Ano 9 - Edição 105 Outubro de 2014
Cidades inteligentes Conheça alguns dos projetos de smart grid em andamento no país e quais são as alternativas para mitigar os altos custos de sua implantação
Estudos de transitórios eletromagnéticos em planta eólica Saiba quando modernizar sistemas de automação de usinas hidrelétricas Levantamento mapeia mercado de equipamentos para geração de energia a partir de fontes alternativas
3
Sumário
atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Alécio Barreto Fernandes, Antonio Samuel Neto, Claudio Galdeano, Fernando Ely, Gilberto Grosso, Guilherme Martins, Jacobus W. Swart, Kadu Lemes, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcos Fonseca Mendes, Marcus Possi, Paulo Fernandes Costa Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Snvv|Shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica Distribuição - Correio
Automação de usinas 100 Decisões sobre modernizações de sistemas de automação de unidades geradoras hidráulicas. Quando e por que é hora de modernizar?
Painel de notícias 10 Brasil já é um dos países mais atraentes para investimento em energia renovável; MME aprova diretrizes do leilão de fontes alternativas de 2015; MP fornece incentivos fiscais para equipamentos de geração eólica; Eletrobras negocia empréstimo com banco alemão para ampliar complexo eólico; Itaipu binacional vai modernizar sistema de proteção de barras da usina; Osram disponibiliza aplicativos para auxiliar clientes a desenvolver soluções com Led.
Fascículos 29 Reportagem – Cidades inteligentes 68 Com investimento do P&D e PEE da Aneel, projetos de cidades inteligentes são realizados em diversas cidades do Brasil com o objetivo de testar a tecnologia smart grid para no futuro empregá-la em larga escala.
Energia eólica 76 Análise dos estudos de rejeição de carga em função da incorporação do Complexo Eólico Desenvix Bahia (CEDB) ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Pesquisa – Mercado de equipamentos 86 para fontes renováveis Empresas do setor apontam projetos de infraestrutura, incentivos por força de legislação ou normalização e programas de incentivo de governo como fatores de influência para o desenvolvimento deste mercado em 2014. Expectativa é de que empresas cresçam 21%.
Juliana Iwashita – Iluminação eficiente 118 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 120 Jobson Modena – Proteção contra raios 122 João Barrico – NR 10 124 José Starosta – Energia com qualidade 128 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 130
Dicas de instalação 134 O que diz a Lei sobre a contaminação de equipamentos elétricos por bifenilas policloradas (PCBs).
Referências técnicas 136 Os produtos que devem, necessariamente, possuir certificação do Inmetro.
Espaço IEEE 138 Uma análise sobre a terceira geração de células solares fotovoltaicas, que se caracteriza por ser altamente eficiente, possuir baixo custo/watt e utilizar materiais abundantes e de baixa toxicidade.
Espaço Cigré 140 Ponderações sobre a matriz energética ideal do sistema elétrico brasileiro levando em consideração o binômio segurança x custos.
Ponto de vista 142 Uma análise sobre o mercado de Leds depois da Portaria do Inmetro que determina as especificações técnicas para estes produtos.
Espaço Guia de Normas 114
Agenda 144
Documentação recomendada pela norma ABNT NBR 5419.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Colunistas
What’s wrong here 146
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Michel Epelbaum – Energia sustentável
116
Identifique o que existe de errado na instalação.
Errata Esclarecemos que, na edição 104 (setembro de 2014), na pesquisa sobre distribuição e revenda de materiais elétricos, as tabelas das páginas 98 a 101, referentes às empresas do Estado de São Paulo, foram publicadas com erros. Para facilitar a consulta, essas tabelas estão republicadas nesta edição nas páginas 96 a 99.
Editorial
6
O Setor Elétrico / Outubro de 2014 Capa ed 105_B.pdf
1
10/28/14
9:47 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 9 - Edição 105 Outubro de 2014
Cidades inteligentes Conheça alguns dos projetos de smart grid em andamento no país e quais são as alternativas para mitigar os altos custos de sua implantação
O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 105 – Outubro de 2014
Estudos de transitórios eletromagnéticos em planta eólica Saiba quando modernizar sistemas de automação de usinas hidrelétricas Levantamento mapeia mercado de equipamentos para geração de energia a partir de fontes alternativas
Edição 105
Tão perto e tão longe
Em linhas gerais, as redes inteligentes – ou smart grids – podem ser definidas como infraestrutura elétrica com
amplo suporte de tecnologias de informação e de comunicação e forte presença de fontes alternativas e renováveis de energia. Tema extremamente discutido em diversos seminários e congressos do setor elétrico no Brasil e em todo o mundo, o smart grid depende de diversos fatores para ser colocado em prática, especialmente da boa vontade e do esforço dos agentes do setor.
O grande entrave à sua aplicação é, definitivamente, o alto custo de implantação. Para a construção de uma
rede inteligente, é necessária uma verdadeira reforma no sistema, que inclui desde a instalação de medidores inteligentes, de sensores e de outros mecanismos de comunicação e automação à integração de sistemas de geração a partir de fontes renováveis e a efetiva participação do consumidor, que pode, inclusive, ser um micro ou minigerador de eletricidade.
Paulatinamente, algumas medidas vêm sendo tomadas ao longo dos últimos anos no sentido de promover a
modernização do sistema e contribuir para o desenvolvimento do smart grid, mas ainda é um processo incipiente por aqui. A Resolução Normativa da Aneel nº 482, que estabelece os critérios gerais para a micro e a minigeração, parecia ser o que faltava para este mercado avançar, mas desde sua publicação – em abril de 2012 – pouco evoluímos.
A energia solar é a que tem mais condições de ganhar espaço neste modelo, mas é uma instalação
dispendiosa. Os próximos leilões de energia voltados para as fontes renováveis são a grande esperança do setor para que se crie uma demanda interna. Assim, com o mercado aquecido, a indústria nacional se especializaria e passaria a oferecer boa parte da tecnologia necessária para a construção de uma planta solar fotovoltaica, hoje, praticamente toda importada. Com isso, os preços se tornariam mais acessíveis.
Estes são alguns dos obstáculos a serem transpassados. Enquanto isso, há diversos projetos em testes no
país. A reportagem desta edição mostra os pormenores de quatro desses projetos. Fora do Brasil, existem algumas iniciativas bem sucedidas, mas, de modo geral, pode-se considerar que as redes inteligentes ainda estão no seu nível embrionário.
Em complemento, a pesquisa deste mês traz ainda um recorte do mercado de equipamentos para geração
a partir de fontes alternativas de energia. Fabricantes e distribuidores deste setor estão otimistas e esperam crescimento médio de 21% para este ano.
Boa leitura!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor
Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
www.facebook.com/osetoreletrico
www.twitter.com/osetoreletrico
Coluna do consultor
A energia solar está finalmente sendo levada a sério?
O edital do leilão da Aneel está aprovado e o preço teto fixado em R$ 262 por MWh. Espera-se a
contratação de projetos desde 500 kW a 1000 MW, valores típicos da maioria dos projetos experimentais que vem sendo instalados no Brasil. Foram cadastrados 400 projetos com 10.790 MW totais. No mesmo edital de leilão de energia de reserva foram também cadastrados projetos eólicos e de biomassa. A previsão para início da geração desta energia renovável é outubro de 2017.
Espera-se que, com o sucesso deste leilão, os projetos de geração PV (fotovoltaica) mereçam
melhor tratamento como mais uma fonte de geração de energia sem emissão de gases de efeito estufa. Para aqueles que consideram que o petróleo, mesmo o do pré-sal, deveria simplesmente não sair de onde esteve nos últimos milênios, a busca pela limpeza da matriz energética é pelo menos uma esperança e quem sabe viveremos ainda os dias de “emissão zero”.
Alemanha: exemplo a ser seguido
Na sequência do desastre na usina nuclear de Fukushima no Japão, a Alemanha decidiu
simplesmente desligar suas usinas nucleares e incentivar o uso de outras fontes sem emissão e a eficiência energética.
No ultimo 9 de junho, a Alemanha contabilizou 50,6% de sua demanda de pico gerada por fontes
fotovoltaicas em função dos esforços efetuados em políticas sustentáveis e, sobretudo, que motivam os consumidores a investirem na tecnologia.
E por aqui Aqui no Brasil, apesar dos esforços da Aneel para permitir e regular a conexão de sistemas fotovoltaicos em paralelo com a rede, destravando um grande empecilho técnico, nossos Estados, à exceção de Minas Gerais, discutem se o pagamento do ICMS pode ser efetuado pela diferença da energia gerada e consumida ou por ambas. Em outras palavras, desejam nossos legisladores fiscais que tanto a energia gerada pelos painéis solares como aquela regularmente consumida da rede sejam objeto de cobrança de ICMS. Nunca, até os mais incrédulos, poderiam imaginar que pagaríamos impostos pelo uso do sol, SIM, IMPOSTO PELO USO DO SOL!
Sob os aspectos técnicos, esta nova geração distribuída merece especial atenção considerando os
diversos aspectos envolvendo instalações elétricas adequadas, os sistemas de controle e de proteção, os cuidados com a qualidade de energia e a eficiência energética.
Que a divindade egípcia “Rá” (Deus do sol) não se enfureça com a cobrança pleiteada e que nossos
legisladores sejam iluminados pelos outros deuses.
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Brasil já é um dos países mais atraentes para investimento em energia renovável Informação consta no Renewable Energy Country Attractiveness Index, ranking da Ernst & Young (EY), que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países
O Brasil já é o nono país mais atraente para investimentos
em energia renovável, revelou no início de outubro a nova edição do Renewable Energy Country Attractiveness Index, ranking da Ernst & Young (EY) que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países. O país subiu uma colocação em relação ao último levantamento trimestral feito pela EY. Na ocasião, o Brasil havia alcançado pela primeira vez o Top 10.
A lista traz a China na primeira colocação, seguida pelos
Estados Unidos, Alemanha e Japão. No ranking separado por fontes energéticas, o Brasil ficou na segunda posição em atratividade hidrelétrica (principal matriz energética nacional), quarto em biomassa, sexto em energia eólica em terra e nono em energia solar.
De acordo com o diretor de consultoria em sustentabilidade
No ranking separado por fontes energéticas, o Brasil também ficou em nono lugar em atratividade para investimentos em energia solar.
da EY, Mário Lima, um dos principais motivos que fizeram o Brasil alcançar essa posição no ranking foi a crise enfrentada com a geração hídrica, em razão da seca que castiga a região Sudeste há mais de dois anos. Por conta disso, acredita Lima, o governo brasileiro teve de mudar, por exemplo, sua estratégia em relação à energia solar. O leilão exclusivo para energia solar, com previsão para ser realizado no final de outubro, é prova disso.
Lima está otimista com o mercado de energia solar no Brasil. Ele ainda vê barreiras burocráticas e imprevisibilidade na regulamentação, o que dificulta
investimentos, mas acredita que empreendedores devam instalar usinas solares em parques eólicos existentes para reduzir custos operacionais. Além disso, segundo o diretor, os investimentos do governo devem fazer com que o preço da energia caia pela metade em quatro ou cinco anos.
Em relação à energia eólica, a EY vê a exigência elevada em porcentagem do conteúdo local para a concessão de financiamento do BNDES como um grande
obstáculo para o desenvolvimento dessa fonte no país. O gargalo logístico seria outra grande questão a ser resolvida, a fim de acomodar a geração de 22,4 GW
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Para Governo, há sobra estrutural de energia Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico avaliou em 4,8% o risco de faltar energia nas regiões Sudeste e Centro-oeste em 2015
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME) avaliou no início do mês de outubro que o setor elétrico
“apresenta-se estruturalmente equilibrado”. Os motivos, segundo o comitê, passam pela ampliação da capacidade de geração e transmissão com novas usinas, linhas e subestações em fase de conclusão.
Segundo o CMSE, há uma “sobra estrutural” de cerca de 6.600 megawatts médios para atender à carga prevista de 65.800 MW em 2014. “Embora as principais
bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável no período úmido deste ano, o Sistema Interligado Nacional dispõe das condições para o abastecimento no país”, explicou nota do comitê.
O comitê calculou em 4,8% o risco de faltar energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste em 2015. O critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política
Energética estabelece um risco máximo de 5%. No balanço anterior, o risco para a região era avaliado em 4%. No caso da Região Nordeste, o risco é estimado em 0,5%. (Com informações da Agência Brasil)
Barco movido a energia solar é criado em Santa Catarina Desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), embarcação auxiliará pesquisas do Instituto Ekko Brasil (IEB) e receberá turistas na região da Lagoa do Peri
O Instituto Ekko Brasil (IEB), em parceria com o Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com financiamento
do CNPq, acaba de lançar o primeiro barco brasileiro que usa energia solar a ser utilizado para trabalhos de pesquisas, mobilização social e educação ambiental.
O projeto surgiu da necessidade do IEB de uma embarcação não poluente e silenciosa para monitorar as lontras na Lagoa do Peri (SC). Ela auxiliará no trabalho
dos pesquisadores do Instituto em estudos da biodiversidade e conservação de ecossistemas e espécies ameaçadas da região.
Ao longo do dia, a embarcação ficará exposta ao sol enquanto os módulos solares fotovoltaicos, que servem também de cobertura do barco, carregam as baterias
que fazem funcionar quatro motores elétricos instalados na popa da embarcação. “O projeto de uma embarcação com sistema de propulsão elétrico alimentado por energia solar fotovoltaica é uma aplicação ideal desta tecnologia solar, dispensando os custos de manutenção e combustível associados aos motores a combustão, além dos benefícios indiscutíveis quanto à redução dos impactos ambientais, explicou o professor Ricardo Rüther, da UFSC.
A Lagoa do Peri é uma Unidade de Conservação (UC) municipal onde é proibida a navegação de embarcações movidas a motores de combustão. Em parceria, a
Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) também fará uso do barco para pesquisas. O Instituto Ekko Brasil possui uma base de pesquisa situada na lagoa do Peri que abriga o Refúgio Animal, um criadouro científico, onde são realizadas pesquisas com lontras e iraras, além de abrigar um Centro de Visitação e Educação Ambiental, e um centro de Recuperação e Conservação de Animais Selvagens, único no Brasil.
Painel de mercado
14
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Distribuidoras têm dois meses para transferir ativos de IP aos municípios Cerca de 1.800 municípios ainda não assumiram os ativos de iluminação pública. Prazo se encerra em 31 de dezembro
No dia 31 de dezembro deste ano, se encerra o prazo para
que as distribuidoras concluam o processo de transferência dos ativos de iluminação pública (IP), conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até agora, dos 5.564 municípios brasileiros, 3.755 assumiram os ativos, ou seja, ainda faltam 1.809 – 32,51% do total. Os estados mais críticos são Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Ceará.
A Agência já prorrogou o prazo para a transferência duas
vezes e entende que não se trata mais de uma questão de tempo, por isso, não haverá uma nova postergação. “A proposta deverá ser considerada como a última concedida e, assim, as distribuidoras e os municípios devem se antecipar o máximo possível nesse processo para garantir a transferência dentro do prazo agora estipulado”, afirmou o diretor geral da Agência, Romeu Rufino. Mesmo que os prefeitos não realizem os procedimentos necessários para a transferência até a data estabelecida, a
Para Aneel, o processo será mais simples para os municípios de médio e grande porte, pois apresentam maior número de pontos de IP, tornando-se mais atrativos aos prestadores desses serviços nos processos licitatórios, caso optem pela contratação de terceiros.
responsabilidade deixará de ser da distribuidora a partir do dia 1º de janeiro de 2015.
Segundo a Aneel, com a transferência, os municípios passam a ter maior controle sobre essas operações e podem planejar melhor a ampliação e o alcance dos
serviços em suas áreas. Outro benefício é que, com a gestão dos ativos, o município pode contar com uma redução de aproximadamente 9,5% na tarifa de energia elétrica utilizada pela iluminação pública.
A transferência dos ativos é baseada na Constituição Federal (CF) de 1988 que define a iluminação pública como responsabilidade do município e possibilita a
instituição da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), que por sua vez, pode ser arrecadada por meio da fatura de energia elétrica.
As mudanças para os municípios que assumirão esses ativos dependerão da existência da CIP e do valor arrecadado. Os municípios que já têm a CIP deverão
avaliar se a arrecadação é suficiente para fazer frente a todas as despesas com a IP. Se o município dimensionou a CIP somente para o custeio do consumo de energia, ao assumir a manutenção e operação desse sistema, precisará aumentar a arrecadação.
Para os municípios que não criaram ou que não vão criar a CIP por uma decisão local, há a opção de arrecadar os recursos por meio do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU).
Painel de produtos
16
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Prensa-cabos
Transmissor de sinais
www.sob-brasil.com
www.novus.com.br
O prensa-cabos KVT 80 Atex, fabricado pela Icotek, na Alemanha, é
Lançado pela Novus, o DigiRail-VA é
produzido de policarbonato e atende à temperatura de -30 °C a +90 °C.
um transmissor de sinais relacionados à
corrente alternada (monofásica) capaz
São prensa-cabos de divisão projetados para o encaminhamento e
vedação IP 54 em cabos pré-terminados (com os conectores já montados),
de medir as seguintes grandezas: tensão
destinados ao uso em atmosferas potencialmente explosivas (Atex), em
True-RMS, corrente True-RMS, potência
conformidade com a norma EN 60079-0.
real, potência aparente, potência reativa,
frequência e fator de potência.
Livre de halogênio e sem silicone, o produto é aplicável para todas as
espessuras de parede entre 1,5 mm e 10 mm. No Brasil, o prensa-cabos é
Os valores medidos podem ser lidos
comercializado pela SOB.
através da sua interface RS485/Modbus RTU e podem ainda ser retransmitidos simultaneamente por meio de suas saídas 4-20 mA e 0-10 V.
O DigiRail-VA é indicado para medição de grandezas AC em máquinas e em instalações monofásicas.
De acordo com a empresa, a montagem é rápida e fácil a partir da parte frontal.
Alicate terrômetro
Cabos de média tensão
www.minipa.com.br
www.induscabos.com.br
Desenvolvido pela Minipa, o alicate
Desenvolvidos já na nova planta industrial
terrômetro ET-4310, de alta precisão e
da Induscabos, destinada à fabricação de
confiabilidade, é indicado para medir a
cabos isolados até a classe de 69 kV, os
resistência de determinado eletrodo que faz
cabos Epronax Slim 105 °C são a novidade da
parte um sistema de aterramento complexo.
fabricante.
Faz indicação direta de resistência de laço
de terra de 0,01 ohms a 1.000 ohms, de
NBR 7286, os cabos de potência contam
pequenas correntes de fuga a partir de 1 mA
com isolação sólida extrudada de borracha
e de correntes de neutro de até 30 A.
etilenopropileno (EPR) para tensões de 1 kV
a 35 kV. De acordo com a empresa, o produto
A ferramenta possui garra de medição
Projetados e testados conforme a ABNT
com abertura de 30 mm, auto desligamento
possui comprovada rigidez dielétrica, que
configurável, iluminação do display, alarme
admite temperatura no condutor em regime
programável para medições rápidas e
normal de até 105 ºC, elevando a capacidade
memória interna para até 30 registros,
de corrente em até 15% quando comparado
facilitando assim as inspeções em campo.
com os cabos tradicionais. O Cabo Epronax
Além disso, segundo a empresa, é um
Slim 105 atende a exigências específicas de instalações, como: imersão parcial
instrumento que não necessita de eletrodos
ou total em água, proteção contra esforços mecânicos no sentido radial ou
auxiliares e permite detectar rapidamente
longitudinal, proteção contra roedores, resistência à propagação de chamas e
a existência de conexões inadequadas e contatos de má qualidade nas instalações elétricas, garantindo a eficiência do sistema de aterramento.
A ferramenta é capaz de detectar conexões inadequadas e contatos de má qualidade nas instalações.
Os cabos estão disponíveis em seções de 25 mm² a 630 mm².
reduzida emissão de gases tóxicos.
Os cabos são indicados para aplicações no transporte de grandes blocos de
potência em sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica de concessionárias, de plantas industriais e de circuitos de interligação entre geração e transformação.
Painel de normas
18
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
MME aprova diretrizes do leilão de fontes alternativas de 2015 Serão negociados contratos na modalidade por disponibilidade de energia elétrica, com prazo de suprimento de 20 anos, diferenciados por fontes: para eólica ou termelétrica a biomassa
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no último dia 20 de outubro, no Diário Oficial da União
(D.O.U), a Portaria MME nº 563, que estabelece as diretrizes para o próximo leilão de fontes alternativas, que deve acontecer em 10 de abril de 2015.
A MP estabelece que, no 1º Leilão de Fontes Alternativas, de 2015, serão negociados Contratos de
Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) na modalidade por disponibilidade de energia elétrica, com prazo de suprimento de 20 anos, diferenciados por fontes, para empreendimentos de geração a partir de fonte eólica ou termelétrica a biomassa.
Os contratos de comercialização terão diferentes inícios de suprimento dependendo do tipo de fonte: para
empreendimento a partir da fonte termelétrica a biomassa nova ou existente, o fornecimento está previsto para 1º de janeiro de 2016; e para novos empreendimentos de geração a partir de fonte termelétrica a biomassa e novos empreendimentos de geração a partir de fonte eólica, o suprimento deve começar no dia 1º de julho de 2017.
A medida destaca ainda que no final do certame será utilizado, como critério de classificação, o preço
do lance e a capacidade de escoamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) para os empreendimentos de geração novos com entrega em 1º de julho de 2017. A capacidade de escoamento da rede de transmissão e sua posterior utilização para classificação dos lances do leilão serão definidas por meio de notas técnicas publicadas futuramente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Para participar do leilão de fontes alternativas de 2015, os empreendedores interessados deverão
solicitar o cadastramento dos respectivos projetos com a EPE, protocolando os documentos necessários até às 12h do dia 14 de novembro deste ano.
MP fornece incentivos fiscais para equipamentos de geração eólica A Medida Provisória 656 reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins na compra e na importação dos componentes dos aerogeradores
A fim de desenvolver ainda mais a cadeia produtiva do setor eólico no Brasil, a Presidência da República
instituiu no dia 7 de outubro a Medida Provisória (MP) 656, que, entre outras providências, reduz a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes utilizadas em aerogeradores usados na produção de energia eólica. Até o momento, somente os geradores produzidos nacionalmente apresentavam esse tipo de isenção, mas não as peças empregadas em sua fabricação.
A participação da energia eólica na matriz elétrica brasileira vem crescendo rapidamente nos últimos
anos. Para se ter uma ideia, em 2009, eram apenas 600 MW instalados, na atualidade, já são 5 GW. O aumento da importância da fonte para o país se deve em grande parte a incentivos governamentais, como o Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e os certames de energia nova com mais ênfase em empreendimentos de energia eólica.
Outros incentivos do governo à indústria da energia eólica vêm por meio do BNDES que financia,
via Finame, fabricantes de aerogeradores que se comprometam a ampliar de maneira progressiva os componentes locais de seu processo produtivo.
Painel de normas
20
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
ABNT publica dez novas normas técnicas Isoladores para linhas aéreas Com 61 páginas, a norma ABNT NBR 5032:2014, intitulada “Isoladores para linhas aéreas com tensões acima de 1.000 V – Isoladores de porcelana ou vidro para sistemas de corrente alternada”, foi publicada no dia 15 de outubro deste ano. O documento, como o próprio título diz, aplica-se a isoladores de porcelana ou de vidro para linhas áreas de sistemas elétricos de potência, em corrente alternada, mas também para sistemas de transporte à tração elétrica, com tensões nominas acima de 1.000 V e frequência abaixo de 100 Hz.
Buchas para tensões alternadas Intitulado “Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV”, a norma ABNT NBR 5034:2014, publicada no dia 9 de outubro último, estabelece os requisitos para dois tipos de buchas: as destinadas para sistemas trifásico de tensão nominal superior a 1 kV e frequência nominal de 60 Hz; e as fornecidas em separado para usos em instalações elétricas e em equipamentos, tais como transformadores e outros.
Dispositivos de manobra, controle e proteção de sistemas de potência Publicada também no dia 9 de outubro, a ABNT NBR 5175:2014 tem como título “Número das funções dos dispositivos de manobra, controle e proteção de sistemas de potência – Codificação”. Ou seja, este texto normativo estabelece um código numérico para identificação das funções dos dispositivos de manobra, controle e proteção de sistemas de potência, para ser utilizado nos esquemas de sistemas e instalações elétricas (unifilares, multifilares, simplificado, etc.), bem como nas especificações, livros de instruções e outras publicações, listagem de materiais e outros.
Atmosferas explosivas Trata-se da parte 31 da norma ABNT NBR IEC 60079:2014 e diz respeito à proteção de equipamento contra ignição de poeira por invólucro “t”. Ela é aplicável aos equipamentos elétricos protegidos por invólucros e com limitação de temperatura de superfície para utilização em atmosferas de poeiras combustíveis. Além disso, especifica requisitos para o projeto, construção e ensaios de equipamentos elétricos e componentes Ex. A norma foi publicada no dia 8 de outubro.
Equipamento de tecnologia de informação O objetivo da norma ABNT NBR IEC/CISPR 24: 2014, que entrou em vigor no dia 8 de outubro, é estabelecer os requisitos que irão fornecer um nível adequado de imunidade intrínseca, de modo que o equipamento de tecnologia de informação opere como pretendido em seu ambiente. Com 40 páginas, a publicação define os requisitos de ensaio de imunidade para equipamentos dentro de sua abrangência com relação às perturbações conduzidas e radiadas, contínuas e transitórias, incluindo descargas eletrostáticas (ESD).
Isolador tipo castanha “Isolador tipo castanha – Dimensões, características e procedimentos de ensaio” é o título da ABNT NBR 6248:2014 publicada no último dia 6 de outubro. O documento especifica as dimensões, as características mínimas exigíveis e os ensaios para isoladores tipo castanha, com dielétrico de porcelana, para utilização em sistemas de corrente alternada, com tensão nominal superior a 1.000 V e frequência abaixo de 100 Hz, para uso externo.
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
21
Isolador tipo roldana de porcelana ou de vidro Em vigor desde o dia 6 de outubro de 2014, a norma ABNT NBR 6249:2014 especifica as dimensões, as características mínimas exigíveis e os ensaios para isoladores tipo roldana, com dielétrico de porcelana ou vidro, para utilização em sistemas de corrente alternada, com tensão nominal superior a 1.000 V e frequência abaixo de 100 Hz para uso externo.
Dispositivos de manobra e controle de baixa tensão Foram publicadas no último dia 24 de setembro duas partes da ABNT NBR IEC 60947:2014, que trata de “Dispositivos de manobra e controle de baixa tensão”. A parte 5-1 aplica-se aos dispositivos para circuitos de comando e elementos de comutação destinados a comandar, sinalizar, intertravar etc. os dispositivos de manobra e comando. E a parte 5-5 indica as especificações detalhadas referentes à construção elétrica e mecânica dos dispositivos de parada de emergência com travamento mecânico e seus ensaios.
Células de lítio – íon secundárias para propulsão de veículos elétricos Entrou em vigor, em 23 de setembro, a norma ABNT NBR IEC 62660 – 1: 2014 sobre “Células de lítio-íon secundárias para propulsão de veículos elétricos rodoviários”. A par te 1 da referida norma especifica os ensaios de desempenho e vida de células lítio-íon secundárias utilizadas para propulsão de veículos elétricos, incluindo veículos elétricos a bateria (VEB) e veículos elétricos híbridos (VEH).
Projetos para cabos e reatores estão em consulta nacional Cabos para-raios com fibras ópticas (OPGW)
Aberto para consulta até o dia 29 de novembro, o projeto ABNT NBR 14074 estabelece os
métodos de ensaios e os requisitos técnicos mínimos para fabricação dos cabos para-raios com fibras óticas (OPGW) utilizados de preferência em linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. A norma também abrange os cabos para-raios com fibras óticas, constituídos por uma ou mais unidades óticas protegidas e envolvidas por uma ou mais camadas de fios metálicos.
Cabos de fios de cobre com núcleo de alumínio, nus, para fins elétricos
Elaborado pela Comissão de Estudo de Condutores Bimetálico (CE-03:020.14) do Comitê Brasileiro
de Eletricidade (ABNT/CB-03), em reuniões realizadas nos dias 17 de janeiro e 13 de junho de 2013 e 20 de março de 2014, o Projeto 03:020.14-002 poderá receber sugestões no site da ABNT até o dia 30 de novembro. O projeto diz respeito à norma que especifica os requisitos para cabos de fios de cobre com núcleo de alumínio, nus, nas condutividades de 66% IACS.
Reator e ignitor para lâmpada a vapor metálico (halogenados)
O projeto ABNT NBR 14035, intitulado “Reator e ignitor para lâmpada a vapor metálico (halogenados)
– Requisitos e ensaios”, ficará em consulta pública até o dia 2 de dezembro. O documento traz os requisitos mínimos exigíveis para os reatores e ignitores para lâmpadas a vapor metálico alta pressão, de maneira a assegurar o desempenho correto das lâmpadas e o método pelo qual são ensaiados.
De acordo com a ABNT, a norma se aplica somente a reatores indutivos usados em corrente
alternada senoidal de 60 Hz, em circuitos paralelos aéreos ou subterrâneos e no documento não constam as características elétricas de todos os tipos de lâmpadas da IEC 61167, por não estarem disponíveis atualmente no mercado.
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Eletrobras negocia empréstimo com banco alemão para ampliar complexo eólico O banco de fomento alemão KfW Bankengruppe aportará 66 milhões de euros para a construção de três novas usinas em Cerro Chato, no Rio Grande do Sul
A Eletrobras contratou empréstimo no valor de mais de 66 milhões de euros com o banco de fomento
alemão KfW Bankengruppe para investimentos em projetos de geração eólica da Eletrosul. Os recursos serão destinados para a segunda ampliação do Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e cobrirão 80% do orçamento total da obra, que será de aproximadamente R$ 270 milhões. A autorização para o empréstimo veio da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A expectativa é que o contrato seja firmado em 2015.
A segunda ampliação de Cerro Chato consistirá na construção de três novas usinas: Coxilha Seca, Capão do
Inglês e Galpões. Os três novos empreendimentos acrescentarão 48 MW de capacidade instalada ao complexo, que já apresenta 128 MW em operação e 40 MW em fase final de implantação. Esta primeira etapa de construção do complexo demandou investimentos de cerca de R$ 860 milhões. Conforme a Eletrobras, o empreendimento terá ao todo 216 MW de potência instalada e capacidade para abastecer mais de 1 milhão de habitantes.
Sobre a negociação envolvendo a instituição financeira alemã e a Eletrobras, o gerente de projeto
principal do setor financeiro e energia da KfW na América Latina e Caribe, Karim Ould Chih, esse será o primeiro projeto que o banco financiará no Brasil por meio de operação direta com a concessionária. De acordo com Chih, o empréstimo está previsto no Programa Aberto, que está sendo articulado em conjunto com o Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), e tem orçamento de 100 milhões euros. “O valor poderá ser direcionado à Eletrosul para projetos de geração eólica e solar fotovoltaica”, destacou o gerente.
Eaton nacionaliza produção de equipamentos para o setor de petróleo e gás Empresa começará a fabricar no fim deste ano equipamentos hidráulicos e elétricos em quatro unidades localizadas no Estado de São Paulo
A Eaton está investindo na nacionalização da produção de seus equipamentos hidráulicos e elétricos,
pensando no potencial brasileiro para exploração e produção de petróleo e gás, ainda mais com a reserva de pré-sal. De acordo com a empresa, os projetos abrangem quatro unidades localizadas no Estado de São Paulo e serão executados neste e no próximo ano.
Até o fim de 2014, a fábrica do grupo hidráulico, localizada em Guaratinguetá, iniciará a produção de
mangueiras de alta pressão para aplicação “subsea”, equipamento que até então era fabricado pela Eaton apenas nos Estados Unidos. A unidade de Guarulhos, por sua vez, fabricará cilindros de grande porte para sistema de compensação de movimento de sondas de perfuração, que antes eram produzidos na Holanda.
Já no ano de 2015, será iniciada a nacionalização da produção dos equipamentos do grupo elétrico da
empresa. Com o desenvolvimento de luminárias Led para uso em refinarias e plataformas de petróleo, em Votorantim, e a fabricação de Centro de Controle de Motores (CCM) de baixa tensão linha CXH, que atenderão aos requisitos da área de óleo e gás e poderão ser aplicados em refinarias.
Ainda com foco no desenvolvimento do setor de óleo e gás no Brasil, a Eaton irá inaugurar até o fim
deste ano um Centro de Serviços, na cidade de Macaé (RJ), reconhecida como centro de petróleo e gás. O estabelecimento terá como intuito oferecer suporte técnico e comercial, bem como serviços de reparo – nas áreas de hidráulica, filtração e elétrica – para as empresas do segmento.
Painel de empresas
24
Itaipu binacional vai modernizar sistema de proteção de barras da usina Empresa fechou contrato de R$ 2 milhões com a SEL, que substituirá os painéis para proteção de barras em 500 kV existentes por dispositivos inteligentes digitais
A Itaipu Binacional firmou
um contrato de R$ 2 milhões com a SEL para modernizar o seu sistema de proteção de barras, responsável pela distribuição de potência gerada para as linhas de transmissão de energia. Serão substituídos os painéis para proteção de barras em 500 KV existentes por dispositivos inteligentes digitais, capazes de identificar e minimizar erros e consequente colapso do sistema elétrico. O projeto de atualização se estenderá até 2017.
A expectativa é de que o novo sistema contribua positivamente para os altos índices de confiabilidade de Itaipu.
Trata-se de uma ação preventiva, diz o superintendente de Engenharia de Itaipu,
Jorge Habib Hanna El Khouri, pois as proteções eletromecânicas das barras de 500 kV já estão no fim de sua vida útil. A expectativa, segundo ele, é que o novo sistema contribua de modo positivo com os altos índices de disponibilidade e confiabilidade que a hidrelétrica tem mantido ao longo do tempo.
Para El Khouri, um dos grandes desafios do projeto será cumprir o rigoroso
planejamento para substituições dos relés anteriores na forma e tempo programado. O gerente de vendas da SEL, Betholdo Hoffmann, explica que pela alta complexidade a transição dos relés eletromecânicos para os dispositivos inteligentes digitais será gradual e ágil, feita com remanejamento de carga em um período no qual a dependência da usina não seja crítica. “O trabalho será realizado em conjunto com equipes da SEL e da Itaipu e com testes, ensaios e simulações rigorosas para que os ajustes ocorram antes do comissionamento e entrada do novo sistema em operação”, explica o gerente.
Sobre o novo relé de proteção diferencial que será instalado no sistema,
Hoffmann destaca que ele dispõe de modernos recursos de registros e sequenciamento de eventos, bem como registro oscilográficos para “armazenar” os distúrbios e facilitar o rastreamento de eventuais problemas ocorridos nas barras.
Fazem parte dos serviços que serão realizados pela SEL, os testes em
Simulador Digital de Tempo Real, que permitirá modelar o sistema de Itaipu e simular as condições reais de falta e curto-circuito, para minimizar problemas antes da implantação definitiva. A empresa fornecerá também para Itaipu dois painéis de engenharia, Testes de Aceitação em Fábrica (TAF), Testes de Aceitação em Campo (TAC), projeto, instalação e treinamentos para a equipe da usina.
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
25
Osram disponibiliza aplicativos para auxiliar clientes a desenvolver soluções com Led No Led Information Base (LIB), por exemplo, estão disponíveis, de maneira prática e de fácil acesso, textos e ilustrações presentes em manuais e datasheets dos mais diversos produtos de Led da empresa
A Osram Opto Semicondutores está
oferecendo uma série de aplicativos com o objetivo de auxiliar seus clientes no desenvolvimento de soluções adequadas de iluminação. No link https://apps.osram-os.com/, o usuário encontra as informações básicas sobre o Led por meio do programa Led Information Base (LIB). Nele estão disponíveis, de maneira prática e de fácil acesso, textos e ilustrações presentes em manuais e datasheets dos mais diversos produtos de Led da empresa.
Por meio do link http://www.ledlight.
osram-os.com/PASS/, o usuário acessa ao Opto Semiconductors Premium Supor te (Pass), que oferece serviços às empresas comerciais, além de conhecimentos de engenharia de aplicação, recursos e trabalhos de laboratório para iluminação. Esta ferramenta especificamente é direcionada a engenheiros para auxiliá-los na elaboração de projetos de todos os tamanhos, abrangendo serviço de prototipagem, sistema de metrologia (pesar, medir, comparar) e simulação de dados de componentes de Led.
Outra importante ferramenta oferecida pela
Osram é a Led Light for You (LLFY). Acessada pelo link http://www.ledlightforyou.com/en-index. php. O instrumento é ideal para empresas e profissionais, como designers e arquitetos que pretendem realizar projetos de Led para iluminação geral. O diferencial da ferramenta é que, por meio dela, os clientes podem se conectar com especialistas do setor para realizar e otimizar projetos e sistemas de Led.
Painel de empresas
26
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Copel comemora 60 anos com investimentos em geração e transmissão de energia Concessionária voltou a construir usinas hidrelétricas, tem apostado forte nas fontes eólicas, na exploração de petróleo e gás e quer dobrar sua malha de transmissão nos próximos anos.
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) completou
no último dia 26 de outubro 60 anos de existência e tem muito o que comemorar. De acordo com o presidente da empresa de energia, Lindolfo Zimmer, os últimos quatro anos marcaram uma “revolução” na gestão da Copel. “Voltamos a construir usinas, com uma forte aposta nas fontes eólicas, e a participar de leilões de transmissão, além de estrearmos no promissor mercado de gás natural, aproveitando todas as boas oportunidades de receita que pudemos encontrar no setor energético”, diz o executivo. Toda essa mudança demandou investimentos da ordem de R$ 8 bilhões nos últimos anos. A expectativa é de que mais R$ 10 bilhões sejam investidos nos próximos quatro anos.
A revolução na Copel começou com uma reestruturação
organizacional da empresa que delimitou as áreas de negócios em subsidiárias sob controle de uma holding. “A
Participação da Copel nos leilões do governo deve somar a sua malha nos próximos anos 2.759 km aos 2.241 Km que já tem em operação.
divisão foi resultado de um bem-sucedido processo que reorganizou nossa gestão, conferindo mais agilidade às decisões e reduzindo nossos custos operacionais”, afirma Zimmer, destacando que o sucesso da nova diretriz pode ser confirmado pelo balanço financeiro apresentado entre 2011 e 2013: R$ 25, 5 milhões de receita e R$ 3 milhões de lucro.
No que diz respeito aos investimentos em geração e transmissão, a Copel salienta a conclusão da Usina Mauá, em Telêmaco Borba, e o início da construção da
usina de Colíder no Mato Grosso, que marcaram o retorno da concessionária paranaense aos grandes empreendimentos hidráulicos. O último grande investimento da empresa deste porte havia sido a Usina Caxias, inaugurada há 15 anos. Além disso, a empresa tem duas hidrelétricas e 19 centrais eólicas entre obras e construção e projetos em carteira, que acrescentarão 1,256 MW a seu parque gerador nos próximos dois anos
Na área de transmissão, a participação ativa da Copel – tendo em como principal parceira a empresa chinesa State Grid - nos leilões promovidos pelo governo
desde 2012, deve somar a sua malha nos próximos anos 2.759 km aos 2.241 Km que já tem em operação.
Para gerir os negócios referentes à energia eólica, a Copel criou em 2013 uma subsidiária específica chamada Copel Renováveis S/A, responsável na atualidade
por administrar as 19 centrais eólicas já concluídas, em instalação, ou em projeto, reunidas em quatro grandes complexos no Rio Grande do Norte, a 3 mil quilômetros de sua sede. Conforme a Copel, os complexos demandarão aportes financeiros de R$ 2 bilhões e somarão juntos 700 MW de capacidade instalada, o suficiente para atender 1,5 milhão de residências.
Com o intuito de aproveitar todo o potencial energético que o estado do Paraná oferece, a Copel criou em setembro deste ano a Paraná Gás, que desenvolverá
atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural convencional em blocos da Bacia do Paraná, na região Oeste do Estado.
História
Na década de 1950, época em que foi criada a Copel, o estado do Paraná enfrentava uma situação peculiar. Ele tinha que ser desligado à noite, por duas razões:
os geradores não contavam com potência suficiente para atender a todos e era preciso economizar combustível, o diesel, que era muito caro.
Passado mais de 60 anos, a situação é bem diferente, e a Copel possui uma infraestrutura capaz de atender a todos os paranaenses de dia e à noite. A empresa
apresenta um parque gerador de eletricidade próprio composto de 21 usinas, sendo 18 hidrelétricas, cuja potência instalada totaliza 4.754 MW e que responde pela produção de 4% de toda eletricidade consumida no Brasil; um sistema de transmissão com quase 2,2 mil km de linhas, 350 subestações e 188 mil km de linhas de distribuição – a terceira maior rede de distribuição do Brasil, segundo a Copel.
A concessionária estatal atende 4,2 milhões de unidades consumidoras em todo o estado: 3,4 milhões de lares, 91 mil indústrias, 356 mil estabelecimentos
comerciais e 373 mil propriedades rurais. Nas áreas urbanas, se percentual de atendimento é de 100% e nas zonas rurais é de um pouco mais de 99%.
27
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Ambev substitui combustível fóssil por biomassa Meta da companhia é ter 40% da matriz energética calorífica composta por biomassa até o final de 2017
A companhia de bebidas Ambev está expandindo o uso de biomassa como fonte
de energia em suas operações no Brasil e também na América Central. Nos últimos três anos, a utilização desta fonte aumentou aproximadamente 8% e hoje representa 37,2% do total. Com isso, o uso de combustível fóssil caiu 9% no mesmo período. O objetivo da companhia é ter 40% da sua matriz energética calorífica composta por esse tipo de combustível até o final de 2017. A utilização de biomassa permitiu que, apenas no ano de 2013, a companhia deixasse de lançar 24 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Esta quantidade corresponde ao volume de CO2 absorvido por 147 mil árvores.
Atualmente, nove fábricas da Ambev no Brasil já utilizam biomassa. São elas,
Lages (SC), Viamão (RS), Equatorial (MA), Cuiabá (MT), Cebrasa (GO), Agudos (SP), Teresina (PI), Juatuba (MG) e Itapissuma (PE). No Piauí e no Maranhão, por exemplo, as caldeiras queimam a casca do coco de babaçu. Em Viamão, o combustível é a casca do arroz. E, nas demais unidades, o produto é o cavaco de madeira. Em algumas
O uso da biomassa permitiu que, em 2013, a Ambev deixasse de lançar 24 mil toneladas de CO2 na atmosfera.
fábricas, como as de Agudos (SP) e Juatuba (MG), 100% do vapor é gerado com esta fonte de energia. Nos próximos meses, a empresa irá inaugurar duas novas unidades e ambas nascerão utilizando fontes de energia renovável para geração de vapor. Tanto em Ponta Grossa, no Paraná, quanto Uberlândia, em Minas Gerais, a geração de energia calorífica por meio de biomassa corresponderá a 95% do consumo de combustível das fábricas.
A Ambev está levando também a tecnologia para a sua fábrica na República Dominicana, na América Central. A empresa acaba de inaugurar no país uma planta de
geração de vapor à base da queima de bagaço de malte desidratado. Com isso, 27% do gás consumido na fábrica foi substituído por biomassa. A caldeira instalada na unidade tem capacidade para gerar 12 toneladas de vapor saturado por hora, o equivalente a 600 quilowatts de energia.
Painel de empresas
28
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Weidmüller Conexel transfere suas operações para prédio greenbuilding Na nova edificação, localizada em Diadema (SP), a empresa espera reduzir em até 30% e 20% a conta de água e de energia elétrica, respectivamente
Empresa que fornece produtos e
serviços na área de conexões elétricas e interfaceamento eletrônico para automação industrial, a Weidmüller Conexel transferiu recentemente suas operações para um prédio com conceitos greenbuilding, situado em Diadema, região metropolitana de São Paulo. Medindo 5 mil metros quadrados, as novas instalações possuem grande eficiência em relação ao uso do espaço e custos com água e energia. A expectativa é de que haja a redução em até 30% de gastos com água e até 20 % com eletricidade, devido ao grande aproveitamento da luz do dia. Além disso, o layout do novo edifício contribui para a mudança na concepção da linha de produção da empresa, facilitando o gerenciamento visual dos processos.
O diretor de Gestão da Weidmüller
Conexel, Camilo Santos, explica que a
Novo prédio da Weidmüller Conexel incorpora conceitos sustentáveis. Expectativa é que haja redução de 20% com eletricidade por conta do aproveitamento da luz natural.
empresa saiu de um prédio de três pisos para ocupar uma edificação de apenas um andar, mas que possui um conceito mais moderno, tendo inclusive um pé-direito de 8,5 metros, ideal para melhorar a circulação de ar e a sensação térmica. “Também faz par te da nossa mudança a adoção de um modelo negócios mais flexível e de alto desempenho que originou uma manufatura mais enxuta. Por exemplo, ao invés de fabricar tudo, passamos a focar em core business”, esclarece o executivo.
O grupo Weidmüller tem sede em Detmold, na Alemanha, mas está presente em mais de 80 países, contando com 4.400 funcionários.
Apoio
29
CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa
30
Capitulo X – Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 1
• Causas para a ocorrência de um arco interno • Tipos de acessibilidade de um CMC • Contexto na média tensão
INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi
44
Capítulo X – Resultados – Parte II
• Resultados marginais • Vantagens e forma de uso • Uso do plano de ação e contingências • Conclusão
MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo X – Avaliação de descargas parciais
48
• Definições de descargas parciais • Sistemas de medidas analógicas • Avaliação dos resultados
ATERRAMENTO DO NEUTRO Paulo Fernandes Costa Capítulo IV – Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração
• Breve síntese quanto à escolha dos resistores para aterramento do neutro em média tensão • Formas de aterramento não recomendadas • Avaliação de energia liberada por um curto fase-terra interno no gerador • Suportabilidade dos geradores a curtos fase-terra
60
Fascículos
• Introdução
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
30
Capítulo X Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 1 Por Luiz Felipe Costa*
A probabilidade de ocorrer uma falha dentro do
tendem a ser mais perigosos e destrutivos. Caso
invólucro de um conjunto de manobra e controle
a avaliação de risco da instalação defina a
de potência (CMCP) é muito baixa, principalmente,
necessidade de se ter um conjunto que suporte
quando ele é especificado, projetado, montado e
os esforços provenientes de um arco interno, o
operado segundo as diretrizes das normas técnicas
desempenho deles pode ser balizado por um dos
aplicáveis, práticas de engenharia consagradas e
seguintes documentos: o guia IEEE C37.20.7, tanto
em conformidade com as instruções do respectivo
para MT quanto BT, ou pelo anexo “AA” da IEC
fabricante. Porém, não se pode, simplesmente,
62271-200 para a média tensão ou pelo relatório
ignorar a probabilidade da ocorrência deste tipo
técnico IEC/TR 61641 para BT.
de evento. Portanto, é importante entender os
requisitos e pontos que estão relacionados ao
ou não se optar pelo emprego de um CMCP que
desempenho destes equipamentos frente aos
possua características que o permitam lidar com
efeitos de um arco elétrico devido a uma falha
os efeitos resultantes de um arco elétrico resultante
interna.
de uma falha interna é avaliar o nível de risco
A suportabilidade dos conjuntos de manobra
para o elemento humano. Caso este risco seja
e controle (CMCs) de média e baixa tensão
pequeno, pode-se, então, optar por um CMC com
frente a falhas trifásicas com curto-circuito pleno
características construtivas comuns. Caso contrário,
(impedância da falta igual a zero), tanto internas
ou seja: nível do mesmo pode ser considerado
quanto externas (correntes passantes devidas
relevante (nível de curto-circuito, tempo de resposta
a defeitos fora do conjunto), é verificada pelos
das proteções, a presença de pessoas e o seu
ensaios de corrente suportável de curta-duração,
posicionamento e atuação em relação ao painel),
conforme, por exemplo, as seções aplicáveis das
o usuário pode especificar um conjunto que tenha
normas IEC 62271-200 para MT e IEC 61439-1 / -2
classificação para arco interno, ou seja: condições
para BT.
de lidar como os efeitos provenientes deste tipo de
evento.
Os defeitos associados a falhas internas nos
Uma forma de se verificar se é necessário
CMCs, que envolvam descargas de arco elétrico
no ar nos compartimentos destes equipamentos,
a proteção de pessoas em relação à ocorrência
Neste ponto é preciso que fique claro que
Apoio
31
de um arco interno em um painel elétrico não depende
• Aplicação de cargas maiores do que aquelas para as quais o
exclusivamente do emprego de um conjunto resistente a
painel foi projetado;
arco. Esta é, também, função do local da instalação, já que
• Conexões elétricas frouxas;
os subprodutos e os gases gerados pela decomposição dos
• Condições anormais (alta umidade, temperaturas além dos
componentes internos do painel poderão vir a ser liberados
valores definidos em projeto, etc.);
para fora dos mesmos a altas temperaturas e com um alto
• Substituição incorreta de componentes, etc.
nível de toxidade. Assim, é preciso que sejam previstos modos que permitam a rápida evacuação de pessoas e a
A ocorrência de um arco interno em conjuntos de manobra e
remoção dos gases tóxicos presentes na sala da instalação. É
controle está associada a vários fenômenos físicos, tais como:
fundamental que, antes que qualquer pessoa retorne ao local
• Sobrepressão interna nos compartimentos;
da instalação, sejam tomadas providências para garantir a
• Sobreaquecimento localizado.
eliminação de tais vapores, com ações como o aumento da ventilação na sala elétrica.
mecânicas no conjunto. E, além disso, devido à decomposição
As causas que, normalmente, levam a ocorrência de um
arco interno são:
Tais condições criam grandes solicitações térmicas e
de componentes e materiais utilizados dentro do painel, ocorre a geração de gases e vapores, os quais são, na maioria das
• Presença de corpos estranhos, como ferramentas ou os
vezes, de natureza tóxica. Estes materiais, junto com partículas
materiais utilizados durante manutenções ou modificações,
incandescentes, podem vir a serem expelidos da estrutura.
mas esquecidos dentro do painel após o término das atividades;
• Entrada de pequenos animais;
como já mencionado anteriormente, possuem documentos
• Seleção incorreta dos dispositivos de proteção contra curto-
que orientam e guiam os usuários e fabricantes na
circuito;
identificação de suas necessidades e nos requisitos para a
Para tanto, os universos normativos da IEC e da ANSI,
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
32
comprovação de desempenho do equipamento frente ao
Existem outras medidas de proteção que podem vir a
evento de um arco interno em condições normais de serviço.
complementar a segurança humana e o desempenho de um
É importante atentar que, em nenhum dos casos, é avaliado
conjunto de manobra e controle frente aos riscos associados a
o comportamento do painel quando ele se encontra sob
ocorrência de um arco interno. Algumas dessas possibilidades
manutenção ou inspeção interna, ou seja, quando partes
seriam:
(tampas e portas) do invólucro, incluindo o compartimento de controle, se encontram abertas ou removidas (as únicas
• Tempos rápidos de eliminação do defeito;
ressalvas para esta última afirmação se encontram no
• Uso de dispositivos capazes de limitar a energia associada
documento, relacionadas aos equipamentos classificados de
(limitação da corrente passante e redução da duração da falha);
2A ou 2B, como mostrado mais adiante).
• Eliminação rápida do arco;
• Operação e manobra remotas;
Ambas as escolas técnico-normativas propõem, quando
necessário, as formas de validação e os tipos de classificação
• Dispositivos de alívio de sobrepressão;
para um conjunto de manobra e controle quanto ao seu
• Movimentação das partes extraíveis com a respectiva porta
desempenho em garantir, essencialmente, a segurança humana
frontal fechada;
para o caso de ocorrer um arco interno.
• Movimentação remota do elemento extraível, etc.
Estas abordagens existem para os conjuntos de manobra
e controle de potência (CMCP), tanto de média tensão (MT)
quanto de baixa tensão (BT). E, assim, um CMCP, para ser
resistente aos efeitos de um arco interno é de responsabilidade
considerado capaz de lidar com os efeitos resultantes de um arco
do usuário. Ele deve levar em conta as características do sistema
interno, precisa demostrar, por ensaios ou por características
elétrico no qual o equipamento será instalado, as condições
construtivas, o atendimento aos critérios estabelecidos nas
de serviço, os procedimentos de operação e as diretrizes
respectivas normas.
de segurança. Para se proteger o ser humano durante a sua
Equipamentos
construídos
segundo,
basicamente,
as
Cabe alertar aqui que a escolha pelo uso de CMC que seja
interação com um equipamento, deve-se atentar para:
recomendações da ANSI (“American National Standards Institute”) seguem o documento IEEE Std C37.20.7 (ver
• Nem todos os CMC possuem classificação quanto aos efeitos
referências), estabelecido pelo IEEE. Este guia estabelece
de um arco interno;
métodos para avaliação de CMC, tanto de BT quanto de MT, até
• Nem todos os CMC usam dispositivos extraíveis;
38 kV, em suportar os efeitos provenientes de um arco devido a
• Nem todos os CMC possuem uma porta que possa ser
falha interna ao conjunto.
mantida fechada para as diferentes posições de serviço em
que um elemento de manobra possa se colocado (conectado
Dentro do universo IEC, a análise de desempenho de um
CMC frente aos efeitos de um arco interno segue as diretrizes
/ aterrado / teste).
definidas em documentos segundo a faixa de tensão nominal
Contexto na média tensão
do equipamento. No caso de média tensão (CMC com valores da tensão nominal acima de 1 kV e até 52 kV, inclusive), devem
Um conjunto de manobra e controle de média tensão para
ser seguidas as orientações contidas no anexo “AA” (“Internal
ser considerado como resistente aos efeitos de um arco interno,
arc fault – Method to verify the internal arc classification
ou seja, ter uma classificação IAC (“Internal Arc Classified”),
(IAC)) da norma IEC 62271-200. Já para a baixa tensão (CMCP
como é definido na seção 5.101 da norma IEC 62271-200, ou
com tensão nominal até 1000 V em CA ou 1500 V em CC), o
AR (“Arc Resistant”), como no guia da IEEE, precisa demonstrar,
documento orientativo a ser aplicado é o relatório técnico IEC/
por ensaios, atendimento aos critérios estabelecidos nos
TR 61641 (ver referências).
documentos mencionados.
Claro que todo o processo descrito acima precisa ser
respaldado pelo elemento humano na redução dos riscos a
aceitação, os quais se encontram na seção “6.106.5” da
níveis toleráveis, ou seja, é imprescindível que a pessoa que
IEC 62271-200 e no capítulo “6” (“Assessment”) da IEEE Std
irá atuar sobre um CMC tenha conhecimento dos perigos
C37.20.7, para a classificação quanto ao desempenho frente
presentes e siga as orientações estabelecidas pelo fabricante do
a um arco interno em um conjunto de manobra e controle de
equipamento e as diretrizes definidas em norma.
média tensão:
Na tabela 1 é apresentado um resumo dos critérios de
Apoio
33
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
34
Tabela 1 – Critérios de aceitação para a classificação “IAC” / “AR” Critérios
Descritivo
#1
Portas, tampas, etc., corretamente fechadas,
usuário.
não podem terem aberto. Não podem ter sido arremessados componentes ou fragmentos do conjunto de manobra que #2
de manobra e controle em invólucro metálico de média
destas partes seria igual ou maior que 60 g e que
documentos mencionados.
precisaria ter sido arremessadas a uma distância
acessíveis do invólucro (até uma altura de 2m). Os indicadores dispostos não podem ter se inflamado por causa de emissão de gases
#4
Na IEC, um conjunto de manobra e controle pode ter
diferentes tipos de acessibilidade para as diversas faces. Para fins de identificação, usa-se o seguinte: • F – para a parte (face) frontal; • L – para as partes (faces) laterais;
quentes ou líquidos em chamas.
Na tabela 2 é apresentado um resumo dos tipos de
acessibilidade para pessoas nas proximidades do conjunto tensão, num evento de arco interno, conforme descrito nos
O arco não pode ter perfurado as partes livremente
Todas as conexões à terra devem continuar eficazes.
#5
possam causar riscos (A IEC define que a massa
superior ao afastamento dos indicadores verticais). #3
contemplados para ser acordada entre o fabricante e o
A partir do atendimento total dos critérios listados na
• R – para a parte (face) traseira. Basicamente, temos:
tabela 1, o conjunto de manobra e controle em invólucro metálico de média tensão pode ser classificado como
- Pela norma “IEC 62271-200”, a classificação é composta
resistente aos efeitos de um arco interno. Esta classificação,
pelo seguinte arranjo de termos: “IAC” (“Internal Arc
estabelecida pelo fabricante, define qual é o tipo de
Classified”: Classificado para Arco Interno), mais o tipo de
acessibilidade (como será explicado mais adiante) a cada
acessibilidade (A, B ou C) para cada face do CMC (F: frente
face de um conjunto e para qual valor e duração da corrente
/ L: laterais / R: traseira) e os valores testados para corrente
de falha.
de defeito e respectiva duração. Exemplos:
Antigamente, a IEC e a ABNT, em versões anteriores de
suas respectivas normas para CMC de MT em invólucro
• IAC – BFLR – 16 kA – 0,1 s: classificado para arco
metálicos, apesar de serem a favor de uma abordagem
interno com acessibilidade tipo B (público em geral) para
que adotasse o atendimento aos cinco critérios descritos
as partes frontal, laterais e traseira; para uma corrente de
na tabela 1, elas deixavam a definição de quais deveriam
16 kA eficazes com duração de 100 milissegundos. • IAC – BF-AR – 20 kA – 0,5 s: Classificado para arco
Tabela 2 – Tipos de acessibilidade de um CMC resistente aos efeitos de um arco interno
IEEE C37.20.7 TIPO
ACESSIBILIDADE
IEC 62271-200 (*) TIPO
Projeto ou características para resistir ao arco 1
elétrico, com livre
traseira (o acesso as laterais é restrito, pois não possui
Acessibilidade restrita
classificação); para uma corrente de 20 kA eficazes com
- Pela norma “IEEE C37.20.7”, a classificação é composta
parte frontal. Projeto ou características
Acessibilidade irrestrita,
para resistir ao arco
incluindo o público em
elétrico, com livre
duração de 500 milissegundos
autorizado.
acessibilidade somente na
2
para a parte frontal e tipo A (pessoal autorizado) para a
ACESSIBILIDADE somente a pessoal
A
interno com acessibilidade tipo B (público em geral)
B
geral.
pelo tipo de acessibilidade (1 ou 2, basicamente) e os valores testados para corrente de defeito e respectiva duração. A composição é feita da seguinte maneira:
acessibilidade externa (frente, traseira e nas
• Tipo1: Classificação para um projeto ou estrutura
laterais). Acessibilidade restrita por instalação fora de alcance C
e acima de área com acesso ao público (tipo “Pole-mounted”).
com características para resistir ao arco elétrico, com livre acessibilidade somente na parte frontal. É similar a classificação “IAC–A/B–F”. Exemplo: Tipo 1, 25 kA eficazes, 500 milisegundos. • Tipo2: Classificação para um projeto ou estrutura
Apoio
35
com características para resistir ao arco elétrico, com
a uma parede (face sem acesso a pessoas), o documento
livre acessibilidade externa (frente, laterais e traseira). É
do IEEE define a classificação específica “1D”. Seria a
similar a classificação “IAC–A/B–FLR”. Exemplo: Tipo 2,
estrutura com livre acesso a sua parte frontal e às outras
40 kA eficazes, 500 milisegundos.
faces avaliadas no ensaio de arco (esta classificação precisa vir acompanhada da identificação de que outras faces,
Notas:
além da frontal, foram ensaiadas: SR – face direita, SL – face
1) A livre acessibilidade externa da ANSI / IEEE, a menos
esquerda ou R – face traseira).
que haja alguma ressalva, sempre se refere a todo o
No guia do IEEE, tanto a acessibilidade tipo “1”
perímetro em torno do painel (frente, lateral direita, lateral
quanto tipo “2”, pedem uma distância mínima para
esquerda e traseira).
posicionamento dos indicadores, horizontais e verticais, de
2) Os valores de tempo de falha recomendados pela IEC
verificação dos efeitos térmicos dos gases, em relação ao
são 1 s, 0,5 s e 0,1 s.
conjunto de manobra de 100 mm +/- 15 mm; porém, com
3) O valor preferencial para o tempo de falha adotado
uso de indicadores de queima empregando tecido com uma
pela ANSI / IEEE é 0,5 s. Outros valores podem ser usados,
densidade de 150 g/m2. Na norma IEC, a acessibilidade
sendo que o valor de 0,1 s é considerado como o mínimo
“A” estabelece a distância de 300 mm +/- 15 mm para os
recomendado e o valor de 1 s considerado como limite
indicadores, com tecido de 150 g/m2; enquanto que a “B”
máximo.
pede o valor de 100 mm +/- 5 mm para material com uma densidade de 40 g/m2.
Enquanto a IEC deixa claro que a sua classificação não
Os indicadores de queima, tanto verticais (iv) quanto
se aplica para os casos em que os compartimentos estão
horizontais (ih), mencionados no parágrafo anterior e
com as suas portas e/ou tampas abertas; o IEEE C37.20.7
mostrados na Figura 1, são montados na forma de um
inclui, para as acessibilidades “tipos 1 e 2”, os sufixos “B”
quadrado, com dimensões de 150 mm x 150 mm, com
e “C”. O sufixo “B” se refere ao caso em que o painel foi
tolerância de +15/-0 mm. Eles são feitos de pedaço de
ensaiado com o respectivo compartimento de controle
pano de algodão, conforme a densidade requerida para o
(baixa tensão) aberto. Já o sufixo “C” se aplicada para um
ensaio. A ideia é que cada uma das densidades informadas
painel com proteção de arco entre compartimentos (em uma
anteriormente, simulem as roupas usadas no local de
mesma unidade funcional ou entre unidades funcionais
trabalho com presença de eletricidade (as de maior
adjacentes).
densidade) e as roupas mais leves (as de menor densidade,
Para os casos em que, por exemplo, um CMC possa ser
típicas de verão). Eles devem ser montados de modo que os
montado com a face traseira ou uma das laterais próxima
cortes de suas bordas não apontem para o objeto sob ensaio.
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
36
É interessante notar que os indicadores horizontais não
a ser ensaiado. A parede lateral (pelo menos uma) deve
possuem armação para evitar que partículas incandescentes
ficar a 100 mm (+/- 30 mm) do painel. O posicionamento
e não os possíveis gases quentes provenientes do teste
da parede na parte de trás do painel irá depender se esta
possam vir a se acumular. Já os indicadores verticais
parte é ou não acessível (os conjuntos com diferentes
lembram uma “caixa” pois possuem uma armação de aço
profundidades, terão a distância tomada a partir de sua
(2 x 30 mm) em todo seu entorno de modo a evitar que um
unidade mais profunda), sendo que se deve considerar o
indicador vertical possa inflamar outros próximos.
valor padrão de afastamento da parede como igual a 800
mm (+100/-0 mm) para situações onde houver o acesso de
Para o arranjo de ensaio dos conjuntos de manobra
e controle de uso interno é importante a simulação da
pessoas.
sala onde ele será instalado. Para o espaço livre acima
do conjunto a ser ensaiado, tanto a IEC quanto o IEEE
define uma distância de 100 mm (+/- 30 mm) entre o painel
estabelecem que o fabricante informe a altura necessária
e a parede, a menos que o fabricante declare um valor
(este valor é medido sempre a partir do piso sobre o qual
superior. Se for informada uma distância menor do que 100
o equipamento está realmente montado, seja ele o chão
mm, deverá ser comprovado que quaisquer deformações
ou uma plataforma). A IEC define, também, para painéis
permanentes não interfiram com a parede ou sejam
com altura igual ou superior a 1800 mm, que o teto deve
limitadas por ela.
ficar a pelo menos de 200 mm (+/- 50 mm) acima da parte
Na Figura 2 vê-se um exemplo de arranjo com a
mais alta deles, incluindo, quando aplicável, a posição de
simulação do local de instalação de um CMC de MT para
abertura máxima dos flaps (ou “portinholas”: dispositivos
a realização de um ensaio de verificação do desempenho
de alívio de sobrepressão), ou seja, estes não devem atingir
frente aos efeitos resultantes de um arco interno, conforme
o teto quando de sua atuação. Para o caso de painéis com
o IEEE. Pode-se notar que, além da simulação da sala para o
menos de 1800 mm de altura, o teto deve ficar a dois metros
ensaio, existe a necessidade de se posicionar os indicadores
(+/- 50 mm).
verticais e horizontais para verificação dos efeitos térmicos
Para os casos de estruturas sem acesso traseiro, a IEC
dos gases, a partir das distâncias já informadas e segundo a altura para os painéis. Conforme a norma adotada, existem pontos a serem seguidos: o IEEE considera que o material usado nos indicadores (tecido de algodão) tenha sempre uma densidade de 150 g/m2, tanto para acessibilidade tipo “1” quanto tipo “2”, enquanto que a “IEC” pede este mesmo valor para a acessibilidade “A”, enquanto muda o valor de densidade para 40 g/ m2 nas acessibilidades “B” e “C”.
Figura 1- Indicadores vertical e horizontal de (150 mm x 150 mm) para verificação dos efeitos térmicos dos gases.
Além do que foi descrito no parágrafo anterior, existem
também as considerações relativas às paredes (traseira e lateral), conforme características do local e do equipamento
Figura 2- Arranjo para a os ensaios de arco interno.
Apoio
37
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
38
A IEC, como mostrado na Figura 3, pede que os indicadores
horizontais (ih) e verticais (iv) de queima, conforme a acessibilidade e a altura do CMC, sigam os seguintes arranjos básicos dos indicadores: • Acessibilidade tipo “A”: restrito somente a pessoal autorizado (indicadores de tecido com 150 g/m2, montados a 300 mm +/15 mm); • Acessibilidade tipo “B”: acessibilidade irrestrita, incluindo público em geral (indicadores de tecido com 40 g/m2 montados a 100 mm +/- 5 mm);
Figura 3 - Posicionamento dos indicadores de queima, segundo a IEC 62271-200.
• Acessibilidade tipo “C”: acessibilidade restringida por
A Figura 4, gerada a partir da “AA.4” da IEC 62271-200,
instalação dos equipamentos fora de alcance: montados em
apresenta, conforme as diretrizes apresentadas anteriormente,
postes ou plataformas, acima do nível do solo (indicadores
o arranjo (simulação da sala – piso, parede e teto, além do
de tecido com 40 g/m2 montados entre 40 e 50% de uma
posicionamento dos indicadores de queima horizontais
superfície de (3 x 3) m2, a uma altura de 2 metros).
e verticais) para verificação de acessibilidade tipo A com possibilidade de acesso traseiro.
Os indicadores devem ser dispostos em uma configuração
O documento do IEEE informa que os ensaios sejam feitos
similar à de um tabuleiro de xadrez, de modo a cobrir de
somente nos compartimentos com os pontos mais prováveis
40% a 50% da área associada à superfície sob ensaio. Essa
para ocorrência de um arco interno. Fato este que gera, às
montagem deve ser em estruturas com uma extensão maior do
vezes, um pouco de dúvida quando se deve ou não realizar
que a dimensão correspondente à face ensaiada, de modo a se
o ensaio em um determinado compartimento. A fim de evitar
considerar a possibilidade de escape de gases quentes a 45º a
dúvidas e, também, deixar o usuário final mais tranquilo, é
partir do conjunto. Esta angulação implica um prolongamento
comum que fabricantes da escola ANSI sigam a mesma linha
de pelo menos 300 mm ou 100 mm, conforme, respectivamente,
de abordagem da IEC para CMC de MT, ou seja, devendo ser
as acessibilidades tipo A ou B, da IEC, deste que a posição de
realizados ensaios em todos os compartimentos de “alta tensão”
alguma parede usada na simulação da sala não impeça.
(denominados, também, de compartimentos de potência).
Figura 4 - Arranjo simulado da sala de montagem de um CMC de MT para a realização dos ensaios de verificação de desempenho frente aos efeitos de um arco interno para acessibilidade A, segundo a IEC 62271-200.
Apoio
39
Seguindo a diretriz da IEC, para uma seção típica de um
exemplo), o arco deve ser iniciado com a aplicação de um valor
conjunto de manobra e controle de MT em invólucro metálico,
igual a 87% da corrente nominal do ensaio e entre duas fases
os três compartimentos básicos a serem ensaiados para um arco
adjacentes, atentando para o fato de que isolamento sólido só
interno com, por exemplo, 40 kA eficazes e duração de 500 ms
pode ser perfurado quando não houver nenhuma região de
seriam:
descontinuidade da isolação ou ponto de conexão coberta com sistema pré-fabricado. Exceção para estruturas com condutores
• Compartimento do barramento principal;
de fase separados, o ensaio deve ser feito com uma fonte
• Compartimento de saída (conexões);
trifásica.
• Compartimento de disjuntor.
Na norma IEC, é permitida a perfuração da isolação sólida,
caso não se tenham pontos sem cobertura no compartimento
Em cada posição, conforme mostrado nas Figuras 5 e 6, o
sob ensaio ou conexões com isolação a ser aplicada no local
arco será iniciado por um fio metálico conectado entre todas as
final da instalação (tipo “cobertura pré-fabricada”). Também
fases. Tanto a IEC 62271-200 quanto a IEEE C37.20.7 (no que
fala no valor de 87% da corrente trifásica para os casos em que,
se refere aos tipos cobertos pelas normas “ANSI C37.20.2” e
no compartimento a ser ensaiado, só existam condutores com
“ANSI C37.20.3”) definem um diâmetro de 0,5 mm para este
isolação sólida aplicada em fábrica.
fio (a ANSI fala também na opção de uso da bitola 24 AWG –
0,5105 mm). O fio para início do arco deve ser colocado dentro
apresenta algum ponto de descontinuidade da isolação sólida
do compartimento a ser ensaiado em um ponto acessível e o
ou pontos de conexões cobertos por isolação pré-fabricada.
mais distante possível da fonte de alimentação.
Assim, nestes casos, é comum se ter ensaios trifásicos, com a
corrente IA (valor eficaz para a corrente de arco em uma falha
O documento do IEEE estabelece que, nas estruturas com
condutores cobertos por material isolante sólido (epóxi, por
Em termos práticos, a maioria dos projetos de MT sempre
interna trifásica).
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
40
Cabe ressaltar que, por questões econômicas e,
principalmente, de seguranças ambiental e humana, os compartimentos isolados em SF6 devem ter o seu fluido isolante substituído por ar, aplicado na mesma pressão de uso do gás original (os resultados obtidos nesta condição são considerados representativos). O manuseio do gás SF6 deverá seguir as recomendações da norma IEC 62271-4.
Figura 5 – Compartimento típico (todos os de potência) a ser ensaiado.
A IEC permite a declaração de um valor para situações
de falhas monofásicas (IAe). Porém, só se adota este valor nos casos em que realmente não existe a possibilidade de um curto-circuito monofásico evoluir para uma falha trifásica (estruturas que empreguem arranjos com fases segregadas). Caberá ao fabricante informar quais os compartimentos em que se aplicaria ensaios monofásicos (sendo que o ensaio irá verificar se realmente este tipo de falha em tais estruturas não irá evoluir para uma condição trifásica – caso em que o ensaio deve ser refeito; porém, em condições trifásicas).
Figura 7- Fases relativas a um arco interno.
Durante o evento de um arco interno, ele pode ser dividido,
para efeitos de análise, basicamente, em quatro fases: de compressão, de expansão, de emissão e térmica. Como mostrado na Figura 7,elas ocorrem em rápida sequência, sendo que cada uma delas pode ser descrita, didaticamente, da seguinte forma: 1 – Fase de compressão: a - No instante do início do arco, a pressão se mantém constante. b - O calor gerado pelo arco começa a aquecer o ar. c - Os eletrodos começam a evaporar. d - Com os dispositivos de alívio de pressão ainda fechados, é atingida a máxima pressão interna. e - O tempo desta fase é menor do que ½ ciclo. 2 – Fase de expansão: a - O pico de pressão é alcançado e os dispositivos de alívio de pressão (ver figura 8) se abrem. b - A pressão interna do compartimento sob falha é reduzida, enquanto o ar aquecido e o cobre vaporizado são descarregados.
Figura 6 - Colocação do fio metálico, entre fases, usado para o início do arco.
3 – Fase de emissão: a - O ar no compartimento sob falha continua a ser
Apoio
41
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
42
aquecido pelo arco e se desloca devido a uma pequena
oriundos dos efeitos de um arco interno, como mostrado
diferença de pressão.
na Figura 9. Sendo que, nestes casos, a altura do teto do
b - Quase todo o ar é eliminado do compartimento, sendo
local da instalação do painel não é relevante, a menos com
que a área externa ao painel recebe este volume.
a condição de se ter, pelo menos, uma distância mínima
c - A temperatura do ar neste instante é maior que 900 C.
de 100 mm entre a parte superior do duto e o teto, para se
d - A temperatura do arco está entre 15000 °C e 20000 C.
poder documentar eventuais deformações permanentes do
e - Nestas condições ocorre sublimação do cobre. Assim
arranjo.
o
o
para cada 1 centímetro cúbico de cobre, são gerados 67000 centímetros cúbicos de gás. 4 – Fase térmica: a - Tempo transcorrido desde a fase de emissão até o fim do arco. b - A energia do arco atua nos materiais remanescentes no interior do compartimento. c - Ocorre derretimento de barramentos, cabos de saída, componentes (TCs, para-raios, etc.), peças de conexões e de contatos, materiais isolantes, divisórias e barreiras.
Figura 8 – Visualização de exemplo de dispositivos de alívio de sobrepressão (“flaps”).
Figura 9 - Exemplo de montagem de duto coletor / exaustor de gases.
Os possíveis efeitos provocados pelos gases quentes
Como já mencionado na fase de expansão, a Figura 8
descarregados na área, além do final do duto de exaustão,
permite visualizar os dispositivos de alívio de sobrepressão
que se encontram fora da região coberta pelos indicadores
(“flaps”). Os valores máximos associados aos picos de
de queima, não são avaliados em nenhum dos dois
pressão interna aos compartimentos de um CMC vão além
documentos mencionados no parágrafo anterior. Assim, se
da capacidade de suportabilidade mecânica de qualquer
recomenda seguir as instruções do fabricante do CMC para
estrutura. Assim, a forma de lidar com esta condição é
a montagem destes dutos.
permitir que a pressão excessiva que surge com a ocorrência
de um arco possa ser descarregada por estes dispositivos,
ser seguidas as recomendações de instalação do fabricante
permitindo que toda a estrutura mantenha a sua integridade.
do equipamento a fim de se alcançar o nível de segurança
O documento da IEC e o do IEEE consideram, para a MT,
necessário. Porém, deve-se sempre se levar em conta as
a necessidade de validar os casos em que o CMC emprega
condições reais do local de instalação, efetuando-se uma
um coletor de expansão e duto de exaustão dos gases
avaliação dos possíveis perigos.
No caso de conjuntos com classificação IAC, devem
Apoio
43
A seção “B.2” do documento do IEEE apresenta
Switchgear Rated Up to 38 kV for Internal Arcing Faults.
considerações sobre o uso de conjuntos de manobra e
Institute of Electrical and Electronic Engineers; 2007.
controle resistentes aos efeitos de um arco interno. Ela
• IEC TR 61641: Enclosed low-voltage switchgear and
apresenta
úteis
controlgear assemblies – Guide for testing under conditions
para avaliação, aplicação e instalação de um painel em
of arcing due to internal fault; Edition 3.0. International
condições que existam riscos de um arco interno.
Electrotechnical Commission, 2014.
várias
orientações
e
recomendações
• IEC 62271-4: High-voltage switchgear and controlgear –
Referências
Part 4: Handling procedures for sulphur hexafluoride (SF¨) and its mixtures; Edition 1.0. International Electrotechnical
• IEC 62271-200: High-voltage switchgear and controlgear
Commission, 2013.
– Part 200: AC metal-enclosed switchgear and controlgear
• IEC 60529: Degrees of protection provided by enclosures
for rated voltages above 1 kV and up to and including 52
(IP Code); Edition 2.2. International Electrotechnical
kV; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission,
Commission, 2013.
2011. • IEC 61439-1: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. • IEC 61439-2: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. • IEEE Std C37.20.7: IEEE Guide for Testing Metal-Enclosed
*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
44
Capítulo X Resultados – Parte II Por Marcus Possi*
O objetivo deste artigo é concluir o processo
empregatício, devem ter capacitação para exercer
de trabalho da inspeção nas instalações elétricas,
essa atividade.
apresentando os resultados marginais e a conclusão.
Parte mais significativa e objetiva desse trabalho e
procedimento de trabalho no local, classificação
garantia da busca pela qualidade e abertura de
de pessoal para essa atividade e capacitação dos
novas ações junto as nossas instalações elétricas.
envolvidos.
Resultados marginais
Primeiros resultados: APR, lista de EPIs,
Onde devem ser colocados? No prontuário das
instalações.
Os resultados marginais são aqueles que
aparecem
do
necessidade de criar, quando não existente, uma
processo de inspeção. Dizem que o gás isolante
identificação nos equipamentos, na sua maioria, os
SF6 – hexafluoreto de enxofre – foi descoberto
quadros de distribuição. Para isso, o uso de etiquetas
como produto marginal de uma ação rotineira na
autoadesivas, ainda não de forma definitiva, facilita
década de 1930, chegando a uso comercial na
a aderência dos equipamentos inspecionados nas
década de 1940, e todos sabemos a respeito de
listas de verificação dos equipamentos. Ainda nessa
suas vantagens. Devemos sempre tirar vantagens
etapa, é oportuno a localização física dos quadros
de onde já gastamos tempo e esforço.
ser aplicada a essas plantas baixas frequentemente
pelo
próprio
desenvolvimento
Na etapa da inspeção no local, verificamos a
encontradas nos locais, além da correspondência
Origem
ao equipamento recém-identificado.
Vamos aqui analisar o nosso processo de trabalho
Segundos
resultados:
identificação
dos
desde sua etapa inicial até a etapa de resultados.
equipamentos, identificação dos equipamentos
em planta de localização, criação de fichas de
No início do processo, verificamos a necessidade
de uma visita técnica para conhecimento das
equipamento.
instalações e das condições de trabalho elétrico com
ou sem risco. Isso já faz a equipe dessa etapa pensar
instalações.
em procedimentos de trabalho seguros, condições
Na etapa da consolidação dos relatórios
de acesso e segurança, medidas complementares
inspeção, e da mesma forma no plano de ação
ao risco, desenvolvimento de APR (Análise Prévia
corretiva previsto pelo MTE ou recomendações
de Riscos), compra ou uso de EPIs, assim como a
previstas na autovistoria, por vezes somos forçados a
sua especificação, e tudo para o trabalho no local.
tomar decisões e usar de alta engenharia para garantir
Onde devem ser colocados? No prontuário das
Os profissionais que acompanham a inspeção,
a segurança com ações contingenciais. Ações que
independentemente de sua origem ou vínculo
não deixam a exposição aos riscos, mesmo que as
Apoio
45
ações corretivas ainda não tenham sido concluídas. No entanto,
patrimônio. A identificação de ações contingenciais talvez seja
a simples classificação técnica de relevância ou urgência é uma
o maior legado desses trabalhos, uma vez que possibilitarão
condição necessária e essencial para o desenvolvimento de um
prosseguir com a produção sem a necessidade de investimentos
bom plano para dar mais sentido às ações futuras, realizadas pelo
imediatos e paradas emergenciais, ainda sem exposição de
profissional responsável pelas instalações elétricas da unidade.
funcionários e de usuários a algum risco grave.
Terceiros resultados: classificação das ações corretivas,
Essas informações devem ser apresentadas em documento
desenvolvimento de ações contingenciadas.
separado dos documentos finais e previstos na inspeção,
de forma que fique claro o que foi demandado e o que foi
Onde devem ser colocados? No PAC.
conseguido pela equipe de inspeção, para que as aplicações
Vantagens e forma de uso
e objetivos das peças produzidas possam ser apreciadas pelos
Vamos entender aqui que a principal vantagem de termos
envolvidos de dentro ou fora da empresa ou organização
tantos subprodutos é que se torna possível construir um
demandante.
PIE (Prontuário das Instalações Elétricas). A abordagem da
Uso no plano de ações e contingências
inspeção de documentos que prevemos ao longo desse trabalho com certeza terá produzido uma lista significativa de não
conformidades em documentos, por cota das características
das questões de segurança, ou melhor, de ações de segurança.
Em momento nenhum as legislações preveem o relaxamento
dadas pelo próprio sistema de classificação de infrações do
As legislações também não se atêm apenas às ações corretivas,
Ministério do Trabalho, denotado como algo extremamente
na sua forma exclusiva em aplicação ao restabelecimento das
grave que pode ser contornado parcialmente e sem custos extras.
condições mínimas de trabalho ou uso. Tomando isso como
O controle da existência e da data de inspeção ou manutenção
premissa para estabelecer um plano de ação completo que
dos equipamentos instalados na empresa, da mesma forma,
dê apoio à implantação imediata de ações contingenciais, é
atende eventualmente ao seu cadastro para fins de inventário e
essencial, não só a segurança, como também à manutenção do
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
46
uso e produção das instalações elétricas em análise.
admitidas na construção do plano de ação corretiva (PAC) que aqui chamaremos de PACC (Plano de Ações Contingenciais e
Conclusão
Corretivas), objetivando o resgate das condições mínimas de
Todo relatório precisa de uma conclusão, não um comentário,
segurança dos envolvidos e usuários no tempo mais adequado
opinião, parecer ou laudo. Esses últimos são expressão de
aos riscos.
juízo de valor, assim descaracterizam a principal razão de sua
existência: imparcialidade técnica. Aqui a conclusão se limita a
classificação das instalações em três níveis: A, B e C.
expressar o grau de aderência aos padrões definidos inicialmente
pelo pedido ou legislação utilizada, normas regulamentadoras
garantia da preservação dos recursos naturais e do meio
ou normas técnicas definidas como “referências” de trabalho.
ambiente – sustentabilidade e eficiência energética;
A indicação gráfica de percentuais por setor, tipo de
Fechamos esse tópico com a proposta de propor uma Nível A – atende às condições de segurança a favor da
Nível B – atende às condições de segurança a favor
instalação ou prédio mostra que as classificações dessas
da estabilidade do negócio, bem-estar e da produção –
mesmas ações não estão em conformidade, de modo a permitir
continuidade de serviço e proteções seletivas;
ações estratégicas conjuntas para sua eliminação, sendo
informações valiosas para aqueles que vão receber o relatório e
garantia da vida dos usuários e a preservação do patrimônio –
que retirarão do relatório os argumentos para os investimentos
choque e incêndio.
e os financiamentos. Deve-se lembrar sempre que o envolvido que vai ler o relatório não é o mesmo que escreveu, e muitas vezes nem técnico é.
A apresentação dos critérios de classificação das não
conformidades, ainda que de forma imparcial e amparado por referências maiores e legais, dá a razão das prioridades
Nível C – atende às condições de segurança a favor da
*MARCUS POSSI é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
47
Manutenção de transformadores
Apoio
48
Capítulo X Avaliação de descargas parciais Uso de medição com sistemas digitais de múltiplos canais sincronizados para avalição de transformadores com descargas parciais Por Marcelo Paulino*
Este artigo apresenta definições, descrição dos
de procedimentos e ferramentas que possibilitem a
efeitos, além de técnicas para análise de descargas
obtenção de dados das instalações de forma rápida
parciais. Mostra um sistema de aquisição síncrono
e precisa.
multicanal de descargas parciais, onde é possível
obter dados a partir de fontes separadas de descargas
como descargas elétricas localizadas na união entre
parciais. No teste de descargas parciais, a separação
dois condutores, por meio do isolamento, que pode
de múltiplas fontes de ruídos é importante para uma
ou não ocorrer próximo de um condutor. Descarga
análise adequada de descargas parciais. Sistemas
parcial é, em geral, a consequência de uma
de medição de múltiplos canais sincronizados
concentração de estresses elétricos em isolamentos
fornecem novas e avançadas técnicas de avaliação
ou em superfície de isolamentos. A medição
de descargas parciais como 3FREQ, 3PTRD e 3PARD.
síncrona de múltiplos canais é uma poderosa
A norma IEC 60270 define descargas parciais
ferramenta na detecção, localização e separação
Introdução
de sinais de descargas parciais de ruídos de fundo
A indústria elétrica é forçada a manter as antigas
quando da realização de testes em transformadores
instalações em operação devido à crescente pressão
trifásicos, motores, geradores e cabos.
para reduzir custos. Além disso, os equipamentos
elétricos instalados em subestações podem ser
detectado em mais de um medidor simultaneamente.
solicitados
condições
Isto é fundamental para o processo de localização
adversas e não se pode descartar a possibilidade
e diferenciação das diversas fontes geradoras de
de ocorrerem falhas que deixem indisponíveis
descargas internas que podem ser provenientes
as funções transmissão e distribuição de energia
do efeito corona, descargas do tipo superficiais,
elétrica aos quais pertencem. Assim, a verificação
descargas geradas em gaps que são comuns
regular das condições desses equipamentos torna-se
principalmente em geradores, motores e descargas
cada vez mais importante, seja no comissionamento,
provenientes dos próprios elementos do circuito de
nas atividades de manutenção preventiva ou
medição como a fonte de tensão que alimenta o
processos de reparo. Torna-se imperativo a busca
circuito, filtros, transformadores elevadores, buchas
a
operar
sob
diversas
Tal método permite que o mesmo sinal seja
Apoio
49
capacitivas e capacitores de acoplamento.
fontes separadas de descargas parciais, a fim de fazer medições
mais confiáveis.
Neste texto, são apresentadas definições de descargas
parciais internas que são geradas devido a contaminação
Definição de descargas parciais
do isolante, defeito de fabricação de resinas e até mesmo deterioração de componentes. Os requisitos de hardware
Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma
para o teste visando à realização de medidas adequadas são
descarga elétrica de pequena intensidade que ocorre em uma
observados. As características como taxas de amostragens e
região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um
imunidade a ruídos são especialmente tratadas na concepção
campo elétrico, em que o caminho formado pela descarga não
do sistema de teste descrito.
une as duas extremidades dessa região de forma completa.
Este trabalho apresenta um novo método que trata a
A ocorrência de descarga parcial depende da intensidade do
separação entre o sinal medido e o ruído provocado por
campo aplicado nas extremidades desse espaço, além do tipo
interferências externas. Assim, é possível separar ruídos
de tensão de teste aplicada (tensão alternada, tensão contínua,
de diferentes fontes de descargas parciais localizadas no
sinal transitório ou impulso).
mesmo objeto sob teste. Os sinais de descargas parciais são
A norma IEC 60270 faz referência à medida de descargas
frequentemente sobrepostos por pulsos de ruído, fato que faz
parciais em sistemas e equipamentos elétricos com tensões
uma análise dos dados de DP mais difícil para os especialistas
alternadas de até 400 Hz. Nesses equipamentos, tem-se a
e sistemas de software especializados.
ocorrência de avalanches de elétrons nos espaços vazios.
Assim, descargas em dielétricos podem ocorrer somente em
Com o desenvolvimento contínuo de unidades de teste e
monitoramento de descargas parciais, os sistemas de análise
espaços gasosos ou fissuras nos materiais sólidos ou bolhas no
precisam se tornar mais eficazes e automáticos. Esse trabalho
dielétrico líquido.
mostra um sistema de aquisição síncrono multicanal de
descargas parciais, no qual é possível obter dados a partir de
intensidade do campo elétrico dentro do espaço vazio exceder
Portanto, descargas parciais são iniciadas geralmente se a
Manutenção de transformadores
Apoio
50
a intensidade do campo do gás contido nesse espaço. O pulso
isolamentos sólidos podem ocorrer em cavidades capilares
de carga criado geralmente tem valores em torno de alguns pC
de gás, em vazios ou trincas, podendo ser estabelecidos em
até na ordem de nC, dependendo do aparato que está sendo
defeitos da estrutura molecular. Nos isolantes líquidos, as
analisado.
descargas parciais podem ocorrer em bolhas de gás devido a
fenômenos térmicos e elétricos e em vapores de água criados
A norma IEC 60270 define Descarga Parcial como:
“Descargas elétricas localizadas que simplesmente faz a ligação
em regiões de alta intensidade de campo elétrico.
parcial entre dois condutores através do isolamento. Descarga
Parcial é, em geral, a consequência de uma concentração de
que ocorrem em arborescências elétricas. A arborescência
tensão elétrica local no isolamento ou sobre uma superfície de
(treeing) elétrica é um fenômeno de pré-ruptura que ocorre no
isolamento. Geralmente, tais descargas aparecem como pulsos
interior da isolação de equipamentos elétricos, tais como cabos
com a duração menor que 1 μs”.
de potência isolados, tendo sua origem devido à ocorrência
As descargas parciais podem ser classificadas de acordo
contínua de descargas parciais internas em vazios ou a partir
com a natureza da sua origem. Podem ser do tipo superficial,
de uma falha no eletrodo. Este texto considera a partir deste
corona, buraco interno, contaminante em resinas, bolhas de
ponto que o termo descarga parcial será sempre utilizado para
gases em dielétricos líquidos, entre outros.
designar descarga parcial interna.
Sistemas de medidas analógicas de descargas parciais
Descargas superficiais
Um tipo particular de descargas internas são as descargas
Elas ocorrem em gases ou líquidos na superfície de um
material dielétrico, normalmente partindo do eletrodo para a
superfície. Se a componente de campo elétrico que tangencia
década de 50 com instrumentos que abriram caminho para a
As medidas analógicas de descargas parciais começaram na
a superfície excede um determinado valor crítico, o processo
medida de carga aparente com pC no lugar das medidas de RIV
de descarga superficial é iniciado. Esse processo é conhecido
(Tensão de Rádio Interferência) em µV.
como trilhamento e pode levar à ruptura completa da isolação.
Esses instrumentos têm frequência central fixa e com as
frequências de corte inferior e superior ajustadas em etapas. Descargas externas
A largura de banda estabelecida de 100 kHz a 400 kHz.
Descargas parciais no ar ambiente geralmente são
Em comparação com os instrumentos de banda estreita, a
classificadas como “descargas externas” e, frequentemente,
resolução para medida dos pulsos de descargas parciais foi
chamadas de “descargas corona”. No início do processo de
significativamente aperfeiçoada. Geralmente, esses instrumentos
indução da tensão, brilho e correntes de descargas podem
analógicos de descargas parciais consistiam em um filtro de
aparecer. Elas ocorrem em gases a partir de pontas agudas em
passagem de banda e um indicador de nível de pico.
eletrodos metálicos em partes com pequenos raios de curvatura.
Isso forma regiões nas vizinhanças dessas pontas com
descargas parciais onde a densidade espectral é constante, o
elevado campo elétrico, ultrapassando o valor de ruptura do
pico da resposta do filtro será proporcional à carga aparente do
gás. Esse processo químico desencadeado por descargas no gás
pulso de corrente de descargas parciais.
Desde que o filtro de passagem de banda extraía pulsos de
cria subprodutos que são incorporados ao meio gasoso. Assim, os processos no ar ambiente puro podem ser considerados como
reversíveis
e
geralmente
inofensivos.
Entretanto,
descargas corona no ar geram ozônio, causando fissuras na isolação polimérica. Óxidos de nitrogênio junto com o vapor d’água podem corroer metais e depositar material condutor em isoladores. Isso causa o trilhamento do material. Descargas internas
Figura 1 – Representação de esquema tradicional de medida de DP.
A saída do filtro de passagem de banda era correlacionada
As descargas internas ocorrem nos espaços geralmente
à fase de tensão de corrente alternada e representada pelo
vazios preenchidos com gás, presentes nos materiais sólidos e
diagrama de amplitude e fase PRPD (phase-resolved partial
líquidos usados em sistemas de isolamento. As descargas em
discharge). O primeiro catálogo para reconhecimento da
Apoio
51
Manutenção de transformadores
Apoio
52
origem de descargas parciais, publicado pelo Cigré em 1969 se
aproximava muito desses valores. Desde aquele tempo, houve
digitalizado em tempo real. O operador do sistema de teste
muito pouco avanço com relação ao conjunto de circuitos de
pode escolher livremente a frequência central de medida de
medição, dependendo de conjunto de circuitos analógicos
CC a 20 MHz, sendo a largura de banda selecionável de 9
convencionais para o processamento de sinais.
kHz a 3 MHz. Isso permite ao operador aperfeiçoar a relação
Com o uso de equipamentos microprocessados na
sinal-ruído, mesmo sob ambientes com alta interferência.
medida de descargas parciais, utilizando uma nova interface
A sincronização de sinais alternados, bem como a exibição
para gerenciar o teste e obter os resultados, foram realizadas
da forma de onda e leitura da amplitude desse sinal CA, é
tentativas de classificação de descargas parciais. Entretanto,
realizada por um segundo conversor analógico digital,
esses sistemas tinham poucos parâmetros nos quais se basear,
responsável pela digitalização da forma de onda de tensão
com resultados limitados.
medida.
O sinal de descargas parciais é filtrado, amplificado e
Toda a aquisição e pré-processamento de dados são
Sistema de medidas digitais de descargas parciais A
introdução
de
sistemas
digitais
de
medida
efetuados na unidade de aquisição, próximo ao local da medida do sinal. Isso garante um ótimo desempenho em de
velocidade de medida e qualidade de sinal. Um vetor de
descargas parciais resultou na melhoria da sensibilidade e da
quatro parâmetros é identificado para cada pulso individual
repetibilidade das medidas de descargas parciais, excedendo
de descarga parcial: [n; qi; ji; ti], em que n é o número da
em muito as capacidades daqueles sistemas mais antigos de
unidade de aquisição, qi o valor da carga aparente, ji o ângulo
medida de descargas parciais. Os modernos sistemas digitais
de fase em tensão CA, e ti o registro de tempo absoluto.
de descargas parciais aplicam processamento síncrono de
Paralelamente é feita a amostragem do valor instantâneo da
sinais dessas descargas em múltiplos canais. Isso torna a análise
tensão em CA.
estatística muito mais eficiente. Torna possível e mais eficaz a
discriminação entre os eventos, sejam descargas parciais ou
parciais utilizados em medidas de descargas parciais em um
ruídos, e capacita também o sistema de teste para identificação
único canal, podem-se obter enormes vantagens utilizando a
dos tipos de falhas e sua localização.
medida síncrona de várias posições em associação. Isso pode
O moderno e avançado sistema digital de medição de
ser realizado em cabos de alta tensão de alguns quilômetros
descargas parciais está projetado para efetuar medidas em
de comprimento, com medidas de descargas parciais em suas
tempo real de DP contínuas e síncronas em canais múltiplos.
conexões ou em um transformador de potência trifásico com
A Figura 2 mostra um exemplo de projeto para um sistema
medidas de descargas parciais em cada enrolamento.
de medição de descargas parciais. O projeto desse sistema é
modular, constituído de mais de uma unidade de aquisição de
de descargas parciais e as interferências se propagam por
dados. Essas unidades podem ser conectadas a um computador,
diferentes trajetos até serem requisitados pelo sistema de
e a conexão de fibra ótica permite grandes distâncias entre a
medição de descargas parciais. As formas de onda de pulsos
unidade de aquisição e o computador, inclusive entre as outras
detectados serão consequentemente diferentes, e assim
unidades conectadas ao sistema sob medida.
Ao lado de algoritmos matemáticos de análise de descargas
Em decorrência dos diferentes locais de origem, os pulsos
relações de magnitudes e tempos de chegada do sinal serão únicas para cada origem de descargas parciais.
As relações entre os diferentes pulsos requisitados por
um sistema multicanal possibilitam a separação distinta dos pulsos diferentes de descargas parciais e interferência. Para assegurar a correlação correta de pulsos, o espaço de tempo da detecção síncrona de descargas parciais deve ser tão curto quanto possível, tipicamente inferior a 1 µs ou 2 µs.
A Figura 3 apresenta uma vista ilustrativa de um sinal
de descargas parciais dentro da unidade do sistema, desde a conversão Analógica/Digital do sinal até a extração dos Figura 2 – Representação de esquema microprocessado de medida de descargas parciais.
parâmetros do pulso em um sistema de três canais.
Apoio
53
Avaliação dos resultados de descargas parciais As medidas de descargas parciais são frequentemente realizadas sob ruídos. O sinal de descarga parcial é sobreposto por um ruído, ou mesmo vários ruídos de várias fontes, criando dificuldades para análise dos resultados. Os filtros de frequência convencionais não são capazes de eliminar essas perturbações Figura 3 – Processamento de dados de DP em canais múltiplos com três unidades de aquisição de DP.
e os sistemas especialistas automatizados têm dificuldades em analisar no caso de ocorrência de falhas múltiplas, com a superposição dos sinais dessas falhas e de ruídos externos. A
A extração dos parâmetros do pulso possibilita velocidades
separação dos sinais é o primeiro passo realizado pelo sistema
de processamento de dados em tempo real de até 1,5x106
apresentado neste trabalho. No futuro, este método se tornará
pulsos por segundo. A essa velocidade, os parâmetros
ainda mais importante com o aumento do número de sistemas de
selecionados dos pulsos de três diferentes unidades de
monitoramento de descargas parciais instalados na rede elétrica.
aquisição podem ser correlacionados e exibidos em diferentes diagramas de avaliação: 3PARD, 3PTRD e 3CFRD.
Diagrama de relação de amplitude em 3 fases (3 – Phase –
Cada um desses diagramas separa diferentes origens de tipos
Amplitude – Relation – Diagram – 3PARD)
de pulsos em agrupamentos. Além disso, cada agrupamento
é selecionável para exibir de volta na configuração PRPD,
as três fases de um equipamento de alta tensão permite uma
apresentando ao operador uma única origem de descargas
comparação da amplitude de cada pulso requisitados. A Figura
parciais para observar. Estes três métodos são descritos a
4 mostra a ocorrência de uma falta interna na fase L1, com a
seguir.
propagação dos pulsos para cada fase representados em azul.
A aquisição síncrona de dados de descargas parciais para
Manutenção de transformadores
Apoio
54
Figura 4 – Ocorrência de falha interna em L1 e propagação dos pulsos.
Figura 5 – Criação de 3PARD usando sinais de tensão de Descargas Parciais.
As relações das amplitudes dos pulsos triplos requisitados
são constantes para diferentes fontes de descargas parciais e para diferentes fontes de ruído. Isso ocorre devido ao caminho original de propagação de descargas parciais. Para ocorrências internas específicas no equipamento sob teste, os pulsos requisitados apresentam diferenças. Assim, a primeira etapa para a localização de descargas parciais é a separação das fontes. Durante a medição de DP, em tempo real, são criados Diagramas Trifásicos de Relação de Amplitude (do inglês 3 – Phase – Amplitude – Relation – Diagram – 3PARD). A separação de fonte 3PARD foi usada na prática com resultados confiáveis, conforme descrito em várias publicações científicas. Vale ressaltar que a aquisição de dados síncrona de
Figura 6 – Representação de 3PARD com a separação dos sinais individuais.
DP é imprescindível para avaliação dos dados com 3PARD. O
Diagrama de relação de tempo em 3 fases (3 – Phase –
sistema utilizado neste trabalho possui um método de medição
Time – Relation – Diagram 3 PTRD)
sequencial de três canais múltiplos. A primeira etapa é calcular o
Usando o princípio do 3PARD, este método é resultado
logaritmo do valor absoluto de todos os três pulsos das descargas.
da avaliação do atraso do pulso triplo de descarga parcial.
Na segunda, cada pulso é transformado em um fasor
Similar ao método conhecido pelo teste de descargas
relacionado à sua fase de origem. A Figura 5 mostra o
parciais, usado para localização de falhas com cabos de
mecanismo de geração do 3PARD e à direita os sinais de tensão
alta tensão, cada fonte de pulso tem uma impressão digital
de cada fase são observados. Quando os fasores relativos a
característica com diferenças de tempo devido ao atraso de
cada fase medida são transportados para o diagrama, é obtida
cada pulso.
a localização da fonte de descarga parcial interna pela soma
vetorial, conforme mostrado no quadro à esquerda.
local da detecção, as amplitudes de pulso de uma descarga
Um único sinal de descarga parcial é representado por
parcial tendem a se igualar entre as fases e apresentarão
um ponto. Cada agregação de pontos calculados (clusters)
um modo comum de propagação. Consequentemente,
representa a única fonte de descarga parcial. Posteriormente,
origens de descargas parciais muito distantes serão exibidas
cada grupo pode ser facilmente separado e mostrado sem efeitos
próximas da origem do 3PARD, limitando a capacidade
de sobreposição, transformado em uma PRPD clássica ou de
identificar essas origens. Além disso, a propagação distante
qualquer outro diagrama de pulso para avaliação em tempo real.
amortece componentes de alta frequência dos sinais de
O sistema de teste utilizado fornece a ferramenta de criação
descargas parciais (efeito passa baixa), o que exige o uso
de cluster, ou seja, áreas determinadas no 3PARD de onde são
de baixa frequência de medida para manter a sensibilidade
separados os sinais que, a priori, aparecem sobrepostos. A Figura
necessária.
6 mostra o 3PARD com a separação dos sinais.
Se a origem das descargas parciais estiver distante do
Em baixas frequências de medida, os pulsos de descargas
Apoio
55
Manutenção de transformadores
Apoio
56
parciais se propagam em modo lento (propagação pela
três pulsos sejam detectados quase ao mesmo tempo, o
linha de transmissão). Portanto, a distância de propagação
comprimento do vetor seria zero, o que faz o ponto ser
e o tempo de chegada estão diretamente correlacionados,
exibido na origem do diagrama (Figura 8, III).
o que pode ser usado para distinguir origens de descargas parciais muito distantes. Assim, o 3PTRD foi desenvolvido
Diagrama de relação de frequências em 3 canais (3 –
para correlacionar tempos de chegada de três sinais de
Center – Frequency – Relation – Diagrama – 3 CFRD)
descargas parciais. A Figura 7 mostra a construção lógica
do 3PTRD e o diagrama está dividido em seis seções iguais,
medida de descarga parcial realizada em três frequências
O diagrama da relação de frequências correlaciona a
em que é apresentada cada uma das seis combinações
simultaneamente. A amplitude do sinal é medida em cada
possíveis de pulsos triplos.
frequência. Assim, o sinal de saída de três filtros com
A Figura 8 apresenta uma visualização de diferentes
frequências centrais e/ou diferentes larguras de banda
diferenças de tempo entre os pulsos de PD detectados nas
permite análise do pulso em cada um dos três pontos de
fases L1, L2 e L3. Por exemplo, se a diferença de tempo
medida. Isso se deve ao fato de que, devido à descarga
entre os primeiros dois pulsos for muito pequena, então o
física, diferentes tipos de descargas parciais ou pulsos de
ponto resultante seria exibido entre os eixos geométricos
ruído têm espectros de energia diferentes.
onde esses pulsos são detectados (Figura 8, I). Se os dois
Em contraposição aos métodos 3PARD e 3PTRD, a
últimos pulsos ocorrerem quase simultaneamente, o ponto
avaliação pelo 3CFRD não exige necessariamente três
resultante seria exibido sobre o eixo geométrico onde o
unidades independentes de aquisição, pois pode ser usado
primeiro pulso é detectado (Figura 8, II). Caso todos os
com uma única unidade de aquisição. Em geral, o primeiro filtro de passagem de banda deve ser sintonizado para uma frequência central baixa, a fim de possibilitar o atendimento às normas técnicas IEC ou IEEE.
A segunda e terceira passagens de banda são sintonizadas
para
frequências
mais
elevadas,
determinadas
pelo
responsável pelo teste, em que os efeitos da propagação dos pulsos causam diferenças já distinguíveis nas respostas espectrais do sinal de descarga parcial medido. Mediante a escolha correta das frequências para passagem de banda, torna-se possível efetuar medições de descargas parciais em conformidade com as normas técnicas. Ao mesmo tempo se remove praticamente toda a interferência sobreposta. O 3CFRD correlaciona a saída dos três filtros de Figura 7 – Segmentos de visualização de 3PTRD para seis diferentes ordens de chegada de pulsos.
Figura 8 – Visualização de diferenças de tempo entre os três pulsos de DP dentro do segmento L1.
Figura 9 – Exemplo de representação FFT para classificação dos pulsos de descargas parciais com a determinação de três filtros de passagem de banda.
Apoio
57
Manutenção de transformadores
Apoio
58
passagem de banda de uma maneira semelhante ao 3PARD com a utilização das amplitudes de pulso de três canais de descarga parcial. A Figura 9 mostra um exemplo de representação FFT de pulsos de descarga parcial com a determinação de três filtros de passagem de banda.
Um exemplo de medida evidenciando ruído e corona é
mostrada na Figura 10. Uma vez determinada as frequências, os resultados de teste de descargas parciais é apresentado em um 3CFRD. No diagrama pode-se realizar a separação dos sinais individuais com a marcação de clusters. A Figura
Figura 12 – Representação de amplitude e fase (PRPD).
14 mostra um exemplo com a construção de 3CFRD e a
Considerações finais
separação de clusters.
Os modernos sistemas digitais de detecção de descargas
parciais utilizam um sistema de aquisição síncrono multicanal, em que é possível obter dados a partir de fontes separadas descargas parciais e discriminá-las de outras origens. No teste de descargas parciais, a separação de múltiplas fontes de ruídos é importante para uma análise adequada de descargas parciais. Foi mostrado que, com técnicas de avaliação de descargas parciais como 3FREQ, 3PTRD e 3PARD, é possível realizar uma análise adicional e localizar descargas parciais.
Referências IEC 60270. High-voltage test techniques – partial discharge Figura 10 – Resultados de teste de descargas parciais sobrepostas.
measurements. Third edition, 2000. CIGRÉ WG 21.03. Recognition of discharges. Electra Magazine, n. 11. Paris, 1969. KOLTUNOWICZ, W.; PLATH, R.; WINTER, P. Developments in Measurements of Partial Discharge. OMICRON electronics GmbH. Austria, 2009. OMICRON ELECTRONICS. MPD 600 User Manual, Version: MPD600.AE.2. Austria, 2009. PAULINO, M. E. C. Estado da arte da medição com múltiplos canais sincronizados para avaliação de descargas parciais. Proc. 2010 IEEE Power Engineering Society Transmission and Distribution Conf. São Paulo, 2010.
Figura 11 – Resultados de teste de descargas parciais com a apresentação de 3CFRD com a separação dos sinais individuais nos clusters marcados.
* Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco
Para cada cluster os eventos de descargas parciais podem
ser separados e recalculados em tampo real, provocando uma limpeza no PRPD (phase-resolved partial discharge). A Figura 12 mostra o resultado para o cluster do diagrama mostrado na Figura 11.
|mecpaulino@yahoo.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
59
Aterramento do neutro
Apoio
60
Capítulo IV Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração Paulo Fernandes Costa*
Nos três capítulos anteriores, foram discutidos os
estabilidade, seja para suprir energia de partida
aspectos da escolha e da especificação dos tipos de
(black-start) ou para exportar energia excedente.
resistores para aterramento do neutro nos sistemas
Esta peculiaridade das plantas de cogeração
elétricos industriais de baixa e média tensão.
provoca interessantes questões no planejamento dos
Foram fornecidas as justificativas técnicas que
seus sistemas elétricos, dentre as quais se destaca
levaram à conclusão de que em sistemas de baixa
o aterramento do neutro, objeto de tratamento no
tensão aplicam-se resistores de alto valor ôhmico,
presente artigo. Observa-se que este artigo é o quarto
conservando-se o sistema operacional durante uma
de uma série de seis, abordando o aterramento do
falta à terra, enquanto que na maioria dos sistemas
neutro em sistemas elétricos industriais de baixa e
de média tensão é necessário aplicar resistores de
média tensão.
baixo valor ôhmico com o desligamento obrigatório durante a falta à terra.
Em plantas industriais que utilizam vapor no
processo (plantas de produção de papel e celulose,
Breve síntese quanto à escolha dos resistores para aterramento do neutro em média tensão
por exemplo) são utilizados geradores de média
Os
potência (isto é, menores ou pouco maiores que 100
resistores para aterramento do neutro estabelecidos
MVA), que são diretamente ligados ao sistema de
para sistemas de média tensão nos dois primeiros
distribuição em média tensão da planta, geralmente
artigos são completamente válidos para sistemas
na tensão de 13,8 kV (mais comum), 6,6 kV ou 4,16
elétricos de cogeração e podem ser resumidos da
kV (geradores de menor porte).
seguinte forma:
princípios
de
dimensionamento
dos
Embora estes geradores possam em alguns casos
operar em sistema ilhado, ou seja, desconectado
• Sistemas elétricos com neutro isolado flutuante,
do sistema elétrico da concessionária local, o
isto é, neutro sem conexão à terra, são susceptíveis
mais comum é o trabalho em paralelo, seja para
de sofrerem sobretensões transitórias de valor
importar energia complementar, seja para manter
elevado durante faltas à terra. A melhor maneira
Apoio
61
de eliminar as referidas sobretensões nos sistemas elétricos
toroidais nos alimentadores, forma ideal para proteção quando
industriais consiste em aterrar o neutro através de resistores.
se utiliza limitação através de resistores de baixo valor ôhmico.
• Para eliminar sobretensões transitórias durante faltas fase-
• Os valores de limitação mais utilizados atualmente são: 50
terra, deve circular pelo resistor uma corrente maior ou igual à
A, 100 A, 150 A, 200 A, 300 A, 400 A. Estes valores são bem
corrente capacitiva do sistema elétrico.
menores do que os utilizados no passado, sendo possível sua
• A corrente capacitiva dos sistemas de média tensão é
aplicação devido ao surgimento dos relés digitais sensíveis e de
significativa, sendo, em geral, maior que 10 A. Portanto, deve
baixo consumo.
ser projetado um resistor para drenar uma corrente resistiva maior que 10 A, o que obriga o desligamento rápido do sistema elétrico para que sejam evitados danos, principalmente devido à formação de arco elétrico e sua evolução para arco entre
Características dos sistemas industriais com presença de cogeração e que afetam o aterramento do neutro
fases. O resistor neste caso é denominado resistor de baixo valor ôhmico.
Tendo em vista que um sistema elétrico industrial não deve
• Observa-se ainda que em sistemas elétricos de média tensão
em nenhum momento ficar sem um ponto de aterramento do
de até 13,8 kV, o arco se mantém para correntes menores que
neutro, os sistemas industriais com a presença de cogeração,
10 A, o que reforça a necessidade de desligamento imediato no
nos quais os geradores trabalham em paralelo com a
caso de ocorrência de falta fase terra.
concessionária, possuem em geral no mínimo dois pontos de
•Havendo necessidade de desligar o sistema durante curtos
aterramento. Como eventualmente o sistema elétrico pode
fase-terra, deve-se dimensionar o resistor com valor de limitação
trabalhar ilhado, ou somente alimentado pela concessionária,
tal que, além de eliminar sobretensões transitórias, seja criada
cada um dos aterramentos deve ser dimensionado para atender
corrente suficiente para facilitar a operação do sistema de
a toda a planta. A Figura 1 mostra esta condição, onde foram
proteção de falta à terra utilizando-se relés associados a TCs
utilizados resistores de baixo valor ôhmico limitando a corrente
Aterramento do neutro
Apoio
62
em 400 A no neutro de cada fonte. Como será comentando
garantir segurança de pessoas e do sistema elétrico.
oportunamente neste artigo, esta forma de aterramento propicia
O mero esquecimento de uma chave aberta pode
uma corrente fase-terra de 800 A no ponto de falta, que não é
provocar sérios inconvenientes durante faltas à terra, uma
aceitável à luz dos conhecimentos atuais.
vez que o curto não será identificado e podem ocorrer sobretensões transitórias com queima de equipamentos como grandes motores, geradores e transformadores. Na Figura 3 são identificadas duas situações que devem ser evitadas no planejamento do sistema elétrico.
Figura 1 - Duplo aterramento em plantas de cogeração.
Quando existe mais de um gerador na planta de cogeração é preferível utilizar transformador de aterramento na barra de distribuição o que permite manter o critério de dois pontos de aterramento citado anteriormente. A Figura 2 indica esta solução.
Figura 2 - Aplicação de transformador de aterramento quando existe mais de um gerador na planta.
Formas de aterramento não recomendadas
Em plantas de cogeração que utilizam mais de um gerador,
alguns projetistas adotam esquemas de aterramento do neutro
Figura 3 - Utilização de dispositivo de chaveamento no neutro (aplicação não recomendada).
Avaliação da energia liberada por um curto fase-terra interno no gerador
que utilizam chaveamento, visando economia e redução do nível de curto fase-terra. Esta conduta é considerada má engenharia, uma vez que uma das práticas mais saudáveis de
A falta mais comum no interior do gerador em sistemas
planejamento de sistemas elétricos industriais consiste em se
de média tensão é, sem dúvida, a falta fase-terra que
manter o neutro integro todo o tempo.
ocorre nas ranhuras do estator ou cabeças de bobinas. A
O chaveamento do neutro, além de exigir as chaves
ocorrência geralmente é acompanhada de arco elétrico que,
de média tensão para secionamento, (chaves a vácuo ou
dependendo do valor da corrente e do tempo de duração,
disjuntores) requer sistemas de controle e intertravamentos para
destrói as chapas magnéticas, fundindo-as. Ver Figura 4.
Apoio
63
Aterramento do neutro
Apoio
64
Figura 4 - Danos em chapas magnéticas de geradores.
Nesta situação, a recuperação do gerador torna-se
resistor do sistema elétrico considerando a operação do relé
extremamente trabalhosa, demorada e onerosa, uma vez que,
diferencial de terra em um ciclo e tempo de abertura e eliminação
além da recuperação do enrolamento, exige-se o baralhamento
de arco do disjuntor de cinco ciclos, total de seis ciclos (igual a
do pacote magnético para reduzir a possibilidade de existência
100 ms, ou seja 0,1 segundo) será:
de pontos quentes localizados, quando da operação após reparo.
A configuração de aterramento do neutro do sistema elétrico
(valor de limitação por resistor e número de resistores existentes) exerce grande influência nos danos do gerador, pois no ponto de
falta, a corrente total é a soma das contribuições das correntes
do próprio gerador devemos considerar que a sua característica
do próprio gerador com a corrente de limitação do sistema
é exponencial decrescente, dependendo de uma constante de
externo ao mesmo. Por exemplo, na Figura 1, um curto interno
decaimento que representaremos pela letra grega τ (tau).
Por outro lado, para calcular a energia liberada pela corrente
no gerador poderá atingir 800 A, sendo 400 A próprio gerador e 400 A devido à limitação através do resistor do transformador.
Vários estudos mostram que os danos causados pelo curto
Considerando que a constante de decaimento se situa entre
fase-terra no interior do gerador são causados principalmente
0,8 s e 1,1 s (média de 0,9 s) e para que para um tempo de 5τ de
pela contribuição do próprio gerador. Isto pode ser explicado
decaimento (praticamente toda a energia já foi liberada), segue:
pelo fato de que para o curto em questão, a proteção diferencial do gerador atua rapidamente, desligando o disjuntor de saída do gerador que acopla o mesmo ao sistema elétrico de distribuição, desligando também o disjuntor de campo. No entanto, o gerador
continua gerando e alimentando o curto interno devido à sua
= 5600 W.s, da qual a contribuição do sistema (800 W.s) representa
grande inércia e ao fluxo remanescente (residual). A corrente
14% e a contribuição do próprio gerador 76% (4800 W.S).
interna de falta sofre um processo de decaimento exponencial.
Pode-se avaliar a ordem de grandeza da energia liberada por
de se modificar a forma de aterramento do neutro dos geradores
unidade de resistência de arco através dos seguintes cálculos, em
diretamente ligados ao sistema de distribuição das plantas
que o expoente 1.5 leva em conta que a corrente se desenvolve
industriais, cujo neutro é aterrado por meio resistor de abaixo
na resistência de arco e não em um resistor linear onde o
valor ôhmico.
A energia total liberada no ponto de falta alcança (4800 + 800)
Esta conclusão, relativamente recente, mostra a necessidade
coeficiente seria igual a dois.
Suportabilidade dos geradores a curtos faseterra
A energia desenvolvida pela parcela devido à corrente no
Experimentos com curtos fase-terra no interior de ranhuras
de geradores indicam que o curto ocorre através de arcos
65
intermitentes, isto é, que acendem e se extinguem de forma repetida. A energia desenvolvida por estes arcos ao longo do tempo é que produz a fusão das chapas magnéticas, que são de difícil e oneroso reparo, conforme discutido anteriormente.
Para proteção dos geradores, os fabricantes desenvolveram
uma curva inversa que recomenda que seja aplicada para proteção fase terra dos geradores, sendo esta curva vista a seguir (Figura 5).
Figura 5 – Suportabilidade dos geradores e curto fase-terra internos.
Se adotarmos “danos leves” como aceitáveis, verifica-se que
a corrente de falta à terra, que pode circular permanentemente sem desligar o gerador, será inferior a 10 A. Este limite está de acordo com o que foi estabelecido no primeiro capítulo deste fascículo, onde foi mostrado (tabela1) que para tensões utilizadas em média tensão até 13.8 kV, a corrente de arco se mantém para correntes menores que 10 A. Alguns
fabricantes
adotam
uma
característica
de
suportabilidade maior e consideram uma energia suportável constante baseada na capacidade adiabática das chapas magnéticas de suportar a corrente de curto fase-terra (I2T= constante).
O limite estabelecido é o de I2T = 3000 A2.s, que se aplicado
para uma corrente de 10 A, fornece um tempo de suportabilidade de 30 segundos.
Utilização de sistema híbrido para aterramento do neutro de
geradores em plantas de cogeração
Para solucionar a questão da fragilidade dos geradores ao
curto fase-terra interno (nos casos em que existe necessidade de aterrar o neutro dos mesmos com resistor de baixo valor ôhmico), foi desenvolvido o sistema híbrido considerado a seguir.
Aterramento do neutro
Apoio
66
O sistema consiste em instalar no neutro um sistema híbrido composto de dois resistores, um de baixo valor ôhmico, dimensionado conforme critérios anteriormente definidos e um
resistor de alto valor ôhmico, limitando a corrente em valores
o sistema hibrido (400 A do resistor de baixo valor ôhmico do
A energia total, devido à corrente total de falta, utilizando
menores ou iguais a 10 A.
sistema externo mais 400 A do resistor de baixo valor ôhmico do
Quando da ocorrência do curto fase-terra interno ao
gerador, retiradas de circulação pela proteção diferencial, mais
gerador, a proteção diferencial de terra retira o disjuntor de
10 A do resistor de alto valor ôhmico do gerador que permanece
saída do estator, o campo e o resistor de baixo valor ôhmico,
até decaimento em cinco constantes de tempo) será:
permanecendo apenas o resistor de alto valor ôhmico.
Nestas condições, as energias envolvidas passam a
ser 2x800 W.s (energia desenvolvida devido à corrente de circulação nos dois resistores de 400 A, conforme equação
Quando comparada com a energia desenvolvida no primeiro
2), mais a energia desenvolvida após a retirada do disjuntor
caso no qual não foi utilizado sistema híbrido (5600 W.s),
de saída do estator e do campo, no resistor de 10 A, que ficará
verificamos uma queda de 71% no valor da energia desenvolvida.
em funcionamento (Figura 5).
A energia desenvolvida no resistor de 10 A devido à inércia
conforme mostra a Figura 6, no qual são utilizados resistores
do gerador após desligamento do disjuntor de saída e do disjuntor
de alto valor ôhmico ligados no neutro dos geradores e um
de campo será:
resistor de baixo valor ôhmico associado a um transformador de
Se o arranjo do sistema de aterramento do neutro é realizado
Figura 6 - Sistema híbrido.
Figura 7 – Utilização de resistores de alto valor ôhmico no neutro dos geradores e de baixo valor ôhmico no sistema.
Apoio
67
aterramento para o sistema de distribuição, a energia é reduzida a
resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em
819 W.s. Observa-se que a proteção diferencial de cada gerador,
média tensão”Revista Setor Elétrico, Agosto 2014.
que deve ser adaptada à nova situação, continua desligando o
• Costa, P.F; “Capitulo III - Avanços na especificação e aplicação dos
disjuntor de saída do estator e o disjuntor de campo do gerador
resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em
que se encontra sob falta interna.
Conclusão
Neste artigo foram discutidos princípios de aterramento do
neutro em sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração. Foi demonstrado que o sistema híbrido
baixa tensão, Setembro 2014. • Prafulla Pillai and others “Grounding and Ground Fault Protection of Multiple Generator Installations on Medium-Voltage Industrial and Commercial Power Systems - Part 1: The Problem Defined” Working Group Report; IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 40, no. 1, January/February 2004. • Ostman, M; “The pros and cons of alternative grounding systems”
que combina a utilização de resistores de alto valor ôhmico com
Wartsila Technical Journal, 01.2009.
resistores de baixo valor ôhmico é o que conduz a menores
• Sistemas de aterramento de geradores do tipo hibrido. comercial@
danos para curtos internos nos geradores.
seniorengenharia.com.
Os princípios devem ser aplicados e modificados de
acordo com a topologia estabelecida para o sistema elétrico de cogeração. Conjuntos de aterramento do neutro de geradores do tipo híbrido são fornecidos no Brasil.
Referências bibliográficas • Costa, P.F; “Capitulo I – Aspectos importantes da escolha do tipo de resistor de aterramento do neutro nos sistemas elétricos industriais” Revista Setor Elétrico, Julho 2014. • Costa, P.F; “Capitulo II - Avanços na especificação e aplicação dos
*Paulo Fernandes Costa é Engenheiro Eletricista e Msc pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor aposentado dos cursos de engenharia elétrica da UFMG e CEFET-MG e diretor da Senior Engenharia e Serviços LTDA, Belo Horizonte-MG. É palestrante e autor de vários artigos na área de aterramento, proteção, segurança, qualidade de energia e sistemas elétricos industriais em geral. Atua como consultor, bem como na área de desenvolvimento tecnológico, com experiência de mais de 40 anos. E-mail: pcosta@seniorengenharia.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
68
Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Cidades inteligentes: o futuro do smart grid no Brasil Por Bruno Moreira
Elas surgem como uma forma de mitigar os altos custos de implantação das redes inteligentes no país, pois seus investimentos seriam divididos entre as várias empresas prestadoras de serviços públicos que participariam do processo
69
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
As redes inteligentes de energia elétrica – smart grids –
um modelo funcional para smart grid, a fim de se obter
já estão relativamente bem difundidas nos Estados Unidos,
uma metodologia para subsidiar a decisão de implantação
em alguns países da Europa, da Ásia e até do Oriente Médio,
em larga escala de projetos como este na Cemig. “O projeto
onde empresas de distribuição têm investido na aquisição
desenvolverá uma visão estratégica sobre a implantação de
de medidores eletrônicos inteligentes, em automação e em
soluções smart grid na rede da Cemig, que seja adequada ao
plataformas de comunicação de dados, a fim de otimizar
contexto socioeconômico e regulatório do Brasil”, explica o
a operação de suas redes elétricas, tornando os serviços
diretor do Programa Smart Grid da Cemig e coordenador do
oferecidos por elas mais eficiente e possibilitando aos clientes
projeto, Geraldo Tadeu Batista.
serem mais participativos no consumo de sua energia.
No Brasil, a adesão ao smart grid caminha em passos
a instalação de cerca de cinco mil medidores inteligentes,
mais lentos. Concessionárias como a Light e AES Eletropaulo,
com a capacidade para leitura, corte e religa operados
por exemplo, já anunciaram projetos na área. No entanto,
remotamente; a implantação de 46 pontos de automação com
tudo ainda ocorre em baixa escala. Em áreas de concessão
sefhealing, software para otimizar o processo de operação do
de milhões de consumidores, as empresas pretendem instalar
sistema na reconfiguração da rede; a implantação de várias
somente milhares de medidores inteligentes, por exemplo. O
mídias de comunicação para testes, tais como: rede de fibra
que já é uma realidade no país é a automação das subestações.
óptica, rádios 400 MHz, gateways, sistema celular, rede HFC
Segundo o presidente do Fórum Latino-americano de Smart
(Hybrid fiber-coaxial), satélite; e a instalação de 66 painéis
Grid e diretor da Ecoee, Cyro Boccuzzi, estes equipamentos
fotovoltaicos conectados à rede para estudo dos impactos de
já são adquiridos automatizados na atualidade. “Isso já é um
sua utilização nas redes da Cemig.
padrão”, afirma.
Um dos problemas para a maior difusão das redes
que fortaleceram a participação do consumidor de energia
inteligentes no Brasil é o seu alto custo de implantação.
elétrica. Entre as quais a realização de pesquisa quantitativa e
Neste sentido, ganha espaço no país as smart cities –
qualitativa para medir a análise da percepção do consumidor e
cidades inteligentes – que consistem na utilização das redes
a propensão ao uso das novas tecnologias; e o desenvolvimento
inteligentes visando à habilitação de diversos serviços
de interfaces de relacionamento, tais como: calendário de
de utilidade pública, além do serviço de distribuição de
consumo, simulador de consumo, jogos interativos, aplicativo
eletricidade, tais como: controle semafórico e de tráfego;
mobiles (tablet, smartphone), gestão de ativos de telecom,
iluminação pública; segurança pública; abastecimento de
reconfigurador da rede (sefhealing), integrado SOA.
água e gás; telecomunicações, entre outros. Para construir tal
Como dito, o projeto teve sua operação finalizada
cidade, seria necessário o esforço de diversos agentes. Dessa
em agosto deste ano, mas ainda não terminou de todo.
forma, os investimentos seriam divididos, o que tornaria o
De acordo com Batista, no momento, está ocorrendo o
processo menos custoso também para a própria distribuidora
processo de internalização dos procedimentos, softwares e
de energia elétrica.
equipamentos produzidos nestes 45 meses de atividades. “Os
Durante os quase cinco anos de trabalho, foram realizadas
Além disso, fez parte do projeto Cidades do Futuro ações
Entretanto, antes da realização em larga escala desse tipo
documentos provenientes deste trabalho são um instrumento
de cidade, são necessários testes, que estão sendo efetuados
de transferência de conhecimento, não somente para o grupo
pelas próprias distribuidoras. No Brasil, são quatro os projetos
Cemig como também para o setor elétrico brasileiro”, declara
pilotos de cidades inteligentes: o projeto Cidades do Futuro,
o coordenador, destacando que os próximos passos serão
realizado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig),
avaliar o que foi relatado e construir um plano de negócio
no município de Sete Lagoas; o projeto Parintins, implantado
para a implantação futura em larga escala da tecnologia
pela Eletrobras no munícipio de Parintins (AM); o projeto
smart grid, “tendo como alvo a definição de onde, como e em
InovCity, realizado pela Bandeirante, em Aparecida (SP) e
quais condições implantar e ampliar as instalações de redes
em dois municípios do Espírito Santo: Domingos Martins
inteligentes”.
e Marechal Floriano; e o projeto Cidade Inteligente Búzios,
realizado pela Ampla, em Armação de Búzios (RJ).
piloto da Cemig. “Os objetivos foram alcançados e a proposta
Projeto Cidades
do
Não obstante, o coordenador avalia positivamente o projeto
de um teste em escala reduzida, aplicando os conceitos ‘smart
Futuro
grid’, atingida”, assegura Batista. Foram testadas diversas finalizado
tecnologias de comunicação, interação com o consumidor,
operacionalmente no final de agosto de 2014, o projeto Cidades
planta de geração distribuída e o comportamento da rede de
do Futuro foi implementado com o intuito de desenvolver
distribuição, processo de gestão e suas possíveis adaptações,
Lançado
em
dezembro
de
2009
e
Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Divulgação
70
Três escolas municipais, a Apae, o centro de monitoramento, além de um restaurante e o Clube do Tênis, em Búzios, já contam com painéis solares de 5 kWp instalados pela Ampla, que permitem economia na conta de luz.
testes de privacidade de dados, percepção da cadeia de
perdas comerciais. De acordo com o assistente da Diretoria
fornecedores até a preparação para nos atender. “Tudo isso
de Regulação e Projetos Especiais da Eletrobras, Marcelo
produziu um enriquecedor material conclusivo para tomada
Ximenes Bernardes, isso permite estudos de integração prática
de decisões acerca do tema”, afirma.
de medição, telecomunicação, automação, proteção e controle
A respeito da a escolha do “polígono geoelétrico de Sete
em um sistema que abrange desde a geração até o consumidor
Lagoas” para sediar o projeto Cidades do Futuro, Batista
final. A distribuidora poderá também testar a resistência de
explica que existiram diversas razões. “Nesta região, temos
seus equipamentos externos, já que eles ficarão expostos a
uma amostragem de toda a área de concessão da Cemig
condições climáticas e ambientais severas. Parintins é quente
Distribuição, com todas as categorias de consumidores,
e úmida.
os cinco grupos da baixa tensão (B1 a B5): comerciais,
rurais, industriais, etc.”, destaca o coordenador. Além disso,
está em andamento. A previsão, segundo Bernardes, é de que
conforme Batista, há o fato de a cidade abrigar o centro de
os trabalhos se encerrem no primeiro semestre de 2015. Até
capacitação do Grupo Cemig, a Universidade Corporativa
o momento já foram instalados mais de três mil medidores
Cemig (Univercemig), ser uma amostra reduzida da topografia
inteligentes em consumidores de baixa tensão e, atualmente,
do Estado de Minas Gerais e estar bem próxima (70 Km) da
está sendo implantado um sistema de monitoramento dos
capital Belo Horizonte, o que facilita a realização de testes de
transformadores da cidade que permitirá, além da análise de
tecnologias de telecomunicações, programas de interação com
parâmetros técnicos como a sobrecarga, realizar o balanço
o consumidor, entre outras ações.
energético com vistas à redução de perdas não técnicas.
Para a implantar o projeto, a Cemig investiu R$ 45 milhões,
O Projeto Parintins foi lançado em junho de 2011 e ainda
O próximo passo, segundo o assistente, é a implantação
por meio do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e
dos sistemas de microgeração com painéis solares em
do Programa de Eficiência Energética (PEE), ambos da Agência
unidades consumidoras da cidade que injetarão energia
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
diretamente na rede, devendo contribuir para a redução do
Projeto Parintins
consumo de óleo dos geradores que abastecem a cidade. “Além disso, foi publicada recentemente a licitação de uma
Situado no interior do Estado do Amazonas, há 369
segunda área para implantação de medidores inteligentes, na
km da capital Manaus, o município de Parintins apresenta
qual pretendemos fazer uma análise de interoperabilidade”,
características interessantes do ponto de vista elétrico para
revela Bernardes. Para isso, a expectativa é de que sejam
abrigar um projeto de cidade inteligente: trata-se de um
investidos aproximadamente R$ 20 milhões, dentro do
sistema isolado; é abastecido por térmicas a óleo; e possui altas
programa de P & D da Aneel.
72
Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Pensando no maior controle de energia por parte dos
Paulo, limite máximo pelo programa de P&D da Aneel, para
usuários, a Eletrobras desenvolveu também uma ferramenta
realizar testes com equipamentos deste tipo. Além disso, o
para auxiliar o cliente na gestão do consumo. De acordo com
fornecimento de energia de todas as localidades selecionadas
Bernardes, será disponibilizado um portal na web e aplicativos
já estava sendo monitorado, o que permitiu efetuar uma
móveis que disponibilizarão informações, como o consumo
correta medição da evolução do seu consumo.
diário ou até mesmo a simulação do consumo de aparelhos e
qual o seu impacto financeiro. “Por meio dessas ferramentas,
viabilizado após a homologação, pelo Instituto Nacional de
aliadas a ações educacionais, acreditamos que o cliente se
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), do primeiro
tornará mais consistente do seu papel no sistema elétrico e
medidor inteligente do setor elétrico brasileiro, obtida pela EDP
promoverá a mudança de seus hábitos de consumo, levando à
e Ecil Energia. Atualmente, na fase final de implementação, o
economia de energia”, afirma.
projeto, que conta com o apoio da Secretaria de Energia de
São Paulo e da prefeitura de Aparecida, já teve realizada ações
A respeito dos resultados obtidos, Bernardes explica que
Conforme Martins, o projeto InovCity de Aparecida foi
o projeto ainda se encontra em desenvolvimento, e alguns
de divulgação, conscientização e de eficiência energética.
objetivos só serão alcançados com o seu término. Para ele,
no entanto, um dos maiores benefícios do trabalho será
folhetos de orientação sobre o uso racional de energia e
poder avaliar os impactos do uso integrado de tecnologias
kits com seis lâmpadas eletrônicas a todos os clientes do
relacionadas às redes inteligentes nos indicadores e na redução
municípios; a capacitação de 100% dos professores da rede
sustentável de perdas não técnicas; a aceitação e adesão dos
pública de ensino de Aparecida sobre os conceitos de cidades
clientes às novas tecnologias e metodologia; a integração de
inteligentes, eficiência energética e uso racional de energia
soluções diversas de medição e comunicação associadas; e o
elétrica; a doação de 540 geladeiras e 460 kits de aquecimento
impacto de “gaps” regulatórios e tecnológicos para a adoção
solar da água do chuveiro para comunidades de baixa renda;
de tecnologias e metodologias associadas ao conceito smart
e a substituição de mais de 13.500 medidores convencionais
grid.
por medidores inteligentes.
Tal qual o projeto Cidades do Futuro, realizado pela
Cemig, o projeto de Parintins tem como principal objetivo,
darão ao sistema a possibilidade de executar corte e religação
no entanto, servir de modelo de referência para aplicações
remota. E, no momento, segundo Martins, está sendo efetuado
futuras. “Esperamos que muitos dos conceitos e das tecnologias
o comissionamento dos medidores da rede ZigBee, rede
estudados nesse piloto possam se disseminar nas demais áreas
de comunicação de dados RF com topologia mesh. “Essa
de concessão da empresa”, afirma Bernardes, destacando
camada, chamada de última milha, conecta-se ao sistema de
que, caso haja a oportunidade de serem estudadas novas
gerenciamento via rede WiMAX, implantada exclusivamente
tecnologias ou ferramentas relacionadas a redes inteligentes,
para atender à telecomunicação dos medidores inteligentes
que tenham caráter inovador, “essas poderão ser empregadas
em Aparecida”, explica o gestor executivo. A próxima ação
e avaliadas em Parintins ou mesmo em outra cidade que elas
a ser realizada em Aparecida são os testes de solução de
tenham maior aplicabilidade”.
corte e religação remota por meio do sistema de gestão das
Projeto InovCity
Entre estas ações estão a distribuição de cartas explicativas,
Já foram instalados também os primeiros 150 relés, que
instalações com medição inteligente. Eles estavam previstos para iniciarem na segunda quinzena do mês de outubro.
A EDP, holding de energia de origem portuguesa,
lançou no Brasil, por meio de duas de suas distribuidoras, a
de iluminação do município paulista, com a instalação de 104
EDP Bandeirante e a EDP Escelsa, dois projetos de cidades
luminárias Led em diversos pontos da cidade, gerando uma
inteligentes denominados InovCity. O primeiro foi lançado na
economia em torno de 50%. A mobilidade elétrica também
cidade de Aparecida (SP), em outubro de 2011 e o segundo foi
foi um ponto contemplado. Neste sentido, a EDP doou cinco
inaugurado nos municípios de Domingos Martins e Marechal
scooters e duas bicicletas elétricas para a Arquidiocese de
Floriano, situados no Estado do Espírito Santo, em junho deste
Aparecida e para o Santuário Nacional, e 12 scooters elétricas
ano.
para a prefeitura local. Além disso, foram instalados cinco
pontos de carregamento.
Tanto Aparecida quantos os municípios do Espírito Santo
O projeto de Aparecida realizou ainda mudanças no sistema
foram escolhidos, segundo o gestor executivo de Inovação
No que se refere ao projeto que está sendo implementado
e Sustentabilidade da EDP, João Brito Martins, por questões
nos municípios do Espírito Santo, as primeiras ações foram
técnicas e regulatórias. A cidade paulista, por exemplo,
a entrega de scooters elétricas e iniciativas de eficiência
representa exatamente 1% dos clientes da EDP em São
energéticas, como ações de conscientização da sociedade,
73 Arquivo Cemig.
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Durante os quase cinco anos de trabalho do Projeto Cidades do Futuro da Cemig, foram instalados cerca de cinco mil medidores inteligentes, com a capacidade para leitura, corte e religa operados remotamente.
palestras nas escolas e capacitação dos professores da rede
e entender a percepção e o impacto nos clientes decorrente da
pública. No momento, de acordo com Martins, está sendo
aplicação das tecnologias”, esclarece Martins.
criada a infraestrutura de telecomunicação que atenderá às
medições inteligentes nos dois municípios e encaminhará os
projeto de Aparecida e R$ 5 milhões no projeto realizado nos
dados coletados até a sede da EDP, na cidade de Carapina (ES).
municípios do Espírito Santo.
“O diferencial desse projeto em relação ao de Aparecida está
A EDP informa que foram investidos R$ 10 milhões no
na tecnologia adotada para a comunicação de última milha.
Projeto Cidade Inteligente Búzios
Optamos por testar um padrão mais moderno de comunicação
Mais um município que abriga um projeto piloto de
RF, com base em IPV6 para equipamentos de baixa potência
cidades inteligentes, Armação de Búzios (RJ) foi escolhido pela
conhecida como 6LowPAN”, comenta.
Grupo Enel, por meio da distribuidora de energia Ampla, por
Quanto à avaliação das iniciativas que já foram realizadas,
diversas razões: abundância de sol e vento, que potencializam
principalmente na cidade de Aparecida, Martins afirma que os
a geração de energia renovável distribuída; consumo de
medidores inteligentes instalados apresentam até o momento
energia médio bastante relevante, o que facilita medidas de
bons indicadores de qualidade, tanto relacionados à vida
controle da demanda; área geográfica menor, facilitando a
útil quanto à precisão de medicação. “Destacamos também a
aplicação de veículos elétricos; e sua visibilidade no cenário
solidez do sistema de comunicação adotada, em que os índices
turístico nacional e internacional.
de sucesso de comunicação com os medidores comissionados
são satisfatórios” diz o gestor executivo.
pela Ampla foi dividido em cinco fases: elaboração e
Iniciado em novembro de 2011, o projeto implementado
Da mesma maneira que ocorre com os outros projetos de
planejamento, definição de tecnologias e contratações,
cidades inteligentes, após a conclusão de todas as etapas do
execução, medições e elaboração dos relatórios finais. “Já
InovCity, serão realizadas análises de resultado para entender
concluímos três fases e estamos agora na quarta fase, a de
o impacto na comunidade assistida, aprimorar seus pontos
medição dos resultados, quando podemos medir a eficiência e
fracos e prospectar a implantação dos pontos fortes em outras
aplicabilidade de todas as tecnologias aplicadas no projeto”,
regiões sobre a concessão da empresa. “De qualquer forma,
explica o coordenador do projeto Cidade Inteligente Búzios,
nesta fase o maior objetivo é ganhar experiência nestas áreas
Weules Correia.
74
Reportagem
Durante o processo de execução foram instalados 9.400
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Com a ajuda de seus especialistas, o IEEE possui 430 mil
medidores inteligentes com leitura de fibra ótica, totalizando
membros em mais de 60 países o instituto vem avaliando
85 km, entre malha e tronco, por toda a cidade de Búzios. A
diversas cidades que possuem o desejo de participar da
iluminação pública também foi beneficiada, com a colocação
iniciativa. Para que os municípios sejam escolhidos, eles
de 60 luminárias Led com pontos de luz telecomandados na
necessitam atender a alguns critérios, entre os quais: a
Lagoa da Usina e mais de 70 luminárias na Estrada da Usina. De
existência de um plano concreto e fundos para se tornar uma
acordo com o coordenador, além dessas lâmpadas serem bem
cidade inteligente; a concordância do eleitorado local a respeito
mais eficientes – 50 mil horas para 3 mil horas das lâmpadas
do envolvimento do IEEE no projeto; interesse das autoridades
convencionais –, propiciam uma economia de energia de até
locais em dividir experiências em âmbito internacional e se
80% em comparação aos equipamentos tradicionais.
tornar um modelo a ser seguido; e possuir uma universidade
interessada em desenvolver o conceito de cidades inteligentes,
O projeto incorporou também novas fontes de energia
renováveis à rede local existente pela instalação de painéis
bem como alguma forma de compromisso da indústria local.
fotovoltaicos em edifícios públicos e microssistemas eólicos
Levando em conta estas condições, três municípios
no município. Conforme Correia, três escolas municipais, a
foram escolhidos até o momento para desenvolverem cidades
Apae, o centro de monitoramento, além de um restaurante
inteligentes com o auxílio do IEEE: Guadalajara, no México;
e o Clube do Tênis já contam com painéis solares de 5
Trento, na Itália; e Wuxi, na China. O plano é que mais setes
kWp, que permitem economia na conta de luz. “O centro de
cidades sejam escolhidas para participar da iniciativa até 2016.
monitoramento e pesquisa, por exemplo, conta com painéis
Primeira localidade a ser selecionada, Guadalajara foi aprovada,
solares que geram 700 kWh mensais, o equivalente a 18% do
dentre tantas outras pretendentes, segundo a organização de
consumo”, afirma o coordenador.
engenheiros, por três razões principais: já havia estabelecido
O ponto de destaque do Projeto Cidade Inteligente Búzios,
uma organização chamada Ciudad Creativa Digital (CCD) para
porém, é a tarifa horária, que será utilizada pela Ampla e permitirá
dirigir a transição rumo a uma cidade inteligente; as ações
tarifas diferenciadas de acordo com o horário do consumo. “O
têm como foco o centro histórico local; e os esforços são para
medidor eletrônico inteligente mede os consumos em intervalos
revitalização e revigoramento da área principal da cidade.
de tempo programáveis, permitindo propor aos clientes ofertas
comerciais ligadas à faixa horária”, explica Correia, destacando
socialmente integrado que consiga atrair e segurar profissionais
que o projeto piloto está preparado para os 10 mil clientes que são
capacitados para trabalharem em uma ampla variedade de
atendidos pela distribuidora no balneário.
atividades relacionadas à mídia digital. A ideia, de acordo com
Para a implementação da inciativa foram investidos R$
a IEEE, é que, quanto mais projetos interessantes e profissionais
40 milhões, sendo 54% desse montante advindos da Ampla e
criativos forem atraídos, mais pessoas inteligentes existirão a
parceiros, e o restante por meio de recursos de P&D da Aneel.
fim de melhorar a infraestrutura e os serviços dos municípios
A expectativa é de que o projeto seja finalizado em novembro
no sentido de acomodar o inevitável crescimento populacional
deste ano. “Estamos focados em concluir o projeto de Búzios e na
de Guadalajara.
avaliação de como as tecnologias testadas no município poderão
ser massificadas pela companhia”, conclui o coordenador.
inteligente na cidade mexicana irá contar com tecnologias
Iniciativa IEEE Cidades Inteligentes
O objetivo primário da CCD é criar um ambiente urbano
Para acelerar o seu desenvolvimento, o projeto de cidade
como smart grid, e-health (assistência de saúde baseada em processos eletrônicos e de comunicação); realidade aumentada
O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE)
(integração de informações virtuais a visualizações do mundo
lançou em março de 2014 a Iniciativa Cidades Inteligentes.
real); e a internet das coisas (conexão de objetos e aparelhos
O objetivo da ação é ajudar os municípios de diversas partes
do dia a dia – como eletrodomésticos – a grandes bases de
do mundo a se prepararem para os desafios da crescente
dados e redes, bem como à internet.
urbanização como: explosão demográfica, alto custo de
vida, aumento dos níveis de poluição e das taxas de crime;
a IEEE, porque ambas obedeceram aos critérios estabelecidos
investimento massivo em infraestrutura; e crescimento
pela organização, entre os quais, o de demonstrar planos para
exponencial de dados. A organização acredita que, por meio
investir seus próprios capital humano e financeiro no projeto,
das novas e tecnologias existentes nas áreas de tecnologia da
indicando seu compromisso em melhorar a qualidade de vida
informação e automação, será possível reduzir o impacto do
de seus cidadãos. Para Trento, a iniciativa irá estimular o
crescimento urbano no meio ambiente e melhorar a qualidade
crescimento econômico, melhorar o bem-estar dos moradores,
de vida das pessoas.
garantir serviços urbanos sustentáveis e prover acesso a
A seleção das cidades de Trento e Wuxi ocorreu, segundo
75
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
A EDP doou scooters e bicicletas elétricas para a Arquidiocese de Aparecida, o Santuário Nacional, e a prefeitura local. Além disso, foram instalados cinco pontos de carregamento.
tecnologias avançadas, visando a uma vida urbana agradável
tecnologias de redes e cidades inteligentes. “Ainda é necessário
e ao bom funcionamento da comunidade. Já o município de
analisar muito bem os locais de implantação para que se
Wuxi pretende se beneficiar da ação reduzindo seus níveis
tenha um retorno do investimento”, atesta. Segundo ele, com
de poluição e congestionamento de veículos, e fornecendo
o aumento da demanda por essas tecnologias entre os agentes
energia, moradia e empregos adequados aos seus cidadãos.
do setor e a evolução de te políticas públicas que favoreçam o
desenvolvimento das cidades inteligentes, essas tecnologias
O apoio do IEEE se dará não apenas pelo conhecimento
técnico e teórico de seus especialistas, mas também por
ganharão maior escalabilidade e se tornarão mais viáveis.
meio da IEEE Standards Association, que desenvolve normas
internacionais para uma ampla gama de tecnologias que fazem
de Smart Grid, Cyro Boccuzzi, são tão importantes os projetos
parte das cidades inteligentes, tais como: energia elétrica,
piloto de cidades inteligentes que estão sendo desenvolvidos
tecnologia da informação, transporte, nanotecnologia, e
pelas concessionárias. Conforme Boccuzzi, além de levar
segurança da informação.
conforto aos usuários e oferecer treinamento e capacitação
Por isso, segundo o presidente do Fórum Latino-americano
aos funcionários a respeito do melhor uso dessas tecnologias,
O
futuro das redes e cidades inteligentes
os projetos pilotos são necessários, pois fornecem as primeiras
Em relação ao futuro das redes e cidade inteligentes no
compras, que, por sua vez, são essenciais para gerar escala de
Brasil, o diretor do Programa Smart Grid da Cemig afirma
produção, escala comercial. “Os primeiros lotes são importantes
que a viabilidade técnica existe e já foi comprovada em
para a diminuição do preço”, afirma. Boccuzzi é taxativo em
diversos países. “Para implantação no Brasil ainda existem
afirmar que quando se atinge uma escala boa de produção, a
alguns desafios tecnológicos a serem vencidos, principalmente
difusão e o fortalecimento da tecnologia independe de mais ou
ligados às condições das instalações elétricas”, diz Batista.
menos incentivos governamentais.
Outro problema é a viabilidade econômica. “Ainda é uma
tecnologia cara que pode não ser viável na maioria das
EDP acredita que o desenvolvimento das redes inteligentes
situações”, afirma.
no Brasil depende ainda de algumas definições regulatórias
específicas. Estas, segundo Martins, serão determinantes para
Marcelo Bernardes, da Eletrobras, reitera o posicionamento
de Batista, destacando os altos custos de implantação de algumas
Já o gestor executivo de Inovação e Sustentabilidade da
o ritmo de adoção das novas tecnologias de rede.
Energia eólica
76
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Representação da geração eólica em estudos de transitórios eletromagnéticos Por A. B. Fernandes, A. Samuel Neto, K. H. M. Lemes, G. M. Martins*
Análise dos estudos de rejeição de carga em função da incorporação do Complexo Eólico Desenvix Bahia (CEDB) ao Sistema Interligado Nacional (SIN)
77
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
O conjunto formado pelas Centrais de
No presente trabalho, apresenta-se uma
Geração Eólicas (CGEs) Macaúbas (30 MW),
análise quanto aos estudos de rejeição de
Seabra (30 MW), Novo Horizonte (30 MW) e o
carga em função da incorporação do CEDB.
sistema de conexão compartilhado, constituem
Para tanto, quantificam-se as sobretensões
o Complexo Eólico Desenvix Bahia (CEDB) – 90
transitórias decorrentes das manobras de
MW –, que comercializou sua produção no Leilão
abertura de circuitos 230 kV na Área Sudoeste
de Energia de Reserva (LER) A-3, promovido pela
e 500 kV na Interligação Sudeste/Nordeste, em
Aneel em dezembro de 2009, tendo entrado em
condições de máximo fluxo (Fluxo SE/NE =
operação comercial em julho de 2012.
FSENE máximo). Para tanto, a Rede Básica, os
Localizado no sudoeste do estado da Bahia
sistemas regionais 69 kV e 138 kV (com PCHs
(Área Sudoeste do Nordeste), o CEDB se
e UTE), e as usinas eólicas são modeladas
conecta diretamente na Rede Básica do Sistema
em detalhes, no formato do programa ATP –
Interligado Nacional (SIN), na subestação (SE)
Alternative Transients Program.
230/34,5 kV Brotas de Macaúbas, originada a
partir do seccionamento da LT 230 kV Bom
imputa ineditismo ao presente trabalho é
Jesus da Lapa – Irecê, distante cerca de 30 km
a representação de todas as 57 unidades de
do ponto de seccionamento (Figura 1).
geração eólica (aerogeradores DFIG – Double
Historicamente, desde 2003, quando da
Fed Induction Generator) e equipamentos
entrada em operação da Interligação Sudeste/
associados, para os quais o fabricante forneceu
Nordeste, diversos estudos de rejeição de
modelos
carga foram realizados, visando garantir a
em
integridade dos equipamentos e instalações 500
detalhado conta com a representação dos
kV e 230 kV próximos, uma vez que a presença
conversores, dispositivos e lógicas de medição,
desta interligação alterou significativamente a
proteção e controle. As redes internas das
potência de curto-circuito e a impedância
usinas, compostas por cabos subterrâneos,
harmônica vista dos barramentos 230 kV.
transformadores elevadores e um filtro em
Neste contexto, com a entrada em operação
34,5 kV, também são modelados em detalhes.
do CEDB, faz-se necessário verificar como a
Adicionalmente, faz-se uso de um modelo
incorporação deste empreendimento pode
simplificado (fonte + reatância subtransitória),
impactar nas sobretensões e sobrecorrentes
visando quantificar as distinções e ganhos
transitórias quando de rejeições de carga,
no uso de um modelo detalhado, a título
demandando uma avaliação criteriosa dos
de comparação. Mostram-se os resultados,
impactos sobre as instalações existentes.
destacando similaridades e distinções.
Um aspecto que merece destaque e
computacionais
MODELS/TACS/ATP.
implementados Este
modelo
Figura 1 – Área Sudoeste do Nordeste, com destaque para a SE 230/34,5 kV Brotas de Macaúbas, ponto de conexão com a Rede Básica do Complexo Eólico.
Energia eólica
78
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Caracterização do empreendimento
and grid side converters – Figura 3) por elementos de circuito, mas
Com o seccionamento da LT 230 kV Bom Jesus da Lapa – Irecê, a
uma representação por fontes de tensão equivalentes, que reproduzem
cerca de 180 km a partir de Bom Jesus da Lapa, tem-se dois novos trechos
a resposta destes.
de linhas (com cerca de 30 km cada) até a nova SE 230 kV, denominada
Brotas de Macaúbas, instalação em que os parques eólicos compartilham
do modelo computacional em ATP para o aerogerador Alstom ECO86
um único transformador 230/34,5 kV, 100 MVA. A conexão dos parques
(DIFG), utilizado nos estudos. Pode-se observar a dinâmica dos controles
à subestação coletora se dá por meio de uma rede de subtransmissão,
durante e após a falta para a potência ativa e reativa.
Apresenta-se na Figura 4 o desempenho sob falta (trifásica-terra)
em 34,5 kV, composta de cabos subterrâneos.
Desenvix Bahia (CEDB) – 90 MW – composto pelas CGEs Macaúbas
(30 MW), Seabra (30 MW), Novo Horizonte (30 MW). Os aerogeradores das CGEs Seabra e Novo Horizonte estão conectados em número de 9 (totalizando 15,03 MW) por cada alimentador. Para a CGE Macaúbas são 11 aerogeradores (totalizando 18,37 MW) no alimentador 01 e 10 aerogeradores (totalizando 16,7 MW) no alimentador 2 (Figura 2).
Figura 4 - Desempenho sob falta (trifásica-terra) do modelo em ATP para o aerogerador Alstom ECO86 (DFIG) utilizado nos estudos. Potência ativa (vermelho) e reativa (verde).
Desta forma, apesar de ser um modelo factível para estudos de
transitórios eletromagnéticos, tal representação não se aplica para estudos de qualidade da energia elétrica – distorção harmônica e cintilação (flicker), por exemplo –, uma vez que, ao não representar Figura 2 – Diagrama unifilar do Complexo Eólico Desenvix Bahia (CEDB) – CGEs Macaúbas, Seabra e Novo Horizonte.
Tecnologia dos aerogeradores
Os aerogeradores do CEDB são de fornecimento Alstom e, portanto,
os estudos utilizam informações e modelos computacionais fornecidos por este fabricante. A tecnologia utilizada é a de turbina de velocidade variável com gerador de indução de dupla alimentação (DFIG – Double Fed Induction Generator ou DFIM – Double Fed Induction Machine). Veja a Figura 3.
os elementos não lineares, tal modelo não reproduz com exatidão a injeção de harmônicos, tanto para a tensão quanto para a corrente.
ATP, adotou-se como premissa uma representação do aerogerador para estudos sistêmicos, visando considerar com maior exatidão a presença das usinas eólicas, de forma a quantificar os impactos para a rede elétrica. Para uma análise do desempenho do aerogerador quando conectado à rede, faz-se necessário representar em detalhes todas as dinâmicas, controles e proteções deste equipamento.
Para o controle de geração da potência ativa, reativa, tensão terminal
e frequência, esta tecnologia utiliza conversores baseados em eletrônica de potência. Tem-se ainda diversos dispositivos e lógicas de proteção e controle, necessários para o atendimento de requisitos de desempenho.
De fato, no desenvolvimento e implementação do modelo em
Premissas dos estudos
Visando restringir a modelagem do sistema à área de interesse, os
sistemas em 500 kV são representados por equivalentes nas SEs 500 kV Serra da Mesa II, Sobradinho e Sapeaçu, enquanto os sistemas em 230 kV são representados por um único equivalente na SE 230 kV Brumado II.
De forma conservadora, considera-se a carga leve prevista no par
2011-2014, especificamente para o mês de julho/2012. Ao considerar o regional em 69 kV entre a SE Bom Jesus da Lapa e Barreiras, bem como o regional 138 kV derivado das SEs Barreiras, representados em detalhes faz-se uso da carga mínima nestes regionais, conforme Figura 3 – Turbina de velocidade variável com gerador de indução de dupla alimentação (DFIG ou DFIM).T
dados fornecidos pela Coelba.
Embora o modelo detalhado, implementado e fornecido pelo
Fêmeas e Correntina com máxima tensão terminal possível (limite
fabricante reproduza o comportamento transitórios das tensões e
superior = 1,050 pu). No regional 138 kV, inicialmente consideram-se
correntes terminais, este não tem implementado os conversores (rotor
as PCHs Boa Sorte, Porto Franco, Riacho Preto, Lagoa Grande e a
No regional 69 kV, consideram-se as máquinas das UHEs Alto
Energia eólica
80
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
UTE Sykué presentes, com máxima geração e máxima tensão terminal
devem exceder o limite de referência de 3,000 pu (563,4 kV).
possível (limite superior = 1,050 pu).
• Limites para a proteção por sobretensão (valores RMS):
Considera-se o compensador estático (CE, 500/17,5 kV, -250/+250
Mvar) da SE Bom Jesus da Lapa II 500 kV disponível e em operação,
a) 1,300 pu instantâneo e 1,200 pu, por 5 s, temporizado, nos
bem como os compensadores síncronos (CS) das SEs 230 kV Bom
terminais 230 kV da SE Irecê;
Jesus da Lapa (13,8 kV, -15/+30 Mvar) e Irecê (13,8 kV, -15/+30 Mvar).
b) 1,300 pu instantâneo e 1,150 pu por 5 s, temporizado nos terminais 230 kV das SEs Bom Jesus da Lapa e Barreiras;
Diretrizes
c) 1,400 pu instantâneo sem retardo intencional e 1,200 pu
e critérios
por 1,6 s para o trecho 500 kV Serra da Mesa II – Rio das
Nas análises que se seguem, têm-se como diretrizes e critérios:
Éguas – Bom Jesus da Lapa II; • As tensões pré-manobra respeitam os valores convergidos no caso
d) 1,400 pu, instantâneo sem retardo intencional e 1,200 pu
base em regime permanente. Se possível, são utilizados os limites
por 2 s para o trecho 500 kV Bom Jesus da Lapa II – Ibicoara
máximos permissíveis (Submódulo 23.3, Item 9.1.9, Revisão 1.1).
– Sapeaçu.
• Quando da aplicação de curtos-circuitos, considera-se a hipótese
Representação
dos aerogeradores e usinas
da ocorrência do curto-circuito antes da manobra de abertura dos
disjuntores. Para tanto, o instante de ocorrência da falta corresponde
Alstom ECO86 (DFIG), potência nominal de 1,67 MW e tensão
ao valor máximo ou zero da senoide na frequência fundamental,
de geração (saída do conversor) de 690 V. Cada unidade geradora
conforme análise prévia, visando simular o caso mais severo.
possui internamente um transformador 0,69/0,40/34,5 kV, 2.080 kVA,
• Procede-se uma pesquisa pela pior sequência de abertura tripolar
ligação Dyn11 e um cubículo de manobra em 34,5 kV. A interligação
dos disjuntores, tendo como foco as sobretensões e as energias
entre os geradores e a subestação é feita pelos cabos de alumínio
dissipadas pelos para-raios.
isolados, diretamente enterrados no solo. A rede interna dos parques
• Considera-se: 80 ms e 100 ms como sendo os tempos médios para
eólicos é composta por cabos subterrâneos em 34,5 kV modelados
abertura tripolar de linhas 500 kV e 230 kV, respectivamente, após
por circuitos a parâmetros concentrados (PI), em função da pequena
a incidência da falta (primeira zona); e 20 ms o tempo médio para
extensão destes.
a transferência de disparo para o terminal oposto (transfer trip ou
TDD).
disponibilizou um modelo específico implementado em MODELS/
• Suportabilidade dos equipamentos 230 kV: conforme informações
TACS para uso com o programa ATP (Alternative Transients Program).
fornecidas pelo agente proprietário, Chesf, as sobretensões
Adicionalmente, faz-se uso de um modelo simplificado (fonte +
transitórias não devem exceder o valor referência de 1,400 pu (262,9
reatância subtransitória, xd”), visando quantificar as distinções e
kV) por um tempo superior a 10 ciclos, nos barramentos 230 kV das
ganhos no uso de um modelo detalhado a título de comparação.
As usinas do CEDB são compostas por 57 aerogeradores
O fabricante dos aerogeradores Alstom ECO86, 1,67 MW,
SEs Bom Jesus da Lapa, Irecê e Barreiras.
Resultados das simulações
• Sobretensões nos terminais em aberto das linhas de transmissão
Condições
500 kV: a não superação do valor referência de 2,080 pu (849,2 kV),
iniciais
–
ajustes em regime permanente
que corresponde ao valor de sobretensão de manobra utilizado para
Considerando a Interligação SE/NE em operação normal, o anel
o dimensionamento do isolamento das linhas, com um risco de falha
500/230 kV Sobradinho/Bom Jesus da Lapa II fechado, as condições de
de 0,1%.
regime permanente ajustadas no programa Anarede são reproduzidas
• Sobretensões nos terminais em aberto das linhas de transmissão
com o programa ATP.
230 kV: a não superação do valor referência de 2,000 pu (375,6 kV).
Abertura dupla manual Mesa e Ibicoara
• A energia dissipada, a corrente drenada pelos para-raios e as sobretensões temporárias durante manobras não podem ser
e simultânea em
Serra
da
superiores àquelas informadas pelo agente proprietário/fabricante.
• Para as sobretensões transitórias entre contatos dos disjuntores:
anel 500/230 kV Sobradinho/Bom Jesus da Lapa fechado, com geração
um valor máximo limite de 3,810 pu (1.555,4 kV), com 66 Hz (7,6 ms)
máxima nas usinas do CEDB, simula-se a abertura dupla, manual e
para disjuntores 500 kV das linhas da Interligação Sudeste/Nordeste
simultânea, das LTs 500 kV Bom Jesus da Lapa II – Ibicoara, em Ibicoara,
e nos disjuntores 230 kV dos links Bom Jesus da Lapa II – Bom Jesus
e Serra da Mesa II – Rio das Éguas, em Serra da Mesa II (Figura 1).
da Lapa não deve exceder o limite de 2,800 pu (525,8 kV).
• Como informado pela Chesf, as sobretensões entre contatos dos
proteções de sobretensão instantâneas (superação do limite de 1,300
disjuntores 230 kV, das SEs Bom Jesus da Lapa, Barreiras e Irecê, não
pu, simultaneamente nas três fases – lógica “AND”), desenergizando
Estando a interligação Sudeste/Nordeste em operação normal e o
Nas simulações verifica-se a possibilidade de atuação das
Energia eólica
82
as LTs 230 kV Bom Jesus da Lapa – Barreiras e Bom Jesus da Lapa – Brotas de Macaúbas, a partir da SE Bom Jesus da Lapa. Assim, simulam-se estas manobras como desdobramento da abertura dupla.
Mesmo se tratando de uma abertura intempestiva (manual), tem-se
a transferência de disparo (transfer trip), em aproximadamente 20 ms para os terminais remotos em Rio das Éguas e Bom Jesus da Lapa II, por um Esquema de Controle de Emergência (ECE) implantado. Este mesmo ECE atua após a abertura da LT Serra da Mesa II – Rio das Éguas,
100 0 -100 -200 -300
0.0
300 *10 3 200
Lapa II, evitando que este circuito em vazio contribua para elevação das
100
A simulação em pauta é realizada para duas representações
0.4
0.8
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: v:BMC23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
desenergizando de forma intencional a LT Rio das Éguas – Bom Jesus da sobretensões transitórias decorrentes da rejeição de carga.
Modelo type-14 + reatância subtransitória
300 *10 3 200
Aerogeradores
representados por fonte type-14 mais a reatância subtransitória.
Apresentam-se nas Figuras 5 a 8 os resultados das simulações. Modelo type-14 + reatância subtransitória
300 *10 3 200
1.2
v:BMC23B
[s]
2.0
v:BMC23C
Figura 6 – Tensões no barramento 230 kV da SE Brotas de Macaúbas – Abertura dupla simultânea – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86. Modelo type-14 + reatância subtransitória
1800 [A] 1200
-1200 -1800
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4; x-var t) c:IRECSA-IR_CSA c:IRECSC-IR_CSC
-200 0.0
0.4
0.8
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: v:BJS23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
1.6
v:BJS23B
v:BJS23C
[s]
2.0
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
300 *10 3 200
[s]
2.0
[s]
2.0
c:IRECSB-IR_CSB
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
1800 [A] 1200 600 0 -600
100
-1200
0
-1800
-100
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4; x-var t) c:IRECSA-IR_CSA c:IRECSC-IR_CSC
-200 0.0
0.4
0.8
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: v:BJS23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
v:BJS23B
1.6
v:BJS23C
[s]
2.0
Modelo type-14 + reatância subtransitória
200 *10 3
c:IRECSB-IR_CSB
Figura 7 – Correntes de armadura do compensador síncrono (13,8 kV, -15/+30 Mvar) da SE Irecê – Abertura dupla simultânea – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86. Modelo type-14 + reatância subtransitória
5000 [A]
150
2500
100
0
Superação do limite de 1,300 pu nas 03 fases (lógica “AND”)
50 0.0
0.4
0.8
-2500 1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: t:BJS231 models_referencias.pl4: m:PU_130 m:PU_120
t:BJS232
1.6
t:BJS233
[s]
2.0
-5000
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4; x-var t) c:BJSCSA-BJ_CSA c:BJSCSC-BJ_CSC
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
200 *10 3
[s]
2.0
[s]
2.0
c:BJSCSB-BJ_CSB
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
5000 [A]
150
2500
100
0
Superação do limite de 1,300 pu nas 03 fases (lógica “AND”)
50 0
0.8
0
-100
0
0.4
-600
0
-300
0.0
600
100
-300
1.6
-200
1) Aerogeradores representados pelo modelo Alstom ECO86, 2)
2.0
0
-300
MODELS/TACS/ATP;
[s]
-100
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: v:BMC23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
em
1.6
v:BMC23C
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
distintas das CGEs Seabra, Macaúbas e Novo Horizonte, a saber: implementados
v:BMC23B
0.0
0.4
0.8
-2500
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4: t:BJS231 models_referencias.pl4: m:PU_130 m:PU_120
t:BJS232
1.6
t:BJS233
[s]
Figura 5 – Tensões instantâneas e RMS no barramento 230 kV da SE Bom Jesus da Lapa – Abertura dupla simultânea – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86.
2.0
-5000
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_SMD_ICA_duplamanual_protecao.pl4; x-var t) c:BJSCSA-BJ_CSA c:BJSCSC-BJ_CSC
c:BJSCSB-BJ_CSB
Figura 8 – Correntes de armadura do compensador síncrono (13,8 kV, -15/+30 Mvar) da SE Bom Jesus da Lapa – Abertura dupla simultânea – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86.
83
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Das simulações, observa-se que as sobretensões instantâneas
type-14 + reatância subtransitória). Apresenta-se nas Figuras 9 a 11
nos barramentos 230 kV são amortecidas de imediato e não se
os resultados das simulações.
verificam sobretensões sustentadas. Quanto aos distintos modelos
computacionais, as sobretensões transitórias observadas são similares,
nos barramentos 230 kV são amortecidas de imediato e não se
com pequenas diferenças, sobretudo nas amplitudes máximas. As
verificam sobretensões sustentadas. Quanto aos distintos modelos
maiores distinções se observam nas correntes de armadura do
computacionais utilizados na representação dos aerogeradores do
compensador síncrono (CS) da SE 230 kV Irecê (Figura 7).
CEDB, as sobretensões transitórias observadas são similares.
Das simulações, observa-se que as sobretensões instantâneas
As poucas diferenças nas sobretensões se observam após a rejeição
A bertura simples, sob falta, da LT 230 k V B om J esus da L apa – B rotas de M acaúbas
de carga, nas proximidades da SE 230 kV Brotas de Macaúbas, até que
Desta feita, aplica-se um curto-circuito, fase-terra (no caso, fase
armadura do compensador síncrono (CS) da SE 230 kV Irecê apresentam
A), nos terminais em Brotas de Macaúbas da LT 230 kV Bom Jesus
um novo ponto de operação seja estabelecido. As sobrecorrentes de poucas diferenças após a rejeição (Figura 11).
da Lapa – Brotas de Macaúbas, no exato instante do valor “zero”
Conclusão
de tensão (condição mais severa). Em seguida, simula-se a abertura da LT 230 kV Bom Jesus da Lapa – Brotas de Macaúbas, com a
permanência da falta por cerca de 100 ms, ocasionando a abertura
barramentos 500 kV e 230 kV são amortecidas de imediato e não
do disjuntor no terminal em Brotas de Macaúbas, com transferência
se verificam sobretensões sustentadas. De igual modo, as tensões
de disparo (transfer trip), em aproximadamente 20 ms, para o
entre contatos dos disjuntores 230 kV sempre se mostram bem
terminal oposto em Bom Jesus da Lapa.
abaixo do valor limite de 3,000 pu, adotado como referência no
Em todas as simulações, as sobretensões instantâneas nos
A simulação em pauta é realizada para duas representações
presente estudo. As energias absorvidas pelos para-raios 500 kV e
distintas do Complexo Eólico Desenvix Bahia, a saber: modelo
230 kV são irrelevantes, diante dos valores limites para absorção de
Alstom ECO86 (MODELS/TACS/ATP) e-modelo simplificado (fonte
energia.
Energia eólica
84
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Modelo type-14 + reatância subtransitória
300 *10 3 200
CEDB não impõe riscos à integridade dos equipamentos e instalações 230 kV. Quanto aos distintos modelos computacionais utilizados na
100 0
representação dos aerogeradores do CEDB, pode-se afirmar que:
-100 -200 -300
0.0
0.4
0.8
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_BJS_BMC_sobfalta.pl4: v:BMC23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
1.2
v:BMC23B
v:BMC23C
1.6
[s]
2.0
- As sobretensões transitórias observadas são similares, com pequenas diferenças no comportamento destas após as manobras de rejeição.
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
300 *10 3 200
- As maiores distinções se observam na amplitude das correntes de
100
armadura dos compensadores síncronos (CS) da SE 230 kV Irecê e
0
Bom Jesus da Lapa.
-100
- Independentemente do modelo utilizado nos estudos, se
-200 -300
Com base nos resultados apresentados, a incorporação ao SIN do
0.0
0.4
0.8
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_BJS_BMC_sobfalta.pl4: v:BMC23A models_referencias.pl4: m:PUP140 m:PUN140
1.2
v:BMC23B
v:BMC23C
1.6
[s]
2.0
Figura 9 -Tensões no barramento 230 kV da SE Brotas de Macaúbas – Abertura da LT Bom Jesus da Lapa – Brotas de Macaúbas – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86. Modelo type-14 + reatância subtransitória
600 *10 3 400
simplificado ou detalhado, as conclusões do estudo não se alteram.
Apesar dos resultados, em função das particularidades do tipo
(aerogerador DFIG), do modelo computacional dos aerogeradores e dos estudos realizados (rejeição de carga), não é possível extrapolar tais conclusões para todo e qualquer estudo de transitórios eletromagnéticos com geração eólica presente. Para
200 0
tanto, estudos adicionais devem ser executados, considerando
-200
outros fenômenos transitórios, outras tecnologias de aerogeradores
-400
e outras topologias de rede. As similaridades aqui observadas com
-600
0.0
0.4
0.8
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_BJS_BMC_sobfalta.pl4: v:BMC23A-BMBJ2A models_referencias.pl4: m:PUP300 m:PUN300
v:BMC23B-BMBJ2B
1.6
[s]
2.0
v:BMC23C-BMBJ2C
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
600 *103 400
os distintos modelos, caracterizam um caso específico e particular. Cabe destacar que o modelo detalhado, aqui utilizado, não
têm representados os dispositivos conversores por elementos de
200
circuitos (ponte conversora a IGBTs), mas fazem uso de fontes
0
equivalentes para reproduzir o comportamento dinâmico das
-200
tensões e correntes terminais dos aerogeradores. Tal representação
-400 -600
0.0
0.4
0.8
1.2
TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_BJS_BMC_sobfalta.pl4: v:BMC23A-BMBJ2A models_referencias.pl4: m:PUP300 m:PUN300
1.6
v:BMC23B-BMBJ2B
[s]
v:BMC23C-BMBJ2C
2.0
energização (linhas, transformadores e bancos de capacitores/ reatores), faltas e rejeição de carga, quando o foco é o impacto da
Figura 10 - Tensões entre contatos do disjuntor 230 kV em Brotas de Macaúbas – Abertura da LT Bom Jesus da Lapa – Brotas de Macaúbas – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86.
usina eólica para o sistema elétrico.
Modelo type-14 + reatância subtransitória
5000 [A]
é válida para estudos de transitórios eletromagnéticos de
De fato, no desenvolvimento e implementação do modelo em
ATP, adotou-se como premissa uma representação do aerogerador para estudos sistêmicos, visando considerar com maior exatidão a
2500
presença das usinas eólicas, de forma a quantificar os impactos para
0
a rede elétrica. Para uma análise do desempenho do aerogerador
-2500
quando conectado à rede, faz-se necessário representar em detalhes
-5000
todas as dinâmicas, controles e proteções deste equipamento. Para 0.0
0.4
0.8
1.2
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_Type14_BJS_BMC_sobfalta.pl4; x-var t) c:IRECSA-IR_CSA
1.6
c:IRECSB-IR_CSB
Modelo ALSTOM ECO86 - CEDB com 57 aerogeradores
5000 [A]
[s]
2.0
c:IRECSC-IR_CSC
Em função destas considerações, estudos de penetração e
propagação de harmônicos (qualidade da energia elétrica) requerem
2500
modelos específicos que considerem a injeção de harmônicos devido
0
as não linearidades. Portanto, apesar de ser um modelo factível para
-2500 -5000
tanto, a modelagem deve seguir outras premissas.
estudos de transitórios eletromagnéticos, tal representação não se 0.0
0.4
0.8
1.2
(file TEM_CGEs_Desenvix_Caso_R4_1x15_BJS_57ECO86_BJS_BMC_sobfalta.pl4; x-var t) c:IRECSA-IR_CSA c:IRECSC-IR_CSC
1.6
c:IRECSB-IR_CSB
[s]
2.0
Figura 11 - Correntes de armadura do CS (13,8 kV, -15/+30 Mvar) da SE Irecê – Abertura da LT Bom Jesus da Lapa – Brotas de Macaúbas, em Brotas de Macaúbas, com transfer trip para Irecê – Modelo simplificado versus modelo Alstom ECO86.
aplica para estudos de qualidade da energia elétrica (QEE), uma vez que ao não representar os elementos não lineares, tal modelo não reproduz com exatidão a injeção de harmônicos, tanto para a tensão quanto para a corrente.
85
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Referências - Leuven EMTP Center, ATP – Alternative Transient Program – Rule Book, Herverlee, Belgium, July 1987. - WANG, L.; SINGH, C.; KUSIAK, A. Wind Power Systems
–
Applications
of
Computational
Intelligence, Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2010. - WU, B.; LANG, Y.; ZARGARI, N.; KOURO, S. Power Conversion and Control of Wind Energy Systems. IEEE Press series on power engineering, John Wiley & Sons, 2011. - Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, Submódulo 23.3 dos Procedimentos de Rede – Diretrizes e Critérios para Estudos Elétricos, Revisão 1.1, datada de 16/09/2010. - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL, ANAFAS – Programa de Análise de Faltas Simultâneas, Versão 6.1. Rio de Janeiro, Brasil, dezembro de 2009. - Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, Revisão dos Ajustes das Proteções de Sobretensão na Área Sudoeste do Sistema Nordeste, RE 3/021/2006, Recife, PE, 2006. - IEEE Working Group 15.08.09, Modeling and Analysis of System Transients Using Digital Programs, Piscataway: IEEE PES Special Publication, 1998. - Cigré working group 33.02, Guidelines for Representation of Network Elements when Calculating Transients. Technical Brochure CE/SC GT/WG 02, 1990. - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – Cepel, Anarede – Programa de Análise de Redes, V09.07.02. Rio de Janeiro, Brasil, abril de 2011. *Alécio Barreto Fernandes e Antonio Samuel Neto são engenheiros do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Kadu Lemes e Guilherme Martins são engenheiros da Engevix Engenharia S/A. Este trabalho foi originalmente apresentado durante a décima Conferência Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica, que aconteceu de 25 a 28 de julho de 2013 na cidade de Araxá (MG).
Pesquisa
86
Fontes alternativas de energia
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Energia eólica puxa otimismo das renováveis Ernst & Young classifica o Brasil como nono país mais atraente para investimentos em energia renovável. Diante deste cenário, fabricantes e distribuidores deste setor esperam crescimento médio de 21% neste ano.
87
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
No final de agosto deste ano, o setor eólico comemorou a chegada a 5 GW
sólidos urbanos que cadastraram oito empreendimentos, somando 151 MW.
de capacidade instalada na matriz elétrica nacional. Este número pode parecer
irrisório frente aos cerca de 90 GW de potência hidráulica brasileiro atual, mas é
já que será o primeiro realizado pelo governo federal em que a fonte não precisa
extremamente relevante quando comparado à posição que a energia oriunda dos
com outras mais baratas para vender a energia. Dessa maneira, os envolvidos no
ventos ocupava no cenário elétrico do país há poucos anos.
mercado de energia eólica esperam finalmente gerar demanda para conseguirem
futuramente tornar a fonte mais competitiva e seguir os passos da energia eólica.
Em 2009, somente há cinco anos, o Brasil possuía apenas 600 MW de
Este certame traz uma esperança para os agentes do segmento de energia solar,
capacidade instalada de energia eólica. E, na ocasião, já havia sido realizado o
Na pesquisa a seguir, realizada pela revista O Setor Elétrico com empresas
Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), um dos grandes
da área de fontes alternativas de energia, fique sabendo mais dados a respeito
propulsores de fontes alternativas do país. De lá para cá, muita coisa mudou e a
deste mercado, tais como os principais produtos comercializados na energia solar
participação da fonte cresceu. No final de 2012, eram 2, 5 GW instalados e em
fotovoltaica e energia eólica, a percepção das empresas sobre o tamanho total de
2013, 3,5 GW. Na atualidade, já são 5,1 GW, representando 4% da matriz elétrica
cada mercado, o faturamento bruto anual das empresas em 2013 e a previsão de
nacional e há a promessa, de acordo com a Associação Brasileira de Energia
crescimento para este ano.
Eólica (Abeeólica), que a energia alcance 7.2 GW instalados até o final deste ano.
Uma das principais razões para o crescimento da participação da fonte
Números do mercado de equipamentos para fontes renováveis
eólica na matriz elétrica nacional foram os leilões de energia com ênfase em empreendimentos eólicos realizados pelo Governo Federal a partir de 2009. A
entrada de empresas de aerogeradores no país, com preços menores do que os
sendo o principal segmento de atuação deste mercado. Seguido pelo setor
praticados na Europa, fez com que o preço do megawatt-hora da energia eólica
comercial (63%) e pelo setor público (41%).
tornasse mais atraentes nos certames. O resultado: desde o primeiro certame realizado em 2009 foram contratados 12,2 GW no total, o que corresponde a 2,3
Apontado por 88% das empresas entrevistadas, o setor industrial continua
Principais segmentos de atuação
GW de contratação em média por ano.
Estes investimentos geraram reconhecimento no exterior. O Brasil já é o nono Industrial
país mais atraente para investimentos em energia renovável, segundo o Renewable
88%
Energy Country Attractiveness Index de outubro, ranking da Ernst & Young (EY) que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países. No último levantamento
63%
trimestral feito pela EY, o país havia alcançado pela primeira vez o Top 10.
O que pode melhorar ainda mais a posição do país neste ranking é o Leilão
de Reserva, que até o fechamento desta edição estava marcado para acontecer no dia 31 de outubro. Neste certame deverão participar apenas empreendimentos de fontes renováveis. A energia solar fotovoltaica cadastrou 400 projetos no total de 10.790 megawatts (MW); e a energia eólica cadastrou 626 projetos, no total de 15.356 MW. O leilão terá ainda a participação de térmicas a biogás e resíduos
41% 38%
Público Residencial
Comercial
88
Pesquisa
Fontes alternativas de energia
Se na pesquisa feita no ano passado a venda direta ao cliente final apontada por 88% dos entrevistados
como o principal canal de vendas, no levantamento deste ano, o índice foi ainda maior: 94% das empresas pesquisadas disseram vender por esta via. Principais canais de vendas
94% 44% 41% 19% 13%
Venda direta ao cliente final
Distribuidores / atacadistas Revendas / varejistas
Outros
Telemarketing
O número de empresas que afirmou contar com certificação ISO também diminuiu em relação a 2013. Se
no ano passado, 68% dos entrevistados disseram ter a ISO 9001 (gestão de processos) e 24% a ISO 14001 (gestão ambiental). Neste ano, as porcentagens caíram para 47% e 22%, respectivamente. Certificações ISO
14001 (ambiental)
22%
9001 (qualidade)
47%
O mercado nacional continua sendo o principal destino dos produtos de energias renováveis. Tal
como no ano passado, 93% as empresas pesquisadas disseram comercializar seus equipamentos no mercado interno. Balança comercial
3%
Exportação Mercado nacional
97%
90
Pesquisa
Fontes alternativas de energia
Os painéis continuam sendo os produtos mais comercializados, tanto no
que diz respeito ao mercado de energia eólica, quanto ao mercado de energia
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Principais produtos comercializados para energia fotovoltaica
fotovoltaica. Confira os gráficos: Principais produtos comercializados para energia eólica
Painéis elétricos
63% Painéis
50%
38% 19% 16% 13% 6% 6%
47%
Medidores, registradores
Sistemas de controle da turbina (aerogeradores)
Turbinas eólicas (aerogeradores) completas
Torres de sustentação de turbinas eólicas
Inversores (conversores) de corrente Medidores, registradores Paineis (módulos) fotovoltaicos
47% 31% 28%
Cabos elétricos
Reguladores (controladores) de carga de bateria Baterias (acumuladores) Cabos elétricos
28%
91
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Com relação à percepção das empresas entrevistadas sobre o faturamento
total anual de nichos de mercados específicos, a maioria acredita que o mercado de módulos fotovoltaicos fature entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Já a maior parte das empresas acredita que o mercado de painéis
Painéis (Eólica)
12%
18%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões 17%
eólicos fature de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões.
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
23%
Percepção total sobre o tamanho de cada mercado
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
18%
Painéis elétricos (Fotovoltaico)
6%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
14%
Acima de R$ 500 milhões
23%
Até R$ 10 milhões
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Inversores (conversores) de corrente (Fototvoltaico)
10%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 14%
10%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões 14%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 9%
6%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
18%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 9%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
14%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
24%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
92
Pesquisa
Fontes alternativas de energia
Paineis (módulos) fotovoltaicos
5%
15%
Até R$ 10 milhões
Acima de R$ 500 milhões
15%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
15%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
15%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 5%
30%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões Medidores, registradores (Fotovoltaico)
15% 20%
Acima de R$ 500 milhões
10%
Até R$ 10 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
30%
10%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões Medidores, registradores (Eólica)
7%
6%
Até R$ 10 milhões
Acima de R$ 500 milhões 20%
27%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
7%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
20%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
O ano de 2013 foi bem melhor do que o esperado para as empresas deste segmento. Na pesquisa
deste ano elas informaram ter crescido, em média, 20% em relação a 2012, número bem superior aos 9% projetado no levantamento feito no ano anterior. Até por isso, esperam crescer mais 21% em 2014. Previsões de crescimento
Crescimento do mercado para 2014
21%
Crescimento para 2014
22% 20%
Crescimento das empresas em 2013 com relação a 2012
93
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Em relação ao faturamento bruto anual das empresas em 2013, 58% das empresas pesquisadas
disseram faturar até R$ 3 milhões. Somente 4% afirmaram faturar acima de R$ 20 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2013
4%
Acima de R$ 20 milhões 8%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
58%
Até R$ 3 milhões 19%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
11%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões
Projetos de infraestrutura (27%), incentivos por força de legislação ou normalização (20%)
e programas de incentivo de governo (18%) são os fatores apontados como os de maior influência para o crescimento do mercado de renováveis em 2014. Fatores que influenciam o crescimento do mercado de renováveis no Brasil
2%
Setor da construção civil desaquecido
3%
Bom momento econômico do país
4%
Setor da construção civil aquecido 5% Desaceleração da economia brasileira
27%
Projetos de infraestrutura
7%
Crise internacional
14%
Desaceleração da economia brasileira
20%
Incentivos por força de legislação ou normalização 18%
Programas de incentivo da governo
Fontes alternativas de energia
(38) 3561-4522
www.albernazenergy.com.br
João Pinheiro
MG
X
X
X
ALTERIMA
(33) 3331-1409
www.alterima.com.br
Manhuaçu
MG
BA ELETRICA
(92) 2125-8000
www.baeletrica.com.br
Manaus
AM
BCM AUTOMAÇÃO
(51) 3374-3899
www.bcmautomacao.com.br
Porto Alegre
RS
BRAIN SET
(11) 2094-6999
www.brainset.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
BRASILED
(41) 3014-5114
www.brasiled.com.br
Curitiba
PR
X
X
X
X
BRS ENERGIA
(62) 4053-9900
www.brsenergia.com.br
Goiânia
GO
X
X
X
CANOAS EÓLICA
(16) 3406-6818
www.canoaseolica.com.br
Franca
DYA SOLAR
(31) 3519-2804
www.dyasolar.com.br
Campinas
EFFICIENZA
(41) 3292-5603
www.efficienza.eng.br
Campo Largo
PR
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
Sao Caetano do Sul
SP
X
FOTOVOLTEC
(43) 3037-3523
www.fotovoltec.com.br
Londrina
PR
FRONIUS
(11) 3563-3800
www.fronius.com.br
Diadema
SP
GERALUX SOLAR
(41) 3153-7800
www.grupogeralux.com.br
Curitiba
PR
X
GLOBAL BATERIAS
(51) 3355-2300
www.globalbat.com.br
Porto Alegre
RS
X
GRAMEYER
(47) 3374-6300
www.grameyer.com.br
Schroeder
SC
X
GREEN LUCE
(11) 2161-9919
www.greenluce.com.br
São Paulo
SP
X
IGUAÇUMEC
(43) 3401-1000
www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
INNTAG
(19) 3468-3750
www.inntag.com.br
Americana
SP
X
X
KRON
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Pauo
SP
X
X
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
MEGATECH
(19) 99283-0439 www.megtc.com.br
Americana
SP
X
X
X
MTM
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
PENTAIR TAUNUS
(11) 5184-2100
www.pentair.com.br
Boituva
SP
X
X
X
PLP
(11) 4448-8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
X
X
PROVOLT
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
X
X
X
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
X
X
X
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
UNITRON
(11) 3931-4744
www.unitron.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X X
X
X
Oferece manutenção dos produtos para os clientes
ALBERNAZ ENERGY
X
Oferece instalação dos produtos para os clientes
X
Oferece projeto para os clientes
X
Importa produtos acabados
X
Exporta produtos acabados
SP
Possui programas na área de responsabilidade social
Santa Bárbara D´Oeste
Possui certificado ISO 14.000
X
www.afap.com.br
Possui certificado ISO 9001
X
(19) 3464-5650
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
SP
AFAP
Outros
Estado
Guarulhos
Telemarketing
Cidade
www.abb.com
Venda direta ao cliente final
Site
(11) 2464-7855
Revendas/Varejistas
Telefone
ABB
Público
EMPRESA
Industrial
Distribuidores/Atacadistas
Principal canal de vendas
Fabricante
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
Distribuidora
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Oferece treinamento técnico para os clientes
94
Comercial
Pesquisa
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
95
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
SP
AFAP
(19) 3464-5650
www.afap.com.br
Santa Bárbara D´Oeste
SP
X
X
ALBERNAZ ENERGY
(38) 3561-4522
www.albernazenergy.com.br
João Pinheiro
MG
X
X
ALTERIMA
(33) 3331-1409
www.alterima.com.br
Manhuaçu
MG
X
BA ELETRICA
(92) 2125-8000
www.baeletrica.com.br
Manaus
AM
BCM AUTOMAÇÃO
(51) 3374-3899
www.bcmautomacao.com.br
Porto Alegre
RS
BRAIN SET
(11) 2094-6999
www.brainset.com.br
São Paulo
SP
BRASILED
(41) 3014-5114
www.brasiled.com.br
Curitiba
PR
X
BRS ENERGIA
(62) 4053-9900
www.brsenergia.com.br
Goiânia
GO
X
CANOAS EÓLICA
(16) 3406-6818
www.canoaseolica.com.br
Franca
SP
DYA SOLAR
(31) 3519-2804
www.dyasolar.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
X
X
EFFICIENZA
(41) 3292-5603
www.efficienza.eng.br
Campo Largo
PR
X
X
X
X
X
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
Sao Caetano do Sul
SP
FOTOVOLTEC
(43) 3037-3523
www.fotovoltec.com.br
Londrina
PR
X
X
X
X
X
X
FRONIUS
(11) 3563-3800
www.fronius.com.br
Diadema
SP
GERALUX SOLAR
(41) 3153-7800
www.grupogeralux.com.br
Curitiba
PR
X
X
X
X
X
GLOBAL BATERIAS
(51) 3355-2300
www.globalbat.com.br
Porto Alegre
RS
GRAMEYER
(47) 3374-6300
www.grameyer.com.br
Schroeder
SC
GREEN LUCE
(11) 2161-9919
www.greenluce.com.br
São Paulo
SP
IGUAÇUMEC
(43) 3401-1000
www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
INNTAG
(19) 3468-3750
www.inntag.com.br
Americana
SP
X
X
KRON
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Pauo
SP
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MEGATECH
(19) 99283-0439 www.megtc.com.br
Americana
SP
MTM
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
PENTAIR TAUNUS
(11) 5184-2100
www.pentair.com.br
Boituva
SP
PLP
(11) 4448-8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
PROVOLT
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
UNITRON
(11) 3931-4744
www.unitron.com.br
São Paulo
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
Sistemas de Energia a partir de Biomassa
Estado
Guarulhos
Sistemas de Energia Mareomotriz
Cidade
www.abb.com
Sistemas de Energia Geotérmica
Site
(11) 2464-7855
Outros
Telefone
ABB
Medidores, registradores
EMPRESA
Torres de sustentação de turbinas eólicas
X
Painéis
Medidores, registradores
X
Cabos elétricos
Inversor (conversor) de corrente
X
Sistema de controle da turbina (aerogerador)
Painéis elétricos
X
Turbina eólica (aerogerador) completo
Bateria (acumulador)
X
Outros
Regulador (controlador) de carga de bateria
Cabos elétricos
Painel (módulos) fotovoltaico
Principais produtos comercializados pela empresa
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X X X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X
X
X
X X
X X
X X
X X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
SP
X
X
SC
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa
96
Distribuição e revenda de materiais elétricos
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Distribuidores e revendedores de materiais elétricos Confira, a seguir, as informações institucionais corretas (diferentemente do que foi publicado na edição anterior, de setembro de 2014) de parte das empresas do Estado de São Paulo que comercializam materiais elétricos.
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x
x x x x x
x x x x x
x x x
x x x
x x x x x
x x
x x x x x
x x x x x
x x x
x x x x x x x x x x
x
x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x
x
x
x
x x x x x x x x x x x
x
x x
x x x x
x x x x x
x x x x x x
x
x x x x x x
x
x
x
x x x
x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x
x x x x x x x
x x x
x
x x x x x
x x
x x
x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x
x
x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x
x x x x x
x x x
x x x x x x x x
x x x x x x
x x x x
x x x x
x x x
x
x x
x x x x x x x x x
x
x x x
x x x
x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Outros
Consumidor final
Empresas públicas
Empresas de manutenção
UF
Empresas de engenharia
Guarulhos Santo André São Paulo Santos São Paulo Campinas São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Sorocaba São Bernardo do Campo São Paulo São Paulo Indaiatuba Itú Monte Mor Salto Osasco São Paulo Barueri Jundiaí São Paulo Jundiaí São Paulo São Paulo Campinas São Paulo Guarulhos Leme Pindamonhangaba Barueri
Instaladoras
Cidade
www.acabine.com.br www.allwattsonline.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.andra.com.br www.aplicengenharia.com.br www.aplicengenharia.com.br www.aplicengenharia.com.br www.apscomponentes.com.br www.atseletrica.com.br www.atseletrica.com.br www.berteleletrica.com.br www.brasiliamaqfer.com.br www.capricornioeletrica.com.br www.carotti.com.br www.carotti.com.br www.carotti.com.br www.carotti.com.br www.casadosfusiveis.com.br www.casaferreira.com.br www.ceavil.com.br www.cetti.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.comesp.com.br www.connectwell.com.br www.cppautomacao.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dbtec.com.br www.dimensional.com.br
Construtoras
Site
(11)2842-5252 (11)4455-3399 (11)2782-3200 (13)3040-7000 (11)3855-7000 (19)3241-0051 (19)3241-0051 (19)3241-0051 (11)5645-0800 (11)2645-4196 (15)3329-8615 (11)2198-0800 (11)2797-8500 (11)3716-1470 (19)3875-8282 (19)3875-8282 (19)3875-8282 (19)3875-8282 (11)3599-3031 (11)3324-3099 (11)4199-4400 (11)4527-4500 (11)3229-4044 (11)3379-5500 (11)2137-7500 (11)5844-2010 (19)3278-0755 (11)2902-1070 (11)2937-4650 (19)3573-6900 (12)3642-9006 (19)2106-9400
Indústria em geral
Telefone
A CABINE ALLWATTS ALPHA MARKTEC ANDRA ANDRA APLIC ENGENHARIA APLIC ENGENHARIA APLIC ENGENHARIA APS ATS ELÉTRICA ATS ELÉTRICA BERTEL BRASILIA CAPRICÓRNIO ELÉTRICA CAROTTI CAROTTI CAROTTI CAROTTI CASA DOS FUSIVEIS CASA FERREIRA CEAVIL CETTI COMERCIAL GONÇALVES COMESP COMESP CONNECTWELL CPP CROSSFOX D´LIGHT DA ROZ DBTEC DIMENSIONAL
Principais clientes Ferramentas Equipamentos de proteção individual e coletiva Importações diretas de produtos Corpo técnico especializado para suporte ao cliente Treinamento técnico para os clientes Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Concessionárias de energia elétrica
Empresa
Automação industrial
SP Interior
Automação comercial
e
Quadros & Painéis Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV) Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Automação residencial
São Paulo
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
x
x x x x x x x
97
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
www.elefio.com.br www.eletricacopeli.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricapj.com.br www.eletroluminar.com.br www.eletroluminar.com.br www.eletrostarcomercial.com.br www.embramataltatensao.com.br www.emd.com.br www.enercom.com.br www.etil.com.br www.eurocabos.com.br www.everestnet.com.br www.everestnet.com.br
Bauru Jundiaí Limeira São Paulo Campinas São Paulo São Paulo São Paulo Osasco São Paulo São Paulo São Paulo Vargem Grande Paulista São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Diadema Campinas São Paulo
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
x x x x x x x x x x
x
x x x x x x
x x x
x
x
x x x
x x x
x x x x x x x
x
x
x x
x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x
x x
x x
x
x x x
x x x x x x
x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x
x
x x x
x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x
x x x x x
x x x x x
x x x x x
x x x
x x
x
x
x x x x
x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x
x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Outros
Consumidor final
x x x x x x
Empresas públicas
x x x x x x
x x
x x x
x x x x x x x
Empresas de manutenção
UF
Empresas de engenharia
Cidade
Instaladoras
www.dimensional.com.br www.dimensional.com.br www.dimensional.com.br www.dimensional.com.br www.dimensional.com.br www.dimexbr.com
Construtoras
Site
(19)2106-9400 (11)4815-4004 (19)3446-7400 (11)3835-6996 (19)3322-0000 (11)5018-1030 (11)4508-0090 (11)2888-5000 (11)3538-0450 (11)3393-2500 (11)3649-9800 (11)2106-3633 (11)4159-9900 (11)5642-1919 (11)2098-0371 (11)3832-7575 (11)2919-0911 (11)3616-6666 (11)4092-9292 (19)3772-4500 (11)2902-4700
Indústria em geral
Telefone
DIMENSIONAL DIMENSIONAL DIMENSIONAL DIMENSIONAL DIMENSIONAL DIMEX DIWALI ELEFIO ELÉTRICA COPELI ELETRICA DW ELETRICA PJ ELETRO LUMINAR ELETRO LUMINAR ELETROSTAR EMBRAMAT EMD DO BRASIL ENERCOM ETIL EUROCABOS EVEREST EVEREST
Principais clientes Ferramentas Equipamentos de proteção individual e coletiva Importações diretas de produtos Corpo técnico especializado para suporte ao cliente Treinamento técnico para os clientes Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Concessionárias de energia elétrica
Empresa
Automação industrial
SP Interior
Automação comercial
e
Quadros & Painéis Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV) Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Automação residencial
São Paulo
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
x x x x x x x x x
x x
x x x x
x x x x
x
x x x x x
Distribuição e revenda de materiais elétricos
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
x x x x x x x x x x x
x
x x x x
x x
x x
x
x
x x x x x x
x x
x x x
x x x x x
x
x
x x x x x x x x x x
x x x
x x x
x x x x x x x x x
x
x x x
x
x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x
x x x x x x
x
x x
x x x x x x
x x x x
x x x x
x x x x x
x x x x x x x
x x x x x x
x x x x x
x x x
x x x
x
x x x x
x
x x x x x x x x x
x x x x
x x x x
x x
x x
x
x
x x x x
x x x x
x x x
x x x
x x x x
x x x
x
x
x
x x
x
x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x
x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x
x
x x x x
x x x x x x x
Outros
Consumidor final
UF
Empresas públicas
São Paulo Itú São Jose do Rio Preto São Paulo Campinas São Paulo Guarulhos Santos Diadema São Paulo Indaiatuba Barueri São Paulo São Paulo Jaboticabal São Paulo Cravinhos Fernandópolis São José do Rio Preto Votuporanga São Paulo São Caetano do Sul Sorocaba São José dos Campos Campinas São Paulo Terra Preta - Mairipora São Paulo Santo André Guarulhos Porto Ferreira
Empresas de manutenção
Cidade
www.fecva.com.br www.fg.com.br www.fg.com.br www.fg.com.br www.ficael.com www.ficael.com www.fortlight.com.br www.galassosantos.com.br www.globoex.net.br www.histeccomercial.com.br www.industrialbr.com.br www.i9lux.com www.i9lux.com www.instrutemp.com.br www.intereng.com.br www.itapeti.com.br www.itapuaeletro.com.br www.klarimar.com.br www.klarimar.com.br www.klarimar.com.br www.kotek.com.br www.ladder.com.br www.ladder.com.br www.ladder.com.br www.ledluz.com.br www.litecdobrasil.com.br www.lugo.com.br www.mastercabos.com.br www.maxel.com.br www.mediatensao.com.br www.mutter.com.br
Construtoras
Site
(11)2915-7744 (11)4813-8744 (17)2139-5700 (11)2131-7500 (19)3273-5869 (11)3201-2000 (11)2087-6000 (13)3326-2568 (11)4072-5252 (11)3018-0500 (19)3834-5792 (11)4163-1296 (11)4163-1296 (11)3488-0200 (16)3209-1700 (11)2652-2099 (16)3951-2195 (17)3421-7667 (17)3421-7667 (17)3421-7667 (11)3017-8797 (11)4224-0350 (15)3224-2410 (12)3935-3000 (19)2514-6989 (11)3393-7225 (11)4486-8400 (11)2341-3686 (11)4972-9000 (11)2384-0155 (19)3589-1220
Indústria em geral
Telefone
FECVA FERRAMENTAS GERAIS FERRAMENTAS GERAIS FERRAMENTAS GERAIS FICAEL FICAEL FORTLIGHT GALASSO GLOBOEX HISTEC INDUSTRIAL BR INOVELUX INOVELUX INSTRUTEMP INTERENG ITAPETI ITAPUÃ KLARIMAR KLARIMAR KLARIMAR KOTEK LADDER LADDER LADDER LED LUZ LITEC LUGO MASTERCABOS MAXEL MÉDIA TENSÃO MUTTER
Principais clientes Ferramentas Equipamentos de proteção individual e coletiva Importações diretas de produtos Corpo técnico especializado para suporte ao cliente Treinamento técnico para os clientes Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Concessionárias de energia elétrica
Empresa
Automação industrial
SP Interior
Automação comercial
e
Quadros & Painéis Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV) Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Automação residencial
São Paulo
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
Empresas de engenharia
98
Instaladoras
Pesquisa
x x x x x x x x x x x x x x
x x x x
x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
99
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x
x x x
x x x x x x
x x x x x
x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x
x x x x x x x
x x x x
x x x x
x x x x x x
x x
x
x
x
x x
x x
x
x
x x x x x x
x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x
x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x
x
x
x x x x x x
x x x x x x
x x
x x x x x x x
x
x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x
x
x x
x x
x x
x x
x x x x x
x x x x x x x x
x x
x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x
x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x
x x x x x x x x
Outros
x x x x x x x x x x x x x x x
Consumidor final
x x x x x x x
Empresas públicas
x x x x x x
Empresas de manutenção
UF
Empresas de engenharia
São Paulo Campinas Santo André São Paulo Mogi-Guaçu Ribeirão Preto São Paulo São Paulo São Paulo Limeira Piracicaba São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Limeira Campinas São Paulo Osasco São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Birigui São Paulo São Paulo São Paulo Sumaré São Paulo
Instaladoras
Cidade
www.neblina.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.paraklin.com.br www.peu.com.br www.peu.com.br www.portaleletrica.com.br www.proautomacao.com.br www.proluz.com.br www.provitel.com.br www.provolt.com.br www.rile.com.br www.santil.com.br www.santil.com.br www.santil.com.br www.siro.com.br www.sob-brasil.com www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.tecaut.com.br www.tecnolamp.com.br www.telbra.com.br www.sensorestenet.com.br www.tormel.com.br www.wgr.com.br
Construtoras
Site
(11)3619-1600 (19)2102-7700 (11)4428-7300 (11)3728-3000 (19)2115-7700 (16)2101-7700 (11)5061-8566 (11)5525-3320 (11)3948-0042 (19)3404-3660 (19)3437-3030 (11)2067-4700 (15)3031-7400 (11)3221-2599 (11)2239-1484 (19)3713-9115 (19)3252-3811 (11)3998-3000 (11)3695-9000 (11)3616-5000 (11)3879-6100 (11)5090-0030 (11)2165-8243 (11)5641-7288 (11)3931-0522 (18)3643-1200 (11)3217-2900 (11)2946-4646 (11)2098-4500 (19)3803-1800 (11)2155-5500
Indústria em geral
Telefone
NEBLINA NORTEL NORTEL NORTEL NORTEL NORTEL OMICRON SERVICE PANDA PARAKLIN PEU ELETRICIDADE PEU ELETRICIDADE PORTAL PROAUTO PROLUZ PROVITEL PROVOLT RILE SANTIL SANTIL SANTIL SIRO SOB SCHURTER SONEPAR SUL DISTRIBUIDORA SUPERELETRICA TECAUT TECNOLAMP TELBRA EX TENET TORMEL WGR IGNITRON
Principais clientes Ferramentas Equipamentos de proteção individual e coletiva Importações diretas de produtos Corpo técnico especializado para suporte ao cliente Treinamento técnico para os clientes Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc Concessionárias de energia elétrica
Empresa
Automação industrial
SP Interior
Automação comercial
e
Quadros & Painéis Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV) Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Automação residencial
São Paulo
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Aula prática
100
Automação
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Modernizações de sistemas de automação de usinas hidrelétricas Decisões sobre modernizações de sistemas de automação de unidades geradoras hidráulicas. Por que e quando modernizar? Por Marcos Fonseca Mendes*
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
101
A geração de energia elétrica é importante para todos os ramos de
atividades econômicas e tem demanda crescente. Isso implica constantes melhorias dos sistemas secundários, entre eles, os sistemas de automação, os quais evoluíram muito nos últimos anos e agregaram benefícios consideráveis. Em várias usinas hidrelétricas esses sistemas estão obsoletos e apresentam outros problemas, portanto, carecem de atualizações tecnológicas ou “modernizações”. Várias empresas já perceberam que os benefícios são relevantes e que essas atividades são economicamente justificáveis.
Os sistemas de automação elétrica são aqui classificados na linha do
tempo como: “convencionais”, “numéricos” e “modernos”. Os convencionais são eletromecânicos e os numéricos e modernos (IEC 61850) são digitais.
Considerando que muitas usinas hidrelétricas no Brasil estão em operação há
mais de 30 anos, uma vez que foram construídas para durar, a maioria dos sistemas secundários delas é convencional e, portanto, as modernizações são fundamentais por resolverem problemas crônicos e proporcionarem outros benefícios.
Várias empresas do setor elétrico estão realizando modernizações.
Entretanto, instalações existentes não podem ser modernizadas sem razões específicas. Para realizar essa atividade são imprescindíveis fortes justificativas, haja vista os recursos financeiros necessários e demais impactos na geração de energia, ou seja, a interrupção do fornecimento.Assim, os maiores desafios para essas empresas são identificar os motivos para realizar modernizações e o momento para colocá-las em prática. Essa avaliação requer estudos técnicos e econômicos.
Para tomar a decisão pela modernização é necessário ter critérios
bem definidos. Esses critérios são levantados e analisados neste trabalho, considerando os aspectos técnicos dos pontos de vista de engenharia,operação e manutenção, com foco no estado da arte. Não há aprofundamento em questões gerenciais, administrativas e econômicas.Apesar disso, é sabido que a redução dos custos de operação e manutenção justifica os investimentos em automação e, portanto, essas questões são abordadas. Note que as grandes questões a serem respondidas são:“por que” e “quando” modernizar?
A razão e o momento para modernizar os sistemas de automação
podem ser identificados usando indicadores quantitativos adequados. Existem fatores que podem determinar a necessidade das modernizações desses sistemas por caracterizarem o fim da vida útil, ou seja, são problemas. Outros fatores podem revelar situações favoráveis às modernizações, que podem ser encarados como oportunidades. Portanto, esses fatores juntos compõem os indicadores que respondem às questões acima. Neste trabalho, um conjunto de fatores foi identificado e quantificado, utilizando dados bibliográficos e dados de pesquisas de campo.
A forma de análise adotada para o processo decisório, neste trabalho,
é do tipo multicritério. São realizados julgamentos particulares, atribuindo uma nota para cada critério. Como já citado, a investigação utilizou fontes primárias e secundárias para levantamento e análise de dados qualitativos e quantitativos.
Existem vários fatores para se decidir por modernizar, mas a decisão
raramente depende de um único tópico. Assim, uma avaliação mais profunda do sistema de automação requer análises técnicas amplas. Devem-se verificar os estados dos recursos (dispositivos e software, quando utilizado) e também
Aula prática
Automação
102
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
compará-los com a última tecnologia disponível
decisivo para a modernização. Entretanto, decidir
no mercado. Portanto, uma avaliação desse tipo
pela atualização baseando-se apenas na idade do
sistemas de acordo com os problemas que eles
requer muitos estudos e pode ser demorada
sistema não é adequado. Se for assim, dispositivos
apresentem ou de acordo com as oportunidades
e
justificativas
idênticos com o mesmo tempo de serviço
para modernizar que eles ofereçam. Os pontos
apresentadas anteriormente, mais cedo ou mais
deveriam ser substituídos ao mesmo tempo. A
dos tópicos apresentados a seguir são somados
tarde isso será inevitável. As avaliações podem
idade dos dispositivos não é o único critério para
para indicar a necessidade de modernização.
ser facilitadas por guias de referência, conforme o
determinar se eles estão no fim da vida útil.
A soma maior ou igual a dez pontos determina
proposto aqui, para garantir homogeneidade das
A análise dos elementos de decisão é
que há necessidade e/ou oportunidade para
análises e considerações similares.
complexa. Entretanto, algumas características e
a modernização. Considerando os problemas,
comportamentos do sistema podem dar sinais
quanto maior for a pontuação total, mais
de que a modernização deva ser realizada. As
inevitável é a modernização. De modo semelhante,
subseções a seguir apresentam fatores a serem
considerando as oportunidades, quanto maior for
O processo decisório, neste trabalho, é do
considerados. Para melhor organização eles foram
a pontuação total, mais propícia é a situação para
tipo multicritério, com abordagem similar à teoria
divididos em três categorias: riscos, manutenção
modernizar.
Analytic Hierarchy Process (AHP) desenvolvida
e operação. Acredita-se que essas três dimensões
por Thomas L. Saaty na década de 1970. Essa
amplas são suficientes para a decisão.
mesma usina/empresa, a pontuação total também
teoria é muito utilizada atualmente em diversas
Para fazer comparações, uma escala numérica
serve para determinar a ordem de modernização
áreas e tem atributos que se encaixam na tomada
é necessária para indicar quanto mais importante
dos sistemas: quanto maior for a pontuação mais
de decisão deste trabalho.
ou dominante é um elemento sobre os outros,
urgente é a modernização. Note que, mesmo
cara. Entretanto, conforme
Tomada de decisão
Usando essa tabela são atribuídos pontos aos
No caso de análise de sistemas diferentes da
Não apenas a decisão é difícil, mas todo o
com respeito aos critérios estabelecidos. Assim,
analisando sistemas idênticos, alguns fatores
processo de modernização é complexo.Entretanto,
para análise quantitativa foi definida a Tabela 1 de
como, por exemplo, disponibilidade e custos,
o adiamento indefinido não é aconselhado, pois
pontuações. Ela apresenta os graus (ou níveis) dos
determinarão o sistema a ser modernizado
poderá expor o sistema à sua completa exaustão,
problemas e oportunidades.
primeiro.
atingindo o fim da vida útil. Isso poderia forçar a redução da potência disponível na usina, causando
Tabela 1 – Pontuações para os problemas e oportunidades
problemas para o sistema elétrico e grandes
É importante ressaltar que, as análises devem
ser feitas por especialistas da área que conheçam bem o sistema em questão. Isso reduz o grau de
Pontuações
prejuízos econômicos. Por outro lado, devem-se
Problemas /
evitar investimentos que possam ser depreciados
Oportunidades
prematuramente bem como a modernização do
Pequeno(a)
1
Médio(a)
2
Alguns especialistas consideram que a idade
Grande
3
do sistema (ou dos dispositivos) é um fator
Enorme
4
indicador da necessidade de modernização. Risco
sistema antes do momento necessário.
incertezas e gera o parecer mais correto possível.
Riscos A presença de algum tipo de risco é um forte
103
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
pode ser definido como o produto da probabilidade
pontuação. Como esses dois riscos (e outros tópicos
a severidade da falha de um dispositivo, a
de que aconteça um evento e as consequências
abaixo) indiretamente também se refletem nos riscos
possibilidade de ocorrência dessa falha e o custo
desse evento. Por exemplo, a existência de algum
para o sistema elétrico, foi atribuído grau “médio”
associado às medidas para atenuar o risco. Um
componente do sistema no estado degradado
para eles. De modo semelhante, como outros tópicos
método de classificar os riscos é atribuir notas
cuja falha implique em problemas de segurança
abaixo estão relacionados aos riscos econômicos,
de gravidade, de zero a dez, por exemplo, para
indica alto risco. Em princípio, deve-se identificar
foi atribuído grau “pequeno” para eles (note que, os
cada um dos atributos e fazer um somatório.
que o sistema encontra-se no estado degradado,
outros três riscos também geram perdas econômicas).
De acordo com a pontuação total decide-se
para tomar uma ação antes que ele atinja o estado
Deve ficar claro que não é aceitável manter
pela modernização ou não, devido ao risco
arriscado. Os quatro principais riscos envolvendo
o sistema de automação em operação com
apresentado. Em alguns casos, apenas uma
os sistemas de automação elétrica, em ordem de
algum tipo de risco. Caso após a análise completa
restauração, quando possível, é suficiente para
prioridade, estão associados a:
decida-se por não modernizar o sistema de
eliminar o risco ou deixá-lo em níveis aceitáveis.
automação, outras medidas para eliminar os riscos
Note que o custo da solução adotada deve ser
• Vidas humanas (riscos de mortes): enorme
existentes devem ser tomadas.
proporcional ao risco que ela elimina.
(quatro pontos);
• Instalação: enorme (quatro pontos);
separando-os em categorias com classificações
modernos tem impacto sobre o resultado
• Sistema elétrico: médio (dois pontos);
de graus diferentes. É possível, por exemplo,
da análise de riscos. Assim, a análise de risco
• Econômicos: pequeno (um ponto).
usar índices de severidade e probabilidades
pode indicar a necessidade da troca de antigos
de ocorrência. Para isso, podem-se adotar os
dispositivos por outros modernos mesmo antes
A análise de riscos proposta é superficial,feita do ponto
conceitos introduzidos pelo método de Análise do
que o tempo de vida útil tenha expirado.
de vista geral. É difícil estabelecer índices precisos de
Tipo e Efeito de Falha (FMEA – Failure Mode and
risco para diferentes instalações e concessionárias.Para
Effect Analysis).Assim, os riscos aqui apresentados
os dois primeiros riscos (vidas humanas e instalação)
poderiam receber pontuações menores.
é atribuído o grau de problema “enorme”, de maior
É factível uma análise mais detalhada dos riscos,
No
detalhamento,
devem-se
Manutenção
avaliar
O aumento da confiabilidade dos sistemas
A seguir são apresentados os tópicos
relacionados à manutenção.
Aula prática
Automação
104
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Para indisponibilidade programada:
Para indisponibilidade forçada:
• Maior que 4%: pequeno (um ponto);
• Maior que 0,06%: pequeno (um ponto);
• Maior que 6%: médio (dois pontos);
• Maior que 0,07%: médio (dois pontos);
• Maior que 8%: grande (três pontos);
• Maior que 0,08%: grande (três pontos);
• Maior que 10%: enorme (quatro pontos).
• Maior que 0,09%: enorme (quatro pontos).
a taxa de falhas é associada à parte horizontal da
que isso está relacionado ao risco econômico,
curva, ou seja, eles praticamente não envelhecem.
apresentado acima.
Portanto, como eles não degradam com o tempo,
Peças sobressalentes
o fim da vida útil deles geralmente é determinado pela obsolescência.
Os graus (pontuações) dos problemas são
está associado à obsolescência do sistema.
atribuídos separadamente para indisponibilidades
Alguns dispositivos e equipamentos têm ciclo
programadas
e
indisponibilidades
O problema de falta de peças sobressalentes
forçadas
de evolução muito rápido como, por exemplo,
considerando a média dos últimos três anos. As
os computadores. É normal que com apenas
pontuações são apresentadas na Tabela acima.
três anos já não existam peças sobressalentes
Esses são valores típicos. De acordo com
no mercado para eles. Alguns fornecedores
as características do sistema analisado eles
de sistemas baseados nesses equipamentos já
podem ser revistos. Uma forma alternativa de
fazem a venda programando uma atualização
Disponibilidade
se avaliar a indisponibilidade é comparando o
em torno de cinco anos. Atualmente isso
A modernização pode ser necessária devido
valor atual com a média histórica. Por exemplo,
também é motivado pelo relativamente baixo
à baixa disponibilidade do sistema de automação.
pode-se adotar o critério a seguir (tanto para
custo desse tipo de hardware.
Isso ocorre quando existem componentes no
a indisponibilidade programada quanto para a
estado degradado. Assim, a baixa disponibilidade
forçada).
e/ou no mercado, é um problema grave para
é um dos indicadores do fim da vida útil do
a manutenção dos sistemas. Em ocorrências
sistema. Ela é caracterizada basicamente por:
média histórica:
Variação da indisponibilidade com relação à
A falta de peças sobressalentes, em estoque
de falhas nessa situação, o tempo que uma unidade geradora ficará fora de serviço pode
• Baixo Tempo Médio entre Falhas (MTBF – Mean
• 30% maior: pequeno (um ponto);
ser muito longo. Em casos extremos, a falta de
Time Between Failures): o sistema apresenta
• 60% maior: médio (dois pontos);
peças sobressalentes pode deixar o sistema
muitas falhas. As falhas podem ser causadas por
• 90% maior: grande (três pontos);
de automação, e consequentemente a unidade
defeitos repetitivos ou razões diferentes;
• 120% maior: enorme (quatro pontos).
geradora, fora de serviço definitivamente (até
• Alto Tempo Médio para Reparo (MTTR – Mean
que o sistema seja substituído). Quando não
Time To Repair): o sistema tem defeitos graves
que causam aumento do tempo requerido para
os valores MTBF e MTTR diretamente.
mercado, uma solução é substituir um número
manutenções. A manutenção está se tornando
Para todas as formas de análise, verifica-se
limitado de sistemas para obter novas peças
mais difícil.
a necessidade de registrar os índices históricos
sobressalentes. Essa solução é paliativa e pode
dos sistemas. Portanto, ferramentas de apoio
modernizar parte da instalação. Entretanto,
às manutenções que guardem os dados são
isso não tem sido feito no Brasil.
banheira” clássica. Se for considerado que a taxa
importantes para análises futuras.
de ocorrência de falhas muda de acordo com
acima, pode-se
sobressalentes é o custo. Para uma dada
essa curva, o fator tempo tem impacto direto
atribuir maior pontuação à indisponibilidade
tecnologia, o custo de peças sobressalentes
na disponibilidade do sistema. Assim, com a
considerando que a energia/potência contratada
geralmente aumenta com o tempo. Assim,
curva e os valores definidos para cada tipo de
não foi atendida devido à falha do sistema
é possível encontrar equipamentos digitais
componente, pode-se avaliar o estado: nominal
de automação da unidade geradora. Ou seja,
modernos que desempenhem as funções de
ou degradado. A curva é particularmente
caso isso tenha ocorrido duas vezes no ano
antigos equipamentos eletromecânicos, com
adequada para os dispositivos eletromecânicos
caracteriza-se um problema “pequeno”, três
funcionalidades adicionais e são mais baratos.
dos sistemas convencionais. Já para os dispositivos
vezes um problema “médio” e quatro ou mais
digitais, dos sistemas numéricos e modernos,
vezes um problema “grande”, somando-se um,
são dedicados a uma função específica, o que
pode-se considerar que, depois de comissionados,
dois ou três pontos, respectivamente. Note
resulta na existência de muitos dispositivos
Para análise pode ser utilizada a “curva da
Uma terceira forma é utilizar como parâmetros
Além
da
classificação
há mais peças sobressalentes disponíveis no
Outro
problema
associado
às
peças
Os dispositivos convencionais geralmente
105
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
de fabricantes diferentes. A uniformidade do
“enorme”. Um fator agravante da situação é o
hardware dos dispositivos modernos (digitais)
preço das peças sobressalentes, citado acima.
incluir sensores e atuadores inteligentes, como
reduz a diversidade de dispositivos. Isso diminui
Caso o valor da peça sobressalente seja 100%
Transformadores
a quantidade necessária de peças sobressalentes
maior do que o preço original, soma-se um ponto.
Convencionais (TINCs) óticos, por exemplo.
(elas são iguais) e, como consequência, parte do
Isso equivale a um problema “pequeno”.
Esse tipo de sensor pode estar preparado com
O
sistema
primário de
atualizado
Instrumentação
pode Não
interface para rede de processo e precisaria
problema acima descrito é solucionada.A migração
Repotenciação
do sistema para uma plataforma de hardware e
de adaptações para trabalhar com sistemas de
software comuns (que é uma característica dos
unidades
automação convencionais ou numéricos, o que
sistemas modernos) representa uma grande
geradoras, pode ser necessária a substituição
não faz muito sentido. Ou seja, é mais natural que
vantagem e, portanto, motiva a modernização.
de equipamentos primários. A substituição
o sistema de automação esteja preparado para
Para
a
repotenciação
de
O grau do problema relacionado à falta
desses equipamentos implicará, no mínimo,
esse tipo de dispositivo ao invés de uma retroação
de peças sobressalentes é dado pela soma das
em modificações da interface com os sistemas
da tecnologia dos sensores.
seguintes situações:
secundários. Assim, essa é uma boa oportunidade
para
É importante lembrar que os dispositivos
equipamentos
do sistema de automação têm ciclo de vida
• Não há peças sobressalentes no estoque da
secundários usando a última tecnologia disponível.
mais curtos que o tempo de vida da usina
empresa: pequeno (um ponto);
Além disso, é muito vantajoso aproveitar o tempo
(equipamentos primários). Normalmente, os
• Não há peças sobressalentes disponíveis no
de parada para a repotenciação. Essa vantagem
equipamentos
mercado: médio (dois pontos);
também existe quando forem realizadas grandes
mais frequentemente que os primários. Assim,
• Não é possível fabricar peças sobressalentes:
manutenções (de longa duração) da unidade
diferentes gerações de dispositivos podem
pequeno (um ponto).
geradora. Quanto maiores (e mais demoradas)
coexistir na usina. Portanto, com a atualização
forem as modificações para repotenciação ou a
do sistema primário, as diferenças de tecnologia
manutenção, mais conveniente é a modernização
também podem ser reduzidas. A padronização
do sistema de automação.
facilita a integração do sistema de automação.
Note que as três condições juntas totalizam
quatro pontos, caracterizando um problema
atualizar
também
os
secundários
são
substituídos
Aula prática
106
Automação
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
modernização
a Tabela 1) é usada indicando uma oportunidade e
anteriores.Portanto,o custo total durante o tempo
(pontuação) de acordo com o tipo de
não problema do sistema atual (que indicaria que
de vida do sistema decresce, comparando-se com
repotenciação é:
a modernização é necessária).
o sistema original (antigo).
A
oportunidade
para
Para o tópico custos de manutenção, deve-se
Custos
comparar o custo anual atual com o custo anual
Em qualquer negócio os custos são
médio dos três primeiros anos de operação do
importantes. O item custo é complexo e está
sistema, contados após o término do período
• Repotenciação mínima: pequena (um ponto); • Repotenciação leve: média (três pontos);
• Repotenciação pesada: enorme (quatro pontos).
relacionado a quase todos os outros tópicos
de funcionamento experimental (ou teste de
Alternativamente, a pontuação de acordo
abordados neste trabalho. Quando os custos
disponibilidade). Com base nessa relação, deve-se
com a natureza da repotenciação pode ser obtida
de operação e de manutenção relacionados ao
atribuir a seguinte pontuação para o problema:
pela soma de:
sistema de automação estão altos, é hora de
pensar na modernização. Outro custo que pode
• Maior ou igual a 30% que a média: pequeno (um
• Repotenciação mecânica (turbina e auxiliares
guiar essa decisão é o custo de interrupção do
ponto);
mecânicos): pequena (um ponto);
fornecimento de energia, devido a falhas do
• Maior ou igual a 60% que a média: médio (dois
• Repotenciação elétrica (gerador e auxiliares
sistema de automação. Uma única falha grave
pontos);
elétricos): grande (três pontos).
pode justificar a modernização. Para se ter ideia,
• Maior ou igual a 90% que a média: grande (três
em alguns casos, a modernização está associada
pontos).
Note que, dessa forma, uma repotenciação
a programas de melhora da qualidade do
completa (mecânica e elétrica) resulta em quatro
fornecimento de energia, iniciados após um grave
pontos. De modo semelhante, caso pretenda-se
blecaute. Ou seja, é uma ação corretiva depois de
esse problema é utilizar o número de homens/
realizar manutenção na unidade geradora de
grandes perdas.
hora para a manutenção como referência em
longa duração (tempo suficiente para realizar
Uma vantagem da atualização tecnológica é
vez do custo. Pode-se manter a relação de
a modernização), pode-se considerar uma
que os recursos necessários para a manutenção
proporcionalidade acima para obter a pontuação.
oportunidade média (dois pontos).
de sistemas de automação elétrica modernos
são menores comparados com os dos sistemas
deve ser feito um diagnóstico para avaliar se é
Note que neste tópico a pontuação (conforme
Uma forma alternativa de se contabilizar
Ainda com relação à manutenção, basicamente
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
107
tecnicamente possível manter os sistemas antigos em operação e quais ações de manutenção devem ser feitas. Uma restauração ou reforma completa do sistema existente pode demandar muito tempo e ter custo elevado. Para a decisão, o custo da restauração/reforma completa (necessária para extensão da vida útil do sistema) deve ser comparado com o custo da modernização. Assim, pode-se ponderar a oportunidade da seguinte forma: • Custo maior ou igual a 50%: pequena (um ponto); • Custo maior ou igual a 100%: média (dois pontos).
Caso o custo para estender a vida útil do sistema seja maior ou igual ao
custo para modernizá-lo, a última opção é preferível. Nesses custos devem ser considerados os custos de interrupção, ou seja, o número de dias necessários para a extensão da vida útil (através de restauração ou reforma) ou para a modernização. Entretanto, esse tópico é tratado aqui como uma oportunidade, pois ele não deve ser um critério para afirmar que a modernização é necessária.
Os custos citados acima são os básicos: projeto, equipamentos e realização.
Pode ser realizada uma análise mais completa para comparar os custos de vida dos sistemas (original e modernizado). Nesse caso, a análise é mais complexa, pois é necessário também considerar além do investimento, os custos de operação, manutenção, treinamento do pessoal, etc.
Outro parâmetro que pode ser utilizado para quantificar esse tópico
é a diferença entre os tempos para uma extensão da vida útil e para a modernização. Esse tempo reflete a interrupção de geração, ou seja, perda de receita (e talvez outros encargos). Assim, caso o tempo necessário para fazer a extensão da vida útil seja igual ou maior do que a metade do tempo para a modernização, pode-se adicionar um ponto por ser uma oportunidade “pequena”. Note que, indiretamente o tempo de interrupção foi considerado no tópico custo para extensão da vida útil × custo para a modernização, apresentado acima.
Outro item a ser considerado é a redução de recursos humanos
necessários para manutenção devido à modernização. É previsto que os períodos de intervenção para manutenção dos sistemas modernos são maiores que os dos sistemas convencionais.A proporção de diferença poderá chegar a três vezes. Assim, as equipes de manutenção poderão ser reduzidas após a modernização. Para uma redução maior ou igual a 30%, pode-se considerar que é uma oportunidade “pequena”, contabilizando um ponto.
O custo de operação é mais estável ao longo dos anos (para a mesma
planta). Pode ser feita uma comparação entre os custos atuais (para operar com o sistema instalado) e os custos estimados para o sistema modernizado. Nesse caso, o custo pode ser reduzido, por exemplo, pela maior automação das atividades e, consequentemente, pela redução da equipe de operação. Com os sistemas modernos os operadores podem fazer suas tarefas de maneira mais precisa e rápida. Assim, caso se estime que a equipe de operação será reduzida de no mínimo 30%, também se pode considerar uma oportunidade “pequena”, somando-se mais um ponto. Os operadores que deixam a operação em tempo real podem ir para outras áreas da empresa.
O custo da obra também deve ser considerado. O custo do sistema
de automação é relativamente pequeno comparado ao custo total da
Aula prática
108
Automação
unidade geradora. Para uma unidade geradora
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Recursos humanos
priorizar a atualização. Outra solução (alternativa
de grande porte, ele (sistema de automação
Outro problema relacionado à manutenção
à modernização) é treinar novos profissionais, mas
com tecnologia numérica) representa em torno
(e em menor grau à operação) que sugere a
isso não é fácil e nem sempre é possível, conforme
de 2,5% do custo total (incluindo engenharia,
modernização do sistema de automação é a
discutido a seguir.
todos os equipamentos, obras civis e montagem
falta de especialistas. A falta de equipe técnica
eletromecânica). Considerando apenas o custo
qualificada está associada à obsolescência
obra está associada à manutenção. Com relação
A maior dificuldade com relação à mão de
dos equipamentos principais (turbina, gerador,
do sistema. O problema pode ser interno
à operação, a falta de mão de obra também é um
regulador de velocidade, regulador de tensão,
à empresa ou externo: falta de assistência
problema, mas é mais fácil solucioná-lo através
barramentos blindados, transformador elevador
técnica especializada no mercado. Portanto,
de treinamentos, pois a rigor o que muda para
principal) e sistema de proteção, o custo do
a indisponibilidade de pessoal, tanto de
a operação é a Interface Humano-Máquina
sistema de automação representa em torno
manutenção como de operação, é outro motivo
(IHM) utilizada e a quantidade de informações
de 3,5% do total. Dessa forma, considerando o
para se decidir por modernizar.
disponíveis. Portanto, considerando apenas a
custo relativo e os benefícios proporcionados, a
Os cursos de formação dos profissionais
equipe de manutenção, o problema de falta de
modernização do sistema de automação é um
seguem a evolução da tecnologia. É verdade que
mão de obra especializada pode ser quantificado
investimento justificável. Note que o custo relativo
nas escolas isso ocorre mais lentamente do que
pela soma dos itens:
tende a ser menor com a tecnologia moderna
na indústria. Mesmo assim, os profissionais mais
plena, devido à redução de cabeamento de cobre
antigos das concessionárias dominam as lógicas
• Previsão de aposentadorias dos especialistas:
(material e trabalho).
de automação baseadas em relés, enquanto os
pequeno (um ponto);
O maior problema de custos da modernização
novos profissionais estão mais familiarizados
• Carência de especialistas na empresa: médio
do sistema de automação é a indisponibilidade de
com sistemas digitais, envolvendo controladores
(dois pontos);
geração. Grosso modo, considerando o custo
lógicos programáveis, redes de comunicação
• Carência de especialistas no mercado: médio
do megawatt hora do mercado e uma parada
de dados e computadores. Portanto, as
(dois pontos).
de 45 dias de um gerador de grande porte
aposentadorias de empregados causam alteração
para a realização, a perda de receita de geração
no perfil técnico predominante da empresa. Isso
representa, aproximadamente, quase o custo
é inevitável e ocorre naturalmente, devido às
e também no mercado é um caso extremo, mas
total de investimento no sistema de automação.
mudanças das tecnologias.
ele indica um problema “enorme” para manter
Dessa forma, é muito importante reduzir o tempo
Quando se prevê que não haverá uma
o sistema. Caso seja factível, o problema pode
de realização e/ou realizar a modernização do
quantidade mínima de profissionais na empresa
ser amenizado ou até mesmo solucionado com
sistema de automação em paralelo com outras
que dominem a tecnologia do sistema de
treinamentos, considerando o tempo e recursos
atividades de manutenção já programadas. No
automação atual, deve-se começar a pensar
disponíveis. Entretanto, quando se trata de
caso de repotenciação da unidade geradora ou
na modernização do sistema. Além disso, a
tecnologias diferentes o treinamento não é tão
manutenção demorada, por exemplo, parte desse
dificuldade para encontrar os profissionais
simples e exige-se muito tempo de experiência
tempo já estaria incluída no tempo total da obra.
qualificados no mercado é um sinal de alerta para
para a manutenção eficaz. Além de tudo, é
Note que a falta de mão de obra na empresa
109
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
necessário encontrar profissionais que aceitem
problema “grande” seja caracterizado apenas em
estudar tecnologias ultrapassadas. Portanto, o
sistemas com mais de 20 anos. Espera-se também
problema está caracterizado.
que as modernizações nesses casos não sejam completas,mas realizadas mais facilmente trocando
Operação
Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IEDs – Intelligent Electronic Devices) interoperáveis (ou
A seguir são apresentados os tópicos
relacionados à operação.
até intercambiáveis) e atualizando o software.
Geralmente, o tempo para amortização do
investimento de construção original de uma usina
Tempo em operação
hidrelétrica é de 30 anos. Assim, considerando
O ciclo de vida dos sistemas de automação
os valores em anos definidos acima, deve-se
é menor do que o ciclo de vida dos sistemas
ter em conta que provavelmente nas usinas
primários. Isso se deve, principalmente, ao fato
com menos de 30 anos de operação isso pode
de os dispositivos secundários se tornarem
ser um complicador para a modernização. Uma
obsoletos antes do fim da vida útil dos
forma de ponderar essa situação é reduzir um
equipamentos primários. Em média duas gerações
ponto quando o investimento ainda não estiver
de dispositivos secundários devem ser usadas com
amortizado.
os mesmos equipamentos primários. Portanto,
a modernização do sistema de automação pode
das instalações hidrelétricas (usina completa)
ser feita (ser necessária) de maneira conjunta
ocorrem com vida útil da ordem de 25 a 40 anos
ou independente da troca dos equipamentos
(para tecnologia convencional). Assim, os valores
primários.
em anos definidos acima estão coerentes com o
Por outro lado,os processos de modernizações
A diferença entre os ciclos de vida citados
momento de atualização de toda a usina. Isso é um
no parágrafo anterior tem impacto nos requisitos
facilitador, considerando que a modernização do
de interfaces. A instalação de um novo sistema
sistema de automação poderá ser concomitante
de automação pode ter grandes restrições com
à obra modernização das outras partes da usina.
relação às interfaces com os equipamentos
Portanto, nesse caso, podem ser adicionados dois
primários, que usem tecnologia anterior. Devido
pontos devido à oportunidade “média”.
a essa dificuldade, podem ser necessárias
modificações ou adaptações de sensores e
relacionada à infraestrutura de operação. Com o
atuadores.
passar dos anos, ela pode não ser mais adequada.
De acordo com o tempo acumulado de
As salas de controle podem estar envelhecidas e
operação do sistema de automação, o problema
subdimensionadas para a realidade atual. Como as
pode ser classificado considerando o tempo
tecnologias modernas requerem menos espaço
de vida útil médio da tecnologia empregada,
físico, as salas de controle poderiam voltar a
conforme apresentado a seguir.
atender às necessidades de maneira satisfatória,
Outra motivação para a atualização é
Note que o número de anos para a tecnologia
com a substituição do sistema de automação
numérica é menor devido ao menor tempo de
antigo (sem obras para ampliações). Assim, a
vida dessa tecnologia. Observe ainda que, como a
modernização do sistema de automação é
tecnologia moderna ainda é relativamente nova, os
uma boa oportunidade para também reformar
sistemas que a utilizam não são considerados com
as salas de controle. Para reformá-las, vários
problemas de tempo de operação. No futuro, isso
aspectos devem ser considerados como, por
também deverá ser contabilizado. Espera-se que o
exemplo, ergonomia, infraestrutura e layout.
Sistemas com a tecnologia
Sistemas com a tecnologia numérica
convencional:
(digital):
• mais de 20 anos: pequeno (um ponto);
• mais de 9 anos: pequeno (um ponto);
• mais de 25 anos: médio (dois pontos);
• mais de 12 anos: médio (dois pontos);
• mais de 30 anos: grande (três pontos).
• mais de 15 anos: grande (três pontos).
Aula prática
110
Automação
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Portanto, quando as salas de controle estiverem
à IHM ou às comunicações, apresentadas nos
inadequadas, pode-se adicionar um ponto por ser
tópicos a seguir. Entretanto, esse item pode ser
novas IHMs podem ser criadas compatíveis com
uma oportunidade “pequena” para modernização
detalhado como, por exemplo, atribuindo mais
as gerações de IHMs anteriores. Por exemplo, o
do sistema de automação (e ao mesmo tempo
pontos quando se carece de mais funcionalidades
antigo painel mímico pode ser emulado na tela
reformar as salas).
acessórias (proporcionalmente).
da estação de trabalho, usando as mesmas regras
de segurança. Porém, isso restringe o uso da nova
Funcionalidades
A falta de funcionalidade básica foi considerada
Caso se considere necessário, as telas das
um problema “enorme”. Apesar disso, caso seja
tecnologia e não é aconselhado.
sistema
devido
possível incluir as funcionalidades básicas que
desempenhar
novas
faltam sem a modernização, essa solução pode ser
modernização devido a deficiências da IHM, pode
funcionalidades está relacionada principalmente
adotada (custos e tempo).
ser considerado:
à operação. Com a evolução dos sistemas de
automação surgiram funcionalidades. Muitas delas
provavelmente o treinamento dos operadores
• IHM através de estações de trabalho não gráficas:
são novas necessidades dos operadores.
pode ser menor (simplificado), reduzindo os
pequeno (um ponto);
A
à
incapacidade
obsolescência de
do
Para
identificar
a
necessidade
de
Por fim, com maior automação do processo,
Uma mudança de estratégia da concessionária,
custos. Além disso, também existe a possibilidade
• IHM convencional (não há estações de trabalho):
que implique em modificações do sistema de
de redução do tamanho do quadro de operadores,
médio (dois pontos).
automação como, por exemplo, a opção pelo
conforme apresentado no tópico custos.Tudo isso
controle centralizado remoto, pode ser uma razão
são motivações para a modernização.
para modernização. O impacto dessa mudança
pode ser desde a inclusão de um protocolo ou
redução de gastos com recursos humanos (de
no sistema de automação pode ser avaliado
até mesmo a substituição completa do sistema de
operação e de manutenção) no longo prazo paga
através das redes de comunicação existentes. Para
automação, de acordo com o sistema instalado
a nova tecnologia. É uma afirmação fria, mas pode
isso, são consideradas as redes dos três primeiros
(em operação).
se tornar real.
níveis do sistema de automação. Para cada rede
Comunicações
Em alguns casos chega-se a afirmar que a
Com a mudança de visão ou necessidades da classificando-as
como
básicas
O grau de comunicação de dados disponível
inexistente, soma-se um ponto:
Interfaces Humanos–Máquinas
operação, é preciso estabelecer as funcionalidades requeridas,
Os
painéis
mímicos
dos
sistemas
• Não há rede no nível 0 – processo: pequeno (um
(obrigatórias) ou acessórias (opcionais ou
convencionais têm dois problemas principais.
ponto);
desejadas). Em seguida, deve ser verificado se
Primeiro, eles consistem de muitos componentes
• Não há rede no nível 1 – unidade: pequeno (um
essas funcionalidades poderão ser satisfeitas
discretos simples que normalmente requerem
ponto);
pelo sistema atual, mesmo que submetido a
manutenção. Depois, é
• Não há rede no nível 2 – estação local: pequeno
pequenas adaptações. Caso não seja possível, a
adicionar um novo indicador (instrumento) ou
modernização pode ser necessária.
acionamento (botoeira/chave) para o controle.
Assim, a falta de funcionalidades no sistema de
As IHMs dos sistemas modernos não têm essas
automação também é motivo para modernizá-lo.
deficiências. Nelas, as taxas de falhas do hardware
outras características do sistema de automação.
Não é conveniente operar com um sistema que
e do software são muito baixas e alterações
Por exemplo, se não há rede no nível de processo,
careça de funcionalidades. Esse problema pode ser
podem ser feitas facilmente.
provavelmente não há sensores inteligentes e
pontuado como:
Além de tudo, as IHMs dos sistemas modernos
certamente não há TINCs. De modo semelhante,
muito
complicado
(um ponto). O tópico comunicações está relacionado a
apresentam outras vantagens. A vantagem mais
se não há rede no nível de estação local,
• Faltam funcionalidades acessórias: leve (um
visível é a economia de espaço, comparando
provavelmente também não há servidores de
ponto) – ou médio (dois pontos);
com os painéis mímicos convencionais. Outra
dados históricos para armazenar as sequências de
• Falta alguma funcionalidade básica: enorme
vantagem, essa mais sentida pelos operadores,
eventos nem comunicação por rede com centros
(quatro pontos).
é a concentração da IHM centralizando as
de controle. Assim, esse tópico também está
informações, em uma estação de trabalho
relacionado à obsolescência do sistema.
As funcionalidades acessórias podem facilitar a
(computador).Assim, os operadores não precisam
operação e aumentar a confiabilidade. Entretanto,
se mover pela planta, facilitando a operação e
comunicações é considerar o meio físico e
como a usina originalmente operava sem essas
diminuindo os riscos. Por fim, as IHMs modernas
a velocidade de comunicação: cabeamento
funcionalidades e certamente com índices de
usam componentes padronizados (figuras e
convencional metálico (não há comunicação
desempenho adequados, foi considerado um
textos) proporcionando uma interface comum,
serial), comunicação serial em baixas velocidades
problema “leve” (ou “médio”). Note que, parte
mesmo para operar equipamentos primários de
(interfaces RS 232 ou RS 485), comunicações por
dessas funcionalidades pode estar associada
diferentes modelos ou até tecnologias.
rede em alta velocidade (Ethernet 10 Mbit/s ou
Uma
forma
alternativa
de
avaliar
as
Aula prática
112
Automação
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
mais), etc. De acordo com essas características
sistemas de automação de usinas (e subestações)
de serem úteis para a manutenção, eles serão
são atribuídas as pontuações.
são a obsolescência e a baixa disponibilidade. Na
decisivos para saber a necessidade e o momento
Caso exista um sistema SCADA “em
prática, o problema principal relacionado a essas
da modernização.Atualmente o registro e a análise
paralelo” ao sistema de automação da unidade
razões é a falta de peças sobressalentes. Por outro
desses dados são facilitados pelo uso de sistemas
geradora, este tópico pode ser parcialmente
lado, entre as oportunidades, as repotenciações e
para gestão e controle da manutenção.
desconsiderado. Pois, nesse caso, o sistema
as grandes manutenções (de longa duração) são
SCADA supre as deficiências de comunicação do
as mais fortes. Entretanto, esses não devem ser
setor elétrico tenham planos de modernizações.
sistema de automação. Uma análise mais detalhada
os únicos motivos a serem considerados. Deve
Para atualizações tecnológicas bem sucedidas
pode quantificar essa compensação.
ser feito um diagnóstico técnico mais abrangente,
são necessários planejamento, envolvimento
sempre pensando no longo prazo.A relação entre
de todas as áreas da empresa relacionadas ao
Conclusões
benefícios e custos também é importante.
processo, especificação técnica coesa atualizada
As modernizações de sistemas secundários
Neste trabalho, um conjunto amplo de
e treinamento adequado das equipes de
de usinas hidrelétricas começam a ter muita
fatores foi identificado e quantificado. Concluiu-se
projeto, manutenção e operação. Os resultados
importância no Brasil. As modernizações dos
que, esse conjunto de indicadores quantitativos
apresentados neste trabalho podem servir de
sistemas de automação de unidades geradoras são
pode decidir a necessidade de modernização
orientação.
atividades estratégicas, e inevitáveis com o passar
dos sistemas de automação de grandes unidades
dos anos, para manter as condições operacionais
geradoras. Foram elaborados critérios (usando os
satisfatórias. Essas modernizações garantem,
indicadores) para tomar a decisão por modernizar.
MENDES, M. F. y JARDINI J. A. Evolução dos Sistemas de Automação
no mínimo, extensão da vida útil e aumento da
O método proposto pode ser usado como
Elétrica: Caminhos das Modernizações de Usinas Hidrelétricas. In: XIII
disponibilidade, fatos que sozinhos justificam as
referência no setor elétrico para apoiar as tomadas
ERIAC – Décimo Tercer Encuentro Regional Iberoamericano de Cigré,
modernizações.
de decisão. Ele pode ser uma ferramenta para os
A tomada de decisão pela modernização dos
planejamentos de atualizações tecnológicas, as
sistemas de automação é um desafio. Entretanto,
quais são atividades muito importantes para todas
on Electricity Generation and Transmission, Ubatuba - Brazil, 2009.
a razão e o momento para modernizar podem
as empresas do setor.
MENDES, M. F. Proposta de Metodologia e de Modelo para
ser identificados usando indicadores quantitativos
Modernizações de Sistemas de Automação de Unidades Geradoras
adequados. Existem fatores que indicam a
outra utilidade. O resultado da análise baseada
necessidade das modernizações desses sistemas,
neles pode ser usado para definir prioridades,
que caracterizam o fim da vida útil. Outros
para selecionar qual sistema modernizar primeiro
disponiveis/3/3143/tde-19072011-164952/>.Acesso em: 2013-05-26.
fatores podem revelar situações favoráveis às
dentro de um grupo já definido.
CREMA, L. et al. Atualização tecnológica de Itaipu: Diretrizes, critérios
modernizações, que podem ser encarados como
e análise de alternativas. In: XIII ERIAC - Décimo Tercer Encuentro
oportunidades.
aqui propostos é necessário conhecer os dados
As principais razões que têm levado as
históricos da manutenção do sistema anterior.
refurbishment. In: 39th Biennial CIGRÉ Session 2002 - 34-208. Paris
empresas a realizarem modernizações dos
Assim, é importante o registro desses dados.Além
- France, 2002.
Os critérios para a tomada de decisão têm
Para aplicar parte dos critérios de decisão
É importante que todas as empresas do
Bibliografia
Puerto de Iguazú - Argentina, 2009. MENDES, M. F. and JARDINI J. A. História da Automação Elétrica e Estado da Arte. In: CLAGTEE 2009 –The 8th Latin-American Congress
Hidráulicas de Grande Porte. 2011. Tese (Doutorado em Sistemas de Potência) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo - Brasil, 2011. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/
Regional Ibero-americano del CIGRÉ. Misiones - Argentina, 2009. AMANTEGUI, J. et al. Utilities’ approach to protection and control
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
113
ANDERSSON, L.; BRAND, K.-P.;WIMMER,W. Some aspects of migration from present solutions to SA systems based on the communication standard IEC 61850. In: 2nd International Conference on Integrated Protection, Control and Communication. New Delhi - India, 2001. GRAINE, L. et al. Renovation/refurbishment of substation secondary systems. In: 39th Biennial CIGRÉ Session 2002 - 23-301. Paris - France, 2002. SAATY, T. L. Decision making with the analytic hierarchy process. International Journal of Services Sciences, v. 1, n. 1, p. 83–98, 2008. MOUBRAY, J. Reliability Centered Maintenance. New York - USA: Industrial Press Inc., 1997. 448 p. LUNDQVIST, B.; AABO, Y. The cost benefit of modern substation automation in electrical high voltage installations. In: 39th Biennial CIGRÉ Session 2002 - 34-106. Paris - France, 2002. EBELING, C. E. An Introduction to Reliability and Maintainability Engineering. New York - USA:Waveland Press, Inc., 2009. 544 p. MENDES, M. F. Sistemas de Automação de Unidades Geradoras Modernizados no Brasil. In: T&D 2010 Latin America – IEEE/PES Transmission and Distribution Conference and Exposition Latin America, São Paulo - Brazil, 2010. MENDES, M. F. Futuras Modernizações de Sistemas de Automação de Unidades Geradoras no Brasil. In:T&D 2010 Latin America – IEEE/ PES Transmission and Distribution Conference and Exposition Latin America, São Paulo - Brazil, 2010. VEIGA, J. R. C. da. Oportunidade de Negócio com a Repotenciação de Usinas – Aspectos Técnicos Econômicos e Ambientais. 2001. 119 p. Dissertação (Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia) – Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo - Brasil, 2001. MENDES, M. F. Desvendando o transformador de corrente óptico com interferômetro Sagnac em linha. In: C3N – Congresso da Academia Trinacional de Ciências. Foz do Iguaçu - Brasil, 2008. INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION - IEC. Communication Networks and Systems for Power Utility Automation, IEC Standard 61850, Edition 2.0, 2013. LANGUILLE, M. et al. Refurbishment of substations. In: 39th Biennial CIGRÉ Session 2002 - 23-307. Paris - France, 2002. TROGNEUX, F.; DUBOIS, J.; FLEURY, P.-A. Decision-making process for replacement versus refurbishment: RTE’s experience. In: 41st Biennial CIGRÉ Session 2006 - C1-303. Paris - France, 2006. NUNES, E. L. Sistematização do Processo de Modernização em Empresas de Geração Hidrelétrica. 2007. 247 p.Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis - Brasil, 2007. FREITAS,Y. et al.Automação de centros de operação e de atendimento – aspectos a serem considerados em modernização de salas de controle de centros de operação. In: VII Simpase - Simpósio de Automação de Sistemas Elétricos. Salvador - Brasil, 2007.
*Marcos Fonseca Mendes é engenheiro eletricista, mestre em Engenharia Elétrica e doutor em Ciências (Sistemas de Potência) pela Universidade de São Paulo (USP). É engenheiro da Itaipu Binacional desde o ano 2000, atuando na engenharia de projetos. Associado ao Cigré e à Abenge, é ainda membro da IEC (TC57 / WG18), do IEEE / PES e da ABNT.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Documentação segundo a norma ABNT NBR 5419 114
Conforme o item 6.4 da NBR 5419, a seguinte documentação técnica deve ser mantida em local em que possa ser facilmente encontrada e disponibilizada em situações de fiscalização ou sob novas inspeções: • Relatório de verificação de necessidade do SPDA e de seleção do respectivo nível de proteção, elaborado conforme Anexo B da NBR 5419; • Desenhos em escala mostrando as dimensões, os materiais e as posições de todos os componentes do SPDA (captores, condutores de descida e os eletrodos de aterramento); • Dados sobre a natureza e a resistividade do solo e os valores da resistência ôhmica do eletrodo de aterramento. Como mencionado, vários fatores externos influenciam esses ensaios, muitas vezes impossibilitando a sua
execução. Nestes casos, a NBR 5419 recomenda que seja descrita a justificativa técnica para a não realização dos ensaios. Na maioria dos casos, os valores obtidos nos ensaios de continuidade do eletrodo de aterramento associados a uma simples descrição das condições no local suprem essa necessidade; • ART – Anotação de Responsabilidade Técnica do profissional responsável.
Uma medida não indicada na NBR 5419, mas que
segue a boa prática da engenharia, é a elaboração de um roteiro de inspeção padronizado condizente com as condições locais, no qual é registrada a evolução dos dados do sistema. Este roteiro deve ser atualizado a cada inspeção periódica completa. A Figura 1 ilustra uma sugestão de um roteiro de inspeção.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Edificação: ____________________________________________________ Referência:_____________________________________Data:___/___/___ 1.Existência de documentação: Projeto Atualizado ART Laudo Atualizado ART
Esfera fictícia (EGM) Estrutura auto protegida Com utilização de massas metálicas Isolada Existência de captores radioativos
2. Alterações nas Características da Edificação:
3.5. Verificação de continuidade elétrica das armaduras: Pilares / Colunas: Sim Não Fundações: Sim Não
2.1. Dimensões Básicas Aproximadas: Comprimento: _______________m Largura: ____________________m Altura do perímetro superior: ____________________m Altura Máx. (incluindo cumeeira): ________________m 2.2. Reparos na edificação em função de instalação de SPDA: Alvenaria Calçamento Não se aplica Laje de concreto armado Estruturas metálicas 2.3. Alterações construtivas na edificação: Total Parcial Não se aplica 2.4. Teto (Telhas / Cobertura): Metálicas Concreto armado (laje) Concreto protendido Concreto pré-moldado Cerâmica 3. SPDA 3.1. Área classificada: Sim Não Em parte da edificação 3.2. Necessidade de proteção: Sim Não A analisar 3.3. Nível de proteção: I II III IV 3.4. Tipo de captação existente: Não há proteção instalada Ângulo de proteção (Franklin) Malhas (Faraday)
3.6. Suficiência do numero de descidas: Sim Pelas armaduras dos pilares Não Não instaladas 3.7. Aterramento: Em anel Pontual Pelas armaduras das fundações Não há Dados de resistividade do solo. Valores em relatório anexo Valores de resistência ôhmica. Ensaio de continuidade dos condu tores do eletrodo de aterramento visando sua integridade. Valores em relatório anexo 3.8. Condição das conexões: Boas Trocar Reapertar 3.9. Interligações entre estruturas metálicas para equalização dos potenciais: Há Direta Indireta (por de centelhador) Não há Desnecessária 3.10. Recomendações: Instalar Substituir Completar Satisfatório Fazer Manutenção 3.11. Nova inspeção (período em anos): 01 03 05
OBS.: _____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________ Figura 1 – Sugestão de roteiro de inspeção de SPDA
Colaborou com esta seção:Jobson Modena, engenheiro eletricista, consultor, diretor da Guismo Engenharia.
115
Energia sustentável
116
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Novas formas de gestão de energia da ISO
Aproveito o momento pleno de normas de
indicadores energéticos de Linha de Base (EnBs)
1. ISO 17741 – Regras técnicas gerais para
gestão de energia em fase final de elaboração no
e de Desempenho (EnPIs) – princípios gerais e
medição, cálculo e verificação de economias
Comitê Técnico TC 242 da ISO (responsável pela
diretrizes. Está no estágio FDIS(*) de aprovação,
de energia de projetos. O prazo de votação
ISO 50001 sobre sistemas de gestão de energia)
com prazo de votação internacional até 30/11/2014.
internacional da versão DIS (*) venceu em
para comentar sobre o andamento dos trabalhos
09/10/2014 e em breve deverá ser elevada à
deste comitê, por meio da situação atual de cada
WG3(*) – Medição & verificação do desempenho
uma delas no processo de normalização:
em energia
FDIS (*). 2. ISO 17742 – Cálculo de eficiência e economias
5. ISO 50015 – Sistemas de gestão de energia –
de energia para países, regiões e cidades. A norma foi
medição e verificação do desempenho energético
aprovada em 02/10/2014 e deverá ser publicada pela
1. ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia:
das organizações – princípios gerais e diretrizes.
ISO em breve.
requisitos com guia para uso. Esta norma só teria
Está no estágio FDIS(*) de aprovação, com prazo
sua reavaliação periódica iniciada em 2016, mas
de votação internacional até 25/10/2014.
WG1(*) – Gestão de energia
foi antecipada pelo ISO/TC 242, considerando uma mudança na estrutura de todas as normas de
3. ISO 17743.2 – Economias de energia – definição de uma estrutura metodológica aplicável
WG4(*) – Oportunidades de melhoria
sistemas de gestão em 2013, por meio da diretiva
ao cálculo e relato de economias de energia. O prazo de votação internacional da versão DIS
ISO/IEC – Parte 1 – Suplemento consolidado ISO
6. ISO 50002 – Auditorias energéticas – requisitos
(*) venceu em 09/10/2014 e em breve deverá ser
– procedimentos específicos para a ISO, por meio
com guia para uso. A norma foi publicada pela ISO
elevada à FDIS (*).
do anexo 2 (Estrutura de alto nível, texto principal
em 23/06/14. No Brasil, a versão brasileira ABNT
idêntico e termos e definições principais comuns
da ISO 50002 esteve em consulta nacional até
4. ISO 17747 – Determinação de economias
para uso em normas de sistemas de gestão);
09/10/14, devendo ser publicada em breve.
de energia em organizações. O prazo de votação do estágio CD (*) foi encerrado em 01/10/2014,
2. ISO 50004 – Sistemas de gestão de energia –
diretrizes para a implementação, manutenção e
242 está no estágio inicial de elaboração (estágio
melhoria do sistema de gestão de energia. Está
de preparação), a ISO/AWI 19816 – Troca de
no estágio FDIS(*) de aprovação, com prazo de
dados energéticos de sistema de construção – uma
de buscar a melhoria da gestão e do desempenho
votação internacional até 30/11/2014;
abordagem sistêmica para avaliar o uso, consumo
energético!
Além destas normas, outro documento do TC
podendo ser elevada à DIS (*) em breve. Não é por falta de ferramentas que deixaremos
e eficiência energética e outros fatores usados para 3. ISO 50003 – Sistemas de gestão de energia –
gerenciar o sistema de construção.
Glossário (*)
requisitos para entidades de auditoria e certificação
TC – Technical Commitee (Comitê Técnico).
de sistemas de gestão de energia. A norma foi
da ISO TC 242 são feitos pela Comissão Especial de
WG – Work Group (Grupo de Trabalho).
aprovada em 18/09/2014, e deverá ser publicada
Estudos (CEE) – 116, que pode ser transformada no
FDIS – Final Draft International Standard – estágio
pela ISO em breve.
Comitê Brasileiro de Gestão e Economia de Energia.
de aprovação.
DIS – Draft International Standard – estágio de
Vale comentar que os trabalhos da ABNT dentro
Além do TC242, a ISO tem outro comitê
técnico de trabalho relacionado à economia de
consulta, anterior ao estágio de aprovação.
energia, o TC 257, com interface com o comitê
CD – Comitee Draft – estágio de Comitê.
4. ISO 50006 – Sistemas de gestão de energia
de gestão de energia já citado, e que tem alguns
WD – Working Draft – estágio preparatório, dentro
– medindo o desempenho energético, usando
documentos em estágio final de normalização:
do Grupo de Trabalho.
WG2(*) – Indicadores de desempenho em energia
Iluminação eficiente
118
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Uma experiência na América Latina
Em outubro tive a oportunidade de ministrar um treinamento
para profissionais de iluminação em dois países na América Latina: Colômbia e Argentina. Participaram destes treinamentos 40 experientes profissionais de iluminação dos países locais além de pessoas da Venezuela, Peru, Chile e México.
Esta experiência foi bastante enriquecedora pelo fato de se poder
verificar como a iluminação a Led está sendo difundida nos países de forma bastante semelhante ao Brasil, respeitando-se suas diferenças normativas locais.
A penetração da tecnologia led, seja na iluminação de interiores,
como na pública, é realidade em todos os países. E é a mesma corrida entre fornecedores para conseguir trocar a iluminação convencional pela iluminação de estado sólido nos principais pontos das cidades
119
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
podem ser notados.
a qualidade técnica dos produtos e a qualidade da iluminação de estado
sólido no Brasil.
Na prática, uma visita rápida em pontos das cidades visitadas é
possível identificar iluminação Led em parte das ruas, lojas, escritórios
Tendências como projetos com certificação LEED também
e hotéis, como é o caso de Buenos Aires que já tem as principais avenidas
são observados no demais países da América Latina, enfatizando
da capital com iluminação Led com telegestão, parte da iluminação de
a eficiência energética dos produtos e abrindo campo para uso de
hotéis de alto padrão com lâmpadas Led e lojas de shoppings com
sistemas Led e sistemas de controle de iluminação. O Brasil, por ser o
muita fita e lâmpadas Led.
segundo país com mais projetos registrados no mundo, acaba também
Algumas aplicações, entretanto, possuem resultados questionáveis,
sendo uma referência para os demais países da América Latina. A
principalmente quando se avalia a qualidade final da iluminação: baixa
introdução da nova versão V4 de forma compulsória a partir de 2015
reprodução de cor em lojas, temperatura de cor fria em ambientes que
torna também a iluminação um aspecto cada vez mais complicado do
deveriam ser aconchegantes, o que denota ainda certo desconhecimento
ponto de vista de projeto e custoso para o construtor. As tecnologias,
quanto
à
aplicação
e/ou
entretanto, vêm ganhando
qualidade da tecnologia.
espaço
Interessante notar como
queda de preços e se
a tecnologia Led reintroduziu
tornam alternativas cada
questionamentos
em
função
da
qualita
vez mais necessárias para
ti vos sobre conceitos esta
obtenção de certificações
belecidos
ambientais.
de
iluminação
e tornou a engenharia da
luminotécnica,
de
se percebe de diferente
certa forma novo para quem
entre os países é a adoção
trabalha há muito tempo
de
com iluminação. Conceitos,
referentes a iluminação.
como índice de reprodução
Não
e distinção do R9 para
normativo e cada país
avaliação da cor, binning,
acaba seguindo referências
consistência
cromática,
locais. Normas, como o
MacAdam,
RETILAP na Colômbia
elipses
de
algo
Por outro lado, o que
espectro
visível,
visão
mesópica,
luminância
normas há
um
distintas consenso
ou o IRAM na Argentina,
e
mostram-se
bastante
UGR, são conceitos cada vez
exigentes
mais discutidos atualmente,
certificação de produtos, o
os quais, antes do Led,
que minimiza produtos de
mal eram conhecidos ou
baixa qualidade. Quanto
quanto
à
questionados.
a projetos de iluminação, observa-se a influência de recomendações
Decorre daí a importância da atualização de conceitos, seja
da CIE e da IESNA, assim como no Brasil. Os níveis de iluminância
para facilitar uma venda técnica, seja para projetar e especificar de
recomendados, entretanto, podem variar conforme o país e também
forma correta um produto. O Led introduz eficiência energética e
a forma como são requeridos. Uns estabelecem os níveis mínimos,
vidas prolongadas que permitem redução de custos com operação e
como é o caso do México, outros estabelecem níveis mínimos, médios
manutenção, porém, a qualidade do produto precisa ser verificada e
e máximos, como a Colômbia.
atestada. Neste aspecto, o Brasil está à frente dos demais países da
América Latina por acabar de introduzir no mercado brasileiro os
países da América Latina estão bastante alinhados quanto às mudanças
Requisitos Técnicos de Qualidade para testes de lâmpadas Led e regras
de tecnologias e tendências de iluminação. O comportamento do
para se obter o Selo Procel de economia de energia, etiquetagem
consumidor e do especificador também parece ser bastante parecido
voluntária que tem o objetivo de distinguir os melhores produtos
com o do brasileiro. Isto enfatiza a tendência crescente de alteração de
do mercado. Embora saibamos que o processo ainda tem uma longa
tecnologias na América Latina nos próximos anos como vem ocorrendo
trajetória pela frente, estes mecanismos serão fundamentais para elevar
no Brasil.
Observando as diferenças das exigências locais, nota-se que os
Instalações MT
120
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Smart grid, riscos e, na prática, pouca inteligência
É uma pena verificar que o assunto da indústria
de carga do sistema e diminuição de faturas sem
da eletricidade seja reduzido a uma discussão
qualquer mudança significativa na forma de uso
cega sobre um problema que tivemos em 2001.
de cargas eletro intensivas –, e do famigerado
Não que aquele apagão não tenha sido fruto da
medidor de pré-pagamento que esconde custos nos
imprevidência, falta de planejamento e até uma dose
investimentos necessários no sistema de faturamento
de irresponsabilidade: tanto foi assim que quem
e de clientes em geral (além do custo das vendas
cuidou da emergência não era do setor e foi colocado
fracionadas), a geração distribuída de fato chama
na posição de gestor da crise pela reconhecida
por mais inteligência e entrega benefícios ao setor
incompetência do setor em gerir a si mesmo (já
(principalmente) para a sociedade, pois implica em
naquela época, como hoje, havia a forte ingerência
menos investimentos em transmissão, minimiza
de políticos na indústria e com objetivos pouco
perdas e aumenta a confiabilidade do setor.
republicanos).
Mas, ao final do processo, em 2002, muitas
regulam a indústria da eletricidade entendessem que as
providências foram tomadas e são elas que estão
distribuidoras, as geradoras e as transmissoras têm de
sustentando o Sistema Interligado Nacional (SIN)
ser setores lucrativos ficaria mais simples. A forma de
por meio da geração térmica instalada hoje no Brasil.
gestão do setor e das próprias empresas está esgotada!
Precisamos que se faça este controle e gestão de forma
Infelizmente, nesta última década, pouco se fez
Como já dito anteriormente, se os setores que
para termos fontes alternativas a partir de Resíduos
diferente se quisermos resultados melhores.
Sólidos Urbanos (RSU), dejetos sólidos de esgoto
ambos gerando gás a ser aproveitado em motores
interferência do Inmetro na relação da concessionária
especiais para gerar energia. Também a eficientização
com o cliente final – exigindo display remoto em
perdeu muito espaço, já que a automação no Brasil se
alguns casos e não dando qualquer alternativa
concentra em poucas instalações.
funcional e de menor custo –, que deveria ser assunto
exclusivo da Aneel, remete a muitos problemas.
Também pouco aconteceu quanto a mini e
O caso dos medidores, isoladamente, pela grande
microgeração fotovoltaica e eólica que precisam de
Podemos começar pelo histórico de preços
incentivos de políticas públicas para criar a cadeia
extremamente
produtiva necessária aos negócios.
compararmos com outros países. Podemos também
explorar a questão da baixa qualidade quando o
Toda esta geração distribuída se constitui em uma
elevados
aqui
no
Brasil
se
alavancagem forte em direção a uma distribuição de
preço se aproximou de valores civilizados!
energia com mais inteligência embarcada, pois gera a
necessidade efetiva de medição, controle e comando
o “grid” melhor gerido, mas esbarramos na falta de
de cargas ao longo do sistema.
coordenação dos órgãos públicos envolvidos (veja o
Diferentemente da tarifa branca que apenas
Leão mordendo a energia apenas compensada nos
aumentará custos – medidores caros e isolados,
casos de aplicação de RN 482/2012) e de segurança
custos elevados de instalar e desinstalar os
institucional, pois os investimentos no setor têm
medidores, pouco ou nenhum ganho para a curva
maturação lenta.
De qualquer forma, sempre vemos que queremos
122
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
A proteção contra surtos nas instalações elétricas - Posicionamento do DPS no primeiro nível de proteção da instalação
Seguindo a classificação das influências externas
Tecnicamente, o posicionamento normalizado
e análise de riscos, a ABNT NBR 5410 divide em
do DPS é indiscutível, pois somente no ponto de
duas as possibilidades de instalação do conjunto de
entrada é obtido o caminho mais curto para que
DPS no primeiro nível de proteção:
a maior parcela das correntes provenientes das descargas atmosféricas diretas saia da edificação,
1. Proteção
contra
surtos
causados
por
distribuindo a menor parte possível de corrente
descarga atmosférica induzidas na linha externa
para o seu interior.
de alimentação ou contra surtos causados por
manobra: os DPSs devem ser instalados junto ao
para que essa prescrição seja atendida sem interferir
ponto de entrada da linha na edificação ou no
no controle sobre o furto de energia, infelizmente
quadro de distribuição principal, localizado o mais
comum no nosso país.
próximo possível do ponto de entrada;
Temos
2. Proteção contra sobretensões provocadas por
concessionárias
descargas atmosféricas diretas sobre a edificação
compartimentos que viabilizam essa instalação,
ou próximo a ela: os DPSs devem ser instalados
porém, a grande maioria ainda não chegou ao
unicamente no ponto de entrada da linha na
consenso sobre o assunto.
edificação. O ponto de entrada da instalação na
projetista informe por escrito a concessionária sobre
edificação é definido como o ponto em que o
esta prescrição da ABNT NBR 5410 e proponha
condutor penetra a edificação. Esta definição pode
uma solução conjunta. Como são muitos os
causar conflito entre as prescrições da ABNT NBR
padrões de caixas de entrada e medição, a solução
5410 com as contidas nas normas internas das
se tornará individualizada (por concessionária).
concessionárias de fornecimento de energia elétrica,
visto que o ponto de entrada, em muitos casos,
mínima de proteção e visa, basicamente, a proteção
pode estar localizado em segmento da instalação
contra surto de modo comum (que ocorre entre
a montante do medidor, região da instalação
condutores vivos e o PE ou terra) no primeiro
conhecida como “de energia não medida”.
nível de proteção da instalação. A proteção contra
A questão reside em se encontrar uma solução
conhecimento possuem
de
que
algumas
modelos
de
Sugerimos que o
Vale lembrar que essa é uma recomendação
surto no modo diferencial (que ocorre entre
Há uma exceção: quando há edificações de
condutores vivos) deverá ser executada após estudo
uso unifamiliar, atendidas pela rede pública de
de necessidade (proteção em função da utilização da
distribuição em baixa tensão e a barra PE utilizada
instalação) e localização.
na caixa da medição for interligada ao BEP e essa
caixa da medição não distar mais de 10 m do ponto
proteção contra surtos nos demais níveis de proteção
de entrada na edificação. Nessas condições, os DPSs
deve ser feita através da aplicação da suportabilidade
podem ser instalados junto a este barramento na
a tensão impulsiva que se deseja obter em cada nível
caixa da medição.
de proteção da instalação.
A verificação da necessidade de instalação de
NR 10
124
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
NR 12, a engenharia por decreto (continuação)
Em continuidade ao assunto iniciado na edição anterior, o professor João
Um acionamento industrial típico feito com gaveta extraível é mostrado
Roberto Cogo dá a sua visão sobre o impacto da norma regulamentadora nº
na fotografia ilustrada na Figura 1, cujo diagrama de comando pode ser visto
12:
na Figura 2.
Figura 1 – Gaveta extraível.
125
O Setor ElĂŠtrico / Outubro de 2014
Figura 2 â&#x20AC;&#x201C; Diagrama de comando e controle.
NR 10
126
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
A Figura 2 ilustra uma gaveta industrial
completa e todos os seus detalhes, por sua vez, exibidos com detalhes na Figura 3.
É importante observar que, na Figura 2, o
acionamento junto ao motor (comando local) e a parte de potência, controle, proteção e comando, são desenvolvimentos específicos já consolidados no mercado nacional. Na “NR 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamento”, observa-se, em seu item 12.37, que “o circuito elétrico do comando da partida e parada do motor elétrico de máquinas deve possuir, no mínimo, dois contatores com contatos positivamente guiados, ligados em série, monitorados por interface de segurança ou de acordo com os padrões estabelecidos pelas normas técnicas nacionais vigentes e, na falta destas, pelas normas técnicas internacionais, se assim for indicado pela análise de risco, em função da severidade de danos e frequência ou tempo de exposição ao risco”. Figura 3 – Resumo do acionamento típico de um motor de indução trifásico com um contator (K1).
No entanto, não é possível a inserção de
um contator adicional, como prescreve a NR 12, na grande maioria das gavetas por conta da falta de espaço. Assim, o sistema da Figura 3 deve ser transformado no sistema apresentado na Figura 4.
Por outro lado, de acordo com o item
12.36 da NR 12, o comando do motor deve ser em extrabaixa tensão, o que nos acionamentos atuais é feito em 110 V, 125 V, 127 V, 220 V e 230 V, o que se faz necessário também instalar um transformador de comando por gaveta ou um circuito de comando independente.
Ao observar este item, verifica-se que a
norma se aplica a qualquer tipo de dispositivo, desde uma furadeira (quando usada na indústria, pois se trata de um equipamento) até um processo automatizado industrial de produção, por exemplo, de peças automotivas, de siderúrgicas, mineração, ou ainda de uma refinaria de petróleo.
Assim, uma furadeira de uso industrial,
por exemplo, deverá ter o suprimento de energia em 127 V/220 V e um circuito auxiliar em 24 V para o gatilho (acionamento) que não Figura 4 – Resumo do acionamento típico de um motor de indução trifásico com dois contatores (K1 e K2).
127
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
pode ser simplesmente uma chave liga-desliga.
mesmas tensões!) .
• Associação Brasileira de Normas Técnicas
Ao se adquirir no mercado as unidades
Estamos falando de quantos motores
(ABNT):
industriais novas (antes da vigência da norma),
em média? Nas siderúrgicas, cerca de 4.000
ABNT NBR 5456;
manda a boa engenharia que os acionamentos
motores/cada; na indústria de papel celulose,
• Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda, Novo
dos motores sejam feitos por cabos, contatores,
da ordem de 1.000 motores por linha de
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Editor
relés térmicos e disjuntores (eventualmente
produção.
Positivo, 4ª Edição, 2009;
fusíveis). A ressalva fica para as máquinas
Não há dúvidas de que a competência do
• Cogo, J.R.; Sá, J.S.; Simões, N.W.B.; Burgoa,
de pequeno porte (motores monofásicos),
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
J.A.: Análise do Desempenho de Motores Trifásicos
que são acionadas e controladas por chaves,
está restrita às relações de trabalho, porém,
Nacionais - Revista Eletricidade Moderna - Ano
interruptores etc., totalmente de acordo com a
este órgão faz parte de um outro maior, o
XXI, no 227 - fevereiro 1993, páginas 26 a 39;
NBR referenciada pela IEC, mas em desacordo
Governo Federal, que tem responsabilidades
• Cogo, J. R. e Outros: - Relatório Técnico Final
com a NR 12.
sobre as estradas, sobre a saúde pública, sobre
Referente a Avaliação do Desempenho dos Motores
Acredito que a indignação com a forma
a segurança, sobre a educação e tantos outros
Elétricos Trifásicos - Convênio Efei / Fupai /
como a norma regulamentadora tratou o
aspectos da vida dos brasileiros e que não são
Eletrobras / Cemig / Procel - 1990;
assunto de segurança – especificando, ao
tratadas com aparente rigor emprestado à
• Garcia, A.G.P., Impacto da Lei de Eficiência
invés de regulamentar – promoveu um
normalização constante da NR 12.
Energética para Motores Elétricos no Potencial
engessamento
de Conservação de Energia na Indústria, RJ,
Referências bibliográficas
Dezembro de 2003;
generalizado
extremamente
prejudicial ao nosso parque industrial, à criatividade e à engenharia nacional, sem uma
Eletricidade
Geral,
Terminologia,
• Neto, M.M., Análise dos Movimentos de Inovação
contrapartida de mesmo porte em benefício
• Ministério do Trabalho e Emprego: Norma
Tecnológica e Regulamentação Aplicada a Motores
da segurança dos trabalhadores (as máquinas
regulamentadora número 12 (NR 12) Máquinas
Elétricos para Melhoria da Eficiência Energética no
e motores continuam funcionando com as
e equipamentos;
Brasil, Revista Engenho, Jundiaí - SP.
Energia com qualidade
128
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Qualidade da energia – Considerações sobre a necessária integração dos indicadores
De acordo com os conceitos gerais de
de reflexão, notadamente relacionando à
qualidade da energia descritos por diversos
qualidade do fornecimento da energia e
autores e pelas normas aplicáveis, deve-se
níveis de tolerância de operação das cargas.
considerar a avaliação dos indicadores de
Nas colunas anteriores, foram abordadas
qualidade da energia nos diversos pontos de
as definições dos principais indicadores de
uma instalação (barramentos, por exemplo)
qualidade de energia, como afundamentos,
em uma análise temporal. Em outras palavras,
cortes de tensão (notches), cintilação (flicker),
espera-se que todos os barramentos de uma
desequilíbrio de tensão e outros.
instalação
possuam
seus
indicadores
de
Sob o ponto de vista de operação confiável,
qualidade da energia em níveis adequados
todos os indicadores de qualidade da energia
durante todo o período de operação das cargas.
devem estar dentro de limites de operação de
Do ponto de vista das normas relativas ao
forma que as cargas sejam sempre alimentadas
assunto (normas IEEE, IEC e mesmo o nosso
em seus limites estabelecidos. Se, em algum
modulo 8 dos Procedimentos de Distribuição
instante, a fonte não possui esta capacidade,
da Agência Nacional de Energia Elétrica -
a instalação deve estar provida de dispositivo
Aneel), o assunto é tratado, de modo geral,
que promova esta compensação. Observa-se
no ponto especificado como “PAC” – ponto
que é comum a instalação de dispositivos
de acoplamento comum, que de forma
destinados a algum tipo de correção nas
simplificada, em instalações alimentadas
instalações (como banco de capacitores,
em até 34 kV, é o ponto de conexão da
UPSs ou filtros e, mesmo, geradores de
concessionaria
emergência),
com
o
consumidor,
ou,
contudo,
efeitos
paralelos
simplesmente, o ponto de entrega.
podem ocorrer e outros indicadores acabam
As normas citadas recomendam então,
por serem prejudicados, não permitindo a
que, no PAC das instalações, alguns requisitos
operação das cargas de forma adequada. Por
sejam cumpridos ou pelo menos verificados e
exemplo, a instalação de UPS pode garantir
medidos. Alguns indicadores são facilmente
operação confiável de determinadas cargas
elencáveis e outros merecem algum tipo
por ele alimentadas, mas o barramento em
129
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
que o mesmo é conectado na alimentação
das sete variáveis listadas, a seguir, no tocante
eficiência energética e redução de perdas
pode ter sua distorção de tensão elevada, ou
à qualidade do produto. Outras variáveis
elétricas. Já o conceito “0” indica o possível
ainda, a instalação de banco de capacitor pode
poderiam fazer parte desta relação, como as
não atendimento as premissas das cargas e
causar ressonância harmônica e apresentar
sobrecorrentes, os transientes e outras.
o sistema apresenta baixa confiabilidade.
transientes de manobra no barramento.
O segundo ponto desta análise considera o
A lista a seguir foi referenciada no item
Sob esta ótica, propomos a integração
estabelecimento não somente de quais seriam
1.2 do módulo 8 do Prodist e apresenta os
dos indicadores como forma de aumentar
os limites aceitáveis e não aceitáveis, mas a
indicadores recomendados de análise em
a garantia por uma operação confiável, não
definição de valores relativos entre estes limites
regime permanente e transitório:
bastando considerar um ou outro indicador,
de forma a se ranquear o comportamento
Lista de indicadores de qualidade do
mas o conjunto dos mais representativos.
destes indicadores em graus de qualidade,
produto proposta pelo módulo 8 do Prodist:
Tomemos por exemplo, uma instalação
conferindo ao barramento analisado uma
industrial alimentada em 13,8 kV com
visão geral de comportamento e a qualidade
a) Tensão em regime permanente;
transformadores de 1000 kVVA ou 1500 kVA
de alimentação das cargas. A definição de
b) Fator de potência;
com secundário (quadro geral de baixa tensão
índices ponderadores de qualidade permite
c) Harmônicos;
- QGBT) em 440 V, por exemplo.
a construção de uma ferramenta de análise
d) Desequilíbrio de tensão;
Poderemos definir diversos indicadores
integrada
e) Flutuação de tensão;
de qualidade de energia no QGBT nos
atribuição do “conceito” ou “ponderador”
f ) Variações de tensão de curta duração;
outros quadros da instalação e esta lista pode
“10” para um indicador tem como premissa de
g) Variação de frequência.
ser incrementada ou reduzida caso a caso
desempenho uma superação das expectativas
em função da necessidade. O modulo 8 do
de
Prodist recomenda, em princípio, a avaliação
em outros benefícios operacionais como
da
operação,
qualidade
de
incorrendo
energia.
A
naturalmente
Nas
próximas
colunas,
continuará sendo abordado.
este
tema
Instalações Ex
130
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
A segurança durante todo o ciclo de vida das instalações em atmosferas explosivas Pode ser considerada comum, entre
explosivas que encobrem os equipamentos e as
as
instalações ao seu redor.
empresas
e
indústrias
que
possuem
instalações contendo atmosferas explosivas,
Nestas situações, casos os equipamentos
a preocupação em fazer os equipamentos
certificados “Ex” não estejam devidamente
elétricos – de instrumentação, de automação,
especificados, instalados, mantidos ou reparados,
de telecomunicações – e os mecânicos, que são
estes podem se tornar uma fonte de ignição por
instalados em áreas classificadas, possuírem
produzirem centelhas, faíscas ou apresentarem
os respectivos certificados de conformidade,
pontos quentes que sejam suficientes para
emitidos por organismos de certificação
provocar a explosão da atmosfera explosiva
acreditados.
presente no local da instalação.
É também comum, entre empresas das áreas
Isso se deve ao fato de que, na realidade,
de petróleo, petroquímica e sucroalcooleira,
pouco adianta que estes equipamentos “Ex”
a preocupação com que os certificados de
tenham sido certificados, e que possuam o
conformidade de tais equipamentos sejam
chamado selo Inmetro, se não são devidamente
devidamente mantidos em um sistema de
especificados,
gerenciamento de documentação, geralmente
mantidos ou reparados ao longo das décadas
eletrônico, que possa evidenciar certificação
em que normalmente permanecem instalados
dos equipamentos “Ex” instalados.
em locais de elevado riscos de explosão,
No entanto, este tipo de preocupação
contendo atmosferas explosivas.
falha no sentido da não percepção de que a
simples certificação dos equipamentos “Ex”
afetar outros tipos de atividades envolvendo
não é suficiente para garantir a segurança das
sistemas elétricos fora das áreas classificadas,
instalações e das pessoas que trabalham em
tais como instalações comerciais, públicas e
atmosferas explosivas.
industriais não relacionadas com atmosferas
A falta de percepção de que as instalações
explosivas. No entanto, a grande diferença,
“Ex” podem estar inseguras devido a falhas de
nestes casos, é o nível de risco existente para
projeto, montagem, inspeção, manutenção e
as instalações e para as pessoas, bem como as
reparos podem representar sérias consequências,
consequências que podem ocorrer em caso
nos casos em que gases ou líquidos inflamáveis
de falha destes equipamentos. Nos casos de
ou poeiras combustíveis vazam do interior
instalações elétricas “comuns”, a existência de
dos equipamentos de processo e formam, em
falhas de montagem, inspeção, manutenção
contato com o oxigênio do ar, atmosferas
e
instalados,
inspecionados,
O mesmo tipo de problema pode também
reparos
pode
representar
um
risco
131
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
relativamente baixo nos casos de ocorrência de
difundida a cultura de que as instalações
problemas relacionados com os equipamentos
industriais
ou as instalações elétricas.
explosivas somente podem ser consideradas
Falhas do tipo curto-circuito, fuga à
seguras se houver um contínuo trabalho de
terra, ingresso de água ou poeira no interior
gestão de riscos e de auditorias ou inspeções
do invólucro, correntes de fuga, falhas de
periódicas, de forma a verificar e assegurar
isolamento, mal contato, terminais frouxos,
de que todas as atividades relacionadas com
correntes parasitas, falta de aterramento
o ciclo total de vida destas instalações “Ex”
e acúmulo de cargas eletrostáticas podem
estão, de fato, sendo realizadas de acordo com
ocorrer
em
todos
os
equipamentos
relacionadas
com
atmosferas
e
os requisitos técnicos indicados nas respectivas
instalações elétricas, ou de instrumentação ou
normas da série NBR IEC 60079 – Atmosferas
de telecomunicações. Nos casos em que não
explosivas.
exista a presença de atmosferas explosivas,
Além disso, a requerida melhoria de
as consequências dos danos podem ficar
qualidade de execução das atividades de
resumidas à queima dos equipamentos elétricos
classificação de áreas, projeto, instalação,
ou choques elétricos, na maioria das vezes sem
inspeção,
grandes consequências devastadoras para todas
somente pode ser obtida mediante processos
as instalações e para a vida das pessoas que
de certificação das empresas de prestação de
trabalham no local.
serviços envolvidos com estas atividades e das
competências pessoais dos profissionais que
Entretanto, no caso da ocorrência destes
manutenção
e
reparos
“Ex”
tipos de falhas de equipamentos elétricos
executam tais atividades.
em áreas classificadas contendo atmosferas
explosivas, a ocorrência de tais falhas pode
da sociedade do Brasil se mobilizaram para
fazer com que as centelhas ou pontos de elevada
iniciar os esforços no sentido de que houvesse
temperatura geradas tornem tais equipamentos
um requisito legal compulsório de certificação
elétricos como fontes de ignição, o que pode
para os equipamentos elétricos para instalação
levar a uma grande explosão, por exemplo, em
em locais contendo atmosferas explosivas de
uma refinaria de petróleo, em uma plataforma
gases inflamáveis.
offshore, em um navio petroleiro ou em uma
planta petroquímica.
níveis
Como pode ser verificado, nos casos de
encontradas durante as inspeções e auditorias
ocorrência de explosões, os danos são de
realizadas nas instalações em atmosferas
consequências
grande
explosivas, pode ser verificado que o Brasil
volume de destruição das estruturas metálicas
deveria ter iniciado, naquela oportunidade, um
e de concreto, equipamentos de processo,
processo de certificação das competências das
perda de vidas humanas e grandes impactos e
pessoas que trabalham em áreas classificadas e
danos ambientais, devido aos vazamentos de
das empresas que prestam serviços de projeto,
gases ou líquidos tóxicos e emanação de grande
montagem, inspeção, manutenção e reparos
volume de fumaça. Podem ser verificados, por
de equipamentos para atmosferas explosivas, e
exemplo, os danos e as consequências devido
não somente a certificação dos equipamentos
à explosão de navios petroleiros, em refinarias
elétricos que são instalados nestas áreas de
de petróleo, em plantas petroquímicas e em
risco.
plataformas marítimas de perfuração e de
produção de óleo e gás.
pode ser verificado é que, caso isto tivesse
Além disto, as consequências destas
sido feito na década de 1990, certamente hoje
explosões para o meio ambiente são geralmente
poderíamos contar com uma força de trabalho
muito graves e de grande impacto, dependendo
mais bem treinada, preparada e qualificada para
do inventário dos líquidos ou gases inflamáveis
realizar com mais competência e consciência, à
ou da quantidade de poeira combustível que
luz das normas técnicas existentes, as atividades
possam estar presentes no local da explosão.
das quais depende a segurança das instalações
em atmosferas explosivas.
devastadoras,
com
Por estes motivos, é necessário que seja
Há mais de vinte anos, em 1991, setores
No entanto, tendo como base os atuais de
não
conformidades
que
são
Sob o ponto de vista de segurança, o que
Instalações Ex
132
Para que uma planta de processo que
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
ensaios e organismos de certificação de
contenha atmosferas explosivas possa ser
produtos);
considerada segura, é necessário que sejam
• Uma montagem dos equipamentos e
aplicadas ações contínuas, no sentido que
sistemas “Ex” adequada;
todas as atividades sejam adequadamente
• Uma inspeção inicial “Ex” detalhada, após
realizadas, de acordo com os requisitos
cada nova montagem, reforma ou ampliação;
das normas da série NBR IEC 60079.
•
As seguintes partes desta série de normas
equipamentos, sistemas e instalações “Ex”;
apresentam os requisitos para a execução
• Uma operação “Ex” adequada;
adequada dos procedimentos aplicáveis:
• Serviços de reparo e recuperação de
Um
comissionamento
adequado
dos
equipamentos “Ex” adequados; • Parte 10-1: Classificação de áreas contendo
• Auditorias periódicas, de forma a verificar
gases inflamáveis;
se todos os requisitos normativos estão sendo
• Parte 10-2: Classificação de áreas contendo
de fato realizados;
poeiras combustíveis;
• Procedimentos adequados da gestão da
• Parte 14: Projeto, seleção de equipamentos,
mudança, sempre que houver necessidade de
instalação e inspeção inicial “Ex”;
alteração do processo, dos procedimentos,
• Parte 17: Inspeção e manutenção de
das instalações, dos equipamentos ou das
instalações “Ex”;
pessoas.
• Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de
Assim sendo, para que a segurança
equipamentos “Ex”;
das instalações elétricas em atmosferas
• Parte 25: Sistemas intrinsecamente seguros;
explosivas seja assegurada, é necessário que
• Parte 32-1: Riscos da eletrostática –
existam no mercado e que sejam contratadas
Orientações;
somente empresas de prestação de serviços
• Parte 30-2: Guia de aplicação para projeto,
certificadas, que tenham evidenciado, por
instalação e manutenção de sistemas de
um processo estruturado de certificação,
traceamento elétrico resistivo “Ex”.
suas competências para realizar as atividades dentro do seu escopo de prestação de
Para
que
uma
planta
“Ex”
seja
serviços, para as quais são contratadas, à luz
considerada segura, existe a necessidade de
dos requisitos indicados nas normas técnicas
que as seguintes atividades sejam executadas
da série NBR IEC 60079.
de forma correta, de acordo com os requisitos
indicados nas normas anteriormente citadas:
que tais pessoas e empresas de prestação de
Faz parte deste processo de segurança serviços
“Ex”
sejam
submetidas
• Uma classificação de áreas adequada;
periodicamente, por exemplo a cada três
• Um projeto “Ex” adequado;
anos, a um processo de reavaliação de
• Uma seleção de equipamentos “Ex”
suas competências, tal como requerido
adequados
eletricidade,
nas normas ABNT NBR ISO/IEC 17024
automação,
(Avaliação da conformidade – Requisitos
nas
áreas
de
instrumentação, telecomunicações e mecânica;
gerais
• Equipamentos devidamente certificados
pessoas) e ABNT NBR ISO/IEC 17065
(envolvendo fabricantes, laboratórios de
(Avaliação da conformidade – Requisitos
para
organismos
O ciclo total de vida das instalações em atmosferas explosivas: a segurança total depende do “elo” mais fraco.
Instalações elétricas em atmosferas explosivas: a segurança depende de que todas as atividades sejam realizadas por pessoas competentes e empresas de prestação de serviços certificadas.
que
certificam
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
133
para organismos de certificação de produtos, processos e serviços), cuja aplicação faz parte dos Requisitos da Avaliação da Conformidade (RAC) elaborados em conjunto pelos representantes das comissões técnicas e publicados pelo Inmetro, por orientação do Conmetro. Por este motivo, os RACs do Inmetro incluem requisitos sobre prazo de validade dos certificados de conformidade para equipamentos “Ex”, em vigência no Brasil desde 1991.
Tendo como base as normas internacionais ISO/IEC 17024 e
ISO/IEC 17065, todos os sistemas internacionais do IECEx sobre certificação de competências pessoais, empresas de prestação de serviços e equipamentos “Ex” também apresentam um prazo de validade de três anos, o que faz com que os processos de certificação sejam continuamente acompanhados, de forma a assegurar as competências continuada dos fabricantes, empresas e pessoas envolvidas com atmosferas explosivas.
A ONU tem trabalhado no sentido de incentivar que os países
membros alinhem seus regulamentos nacionais com os sistemas de certificação do IECEx, os quais são considerados como as melhores práticas internacionais sobre atmosferas explosivas, uma vez que são elaborados com base nas normas internacionais do TC-31 da IEC.
No âmbito do Brasil, o Inmetro, atendendo a solicitações de
empresas e entidades representantes da sociedade brasileira, tal como Petrobras, Cobei e Abroc, também definiu, em suas listas de prioridades para o quadriênio 2012-2015, a elaboração de regulamentos nacionais que iniciam o processo de abordagem do ciclo de segurança das instalações “Ex”.
Estes novos regulamentos, que estão sendo elaborados de forma
participativa pelos diversos OCPs (Organismos de Certificação de Produtos e Sistemas), OPCs (Organismos de Certificação de Pessoas), entidades de ensino e empresas usuárias de instalações “Ex”, sob a coordenação do Inmetro, irão apresentar os RAC para a certificação de empresas de prestação de serviços de reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex” e de certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas.
Estes esforços, no sentido de que os regulamentos locais “Ex”
passem a ter uma abordagem abrangente da segurança em atmosferas explosivas, incluindo não somente a certificação dos equipamentos, mas também sobre todas as ações e atividades necessárias durante todo o ciclo de vida deste tipo de instalações, contribuem para a elevação necessária dos níveis de segurança destas instalações e das pessoas que nelas trabalham.
Estes dois novos regulamentos nacionais estão sendo elaborados
tendo como base os requisitos internacionais de certificação “Ex” elaborados pelo IECEx, do qual o Brasil é um membro desde 2009. Além disso, todos os documentos operacionais IECEx aplicáveis para a certificação de empresas de prestação de serviços e de competências pessoais, que garantem a segurança ao longo do ciclo total de vida das instalações em atmosferas explosivas se encontram disponíveis para acesso, em português, diretamente no site do IECEx: http://www. iecex.com/operational.htm.
134
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Contaminação de equipamentos elétricos por bifenilas policloradas (PCB) Por Claudio Galdeano*
As
Bifenilas
Policloradas
(PCB)
são
programa de monitoramento global de alguns
calor usados na refrigeração de óleo de farelo
compostos aromáticos clorados cuja família
poluentes considerados perigosos, entre eles,
de arroz para fins alimentícios. O líquido
é constituída por cerca de 209 compostos
o
dicloro-difenil-tricloroetano,
refrigerante deste trocador de calor era à base
diferentes. Os produtos comerciais fabricados à
conhecido como DDT, até então largamente
de PCB e foi acidentalmente misturado ao óleo
base de PCB utilizavam misturas de compostos
utilizado como defensivo agrícola. Nas análises
comestível que foi embalado e comercializado
nas quais predominam desde as tricloro-
de DDT realizadas por diferentes laboratórios
entre a população local.
bifenilas até as heptacloro-bifenilas.
em vários países e em vários tipos de substratos
pesticida
Aproximadamente na mesma época, o PCB
ambientais, detectou-se um outro grupo de
Histórico
foi detectado entre os poluentes encontrados
compostos, presentes em vários dos substratos
no loteamento de “Love Canal”, construído
Na década de 1930, a regulamentação legal
pesquisados e, por fim, identificados como
próximo às Cataratas do Niágara, no estado
e técnica dos Estados Unidos sobre instalações
sendo Bifenilas Policloradas (PCB).
de Nova Iorque, Estados Unidos, onde foram
elétricas passou a exigir que os transformadores
O prosseguimento deste monitoramento
observados sintomas semelhantes entre os
em subestações prediais ou naquelas em
demonstrou que o PCB estava globalmente
moradores. O loteamento fora construído
que houvesse o risco de incêndio em áreas
disperso no meio ambiente terrestre. O PCB
sobre um antigo aterro industrial que atendia
próximas fossem fabricados com líquido
foi, então, incluído na relação das Nações
a várias empresas da região e entre os diversos
isolante não inflamável e não propagador de
Unidas como um dos poluentes preferenciais,
poluentes ali detectados, e que causaram uma
chama. A partir de então foram desenvolvidas
hoje conhecidos como Poluentes Orgânicos
série de sintomas na população local, foram
várias formulações de óleos isolantes para
Persistentes (POPS) e objeto da Convenção de
encontrados PCBs.
transformadores baseadas em PCB, devido à
Estocolmo.
sua característica de não flamabilidade.
Em 1968, na cidade de Kyusho, localizada
dos Estados Unidos (USEPA) enviou ao
na ilha de Yusho, no Japão, ocorreu o
congresso norte-americano o projeto da Lei de
superaquecimento de um dos trocadores de
Controle de Substâncias Tóxicas (TSCA) que
Na década de 1960, a Organização das
Nações
Unidas
(ONU)
estabeleceu
um
Em 1975, a Agência de Proteção Ambiental
135
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
inclui o PCB e outras substâncias.
Em 20 de fevereiro de 2006, o estado
bilhões. Também estima-se uma contaminação
E, no Brasil, foi promulgada em 1981
de São Paulo publica a lei estadual 12288,
com concentrações de PCB acima de 50 mg/
a Portaria Interministerial 019 (MIC, MI,
regulamentando a questão do PCB, baseado no
kg entre 2% a 30% do total de equipamentos
MME) que proíbe a comercialização e o uso
Decreto Federal e altera o prazo do banimento
instalados no parque brasileiro.
do PCB em todo o território nacional.
para 2020.
equipamentos contendo ascarel, mas permite
cria o projeto BRA 08/32 com o objetivo de
Resolução do Conama - Processo: 02000.001745/2012-63
que os que já existem continuem em operação e,
regulamentação do Decreto Federal.
Gestão
Esta portaria proíbe a fabricação de novos
Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente
ambientalmente
adequada
e
controlada de Bifenilas Policloradas (PCB):
no caso de manutenção, não poderá mais conter
Dispõe
sobre
a
gestão
ambientalmente
ascarel novamente e sim outro líquido isolante.
Esta prática possibilitou a contaminação cruzada
Deputados o projeto PL 1075 (Sarney Filho)
adequada de Bifenilas Policloradas (PCB) e
com outros líquidos isolantes, principalmente,
com proposta de regulamentação do Decreto
dos seus resíduos.
o óleo mineral isolante, originalmente isento
Federal.
O inventário será feito por meio do
de PCB, e contaminações de máquinas de
Em 2013, o resultado do grupo de trabalho
Cadastro Federal de Resíduos Sólidos do
tratamento e regeneração de óleo mineral isolante
do projeto BRA 08/32 envia para a Câmara
Ibama em até três anos após a publicação da
se transformando em uma “Aids” do setor elétrico.
Técnica do Ibama o texto base para publicação
resolução.
Adicionalmente, o primeiro método de
de uma resolução específica, que será publicada
ensaio para determinação de PCB em líquidos
até dezembro de 2014.
intervenção em óleo contaminado, exceto se
Em 2011, entra na pauta da Câmara dos
Segundo a resolução, não será permitida
for feita também a descontaminação do óleo
isolantes foi publicado pela ABNT somente em 1997 (ABNT NBR 13882), ou seja,
Determinação de PCB e
com PCB. Haverá um plano de destinação
tivemos um espaço de 16 anos sem análises e
disposição final
final, acompanhado pelo Ibama e pelos órgãos
monitoramento.
de meio ambiente estaduais.
Um artigo do instituto Adolfo Lutz,
que prestam serviços para o setor elétrico tem
publicado em 1976, já indicava contaminação
a certificação para determinação de PCB com
a determinação da concentração de PCB
de óleo mineral isolante em transformadores
acreditação pelo Inmetro. Há, atualmente,
em
com concentrações de até 600 mg/kg (ppm em
três unidades industriais para destinação por
destinada a empresas licenciadas. Haverá um
massa).
tratamento químico e três para tratamento
escalonamento de datas, com prazo máximo
até 31 de dezembro de 2025.
No Brasil, somente um dos laboratórios
Em 2001, o Brasil assina a Convenção
térmico.
de Estocolmo, promulgada pelo Decreto
Uma
Federal nº 5.472 de 2005, quando o país se
de energia elétrica é que, somente com
compromete com o banimento total do PCB
o
até o ano de 2025.
transformadores, haverá um custo de R$ 5
estimativa
mapeamento
da
das
A destinação final deverá ser feita com todos
os
equipamentos
elétricos
distribuidoras
contaminação
dos
*Claudio A. Galdeano é engenheiro e diretor técnico da MGM Consultoria e Diagnósticos em Equipamentos Elétricos | claudio@mgmdiag.com.br
e
Referências técnicas
136
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.
Certificação de produtos
Na área elétrica, segurança e qualidade são critérios ainda
A relação a seguir traz os produtos da área elétrica que
mais exigidos dos organismos que regem o setor e pelo mercado
contam com certificação compulsória. Ou seja, desta lista, só
consumidor de modo geral. Com a proposta, então, de salvaguardar
podem ser colocados à disposição do mercado os produtos
o usuário, garantir a segurança, evitar a concorrência desleal e
que apresentarem conformidade avaliada e certificada pelo
estimular a melhoria contínua da qualidade dos produtos, o Instituto
Inmetro. Além dos produtos listados, há ainda aparelhos
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) iniciou, na
eletrodomésticos e similares – como aquecedores elétricos,
década de 1980, o processo de Avaliação da Conformidade. Em sua
cafeteiras, liquidificador, balcões elétricos, fritadeira, máquinas
fase inicial, as certificações eram conduzidas pelo próprio Inmetro,
de lavar e secar, entre outros – que também contam com
mas, desde 1992, passaram a ser coordenadas por organismos e
certificação compulsória. A relação completa dos produtos
laboratórios acreditados pelo Inmetro.
pode ser obtida em www.inmetro.gov.br
Produto
Documento
legal
Adaptadores de plugues e tomadas
Portaria Inmetro nº 234,
Cabo de potência com isolação sólida extrudada, de PVC, para
Portaria Inmetro nº 086,
Documento
normativo
ABNT NBR 14136
de 21/08/2007 tensões de 0,6/1,0 kV
de 26/05/2003
Cabos e cordões flexíveis isolados com PVC para
Portaria Inmetro nº 282,
aplicações específicas em cordões conectores de aparelhos
de 19/07/2007
ABNT NBR 7288 ABNT NBR 14897
eletrodomésticos em tensões até 500 V Cabos e cordões flexíveis para tensão até 750 v, com isolação /
Portaria Inmetro nº 085,
cobertura extrudada de cloreto de polivinila (PVC)
de 26/05/2003
Cabos flexíveis isolados com borracha EPR para aplicações
Portaria Inmetro nº 281,
específicas em cordões conectores de aparelhos
de 19/07/2007
ABNT NBR 13249 ABNT NBR 14898
eletrodomésticos em tensões até 500 V Componentes para Equipamentos de Proteção
Portaria do Ministério do
ABNT NBR 15834, ABNT NBR 15835,
Individual (EPI) para proteção contra quedas com
Trabalho e Emprego (MTE) nº 25,
ABNT NBR 15836, ABNT NBR 14626,
diferença de nível – Cinturão de segurança, dispositivo
de 15/10/2001
ABNT NBR 14627, ABNT NBR 14628,
trava-queda e talabarte de segurança
ABNT NBR 14629 e ABNT NBR 15837. NR nº 6 do MTE
Condutores isolados com policloreto de vinila (PVC) para tensões
Portaria Inmetro nº 175,
ABNT NBR NM 247-1:2002,
nominais de 450/750 V, sem cobertura, para instalações fixas
de 19/10/2004
ABNT NBR NM 247-2:2002,
Cordões flexíveis com isolação extrudada de polietileno de
Portaria Inmetro nº 286, de 19/07/2007
ABNT NBR 14633:2000
Portaria Inmetro nº 35,
ABNT NBR IEC 60947-2 e ABNT NBR IEC
de 17/02/2005
60898 ou ABNT NBR NM IEC 60898
ABNT NBR NM 247-3:2002 clorossulfonado (CSP) para tensões até 300 V Disjuntores
RTQ anexo à Portaria Inmetro nº 243 de 06/10/2006 Equipamentos para aquecimento solar de água
Portaria Inmetro nº 352,
RTQ anexo à Portaria Inmetro nº 394,
de 06/07/2012
de 25/08/2014
137
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
P roduto Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas nas condições de gases e vapores inflamáveis e poeiras combustíveis Equipamentos elétricos sob regime de vigilância sanitária
Documento
Documento
legal
Portaria Inmetro
normativo
Diversos
nº 179, de 18/05/2010 Resolução Anvisa RDC n° 32 de 29/05/07,
ABNT NBR IEC 60601 - 1,
Portaria Interministerial MS/ MDIC n° 692
ABNT NBR IEC 60601 - 2 e
de 08/04/09 e Instrução Normativa (IN)
ABNT NBR ISO 13485:2004
da Anvisa, vigente Estabilizadores de tensão monofásicos com saída de tensão alternada,
Portaria Inmetro nº 262, de 12/07/2007
ABNT NBR 14373: 2006
Portaria Inmetro nº 640, de 30/11/2012
RTQ anexo à Portaria Inmetro
com tensão nominal de até 250 V em potências de até 3 kVA/3 KW Fios, cabos e cordões flexíveis elétricos
nº 589 de 05/11/2012 Fusíveis tipo rolha e tipo cartucho
Portaria Inmetro nº 101 de 16/07/2001
ABNT NBR 5113, ABNT NBR 5157,
e Resolução Conmetro nº 15, de
ABNT NBR 6523, ABNT NBR 6280,
12/10/1988
ABNT NBR 6254 e ABNT NBR 6996
Interruptores para instalações elétricas fixas domésticas e análogas
Resolução Conmetro nº 008, de
ABNT NBR NM 60669-1: 2004
Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo
Resolução Conmetro nº 11, de 20/12/2006,
ABNT NBR NM 60884-1:2004
nº 02 de 06/09/2007 e nº 08 de 31/08/2009,
e NBR 14136:2002
26/07/1988
Portaria Inmetro nº 85, de 03/04/2006 Reatores eletrônicos alimentados em corrente alternada para lâmpadas
Portaria Inmetro nº 267 de 21/09/2009
fluorescentes tubulares retilíneas, circulares e compactas Reatores para lâmpadas fluorescentes tubulares
ABNT NBR 14417/1999 e ABNT NBR 14418/1999
Portaria Inmetro nº 20, de 29/01/2002
ABNT NBR 5114/1998 e ABNT NBR 5172/1998
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE)
Os produtos e instalações, a seguir, foram aprovados no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), do Inmetro, e, portanto,
estão autorizados a ostentar a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).
Cada uma das categorias possui classes específicas de consumo de energia e, conforme a cor da etiqueta, representa mais ou
menos eficiente (sendo o verde mais eficiente e o vermelho menos eficiente).
As informações disponibilizadas no site do Inmetro são transmitidas pelos fabricantes como fonte de auxílio na escolha do
melhor produto, na hora da compra, em termos de consumo e eficiência energética. São as seguintes classes de produtos elétricos: • Aquecedores de água a gás
• Lâmpada a vapor de sódio a alta pressão
• Aquecedores elétricos de hidromassagem
• Lavadoras de roupa semiautomáticas
• Aquecedores elétricos de passagem
• Lavadoras de roupas automáticas abertura superior (top load)
• Aquecedores elétricos de acumulação (boiler)
• Lavadoras de roupas automáticas abertura frontal (front load)
• Bombas e motobombas centrífugas
• Lavadoras de roupa e secadora automáticas com abertura superior
• Chuveiros elétricos • Condicionadores de ar • Congeladores verticais, congeladores verticais frost-free e congeladores horizontais
(lava e seca) • Lavadoras de roupa e secadora automáticas com abertura frontal (lava e seca) • Motores elétricos trifásicos
• Duchas higiênicas elétricas
• PBE Veicular
• Edificações residenciais
• Refrigeradores, frigobares, combinados, combinados frost-free
• Edifícios comerciais, de serviços e públicos
• Sistema de energia fotovoltaica
• Fogões e fornos domésticos a gás
• Sistemas e equipamentos para aquecimento solar de água
• Fornos elétricos comerciais
(PBE solar – coletores e reservatórios)
• Fornos de micro-ondas
• Televisores – Stand by
• Lâmpadas decorativas – linha incandescente 127 V e 220 V
• Torneiras elétricas
• Lâmpadas de uso doméstico – linha incandescente 127 V e 220 V
• Transformadores de distribuição em líquido isolante
• Lâmpadas fluorescentes compactas 12 Vcc
• Ventiladores de mesa
• Lâmpadas fluorescentes compactas com reator integrado (127 V)
• Ventiladores de teto 127 V
• Lâmpadas fluorescentes compactas com reator integrado (220 V)
• Ventiladores de teto 220 V
Espaço IEEE
138
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Energia solar fotovoltaica de terceira geração Por Fernando Ely e Jacobus W. Swart* Segundo o professor Richard E. Smalley da Rice University, a energia ocupa o primeiro lugar entre os dez maiores problemas a serem enfrentados pela humanidade nos próximos 50 anos. Por exemplo, estima-se que a geração e consumo de energia elétrica passe dos aproximadamente 23 Tera kilowatt hora (TkWh) para 40 TkWh em 2040, de acordo com levantamento realizado em 2014 pelo U.S. Energy Information Administration (EIA). Globalmente, desse total cerca de 65% da energia elétrica produzida é obtida a partir da queima de combustíveis fósseis (carvão e gás natural). A busca por alternativas menos poluentes e renováveis tem aumentado grandemente a capacidade instalada de usinas solares e eólicas no mundo inteiro. Do ponto de vista prático, é possível extrair em torno de 370 TkWh a partir dos ventos. Este número bastante significativo é sensivelmente inferior ao potencial da energia solar, que gira em torno de 600 TkWh. Um caso específico da geração de energia elétrica a partir do sol são os sistemas fotovoltaicos, onde fótons são convertidos em elétrons. Diversos fatores depõem favoravelmente à energia solar fotovoltaica, como: o alto rendimento energético por hectare (cinco vezes maior que a eólica e dez vezes maior que a cana-de-açúcar) e a alta eficiência termodinâmica. Além disso, fotovoltaicos são silenciosos, modulares, utilizam combustível gratuito e possuem baixo custo operacional e de manutenção. No entanto, dois grandes desafios necessitam ser vencidos para que a energia solar fotovoltaica atinja todo o seu potencial: o custo de geração e armazenamento da energia necessitam ser menor que os de combustíveis fosseis. O custo por watt pode ser reduzido aumentando-se a eficiência das células solares individuais e dos painéis e ou reduzindo o custo de fabricação. Assim, as novas tecnologias precisam ser simultaneamente de alta eficiência e de baixo custo. Uma figura de mérito para isso é que se energia solar
é coletada a um custo instalado de US$ 1 (cerca de R$ 2,40) por Wp, então os painéis produzirão eletricidade durante a sua vida útil a um custo equivalente a US$ 0,05 kWh-1 (aproximadamente R$ 0,12). Esses valores seriam extremamente competitivos com os preços atuais da energia elétrica sem necessitar de qualquer subsídio. Historicamente, silício cristalino tem sido usado como semicondutor absorvedor de luz na maioria das células fotovoltaicas. Embora, seja um fraco absorvedor de luz e necessite filmes consideravelmente espessos (centenas de micrometros) o Si representa
90% do mercado de painéis fotovoltaicos. Silício mostra-se conveniente, pois produz painéis solares estáveis com boas eficiências (11% - 18%) e usa a tecnologia desenvolvida na indústria de microeletrônica. Alguns setores na indústria identificam diferentes “gerações” da tecnologia solar fotovoltaica, onde o silício cristalino corresponderia à primeira geração. A segunda geração é considerada aquela baseada em filmes finos inorgânicos, por exemplo: CdTe, disseleneto de cobre e índio (CIS), disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) e silício amorfo (a-Si).
Figura 1 - (a) Análise comparativa de custo/eficiência das três gerações de fotovoltaicos. (b) Gerações de fotovoltaicos e correspondentes estruturas.
139
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Figura 2 - (a) Nanocristais (PQs) de CdSe e InP sob iluminação UV mostrando a mudança do comprimento de onda de emissão com o aumento do diâmetro. (b) Foto digital do painel flexível impresso por jato de tinta contendo PQs de CdSe na camada ativa. Ely, F. e Greco, T., 2013, resultados não publicados.
A terceira geração é um pouco ambígua na definição de quais tecnologias são englobadas, embora haja uma tendência de incluir tecnologias orgânicas, pontos quânticos (PQs), células tandem/multijunção, células de portadores quentes (hot carriers), células solares sensibilizadas por corantes (DSSC) e tecnologias de upconversion. Uma definição útil para a terceira geração de células solares é a seguinte: são células que permitem uma utilização mais eficiente da luz solar que as células baseadas em um único band-gap eletrônico. De forma geral, a terceira geração deve ser altamente eficiente, possuir baixo custo/watt e utilizar materiais abundantes e de baixa toxicidade. A Figura 1 mostra um diagrama que relaciona a eficiência com o custo dos painéis para as três gerações.
As células fotovoltaicas de terceira geração incluem,
como já citado, as baseadas em materiais orgânicos (OPV) e aquelas que utilizam pontos quânticos (PQs). Estas células de terceira geração embora ainda careçam de eficiência de conversão exibem grande potencial e diversas vantagens sobre as tecnologias estabelecidas. Dentre essas estão o processamento de baixo custo sobre grandes áreas, possível semitransparência, flexibilidade mecânica e baixo peso. Aplicações desses dispositivos incluem equipamentos de baixa potência (eletrônica de consumo) e integração em edificações, conhecida como BIPV (do inglês, Building Integrated Photovoltaics).
No Brasil, o Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia de Sistemas Micro e Nanoeletrônicos (Namitec) desenvolve atividades na área de fotovoltaicos de terceira geração (www.namitec. org.br). As pesquisas são realizadas na divisão de Empacotamento Eletrônico, o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, localizado em Campinas. O grupo tem por objetivo estabelecer uma firme base para o desenvolvimento de células solares impressas, focando em aspectos que têm impedido a sua comercialização e adoção em larga escala.
Os pesquisadores utilizam, por exemplo, técnicas avançadas de síntese química para obter nanocristais semicondutores, ou simplesmente pontos quânticos, que absorvam mais eficientemente os fótons da luz solar. PQs coloidais são minúsculos cristais com 1-10 nanômetros de diâmetro, aproximadamente o tamanho de 10 a 50 átomos. Devido ao tamanho extremamente pequeno dos cristais, dominam efeitos de confinamento quântico. Em outras palavras, é possível controlar as propriedades de absorção da luz em função do tamanho e da composição do nanocristal. A Figura 2 ilustra este comportamento extraordinário dos nanocristais e um protótipo de painel solar impresso por jato de tinta no CTI.
Atualmente, o grupo do CTI está em fase de
captação de recursos privados e ampliando a área laboratorial, visando o aumento da escala de fabricação. O alvo é atingir eficiências de fotoconversão de 10%, o que poderia conduzir a um custo, em larga escala, de US$ 0,50 por watt num curto espaço de tempo.
Referências International Energy Outlook 2014, Ed. U.S. Energy Information Administration. Washington (2014). Edward H. Sargent, Nat. Photonics, 2012, 6, 133-135. Green, M. A. Third Generation Photovoltaics: Advanced Solar Energy Conversion, Vol. 12. Ed. Springer Series in Photonics (2005). * Fernando Ely possui mestrado e doutorado em Química e é, atualmente, tecnologista Pleno III no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Jacobus Swart é engenheiro eletricista, com doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo e pósdoutorado pela Universidade Católica de Leuven, Bélgica. É professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro fellow do IEEE.
Espaço Cigré
140
Proposta de uma matriz energética para o sistema elétrico brasileiro Por Saulo José Nascimento Cisneiros
Na
tema,
• Desta forma, na fase de operação, tem-se
questões
a responsabilidade de evitar este déficit por
seguintes características:
fundamentais. A primeira é: qual o risco
meio de ações mitigadoras.
• novas e grandes hidroelétricas localizadas
de déficit admissível para o atendimento
• Essas ações têm custos que dependem de
distantes dos grandes centros de carga,
energético ao Sistema Interligado Nacional
vários fatores.
exigindo extensos sistemas de transmissão
(SIN) – 5%, 3%, 1% ou menor – o que
• Quanto menor for o risco intrínseco
para o transporte de grandes blocos de
significa
existem
abordagem inicialmente
admitir,
deste duas
A
oferta
futura
apresenta
as
probabilisticamente,
de déficit da expansão, maiores serão os
energia no período chuvoso e pequenos
um racionamento a cada 20, 33, 100 ou
custos de expansão e menores os custos de
montantes nos períodos secos;
mais anos, respectivamente, sabendo-se
operação, e vice-versa.
• essas novas hidroelétricas com grande
que, quanto menor for o risco, maiores
• Qual é o risco de déficit ótimo da
capacidade
serão os investimentos a serem feitos e,
expansão que produz os menores custos
chuvoso, sem reservatório de acumulação e
consequentemente, maiores os custos a
totais de atendimento ao mercado?
baixa produção no período seco, propiciam
serem bancados pelos consumidores. A
diversas fontes de energia para atendimento
crescente
ao risco desejado ou qual o sistema
por
energético ideal considerando as fontes
do suprimento de energia elétrica, bem
de geração hidráulica, térmica e renovável
como uma total aversão ao risco de
não
período
Atualmente e sempre haverá uma demanda
maior
dos
continuidade
•
aumento
considerável
das
fontes
consumidores
renováveis não convencionais, em especial
e
a energia eólica, de caráter intermitente.
qualidade
As
novas
hidroelétricas
sem
conta
racionamento de energia, em face dos
reservatório de acumulação, devido a
problemas vivenciados em 2001. No
restrições ambientais, têm levado a queda
convencional.
entanto,
da regularização do SIN, causando as
contexto,
em
no
que a hidráulica é uma fonte renovável Nesse
tendo
produção
uma acentuada sazonalidade da oferta;
segunda é: qual a ótima composição das
convencional,
de
esses
mesmos
consumidores
algumas
também reclamam por redução nas tarifas
constatações importantes precisam ser
de consumo de energia. Estas demandas
realçadas:
trabalham em direções opostas. Portanto,
• maior dependência do período úmido das
seguintes consequências:
os consumidores terão o suprimento de
bacias do SIN;
• A sociedade não quer nem aceita um
energia com a segurança ou o risco de
•
racionamento de energia.
déficit que eles estão dispostos a pagar. Esta
esvaziamento dos principais reservatórios
• Entretanto, a expansão do sistema é
pode ser uma questão técnica e econômica
com periodicidade anual;
feita com um risco intrínseco de déficit,
simples, porém é um problema político e
• uso mais intenso de geração térmica para
até porque ficaria extremamente oneroso
social muito complexo, o que bem ilustra
a garantia do suprimento energético e para
planejar a expansão do parque de geração
a dificuldade de se estabelecer o risco de
o atendimento à ponta, com o consequente
para um risco de déficit nulo.
déficit ideal para que o SIN seja planejado.
aumento dos custos de operação;
necessidade
de
enchimento
e
141 • de
redução
da
armazenar
capacidade a
geração
do das
SIN fontes
• térmicas (gás + carvão + nuclear); • renováveis (eólica + solar + biomassa).
intermitentes; • elevação intrínseca dos custos de expansão.
deve maximizar os benefícios técnicos
à
Postas essas constatações, voltamos questão
da
composição
mix
adequado
de
fontes
da
e econômicos que podem ser obtidos
matriz energética. Estudos recentes têm
considerando as características de todas
apresentado algumas conclusões, cujos
as fontes disponíveis. Nessa proposta de
resultados
matriz energética, deve-se destacar os
dependem
dos
ótima
O
parâmetros
considerados. Tais análises devem ser feitas
seguintes pontos:
com os parâmetros mais realistas possíveis e
• as usinas hidráulicas com reservatório
com premissas neutras e adequadas ao que
+ as fontes renováveis, disponíveis em
se deseja obter. Como ponto de partida,
abundância no Brasil, constituem uma
algumas considerações iniciais podem ser
vantagem estratégica que não pode ser
feitas:
perdida; • não haveria mais espaço para novas
• a geração térmica é um recurso fixo, ou
térmicas a combustível líquido.
seja, sua disponibilidade depende apenas da existência do combustível;
• a geração hidráulica é um recurso variável,
grandes desafios:
A geração nuclear apresenta dois
de tal forma que sua disponibilidade depende da ocorrência de chuvas, sobretudo
• o complexo e custoso processo de
nos locais em que existem os reservatórios
descomissionamento das plantas nucleares
de acumulação;
e de seus equipamentos após o tempo de
• as fontes renováveis não convencionais,
vida útil predefinido;
tal como a eólica e a solar, são fontes
• o armazenamento dos resíduos (lixos)
intermitentes e não despacháveis, ou seja,
nucleares, especialmente a definição de
seu volume depende da magnitude de
locais adequados.
vento e sol; • os novos grandes projetos hidroelétricos
Diante desses desafios, estudos têm sido
estão distantes dos centros consumidores,
feitos para:
o que requer a implantação de grandes sistemas de transmissão associados a estes
• aumentar a vida útil de plantas nucleares,
projetos e cujos custos poderiam ser aos
de forma similar ao que já é feito com usinas
mesmos contabilizados;
convencionais em especial com hidráulicas;
• a implantação de grandes termoelétricas
• melhorar o processo de tratamento e
próximas aos centros consumidores pode
reciclagem
aumentar a segurança, a confiabilidade e a
resíduos nucleares.
para
reprocessamento
dos
qualidade do atendimento elétrico a esses centros.
Na definição de matriz energética
ideal, é recomendável um aprofundamento
A questão-chave é: qual é o mix
da discussão com a sociedade do binômio
adequado de fontes para suprir a demanda
“segurança x custos” da energia elétrica,
de energia elétrica considerando aspectos
de forma a contribuir com a modicidade
de segurança, eficiência e meio ambiente?
tarifária sem colocar em risco a garantia
A definição do mix adequado de fontes
do atendimento energético e atender aos
deve incluir todas as fontes disponíveis que
condicionantes ambientais.
contribuam na direção dos três aspectos anteriormente mencionados, quais sejam: *Saulo José Nascimento Cisneiros é o 2º vice• hidráulicas com e sem reservatório;
presidente do Cigré-Brasil.
Ponto de vista
142
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
Dias contados para Led de má qualidade
A eficiência energética é, cada vez mais,
nem sempre é garantida. O primeiro
Estes fatos ocorrem porque ainda falta
um tema em debate e uma necessidade
balizador é o preço praticado na ponta,
uma norma, em âmbito mundial, que defina
para os tempos atuais e futuros, seja por
bastante diferente para produtos visualmente
os padrões mínimos de qualidade para estes
questões ambientais ou econômicas. Os
muito parecidos. Isto dificulta a escolha,
produtos. No Brasil, no entanto, o Instituto
últimos avanços tecnológicos do mercado de
levando-o, muitas vezes, a adquirir um item
Nacional de Metrologia, Qualidade e
iluminação são os Leds, que têm despertado
que não atenderá às suas expectativas.
Tecnologia (Inmetro) publicou, em 25 de
o interesse das pessoas na hora de substituir
A distância entre um Led de excelente
agosto, a Portaria 389, que regulamenta
lâmpadas
e
equipamentos,
dados
os
qualidade e outro de péssima, porém, é
e determina especificações técnicas para
benefícios oferecidos por esses produtos.
gigantesca e não é percebida no ato da
todas as lâmpadas de Led vendidas no
Sem dúvida, os Leds trazem uma série
compra, nem mesmo por especialistas sem
País, trazendo regras fundamentais para
de vantagens. Quando comparados a outros
equipamentos adequados para testá-lo.
comercialização dessa tecnologia.
tipos de lâmpadas, economizam até 88% de
Depois de uma compra errada, os problemas
A portaria dispõe sobre as condições
energia elétrica, não aquecem o ambiente,
começam bem cedo, com queda abrupta
técnicas,
duram até 25 vezes mais do que lâmpadas
da intensidade luminosa, queima precoce,
de
comuns e têm menor custo de manutenção.
queima ou baixa intensidade de luz de um
índice de cores, produtos cobertos pela
No entanto, o consumidor encontra no
ou outro diodo, perda da cor da luz emitida,
regulamentação,
mercado dezenas de marcas, cuja qualidade
entre outras degradações.
isto é, os níveis de qualidade para
como
eficiência,
requisitos vida entre
útil, outros
mínimos segurança, critérios,
143
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
praticamente todas as lâmpadas de Led,
de iluminação brasileiro é da ordem de
independentemente do modelo, formato ou
550 milhões de lâmpadas anuais – entre
tipo de soquete ou base.
residenciais,
comerciais,
industriais
e
Este é um grande passo para a regularização
iluminação pública. São mais de 250 milhões
do segmento, que sofre com a concorrência
de incandescentes, que migrarão para novas
predatória de inúmeros produtos importados
tecnologias. Para se ter ideia, a expectativa
sem nenhum compromisso com a qualidade,
da Associação Brasileira dos Importadores
segurança ou com o desenvolvimento do
de Produtos de Iluminação (Abilumi) é
setor. Com a portaria, ganha toda a cadeia
de crescimento anual acima de 100% do
produtiva: as indústrias já em conformidade,
mercado de Leds – em 2013, estimado em
que concorrem em níveis de igualdade;
17 milhões de unidades vendidas.
os
comerciantes,
que
podem
oferecer
Neste cenário, com a Portaria 389, já é
lâmpadas Led adequadas à legislação; e os
possível vislumbrar um futuro mais seguro
consumidores, que têm a certeza de adquirir
e assertivo para o mercado e os produtos
um produto de qualidade assegurada. Vale
de Led, que só tendem a crescer, com
lembrar que fabricantes e revendedores são
melhor desempenho e menores custos.
corresponsáveis quanto à oferta de produtos
Aos revendedores e consumidores, é bom
fora de normas.
lembrar que preço baixo, muitas vezes,
O Brasil é um mercado de grande
significa produto feito sem controle e com
Por Gilberto Grosso, lighting
potencial neste segmento, o que atrai
componentes de baixa qualidade, colocando
professional e CEO da Avant, empresa
quem só visa o lucro financeiro. O parque
em risco instalações e pessoas.
especializada em iluminação.
Agenda
144
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
1 a 5 de dezembro Descrição
Informações
O curso tem como objetivo informar o participante sobre os fenômenos elétricos envolvidos, apresentar e debater os temas das descargas atmosféricas, bem como examinar e conhecer como obter a compatibilidade eletromagnética. Segundo a NTT, realizadora do treinamento, após a finalização do curso, o aluno terá o embasamento necessário para atuar no aterramento de instalações de baixa tensão, de equipamentos eletrônicos, de estações de telecomunicações, áreas de tancagem, entre outros.
Local:
3 de dezembro
Cursos
Sistemas de aterramento elétrico e proteção contra descargas atmosféricas
Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
Proteção avançada em baixa tensão
Descrição
Informações
Os alunos que participarem deste curso serão apresentados a aspectos fundamentais relativos à aplicação de relés inteligentes em Centros de Controle de Motores (CCMs) e às aplicações das funções de proteção. Aprenderão também a explorar novas possibilidades e benefícios do uso de redes Ethernet na baixa tensão. O curso é voltado para engenheiros, tecnólogos e técnicos envolvidos com assuntos de proteção e controle.
Local:
9 a 12 de dezembro
Belo Horizonte (MG) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com
Instalações elétricas de baixa tensão II – ABNT NBR 5410:2004
Descrição
Informações
Voltado para engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas, o curso pretende transmitir e exercitar os procedimentos da norma ABNT NBR 5410, com foco em instalações de potência, tanto comerciais como industriais, com abordagem completa de motores e quadros geais de distribuição. Para o melhor aproveitamento do curso, recomenda-se que o participante tenha cursado “Instalações elétricas de baixa tensão I – proteção e segurança”.
Local:
8 a 12 de dezembro
São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br
Proteção de sistemas elétricos industriais
Descrição
Informações
Fornecer subsídios básicos e indispensáveis para aplicações, especificações, análises de desempenho e manutenções em dispositivos de proteção usados em sistemas elétricos industriais. Este é objetivo deste curso promovido pela Fupai. O conteúdo do curso será transmitido por meio de aulas expositivas, acompanhadas de ilustrações visuais e práticas, estruturadas voltadas principalmente para aplicações em sistemas de BT/MT/AT.
Local:
27 a 29 de novembro
Itajubá (MG) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br
6º Encontro Anual do Mercado Livre
Descrição
Informações
O evento é uma oportunidade para geradores, comercializadores e consumidores livres de energia elétrica realizar negócios e debater questões técnicas sobre o segmento. No dia 29 de novembro, será realizado um workshop com temática ainda a ser definida. A última edição do encontro foi realizada ano passado e reuniu 263 pessoas, representando 104 empresas. Na ocasião, durante 10h de seminários, foram discutidos os principais temas relacionados ao mercado livre de energia no Brasil.
Local:
8 e 9 de dezembro
Eventos
Rio de Janeiro (RJ))
Salvador (BA) Contato: contato@ctee.com.br
Seminário Abraget
Descrição
Informações
O Seminário Abraget – Perspectivas de Curto/Médio Prazo para o Mercado de Gás Natural pretende discutir os cenários deste mercado e analisar propostas que permitam que a cadeia de valor da geração a gás natural – fornecedores, equipamentos, serviços e empreendedores – seja planejada de forma sustentável. Isso seria possível por meio de aperfeiçoamentos no planejamento, contratação e operação das usinas termoelétricas movidas a gás natural. Entre os principais temas que serão debatidos no evento estão: oferta de gás natural; legislação e tributação federal e estadual; regulação, planejamento, comercialização e operação do setor elétrico; fornecedores de equipamentos e serviços; e consumidores.
Local:
9 a 11 de dezembro
Rio de Janeiro (RJ) Contato: contato@ctee.com.br
Power-Gen International
Descrição
Informações
Espaço para aprender, enriquecer relações profissionais e desenvolver novos negócios, a Power-Gen International será composta por exposição e conferência, que abordará temas como controles de emissões, meio ambiente, tecnologias fósseis, tecnologias de turbina a gás, entre outros. O evento é direcionado a arquitetos e engenheiros, concessionárias de energia, produtores independentes de energia, especialistas em Tecnologia da Informação (TI), entre outros. O evento acontecerá em Orlando, nos Estados Unidos, onde são esperados mais de 20 mil participantes.
Local: Orlando (EUA) Contato: +1-918-831-9160 www.power-gen.com
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
3M 97 0800-0132333 www.3meletricos.com.br Adimarco 129 (21) 2494-7140 adimarco@adimarco.com.br www.adimarco.com.br Alpha 98 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www. alpha-ex.com.br Alubar Encarte (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Altus 103 (51) 3589 9500 www.altus.com.br Balestro 10 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br BHS Eletrônica 111 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br BRVal 8 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Brasformer Braspel 132 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br
79 Copper 100 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br
IFG 141 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br
Melfex 120 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br
Cordeiro 33 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br
85 Induscabos (11) 4636-2211 spvendas@induscabos.com.br www.induscabos.com.br
Mersen 71 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com
Instrumenti 6 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br
Montal 20 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br
Crouse-Hinds by Eaton 28 (15) 3353-7070 vendaschbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br D’Light 81 (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br Daisa 31 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Diagnerg 125 (16) 3945-1223 www.diagnerg.com.br Dutoplast 7 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton 51 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br Efe-Semitrans 39 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br
Instrutemp 87 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br Intelli 4 e 5 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Kanaflex 12 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 92 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br
Eletromar 27 0800 7242 437 www.hager.com.br
KRC 95 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Cablena 113 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
Embramat 17 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br
Legrand 19 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br
Chint 57 (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com
Embrata 135 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br
Líder Rio 61 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com
Clamper Fascículo e 106 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www. clamper.com.br
Enercom 65 (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br www.enercom.com.br
Cobrecom 59 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
EngePower 14 (11) 3579-8777 www.easypower.com/demo
Cabelauto 102 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br
Cofibam 127 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Comsystel 99 (11) 4158-8440 vendas@comsystel.com.br www.comsystel.com.br Condumax 49 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 11 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br 107 Connectwell (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br Conprove 112 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br
Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br FIEE 123 (11) 3060-4913 info@fiee.com.br www.fiee.com.br Gimi 109 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br
Luminárias Sun Way Rio 108 (21) 3860-2688 gruposunway@hotmail.com www.coloniallustres.com.br Luminárias Projeto 46 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br Mabitec 134 (11) 2337-1491 mabitec@mabitec.com.br www.mabitec.com.br Maccomevap 131 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
145
Romagnole 90 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br 21 Sarel (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medodores 96 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br
Mon-Ter 93 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
23 Schneider Electric 0800 7289 110 call.center.br@br.schneider-electric.com www.schneider-electric.com.br
Nambei Fios e Cabos 53 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br
SEL Engenharia 119 (19) 3515-2040 engenharia@selinc.com www.selinc.com.br
Naville 83 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br
Sicame 15 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br
Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 47 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 133 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 128 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 117 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com Palmetal 43 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 143 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 122 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 45 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Pextron 13 11) 5543-2199 vendas@pextron.com.br www.pextron.com.br
Sindustrial Engenharia 22 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Strahl 118 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 94 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br Tag Power 37 (11) 3368-1029 tagpower@tagpower.com.br www.tagpower.com.br TE Connectivity 130 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Telbra 63 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br Trael 55 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Trafomil 139 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 25 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br Unitron 88 e 89 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br
Magnet 104 e 105 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br
RDI Bender 9 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
Utiluz 142 (54) 3218-5200 utiluz@utiluz.com www.utiluz.com
IBT 121 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br
Média Tensão 41 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
RM Sarel 35 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br
VR Painéis Elétricos 67 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
Ideal Industries What’s wrong 11 4314-9930 ideal_brazil@idealindustries.com www.idealindustries.com.br
Megabrás 18 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Real Perfil 24 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br
Walcenter 101 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br
Hellermann Tyton 91 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br
146
Patrocínio
What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Outubro de 2014
O que há de errado?
ação Ilustr
: Ma
. uro Jr
Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.
PREMIAÇÃO Nesta edição, o leitor que mandar a resposta mais completa, relatando as não conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será contemplado com os seguintes
Resposta da edição 103 (Agosto/2014)
produtos da Ideal Industries: • Alicate amperímetro TightSight
Diversos leitores identificaram os principais problemas da instalação ao lado, no entanto,
o leitor CRISTIANO BORGES apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá os seguintes produtos da Ideal Industries: um alicate amperímetro, um alicate decapador e um pote com 500 conectores de torção.
Parabéns a todos os leitores que mandaram
suas respostas e continuem participando!
660ACA CAT IV, código 61-764; • Alicate decapador Stripmaster Métrico 0,75 a 6,00 mm², código 45-092-341; • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou
Confira a resposta correta:
acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião!
A foto mostra uma situação que não atende ao princípio fundamental da ABNT NBR 5410 de 4.1.13 – Instalação de componentes e o princípio fundamental da proteção contra choques elétricos de 5.1.1.1.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
@
Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br