Ano 9 - Edição 106 Novembro de 2014
Crise no setor elétrico Reservatórios vazios forçam acionamento de térmicas, elevando preço da energia elétrica. Eficiência energética é alternativa para driblar impacto nas tarifas
Retrofit na iluminação Dimerização e luz natural revitalizam instalação obsoleta
Pesquisas exclusivas avaliam mercados de: - Equipamentos para aterramento - Equipamentos para condicionamento de energia
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Sumário
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Filiada à
Iluminação com eficiência energética 100 Trabalho propõe a substituição do sistema instalado por outro que seja dimerizável automaticamente por meio do aproveitamento da iluminação natural.
Coluna do consultor 6
Aula prática – Motores 112
Soluções para estimular a eficiência energética como
O comportamento dinâmico e em regime dos conjuntos
alternativa à falta de chuvas e ao possível racionamento.
motores geradores de algumas gerações emergenciais e
Painel de notícias 8
Produtores Independentes de Energia (PIE), através de
Pela primeira vez usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido nacionalmente; Aneel define limites do
verificações, registros de ocorrências e testes.
PLD para o ano de 2015; Licença ambiental pode ser requerida
Espaço Guia de Normas 120
antes de leilão; Câmara vota em caráter de urgência PLD que
Soluções aplicáveis a problemas de qualidade da energia
suspende resolução nº 414 da Aneel; GE inaugura novo Centro
elétrica.
de Pesquisas Global; Wago constrói sede própria no Brasil.
Evento - Matelec 32 Com foco em eficiência energética, 17ª edição da Matelec reuniu expositores de 23 países e 37 mil visitantes.
Fascículos 37 Reportagem – Consumo eficiente 68 A eficiência energética surge como saída para racionalizar
Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente Luis Fernando Arruda – Instalação MT
contraídas pelo governo após a MP 579.
Pesquisa – Equipamentos para 76 aterramento
126
128 130
Jobson Modena – Proteção contra raios João Barrico – NR 10
132
134 138
José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
o consumo e diminuir os efeitos do aumento do preço da energia provocados pelo despacho de térmicas e pelas dívidas
124
Dicas de instalação 140 Definição, configurações e versões da subestação préfabricada compacta.
Segmento vive a expectativa da publicação da ABNT NBR 5419,
Ponto de vista 142
norma que trata da proteção contra descargas atmosféricas. O
O compromisso do novo governo federal com a política de
documento ficou em consulta pública até o dia 10 de dezembro
resíduos sólidos.
e deve sair no início do ano que vem.
Pesquisa – Equipamentos para 86 condicionamento de energia Fabricantes e distribuidores do setor cresceram apenas 10%
Agenda 144 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
em 2013. Para este ano, a expectativa é de acréscimo de 16%.
What’s wrong here 146
Desaceleração da economia é fator que mais incomoda as empresas.
Identifique o que existe de errado na instalação.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014 Capa ed 106_D.pdf
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12/2/14
9:45 PM
Ano 9 - Edição 106 Novembro de 2014
Crise no setor elétrico Reservatórios vazios forçam acionamento de térmicas, elevando preço da energia elétrica. Eficiência energética é alternativa para driblar impacto nas tarifas
O brasileiro e a cultura do desperdício
O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 106 – Novembro de 2014
étrica com
Editorial
Retrofit na iluminação Dimerização e luz natural revitalizam instalação obsoleta
Pesquisas exclusivas avaliam mercados de: - Equipamentos para aterramento - Equipamentos para condicionamento de energia
Edição 106
Não se fala em outra coisa. O desabastecimento de água em São Paulo e em outras cidades brasileiras,
especialmente, da região Sudeste, vem provocando grandes transtornos para seus moradores e, nos moldes do que aconteceu com o fatídico racionamento de 2001, um dos efeitos esperados é a mudança de comportamento quanto à utilização dos recursos naturais.
Ocorre que o desperdício é culturalmente uma característica bastante arraigada no hábito no brasileiro. O fato de
nunca termos grandes problemas de escassez e de sermos privilegiados com abundância de recursos naturais – sol, vento, água, minerais, entre outros – contribuiu para uma cultura cujo fim é o desequilíbrio do abastecimento.
Levamos a sério o que disse Pero Vaz de Caminha ao escrever suas impressões sobre a terra recém-descoberta para
o rei D. Manuel: “águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!”.
Infelizmente, Caminha estava errado; os recursos – especialmente, a água – são limitados e sofremos agora as
consequências do mau uso deste elemento tão fundamental para a vida humana.
Para quem vive em São Paulo, virou rotina a falta de água nos períodos da noite e da madrugada, mesmo a
companhia de abastecimento tendo insistentemente negado a existência de um racionamento. Fato é que o caso poderia ser mais grave. Conforme divulgou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-oeste (responsáveis por 70% da capacidade de geração do país) contavam com armazenamento médio de 21,115 da sua capacidade total. Em 2001, durante o racionamento de energia, o volume era de 21,39%.
Na ocasião do racionamento de 2001, houve uma comoção pública forte, o que permitiu que uma força-tarefa
nacional ajudasse a combater o problema. Os efeitos foram tão drásticos no consumo que levou anos para que esse mesmo patamar fosse recuperado. De lá para cá, o governo investiu em uma empresa especializada em planejamento, a EPE, e outras fontes ganharam relevância na matriz elétrica brasileira, com todas as honrarias para a eólica, cuja capacidade cresceu 84,7% apenas no último ano – de setembro de 2013 ao mesmo período de 2014. E, mesmo assim, ainda foi preciso o acionamento de térmicas, o que, aliás, deve encarecer as tarifas de energia nos próximos meses (leia reportagem de capa desta edição).
Nos dois casos, o consumo eficiente é essencial para a minimização desses problemas. Mais barato e mais fácil do
que remediar é, sem dúvida, a precaução, que se dá pelo consumo racional de água e energia, mas o brasileiro tem dificuldades para controlar o desperdício. É um esforço constante para uma mudança de comportamento e de consciência coletiva. Para os governantes, fica a lição de que, sem planejamento e campanhas de conscientização, o problema de uso dos recursos naturais só tende a se agravar.
Boa leitura!
Abraços,
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Coluna do consultor
Enquanto a chuva não vem
Os aspectos quantitativos já não são novidades, os níveis cada vez mais
• Tarifação diferenciada para os consumidores eficientes (penalizando os
baixos de volumes dos reservatórios, a geração térmica que sobe como nunca
perdulários e/ou beneficiando os que racionalizam o consumo);
emporcalhando nossa matriz energética e a expectativa a médio prazo da
• “Destravamento” de leis e regras obsoletas como aquela que rege a geração de
operação das novas usinas fotovoltaicas, hidráulicas, eólicas e outras menos
energia de “back-up” em condomínios multiusuários;
agressivas como a biomassa fecha o nosso horizonte, não atendendo ao que ora
• Incentivo ao consumo de produtos e equipamentos industriais verdadeiramente
precisamos: energia limpa, confiável e preço adequado que não emperre ainda
eficientes. Política fiscal adequada;
mais a nossa sofrida indústria. Durante este imbróglio já foram para o ralo valores
• Redes inteligentes que monitorem os principais centros de consumos com
da ordem de R$ 100 bilhões para sustentar o custo da geração térmica.
gestão tempo real;
• Integração entre grandes consumidores e concessionárias sob os aspectos de
Enquanto surgem as novas histórias envolvendo o gigante de energia do
Brasil, continuamos paralisados esperando a chuva chegar para salvar a nossa
curva de carga e consumo além da qualidade da energia;
pele, só faltando os rituais oficiais de pajelança (alguns dizem que não faltam).
• Outros.
Enquanto nos olhamos com aquela cara de “o que é que eu fiz”, o clima continua
inapelável sem as desejadas chuvas. Agora, passadas as eleições, as questões
Que as primeiras e últimas estrofes da mais famosa poesia do nosso
mais discutidas entre aqueles que dependem da energia para sobrevivência não
Drummond possa inspirar a todos.
é sobre quando, mas “como será o racionamento”. A preocupação estaria no modelo e as medidas que seriam adotadas e os impactos associados. Até abril
E agora, José?
teremos pouco tempo para pensar e trabalhar nestes aspectos.
A festa acabou,
Mais uma vez a crise pode nos mostrar que temos saídas, sendo a mais
a luz apagou,
óbvia a eficiência energética. Assunto que, apesar de muito discutido, ainda
o povo sumiu,
é tratado como novidade e sobretudo medida ineficaz e às vezes citado como
a noite esfriou,
“medida lateral”. Parece que o tratamento deste assunto torna o interlocutor
e agora, José?
politicamente fraco, expondo a incompetência do modelo de política pública
e agora, você?
seguido. Infelizmente, dependemos destas políticas públicas para alavancar as
você que é sem nome,
iniciativas. Grandes planos e programas nacionais dependem de ações ministeriais
que zomba dos outros,
e a movimentação da máquina é lenta, muito lenta e neste interstício entre equipes
você que faz versos,
técnicas, sofremos mais ainda.
que ama, protesta?
Os desafios aí estão. Alguns dos pontos mais comentados como possíveis
e agora, José?
soluções são: Sozinho no escuro • Mudança do formato do PEE (programa de eficiência energética das
Qual bicho-do-mato,
concessionárias), proporcionando investimentos aos consumidores que de fato
sem teogonia,
consomem energia substituindo o investimento em baixa renda por instalações
sem parede nua
industriais;
para se encostar,
• Mudança do valor de referência do fator de potência com redução de perdas
sem cavalo preto
elétricas;
que fuja a galope,
• Definição de politica de financiamento para projetos de eficiência energética com
você marcha, José!
taxas atraentes e solução para garantias;
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
José, para onde?
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Pela primeira vez usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido nacionalmente No dia 25 de abril de 2015, 80% do urânio a ser usado no processo de recarga de Angra 1 virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ)
A 22ª recarga de Angra 1 deverá durar 36 dias, com término previsto para o início de junho.
No dia 25 de abril de 2015, data prevista para a próxima recarga de combustível - 22ª - de
Angra I, pela primeira vez, uma usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido no país. Na ocasião, 80% do urânio a ser usado no processo virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). A 22ª recarga de Angra 1 deverá durar 36 dias, com término previsto para o início de junho.
A expectativa, segundo a Eletronuclear, é que dessa maneira o Brasil consiga diminuir
sua dependência em relação ao exterior, já que atualmente 100% do urânio empregado no reabastecimento das usinas Angra 1 e 2 vem de empresas estrangeiras. A companhia explica que processo de enriquecimento representa 30% do custo de fabricação do combustível nuclear. Ou seja, produzindo o próprio urânio em breve o setor nuclear brasileiro conseguirá uma grande economia financeira.
Para a efetuação do reabastecimento da usina nuclear em abril próximo, já foram acumuladas
16 toneladas de urânio enriquecido, o correspondente a oito cilindros do material. A Eletronuclear explica que, em seu estado natural, o índice de concentração de urânio é de 0,7%, mas que após o processo de enriquecimento chega a 4%. Este nível de concentração é que gera uma grande quantidade de energia, capaz de alimentar os geradores nucleares.
Apesar do feito, estudos continuam sendo realizados para que no futuro toda a geração
nuclear no Brasil seja atendida por urânio enriquecido nacionalmente. Esta geração inclui as usinas Angra 1 e 2, em funcionamento, com 640 MW e 1.350 MW, respectivamente, e Angra 3, que deve entrar em operação comercial em 2018, acrescentando 1.405 MW à matriz elétrica do país.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Eletrobras lança Selo Procel Edificações Objetivo da premiação é indicar as construções comerciais e residenciais que apresentam os mais altos níveis de eficiência energética
A Eletrobras lançou no último dia 26 de novembro o Selo Procel Edificações, com o objetivo de indicar as
construções comerciais e residenciais que apresentam os mais altos níveis de eficiência energética. A adesão ao selo é voluntária. Para se candidatar a sua obtenção, o empreendimento deverá apresentar a classe mais alta de eficiência energética, a classe A, em cada um dos três sistemas analisados: envoltória (fachadas, telhados), iluminação e condicionamento de ar, conforme a classificação da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence).
As edificações participantes serão avaliadas em duas etapas, no projeto e após a construção, por
Organismos de Inspeção Acreditados (OIA), pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com anuência da Eletrobras Procel. Até novembro, houve o registro de 120 projetos e edificações certificados, dos quais 81 obtiveram etiquetas de projeto e 39 pela edificação.
Conforme a Eletrobras, as edificações novas que se adaptarem para receber o selo deverão ter uma
economia de energia da ordem de 50%, durante todo o seu ciclo de vida útil, e as construções que passarem por retrofit deverão reduzir o gasto com eletricidade em 30%.
O selo foi desenvolvido e é concedido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel),
coordenado pelo Ministério de Minas e Energia(MME) e gerido pela Eletrobras. No processo de concessão do selo, a Eletrobras conta com a parceria do Inmetro, executor do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), cujo principal produto é a Ence.
Aneel define limites do PLD para o ano de 2015 Os limites máximo e mínimo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) serão 388, 48/ MWh e R$ 30, 26/ MWh, respectivamente
Os limites máximo e mínimo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) para o ano de 2015 serão 388, 48/ MWh e R$ 30, 26/ MWh,
respectivamente. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou estes valores no dia 25 de novembro. Na atualidade, o preço no mercado de cur to prazo está superior a R$ 800/ MWh, o que está desagradando os geradores de energia elétrica, que vem pagando um preço muito alto pela energia e também o próprio governo, pressionado a repassar esta quantia e aumentar as tarifas dos consumidores finais.
A Aneel explica que a decisão por esta homologação se deu após ampla discussão, iniciada com a Consulta Pública 9/2014, e continuada durante
a Audiência Pública nº 54/2014. Conforme a agência, nestas reuniões, as contribuições feitas concordaram com os limites propostos pelo órgão.
De acordo com a agência, na definição de limite mínimo do PLD foram considerados os custos operacionais das usinas hidrelétricas e para estipular
o limite máximo foram levados em conta os custos variáveis das usinas termelétricas. Ao fixar este teto, a Aneel afirma ter optado por preservar o critério da térmica mais relevante, conceito adotado desde 2003. No contexto atual, a UTE Mário Largo foi identificada como a mais impor tante.
Com este novo limite, a agência acredita que será minimizado o risco financeiro do mercado de cur to prazo, sem prejudicar a expansão do
sistema e os sinais de preço para o compor tamento eficiente da demanda. E, antevendo reclamações, a Aneel destaca que o limite máximo aprovado para o PLD ainda é bastante elevado quando comparado, por exemplo, com o preço médio de aquisição das distribuidoras no ano de 2014, cerca de R$ 159/MWh.
Sinalização de preços para o mercado cativo
A Aneel pretende também em 2015 implementar aperfeiçoamentos na sinalização de preços para o consumidor cativo, cuja demanda representa
cerca de 75% da carga do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A primeira medida neste sentido será o sistema de bandeiras tarifárias, que deve iniciar efetivamente em janeiro do próximo ano. Nele, a tarifa
será ajustada mensalmente de acordo com o patamar do PLD, indicando ao consumidor o custo de produção de energia consumida em cada mês.
O segundo aprimoramento consistirá na incorporação da exposição involuntária prevista para o ano corrente nas movimentações tarifárias em
processamento. Atualmente, o repasse é feito apenas no ano seguinte.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Distribuidoras têm até o final de 2014 para transferir ativos de iluminação pública Mesmo que os prefeitos não realizem os procedimentos necessários para a transferência até a data estabelecida, a responsabilidade deixará de ser da distribuidora a partir do dia 1º de janeiro de 2015
Vence, no dia 31 de dezembro de 2014, o prazo para que as
distribuidoras concluam o processo de transferência dos ativos de iluminação pública (IP), conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até o início do mês de dezembro, dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 3.755 haviam assumido os ativos. Os estados mais críticos eram Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Ceará. Para se ter uma ideia, em Minas Gerais, dos 853 municípios, apenas 19 estavam com os ativos.
É importante destacar que antes de transferir os ativos de IP aos
municípios, as distribuidoras de energia elétrica devem verificar e corrigir possíveis falhas e substituir os equipamentos danificados para que o sistema de IP seja entregue em perfeito estado de funcionamento.
Com a transferência dos ativos de iluminação pública, a Aneel busca atender a Constituição Federal (CF) de 1988, que diz que a iluminação pública é de
responsabilidade do município, possibilitando a instituição da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), que por sua vez, pode ser arrecadada por meio da fatura de energia elétrica.
A ANEEL já prorrogou o prazo para a transferência dos ativos de iluminação duas vezes e entende que não se trata mais de uma questão de tempo, por isso, não
haverá uma nova postergação. “A proposta deverá ser considerada como a última concedida e, assim, as distribuidoras e os municípios devem se antecipar o máximo possível nesse processo para garantir a transferência dentro do prazo agora estipulado”, afirmou o diretor-geral da Agência, Romeu Rufino.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Bloco autônomo
Postes de iluminação autônomos
www.telbra.com.br
www.greenluce.com.br
A Telbra destaca para o mercado de
A Greenluce, empresa
atmosferas explosivas seu bloco autônomo
especializada em soluções
para iluminação de emergência. Com caixa
em iluminação, apresenta
à prova de explosão, produzida em alumínio
seus postes de iluminação
fundido, Ex d, grau de proteção IP 66,
autônomos, que podem ser
a luminária conta com faróis de Led
somente solares ou híbridos
alto brilho Ex d.
(eólico e solar) e utilizam
luminárias Led.
O bloco apresenta sistema
Compactos e totalmente
Postes podem ser híbridos ou apenas solares.
eletrônico microprocessado de
controle de carga e flutuação
desconectados da rede
da bateria e botoeira à prova
elétrica, os postes são alimentados por bancos de baterias em 12 Vdc ou
de explosão para liga/desliga e
24 Vdc (que armazenam a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos e/
sinalizador Ex d.
ou os aerogeradores) e são ideais para iluminação de vias, parques, áreas classificadas, locais de acesso remoto, entre outros.
A luminária conta com bateria selada estacionária de 12 V.
Os postes híbridos apresentam outras vantagens, como por exemplo, a
geração de energia durante a noite e períodos nublados, aumentando ainda mais a eficiência e a autonomia do sistema.
Projetores de Led
Detector de fumaça
www.conex.ind.br
www.walmonof.com.br
Os projetores de Led da linha CLF, da Conexled, possuem sistema modular
que proporcionam facilidade na instalação e manutenção. São indicados para aplicações em vias públicas, galpões, pátios, estacionamentos, portos e aeroportos, mineradoras, usinas, etc. Com design moderno, destaca-se por possuir peso reduzido e boa dissipação térmica. É fornecido com Led Lighting Class CREE® apropriado para iluminação profissional de acordo com diretrizes da norma IES LM-80.
De acordo com a empresa, o conjunto de Led e lente proporciona alta uniformidade luminosa e excelente qualidade de luz, reduzindo o ofuscamento e aumentando os índices de iluminação e nitidez do ambiente.
Os projetores contam
com acabamento em alumínio injetado com pintura pó de poliéster cinza e podem ser encontrados nas potências de: Os projetores fornecem temperaturas de cor de 3000 K, 4000 K, 5000 K e 6500 K.
30 W, 60 W, 90 W, 120 W, 150 W, 200 W, 250 W e 300 W.
Em destaque pela Walmonof, os detectores óticos de fumaça, modelo
DFO, enviam sinal para a central de alarme de incêndio assim que detectam presença de fumaça visível. Certificados pela CE (Comunidade Europeia), os produtos estão de acordo com as normas da ABNT, especialmente a ABNT NBR 17420.
Os detectores óticos de fumaça incorporam um Led pulsante, localizado
no labirinto dentro da cobertura do detector. O labirinto é desenhado para excluir qualquer luz de origem externa. No ângulo do Led existe um fotodiodo que normalmente não registra a coluna de luz emitida pelo Led. O princípio se baseia no efeito Tyndall. Caso entre fumaça no labirinto, o impulso da luz do Led se dispersa, e sendo registrado pelo fotodiodo, o detector muda para o estado de alarme, acendendo o Led indicador e acionando a central de alarme, à qual o detector está conectado.
O acionamento pode ser feito também manualmente através de ímã.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
ABNT publica oito novas normas Atmosferas explosivas
Publicada no dia 6 de novembro, a norma ABNT NBR ISSO/IEC 80079-34:2014, intitulada “Atmosferas
explosivas Parte 34: Aplicação de sistemas de qualidade para a fabricação de equipamentos” tem como objetivo especificar requisitos e informações específicas para a implantação e a manutenção de um sistema de qualidade para a fabricação de equipamentos Ex, incluindo sistemas de proteção, de acordo com o indicado no certificado Ex.
Também voltada para atmosferas explosivas, a ABNT NBR IEC 60079-17:2014 traz a parte 17 que trata
da inspeção e manutenção de instalações elétricas. Destinada para ser usada por usuários, a nova norma, que foi publicada no dia 21 de outubro, abrange fatores diretamente relacionados à inspeção e manutenção de instalações elétricas somente em áreas classificadas, onde o risco pode ser causado por gases inflamáveis, vapores, névoas, poeira, fibras ou partículas em suspensão.
Condutor elétrico de alumínio Sob o título “Condutor elétrico de alumínio – Ruptura e característica dimensional, o documento normativo ABNT NBR 7272:2014 passou a valer no dia 28 de novembro deste ano. A norma, que possui somente duas páginas, estabelece o método de verificação da resistência mecânica e da característica dimensional dos condutores elétricos de alumínio.
Cabos elétricos isolados Contendo 10 páginas, e publicada no dia 28 de outubro, a ABNT NBR 9311:2014 estabelece a classificação e a designação por símbolos que representam as partes componentes do cabo para cabos elétricos isolados.
Conectores para cabos de potência Também publicada no dia 28 de outubro, o documento normativo ABNT NBR 9326:2014 tem como intuito estabelecer o método de ensaio de ciclos térmicos e curtos circuitos para conectores para cabos de potência.
Materiais isolantes sólidos Especificar um método para determinar a rigidez dielétrica dos materiais isolantes sólidos, nas frequências de 40 Hz a 62 Hz este é o objetivo da norma ABNT NBR 5405: 2014 intitulada “Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob tensão em frequência industrial”. O documento tem 13 páginas e foi publicado pela ABN no dia 27 de outubro.
Fios e cabos para telecomunicações A ABNT NBR 9152: 2014 foi publicada no dia 27 de outubro e estabelece o método de ensaio de choque térmico em fios e cabos para telecomunicações. O texto normativo possui duas páginas e tornou-se válido no dia 27 de novembro.
Interruptores O título da ABNTNBR IEC 60669-2:2014 é “interruptores para instalações elétricas fixas domésticas e análogas Parte 2-1: Requisitos particulares – interruptores eletrônicos”. Publicado em 27 de outubro, o documento tem 47 páginas e é aplicável aos interruptores eletrônicos e aos elementos periféricos eletrônicos associados para as instalações elétricas fixas domésticas e análogas, sejam interiores ou exteriores.
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
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Licença ambiental pode ser requerida antes de leilão Em tramitação no Senado Federal, projeto de lei 378/2013 quer tornar obrigatória a apresentação de licença prévia ambiental para empreendimentos de geração de energia e de LTs antes da inclusão dos projetos nos leilões de concessão
A Comissão de Serviços de
Infraestrutura (CI) do Senado Federal aprovou no último dia 19 de novembro o projeto de lei (PLS) 378/2013 do senado Aloysio Nunes (PSDB-SP) que objetiva tornar requisito obrigatório a apresentação de licença prévia ambiental para empreendimentos de geração de energia e de linhas de transmissão (LTs) para o Sistema Interligado Nacional (SIN) antes da inclusão dos projetos nos leilões de concessão. Depois da aprovação, o texto seguiu para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, onde passará por votação final.
O autor do projeto destaca que
atrasos em licenças ambientais no setor elétrico são comuns no país, algo que ele classifica como “inaceitável”, e acredita que a obrigatoriedade da licença antes dos leilões ajudará a disciplinar o planejamento setorial, induzindo maior eficiência no processo de coordenação da implantação de novos empreendimentos no setor elétrico.
Na atualidade, a licença prévia ambiental
pode ser requerida pela empresa ou consórcios que vencem o processo de licitação na fase preliminar do planejamento do empreendimento.
Com informações da Agência Senado.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Sete novas normas estão em consulta nacional Graus de proteção
nor ma ABNT NBR IEC 60947-6-1 que diz
e também, quando necessário, da sua faixa e/ou
Aber to para sugestões na ABNT até o dia
respeito “Dispositivos de manobra e controle
de seus acessos.
14 de dezembro, o projeto 03:023.01-103 (IEC
de baixa tensão”. Esta par te da nor ma é
62262:2002) é intitulada “Graus de proteção
aplicável aos equipamentos de comutação
asseguradas pelos invólucros de equipamentos
de transferência (TSE) destinados a serem
Transformador de corrente
elétricos contra os impactos mecânicos externos.
utilizados em sistemas de alimentação para
O documento é aplicável a classificação dos
a transferência de uma alimentação entre
de
graus de proteção assegurados pelos invólucros
uma fonte nor mal e uma fonte reser va com
estabelece as características de desempenho de
contra os impactos mecânicos externo para os
inter r upção da alimentação da carga durante
transformadores de corrente (TC) destinados
equipamentos elétricos com tensão nominal
a transferência, com tensão nominal não
a serviços de medição, controle e proteção.
superior 72,5 kV. A norma tem validade apenas
superior a 1000 V em cor rente alter nada
Os requisitos específicos para TC para uso em
aos invólucros dos equipamentos para os quais
ou 1500 V em cor rente contínua. O projeto
laboratórios e transdutores ópticos não estão
as normas específicas dos produtos estabelecem
também fica disponível para consulta até 14
incluídos nesta norma. Segundo a ABNT, o projeto
graus de proteção dos invólucros contra os
de dezembro.
não se aplica a TC polifásicos, TC isolados a gás,
impactos mecânicos externos.
TC óptico, TC para resposta em regime transitório
O Projeto ABNT NBR 6856 – Transformador corrente
–
Especificação
e
ensaios
e outros dispositivos destinados a obter correntes
Compatibilidade eletromagnética
reduzidas de um circuito primário, mas que não
Técnicas de ensaios elétricos de alta-
Trata-se
se enquadrem nas definições de TC. O documento
tensão
013 (IEC 61000-4-4:2012), cujo título é
Também em consulta aberta até o dia 14 de
“Compatibilidade eletromagnética (EMC) Par te
dezembro, o Projeto ABNT NBR 6940 – Técnicas
4-4: Ensaios e técnicas de medição — Ensaio
de ensaios elétricas de alta tensão – e Medição
de imunidade a transiente elétrico rápido/salva”
Procedimentos para obtenção de óleo
de descargas parciais tem como principal objetivo
Esta par te da ABNT NBR IEC 61000 refere-se
mineral
fornecer orientação à elaboração de normas
à imunidade de equipamentos elétricos e
elétricos
de equipamentos no que se refere a descargas
eletrônicos para transientes elétricos rápidos
parciais. Além disso, define os termos empregados
repetitivos. Fornece requisitos de imunidade
(AGD) em óleo mineral isolante de equipamentos
e as grandes para medição; descreve os circuitos
e procedimentos de ensaio relacionados a
elétricos em ensaios de fábrica” este é o título
de ensaio e os instrumentos de medição que podem
transientes
Além
do projeto 03:010.01-031, que fica em consulta
ser empregados; recomenda os tipos de medição
disso, define as variações dos níveis de ensaio
pública até 11 de janeiro de 2015. O documento
e de instrumentos para aplicações específicas e
e estabelece procedimentos. Fica em consulta
especifica os procedimentos para obtenção de
métodos para calibração e verificação; descreve
até o dia 14 de dezembro.
amostra de óleo mineral isolante empregado
do
elétricos
Projeto
03:077.01-
rápidos/salvas.
fica em consulta pública até 30 de dezembro.
isolante
de
equipamentos
“Interpretação da análise de gases dissolvidos
procedimentos de ensaio; e fornece orientação no
em equipamentos elétricos, os requisitos e os
toante à discriminação entre descargas parciais e
procedimentos par análise. A norma apresenta
Sinalização para identificação de linha
também apresenta recomendações e critérios de
aérea de transmissão
repetibilidade, sensibilidade e precisão para a
Aber to para consulta pública até o dia 16 de
aplicação de análise de gases dissolvidos (AGD)
dezembro, o Projeto ABNT NBR 8664 estabelece
para ensaios de fábrica de transformadores,
transferência
os requisitos para sinalização da identificação de
reatores e transformadores de instrumento
O Projeto trata-se da par te 6-1 da
linha aérea de transmissão de energia elétrica,
novos, preenchidos com óleo mineral isolante.
interferência.
Equipamentos
de
comutação
de
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
19
Câmara vota PLD que suspende resolução nº 414 da Aneel
Resolução obriga distribuidoras de energia a transferirem até dezembro deste ano o sistema de iluminação pública para as
prefeituras dos municípios
A Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para votar o
Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 1428/13 que suspende a resolução nº 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em seu artigo 218, a resolução obriga todas as distribuidoras de energia do Brasil a transferirem, sem ônus, até dezembro deste ano, o sistema de iluminação pública registrado como Ativo Imobilizado em Serviço (AIS) à pessoa jurídica de direito público competente, no caso, aos municípios nos quais eles estão instalados.
Para o autor do projeto, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), essa
resolução da Aneel gerará uma despesa ainda maior com a qual os municípios não vão conseguir arcar. Marquezelli explica que o distribuidor de energia sempre conseguiu realizar este serviço de manutenção da rede de postes, ampliação e conservação de maneira muito mais econômica, funcional e com um custo muito mais barato para o consumidor final. “Os municípios não têm capacidade financeira e nem técnica de exercer uma função na área da eletricidade”, afirma.
Por seu lado, o superintendente de regulação dos serviços comerciais da Aneel, Marcos Bragatto, acredita que não faz sentido aprovar um projeto
que suspende uma norma já prevista na Constituição. Marquezelli, entretanto, diz que vai apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para retirar essa obrigatoriedade da Constituição brasileira.
O PLD 1428/13 está em tramitação na Comissão de Minas e Energia, e de lá seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça.
Com informações da Radio Câmara.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Eletrobras apresenta resultado negativo de R$ 2, 7 bi no terceiro trimestre de 2014 Já o Ebitda consolidado, no referido período, foi de R$ 2,511 bilhões negativos e a Receita Operacional Líquida (ROL), de R$ 6,589 bilhões
Em balanço divulgado no mês de novembro, após fechamento do mercado, a Eletrobras informou ter apresentado um resultado negativo de R$
2,738 bilhões no terceiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, a empresa já obtivera resultado negativo de R$ 915 milhões. No consolidado deste ano, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,857 bilhão, contra um resultado também negativo de R$ 787 milhões no mesmo período de 2013. Já o Ebitda consolidado, no terceiro trimestre, foi de R$ 2,511 bilhões negativos e a Receita Operacional Líquida (ROL), de R$ 6,589 bilhões, o que representou um aumento de 6,6 % em comparação ao trimestre anterior, se forem desconsideradas a receita de venda de energia no mercado de cur to prazo e as receitas de construção.
Conforme a Eletrobras, o resultado foi influenciado negativamente em grande par te por fatores fora do controle da empresa, tais como a energia
elétrica comprada para revenda, em razão das condições hidrológicas atuais, que custou R$ 3, 135 bilhões, e as provisões relativas ao empréstimo compulsório, de R$ 1, 341 bilhão. Além disso, houve o resultado negativo da par ticipação acionária da Eletrobras Furnas na Sociedade de Propósito Específico (SPE) Madeira Energia (UHE Santo Antonio), no valor de valor de R$ 790 milhões, e provisões para perdas de ativos financeiros, da ordem de R$ 197 milhões.
Já o impacto positivo no resultado do terceiro trimestre se deveu à receita de suprimento na geração, que aumentou 28, 7%, e à receita de
fornecimento na distribuição, que apresentou acréscimo de 28, 6%. Outros fatores que influenciaram positivamente foram: o resultado líquido da variação cambial de R$ 349 milhões; a redução de 5,7% na conta de pessoal; e a reversão de provisões de contratos onerosos de R$ 408 milhões. A Eletrobras destaca que o aumento da receita, a redução da conta de pessoal e a reversão de provisões de contratos onerosos são metas do Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) 2014-2018 da empresa.
GE inaugura Centro de Pesquisas Global Localizado na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro, centro é o primeiro da companhia na América Latina
A General Electric (GE) inaugurou no
dia 13 de novembro, na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o primeiro Centro de Pesquisas Global da América Latina, para o desenvolvimento de produtos e soluções aplicadas aos desafios locais. A companhia confirmou ainda a duplicação dos investimentos no local, que passou de US$ 250 milhões para US$ 500 milhões, e a ampliação de sua capacidade produtiva; e a expectativa é de que a empresa chegue a 400 profissionais até 2020.
O andar que acolhe o novo Centro de
Pesquisas Global também está abrigando uma
GE irá investir US$ 500 milhões nas instalações localizadas na Ilha do Fundão, cidade do Rio de Janeiro.
filial da Crotonville, impor tante universidade corporativa da GE, criada em 1956, em Nova York, nos Estados Unidos. A Crotonville Rio recebeu investimentos de US$ 50 milhões e funcionará como o centro de formação e qualificação de líderes da companhia na América Latina. O Brasil é o quinto país do mundo a contar com uma extensão dessa universidade. Os outros países são Índia, Alemanha e China.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Transformadores União construirá nova planta fabril Obras começarão em 2016 e devem ampliar em 70% a capacidade produtiva anual da empresa
Serão investidos R$ 15 milhões na construção da nova unidade fabril, que terá 10 mil m” de área construída.
A Transformadores União começará a construir em 2016 sua nova planta fabril, que produzirá
transformadores de potência e distribuição, com o intuito de atender não só o mercado nacional como a América Latina. Serão investidos R$ 15 milhões no projeto, que deverá ampliar em 70% a capacidade produtiva anual da empresa, atingindo cerca de 900 MVA em transformadores a seco e 600 MVA em transformadores imersos em líquido isolante. A expectativa é de que a obra esteja finalizada em 2018.
O diretor comercial da Transformadores União, Solano Pereira, destaca que a futura instalação
permitirá ainda a ampliação do estoque de produtos acabados, que na atualidade já é um dos maiores do setor. A expansão, que também vai possibilitar a geração de mais de 160 empregos diretos e 300 indiretos, dobrará a área construída da fábrica atual da empresa, que possui 5 mil m² e fica localizada no bairro de Vila Ré, na capital paulista. A nova planta terá 10 mil ² e o terreno onde será construída ainda está em processo de seleção.
HDS fecha acordo com AEG Com isso, empresa de sistemas de energia torna-se a distribuidora oficial da companhia no Brasil acrescentando ao seu catálogo de produtos, retificadores, UPS e inversores
Apostando no crescimento da indústria de condicionamento de energia, a HDS Sistemas de Energia
realizou um acordo com a empresa AEG e tornou-se distribuidora oficial da companhia no Brasil, acrescentando ao seu catálogo de produtos, retificadores, UPS e inversores.
Para a HDS, é indiscutível que os setores de geração de energia, mineração e demais áreas da indústria
pesada estejam em crescimento e que a necessidade de equipamentos projetados especificamente para estes segmentos esteja em alta. Neste sentido, a linha de produtos AEG suprirá a demanda de empresas e indústrias que precisam de equipamentos robustos com alto grau de proteção e que forneçam energia de alta disponibilidade.
A nova linha de produtos da HDS tem como destaque os retificadores Protect RCS e retificadores
modulares Protect MIP, tiristorizados de 24VCC à 220VCC, destinados a cargas de corrente continua e carregamento de baterias. E também os UPS industriais de 10kVA à 120kVA da linha Protect 8, destinados a ambientes agressivos, onde o grau de proteção exigido é altíssimo.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Eletrosul arremeta principal lote de leilão de transmissão Em certame realizado no dia 18 de novembro pela Aneel, a companhia conquistou integralmente o Lote A, composto por 2169 quilômetros de linhas, oito subestações e ampliação de 13 unidades existentes
A Eletrosul foi a grande vencedora do leilão de transmissão 004/2014, promovido pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) no dia 18 de novembro de 2015. A empresa arrematou na integralidade (com os quatro sublotes) o lote A – o principal do certame. A Eletrosul conquistou os empreendimentos, com Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 336 milhões, representando um deságio de 14, 01% em relação à RAP inicial, que foi de R$ 390, 7 milhões.
Ao todo, o lote A é composto por 2169 quilômetros de linhas, oito subestações e ampliação de 13
unidades existentes; são 17 linhas de transmissão, com tensões de 230 kV e 525 V, e capacidade de transformação de 4.781 MVA. Os investimentos totais serão de R$ 3,1 bilhões e o prazo para a conclusão das obras é de 36 meses, a partir da assinatura dos contratos de concessão.
O sistema de transmissão do Lote A irá permitir a alimentação dos futuros parques eólicos situados no
Rio Grande do Sul, onde a companhia tem grandes investimentos como os complexos Cerro Chato e Campos Neutrais. O sublote 2 também é de grande importância para a Eletrosul, pois estabelecerá um novo ponto de atendimento da região Norte do estado e aumentará a confiabilidade no fornecimento de energia na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A Eletrosul também participou do certame de transmissão por meio do Consórcio Paraíso, formado ainda
pela Elecnor e Copel, arrematando o lote E, com a RAP de R$ 22 milhões; valor 3,62% menor do que a RAP inicial de R$ 22,8 milhões. O lote é composto por uma subestação, duas linhas de transmissão que somam 265 quilômetros e 300 MVA de capacidade de transformação. Os empreendimentos irão contribuir para a melhoria do atendimento pela distribuidora local ao estado do Mato Grosso do Sul e viabilizar o escoamento do potencial de PCHs da região Nordeste do estado.
Expansão do sistema
Com as aquisições no leilão de transmissão realizado em novembro, a Eletrosul irá expandir em
aproximadamente 20% o seu sistema de transmissão. Atualmente, a companhia possui 11,6 mil quilômetros e capacidade de transformação de 25,9 mil MVA. Somando os empreendimentos próprios e em parceria, até 2018, a Eletrosul atingirá cerca de 18 mil quilômetros e capacidade de transformação de aproximadamente 35 mil MVA.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Wago constrói sede própria no Brasil Empresa alemã especializada em conexões elétricas e automação fará 10 anos de presença no país em 2015. Neste ano, comemorou crescimento de 30%
Após cerca de 10 anos no Brasil, a Wago, companhia de origem alemã, especializada em conexões elétricas e automação, irá construir sede própria no país
para atender toda a América Latina. Conforme o diretor geral da Wago Brasil, Marcos Salmi, essa decisão foi tomada em razão do crescimento de 30% obtido em 2014 e as excelentes perspectivas para os próximos anos. A empresa espera crescer mais 15% em 2015 e dobrar seu faturamento até 2020.
As obras devem começar em meados do ano que vem, com término previsto para o primeiro semestre de 2016. O terreno possui em sua totalidade
aproximadamente 16 mil m² e fica localizado às margens da Rodovia Dom Gabriel, em Jundiaí (SP). O local foi escolhido principalmente por estar próximo a atual planta da empresa, em Itupeva (SP), o que permite à empresa manter o quadro de funcionários. Ajudou também na escolha o fato de ser uma região com mão de obra qualificada e próxima às rodovias Bandeirantes e Anhanguera, e no meio do trajeto entre São Paulo e Campinas, onde estão os principais aeroportos, o que facilita a logística e a entrega dos produtos.
Adaptado às necessidades locais, o projeto da nova sede será desenvolvido tomando como base o padrão de rigidez da Wago alemã, que determina que tanto
a construção quanto o prédio final sejam sustentáveis. A estrutura de construção será composta por quatro fases: a primeira terá em torno 3 mil m² e contará, tão logo surja a necessidade, com o centro de distribuição, atendimento técnico e comercial a clientes e parceiros, área de configuração e montagem de réguas de bornes, área administrativa e financeira , bem como espaço útil para fabricação local. A expectativa da empresa é que, assim entrar em operação, a capacidade de estoque e de produção de réguas seja triplicada, acomodando até 120 funcionários.
A Wago tem hoje a maior parte de suas receitas atrelada à conexão elétrica. No Brasil, a proporção é de 65% para conexão elétrica e 35% para automação.
Contudo, seguindo a estratégia mundial da empresa de fortalecer os negócios em automação, até 2017 essa área já deverá representar 50% do faturamento da companhia no país. Para isso, serão lançados diversos produtos ainda em desenvolvimento. No que se refere à conexão elétrica, os investimentos se concentrarão no segmento de automação predial, com a ampliação de consultores técnicos e promotores de vendas.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
CPFL Energia Renováveis obtém lucro de R$ 18,1 milhões Valores são referentes ao terceiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano anterior, empresa havia apresentado prejuízo de R$ 16 milhões
Entrada em operação comercial do Complexo Eólico Atlântica contribuiu para o aumento de 38% da produção energética da CPFL Energias Renováveis no terceiro trimestre de 2014 ante igual período de 2013.
A CPFL Energias Renováveis S.A. também
Em relação à sua produção de energia, no
pode ser dito do por tfólio hídrico da empresa.
divulgou seus resultados financeiros do
terceiro trimestre deste ano, a CPFL Renováveis
A geração de energia das PCHs teve redução
terceiro trimestre de 2014 no último mês
informou que gerou 1.250 GW, representando
de 34% no terceiro trimestre deste ano - 91
de novembro. A companhia obteve no
um aumento de 38% perante a 2013. Com
GWh - em comparação com o mesmo período
determinado período um lucro líquido de R$
destaque para a produção energética de seus
de 2013, isto por causa da crise hidrológica
18,1 milhões. Dado a ser comemorado, já
parques eólicos, que obteve acréscimo de 96%
verificada desde o início do ano.
que, no terceiro trimestre de 2013, a CPFL
em relação ao terceiro trimestre do ano passado,
havia apresentado um prejuízo de R$ 16
chegando a 710, 1 GWh. Segundo a empresa,
como a entrada em operação das usinas Bio
milhões. A receita líquida apresentada foi
este aumento ocorreu devido a entrada em
Coopcana, em agosto de 2013, e Bio Alvorada,
de R$ 344 milhões, acréscimo de 28% em
operação comercial dos complexos eólicos
em novembro de 2013, antecipação da safra
relação a igual período do ano anterior. Já
Atlântica e Santa Clara, a conclusão da aquisição
em 2014 e maior geração de bio éster, fez
o Ebitda somou R$ 218 milhões, aumento
dos parques eólicos de Rosa dos Ventos e a
com que a geração proveniente de biomassa
de 47% ante 2013, enquanto a margem
maior disponibilidade dos aerogeradores nos
fosse responsável por 29% da produção no
Ebitda alcançou 63%. O saldo em caixa da
complexos eólicos SIIF e Bons Ventos.
terceiro trimestre deste ano, subindo 32% em
companhia, no terceiro trimestre de 2014, é
Se os ventos deram um impulso na
relação ao obtido no mesmo período do ano
de R$ 780 milhões.
produção energética da CPFL, o mesmo não
anterior.
Falta de chuvas, que associada a fatores
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
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AES Eletropaulo moderniza sistema de manutenção preventiva da rede de distribuição Inovação consiste em um veículo equipado com uma câmera termográfica e visual, que capta as temperaturas das conexões e equipamentos da rede, utilizando recursos de estabilidade e nitidez controlada remotamente
Com o objetivo de oferecer mais segurança a seus
clientes e técnicos da AES Eletropaulo, a concessionária que distribui energia elétrica para a capital paulista e Grande São Paulo, se modernizou. A empresa implantou novos equipamentos e metodologias para o processo de inspeção termográfica de sua rede elétrica, sistema que auxiliará na manutenção preventiva da rede de distribuição.
A inovação consiste em um veículo equipado em sua parte
superior externa com uma câmera termográfica e visual, que capta as temperaturas das conexões e equipamentos da rede, utilizando recursos de estabilidade e nitidez controlada remotamente. Isso só se torna possível porque na parte interna do carro há uma mesa de operações instalada com softwares e monitores integrados que registram as informações captadas pela câmera.
O gerenciamento dos dados da mesa de operação é feito por dois profissionais da AES Eletropaulo que ficam dentro do veículo. Eles também têm acesso a um
mapa digitalizado da rede de distribuição que permitem a localização dos pontos a serem reparados.
Conforme o diretor de engenharia da AES Eletropaulo, Anderson de Oliveira, a operação do novo veículo, com as tecnologias implantadas, já vem contribuindo para
uma “melhor manutenção preventiva e um fornecimento de energia elétrica aos nossos clientes com maior eficiência e qualidade”.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Sil comemora 40 anos de fundação Motivos de alegria da empresa se explicam também pelo aumento de produção de fios e cabos em 2014, que passou de 22 mil toneladas para 28 mil toneladas
A Sil completa em dezembro de 2014,
seus 40 anos de fundação. Mas os motivos de comemorações da companhia neste ano se estendem além da data de aniversário. Isto porque a empresa ampliou sua produção de 22 mil toneladas para 28 mil toneladas de fios e cabos.
Outas razões animam a fabricante após
quatro décadas de existência. Conforme a empresa, desde que iniciou suas operações, a Sil já aumentou em mais de 50% sua área construída, em 40% sua produção e em 15% seu faturamento, tornando-se uma das principais companhias do segmento.
Atualmente, a Sil conta com 380
funcionários e uma equipe de mais de 80 representantes, e está presente em cerca de 8
Empresa conta com parque fabril instalado em um terreno de 30.000 m² em Guarulhos (SP).
mil pontos de venda em todo o Brasil.
Febraban e Instituto Akatu lançam ferramenta para consumo consciente O aplicativo “Nossa Energia” é composto por uma calculadora que identifica os gastos conforme os eletrodomésticos e o consumo da residência, pelo jogo “Apagão” e por dicas práticas para economia de energia
O Instituto Akatu, ONG que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente,
lançou em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o aplicativo “Nossa Energia”, com o objetivo de auxiliar o brasileiro a economizar os recursos naturais do planeta. A ferramenta é composta por uma calculadora que identifica os gastos de acordo com os eletrodomésticos e o consumo da residência, o jogo “Apagão” e dicas práticas para a economia de energia. Iniciativa do programa educação financeira da Febraban, o por tal www.meubolsoemdia. com.br, está disponível para download gratuito no Google Play (play.google.com/store/apps/details?id=br.com.soundy. nossaenergia), apenas para smar tphones da versão Android.
O diretor-presidente da Instituto Akatu, Helio Mattar, explica que o aplicativo, além de informar e sensibilizar para
uso eficiente de energia, revela ainda como os hábitos do consumo de um produto ou serviço podem ter impactos sobre várias dimensões da nossa vida. “O consumo consciente é também entender essa relação e agir para causar menos impactos negativos sobre a sociedade, a economia e o meio ambiente”, diz Mattar.
De acordo com o diretor de educação financeira da Febraban, Fábio Moraes, a ferramenta mostra que o uso
eficiente da energia pode se refletir, também, em economia financeira. Neste sentido, o ponto alto do aplicativo é a calculadora de energia, que contabiliza em quilowatt o gasto segundo a quantidade de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos do usuário. Para utilizar é simples, basta cadastrar a quantidade exata de equipamentos que o usuário possui em sua residência e, depois disso, a ferramenta fará uma conta baseada nos equipamentos contabilizados e mostrará um preço estimado deste consumo energético. No fim, será possível verificar os equipamentos que consomem
Parte do aplicativo, a calculadora de energia contabiliza em quilowatt o gasto segundo a quantidade de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos do usuário.
mais energia e ponderar sobre o seu melhor uso.
Conforme a Febraban, o aplicativo é o segundo de uma série sobre o consumo consciente que será lançada ainda este ano.
31
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Elspec apresenta novas tecnologias em seminário Empresa israelense reuniu parceiros e clientes para divulgação de novos produtos e troca de experiências em São Paulo
Entre os dias 10 e 12 de novembro, a empresa
israelense Elspec, especializada em soluções voltadas para qualidade da energia elétrica, realizou um seminário, em que apresentou novos produtos e tecnologias para parceiros e para representantes da empresa no Brasil e em outros países da América Latina.
O objetivo foi ampliar a divulgação dos novos
produtos que mesclam soluções em qualidade da energia com eficiência energética. “Queremos expor essas soluções, mostrar que é possível ter uma produção eficiente sem grandes custos e sem que seja necessária a troca de equipamentos”, afirmou o gerente de desenvolvimento de negócios na América Latina e Asia da Elspec, Aviad Peretz.
Peretz refere-se às novas tecnologias que foram
apresentadas durante o seminário. A primeira diz respeito ao novo modelo desenvolvido para implantação de eficiência energética em instalações elétricas com
Elspec apresentou suas novas tecnologias em seminário realizado em São Paulo.
uso adequado da compensação reativa e controle de tensão; a outra é o Blackbox DFR, uma unidade avançada de controle com funções automatizadas de medição de qualidade de energia e sequência de eventos, um sistema inteligente de gravação de faltas que faz análises automatizadas e emite relatórios. Outra novidade ainda é o PureBlack Box, um analisador de qualidade de energia portátil.
Na avaliação de Peretz, há uma grande expectativa de projetos na área de eficiência energética. “A ideia é que o Brasil e toda a América Latina sejam
as regiões que mais cresçam nessa área, diferentemente da Europa, que já tem quase todas as possiblidades esgotadas. Aqui há mais opor tunidades e espaço para tecnologia”, afirmou.
Outros seminários no mesmo molde deverão ser realizados em 2015 – um deles já programado para acontecer em Singapura e outro na Europa.
A Elspec, que faturou 30 milhões de dólares em 2013, conta com escritórios nos Estados Unidos, Por tugal e Índia. No Brasil, é representada pela Ação Engenharia e pela Kron Medidores.
Evento
32
Por Massimo Di Marco*
Matelec
17ª edição da Matelec 2014 movimenta mercado eletroeletrônico na Europa Setores como hotelaria, residencial, varejo e indústria foram foco dos negócios realizados em uma das principais feiras do setor. Eficiência energética volta a ser protagonista do evento com a campanha “Nas instalações de sua casa ou empresa, escolha qualidade e confiabilidade”
Madri foi palco, mais uma vez, de uma
Durante os quatro dias de evento, um total
No que se refere à visitação, os números
das principais feiras mundiais do setor
de 37 mil profissionais participou da Matelec,
mostraram acréscimo de 4% no número
eletroeletrônico. A 17ª edição do Salão
que, além da atividade comercial, contou
de visitantes de comércio internacional na
Internacional de Soluções em Engenharia
com uma agenda constituída por mais de 70
comparação com a última edição, realizada
Elétrica, Eletrônica e Automação (Matelec
conferências e eventos, incluindo conferências,
em 2012, com destaque para o europeu
2014), organizada pela Ifema, foi realizada
mesas-redondas, palestras e apresentações que
(particularmente da Itália, Alemanha, França
entre os dias 28 e 31 de outubro, reunindo
abordaram numerosos e diversos aspectos de
e Reino Unido), Norte da África (Marrocos
547 empresas expositoras de 23 países.
oportunidades de carreira e mercado.
e Tunísia) e América Latina (especialmente
33
Matelec 2014 recebeu 37 mil visitantes provenientes de diversos países, inclusive do Brasil.
Brasil, Chile, Colômbia e México).
áreas de iluminação, robótica e automação,
é o retrofit, ou seja, as instalações de muitas
da
contribuindo para um melhor desempenho
construções antigas estão sendo reformadas”.
Matelec, a feira contou com diferentes perfis
do setor industrial, comercial, rede hoteleira,
Calleja informou ainda que a exportação de
de visitantes, desde profissionais de instalação,
saúde e residencial.
produtos ligados a energia elétrica cresceu
engenheiros de manutenção, fabricantes e
Questionado sobre a importância da
nos últimos 12 meses 7%, configurando, assim,
distribuidores (58% deles) a usuários finais,
Matelec 2014 para Espanha e para o cenário
como um fator positivo ante a crise.
especialmente
construção,
internacional, Calleja comenta que a feira
Na opinião do CMO da Ormazabal, Volkan
interessados nas tecnologias e inovações
acontece a cada dois anos e é considerado o
voltadas para eficiência energética.
maior evento industrial da Espanha e um dos
Segundo
divulgou
do
a
organização
setor
da
Matelec,
maiores voltados para a engenharia elétrica,
especialmente em outros países, a Amec é
cuja mensagem principal é disponibilizar o
uma associação multissetorial constituída
lugar mais adequado e mais oportuno, tendo
por empresas industriais com vocação para
em vista que Madri concentra os maiores
exportação. Reúne cerca de 400 pequenas,
eventos comerciais do Sul da Europa.
médias e algumas grandes empresas com
objetivo de melhorar a competitividade,
localização geográfica estratégica, uma vocação
facilitando assim a internacionalização e
para exportações e importações entre países
inovação destas empresas. A diretora da Amec,
vizinhos como França, Portugal, Itália, norte
Angela Lalatta, conta que a Amec participa de
da África e todos os pontos de conexão
outros eventos internacionais, como Middle
com a América Latina, o que é facilitado pela
East Electricity, em Dubai; Hannover Messe, na
compreensão do idioma.
Alemanha; e Light & Building, em Frankfurt, na
Alemanha.
que assola os países europeus, o setor da
Na opinião do diretor da Matelec, Raul
construção civil espanhola é um dos mais
Calleja, a proposta do evento 2014 gira
afetados. Sobre esta questão, Calleja entende
fundamentalmente em torno das tecnologias
que surgem daí muitas oportunidades. “O
que contribuem para uma melhor gestão da
setor industrial, por exemplo, está conseguindo
eficiência energética, possibilitando assim
sair com maior velocidade da crise; outro
conhecer todas as novas tecnologias nas
segmento que está respondendo bem à crise
Uma
das
promotoras
da
A feira permite ainda, por conta de sua
Conhecedores da realidade de uma crise
Para o diretor da Matelec, Raul Calleja, eficiência energética foi um dos grandes destaques do evento.
34
Evento
Matelec
Rodadas de negócios foram promovidas pela Amec durante a Matelec.
marketing
norte-africano, garantindo proximidade juntos
global da empresa, sua presença na Matelec
aos seus clientes bem como prospecção de
foi a promoção do II Prêmio Matelec de
2014 se deve pela importância e prestigio
novos negócios.
Inovação e Eficiência Energética, organizado
que a feira representa, atraindo importantes
Atuando há mais de 20 anos no Brasil
conjuntamente pela Matelec e pela Associação
players do mercado e, sobretudo, importantes
com sistemas de testes e diagnóstico de
dos Fabricantes de Materiais Elétricos (AFME).
fabricantes espanhóis. Para ele, o Brasil, por
equipamentos
subestação, Hedgecock
O objetivo foi valorizar e premiar os produtos
fazer parte dos BRICs, já se configurava
enfatizou que o mercado brasileiro continua
que se destacam por incorporar alguma
como um importante alvo de negócios e
sendo muito importante para a Omicron.
inovação tecnológica, design e que introduzam
esta
Ozsokmen,
responsável
pelo
de
Nesse sentido, um dos pontos de destaque
drasticamente
“Mesmo com as dificuldades da economia
melhoras no rendimento energético do próprio
com o advento da crise europeia. Além do
apresentadas nos últimos anos, a Omicron
produto ou da instalação. Outra premiação foi
Brasil, alguns países sul americanos, africanos,
mantém a confiança nas oportunidades de
concedida ainda a projetos que se destacaram
asiáticos e do oriente médio também são
negócios brasileiras nos próximos anos e para
pela contribuição com a eficiência energética
focos de atenção e investimentos. Ozsokmen
isso conta com importante apoio local da
nos âmbitos da automação residencial e
torce para que a economia brasileira retome
empresa Adimarco”, destacou.
predial.
relevância
aumentou
seu espaço de destaque em 2015 e assim não
Eficiência energética e desenvolvimento como fatores de crescimento
A eficiência enérgica dominou os debates
contou com um espaço reservado de B2B, para
América Latina, Andy Hedgecock, destacou
nas grades e atividades paralelas ao longo da
que expositores se reunissem com mais de
os principais motivos que o levaram a expor
feira, deixando de preencher o papel de fim,
500 compradores internacionais convidados
na Matelec: apresentação de novos produtos,
mas se tornando um meio de agregar valor
de todo o mundo para aproveitarem a
reforçar a boa imagem que a Omicron detém
em benefícios ligados diretamente à sociedade,
oportunidade internacional de relacionamento
junto aos visitantes de Matelec oriundos de
como economia, bem-estar, segurança, impacto
proporcionada através dos programas de
vários mercados, como espanhol, português e
ambiental, sustentabilidade, entre outros.
workshops e de encontros comerciais.
perca mais espaço para economias que vêm se destacando no cenário internacional como México e Colômbia.
Já o gerente comercial da Omicron na
B2B Matelec – rodadas de negócios A exportação, tema chave da Matelec 2014,
35
Evento
36
Matelec
Premiações agraciaram produtos e projetos que prezaram pela eficiência energética e inovação tecnológica.
Um dos convidados a participar desta rodada de negócios, João Carlos, da empresa
Matelec Latino Americana em 2015
Os trabalhos já começaram e contará com
a participação de países como Brasil, México,
Jonfra Automação, fez parte da delegação
Com a eficiência energética de pano
Colômbia, Peru, Argentina, entre outros. Com
brasileira a visitar a Matelec, que contou com
de fundo, a Ifema levará, pela primeira vez,
previsão para ser realizada entre os dias 8 e
a participação de sete empresas atuantes
a Matelec para a América Latina com o
10 de julho, a expectativa é grande quanto à
na área da engenharia elétrica. João Carlos
objetivo de replicar o modelo europeu, mas
participação de profissionais e expositores
conta que aceitou o convite com o objetivo
com a participação de profissionais latino-
brasileiros, devido à facilidade e à proximidade
de conhecer a feira e principalmente analisar
americanos. Em 2015, a Matelec desembarcará
entre os dois países, com mais de cinco voos
soluções disponíveis no mercado com melhor
em Santiago, no Chile.
diários com duração de três horas e meia.
viabilidade econômica e tecnológica dentro da área de automação, comunicação e instalação elétrica. Atuando no Brasil há 23 anos no mercado de engenharia na fabricação de painéis elétricos para automação, distribuição e controle, aprovou sua participação no evento.
Outro convidado participante da caravana
brasileira foi o vice presidente para a América Latina
da
empresa
Lemcon, Alexandre
Tude. Com soluções voltadas para área de telecomunicações, Tude comenta que esta é a sua segunda participação e espera ter o mesmo resultado na participação anterior, concretizando novos negócios com empresas locais.
Espaço B2B promoveu a interação entre empresas expositoras e visitantes compradores internacionais.
*Massimo Di Marco é diretor da revista O Setor Elétrico e viajou a Madri a convite da Amec.
Apoio
37
CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa
38
Capitulo XI – Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 2
• Locais onde falhas internas ocorrem mais frequentemente • Contexto na baixa tensão • Novas definições e nomenclaturas
INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi
44
Capítulo XI – Autovistoria x inspeção
• Histórico • Entendendo as reações • Os primeiros resultados • Os propósitos
MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino
52
• Introdução • Definições de descargas parciais • Considerações finais
ATERRAMENTO DO NEUTRO Paulo Fernandes Costa Capítulo V – Transformadores de aterramento – Parte I
• Casos típicos de necessidade dos transformadores de aterramento • Tipos de transformadores de aterramento • Operação dos transformadores de aterramento • Cálculo da potência dos transformadores de aterramento
60
Fascículos
Capítulo XI – Avaliação da condição de transformadores de potência
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
38
Capítulo XI Conjuntos de manobra e controle resistentes aos efeitos de um arco elétrico interno – Parte 2 Comparativo dos requisitos de ensaio de arco interno em MT Por Luiz Felipe Costa*
Em continuidade ao capítulo anterior, um
aos ensaios de verificação de desempenho diante de
comparativo básico entre os documentos da IEC e do
efeitos de um arco interno em conjuntos de manobra
IEEE sobre as principais características relacionadas
e controle de MT é apresentado na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1 – Comparativo básico entre ANSI e IEC para ensaio de arco interno Característica
ANSI C37.20.7
IEC 62271-200
1.1
Montagem no plano vertical e plano horizontal
Montagem no plano vertical e plano horizontal
1.2
150 mm x 150 mm
150 mm x 150 mm
1.3
Algodão – 150 g/m2
Algodão – 150 g/m2 (tipo A)
N.A.
Algodão – 40 g/m2 (tipos B e C)
Tampas e coberturas não devem abrir, se fechadas de
Tampas e coberturas não devem abrir se fechadas de
forma correta
forma correta
Não pode ocorrer a fragmentação do invólucro (ejeção
Não pode haver ejeção de partes perigosas
1.0
Indicadores para verificação os efeitos térmicos de gases
1.4 2.0
Avaliação do ensaio
2.1
Critério # 1 (para proteção pessoal)
2.2
Critério # 2 (para proteção pessoal)
de partes) 2.3
Critério # 3 (para proteção pessoal)
Não pode haver perfuração das partes acessíveis
Não pode haver perfuração das partes acessíveis
2.4
Critério # 4 (para proteção pessoal)
Tanto os indicadores verticais quanto horizontais não
Tanto os indicadores verticais quanto horizontais não
podem ter se inflamado
podem ter se inflamado
Tipo 1(A) – Acesso somente frontal a 100 mm (ver nota
Nota: Esta classificação IEEE equivale a IAC A/B - F
2.5 3.0 3.1
Acessibilidade
ao lado) 3.2
Tipo 2(A) – Acessos frontal, lateral e traseiro a 100 mm Nota: Esta classificação IEEE equivale a IAC A/B - FLR (ver nota ao lado)
Apoio
39
Característica 3.3
3.4
ANSI C37.20.7
IEC 62271-200
Tipo 2B – Similar ao 2(A), com a porta do compartimento
IAC A: Pessoal Autorizado. Distância dos indicadores
de controle (BT) aberta
igual a 300 mm +/- 15 mm
Tipo 2C – Similar ao 2(A), com a verificação da
IAC B: Público em geral.
suportabilidade aos efeitos do arco entre compartimentos
Distância dos indicadores igual a 100 mm +/- 5 mm
3.5
IAC C: Equipamentos montados em postes.
3.6
Condição de acesso especial (caminhar sobre a estrutura, por exemplo): indicador de algodão com 40 g/m2
4.0
Início do arco
Fio de diâmetro de 0,5 mm / 24 AWG
Fio de diâmetro de 0,5 mm
5.0
Valor de crista do primeiro semiciclo
Calibrado para 2,6 vezes o valor eficaz de I’’k
Calibrado para 2,5 ou 2,6 vezes o valor eficaz de I’’k,
6.0
Duração do teste
6.1
“Burn-through”
segundo a frequência Valor preferido de 500 ms, sendo o mínimo de 100 ms
Pelo menos 100 ms
Nota: Tanto a norma IEC quanto o guia do IEEE demandam que todos os cinco critérios de avaliação sejam atendidos.
Locais onde falhas internas ocorrem mais frequentemente e as possíveis medidas preventivas
a probabilidade de ocorrência de falhas internas em conjuntos de manobra e controle de média tensão.
A fim de complementar as medidas preventivas sugeridas
Com base nas experiências adquiridas ao longo do uso
na Tabela 2, é fortemente recomendável que o projetista ou
dos conjuntos de manobra e controle, é apresentada, na
usuário de um conjunto de manobra e controle consulte,
Tabela 2, uma combinação das tabelas “102” da norma
também, a seção B2 do guia IEEE Std C37.20.7. Além de
técnica IEC 62271-200 e da “B.1” da IEEE Std C37.20.7-
orientações relativas à instalação, operação e manutenção
2007, com alguns dados e avaliações relativas aos locais,
deste tipo de equipamento, o leitor encontra várias análises
causas e exemplos de medidas identificadas para diminuir
rápidas sobre estratégias de engenharia para mitigar os níveis de
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
40
energia presente e, assim, diminuir os riscos associados a estes
62271-200, que, conforme já comentado, visa indicar formas
equipamentos. Pode-se dizer que esta literatura complementa
complementares de proteção para aumentar a segurança das
as sugestões presentes na seção “8.104.3” da norma IEC
pessoas no caso de ocorrência de um arco interno.
Tabela 2 – Locais e causas de falhas internas Locais
onde falhas internas ocorrem
Possíveis
causas
Exemplos
de medidas preventivas
com mais frequência
Projeto Inadequado
Seleção de dimensões adequadas Evitar que as conexões em cabos se cruzem
Instalação defeituosa
No local deve ser feito comissionamento por pessoal especializado Uso dos valores corretos de torque
Compartimento de conexões (por cabos e/ou barramentos)
Fazer inspeções regulares e ensaios dielétricos periódicos ou contínuos no local
Falha em isolamento sólido ou fluido (defeito ou ausência)
Verificar regularmente, onde aplicável, o nível / pressão dos fluidos Intertravamentos Reabertura retardada
Seccionadoras, chaves com abertura sob carga (interruptores) e chaves de aterramento
Operação indevida
Manobra manual independente Capacidade de estabelecimento em curto-circuito Instruções a pessoal qualificado Uso de acabamentos superficiais (prata, estanho, etc.), anticorrosivos e/ou graxas
Corrosão
Revestimento protetor onde for possível
Conexões aparafusadas e contatos Montagem defeituosa
Inspeção por meios adequados Uso dos valores corretos de torque
Transformadores de instrumentos
Ferrorressonância
Evitar estas influências elétricas por meio de projeto adequado do circuito
Disjuntores
Manutenção inadequada
Manutenção regular programada Instrução a pessoal qualificado Limitação de acesso pelo uso de compartimentação
Erro humano
Isolamento das partes vivas
Envelhecimento do dielétrico
Ensaios periódicos ou contínuos de verificação do dielétrico
Poluição, umidade, penetração de animais, poeiras, etc.
Prevenir tais condições de serviço ou adotar medidas que
Instruções a pessoal qualificado
Todos os locais
permitam o conjunto lidar com as elas Proteções contra surtos de tensão Sobretensões
Coordenação adequada de isolamento Ensaios dielétricos no local
Contexto na baixa tensão
a uma falha interna em conjuntos de manobra e controle
Por conta dos riscos associados a um arco interno
de baixa tensão, a IEC adota como guia para ensaios o
dentro de um conjunto de manobra e controle de potência
relatório técnico (“Technical Report”) IEC/TR 61641 [5]. E
em baixa tensão, existe, também, em casos específicos, a
este documento, que não é uma norma técnica, apresenta a
solicitação, por parte do usuário, de se adotar uma solução
seguinte história de emissões:
que apresente baixa probabilidade de ocorrência de uma falha interna ou, então, que seja resistente aos efeitos de
• 1996: publicação da 1ª edição.
um arco elétrico.
• 2008: publicação da 2ª edição.
• 2014 (setembro): publicação da 3ª edição (atual).
Quando se aborta o tópico referente a um arco devido
Apoio
41
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
42
A cultura ANSI/NEMA adota as diretrizes do guia
3. Duração permissível do arco (tarc: “Permissible arc
elaborado pelo IEEE, que atende tanto a conjuntos de
duration”): é o máximo valor do tempo de duração de
manobra e controle de média quanto baixa tensão,
um arco que não se autoextingue ou é limitado por um
conforme
Entretanto,
dispositivo limitador de corrente. Este valor pode diferir
é fundamental atentar para o fato de que qualquer teste
para partes distintas de um mesmo conjunto. O valor
já
mencionado,
anteriormente.
efetuado tem um caráter orientativo de como o conjunto
mínimo, solicitado no documento da IEC para a verificação
deverá se comportar, sem, necessariamente, cobrir todas as
de arco nas condições descritas anteriormente, é 100 ms;
possíveis eventualidades.
Grandes usuários em importantes segmentos no mercado
4. Corrente de curto-circuito condicional permissível sob
brasileiro começam a pedir características de desempenho
condições de arco (Ipc_arc: “Permissible conditional short-
de Conjuntos de Manobra e Controle de Potência em Baixa
circuit current under arcing conditions”): é o máximo valor
Tensão frente a um arco interno. Para esta condição, a
eficaz permitido da corrente de curto-circuito presumida
referência adotada tem sido a IEC, aplicando-se o relatório
nos terminais de entrada de um conjunto, declarado pelo
técnico IEC TR 61641.
fabricante, para uma dada tensão operacional (Ue), na qual
Como a nova edição deste documento da IEC é muito
um circuito do conjunto é capaz de atender aos requisitos
recente e com uma abordagem e roupagem diferentes do
da IEC, quando o circuito é protegido por dispositivo
que foi visto para os painéis de MT, o primeiro passo nesta
limitador de corrente ou por dispositivo de mitigação de
fase deste trabalho é familiarizar-se com termos e conceitos
falha por arco com função de limitação de corrente;
novos apresentados no documento. 5. Zona protegida contra ignição de arco (“Arc Ignition
Novas definições e nomenclaturas
Protected Zone”, antiga “Arc Free Zone”): parte de um
A nova revisão (3ª Edição, de setembro de 2014) do
circuito dentro de um conjunto de manobra e controle onde
relatório técnico IEC/TR 61641 traz um nova nomenclatura,
medidas específicas são adotadas para garantir que o início
além de algumas novas definições. Por conta disso, elas são
de uma falha com arco seja uma possibilidade remota;
apresentadas, a seguir, de forma sucinta e numa tradução livre, visando auxiliar o leitor na compreensão desta
6. Zona ensaiada para condições de arco (“Arc Tested
terminologia:
Zone”, antiga “Arc Proof Zone”): parte de um circuito ou compartimento onde é iniciado um arco e todos os critérios
1. Corrente de curto-circuito permissível sob condições
de avaliação solicitados para o(s) ensaio(s), segundo a IEC
de arco autoextinguível (Ips_arc: “Permissible short-circuit
TR 61641, são atendidos;
current under self-extinguishing arcing conditions”): é o máximo valor eficaz permitido da corrente de curto-
7. Conjunto de manobra e controle avaliado para condições
circuito presumida nos terminais de entrada de um
de arco interno (“Arc Verified Assembly”, antiga “Arc Proof
conjunto, declarado pelo fabricante, para uma dada tensão
Assembly”): conjunto de manobra e controle que apresenta
operacional (Ue), na qual o equipamento é capaz de atender
zonas protegidas contra a ignição de um arco e/ou ensaiadas
aos requisitos da IEC TR 61641 pela autoextinção do arco,
para as condições de arco;
sem a operação de nenhum dispositivo de proteção; 8. Dispositivo de mitigação de falha por arco interno (“Arc 2. Corrente de curto-circuito permissível sob condições de
Fault Mitigation Device”): dispositivo que opera somente
arco (Ip_arc: “Permissible short-circuit current under arcing
no caso de um arco elétrico devido a uma falha interna e
conditions”): é o máximo valor eficaz permitido da corrente
que reduz o tempo de duração do mesmo;
de curto-circuito presumida nos terminais de entrada de um conjunto, declarado pelo fabricante, para uma dada
9. Classes (de condições) de arco (“Arcing classes”):
tensão operacional (Ue), na qual o equipamento é capaz de
classificação dada um conjunto ou parte dele conforme
atender aos requisitos definidos pela IEC TR 61641;
as diferentes formas de proteção fornecida contra falhas
Apoio
43
com arco: proteção humana, limitação dos danos a
IEC TR 61641: Enclosed low-voltage switchgear and
parte do conjunto e capacidade de operação limitada do
controlgear assemblies – Guide for testing under conditions
equipamento.
of arcing due to internal fault; Edition 3.0. International Electrotechnical Commission, 2014.
Referências IEC 62271-200: High-voltage switchgear and controlgear – Part 200: AC metal-enclosed switchgear and controlgear for rated voltages above 1 kV and up to and including 52 kV; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. IEC 61439-1: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules; Edition 2.0. International
IEC 62271-4: High-voltage switchgear and controlgear – Part 4: Handling procedures for sulphur hexafluoride (SF) and its mixtures; Edition 1.0. International Electrotechnical Commission, 2013. IEC 60529: Degrees of protection provided by enclosures (IP Code); Edition 2.2. International Electrotechnical Commission, 2013.
Electrotechnical Commission, 2011. IEC 61439-2: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies; Edition 2.0. International Electrotechnical Commission, 2011. IEEE Std C37.20.7: IEEE Guide for Testing Metal-Enclosed Switchgear Rated Up to 38 kV for Internal Arcing Faults. Institute of Electrical and Electronic Engineers, 2007.
*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
44
Capítulo XI Autovistoria x inspeção Por Marcus Possi*
Encerraremos essa série de artigos fazendo
Janeiro, desabou e levou junto mais dois prédios.
abordagem a uma nova prática de inspeção.
Várias pessoas morreram nessa tragédia e a causa
Nova porque as inspeções tratadas a seguir
de suas mortes não está diretamente ligada aos
foram realizadas a partir de março de 2013
seus conhecimentos. Obras ditas irregulares, a
no município do Rio de Janeiro (RJ). O tema
falta de manutenção, entre outras, foram as causas
“autovistoria” agora se alicerça nas técnicas de
desse acidente. Claro que toda a construção
inspeção e suas ferramentas.
está sujeita a falhas, mas todas as construções também têm o seu estado acompanhado por um
Histórico Por conta de diversos fatores e acidentes
responsável, seja administrativo ou técnico.
Deve-se observar nesse fato que prédios
com desabamento de prédios, casas de show e
adjacentes,
explosões por conta das instalações precárias de
mesmo que em estado rigidamente regular de
gás no Rio de Janeiro, as vistorias e inspeções
cuidados, manutenções e preservações, foram
foram realizadas neste município.
drasticamente atingidos. Outro ponto a observar
assim
como
seus
ocupantes,
é que os transeuntes que andavam pelas ruas Entendendo a motivação
próximas e que relataram o acontecimento como
Edifício Liberdade
“inacreditável” também estavam sujeitas às
Em 25 de janeiro de 2012, o Edifício Liberdade,
consequências desse desastre. Um especialista
um prédio com 20 andares no Centro do Rio de
consultado
na
ocasião
comentou
que
um
prédio com mais de 40 anos e nenhum sinal de deterioração não teria por esses motivos entrado em colapso, a causa com certeza seria outra, e apontou “obras irregulares” ou “falta de manutenção” como as principais. Junte-se a isso que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) mostrou que o último registro de reformas no prédio datava de 2009. Resumo:
Uma
assistência
técnica
formal,
manutenção periódica e profissionais habilitados Figura 1 – Edifício Liberdade.
no apoio às instalações evitariam essa tragédia local, que de forma indireta também afetou a
Apoio
45
outros.
instalações elétricas foi a principal suspeita.
Restaurante Filé Carioca
Há o relato de que o restaurante utilizava botijões de
Em 13 de dezembro de 2011, um vazamento de gás foi
gás de grande porte, armazenados de forma indevida. Os
apontado pelos bombeiros como a causa de uma explosão
destroços invadiram parte da Praça Tiradentes e alguns
que deixou três mortos e 17 feridos no centro do Rio de
prédios vizinhos tiveram os vidros quebrados.
Janeiro.
Resumo: Uma assistência técnica formal, manutenção
Situado em local de grande concentração de pessoas
periódica e profissionais habilitados no apoio às instalações
e de alta fluência de passantes, um vazamento de
evitariam essa tragédia local, que de forma indireta também
grandes proporções, culminando com a passagem de um
afetou outros.
fim de semana podem ter sido a causa dessa tragédia. Incêndio em prédios
Um funcionário acender uma luz ou algo parecido nas
Em outubro de 2014, um incêndio atingiu um prédio
em Ipanema, na zona sul do Rio, onde ficava a antiga lanchonete Chaika. Bombeiros do quartel de Copacabana e Botafogo foram acionados e conseguiram conter as chamas. Ninguém ficou ferido.
Uma das faixas da rua Visconde de Pirajá, a principal
do bairro, foi interditada para o trabalho dos bombeiros, na altura da rua Joana Angélica. Houve engarrafamento. Segundo moradores, esta foi a segunda vez naquele mês que o prédio pegou fogo. Os vizinhos do estabelecimento Figura 2 – Destroços do acidente no restaurante Filé Carioca.
afirmam que estão preocupados com a reincidência.
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
46
deveriam ser efetuadas por profissionais ou empresa, legalmente habilitados nos seus Conselhos Profissionais, emitindo laudo técnico atestando as condições da edificação, mas cabendo apenas ao responsável pelo imóvel a comunicação desse ato à Prefeitura por intermédio de meios eletrônicos.
Nessa resolução podemos ver com clareza a lembrança das
obrigações técnicas, onde os engenheiros devem não só realizar vistorias e elaborar laudos técnicos informando as condições de conservação, estabilidade e segurança da edificação, mas também indicar, se necessário, medidas corretivas, preventivas e o prazo para execução das obras necessárias, mas também o recolhimento Figura 3 – Incêndio em lanchonete localizada no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro.
da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Em agosto de 2014 um prédio no centro do Rio tem princípio de
possível manutenção periódica e uso apenas de profissionais
incêndio, possivelmente, provocado por curto-circuito. Atingindo
habilitados nas edificações, prevê as tragédias, que de forma
parte do 13º andar do prédio no centro do Rio, o incêndio teria
indireta também leva suas consequências aos outros.
Resumo: a existência de assistência técnica formal, registro de
sido causado por um curto-circuito na casa de máquinas do
Os primeiros resultados
elevador. Ninguém ficou ferido nesse caso. Resumo: Uma assistência técnica formal, manutenção periódica
e profissionais habilitados no apoio às instalações evitariam essa
a produção de laudos para 270 mil imóveis no município do Rio
tragédia local, que de forma indireta também afetou outros.
de Janeiro foi de oito meses e depois mais seis, muitas anomalias
Com tamanha empreitada, devo avisar aqui que o tempo para
foram detectadas.
Entendendo as reações
Em face de tantos eventos particulares que se estendem a
profissionais, o Conselho de Engenharia e Arquitetura e Agronomia
outros de forma indireta, assim como entender que a vida humana
do Estado do Rio de Janeiro, assim como o Sindicato dos Engenheiros
é algo valioso e que deve ser preservado, as autoridades estaduais
do Rio de Janeiro e o Clube de Engenharia, não conseguiram retirar
Mesmo com um trabalho intenso de palestras e ciclos de debates
e municipais se empenharam com os representantes da sociedade
do mercado profissional contratado e contratantes, as dúvidas e
para promover estudos e ações efetivas que viessem a apoiar a
regras mais adequadas. Verificou-se de imediato que mexer no
melhor condição e estado aos ocupantes dos imóveis e seus
que não está bom, mas está quieto, de forma leviana e inadequada
afetados diretos e indiretos.
poderia trazer efeitos latentes à tona com maior velocidade e riscos
Desenvolveu-se, da mesma forma que as preocupações
aos envolvidos já citados. Assim, a importância do acompanhamento
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na reedição da NR
de obras recomendadas de acerto se tornou mais importante que a
10 - Segurança em instalações em instalações e serviços em
própria autovistoria. Vale destacar a importância do desenvolvimento
eletricidade -, um trabalho especifico para inspeção e verificação
da norma ABNT NBR 16280:2014, que estabelece diretrizes para a
do estado, digamos que muitas vezes abandonado, das condições
reforma em edificações e entrou em vigor no dia 18 de abril de 2013,
dos prédios comerciais e residenciais. Os prédios públicos ficaram
logo após a Lei complementar 126 da prefeitura. Essa norma trata
por conta do próprio poder público.
das obras de reforma como qualquer outra obra, exigindo não só o
Chamou-se a isso de “Vistoria técnica de edificações”,
projeto, mas a verificação dos impactos que provoca na edificação ou
definindo que os responsáveis pelos imóveis deveram realizar
no seu entorno e que o serviço de reforma atenda a um plano formal
vistorias técnicas periódicas, com intervalo máximo de cinco
de diretrizes.
anos, verificando as condições de conservação, estabilidade
e segurança e garantindo, quando necessária, a execução das
atuam hoje no nosso mercado de forma “estranha”, ou seja, não
Marginal a tudo isso temos empresas e profissionais que
medidas reparadoras.
condizente com as melhores práticas técnicas ou éticas. Tratam-se
Para isso seguiu-se a emissão de uma lei estadual 6400,
de profissionais que não estão habilitados em atividades de
uma Lei Complementar nº 126/13 e um Decreto nº 37.426/13
engenharia, profissionais que exacerbam suas competências e
regulamentador. Nesses documentos ficou claro que tais vistorias
empresas que não estão aptas a promover essas ações.
Apoio
47
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
48
Resumo: faltam maiores entendimentos no mercado sobre o que
e de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) junto ao
significa uma assistência técnica formal, como montar um pano de
CAU/RJ, quando se tratar de arquitetos.
manutenção periódica, quais as competências necessárias para o
Diagnóstico: ART é destacada aqui, mas para um
exercício dessas atividades de modo a garantir e não existência de
profissional em exercício legal, isso é redundante.
tragédias e suas consequências. II - O laudo conterá a identificação do imóvel e de seu
Os propósitos
responsável, a metodologia utilizada, as informações sobre
Já discutido nos artigos anteriores, há uma técnica para
anomalias, suas características e prováveis causas, o prazo
promover qualquer inspeção ou aqui chamada de autovistoria. A
dentro do qual estarão garantidas as condições de segurança
primeira fase prevê entendimento do cenário, local, propósito e
e estabilidade e, sendo o caso, as medidas reparadoras ou
resultados esperados, além de preparação do material necessário
preventivas necessárias.
para a fase seguinte que é a execução da inspeção ou vistoria. A
Diagnóstico: a forma do documento é definida aqui no seu
última fase consolida, ainda dentro de técnicas, a produção de
mínimo de informações. Destaque para anomalia – prazo
materiais como relatórios e compilação de dados para entender
de recuperação – condições de segurança e estabilidade –
se há apenas um relatório técnico de inspeção (RTI), ou ainda
medidas reparadoras.
recomendações e plano de implantação.
Assim, na autovistoria predial, precisamos aqui identificar o
III - A qualquer momento, a partir do início da realização da
propósito dessa ação e os resultados esperados. A instalação aqui
vistoria, sendo verificada a existência de risco imediato ou
se restringe a prédios e edificações e não indústrias ou subestações
iminente para o público, o profissional responsável deverá
de concessionárias. O contexto é o uso dos moradores, visitantes,
informar imediatamente ao órgão municipal competente,
transeuntes e próximos a edificações e o seu modo de operar suas
para que sejam tomadas providências para o isolamento do
instalações elétricas. O conhecimento específico se estende às
local, quando cabível, em até vinte e quatro horas, dando
legislações municipais, onde por enquanto apenas encontramos
conhecimento do fato ao responsável pelo prédio, por escrito.
o Rio de Janeiro. Assim, para completar essa fase inicial, temos
Diagnóstico: a classificação das anomalias aqui passa
de entender o propósito da legislação, ou “elemento motor”
necessariamente pelo crítico e imediato, providências
desses serviços. Muitas vezes vemos profissionais exagerando
explicitas nesse caso (interdição e embargo) prazo já
ou entrando em “consciência” profissional que tornam mais completos os resultados, mas excedendo o propósito do pedido.
estabelecido. ( ...)
Isso, ainda que de forma subjetiva, pode distorcer não só o documento final, como os resultados de tempo e financeiros para
VI - O condomínio providenciará a manutenção predial
as reformas e acertos sugeridos aos responsáveis dos imóveis em
preventiva ou corretiva, proposta no laudo, desenvolvida sob
análise.
a responsabilidade de um arquiteto/engenheiro habilitado de
que trata o artigo 1º.
A seguir a Lei 6.400 e um exercício de diagnóstico de seu
propósito.
Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto é outro serviço desvinculado do profissional mas não do
Art. 1º Fica instituída, no Estado do Rio de Janeiro, a
objeto produzido por ele.
obrigatoriedade de autovistoria. § 3º A vistoria definida no caput será efetuada por engenheiro
§ 4º O laudo referido no parágrafo anterior será arquivado
ou arquiteto ou empresa legalmente habilitados nos
no condomínio, sob a responsabilidade do síndico ou do
Conselhos Profissionais, CREA/RJ e/ou CAU/RJ, a expensas do
proprietário do imóvel, e exibido à autoridade quando
condomínio ou do proprietário do prédio, e seu autor será o
requisitado.
responsável pelo respectivo laudo. Diagnóstico: O documento final é o laudo de autovistoria.
Diagnóstico: a forma final de entrega aqui deve ser apropriada para atender o pedido.
I - O profissional emitirá o respectivo laudo técnico,
(...)
acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica
§ 6º Quando da conclusão das obras e instalações prediais,
(ART), junto ao CREA/ RJ, quando se tratar de engenheiros;
ficam os incorporadores, os construtores e as empreiteiras
Apoio
49
obrigadas
a
entregarem,
preferencialmente
em
meio
magnético ou papel, as plantas de estrutura (fundação, pilares,
Técnica (RRT), quando se tratar do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ).
vigas, lajes e marquises), com seus respectivos planos de
Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto
cargas, bem como projetos de instalações, contendo o nome
é outro serviço desvinculado do profissional, mas não do
e o número do registro do Conselho Regional de Engenharia,
objeto produzido por ele.
Agronomia - CREA/RJ ou do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro - CAU/RJ, dos profissionais
(...)
responsáveis, tudo conforme construído, para a prefeitura, no
Art. 3º As Prefeituras elaborarão o modelo do Laudo
território da qual se localiza a edificação, e ao condomínio
Técnico de Vistoria Predial (LTVT), que deverá ser sucinta,
das edificações residenciais e comerciais ou ao proprietário
exata e de fácil preenchimento e leitura, dela constando
do prédio.
o item "providências", no qual o síndico indicará as
Diagnóstico: os documentos outros estão desvinculados
iniciativas a serem tomadas para a segurança do prédio e
do profissional, mas não do objeto produzido por ele.
instalações, consoante recomendação do laudo. Diagnóstico: o nome do documento é definido aqui “Laudo
§ 7º Todas as obras prediais, a serem edificadas, ou de
Técnico de Vistoria Predial”, e a forma final de entrega
reforma de prédio existentes, que implicarem em acréscimos
aqui deve ser apropriada para atendimento ao pedido,
ou demolições de alvenaria ou estruturas, inclusive abertura
contendo o termo “providências”. Espera-se um modelo
de janelas, principalmente em empenas, deverão ser objeto
pelas prefeituras (não constante na lei 126 complementar)
de acompanhamento técnico de engenheiros ou arquitetos,
(...)
promovendo-se as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
Art. 6º As Prefeituras deverão orientar os condomínios
(CREA), ou por meio do Registro de Responsabilidade
que, independentemente do Laudo Técnico de Vistoria
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
50
Predial (LTVP), façam a manutenção predial preventiva,
Diagnóstico: o “novo laudo técnico” é outro serviço
envolvendo estrutura, subsolo, marquises, fachadas,
desvinculado do profissional, mas não do objeto produzido
esquadrias, empenas e telhados, instalações elétricas,
por ele.
hidráulicas e sanitárias, instalações eletromecânicas,
(...)
instalações de gás e de prevenção ao fogo e escape e obras
Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua
de contenção de encostas.
publicação.
Diagnóstico: a lei complementar deve possuir “estrutura, subsolo, marquises, fachadas, esquadrias, empenas e
Resumo: O documento final produzido por esta inspeção ou
telhados, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias,
autovistoria deve ser chamado em título de “Laudo Técnico de
instalações eletromecânicas, instalações de gás e de
Vistoria Predial”, na sua estrutura geral deve ser anotada a lista de
prevenção ao fogo e escape e obras de contenção de
“anomalias”, sinônimo aqui de “não conformidades”, contendo
encostas.
as “medidas reparadoras”, ou “ações corretivas”, os seus “prazos de recuperação” - data limite de restabelecimento da segurança
O propósito da lei complementar 126 é um exercício de
necessária.
diagnóstico de seu propósito, agora complementar. (...)
Esse resultado deve ainda conter um “Plano de ações” para
a execução dessas “ações corretivas”, tendo como uma das
Art. 1º Fica instituída a obrigatoriedade de realização de
classificações quanto ao estado de “conservação, estabilidade
vistorias técnicas periódicas, com intervalo máximo de
e segurança” do imóvel. Devem ser essas não conformidades
cinco anos, nas edificações existentes no Município do Rio
classificadas hierarquicamente para promoção das ações
de Janeiro, para verificar as suas condições de conservação,
corretivas, já tendo o termo “crítico e imediato” – cunhados no
estabilidade e segurança e garantir, quando necessário, a
nível de interdição e embargo – e esses com prazo já estabelecido
execução das medidas reparadoras.
de atitude em 24h.
Diagnóstico: a lei complementar informa os itens para o
município em particular: “conservação, estabilidade e
ser sucedidos por uma nova vistoria, com a emissão de um
segurança” e o termo “medidas reparadoras”.
novo “Laudo Técnico de Vistoria Predial” ou “Laudo Técnico
No caso de haver ações e planos de ação, esses devem
de Vistoria Predial Complementar”. Sua emissão será após a (...)
execução e aceite do “Plano de Ações”, sendo destacada como
§ 1º Em caso de inadequação, o laudo técnico deverá
outro serviço, desvinculando do profissional signatário do laudo
informar, também, as medidas reparadoras necessárias para
inicial – LTVP, mas sempre referenciado ao objeto produzido por
sua adequação, com o prazo para implementá-las.
este.
Diagnóstico: a ação preventiva ou corretiva é outro assunto é
outro serviço desvinculado do profissional, mas não do objeto
esquadrias, empenas e telhados, instalações elétricas, hidráulicas
produzido por ele.
e sanitárias, instalações eletromecânicas, instalações de gás e de
(...)
fica definido para o caso da engenharia elétrica temos apenas
§ 3º Na hipótese do § 1º, caberá ao responsável pelo
“instalações elétricas”.
imóvel a adoção das medidas corretivas necessárias, no
Dentre os itens “estrutura, subsolo, marquises, fachadas,
prevenção ao fogo e escape, e obras de contenção de encostas"
No próximo e último artigo dessa série teremos a apresentação
prazo estipulado no laudo técnico, findo o qual deverá ser
de “A forma de ação”, “A forma de cobrança de serviços” e os
providenciada a elaboração de novo laudo técnico, que
“Os resultados mais que esperados”.
ateste estar o imóvel em condições adequadas, o que deverá ser comunicado ao Município, antes de encerrado o prazo previsto no art. 1º, mediante o preenchimento de formulário “on-line”, indicando o nome do profissional responsável, seu registro profissional e o número do registro ou da Anotação de Responsabilidade Técnica a ele relativa.
*MARCUS POSSI é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
51
Manutenção de transformadores
Apoio
52
Capítulo XI Avaliação da condição de transformadores de potência Determinação da Condição de Transformadores de Potência para Avaliação da Vida Útil Por Marcelo Paulino*
A avaliação da condição de um transformador
devem ser estabelecidos além de critérios de
consiste na realização de um conjunto de testes de
avaliação do transformador, um padrão de registro
diagnósticos para análise do estado de operação
dos dados para esta avalição, com índices,
deste equipamento e estimar a sua posição atual
nomenclaturas e estágios para quantificação. No
em relação ao seu ciclo de vida. Há a necessidade
Gerenciamento do Ciclo de Vida de Transformadores
de sistematizar a análise com a combinação de
de Potência é definido o processo de Avaliação da
diferentes métodos de diagnósticos e mapear os
Condição (AC) com um de seus principais itens.
resultados em um modelo de condição que oriente
Na literatura, o termo “Avaliação da Condição” é
o ciclo de vida do transformador de potência. Este
comum tanto para atividades de monitoramento
trabalho mostra um exemplo de metodologia para
quanto para procedimentos de diagnóstico.
satisfazer esta necessidade.
Entretanto, é importante salientar que o principal
objetivo da AC é a realização de diagnósticos.
Introdução
Avaliação da Condição é definida neste trabalho
De acordo com a metodologia de MCC -
como o desempenho de um conjunto de testes
Manutenção Centrada na Confiabilidade (RCM -
de diagnósticos (conforme a necessidade de cada
Reliability-Centered Maintenance), as instalações
caso) para diagnosticar o estado operacional do
são conjuntos de sistemas, concretos ou abstratos,
transformador e a estimativa da atual posição deste
onde se procura um método ou procedimento para
transformador em seu ciclo de vida. Esta definição
definir uma relação de finalidade. Esta relação deve
é parecida com a definição dada pelo grupo de
ser estabelecida de acordo com a característica
trabalho Cigré WG A2.18, Guia para Técnicas de
do
equipamento,
Gestão de Vida para Transformadores de Potência.
estabelecendo um objetivo a ser atingido. Assim,
Como mostrado neste trabalho do Cigré, a AC deve
sistema,
da
instalação
ou
53
ser tão objetivamente e consistentemente aplicada quanto possível e “idealmente um sistema de graduação deve ser usado para quantificar e combinar os resultados de vários testes de avaliações de condição”.
Na busca de um sistema de graduação para quantificar e
combinar os resultados, a literatura apresenta alguns trabalhos de pesquisa com avaliação da condição na forma de um sistema de pontuação (geralmente chamado de Índice de Condição, IC). Entretanto, o tratamento dos dados apresentado nesses trabalhos não considera a integração de todos os pontos importantes (monitoramento online, métodos tradicionais e métodos avançados de diagnósticos) em um procedimento único.
A utilização de agentes múltiplos é proposta neste trabalho
para a implementação de estratégias de AC de transformadores considerando todos os itens importantes para análise. Define-se os agentes que interagem dentro de uma ferramenta computacional e fazem parte dos sistemas. Sistemas com vários agentes são compostos por múltiplos elementos (6).
Dentro
das
ferramentas
computacional,
os
agentes
possuem basicamente duas competências importantes para o desenvolvimento da análise da condição. Essas definições devem ser levadas em consideração ao longo desse trabalho, a saber: • Os agentes são, pelo menos para algumas extensões, capazes de ações autônomas, e; • Os agentes podem ser capazes de interagir com outros agentes.
Portanto, pode-se também afirmar que cada técnica de
monitoramento e diagnóstico é visto como um agente capaz de prover um julgamento da condição do transformador.
Cada um desses agentes é desenvolvido utilizando
técnicas de Data Mining, ou seja, a exploração de grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes, como regras de associação ou sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, ou métodos de Inteligência Artificial, assumindo como referência o histórico do equipamento, ou seja, o conhecimento coletado ao longo de anos pelo pessoal técnico. Esses dados são armazenados em bando de dados próprio e assumidos como conhecimento prioritário para as análises. A seguir o trabalho tratará da metodologia usada para AC e apresentará exemplos de análises em transformadores.
Apoio
Sendo a condição de degradação de um transformador um
Uma análise detalhada de modelos de falha e suas
causas, sintomas e consequências é realizada utilizando
processo continuo no tempo, um valor numérico pode ser obtido
FMEA (Análise do Modo e Efeito da Falha). Os resultados
em cada estágio representado por um Índice de Condição (IC)
são usados para a definição de uma matriz de detecção
do transformador em cada intervalo de tempo. Essa condição
e diagnóstico de falhas (DDF) mostrado na Tabela 2. A
ao longo do tempo pode ser dividida em cinco estágios,
descrição das abreviações usadas na matriz para os métodos
conforme sugerido por Cigré WG A2.18, sendo a condição em
de diagnósticos é apresentada na Tabela 1.
cada estágio também dividida em diferentes estados. A Figura 1
Tabela 1 – Métodos de Detecção e Diagnóstico
Testes Químicos
mostra a hierarquia do IC.
Estado 1
Estágio 1 Índice de
Estado 2
Estágio 2 Estado n
Condição
Estágio n
Figura 1 – Hierarquia do IC com estágios e estados.
Na Figura 2 é associado um IC a cada avaliação de cada
Testes Elétricos
Manutenção de transformadores
Definição de descargas parciais
estado. De acordo com esses valores, um transformador com IC igual a 10 é considerado novo e um transformador com IC igual a 1 ou zero é considerado falhado.
A determinação de um IC definido segundo o descrito é uma
atividade complexa e desafiadora devido à diversidade de tipos de defeitos e falhas que podem ocorrer em um transformador e devido às dificuldades em combinar a interpretação de resultados obtidos de diferentes métodos de detecção de falhas
Testes Avançados
54
e diagnóstico. Neste trabalho, um método sistemático de obtenção de índices de condição é proposto. Um diagrama de blocos ilustrando o processo é mostrado na Figura 3. Novo
Estado 1 IC=10
Normal
Estado 1 IC=9
Estado 2 IC=8
Anormal
Estado 3 IC=7
Estado 1 IC=6
Estado 2 IC=5
Defeituoso
Estado 3 IC=4
Estado 1 IC=3
Estado 2 IC=2
Falhado
Estado 1 IC=1
Estado 2 IC=2
Descrição
DGA
Análise dos Gases Dissolvidos no óleo
PCA
Análise físico-química do óleo
COND
Condutividade do Óleo
COSU
Análise do Enxofre Corrosivo
MORS
Saturação relativa da umidade no óleo
MPED
Umidade no papel com diagramas de equilíbrio
MPIS
Umidade no papel (sorption isotherms)
MPKF
Umidade no papel via titulação KF
FUR
Análise de Furan
DPO
Grau de Polimerização
RATI
Relação
EXCU
Corrente de excitação
MABA
Teste do balanço magnético
SWR
Resistência estática do enrolamento
DF
Fator de Dissipação em frequência nominal
DFTU
Fator de Dissipação Tip-up test
INRE
Resistência de isolamento
POI
Índice de polarização
CGRO
Aterramento do núcleo
LRE
Reatância de dispersão
IRI
Inspeção com infravermelho
FRSL
Frequency response of stray losses (15 Hz-400 Hz)
FRA
Análise de resposta em frequência
DWR
Resistência dinâmica do enrolamento (ripple, slope)
FRDF
Resp. frequência do fator de dissipação (15-400 Hz)
FRC
Resp. frequência de capacitância (15-400 Hz)
FRCL
Resp. frequência de perdas núcleo (15-400 Hz)
FRLR
Resp. frequência da reatância dispersão (15-400Hz)
FDS
Espectroscopia no domínio da frequência
PD
Descargas Parciais
Para cada modo de falha, o método de diagnóstico que está
disponível para diagnosticar este modo de falha é indicado.
Figura 2 – Processo da condição de degradação do transformador com estágios discretos de degradação. Matriz de detecção e diagnóstico de falhas (DDF)
Abreviação
Vetor de Estágio (S)
A eficácia desse método de diagnóstico é quantificada e representada por um Fator Segurança (FS). O fator de segurança igual a 0,9, ou seja FS = 0,9, indica métodos altamente eficazes;
Matriz de Escolha de Estágio (SGVM)
FS=0,6 indica métodos com eficácia mediana; e FS=0,4 indica métodos de baixa eficácia.
Consenso de Estágio (SGC)
Matriz de Escolha de Estado (STVM)
Consenso de Estado (STC)
Figura 3 – Diagrama de Bloco da metodologia para obtenção do IC.
IC
Baseado no conhecimento sobre o impacto de cada modo
de falha na condição do transformador, um estágio específico desta determinada condição é associado pelo do vetor de estágio
Apoio
55
Apoio
Manutenção de transformadores
Tabela 2 – Matriz de Detecção e Diagnóstico
PD
FDS
FRC
FRDF
FRA
FRSL
Testes Avançados
POL
DF
INRE
RATI
SWR
Testes Elétricos DPO
FUR
PCA
MPKF
MPED
Modos de Falha
COND
Testes Químicos DGA
56
Estágio de acordo do modelo de condição
Curto circuito entre enrolamentos
Elétrica
Curto circuito entre espiras Curto circuito para terra Flutuação de potencial Curto circuito das laminações do núcleo Múltiplos aterramentos do núcleo Térmica
Núcleo desaterrado Falha de circuito aberto Falha de resistência de contato Inclinação do condutor
Mecânica
Flexão do condutor Instabilidade axial Buckling Movimento de massa Estrutura de fixação solta Deformação do condutor Degradação
Degradação por umidade no óleo Degradação por umidade no papel Degradação por temperatura Degradação devido ao envelhecimento do óleo Degradação devido ao envelhecimento do papel Alta Eficácia (FS=0,9)
Média Eficácia (FS=0,6)
Baixa Eficácia (FS=0,4)
(S). Isto é realizado para cada modo de falha. Por exemplo,
para o modo de falha “degradação devido a água no papel”,
alguns métodos de teste. As tabelas 4 e 5 a seguir mostram o
o vetor de estágio (S) pode apresentar como resultado cada um
critério de interpretação.
dos estágios: novo, normal, anormal, defeituoso ou falhado,
A seguir são apresentados os critérios de interpretação de
Tabela 3 – Critérios de Interpretação – critérios gerais
dependendo da concentração de água do transformador.
Método de Diagnóstico
Outros tipos de falha que não estão relacionadas ao processo
Relação
de degradação por umidade, como deformações mecânicas,
Critério Desvio dos dados de placa ≤±0.5% (7) Para injeção na fase central (B) a tensão induzida nas outras
falhas elétricas e térmicas, também receberam um estado do
Teste de balanço
fases deve estar entre 40-60% da tensão aplicada
magnético
Para injeção nas outras fases (A ou C), a tensão na fase B
métodos apontados na Tabela 1, sendo que cada um deles
Corrente de excitação
Desvios entre outras fases ≤±10% para enrolamentos YN (7)
possui suas características próprias para análise da condição do
Fator de dissipação
Novo <0.5% (20°C), 0.5%≤Normal≤1%, >1% Defeituoso (7)
Reatância de dispersão
Desvios devem ser ≤±3% (7)
Resistência de
Desvios devem ser ≤±5% (7)
estágio.
Para a determinação do vetor de estágio são utilizados os
deve estar entre 85-90% da tensão aplicada.
transformador.
Além das recomendações dadas pelas normas ou estabelecidas
enrolamento
pelos bancos de dados de diagnósticos de transformadores, o critério de interpretação pode ser considerado como um agente com inteligência própria para gerar uma interpretação de resultados, isto é, ao invés de uma avaliação determinística, com
FRSL
ΔR: menor que 15% entre as fases (8)
FRA
Avaliação de Especialista Humano/AIAFRA*
*AIAFRA é uma ferramenta de software baseada em técnicas de Inteligência Artificial para FRA
valores e intervalos de tolerância pré-determinados, a avaliação
é realizada pelo usuário que chamaremos de Avaliação do
para os resultados do teste de fator de dissipação e
Especialista Humano (AEH), ou realizada através do uso de um
capacitância em transformadores a óleo. Para Tabela
Algoritmo com Inteligência Artificial (AIA).
4 (medidas de fator de dissipação ou fator de potência)
A Tabela 4 e 5 a seguir mostra o critério de interpretação
Apoio
57 Tabela 4 – Critérios de Interpretação – Fator de Dissipação / Fator de Potência
pode-se observar três critérios bem definidos de análise, sendo:
Estágio / Estado
Medida em 60 Hz
Medidas entre 15 e 400 Hz
Variação FPref
Estágio 1: Novo
FPmed < 0,5 %
AEH/AIA
FPmed < 1,1 x FPref
Estado 1
FPmed < 0,5 %
• Medida em 60 Hz: análise referenciada de acordo com a norma IEEE 62:1995, observando a diferença do valor medida com relação ao valor do fator de potência medido na frequência de 60 Hz. • Medida com variação de frequência entre 15 Hz e 400
AEH/AIA
FPmed < 1,1 x FPref
Estágio 2: Normal 0,5 % < FPmed < 1 %
AEH/AIA
FPmed < 2 x FPref
0,5 % < FPmed < 1 %
AEH/AIA
FPmed < 2 x FPref
Estágio 3: Anormal 1 % < FPmed < 1,2 %
AEH/AIA
FPmed < 2,3 x FPref
Estado 1
Hz: análise realizada de acordo com a assinatura obtida com os valores de fator de potência medidos em várias
1 % < FPmed < 1,2 %
AEH/AIA
FPmed < 2,3 x FPref
Estágio 4: Defeituoso 1% < FPmed < 1,5 %
AEH/AIA
FPmed < 2,6 x FPref
Estado 1
frequências, dentro da escala de 15 Hz a 400 Hz.
Fator de Dissipação / Fator de Potência
• Variação FPref: análise realizada com a comparação
Estado 1
1% < FPmed < 1,5 %
AEH/AIA
FPmed < 2,6 x FPref
do fator de potência/fator de dissipação medido em 60
Estágio 5: Falhado Estado 1
FPmed > 1,5 %
AEH/AIA
FPmed > 3 x FPref
FPmed > 1,5 %
AEH/AIA
FPmed > 3 x FPref
Hz com o valor de referência ou valor de histórico do transformador em teste.
Da mesma forma, a Tabela 5 trata das medidas de
Onde: FPmed é o resultado do ensaio e FPref é o valor de placa ou de comissionamento.
obtida com os valores de capacitância medidos em várias
capacitância, onde se pode observar dois critérios bem
frequências, dentro da escala de 15 Hz a 400 Hz.
definidos de análise, sendo:
• Variação CAPref: análise realizada com a comparação da capacitância medida em 60 Hz com capacitância de
• Medida com variação de frequência entre 15 Hz e
referência do transformador em teste.
400 Hz: análise realizará de acordo com a assinatura
Neste trabalho, o critério de interpretação individual
Manutenção de transformadores
Apoio
58
da concentração de TDCG presente na norma IEEE
mostra uma representação do descrito.
C57.104 (9) foi adaptado ao modelo de degradação para
Considerando
que
o estabelecimento do critério de interpretação do agente
diagnósticos
resultados
DGA. A Tabela 6 mostra o critério de interpretação dos
consenso originado por uma votação é introduzido para
resultados do agente DGA (análise cromatográfica) por
resolver os conflitos entre agentes e determinar o estágio
meio do método do triângulo de Duval (10).
do estado do transformador, utilizando um modelo de
condição da degradação.
Segundo a metodologia apresentada, pode-se resumir
oferecem
diferentes
testes
contraditórios,
de um
que a designação dos agentes é realizada com a utilização
Considerações finais
de métodos de detecção e diagnóstico que avaliarão, cada qual dentre de sua competência, o transformador. Desta
Este trabalho apresenta uma proposta que preenche
forma é determinado o estágio por meio do modo de falha
de maneira ideal os requisitos do Cigré WG A2.18 para a
e assim determinado o índice de condição. A Figura 4
implementação de sistemas de avaliação de condição. Pela
Tabela 5 – Critérios de Interpretação – Capacitância
aplicação desta metodologia, uma avaliação sistemática e
Estágio / Estado
objetiva é possível através de um sistema de pontuação
Capacitância Medida entre 15 - 400 Hz
Variação CAPref
Estágio 1: Novo
ΔC(f) < 0,5 %
ΔC < 5%
Estado 1
ΔC(f) < 0,5 %
ΔC < 5%
Estágio 2: Normal
0,5 % < ΔC(f) < 1 %
5% < ΔC < 10%
Estado 1
0,5 % < ΔC(f) < 1 %
5% < ΔC < 10%
Estágio 3: Anormal
1 % < ΔC(f) < 1,2 %
10% < ΔC < 15%
Estado 1
1 % < ΔC(f) < 1,2 %
10% < ΔC < 15%
Estágio 4: Defeituoso
1,2 % < ΔC(f) < 1,5 %
15% < ΔC < 20%
Estado 1
1,2 % < ΔC(f) < 1,5 %
15% < ΔC < 20%
Estágio 5: Falhado
ΔC(f) > 1,5 %
ΔC > 20%
Estado 1
ΔC(f) > 1,5 %
ΔC > 20%
Onde: ΔC(f) é a variação entre as capacitâncias medidas no intervalo de 15 a 400 Hz; ΔC é a variação entre CAPref (valor de referência) e CAPmed (valor medido)
Figura 4 – Arquitetura para determinação dos modos de falha com vários agentes.
Tabela 6 – Critério de interpretação usado para agente DGA Estágio / Estado
Concentrações Individuais (ppm) H2
CH4
C2H2
C2H4
C2H6
CO
TDCG
Estágio 1: Novo
≤30
≤30
≤30
≤30
≤30
≤30
≤30
Estado 1
31-100
31-100
31-100
31-100
31-100
31-100
31-100
Estágio 2: Normal
31-50
31-50
31-50
31-50
31-50
31-50
31-50
Estado 1
51-70
51-70
51-70
51-70
51-70
51-70
51-70
Estado 2
71-100
71-100
71-100
71-100
71-100
71-100
71-100
Estado 3
101-700
101-700
101-700
101-700
101-700
101-700
101-700
Estágio 3: Anormal
101-300
101-300
101-300
101-300
101-300
101-300
101-300
Estado 1
301-500
301-500
301-500
301-500
301-500
301-500
301-500
Estado 2
501-700
501-700
501-700
501-700
501-700
501-700
501-700
Estado 3
701-1800
701-1800
701-1800
701-1800
701-1800
701-1800
701-1800
Estágio 4: Defeituoso
701-1250
701-1250
701-1250
701-1250
701-1250
701-1250
701-1250
Estado 1
1251-
1251-
1251-
1251-
1251-
1251-
1251-
Estado 2
1800
1800
1800
1800
1800
1800
1800
Estágio 5: Falhado
>1800
>1800
>1800
>1800
>1800
>1800
>1800
59
no qual cada estratégia de manutenção, como Manutenção Baseada na Condição (MBC) e Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC) podem ser implementadas.
O uso do conhecimento disponível de diagnósticos
em campo de transformadores (como a interpretação criteriosa publicada por normas institucionais), junto com a experiência obtida ao longo dos anos pelos fabricantes (como um banco de dados de testes de diagnósticos), é a base para o estabelecimento de conhecimento confiável para o desenvolvimento de um agente de diagnostico robusto baseado em técnicas de Inteligência Artificial e Data Mining. Desta maneira, as atividades desafiadoras e complexas de interpretação e avaliação dos testes de diagnósticos podem alcançar um nível considerável de automação.
Referências M. E. C. Paulino, J. L. Velasquez, H. DoCarmo, Avaliação da Condição como Ferramenta de Gestão do Ciclo de Vida de Transformador de Potência, XXI SNPTEE, Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Florianópolis, Brasil, 2011. CIGRÉ Working Group A2.18, Guide for Life Management Techniques for Power Transformers (2003). D. Morais, J. Rolim, and Z. Vale, DITRANS – A Multi-agent System for Integrated Diagnosis of Power Transformers,.IEEE Powertech (POWERTECH 2008) Vol. 5. Lausanne, Switzerland, pp. 1-6, 2008. Hydro Plant Risk Assessment Guide, Appendix E5: Transformer Condition Assessment, 2006, http://www.docstoc.com/ docs/7274124/Hydro-Plant-Risk-Assessment-Guide-Appendix-E6Turbine-Condition. N. Dominelli, A. Rao, P. Kundur, Life Extension and Condition Assessment, IEEE Power Energy M 25, pp. 25-35, 2006. An introduction to multiagent systems, ISBN 978-0-470-51946-2 © 2009, M .Wooldridge. IEEE Guide for Diagnostic Field Testing of Electric Power ApparatusPart 1: Oil Filled Power Transformers, Regulators, and Reactors, IEEE Std 62-1995 P. Pichler, C. Rajotte, Comparison of FRA and FRSL measurements for the detection of transformer winding displacement, CIGRE SCA2 Colloquium, June 2003, Merida. IEEE Guide for the Interpretation of Gases in Oil Immersed Transformers, IEEE Std C57.104-1991. IEC Publication 60599, Mineral oil-impregnated electrical equipment in service—Guide to the interpretation of dissolved and free gases analysis, March 1999. * Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco |mecpaulino@yahoo.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Aterramento do neutro
Apoio
60
Capítulo V Transformadores de aterramento Parte I Paulo Fernandes Costa*
Os
transformadores
de
aterramento
são
baixo valor ôhmico em média tensão e resistores de
aplicados em muitas situações onde o arranjo do
alto valor ôhmico em baixa tensão.
sistema elétrico exige que seja criado um ponto de
aterramento do neutro adicional, ou simplesmente
a prática mais comum é a de aterrar o neutro
criar este ponto quando de sua inexistência.
solidamente, o que é vantajoso para a isolação
Para sistemas de potência de alta tensão (SEP),
Em função do que foi estudado nos quatro
bem como para a aplicação de para-raios nestes
artigos anteriores, não se recomenda que um
sistemas. A isolação dos SEP é um dos itens de
sistema elétrico trifásico industrial seja mantido
maior peso no seu custo e geralmente é definida
sem aterramento do neutro, pois, durante períodos
pelas
sobretensões
que
podem
ocorrer
nos
de faltas fase-terra existe a possibilidade real de
mesmos, entre as quais são importantes aquelas
ocorrência de sobretensões transitórias que podem
que ocorrem durante períodos de falta à terra, que
danificar a isolação de motores, transformadores,
são classificadas como “sobretensões transitórias”
cabos,
e “sobretensões temporárias”. Ambos os tipos são
bem
como
de
outros
componentes
importantes.
controlados pelo aterramento do neutro.
Outra razão para se implementar o aterramento
Outro motivo para se adotar sistema solidamente
do neutro se relaciona com as dificuldades de se
aterrado nos SEP, se prende à facilidade de detecção
identificar o local da falta fase-terra em sistemas
da falta fase-terra, uma vez que, com o sistema
com neutro isolado flutuante, isto é, neutro sem
solidamente aterrado, obtemos baixo valor da
conexão à terra.
impedância de sequência zero, que é importante
De fato, quando ocorre uma falta fase-terra
fator de controle do valor do curto fase-terra. A
nestes sistemas a corrente é somente de natureza
presença de impedância proposital no neutro
capacitiva, de baixo valor e, portanto, de difícil
dos SEP, somada com as impedâncias naturais de
detecção e de identificação do local de sua
retorno do curto fase-terra, principalmente das
ocorrência.
resistências de pé de torre das linhas de transmissão,
Para sistemas elétricos industriais foi mostrado
pode reduzir significativamente o valor do curto em
que a melhor opção é a de utilizar resistores de
questão, e comprometer a operação de proteções
Apoio
61
importantes, como a dos relés de distância de falta fase-terra.
vamos considerar duas situações reais de sua aplicação. A
primeira delas, já considerada no artigo anterior, é vista na
Observa-se que nos sistemas elétricos industriais este
raciocínio não se aplica, pois o retorno do curto fase terra é
Figura 1, a seguir.
garantido pelo sistema de aterramento (malha de terra industrial) que se estende por toda a planta e garante reduzida impedância de retorno. Estes sistemas podem, portanto, ser aterrados por meio de resistores.
Do exposto, justifica-se plenamente a necessidade de
conhecermos a aplicação dos transformadores de aterramento, cujo propósito é o de criar o ponto neutro em um sistema trifásico quando é importante e se deseja fazê-lo.
Este artigo e o próximo estão dedicados ao estudo dos
transformadores de aterramento e juntamente com os quatro capítulos anteriores deste fascículo, completam a série de seis artigos que buscam fornecer informações importantes sobre o
Figura 1 – Aplicação de transformador de aterramento na indústria.
aterramento do neutro, principalmente nos aspectos voltados
para aplicação industrial.
de aterramento na barra principal evita a instalação de
Pode ser verificado que a aplicação de um resistor
resistores de baixo valor ôhmico nos neutros dos geradores
Casos típicos de necessidade dos transformadores de aterramento
máximo, dois pontos de aterramento, o que é ideal, uma
Para iniciar o estudo sobre transformadores de aterramento,
vez que simplifica o esquema de proteção de falta à terra e
G1 e G2, mantendo o sistema elétrico industrial com, no
Aterramento do neutro
Apoio
62
reduz o valor da corrente total da falta de 1/3, no caso, da
TR1, no lado da conexão triângulo.
presença de dois geradores.
A solução correta neste caso consiste em criar um ponto
Por exemplo, se não fosse utilizado transformador
de aterramento no lado da conexão triângulo, utilizando
de aterramento e o valor necessário para controlar a
um transformador de aterramento com o neutro solidamente
sobretensão transitória com o sistema industrial operando
aterrado, conforme indicado na Figura 2. Este procedimento
com, no mínimo, um gerador, for de 200 A e o sistema
evita a ocorrência de sobretensões transitórias na linha/
elétrico da concessionária puder também alimentar o
sistema que executa a conexão entre os disjuntores DJ1 e
sistema na ausência de qualquer gerador, seria necessário
DJ2 após abertura do disjuntor DJ2 para curto no ponto F.
utilizar resistor de 200 A em todos os neutros (G1, G2, e
transformador de acoplamento com a concessionária),
ser de conexão contrária à examinada, isto é, triângulo no
A solução para o caso do transformador de acoplamento
totalizando 600 A de falta fase-terra.
lado da indústria e estrela aterrada no lado da concessionária,
Com a aplicação do resistor de aterramento na barra,
seria instalar o transformador de aterramento no lado da
conforme mostra a Figura 2, serão necessários apenas dois
conexão triângulo, isto é, lado da indústria, como visto
resistores, totalizando 400 A de falta à terra. Naturalmente
na Figura 3. Neste caso o neutro do transformador de
que, quanto maior o número de geradores presentes na planta
aterramento será aterrado por meio de resistor, devido às
industrial, maior o ganho na aplicação do transformador
necessidades do sistema elétrico industrial.
de aterramento na barra, em termos e redução da corrente total de falta à terra.
Outra situação, bastante comum, está delineada na figura
2B a seguir, onde temos a interface de um sistema industrial com cogeração, e no qual o transformador de acoplamento com a concessionária possui a conexão estrela do lado da indústria e conexão triangulo do lado da concessionária. Verifica-se que, estando os sistemas de cogeração e da concessionária em paralelo, um curto circuito fase-terra no ponto F indicado provoca a abertura do disjuntor DJ2 na subestação da concessionária (que possui neutro solidamente aterrado), enquanto que o disjuntor DJ1 na planta industrial se mantém fechado devido ao fato de não existir ponto de aterramento do neutro no transformador
Figura 3 – Aplicação de aterramento no lado da indústria.
Observa-se que algumas concessionárias padronizam
este tipo de conexão na interface com os sistemas elétricos industriais, a fim de eliminar as sobretensões transitórias e garantir a operação da proteção fase-terra nos dois lados da conexão, isto é abertura dos dois disjuntores DJ1 e DJ2 mostrados na Figura 2.
Tipos de transformadores de aterramento
Embora existam outros tipos, atualmente, são utilizadas
três conexões básicas de transformadores de aterramento para criação do neutro em um sistema elétrico trifásico, a saber: • Conexão estrela com neutro acessível no lado primário e triângulo no lado secundário. O enrolamento em triângulo é utilizado apenas para compensação das correntes de sequência zero, não sendo utilizado para cargas. O neutro Figura 2 – Aplicação de aterramento no lado da concessionária.
acessível do lado em estrela é utilizado para aterramento solido ou através de resistor. Ver Figura 4.
Apoio
63
Aterramento do neutro
Apoio
64
Figura 6 – Transformador de aterramento conexão “ziguezague”. Figura 4 – Transformador de aterramento conexão estrela-triângulo.
Qualquer
dos
tipos
de
conexão,
quando
projetado
corretamente funciona bem, sendo apenas uma questão de custo. • Conexão estrela com neutro acessível no lado primário e delta aberto no lado secundário. O lado em estrela deve neste caso deve ser sempre solidamente aterrado, enquanto que o lado em delta aberto só pode ser utilizado para o caso de aterramento através de resistor, pois se for fechado, voltamos ao caso anterior. Observa-se que o resistor fica instalado entre os terminais do delta aberto
Por exemplo, pode-se dispor na instalação de um transformador na conexão estrela- triangulo que se aproveitado, reduz os custos.
A conexão estrela aterrada com o resistor conectado nos
terminais do delta aberto permite utilizar um resistor de baixa tensão, o que pode reduzir os custos. Em termos de custo de aquisição de um transformador de aterramento novo, em geral, o de conexão ziguezague é o de menor custo.
(Figura 5).
Operação dos transformadores e aterramento Qualquer transformador de aterramento deve em princípio oferecer um caminho de baixa impedância para as correntes de sequência zero que circulam durante a falta à terra. Admitindo-se a existência de um curto faseterra na fase A do sistema, com o mesmo sem carga, temos as seguintes condições de contorno para as correntes envolvidas: I FT = IA, IB = o, IC=o I FT é a corrente de fase-terra, e IA, IB,IC, são as correntes de nas fases A, B, C, respectivamente.
Figura 5 – Transformador de aterramento conexão estrela-delta aberto.
A definição de corrente ou componente de sequência
zero significa que a mesma é a média aritmética das três correntes de fase, ou seja:
• Conexão denominada “ziguezague”. Esta é uma conexão especial que utiliza um transformador trifásico, na realidade
I 0= 1/3 (IA +IB +IC)
um reator trifásico, com duas bobinas por fase, conectadas de uma forma especial, cruzada, que caracteriza o nome
Considerando as condições de contorno:
do transformador. Esta conexão será alvo de considerações
I 0 = 1/3 (IA) = 1/3 (IFT)
adicionais, devido a sua importância.
I FT = 3I0
Apoio
65
Concluímos que, durante um curto fase-terra, a corrente
zero, entra pelo ponto de aterramento criado pelo transformador
3I0 circula do ponto de falta pelo neutro do transformador
de aterramento (com ou sem resistor) e se divide pelas três fases
de aterramento, distribuindo-se no circuito de acordo com
do mesmo, isto é, por cada fase ou perna do transformador
sua topologia, conforme mostra a Figura 7:
de aterramento circula somente um terço da corrente total de falta, que é igual ao valor da corrente de sequência zero (I0). Isto acontece em qualquer tipo de transformador de aterramento, independentemente da sua forma construtiva. b) Em termos de tensão, podemos, utilizando a Figura 7, extrair as seguintes conclusões que são importantes para se calcular a potência do transformador de aterramento para qualquer tipo de transformador que seja utilizado.
Considerando o neutro do transformador de aterramento
aterrado por meio de resistor, podem ser obtidas as seguintes equações, em que VAT,VBT,VCT são as tensões de fase para terra; Figura 7 – Circulação da corrente de sequência zero 3I0.
VAN,VBN,VCN são as tensões de fase para neutro e VNT é a
tensão de neutro para terra.
Observam-se, no sistema da Figura 7, no qual foi adotado
um transformador de aterramento na conexão “ziguezague”, os seguintes aspectos importantes:
VAN – VAT + VNT = 0 VBN – VBT + VNT = 0
a) A corrente de falta, igual a três vezes a corrente de sequência
VCN – VCT +VNT =0
Aterramento do neutro
Apoio
66
Considerando que VAN + VBN+ VCN = 0, segue que:
carga.
A “potência instantânea” pode ser calculada considerando
3 VNT = VAT+ VBT+ VCT
que, conforme mostra a Figura 7, circula a corrente de sequência
VNT = 1/3 (VAT + VBT + VCT) = V0
zero em cada fase.
Conclui-se, pois, que a tensão de neutro para terra, ou o
Portanto, considerando o circuito de sequência zero,
podemos escrever que a potência instantânea (PINST) vale:
“deslocamento do neutro” como algumas vezes é denominada a tensão VNT, é igual à tensão de sequência zero das tensões de
PINST =3V0 I0 = (3I0)V0
fase para terra.
Para calcular V0 vamos considerar as equações de contorno
de tensão correspondentes a um curto fase-terra na fase A, com
Porém, 3I0 é igual à corrente de falta à terra IFT e V0 é igual
à tensão de fase terra VFN.
o neutro aterrado por meio de resistor. PINST = IFTVFN VAT = 0, VBT = VBA, VCT = VCA
Considerando a sequência de fases VAB,VBC,VCA, na qual VAB
Para encontrar a potência instantânea em kVA, devemos
considerar a corrente em Ampères e a tensão fase neutro em
é a referência, com ângulo zero, obtemos:
kV. Teremos então:
V0 = 1/3(0 +VBA+ VCA) =1/3(0 -VAB + VCA)
PINST(kVA)= IFT kVFF / √3
Considerando VFF como o módulo da tensão fase-fase e
Em geral, o valor da corrente de falta à terra IFT, é prefixado
VFN como módulo da tensão fase neutro, segue:
pelo projetista em função do sistema elétrico (industrial ou
V0 =1/3(VFF < 180º + VFF < 120º) =1/3( VFF< 150º
recomendações fornecidas nos dois primeiros capítulos deste
V0 = 1/3(3 VFN<150º) = VFN<150º
fascículo.
de potência). Para os sistemas elétricos industriais valem as
A potência de curto tempo PCT também em kVA será:
Este resultado mostra que o módulo da tensão de sequência
zero das tensões de fase para terra é igual em módulo da tensão
PCT (kVA) = (IFTkVFF/ √3 )/K= PINST(kVA)/K
fase neutro.
Cálculo da potência dos transformadores de aterramento
O fator K, que depende do tempo de carga, pode ser
avaliado conforme tabela a seguir. Tabela 1 – Fator K e tempo de carga
A potência do transformador de aterramento é definida em
primeiro lugar pela potência desenvolvida por ele no momento
Tempo de carga
Fator K
do curto fase-terra denominada “potência instantânea” e em
10 segundos
10
segundo lugar em função do tempo de operação desejado para
1 minuto
4,7
o mesmo (10 segundos, 1 minuto, 5 minutos, 10 minutos, 30
5 minutos
2,8
minutos, 1 hora, 2 horas) que conduz a potência denominada
10 minutos
2,5
“potência de curto tempo”, “potência de curta duração” ou
30 minutos
1,8
“potência de carga”.
1 hora
1,6
2 horas
1,4
Se o aterramento é realizado por meio de resistor na
indústria, em geral, o tempo de carga utilizado para o resistor é
Potência contínua do transformador de aterramento
de 10 segundos, sendo adotado o mesmo para o transformador de aterramento. Em primeiro lugar, calcula-se a “potência instantânea” e, então, calcula-se a “potência de curto tempo”,
Além da potência de curta duração do transformador
utilizando-se um fator de redução em função do tempo de
de aterramento convém fazer previsão para uma potência
67
permanente para acomodar correntes que circulam continuamente no neutro como aquelas geradas por chaveamentos de inversores de frequência.
Esta potência, em geral, varia de um mínimo de 3% da
potência de curta duração até cerca de 10% dela.
Reatância do transformador de aterramento
Além das potências permanentes e de curta duração
do transformador de aterramento deve ser fornecida também a sua reatância em Ohms para que seja possível fabricá-lo.
Esta questão será tratada no próximo artigo, juntamente
com outros aspectos também importantes para aplicação de transformadores de aterramento.
Referências [1] Costa, P.F; “Capitulo I – Aspectos importantes da escolha do tipo de resistor de aterramento do neutro nos sistemas elétricos industriais” Revista O Setor Elétrico, Julho 2014. [2] Costa, P.F; “Capitulo II - Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em média tensão” Revista O Setor Elétrico, Agosto 2014. [3] Costa, P.F; “Capitulo III - Avanços na especificação e aplicação dos resistores de aterramento do neutro dos sistemas elétricos industriais em baixa tensão”, Revista O Setor Elétrico, Setembro 2014. [4] Costa, P.F; “Capitulo IV - Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração” Revista O Setor Elétrico, Outubro de 2014.
*Paulo Fernandes Costa é Engenheiro Eletricista e Msc pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor aposentado dos cursos de engenharia elétrica da UFMG e CEFET-MG e diretor da Senior Engenharia e Serviços LTDA, Belo Horizonte-MG. É palestrante e autor de vários artigos na área de aterramento, proteção, segurança, qualidade de energia e sistemas elétricos industriais em geral. Atua como consultor, bem como na área de desenvolvimento tecnológico, com experiência de mais de 40 anos. E-mail: pcosta@ seniorengenharia.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
68
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Consumo eficiente é saída ante altas tarifas
Por Bruno Moreira
Para agentes do mercado, a MP 579 e o despacho de térmicas acarretaram uma dívida de R$ 105 bilhões ao setor elétrico, que deverá ser repassada à tarifa de energia nos próximos anos. A eficiência energética surge, então, como saída para racionalizar o consumo e diminuir os efeitos do aumento do preço da energia
69
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
A Medida Provisória (MP) nº 579, instituída pela
comemorada em um primeiro momento, já que altas tarifas
Presidência da República no dia 11 de setembro de 2012,
de energia afetam diretamente grandes consumidores
tornou-se um verdadeiro marco para o setor elétrico.
como as indústrias – elas entram no chamado Risco
Para a maioria dos agentes do setor, não pelos melhores
Brasil - e consequentemente a competitividade do país.
motivos. Segundo eles, a medida - que, posteriormente
Contudo, de acordo com Pires, o problema foi como o
se tornou a Lei nº 12.783 de 2013 - desestruturou o setor
Governo Federal fez isso. “Ele errou a mão”, destaca o
elétrico como um todo. De acordo com cálculos realizados
diretor do CBIE. “Porque quando se faz uma política de
pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura
redução de tarifas deve-se pensar também na questão
(CBIE), Adriano Pires, conjuntamente com o presidente
dos investimentos, na expansão do sistema”. Para ele, o
da PSR Consultoria, Mário Veiga, em decorrência da
governo reduziu a tarifa em valores muito abaixo do que
MP 579 - que tratou da antecipação da renovação das
propiciaria a continuidade da expansão do sistema. “E o
concessões das distribuidoras e estabeleceu a redução
pior, reduziu de maneira drástica em um momento que o
das tarifas de energia elétrica - o segmento acumulará
custo da energia estava crescendo”, afirma. Além disso,
para 2015 um prejuízo de R$ 105 bilhões.
o governo não se preocupou com eficiência energética,
conscientizando a população para consumir de maneira
A ideia do governo de redução de 20% das tarifas
cobradas aos consumidores cativos de energia foi
mais eficiente.
70
Reportagem
Do mesmo modo, pensa o advogado especialista em
petróleo, gás e energia, Claudio Pinho, para quem a política de redução de 20% da tarifa de energia tinha tudo
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
financeiras de compra e venda de energia no setor.
C onta
bilionária
para dar certo caso fosse acompanhada por duas outras políticas: o desenvolvimento de infraestrutura a fim de
gerar uma facilitação de demanda e uma maciça campanha
União (TCU), chegou-se ao número de cerca de R$ 60
de redução de consumo de energia elétrica, com incentivos
bilhões relativos à Conta de Desenvolvimento Energético
para quem economizasse energia e punições para quem
(CDE) - fundo usado pelo governo para promover
assim não o fizesse.
investimentos públicos no setor - nos anos de 2013 e 2014,
Nada disso foi realizado pelo governo, segundo
ou seja, segundo o TCU, até o fim deste ano, o prejuízo
estes especialistas, e problemas decorreram da MP 579.
do segmento em decorrência das ações governamentais
Algumas distribuidoras, o caso da Cemig, Cesp e Copel,
para atingir a redução tarifária chegou a tal montante.
não aderiram à medida provisória. Tinham este direito,
A conta é dividida da seguinte forma: cerca de R$ 30
mas como contrapartida perdiam a oportunidade da
bilhões para o segmento de distribuição, contando
renovação automática por mais 30 anos. Conforme Pires,
repasses às distribuidoras e indenizações para aquelas
houve uma descontratação dessas empresas. Juntou-se a
que aceitaram antecipar a renovação da concessão; déficit
isso, segundo o diretor do CBIE, a insistência do governo
de aproximadamente R$ 20 bilhões para os geradores
em manter um preço da tarifa muito baixo para os leilões
hidrelétricos, relativo ao risco hidrológico; e outros R$
de energia nova nos anos subsequentes, o que gerou baixa
10 bilhões para as empresas de transmissão de energia,
procura por parte dos geradores e, consequentemente,
também referente a indenizações.
deixou algumas distribuidoras subcontratadas.
Subcontratadas no mercado cativo, as distribuidoras
apresentado por Pires e Veiga trata-se de uma projeção
se viram expostas aos valores praticados no mercado livre
para a dívida, tendo em vista o horizonte de 2013, 2014
de energia. Para piorar a situação, em decorrência das
e 2015. De acordo com os especialistas, além da conta
poucas chuvas, os reservatórios das usinas hidrelétricas
apresentada pelo TCU, estão previstas para o ano que vem
ficaram em baixa e o governo teve de despachar usinas
perdas de R$ 30,5 bilhões, gastos de R$ 8,5 bilhões com o
térmicas fora da ordem de mérito do custo para atender a
uso permanente das usinas termelétricas e R$ 22 bilhões
demanda. Em razão disso, o preço da energia no mercado
em indenizações às concessionárias. Segundo o vice-
de curto prazo, o Preço de Liquidação das Diferenças
presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores
(PLD), disparou, chegando a mais de R$ 800 o megawatt-
de Energia (Abraceel), Paulo Cezar Tavares, este valor é o
hora.
mais que o dobro da dívida acumulada pelo setor elétrico
Em auditoria promovida pelo Tribunal de Contas da
Como dito anteriormente, o valor de R$ 105 bilhões
Conforme Pires, com o intuito de "manter a promessa
entre 2001 e 2002, quando houve a chamada “crise do
de redução de tarifa dentro do calendário eleitoral”, mesmo
apagão”. “E o racionamento físico ainda não chegou”,
diante de preços tão altos, o governo não repassou o custo
destaca Tavares.
que estava sendo gerado ao distribuidor para o consumidor
final e manteve a tarifa com 20% de desconto. No entanto,
da Abraceel acredita que R$ 25 bilhões devam ser pagos
era necessário conservar as contas das companhias
pelo tesouro, ou seja, pelo contribuinte, e os restantes R$ 80
equilibradas e a forma encontrada pelo governo para fazer
bilhões estão guardados para serem repassados às contas
isso foi de início por meio de aporte do Tesouro Nacional,
de energia, devendo ser arcados pelos consumidores. Para
e, posteriormente, por meio de empréstimo via Câmara
se ter uma ideia, segundo Tavares, se esta conta fosse ser
de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto a
repassada em um ano para as tarifas, haveria um aumento
um consórcio formado por dez bancos. Esta operação foi
da ordem de 80%. “Qual é o cenário realista?”, questiona.
considerada inusitada por especialistas, já que o CCEE é
“Cinco anos, no mínimo, de aumento de 10%, 15% acima
uma entidade sem fins lucrativos, sem ativos, funcionando
da inflação. Então, pode contar cinco anos a tarifa subindo
somente como uma câmara para a liquidação das operações
20%”, afirma o vice-presidente da associação.
Do custo total contabilizado até 2015, o vice-presidente
72
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Com o despacho das térmicas fora da ordem de mérito do custo para atender à demanda, o preço de energia no mercado de curto prazo disparou, chegando a mais de R$ 800 o MWh.
Para Tavares, o efeito do aumento do preço da energia
Aguiar, vê esta situação vivida pelo setor na atualidade
já começou a ser sentido este ano. “Não é que os preços
como um problema grave que deve ser combatido com
vão explodir, eles já explodiram. Quem poderia imaginar
medidas como a eficiência energética. Ferramenta que,
o preço da energia na área de concessão da Elektro, aqui
conforme Aguiar, reduziria o impacto do aumento da tarifa
em São Paulo, subindo 40%?”, indaga. Em agosto deste
nas contas de energia e serviria “por um lado, para tentar
ano, a Aneel autorizou o reajuste tarifário de 2014 da
reduzir o consumo em uma ponta e com isso começar a
distribuidora, que resultou no aumento médio de 37,78%
desligar mais térmicas e poupar água nos reservatórios
no preço aos consumidores finais. Os consumidores
das hidrelétricas. E por outro lado, caso houvesse aumento
residenciais e de pequenos estabelecimentos, ligados em
da atividade econômica, e consequente elevação do PIB,
baixa tensão, tiveram as tarifas aumentadas em 35,97%.
teríamos energia para atender a isso”.
Já as tarifas das indústrias e estabelecimentos de grande
O grande problema é que a eficiência energética
porte, ligados em alta tensão, receberam aumento de
parece não estar entre as maiores preocupações do país.
40,79%.
O presidente da Abesco explica que de 2008 para cá a
E este nem foi o maior aumento autorizado pela Aneel
intensidade energética vem aumentando, o que significa
este ano. Na área da Companhia Energética de Roraima,
que o Brasil é ineficiente energeticamente. “Em países
que abrange 39.677 unidades consumidoras localizadas
desenvolvidos ou em desenvolvimento, vemos que há um
em 15 municípios do interior do estado, o valor da tarifa
trabalho no âmbito da eficiência para que o aumento do
subiu 54,06%, tanto para consumidores de alta quanto de
PIB não equivalha ao aumento do consumo de energia
baixa tensão - residenciais, comerciais e industriais.
elétrica. No Brasil, ocorre o contrário, o consumo aumenta
E ficiência
mais que o PIB”, afirma Aguiar, sublinhando que “nenhum
pode ser a solução
programa de eficiência energética vem sendo feito no Brasil para se ter máquinas mais eficientes, por exemplo”.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas
de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), Rodrigo
Tavares, da Abraceel, incentiva os agentes do segmento
de eficiência energética a não esperarem pelo apoio
73
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
governamental e realizarem ações por conta própria. “Só
sua livre iniciativa, as Escos esbarram na própria falta
vejo um caminho para sairmos desta confusão: é preciso
de interesse de grandes consumidores, como indústrias,
reduzir a demanda a um custo marginal unitário inferior
que são grandes alvos de projetos de eficiência. Segundo
a este megacusto de hoje”, afirma. De acordo com ele,
o presidente da Abesco, há uma acomodação da área
qualquer projeto que as Escos consigam elaborar com um
industrial com relação ao consumo. “Não estão se
custo inferior a R$ 1 mil o MWh, com um payback (retorno
preocupando com o impacto que já existe nos custos deles
financeiro do investimento inicial) de um ou dois anos, é
e com a própria produtividade”, comenta Aguiar.
completamente viável. “Na minha visão, a Abesco precisa se
Conforme o presidente da Abesco, a relação da
preocupar menos em ‘pedir autorização', incentivos, linha de
indústria com a eficiência energética é de receio. “Às
crédito, e começar a propor soluções”, enfatiza Tavares.
vezes, ela olha o projeto de eficiência energética como
Entretanto, a realização de projetos nesta área não
competindo com o próprio core business da empresa e,
é tão fácil assim, pois não depende somente da vontade
aí, obviamente, prefere investir no foco principal do seu
das empresas que prestam serviços de conservação de
negócio”, explana.
energia. Segundo estudo do Conselho Americano para
Outro motivo dos consumidores industriais não
uma Economia de Energia Eficiente - em inglês, American
investirem mais em projetos de eficiência energética
Council for an Energy-Efficient Economy (Aceee) -, o Brasil
está ligado com o fato de eles em sua maioria serem
ocupa a penúltima posição entre as 16 maiores economias
realizados por meio de contratos de performance, no
do mundo, no que diz respeito à eficiência energética. De
qual, basicamente, quem banca o projeto são as Escos,
100 pontos possíveis, o país conseguiu apenas 30. Uma
que recebem como contrapartida financeira a partilha (por
das piores pontuações aconteceu na avaliação do quesito
tempo determinado) do montante de economia obtido na
“eficiência energética nas indústrias”. O Brasil somou 2
operação do cliente. “Alguns consumidores ainda veem
pontos de 25 pontos possíveis.
com muita desconfiança este tipo de contrato”, afirma
Aguiar.
Independentemente dos esforços governamentais e de
Reservatório de usinas hidrelétricas em baixa forçou o Governo Federal a despachar as térmicas em grande quantidade.
74
Reportagem
O resultado, de acordo com o presidente da Abesco,
investimentos acabam ficando todos a cargo das Escos,
é que a cada 10 projetos bons de eficiência energética
que, em sua maioria, não possuem dinheiro para isso. De
realizados no país, apenas um é efetivamente implantado.
acordo com Santoro, sua empresa consegue fazer os projetos
Ante este quadro, de falta de consciência dos consumidores
porque conta com recursos próprios. Esta autossuficiência,
no que diz respeito à eficiência energética, Aguiar tem
aliás, faz com que a Indeco ajude as Escos de menor porte
convicção que com o aumento de preço da energia da
a financiar projetos de eficiência energética. Na realidade,
tarifa o interesse por projetos desta natureza irá aumentar.
essas empresas passam os contratos à Indeco e funcionam
“A consciência virá com a dor”, afirma.
como prestadoras de serviço.
O diretor da empresa especializada na gestão de
abastecimento de águas e energia Indeco, Otavio Santoro
da Abraceel para que as Escos ajam por conta própria, a
Jr, concorda em partes com o presidente da Abesco.
impressão passada por especialistas é de que, sem o apoio
Santoro explica que a redução “artificial” do preço das
governamental, não há como o mercado de eficiência
tarifas pela MP 579 em 2012 prejudicou o negócio da
energética aquecer. O presidente da Abesco, Rodrigo
eficiência energética, porque com a tarifa reduzida o
Aguiar, enfatiza a omissão do governo nos trabalhos
ganho econômico diminuiu e o payback aumentou de
que vem sendo desenvolvidos pelas Escos há 20 anos.
dois para quatro anos, aproximadamente. Agora, com o
“A Abesco quer uma participação mais ativa do governo,
aumento das tarifas nos próximos anos, a expectativa
até porque da eficiência energética pode depender a
é que o ganho econômico seja maior e o payback seja
segurança energética nacional e a economia do país”,
novamente entre um e três anos, tornando o negócio mais
diz. Para Aguiar, essa participação mais efetiva poderia
atrativo.
ser realizada por meio de leilões - em âmbito federal
Contudo, como enfatiza o diretor da Indeco, o
ou regional - voltados a empreendimentos de eficiência
maior problema para as Escos, que é o financiamento
energética.
do projeto de eficiência, persistirá. Santoro destaca
que a Esco tem uma vantagem em relação às demais
aumente o investimento em eficiência energética. Para ele,
empresas da área: ela financia o próprio projeto, que
em doze anos desta gestão não houve sinalização para
pode ser pago posteriormente por meio dos contratos
tal. Como possível saída, Santoro crê ser necessária a
de performance. O problema é que são poucas as Escos
criação de uma assessoria na Abesco para funcionar como
que tem capacidade de investimento próprio. “Acho que
um canal junto ao Ministério de Minas e Energia (MME),
no país temos umas cinco e a Indeco é uma delas”, diz
visando facilitar o financiamento de projetos de eficiência
o diretor, excetuando as empresas de conservação de
energética.
energia das próprias concessionárias, cujo custo do projeto tende a ser maior.
Neste sentido, para as Escos não adianta o preço da
Não obstante o incentivo dado pelo vice-presidente
O diretor da Indeco, porém, não acredita que o governo
B andeiras
tarifárias
energia estar alto e atrativo a investimentos em eficiência
Uma das soluções que vem sendo pensada pelo
energética se não houver incentivos do governo para
governo para tentar resolver o problema dos preços
que existam mais linhas de financiamento. “Via Banco
altos de energia elétrica é a redução do teto do PLD. A
Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES),
pauta está em debate pela Agência Nacional de Energia
por exemplo, é extremamente ruim, porque não há um
Elétrica (Aneel), que propôs o teto de R$ 388,04 o MWh,
sistema de financiamento exclusivo para as Escos”, afirma.
bem abaixo do que vinha sendo praticado até as últimas
Já, o Proesco, cujo objetivo é fornecer apoio a projetos de
semanas de novembro: R$ 822,82 o MWh.
eficiência energética, segundo Santoro, existe somente no
papel.
limita a representatividade do preço ao valor cobrado
De acordo com a Abraceel, o teto indicado pela agência
Ou seja, por falta de projetos financeiros estruturados
efetivamente por apenas 70% das termelétricas disponíveis,
do governo que facilitem o modelo de financiamento
o que, segundo a entidade, vai na contramão das melhores
de empreitadas na área de eficiência energética, os
práticas do mercado. A estimativa da associação é de que
75
Estão previstas para o ano que vem gastos de R$ 8, 5 bilhões com o uso permanente das usinas termelétricas.
essa redução possa gerar um prejuízo de R$ 12 bilhões,
quilowatt-hora (kWh) consumidos. Já a bandeira vermelha
relativos aos Encargos de Serviços dos Sistemas que serão
sinaliza que as condições são muito desfavoráveis. Aqui, a
usados para cobrir o custo de geração.
tarifa aumenta R$ 3 para cada 100 kWh consumidos.
O presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, propõe
Com o sistema de bandeiras tarifárias, as distribuidoras
que, no lugar de se mexer no teto do PLD, o governo coloque
conseguirão repassar mensalmente o custo da energia
em prática o sistema de bandeiras tarifárias, cobrando
mais cara, devido ao acionamento de térmicas, o que deve
R$20/MWh para a bandeira amarela e R$ 50/MWh para a
aliviar o dispêndio de caixa da concessionária. Atualmente,
bandeira vermelha. “Essa política é suficientemente eficaz
as distribuidoras carregam os gastos com energia mais
para reduzir o descasamento de caixa das distribuidoras
cara no curto prazo até o próximo reajuste tarifário,
por meio da ampliação dos sinais de preços ao mercado
que ocorre anualmente, quando só então os custos são
cativo”, acredita Medeiros.
repassados à tarifa dos consumidores. A medida, dizem os
As bandeiras tarifárias atrelam o preço da tarifa de
agentes do setor, aumentará ocasionalmente o gasto dos
energia elétrica às condições de geração de eletricidade
consumidores finais com energia elétrica, mas, por outro
do Sistema Interligado Nacional (SIN). São três bandeiras:
lado, dará a eles informações corretas sobre a geração
verde, amarela e vermelha, que serão indicadas pela
de energia do setor, possibilitando que possam reduzir o
distribuidora na conta de luz. A bandeira verde significa
consumo, se quiserem.
que as condições hídricas são favoráveis e que não haverá
nenhum acréscimo. A bandeira amarela é um sinal de
início de 2014, mas foi adiada para janeiro de 2015 por
alerta, mostrando que as condições não são tão favoráveis
solicitação de algumas distribuidoras que alegaram não
e que será preciso despachar algumas térmicas. Neste
estar com seus sistemas prontos para atender às novas
caso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100
regras.
A implementação do sistema estava prevista para o
Pesquisa
76
Dispositivos e Materiais para Aterramento
Mercado de equipamentos para aterramento apreensivo Publicação de norma para SPDA deve injetar ânimo em setor que, mesmo considerando a economia brasileira desacelerada, espera encerrar o ano de 2014 com crescimento médio de 8%
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
77
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
O ano de 2014 acabou e a norma que promete agitar o mercado de equipamentos para aterramento ainda
não se tornou realidade para o setor. Em consulta pública até o último dia 10 de dezembro, a ABNT NBR 5419, norma que trata da proteção contra descargas atmosféricas, deverá ser publicada no início do ano que vem e traz inúmeras modificações e atualizações no que diz respeito à proteção de instalações contra raios.
Mais robusta – passando de 42 para 344 páginas – o novo documento tem o propósito de oferecer diretrizes
para garantir mais segurança e qualidade aos projetos de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosférica (SPDA). Para isso, a comissão normativa vem se reunindo desde 2005 para implementar as mudanças na nova revisão, que tomou como base a segunda versão da norma IEC 62305 – Lightning Protection, que agrupou assuntos de várias outras normas e permitiu organizar as regras para SPDA. Este assunto já foi amplamente discutido pela revista O Setor Elétrico e algumas das novidades que serão trazidas pelo novo documento podem ser encontradas na reportagem publicada na edição 104, de setembro deste ano, também disponível no site www.osetoreletrico.com.br.
Este mercado de SPDA é parte da pesquisa publicada a seguir realizada com fabricantes e distribuidoras de
produtos para aterramento, sistema fundamental para a segurança das instalações elétricas e seus usuários.
Segundo foi apurado, as companhias revelaram crescimento real médio de 11% nos seus faturamentos em
2013. Nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas participantes projetaram crescimento médio de 10% para o fechamento de 2013. Para 2014, a expectativa é de que haja incremento de mais 10% nas vendas e, para o mercado como um todo, a estimativa é de crescimento de 8%.
Embora tenha havido crescimento médio maior do que o previsto no ano passado, as empresas acreditam
que o resultado poderia ter sido melhor. A desaceleração da economia foi o item mais apontado por elas como fator influenciador do que deve ser o desfecho de 2014. 19% das pesquisadas, no entanto, ainda creditaram aos projetos de infraestrutura em desenvolvimento no país o crescimento registrado.
Os gráficos publicados a seguir mostram estas e outras constatações deste segmento e, no fim da
pesquisa, são publicadas planilhas com informações detalhadas das empresas que responderam a pesquisa, como certificações de gestão, quais delas importam e exportam produtos, oferecem projeto e treinamento para os clientes, entre outros dados. Confira.
Números do mercado de equipamentos para aterramento
A liderança do setor industrial nas vendas desses produtos, que já era grande nessa mesma pesquisa
realizada em 2013, permaneceu intacta neste ano. Se em 2013, 86% dos entrevistados destacavam o segmento, em 2014 este número manteve quase o mesmo índice, de 85%. O setor comercial continua na segunda posição, com 60%. Principais segmentos de atuação
85% 60% 27% 23%
Público Residencial
Comercial
Industrial
78
Pesquisa
Dispositivos e Materiais para Aterramento
Diferentemente do que foi registrado no ano passado, em que as vendas
diretas ao cliente final foram apontadas como o principal canal de comercialização
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
No ano anterior, o DPS liderou este ranking dos mais fabricados/distribuídos.
Nesta edição, o produto empatou com as hastes e com os cabos, cordoalhas e
dos produtos deste segmento, esta opção ficou na liderança conjuntamente com
conectores. Na outra ponta, em último lugar, continuam os resistores de aterramento.
as vendas para distribuidores e atacadistas.
Principais produtos comercializados
Principais canais de vendas
56% 25% 10%
69%
Venda direta ao cliente final
69%
Distribuidores/ tacadistas
60%
Revendas/varejistas
50%
Outros
37%
A maioria dos fabricantes e distribuidores que responderam à pesquisa
(92%) disse que o segmento é voltado mais para o mercado interno do que para
35%
o externo – mesmo percentual registrado no ano passado. Balança comercial
21%
8%
17%
Exportação
10%
92% Mercado nacional
60%
Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização
60%
Hastes de aterramento
Telemarketing
46%
Dispositivo protetor de surtos de energia
O número de empresas que buscaram por certificações ISO manteve-se
a certificação de gestão ambiental.
Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização
Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
Malhas de aterramento pré-fabricadas Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento
Resistores de aterramento
Fizeram parte desta pesquisa fabricantes e distribuidoras de materiais para
aterramento de todos os portes. A maioria, 35%, afirmou ter faturado até R$ 5 milhões em 2013. Outras 23% declararam faturamento médio entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2013)
7%
praticamente no mesmo patamar. 52% delas afirmaram possuir a ISO 9001 – mesmo índice registrado na pesquisa do ano passado – e 21% delas contam com
SPDA (captores, cabos e acessórios)
2%
Acima de R$ 200 milhões
16%
Até R$ 3 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
19%
16% Certificações ISO
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
ISO 14001
21%
12%
ISO 9001
52%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
23%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
5%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
80
Pesquisa
Dispositivos e Materiais para Aterramento
No que diz respeito ao tamanho de mercados específicos, as percepções são
bastante distintas. Em quase todos os nichos de mercado, percebe-se que os
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização
participantes da pesquisa acreditam que o faturamento médio anual seja de até 16%
R$ 30 milhões, como foi o caso do mercado de dispositivo protetor de surtos de
Acima de R$ 500 milhões
sinal, DPS e hastes de aterramento. Confira 6%
SPDA (captores, cabos e acessórios)
10% 11%
Acima de R$ 500 milhões
17%
Até R$ 10 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
17%
13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
16%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
10%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
21%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
23%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 17%
Dispositivo protetor de surtos de energia
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
3%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Hastes de aterramento
10%
3% 6%
16%
Até R$ 10 milhões
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
15%
Até R$ 10 milhões
19%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
19%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
21%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 28% 21%
16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
17%
Até R$ 10 milhões
22%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
81
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
Embora tenha havido crescimento médio maior do que o previsto no ano
passado, as empresas acreditam que o resultado poderia ter sido mais positivo. 15%
22%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Até R$ 10 milhões
11%
A desaceleração da economia foi o item mais apontado por elas como fator influenciador desse desfecho de 2014. Veja as opiniões.
Fatores que influenciaram (positiva ou negativamente) o mercado de aterramento em 2014
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
7%
Falta de normalização e/ou legislação 19%
8% 33%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
8%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Programas de incentivo do governo
Nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas participantes
projetaram crescimento médio de 10% para o fechamento de 2013. As companhias
6%
revelaram, nesta edição, que apresentaram crescimento real médio de 11%. Para
Crise internacional
2014, a expectativa é de que haja incremento de mais 10% nas vendas e, para o
28%
Desaceleração da economia brasileira
mercado como um todo, a estimativa é de crescimento de 8%. Previsões de crescimento
8%
Expectativa de crescimento para o mercado de aterramento em 2014
10% 11%
Expectativa de crescimento médio das empresas para 2014 Crescimento reistrado pelas empresas em 2013 com relacao ao ano anterior
19%
Projetos de infraestrutura
13% 11%
Setor da construção civil desaquecido
Setor da construção civil aquecido
Dispositivos e Materiais para Aterramento
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
(11) 3459-4744 0800 11 8008 (11) 4176-7877 (41) 3383-9120 (11) 5641-8111 (11) 2348-2374 (11) 5078-1840
São Paulo Porto Alegre Porto Alegre São Bernardo do Campo Guarulhos São Caetano do Sul São Paulo Curitiba Rio de Janeiro São Paulo Olímpia Orlândia Orlândia Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo
X
X X X X X X X X X X X
X
X X
X X X X X
X
X X X
X X
X X X X X X X
X X
X
X
X X
X X
X X X X X X X X
X
X
X X X
X X X
X
X X X X X X
X
X
X X
X X X
X
X
X
X X X X X X X X X X X
X X
X X
X
X X X
X
X X
X
X
X X X
X
X X X X
X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X
X
X X
X X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X
X
X X X
X X X
X
X
X X
X
X X X
X
X X X
X X X X X X X X
X X X
Certificado ISO 9001
X
Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
Outros
X
Telemarketing
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programas na área de responsabilidade social
X X X X X X X
Certificado ISO 14001
MG SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP RS RS SP SP SP SP PR RJ SP SP SP SP PR SP SP SP PR SP SP SP
Venda direta ao cliente final
Estado
Revendas / varejistas
Belo Horizonte Osasco São Paulo Lagoa Santa Olímpia Cravinhos São Paulo Pindamonhangaba Guarulhos Cornélio Procópio Ribeirão Preto
Canal de Vendas
Distribuidores / atacadista
Cidade
www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.burndy.com www.clamper.com.br www.condumax.com.br www.conimel.com.br www.copperthree.com.br www.dbtec.com.br www.dlight.com.br www.eletrotrafo.com.br www.embrastec.com.br www.erico.com www.esopar.com.br www.exatron.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.findernet.com www.fluke.com.br www.grupogeralux.com.br www.hager.com.br www.idealengenharia.com.br www.incesa.com.br www.grupointelli.com.br www.intellistorm.com.br www.irmaosabage.com.br www.jdemitoeletrica.com.br www.legrand.com.br www.mmmagnet.com.br www.maxxweld.com.br www.megabras.com ep.mersen.com www.minipa.com.br
Público
Site
(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 5515-7225 (31) 3689-9500 0800 701 3701 (16) 3951-9595 (11) 2293-1808 (12) 3642-9006 (11) 2937-4650 (43) 3520-5000 (16) 3626-2324 (11) 3623-4343 (51) 3337-0279 0800 541 3310 (11) 5058-1583 (11) 2425-7180 (11) 4223-1550 (11) 4058-0200 (41) 3153-7800 0800 724 2437 (11) 3287-0622 (17) 3279-2600 (16) 3820-1500 (16) 3826-1411 (41) 3371-5656
Principal segmento
Residencial
Telefone
ÁBACO PROJETOS ABB BURNDY CLAMPER CONDUMAX CONIMEL COPPER THREE DBTEC D'LIGHT ELETROTRAFO EMBRASTEC ERICO ESOPAR EXATRON FASORIAL FASTWELD FINDER FLUKE GERALUX HAGER ELETROMAR IDEAL ENGENHARIA INCESA INTELLI INTELLI STORM IRMÃOS ABAGE J. DEMITO LEGRAND MAGNET MAXXWELD MEGABRÁS MERSEN MINIPA DO BRASIL
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
A empresa é
Comercial
82
Industrial
Pesquisa
X
X X X
X X X
X X
X X X
X
X X X
X
X X
X X
X X X
X
X
X
X X X X
X
X X
X X
83
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
X X X
X X X X X
X X X
X X X X X X X X
X
X
X X X
X X
X
X X
X
X X X
X X X X
X X
X
X
X X X X X
X X X X X
X
X
X
X
X X X
X
X X X
X X
X X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programas na área de responsabilidade social
X X X X
X X X X X X X X X
X X X
X X X X X X
X X
X
X X X
X
X
X X
X
X
Certificado ISO 9001
X
Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
Outros
X X
Certificado ISO 14001
X X X X X X
X X X X X X X
Telemarketing
X
Venda direta ao cliente final
X X X X X
Revendas / varejistas
MG SP SP SP SC PR SP MG SP SP SP SP RJ SP PR PR SP SP MG SP SP
Distribuidores / atacadista
Estado
Público
Belo Horizonte São Bernardo do Campo São Paulo Sorocaba Siderópolis Mandaguari São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Petrópolis São Paulo Ponta Grossa Curitiba São Paulo São Paulo Belo Horizonte Diadema São Bernardo do Campo
Residencial
Cidade
www.montal.com.br www.mtm.ind.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.olivosa.com.br www.onixcd.com.br www.panduit.com www.paraeng.com.br www.paraklin.com.br www.paratec.com.br www.phoenixcontact.com.br www.provitel.com.br www.pweletronica.com.br www.raycon.com.br www.reativa.com www.reymaster.com.br www.siemens.com.br www.te.com/energy www.tel.com.br www.weidmueller.com.br www.wirex.com.br
Canal de Vendas
Comercial
Site
(31) 3476-7675 (11) 4125-3933 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (48) 2102-8820 (44) 3233-8500 (11) 3613-2353 (31) 3394-7433 (11) 3948-0042 (11) 3641-9063 (11) 3871-6400 (11) 2239-1484 (24) 2246-7800 (11) 3994-1906 (42) 3222-3500 (41) 3021-5000 0800 541 7676 (11) 2103-6000 (31) 3308-7000 (11) 4366-9600 (11) 2191-9400
Principal segmento
Industrial
Telefone
MONTAL PARA RAIOS MTM NUTSTEEL OBO BETTERMANN OLIVO ONIX PANDUIT PARAENG PARAKLIN PARATEC PHOENIX CONTACT PROVITEL PW ELETRÔNICA RAYCON REATIVA SERVICE REYMASTER SIEMENS TE CONNECTIVITY TERMOTÉCNICA WEIDMÜLLER CONEXEL WIREX CABLE
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
A empresa é
X X X X X X
X X
X X
X X X X
Dispositivos e Materiais para Aterramento
www.fluke.com.br www.grupogeralux.com.br www.hager.com.br www.idealengenharia.com.br www.incesa.com.br www.grupointelli.com.br www.intellistorm.com.br www.irmaosabage.com.br www.jdemitoeletrica.com.br www.legrand.com.br www.mmmagnet.com.br www.maxxweld.com.br www.megabras.com ep.mersen.com www.minipa.com.br
São Paulo Porto Alegre Porto Alegre São Bernardo do Campo Guarulhos São Caetano do Sul São Paulo Curitiba Rio de Janeiro São Paulo Olímpia Orlândia Orlândia Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo
MG SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP RS RS SP SP SP SP PR RJ SP SP SP SP PR SP SP SP PR SP SP SP
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X
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X X X X X X
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X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X
X
X X X
X
X
X
X X
X X X X X X
X X
Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
Estado
Hastes de aterramento Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização
Belo Horizonte Osasco São Paulo Lagoa Santa Olímpia Cravinhos São Paulo Pindamonhangaba Guarulhos Cornélio Procópio Ribeirão Preto
SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento
Cidade
www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.burndy.com www.clamper.com.br www.condumax.com.br www.conimel.com.br www.copperthree.com.br www.dbtec.com.br www.dlight.com.br www.eletrotrafo.com.br www.embrastec.com.br www.erico.com www.esopar.com.br www.exatron.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.findernet.com
Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui Oferece instalação dos produtos para os clientes Oferece manutenção dos produtos para os clientes
Site
(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 5515-7225 (31) 3689-9500 0800 701 3701 (16) 3951-9595 (11) 2293-1808 (12) 3642-9006 (11) 2937-4650 (43) 3520-5000 (16) 3626-2324 (11) 3623-4343 (51) 3337-0279 0800 541 3310 (11) 5058-1583 (11) 2425-7180 (11) 4223-1550 (11) 4058-0200 (41) 3153-7800 0800 724 2437 (11) 3287-0622 (17) 3279-2600 (16) 3820-1500 (16) 3826-1411 (41) 3371-5656 (11) 3459-4744 0800 11 8008 (11) 4176-7877 (41) 3383-9120 (11) 5641-8111 (11) 2348-2374 (11) 5078-1840
Oferece projeto para os clientes
Telefone
ÁBACO PROJETOS ABB BURNDY CLAMPER CONDUMAX CONIMEL COPPER THREE DBTEC D'LIGHT ELETROTRAFO EMBRASTEC ERICO ESOPAR EXATRON FASORIAL FASTWELD FINDER FLUKE GERALUX HAGER ELETROMAR IDEAL ENGENHARIA INCESA INTELLI INTELLI STORM IRMÃOS ABAGE J. DEMITO LEGRAND MAGNET MAXXWELD MEGABRÁS MERSEN MINIPA DO BRASIL
Oferece treinamento técnico para os clientes
EMPRESA
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Importa produtos acabados
84
Exporta produtos acabados
Pesquisa
X
X X X X X
X X
X
X X X X X X X X X
X
X
X
X X
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X X X X X
X X X X
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X X X
X X
X
X X X
X
X
85
X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X
X X X
X X
X X X
X
X
X
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X
X X
X X X
X X X X X X X
X X
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X X X
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X X X
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X X X
Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Oferece instalação dos produtos para os clientes Oferece manutenção dos produtos para os clientes SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento
Cidade Estado Belo Horizonte MG São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X X Sorocaba SP X X Siderópolis SC X X Mandaguari PR X X São Paulo SP X Belo Horizonte MG São Paulo SP São Paulo SP X São Paulo SP X São Paulo SP X Petrópolis RJ São Paulo SP Ponta Grossa PR Curitiba PR X São Paulo SP X São Paulo SP X X Belo Horizonte MG X Diadema SP X X São Bernardo do Campo SP X
Oferece projeto para os clientes
Site www.montal.com.br www.mtm.ind.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.olivosa.com.br www.onixcd.com.br www.panduit.com www.paraeng.com.br www.paraklin.com.br www.paratec.com.br www.phoenixcontact.com.br www.provitel.com.br www.pweletronica.com.br www.raycon.com.br www.reativa.com www.reymaster.com.br www.siemens.com.br www.te.com/energy www.tel.com.br www.weidmueller.com.br www.wirex.com.br
Oferece treinamento técnico para os clientes
Telefone (31) 3476-7675 (11) 4125-3933 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (48) 2102-8820 (44) 3233-8500 (11) 3613-2353 (31) 3394-7433 (11) 3948-0042 (11) 3641-9063 (11) 3871-6400 (11) 2239-1484 (24) 2246-7800 (11) 3994-1906 (42) 3222-3500 (41) 3021-5000 0800 541 7676 (11) 2103-6000 (31) 3308-7000 (11) 4366-9600 (11) 2191-9400
Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui Hastes de aterramento Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização
MONTAL PARA RAIOS MTM NUTSTEEL OBO BETTERMANN OLIVO ONIX PANDUIT PARAENG PARAKLIN PARATEC PHOENIX CONTACT PROVITEL PW ELETRÔNICA RAYCON REATIVA SERVICE REYMASTER SIEMENS TE CONNECTIVITY TERMOTÉCNICA WEIDMÜLLER CONEXEL WIREX CABLE
Importa produtos acabados
EMPRESA
Exporta produtos acabados
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
X X X
X X X X
X
X
X
X
X X X X X X
X X
X
Iluminação
86
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Iluminação com eficiência energética Por Daniel Apolônio, Roberto Apolônio e José Antônio Lambert*
Trabalho propõe a substituição do sistema instalado por outro que seja dimerizável automaticamente por meio do aproveitamento da iluminação natural
87
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
O perfil de consumo de prédios públicos
função da contribuição da iluminação natural.
demonstra que 24% de toda energia consumida
pela edificação é utilizada para a iluminação,
o sistema de iliminação artificial instalado em
48% com condicionadores de ar, equipamentos
uma sala de trabalho, de acordo com a NBR
de escritório aparecem com 15% e elevadores
5382/1985 e NBR 5413/1992 da ABNT, bem
e bombas com 13% (Magalhães, 2001). Esses
como avaliar o aproveitamento e associação da
dados permitem concluir que os sistemas de
iluminação natural na otimização da iluminância
iluminação podem assumir parcela significativa
local, por meio de um sistema dimerizável,
nas ações que acarretem o uso racional da
visando maior eficiência energética, qualidade
energia elétrica.
da iluminação, consumo de energia e impacto
na qualidade da energia elétrica na instalação.
As edificações, quando concebidas em
Nesse contexto, esse trabalho visa avaliar
projeto, podem ser pensadas de forma a obter
Sistema de iluminação existente
maior eficiência energética por meio do uso de equipamentos com tecnologias avançadas, alterações em características construtivas
da edificação, proteções solares, aberturas
fica no primeiro pavimento da edificação,
para ventilação, entre outros. Depois de
possui laje em concreto, paredes em alvenaria
construídas, as alterações físicas se tornam
revestida e pintada na cor azul acrílico,
mais
manutenções
divisórias em PVC branco, piso cerâmico
complicadas,
periódicas
nos
porém
O ambiente no qual se realizou o estudo
equipamentos, alterações
e janelas em vidro transparente. As Figuras
de hábitos ou rotinas dos trabalhadores, ou
1 e 2 apresentam o recinto e o sistema de
algumas reformas restritas ainda podem trazer
iluminação existente.
benefícios de qualidade, eficiência energética e econômica à instituição pública. Em geral, o sistema de iluminação é projetado para a pior situação, ou seja, normalmente para períodos noturnos. Por outro lado, durante o dia (quando há iluminação natural) acabam por permanecer ligados por falta de aberturas com o exterior ou por
Figura 1 - Imagem do ambiente sob estudo.
descuido dos usuários. O aproveitamento da iluminação natural em uma edificação influencia na qualidade da luz, comunicação com o exterior, conservação de energia, entre outros benefícios.
Com o avanço tecnológico, equipamentos
eletrônicos foram introduzidos no mercado de iluminação e os projetos luminotécnicos puderam evoluir para melhor atender aos requisitos de iluminação de um ambiente e redução do consumo de energia elétrica. Dentre tais equipamentos, o dimmer eletrônico, equipamento que permite variar
Figura 2 – Planta baixa do ambiente sob estudo.
o fluxo luminoso da lâmpada, constituído basicamente por componentes eletrônicos, é
O ambiente possui quatro luminárias
capaz de variar o fluxo luminoso, permitindo
distribuídas de maneira não uniforme, sendo
que o usuário ajuste o nível de iluminação
que duas luminárias se encontram presas
mais agradável para determinada ocasião, ou
na viga de concreto, a uma altura de 2,96 m
que esse nível se ajuste automaticamente em
de altura e as outras duas na laje, a 3,34 m
Iluminação
88
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
de altura. Além disso, elas se encontram mal
medições ocorreram no mês de outubro, em
energia. Segundo o Regulamento Técnico de
distribuídas, deslocadas do centro do ambiente,
dias mais longos, ou seja, dias nos quais há
Qualidade do Nível de Eficiência Energética
como se observa na planta baixa. Este sistema
iluminação natural por maior tempo.
de Edifícios Comerciais, de Serviços e
denominar-se-á sistema 1. As quatro luminárias
A medição da iluminância, como forma de
Públicos (RTQ-C) para ambientes iluminados
são ligadas por um interruptor simples situado
analisar o potencial de retrofitting da sala e
naturalmente, sugere a separação do circuito
fora do ambiente. As características dos
sua adequação ao ambiente de trabalho, com
de iluminação para as luminárias próximas às
aparelhos existentes são:
a iluminação oriunda apenas da iluminação
janelas, corroborando com uma das ações
artificial, foi efetuada por meio de um
escolhidas para ser executada nesse estudo.
- Luminárias do tipo comercial, com duas
luxímetro digital. As medições foram feitas
lâmpadas fluorescentes tubulares de 32 W,
durante o período noturno para obter a
fluxo luminoso de 2.115 lúmens/lâmpada e
parcela de iluminação máxima advinda das
temperatura de cor de 6.500 K, vida útil de
luminárias.
8.000 h (Figura 3).
iluminação só se torna correta se forem
O registro da iluminância foi efetuado
Novo projeto luminotécnico A eficiência energética do sistema de
pelo medidor Hobo, que armazena os dados
garantidas
- Os reatores utilizados são do tipo eletrônico,
da iluminância na memória para que se possa
adequadas definidas pela norma ABNT NBR
para duas lâmpadas de 32 W/220 V. Possuem
comparar a iluminação do ponto definido
5413. Desse modo, foi realizada uma avaliação
fator de fluxo luminoso igual a 0,95 e fator de
durante todo o período de medição definido.
da iluminância do sistema de iluminação em
potência de 0,98 c. A potência total de cada
as
condições
de
iluminação
uso, sendo que o novo projeto luminotécnico
Estratégias
unidade quando ligado em 220 V é de 62 W.
para reduzir demanda
5413, com economia de energia elétrica.
e consumo
procura atender as indicações da ABNT NBR
A utilização do recinto de trabalho se
Medição
dá predominantemente no período diurno,
da iluminância
normalmente das 7h30 às 11h30 e das
Não foi possível obter a média da
13h30 às 17h30. O ambiente de trabalho é
iluminância de acordo com os procedimentos
usado durante a noite, porém, não com tanta
descritos na norma ABNT NBR 5382 devido
frequência como ao longo do dia.
à distribuição irregular da posição das
Para reduzir o consumo foram elencadas
luminárias no ambiente o que acarretaria
diversas medidas, que podem ser divididas
em resultados não condizentes à formulação
em ações a serem executadas (caso da
apresentada na referida norma.
substituição
também
Para esse estudo considerou-se que
calculadas (caso de suposição de uso) para as
a iluminação deve atender às iluminância
interferências no sistema de iluminação.
definidas pela norma sobre o plano de
da
luminária)
ou
trabalho e em função da atividade executada
Figura 3 - Foto da luminária existente e sua curva de distribuição luminosa.
Avaliação
Divisão das luminárias em circuitos separados
no local. Assim, mediu-se a iluminação sobre
O ambiente é ocupado por duas pessoas
valor mais importante a ser atendido.
a mesa, no plano de trabalho, como sendo o
e cada uma possui sua mesa de trabalho,
A iluminância medida sobre diversos
conforme se verifica na Figura 2. Assim,
pontos da mesa medidos a altura de 0,75 m
toda a iluminação não precisa ser ligada ao
do piso do sistema antigo, estavam próximas
do sistema de iluminação
mesmo tempo. Quanto à iluminação natural
de 257 lux. Essa medição demonstrou o
O registro das grandezas elétricas foi
existente na sala, ela é proveniente das
potencial de retrofitting da sala com a
realizado apenas para a luminária mais
janelas (Figura 1) e incide mais diretamente
adequação da iluminação aos níveis exigidos
próxima às janelas. As grandezas elétricas
sobre a mesa próxima dessas janelas. Deste
por norma.
foram coletas durante alguns dias, no intuito
modo, a utilização de controles separados
de se definir um dia padrão que representasse
das luminárias pode permitir o desligamento
que se pudesse instalar o registrador Hobo
os dados de tensão, fator de potência,
das lâmpadas nos períodos que a radiação
e gravar os valores de iluminância ao longo
corrente, consumo, demanda e qualidade da
solar se mostrar suficiente para suprir as
do dia. O local escolhido para instalação
energia do sistema de iluminação existente e
necessidades de iluminamento do plano de
foi o centro da mesa (Figura 4), no qual é
do sistema de iluminação implementado. As
trabalho, reduzindo assim o consumo de
desenvolvida a maior parte das atividades.
Foi definido um ponto para medição para
Iluminação
90
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Figura 4 – Ponto de instalação do registrador de iluminância.
Sistema
de iluminação proposto Figura 7 – Layout em planta baixa do sistema proposto.
O sistema de iluminação proposto tem
por base garantir os níveis mínimos de iluminância descritos na ABNT NBR 5413. A escolha recaiu no valor de 300 lx, de acordo
Sistema de iluminação
Figura 5 – Luminária escolhida e sua curva fotométrica.
implementado
com a atividade e após aplicação dos fatores
lâmpadas T5 de 14 W, fator de fluxo luminoso
Para facilitar a execução do projeto
determinantes da iluminância adequada:
igual a 1, fator de potência de 0,97 a 0,99 e
optou-se em instalar somente uma luminária
idade do observador, velocidade e precisão
THD de acordo com a norma EN 6.100-3-2.
dimerizável próximo as janelas, já que a mesma
e refletância do fundo da tarefa.
- Lâmpadas T5HE 14 W com temperatura da
recebe maior influência da iluminação natural,
O sistema proposto consiste de um
cor igual a 4.000 K, fluxo luminoso de 1.350
enquanto sobre a outra mesa de trabalho
sistema de iluminação com luminárias,
lm, eficiência de 96 lumens/W, comprimento
ainda permaneceram as duas luminárias com
reatores e lâmpadas de maior rendimento
de 549 mm e diâmetro equivalente a 16 mm.
duas lâmpadas de 32 W cada. A luminária
e
disso,
- Minissensor de luz para readaptação,
escolhida é a ilustrada na Figura 5 e o sistema
considerou-se relevante o aproveitamento
instalação tipo clip- on para lâmpadas T5.
implementado está caracterizado pela Figura 8.
da iluminação natural por um sistema
(Figura 6).
com
maior
vida
útil. Além
automatizado de controle com o uso de reatores dimerizáveis. Após a análise das opções de mercado, concluiu-se que o novo sistema de iluminação pode ser composto por: - Luminária de sobrepor para quatro lâmpadas T5 de 14 W. A luminária é feita em chapa de aço fosfotizada e refletor parabólico em alumínio com 99,85% de pureza. Possui aletas parabólicas em alumínio anodizado
Figura 8 – Imagem da luminária dimerizável instalada na sala com o sistema implementado.
Figura 6 – Minissensor de luz.
com 99,85% de pureza. É de alta tecnologia,
côncava na parte superior e inferior e selada
A disposição das luminárias baseou-se
no layout dos móveis existentes no
Análise dos resultados
na parte superior. Como diferencial, temos
ambiente
Iluminância e demanda
a curva fotométrica aberta tipo batwing. A
para outras configurações. A Figura 7
Figura 5 mostra uma luminária escolhida para
representa o layout em planta baixa do
1) Iluminância ao longo do dia sem utilização
uso no retrofitting e a curva fotométrica.
sistema proposto, sendo que a luminária
de iluminação artificial
mais próxima da janela possui reator
dimerizável.
por diversos dias, dentre os quais dias
- Reator do tipo eletrônico, 220 V, para 4
e
deve
ser
reanalisado
A iluminância sobre a mesa foi registrada
91
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
chuvosos e dias ensolarados. Escolheu-se assim
Percebe-se que a iluminância permanece
de se utilizar da iluminação artificial. O nível de
um dia ensolarado típico para a verificação da
acima de 300 lux durante parte do período
iluminância a partir das 10h30 já está bastante
contribuição da iluminação natural no plano de
matutino, não sendo, portanto, necessário a
próximo ao limite estabelecido pela norma.
trabalho da mesa mais próxima das janelas.
utilização de iluminação artificial. Após o pico
É importante frisar que, ao adotar
A Figura 9 mostra a curva de iluminância
de iluminância, que ocorre entre 8h00 e 9h00,
o horário de verão, a curva do gráfico é
ao longo do dia, para o qual a iluminância
justificado pelo posicionamento das janelas,
deslocada em uma hora para a direita, ou seja,
atingiu valores máximos em torno de 400 lux
registra-se um decréscimo contínuo da mesma
há maior aproveitamento da iluminação natural,
nos horários da manhã, entre 8h00 e 9h00.
sendo que a partir das 12h00 há a necessidade
principalmente no final do período vespertino, reduzindo-se, nesse caso, o consumo de energia elétrica pela menor necessidade de iluminação artificial. Deve-se
enfatizar
também
que
a
iluminância no ponto escolhido irá variar ao longo do ano e em função do movimento aparente do sol. 2) Iluminância e demanda ao longo do dia utilizando iluminação artificial do sistema 1
O sistema 1 possui apenas um interruptor
e nenhum controle de fluxo luminoso das lâmpadas próximas às janelas, e faz uso somente da iluminação artificial durante todo o período de trabalho.A iluminância do sistema Figura 9 – Curva de iluminância sobre o ponto medido ao longo de um dia ensolarado.
1 encontra-se abaixo da iluminância requerida
Iluminação
92
suficiente. Segundo os gráficos apresentados anteriormente, a partir das 12h00 seria o ponto de utilização da iluminação artificial. Porém, como nem todos os dias os níveis de
iluminação
são
iguais
ao
proposto,
recomenda-se a utilização a partir das 10h30 para garantir a iluminância. Deste modo, poderia haver uma redução na utilização da iluminação artificial em 3h durante a manhã como demonstra a Figura 11.
A ligação da luminária pode ser feita por um
sistema automatizado como um temporizador horário. Poderia ser configurado para não Figura 10 – Curva de iluminância e demanda do sistema de iluminação 1.
permitir a ligação da lâmpada no horário
nos períodos sem contribuição da iluminação
estão representadas na Figura 10 (linha
proposto. Porém, para dias muito chuvosos, ou
natural (medindo aproximadamente 280 lux
tracejada) sendo que a pequena variação dessa
com baixa luminosidade, o programador tem
no ponto definido), ou seja, insuficiente para
potência se dá devido à variação da tensão da
de ser de fácil acesso ao usuário para alteração.
períodos noturnos de trabalho pela norma.
rede no ponto de alimentação, sendo que a
Nos períodos com contribuição da iluminação
demanda média é de 62 W.
seria a de um usuário ativo, que, ao perceber
natural, a iluminância no plano de trabalho fica
Supondo a divisão dos comandos das
desconforto visual, acionasse o interruptor
superdimensionada, atingindo níveis máximos
luminárias, poder-se-ia aplicar a utilização
ligando a lâmpada. Para facilitar essa ação, poderia
próximos a 720 lux e média acima de 400 lux.
da iluminação artificial apenas nos períodos
ser instalado um interruptor paralelo próximo à
em que a iluminação natural não fosse
mesa, de fácil alcance do usuário.
As potências ao longo do dia da luminária
Outra solução para a utilização desse sistema
Iluminação
94
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Figura 11 – Simulação da curva de iluminância e potência do sistema de iluminação antigo aproveitando a iluminação natural e utilizando controle de funcionamento.
3) Iluminância e potência ao longo do dia utilizando
ajustada no minissensor.
iluminação artificial e natural do sistema 2
Dessa forma pode-se aproveitar a iluminação
natural de forma racional e automática, não Utilizando-se o sistema de dimerização automática
necessitando de interferência do usuário no controle
das lâmpadas fluorescentes tubulares constatou-se
da mesma.Além disso, se o usuário tiver interesse em
uma grande redução no consumo de energia elétrica,
aumentar a iluminância,não se mostrando confortável
com os níveis de iluminância superiores ao exigidos
com os 300 lux definidos, ele pode regular o sensor
pela norma. As lâmpadas permaneceram ligadas
de forma a obter uma maior contribuição possível da
durante o dia todo e por isso o gráfico apresenta
luminária.A partir de medições realizadas durante o
iluminância média superior a 300 lux no início e
período noturno obteve-se uma iluminância máxima
no final do dia, conforme a Figura 12. Percebe- se
de 350 lux no plano de trabalho. Nessa configuração,
uma redução da potência da luminária pela manhã,
os 300 lux já não são suficientes para sensibilizar o
onde há grande incidência de iluminação natural. A
dimmer, assim, o consumo será maior, porém se trata
potência se mantém aproximadamente constante
de uma questão de qualidade visual e preferência do
em 20 W quando a iluminação natural é suficiente
usuário.
para promover o nível de iluminância requerido/
A substituição de equipamentos elétricos
ajustado. O aumento da potência ocorre a partir
por equipamentos mais eficientes, de menor
das 10h30 para esse dia de medição, momento em
potência, ou no caso específico, a adequação do
que a iluminação natural fica abaixo da iluminância
sistema de iluminação e uso de luminárias de
Figura 12 – Curva de iluminância e potência sobre o ponto medido ao longo de um dia ensolarado.
95
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
melhor rendimento, traz de imediato a redução da demanda. Dessa forma, há a possibilidade de redução da demanda contratada.
A demanda média medida para a luminária com
duas lâmpadas de 32W e reator eletrônico ao longo de um dia foi de aproximadamente 62 W. Utilizando o dimmer ajustado para 300 lux encontrou-se uma potência bastante variável no tempo, sendo que, para a luminária próxima as janelas, a demanda nos períodos da manhã é de aproximadamente 20,8 W e durante a tarde aumenta em função da redução da iluminação natural, atingindo até 59 W. Portanto, uma redução de aproximadamente 66,45% durante a manhã e 4,84% no fim de tarde e durante a noite em relação ao sistema 1. A
demanda
registrada
cobrada
pela
concessionária é relativa ao maior consumo energético em 15 minutos, ou seja, pode ser registrado tanto de manhã, como à tarde ou à noite, durante todo o mês. A redução da demanda ao se trocar as luminárias é constante, porém, quando se usa o dimmer, a potência demandada varia ao longo do tempo não garantindo que haverá efetiva redução de demanda. Pode-se afirmar apenas que com o dimmer a redução de 4,84% é garantida e possível de ser contabilizada.
Comparando a demanda dos dois sistemas
medidos, tem-se quatro luminárias 2x32 W totalizando 248 W do sistema antigo e duas luminárias 2x32 W mais uma luminária dimerizável, totalizando 183 W, que consiste em uma redução de demanda para esse caso de 25,21 %. A unidade consumidora se enquadra no subgrupo A4 na tarifa verde, o que representa, segundo a concessionária local, a cobrança de um valor de demanda de 12,56 R$/kW. Considerando que fosse possível a pequena mudança de 65 W na demanda contratada, poderíamos reduzir em R$ 0,81 + impostos a conta de energia por mês. Deve-se pensar que existem diversos outros recintos na mesma situação, com janelas e iluminação natural, o que leva a pensar em uma redução significativa na demanda contratada para toda a edificação pública.
Redução de consumo Além da redução da demanda houve principalmente redução no consumo. A maior redução de consumo deu-se pela troca das luminárias e foi de aproximadamente 70,23%.
Iluminação
96
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
foi considerada utilização no horário de ponta,
É grande a economia de energia resultante
somente das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30,
do uso do reator “dimerizável”, porém pode-se
e as medições foram feitas no período seco, no
perceber que um usuário bastante consciente,
mês de outubro. Como resultado aproximado, para
consegue também uma redução significativa ao
se ter uma noção da redução de consumo anual,
ligar e desligar as lâmpadas de acordo com sua real
multiplicou-se a redução diária pelo número de dias
necessidade.
do ano em que o sistema permanece em uso, no
Distorções na corrente - harmônicas
caso, cinco dias por semana, excluindo dois meses relativos ao recesso de atividades.
A Tabela II resume a economia em R$/mês
a componentes elétricos não lineares e causam a
devido à redução do consumo em cada etapa
alteração do sinal de tensão ou corrente. Podem
considerada.
causar problemas em equipamentos elétricos
Quando se compara a redução de consumo
podendo até danificá-los. Dessa forma, o controle
em kWh com a redução em R$, percebe-se que
das harmônicas do sistema de iluminação é
esta é equivalente e linear. Isso acontece pois não
fundamental para a qualidade da energia no
foi considerado consumo no horário de ponta.
barramento.
Conforme mostrado na Tabela I, o sistema antigo
As DHTi dos dois sistemas de iluminação
provou ser ineficiente com grande desperdício
mais longo há a alteração do horário, adianta-se
estão mostradas nas tabelas III e IV.
de energia, não aproveitando a iluminação natural.
uma hora aproveitando mais a iluminação natural
O sistema novo implementado com a luminária
no início do período matutino e no final do período
observa-se que o sistema 1 possui valores de DHTi
dimerizada obteve grande redução de consumo de
vespertino. Isso pode ser observado na Figura 12, na
maiores que o sistema 2. A única exceção ocorre
energia elétrica.
qual a partir das 6h30 já existe grande contribuição
para 11ª harmônica de corrente e potência da carga
A unidade consumidora está enquadrada
da iluminação natural, e deslocando-se a curva em
de 24,7%. Isso demonstra uma melhoria na qualidade
no subgrupo A4 sob tarifação horo-sazonal
uma hora, significa dizer que uso da iluminação
da energia após a troca do sistema de iluminação,
verde e esta tarifação possui consumo na ponta
artificial ocorrerá 1h mais tarde, resultando em
principalmente pela melhor qualidade (menor
e fora de ponta, no período seco e úmido. Não
mais economia.
distorção) provocada pelo reator “dimerizável”.
Durante o período de verão, além de o dia ser
Tabela I – Comparação do consumo de energia elétrica em cada etapa de eficientização
Sistema de iluminação
Total (kWh/mês)
1 - Antigo
21,552
2 - Antigo controlado
13,470
37,50
3 - Sistema implementado com luminária dimerizada
6,416
70,23
Maior redução (KWh)
15,136
Redução (%)
Consumo (R$/ano)
Sistema de iluminação Fora de ponta seca Fora de ponta úmida Total Redução (%) 1 - Antigo
4,187
3,814
40,38
2 - Antigo controlado
2,617
2,384
25,24
37,5
3 - Sistema implementado
1,247
1,136
12,02
70,23
maior a distorção registrada.Ainda assim os valores estipulado por norma demonstrando qualidade dos equipamentos no que tange a qualidade de energia. Em ambos os casos, as componentes 3, 5 e 11 são
Com relação à tensão, registraram-se valores de
DHTv de aproximadamente 2,5% para o sistema 1 e de 1,2% para o sistema 2, demonstrando influência da corrente distorcida na tensão do barramento. Ambas as tensões, porém, encontram- se dentro dos 10% de distorção de tensão admitidos pela norma.
Conclusões
com luminária dimerizada Economia
2,94
Apresentou-se nesse artigo uma sequência
28,36
2,68
Tabela III – Distorção harmônica de corrente da luminária do sistema 1 (2x32 W) até a 15ª componente
100
da distorção de acordo com a potência requerida
predominantes.
Consumo (R$/mês)
Percentual
Com relação ao sistema 2, há uma variação
totais de DHTi se encontram bastante abaixo do
Tabela II – Comparação dos gastos de consumo de energia elétrica em cada etapa de eficientização em R$/mês
1
Ao comparar as harmônicas dos sistemas 1 e 2
pelas lâmpadas, sendo que quanto menor a potência
Consumo
DHTi
As distorções harmônicas aparecem devido
3
5
40,87 12,73
7
9
11
13
15
Total
5,14
4,43
4,37
8,06
2,70
52,89
de ações objetivando a adequação da qualidade da iluminação, o uso racional da energia elétrica, a redução do consumo e da fatura de energia em um sistema de iluminação que atende a um ambiente de trabalho de uma instituição pública.
97
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Tabela IV – Distorção harmônica de corrente da luminária com reator dimerizável até a 15ª componente em função da potência solicitada pelas lâmpadas
Potência do conjunto (%) Ordem harmônica
100,0
87,4
74,8
62,1
49,9
37,1
24,7
1
100
100
100
100
100
100
100
3
4,65
3,99
5,02
5,48
7,32
5,50
19,03
5
2,08
2,06
2,73
5,28
5,86
6,60
11,34
7
2,48
0,33
0,83
0,67
2,25
4,02
4,59
9
1,92
2,45
1,36
2,83
1,63
1,77
1,50
11
3,12
1,29
1,63
3,81
2,31
1,93
4,81
13
1,58
0,99
1,28
2,34
3,51
0,41
0,84
15
1,42
0,90
0,51
2,17
2,81
0,52
2,68
DHTi Total (%)
9,77
8,33
9,26
12,48
17,48
14,13
26,63
A utilização de sistemas automáticos que
consumidora ao economizar energia elétrica.
aproveitam a iluminação natural não é tão difundida
O reator dimerizável utilizado mostrou
hoje em dia, porém, quando utilizados, agregam,
provocar menos distorções harmônicas de
tecnologia e eficiência à instalação. O sistema
corrente que o reator do sistema 1. A distorção
proposto, aproveitando-se da iluminação natural,
de tensão induzida também foi maior no sistema
trouxe benefícios ao usuário, adequando o nível
1, ambos, porém, dentro dos máximos estipulados
de iluminação às suas necessidades e à unidade
por norma.
Referências • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. “NBR 5413: Iluminância de Interiores”, 1992. • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. “NBR 5482:Verificação de iluminância de interiores”, 1985. • Apolonio, Daniel Moussalem; Apolonio, Roberto; Kawaphara, Mário Kiyoshi. (2011). “Adequação da iluminância e automatização: impactos na demanda e consumo de energia elétrica”. • Magalhães, L. C. - Eletrobrás/PROCEL. (2001). “Orientações Gerais Para Conservação de Energia Em Prédios Públicos”, 1 ª Edição. • PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Site Oficial:<http://www.eletrobras.com/elb/procel>. *Daniel Moussalem Apolonio é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). José Antônio Lambert é mestre e doutor em Engenharia Elétrica. Atualmente, é Professor Associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT. Roberto Apolônio é graduado em Engenharia Elétrica e Economia, mestre e doutor em engenharia elétrica. É Professor Associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT.
Pesquisa
98
Condicionamento de energia e grupos geradores
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Equipamentos de condicionamento de energia e grupos geradores Expectativa de crescimento para 2013 era de 21%, mas empresas do segmento apresentaram elevação de apenas 10% no ano passado. A desaceleração da economia sobressaiu como fator que influencia negativamente o mercado
99
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Os fabricantes e distribuidores de equipamentos de condicionamento
equipamentos para condicionamento de energia e grupo geradores. Foram
de energia e grupos geradores projetavam um alto crescimento (21%) de
entrevistadas 22 empresas, entre companhias da área de manutenção,
suas empresas no ano de 2013 em comparação a 2012, segundo pesquisa
revendedoras de produtos, consultorias, instaladoras e projetistas. Elas
realizada pela revista O Setor Elétrico no ano passado. Isto, de fato, não
apontaram como os principais produtos especificados ou adquiridos
ocorreu. Conforme levantamento deste ano, o crescimento apresentado
por elas: os grupos geradores a diesel; as chaves de transferência;
foi de apenas 10%. Talvez por isso, a projeção das companhias para o
e os nobreaks estáticos acima de 3 kVA. Em relação à quantia que os
seu desenvolvimento em 2014 ante 2013 não seja tão otimista, esperando
consumidores pretendem especificar ou comprar em 2014, a maioria das
crescer, em média, 16%. A previsão de crescimento percentual do tamanho
empresas entrevistadas afirmou querer gastar até R$ 1 milhão apenas.
anual total do mercado manteve-se praticamente a mesma. Para este ano,
Na pesquisa, projetistas, revendedores, instaladores e afins ainda
as empresas projetam acréscimo de 12%. No ano passado, a expectativa
classificaram o mercado brasileiro de nobreaks, baterias e geradores. Segundo
era de 13%.
a maioria deles (29%), trata-se de um mercado em franco crescimento. Já
Em relação aos fatores que motivam e devem influenciar o crescimento
22% dos entrevistados afirmaram que o segmento conta com produtos de
deste mercado, a opinião da maioria dos entrevistados continua semelhante
boa qualidade técnica. No entanto, 17% apontaram que o setor apresenta
de um ano para o outro. Em 2013, 29% indicavam os projetos de
deficiência no que se refere à assistência e suporte técnicos.
infraestrutura como acontecimento mais relevante. Em 2014, 25% das
empresas da área apresentaram este fator como impor tante. No entanto,
sobre o mercado de equipamentos de condicionamento de energia e grupos
se no ano passado a desaceleração da economia brasileira não incomodava
geradores, tais como os principais canais de vendas, principais produtos
muita gente - apenas 8% apontaram esse fator como de grande influência
comercializados e quais os quesitos mais e menos bem avaliados pelos
-, neste ano 22% dos fabricantes e distribuidores de nobreaks, baterias e
consumidores na hora de especificar e/ou comprar produtos do segmento.
Acompanhe a seguir a pesquisa na íntegra e confira mais informações
geradores disseram como o fraco desempenho econômico do país deve ser impactante.
Números do mercado de fabricantes de equipamentos para
Não obstante o baixo crescimento das empresas do segmento no ano
condicionamento de energia e grupos geradores
passado em relação à expectativa de ascensão para o mesmo período, o faturamento bruto anual das empresas em 2013 se manteve estável. No
ano de 2012, 46% das companhias entrevistadas pela pesquisa da revista
entrevistadas disseram atuar mais no segmento industrial. 93% dos
afirmaram faturar entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões. No levantamento
fabricantes e distribuidores afirmaram atender mais a esta área. Em
realizado este ano, 44% das empresas questionadas declararam ter
segundo lugar, citado por 60% das companhias pesquisadas, ficou o
faturado este montante no ano de 2013.
segmento comercial. A área residencial foi mencionada por somente 13%
dos fabricantes e distribuidores.
O levantamento deste ano trouxe também a opinião dos consumidores de
Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as empresas
100
Pesquisa
Condicionamento de energia e grupos geradores
Principais segmentos de atuação
Principais produtos comercializados
93% 60% 31% 13%
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
49%
Industrial
44%
Comercial
Nobreaks estáticos acima de 3 kVA Softwares de 43% gerenciamento de energia Nobreaks estáticos 40% de até 3 kVA
Residencial
34%
Se em 2013 a venda direta ao cliente final foi considerada por 86% dos
31%
fabricantes como a principal via para a comercialização de seus produtos, este ano apenas 38% dos entrevistados afirmaram isto. Em compensação, o telemarketing, que no levantamento do ano anterior foi indicado por apenas 18%, em 2014 recebeu votos de 49% das empresas que participaram da pesquisa.
49% 38% 21%
Telemarketing Venda direta ao cliente final
26%
Retificadores
A preocupação com produtos certificados cresceu um pouco de 2013 para
cá. No levantamento anterior, 65% das empresas disseram possuir certificação ISO 9001, de gestão de processos. Em 2014, o número aumentou para 69%. Em
Grupos geradores a gás natural
Grupo geradores a biogás Grupos geradores a gasolina
9%
Nobreaks rotativos Outros tipos de grupos geradores
A maioria das empresas do segmento (44%) disse ter faturado entre R$ 10
milhões e R$ 50 milhões. Somente 2% afirmaram faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2013)
relação à certificação ISO 14001, de gestão ambiental, os valores passaram de
2%
20% para 24%.
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Certificações ISO
11%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
24%
Filtros de harmônicas
Distribuidores / atacadistas
Estabilizadores de até 3 kVA
9% 7%
Revendas / varejistas
Chaves de tranferência
Grupos geradores a diesel
16% 10%
Estabilizadores acima de 3 kVA
26% 21%
Principais canais de vendas
22%
Baterias
44%
Público
35%
Outros produtos para condicionamento de energia
16%
Até R$ 3 milhões 16%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 14001 (ambiental)
69%
9001 (qualidade) 11% 44%
As baterias, os nobreaks estáticos de até 3 kVA e os softwares de gerenciamento de energia foram apontados pelos fabricantes e distribuidores deste mercado como três dos principais produtos vendidos por eles.
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
102
Pesquisa
Condicionamento de energia e grupos geradores
A balança comercial desta área de condicionamento de energia e grupo
Estabilizadores de até 3 kVA
4%
geradores continua pendendo fortemente para o mercado nacional; 95% dos negócios são realizados em terras brasileiras.
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Acima de R$ 500 milhões
16%
40%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Balança comercial
Até R$ 10 milhões
5% 16%
Exportação
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
8%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
4%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Estabilizadores acima de 3 kVA
95% 23%
Mercado nacional
38%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
No que diz respeito à percepção das empresas sobre o tamanho anual de
mercados específicos, observa-se que o segmento mais otimista é o de geradores, cuja maioria (26%) diz faturar acima de R$ 500 milhões. Grande parte das empresas que fabricam e distribuem nobreaks acima de 3 kVA (33%) também afirmam faturar alto: entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões.
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 8%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 12%
NOBREAKS ATÉ 3 kVA
15%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
4%
Acima de R$ 500 milhões
25%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Geradores
Até R$ 10 milhões
25%
19%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões
26%
Acima de R$ 500 milhões
7%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
18%
7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 7%
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
7%
11%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
19%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
NOBREAKS ACIMA DE 3 kVA
33%
Até R$ 10 milhões
Softwares de gerenciamento de energia
18%
7%
Até R$ 10 milhões 19%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
7%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
45%
Até R$ 10 milhões
22% 4%
11%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 4%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 11%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
4%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
4%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
103
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
A expectativa das empresas do setor é de crescimento de 16% em 2014
em comparação ao ano anterior. Na pesquisa do ano passado, a previsão das empresas para 2013 era de 21%, mas efetivamente apresentaram um acréscimo de 10%. Previsoes de crescimento
12%
Expectativa de crescimento médio para o mercado em 2014
16% 10%
Expectativa de crescimento médio das empresas para 2014
Crescimento médio das empresas em 2013 comparado ao ano anterior
Entre os elementos que mais devem impactar o mercado de equipamentos
de condicionamento de energia e grupo geradores estão os projetos de infraestrutura. Eles foram apontados pela maioria (25%) dos entrevistados. Fatores que influenciaram (positiva ou negativamente) o mercado de condicionamento de energia em 2014
8%
Programas de incentivo do governo
22%
Outros
1%
Bom momento econômico do país 22% 5%
Desaceleração da economia brasileira
Falta de normalização e/ou legislação
5%
5%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Setor da construção civil aquecido 1%
6%
Setor da construção civil desaquecido
Crise internacional 25%
Projetos de infraestrutura
Condicionamento de energia e grupos geradores
104
Pesquisa
O que pensam os consumidores de equipamentos para condicionamento de energia e grupo geradores
O perfil dos consumidores que fizeram parte deste levantamento é bastante representativo, dividindo-se
em: empresas de manutenção, revendedoras, consultores, instaladoras e projetistas. Perfil dos consumidores que participaram da pesquisa
14%
Atua em manutenção
27%
Projetista 16%
Revendedora de produtos
20%
23%
Atua em consultoria
Instaladora
Grupos geradores a diesel, chaves de transferência e nobreaks estáticos acima de 3 kVA foram os produtos
mais citados pelas empresas questionadas no que diz respeito à especificação e/ou compra. Outros tipos de grupos geradores e grupos geradores a gasolina foram os menos mencionados. Principais produtos que sua empresa especifica e/ou compra
59%
Grupos geradores a diesel
59%
Chaves de tranferência
59%
Nobreaks estáticos acima de 3 kva
50% 45%
Retificadores
41%
Baterias
41%
Estabilizadores até 3 kva
Outros produtos para condicionamento de energia Filtros de harmônicas
27%
Softwares de gerenciamento de energia
27%
Nobreaks rotativos
23% 18%
Nobreaks estáticos até 3 kva
41%
36% 32%
Estabilizadores acima de 3 kva
Grupos geradores a gás natural
Grupo geradores a biogás
14%
Outros tipos de grupos geradores
14%
Grupo geradores a gasolina
105
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Os consumidores deste segmento demonstraram-se satisfeitos com a qualidade dos produtos apresentados:
58% deram notas entre 8 e 10 aos equipamentos especificados e/ou comprados. Grau de satisfação com a qualidade dos equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores no mercado brasileiro
11%
Nota 10
5 %
Notas de 1 A 5
37%
Notas de 6 A 7 47%
Notas de 8 A 9
As empresas consumidoras participantes foram convidadas também a atribuir notas a diversos fatores que
determinariam a compra e/ou especificação de um produto do segmento. Disponibilidade de informações, prazo de entrega e garantia foram os quesitos mais bem cotados. Disponibilidade de informações técnicas (catálogo, site, etc.)
14%
Notas de 1 A 5 43%
Nota 10
5%
Notas de 6 A 7
38%
Notas de 8 A 9
Prazo de entrega
9%
Notas de 1 A 5 38%
Nota 10
10%
Notas de 6 A 7
43%
Notas de 8 A 9
Garantia
10%
Notas de 1 A 5 62%
Nota 10
14%
Notas de 6 A 7
14%
Notas de 8 A 9
Pesquisa
106
Condicionamento de energia e grupos geradores
Na outra ponta, com as piores notas, ficaram os fatores: local de fabricação
do produto, treinamento oferecido pelo fabricante e marca.
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
A maioria das empresas (43%) que responderam à pesquisa pretendem
investir até R$ 1 milhão ainda em 2014. 19% estimam investir entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões e 14% entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
Local de fabricação do produto (nacional ou importado) Estimativa de especificação dos consumidores
14%
14%
Nota 10
Outros valores
33%
Notas de 1 A 5
43%
10%
Até R$ 1 milhão
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 29%
Notas de 8 A 9 14%
24%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Notas de 6 A 7
19%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
Treinamento oferecido pelo fabricante
19%
Nota 10
29%
A opinião dos entrevistados sobre o mercado brasileiro ficou bem dividida,
mas a maior parcela deles (29%) definiu o mercado como em franco crescimento.
Notas de 1 A 5
Outros 22% atestaram terem produtos de boa qualidade técnica. CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO BRASILEIRO DE EQUIPAMENTOS PARA CONDICIONAMENTO DE ENERGIA E GRUPO GERADORES
43%
9%
3%
Notas de 6 A 7
Produtos com pouca qualidade técnica
Notas de 8 A 9
2%
Desatualizado 5%
Atento às tendências internacionais Marca (fabricante)
29%
Mercado em franco crescimento
29%
14%
15%
Notas de 1 A 5
Mercado maduro e responsável
Nota 10
33%
Notas de 6 A 7 24%
Notas de 8 A 9
7%
Oferece bom respaldo técnico
22%
Produtos de boa qualidade técnica
17%
Com deficiências técnicas (assistência e suporte)
Condicionamento de energia e grupos geradores
X X
X X X X X
X X X X X X X X X X
X
X
X X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X X X X X X
X X X X X X
X
X X X
X X
X
X X X X
X X
X X
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X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
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X
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X X
X
X X
X X X X X X X X
X X
X X
X X
X
X X X
X
X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X
X
X X X
X X
X
X X
X
X X X
X
X X X X X X X X
X
X
X
X X X X X
X X X
X X
X X
X
X
X
X X X X X
X X X X
X
X X X
X X X
X
X X X
X X X X X X X
X
X
Oferece projeto para os clientes
Outros
Telemarketing
X X X
X
X X X
X X
X X
X X
Importa produtos acabados
X X X X X X
X
Exporta produtos acabados
X X
X X X
Programas na área de responsabilidade social
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
Certificado ISO 14001
X
Certificado ISO 9001: 2000
X X
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
MG SP SP PE SP SP SP SP SP MG SP SP PR SP SP SP SP SP MG SP RJ SP MG SP RJ PR PE MG SP SP SP SP SP SP
Canal de Vendas
Venda direta ao cliente final
Estado
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Revendas / varejistas
Belo Horizonte Osasco São Paulo Jaboatão dos Guararapes Barueri Itapevi São Paulo Campinas Jundiaí Itajubá São Paulo São Paulo Cornélio Procópio Cravinhos Araras Campinas São Paulo São Paulo Contagem Santo André Rio de Janeiro São Caetano do Sul Contagem São Paulo Rio de Janeiro Curitiba Paulista Contagem São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo
Residencial
Cidade
www.abacoprojetos.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.moura.com.br www.adelco.com br www.aepi.com.br www.amplimag.com.br www.apice.com.br www.asgeradores.com.br www.balteau.com.br www.betaeletronic.com.br www.cmcomandos.com.br www.comtrafo.com.br www.conimel.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.solucoescpfl.com.br www.dataenergy.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.engetron.com.br www.essencialenergia.com www.etelbra.com.br www.findernet.com www.geraforte.com.br www.gtem.com.br www.guardian.ind.br www.hdspr.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br
Comercial
Site
(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 3883-6050 (81) 2121-1600 (11) 4199-7500 (11) 4143-9600 (11) 2842-9000 (19) 3754-5000 (11) 4581-3676 (35) 3629-5500 (11) 5545-4544 (11) 5696-5000 (43) 3520-3891 (16) 3951-9595 (19) 3541-6166 (19) 3756-2755 (11) 3872-5641 (11) 3616-8500 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (11) 4223-1550 (31) 3396-9694 (11) 5186-8966 (21) 2501-6458 (41) 2109-8800 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800 (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777
Principal segmento
Industrial
Telefone
Distribuidora
EMPRESA ÁBACO PROJETOS ABB AÇÃO ENGENHARIA ACUMULADORES MOURA ADELCO AEPI DO BRASIL AMPLIMAG ÁPICE SISTEMAS ASGERADORES BALTEAU BETA ELETRONIC CM COMANDOS COMTRAFO CONIMEL COSMO CPFL SERVIÇOS DATA ENERGY EATON ENGETRON ESSENCIAL ETELBRA FINDER GERAFORTE GTEM GUARDIAN HDS SISTEMAS HEIMER HIMOINSA INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON LACERDA
Fabricante
A empresa é
Distribuidores / atacadista
108
Público
Pesquisa
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
109
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
PR SP SP RS SP SP RS SP SC SP SP PR SP SP MG SP SP SP SC SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SP PR SC
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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X X X
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X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
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X X X X X
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X X X X X X
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X
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X
Oferece projeto para os clientes
Importa produtos acabados
Exporta produtos acabados
Programas na área de responsabilidade social
Certificado ISO 14001
Certificado ISO 9001
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Outros
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X
X
X X X X
X
X X
X X
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadista
Estado
Canal de Vendas
Público
Londrina Barueri São Paulo Porto Alegre Guarulhos Campinas Cachoeira do Sul São Paulo Rio do Sul São Paulo São Paulo Curitiba São Paulo São Caetano do Sul Contagem São Caetano do Sul Sorocaba Sorocaba Blumenau Bragança Paulista São Paulo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo Carapicuíba São Paulo Diadema Diadema Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Curitiba Jaraguá do Sul
Residencial
Cidade
www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.liftcomequipamentos.com.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.mrsevero.com.br www.mtu-online.com www.nema.com.br www.newmax.com.br www.next.eco.br www.nhs.com.br www.pextron.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powersafe.com.br www.pramac.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com.br www.schneider-electric.com br.sdmo.com www.secpower.com.br www.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.sms.com.br www.tease.com.br www.teseprojetos.com.br www.tsshara.com.br www.unionsistemas.com.br www.unipower.com.br www.upsbr.com www.weg.net
Comercial
Site
(43) 3294-6449 (11) 4196-8650 (11) 3729-2822 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (19) 3272-6380 (51) 3722-2426 (11) 3915-8900 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (11) 3941-6733 (41) 2141-9200 (11) 5543-2199 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (11) 4227-2477 (15) 3412-0404 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 0800 728 9110 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4075-7069 (11) 5671-2065 (31) 3254-8000 (11) 2018-6000 (11) 3510-8900 (11) 5078-5555 (41) 3386-7800 (47) 3276-4000
Principal segmento
Industrial
Telefone
LEÃO ENERGIA LEISTUNG LIFTCOM LOGMASTER MÉDIA TENSÃO MINUZZI MR SEVERO MTU NEMA NEWMAX NEXT RENOVÁVEIS NHS SISTEMAS PEXTRON PHD ON LINE POLIMETAL POWERSAFE PRAMAC PROAUTO PROVOLT RENZ RTA S&C ELECTRIC SCHNEIDER ELECTRIC SDMO - MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SMS LEGRAND TEASE TESE PROJETOS TS SHARA UNION UNIPOWER - UNICOBA UPS BRASIL WEG
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
A empresa é
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Pesquisa
110
Condicionamento de energia e grupos geradores
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
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X
X X
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X X
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Chaves de transferência
X
Retificadores
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X
Outros produtos para condicionamento de energia
X X
X X X
X X X X X
X
Outros tipos de grupos geradores
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X
Grupos geradores a gasolina
X X X
X
Grupos geradores a biogás
X
X
Grupos geradores a gás natural
X
Grupos geradores a diesel
X
Softwares de Gerenciamento de energia
X X X X X
Filtros de harmônicas
X X X X X
X X X X X X X X
Baterias
MG SP SP PE SP SP SP SP SP MG SP SP PR SP SP SP SP SP MG SP RJ SP MG SP RJ PR PE MG SP SP SP SP SP SP
Estabilizadores acima de 3 kVA
Estado
Estabilizadores até 3 kVA
Belo Horizonte Osasco São Paulo Jaboatão dos Guararapes Barueri Itapevi São Paulo Campinas Jundiaí Itajubá São Paulo São Paulo Cornélio Procópio Cravinhos Araras Campinas São Paulo São Paulo Contagem Santo André Rio de Janeiro São Caetano do Sul Contagem São Paulo Rio de Janeiro Curitiba Paulista Contagem São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo
No breaks rotativos
Cidade
www.abacoprojetos.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.moura.com.br www.adelco.com br www.aepi.com.br www.amplimag.com.br www.apice.com.br www.asgeradores.com.br www.balteau.com.br www.betaeletronic.com.br www.cmcomandos.com.br www.comtrafo.com.br www.conimel.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.solucoescpfl.com.br www.dataenergy.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.engetron.com.br www.essencialenergia.com www.etelbra.com.br www.findernet.com www.geraforte.com.br www.gtem.com.br www.guardian.ind.br www.hdspr.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br
No breaks estático acima de 3 kVA
Site
(31) 3481-1890 0800 014 9111 (11) 3883-6050 (81) 2121-1600 (11) 4199-7500 (11) 4143-9600 (11) 2842-9000 (19) 3754-5000 (11) 4581-3676 (35) 3629-5500 (11) 5545-4544 (11) 5696-5000 (43) 3520-3891 (16) 3951-9595 (19) 3541-6166 (19) 3756-2755 (11) 3872-5641 (11) 3616-8500 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (11) 4223-1550 (31) 3396-9694 (11) 5186-8966 (21) 2501-6458 (41) 2109-8800 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800 (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777
No break estático até 3 kVA
Telefone
ÁBACO PROJETOS ABB AÇÃO ENGENHARIA ACUMULADORES MOURA ADELCO AEPI DO BRASIL AMPLIMAG ÁPICE SISTEMAS ASGERADORES BALTEAU BETA ELETRONIC CM COMANDOS COMTRAFO CONIMEL COSMO CPFL SERVIÇOS DATA ENERGY EATON ENGETRON ESSENCIAL ETELBRA FINDER GERAFORTE GTEM GUARDIAN HDS SISTEMAS HEIMER HIMOINSA INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON LACERDA
Oferece manutenção dos produtos para os clientes
EMPRESA
Oferece treinamento técnico para os clientes Oferece instalação dos produtos para os clientes
Principais produtos fabricados e/ou distribuidos
X X
X X X X
X X
X X X X X
X X
X X X
X X X
X
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X X
111
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
Outros produtos para condicionamento de energia
Grupos geradores a gasolina
X
Outros tipos de grupos geradores
Grupos geradores a biogás
Softwares de Gerenciamento de energia
Filtros de harmônicas
X
X X X
Chaves de transferência
X
Retificadores
X
Grupos geradores a gás natural
X X X X
Grupos geradores a diesel
X X X X X
Baterias
PR SP SP RS SP SP RS SP SC SP SP PR SP SP MG SP SP SP SC SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SP PR SC
Estabilizadores acima de 3 kVA
Estado
Estabilizadores até 3 kVA
Londrina Barueri São Paulo Porto Alegre Guarulhos Campinas Cachoeira do Sul São Paulo Rio do Sul São Paulo São Paulo Curitiba São Paulo São Caetano do Sul Contagem São Caetano do Sul Sorocaba Sorocaba Blumenau Bragança Paulista São Paulo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo Carapicuíba São Paulo Diadema Diadema Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Curitiba Jaraguá do Sul
No breaks rotativos
Cidade
www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.liftcomequipamentos.com.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.mrsevero.com.br www.mtu-online.com www.nema.com.br www.newmax.com.br www.next.eco.br www.nhs.com.br www.pextron.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powersafe.com.br www.pramac.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com.br www.schneider-electric.com br.sdmo.com www.secpower.com.br www.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.sms.com.br www.tease.com.br www.teseprojetos.com.br www.tsshara.com.br www.unionsistemas.com.br www.unipower.com.br www.upsbr.com www.weg.net
No breaks estático acima de 3 kVA
Site
(43) 3294-6449 (11) 4196-8650 (11) 3729-2822 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (19) 3272-6380 (51) 3722-2426 (11) 3915-8900 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (11) 3941-6733 (41) 2141-9200 (11) 5543-2199 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (11) 4227-2477 (15) 3412-0404 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 0800 728 9110 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4075-7069 (11) 5671-2065 (31) 3254-8000 (11) 2018-6000 (11) 3510-8900 (11) 5078-5555 (41) 3386-7800 (47) 3276-4000
No break estático até 3 kVA
Telefone
Oferece manutenção dos produtos para os clientes
EMPRESA LEÃO ENERGIA LEISTUNG LIFTCOM LOGMASTER MÉDIA TENSÃO MINUZZI MR SEVERO MTU NEMA NEWMAX NEXT RENOVÁVEIS NHS SISTEMAS PEXTRON PHD ON LINE POLIMETAL POWERSAFE PRAMAC PROAUTO PROVOLT RENZ RTA S&C ELECTRIC SCHNEIDER ELECTRIC SDMO - MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SMS LEGRAND TEASE TESE PROJETOS TS SHARA UNION UNIPOWER - UNICOBA UPS BRASIL WEG
Oferece treinamento técnico para os clientes Oferece instalação dos produtos para os clientes
Principais produtos fabricados e/ou distribuidos
X
X
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X
X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X
X
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X X
X X X X X X X
X X X X X
X X X X X
X X
X X
X
X X
X X
X
X X
X
X X
X X
X X
X X
X X X X X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
Aula prática
112
Motores
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Comportamento dinâmico e em regime permanente de conjuntos motores geradores Estudo realizado por meio de verificações, registros de ocorrências e testes realizados em Produtores Independentes de Energia (PIE) e em gerações emergenciais – Análise de casos reais Por Ricardo Teixeira, Filipe Lopes, João Paulo Lima, Lucas Brandão, Mônica Teixeira e Nilo Ribeiro*
113
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nos Procedimentos de Rede estão descritas as
características
das
diversas
usinas
geradoras e, em alguns casos, são definidos especificamente Conforme
o
alguns
parâmetros.
procedimento
3.6,
por
exemplo, o sistema de geração deve ter, além de outras características, controle automático da tensão terminal e sistema de regulação primária de frequência. Da mesma forma, o ONS define o sistema de proteção associado às unidades geradoras, de forma que as mesmas não sofram desligamento durante uma perturbação e ajudem na recomposição do sistema, isso sem causar qualquer tipo de dano às unidades geradoras.
Em sistemas elétricos isolados, como
é caso do sistema Manaus e do estado do Amapá, existe
a
necessidade
de
contratação de geração emergencial de energia ou de Produtores Independentes de Energia (PIE). Pela praticidade de instalação, as gerações emergenciais e os PIEs utilizam geradores de pequeno e médio porte, com conjuntos motores geradores fornecendo potência na faixa de 1 MW a 20 MW. No sistema elétrico de Manaus vários desses motores já estão sendo convertidos para receberem como combustível o gás natural. Por
se
tratarem
de
agentes
independentes, que produzem e vendem energia
elétrica, alguns
requisitos
de
suporte à rede, normalmente atendidos Atualmente, o
Sistema
Interligado
quando
da
instalação
geradoras
fontes geradoras de energia elétrica, nas
tiveram que ser negociados visando a se
quais se destacam as usinas hidrelétricas,
contornar
eólicas
os
características de operação, proteção e
existem, por
controle adotadas pelos PIE e atender
e
termelétricas. termelétricos
Dentre
Eletrobras
unidades
Nacional (SIN) possui diversos tipos de
geradores
da
das
problemas
necessidades
Eletronorte,
decorrentes
sistêmicas
(1).
das
exemplo, turbinas e motores, que podem
às
Sua
usar como combustível o óleo diesel ou
concepção é baseada apenas em fornecer
gás natural.
energia elétrica e, em muitos casos, não SIN
se preocupam em regular corretamente a
devem atender aos padrões preconizados
tensão, a frequência ou com a qualidade da
nos Procedimentos de Rede, descritos
energia fornecida.
pelo
Sistema
Com a interligação desses sistemas
Elétrico (ONS) e aprovados pela Agência
isolados ao sistema interligado nacional,
Os
agentes
Operador
pertencentes
Nacional
do
ao
Aula prática
Motores
114
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
vários desses PIE serão integrados ao SIN e o comportamento dinâmico dos conjuntos motores geradores desses vão interferir no comportamento dinâmico do sistema, sendo, esta interferência, mais acentuada durante ocorrências que levem ao ilhamento destes sistemas elétricos. O objetivo deste informe técnico é mostrar o comportamento dinâmico e em regime dos conjuntos motores geradores de
algumas
gerações
emergenciais
e
PIE, através de verificações, registros de ocorrências e testes realizados nesses produtores independentes. Serão
abordados
casos
práticos
observados ou registrados nos sistemas elétricos que estiveram e estão sob a responsabilidade da Eletrobras Eletronorte.
Registros em campo
Resposta de uma geração emergencial
com controle conjunto a uma perturbação no sistema Amapá
Em testes realizados em 2012, em um
grupo de geração emergencial do sistema elétrico do Amapá, com o controle conjunto (ou load share) habilitado, verificamos que os reguladores de tensão e de velocidade dos geradores foram “bypassados” por um controle externo e estes geradores não mais participavam da regulação primária do sistema elétrico. Verificamos, também, que os conjuntos motores geradores dessa geração emergencial, no primeiro instante, além de não participarem da regulação
primária, após a rejeição de uma unidade
de
plantas
Manaus e do Amapá, ocorreram vários
Wartsila com 13,5 MW, correspondendo a
de gerações emergenciais semelhantes
desligamentos intempestivos (trips). Esses
9,1% da geração total do sistema elétrico,
a esta do sistema elétrico do Amapá
desligamentos foram devidos aos ajustes
diminuíram drasticamente a posição dos
e,
“fechados” das proteções de perda de
seus
comportamento dinâmico.
atuadores
e,
consequentemente,
Vale ressaltar que, no sistema elétrico Manaus,
existem
provavelmente,
algumas
com
o
mesmo
diminuindo também de forma drástica suas
emergenciais dos sistemas elétricos de
excitação (relé 40) ou das proteções de sobrecarga destes geradores. A Figura
potências mecânicas, degradando ainda
D esligamento
mais o equilíbrio carga-geração do sistema,
durante o levantamento da
registros do desligamento intempestivo
como apresentado na Figura 1.
curva de capabilidade
de um gerador de 9,321 MVA de um
intempestivo
A recuperação das posições dos atuadores
3 mostra a curva de capabilidade e os
PIE de Manaus. Isto ocorreu devido ao
dessas máquinas só começa após alguns
Nos testes pré-operacionais, durante
ajuste “fechado” da proteção de perda de
segundos depois do início da perturbação,
o levantamento das curvas de capabilidade
excitação. O relé 40 atuou em -0,23 pu
como pode ser observado na Figura 2.
dos geradores de vários PIE e gerações
quando deveria atuar em -0,56 pu.
115
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
R esposta
de um conjunto motor gerador à rejeição de uma parcela da
geração total do sistema
A mapá
Em testes realizados, em 2005, em um grupo de geração emergencial do sistema elétrico do
Amapá, verificou-se, após a rejeição de uma unidade Wartsila com 10 MW, correspondendo a 13% da geração total do sistema, que a potência ativa fornecida pelos conjuntos motores geradores desta geração emergencial estava limitada em 1,55 MW, por máquina, como mostrado na Figura 4, ao invés dos 2,0 MW como especificado na documentação técnica entregue à Eletrobras Eletronorte.
Aula prática
Motores
116
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Tabela 1 – Relação entre a rotação nominal dos motores e a frequência do “ruído”
Rotação nominal
Número de polos
inserido
Frequência do
do gerador
(rpm)
(rps)
ruído (Hz)
14
514
8,57
4,28
10
720
12
6
6
1200
20
10
4
1800
30
15
Medição
em regime permanente
da qualidade da energia fornecida
e o “ruído” na potência ativa corresponde a 15,4%, pico a pico, do valor médio desta potência e, neste caso, a frequência
Devido à topologia de construção
do “ruído” é 4,28 Hz. Na Figura 6, 1 pu
desses motores, com ligações em “V”,
equivale a 1,25 MW e o “ruído” na potência
na maioria V12, eles inserem “ruídos”
ativa corresponde a 2,2%, pico a pico, do
na potência fornecida com frequências
valor médio desta potência e, neste caso, a
subssíncronas iguais à metade de suas
frequência do “ruído” é 15,0 Hz.
rotações
nominais,
com
pode
ser
observado na Tabela 1. Em medições em
Verificações em campo
regime permanente, foram observados
A justes
e registrados “ruídos”, relativos a estas
e modos de controle dos
frequências subssíncronas, na ordem de
geradores
fechados dos parâmetros
até 15,4% da potência elétrica fornecida, como mostrado nas Figuras 5 e 6.
Na
operacionais
Na Figura 5, 1 pu equivale a 20 MW
maior
parte que
dos
testes
coordenamos,
Figura 5 – Potência ativa (7,5 MW) na saída de uma máquina de um PIE de Manaus.
Figura 6 – Potência ativa (1,13 MW) na saída da UG37 de uma geração emergencial do Amapá.
préou
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
117
participamos, para acompanhar a entrada em operação de PIE e gerações emergenciais nos sistemas elétricos de Manaus e do Amapá, inicialmente, os modos de controle dos reguladores de tensão estavam “setados” em fator de potência (cosφ = 1) e os modos de controle de velocidade em potência constante, diferente do que preconizava os editais de licitação e o submódulo 3.6 dos procedimentos de rede do ONS. Após muita negociação, conseguimos alterar estes modos de controle para controle automático de tensão e controle automático de frequência. Depois da entrada em operação de alguns destes PIE e gerações emergenciais, pudemos constatar, após análise de ocorrências e verificações em campo, que estes agentes retornaram os modos de controle dos reguladores dos geradores para os modos “setados” inicialmente, isto é, o controle de tensão em fator de potência e o controle de velocidade em potência constante, não mais participando da regulação de tensão nem da regulação primária da frequência do sistema elétrico em questão.
Após a entrada em operação, verificamos, também, que em
algumas plantas a potência elétrica fornecida pelos geradores foram limitadas em valores bem abaixo do especificado, próximo ao valor que estavam despachando. Devido a esta limitação, embora os reguladores de velocidade destas máquinas estivessem “setados” em controle automático de frequência, durante as ocorrências que levavam à perda de geração no sistema elétrico, elas não participavam da regulação primária da frequência do sistema. Em algumas plantas encontramos a banda morta dos reguladores de velocidade ajustada na faixa de 56 Hz a 64 Hz, com comutação automática para mudar para controle de frequência, caso a frequência do sistema afundasse abaixo 59,5 Hz. Nestes casos, a efetivação do controle de frequência variava de 700 ms a 4 s, dependendo da planta. Em boa parte das plantas, as bandas mortas dos reguladores de velocidade estavam ajustadas entre 59,5 Hz e 60,5 Hz e, com muita negociação, elas foram reajustadas na faixa de 59,95 Hz a 60,05 Hz.
A justes
fechados das proteções dos geradores e
controles conjuntos
Nas plantas com o controle conjunto habilitado existe um
outro nível de proteção, além das proteções dos geradores. Ao analisarmos algumas ocorrências que levaram à saída intempestiva de uma geração emergencial no sistema elétrico do Amapá, verificamos que os ajustes da maioria das funções de proteção do controle conjunto estavam mais fechados que os ajustes das proteções dos geradores, pelo menos no que diz respeito às temporizações, que são bem menores, como pode ser observado na Tabela 2.
Aula prática
118
Motores
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Tabela 2 – Relação entre os ajustes das Proteções do Controle Conjunto (DEIF) e dos Geradores (EMCP 3.3)
DEIF
da Eletronorte na Operação de Sistemas Elétricos com a Presença de Produtores Independentes de Energia”, anais do VIII
Descrição
Valores
Tempo
Trip/ Alarm
Sobretensão
111% (532 V)
2
Trip
Subtensão
90% (432 V)
2
Trip
(2) TEIXEIRA, R. M.; CAMARGO, I. M. T.
Baixa frequência
95% (57 Hz)
3
Trip
“Análise e Aperfeiçoamento do Esquema de
SEPOPE, 2002.
Alta frequência
105% (63 Hz)
5
Trip
Controle de Emergência do Tipo Esquema
Potência ativa inversa
5% (80KW)
2
Trip
Regional de Alívio de Carga”, anais do XI
Potência reativa indutiva
100% (1200KVAR)
1
Alarm
Potência reativa capacitiva
70% (840KVAR)
0,1
Trip
EMCP 3.3 (Parâmetros de alarme e Trip do gerador) Tempo Valores Trip/ Alarm Descrição
ERIAC, 2005. (3) TEIXEIRA, R. M. et al. “Análise de Colapso de Tensão Decorrente de Perturbação
Gerador sobrecorrente
105%(2528Amps)
1
Alarm
em Sistema Real – Análise Comparativa
Gerador sobrecorrente
109%(2624Amps)
0,1
Trip
Medição Versus Simulação”, Anais do XXI
Alta frequência
103% (62 Hz)
5
Alarm
SNPTEE, 2011.
Alta frequência
105% (63 Hz)
10
Trip
Baixa frequência
95% (57 Hz)
5
Alarm
(4) REIVAX. Registros de Ensaios em
Baixa frequência
95% (57 Hz)
8
Trip
Geradores nos Sistemas da Eletrobras
Sobretensão
111% (532V)
4
Alarm
Sobretensão
111% (532 V)
8
Trip
Subtensão
92% (441,6 V)
5
Alarm
Subtensão
85% (408 V)
0,1
Trip
Potência reativa capacitiva
60% (720KVAR)
5
Alarm
Potência reativa capacitiva
75% (900KVAR)
0,1
Trip
são inerentes à topologia destes motores,
Conclusão
mas podem ser drasticamente mitigados Desligamentos intempestivos devidos
pela inserção de filtros corta-faixa (notch)
a parâmetros dos reguladores e proteções
de segunda ordem, ou ordem superior,
dos geradores com ajustes “fechados”, a
nos reguladores de velocidade destes
não participação da regulação primária da
equipamentos.
frequência do sistema e o afundamento da
potência mecânica dos conjuntos motores
destes equipamentos, principalmente frente
geradores
perturbação
a perturbações no SIN que levem ao
no sistema elétrico podem levar a um
ilhamento dos sistemas elétricos de Manaus
desempenho insatisfatório do Esquema
e do Amapá, faz-se necessária, antes da
Regional de Alívio de Carga (ERAC), por
interligação destes sistemas isolados ao SIN,
meio da atuação de maior número de
uma verificação completa nos ajustes de
estágios deste ERAC (1), (2), ou ao blecaute
proteção, limitadores, modos de controle e
do sistema quando a perturbação levar
parâmetros dos reguladores de tensão e de
ao ilhamento deste sistema elétrico, ou
velocidade e dos controles conjuntos dos
ao afundamento drástico das tensões e o
motores geradores que serão despachados
consequente colapso da tensão do sistema
pelos PIEs e gerações emergenciais nestes
(3).
sistemas elétricos.
durante
uma
Os “ruídos” inseridos na potência elétrica fornecida pelos conjuntos motores
No intuito de evitar o mau desempenho
Referências
geradores, relacionados às suas rotações nominais, não podem ser eliminados, pois
(1) BRITO, N. H. M. N. et al. “Experiência
Eletronorte, 2004 a 2012. *Ricardo Marcelo Teixeira é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atua na área de estudos elétricos da operação de sistema da Eletrobras Eletronorte. Filipe Rodrigues Lopes é engenheiro eletricista e trabalha, desde 2007, na Eletrobras Eletronorte como engenheiro de operação. João Paulo engenheiro engenharia de estudos sistema da
Fernandes Lima é eletricista e mestre em elétrica. Atua na área elétricos da operação do Eletrobras Eletronorte.
Lucas Guimarães Lins Brandão é engenheiro eletricista, mestre em engenharia elétrica. Atua na área de engenharia de supervisão, regulação e proteção de geradores da Eletrobras Eletronorte. Mônica Braga Teixeira é engenheira eletricista e atua na na área de estudos elétricos da operação de sistema da Eletrobras Eletronorte. Nilo Sérgio Soares Ribeiro é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atualmente, é engenheiro da Eletrobras Eletronorte, atuando na área de estudos elétricos com ênfase em transitórios eletromagnéticos e qualidade da energia.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Soluções aplicáveis aos problemas de qualidade de energia nas instalações elétricas 120
Os UPSs, também conhecidos no Brasil como
da instrumentação) em escritórios, data centers, bancos
pelas fontes convencionais (concessionária e geradores)
contingência (ou “backup”). A configuração de UPS
“nobreaks”, são equipamentos normalmente alimentados
para alimentação das cargas de tecnologia de informação (apesar de aplicação industrial em processos críticos
como químicos e farmacêuticos, além de alimentação
Figura 1– UPS com dupla conversão
e aplicações similares e são utilizados como fontes de dupla conversão é ilustrada na Figura 1.
A principal função do UPS (ou conjunto de UPSs)
é manter as cargas em operação em qualquer tipo de
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
anormalidade da fonte “normal” de alimentação.
intervalo permitido pela curva ITIC ilustrada na Figura
UPS, bem como do arranjo entre estes equipamentos, de
evitando a perda de dados, informações, processamento
Existem inúmeras configurações de montagens dos
forma a se obter melhores indicadores de confiabilidade e disponibilidade.
Como principal atributo, os UPSs possuem em geral baterias como fonte de energia adicional e com
autonomia suficiente para atender ao suprimento de
energia às cargas, durante a transferência da fonte principal da concessionária para o gerador. Alguns
casos, quando não existem fontes auxiliares como geradores, os UPSs alimentam a carga até que as baterias atinjam seus limites de carga (autonomia).
A configuração com baterias não é a única possível
2, preservando assim a operação normal das cargas,
e mesmo a integridade física dos equipamentos de tecnologia de informação.
Esta curva ITIC apresenta o envoltório de zona permitida (de cor branca), que limita os valores
de tensão e tempos de ocorrência permitidos na alimentação destas cargas. Caso ocorram registros
fora da zona permitida, as cargas estarão sujeitas à má operação, como os pontos ilustrados de ocorrência na Figura 2.
S oluções
para adequação da distorção
( presença
dos UPSs. Sistemas conhecidos como dinâmicos e
harmônica de tensão
possuem topologias que mantêm a carga alimentada
As soluções para os casos onde devido às altas
acoplamentos específicos de novas fontes em geradores
corrente, a tensão atinge valores acima dos limites são
outros semelhantes conhecidos como “fly-whell”,
lineares ) nas redes elétricas
de cargas não
com fontes redundantes baseado em energia cinética e
concentrações de cargas não lineares com distorção de
que são mantidos alimentando as cargas durante todo o
as seguintes:
• Distribuição de cargas em outras fontes
ciclo de operação.
De uma forma geral, os UPSs têm como principal
função manter a tensão de alimentação das cargas
sensíveis à variação da tensão de alimentação, no
tensão nos barramentos onde as mesmas são conectadas.
de tecnologia de informação que são especialmente
Figura 2 – Curva ITIC e registros
Nesta situação, cargas não lineares são realocadas na
instalação de modo a reduzir os valores de distorção de
121
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
• Aumento da potência das fontes
barramentos de baixa tensão. Os filtros mais comumente
circuito a montante da carga, reduzindo as distorções
descritos na sequência.
O aumento da potência reduz a impedância de curto-
de tensão nos barramentos.
• Especificação de cargas com controle de emissão A IEC
61000-3-2
apresenta
limites
para
• Filtros passivos as
harmônicas de corrente dos equipamentos monofásicos de até 16 A. Os equipamentos são classificados em A, B,
C e D e para cada um deles existem restrições aplicáveis,
cujo objetivo é restringir a circulação de correntes harmônicas nas instalações e como consequência evitar os efeitos de perdas e aquecimentos associados, além de controlar a distorção de tensão nos barramentos. • Instalação de filtros
A instalação de filtros de harmônicas é outra
possibilidade para adequação dos valores registrados de distorção de tensão.
122
aplicáveis são os filtros passivos e filtros ativos e estão
De uma forma geral os filtros evitam que as
harmônicas circulem pelas fontes, reduzindo, portanto as tensões harmônicas a montante e por consequência
reduzindo também as distorções de tensão nos
Os filtros passivos são normalmente compostos por
conjuntos de indutores e capacitores sintonizados em uma frequência de ressonância característica. Podem também ser construídos em conjuntos de forma a
serem sintonizados em várias frequências desejáveis simultaneamente. A função dos filtros passivos é a de absorver as correntes harmônicas da carga, impedindo
que as mesmas circulem pela rede. Devido à própria
construção, também injetam energia reativa na rede, enquanto as harmônicas são absorvidas (em geral a absorção das harmônicas não é total, mas uma
parcela daquelas geradas pela carga). Caso a carga seja variável, a construção destes filtros deve prever o arranjo em grupos de filtros de forma a adequar a
operação dos mesmos à variação da carga, evitando sobre compensação de energia reativa.
A Figura 3 apresenta o registro da distorção
harmônica de tensão em um barramento onde um filtro
Figura 3 – comportamento da distorção harmônica de tensão no barramento sem e com filtro
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
passivo com manobra estática, com tempo de resposta
• Filtros ativos
instalado.
dos passivos, são concebidos por equipamentos
de 16 ms e composto por 6 grupos de 100 kVar foi
Neste caso todos os grupos estão sintonizados em
frequência próxima à 5ª harmônica. Há uma relação de compromisso muito importante na construção deste
filtro, visto que operam em paralelo e buscam a injeção
de energia reativa em intervalos muito curtos, filtrando a 5ª harmônica simultaneamente. A distorção de tensão é reduzida de valores médios de 8% para 5%.
Os filtros ativos, apesar de terem a mesma função
eletrônicos que injetam correntes harmônicas defasadas daquelas geradas pelas cargas, de modo que ao se
somarem se cancelem. Enquanto os filtros passivos são
normalmente dependentes e especificados pelos valores dos indutores, capacitores e elementos de manobra que
os compõe, os filtros ativos são especificados pelos ampères que irão filtrar.
123
Figura 4 – Diagrama de instalação de filtro ativo e comportamento das formas de onda de corrente
Colaborou com esta seção: Autor e editor: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor e consultor.
Energia sustentável
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Crise de água: “chovendo no molhado” E lá vamos nós “chover no molhado”,
pressões pela expansão urbana – por exemplo,
e pela ampliação do desperdício. Entre 2004
abordando novamente a crise da água na região
na região metropolitana de São Paulo;
e 2013, por exemplo, o consumo de água
Sudeste, que se agravou. Independentemente
- A poluição dos rios e mananciais nestas
nos 33 municípios da região metropolitana
das chuvas de verão, os próximos anos serão
regiões inviabiliza o uso da água. Os processos
de São Paulo aumentou 26% diante de 9%
críticos, até retomar os níveis normais nos
de
de aumento de sua produção. (Fonte: Folha
sistemas de abastecimento afetados (desde que
lentamente. O Projeto Tietê iniciou-se em
São Pedro coopere). Agora a população está
1991, mas ainda deve levar alguns anos para
mais preocupada e disposta a tomar ações.
finalização;
Possíveis soluções
As consequências da falta de água vão de
- A oferta de água subterrânea poderia ser
- Racionalização do consumo pelos hábitos
racionamento em muitas cidades, banhos de
expandida em algumas regiões, mas com limites;
da população – é o que se vê diariamente nos
madrugada (quando tem água), pessoas que
- A perspectiva de chuvas para 2015 não é
noticiários, como na economia de água no
andam longas distâncias para buscar água
muito animadora, segundo a meteorologia.
banho, piscina e água fechada de condomínios
despoluição
avançaram,
mas
muito
On-line, 03/04/2014.)
em certos horários, não lavar carro, etc.;
potável, redução de vazão e até parada de usinas hidrelétricas (como a de Camargos, na Bacia do
Possíveis soluções
- Uso de dispositivos econômicos, como descargas
Rio Grande/MG). Os níveis dos reservatórios
- Acelerar os projetos de tratamento de esgotos
econômicas,
já estão inferiores aos que levaram ao “Apagão”
e despoluição dos rios e usar parte desta água
automático ou redutores de pressão;
de 2001. Mesmo levando em conta que há
mais limpa para usos compatíveis – resolve
- Incentivo ao reuso de água e captação de água
maior capacidade de reação atualmente, o país
dois problemas ao mesmo tempo;
de chuva (quando voltar a chover), inclusive
poderá chegar a maio de 2015 com um risco
- Aumentar a taxa de reuso de água tratada
por meio de legislação municipal sobre
de racionamento de energia de 35%, de acordo
para fins compatíveis – esta taxa atualmente é
edificações;
com a consultoria PSR. O custo da energia e a
muito baixa (3,9% em São Paulo, segundo a
- Medidas de racionalização do consumo
capacidade de fornecimento preocupam várias
Sabesp - Fonte: Jornal O Estado de São Paulo,
de água em atividades produtivas – como
indústrias. Para se ter uma ideia, a Honda
01/11/14). O Governo de São Paulo anunciou
é o caso do Projeto de Lei de São Paulo nº
iniciou em novembro a operação de um parque
em novembro a construção de estações de
1.326 de 24/10/14, que institui o Programa
eólico em Xangri-lá (RS) - Fonte: Jornal O
tratamento de água para reuso, sendo a
Estadual de Incentivo ao Uso de Produtos
Estado de São Paulo, 29/10/14.
primeira na Marginal Pinheiros (capital) até
Biodegradáveis para Lavagem e Higienização a
Esquecendo a parte de São Pedro no
dezembro de 2015;
Seco em Veículos – LAVSECO-SP, estimando
problema, a causa e a demanda maior que a
- Reforçar a proteção dos mananciais;
economia de mais de dois bilhões de litros de
oferta é falha de gestão.
- Ampliar o uso de água subterrânea;
água por mês.
torneiras
com
desligamento
- Reduzir perdas na distribuição;
Oferta
- Buscar novas fontes de água limpa, interligar
O momento é grave nestas regiões e
- Os mananciais disponíveis são os mesmos,
e transpor os diversos mananciais.
todos já estão sendo afetados. Economizar
buscando-se novas fontes cada vez mais
água significa também reduzir riscos de
distantes, com aumento de custos e das já
Demanda
elevadas perdas na distribuição;
- Aumento pelo crescimento da população,
evitar racionamentos para fins mais nobres.
- As fontes de água existentes sofrem grandes
melhoria de padrão de vida e da tecnologia,
Vamos agir?
fornecimento de energia, reduzir custos e
Iluminação eficiente
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Haverá luz no final do túnel?
Provavelmente muitos estejam pensando:
“Finalmente
2014
está
acabando…”.
nos próximos meses. Acredito que políticas
os 20 anos do Selo Procel e o lançamento
governamentais
para
do Selo Procel Edificações. Seguindo os
Este ano foi marcado por acontecimentos
economizar energia deverão ser um alvo
e
empresariais
conceitos do Selo Procel, que orienta o
importantes para o Brasil, como a realização
maior para o ano que se aproxima. Em 2013,
consumidor na aquisição de eletrodomésticos
da Copa, eleições bastante acirradas para
segundo o ministro de Minas e Energia,
energeticamente mais eficientes, o novo selo
presidência, por uma desaceleração forte da
Edison Lobão, os programas de eficiência
lançado na ocasião, o Procel Edificações,
indústria e da economia, muitos escândalos e
energética proporcionaram uma economia
indicará
discussões políticas e riscos de racionamentos
de 2,1% de toda a energia consumida no
serviços, públicas e residenciais com maior
de água e energia elétrica.
país no período e o Brasil tem como meta,
potencial para a redução do consumo de
as
construções
comerciais,
de
Acredito que em 2015 continuaremos
no Plano Nacional de Energia (PNE) 2030,
energia. Isto deverá ser um incentivo maior
a ter muita instabilidade econômica, mas o
ter o atendimento de 10% do consumo de
para a busca da certificação Procel Edifica
setor de eficiência energética deverá ganhar
energia no Brasil com ações de eficiência
nas construções brasileiras, que faz parte do
mais atenção. Afinal eficiência energética é a
energética.
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE)
forma mais barata para economizar energia,
em parceria com o Inmetro.
cujo custo deverá subir significativamente
em novembro, a Eletrobras comemorou
Em consonância às políticas energéticas,
Segundo o Procel, o consumo de energia
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
127
elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no país. E estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.
Segundo o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho
Neto, destacou durante o evento, o Procel já contribuiu, por meio de suas ações, para a economia de mais de 70 bilhões de kWh de energia elétrica e grande parte desse resultado é creditado às ações do Selo Procel, criado com a finalidade de ser uma ferramenta simples e eficaz. O selo estimula a competitividade na indústria e o desenvolvimento tecnológico na busca de maior eficiência energética dos aparelhos elétricos.
Em 2013, o Selo Procel foi concedido a um total de 36
categorias de equipamentos, distribuídas entre 187 fabricantes e 3.748 modelos. Mais de 62 milhões de equipamentos com o selo foram vendidos no período. Com isso, o uso de equipamentos com o Selo Procel contribuiu para que o Brasil economizasse 9,578 bilhões de kWh no ano, representando 3.733 MW de demanda retirada do horário de ponta.
Em iluminação, o Selo Procel foi recentemente lançado para
lâmpadas de Led em outubro. Com caráter voluntário, o Selo Procel visa identificar os melhores produtos no mercado para economizar energia e se aplica às lâmpadas Led com dispositivo de controle integrado à base ou corpo, constituindo uma peça única, não destacável, em 60 Hz, para tensões nominais de 127 V e/ou 220 V e potência nominal de até 60 W.
Dentre os critérios para concessão do Selo para lâmpadas de
Led estão contemplados ensaios de segurança e de desempenho, como: medições de potência; fluxo luminoso inicial; eficiência energética; fator de potência; distorção harmonica total (THD); equivalência com a lâmpada incandescente; Temperatura de Cor Correlata (TCC), Índice de Reprodução de Cor (Ra) e vida declarada nominal mínima de 25.000 horas com manutenção de 70% do fluxo luminoso inicial.
Para concessão do selo as lâmpadas Led deverão ter eficiência
energética medida e declarada de, no mínimo, 80 lm/W, as lâmpadas tubulares G5 com eficiência mínima de 105 lm/W e as lâmpadas tubulares G13 com no mínimo 90 lm/W.
Este Selo Procel deverá ser um grande impulsionador, em
conjunto com a futura certificação compulsória de lâmpadas Led pelo Inmetro, para a melhoria dos produtos existentes no mercado e garantia de melhores índices de economia de energia para o Brasil nos próximos anos. Com isto e outras políticas esperamos que haja sim luz (eficiente) no final do túnel! Desejo a todos um ano novo iluminado e de muitas realizações!
Instalações MT
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O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
O que falta no setor elétrico atualmente Olhando algumas informações sobre as usinas hidrelétricas e preço de energia podemos verificar alguns dados preocupantes. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) continua no seu valor máximo (isso mesmo, existe um limite) de R$ 822,83. Mais do que o valor em si mesmo, é bom observar que este período é o mais longo nos últimos tempos em que o PLD se mantém no topo: característica de problema crônico! Como destaca o relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): “Neste cenário de elevação de temperaturas e afluências abaixo da média histórica, fica a expectativa de que os níveis dos reservatórios apresentem redução nas próximas semanas”. O tamanho e a gravidade do problema vão aumentar.
Será que é tempo de esperar e ver o que
acontece? Como a economia não está indo
(bem, novembro sempre foi considerado mês de
procedimentos mais racionais. Como incentivar
tão bem como se falava em pronunciamentos
chuvas fartas, mas quem sabe alguma nota técnica
as ações neste sentido? Basta dar tempo para as
oficiais de um mês atrás, a pressão não está
já mudou isso e, descuidado, não me dei conta).
concessionárias, garantindo a elas que as ações
muito grande ainda.
Coisas simples podem ser feitas, mas
tomadas tenham o necessário tempo de maturação
Mas me parece que realmente tem razão
demandam
adequadas,
para garantir o tão saudável retorno sobre os
quem durante as crises inunda a imprensa com
competentes e que alterem a maneira com a
investimentos (quem é contra lucros não gosta de
notícias sobre smart grid, dizendo que isso seria a
qual se usa a energia elétrica nos segmentos de
ouvir falar disto).
solução para todos os problemas do setor elétrico e
baixa tensão.
irritando autoridades no Planalto Central.
A famosa tarifa branca, se mandatória pela
projetos ações lucrativas e eficientes. Algo parecido
políticas
públicas
A Aneel poderia seguir estes planos e tornar os
Nós sabemos que a implementação de novas
área de aplicação dos projetos (cada concessionária
com o que foi aprovado na revisão tarifária
tecnologias de integração e operação na distribuição
aprovaria projetos e as suas etapas junto à Aneel)
da Light, mas que deveria ser um tratamento
e transmissão não é a solução para tudo, mas
regularia a demanda de energia no horário de
estendido as demais empresas.
poderia, sim, amenizar significativamente alguns
ponta. Seriam obtidas postergação de investimentos
problemas que temos e outros que virão, a menos
para simples ampliações do sistema, menor pressão
porque existe, ainda hoje, um risco tecnológico
que caia um dilúvio em algumas áreas do Brasil e
sobre recursos naturais e menor perda técnica no
(pouco abordado pois ninguém gosta de falar do
que os reservatórios do Sudeste cheguem no final
sistema em geral (a perda técnica no SIN está com
que deu errado) relativo à automação de processos
de abril aos 35%.
comportamento crescente e só o Governo Federal
comerciais que é mais elevado do que se “vende”
Este tempo de maturação é fundamental, até
pode determinar ações nesta área).
por aí.
energia armazenada nos reservatórios do Sistema
A diminuição das perdas não técnicas
Ou seja, para termos o início efetivo do
Interligado Nacional (SIN) caiu de 20,88% para
também pode ser usada como uma usina virtual,
smart grid aqui nos trópicos precisamos de ações
19,95% e estamos em plena estação chuvosa
pois quem de fato paga pelo que consome adota
competentes e corajosas do poder público.
Destaca-se que na última semana o nível de
130
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Esclarecimentos sobre o modelo eletrogeométrico
Descargas atmosféricas possuem correntes
com centro na extremidade do líder e raio igual
impulsivas de diferentes intensidades. Por esse
ao comprimento dos saltos antes do último
motivo, um SPDA não pode ser dito seguro
deles é o lugar geométrico dos pontos a serem
para todos os níveis de proteção. A ABNT NBR
atingidos pelo raio. Estes pontos podem então
5419:2005 atribui uma eficiência entre 80% e
ser simulados por uma esfera fictícia, cujo raio
98%, dependendo do nível de proteção utilizado.
seja igual ao comprimento do último trecho a ser
vencido pelo líder descendente.
Estes valores são calculados com base nas
estatísticas de valores e parâmetros dos raios
A
e do modelo eletrogeométrico. Por exemplo,
eletrogeométrico foi desenvolvida em 1945,
aproximadamente, 91 % de todas as descargas
entretanto, o método não foi adaptado para
atmosféricas resultam em um pico de corrente
SPDA. Na década de 1950, a quantidade de
maior que 10 kA. Em média, pelo menos essa
interrupções no fornecimento de energia elétrica
percentagem de descargas será interceptada
devido às descargas atmosféricas nas primeiras
por um SPDA com eficiência maior ou igual a
linhas norte-americanas de 345 kV se mostrou
91%. Os 9% restantes de menor intensidade,
bem maior que o esperado. Este evento motivou
não necessariamente todos eles, provavelmente
estudos detalhados sobre o problema fazendo
não serão interceptados. Este conceito forma o
com que o modelo eletrogeométrico fosse
princípio fundamental da atual análise de risco
desenvolvido e chegasse ao patamar atual de
da proteção contra descargas atmosféricas.
utilização.
O modelo eletrogeométrico delimita o
volume de proteção oferecido por captores de um
a obtenção do volume de proteção imposto pelo
SPDA, independentemente da sua disposição
SPDA adotado, pois é baseado no mecanismo de
ser: vertical (com hastes), horizontal (com cabos)
desenvolvimento das descargas atmosféricas.
ou mista.
É uma técnica adotada em muitos países,
primeira
versão
do
modelo
O modelo é um método mais apurado para
Segundo a ABNT NBR 5419:2005, os pontos
inclusive, fazendo parte de suas normas. É
onde ocorre maior intensidade de campo elétrico,
a mesma técnica usada na coordenação da
seja no solo ou em estruturas, são geralmente os
isolação de linhas de transmissão, e que vem
pontos mais próximos da extremidade do líder
sendo implementada e aplicada na proteção de
descendente, portanto, a superfície de uma esfera
edificações.
Tabela 1 – ABNT NBR 5419:2005 – Anexo C
Nível de
Distância R
Valor de crista
proteção
(m)
Imáx (kA)
I
20
3
II
30
5
III
45
10
IV
60
15
atração é função da intensidade de Imáx,
d = k x Ip Figura 1 – ABNT NBR 5419:2005 – Anexo C.
O
comprimento
R
mostrado
de forma que durante a aproximação do na
Figura 1, que representa a distância entre
Esta equação foi elaborada pelo GT-33 da
líder descendente, a parte da estrutura ou o
CIGRÉ – Conferência Internacional de
elemento que se encontrar com a distância
Grandes Redes Elétricas de Alta Tensão.
menor que o raio tem a maior probabilidade
o ponto de partida do líder ascendente e
de sofrer o impacto do raio.
a extremidade do líder descendente, é o
A ABNT NBR 5419 utiliza:
parâmetro utilizado para o projeto do
k = 10
esfera que podem ser adotados em um projeto
posicionamento dos captores no modelo
p = 0,65, então:
a partir do nível de proteção escolhido.
eletrogeométrico,
sendo
que
se
pode
calcular essa distância através do valor de
R = 10 x Imáx
0,65
crista máximo do primeiro raio negativo, em quilo amperes (kA).
A Tabela 1 apresenta os valores do raio da
A forma mais comum de aplicação do
modelo eletrogeométrico é o método da Esfera Rolante.
A equação demonstra que a distância de
(continua)
NR 10
132
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Do uso indevido da NR 10 Nas duas últimas edições, tivemos a oportunidade de apreciar a valiosa e abalizada contribuição do engenheiro Roberto Cogo, a respeito do que foi estabelecido pela NR 12, quando esta se aventurou como norma especificatória, pela área elétrica. A conclusão é do leitor, que nos honra com sua atenção. Voltando a tratar assuntos relativos à NR 10, vamos elencar alguns temas que continuam a aparecer apesar dos seus dez anos de publicação, comemorados neste mês de dezembro. 1- Por incrível que possa parecer, ainda há empresas que entendem que o treinamento
custeado pelo trabalhador como se isso fosse uma
ela de nível superior, médio ou básico.
previsto na NR 10, deva ser providenciado ou
condição pessoal, como a formação técnica, seja
A NR 10 deixa clara a responsabilidade
133
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
das empresas em treinar os seus colaboradores,
Como
com o conteúdo previsto no anexo III, antes
estabelece que os estabelecimentos com carga
de autorizá-los a trabalhar em suas instalações.
instalada superior a 75 kW devem constituir e
Tanto é que nos casos de descumprimento
manter o Prontuário de Instalações Elétricas,
4- Quadros
desse item é a empresa que é autuada!
contendo, além do disposto no subitem
necessários apenas quando a abertura da
10.2.3, no mínimo:
porta externa resultar em possibilidade de
exemplo,
o
item
10.2.4-g
2- Não menos assustador é o caso de trabalhadores
procurando
empresas
para seu controle. Assim, não existir relatório anual não é uma desconformidade. elétricos
trancados
são
contato com partes vivas perigosas. A NR
para
g) relatório técnico das inspeções atualizadas
10 não estabelece impedimento de acesso de
ministrarem a “reciclagem”, porque estão
com recomendações, cronogramas de adequações,
trabalhadores aos dispositivos de controle
com a “NR 10 vencida”! Ora, a reciclagem,
contemplando as alíneas de "a" a "f".
em baixa tensão, montados e conservados
com muito mais razão, deve ser oferecida pela
de acordo com o que estabelecem as normas
empresa, de acordo com as suas regras, seus
Aí está embutida a ideia da auditoria
técnicas, como punhos de chaves, alavancas
sistemas, suas responsabilidades e sua cultura.
periódica da condição de segurança das
de disjuntores ou botões de comando e nem
A evidência é que é a empresa quem estabelece
instalações elétricas, que resulta num relatório
mesmo exige que o trabalhador tenha “curso
conteúdo e duração da “reciclagem”.
técnico, contendo as não conformidades
de NR 10” para tais atividades e isso fica claro
com
com a leitura do item 10.6.1.2:
as
regulamentações
de
interesse,
3- Quando submetidas a auditorias (internas
recomendações e propostas de adequação,
ou externas), é muito salutar que os auditores,
melhoria
em
“10.6.1.2 As operações elementares como
além de preencher formulários, conheçam de
conformidade com um necessário cronograma
ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas
fato o que a norma estabelece, de tal forma
de realizações.
em baixa tensão, em perfeito estado de
que ao mencionar uma “não conformidade”
Em nenhum lugar está estabelecida a
conservação,
indiquem claramente qual o item de norma
periodicidade anual. A empresa é que vai
podem ser realizadas por qualquer pessoa não
que não está sendo atendido e transcrevam-no.
determinar que periodicidade entende melhor
advertida”.
devidamente
programada
adequados
para
operação,
Energia com qualidade
134
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Qualidade da energia: ponderações sobre a necessária integração dos indicadores Seguindo a sequência dos indicadores
apontados na coluna anterior, a ferramenta
considera:
A ponderação ora proposta para este quesito
proposta considera a ponderação ou avaliação de cada um destes indicadores que foram
Limites
medidos em relação aos esperados de acordo
• 0,93.Uref>Umed>1,05.Uref:
com alguma referência a ser definida. Deve-se
• 0,9.Uref>Umed>0,93.Uref:
7,5
considerar que as referências estabelecidas pelas
• Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref:
5
normas são definidas no PAC e as medições são
• Umed<0,85Uref ou Umed>1,07Uref: 2,5
Ponderação: 10
normalmente efetuadas no secundário de um transformador que possui impedância de 5%
a 6% e que, portanto, modifica aqueles valores
ponderação (nota) zero indica que o indicador
esperados no PAC.
não é aplicado no caso. Os indicadores 10; 7,5;
A seguir são apresentadas algumas sugestões
5 e 2,5 podem ser interpretados respectivamente
para definição das referências e ponderações
como “ótimo”, “bom”, “valor limite” e “ponto a
associadas.
corrigir”.
a) Regulação de tensão (tensão
b) Fator de potência
em regime permanente)
Neste caso e nos outros que se seguem, a
Tomando-se o fator de potência de Na Tabela 3 do anexo I do Módulo 8
referência de cobrança de excedentes de reativos
dos Procedimentos de Distribuição da Aneel
estabelecido pela Agência Nacional de Energia
(Prodist), verificam-se os limites para tensões em
Elétrica (Aneel) e os benefícios associados a um
regime permanente nos PAC em tensões entre 1
bom fator de potência com redução de perdas e
kV e 69 kV. Tomando-se a tensão de referência
aspectos de eficiência energética, a ponderação
(ou contratada) como “Uref ” e “Umed” como
proposta para este item considera os valores:
a tensão medida, o documento recomenda a classificação dos limites.
Limites Ponderação: • 100%<FP<99%:
10
• Tensão adequada: 0,93.Uref>Umed>1,05.Uref
• 98%<FP<95%:
7,5
• Tensão precária: 0,9.Uref>Umed>0,93.Uref
• 95%<FP<92%:
5
• Tensão crítica: Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref
• FP<92%
2,5
135
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
c) Harmônicos
Há de se considerar os casos excepcionais
A referência e o limite adotados nos sistemas
tratados pela IEEE 519 que define a DTT
de transmissão e de distribuição são de FD
A Tabela 3 do Módulo 8 estabelece como
máxima de 3% para estabelecimentos de saúde
máximo de 2%. Os fatores de ponderação podem
limite de distorção total de tensão DTT em 13,8
(hospitais, clinicas, etc.) e de 10% para fontes
ser definidos como:
kV o valor de 8% e em tensões menores de 1 kV
específicas. Neste caso, o critério acima pode ser
o valor de DTT de 10%.
modificado conforme a instalação.
Limites Ponderação:
Há de se considerar que os valores são
Ainda no que se refere ao tema “harmônicos”,
FD< 1%
10
considerados como observado no PAC. A
outro indicador poderia considerar a distorção
1%<FD<2%
7,5
inserção da impedância de transformadores e de
total
caso,
2%<FD<3%
5
circuitos aumenta a distorção de total na medida
consideraremos somente a distorção de tensão,
FD> 3%
2.5
em que os barramentos se distanciam da fonte
tendo em vista a relação existente entre os dois
de alimentação. Da mesma forma que o fator
indicadores e que de uma forma geral, havendo
Nota: Os valores de desequilíbrios nos sistemas
de potência, a distorção de tensão também pode
cuidado na limitação da distorção de tensão, a
de transmissão e distribuição podem ser
ser interpretada não pelos valores limítrofes,
distorção de corrente também é limitada.
refletidos nos sistemas de baixa tensão. Em
mas pelos benefícios em se operar com valores melhores. Nesta conceituação a ponderação
de
corrente.
Contudo,
neste
função de falta de informações complementares, d)
Desequilíbrio de tensão
iremos assumir os mesmos valores para os sistemas de baixa tensão.
proposta neste item considera:
O desequilíbrio de tensão é definido pela relação e)
Flutuação de tensão
do fator de desequilíbrio (FD) é assim expressa pelo
A flutuação de tensão é tratada no item 6
Módulo 8, na expressão 5.3.2 do documento
do Módulo 8 e considera o fenômeno tratado
Limites Ponderação:
entre as tensões de sequência negativa (V-) e de
DTT<3%:
10
sequência positiva (V+) nos barramentos. A expressão
3%<DTT<6%:
7,5
6%<DTT<10%:
5
DTT>10%:
0
FD% =
V_
na literatura internacional como “flicker”. A
V+
medição da cintilação é feita em tempo curto
Energia com qualidade
136
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Tabela 1 – Limites de cintilação tratado pelo Módulo 8 do Prodist
Limites
(integração em dez minutos – pst) e tempo
limites das VTCDs, que consideram as
longo (integração em duas horas – plt). As
variações momentâneas (de 1 ciclo a 3
referências são expostas na tabela 7 daquele
segundos) e as temporárias (de 3 segundos
documento, reproduzidas na Tabela 1. O
a 3 minutos). Ocorrência de valores de
indicador PltS95% é o valor semanal do Plt
tensão entre 10% e 90% da tensão nominal
que foi superado em apenas 5% dos registros
define o afundamento de tensão (também
obtidos no período de sete dias completos e
momentâneo ou temporário) e acima de 10%
consecutivos.
da tensão nominal define as elevações de tensão, também momentâneas e temporárias
Limites Ponderação:
na mesma referência de tempo. Interrupções
PltS95%<0,8 pu
10
momentâneas (1 ciclo a 3 segundos) e
0,8<PltS95%<1,6 pu
7,5
temporárias (3 segundos a 3 minutos)
1,6pu<PltS95%<2 pu
5
ocorrem em registros de tensão menores que
PltS95%>2 pu
0
10% da tensão nominal.
f)
Variação de tensão duração (VTCD)
de curta
Considerando a severidade destes fenômenos,
a
proposta
para
ponderação
considerará
os fenômenos momentâneos, incluindo as ocorrências em períodos não previstos pelo
A Tabela 9 do Módulo 8 expressa os
Módulo 8 (menores que 1 ciclo), será:
Ponderação:
Sem registro de VTCD
10
VTCD < 1 ciclo
7,5
1 ciclo<VTCD<3 segundos
5
VTCD> 3 segundos ou Interrupção
2,5
g)
Transientes
Pode-se ainda estabelecer um critério para
avaliação da existência de transientes de tensão (por exemplo manobra de capacitores, e cargas ou mesmo descargas atmosféricas). Neste caso, propomos a ponderação: Limites
Ponderação:
Sem transientes 10 Transientes de pouca importância
7,5
Transientes acima de 3 pu (forma de onda) 5 Transientes que causam falha na operação 0 O indicador de variação de frequência apresentado no Módulo 8 não será aqui considerado, por não ser aplicado neste caso, contudo, caso a instalação seja alimentada por geradores em situação de contingência, este item é importante.
Tabela 2 – Resumo dos indicadores e ponderadores propostos
Instalações Ex
138
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
IECEx publica documentos operacionais sobre competências pessoais em atmosferas explosivas em português do Brasil Foram publicados no website do IECEx,
A Unidade de conhecimentos básicos Ex 000
Unidades de Competência. A Unidade Ex 001, por
em português do Brasil, para acesso público,
abrange a obrigação de segurança das pessoas
sua vez, é aplicável para os técnicos e engenheiros
novos documentos operacionais sobre o sistema
que adentram áreas classificadas e evidencia que
que executam atividades relacionadas com projeto,
de certificação de competências pessoais em
a pessoa certificada possui uma compreensão
montagem, inspeção, manutenção, reparos e
atmosferas explosivas:
da natureza dos riscos associados com áreas
auditorias em áreas classificadas. A Unidade de
classificadas, das limitações sobre os equipamentos
Competência Ex 001 é um pré-requisito para
• IECEx OD 503 - Ed. 3.0: Procedimentos
que podem ser levados para o interior de áreas
diversas outras Unidades de Competências Ex.
para a emissão e manutenção de Certificados de
classificadas e das responsabilidades de segurança e
Competências Pessoais IECEx
saúde ocupacional, bem como dos procedimentos
2 – Revisão do escopo da Unidade de Competência
http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD503_
relacionados com as áreas classificadas.
Ex 001: "Esta Unidade de Competência abrange
Ed3.0_pt.pdf
os princípios básicos de proteção em atmosferas
• IECEx OD 504 - Ed. 3.0: Especificações
obrigações de segurança e os conhecimentos
para a avaliação dos resultados das Unidades de
básicos mínimos das pessoas que entram em
Competência Ex
uma instalação que contém áreas classificadas.
3 – Revisão das Unidades de Competências Ex que
http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD504_
Esta unidade Ex requer uma compreensão da
são pré-requisitos para as demais. Por exemplo,
Ed3.0_portugese.pdf
natureza das áreas classificadas, limitações sobre
as Unidades Ex 003 e Ex 004 deixaram de ser
• IECEx OD 506 - Ed. 1.0: Orientações sobre
os equipamentos que podem ser levados para o
pré-requisito para as Unidades Ex 007 e Ex 008,
a utilização do Banco de Questões do Esquema
interior das áreas classificadas e dos procedimentos
uma vez que os inspetores não necessitam possuir
de Avaliação de Competências Pessoais para
e responsabilidades de segurança e saúde
habilidades físicas para executar as atividades de
Atmosferas Explosivas do IECEx
ocupacional relacionados com áreas classificadas.
instalação e de manutenção.
http://www.iecex.com/docs/IECEx_OD506_
Esta unidade não inclui requisitos para assegurar
Ed1.0_pt.pdf
os aspectos de proteção contra explosão da planta
4 – Retirada da Unidade Ex 001 como pré-
e dos equipamentos Ex.
requisito da Unidade Ex 005 (Reparo e recuperação
As principais modificações que foram
A principal diferença entre a Unidade Ex 000
de equipamentos Ex). As pessoas envolvidas com
introduzidas nestas novas versões do OD 503
e a Unidade Ex 001 é que a Unidade Ex 000 é
as atividades de reparo, tais como soldadores,
e OD 504, em relação à edição 2.0 anterior
aplicável a profissionais que não exercem atividades
torneiros mecânicos, ajustadores, lubrificadores
(publicada em 2013) são as seguintes:
diretamente relacionadas com os equipamentos
e pintores não necessitam trabalhar em áreas
Esta unidade de conhecimento abrange as
explosivas da instalação e dos equipamentos”
"Ex", tais como operadores, técnicos de segurança,
classificadas e nem estão expostas aos riscos de
1 – Introdução da Unidade de Competência
soldadores, mecânicos, caldeireiros, pintores e
áreas classificadas ou da eletricidade. Estas pessoas
Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas
montadores de andaimes.
realizam as suas atividades de reparos e recuperação
para entrar em uma instalação contendo áreas
de equipamentos Ex dentro das oficinas, em
classificadas
se constitui em um pré-requisito para as demais
Esta Unidade de Competência Ex 000 não
equipamentos desmontados e desligados.
139
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
5 – Alteração das quantidades de questões a serem
Pessoas acreditados pelo IECEx, como uma
aplicadas nos exames de conhecimentos teóricos,
condição para a sua aceitação no Esquema IECEx
tanto questões do tipo de múltipla escolha como
05. A fonte das questões e das respostas não são
questões dissertativas (com respostas curtas).
identificadas no Banco de Questões compartilhado e unificado.
6 – Atualização do tempo mínimo sugerido
para a duração dos exames de habilidades
traduzidos para o português pelo Subcomitê SC
práticas e estudos de casos para as Unidades de
IECEx BR do Cobei e apresentam a seguinte
Competências Ex.
nota: Ao longo deste Documento Operacional
Estes novos Documentos Operacionais foram
IECEx, escrito em português, as normas IEC ou 7 – Inclusão do Anexo B no OD 504 sobre
ISO referenciadas são indicadas como Normas
tipos e quantidade de questões em um exame de
NBR IEC ou NBR ISO. Isto se deve ao fato de
conhecimento para abranger todos os aspectos
que tais normas são também escritas em português
das Unidades de Competências Ex. Este novo
e são idênticas, em conteúdo técnico, forma e
anexo está alinhado com a revisão do OD 503 -
apresentação, sem desvios nacionais, às respectivas
Tabela 2 – Número mínimo e tipo de questões
Normas internacionais publicadas pela IEC ou
em exames de conhecimentos. As quantidades
pela ISO.
de questões de múltipla escolha e dissertativas
(respostas curtas) foram reduzidas, em relação à
Competências Ex que fazem parte do sistema
edição anterior (Ed. 2.0).
internacional de certificação de competências
São relacionadas a seguir as 11 Unidades de
pessoais em atmosferas explosivas do IECEx:
IECEx OD 506 – Banco de questões integrado para exames de competências pessoais
“Ex”
• Unidade Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas para entrar em uma instalação contendo áreas classificadas;
Este novo documento operacional apresenta
• Unidade Ex 001: Aplicação dos princípios
orientações sobre a utilização e manutenção do
básicos de segurança em atmosferas explosivas;
banco de questões fornecido para os organismos de
• Unidade Ex 002: Execução de classificação de
certificação acreditados pelo IECEx, participantes
áreas;
do Esquema de Certificação de Competências
• Unidade Ex 003: Instalação de equipamentos
Pessoais
com tipos de proteção Ex e respectivos sistemas
para
Atmosferas
Explosivas,
para
auxiliar na preparação das atividades de avaliação
de fiação;
associadas com a emissão de Certificados de
• Unidade Ex 004: Manutenção de equipamentos
Competências Pessoais para pessoas envolvidas em
em atmosferas explosivas;
atividades relacionadas com atmosferas explosivas.
• Unidade Ex 005: Reparo e revisão de
equipamentos com tipos de proteção Ex;
O objetivo deste Documento Operacional é
assegurar que cada Organismo de Certificação de
• Unidade Ex 006: Testes de equipamentos e
Pessoas acreditado pelo IECEx avalie os candidatos
instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas
à certificação de uma forma consistente entre si, com
explosivas;
a aplicação de exames teóricos contendo questões
• Unidade Ex 007: Execução de inspeções visuais
de múltipla escolha e dissertativas com origem em
e apuradas de equipamentos e instalações em, ou
um mesmo banco de questões compartilhado.
associadas a atmosferas explosivas;
Este documento operacional foi lançado
• Unidade Ex 008: Execução de inspeções
pelo IECEx, de forma a harmonizar o Banco de
detalhadas de equipamentos ou instalações
Questões a ser utilizado de forma unificada por
elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;
todos os Organismos de Certificação de Pessoas
• Unidade Ex 009: Projeto de instalações elétricas
acreditados.
em, ou associadas a atmosferas explosivas;
As questões e respostas incluídas no Banco de
• Unidade Ex 010: Execução de inspeções de
Questões são uma combinação daquelas questões
auditoria ou de avaliação das instalações elétricas
fornecidas por Organismos de Certificação de
em, ou associadas a atmosferas explosivas.
140
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Subestação pré-fabricada compacta Por Camila Zimmer*
Subestação
pré-fabricada
compacta
é
definida como um conjunto de equipamentos pré-testados composto de um único invólucro contendo transformador, cubículo de média tensão (MT) e chaves seccionadoras de saída de baixa tensão (BT). Estas subestações são utilizadas em locais em que existe a necessidade de uso de energia elétrica em BT a partir de uma fonte MT em áreas de acesso ao público, como, por exemplo, em centros urbanos, em áreas residenciais e industriais ou temporariamente como em canteiros de obra e eventos.
As subestações podem ser fabricadas em
invólucro de concreto ou aço e são projetadas e testadas conforme a norma IEC 62271202, que engloba os ensaios de arco interno, elevação de temperatura, dielétricos, grau de proteção, entre outros testes que asseguram a confiabilidade, a segurança de operação e a manutenção do equipamento. Como
vem
ocorrendo
em
centros
urbanos, as redes elétricas de MT e BT estão Figura 1 – Solução com quadro de distribuição em baixa tensão (QDP) do tipo pedestal.
sendo substituídas por redes subterrâneas. Isso se deve à vulnerabilidade do sistema de distribuição aérea, poluição visual e risco de
instalação de um transformador e a instalação
com pouco espaço disponível para tal. A
acidente. A tarefa de se enterrar uma rede
de um quadro de distribuição em baixa tensão
alimentação da MT é conectada a um cubículo
elétrica não é simples, pois conflita com redes
(QDP) do tipo pedestal, conforme mostra a
blindado e isolado em SF6, normalmente de
de água, de esgoto e de telecomunicação já
Figura 1.
três vias, que permite a manobra (liga/desliga)
existentes e que, na maioria das vezes, não
Essas instalações devem ser instaladas em locais
com uma chave seccionadora de abertura em
são registradas, catalogadas e compartilhadas
protegidos, uma vez que o alojamento da conexão
carga, bem como uma segunda chave para
entre as diversas concessionárias.
de MT não é a prova de arco interno, colocando
um ramal de derivação, além de possuir
Em centros urbanos onde a rede elétrica já
os transeuntes em risco. Os transformadores
uma terceira chave com proteção trifásica
foi enterrada, o ambiente comercial capitaliza
pedestais que estão sendo utilizados não oferecem
por fusível ou disjuntor que alimentará um
um ganho e os pedestres são presenteados
a proteção trifásica do sistema e também não
transformador a seco ou a óleo de média
com a melhoria. Há evidência do aumento
permitem seu desligamento individual quando
tensão 13,8 kV/380 V ou 13,8 kV/220 V. As
da demanda, o que, na maioria das vezes,
instalados em série.
potências do transformador podem ser de até
compromete o sistema elétrico.
2.000 kVA para as subestações denominadas
A solução atual adotada pela maioria
conforme a Figura 2, permitem sua instalação
“compactas”, próprias para centros urbanos.
das concessionárias de energia elétrica é a
junto a passeios públicos e em edificações
As subestações pré-fabricadas compactas,
A distribuição em BT é feita com várias
141
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Figura 2 - Proposta de subestação pré-fabricada compacta.
chaves seccionadoras trifásicas com abertura
disponibilizadas no mercado podem ser nas
e proteção trifásica e alimentará vários
seguintes versões:
consumidores, permitindo o desligamento individual sem necessidade de prejudicar os
• Com ou sem acesso do operador de rede;
outros consumidores da mesma fonte.
• Semienterrada (transformador a óleo);
As
subestações
pré-fabricadas
são
• Sobrepor (transformador a óleo ou a seco).
projetadas para assegurar uma alimentação elétrica com alto grau de confiabilidade com
De maneira geral, a IEC 62271-202
as interligações entre os compartimentos
prevê as condições mínimas para correto
MT, BT e transformador isolado e blindado,
funcionamento
além de garantir que o público próximo à
fabricadas compactas. Os ensaios de tipo
subestação não corra o risco de se acidentar
requeridos mínimos são:
das
subestações
pré-
no caso de um arco interno. • dielétrico;
Configuração
• elevação de temperatura; • grau de proteção;
Diversas
configurações
podem
ser
realizadas nas subestações compactas, por
• resistência mecânica; • arco interno.
exemplo:
Conforme previsto na norma, o ensaio
• Duplo alimentador com a utilização de
de verificação do nível de ruído emitido pela
chave reversora (hospitais e centros TI);
subestação pré-fabricada compacta deverá ser
• Liga/desliga das chaves de MT, no
acordado entre fabricante e consumidor final.
compartimento de BT (não requerem EPIs
especiais);
de uma subestação pré-fabricada no local de
• Operação remota das chaves seccionadoras
sua instalação, a pintura poderá ser adequada
de MT.
conforme o caso.
V ersões
* Camila Zimmer é engenheira
Visando minimizar o impacto ambiental
eletricista da Elos Eletrotécnica.
As subestações pré-fabricadas compactas
Ponto de vista
142
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
Foto: Beto Barata/AE
O compromisso de Dilma com a política de resíduos sólidos
A presidente da República reeleita precisa
para o desenvolvimento e condizente com
adotar com agilidade e eficácia soluções para
a complexidade dos problemas a serem
um tema que ficou esquecido na campanha
enfrentados. É pertinente lembrar que a
eleitoral dos presidenciáveis: a Lei nº 12.305,
PNRS alinha nosso país ao que há de mais
de 2010, que instituiu a Política Nacional
contemporâneo no cenário urbano mundial,
de Resíduos Sólidos (PNRS), cuja execução
em termos de enfrentamento dos principais
prática é de extrema importância para o meio
problemas ambientais, sociais e econômicos
ambiente, a melhoria da qualidade da vida no
decorrentes
meio urbano e a saúde pública. Infelizmente,
resíduos sólidos.
o tema praticamente não foi abordado pelos
A lei prevê o aumento da reciclagem
candidatos e, ao mesmo tempo, a Câmara dos
e reutilização de tudo o que for possível e a
Deputados conseguiu aprovar a prorrogação
destinação ambientalmente adequada dos
por quatro anos da erradicação dos lixões,
rejeitos. Institui, ainda, a responsabilidade
embutida em Medida Provisória que tratava de
dos fabricantes, importadores, distribuidores,
assunto econômico.
comerciantes,
Por isso, espera-se que a presidente
dos serviços de coleta na logística reversa
Dilma Rousseff, no novo governo, dê à
das embalagens e produtos pós-utilização,
matéria tratamento à altura de seu significado
processo indispensável para que equipamentos
do
manejo
cidadãos
inadequado
e
dos
encarregados
143
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
eletrônicos,
pneus,
âmbito dos compromissos de governo a serem
o social e o ambiental. Nossas cidades não
embalagens em geral e restos do consumo não
colocados em prática no próximo ano. Nesse
podem continuar depositando os resíduos
retroalimentem a degradação ambiental.
sentido, é decisivo que a Lei nº 12.305 saia
sólidos em céu aberto, o anticartão postal dos
A lei é ótima, mas sua execução está
definitivamente do papel na próxima gestão
resquícios de nosso subdesenvolvimento.
atrasada, prejudicando muito o Brasil e seu
federal. O Brasil não pode mais postergar esse
povo. O mais urgente refere-se à erradicação
avanço em sua política de meio ambiente.
dos chamados lixões, cujo prazo, fixado pela
Por isso, durante a campanha eleitoral
PNRS, expirou em 2 agosto de 2014. Apenas
relativa
cerca de metade dos municípios brasileiros
presidencial, o Sindicato das Empresas de
conseguiu cumprir a determinação legal. O
Limpeza Urbana no Estado de São Paulo
principal motivo desse problema é a falta de
(Selur) enviou mensagem aos dois candidatos,
recursos financeiros das prefeituras. Por isso,
na qual solicitava providências, perguntava
é decisivo o aporte de recursos da União
de modo objetivo o que pretendem fazer a
para compartilhar esses investimentos com
respeito e pedia a ágil alocação de recursos
as cidades brasileiras. É premente extinguir a
para que os municípios possam recuperar o
deposição dos resíduos sólidos a céu aberto,
tempo perdido, remover os lixões e implantar
um verdadeiro atentado ambiental, e lhes
os aterros sanitários. Isso é prioridade máxima!
dar correta destinação em aterros sanitários
Agora, o novo governo tem esse compromisso
Por Ariovaldo Caodaglio, cientista
adequados.
com a população.
social, biólogo, estatístico e
Esse
é
pilhas,
o
alicerce
lâmpadas,
que
ao
segundo
turno
da
eleição
possibilitará
O Brasil está em dívida com o meio
pós-graduado em meio ambiente e
o cumprimento integral da PNRS nos
ambiente urbano. É preciso vencer esse desafio,
presidente do Sindicato das Empresas
próximos anos. Assim, no novo governo,
que responde aos três eixos do mais atual
de Limpeza Urbana no Estado de São
será decisiva a devida atenção ao tema, no
conceito da sustentabilidade: o econômico,
Paulo (Selur).
Agenda
144
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
13 a 16 de janeiro de 2015
Instalações elétricas de baixa tensão III - ABNT NBR 5410:2004
Descrição
Informações
O curso tem como objetivo transmitir e exercitar os procedimentos da norma NBR 5410, com foco na capacitação completa do participante para dimensionar e especificar todos os materiais elétricos em uma instalação de qualquer porte em baixa tensão – até 1kV. As aulas são voltadas para engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas em edificação de porte, tais como indústrias e shoppings.
Local:
Cursos
26 a 29 de janeiro de 2015
Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br
Inspeção predial
Descrição
Informações
As aulas deste curso têm como intuito fornecer aos participantes conhecimentos específicos referentes às modernas atividades da área de inspeção predial, exigência associada à necessidade de manutenção permanente das edificações, com atualização do arcabouço legal e normativo correspondente. O curso é direcionado a engenheiros, arquitetos e técnicos que realizam atividades de inspeção e manutenção das edificações em geral.
Local:
4 a 6 de fevereiro de 2015
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
Projeto de Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica Conectado à Rede
Descrição
Informações
Com base em conceitos consagrados na Alemanha – líder mundial na energia solar – e correlacionados à realidade brasileira, o curso abordará temas fundamentais para projetar uma instalação fotovoltaica conectada à rede. Dentro do conteúdo programático das aulas, estão assuntos como: tipos de sistemas fotovoltaicos; principais usos e aplicações; equipamentos, características e composição de sistemas; e dimensionamento de sistemas. Além de aulas práticas, os alunos que participarem do curso terão a oportunidade de visitar a primeira instalação executada no Rio de Janeiro, permitindo aprofundamento e discussão do conhecimento adquirido.
Local:
3 de março de 2015
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br
Fundamentos do Setor Elétrico Brasileiro
Descrição
Informações
A meta deste curso promovido pelo Instituto Acende Brasil é proporcionar uma visão multidisciplinar do setor elétrico brasileiro a partir de conceitos básicos e essenciais para a compreensão do setor do ponto de vista físico, econômico, institucional e socioambiental. Para isso, serão apresentados durante as aulas conceitos de energia e suas aplicações, e temas como: a cadeia de valor do setor elétrico brasileiro, a regulação e a instituições do setor elétrico brasileiro, a política tarifária (conteúdo já atualizado para 3º ciclo de revisão tarifária), bem como impactos socioambientais e licenciamento ambiental.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br
Enertec
27 a 29 de janeiro de 2015
Eventos
São Paulo (SP)
Descrição
Informações
A Enertec, feira internacional de geração, distribuição e armazenamento de energia, apresentará em janeiro do próximo ano na Alemanha as mais recentes tecnologias e serviços voltados a uma infraestrutura de energia eficiente. O evento de 2015 terá como foco a produção de energia descentralizada, mas abordará também outros temas, tais como: expansão e modernização das redes; soluções estruturais para economizar energia; e campos promissores do mercado de energia, pesquisa & desenvolvimento.
Local:
28 e 29 de janeiro de 2015
Leipzig (Alemanha) Contato: 0341 678-8293 info@enertec-leipzig.de
14º Fórum Nacional Jurídico e Regulatório do Setor Elétrico
Descrição
Informações
Promover debates, projetar o futuro e buscar soluções para alguns dos problemas enfrentados pela cadeia energética, estes são os objetivos do 14º Fórum Nacional Jurídico e Regulatório do Setor Elétrico, que será promovido no final do mês de janeiro na capital paulista. Entre os temas discutidos durante o evento estão as previsões das novas regras das renovações de concessões de distribuidoras e como isso afetará juridicamente as empresas, além de formas para otimizar o processo de licenciamento ambiental para novos projetos de geração, transmissão e distribuição de energia.
Local:
10 a 15 de fevereiro de 2015
São Paulo (SP) Contato: (11) 3017-6888 susy.cheim@informa.com
EcoShowcase London
Descrição
Informações
Realizado na capital inglesa, a feira EcoShowcase apresenta produtos e serviços para a construção sustentável, reunindo especificadores, fornecedores de produtos, associações da indústria e outros profissionais envolvidos na área da construção. Conforme os organizadores, o evento é dividido em seis categorias: produtos que respeitam o meio ambiente, materiais para construção exterior, materiais para o trabalho estrutural de edifícios, instalações para edifícios como iluminação e climatização, materiais para obras interiores e serviços profissionais com arquitetos, softwares e manutenção de imóveis.
Local: Londres (Inglaterra) Contato: +44 (0) 1425 477565 www.ecoshowcase.co.uk/
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
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What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Novembro de 2014
O que há de errado?
ação Ilustr
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Observe a imagem a seguir e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.
PREMIAÇÃO Nesta edição, o leitor que mandar a resposta mais completa, relatando as não
Resposta da edição 104 (Setembro/2014) Diversos leitores identificaram os principais problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor BRUNO VINÍCIUS ANDRADE SANTOS apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá os seguintes produtos da Ideal Industries: um alicate amperímetro, um alicate decapador e um pote com 500 conectores de torção.
Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!
conformidades da instalação com relação às prescrições da ABNT NBR 5410, será contemplado com os seguintes produtos da Ideal Industries: • Alicate amperímetro TightSight 660ACA CAT IV, código 61-764; • Alicate decapador Stripmaster Métrico 0,75 a 6,00 mm², código 45-092-341; • Conector de torção Twister LT, código 30-640J (pote com 500 unidades). Não perca tempo! Mande a sua resposta
Confira a resposta correta: Há inúmeras não conformidades com a ABNT NBR 5410, dentre elas: falta de identificação
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dos circuitos; utilização de cabos paralelos em instalações fixas; disjuntor sem identificação e instalado com sustentação inadequada; condutores isolados fixados de maneira inadequada; o quadro não apresenta barramento de neutro, nem de proteção; ausência de tampa interna do quadro; evidente falta de manutenção; etc.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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