Ano 9 - Edição 108 Janeiro de 2015
Qualidade à prova Boa parte dos fios e cabos certificados disponíveis no mercado não está de acordo com as normas técnicas Conheça os critérios do quarto ciclo de revisões tarifárias da Aneel e entenda como funcionam as bandeiras tarifárias
E mais: • Novos fascículos colecionáveis • Saiba tudo sobre as normas ABNT NBR 5419 e ABNT NBR 5410 em duas novas seções assinadas pelos especialistas que mais entendem do assunto
3
Sumário
atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós
Nova etapa de revisões tarifárias 60 A nova fase de revisões tarifárias das distribuidoras começa em abril deste ano e deve contar com diversas inovações, entre as quais, o fim da noção dos ciclos tarifários. A duração do ciclo tarifário varia de concessionária para concessionária, de forma que as revisões já não estão mais encadeadas em um determinado período de tempo.
Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Coluna do consultor
6
Colunistas
Considerações sobre o novo sistema de bandeiras tarifárias.
Michel Epelbaum – Energia sustentável
Painel de notícias 8
Luis Fernando Arruda – Instalação MT
transmissão de energia elétrica tem investimentos de R$
Jobson Modena – Proteção contra raios
1,4 bilhão; Projeto de lei estimula compartilhamento de
João Barrico – NR 10
infraestrutura por concessionárias; Indústrias que reduzirem
José Starosta – Energia com qualidade
Colaborador técnico de normas Jobson Modena
projeta aumento de 15% no faturamento deste ano.
comemora 30 anos com crescimento; Terex América Latina
124
128 130 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Espaço 5410 134 Espaço 5410 trará informações a respeito do processo
Artigo – Equipamentos Ex 68 Esclarecimentos a respeito da nova diretriz Atex 2014/34,
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.
Pesquisa – Mercado de fios e cabos e acessórios
de revisão da norma ABNT NBR 5410 – Instalações em baixa tensão.
necessária para que equipamentos Ex circulem livremente em toda
Dicas de instalação 136
a União Europeia, harmonizando os requisitos técnicos e legais.
Boas práticas para instalações em painéis elétricos: uso da
76
tecnologia de conexão a mola.
Espaço IEEE
140
Teste realizado pela Associação Brasileira pela Qualidade Fios
Como as observações de raios feitas no país contribuem
e Cabos Elétricos (Qualifio) mostra que muitos produtos deste
para a nova norma ABNT NBR 5419 e abrem alternativas de
segmento no país são certificados mesmo apresentando não
estudos para diversos setores da sociedade.
conformidades.
Aula prática – PLC 104 Desenvolvimento, análise e avaliação de filtros tipo acopladores capacitivos para redes PLC em ambientes de intenso ruído.
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
Filiada à
126
Mais uma nova coluna inaugurada nesta edição. O
Fascículos 27
Colaboradores desta edição: Alessandro Ramalho dos Santos, Augusto Carvalho, Eduardo Daniel, Estellito Rangel Jr., Haroldo Zattar, Jusiel Fontes, Luis Martinez, Osmar Pinto Jr., Plinio Godoy, Sérgio Feitoza, Valdir Pinto e Vitor Gardiman.
Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
122
Cláudio Sérgio Mardegan – Análise de sistemas de potência
o consumo de energia podem ter incentivo fiscal; Chint
Capa: http://www.magicad.com/ Impressão - Mundial Gráfica Distribuição - Correio
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente 120
Programa Luz para Todos é estendido até 2018; Leilão de
Consultor técnico José Starosta
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
118
Espaço 5419 116 Nova coluna discutirá as atualizações da norma ABNT NBR 5419 – Proteção de estrutura contra descargas elétricas
Ponto de vista
142
Os novos desafios para o setor de geração de energia elétrica no Brasil.
Agenda 144 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
atmosféricas, que deverá ser publicada, finalmente, em 2015,
What’s wrong here 146
após dez anos de um intenso trabalho de revisão.
Identifique o que existe de errado na instalação.
123
Editorial
4
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Capa ed 108_D.pdf
1
2/5/15
12:16 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 9 - Edição 108 Janeiro de 2015
Qualidade à prova Boa parte dos fios e cabos certificados disponíveis no mercado não está de acordo com as normas técnicas Conheça os critérios do quarto ciclo de revisões tarifárias da Aneel e entenda como funcionam as bandeiras tarifárias O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 108 – Janeiro de 2015
Uma andorinha só não faz verão
E mais: • Novos fascículos colecionáveis • Saiba tudo sobre as normas ABNT NBR 5419 e ABNT NBR 5410 em duas novas seções assinadas pelos especialistas que mais entendem do assunto
Edição 108
Há nove anos a revista O Setor Elétrico foi criada com o propósito de não apenas manter bem informados os profissionais
da área elétrica, mas, sobretudo, de contribuir para a sua formação, publicando artigos selecionados, premiados e assinados pelos principais especialistas do setor.
Embora já tenha nascido com o auxílio do trabalho de uma consultoria técnica, a publicação surgiu acanhada, com apenas
66 páginas. Aos poucos foi ganhando corpo, conquistando mercado e ampliando seu alcance, chegando hoje a ser lida, mensalmente, por uma média de 46 mil leitores qualificados, considerando que cada exemplar impresso é lido por, pelo menos, três pessoas, já que a revista costuma circular pelos departamentos técnicos das empresas em que é distribuída. Soma-se a isso a leitura da revista pela internet e pelo aplicativo disponível para tablets e smartphones. Para se ter uma ideia, nove mil pessoas já fizeram o download do aplicativo em um período aproximado de dois anos!
Com publicações e projetos especiais, como Coleção Elétrica, Coleção Energia, Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras
e Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, além dos eventos técnicos (Cinase) realizados em diversas cidades brasileiras, a revista tornou-se ainda mais conhecida, sendo, atualmente, uma das mais prestigiadas do setor.
Encerrando um ciclo de nove anos e entrando no seu décimo ano de vida (a partir da próxima edição), O Setor Elétrico
evoluiu consideravelmente. Não só em número de páginas, mas principalmente, por contar com especialistas que nos ajudam a tornar esta revista cada vez mais completa, trazendo com a máxima urgência possível as principais atualizações técnicas do setor, além das notícias do mundo elétrico.
É importante frisar que O Setor Elétrico, desde sempre, manteve firme o seu foco técnico e, assim, conseguiu conquistar
o reconhecimento do mercado. Além de contar, hoje, com a consultoria técnica de dois especialistas do setor, a revista é produzida por uma equipe com larga experiência na área elétrica e preocupada em transmitir o melhor nessas páginas. Afinal, um bom trabalho feito em equipe sempre gera mais resultados do que qualquer atividade individual.
A cada ano, novas seções são pensadas, novos colaboradores são convidados, novos fascículos elaborados. As
mudanças são feitas em razão das necessidades dos leitores, identificadas durante o ano anterior. Dessa maneira, como não poderia ser diferente, esta primeira edição do ano também traz novidades! Além de uma discreta repaginação no visual, destaque para os novos fascículos, que tratam de temas extremamente atuais: qualidade e certificação das instalações de baixa tensão; previsão e gerenciamento do consumo de energia; equipamentos para subestações de transmissão e distribuição; e iluminação pública e urbana. As séries de artigos serão publicadas em todo o ano de 2015 e são assinadas por experts em suas respectivas áreas de atuação.
Outra grande novidade é a publicação de novas seções destinadas ao acompanhamento de duas normas muito
importantes para o setor: a ABNT NBR 5410 (instalações de baixa tensão) e a ABNT NBR 5419 (proteção contra descargas atmosféricas). A primeira está em processo de revisão, o que será retratado com detalhes neste espaço a partir desta edição. A segunda já foi revisada e deverá ser publicada neste ano pela ABNT. Todas as informações serão divulgadas com precisão nesta coluna pelos profissionais que participaram ativamente dos debates que culminaram no novo documento.
Tenham todos uma ótima leitura e fiquem à vontade para contribuir com o nosso editorial. Sugestões, dúvidas e críticas
são sempre bem-vindas! Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br
Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
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6
Coluna do consultor
Agora sim: “estamos dando bandeira”
Conforme já previsto, anunciado e prorrogado no último
ano, talvez por razões relacionadas à contenção da inflação em ano de eleições, o modelo de cobrança adicional da energia elétrica denominado “bandeiras tarifárias”, com base nos níveis dos reservatórios, começa a ser posto em prática agora em 2015. Mais detalhes sobre a aplicação do modelo podem ser encontrados na reportagem desta edição e no portal www.osetoreletrico.com.br na coluna assinada por mim. Na atual situação, os consumidores terão suas contas incrementadas em valores aproximados entre 6% e 8% devido ao acréscimo dos R$ 30 por cada MWh consumido relativo à bandeira vermelha. Quando tivermos os reservatórios em situação menos crítica, a coisa poderá ser abrandada na bandeira amarela (acréscimo de R$ 15 por MWh consumido) e, quem sabe algum dia, a bandeira verde que isenta a cobrança venha a alegrar toda a torcida e não somente a do meu também esfacelado Palmeiras.
Levantamos nossas mãos aos céus pedindo não só
gols, mas chuvas e tempestades para tornar nosso céu de brigadeiro com lagos em níveis adequados. Como bons brasileiros apostamos em mais um super-herói. Desta vez ele tem sorriso simpático, usa gravata e comedidamente já começou a reduzir os “custos Brasil”, fazendo a lição de casa. Que o “nosso” Levy seja iluminado e fundamentalmente ouvido.
Mais uma vez vamos pra limonada (e isso não inclui só
o governo, mas toda a sociedade). O tempero deverá ser eficiência, sustentabilidade, tecnologia, equilíbrio e, quem sabe, honestidade e transparência. Bom recomeço a todos e que a inspiração dos levitas nos acompanhe.
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Programa Luz para Todos é estendido até 2018 A prorrogação foi chancelada por meio do Decreto nº 8.387, publicado em 30 de dezembro de 2014. Objetivo da medida é levar energia elétrica para mais 228 mil famílias do meio rural
O Programa Luz para Todos, do Governo
Para isso, foram investidos mais de R$
famílias que não contavam com o serviço
Federal, foi estendido até dezembro de
22,7 bilhões, sendo que, deste montante,
de luz elétrica e o programa foi prorrogado
2018. A prorrogação aconteceu por meio
cerca de R$ 17 bilhões vieram do Governo
para o período de 2011 a 2014 or meio do
do Decreto nº 8.387 aprovado no dia 30
Federal.
Decreto nº 7520/2011.
de dezembro de 2014 pela presidenta da
Desenvolvido em novembro de 2003,
Com coordenação do Ministério de
República Dilma Rousseff. O objetivo da
com o objetivo de acabar com a exclusão
Minas e Energia (MME), o programa
medida é levar energia elétrica para mais
elétrica, o Programa Luz Para Todos
é
operacionalizado
228 mil famílias do meio rural.
estabeleceu a meta de fornecer eletricidade
e
executado
Até novembro do ano passado, o
a 10 milhões de moradores rurais até 2008,
de energia elétrica e cooperativas de
programa
mas o objetivo foi alcançado em 2009.
eletrificação rural em parceria com os
Neste
governos estaduais.
havia
atendido
3.184.846
famílias, mais de 15 milhões de pessoas.
intervalo,
encontraram-se
mais
pela
pelas
Eletrobras
concessionárias
Mais recente leilão de transmissão de energia elétrica tem investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão No certame realizado em 9 de janeiro, foram ofertados quatro lotes, mas somente dois receberam propostas. O deságio médio foi de 4,58% Realizado no dia 9 de janeiro, na
Já o Lote I, composto por apenas
estipulado, de aproximadamente R$ 13,2
sede da BM&FBovespa, em São Paulo,
um empreendimento, uma subestação
milhões.
o leilão de transmissão de energia
de 500/138 kV, que será construída no
elétrica nº 07/2014, promovido pela
Estado de São Paulo, foi adquirida pela
de
Agência Nacional de Energia Elétrica
CPFL Geração de Energia. A RAP foi de
aproximadamente 4.700 empregos diretos.
(Aneel), contou com investimentos de
R$ 10 milhões, representando um deságio
E as primeiras instalações deverão entrar
aproximadamente
de 32,59% em relação ao valor máximo
em operação em setembro de 2017.
R$
1,4
bilhão.
O
deságio médio foi de 4,58%. Foram ofertados quatro lotes (A, F, I, J), e apenas
Lote
dois (A e I) receberam propostas. Apesar
Empreendimentos
Gentio do Ouro II;
um sucesso pelo Ministério de Minas
–LT 500 kV Gentio do Ouro II -
PI/BA
36 meses R$ 144,6
Cymi Holding S.A.
milhões
(-100/+200) MVAr; –SE 500/230 kV Ourolândia II (6+1R)x300 MVA;
de Receita Anual Permitida (RAP) foi de
–LT 230 kV Igaporã III - Pindaí II -
R$ 144, 6 milhões, representando um
146,817 milhões.
Vencedores
e Compensador Estático
espanhola Cymi Holding, cuja proposta
R$
Proponentes
Ouro II - (6+1R)x300 MVA
que arrematou os empreendimentos foi a
de
gerar
–SE 500/230 kV Gentio do
os estados da Bahia e do Piauí. A empresa
governo,
–LT 230 kV Gentio do Ouro II Brotas de Macaúbas;
500/230 kV, que serão construídas entre
pelo
RAP
deverão
do Chapéu II; A
quilômetros, e duas subestações, de
estabelecido
lotes
–LT 500 kV Ourolândia II - Morro
principal em disputa.
deságio de 1,51% ante o valor máximo
Prazo
os
Ourolândia II;
e Energia (MME), já que o Lote A era o
linhas de transmissão, totalizando 906
ambos
–LT 500 kV Gilbués II -
disso, o certame pôde ser considerado
O Lote A era composto por cinco
UF
Conforme o MME, os empreendimentos
CD, C2 e C3. I
–SE 500/138 kV Morro Agudo (nova) - (6+1R) x 133 MVA
SP
30 meses R$ 10,8 milhões
CPFL Geração de Energia S.A.
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Abee-RJ homenageia engenheiro Dácio de Miranda Jordão Especialista é autor do primeiro livro técnico brasileiro sobre instalações elétricas para a indústria do petróleo
Na ocasião, o engenheiro Estellito Rangel Jr. representou o homenageado Dácio de Miranda Jordão.
A Associação Brasileira dos Engenheiros
pela presidente da Abee-RJ, conselheira
sobre
Eletricistas (Abee) Seção Rio de Janeiro
Regina Moniz, ao engenheiro Estellito Rangel
Explosivas (EPIAEX). O primeiro congresso
homenageou, no final do ano passado, o
Jr., que representou o homenageado.
brasileiro dedicado exclusivamente ao tema
engenheiro Dácio de Miranda Jordão, autor
A premiação marcou as comemorações
aconteceu nos dias 12 e 13 de abril de
do primeiro livro técnico brasileiro sobre
pelo Dia do Engenheiro Eletricista, que é
1994 e teve comissão organizadora formada
instalações elétricas para a indústria do
celebrado na data de 23 de novembro, e 20º
pelos engenheiros Dácio de Miranda Jordão,
petróleo. Na ocasião, uma placa foi entregue
aniversário do início do Encontro Petrobras
Estellito Rangel Jr. e Osvaldo Godoy.
Instalações
Elétricas
Atmosferas
Energia eólica atinge marca de 6 GW de potência instalada Fonte representa agora 4,5% da matriz elétrica brasileira. Ao todo, são 241 parques eólicos distribuídos por 11 estados dobrou.
GW de potência por ano. “Segundo as
atingiu uma marca histórica na primeira
Conforme a Associação Brasileira de
perspectivas do Governo, o setor eólico
semana de janeiro deste ano. Com a
Energia Eólica (Abeeólica), este número
deve atingir 22,4 GW de potência
entrada em operação de quatro novos
alcançado pelo setor eólico traz um
instalada em 2023 e as previsões do
parques eólicos localizados no Estado
peso muito positivo para a sociedade
setor indicam um crescimento ainda
da Bahia – no total, são 241 parques
brasileira, representando mais de 90
maior,
eólicos distribuídos por 11 estados –
mil empregos gerados, 10 milhões de
declara.
a fonte eólica agora possui 6 GW de
residências abastecidas mensalmente e
capacidade instalada e representa 4,5%
5 milhões de toneladas de CO2 evitadas.
o volume atingido mostra a consolidação
da matriz elétrica brasileira. No final
O crescimento da energia eólica
da indústria de energia eólica no país
de 2012, eram 2,5 GW de potência
continuará.
presidente
“que teve início, principalmente, a partir
instalada. Ou seja, em apenas dois
executiva da associação, Elbia Silva
de 2009, quando esta fonte foi inserida
anos, a capacidade de energia gerada
Gannoum, a expectativa é que sejam
na matriz elétrica por meio de leilões
por empreendimentos eólicos mais que
contratados e instalados no mínimo 2
competitivos”.
O
segmento
de
energia
eólica
Conforme
a
que
alcançará
25,6
GW”,
A presidente da Abeeólica afirma que
11
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
CCEE cria canal de relacionamento com novos agentes do mercado de energia Iniciativa visa orientar, preparar e dar suporte aos novos associados que desejam iniciar suas operações de comercialização A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) acaba de lançar um novo canal de relacionamento, voltado para candidatos a agentes. A iniciativa tem como objetivo orientar e dar suporte necessário para que essas empresas iniciem suas operações no mercado de energia com segurança, tendo como foco o esclarecimento de dúvidas sobre regras, procedimentos, obrigações, riscos, conceitos e legislação. São associados à CCEE todos agentes que atuam com a compra e venda de energia no país, como geradores, distribuidoras, comercializadoras e consumidores livres e especiais.
De acordo com o gerente executivo de
Atendimento ao Mercado da Câmara de Comercialização, Cesar Pereira, “a CCEE
Um dos fatores determinantes para a criação do canal de relacionamento foi o apontamento de que novos associados precisavam de atenção especial no momento de sua adesão à instituição.
criou essa nova modalidade de atendimento
Outro fator determinante para a criação
2,9 mil associados. Apesar da criação de um
para intensificar o apoio aos novos agentes
do novo canal de relacionamento foi o
canal focado nesse novo público, a Central de
no início de suas operações. Além dos
apontamento, por pesquisas junto aos
Atendimento da CCEE continuará atendendo
consumidores livres, cujo principal negócio
associados, de que esse público precisava
normalmente dúvidas ligadas à adesão de
não é energia, temos diversos novos
de atenção especial no momento de
agentes e outras relacionadas ao início das
empreendedores em geração entrando no
sua adesão à instituição e também nas
operações das empresas no mercado.
mercado por meio dos leilões do ambiente
primeiras operações no mercado.
O novo canal pode ser acessado
regulado e também no ambiente livre. Nosso
Os
objetivo é fazer com que esses agentes
representam cerca de 30% de toda a
br. A CCEE criou processos específicos
compreendam as operações na CCEE, suas
demanda recebida pela CCEE, que apenas
e alocou um gestor de relacionamento
obrigações e também os riscos envolvidos,
no ano passado contabilizou mais de 300
exclusivamente
evitando que enfrentem problemas".
adesões ao mercado e ultrapassou a marca de
demandas de atendimento desse público.
chamados
de
novos
agentes
pelo
novosagentes@ccee.org.
para
gerenciar
as
Greenpeace financia energia solar em escolas Financiamento coletivo objetiva instalar painéis solares em duas escolas públicas O Greenpeace acaba de lançar um
Os painéis solares serão instalados
respectivamente, do seu consumo de
crowdfunding (financiamento coletivo) para
na Escola Estadual Professor Oswaldo
eletricidade. Com esses sistemas, as duas
arrecadar fundos e conseguir viabilizar
Aranha Bandeira de Mello, em São Paulo
escolas vão economizar juntas, em média,
a instalação de sistemas fotovoltaicos
(SP), e na Escola Municipal Professor
R$ 25 mil por ano, valor que será revertido
em duas escolas públicas. “Escolhemos
Milton Magalhães Porto em Uberlândia
em atividades culturais para os estudantes,
as
porque
(MG). Com isso, espera-se uma redução
como viagens, visitas a museus, cursos,
transformador
instalações
acreditamos
no
em
escolas
poder
significativa nas contas de energia das
etc.
e multiplicador da Educação” diz a
escolas.
benefícios provenientes da energia solar
coordenadora da campanha de clima e
As escolas de Uberlândia e São
para cerca de 1800 crianças.
energia do Greenpeace Brasil, Barbara
Paulo vão receber um sistema que
Mais
Rubim.
produzirá o equivalente a 55% e 20%,
greenpeace.org.br/escolasolar.
O
projeto
deverá
informações
proporcionar
em:
www.
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Governo do Rio Grande do Sul lança edição atualizada do Atlas Eólico Publicação, que contou com a coordenação da Eletrosul, tem como um de seus diferenciais a apresentação do regime de ventos e do potencial eólico offshore do estado O Governo do Estado do Rio de
em conta ventos de 7 m/s, o potencial é
evoluções
Grande do Sul, por meio da Agência
de 102,3 GW à altura de 100 metros e
meteorológicos que fazem as estimativas,
Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção
de 245,3 GW a alturas superiores a 150
além do conhecimento técnico adquirido
do
Investimento
(AGDI),
lançou
em
tecnológicas
nos
modelos
metros.
nesse período, a partir das campanhas de
janeiro deste ano, na cidade de Porto
Coordenador das duas edições do
medição de ventos e da operação efetiva
Alegre, a edição atualizada do Atlas
Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, o
de parques eólicos.
Eólico. O documento, cuja elaboração
diretor de Engenharia e Operação da
Para
foi coordenada pela Eletrosul, funciona
Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio,
edição do Atlas, foram utilizados dados
como uma ferramenta para orientar a
lembrou que o estado já havia sido
da publicação de 2002 e informações
expansão do aproveitamento dos ventos
pioneiro ao elaborar esses estudos em
da Eletrosul e de outras 21 empresas
com o objetivo de produção de energia no
uma época na qual praticamente não
do setor, que realizam negócios no Rio
estado, que tem o maior parque gerador
se falava de energia eólica no Brasil.
Grande do Sul. O Atlas está disponível
eólico do país, com 1 GW instalado.
Segundo ele, nesta segunda edição, o
para download no site da Eletrosul, www.
eletrosul.gov.br.
Entre os diferenciais do novo Atlas
documento inova mais uma vez, porque,
Eólico, está a apresentação do regime
além de inserir avaliações do potencial
de ventos e do potencial eólico offshore
offshore,
da região. Neste sentido, avaliou-se o
municípios e das regiões, de acordo com
potencial sobre as três principais lagoas
a classificação do Instituto Brasileiro de
do estado, dos Patos, Mirim e Mangueira,
Geografia e Estatística (IBGE). Para o
e sobre o oceano. Na avaliação junto às
coordenador, o documento acarretará em
lagoas, descobriu-se que, a 100 metros
excelentes resultados, podendo ser útil
de altura, o potencial é de 40 GW. Já o
no desenvolvimento de políticas públicas
potencial eólico sobre o oceano é de
e no planejamento das empresas que
110 GW para lâminas d’água até 50
investem em energia eólica.
metros de altura. Outro ponto importante
Custódio
do
necessidade
documento
são
os
resultados
identifica
o
potencial
destaca da
revisão
elaboração
da
segunda
dos
também do
a
a
Atlas,
apresentados das medições feitas em 70
explicando que, desde o lançamento do
torres. Nelas, foi apontado que, levando
primeiro documento, em 2002, houve
Atlas Eólico orienta a expansão doa aproveitamento dos ventos para produção de energia no Rio Grande do Sul.
Capacidade de geração de energia em 2014 chega a 133,9 mil megawatts Energia é proveniente de 3662 plantas de geração, entre eólicas, hidrelétricas, usinas solares e termelétricas A capacidade instalada no Brasil em
que apresenta a atualização do parque
3,65% de eólicas, 0,23% das centrais
2014 chegou a 133,9 mil megawatts
gerador do Brasil até o dia 31 de
geradoras e 0,01% de solar.
(MW)
dezembro do ano passado.
Da
provenientes
de
202
usinas
capacidade
instalada
total
hidrelétricas
do País até 2014, 84 mil MW são
228 eólicas, 2 usinas nucleares, 487
predomina e responde por 62,80% da
de hidrelétricas, 4,7 mil MW são de
pequenas centrais hidrelétricas, 497
capacidade instalada do país, seguida
pequenas centrais hidrelétricas (PCH),
centrais geradoras hidrelétricas e 311
das
e
4,8 mil MW de eólicas e 37,8 mil MW
usinas solares. Os dados constam do
das pequenas centrais gidrelétricas,
de UTES. A Aneel estima para 2015
relatório de fiscalização da Agência
com 3,58%. Compõem ainda a matriz
capacidade instalada entre 140,9 mil
Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
1,49% de potência de usinas nucleares,
MW e 141,2 mil MW.
hidrelétricas,
1935
termelétricas,
A
energia
termelétricas,
das
com
28,25%,
Painel de mercado
14
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Unica e CCEE lançam Selo Energia Verde Certificação será concedida a empresas que usam energia gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar. Usinas produtoras também receberão certificado
Desenvolvido pela União da Indústria
livre de energia.
de Cana-de-Açúcar (Unica), em um
acordo de cooperação com a Câmara
também receberão o selo as usinas
de Comercialização de Energia Elétrica
geradoras
(CCEE), o Selo Energia Verde será
atendem a critérios de sustentabilidade
entregue por meio de um certificado
constantes do Protocolo Agroambiental
atestando que pelo menos 20% da
do
energia
pelas
assinado pelo governo de São Paulo
empresas são produzidos de forma
e o setor sucroenergético em 2007, e
sustentável.
requisitos de eficiência energética.
elétrica
consumida
Além das empresas consumidoras, de
Setor
bioeletricidade
Sucroalcooleiro
que
Paulista,
A criação do Selo Energia Verde
representa
vigor
foram entregues pela Unica e CCEE em
do
a
Programa
entrada de
em
Certificação
Os primeiros selos Energia Verde já
da
cerimônia de lançamento, realizada no
cana-de-açúcar
Bioeletricidade, que permitirá a troca de
dia 26 de janeiro, na sede da Unica, em
mercado livre de energia elétrica. Entre
informações entre Unica e CCEE, como
São Paulo (SP). Foram contempladas, na
os produtores, receberam a certificação
a confirmação sobre a origem contratual
categoria de consumidores, as empresas
as usinas Adecoagro, Alta Mogiana,
da energia comercializada pelas usinas
Duratex
Guarani (Grupo Tereos), Noble, Raízen,
movidas a biomassa de cana no mercado
eletricidade gerada por biomassa de
e
Unilever,
que
adquirem
comercializada
no
São Martinho e Zilor.
Comerciantes de São Paulo entrarão na justiça contra empresas de distribuição O intuito é recuperar as perdas sofridas durante as quedas de energia elétrica ocorridas no mês de janeiro, que causaram prejuízo aos empresários
Com o objetivo de recuperar as
restabelecimento rápido da queda de
se
perdas sofridas durante as quedas
energia não são plausíveis, uma vez que
possíveis prejuízos, a locar ou comprar
de
de
essas situações acontecem em todos os
geradores, que apresentam um alto
janeiro, que causaram enorme prejuízo
verões. Luís afirma também que muitos
custo
devido,
demora
empresários estão preocupados com
o advogado, dependendo do porte
no restabelecimento, um grupo de
a possibilidade de novos “apagões”,
do
comerciantes do Estado de São Paulo
como o que ocorreu no último 19 de
equipamento pode variar entre R$ 40
deve ingressar, nos próximos, dias, com
janeiro
mil e R$ 500 mil.
ações na Justiça contra as empresas
“Por
responsáveis
das
energia
ocorridas
especialmente,
pela
no à
mês
distribuição
de
Os comerciantes pretendem cobrar empresas
de
distribuição
viram
obrigados,
para
a
aquisição.
estabelecimento,
todas
para
essas
o
diminuir
Conforme preço
razões,
do
as
os
ações serão impetradas contra as
energia elétrica. As informações são
prejuízos com a perda de mercadorias,
empresas distribuidoras de energia
do escritório Scheer & Advogados
com o conserto de equipamentos, com
para obtermos uma indenização que
Associados.
o aluguel de geradores e ainda os
cubra os prejuízos causados. Embora
De acordo com o advogado sócio
lucros cessantes, ou seja, as receitas
a finalização das ações seja demorada
fundador do escritório, Mauro Scheer
que deixaram de ter pelo fato dos
em virtude do judiciário ser lento, os
Luís,
estabelecimentos não terem funcionado
comerciantes alegam que não podem
pelas concessionárias – chuvas, ventos
as
justificativas
apresentadas
durante o período.
mais simplesmente arcar sozinhos com
e queda intensa de raios – para o não
os prejuízos que só aumentam”, afirma.
Luís afirma que alguns empresários
15
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Aumenta o interesse de empresas e investidores por energia elétrica Segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), mais de 21% dos gestores estão com foco no setor de energia limpa
O interesse pela energia alternativa,
Para a advogada Danielle Limiro, sócia
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica),
como a solar e a eólica está aumentando.
da B2L, o interesse por fontes como a
em seis anos a capacidade instalada deve
De acordo com Rodrigo Bertozzi, CEO
eólica e solar deve crescer ainda mais no
aumentar quase 300%. O setor eólico deve
da B2L Investimentos S/A, especializada
Brasil em decorrência do acordo firmado
passar dos atuais 3% da matriz energética
na medição de negócios entre fundos
na Conferência do Clima (COP 20), que
brasileira para 8% em 2018.
e empresas, o problema do baixo nível
aconteceu em Lima, Peru, e cujo objetivo
dos reservatórios – em decorrência da
é reduzir as emissões de poluentes que
já ganha visibilidade. Em agosto passado,
escassez de chuvas – e o risco de novos
causam o efeito estufa e o aumento das
entrou em operação, em Tubarão (SC),
apagões mostram a urgência de se investir
temperaturas no mundo. O acordo deverá
a maior usina solar construída até agora
neste tipo de fonte. “Por isso, empresas e
ser detalhado na COP 21, deste ano, a
no país, com capacidade para abastecer
investidores já estão de olho neste futuro
ser realizada em Paris, na França. “Há
2,5 mil residências. E o primeiro leilão de
promissor”, destaca.
boas perspectivas diante da demanda
energia solar organizado em 2014 pelo
Dados levantados pela Associação
crescente”, afirma Danielle, explicando que
Governo contratou 31 novos projetos,
Brasileira de Private Equity & Venture Capital
a energia limpa também tem a seu favor
que devem gerar energia suficiente para
(Abvcap) revelam que 21% dos gestores
o processo de implantação mais rápido,
abastecer mais de 900 mil residências.
estão com foco no setor de energia limpa.
com a obtenção de licenças ambientais
Diante desse quadro, os casos de
Segundo o CEO da B2L, a indústria de
mais simples do que as térmicas e as
empresas de sucesso que estão surgindo
private equity deve ter presença cada vez
hidrelétricas.
no setor faz crescer a demanda por fundos
maior como fonte de investimento de capital
A energia eólica é a que mais cresce
com esse perfil, com especial atenção à
para fomentar o crescimento das empresas
na atualidade, especialmente em estados
cadeia de fornecimento de equipamentos
de energias alternativas.
do Nordeste. De acordo com a Associação
de energia eólica.
O mercado de energia solar também
Leilão de fontes alternativas de 2015 terá 570 projetos A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recebeu o cadastro de 570 projetos de usinas eólicas e térmicas a biomassa para o leilão de fontes alternativas de 2015, marcado para o próximo dia 7 de abril
Marcado para 7 de abril, o próximo
segundo prevê o regulamento do leilão.
leilão de fontes alternativas, promovido
Outras termelétricas, juntamente com
pela Empresa de Pesquisa Energética
as eólicas, deverão iniciar o suprimento
(EPE), conta com o cadastro de 570
no dia 1º de junho de 2017.
projetos apresentados pelos agentes
de
estatais,
projetos - 161 usinas eólicas (3.863
estaduais e privadas), sendo 530 de
MW) e uma termelétrica a biomassa (36
usinas eólicas, somando quase 13 mil
MW). Em seguida vem o Rio Grande do
megawatts de potência instalada, e 40
Norte com 110 projetos eólicos (2.549
usinas termelétricas a biomassa (2.067
MW).
MW). No total, esses novos projetos
Em
significarão mais 14.962 megawatts
biomassa, o estado que mais atraiu
(MW) de potência instalada para o país
projetos foi São Paulo - 23 usinas, com
nos próximos anos
um total de 1.152 MW.
geração
(empresas
Algumas termelétricas a biomassa
A Bahia foi o estado que mais atraiu
relação
a
termelétricas
a
Veja ao lado o ranking dos estados
deverão iniciar o suprimento de energia
que mais receberam usinas eólicas no
a partir do dia 1º de janeiro de 2016,
Brasil até 2014:
Painel de produtos
16
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Prensa-cabos desmontável www.obobrasil.com.br
A Obo Bettermann acaba de lançar um modelo de prensa-
cabos desmontável, que é fornecido em duas partes, podendo ser montado rapidamente por meio de um simples sistema de encaixe. De acordo com a empresa, no caso de uma substituição, em instalações existentes, não é mais necessário desconectar os cabos. As contra-porcas também são desconectáveis e oferecem a mesma facilidade de instalação.
Além da borracha de vedação padrão para cabos de 7 mm
a 20 mm de diâmetro, é possível adquirir a borracha fechada que permite a furação no diâmetro desejado, bem como a borracha para a passagem de até três cabos. O prensa-cabos é produzido de poliamida na cor cinza.
Conector perfurante para redes protegidas www.sicame.com.br
O TTDC, conector perfurante para redes protegidas, foi criado
na década passada pela Sicame na França para os mercados europeu, americano e asiático.
No Brasil, desde 2010, este
conector vem sendo avaliado e instalado em concessionárias nacionais desde 2011, indicado para redes de média tensão de 15 kV a 36 kV. Uma evolução natural deste produto foi apresentada pela empresa em 2013: o TTDC-AT. Além de manter suas características originais, conta com parafusos com cabeças-fusíveis de duplo estágio para garantir que a instalação ocorra de maneira homogênea. Conta com a tecnologia antitracking, que garante a performance do conector livre do trilhamento elétrico.
O TTDC-AT atende a cabos de média tensão, com espessura
de isolação de até 5,5 mm e bitolas de 50 mm² a 300 mm², ideal para áreas de alta agressividade salina e alta densidade industrial. Conector perfurante é ideal para redes de média tensão de 15 kV a 36 kV.
Com grau de proteção IP 67, é indicado também para ambientes especiais.
17
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Minidisjuntores residenciais www.soprano.com.br
Novidade da Divisão de Materiais Elétricos da Soprano, a
nova linha de minidisjuntores residenciais SHB-H atendem às normas ABNT NBR NM 60898-1 (6 kA) e ABNT NBR IEC 60947-2 (10 kA).
Disponíveis nos modelos monopolar, bipolar e tripolar, os
produtos são indicados para uso nos quadros de distribuição e padrões de entrada de energia. De acordo com o fabricante, alta performance, proteção e segurança são os diferenciais dos minidisjuntores.
Solução em amarração para painéis solares www.hellermanntyton.com.br As
abraçadeiras
em
aço
inox
produzidas
elevadas (de -80 °C a +538 °C), à umidade, à corrosão e a produtos químicos. Ideais para aplicações em painéis de energia solar, elas garantem segurança na amarração em instalações expostas ao tempo. Também são indicadas para instalações offshore.
Entre os acessórios opcionais está a trava do manípulo para
disjuntores SHB, que pode ser utilizada nos modelos monopolar, bipolar e tripolar. O produto opera na frequência de 50 / 60 Hz e tensão máxima de isolamento de 415 Vca.
Certificados pelo Inmetro, os minidisjuntores possuem grau de proteção IP 20.
pela
HellermannTyton são altamente resistentes a temperaturas
Abraçadeiras são indicadas para aplicação em painéis solares.
Painel de normas
18
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Projeto de lei estimula compartilhamento de infraestrutura por concessionárias Em análise na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal, PLS nº 428/2014 aumenta para 30% o percentual das receitas que fica com as empresas Está em análise na Comissão de
comenta que há uma enorme extensão
Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado
de fibras óticas instaladas no Brasil pelas
Federal o projeto de lei nº 428/2014
prestadoras do setor elétrico e com o
que estimula o compartilhamento de
compartilhamento essa rede poderia ser
infraestrutura
e
utilizada para uso comercial, aumentando a
permissionárias de serviço público. O
por
concessionárias
oferta de serviços de transmissão de dados.
projeto aumenta para 30% o percentual
Conforme Diniz, isto também alargaria a
que fica com as concessionárias das
cobertura dos serviços de telecomunicação
receitas auferidas com o compartilhamento
para áreas remotas e ampliaria a competição
de infraestrutura. Atualmente, conforme
no setor de telecomunicações. .
normas da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), apenas 10% dessas
mais cinco outros que fazem parte do
receitas permanecem com as empresas,
Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
sendo 90% revertidas em favor do
O senador do PT-AC foi designado
consumidor de energia elétrica.
como relator pela Comissão de Ciência,
De acordo com o autor do projeto, o
Tecnologia, Inovação, Comunicação e
senador Anibal Diniz (PT-AC), tornando o
Informática (CCT) para acompanhar o
valor mais atrativo, incentiva-se a utilização
desenvolvimento do PNBL em 2014. (Com
compartilhada de estruturas. O legislador
informações da Agência Senado).
Além desse projeto, Anibal apresentou
Indústrias que reduzirem o consumo de energia podem ter incentivo fiscal Projeto de Lei nº 7728/2014 estipula que as empresas da indústria eletrointensiva que reduzirem espontaneamente a quantidade de eletricidade usada tenham compensação tributária gradativa
Tramitando em caráter conclusivo na
consumo de energia que reduzirem
Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei
espontaneamente
nº 7728/2014, do deputado Eduardo
eletricidade usada tenham compensação
da Fonte (PP-PE) pretende conceder
tributária gradativa. Com a compensação,
incentivo fiscal a empresas da indústria
tributos devidos pela empresa serão
eletrointensiva – como a de produção
compensados por créditos em recursos
de aço, alumínio, papel e celulose –
gerados pela economia energética.
que reduzirem o consumo de energia
Atualmente,
elétrica.
aguardando a designação de relator
A
proposta
projeto
de
está
do
na Comissão de Minas e Energia. O próximo passo é ser analisado pelas
estabeleceu
Política
deputado
o
quantidade
PP-PE altera a Lei nº 10.295/01, que a
do
a
de
comissões de Finanças e Tributação; e
Conservação e Uso Racional de Energia,
Nacional
de Constituição e Justiça e de Cidadania.
e dispõe que as indústrias com alto
(Com informações da Agência Câmara).
Painel de normas
20
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
ABNT publica oito normas em janeiro
Óleo mineral isolante “Óleo
mineral
isolante
e para proteger os dispositivos contra
discriminação entre descargas parciais
cargas de até 1000 N inclusive.
e interferência.
Ensaio de imunidade a transiente elétrico rápido/salva
Condutores elétricos
–
Determinação da tensão interfacial de óleo-água pelo método do anel – Método
de ensaio” é o título da norma ABNT
A norma ABNT NBR 7302:2015 foi
NBR 6234:2015 publicada no dia 22
Também publicada no dia 21 de
publicada no dia 19 de janeiro deste ano
de janeiro de 2015. O documento tem
janeiro, a norma ABNT NBR IEC 61000-
e estabelece o método de verificação da
como objetivo especificar o método do
4-4:2015 é intitulada “Compatibilidade
deformação linear com a tensão repetida
anel para a determinação da tensão
eletromagnética (EMC) – Parte 4-4:
aplicada aos condutores elétricos de
interfacial óleo-água, em óleo mineral
Ensaios e técnicas de medição – Ensaio
alumínio.
isolante
de
utilizado
em
equipamentos
imunidade
a
transiente
elétrico
este
rápido/salva". Com 41 páginas, esta
método de ensaio é frequentemente
parte da norma refere-se à imunidade
aplicado para óleo em serviço como uma
de equipamentos elétricos e eletrônicos
indicação do grau de deterioração.
para
elétricos.
Conforme
a
ABNT,
transientes
repetitivos
Invólucros de equipamentos elétricos
e
elétricos
fornece
rápidos
requisitos
de
Linha área de transmissão de energia elétrica Documento
normativo
cuja
data
de publicação é 13 de janeiro de
imunidade e procedimentos de ensaio
2015,
relacionados
a
ABNT
NBR
8664:2015
elétricos
constitui os requisitos para sinalização
Com o título “Graus de proteção
rápidos/salvas. Além disso, o texto
de identificação de linha aérea de
assegurados
de
define as variações dos níveis de ensaio
transmissão de energia elétrica, bem
os
e estabelece procedimentos.
como, quando necessário, da sua faixa
equipamentos
pelos
invólucros
elétricos
contra
a
transientes
e/ou de seus acessos.
impactos mecânicos externos (Código IK)",
a
norma
ABNT
NBR
IEC
Medição de descargas parciais
62262:2015 é aplicável a equipamentos
Plugues e tomadas para uso industrial
não
Com 23 páginas, a norma ABNT
superior a 72,5 kV. O texto normativo
NBR 6940:2015 “Técnicas de ensaios
também foi publicado no dia 22 de
elétricos de alta tensão – Medição
janeiro deste ano.
de descargas parciais” foi publicada
“Plugues e tomadas para uso industrial
no dia 19 de janeiro. O documento
– Parte 1” aplica-se aos plugues e
fornece orientação à elaboração de
tomadas, aos conjuntos acopladores
normas de equipamentos no que diz
de cabo e aos conjuntos conectores
elétricos
com
tensão
nominal
Caixas e invólucros para dispositivos elétricos
A ABNT NBR IEC 60309-1:2015,
respeito a descargas parciais e ainda
do equipamento, com tensão nominal
A Associação Brasileira de Normas
define os termos empregados e as
de funcionamento não superior a 1000
Técnicas (ABNT) publicou no dia 21 de
grandezas para medição; e descreve os
V em corrente contínua ou corrente
janeiro de 2015 o documento normativo
circuitos de ensaio e os instrumentos
alternada, com frequência não superior
ABNT
60670-23:2015.
de medição que podem ser utilizados.
a 500 Hz em corrente alternada, e
Sob o título “Caixas e invólucros para
Além disso, recomenda os tipos de
corrente nominal não superior a 800
dispositivos elétricos para instalações
medição e de instrumentos adequados
A,
elétricas fixas para uso doméstico e
para aplicações específicas; recomenda
uso industrial, interno ou externo. O
análogo”, a norma é aplicável às caixas
métodos para calibração e verificação;
documento
e aos invólucros previstos para serem
descreve
no dia 6 de janeiro de 2015 e tem 87
instalados em todos os tipos de piso
fornece
NBR
IEC
procedimentos orientação
no
de
ensaio;
tocante
à
destinados
páginas.
principalmente
normativo
foi
para
publicado
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Terex América Latina projeta aumento de 15% no faturamento deste ano Perspectiva de crescimento vem na esteira de investimentos feitos pela empresa no ano passado. A companhia aportou R$ 20 milhões no aprimoramento de sua estrutura na América Latina e do atendimento na área de pós-vendas e treinamento
A Terex Latin America, ramo latino-
que a companhia possa resolvê-los com
americano da Terex, empresa da área de
eficácia, e mais rapidamente.
içamento e movimentação de materiais,
Outra
projeta um crescimento de 15% em seu
pela companhia no ano passado ocorreu
faturamento para este ano ante 2014. Esta
no
elevação é fruto, dentre outros fatores, das
basicamente
estratégias adotadas pela empresa no ano
possibilitam
passado para superar as expectativas do
de distribuição de energia, tais como
cliente e obter eficiência nas operações: a
veículos com escada montada sobre
companhia investiu mais de R$ 20 milhões
suporte basculante e giratório, cestos
no aprimoramento de sua estrutura na
aéreos, bastões e varas de manobra,
América Latina e do atendimento na área
e instrumentos de teste e detecção. A
de pós-vendas e treinamento.
companhia
Destaque para o lançamento em
realizadas na fábrica de Betim (MG). O
2014 do programa “Minha Terex”: canal
gerente comercial da unidade de negócios
direto de atendimento 24 horas por dia,
de Cestos Aéreos da Terex Latin America,
sete dias por semana, relacionado a
Rafael Vilan, explica que, anteriormente, a
peças, serviços, garantia e treinamento.
empresa desenvolvia muitos equipamentos
O programa, que compreende todas
por demanda e isso foi modificado agora,
as unidades de negócio da Terex, tais
com a empresa fabricando produtos
como guindastes, plataformas aéreas,
“standards”,
processamento de materiais e utilities,
contínua. Assim também foram diminuídos
objetiva antecipar os diagnósticos de
os custos e foi redefinida a distribuição,
eventuais problemas e demandas, para
objetivando maior competitividade.
grande
segmento
Empresa aprimorou processo produtivo na fábrica de Betim (MG).
de por
mudança utilities,
composto
equipamentos
intervenções
simplificou
em
realizada
linha
nas
as
de
que redes
operações
produção
24
Painel de empresas
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Chint comemora 30 anos com crescimento de 215% em 2014 Fabricante chinês de equipamentos elétricos industriais e de energia limpa realizou evento no fim do ano passado no qual foram abordadas ações, lançamento e projetos para 2015
Durante o Fórum de Marketing 2015, realizado em Natal (RN), a fabricante chinesa Chint apresentou os resultados do ano que passou, ações, lançamentos e projetos para 2015, além do planejamento até 2020.
Em comemoração a seus 30 anos de
Sampaio, na ocasião a empresa para
nome ainda não pode ser revelado – e a
existência, a Chint, fabricante chinês de
qual a companhia chinesa fornecia seus
implantação em todas as capitas do país
equipamentos elétricos industriais e de
produtos foi adquirida por outro fabricante,
de pelo menos um distribuidor máster,
energia limpa, realizou no final do ano, em
fazendo com que a Chint perdesse 100%
que será responsável pela região. “Isso
Natal (RN), o Fórum de Marketing 2014.
do mercado brasileiro. Como reação foi
facilitará o acesso aos produtos Chint em
A companhia apresentou na ocasião a
construída a filial, que abriga as equipes
todo Brasil”, explica.
seus principais distribuidores do Brasil e
comerciais e de engenharia. “Com a nova
da América Latina resultados do ano que
filial recuperamos e superamos o volume de
que a construção da nova fábrica da Chint
passou, ações, lançamentos e projetos
vendas que tínhamos até 2011”, destaca
no Brasil ocorrerá em 2016. A planta
para 2015 e o planejamento da empresa
Para 2015, a fabricante chinesa
industrial atenderá ao seguimento de baixa
até 2020. Foi anunciado também no
promete diversas novidades. Entre os
tensão. Conforme Sampaio, até 2020,
evento a construção nos próximos anos
quais o lançamento de um kit compacto
a companhia planeja ter filiais em mais
de uma nova fábrica da Chint no Brasil.
para usos residencial de sistema de
três países: México, Chile e Venezuela,
A Chint cresceu 215% no país em
energia solar. “Lembrando que a Chint é
que, junto com a fábrica nova no Brasil,
2014, fechando contratos com mais
o maior gerador de energia solar da China
facilitará a logística e a distribuição
11 distribuidores master distribuídos. A
e em 2014 comprou a maior fábrica de
de todos os países da América Latina.
elevação no ano passado, assim como
placa solar da Alemanha para atender
A Chint espera até a referida data já
nos últimos três anos, pode ser explicada
o mercado europeu”, conta o gerente
trabalhar com o segmento de alta tensão
pela implantação da filial da empresa em
comercial. A empresa ainda anunciou o
e fortemente em energia solar. “Dentro
território nacional, mais especificamente,
fechamento de um acordo para um projeto
do planejamento devemos superar os R$
em São Paulo, no ano de 2011. Conforme
de fabricação O&M (marca própria) com
500 milhões em investimentos”, finaliza o
o gerente comercial da Chint, Márcio
uma marca famosa no Brasil – cujo o
gerente comercial.
Durante o evento foi divulgado ainda
Painel de empresas
26
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Pan Electric divulga nova identidade visual Marca remete aos principais atributos da empresa: inovação, dinamismo, sofisticação, criatividade e iniciativa e pode ser resumida pelo slogan: “O que nos conduz é desafio”
de
A Pan Electric, empresa fabricante cabos
oficialmente visual.
A
elétricos, sua nova
nova
apresentou identidade
logomarca
remete
aos principais atributos da empresa: inovação,
dinamismo,
sofisticação,
criatividade e iniciativa, e destaca um reposicionamento da companhia não só perante a seus clientes diretos, mas também ao consumidor final, mostrando que está sintonizada com o momento
A nova marca traz conceitos como inovação, criatividade e sofisticação.
atual da empresa e as necessidades do mundo contemporâneo. De acordo com a Pan Electric, o conceito da nova marca é sintetizado pelo slogan: “O que
na
nos conduz é o desafio”.
específicos
fabricação
de
para
cabos altas
elétricos
conhecidos ou inéditos. A empresa
baixas
começou suas atividades em uma área
e
Fundada em 1987, produzindo tubos
temperaturas, cabos de aquecimento,
de 300 m². Na atualidade, o parque
isolantes flexíveis e cordões têxteis,
cabos navais, cabos de uso móvel
fabril da companhia apresenta 7 mil m²
a Pan Electric é hoje especializada
e
de área construída.
projetos
especiais
para
usos
Fascículos
Apoio
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy
28
Capítulo I – Conceitos fundamentais I • Conceitos básicos • Propagação da luz • Iluminância e luminância • Fontes de luz
ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez
40
Capítulo I – Sistemas de distribuição – natureza, análise das cargas e definições • A natureza das cargas • Definições • Análise da carga de consumidores individuais • Demanda • Fator de carga
EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa
44
Capítulo I – Definições e estudos do sistema elétrico que servem de base para as especificações técnicas dos equipamentos para subestações de transmissão e distribuição • Tensões e correntes aplicadas nos equipamentos de uma subestação • Especificação dos valores de tensão e corrente em uma nova subestação • Estudos de curtos-circuitos • Estudos de estabilidade, eletromecânicas, flutuação de tensão e impactos no sistema
QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES DE BAIXA TENSÃO Eduardo Daniel Capítulo I – Introdução • Aspectos mais genéricos das instalações e de seus requisitos • Importância do estabelecimento de normas técnicas confiáveis • Importância na avaliação da conformidade das instalações
54
Apoio
Iluminação pública e urbana
28
Capítulo I
Novo!
Conceitos fundamentais I Por Plinio Godoy*
Nesta edição iniciamos uma série de 12
Este trabalho é um processo vivo,
Na
artigos sobre iluminação pública e urbana,
assim, sugestões e comentários são bem-
formuladas diferentes teorias para explicar
objetivando levar ao leitor uma visão
vindas a fim de aprimorar sempre a
a luz, sendo a primeira tentativa efetuada
geral dos aspectos técnicos, normativos e
informação e a busca pela qualidade da
por Isaac Newton no século XVII com a
de soluções, possibilitando melhorar sua
iluminação em nossas cidades, visando a
chamada Teoria Corpuscular, com base
capacidade crítica e permitindo uma análise
iluminação social.
em três premissas: 1. Os corpos luminosos
mais embasada nos conceitos fundamentais,
Parte do material a ser utilizado nestes
emitem energia radiante em formas de
conhecimentos, dicas e detalhes técnicos que
capítulos foram desenvolvidos no livro
partículas; 2. Estas partículas propagam-se
muitas vezes passam despercebidos dos olhos
“Iluminação Urbana”, escrito por mim,
em linhas retas; 3. Estas partículas atuam
destreinados.
Plinio Godoy, e por Paulo Candura.
sobre a retina, estimulando uma resposta
Não
temos
aqui
a
pretensão
de
desenvolver um curso de iluminação, mas
história
científica,
foram
que produz uma sensação visual.
Conceitos básicos
sim levantar alguns assuntos importantes,
Já no final do século XVII, o holandês
Christiaan Huygens lançou a Teoria
aguçando a curiosidade daqueles interessados
Define-se “luz” como a energia
Ondulatória da Luz, com base nas premissas
para aí sim buscar um aprofundamento.
radiante que é capaz de excitar a
de que a luz é resultado das vibrações
Como diz o nome deste fascículo,
retina do olho humano e produzir, por
moleculares no elemento luminoso e de
abordaremos a iluminação pública e urbana,
consequência,
visual,
que as vibrações são transmitidas em um
pois entendemos a existência de questões
desencadeando o processo de percepção
meio denominado “Éter”, com movimento
específicas nestas duas áreas, lembrando o
visual. A compreensão completa da luz
ondulatório em forma similar às ondas da
entendimento mais abrangente da iluminação
implica não somente o conhecimento
água. E estas vibrações assim transmitidas
como um todo: a Iluminação das cidades!
das leis físicas sobre sua natureza como
atuam sobre a retina do olho humano,
também as respostas do ser humano
estimulando uma resposta que produz a
perante esse fenômeno.
sensação visual.
Dividimos assim os assuntos a serem
discutidos neste espaço: Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12
uma
sensação
Conceitos fundamentais I Conceitos fundamentais II Fotometria básica Iluminação urbana Fontes de luz na iluminação urbana Luminárias na iluminação urbana Eletrônica na iluminação urbana Iluminação viária Iluminação de áreas verdes Iluminação de valorização urbana Poluição luminosa Plano mestre de iluminação urbana
Mais adiante, no século XIX, o físico
escocês James Clerk Maxwell estabelece a Teoria Eletromagnética, partindo da ideia de que os corpos luminosos emitem luz por meio de energia radiante. Esta energia se propaga em forma de ondas eletromagnéticas, que atuariam sobre a retina do olho humano, estimulando uma resposta que produz a sensação visual. As ondas eletromagnéticas são campos elétricos e magnéticos paralelos
Apoio
se propagando no espaço e têm velocidade
século XX, dirigiu sua atenção ao que
c = lf, em que c é a velocidade da luz, l o
era, todavia, um problema não resolvido
cientistas Louis De Broglie e Heisenberg
comprimento de onda, que é a distância
pela física do século XIX, e que consistia
estabeleceram as premissas de que cada
entre os picos, e f é a frequência (o
na
diversos
elemento de massa em movimento tem
inverso do período de uma oscilação).
comprimentos
energia
associado uma onda cuja longitude é
As diferentes frequências de oscilação
calorífica irradiada por um corpo quente.
estão associadas a diferentes tipos de
Sob certas condições ideais, a energia
radiação. Por exemplo, ondas de rádio
se distribui de um modo característico.
têm frequências menores, a luz visível tem
Planck
frequências intermediárias e a radiação
explicada
radiação
Em que l é a longitude de onda associada
gama tem as maiores frequências.
eletromagnética era emitida pelo corpo
ao movimento de onda; h é a constante de
A Teoria do Eletromagnetismo foi o
distribuição
entre
de
onda
demonstrou supondo
os da
que que
podia a
Unificando as teorias acerca da luz, os
definida pela equação: l=h/mv
ser
em pacotes discretos aos quais chamou
Planck; m é a massa da partícula; e v é a
que permitiu o desenvolvimento da Teoria
“quanta”.
velocidade da partícula.
Restrita (ou Especial) da Relatividade por
Albert Einstein, em 1905, descrevendo
de que a energia é emitida e absorvida
a física do movimento na ausência de
em quantidades definidas (Fótons) e
campos
que o valor energético de cada fóton é
gravitacionais.
A
noção
de
variação das leis da física no que diz
O postulado de Planck parte do ponto
determinado pelo produto de:
A radiação visível A energia radiante na parte visível do espectro está inserida entre duas
respeito aos observadores é a que dá nome hxv
à teoria, à qual se acrescenta o qualificativo
longitudes de onda, 380-770 nanômetro (IESNA, 1993). Isso significa que os olhos
de especial ou restrita, por limitar-se apenas aos sistemas em que não se têm em
Em que: h = 6,626 x 10-34 (Constante de
humanos estão aptos a enxergar a radiação
conta os campos gravitacionais.
Plank) e v = frequência da vibração do
dentro destes comprimentos de onda, é o
fóton (Hz).
que chamamos de luz (Figura 1).
O físico Max Planck, no início do
29
Apoio
Iluminação pública e urbana
30
Figura 1 – Luz visível
Propagação da luz
obtém-se a reflexão dita especular.
Com relação ao fenômeno da refração,
A luz se propaga em linha reta em
se o raio incidente encontra-se em um meio
um meio homogêneo e a uma velocidade
1, de índice de refração n1, e o raio refratado
menor do que a velocidade no vácuo,
encontra-se em um meio 2, de índice de
segundo um fator definido como Índice de
refração n2, a relação dos ângulos incidente
Refração do meio. Quanto mais próximo
e emergente é expressa pela equação:
da unidade for o Índice de Refração, mais n1 sen F1 = n2 sen F2
próxima é a velocidade de propagação no
entre dois meios com distintos índices de refração, uma parte da radiação é refletida
É importante salientar que, sempre que
se ilumina uma superfície cuja característica
vácuo (velocidade da luz). Quando a luz atravessa a interface
Figura 3 – Reflexão.
Esta expressão é conhecida como Lei de Snell.
Reflexão e transmissão difusa
de reflexão é especular, o resultado é a baixa percepção de luz; quando se ilumina uma superfície com características de reflexão difusa, os resultados são muito mais
pelo meio um e a outra parte é transmitida pelo meio dois, sofrendo um desvio da
Em geral, a distribuição angular da luz
expressivos, considerando-se o índice de
direção original, ao que caracteriza que a
refletida e transmitida depende do ângulo
sua reflexão. Em linhas gerais, sempre que
luz sofreu uma refração (Figura 2).
de incidência do raio luminoso em relação
há o interesse na iluminação de uma dada
à superfície e da natureza da rugosidade da
superfície é recomendada a utilização de cores
superfície.
claras e acabamentos foscos (reflexão difusa).
Figura 2 – Refração.
Os raios incidente e refletido, quando
em um mesmo meio, são iguais, ou seja, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de emergência. Quando a superfície é polida,
Figura 4 – Curvas de sensibilidade CIE.
Apoio
31
Apoio
Iluminação pública e urbana
32
Sensibilidade espectral do olho humano
Fluxo luminoso
por E, sua unidade de medida é o Lux e é calculada pela relação lm/m2.
O fluxo luminoso F é a parte do fluxo 1 Lux = 1 lm/1 m2
A sensibilidade do olho humano não é
radiante de uma fonte relacionada à resposta
uniforme dentro do espectro visível, sendo
visual humana, conforme explicitado na
que a variação em relação ao comprimento
curva de sensibilidade CIE (Figura 4), entre
Caso a área utilizada seja sq.ft (pé
de onda pode ser analisada no gráfico da
380 nm e 780 nm, considerando-se a curva
quadrado), o resultado é expresso em fc
Figura 4.
de visão fotópica. A unidade de medição
(lm/ft2). Pelas relações de área, tem-se:
chama-se lúmen (lm).
A visão fotópica
1 footcandle = 10.76391 lux
“Um Lúmen é o fluxo luminoso de uma
radiação monocromática caracterizada por
Em ambientes nos quais há altos níveis
uma frequência de 540 Hz x 1012 Hz e um
de iluminação, em geral durante o dia,
fluxo radiante de (1/683)W”
a percepção da luz é representada pela
De forma resumida, uma energia
curva relativa à visão fotópica, percebida
radiante de 1 W proporciona no máximo
completamente pelos receptores chamados
683 lm, quando utilizada uma radiação
de cones. A resposta máxima desses
monocromática de 555 nm.
receptores ocorre na região verde amarelada do espectro, cujo comprimento de onda
Eficiência da fonte
está na casa dos 555 nanômetros (nm).
A visão escotópica
Na prática, o fluxo luminoso de uma
lâmpada é a soma de toda energia radiante que sensibiliza o olho humano na visão
Em ambientes nos quais há baixos níveis
fotópica, diretamente relacionada com a
de iluminação, em geral durante o período
capacidade de cada fonte em transformar
noturno, e os olhos humanos dispõem de
energia elétrica em luminosa. A esta
tempo suficiente para se adaptar à escuridão
capacidade chama-se de eficiência da fonte
observador da superfície iluminada, isto é,
(até 30 minutos), tem-se a visão chamada
medida em lumens por watt (lm/W) e pode
tudo o que os olhos humanos enxergam pode
escotópica, percebida por outra categoria
ser analisada na Figura 5.
ser descrito por luminância de determinado
de receptores, os bastonetes. A resposta máxima
dos
bastonetes
ao
estímulo
Iluminância e luminância
Figura 6 – Iluminância.
O conceito de luminância baseia-se no
objeto. A luminância de um objeto iluminado depende do ângulo de visão entre o plano e o observador e, por consequência,
ocorre na região azulada do espectro, cujo comprimento de onda está na casa dos
O conceito de iluminância, no passado
da superfície aparente do objeto e de seu
507nm.
conhecido por iluminamento, caracteriza o
índice de reflexão. A luminância é medida
resultado de uma fonte de luz que incide em
em candela por metro quadrado (cd/m2) no
determinada área iluminada. Simbolizada
sistema internacional (Figura 7).
A visão mesópica Na região intermediária entre as visões fotópica e escotópica, tem-se uma interessante visão chamada mesópica, em que cones e bastonetes interagem entre si, proporcionando uma visão débil em reconhecimento de cores, aumentando a percepção das cores vermelhas em relação às azuis (motivo pelo qual a luz de freio dos automóveis é vermelha). Assim, para cada momento do dia e sua respectiva quantidade de luz, a curva de sensibilidade move-se desde a visão fotópica e escotópica, conforme mostrado na Figura 4.
Figura 5 – Eficiência da fonte luminosa.
Apoio
Supondo a existência de duas lâmpadas
de dimensões diferentes, porém com o mesmo fluxo luminoso, se olharmos as duas fontes luminosas a uma mesma distância, a lâmpada maior será percebida menos brilhante do que a lâmpada menor, ou seja, luminância pode ser também descrita por brilho. Ou ainda, o brilho de superfícies escuras é menor que o brilho de superfícies Figura 7 – Luminância.
claras.
Intensidade luminosa A definição de luminância utiliza um conceito de intensidade luminosa (I) medido em candela (cd). O conceito de intensidade luminosa pode ser descrito pela unidade de luz, que quando somada resulta no fluxo luminoso da fonte. Dessa forma, a integral de todas as intensidades luminosas emitidas por uma fonte resulta no fluxo luminoso da fonte. Figura 8 – Luminância e brilho.
Por definição: intensidade luminosa (I)
33
Apoio
Iluminação pública e urbana
34
é a luz que se propaga numa dada direção,
sendo uma medida relativa à percepção de
aparência diante de uma fonte de luz. A luz
dentro de um ângulo sólido unitário e sua
luminosidade da luminância.
artificial, como regra, deve permitir ao olho humano perceber as cores corretamente ou
unidade é lúmen/esferorradiano ou candela (cd). O ângulo sólido (w) é uma medida
Considerando
do espaço tridimensional, assim como o
existe o conceito aditivo, ou seja, em que
que
na
iluminação
Lâmpadas
radiano é para o espaço bidimensional.
a adição de todas as fontes de espectro
apresentam as cores com total fidelidade
O esferorradiano é a unidade de um
monocromático resulta na luz branca,
e precisão. Quanto mais baixo o índice,
ângulo sólido, ou seja, um ângulo no espaço
pode-se, com base em três cores básicas
mais deficiente é a reprodução de cores.
tridimensional.
monocromáticas, o sistema RGB criar a luz
Os índices variam conforme a natureza da
com a cor que se deseja. Para cores menos
luz, e são indicados de acordo com o uso de
saturadas, acrescenta-se a luz branca,
cada ambiente.
obtendo-se como resultado cores pastéis. A esse sistema chama-se de RGBW.
Figura 9 – Esferorradiano.
Medidas colorimétricas
No que se refere à cor, temos duas
situações distintas: a cor na esfera da impressão e percepção e a cor no âmbito da iluminação. A cor percebida pertencente a um objeto ou a uma fonte de luz refere-se a uma percepção instantânea. Ela depende da interação de fatores como as características do objeto e da fonte de luz incidente sobre este objeto, dos arredores, da direção de visão e capacidades do observador.
A cor de um objeto é definida pela
cor da luz refletida ou transmitida por ele
o mais próximo possível da luz natural. com
Ra
Dentre as características da luz relativas
para o bom entendimento e definição da
de luz artificial foi estabelecido há mais de
fonte de luz: a aparência de cor correlata
100 anos e, durante este período, foram
ou, simplesmente, a aparência de cor.
desenvolvidos diversos estudos para se
Quando há necessidade de expressar
chegar a descrições e recomendações de
uma determinada cor de luz emitida por
como a luz deveria ser melhor utilizada.
uma fonte, utiliza-se esta definição com
Inicialmente,
frequência, pois ela expressa diretamente a
quantificar a luz, ou seja, medir as diversas
cor emitida com base em uma comparação
unidades características das fontes de luz,
com padrão definido.
como fluxo luminoso.
É sabido que a maioria dos corpos,
Chegou-se,
quando aquecidos a temperaturas suficiente
quantitativa da luz, para a qual foram
mente altas, emite luz avermelhada e que, à
realizadas pesquisas estatísticas com base
medida que a temperatura do corpo aumenta,
na observação de universos de pessoas
a cor da luz emitida tende para o tom azulado.
estatisticamente válidas. O objetivo era
Índice de reprodução de cores (Ra ou IRC)
O uso da energia elétrica para produção
as
pesquisas
assim,
para
cada
tipo
de
atividade.
Mais
somente a quantidade correta de luz, mas
É a medida de correspondência entre
o desenvolvimento de soluções que visam a
a cor real de um objeto ou superfície e sua
qualidade do ambiente iluminado, ou seja,
vermelho, amarelo, laranja, verde, azul ou roxo. Saturação: corresponde à pureza da cor que determina o tom. Uma cor monocromática Por
consequência, como em iluminação, o branco se dá pela soma das diversas cores saturadas. Claridade: refere-se à quantidade de luz,
abordagem
recentemente, as técnicas buscaram não
Tom: associado a cores básicas como
saturação.
à
buscaram
definir a quantidade de luz necessária
pode ser caracterizada por:
maior
100
à cor, dois aspectos são fundamentais
padrão (luz do sol, por exemplo). A cor
tem
a
Fatores humanos em iluminação
quando iluminado por uma fonte de luz
espectral
igual
Figura 10 – Aspectos que influenciam a qualidade de um sistema de iluminação.
Apoio
35
Apoio
Iluminação pública e urbana
36
analisar os efeitos psicológicos da luz nas
direta ou indireta das fontes de luz em
pessoas – uma abordagem qualitativa.
intensidades que possam atrapalhar ou
impedir a execução de determinada tarefa.
O assunto relacionado à qualidade da
iluminação foi desenvolvido na Divisão 3
O ofuscamento direto ou indireto
(que trata dos temas ambientes interiores
criado por uma fonte de luz está
e lighting design) do Comitê Internacional
relacionado à intensidade da luz observada
de Iluminação (CIE), por meio do Comitê
e a iluminação existente no ambiente. Neste
Técnico TC 3-34. Ficou estabelecido que
caso, estamos nos relacionando com as
a qualidade de um sistema de iluminação
luminâncias observadas, e é fundamental
é determinada pelo grau de excelência
para o projetista preocupar-se com um bom
alcançado
balanceamento destas luminâncias.
relativo
ao
bem-estar
das
pessoas e sua integração com as questões
arquitetônicas e econômicas.
do elemento iluminado ou da fonte, e
O conforto visual é, na verdade, o
como a luminância está relacionada à área
atendimento de vários quesitos que podem
observada, temos maior probabilidade de
interferir direta ou indiretamente na ação
minimizá-la quando trabalhamos com
de enxergar objetos e ambientes. Alguns
fontes de maior dimensão, motivo pelo
fatores têm possibilidade de interferir na
qual o ofuscamento criado por lâmpadas
qualidade e no conforto visual, e estar
fluorescentes é menor quando comparado
diretamente relacionados à iluminação ou
ao ofuscamento criado por lâmpadas
com a tarefa em si.
incandescentes pequenas.
O ofuscamento depende da luminância
Figura 12 – Sombras.
é causado pela relação espacial entre a tarefa, o observador e a fonte de luz ou por sombras indesejáveis criadas por elementos terceiros.
A consideração do uso de iluminação
localizada para a correção destes transtornos é importante, pois é uma ferramenta de fácil implementação e eficaz para prover a luz necessária no local necessário.
No entanto, pode-se interagir com as
fontes de luz e os objetos, criando espaços iluminados em que a presença de sombras é desejável para a criação de efeitos
Problemas associados à iluminação
especiais. A essa técnica dá-se o nome de Shadowlighting.
A variação temporal da iluminação artificial,
também
conhecida
como
Flickering, é a quase percepção pelo indivíduo da variação do fluxo luminoso diante da frequência nominal da tensão de 50 Hz ou 60 Hz. Dizemos quase percepção pelo fato de, na maioria dos casos, não haver a real percepção da variação de fluxo, porém há o indício de que constantes dores de cabeça
Figura 11 – Ofuscamento.
Sombras
estão relacionadas a este fato. Interessante é o fato de que, quando se utilizam os reatores
eletrônicos de alta frequência (entre 30 KHz e
de uma fonte de luz e de um objeto, pois onde
50KHz), o problema relacionado às dores de
não há luz, não há sombra. Imediatamente
cabeça diminui drasticamente, aumentando o
pode-se imaginar que, quanto maior for o
bem-estar do indivíduo.
número de fontes, maior será o número de
A reflexão da luz em superfícies
sombras, porém com menor contraste.
próximas
o problema, quando a utilização dos
A sombra será mais definida quanto
indesejável e causada, principalmente, pelas
equipamentos
for
menor for a fonte de luz. Desta relação
características de reflexão relacionadas ao
uma opção econômica possível, é o
chama-se de luz dura toda luz que produz
ângulo de incidência da luz proveniente da
balanceamento entre fases elétricas em
sombras definidas, e de luz mole toda
fonte ou do grau de reflexão da superfície, se
luminárias próximas.
aquela que produz sombras difusas.
é uma reflexão difusa, mista ou especular. A
Um problema a evitar com as sombras
reflexão é normalmente controlada a partir
é a diminuição da qualidade de uma tarefa
da fonte, anteparo ou mesmo da alteração
pela má visualização causada por uma
de posição do objeto, como um livro, por
sombra indesejada. Em geral, esse problema
exemplo.
Uma
orientação
para
eletrônicos
minimizar não
Ofuscamento
O ofuscamento é fruto da observação
A sombra é a consequência da presença
Figura 13- Shadowlighting.
Reflexões veladoras
ao
observador
pode
ser
Apoio
37
Fontes de luz
Hoje em dia não se pode mais chamar
de lâmpadas as fontes de luz artificial em uso no campo da iluminação, pois há fontes de luz eletrônicas em estado sólido chamadas LEDs (light emitting diode, diodos emissores de luz, na tradução livre do inglês). Dessa forma, para entender a evolução desses dispositivos, vamos começar a entender as lâmpadas.
Lâmpadas incandescentes
Figura 14 – Elementos da lâmpada incandescente.
As lâmpadas incandescentes produzem
somente este fato não conseguia produzir
luz através da incandescência de um
luz por longos períodos de tempo em
conhecidos certos aspectos de uma lâmpada
filamento confeccionado a partir dos metais
função da queima do filamento.
incandescente como potência (W); tensão de
de transição tungstênio e molibdênio.
Verificou-se
este
operação (V); bulbo; e base. A potência de
O
americano
filamento em um ambiente sem ar, ou
uma lâmpada, definida em watts (W), equivale
Thomas Edison, o precursor da lâmpada
seja, no vácuo, ele produzia luz por mais
à potência consumida pela lâmpada em uma
incandescente, verificou que, para o
tempo. E o desenvolvimento tecnológico da
hora de operação. Assim, uma lâmpada de 100
filamento produzir luz, bastava aquecê-lo
lâmpada possibilitou chegar no que hoje é
watts equivale a um equipamento que consome
utilizando-se da energia elétrica. Porém,
uma lâmpada incandescente.
100 watts por hora.
inventor
e
empresário
que,
inserindo
Para uma especificação perfeita, devem ser
Apoio
Iluminação pública e urbana
38
Determinar somente a potência da
bulbo por meio de molde do vidro e da
lâmpada não permite estabelecer um
inserção de material refletivo no interior
parâmetro seguro de especificação, pois o
do bulbo já formado. A segunda categoria
valor da tensão de operação é importante
é formada pelas lâmpadas conhecidas como
para o seu perfeito funcionamento. Assim,
PAR (Parabolic Aluminium Reflector), mais
deve-se especificar a tensão de operação da
robustas que as lâmpadas refletoras e mais
lâmpada com base na tensão de operação do
resistentes à umidade. Esse tipo de lâmpada
local em que ela será utilizada. É necessário
apresenta como principal característica um
pesquisar se a tensão de operação é 110 V,
bulbo confeccionado em vidro prensado,
115 V, 120 V, 127 V, 208 V ou 220 V.
mais resistente em relação às refletoras de
O bulbo, recipiente de vidro que
bulbo soprado, permitindo a utilização,
recobre o filamento, difere de lâmpada para lâmpada, principalmente em função da potência consumida. Quanto maior a potência da lâmpada, com mais calor envolverá o filamento e de mais espaço este filamento precisará. O formato de bulbo mais conhecido é o chamado pera, contudo, outros formatos foram desenvolvidos para
Figura 16 – Curva Isocandela.
curva, expressa em Candela (cd), que une as intensidades em diversas direções. A esta curva dá-se o nome de Isocandela. Assim, a soma dos planos formando 360 graus ao redor da fonte de luz traduzirá a emissão total da lâmpada ou luminária.
facilitar o uso em diferentes luminárias.
muitas vezes, em sistemas sem a necessidade de luminárias fechadas. Sendo da categoria das lâmpadas refletoras, as lâmpadas PAR focam o fluxo luminoso produzido pelo filamento em direções e intensidades específicas de cada modelo. Nestes casos, o valor do fluxo luminoso nominal da lâmpada não é mais importante, mas sim a curva de como o fluxo é direcionado.
Fotometria básica
Este é o motivo pelo qual as lâmpadas
refletoras, em geral, devem ser analisadas pela curva fotométrica ou por simplificações
Como qualquer fonte de luz, a lâmpada
práticas, como podemos analisar na Figura 18.
incandescente produz luz de maneira diferente para cada tipo de bulbo. Por exemplo, uma lâmpada incandescente cristal que possui o vidro transparente produz luz como demonstrado na Figura 15. Figura 17 – Emissão total da lâmpada.
Importante salientar que este método
de transformar a emissão de uma lâmpada em planos e curvas (Isocandela) é feito para qualquer fonte de luz ou luminária, sendo a maneira pela qual se traduz um efeito físico em dados, usados para os cálculos manuais
Figura 15 – Emissão de luz por lâmpada incandescente cristal.
Figura 18 – Curva fotométrica de uma lâmpada refletora.
ou informatizados.
Uma categoria importante de bulbos
considerando a intensidade máxima, em
A leitura desta curva deve ser feita
é a das lâmpadas refletoras, que diferem
candelas (cd), produzida pela lâmpada,
das demais por apresentarem uma camada
no centro do facho de luz. Duas linhas
interna feita em material refletivo e que
são
Uma maneira de descrever como a
produz uma curva fotométrica específica,
estão as intensidades, expressas em
consideradas,
mostrando
luz é produzida para fins de utilização em
focando a luz produzida pelo filamento,
candelas, correspondentes à metade da
um software de cálculo é a transformação
independentemente da luminária na qual
intensidade máxima, chamadas de linha
desta emissão em diversos planos, distintos
está instalada.
da intensidade de meio pico. Define-se
em suas posições em relação ao centro
A categoria das lâmpadas refletoras
a abertura do facho desta lâmpada o
geográfico da lâmpada.
pode ser dividida em duas subcategorias: da
ângulo formado entre estas duas linhas.
Unindo-se as diversas intensidades
primeira fazem parte as lâmpadas refletoras
Uma
neste determinado plano, tem-se uma
de bulbo soprado, obtendo-se a forma do
curvas
utilização fornecidas
prática
pelos
onde
das
fabricantes
Apoio
é
a
determinação
a
certa
lâmpada
distância: uma lâmpada aqui chamada de R63 de 60 W e abertura de facho de 30
calculada em zero grau, passando pela
graus produzirá, a dois metros de altura,
intensidade máxima (cd). Pelas relações
um círculo iluminado com diâmetro de
trigonométricas, calcula-se o diâmetro
107 centímetros e iluminância igual a 240
do círculo formado pela emissão de
lux. Uma opção de projeto seria que, para
uma lâmpada simétrica, como são as
conseguir um espaço iluminado geral de
lâmpadas circulares.
240 lux, deve-se posicionar as lâmpadas
Na Figura 19, podemos analisar
neste espaço à altura de dois metros a cada
perpendicular
à
39
um exemplo dos níveis de iluminação e
em
plano
da
iluminância normal
um
distância
da
1,07 metro. Outra
maneira
de
apresentar
a
distribuição de luz de uma lâmpada ou luminária é a divisão em planos, para o que se criou uma curva chamada curva polar. As curvas polares de lâmpadas ou luminárias circulares, isto é, cuja fotometria é simétrica em relação ao eixo central da fonte de luz, são apresentadas conforme a curva mostrada na Figura 20. Esta curva mostra, para cada ângulo, a intensidade (cd) emitida pela lâmpada – esta curva específica mostra que a intensidade máxima Figura 19 – Níveis de iluminação e distância.
a zero grau é de aproximadamente 8.700 cd.
Figura 20 – Aspecto de curvas polares.
* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
40
Capítulo I
Novo!
Sistemas de distribuição – natureza, análise das cargas e definições Por Manuel Luís Barreira Martinez*
“Achieve much, appear little”* [Heinz Guderian]
A natureza das cargas
Definições
Demanda média
A modelagem e a análise dos sistemas
Conforme discutido, a carga que um
A média das demandas durante um período
de tempo específico (dia, semana, mês, etc.).
de potência dependem fundamentalmente
consumidor individual ou um grupo de
Exemplo: A demanda média a cada 15 minutos
da carga. No entanto, surge uma pergunta:
consumidores apresenta para um sistema
em kW do mês de fevereiro foi de 350 kW.
“o que é carga?” O interessante neste caso é
de distribuição está em constante variação,
que a resposta para esta pergunta depende
uma vez que, caso um equipamento elétrico,
Demanda diversificada
de qual é o tipo de análise desejada. Por
ou mesmo uma lâmpada seja ligada ou
Soma das demandas impostas por
exemplo, a análise em regime permanente
desligada, a carga vista pelo sistema é
um grupo de cargas durante um período
– Estudo de Fluxo de Potência – de um
modificada.
específico de tempo.
sistema de transmissão – uma vez que
Deste modo, para facilitar a descrição
Exemplo: A demanda diversificada a cada
as constantes de tempo dos fenômenos
do comportamento variável e aleatório
15 minutos em kW no período que se
a serem avaliados são distintas, e, por
das cargas, é usual definir um conjunto
encerrou às 9h30 foi de 200 kW.
conseguinte, também o são suas equações
de termos e conceitos, que devem sempre
representativas – requer uma definição de
considerar e incluir o intervalo de medição
Demanda máxima diversificada
carga diferente da que é usada na análise
da grandeza, um período específico e as
do comportamento transitório de um
unidades:
impostas por um grupo de cargas durante
circuito secundário de um transformador
Valor máximo da soma das demandas
um período específico de tempo. Demanda
Exemplo: A demanda máxima diversificada
distribuição.
Carga média durante um período
a cada 15 minutos em kW da semana foi de
específico.
500 kW.
aos sistemas de potência estão em constante
• A demanda, ou seja, a carga pode ser
Demanda máxima não coincidente
variação e, quanto mais próximo do
expressa em kW, kVAr, kVA ou A.
consumidor final se situa o ponto de
Exemplo: A demanda a cada 15 minutos em
das
observação, mais pronunciadas são estas
kW é de 100 kW.
sem nenhuma restrição de ocorrência
instalado
em
um
alimentador
de
O principal problema para qualquer
tipo de análise é que as cargas conectadas
oscilações. Em suma, é possível afirmar que,
Para um grupo de cargas é a soma demandas
individuais,
máximas,
simultânea no tempo.
no sentido literal, não existe uma "carga em
Demanda máxima
Exemplo:
regime permanente". Finalmente, também
Maior de todas as demandas que
coincidente a cada 15 minutos em kW da
é possível ponderar que, para se ter um
ocorrem durante um período de tempo
semana foi de 700 kW.
bom conhecimento da carga conectada a
específico.
um sistema elétrico, é necessário primeiro
Exemplo: A demanda máxima a cada 15
Fator de demanda
conhecer o comportamento, de forma
minutos em kW durante esta semana foi de
individual, de seus consumidores.
150 kW.
carga conectada.
* “Consiga muito, apareça pouco”.
A
demanda
máxima
não
Razão entre a demanda máxima e a
Apoio
Fator de utilização
das cargas, sejam sua aplicação quando da
instantânea, em kW, de um consumidor varia
Razão entre demanda máxima e a
análise do carregamento de consumidores
durante cinco intervalos consecutivos de
potência máxima da instalação.
individuais e, por fim, de seus agrupamentos.
tempo de 15 minutos, em termos instantâneos
A Figura 1 mostra como a carga
e médios – “Efeito de um Processo de Integração”.
Fator de carga Razão entre a demanda média de um consumidor individual ou grupo de consumidores durante um período de tempo e a sua demanda máxima. Fator de diversidade Razão entre a demanda máxima não coincidente e a demanda máxima diversificada. Diversidade de carga Diferença entre demanda máxima não coincidente e a máxima demanda diversificada.
Análise da carga de consumidores individuais
Figura 1 – Curva de demanda de um consumidor
Nota: A unidade utilizada para descrever uma carga pode ser, em tese, qualquer uma. Quando se utiliza a unidade kW, tem-se por intenção trabalhar, de modo complementar, com a "energia consumida" ou
Uma vez conhecidas as principais
"fornecida". A unidade kVA, em geral, é associada aos conceitos de "perdas" ou ainda "potência nominal".
definições necessárias à caracterização
As relações entre as unidades seguem os padrões das relações que regem as redes e sistemas elétricos.
41
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
42
Demanda
A Figura 2 mostra a curva de demanda
em kW a cada 15 minutos no período de De modo a definir uma carga, a curva
24 horas de um consumidor genérico. Esta
de demanda é dividida em intervalos de
curva é desenvolvida, por exemplo, a partir
tempo, usualmente iguais. Na Figura 1,
de uma planilha que fornece a demanda
foi escolhido o intervalo de tempo de 15
em kW para cada 15 minutos para um
minutos. Para cada intervalo de tempo, foi
período de 24 horas.
D[KW]I - Demanda no Intervalo i;
Demanda máxima
de cálculo;
determinado o valor médio da demanda. Na Figura 1, as linhas retas, paralelas à abscissa, também representam a carga média no intervalo de tempo de 15 minutos.
A curva de demanda mostrada na
Quanto mais curto for o intervalo de
Figura 2 representa um consumidor
tempo, mais "exato" é o modelo para a carga
residencial típico. Cada barra fornece
representada. Esse processo é similar a um
a demanda em kW a cada 15 minutos.
procedimento de integração numérica. O
Neste caso, é conveniente notar que,
valor médio da carga no intervalo de tempo
durante o período de 24 horas, ocorre
definido é a demanda em kW, neste caso, a
uma grande variação da demanda. Este
cada 15 minutos.
consumidor em particular apresenta três períodos em que a demanda em
Nota: É possível discretizar a carga a níveis de
kW excede o valor de 6 kW. O maior
minuto a minuto, ou qualquer outro intervalo
deles é a demanda máxima em kW a
de tempo que se considere adequado. O ponto
cada 15 minutos. Para este consumidor
em questão é que existem limites para este
a demanda máxima em kW a cada 15
procedimento. Primeiro, existem os limites
minutos ocorre às 13h15 e tem o valor de
técnicos na armazenagem, no tratamento
6,34 kW.
e na transferência de dados. Segundo, é necessário observar que os modelos de carga
Demanda média
são associados a outros modelos físicos, por exemplo mecânicos, como uma característica
Uma vez que a unidade utilizada para
térmica. Logo, é conveniente verificar a
definir a característica do consumidor
coerência entre as constantes de tempo.
mostrado na Figura 2 é na forma de kW,
Finalmente, é razoável e conveniente usar o
é possível, por meio da Equação 1, calcular
bom senso necessário a qualquer atividade
a energia em kWh consumida durante um
envolvendo engenharia.
determinado período de tempo.
ET - Energia [kWh];
N1- Número Intervalos de tempo no período
T→ H - Intervalo de tempo em minutos. Para intervalos de tempo de 15 minutos, ou seja, 96 intervalos a cada 24 horas a energia total consumida em um dia é o somatório de todos 96 os consumos registrados para os intervalos de 15 minutos, intervalos de ¼ de hora, ou seja, quatro intervalos de tempo em uma hora, conforme mostra a Equação 2.
Deste modo, durante o período de 24
horas (1-Dia) o Consumidor #1, como mostra a Figura 2, consome 63,18 – kWh.
Por sua vez, a demanda média, ainda
em kW, em um determinado período de tempo é calculada conforme a Equação 3:
Alternativamente, a demanda média,
novamente em kW, em um determinado período tempo pode ser calculada pela Equação 4:
Logo, considerando no período de tempo de 24 horas, o Consumidor #1 apresenta uma demanda média a cada 15 minutos, de 2,63 – kW:
Fator de carga Figura 2 – Curva de demanda em kW a cada 15 minutos para o período de 24 horas do consumidor – 1.
“Fator de carga” é um dos termos
43 freqüentemente
utilizados
quando
se
descreve uma carga. Ele é definido como a razão entre a demanda média e a demanda máxima. Em muitos casos, o fator de carga fornece uma indicação de como os recursos de um serviço público de concessão estão sendo utilizados.
Do ponto de vista das concessionários
de serviço público, o fator de carga ótimo deve ser 1,0, uma vez que os sistemas são projetados para fornecer, pelo menos o que se considera como demanda máxima. Deste modo, algumas vezes as
concessionárias
encorajam
vários
consumidores a aumentarem seus fatores de carga. Em geral, um dos métodos adequados é apenar os consumidores que têm um baixo fator de carga nas suas contas de energia.
Para o Consumidor #1, como mostra a
Figura 2, o fator de carga pode ser calculado conforme a Equação 5, em que se assume que o fator de potência é constante.
*Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
44
Capítulo I
Novo!
Definições e estudos do sistema elétrico que servem de base para as especificações técnicas dos equipamentos para subestações de transmissão e distribuição Por Sérgio Feitoza Costa*
Nesta
são
Cigré Internacional em dezembro de 2014:
apresentados conceitos de engenharia para o
série
de
fascículos,
Tools For The Simulation Of The Effects
projeto e especificação de equipamentos de
Of The Internal Arc In Transmission And
subestações de transmissão e distribuição.
Distribution Switchgear;
São abordadas todas as fases do ciclo de vida
•
Disjuntores,
dos equipamentos, desde o planejamento
e
para-raios:
dos valores de tensões e correntes da futura
de equipamentos de subestações por
subestação até sua utilização propriamente
concessionárias de energia;
de uma subestação, além das situações
dita.
•
secionadores, especificações
painéis
especificações técnicas dos equipamentos.
Tensões e correntes aplicadas nos equipamentos de uma subestação
técnicas No dia a dia dos equipamentos elétricos
proteção
“normais” em regime permanente ocorrem
os
contra incêndios: especificações técnicas
situações “anormais” como curtos-circuitos
capítulos serão agrupados nos seguintes
de equipamentos de subestações por
e sobretensões.
temas:
concessionárias de energia;
Para
facilitar
a
compreensão,
Transformadores,
reatores,
Nas situações normais, são aplicadas
• Equipamentos para usos em locais
correntes e tensões não superiores aos
• Definições e estudos do sistema elétrico
especiais
valores
que servem de base para as especificações
salinidade, poluição): técnicas de projeto,
Pode-se dizer que um equipamento que foi
técnicas dos equipamentos;
ensaios e normas;
projetado para operar durante uma certa
• Curtos-circuitos, ampacidades, sobrecargas
• Normas técnicas sobre painéis de baixa
vida útil, se for utilizado até seus valores
e contatos elétricos (fundamentos do projeto
tensão: conceitos, regras de projeto e
nominais terá um envelhecimento normal.
para elevação de temperatura, forças e
oportunidades para evitar a repetição de
tensões eletrodinâmicas no curto circuito,
ensaios;
de partes metálicas, conexões e isolantes não
tensões transitórias de restabelecimento e
• Normas técnicas sobre painéis de média e
ultrapassam certos limites especificados nas
processos de interrupção e aspectos de arcos
alta tensões: conceitos, a nova IEC 62271-
normas técnicas para os ensaios de elevação de
de potência);
307 (2015) sobre extensão da validade de
temperatura. Da mesma forma, para as tensões,
• Técnicas de ensaios de alta potência,
relatórios de ensaios;
se os valores não passam muito dos valores
laboratórios de ensaios e fundamentos dos
• Técnicas para simulação de ensaios de alta
nominais, o isolamento não é prejudicado ou
principais ensaios;
potência e aplicações no desenvolvimento e
tem seu envelhecimento acelerado.
• Estudos elétricos de sobretensões, coor
certificação de produtos;
de nação
aterramento,
• Tecnologias atuais e futuras para os
são:
determinação de efeitos e impactos de
principais equipamentos para subestações
campos elétricos e magnéticos;
de transmissão e distribuição.
de
isolamento,
(atmosferas
explosivas,
alta
nominais
dos
equipamentos.
Neste caso, as elevações de temperatura
As situações “anormais” mais comuns
• Sobrecorrentes de curta duração causadas por curtos-circuitos (< 3 s);
• Particularidades dos arcos de potência internos e externos, segurança de pessoas
O texto a seguir é o primeiro tema da
• Sobrecorrentes de longa duração (dezenas
e instalações e informações sobre a
série e trata das definições e estudos do
de segundos ou minutos) causadas por
“Brochura Cigré 602”, publicada pelo
sistema elétrico que servem de base para as
sobrecargas;
Apoio
• Sobretensões de longa duração (s ou dezenas
voluntária (PDVs) tiraram prematuramente
contatos, terminais, conexões, soldas e
de s) causadas por distúrbios no sistema;
do trabalho a maior parte do excelente corpo
isolantes. Tais partes podem ter limitações
• Sobretensões de curtíssima duração (µs)
técnico formado pouco antes. É um erro
quanto às máximas temperaturas ou
como as ondas de impulso.
grosseiro de planejamento que demonstra
elevações de temperaturas permissíveis. Os
falta de interesse no longo prazo. Parece
valores são influenciados pelos diferentes
Em
podem
que longo prazo agora é o período de um
ciclos de correntes.
ocorrer efeitos elétricos ou mecânicos
consequência
destas
mandato. Saímos da boa rota de investir
Nas normas IEC, base das normas
importantes, conduzindo a falhas mais ou
em tecnologia e capacitação para investir
brasileiras, os valores de temperaturas e
menos imediatas na instalação. Embora
apenas em marketing de realizações que os
elevações de temperatura permissíveis
levem sempre a culpa, estes eventos são
escândalos e os fatos mostram que não são
partem dos princípios de que a temperatura
totalmente previsíveis, não mudaram muito
verdade. As seguidas mudanças de modelo do
ambiente não excede a 40 °C e seu valor
nos últimos 100 anos e não são os culpados
setor elétrico não nos levaram à frente.
médio em período de 24h não excede a 35
de apagões e outras anormalidades. Para lidar com estes basta ter bom planejamento
°C. Se a temperatura do ambiente em que Sobrecorrentes de longa duração
o equipamento está instalado é superior a
e capacitação técnica.
São causadas por sobrecargas de
estes 40 °C, os limites de norma, para efeito
Nestes aspectos, em meus 60 anos,
dezenas de segundos até alguns minutos.
de ensaios de elevação de temperatura,
testemunhei, nos setores elétrico e de energia,
A temperatura de partes dos equipamentos
devem ser reduzidos.
muitos avanços dos anos 1970 até meados
pode tornar-se mais elevada que a
dos 1990. Depois entramos em uma trajetória
suportabilidade dos materiais isolantes.
na norma para a elevação máxima de
descendente. Nos últimos 15 anos, à medida
Esta é caracterizada pelos limites que não
temperatura de uma conexão é de 75 K e o
que o Brasil crescia, a capacitação técnica e
podem ser excedidos aos especificados nas
equipamento é instalado em um local em
a disponibilidade de laboratórios de ensaios
normas técnicas, para ensaios de elevação
que a temperatura máxima do ar ambiente
decresceu. Seguidos planos de demissão
de temperatura. São limites aplicáveis a
é de 50 °C, o limite a não ultrapassar no
Por exemplo, se o limite especificado
45
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
46
ensaio de elevação de temperatura será de
Tabela 1 – Alguns valores das máximas temperaturas e elevações permitidas nas normas IEC
75 - 10 = 65 K ao invés de 75 K. Um ótimo documento para entender melhor estes conceitos é a IEC/TR 60943: Guidance concerning the permissible temperature rise for parts of electrical equipment, in particular for terminals (ver Tabela 1).
Se estes limites são excedidos no dia
a dia da utilização dos equipamentos, por exemplo, nas sobrecargas das horas de
ponta,
o
equipamento
tem
seu
envelhecimento normal acelerado de forma calculável. Por exemplo, considere que se aplica uma sobrecarga e a temperatura do fluido envolvendo um contato ou terminal passa de Te1 para Te2 e que a elevação de temperatura naquele passa de ΔTi1 para ΔTi2. De acordo com expressão de cálculo mostrada na IEC 60943, a vida útil do componente é multiplicada por um fator de envelhecimento K expresso por: K = 2 [(ΔTi1- ΔTi2) / Δi + (Te1-Te2)/ Δe] ΔTi1 e ΔTi2 são as elevações de temperatura do componente nas condições normais e de sobrecarga. Te1 e Te2 são as temperaturas do fluido em torno do componente nas mesmas condições. Com base nesta expressão, se um contato de cobre tem máxima elevação de temperatura permitida pela norma de ΔTi = 35K e é utilizado regularmente com
Figura 1 – Elevação de temperatura durante circuitos.
elevação de temperatura de ΔTi2 = 35K + 6,5 = 41,5 K sua vida útil é reduzida em algo da ordem de 50%. Os limites máximos de elevação de temperatura das normas levam em conta dois grupos de valores. O primeiro corresponde a partes de componentes cujas temperaturas não devem exceder certo valor que ocasionaria muito rápida ou imediata destruição. Esta é a situação de materiais isolantes, contatos estanhados e molas. O segundo grupo diz respeito a componentes suscetíveis a envelhecimento gradual, mas cuja temperatura de destruição rápida é elevada. Um exemplo é a elevação de temperatura dos contatos de cobre nu limitada a 35 K.
Sobrecorrentes de curta duração
nos momentos iniciais da circulação das
São causadas por curtos circuitos
correntes. Na norma IEC 61117: Method
havendo
for assessing the short-circuit withstand
dois
efeitos
importantes
a
considerar:
strength of partially type-tested assemblies (PTTA), são mostrados os métodos de
• Superelevações adiabáticas de temperatura
cálculo, considerando-se, inclusive, os
que podem chegar a recozer peças de cobre
efeitos de ressonâncias. No fascículo sobre
ou mesmo fundir componentes. A Figura 1
simulações de ensaios de alta potência,
mostra a equação base de cálculo;
serão mostrados exemplos detalhados
• Os efeitos eletrodinâmicos das correntes
extraídos do documento “Validação da
de curto-circuito podem implicar em
Simulação de Ensaios de Alta Potência”,
esforços da ordem de toneladas em
que
isoladores e peças metálicas.
www.cognitor.com.br/TR_071_ENG_
pode
ser
baixado
em:
http://
ValidationSwitchgear.pdf
As elevadas correntes de curto-circuito
produzem esforços mecânicos elevados
Devido
ao
grande
número
de
variáveis envolvidas, mesmo para sistemas
Apoio
47
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
48
relativamente simples, é necessário o uso de softwares específicos. No dimensionamento de barramentos e cubículos é um cálculo imprescindível. Há detalhes no livro “Painéis, Barramentos E Secionadores e Equipamentos de Subestações”, de autoria de Sergio Feitoza. Download livre em: http://www.cognitor. com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf Há
ainda
dois
outros
aspectos
importantes associados a curtos circuitos que serão tratadas em outro fascículo desta série. É o caso dos arcos de potência. O caso típico dos arcos internos é o que ocorre em cubículos de médias e baixas tensões quando tal equipamento é energizado e alguém esqueceu Figura 2 – Configuração básica para cálculo de esforços eletrodinâmicos.
uma ferramenta dentro. O outro caso é o de arcos de potência em cadeias de isoladores que ocorrem em torres de transmissão. Estes podem derreter peças mecânicas importantes fazendo até mesmo que haja queda do cabo. Um outro tipo de arco interno é o que ocorre em falhas de transformadores de transformadores. Existe a norma ABNT NBR 8222 - Execução de sistemas de prevenção contra explosão e incêndio, por evitar sobrepressões decorrentes de arcos elétricos internos em transformadores e reatores de potência, única no mundo, que trata deste assunto. Foi publicada em dezembro de 2014 a brochura Cigré 602 “Tools for the simulation of the effects of internal arc in transmission and distribution switchgear”,
Figura 3 – Forças ao longo do tempo.
elaborada por grupos de trabalho – dos quais eu participei – nos âmbitos, respectivamente, do CB-24 da ABNT e do WG A3-24 do Cigré internacional. Sobretensões de longa duração Estas
sobretensões
ocorrem
com
relativa frequência, por exemplo, quando em circuitos trifásicos, uma das fases é aberta durante uma falta permanecendo as demais fechadas. São sobretensões da ordem de até 150% da tensão da rede e na frequência da rede ou próxima dela. Associadas a estas ocorrências existe o ensaio de tensão aplicada a frequência industrial a seco ou sob chuva conforme será detalhado no próximo fascículo sobre Figura 4 – Sobretensões x ensaios.
ensaios (Figura 4).
Apoio
Sobretensões de curta duração As
principais
ocorrências
atender a uma necessidade de energia ou
Estudos de fluxo de potência ou de carga
nas
tráfego de energia em uma certa região.
redes elétricas são devido às descargas
A própria existência da subestação pode
os parâmetros do funcionamento do sistema
atmosféricas e os chamados impulsos
ser um fator de motivação para o futuro
e da subestação em regime permanente desde
de manobra. Os impulsos de manobra
aumento da carga e desenvolvimento na
as horas de carga leve até as horas de ponta.
surgem devido à abertura e fechamento sob
região. Por isso, os estudos realizados
Um equipamento da subestação, ao longo
tensão dos disjuntores e secionadores. São
procuram visualizar um horizonte de pelo
de um dia, pode estar sendo utilizado com
simulados em laboratório por impulsos de
menos uns 15 a 20 anos. Nos anos iniciais,
correntes permanentes que variam de 30% a
tensão com uma forma de onda de 250 µs x
os equipamentos trabalharão com pouca
130% dos valores nominais.
2500 µs, sendo o primeiro valor o tempo de
carga e com menores níveis de curto-
frente e o segundo associado ao tempo de
circuito. O passar do tempo fará estes
de outras subestações vizinhas à nova, valores
cauda. As descargas atmosféricas provocam
valores crescerem. Por exemplo, quando se
como: a) o carregamento de linhas, geradores
sobretensões elevadas que, em laboratório,
adquire um disjuntor de 31,5 kA – 145 kV
e transformadores, b) as perdas de transmissão,
são representadas por impulsos de tensão
para uma nova subestação ele pode nos anos
c) os módulos e ângulos de fase das tensões
com forma de onda 1,2 / 50 µs.
iniciais precisar abrir correntes de apenas
nas barras, d) as potências ativas e reativas nas
30% ou 60% de suas possibilidades. Este é
linhas de transmissão.
um dos motivos pelos quais os ensaios de
interrupção em disjuntores são feitos para
base na experiência anterior e em práticas
100%, 60%, 30% e 10% da plena capacidade
do setor, calculam-se quais as maiores
Especificação dos valores de tensão e corrente em uma nova subestação
Estudos fornecem informações e definem
Nestes estudos, serão definidos, em função
A partir das possíveis configurações com
de interrupção.
correntes permanentes que circularão nas
Quando uma concessionária de energia
Os principais estudos feitos para a
barras, secionadores, disjuntores e outros
ou o operador do sistema elétrico vai
definição dos valores da subestação são: (a)
equipamentos. Isto é feito com base no tipo
definir os valores de uma futura subestação
Estudos de fluxo de carga, (b) Estudos de
de arranjo, por exemplo, disjuntor e meio,
de energia, em geral, parte da premissa de
curto circuito e (c) Estudos de estabilidade.
varra dupla etc. (ver Figura 5).
49
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
50
Figura 5 – Estudo de fluxo de carga.
Depois de calculados os valores
Nestes estudos, são obtidos os
de cálculo como o ATP / EMTP –
máximos que podem ocorrer nos vários
valores das correntes suportáveis de
ATPDRAW, entre outros. A partir das
setores da subestação, são definidos os
curta duração e de crista e também as
alternativas
valores reais, selecionando-se um dos
durações máximas destas correntes. Para
base na experiência anterior e práticas
valores padrão imediatamente superior
disjuntores e fusíveis são ainda obtidos
no setor, calculam-se quais as maiores
mostrados
na
norma
técnica,
de
configurações
com
por
os valores de X/R, parâmetros da tensão
correntes permanentes que circularão
exemplo, 1.250 A e 1.600 A. Depois desta
de restabelecimento transitória (TRT) e
nas barras, secionadores, disjuntores e
seleção, pode-se decidir por exemplo
componentes CA e CC no momento da
outros equipamentos. Isto é feito com
padronizar todos os equipamentos pelo
separação dos contatos dos disjuntores.
base no tipo de arranjo, por exemplo
valor máximo, evitando ter dois valores
Com base nos estudos se pode,
disjuntor e meio, varra dupla etc.
diferentes na mesma subestação. Isto é
a título de exemplo, definir que será
decidido caso a caso e de acordo com as
usado um secionador com capacidade
Estudos de estabilidade
práticas de que está implantando ou vai
de 40 kA eficaz durante 1 segundo com
eletromecânica, flutuação de
operar a subestação. Evitar exageros em
valor da primeira crista igual a 2,6 x 40
especificações aumenta a eficiência da
= 104 kAcr.
empresa sem perda de qualidade.
O procedimento é parecido com
conectada à rede elétrica, devem ser
o dos estudos de fluxo de carga já
cumpridos
descritos. Porém, são usados programas
pelo Operador Nacional do Sistema
Estudos de curtos-circuitos
Figura 6 – Estudos de curto-circuito.
tensão e impactos no sistema Para que uma nova subestação seja requisitos
estabelecidos
Apoio
51
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
52
(Procedimentos de Rede). Há vários módulos que devem ser seguidos, por exemplo, o 3.6, que estabelece os requisitos técnicos mínimos para a conexão à rede básica.
Nestes estudos, devem ser listados os
tipos de cargas a utilizar e os impactos que podem ser causados no sistema pelas operações feitas na subestação. Dependendo da situação, são requeridos estudos de proteção, flutuação de tensão, penetração
harmônica,
estabilidade
eletromecânica, em que são verificados
Figura 7 – Campo magnético próximo a dois condutores.
aspectos como as variações de tensão de curta duração que ocorrem nos curtos-
Tabela 2 – Níveis de referência para campos elétrico e magnéticos (60 Hz).
circuitos.
Instalação em 60Hz
A título de exemplo, se em um ponto
do sistema ocorre uma manobra ou curto que produz uma queda de tensão de 5% nas subestações próximas, este evento
Campo Elétrico (kV/m)
Campo Magnético (μT)
Público em geral
4,17
200,00
População
8,33
1000,00
Ocupacional
provavelmente não terá impacto ou nem será percebido. Se ocorre uma queda de tensão de, digamos 12% durante 0,2s, típica de um pequeno curto-circuito na rede ou um ensaio de alta potência em laboratório, para um observador atento, esperando pelo evento, isto pode ser percebido como uma pequena piscada na luz não suficiente para atuar relés de subtensão nas subestações.
Se ocorrem, entretanto, subtensões
com de mais de 20% e, particularmente, se
houver
religamentos
(evento
frequente na residência deste autor ao longo de muitos anos e reclamações à concessionária), isto pode causar queima de aparelhos, computadores ou mesmo desligar cargas importantes do sistema. Figura 8 – Imagens mostram a pequena distância entre os equipamentos e uma residência.
Estudos de campos elétricos e
magnéticos
e magnéticos, cabe mencionar alguns
intensidade
Depois de definida a subestação, são
de
corrente
elétrica.
aspectos dos campos magnéticos.
Diminuem ao aumentar a distância
necessários estudos adicionais para o
A
correntes
do condutor por onde a corrente está
projeto detalhado. Estes incluem desde
permanentes elevadas produz campos
circulando. A indução magnética (B),
cálculos para definir as malhas de terra,
magnéticos que, se ficarem acima de
produzida a uma distância (r) de um
potenciais de passo, tensões induzidas
certos níveis, podem ser prejudiciais
condutor em que passa uma corrente
e medidas de segurança elétrica até os
a pessoas (saúde) e a instalações
(I), pode ser calculada pela expressão
estudos de campos eletromagnéticos.
(aquecimentos indevidos). Os campos
B = (μ * I) / (2.π.r), em que B mede-se
Para os estudos de campos elétricos
magnéticos
em Tesla, a corrente I em Amperes e
circulação
são
de
proporcionais
à
Apoio
a distância r em metros. Suponha que
Entretanto, as regras para redes de média
• Disjuntores e Chaves – Aplicação em
tivéssemos dois fios, por exemplo,
tensão com instalações próximas a
Sistemas de Potência – CE 13 do Cigré -
as duas fases do secundário de um
prédios, nos meios das grandes cidades,
Brasil em parceria com Furnas / UFF, 1996.
transformador de distribuição 225 kVA
não são bem definidas. Vejam na Figura
• Transients in Power Systems – Lou Van de
13,8/220V em que circulassem 600 A
8 duas fotos que mostram a distância
Sluis - John Wiley & Sons Ltd. ISBN 0471486
como na Figura 7. Usando a expressão
entre os transformadores e as chaves
396.
mencionada, teríamos a 1 metro de
fusíveis da janela do apartamento. Estas
• ABB Switchgear Manual -
distância um campo magnético da
não estão localizadas em favelas, estão
http://www.4shared.com/office/
ordem de grandeza de 240 micro Tesla.
em áreas de alto valor de IPTU, perto
ErozeZWB/20269998-5068033-ABB-Switch-
Os campos magnéticos produzidos
da residência do autor deste artigo.
Ge.html.
nas imediações da subestação não
É difícil imaginar o que aconteceria
• “Painéis, barramentos, seccionadores e
podem
ser
superiores
impostos
pela
exposição
de
se uma criança esticasse um cabo de
equipamentos de subestações de transmissão
a
vassoura para tocar nos fios? Se isto não
e distribuição”, livro de Sérgio Feitoza Costa.
Informações
é admissível em um país do primeiro
Livre download em: http://www.cognitor.
mundo por que é tão comum aqui?
com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf.
aos
legislação pessoas.
limites para
a este respeito são encontradas em documentos como a norma ABNT NBR 15415, a Lei Federal 11.934, de
Referências
Referências
5/5/2009, as Resoluções Aneel 398, de 23/03/2010, e 616, de 01/07/2014. Na
• Equipamentos Elétricos – Especificação
Resolução Aneel 616/2014, estes valores
e Aplicação em Subestações de Corrente
são como na Tabela 2.
Alternada – Furnas / UFF, 1985.
As regras para subestações de alta
• Transitórios Elétricos e Coordenação de
tensão são razoavelmente claras e
Isolamento – Aplicação em Sistemas Elétricos
com base nas normas internacionais.
de Alta tensão – Furnas / UFF, 1987.
*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
53
Apoio
Qualidade nas instalações BT
54
Capítulo I
Novo!
Introdução Por Eduardo Daniel*
Os fascículos a serem publicados
periodicamente, de modo a garantir a
componentes, curtos-circuitos devido a
nas
contínua adequação às cargas instaladas e
falhas de isolação e combustão em materiais
importantes para os envolvidos com as
edições
aos critérios de segurança.
próximos aos pontos quentes. Apesar de as
instalações elétricas no Brasil, tratando de
Para os equipamentos, a etiquetagem de
normas técnicas brasileiras serem, desde
detalhes desde a aplicação dos requisitos
eficiência também é compulsória, de modo
a década de 1980, baseadas nos critérios
normativos até a capacitação de mão de
que é possível maximizar a eficiência do
internacionais, estes, pela própria natureza
obra utilizada nos serviços. Este primeiro
conjunto instalação/equipamentos de uso
das normas internacionais, são requisitos
capítulo descreve aspectos mais genéricos
final.
mínimos e limitados, pois representam o
das instalações e de seus requisitos, a
consenso dos diversos países participantes.
importância do estabelecimento de normas
tratamento equivalente ao de outros países,
Eles
técnicas confiáveis, tratando também da
apesar de os requisitos técnicos aplicáveis
pela parte específica e mais detalhada
importância da avaliação da conformidade
serem basicamente os mesmos, baseados
pela
das instalações em seu começo de vida útil,
nas normas internacionais da IEC, e de a
a
o que na atual versão da ABNT NBR 5410 é
infraestrutura nacional ser perfeitamente
competentes.
chamado de inspeção final.
competente para permitir a adequada
As instalações elétricas prediais de
adoção por projetistas, instaladores e para
vez que o poder do Estado não tem atuado
baixa tensão representam, sob o ponto de
a sua verificação.
para o estabelecimento do regulamento
vista de usos finais de energia elétrica, o
O acompanhamento da experiência
técnico. As instalações elétricas mais
meio de ligação entre a fonte fornecedora e
internacional na área da defesa da
antigas, sobretudo aquelas projetadas e
os equipamentos finais. Seu correto projeto
segurança das instalações elétricas prediais
construídas há mais de 20 anos, apresentam
e a utilização de produtos tecnicamente
mostra a atuação segura dos organismos
uma tendência natural de inadequação ao
conformes não bastam para garantir a
de normalização e mesmo do Estado por
uso, considerando:
segurança dos seus usuários e nem a
meio de requisitos normativos adequados,
eficiência dos processos envolvidos, pois se
regulamentação complementar, se não
• Conflito entre valores da carga atual e da
o serviço da instalação for executado por
perfeita,
capacidade projetada da instalação;
pessoas não qualificadas ou com técnicas
diferentes em sua implementação, que
• Evolução dos critérios técnicos adotados
inadequadas, ficam comprometidos tanto a
buscam o mesmo objetivo principal de
nas diferentes épocas de projeto;
segurança quanto os critérios operacionais
tornar a instalação de baixa tensão “à prova
• Condições de segurança aplicáveis aos
da instalação e de sua eficiência.
de usuários”.
usuários e equipamentos;
Em
de
grande
2015
trarão
mas
criando
mecanismos
têm
que
ser
complementados
regulamentação responsabilidade
nacional, das
sob
autoridades
No Brasil, a situação é diferente, uma
países
A falta de competência técnica do
• Eficiência no uso da energia elétrica nas
usuário comum não pode ser utilizada
instalações.
aplicáveis
instalações,
dos
No Brasil, o assunto não tem recebido o
desenvolvidos existem requisitos legais às
parte
temas
das
como justificativa para não tratar os
normas técnicas de domínio público
além
riscos envolvidos com choques elétricos,
A
antes de sua entrega e aplicados também
sobrecargas que aquecem os diversos
elétricas
atual
situação
residenciais
das em
instalações construções
Apoio
antigas é alarmante e merece uma atenção
Em relação à regulamentação sobre
época de sua construção, que não previam
especial. Segundo estatísticas do Corpo
o assunto, pode-se afirmar que o nível de
o nível de potências atuais.
de Bombeiros do Estado de São Paulo, a
exigências das normas técnicas brasileiras
segunda maior causa de incêndios no Estado
é adequado, coerente e ajustado às
internas deve seguir padrões conhecidos
são as instalações elétricas inadequadas.
normas internacionais, porém, não existe
e normalizados a fim de prevenir a
Este dado pode ser comprovado mediante
mecanismo regulamentado no país que
ocorrência de acidentes que ponham em
pesquisas e avaliações reais detalhadas
defina a complementação das normas e que
risco propriedades e vidas humanas. Não
e que demonstram que a maioria dessas
possibilite uma avaliação sistemática das
é admissível que pessoas sejam expostas
construções não cumpre os requisitos
instalações prediais. Esta desconexão entre
a acidentes causados por qualidade de
mínimos de segurança. Uma situação
a existência de normas técnicas adequadas
materiais e produtos deficientes, serviços
preocupante e de importante cunho social,
e nenhuma regulamentação que exija o seu
de instalação mal executados, bem como
pois expõe a população ao risco de morte.
cumprimento coloca a vida, a saúde e a
condições de operação de equipamentos
segurança das pessoas e do patrimônio em
inseguras.
Nas avaliações feitas em amostra de
edifícios residenciais na cidade de São
gravíssimo risco.
Paulo, nenhum deles apresentou condições
totalmente
seguras
e
atendendo
aos
Vale ressaltar também que instalações
A qualidade das instalações elétricas
Várias causas podem ser identificadas
inadequadas à demanda atual fazem
como geradoras de problemas potenciais nas
requisitos das normas técnicas existentes.
com que a eficiência energética sofra
instalações, podendo-se destacar, entre elas:
Os principais problemas encontrados
redução sensível devido às perdas nos
são a falta de aterramento adequado e
diversos componentes, principalmente nos
• Projeto inexistente ou inadequado,
condutores
elétricos
subdimensionados
condutores.
realizado por pessoa que desconhece os
para a real carga instalada, ou seja, alto risco
critérios normativos;
de choques elétricos e de incêndios. E, em
instalações mais antigas não está adequada
• Utilização de materiais e produtos
caso de incêndio, com a emissão de fumaça
às necessidades atuais e foram projetadas
inadequados ou não conformes com
tóxica pelos condutores.
segundo as normas técnicas válidas na
requisitos técnicos;
A consequência é que a maioria das
55
Apoio
Qualidade nas instalações BT
56
• Uso de mão de obra desqualificada para
exigências das normas técnicas brasileiras
ação corretiva ou preventiva, ajudando na
as atividades;
é adequado, coerente e ajustado às normas
tarefa de administrar o condomínio com mais
• Ausência de utilização de procedimentos
internacionais, mas, infelizmente, não existe
eficiência e melhores resultados.
definidos para a realização dos serviços de
mecanismo regulamentado no país que
instalação;
garanta o cumprimento geral das normas
principais componentes da parte comum
• Falta de documentação da instalação,
e que possibilite uma avaliação sistemática
da instalação elétrica (incluindo entrada de
principalmente quanto às condições reais
das instalações prediais. Esta desconexão
energia, centro de medição, quadro geral
(as built);
entre a existência de normas técnicas
de distribuição e de comando de bombas e
• Não atendimento à normalização técnica
adequadas mas nenhuma regulamentação
prumadas) e alguns apartamentos. O cenário
e especificações de instalações.
que exija o seu cumprimento, coloca a
encontrado foi crítico: 98% sem condutor de
vida, a saúde e a segurança das pessoas e do
proteção, 93% com disjuntores incompatíveis
Os efeitos estão sempre associados a
Este exame abrangeu as condições dos
patrimônio em gravíssimo risco.
com os circuitos, 53% com sinais evidentes de
algum dano ao indivíduo ou à sociedade, e
Uma das fontes mais significativas
sobreaquecimento dos condutores e nenhum
normalmente estão relacionados a:
de informações sobre a situação real das
com os tipos especiais de condutores com
instalações elétricas é o Programa Casa
baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.
• Comprometimento da qualidade e da
Segura promovido pelo Instituto Brasileiro
Além disso, praticamente ausência de
segurança das instalações;
do Cobre – Procobre, que teve sua primeira
documentação sobre a instalação.
• Riscos legais para construtoras e
etapa em São Paulo realizada em 2005
Se implementadas ações adequadas
empresas de distribuição, no caso de
e 2006. A descrição da primeira fase do
e irrestritas e divulgando os resultados
sinistros;
Programa e seus resultados estão a seguir,
obtidos,
• Perda de materiais e tempo de execução,
baseada nos dados divulgados.
conscientização do mercado e a formação
gerando aumento de custos dos processos
de instalação.
residenciais
As condições das instalações elétricas em
construções
antigas
é preocupante e merece uma atenção
Estruturas de controle regulatório sobre
especial.
Para
encontrar
soluções,
é
possível
promover
a
da cultura de conformidade das instalações de baixa tensão, atingindo-se objetivos importantes:
o
a qualidade de materiais e produtos, mão
Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre)
• Criar uma sistemática eficaz para a
de obra utilizada e das instalações após
reuniu algumas empresas e entidades para
avaliação e reforma de instalações elétricas
sua montagem, utilizadas por países que
compor o “Programa Casa Segura”, um
antigas (edifícios residenciais e comerciais)
possuem larga experiência na avaliação de
projeto que nasceu em 2005, com o objetivo
visando
sua conformidade, tais como Estados Unidos,
de orientar a população sobre a necessidade
energética e valorização do imóvel;
França, Portugal e Inglaterra, vem contribuir
de melhorar a qualidade das instalações
• Construir uma base de dados reais
para a consistência da análise que se pretende
elétricas, contribuindo para diminuir os
sobre as instalações elétricas em edifícios
realizar através do desenvolvimento da
riscos de acidentes, valorizar os imóveis
residenciais que possa justificar qualquer
dissertação de mestrado.
e promover a economia energética. Tudo
proposta de ações futuras envolvendo
isso baseado no uso da racional e seguro da
legislação e o poder público;
residenciais em construções antigas é
energia elétrica.
• Viabilizar um programa permanente
alarmante e merece uma atenção especial.
Realizou-se
Segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros
edificações residenciais em São Paulo
administradores de edificações, através de
do Estado de São Paulo, a segunda maior
com mais de 20 anos de existência, em
parceiros e legislação.
causa de incêndios no Estado são as
parceria com a AES Eletropaulo, chegando
instalações elétricas inadequadas. Este dado
ao número de 16 mil edifícios nestas
Mesmo que o modo de vida e
pode ser comprovado mediante pesquisas
condições. Deste universo, foi estabelecida
equipamentos
e avaliações reais que demonstram que a
uma amostra de 150 prédios para um
mantido no mesmo nível de 20 anos atrás, ou
maioria dessas construções não cumpre
programa piloto.
seja, sem computadores, eletrodomésticos
os requisitos mínimos de segurança. Uma
O primeiro passo do Programa Casa
e equipamentos de aquecimento e de
situação preocupante e de importante
Segura foi a avaliação das instalações elétricas
refrigeração com grandes potências, ainda
cunho social, pois expõe a população ao
desta amostra, realizada por profissionais
assim ocorreria o envelhecimento natural
risco de morte.
habilitados, com a emissão de um relatório
e a degradação dos materiais de instalação,
Em relação à regulamentação sobre
que orientava os responsáveis pelas edificações
caso não tivesse sido realizada manutenção
o assunto, pode-se afirmar que o nível de
sobre a necessidade ou não de se fazer uma
adequada.
A atual situação das instalações elétricas
um
censo
sobre
as
de
segurança,
incentivos
aos
maior
eficiência
proprietários
disponíveis
tivessem
e
se
Apoio
57
Apoio
Qualidade nas instalações BT
58
A consequência é que a maioria das
Durante o período de agosto e
permite atingir os objetivos de segurança
instalações mais antigas não está adequada
setembro de 2006, foi realizado um
a seus usuários.
às necessidades atuais e foram projetadas
primeiro monitoramento de 43 edifícios
segundo as normas técnicas válidas na
inspecionados visando levantar o impacto
com o consequente envelhecimento dos
época de sua construção, que não previam
causado pelo recebimento do Relatório
materiais, afeta de maneira expressiva
o nível de potências atuais e nem as
junto
a confiabilidade das instalações e a
características dos dispositivos de proteção
visitados. A pesquisa mostrou que cerca
segurança
mais modernos.
de 81% dos condomínios não somente
Devido a esse importante fator, qualquer
As avaliações realizadas nesta primeira
discutiram o problema internamente,
instalação elétrica deve ser reavaliada
amostragem evidenciaram sistematicamente
como já estavam solicitando orçamentos
periodicamente. Por isso os proprietários
que os edifícios, equipamentos e as
de
a
e usuários das edificações devem estar
instalações internas dos apartamentos:
execução das reformas mais urgentes.
conscientes do grave risco que correm
Além
detalhadas
ao não manterem de maneira adequada
• Não cumpriam os requisitos mínimos
do relatório, 90% dos entrevistados
o nível de segurança de seus edifícios,
de segurança nas montagens de circuitos e
declararam já terem sofrido danos em
podendo ter como consequências danos
quadros, materiais e dispositivos utilizados;
equipamentos devido a problemas reais
pessoais e materiais significativos.
• Não existiam (ou eram ineficazes) os
na instalação.
sistemas de aterramento e os condutores
da
de proteção, com risco de choques elétricos
a realização de novo monitoramento
determinar as causas mais prováveis. São
nos usuários;
por meio de contato com os edifícios
várias as causas que podem produzir um
• Os circuitos estavam operando em
avaliados para a determinação das
acidente devido à idade das instalações
sobrecarga, com as proteções (disjuntores
ações de reforma ou adequação que
elétricas e que podem ser classificadas
e alguns fusíveis) subdimensionadas e sem
foram efetivamente tomadas após o
conforme detalhado a seguir:
atuação real, provocando aquecimento
recebimento
excessivo dos condutores, quadros e
abrangência maior junto à totalidade de
conexões e risco de incêndio na instalação;
edifícios.
• Próximos aos circuitos e quadros estavam
O
sendo armazenados produtos inflamáveis e
confiabilidade
utilizados materiais combustíveis.
elétricas depende do uso adequado de
• Falta de capacitação técnica na
aos
Síndicos
empresas das
e
proprietários
especializadas informações
para
Um dos objetivos do Procobre foi
grau
dos
relatórios,
de
com
segurança das
e
a
de
instalações
A influência da passagem do tempo,
de
seu
funcionamento.
Para a realização de um diagnóstico situação
encontrada,
devem-se
Causas humanas: • Desconhecimento sobre a existência dos riscos;
com
dispositivos de proteção e da realização
realização dos trabalhos;
tecnologias mais recentes, como condutores
do projeto e instalação de acordo com as
• Comportamento inadequado no uso
com baixa emissão de fumaça em áreas
normas técnicas vigentes. No caso das
das instalações e na instalação.
especiais especificadas nas normas técnicas
instalações de baixa tensão, a principal
e que podem diminuir o número de vítimas
norma brasileira é a ABNT NBR 5410.
em caso de incêndios.
•
Não
utilizavam
componentes
Os resultados numéricos a partir dos
relatórios
elaborados
seguir:
encontram-se
a
estão alinhados e atualizados em relação
• Instalações inadequadas ou defeituosas
às normas técnicas internacionais da
por seu projeto;
IEC
Electrotechnical
• Instalações inadequadas ou defeituosas
Commission) e sua aplicação plena
por sua execução (montagens e materiais
(International
Desvios encontrados nas instalações avaliadas pelo Programa Casa Segura Tipo de desvio Percentual sobre quantidade total Falta de condutor de proteção 98% Dispositivo de proteção incompatível com os condutores 93% Falta de dispositivo de proteção residual - DR 98% Falta de dispositivo contra sobretensões 100% Quadro de distribuição com partes energizadas acessíveis 79% Evidência de aquecimento excessivo dos condutores 53% Quadro com materiais combustíveis 82% Falha no sistema de proteção contra descargas atmosféricas 85% SPDA (aterramento, descidas, continuidade) Fonte: Programa Casa Segura
Causas materiais:
Os requisitos definidos no documento
inadequados); •
Instalações
defeituosas
devido
à
manutenção inadequada ou insuficiente.
Causas fortuitas: •
Não
previstas
em
normas
e
regulamentos; • Imprevisíveis. Algumas
ações
preventivas
Apoio
importantes para evitar a ocorrência de
No Brasil, não existem estatísticas
somente no Estado de São Paulo, sendo
possíveis acidentes elétricos:
atualizadas quanto a acidentes com a rede
que em cerca de metade deles não foi
elétrica. Em outros países, os números
possível determinar a causa real. Nos
• Dar especial atenção a áreas críticas
são interessantes. Nos Estados Unidos,
demais casos, as instalações elétricas
como cozinha e banheiros, uma vez que
segundo a National Fire Protection
inadequadas,
nesses locais se encontram dois elementos
Association, cerca de cinco mil pessoas
curtos-circuitos e sobrecargas, só ficam
cuja combinação pode ser perigosa: água
chegam anualmente aos prontos-socorros
atrás dos “atos incendiários” provocados
e eletricidade;
vitimados
por vandalismo ou doença mental.
• Não utilizar equipamentos elétricos
aproximadamente mil casos fatais são
No
quando estiver descalço ou com pés
creditados anualmente a este fator.
residenciais,
úmidos;
Na
• Jamais tocar em equipamentos elétricos
(Fédération
la
conjunto com o Instituto de Eletrotécnica
enquanto estiver dentro de banheiras;
Sécurité des Usagers de l’Électricité)
e Energia da Universidade de São Paulo
• Se um eletrodoméstico dispõe de ligação
ocorrem 4,2 incêndios para cada mil
envolvendo a visita a 628 domicílios na
à terra, utilizá-la sempre que a instalação
habitantes por ano, com 1,3 de origem
cidade de São Paulo, já havia mostrado
permitir. Se a instalação não possuir o fio
elétrica. Eles causam anualmente 2,3
resultados preocupantes, destacando-se:
terra, instale-o imediatamente;
mortes / milhão de habitantes e 47,7
por
choques
França,
segundo
Internationale
elétricos
a
e
Fisuel
pour
que
acabam
âmbito
das
um
causando
instalações
primeiro
estudo
promovido em 2002 pelo Procobre em
• Evitar instalar condutores elétricos
feridos / milhão de habitantes. Segundo
• 50% dos imóveis com mais de 20
próximos
a mesma fonte, na Itália, 1,21 incêndios
anos não haviam passado por qualquer
a
chaminés,
estufas,
para cada mil habitantes por ano também
tipo de reforma ou adequação nas
ou
têm origem elétrica, causando 0,55
instalações elétricas, apesar do aumento
dispositivos com cabos de alimentação
mortes por milhão de habitantes, somente
de equipamentos instalados e de sua
que apresentem danos na isolação elétrica,
na área residencial.
potência individual;
pinos quebrados ou tomadas danificadas;
•
• Evitar sempre que possível utilizar
mais detalhados de países como a Coréia,
condutor de proteção, o chamado “fio
tomadas múltiplas ou adaptadores do tipo
onde ocorrem anualmente 0,18 incêndios
terra”, necessário para proteger as pessoas
“benjamins”;
de origem elétrica por mil habitantes.
contra choques elétricos;
aquecedores ou outras fontes de calor; •
Nunca
utilizar
equipamentos
A pesquisa da Fisuel mostra dados
68%
dos
imóveis
não
possuíam
equipamento
A principal causa (64%) são os curtos-
•
elétrico da tomada puxando pelo cabo de
circuitos, seguida pela sobrecarga elétrica
desarmavam
alimentação e sim pelo plugue;
nos condutores (13%).
demonstrando a existência de sobrecarga
• É sempre conveniente desconectar
nos circuitos que causavam a atuação da
da tomada os equipamentos portáteis
de 2003, segundo a Fundação SEADE do
proteção;
quando não estiverem sendo utilizados;
Estado de São Paulo, o número de mortes
• Cerca de 80% dos proprietários
• Verificar se a potência do equipamento
registradas em crianças de 5 a 10 anos
entrevistados
está coerente com a capacidade da
por choque elétrico foi de 48, superior
instalações eram consideradas adequadas
instalação existente;
•
Nunca
desligar
um
Para efeito de comparação, no ano
12%
possuíam
disjuntores
com
declararam
que
frequência,
que
suas
aos casos de sufocação e acidentes com
e estavam satisfeitos com seu estado de
alguma
ciclistas (38) e praticamente equivalente
conservação.
manutenção na instalação, os dispositivos
às queimaduras (54). A diferença é o
de proteção (disjuntores) devem estar
grau de divulgação que se dá às diversas
desligados.
origens dos acidentes.
•
Quando
for
executar
Em relação a incêndios, os dados do
de
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar
informação noticiam acidentes sobre
do Estado de São Paulo mostram que, das
choques elétricos graves e alguns mortais,
ocorrências para as quais a corporação
além de incêndios de origem elétrica.
é acionada e naquelas em que é possível
Entretanto, raramente é divulgada a
descobrir a origem real, as causas elétricas
ocorrência da maioria dos casos menos
representam a segunda contribuição mais
graves,
importante.
Frequentemente,
às
sem
pessoas
significativos.
os
sequelas ou
veículos
importantes
prejuízos
materiais
No ano de 2004, ocorreram 37.975
incêndios
de
diferentes
proporções
* *Eduardo Daniel é engenheiro eletricista, pós-graduado em sistemas de potência, mestre em Energia pelo PPGE do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. É consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:64-001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma de instalações elétricas de baixa tensão. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
59
60
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Por Bruno Moreira
Nova etapa de revisões tarifárias começa em abril Metodologia proposta pela Aneel para revisões tarifárias, que começam no mês de abril, sugere que se leve em conta a qualidade do serviço quando se comparam os custos operacionais das distribuidoras
C
Elektro, Piratininga, EDP Bandeirante e
a Aneel tinha a intenção de apresentar
uma nova etapa das revisões tarifárias,
DME Distribuição.
os parâmetros que deseja utilizar para
processo realizado pela Agência Nacional
O processo de revisões teve início, na
implementar, na prática, os critérios e
de Energia Elétrica (Aneel), geralmente a
realidade, em novembro de 2013, com
os princípios debatidos no ano passado.
cada quatro anos, segundo estabelecido
uma consulta pública por parte da Aneel,
Até o término desta reportagem, a
em contrato, com o objetivo de analisar
almejando obter da sociedade sugestões
audiência não havia ocorrido.
o equilíbrio econômico-financeiro da
de como aprimorar a metodologia. Em
concessão das distribuidoras de energia
agosto de 2014, a agência organizou
Econômicos e Regulatórios do Instituto
elétrica. A primeira concessionária a
uma
que
Acende Brasil, Richard Lee Hochstetler,
passar pela revisão será a Companhia
apresentou os critérios e a metodologia
são várias e importantes as inovações
Energética do Ceará (Coelce). Ainda
geral que pretende adotar nas revisões.
apresentadas pela Aneel nesta nova
neste ano terão suas tarifas recalculadas
O passo seguinte aconteceu no dia 29
metodologia. Entre as mais relevantes,
mais seis distribuidoras: AES Eletropaulo,
de janeiro deste ano, com a realização de
Hochstetler destaca o fim da noção dos
Centrais
uma segunda audiência pública, na qual
ciclos tarifários. Isto porque, até o terceiro
omeçará em 22 de abril de 2015
Elétricas
do
Pará
(Celpa),
audiência
pública,
em
Conforme o especialista em Assuntos
61
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
ciclo, realizado entre 2011 e 2014, a
menor frequência, o que contribui para a
o
agência revia toda a metodologia para
estabilidade regulatória”, complementa.
de distribuição dispõem de grande
depois aplicá-la de forma uniforme na
A Aneel informa que as mudanças serão
capilaridade, o que permite que elas
revisão de tarifa de todas as distribuidoras.
efetuadas com o intuito de tornar o
possam competir na prestação de uma
Agora, tal procedimento já não é mais
processo mais efetivo e eficaz.
grande gama de outros serviços.
possível, segundo o especialista, porque
Hochstetler
como
Caso seja assegurada a premissa
a duração do ciclo tarifário varia de
novidade a simplificação proposta para o
de que esses outros serviços não
concessionária
ressalta
ainda
especialista,
as
concessionárias
concessionária,
compartilhamento de receitas advindas
venham a prejudicar a distribuição
de forma que as revisões já não estão
de outras atividades exercidas pela
de energia elétrica, a Aneel deveria
mais encadeadas em um determinado
distribuidora, que a Aneel denomina
permitir, de acordo com Hochstetler,
período de tempo. “Além disso, a
“Outras receitas”. Para ele, “esse é
que as concessionárias atuassem nessas
metodologia está sendo consolidada
um aspecto importante que pode vir a
atividades,
de forma que alguns componentes
contribuir bastante para a modicidade
consumidor parte da receita obtida. “Mas
das tarifas possam ser revisados com
tarifária em longo prazo”. Segundo
para que isso aconteça e para que os
para
compartilhando
com
o
62
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
ultrapassagem
estabelecer regras claras e estáveis”,
de qualidade estipulados pela Aneel
Brasil.
assegura
declarando
eram estabelecidos sem levar em conta
que as regras de compartilhamento de
os custos associados à melhoria da
fator X, a Aneel sugere empregar a DEC e
“Outras receitas” apresentadas pela
qualidade. “A integração da regulação
a FEC, além de indicadores da qualidade
Aneel na nota técnica 403/2014 evoluem
da qualidade e das tarifas era algo
do teleatendimento e de pesquisas
nesse
muito
Segundo
de opinião da qualidade do serviço.
percentual fixo de compartilhamento de
Hochstetler, é essencial levar em conta
Sendo que os componentes terão pesos
receitas pelo prazo de oito anos.
a qualidade do serviço quando se
distintos: a DEC representará 50%, a FEC
comparam os custos operacionais das
20% e os outros indicadores referentes
distribuidoras, assim como é importante
à qualidade do atendimento comercial
considerar a evolução da qualidade na
representarão 30%.
definição do fator X, para premiar com
Segundo o engenheiro eletricista,
Uma das mais relevantes proposições
uma receita maior as distribuidoras que
diretor-presidente
da Aneel para a nova metodologia das
aprimoram a qualidade dos seus serviços
Brasileiro
revisões tarifárias trata-se da introdução
e punir com receita menor aquelas que
(Ibecon)
o
especialista,
sentido,
ao
estabelecer
um
Fator X – indicadores de qualidade
dos
necessário",
limites
afirma.
mínimos
afirma o especialista do Instituto Acende
incentivos sejam suficientes é importante
Para o cálculo do componente Q do
de e
do
Economia consultor
Instituto e
Finanças
técnico
para
assuntos regulatórios do Conselho de
É essencial levar em conta a qualidade do serviço
Consumidores Jenner
das
Ferreira,
concessionárias,
esta
diferenciação
de peso por parte da Aneel ocorreu
quando se comparam os custos operacionais
justamente porque as concessionárias
das distribuidoras, assim como é importante
investem muito mais na melhoria da
considerar a evolução da qualidade na definição
para impedir que aconteça a interrupção
frequência da energia elétrica fornecida,
do fator x para premiar com uma receita maior as
de energia – o que é medido pela FEC
distribuidoras que aprimoram a qualidade dos seus
tecnologias e ações com o objetivo
serviços e punir com receita menor aquelas que
problemas ocorridos – medido pela
–,
do que na duração, ou seja, em
de solucionar com mais rapidez os DEC.
permitem a piora dos serviços prestados.
Ainda em relação ao fator X, vale ressaltar a discussão em torno do
de
indicadores
de
qualidade
no
permitem a piora dos serviços prestados.
componente Pd, que visa a promover
benchmarking dos custos operacionais
Neste ponto, devem-se destacar
o repasse dos ganhos de produtividade
e no cálculo do fator X, índice fixado
os
Equivalente
esperados ao longo do período tarifário
pela Aneel, cuja função é repassar ao
de Interrupção (DEC) e Frequência
para o consumidor. Deve-se destacar
consumidor os ganhos de produtividade
Equivalente
(FEC),
que o fator X é distinto para cada
estimados da concessionária derivados
importantes
avaliação
distribuidora, refletindo as diferentes
do crescimento do mercado e do
da
das
estruturas de custos e mercados das
aumento do consumo dos clientes
concessionárias. A proposta da Aneel
concessionárias. No que se refere à AES
existentes. O fator X é calculado pela
é de que somente o DEC e as perdas
Eletropaulo, por exemplo, a Aneel havia
soma dos ganhos de produtividade
não técnicas sejam contempladas no
estipulado na audiência pública do ano
da atividade de distribuição (Pd), da
benchmarking dos custos operacionais.
passado, um componente Pd de 2,04%,
qualidade do serviço (Q) e da trajetória
“Isso faz sentido, uma vez que a
que, posteriormente, foi revisado para
de custos operacionais (T).
duração da interrupção está relacionada
1,64%. Valor ainda bastante acima do
O especialista do Instituto Acende
principalmente
1,11% desejado pela distribuidora.
Brasil explica que, até o momento, as
das equipes de reparos, o que impacta
De acordo com o especialista do
metas de qualidade e as punições por
diretamente os custos operacionais”,
Instituto Acende Brasil, o importante é
indicadores
Duração
de
qualidade
Interrupção
para
a
dos
ao
serviços
dimensionamento
64
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
que o valor reflita de forma fidedigna
o montante de investimentos realizados
Para o engenheiro eletricista, as
à realidade. “Se esse componente for
pelas distribuidoras na prestação de
concessionárias demandam uma taxa
estabelecido em patamar acima dos
serviços que será coberto pelas tarifas
maior com base no que está correndo na
ganhos de produtividade efetivamente
cobradas aos consumidores.
atualidade, como o aumento da taxa de
obtidos
Na primeira leva de notas técnicas
juros Selic, mas a proposta da Aneel é
tarifas
da Aneel, o Wacc computado pela
coerente na medida que leva em conta o
mais baixas nos primeiros anos, mas
agência foi de 7,16%, menor do que
histórico e não apenas o momento atual.
depois será prejudicado porque as
o valor do ciclo passado. De fato, a
“Manteria a metodologia e refletiria
concessionárias sofrerão um gradual
tendência é da Aneel sempre reajustar
a queda dos juros que aconteceu no
estrangulamento
que
o percentual para baixo. No primeiro
período todo”, destaca o engenheiro,
comprometerá a sua sustentabilidade
ciclo, o Wacc foi fixado em 11,26%. Em
referindo-se ao tempo decorrido entre o
econômico-financeira”, afirma. Por sua
seguida, caiu para 9,95%. E no terceiro
terceiro e o quarto ciclo.
vez, isto implicará perda de qualidade,
apresentou a maior queda, passando a
Na segunda etapa da audiência
podendo levar a uma elevação ainda
7,5%. Ante mais uma redução, algumas
pública, que aconteceu no final deste
maior das tarifas no futuro.
empresas de distribuição de energia
mês, não estava programada a discussão
pela
consumidor
concessionária,
desfrutará
de
financeiro
o
do Wacc, mas, para Hochstetler, não será
Um dos pontos mais controversos das regras
surpresa se o índice vier maior do que o inicialmente computado. “O custo de
da nova rodada de revisões tarifárias é o
captação de recursos financeiros elevou-se
estabelecimento do custo médio ponderado de
de elevação ainda maior do nível atual”,
nos últimos anos e a perspectiva futura é
capital, do inglês Weighted Average Cost of Capital
diz. Conforme o consultor, nos últimos
(Wacc). Trata-se de um percentual calculado pela
de risco para se investir no setor elétrico
Aneel que incide sobre a base de remuneração da concessionária, que, por sua vez, é o montante de investimentos realizados pelas distribuidoras na prestação de serviços que será coberto pelas tarifas cobradas aos consumidores.
O consultor técnico para assuntos Consumidores
do das
Conselho
brasileiro em razão das interferências políticas iniciadas pelo governo com a Medida Provisória 579. “Pagaremos o custo desta deterioração nos próximos anos”, prevê.
Nesse sentido, explica o consultor,
se o custo de capital regulatório for inferior ao custo real de captação, as concessionárias terão dificuldades para obter mais recursos no mercado, o que
Custo médio ponderado do capital – Wacc
regulatórios
anos houve deterioração da percepção
de
Concessionárias,
Jenner Ferreira, vê como um dos pontos mais controversos das regras o estabelecimento do custo médio ponderado de capital, do inglês Weighted Average Cost of Capital (Wacc). Trata-se de um percentual calculado pela Aneel que incide sobre a base de remuneração da concessionária, que, por sua vez, é
elétrica do país sugeriram um aumento
pode vir a comprometer a efetivação dos
da taxa, com porcentagem parecida
investimentos necessários e a rolagem
ou até maior que a estipulada para o
da dívida das empresas.
período 2011-2014.
Ferreira acredita que, como fruto do
Wacc impactar a tarifa de energia elétrica
debate entre distribuidoras e a Aneel,
paga pelos consumidores, Hochstetler
pode até surgir um aumento do Waac,
explica que, não obstante os gastos de
mas algo reduzido bem próximo ao
capital representem metade dos custos
valor atual. Segundo ele, caso contrário,
da distribuição, os serviços de distribuição
seria necessário mudar a metodologia
respondem por menos de um quarto da
do cálculo. O consultor afirma que, se
tarifa de energia e, portanto, seu efeito
dependesse dos consumidores por ele
na tarifa final para o consumidor não será
representados, o Wacc seria até menor,
tão significativo. “Outros componentes,
entre 6,9% e 7%.
como o custo de aquisição de energia, o
Quanto a este possível aumento da
65
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
uso das redes de transmissão de energia
os gastos das distribuidoras e trazendo
consumidor diz respeito à instabilidade
e, mais importante, os tributos e encargos,
equilíbrio para o fluxo de caixa destas
trazida pelo sistema de bandeiras tarifárias
respondem por mais de 75% da tarifa de
empresas.
no fluxo de caixa das indústrias, por
energia elétrica do consumidor final”, diz.
O ponto controverso deste novo
exemplo. A economista especialista em
sistema para as concessionárias incide no
Competitividade Industrial e Investimentos
caráter fixo da tarifa para cada submercado.
do Sistema Firjan, Tatiana Lauria, explica
Afinal,
que
que a possível mudança de bandeiras
Bandeiras tarifárias
existem
distribuidoras
Enquanto as distribuidoras esperam as
contratam mais energia de termelétricas
de um mês para outro gera volatilidade
novas revisões, entrou em vigor em janeiro
do que outras, mas o acréscimo tarifário
de preços. “É preciso que as indústrias
deste ano o sistema de bandeiras tarifárias,
será o mesmo para todas. “Então, para
prevejam estes custos, que haja um
mecanismo que indica se a energia custou
algumas ainda vai faltar dinheiro para
equilíbrio”, afirma Tatiana, destacando
mais ou menos, em função das condições
cobrir todo o custo com as térmicas. Para
que “as empresas irão se adaptar”.
de geração de eletricidade, e repassa o
outras pode até sobrar”, explica Lima.
Lima comenta que, anteriormente,
custo para os consumidores. Tratam-se
“Esta conta não vai fechar. Aliviará a
para calcular o custo com energia elétrica,
de três tipos de cores de bandeira,
distribuidora, mas provavelmente não vai
o consumidor multiplicava sua tarifa -
verde, amarelo e vermelha, como a dos semáforos. Estas são indicadas no mês
O sistema de bandeiras tarifárias nasceu para
anterior à cobrança. Quando a conta de energia vem com a bandeira verde, quer
solucionar os problemas das distribuidoras,
dizer que as condições de geração de energia são favoráveis e a tarifa não sofrerá
que vêm pagando pelos despachos das usinas
nenhum acréscimo; a bandeira amarela
termelétricas realizados pelo Operador Nacional
significa condições menos favoráveis e que a tarifa aumentará R$ 1,50 para cada
do Sistema (ONS) em decorrência do baixo
100 quilowatt-hora (kWh) consumidos; já a
regime hidrológico.
bandeira vermelha sinaliza que o cenário é ainda pior e que a tarifa subirá R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos. Como
explica
o
professor
do
departamento de Engenharia Elétrica da
fechar 100%, tendo uma necessidade no
que era mais ou menos previsível – pelo
Pontifícia Universidade Católica do Rio
próximo reajuste tarifário dessa conta ser
consumo de energia. Dessa maneira, sabia
de Janeiro (PUC-Rio), Délberis Lima, o
reequilibrada”.
o quanto ia gastar no ano e colocava este
sistema de bandeiras tarifárias nasceu para
Da perspectiva do consumidor, o
número como despesa certa. “Agora,
solucionar os problemas das distribuidoras,
acionamento
tarifárias
a despesa não é tão certa assim. Ela
que vêm pagando pelos despachos
também pode ser visto como positivo,
pode ser um pouco maior, em função do
das usinas termelétricas realizados pela
segundo o professor da PUC-Rio, na
acionamento das bandeiras”, diz.
Operador Nacional do Sistema (ONS), em
medida que ele tem um sinal de preço
decorrência do baixo regime hidrológico.
associado à energia elétrica. “Quando
afirma que os grandes consumidores
A concessionária paga duas vezes: uma
a bandeira vermelha está acionada, por
não
pela garantia de disponibilidade da
exemplo, significa que o sistema está
tarifárias. Contudo, pleiteiam algumas
térmica e outra pelo combustível quando
realmente próximo do limite”, diz. Assim,
modificações nas cobranças do adicional
ela é acionada. Antes das bandeiras, este
o consumidor será induzido a consumir
das bandeiras. Segundo a especialista
custo adicional pelo uso das térmicas era
menos no período que a energia é mais
do Sistema Firjan, as empresas pedem
bancado pelas próprias concessionárias
cara. E isto aliviará a demanda e permitirá
para que não seja cobrada a parcela
que só conseguiam repassar as despesas
que o nível dos reservatórios possa se
dos impostos. No caso, da bandeira
no ano seguinte, quando suas tarifas
recuperar, fazendo com que se tenha mais
vermelha, o custo de R$ 3,00 cada 100
eram reajustadas. Agora, este custo
geração hidrelétrica no futuro.
kWh consumidos sobe para R$ 4,12
será repassado mensalmente, aliviando
cada 100 kWh. Para o professor da
das
bandeiras
A parte negativa no que se refere ao
Não obstante esta questão, Tatiana são
contrários
às
bandeiras
66
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
em maiores impactos ambientais, porque teria uma região maior sendo alagada. Então, é uma questão plausível, mas é delicada”, destaca. Sobre usinas térmicas movidas a carvão ou usinas nucleares, Lima comenta que não se trata de um exagero pensar neste tipo de fonte. Exatamente porque à medida que se aumenta a quantidade de usinas intermitentes, como hidrelétricas ou eólicas, cria-se a necessidade de usinas de reserva, que possam garantir energia firme quando, por algum motivo, estes empreendimentos não puderem gerar a energia necessária. “É óbvio que o tipo de fonte exatamente a ser utilizada deve ser estudado em função dos vários aspectos, desde o custo até o impacto no meio PUC-Rio, esta solicitação dos grandes
que volte a construir usinas hidrelétricas
ambiente”, explica o docente.
consumidores
razoável,
com reservatórios; que o processo de
Entretanto, segundo Lima, o que
porque o sistema de bandeiras tarifárias
licenciamento ambiental se torne mais
se deve fazer para diminuir o custo de
veio para socorrer as distribuidoras
célere; e que haja mais investimentos em
energia é investir em eficiência energética.
e estes impostos seriam apenas um
usinas nucleares e térmicas a carvão, cujo
“Há medidas que são possíveis de se
adicional que não impactariam no fluxo
preço da energia é mais barato.
implementar, desde a geração, transmissão,
de caixa das concessionárias.
Obviamente, segundo Tatiana, tais
distribuição, até o nível do consumo, que
questões (licenciamento ambiental e a volta
podem induzir à maior eficiência”. Por
de usinas com reservatórios) devem ser
exemplo, a utilização de um sistema de
debatidas com a sociedade, pois tratam-se
iluminação mais eficiente; a aplicação de
de assuntos complexos que envolvem a
películas de escurecimento para vidros
Contando ou não com o aumento
segurança energética do país, impactos
em janelas para minimizar a entrada de
ocasional acarretado pelo advento das
ambientais e sociais, além do custo
luz solar e consequentemente diminuir o
bandeiras tarifárias, a economista do
energético. Conforme a especialista em
consumo de ar condicionado; e o emprego
Sistema Firjan alerta para o fato de que o
Competitividade Industrial e Investimentos
de geração distribuída por meio de painéis
custo com a energia elétrica está crescente.
do Sistema Firjan, atualmente, no que diz
fotovoltaicos para reduzir a dependência
A expectativa é de que de 2014 a 2016
respeito às usinas com reservatórios, não há
das empresas da energia elétrica oriunda
o aumento no custo da energia para as
esta discussão. “Ela não faz mais parte nem
de grandes usinas hidrelétricas.
indústrias eletrointensivas chegue quase
do planejamento do Governo”, afirma.
a 37%. “Custo crescente para um insumo
O professor da PUC-Rio, Délberis
PUC-Rio, têm de ser induzidas pelo Governo
importante. Isto afeta a competitividade
Lima, corrobora a opinião da economista.
Federal, seja por meio de incentivos fiscais
das indústrias, que já saem perdendo na
Segundo ele, de fato, o setor elétrico
ou por meio de uma tarifa variável. “As
competição com as empresas do exterior.
brasileiro tem perdido, ao longo do
bandeiras tarifárias são uma sinalização
E isto é preocupante, porque é uma
tempo, uma capacidade de regularização
buscando o consumo mais eficiente de
indústria que gera renda”, declara Tatiana.
por conta da construção de usinas a fio
energia elétrica”, afirma. Contudo, de
A fim de que os custos da energia
d’água – sem reservatórios. Contudo,
acordo com Lima, apesar dos estímulos
elétrica não sejam tão impactantes, a
do mesmo modo, ele acredita ser esta
precisarem partir do governo, as ações têm
economista recomenda que o Governo
uma questão complicada, em razão dos
de ser tomadas pelos consumidores, pelas
Federal realize uma desoneração tributária,
impactos ambientais decorrentes. “Maior
distribuidoras e pelos agentes do setor
por exemplo, no que se refere ao ICMS;
segurança energética implicaria também
elétrico como um todo.
é
bastante
Altos custos da energia elétrica
Estas ações, conforme o professor da
68
EX
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Por Estellito Rangel Jr.*
A nova diretriz Atex 2014/34 Diretriz é necessária para que equipamentos Ex circulem livremente em toda a União Europeia, harmonizando-se os requisitos técnicos e legais
A
“equipamento Ex deve ter ATEX”.
também), e foi implantada sob caráter
rarem as especificações de compra
Mas... o que é ATEX?
compulsório em todos os países da
de
A
lgumas empresas, ao elabo
equipamentos
elétricos
para
Diretriz
Europeia
para
União Europeia (UE).
Atmosferas Explosivas (Atex) entrou
as
em vigor na União Europeia em 30
duas diretrizes europeias para áreas
características de catálogos técnicos
de junho de 2003, com o objetivo
classificadas: uma, conhecida como
de fabricantes estrangeiros, o que
de reduzir os riscos criados por
Atex 95, tem o foco no fornecimento
geralmente causa mal-entendidos com
atmosferas explosivas nas indústrias
de equipamentos Ex, enquanto a
os fornecedores brasileiros. Uma das
que processam substâncias suscetíveis
outra, a Atex 137, trata da proteção
mais comuns discussões surge quando
a incêndios (além de líquidos e vapores
dos trabalhadores.
a especificação técnica cita que o
inflamáveis,
É importante ressaltar que estas
uso
em
atmosferas
inadvertidamente,
explosivas,
copiam
os
pós
combustíveis
Na verdade, a Atex é composta por
69
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
o equipamento possa ser vendido
equipamentos Ex, a Atex 137 afeta
associados às atmosferas explosivas
para
diretamente a operação das instalações
e não a outros perigos, por exemplo,
importante notar que é a utilização
que
toxicológicos.
do equipamento dentro da UE que
refinarias de petróleo e petroquímicas.
implica o respeito à diretriz. Assim,
Ela apresenta os requisitos mínimos
equipamento exportado da UE não
para o local de trabalho, de modo a
precisa respeitá-la. No entanto, o
melhorar a segurança e a saúde dos
equipamento Ex fabricado fora da UE
trabalhadores contra os riscos das
deve cumpri-la. Um benefício é que
atmosferas explosivas.
os fabricantes europeus não precisam
Os
responsáveis
mais
devem
demonstrar
diretrizes
só
abordam
os
riscos
A Diretriz Atex 95
Apenas os equipamentos elétricos
para
atmosferas
potencialmente
inflamáveis estavam sujeitos até então a requisitos específicos. Com a Atex 95, requisitos para os equipamentos mecânicos foram incluídos, o que ampliou o cenário da certificação de conformidade.
A Diretriz Atex 95 destina-se a permitir
a livre circulação de equipamentos Ex em toda a UE, harmonizando-se os requisitos técnicos e legais.
Os fabricantes e fornecedores têm
de garantir que seus produtos Ex, destinados a uso dentro de atmosferas potencialmente explosivas, satisfaçam uma série de requisitos de saúde e segurança, para obterem o certificado
qualquer
país
providenciar
da
UE.
certificados
É
de
A certificação de conformidade,
pelas que
como
plantas
todos
os
riscos de explosão dentro de suas
Ex em mais de um país da UE.
instalações foram identificados e que
A Diretriz incluiu equipamentos
medidas adequadas foram tomadas
mecânicos
(tanto
estáticos),
tais
quanto
para minimizá-los e controlá-los. A
bombas,
fim de demonstrar que eles estão
compressores, ventiladores e válvulas,
efetivamente fazendo isto, eles devem
dentro do contexto de avaliação para
compilar um documento de proteção
uso seguro em áreas classificadas.
contra explosões, único para cada
Além disso, o documento definiu as
planta (nada de copiar e colar!).
“categorias de equipamentos”, 1, 2 e
3, o que causa confusão com as áreas
começa
classificadas, que por sua vez são
substâncias inflamáveis na planta e
definidas em zonas 0, 1 e 2.
segue com o estudo de classificação
rotativos como:
O exercício de avaliação de risco com
a
identificação
das
de áreas e com a definição dos equipamentos Ex adequados.
A Diretriz Atex 137
marcados. segundo a Atex 95, permite que
inflamáveis,
conformidade para seus equipamentos
de conformidade e sejam devidamente
processam
Os
Enquanto a Atex 95 está voltada
para
projeto
e
especificação
de
responsáveis
pelas
plantas
devem também documentar a gestão de segurança, incluindo o treinamento
70
EX
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
dos trabalhadores e a elaboração de
uma vez que não foram consideradas
análises críticas das autorizações e dos
nem as características específicas do
procedimentos de trabalho.
processo daquela instalação industrial,
nem as da ventilação da região.
A adequação dos locais de trabalho
e instalações às exigências da Diretriz
teve um período de carência de três
encontrada em norma americana.
A Figura 1 mostra uma ilustração
anos, de forma que desde 30 de junho
Como pode ser visto, a Figura
de 2006 todas as plantas industriais da
1 “define” uma distância de 7,5 m
UE a estão seguindo. Dentre os tópicos
acima da fonte de risco (que pode
que a Atex 137 abrange, destacamos:
ser uma bomba), porém, não traz qualquer informação sobre sua vazão,
• A classificação de áreas A
indústria
caracteriza-se de
de
pelo
grandes
sua pressão ou sobre qual substância petróleo
processamento
quantidades
de
está
presente
no
processo.
Um
estudo de classificação de áreas que simplesmente
reproduza
tal
figura
materiais inflamáveis, de forma que
não é confiável. Dessa forma, todos
é
os
fundamental
características
conhecermos
suas
físico-químicas.
Estas
desenhos
de
classificação
de
áreas obtidos por mera reprodução
características influenciam diretamente
daquelas
a extensão das áreas classificadas.
qualquer credibilidade, o que acarreta
problemas
A Atex 137 exige que as plantas
figuras na
não
possuem
especificação
dos
que contenham substâncias inflamáveis
equipamentos elétricos e eletrônicos
sejam
especiais e também nos procedimentos
classificadas
com
base
na
frequência e na duração das prováveis
de
emissões. Dessa forma, a classificação
serviços naquelas regiões.
de áreas é um requisito formal e deve
A segurança da planta depende
ser específica para cada planta.
diretamente da seriedade com que é
Lamentavelmente, encontrado
na
prática
temos
segurança
para
execução
de
feita a classificação de áreas.
diversos
desenhos de classificação de áreas
• As instalações Ex
que não passam de simples cópias
das figuras “típicas” encontradas em
em vigor da Atex 137, as indústrias
algumas normas americanas. Isto afeta
possuíssem desenhos de classificação
a segurança da unidade industrial,
de áreas, ficou definido que eles
Mesmo que, na época da entrada
Figura 1 – “Processo adequadamente ventilado com vapor ou gás mais pesado que o ar, com a fonte de risco localizada junto ao solo”, segundo a API-RP-505.
72
EX
deveriam
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
serem
até por trabalhadores que não falam
mantidos atualizados. Desta forma, é
português e que estejam prestando
fundamental registrar os fundamentos
serviço na planta.
que levaram ao dimensionamento das
zonas. Com a Atex, a antiga “prática”
para áreas classificadas e mostra de
de considerar classificada a planta
forma clara e objetiva a classificação
inteira foi reavaliada, tendo em vista
da área, o grupo do gás e a classe
os altos custos para readequação com
de temperatura dos equipamentos
novos equipamentos.
Ex permitidos para uso no local. É
ser
revisados
e
Passou a ser importante considerar,
por exemplo, os custos de aquisição e manutenção dos equipamentos Ex de categoria 2, que são significativamente maiores que os da categoria 3.
ZONA 1
compram As
diretrizes
Atex
recomendado que logo abaixo destas
T3
Figura 2 - Placa de sinalização das áreas classificadas adotada por empresas brasileiras.
No
• A sinalização Ex
IIA
Brasil,
muitas
placas
de
informações seja colocado o número do desenho de classificação de áreas da região, facilitando a consulta em
empresas
caso de necessidade de visualização
sinalização
das extensões das áreas classificadas.
mediante consulta a catálogos de implantaram
a
gráficas,
onde
encontramos
conhecidas séries “pense” e “perigo”.
serem
Porém,
identificadas,
tais
placas
seguem
A nova diretriz Atex
as
necessidade de as áreas classificadas devidamente
A placa da Figura 2 é específica
um
Após onze anos de vigência, o texto
e a Figura 2 mostra uma placa já
leiaute americano, que não atende
da Diretriz Atex 95 sofreu uma revisão
padronizada até em diversas empresas
às recomendações ISO de não haver
em 2014. O objetivo foi harmonizá-lo
brasileiras, como a Petrobras, que tem
textos nas placas de alerta, já que um
com
como base o ícone triangular com
símbolo permite uma identificação
àquele texto originalmente publicado
fundo amarelo adotado pela Atex.
mais rápida e pode ser compreendido
em 1994, em especial, as definidas no
as
deliberações
posteriores
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
73
Regulamento nº 765/2008, que tratou da acreditação dos organismos certificadores e da fiscalização do comércio no mercado europeu.
Outro documento normativo que também motivou
a revisão da Atex 95 foi a Decisão nº 768/2008, que formulou o quadro jurídico para a comercialização de produtos Ex. A nova Diretriz Atex recebeu o número 2014/34/CE e, embora não tenha resultado em mudanças técnicas fundamentais, já que seu Anexo II não foi alterado, ela instituiu requisitos mais abrangentes para os equipamentos não elétricos.
Dentre as mudanças, destacam-se:
• No capítulo I, artigo 1, ao termo "produtos" foram incluídos os componentes destinados à montagem em equipamentos Ex; • O artigo 3º definiu melhor a disponibilização no mercado e a entrada em serviço. Os produtos podem ser disponibilizados no mercado e entrar em serviço após devidamente instalados, mantidos e utilizados de acordo com a especificação do fabricante; • O artigo 6º exige a declaração UE de conformidade, a posição da marcação CE e marcação de proteção contra explosão para os produtos Ex. Mesmo que os componentes estejam dispensados deste artigo, o fabricante deve elaborar uma declaração escrita de conformidade; • O artigo 8º descreve as obrigações do importador, que passa a garantir que o fabricante tenha atendido às diretrizes Atex. O importador passa também a ser o responsável por adotar medidas corretivas em caso de não conformidade; • No artigo 13º (procedimentos de avaliação da conformidade), as autoridades competentes podem, mediante pedido devidamente justificado, autorizar a colocação no mercado e entrada em serviço no território do país-membro em questão, os componentes de produtos Ex caso os requisitos previstos nos números 1, 2 e 4 não tenham sido atendidos, porém haja necessidade de seu emprego para a proteção da planta industrial; • O capítulo 4, artigo 21, define em detalhes os requisitos aplicáveis aos organismos certificadores, a fim de alcançar uma harmonização entre as formas dos organismos dos diversos países da UE conduzirem seus processos de certificação; • O capítulo 5, artigos 34º a 37º, trata da fiscalização do mercado da UE, do controle dos produtos que entram na UE e menciona possíveis não conformidades legais;
74
EX
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
• Portaria INMETRO/MDIC 89/2012, Os
certificados
emitidos
pela
23 de fevereiro de 2012.
Diretriz anterior (94/9/CE) continuam
• Directive 94/9/EC of the European
válidos e um período de carência de
Parliament and the Council of 23
dois anos foi estabelecido para plena
march 1994 on the approximation
aplicação das novas disposições.
of the laws of the member states concerning equipment and protective
Conclusão
systems intended for use in potentially explosive atmospheres.
Este artigo trouxe um resumo dos
•
Directive
1999/92/EC
of
The
requisitos da Diretriz Atex em sua
European
mais recente edição, publicada em
Council of 16 December 1999 on
2014. A diretriz estabelece requisitos
minimum requirements for improving
legais estabelecidos para os países
the
da UE e, apesar de contar com
of workers potentially at risk from
certas
explosive atmospheres.
semelhanças
compulsória
Ex
à
certificação
estabelecida
safety
Parliament
and
and
health
of
the
protection
pelo
• RANGEL JR, Estellito. Classification
Inmetro, não é aplicável no Brasil.
of hazardous areas: standard, theory
Portanto, devem ser evitadas menções
and practice. Ex Magazine ed. 42,
a elas nas especificações técnicas de
Alemanha, p. 15-21, 2010.
equipamentos
• Decision n. 768/2008/EC of the
Ex
destinados
aos
empreendimentos brasileiros. No na
Brasil
deve
especificação
ser
técnica
European
Parliament
and
of
the
exigido,
Council of 9 July 2008 on a common
para
framework
o
for
the
marketing
of
fornecimento de equipamentos Ex,
products.
sejam eles nacionais ou importados, o
• Regulation (EC) n. 765/2008 of
atendimento às condições da Portaria
the European Parliament and of the
Inmetro 89/2012.
Council of 9 July 2008 setting out the
Referências
requirements
for
accreditation
and market surveillance relating to the marketing of products and the CE
• Directive 2014/34/EU of the European
marking.
Parliament and of the Council of 26
• RANGEL JR, Estellito. Certificação de
February 2014 on the harmonization
equipamentos para uso em atmosferas
of the laws of the Member States
explosivas: a diretriz europeia. In:
relating to equipment and protective
II
systems intended for use in potentially
ELÉTRICA PETROBRAS 1993, Rio de
explosive atmospheres.
Janeiro. Anais, p. 239-246.
• API RP 505, Recommended practice for
classification
of
locations
for
electrical installations at petroleum facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2. API: 2013. • RANGEL JR, Estellito. A gestão de segurança nas instalações em áreas
ENCONTRO
DE
ENGENHARIA
*Estellito Rangel Jr. É engenheiro eletricista e representa o Brasil na IEC, onde participa dos grupos de trabalho que elaboram as normas sobre instalações em atmosferas explosivas. É profissional certificado pelo sistema inglês CompEx, apresenta trabalhos sobre o tema em congressos no país e no exterior. É
classificadas. Revista O Setor Elétrico,
conselheiro da Associação Brasileira de
edição 21, outubro 2007, Atitude
Engenheiros Eletricistas (Abee), Seção Rio
Editorial, p. 36-40.
de Janeiro.
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Mikhail Starodubov | Shutterstock
76
Fios e cabos em xeque! Avaliação feita pela Associação Brasileira pela Qualidade de Fios e Cabos Elétricos (Qualifio) com 110 fabricantes do segmento mostrou que 71% deles não fabricam produtos de acordo com normas do setor. Pesquisa exclusiva traz ainda mais informações sobre este mercado e o de acessórios para fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
77
Desde dezembro do ano passado, os fabricantes de fios e cabos elétricos são
obrigados a fabricar seus produtos conforme a Portaria nº 640 de 30 de novembro de 2012 publicada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que exige a certificação de 11 famílias de produtos, entre os quais: cabos de potência isolados em PVC ou PE para tensões até 1 kV; cordões torcidos flexíveis para tensões até 300 V; e cabos e cordões flexíveis isolados em PVC para tensões até 500 V direcionados a aplicações especiais em cordões conectores de aparelhos eletrodomésticos.
Dessa maneira, pela portaria, a fabricação dos produtos citados deve obedecer
às determinações das suas respectivas normas brasileiras vigentes. Para efeitos de comercialização, a portaria só passa a valer no final deste ano.
Enquanto os comércios não se adaptam à nova legislação, apenas dois tipos de
produtos, do segmento de fios e cabos elétricos, precisam apresentar a certificação compulsória do Inmetro: condutores isolados com PVC, sem cobertura, para instalações fixas e para tensões nominais até 450/750 V, que seguem a norma ABNT NBR NM 247-3:2002; e os cabos e cordões flexíveis para tensões até 750 V, especificados pela norma ABNT NBR 13249:2000. Esta última norma, por sinal, foi cancelada em 2009 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e substituída por diversas outras. Contudo, em razão de portarias publicadas pelo Inmetro, o documento continuou valendo e será substituído apenas agora pela Portaria nº 640.
Com a necessidade da certificação compulsória abrangendo mais produtos do
segmento, é de se esperar que as normas sejam mais respeitadas e a qualidade melhore no Brasil. Contudo, isso pode não ocorrer, já que com o Inmetro exigindo que apenas dois tipos de materiais sejam certificados, é difícil encontrar fios e cabos elétricos em conformidade no país, como mostra a Associação Brasileira pela Qualidade de Fios e Cabos Elétricos (Qualifio), que tem como uma de suas principais funções monitorar e aprimorar a qualidade dos fios e cabos elétricos de baixa tensão produzidos no Brasil.
De acordo com o secretário-executivo da entidade, Maurício Sant’Ana, em 2014,
foram testadas 1.011 amostras de produtos, das quais 354 apresentaram não conformidades, ou seja, 35% do total. Este número já mostra um cenário problemático, mas a situação piora ainda mais, conforme Sant’Ana, quando se leva em conta os fabricantes avaliados. Os produtos verificados pertenciam a 110 empresas. Deste montante, 32 apresentaram fios e cabos certificados e em conformidade com as normas técnicas, 26 contavam com produtos não conformes, e 52 delas apresentaram produtos certificados e não conformes.
Para o secretário-executivo, o fato de existirem muitos produtos que obtiveram
certificação, mas não estão de acordo com as normas, demonstra que os organismos certificadores “precisam ser mais sérios”, já que eles realizam auditorias nas fábricas para verificar a qualidade dos produtos fabricados a cada seis meses e, mesmo assim, ainda chancelam equipamentos em não conformidade. Sant’Ana lamenta também a falta de infraestrutura dos Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) dos estados, que deveriam fiscalizar a qualidade dos produtos, mas não dão conta.
Não obstante o alto índice de produtos não certificados e em não conformidade com
as normas da ABNT, os consumidores de fios e cabos elétricos se mostraram satisfeitos com os produtos adquiridos em 2014. Isso de acordo com a pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico com empresas da área de manutenção, instalação, revenda, projetistas e consultorias, que está publicada nas páginas a seguir desta edição. Conforme o levantamento, 72% deram notas de 8 a 10 quanto ao grau de satisfação com a qualidade dos fios e cabos disponíveis no mercado brasileiro. O curioso é
78
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios que, entre os principais itens considerados para comprar e/
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Principais canais de vendas
ou especificar produtos deste segmento, os consumidores apontaram a existência do selo Inmetro.
Esta satisfação dos consumidores com a qualidade dos
76%
produtos, parece que será revertida na obtenção de fios e cabos elétricos em 2015. Segundo a pesquisa, as empresas
67%
e/ ou compras neste ano em relação a 2014. O levantamento
Distribuidores / Atacadistas
29% Telemarketing 20% Outros
mostra também que a maioria dos entrevistados (53%) espera especificar e/ou comprar até R$ 1 milhão em produtos do segmento.
Revendas / Varejistas
73%
esperam um crescimento de 13,47% de suas especificações
Venda direta ao cliente final
12%
O levantamento desta edição traz também informações sobre
Internet
os fabricantes e distribuidores de fios e cabos. As empresas se mostraram bastante satisfeitas com seu mercado e otimistas para o futuro. A maioria dos entrevistados disse faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Quando perguntados a respeito
da expectativa de crescimento percentual para sua empresa em
disseram investir na certificação ISO 9001. Neste ano, houve uma
2015, os pesquisados afirmaram esperar um acréscimo de 10%,
pequena queda, com 75% dos fabricantes afirmando apresentar a
uma projeção otimista se se levar em conta que o crescimento
certificação de gestão de qualidade.
Se no levantamento do ano anterior 82% dos pesquisados
médio apresentado em 2014 foi de 7,7%. Além
da
opinião
de
consumidores,
fabricantes
e
Certificações ISO
distribuidores de fios e cabos elétricos, a pesquisa traz também informações a respeito do mercado de acessórios para esses produtos. Confira o levantamento na íntegra: 14.001 (ambiental)
20%
Números do mercado de fios e cabos
9001 (qualidade)
75%
Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as
indústrias foram apontadas pelos fabricantes de fios e cabos elétricos entrevistados como o principal segmento de atuação. O segmento comercial foi o segundo mais indicado.
Principais segmentos de atuação
No que diz respeito à percepção das empresas quanto ao
volume de negócios de mercados específicos de fios e cabos, há um destaque para o segmento de fios e cabos nus e isolados em baixa tensão (até 1.000 V), cuja maioria dos entrevistados, 26% e Residencial
49% 55%
47%, respectivamente, disse faturar acima de R$ 500 milhões.
Transmissão e distribuição
Fios e cabos nus
Comercial
62%
18%
Industrial
26%
Até R$ 10 milhões
Acima de R$ 500 milhões
82%
4%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 15%
A venda direta ao cliente final foi mostrada como o principal
canal de comercialização de fios e cabos elétricos, segundo apontaram 76% dos pesquisados. Revendas e varejistas foram indicados como o segundo mais importante meio de vendas por 73%.
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
19%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11 %
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
79
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) 47%
Acima de R$ 500 milhões 13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 17%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
7%
Até R$ 10 milhões
3%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
13%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Cabos para comunicações e dados 11%
11%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 26%
Acima de R$ 500 milhões
16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 5%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
26%
5%
Até R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões Cabos para média tensão
43%
10%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
24%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
9%
Até R$ 10 milhões
9%
5%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Na pesquisa de 2014, a maioria (30%) declarou ter apresentado
resultado anual acima dos R$ 200 milhões. No levantamento deste ano, somente 21% declarou faturar esta quantia. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos 21%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
19%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
21%
Acima de R$ 200 milhões
13%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
13%
Até R$ 3 milhões 13%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
80
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios A balança comercial continua pendendo para o mercado
O que dizem os consumidores de fios e cabos elétricos
nacional. Do mesmo modo que no levantamento do ano passado, os fabricantes afirmaram que 96% dos produtos é destinado ao mercado interno.
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
O perfil de consumidores que participaram do levantamento
é composto por empresas de manutenção, instalação, revendas,
Balança comercial
projetistas e consultorias. Perfil das empresas pesquisadas
Exportação
12%
4%
26%
96%
Projetista e Consultoria
Mercado nacional
Minha empresa é consumidora de produtos 15%
Manutenção
No levantamento deste ano, os fabricantes e distribuidores de
fios e cabos elétricos foram questionados a respeito da previsão de
23%
contratação de funcionários para 2015. As empresas pesquisadas
24%
esperam aumentar em média 9% o número de empregados.
Revenda
Previsões de crescimento
Instalação
Novidade na pesquisa deste ano, o questionamento sobre o uso
/ especificação de produtos específicos de cabos para comunicação
10% 9%
(34%) utiliza cabos para cabeamento estruturado.
Percentual médio de contratação de funcionários em 2015
Uso de cabos isolados quanto ao tipo de material da isolação - Baixa tensão
Crescimento médio efetivo das empresas em 2014 comparado a 2013
8% 7%
e dados teve como a resposta que a maioria dos entrevistados
Crescimento médio das empresas em 2015
32%
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Crescimento médio do mercado de acessórios para cabos em 2015
36%
Cabo com isolação termoplástica
Refletindo o pessimismo de diversos setores da indústria brasileira, os fabricantes de fios e cabos elétricos acreditam que a desaceleração da economia será o fator que mais terá influência no crescimento deste mercado no ano de 2015. Por oposição, o quesito
32%
que menos deve causar impacto é o bom momento da economia.
Cabo com isolação termofixa
Fatores que devem influenciar o crescimento deste mercado
10%
12%
Crise internacional
Setor da construção civil desaquecido
16%
Cabos para comunicação e dados
Projetos de infraestrutura 10%
Setor da construção civil aquecido
2%
Falta de normalização e/ou legislação
34%
Cabos para cabeamento estruturado
25%
Fios e cabos telefônicos metálicos
12%
Programas de incentivo do governo
7%
Incentivos por força de legislação ou normalização
2%
Bom momento econômico do país 29%
Desaceleração da economia brasileira
25% 16%
Cabos óticos
Cabos coaxiais
82
Pesquisa -Fios, cabos e acessórios Cabos para comunicação e dados
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Prazo de entrega 12%
43%
Nota de 1 a 5
Cabos cobertos (revestidos, não isolados)
17%
Nota de 6 a 7
53%
Nota 10
57%
18%
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Nota de 8 a 9
A opinião dos consumidores sobre a qualidade dos fios e
cabos elétricos é bastante positiva: 72% deram nota entre 8 e 10. Grau de satisfação com a qualidade dos fios e cabos elétricos disponíveis no mercado brasileiro 6%
Nota 10
Repetindo os resultados no levantamento de 2014, treinamento
fornecido pelo fabricante, local de fabricação do produto e assistência técnica foram apontados como os itens menos importantes na hora de comprar um produto. Treinamento oferecido pelo fabricante
Nota de 1 a 5
19%
19%
12%
Nota de 6 a 7
Nota 10
25%
Nota de 1 a 5
25%
Nota de 8 a 9 31%
Nota de 6 a 7 63%
Nota de 8 a 9
Tal qual na pesquisa realizada no ano passado, o selo do
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
Inmetro, a garantia e o prazo de entrega foram considerados os
20%
principais critérios para especificação e compra de produtos pelos
Nota 10 40%
consumidores. Confira os pesos conferidos a estes critérios por
13%
meio de notas dadas pelos usuários:
Nota de 1 a 5
Nota de 8 a 9
Possuir selo do Inmetro 6%
Nota de 1 a 5 50%
22%
Nota de 6 a 7
27%
Nota de 6 a 7
Nota 10 Assistência técnica do fabricante 22%
22%
Nota de 8 a 9
39%
Nota de 1 a 5
Nota 10 Garantia 33% 39%
Nota de 6 a 7 17%
Nota 10
22%
Nota de 6 a 7
Nota de 8 a 9
A maioria dos consumidores (53%) estima especificar e/ou
28%
comprar até R$ 1 milhão em cabos e fios elétricos. Apenas 10%
Nota de 8 a 9
dos entrevistados espera investir a quantia entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões.
83
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Estimativa de especificação e/ou compra de fios e cabos elétricos para 2015
Previsão de crescimento de especificações e/ou compras de fios e cabos para 2015 em relação a 2014
10%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 16%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
53%
Até R$ 1 milhão
5%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 16%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
As empresas de manutenção, instalação, revendas, projetistas
e consultorias pesquisadas preveem um crescimento médio de suas especificações e/ou compras de 13% em 2015 diante do ano anterior.
13%
84
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
Números do mercado de acessórios para fios e cabos
Projetistas e consultores, empresas da área de instalação,
manutenção, revendedoras, entre outros, formam o perfil dos consumidores que responderam a esta pesquisa.
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Os gráficos a seguir mostram a percepção dos fabricantes e
distribuidores de acessórios para fios e cabos elétricos a respeito do tamanho total anual dos diversos segmentos que fazem parte deste mercado. Vale destacar que, na pesquisa do ano anterior, o faturamento projetado pelas empresas referente aos diversos nichos do mercado apresentava divisões mais aparentes, com a maioria das empresas dizendo faturar até R$ 10 milhões. No levantamento deste ano, as divisões estão mais pulverizadas.
Principais segmentos de atuação
conectores e ferramentas de baixa tensão 11%
Transmissão e distribuição
42% 38%
11%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Residencial
Acima de R$ 500 milhões 21%
Até R$ 10 milhões
3%
Comercial
63%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões Industrial
80%
13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 19%
22%
Os principais meios de comercialização indicados pelos
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
fabricantes e distribuidores foram as revendas/varejistas (75%) e a venda direta ao cliente final (73%). Principais canais de vendas
fitas isolantes de baixa tensão 9%
8% Outros 12% 17%
6%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
19%
Internet
13%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Telemarketing
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Distribuidores /
70% Atacadistas Venda direta ao 73% cliente final 75%
Revendas / Varejistas
9%
Acima de R$ 500 milhões
19%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
25%
Até R$ 10 milhões
Os números da certificação IS0 se mantiveram basicamente os mesmos da pesquisa realizada em 2014, com apenas uma leve
materiais para amarração de cabos
queda. Se no ano passado 68% dos entrevistados disseram possuir a
16%
cerificação de qualidade IS0 9001 e 28% disseram ter a certificação
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
19%
ambiental 14001, no levantamento deste ano, 63% declararam fabricar
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
produtos de acordo com IS0 9001 e 23% segundo a ISO 14001. 9%
Certificações ISO
6%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
23%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 3%
14.001 (ambiental) 9001 (qualidade)
63%
9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Acima de R$ 500 milhões 38%
Até R$ 10 milhões
85
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
materiais para identificação de cabos 16%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
23%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
6%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 3%
Acima de R$ 500 milhões
39%
Até R$ 10 milhões
conectores e ferramentas de média tensão 12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 29%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
12%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 6%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 6%
Acima de R$ 500 milhões
18%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
17%
Até R$ 10 milhões
fitas isolantes de média tensão 10%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
9%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
35%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
9%
Acima de R$ 500 milhões
28%
Até R$ 10 milhões terminações de cabos de média tensão 15% 15%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 18%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 24%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
3%
Acima de R$ 500 milhões 25%
Até R$ 10 milhões
86
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
emendas de cabos de média tensão 21%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
18%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 27%
6%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 28%
Até R$ 10 milhões
A respeito do faturamento bruto total anual das empresas, a maioria das companhias
(57%) pesquisadas afirmou faturar até R$ 10 milhões. Faturamento bruto total das empresas
16%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
16%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 24%
11%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
33%
Até R$ 3 milhões
A maior parte dos produtos comercializados pelos fabricantes e distribuidores (92%)
de acessórios de fios e cabos abastece o mercado interno. Apenas 8% são exportados. Balança comercial
Exportação
8%
Mercado nacional
92%
As projeções de crescimento do mercado de acessórios de fios e cabos elétricos em
2015 demonstram o desânimo das empresas do setor com a economia brasileiro. No ano passado, os fabricantes e distribuidores tinham a expectativa de crescer 10%, neste ano, projetam uma elevação menor, de somente 7%.
87
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Previsões de crescimento
7%
Crescimento médio para o mercado de acessórios para fios e cabos em 2015
10%
Percentual médio de contratação de funcionários em 2015
11% 12%
Crescimento médio efetivo das empresas em 2014 comparado a 2013 Crescimento médio das empresas em 2015
Neste gráfico, novamente observa-se que a desaceleração da economia brasileira
deverá refletir negativamente nos resultados do mercado de acessórios para fios e cabos. Veja as opiniões. Fatores que devem influenciar o crescimento deste mercado
8%
Crise internacional
1%
Bom momento econômico do país 29%
23%
Desaceleração da economia brasileira
Projetos de infraestrutura
5% 13%
Programas de incentivo do governo 5%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Falta de normalização e/ou legislação 16%
Setor da construção civil desaquecido
O que dizem os consumidores de acessórios para fios e cabos
Projetistas e consultores, empresas da área de instalação, manutenção, revendedoras,
entre outros, formam o perfil dos consumidores que responderam a esta pesquisa. Perfil das empresas pesquisadas
6%
Consumidora de produtos
21%
Projetista e Consultoria
29%
Revendedora de produtos
14%
Instalação
15%
Atua em consultoria
15%
Atua em manutenção
88
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
Os consumidores continuam preferindo fitas isolantes plásticas
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Prazo de entrega
a fitas isolantes de autofusão. Na pesquisa de 2014, esta divisão 8%
foi de 52% para 48%. No levantamento deste ano, a divisão foi
Nota de 1 a 5
de 51% para 49%. Em relação aos acessórios de média tensão,
40%
as opiniões ficaram divididas, como uma leve preferência para a
Nota 10
8%
Nota de 6 a 7
compra de terminações. Fitas isolantes
44%
Nota de 8 a 9 51%
Plástica
49%
Autofusão
Garantia
20% 40%
Nota 10
média tensão
Nota de 6 a 7
22%
20%
Conectores
Emendas
40%
Nota de 8 a 9
16%
Ferramentas para aplicação de conectores
23%
Terminações
19%
Fitas isolantes
importado), o treinamento oferecido pelo fabricante e a assistência
O selo do Inmetro, o prazo de entrega e a garantia são os itens
que mais influenciam os consumidores no momento de adquirir acessórios para fios e cabos elétricos.
Fatores que mais influenciam a decisão de compra e/ou especificação de produtos (nota média)
No entanto, o local de fabricação do produto (nacional ou
técnica são os fatores com menos interferência na obtenção de um produto do segmento.
Fatores que menos influenciam a decisão de compra e/ou especificação de produtos (nota média) Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
Selo do Inmetro
8%
Nota 10
4%
Nota de 1 a 5
35%
Nota de 1 a 5
12%
Nota de 6 a 7 44%
Nota 10 35%
Nota de 8 a 9 40%
Nota de 8 a 9
22%
Nota de 6 a 7
89
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Treinamento oferecido pelo fabricante
20%
16%
Nota 10
Nota de 6 a 7
28%
Nota de 6 a 7
36%
Nota de 8 a 9
Assistência técnica do fabricante 12%
Nota de 1 a 5
32%
Nota 10 20%
Nota de 6 a 7
36%
Nota de 8 a 9
Os consumidores estão satisfeitos com a qualidade dos acessórios e fios e cabos
elétricos disponíveis no mercado brasileiro. 85% deram notas entre 8 e 10 para os produtos comprados e/ou especificados. Grau de satisfação com a qualidade dos acessórios para fios e cabos elétricos disponíveis no mercado brasileiro
8%
Nota 10
15%
Nota de 6 a 7
77%
Nota de 8 a 9
A projeção da maioria dos consumidores entrevistados (61%) é especificar e/ou
comprar até R$ 1 milhão em produtos no ano de 2015.
90
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
Estimativa de especificação e/ou compra de fios e cabos elétricos para 2015
8%
Acima R$ 10 milhões 8%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
23%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
61%
Até R$ 1 milhão
A maior parte dos pesquisados (58%) acredita ser viável o uso de ferramentas
automatizadas para a aplicação de terminais e conectores, decapagem de cabos, etc.
Percepção quanto ao uso de ferramentas automatizadas para aplicação de terminais e conectores, decapagem de cabos, etc.
19%
Viável e já aplico
58%
23%
Viável
Por enquanto é viável
Os consumidores projetam crescimento de 11% de suas especificações e/ou compras
em 2015 ante o ano passado. Previsão de crescimento de especificações e/ou compras de fios e cabos para 2015 em relação a 2014
11%
Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
BANCOR-COPPRAL
(11) 2959-8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
BELDEN
(11) 4092-9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
BRASCABOS
(19) 3522-5101
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
BRASFIO
(81) 3673-4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
X
X
CABELAUTO
(35) 3629-2514
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
CABLENA
(11) 3587-9590
www.cabelna.com.br
Itupeva
SP
X
X
X
X
COBRECOM
(11) 2118-3200
www.cobrecom.com.br
Itu
SP
X
X
X
X
COBREMACK
(11) 4156-5531
www.cobremack.com.br
Santana de Parnaíba
SP
X
COFIBAM
(11) 4182-8500
www.cofibam.com.br
Caraicuíba
SP
X
X
X
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
X
CONDUMIG
(37) 3229-2000
www.condumig.com.br
Divinópolis
MG
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CONDUSPAR
(41) 2109-6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
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Exporta produtos acabados
PA
Possui programas na área de responsabilidade social
Barcarena
Possui certificado ISO 14001
www.alubar.net
Possui certificado ISO 9001
(91) 3754-7151
Outros
SP
ALUBAR
Estado
Internet
Guarulhos
Telemarketing
Cidade
www.acabine.com.br
Venda direta ao cliente final
Site
(11) 2842-5252
Revendas/Varejistas
Comercial
X
Telefone
ACABINE
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Industrial
X
EMPRESA
Transmissão e distribuição
Distribuidora
Fabricante / Distribuidora
Fabricante
X
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
92
X
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X
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X
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X
X X X X X
CONDUTRON
(11) 3215-8555
www.condutron.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONDVOLT
(11) 2296-9477
www.condvolt.com.br
São Paulo
SP
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X
X
X
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CONSTRUFIOS
(11) 5053-8383
www.construfios.com.br
São Paulo
SP
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X
COPPER 100
(11) 3478-6900
www.grupocopper100.com.br
São Paulo
SP
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CORDEIRO
(11) 4674-7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
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X
X
CORFIO
(49) 3561-3777
www.corfio.com.br
Caçador
SC
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X
X
DLIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
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X
X
ELOS
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
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X
X
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
EMEP
(62) 3249-6477
www.emep.eng.br
Goiânia
GO
X
X
X
FERRAMENTAS GERAIS
(51) 3328-1239
www.fg.com.br
Porto Alegre
RS
GENERAL CABLE
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
X
GRUPO INTELLI
(16) 3820-1500
www.intelli.com.br
Orlandia
SP
X
HELLERMANNTYTON
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
ICE CABOS
(11) 4677-3132
www.icecabos.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-2211
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
INNOVCABLE
(19) 4062-7464
www.innovcable.com.br
Sumare
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LAMESA
(19) 3623-1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
SP
LAPP
(11) 2166-4166
www.lappgroup.com.br
São Paulo
SP
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MEGATRON
(11) 4636-1920
www.megatroncabos.com.br
Poá
SP
NAMBEI
(11) 5051-8900
www.nambei.com.br
São Paulo
SP
NEXANS
(11) 3084-1600
www.nexans.com.br
São Paulo
SP
X
ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
PAN ELECTRIC
(54) 2102-3333
www.pan.com.br
Bento Gonçalves
RS
X
X
PANDUIT
(11) 3613-2353
www.panduit.com
São Paulo
SP
X
X
PEKON
(11) 3017-2711
www.pekon.com.br
São Paulo
SP
X
PROCABLE
(11) 4061-9103
www.procable.com.br
Diadema
SP
X
X
SANTA LUIZA
(11) 5035-1800
www.santaluiza.ind.br
São Paulo
SP
X
X
X
SIL FIOS
(11) 3377-3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
TRAMAR
(11) 4528-6000
www.tramar.com.br
Cabreuva
SP
X
X
VATHISA
(11) 4634-8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
X
X
WIREX
(11) 2191-9400
www.wirexcable.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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X
X
Exporta produtos acabados
SP
Possui programas na área de responsabilidade social
São Paulo
Possui certificado ISO 9001
www.isoteck.com.br
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
(11) 5612-9500
Outros
SP
ISOTECK
Estado
Internet
São Paulo
Telemarketing
Cidade
www.ipce.com.br
Venda direta ao cliente final
X
Site
(11) 2065-1188
Revendas/Varejistas
X
Telefone
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Residencial
X
EMPRESA IPCE
Transmissão e distribuição
Comercial
Distribuidora
Fabricante / Distribuidora
Fabricante
Industrial
Principal segmento de atuação
Empresa
Possui certificado ISO 14001
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
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Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
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X
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BANCOR-COPPRAL
(11) 2959-8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
BELDEN
(11) 4092-9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
X
BRASCABOS
(19) 3522-5101
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
BRASFIO
(81) 3673-4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
X
X
CABELAUTO
(35) 3629-2514
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
CABLENA
(11) 3587-9590
www.cabelna.com.br
Itupeva
SP
X
COBRECOM
(11) 2118-3200
www.cobrecom.com.br
Itu
SP
X
COBREMACK
(11) 4156-5531
www.cobremack.com.br
Santana de Parnaíba
SP
COFIBAM
(11) 4182-8500
www.cofibam.com.br
Caraicuíba
SP
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
CONDUMIG
(37) 3229-2000
www.condumig.com.br
Divinópolis
MG
X
CONDUSPAR
(41) 2109-6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
CONDUTRON
(11) 3215-8555
www.condutron.com.br
São Paulo
SP
X
CONDVOLT
(11) 2296-9477
www.condvolt.com.br
São Paulo
SP
X
CONSTRUFIOS
(11) 5053-8383
www.construfios.com.br
São Paulo
SP
COPPER 100
(11) 3478-6900
www.grupocopper100.com.br
São Paulo
SP
CORDEIRO
(11) 4674-7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
CORFIO
(49) 3561-3777
www.corfio.com.br
DLIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
ELOS
(41) 3383-9290
EMBRAMAT
Importa produtos acabados
PA
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X X
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X
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
X
X
Barcarena
Cabos para cabeamento estruturado Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)
X
X
www.alubar.net
Cabos ópticos
X
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(91) 3754-7151
Cabos coaxiais
X
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SP
ALUBAR
Estado
Fios e cabos telefônicos metálicos
X
X
Guarulhos
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
X
X
www.acabine.com.br
Cabo para ligação de equipamentos
X
(11) 2842-5252
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
X
Cidade
ACABINE
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Cabo com isolação termofixa
X
Site
Fios e cabos nus
X
Telefone
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
EMPRESA
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Cabo com isolação termoplástica
Cabos isolados Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicação e dados em média tensão
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SP
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Caçador
SC
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Guarulhos
SP
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X
X
X
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
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X
X
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
X
EMEP
(62) 3249-6477
www.emep.eng.br
Goiânia
GO
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X
X
X
X
FERRAMENTAS GERAIS
(51) 3328-1239
www.fg.com.br
Porto Alegre
RS
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X
X
GENERAL CABLE
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
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X
GRUPO INTELLI
(16) 3820-1500
www.intelli.com.br
Orlandia
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X
X
HELLERMANNTYTON
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
ICE CABOS
(11) 4677-3132
www.icecabos.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-2211
www.induscabos.com.br
Poá
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Cabo para ligação de equipamentos
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
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Caxias do Sul
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www.megatroncabos.com.br
Poá
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X
(11) 5051-8900
www.nambei.com.br
São Paulo
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X
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X
(11) 3084-1600
www.nexans.com.br
São Paulo
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ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
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X
X
PAN ELECTRIC
(54) 2102-3333
www.pan.com.br
Bento Gonçalves
RS
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X
X
X
X
PANDUIT
(11) 3613-2353
www.panduit.com
São Paulo
SP
X
X
PEKON
(11) 3017-2711
www.pekon.com.br
São Paulo
SP
PROCABLE
(11) 4061-9103
www.procable.com.br
Diadema
SP
SANTA LUIZA
(11) 5035-1800
www.santaluiza.ind.br
São Paulo
SP
SIL FIOS
(11) 3377-3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
X
TRAMAR
(11) 4528-6000
www.tramar.com.br
Cabreuva
SP
X
X
VATHISA
(11) 4634-8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
X
WIREX
(11) 2191-9400
www.wirexcable.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
SP
IPCE
(11) 2065-1188
www.ipce.com.br
São Paulo
SP
ISOTECK
(11) 5612-9500
www.isoteck.com.br
São Paulo
SP
LAMESA
(19) 3623-1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
LAPP
(11) 2166-4166
www.lappgroup.com.br
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
MEGATRON
(11) 4636-1920
NAMBEI NEXANS
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Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
X
X
Estado
Sumare
Cabos para cabeamento estruturado Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
X
X
Cidade
www.innovcable.com.br
Cabos ópticos
Cabo com isolação termofixa
X
X
Site
(19) 4062-7464
Cabos coaxiais
Cabo com isolação termoplástica
X
Telefone
INNOVCABLE
Fios e cabos telefônicos metálicos
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
EMPRESA
Fios e cabos nus
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
isolados Cabos para comunicação e dados emCabos média tensão
Importa produtos acabados
Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V)
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Acessórios para fios e cabos
Guarulhos
SP
ADELBRAS
(19) 4009-7711 www.adelbras.com/tech
Vinhedo
SP
ATS ELÉTRICA
(11) 2645-4196 www.atseletrica.com.br
São Paulo
SP
AUTOMATUS
(11) 3368-6869 www.automatus.com.br
São Paulo
SP
BUILDING
(11) 2621-4811 www.building.ind.br
São Paulo
SP
X
X
X
BURNDY
(11) 5515-7225 www.burndy.com
São Paulo
SP
X
X
X
COBREPLAS
(11) 4781-3800 www.cobreplas.com.br
Embu das Artes
SP
COFLEX
(11) 4330-3347 www.coflex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
CONIMEL
(16) 3951-9595 www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
CONNECTWELL
(11) 5844-2010 www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
CRIMPER
0800 772 1777 www.crimper.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
DAISA
(11) 5094-9988 www.daisa.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
DLIGHT
(11) 2937-4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
DUTOPLAST
(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
X
ELOS
(41) 3383-9290 www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
X
X
EMBRAMAT
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
ERICO
(11) 3623-4300 www.erico.com
São Paulo
SP
X
FACILIT
(11) 4447-1881 www.eletrocalhasfacilit.com.br
Franco da Rocha
SP
FASTWELD
(11) 2425-7180 www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X
FOXLUX
(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
X
FRONTEC
0800 704 2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
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X
GERALUX
(41) 3677-6334 www.grupogeralux.com.br
Campo Magro
PR
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X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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X X X X
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X
X
X
Possui programas na área de responsabilidade social
(11) 2842-5252 www.acabine.com.br
Estado
Possui certificado ISO 14001
SP
ACABINE
Cidade
Internet
X
Sumaré
Site
Telemarketing
Transmissão e distribuição
X
X
(19) 3838-7000 www.3meletricos.com.br
Venda direta ao cliente final
Residencial
X
X
Telefone
3M
Revendas/Varejistas
Comercial
X
EMPRESA
Distribuidores/Atacadistas
Industrial
Distribuidora
Fabricante / Distribuidora
Fabricante
Principal canal de vendas
Possui certificado ISO 9001
Principal segmento de atuação
Empresa
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Outros
96
X
X
X
X
X
X
97
X
HUMMEL
(15) 3322-7000 www.hummel.com.br
Tatuí
SP
X
X
X
X
IDEAL ENGENHARIA
(11) 3287-0622 www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
INCESA
(17) 3279-2600 www.incesa.com.br
Olimpia
SP
X
X
INTELLI
(16) 3820-1500 www.intelli.com.br
Orlândia
SP
X
X
IRMÃOS ABAGE
(41) 3371-5600 www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
KIT ACESSÓRIOS
0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br
Rio de Janeiro
RJ
KRJ
(11) 2971-2300 www.krj.com.br
São Paulo
SP
X
LEGRAND
(11) 5644-2600 www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
MAGNANI
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MAXIDUTOS
(47) 3334-5899 www.maxidutos.com
Blumenau
SC
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382 www.obobrasil.com.br
Sorocaba
SP
ONIX
(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
PANDUIT
(11) 3613-2353 www.panduit.com
São Paulo
SP
PARAENG
(31) 3394-7433 www.paraeng.com.br
Contagem
MG
X
X
X
X X X X X X X
X
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X
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X X
X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Possui certificado ISO 14001
X
Possui certificado ISO 9001
HELLERMANNTYTON
X
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
Outros
X
SP
Estado
Internet
X
Jundiaí
Cidade
Telemarketing
SP
(11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br
Site
Venda direta ao cliente final
Diadema
Telefone
Revendas/Varejistas
(11) 4056-7047 www.hawser.com.br
Distribuidores/Atacadistas
Comercial
HAWSER
EMPRESA
Principal canal de vendas
Transmissão e distribuição
Industrial
Distribuidora
Fabricante / Distribuidora
Fabricante
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
Possui programas na área de responsabilidade social
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
X
X X X
Pesquisa - Acessórios para fios e cabos
(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br
Contagem
MG
X
PROAUTO
(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
PRYSMIAN GROUP
(11) 4998-4000 www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
REIMOLD
(11) 3904-3554 www.reimold.com.br
Caieiras
SP
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500 www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
X
X
SOB
(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
TCM
(44) 3026-5674 www.tcmterminais.com.br
Maringá
PR
X
TE CONNECTIVITY
(11) 2103-6000 www.te.com/energy
São Paulo
SP
X
TECHNOMASTER
(21) 2580-4001 www.technomaster.net
Rio de Janeiro
RJ
TERMOTÉCNICA
(31) 3308-7000 www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
TIGRE
0800 707 4700 www.tigre.com
Joinville
SC
WAGO
(11) 4591-0199 www.wago.com.br
Itupeva
SP
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
WETZEL
(47) 3451-4033 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
X
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X
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X X
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X
X
X
X
X
X
X
X
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X X
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X X
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X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
Possui programas na área de responsabilidade social
POLIMETAL
X
X
Possui certificado ISO 14001
X
Possui certificado ISO 9001
SP
Internet
Cajamar
Telemarketing
X
(11) 4448-8000 www.plp.com.br
Venda direta ao cliente final
SP
PLP
Revendas/Varejistas
São Paulo
Distribuidores/Atacadistas
Cidade
(11) 3871-6400 www.phoenixcontact.com.br
Principal canal de vendas
Transmissão e distribuição
Site
PHOENIX CONTACT
Residencial
Industrial
Distribuidora
Estado
Fabricante / Distribuidora
Telefone
Fabricante
EMPRESA
Comercial
Principal segmento de atuação
Empresa
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Outros
98
X X
X
Pesquisa - Acessórios para fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
X
X
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
Embu das Artes
SP
X
X
X
X
(11) 4330-3347 www.coflex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
(16) 3951-9595 www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
X
CONNECTWELL
(11) 5844-2010 www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
CRIMPER
0800 772 1777 www.crimper.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
X
DAISA
(11) 5094-9988 www.daisa.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
DLIGHT
(11) 2937-4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
DUTOPLAST
(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
X
ELOS
(41) 3383-9290 www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
EMBRAMAT
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
X
X
X
ERICO
(11) 3623-4300 www.erico.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
FACILIT
(11) 4447-1881 www.eletrocalhasfacilit.com.br
Franco da Rocha
SP
X
X
FASTWELD
(11) 2425-7180 www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
FOXLUX
(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
X
FRONTEC
0800 704 2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
GERALUX
(41) 3677-6334 www.grupogeralux.com.br
Campo Magro
PR
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437 www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
SP
(11) 2645-4196 www.atseletrica.com.br
São Paulo
SP
AUTOMATUS
(11) 3368-6869 www.automatus.com.br
São Paulo
SP
BUILDING
(11) 2621-4811 www.building.ind.br
São Paulo
BURNDY
(11) 5515-7225 www.burndy.com
COBREPLAS
(11) 4781-3800 www.cobreplas.com.br
COFLEX CONIMEL
X
X
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X X
X
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X
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X
X X
X
X
X
Emendas
X
Vinhedo
ATS ELÉTRICA
X
Terminações
X
ADELBRAS
(19) 4009-7711 www.adelbras.com/tech
X
Fitas Isolantes
SP
X
Ferramentas para aplicação de conectores
X
SP
Média tensão
Outros
X
X
Guarulhos
Materiais para identificação de cabos
X
X
(11) 2842-5252 www.acabine.com.br
Baixa tensão Materiais para amarração de cabos
X
SP
ACABINE
Cidade
Autofusão
X
X
Sumaré
Site
Fitas Isolantes BT
Plástica
X
(19) 3838-7000 www.3meletricos.com.br
Ferramentas para aplicação de conectores
Conectores
X
X
Estado
3M
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X
X
Telefone
Importa produtos acabados
X
EMPRESA
Exporta produtos acabados
Oferece treinamento técnico para os clientes
Baixa tensão
Conectores
100
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
X
X
X
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X X
101
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
(11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
HUMMEL
(15) 3322-7000 www.hummel.com.br
Tatuí
SP
IDEAL ENGENHARIA
(11) 3287-0622 www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
INCESA
(17) 3279-2600 www.incesa.com.br
Olimpia
SP
INTELLI
(16) 3820-1500 www.intelli.com.br
Orlândia
SP
IRMÃOS ABAGE
(41) 3371-5600 www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
KIT ACESSÓRIOS
0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
KRJ
(11) 2971-2300 www.krj.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
LEGRAND
(11) 5644-2600 www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
X
X
MAGNET
(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
X
X
MAXIDUTOS
(47) 3334-5899 www.maxidutos.com
Blumenau
SC
X
X
X
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382 www.obobrasil.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
ONIX
(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
X
X
X
X
X
X
PANDUIT
(11) 3613-2353 www.panduit.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
PARAENG
(31) 3394-7433 www.paraeng.com.br
Contagem
MG
X
X
X
X
X
X
Emendas
X
X
SP
HELLERMANNTYTON
Conectores
X
X
Diadema
Outros
X
(11) 4056-7047 www.hawser.com.br
Autofusão
X
Plástica
X
Ferramentas para aplicação de conectores
X
Conectores
X
Telefone
HAWSER
Terminações
X
X
EMPRESA
Fitas Isolantes
Materiais para identificação de cabos
X
Média tensão
Ferramentas para aplicação de conectores
Materiais para amarração de cabos
Oferece treinamento técnico para os clientes
Estado
Baixa tensão
Importa produtos acabados
Cidade
Fitas Isolantes BT
Exporta produtos acabados
Site
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Baixa tensão
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X
X
Pesquisa - Acessórios para fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
X
X
POLIMETAL
(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br
Contagem
MG
PROAUTO
(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
PRYSMIAN GROUP
(11) 4998-4000 www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
REIMOLD
(11) 3904-3554 www.reimold.com.br
Caieiras
SP
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500 www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
X
X
SOB
(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
X
X
TCM
(44) 3026-5674 www.tcmterminais.com.br
Maringá
PR
X
X
TE CONNECTIVITY
(11) 2103-6000 www.te.com/energy
São Paulo
SP
TECHNOMASTER
(21) 2580-4001 www.technomaster.net
Rio de Janeiro
RJ
TERMOTÉCNICA
(31) 3308-7000 www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X
TIGRE
0800 707 4700 www.tigre.com
Joinville
SC
X
WAGO
(11) 4591-0199 www.wago.com.br
Itupeva
SP
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
WETZEL
(47) 3451-4033 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X
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X X
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Emendas
X
X
Terminações
Ferramentas para aplicação de conectores
X
SP
Fitas Isolantes
Conectores
X
Cajamar
Ferramentas para aplicação de conectores
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
(11) 4448-8000 www.plp.com.br
Média tensão
Outros
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
PLP
Materiais para identificação de cabos
Estado
Baixa tensão Materiais para amarração de cabos
Cidade São Paulo
Autofusão
Site
(11) 3871-6400 www.phoenixcontact.com.br
Fitas Isolantes BT
Plástica
Telefone
PHOENIX CONTACT
Exporta produtos acabados
EMPRESA
Importa produtos acabados
Baixa tensão
Conectores
102
X X
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X
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X
104
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Por Haroldo Zattar e Jusiel Fontes*
Qualidade da energia elétrica Desenvolvimento, análise e avaliação de filtros tipo acopladores capacitivos para redes PLC em ambientes de intenso ruído
105
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
A
tecnologia Power Line Commu
ni cation (PLC) vem se desenvol vendo e evoluindo para propiciar serviço de banda larga a residências e locais onde até o momento as demais tecnologias, como ADSL, cable modem, fibra ótica, wireless e satélite, não atendem baseado em custo/benefício. Os adaptadores PLC atualmente estão alcançando taxas de até 200 Mbps e com qualidade de serviço. Com a grande evolução da tecnologia dos circuitos integrados, brevemente, os adaptadores estarão operando com taxas de até 500 Mbps. A transmissão de dados e o acesso à internet via rede elétrica não estão entrando no mercado brasileiro para competir com as demais tecnologias e sim para somar, visando ampliar o número de usuários que poderão ter acesso à rede de banda larga haja visto que menos de 5% da população brasileira tem disponível acesso à internet com alta velocidade nas residências e grande parte da população ainda não tem acesso fácil à internet mesmo por meio de tablets e smartphones.
Desde 2010 vem sendo implantado
um programa nacional, visando ampliar o acesso em banda larga fixa e móvel de todos os cidadãos, inclusive das áreas rurais e remotas, não apenas no que diz respeito à internet, mas também em ampliar o uso de Tecnologias de Informação
e
Comunicações
(TICS)
nas áreas de educação e saúde e nos serviços
de
governo
eletrônico.
A
finalidade é facilitar o uso pela população dos serviços prestados pelo Estado, promover a inclusão social, desenvolver e desconcentrar oportunidades, ampliar a
competitividade
brasileira,
reduzir
as desigualdades sociais e regionais, estimular
a
competição
entre
as
empresas do setor de TICs e aumentar os investimentos, com vistas a criar novas opções de serviços ao consumidor a
106
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
preços acessíveis e promover a geração
em banda larga, conexões de voz,
Devido
de emprego e renda. A tecnologia PLC
aplicações de vídeo, imagem e dados.
transmissão,
está apta para atender a todas estas
Como a rede elétrica está presente em
atingir 200 Mbps, o PLC tem capacidade
aplicações citadas e soma-se a isso o fato
praticamente todos os lugares, não há
de fornecer uma ampla gama de serviços
de que, em agosto de 2009, a Agência
necessidade de obras para instalação
como internet em banda larga, voz sobre
Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
de cabos adicionais para a prestação
IP; videoconferência; vídeo segurança;
aprovou a utilização das instalações de
de serviços de telecomunicações. Com
telemedicina;
distribuição de energia elétrica para a
a tecnologia PLC a própria tomada
automação
transmissão dos serviços de internet
elétrica serve para comunicação com a
gerenciamento
banda larga-PLC. No mesmo mês, a
internet.
energia e água.
Agência Nacional de Telecomunicações
O PLC funciona a partir de um
Como
(Anatel) aprovou a liberação para a
equipamento instalado em um ponto
rede PLC apresenta
comercialização de internet banda larga
próximo ao transformador de energia
superados
via rede elétrica.
elétrica,em que o sinal PLC é injetado
pesquisas com relação à incidência de
Considerando que em um futuro
nos cabos de energia elétrica. Desse
alto nível de ruído, atenuação nos cabos,
breve muitas residências, escritórios e
modo,
que
desvanecimento seletivo, atrasos (delay),
salas comerciais poderão estar utilizando
estiverem ligadas no circuito elétrico
múltiplos caminhos e compatibilidade
adaptadores PLC para acesso à banda
deste transformador estarão recebendo
eletromagnética. O efeito do ruído é
larga e tendo como fato que na rede
o sinal PLC em todas as tomadas da rede
o problema mais significante para a
elétrica existe muito ruído proveniente
local. Outro equipamento chamado de
transmissão de dados em uma rede PLC
principalmente
de
adaptador PLC é instalado em qualquer
conforme abordado a seguir.
equipamentos
e
eletrodomésticos,
as
residências
alta que
velocidade atualmente
educação residencial do
à e
de pode
distância; comercial;
fornecimento
de
tecnologia,
a
qualquer mediante
que devem ser realização
de
que
tomada elétrica na residência do usuário
produzem alta incidência de ruídos,
para receber o sinal transmitido pela rede
gerando uma grande degradação na
PLC e disponibilizá-lo para ligar na placa
eficiência da rede para transmissão de
de rede do computador via cabo UTP
Ruídos são sinais estranhos e não
dados e acesso à internet.
categoria 5, no telefone ou no vídeo,
desejados em um meio de comunicação
Desse modo, a proposta desse artigo
dependendo do serviço solicitado. A
distorcendo os sinais de informações. O
é apresentar o resultado da avaliação
Figura 1 ilustra o princípio de instalação
excesso de ruído pode impedir uma rede
de desempenho dessa tecnologia sobre
da rede PLC.
de funcionar ou reduzir drasticamente a
a influência de diversos tipos de ruídos,
Como vantagens da tecnologia PLC
sua velocidade. O ruído consiste em uma
utilizando filtros do tipo acopladores
podem ser citadas a ampla infraestrutura
alteração de alguma das características
capacitivos desenvolvidos no laboratório
elétrica
de
do sinal transmitido por efeito de outro
de
do
transmissão ao longo de toda a malha
sinal exterior ao sistema de transmissão.
Departamento de Engenharia Elétrica
de energia elétrica, a transmissão eficaz
Estes sinais indesejados são de natureza
da Universidade Federal de Mato Grosso
de dados, vídeo e voz simultaneamente
aleatória, não sendo possível prever o seu
(UFMT) e comparar os resultados obtidos
e a grande mobilidade na conexão, ao
valor em um instante de tempo futuro.
com
alcance de qualquer tomada de energia
O ruído no canal de transmissão varia
na rede PLC.
fortemente em função da frequência, da
Sistemas
um
ferramentas
todas
à
de
filtro
Comunicação
capacitivo
comercial
que foi importado por não encontrar
disponível,
a
facilidade
Estudo do ruído
o equipamento disponível no Brasil e na qual deve servir de parâmetro de qualidade.
Tecnologia PLC O
PLC
utiliza
a
rede
de
distribuição de energia elétrica como meio de transporte dos sinais de telecomunicações para acesso à internet
Figura 1 - Acesso à internet via rede elétrica.
108
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
carga, do período do dia e da localização
de transmissão.
variação temporal do canal. Existem,
geográfica do transmissor até o receptor.
Para medir o ruído do sinal de um
ao todo, cinco classes de ruído que
O nível de potência do ruído varia de
eletrodoméstico, primeiro mede-se o
caracterizam o canal PLC, são eles:
acordo com a distância entre a fonte
ruído de fundo sem ter o equipamento
ruído colorido de fundo, ruído de faixa
de ruído e o receptor. Na maioria dos
conectado
Em
estreita, ruído impulsivo periódico, ruído
casos, o ruído medido está abaixo de
seguida, mede-se o sinal de ruído
impulsivo periódico – síncrono com a
40 dB (W/KHz). Entretanto, se o receptor
fornecido pelo equipamento ligado na
frequência da rede e ruído impulsivo
estiver muito distante do transmissor
rede. Por último, subtrai-se o valor do
assíncrono. A modelagem dos ruídos
e bem próximo da fonte geradora de
sinal medido com o equipamento ligado
presentes nos canais PLC para aplicações
ruído, ocasionará grande perda de
menos o valor lido do ruído de fundo.
last miles é a seguinte:
dados durante a transmissão. A medição
O resultado obtido é o valor do
do ruído pode ser realizada por meio de
sinal de ruído fornecido exclusivamente
potência espectral relativamente baixa e
medida direta na rede de energia elétrica
pelo
rede
variante com a frequência. É normalmente
utilizando o analisador de espectro ou o
elétrica. As principais fontes de ruídos
formado pela somatória de diferentes
osciloscópio após atenuar e filtrar o sinal
são os motores com escovas, fontes
fontes de ruídos com baixa potência. A
emitido pelo gerador de ruído. A análise
chaveadas e reatores para iluminação.
densidade espectral de potência desta
espectral e a medição no domínio do
Os dimmers e as luzes fluorescentes
componente de ruído é relativamente
tempo do ruído impulsivo possibilitam
criam ruído impulsivo relacionado ao
plana, decrescendo com o aumento
realizar o cálculo da Densidade Espectral
ciclo de potência na faixa de 50 Hz a 60
da frequência. Embora apresente um
de Potência (Power Spectral Density
Hz. Outras fontes de ruído são as ondas
comportamento estocástico, o estudo
- PSD), bem como a verificação de
de RF (Radiofrequência), principalmente
realizado mostra que a PSD do ruído
amplitude, largura do impulso e medida
as ondas curtas e radioamadores. Estes
colorido de fundo varia muito lentamente
de tempo nas redes PLC.
equipamentos introduzem componentes
quando comparada a taxas de alguns
de alta frequência na rede, caracterizando
Kbps. Ela permanece muito próxima
estatísticos, as características do ruído
as emissões conduzidas.
de um valor médio por um intervalo
como autocorrelação, Função Densidade
Uma das formas de ruído mais
de vários segundos e até mesmo
de Probabilidade (PDF) e coeficientes
utilizadas para modelar um sistema de
alguns minutos durante o dia, podendo
de correlação podem ser analisados.
transmissão é o Ruído Branco Aditivo
permanecer neste estado estacionário
Para ruídos de fundo, utiliza-se análise
Gaussiano (AWGN). Ao contrário de
por até algumas horas durante a noite.
estatística com modelo no domínio da
outros canais de comunicação, o canal
frequência. Para o ruído impulsivo, o
PLC não pode ser representado pela
de fundo são o ruído branco, rosa, azul,
modelo pode ser realizado no domínio
presença dominante de ruído AWGN [9].
violeta, cinza, laranja, verde, preto e
do tempo e da frequência. No domínio
Desta forma, uma análise mais apurada
vermelho. Os motores universais são
da
das perturbações presentes no ambiente
exemplos de aplicações que produzem
impulsivo é realizado com base apenas
PLC
inevitável
ruído colorido de fundo na frequência
em medições. No domínio do tempo, o
para que sejam levantados modelos
acima de 50 KHz. Como exemplo de
modelo pode ser caracterizado por três
caracterizados pela presença de ruído
equipamentos pode-se citar aspiradores
parâmetros, como amplitude do pulso,
de faixa estreita e diferentes formas de
de pó, batedeira, liquidificador, máquinas
largura de pulso e tempo. A Figura 2
ruído impulsivo.
de costura, lixadeira, furadeira elétrica e
exemplifica as formas em que se pode
Em
segundo
máquinas de serrar. Estes equipamentos
medir o sinal PLC e o ruído em um canal
componente responde pela significante
apresentam uma medição de amplitude
Utilizando-se
frequência,
de
o
modelo
métodos
do
erro
na
energia
equipamento
é
um
elétrica.
ligado
pré-requisito
particular,
este
à
Ruídos coloridos de fundo: tem uma
Os principais tipos de ruídos coloridos
de tensão e frequência aleatória, que provocam sinais de radiofrequência (RF). Ruídos
em
caracterizados
banda por
estreita:
sinais
são
senoidais
modulados em amplitude e causados, principalmente, pela indução nos fios da Figura 2 – Equipamentos para medição do sinal em um canal PLC.
rede elétrica dos sinais de rádio na faixa
109
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Figura 3 – Sinais de ruído injetado na transmissão do sinal.
até 20 MHz e pela peculiar perturbação
a cada ½ ciclo AC.
gerada pelas harmônicas de maior ordem
Ruídos impulsivos assíncronos: é
na frequência de deflexão horizontal
causado principalmente pelos transitórios
dos aparelhos de TV (15,625 KHz PAL-
característicos de chaveamento na rede
Europa e 15,75 KHz NTSC-EUA). Embora
elétrica e o seu tempo de duração é
concentrado em faixas estreitas, este tipo
da ordem de alguns microssegundos
de ruído apresenta uma alta PSD tendo,
até alguns milissegundos, com tempo
porém,
contribuições
de ocorrência aleatória. A PSD pode
na faixa inferior aos 500 kHz. O valor
alcançar valores 50 dB acima dos ruídos
medido para o ruído de banda estreita
de fundo. É altamente variante no tempo
fica na faixa de 40 dB.
e juntamente com o ruído anterior pode
suas
maiores
e
causar erros em alguns bits ou em uma
assíncronos à frequência fundamental:
rajada de transmissão. Desse modo, é o
têm taxa de repetição, na maioria dos
pior tipo de ruído em uma rede PLC.
casos, entre 50 KHz e 200 KHz, resultando
em um espectro com linhas discretas
transmitido com a representação dos
e espaçamento espectral de acordo
cinco tipos de ruídos abordados nesta
com a taxa de repetição. É originado
seção.
por transientes na rede. Este tipo de
ruído apresenta curtas durações (10 µs
ruído na rede PLC é necessário utilizar
a 100 µs) podendo alcançar picos de
adaptadores PLC com a mais adequada
até 2 KV, ocorrendo de forma aleatória.
técnica de multiplexação e modulação
Ocorre principalmente pelas fontes de
bem
alimentação chaveadas.
sofisticados para detecção e correção de
Ruídos
impulsivos
periódicos
A Figura 3 apresenta o sinal sendo
Devido aos problemas causados pelo
como
possuir
mecanismos
e
erros. Para a avaliação do desempenho
sincronizados à frequência fundamental:
da rede indoor, os adaptadores PLC
estes impulsos têm uma taxa de repetição
utilizados operam com a tecnologia
entre 50 Hz e 100 Hz e são sincronizados
OFDM para multiplexação e modulação
à frequência fundamental. São de curta
do sinal. Além disso, é desejável a
duração (alguns microssegundos) e têm
utilização de filtros capacitivos para
uma densidade espectral de potência
reduzir o sinal de ruído na rede PLC.
Ruídos
impulsivos
periódicos
decrescente com a frequência causada por
fontes
chaveadas,
Equipamentos da rede PLC
máquinas
fotocopiadoras e os dimmers. Isso ocorre devido à comutação de diodos
retificadores e TRIACs, operando de
necessários equipamentos específicos,
forma síncrona com a rede. Estes
softwares e sistema para gerenciamento
equipamentos
ruído
de serviço. Os principais equipamentos
impulsivo na rede elétrica na faixa de
utilizados são os adaptadores PLC, a
duas vezes a frequência da rede e ocorre
estação base PLC, os repetidores de
geram
forte
Para a instalação de uma rede PLC, são
110
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
sinais, os filtros de bloqueio de ruídos e
e impressoras podem ser conectados
o adaptador PLC foi de 2 m. Todos os
acopladores de fase. A interligação de
ao
equipamentos estão ligados na rede
um adaptador PLC com o computador
características do adaptador PLC são:
pode ser realizada por cabo UTP
• Interface fast Ethernet 10/100 Mbps;
categoria 5, cabo USB ou mesmo
• Taxa de transmissão de 200 Mbps a
utilizando cabo coaxial. O adaptador
distância máxima de 300 m;
PLC implementa todas as funções da
• Possibilidade para interligação a repeti
camada
dores no caso de distâncias superiores a
física,
incluindo
modulação
adaptador
PLC.
As
principais
e codificação. A segunda camada é a
300 m;
camada de enlace que é responsável por
• Protocolo CSMA/CARP (Carrier sense
detectar e opcionalmente corrigir erros
Multiple Access with Collision Avoidance
que por ventura ocorram no nível físico.
and Resolution Using Priorities);
Na camada de enlace encontram-se as
• Multiplexação por divisão de frequência
subcamadas de Controle de Acesso ao
ortogonal
Meio (Medium Access Control – MAC) e
Division Multiplex – OFDM);
Controle Lógico do Enlace (Logical Link
• Oito níveis de prioridade de enfileira
Control - LLC).
mento dos pacotes com classificação de
prioridade;
A estação base PLC é responsável
pelo
gerenciamento
e
controle
de
(Orthogonal
elétrica de 127 V AC 60 Hz.
Frequency A
• Arquitetura TCP/IP;
acesso da rede PLC e pela interface com
• Faixa de frequência de 2 MHz - 34 MHz
modems ADSL e roteadores wireless.
quando o acesso da rede é detectado
O filtro PLC tem a função de bloquear
e de 13.3 MHz até 33.3 MHz durante a
B
os ruídos na rede elétrica sem alterar
transmissão de dados pela rede elétrica.
Figura 4 - Configuração de uma rede local PLC: (a) com filtro (b) sem filtro isolador da rede PLC.
as características de frequência do sinal
Configuração da rede PLC
de entrada. De modo geral, o filtro
O tamanho da janela TCP utilizada foi de
512 KB. Os computadores utilizaram o sistema
tem a função de bloquear todos os sinais indesejados como, por exemplo,
De modo a avaliar o desempenho
operacional Windows Seven Professional.
os ruídos provocados por fontes de
da rede PLC, utilizou-se uma rede
Para realizar as medidas de desempenho na
alimentação, liquidificadores, secadores
local
Network-LAN)
rede PLC foram utilizados três arquivos do
de cabelo, barbeador elétrico e outros
conforme ilustrado na Figura 4(a). A
tipo ISO (imagem de CD) de 3 GB cada. Os
eletrodomésticos. Estes equipamentos
Figura 5 representa a instalação da
três arquivos foram utilizados para transmissão
geram
altas
rede PLC utilizando o filtro PLC que
simultânea entre os computadores. Para
frequências. Desse modo, o filtro atua
bloqueia os ruídos provenientes de
medir a eficiência da rede PLC, foi utilizado
na faixa de frequência de 100 KHz – 100
eletrodomésticos para dentro da rede
um software analisador de rede.
MHz, com nível de atenuação de ruído
PLC. A primeira análise para avaliação
acima de 50 dB.
do desempenho da rede PLC foi
ruído
excessivo
em
(Local
Area
realizado utilizando a configuração da
Características do adaptador PLC
rede local apresentada na Figura 5, de modo a verificar e certificar que o filtro PLC realmente bloqueia o ruído
Neste artigo, os adaptadores PLC
fornecido pelos eletrodomésticos na
utilizados foram de um modelo com
rede elétrica.
conexão Ethernet e filtros de ruído PLC.
Para a análise do desempenho
Este modelo de adaptador PLC suporta
da rede PLC, foram utilizados dois
distribuição de vídeo, VoIp e Internet
computadores com 2,8 GHz e memória
em banda larga via interconexão com
de 2 GB de RAM. A distância utilizada
modem ADSL. Equipamentos como
entre os adaptadores PLC foi de 5 m.
computadores, videogames, câmeras IP
A distância entre cada computador e
avaliação do desempenho da rede PLC
Figura 5 - Configuração da rede PLC com aplicação de ruído sobre o filtro.
Avaliação de desempenho Neste artigo, foi realizada primeiro a
111
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
capaz
de
reduzir
com
bastante
qualidade as interferências externas provocadas pelos eletrodomésticos. O ideal seria o filtro garantir que a taxa média de transmissão alcançasse valores bem próximo de 100% de eficiência. O circuito elétrico do filtro comercial está apresentado na Figura 7(a). Em seguida, foram realizadas as mesmas medidas utilizando os Figura 6 - Vazão na rede PLC sem a presença de ruído e com filtro.
filtros desenvolvidos no laboratório conforme
os
circuitos
elétricos
na melhor condição possível utilizando
na topologia da Figura 4(a) sem a
mostrados nas Figuras 7(b), 7(c) e 7(d).
um filtro PLC comercial importado
presença de qualquer fonte de ruído
Para cada um desses filtros foi
para atuar como “bloqueador” de
e utilizando o filtro PLC comercial. A
realizada a avaliação da faixa de
ruído, de modo a reduzir ao máximo
Figura 6 apresenta o resultado obtido
frequência de operação utilizando a
a rede PLC de interferências externas.
na rede PLC.
ferramenta Multisim na versão demo (NI
Em seguida, foi aplicado na rede PLC
Analisando o gráfico da Figura 6
Circuit Design Suite 13.0.1 Education).
vários tipos de ruídos provenientes
é possível ver que a vazão média na
As Figuras 8, 9 e 10 apresentam os
de
para
rede alcançada foi de 93,18 Mbps e
resultados das simulações realizadas
avaliar o desempenho da rede sobre a
a vazão máxima obtida foi de 95,71
em cada filtro.
influência de excessivos ruídos.
Mbps. Desse modo, a eficiência da
Em
rede para a transmissão dos três
rede PLC alguns eletrodomésticos
arquivos foi de 93,18%. A largura
como batedeira, TV, liquidificador,
de banda do canal é de até 200
barbeador, secador de cabelo, dimmer,
Mbps, entretanto, a interligação do
lâmpada eletrônica e fonte chaveada.
alguns
eletrodomésticos
Análise de desempenho da rede PLC na melhor condição possível
seguida
conectaram-se
à
adaptador PLC com o computador
A configuração da rede PLC utilizada
A avaliação de desempenho da
é de 100 Mbps, a vazão máxima
foi o da Figura 4(b), sem a presença
rede PLC na transferência de dados
possível na condição ideal é de 100
do filtro comercial para bloquear o
tipo FTP (File Transfer Protocol) na
Mbps. Esta alta taxa de transmissão
ruído fornecido diretamente pelos
melhor condição possível foi baseado
ocorre porque o filtro é realmente
eletrodomésticos
na
rede
PLC
e,
112
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Figura 10 - LC2.
na rede elétrica com o PLC fornece baixa taxa de ruído e desse modo a eficiência na rede alcança índices próximos da melhor condição possível em que não ocorreram interferências de
eletrodomésticos.
Enquanto
a
eficiência da rede na melhor condição Figura 7 – Circuito elétrico dos filtros: (a) comercial, (b) RC, (c) LC e (d) LC2.
desse modo, identificar as maiores
da eficiência é mostrado na Figura 11.
fontes de ruído. Utilizou-se apenas o
filtro para separar a rede PLC da rede
é possível verificar que o uso de TV
elétrica externa. O resultado obtido
em conjunto com a lâmpada eletrônica
Analisando o gráfico da Figura 11,
possível foi de 95,71%, o resultado da eficiência na presença da TV em conjunto com a lâmpada eletrônica alcançou um valor médio de 93,09%. Desse modo, conclui-se que estes dois eletrodomésticos não prejudicam a
velocidade
arquivos
entre
de os
transmissão
dos
computadores.
Na Figura 11, observa-se que todos os demais eletrodomésticos afetam diretamente a eficiência da rede PLC pela alta incidência de ruído na rede. O pior resultado foi alcançado pelo liquidificador, em que a eficiência na Figura 8 - RC.
Figura 9 - LC.
rede atingiu uma eficiência menor que
113
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
cabelos foram ligados, a eficiência na rede alcançou valores próximos de 61% e 47%, respectivamente.
Estes resultados comprovam que,
quando existe a alta incidência de interferência, é realmente necessário utilizar filtro para reduzir ao máximo a incidência de ruído para dentro da rede PLC.
Avaliação da rede PLC em função da aplicação dos filtros direto na fonte de ruído O
objetivo
desse
artigo
é
justamente avaliar os filtros capacitivos desenvolvidos
no
laboratório
de
Sistemas de Comunicação. Após a avaliação
dos
resultados
obtidos
na Figura 11 constatou-se que o Figura 11 – Eficiência da rede PLC considerando a presença de ruídos dos eletrodomésticos e sem filtro.
liquidificador, barbeador, batedeira e fonte chaveada são as maiores
26%. Para esta situação é realmente
que eles afetam o desempenho da
fontes de ruído, respectivamente,
obrigatório utilizar o filtro PLC para
rede
e desse modo foram selecionadas
proteger a rede PLC, evitando uma
inferior a 40%. Então para estes
para
redução drástica da eficiência da rede
eletrodomésticos
desenvolvidos e compará-los com
LAN PLC.
utilização do filtro PLC para evitar a
os
PLC,
fornecendo é
eficiência
necessária
a
serem
aplicadas
resultados
obtidos
do
filtro
ocorrência de uma baixa vazão na
liquidificador, batedeira, barbeador
rede.
medições realizadas estão ilustrados
e fonte chaveada de PC comprova
nas Figuras 12, 13, 14 e 15.
análise
realizada
com
o
Quando o dimmer e o secador de
resultados
filtros
comercial.
A
Os
nos
dessas
114
PLC
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Observando as Figuras 12, 13, 14 e
de pesquisa, foi realizada a avaliação de
15, verifica-se que os filtros desenvolvidos
desempenho da rede na presença de ruído
no
resultados
fornecido por diversos eletrodomésticos
altamente satisfatório comparado ao
e comparado o resultado obtido com o
filtro comercial com exceção do filtro RC
filtro comercial e os filtros desenvolvidos.
que teve eficiência de 75% na presença
Para qualquer situação, foi constatado
do ruído fornecido pela batedeira e pelo
que a TV e a lâmpada eletrônica, ligadas
barbeador e aproximadamente 83% de
em conjunto, não prejudicam a eficiência
eficiência para o filtro LC na presença de
da rede PLC. O pior desempenho na rede
ruído fornecido pelo liquidificador. Para
PLC ocorreu quando o liquidificador foi
o filtro RC mais simples, o inconveniente
aplicado diretamente na rede elétrica.
é a necessidade de utilizar um resistor
de alta potência o que compromete o
a forte incidência de ruído na rede elétrica
tamanho do filtro a ser confeccionado.
provoca uma redução no desempenho
Para os demais filtros desenvolvidos,
da rede PLC. Dessa maneira, para evitar
todos
em
a ocorrência de uma baixa taxa de
gabinetes bem pequenos, propiciando
transmissão, é aconselhável a utilização
um custo/desempenho muito satisfatório
de filtros para reduzir ao máximo a entrada
e com valor comercial inferior a 10% do
de ruídos para dentro da rede PLC. Assim,
filtro PLC importado. Portanto, os filtros
observou-se que os filtros desenvolvidos
desenvolvidos podem ser aplicados em
no laboratório apresentaram resultados
qualquer tomada de uma residência
altamente satisfatórios para os circuitos
ou escritório. O benefício gerado pela
elétricos desenvolvidos, que são simples
aplicação de filtros capacitivos com
com poucos componentes eletrônicos
circuitos elétricos simples garante que
e confeccionado em um gabinete bem
a tecnologia PLC para redes locais seja
pequeno a ser ligado diretamente na
realmente viável reduzindo a influência do
tomada de energia, sendo aptos a serem
ruído sobre a rede PLC. O filtro, atuando
utilizados em escala comercial.
Figura 12 – Liquidificador.
Figura 13 – Barbeador.
laboratório
podem
tiveram
ser
construídos
Para uma rede PLC constatou-se que
na redução do ruído e garantindo uma
Referências
eficiência na rede PLC superior a 80%, é considerado satisfatório, embora o ideal seja garantir 100% de eficiência na
• Decreto nº 7.175/2010, Plano Nacional
rede. Desse modo, novos projetos de
de Banda Larga (PNBL). Disponível em:
filtros poderão ser desenvolvidos visando
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
atingir eficiência bem próxima dos 100%.
Ato2007-2010/2010/Decreto/D7175.htm>.
Figura 14 – Batedeira.
Acesso em: 19 jan. 2015.
Conclusões
• ANEEL, Resolução nº 527, de 8 de abril de 2009. Disponível em: <http://legislacao.
Figura 15 – Fonte chaveada.
Este artigo apresentou a análise
anatel.gov.br/resolucoes/2009/101-
do desempenho da rede PLC indoor,
resolucao-527>. Acesso em: 19 jan. 2015.
considerando a melhor condição possível
• ANATEL, Resolução Normativa n° 375,
utilizando um filtro acoplador capacitivo
de 25 de agosto de 2009. Disponível
comercial importado por não dispor de
em:
filtro PLC nacional. Em seguida avaliou-se
ren2009375.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2015.
a eficiência da rede PLC, considerando
• PAULIDOV, N.; HAN VINCK, A. J. Power
a utilização dos filtros desenvolvidos no
line communications: state of the art
laboratório de Sistemas de Comunicação
and future trends. IEEE Communications
da UFMT. Dando sequência ao trabalho
Magazine, 2002.
<http://www.aneel.gov.br/cedoc/
115
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
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Espaço 5419
116
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Seja muitíssimo bem-vinda
Documento da Associação Brasileira
à
Novo!
colocando
fim
possibilidade
da
de Normas Técnicas (ABNT) que possui
utilização
desse
dispositivo
em
o status de segunda norma do setor
qualquer tipo de Sistema de Proteção
elétrico mais procurada e consultada
contra Descargas Atmosféricas (SPDA)
do país, a ABNT NBR 5419:2005 –
existente no Brasil.
Proteção de estruturas contra descargas
atmosféricas já foi NB 165 – Proteção
que o grupo revisor da Comissão de
de estruturas contra descargas elétricas
Estudos – CE: 64.10, proteção contra
atmosféricas em 1970. E, de lá para cá,
descargas atmosféricas do Comitê
com o objetivo de aperfeiçoar seu texto
Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica,
transformando-o em uma ferramenta
Iluminação
cada vez mais consistente para auxiliar
(Cobei), chamou de “o segundo grande
a engenharia nacional na proteção
salto técnico no texto da NBR 5419”.
contra os raios, tem passado por várias
Com dez anos de revisão do texto base
revisões.
de 2005 e com um grupo bastante
O primeiro grande salto técnico
heterogêneo, o trabalho foi conduzido
no texto aconteceu em 1993 quando,
e terminado, basicamente por seis
utilizando como referência a norma IEC
participantes
61024 – Lightning protection, series a
na criação de um documento, que
and b, foram introduzidos: os conceitos
é baseado na norma IEC 62305 –
de nível de proteção; os três métodos
Lightning protection, series 1 to 4,
de cálculo que até hoje são utilizados
com mais de 340 páginas, dividindo os
na captação (Franklin, Faraday e Esfera
assuntos em quatro partes:
Após mais de vinte anos, surge o
e
Telecomunicações
regulares,
culminando
rolante); o cálculo do número de descidas em função principalmente do perímetro da estrutura; o comprimento
Parte 1: Princípios gerais, que estabe lece os requisitos mínimos para a deter
do eletrodo de aterramento com base
minação de proteção contra descargas
na resistividade do solo etc. Outra
atmosféricas,
mudança importante a ser mencionada
subsídios para a utilização dos conceitos
na edição de 1993 foi, juntamente com
em
a resolução 04/89 da Comissão Nacional
descargas atmosféricas.
projetos
bem de
como proteção
fornece contra
de Energia Nuclear (CNEN), a proibição da utilização dos captores radioativos,
Parte 2: Gerenciamento de risco, que
117
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
estabelece os requisitos para análise
instalação,
e
uma das partes da nova NBR 5419 de
de risco em estruturas devido às
ensaio de sistemas de proteção para
forma mais amigável e colaborativa,
descargas atmosféricas para a terra e
equipamentos elétricos e eletrônicos
sem o rigor linguístico que o documento
tem o propósito de regrar a avaliação
(Medidas de Proteção contra Surtos -
exige.
de tais riscos, permitindo a escolha
MPS), a fim de reduzir o risco de danos
Além disso, deverá acontecer em
das medidas de proteção apropriadas
permanentes
estrutura
breve um evento marcando o lançamento
a serem adotadas para reduzir o risco
devido aos impulsos eletromagnéticos
do documento. A data será divulgada
de dano causado por raio ao limite ou
causados pelas descargas atmosféricas,
oportunamente, também visando tra
abaixo do limite tolerável.
mas que não cobre a proteção total
zer à tona as novas determinações e
contra essas interferências.
esclarecer os pontos mais críticos da
Parte 3: Danos físicos a estruturas
revisão.
e perigos à vida. Provê os requisitos
(atual e novo), o grau de complexidade
para proteção de uma estrutura contra
relacionado
se
assim, resta-nos agradecer a todos os
danos físicos por meio de um SPDA e
restringe apenas aos cálculos, mas
envolvidos no processo desde 2005,
para proteção de seres vivos contra
também aos conceitos, à utilização e ao
especialmente aos engenheiros Hélio
lesões causadas pelas tensões de toque
posicionamento de novos materiais. Dessa
Sueta, José Barbosa de Oliveira, José
e passo nas vizinhanças de um SPDA.
maneira, tendo em vista a quantidade de
Claudio de O. e Silva, Normando Alves
Aplica-se a projeto, instalação, inspeção
mudanças e de incrementos realizados
e Sérgio Santos pelas incontáveis horas
e manutenção do SPDA para estruturas
no novo texto, analisou-se a necessidade
de dedicação e esforço.
sem limitação de altura, bem como
de um veículo para promover a interface
o estabelecimento de medidas para
com o usuário e com isso melhorar o
NBR 5419:2015, afinal, ela será a estrela
proteção contra lesões a seres vivos
nível de compreensão dos conceitos
do show, que com seu brilho elucidará
causadas pelas tensões de passo e toque
apresentados. Assim, por meio da revista
técnicas e conceitos, ajudando ainda mais
provenientes das correntes impulsivas.
O Setor Elétrico, surge o “Espaço 5419”.
a proteção contra raios no Brasil.
inspeção,
internos
manutenção
à
Quando se compara os dois textos às
diferenças
não
Portanto, boas novas nos aguardam,
E que finalmente chegue a nova ABNT
Mensalmente, um dos seis especialistas Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos
que mais contribuíram e finalizaram
Saudações,
internos
na
que
o novo texto terá a oportunidade de
Jobson Modena
fornece
informações
projeto,
dissertar sobre um assunto tratado em
Coordenador da Comissão de estudos 64.10
estrutura.
Parte
para
118
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
As novelas de 2015
Alguns assuntos complexos das áreas de
verão e as doenças provocadas pela falta
por
energia e sustentabilidade vêm se arrastando
de coleta e tratamento de esgoto no local de
apaixonado por ela.
há anos sem solução à vista no horizonte. Em
moradia da família.
Álvaro
(Edwin
Luisi),
um
jovem
Tropicaliente
certos momentos, pelo enredo, personagens e o desenrolar dos fatos nos fazem lembrar
Escrava Isaura
as novelas televisivas. Novelas estas que
Inspirada em obra da literatura brasileira,
quente e bela região litorânea brasileira,
cada vez mais abordam assuntos polêmicos
a novela retrata a luta contra o trabalho
recheado de romances e intrigas. Na
do cotidiano e da sociedade.
escravo na indústria da cana. Órfã desde o
juventude, Letícia (Silvia Pfeifer), filha do
Nesta coluna especulamos de forma
nascimento, a escrava branca Isaura (Lucélia
rico empresário Gaspar (Francisco Cuoco),
divertida quais poderiam ser as novelas que
Santos) desconhece quem são seus pais
deixa o luxo para trás e vai viver um romance
tratam dos temas “quentes” de 2015. Não
e, desde menina, trabalha no canavial dos
com o pescador Ramiro (Herson Capri),
perca os próximos capítulos (baseado nos
pais de Leôncio (Rubens de Falco). Com
contra a vontade do pai. Mas o destino
enredos dos sites www.resumo-das-novelas.
a morte da mãe no início da novela, o filho
separa o casal: Letícia vai estudar fora do
com e www.memoriaglobo.globo.com).
torna-se o administrador dos negócios da
país e quando volta, anos depois, viúva e
família, cujo principal cliente era uma usina
com dois filhos, é destinada a tomar conta
Água Viva
de açúcar e álcool. Apaixonado por Isaura
do estaleiro e da indústria pesqueira da
Novela que tem por trama principal as
e furioso por não ser correspondido, ele
família Velasquez. É quando reencontra
dificuldades de Miguel Fragonard (Raul
não assina o Compromisso Nacional para
seu grande amor, Ramiro, agora casado
Cortez), chefe de uma família na região
Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na
com Selena (Regina Dourado), e pai
Metropolitana de São Paulo, enfrentando
Cana-de-açúcar, e aplica castigos cruéis à
de Açucena (Carolina Dieckmann) e de
uma crise de abastecimento de água, e as
moça. O desejo por liberdade torna-se ainda
Cassiano (Márcio Garcia). As dificuldades
ideias do Governo para tentar contornar o
mais premente quando Isaura apaixona-se
nos negócios, causadas pelos efeitos
problema. No capítulo anterior, o governador
por Tobias (Roberto Pirillo). O casal tem
do aquecimento global sobre o mar e a
resolveu adotar uma multa pesada para
de enfrentar as perversidades de Leôncio,
indústria da pesca, acabam reaproximando
quem gastar mais do que o consumo do
que se recusa a vender Isaura, e Tobias
os antigos namorados. Eles agora se
ano anterior, mas a família já havia “cortado
pretende fazer denúncia ao Ministério do
engajam na luta pela redução das emissões
a gordura” quando se anunciou a redução
Trabalho e Emprego. Ciente disso, Leôncio
de gases de efeito estufa, pela mitigação e
da tarifa para quem economizasse, e agora
incendeia a cabana na qual se encontrava
adaptação das comunidades litorâneas aos
eles estão no “osso”. Mostra também o seu
Tobias, matando sem intenção sua própria
seus impactos, uma vez que a região em que
irmão Nelson (Reginaldo Faria), um “bon
esposa, que também estava lá.
A tão
eles moram está visivelmente mais quente a
vivant” que nunca trabalhou e vive de renda,
sonhada liberdade vem por meio da crise
cada ano. A paixão, então, fala mais alto e
mas que foi diretamente afetado pela crise
do setor sucroalcooleiro e do etanol veicular,
os dois voltam a viver um tórrido romance,
hídrica, pois não poderá morar em seu iate
que juntamente com a má gestão do infeliz
no qual os sistemas de condicionamento de
nem andar nele pela represa, que secou
Leôncio, provoca a falência da fazenda de
ar já não dão mais conta do recado.
dramaticamente. Outras tramas são narradas
cana. Com isso, o vilão se suicida no final,
em paralelo, abordando as enchentes de
após ter todos os bens e Isaura arrendados
mera coincidência.
O enredo gira em torno da vida em uma
Qualquer semelhança com a realidade é
120
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
2015: Ano Internacional da Luz
O ano promete ser especial para os
profissionais de iluminação, isto, porque, 2015 foi nomeado o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas na Luz pela Organização das Nações Unidas. Com a Unesco como agência líder, a iniciativa tem o intuito de aumentar a consciência sobre como as tecnologias óticas promovem o desenvolvimento sustentável e oferecem soluções aos desafios mundiais de energia, educação, agricultura, comunicações e saúde.
Segundo a Unesco, o Ano Internacional
da Luz é uma iniciativa global que irá
Iluminação “Light is Here” na cerimônia de abertura do Ano Internacional da Luz. Sede da Unesco/Paris.
destacar para os cidadãos do mundo a importância da luz e das tecnologias óticas
evento na sede da Unesco.
relacionadas à luz. No Brasil, os eventos
em suas vidas, para o seu futuro e para o
A luz e a fotônica, campo de pesquisa
estão sendo preparados por organizações,
desenvolvimento da sociedade, sendo uma
cujo objetivo é usar a luz para executar
associações, universidades e midias em
oportunidade única para inspirar, educar e
funções
eram
homenagem ao Ano Internacional da Luz.
se conectar a uma escala global.
executadas pelo domínio da eletrônica,
As atividades relacionadas podem ser
A cerimônia de abertura do Ano
como telecomunicações, processamento
encontradas no site www.light2015.org e
Internacional
de informações, etc, estão prestes a se
suas redes sociais.
dias 19 e 20 de janeiro na Sede da
tornarem
Outras
Unesco em Paris e reuniu mais de 1000
essenciais do futuro, por isso a importância
iluminação estão sendo promovidas pela
representantes internacionais, tomadores
da escolha do tema para o ano.
L-RO
de decisão, representantes da indústria e
Os programas do Ano Internacional
comunidade profissional de pessoas que
cientistas. Cinco ganhadores de Prêmios
da Luz pretendem promover uma melhor
trabalham com a luz e a iluminação no
Nobel palestraram durante o evento. O
compreensão
do
ambiente construído e parceiro oficial da
lançamento do Ano Internacional da Luz
papel central da luz no mundo moderno
Unesco. A L-RO visa ampliar a consciência
foi pontuado por sessões técnicas sobre
e celebrar aniversários, como os 1000
e a reputação do design de iluminação
vários temas, como o papel das tecnologias
anos dos primeiros estudos de ótica
enquanto profissão e educação e congrega
óticas em desenvolvimento, o futuro das
para descobertas em comunicações que
diversas organizações internacionais que
tecnologias à base de luz e as soluções
alimentam atualmente a internet.
promovem a iluminação. Para maiores
práticas que eles podem proporcionar.
Uma série de eventos, exposições,
detalhes e programação: http://www.l-ro.org
Uma iluminação especial intitulada “Light is
concursos
Here” foi preparada pela artista Kari Kola,
está sendo programada para o ano com
esse ano especial: o Ano Internacional da
inspirada na Aurora Boreal no último dia do
a colaboração de diversas instituições
Luz!
da
Luz
ocorreu
nos
que
as
e
tradicionalmente
tecnologias
pública
e
atividades
facilitadoras
política
internacionais
atividades
(Lighting-Related
relacionadas
à
Organizations),
Não percam a oportunidade de celebrar
122
Instalações MT
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Seja bem-vindo a 2015!
Em alguns locais do Brasil, a coisa vai
de fato contribuir para a postergação de
ao menos, ia acabar e isso já era uma
Na coluna anterior, festejei que o ano,
ficar feia mesmo. Vejamos o exemplo do
investimentos (planificação da curva de
vitória. Agora, em 2015, com o choque
estado do Pará, no qual, no ano passado,
carga) vai imediatamente se beneficiar
de realidade já quase todo aplicado,
o aumento autorizado pela Aneel beirou
dos descontos da nova tarifa. É só
festejamos o novo ano.
40%. Como neste ano provavelmente
consumir nos horários de energia mais
Pelo que se anuncia, nem poderemos
teremos outros 40% vindo aí, poderemos
barata.
dizer que agora chegou a hora de a onça
constatar que o custo do MWh nas terras
Nada de novo: já temos isso no
beber água. Mas o pequeno “apagão” vai
paraenses vai praticamente dobrar de um
sistema de telecomunicações do Brasil
ajudar. Tivemos uma restrição de carga
ano para outro! Atualmente, lá se paga,
há muito tempo. Tem faltado vontade
forçada em oito Estados e no Distrito
sem impostos, quase R$ 500 por MWh
política e coragem para estender ao setor
Federal e, como sempre, as pérolas que
na baixa tensão (BT) e este valor pode
elétrico.
ouvimos são impagáveis.
chegar a R$ 700 facilmente.
De bom, pelo menos, é que já
Como o usuário percebe o valor
sistemas, pelo menos, poderíamos ter
começamos a ouvir aqui e ali que
da
energia
acrescido
cortes programados na distribuição sem
precisamos racionalizar o consumo e
dos
impostos,
efetivamente
incluir trens metropolitanos e hospitais
que as devidas medidas já deveriam ter
desembolsado chegará muito perto dos
(tem diretor de empresa que disse – ou
sido implementadas desde o ano anterior
R$ 1.000 por MWh. Se comparada
confessou – que desliga circuitos sem
(isto dito em entrevista de ex-diretor da
com valores internacionais de referência
saber o que ficará sem energia!).
Agência Nacional de Energia Elétrica –
teremos aí mais um recorde indesejável.
Aneel).
efeitos quase instantâneos, ofertando
As bandeiras já começaram, mas
mais realistas, é que finalmente a Aneel
descontos
muito mal explicadas em todas as faturas
pode aproveitar a maré e lançar uma nova
da média dos últimos 12 meses e
que vi e, em breve pesquisa que fiz,
tarifa para BT que não seja esta tarifa
estendendo o período da tarifa verde
ninguém sabe o que isso significa; sabem
branca que ainda nem decolou e que só
para unidades consumidoras de média
apenas que o custo subiu. Também é
traria problemas a todos.
tensão que passariam, então, a utilizar
bom que a “mágica” da MP 579 acabou
Não
e os custos transferidos do usuário de
chamada,
energia elétrica para o contribuinte da
Seria mandatória nas áreas em que a
União vão ser mesmos repatriados para o
distribuidora implementasse programas
ambiente em que as coisas estão de fato
setor elétrico; as promessas não duraram
de AMI, permitindo, de fato, ganhos
sendo colocadas de forma real.
três anos. A bolha se desfez e pelo
para o sistema com efetiva modulação
Quem sabe assim a gente nem
menos vamos ter uma quantificação real
de carga e diminuição real da tarifa no
precise torcer para que este ano também
do custo da energia.
médio e longo prazos. Além disso, quem
acabe logo!
devidamente o
valor
Mas também, de bom, já que estamos
sei
de
mas
que não
cor seria
ela
seria
opcional.
Com mais inteligência na gestão dos
Emergencialmente, temos opções de para
quem
ficar
abaixo
o gerador diesel mais que as três horas diárias atuais. Muita coisa pode ser feita neste novo
Análise de sistemas de potência
Novo!
123
*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.
Power System Analysis
Prezados leitores, primeiramente,
• Detalhes de normas de equipamentos;
70 vezes o treinamento de proteção
gostaria de me apresentar. Meu nome
• Detalhes de normas de sistemas;
e seletividade. Apresentou diversos
é Cláudio S. Mardegan. Sou o novo
•
artigos em revistas especializadas e
colunista de Power Systems Analysis.
Application Society);
ministrou inúmeras palestras técnicas
A partir desta edição de janeiro de
• Discussão de papers interessantes
(IEEE-ESW-Brasil, Cinase, Cinape, NR
2015
sobre os temas;
10, etc.). É consultor das principais
de assuntos relativos à análise de
• Entrevista com alguns “papas” de
empresas multinacionais e empresas
sistemas de potência, com abrangência
cada assunto;
corporativas. É engenheiro eletricista
em
• Comentários sobre cursos;
formado em 1980 pela Escola Federal
industriais e concessionários. Para
• Dimensionamento de equipamentos;
de Engenharia de Itajubá (Unifei). É
mantê-los atualizados, iremos mostrar
• Novas tendências e tecnologias.
autor do livro “Proteção e Seletividade
estaremos
sistemas
nesta
seção
juntos
elétricos
as
tratando
comerciais,
informações
Detalhes
do
IEEE-IAS
(Industry
mais
em
Sistemas
Elétricos
Industriais”,
relevantes relativas a sistemas de
A ideia desta coluna é prover
patrocinado pela Schneider. É coautor
potência e seus detalhes, entre os
os
do “Guia de Normas do Setor Elétrico”,
quais podem ser citados:
lhes
leitores
com
que e
membro senior do IEEE e participa
experiência provinda dos principais
também dos Working Groups do IEEE
• Modelagem, simulações e estudos
profissionais do ramo, ou seja, irmos um
para “Generator´s Grounding” e do
de sistema de potência (curto-circuito,
pouco além dos ensinos acadêmicos.
Buff Book (Série 3004). Neste último
seletividade,
fluxo
Abaixo um resumo do curriculum
participa da revisão do Capítulo de
estabilidade,
harmônicos,
vitae do colunista:
Proteção de Transformadores, é Chair
de
incidente,
de
energia
de
equipamentos,
eletromagnéticos,
potência, estudo avaliação transitórios
proteção,
ater
acrescentem
informações
Cláudio diretor
Sérgio da
conhecimento
é
do Capítulo 6º – Ground Fault Protection
Engenharia
e também é Chair do Capítulo 13 –
Mardegan
EngePower
e Comércio Ltda., especialista em
Protection Coordination. É secretário
rament o, etc.);
proteção
do Capítulo 1º da Série 3003 (antigo
• Cases (casos reais de problemas
industriais e qualidade de energia,
Green Book – Aterramento).
ocorridos), estudo para mitigações e
com experiência de mais de 34 anos
chair de Surge Protection e também de
atenuações;
nesta área. Já ministrou por mais de
Forensics do IEEE.
de
sistemas
elétricos
É vice
124
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Parece milho em panela com óleo quente
Apesar de trágico, o momento não poderia
de que uma ABNT NBR 5419:2015 seja
ser mais apropriado para o lançamento da
publicada ainda neste semestre.
nova versão da ABNT NBR 5419. Desde
o início do ano até o momento em que este
bastante importante: é óbvio que muitas
artigo estava sendo escrito, já haviam sido
ações já vêm sendo tomadas para divulgação
noticiados mais de 100 acidentes com raios
desse novo texto, mas cuidado com aquelas
no Brasil, com a morte de oito pessoas apenas
promovidas pelos “falsos profetas”, pessoas
no estado de São Paulo.
que em dez anos de revisão tiveram seu nome
Desde o dia 5 de janeiro deste ano, o
colocado em uma única lista de presença de
grupo que revisa o texto da norma da CE
uma ata de reunião da revisão e se autointitulam
64.10 vem trabalhando diariamente para
“revisores da norma” ou “membros da
analisar as contribuições enviadas pelos
comissão de estudos”. Já tive a oportunidade
colegas de diversas partes do país, após
de me deparar com alguns artigos na internet
o texto ter permanecido por seis meses
ou mesmo com propaganda de cursos e
em consulta pública. Foram mais de 400
eventos mencionando a participação dessas
análises que, quando rearranjadas (por
pessoas, como se elas fossem detentoras
assunto, alterações formais e opiniões com
do conhecimento antecipado de tudo o que
sugestões), resultaram em mais de 120
aconteceu e, pior, do que está por vir na nova
itens válidos. É importante mencionar que
NBR 5419.
apenas os textos entregues até o prazo
De nossa parte estamos promovendo
limite, 10 de dezembro de 2014, foram
seminários técnicos on-line e presenciais
considerados.
(seminário de lançamento da norma (aguarde
Assim que toda essa informação for
divulgação da data), palestras na FIEE e em
analisada será agendada uma reunião para
seus eventos paralelos etc.), além do “Espaço
apresentação e consequente validação desse
5419” que estreou este mês aqui na revista
trabalho pela comunidade técnica. Todos os
O Setor Elétrico. Tudo isso com o tempero
participantes serão avisados e, caso desejem,
adicionado pelas pessoas que realmente nos
poderão comparecer a fim de oficializar as
acompanharam nesses dez longos anos de
decisões tomadas. Feito isso, as planilhas
revisão.
com as contribuições serão enviadas à ABNT
para as devidas providências.
ligados e, principalmente, que procurem a
Todo o exposto nos leva a um assunto
Esperamos que os interessados fiquem
Todas as vezes que fui questionado sobre
informação na fonte correta para não tomar
a data de publicação da ABNT NBR 5419,
um caminho incerto e provavelmente ter de
sempre agi de forma cautelosa e não farei
retornar ao início para entrar na estrada certa.
diferente desta vez. Tenho muita esperança
Feliz 2015, feliz recomeço a todos!
126
NR 10
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Não dá para se calar
Por mais que se queira entender e
justificar as recentes ocorrências de dezembro e janeiro no fornecimento de energia elétrica, não podemos esquecer que, paralelamente ao desconforto e aos prejuízos causados aos consumidores, correm aspectos de segurança para usuários, para trabalhadores e para terceiros. Chuvas, ventos, enchentes, queda de árvores (mais de mil em uma semana apenas em São Paulo), etc., são as justificativas para as interrupções no fornecimento, para o caos no trânsito e para os prejuízos materiais mais visíveis. e
Árvores crescem onde são plantadas atingem
condutores
elétricos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
127
instalados no seu caminho. Quando caem derrubam os condutores e, com eles, os postes. Tudo isso é óbvio e sabido, logo, não pode ser chamado de acidente e nem de obra do acaso. As árvores devem ser monitoradas, tratadas, substituídas, podadas e o poder público também sabe disso. Então, qual é a surpresa? São fatos esperados.
Voltar a falar em vantagens do sistema de distribuição
subterrânea face à distribuição aérea é assunto recorrente, que sempre acaba explicado face aos altos custos para as concessionárias, mas não se totaliza o que a falta de energia elétrica custa para a comunidade consumidora. Também é ridículo informar ao consumidor que ele recebeu um reembolso de R$ 7,64 por conta das 16 horas contínuas sem energia elétrica.
Os prejuízos não são contabilizados e a culpa vai para
a natureza, que fez chover, fez ventar e derrubou as árvores em cima dos fios!
A ocorrência dos chamados acidentes, como “fio partido”
e árvores apoiadas na rede, falta de energia (generalizada) e a sua regularização de forma emergencial e sob o efeito das chuvas, em condições totalmente adversas é a preocupação que nos motiva a trazer o assunto para esta coluna.
Os trabalhadores envolvidos com a regularização, não
raro extrapolando os seus limites de jornada e de resistência, são as presas mais frágeis dos acidentes com eletricidade, mormente quando se percebe que o sistema já está nos limites de sua capacidade de controle.
Um pedido de restabelecimento de energia em tensão
primária no final de dezembro (que, em menos de duas horas foi regularizado), recebeu um retorno, por telefone, de que a situação já estava normalizada – uma semana depois. Que bom!
Para não fugir totalmente do foco de nossa coluna, cabe
lembrar o item 10.14.2 da NR 10: “10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes. Sempre que forem verificadas situações perigosas nas instalações elétricas, quer pelo seu uso inadequado, pela aproximação indevida, construções vizinhas ou qualquer outra ação de terceiros, as empresas responsáveis devem adotar as medidas de controle imediato e oferecer denúncia aos órgãos públicos que tenham competência para intervir a favor da segurança com a eliminação da situação perigosa e demais providências necessárias.”
128
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Regulação de tensão A regulação de tensão tem como
UPSs, o conceito de regulação dinâmica é
objetivo e regra geral a avaliação da variação
bastante útil, pois traduz o comportamento
da tensão, relacionando o comportamento
da tensão de saída dos equipamentos
da tensão em regime de carga e em vazio,
quando, por exemplo, se aplica um degrau
em relação a uma referência (normalmente a
de carga conhecido e controlado (ilustrando:
tensão em carga). A expressão 1 ilustra esta
quando da aplicação de um degrau de carga
definição.
de 50% para 90% da potência nominal de um equipamento, a observação da tensão de
Expressão 1 – Definição da regulação de tensão.
saída em cada ciclo antes da aplicação do degrau de carga até a normalização da tensão de saída) informada a regulação dinâmica. As normas específicas consideram, neste caso,
RT é a regulação de tensão V0 é a tensão de operação “sem carga” VL é a tensão de operação “em carga”
a necessidade de retorno da tensão em, pelo menos, 90% da tensão nominal em alguns ciclos, entre outras exigências. A IEEE 1100 trata a regulação de
Sob o ponto de vista de aplicação,
tensão como “o grau de controle ou
o conceito pode ser utilizado tanto em
estabilidade da tensão eficaz em situação
equipamentos
UPS,
de carga (normalmente especificado a
geradores) ou mesmo nas fontes de
outros parâmetros, como variações de
alimentação, como as das distribuidoras ou
tensão na entrada, variações de carga,
concessionárias de energia. A regulação de
etc.)”. A IEC 61000-3 recomenda a
tensão pode ser ainda particularizada em
definição da tensão de referência(Vref)
regulação dinâmica e regulação estática, em
como a tensão nominal do sistema.
referência direta aos regimes transitório e
permanente (pela ordem).
conceito em um sistema de alimentação de
No caso das fontes de energia de
um consumidor por uma distribuidora púbica
backup, como os citados geradores ou os
de energia, o nosso módulo 8 do Prodist –
(transformadores,
Sob o ponto de vista da aplicação do
Figura 1 – Classificação do nível de fornecimento em regime permanente Vn = 13,8 kV.
129
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
tabela 3 do anexo I – utiliza o conceito da regulação de tensão como a variação da tensão medida em relação a uma tensão contratada ou mesmo nominal em regime permanente e a fórmula geral da expressão 1 pode ser particularizada na expressão 1A:
Expressão 1A: regulação de tensão (tensões medidas (Vm) e
contratadas (Vc)) Rt = 1 - [(Vm - Vc) / Vc] * 100%
Assim, em um sistema de alimentação com tensão contratada de
13,8 kV e tensão média medida/registrada, conforme os intervalos e as metodologias definidas (*) de 12,6 kV; a regulação de tensão será então de: Rt = 1 - [(13,8 - 12,6)] /13,8*100% Rt = 91,3% O módulo 8 para este intervalo estabelece a classificação: • Tensão adequada: 0,93.Uref<=Umed<=1,05.Uref • Tensão precária: 0,9.Uref<=Umed<0,93.Uref • Tensão crítica: Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref
Particularizando os limites acima para uma tensão contratada de
13,8 kV, a Figura 1 apresenta a classificação dos intervalos de tensões adequadas, precárias ou críticas. (*) A metodologia considerada pelo módulo 8 para a determinação do valor médio da tensão toma um período de amostragem de sete dias com intervalos de integração de dez minutos, em que são definidas regras de transgressão para cada um destes intervalos, levando em consideração os limites da Figura 1. Definem-se então os indicadores DRP (duração relativa da transgressão precária) e DRC (duração relativa da transgressão crítica), que são utilizados para se classificar o nível de qualidade do fornecimento neste quesito. Os valores são definidos para medições no ponto de conexão entre consumidor e concessionária, salvas algumas exceções de caráter de segurança e até mesmo aplicabilidade da medição, quando se possibilita deslocar o ponto de medição para a baixa tensão, considerando-se as compensações com as relações de tensão dos trafos e quedas de tensão dos circuitos.
Sob o ponto de vista de aplicação direta dos conceitos de
qualidade de energia em instalações industriais, a análise da regulação de tensão é bastante discutível, pois considera o regime permanente com longos períodos de integração (sete dias com dez minutos em período de integração). Deve-se ainda tomar cuidado para não se incorrer no erro de efetuar medições em curtos períodos (dois ou três dias) e recorrer diretamente às informações da Figura 1, sem atender às premissas e às metodologias expostas no módulo 8. A menos que uma segunda metodologia derivada da primeira seja claramente exposta e assumida como referência, contudo, não se trata do atendimento aos requisitos do módulo 8.
130
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Publicada nova edição da norma para invólucros à prova de explosão Equipamentos à prova de explosão
Unido, iniciou pesquisas sobre trabalhos
são aqueles nos quais as partes internas
com equipamentos à prova de explosão, em
invólucros à prova de explosão apresentam
centelhantes, que podem causar a ignição
colaboração com o SMRB (Safety in Mines
sérios problemas de segurança, sob o
de uma atmosfera explosiva de gases
Research Board) e com a Associação
ponto de vista do ciclo total de vida das
inflamáveis, são confinadas no interior
Britânica de Pesquisas da Indústria Elétrica
instalações Ex, em função de necessitar
de um invólucro, que é capaz de suportar
e Relacionada, mais tarde denominada
da instalação de uma grande quantidade
a pressão desenvolvida durante uma
ERA (Electrical Research Association).
de parafusos para a fixação das tampas
explosão interna de uma mistura explosiva
Em 1922, a Universidade de Sheffield,
e outros acessórios certificados para as
e que também impede a propagação desta
iniciou a execução de testes comerciais
entradas de cabos.
explosão interna para a atmosfera explosiva
de equipamentos à prova de explosão para
de gás externa, existente ao redor do
alguns fabricantes individuais, quando foi
incorporada naquela época pelas empresas
equipamento Ex “d”.
emitido o primeiro certificado por aquela
projetistas e fabricantes nacionais, foram os
Podem ser citados como exemplos
universidade.
sistemas de distribuição de cabos por meio
de
O
equipamentos
industriais,
que
primeiro
equipamento
elétrico
Estes antigos critérios de fabricação de
Outra cultura norte-americana, que foi
de eletrodutos aparentes ou subterrâneos.
utilizam invólucros à prova de explosão,
utilizado em minas de carvão foi devido ao
Embora tais influências tenham sido
para instalação em áreas classificadas:
advento do motor à prova de explosão, para
minimizadas nas novas instalações “Ex”,
luminárias, botoeiras, painéis de distribuição
acionamento de elevadores, ventiladores e
ainda existe um grande “passivo” de
de
iluminação,
equipamentos de mineração. Os operadores
instalações existentes no Brasil com este
aquecimento e tomadas, câmeras para
das minas de carvão observaram, porém,
tipo de equipamentos e instalações. Por
circuitos fechados de TV, motores elétricos,
naquela época, que outros equipamentos
este motivo, ainda podem ser encontrados
tomadas e plugues industriais, acionamento
elétricos, além dos motores, podiam ser
no mercado brasileiro alguns fabricantes
para válvulas motorizadas e invólucros para
também utilizados no interior de invólucros
de equipamentos à prova de explosão,
instrumentos centelhantes.
com juntas reforçadas à prova de explosão,
produzidos com antigos métodos de
Publicada pela IEC, a edição 7.0
tais como as luminárias e as tomadas.
fundição em areia. Esta técnica milenar de
da norma IEC 60079-1 – Atmosferas
No Brasil, os equipamentos à prova
fabricação foi iniciada na Mesopotâmia em
explosivas
de
de explosão foram inicialmente utilizados
cerca do ano 3200 a.C., na idade do bronze.
equipamentos por invólucros à prova
na construção das primeiras refinarias de
de explosão “d” especifica os requisitos
petróleo, a partir da década de 1940. Devido
a instalação no Brasil de indústrias das
construtivos, materiais, requisitos de ensaios
às influências do código norte-americano
áreas químicas e petroquímicas de origem
e critérios de aceitação para o projeto,
de eletricidade (NEC) e das empresas de
europeia, e a partir da década de 1980,
fabricação, ensaios e certificação deste
projeto e de montagem norte-americanas,
com o início das instalações offshore de
tipo de equipamentos para instalação em
criou-se no Brasil, a partir daquela época,
plataformas de produção de petróleo, esta
atmosferas explosivas de gases inflamáveis.
uma arraigada cultura de utilização de
situação começou a mudar, com a adoção de
equipamentos à prova de explosão com
critérios de distribuição de cabos por meio
tampas fixadas por meio de flanges.
de sistemas de bandejamento, utilização
circuitos
–
de
Parte
força,
1:
Proteção
Em 1921, o Departamento de Minas
da Universidade de Sheffield, no Reino
A partir da década de 1970 d.C., com
131
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
de invólucros com tampas rosqueadas e
dos circuitos externos ao equipamento Ex
utilização de entrada de cabos nos invólucros
“d” são conectados a caixas de terminais
por meio de prensa-cabos.
com tipo de proteção Ex “e”, fixadas
externamente ao invólucro Ex “d”.
Equipamentos com invólucros metálicos
com este tipo de proteção apresenta
grandes problemas e dificuldades de
para o interior do invólucro é feita por
instalação,
e
meio de buchas de passagem à prova de
reparos, o que compromete a segurança
explosão, as quais são fornecidas montadas
das instalações “Ex” e as pessoas que nelas
com o equipamento completo, sem a
trabalham.
necessidade de serviços de selagem de
Estas e tais
inspeção,
dificuldades
manutenção
de
instalação
normalmente
equipamentos
características
manutenção
fazem
Dentre outros problemas que estão
suas
associados aos invólucros metálicos à
perderem proteção
campo, por parte dos usuários.
as
prova de explosão podem ser citados
quais foram certificados, colocando as
o ingresso de água para o interior do
instalações em risco de explosão, no caso
invólucro, em função da existência de juntas
de ocorrência de vazamentos de gases ou
metálicas planas à prova de explosão, as
de presença de atmosferas explosivas ao
quais muitas vezes não oferecem um grau
redor dos equipamentos.
de proteção adequado. Além disso, existem
Isso se deve ao fato de que tais
muitas dificuldades relacionadas com a
equipamentos necessitam de diversos
necessidade de instalação de acessórios
parafusos para fixação de tampas, ou da
de
instalação de acessórios complementares
explosão, tais como niples, uniões macho
para assegurar a sua proteção, tais como
e fêmea, quando estes são instalados entre
unidades seladoras de eletrodutos ou
os invólucros à prova de explosão e as
prensa-cabos à prova de explosão, os quais,
unidades seladoras.
por sua vez, são também de difícil instalação,
Outros equívocos que são também
inspeção, manutenção e reparos, tornando
comumente associados a este tipo de
os equipamentos e instalações muito
proteção são os conduletes e caixas de
complexos.
passagem à prova de explosão, eletrodutos
Algumas formas encontradas pelos
rígidos à prova de explosão e os eletrodutos
fabricantes de equipamentos com este tipo
flexíveis à prova de explosão. Nenhum destes
de proteção para tentar diminuir os grandes
equipamentos devem ser especificados,
problemas de instalação e inspeção foram
comprados ou instalados, em função de
as tampas rosqueadas, ao invés das tampas
não atenderem aos requisitos da norma
flangeadas fixadas por parafusos. As tampas
brasileira sobre instalações em atmosferas
rosqueadas permitem sua instalação e
explosivas (ABNT NBR IEC 60079-14).
remoção, nos casos de necessidade de
acesso aos componentes internos do
de equipamentos com invólucros metálicos
invólucro, de forma mais simples, sem a
à prova de explosão são também de
necessidade de remoção e posterior fixação
extremas dificuldades, uma vez que deve
de diversos parafusos.
ser mantido o rigoroso grau de acabamento
Outra alternativa paliativa encontrada
nas juntas flangeadas à prova de explosão,
para
tentar
de
Nestes casos, a passagem dos cabos
minimizar
os
para
eletrodutos
também
à
prova
de
Os serviços de reparo e recuperação
problemas
ao longo das décadas em que este tipo de
relacionados com este tipo de proteção
equipamento pode permanecer instalado
foi a utilização de entradas indiretas de
em uma área de risco de explosão. A
cabos para o interior do invólucro à prova
existência de um pequeno risco ou mossa
de explosão. Neste tipo de técnica, que
nestas juntas à prova de explosão podem
dispensam a necessidade de utilização os
permitir a propagação de uma explosão
problemáticos prensa-cabos e unidades
interna para o meio externo, colocando em
seladoras à prova de explosão, os cabos
risco todas as instalações.
132
Instalações Ex
Em
função
problemas
atendendo às necessidades das indústrias,
• Incluídos requisitos para o nível de
complexos de instalação e manutenção,
dos usuários e de seus clientes, em busca
proteção de equipamentos EPL Gc com
os usuários de equipamentos “Ex” têm
de soluções mais eficientes, seguras e com
o tipo de proteção Ex “dc” (dispositivos
restringido a aplicação e a especificação
menor nível de complexidade, já possuem
centelhantes selados, oriundos do tipo de
para compra de equipamentos com
em suas linhas de fabricação, componentes
proteção Ex “nC” indicados na IEC 60079-
invólucros metálicos à prova de explosão
centelhantes Ex “d” encapsulados em
15);
para os casos excepcionais, em que não
plástico, os quais tendem a ser a melhor
• Complementados os meios de fixação
haja outra alternativa de tipo de proteção
opção de especificação técnica para
mecânica de juntas resinadas;
“Ex”. Os usuários de equipamentos “Ex”
compra por parte dos usuários e das
• Incluídas limitações de materiais para
e projetistas envolvidos com instalações
empresas projetistas.
ambientes contendo acetileno;
“Ex”
Pode
estão
destes
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
passando
a
especificar
ser
verificado,
em
muitas
•
Incluídos
requisitos
adicionais
para
equipamentos com tipos de proteção
instalações em atmosferas explosivas, que as
invólucros à prova de explosão contendo
e
mais
antigas caixas de junção e os antigos painéis
fonte interna de liberação (sistema de
simples, leves e seguras, tais como os
de campo para distribuição de circuitos de
contenção de gás);
equipamentos com invólucros plásticos,
força, iluminação e tomadas com invólucros
• Incluídos novos requisitos para motores
réguas de terminais e prensa-cabos
metálicos à prova de explosão estão sendo
com invólucros Ex “d” acionados por
com tipo de proteção Ex “e” (segurança
substituídas por novos equipamentos, com
conversores de frequência, tais como
aumentada) ou invólucros pressurizados
invólucros plásticos e terminais com tipo
a instalação de RTDs embutidos nos
com tipo de proteção Ex “p”.
de proteção por segurança aumentada, em
enrolamentos do estator ou testes do motor
características
construtivas
Por volta da década de 1980, com os
uma ação para sanar os grandes problemas
em conjunto com conversor;
avanços das técnicas de injeção em plástico,
de
reparos
• Incluídos requisitos para invólucros não
os componentes elétricos centelhantes
existentes, bem como para elevar os níveis
metálicos, com referência à Norma IEC
passaram a ser encapsulados em invólucros
de segurança das plantas.
60079-7 – Segurança aumentada (Ex “e”);
plástico à prova de explosão, tais como
Sob o ponto de vista das atuais
• Incluídos requisitos de valores de torque
botões de acionamento, disjuntores, chaves
técnicas de proteção “Ex” que são
para aperto de partes aparafusadas.
de comando e de força, contatores e relés
disponíveis
de proteção térmica, de sobrecorrente e
componentes encapsulados em plástico,
residuais.
invólucros
do Subcomitê SC-31 do Cobei, responsável
Tais invólucros plásticos eliminam a
com
possibilidade de presença de espaços
invólucros pressurizados, equipamentos
processo
vazios em seu interior, fazendo não haver
não
votação e aprovação desta nova edição 7.0
a possibilidade de presença de gases
intrinsecamente
e
da norma internacional IEC 60079-1. Com
inflamáveis ao redor dos componentes
equipamentos protegidos por radiação
a publicação desta nova edição por parte
elétricos
centelhantes.
Quando
inspeção,
manutenção
no
e
mercado,
plásticos,
segurança
tais
componentes
aumentada
centelhantes
(Ex
seguros
como
“n”), (Ex
(Ex
“e”),
circuitos “i”)
A Comissão de Estudo CE 03:031.02
por esta norma, acompanhou todo o de
atualização,
comentários,
tais
ótica (Ex “op” pode ser considerado que
da IEC, esta Comissão de Estudo passou a
componentes centelhantes são construídos
os antigos invólucros metálicos com
efetuar os necessários trabalhos de revisão
desta forma, estes são capazes de atender
tampas flangeadas à prova de explosão
e de atualização da respectiva ABNT
aos requisitos da norma IEC 60079-
representam uma tecnologia complexa e
NBR IEC 60079-1, publicada em 2007 e,
1, em termos de suportar a pressão de
de difícil instalação e manutenção, com
posteriormente, atualizada em 2009, com
uma explosão interna e não permitir a sua
requisitos obsoletos em relação às novas
base na edição 6.0 da IEC 60079-1. Estes
propagação para o meio externo, fazendo
técnicas de proteção contra explosão).
trabalhos têm como objetivo manter esta
que possam ser certificados com o tipo de
Dentre as principais alterações técnicas
norma brasileira devidamente harmonizada
proteção Ex “d”.
que foram incorporadas nesta nova edição
e equivalente, em termos de conteúdo
Esta evolução no processo de fabricação
7.0 da IEC 60079-1 em 2014 em relação à
técnico, forma e apresentação, com a nova
representou um grande avanço na aplicação
Edição 6.0, publicada em 2007, podem ser
edição da norma internacional IEC 60079-
de equipamentos à prova de explosão, uma
citadas as seguintes:
1.
vez que tais componentes Ex “d” dispensam
Mais
informações
sobre
a
norma
a instalação de invólucros metálicos à prova
• Incluídos requisitos para o nível de
internacional IEC 60079-1 podem ser
de explosão, possibilitando a utilização de
proteção de equipamentos EPL Ga com
encontradas na IEC Webstore: http://
caixas plásticas de segurança aumentada.
o tipo de proteção Ex “da” (sensores
webstore.iec.ch/webstore/webstore.nsf/
No presente momento, os principais
catalíticos de detectores portáteis de gás
mysearchajax?Openform&key=60079-
fabricantes
combustível “Ex”);
1&sorting=&start=1&onglet=1
de
equipamentos
Ex
“d”,
134
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Novo!
Considerações iniciais
Esta coluna trará, a partir de agora,
de Estudo e, após a sua aprovação, são
Electrical Installations in Buildings. Com
informações a respeito do processo de
submetidos à consulta nacional pela
a publicação de edições mais recentes
revisão da norma ABNT NBR 5410 –
ABNT. Por um prazo pré-estabelecido,
dos documentos da IEC, foi necessário
Instalações elétricas em baixa tensão,
o texto fica à disposição da sociedade
iniciar também a revisão da versão
pertencente ao ABNT CB03 do Comitê
em geral, que pode enviar à ABNT seus
brasileira. Para dar início a este trabalho,
Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica,
comentários e votos de aprovação ou
a Comissão de Estudos 03:64-001 de
Iluminação e Telecomunicações (Cobei),
desaprovação. Somente após a análise
instalações elétricas de baixa tensão da
da Associação Brasileira de Normas
dos votos recebidos e sua aprovação final
ABNT foi reativada em março de 2012.
Técnicas
pela Comissão de Estudos é que a norma
O primeiro tema discutido foi a adoção
informações, vale lembrar como funciona
técnica ou sua revisão são publicadas.
de um texto base para a revisão, uma
esta estrutura.
No caso específico da norma de
vez que os documentos da IEC haviam
instalações elétricas de baixa tensão,
sofrido alterações de forma, separação
A
(ABNT).
ABNT
é
Para
a
única
nivelar
as
entidade
em vários documentos básicos, diferente
A ABNT é a única entidade oficialmente reconhecida no Brasil para a normalização e o trabalho é desenvolvido no âmbito de suas Comissões de Estudo. Estas estabelecem o texto base dos documentos normativos que são os projetos de norma.
da
estrutura
da
NBR
5410:2004.
Somente em março de 2014 foi iniciado efetivamente o processo de revisão, com a tradução dos requisitos da IEC e formatação do nosso texto base para facilitar o trabalho durante as reuniões. A partir daí, foram realizadas nove reuniões presenciais, com a participação média de 30 especialistas. A versão atual da ABNT
NBR
5410:2004
estabelece
“requisitos para garantia da segurança de pessoas e animais, conservação e funcionamento adequado dos bens e contém prescrições relativas a projeto, execução e verificação final/manutenção”. Os princípios fundamentais da nova
oficialmente reconhecida no Brasil para a
desde a publicação da primeira edição
versão permanecem os mesmos, com a
normalização e o trabalho é desenvolvido
na década de 1940, já foram publicadas
seguinte estrutura de itens:
no âmbito de suas Comissões de Estudo.
seis revisões, sendo a mais recente e
Estas estabelecem o texto base dos
em vigor, de 2004. As duas primeiras
• Parte 1 – Princípios fundamentais,
documentos normativos que são os
edições foram baseadas nos requisitos
determinação das características gerais,
projetos de norma. Os projetos de norma,
americanos do National Electrical Code
definições, baseados na IEC 60364-1;
sejam de documentos novos ou em
(NEC) e somente a versão de 1980 foi
• Partes 2 e 3 – Vagas;
revisão, são discutidos pelos membros
então baseada nos requisitos da norma
• Parte 4 – Proteção para garantir
participantes das respectivas Comissões
internacional da IEC, a IEC 60364 –
segurança, baseada na IEC 60364-4-41
135
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
a 44;
obter o consenso entre os participantes
• Parte 5 – Seleção e instalação de
das diversas partes interessadas.
produtos elétricos, baseada na IEC
60364-5-51 a 56;
caso necessário, serão estabelecidos
• Parte 6 – Verificação, baseada na IEC
grupos de trabalho para análise de temas
60364-6; e
específicos.
• Parte 7 – Requisitos complementares
para instalações ou locais específicos,
a Parte 1 do projeto de revisão da norma
baseada na IEC 60364-7-701 a 753.
e na próxima reunião, agendada para
Para agilizar o processo de revisão,
Até novembro de 2014 foi finalizada
10/2/2015, será iniciada a discussão da A
comissão
vai
analisar
ainda
Parte 4.
mudanças realizadas nas demais partes
da norma IEC 60364 e sua adoção no
na história desta norma. A procura e a
Brasil. Os principais pontos analisados
consulta de seus usuários têm sido cada
serão:
vez maiores, assim como o desejo de
Alguns pontos devem ser destacados
participar do processo de revisão. Apesar • Proteção contra efeitos térmicos (locais
de se tratar de um processo aberto, em
BE2);
que qualquer pessoa pode participar, é
• Proteção contra sobrecorrentes e
claro que a frequência de reuniões e sua
características
concentração em São Paulo dificultam
de
dispositivos
de
proteção contra curtos-circuitos;
a presença dos especialistas de outras
• Seleção e instalação de produtos
regiões do país. Dada a facilidade de
elétricos – linhas elétricas (capacidade
contato por meios eletrônicos, entretanto,
de condução de corrente);
as sugestões e os comentários podem
• Definições de componentes;
ser enviados livremente e eles serão
• Proteção contra choques elétricos
considerados para a deliberação da
(proteção básica, proteção em caso de
Comissão de Estudos, sem que se tenha
falta, proteção supletiva, uso de DRs);
que esperar até a consulta nacional.
• Verificação periódica da instalação; •
Disposição
dos
condutores
Outro ponto a ser destacado é que,
de
paralelamente ao processo normal de
aterramento em corrente alternada e
revisão devido às alterações da IEC,
corrente contínua.
alguns requisitos de projeto e instalação que são específicos da ABNT NBR 5410
A previsão da Comissão de Estudos é
e não citados na IEC serão também
que o projeto de revisão da norma esteja
discutidos e, se julgado necessário,
pronto para consulta nacional em quatro
aperfeiçoados. Para isso, a Comissão já
anos a partir do início dos trabalhos em
disponibiliza aos participantes o registro
2014. Mesmo parecendo longo, este
das sugestões de melhoria.
prazo é crítico dada a complexidade
Trata-se
da norma. Os principais fatores que
e que exige dedicação de todos os
garantirão
participantes,
o
atendimento
do
prazo
de
um
porém,
trabalho um
longo
tema
tão
são a participação dos especialistas
abrangente, importante e que permeia
representantes de diversos segmentos
todas as pessoas da sociedade, não
envolvidos com a atividade de instalações
pode ser tratado de maneira diferente.
elétricas,
como
fabricantes
de
componentes, empresas de engenharia,
Por Eduardo Daniel, superintendente da Certiel
concessionárias
Brasil e coordenador da Comissão de Estudos
de
energia
elétrica
e instaladores, além da realização de
03:64-001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma
reuniões pelo menos mensais. Nas
de instalações elétricas de baixa tensão ABNT
reuniões realizadas até agora, foi possível
NBR 5410
Dicas de instalação
136
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Por Alessandro Ramalho dos Santos e Valdir Pinto*
Boas práticas para a instalação em painéis elétricos: uso da tecnologia de conexão a mola
O aumento de produtividade é um dos
ser feito para que se possa reduzir o
objetivos mais buscados pelas indústrias
tempo de manutenção, evitar paradas
que querem se manter competitivas, ou
indesejadas nos processos e obter
seja, todas! Programas de melhorias
ganhos de produtividade.
de processo que possam aumentar a capacidade de produção, assim como
A importância das conexões elétricas
a maximização da disponibilidade das máquinas, são ações que devem ser
tomadas em paralelo e com o mesmo
mas, na média, estima-se que o custo
grau de prioridade, para garantir uma
de dispositivos de conexões elétricas
melhor produtividade.
(bornes, por exemplo), em um painel
Nesse sentido, o emprego de técnicas
elétrico de automação, seja de 3% a
de automação industrial desempenha
5% do valor total. Olhando pela ótica
um
Máquinas
do custo de aquisição, este valor não
“inteligentes” e capazes de realizar
parece relevante, mas quando se leva à
tarefas complexas e/ou com alto grau
discussão para o custo total da solução,
de repetitividade, conferindo altíssimos
estes pequenos percentuais podem ter
índices de qualidade, são empregadas
impactos significativos.
nos mais diversos processos industriais.
Não são raros os casos nos quais
Dessa forma, certamente, o uso de
paradas de produção tem como causa raiz
tecnologias de automação industrial traz
problemas ligados à instalação elétrica.
benefícios e o papel de quem lida com
Um fio que se solta e encosta na carcaça
ela atualmente é se qualificar para usá-
do painel gera um curto em uma fonte de
las adequadamente.
alimentação que “derruba” um controlador
papel
fundamental.
Caso a caso, o número pode variar,
abriga
e para uma máquina ou um processo. Não
um sistema de automação industrial
se trata de um roteiro hipotético e alguns
pode conter controladores, fontes de
leitores podem estar se lembrando de
alimentação, inversores de frequência,
algum episódio parecido com este. A
relés de sobrecarga, entre outros, e
consequência é tão ampla que isso pode
a ligação desses dispositivos com os
acontecer em uma plataforma de petróleo,
elementos de campo determina uma
em uma máquina de envasar bebidas, em
série de conexões elétricas que merece
um moinho de cimento etc. Evidentemente,
uma atenção especial.
o passivo maior dessa história toda não
O objetivo deste artigo é discutir
é o componente danificado, mas sim o
boas práticas de instalação e o uso
tempo de máquina parada e os impactos
da tecnologia de conexão a mola em
na própria produção ou até mesmo na
painéis, e de que forma isso pode
perda das matérias-primas.
Um
painel
elétrico
que
137
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Os
problemas
curto-circuito),
aparentes
ainda
seus
um problema – pode ser o surgimento do mau contato. As molas, presentes
consequências danosas à produção,
em dispositivos de conexão elétrica de
pode
corrigido.
alta qualidade, são feitas de uma liga de
Entretanto, o tal do “mau-contato” é
cromo-níquel austenítico que oferece
muitas vezes um problema crônico
elasticidade,
e
ser
possam
identificado
“silencioso”,
os
isso no caso da conexão a parafuso é
trazer
desdobramentos
que
(um
pode
resistência
não
mecânica em um amplo intervalo de temperaturas, além de resistência a
vai paulatinamente reduzindo a vida útil
tração e a corrosão.
dos componentes e, ao mesmo tempo,
Talvez uma dúvida frequente em
transformando energia elétrica em calor.
relação à adoção da tecnologia de
E o aquecimento é um dos maiores
conexão a mola seja a quantidade de
inimigos
operações de inserção e retirada do fio
qualquer
até
excelente
ocasionar uma parada de máquina, mas
de
que
e
equipamento
eletrônico.
ou cabo que esta permite sem danificar o dispositivo. Embora possa se tratar de
Tipos de conexão: a mola ou a parafuso?
uma mera curiosidade, pois na prática não são realizadas inúmeras operações dessa natureza (retirada e inserção
Componentes elétricos a mola e a
dos fios e cabos em um borne, por
parafuso representam as opções de
exemplo), não há um limite que possa
conexão elétrica disponíveis no mercado
ser estipulado. Testes foram realizados
atualmente. Em se tratando do brasileiro,
nos laboratórios da Wago, bem como
talvez a conexão a parafuso seja a mais
centenas de operações ao longo do
conhecida,
tempo, e a mola não perdeu suas
mas,
principalmente
no
europeu – muito forte no desenvolvimento
características elétricas e mecânicas.
de máquinas –, a tecnologia dominante é
Outro dado que corrobora com a
a da conexão a mola.
tese de que a conexão não se solta com
o tempo e que a mola não perde a sua
A conexão a mola, por ser dinâmica,
não
reaperto,
elasticidade, é uma aplicação em trens,
principalmente em ambientes em que
requer
rotinas
de
na Alemanha, na qual o painel elétrico
haja algum tipo de vibração. O parafuso,
foi instalado em 1978. Embora as
nesta situação, tende a se soltar com o
cabines tenham passado por sucessivas
tempo e necessita periodicamente de
modernizações, os bornes que conectam
procedimentos de reaperto.
os circuitos elétricos são os mesmos e
Mesmo em ambientes nos quais
operam há mais de 36 anos! De acordo
não
de
com a norma internacional IEC 60947-
temperatura gera dilatação e contração
7-1:2002, a queda de tensão máxima
dos elementos metálicos da conexão, e
permitida no conector de passagem
haja
vibração,
a
variação
Tabela 1 – Valor de queda de tensão
Borne
Borne
0,5 mm
2,5 mm2
Corrente nominal (A)
6
24
Corrente aplicada (A)
0,6
2,40
Queda de tensão – teste 1 (mV)
2,20
2,50
Queda de tensão – teste 2 (mV)
2,30
2,30
Queda de tensão – teste 3 (mV)
2,40
2,35
Queda de tensão – teste 4 (mV)
2,35
2,25
Queda de tensão – teste 5 (mV)
2,20
2,30
2
138
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Conclusão
(borne) é de 3,2 mV quando a corrente
anteriormente,
a ele aplicada é 10% da sua capacidade
ligados à manutenção e à qualidade
nominal.
da conexão, a tecnologia a mola ainda
oferece enorme vantagem em relação
dade tem de estar atento a vários
à conexão a parafuso: redução no
aspectos.
dentro dos padrões estabelecidos pela
tempo de instalação.
de alta tecnologia, para o seu correto
norma, mesmo após um longo período
A mola não requer ferramentas
funcionamento,
de operação. A Tabela 1, extraída do
especiais para a sua operação e o
instalação elétrica de qualidade. Não
experimento, mostra esses valores.
movimento de inserir o fio ou cabo no
se pode negligenciar a importância das
dispositivo é muito mais rápido do que
conexões elétricas quando se projeta
o procedimento de abrir o parafuso
um painel elétrico. Uma escolha certa
para liberar a cavidade, inserir o fio ou
traz benefícios desde a montagem até a
cabo e depois fechar a cavidade por
manutenção do equipamento.
meio do parafuso. Há casos em que
a redução no tempo na montagem do
tecnologia de conexão a mola para
painel elétrico, usando a tecnologia de
equipamentos
conexão a mola, chega a 75%.
adotada em grande escala no mercado
nacional
Nos testes realizados nesta aplicação
(trens),
os
níveis
estão
totalmente
Figura 1 – Teste de queda de tensão.
que
estão
muito
Ainda quando se fala em conexão a
Quem busca otimização e produtivi Mesmo
um
equipamento
depende
de
uma
A já internacionalmente consolidada elétricos
também.
vem
sendo
Tradicionalmente,
mola, pode-se dizer que ela independe
alguns
Outro elemento que confere qualidade
do operador, ou seja, a mola é quem faz
de máquinas e trens, já usam essa
e segurança à conexão a mola é a pressão
a conexão. Quando se usa parafuso,
tecnologia, pois o ambiente nos quais
de contato que a mola exerce sobre o fio
não se pode precisar ao certo a
os painéis elétricos são instalados
ou cabo.
pressão de aperto e para fazê-lo de
e requerem uma conexão imune à
forma correta seria necessário o uso
vibração e livre de manutenção.
de torquímetro para cada conexão, o
que faria aumentar ainda mais o tempo
a mola são produzidos em escala mundial
Em função do formato e de suas
de montagem.
e, por conta disso, atualmente oferecem
características, a mola é capaz de exercer
O
torna-se
um custo extremamente competitivo,
uma grande força em um único ponto
desnecessário quando se adota a
comparando-se aos mesmos dispositivos
de contato, o que confere uma pressão
tecnologia de conexão a mola. O
que usam a conexão a parafuso.
adequada para a condutividade elétrica
terminal serve para impedir que os
A
(reduzindo a resistência entre a mola e
cabos
(Instalações Elétricas de Baixa Tensão),
o fio ou cabo por meio de uma junção
usados em conexão a parafuso.
no item 6.2.8, trata da questão de
praticamente hermética). Também garante
O acabamento dos fios e cabos
conexões e não há nada que desabone
uma pressão de retenção, impedindo que
com o terminal, além de implicar em
o uso da conexão a mola.
o fio se solte acidentalmente.
tempo maior de montagem, gera custos
Em alguns casos, o não uso da
diretos de aquisição do material e de
conexão a mola é uma questão de
ferramentas de crimpagem. Conforme
paradigma, costume com a tecnologia
mostrado na Figura 2, a pressão
a parafuso, base instalada, etc. Mas,
exercida em um único ponto de contato
para fazer diferente e melhor, deve-se
não danifica o condutor.
estar apto a aplicar novos métodos,
Pressão de contato =
Força de contato Área de contato
Ganho de tempo e redução de custo Além dos aspectos mencionados
terminal
sejam
ilhós
danificados
quando
setores,
como
automotivo,
Os dispositivos que usam a conexão
norma
ABNT
NBR
5410
ainda mais se eles forem de ganhos e eficácia comprovados. *Alessandro Ramalho dos Santos é gerente de engenharia e suporte da Wago | alessandro.santos@wago.com Valdir Pinto é gerente de produtos da Wago | Figura 2 – Cabos após receberem diversos tipos de conexão.
valdir.pinto@wago.com
140
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Por Vitor Gardiman e Osmar Pinto Jr.*
Observações de raios feitas no país contribuem para a nova norma ABNT NBR 5419 e abrem alternativas de estudos para diversos setores da sociedade
Os “índices ceráunicos”, isto é, o
nova norma foram corrigidos a partir
Setor Elétrico.
número de dias de tempestade por ano
de informações da Rede Brasileira de
Contudo, apesar de a nova versão
em um dado local - obtidos na maior parte
Detecção de Descargas Atmosféricas
da norma ABNT NBR 5419 melhorar
por intermédio de ponderações feitas
(BrasilDAT),
substancialmente
por meio de uma pequena quantidade
de 2011 e operada pelo Grupo de
referentes à ocorrência de descargas
de observatórios na primeira metade
Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto
atmosféricas,
do século XX como um parâmetro para
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
avaliação mais aprofundada a respeito
estimar
a
incidência
de
inaugurada
em
agosto
ela
as carece
informações de
uma
descargas
A correção se faz necessária em
das características das descargas em
atmosféricas nuvem-solo - serão alterados
função do fato de que os sensores a bordo
nosso país, em comparação com outras
após algumas décadas de uso em nosso
dos satélites não conseguem distinguir
regiões do mundo. A possibilidade de
país.
as descargas nuvem-solo das descargas
que as características das descargas
A norma brasileira de proteção contra
dentro das nuvens, as quais são mais
atmosféricas variem em diferentes regiões
descargas atmosféricas ABNT NBR 5419,
frequentes e de menor intensidade. Para
do mundo tem sido tema de pesquisa e
publicada pela Associação Brasileira de
isso, foram utilizadas informações da rede
debate por muitas décadas.
Normas Técnicas (ABNT), está para ser
BrasilDAT, que cobre praticamente todo
alterada também neste quesito. A nova
o Brasil, embora seu desempenho ainda
on Large Electric Systems (Cigré) publicou
norma, que se encontra em consulta
precise ser melhorado na região norte,
um
nacional e que tem publicação prevista
onde a precisão média de localização das
Brochure on Lightning Parameters for
para 2015, deverá substituir os antigos
descargas está em torno de 10 km contra
Engineering Applications”, em que um
índices ceráunicos pela densidade efetiva
500 metros no resto do país.
dos autores deste artigo menciona um
de descargas atmosféricas que atingem o
A BrasilDAT é a primeira rede em nosso
capítulo sobre o assunto. No artigo, é
solo.
país a detectar as descargas nuvem-solo
mostrado que existem evidências de que
Tal densidade é quantificada a partir
e dentro das nuvens, e também é uma
alguns parâmetros das descargas sofrem
do número de descargas nuvem-solo
das poucas em todo planeta. A detecção
variações regionais significativas.
que atingem uma área de um quilômetro
das descargas dentro das nuvens não
Variações nas características das
quadrado por ano. Obtida por meio de
somente
das
descargas atmosféricas são razoáveis
observações óticas feitas a partir de dois
informações dos sensores a bordo de
de se encontrar em diferentes regiões
sensores a bordo de satélites construídos
satélites, o que foi feito para a publicação
do mundo, em que as características
pela Agência Espacial Americana (Nasa),
dos mapas na nova norma de proteção,
meteorológicas associadas à formação
denominados OTD (Optical Transient
como
e
das tempestades apresentam uma grande
Detector)
Imaging
monitorar as tempestades severas e as
diversificação. Um exemplo marcante é a
Sensor) no período entre novembro de
responsáveis por vendavais, bem como
ocorrência de descargas nuvem-solo de
1997 e dezembro de 2013, os valores
tornados e chuvas intensas, causadores
polaridade positiva com intensidade e
de densidade a serem publicados na
da maior parte dos desligamentos no
duração totalmente atípicas no período
e
LIS
(Lightning
possibilita
também
a
permite
correção
identificar
Recentemente, o International Council relatório
denominado
“Technical
141
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
de inverno na costa do Japão. Estas
é fundamental que se busque intensificar
descargas com características distintas
os estudos para todas as regiões do país,
vêm sendo estudadas durante décadas e
ainda mais considerando que diversos
sua origem tem sido atribuída à estrutura
deles apontam para um cenário de maior
elétrica peculiar das tempestades nesta
ocorrência desse fenômeno no futuro em
região, no inverno.
função do aumento da urbanização e do
Considerando a vastidão de nosso
aquecimento global. Pesquisas realizadas
país
características
pelo ELAT estimam que, até o final do
meteorológicas encontradas em cada
e
as
diferentes
século, haja um aumento da ordem de 30%
uma das regiões brasileiras é admissível
na incidência de descargas atmosféricas
que
nas
no Brasil, que é o recordista mundial com
características das descargas nuvem-
mais de 50 milhões de descargas nuvem-
solo entre as regiões. Um exemplo já
solo por ano.
identificado é a variação da percentagem
de descargas positivas nas regiões sul
de se ampliar os conhecimentos desses
e sudeste. Na região sul as descargas
fenômenos, em particular a ocorrência de
positivas ocorrem em cerca de 20% dos
descargas dentro das nuvens, para auxiliar
casos, enquanto na região sudeste elas
na previsão de tempestades, vendavais e
são menos de 5%. Considerando que as
chuvas fortes, que afetam também vários
descargas nuvem-solo positivas tendem
setores da sociedade, tais como agrícola,
a ter intensidade e duração médias
seguros, telecomunicações, entre outros.
diferentes das descargas nuvem-solo
Finalmente cabe destacar que, por
negativas, os percentuais acima implicam
meio de um acordo entre o Elat e a ABNT,
que sistemas de proteção devem levar em
as informações sobre a densidade de
conta tais diferenças de modo a serem
descargas atmosféricas para todo o país,
mais eficientes.
a serem publicadas por intermédio de
Outro exemplo de variações nas
mapas na nova versão da norma ABNT
características das descargas observadas
NBR 5419, também estarão disponíveis
na região sudeste do Brasil diz respeito
na internet, de forma gratuita, no site
à
preparado pelo Elat. Com esta iniciativa,
também
intensidade
haja
da
diferenças
corrente
contínua
Outro ponto importante é a necessidade
das descargas nuvem-solo negativas.
espera-se
A corrente contínua é um componente
com o aprimoramento dos projetos de
da corrente das descargas nuvem-solo
proteção contra descargas atmosféricas,
que ocorre após três milissegundos das
de modo a diminuir os prejuízos que elas
descargas de retorno, também conhecidas
trazem à sociedade e que, atualmente,
como “strokes”, e se estende em alguns
ultrapassam um bilhão de reais por ano.
contribuir
significativamente
casos por mais de um segundo. Por outro lado, faltam estudos que comprovem
*Vitor Gardiman é engenheiro eletricista, autor
que o pico de corrente dos strokes
de vários projetos de inovação publicados na
varie regionalmente. Ao mesmo tempo,
mídia. Foi diretor da EDP GRID e presidente
se por um lado, algumas diferenças nas
do Conselho de Diretores da Utilities Telecom
características das descargas nuvem-
Council América Latina. Atualmente é
solo nas regiões sul e sudeste já foram
responsável pela Gestão Estratégica da Storm
identificadas, muito pouco se sabe sobre
Tecnologia e membro do IEEE.
estas características para as regiões centro-oeste, norte e nordeste. Dado
que
variações
Osmar Pinto Jr. é engenheiro eletricista, mestre
nas
e doutor pelo Instituto Nacional de Pesquisas
características das descargas nuvem-
Espaciais (Inpe), coordenador do Grupo de
solo têm implicações significativas na
Eletricidade Atmosférica (Elat), com pós-
elaboração de um projeto adequado de
doutorado na Universidade de Washington e
proteção contra descargas atmosféricas,
na Nasa.
142
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
Novos desafios para o setor de geração de energia elétrica no Brasil
pelo lado da procura (consumos e cargos).
visão sistémica que englobe mais e
de curto prazo (PLD) atingindo novos
Com o preço da energia no mercado
A
melhores planejamentos, simplificação de
recordes em 2014, a Agência Nacional de
efetivamente
do
procedimentos, diversificação de fontes
Energia Elétrica (Aneel) decidiu, no dia 24
aumento de custos de energia elétrica no
(incluindo uma participação mais estável de
de novembro, limitar o valor de venda de
curto prazo, limitando custos na geração,
fontes geradoras térmicas) e uma regulação
energia elétrica no mercado a curto prazo,
mas a um “preço” elevado – a distorção de
justa e eficaz. Além, é claro, da adoção
o chamado PLD – Preço de Liquidação de
um mercado que já atravessa um momento
de tecnologias e ferramentas modernas
Diferenças –, em R$ 388/MWh contra o
particularmente
da
para apoiar o monitoramento e gestão de
máximo de R$ 822/MWh que se verificou
introdução de um teto claramente artificial
recursos e redes, trazendo inteligência de
neste ano. Na justificação desta medida, a
(para comprovar isto bastaria atentar que o
negócios e agregando valor e facilidades
Aneel defende que irá reduzir a volatilidade
preço máximo em 2014 atingiu mais que o
nos processos operacionais e de gestão das
e mitigar o risco financeiro do mercado a
dobro do novo limite).
redes. Como, por exemplo, ferramentas de
curto prazo, beneficiando os consumidores.
Esta medida, por outro lado, tende
Inteligência Geográfica ou GIS (Sistemas
Sendo absolutamente correta esta
a estrangular novos investimentos num
de Informação Geográfica).
consideração, a decisão acarreta em um
subsetor de geração, cujo desenvolvimento
Até lá, continuaremos a avançar aos
grande perigo, porque oculta a causa raiz
permitiria, em médio e longo prazo, reduzir
soluços e com medidas conjunturais,
do valor da energia elétrica no PLD: a
a pressão de altos preços no mercado de
sempre sob o espectro de apagões,
incapacidade atual de a matriz geradora
curto prazo.
racionamentos de energia e outros eventos
brasileira responder a alterações no regime
Esta redução de preço se daria
totalmente indesejáveis que seriam, a
“normal” de seu funcionamento. Neste ano,
pelo aumento da oferta e introdução de
princípio, evitados em face dos amplos
e como todos sabemos, isto se deveu a
unidades mais eficientes e de menor custo
recursos e potencial energético do Brasil.
um regime hídrico fortemente atípico, que
marginal de geração, como, por exemplo, o
exigiu que se recorresse muito mais do que
desenvolvimento de capacidade geradora
o usual à capacidade de geração das usinas
utilizando o grande potencial nacional do
térmicas.
gás natural.
A
Os preços de energia elétrica no curto
medida
implementada
resolver
o
problema
turbulento
necessidade
da
pode
através
medida
agora
prazo tiveram em 2014 um preço médio de
decidida pelo regulador revela uma frágil
R$ 159, mas a energia elétrica chegou a R$
sustentabilidade no setor elétrico do Brasil,
822,03 – o valor máximo regulatório vigente,
tendo sido insuficientes os mecanismos
e só não ultrapassou este valor precisamente
de mercado e regulatórios existentes para
por causa deste teto regulatório.
limitar os “surtos” de preços de energia
Isto
precisamente
quando
a
alta
elétrica no curto prazo verificados em 2014.
volatilidade dos preços no mercado sinaliza
O setor elétrico brasileiro tem se
a falta de capacidade de resposta por parte
defrontado sistematicamente com cres
das geradoras térmicas, em outras palavras,
centes desafios. E, para desafios sistêmi
*Por Augusto Carvalho, gerente para o setor de
isso é uma clara limitação na oferta de
cos, são necessárias soluções e não
Energia Elétrica na Imagem, empresa brasileira
energia elétrica face às demandas impostas
apenas conjunturais. É necessária uma
de soluções de inteligência geográfica.
144
Agenda 5 de março
Tarifas e revisões tarifárias
Descrição
Informações
O intuito das aulas é proporcionar uma visão geral da metodologia de definição das tarifas de fornecimento de energia elétrica empregada no Brasil: desde os fundamentos teóricos que balizam a atuação do regulador até o cálculo de cada componente da tarifa. Dividido em módulos, o conteúdo programático levará aos alunos uma visão geral do tema; componentes tarifários; conceituação da estrutura tarifária, entre outros assuntos.
Local:
13 e 14 de março
Cursos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
São Paulo (SP) Contato: ((11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br
Projeto de sistemas fotovoltaicos isolados, minirredes híbridas e backup solar
Descrição
Informações
Engenheiros, arquitetos, eletricistas e eletrotécnicos são o público-alvo deste curso promovido pela Solarize. Entre os temas abordados na aula estão: energia solar no Brasil e no mundo; principais usos e aplicações; módulos solares: modelos e tecnologias; dimensionamento dos sistemas; diagramas de instalações - diversas configurações; detalhes de manutenção e operação; e descrição de sistemas instalados.
Local:
24 a 27 de março
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br
Instalações elétricas de baixa tensão II – ABNT NBR 5410: 2004 – Instalações de potência
Descrição
Informações
Transmitir e exercitar os procedimentos da norma ABNT NBR 5410, com foco em instalações de potência, tanto comerciais como industriais, com abordagem completa de motores e quadros gerais de distribuição. Este é o objetivo do curso promovido pela ABNT. Neste sentido, nas aulas serão compreendidos todos os itens necessários para instalações elétricas de prédios, shoppings e indústrias. O curso é dirigido a engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas.
Local:
24 a 28 de março
São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br
Gerência eficaz da manutenção
Descrição
Informações
Voltado a profissionais que atuam em todos os segmentos da gestão da manutenção, este curso tem como objetivo informar ao trabalhador dessa área a respeito de todo ferramental da atualidade para que ele possa avaliar e incrementar ações para otimização da manutenção, seja ela industrial ou predial. A programação do curso é composta por diversos tópicos, entre os quais: conceitos básicos, organização de um serviço de manutenção; processos e certificação; informatização da manutenção, etc.
Local:
2 e 3 de março
São Paulo (SP) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
1ª Conferência de Segurança Cibernética no Setor Energético
Descrição
Informações Local:
O evento tem como objetivo debater os principais desafios visando as medidas de segurança da área de energia, a São Paulo (SP) fim de garantir a segurança das informações, da comunicação e do patrimônio das infraestruturas críticas do setor Contato: energético brasileiro. A conferência é voltada para desenvolvedores e geradores de energia, concessionárias do (11) 3266-3591 setor elétrico, operadoras de petróleo e gás, distribuidoras de gás, produtores independentes, entre outros.
contato@blueoceanevents.com.br
Eventos
16 de março
2º Fórum de Iluminação Pública
Descrição
Informações
A segunda edição do Fórum de Iluminação Pública abordará as questões da transferência dos ativos de iluminação pública das distribuidoras de energia elétrica para as prefeituras dos municípios. Entre os temas em pauta estarão as tecnologias disponíveis, aspectos jurídicos, eficiência energética e financeira, modelagens de contratação, modelos de financiamento e cenários do mercado e de investimentos. O evento reunirá os principais atores e especialistas da cadeia envolvida e gestores municipais.
Local:
23 e 24 de março
São Paulo (SP) Contato: (11) 5051 6535 info@viex-americas.com
Seminário Data Center Brazil 2015
Descrição
Informações
Com o tema “O desafio da gestão de custos dos data centers em mercados competitivos”, esta edição do evento pretende compartilhar experiências entre os profissionais de data center para a melhoria de processos e discutir a respeito das novas tendências do mercado com o intuito de auxiliar na tomada de decisão sobre a adoção de novas tecnologias. O seminário abordará tecnologias emergentes, como Big Data e Internet of Things, os aspectos de gestão operacional com foco na redução de custos e desafios de sustentabilidade, incluindo eficiência energética.
Local:
23 a 27 de março
São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
28ª Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação (Fiee)
Descrição
Informações
Um dos mais importantes eventos do setor, a Fiee é, segundo os organizadores, o lugar ideal para promover produtos e serviços para um relevante polo gerador de negócios dos segmentos, apresentar as tendências do consumo, impulsionar vendas, fortalecer a imagem da marca, qualidade e serviços, além de fidelizar e conquistar clientes. A edição deste ano deve contar com mais de 750 empresas, 1.400 marcas e mais de 60 mil compradores qualificados do setor.
Local: São Paulo (SP) Contato:
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Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
IFG 141 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 37 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Instrumenti 87 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 107 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 43 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kienzle 90 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 94 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 121 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br Logmaster 126 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br
Multhiplos 17 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.br Naville 26 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Newmax 92 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 21 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 115 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 109 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Palmetal 39 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 89 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 124 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 53 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br
Real Perfil 79 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br Sarel 85 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 96 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sicame 41 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br Sil 103 (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Strahl 127 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 100 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br TE Connectivity 86 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Termotécnica 136 (31) 3308-7000 eventos@tel.com.br www.tel.com.br Tigre Tubos e Conexões 71 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br Trael 137 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 74 e 75 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br
(11) 2331-0303 www.conex.ind.br
Feicon Batimat 139 www.feicon.com.br
Maccomevap 131 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
Construfios Fios e Cabos 98 (11) 5053-8383 construfios@construfios.com.br www.construfios.com.br
FIEE 133 (11) 3060-4913 info@fiee.com.br www.fiee.com.br
Média Tensão 25 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
Perfil Líder 7 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
VR Painéis Elétricos 55 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
Copper 100 125 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br
General Cable 63 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Megabrás 128 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Press Mat 102 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br
Walcenter 129 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br
Conex 19
Vextrom 73 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br
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What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Janeiro de 2015
O que há de errado?
A seção O que há de errado? foi reformulada e está de cara nova! A partir de agora, as
instalações aqui ilustradas dirão respeito não apenas a instalações de baixa tensão, como também a outras áreas da engenharia elétrica, desde iluminação e aterramento a instalações de média tensão, atmosferas explosivas, entre outras.
Dessa maneira, serão também evidenciados neste espaço desafios pertinentes a outras normas
técnicas, não sendo mais restritivos à ABNT NBR 5410. Assim, atingimos um universo maior de leitores, os quais devem identificar os erros para que um ou mais especialistas elejam a resposta correta, nomeando o vencedor do desafio.
A instalação desta edição refere-se a uma área com atmosferas explosivas. Identifique os
problemas de acordo com as normas técnicas vigentes e envie sua resposta para interativo@ atitudeeditorial.com.br
Resposta da edição 106 (Novembro/2014) Diversos
leitores
identificaram
os
principais
problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor LUCAS DE CASTRO ROLIM apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá os seguintes produtos da Ideal Industries: um alicate amperímetro, um alicate decapador e um pote com 500 conectores de torção.
Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!
PREMIAÇÃO
O leitor que mandar a melhor
resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!
Confira a resposta correta: A principal não conformidade observada na foto é com relação ao item 6.2.11.4.1 da ABNT NBR 5410, que trata de instalações com "canaletas e perfilados", segundo o qual os condutores a serem utilizados devem ser do tipo isolados, unipolares e multipolares, porém, os cabos isolados só podem ser utilizados em canaletas ou perfilados não perfurados e com tampa que não seja de fácil acesso. Há ainda a falta de uma conexão adequada entre o eletroduto e o perfilado.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br