros setores da organização que
protegem a equipe de inspeção contra modificações no
atuam nas instalações elétricas, como a manutenção, para
elemento posteriores à inspeção, que poderiam ser utilizadas
compatibilização das demandas de espaço e pessoal, e ainda
para desacreditar o resultado do trabalho realizado.
possibilitará o desenvolvimento de indicadores de produtividade
do projeto de inspeção, comparando o número de inspeções
as inspeções, quando os dados da quantidade de inspeções
planejadas contra o número de inspeções realizadas.
realizadas, informações das listas de verificação, arquivos
Percebe-se que existem procedimentos e ferramentas
de imagens entre outros possíveis resultados da inspeção,
diversas que devem ser utilizados pela equipe de inspeção.
são coletados da equipe. Neste momento, indicadores de
Para isso, antes de partir para a próxima etapa é importante
desempenho podem ser atualizados para verificação da
que cada membro da equipe receba treinamento adequado à
necessidade de ações corretivas, como aumento da equipe ou
função que desempenhará. Caso as ações contidas nesta etapa
alteração dos processos e procedimentos, sempre na intenção
sejam negligenciadas, pode-se comprometer os resultados
da manutenção das datas de entregas planejadas e aprovadas
da inspeção esperados pelos envolvidos, como restrições de
pelos envolvidos.
tempo, ou mesmo comprometer a qualidade dos resultados,
O controle da produtividade das equipes envolvidas
como a impossibilidade de comparação de resultados desta
diretamente
inspeção com inspeções anteriores, por não utilizar os mesmos
desenvolvimento e da atualização de indicadores gráficos
padrões.
de desempenho, que colaboram com a comunicação do
As atividades administrativas se iniciam uma vez terminadas
nas
inspeções
pode
ser
realizado
pelo
andamento do projeto com os envolvidos, e que podem ser
A inspeção
utilizadas como fator que aciona ações corretivas ou preventivas
Durante a etapa de inspeção, todos os elementos contidos
de manutenção da produtividade em valor planejado.
no projeto serão inspecionados utilizando-se os procedimentos
Produzir resultados finais
e ferramentas já desenvolvidos. Estes recursos podem ser atualizados por uma evolução natural de qualidade e as
Estão
englobadas
nesta
etapa
as
atividades
de
modificações devem ser registradas, comunicadas e aceitas
desenvolvimento dos resultados finais do projeto de inspeção.
pelos demais envolvidos.
Estes variam muito de acordo com a natureza da inspeção, mas
Cada equipe de inspeção deve conferir seu plano de
sempre atendem à necessidade de imparcialidade, isenção de
trabalho, ou seja, conjunto de equipamento ou elementos
juízo de valor e embasamento técnico para sua elaboração.
a serem inspecionados no período vigente, conferir as
ferramentas de inspeção, receber autorização, inspecionar e
resumir o conjunto de possíveis resultados da inspeção como
Este tema será tratado no próximo fascículo, mas pode-se
Apoio
43
todas as listas de verificação preenchidas, em versão final,
conjunto de fotos e imagens coletadas, relatórios, lembrando
para que uma solução computacional possa colaborar
que estes devem conter premissas de trabalho, incluindo as
efetivamente com a atividade de inspeção de instalações
fontes para definição do padrão utilizado para verificação das
elétricas.
Foram levantados requisitos de funções e recursos desejados
conformidades e não conformidades encontradas, e finalmente um resumo dos resultados encontrados na inspeção.
Gerenciamento das listas de verificação O maior impacto do uso de soluções computacionais,
Solução computacional
dentro da metodologia proposta, está na substituição das
As soluções computacionais têm como objetivo a
listas de verificação de papel pelo uso de dispositivos móveis
otimização da atividade de inspeção de instalações elétricas
para o preenchimento de listas de verificação em mídia
pela automatização de tarefas repetitivas e redução das
digital, colaborando com a produtividade e viabilizando
oportunidades de falhas humanas. Aqui entende-se solução
novas entregas para os envolvidos do projeto. A solução deve
computacional como o conjunto de softwares e hardwares
prever meios para a criação de novas listas de verificação de
organizados para atender às necessidades de projetos de
forma simples e, preferencialmente, modular, ou seja, em que
inspeção das instalações elétricas.
seja possível reaproveitar elementos de listas de verificação
Em nenhum momento a solução computacional deve ser
anteriormente desenvolvidas, como campos de identificação
percebida como ferramenta para substituição da análise técnica
dos equipamentos, itens a serem verificados ou ações corretivas
do profissional de engenharia elétrica, sempre necessária, mas
padrão.
como ferramenta para tornar mais eficiente o seu trabalho e
Para facilitar o trabalho de digitação e criação das
possibilitar que suas entregas sejam melhores e para viabilizar
listas, espera-se que essa atividade seja desempenhada em
entregas antes inviáveis.
computador, para que posteriormente a lista seja enviada
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
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ao dispositivo móvel onde será preenchida quantas vezes
as listas de verificação em arquivo no formato PDF (Portable
existirem equipamentos compatíveis com esta lista. A solução
Document Format).
deve prever então meios de envio do modelo da lista para o
dispositivo, e assim os softwares devem ser compatíveis.
estas deverão ser novamente preenchidas em versão definitiva,
Já no dispositivo, cuja recomendação é que seja um tablet
uma vez que a lista preenchida no momento da inspeção
de tela sensível ao toque para facilitar seu uso, os modelos de
quase sempre possui rasuras e não permanece em condições
lista de verificação serão preenchidos durante a inspeção dos
apresentáveis para se anexar nos relatórios da inspeção.
No caso da utilização das listas de verificação em papel,
equipamentos e sistemas da instalação elétrica, e o aplicativo
Outros recursos desejáveis
utilizado para realização deste preenchimento deve dar suporte ao preenchimento, fornecendo todo o conjunto de informações
Sendo possível o desenvolvimento de aplicativo de
desenvolvido pela equipe de inspeção durante a fase de preparação.
dispositivo móvel próprio às necessidades da inspeção, podem-se listar outros requisitos interessantes para aumento da
Análise dos resultados da lista de verificação
produtividade da equipe de inspeção. Caso cada equipe tenha à disposição um tablet, esta equipe pode ter usuário e senha
Uma vez que o uso de listas de verificação em mídia digital
para identificação única do usuário do dispositivo, e assim
torna mais fácil o envio e a organização tabular dos resultados
atualizar automaticamente o plano de trabalho desta equipe,
da inspeção, abre-se também a oportunidade de análise dos
mostrando quais equipamentos devem ser inspecionados ao
dados da inspeção de forma mais profunda, objetivando
longo do tempo.
encontrar padrões e tendências.
Mesmo que o volume de inspeções seja grande, é
de Análise Prévia de Risco (APR), necessária de ser executada
possível, por exemplo, verificar quais são as principais não
antes de cada serviço em instalações elétricas, e suporte ao
conformidades encontradas durante a inspeção, divididas por
registro fotográfico usando a câmera do dispositivo.
tipo de equipamento, por locais, por época (caso a inspeção
seja processo recorrente). Esta análise pode até mesmo ser
da inspeção, em que a solução poderia organizar as informações
realizada durante a execução do projeto para emissão de
para elaboração do relatório técnico de inspeção, ou para o
resultados parciais.
plano de ações corretivas, facilitando o seu desenvolvimento.
O aplicativo pode ainda conter suporte para preenchimento
Recurso interessante também é o apoio aos relatórios finais
Quando as listas de verificação estão em mídia física, por
Vantagens e desvantagens
exemplo papel, a informação deveria ser transformada em digital antes dessa análise, o que aumenta consideravelmente o esforço
Pelo
exposto
percebe-se
que
o
uso
de
soluções
e os custos de mão de obra, possivelmente inviabilizando esta
computacionais passa por uma preparação mais longa e de
operação, e ainda aumentando a chance de erros humanos. Pelo
maior trabalho antes da inspeção. A partir da atividade de
exposto, é interessante que a solução computacional contenha
definição da ferramenta, do subprocesso “realizar estudo”,
ferramentas para organização, filtragem e agrupamento dos
caso se selecione o uso de solução, a equipe deverá verificar
resultados da inspeção para análise por diferentes critérios.
os programas e dispositivos a serem utilizados, desenvolver as listas de verificação dentro do sistema e garantir que toda
Impressão das listas de verificação preenchidas
equipe de inspeção seja capaz de operar o dispositivo móvel.
As listas de verificação são recursos fundamentais no processo
e a redução de mão de obra, com proporcional redução dos
de inspeção, inclusive para registro formal dos seus resultados,
prazos e custos da inspeção, redução das chances de erro
devendo portanto estar entre os resultados finais da inspeção,
humano, pela automatização da transferência de informações,
fornecidos à empresa responsável pelas instalações elétricas.
facilidade de rastreio das causas e autores dos erros, quando
Estando no banco de dados da solução computacional
ocorrem, e viabilização de novos tipos de entregas a clientes
em informação digital, todas as listas de verificação devem
e envolvidos no projeto de inspeção. Uma vez as informações
ser impressas respeitando os modelos e padrões dessas listas,
estando facilmente em mídia digital, sua análise e utilização
e a solução deve possuir meios para que essa impressão seja
tornam-se flexível, inclusive, para atendimento de demandas
facilmente executada, como por exemplo a exportação de todas
não previstas inicialmente, durante o planejamento da inspeção.
Como vantagem, pode-se citar o aumento da produtividade
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Inspeção de instalações elétricas
Apoio
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Exemplo de apoio computacional à inspeção de instalações elétricas
criação dos formulários que nos serviram de lista de verificação
Durante o ano de 2012, foi realizado projeto de inspeção de
para inspeção. Já no endereço do Google Drive, devemos clicar no botão
instalações elétricas de empresa do setor de telecomunicações,
“Criar” e selecionar a opção “Formulário”. Logo em seguida,
cujo volume de trabalho era da ordem de centenas de unidades
somos levados à tela de desenvolvimento do formulário, na
a serem inspecionadas. Somado ao grande volume, existia
qual devemos selecionar um nome e organizar as perguntas
ainda a necessidade de emissão de resultados parciais da
que o comporão.
inspeção para programação de ações corretiva e controle de
produtividade.
seções, o que facilita a identificação e a leitura da equipe de
Com esse cenário, e somando uma severa restrição
inspeção. Para acionar quebras de seção, devemos proceder da
orçamentária
mesma forma que para adicionar novas perguntas, selecionando
para
investimentos,
foram
organizadas
É possível dividir as perguntas em grupos com o uso de
ferramentas e desenvolvidos procedimentos de trabalho para
o botão “Adicionar item”.
viabilizar a realização do projeto de inspeção. Como resultado,
foi registrada uma economia na ordem de 40% dos gastos
de perguntas em conjunto com aqueles que serão responsáveis
operacionais da inspeção e a entrega dos resultados finais, e
pelo seu preenchimento, para que o formulário criado atenda
conclusão do projeto, dentro dos prazos assumidos.
da melhor forma possível seu objetivo. Dessa forma criamos as
As
perguntas e configuramos suas possíveis respostas.
ferramentas
e
os
processos
são
brevemente
apresentados a seguir.
Recomendamos que sejam explorados os diferentes tipos
Não devemos usar múltiplas páginas nestes formulários,
primeiramente, porque prejudicaria a produtividade do
Determinação das ferramentas
responsável pelo preenchimento dos campos, e segundo por
Levando-se em conta os quesitos citados no item
limitação do aplicativo Forms, que, no modo off-line, não
“Preenchimento dos documentos: eletrônico versus impresso”,
suporta múltiplas páginas.
do quinto capítulo deste, foram selecionadas as seguintes
Terminado o trabalho, devemos clicar na opção “Ver
ferramentas:
formulário publicado” para visualizar o resultado. Devemos anotar este endereço (URL) para uso posterior no aplicativo Forms.
• Conta do Google Drive; • Conta no Dropbox;
• Tablet Ipad 2 ou superior, com conexão 3G;
Passamos agora à apresentação das ações que devem
Disponibilização do formulário no “tablet”
• Aplicativo Forms instalado no Ipad;
ser realizadas no aplicativo Forms, instalado no Ipad, para
• Aplicativo Dropbox instalado no Ipad;
viabilizar a utilização do formulário já criado no Google Drive.
• MS Excel.
Primeiramente, deve-se abrir o aplicativo e clicar no botão New Form, localizado no canto superior esquerdo.
Todas as ferramentas, com exceção do aplicativo Forms, já
faziam parte do cotidiano da equipe de inspeção. O aplicativo foi adquirido por 1,99 dólares (iTunes). Existiu portanto baixo custo de investimento em equipamentos e programas, sendo o maior investimento em horas de preparo e desenvolvimento de procedimentos de trabalho.
Criação do formulário
Como já mencionado, foi utilizada a plataforma Google
Será aberta uma tela para inclusão do URL do formulário, o que
Drive (https://drive.google.com), com seu recurso de formulários,
pode ser feito seguindo os passos descritos na tela do aplicativo.
como peça principal da nossa metodologia de apoio eletrônico
à inspeção. Seu uso é muito simples e possui todos os recursos
de verificação sem para isso depender da disponibilidade de conexão à
identificados como desejados pela equipe de planejamento.
internet. Para isso, devemos habilitar o modo offline do aplicativo.
Apresentaremos de forma resumida, o procedimento para
É preferencial que seja possível realizar o preenchimento das listas
Para habilitar o modo offline, primeiramente toque o
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47
botão em formato de tomada, para depois habilitar o botão Offline Mode. Aparecerá uma tela de aplicativo sem nenhuma resposta armazenada. Esta tela mudará levemente ao longo do procedimento.
Abrir o formulário
Após a inclusão, o formulário aparecerá na tela inicial
do aplicativo. Caso tenha mais de um formulário incluso no aplicativo, pode-se passar de um para o outro deslizando o
Preenchimento e envio das informações
dedo na tela horizontalmente.
Depois de aberto, o formulário ocupará toda a tela do
dispositivo, facilitando sua leitura e preenchimento.
Para acessar o formulário, basta tocá-lo.
Inspeção de instalações elétricas
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Cada tipo de campo pede uma forma de preenchimento, como
simples encontrada foi a utilização do aplicativo Dropbox.
seleção ou inclusão de texto. Todos, de forma intuitiva, não
Após garantir que o aparelho esteja conectado à internet,
requerem maiores detalhes.
bastando uma conexão estável de 3G, na tela de visualização
das respostas, o usuário deve tocar o botão Open In… e, na
Deve-se tomar o cuidado de definir como obrigatórios os
campos cujas respostas sempre são imprescindíveis, de modo
caixa de opções subsequente, selecionar a opção Dropbox.
a não permitir o envio do formulário incompleto.
arquivo de extensão csv, que pode ser facilmente importado
O responsável pela inspeção deve ser instruído a não permitir
As respostas são armazenadas no Dropbox na forma de um
que qualquer possível limitação do formulário o impeça de
para o MS Excel, caso necessário.
documentar a realidade encontrada, de modo que, vez e outra,
comentários adicionais eram registrados em papel. Esse conteúdo
visualizar uma pequena janela. Nela é possível escolher o nome
deve posteriormente ser passado para o banco de dados único da
do arquivo e seu destino. Recomenda-se que o nome siga algum
inspeção, e o formulário deve passar por atualização.
padrão para fácil identificação e recuperação, caso necessário.
O usuário é levado para o aplicativo Dropbox, no qual pode
Após ter o formulário todo preenchido, o responsável pela
inspeção deve revisar seu conteúdo e satisfeito com o resultado final, armazenar a resposta do formulário na memória do Ipad, clicando no botão enviar. Essa resposta ficava armazenada na memória física do dispositivo, quando se trabalha no modo off-line. Caso se trabalhe no modo on-line, a resposta iria imediatamente para o banco de dados.
Depois de armazenar as respostas do formulário, a próxima
tela apresenta a opção de voltar ao formulário para um novo preenchimento em Go back to the form ou voltar para a tela inicial do aplicativo, no botão Forms.
Independentemente da opção selecionada, a resposta do
formulário já está armazenada na memória do Ipad.
Após uma ou mais inspeções bem sucedidas, é possível
ver a quantidade de respostas de formulários armazenadas na memória do Ipad.
Para aumentar a sua confiabilidade, o procedimento
orienta a realização de backup das respostas. A forma mais
Tocar o botão Save para finalizar o backup.
Apoio
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Inspeção de instalações elétricas
Apoio
50
Após fazer o backup, com conexão ativa à internet, o
usuário pode realizar o upload das respostas do formulário para a planilha on-line do Google.
Atenção: Não desabilitar o modo off-line enquanto possuir respostas armazenadas. Caso existam inspeções salvas e o usuário desabilite o modo off-line, essas respostas de formulário serão perdidas. Uma mensagem alerta sobre o perigo de se perder informações.
Para fazer upload, basta tocar o ícone em formato de
Tratamento das informações
Visando agilidade na atualização dos indicadores de
desempenho do projeto, parte destes indicadores são atualizados por
tomada e após a opção Upload Answers.
meio de recursos das tabelas eletrônicas do aplicativo Google Drive
Enquanto o upload está sendo realizado, uma mensagem
(spreadsheets), de onde se utilizam dados da inspeção e fórmulas
aparece na tela e o aplicativo fica indisponível. Recomenda-se
para atualizar gráficos que eram vinculados dinamicamente com o
permanecer com este aplicativo ativo enquanto o upload está
portal de acompanhamento, acessado pelos clientes.
sendo executado.
O grande apoio ao tratamento das informações das
inspeções foi realizado pelo programa MS Excel, que,
Uma vez feito o upload, as respostas são removidas da
memória do Ipad.
além de totalizar as inspeções, pode, de maneira simples,
Apoio
51
a assinatura do habilitado responsável, onde ganhamos em tempo da equipe poupado e produtividade.
Através da configuração prévia de ações corretivas que
seguiam a metodologia de classificação proposta nestes artigos, e ainda com o uso de macros, criamos meios de listar as ações corretivas, separadas por equipamento e elemento da instalação, como apoio à criação do plano de ação, reduzindo de forma drástica o tempo necessário para o seu desenvolvimento.
Este artigo precede o que apresentaremos a seguir sobre
a inspeção em instalações elétricas para fins de auto vistoria predial. Legislação estadual e municipal, com foco em qualidade das instalações no nível de garantia de segurança dos ocupantes e do público que a acessa, demanda todas as técnicas apresentadas até aqui, incluindo o uso de formulários e meios eletrônicos com o fim de aumentar a produtividades, totalizar não conformidades, buscando as mais frequentes, organizando por tipos de equipamento ou local.
Com o uso de macros desenvolvidas em Visual Basic
for Applications (VBA) e utilizando as informações das inspeções, criamos mecanismo de exportação em PDF de cada lista de verificação preenchida – para cada equipamento ou elemento da instalação - de modo a facilitar
reduzir os custos e melhorar a competitividade. *GABRIEL CARDOZO PRADO é engenheiro eletricista e consultor em gestão de obras em engenharia. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Manutenção de transformadores
Apoio
52
Capítulo VIII Avaliação do isolamento em transformadores de potência Ensaio de perdas dielétricas e capacitância Por Marcelo Paulino*
A avaliação de equipamentos de subestação
procedimentos e ferramentas que possibilitem
tem evoluído com a utilização de procedimentos e
a obtenção de dados das instalações de forma
sistemas de teste dotados de técnicas e ferramentas
rápida e precisa.
que promovem uma avaliação eficaz e rápida
desses equipamentos. Essa avaliação deve ser
testes de transformadores utilizando varredura de
aprimorada, de forma a garantir o funcionamento
frequências. Por meio da observação do fenômeno
contínuo
do efeito pelicular e do fenômeno da polarização
das
instalações
responsáveis
pelo
Este trabalho mostra técnicas de avaliação e
suprimento de energia elétrica.
do meio dielétrico, o trabalho avalia a condição
Como os equipamentos elétricos instalados
do isolamento de transformadores de potência e
em subestações podem ser solicitados a operar
buchas de alta tensão.
sob diversas condições adversas, tais como: altas temperaturas, chuvas, poluição, sobrecarga e, dessa forma, mesmo tendo uma operação e manutenção de qualidade, não se pode descartar a possibilidade
Medida de capacitância, fator de potência e fator de dissipação com variação de frequência
de ocorrerem falhas que deixem indisponíveis as
Medida da Capacitância (C) e Fator de
funções de transmissão e distribuição de energia
Dissipação
elétrica aos quais pertencem. Assim, as atividades
importantes
de comissionamento e manutenção periódica para
isolamento, publicado primeiro por Schering em
verificação regular das condições de operação
1919 e utilizado para esse propósito em 1924.
desses equipamentos tornam-se cada vez mais
Em um diagrama simplificado do isolamento, Cp
importante. E torna-se imperativo a busca por
representa a capacitância e Rp, às perdas.
(FD)
estão
métodos
estabelecidos de
diagnóstico
como de
Apoio
53
Relações entre o fator de potência e o fator de dissipação
A relação entre fator de potência (FP), definido como o
cosseno do ângulo entre a corrente total e a tensão aplicada (cos ϕ), e o fator de dissipação (FD), definido como a tangente Figura 1 – Diagrama simplificado do isolamento.
O fator dissipação é definido como:
do ângulo entre a corrente total e a corrente capacitiva (tan δ). Matematicamente, a correlação entre os dois pode ser escrita como:
(1)
Na Figura 2, C1 e R1 conectados em série representam as
perdas do objeto em teste, e C2 representa perdas livres do
(2)
capacitor de referência. (3)
Novas aplicações de avaliação do isolamento com variação de frequência
Até os dias de hoje, o fator de dissipação ou o fator de potência
só foram medidos na frequência da linha. Com a fonte de potência do equipamento utilizado neste trabalho é possível agora fazer Figura 2 – Representação de uma Ponte Shering.
essas medições de isolamento em uma larga faixa de frequência.
Manutenção de transformadores
Apoio
54
Além da possibilidade de aplicar uma larga faixa de
da conexão das linhas;
frequência, as medições podem ser feitas em frequências
• Todos os terminais das buchas de um determinado grupo,
diferentes da frequência da linha e seus harmônicos. Com
como os terminais A, B, C (e Neutro) do enrolamento de Alta
este princípio, as medições podem ser realizadas também na
Tensão; A, B, C (e Neutro) do enrolamento de baixa tensão
presença de alta interferência eletromagnética em subestações
e A, B, C (e Neutro) do enrolamento terciário devem ser
de alta tensão.
conectados;
A faixa de frequência utilizada varia de 15 Hz a 400 Hz. Os
• Os terminais do neutro de todos os enrolamentos conectados
testes podem ser realizados sem problemas, pois, nesta faixa
em estrela com ponto aterrado devem ser desconectados do
de frequências, as capacitâncias e as indutâncias do sistema
terra (tanque);
elétrico testado são praticamente constantes. Para avaliarmos o isolamento, devemos considerar que o dielétrico perde sua capacidade de isolar devido a: • Movimento de íons e elétrons (corrente de fuga); • Perdas por causa do efeito da polarização.
Procedimentos gerais Em linhas gerais, seguem alguns procedimentos para a realização das medidas de capacitância e fator de potência para transformadores de dois enrolamentos. A Figura 3 mostra a
Figura 4 – Transformador preparado para teste.
representação esquemática do isolamento para transformadores
• Se o transformador tiver um comutador de taps, então ele
de dois enrolamentos.
deve ser posto na posição de neutro (0 ou no meio dos taps); • Conectar os terminais de aterramento do equipamento de teste no aterramento do transformador (subestação); • Conectar a saída de alta tensão do equipamento de teste (fonte) no enrolamento de alta tensão do transformador (de acordo com as instruções de conexão). Deve-se evitar que partes desparafusadas ou soltas do cabo de teste de alta tensão toquem qualquer parte como buchas e o tanque do
Figura 3 – Representação esquemática do isolamento para transformadores de dois enrolamentos.
transformador. Isto pode causar abertura de arcos (flashovers); • Conecte o cabo de medida (vermelho) no enrolamento de baixa tensão, e o cabo Guarda (azul) carcaça do
Em que:
transformador (de acordo com as instruções de conexão do
• Cab representa o isolamento entre os enrolamentos de Alta
equipamento de teste utilizado). Neste caso é realizada a
Tensão (AT) e os enrolamentos de Baixa Tensão (BT);
medida:
• Ca representa o isolamento entre os enrolamentos de Alta
Tensão (AT) e a carcaça;
(Cab).
• Cb representa o isolamento entre os enrolamentos de Baixa
• Alguns equipamentos de teste possuem a facilidade de
Tensão (BT) e a carcaça.
trocarem a função dos cabos, ou seja, o cabo vermelho pode
UST-A: medida de AT para BT, guardando carcaça
♦
ser um cabo de medida ou Guarda, dependendo da escolha Assim:
do testador. O mesmo ocorre para o cabo Azul. Assim, com
• O transformador deve estar desenergizado e completamente
a mesma conexão é realizada a medida:
isolado do sistema de potência;
• O aterramento adequado do tanque do transformador deve
• Para realizar o teste de BT para carcaça, conecte o cabo de
ser checado;
medida (vermelho) no enrolamento de alta tensão, e o cabo
• Os terminais das buchas de alta tensão devem ser isolados
de saída de alta tensão do equipamento de teste (fonte) no
♦
GST-A: medida de AT para carcaça, guardando BT (Ca).
Apoio
55
Manutenção de transformadores
Apoio
56
Tabela 1 – Condições do isolamento pela IEEE Std. 62-1995
enrolamento de baixa tensão. O cabo Guard (azul) continua na carcaça do transformador. É realizada a medida:
♦
Condições do isolamento
Transformador Bom
Aceitável
Deve ser investigado
Novo
DF < 0.5%
-
-
Antigo sob serviço
DF < 0.5%
0.5% < DF < 1%
DF > 1%
GST-A: medida de BT para carcaça, guardando AT (Cb).
Todos os valores medidos a 20 °C
Neste caso é importante que o testador use o histórico do
equipamento para realizar uma análise adequada.
Com o desenvolvimento de novas técnicas e novos equipamentos
de teste, a avaliação do isolamento pode ser feita com a variação de frequência da tensão de teste. Assim capacita o testador a realizar testes sem problemas de interferência eletromagnética e com maior capacidade de avaliação. Com a variação de frequência, o resultado mostra uma tendência que pode ser usada para avaliação, Figura 5 – Esquema de conexão para medidas AT-BT e AT-carcaça.
pois à medida que elevamos a frequência, as perdas aumentam, ou seja, os valores de FP ou FD tendem a aumentar. As Figuras 7 e 8 mostram o comportamento do FP com variação de frequência para um transformador novo de 69 kV.
Figura 6 – Esquema de conexão para medidas BT-carcaça.
• “Curte-circuite” todos os TCs de bucha, se houver;
Figura 7 – Transformador novo de 69 kV.
• Não faça nenhum teste com alta tensão em transformadores sob vácuo; • A tensão de teste pode ser alterada respeitando-se a tensão do enrolamento sob teste; • Todos os testes devem ser feitos com a temperatura do óleo próxima a 20 °C. Correções de temperatura podem ser calculadas usando as curvas de correção, mas elas dependem em grande parte do material isolante, do conteúdo de água e de vários outros parâmetros; • É importante obedecer às determinações registradas nos manuais dos equipamentos de testes.
Figura 8 – Fator de potência para transformador novo de 69 kV.
Avaliação do ensaio de fator de potência
Para os testes realizados apenas na frequência da linha
comparação das medidas de fator de potência entre as buchas
(60 Hz), o range dos valores de fator de potência para novos
das três fases de um banco de reatores ASEA/BROWN BOVERI,
e antigos transformadores são publicados pelas normas e por
tipo RM46, 2002, com potência: 40,33 MVAr, tensão HV: 500
outras literaturas. Pela IEEE Std. 62-1995, são determinados
kV, corrente HV: 127 A. A Figura 9 mostra um dos reatores e a
os seguintes valores:
Figura 10 mostra os valores de FP para as três fases do banco.
A seguir temos um exemplo de resultado onde é realizada a
Apoio
57
Nota-se que o fator de potência tende a aumentar com o aumento da frequência, comprovando o descrito anteriormente. Entretanto, registraram-se picos negativos e positivos exatamente sobre a frequência de 60 Hz. Isso ocorreu devido à forte interferência eletromagnética na medida, pois os reatores avaliados estão instalados ao lado do bay de 500 kV energizado. Vale ressaltar que, se as medidas fossem feitas apenas com 60 Hz, os resultados anotados certamente estariam errados, pois não levariam em consideração as condições reais Figura 9 – Reator ASEA/BROWN BOVERI, tipo RM46 (154 kV-20 kV).
do isolamento sob teste.
Diagnóstico de umidade no isolamento
Para a avaliação do conteúdo de umidade no isolamento
líquido e sólido, o emprego do método Karl Fischer, além de amplamente utilizado, serve como dado de referência para outros métodos, tais como os métodos de resposta dielétrica. Entretanto, este método sempre é afetado por diversas influências, como o ingresso de umidade do ambiente durante a coleta, transporte e preparação da amostra. Isso compromete Figura 10 – Medidas de fator de potência nas fases A, B e V.
os resultados e dificulta a comparação com valores referenciais.
Manutenção de transformadores
Apoio
58
Buscando uma solução para determinação da umidade,
A análise das propriedades dielétricas é dada com a
métodos de diagnóstico de dielétricos foram desenvolvidos para
combinação da polarização interfacial no isolamento óleo
deduzir a umidade no papel e realiza a análise das características
e papel no transformador de potência, combinando suas
do isolante. Os trabalhos da Força Tarefa D1.01.09 do Cigré
características. A resposta dielétrica de isolamento pode ser
mostram a validade desses métodos. Estes trazem a promessa
registrada no domínio do tempo ou no domínio frequência.
de dar maior precisão ao diagnóstico e determinação da
Uma vez no domínio do tempo tem-se o registro da medida
umidade no isolamento. Métodos de diagnósticos do dielétrico
de carga e descarga das correntes pelo isolamento. Este
deduzem o teor de umidade no isolamento sólido empregando
procedimento é conhecido como Corrente de Polarização
os mecanismos de estabelecimento de correntes polarização e
e Despolarização (Polarization and Depolarization Currents
despolarização, bem como fator de dissipação com variação de
– PDC). As medidas no domínio da frequência são obtidas
frequência. A seguir é descrito o método que combina medidas
pelas medições de tangente delta, com uma faixa de
no domínio do tempo e medidas no domínio da frequência. Isso
frequência maior, especialmente em baixas frequências. Este
possibilita diagnósticos seguros até mesmo para isolamentos
procedimento é chamado de Espectroscopia no Domínio
muito antigos.
da Frequência (Frequency Domain Spectroscopy – FDS). A combinação dessas duas técnicas reduz drasticamente a
Medidas das propriedades dielétricas
duração do teste comparado com as técnicas existentes.
Sobre as propriedades do dielétrico, o isolamento de um
Análise das medidas no isolamento e determinação da umidade
transformador é composto de espaçamentos preenchidos com óleo isolante. Sendo aplicada tensão de teste no enrolamento de alta tensão, a corrente flui na isolação principal e é medida
A
umidade
influencia
fortemente
grandezas
como
no instrumento de teste. Essa corrente é medida na ordem de
correntes de polarização e despolarização, capacitância e
[nA] e [pA]. As propriedades medidas são a condutividade da
fator de dissipação. O fator de dissipação com variação de
celulose e do óleo, além do efeito de polarização interfacial.
frequência mostra uma forma de curva típica em formato de
A polarização interfacial ocorre se dois materiais com
“S”. Com o aumento do teor de umidade, da temperatura ou
diferente condutividade e permissividade (óleo e papel) estão
com o envelhecimento, a curva aumenta para frequências
dentro de um dielétrico. Assim, os íons em óleo viajam para
mais elevadas.
o elétrodo oposto e forma uma nuvem de carga que pode ser medida externamente como um efeito de polarização. A polarização e a condutividade são afetadas pela geometria do isolamento e sua composição. A medida do isolamento de um transformador consiste na medida da superposição de vários efeitos, tais como as propriedades do papel sozinho e do óleo isolante, mostradas na Figura 11.
Figura 12 – Interpretação para os dados de domínio da frequência com a discriminação entre as influências de vários fenômenos físicos.
A seguir estão os resultados do teste em transformador
WEG 230-69-13,8 KV, fabricado em 1981 e reformado em 2010. A Tabela 2 mostra os resultados na frequência de 60 Figura 11 – Fator de dissipação do papel e do óleo e a sobreposição dos efeitos na reposta global (óleo + papel).
Hz extraídos do teste de PDC+FDS mostrado na Figura 13. A Figura 14 mostra a unidade testada.
Apoio
59
Tabela 2 – Resultado de teste em transformador de 230 KV (60 Hz) Teste realizado
Fator de dissipação
Capacitância
Umidade
AT – BT (CHL)
0,210%
2,4681 nF
1,2%
BT– massa (CLT)
0,226%
4,6884 nF
1,3%
Figura 14 – Transformador 230-69-13.8 KV sob teste.
• GT A2.05 – Guia de manutenção para transformadores de potência. Cigre Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013.
Figura 13 – Resultados do teste em transformador 230-69-13.8 KV sob teste.
Referências • ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO M. E. C. Manutenção de transformadores de potência. Curso de Especialização em Manutenção de Sistemas Elétricos – Unifei, 2012. • MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido isolante. São Paulo: Edgard Blucher, 1984.
* Marcelo Eduardo de Carvalho eletricista e especialista em elétricos pela Escola Federal (EFEI). Atualmente, é gerente |mecpaulino@yahoo.com.br.
Paulino é engenheiro manutenção de sistemas de Engenharia de Itajubá técnico da Adimarco
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Aterramento do neutro
Apoio
60
Capítulo II Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão Paulo Fernandes Costa*
O
aspectos
• Em sistemas de média tensão, uma vez definida
conceituais mais importantes que dizem respeito
capítulo
anterior
tratou
dos
a aplicação de resistores de baixo valor ôhmico e,
à escolha do tipo de resistor para a aplicação em
consequentemente, desligado o sistema durante
questão. Foi mostrado que em sistemas elétricos
uma falta à terra, a corrente escolhida para limitação,
industriais de baixa tensão aplica-se resistor de
além de atender ao critério de ser igual ou superior
alto valor ôhmico, que não exige o desligamento
à corrente capacitiva, deve atender ainda a outro
imediato do sistema na ocorrência de uma falta à
critério: o de fornecer corrente suficiente para
terra, enquanto na maioria dos sistemas de média
operação segura da proteção de falta à terra.
tensão deve ser aplicado resistor de baixo valor
• Até a entrada em operação dos relés digitais
ôhmico, que, ao contrário, exige o desligamento
modernos, uma década atrás, utilizavam-se relés
imediato do sistema na ocorrência da falta à terra.
de
Neste segundo artigo, serão discutidos os critérios de
de falta à terra. Estes relés possuíam alto
especificação dos resistores para sistemas elétricos
consumo, notadamente quando ajustados em
industriais de média tensão, isto é, os resistores de
baixas correntes, não sendo possível utilizar
baixo valor ôhmico.
transformadores de corrente toroidais de baixa
proteção
eletromecânicos
para
proteção
relação de transformação para sua alimentação. A
Avanços na aplicação de resistores de baixo valor ôhmico
solução era aumentar a corrente de falta à terra, o
TCs toroidais e, por conseguinte, sua potência.
Por muitas décadas os resistores de baixo
que possibilitava também aumentar a relação dos
valor ôhmico têm sido aplicados em sistemas de
• Até esta época, os valores de limitação eram
média tensão e algumas modificações importantes
bastante elevados, sendo padrão os valores de 400
na sua aplicação ocorreram bem recentemente,
A, 600 A, 800 A, 1.000 A e maiores.
um pouco mais de uma década. As modificações
• Atualmente, a situação se modificou, os relés
mais importantes referentes à aplicação podem ser
digitais possuem baixíssimo consumo, permitindo
descritas da seguinte forma:
utilizar TCs toroidais de baixa relação, com baixa
Apoio
61
potência. Com esta solução pode-se utilizar atualmente níveis
por exemplo, dentro de um quadro de manobra, mesmo com
de limitação reduzidos, desde que atendam aos quesitos de
o desligamento rápido, podem ocorrer paralizações necessárias
dimensionamento estipulados anteriormente. Os valores mais
para limpeza dos isoladores e alguns reparos.
utilizados na atualidade são: 25 A, geralmente aplicado em
• Outro aspecto importante da aplicação dos resistores de baixo
sistemas de mineração e, para sistemas industriais, os valores
valor ôhmico na atualidade diz respeito ao reconhecimento da
de 50 A, 100 A, 150 A, 200 A e 300 A.
absoluta necessidade de supervisionar continuamente a integridade
• Ao substituir um resistor de 400 A por outro de 50 A, com
do circuito neutro-resistor-terra, uma vez que, se este circuito for
atendimento aos critérios de dimensionamento, a corrente de falta
interrompido e ocorrer uma falta à terra, muitos equipamentos
à terra é reduzida oito vezes e os efeitos térmicos e dinâmicos, que
podem ser danificados por sobretensões transitórias. Existem vários
variam com o quadrado da corrente, são reduzidos em 64 vezes.
casos reais e recentes destas ocorrências, envolvendo queima de
• Com a utilização de recursos modernos, como o emprego de
transformadores e motores em sistemas de média tensão.
relés digitais que permitem utilizar a seletividade lógica, e ainda com a aplicação de relés de sobrecorrente associados a relés
e sistemas de detecção de arco, recursos estes que permitem
neutro-resistor-terra. A ênfase em supervisionar continuamente
reduzir significativamente o tempo de desligamento do sistema
o circuito deve ser explicada, uma vez que existem circuitos
durante faltas à terra, é possível evitar a evolução da falta à terra
utilizando relés de sobrecorrente e sobretensão associados a
para faltas entre fases em sistemas com resistor de baixo valor
TCs e TPs, que realizam a supervisão somente no momento da
ôhmico. Como a rapidez da evolução depende do valor da
ocorrência da falta à terra, o que não é aceitável. De fato, se
corrente de arco, limitar o curto em valores mais baixos auxilia
houver uma ruptura do circuito neutro-resistor-terra antes da
significativamente no processo de evitar a referida evolução. Se
ocorrência da falta à terra, situação esta que não é detectada
o valor da corrente de limitação for elevado e a evolução ocorrer,
pelo sistema de proteção/supervisão descrito, o sistema elétrico
A Figura 1 ilustra as possibilidades de ruptura do circuito
Aterramento do neutro
Apoio
62
poderá ser submetido a sobretensões transitórias no momento
orientações do artigo anterior.
da falta à terra, antes do desligamento pelas proteções.
• Acrescentar ao valor estimado cerca de 20% a 30% para atender a eventual crescimento futuro do sistema. • Utilizar o valor padronizado mais próximo do valor estimado (valores como 25 A, 50 A, 100 A, 150 A, 200 A, 300 A, 400 A). Observar que, ao optar pela padronização, o valor padronizado pode atender ao percentual de crescimento desejado para o sistema, não sendo necessário acrescentar os percentuais sugeridos no item anterior. • Evitar especificar derivações nos resistores, o que os encarece desnecessariamente. É preferível substituir o resistor no futuro, se houver acréscimo muito grande da corrente capacitiva do
Figura 1 – Algumas possibilidades de interrupção do circuito neutroresistor-terra.
sistema, o que raramente acontece.
• Definir o tipo de resistor, o material de sua fabricação e a
A supervisão contínua deve ser executada utilizando
sua temperatura de trabalho de acordo com o tempo ou
circuito digital apropriado que faça a circulação permanente
regime de carga a que será submetido. A IEEE Std 32, que é
de uma corrente por meio do circuito neutro-resistor-terra e
praticamente a única norma estruturada que contém capítulo
não somente pelo resistor. O circuito de supervisão pode ser
que rege o fornecimento de resistores para aterramento do
adaptado em resistores existentes como forma de “retrofit”. A
neutro, estabelece as informações contidas na Tabela 1. Deve
Figura 2 traz ilustrações de resistores danificados.
ser observado que o material para confecção de resistores, cujo
As causas da ruptura do circuito neutro-resistor-terra são
regime de operação não é contínuo, é definido na norma como
diversas, como sobretensões transitórias (descargas atmosféricas,
sendo o aço inox. Para resistores de uso contínuo, a referida
chaveamentos), sobrecargas além do tempo suportável, vibrações
norma não estabelece o tipo de material que deve ser aplicado.
no transporte e na operação normal, vida útil vencida, corrosão,
Para resistores de alto valor ôhmico, pode-se, em tese, aplicar a
defeitos de fabricação, defeitos de montagem e outros.
classificação de tempo estendido (extendend-time rating), que significa que o resistor pode ser submetido a tempo de carga
Especificação dos resistores de baixo valor ôhmico
superior a 10 minutos, com a restrição de que o número de
Na especificação dos resistores de baixo valor ôhmico para
No entanto, devido a questões de segurança (temperatura do
aterramento do neutro de sistemas de média tensão, devem ser
invólucro, que pode ser tocado inadvertidamente com o resistor
observados no mínimo os seguintes aspectos:
em carga), é preferível utilizar regime contínuo que fornece
• Estimar o valor da corrente capacitiva do sistema em que
temperaturas bem menores para os elementos resistivos e,
será aplicado o resistor, por medição ou por cálculo, conforme
consequentemente, para os invólucros.
Figura 2 – Exemplos reais de resistores interrompidos.
vezes que isto acontece não seja superior a 90 dias no ano.
Apoio
63
Aterramento do neutro
Apoio
64
Tabela 1 – Informações sobre resistores para aterramento do neutro
nível de tensão de aplicação do resistor. Em geral, esta capacidade é
Regime de funcionamento
Temperatura final permitida nos elementos resistivos, considerando temperatura ambiente inicial de 30 0C
Observação
Curto tempo 1 minuto
760 0C
Material: aço inox
Curto tempo 10 segundos
760 0C
Material: aço inox
de, no mínimo, 10% da capacidade de curta duração do resistor para resistores construídos com apenas uma camada de elementos, sendo 8% para construções com mais de uma camada.
Conclusão Este artigo abordou as principais modificações que devem
Regime estendido (extended time rating)
610 0C
Material: aço inox
ser introduzidas na especificação dos resistores de aterramento
Contínuo
385 0C
Material: não definido
do neutro em sistemas de média tensão, principalmente devido
• A chapa estrutural do invólucro metálico dos resistores não deve ser inferior a 12 USG (2,78 mm), enquanto a chapa de fechamento não deve ser inferior a 14 USG (1,98 mm). Observa-se que a fragilidade dos invólucros dos resistores constitui uma das principais causas de rompimento dos elementos resistivos, bem como de alguns outros danos sofridos por eles. • Para os resistores de média tensão de baixo valor ôhmico, deve ser solicitado o teste de tensão aplicada, bem como devem ser mantidas as distâncias entre qualquer parte energizada do resistor e o invólucro metálico de acordo com o estabelecido na tabela 21 da norma ABNT NBR 14039, cujos valores são reproduzidos na Tabela 2. Observe que para resistores não se aplica o teste de impulso atmosférico (Tensão Suportável de Impulso, TSI). Os valores de TSI que os equipamentos de média tensão devem suportar estão também presentes na mesma tabela da norma em questão, mas se aplicam a outros equipamentos não resistores para aterramento do neutro, e por isso foram suprimidos da Tabela 2. Tabela 2 – Distâncias mínimas x tensão nominal da instalação Tensão nominal da instalação (kV)
Tensão de ensaio à frequência industrial (kV)
Distância mínima fase terra (mm)
3
10
60
4,16
19
60
6
20
90
13,8
34
160
23,1
50
160
34,5
70
270
• Deve ser informado na especificação o tipo de invólucro a ser fornecido, que deve ser apropriado para as condições do ambiente de instalação (grau IP). Observe que o grau de proteção IP 54 atende à exigência de impedimento de entrada de pós e de água (projeção), sendo adequado para uso ao tempo. Para ambientes abrigados sem presença de pós, é suficiente utilizar o grau IP 23. • Para resistores especificados para regime de curto tempo, deve ser solicitado que o fabricante forneça a capacidade de corrente em regime contínuo, para eventualmente acomodar correntes harmônicas presentes principalmente em aplicações nas quais existem acionamentos com velocidade variável (inversores de frequência) no
à introdução nestes sistemas de relés digitais, inversores de frequência, e também do aumento de conhecimento dos fenômenos transitórios que podem ocorrer durante uma falta à terra. A redução do valor de limitação e a constatação da obrigatoriedade da supervisão correta e permanente da integridade do circuito neutro-resistor-terra são dignos de destaque. Deve ser destacado também que os resistores devem ser inerentemente robustos, não sendo aceitável uma especificação que permita um fornecimento de conjuntos mecanicamente e eletricamente frágeis. O custo dos resistores quando comparado ao dos equipamentos principais do sistema elétrico é irrisório e sua falha pode resultar em falhas destes equipamentos principais, tendo como consequência a paralisação da produção e perdas associadas.
Referências • COSTA, P. F. “Redução dos riscos proporcionados pelos arcos elétricos”. Eletricidade Moderna, dez. 2009. • SELKIRK, D.; SAVOSTIANIK, M.; CRAWFORD, K. “Why neutral: grounding resistor need continuous monitoring”. IEEE Petroleum and Chemical industry Conference, 2008. • Catálogo Técnico: Resistor de aterramento em média tensão com supervisão de continuidade “on-line” modelo RAM-SC2. Disponível em: <www.seniorequipamentos.com.br>. • Catálogo Técnico: “Upgrade” para monitorar a continuidade do circuito neutro-terra em resistores de aterramento em média tensão existentes. Disponível em: <www.seniorequipamentos.com.br>. • SELKIRK, D.; SAVOSTIANIK, M.; CRAWFORD, K. “The dangers of grounding resistor failures”. IEEE Industry Application Magazine, Sep./Oct. 2010. • ANSI/IEEE Std 32-1972 (Reaffirmed 1990), Neutral Grounding Devices “IEEE Std Requirements, Terminology, and Test procedures for Neutral Grounding Devices”. *Paulo Fernandes Costa é Engenheiro Eletricista e Msc pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor aposentado dos cursos de engenharia elétrica da UFMG e CEFET-MG e diretor da Senior Engenharia e Serviços LTDA, Belo Horizonte-MG. É palestrante e autor de vários artigos na área de aterramento, proteção, segurança, qualidade de energia e sistemas elétricos industriais em geral. Atua como consultor, bem como na área de desenvolvimento tecnológico, com experiência de mais de 40 anos. E-mail: pcosta@seniorengenharia.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Reportagem
66
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Por Bruno Moreira
Em segundo plano Com preço pouco competitivo, biomassa perde espaço para fonte eólica na matriz elétrica do país. Especialistas veem leilões regionais como saída para
Cortesia-UNICA-Foto-Niels-Andreas-Usina-Sao-Francisco
tornar a vida da energia gerada pelo bagaço de cana mais doce
67
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Com capacidade instalada de 9.500 MW, a biomassa
formato em que ocorrem. Para eles, os incentivos para essa
– proveniente, em sua maioria, do bagaço e da palha
fonte devem passar por uma reformulação dos certames
da cana-de-açúcar – representa 7,6% da matriz elétrica
promovidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
brasileira, perdendo apenas para o gás natural (11,3%) e
“Nesses leilões organizados pelo governo, enquanto a regra
para a fonte hidráulica (70,6%). A previsão, no entanto, é
for modicidade tarifária, a biomassa não irá conseguir
a de que, em mais alguns anos, a geração eólica ultrapasse
competir”, acredita a engenheira química e coordenadora
a biomassa, a qual, segundo especialistas, conta com
do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) do
poucos incentivos governamentais. Embora o potencial
Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade
brasileiro para esta fonte seja elevado, o preço da energia
de São Paulo (USP), Suani Teixeira Coelho. Como parece
gerada a partir da biomassa ainda é alto em comparação
difícil até cogitar que o governo mude o atual sistema,
com a hidrelétrica e a eólica, o que leva os agentes deste
a solução estaria, conforme os especialistas, em leilões
mercado a pleitearem fomentos específicos.
divididos por regiões.
Fontes do setor afirmam que os leilões – principal
O gerente de tecnologia e aplicações da Associação
meio de negociação da energia elétrica – promovidos
da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Leonardo
pelo Governo não são suficientes, ou pelo menos, não no
Caio, explica que o preço do MWh da energia produzida em eólicas não agrega o custo da transmissão da energia gerada e as perdas apresentadas neste processo. A maioria dos empreendimentos eólicos está na região Nordeste do país, mas os grandes centros consumidores de energia elétrica encontram-se nas regiões Sul e Sudeste. Dessa forma, este custo com a transmissão precisa ser contabilizado quando se fala em usinas eólicas. Por sua vez, os leilões regionais poderiam ser uma saída para este problema e uma forma de tornar a energia produzida pela biomassa mais competitiva. Afinal, a maior produção de cana-de-açúcar está na região Sudeste, que também é a região em que o consumo é o maior, o que evitaria maiores custos com a transmissão.
O físico, professor do Instituto de Energia e Ambiente
da USP, José Goldemberg, explica que o essencial é que a biomassa não compita no mesmo certame com fontes como a hidrelétrica ou eólica por exemplo. E o que o preço-teto do megawatt do leilão estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seja atrativo para as empresas do segmento sucroalcooleiro participarem. Segundo o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, ele deveria girar entre R$ 150 e R$ 200 por MWh.
Se o preço fosse mais convidativo, isso faria que muitas
usinas produtoras de açúcar e álcool investissem na renovação de seus equipamentos, afinal, muitos destes empreendimentos são de origem familiar e apresentam tecnologia antiga. Para Caio, se estas empresas fizessem um retrofit em suas usinas, “trocassem as turbinas e as caldeiras (de baixa pressão por caldeiras de alta pressão, mais eficientes), conseguiriam aproveitar mais o bagaço da cana e gerar de três a quatro vezes mais energia do que geram hoje”. Segundo Goldemberg, o potencial de geração de energia elétrica da biomassa com tecnologia eficiente se situa entre 10 mil megawatts e 15 mil megawatts, capacidade equivalente à Itaipu.
Reportagem
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Foto: reprodução
68
Antes dos incentivos governamentais, usinas focavam apenas na produção de açúcar e álcool, sendo o resíduo (bagaço e palha) considerado um empecilho.
Histórico
Tanto a biomassa como o vento são considerados fontes
lembrar que o aproveitamento dessa fonte energética já foi
renováveis de energia. A biomassa, por exemplo, pode ser
bem menor no Brasil. Na realidade, desde a implantação
definida como recurso renovável que provêm de matéria orgânica
das primeiras usinas sucroalcooleiras no país no início do
– de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a
século XX, os produtores de açúcar e álcool já utilizavam
produção de energia. Em seu site, o Ministério de Meio Ambiente
o bagaço da cana para a produção de calor e eletricidade
(MMA) define a biomassa também como uma forma indireta
visando o autoconsumo. Contudo, até o início da década
de aproveitamento da luz solar. Isso porque grande parte deste
de 2000, a participação da biomassa na matriz de oferta de
material vem de plantas, que, por sua vez, necessitam da radiação
energia elétrica era ínfima.
solar para serem transformadas em energia química, por meio da
fotossíntese, e assim crescerem e se reproduzirem.
incentivos governamentais, focavam apenas na produção
Diante deste cenário fica a pergunta: por que não
investir mais em biomassa no país? Antes da resposta, vale
O gerente da Cogen recorda que as usinas, antes dos
Dito isso, fica claro porque o Brasil poderia investir
de açúcar e álcool, sendo o resíduo (bagaço e palha)
ainda muito mais nesta fonte. Afinal, o que não falta aqui
considerado um empecilho. Assim, as caldeiras de baixa
são terras para cultivo e incidência solar. Conforme dados
pressão, e consequente baixa eficiência, utilizadas na
do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), de 2011, o Brasil
época eram de grande ajuda porque tinham de queimar
tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis
bastante bagaço para gerar energia.
e de alta produtividade, dos quais, segundo uma estimativa
A presença da biomassa na matriz de geração de
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
energia elétrica começou a se transformar em 2004, com
(Mapa), 90 milhões ainda não foram explorados. Em relação
a reestruturação do setor elétrico nacional, que adotou
ao potencial solar do país, para se ter uma ideia, segundo
políticas de fomento à diversificação de energia elétrica,
informações do MMA, o Brasil recebe energia solar da
incentivando a maior participação da bioeletricidade no
ordem de 1013 MWh anuais, o que corresponde a cerca de
panorama energético do país. Entre as medidas adotadas
50 mil vezes o seu consumo de eletricidade por ano.
pelo governo, neste sentido, destacam-se os leilões de
Reportagem
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Ferdinando Ramos Fotografia
70
Biomassa é definida como recurso renovável que provêm de matéria orgânica – de origem vegetal ou animal – e tem como objetivo primordial a produção de energia.
energia e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas
como geradora de energia elétrica no país.
de Energia Elétrica (Proinfa).
Segundo dados da EPE, presentes no Plano Decenal de
como objetivo aumentar a participação da energia elétrica
Expansão (PDE) de Energia – 2022, da reestruturação do
produzida por empreendimentos concebidos com base em
setor até abril do ano passado, haviam sido realizados 19
fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas
leilões de energia, ocorrendo venda de energia de usinas
(PCH) no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN). A
sucroalcooleiras em 12 deles. Dentre estes certames,
ideia inicial era negociar 1.100 MW produzidos por cada
destaque para o 1º Leilão de Energia Reserva realizado
fonte. Com uma cláusula de que, caso a energia ofertada por
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em
determinada fonte não fosse totalmente contratada, este
2008, no qual foram contratados 2.379 MW de usinas
excedente poderia ser repassado à outra. E foi exatamente
térmicas movidas à biomassa (bagaço da cana e capim
isso que ocorreu. A biomassa foi subcontratada (685 MW)
elefante). Uma boa explicação para o sucesso da biomassa
e a diferença foi dividida entre as PCHs e a energia eólica,
neste certame é que só foi ofertada energia gerada por este
que venderam 1.191 MW e 1.423 MW, respectivamente.
tipo de fonte. Já por meio do Proinfa foram contratados
um pouco mais de 685 MW de energia gerada a partir de
participou das chamadas públicas do Proinfa com uma
27 usinas a base de biomassa.
tarifa duas vezes menor do que a proposta para a energia
P roinfa :
Instituído em 2004, pelo Decreto nº 5025, o Proinfa teve
Isso ocorreu, de acordo com Suani, porque a biomassa
eólica. A tarifa estabelecida pelo Ministério de Minas
remédio amargo
e Energia (MME) foi de aproximadamente R$ 100 por megawatt/hora (MWh), enquanto a energia eólica foi
Se o Proinfa foi um dos agentes catalisadores da
ofertada por mais de R$ 200 por MWh. Diante desses
participação da biomassa na matriz elétrica brasileira,
números, muitas empresas não se interessam em comprar
ironicamente, foi ele também, de acordo com a engenheira
a energia a ser futuramente gerada por meio de usinas de
Suani, o responsável pelo início da estagnação desta fonte
biomassa e os empreendimentos ficaram subcontratados.
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Resíduos
sólidos urbanos
Não só do bagaço e da palha da cana-de-açúcar vive a biomassa no país. Nas cidades, a biomassa produzida por
meio de resíduos sólidos pode se tornar uma alternativa interessante para a geração de energia elétrica.
A coordenadora do Cenbio, que desenvolve estudos na área, acredita que exista cada vez mais interesse em produzir
energia dessa forma. Uma prova disso, segundo ela, seria a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 pela Lei nº 12.305, cujo objetivo é enfrentar os principais problemas ambientais, sociais e econômicos do país decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos por meio de mecanismos como o processamento tecnológico destes resíduos.
Nesta brecha que se abriu com o PRNS, a geração de energia elétrica por meio de resíduos sólidos urbanos poderia
avançar muito no país. O problema, de acordo com Suani, é conseguir viabilizar economicamente projetos nessa área. “São tecnologias importadas e caras”, afirma a cientista, citando a incineração como um dos principais processamentos de lixo utilizados atualmente para produzir energia elétrica.
De acordo com Suani, em cidades grandes como São Paulo, onde são produzidas milhares de toneladas de resíduos
por dia, a melhor maneira de processar o lixo é pela incineração. A energia gerada por este processo acaba custando cerca de R$ 300 por MWh, ou seja, um preço caro demais comparado à tarifa de outras fontes, o que inviabiliza a participação da biomassa de resíduos sólidos em leilões do governo.
A situação piora ainda mais quando se fala de cidades menores. Nestes locais, são produzidos resíduos em pouca
quantidade para serem transformados em energia por meio de incineradores. Segundo a coordenadora do Cenbio, estes equipamentos têm capacidade para gerar 10 MW por dia e uma cidade, com 10 mil habitantes, por exemplo, consegue produzir cerca de 10 toneladas diárias, o suficiente para produzir 200 kW. Ou seja, o incinerador seria subutilizado.
Para esta quantidade de energia, a tecnologia mais adequada seria a gaseificação, processo no qual a biomassa
é aquecida a uma temperatura de 400 ºC a 900 ºC, utilizando oxigênio em quantidades inferiores à estequiometria (mínimo teórico para que haja combustão). O resultado deste processo é um gás de síntese, formado por monóxido de carbono, hidrogênio, metano, dióxido de carbono e nitrogênio, que pode ser utilizado em motores de combustão interno e turbinas a gás para geração de energia elétrica. Contudo, de acordo com a coordenadora do Cenbio, este processo ainda é muito incipiente no país. “Ainda não vi nenhum funcionando”, diz a pesquisadora.
A única saída visando incrementar a participação da biomassa de resíduos sólidos urbanos no Brasil seria por meio
de incentivos governamentais. E o melhor chamariz para que houvesse estes incentivos, conforme Suani, é a questão do saneamento básico. Para a coordenadora do Cenbio, quando se fala, por exemplo, em incinerar este tipo de biomassa, deve se levar em conta primeiro a questão de se estar resolvendo o problema do resíduo sólido urbano. “A energia seria secundária nesse caso”, diz. Contudo, de acordo com ela, a Aneel e outros agentes não enxergam desse jeito e afirmam que não é responsabilidade do Setor Elétrico subsidiar o saneamento básico. “Do ponto de vista global, pensando na política pública de um país, isso me parece estranho”, declara a pesquisadora. Em cidades grandes como São Paulo, onde são produzidos milhares de toneladas de resíduos por dia, a melhor maneira de processar o lixo é pela incineração.
71
Reportagem
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Biomassa
dedicada
Quando se fala em geração de energia elétrica por intermédio da biomassa, o que se tem em mente é o bagaço da
cana-de-açúcar. Contudo, apesar do alto potencial para a produção de eletricidade por meio desta fonte, o principal negócio das empresas deste segmento é a produção de açúcar e etanol. Tanto que a biomassa foi utilizada inicialmente para alimentar as próprias caldeiras utilizadas nas usinas sucroalcooleiras e assim gerar vapor e consequentemente energia elétrica. Apenas posteriormente, esta energia começou a ser exportada para a rede.
Segundo Tatiana Gonsalves, engenheira agrônoma e diretora comercial da Nexsteppe Brasil, empresa que comercializa
sementes para serem empregadas na produção de biocombustíveis, bioeletricidade e bioenergia, esta demanda adicional (exportação ode energia para a rede) trouxe alguns problemas, não apenas para as usinas sucroalcooleiras como também para algumas indústrias de grãos, que se viram sem biomassa suficiente para utilizar em benefício próprio, em seus processos de cogeração. Neste sentido, o cultivo de biomassa dedicada, ou seja, produção de grãos com o objetivo principal de gerar energia, surge como uma solução.
A engenheira agrônoma explica que muitas usinas sucroalcooleiras estão empregando na atualidade suas áreas de
renovação, no período de entressafra, a fim de cultivarem grãos como soja e amendoim, cuja biomassa será destinada exclusivamente para a geração de energia elétrica. De acordo com Tatiana, neste sentido, algumas empresas da área até terceirizam o cultivo em suas terras para a compra posterior da biomassa, “mas outras já estão investindo em suas próprias equipes, capacitando-as para outros cultivos, além da cana-de-açúcar”, diz a engenheira agrônoma.
Abordando especificamente o sorgo Palo Alto, semente híbrida produzida pela Nexsteppe, com foco na geração de
energia, Tatiana afirma que o produto é adequado para ser trabalhado em conjunto com as plantações de cana. Isso porque o cereal tem um ciclo rápido, de 120 a 140 dias, e pode ser plantado no período de entressafra da cana, que vai de novembro a março, ocupando suas áreas de renovação.
Se for levado em conta as características do cereal e de seu cultivo, o sorgo também poderia surgir como concorrente
da cana-de-açúcar no que diz respeito à produção de biomassa. Afinal, além do seu ciclo ser mais rápido (o da cana dura cerca de 12 meses), de acordo com a diretora da Nexsteppe, o custo de produção de uma tonelada de biomassa de sorgo (R$ 25) é menor que o custo de biomassa de cana-de-açúcar (R$ 30 por tonelada). Sem falar que, ao contrário da biomassa da cana, que é residual, a biomassa do sorgo é dedicada, ou seja, o cereal é plantado e colhido com o objetivo de gerar energia, o que facilitaria o planejamento e, consequentemente, a segurança no abastecimento de biomassa para a geração de energia elétrica.
Suani lembra que na época foi chamada pelo governo
favoravelmente para a energia eólica mesmo em 2009.
para em conjunto com outros especialistas calcular
A coordenadora do Cenbio explica que uma série
uma tarifa condizente com a realidade da biomassa no
de fatores fez que isso acontecesse. Além de incentivos
país. Contudo, segundo Suani, a tarifa apresentada foi
governamentais, para fugir da crise econômica na Europa,
considerada alta pelo MME que optou por um valor mais
os fabricantes de turbinas eólicas – estrangeiros, em sua
baixo. O resultado, como dito, foi a subcontratação "Foi um
imensa maioria – começaram a investir no Brasil, com
programa que começou com tudo para dar certo. Mas não
preços muito mais baratos, o que acarretou no abaixamento
adianta ir contra o mercado", afirma a engenheira química.
da tarifa da energia eólica. Se se levar em conta que os
Mesmo com a preferência do governo para a eólica
leilões de energia no país prezam pela modicidade tarifária,
dentro do Proinfa, a biomassa conseguiu aumentar
ou seja, vence o leilão quem oferecer o menor ágio pela
bastante sua presença como gerador de energia elétrica,
energia oferecida, e que atualmente a tarifa da energia
comenta Leonardo Caio, da Cogen. Não à toa, hoje ainda
eólica gira em torno de R$ 125 por MWh e a biomassa
é a terceira fonte com mais participação na matriz. De
custa mais do que isso em média, percebe-se que não há
acordo com ele, com as medidas de incentivo, como os
possibilidade de competição entre estas duas fontes, no
leilões, algumas usinas sucroalcooleiras conseguiram
momento. Para se ter uma ideia de como a energia eólica
ter até 30% de seu lucro atrelado à produção de energia
se tornou popular, no Leilão A-3 da EPE realizado em
elétrica. Conforme Caio, a situação começou a se reverter
junho deste ano, participaram 268 empreendimentos do
73 certamente, sendo 248 usinas eólicas.
mais eficientes para obterem os incentivos. No entanto,
O professor Goldemberg considera distorcida a visão do
não é do interesse destes empreendimentos realizar tal
governo federal em priorizar, não apenas a fonte eólica, mas
troca, em razão da baixa tarifa da energia gerada a partir
também as fontes convencionais como a hídrica, carvão e
da biomassa.
gás, em detrimento da biomassa. Para ele, a participação
da biomassa na matriz energética brasileira é muito
venha obtendo tanto sucesso quanto a energia eólica
promissora e a EPE tem sistematicamente subestimado
pode estar, segundo a EPE, no fato de que a entrega de
a contribuição desta fonte de energia renovável. Neste
energia advinda desta fonte não tem atendido o montante
sentido, "os 4 mil MW previstos pela EPE para 2020 são
contratado em grande parte dos acordos firmados no
um limite inferior e ela poderia facilmente contribuir com
ambiente regulado (AR). Em análise feita pela Empresa
muito mais", afirma Goldemberg.
de Pesquisa Energética, considerando a produção de 60
No entanto, o governo federal, por meio da EPE,
usinas de biomassa entre 2008 e 2011, verificou-se que
continua afirmando que vem investindo na biomassa.
somente uma usina apresentou geração igual ou superior
Exemplo disso seriam as políticas de financiamento do
a sua garantia física firmada em contrato.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Esta geração, aquém do nível de contratação nos
(BNDES), visando estimular a eficientização do setor por
leilões, segundo a EPE, ainda que tenha como justificativa
linhas crédito específicas para troca de caldeiras. Usinas
quebras de safra da cana-de-açúcar, efeitos da crise
antigas podem obter até 90% dos itens financiáveis caso
econômica internacional de 2008, problemas climáticos,
possuam caldeira de operação igual ou superior a 60 bar.
dentre outros, afeta a credibilidade da oferta da energia
Lembrando que caldeiras mais eficientes trabalham com
associada a usinas de biomassa. Afinal, de acordo com
este valor de pressão. Ou seja, usinas antigas com caldeiras
a EPE, a segurança é um dos pilares do novo modelo de
de baixa pressão não se adequam a esta política de
setor elétrico, e a biomassa não seria uma fonte segura
financiamento, necessitando trocá-las por equipamentos
para a produção de energia.
Uma das razões, contudo, para que a biomassa não
Atmosferas explosivas
76
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Certificação das competências pessoais A importância da certificação para garantir a segurança durante o ciclo de vida das instalações “Ex” Por Roberval Bulgarelli*
Os trabalhos associados com instalações
serviços para estas áreas “Ex” estão embasadas
de segurança nas instalações elétricas em
elétricas em atmosferas explosivas representam
em normas técnicas da série ABNT NBR IEC
atmosferas explosivas, é necessário que sejam
um grupo específico e particular das atividades
60079 – Atmosferas explosivas, publicadas
adequadamente realizadas atividades das quais
relacionadas com os serviços prestados para as
pela ABNT, totalmente harmonizadas com as
dependem os treinamentos, as experiências,
instalações elétricas na indústria de um modo
respectivas normas técnicas internacionais.
as habilidades e as qualificações das pessoas
geral, em áreas não classificadas.
envolvidas na realização de tais trabalhos.
de projeto, montagem, inspeção, manutenção
Para a obtenção dos níveis necessários
As particularidades dos requisitos de
No entanto, de uma forma geral, as empresas
77
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
e reparos, nas diferentes regiões do Brasil,
apresentam deficiências de qualificação de
mento
pessoal, não possuindo as devidas experiências,
sobre a compulsoriedade de certificação de
certificação de equipamentos elétricos “Ex”.
conhecimentos e habilidades que o tornem
equipamentos elétricos para instalação em áreas
competente
para
desempenhar,
com
a
O Brasil possui desde 1991 um regula nacional, publicado
pelo
Inmetro,
pela Comissão Técnica “Ex” do Inmetro, de um regulamento que tornou compulsória a Com base naqueles esforços, a esperança
classificadas contendo atmosferas explosivas.
que havia, no início da década de 1990, era a
performance necessária, as atividades solicitadas.
Naquela época, os esforços que foram
de que os níveis de segurança requeridos nas
É comum a verificação de serviços de
realizados tinham como premissa que a
instalações elétricas em atmosferas explosivas
classificação de áreas, projetos, montagem e
comercialização somente de equipamentos
seriam alcançados, em decorrência da existência
inspeções, envolvendo instalações elétricas em
elétricos, que tivessem passado por um rigoroso
de produtos certificados “Ex” no mercado.
atmosferas explosivas, que não atendem aos
processo de certificação de terceira parte, traria
requisitos normativos indicados nas respectivas
a necessária elevação dos níveis de segurança
anos sob a obrigatoriedade de certificação de
partes das normas da série ABNT NBR IEC
das instalações e das pessoas envolvidas com
equipamentos “Ex”, pode ser verificado que, na
60079.
atmosferas explosivas. Naquela ocasião havia uma
prática, os níveis de segurança das instalações
Pode ser verificado, com base na qualidade
No entanto, transcorridos mais de 20
grande demanda no mercado por equipamentos
e das pessoas ainda não se encontram nos
dos serviços que são realizados, que a mão de
elétricos
patamares
obra de profissionais envolvendo projetistas,
decorrência do grande número de plataformas
verificados a ocorrência de graves acidentes,
montadores, instaladores e inspetores é carente
que foram instaladas na Bacia de Campos.
incluindo explosões e acidentes fatais.
com relação ao acesso a cursos de formação
e qualificação e a treinamentos de reciclagem
da ocorrência de diversas explosões e da
equipamentos “Ex” já disponibiliza uma ampla
envolvendo as atividades relacionadas com
verificação da existência no mercado de uma
e completa gama de equipamentos, produtos,
as instalações elétricas, de instrumentação,
grande quantidade de equipamentos “Ex” sem
materiais e sistemas “Ex”, tantos elétricos
automação e de telecomunicações em áreas
certificados ou com certificados falsificados,
como mecânicos, com uma certificação de
classificadas.
foram realizados esforços para a elaboração,
terceira parte, emitida por um Organismo de
para
atmosferas
explosivas, em
No final da década de 1980, em função
necessários, continuando
sendo
O mercado nacional e internacional de
Atmosferas explosivas
78
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Certificação de Produtos acreditado, seja pelo
dos equipamentos “Ex”, mas incluindo também
Inmetro, no âmbito nacional, seja pelo IECEx –
a certificação das pessoas e das empresas que
sistema da IEC para certificação abrangendo o
realizam serviços em áreas classificadas.
todo o ciclo de vida “Ex”.
As deficiências e as não conformidades
Dessa forma, pode ser verificado que o
que são introduzidas durante a realização das
sistema de certificação de equipamentos “Ex”
atividades de instalação, manutenção ou reparos,
se encontra esgotado e saturado, em termos de
fazem com que os equipamentos “Ex” percam
atender aos seus objetivos de elevação dos atuais
as suas características originais de proteção
níveis de segurança e das pessoas que trabalham
contra a ignição de atmosferas explosivas
em instalações contendo atmosferas explosivas.
que podem estar presentes em seus locais de
Pode ser verificado que, tendo como base
instalação. Estas deficiências são, na maioria das
a grande quantidade de não conformidades
vezes, decorrentes de falta de treinamentos,
de projeto, montagem, inspeção, manutenção
conhecimentos,
e reparo dos equipamentos e instalações
qualificações e competências das pessoas
elétricas “Ex” que podem ser verificadas em
responsáveis e dos executantes destes tipos de
diversas plantas industriais no Brasil, que a
serviços.
simples certificação de equipamentos elétricos
“Ex” não é suficiente para garantir a segurança
no “ciclo total de vida” das instalações
das instalações e pessoas envolvidas em áreas
“Ex” reconhece o fato de que somente a
classificadas.
“tradicional” certificação de equipamentos “Ex”
Sob o ponto de vista de segurança industrial
não é suficiente para garantir a segurança das
pode ser verificado que de pouco adianta que
instalações em atmosferas explosivas e nem das
os equipamentos elétricos “Ex” tenham sido
pessoas que nelas trabalham.
certificados de terceira parte, por Organismos
de Certificação de Produtos, acreditados, se os
instalações elétricas em atmosferas explosivas,
mesmos não são devidamente especificados,
os equipamentos elétricos “Ex” necessitam
instalados, inspecionados, mantidos ou reparados,
estar seguros durante todo o tempo em que
ao longo das décadas em que normalmente
permanecem instalados em áreas classificadas, ao
permanecem instalados em locais de elevado
longo de décadas, e não somente quando estes
risco
equipamentos saem das fábricas.
de
explosão, contendo
atmosferas
experiências,
habilidades,
A abordagem de certificação com base
Sob o ponto de vista do ciclo total de vida das
explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras
combustíveis.
de certificação também das competências
das pessoas que realizam atividades em áreas
Isto pode ser verificado em função das
Nesse sentido, existe a necessidade básica
projeto,
classificadas bem como das empresas de
montagem, inspeção, manutenção e reparos que
prestação de serviços, tais como empresas
são frequentemente verificadas nas instalações
projetistas, de montagem, de inspeção, de
em áreas classificadas de diversas indústrias das
manutenção e oficinas de reparos “Ex”.
áreas do petróleo, petroquímica, química, silos de
grãos, sucroalcooleira e de alimentos. Tais não
que ocorrem nas áreas de indústrias químicas,
conformidades podem invalidar as proteções
petroquímicas e de petróleo, geralmente não
proporcionadas
“Ex”
são decorrentes da falta de instalação de
certificados e colocar em risco as instalações
equipamentos “Ex” certificados, mas sim de
em atmosferas explosivas nas quais tais
falhas nas atividades de montagem, manutenção
equipamentos foram instalados.
e reparos nestes equipamentos, falhas estas que
invalidam a segurança que era proporcionada
diversas
não
conformidades
pelos
de
equipamentos
Para que estes níveis de segurança possam
Pode ser verificado que os graves acidentes
ser elevados há a necessidade de uma nova
pelos equipamentos certificados.
postura com relação a este problema, com a
adoção de um ponto de vista de certificação
classificação de áreas, projeto, instalação, inspeção,
que não fique limitado somente à certificação
manutenção e reparos “Ex” somente será
A melhoria de qualidade dessas atividades de
79
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
obtida mediante um processo de certificação
conformidade para a determinação dos níveis
oficinas de serviços de reparos “Ex”, em 2007
das competências pessoais dos profissionais
mínimos de conhecimentos, qualificação e
e de competências pessoais em atmosferas
envolvidos com estas atividades e das empresas
competências
envolvidos.
explosivas, em 2010, ficou evidente para toda a
que prestam serviços de projeto, montagem,
Podem ser verificados, na prática, elevados
comunidade técnica internacional a necessidade
inspeção e manutenção “Ex”.
índices de rotatividade no setor de prestação de
de uma visão mais ampla, abrangendo todas as
serviços para instalações industriais envolvendo
fases de operação de uma planta de processo,
longo dos últimos 20 anos e constatando-se o
atmosferas explosivas.
desde seu projeto até as atividades rotineiras
baixo nível de conformidade que se encontram as
de inspeção, manutenção e reparos dos
instalações “Ex”, pode ser verificado que o Brasil
solucionados, os profissionais envolvidos com
equipamentos e instalações “Ex”.
deveria ter iniciado um processo de certificação
atividades em áreas classificadas necessitam
das competências das pessoas e das empresas
ser capazes de trabalhar com competência nas
competências pessoais “Ex” elaborado pelo
que trabalham em áreas classificadas e não
funções para as quais são requeridos, tais como
IECEx, em um trabalho conjunto dos 30 países
Olhando para a história “Ex” no Brasil ao
dos
profissionais
Para que estes problemas possam ser
O sistema internacional de certificação de
somente dos equipamentos
que integram este sistema,
elétricos que são instalados
inclusive com a participação
nestas áreas de risco.
do Brasil, tem como base
Sob o ponto de vista
dez unidades de competência
do nível de segurança das
Ex, os quais abrangem todas
instalações “Ex” existentes
as
no Brasil, o que pode ser
relacionadas
constatado é que, caso isto
em áreas classificadas ou
tivesse sido feito, certamente
associadas com atmosferas
hoje
explosivas.
poderíamos
contar
atividades
que com
serviços
com uma força de trabalho
Estas
mais preparada para realizar
de
com mais competência e
estabelecidas no Documento
consciência, à luz das normas
Operacional IECEx OD 504,
técnicas
indicadas a seguir:
existentes,
as
dez
estão
unidades
competências
Ex
são
atividades das quais depende a segurança das instalações em
• Ex 001: Aplicação dos
atmosferas explosivas.
princípios básicos de proteção
Fazendo
uma
analogia
em atmosferas explosivas;
entre os requisitos de um
• Ex 002: Execução de
fabricante para a fabricação
classificação de áreas;
de um equipamento “Ex” e
• Ex 003: Instalação de
os requisitos para a execução,
equipamentos com tipos de
por parte de uma pessoa, de
proteção “Ex” e respectivos
um serviço relacionado a este equipamento,
projetistas, instaladores, inspetores, profissionais
sistemas de fiação;
pode ser verificado que, enquanto a fabricação de
de manutenção e de reparo de equipamentos
• Ex 004: Manutenção de equipamentos em
novos equipamentos “Ex” possui normalmente
“Ex”.
atmosferas explosivas;
um processo bem controlado e submetido a
• Ex 005: Reparo e revisão de equipamentos
sistemas de certificação e a regulamentos legais,
mais evidente, no Brasil e em todo o mundo. A
com tipos de proteção “Ex”;
os níveis requeridos de competência para as
simples certificação de equipamentos elétricos
• Ex 006: Ensaios de equipamentos e
atividades de estudos de classificação de áreas,
para atmosferas explosivas não é suficiente para
instalações elétricas associadas a atmosferas
seleção e especificação de equipamentos “Ex”,
garantir a segurança das instalações e das pessoas
explosivas;
projeto, montagem, inspeção e manutenção para
que trabalham em atmosferas explosivas.
• Ex 007: Execução de inspeções visuais e
atmosferas explosivas não são processos tão
apuradas de equipamentos e instalações
bem controlados.
IECEx, em 2002, com o sistema de certificação
associadas a atmosferas explosivas;
Além disso, a terceirização de serviços
de equipamentos “Ex” e, posteriormente, com
• Ex 008: Execução de inspeções detalhadas
também requer programas de avaliação de
o lançamento dos sistemas de certificação de
de equipamentos ou instalações elétricas
Fatos como estes têm se tornado cada vez
Com o início oficial das atividades do
Atmosferas explosivas
80
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
associadas a atmosferas explosivas;
áreas, projeto, montagem, inspeção, manutenção,
contendo poeiras combustíveis;
• Ex 009: Projeto de instalações elétricas
reparos, segurança, supervisão, gerenciamento,
• NBR IEC 60079-14: Projeto, montagem e
associadas a atmosferas explosivas;
operação e outros profissionais que executam
inspeção inicial de instalações “Ex”;
• Ex 010: Execução de inspeções de auditoria ou
trabalhos relacionados a atmosferas explosivas.
• NBR IEC 60079-17: Inspeção e manutenção
de avaliação das instalações elétricas ssociadas
de instalações “Ex”;
a atmosferas explosivas.
profissionais que atuam nas áreas de segurança,
• NBR IEC 60079-19: Reparo, revisão e
operação, processo, eletricidade, instrumentação,
recuperação de equipamentos “Ex”;
automação,
• NBR IEC 61892-7: Instalações elétricas em
Estas unidades de competências “Ex”
Tais
atividades
incluem, entre
telecomunicações,
outros,
mecânica,
detalham, para cada atividade em áreas
suprimento, fabricantes de equipamentos e
classificadas, os requisitos de conhecimentos,
sistemas, laboratórios de ensaios, organismos
experiências,
unidades marítimas – Áreas classificadas.
de certificação de produtos e organismos
requeridos para o processo de certificação,
de
organismos
do ciclo total de vida das instalações “Ex”, em
bem como determinam os aspectos críticos de
de acreditação, organismos reguladores e
2013, o IECEx ampliou o sistema de certificação
evidências para os quais os candidatos devem
provedores de treinamentos.
de empresas de prestação de serviços, iniciado
ser avaliados, por meio de exames teóricos e
As principais normas da série ABNT NBR
em 2007 com oficinas de serviços de reparo,
práticos.
IEC 60079 e ABNT NBR IEC 61892 aplicáveis
incluindo agora também as empresas projetistas,
para a certificação nestas dez unidades de
de montagem, de inspeção e de manutenção.
competências “Ex” são as seguintes:
qualificações
e
treinamentos
Podem ser citados como exemplos de
pessoas que trabalham em áreas classificadas e
certificação
de
pessoas,
Relacionado com a necessidade de visão
Estes sistemas de certificação de empresas
de prestação de serviços “Ex” estão intimamente
que necessitam evidenciar os seus conhecimentos, qualificações e experiências requeridas nestas dez
• NBR IEC 60079-10-1: Classificação de áreas
relacionados com o sistema de competências
unidades de competências “Ex”, os profissionais
contendo gases inflamáveis;
pessoais “Ex”, uma vez que os empregados
envolvidos nas atividades de classificação de
• NBR IEC 60079-10-2: Classificação de áreas
destas empresas devem demonstrar as devidas
81
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
competências pessoais, de acordo com as dez
• As pessoas envolvidas com a função de
unidades de competências “Ex” (Ex 001 a Ex
projetos “Ex” devem possuir certificação nas
010), de acordo com as atividades que executam
unidades de competência Ex 001 e Ex 009;
em áreas classificadas.
• As pessoas envolvidas com a função de
Devem ser destacadas e esclarecidas as
reparos “Ex” devem possuir certificação nas
diferenças e as interfaces que existem entre as
unidades de competência Ex 001 e Ex 005.
unidades de competências Ex 001 a Ex 010 e as funções de trabalho das pessoas que possuam
tais competências. As certificações de acordo
certificação “Ex” no Brasil, com foco no ciclo
Com relação à evolução dos sistemas de
com as unidades de competências Ex não
total de vida das instalações “Ex” adotado
definem a função de uma pessoa, mas somente
pelo IECEx e apoiado pelo ONU, a Associação
as atividades para as quais a pessoa demonstrou
Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Ensaios
ser competente.
(Abendi) lançou, no dia 31 de julho deste ano,
A definição do escopo das funções de
o sistema de certificação de competências
trabalho normalmente é feita pelo empregador
pessoais em atmosferas explosivas. O objetivo
(ou empresa contratante dos serviços), pelo
deste sistema é o de certificar as competências
proprietário ou operador da planta. Uma
pessoais de profissionais que executam atividades
definição geral do escopo das funções dos
relacionadas com atmosferas explosivas, de
profissionais que trabalham em áreas classificadas
acordo com os requisitos das normas da série
foi também considerada nos sistemas do IECEx
ABNT NBR IEC 60079.
de certificação de empresas de prestação
de serviços de projeto, montagem, inspeção
Abendi está alinhado e harmonizado com os
e manutenção, os quais também definem
Documentos Operacionais do IECEx - Sistema
os requisitos de competências pessoais dos
da IEC de certificação em relação às normas
empregados destas empresas.
sobre atmosferas explosivas. O sistema de
Podem ser citados como exemplos das
Certificação de Competências Pessoais “Ex”
interfaces entre as funções de trabalho e as
da Abendi é composto pelas 10 Unidades de
unidades de competências Ex 001 a Ex 010, os
Competências “Ex”, que representam as diversas
sistemas do IECEx de certificação de empresas de
atividades relacionadas com áreas classificadas.
prestação de serviços “Ex” de projeto, instalação,
A Abendi é também a representante do Brasil
montagem, inspeção, manutenção e reparo. Nos
no Subcomitê de Certificação de Competências
respectivos Documentos Operacionais do IECEx
Pessoais “Ex” do IECEx (ExPCC – Personnel
para estes sistemas de certificação de serviços
Certification Committee).
para atmosferas explosivas, são indicados os
seguintes requisitos de unidades de competência
e pioneira no Brasil em termos de certificação
“Ex” para cada uma das seguintes funções de
de competências pessoais em atmosferas
trabalho:
explosivas acordo com as normas equivalentes
Este sistema de certificação “Ex” da
Esta iniciativa da Abendi, considerada inédita
da série ABNT NBR IEC 60079, está alinhada • As pessoas envolvidas com a função de
com a abordagem do “ciclo total de vida” das
instalações “Ex” devem possuir certificação nas
instalações “Ex”, adotada internacionalmente
unidades de competência Ex 001, Ex 003, Ex
pelo IECEx e que conta com o apoio da
006 e Ex 008;
ONU para implantação e harmonização nos
• As pessoas envolvidas com a função de
regulamentos dos nacionais dos diversos países
inspeções “Ex” devem possuir certificação nas
membros.
unidades de competência Ex 001, Ex 004, Ex
007 e Ex 008;
deste sistema de certificação de competências
• As pessoas envolvidas com a função de
pessoais
manutenção “Ex” devem possuir certificação nas
disponíveis no site da associação: http://abendici.
unidades de competência Ex 001 e Ex 004;
org.br/atmosferaexplosiva/.
Mais informações sobre os procedimentos “Ex”
da
Abendi
encontram-se
Atmosferas explosivas
Conclusões
sobre
a
certificação
82 de
competências pessoais “Ex”
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
de competência “Ex”, as quais são necessárias para compor as atividades de cada função de trabalho.
• Em termos de segurança industrial, deve
• Com o lançamento pela Abendi de um sistema
ser ressaltada a importância da existência
de certificação de competências pessoais
de sistemas de certificação de competências
em atmosferas explosivas, de acordo com os
pessoais e de empresas prestadoras de serviços
requisitos do IECEx, o Brasil dá um grande
para atmosferas explosivas para garantir a
passo no sentido de elevação dos níveis de
segurança destas instalações durante todo o seu
segurança das instalações industriais envolvendo
ciclo de vida.
atmosferas explosivas, bem como das pessoas
• Pode ser verificado, na prática, que a maioria
que nelas trabalham.
das empresas que realizam serviços, como
• Com este novo sistema de certificação
classificação de áreas, projeto, montagem,
de competências pessoais “Ex”, podem
inspeção e manutenção em áreas classificadas,
ser esperados grandes ganhos para toda
não possui os devidos procedimentos, sistemas
a sociedade, em termos de educação,
de gestão da qualidade, equipamentos e pessoal
treinamentos, qualificação, segurança, saúde
devidamente competente para a execução
ocupacional e preservação do meio ambiente.
destas atividades. • Em função dessas deficiências, pode ser verificada nas plantas industriais, durante as inspeções das instalações “Ex”, uma grande quantidade de não conformidades oriundas de falhas de projeto, montagem, inspeção e manutenção. • Somente a existência de sistemas de certificação de competências pessoais e de prestadores de serviços tornaria possível a contratação de empresas que realmente tenham evidenciado o atendimento dos requisitos de certificação e das normas técnicas nacionais aplicáveis da série NBR IEC 60079, com base nos requisitos do IECEx. • A forma mais adequada e efetiva para as pessoas evidenciarem o atendimento dos requisitos normativos da série ABNT NBR IEC 60079 é por meio da certificação de terceira parte, emitida por um Organismo de Certificação de Pessoas, acreditado para a emissão de certificados no escopo envolvendo atmosferas explosivas. • Devem estar claras as interfaces existentes entre as dez unidades de competências “Ex” definidas no Documento Operacional IECEx OD 504 e as competências pessoais requeridas por uma determinada função de trabalho, tal como montador, inspetor ou reparador. De acordo com definições do empregador ou de outra autoridade competente, as funções de trabalho são formadas por diferentes unidades
Referências bibliográficas 1.ABNT NBR IEC 60079-10-1:Atmosferas explosivas – Parte 10-1: Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gás; 2.ABNT NBR IEC 60079-10-2:Atmosferas explosivas – Parte 10-2: Classificação de áreas – Atmosferas de poeiras combustíveis; 3. ABNT NBR IEC 60079-17: Atmosferas explosivas – Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas; 4. ABNT NBR IEC 60079-19: Atmosferas explosivas – Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos; 5. ABNT NBR IEC 61892-7: Unidades marítimas fixas e móveis - Instalações elétricas - Parte 7: Áreas classificadas; 6. IECEx: IEC System for Certification to Standards relating to Equipment for use in Explosive Atmospheres. Disponível em: <http://www.iecex. com>; 7. IECEx OD 504: Especificações para a avaliação dos resultados das unidades de competência; 8. ONU: Marco regulatório comum para equipamentos utilizados em ambientes de atmosferas explosivas. Disponível em: <http://www.iec.ch/about/ brochures/pdf/conformity_assessment/IEC_A%20 Common%20Regulatory%20Framework_UN_ Pt.pdf>; 9. Abendi / Certificações / Atmosferas explosivas. Disponivel em: http://abendici.org.br/ atmosferaexplosiva/. *Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Transmissão
84
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Desafios para implantação da LT 500 kV Tucuruí/Manaus Dificuldades de logística para implementação da linha de transmissão na Amazônia, trecho Oriximiná/Manaus, em meio a rios e áreas alagadas Por Amaury Saliba, Mario Noburu Takai, Evandro Magalhães e Paulo Ricardo Silva*
85
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
A Interligação da Amazônia ao Sistema
dividido em três trechos, incluindo a inter
Elétrico Nacional (SIN), por meio da
ligação do Estado do Amapá, licitado pela
construção da Linha de Transmissão (LT),
Aneel no leilão nº 004/2008.
ligando a UHE Tucuruí a Manaus, é estudada
desde 1986 pela Eletrobras Eletronorte,
formada com a Abengoa Brasil e Eletrobras
visando a interligação dos sistemas isolados
Chesf arremataram o lote C, constituindo a
ao SIN e a substituição da geração térmica a
SPE-Concessionária Manaus Transmissora de
óleo, com a consequente redução na emissão
Energia S.A., sendo o contrato de concessão
de gases do efeito estufa.
firmado com a Aneel em setembro de 2008,
A Eletrobras Eletronorte, em sociedade
Diversos estudos analisaram as opções
ocasião em que se iniciou a elaboração do
técnicas mais viáveis e menos impactantes,
projeto básico e o licenciamento ambiental
levando-se em conta os critérios possíveis
do empreendimento, com as atividades de
de evitar a passagem da linha de transmissão
estudos de traçado e série de estruturas.
em corredores com áreas sob proteção
Peculiaridades de suprimento de materiais para a região das obras
legal, sobretudo, terras indígenas e unidades de
conservação,
além
de
minimizar
interferências sobre núcleos urbanos de população e áreas de preservação com
cobertura de floresta natural, várzeas e
desinterligada de rodovias do restante do país,
outros ecossistemas.
a implantação da LT-500-kV-Oriximiná/Silves/
Sendo
a
região
amazônica
e
Por estar localizada na região da Amazônia
seu
Lechuga (Manaus) prescindiu, antes de tudo,
patrimônio ambiental de importância global,
de uma logística especial de transporte para o
a implantação de qualquer projeto nessa
suprimento de materiais e equipamentos, via
região torna-se um considerável desafio e
de regra, fabricados no sul do país.
requer o máximo de cuidado e tecnologias
adequadas para minimizar as interferências
fabricantes, após os necessários estudos de
com o sistema socioambiental.
logística de suprimento, foram basicamente:
Manaus (AM), Itapiranga (AM), Urucará
Neste contexto, o presente trabalho tem
Os pontos de entrega definidos aos
como finalidade descrever algumas fases da
(AM) e Oriximiná (PA).
implantação da LT-500-kV-Oriximiná/Manaus,
especialmente de um trecho com aproxi
os equipamentos dos empreiteiros de
madamente 300 km de extensão, com seu
construção e montagem foram também
traçado apoiado no rioAmazonas e seus afluentes,
condicionados a esta logística, tendo em vista
advindo desta situação as dificuldades de logística,
a existência quase nula de máquinas/veículos/
tendo a maioria das estruturas acessos fluviais, e
equipamentos em Manaus e no interior do
a necessidade de um planejamento diferenciado
Amazonas.
em relação às formas clássicas de construção
de linhas de transmissão, principalmente devido
especializadas
também às condicionantes hidrológicas impostas
contratadas pelos fabricantes, uma vez que
pela região.
utilizamos a modalidade CIF, trabalharam
Ressalta-se que a mobilização de todos
Para este suprimento, as transportadoras em
logística
amazônica,
com duas alternativas de rota: a menos
Introdução
demorada, via Porto Velho (mas inoperante
Em 2008, chegou-se à versão final dos
seis meses por ano devido à falta de calado
Estudos de Viabilização da Interligação
para a balsa no Rio Madeira), e a rota via
Tucuruí/Manaus e o empreendimento foi
Belém, conforme visualizada na Figura 1.
LOTE A
LT-500-kV-Tucurui/Xingú/Jurupari e SEs Adjacentes
LOTE B
LT-500-kV- Jurupari/Oriximiná eLT-230KV- Jurupari/Macapá e SEs Adjacentes
LOTE C
LT-500-kV-Oriximiná/Silves/Lechuga(Manaus) e SEs Adjacentes
Transmissão
Na
região
Amazônica
e,
particularmente, ao longo do traçado da Linha de Transmissão Oriximiná/Lechuga (Manaus), o planejamento executivo das obras deve obrigatoriamente levar em conta as condicionantes hidrológicas.
Estas
condicionantes
atendem,
sobretudo, ao aproveitamento das chamadas
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
“janelas hidrológicas” que dizem respeito
ocorrência dos serviços de execução das
aos altos e longos índices pluviométricos
fundações especiais nas áreas alagadas
que definem a praticabilidade dos serviços
em dois períodos secos, bem como os
(dias trabalháveis), assim como as variações
serviços de fundação das torres especiais
das cotas dos rios que, em diversos casos,
da travessia do Rio Trombetas em um
submergem as fundações e as partes
período de cheia, devido à necessidade da
inferiores das estruturas, impossibilitando
existência de calado para as balsas com os
a execução da fundação, montagem e
equipamentos de execução.
instalação dos cabos.
ambiental (LI), em maio de 2010 (15
No caso da linha de transmissão
Oriximiná/Lechuga
Condicionantes hidrológicas para construção
86
tivemos
meses após a assinatura do contrato de
dezenas de estruturas cujas cotas dos
concessão), e com a expectativa de se
níveis de água começam a baixar quando
perder a janela hidrológica daquele ano,
exatamente começam as primeiras chuvas,
foram promovidas diversas gestões com
reduzindo sobremaneira os dias possíveis
o Ibama para liberação excepcionalmente
de trabalho durante o ano.
dos serviços de execução das fundações
Mesmo nas áreas não alagáveis, as
nas áreas alagadas com a emissão da
características do solo argiloso, de pouca
Licença Prévia (LP), para aproveitarmos o
permeabilidade
e
(Manaus),
Ainda sem a obtenção do licenciamento
sua
benefício da referida janela hidrológica, o
formação camadas orgânicas complexas, ao
possuindo
em
que significaria o ganho em seis meses em
contato com a água o torna extremamente
nosso cronograma de obras (Figura 2).
crítico para o transito de máquinas,
equipamentos e até mesmo pessoas.
situação
contratos
Todas estas condicionantes hidrológicas
Não
obstante
a
ocorrência
adversa, foram com
os
desta
firmados
os
empreiteiros
de
foram levadas em conta no planejamento
construção e montagem com prazo de
inicial de construção e foi projetado o
18 meses, a partir da emissão da LI, na
tempo de construção, considerando-se a
condição desta emissão ocorrer até agosto
Figura 1 – Logística de suprimento de materiais – rota via Belém.
87
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
de 2010, o que permitia a implantação
*Início das cheias: dezembro –
subsequentes de montagem de estruturas
da obra com dois períodos secos e um
cheia máxima: junho
e lançamento de cabos tiveram de ser
*Início da vazante: julho – vazante
interrompidas nestes trechos e alternadas
máxima: novembro
para os trechos adjacentes, além da total
período molhado.
Infelizmente, a LI somente foi emitida
ao final do ano de 2010, impondo ao
recuperação dos acessos e praças de
cronograma de obras um período seco e
Em
virtude
dois períodos molhados, situação esta que
mencionado,
comprometeu o planejamento original dos
notadamente conhecidos por Estrada da
empreiteiros de construção e montagem,
Várzea e Variante do Nhamundá, que têm
afetando, dessa forma, prazos e custos.
parte de suas extensões situadas em cotas
dois
do
regime
trechos
hídrico da
obra,
torres quando da retomada das obras em agosto de 2011.
Distribuição de materiais na faixa – pulmões
mais baixas, ficam completamente submersos
foram premissas fundamentais no planejamento
entre os meses de fevereiro e junho.
à
inicial da obra, o comportamento dos rios na
planejamento para abastecer os locais
região da linha de transmissão foi utilizado
os serviços interrompidos em meados de
de
para o dimensionamento de equipamentos,
fevereiro de 2011, quando as águas dos rios
equipamentos e materiais. Neste contexto,
das equipes e da sequência de execução dos
vieram a cobrir estes trechos e retomados
conforme ilustrado na Figura 3, foi utilizada
serviços.
somente no final de agosto do mesmo ano,
a sistemática de criação dos Pulmões de
aproveitando a próxima vazante.
Abastecimento, que consistem em diversos
transmissão têm os períodos de seca e
depósitos intermediários entre os pátios
vazante bem definidos, sendo:
trechos em duas etapas, as atividades
Da mesma forma que as praticabilidades
Os
rios
na
região
da
linha
de
Sendo assim, estes trechos tiveram
Além da execução das fundações destes
As dificuldades de logística conduziram necessidade implantação
de das
um
minucioso
estruturas
de materiais e a faixa de servidão.
com
Transmissão
88
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 2 – Curva de dias praticáveis x meses.
Sistemática de contratação dos serviços de construção e montagem
processo de contratação das obras civis
Rio Amazonas, bem como a travessia do Rio
e da montagem da linha de transmissão
Trombetas, conforme ilustrado na Figura 4.
Oriximiná/Lechuga (Manaus).
Ao final de 2009, já com mais de um ano
No que se refere ao trecho Oriximiná/
dos métodos construtivos peculiares em
de assinatura do contrato de concessão
Silves, ressaltou-se a peculiar característica
relação às formas clássicas de construção
e com a expectativa de obtenção do
de longos trechos de várzea e o acesso à
de linhas de transmissão que, via de regra,
licenciamento
faixa por meio de vias fluviais interligadas ao
têm seu traçado apoiado em rodovias
ambiental,
iniciou-se
o
Devido à dificuldade de logística e
tempo de transporte quantidade de materiais
estoque urucará trecho
pulmão
raio de
dist. km
vértices
estrutura isoladores
(ton)
cabos opgw
seixo
tempo viagens
tempo tempo
(ton)
(ton)
1.304,42
13,83
22,49 1.304,36
2,54
8,81
26
v31 ao v29 327,23
17,45
348,45
3,69
6,01
348,44
0,68
10,53
34
v29 ao v28 391,11
20,86
416,48
4,41
7,18
416,46
0,81
38,29
112
v28 ao v26 1.422,20
75,85
1.514,45
16,05
26,11 1.514,37
2,96
117
v26 ao v22 654,09
34,88
696,51
7,38
12,01 696,48
1,36
37,33 3.231,86
7
177,80 23,0 46,0
137
v22 ao v17 868,60
56,46
820,70
8,70
14,15 820,66
15,52 2.552,25 2.531,50 166,56 7.855,12
16
470,40 59,0 118,0
5
Km 243
5
Km 194 +
17,61
9
5
Km 188
20,75
4
Km 160
(ton)
total por pulmão
65,33
Km 253
(ton)
aço
v32 ao v31 1.224,97
5
(ton)
areia
6
Km 275
(ton)
fio cimento contrapeso (ton) (ton)
balsa
250ton
32,98
cobertura
5
(ton)
cabos cabos condutores para-raios
balsa
500ton
1.022,38 1.022,38 69,92 6.052,62
41,46
6,0
12,0
4
28,80
4,0
8,0
5,0
10,0
273,11
273,11
18,68 1.616,85
326,43
326,43
22,32 1.932,51
4
36,20
1.186,99 1.186,99 81,18 7.027,14
15
366,00 46,0 92,0
-
Figura 3 – Pulmões de abastecimento.
(horas) (dias) dias
13
545,91
545,91
-
89
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 4 – Trecho Oriximiná/Silves.
existentes, não foram obtidas, quando da
por tipos de canteiros, devido à necessidade
coleta de preços, propostas completas
de implantação nos mais variados locais
para o referido trecho, muito embora os
de 12 canteiros de obras para um trecho
convites foram enviados a 24 empresas.
de linha de transmissão com 333 km
Ressalta-se
atratividade
também deste
a
falta
de
de extensão, devido à descontinuidade
empreendimento
da faixa de servidão cortada por rios,
por conta de sua complicada logística e
conforme mostra a Figura 5.
limitação de exercício de trabalho, uma
vez que a região possui períodos de chuva
necessidade de implantação de canteiros de
dessintonizados dos períodos de cheia, ou
selva com a seguinte infrestrutura mínima:
Há que se destacar neste item a
seja, as cotas dos rios são mais elevadas nos períodos de poucas chuvas e mais
• Unidades geradoras de 110 kVA para
baixas no período de maior intensidade de
garantia do suprimento de energia elétrica;
chuvas, conforme já relatado.
• Refeitório – incluindo despensa com
provimento de gêneros alimentícios e gás
A peculiaridade de construção deste
complexo trecho de linha de transmissão
abastecido semanalmente;
conduziu à contratação da construtora
• Padaria, açougue, alojamentos, poço
Andrade Gutierrez, recém desmobilizada,
artesiano;
naquela ocasião, das obras do gasoduto
•
do Coari-Manaus-AM, por meio de uma
recuperação, sala de pequenas cirurgias,
sistemática especial de contratação de
equipamentos
quantidades por preço unitário.
médico-hospitalares,
profissionais da área médica (médico e
Esta sistemática prevê o pagamento
Posto
médico
incluindo
leitos
de
medicamentos
e
de uma logística fluvial para chegada aos
enfermeiro);
locais de construção das torres, materiais,
• Corpo de vigilantes sanitários treinados
equipamentos, bem como pessoal; a partir
e credenciados pelas entidades sanitárias
daí, a execução dos serviços são pagos
locais (SUCAM);
na forma clássica, ou seja, quantitativos
• Posto de combustíveis e lubrificantes;
de serviços, contidos nos projetos, por
• Oficina mecânica e almoxarifado com
preços unitários.
grande estoque de peças de reposição para máquinas, veículos e equipamentos;
Canteiros de obras de
•
Além do pagamento de equipamentos logística,
ressaltou-se
também
a
necessidade de pagamentos diferenciados
Pequena
estrutura
de
lazer
para
atendimento aos funcionários; • Segurança e medicina do trabalho com supervisores e médico.
Transmissão
90
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 5 – Canteiros e abrangências.
Figura 6 – Canteiro de selva.
Nas situações nas quais a necessidade de chegada à faixa deveria ser imediata, foi notória a utilização de barcos e balsas com alojamentos.
Figura 7 – Balsa alojamento.
Escolha da série de estruturas
custos.
extensão e está em uma região de difícil
Os tipos estruturais mais frequentes
acesso, a redução de peso e a facilidade
Por conta das relatadas condições
para torres de circuito duplo, para a
de transporte e construção tornaram-se
adversas de logística, o estudo para escolha
classe de tensão em 500 kV, são os que
fatores importantes para se estudar uma
de série de estruturas constituiu-se em
estão em disposição vertical ou triangular
solução alternativa que possibilitasse bom
fator essencial para a redução dos prazos
das fases, utilizando-se sempre soluções
desempenho e baixo impacto ambiental
de construção, minimização dos impactos
de torres autoportantes. Para a situação
associados ao menor custo possível para
ambientais e a consequente redução de
requerida da LT, que tem uma grande
o empreendimento. Partiu-se, então, para
Transmissão
92
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
o estudo de soluções de torres estaiadas
condutores. Enquanto na solução vertical o
monomastro com disposição das fases na
feixe foi de 900 mm, na solução Danúbio
vertical e com disposição triangular de
foi de 700 mm. Adicionalmente, foram feitos
fases tipo Danúbio.
estudos econômicos comparativos entre as
A Figura 8 apresenta as configurações
duas soluções, apontando a vantagem da
finais estudadas das estruturas estaiadas
disposição Danúbio em relação ao peso
vertical e Danúbio, respectivamente. A
das estruturas, cargas sobre fundações e ao
solução Danúbio, inédita na classe de tensão
desempenho elétrico.
500 kV, permitiu a obtenção do mesmo SIL
(1.200 MW) da disposição vertical por
mais econômica, partiu-se para a definição
meio de uma menor expansão do feixe de
das séries de estruturas da LT, levando-se
Após a escolha da solução estrutural
Figura 8 – Torres estaiadas monomastro vertical e Danúbio.
Tabela 1 – Série de estruturas normal Torre
Aplicação
Ângulo
Vão médio
(°)
(m)
Vão gravante
Alt. útil (m)
máx.
(m)
OCEL
Estaiada de suspensão leve
0/2
550
700
43.5
OCEM
Estaiada de suspensão média
0/2
650
850
43.5
OCSL
Autoportante de suspensão leve
0/2
550
700
43.5
OCSM
Autoportante de suspensão média
0/2
650
850
43.5
OCSP
Autoportante de suspensão pesada
0/5
750
950
49.5
OCAA
Ancoragem meio de linha
30
400
1000
40.5
OCAT
Ancoragem meio de linha e terminal
60
400
1000
34.5
OCTR
Autoportante de susp. p/ transposição
0/2
650
850
43.5
Transmissão
94
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
em consideração as particularidades da
Tabela 2 – Série de estruturas para matas e trechos alagados
região, tais como matas com grandes alturas,
Torre
Aplicação
Ângulo
Vão médio
(°)
(m)
diversos trechos com áreas alagadas e grandes rios. As Tabelas 1, 2 e 3 apresentam
OCEM-E
Estaiada de suspensão média especial
0/2
650
as estruturas da série normal, da série para
OCSM-E
Autoportante de suspensão média especial
0/2
matas e trechos alagados e da série especial
OCSL8
Autoportante de suspensão pesada
0/2
Vão gravante
Alt. útil (m)
máx.
(m)
850
49.5
650
850
63.0
800
1000
64.0
para travessias de rios, respectivamente.
Para a série normal foram desenvolvidas
Tabela 3 – Série de estruturas para travessias de rios
duas torres estaiadas com grandes vãos
Torre
médios (550 m e 650 m) e elevada altura útil máxima (43,5 m). Com a utilização dessas estruturas foi possível obter na plotação da LT um vão médio elevado de
Aplicação
Ângulo
Vão médio
(°)
(m)
gravante
Vão
Alt. útil (m)
máx.
(m)
GTS
Autoportante de suspensão - CD
0
1700
1850
152.35
GTA
Autoportante de ancoragem - CS
20
800
600
34.0
563 m e 507 m, respectivamente, para os trechos Oriximiná/Silves e Silves/Lechuga,
estaiada (OCEM-E) e uma autoportante de
reduzindo-se assim o número de estruturas,
suspensão (OCSM-E), ambas com aplicações
Alternativa 1: torre de suspensão OCSL8
as obras civis de fundações e o impacto
similares às da série normal, porém com
e ancoragens da série normal (OCAA e
ambiental na região. É também importante
alturas úteis maiores.
OCAT);
ressaltar
Alternativa 2: torres da série normal
que
a
utilização
de
torres
Adicionalmente, foi também desenvolvido
estaiadas (73,61% no trecho Oriximiná/
o projeto de uma torre (OCSL8) com elevado
Silves e 78,28% no trecho Silves/Lechuga)
vão médio (800 m) e grande altura útil (64
possibilitou a redução do peso total da
m), principalmente para aplicação nos trechos
LT em aproximadamente 27% em relação
alagados. Tinha-se como propósito aumentar
apresentados na Tabela 4 e indicam menores
ao peso total de 21.279 t (39 t/km), sem
o vão médio nestes trechos, reduzindo-se
custos (redução de 27%) com a utilização
a travessia do Rio Trombetas, obtendo-se
o número de estruturas e a quantidade de
da série normal tanto nas fundações quanto
uma economia de peso de 5.804 ton. Esta
fundações, pois se pensava que, com estas
nas estruturas, apesar do maior número de
redução de peso significa também redução
reduções, haveria diminuição do custo global.
estruturas utilizadas. Portanto, nos trechos
de impacto ambiental, pois este montante
Para dirimir dúvidas a respeito da economia
alagados
de material deixou de ser fabricado,
com a utilização desta torre, resolveu-se
estruturas autoportantes da série normal
transportado e montado.
desenvolver um interessante estudo técnico-
e a torre OCSL8 foi utilizada somente
econômico utilizando-se duas alternativas de
em locais de travessias de obstáculos com
locação nos trechos alagados:
necessidade de grandes vãos.
Para travessias sobre matas foram
desenvolvidas duas torres especiais, uma
(OCSL, OCSM, OCSP, OCAA e OCAT). Os resultados das alternativas 1 e 2 são
foram
também
utilizadas
as
95
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Tabela 4 – Resultados da plotação para os trechos alagados Alternativa
Torres
Extensão
Preço
Preço
Quantidade
Vão médio (m)
Peso (kgf)
1
61.069
88
678
3.695.453
74.484.284
18.477.265
92.961.549
2
61.069
100
601
2.718.020
54.268.356
13.590.100
67.858.456
Diferença
-
+13,6%
-11,4%
-26,4%
-27,1%
26,4%
-27,0%
fundações
(R$)
Preço total
(m)
estruturas
(R$)
(R$)
Ambiental tem também caráter preliminar
*AMAURY SALIBA é engenheiro civil,
e
no que concerne à fase executiva, uma vez
pós-graduado em Hidrologia. Atua na
deste
que somente sua obtenção determina o
Eletrobras Eletronorte, onde desde
empreendimento desde à época do Leilão
ponto de partida para qualquer intervenção
2009, exerce o cargo de Diretor nas
004/2008 e em época anterior nos estudos
direta a ser feita na faixa de servidão da
SPEs Manaus Construtora (LT-500KV-
promovidos pela Empresa de Planejamento
linha de transmissão.
Oriximiná/Silves/Lechuga-Manaus) e
Elétrico (EPE), levou-se em conta também
aspectos de logística e ambiental. Somente
execução dos serviços de campo, desde
na fase executiva da implantação é que são
a implantação do traçado, com estudos
efetivamente delineadas, equacionadas e
topográficos e geológicos, é que são
parametrizadas as dificuldades relacionadas
conhecidas as reais características dos
à acessibilidade, isolamento e minimização
solos, a vegetação e, no caso específico
dos
desta linha de transmissão, os parâmetros
Conclusão na
Não
obstante,
composição
impactos
na dos
viabilidade custos
ambientais
da
região
É evidente que apenas durante a
engenheiro eletricista e há oito anos atua na construtora Andrade Gutierrez na área de energia como gerente técnico comercial, sendo responsável pelo desenvolvimento de negócios de
No entanto, a natureza não é exata.
ajustes destes quesitos. Este aspecto não se
projeto, planejamento
de
constitui em fato excepcional, mas na regra
eletricista e atua na Eletrobras
logística sofreram diversas adequações
inerente ao sequenciamento das etapas de
Eletronorte desde 1989, na área de
por conta das surpresas naturais, como
implantação de uma linha de transmissão
projetos de linhas de transmissão.
a ocorrida em 2011 quando o nível dos
atualmente em nosso país.
PAULO RICARDO RALO LIBERATO DA SILVA
plano
rios se comportaram de forma totalmente diferente ao de 2010 e tivemos em 2011
necessários
EVANDRO PACHECO MAGALHÃES é
logísticos, e
os
Pvelho/Araraquara-Bipolo 2).
amazônica. O
fazendo-se
Construtora Integração (LT+/-600KV-
construção de linhas de transmissão. MÁRIO NOBURU TAKAI é engenheiro
é engenheiro civil. Desde 1995,
Referências
atua como sócio diretor da Engetower
uma diferença a maior de cotas de cinco
XIV – ERIAC – Grupo 3: LT-500Kv-CD-
Engenharia, cujo escopo principal de
metros em relação a 2010.
Oriximiná/Silves/Lechuga – Solução Estrutural
serviços é a elaboração de projetos
com Torre Estaiada Monomastro.
de estruturas metálicas para LTs e
Há que se ressaltar que o Licenciamento
SEs.
Pesquisa
96
Equipamentos para iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Por uma iluminação mais eficiente Segundo levantamento, 60% dos fabricantes já apontam o Led como a lâmpada mais comercializada do país. Participação pode ser ainda maior com a entrada em vigor da certificação da tecnologia para uso doméstico em geral, prevista para o fim deste ano
97
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
A busca pela eficiência energética vem
incandescentes de 60 W, dando o prazo de que
ganhando cada vez mais espaço no mercado
elas deixem de ser comercializadas até o dia 30
de iluminação do Brasil. Esta tendência
de junho de 2015. Além disso, deve influenciar o
está demonstrada na pesquisa desta edição
setor o fato de que o Inmetro proibiu a par tir de
realizada com fabricantes e consumidores de
1º de julho que o varejo comercialize lâmpadas
equipamentos de iluminação, que aponta a
incandescentes e fluorescentes compactas com
consolidação da lâmpada Led – que possui
potência superior a 60 W, que não atendam aos
baixo consumo energético e alta durabilidade
novos níveis mínimos de eficiência energética.
– como produto mais comercializado neste segmento. De acordo com o levantamento, 60%
Projetistas
das empresas apontaram esta tecnologia como
a lâmpada que mais vem sendo vendida em seus
de iluminação apresentou uma novidade em
estabelecimentos. Este número já era bastante
relação às últimas edições: realizou entrevistas
considerável na pesquisa do ano passado,
com projetistas da área. Neste levantamento,
quando 59% dos fabricantes e distribuidores a
que teve como universo 25 empresas do
citaram.
setor, 48% dos entrevistados disseram isso
Entre os consumidores de equipamentos e
tomou-se ciência que a principal área de atuação
acessórios para iluminação a popularidade do
das companhias são escritórios, edifícios
Led também aumentou. Na categoria lâmpadas,
corporativos e edifícios púbicos.
a tecnologia Led foi citada por 70% dos
entrevistados como o principal produto comprado
distribuidores de equipamentos de iluminação, a
e/ou especificado. Na sua frente, foram apontadas
presença do Led está sendo bem marcante entre
as lâmpadas fluorescentes compactas (80%) e
os projetistas desta área, tanto que 68% das
tubulares (80%). Na pesquisa do ano passado,
empresas entrevistadas do segmento afirmaram
somente 62% dos pesquisados consideraram o
que esta fonte luminosa já faz par te do dia a dia
Led como a lâmpada mais comprada.
de seus projetos luminotécnicos. Os restantes
32% disseram empregar ocasionalmente o Led
A par ticipação da tecnologia Led no mercado
A pesquisa deste ano voltada para o mercado
Assim como ocorre entre os fabricantes e
de iluminação pode aumentar ainda mais nos
em seus trabalhos.
próximos anos, caso a falta de normas referente
A
ao produto seja definitivamente solucionada.
preocupação das empresas que realizam
As perspectivas para isso são boas. Após a
projetos luminotécnicos. Mais da metade dos
Associação Brasileira de Normas Técnicas
entrevistados afirmaram ter sido possível
(ABNT) publicar, no ano passado, diversas
aplicar conceitos e soluções de iluminação
normas para produtos de Led, entre elas,
energeticamente eficientes entre 75% e 100%
normas de lâmpadas, módulos e controladores,
de seus projetos luminotécnicos.
o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
e Tecnologia (Inmetro) publicou regulamento
íntegra, mostrando a opinião de fabricantes,
específico de qualidade para Leds usados em
distribuidores, consumidores e projetistas da
iluminação pública viária. Não bastasse isso, a
área de iluminação.
questão
da
eficiência
também
é
Confira a seguir a pesquisa publicada na
cer tificação para uso doméstico em geral deve entrar em vigor ainda este ano.
Mercado brasileiro de produtos e
Outro fator que deve contribuir para a
sistemas de iluminação
notória presença de lâmpadas mais eficientes – tecnologia Led incluída –
no mercado de
Os setores industrial (75%) e comercial
iluminação é a decisão por par te do Governo
(74%) continuam sendo apontados como os
Federal de proibir, a par tir do dia 30 de junho de
principais clientes atendidos pelos fabricantes e
2014, a fabricação e a impor tação das lâmpadas
distribuidores entrevistados nesta pesquisa.
Pesquisa
98
Equipamentos para iluminação
Principais segmentos de atuação
Principais canais de vendas
Outros Público
34%
66% Residencial
56%
49%
48%
Comercial
74%
39%
Industrial
75%
Se no ano passado, o telemarketing foi o meio de venda menos
33%
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas/varejistas
Distribuidores/tacadistas
A adesão às cer tificações ISO continua pouco significativa: 42% das
empregado (23%) pelas empresas pesquisadas, este ano foi o principal
empresas entrevistadas disseram apresentar produtos com cer tificado ISO
canal para escoar os produtos, sendo mencionado por 56% dos
9001 (de qualidade) e 13% afirmaram ter equipamentos com a cer tificação
entrevistados. As revendas e varejos perderam espaço também. Em 2013,
ISO 14001 (de gestão ambiental). Estes números em 2013, eram 46% e
74% dos fabricantes disseram comercializar o produto por essa via, este
12%, respectivamente.
ano, somente 39% afirmaram isso.
99
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Certificações ISO
ISO 14001
13%
ISO 9001
42%
Os fabricantes e distribuidores apontaram as luminárias industriais
(66%), comerciais (63%) e refletores (57%) como os produtos mais comercializados desta área. As luminárias de Led mantiveram a mesma porcentagem do ano passado (52%), mas subiram de sexto para quar to lugar no ranking das luminárias mais vendidas. Luminárias mais comercializadas
Industriais
66% 63%
Refletores
57% 52% 49%
Comerciais
Especificas para Leds Projetores
Decorativas
43%
Públicas
43% 40% 31% 20% 20%
De Emergência
Especiais
De Sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.) Para Atmosferas Explosivas
O Led continua sendo o tipo de lâmpada mais comercializada pelo setor,
segundo pesquisa. No ano passado, 59% dos entrevistados disseram ser o tipo mais vendido. Em 2014, um pequeno acréscimo, pois 60% fizeram essa afirmação.
Pesquisa
100
Equipamentos para iluminação
Lâmpadas mais comercializadas
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Os gráficos a seguir demonstram a opinião dos fabricantes e distribuidores
entrevistados referente ao tamanho total do mercado de cinco luminárias mais Leds
60% 47%
cuja maioria das empresas (53%) pesquisadas disse faturar de R$ 200 milhões para cima.
Fluorescentes compactas
Percepção do tamanho anual do mercado de luminárias
Vapor metálico
43%
Fluorescentes tubulares
41%
representativas do setor. Destaque para o mercado de luminárias públicas,
Industriais
13%
Acima de R$ 500 milhões
Vapor de mercúrio
31%
18%
Halógenas
30%
14%
Até R$ 10 milhões 9%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Mistas
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
29%
14%
Decorativas
24%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Dicróicas
23%
21%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Incandescentes
24% 14% 12% 5%
Especiais
11%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Públicas
11%
Miniaturas
Até R$ 10 milhões 31%
Acima de R$ 500 milhões
Indução
5%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 4%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11%
Reatores e/ou ignitores foram apontados por 49% das empresas
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
entrevistadas como os acessórios mais empregados para iluminação, sendo a maior porcentagem. Os interruptores foram os produtos menos utilizados (32%).
22%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acessórios para iluminação mais utilizados
16%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Reatores e/ou ignitores
49% 42% 40% 36% 34% 33% 32%
Porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias Interruptores
Comerciais
15%
Acima de R$ 500 milhões
15%
Até R$ 10 milhões 7%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Sistemas de controle automático de iluminação
11%
Variadores de intensidade (dimmers)
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Relés fotoelétricos 25%
Sensores para iluminação
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
9%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 18%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
102
Pesquisa
Equipamentos para iluminação
Específicas para Leds
17%
15%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões 11%
7%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 13%
13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
24%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
para atmosferas explosivas
7%
Acima de R$ 500 milhões 2% De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
26%
Até R$ 10 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 22%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 15%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
24%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
A balança comercial continua extremamente favorável ao mercado nacional.
Ficam no país 97% dos produtos de iluminação, e apenas 3% é destinado à exportação. Balança comercial
3%
Exportação
97%
Nacional
As empresas esperavam crescer 21% em 2013, segundo pesquisa do ano
passado. Elas afirmaram no levantamento deste ano ter crescido em média 15%. Talvez por isso seus prognósticos para 2014 sejam menos animadores. A expectativa é de um acréscimo de 15% em relação ao ano anterior. A previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014 também foi puxada para baixo. Se em 2013, as empresas projetavam que o setor aumentasse 13%, este ano as previsões são de um crescimento da ordem de 9%.
103
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Previsões de crescimento
9%
Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014
15% 15%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2014 Percentual de crescimento da sua empresa em 2013 comparado ao ano anterior
No que diz respeito ao faturamento bruto anual das empresas de iluminação em 2013, a maioria dos entrevistados (54%) declarou faturar até R$ 10 milhões. O faturamento informado refere-se apenas aos produtos abrangidos por esta pesquisa. Faturamento bruto anual em milhões de R$ de sua empresa no ano passado
7% 10%
Acima de R$ 200 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
20%
Até R$ 3 milhões 7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
14%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 20%
8%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 14%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
A desaceleração econômica foi escolhida pela maioria das empresas
pesquisadas (22%) como o principal fator que deve influenciar o crescimento do mercado neste ano.
Pesquisa
104
Equipamentos para iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Justificativas da previsão de crescimento (positiva ou negativa) para este mercado em 2014
Opinião dos consumidores de equipamentos e acessórios de iluminação
11%
Outros 7%
Falta de normalização e/ou legislação 6%
Incentivos por força de legislação ou normalização
11%
Revendedores (37%) e projetistas (26%) representam a maior parte dos
consumidores que participaram do levantamento. Consultorias, empresas de
Programas de incentivo do governo 5%
Bom momento econômico do país
manutenção e instalação também fazem parte do perfil de consumidores que fizeram parte da pesquisa. Perfil dos consumidores que participaram da pesquisa
5%
Consumidora de produtos
3%
Crise internacional
26%
22%
Projetista
Desaceleração da economia brasileira
14%
Projetos de infraestrutura 10%
Setor da construção civil desaquecido
11%
Setor da construção civil aquecido
8%
37%
Instaladora
Revendedora de produtos
5%
Atua em manutenção 19%
Atua em consultoria
106
Pesquisa
Equipamentos para iluminação
As luminárias industriais foram apontadas como as mais compradas e/ou especificadas pelos consumidores desta pesquisa, sendo que 85% deles fizeram tal afirmação. A surpresa ficou por conta das luminárias de emergência, que no ano passado foram escolhidas por 76% como principal produto e este ano dividiram a quinta posição com as luminárias de Led, sendo citadas por 55% dos entrevistados.
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Em relação aos tipos de lâmpadas, as fluorescentes compactas e tubulares foram destacadas, ambas por 80% dos consumidores pesquisados, como os produtos mais comprados e/ou especificados. Principais produtos de iluminação comprados e/ou especificados: Lâmpadas
Principais produtos de iluminação comprados e/ou especificados: Luminárias
80% 80%
Comerciais
70%
85% 70% 70% 60% 55% 55% 50% 45% 35% 30% 20%
45%
Refletores Industriais
40% 40%
Projetores
35%
Específicas para Leds
30%
De emergência
30%
Decorativas
De sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.)
Públicas Especiais
Para atmosferas explosivas
25% 15% 15%
15%
Florescentes Compactas Fluorescente Tubulares
Leds
Vapor Metálico
Dicroicas Incandescentes
Mistas
Decorativas Vapor Mercúrio
Halógenas
Especiais Miniaturas De Indução
Mais da metade dos consumidores (58%) disseram acreditar que em até cinco anos o Led será a tecnologia dominante no mercado de iluminação.
Pesquisa
108
Equipamentos para iluminação
Em quanto tempo os LEDs serão a principal fonte luminosa
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Garantia
5%
mais de 20 anos
5%
de 10 até 20 anos
20%
25%
Notas de 1 A 5
Nota 10
58%
em até 5 anos
32%
25%
de 6 a 10 anos
Notas de 6 A 7
30%
Notas de 8 A 9
A estimativa em relação à compra de produtos para equipamentos de iluminação não está tão otimista em 2014. A maioria (80%) disse que pretende investir até R$ 5 milhões ainda este ano. Apenas 10% declaram que irão investir de R$ 5 milhões até R$ 10 milhões e somente 5% projetam dispender mais de R$ 100 milhões.
Disponibilidade informações (catálogo, site, etc.)
20% 35%
Notas de 1 A 5
Nota 10 Estimativa para este ano de especificação e/ou compra de EQUIPAMENTOS PARA ILUMINAÇÃO
5% 5%
20%
Acima de R$ 100 milhões
Notas de 6 A 7
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
25%
10%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Notas de 8 A 9
40%
Até R$ 1 milhão Prazo de entrega
20%
25%
40%
Notas de 1 A 5
Nota 10
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
10%
Notas de 6 A 7
O nível de satisfação dos consumidores com este mercado melhorou um pouco em relação à 2013, mas continua preocupante. Se na pesquisa do ano passado, 69% dos consumidores deram notas de 6 a 7 aos produtos do setor, este ano caiu para 50%. Outro ponto positivo é que no levantamento de 2014, 5% dos entrevistados deram nota 10. Esta avaliação nem havia sido cogitada em 2013. Grau de satisfação com a qualidade dos Equipamentos de Iluminação no mercado brasileiro
5%
Nota 10
20%
Notas de 1 A 5
45%
Notas de 8 A 9
Assim como na pesquisa de 2013, treinamento oferecido pelo fabricante, local de fabricação do produto (nacional ou importado) e a empresa ter alguma certificação ISO foram os critérios menos considerados pelos consumidores entrevistados. Treinamento oferecido pelo fabricante
25%
5%
Notas de 8 A 9
Nota 10 10% 50%
Notas de 8 A 9
Notas de 6 A 7
Para complementar a avaliação de satisfação, questionamos os usuários sobre as empresas participantes da pesquisa sobre quais fatores são mais relevantes na decisão de compra e/ou especificação de produtos. Os quesitos garantia, disponibilidade de informações e prazo de entrega receberam as notas mais altas.
40%
Notas de 6 A 7
45%
Notas de 1 A 5
110
Pesquisa
Equipamentos para iluminação
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
O fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001
5%
5%
Nota 10
Nota 10
20%
25%
Notas de 8 A 9
Notas de 8 A 9
15%
60%
Notas de 6 A 7
Notas de 1 A 5
15%
55%
Notas de 1 A 5
Notas de 6 A 7
A maioria dos consumidores pesquisados (27%) enxerga o mercado como em franco crescimento. Opinião parecida com o levantamento de 2013, que foi de 28%.
Justificativas da previsão de crescimento (positiva ou negativa) para este mercado em 2014
4% 17%
Oferece bom respaldo técnico
Com deficiências técnicas (assistência e suporte) 8%
Desatualizado
13%
Atento às tendências internacionais
4%
Maduro e responsável
15%
Apresenta produtos com pouca qualidade técnica 12%
Com produtos de boa qualidade técnica
27%
Em franco crescimento
Pesquisa
112
Equipamentos para iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Uso de Leds em projetos luminotécnicos
Análise do mercado de projetistas
A maioria dos projetistas de iluminação entrevistados (48%) afirmaram ter escritórios,
edifícios corporativos e industriais como seus principais clientes. Empatados em segundo
32%
Essa fonte luminosa ocasionalmente é utilizada nos projetos da empresa
lugar, citados por 44% das empresas pesquisadas, estão a iluminação pública e a industrial. As áreas hospitalar e de hotéis foram as menos mencionadas (16%) pelos projetistas 68%
Principais áreas de atuação
Essa fonte luminosa faz parte do dia a dia dos projetos da empresa
Escritórios, Edifícios
48% corporativos /públicos Iluminação pública 44% Industrial 44% 32%
Residencial
24% Monumentos, edifícios históricos e similares Shopping centers e lojas em geral 24% 20% Esportiva Outros 16% 16% 16%
No que diz respeito à eficiência energética, 58% das empresas pesquisadas afirmaram conseguir utilizar conceitos e soluções eficientes entre 75% e 100% de seus projetos luminotécnicos. Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes
4 %
Menos de 25% 21%
Entre 25% e 50%
Hotéis
Hospitalar 58%
Entre 75% e 100%
O Led está bem difundido entre as empresas do segmento. Cerca de 70% dos entrevistados disseram empregar a tecnologia em seus projetos.
17%
Entre 50% e 75%
Equipamentos para iluminação
PR
ALPER
11 3265 6461 www.alper.com.br
São Paulo
SP
X
X X X X X X X
X
ALPHA MARKTEC
11 2782 3200 www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
X
X
X X
X
X
ALPHA-EX
11 3933 7533 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X X
X X X
X
X
X
ALTENA
11 4602 8666 www.altena.com.br
Salto
SP
ALUMBRA
11 4393 9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
ANOLIGHT
27 3359 6205 www.anolight.com.br
Vila Velha
ES
X
X
APLIC ENGENHARIA
19 3241 0051 www.aplicengenharia.com.br
Campinas
SP
APOIO
11 3386 7402 www.apoio.ind.br
São Paulo
SP
X
ARM ILUMINAÇÃO
11 4163 1484 www.armiluminacao.com.br
Barueri
SP
X
ART-LUZ
11 2436 6222 www.artluz.com.br
São Paulo
SP
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11 3966 6211 www.aureon.com.br
São Paulo
SP
AVANT
11 3355 2220 www.avantled.com.br
São Paulo
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11 2093 4344 www.baxton.com.br
São Paulo
SP
X
BLAN LUMINÁRIAS
49 3344 0233 www.blanluminarias.com.br
São Lourenço do Oeste
SC
X
BLEST DO BRASIL
41 3274 4472 www.blest.com.br
Curitiba
PR
BLUMENAU ILUMINAÇÃO
47 3036 5155 www.blumenau.ind.br
Blumenau
SC
BRILIA
11 5180 5570 www.brilia.com.br
São Paulo
SP
CENTRAL EX
19 3708 9200 www.central-ex.com.br
Campinas
SP
COEL
11 2066 3211 www.coel.com.br
São Paulo
SP
COISARADA
49 3251 9000 www.coisarada.net
Lages
SC
COMSYSTEL
11 4158 8440 www.comsystel.com.br
Vargem Grande Paulista
SP
X
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CONEXLED
11 2331 0303 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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CROUSE-HINDS BY EATON
15 3353 7070 www.crouse-hinds.com.br
Votorantim
SP
D´LIGHT
11 2937 4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DBTEC
12 3642 9006 www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
DECORLUX
0800 601 1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
DINATEL
11 3997 7012 www.dinatelreator.com.br
São Paulo
SP
DIWALI ILUMINAÇÃO
11 4508 0090
São Paulo
SP
São José dos Pinhais
Estado
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De Sinalização
46 3581 5950 www.accordiluminacao.com.br Dois Vizinhos
Cidade
De Emergência
ACCORD ILUMINAÇÃO
Site
Públicas
0800 707 2977 www.abalux.com.br
Comerciais
Telefone
ABALUX
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais
EMPRESA
Importa produtos acabados
Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Luminárias
Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas/varejistas
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
Público
Principal segmento de atuação
Fabricante e distribuidora Industrial
Distribuidora
Fabricante
A empresa é
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Residencial
114
Comercial
Pesquisa
X
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O Setor Elétrico / Agosto de 2014
EATON’S COOPER LIGHTING BUSINESS 11 3616 8444 www.cooperindustries.com
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ELETRO TERRÍVEL
11 3959 6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
EMBRALUZ
11 2488 0859 www.embraluz.com.br
São Paulo
SP
EMBRAMAT
11 2098 0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
SP
X
EMPALUX
41 3021 3500 www.empalux.com.br
Curitiba
PR
X
ENERBRAS
0800 645 3052 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ENGELUZ
43 3528 1467 www.engeluz.com.br
Wenceslau Braz
PR
X
ETIL
11 3616 6666 www.etil.com.br
São Paulo
SP
X
EXATRON
0800 541 3310 www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
FINDER
11 4223 1550 www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FLC LAMPADAS
11 3933 3100 www.flc.com.br
São Paulo
SP
X X X X X X X
FLEX AUTOMATION
11 2389 2777 www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
X
FORTLIGHT
11 2087 6000 www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
FOXLUX
41 3302 8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
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GE ILUMINAÇÃO
0800 333 4448 www.geiluminacao.com.br
São Paulo
SP
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X
GEVI GAMMA
11 3842 7655 www.gevigamma.com.br
São Paulo
SP
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GLIGHT
75 2101 7272 www.glight.com.br
Feira de Santana
BA
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GLOLANI
11 2294 1133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
GOLDEN
11 2122 6666 www.lampadasgolden.com.br
São Paulo
SP
GRUPO GERALUX
41 3153 7800 www.grupogeralux.com.br
Curitiba
PR
GUBRO
21 2592 0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HDA ILUMINAÇÃO LED
54 3298 2100 www.hda.ind.br
Nova Petropolis
RS
I9LUX
11 4163 1296 www.i9lux.com
Barueri
SP
IDEAL ILUMINAÇÃO
19 3756 6744 www.idealiluminacao.com.br
Campinas
SP
X
IDEAL INDUSTRIES
11 4314 9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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ILUMATIC
11 2149 0299 www.ilumatic.com.br
São Paulo
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De Sinalização
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De Emergência
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Canoas
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São Paulo
51 3031 3130 www.eletricanoas.com.br
X
Públicas
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11 2168 8550 www.ekoled.com.br/
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Comerciais
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ELETRICANOAS
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EKOLED
X
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais
Importa produtos acabados
Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001
Telemarketing
Luminárias
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X
Venda direta ao cliente final
SP
Revendas/varejistas
SP
São Paulo
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
Estado
São Paulo
Público
Cidade
Residencial
Site
Comercial
11 3933 8888 www.dni.com.br
Principal segmento de atuação
Fabricante e distribuidora Industrial
Telefone
DNI - KEY WEST
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
A empresa é
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Equipamentos para iluminação
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INTRAL
54 3209 1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
IRMÃOS ABAGE
41 3371 5600 www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
ITAIM ILUMINAÇÃO
11 4785 1010 www.itaimiluminacao.com.br
Embu das Artes
SP
KDL ILUMINAÇÃO
11 4617 3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
LALUX
31 3476 6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
LLUM BRONZEARTE
11 3634 8110 www.bronzearte.com.br
Embu
SP
LORENZETTI
11 2065 7380 www.lorenzetti.com.br
São Paulo
SP
X X
LTDA
11 4035 1552 www.guarilux.com.br
Bragança Paulista
SP
X
LUCCHI
11 3704 3737 www.lucchi.com.br
São Paulo
SP
LUMIBRAS
54 3463 9111 www.lumibras.com.br
Garibaldi
RS
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X
LUMICENTER
41 2103 2750 www.lumicenter.com
São José dos Pinhais
PR
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LUMINÁRIAS PROJETO
11 2946 8200 www.luminariasprojeto.com.br São Paulo
SP
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LUMINÁRIAS SUN WAY
21 3860 2688 www.coloniallustres.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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LUTRON
11 3257 6745 www.lutron.com
São Paulo
SP
X
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LUXSIM
11 3951 4373 www.luxsim.com.br
São Paulo
SP
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MACCOMEVAP
21 2687 0070 www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
MAGNANI
54 4009 5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MARGIRIUS
0800 707 3262 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
MCA
31 3464 8686 www.mcacontroles.com.br
Belo Horizonte
MG
MELFEX
11 4072 1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
MUTTER
19 3589 1220 www.mutter.com.br
Porto Ferreira
SP
NAVILLE ILUMINAÇÃO
11 2431 4500 www.naville.com.br
Guarulhos
SP
NUTSTEEL
11 2122 5777 www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
O2 LED
11 2539 5199 www.o2led.com.br
São Paulo
OLIVO
48 2102 8820 www.olivosa.com.br
ONIX
44 3233 8500 www.onixcd.com.br
OPUS LED OSRAM
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11 4329 6787 www.opusled.com.br
São Paulo
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11 3684 7393 www.osram.com.br
Osasco
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Mandaguari
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Siderópolis
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De Sinalização
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De Emergência
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47 3325 1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau
Cidade Leme
Públicas
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IMPERIAL LUMINARIAS
Site
Comerciais
X
X
19 3572 2299 www.ilumi.com.br
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais
X
SC
Telefone
ILUMI
Importa produtos acabados
SP
Público
Estado
EMPRESA
Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Luminárias
Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas/varejistas
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
Fabricante e distribuidora Industrial
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
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Residencial
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Comercial
Pesquisa
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São Paulo
SP
PHILIPS DO BRASIL
0800 979 1925 www.philips.com/lighting
Barueri
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POLIMETAL
31 3361 1095 www.polimetal.com.br
Contagem
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PW ELETRONICA
24 2246 7800 www.pweletronica.com.br
Petrópolis
RJ
X
QS REATORES
35 3559 0200 www.qualitrafo.com.br
Guaxupé
MG
X
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X X X
QUALITRONIX
35 3471 3300 www.qualitronix.com.br
Santa Rita do Sapucaí
MG
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X X X
X X
REATIVA
42 3222 3500 www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
REEME
11 3525 3290 www.reeme.com.br
São Paulo
SP
SAVE ENERGY
54 3419 4938 www.saveenergylife.com.br
Caxias do Sul
RS
SETSON
11 5622 0840 www.setson.com.br
São Paulo
SP
X
SKYLUX
19 3563 0303 www.skylux.com.br
Pirassununga
SP
X
SOB
11 5090 0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SPOTLUX
41 3091 8600 www.spotlux.com.br
Curitiba
PR
STARTEC
11 2916 2333 www.startecimport.com.br
São Paulo
SP
STELLATECH
51 3529 7044 www.stellatech.com.br
Sapiranga
RS
STRAHL
11 2818 3838 www.strahl.com
São Paulo
SP
SULMINAS
35 3714 2660 www.sulminasfioscecabos.com.br Poços De Caldas
SYLVANIA DO BRASIL
11 3133 2400 www.sylvania-americas.com
São Paulo
SP
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X
TASCHIBRA
47 3281 7300 www.taschibra.com.br
Indaial
SC
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X
X
TECNOWATT
31 3359 8200 www.tecnowatt.com.br
Contagem
MG
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TRANSVOLTEC
11 2014 2266 www.transvoltec.com.br
São Paulo
SP
X
X
TRÓPICO
19 3885 6428 www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
X
UNICOBA - LEDSTAR
11 5078 1914 www.ledstar.com.br
São Paulo
SP
X
UNITRON
11 3931 4744 www.unitron.com.br
São Paulo
SP
UP-LUX
11 4220 2988 www.uplux.com.br
São Paulo
SP
X
UTILUZ
54 3218 5200 www.utiluz.com
Caxias do Sul
RS
X
WALMONOF
11 2421 0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
WEG
47 3276 4000 www.weg.net
Jaraguá Do Sul
SC
WETZEL
47 3451 4033 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
WGR IGNITRON
11 2155 5500 www.wgr.com.br
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11 3948 0042 www.paraklin.com.br
De Emergência
SP
PARAKLIN
Públicas
Estado
São Paulo
Site
Comerciais
Cidade
11 2172 1050 www.ourolux.com.br
Público
Telefone
OUROLUX
Comercial
EMPRESA
Importa produtos acabados Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação Industriais
Certificado ISO 14.000 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Luminárias
Outros Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet Certificado ISO 9001
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas/varejistas
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
Residencial
Fabricante e distribuidora Industrial
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
X
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X X X X
X
X X X
Equipamentos para iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Telefone
ABALUX
0800 707 2977 www.abalux.com.br
PR
X X X
ACCORD ILUMINAÇÃO
46 3581 5950 www.accordiluminacao.com.br Dois Vizinhos
PR
X
ALPER
11 3265 6461 www.alper.com.br
São Paulo
SP
X X X X
X
ALPHA MARKTEC
11 2782 3200 www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X X X X
X X
ALPHA-EX
11 3933 7533 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X X X X
X X X
ALTENA
11 4602 8666 www.altena.com.br
Salto
SP
ALUMBRA
11 4393 9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
ANOLIGHT
27 3359 6205 www.anolight.com.br
Vila Velha
ES
APLIC ENGENHARIA
19 3241 0051 www.aplicengenharia.com.br
Campinas
SP
APOIO
11 3386 7402 www.apoio.ind.br
São Paulo
SP
ARM ILUMINAÇÃO
11 4163 1484 www.armiluminacao.com.br
Barueri
SP
ART-LUZ
11 2436 6222 www.artluz.com.br
São Paulo
SP
AUREON
11 3966 6211 www.aureon.com.br
São Paulo
SP
AVANT
11 3355 2220 www.avantled.com.br
São Paulo
SP
BAXTON
11 2093 4344 www.baxton.com.br
São Paulo
SP
X
BLAN LUMINÁRIAS
49 3344 0233 www.blanluminarias.com.br
São Lourenço do Oeste
SC
X X X X X
BLEST DO BRASIL
41 3274 4472 www.blest.com.br
Curitiba
PR
X X X X X
BLUMENAU ILUMINAÇÃO
47 3036 5155 www.blumenau.ind.br
Blumenau
SC
X
BRILIA
11 5180 5570 www.brilia.com.br
São Paulo
SP
CENTRAL EX
19 3708 9200 www.central-ex.com.br
Campinas
SP
COEL
11 2066 3211 www.coel.com.br
São Paulo
SP
COISARADA
49 3251 9000 www.coisarada.net
Lages
SC
COMSYSTEL
11 4158 8440 www.comsystel.com.br
Vargem Grande Paulista
SP
CONEXLED
11 2331 0303 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X X X X X X
CROUSE-HINDS BY EATON
15 3353 7070 www.crouse-hinds.com.br
Votorantim
SP
X
X X
X X
X
X X X
X
D´LIGHT
11 2937 4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X X X
X X X X
X X X
X
X
X X X X
DBTEC
12 3642 9006 www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
DECORLUX
0800 601 1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
X
X
X X X
DINATEL
11 3997 7012 www.dinatelreator.com.br
São Paulo
SP
DIWALI ILUMINAÇÃO
11 4508 0090
São Paulo
SP
X X
X
Site
Cidade São José dos Pinhais
Estado
X
X X
X
X
X
X X
X X X X
X
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X
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X
X X X X
X
X X X X X X
X X
X X X X
X
Sistemas de controle automático de iluminação
EMPRESA
Variadores de intensidade
Interruptores
Sensores para iluminação
Relés fotoelétricos
Reatores e/ou Ignitores
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
Especiais
Miniaturas
Decorativas
Leds
De Indução
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Lâmpadas
Refletores
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
Vapor metálico
118
Vapor de mercúrio
Pesquisa
X X X
X
X X X
X
X X X X X X X X
X X
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X
X X X X X X
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X X X X
X
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X
119
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
EATON’S COOPER LIGHTING BUSINESS 11 3616 8444 www.cooperindustries.com
São Paulo
ELETRICANOAS
51 3031 3130 www.eletricanoas.com.br
Canoas
RS
ELETRO TERRÍVEL
11 3959 6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
EMBRALUZ
11 2488 0859 www.embraluz.com.br
São Paulo
SP
EMBRAMAT
11 2098 0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
SP
EMPALUX
41 3021 3500 www.empalux.com.br
Curitiba
PR
ENERBRAS
0800 645 3052 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ENGELUZ
43 3528 1467 www.engeluz.com.br
Wenceslau Braz
PR
X X X X X X
ETIL
11 3616 6666 www.etil.com.br
São Paulo
SP
X X X X
EXATRON
0800 541 3310 www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FINDER
11 4223 1550 www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FLC LAMPADAS
11 3933 3100 www.flc.com.br
São Paulo
SP
FLEX AUTOMATION
11 2389 2777 www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
FORTLIGHT
11 2087 6000 www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FOXLUX
41 3302 8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
X
GE ILUMINAÇÃO
0800 333 4448 www.geiluminacao.com.br
São Paulo
SP
X X X X X X X X X X X X
GEVI GAMMA
11 3842 7655 www.gevigamma.com.br
São Paulo
SP
X X X X X X
GLIGHT
75 2101 7272 www.glight.com.br
Feira de Santana
BA
X X X X X X
GLOLANI
11 2294 1133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
GOLDEN
11 2122 6666 www.lampadasgolden.com.br
São Paulo
SP
X X X
GRUPO GERALUX
41 3153 7800 www.grupogeralux.com.br
Curitiba
PR
X
GUBRO
21 2592 0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HDA ILUMINAÇÃO LED
54 3298 2100 www.hda.ind.br
Nova Petropolis
RS
I9LUX
11 4163 1296 www.i9lux.com
Barueri
SP
IDEAL ILUMINAÇÃO
19 3756 6744 www.idealiluminacao.com.br
Campinas
SP
IDEAL INDUSTRIES
11 4314 9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
ILUMATIC
11 2149 0299 www.ilumatic.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X X X X
X X
X
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X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
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X
X
X X
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X
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X X X
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X X X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X
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X X X X X
X X X
X X
Sistemas de controle automático de iluminação
X
11 2168 8550 www.ekoled.com.br/
X
Variadores de intensidade
X X X X
EKOLED
X X
Interruptores
SP
X
Sensores para iluminação
X
X X
Relés fotoelétricos
X X X
X X
Reatores e/ou Ignitores
SP
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
SP
São Paulo
Especiais
Estado
Miniaturas
Cidade São Paulo
Decorativas
Leds
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Lâmpadas
Refletores
Projetores
Específicas para Leds
Telefone Site 11 3933 8888 www.dni.com.br
Decorativas
EMPRESA DNI - KEY WEST
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
X X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X X
X
X X
X
X X
X
Equipamentos para iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
X
RS
X X
PR
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
IRMÃOS ABAGE ITAIM ILUMINAÇÃO
11 4785 1010 www.itaimiluminacao.com.br
Embu das Artes
SP
X X X X X
KDL ILUMINAÇÃO
11 4617 3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
X X X X
LALUX
31 3476 6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
LLUM BRONZEARTE
11 3634 8110 www.bronzearte.com.br
Embu
SP
LORENZETTI
11 2065 7380 www.lorenzetti.com.br
São Paulo
SP
LTDA
11 4035 1552 www.guarilux.com.br
Bragança Paulista
SP
LUCCHI
11 3704 3737 www.lucchi.com.br
São Paulo
SP
LUMIBRAS
54 3463 9111 www.lumibras.com.br
Garibaldi
LUMICENTER
41 2103 2750 www.lumicenter.com São José dos Pinhais 11 2946 8200 www.luminariasprojeto.com.br São Paulo
PR
21 3860 2688 www.coloniallustres.com.br 11 3257 6745 www.lutron.com
Rio de Janeiro
RJ
São Paulo
SP
X
X
11 3951 4373 www.luxsim.com.br 21 2687 0070 www.maccomevap.com.br
São Paulo
SP
X
X
Itaguai
RJ
54 4009 5255 www.magnani.com.br 0800 707 3262 www.margirius.com.br
Caxias do Sul
RS
Porto Ferreira
SP
31 3464 8686 www.mcacontroles.com.br 11 4072 1933 www.melfex.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X X
X X X
Diadema
SP
X
X X X
X X
19 3589 1220 www.mutter.com.br 11 2431 4500 www.naville.com.br
Porto Ferreira
SP
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X
Guarulhos
SP
X X X X X X X X X X
X X X
11 2122 5777 www.nutsteel.com.br 11 2539 5199 www.o2led.com.br
São Paulo
SP
X
São Paulo
SP
X
48 2102 8820 www.olivosa.com.br 44 3233 8500 www.onixcd.com.br
Siderópolis
SC
Mandaguari
PR
11 4329 6787 www.opusled.com.br 11 3684 7393 www.osram.com.br
São Paulo
SP
X X
Osasco
SP
X
INTRAL
LUMINÁRIAS PROJETO LUMINÁRIAS SUN WAY LUTRON LUXSIM MACCOMEVAP MAGNANI MARGIRIUS MCA MELFEX MUTTER NAVILLE ILUMINAÇÃO NUTSTEEL O2 LED OLIVO ONIX OPUS LED OSRAM
X X X X
X X X
X
X X
X
X X X X X
X X X
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RS
X
X
X X X
X X
X
Sistemas de controle automático de iluminação
X X X X X X
X X
X
X
Variadores de intensidade
X X X X
X
X
SP
Interruptores
Sensores para iluminação
Relés fotoelétricos
Reatores e/ou Ignitores
X
X
X X X X
SC
47 3325 1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau 54 3209 1300 www.intral.com.br Caxias do Sul 41 3371 5600 www.irmaosabage.com.br Curitiba
IMPERIAL LUMINARIAS
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
Especiais
Miniaturas
Decorativas
Leds
De Indução
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
X
SP
Incandescentes
Lâmpadas
Refletores
Estado
Projetores
Cidade Leme
Específicas para Leds
Telefone Site 19 3572 2299 www.ilumi.com.br
Decorativas
EMPRESA ILUMI
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
Vapor metálico
120
Vapor de mercúrio
Pesquisa
X
X
X
X
X
X X
X X X
X X X
X
X X X X X X X X X
X X
X X
X
X
121
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
SP
POLIMETAL
31 3361 1095 www.polimetal.com.br
Contagem
MG
PW ELETRONICA
24 2246 7800 www.pweletronica.com.br
Petrópolis
RJ
QS REATORES
35 3559 0200 www.qualitrafo.com.br
Guaxupé
MG
QUALITRONIX
35 3471 3300 www.qualitronix.com.br
Santa Rita do Sapucaí
MG
REATIVA
42 3222 3500 www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
REEME
11 3525 3290 www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X X X X X
SAVE ENERGY
54 3419 4938 www.saveenergylife.com.br
Caxias do Sul
RS
X X X X
SETSON
11 5622 0840 www.setson.com.br
São Paulo
SP
X X
X X
X X
SKYLUX
19 3563 0303 www.skylux.com.br
Pirassununga
SP
X
X X
X
SOB
11 5090 0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SPOTLUX
41 3091 8600 www.spotlux.com.br
Curitiba
PR
X
STARTEC
11 2916 2333 www.startecimport.com.br
São Paulo
SP
X
STELLATECH
51 3529 7044 www.stellatech.com.br
Sapiranga
RS
X X X X
STRAHL
11 2818 3838 www.strahl.com
São Paulo
SP
SULMINAS
35 3714 2660 www.sulminasfioscecabos.com.br Poços De Caldas
MG
X
SYLVANIA DO BRASIL
11 3133 2400 www.sylvania-americas.com
São Paulo
SP
X X X X X X X X X X X X X
TASCHIBRA
47 3281 7300 www.taschibra.com.br
Indaial
SC
X X
TECNOWATT
31 3359 8200 www.tecnowatt.com.br
Contagem
MG
X X X X
TRANSVOLTEC
11 2014 2266 www.transvoltec.com.br
São Paulo
SP
TRÓPICO
19 3885 6428 www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
UNICOBA - LEDSTAR
11 5078 1914 www.ledstar.com.br
São Paulo
SP
UNITRON
11 3931 4744 www.unitron.com.br
São Paulo
SP
UP-LUX
11 4220 2988 www.uplux.com.br
São Paulo
SP
UTILUZ
54 3218 5200 www.utiluz.com
Caxias do Sul
RS
WALMONOF
11 2421 0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
WEG
47 3276 4000 www.weg.net
Jaraguá Do Sul
SC
WETZEL
47 3451 4033 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
WGR IGNITRON
11 2155 5500 www.wgr.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X
X
X
X X
X
X X
X
Sistemas de controle automático de iluminação
Barueri
X X
X X
X
Variadores de intensidade
0800 979 1925 www.philips.com/lighting
X X X X X X X X
Interruptores
PHILIPS DO BRASIL
X X X X
Sensores para iluminação
SP
Relés fotoelétricos
São Paulo
Reatores e/ou Ignitores
11 3948 0042 www.paraklin.com.br
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
PARAKLIN
Especiais
Estado SP
Miniaturas
Cidade São Paulo
Decorativas
Telefone Site 11 2172 1050 www.ourolux.com.br
Leds
OUROLUX
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Lâmpadas
Refletores
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
EMPRESA
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
X
X
X X
X X
X X
X
X X X X X
X
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X
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X X
X X X X
X X X X X X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X X
X
X
Projetistas de iuminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
RJ SP MG MG BA SP RS PR DF SP SP RS MG CE SP RJ SP BA SP SC SP SP RJ SP SP
X
X X X
X X X X
X
X X
X
X
X X
X
X X
X X X X X X
X X
X
X X
X X
X X
X
X X
X X X X
X X X
X X
X
X X
X X X X X
X X X X
X X
X
X X X
>30
20 a 30
10 a 20
X X
X
X
X
X X
X
X
X X
Outros
X
X X X X X X X
Iluminação pública
X
Hotéis
X
Número de funcionários de sua empresa
X X
X
Monumentos, edifícios históricos e similares
Estado
Shopping centers e lojas em geral
Rio de Janeiro São Paulo Nova Lima Belo Horizonte Salvador São Paulo Porto Alegre Curitiba Brasília São Paulo São Paulo Caxias do Sul Belo Horizonte Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro Sarapuí Salvador São Paulo Florianópolis São Paulo São Paulo Araruama Indaiatuba São Paulo
9079 2220 8598 8500 8900 2281 0044 3500 9555 6861 4540 1300 5153 5097 2928 6711 1392 1414 3290 2222 8752 9919 2174 6428 5500
Hospitalar
Cidade
pt.calameo.com www.avantled.com.br www.ceilux.com.br www.centraliluminacao.com.br www.citeluz.com.br www.citylights.com.br www.cristinamaluf.com.br www.empalux.com.br www.foxengenharia.com.br www.francoassociados.com www.godoyassociados.com.br www.intral.com.br www.legengenharia.com.br www.lap.com.br www.luzurbana.com.br www.pethras.com.br www.phoenixdesign.com.br www.qualityltda.com.br www.reeme.com.br www.sadenco.com.br www.senzilighting.com.br www.studioix.com.br www.transforluz.com.br www.tropico.com.br www.wgr.com.br
3231 3355 3547 3429 2102 2501 3332 3021 2103 3064 5575 3209 3643 3494 5571 2508 3276 3341 3525 3028 5052 3872 2664 3885 2155
Esportiva
Site
21 11 31 31 71 11 51 41 61 11 11 54 31 85 11 21 15 71 11 48 11 11 22 19 11
Industrial
Telefone
ANA MORAES PROJETOS AVANT CEILUX CENTRAL ILUMINAÇÃO CITELUZ CITYLIGHTS CRISTINA MALUF ARQUITETURA EMPALUX FOX ENGENHARIA FRANCO ASSOCIADOS GODOY LUMINOTECNIA INTRAL L & G ENGENHARIA LAP ENGENHARIA LUZ URBANA PETHRAS ENGENHARIA PHOENIX DESIGN QUALITY ENGENHARIA REEME ILUMINAÇÃO SADENCO ENGENHARIA SENZI LIGHTING STUDIOIX TRANSFORLUZ TRÓPICO WGR IGNITRON
Escritórios/Edifícios coorporativos/Edifícios públicos
EMPRESA
Residencial
Principais áreas de atuação da empresa
5 a 10
122
até 5
Pesquisa
X X
X X X
X X X
X
123
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
RJ SP MG MG BA SP RS PR DF SP SP RS MG CE SP RJ SP BA SP SC SP SP RJ SP SP
X X X X X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X
X X
X X X X X X
X X
X X X X
X X X X X
X X X X X
X X
X X
X
X X X X X
X X X X X X X
X
Entre 75% e 100%
X X
X X
X X
Entre 50% e 75%
X X X
X X X X
entre 25% e 50%
Menos de 25%
Essa fonte luminosa não é utilizada nos projetos da empresa
Essa fonte luminosa ocasionalmente é utilizada nos projetos da empresa
Essa fonte luminosa faz parte do dia-a-dia dos projetos da empresa
às vezes
Não
X X X
X X X
X X
X X X X
X
X
X X X
X X X X X
X
X
X
X X
X X X
Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes?
X X
X X
X X X
X
Em relação ao uso de LEDs em projetos luminotécnicos
X X
X
X
X X
Sim
Estado
Às vezes
Rio de Janeiro São Paulo Nova Lima Belo Horizonte Salvador São Paulo Porto Alegre Curitiba Brasília São Paulo São Paulo Caxias do Sul Belo Horizonte Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro Sarapuí Salvador São Paulo Florianópolis São Paulo São Paulo Araruama Indaiatuba São Paulo
9079 2220 8598 8500 8900 2281 0044 3500 9555 6861 4540 1300 5153 5097 2928 6711 1392 1414 3290 2222 8752 9919 2174 6428 5500
Não
Cidade
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3231 3355 3547 3429 2102 2501 3332 3021 2103 3064 5575 3209 3643 3494 5571 2508 3276 3341 3525 3028 5052 3872 2664 3885 2155
Especifica produtos, Compra produtos, equipamentos, equipamentos, componentes, fornecedores componentes, fornecedores
Sim
Site
21 11 31 31 71 11 51 41 61 11 11 54 31 85 11 21 15 71 11 48 11 11 22 19 11
Não possui e não acho importante
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Não possui ainda, mas acho importante
EMPRESA
Sim
Possui certificado ISO 9001
X X X
Aula prática
124
SPDA
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Proteção contra sobretensão de origem atmosférica Por Andrea Maria de Lima*
Como realizar a devida proteção com a ajuda de equipamentos e dispositivos instalados na parte interna ou externa das edificações
125
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Com
a
constante
evolução
das
sobretensão podem perturbar as instalações
• Falhas geradas no funcionamento dos
instalações elétricas desde o descobrimento
elétricas e cargas:
programas
da
eletricidade,
lógicos
das
• Sobretensões de manobra: sobretensões de
programáveis e sistemas de controle.
alta frequência ou causadas por uma alteração
e, com isso, a necessidade da realização de
no regime estabelecido de uma rede elétrica
operacionais pode ser muito maior do
um maior número de funções, controle de
(durante a manobra de um equipamento);
que o valor do equipamento destruído. As
processos e os aspectos relacionados às
• Sobretensões de frequência industrial:
sobretensões de origem atmosférica são
edificações ficaram mais complexos, exigindo
sobretensões da mesma frequência da rede
eliminadas com a ajuda de alguns dispositivos
equipamentos cada vez mais caros, sendo
(50 Hz, 60 Hz ou 400 Hz) causadas por uma
de proteção específicos.
necessário prover uma proteção completa
alteração permanente do estado da rede
para as instalações elétricas. Pensando nas
(segundo uma falha: falha de isolamento, falha
maneira que as instalações elétricas de baixa tensão.
proteções, foram criados os dispositivos
de um condutor neutro, etc.);
para proteger os equipamentos/pessoas/
•
instalações contra distúrbios que possam
eletrostática: sobretensões de duração muito
aparecer na rede. São eles:
curta (alguns nanossegundos) de frequências
•
complexidade
controladores
exponencialmente
instalações
a
dos
aumentou
Disjuntores
para
proteção
contra
Sobretensões
causadas
por
descarga
Além
disso,
o
custo
das
perdas
As redes de sinais são afetadas da mesma Descargas atmosféricas podem afetar as
instalações elétricas (e/ou comunicações) de uma edificação de duas maneiras:
muito altas, causadas por descarga de cargas
• Impacto direto da descarga atmosférica na
elétricas acumuladas (por exemplo, uma
edificação, o que chamamos de descarga direta;
sobrecarga e curtos-circuitos;
pessoa caminhando sobre um carpete com um
• Impacto indireto da descarga atmosférica
• Interruptores diferenciais residuais (DR)
sapato isolado está carregada eletricamente
na edificação, o que chamamos de descargas
para proteção contra choques elétricos e
com uma tensão de diversos quilovolts);
indiretas:
incêndios;
• Sobretensões de origem atmosférica: raios
Uma descarga atmosférica pode atingir
• Dispositivos de proteção contra surtos
produzem uma energia elétrica impulsional
a rede elétrica aérea de alimentação de
(DPS) para proteção contra sobretensões.
extremamente importante, de milhares de
uma edificação. A sobretensão pode se
ampères (e milhares de volts), de alta frequência
propagar por vários quilômetros a partir
Este artigo será dedicado à proteção
(aproximadamente um megahertz), de curta
do ponto de impacto;
contra sobretensão de origem atmosférica,
duração (de um microssegundo a um milissegundo).
Uma descarga atmosférica pode cair
enfatizando, então, a utilização do dispositivo
próxima a uma linha de energia elétrica e
de proteção contra surtos (DPS).
modos de propagação:
Constantemente são formadas milhares
Estas sobretensões possuem diferentes
a radiação eletromagnética da corrente da descarga atmosférica induz uma corrente
de tempestades ao redor do mundo, as
elevada e uma sobretensão na rede de
quais são acompanhadas por descargas
•
atmosféricas (raios). A descarga atmosférica é
condutores vivos e a terra: fase-terra ou
um fenômeno natural que gera sobretensões
neutro-terra;
transitórias com consequências destrutivas,
•
resultando em vítimas fatais e em bilhões de
condutores vivos: fase-fase ou fase-neutro.
Modo
Modo
comum:
aparecem
entre
os
diferencial:
aparecem
entre
gastos com a reparação dos danos causados
Nos últimos dois casos, as correntes e
as tensões perigosas são transmitidas pela rede de alimentação de energia elétrica. Uma descarga atmosférica também pode
Impacto do raio nas instalações elétricas
pelas descargas atmosféricas.
alimentação de energia elétrica.
Raios também causam um grande número
de incêndios, geralmente em áreas agrícolas
cair próxima a uma edificação, fazendo que o potencial de terra ao redor do ponto de impacto aumente perigosamente.
(destruindo casas ou tornando-as inabitáveis).
Edifícios altos são especialmente propensos a
elétricos e eletrônicos (transformadores,
descargas atmosféricas.
medidores e eletrodomésticos) em instalações
Descargas atmosféricas danificam sistemas
Características da onda da descarga atmosférica
A sobretensão nada mais é do que um pulso
elétricas residenciais e industriais. É muito
ou uma onda de tensão que se sobrepõe à tensão
elevado o custo dos reparos com os danos
e tensão das descargas atmosféricas, temos:
nominal da rede. A sobretensão perturba os
causados pelas descargas atmosféricas como
• Onda de 10/350 μs: caracterizam ondas de
equipamentos e produz radiação eletromagnética.
também é difícil estimar as consequências de:
corrente de uma descarga atmosférica direta;
Além disso, a duração da sobretensão provoca
Analisando os tipos de ondas de corrente
• Onda de 8/20 μs: caracterizam ondas
um pico de energia nos circuitos elétricos, o qual
• Perturbações causadas a computadores e
de corrente de uma descarga atmosférica
pode destruir equipamentos. Quatro tipos de
redes de telecomunicações;
indireta.
Aula prática
126
SPDA
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 1 – Tipos de descargas atmosféricas.
atmosféricas são caracterizadas por uma onda de tensão de 1,2/50 μs. Este tipo de onda de tensão é utilizado para verificar a suportabilidade de equipamentos a sobretensões de origem atmosférica (tensões de impulso de acordo com a norma IEC 61000-4-5).
Como realizar a proteção contra as descargas atmosféricas?
Para responder às diferentes necessidades nas
instalações elétricas, a proteção contra os efeitos diretos e indiretos das descargas atmosféricas pode ser realizada com a ajuda de equipamentos/ dispositivos a serem instalados na parte externa ou interna das edificações. • Na parte externa pode ser adotado um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas Figura 2 – Tipos de ondas de corrente das descargas atmosféricas.
Estes dois tipos de onda de corrente de
descarga atmosférica são utilizados para os testes dos DPSs (norma ABNT NBR IEC 61643-1) e imunidade de equipamentos a correntes de descarga atmosférica. O valor da crista de onda de corrente caracteriza a intensidade da descarga atmosférica. • As sobretensões geradas por descargas
(SPDA), que é utilizado para evitar os incêndios e as degradações que poderão ser ocasionadas por um impacto direto da descarga atmosférica sobre a edificação (para-raio, gaiola de Faraday). • Na parte interna da edificação são utilizados Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) para proteger as instalações elétricas e os equipamentos eletroeletrônicos. Vale lembrar que o DPS não protege contra sobretensões temporárias, somente transitórias. A função do DPS é escoar a sobretensão causada pela descarga atmosférica e limitar a sobretensão a um valor que não seja perigoso para a instalação elétrica e equipamentos.
Conforme o item 5.4.2 da ABNT NBR 5410,
“Proteção contra sobretensões transitórias”, a proteção com DPS deve ser realizada em alguns casos: Figura 3 – Onda de tensão 1,2/50 μs.
127
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 4 – (a) Para-raio simples e (b) Gaiola em malha (gaiola de Faraday).
• Instalação alimentada por linha aérea (total ou
Nota: a proteção contra sobretensões pode ser
usam diferentes tecnologias adaptadas para
parcialmente) e situada em região de influências
omitida se as consequências forem calculadas e
cada efeito de descarga atmosférica. O DPS é
externas AQ2 (mais de 25 dias de trovoadas por
assumidas, pensando na parte material, mas, caso
basicamente constituído por:
ano – tabela 15 da ABNT NBR 5410), sujeita aos
as consequências resultem em risco direto ou
efeitos das descargas indiretas;
indireto para a segurança e saúde das pessoas, esta
1) um ou mais componentes não lineares: a parte
• Instalação em região de influências externas
proteção não deverá ser omitida.
viva (varistor, centelhador, etc.); 2)
AQ3 (riscos pela exposição dos componentes da instalação), sujeita aos efeitos das descargas diretas.
um
dispositivo
de
proteção
térmica
Componentes de um DPS
(desconector interno) que protege o DPS ao final
Os dispositivos de proteção de surto (DPS)
da vida útil (DPS com varistor);
Aula prática
128
SPDA
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
3) um indicador que sinaliza o fim da vida útil do
Tabela 1 – Tabela de desempenho resumida do DPS
DPS. Alguns DPS permitem a sinalização remota do fim da vida útil; 4) um dispositivo de proteção contra curtocircuito (DPCC) externo, que assegura sua proteção
contra
os
curtos-circuitos
(este
dispositivo pode ser integrado no DPS).
Spark gap • Tipo chaveamento de tensão: dispositivo spark gap (centelhador) é principalmente usado contra efeito de descarga direta: Possui uma alta impedância quando não tem presença de sobretensão, mas altera
O DPS pode ser construído utilizando
rapidamente para um valor de impedância
uma ou mais tecnologias:
sobretensões atmosféricas
causadas
por
diretas, com
descargas
uma
grande
muito baixo em resposta a uma sobretensão
capacidade de escoamento, recomendado
elevada;
para instalações em locais de alta exposição
É principalmente usado contra descargas
a descargas atmosféricas na entrada da
atmosféricas diretas;
distribuição elétrica das edificações com
É apto a chavear uma alta corrente para a
SPDA. O DPS Classe I é caracterizado por
terra (equivalente a um curto-circuito).
uma onda de corrente 10/350 µs; Figura 5 – DPS integrando as duas funções da Classe I e Classe II (Classe I + II) e as duas tecnologias no mesmo produto.
Varistor • Tipo limite de tensão: varistor ou diodo
- Classe II – com uma capacidade de escoamento menor que o da Classe I, é recomendado para proteção das instalações
ceifador (semicondutor) principalmente usado
Os DPS são instalados em trilho DIN e
elétricas e equipamentos eletroeletrônicos
contra efeito de descarga indireta:
no mercado podemos encontrar nas versões:
em edificações sem SPDA, mas que podem sofrer os efeitos indiretos das descargas
em uma alta impedância quando não tem presença de sobretensão, contudo, possui
- 1P, 1P+N, 2P, 3P, 3P+N e 4P;
atmosféricas. O DPS Classe II é caracterizado
relação inversa com a corrente e tensão
- Classe I, Classe II, Classe I+II em um único
por uma onda de corrente 8/20 µs;
(redução da impedância com o aumento da
dispositivo e Classe III.
- Classe III – os DPSs desta classe são destinados à proteção fina dos receptores
corrente e tensão); Limita a tensão para um valor padrão
Existem três classes de DPS:
capacidade baixa de escoamento e devem ser
máximo (Up) para qualquer corrente < ao valor de descarga nominal (In).
sensíveis (computadores, etc.), possuem uma
- Classe I – destinado à proteção contra
instalados à jusante de um DPS Classe II. O
129
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
DPS Classe I é caracterizado por uma onda
sempre superior à corrente presumida de
os DPSs devem ser instalados com o ponto de
de corrente combinada 1,2/50 µs e 8/20 µs.
curto-circuito no ponto da instalação.
entrada da linha na edificação ou no quadro de distribuição principal, localizado o mais próximo
Características comuns
A norma ABNT NBR IEC 61643-1 define
DPS Classe II
possível do ponto de entrada; ou
• Imáx: corrente máxima da descarga
b) quando o objetivo for a proteção contra
as características e os testes para DPS
Este é o valor de crista de uma corrente de
sobretensões
conectados a redes de distribuição de baixa
forma de onda de 8/20 μs que o DPS é capaz
atmosféricas diretas sobre a edificação ou em
tensão.
de escoar uma vez.
suas proximidades, os DPSs devem ser instalados
provocadas
por
descargas
no ponto de entrada da linha na edificação.”
DPS Classe III
• Uc: tensão máxima em regime permanente - Esta é a tensão CA ou CC acima da qual
• Uoc: tensão de curto-circuito aplicada
- Quando existir SPDA na edificação, deverão
o DPS torna-se ativo. Este valor é escolhido
durante testes de classe III.
ser instalados DPSs Classe I (efeitos diretos) e Classe II (efeitos indiretos) no quadro
segundo a tensão da rede e a disposição do esquema de aterramento.
• Up: nível de proteção - Esta é a tensão
comparáveis,
máxima nos bornes do DPS, quando ativo. Esta
particularidade.
Os três tipos de classe não são cada
uma
possui
sua
principal e DPS Classe II nos quadros terminais. - Quando não existir SPDA na edificação, deverá ser instalado o DPS Classe II
tensão é atingida quando a corrente fluindo pelo DPS for igual a In. O nível de proteção de tensão escolhido deve ser inferior à
Onde instalar e como selecionar?
nos quadros de distribuição e se existir equipamentos sensíveis instalados a mais de
suportabilidade das cargas a sobretensão.
A classe do DPS a ser instalada na origem
30 m do quadro que contém o DPS Classe II,
Na ocorrência de descargas atmosféricas,
da instalação depende da presença ou não
deverá ser instalado um DPS Classe III o mais
geralmente, a tensão nos bornes do DPS
de um sistema de proteção contra descargas
próximo possível ao equipamento sensível.
permanece menor do que Up.
atmosféricas (SPDA). Se a edificação possuir
• In: corrente de descarga nominal - Este
um SPDA (conforme IEC 62305), um DPS
é o valor de crista da corrente de descarga
Classe I deverá ser instalado.
instalados é determinado por:
de forma de onda 8/20 μs que o DPS pode
descarregar 15 vezes.
localização dos DPSs”, da norma ABNT
• Tamanho do local e a dificuldade de assegurar
NBR 5410, existem alguns critérios a serem
a equipotencialidade. Em locais grandes, é
seguidos:
essencial instalar um DPS na entrada de cada
DPS Classe I
O número de DPSs adicionais a serem
Conforme item 6.3.5.2.1 – “Uso e
quadro terminal;
• Iimp: corrente impulsional de descarga Equivale ao valor de crista da corrente, de
“a) quando o objetivo for a proteção contra
• Distância que separa cargas sensíveis a serem
forma de onda de 10/350 μs que o DPS
sobretensões de origem atmosférica transmitidas
protegidas pelo dispositivo de proteção de
pode escoar 5 vezes. Aplicável somente à
pela linha externa de alimentação, bem como
entrada. Quando as cargas estiverem situadas
tecnologia spark gap. Esta corrente deve ser
a proteção contra sobretensões de manobra,
a mais de 30 m do dispositivo de proteção
Aula prática
SPDA
130
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Tabela 2 – Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação (Tabela 31 da ABNT NBR 5410) Tensão de impulso suportável requerida em kV
Tensão nominal da instalação V
Categoria de produto
Sistemas
Sistemas
Produto a ser
Produto a ser utilizado
Equipamentos
Produtos
trifásicos
monofásicos
utilizado na
em circuitos de
de utilização
especialmente
com neutro
entrada da
distribuição e circuitos
instalação
protegidos
terminais Categoria de suportabilidade a impulsos
IV
III
II
I
4
2,5
1,5
0,8
-
6
4
2,5
1,5
-
8
6
4
2,5
120/208
115-230
127/220
120-240 127-254
220/380, 230/400, 277/480 400/690
Tabela 3 – Valor mínimo de Uc exigível do DPS em função do esquema de aterramento (Tabela 49 da ABNT NBR 5410) DPS conecta entre Fase X
Neutro
PE
Esquema de aterramento PEN
X
X
X
X
TT
TN-S
IT com neutro
IT sem neutro
distribuído
distribuído
1,1 Uo
1,1 Uo
1,1 Uo
1,1 Uo
1,1 Uo
√3 Uo
Uo
Uo
X X
TN-C
U
1,1
X
U
Uo
Notas 1 - Ausência de indicação significa que a conexão considerada não se aplica ao esquema de aterramento. 2 - Uo é a tensão fase-neutro. 3 - U é a tensão entre fases. 4 - Os valores adequados de Uc podem ser significativamente superiores aos valores mínimos da tabela.
Tabela 4 – Arquitetura de DPS em modo comum (MC) e modo diferencial (MD) TT
TN-C
TN-S
IT
Fase-neutro (MD)
Recomendado
-
Recomendado
Não utilizado
Fase-terra (PE ou PEN (MC)
Sim
Sim
Sim
Sim
Neutro a terra (PE) (MC)
Sim
-
Sim
Sim
Figura 6 – DPSs 2P, 3P, 4P, 1P+N e 3P+N.
131
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
de entrada Classe II, será necessário prover
• Corrente nominal de descarga e corrente de
proteções finas o mais próximo possível das
impulso (Iimp)
cargas sensíveis;
• Risco de exposição. No caso de um local
NBR 5410, a corrente de impulso Iimp não
muito exposto, deve ser instalado um DPS
deve ser inferior a 12,5 kA (forma de onda
Classe I e um DPS Classe II.
10/35 µs) para cada modo de proteção.
Segundo o item 6.3.5.2.4 da norma ABNT
Os DPSs devem estar em conformidade
com a norma ABNT NBR IEC 61643-1 e
• Corrente nominal de descarga (In)
selecionados conforme descrito no item
6.3.5.2.4 “Seleção dos DPS” da norma de
5410, a corrente nominal de descarga In não
instalações de baixa tensão, que menciona as
deve ser inferior a 5 kA (8/20 µs) para cada
seguintes características:
modo de proteção.
• Nível de proteção Up
A
seção
5.4.2.3
• da
Segundo o item 6.3.5.2.4 da ABNT NBR
Lembrando
que, para
determinar
a
norma ABNT
intensidade do DPS destinado à proteção
NBR 5410, “Seleção dos componentes da
de uma instalação elétrica contra os efeitos
instalação sob o critério de suportabilidade às
das descargas atmosféricas (baixo risco,
sobretensões transitórias", auxilia na seleção
médio risco e alto risco), é necessário levar
do nível de proteção Up para DPS em função
em conta os critérios próprios do local e as
das cargas a serem protegidas.
características dos equipamentos a serem
protegidos. Temos de avaliar:
De acordo com o item 6.3.5.2.4,
“Seleção dos DPS”, da mesma norma, alínea “a) nível de proteção (Up) – O nível
a probabilidade de queda de raios no
de proteção do DPS deve ser compatível
local;
com a categoria II de suportabilidade a
a natureza da rede;
impulsos indicada na tabela 31. No caso
a presença de para-raio na instalação;
de conexões conforme o esquema 3, o
nível de proteção exigido refere-se ao nível
equipamentos;
global, isto é, entre fase e PE. Quando o
o custo da parada do equipamentos.
o
custo
e
a
sensibilidade
dos
nível de proteção exigido, qualquer que
Conexão
seja o esquema de conexão, não puder ser atendido com um só conjunto de DPS,
devem ser providos DPSs suplementares,
as mais curtas possíveis, de modo a reduzir
devidamente
coordenados,
de
Conexões de um DPS às cargas devem ser
modo
o valor do nível de proteção (Up instalada)
que o nível de proteção requerido seja
nos bornes do equipamento protegido. O
satisfeito”.
comprimento total das conexões do DPS à rede e ao bloco de bornes de terra não deve
• Máxima tensão de operação contínua Uc
exceder 50 cm.
de
Dependendo da disposição do esquema aterramento, a
tensão
máxima
Uma das características essenciais para
de
proteção do equipamento é o nível de
operação contínua Uc do DPS deve ser igual
proteção máxima da tensão (Up instalada)
ou superior aos valores exibidos na tabela 49
que o equipamento pode suportar nos seus
da norma ABNT NBR 5410.
bornes. Consequentemente, um DPS deve ser escolhido com um nível de proteção Up
• Número de polos:
adaptado para proteção do equipamento.
O comprimento total dos condutores de
Dependendo do esquema de aterramento,
é necessário prover uma arquitetura de DPS
conexão é L = L1+L2+L3 (Figura 7).
que garanta proteção em modo comum (MC)
e modo diferencial (MD).
impedância por unidade de comprimento
Para correntes de alta frequência, a
Aula prática
132
SPDA
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 7 – Conexões do DPS L < 50 cm.
é de aproximadamente 1 μH/m. Portanto,
• Continuidade de serviço quando o DPS
aplicando a lei de Lenz a esta conexão: ΔU =
chegar ao fim de sua vida;
L di/dt. A corrente de forma de onda 8/20 μs
• Isolar facilmente o DPS, quando for
normalizada, com uma amplitude de corrente
substituído preventivamente.
de 8 kÂ, cria, consequentemente, um aumento de tensão de 1.000 V por metro de cabo.
Após determinado o tipo de DPS adaptado à
instalação, é necessário escolher um dispositivo ΔU = 1 x 10-6 x 8 x 103 / 8 x 10-6 = 1.000 V
de desconexão (disjuntor) apropriado. A
capacidade de interrupção deve ser compatível
Como resultado, a tensão entre os bornes
do equipamento, Up instalada, é:
com a capacidade de interrupção no ponto da instalação e também totalmente coordenado
Up instalada = Up + U1 + U2
com o DPS. O fabricante deve garantir esta
Se L1+L2+L3 = 50 cm e a forma de onda
coordenação e fornecer uma lista de escolha
é 8/20 μs com amplitude de 8 kÂ, a tensão
para os quais os testes foram realizados.
entre os bornes do equipamento será de Up
Indicação de fim de vida útil
+ 500 V.
Indicadores de fim de vida útil estão
Seção do condutor
associados aos desconectores interno e
A ABNT NBR 5410 recomenda a seção
externo do DPCC do DPS para informar
mínima na entrada da instalação de acordo
ao usuário que o equipamento não está
com os critérios a seguir:
mais apto a proteger a instalação contra sobretensões de origem atmosférica.
• Se o DPS for instalado no ponto de entrada
da linha elétrica da edificação ou em suas
por um indicador (luminoso ou mecânico)
proximidades: no mínimo 4 mm²;
no frontal do DPS. Esta função geralmente é
• Se o DPS instalado for para proteção contra
exigida pelas normas de instalação.
A indicação de fim de vida útil é fornecida
as descargas diretas na edificação: mínimo 16 mm².
Referências • ABNT NBR 5410: Instalações elétricas de baixa
Dispositivos de desconexão dos DPSs
tensão.
Um dispositivo de desconexão (disjuntor)
Schneider Electric, 2010.
• Electrical installation guide, Technical collection,
é necessário para garantir a segurança da
• Catálogo “Acti9 - A eficiência que você merece”,
instalação. Cada DPS deve obrigatoriamente
Schneider Electric, 2010.
ser associado a um dispositivo de desconexão à montante em série.
*Andrea Maria de Lima é engenheira
de aplicação da Schneider Electric.
Este dispositivo assegura:
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Proteção contra perigos resultantes de faltas por arco conforme a 134
Simplificadamente, o arco voltaico é uma espécie de “curto-circuito através do ar”, que se movimenta em alta velocidade (da ordem de 100 m/s) e elevadas temperaturas (milhares de graus K). Isso provoca destruição total ou parcial dos componentes elétricos (painéis, dispositivos, etc.), dos materiais em seu entorno e pode causar graves lesões (algumas até fatais) nas pessoas que estejam próximas, mesmo que elas sejam BA4 ou BA5. Desta forma, conforme 5.9 da NBR 14039, para diminuir o risco de formação dos arcos, os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a sua operação devem ser selecionados e instalados, de modo a garantir a segurança das pessoas que trabalham nas instalações. Para tanto, devem ser utilizados dispositivos de abertura sob carga, chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido, sistemas de intertravamento, fechaduras com chave não intercambiáveis, coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas perfuradas ou telas, equipamentos ensaiados para resistir às faltas de arco internas. Além disso, devem ser empregados dispositivos limitadores de corrente e selecionados tempos de interrupção muito curtos. Isso pode ser obtido
NBR 14039
por meio de relés instantâneos ou por dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor, atuando em dispositivos de interrupção rápidos. Outras medidas de proteção incluem ainda a existência de corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível, além da recomendação de se operar a instalação a uma distância segura, uma vez que a realização de simples manobras dentro de uma subestação pode dar origem a um arco voltaico. Esse arco pode causar queimaduras de elevado grau, além da inalação de gases tóxicos e quentes emanados pelos componentes elétricos submetidos a altíssimas temperaturas. Outro problema importante durante o arco elétrico é o estrondo causado pelo deslocamento de ar, que pode atingir um nível de ruído muito elevado, podendo levar até à perda temporária, ou às vezes definitiva, da audição. Os perigos não param por aí, pois é comum que o arco provoque o arremesso de equipamentos, partes ou peças derretidos a vários metros de distância, colocando, assim, o operador em risco de ser atingido por eles. Finalmente, as ondas de pressão decorrentes do arco são capazes de arremessar uma pessoa a alguns metros, o
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
que pode ter consequências muito sérias para sua saúde. De forma geral, após a devida análise dos riscos conforme a NR-10, podem-se estabelecer procedimentos de segurança do operador que incluam o uso de roupas especiais para a proteção contra queimaduras. Pelo lado da instalação, podem ser utilizados painéis à prova de arco elétrico, além de se prever a realização de manobras a distância por meio de painéis com interface homemmáquina (IHM). Mesmo com a utilização de painéis à prova de arco, devem ser utilizados relés de detecção de arco de modo a reduzir significativamente a energia dissipada durante a ocorrência do evento. A tecnologia mais atual na área de proteção contra arcos elétricos tem como base duas técnicas: apenas na detecção da luminosidade emitida pelo arco elétrico; ou
na detecção da luz emitida pelo arco associada a uma verificação do nível da corrente elétrica nos circuitos (Figura 1). Neste caso, o objetivo é evitar operações indevidas onde existe a possibilidade de eventualmente o sensor de arco ficar exposto à incidência direta de alguma outra fonte de luz que não aquela proveniente do arco (por exemplo, a luz do sol, flash de máquina fotográfica, lâmpadas incandescentes, etc.). Os sensores de luminosidade são instalados internamente nos painéis próximos aos barramentos, aos disjuntores, chaves e outros dispositivos potencialmente geradores de arcos. As saídas dos sensores atuam relés que, por sua vez, operam dispositivos de seccionamento, interrompendo, assim, o arco no início de sua formação, bem como reduzindo a energia correspondente e todos os perigos resultantes relatados anteriormente.
135
Figura 1 - Princípio de funcionamento de detecção de arco voltaico (cortesia SEL)
Colaborou com esta seção: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor
Coluna do consultor
136
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico
O que os acidentes de aviões podem ensinar para a ‘turma’ de instalações elétricas?
Segundo
o
dicionário
da
língua
é colocado à disposição da sociedade para
inconcebível ainda para o cidadão comum a
portuguesa Houaiss, a palavra ‘pode’ remete
produzir o produto mais seguro, confiável,
ideia de que apenas uma verificação inicial
a ‘ter a possibilidade de’ ou ‘ter a ocasião de’,
confortável, sustentável e economicamente
é suficiente para garantir a segurança e a
enquanto ‘deve’ é sinônimo de ‘ter a obrigação
viável.
operação da aeronave durante sua existência.
de’. Obviamente, essas definições estão em
Vencidas todas as etapas de projeto,
É indiscutível que somente a aplicação dessa
perfeita sintonia com o senso comum das
especificação e construção da aeronave,
prática de verificações periódicas no avião
pessoas em relação às palavras em questão.
é inconcebível que tal equipamento seja
pode garantir a segurança do equipamento o
Partindo desse ponto, vamos tomar como
entregue para os voos comerciais sem a
tempo todo. Não é por acaso que, nas ocasiões
exemplo o caso de um avião de passageiros,
realização de testes finais que comprovem que
em que ocorrem acidentes com aviões, uma
com capacidade para centenas de pessoas e
o produto final atende a todos os requisitos
das primeiras atitudes dos peritos é verificar
toneladas de cargas. Tal aeronave certamente
estabelecidos na documentação. E assim,
se o plano de avaliação e manutenção da
é projetada segundo o estado da arte da
após essa cuidadosa verificação inicial, o jato
aeronave estava em dia.
engenharia aeronáutica, além de atender (e
finalmente levanta voo.
O resultado desse cuidadoso procedimento
superar) todos os requisitos mínimos das
–
que
normas técnicas aplicáveis ao tema. Todo o
a que um avião estará sujeito ao longo de
melhores práticas e atendimento às normas,
conhecimento técnico e científico armazenado
toda sua vida útil são tão importantes quanto
a especificação dos produtos corretos, a
pela comunidade especializada no assunto
essa avaliação inicial. Provavelmente é mais
montagem cuidadosa, a verificação inicial
Os procedimentos de vistorias e correções
envolve
o
projeto
segundo
as
137
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
indispensável e um plano rigoroso de avaliações
caso do avião, tanto a norma NBR 5410 (baixa
num patamar elevado e vergonhoso para os
periódicas – é o relativamente baixo número
tensão) quanto a NBR 14039 (média tensão)
profissionais do setor. Incontável número de
de acidentes e vítimas na aviação civil quando
prescrevem de modo obrigatório a verificação
acidentes e incidentes com eletricidade deve
comparado a outros meios de transporte.
inicial das respectivas instalações elétricas.
ser colocado na conta da falta de verificações
A conclusão sobre esse caso é que as
As duas normas até incluem uma parte sobre
periódicas. O envelhecimento natural dos
verificações periódicas do avião são tão
“manutenção” das instalações, mas ambas são
componentes, as intervenções indevidas ao
importantes quanto a verificação inicial
muito vagas a respeito (é preciso aperfeiçoar
longo do tempo, as sobrecargas e sobretensões
para garantir a segurança da aeronave
essa parte dos dois textos). E nenhuma delas
a que as instalações são submetidas em toda
durante toda a sua vida útil. Dessa forma,
trata da verificação periódica das instalações.
sua vida são alguns dos fatores que exigem uma
a próxima conclusão que nos remete ao
Essa situação nos remete ao caso concreto
verificação periódica das instalações elétricas.
primeiro parágrafo deste artigo é que deve ser
de um avião que é colocado à disposição
É pura questão de fatos, lógica e bom senso.
obrigatória a verificação periódica de aviões
do público após ter sido testado na época
A quantidade de vítimas na aviação civil é
e não simplesmente pode ser interessante
de sua conclusão e nunca mais passou por
muito menor do que a quantidade de vítimas
verificar periodicamente a sua situação. Nesse
nenhuma verificação. Quem se habilitaria
por eletricidade.
caso, a diferença entre ‘pode’ e ‘deve’ seriam
a entrar nessa aeronave? No entanto, todos
milhares de vítimas adicionais todos os anos.
os dias milhões de pessoas utilizam suas
instalações elétricas é um requisito que deve
residências, hotéis, locais de trabalho e lazer
ser incorporado o mais rápido possível às
turma de instalações elétricas?
que têm instalações elétricas que, com muita
normas técnicas e regulamentações em todas
Sob o ponto de vista da engenharia, uma
sorte, foram verificadas uma vez só antes de
as esferas do poder público. Não podemos
instalação elétrica não é muito diferente
serem entregues e nunca mais passaram por
nos dar ao luxo de dizer que tais verificações
de um avião. Os dois produtos finais são o
qualquer verificação.
podem ser uma boa ideia a ser aplicada
resultado de um projeto, uma especificação
Ao contrário da aviação civil, essa
quando alguém tiver vontade de fazê-las.
e uma montagem adequada. Assim como no
situação coloca os acidentes com eletricidade
“Pode” ser que essa hora seja tarde demais.
Mas o que isso tudo tem a ver com a
Em conclusão, a verificação periódica das
Energia sustentável
138
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Prazo para os lixões chega ao fim, mas os lixões não...
A Copa do Mundo já é parte do passado,
trabalho da CNM indica ainda que 16 capitais
resíduos poderia ser reaproveitado (31,9% dos
mas o legado da má gestão pública continuará
ainda têm lixões, como as cidades-sede da Copa
resíduos são recicláveis e os 51,4% de matéria
por
isso
do Mundo Belo Horizonte, Brasília, Recife,
orgânica poderiam passar por compostagem
diariamente, como nestes dois casos de proteção
Manaus e Porto Alegre (fonte: O Estado de São
ou biodegradação para geração de energia). No
contra incêndio:
Paulo, 07 e 14/07/14).
entanto, apenas 18% dos municípios possuíam
Assim como a Copa do Mundo saiu no
programas oficiais de coleta seletiva, somente
• O mega Templo de Salomão da Igreja
“jeitinho brasileiro”, com falhas e atrasos, o
1,6% dos resíduos orgânicos coletados eram
Universal aberto ao público em São Paulo sem
Congresso (e o Governo, nos bastidores) tenta
encaminhados para compostagem (fonte: Ipea)
o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros;
evitar possíveis ações judiciais dos Ministérios
e a reciclagem de resíduos domésticos não chega
• Dois em cada três hidrantes nas ruas de São
Públicos, propondo adiar por longos oito
atualmente a 2% (fonte: Folha de São Paulo,
Paulo não funcionam, conforme amostragem
anos o prazo de quatro anos dado pela Política
10/5/14).
encomendada pelo Ministério Público Estadual
Nacional de Resíduos Sólidos.
ao Corpo de Bombeiros (fonte: O Estado de
A verba pública desperdiçada em estádios
inadequada de resíduos à saúde pública (por
São Paulo, 05/08/14).
com previsão de pouca utilização, para promover
exemplo, várias doenças), é importante enfatizar
30 dias de espetáculo, poderia ter resolvido
os benefícios de sua adequada gestão, tais como:
anos.
Os
noticiários
mostram
Além dos impactos adversos da destinação
E vamos ao assunto desta coluna: a má
boa parte do problema de limpeza pública
gestão pública dos resíduos urbanos. Terminou
municipal no país. Segundo a Associação
• Geração de mais de 280 MW pelo biogás
no dia 2 de agosto o prazo de quatro anos
Brasileira das Empresas de Limpeza Pública
dos aterros (fonte: Plano Nacional de Resíduos
concedido pela Lei Federal n° 12.305/10 –
(Abrelpe), o Brasil precisaria investir R$ 6,7
Sólidos) e consequente potencial de redução de
Política Nacional de Resíduos Sólidos/PNRS (a
bilhões para coletar de forma adequada todos
emissões de gases de efeito estufa;
mesma que define a logística reversa de vários
os resíduos sólidos e destiná-los em aterros
• Redução de consumo de energia de 10 GWh/
resíduos, incluindo os eletroeletrônicos) para
sanitários. Poderia ser parte do legado, mas não
ano pela reciclagem (fonte: Banco Mundial
os municípios brasileiros apresentarem seus
foi.
citado na Folha de São Paulo, 11/08/14);
planos diretores de gerenciamento de resíduos
Para piorar, a quantidade de resíduos
• Geração de empregos e elevação do PIB pelo
e instalarem aterros sanitários adequados. De
gerados no Brasil em 2013 foi 4,1% maior do
aumento da reciclagem.
acordo com a Associação Brasileira de Empresas
que em 2012 (aumento superior ao do PIB e
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ao crescimento populacional) e a coleta caiu
(Abrelpe), 40% do lixo atualmente coletado
10%. De acordo com a Abrelpe, o Brasil é o
e saneamento básico não rende votos e
tem destinação irregular. Mais de 61,7% dos
quinto país em termos de produção de resíduos,
visibilidade aos candidatos” pode ser quebrado:
municípios não se adequaram às exigências
e caso mantenha o ritmo de investimentos da
oferta de água à população também não o é,
da PNRS, e 1.000 dos 2.400 municípios
última década, a adequação da destinação final
mas neste ano se tornou um assunto “quente”
consultados
ocorrerá apenas em 2065.
(e seco) da agenda eleitoral em algumas regiões.
(Confederação Nacional dos Municípios) não
O diagnóstico da situação dos resíduos
Vamos avaliar as propostas dos candidatos em
elaboraram o Plano de Gerenciamento de
sólidos urbanos no Brasil feito pelo Instituto de
2014 e 2016? E vamos fazer a nossa parte no
Resíduos Sólidos, indispensável para a obtenção
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 25 de
setor elétrico destinando adequadamente os
de verba federal para a execução de aterros. O
abril de 2012, concluiu que mais de 80% destes
resíduos sólidos?
no
Levantamento
da
CNM
O paradigma de que “investir em resíduos
Iluminação eficiente
140
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Roadmap da indústria do Led A iluminação de estado sólido (SSL),
um número crescente de aplicações, melhorando
que a economia de energia anual de fontes
conhecida como as tecnologias de Led e Oled,
sua qualidade global de forma constante, alguns
de iluminação de diodo emissor de luz (Led)
tem o potencial de reduzir significativamente o
deles não conseguem igualar o desempenho das
em 2013 mais do que duplicou em relação ao
consumo de energia com iluminação e reduzir
tecnologias que são projetadas para substituir
ano anterior nos Estados Unidos, indo para
as emissões de gases de efeito estufa. O DOE –
e podem não corresponder às especificações de
188 trilhões de unidades térmicas britânicas
Departamento de Energia dos Estados Unidos –
seus fabricantes. Com tantos novos produtos de
(BTUs), o que equivale a uma economia de
estima que a mudança para a iluminação Led ao
iluminação Led que chegam ao mercado, nem
custos anuais de energia de cerca de US$ 1,8
longo dos próximos 20 anos poderia economizar
sempre é fácil identificar os itens de qualidade.
bilhão. Embora essas economias atuais sejam
US$ 250 bilhões em custos de energia durante
Por esta razão, nos Estados Unidos, o
significativas, a penetração no mercado ainda
esse período, reduzir o consumo de eletricidade
Departamento de Energia possui diversas ações
é bastante modesta, segundo o DOE. Como
para iluminação por quase um semestre e evitar
para estimular o uso consciente e consistente da
referência, estima-se que apenas cerca de 1% da
1,8 milhões de toneladas de emissões de carbono.
tecnologia SSL. No mês de agosto, foi publicada
base instalada de lâmpadas do tipo A (lâmpadas
A promessa de economia de energia da
a edição de 2014 do Solid-State Lighting
de bulbo convencional) é de lâmpadas Led, mas
tecnologia SSL tem particular relevância para o
Manufacturing R&D Roadmap. Este documento
o crescimento está acelerando rapidamente.
mercado americano, dada a transição em curso
complementa o Plano do Programa Plurianual,
A partir de 2012 e 2013, verificou-se que nos
para lâmpadas de alta eficiência, exigidas por
que orienta os programas centrais de Pesquisa
EUA a base instalada de Leds em aplicações de
políticas energéticas, como o Energy Independence
e Desenvolvimento de Produtos SSL. Um dos
iluminação geral mais do que duplicou para cerca
and Security Act de 2007. O propósito declarado
objetivos do Roadmap é orientar o programa
de 105 milhões de unidades. O estudo concluiu
deste ato é mover os Estados Unidos em direção a
de P&D de fabricação e ajudar as solicitações
ainda que os 188 trilhões de BTU poupados
uma maior independência e segurança energética,
de financiamento direto para ele. O Roadmap
representam apenas uma pequena fração do total
aumentar a produção de combustíveis renováveis
também oferece orientação para equipamentos
do potencial de economia de energia de cerca de
e não poluentes, proteger os consumidores para
e materiais, com base no consenso da indústria
4,1 quatrilhões de BTU, assumindo a adoção
aumentar a eficiência de produtos, edifícios
sobre a evolução esperada da fabricação de
completa de SSL.
e veículos, promover a pesquisa e implantar
SSL, para assim reduzir os riscos, melhorar a
Embora a adoção generalizada possa ser
opções de captura e armazenamento de gases de
qualidade, aumentar a produtividade e diminuir
de vários anos afora, o potencial destaca a
efeito estufa, além de melhorar o desempenho
os custos.
importância do desenvolvimento de uma
energético do Governo Federal, entre outros fins.
Este documento é atualizado anualmente
capacidade de produção alta e robusta para SSL.
Apesar da tecnologia de iluminação de estado
com o feedback da indústria, por uma série de
A adoção do mercado tende a acelerar, os preços
sólido estar ainda numa fase de desenvolvimento,
mesas-redondas com especialistas convidados
continuam a cair (veja o cenário na Figura 1) e as
ela está evoluindo rapidamente, com novas
e participantes das oficinas promovidas pelo
vendas devem aumentar a um ritmo muito mais
gerações de dispositivos introduzidos a cada
DOE, sendo um documento bastante valioso
rápido.
poucos meses. Segundo o DOE, embora muitos
para pessoas que possuem interesse no estado
Segundo o Roadmap do DOE, alguns
desses produtos possam economizar energia e
tecnológico atual do Led.
pontos-chaves referentes ao Led são resumidos a
proporcionar iluminação de alta qualidade em
seguir:
Segundo este Roadmap, o DOE concluiu
141
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
para minimizar custos e maximizar a eficácia. • Luminárias de aplicação flexível e fabricação de módulos serão necessárias para atender ao mercado em rápida expansão. Ou seja, para ser capaz de acomodar a enorme variedade de modelos procurados pelos consumidores para múltiplas aplicações, linhas terão de ser eficientes e eficazes em termos de custos, mesmo com números relativamente baixos para um determinado modelo. Isso pode apelar para equipamentos e métodos de fabricação inovadores. • Mais atenção deve ser dada para a fabricação de Figura 1 – Cenário de queda de preços estimada para lâmpada Led tipo A19.
fósforos/down-conversores e aplicação eficiente desses materiais dentro do pacote de Led. Há
• No caso de produtos de iluminação com
de compreender e prever mudança de cor ao
oportunidades para reduzir custos, melhorar
base em Led, atingir o ponto de cor de destino
longo do tempo pode aumentar a confiança dos
a eficiência e qualidade de cor, aumentar a
consistentemente adiciona custo e complexidade
consumidores em produtos de iluminação Led e
produção de luz, bem como simplificar o
ao processo de fabricação de luminárias,
simplificar o processo de fabricação, reduzindo
processo de fabricação.
especialmente onde as exigências de aplicações
assim o custo de fabricação.
de controle de cores é rígido.
• A fabricação da luminária continua a mudar
• A estabilidade de cor a longo prazo ainda é
dramaticamente em resposta à nova tecnologia,
download no site do Departamento de Energia
pouco compreendida e a mitigação adiciona custo
com menos ênfase no paradigma da lâmpada-
dos Estados Unidos: http://energy.gov/eere/
aos produtos de iluminação Led. A capacidade
luminária e mais ênfase em luminárias integradas
solid-state-lighting.
O documento na íntegra está disponível para
Instalações MT
142
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Energia e seu custo real Quanto custa o kWh vendido pelas
pois, como elas pertencem ao governo federal, o
distribuidoras? Esta é uma pergunta recorrente,
prejuízo é repartido entre os que pagam impostos,
simples e sem resposta exata, embora alguns
entre os que produzem. Ou seja: o furto de energia
especialistas tenham prontamente o suposto valor.
em Manaus, por exemplo, é repartido pelos que
Com
mantém a máquina federal: você! Nós!
os
subsídios
cruzados,
custos
“escondidos” (por exemplo, nas novas tarifas
Com outros fatores que causam perdas
de geração aceitas por algumas empresas) e
(outro dia poderemos tentar abrir esta caixa)
aumentos tarifários difíceis de entender (alguns
acontece o mesmo: socialização do prejuízo. Até
da ordem de 35%), parece que, em cada lugar
quando e que até que ponto vai haver “lado”
do Brasil, tem de haver valores bem diferentes e
produtivo suficiente para manter coisas assim?
gente (isso mesmo: consumidores e clientes são
gente!) que consiga pagar por isso.
geração térmica passarem a ser parte das tarifas
de distribuição?
De repente, sua conta de energia aumenta
E o que vai ocorrer quando os custos da
35% e você tem de acomodar isso no seu
orçamento!
distribuição de energia elétrica que terminam nos
Vejam a tarifa em alguns Estados, onde
próximos anos?
sabidamente a população tem baixo poder
aquisitivo, e veremos uma grande inversão,
as distribuidoras?
pois eles pagam mais pelo kWh que clientes na
América do Norte, que têm melhor qualidade de
no assunto e os órgãos oficiais envolvidos com
serviço e muito mais poder aquisitivo. Em alguns
a questão se reunissem e estudassem as causas
casos, esta relação é mais que o dobro.
destes desequilíbrios e nos esclarecessem tantos
pontos de incerteza.
O cenário ainda fica pior se olharmos o resultado
E o que vai ocorrer com as concessões de
Vamos ter uma MP similar à 579 / 2012 para Seria interessante que consultores especialistas
das concessionárias de distribuição. Algumas ainda
apresentam lucro, mas, definitivamente, o negócio
pobres consumidores brasileiros o acesso fácil à
da distribuição de energia elétrica no Brasil não é
geração fotovoltaica nas suas casas, pois com o
mais muito atrativo.
valor de kWh na baixa tensão atingindo a casa
Seria interessante, inclusive, viabilizar aos
Se as regras impostas ao setor tornam a
dos R$ 700 por MWh (incluindo os impostos
indústria não atrativa, o capital vai migrar para
que, corretamente, na visão do consumidor,
outras atividades, outros locais. E aí pode haver
representam custo de energia como qualquer
problemas desde a falta de agentes até de falta de
outra parcela) todo investimento neste formato
investimento e o consequente desabastecimento.
de geração distribuída vai se pagar rapidamente.
E ainda começaremos a limpar nossa matriz,
Já vimos este fenômeno em vários países e
não estamos imunes a isso! Outras
concessionárias
hoje pressionada pela geração das térmicas – tão de
distribuição
nos dão um prejuízo enorme. E digo “nos dão”
combatidas há uma década e que, literalmente, estão nos salvando da escuridão total.
Proteção contra raios
144
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Homenagem e informação
Analisando a história, os fatos levam a crer que
agosto é o mês escolhido pelos planos superiores como temporada para recrutar especialistas a fim de reforçar seu departamento de engenharia elétrica. Em 2000, Ademaro Cotrim deixava uma lacuna até hoje sentida pela comunidade técnica, agora, 14 anos depois, Armando Pereira dos Reis Miranda foi o escolhido.
Pioneiro no Brasil na utilização das armaduras das
fundações como eletrodo de aterramento, o colega Reis Miranda integrou várias comissões de revisão de norma por mais de vinte anos, dentre elas a que revisou o texto da ABNT NBR 5419:2005, sempre contribuindo com sua vasta experiência no assunto.
Dono de personalidade forte e caráter ilibado deixa o livro “Instalações Elétricas Industriais” e o
exemplo pela aguerrida luta a favor do desenvolvimento da boa prática da engenharia.
Em homenagem ao colega Miranda e como forma de instigar o leitor a ler o texto na íntegra e
contribuir com a revisão, este artigo mostra uma parte do Anexo F da parte 3, que possivelmente regulamentará o ensaio de continuidade elétrica das armaduras.
Lembrando que os projetos de norma estão disponíveis para contribuição em <http://www.
abntonline.com.br/consultanacional/> e lá ficarão até 10 de outubro de 2014. “... Ensaio de continuidade elétrica das armaduras F.1 Introdução O uso das armaduras do concreto como parte integrante do SPDA natural deve ser estimulado desde que sejam seguidas as recomendações descritas na Norma e complementadas neste Anexo.
É importante analisar o projeto estrutural da edificação visando auxiliar o ensaio das estruturas do
concreto armado. F.1.1 A definição dos pilares utilizados é feita, se possível por meio da análise do projeto estrutural da edificação, com consulta ao responsável pela execução da obra em relação à amarração das armaduras e de forma prioritária pela medição da continuidade elétrica dos pilares e vigas. Com o SPDA instalado, uma verificação final deve ser realizada. F.1.2 Primeiramente, os componentes naturais devem obedecer aos requisitos mínimos descritos nesta Norma sendo: a) condutores de descidas conforme 5.3; b) subsistema de aterramento conforme 5.4 F.1.3 Os ensaios de continuidade das armaduras devem ser realizados com dois objetivos: a) para verificação de continuidade elétrica de pilares e trechos de armaduras na fundação (primeira verificação); b) após a instalação do sistema, para verificar a continuidade de todo o sistema envolvido (verificação final). ...”
NR 10
146
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
“Me engana que eu gosto” Quando o Ministério do Trabalho e
Que ilusão!
proteção individual, de forma que só faltou
Emprego (MTE) publicou a consulta para coleta
revogar a NR-6, quando mencionou o item
de contribuições visando à regulamentação do
sem regulamentação, de repente, no rastro
10.2.8 sem mencionar o item 10.2.9.
artigo 193 da CLT, assim o fez:
deixado pelo 7 a 1 do circo futebolístico, saiu
a “obra prima” regulamentadora do adicional
as medidas de proteção coletiva, elege a
do Anexo IV da Norma Regulamentadora
de periculosidade por eletricidade.
desenergização como prioritária, mas de
nº 16 (Atividades e Operações Perigosas)
Foram utilizados alguns conceitos da
forma alguma afirma que é a única medida de
disponibilizada em Consulta Pública pela
NR-10, na medida do interesse, o que dá um
proteção.
Portaria SIT nº 371, de 26 de abril de 2013
aspecto técnico ao negócio da periculosidade
Foi estabelecido que o trabalho em
para coleta de sugestões da sociedade, em
e foram estabelecidas regras e definições
proximidade dá direito à percepção do
conformidade com a Portaria MTE nº 1.127,
oportunistas e absurdas que só se prestam
adicional, o que implica que esse trabalho
de 2 de outubro de 2003”.
para atender clientes mais interessados.
realizado na zona livre é capaz de criar o
direito ao adicional de periculosidade.
“Trata-se de proposta de texto para criação
Desde
então,
alguns
crédulos
Passado um período de mais de um ano
É certo que nenhum EPI pode ser mais
Ora, o item 10.2.8 da NR-10 prioriza
contribuíram atendendo ao chamado da
eficiente que uma medida de proteção de
A regulamentação inovou também nos
publicação, porque acreditaram que suas
caráter coletivo, porém a regulamentação
conceitos quando no item 3 do anexo estabeleceu
propostas seriam consideradas. Afinal, o
publicada em 17/07/14 pela Portaria nº 1.078
que trabalho intermitente é equiparado à
objetivo era colher as sugestões da sociedade.
desvalorizou totalmente os equipamentos de
exposição permanente, ainda que a situação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
147
“chamada de exposição” ocorra uma vez no mês. Como é que se explica que o Ministério de Previdência tenha definições totalmente diversas do MTE, quanto ao que seja habitual, intermitente, eventual e permanente?
O texto da Lei (artigo 193) estabelece
risco acentuado e exposição permanente como condições de aplicabilidade do direito ao adicional. A regulamentação não pode restringir ou aumentar o texto da Lei. A regulamentação é subalterna à Lei. Esse texto regulamentador se torna ilegal, assim como foi o texto do Decreto nº 93.412/86 ao estabelecer a proporcionalidade do adicional ao tempo de exposição. Vamos esclarecer: se alguém tiver que passar sob um receptáculo de uma lâmpada presa no teto sem um globo, o parafuso do receptáculo, que é um ponto energizado, estará a cerca de 2,6 metros de altura. Suponhamos que esta pessoa tenha estatura média. Se ela levantar o braço, alcançará 2,20 metros e ficará, portanto, a 40 centímetros da parte viva, que já é zona controlada. Ou seja, ela terá direito ao adicional! E basta que passe sob essa lâmpada uma vez por mês! A NR-16 – anexo 4 considera essa situação como risco acentuado e exposição permanente. Para pessoas advertidas, a NBR-5410 estabelece como medida de segurança colocar as partes vivas a distâncias superiores a 2,50 metros. Será que o texto da portaria tem alguma coisa a ver com técnica? Absurdamente repetiu-se o conteúdo do decreto revogado (Decreto nº 93.412/86), fazendo apenas uma junção do que era o item 1 com o item 2, de sorte que o conteúdo ofertado pelos trabalhadores do setor de energia elétrica em 1985 foi preservado.
Ninguém se preocupa em impedir que
sejam feitas “horas extras” em trabalho considerado perigoso. Ninguém se preocupa em impedir que sejam estabelecidos prêmios de produtividade para trabalhos perigosos.
Não há conserto. No Brasil, a vida tem
preço tabelado e vale menos que 1/3 do salário.
“Me tira o tubo”
Energia com qualidade
148
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Quando as “coisas” partem Parte 3 P artidas
da forma de onda de corrente) e a Figura
devem ser sobre dimensionados em relação
A injeção de energia reativa em instalações
1 B (reflexo na forma de onda de tensão),
àqueles aplicados em manobra de motores.
elétricas de baixa tensão com a instalação de
extraídas de publicação do IEEE, apresentam
Alguns destes dispositivos são equipados
capacitores já foi apresentada e discutida em
exemplo de um transiente oscilatório causado
com bobinas de In-rush.
colunas anteriores de “O setor elétrico” com
pela partida de capacitor em situação “back
• Contatores podem ter seus contatos
diversas abordagens, incluindo, além dos
to back”.
danificados na ocorrência de desligamentos
aspectos de compensação do fator de potência
Os transientes podem atingir tensões
e religamentos consecutivos causados, por
em si, ressonância harmônica, velocidade
instantâneas de até duas vezes a tensão
exemplo, por afundamentos de tensão.
de manobra, influência em operação com
nominal, em função do ângulo que ocorre a
• Cargas podem ser afetadas quando as
geradores e outras características (ver edições
manobra. Devido aos componentes resistivos
concessionárias manobram seus capacitores
de janeiro de 2014, maio e junho de 2011,
dos circuitos os valores típicos de sobretensão
nas redes de distribuição.
setembro de 2012 e outras).
de manobra são da ordem de 1,1 a 1,6 vezes
• Proteção a transientes e surtos devem ser
Outro ponto que merece ser tratado
a tensão nominal. Alguns cuidados devem
especificadas.
são os aspectos relacionados às partidas e
ser tomados quando se utilizam manobras
• Caso o capacitor seja mantido inserido no
manobras dos capacitores. Este assunto tem
mecânicas de contatores:
circuito em situação de baixa carga poderão
de capacitores
ocorrer sobretensões até que os capacitores
sido reportado em diversas oportunidades tanto nas instalações elétricas de indústrias
•
As
cargas
e prédios comerciais como em circuitos de
barramentos de alimentação dos bancos de
distribuição de concessionárias em média
capacitores (acionamentos dos motores e
M anobra
tensão, configurando-se como um dos
outras) estarão sujeitas a estes transientes
principais problemas de qualidade de energia
causados pela manobra de capacitores.
ser uma ferramenta que possibilita a injeção
discutidos. A Figura 1 A (comportamento
• Contatores de alimentação dos capacitores
de energia reativa com a isenção de transientes
Figura 1 A – Transiente oscilatório de corrente causado por manobra convencional de capacitor.
conectadas
aos
mesmos
sejam desligados. estática
A manobra estática de capacitores pode
Figura 1 B – Transiente oscilatório de tensão causado por manobra convencional de capacitor.
149
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Figura 2 – Transiente de tensão em manobra mecânica de capacitores (sem sincronismo).
Figura 3 - Comportamento da forma de onda de tensão em manobra estática de capacitores (sincronizada).
de manobra (desde que o equipamento seja
senoide) em que a manobra é efetuada; no
capaz de sincronizar a partida). A função
caso do desligamento, parte da energia do
denominada “zero crossing” permite que
capacitor será dissipada no contator e na
os capacitores sejam manobrados (quer
rede causando transientes.
na entrada ou na saída) sem transiente de
manobra por conta de controle adequado. As
elementos de descarga como resistores
Figuras 2 e 3 apresentam o comportamento
ou reatores e só devem ser reinseridos nos
da manobra de um banco de capacitores sem
circuitos após o descarregamento no caso de
manobra sincronizada e outro com manobra
manobra convencional (mecânica).
sincronizada. Neste caso de manobra estática,
A especificação da manobra depende
o sistema não é submetido a estes transientes
fundamentalmente do tipo de carga que se
e não há problemas de transientes.
está manobrando e os impactos na qualidade
Os transientes ilustrados na Figura 2
da energia das redes elétricas.
são aleatórios e dependem do instante (na
Capacitores devem possuir em seu corpo
Continua na próxima edição.
Instalações Ex
150
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
O subcomitê SC-31 do Cobei e as primeiras normas sobre atmosferas explosivas
O início da elaboração de normas técnicas
• NBR 8370 – Terminologia “Ex” (1984)
brasileiras da ABNT sobre atmosferas explosivas
• NBR 8447 – Segurança intrínseca – Ex “i”
ocorreu em 1968, com a publicação do Projeto
(1984)
de Norma P-EB-239 – Equipamentos com
• NBR 8601 – Imersão em óleo – Ex “o”
invólucros à prova de explosão, posteriormente
(1984)
publicada como NBR 5363.
• NBR 8368 – Temperatura máxima de
superfície (1984)
No ano seguinte, em 1969, foi publicado
o Projeto de Norma P-NB-158 – Instalações
• NBR 8444 – Determinação da temperatura
elétricas em ambientes com líquidos, gases ou
de ignição de gases (1984)
vapores inflamáveis, que posteriormente foi
•
publicado como a norma NBR 5418.
equipamentos “Ex” (1986)
• NBR 9883 – Segurança aumentada – Ex “e”
Em 1979, foi oficialmente criado no Cobei
NBR
9518
–
Requisitos
gerais
de
o Comitê Técnico CT-31, responsável pela
(1995)
elaboração, de forma coordenada e em consenso
• NBR 9884 – Grau de proteção – Máquinas
entre as empresas envolvidas no assunto,
elétricas girantes (1987)
de normas técnicas sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas.
Durante as décadas de 1980 e 1990,
da nova organização do Cobei, estas normas
sob a coordenação inicial do engenheiro
foram sendo gradativamente canceladas e
Sérgio
Rausch,
da
Promon
A partir do início dos anos 2000, dentro
Engenharia,
substituídas por novas, harmonizadas com
e, posteriormente, do engenheiro Dácio
as respectivas normas internacionais da IEC,
de Miranda Jordão, da Petrobras, foram
publicadas na série ABNT NBR IEC 60079.
elaboradas pelo CT-31 do Cobei e publicadas
pela ABNT diversas normas “Ex”, relacionadas
do Cobei é composto por seis Comissões de
a seguir:
Estudo, as quais acompanham o processo de
No presente momento, o subcomitê SC-31
revisão, atualização e elaboração das normas • NBR 5363 – Invólucros à prova de explosão
técnicas internacionais das séries IEC 60079
– Ex “d” (1968/1990)
e ISO/IEC 80079 elaboradas pelo TC-31 da
• NBR 5418 – Instalações “Ex” (1969/1995)
IEC (Equipment for Explosive Atmospheres).
• NBR 5420 – Invólucros pressurizados – Ex
A missão e o objetivo principal do
“p” (1992)
SC-31 do Cobei é participar do processo de
• NBR 6146 – Graus de proteção de invólucros
elaboração, comentários, revisão, atualização
– Códigos IP (1980)
e publicação das novas edições das normas
151
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
técnicas internacionais elaboradas pelo TC 31
indústria siderúrgica e empresas das áreas
De forma a possibilitar a publicação
da IEC.
de química, petroquímica e da indústria
no Brasil, por parte da ABNT, em língua
A participação neste processo faz que os
do petróleo, usuárias de equipamentos e de
portuguesa, das normas técnicas internacionais
profissionais brasileiros envolvidos com o
instalações em atmosferas explosivas de gases,
da IEC sobre atmosferas explosivas, as
assunto estejam sempre atualizados em termos
vapores, névoas ou poeiras explosivas.
comissões de estudo do subcomitê SC-31 do
do “estado da arte” da normalização técnica
Durante
análise,
Cobei efetuam os trabalhos complementares
internacional “Ex”.
comentários, votação e aprovação das normas
de elaboração de normas da série NBR IEC
os
trabalhos
de
Além disso, a participação de profissionais
internacionais do TC-31, realizados pelas
60079, “idênticas” em conteúdo técnico,
brasileiros neste processo faz que possam ser
Comissões de Estudo do SC-31, as empresas,
forma e apresentação em relação às respectivas
incluídas – nas normas internacionais da série
as instituições e os profissionais brasileiros
normas da série IEC 60079, as quais já se
IEC 60079 (Equipamentos elétricos “Ex”) e
possuem a oportunidade de conhecer as
tornaram anteriormente “velhas conhecidas”
ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos
normas da série IEC 60079, de participar de
dos membros do SC-31, em função da
“Ex”) – as boas práticas, lições aprendidas
sua evolução, contribuir com comentários
participação no processo anterior de revisão,
e know-how de empresas brasileiras neste
e sugestões para o aprimoramento destas
comentários, votação e aprovação.
assunto.
normas técnicas internacionais, com base nas
O
subcomitê
SC-31
do
Cobei
Este processo de harmonização das normas
é
boas práticas e no know-how das empresas e
nacionais com as normas internacionais
formado por profissionais envolvidos em
instituições brasileiras envolvidas neste ramo
faz com que haja no Brasil a aplicação da
equipamentos e instalações elétricas em
de especialidade técnica industrial.
mesma base normativa para os requisitos de
atmosferas explosivas, representantes de mais
Uma
âmbito
projeto, fabricação, ensaios e certificação de
de 70 empresas. Encontram-se representadas
internacional da IEC, incorporando em
equipamentos “Ex” que são utilizados nos
no SC-31 empresas das áreas de consultoria,
consenso os comentários e as boas práticas
países mais desenvolvidos nesta área.
projeto, instalação, fabricação, laboratórios de
pelos diversos países do TC-31, inclusive as do
Na próxima coluna, falaremos sobre o
ensaios, organismos de certificação acreditados
Brasil – as normas passam a ser aplicadas por
organograma do SC-31 e sobre a evolução das
pelo Inmetro, seguradoras, órgãos de classe,
todos os países integrantes da IEC.
normas da série ABNT NBR IEC 60079.
vez
aprovadas
no
Dicas de instalação
152
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Cabos para aplicação na geração de energia eólica Por Leonel Rodrigues*
Com o crescente interesse em energias renováveis como a proveniente
• Todas as turbinas eólicas instaladas no mundo até o final de 2012
pela geração eólica, verificamos cada vez mais a importância deste
podiam fornecer 580 TWh/ano, mais de 3% da demanda de energia
tema, principalmente com o aumento da demanda por energia elétrica,
elétrica mundial;
bem como a escassez e a dificuldade do aumento da capacidade de
• O setor de energia eólica em 2012 registrou um volume de negócios
obtenção por meio de recursos convencionais.
de 75 bilhões de dólares;
• 100 países já utilizam o poder do vento para geração de energia
Embora a energia obtida pela geração eólica cubra apenas uma
pequena parcela da oferta total gerada, a expansão do setor está em
elétrica;
forte crescimento e, consequentemente, a necessidade de insumos,
• Ásia representou a maior parcela de novas instalações (36,3%),
como os cabos elétricos, merece um destaque especial.
seguida pela América do Norte (31,3%) e Europa (27,5%). América Latina aparece com 3,9% e Austrália/Oceania com 0,8% das novas
Tendências
e desenvolvimentos econômicos
recentes
instalações. África praticamente não atuou no mercado de geração eólica com apenas 0,2%; • América Latina e Europa Oriental são as regiões promissoras para
De acordo com o relatório de energia eólica mundial de 2012 da
instalações de novos parques eólicos;
Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA – World Wind Energy
• A WWEA espera uma capacidade global acima de 500 GW até 2016, e
Association), podemos ressaltar os seguintes números:
prevê cerca de 1.000 MW de geração de energia eólica até o ano de 2020.
• A capacidade eólica mundial chegou a 282 GW, dos quais 44,6
Brasil
GW foram adicionados somente em 2012, o maior acréscimo anual
registrado. China e EUA juntos adicionaram em 2012 uma potência de
utilização de fontes sustentáveis de energia como a eólica. Observa-se que,
26 GW com novas turbinas eólicas;
principalmente, em decorrência do recente desenvolvimento tecnológico
• O setor de energia eólica mostrou uma taxa de crescimento de 19,2%
e de políticas públicas de incentivo, há um gradual incremento da
em 2012;
participação de fontes renováveis na matriz energética nacional. Além
O Brasil possui um perfil energético com potencial técnico para
153
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
disso, a questão ambiental certamente é um dos argumentos mais importantes para a expansão observada nos últimos anos.
Nesse panorama, as centrais eólicas assumem um papel de destaque,
atribuído especialmente ao baixo impacto imposto ao ambiente em sua fase de implantação. A essa vantagem soma-se o desenvolvimento de sua base tecnológica industrial e a experiência operativa acumulada nos últimos anos em todo o mundo.
Atualmente, o Brasil possui 181 usinas instaladas com capacidade
total de 4,6 GW, representando apenas 3% da capacidade de geração de energia do país.
Figura 2 – Matriz elétrica brasileira (GW). Fonte: ABEEólica – Junho 2014.
Como pode ser observada, a expansão da geração eólica concentra-se
na região Nordeste, no litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte; no interior da Bahia; e, na Região Sul, predominantemente no litoral do Rio Grande do Sul.
A expansão da geração de energia eólica no Brasil, já contratada e
em construção está apresentada na tabela a seguir:
Figura 1 – Situação geral: novo recorde em novas instalações eólicas.
Potência adicional com geração de energia eólica no Brasil (MW) Região
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Sudeste/Centro-Oeste
0
0
0
0
0
200
Sul
330
565
174
526
528
400
Nordeste
1.763
2.098
2.362
1.099
552
400
Norte
0
0
0
58
203
0
1.683
1.283
1.000
TOTAL 2.663 2.536 2.093 Fonte: Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 – Geração de energia elétrica.
154
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Tipos de cabos elétricos para redes de energia eólica
• Desenvolvimentos de cabos: Fabricantes de cabos de energia investem pesado em pesquisa e desenvolvimento para encontrar formas de melhorar o desempenho das
Diferentes partes da unidade de geração eólica demandam diferentes
turbinas eólicas. São avaliados os compostos de isolamento e cobertura dos
desempenhos. Dentro da nacele (compartimento instalado no alto da
cabos, além da simulação dos condutores para definir a melhor flexibilidade
torre que abriga todo o mecanismo do gerador) da turbina eólica, devem
do cabo
ser utilizados cabos de controle, e de dados sujeitos a flexão contínua e cabos de energia resistentes a torção e flexão devem ser usados na torre da turbina eólica.
Além da exigência de flexibilidade, também devem ser consideradas
resistência térmica, resistência à abrasão, resistência a óleo e outros componentes químicos. Para as partes móveis do gerador eólico, o cabo deverá ter boa flexibilidade de torção e flexão, com possibilidade de operar em um raio de curvatura pequeno devido a limitações de espaço. Requisitos especiais de retardância à chama, baixa emissão de fumaça, uso de compostos não halogenados (Low-Smoke-Zero-Halogen, LSZH), resistência à radiação UV e proteção eletromagnética também são necessários devido às considerações de segurança. De
modo
geral,
instalações
de
energia
eólica
requerem
simultaneamente alta flexibilidade e resistência à torção para os cabos utilizados. • Cabos para torres eólicas:
São utilizados cabos de baixa tensão (1 kV) com isolamento em
Figura 4 – Simulação mecânica de cabos para geração eólica.
Com o desenvolvimento de modelos de turbinas para geração de energia
borracha flexível que transmitem a energia produzida no gerador para
eólica, os cabos são projetados para atender às seguintes necessidades:
o transformador, geralmente localizado na base da torre. Os cabos são
- Modificação de cabos para acomodar turbinas e geradores cada vez
fabricados com compostos não halogenados e também são resistentes
maiores;
ao óleo, abrasão e raios UV. Entre o transformador e a base da nacele
- Substituição de cabos de baixa tensão por média tensão para turbinas
são utilizados cabos de média tensão, que podem suportar até 35 kV,
eólicas com transformadores localizados nas naceles;
isolados em borracha flexível. Para aplicações fixas, são utilizados cabos
- Melhorar a flexibilidade para atender altas torções e vibrações;
de baixa tensão em cobre ou alumínio.
- Criação de novos compostos para isolamento dos cabos para calor, frio, resistência a óleos e fogo; - Desenvolvimento de cabos com condutores de alumínio para redução de peso e de custos; - Integrar as funções de telecomunicações e energia quando possível; - Aumentar a capacidade de transmissão de dados nos cabos de data; - Encontrar novas maneiras de monitorar e gerenciar remotamente as turbinas eólicas; - Desenvolver soluções técnicas para sustentabilidade das turbinas eólicas. • Soluções em cabos:
Figura 3 – Ilustração de cabos para naceles.
Para atender à necessidade nas instalações dos cabos em parques
eólicos, os fabricantes de cabos estão desenvolvendo e entregando cabos com terminais, conectores, acessórios, conjuntos e kits cortados no lance
• Cabos para naceles:
exato para a instalação. Com a iniciativa de uma solução integrada entre
São cabos flexíveis blindados de baixa tensão para suportar até 120 °C. A
fabricante de cabos e torres eólicas, obtém-se uma redução do custo e do
blindagem do cabo atende às características de proteção eletromagnética. Os
tempo total da instalação.
cabos são isolados com silicone para suportar o calor intenso (até 120 °C). Para grandes turbinas (2,5 MW a 6 MW), cabos flexíveis de média tensão
*Leonel Rodrigues é gerente de aplicação de produtos da
podem suportar três voltas completas em qualquer direção.
Nexans.
Referências técnicas
156
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.
Cabos elétricos
Raios mínimos de curvatura para instalação - Cabos com blindagem de fitas
- Cabos com capa de chumbo puro ou liga de
requisitos dos raios mínimos de curvatura
chumbo
para instalação permanente e móvel de
externo nominal do cabo.
A norma ABNT NBR 9511 traz os
O raio mínimo é de 12 vezes o diâmetro
nominal sobre a capa metálica.
cabos elétricos. Os raios de curvatura referem-se à superfície interna do cabo e
- Cabos com blindagem de fios
não ao seu eixo.
combinada
A Tabela 1 traz os raios mínimos de
Com blindagem individual ou coletiva, ou
não
com
fita
metálica
curvatura para cabos isolados, unipolares
descontínua, o raio é de 12 vezes o diâmetro
e
externo nominal do cabo.
multipolares
ou
multiplexados, sem
capa metálica, sem blindagem metálica ou Nos casos a seguir, deve-se respeitar:
Espessura nominal da isolação mm
- Cabos com proteção metálica e armação intertravada
Os raios mínimos para cabos não
blindados são os estabelecidos na Tabela 1, respeitando o limite mínimo de sete vezes o diâmetro externo nominal do cabo.
vezes o diâmetro externo nominal do cabo,
Os raios mínimos de curvatura são os
definidos na Tabela 2.
Diâmetro
Igual ou
Superior a 25
nominal do
inferior a
e inferior ou
cabo mm
25
igual a
-
4
4
5
6
4
8
5
6
7
8
-
-
7
8
X Diâmetro externo nominal do cabo
Nota: No caso de cabo multiplexado, deve ser considerado como diâmetro externo nominal o diâmetro nominal sobre a reunião das veias. Fonte: ABNT NBR 9511
Tabela 2 – Raios mínimos de curvatura para cabos com capa de alumínio Característica da capa
X Diâmetro nominal sobre a capa metálica
exceto no caso de armação de trança, para
Lisa
20
o qual os raios mínimos de curvatura são os
Levemente corrugada¹
16
estabelecidos na mesma Tabela 1, também
Corrugada²
12
atento ao limite mínimo de seis vezes o diâmetro externo nominal do cabo.
Superior a 50
50
Inferior ou igual a
ou fios O raio mínimo de curvatura é de 12
Superior a
- Cabos com armação de fitas planas
- Cabos com capa de alumínio
Tabela 1 – Raios mínimos de curvatura dos cabos
armação metálica, para instalação fixa.
O raio mínimo é de 12 vezes o diâmetro
¹ Levemente corrugada: profundidade de corrugamento menor ou igual a 1,5 vez a espessura nominal da capa de alumínio. ² Corrugada: profundidade de corrugamento maior que 1,5 vez a espessura nominal da capa metálica. Fonte: ABNT NBR 9511
Ponto de vista
158
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
Iminente perigo às indústrias nacionais Por João Pereira Corrêa*
Neste momento de crise vivida pela indústria
Aneel, as concessionárias transferem às prefeituras
habilidades em se aproveitar da oportunidade a
nacional, fabricantes de produtos para iluminação
a responsabilidade sobre seus parques e aí surgem
qualquer custo. Ainda se percebe o claro desejo
pública enfrentam demanda retraída e, ao mesmo
as Parcerias Público-Privada (PPPs). Diante disso,
de enterrar a indústria nacional com todos os seus
tempo, a forte e injusta concorrência dos produtos
empresas multinacionais e nacionais importadoras,
custos, investimentos, empregos criados, pesadas
importados por empresas multinacionais e outras
com seus pequenos escritórios em forma de
cargas tributárias e as enormes dificuldades que
nacionais, as quais sequer mantêm plantas de
consórcios, se propõem a assumir essa administração
se fazem presentes a qualquer industrial legalista
fabricação no Brasil, apenas alguns escritórios
em longos e gordos contratos com as inúmeras
brasileiro.
comerciais, forçando a introdução de produtos. Estes
prefeituras brasileiras.
Deixo aqui meu mais claro, transparente e
equipamentos, não raramente, são fabricados em
Em particular, a prefeitura da cidade de São
profundo sentimento de ser mais um empreendedor
países orientais, onde, lá sim, os fabricantes mantêm
Paulo, maior parque de iluminação do país. Com
e fabricante brasileiro que se dedicou e ainda
suas plantas com grandes efetivos, propiciando o
o novo modelo de administração, aliás, a proposta
dedica a manter o mais alto grau de tecnologia e
pleno emprego aos trabalhadores locais. Esta situação
é de que haja a troca de aproximadamente 580.000
desenvolvimento com produtos de última geração
acaba levando as indústrias brasileiras ao triste
pontos de luz, hoje com lâmpadas de descarga (sódio,
em Led.
declínio de fabricação, faturamento e desemprego,
metálica, mercúrio) por luminárias com Leds.
Dirijo-me aqui também a todos os colegas
empurrando o empresariado industrial a pensar em
Esta é uma excelente proposta de modernização
gestores e administradores públicos de todas as
desistir da árdua tarefa de manter uma indústria
baseada na redução de custos do consumo de
esferas e sugiro uma forte reflexão sobre o tema da
nacional e mudar o alvo para operações financeiras,
energia, em sustentabilidade, smart city, com
desindustrialização nacional em detrimento aos
onde o retorno do capital é garantido.
retorno garantido em longo prazo. Esse vultoso
produtos importados normalmente com preços
Altos investimentos em engenharia, processos,
programa, divulgado por esta própria prefeitura,
baixos e qualidade desconhecida, pois “o barato
desenvolvimentos de novos produtos, ferramental
enche de expectativas os fabricantes de produtos
sempre fica mais caro”.
e máquinas, certificações de qualidade em órgãos
de iluminação nacionais e, por isso mesmo, com
acreditados, custos com mão de obra de fabricação e
maior conhecimento de seu próprio terreno quanto
de montagem, altos encargos, maiores, inclusive, do
às conservações físicas de instalações, à qualidade da
que muitos países americanos, europeus e orientais,
distribuição de energia e a todos os recursos hoje
homologações de produtos em órgãos e laboratórios
instalados, como cabeamento aéreo, instabilidades
oficiais exigentes, etc. Isso tudo faz com que nossos
de tensão, redes não autorizadas e os, cada vez mais
produtos, genuinamente nacionais, deixem de ser
crescentes, “gatos” que demonstram a evolução e
competitivos com esses concorrentes que apenas
planejamentos descontrolados por anos e anos.
“colocam” seus produtos acabados diretamente no
mercado sem qualquer “investimento” em nosso país,
que as multinacionais e os pequenos escritórios de
apenas acomodados em pequenos escritórios de vendas.
importação fazem, a qualquer custo, a costumeira
Dessa forma, nosso setor, que ainda hoje
pressão pela escolha de seus produtos em detrimento
proporciona diretamente 1.000 empregos nas cinco
dos produtos nacionais.
principais indústrias brasileiras do setor e mais de
Nesse momento de rara oportunidade aos
10.000 indiretos, se vê em iminente e preocupante
fabricantes nacionais, infelizmente, vimos por
viés de baixa em seus negócios.
inúmeras entrevistas, depoimentos de grandes
No entanto, a nítida impressão que fica é a de
Diante de grandes alterações implementadas
empresas multinacionais e de oportunistas nacionais
na administração dos parques de iluminação
ofertando seus produtos e propondo parcerias,
pública no país, por meio da resolução 414 da
caracterizando suas evidentes e sempre agressivas
Por João Pereira Corrêa, especializado em consultoria industrial, com MBA em logística empresarial. É diretor presidente da JJC Assessoria Industrial e diretor da Ilumatic S/A - Iluminação e Eletrometalúrgica, empresa do setor de iluminação, com mais de 50 anos de atuação nos mercados brasileiro e latino-americano.
Agenda
160
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
6 a 8 de outubro Descrição
Informações
O curso tem como objetivo capacitar técnicos e engenheiros para que eles possam diagnosticar ocorrências, recuperar o sistema em menor tempo e agilizar os trabalhos de comissionamento. O programa contemplará, entre outros assuntos, a importância da oscilografia e a evolução tecnológica; fundamentos de análise de sistemas elétricos; estudo de oscilografias produzidas durante distúrbios ocorridos em redes elétricas; e análise de ocorrências específicas.
Local:
23 de outubro
Cursos
Análise de oscilografias - Distúrbios
Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
Tecnologia Led
Descrição
Informações
Os participantes deste curso serão apresentados aos conceitos de iluminação para realização de projetos que visem à eficiência energética e aos aspectos requeridos em iluminação para as certificações Leed e Procel Edifica. A aula abordará variados temas, entre os quais: certificações ambientais, conceitos e requisitos; certificação Leed; certificação Procel Edifica; requisitos para elaboração de projetos luminotécnicos eficientes. O curso consistirá em apresentações expositivas e apresentação de cases nacionais e internacionais.
Local:
23 e 24 de outubro
São Paulo (SP) Contato: (11) 4704-3540 treinamentos@expersolution.com.br
Projeto de sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à rede
Descrição
Informações
Baseado em conceitos consagrados na Alemanha – um dos países que mais investe em energia solar – e correlacionados
Local:
à realidade brasileira, o curso aborda os temas fundamentais para projetar uma instalação fotovoltaica conectada à rede. O conteúdo programático das aulas contemplará os tipos de sistemas fotovoltaicos; principais usos e aplicações; dimensionamento de sistemas; norma ABNT NBR 16274 com aparelhos de medição; entre outros. Haverá também uma visita à primeira instalação de energia solar executada no Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro (RJ)
23 a 26 de outubro
Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br
Subestações: Conceitos, Equipamentos, Manutenção e Operação
Descrição
Informações
Propiciar aos participantes realizarem manutenções preventivas e fornecer informações relativas a operação e proteção de subestações este é o objetivo do curso promovido pela Engepower. Direcionadas a engenheiros técnicos e eletricistas, as aulas terão como conteúdo programático: conceitos básicos, tipos de subestações, principais equipamentos de pátio, principais equipamentos da casa de comando, manutenção e operação de subestações, entre outros.
Local:
28 de setembro a 1º de outubro
São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com
MagLev 2014
Descrição
Informações
Realizado desde 1977, o evento tem como intuito favorecer o desenvolvimento da tecnologia de Veículos de Levitação Magnético (MagLev). A 22ª edição do evento, que será realizada no Rio de Janeiro, inaugurará e apresentará para a comunidade internacional o primeiro veículo brasileiro de levitação magnética para transporte urbano, desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o MagLev-Cobra.
Local:
1 a 3 de outubro
Eventos
Uberlândia (MG)
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2539-1214 maglev2014@cmeventos.com.br
9º Congresso Internacional de Bioenergia
Descrição
Informações
Um dos mais importantes fóruns de discussões sobre energias renováveis do Brasil, o Congresso Internacional de Bioenergia, chega em sua nona edição projetando receber mais de mil congressistas participantes vindos de diversos cantos do país e do mundo. A expectativa é de que o número de trabalhos técnicos também aumente, chegando a mais de 400 projetos de pesquisadores, professores, graduandos e analistas.
Local:
8 a 10 de outubro
São Paulo (SP) Contato: (54) 3226-4113 contato@bioenergia.net.br
20ª Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp)
Descrição
Informações
A ser realizada no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP), a Fisp deverá reunir aproximadamente 700 empresas relacionadas ao tema que irão apresentar as novidades na área de segurança e proteção ao trabalhador, entre as quais soluções voltadas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho, vestimentas especiais anti-chama e ferramentas para trabalho como protetores auditivos e faciais, cintas ergonômicas, capacetes, etc. A expectativa é de que 45 mil pessoas visitem o evento.
Local:
15 e 16 de outubro
São Paulo (SP) Contato: www.fispvirtual.com.br
5º Seminário Licenciamento e Gestão Socioambiental no Setor Elétrico
Descrição
Informações
O evento tem como objetivo debater os diversos aspectos envolvendo o licenciamento e a gestão socioambiental no setor elétrico. Na edição deste ano, serão temas de discussão: terras indígenas, áreas de preservação permanente, a exigência do Cadastro Ambiental Rural, regularização fundiária, competências dos órgãos ambientais, além de procedimentos e práticas para o licenciamento e gestão socioambiental de empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
161
Connectwell 103 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br
Fortlight 121 (11) 2087-6000 vendas@fortlight.com.br www.fortlight.com.br
Legrand 25 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br
Real Perfil 39 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br
Conprove 118 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br
General Cable 145 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Líder Rio 59 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com
RM Sarel 29 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br
Altus 47 (51) 3589 9500 www.altus.com.br
Construfios Fios e Cabos 123 (11) 5053-8383 construfios@construfios.com.br www.construfios.com.br
Gimi 131 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br
Luminárias Projeto 110 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br
Romagnole 98 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br
Alubar 73 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net
Copper 100 139 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br
HDA Iluminação Led 7 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br
Magnet 86 e 87 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br
Sarel 81 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br
Alumbra 112 (11) 4393-9300 sac@alumbra.com.br www.alumbra.com.br
Cordeiro 33 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br
Hellermann Tyton 127 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br
Média Tensão 55 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
Sassi Medidores 95 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br
Andra 9 (11) 3855-7000 andra@andra.com.br www.andra.com.br
Corfio 65 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br
Histec 26 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br
Megabrás 22 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Arcoir 114 (11) 2115-7873 arcoir@arcoir.com.br www.arcoir.com.br
Crouse-Hinds by Eaton 41 (15) 3353-7070 vendaschbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br
ICE Cabos Especiais 106 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br
Melfex 150 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br
Schneider Electric Encarte 0800 7289 110 call.center.br@br.schneider-electric.com www.schneider-electric.com.br
Avant 101 www.avantled.com.br
Crimper 122 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br
Agpr5 - Abirush Automação 14 e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br Alpha 115 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www. alpha-ex.com.br
Balestro 24 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br BHS Eletrônica 111 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br
Daisa 57 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Diagnerg 146 (16) 3945-1223 www.diagnerg.com.br
Ideal Industries What’s wrong 11 4314-9930 ideal_brazil@idealindustries.com www.idealindustries.com.br IBT 143 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br IFG 130 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Iguaçumec 78 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br
Mersen 8 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com Montal 132 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br Mon-Ter 20 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
BRVal 92 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br
Dutoplast 31 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br
Brasformer Braspel 142 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br
Eaton 5 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br
Cabelauto 120 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br
Efe-Semitrans 137 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br
Cablena 11 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
Eletromar 141 0800 7242 437 www.hager.com.br
Instrumenti 10 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br
Elos 89 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br
Instrutemp 133 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br
Embramat 13 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br
Intelli 91 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br
Embrata 94 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br
Itaim Iluminação 2ª capa e 3 (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br
Enerbras 93 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br
Kanaflex 117 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br
Enercon 99 (11) 2919-0911 vendas@enercon.com.br www.enercon.com.br
Kienzle 97 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br
Exper 157 (11) 4704-3540 contato@expersolution.com.br www.expersolution.com.br
KRC 116 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Perfil Líder 69 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
LEDSTAR – Unicoba 109 (11) 5078-1914 comercial@ledstar.com.br www.ledstar.com.br
RDI Bender 37 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
Chint 45 (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículo e 43 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 15 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cobremack 105 (11) 4156-5531 SP (71) 3594-1400 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br Cofibam 61 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Condumax 23 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 21 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br
Ilumatic 104 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Induscabos 147 (11) 4636-2211 spvendas@induscabos.com.br www.induscabos.com.br
Naville 77 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br
SEL Engenharia 79 (19) 3515-2040 engenharia@selinc.com www.selinc.com.br Sendi 159 (19) 3756-7348 sendi@cpfl.com.br www.sendi.org.br Sicame 63 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br Strahl 102 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Telbra 113 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br
Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br
Tigre Tubos e Conexões 17 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br
Novemp Fascículo e 35 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
Trael 126 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br
Nutsteel 107 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 6 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 49 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com Paratec 144 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 51 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Pennwell Corporation 155 407-903-5000 Ext. 248 viviane@multimediausa.com
Trafomil 149 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 19 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br Unitron 82 e 83 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br Utiluz 119 (54) 3218-5200 utiluz@utiluz.com www.utiluz.com VR Painéis Elétricos 53 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br Walcenter 151 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br Wetzel 18 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br
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What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Agosto de 2014
O que há de errado?
ação Ilustr
: Ma
. uro Jr
Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.
PREMIAÇÃO Nesta edição, o leitor que mandar a
Resposta da edição 101 (Junho/2014)
resposta mais completa, relatando as não conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será
Diversos leitores identificaram os principais problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor IGOR CAPELO apresentou a resposta mais completa em relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá, como premiação, um alicate amperímetro, um alicate decapador e um conector de torção.
Parabéns a todos os leitores que mandaram suas
respostas e continuem participando!
Confira a resposta correta:
A foto apresenta algumas não conformidades em relação à NBR 5410, dentre as quais destacamos: os eletrodutos utilizados não aparentam atender a nenhuma norma do produto, o que contraria o item 6.2.11.1.1, além de estarem em péssimo estado de conservação; os condutores isolados estão sem proteção do conduto fechado; a presença da tubulação de água logo acima do quadro de distribuição, sem que ele tenha o grau de proteção adequado, não atende ao requisito de 6.2.9.4.1 da NBR 5410.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries: • Alicate amperímetro TightSight 660ACA CAT IV, código 61-764; • Decapador para cabos subterrâneos (PP) 1,5 mm2 a 2,5 mm2, código 45-235. • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial. com.br ou acesse www. osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião! Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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