O Setor Elétrico (Edição 106 - Novembro 2014)

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Ano 9 - Edição 106 Novembro de 2014

Crise no setor elétrico Reservatórios vazios forçam acionamento de térmicas, elevando preço da energia elétrica. Eficiência energética é alternativa para driblar impacto nas tarifas

Retrofit na iluminação Dimerização e luz natural revitalizam instalação obsoleta

Pesquisas exclusivas avaliam mercados de: - Equipamentos para aterramento - Equipamentos para condicionamento de energia



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Sumário

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Filiada à

Iluminação com eficiência energética 100 Trabalho propõe a substituição do sistema instalado por outro que seja dimerizável automaticamente por meio do aproveitamento da iluminação natural.

Coluna do consultor 6

Aula prática – Motores 112

Soluções para estimular a eficiência energética como

O comportamento dinâmico e em regime dos conjuntos

alternativa à falta de chuvas e ao possível racionamento.

motores geradores de algumas gerações emergenciais e

Painel de notícias 8

Produtores Independentes de Energia (PIE), através de

Pela primeira vez usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido nacionalmente; Aneel define limites do

verificações, registros de ocorrências e testes.

PLD para o ano de 2015; Licença ambiental pode ser requerida

Espaço Guia de Normas 120

antes de leilão; Câmara vota em caráter de urgência PLD que

Soluções aplicáveis a problemas de qualidade da energia

suspende resolução nº 414 da Aneel; GE inaugura novo Centro

elétrica.

de Pesquisas Global; Wago constrói sede própria no Brasil.

Evento - Matelec 32 Com foco em eficiência energética, 17ª edição da Matelec reuniu expositores de 23 países e 37 mil visitantes.

Fascículos 37 Reportagem – Consumo eficiente 68 A eficiência energética surge como saída para racionalizar

Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente Luis Fernando Arruda – Instalação MT

contraídas pelo governo após a MP 579.

Pesquisa – Equipamentos para 76 aterramento

126

128 130

Jobson Modena – Proteção contra raios João Barrico – NR 10

132

134 138

José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

o consumo e diminuir os efeitos do aumento do preço da energia provocados pelo despacho de térmicas e pelas dívidas

124

Dicas de instalação 140 Definição, configurações e versões da subestação préfabricada compacta.

Segmento vive a expectativa da publicação da ABNT NBR 5419,

Ponto de vista 142

norma que trata da proteção contra descargas atmosféricas. O

O compromisso do novo governo federal com a política de

documento ficou em consulta pública até o dia 10 de dezembro

resíduos sólidos.

e deve sair no início do ano que vem.

Pesquisa – Equipamentos para 86 condicionamento de energia Fabricantes e distribuidores do setor cresceram apenas 10%

Agenda 144 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

em 2013. Para este ano, a expectativa é de acréscimo de 16%.

What’s wrong here 146

Desaceleração da economia é fator que mais incomoda as empresas.

Identifique o que existe de errado na instalação.


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O Setor Elétrico / Novembro de 2014 Capa ed 106_D.pdf

www.osetoreletrico.com.br

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12/2/14

9:45 PM

Ano 9 - Edição 106 Novembro de 2014

Crise no setor elétrico Reservatórios vazios forçam acionamento de térmicas, elevando preço da energia elétrica. Eficiência energética é alternativa para driblar impacto nas tarifas

O brasileiro e a cultura do desperdício

O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 106 – Novembro de 2014

étrica com

Editorial

Retrofit na iluminação Dimerização e luz natural revitalizam instalação obsoleta

Pesquisas exclusivas avaliam mercados de: - Equipamentos para aterramento - Equipamentos para condicionamento de energia

Edição 106

Não se fala em outra coisa. O desabastecimento de água em São Paulo e em outras cidades brasileiras,

especialmente, da região Sudeste, vem provocando grandes transtornos para seus moradores e, nos moldes do que aconteceu com o fatídico racionamento de 2001, um dos efeitos esperados é a mudança de comportamento quanto à utilização dos recursos naturais.

Ocorre que o desperdício é culturalmente uma característica bastante arraigada no hábito no brasileiro. O fato de

nunca termos grandes problemas de escassez e de sermos privilegiados com abundância de recursos naturais – sol, vento, água, minerais, entre outros – contribuiu para uma cultura cujo fim é o desequilíbrio do abastecimento.

Levamos a sério o que disse Pero Vaz de Caminha ao escrever suas impressões sobre a terra recém-descoberta para

o rei D. Manuel: “águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!”.

Infelizmente, Caminha estava errado; os recursos – especialmente, a água – são limitados e sofremos agora as

consequências do mau uso deste elemento tão fundamental para a vida humana.

Para quem vive em São Paulo, virou rotina a falta de água nos períodos da noite e da madrugada, mesmo a

companhia de abastecimento tendo insistentemente negado a existência de um racionamento. Fato é que o caso poderia ser mais grave. Conforme divulgou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-oeste (responsáveis por 70% da capacidade de geração do país) contavam com armazenamento médio de 21,115 da sua capacidade total. Em 2001, durante o racionamento de energia, o volume era de 21,39%.

Na ocasião do racionamento de 2001, houve uma comoção pública forte, o que permitiu que uma força-tarefa

nacional ajudasse a combater o problema. Os efeitos foram tão drásticos no consumo que levou anos para que esse mesmo patamar fosse recuperado. De lá para cá, o governo investiu em uma empresa especializada em planejamento, a EPE, e outras fontes ganharam relevância na matriz elétrica brasileira, com todas as honrarias para a eólica, cuja capacidade cresceu 84,7% apenas no último ano – de setembro de 2013 ao mesmo período de 2014. E, mesmo assim, ainda foi preciso o acionamento de térmicas, o que, aliás, deve encarecer as tarifas de energia nos próximos meses (leia reportagem de capa desta edição).

Nos dois casos, o consumo eficiente é essencial para a minimização desses problemas. Mais barato e mais fácil do

que remediar é, sem dúvida, a precaução, que se dá pelo consumo racional de água e energia, mas o brasileiro tem dificuldades para controlar o desperdício. É um esforço constante para uma mudança de comportamento e de consciência coletiva. Para os governantes, fica a lição de que, sem planejamento e campanhas de conscientização, o problema de uso dos recursos naturais só tende a se agravar.

Boa leitura!

Abraços,

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Coluna do consultor

Enquanto a chuva não vem

Os aspectos quantitativos já não são novidades, os níveis cada vez mais

• Tarifação diferenciada para os consumidores eficientes (penalizando os

baixos de volumes dos reservatórios, a geração térmica que sobe como nunca

perdulários e/ou beneficiando os que racionalizam o consumo);

emporcalhando nossa matriz energética e a expectativa a médio prazo da

• “Destravamento” de leis e regras obsoletas como aquela que rege a geração de

operação das novas usinas fotovoltaicas, hidráulicas, eólicas e outras menos

energia de “back-up” em condomínios multiusuários;

agressivas como a biomassa fecha o nosso horizonte, não atendendo ao que ora

• Incentivo ao consumo de produtos e equipamentos industriais verdadeiramente

precisamos: energia limpa, confiável e preço adequado que não emperre ainda

eficientes. Política fiscal adequada;

mais a nossa sofrida indústria. Durante este imbróglio já foram para o ralo valores

• Redes inteligentes que monitorem os principais centros de consumos com

da ordem de R$ 100 bilhões para sustentar o custo da geração térmica.

gestão tempo real;

• Integração entre grandes consumidores e concessionárias sob os aspectos de

Enquanto surgem as novas histórias envolvendo o gigante de energia do

Brasil, continuamos paralisados esperando a chuva chegar para salvar a nossa

curva de carga e consumo além da qualidade da energia;

pele, só faltando os rituais oficiais de pajelança (alguns dizem que não faltam).

• Outros.

Enquanto nos olhamos com aquela cara de “o que é que eu fiz”, o clima continua

inapelável sem as desejadas chuvas. Agora, passadas as eleições, as questões

Que as primeiras e últimas estrofes da mais famosa poesia do nosso

mais discutidas entre aqueles que dependem da energia para sobrevivência não

Drummond possa inspirar a todos.

é sobre quando, mas “como será o racionamento”. A preocupação estaria no modelo e as medidas que seriam adotadas e os impactos associados. Até abril

E agora, José?

teremos pouco tempo para pensar e trabalhar nestes aspectos.

A festa acabou,

Mais uma vez a crise pode nos mostrar que temos saídas, sendo a mais

a luz apagou,

óbvia a eficiência energética. Assunto que, apesar de muito discutido, ainda

o povo sumiu,

é tratado como novidade e sobretudo medida ineficaz e às vezes citado como

a noite esfriou,

“medida lateral”. Parece que o tratamento deste assunto torna o interlocutor

e agora, José?

politicamente fraco, expondo a incompetência do modelo de política pública

e agora, você?

seguido. Infelizmente, dependemos destas políticas públicas para alavancar as

você que é sem nome,

iniciativas. Grandes planos e programas nacionais dependem de ações ministeriais

que zomba dos outros,

e a movimentação da máquina é lenta, muito lenta e neste interstício entre equipes

você que faz versos,

técnicas, sofremos mais ainda.

que ama, protesta?

Os desafios aí estão. Alguns dos pontos mais comentados como possíveis

e agora, José?

soluções são: Sozinho no escuro • Mudança do formato do PEE (programa de eficiência energética das

Qual bicho-do-mato,

concessionárias), proporcionando investimentos aos consumidores que de fato

sem teogonia,

consomem energia substituindo o investimento em baixa renda por instalações

sem parede nua

industriais;

para se encostar,

• Mudança do valor de referência do fator de potência com redução de perdas

sem cavalo preto

elétricas;

que fuja a galope,

• Definição de politica de financiamento para projetos de eficiência energética com

você marcha, José!

taxas atraentes e solução para garantias;

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

José, para onde?



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Pela primeira vez usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido nacionalmente No dia 25 de abril de 2015, 80% do urânio a ser usado no processo de recarga de Angra 1 virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ)

A 22ª recarga de Angra 1 deverá durar 36 dias, com término previsto para o início de junho.

No dia 25 de abril de 2015, data prevista para a próxima recarga de combustível - 22ª - de

Angra I, pela primeira vez, uma usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido no país. Na ocasião, 80% do urânio a ser usado no processo virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). A 22ª recarga de Angra 1 deverá durar 36 dias, com término previsto para o início de junho.

A expectativa, segundo a Eletronuclear, é que dessa maneira o Brasil consiga diminuir

sua dependência em relação ao exterior, já que atualmente 100% do urânio empregado no reabastecimento das usinas Angra 1 e 2 vem de empresas estrangeiras. A companhia explica que processo de enriquecimento representa 30% do custo de fabricação do combustível nuclear. Ou seja, produzindo o próprio urânio em breve o setor nuclear brasileiro conseguirá uma grande economia financeira.

Para a efetuação do reabastecimento da usina nuclear em abril próximo, já foram acumuladas

16 toneladas de urânio enriquecido, o correspondente a oito cilindros do material. A Eletronuclear explica que, em seu estado natural, o índice de concentração de urânio é de 0,7%, mas que após o processo de enriquecimento chega a 4%. Este nível de concentração é que gera uma grande quantidade de energia, capaz de alimentar os geradores nucleares.

Apesar do feito, estudos continuam sendo realizados para que no futuro toda a geração

nuclear no Brasil seja atendida por urânio enriquecido nacionalmente. Esta geração inclui as usinas Angra 1 e 2, em funcionamento, com 640 MW e 1.350 MW, respectivamente, e Angra 3, que deve entrar em operação comercial em 2018, acrescentando 1.405 MW à matriz elétrica do país.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Eletrobras lança Selo Procel Edificações Objetivo da premiação é indicar as construções comerciais e residenciais que apresentam os mais altos níveis de eficiência energética

A Eletrobras lançou no último dia 26 de novembro o Selo Procel Edificações, com o objetivo de indicar as

construções comerciais e residenciais que apresentam os mais altos níveis de eficiência energética. A adesão ao selo é voluntária. Para se candidatar a sua obtenção, o empreendimento deverá apresentar a classe mais alta de eficiência energética, a classe A, em cada um dos três sistemas analisados: envoltória (fachadas, telhados), iluminação e condicionamento de ar, conforme a classificação da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence).

As edificações participantes serão avaliadas em duas etapas, no projeto e após a construção, por

Organismos de Inspeção Acreditados (OIA), pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com anuência da Eletrobras Procel. Até novembro, houve o registro de 120 projetos e edificações certificados, dos quais 81 obtiveram etiquetas de projeto e 39 pela edificação.

Conforme a Eletrobras, as edificações novas que se adaptarem para receber o selo deverão ter uma

economia de energia da ordem de 50%, durante todo o seu ciclo de vida útil, e as construções que passarem por retrofit deverão reduzir o gasto com eletricidade em 30%.

O selo foi desenvolvido e é concedido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel),

coordenado pelo Ministério de Minas e Energia(MME) e gerido pela Eletrobras. No processo de concessão do selo, a Eletrobras conta com a parceria do Inmetro, executor do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), cujo principal produto é a Ence.

Aneel define limites do PLD para o ano de 2015 Os limites máximo e mínimo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) serão 388, 48/ MWh e R$ 30, 26/ MWh, respectivamente

Os limites máximo e mínimo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) para o ano de 2015 serão 388, 48/ MWh e R$ 30, 26/ MWh,

respectivamente. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou estes valores no dia 25 de novembro. Na atualidade, o preço no mercado de cur to prazo está superior a R$ 800/ MWh, o que está desagradando os geradores de energia elétrica, que vem pagando um preço muito alto pela energia e também o próprio governo, pressionado a repassar esta quantia e aumentar as tarifas dos consumidores finais.

A Aneel explica que a decisão por esta homologação se deu após ampla discussão, iniciada com a Consulta Pública 9/2014, e continuada durante

a Audiência Pública nº 54/2014. Conforme a agência, nestas reuniões, as contribuições feitas concordaram com os limites propostos pelo órgão.

De acordo com a agência, na definição de limite mínimo do PLD foram considerados os custos operacionais das usinas hidrelétricas e para estipular

o limite máximo foram levados em conta os custos variáveis das usinas termelétricas. Ao fixar este teto, a Aneel afirma ter optado por preservar o critério da térmica mais relevante, conceito adotado desde 2003. No contexto atual, a UTE Mário Largo foi identificada como a mais impor tante.

Com este novo limite, a agência acredita que será minimizado o risco financeiro do mercado de cur to prazo, sem prejudicar a expansão do

sistema e os sinais de preço para o compor tamento eficiente da demanda. E, antevendo reclamações, a Aneel destaca que o limite máximo aprovado para o PLD ainda é bastante elevado quando comparado, por exemplo, com o preço médio de aquisição das distribuidoras no ano de 2014, cerca de R$ 159/MWh.

Sinalização de preços para o mercado cativo

A Aneel pretende também em 2015 implementar aperfeiçoamentos na sinalização de preços para o consumidor cativo, cuja demanda representa

cerca de 75% da carga do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A primeira medida neste sentido será o sistema de bandeiras tarifárias, que deve iniciar efetivamente em janeiro do próximo ano. Nele, a tarifa

será ajustada mensalmente de acordo com o patamar do PLD, indicando ao consumidor o custo de produção de energia consumida em cada mês.

O segundo aprimoramento consistirá na incorporação da exposição involuntária prevista para o ano corrente nas movimentações tarifárias em

processamento. Atualmente, o repasse é feito apenas no ano seguinte.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Distribuidoras têm até o final de 2014 para transferir ativos de iluminação pública Mesmo que os prefeitos não realizem os procedimentos necessários para a transferência até a data estabelecida, a responsabilidade deixará de ser da distribuidora a partir do dia 1º de janeiro de 2015

Vence, no dia 31 de dezembro de 2014, o prazo para que as

distribuidoras concluam o processo de transferência dos ativos de iluminação pública (IP), conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até o início do mês de dezembro, dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 3.755 haviam assumido os ativos. Os estados mais críticos eram Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Ceará. Para se ter uma ideia, em Minas Gerais, dos 853 municípios, apenas 19 estavam com os ativos.

É importante destacar que antes de transferir os ativos de IP aos

municípios, as distribuidoras de energia elétrica devem verificar e corrigir possíveis falhas e substituir os equipamentos danificados para que o sistema de IP seja entregue em perfeito estado de funcionamento.

Com a transferência dos ativos de iluminação pública, a Aneel busca atender a Constituição Federal (CF) de 1988, que diz que a iluminação pública é de

responsabilidade do município, possibilitando a instituição da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), que por sua vez, pode ser arrecadada por meio da fatura de energia elétrica.

A ANEEL já prorrogou o prazo para a transferência dos ativos de iluminação duas vezes e entende que não se trata mais de uma questão de tempo, por isso, não

haverá uma nova postergação. “A proposta deverá ser considerada como a última concedida e, assim, as distribuidoras e os municípios devem se antecipar o máximo possível nesse processo para garantir a transferência dentro do prazo agora estipulado”, afirmou o diretor-geral da Agência, Romeu Rufino.



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Bloco autônomo

Postes de iluminação autônomos

www.telbra.com.br

www.greenluce.com.br

A Telbra destaca para o mercado de

A Greenluce, empresa

atmosferas explosivas seu bloco autônomo

especializada em soluções

para iluminação de emergência. Com caixa

em iluminação, apresenta

à prova de explosão, produzida em alumínio

seus postes de iluminação

fundido, Ex d, grau de proteção IP 66,

autônomos, que podem ser

a luminária conta com faróis de Led

somente solares ou híbridos

alto brilho Ex d.

(eólico e solar) e utilizam

luminárias Led.

O bloco apresenta sistema

Compactos e totalmente

Postes podem ser híbridos ou apenas solares.

eletrônico microprocessado de

controle de carga e flutuação

desconectados da rede

da bateria e botoeira à prova

elétrica, os postes são alimentados por bancos de baterias em 12 Vdc ou

de explosão para liga/desliga e

24 Vdc (que armazenam a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos e/

sinalizador Ex d.

ou os aerogeradores) e são ideais para iluminação de vias, parques, áreas classificadas, locais de acesso remoto, entre outros.

A luminária conta com bateria selada estacionária de 12 V.

Os postes híbridos apresentam outras vantagens, como por exemplo, a

geração de energia durante a noite e períodos nublados, aumentando ainda mais a eficiência e a autonomia do sistema.

Projetores de Led

Detector de fumaça

www.conex.ind.br

www.walmonof.com.br

Os projetores de Led da linha CLF, da Conexled, possuem sistema modular

que proporcionam facilidade na instalação e manutenção. São indicados para aplicações em vias públicas, galpões, pátios, estacionamentos, portos e aeroportos, mineradoras, usinas, etc. Com design moderno, destaca-se por possuir peso reduzido e boa dissipação térmica. É fornecido com Led Lighting Class CREE® apropriado para iluminação profissional de acordo com diretrizes da norma IES LM-80.

De acordo com a empresa, o conjunto de Led e lente proporciona alta uniformidade luminosa e excelente qualidade de luz, reduzindo o ofuscamento e aumentando os índices de iluminação e nitidez do ambiente.

Os projetores contam

com acabamento em alumínio injetado com pintura pó de poliéster cinza e podem ser encontrados nas potências de: Os projetores fornecem temperaturas de cor de 3000 K, 4000 K, 5000 K e 6500 K.

30 W, 60 W, 90 W, 120 W, 150 W, 200 W, 250 W e 300 W.

Em destaque pela Walmonof, os detectores óticos de fumaça, modelo

DFO, enviam sinal para a central de alarme de incêndio assim que detectam presença de fumaça visível. Certificados pela CE (Comunidade Europeia), os produtos estão de acordo com as normas da ABNT, especialmente a ABNT NBR 17420.

Os detectores óticos de fumaça incorporam um Led pulsante, localizado

no labirinto dentro da cobertura do detector. O labirinto é desenhado para excluir qualquer luz de origem externa. No ângulo do Led existe um fotodiodo que normalmente não registra a coluna de luz emitida pelo Led. O princípio se baseia no efeito Tyndall. Caso entre fumaça no labirinto, o impulso da luz do Led se dispersa, e sendo registrado pelo fotodiodo, o detector muda para o estado de alarme, acendendo o Led indicador e acionando a central de alarme, à qual o detector está conectado.

O acionamento pode ser feito também manualmente através de ímã.



Painel de normas

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Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

ABNT publica oito novas normas Atmosferas explosivas

Publicada no dia 6 de novembro, a norma ABNT NBR ISSO/IEC 80079-34:2014, intitulada “Atmosferas

explosivas Parte 34: Aplicação de sistemas de qualidade para a fabricação de equipamentos” tem como objetivo especificar requisitos e informações específicas para a implantação e a manutenção de um sistema de qualidade para a fabricação de equipamentos Ex, incluindo sistemas de proteção, de acordo com o indicado no certificado Ex.

Também voltada para atmosferas explosivas, a ABNT NBR IEC 60079-17:2014 traz a parte 17 que trata

da inspeção e manutenção de instalações elétricas. Destinada para ser usada por usuários, a nova norma, que foi publicada no dia 21 de outubro, abrange fatores diretamente relacionados à inspeção e manutenção de instalações elétricas somente em áreas classificadas, onde o risco pode ser causado por gases inflamáveis, vapores, névoas, poeira, fibras ou partículas em suspensão.

Condutor elétrico de alumínio Sob o título “Condutor elétrico de alumínio – Ruptura e característica dimensional, o documento normativo ABNT NBR 7272:2014 passou a valer no dia 28 de novembro deste ano. A norma, que possui somente duas páginas, estabelece o método de verificação da resistência mecânica e da característica dimensional dos condutores elétricos de alumínio.

Cabos elétricos isolados Contendo 10 páginas, e publicada no dia 28 de outubro, a ABNT NBR 9311:2014 estabelece a classificação e a designação por símbolos que representam as partes componentes do cabo para cabos elétricos isolados.

Conectores para cabos de potência Também publicada no dia 28 de outubro, o documento normativo ABNT NBR 9326:2014 tem como intuito estabelecer o método de ensaio de ciclos térmicos e curtos circuitos para conectores para cabos de potência.

Materiais isolantes sólidos Especificar um método para determinar a rigidez dielétrica dos materiais isolantes sólidos, nas frequências de 40 Hz a 62 Hz este é o objetivo da norma ABNT NBR 5405: 2014 intitulada “Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob tensão em frequência industrial”. O documento tem 13 páginas e foi publicado pela ABN no dia 27 de outubro.

Fios e cabos para telecomunicações A ABNT NBR 9152: 2014 foi publicada no dia 27 de outubro e estabelece o método de ensaio de choque térmico em fios e cabos para telecomunicações. O texto normativo possui duas páginas e tornou-se válido no dia 27 de novembro.

Interruptores O título da ABNTNBR IEC 60669-2:2014 é “interruptores para instalações elétricas fixas domésticas e análogas Parte 2-1: Requisitos particulares – interruptores eletrônicos”. Publicado em 27 de outubro, o documento tem 47 páginas e é aplicável aos interruptores eletrônicos e aos elementos periféricos eletrônicos associados para as instalações elétricas fixas domésticas e análogas, sejam interiores ou exteriores.


O Setor Elétrico / Novembro de 2014

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Licença ambiental pode ser requerida antes de leilão Em tramitação no Senado Federal, projeto de lei 378/2013 quer tornar obrigatória a apresentação de licença prévia ambiental para empreendimentos de geração de energia e de LTs antes da inclusão dos projetos nos leilões de concessão

A Comissão de Serviços de

Infraestrutura (CI) do Senado Federal aprovou no último dia 19 de novembro o projeto de lei (PLS) 378/2013 do senado Aloysio Nunes (PSDB-SP) que objetiva tornar requisito obrigatório a apresentação de licença prévia ambiental para empreendimentos de geração de energia e de linhas de transmissão (LTs) para o Sistema Interligado Nacional (SIN) antes da inclusão dos projetos nos leilões de concessão. Depois da aprovação, o texto seguiu para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, onde passará por votação final.

O autor do projeto destaca que

atrasos em licenças ambientais no setor elétrico são comuns no país, algo que ele classifica como “inaceitável”, e acredita que a obrigatoriedade da licença antes dos leilões ajudará a disciplinar o planejamento setorial, induzindo maior eficiência no processo de coordenação da implantação de novos empreendimentos no setor elétrico.

Na atualidade, a licença prévia ambiental

pode ser requerida pela empresa ou consórcios que vencem o processo de licitação na fase preliminar do planejamento do empreendimento.

Com informações da Agência Senado.


Painel de normas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Sete novas normas estão em consulta nacional Graus de proteção

nor ma ABNT NBR IEC 60947-6-1 que diz

e também, quando necessário, da sua faixa e/ou

Aber to para sugestões na ABNT até o dia

respeito “Dispositivos de manobra e controle

de seus acessos.

14 de dezembro, o projeto 03:023.01-103 (IEC

de baixa tensão”. Esta par te da nor ma é

62262:2002) é intitulada “Graus de proteção

aplicável aos equipamentos de comutação

asseguradas pelos invólucros de equipamentos

de transferência (TSE) destinados a serem

Transformador de corrente

elétricos contra os impactos mecânicos externos.

utilizados em sistemas de alimentação para

O documento é aplicável a classificação dos

a transferência de uma alimentação entre

de

graus de proteção assegurados pelos invólucros

uma fonte nor mal e uma fonte reser va com

estabelece as características de desempenho de

contra os impactos mecânicos externo para os

inter r upção da alimentação da carga durante

transformadores de corrente (TC) destinados

equipamentos elétricos com tensão nominal

a transferência, com tensão nominal não

a serviços de medição, controle e proteção.

superior 72,5 kV. A norma tem validade apenas

superior a 1000 V em cor rente alter nada

Os requisitos específicos para TC para uso em

aos invólucros dos equipamentos para os quais

ou 1500 V em cor rente contínua. O projeto

laboratórios e transdutores ópticos não estão

as normas específicas dos produtos estabelecem

também fica disponível para consulta até 14

incluídos nesta norma. Segundo a ABNT, o projeto

graus de proteção dos invólucros contra os

de dezembro.

não se aplica a TC polifásicos, TC isolados a gás,

impactos mecânicos externos.

TC óptico, TC para resposta em regime transitório

O Projeto ABNT NBR 6856 – Transformador corrente

Especificação

e

ensaios

e outros dispositivos destinados a obter correntes

Compatibilidade eletromagnética

reduzidas de um circuito primário, mas que não

Técnicas de ensaios elétricos de alta-

Trata-se

se enquadrem nas definições de TC. O documento

tensão

013 (IEC 61000-4-4:2012), cujo título é

Também em consulta aberta até o dia 14 de

“Compatibilidade eletromagnética (EMC) Par te

dezembro, o Projeto ABNT NBR 6940 – Técnicas

4-4: Ensaios e técnicas de medição — Ensaio

de ensaios elétricas de alta tensão – e Medição

de imunidade a transiente elétrico rápido/salva”

Procedimentos para obtenção de óleo

de descargas parciais tem como principal objetivo

Esta par te da ABNT NBR IEC 61000 refere-se

mineral

fornecer orientação à elaboração de normas

à imunidade de equipamentos elétricos e

elétricos

de equipamentos no que se refere a descargas

eletrônicos para transientes elétricos rápidos

parciais. Além disso, define os termos empregados

repetitivos. Fornece requisitos de imunidade

(AGD) em óleo mineral isolante de equipamentos

e as grandes para medição; descreve os circuitos

e procedimentos de ensaio relacionados a

elétricos em ensaios de fábrica” este é o título

de ensaio e os instrumentos de medição que podem

transientes

Além

do projeto 03:010.01-031, que fica em consulta

ser empregados; recomenda os tipos de medição

disso, define as variações dos níveis de ensaio

pública até 11 de janeiro de 2015. O documento

e de instrumentos para aplicações específicas e

e estabelece procedimentos. Fica em consulta

especifica os procedimentos para obtenção de

métodos para calibração e verificação; descreve

até o dia 14 de dezembro.

amostra de óleo mineral isolante empregado

do

elétricos

Projeto

03:077.01-

rápidos/salvas.

fica em consulta pública até 30 de dezembro.

isolante

de

equipamentos

“Interpretação da análise de gases dissolvidos

procedimentos de ensaio; e fornece orientação no

em equipamentos elétricos, os requisitos e os

toante à discriminação entre descargas parciais e

procedimentos par análise. A norma apresenta

Sinalização para identificação de linha

também apresenta recomendações e critérios de

aérea de transmissão

repetibilidade, sensibilidade e precisão para a

Aber to para consulta pública até o dia 16 de

aplicação de análise de gases dissolvidos (AGD)

dezembro, o Projeto ABNT NBR 8664 estabelece

para ensaios de fábrica de transformadores,

transferência

os requisitos para sinalização da identificação de

reatores e transformadores de instrumento

O Projeto trata-se da par te 6-1 da

linha aérea de transmissão de energia elétrica,

novos, preenchidos com óleo mineral isolante.

interferência.

Equipamentos

de

comutação

de


O Setor Elétrico / Novembro de 2014

19

Câmara vota PLD que suspende resolução nº 414 da Aneel

Resolução obriga distribuidoras de energia a transferirem até dezembro deste ano o sistema de iluminação pública para as

prefeituras dos municípios

A Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para votar o

Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 1428/13 que suspende a resolução nº 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em seu artigo 218, a resolução obriga todas as distribuidoras de energia do Brasil a transferirem, sem ônus, até dezembro deste ano, o sistema de iluminação pública registrado como Ativo Imobilizado em Serviço (AIS) à pessoa jurídica de direito público competente, no caso, aos municípios nos quais eles estão instalados.

Para o autor do projeto, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), essa

resolução da Aneel gerará uma despesa ainda maior com a qual os municípios não vão conseguir arcar. Marquezelli explica que o distribuidor de energia sempre conseguiu realizar este serviço de manutenção da rede de postes, ampliação e conservação de maneira muito mais econômica, funcional e com um custo muito mais barato para o consumidor final. “Os municípios não têm capacidade financeira e nem técnica de exercer uma função na área da eletricidade”, afirma.

Por seu lado, o superintendente de regulação dos serviços comerciais da Aneel, Marcos Bragatto, acredita que não faz sentido aprovar um projeto

que suspende uma norma já prevista na Constituição. Marquezelli, entretanto, diz que vai apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para retirar essa obrigatoriedade da Constituição brasileira.

O PLD 1428/13 está em tramitação na Comissão de Minas e Energia, e de lá seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça.

Com informações da Radio Câmara.


Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Eletrobras apresenta resultado negativo de R$ 2, 7 bi no terceiro trimestre de 2014 Já o Ebitda consolidado, no referido período, foi de R$ 2,511 bilhões negativos e a Receita Operacional Líquida (ROL), de R$ 6,589 bilhões

Em balanço divulgado no mês de novembro, após fechamento do mercado, a Eletrobras informou ter apresentado um resultado negativo de R$

2,738 bilhões no terceiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, a empresa já obtivera resultado negativo de R$ 915 milhões. No consolidado deste ano, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,857 bilhão, contra um resultado também negativo de R$ 787 milhões no mesmo período de 2013. Já o Ebitda consolidado, no terceiro trimestre, foi de R$ 2,511 bilhões negativos e a Receita Operacional Líquida (ROL), de R$ 6,589 bilhões, o que representou um aumento de 6,6 % em comparação ao trimestre anterior, se forem desconsideradas a receita de venda de energia no mercado de cur to prazo e as receitas de construção.

Conforme a Eletrobras, o resultado foi influenciado negativamente em grande par te por fatores fora do controle da empresa, tais como a energia

elétrica comprada para revenda, em razão das condições hidrológicas atuais, que custou R$ 3, 135 bilhões, e as provisões relativas ao empréstimo compulsório, de R$ 1, 341 bilhão. Além disso, houve o resultado negativo da par ticipação acionária da Eletrobras Furnas na Sociedade de Propósito Específico (SPE) Madeira Energia (UHE Santo Antonio), no valor de valor de R$ 790 milhões, e provisões para perdas de ativos financeiros, da ordem de R$ 197 milhões.

Já o impacto positivo no resultado do terceiro trimestre se deveu à receita de suprimento na geração, que aumentou 28, 7%, e à receita de

fornecimento na distribuição, que apresentou acréscimo de 28, 6%. Outros fatores que influenciaram positivamente foram: o resultado líquido da variação cambial de R$ 349 milhões; a redução de 5,7% na conta de pessoal; e a reversão de provisões de contratos onerosos de R$ 408 milhões. A Eletrobras destaca que o aumento da receita, a redução da conta de pessoal e a reversão de provisões de contratos onerosos são metas do Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) 2014-2018 da empresa.

GE inaugura Centro de Pesquisas Global Localizado na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro, centro é o primeiro da companhia na América Latina

A General Electric (GE) inaugurou no

dia 13 de novembro, na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o primeiro Centro de Pesquisas Global da América Latina, para o desenvolvimento de produtos e soluções aplicadas aos desafios locais. A companhia confirmou ainda a duplicação dos investimentos no local, que passou de US$ 250 milhões para US$ 500 milhões, e a ampliação de sua capacidade produtiva; e a expectativa é de que a empresa chegue a 400 profissionais até 2020.

O andar que acolhe o novo Centro de

Pesquisas Global também está abrigando uma

GE irá investir US$ 500 milhões nas instalações localizadas na Ilha do Fundão, cidade do Rio de Janeiro.

filial da Crotonville, impor tante universidade corporativa da GE, criada em 1956, em Nova York, nos Estados Unidos. A Crotonville Rio recebeu investimentos de US$ 50 milhões e funcionará como o centro de formação e qualificação de líderes da companhia na América Latina. O Brasil é o quinto país do mundo a contar com uma extensão dessa universidade. Os outros países são Índia, Alemanha e China.



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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Transformadores União construirá nova planta fabril Obras começarão em 2016 e devem ampliar em 70% a capacidade produtiva anual da empresa

Serão investidos R$ 15 milhões na construção da nova unidade fabril, que terá 10 mil m” de área construída.

A Transformadores União começará a construir em 2016 sua nova planta fabril, que produzirá

transformadores de potência e distribuição, com o intuito de atender não só o mercado nacional como a América Latina. Serão investidos R$ 15 milhões no projeto, que deverá ampliar em 70% a capacidade produtiva anual da empresa, atingindo cerca de 900 MVA em transformadores a seco e 600 MVA em transformadores imersos em líquido isolante. A expectativa é de que a obra esteja finalizada em 2018.

O diretor comercial da Transformadores União, Solano Pereira, destaca que a futura instalação

permitirá ainda a ampliação do estoque de produtos acabados, que na atualidade já é um dos maiores do setor. A expansão, que também vai possibilitar a geração de mais de 160 empregos diretos e 300 indiretos, dobrará a área construída da fábrica atual da empresa, que possui 5 mil m² e fica localizada no bairro de Vila Ré, na capital paulista. A nova planta terá 10 mil ² e o terreno onde será construída ainda está em processo de seleção.

HDS fecha acordo com AEG Com isso, empresa de sistemas de energia torna-se a distribuidora oficial da companhia no Brasil acrescentando ao seu catálogo de produtos, retificadores, UPS e inversores

Apostando no crescimento da indústria de condicionamento de energia, a HDS Sistemas de Energia

realizou um acordo com a empresa AEG e tornou-se distribuidora oficial da companhia no Brasil, acrescentando ao seu catálogo de produtos, retificadores, UPS e inversores.

Para a HDS, é indiscutível que os setores de geração de energia, mineração e demais áreas da indústria

pesada estejam em crescimento e que a necessidade de equipamentos projetados especificamente para estes segmentos esteja em alta. Neste sentido, a linha de produtos AEG suprirá a demanda de empresas e indústrias que precisam de equipamentos robustos com alto grau de proteção e que forneçam energia de alta disponibilidade.

A nova linha de produtos da HDS tem como destaque os retificadores Protect RCS e retificadores

modulares Protect MIP, tiristorizados de 24VCC à 220VCC, destinados a cargas de corrente continua e carregamento de baterias. E também os UPS industriais de 10kVA à 120kVA da linha Protect 8, destinados a ambientes agressivos, onde o grau de proteção exigido é altíssimo.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Eletrosul arremeta principal lote de leilão de transmissão Em certame realizado no dia 18 de novembro pela Aneel, a companhia conquistou integralmente o Lote A, composto por 2169 quilômetros de linhas, oito subestações e ampliação de 13 unidades existentes

A Eletrosul foi a grande vencedora do leilão de transmissão 004/2014, promovido pela Agência Nacional

de Energia Elétrica (Aneel) no dia 18 de novembro de 2015. A empresa arrematou na integralidade (com os quatro sublotes) o lote A – o principal do certame. A Eletrosul conquistou os empreendimentos, com Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 336 milhões, representando um deságio de 14, 01% em relação à RAP inicial, que foi de R$ 390, 7 milhões.

Ao todo, o lote A é composto por 2169 quilômetros de linhas, oito subestações e ampliação de 13

unidades existentes; são 17 linhas de transmissão, com tensões de 230 kV e 525 V, e capacidade de transformação de 4.781 MVA. Os investimentos totais serão de R$ 3,1 bilhões e o prazo para a conclusão das obras é de 36 meses, a partir da assinatura dos contratos de concessão.

O sistema de transmissão do Lote A irá permitir a alimentação dos futuros parques eólicos situados no

Rio Grande do Sul, onde a companhia tem grandes investimentos como os complexos Cerro Chato e Campos Neutrais. O sublote 2 também é de grande importância para a Eletrosul, pois estabelecerá um novo ponto de atendimento da região Norte do estado e aumentará a confiabilidade no fornecimento de energia na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A Eletrosul também participou do certame de transmissão por meio do Consórcio Paraíso, formado ainda

pela Elecnor e Copel, arrematando o lote E, com a RAP de R$ 22 milhões; valor 3,62% menor do que a RAP inicial de R$ 22,8 milhões. O lote é composto por uma subestação, duas linhas de transmissão que somam 265 quilômetros e 300 MVA de capacidade de transformação. Os empreendimentos irão contribuir para a melhoria do atendimento pela distribuidora local ao estado do Mato Grosso do Sul e viabilizar o escoamento do potencial de PCHs da região Nordeste do estado.

Expansão do sistema

Com as aquisições no leilão de transmissão realizado em novembro, a Eletrosul irá expandir em

aproximadamente 20% o seu sistema de transmissão. Atualmente, a companhia possui 11,6 mil quilômetros e capacidade de transformação de 25,9 mil MVA. Somando os empreendimentos próprios e em parceria, até 2018, a Eletrosul atingirá cerca de 18 mil quilômetros e capacidade de transformação de aproximadamente 35 mil MVA.



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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Wago constrói sede própria no Brasil Empresa alemã especializada em conexões elétricas e automação fará 10 anos de presença no país em 2015. Neste ano, comemorou crescimento de 30%

Após cerca de 10 anos no Brasil, a Wago, companhia de origem alemã, especializada em conexões elétricas e automação, irá construir sede própria no país

para atender toda a América Latina. Conforme o diretor geral da Wago Brasil, Marcos Salmi, essa decisão foi tomada em razão do crescimento de 30% obtido em 2014 e as excelentes perspectivas para os próximos anos. A empresa espera crescer mais 15% em 2015 e dobrar seu faturamento até 2020.

As obras devem começar em meados do ano que vem, com término previsto para o primeiro semestre de 2016. O terreno possui em sua totalidade

aproximadamente 16 mil m² e fica localizado às margens da Rodovia Dom Gabriel, em Jundiaí (SP). O local foi escolhido principalmente por estar próximo a atual planta da empresa, em Itupeva (SP), o que permite à empresa manter o quadro de funcionários. Ajudou também na escolha o fato de ser uma região com mão de obra qualificada e próxima às rodovias Bandeirantes e Anhanguera, e no meio do trajeto entre São Paulo e Campinas, onde estão os principais aeroportos, o que facilita a logística e a entrega dos produtos.

Adaptado às necessidades locais, o projeto da nova sede será desenvolvido tomando como base o padrão de rigidez da Wago alemã, que determina que tanto

a construção quanto o prédio final sejam sustentáveis. A estrutura de construção será composta por quatro fases: a primeira terá em torno 3 mil m² e contará, tão logo surja a necessidade, com o centro de distribuição, atendimento técnico e comercial a clientes e parceiros, área de configuração e montagem de réguas de bornes, área administrativa e financeira , bem como espaço útil para fabricação local. A expectativa da empresa é que, assim entrar em operação, a capacidade de estoque e de produção de réguas seja triplicada, acomodando até 120 funcionários.

A Wago tem hoje a maior parte de suas receitas atrelada à conexão elétrica. No Brasil, a proporção é de 65% para conexão elétrica e 35% para automação.

Contudo, seguindo a estratégia mundial da empresa de fortalecer os negócios em automação, até 2017 essa área já deverá representar 50% do faturamento da companhia no país. Para isso, serão lançados diversos produtos ainda em desenvolvimento. No que se refere à conexão elétrica, os investimentos se concentrarão no segmento de automação predial, com a ampliação de consultores técnicos e promotores de vendas.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

CPFL Energia Renováveis obtém lucro de R$ 18,1 milhões Valores são referentes ao terceiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano anterior, empresa havia apresentado prejuízo de R$ 16 milhões

Entrada em operação comercial do Complexo Eólico Atlântica contribuiu para o aumento de 38% da produção energética da CPFL Energias Renováveis no terceiro trimestre de 2014 ante igual período de 2013.

A CPFL Energias Renováveis S.A. também

Em relação à sua produção de energia, no

pode ser dito do por tfólio hídrico da empresa.

divulgou seus resultados financeiros do

terceiro trimestre deste ano, a CPFL Renováveis

A geração de energia das PCHs teve redução

terceiro trimestre de 2014 no último mês

informou que gerou 1.250 GW, representando

de 34% no terceiro trimestre deste ano - 91

de novembro. A companhia obteve no

um aumento de 38% perante a 2013. Com

GWh - em comparação com o mesmo período

determinado período um lucro líquido de R$

destaque para a produção energética de seus

de 2013, isto por causa da crise hidrológica

18,1 milhões. Dado a ser comemorado, já

parques eólicos, que obteve acréscimo de 96%

verificada desde o início do ano.

que, no terceiro trimestre de 2013, a CPFL

em relação ao terceiro trimestre do ano passado,

havia apresentado um prejuízo de R$ 16

chegando a 710, 1 GWh. Segundo a empresa,

como a entrada em operação das usinas Bio

milhões. A receita líquida apresentada foi

este aumento ocorreu devido a entrada em

Coopcana, em agosto de 2013, e Bio Alvorada,

de R$ 344 milhões, acréscimo de 28% em

operação comercial dos complexos eólicos

em novembro de 2013, antecipação da safra

relação a igual período do ano anterior. Já

Atlântica e Santa Clara, a conclusão da aquisição

em 2014 e maior geração de bio éster, fez

o Ebitda somou R$ 218 milhões, aumento

dos parques eólicos de Rosa dos Ventos e a

com que a geração proveniente de biomassa

de 47% ante 2013, enquanto a margem

maior disponibilidade dos aerogeradores nos

fosse responsável por 29% da produção no

Ebitda alcançou 63%. O saldo em caixa da

complexos eólicos SIIF e Bons Ventos.

terceiro trimestre deste ano, subindo 32% em

companhia, no terceiro trimestre de 2014, é

Se os ventos deram um impulso na

relação ao obtido no mesmo período do ano

de R$ 780 milhões.

produção energética da CPFL, o mesmo não

anterior.

Falta de chuvas, que associada a fatores


O Setor Elétrico / Novembro de 2014

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AES Eletropaulo moderniza sistema de manutenção preventiva da rede de distribuição Inovação consiste em um veículo equipado com uma câmera termográfica e visual, que capta as temperaturas das conexões e equipamentos da rede, utilizando recursos de estabilidade e nitidez controlada remotamente

Com o objetivo de oferecer mais segurança a seus

clientes e técnicos da AES Eletropaulo, a concessionária que distribui energia elétrica para a capital paulista e Grande São Paulo, se modernizou. A empresa implantou novos equipamentos e metodologias para o processo de inspeção termográfica de sua rede elétrica, sistema que auxiliará na manutenção preventiva da rede de distribuição.

A inovação consiste em um veículo equipado em sua parte

superior externa com uma câmera termográfica e visual, que capta as temperaturas das conexões e equipamentos da rede, utilizando recursos de estabilidade e nitidez controlada remotamente. Isso só se torna possível porque na parte interna do carro há uma mesa de operações instalada com softwares e monitores integrados que registram as informações captadas pela câmera.

O gerenciamento dos dados da mesa de operação é feito por dois profissionais da AES Eletropaulo que ficam dentro do veículo. Eles também têm acesso a um

mapa digitalizado da rede de distribuição que permitem a localização dos pontos a serem reparados.

Conforme o diretor de engenharia da AES Eletropaulo, Anderson de Oliveira, a operação do novo veículo, com as tecnologias implantadas, já vem contribuindo para

uma “melhor manutenção preventiva e um fornecimento de energia elétrica aos nossos clientes com maior eficiência e qualidade”.


Painel de empresas

30

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Sil comemora 40 anos de fundação Motivos de alegria da empresa se explicam também pelo aumento de produção de fios e cabos em 2014, que passou de 22 mil toneladas para 28 mil toneladas

A Sil completa em dezembro de 2014,

seus 40 anos de fundação. Mas os motivos de comemorações da companhia neste ano se estendem além da data de aniversário. Isto porque a empresa ampliou sua produção de 22 mil toneladas para 28 mil toneladas de fios e cabos.

Outas razões animam a fabricante após

quatro décadas de existência. Conforme a empresa, desde que iniciou suas operações, a Sil já aumentou em mais de 50% sua área construída, em 40% sua produção e em 15% seu faturamento, tornando-se uma das principais companhias do segmento.

Atualmente, a Sil conta com 380

funcionários e uma equipe de mais de 80 representantes, e está presente em cerca de 8

Empresa conta com parque fabril instalado em um terreno de 30.000 m² em Guarulhos (SP).

mil pontos de venda em todo o Brasil.

Febraban e Instituto Akatu lançam ferramenta para consumo consciente O aplicativo “Nossa Energia” é composto por uma calculadora que identifica os gastos conforme os eletrodomésticos e o consumo da residência, pelo jogo “Apagão” e por dicas práticas para economia de energia

O Instituto Akatu, ONG que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente,

lançou em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o aplicativo “Nossa Energia”, com o objetivo de auxiliar o brasileiro a economizar os recursos naturais do planeta. A ferramenta é composta por uma calculadora que identifica os gastos de acordo com os eletrodomésticos e o consumo da residência, o jogo “Apagão” e dicas práticas para a economia de energia. Iniciativa do programa educação financeira da Febraban, o por tal www.meubolsoemdia. com.br, está disponível para download gratuito no Google Play (play.google.com/store/apps/details?id=br.com.soundy. nossaenergia), apenas para smar tphones da versão Android.

O diretor-presidente da Instituto Akatu, Helio Mattar, explica que o aplicativo, além de informar e sensibilizar para

uso eficiente de energia, revela ainda como os hábitos do consumo de um produto ou serviço podem ter impactos sobre várias dimensões da nossa vida. “O consumo consciente é também entender essa relação e agir para causar menos impactos negativos sobre a sociedade, a economia e o meio ambiente”, diz Mattar.

De acordo com o diretor de educação financeira da Febraban, Fábio Moraes, a ferramenta mostra que o uso

eficiente da energia pode se refletir, também, em economia financeira. Neste sentido, o ponto alto do aplicativo é a calculadora de energia, que contabiliza em quilowatt o gasto segundo a quantidade de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos do usuário. Para utilizar é simples, basta cadastrar a quantidade exata de equipamentos que o usuário possui em sua residência e, depois disso, a ferramenta fará uma conta baseada nos equipamentos contabilizados e mostrará um preço estimado deste consumo energético. No fim, será possível verificar os equipamentos que consomem

Parte do aplicativo, a calculadora de energia contabiliza em quilowatt o gasto segundo a quantidade de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos do usuário.

mais energia e ponderar sobre o seu melhor uso.

Conforme a Febraban, o aplicativo é o segundo de uma série sobre o consumo consciente que será lançada ainda este ano.


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O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Elspec apresenta novas tecnologias em seminário Empresa israelense reuniu parceiros e clientes para divulgação de novos produtos e troca de experiências em São Paulo

Entre os dias 10 e 12 de novembro, a empresa

israelense Elspec, especializada em soluções voltadas para qualidade da energia elétrica, realizou um seminário, em que apresentou novos produtos e tecnologias para parceiros e para representantes da empresa no Brasil e em outros países da América Latina.

O objetivo foi ampliar a divulgação dos novos

produtos que mesclam soluções em qualidade da energia com eficiência energética. “Queremos expor essas soluções, mostrar que é possível ter uma produção eficiente sem grandes custos e sem que seja necessária a troca de equipamentos”, afirmou o gerente de desenvolvimento de negócios na América Latina e Asia da Elspec, Aviad Peretz.

Peretz refere-se às novas tecnologias que foram

apresentadas durante o seminário. A primeira diz respeito ao novo modelo desenvolvido para implantação de eficiência energética em instalações elétricas com

Elspec apresentou suas novas tecnologias em seminário realizado em São Paulo.

uso adequado da compensação reativa e controle de tensão; a outra é o Blackbox DFR, uma unidade avançada de controle com funções automatizadas de medição de qualidade de energia e sequência de eventos, um sistema inteligente de gravação de faltas que faz análises automatizadas e emite relatórios. Outra novidade ainda é o PureBlack Box, um analisador de qualidade de energia portátil.

Na avaliação de Peretz, há uma grande expectativa de projetos na área de eficiência energética. “A ideia é que o Brasil e toda a América Latina sejam

as regiões que mais cresçam nessa área, diferentemente da Europa, que já tem quase todas as possiblidades esgotadas. Aqui há mais opor tunidades e espaço para tecnologia”, afirmou.

Outros seminários no mesmo molde deverão ser realizados em 2015 – um deles já programado para acontecer em Singapura e outro na Europa.

A Elspec, que faturou 30 milhões de dólares em 2013, conta com escritórios nos Estados Unidos, Por tugal e Índia. No Brasil, é representada pela Ação Engenharia e pela Kron Medidores.


Evento

32

Por Massimo Di Marco*

Matelec

17ª edição da Matelec 2014 movimenta mercado eletroeletrônico na Europa Setores como hotelaria, residencial, varejo e indústria foram foco dos negócios realizados em uma das principais feiras do setor. Eficiência energética volta a ser protagonista do evento com a campanha “Nas instalações de sua casa ou empresa, escolha qualidade e confiabilidade”

Madri foi palco, mais uma vez, de uma

Durante os quatro dias de evento, um total

No que se refere à visitação, os números

das principais feiras mundiais do setor

de 37 mil profissionais participou da Matelec,

mostraram acréscimo de 4% no número

eletroeletrônico. A 17ª edição do Salão

que, além da atividade comercial, contou

de visitantes de comércio internacional na

Internacional de Soluções em Engenharia

com uma agenda constituída por mais de 70

comparação com a última edição, realizada

Elétrica, Eletrônica e Automação (Matelec

conferências e eventos, incluindo conferências,

em 2012, com destaque para o europeu

2014), organizada pela Ifema, foi realizada

mesas-redondas, palestras e apresentações que

(particularmente da Itália, Alemanha, França

entre os dias 28 e 31 de outubro, reunindo

abordaram numerosos e diversos aspectos de

e Reino Unido), Norte da África (Marrocos

547 empresas expositoras de 23 países.

oportunidades de carreira e mercado.

e Tunísia) e América Latina (especialmente


33

Matelec 2014 recebeu 37 mil visitantes provenientes de diversos países, inclusive do Brasil.

Brasil, Chile, Colômbia e México).

áreas de iluminação, robótica e automação,

é o retrofit, ou seja, as instalações de muitas

da

contribuindo para um melhor desempenho

construções antigas estão sendo reformadas”.

Matelec, a feira contou com diferentes perfis

do setor industrial, comercial, rede hoteleira,

Calleja informou ainda que a exportação de

de visitantes, desde profissionais de instalação,

saúde e residencial.

produtos ligados a energia elétrica cresceu

engenheiros de manutenção, fabricantes e

Questionado sobre a importância da

nos últimos 12 meses 7%, configurando, assim,

distribuidores (58% deles) a usuários finais,

Matelec 2014 para Espanha e para o cenário

como um fator positivo ante a crise.

especialmente

construção,

internacional, Calleja comenta que a feira

Na opinião do CMO da Ormazabal, Volkan

interessados nas tecnologias e inovações

acontece a cada dois anos e é considerado o

voltadas para eficiência energética.

maior evento industrial da Espanha e um dos

Segundo

divulgou

do

a

organização

setor

da

Matelec,

maiores voltados para a engenharia elétrica,

especialmente em outros países, a Amec é

cuja mensagem principal é disponibilizar o

uma associação multissetorial constituída

lugar mais adequado e mais oportuno, tendo

por empresas industriais com vocação para

em vista que Madri concentra os maiores

exportação. Reúne cerca de 400 pequenas,

eventos comerciais do Sul da Europa.

médias e algumas grandes empresas com

objetivo de melhorar a competitividade,

localização geográfica estratégica, uma vocação

facilitando assim a internacionalização e

para exportações e importações entre países

inovação destas empresas. A diretora da Amec,

vizinhos como França, Portugal, Itália, norte

Angela Lalatta, conta que a Amec participa de

da África e todos os pontos de conexão

outros eventos internacionais, como Middle

com a América Latina, o que é facilitado pela

East Electricity, em Dubai; Hannover Messe, na

compreensão do idioma.

Alemanha; e Light & Building, em Frankfurt, na

Alemanha.

que assola os países europeus, o setor da

Na opinião do diretor da Matelec, Raul

construção civil espanhola é um dos mais

Calleja, a proposta do evento 2014 gira

afetados. Sobre esta questão, Calleja entende

fundamentalmente em torno das tecnologias

que surgem daí muitas oportunidades. “O

que contribuem para uma melhor gestão da

setor industrial, por exemplo, está conseguindo

eficiência energética, possibilitando assim

sair com maior velocidade da crise; outro

conhecer todas as novas tecnologias nas

segmento que está respondendo bem à crise

Uma

das

promotoras

da

A feira permite ainda, por conta de sua

Conhecedores da realidade de uma crise

Para o diretor da Matelec, Raul Calleja, eficiência energética foi um dos grandes destaques do evento.


34

Evento

Matelec

Rodadas de negócios foram promovidas pela Amec durante a Matelec.

marketing

norte-africano, garantindo proximidade juntos

global da empresa, sua presença na Matelec

aos seus clientes bem como prospecção de

foi a promoção do II Prêmio Matelec de

2014 se deve pela importância e prestigio

novos negócios.

Inovação e Eficiência Energética, organizado

que a feira representa, atraindo importantes

Atuando há mais de 20 anos no Brasil

conjuntamente pela Matelec e pela Associação

players do mercado e, sobretudo, importantes

com sistemas de testes e diagnóstico de

dos Fabricantes de Materiais Elétricos (AFME).

fabricantes espanhóis. Para ele, o Brasil, por

equipamentos

subestação, Hedgecock

O objetivo foi valorizar e premiar os produtos

fazer parte dos BRICs, já se configurava

enfatizou que o mercado brasileiro continua

que se destacam por incorporar alguma

como um importante alvo de negócios e

sendo muito importante para a Omicron.

inovação tecnológica, design e que introduzam

esta

Ozsokmen,

responsável

pelo

de

Nesse sentido, um dos pontos de destaque

drasticamente

“Mesmo com as dificuldades da economia

melhoras no rendimento energético do próprio

com o advento da crise europeia. Além do

apresentadas nos últimos anos, a Omicron

produto ou da instalação. Outra premiação foi

Brasil, alguns países sul americanos, africanos,

mantém a confiança nas oportunidades de

concedida ainda a projetos que se destacaram

asiáticos e do oriente médio também são

negócios brasileiras nos próximos anos e para

pela contribuição com a eficiência energética

focos de atenção e investimentos. Ozsokmen

isso conta com importante apoio local da

nos âmbitos da automação residencial e

torce para que a economia brasileira retome

empresa Adimarco”, destacou.

predial.

relevância

aumentou

seu espaço de destaque em 2015 e assim não

Eficiência energética e desenvolvimento como fatores de crescimento

A eficiência enérgica dominou os debates

contou com um espaço reservado de B2B, para

América Latina, Andy Hedgecock, destacou

nas grades e atividades paralelas ao longo da

que expositores se reunissem com mais de

os principais motivos que o levaram a expor

feira, deixando de preencher o papel de fim,

500 compradores internacionais convidados

na Matelec: apresentação de novos produtos,

mas se tornando um meio de agregar valor

de todo o mundo para aproveitarem a

reforçar a boa imagem que a Omicron detém

em benefícios ligados diretamente à sociedade,

oportunidade internacional de relacionamento

junto aos visitantes de Matelec oriundos de

como economia, bem-estar, segurança, impacto

proporcionada através dos programas de

vários mercados, como espanhol, português e

ambiental, sustentabilidade, entre outros.

workshops e de encontros comerciais.

perca mais espaço para economias que vêm se destacando no cenário internacional como México e Colômbia.

Já o gerente comercial da Omicron na

B2B Matelec – rodadas de negócios A exportação, tema chave da Matelec 2014,


35


Evento

36

Matelec

Premiações agraciaram produtos e projetos que prezaram pela eficiência energética e inovação tecnológica.

Um dos convidados a participar desta rodada de negócios, João Carlos, da empresa

Matelec Latino Americana em 2015

Os trabalhos já começaram e contará com

a participação de países como Brasil, México,

Jonfra Automação, fez parte da delegação

Com a eficiência energética de pano

Colômbia, Peru, Argentina, entre outros. Com

brasileira a visitar a Matelec, que contou com

de fundo, a Ifema levará, pela primeira vez,

previsão para ser realizada entre os dias 8 e

a participação de sete empresas atuantes

a Matelec para a América Latina com o

10 de julho, a expectativa é grande quanto à

na área da engenharia elétrica. João Carlos

objetivo de replicar o modelo europeu, mas

participação de profissionais e expositores

conta que aceitou o convite com o objetivo

com a participação de profissionais latino-

brasileiros, devido à facilidade e à proximidade

de conhecer a feira e principalmente analisar

americanos. Em 2015, a Matelec desembarcará

entre os dois países, com mais de cinco voos

soluções disponíveis no mercado com melhor

em Santiago, no Chile.

diários com duração de três horas e meia.

viabilidade econômica e tecnológica dentro da área de automação, comunicação e instalação elétrica. Atuando no Brasil há 23 anos no mercado de engenharia na fabricação de painéis elétricos para automação, distribuição e controle, aprovou sua participação no evento.

Outro convidado participante da caravana

brasileira foi o vice presidente para a América Latina

da

empresa

Lemcon, Alexandre

Tude. Com soluções voltadas para área de telecomunicações, Tude comenta que esta é a sua segunda participação e espera ter o mesmo resultado na participação anterior, concretizando novos negócios com empresas locais.

Espaço B2B promoveu a interação entre empresas expositoras e visitantes compradores internacionais.

*Massimo Di Marco é diretor da revista O Setor Elétrico e viajou a Madri a convite da Amec.


Apoio

37

CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa

38

Capitulo XI – Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 2

• Locais onde falhas internas ocorrem mais frequentemente • Contexto na baixa tensão • Novas definições e nomenclaturas

INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi

44

Capítulo XI – Autovistoria x inspeção

• Histórico • Entendendo as reações • Os primeiros resultados • Os propósitos

MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino

52

• Introdução • Definições de descargas parciais • Considerações finais

ATERRAMENTO DO NEUTRO Paulo Fernandes Costa Capítulo V – Transformadores de aterramento – Parte I

• Casos típicos de necessidade dos transformadores de aterramento • Tipos de transformadores de aterramento • Operação dos transformadores de aterramento • Cálculo da potência dos transformadores de aterramento

60

Fascículos

Capítulo XI – Avaliação da condição de transformadores de potência


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

38

Capítulo XI Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 2 Comparativo dos requisitos de ensaio de arco interno em MT Por Luiz Felipe Costa*

Em continuidade ao capítulo anterior, um

aos ensaios de verificação de desempenho diante de

comparativo básico entre os documentos da IEC e do

efeitos de um arco interno em conjuntos de manobra

IEEE sobre as principais características relacionadas

e controle de MT é apresentado na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Comparativo básico entre ANSI e IEC para ensaio de arco interno Característica

ANSI C37.20.7

IEC 62271-200

1.1

Montagem no plano vertical e plano horizontal

Montagem no plano vertical e plano horizontal

1.2

150 mm x 150 mm

150 mm x 150 mm

1.3

Algodão – 150 g/m2

Algodão – 150 g/m2 (tipo A)

N.A.

Algodão – 40 g/m2 (tipos B e C)

Tampas e coberturas não devem abrir, se fechadas de

Tampas e coberturas não devem abrir se fechadas de

forma correta

forma correta

Não pode ocorrer a fragmentação do invólucro (ejeção

Não pode haver ejeção de partes perigosas

1.0

Indicadores para verificação os efeitos térmicos de gases

1.4 2.0

Avaliação do ensaio

2.1

Critério # 1 (para proteção pessoal)

2.2

Critério # 2 (para proteção pessoal)

de partes) 2.3

Critério # 3 (para proteção pessoal)

Não pode haver perfuração das partes acessíveis

Não pode haver perfuração das partes acessíveis

2.4

Critério # 4 (para proteção pessoal)

Tanto os indicadores verticais quanto horizontais não

Tanto os indicadores verticais quanto horizontais não

podem ter se inflamado

podem ter se inflamado

Tipo 1(A) – Acesso somente frontal a 100 mm (ver nota

Nota: Esta classificação IEEE equivale a IAC A/B - F

2.5 3.0 3.1

Acessibilidade

ao lado) 3.2

Tipo 2(A) – Acessos frontal, lateral e traseiro a 100 mm Nota: Esta classificação IEEE equivale a IAC A/B - FLR (ver nota ao lado)


Apoio

39

Característica 3.3

3.4

ANSI C37.20.7

IEC 62271-200

Tipo 2B – Similar ao 2(A), com a porta do compartimento

IAC A: Pessoal Autorizado. Distância dos indicadores

de controle (BT) aberta

igual a 300 mm +/- 15 mm

Tipo 2C – Similar ao 2(A), com a verificação da

IAC B: Público em geral.

suportabilidade aos efeitos do arco entre compartimentos

Distância dos indicadores igual a 100 mm +/- 5 mm

3.5

IAC C: Equipamentos montados em postes.

3.6

Condição de acesso especial (caminhar sobre a estrutura, por exemplo): indicador de algodão com 40 g/m2

4.0

Início do arco

Fio de diâmetro de 0,5 mm / 24 AWG

Fio de diâmetro de 0,5 mm

5.0

Valor de crista do primeiro semiciclo

Calibrado para 2,6 vezes o valor eficaz de I’’k

Calibrado para 2,5 ou 2,6 vezes o valor eficaz de I’’k,

6.0

Duração do teste

6.1

“Burn-through”

segundo a frequência Valor preferido de 500 ms, sendo o mínimo de 100 ms

Pelo menos 100 ms

Nota: Tanto a norma IEC quanto o guia do IEEE demandam que todos os cinco critérios de avaliação sejam atendidos.

Locais onde falhas internas ocorrem mais frequentemente e as possíveis medidas preventivas

a probabilidade de ocorrência de falhas internas em conjuntos de manobra e controle de média tensão.

A fim de complementar as medidas preventivas sugeridas

Com base nas experiências adquiridas ao longo do uso

na Tabela 2, é fortemente recomendável que o projetista ou

dos conjuntos de manobra e controle, é apresentada, na

usuário de um conjunto de manobra e controle consulte,

Tabela 2, uma combinação das tabelas “102” da norma

também, a seção B2 do guia IEEE Std C37.20.7. Além de

técnica IEC 62271-200 e da “B.1” da IEEE Std C37.20.7-

orientações relativas à instalação, operação e manutenção

2007, com alguns dados e avaliações relativas aos locais,

deste tipo de equipamento, o leitor encontra várias análises

causas e exemplos de medidas identificadas para diminuir

rápidas sobre estratégias de engenharia para mitigar os níveis de


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

40

energia presente e, assim, diminuir os riscos associados a estes

62271-200, que, conforme já comentado, visa indicar formas

equipamentos. Pode-se dizer que esta literatura complementa

complementares de proteção para aumentar a segurança das

as sugestões presentes na seção “8.104.3” da norma IEC

pessoas no caso de ocorrência de um arco interno.

Tabela 2 – Locais e causas de falhas internas Locais

onde falhas internas ocorrem

Possíveis

causas

Exemplos

de medidas preventivas

com mais frequência

Projeto Inadequado

Seleção de dimensões adequadas Evitar que as conexões em cabos se cruzem

Instalação defeituosa

No local deve ser feito comissionamento por pessoal especializado Uso dos valores corretos de torque

Compartimento de conexões (por cabos e/ou barramentos)

Fazer inspeções regulares e ensaios dielétricos periódicos ou contínuos no local

Falha em isolamento sólido ou fluido (defeito ou ausência)

Verificar regularmente, onde aplicável, o nível / pressão dos fluidos Intertravamentos Reabertura retardada

Seccionadoras, chaves com abertura sob carga (interruptores) e chaves de aterramento

Operação indevida

Manobra manual independente Capacidade de estabelecimento em curto-circuito Instruções a pessoal qualificado Uso de acabamentos superficiais (prata, estanho, etc.), anticorrosivos e/ou graxas

Corrosão

Revestimento protetor onde for possível

Conexões aparafusadas e contatos Montagem defeituosa

Inspeção por meios adequados Uso dos valores corretos de torque

Transformadores de instrumentos

Ferrorressonância

Evitar estas influências elétricas por meio de projeto adequado do circuito

Disjuntores

Manutenção inadequada

Manutenção regular programada Instrução a pessoal qualificado Limitação de acesso pelo uso de compartimentação

Erro humano

Isolamento das partes vivas

Envelhecimento do dielétrico

Ensaios periódicos ou contínuos de verificação do dielétrico

Poluição, umidade, penetração de animais, poeiras, etc.

Prevenir tais condições de serviço ou adotar medidas que

Instruções a pessoal qualificado

Todos os locais

permitam o conjunto lidar com as elas Proteções contra surtos de tensão Sobretensões

Coordenação adequada de isolamento Ensaios dielétricos no local

Contexto na baixa tensão

a uma falha interna em conjuntos de manobra e controle

Por conta dos riscos associados a um arco interno

de baixa tensão, a IEC adota como guia para ensaios o

dentro de um conjunto de manobra e controle de potência

relatório técnico (“Technical Report”) IEC/TR 61641 [5]. E

em baixa tensão, existe, também, em casos específicos, a

este documento, que não é uma norma técnica, apresenta a

solicitação, por parte do usuário, de se adotar uma solução

seguinte história de emissões:

que apresente baixa probabilidade de ocorrência de uma falha interna ou, então, que seja resistente aos efeitos de

• 1996: publicação da 1ª edição.

um arco elétrico.

• 2008: publicação da 2ª edição.

• 2014 (setembro): publicação da 3ª edição (atual).

Quando se aborta o tópico referente a um arco devido


Apoio

41


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

42

A cultura ANSI/NEMA adota as diretrizes do guia

3. Duração permissível do arco (tarc: “Permissible arc

elaborado pelo IEEE, que atende tanto a conjuntos de

duration”): é o máximo valor do tempo de duração de

manobra e controle de média quanto baixa tensão,

um arco que não se autoextingue ou é limitado por um

conforme

Entretanto,

dispositivo limitador de corrente. Este valor pode diferir

é fundamental atentar para o fato de que qualquer teste

para partes distintas de um mesmo conjunto. O valor

mencionado,

anteriormente.

efetuado tem um caráter orientativo de como o conjunto

mínimo, solicitado no documento da IEC para a verificação

deverá se comportar, sem, necessariamente, cobrir todas as

de arco nas condições descritas anteriormente, é 100 ms;

possíveis eventualidades.

Grandes usuários em importantes segmentos no mercado

4. Corrente de curto-circuito condicional permissível sob

brasileiro começam a pedir características de desempenho

condições de arco (Ipc_arc: “Permissible conditional short-

de Conjuntos de Manobra e Controle de Potência em Baixa

circuit current under arcing conditions”): é o máximo valor

Tensão frente a um arco interno. Para esta condição, a

eficaz permitido da corrente de curto-circuito presumida

referência adotada tem sido a IEC, aplicando-se o relatório

nos terminais de entrada de um conjunto, declarado pelo

técnico IEC TR 61641.

fabricante, para uma dada tensão operacional (Ue), na qual

Como a nova edição deste documento da IEC é muito

um circuito do conjunto é capaz de atender aos requisitos

recente e com uma abordagem e roupagem diferentes do

da IEC, quando o circuito é protegido por dispositivo

que foi visto para os painéis de MT, o primeiro passo nesta

limitador de corrente ou por dispositivo de mitigação de

fase deste trabalho é familiarizar-se com termos e conceitos

falha por arco com função de limitação de corrente;

novos apresentados no documento. 5. Zona protegida contra ignição de arco (“Arc Ignition

Novas definições e nomenclaturas

Protected Zone”, antiga “Arc Free Zone”): parte de um

A nova revisão (3ª Edição, de setembro de 2014) do

circuito dentro de um conjunto de manobra e controle onde

relatório técnico IEC/TR 61641 traz um nova nomenclatura,

medidas específicas são adotadas para garantir que o início

além de algumas novas definições. Por conta disso, elas são

de uma falha com arco seja uma possibilidade remota;

apresentadas, a seguir, de forma sucinta e numa tradução livre, visando auxiliar o leitor na compreensão desta

6. Zona ensaiada para condições de arco (“Arc Tested

terminologia:

Zone”, antiga “Arc Proof Zone”): parte de um circuito ou compartimento onde é iniciado um arco e todos os critérios

1. Corrente de curto-circuito permissível sob condições

de avaliação solicitados para o(s) ensaio(s), segundo a IEC

de arco autoextinguível (Ips_arc: “Permissible short-circuit

TR 61641, são atendidos;

current under self-extinguishing arcing conditions”): é o máximo valor eficaz permitido da corrente de curto-

7. Conjunto de manobra e controle avaliado para condições

circuito presumida nos terminais de entrada de um

de arco interno (“Arc Verified Assembly”, antiga “Arc Proof

conjunto, declarado pelo fabricante, para uma dada tensão

Assembly”): conjunto de manobra e controle que apresenta

operacional (Ue), na qual o equipamento é capaz de atender

zonas protegidas contra a ignição de um arco e/ou ensaiadas

aos requisitos da IEC TR 61641 pela autoextinção do arco,

para as condições de arco;

sem a operação de nenhum dispositivo de proteção; 8. Dispositivo de mitigação de falha por arco interno (“Arc 2. Corrente de curto-circuito permissível sob condições de

Fault Mitigation Device”): dispositivo que opera somente

arco (Ip_arc: “Permissible short-circuit current under arcing

no caso de um arco elétrico devido a uma falha interna e

conditions”): é o máximo valor eficaz permitido da corrente

que reduz o tempo de duração do mesmo;

de curto-circuito presumida nos terminais de entrada de um conjunto, declarado pelo fabricante, para uma dada

9. Classes (de condições) de arco (“Arcing classes”):

tensão operacional (Ue), na qual o equipamento é capaz de

classificação dada um conjunto ou parte dele conforme

atender aos requisitos definidos pela IEC TR 61641;

as diferentes formas de proteção fornecida contra falhas


Apoio

43

com arco: proteção humana, limitação dos danos a

IEC TR 61641: Enclosed low-voltage switchgear and

parte do conjunto e capacidade de operação limitada do

controlgear assemblies – Guide for testing under conditions

equipamento.

of arcing due to internal fault; Edition 3.0. International Electrotechnical Commission, 2014.

Referências IEC 62271-200: High-voltage switchgear and controlgear – Part 200: AC metal-enclosed switchgear and controlgear for rated voltages above 1 kV and up to and including 52 kV; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. IEC 61439-1: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules; Edition 2.0. International

IEC 62271-4: High-voltage switchgear and controlgear – Part 4: Handling procedures for sulphur hexafluoride (SF) and its mixtures; Edition 1.0. International Electrotechnical Commission, 2013. IEC 60529: Degrees of protection provided by enclosures (IP Code); Edition 2.2. International Electrotechnical Commission, 2013.

Electrotechnical Commission, 2011. IEC 61439-2: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. IEEE Std C37.20.7: IEEE Guide for Testing Metal-Enclosed Switchgear Rated Up to 38 kV for Internal Arcing Faults. Institute of Electrical and Electronic Engineers, 2007.

*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

44

Capítulo XI Autovistoria x inspeção Por Marcus Possi*

Encerraremos essa série de artigos fazendo

Janeiro, desabou e levou junto mais dois prédios.

abordagem a uma nova prática de inspeção.

Várias pessoas morreram nessa tragédia e a causa

Nova porque as inspeções tratadas a seguir

de suas mortes não está diretamente ligada aos

foram realizadas a partir de março de 2013

seus conhecimentos. Obras ditas irregulares, a

no município do Rio de Janeiro (RJ). O tema

falta de manutenção, entre outras, foram as causas

“autovistoria” agora se alicerça nas técnicas de

desse acidente. Claro que toda a construção

inspeção e suas ferramentas.

está sujeita a falhas, mas todas as construções também têm o seu estado acompanhado por um

Histórico Por conta de diversos fatores e acidentes

responsável, seja administrativo ou técnico.

Deve-se observar nesse fato que prédios

com desabamento de prédios, casas de show e

adjacentes,

explosões por conta das instalações precárias de

mesmo que em estado rigidamente regular de

gás no Rio de Janeiro, as vistorias e inspeções

cuidados, manutenções e preservações, foram

foram realizadas neste município.

drasticamente atingidos. Outro ponto a observar

assim

como

seus

ocupantes,

é que os transeuntes que andavam pelas ruas Entendendo a motivação

próximas e que relataram o acontecimento como

Edifício Liberdade

“inacreditável” também estavam sujeitas às

Em 25 de janeiro de 2012, o Edifício Liberdade,

consequências desse desastre. Um especialista

um prédio com 20 andares no Centro do Rio de

consultado

na

ocasião

comentou

que

um

prédio com mais de 40 anos e nenhum sinal de deterioração não teria por esses motivos entrado em colapso, a causa com certeza seria outra, e apontou “obras irregulares” ou “falta de manutenção” como as principais. Junte-se a isso que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) mostrou que o último registro de reformas no prédio datava de 2009. Resumo:

Uma

assistência

técnica

formal,

manutenção periódica e profissionais habilitados Figura 1 – Edifício Liberdade.

no apoio às instalações evitariam essa tragédia local, que de forma indireta também afetou a


Apoio

45

outros.

instalações elétricas foi a principal suspeita.

Restaurante Filé Carioca

Há o relato de que o restaurante utilizava botijões de

Em 13 de dezembro de 2011, um vazamento de gás foi

gás de grande porte, armazenados de forma indevida. Os

apontado pelos bombeiros como a causa de uma explosão

destroços invadiram parte da Praça Tiradentes e alguns

que deixou três mortos e 17 feridos no centro do Rio de

prédios vizinhos tiveram os vidros quebrados.

Janeiro.

Resumo: Uma assistência técnica formal, manutenção

Situado em local de grande concentração de pessoas

periódica e profissionais habilitados no apoio às instalações

e de alta fluência de passantes, um vazamento de

evitariam essa tragédia local, que de forma indireta também

grandes proporções, culminando com a passagem de um

afetou outros.

fim de semana podem ter sido a causa dessa tragédia. Incêndio em prédios

Um funcionário acender uma luz ou algo parecido nas

Em outubro de 2014, um incêndio atingiu um prédio

em Ipanema, na zona sul do Rio, onde ficava a antiga lanchonete Chaika. Bombeiros do quartel de Copacabana e Botafogo foram acionados e conseguiram conter as chamas. Ninguém ficou ferido.

Uma das faixas da rua Visconde de Pirajá, a principal

do bairro, foi interditada para o trabalho dos bombeiros, na altura da rua Joana Angélica. Houve engarrafamento. Segundo moradores, esta foi a segunda vez naquele mês que o prédio pegou fogo. Os vizinhos do estabelecimento Figura 2 – Destroços do acidente no restaurante Filé Carioca.

afirmam que estão preocupados com a reincidência.


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

46

deveriam ser efetuadas por profissionais ou empresa, legalmente habilitados nos seus Conselhos Profissionais, emitindo laudo técnico atestando as condições da edificação, mas cabendo apenas ao responsável pelo imóvel a comunicação desse ato à Prefeitura por intermédio de meios eletrônicos.

Nessa resolução podemos ver com clareza a lembrança das

obrigações técnicas, onde os engenheiros devem não só realizar vistorias e elaborar laudos técnicos informando as condições de conservação, estabilidade e segurança da edificação, mas também indicar, se necessário, medidas corretivas, preventivas e o prazo para execução das obras necessárias, mas também o recolhimento Figura 3 – Incêndio em lanchonete localizada no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro.

da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Em agosto de 2014 um prédio no centro do Rio tem princípio de

possível manutenção periódica e uso apenas de profissionais

incêndio, possivelmente, provocado por curto-circuito. Atingindo

habilitados nas edificações, prevê as tragédias, que de forma

parte do 13º andar do prédio no centro do Rio, o incêndio teria

indireta também leva suas consequências aos outros.

Resumo: a existência de assistência técnica formal, registro de

sido causado por um curto-circuito na casa de máquinas do

Os primeiros resultados

elevador. Ninguém ficou ferido nesse caso. Resumo: Uma assistência técnica formal, manutenção periódica

e profissionais habilitados no apoio às instalações evitariam essa

a produção de laudos para 270 mil imóveis no município do Rio

tragédia local, que de forma indireta também afetou outros.

de Janeiro foi de oito meses e depois mais seis, muitas anomalias

Com tamanha empreitada, devo avisar aqui que o tempo para

foram detectadas.

Entendendo as reações

Em face de tantos eventos particulares que se estendem a

profissionais, o Conselho de Engenharia e Arquitetura e Agronomia

outros de forma indireta, assim como entender que a vida humana

do Estado do Rio de Janeiro, assim como o Sindicato dos Engenheiros

é algo valioso e que deve ser preservado, as autoridades estaduais

do Rio de Janeiro e o Clube de Engenharia, não conseguiram retirar

Mesmo com um trabalho intenso de palestras e ciclos de debates

e municipais se empenharam com os representantes da sociedade

do mercado profissional contratado e contratantes, as dúvidas e

para promover estudos e ações efetivas que viessem a apoiar a

regras mais adequadas. Verificou-se de imediato que mexer no

melhor condição e estado aos ocupantes dos imóveis e seus

que não está bom, mas está quieto, de forma leviana e inadequada

afetados diretos e indiretos.

poderia trazer efeitos latentes à tona com maior velocidade e riscos

Desenvolveu-se, da mesma forma que as preocupações

aos envolvidos já citados. Assim, a importância do acompanhamento

do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na reedição da NR

de obras recomendadas de acerto se tornou mais importante que a

10 - Segurança em instalações em instalações e serviços em

própria autovistoria. Vale destacar a importância do desenvolvimento

eletricidade -, um trabalho especifico para inspeção e verificação

da norma ABNT NBR 16280:2014, que estabelece diretrizes para a

do estado, digamos que muitas vezes abandonado, das condições

reforma em edificações e entrou em vigor no dia 18 de abril de 2013,

dos prédios comerciais e residenciais. Os prédios públicos ficaram

logo após a Lei complementar 126 da prefeitura. Essa norma trata

por conta do próprio poder público.

das obras de reforma como qualquer outra obra, exigindo não só o

Chamou-se a isso de “Vistoria técnica de edificações”,

projeto, mas a verificação dos impactos que provoca na edificação ou

definindo que os responsáveis pelos imóveis deveram realizar

no seu entorno e que o serviço de reforma atenda a um plano formal

vistorias técnicas periódicas, com intervalo máximo de cinco

de diretrizes.

anos, verificando as condições de conservação, estabilidade

e segurança e garantindo, quando necessária, a execução das

atuam hoje no nosso mercado de forma “estranha”, ou seja, não

Marginal a tudo isso temos empresas e profissionais que

medidas reparadoras.

condizente com as melhores práticas técnicas ou éticas. Tratam-se

Para isso seguiu-se a emissão de uma lei estadual 6400,

de profissionais que não estão habilitados em atividades de

uma Lei Complementar nº 126/13 e um Decreto nº 37.426/13

engenharia, profissionais que exacerbam suas competências e

regulamentador. Nesses documentos ficou claro que tais vistorias

empresas que não estão aptas a promover essas ações.


Apoio

47


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

48

Resumo: faltam maiores entendimentos no mercado sobre o que

e de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) junto ao

significa uma assistência técnica formal, como montar um pano de

CAU/RJ, quando se tratar de arquitetos.

manutenção periódica, quais as competências necessárias para o

Diagnóstico: ART é destacada aqui, mas para um

exercício dessas atividades de modo a garantir e não existência de

profissional em exercício legal, isso é redundante.

tragédias e suas consequências. II - O laudo conterá a identificação do imóvel e de seu

Os propósitos

responsável, a metodologia utilizada, as informações sobre

Já discutido nos artigos anteriores, há uma técnica para

anomalias, suas características e prováveis causas, o prazo

promover qualquer inspeção ou aqui chamada de autovistoria. A

dentro do qual estarão garantidas as condições de segurança

primeira fase prevê entendimento do cenário, local, propósito e

e estabilidade e, sendo o caso, as medidas reparadoras ou

resultados esperados, além de preparação do material necessário

preventivas necessárias.

para a fase seguinte que é a execução da inspeção ou vistoria. A

Diagnóstico: a forma do documento é definida aqui no seu

última fase consolida, ainda dentro de técnicas, a produção de

mínimo de informações. Destaque para anomalia – prazo

materiais como relatórios e compilação de dados para entender

de recuperação – condições de segurança e estabilidade –

se há apenas um relatório técnico de inspeção (RTI), ou ainda

medidas reparadoras.

recomendações e plano de implantação.

Assim, na autovistoria predial, precisamos aqui identificar o

III - A qualquer momento, a partir do início da realização da

propósito dessa ação e os resultados esperados. A instalação aqui

vistoria, sendo verificada a existência de risco imediato ou

se restringe a prédios e edificações e não indústrias ou subestações

iminente para o público, o profissional responsável deverá

de concessionárias. O contexto é o uso dos moradores, visitantes,

informar imediatamente ao órgão municipal competente,

transeuntes e próximos a edificações e o seu modo de operar suas

para que sejam tomadas providências para o isolamento do

instalações elétricas. O conhecimento específico se estende às

local, quando cabível, em até vinte e quatro horas, dando

legislações municipais, onde por enquanto apenas encontramos

conhecimento do fato ao responsável pelo prédio, por escrito.

o Rio de Janeiro. Assim, para completar essa fase inicial, temos

Diagnóstico: a classificação das anomalias aqui passa

de entender o propósito da legislação, ou “elemento motor”

necessariamente pelo crítico e imediato, providências

desses serviços. Muitas vezes vemos profissionais exagerando

explicitas nesse caso (interdição e embargo) prazo já

ou entrando em “consciência” profissional que tornam mais completos os resultados, mas excedendo o propósito do pedido.

estabelecido. ( ...)

Isso, ainda que de forma subjetiva, pode distorcer não só o documento final, como os resultados de tempo e financeiros para

VI - O condomínio providenciará a manutenção predial

as reformas e acertos sugeridos aos responsáveis dos imóveis em

preventiva ou corretiva, proposta no laudo, desenvolvida sob

análise.

a responsabilidade de um arquiteto/engenheiro habilitado de

que trata o artigo 1º.

A seguir a Lei 6.400 e um exercício de diagnóstico de seu

propósito.

Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto é outro serviço desvinculado do profissional mas não do

Art. 1º Fica instituída, no Estado do Rio de Janeiro, a

objeto produzido por ele.

obrigatoriedade de autovistoria. § 3º A vistoria definida no caput será efetuada por engenheiro

§ 4º O laudo referido no parágrafo anterior será arquivado

ou arquiteto ou empresa legalmente habilitados nos

no condomínio, sob a responsabilidade do síndico ou do

Conselhos Profissionais, CREA/RJ e/ou CAU/RJ, a expensas do

proprietário do imóvel, e exibido à autoridade quando

condomínio ou do proprietário do prédio, e seu autor será o

requisitado.

responsável pelo respectivo laudo. Diagnóstico: O documento final é o laudo de autovistoria.

Diagnóstico: a forma final de entrega aqui deve ser apropriada para atender o pedido.

I - O profissional emitirá o respectivo laudo técnico,

(...)

acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica

§ 6º Quando da conclusão das obras e instalações prediais,

(ART), junto ao CREA/ RJ, quando se tratar de engenheiros;

ficam os incorporadores, os construtores e as empreiteiras


Apoio

49

obrigadas

a

entregarem,

preferencialmente

em

meio

magnético ou papel, as plantas de estrutura (fundação, pilares,

Técnica (RRT), quando se tratar do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ).

vigas, lajes e marquises), com seus respectivos planos de

Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto

cargas, bem como projetos de instalações, contendo o nome

é outro serviço desvinculado do profissional, mas não do

e o número do registro do Conselho Regional de Engenharia,

objeto produzido por ele.

Agronomia - CREA/RJ ou do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro - CAU/RJ, dos profissionais

(...)

responsáveis, tudo conforme construído, para a prefeitura, no

Art. 3º As Prefeituras elaborarão o modelo do Laudo

território da qual se localiza a edificação, e ao condomínio

Técnico de Vistoria Predial (LTVT), que deverá ser sucinta,

das edificações residenciais e comerciais ou ao proprietário

exata e de fácil preenchimento e leitura, dela constando

do prédio.

o item "providências", no qual o síndico indicará as

Diagnóstico: os documentos outros estão desvinculados

iniciativas a serem tomadas para a segurança do prédio e

do profissional, mas não do objeto produzido por ele.

instalações, consoante recomendação do laudo. Diagnóstico: o nome do documento é definido aqui “Laudo

§ 7º Todas as obras prediais, a serem edificadas, ou de

Técnico de Vistoria Predial”, e a forma final de entrega

reforma de prédio existentes, que implicarem em acréscimos

aqui deve ser apropriada para atendimento ao pedido,

ou demolições de alvenaria ou estruturas, inclusive abertura

contendo o termo “providências”. Espera-se um modelo

de janelas, principalmente em empenas, deverão ser objeto

pelas prefeituras (não constante na lei 126 complementar)

de acompanhamento técnico de engenheiros ou arquitetos,

(...)

promovendo-se as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

Art. 6º As Prefeituras deverão orientar os condomínios

(CREA), ou por meio do Registro de Responsabilidade

que, independentemente do Laudo Técnico de Vistoria


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

50

Predial (LTVP), façam a manutenção predial preventiva,

Diagnóstico: o “novo laudo técnico” é outro serviço

envolvendo estrutura, subsolo, marquises, fachadas,

desvinculado do profissional, mas não do objeto produzido

esquadrias, empenas e telhados, instalações elétricas,

por ele.

hidráulicas e sanitárias, instalações eletromecânicas,

(...)

instalações de gás e de prevenção ao fogo e escape e obras

Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua

de contenção de encostas.

publicação.

Diagnóstico: a lei complementar deve possuir “estrutura, subsolo, marquises, fachadas, esquadrias, empenas e

Resumo: O documento final produzido por esta inspeção ou

telhados, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias,

autovistoria deve ser chamado em título de “Laudo Técnico de

instalações eletromecânicas, instalações de gás e de

Vistoria Predial”, na sua estrutura geral deve ser anotada a lista de

prevenção ao fogo e escape e obras de contenção de

“anomalias”, sinônimo aqui de “não conformidades”, contendo

encostas.

as “medidas reparadoras”, ou “ações corretivas”, os seus “prazos de recuperação” - data limite de restabelecimento da segurança

O propósito da lei complementar 126 é um exercício de

necessária.

diagnóstico de seu propósito, agora complementar. (...)

Esse resultado deve ainda conter um “Plano de ações” para

a execução dessas “ações corretivas”, tendo como uma das

Art. 1º Fica instituída a obrigatoriedade de realização de

classificações quanto ao estado de “conservação, estabilidade

vistorias técnicas periódicas, com intervalo máximo de

e segurança” do imóvel. Devem ser essas não conformidades

cinco anos, nas edificações existentes no Município do Rio

classificadas hierarquicamente para promoção das ações

de Janeiro, para verificar as suas condições de conservação,

corretivas, já tendo o termo “crítico e imediato” – cunhados no

estabilidade e segurança e garantir, quando necessário, a

nível de interdição e embargo – e esses com prazo já estabelecido

execução das medidas reparadoras.

de atitude em 24h.

Diagnóstico: a lei complementar informa os itens para o

município em particular: “conservação, estabilidade e

ser sucedidos por uma nova vistoria, com a emissão de um

segurança” e o termo “medidas reparadoras”.

novo “Laudo Técnico de Vistoria Predial” ou “Laudo Técnico

No caso de haver ações e planos de ação, esses devem

de Vistoria Predial Complementar”. Sua emissão será após a (...)

execução e aceite do “Plano de Ações”, sendo destacada como

§ 1º Em caso de inadequação, o laudo técnico deverá

outro serviço, desvinculando do profissional signatário do laudo

informar, também, as medidas reparadoras necessárias para

inicial – LTVP, mas sempre referenciado ao objeto produzido por

sua adequação, com o prazo para implementá-las.

este.

Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto é

outro serviço desvinculado do profissional, mas não do objeto

esquadrias, empenas e telhados, instalações elétricas, hidráulicas

produzido por ele.

e sanitárias, instalações eletromecânicas, instalações de gás e de

(...)

fica definido para o caso da engenharia elétrica temos apenas

§ 3º Na hipótese do § 1º, caberá ao responsável pelo

“instalações elétricas”.

imóvel a adoção das medidas corretivas necessárias, no

Dentre os itens “estrutura, subsolo, marquises, fachadas,

prevenção ao fogo e escape, e obras de contenção de encostas"

No próximo e último artigo dessa série teremos a apresentação

prazo estipulado no laudo técnico, findo o qual deverá ser

de “A forma de ação”, “A forma de cobrança de serviços” e os

providenciada a elaboração de novo laudo técnico, que

“Os resultados mais que esperados”.

ateste estar o imóvel em condições adequadas, o que deverá ser comunicado ao Município, antes de encerrado o prazo previsto no art. 1º, mediante o preenchimento de formulário “on-line”, indicando o nome do profissional responsável, seu registro profissional e o número do registro ou da Anotação de Responsabilidade Técnica a ele relativa.

*MARCUS POSSI é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

51


Manutenção de transformadores

Apoio

52

Capítulo XI Avaliação da condição de transformadores de potência Determinação da Condição de Transformadores de Potência para Avaliação da Vida Útil Por Marcelo Paulino*

A avaliação da condição de um transformador

devem ser estabelecidos além de critérios de

consiste na realização de um conjunto de testes de

avaliação do transformador, um padrão de registro

diagnósticos para análise do estado de operação

dos dados para esta avalição, com índices,

deste equipamento e estimar a sua posição atual

nomenclaturas e estágios para quantificação. No

em relação ao seu ciclo de vida. Há a necessidade

Gerenciamento do Ciclo de Vida de Transformadores

de sistematizar a análise com a combinação de

de Potência é definido o processo de Avaliação da

diferentes métodos de diagnósticos e mapear os

Condição (AC) com um de seus principais itens.

resultados em um modelo de condição que oriente

Na literatura, o termo “Avaliação da Condição” é

o ciclo de vida do transformador de potência. Este

comum tanto para atividades de monitoramento

trabalho mostra um exemplo de metodologia para

quanto para procedimentos de diagnóstico.

satisfazer esta necessidade.

Entretanto, é importante salientar que o principal

objetivo da AC é a realização de diagnósticos.

Introdução

Avaliação da Condição é definida neste trabalho

De acordo com a metodologia de MCC -

como o desempenho de um conjunto de testes

Manutenção Centrada na Confiabilidade (RCM -

de diagnósticos (conforme a necessidade de cada

Reliability-Centered Maintenance), as instalações

caso) para diagnosticar o estado operacional do

são conjuntos de sistemas, concretos ou abstratos,

transformador e a estimativa da atual posição deste

onde se procura um método ou procedimento para

transformador em seu ciclo de vida. Esta definição

definir uma relação de finalidade. Esta relação deve

é parecida com a definição dada pelo grupo de

ser estabelecida de acordo com a característica

trabalho Cigré WG A2.18, Guia para Técnicas de

do

equipamento,

Gestão de Vida para Transformadores de Potência.

estabelecendo um objetivo a ser atingido. Assim,

Como mostrado neste trabalho do Cigré, a AC deve

sistema,

da

instalação

ou


53

ser tão objetivamente e consistentemente aplicada quanto possível e “idealmente um sistema de graduação deve ser usado para quantificar e combinar os resultados de vários testes de avaliações de condição”.

Na busca de um sistema de graduação para quantificar e

combinar os resultados, a literatura apresenta alguns trabalhos de pesquisa com avaliação da condição na forma de um sistema de pontuação (geralmente chamado de Índice de Condição, IC). Entretanto, o tratamento dos dados apresentado nesses trabalhos não considera a integração de todos os pontos importantes (monitoramento online, métodos tradicionais e métodos avançados de diagnósticos) em um procedimento único.

A utilização de agentes múltiplos é proposta neste trabalho

para a implementação de estratégias de AC de transformadores considerando todos os itens importantes para análise. Define-se os agentes que interagem dentro de uma ferramenta computacional e fazem parte dos sistemas. Sistemas com vários agentes são compostos por múltiplos elementos (6).

Dentro

das

ferramentas

computacional,

os

agentes

possuem basicamente duas competências importantes para o desenvolvimento da análise da condição. Essas definições devem ser levadas em consideração ao longo desse trabalho, a saber: • Os agentes são, pelo menos para algumas extensões, capazes de ações autônomas, e; • Os agentes podem ser capazes de interagir com outros agentes.

Portanto, pode-se também afirmar que cada técnica de

monitoramento e diagnóstico é visto como um agente capaz de prover um julgamento da condição do transformador.

Cada um desses agentes é desenvolvido utilizando

técnicas de Data Mining, ou seja, a exploração de grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes, como regras de associação ou sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, ou métodos de Inteligência Artificial, assumindo como referência o histórico do equipamento, ou seja, o conhecimento coletado ao longo de anos pelo pessoal técnico. Esses dados são armazenados em bando de dados próprio e assumidos como conhecimento prioritário para as análises. A seguir o trabalho tratará da metodologia usada para AC e apresentará exemplos de análises em transformadores.


Apoio

Sendo a condição de degradação de um transformador um

Uma análise detalhada de modelos de falha e suas

causas, sintomas e consequências é realizada utilizando

processo continuo no tempo, um valor numérico pode ser obtido

FMEA (Análise do Modo e Efeito da Falha). Os resultados

em cada estágio representado por um Índice de Condição (IC)

são usados para a definição de uma matriz de detecção

do transformador em cada intervalo de tempo. Essa condição

e diagnóstico de falhas (DDF) mostrado na Tabela 2. A

ao longo do tempo pode ser dividida em cinco estágios,

descrição das abreviações usadas na matriz para os métodos

conforme sugerido por Cigré WG A2.18, sendo a condição em

de diagnósticos é apresentada na Tabela 1.

cada estágio também dividida em diferentes estados. A Figura 1

Tabela 1 – Métodos de Detecção e Diagnóstico

Testes Químicos

mostra a hierarquia do IC.

Estado 1

Estágio 1 Índice de

Estado 2

Estágio 2 Estado n

Condição

Estágio n

Figura 1 – Hierarquia do IC com estágios e estados.

Na Figura 2 é associado um IC a cada avaliação de cada

Testes Elétricos

Manutenção de transformadores

Definição de descargas parciais

estado. De acordo com esses valores, um transformador com IC igual a 10 é considerado novo e um transformador com IC igual a 1 ou zero é considerado falhado.

A determinação de um IC definido segundo o descrito é uma

atividade complexa e desafiadora devido à diversidade de tipos de defeitos e falhas que podem ocorrer em um transformador e devido às dificuldades em combinar a interpretação de resultados obtidos de diferentes métodos de detecção de falhas

Testes Avançados

54

e diagnóstico. Neste trabalho, um método sistemático de obtenção de índices de condição é proposto. Um diagrama de blocos ilustrando o processo é mostrado na Figura 3. Novo

Estado 1 IC=10

Normal

Estado 1 IC=9

Estado 2 IC=8

Anormal

Estado 3 IC=7

Estado 1 IC=6

Estado 2 IC=5

Defeituoso

Estado 3 IC=4

Estado 1 IC=3

Estado 2 IC=2

Falhado

Estado 1 IC=1

Estado 2 IC=2

Descrição

DGA

Análise dos Gases Dissolvidos no óleo

PCA

Análise físico-química do óleo

COND

Condutividade do Óleo

COSU

Análise do Enxofre Corrosivo

MORS

Saturação relativa da umidade no óleo

MPED

Umidade no papel com diagramas de equilíbrio

MPIS

Umidade no papel (sorption isotherms)

MPKF

Umidade no papel via titulação KF

FUR

Análise de Furan

DPO

Grau de Polimerização

RATI

Relação

EXCU

Corrente de excitação

MABA

Teste do balanço magnético

SWR

Resistência estática do enrolamento

DF

Fator de Dissipação em frequência nominal

DFTU

Fator de Dissipação Tip-up test

INRE

Resistência de isolamento

POI

Índice de polarização

CGRO

Aterramento do núcleo

LRE

Reatância de dispersão

IRI

Inspeção com infravermelho

FRSL

Frequency response of stray losses (15 Hz-400 Hz)

FRA

Análise de resposta em frequência

DWR

Resistência dinâmica do enrolamento (ripple, slope)

FRDF

Resp. frequência do fator de dissipação (15-400 Hz)

FRC

Resp. frequência de capacitância (15-400 Hz)

FRCL

Resp. frequência de perdas núcleo (15-400 Hz)

FRLR

Resp. frequência da reatância dispersão (15-400Hz)

FDS

Espectroscopia no domínio da frequência

PD

Descargas Parciais

Para cada modo de falha, o método de diagnóstico que está

disponível para diagnosticar este modo de falha é indicado.

Figura 2 – Processo da condição de degradação do transformador com estágios discretos de degradação. Matriz de detecção e diagnóstico de falhas (DDF)

Abreviação

Vetor de Estágio (S)

A eficácia desse método de diagnóstico é quantificada e representada por um Fator Segurança (FS). O fator de segurança igual a 0,9, ou seja FS = 0,9, indica métodos altamente eficazes;

Matriz de Escolha de Estágio (SGVM)

FS=0,6 indica métodos com eficácia mediana; e FS=0,4 indica métodos de baixa eficácia.

Consenso de Estágio (SGC)

Matriz de Escolha de Estado (STVM)

Consenso de Estado (STC)

Figura 3 – Diagrama de Bloco da metodologia para obtenção do IC.

IC

Baseado no conhecimento sobre o impacto de cada modo

de falha na condição do transformador, um estágio específico desta determinada condição é associado pelo do vetor de estágio


Apoio

55


Apoio

Manutenção de transformadores

Tabela 2 – Matriz de Detecção e Diagnóstico

PD

FDS

FRC

FRDF

FRA

FRSL

Testes Avançados

POL

DF

INRE

RATI

SWR

Testes Elétricos DPO

FUR

PCA

MPKF

MPED

Modos de Falha

COND

Testes Químicos DGA

56

Estágio de acordo do modelo de condição

Curto circuito entre enrolamentos

Elétrica

Curto circuito entre espiras Curto circuito para terra Flutuação de potencial Curto circuito das laminações do núcleo Múltiplos aterramentos do núcleo Térmica

Núcleo desaterrado Falha de circuito aberto Falha de resistência de contato Inclinação do condutor

Mecânica

Flexão do condutor Instabilidade axial Buckling Movimento de massa Estrutura de fixação solta Deformação do condutor Degradação

Degradação por umidade no óleo Degradação por umidade no papel Degradação por temperatura Degradação devido ao envelhecimento do óleo Degradação devido ao envelhecimento do papel Alta Eficácia (FS=0,9)

Média Eficácia (FS=0,6)

Baixa Eficácia (FS=0,4)

(S). Isto é realizado para cada modo de falha. Por exemplo,

para o modo de falha “degradação devido a água no papel”,

alguns métodos de teste. As tabelas 4 e 5 a seguir mostram o

o vetor de estágio (S) pode apresentar como resultado cada um

critério de interpretação.

dos estágios: novo, normal, anormal, defeituoso ou falhado,

A seguir são apresentados os critérios de interpretação de

Tabela 3 – Critérios de Interpretação – critérios gerais

dependendo da concentração de água do transformador.

Método de Diagnóstico

Outros tipos de falha que não estão relacionadas ao processo

Relação

de degradação por umidade, como deformações mecânicas,

Critério Desvio dos dados de placa ≤±0.5% (7) Para injeção na fase central (B) a tensão induzida nas outras

falhas elétricas e térmicas, também receberam um estado do

Teste de balanço

fases deve estar entre 40-60% da tensão aplicada

magnético

Para injeção nas outras fases (A ou C), a tensão na fase B

métodos apontados na Tabela 1, sendo que cada um deles

Corrente de excitação

Desvios entre outras fases ≤±10% para enrolamentos YN (7)

possui suas características próprias para análise da condição do

Fator de dissipação

Novo <0.5% (20°C), 0.5%≤Normal≤1%, >1% Defeituoso (7)

Reatância de dispersão

Desvios devem ser ≤±3% (7)

Resistência de

Desvios devem ser ≤±5% (7)

estágio.

Para a determinação do vetor de estágio são utilizados os

deve estar entre 85-90% da tensão aplicada.

transformador.

Além das recomendações dadas pelas normas ou estabelecidas

enrolamento

pelos bancos de dados de diagnósticos de transformadores, o critério de interpretação pode ser considerado como um agente com inteligência própria para gerar uma interpretação de resultados, isto é, ao invés de uma avaliação determinística, com

FRSL

ΔR: menor que 15% entre as fases (8)

FRA

Avaliação de Especialista Humano/AIAFRA*

*AIAFRA é uma ferramenta de software baseada em técnicas de Inteligência Artificial para FRA

valores e intervalos de tolerância pré-determinados, a avaliação

é realizada pelo usuário que chamaremos de Avaliação do

para os resultados do teste de fator de dissipação e

Especialista Humano (AEH), ou realizada através do uso de um

capacitância em transformadores a óleo. Para Tabela

Algoritmo com Inteligência Artificial (AIA).

4 (medidas de fator de dissipação ou fator de potência)

A Tabela 4 e 5 a seguir mostra o critério de interpretação


Apoio

57 Tabela 4 – Critérios de Interpretação – Fator de Dissipação / Fator de Potência

pode-se observar três critérios bem definidos de análise, sendo:

Estágio / Estado

Medida em 60 Hz

Medidas entre 15 e 400 Hz

Variação FPref

Estágio 1: Novo

FPmed < 0,5 %

AEH/AIA

FPmed < 1,1 x FPref

Estado 1

FPmed < 0,5 %

• Medida em 60 Hz: análise referenciada de acordo com a norma IEEE 62:1995, observando a diferença do valor medida com relação ao valor do fator de potência medido na frequência de 60 Hz. • Medida com variação de frequência entre 15 Hz e 400

AEH/AIA

FPmed < 1,1 x FPref

Estágio 2: Normal 0,5 % < FPmed < 1 %

AEH/AIA

FPmed < 2 x FPref

0,5 % < FPmed < 1 %

AEH/AIA

FPmed < 2 x FPref

Estágio 3: Anormal 1 % < FPmed < 1,2 %

AEH/AIA

FPmed < 2,3 x FPref

Estado 1

Hz: análise realizada de acordo com a assinatura obtida com os valores de fator de potência medidos em várias

1 % < FPmed < 1,2 %

AEH/AIA

FPmed < 2,3 x FPref

Estágio 4: Defeituoso 1% < FPmed < 1,5 %

AEH/AIA

FPmed < 2,6 x FPref

Estado 1

frequências, dentro da escala de 15 Hz a 400 Hz.

Fator de Dissipação / Fator de Potência

• Variação FPref: análise realizada com a comparação

Estado 1

1% < FPmed < 1,5 %

AEH/AIA

FPmed < 2,6 x FPref

do fator de potência/fator de dissipação medido em 60

Estágio 5: Falhado Estado 1

FPmed > 1,5 %

AEH/AIA

FPmed > 3 x FPref

FPmed > 1,5 %

AEH/AIA

FPmed > 3 x FPref

Hz com o valor de referência ou valor de histórico do transformador em teste.

Da mesma forma, a Tabela 5 trata das medidas de

Onde: FPmed é o resultado do ensaio e FPref é o valor de placa ou de comissionamento.

obtida com os valores de capacitância medidos em várias

capacitância, onde se pode observar dois critérios bem

frequências, dentro da escala de 15 Hz a 400 Hz.

definidos de análise, sendo:

• Variação CAPref: análise realizada com a comparação da capacitância medida em 60 Hz com capacitância de

• Medida com variação de frequência entre 15 Hz e

referência do transformador em teste.

400 Hz: análise realizará de acordo com a assinatura

Neste trabalho, o critério de interpretação individual


Manutenção de transformadores

Apoio

58

da concentração de TDCG presente na norma IEEE

mostra uma representação do descrito.

C57.104 (9) foi adaptado ao modelo de degradação para

Considerando

que

o estabelecimento do critério de interpretação do agente

diagnósticos

resultados

DGA. A Tabela 6 mostra o critério de interpretação dos

consenso originado por uma votação é introduzido para

resultados do agente DGA (análise cromatográfica) por

resolver os conflitos entre agentes e determinar o estágio

meio do método do triângulo de Duval (10).

do estado do transformador, utilizando um modelo de

condição da degradação.

Segundo a metodologia apresentada, pode-se resumir

oferecem

diferentes

testes

contraditórios,

de um

que a designação dos agentes é realizada com a utilização

Considerações finais

de métodos de detecção e diagnóstico que avaliarão, cada qual dentre de sua competência, o transformador. Desta

Este trabalho apresenta uma proposta que preenche

forma é determinado o estágio por meio do modo de falha

de maneira ideal os requisitos do Cigré WG A2.18 para a

e assim determinado o índice de condição. A Figura 4

implementação de sistemas de avaliação de condição. Pela

Tabela 5 – Critérios de Interpretação – Capacitância

aplicação desta metodologia, uma avaliação sistemática e

Estágio / Estado

objetiva é possível através de um sistema de pontuação

Capacitância Medida entre 15 - 400 Hz

Variação CAPref

Estágio 1: Novo

ΔC(f) < 0,5 %

ΔC < 5%

Estado 1

ΔC(f) < 0,5 %

ΔC < 5%

Estágio 2: Normal

0,5 % < ΔC(f) < 1 %

5% < ΔC < 10%

Estado 1

0,5 % < ΔC(f) < 1 %

5% < ΔC < 10%

Estágio 3: Anormal

1 % < ΔC(f) < 1,2 %

10% < ΔC < 15%

Estado 1

1 % < ΔC(f) < 1,2 %

10% < ΔC < 15%

Estágio 4: Defeituoso

1,2 % < ΔC(f) < 1,5 %

15% < ΔC < 20%

Estado 1

1,2 % < ΔC(f) < 1,5 %

15% < ΔC < 20%

Estágio 5: Falhado

ΔC(f) > 1,5 %

ΔC > 20%

Estado 1

ΔC(f) > 1,5 %

ΔC > 20%

Onde: ΔC(f) é a variação entre as capacitâncias medidas no intervalo de 15 a 400 Hz; ΔC é a variação entre CAPref (valor de referência) e CAPmed (valor medido)

Figura 4 – Arquitetura para determinação dos modos de falha com vários agentes.

Tabela 6 – Critério de interpretação usado para agente DGA Estágio / Estado

Concentrações Individuais (ppm) H2

CH4

C2H2

C2H4

C2H6

CO

TDCG

Estágio 1: Novo

≤30

≤30

≤30

≤30

≤30

≤30

≤30

Estado 1

31-100

31-100

31-100

31-100

31-100

31-100

31-100

Estágio 2: Normal

31-50

31-50

31-50

31-50

31-50

31-50

31-50

Estado 1

51-70

51-70

51-70

51-70

51-70

51-70

51-70

Estado 2

71-100

71-100

71-100

71-100

71-100

71-100

71-100

Estado 3

101-700

101-700

101-700

101-700

101-700

101-700

101-700

Estágio 3: Anormal

101-300

101-300

101-300

101-300

101-300

101-300

101-300

Estado 1

301-500

301-500

301-500

301-500

301-500

301-500

301-500

Estado 2

501-700

501-700

501-700

501-700

501-700

501-700

501-700

Estado 3

701-1800

701-1800

701-1800

701-1800

701-1800

701-1800

701-1800

Estágio 4: Defeituoso

701-1250

701-1250

701-1250

701-1250

701-1250

701-1250

701-1250

Estado 1

1251-

1251-

1251-

1251-

1251-

1251-

1251-

Estado 2

1800

1800

1800

1800

1800

1800

1800

Estágio 5: Falhado

>1800

>1800

>1800

>1800

>1800

>1800

>1800


59

no qual cada estratégia de manutenção, como Manutenção Baseada na Condição (MBC) e Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC) podem ser implementadas.

O uso do conhecimento disponível de diagnósticos

em campo de transformadores (como a interpretação criteriosa publicada por normas institucionais), junto com a experiência obtida ao longo dos anos pelos fabricantes (como um banco de dados de testes de diagnósticos), é a base para o estabelecimento de conhecimento confiável para o desenvolvimento de um agente de diagnostico robusto baseado em técnicas de Inteligência Artificial e Data Mining. Desta maneira, as atividades desafiadoras e complexas de interpretação e avaliação dos testes de diagnósticos podem alcançar um nível considerável de automação.

Referências M. E. C. Paulino, J. L. Velasquez, H. DoCarmo, Avaliação da Condição como Ferramenta de Gestão do Ciclo de Vida de Transformador de Potência, XXI SNPTEE, Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Florianópolis, Brasil, 2011. CIGRÉ Working Group A2.18, Guide for Life Management Techniques for Power Transformers (2003). D. Morais, J. Rolim, and Z. Vale, DITRANS – A Multi-agent System for Integrated Diagnosis of Power Transformers,.IEEE Powertech (POWERTECH 2008) Vol. 5. Lausanne, Switzerland, pp. 1-6, 2008. Hydro Plant Risk Assessment Guide, Appendix E5: Transformer Condition Assessment, 2006, http://www.docstoc.com/ docs/7274124/Hydro-Plant-Risk-Assessment-Guide-Appendix-E6Turbine-Condition. N. Dominelli, A. Rao, P. Kundur, Life Extension and Condition Assessment, IEEE Power Energy M 25, pp. 25-35, 2006. An introduction to multiagent systems, ISBN 978-0-470-51946-2 © 2009, M .Wooldridge. IEEE Guide for Diagnostic Field Testing of Electric Power ApparatusPart 1: Oil Filled Power Transformers, Regulators, and Reactors, IEEE Std 62-1995 P. Pichler, C. Rajotte, Comparison of FRA and FRSL measurements for the detection of transformer winding displacement, CIGRE SCA2 Colloquium, June 2003, Merida. IEEE Guide for the Interpretation of Gases in Oil Immersed Transformers, IEEE Std C57.104-1991. IEC Publication 60599, Mineral oil-impregnated electrical equipment in service—Guide to the interpretation of dissolved and free gases analysis, March 1999. * Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco |mecpaulino@yahoo.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Aterramento do neutro

Apoio

60

Capítulo V Transformadores de aterramento Parte I Paulo Fernandes Costa*

Os

transformadores

de

aterramento

são

baixo valor ôhmico em média tensão e resistores de

aplicados em muitas situações onde o arranjo do

alto valor ôhmico em baixa tensão.

sistema elétrico exige que seja criado um ponto de

aterramento do neutro adicional, ou simplesmente

a prática mais comum é a de aterrar o neutro

criar este ponto quando de sua inexistência.

solidamente, o que é vantajoso para a isolação

Para sistemas de potência de alta tensão (SEP),

Em função do que foi estudado nos quatro

bem como para a aplicação de para-raios nestes

artigos anteriores, não se recomenda que um

sistemas. A isolação dos SEP é um dos itens de

sistema elétrico trifásico industrial seja mantido

maior peso no seu custo e geralmente é definida

sem aterramento do neutro, pois, durante períodos

pelas

sobretensões

que

podem

ocorrer

nos

de faltas fase-terra existe a possibilidade real de

mesmos, entre as quais são importantes aquelas

ocorrência de sobretensões transitórias que podem

que ocorrem durante períodos de falta à terra, que

danificar a isolação de motores, transformadores,

são classificadas como “sobretensões transitórias”

cabos,

e “sobretensões temporárias”. Ambos os tipos são

bem

como

de

outros

componentes

importantes.

controlados pelo aterramento do neutro.

Outra razão para se implementar o aterramento

Outro motivo para se adotar sistema solidamente

do neutro se relaciona com as dificuldades de se

aterrado nos SEP, se prende à facilidade de detecção

identificar o local da falta fase-terra em sistemas

da falta fase-terra, uma vez que, com o sistema

com neutro isolado flutuante, isto é, neutro sem

solidamente aterrado, obtemos baixo valor da

conexão à terra.

impedância de sequência zero, que é importante

De fato, quando ocorre uma falta fase-terra

fator de controle do valor do curto fase-terra. A

nestes sistemas a corrente é somente de natureza

presença de impedância proposital no neutro

capacitiva, de baixo valor e, portanto, de difícil

dos SEP, somada com as impedâncias naturais de

detecção e de identificação do local de sua

retorno do curto fase-terra, principalmente das

ocorrência.

resistências de pé de torre das linhas de transmissão,

Para sistemas elétricos industriais foi mostrado

pode reduzir significativamente o valor do curto em

que a melhor opção é a de utilizar resistores de

questão, e comprometer a operação de proteções


Apoio

61

importantes, como a dos relés de distância de falta fase-terra.

vamos considerar duas situações reais de sua aplicação. A

primeira delas, já considerada no artigo anterior, é vista na

Observa-se que nos sistemas elétricos industriais este

raciocínio não se aplica, pois o retorno do curto fase terra é

Figura 1, a seguir.

garantido pelo sistema de aterramento (malha de terra industrial) que se estende por toda a planta e garante reduzida impedância de retorno. Estes sistemas podem, portanto, ser aterrados por meio de resistores.

Do exposto, justifica-se plenamente a necessidade de

conhecermos a aplicação dos transformadores de aterramento, cujo propósito é o de criar o ponto neutro em um sistema trifásico quando é importante e se deseja fazê-lo.

Este artigo e o próximo estão dedicados ao estudo dos

transformadores de aterramento e juntamente com os quatro capítulos anteriores deste fascículo, completam a série de seis artigos que buscam fornecer informações importantes sobre o

Figura 1 – Aplicação de transformador de aterramento na indústria.

aterramento do neutro, principalmente nos aspectos voltados

para aplicação industrial.

de aterramento na barra principal evita a instalação de

Pode ser verificado que a aplicação de um resistor

resistores de baixo valor ôhmico nos neutros dos geradores

Casos típicos de necessidade dos transformadores de aterramento

máximo, dois pontos de aterramento, o que é ideal, uma

Para iniciar o estudo sobre transformadores de aterramento,

vez que simplifica o esquema de proteção de falta à terra e

G1 e G2, mantendo o sistema elétrico industrial com, no


Aterramento do neutro

Apoio

62

reduz o valor da corrente total da falta de 1/3, no caso, da

TR1, no lado da conexão triângulo.

presença de dois geradores.

A solução correta neste caso consiste em criar um ponto

Por exemplo, se não fosse utilizado transformador

de aterramento no lado da conexão triângulo, utilizando

de aterramento e o valor necessário para controlar a

um transformador de aterramento com o neutro solidamente

sobretensão transitória com o sistema industrial operando

aterrado, conforme indicado na Figura 2. Este procedimento

com, no mínimo, um gerador, for de 200 A e o sistema

evita a ocorrência de sobretensões transitórias na linha/

elétrico da concessionária puder também alimentar o

sistema que executa a conexão entre os disjuntores DJ1 e

sistema na ausência de qualquer gerador, seria necessário

DJ2 após abertura do disjuntor DJ2 para curto no ponto F.

utilizar resistor de 200 A em todos os neutros (G1, G2, e

transformador de acoplamento com a concessionária),

ser de conexão contrária à examinada, isto é, triângulo no

A solução para o caso do transformador de acoplamento

totalizando 600 A de falta fase-terra.

lado da indústria e estrela aterrada no lado da concessionária,

Com a aplicação do resistor de aterramento na barra,

seria instalar o transformador de aterramento no lado da

conforme mostra a Figura 2, serão necessários apenas dois

conexão triângulo, isto é, lado da indústria, como visto

resistores, totalizando 400 A de falta à terra. Naturalmente

na Figura 3. Neste caso o neutro do transformador de

que, quanto maior o número de geradores presentes na planta

aterramento será aterrado por meio de resistor, devido às

industrial, maior o ganho na aplicação do transformador

necessidades do sistema elétrico industrial.

de aterramento na barra, em termos e redução da corrente total de falta à terra.

Outra situação, bastante comum, está delineada na figura

2B a seguir, onde temos a interface de um sistema industrial com cogeração, e no qual o transformador de acoplamento com a concessionária possui a conexão estrela do lado da indústria e conexão triangulo do lado da concessionária. Verifica-se que, estando os sistemas de cogeração e da concessionária em paralelo, um curto circuito fase-terra no ponto F indicado provoca a abertura do disjuntor DJ2 na subestação da concessionária (que possui neutro solidamente aterrado), enquanto que o disjuntor DJ1 na planta industrial se mantém fechado devido ao fato de não existir ponto de aterramento do neutro no transformador

Figura 3 – Aplicação de aterramento no lado da indústria.

Observa-se que algumas concessionárias padronizam

este tipo de conexão na interface com os sistemas elétricos industriais, a fim de eliminar as sobretensões transitórias e garantir a operação da proteção fase-terra nos dois lados da conexão, isto é abertura dos dois disjuntores DJ1 e DJ2 mostrados na Figura 2.

Tipos de transformadores de aterramento

Embora existam outros tipos, atualmente, são utilizadas

três conexões básicas de transformadores de aterramento para criação do neutro em um sistema elétrico trifásico, a saber: • Conexão estrela com neutro acessível no lado primário e triângulo no lado secundário. O enrolamento em triângulo é utilizado apenas para compensação das correntes de sequência zero, não sendo utilizado para cargas. O neutro Figura 2 – Aplicação de aterramento no lado da concessionária.

acessível do lado em estrela é utilizado para aterramento solido ou através de resistor. Ver Figura 4.


Apoio

63


Aterramento do neutro

Apoio

64

Figura 6 – Transformador de aterramento conexão “ziguezague”. Figura 4 – Transformador de aterramento conexão estrela-triângulo.

Qualquer

dos

tipos

de

conexão,

quando

projetado

corretamente funciona bem, sendo apenas uma questão de custo. • Conexão estrela com neutro acessível no lado primário e delta aberto no lado secundário. O lado em estrela deve neste caso deve ser sempre solidamente aterrado, enquanto que o lado em delta aberto só pode ser utilizado para o caso de aterramento através de resistor, pois se for fechado, voltamos ao caso anterior. Observa-se que o resistor fica instalado entre os terminais do delta aberto

Por exemplo, pode-se dispor na instalação de um transformador na conexão estrela- triangulo que se aproveitado, reduz os custos.

A conexão estrela aterrada com o resistor conectado nos

terminais do delta aberto permite utilizar um resistor de baixa tensão, o que pode reduzir os custos. Em termos de custo de aquisição de um transformador de aterramento novo, em geral, o de conexão ziguezague é o de menor custo.

(Figura 5).

Operação dos transformadores e aterramento Qualquer transformador de aterramento deve em princípio oferecer um caminho de baixa impedância para as correntes de sequência zero que circulam durante a falta à terra. Admitindo-se a existência de um curto faseterra na fase A do sistema, com o mesmo sem carga, temos as seguintes condições de contorno para as correntes envolvidas: I FT = IA, IB = o, IC=o I FT é a corrente de fase-terra, e IA, IB,IC, são as correntes de nas fases A, B, C, respectivamente.

Figura 5 – Transformador de aterramento conexão estrela-delta aberto.

A definição de corrente ou componente de sequência

zero significa que a mesma é a média aritmética das três correntes de fase, ou seja:

• Conexão denominada “ziguezague”. Esta é uma conexão especial que utiliza um transformador trifásico, na realidade

I 0= 1/3 (IA +IB +IC)

um reator trifásico, com duas bobinas por fase, conectadas de uma forma especial, cruzada, que caracteriza o nome

Considerando as condições de contorno:

do transformador. Esta conexão será alvo de considerações

I 0 = 1/3 (IA) = 1/3 (IFT)

adicionais, devido a sua importância.

I FT = 3I0


Apoio

65

Concluímos que, durante um curto fase-terra, a corrente

zero, entra pelo ponto de aterramento criado pelo transformador

3I0 circula do ponto de falta pelo neutro do transformador

de aterramento (com ou sem resistor) e se divide pelas três fases

de aterramento, distribuindo-se no circuito de acordo com

do mesmo, isto é, por cada fase ou perna do transformador

sua topologia, conforme mostra a Figura 7:

de aterramento circula somente um terço da corrente total de falta, que é igual ao valor da corrente de sequência zero (I0). Isto acontece em qualquer tipo de transformador de aterramento, independentemente da sua forma construtiva. b) Em termos de tensão, podemos, utilizando a Figura 7, extrair as seguintes conclusões que são importantes para se calcular a potência do transformador de aterramento para qualquer tipo de transformador que seja utilizado.

Considerando o neutro do transformador de aterramento

aterrado por meio de resistor, podem ser obtidas as seguintes equações, em que VAT,VBT,VCT são as tensões de fase para terra; Figura 7 – Circulação da corrente de sequência zero 3I0.

VAN,VBN,VCN são as tensões de fase para neutro e VNT é a

tensão de neutro para terra.

Observam-se, no sistema da Figura 7, no qual foi adotado

um transformador de aterramento na conexão “ziguezague”, os seguintes aspectos importantes:

VAN – VAT + VNT = 0 VBN – VBT + VNT = 0

a) A corrente de falta, igual a três vezes a corrente de sequência

VCN – VCT +VNT =0


Aterramento do neutro

Apoio

66

Considerando que VAN + VBN+ VCN = 0, segue que:

carga.

A “potência instantânea” pode ser calculada considerando

3 VNT = VAT+ VBT+ VCT

que, conforme mostra a Figura 7, circula a corrente de sequência

VNT = 1/3 (VAT + VBT + VCT) = V0

zero em cada fase.

Conclui-se, pois, que a tensão de neutro para terra, ou o

Portanto, considerando o circuito de sequência zero,

podemos escrever que a potência instantânea (PINST) vale:

“deslocamento do neutro” como algumas vezes é denominada a tensão VNT, é igual à tensão de sequência zero das tensões de

PINST =3V0 I0 = (3I0)V0

fase para terra.

Para calcular V0 vamos considerar as equações de contorno

de tensão correspondentes a um curto fase-terra na fase A, com

Porém, 3I0 é igual à corrente de falta à terra IFT e V0 é igual

à tensão de fase terra VFN.

o neutro aterrado por meio de resistor. PINST = IFTVFN VAT = 0, VBT = VBA, VCT = VCA

Considerando a sequência de fases VAB,VBC,VCA, na qual VAB

Para encontrar a potência instantânea em kVA, devemos

considerar a corrente em Ampères e a tensão fase neutro em

é a referência, com ângulo zero, obtemos:

kV. Teremos então:

V0 = 1/3(0 +VBA+ VCA) =1/3(0 -VAB + VCA)

PINST(kVA)= IFT kVFF / √3

Considerando VFF como o módulo da tensão fase-fase e

Em geral, o valor da corrente de falta à terra IFT, é prefixado

VFN como módulo da tensão fase neutro, segue:

pelo projetista em função do sistema elétrico (industrial ou

V0 =1/3(VFF < 180º + VFF < 120º) =1/3( VFF< 150º

recomendações fornecidas nos dois primeiros capítulos deste

V0 = 1/3(3 VFN<150º) = VFN<150º

fascículo.

de potência). Para os sistemas elétricos industriais valem as

A potência de curto tempo PCT também em kVA será:

Este resultado mostra que o módulo da tensão de sequência

zero das tensões de fase para terra é igual em módulo da tensão

PCT (kVA) = (IFTkVFF/ √3 )/K= PINST(kVA)/K

fase neutro.

Cálculo da potência dos transformadores de aterramento

O fator K, que depende do tempo de carga, pode ser

avaliado conforme tabela a seguir. Tabela 1 – Fator K e tempo de carga

A potência do transformador de aterramento é definida em

primeiro lugar pela potência desenvolvida por ele no momento

Tempo de carga

Fator K

do curto fase-terra denominada “potência instantânea” e em

10 segundos

10

segundo lugar em função do tempo de operação desejado para

1 minuto

4,7

o mesmo (10 segundos, 1 minuto, 5 minutos, 10 minutos, 30

5 minutos

2,8

minutos, 1 hora, 2 horas) que conduz a potência denominada

10 minutos

2,5

“potência de curto tempo”, “potência de curta duração” ou

30 minutos

1,8

“potência de carga”.

1 hora

1,6

2 horas

1,4

Se o aterramento é realizado por meio de resistor na

indústria, em geral, o tempo de carga utilizado para o resistor é

Potência contínua do transformador de aterramento

de 10 segundos, sendo adotado o mesmo para o transformador de aterramento. Em primeiro lugar, calcula-se a “potência instantânea” e, então, calcula-se a “potência de curto tempo”,

Além da potência de curta duração do transformador

utilizando-se um fator de redução em função do tempo de

de aterramento convém fazer previsão para uma potência


67

permanente para acomodar correntes que circulam continuamente no neutro como aquelas geradas por chaveamentos de inversores de frequência.

Esta potência, em geral, varia de um mínimo de 3% da

potência de curta duração até cerca de 10% dela.

Reatância do transformador de aterramento

Além das potências permanentes e de curta duração

do transformador de aterramento deve ser fornecida também a sua reatância em Ohms para que seja possível fabricá-lo.

Esta questão será tratada no próximo artigo, juntamente

com outros aspectos também importantes para aplicação de transformadores de aterramento.

Referências [1] Costa, P.F; “Capitulo I – Aspectos importantes da escolha do tipo de resistor de aterramento do neutro nos sistemas elétricos industriais” Revista O Setor Elétrico, Julho 2014. [2] Costa, P.F; “Capitulo II - Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão” Revista O Setor Elétrico, Agosto 2014. [3] Costa, P.F; “Capitulo III - Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em baixa tensão”, Revista O Setor Elétrico, Setembro 2014. [4] Costa, P.F; “Capitulo IV - Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração” Revista O Setor Elétrico, Outubro de 2014.

*Paulo Fernandes Costa é Engenheiro Eletricista e Msc pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor aposentado dos cursos de engenharia elétrica da UFMG e CEFET-MG e diretor da Senior Engenharia e Serviços LTDA, Belo Horizonte-MG. É palestrante e autor de vários artigos na área de aterramento, proteção, segurança, qualidade de energia e sistemas elétricos industriais em geral. Atua como consultor, bem como na área de desenvolvimento tecnológico, com experiência de mais de 40 anos. E-mail: pcosta@ seniorengenharia.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


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Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Consumo eficiente é saída ante altas tarifas

Por Bruno Moreira

Para agentes do mercado, a MP 579 e o despacho de térmicas acarretaram uma dívida de R$ 105 bilhões ao setor elétrico, que deverá ser repassada à tarifa de energia nos próximos anos. A eficiência energética surge, então, como saída para racionalizar o consumo e diminuir os efeitos do aumento do preço da energia


69

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

A Medida Provisória (MP) nº 579, instituída pela

comemorada em um primeiro momento, já que altas tarifas

Presidência da República no dia 11 de setembro de 2012,

de energia afetam diretamente grandes consumidores

tornou-se um verdadeiro marco para o setor elétrico.

como as indústrias – elas entram no chamado Risco

Para a maioria dos agentes do setor, não pelos melhores

Brasil - e consequentemente a competitividade do país.

motivos. Segundo eles, a medida - que, posteriormente

Contudo, de acordo com Pires, o problema foi como o

se tornou a Lei nº 12.783 de 2013 - desestruturou o setor

Governo Federal fez isso. “Ele errou a mão”, destaca o

elétrico como um todo. De acordo com cálculos realizados

diretor do CBIE. “Porque quando se faz uma política de

pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura

redução de tarifas deve-se pensar também na questão

(CBIE), Adriano Pires, conjuntamente com o presidente

dos investimentos, na expansão do sistema”. Para ele, o

da PSR Consultoria, Mário Veiga, em decorrência da

governo reduziu a tarifa em valores muito abaixo do que

MP 579 - que tratou da antecipação da renovação das

propiciaria a continuidade da expansão do sistema. “E o

concessões das distribuidoras e estabeleceu a redução

pior, reduziu de maneira drástica em um momento que o

das tarifas de energia elétrica - o segmento acumulará

custo da energia estava crescendo”, afirma. Além disso,

para 2015 um prejuízo de R$ 105 bilhões.

o governo não se preocupou com eficiência energética,

conscientizando a população para consumir de maneira

A ideia do governo de redução de 20% das tarifas

cobradas aos consumidores cativos de energia foi

mais eficiente.


70

Reportagem

Do mesmo modo, pensa o advogado especialista em

petróleo, gás e energia, Claudio Pinho, para quem a política de redução de 20% da tarifa de energia tinha tudo

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

financeiras de compra e venda de energia no setor.

C onta

bilionária

para dar certo caso fosse acompanhada por duas outras políticas: o desenvolvimento de infraestrutura a fim de

gerar uma facilitação de demanda e uma maciça campanha

União (TCU), chegou-se ao número de cerca de R$ 60

de redução de consumo de energia elétrica, com incentivos

bilhões relativos à Conta de Desenvolvimento Energético

para quem economizasse energia e punições para quem

(CDE) - fundo usado pelo governo para promover

assim não o fizesse.

investimentos públicos no setor - nos anos de 2013 e 2014,

Nada disso foi realizado pelo governo, segundo

ou seja, segundo o TCU, até o fim deste ano, o prejuízo

estes especialistas, e problemas decorreram da MP 579.

do segmento em decorrência das ações governamentais

Algumas distribuidoras, o caso da Cemig, Cesp e Copel,

para atingir a redução tarifária chegou a tal montante.

não aderiram à medida provisória. Tinham este direito,

A conta é dividida da seguinte forma: cerca de R$ 30

mas como contrapartida perdiam a oportunidade da

bilhões para o segmento de distribuição, contando

renovação automática por mais 30 anos. Conforme Pires,

repasses às distribuidoras e indenizações para aquelas

houve uma descontratação dessas empresas. Juntou-se a

que aceitaram antecipar a renovação da concessão; déficit

isso, segundo o diretor do CBIE, a insistência do governo

de aproximadamente R$ 20 bilhões para os geradores

em manter um preço da tarifa muito baixo para os leilões

hidrelétricos, relativo ao risco hidrológico; e outros R$

de energia nova nos anos subsequentes, o que gerou baixa

10 bilhões para as empresas de transmissão de energia,

procura por parte dos geradores e, consequentemente,

também referente a indenizações.

deixou algumas distribuidoras subcontratadas.

Subcontratadas no mercado cativo, as distribuidoras

apresentado por Pires e Veiga trata-se de uma projeção

se viram expostas aos valores praticados no mercado livre

para a dívida, tendo em vista o horizonte de 2013, 2014

de energia. Para piorar a situação, em decorrência das

e 2015. De acordo com os especialistas, além da conta

poucas chuvas, os reservatórios das usinas hidrelétricas

apresentada pelo TCU, estão previstas para o ano que vem

ficaram em baixa e o governo teve de despachar usinas

perdas de R$ 30,5 bilhões, gastos de R$ 8,5 bilhões com o

térmicas fora da ordem de mérito do custo para atender a

uso permanente das usinas termelétricas e R$ 22 bilhões

demanda. Em razão disso, o preço da energia no mercado

em indenizações às concessionárias. Segundo o vice-

de curto prazo, o Preço de Liquidação das Diferenças

presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores

(PLD), disparou, chegando a mais de R$ 800 o megawatt-

de Energia (Abraceel), Paulo Cezar Tavares, este valor é o

hora.

mais que o dobro da dívida acumulada pelo setor elétrico

Em auditoria promovida pelo Tribunal de Contas da

Como dito anteriormente, o valor de R$ 105 bilhões

Conforme Pires, com o intuito de "manter a promessa

entre 2001 e 2002, quando houve a chamada “crise do

de redução de tarifa dentro do calendário eleitoral”, mesmo

apagão”. “E o racionamento físico ainda não chegou”,

diante de preços tão altos, o governo não repassou o custo

destaca Tavares.

que estava sendo gerado ao distribuidor para o consumidor

final e manteve a tarifa com 20% de desconto. No entanto,

da Abraceel acredita que R$ 25 bilhões devam ser pagos

era necessário conservar as contas das companhias

pelo tesouro, ou seja, pelo contribuinte, e os restantes R$ 80

equilibradas e a forma encontrada pelo governo para fazer

bilhões estão guardados para serem repassados às contas

isso foi de início por meio de aporte do Tesouro Nacional,

de energia, devendo ser arcados pelos consumidores. Para

e, posteriormente, por meio de empréstimo via Câmara

se ter uma ideia, segundo Tavares, se esta conta fosse ser

de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto a

repassada em um ano para as tarifas, haveria um aumento

um consórcio formado por dez bancos. Esta operação foi

da ordem de 80%. “Qual é o cenário realista?”, questiona.

considerada inusitada por especialistas, já que o CCEE é

“Cinco anos, no mínimo, de aumento de 10%, 15% acima

uma entidade sem fins lucrativos, sem ativos, funcionando

da inflação. Então, pode contar cinco anos a tarifa subindo

somente como uma câmara para a liquidação das operações

20%”, afirma o vice-presidente da associação.

Do custo total contabilizado até 2015, o vice-presidente



72

Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Com o despacho das térmicas fora da ordem de mérito do custo para atender à demanda, o preço de energia no mercado de curto prazo disparou, chegando a mais de R$ 800 o MWh.

Para Tavares, o efeito do aumento do preço da energia

Aguiar, vê esta situação vivida pelo setor na atualidade

já começou a ser sentido este ano. “Não é que os preços

como um problema grave que deve ser combatido com

vão explodir, eles já explodiram. Quem poderia imaginar

medidas como a eficiência energética. Ferramenta que,

o preço da energia na área de concessão da Elektro, aqui

conforme Aguiar, reduziria o impacto do aumento da tarifa

em São Paulo, subindo 40%?”, indaga. Em agosto deste

nas contas de energia e serviria “por um lado, para tentar

ano, a Aneel autorizou o reajuste tarifário de 2014 da

reduzir o consumo em uma ponta e com isso começar a

distribuidora, que resultou no aumento médio de 37,78%

desligar mais térmicas e poupar água nos reservatórios

no preço aos consumidores finais. Os consumidores

das hidrelétricas. E por outro lado, caso houvesse aumento

residenciais e de pequenos estabelecimentos, ligados em

da atividade econômica, e consequente elevação do PIB,

baixa tensão, tiveram as tarifas aumentadas em 35,97%.

teríamos energia para atender a isso”.

Já as tarifas das indústrias e estabelecimentos de grande

O grande problema é que a eficiência energética

porte, ligados em alta tensão, receberam aumento de

parece não estar entre as maiores preocupações do país.

40,79%.

O presidente da Abesco explica que de 2008 para cá a

E este nem foi o maior aumento autorizado pela Aneel

intensidade energética vem aumentando, o que significa

este ano. Na área da Companhia Energética de Roraima,

que o Brasil é ineficiente energeticamente. “Em países

que abrange 39.677 unidades consumidoras localizadas

desenvolvidos ou em desenvolvimento, vemos que há um

em 15 municípios do interior do estado, o valor da tarifa

trabalho no âmbito da eficiência para que o aumento do

subiu 54,06%, tanto para consumidores de alta quanto de

PIB não equivalha ao aumento do consumo de energia

baixa tensão - residenciais, comerciais e industriais.

elétrica. No Brasil, ocorre o contrário, o consumo aumenta

E ficiência

mais que o PIB”, afirma Aguiar, sublinhando que “nenhum

pode ser a solução

programa de eficiência energética vem sendo feito no Brasil para se ter máquinas mais eficientes, por exemplo”.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas

de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), Rodrigo

Tavares, da Abraceel, incentiva os agentes do segmento

de eficiência energética a não esperarem pelo apoio


73

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

governamental e realizarem ações por conta própria. “Só

sua livre iniciativa, as Escos esbarram na própria falta

vejo um caminho para sairmos desta confusão: é preciso

de interesse de grandes consumidores, como indústrias,

reduzir a demanda a um custo marginal unitário inferior

que são grandes alvos de projetos de eficiência. Segundo

a este megacusto de hoje”, afirma. De acordo com ele,

o presidente da Abesco, há uma acomodação da área

qualquer projeto que as Escos consigam elaborar com um

industrial com relação ao consumo. “Não estão se

custo inferior a R$ 1 mil o MWh, com um payback (retorno

preocupando com o impacto que já existe nos custos deles

financeiro do investimento inicial) de um ou dois anos, é

e com a própria produtividade”, comenta Aguiar.

completamente viável. “Na minha visão, a Abesco precisa se

Conforme o presidente da Abesco, a relação da

preocupar menos em ‘pedir autorização', incentivos, linha de

indústria com a eficiência energética é de receio. “Às

crédito, e começar a propor soluções”, enfatiza Tavares.

vezes, ela olha o projeto de eficiência energética como

Entretanto, a realização de projetos nesta área não

competindo com o próprio core business da empresa e,

é tão fácil assim, pois não depende somente da vontade

aí, obviamente, prefere investir no foco principal do seu

das empresas que prestam serviços de conservação de

negócio”, explana.

energia. Segundo estudo do Conselho Americano para

Outro motivo dos consumidores industriais não

uma Economia de Energia Eficiente - em inglês, American

investirem mais em projetos de eficiência energética

Council for an Energy-Efficient Economy (Aceee) -, o Brasil

está ligado com o fato de eles em sua maioria serem

ocupa a penúltima posição entre as 16 maiores economias

realizados por meio de contratos de performance, no

do mundo, no que diz respeito à eficiência energética. De

qual, basicamente, quem banca o projeto são as Escos,

100 pontos possíveis, o país conseguiu apenas 30. Uma

que recebem como contrapartida financeira a partilha (por

das piores pontuações aconteceu na avaliação do quesito

tempo determinado) do montante de economia obtido na

“eficiência energética nas indústrias”. O Brasil somou 2

operação do cliente. “Alguns consumidores ainda veem

pontos de 25 pontos possíveis.

com muita desconfiança este tipo de contrato”, afirma

Aguiar.

Independentemente dos esforços governamentais e de

Reservatório de usinas hidrelétricas em baixa forçou o Governo Federal a despachar as térmicas em grande quantidade.


74

Reportagem

O resultado, de acordo com o presidente da Abesco,

investimentos acabam ficando todos a cargo das Escos,

é que a cada 10 projetos bons de eficiência energética

que, em sua maioria, não possuem dinheiro para isso. De

realizados no país, apenas um é efetivamente implantado.

acordo com Santoro, sua empresa consegue fazer os projetos

Ante este quadro, de falta de consciência dos consumidores

porque conta com recursos próprios. Esta autossuficiência,

no que diz respeito à eficiência energética, Aguiar tem

aliás, faz com que a Indeco ajude as Escos de menor porte

convicção que com o aumento de preço da energia da

a financiar projetos de eficiência energética. Na realidade,

tarifa o interesse por projetos desta natureza irá aumentar.

essas empresas passam os contratos à Indeco e funcionam

“A consciência virá com a dor”, afirma.

como prestadoras de serviço.

O diretor da empresa especializada na gestão de

abastecimento de águas e energia Indeco, Otavio Santoro

da Abraceel para que as Escos ajam por conta própria, a

Jr, concorda em partes com o presidente da Abesco.

impressão passada por especialistas é de que, sem o apoio

Santoro explica que a redução “artificial” do preço das

governamental, não há como o mercado de eficiência

tarifas pela MP 579 em 2012 prejudicou o negócio da

energética aquecer. O presidente da Abesco, Rodrigo

eficiência energética, porque com a tarifa reduzida o

Aguiar, enfatiza a omissão do governo nos trabalhos

ganho econômico diminuiu e o payback aumentou de

que vem sendo desenvolvidos pelas Escos há 20 anos.

dois para quatro anos, aproximadamente. Agora, com o

“A Abesco quer uma participação mais ativa do governo,

aumento das tarifas nos próximos anos, a expectativa

até porque da eficiência energética pode depender a

é que o ganho econômico seja maior e o payback seja

segurança energética nacional e a economia do país”,

novamente entre um e três anos, tornando o negócio mais

diz. Para Aguiar, essa participação mais efetiva poderia

atrativo.

ser realizada por meio de leilões - em âmbito federal

Contudo, como enfatiza o diretor da Indeco, o

ou regional - voltados a empreendimentos de eficiência

maior problema para as Escos, que é o financiamento

energética.

do projeto de eficiência, persistirá. Santoro destaca

que a Esco tem uma vantagem em relação às demais

aumente o investimento em eficiência energética. Para ele,

empresas da área: ela financia o próprio projeto, que

em doze anos desta gestão não houve sinalização para

pode ser pago posteriormente por meio dos contratos

tal. Como possível saída, Santoro crê ser necessária a

de performance. O problema é que são poucas as Escos

criação de uma assessoria na Abesco para funcionar como

que tem capacidade de investimento próprio. “Acho que

um canal junto ao Ministério de Minas e Energia (MME),

no país temos umas cinco e a Indeco é uma delas”, diz

visando facilitar o financiamento de projetos de eficiência

o diretor, excetuando as empresas de conservação de

energética.

energia das próprias concessionárias, cujo custo do projeto tende a ser maior.

Neste sentido, para as Escos não adianta o preço da

Não obstante o incentivo dado pelo vice-presidente

O diretor da Indeco, porém, não acredita que o governo

B andeiras

tarifárias

energia estar alto e atrativo a investimentos em eficiência

Uma das soluções que vem sendo pensada pelo

energética se não houver incentivos do governo para

governo para tentar resolver o problema dos preços

que existam mais linhas de financiamento. “Via Banco

altos de energia elétrica é a redução do teto do PLD. A

Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES),

pauta está em debate pela Agência Nacional de Energia

por exemplo, é extremamente ruim, porque não há um

Elétrica (Aneel), que propôs o teto de R$ 388,04 o MWh,

sistema de financiamento exclusivo para as Escos”, afirma.

bem abaixo do que vinha sendo praticado até as últimas

Já, o Proesco, cujo objetivo é fornecer apoio a projetos de

semanas de novembro: R$ 822,82 o MWh.

eficiência energética, segundo Santoro, existe somente no

papel.

limita a representatividade do preço ao valor cobrado

De acordo com a Abraceel, o teto indicado pela agência

Ou seja, por falta de projetos financeiros estruturados

efetivamente por apenas 70% das termelétricas disponíveis,

do governo que facilitem o modelo de financiamento

o que, segundo a entidade, vai na contramão das melhores

de empreitadas na área de eficiência energética, os

práticas do mercado. A estimativa da associação é de que


75

Estão previstas para o ano que vem gastos de R$ 8, 5 bilhões com o uso permanente das usinas termelétricas.

essa redução possa gerar um prejuízo de R$ 12 bilhões,

quilowatt-hora (kWh) consumidos. Já a bandeira vermelha

relativos aos Encargos de Serviços dos Sistemas que serão

sinaliza que as condições são muito desfavoráveis. Aqui, a

usados para cobrir o custo de geração.

tarifa aumenta R$ 3 para cada 100 kWh consumidos.

O presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, propõe

Com o sistema de bandeiras tarifárias, as distribuidoras

que, no lugar de se mexer no teto do PLD, o governo coloque

conseguirão repassar mensalmente o custo da energia

em prática o sistema de bandeiras tarifárias, cobrando

mais cara, devido ao acionamento de térmicas, o que deve

R$20/MWh para a bandeira amarela e R$ 50/MWh para a

aliviar o dispêndio de caixa da concessionária. Atualmente,

bandeira vermelha. “Essa política é suficientemente eficaz

as distribuidoras carregam os gastos com energia mais

para reduzir o descasamento de caixa das distribuidoras

cara no curto prazo até o próximo reajuste tarifário,

por meio da ampliação dos sinais de preços ao mercado

que ocorre anualmente, quando só então os custos são

cativo”, acredita Medeiros.

repassados à tarifa dos consumidores. A medida, dizem os

As bandeiras tarifárias atrelam o preço da tarifa de

agentes do setor, aumentará ocasionalmente o gasto dos

energia elétrica às condições de geração de eletricidade

consumidores finais com energia elétrica, mas, por outro

do Sistema Interligado Nacional (SIN). São três bandeiras:

lado, dará a eles informações corretas sobre a geração

verde, amarela e vermelha, que serão indicadas pela

de energia do setor, possibilitando que possam reduzir o

distribuidora na conta de luz. A bandeira verde significa

consumo, se quiserem.

que as condições hídricas são favoráveis e que não haverá

nenhum acréscimo. A bandeira amarela é um sinal de

início de 2014, mas foi adiada para janeiro de 2015 por

alerta, mostrando que as condições não são tão favoráveis

solicitação de algumas distribuidoras que alegaram não

e que será preciso despachar algumas térmicas. Neste

estar com seus sistemas prontos para atender às novas

caso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100

regras.

A implementação do sistema estava prevista para o


Pesquisa

76

Dispositivos e Materiais para Aterramento

Mercado de equipamentos para aterramento apreensivo Publicação de norma para SPDA deve injetar ânimo em setor que, mesmo considerando a economia brasileira desacelerada, espera encerrar o ano de 2014 com crescimento médio de 8%

O Setor Elétrico / Novembro de 2014


77

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

O ano de 2014 acabou e a norma que promete agitar o mercado de equipamentos para aterramento ainda

não se tornou realidade para o setor. Em consulta pública até o último dia 10 de dezembro, a ABNT NBR 5419, norma que trata da proteção contra descargas atmosféricas, deverá ser publicada no início do ano que vem e traz inúmeras modificações e atualizações no que diz respeito à proteção de instalações contra raios.

Mais robusta – passando de 42 para 344 páginas – o novo documento tem o propósito de oferecer diretrizes

para garantir mais segurança e qualidade aos projetos de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosférica (SPDA). Para isso, a comissão normativa vem se reunindo desde 2005 para implementar as mudanças na nova revisão, que tomou como base a segunda versão da norma IEC 62305 – Lightning Protection, que agrupou assuntos de várias outras normas e permitiu organizar as regras para SPDA. Este assunto já foi amplamente discutido pela revista O Setor Elétrico e algumas das novidades que serão trazidas pelo novo documento podem ser encontradas na reportagem publicada na edição 104, de setembro deste ano, também disponível no site www.osetoreletrico.com.br.

Este mercado de SPDA é parte da pesquisa publicada a seguir realizada com fabricantes e distribuidoras de

produtos para aterramento, sistema fundamental para a segurança das instalações elétricas e seus usuários.

Segundo foi apurado, as companhias revelaram crescimento real médio de 11% nos seus faturamentos em

2013. Nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas participantes projetaram crescimento médio de 10% para o fechamento de 2013. Para 2014, a expectativa é de que haja incremento de mais 10% nas vendas e, para o mercado como um todo, a estimativa é de crescimento de 8%.

Embora tenha havido crescimento médio maior do que o previsto no ano passado, as empresas acreditam

que o resultado poderia ter sido melhor. A desaceleração da economia foi o item mais apontado por elas como fator influenciador do que deve ser o desfecho de 2014. 19% das pesquisadas, no entanto, ainda creditaram aos projetos de infraestrutura em desenvolvimento no país o crescimento registrado.

Os gráficos publicados a seguir mostram estas e outras constatações deste segmento e, no fim da

pesquisa, são publicadas planilhas com informações detalhadas das empresas que responderam a pesquisa, como certificações de gestão, quais delas importam e exportam produtos, oferecem projeto e treinamento para os clientes, entre outros dados. Confira.

Números do mercado de equipamentos para aterramento

A liderança do setor industrial nas vendas desses produtos, que já era grande nessa mesma pesquisa

realizada em 2013, permaneceu intacta neste ano. Se em 2013, 86% dos entrevistados destacavam o segmento, em 2014 este número manteve quase o mesmo índice, de 85%. O setor comercial continua na segunda posição, com 60%. Principais segmentos de atuação

85% 60% 27% 23%

Público Residencial

Comercial

Industrial


78

Pesquisa

Dispositivos e Materiais para Aterramento

Diferentemente do que foi registrado no ano passado, em que as vendas

diretas ao cliente final foram apontadas como o principal canal de comercialização

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

No ano anterior, o DPS liderou este ranking dos mais fabricados/distribuídos.

Nesta edição, o produto empatou com as hastes e com os cabos, cordoalhas e

dos produtos deste segmento, esta opção ficou na liderança conjuntamente com

conectores. Na outra ponta, em último lugar, continuam os resistores de aterramento.

as vendas para distribuidores e atacadistas.

Principais produtos comercializados

Principais canais de vendas

56% 25% 10%

69%

Venda direta ao cliente final

69%

Distribuidores/ tacadistas

60%

Revendas/varejistas

50%

Outros

37%

A maioria dos fabricantes e distribuidores que responderam à pesquisa

(92%) disse que o segmento é voltado mais para o mercado interno do que para

35%

o externo – mesmo percentual registrado no ano passado. Balança comercial

21%

8%

17%

Exportação

10%

92% Mercado nacional

60%

Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização

60%

Hastes de aterramento

Telemarketing

46%

Dispositivo protetor de surtos de energia

O número de empresas que buscaram por certificações ISO manteve-se

a certificação de gestão ambiental.

Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização

Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

Malhas de aterramento pré-fabricadas Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento

Resistores de aterramento

Fizeram parte desta pesquisa fabricantes e distribuidoras de materiais para

aterramento de todos os portes. A maioria, 35%, afirmou ter faturado até R$ 5 milhões em 2013. Outras 23% declararam faturamento médio entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2013)

7%

praticamente no mesmo patamar. 52% delas afirmaram possuir a ISO 9001 – mesmo índice registrado na pesquisa do ano passado – e 21% delas contam com

SPDA (captores, cabos e acessórios)

2%

Acima de R$ 200 milhões

16%

Até R$ 3 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

19%

16% Certificações ISO

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

ISO 14001

21%

12%

ISO 9001

52%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

23%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

5%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões



80

Pesquisa

Dispositivos e Materiais para Aterramento

No que diz respeito ao tamanho de mercados específicos, as percepções são

bastante distintas. Em quase todos os nichos de mercado, percebe-se que os

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização

participantes da pesquisa acreditam que o faturamento médio anual seja de até 16%

R$ 30 milhões, como foi o caso do mercado de dispositivo protetor de surtos de

Acima de R$ 500 milhões

sinal, DPS e hastes de aterramento. Confira 6%

SPDA (captores, cabos e acessórios)

10% 11%

Acima de R$ 500 milhões

17%

Até R$ 10 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

17%

13%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

16%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

10%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

7%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

21%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

23%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 17%

Dispositivo protetor de surtos de energia

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

3%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Hastes de aterramento

10%

3% 6%

16%

Até R$ 10 milhões

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

15%

Até R$ 10 milhões

19%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

19%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

21%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 28% 21%

16%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

17%

Até R$ 10 milhões

22%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões


81

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

Embora tenha havido crescimento médio maior do que o previsto no ano

passado, as empresas acreditam que o resultado poderia ter sido mais positivo. 15%

22%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Até R$ 10 milhões

11%

A desaceleração da economia foi o item mais apontado por elas como fator influenciador desse desfecho de 2014. Veja as opiniões.

Fatores que influenciaram (positiva ou negativamente) o mercado de aterramento em 2014

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

7%

Falta de normalização e/ou legislação 19%

8% 33%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

8%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Programas de incentivo do governo

Nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas participantes

projetaram crescimento médio de 10% para o fechamento de 2013. As companhias

6%

revelaram, nesta edição, que apresentaram crescimento real médio de 11%. Para

Crise internacional

2014, a expectativa é de que haja incremento de mais 10% nas vendas e, para o

28%

Desaceleração da economia brasileira

mercado como um todo, a estimativa é de crescimento de 8%. Previsões de crescimento

8%

Expectativa de crescimento para o mercado de aterramento em 2014

10% 11%

Expectativa de crescimento médio das empresas para 2014 Crescimento reistrado pelas empresas em 2013 com relacao ao ano anterior

19%

Projetos de infraestrutura

13% 11%

Setor da construção civil desaquecido

Setor da construção civil aquecido


Dispositivos e Materiais para Aterramento

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

(11) 3459-4744 0800 11 8008 (11) 4176-7877 (41) 3383-9120 (11) 5641-8111 (11) 2348-2374 (11) 5078-1840

São Paulo Porto Alegre Porto Alegre São Bernardo do Campo Guarulhos São Caetano do Sul São Paulo Curitiba Rio de Janeiro São Paulo Olímpia Orlândia Orlândia Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo

X

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X

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X X X

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X

X X

X

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X

X X X

X X X X X X X X

X X X

Certificado ISO 9001

X

Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

Outros

X

Telemarketing

X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Programas na área de responsabilidade social

X X X X X X X

Certificado ISO 14001

MG SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP RS RS SP SP SP SP PR RJ SP SP SP SP PR SP SP SP PR SP SP SP

Venda direta ao cliente final

Estado

Revendas / varejistas

Belo Horizonte Osasco São Paulo Lagoa Santa Olímpia Cravinhos São Paulo Pindamonhangaba Guarulhos Cornélio Procópio Ribeirão Preto

Canal de Vendas

Distribuidores / atacadista

Cidade

www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.burndy.com www.clamper.com.br www.condumax.com.br www.conimel.com.br www.copperthree.com.br www.dbtec.com.br www.dlight.com.br www.eletrotrafo.com.br www.embrastec.com.br www.erico.com www.esopar.com.br www.exatron.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.findernet.com www.fluke.com.br www.grupogeralux.com.br www.hager.com.br www.idealengenharia.com.br www.incesa.com.br www.grupointelli.com.br www.intellistorm.com.br www.irmaosabage.com.br www.jdemitoeletrica.com.br www.legrand.com.br www.mmmagnet.com.br www.maxxweld.com.br www.megabras.com ep.mersen.com www.minipa.com.br

Público

Site

(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 5515-7225 (31) 3689-9500 0800 701 3701 (16) 3951-9595 (11) 2293-1808 (12) 3642-9006 (11) 2937-4650 (43) 3520-5000 (16) 3626-2324 (11) 3623-4343 (51) 3337-0279 0800 541 3310 (11) 5058-1583 (11) 2425-7180 (11) 4223-1550 (11) 4058-0200 (41) 3153-7800 0800 724 2437 (11) 3287-0622 (17) 3279-2600 (16) 3820-1500 (16) 3826-1411 (41) 3371-5656

Principal segmento

Residencial

Telefone

ÁBACO PROJETOS ABB BURNDY CLAMPER CONDUMAX CONIMEL COPPER THREE DBTEC D'LIGHT ELETROTRAFO EMBRASTEC ERICO ESOPAR EXATRON FASORIAL FASTWELD FINDER FLUKE GERALUX HAGER ELETROMAR IDEAL ENGENHARIA INCESA INTELLI INTELLI STORM IRMÃOS ABAGE J. DEMITO LEGRAND MAGNET MAXXWELD MEGABRÁS MERSEN MINIPA DO BRASIL

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

A empresa é

Comercial

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Industrial

Pesquisa

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X X

X X X

X

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X

X X

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83

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

X X X

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X

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Programas na área de responsabilidade social

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X X X

X X X X X X

X X

X

X X X

X

X

X X

X

X

Certificado ISO 9001

X

Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

Outros

X X

Certificado ISO 14001

X X X X X X

X X X X X X X

Telemarketing

X

Venda direta ao cliente final

X X X X X

Revendas / varejistas

MG SP SP SP SC PR SP MG SP SP SP SP RJ SP PR PR SP SP MG SP SP

Distribuidores / atacadista

Estado

Público

Belo Horizonte São Bernardo do Campo São Paulo Sorocaba Siderópolis Mandaguari São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Petrópolis São Paulo Ponta Grossa Curitiba São Paulo São Paulo Belo Horizonte Diadema São Bernardo do Campo

Residencial

Cidade

www.montal.com.br www.mtm.ind.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.olivosa.com.br www.onixcd.com.br www.panduit.com www.paraeng.com.br www.paraklin.com.br www.paratec.com.br www.phoenixcontact.com.br www.provitel.com.br www.pweletronica.com.br www.raycon.com.br www.reativa.com www.reymaster.com.br www.siemens.com.br www.te.com/energy www.tel.com.br www.weidmueller.com.br www.wirex.com.br

Canal de Vendas

Comercial

Site

(31) 3476-7675 (11) 4125-3933 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (48) 2102-8820 (44) 3233-8500 (11) 3613-2353 (31) 3394-7433 (11) 3948-0042 (11) 3641-9063 (11) 3871-6400 (11) 2239-1484 (24) 2246-7800 (11) 3994-1906 (42) 3222-3500 (41) 3021-5000 0800 541 7676 (11) 2103-6000 (31) 3308-7000 (11) 4366-9600 (11) 2191-9400

Principal segmento

Industrial

Telefone

MONTAL PARA RAIOS MTM NUTSTEEL OBO BETTERMANN OLIVO ONIX PANDUIT PARAENG PARAKLIN PARATEC PHOENIX CONTACT PROVITEL PW ELETRÔNICA RAYCON REATIVA SERVICE REYMASTER SIEMENS TE CONNECTIVITY TERMOTÉCNICA WEIDMÜLLER CONEXEL WIREX CABLE

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

A empresa é

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X X

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Dispositivos e Materiais para Aterramento

www.fluke.com.br www.grupogeralux.com.br www.hager.com.br www.idealengenharia.com.br www.incesa.com.br www.grupointelli.com.br www.intellistorm.com.br www.irmaosabage.com.br www.jdemitoeletrica.com.br www.legrand.com.br www.mmmagnet.com.br www.maxxweld.com.br www.megabras.com ep.mersen.com www.minipa.com.br

São Paulo Porto Alegre Porto Alegre São Bernardo do Campo Guarulhos São Caetano do Sul São Paulo Curitiba Rio de Janeiro São Paulo Olímpia Orlândia Orlândia Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo

MG SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP RS RS SP SP SP SP PR RJ SP SP SP SP PR SP SP SP PR SP SP SP

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Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

Estado

Hastes de aterramento Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização

Belo Horizonte Osasco São Paulo Lagoa Santa Olímpia Cravinhos São Paulo Pindamonhangaba Guarulhos Cornélio Procópio Ribeirão Preto

SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento

Cidade

www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.burndy.com www.clamper.com.br www.condumax.com.br www.conimel.com.br www.copperthree.com.br www.dbtec.com.br www.dlight.com.br www.eletrotrafo.com.br www.embrastec.com.br www.erico.com www.esopar.com.br www.exatron.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.findernet.com

Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui Oferece instalação dos produtos para os clientes Oferece manutenção dos produtos para os clientes

Site

(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 5515-7225 (31) 3689-9500 0800 701 3701 (16) 3951-9595 (11) 2293-1808 (12) 3642-9006 (11) 2937-4650 (43) 3520-5000 (16) 3626-2324 (11) 3623-4343 (51) 3337-0279 0800 541 3310 (11) 5058-1583 (11) 2425-7180 (11) 4223-1550 (11) 4058-0200 (41) 3153-7800 0800 724 2437 (11) 3287-0622 (17) 3279-2600 (16) 3820-1500 (16) 3826-1411 (41) 3371-5656 (11) 3459-4744 0800 11 8008 (11) 4176-7877 (41) 3383-9120 (11) 5641-8111 (11) 2348-2374 (11) 5078-1840

Oferece projeto para os clientes

Telefone

ÁBACO PROJETOS ABB BURNDY CLAMPER CONDUMAX CONIMEL COPPER THREE DBTEC D'LIGHT ELETROTRAFO EMBRASTEC ERICO ESOPAR EXATRON FASORIAL FASTWELD FINDER FLUKE GERALUX HAGER ELETROMAR IDEAL ENGENHARIA INCESA INTELLI INTELLI STORM IRMÃOS ABAGE J. DEMITO LEGRAND MAGNET MAXXWELD MEGABRÁS MERSEN MINIPA DO BRASIL

Oferece treinamento técnico para os clientes

EMPRESA

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Importa produtos acabados

84

Exporta produtos acabados

Pesquisa

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85

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Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Oferece instalação dos produtos para os clientes Oferece manutenção dos produtos para os clientes SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento

Cidade Estado Belo Horizonte MG São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X X Sorocaba SP X X Siderópolis SC X X Mandaguari PR X X São Paulo SP X Belo Horizonte MG São Paulo SP São Paulo SP X São Paulo SP X São Paulo SP X Petrópolis RJ São Paulo SP Ponta Grossa PR Curitiba PR X São Paulo SP X São Paulo SP X X Belo Horizonte MG X Diadema SP X X São Bernardo do Campo SP X

Oferece projeto para os clientes

Site www.montal.com.br www.mtm.ind.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.olivosa.com.br www.onixcd.com.br www.panduit.com www.paraeng.com.br www.paraklin.com.br www.paratec.com.br www.phoenixcontact.com.br www.provitel.com.br www.pweletronica.com.br www.raycon.com.br www.reativa.com www.reymaster.com.br www.siemens.com.br www.te.com/energy www.tel.com.br www.weidmueller.com.br www.wirex.com.br

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone (31) 3476-7675 (11) 4125-3933 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (48) 2102-8820 (44) 3233-8500 (11) 3613-2353 (31) 3394-7433 (11) 3948-0042 (11) 3641-9063 (11) 3871-6400 (11) 2239-1484 (24) 2246-7800 (11) 3994-1906 (42) 3222-3500 (41) 3021-5000 0800 541 7676 (11) 2103-6000 (31) 3308-7000 (11) 4366-9600 (11) 2191-9400

Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui Hastes de aterramento Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização

MONTAL PARA RAIOS MTM NUTSTEEL OBO BETTERMANN OLIVO ONIX PANDUIT PARAENG PARAKLIN PARATEC PHOENIX CONTACT PROVITEL PW ELETRÔNICA RAYCON REATIVA SERVICE REYMASTER SIEMENS TE CONNECTIVITY TERMOTÉCNICA WEIDMÜLLER CONEXEL WIREX CABLE

Importa produtos acabados

EMPRESA

Exporta produtos acabados

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

X X X

X X X X

X

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X

X

X X X X X X

X X

X


Iluminação

86

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Iluminação com eficiência energética Por Daniel Apolônio, Roberto Apolônio e José Antônio Lambert*

Trabalho propõe a substituição do sistema instalado por outro que seja dimerizável automaticamente por meio do aproveitamento da iluminação natural


87

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

O perfil de consumo de prédios públicos

função da contribuição da iluminação natural.

demonstra que 24% de toda energia consumida

pela edificação é utilizada para a iluminação,

o sistema de iliminação artificial instalado em

48% com condicionadores de ar, equipamentos

uma sala de trabalho, de acordo com a NBR

de escritório aparecem com 15% e elevadores

5382/1985 e NBR 5413/1992 da ABNT, bem

e bombas com 13% (Magalhães, 2001). Esses

como avaliar o aproveitamento e associação da

dados permitem concluir que os sistemas de

iluminação natural na otimização da iluminância

iluminação podem assumir parcela significativa

local, por meio de um sistema dimerizável,

nas ações que acarretem o uso racional da

visando maior eficiência energética, qualidade

energia elétrica.

da iluminação, consumo de energia e impacto

na qualidade da energia elétrica na instalação.

As edificações, quando concebidas em

Nesse contexto, esse trabalho visa avaliar

projeto, podem ser pensadas de forma a obter

Sistema de iluminação existente

maior eficiência energética por meio do uso de equipamentos com tecnologias avançadas, alterações em características construtivas

da edificação, proteções solares, aberturas

fica no primeiro pavimento da edificação,

para ventilação, entre outros. Depois de

possui laje em concreto, paredes em alvenaria

construídas, as alterações físicas se tornam

revestida e pintada na cor azul acrílico,

mais

manutenções

divisórias em PVC branco, piso cerâmico

complicadas,

periódicas

nos

porém

O ambiente no qual se realizou o estudo

equipamentos, alterações

e janelas em vidro transparente. As Figuras

de hábitos ou rotinas dos trabalhadores, ou

1 e 2 apresentam o recinto e o sistema de

algumas reformas restritas ainda podem trazer

iluminação existente.

benefícios de qualidade, eficiência energética e econômica à instituição pública. Em geral, o sistema de iluminação é projetado para a pior situação, ou seja, normalmente para períodos noturnos. Por outro lado, durante o dia (quando há iluminação natural) acabam por permanecer ligados por falta de aberturas com o exterior ou por

Figura 1 - Imagem do ambiente sob estudo.

descuido dos usuários. O aproveitamento da iluminação natural em uma edificação influencia na qualidade da luz, comunicação com o exterior, conservação de energia, entre outros benefícios.

Com o avanço tecnológico, equipamentos

eletrônicos foram introduzidos no mercado de iluminação e os projetos luminotécnicos puderam evoluir para melhor atender aos requisitos de iluminação de um ambiente e redução do consumo de energia elétrica. Dentre tais equipamentos, o dimmer eletrônico, equipamento que permite variar

Figura 2 – Planta baixa do ambiente sob estudo.

o fluxo luminoso da lâmpada, constituído basicamente por componentes eletrônicos, é

O ambiente possui quatro luminárias

capaz de variar o fluxo luminoso, permitindo

distribuídas de maneira não uniforme, sendo

que o usuário ajuste o nível de iluminação

que duas luminárias se encontram presas

mais agradável para determinada ocasião, ou

na viga de concreto, a uma altura de 2,96 m

que esse nível se ajuste automaticamente em

de altura e as outras duas na laje, a 3,34 m


Iluminação

88

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

de altura. Além disso, elas se encontram mal

medições ocorreram no mês de outubro, em

energia. Segundo o Regulamento Técnico de

distribuídas, deslocadas do centro do ambiente,

dias mais longos, ou seja, dias nos quais há

Qualidade do Nível de Eficiência Energética

como se observa na planta baixa. Este sistema

iluminação natural por maior tempo.

de Edifícios Comerciais, de Serviços e

denominar-se-á sistema 1. As quatro luminárias

A medição da iluminância, como forma de

Públicos (RTQ-C) para ambientes iluminados

são ligadas por um interruptor simples situado

analisar o potencial de retrofitting da sala e

naturalmente, sugere a separação do circuito

fora do ambiente. As características dos

sua adequação ao ambiente de trabalho, com

de iluminação para as luminárias próximas às

aparelhos existentes são:

a iluminação oriunda apenas da iluminação

janelas, corroborando com uma das ações

artificial, foi efetuada por meio de um

escolhidas para ser executada nesse estudo.

- Luminárias do tipo comercial, com duas

luxímetro digital. As medições foram feitas

lâmpadas fluorescentes tubulares de 32 W,

durante o período noturno para obter a

fluxo luminoso de 2.115 lúmens/lâmpada e

parcela de iluminação máxima advinda das

temperatura de cor de 6.500 K, vida útil de

luminárias.

8.000 h (Figura 3).

iluminação só se torna correta se forem

O registro da iluminância foi efetuado

Novo projeto luminotécnico A eficiência energética do sistema de

pelo medidor Hobo, que armazena os dados

garantidas

- Os reatores utilizados são do tipo eletrônico,

da iluminância na memória para que se possa

adequadas definidas pela norma ABNT NBR

para duas lâmpadas de 32 W/220 V. Possuem

comparar a iluminação do ponto definido

5413. Desse modo, foi realizada uma avaliação

fator de fluxo luminoso igual a 0,95 e fator de

durante todo o período de medição definido.

da iluminância do sistema de iluminação em

potência de 0,98 c. A potência total de cada

as

condições

de

iluminação

uso, sendo que o novo projeto luminotécnico

Estratégias

unidade quando ligado em 220 V é de 62 W.

para reduzir demanda

5413, com economia de energia elétrica.

e consumo

procura atender as indicações da ABNT NBR

A utilização do recinto de trabalho se

Medição

dá predominantemente no período diurno,

da iluminância

normalmente das 7h30 às 11h30 e das

Não foi possível obter a média da

13h30 às 17h30. O ambiente de trabalho é

iluminância de acordo com os procedimentos

usado durante a noite, porém, não com tanta

descritos na norma ABNT NBR 5382 devido

frequência como ao longo do dia.

à distribuição irregular da posição das

Para reduzir o consumo foram elencadas

luminárias no ambiente o que acarretaria

diversas medidas, que podem ser divididas

em resultados não condizentes à formulação

em ações a serem executadas (caso da

apresentada na referida norma.

substituição

também

Para esse estudo considerou-se que

calculadas (caso de suposição de uso) para as

a iluminação deve atender às iluminância

interferências no sistema de iluminação.

definidas pela norma sobre o plano de

da

luminária)

ou

trabalho e em função da atividade executada

Figura 3 - Foto da luminária existente e sua curva de distribuição luminosa.

Avaliação

Divisão das luminárias em circuitos separados

no local. Assim, mediu-se a iluminação sobre

O ambiente é ocupado por duas pessoas

valor mais importante a ser atendido.

a mesa, no plano de trabalho, como sendo o

e cada uma possui sua mesa de trabalho,

A iluminância medida sobre diversos

conforme se verifica na Figura 2. Assim,

pontos da mesa medidos a altura de 0,75 m

toda a iluminação não precisa ser ligada ao

do piso do sistema antigo, estavam próximas

do sistema de iluminação

mesmo tempo. Quanto à iluminação natural

de 257 lux. Essa medição demonstrou o

O registro das grandezas elétricas foi

existente na sala, ela é proveniente das

potencial de retrofitting da sala com a

realizado apenas para a luminária mais

janelas (Figura 1) e incide mais diretamente

adequação da iluminação aos níveis exigidos

próxima às janelas. As grandezas elétricas

sobre a mesa próxima dessas janelas. Deste

por norma.

foram coletas durante alguns dias, no intuito

modo, a utilização de controles separados

de se definir um dia padrão que representasse

das luminárias pode permitir o desligamento

que se pudesse instalar o registrador Hobo

os dados de tensão, fator de potência,

das lâmpadas nos períodos que a radiação

e gravar os valores de iluminância ao longo

corrente, consumo, demanda e qualidade da

solar se mostrar suficiente para suprir as

do dia. O local escolhido para instalação

energia do sistema de iluminação existente e

necessidades de iluminamento do plano de

foi o centro da mesa (Figura 4), no qual é

do sistema de iluminação implementado. As

trabalho, reduzindo assim o consumo de

desenvolvida a maior parte das atividades.

Foi definido um ponto para medição para



Iluminação

90

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Figura 4 – Ponto de instalação do registrador de iluminância.

Sistema

de iluminação proposto Figura 7 – Layout em planta baixa do sistema proposto.

O sistema de iluminação proposto tem

por base garantir os níveis mínimos de iluminância descritos na ABNT NBR 5413. A escolha recaiu no valor de 300 lx, de acordo

Sistema de iluminação

Figura 5 – Luminária escolhida e sua curva fotométrica.

implementado

com a atividade e após aplicação dos fatores

lâmpadas T5 de 14 W, fator de fluxo luminoso

Para facilitar a execução do projeto

determinantes da iluminância adequada:

igual a 1, fator de potência de 0,97 a 0,99 e

optou-se em instalar somente uma luminária

idade do observador, velocidade e precisão

THD de acordo com a norma EN 6.100-3-2.

dimerizável próximo as janelas, já que a mesma

e refletância do fundo da tarefa.

- Lâmpadas T5HE 14 W com temperatura da

recebe maior influência da iluminação natural,

O sistema proposto consiste de um

cor igual a 4.000 K, fluxo luminoso de 1.350

enquanto sobre a outra mesa de trabalho

sistema de iluminação com luminárias,

lm, eficiência de 96 lumens/W, comprimento

ainda permaneceram as duas luminárias com

reatores e lâmpadas de maior rendimento

de 549 mm e diâmetro equivalente a 16 mm.

duas lâmpadas de 32 W cada. A luminária

e

disso,

- Minissensor de luz para readaptação,

escolhida é a ilustrada na Figura 5 e o sistema

considerou-se relevante o aproveitamento

instalação tipo clip- on para lâmpadas T5.

implementado está caracterizado pela Figura 8.

da iluminação natural por um sistema

(Figura 6).

com

maior

vida

útil. Além

automatizado de controle com o uso de reatores dimerizáveis. Após a análise das opções de mercado, concluiu-se que o novo sistema de iluminação pode ser composto por: - Luminária de sobrepor para quatro lâmpadas T5 de 14 W. A luminária é feita em chapa de aço fosfotizada e refletor parabólico em alumínio com 99,85% de pureza. Possui aletas parabólicas em alumínio anodizado

Figura 8 – Imagem da luminária dimerizável instalada na sala com o sistema implementado.

Figura 6 – Minissensor de luz.

com 99,85% de pureza. É de alta tecnologia,

côncava na parte superior e inferior e selada

A disposição das luminárias baseou-se

no layout dos móveis existentes no

Análise dos resultados

na parte superior. Como diferencial, temos

ambiente

Iluminância e demanda

a curva fotométrica aberta tipo batwing. A

para outras configurações. A Figura 7

Figura 5 mostra uma luminária escolhida para

representa o layout em planta baixa do

1) Iluminância ao longo do dia sem utilização

uso no retrofitting e a curva fotométrica.

sistema proposto, sendo que a luminária

de iluminação artificial

mais próxima da janela possui reator

dimerizável.

por diversos dias, dentre os quais dias

- Reator do tipo eletrônico, 220 V, para 4

e

deve

ser

reanalisado

A iluminância sobre a mesa foi registrada


91

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

chuvosos e dias ensolarados. Escolheu-se assim

Percebe-se que a iluminância permanece

de se utilizar da iluminação artificial. O nível de

um dia ensolarado típico para a verificação da

acima de 300 lux durante parte do período

iluminância a partir das 10h30 já está bastante

contribuição da iluminação natural no plano de

matutino, não sendo, portanto, necessário a

próximo ao limite estabelecido pela norma.

trabalho da mesa mais próxima das janelas.

utilização de iluminação artificial. Após o pico

É importante frisar que, ao adotar

A Figura 9 mostra a curva de iluminância

de iluminância, que ocorre entre 8h00 e 9h00,

o horário de verão, a curva do gráfico é

ao longo do dia, para o qual a iluminância

justificado pelo posicionamento das janelas,

deslocada em uma hora para a direita, ou seja,

atingiu valores máximos em torno de 400 lux

registra-se um decréscimo contínuo da mesma

há maior aproveitamento da iluminação natural,

nos horários da manhã, entre 8h00 e 9h00.

sendo que a partir das 12h00 há a necessidade

principalmente no final do período vespertino, reduzindo-se, nesse caso, o consumo de energia elétrica pela menor necessidade de iluminação artificial. Deve-se

enfatizar

também

que

a

iluminância no ponto escolhido irá variar ao longo do ano e em função do movimento aparente do sol. 2) Iluminância e demanda ao longo do dia utilizando iluminação artificial do sistema 1

O sistema 1 possui apenas um interruptor

e nenhum controle de fluxo luminoso das lâmpadas próximas às janelas, e faz uso somente da iluminação artificial durante todo o período de trabalho.A iluminância do sistema Figura 9 – Curva de iluminância sobre o ponto medido ao longo de um dia ensolarado.

1 encontra-se abaixo da iluminância requerida


Iluminação

92

suficiente. Segundo os gráficos apresentados anteriormente, a partir das 12h00 seria o ponto de utilização da iluminação artificial. Porém, como nem todos os dias os níveis de

iluminação

são

iguais

ao

proposto,

recomenda-se a utilização a partir das 10h30 para garantir a iluminância. Deste modo, poderia haver uma redução na utilização da iluminação artificial em 3h durante a manhã como demonstra a Figura 11.

A ligação da luminária pode ser feita por um

sistema automatizado como um temporizador horário. Poderia ser configurado para não Figura 10 – Curva de iluminância e demanda do sistema de iluminação 1.

permitir a ligação da lâmpada no horário

nos períodos sem contribuição da iluminação

estão representadas na Figura 10 (linha

proposto. Porém, para dias muito chuvosos, ou

natural (medindo aproximadamente 280 lux

tracejada) sendo que a pequena variação dessa

com baixa luminosidade, o programador tem

no ponto definido), ou seja, insuficiente para

potência se dá devido à variação da tensão da

de ser de fácil acesso ao usuário para alteração.

períodos noturnos de trabalho pela norma.

rede no ponto de alimentação, sendo que a

Nos períodos com contribuição da iluminação

demanda média é de 62 W.

seria a de um usuário ativo, que, ao perceber

natural, a iluminância no plano de trabalho fica

Supondo a divisão dos comandos das

desconforto visual, acionasse o interruptor

superdimensionada, atingindo níveis máximos

luminárias, poder-se-ia aplicar a utilização

ligando a lâmpada. Para facilitar essa ação, poderia

próximos a 720 lux e média acima de 400 lux.

da iluminação artificial apenas nos períodos

ser instalado um interruptor paralelo próximo à

em que a iluminação natural não fosse

mesa, de fácil alcance do usuário.

As potências ao longo do dia da luminária

Outra solução para a utilização desse sistema



Iluminação

94

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Figura 11 – Simulação da curva de iluminância e potência do sistema de iluminação antigo aproveitando a iluminação natural e utilizando controle de funcionamento.

3) Iluminância e potência ao longo do dia utilizando

ajustada no minissensor.

iluminação artificial e natural do sistema 2

Dessa forma pode-se aproveitar a iluminação

natural de forma racional e automática, não Utilizando-se o sistema de dimerização automática

necessitando de interferência do usuário no controle

das lâmpadas fluorescentes tubulares constatou-se

da mesma.Além disso, se o usuário tiver interesse em

uma grande redução no consumo de energia elétrica,

aumentar a iluminância,não se mostrando confortável

com os níveis de iluminância superiores ao exigidos

com os 300 lux definidos, ele pode regular o sensor

pela norma. As lâmpadas permaneceram ligadas

de forma a obter uma maior contribuição possível da

durante o dia todo e por isso o gráfico apresenta

luminária.A partir de medições realizadas durante o

iluminância média superior a 300 lux no início e

período noturno obteve-se uma iluminância máxima

no final do dia, conforme a Figura 12. Percebe- se

de 350 lux no plano de trabalho. Nessa configuração,

uma redução da potência da luminária pela manhã,

os 300 lux já não são suficientes para sensibilizar o

onde há grande incidência de iluminação natural. A

dimmer, assim, o consumo será maior, porém se trata

potência se mantém aproximadamente constante

de uma questão de qualidade visual e preferência do

em 20 W quando a iluminação natural é suficiente

usuário.

para promover o nível de iluminância requerido/

A substituição de equipamentos elétricos

ajustado. O aumento da potência ocorre a partir

por equipamentos mais eficientes, de menor

das 10h30 para esse dia de medição, momento em

potência, ou no caso específico, a adequação do

que a iluminação natural fica abaixo da iluminância

sistema de iluminação e uso de luminárias de

Figura 12 – Curva de iluminância e potência sobre o ponto medido ao longo de um dia ensolarado.


95

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

melhor rendimento, traz de imediato a redução da demanda. Dessa forma, há a possibilidade de redução da demanda contratada.

A demanda média medida para a luminária com

duas lâmpadas de 32W e reator eletrônico ao longo de um dia foi de aproximadamente 62 W. Utilizando o dimmer ajustado para 300 lux encontrou-se uma potência bastante variável no tempo, sendo que, para a luminária próxima as janelas, a demanda nos períodos da manhã é de aproximadamente 20,8 W e durante a tarde aumenta em função da redução da iluminação natural, atingindo até 59 W. Portanto, uma redução de aproximadamente 66,45% durante a manhã e 4,84% no fim de tarde e durante a noite em relação ao sistema 1. A

demanda

registrada

cobrada

pela

concessionária é relativa ao maior consumo energético em 15 minutos, ou seja, pode ser registrado tanto de manhã, como à tarde ou à noite, durante todo o mês. A redução da demanda ao se trocar as luminárias é constante, porém, quando se usa o dimmer, a potência demandada varia ao longo do tempo não garantindo que haverá efetiva redução de demanda. Pode-se afirmar apenas que com o dimmer a redução de 4,84% é garantida e possível de ser contabilizada.

Comparando a demanda dos dois sistemas

medidos, tem-se quatro luminárias 2x32 W totalizando 248 W do sistema antigo e duas luminárias 2x32 W mais uma luminária dimerizável, totalizando 183 W, que consiste em uma redução de demanda para esse caso de 25,21 %. A unidade consumidora se enquadra no subgrupo A4 na tarifa verde, o que representa, segundo a concessionária local, a cobrança de um valor de demanda de 12,56 R$/kW. Considerando que fosse possível a pequena mudança de 65 W na demanda contratada, poderíamos reduzir em R$ 0,81 + impostos a conta de energia por mês. Deve-se pensar que existem diversos outros recintos na mesma situação, com janelas e iluminação natural, o que leva a pensar em uma redução significativa na demanda contratada para toda a edificação pública.

Redução de consumo Além da redução da demanda houve principalmente redução no consumo. A maior redução de consumo deu-se pela troca das luminárias e foi de aproximadamente 70,23%.


Iluminação

96

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

foi considerada utilização no horário de ponta,

É grande a economia de energia resultante

somente das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30,

do uso do reator “dimerizável”, porém pode-se

e as medições foram feitas no período seco, no

perceber que um usuário bastante consciente,

mês de outubro. Como resultado aproximado, para

consegue também uma redução significativa ao

se ter uma noção da redução de consumo anual,

ligar e desligar as lâmpadas de acordo com sua real

multiplicou-se a redução diária pelo número de dias

necessidade.

do ano em que o sistema permanece em uso, no

Distorções na corrente - harmônicas

caso, cinco dias por semana, excluindo dois meses relativos ao recesso de atividades.

A Tabela II resume a economia em R$/mês

a componentes elétricos não lineares e causam a

devido à redução do consumo em cada etapa

alteração do sinal de tensão ou corrente. Podem

considerada.

causar problemas em equipamentos elétricos

Quando se compara a redução de consumo

podendo até danificá-los. Dessa forma, o controle

em kWh com a redução em R$, percebe-se que

das harmônicas do sistema de iluminação é

esta é equivalente e linear. Isso acontece pois não

fundamental para a qualidade da energia no

foi considerado consumo no horário de ponta.

barramento.

Conforme mostrado na Tabela I, o sistema antigo

As DHTi dos dois sistemas de iluminação

provou ser ineficiente com grande desperdício

mais longo há a alteração do horário, adianta-se

estão mostradas nas tabelas III e IV.

de energia, não aproveitando a iluminação natural.

uma hora aproveitando mais a iluminação natural

O sistema novo implementado com a luminária

no início do período matutino e no final do período

observa-se que o sistema 1 possui valores de DHTi

dimerizada obteve grande redução de consumo de

vespertino. Isso pode ser observado na Figura 12, na

maiores que o sistema 2. A única exceção ocorre

energia elétrica.

qual a partir das 6h30 já existe grande contribuição

para 11ª harmônica de corrente e potência da carga

A unidade consumidora está enquadrada

da iluminação natural, e deslocando-se a curva em

de 24,7%. Isso demonstra uma melhoria na qualidade

no subgrupo A4 sob tarifação horo-sazonal

uma hora, significa dizer que uso da iluminação

da energia após a troca do sistema de iluminação,

verde e esta tarifação possui consumo na ponta

artificial ocorrerá 1h mais tarde, resultando em

principalmente pela melhor qualidade (menor

e fora de ponta, no período seco e úmido. Não

mais economia.

distorção) provocada pelo reator “dimerizável”.

Durante o período de verão, além de o dia ser

Tabela I – Comparação do consumo de energia elétrica em cada etapa de eficientização

Sistema de iluminação

Total (kWh/mês)

1 - Antigo

21,552

2 - Antigo controlado

13,470

37,50

3 - Sistema implementado com luminária dimerizada

6,416

70,23

Maior redução (KWh)

15,136

Redução (%)

Consumo (R$/ano)

Sistema de iluminação Fora de ponta seca Fora de ponta úmida Total Redução (%) 1 - Antigo

4,187

3,814

40,38

2 - Antigo controlado

2,617

2,384

25,24

37,5

3 - Sistema implementado

1,247

1,136

12,02

70,23

maior a distorção registrada.Ainda assim os valores estipulado por norma demonstrando qualidade dos equipamentos no que tange a qualidade de energia. Em ambos os casos, as componentes 3, 5 e 11 são

Com relação à tensão, registraram-se valores de

DHTv de aproximadamente 2,5% para o sistema 1 e de 1,2% para o sistema 2, demonstrando influência da corrente distorcida na tensão do barramento. Ambas as tensões, porém, encontram- se dentro dos 10% de distorção de tensão admitidos pela norma.

Conclusões

com luminária dimerizada Economia

2,94

Apresentou-se nesse artigo uma sequência

28,36

2,68

Tabela III – Distorção harmônica de corrente da luminária do sistema 1 (2x32 W) até a 15ª componente

100

da distorção de acordo com a potência requerida

predominantes.

Consumo (R$/mês)

Percentual

Com relação ao sistema 2, há uma variação

totais de DHTi se encontram bastante abaixo do

Tabela II – Comparação dos gastos de consumo de energia elétrica em cada etapa de eficientização em R$/mês

1

Ao comparar as harmônicas dos sistemas 1 e 2

pelas lâmpadas, sendo que quanto menor a potência

Consumo

DHTi

As distorções harmônicas aparecem devido

3

5

40,87 12,73

7

9

11

13

15

Total

5,14

4,43

4,37

8,06

2,70

52,89

de ações objetivando a adequação da qualidade da iluminação, o uso racional da energia elétrica, a redução do consumo e da fatura de energia em um sistema de iluminação que atende a um ambiente de trabalho de uma instituição pública.


97

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Tabela IV – Distorção harmônica de corrente da luminária com reator dimerizável até a 15ª componente em função da potência solicitada pelas lâmpadas

Potência do conjunto (%) Ordem harmônica

100,0

87,4

74,8

62,1

49,9

37,1

24,7

1

100

100

100

100

100

100

100

3

4,65

3,99

5,02

5,48

7,32

5,50

19,03

5

2,08

2,06

2,73

5,28

5,86

6,60

11,34

7

2,48

0,33

0,83

0,67

2,25

4,02

4,59

9

1,92

2,45

1,36

2,83

1,63

1,77

1,50

11

3,12

1,29

1,63

3,81

2,31

1,93

4,81

13

1,58

0,99

1,28

2,34

3,51

0,41

0,84

15

1,42

0,90

0,51

2,17

2,81

0,52

2,68

DHTi Total (%)

9,77

8,33

9,26

12,48

17,48

14,13

26,63

A utilização de sistemas automáticos que

consumidora ao economizar energia elétrica.

aproveitam a iluminação natural não é tão difundida

O reator dimerizável utilizado mostrou

hoje em dia, porém, quando utilizados, agregam,

provocar menos distorções harmônicas de

tecnologia e eficiência à instalação. O sistema

corrente que o reator do sistema 1. A distorção

proposto, aproveitando-se da iluminação natural,

de tensão induzida também foi maior no sistema

trouxe benefícios ao usuário, adequando o nível

1, ambos, porém, dentro dos máximos estipulados

de iluminação às suas necessidades e à unidade

por norma.

Referências • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. “NBR 5413: Iluminância de Interiores”, 1992. • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. “NBR 5482:Verificação de iluminância de interiores”, 1985. • Apolonio, Daniel Moussalem; Apolonio, Roberto; Kawaphara, Mário Kiyoshi. (2011). “Adequação da iluminância e automatização: impactos na demanda e consumo de energia elétrica”. • Magalhães, L. C. - Eletrobrás/PROCEL. (2001). “Orientações Gerais Para Conservação de Energia Em Prédios Públicos”, 1 ª Edição. • PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Site Oficial:<http://www.eletrobras.com/elb/procel>. *Daniel Moussalem Apolonio é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). José Antônio Lambert é mestre e doutor em Engenharia Elétrica. Atualmente, é Professor Associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT. Roberto Apolônio é graduado em Engenharia Elétrica e Economia, mestre e doutor em engenharia elétrica. É Professor Associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT.


Pesquisa

98

Condicionamento de energia e grupos geradores

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Equipamentos de condicionamento de energia e grupos geradores Expectativa de crescimento para 2013 era de 21%, mas empresas do segmento apresentaram elevação de apenas 10% no ano passado. A desaceleração da economia sobressaiu como fator que influencia negativamente o mercado


99

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Os fabricantes e distribuidores de equipamentos de condicionamento

equipamentos para condicionamento de energia e grupo geradores. Foram

de energia e grupos geradores projetavam um alto crescimento (21%) de

entrevistadas 22 empresas, entre companhias da área de manutenção,

suas empresas no ano de 2013 em comparação a 2012, segundo pesquisa

revendedoras de produtos, consultorias, instaladoras e projetistas. Elas

realizada pela revista O Setor Elétrico no ano passado. Isto, de fato, não

apontaram como os principais produtos especificados ou adquiridos

ocorreu. Conforme levantamento deste ano, o crescimento apresentado

por elas: os grupos geradores a diesel; as chaves de transferência;

foi de apenas 10%. Talvez por isso, a projeção das companhias para o

e os nobreaks estáticos acima de 3 kVA. Em relação à quantia que os

seu desenvolvimento em 2014 ante 2013 não seja tão otimista, esperando

consumidores pretendem especificar ou comprar em 2014, a maioria das

crescer, em média, 16%. A previsão de crescimento percentual do tamanho

empresas entrevistadas afirmou querer gastar até R$ 1 milhão apenas.

anual total do mercado manteve-se praticamente a mesma. Para este ano,

Na pesquisa, projetistas, revendedores, instaladores e afins ainda

as empresas projetam acréscimo de 12%. No ano passado, a expectativa

classificaram o mercado brasileiro de nobreaks, baterias e geradores. Segundo

era de 13%.

a maioria deles (29%), trata-se de um mercado em franco crescimento. Já

Em relação aos fatores que motivam e devem influenciar o crescimento

22% dos entrevistados afirmaram que o segmento conta com produtos de

deste mercado, a opinião da maioria dos entrevistados continua semelhante

boa qualidade técnica. No entanto, 17% apontaram que o setor apresenta

de um ano para o outro. Em 2013, 29% indicavam os projetos de

deficiência no que se refere à assistência e suporte técnicos.

infraestrutura como acontecimento mais relevante. Em 2014, 25% das

empresas da área apresentaram este fator como impor tante. No entanto,

sobre o mercado de equipamentos de condicionamento de energia e grupos

se no ano passado a desaceleração da economia brasileira não incomodava

geradores, tais como os principais canais de vendas, principais produtos

muita gente - apenas 8% apontaram esse fator como de grande influência

comercializados e quais os quesitos mais e menos bem avaliados pelos

-, neste ano 22% dos fabricantes e distribuidores de nobreaks, baterias e

consumidores na hora de especificar e/ou comprar produtos do segmento.

Acompanhe a seguir a pesquisa na íntegra e confira mais informações

geradores disseram como o fraco desempenho econômico do país deve ser impactante.

Números do mercado de fabricantes de equipamentos para

Não obstante o baixo crescimento das empresas do segmento no ano

condicionamento de energia e grupos geradores

passado em relação à expectativa de ascensão para o mesmo período, o faturamento bruto anual das empresas em 2013 se manteve estável. No

ano de 2012, 46% das companhias entrevistadas pela pesquisa da revista

entrevistadas disseram atuar mais no segmento industrial. 93% dos

afirmaram faturar entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões. No levantamento

fabricantes e distribuidores afirmaram atender mais a esta área. Em

realizado este ano, 44% das empresas questionadas declararam ter

segundo lugar, citado por 60% das companhias pesquisadas, ficou o

faturado este montante no ano de 2013.

segmento comercial. A área residencial foi mencionada por somente 13%

dos fabricantes e distribuidores.

O levantamento deste ano trouxe também a opinião dos consumidores de

Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as empresas


100

Pesquisa

Condicionamento de energia e grupos geradores

Principais segmentos de atuação

Principais produtos comercializados

93% 60% 31% 13%

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

49%

Industrial

44%

Comercial

Nobreaks estáticos acima de 3 kVA Softwares de 43% gerenciamento de energia Nobreaks estáticos 40% de até 3 kVA

Residencial

34%

Se em 2013 a venda direta ao cliente final foi considerada por 86% dos

31%

fabricantes como a principal via para a comercialização de seus produtos, este ano apenas 38% dos entrevistados afirmaram isto. Em compensação, o telemarketing, que no levantamento do ano anterior foi indicado por apenas 18%, em 2014 recebeu votos de 49% das empresas que participaram da pesquisa.

49% 38% 21%

Telemarketing Venda direta ao cliente final

26%

Retificadores

A preocupação com produtos certificados cresceu um pouco de 2013 para

cá. No levantamento anterior, 65% das empresas disseram possuir certificação ISO 9001, de gestão de processos. Em 2014, o número aumentou para 69%. Em

Grupos geradores a gás natural

Grupo geradores a biogás Grupos geradores a gasolina

9%

Nobreaks rotativos Outros tipos de grupos geradores

A maioria das empresas do segmento (44%) disse ter faturado entre R$ 10

milhões e R$ 50 milhões. Somente 2% afirmaram faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2013)

relação à certificação ISO 14001, de gestão ambiental, os valores passaram de

2%

20% para 24%.

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Certificações ISO

11%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

24%

Filtros de harmônicas

Distribuidores / atacadistas

Estabilizadores de até 3 kVA

9% 7%

Revendas / varejistas

Chaves de tranferência

Grupos geradores a diesel

16% 10%

Estabilizadores acima de 3 kVA

26% 21%

Principais canais de vendas

22%

Baterias

44%

Público

35%

Outros produtos para condicionamento de energia

16%

Até R$ 3 milhões 16%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 14001 (ambiental)

69%

9001 (qualidade) 11% 44%

As baterias, os nobreaks estáticos de até 3 kVA e os softwares de gerenciamento de energia foram apontados pelos fabricantes e distribuidores deste mercado como três dos principais produtos vendidos por eles.

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões



102

Pesquisa

Condicionamento de energia e grupos geradores

A balança comercial desta área de condicionamento de energia e grupo

Estabilizadores de até 3 kVA

4%

geradores continua pendendo fortemente para o mercado nacional; 95% dos negócios são realizados em terras brasileiras.

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Acima de R$ 500 milhões

16%

40%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Balança comercial

Até R$ 10 milhões

5% 16%

Exportação

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

8%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

12%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

4%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

Estabilizadores acima de 3 kVA

95% 23%

Mercado nacional

38%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

No que diz respeito à percepção das empresas sobre o tamanho anual de

mercados específicos, observa-se que o segmento mais otimista é o de geradores, cuja maioria (26%) diz faturar acima de R$ 500 milhões. Grande parte das empresas que fabricam e distribuem nobreaks acima de 3 kVA (33%) também afirmam faturar alto: entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões.

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 8%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 12%

NOBREAKS ATÉ 3 kVA

15%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

4%

Acima de R$ 500 milhões

25%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Geradores

Até R$ 10 milhões

25%

19%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Até R$ 10 milhões

26%

Acima de R$ 500 milhões

7%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

18%

7%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 7%

14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

7%

11%

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

19%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

15%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

NOBREAKS ACIMA DE 3 kVA

33%

Até R$ 10 milhões

Softwares de gerenciamento de energia

18%

7%

Até R$ 10 milhões 19%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

7%

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

45%

Até R$ 10 milhões

22% 4%

11%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 4%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 11%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

4%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

4%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões


103

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

A expectativa das empresas do setor é de crescimento de 16% em 2014

em comparação ao ano anterior. Na pesquisa do ano passado, a previsão das empresas para 2013 era de 21%, mas efetivamente apresentaram um acréscimo de 10%. Previsoes de crescimento

12%

Expectativa de crescimento médio para o mercado em 2014

16% 10%

Expectativa de crescimento médio das empresas para 2014

Crescimento médio das empresas em 2013 comparado ao ano anterior

Entre os elementos que mais devem impactar o mercado de equipamentos

de condicionamento de energia e grupo geradores estão os projetos de infraestrutura. Eles foram apontados pela maioria (25%) dos entrevistados. Fatores que influenciaram (positiva ou negativamente) o mercado de condicionamento de energia em 2014

8%

Programas de incentivo do governo

22%

Outros

1%

Bom momento econômico do país 22% 5%

Desaceleração da economia brasileira

Falta de normalização e/ou legislação

5%

5%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Setor da construção civil aquecido 1%

6%

Setor da construção civil desaquecido

Crise internacional 25%

Projetos de infraestrutura


Condicionamento de energia e grupos geradores

104

Pesquisa

O que pensam os consumidores de equipamentos para condicionamento de energia e grupo geradores

O perfil dos consumidores que fizeram parte deste levantamento é bastante representativo, dividindo-se

em: empresas de manutenção, revendedoras, consultores, instaladoras e projetistas. Perfil dos consumidores que participaram da pesquisa

14%

Atua em manutenção

27%

Projetista 16%

Revendedora de produtos

20%

23%

Atua em consultoria

Instaladora

Grupos geradores a diesel, chaves de transferência e nobreaks estáticos acima de 3 kVA foram os produtos

mais citados pelas empresas questionadas no que diz respeito à especificação e/ou compra. Outros tipos de grupos geradores e grupos geradores a gasolina foram os menos mencionados. Principais produtos que sua empresa especifica e/ou compra

59%

Grupos geradores a diesel

59%

Chaves de tranferência

59%

Nobreaks estáticos acima de 3 kva

50% 45%

Retificadores

41%

Baterias

41%

Estabilizadores até 3 kva

Outros produtos para condicionamento de energia Filtros de harmônicas

27%

Softwares de gerenciamento de energia

27%

Nobreaks rotativos

23% 18%

Nobreaks estáticos até 3 kva

41%

36% 32%

Estabilizadores acima de 3 kva

Grupos geradores a gás natural

Grupo geradores a biogás

14%

Outros tipos de grupos geradores

14%

Grupo geradores a gasolina


105

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Os consumidores deste segmento demonstraram-se satisfeitos com a qualidade dos produtos apresentados:

58% deram notas entre 8 e 10 aos equipamentos especificados e/ou comprados. Grau de satisfação com a qualidade dos equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores no mercado brasileiro

11%

Nota 10

5 %

Notas de 1 A 5

37%

Notas de 6 A 7 47%

Notas de 8 A 9

As empresas consumidoras participantes foram convidadas também a atribuir notas a diversos fatores que

determinariam a compra e/ou especificação de um produto do segmento. Disponibilidade de informações, prazo de entrega e garantia foram os quesitos mais bem cotados. Disponibilidade de informações técnicas (catálogo, site, etc.)

14%

Notas de 1 A 5 43%

Nota 10

5%

Notas de 6 A 7

38%

Notas de 8 A 9

Prazo de entrega

9%

Notas de 1 A 5 38%

Nota 10

10%

Notas de 6 A 7

43%

Notas de 8 A 9

Garantia

10%

Notas de 1 A 5 62%

Nota 10

14%

Notas de 6 A 7

14%

Notas de 8 A 9


Pesquisa

106

Condicionamento de energia e grupos geradores

Na outra ponta, com as piores notas, ficaram os fatores: local de fabricação

do produto, treinamento oferecido pelo fabricante e marca.

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

A maioria das empresas (43%) que responderam à pesquisa pretendem

investir até R$ 1 milhão ainda em 2014. 19% estimam investir entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões e 14% entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.

Local de fabricação do produto (nacional ou importado) Estimativa de especificação dos consumidores

14%

14%

Nota 10

Outros valores

33%

Notas de 1 A 5

43%

10%

Até R$ 1 milhão

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 29%

Notas de 8 A 9 14%

24%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Notas de 6 A 7

19%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

Treinamento oferecido pelo fabricante

19%

Nota 10

29%

A opinião dos entrevistados sobre o mercado brasileiro ficou bem dividida,

mas a maior parcela deles (29%) definiu o mercado como em franco crescimento.

Notas de 1 A 5

Outros 22% atestaram terem produtos de boa qualidade técnica. CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO BRASILEIRO DE EQUIPAMENTOS PARA CONDICIONAMENTO DE ENERGIA E GRUPO GERADORES

43%

9%

3%

Notas de 6 A 7

Produtos com pouca qualidade técnica

Notas de 8 A 9

2%

Desatualizado 5%

Atento às tendências internacionais Marca (fabricante)

29%

Mercado em franco crescimento

29%

14%

15%

Notas de 1 A 5

Mercado maduro e responsável

Nota 10

33%

Notas de 6 A 7 24%

Notas de 8 A 9

7%

Oferece bom respaldo técnico

22%

Produtos de boa qualidade técnica

17%

Com deficiências técnicas (assistência e suporte)



Condicionamento de energia e grupos geradores

X X

X X X X X

X X X X X X X X X X

X

X

X X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X X X X X X X X X X X X X X

X X X

X X X X X X X

X X X X X X

X

X X X

X X

X

X X X X

X X

X X

X X

X

X

X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X

X

X

X

X

X X

X X

X

X X

X X X X X X X X

X X

X X

X X

X

X X X

X

X

X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X

X

X X X

X X

X

X X

X

X X X

X

X X X X X X X X

X

X

X

X X X X X

X X X

X X

X X

X

X

X

X X X X X

X X X X

X

X X X

X X X

X

X X X

X X X X X X X

X

X

Oferece projeto para os clientes

Outros

Telemarketing

X X X

X

X X X

X X

X X

X X

Importa produtos acabados

X X X X X X

X

Exporta produtos acabados

X X

X X X

Programas na área de responsabilidade social

X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X

Certificado ISO 14001

X

Certificado ISO 9001: 2000

X X

Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

MG SP SP PE SP SP SP SP SP MG SP SP PR SP SP SP SP SP MG SP RJ SP MG SP RJ PR PE MG SP SP SP SP SP SP

Canal de Vendas

Venda direta ao cliente final

Estado

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Revendas / varejistas

Belo Horizonte Osasco São Paulo Jaboatão dos Guararapes Barueri Itapevi São Paulo Campinas Jundiaí Itajubá São Paulo São Paulo Cornélio Procópio Cravinhos Araras Campinas São Paulo São Paulo Contagem Santo André Rio de Janeiro São Caetano do Sul Contagem São Paulo Rio de Janeiro Curitiba Paulista Contagem São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo

Residencial

Cidade

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Comercial

Site

(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 3883-6050 (81) 2121-1600 (11) 4199-7500 (11) 4143-9600 (11) 2842-9000 (19) 3754-5000 (11) 4581-3676 (35) 3629-5500 (11) 5545-4544 (11) 5696-5000 (43) 3520-3891 (16) 3951-9595 (19) 3541-6166 (19) 3756-2755 (11) 3872-5641 (11) 3616-8500 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (11) 4223-1550 (31) 3396-9694 (11) 5186-8966 (21) 2501-6458 (41) 2109-8800 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800 (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777

Principal segmento

Industrial

Telefone

Distribuidora

EMPRESA ÁBACO PROJETOS ABB AÇÃO ENGENHARIA ACUMULADORES MOURA ADELCO AEPI DO BRASIL AMPLIMAG ÁPICE SISTEMAS ASGERADORES BALTEAU BETA ELETRONIC CM COMANDOS COMTRAFO CONIMEL COSMO CPFL SERVIÇOS DATA ENERGY EATON ENGETRON ESSENCIAL ETELBRA FINDER GERAFORTE GTEM GUARDIAN HDS SISTEMAS HEIMER HIMOINSA INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON LACERDA

Fabricante

A empresa é

Distribuidores / atacadista

108

Público

Pesquisa

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X


109

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

PR SP SP RS SP SP RS SP SC SP SP PR SP SP MG SP SP SP SC SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SP PR SC

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Oferece projeto para os clientes

Importa produtos acabados

Exporta produtos acabados

Programas na área de responsabilidade social

Certificado ISO 14001

Certificado ISO 9001

Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

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Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadista

Estado

Canal de Vendas

Público

Londrina Barueri São Paulo Porto Alegre Guarulhos Campinas Cachoeira do Sul São Paulo Rio do Sul São Paulo São Paulo Curitiba São Paulo São Caetano do Sul Contagem São Caetano do Sul Sorocaba Sorocaba Blumenau Bragança Paulista São Paulo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo Carapicuíba São Paulo Diadema Diadema Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Curitiba Jaraguá do Sul

Residencial

Cidade

www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.liftcomequipamentos.com.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.mrsevero.com.br www.mtu-online.com www.nema.com.br www.newmax.com.br www.next.eco.br www.nhs.com.br www.pextron.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powersafe.com.br www.pramac.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com.br www.schneider-electric.com br.sdmo.com www.secpower.com.br www.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.sms.com.br www.tease.com.br www.teseprojetos.com.br www.tsshara.com.br www.unionsistemas.com.br www.unipower.com.br www.upsbr.com www.weg.net

Comercial

Site

(43) 3294-6449 (11) 4196-8650 (11) 3729-2822 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (19) 3272-6380 (51) 3722-2426 (11) 3915-8900 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (11) 3941-6733 (41) 2141-9200 (11) 5543-2199 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (11) 4227-2477 (15) 3412-0404 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 0800 728 9110 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4075-7069 (11) 5671-2065 (31) 3254-8000 (11) 2018-6000 (11) 3510-8900 (11) 5078-5555 (41) 3386-7800 (47) 3276-4000

Principal segmento

Industrial

Telefone

LEÃO ENERGIA LEISTUNG LIFTCOM LOGMASTER MÉDIA TENSÃO MINUZZI MR SEVERO MTU NEMA NEWMAX NEXT RENOVÁVEIS NHS SISTEMAS PEXTRON PHD ON LINE POLIMETAL POWERSAFE PRAMAC PROAUTO PROVOLT RENZ RTA S&C ELECTRIC SCHNEIDER ELECTRIC SDMO - MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SMS LEGRAND TEASE TESE PROJETOS TS SHARA UNION UNIPOWER - UNICOBA UPS BRASIL WEG

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

A empresa é

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X


Pesquisa

110

Condicionamento de energia e grupos geradores

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

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Chaves de transferência

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Retificadores

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Outros produtos para condicionamento de energia

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Outros tipos de grupos geradores

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Grupos geradores a gasolina

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Grupos geradores a biogás

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Grupos geradores a gás natural

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Grupos geradores a diesel

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Softwares de Gerenciamento de energia

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Filtros de harmônicas

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X X X X X X X X

Baterias

MG SP SP PE SP SP SP SP SP MG SP SP PR SP SP SP SP SP MG SP RJ SP MG SP RJ PR PE MG SP SP SP SP SP SP

Estabilizadores acima de 3 kVA

Estado

Estabilizadores até 3 kVA

Belo Horizonte Osasco São Paulo Jaboatão dos Guararapes Barueri Itapevi São Paulo Campinas Jundiaí Itajubá São Paulo São Paulo Cornélio Procópio Cravinhos Araras Campinas São Paulo São Paulo Contagem Santo André Rio de Janeiro São Caetano do Sul Contagem São Paulo Rio de Janeiro Curitiba Paulista Contagem São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo

No breaks rotativos

Cidade

www.abacoprojetos.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.moura.com.br www.adelco.com br www.aepi.com.br www.amplimag.com.br www.apice.com.br www.asgeradores.com.br www.balteau.com.br www.betaeletronic.com.br www.cmcomandos.com.br www.comtrafo.com.br www.conimel.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.solucoescpfl.com.br www.dataenergy.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.engetron.com.br www.essencialenergia.com www.etelbra.com.br www.findernet.com www.geraforte.com.br www.gtem.com.br www.guardian.ind.br www.hdspr.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br

No breaks estático acima de 3 kVA

Site

(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 3883-6050 (81) 2121-1600 (11) 4199-7500 (11) 4143-9600 (11) 2842-9000 (19) 3754-5000 (11) 4581-3676 (35) 3629-5500 (11) 5545-4544 (11) 5696-5000 (43) 3520-3891 (16) 3951-9595 (19) 3541-6166 (19) 3756-2755 (11) 3872-5641 (11) 3616-8500 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (11) 4223-1550 (31) 3396-9694 (11) 5186-8966 (21) 2501-6458 (41) 2109-8800 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800 (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777

No break estático até 3 kVA

Telefone

ÁBACO PROJETOS ABB AÇÃO ENGENHARIA ACUMULADORES MOURA ADELCO AEPI DO BRASIL AMPLIMAG ÁPICE SISTEMAS ASGERADORES BALTEAU BETA ELETRONIC CM COMANDOS COMTRAFO CONIMEL COSMO CPFL SERVIÇOS DATA ENERGY EATON ENGETRON ESSENCIAL ETELBRA FINDER GERAFORTE GTEM GUARDIAN HDS SISTEMAS HEIMER HIMOINSA INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON LACERDA

Oferece manutenção dos produtos para os clientes

EMPRESA

Oferece treinamento técnico para os clientes Oferece instalação dos produtos para os clientes

Principais produtos fabricados e/ou distribuidos

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111

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

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X

Outros produtos para condicionamento de energia

Grupos geradores a gasolina

X

Outros tipos de grupos geradores

Grupos geradores a biogás

Softwares de Gerenciamento de energia

Filtros de harmônicas

X

X X X

Chaves de transferência

X

Retificadores

X

Grupos geradores a gás natural

X X X X

Grupos geradores a diesel

X X X X X

Baterias

PR SP SP RS SP SP RS SP SC SP SP PR SP SP MG SP SP SP SC SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SP PR SC

Estabilizadores acima de 3 kVA

Estado

Estabilizadores até 3 kVA

Londrina Barueri São Paulo Porto Alegre Guarulhos Campinas Cachoeira do Sul São Paulo Rio do Sul São Paulo São Paulo Curitiba São Paulo São Caetano do Sul Contagem São Caetano do Sul Sorocaba Sorocaba Blumenau Bragança Paulista São Paulo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo Carapicuíba São Paulo Diadema Diadema Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Curitiba Jaraguá do Sul

No breaks rotativos

Cidade

www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.liftcomequipamentos.com.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.mrsevero.com.br www.mtu-online.com www.nema.com.br www.newmax.com.br www.next.eco.br www.nhs.com.br www.pextron.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powersafe.com.br www.pramac.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com.br www.schneider-electric.com br.sdmo.com www.secpower.com.br www.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.sms.com.br www.tease.com.br www.teseprojetos.com.br www.tsshara.com.br www.unionsistemas.com.br www.unipower.com.br www.upsbr.com www.weg.net

No breaks estático acima de 3 kVA

Site

(43) 3294-6449 (11) 4196-8650 (11) 3729-2822 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (19) 3272-6380 (51) 3722-2426 (11) 3915-8900 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (11) 3941-6733 (41) 2141-9200 (11) 5543-2199 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (11) 4227-2477 (15) 3412-0404 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 0800 728 9110 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4075-7069 (11) 5671-2065 (31) 3254-8000 (11) 2018-6000 (11) 3510-8900 (11) 5078-5555 (41) 3386-7800 (47) 3276-4000

No break estático até 3 kVA

Telefone

Oferece manutenção dos produtos para os clientes

EMPRESA LEÃO ENERGIA LEISTUNG LIFTCOM LOGMASTER MÉDIA TENSÃO MINUZZI MR SEVERO MTU NEMA NEWMAX NEXT RENOVÁVEIS NHS SISTEMAS PEXTRON PHD ON LINE POLIMETAL POWERSAFE PRAMAC PROAUTO PROVOLT RENZ RTA S&C ELECTRIC SCHNEIDER ELECTRIC SDMO - MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SMS LEGRAND TEASE TESE PROJETOS TS SHARA UNION UNIPOWER - UNICOBA UPS BRASIL WEG

Oferece treinamento técnico para os clientes Oferece instalação dos produtos para os clientes

Principais produtos fabricados e/ou distribuidos

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Aula prática

112

Motores

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Comportamento dinâmico e em regime permanente de conjuntos motores geradores Estudo realizado por meio de verificações, registros de ocorrências e testes realizados em Produtores Independentes de Energia (PIE) e em gerações emergenciais – Análise de casos reais Por Ricardo Teixeira, Filipe Lopes, João Paulo Lima, Lucas Brandão, Mônica Teixeira e Nilo Ribeiro*


113

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nos Procedimentos de Rede estão descritas as

características

das

diversas

usinas

geradoras e, em alguns casos, são definidos especificamente Conforme

o

alguns

parâmetros.

procedimento

3.6,

por

exemplo, o sistema de geração deve ter, além de outras características, controle automático da tensão terminal e sistema de regulação primária de frequência. Da mesma forma, o ONS define o sistema de proteção associado às unidades geradoras, de forma que as mesmas não sofram desligamento durante uma perturbação e ajudem na recomposição do sistema, isso sem causar qualquer tipo de dano às unidades geradoras.

Em sistemas elétricos isolados, como

é caso do sistema Manaus e do estado do Amapá, existe

a

necessidade

de

contratação de geração emergencial de energia ou de Produtores Independentes de Energia (PIE). Pela praticidade de instalação, as gerações emergenciais e os PIEs utilizam geradores de pequeno e médio porte, com conjuntos motores geradores fornecendo potência na faixa de 1 MW a 20 MW. No sistema elétrico de Manaus vários desses motores já estão sendo convertidos para receberem como combustível o gás natural. Por

se

tratarem

de

agentes

independentes, que produzem e vendem energia

elétrica, alguns

requisitos

de

suporte à rede, normalmente atendidos Atualmente, o

Sistema

Interligado

quando

da

instalação

geradoras

fontes geradoras de energia elétrica, nas

tiveram que ser negociados visando a se

quais se destacam as usinas hidrelétricas,

contornar

eólicas

os

características de operação, proteção e

existem, por

controle adotadas pelos PIE e atender

e

termelétricas. termelétricos

Dentre

Eletrobras

unidades

Nacional (SIN) possui diversos tipos de

geradores

da

das

problemas

necessidades

Eletronorte,

decorrentes

sistêmicas

(1).

das

exemplo, turbinas e motores, que podem

às

Sua

usar como combustível o óleo diesel ou

concepção é baseada apenas em fornecer

gás natural.

energia elétrica e, em muitos casos, não SIN

se preocupam em regular corretamente a

devem atender aos padrões preconizados

tensão, a frequência ou com a qualidade da

nos Procedimentos de Rede, descritos

energia fornecida.

pelo

Sistema

Com a interligação desses sistemas

Elétrico (ONS) e aprovados pela Agência

isolados ao sistema interligado nacional,

Os

agentes

Operador

pertencentes

Nacional

do

ao


Aula prática

Motores

114

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

vários desses PIE serão integrados ao SIN e o comportamento dinâmico dos conjuntos motores geradores desses vão interferir no comportamento dinâmico do sistema, sendo, esta interferência, mais acentuada durante ocorrências que levem ao ilhamento destes sistemas elétricos. O objetivo deste informe técnico é mostrar o comportamento dinâmico e em regime dos conjuntos motores geradores de

algumas

gerações

emergenciais

e

PIE, através de verificações, registros de ocorrências e testes realizados nesses produtores independentes. Serão

abordados

casos

práticos

observados ou registrados nos sistemas elétricos que estiveram e estão sob a responsabilidade da Eletrobras Eletronorte.

Registros em campo

Resposta de uma geração emergencial

com controle conjunto a uma perturbação no sistema Amapá

Em testes realizados em 2012, em um

grupo de geração emergencial do sistema elétrico do Amapá, com o controle conjunto (ou load share) habilitado, verificamos que os reguladores de tensão e de velocidade dos geradores foram “bypassados” por um controle externo e estes geradores não mais participavam da regulação primária do sistema elétrico. Verificamos, também, que os conjuntos motores geradores dessa geração emergencial, no primeiro instante, além de não participarem da regulação

primária, após a rejeição de uma unidade

de

plantas

Manaus e do Amapá, ocorreram vários

Wartsila com 13,5 MW, correspondendo a

de gerações emergenciais semelhantes

desligamentos intempestivos (trips). Esses

9,1% da geração total do sistema elétrico,

a esta do sistema elétrico do Amapá

desligamentos foram devidos aos ajustes

diminuíram drasticamente a posição dos

e,

“fechados” das proteções de perda de

seus

comportamento dinâmico.

atuadores

e,

consequentemente,

Vale ressaltar que, no sistema elétrico Manaus,

existem

provavelmente,

algumas

com

o

mesmo

diminuindo também de forma drástica suas

emergenciais dos sistemas elétricos de

excitação (relé 40) ou das proteções de sobrecarga destes geradores. A Figura

potências mecânicas, degradando ainda

D esligamento

mais o equilíbrio carga-geração do sistema,

durante o levantamento da

registros do desligamento intempestivo

como apresentado na Figura 1.

curva de capabilidade

de um gerador de 9,321 MVA de um

intempestivo

A recuperação das posições dos atuadores

3 mostra a curva de capabilidade e os

PIE de Manaus. Isto ocorreu devido ao

dessas máquinas só começa após alguns

Nos testes pré-operacionais, durante

ajuste “fechado” da proteção de perda de

segundos depois do início da perturbação,

o levantamento das curvas de capabilidade

excitação. O relé 40 atuou em -0,23 pu

como pode ser observado na Figura 2.

dos geradores de vários PIE e gerações

quando deveria atuar em -0,56 pu.


115

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

R esposta

de um conjunto motor gerador à rejeição de uma parcela da

geração total do sistema

A mapá

Em testes realizados, em 2005, em um grupo de geração emergencial do sistema elétrico do

Amapá, verificou-se, após a rejeição de uma unidade Wartsila com 10 MW, correspondendo a 13% da geração total do sistema, que a potência ativa fornecida pelos conjuntos motores geradores desta geração emergencial estava limitada em 1,55 MW, por máquina, como mostrado na Figura 4, ao invés dos 2,0 MW como especificado na documentação técnica entregue à Eletrobras Eletronorte.


Aula prática

Motores

116

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Tabela 1 – Relação entre a rotação nominal dos motores e a frequência do “ruído”

Rotação nominal

Número de polos

inserido

Frequência do

do gerador

(rpm)

(rps)

ruído (Hz)

14

514

8,57

4,28

10

720

12

6

6

1200

20

10

4

1800

30

15

Medição

em regime permanente

da qualidade da energia fornecida

e o “ruído” na potência ativa corresponde a 15,4%, pico a pico, do valor médio desta potência e, neste caso, a frequência

Devido à topologia de construção

do “ruído” é 4,28 Hz. Na Figura 6, 1 pu

desses motores, com ligações em “V”,

equivale a 1,25 MW e o “ruído” na potência

na maioria V12, eles inserem “ruídos”

ativa corresponde a 2,2%, pico a pico, do

na potência fornecida com frequências

valor médio desta potência e, neste caso, a

subssíncronas iguais à metade de suas

frequência do “ruído” é 15,0 Hz.

rotações

nominais,

com

pode

ser

observado na Tabela 1. Em medições em

Verificações em campo

regime permanente, foram observados

A justes

e registrados “ruídos”, relativos a estas

e modos de controle dos

frequências subssíncronas, na ordem de

geradores

fechados dos parâmetros

até 15,4% da potência elétrica fornecida, como mostrado nas Figuras 5 e 6.

Na

operacionais

Na Figura 5, 1 pu equivale a 20 MW

maior

parte que

dos

testes

coordenamos,

Figura 5 – Potência ativa (7,5 MW) na saída de uma máquina de um PIE de Manaus.

Figura 6 – Potência ativa (1,13 MW) na saída da UG37 de uma geração emergencial do Amapá.

préou


O Setor Elétrico / Novembro de 2014

117

participamos, para acompanhar a entrada em operação de PIE e gerações emergenciais nos sistemas elétricos de Manaus e do Amapá, inicialmente, os modos de controle dos reguladores de tensão estavam “setados” em fator de potência (cosφ = 1) e os modos de controle de velocidade em potência constante, diferente do que preconizava os editais de licitação e o submódulo 3.6 dos procedimentos de rede do ONS. Após muita negociação, conseguimos alterar estes modos de controle para controle automático de tensão e controle automático de frequência. Depois da entrada em operação de alguns destes PIE e gerações emergenciais, pudemos constatar, após análise de ocorrências e verificações em campo, que estes agentes retornaram os modos de controle dos reguladores dos geradores para os modos “setados” inicialmente, isto é, o controle de tensão em fator de potência e o controle de velocidade em potência constante, não mais participando da regulação de tensão nem da regulação primária da frequência do sistema elétrico em questão.

Após a entrada em operação, verificamos, também, que em

algumas plantas a potência elétrica fornecida pelos geradores foram limitadas em valores bem abaixo do especificado, próximo ao valor que estavam despachando. Devido a esta limitação, embora os reguladores de velocidade destas máquinas estivessem “setados” em controle automático de frequência, durante as ocorrências que levavam à perda de geração no sistema elétrico, elas não participavam da regulação primária da frequência do sistema. Em algumas plantas encontramos a banda morta dos reguladores de velocidade ajustada na faixa de 56 Hz a 64 Hz, com comutação automática para mudar para controle de frequência, caso a frequência do sistema afundasse abaixo 59,5 Hz. Nestes casos, a efetivação do controle de frequência variava de 700 ms a 4 s, dependendo da planta. Em boa parte das plantas, as bandas mortas dos reguladores de velocidade estavam ajustadas entre 59,5 Hz e 60,5 Hz e, com muita negociação, elas foram reajustadas na faixa de 59,95 Hz a 60,05 Hz.

A justes

fechados das proteções dos geradores e

controles conjuntos

Nas plantas com o controle conjunto habilitado existe um

outro nível de proteção, além das proteções dos geradores. Ao analisarmos algumas ocorrências que levaram à saída intempestiva de uma geração emergencial no sistema elétrico do Amapá, verificamos que os ajustes da maioria das funções de proteção do controle conjunto estavam mais fechados que os ajustes das proteções dos geradores, pelo menos no que diz respeito às temporizações, que são bem menores, como pode ser observado na Tabela 2.


Aula prática

118

Motores

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Tabela 2 – Relação entre os ajustes das Proteções do Controle Conjunto (DEIF) e dos Geradores (EMCP 3.3)

DEIF

da Eletronorte na Operação de Sistemas Elétricos com a Presença de Produtores Independentes de Energia”, anais do VIII

Descrição

Valores

Tempo

Trip/ Alarm

Sobretensão

111% (532 V)

2

Trip

Subtensão

90% (432 V)

2

Trip

(2) TEIXEIRA, R. M.; CAMARGO, I. M. T.

Baixa frequência

95% (57 Hz)

3

Trip

“Análise e Aperfeiçoamento do Esquema de

SEPOPE, 2002.

Alta frequência

105% (63 Hz)

5

Trip

Controle de Emergência do Tipo Esquema

Potência ativa inversa

5% (80KW)

2

Trip

Regional de Alívio de Carga”, anais do XI

Potência reativa indutiva

100% (1200KVAR)

1

Alarm

Potência reativa capacitiva

70% (840KVAR)

0,1

Trip

EMCP 3.3 (Parâmetros de alarme e Trip do gerador) Tempo Valores Trip/ Alarm Descrição

ERIAC, 2005. (3) TEIXEIRA, R. M. et al. “Análise de Colapso de Tensão Decorrente de Perturbação

Gerador sobrecorrente

105%(2528Amps)

1

Alarm

em Sistema Real – Análise Comparativa

Gerador sobrecorrente

109%(2624Amps)

0,1

Trip

Medição Versus Simulação”, Anais do XXI

Alta frequência

103% (62 Hz)

5

Alarm

SNPTEE, 2011.

Alta frequência

105% (63 Hz)

10

Trip

Baixa frequência

95% (57 Hz)

5

Alarm

(4) REIVAX. Registros de Ensaios em

Baixa frequência

95% (57 Hz)

8

Trip

Geradores nos Sistemas da Eletrobras

Sobretensão

111% (532V)

4

Alarm

Sobretensão

111% (532 V)

8

Trip

Subtensão

92% (441,6 V)

5

Alarm

Subtensão

85% (408 V)

0,1

Trip

Potência reativa capacitiva

60% (720KVAR)

5

Alarm

Potência reativa capacitiva

75% (900KVAR)

0,1

Trip

são inerentes à topologia destes motores,

Conclusão

mas podem ser drasticamente mitigados Desligamentos intempestivos devidos

pela inserção de filtros corta-faixa (notch)

a parâmetros dos reguladores e proteções

de segunda ordem, ou ordem superior,

dos geradores com ajustes “fechados”, a

nos reguladores de velocidade destes

não participação da regulação primária da

equipamentos.

frequência do sistema e o afundamento da

potência mecânica dos conjuntos motores

destes equipamentos, principalmente frente

geradores

perturbação

a perturbações no SIN que levem ao

no sistema elétrico podem levar a um

ilhamento dos sistemas elétricos de Manaus

desempenho insatisfatório do Esquema

e do Amapá, faz-se necessária, antes da

Regional de Alívio de Carga (ERAC), por

interligação destes sistemas isolados ao SIN,

meio da atuação de maior número de

uma verificação completa nos ajustes de

estágios deste ERAC (1), (2), ou ao blecaute

proteção, limitadores, modos de controle e

do sistema quando a perturbação levar

parâmetros dos reguladores de tensão e de

ao ilhamento deste sistema elétrico, ou

velocidade e dos controles conjuntos dos

ao afundamento drástico das tensões e o

motores geradores que serão despachados

consequente colapso da tensão do sistema

pelos PIEs e gerações emergenciais nestes

(3).

sistemas elétricos.

durante

uma

Os “ruídos” inseridos na potência elétrica fornecida pelos conjuntos motores

No intuito de evitar o mau desempenho

Referências

geradores, relacionados às suas rotações nominais, não podem ser eliminados, pois

(1) BRITO, N. H. M. N. et al. “Experiência

Eletronorte, 2004 a 2012. *Ricardo Marcelo Teixeira é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atua na área de estudos elétricos da operação de sistema da Eletrobras Eletronorte. Filipe Rodrigues Lopes é engenheiro eletricista e trabalha, desde 2007, na Eletrobras Eletronorte como engenheiro de operação. João Paulo engenheiro engenharia de estudos sistema da

Fernandes Lima é eletricista e mestre em elétrica. Atua na área elétricos da operação do Eletrobras Eletronorte.

Lucas Guimarães Lins Brandão é engenheiro eletricista, mestre em engenharia elétrica. Atua na área de engenharia de supervisão, regulação e proteção de geradores da Eletrobras Eletronorte. Mônica Braga Teixeira é engenheira eletricista e atua na na área de estudos elétricos da operação de sistema da Eletrobras Eletronorte. Nilo Sérgio Soares Ribeiro é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atualmente, é engenheiro da Eletrobras Eletronorte, atuando na área de estudos elétricos com ênfase em transitórios eletromagnéticos e qualidade da energia.



ESPAÇO GUIA DE NORMAS

Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.

Soluções aplicáveis aos problemas de qualidade de energia nas instalações elétricas 120

Os UPSs, também conhecidos no Brasil como

da instrumentação) em escritórios, data centers, bancos

pelas fontes convencionais (concessionária e geradores)

contingência (ou “backup”). A configuração de UPS

“nobreaks”, são equipamentos normalmente alimentados

para alimentação das cargas de tecnologia de informação (apesar de aplicação industrial em processos críticos

como químicos e farmacêuticos, além de alimentação

Figura 1– UPS com dupla conversão

e aplicações similares e são utilizados como fontes de dupla conversão é ilustrada na Figura 1.

A principal função do UPS (ou conjunto de UPSs)

é manter as cargas em operação em qualquer tipo de


ESPAÇO GUIA DE NORMAS

anormalidade da fonte “normal” de alimentação.

intervalo permitido pela curva ITIC ilustrada na Figura

UPS, bem como do arranjo entre estes equipamentos, de

evitando a perda de dados, informações, processamento

Existem inúmeras configurações de montagens dos

forma a se obter melhores indicadores de confiabilidade e disponibilidade.

Como principal atributo, os UPSs possuem em geral baterias como fonte de energia adicional e com

autonomia suficiente para atender ao suprimento de

energia às cargas, durante a transferência da fonte principal da concessionária para o gerador. Alguns

casos, quando não existem fontes auxiliares como geradores, os UPSs alimentam a carga até que as baterias atinjam seus limites de carga (autonomia).

A configuração com baterias não é a única possível

2, preservando assim a operação normal das cargas,

e mesmo a integridade física dos equipamentos de tecnologia de informação.

Esta curva ITIC apresenta o envoltório de zona permitida (de cor branca), que limita os valores

de tensão e tempos de ocorrência permitidos na alimentação destas cargas. Caso ocorram registros

fora da zona permitida, as cargas estarão sujeitas à má operação, como os pontos ilustrados de ocorrência na Figura 2.

S oluções

para adequação da distorção

( presença

dos UPSs. Sistemas conhecidos como dinâmicos e

harmônica de tensão

possuem topologias que mantêm a carga alimentada

As soluções para os casos onde devido às altas

acoplamentos específicos de novas fontes em geradores

corrente, a tensão atinge valores acima dos limites são

outros semelhantes conhecidos como “fly-whell”,

lineares ) nas redes elétricas

de cargas não

com fontes redundantes baseado em energia cinética e

concentrações de cargas não lineares com distorção de

que são mantidos alimentando as cargas durante todo o

as seguintes:

• Distribuição de cargas em outras fontes

ciclo de operação.

De uma forma geral, os UPSs têm como principal

função manter a tensão de alimentação das cargas

sensíveis à variação da tensão de alimentação, no

tensão nos barramentos onde as mesmas são conectadas.

de tecnologia de informação que são especialmente

Figura 2 – Curva ITIC e registros

Nesta situação, cargas não lineares são realocadas na

instalação de modo a reduzir os valores de distorção de

121


ESPAÇO GUIA DE NORMAS

• Aumento da potência das fontes

barramentos de baixa tensão. Os filtros mais comumente

circuito a montante da carga, reduzindo as distorções

descritos na sequência.

O aumento da potência reduz a impedância de curto-

de tensão nos barramentos.

• Especificação de cargas com controle de emissão A IEC

61000-3-2

apresenta

limites

para

• Filtros passivos as

harmônicas de corrente dos equipamentos monofásicos de até 16 A. Os equipamentos são classificados em A, B,

C e D e para cada um deles existem restrições aplicáveis,

cujo objetivo é restringir a circulação de correntes harmônicas nas instalações e como consequência evitar os efeitos de perdas e aquecimentos associados, além de controlar a distorção de tensão nos barramentos. • Instalação de filtros

A instalação de filtros de harmônicas é outra

possibilidade para adequação dos valores registrados de distorção de tensão.

122

aplicáveis são os filtros passivos e filtros ativos e estão

De uma forma geral os filtros evitam que as

harmônicas circulem pelas fontes, reduzindo, portanto as tensões harmônicas a montante e por consequência

reduzindo também as distorções de tensão nos

Os filtros passivos são normalmente compostos por

conjuntos de indutores e capacitores sintonizados em uma frequência de ressonância característica. Podem também ser construídos em conjuntos de forma a

serem sintonizados em várias frequências desejáveis simultaneamente. A função dos filtros passivos é a de absorver as correntes harmônicas da carga, impedindo

que as mesmas circulem pela rede. Devido à própria

construção, também injetam energia reativa na rede, enquanto as harmônicas são absorvidas (em geral a absorção das harmônicas não é total, mas uma

parcela daquelas geradas pela carga). Caso a carga seja variável, a construção destes filtros deve prever o arranjo em grupos de filtros de forma a adequar a

operação dos mesmos à variação da carga, evitando sobre compensação de energia reativa.

A Figura 3 apresenta o registro da distorção

harmônica de tensão em um barramento onde um filtro

Figura 3 – comportamento da distorção harmônica de tensão no barramento sem e com filtro


ESPAÇO GUIA DE NORMAS

passivo com manobra estática, com tempo de resposta

• Filtros ativos

instalado.

dos passivos, são concebidos por equipamentos

de 16 ms e composto por 6 grupos de 100 kVar foi

Neste caso todos os grupos estão sintonizados em

frequência próxima à 5ª harmônica. Há uma relação de compromisso muito importante na construção deste

filtro, visto que operam em paralelo e buscam a injeção

de energia reativa em intervalos muito curtos, filtrando a 5ª harmônica simultaneamente. A distorção de tensão é reduzida de valores médios de 8% para 5%.

Os filtros ativos, apesar de terem a mesma função

eletrônicos que injetam correntes harmônicas defasadas daquelas geradas pelas cargas, de modo que ao se

somarem se cancelem. Enquanto os filtros passivos são

normalmente dependentes e especificados pelos valores dos indutores, capacitores e elementos de manobra que

os compõe, os filtros ativos são especificados pelos ampères que irão filtrar.

123

Figura 4 – Diagrama de instalação de filtro ativo e comportamento das formas de onda de corrente

Colaborou com esta seção: Autor e editor: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor e consultor.


Energia sustentável

124

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Crise de água: “chovendo no molhado” E lá vamos nós “chover no molhado”,

pressões pela expansão urbana – por exemplo,

e pela ampliação do desperdício. Entre 2004

abordando novamente a crise da água na região

na região metropolitana de São Paulo;

e 2013, por exemplo, o consumo de água

Sudeste, que se agravou. Independentemente

- A poluição dos rios e mananciais nestas

nos 33 municípios da região metropolitana

das chuvas de verão, os próximos anos serão

regiões inviabiliza o uso da água. Os processos

de São Paulo aumentou 26% diante de 9%

críticos, até retomar os níveis normais nos

de

de aumento de sua produção. (Fonte: Folha

sistemas de abastecimento afetados (desde que

lentamente. O Projeto Tietê iniciou-se em

São Pedro coopere). Agora a população está

1991, mas ainda deve levar alguns anos para

mais preocupada e disposta a tomar ações.

finalização;

Possíveis soluções

As consequências da falta de água vão de

- A oferta de água subterrânea poderia ser

- Racionalização do consumo pelos hábitos

racionamento em muitas cidades, banhos de

expandida em algumas regiões, mas com limites;

da população – é o que se vê diariamente nos

madrugada (quando tem água), pessoas que

- A perspectiva de chuvas para 2015 não é

noticiários, como na economia de água no

andam longas distâncias para buscar água

muito animadora, segundo a meteorologia.

banho, piscina e água fechada de condomínios

despoluição

avançaram,

mas

muito

On-line, 03/04/2014.)

em certos horários, não lavar carro, etc.;

potável, redução de vazão e até parada de usinas hidrelétricas (como a de Camargos, na Bacia do

Possíveis soluções

- Uso de dispositivos econômicos, como descargas

Rio Grande/MG). Os níveis dos reservatórios

- Acelerar os projetos de tratamento de esgotos

econômicas,

já estão inferiores aos que levaram ao “Apagão”

e despoluição dos rios e usar parte desta água

automático ou redutores de pressão;

de 2001. Mesmo levando em conta que há

mais limpa para usos compatíveis – resolve

- Incentivo ao reuso de água e captação de água

maior capacidade de reação atualmente, o país

dois problemas ao mesmo tempo;

de chuva (quando voltar a chover), inclusive

poderá chegar a maio de 2015 com um risco

- Aumentar a taxa de reuso de água tratada

por meio de legislação municipal sobre

de racionamento de energia de 35%, de acordo

para fins compatíveis – esta taxa atualmente é

edificações;

com a consultoria PSR. O custo da energia e a

muito baixa (3,9% em São Paulo, segundo a

- Medidas de racionalização do consumo

capacidade de fornecimento preocupam várias

Sabesp - Fonte: Jornal O Estado de São Paulo,

de água em atividades produtivas – como

indústrias. Para se ter uma ideia, a Honda

01/11/14). O Governo de São Paulo anunciou

é o caso do Projeto de Lei de São Paulo nº

iniciou em novembro a operação de um parque

em novembro a construção de estações de

1.326 de 24/10/14, que institui o Programa

eólico em Xangri-lá (RS) - Fonte: Jornal O

tratamento de água para reuso, sendo a

Estadual de Incentivo ao Uso de Produtos

Estado de São Paulo, 29/10/14.

primeira na Marginal Pinheiros (capital) até

Biodegradáveis para Lavagem e Higienização a

Esquecendo a parte de São Pedro no

dezembro de 2015;

Seco em Veículos – LAVSECO-SP, estimando

problema, a causa e a demanda maior que a

- Reforçar a proteção dos mananciais;

economia de mais de dois bilhões de litros de

oferta é falha de gestão.

- Ampliar o uso de água subterrânea;

água por mês.

torneiras

com

desligamento

- Reduzir perdas na distribuição;

Oferta

- Buscar novas fontes de água limpa, interligar

O momento é grave nestas regiões e

- Os mananciais disponíveis são os mesmos,

e transpor os diversos mananciais.

todos já estão sendo afetados. Economizar

buscando-se novas fontes cada vez mais

água significa também reduzir riscos de

distantes, com aumento de custos e das já

Demanda

elevadas perdas na distribuição;

- Aumento pelo crescimento da população,

evitar racionamentos para fins mais nobres.

- As fontes de água existentes sofrem grandes

melhoria de padrão de vida e da tecnologia,

Vamos agir?

fornecimento de energia, reduzir custos e



Iluminação eficiente

126

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Haverá luz no final do túnel?

Provavelmente muitos estejam pensando:

“Finalmente

2014

está

acabando…”.

nos próximos meses. Acredito que políticas

os 20 anos do Selo Procel e o lançamento

governamentais

para

do Selo Procel Edificações. Seguindo os

Este ano foi marcado por acontecimentos

economizar energia deverão ser um alvo

e

empresariais

conceitos do Selo Procel, que orienta o

importantes para o Brasil, como a realização

maior para o ano que se aproxima. Em 2013,

consumidor na aquisição de eletrodomésticos

da Copa, eleições bastante acirradas para

segundo o ministro de Minas e Energia,

energeticamente mais eficientes, o novo selo

presidência, por uma desaceleração forte da

Edison Lobão, os programas de eficiência

lançado na ocasião, o Procel Edificações,

indústria e da economia, muitos escândalos e

energética proporcionaram uma economia

indicará

discussões políticas e riscos de racionamentos

de 2,1% de toda a energia consumida no

serviços, públicas e residenciais com maior

de água e energia elétrica.

país no período e o Brasil tem como meta,

potencial para a redução do consumo de

as

construções

comerciais,

de

Acredito que em 2015 continuaremos

no Plano Nacional de Energia (PNE) 2030,

energia. Isto deverá ser um incentivo maior

a ter muita instabilidade econômica, mas o

ter o atendimento de 10% do consumo de

para a busca da certificação Procel Edifica

setor de eficiência energética deverá ganhar

energia no Brasil com ações de eficiência

nas construções brasileiras, que faz parte do

mais atenção. Afinal eficiência energética é a

energética.

Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE)

forma mais barata para economizar energia,

em parceria com o Inmetro.

cujo custo deverá subir significativamente

em novembro, a Eletrobras comemorou

Em consonância às políticas energéticas,

Segundo o Procel, o consumo de energia


O Setor Elétrico / Novembro de 2014

127

elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no país. E estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.

Segundo o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho

Neto, destacou durante o evento, o Procel já contribuiu, por meio de suas ações, para a economia de mais de 70 bilhões de kWh de energia elétrica e grande parte desse resultado é creditado às ações do Selo Procel, criado com a finalidade de ser uma ferramenta simples e eficaz. O selo estimula a competitividade na indústria e o desenvolvimento tecnológico na busca de maior eficiência energética dos aparelhos elétricos.

Em 2013, o Selo Procel foi concedido a um total de 36

categorias de equipamentos, distribuídas entre 187 fabricantes e 3.748 modelos. Mais de 62 milhões de equipamentos com o selo foram vendidos no período. Com isso, o uso de equipamentos com o Selo Procel contribuiu para que o Brasil economizasse 9,578 bilhões de kWh no ano, representando 3.733 MW de demanda retirada do horário de ponta.

Em iluminação, o Selo Procel foi recentemente lançado para

lâmpadas de Led em outubro. Com caráter voluntário, o Selo Procel visa identificar os melhores produtos no mercado para economizar energia e se aplica às lâmpadas Led com dispositivo de controle integrado à base ou corpo, constituindo uma peça única, não destacável, em 60 Hz, para tensões nominais de 127 V e/ou 220 V e potência nominal de até 60 W.

Dentre os critérios para concessão do Selo para lâmpadas de

Led estão contemplados ensaios de segurança e de desempenho, como: medições de potência; fluxo luminoso inicial; eficiência energética; fator de potência; distorção harmonica total (THD); equivalência com a lâmpada incandescente; Temperatura de Cor Correlata (TCC), Índice de Reprodução de Cor (Ra) e vida declarada nominal mínima de 25.000 horas com manutenção de 70% do fluxo luminoso inicial.

Para concessão do selo as lâmpadas Led deverão ter eficiência

energética medida e declarada de, no mínimo, 80 lm/W, as lâmpadas tubulares G5 com eficiência mínima de 105 lm/W e as lâmpadas tubulares G13 com no mínimo 90 lm/W.

Este Selo Procel deverá ser um grande impulsionador, em

conjunto com a futura certificação compulsória de lâmpadas Led pelo Inmetro, para a melhoria dos produtos existentes no mercado e garantia de melhores índices de economia de energia para o Brasil nos próximos anos. Com isto e outras políticas esperamos que haja sim luz (eficiente) no final do túnel! Desejo a todos um ano novo iluminado e de muitas realizações!


Instalações MT

128

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

O que falta no setor elétrico atualmente Olhando algumas informações sobre as usinas hidrelétricas e preço de energia podemos verificar alguns dados preocupantes. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) continua no seu valor máximo (isso mesmo, existe um limite) de R$ 822,83. Mais do que o valor em si mesmo, é bom observar que este período é o mais longo nos últimos tempos em que o PLD se mantém no topo: característica de problema crônico! Como destaca o relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): “Neste cenário de elevação de temperaturas e afluências abaixo da média histórica, fica a expectativa de que os níveis dos reservatórios apresentem redução nas próximas semanas”. O tamanho e a gravidade do problema vão aumentar.

Será que é tempo de esperar e ver o que

acontece? Como a economia não está indo

(bem, novembro sempre foi considerado mês de

procedimentos mais racionais. Como incentivar

tão bem como se falava em pronunciamentos

chuvas fartas, mas quem sabe alguma nota técnica

as ações neste sentido? Basta dar tempo para as

oficiais de um mês atrás, a pressão não está

já mudou isso e, descuidado, não me dei conta).

concessionárias, garantindo a elas que as ações

muito grande ainda.

Coisas simples podem ser feitas, mas

tomadas tenham o necessário tempo de maturação

Mas me parece que realmente tem razão

demandam

adequadas,

para garantir o tão saudável retorno sobre os

quem durante as crises inunda a imprensa com

competentes e que alterem a maneira com a

investimentos (quem é contra lucros não gosta de

notícias sobre smart grid, dizendo que isso seria a

qual se usa a energia elétrica nos segmentos de

ouvir falar disto).

solução para todos os problemas do setor elétrico e

baixa tensão.

irritando autoridades no Planalto Central.

A famosa tarifa branca, se mandatória pela

projetos ações lucrativas e eficientes. Algo parecido

políticas

públicas

A Aneel poderia seguir estes planos e tornar os

Nós sabemos que a implementação de novas

área de aplicação dos projetos (cada concessionária

com o que foi aprovado na revisão tarifária

tecnologias de integração e operação na distribuição

aprovaria projetos e as suas etapas junto à Aneel)

da Light, mas que deveria ser um tratamento

e transmissão não é a solução para tudo, mas

regularia a demanda de energia no horário de

estendido as demais empresas.

poderia, sim, amenizar significativamente alguns

ponta. Seriam obtidas postergação de investimentos

problemas que temos e outros que virão, a menos

para simples ampliações do sistema, menor pressão

porque existe, ainda hoje, um risco tecnológico

que caia um dilúvio em algumas áreas do Brasil e

sobre recursos naturais e menor perda técnica no

(pouco abordado pois ninguém gosta de falar do

que os reservatórios do Sudeste cheguem no final

sistema em geral (a perda técnica no SIN está com

que deu errado) relativo à automação de processos

de abril aos 35%.

comportamento crescente e só o Governo Federal

comerciais que é mais elevado do que se “vende”

Este tempo de maturação é fundamental, até

pode determinar ações nesta área).

por aí.

energia armazenada nos reservatórios do Sistema

A diminuição das perdas não técnicas

Ou seja, para termos o início efetivo do

Interligado Nacional (SIN) caiu de 20,88% para

também pode ser usada como uma usina virtual,

smart grid aqui nos trópicos precisamos de ações

19,95% e estamos em plena estação chuvosa

pois quem de fato paga pelo que consome adota

competentes e corajosas do poder público.

Destaca-se que na última semana o nível de



130

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Esclarecimentos sobre o modelo eletrogeométrico

Descargas atmosféricas possuem correntes

com centro na extremidade do líder e raio igual

impulsivas de diferentes intensidades. Por esse

ao comprimento dos saltos antes do último

motivo, um SPDA não pode ser dito seguro

deles é o lugar geométrico dos pontos a serem

para todos os níveis de proteção. A ABNT NBR

atingidos pelo raio. Estes pontos podem então

5419:2005 atribui uma eficiência entre 80% e

ser simulados por uma esfera fictícia, cujo raio

98%, dependendo do nível de proteção utilizado.

seja igual ao comprimento do último trecho a ser

vencido pelo líder descendente.

Estes valores são calculados com base nas

estatísticas de valores e parâmetros dos raios

A

e do modelo eletrogeométrico. Por exemplo,

eletrogeométrico foi desenvolvida em 1945,

aproximadamente, 91 % de todas as descargas

entretanto, o método não foi adaptado para

atmosféricas resultam em um pico de corrente

SPDA. Na década de 1950, a quantidade de

maior que 10 kA. Em média, pelo menos essa

interrupções no fornecimento de energia elétrica

percentagem de descargas será interceptada

devido às descargas atmosféricas nas primeiras

por um SPDA com eficiência maior ou igual a

linhas norte-americanas de 345 kV se mostrou

91%. Os 9% restantes de menor intensidade,

bem maior que o esperado. Este evento motivou

não necessariamente todos eles, provavelmente

estudos detalhados sobre o problema fazendo

não serão interceptados. Este conceito forma o

com que o modelo eletrogeométrico fosse

princípio fundamental da atual análise de risco

desenvolvido e chegasse ao patamar atual de

da proteção contra descargas atmosféricas.

utilização.

O modelo eletrogeométrico delimita o

volume de proteção oferecido por captores de um

a obtenção do volume de proteção imposto pelo

SPDA, independentemente da sua disposição

SPDA adotado, pois é baseado no mecanismo de

ser: vertical (com hastes), horizontal (com cabos)

desenvolvimento das descargas atmosféricas.

ou mista.

É uma técnica adotada em muitos países,

primeira

versão

do

modelo

O modelo é um método mais apurado para

Segundo a ABNT NBR 5419:2005, os pontos

inclusive, fazendo parte de suas normas. É

onde ocorre maior intensidade de campo elétrico,

a mesma técnica usada na coordenação da

seja no solo ou em estruturas, são geralmente os

isolação de linhas de transmissão, e que vem

pontos mais próximos da extremidade do líder

sendo implementada e aplicada na proteção de

descendente, portanto, a superfície de uma esfera

edificações.


Tabela 1 – ABNT NBR 5419:2005 – Anexo C

Nível de

Distância R

Valor de crista

proteção

(m)

Imáx (kA)

I

20

3

II

30

5

III

45

10

IV

60

15

atração é função da intensidade de Imáx,

d = k x Ip Figura 1 – ABNT NBR 5419:2005 – Anexo C.

O

comprimento

R

mostrado

de forma que durante a aproximação do na

Figura 1, que representa a distância entre

Esta equação foi elaborada pelo GT-33 da

líder descendente, a parte da estrutura ou o

CIGRÉ – Conferência Internacional de

elemento que se encontrar com a distância

Grandes Redes Elétricas de Alta Tensão.

menor que o raio tem a maior probabilidade

o ponto de partida do líder ascendente e

de sofrer o impacto do raio.

a extremidade do líder descendente, é o

A ABNT NBR 5419 utiliza:

parâmetro utilizado para o projeto do

k = 10

esfera que podem ser adotados em um projeto

posicionamento dos captores no modelo

p = 0,65, então:

a partir do nível de proteção escolhido.

eletrogeométrico,

sendo

que

se

pode

calcular essa distância através do valor de

R = 10 x Imáx

0,65

crista máximo do primeiro raio negativo, em quilo amperes (kA).

A Tabela 1 apresenta os valores do raio da

A forma mais comum de aplicação do

modelo eletrogeométrico é o método da Esfera Rolante.

A equação demonstra que a distância de

(continua)


NR 10

132

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Do uso indevido da NR 10 Nas duas últimas edições, tivemos a oportunidade de apreciar a valiosa e abalizada contribuição do engenheiro Roberto Cogo, a respeito do que foi estabelecido pela NR 12, quando esta se aventurou como norma especificatória, pela área elétrica. A conclusão é do leitor, que nos honra com sua atenção. Voltando a tratar assuntos relativos à NR 10, vamos elencar alguns temas que continuam a aparecer apesar dos seus dez anos de publicação, comemorados neste mês de dezembro. 1- Por incrível que possa parecer, ainda há empresas que entendem que o treinamento

custeado pelo trabalhador como se isso fosse uma

ela de nível superior, médio ou básico.

previsto na NR 10, deva ser providenciado ou

condição pessoal, como a formação técnica, seja

A NR 10 deixa clara a responsabilidade


133

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

das empresas em treinar os seus colaboradores,

Como

com o conteúdo previsto no anexo III, antes

estabelece que os estabelecimentos com carga

de autorizá-los a trabalhar em suas instalações.

instalada superior a 75 kW devem constituir e

Tanto é que nos casos de descumprimento

manter o Prontuário de Instalações Elétricas,

4- Quadros

desse item é a empresa que é autuada!

contendo, além do disposto no subitem

necessários apenas quando a abertura da

10.2.3, no mínimo:

porta externa resultar em possibilidade de

exemplo,

o

item

10.2.4-g

2- Não menos assustador é o caso de trabalhadores

procurando

empresas

para seu controle. Assim, não existir relatório anual não é uma desconformidade. elétricos

trancados

são

contato com partes vivas perigosas. A NR

para

g) relatório técnico das inspeções atualizadas

10 não estabelece impedimento de acesso de

ministrarem a “reciclagem”, porque estão

com recomendações, cronogramas de adequações,

trabalhadores aos dispositivos de controle

com a “NR 10 vencida”! Ora, a reciclagem,

contemplando as alíneas de "a" a "f".

em baixa tensão, montados e conservados

com muito mais razão, deve ser oferecida pela

de acordo com o que estabelecem as normas

empresa, de acordo com as suas regras, seus

Aí está embutida a ideia da auditoria

técnicas, como punhos de chaves, alavancas

sistemas, suas responsabilidades e sua cultura.

periódica da condição de segurança das

de disjuntores ou botões de comando e nem

A evidência é que é a empresa quem estabelece

instalações elétricas, que resulta num relatório

mesmo exige que o trabalhador tenha “curso

conteúdo e duração da “reciclagem”.

técnico, contendo as não conformidades

de NR 10” para tais atividades e isso fica claro

com

com a leitura do item 10.6.1.2:

as

regulamentações

de

interesse,

3- Quando submetidas a auditorias (internas

recomendações e propostas de adequação,

ou externas), é muito salutar que os auditores,

melhoria

em

“10.6.1.2 As operações elementares como

além de preencher formulários, conheçam de

conformidade com um necessário cronograma

ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas

fato o que a norma estabelece, de tal forma

de realizações.

em baixa tensão, em perfeito estado de

que ao mencionar uma “não conformidade”

Em nenhum lugar está estabelecida a

conservação,

indiquem claramente qual o item de norma

periodicidade anual. A empresa é que vai

podem ser realizadas por qualquer pessoa não

que não está sendo atendido e transcrevam-no.

determinar que periodicidade entende melhor

advertida”.

devidamente

programada

adequados

para

operação,


Energia com qualidade

134

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Qualidade da energia: ponderações sobre a necessária integração dos indicadores Seguindo a sequência dos indicadores

apontados na coluna anterior, a ferramenta

considera:

A ponderação ora proposta para este quesito

proposta considera a ponderação ou avaliação de cada um destes indicadores que foram

Limites

medidos em relação aos esperados de acordo

• 0,93.Uref>Umed>1,05.Uref:

com alguma referência a ser definida. Deve-se

• 0,9.Uref>Umed>0,93.Uref:

7,5

considerar que as referências estabelecidas pelas

• Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref:

5

normas são definidas no PAC e as medições são

• Umed<0,85Uref ou Umed>1,07Uref: 2,5

Ponderação: 10

normalmente efetuadas no secundário de um transformador que possui impedância de 5%

a 6% e que, portanto, modifica aqueles valores

ponderação (nota) zero indica que o indicador

esperados no PAC.

não é aplicado no caso. Os indicadores 10; 7,5;

A seguir são apresentadas algumas sugestões

5 e 2,5 podem ser interpretados respectivamente

para definição das referências e ponderações

como “ótimo”, “bom”, “valor limite” e “ponto a

associadas.

corrigir”.

a) Regulação de tensão (tensão

b) Fator de potência

em regime permanente)

Neste caso e nos outros que se seguem, a

Tomando-se o fator de potência de Na Tabela 3 do anexo I do Módulo 8

referência de cobrança de excedentes de reativos

dos Procedimentos de Distribuição da Aneel

estabelecido pela Agência Nacional de Energia

(Prodist), verificam-se os limites para tensões em

Elétrica (Aneel) e os benefícios associados a um

regime permanente nos PAC em tensões entre 1

bom fator de potência com redução de perdas e

kV e 69 kV. Tomando-se a tensão de referência

aspectos de eficiência energética, a ponderação

(ou contratada) como “Uref ” e “Umed” como

proposta para este item considera os valores:

a tensão medida, o documento recomenda a classificação dos limites.

Limites Ponderação: • 100%<FP<99%:

10

• Tensão adequada: 0,93.Uref>Umed>1,05.Uref

• 98%<FP<95%:

7,5

• Tensão precária: 0,9.Uref>Umed>0,93.Uref

• 95%<FP<92%:

5

• Tensão crítica: Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref

• FP<92%

2,5


135

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

c) Harmônicos

Há de se considerar os casos excepcionais

A referência e o limite adotados nos sistemas

tratados pela IEEE 519 que define a DTT

de transmissão e de distribuição são de FD

A Tabela 3 do Módulo 8 estabelece como

máxima de 3% para estabelecimentos de saúde

máximo de 2%. Os fatores de ponderação podem

limite de distorção total de tensão DTT em 13,8

(hospitais, clinicas, etc.) e de 10% para fontes

ser definidos como:

kV o valor de 8% e em tensões menores de 1 kV

específicas. Neste caso, o critério acima pode ser

o valor de DTT de 10%.

modificado conforme a instalação.

Limites Ponderação:

Há de se considerar que os valores são

Ainda no que se refere ao tema “harmônicos”,

FD< 1%

10

considerados como observado no PAC. A

outro indicador poderia considerar a distorção

1%<FD<2%

7,5

inserção da impedância de transformadores e de

total

caso,

2%<FD<3%

5

circuitos aumenta a distorção de total na medida

consideraremos somente a distorção de tensão,

FD> 3%

2.5

em que os barramentos se distanciam da fonte

tendo em vista a relação existente entre os dois

de alimentação. Da mesma forma que o fator

indicadores e que de uma forma geral, havendo

Nota: Os valores de desequilíbrios nos sistemas

de potência, a distorção de tensão também pode

cuidado na limitação da distorção de tensão, a

de transmissão e distribuição podem ser

ser interpretada não pelos valores limítrofes,

distorção de corrente também é limitada.

refletidos nos sistemas de baixa tensão. Em

mas pelos benefícios em se operar com valores melhores. Nesta conceituação a ponderação

de

corrente.

Contudo,

neste

função de falta de informações complementares, d)

Desequilíbrio de tensão

iremos assumir os mesmos valores para os sistemas de baixa tensão.

proposta neste item considera:

O desequilíbrio de tensão é definido pela relação e)

Flutuação de tensão

do fator de desequilíbrio (FD) é assim expressa pelo

A flutuação de tensão é tratada no item 6

Módulo 8, na expressão 5.3.2 do documento

do Módulo 8 e considera o fenômeno tratado

Limites Ponderação:

entre as tensões de sequência negativa (V-) e de

DTT<3%:

10

sequência positiva (V+) nos barramentos. A expressão

3%<DTT<6%:

7,5

6%<DTT<10%:

5

DTT>10%:

0

FD% =

V_

na literatura internacional como “flicker”. A

V+

medição da cintilação é feita em tempo curto


Energia com qualidade

136

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Tabela 1 – Limites de cintilação tratado pelo Módulo 8 do Prodist

Limites

(integração em dez minutos – pst) e tempo

limites das VTCDs, que consideram as

longo (integração em duas horas – plt). As

variações momentâneas (de 1 ciclo a 3

referências são expostas na tabela 7 daquele

segundos) e as temporárias (de 3 segundos

documento, reproduzidas na Tabela 1. O

a 3 minutos). Ocorrência de valores de

indicador PltS95% é o valor semanal do Plt

tensão entre 10% e 90% da tensão nominal

que foi superado em apenas 5% dos registros

define o afundamento de tensão (também

obtidos no período de sete dias completos e

momentâneo ou temporário) e acima de 10%

consecutivos.

da tensão nominal define as elevações de tensão, também momentâneas e temporárias

Limites Ponderação:

na mesma referência de tempo. Interrupções

PltS95%<0,8 pu

10

momentâneas (1 ciclo a 3 segundos) e

0,8<PltS95%<1,6 pu

7,5

temporárias (3 segundos a 3 minutos)

1,6pu<PltS95%<2 pu

5

ocorrem em registros de tensão menores que

PltS95%>2 pu

0

10% da tensão nominal.

f)

Variação de tensão duração (VTCD)

de curta

Considerando a severidade destes fenômenos,

a

proposta

para

ponderação

considerará

os fenômenos momentâneos, incluindo as ocorrências em períodos não previstos pelo

A Tabela 9 do Módulo 8 expressa os

Módulo 8 (menores que 1 ciclo), será:

Ponderação:

Sem registro de VTCD

10

VTCD < 1 ciclo

7,5

1 ciclo<VTCD<3 segundos

5

VTCD> 3 segundos ou Interrupção

2,5

g)

Transientes

Pode-se ainda estabelecer um critério para

avaliação da existência de transientes de tensão (por exemplo manobra de capacitores, e cargas ou mesmo descargas atmosféricas). Neste caso, propomos a ponderação: Limites

Ponderação:

Sem transientes 10 Transientes de pouca importância

7,5

Transientes acima de 3 pu (forma de onda) 5 Transientes que causam falha na operação 0 O indicador de variação de frequência apresentado no Módulo 8 não será aqui considerado, por não ser aplicado neste caso, contudo, caso a instalação seja alimentada por geradores em situação de contingência, este item é importante.

Tabela 2 – Resumo dos indicadores e ponderadores propostos



Instalações Ex

138

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

IECEx publica documentos operacionais sobre competências pessoais em atmosferas explosivas em português do Brasil Foram publicados no website do IECEx,

A Unidade de conhecimentos básicos Ex 000

Unidades de Competência. A Unidade Ex 001, por

em português do Brasil, para acesso público,

abrange a obrigação de segurança das pessoas

sua vez, é aplicável para os técnicos e engenheiros

novos documentos operacionais sobre o sistema

que adentram áreas classificadas e evidencia que

que executam atividades relacionadas com projeto,

de certificação de competências pessoais em

a pessoa certificada possui uma compreensão

montagem, inspeção, manutenção, reparos e

atmosferas explosivas:

da natureza dos riscos associados com áreas

auditorias em áreas classificadas. A Unidade de

classificadas, das limitações sobre os equipamentos

Competência Ex 001 é um pré-requisito para

• IECEx OD 503 - Ed. 3.0: Procedimentos

que podem ser levados para o interior de áreas

diversas outras Unidades de Competências Ex.

para a emissão e manutenção de Certificados de

classificadas e das responsabilidades de segurança e

Competências Pessoais IECEx

saúde ocupacional, bem como dos procedimentos

2 – Revisão do escopo da Unidade de Competência

http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD503_

relacionados com as áreas classificadas.

Ex 001: "Esta Unidade de Competência abrange

Ed3.0_pt.pdf

os princípios básicos de proteção em atmosferas

• IECEx OD 504 - Ed. 3.0: Especificações

obrigações de segurança e os conhecimentos

para a avaliação dos resultados das Unidades de

básicos mínimos das pessoas que entram em

Competência Ex

uma instalação que contém áreas classificadas.

3 – Revisão das Unidades de Competências Ex que

http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD504_

Esta unidade Ex requer uma compreensão da

são pré-requisitos para as demais. Por exemplo,

Ed3.0_portugese.pdf

natureza das áreas classificadas, limitações sobre

as Unidades Ex 003 e Ex 004 deixaram de ser

• IECEx OD 506 - Ed. 1.0: Orientações sobre

os equipamentos que podem ser levados para o

pré-requisito para as Unidades Ex 007 e Ex 008,

a utilização do Banco de Questões do Esquema

interior das áreas classificadas e dos procedimentos

uma vez que os inspetores não necessitam possuir

de Avaliação de Competências Pessoais para

e responsabilidades de segurança e saúde

habilidades físicas para executar as atividades de

Atmosferas Explosivas do IECEx

ocupacional relacionados com áreas classificadas.

instalação e de manutenção.

http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD506_

Esta unidade não inclui requisitos para assegurar

Ed1.0_pt.pdf

os aspectos de proteção contra explosão da planta

4 – Retirada da Unidade Ex 001 como pré-

e dos equipamentos Ex.

requisito da Unidade Ex 005 (Reparo e recuperação

As principais modificações que foram

A principal diferença entre a Unidade Ex 000

de equipamentos Ex). As pessoas envolvidas com

introduzidas nestas novas versões do OD 503

e a Unidade Ex 001 é que a Unidade Ex 000 é

as atividades de reparo, tais como soldadores,

e OD 504, em relação à edição 2.0 anterior

aplicável a profissionais que não exercem atividades

torneiros mecânicos, ajustadores, lubrificadores

(publicada em 2013) são as seguintes:

diretamente relacionadas com os equipamentos

e pintores não necessitam trabalhar em áreas

Esta unidade de conhecimento abrange as

explosivas da instalação e dos equipamentos”

"Ex", tais como operadores, técnicos de segurança,

classificadas e nem estão expostas aos riscos de

1 – Introdução da Unidade de Competência

soldadores, mecânicos, caldeireiros, pintores e

áreas classificadas ou da eletricidade. Estas pessoas

Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas

montadores de andaimes.

realizam as suas atividades de reparos e recuperação

para entrar em uma instalação contendo áreas

de equipamentos Ex dentro das oficinas, em

classificadas

se constitui em um pré-requisito para as demais

Esta Unidade de Competência Ex 000 não

equipamentos desmontados e desligados.


139

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

5 – Alteração das quantidades de questões a serem

Pessoas acreditados pelo IECEx, como uma

aplicadas nos exames de conhecimentos teóricos,

condição para a sua aceitação no Esquema IECEx

tanto questões do tipo de múltipla escolha como

05. A fonte das questões e das respostas não são

questões dissertativas (com respostas curtas).

identificadas no Banco de Questões compartilhado e unificado.

6 – Atualização do tempo mínimo sugerido

para a duração dos exames de habilidades

traduzidos para o português pelo Subcomitê SC

práticas e estudos de casos para as Unidades de

IECEx BR do Cobei e apresentam a seguinte

Competências Ex.

nota: Ao longo deste Documento Operacional

Estes novos Documentos Operacionais foram

IECEx, escrito em português, as normas IEC ou 7 – Inclusão do Anexo B no OD 504 sobre

ISO referenciadas são indicadas como Normas

tipos e quantidade de questões em um exame de

NBR IEC ou NBR ISO. Isto se deve ao fato de

conhecimento para abranger todos os aspectos

que tais normas são também escritas em português

das Unidades de Competências Ex. Este novo

e são idênticas, em conteúdo técnico, forma e

anexo está alinhado com a revisão do OD 503 -

apresentação, sem desvios nacionais, às respectivas

Tabela 2 – Número mínimo e tipo de questões

Normas internacionais publicadas pela IEC ou

em exames de conhecimentos. As quantidades

pela ISO.

de questões de múltipla escolha e dissertativas

(respostas curtas) foram reduzidas, em relação à

Competências Ex que fazem parte do sistema

edição anterior (Ed. 2.0).

internacional de certificação de competências

São relacionadas a seguir as 11 Unidades de

pessoais em atmosferas explosivas do IECEx:

IECEx OD 506 – Banco de questões integrado para exames de competências pessoais

“Ex”

• Unidade Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas para entrar em uma instalação contendo áreas classificadas;

Este novo documento operacional apresenta

• Unidade Ex 001: Aplicação dos princípios

orientações sobre a utilização e manutenção do

básicos de segurança em atmosferas explosivas;

banco de questões fornecido para os organismos de

• Unidade Ex 002: Execução de classificação de

certificação acreditados pelo IECEx, participantes

áreas;

do Esquema de Certificação de Competências

• Unidade Ex 003: Instalação de equipamentos

Pessoais

com tipos de proteção Ex e respectivos sistemas

para

Atmosferas

Explosivas,

para

auxiliar na preparação das atividades de avaliação

de fiação;

associadas com a emissão de Certificados de

• Unidade Ex 004: Manutenção de equipamentos

Competências Pessoais para pessoas envolvidas em

em atmosferas explosivas;

atividades relacionadas com atmosferas explosivas.

• Unidade Ex 005: Reparo e revisão de

equipamentos com tipos de proteção Ex;

O objetivo deste Documento Operacional é

assegurar que cada Organismo de Certificação de

• Unidade Ex 006: Testes de equipamentos e

Pessoas acreditado pelo IECEx avalie os candidatos

instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas

à certificação de uma forma consistente entre si, com

explosivas;

a aplicação de exames teóricos contendo questões

• Unidade Ex 007: Execução de inspeções visuais

de múltipla escolha e dissertativas com origem em

e apuradas de equipamentos e instalações em, ou

um mesmo banco de questões compartilhado.

associadas a atmosferas explosivas;

Este documento operacional foi lançado

• Unidade Ex 008: Execução de inspeções

pelo IECEx, de forma a harmonizar o Banco de

detalhadas de equipamentos ou instalações

Questões a ser utilizado de forma unificada por

elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;

todos os Organismos de Certificação de Pessoas

• Unidade Ex 009: Projeto de instalações elétricas

acreditados.

em, ou associadas a atmosferas explosivas;

As questões e respostas incluídas no Banco de

• Unidade Ex 010: Execução de inspeções de

Questões são uma combinação daquelas questões

auditoria ou de avaliação das instalações elétricas

fornecidas por Organismos de Certificação de

em, ou associadas a atmosferas explosivas.


140

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Subestação pré-fabricada compacta Por Camila Zimmer*

Subestação

pré-fabricada

compacta

é

definida como um conjunto de equipamentos pré-testados composto de um único invólucro contendo transformador, cubículo de média tensão (MT) e chaves seccionadoras de saída de baixa tensão (BT). Estas subestações são utilizadas em locais em que existe a necessidade de uso de energia elétrica em BT a partir de uma fonte MT em áreas de acesso ao público, como, por exemplo, em centros urbanos, em áreas residenciais e industriais ou temporariamente como em canteiros de obra e eventos.

As subestações podem ser fabricadas em

invólucro de concreto ou aço e são projetadas e testadas conforme a norma IEC 62271202, que engloba os ensaios de arco interno, elevação de temperatura, dielétricos, grau de proteção, entre outros testes que asseguram a confiabilidade, a segurança de operação e a manutenção do equipamento. Como

vem

ocorrendo

em

centros

urbanos, as redes elétricas de MT e BT estão Figura 1 – Solução com quadro de distribuição em baixa tensão (QDP) do tipo pedestal.

sendo substituídas por redes subterrâneas. Isso se deve à vulnerabilidade do sistema de distribuição aérea, poluição visual e risco de

instalação de um transformador e a instalação

com pouco espaço disponível para tal. A

acidente. A tarefa de se enterrar uma rede

de um quadro de distribuição em baixa tensão

alimentação da MT é conectada a um cubículo

elétrica não é simples, pois conflita com redes

(QDP) do tipo pedestal, conforme mostra a

blindado e isolado em SF6, normalmente de

de água, de esgoto e de telecomunicação já

Figura 1.

três vias, que permite a manobra (liga/desliga)

existentes e que, na maioria das vezes, não

Essas instalações devem ser instaladas em locais

com uma chave seccionadora de abertura em

são registradas, catalogadas e compartilhadas

protegidos, uma vez que o alojamento da conexão

carga, bem como uma segunda chave para

entre as diversas concessionárias.

de MT não é a prova de arco interno, colocando

um ramal de derivação, além de possuir

Em centros urbanos onde a rede elétrica já

os transeuntes em risco. Os transformadores

uma terceira chave com proteção trifásica

foi enterrada, o ambiente comercial capitaliza

pedestais que estão sendo utilizados não oferecem

por fusível ou disjuntor que alimentará um

um ganho e os pedestres são presenteados

a proteção trifásica do sistema e também não

transformador a seco ou a óleo de média

com a melhoria. Há evidência do aumento

permitem seu desligamento individual quando

tensão 13,8 kV/380 V ou 13,8 kV/220 V. As

da demanda, o que, na maioria das vezes,

instalados em série.

potências do transformador podem ser de até

compromete o sistema elétrico.

2.000 kVA para as subestações denominadas

A solução atual adotada pela maioria

conforme a Figura 2, permitem sua instalação

“compactas”, próprias para centros urbanos.

das concessionárias de energia elétrica é a

junto a passeios públicos e em edificações

As subestações pré-fabricadas compactas,

A distribuição em BT é feita com várias


141

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Figura 2 - Proposta de subestação pré-fabricada compacta.

chaves seccionadoras trifásicas com abertura

disponibilizadas no mercado podem ser nas

e proteção trifásica e alimentará vários

seguintes versões:

consumidores, permitindo o desligamento individual sem necessidade de prejudicar os

• Com ou sem acesso do operador de rede;

outros consumidores da mesma fonte.

• Semienterrada (transformador a óleo);

As

subestações

pré-fabricadas

são

• Sobrepor (transformador a óleo ou a seco).

projetadas para assegurar uma alimentação elétrica com alto grau de confiabilidade com

De maneira geral, a IEC 62271-202

as interligações entre os compartimentos

prevê as condições mínimas para correto

MT, BT e transformador isolado e blindado,

funcionamento

além de garantir que o público próximo à

fabricadas compactas. Os ensaios de tipo

subestação não corra o risco de se acidentar

requeridos mínimos são:

das

subestações

pré-

no caso de um arco interno. • dielétrico;

Configuração

• elevação de temperatura; • grau de proteção;

Diversas

configurações

podem

ser

realizadas nas subestações compactas, por

• resistência mecânica; • arco interno.

exemplo:

Conforme previsto na norma, o ensaio

• Duplo alimentador com a utilização de

de verificação do nível de ruído emitido pela

chave reversora (hospitais e centros TI);

subestação pré-fabricada compacta deverá ser

• Liga/desliga das chaves de MT, no

acordado entre fabricante e consumidor final.

compartimento de BT (não requerem EPIs

especiais);

de uma subestação pré-fabricada no local de

• Operação remota das chaves seccionadoras

sua instalação, a pintura poderá ser adequada

de MT.

conforme o caso.

V ersões

* Camila Zimmer é engenheira

Visando minimizar o impacto ambiental

eletricista da Elos Eletrotécnica.

As subestações pré-fabricadas compactas


Ponto de vista

142

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

Foto: Beto Barata/AE

O compromisso de Dilma com a política de resíduos sólidos

A presidente da República reeleita precisa

para o desenvolvimento e condizente com

adotar com agilidade e eficácia soluções para

a complexidade dos problemas a serem

um tema que ficou esquecido na campanha

enfrentados. É pertinente lembrar que a

eleitoral dos presidenciáveis: a Lei nº 12.305,

PNRS alinha nosso país ao que há de mais

de 2010, que instituiu a Política Nacional

contemporâneo no cenário urbano mundial,

de Resíduos Sólidos (PNRS), cuja execução

em termos de enfrentamento dos principais

prática é de extrema importância para o meio

problemas ambientais, sociais e econômicos

ambiente, a melhoria da qualidade da vida no

decorrentes

meio urbano e a saúde pública. Infelizmente,

resíduos sólidos.

o tema praticamente não foi abordado pelos

A lei prevê o aumento da reciclagem

candidatos e, ao mesmo tempo, a Câmara dos

e reutilização de tudo o que for possível e a

Deputados conseguiu aprovar a prorrogação

destinação ambientalmente adequada dos

por quatro anos da erradicação dos lixões,

rejeitos. Institui, ainda, a responsabilidade

embutida em Medida Provisória que tratava de

dos fabricantes, importadores, distribuidores,

assunto econômico.

comerciantes,

Por isso, espera-se que a presidente

dos serviços de coleta na logística reversa

Dilma Rousseff, no novo governo, dê à

das embalagens e produtos pós-utilização,

matéria tratamento à altura de seu significado

processo indispensável para que equipamentos

do

manejo

cidadãos

inadequado

e

dos

encarregados


143

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

eletrônicos,

pneus,

âmbito dos compromissos de governo a serem

o social e o ambiental. Nossas cidades não

embalagens em geral e restos do consumo não

colocados em prática no próximo ano. Nesse

podem continuar depositando os resíduos

retroalimentem a degradação ambiental.

sentido, é decisivo que a Lei nº 12.305 saia

sólidos em céu aberto, o anticartão postal dos

A lei é ótima, mas sua execução está

definitivamente do papel na próxima gestão

resquícios de nosso subdesenvolvimento.

atrasada, prejudicando muito o Brasil e seu

federal. O Brasil não pode mais postergar esse

povo. O mais urgente refere-se à erradicação

avanço em sua política de meio ambiente.

dos chamados lixões, cujo prazo, fixado pela

Por isso, durante a campanha eleitoral

PNRS, expirou em 2 agosto de 2014. Apenas

relativa

cerca de metade dos municípios brasileiros

presidencial, o Sindicato das Empresas de

conseguiu cumprir a determinação legal. O

Limpeza Urbana no Estado de São Paulo

principal motivo desse problema é a falta de

(Selur) enviou mensagem aos dois candidatos,

recursos financeiros das prefeituras. Por isso,

na qual solicitava providências, perguntava

é decisivo o aporte de recursos da União

de modo objetivo o que pretendem fazer a

para compartilhar esses investimentos com

respeito e pedia a ágil alocação de recursos

as cidades brasileiras. É premente extinguir a

para que os municípios possam recuperar o

deposição dos resíduos sólidos a céu aberto,

tempo perdido, remover os lixões e implantar

um verdadeiro atentado ambiental, e lhes

os aterros sanitários. Isso é prioridade máxima!

dar correta destinação em aterros sanitários

Agora, o novo governo tem esse compromisso

Por Ariovaldo Caodaglio, cientista

adequados.

com a população.

social, biólogo, estatístico e

Esse

é

pilhas,

o

alicerce

lâmpadas,

que

ao

segundo

turno

da

eleição

possibilitará

O Brasil está em dívida com o meio

pós-graduado em meio ambiente e

o cumprimento integral da PNRS nos

ambiente urbano. É preciso vencer esse desafio,

presidente do Sindicato das Empresas

próximos anos. Assim, no novo governo,

que responde aos três eixos do mais atual

de Limpeza Urbana no Estado de São

será decisiva a devida atenção ao tema, no

conceito da sustentabilidade: o econômico,

Paulo (Selur).


Agenda

144

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

13 a 16 de janeiro de 2015

Instalações elétricas de baixa tensão III - ABNT NBR 5410:2004

Descrição

Informações

O curso tem como objetivo transmitir e exercitar os procedimentos da norma NBR 5410, com foco na capacitação completa do participante para dimensionar e especificar todos os materiais elétricos em uma instalação de qualquer porte em baixa tensão – até 1kV. As aulas são voltadas para engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas em edificação de porte, tais como indústrias e shoppings.

Local:

Cursos

26 a 29 de janeiro de 2015

Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br

Inspeção predial

Descrição

Informações

As aulas deste curso têm como intuito fornecer aos participantes conhecimentos específicos referentes às modernas atividades da área de inspeção predial, exigência associada à necessidade de manutenção permanente das edificações, com atualização do arcabouço legal e normativo correspondente. O curso é direcionado a engenheiros, arquitetos e técnicos que realizam atividades de inspeção e manutenção das edificações em geral.

Local:

4 a 6 de fevereiro de 2015

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

Projeto de Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica Conectado à Rede

Descrição

Informações

Com base em conceitos consagrados na Alemanha – líder mundial na energia solar – e correlacionados à realidade brasileira, o curso abordará temas fundamentais para projetar uma instalação fotovoltaica conectada à rede. Dentro do conteúdo programático das aulas, estão assuntos como: tipos de sistemas fotovoltaicos; principais usos e aplicações; equipamentos, características e composição de sistemas; e dimensionamento de sistemas. Além de aulas práticas, os alunos que participarem do curso terão a oportunidade de visitar a primeira instalação executada no Rio de Janeiro, permitindo aprofundamento e discussão do conhecimento adquirido.

Local:

3 de março de 2015

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br

Fundamentos do Setor Elétrico Brasileiro

Descrição

Informações

A meta deste curso promovido pelo Instituto Acende Brasil é proporcionar uma visão multidisciplinar do setor elétrico brasileiro a partir de conceitos básicos e essenciais para a compreensão do setor do ponto de vista físico, econômico, institucional e socioambiental. Para isso, serão apresentados durante as aulas conceitos de energia e suas aplicações, e temas como: a cadeia de valor do setor elétrico brasileiro, a regulação e a instituições do setor elétrico brasileiro, a política tarifária (conteúdo já atualizado para 3º ciclo de revisão tarifária), bem como impactos socioambientais e licenciamento ambiental.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br

Enertec

27 a 29 de janeiro de 2015

Eventos

São Paulo (SP)

Descrição

Informações

A Enertec, feira internacional de geração, distribuição e armazenamento de energia, apresentará em janeiro do próximo ano na Alemanha as mais recentes tecnologias e serviços voltados a uma infraestrutura de energia eficiente. O evento de 2015 terá como foco a produção de energia descentralizada, mas abordará também outros temas, tais como: expansão e modernização das redes; soluções estruturais para economizar energia; e campos promissores do mercado de energia, pesquisa & desenvolvimento.

Local:

28 e 29 de janeiro de 2015

Leipzig (Alemanha) Contato: 0341 678-8293 info@enertec-leipzig.de

14º Fórum Nacional Jurídico e Regulatório do Setor Elétrico

Descrição

Informações

Promover debates, projetar o futuro e buscar soluções para alguns dos problemas enfrentados pela cadeia energética, estes são os objetivos do 14º Fórum Nacional Jurídico e Regulatório do Setor Elétrico, que será promovido no final do mês de janeiro na capital paulista. Entre os temas discutidos durante o evento estão as previsões das novas regras das renovações de concessões de distribuidoras e como isso afetará juridicamente as empresas, além de formas para otimizar o processo de licenciamento ambiental para novos projetos de geração, transmissão e distribuição de energia.

Local:

10 a 15 de fevereiro de 2015

São Paulo (SP) Contato: (11) 3017-6888 susy.cheim@informa.com

EcoShowcase London

Descrição

Informações

Realizado na capital inglesa, a feira EcoShowcase apresenta produtos e serviços para a construção sustentável, reunindo especificadores, fornecedores de produtos, associações da indústria e outros profissionais envolvidos na área da construção. Conforme os organizadores, o evento é dividido em seis categorias: produtos que respeitam o meio ambiente, materiais para construção exterior, materiais para o trabalho estrutural de edifícios, instalações para edifícios como iluminação e climatização, materiais para obras interiores e serviços profissionais com arquitetos, softwares e manutenção de imóveis.

Local: Londres (Inglaterra) Contato: +44 (0) 1425 477565 www.ecoshowcase.co.uk/


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What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Novembro de 2014

O que há de errado?

ação Ilustr

: Ma

. uro Jr

Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.

PREMIAÇÃO Nesta edição, o leitor que mandar a resposta mais completa, relatando as não

Resposta da edição 104 (Setembro/2014) Diversos leitores identificaram os principais problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor BRUNO VINÍCIUS ANDRADE SANTOS apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá os seguintes produtos da Ideal Industries: um alicate amperímetro, um alicate decapador e um pote com 500 conectores de torção.

Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!

conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries: • Alicate amperímetro TightSight 660ACA CAT IV, código 61-764; • Alicate decapador Stripmaster Métrico 0,75 a 6,00 mm², código 45-092-341; • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta

Confira a resposta correta: Há inúmeras não conformidades com a ABNT NBR 5410, dentre elas: falta de identificação

para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião!

dos circuitos; utilização de cabos paralelos em instalações fixas; disjuntor sem identificação e instalado com sustentação inadequada; condutores isolados fixados de maneira inadequada; o quadro não apresenta barramento de neutro, nem de proteção; ausência de tampa interna do quadro; evidente falta de manutenção; etc.

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.

Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

@

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br




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