O Setor Elétrico (Edição 108 - Janeiro 2015)

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Ano 9 - Edição 108 Janeiro de 2015

Qualidade à prova Boa parte dos fios e cabos certificados disponíveis no mercado não está de acordo com as normas técnicas Conheça os critérios do quarto ciclo de revisões tarifárias da Aneel e entenda como funcionam as bandeiras tarifárias

E mais: • Novos fascículos colecionáveis • Saiba tudo sobre as normas ABNT NBR 5419 e ABNT NBR 5410 em duas novas seções assinadas pelos especialistas que mais entendem do assunto



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Sumário

atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós

Nova etapa de revisões tarifárias 60 A nova fase de revisões tarifárias das distribuidoras começa em abril deste ano e deve contar com diversas inovações, entre as quais, o fim da noção dos ciclos tarifários. A duração do ciclo tarifário varia de concessionária para concessionária, de forma que as revisões já não estão mais encadeadas em um determinado período de tempo.

Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Coluna do consultor

6

Colunistas

Considerações sobre o novo sistema de bandeiras tarifárias.

Michel Epelbaum – Energia sustentável

Painel de notícias 8

Luis Fernando Arruda – Instalação MT

transmissão de energia elétrica tem investimentos de R$

Jobson Modena – Proteção contra raios

1,4 bilhão; Projeto de lei estimula compartilhamento de

João Barrico – NR 10

infraestrutura por concessionárias; Indústrias que reduzirem

José Starosta – Energia com qualidade

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

projeta aumento de 15% no faturamento deste ano.

comemora 30 anos com crescimento; Terex América Latina

124

128 130 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Espaço 5410 134 Espaço 5410 trará informações a respeito do processo

Artigo – Equipamentos Ex 68 Esclarecimentos a respeito da nova diretriz Atex 2014/34,

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

Pesquisa – Mercado de fios e cabos e acessórios

de revisão da norma ABNT NBR 5410 – Instalações em baixa tensão.

necessária para que equipamentos Ex circulem livremente em toda

Dicas de instalação 136

a União Europeia, harmonizando os requisitos técnicos e legais.

Boas práticas para instalações em painéis elétricos: uso da

76

tecnologia de conexão a mola.

Espaço IEEE

140

Teste realizado pela Associação Brasileira pela Qualidade Fios

Como as observações de raios feitas no país contribuem

e Cabos Elétricos (Qualifio) mostra que muitos produtos deste

para a nova norma ABNT NBR 5419 e abrem alternativas de

segmento no país são certificados mesmo apresentando não

estudos para diversos setores da sociedade.

conformidades.

Aula prática – PLC 104 Desenvolvimento, análise e avaliação de filtros tipo acopladores capacitivos para redes PLC em ambientes de intenso ruído.

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Filiada à

126

Mais uma nova coluna inaugurada nesta edição. O

Fascículos 27

Colaboradores desta edição: Alessandro Ramalho dos Santos, Augusto Carvalho, Eduardo Daniel, Estellito Rangel Jr., Haroldo Zattar, Jusiel Fontes, Luis Martinez, Osmar Pinto Jr., Plinio Godoy, Sérgio Feitoza, Valdir Pinto e Vitor Gardiman.

Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

122

Cláudio Sérgio Mardegan – Análise de sistemas de potência

o consumo de energia podem ter incentivo fiscal; Chint

Capa: http://www.magicad.com/ Impressão - Mundial Gráfica Distribuição - Correio

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente 120

Programa Luz para Todos é estendido até 2018; Leilão de

Consultor técnico José Starosta

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.

118

Espaço 5419 116 Nova coluna discutirá as atualizações da norma ABNT NBR 5419 – Proteção de estrutura contra descargas elétricas

Ponto de vista

142

Os novos desafios para o setor de geração de energia elétrica no Brasil.

Agenda 144 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

atmosféricas, que deverá ser publicada, finalmente, em 2015,

What’s wrong here 146

após dez anos de um intenso trabalho de revisão.

Identifique o que existe de errado na instalação.

123


Editorial

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Capa ed 108_D.pdf

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2/5/15

12:16 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 9 - Edição 108 Janeiro de 2015

Qualidade à prova Boa parte dos fios e cabos certificados disponíveis no mercado não está de acordo com as normas técnicas Conheça os critérios do quarto ciclo de revisões tarifárias da Aneel e entenda como funcionam as bandeiras tarifárias O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 108 – Janeiro de 2015

Uma andorinha só não faz verão

E mais: • Novos fascículos colecionáveis • Saiba tudo sobre as normas ABNT NBR 5419 e ABNT NBR 5410 em duas novas seções assinadas pelos especialistas que mais entendem do assunto

Edição 108

Há nove anos a revista O Setor Elétrico foi criada com o propósito de não apenas manter bem informados os profissionais

da área elétrica, mas, sobretudo, de contribuir para a sua formação, publicando artigos selecionados, premiados e assinados pelos principais especialistas do setor.

Embora já tenha nascido com o auxílio do trabalho de uma consultoria técnica, a publicação surgiu acanhada, com apenas

66 páginas. Aos poucos foi ganhando corpo, conquistando mercado e ampliando seu alcance, chegando hoje a ser lida, mensalmente, por uma média de 46 mil leitores qualificados, considerando que cada exemplar impresso é lido por, pelo menos, três pessoas, já que a revista costuma circular pelos departamentos técnicos das empresas em que é distribuída. Soma-se a isso a leitura da revista pela internet e pelo aplicativo disponível para tablets e smartphones. Para se ter uma ideia, nove mil pessoas já fizeram o download do aplicativo em um período aproximado de dois anos!

Com publicações e projetos especiais, como Coleção Elétrica, Coleção Energia, Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras

e Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, além dos eventos técnicos (Cinase) realizados em diversas cidades brasileiras, a revista tornou-se ainda mais conhecida, sendo, atualmente, uma das mais prestigiadas do setor.

Encerrando um ciclo de nove anos e entrando no seu décimo ano de vida (a partir da próxima edição), O Setor Elétrico

evoluiu consideravelmente. Não só em número de páginas, mas principalmente, por contar com especialistas que nos ajudam a tornar esta revista cada vez mais completa, trazendo com a máxima urgência possível as principais atualizações técnicas do setor, além das notícias do mundo elétrico.

É importante frisar que O Setor Elétrico, desde sempre, manteve firme o seu foco técnico e, assim, conseguiu conquistar

o reconhecimento do mercado. Além de contar, hoje, com a consultoria técnica de dois especialistas do setor, a revista é produzida por uma equipe com larga experiência na área elétrica e preocupada em transmitir o melhor nessas páginas. Afinal, um bom trabalho feito em equipe sempre gera mais resultados do que qualquer atividade individual.

A cada ano, novas seções são pensadas, novos colaboradores são convidados, novos fascículos elaborados. As

mudanças são feitas em razão das necessidades dos leitores, identificadas durante o ano anterior. Dessa maneira, como não poderia ser diferente, esta primeira edição do ano também traz novidades! Além de uma discreta repaginação no visual, destaque para os novos fascículos, que tratam de temas extremamente atuais: qualidade e certificação das instalações de baixa tensão; previsão e gerenciamento do consumo de energia; equipamentos para subestações de transmissão e distribuição; e iluminação pública e urbana. As séries de artigos serão publicadas em todo o ano de 2015 e são assinadas por experts em suas respectivas áreas de atuação.

Outra grande novidade é a publicação de novas seções destinadas ao acompanhamento de duas normas muito

importantes para o setor: a ABNT NBR 5410 (instalações de baixa tensão) e a ABNT NBR 5419 (proteção contra descargas atmosféricas). A primeira está em processo de revisão, o que será retratado com detalhes neste espaço a partir desta edição. A segunda já foi revisada e deverá ser publicada neste ano pela ABNT. Todas as informações serão divulgadas com precisão nesta coluna pelos profissionais que participaram ativamente dos debates que culminaram no novo documento.

Tenham todos uma ótima leitura e fiquem à vontade para contribuir com o nosso editorial. Sugestões, dúvidas e críticas

são sempre bem-vindas! Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br

Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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6

Coluna do consultor

Agora sim: “estamos dando bandeira”

Conforme já previsto, anunciado e prorrogado no último

ano, talvez por razões relacionadas à contenção da inflação em ano de eleições, o modelo de cobrança adicional da energia elétrica denominado “bandeiras tarifárias”, com base nos níveis dos reservatórios, começa a ser posto em prática agora em 2015. Mais detalhes sobre a aplicação do modelo podem ser encontrados na reportagem desta edição e no portal www.osetoreletrico.com.br na coluna assinada por mim. Na atual situação, os consumidores terão suas contas incrementadas em valores aproximados entre 6% e 8% devido ao acréscimo dos R$ 30 por cada MWh consumido relativo à bandeira vermelha. Quando tivermos os reservatórios em situação menos crítica, a coisa poderá ser abrandada na bandeira amarela (acréscimo de R$ 15 por MWh consumido) e, quem sabe algum dia, a bandeira verde que isenta a cobrança venha a alegrar toda a torcida e não somente a do meu também esfacelado Palmeiras.

Levantamos nossas mãos aos céus pedindo não só

gols, mas chuvas e tempestades para tornar nosso céu de brigadeiro com lagos em níveis adequados. Como bons brasileiros apostamos em mais um super-herói. Desta vez ele tem sorriso simpático, usa gravata e comedidamente já começou a reduzir os “custos Brasil”, fazendo a lição de casa. Que o “nosso” Levy seja iluminado e fundamentalmente ouvido.

Mais uma vez vamos pra limonada (e isso não inclui só

o governo, mas toda a sociedade). O tempero deverá ser eficiência, sustentabilidade, tecnologia, equilíbrio e, quem sabe, honestidade e transparência. Bom recomeço a todos e que a inspiração dos levitas nos acompanhe.

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br



Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Programa Luz para Todos é estendido até 2018 A prorrogação foi chancelada por meio do Decreto nº 8.387, publicado em 30 de dezembro de 2014. Objetivo da medida é levar energia elétrica para mais 228 mil famílias do meio rural

O Programa Luz para Todos, do Governo

Para isso, foram investidos mais de R$

famílias que não contavam com o serviço

Federal, foi estendido até dezembro de

22,7 bilhões, sendo que, deste montante,

de luz elétrica e o programa foi prorrogado

2018. A prorrogação aconteceu por meio

cerca de R$ 17 bilhões vieram do Governo

para o período de 2011 a 2014 or meio do

do Decreto nº 8.387 aprovado no dia 30

Federal.

Decreto nº 7520/2011.

de dezembro de 2014 pela presidenta da

Desenvolvido em novembro de 2003,

Com coordenação do Ministério de

República Dilma Rousseff. O objetivo da

com o objetivo de acabar com a exclusão

Minas e Energia (MME), o programa

medida é levar energia elétrica para mais

elétrica, o Programa Luz Para Todos

é

operacionalizado

228 mil famílias do meio rural.

estabeleceu a meta de fornecer eletricidade

e

executado

Até novembro do ano passado, o

a 10 milhões de moradores rurais até 2008,

de energia elétrica e cooperativas de

programa

mas o objetivo foi alcançado em 2009.

eletrificação rural em parceria com os

Neste

governos estaduais.

havia

atendido

3.184.846

famílias, mais de 15 milhões de pessoas.

intervalo,

encontraram-se

mais

pela

pelas

Eletrobras

concessionárias

Mais recente leilão de transmissão de energia elétrica tem investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão No certame realizado em 9 de janeiro, foram ofertados quatro lotes, mas somente dois receberam propostas. O deságio médio foi de 4,58% Realizado no dia 9 de janeiro, na

Já o Lote I, composto por apenas

estipulado, de aproximadamente R$ 13,2

sede da BM&FBovespa, em São Paulo,

um empreendimento, uma subestação

milhões.

o leilão de transmissão de energia

de 500/138 kV, que será construída no

elétrica nº 07/2014, promovido pela

Estado de São Paulo, foi adquirida pela

de

Agência Nacional de Energia Elétrica

CPFL Geração de Energia. A RAP foi de

aproximadamente 4.700 empregos diretos.

(Aneel), contou com investimentos de

R$ 10 milhões, representando um deságio

E as primeiras instalações deverão entrar

aproximadamente

de 32,59% em relação ao valor máximo

em operação em setembro de 2017.

R$

1,4

bilhão.

O

deságio médio foi de 4,58%. Foram ofertados quatro lotes (A, F, I, J), e apenas

Lote

dois (A e I) receberam propostas. Apesar

Empreendimentos

Gentio do Ouro II;

um sucesso pelo Ministério de Minas

–LT 500 kV Gentio do Ouro II -

PI/BA

36 meses R$ 144,6

Cymi Holding S.A.

milhões

(-100/+200) MVAr; –SE 500/230 kV Ourolândia II (6+1R)x300 MVA;

de Receita Anual Permitida (RAP) foi de

–LT 230 kV Igaporã III - Pindaí II -

R$ 144, 6 milhões, representando um

146,817 milhões.

Vencedores

e Compensador Estático

espanhola Cymi Holding, cuja proposta

R$

Proponentes

Ouro II - (6+1R)x300 MVA

que arrematou os empreendimentos foi a

de

gerar

–SE 500/230 kV Gentio do

os estados da Bahia e do Piauí. A empresa

governo,

–LT 230 kV Gentio do Ouro II Brotas de Macaúbas;

500/230 kV, que serão construídas entre

pelo

RAP

deverão

do Chapéu II; A

quilômetros, e duas subestações, de

estabelecido

lotes

–LT 500 kV Ourolândia II - Morro

principal em disputa.

deságio de 1,51% ante o valor máximo

Prazo

os

Ourolândia II;

e Energia (MME), já que o Lote A era o

linhas de transmissão, totalizando 906

ambos

–LT 500 kV Gilbués II -

disso, o certame pôde ser considerado

O Lote A era composto por cinco

UF

Conforme o MME, os empreendimentos

CD, C2 e C3. I

–SE 500/138 kV Morro Agudo (nova) - (6+1R) x 133 MVA

SP

30 meses R$ 10,8 milhões

CPFL Geração de Energia S.A.



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Abee-RJ homenageia engenheiro Dácio de Miranda Jordão Especialista é autor do primeiro livro técnico brasileiro sobre instalações elétricas para a indústria do petróleo

Na ocasião, o engenheiro Estellito Rangel Jr. representou o homenageado Dácio de Miranda Jordão.

A Associação Brasileira dos Engenheiros

pela presidente da Abee-RJ, conselheira

sobre

Eletricistas (Abee) Seção Rio de Janeiro

Regina Moniz, ao engenheiro Estellito Rangel

Explosivas (EPIAEX). O primeiro congresso

homenageou, no final do ano passado, o

Jr., que representou o homenageado.

brasileiro dedicado exclusivamente ao tema

engenheiro Dácio de Miranda Jordão, autor

A premiação marcou as comemorações

aconteceu nos dias 12 e 13 de abril de

do primeiro livro técnico brasileiro sobre

pelo Dia do Engenheiro Eletricista, que é

1994 e teve comissão organizadora formada

instalações elétricas para a indústria do

celebrado na data de 23 de novembro, e 20º

pelos engenheiros Dácio de Miranda Jordão,

petróleo. Na ocasião, uma placa foi entregue

aniversário do início do Encontro Petrobras

Estellito Rangel Jr. e Osvaldo Godoy.

Instalações

Elétricas

Atmosferas

Energia eólica atinge marca de 6 GW de potência instalada Fonte representa agora 4,5% da matriz elétrica brasileira. Ao todo, são 241 parques eólicos distribuídos por 11 estados dobrou.

GW de potência por ano. “Segundo as

atingiu uma marca histórica na primeira

Conforme a Associação Brasileira de

perspectivas do Governo, o setor eólico

semana de janeiro deste ano. Com a

Energia Eólica (Abeeólica), este número

deve atingir 22,4 GW de potência

entrada em operação de quatro novos

alcançado pelo setor eólico traz um

instalada em 2023 e as previsões do

parques eólicos localizados no Estado

peso muito positivo para a sociedade

setor indicam um crescimento ainda

da Bahia – no total, são 241 parques

brasileira, representando mais de 90

maior,

eólicos distribuídos por 11 estados –

mil empregos gerados, 10 milhões de

declara.

a fonte eólica agora possui 6 GW de

residências abastecidas mensalmente e

capacidade instalada e representa 4,5%

5 milhões de toneladas de CO2 evitadas.

o volume atingido mostra a consolidação

da matriz elétrica brasileira. No final

O crescimento da energia eólica

da indústria de energia eólica no país

de 2012, eram 2,5 GW de potência

continuará.

presidente

“que teve início, principalmente, a partir

instalada. Ou seja, em apenas dois

executiva da associação, Elbia Silva

de 2009, quando esta fonte foi inserida

anos, a capacidade de energia gerada

Gannoum, a expectativa é que sejam

na matriz elétrica por meio de leilões

por empreendimentos eólicos mais que

contratados e instalados no mínimo 2

competitivos”.

O

segmento

de

energia

eólica

Conforme

a

que

alcançará

25,6

GW”,

A presidente da Abeeólica afirma que


11

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

CCEE cria canal de relacionamento com novos agentes do mercado de energia Iniciativa visa orientar, preparar e dar suporte aos novos associados que desejam iniciar suas operações de comercialização A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) acaba de lançar um novo canal de relacionamento, voltado para candidatos a agentes. A iniciativa tem como objetivo orientar e dar suporte necessário para que essas empresas iniciem suas operações no mercado de energia com segurança, tendo como foco o esclarecimento de dúvidas sobre regras, procedimentos, obrigações, riscos, conceitos e legislação. São associados à CCEE todos agentes que atuam com a compra e venda de energia no país, como geradores, distribuidoras, comercializadoras e consumidores livres e especiais.

De acordo com o gerente executivo de

Atendimento ao Mercado da Câmara de Comercialização, Cesar Pereira, “a CCEE

Um dos fatores determinantes para a criação do canal de relacionamento foi o apontamento de que novos associados precisavam de atenção especial no momento de sua adesão à instituição.

criou essa nova modalidade de atendimento

Outro fator determinante para a criação

2,9 mil associados. Apesar da criação de um

para intensificar o apoio aos novos agentes

do novo canal de relacionamento foi o

canal focado nesse novo público, a Central de

no início de suas operações. Além dos

apontamento, por pesquisas junto aos

Atendimento da CCEE continuará atendendo

consumidores livres, cujo principal negócio

associados, de que esse público precisava

normalmente dúvidas ligadas à adesão de

não é energia, temos diversos novos

de atenção especial no momento de

agentes e outras relacionadas ao início das

empreendedores em geração entrando no

sua adesão à instituição e também nas

operações das empresas no mercado.

mercado por meio dos leilões do ambiente

primeiras operações no mercado.

O novo canal pode ser acessado

regulado e também no ambiente livre. Nosso

Os

objetivo é fazer com que esses agentes

representam cerca de 30% de toda a

br. A CCEE criou processos específicos

compreendam as operações na CCEE, suas

demanda recebida pela CCEE, que apenas

e alocou um gestor de relacionamento

obrigações e também os riscos envolvidos,

no ano passado contabilizou mais de 300

exclusivamente

evitando que enfrentem problemas".

adesões ao mercado e ultrapassou a marca de

demandas de atendimento desse público.

chamados

de

novos

agentes

pelo

e-mail

novosagentes@ccee.org.

para

gerenciar

as

Greenpeace financia energia solar em escolas Financiamento coletivo objetiva instalar painéis solares em duas escolas públicas O Greenpeace acaba de lançar um

Os painéis solares serão instalados

respectivamente, do seu consumo de

crowdfunding (financiamento coletivo) para

na Escola Estadual Professor Oswaldo

eletricidade. Com esses sistemas, as duas

arrecadar fundos e conseguir viabilizar

Aranha Bandeira de Mello, em São Paulo

escolas vão economizar juntas, em média,

a instalação de sistemas fotovoltaicos

(SP), e na Escola Municipal Professor

R$ 25 mil por ano, valor que será revertido

em duas escolas públicas. “Escolhemos

Milton Magalhães Porto em Uberlândia

em atividades culturais para os estudantes,

as

porque

(MG). Com isso, espera-se uma redução

como viagens, visitas a museus, cursos,

transformador

instalações

acreditamos

no

em

escolas

poder

significativa nas contas de energia das

etc.

e multiplicador da Educação” diz a

escolas.

benefícios provenientes da energia solar

coordenadora da campanha de clima e

As escolas de Uberlândia e São

para cerca de 1800 crianças.

energia do Greenpeace Brasil, Barbara

Paulo vão receber um sistema que

Mais

Rubim.

produzirá o equivalente a 55% e 20%,

greenpeace.org.br/escolasolar.

O

projeto

deverá

informações

proporcionar

em:

www.


Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Governo do Rio Grande do Sul lança edição atualizada do Atlas Eólico Publicação, que contou com a coordenação da Eletrosul, tem como um de seus diferenciais a apresentação do regime de ventos e do potencial eólico offshore do estado O Governo do Estado do Rio de

em conta ventos de 7 m/s, o potencial é

evoluções

Grande do Sul, por meio da Agência

de 102,3 GW à altura de 100 metros e

meteorológicos que fazem as estimativas,

Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção

de 245,3 GW a alturas superiores a 150

além do conhecimento técnico adquirido

do

Investimento

(AGDI),

lançou

em

tecnológicas

nos

modelos

metros.

nesse período, a partir das campanhas de

janeiro deste ano, na cidade de Porto

Coordenador das duas edições do

medição de ventos e da operação efetiva

Alegre, a edição atualizada do Atlas

Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, o

de parques eólicos.

Eólico. O documento, cuja elaboração

diretor de Engenharia e Operação da

Para

foi coordenada pela Eletrosul, funciona

Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio,

edição do Atlas, foram utilizados dados

como uma ferramenta para orientar a

lembrou que o estado já havia sido

da publicação de 2002 e informações

expansão do aproveitamento dos ventos

pioneiro ao elaborar esses estudos em

da Eletrosul e de outras 21 empresas

com o objetivo de produção de energia no

uma época na qual praticamente não

do setor, que realizam negócios no Rio

estado, que tem o maior parque gerador

se falava de energia eólica no Brasil.

Grande do Sul. O Atlas está disponível

eólico do país, com 1 GW instalado.

Segundo ele, nesta segunda edição, o

para download no site da Eletrosul, www.

eletrosul.gov.br.

Entre os diferenciais do novo Atlas

documento inova mais uma vez, porque,

Eólico, está a apresentação do regime

além de inserir avaliações do potencial

de ventos e do potencial eólico offshore

offshore,

da região. Neste sentido, avaliou-se o

municípios e das regiões, de acordo com

potencial sobre as três principais lagoas

a classificação do Instituto Brasileiro de

do estado, dos Patos, Mirim e Mangueira,

Geografia e Estatística (IBGE). Para o

e sobre o oceano. Na avaliação junto às

coordenador, o documento acarretará em

lagoas, descobriu-se que, a 100 metros

excelentes resultados, podendo ser útil

de altura, o potencial é de 40 GW. Já o

no desenvolvimento de políticas públicas

potencial eólico sobre o oceano é de

e no planejamento das empresas que

110 GW para lâminas d’água até 50

investem em energia eólica.

metros de altura. Outro ponto importante

Custódio

do

necessidade

documento

são

os

resultados

identifica

o

potencial

destaca da

revisão

elaboração

da

segunda

dos

também do

a

a

Atlas,

apresentados das medições feitas em 70

explicando que, desde o lançamento do

torres. Nelas, foi apontado que, levando

primeiro documento, em 2002, houve

Atlas Eólico orienta a expansão doa aproveitamento dos ventos para produção de energia no Rio Grande do Sul.

Capacidade de geração de energia em 2014 chega a 133,9 mil megawatts Energia é proveniente de 3662 plantas de geração, entre eólicas, hidrelétricas, usinas solares e termelétricas A capacidade instalada no Brasil em

que apresenta a atualização do parque

3,65% de eólicas, 0,23% das centrais

2014 chegou a 133,9 mil megawatts

gerador do Brasil até o dia 31 de

geradoras e 0,01% de solar.

(MW)

dezembro do ano passado.

Da

provenientes

de

202

usinas

capacidade

instalada

total

hidrelétricas

do País até 2014, 84 mil MW são

228 eólicas, 2 usinas nucleares, 487

predomina e responde por 62,80% da

de hidrelétricas, 4,7 mil MW são de

pequenas centrais hidrelétricas, 497

capacidade instalada do país, seguida

pequenas centrais hidrelétricas (PCH),

centrais geradoras hidrelétricas e 311

das

e

4,8 mil MW de eólicas e 37,8 mil MW

usinas solares. Os dados constam do

das pequenas centrais gidrelétricas,

de UTES. A Aneel estima para 2015

relatório de fiscalização da Agência

com 3,58%. Compõem ainda a matriz

capacidade instalada entre 140,9 mil

Nacional de Energia Elétrica (Aneel),

1,49% de potência de usinas nucleares,

MW e 141,2 mil MW.

hidrelétricas,

1935

termelétricas,

A

energia

termelétricas,

das

com

28,25%,



Painel de mercado

14

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Unica e CCEE lançam Selo Energia Verde Certificação será concedida a empresas que usam energia gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar. Usinas produtoras também receberão certificado

Desenvolvido pela União da Indústria

livre de energia.

de Cana-de-Açúcar (Unica), em um

acordo de cooperação com a Câmara

também receberão o selo as usinas

de Comercialização de Energia Elétrica

geradoras

(CCEE), o Selo Energia Verde será

atendem a critérios de sustentabilidade

entregue por meio de um certificado

constantes do Protocolo Agroambiental

atestando que pelo menos 20% da

do

energia

pelas

assinado pelo governo de São Paulo

empresas são produzidos de forma

e o setor sucroenergético em 2007, e

sustentável.

requisitos de eficiência energética.

elétrica

consumida

Além das empresas consumidoras, de

Setor

bioeletricidade

Sucroalcooleiro

que

Paulista,

A criação do Selo Energia Verde

representa

vigor

foram entregues pela Unica e CCEE em

do

a

Programa

entrada de

em

Certificação

Os primeiros selos Energia Verde já

da

cerimônia de lançamento, realizada no

cana-de-açúcar

Bioeletricidade, que permitirá a troca de

dia 26 de janeiro, na sede da Unica, em

mercado livre de energia elétrica. Entre

informações entre Unica e CCEE, como

São Paulo (SP). Foram contempladas, na

os produtores, receberam a certificação

a confirmação sobre a origem contratual

categoria de consumidores, as empresas

as usinas Adecoagro, Alta Mogiana,

da energia comercializada pelas usinas

Duratex

Guarani (Grupo Tereos), Noble, Raízen,

movidas a biomassa de cana no mercado

eletricidade gerada por biomassa de

e

Unilever,

que

adquirem

comercializada

no

São Martinho e Zilor.

Comerciantes de São Paulo entrarão na justiça contra empresas de distribuição O intuito é recuperar as perdas sofridas durante as quedas de energia elétrica ocorridas no mês de janeiro, que causaram prejuízo aos empresários

Com o objetivo de recuperar as

restabelecimento rápido da queda de

se

perdas sofridas durante as quedas

energia não são plausíveis, uma vez que

possíveis prejuízos, a locar ou comprar

de

de

essas situações acontecem em todos os

geradores, que apresentam um alto

janeiro, que causaram enorme prejuízo

verões. Luís afirma também que muitos

custo

devido,

demora

empresários estão preocupados com

o advogado, dependendo do porte

no restabelecimento, um grupo de

a possibilidade de novos “apagões”,

do

comerciantes do Estado de São Paulo

como o que ocorreu no último 19 de

equipamento pode variar entre R$ 40

deve ingressar, nos próximos, dias, com

janeiro

mil e R$ 500 mil.

ações na Justiça contra as empresas

“Por

responsáveis

das

energia

ocorridas

especialmente,

pela

no à

mês

distribuição

de

Os comerciantes pretendem cobrar empresas

de

distribuição

viram

obrigados,

para

a

aquisição.

estabelecimento,

todas

para

essas

o

diminuir

Conforme preço

razões,

do

as

os

ações serão impetradas contra as

energia elétrica. As informações são

prejuízos com a perda de mercadorias,

empresas distribuidoras de energia

do escritório Scheer & Advogados

com o conserto de equipamentos, com

para obtermos uma indenização que

Associados.

o aluguel de geradores e ainda os

cubra os prejuízos causados. Embora

De acordo com o advogado sócio

lucros cessantes, ou seja, as receitas

a finalização das ações seja demorada

fundador do escritório, Mauro Scheer

que deixaram de ter pelo fato dos

em virtude do judiciário ser lento, os

Luís,

estabelecimentos não terem funcionado

comerciantes alegam que não podem

pelas concessionárias – chuvas, ventos

as

justificativas

apresentadas

durante o período.

mais simplesmente arcar sozinhos com

e queda intensa de raios – para o não

os prejuízos que só aumentam”, afirma.

Luís afirma que alguns empresários


15

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Aumenta o interesse de empresas e investidores por energia elétrica Segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), mais de 21% dos gestores estão com foco no setor de energia limpa

O interesse pela energia alternativa,

Para a advogada Danielle Limiro, sócia

Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica),

como a solar e a eólica está aumentando.

da B2L, o interesse por fontes como a

em seis anos a capacidade instalada deve

De acordo com Rodrigo Bertozzi, CEO

eólica e solar deve crescer ainda mais no

aumentar quase 300%. O setor eólico deve

da B2L Investimentos S/A, especializada

Brasil em decorrência do acordo firmado

passar dos atuais 3% da matriz energética

na medição de negócios entre fundos

na Conferência do Clima (COP 20), que

brasileira para 8% em 2018.

e empresas, o problema do baixo nível

aconteceu em Lima, Peru, e cujo objetivo

dos reservatórios – em decorrência da

é reduzir as emissões de poluentes que

já ganha visibilidade. Em agosto passado,

escassez de chuvas – e o risco de novos

causam o efeito estufa e o aumento das

entrou em operação, em Tubarão (SC),

apagões mostram a urgência de se investir

temperaturas no mundo. O acordo deverá

a maior usina solar construída até agora

neste tipo de fonte. “Por isso, empresas e

ser detalhado na COP 21, deste ano, a

no país, com capacidade para abastecer

investidores já estão de olho neste futuro

ser realizada em Paris, na França. “Há

2,5 mil residências. E o primeiro leilão de

promissor”, destaca.

boas perspectivas diante da demanda

energia solar organizado em 2014 pelo

Dados levantados pela Associação

crescente”, afirma Danielle, explicando que

Governo contratou 31 novos projetos,

Brasileira de Private Equity & Venture Capital

a energia limpa também tem a seu favor

que devem gerar energia suficiente para

(Abvcap) revelam que 21% dos gestores

o processo de implantação mais rápido,

abastecer mais de 900 mil residências.

estão com foco no setor de energia limpa.

com a obtenção de licenças ambientais

Diante desse quadro, os casos de

Segundo o CEO da B2L, a indústria de

mais simples do que as térmicas e as

empresas de sucesso que estão surgindo

private equity deve ter presença cada vez

hidrelétricas.

no setor faz crescer a demanda por fundos

maior como fonte de investimento de capital

A energia eólica é a que mais cresce

com esse perfil, com especial atenção à

para fomentar o crescimento das empresas

na atualidade, especialmente em estados

cadeia de fornecimento de equipamentos

de energias alternativas.

do Nordeste. De acordo com a Associação

de energia eólica.

O mercado de energia solar também

Leilão de fontes alternativas de 2015 terá 570 projetos A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recebeu o cadastro de 570 projetos de usinas eólicas e térmicas a biomassa para o leilão de fontes alternativas de 2015, marcado para o próximo dia 7 de abril

Marcado para 7 de abril, o próximo

segundo prevê o regulamento do leilão.

leilão de fontes alternativas, promovido

Outras termelétricas, juntamente com

pela Empresa de Pesquisa Energética

as eólicas, deverão iniciar o suprimento

(EPE), conta com o cadastro de 570

no dia 1º de junho de 2017.

projetos apresentados pelos agentes

de

estatais,

projetos - 161 usinas eólicas (3.863

estaduais e privadas), sendo 530 de

MW) e uma termelétrica a biomassa (36

usinas eólicas, somando quase 13 mil

MW). Em seguida vem o Rio Grande do

megawatts de potência instalada, e 40

Norte com 110 projetos eólicos (2.549

usinas termelétricas a biomassa (2.067

MW).

MW). No total, esses novos projetos

Em

significarão mais 14.962 megawatts

biomassa, o estado que mais atraiu

(MW) de potência instalada para o país

projetos foi São Paulo - 23 usinas, com

nos próximos anos

um total de 1.152 MW.

geração

(empresas

Algumas termelétricas a biomassa

A Bahia foi o estado que mais atraiu

relação

a

termelétricas

a

Veja ao lado o ranking dos estados

deverão iniciar o suprimento de energia

que mais receberam usinas eólicas no

a partir do dia 1º de janeiro de 2016,

Brasil até 2014:


Painel de produtos

16

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Prensa-cabos desmontável www.obobrasil.com.br

A Obo Bettermann acaba de lançar um modelo de prensa-

cabos desmontável, que é fornecido em duas partes, podendo ser montado rapidamente por meio de um simples sistema de encaixe. De acordo com a empresa, no caso de uma substituição, em instalações existentes, não é mais necessário desconectar os cabos. As contra-porcas também são desconectáveis e oferecem a mesma facilidade de instalação.

Além da borracha de vedação padrão para cabos de 7 mm

a 20 mm de diâmetro, é possível adquirir a borracha fechada que permite a furação no diâmetro desejado, bem como a borracha para a passagem de até três cabos. O prensa-cabos é produzido de poliamida na cor cinza.

Conector perfurante para redes protegidas www.sicame.com.br

O TTDC, conector perfurante para redes protegidas, foi criado

na década passada pela Sicame na França para os mercados europeu, americano e asiático.

No Brasil, desde 2010, este

conector vem sendo avaliado e instalado em concessionárias nacionais desde 2011, indicado para redes de média tensão de 15 kV a 36 kV. Uma evolução natural deste produto foi apresentada pela empresa em 2013: o TTDC-AT. Além de manter suas características originais, conta com parafusos com cabeças-fusíveis de duplo estágio para garantir que a instalação ocorra de maneira homogênea. Conta com a tecnologia antitracking, que garante a performance do conector livre do trilhamento elétrico.

O TTDC-AT atende a cabos de média tensão, com espessura

de isolação de até 5,5 mm e bitolas de 50 mm² a 300 mm², ideal para áreas de alta agressividade salina e alta densidade industrial. Conector perfurante é ideal para redes de média tensão de 15 kV a 36 kV.

Com grau de proteção IP 67, é indicado também para ambientes especiais.


17

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Minidisjuntores residenciais www.soprano.com.br

Novidade da Divisão de Materiais Elétricos da Soprano, a

nova linha de minidisjuntores residenciais SHB-H atendem às normas ABNT NBR NM 60898-1 (6 kA) e ABNT NBR IEC 60947-2 (10 kA).

Disponíveis nos modelos monopolar, bipolar e tripolar, os

produtos são indicados para uso nos quadros de distribuição e padrões de entrada de energia. De acordo com o fabricante, alta performance, proteção e segurança são os diferenciais dos minidisjuntores.

Solução em amarração para painéis solares www.hellermanntyton.com.br As

abraçadeiras

em

aço

inox

produzidas

elevadas (de -80 °C a +538 °C), à umidade, à corrosão e a produtos químicos. Ideais para aplicações em painéis de energia solar, elas garantem segurança na amarração em instalações expostas ao tempo. Também são indicadas para instalações offshore.

Entre os acessórios opcionais está a trava do manípulo para

disjuntores SHB, que pode ser utilizada nos modelos monopolar, bipolar e tripolar. O produto opera na frequência de 50 / 60 Hz e tensão máxima de isolamento de 415 Vca.

Certificados pelo Inmetro, os minidisjuntores possuem grau de proteção IP 20.

pela

HellermannTyton são altamente resistentes a temperaturas

Abraçadeiras são indicadas para aplicação em painéis solares.


Painel de normas

18

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

Projeto de lei estimula compartilhamento de infraestrutura por concessionárias Em análise na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal, PLS nº 428/2014 aumenta para 30% o percentual das receitas que fica com as empresas Está em análise na Comissão de

comenta que há uma enorme extensão

Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado

de fibras óticas instaladas no Brasil pelas

Federal o projeto de lei nº 428/2014

prestadoras do setor elétrico e com o

que estimula o compartilhamento de

compartilhamento essa rede poderia ser

infraestrutura

e

utilizada para uso comercial, aumentando a

permissionárias de serviço público. O

por

concessionárias

oferta de serviços de transmissão de dados.

projeto aumenta para 30% o percentual

Conforme Diniz, isto também alargaria a

que fica com as concessionárias das

cobertura dos serviços de telecomunicação

receitas auferidas com o compartilhamento

para áreas remotas e ampliaria a competição

de infraestrutura. Atualmente, conforme

no setor de telecomunicações. .

normas da Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel), apenas 10% dessas

mais cinco outros que fazem parte do

receitas permanecem com as empresas,

Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

sendo 90% revertidas em favor do

O senador do PT-AC foi designado

consumidor de energia elétrica.

como relator pela Comissão de Ciência,

De acordo com o autor do projeto, o

Tecnologia, Inovação, Comunicação e

senador Anibal Diniz (PT-AC), tornando o

Informática (CCT) para acompanhar o

valor mais atrativo, incentiva-se a utilização

desenvolvimento do PNBL em 2014. (Com

compartilhada de estruturas. O legislador

informações da Agência Senado).

Além desse projeto, Anibal apresentou

Indústrias que reduzirem o consumo de energia podem ter incentivo fiscal Projeto de Lei nº 7728/2014 estipula que as empresas da indústria eletrointensiva que reduzirem espontaneamente a quantidade de eletricidade usada tenham compensação tributária gradativa

Tramitando em caráter conclusivo na

consumo de energia que reduzirem

Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei

espontaneamente

nº 7728/2014, do deputado Eduardo

eletricidade usada tenham compensação

da Fonte (PP-PE) pretende conceder

tributária gradativa. Com a compensação,

incentivo fiscal a empresas da indústria

tributos devidos pela empresa serão

eletrointensiva – como a de produção

compensados por créditos em recursos

de aço, alumínio, papel e celulose –

gerados pela economia energética.

que reduzirem o consumo de energia

Atualmente,

elétrica.

aguardando a designação de relator

A

proposta

projeto

de

está

do

na Comissão de Minas e Energia. O próximo passo é ser analisado pelas

estabeleceu

Política

deputado

o

quantidade

PP-PE altera a Lei nº 10.295/01, que a

do

a

de

comissões de Finanças e Tributação; e

Conservação e Uso Racional de Energia,

Nacional

de Constituição e Justiça e de Cidadania.

e dispõe que as indústrias com alto

(Com informações da Agência Câmara).



Painel de normas

20

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

ABNT publica oito normas em janeiro

Óleo mineral isolante “Óleo

mineral

isolante

e para proteger os dispositivos contra

discriminação entre descargas parciais

cargas de até 1000 N inclusive.

e interferência.

Ensaio de imunidade a transiente elétrico rápido/salva

Condutores elétricos

Determinação da tensão interfacial de óleo-água pelo método do anel – Método

de ensaio” é o título da norma ABNT

A norma ABNT NBR 7302:2015 foi

NBR 6234:2015 publicada no dia 22

Também publicada no dia 21 de

publicada no dia 19 de janeiro deste ano

de janeiro de 2015. O documento tem

janeiro, a norma ABNT NBR IEC 61000-

e estabelece o método de verificação da

como objetivo especificar o método do

4-4:2015 é intitulada “Compatibilidade

deformação linear com a tensão repetida

anel para a determinação da tensão

eletromagnética (EMC) – Parte 4-4:

aplicada aos condutores elétricos de

interfacial óleo-água, em óleo mineral

Ensaios e técnicas de medição – Ensaio

alumínio.

isolante

de

utilizado

em

equipamentos

imunidade

a

transiente

elétrico

este

rápido/salva". Com 41 páginas, esta

método de ensaio é frequentemente

parte da norma refere-se à imunidade

aplicado para óleo em serviço como uma

de equipamentos elétricos e eletrônicos

indicação do grau de deterioração.

para

elétricos.

Conforme

a

ABNT,

transientes

repetitivos

Invólucros de equipamentos elétricos

e

elétricos

fornece

rápidos

requisitos

de

Linha área de transmissão de energia elétrica Documento

normativo

cuja

data

de publicação é 13 de janeiro de

imunidade e procedimentos de ensaio

2015,

relacionados

a

ABNT

NBR

8664:2015

elétricos

constitui os requisitos para sinalização

Com o título “Graus de proteção

rápidos/salvas. Além disso, o texto

de identificação de linha aérea de

assegurados

de

define as variações dos níveis de ensaio

transmissão de energia elétrica, bem

os

e estabelece procedimentos.

como, quando necessário, da sua faixa

equipamentos

pelos

invólucros

elétricos

contra

a

transientes

e/ou de seus acessos.

impactos mecânicos externos (Código IK)",

a

norma

ABNT

NBR

IEC

Medição de descargas parciais

62262:2015 é aplicável a equipamentos

Plugues e tomadas para uso industrial

não

Com 23 páginas, a norma ABNT

superior a 72,5 kV. O texto normativo

NBR 6940:2015 “Técnicas de ensaios

também foi publicado no dia 22 de

elétricos de alta tensão – Medição

janeiro deste ano.

de descargas parciais” foi publicada

“Plugues e tomadas para uso industrial

no dia 19 de janeiro. O documento

– Parte 1” aplica-se aos plugues e

fornece orientação à elaboração de

tomadas, aos conjuntos acopladores

normas de equipamentos no que diz

de cabo e aos conjuntos conectores

elétricos

com

tensão

nominal

Caixas e invólucros para dispositivos elétricos

A ABNT NBR IEC 60309-1:2015,

respeito a descargas parciais e ainda

do equipamento, com tensão nominal

A Associação Brasileira de Normas

define os termos empregados e as

de funcionamento não superior a 1000

Técnicas (ABNT) publicou no dia 21 de

grandezas para medição; e descreve os

V em corrente contínua ou corrente

janeiro de 2015 o documento normativo

circuitos de ensaio e os instrumentos

alternada, com frequência não superior

ABNT

60670-23:2015.

de medição que podem ser utilizados.

a 500 Hz em corrente alternada, e

Sob o título “Caixas e invólucros para

Além disso, recomenda os tipos de

corrente nominal não superior a 800

dispositivos elétricos para instalações

medição e de instrumentos adequados

A,

elétricas fixas para uso doméstico e

para aplicações específicas; recomenda

uso industrial, interno ou externo. O

análogo”, a norma é aplicável às caixas

métodos para calibração e verificação;

documento

e aos invólucros previstos para serem

descreve

no dia 6 de janeiro de 2015 e tem 87

instalados em todos os tipos de piso

fornece

NBR

IEC

procedimentos orientação

no

de

ensaio;

tocante

à

destinados

páginas.

principalmente

normativo

foi

para

publicado



Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Terex América Latina projeta aumento de 15% no faturamento deste ano Perspectiva de crescimento vem na esteira de investimentos feitos pela empresa no ano passado. A companhia aportou R$ 20 milhões no aprimoramento de sua estrutura na América Latina e do atendimento na área de pós-vendas e treinamento

A Terex Latin America, ramo latino-

que a companhia possa resolvê-los com

americano da Terex, empresa da área de

eficácia, e mais rapidamente.

içamento e movimentação de materiais,

Outra

projeta um crescimento de 15% em seu

pela companhia no ano passado ocorreu

faturamento para este ano ante 2014. Esta

no

elevação é fruto, dentre outros fatores, das

basicamente

estratégias adotadas pela empresa no ano

possibilitam

passado para superar as expectativas do

de distribuição de energia, tais como

cliente e obter eficiência nas operações: a

veículos com escada montada sobre

companhia investiu mais de R$ 20 milhões

suporte basculante e giratório, cestos

no aprimoramento de sua estrutura na

aéreos, bastões e varas de manobra,

América Latina e do atendimento na área

e instrumentos de teste e detecção. A

de pós-vendas e treinamento.

companhia

Destaque para o lançamento em

realizadas na fábrica de Betim (MG). O

2014 do programa “Minha Terex”: canal

gerente comercial da unidade de negócios

direto de atendimento 24 horas por dia,

de Cestos Aéreos da Terex Latin America,

sete dias por semana, relacionado a

Rafael Vilan, explica que, anteriormente, a

peças, serviços, garantia e treinamento.

empresa desenvolvia muitos equipamentos

O programa, que compreende todas

por demanda e isso foi modificado agora,

as unidades de negócio da Terex, tais

com a empresa fabricando produtos

como guindastes, plataformas aéreas,

“standards”,

processamento de materiais e utilities,

contínua. Assim também foram diminuídos

objetiva antecipar os diagnósticos de

os custos e foi redefinida a distribuição,

eventuais problemas e demandas, para

objetivando maior competitividade.

grande

segmento

Empresa aprimorou processo produtivo na fábrica de Betim (MG).

de por

mudança utilities,

composto

equipamentos

intervenções

simplificou

em

realizada

linha

nas

as

de

que redes

operações

produção



24

Painel de empresas

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Chint comemora 30 anos com crescimento de 215% em 2014 Fabricante chinês de equipamentos elétricos industriais e de energia limpa realizou evento no fim do ano passado no qual foram abordadas ações, lançamento e projetos para 2015

Durante o Fórum de Marketing 2015, realizado em Natal (RN), a fabricante chinesa Chint apresentou os resultados do ano que passou, ações, lançamentos e projetos para 2015, além do planejamento até 2020.

Em comemoração a seus 30 anos de

Sampaio, na ocasião a empresa para

nome ainda não pode ser revelado – e a

existência, a Chint, fabricante chinês de

qual a companhia chinesa fornecia seus

implantação em todas as capitas do país

equipamentos elétricos industriais e de

produtos foi adquirida por outro fabricante,

de pelo menos um distribuidor máster,

energia limpa, realizou no final do ano, em

fazendo com que a Chint perdesse 100%

que será responsável pela região. “Isso

Natal (RN), o Fórum de Marketing 2014.

do mercado brasileiro. Como reação foi

facilitará o acesso aos produtos Chint em

A companhia apresentou na ocasião a

construída a filial, que abriga as equipes

todo Brasil”, explica.

seus principais distribuidores do Brasil e

comerciais e de engenharia. “Com a nova

da América Latina resultados do ano que

filial recuperamos e superamos o volume de

que a construção da nova fábrica da Chint

passou, ações, lançamentos e projetos

vendas que tínhamos até 2011”, destaca

no Brasil ocorrerá em 2016. A planta

para 2015 e o planejamento da empresa

Para 2015, a fabricante chinesa

industrial atenderá ao seguimento de baixa

até 2020. Foi anunciado também no

promete diversas novidades. Entre os

tensão. Conforme Sampaio, até 2020,

evento a construção nos próximos anos

quais o lançamento de um kit compacto

a companhia planeja ter filiais em mais

de uma nova fábrica da Chint no Brasil.

para usos residencial de sistema de

três países: México, Chile e Venezuela,

A Chint cresceu 215% no país em

energia solar. “Lembrando que a Chint é

que, junto com a fábrica nova no Brasil,

2014, fechando contratos com mais

o maior gerador de energia solar da China

facilitará a logística e a distribuição

11 distribuidores master distribuídos. A

e em 2014 comprou a maior fábrica de

de todos os países da América Latina.

elevação no ano passado, assim como

placa solar da Alemanha para atender

A Chint espera até a referida data já

nos últimos três anos, pode ser explicada

o mercado europeu”, conta o gerente

trabalhar com o segmento de alta tensão

pela implantação da filial da empresa em

comercial. A empresa ainda anunciou o

e fortemente em energia solar. “Dentro

território nacional, mais especificamente,

fechamento de um acordo para um projeto

do planejamento devemos superar os R$

em São Paulo, no ano de 2011. Conforme

de fabricação O&M (marca própria) com

500 milhões em investimentos”, finaliza o

o gerente comercial da Chint, Márcio

uma marca famosa no Brasil – cujo o

gerente comercial.

Durante o evento foi divulgado ainda



Painel de empresas

26

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Pan Electric divulga nova identidade visual Marca remete aos principais atributos da empresa: inovação, dinamismo, sofisticação, criatividade e iniciativa e pode ser resumida pelo slogan: “O que nos conduz é desafio”

de

A Pan Electric, empresa fabricante cabos

oficialmente visual.

A

elétricos, sua nova

nova

apresentou identidade

logomarca

remete

aos principais atributos da empresa: inovação,

dinamismo,

sofisticação,

criatividade e iniciativa, e destaca um reposicionamento da companhia não só perante a seus clientes diretos, mas também ao consumidor final, mostrando que está sintonizada com o momento

A nova marca traz conceitos como inovação, criatividade e sofisticação.

atual da empresa e as necessidades do mundo contemporâneo. De acordo com a Pan Electric, o conceito da nova marca é sintetizado pelo slogan: “O que

na

nos conduz é o desafio”.

específicos

fabricação

de

para

cabos altas

elétricos

conhecidos ou inéditos. A empresa

baixas

começou suas atividades em uma área

e

Fundada em 1987, produzindo tubos

temperaturas, cabos de aquecimento,

de 300 m². Na atualidade, o parque

isolantes flexíveis e cordões têxteis,

cabos navais, cabos de uso móvel

fabril da companhia apresenta 7 mil m²

a Pan Electric é hoje especializada

e

de área construída.

projetos

especiais

para

usos


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

28

Capítulo I – Conceitos fundamentais I • Conceitos básicos • Propagação da luz • Iluminância e luminância • Fontes de luz

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez

40

Capítulo I – Sistemas de distribuição – natureza, análise das cargas e definições • A natureza das cargas • Definições • Análise da carga de consumidores individuais • Demanda • Fator de carga

EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

44

Capítulo I – Definições e estudos do sistema elétrico que servem de base para as especificações técnicas dos equipamentos para subestações de transmissão e distribuição • Tensões e correntes aplicadas nos equipamentos de uma subestação • Especificação dos valores de tensão e corrente em uma nova subestação • Estudos de curtos-circuitos • Estudos de estabilidade, eletromecânicas, flutuação de tensão e impactos no sistema

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES DE BAIXA TENSÃO Eduardo Daniel Capítulo I – Introdução • Aspectos mais genéricos das instalações e de seus requisitos • Importância do estabelecimento de normas técnicas confiáveis • Importância na avaliação da conformidade das instalações

54


Apoio

Iluminação pública e urbana

28

Capítulo I

Novo!

Conceitos fundamentais I Por Plinio Godoy*

Nesta edição iniciamos uma série de 12

Este trabalho é um processo vivo,

Na

artigos sobre iluminação pública e urbana,

assim, sugestões e comentários são bem-

formuladas diferentes teorias para explicar

objetivando levar ao leitor uma visão

vindas a fim de aprimorar sempre a

a luz, sendo a primeira tentativa efetuada

geral dos aspectos técnicos, normativos e

informação e a busca pela qualidade da

por Isaac Newton no século XVII com a

de soluções, possibilitando melhorar sua

iluminação em nossas cidades, visando a

chamada Teoria Corpuscular, com base

capacidade crítica e permitindo uma análise

iluminação social.

em três premissas: 1. Os corpos luminosos

mais embasada nos conceitos fundamentais,

Parte do material a ser utilizado nestes

emitem energia radiante em formas de

conhecimentos, dicas e detalhes técnicos que

capítulos foram desenvolvidos no livro

partículas; 2. Estas partículas propagam-se

muitas vezes passam despercebidos dos olhos

“Iluminação Urbana”, escrito por mim,

em linhas retas; 3. Estas partículas atuam

destreinados.

Plinio Godoy, e por Paulo Candura.

sobre a retina, estimulando uma resposta

Não

temos

aqui

a

pretensão

de

desenvolver um curso de iluminação, mas

história

científica,

foram

que produz uma sensação visual.

Conceitos básicos

sim levantar alguns assuntos importantes,

Já no final do século XVII, o holandês

Christiaan Huygens lançou a Teoria

aguçando a curiosidade daqueles interessados

Define-se “luz” como a energia

Ondulatória da Luz, com base nas premissas

para aí sim buscar um aprofundamento.

radiante que é capaz de excitar a

de que a luz é resultado das vibrações

Como diz o nome deste fascículo,

retina do olho humano e produzir, por

moleculares no elemento luminoso e de

abordaremos a iluminação pública e urbana,

consequência,

visual,

que as vibrações são transmitidas em um

pois entendemos a existência de questões

desencadeando o processo de percepção

meio denominado “Éter”, com movimento

específicas nestas duas áreas, lembrando o

visual. A compreensão completa da luz

ondulatório em forma similar às ondas da

entendimento mais abrangente da iluminação

implica não somente o conhecimento

água. E estas vibrações assim transmitidas

como um todo: a Iluminação das cidades!

das leis físicas sobre sua natureza como

atuam sobre a retina do olho humano,

também as respostas do ser humano

estimulando uma resposta que produz a

perante esse fenômeno.

sensação visual.

Dividimos assim os assuntos a serem

discutidos neste espaço: Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12

uma

sensação

Conceitos fundamentais I Conceitos fundamentais II Fotometria básica Iluminação urbana Fontes de luz na iluminação urbana Luminárias na iluminação urbana Eletrônica na iluminação urbana Iluminação viária Iluminação de áreas verdes Iluminação de valorização urbana Poluição luminosa Plano mestre de iluminação urbana

Mais adiante, no século XIX, o físico

escocês James Clerk Maxwell estabelece a Teoria Eletromagnética, partindo da ideia de que os corpos luminosos emitem luz por meio de energia radiante. Esta energia se propaga em forma de ondas eletromagnéticas, que atuariam sobre a retina do olho humano, estimulando uma resposta que produz a sensação visual. As ondas eletromagnéticas são campos elétricos e magnéticos paralelos


Apoio

se propagando no espaço e têm velocidade

século XX, dirigiu sua atenção ao que

c = lf, em que c é a velocidade da luz, l o

era, todavia, um problema não resolvido

cientistas Louis De Broglie e Heisenberg

comprimento de onda, que é a distância

pela física do século XIX, e que consistia

estabeleceram as premissas de que cada

entre os picos, e f é a frequência (o

na

diversos

elemento de massa em movimento tem

inverso do período de uma oscilação).

comprimentos

energia

associado uma onda cuja longitude é

As diferentes frequências de oscilação

calorífica irradiada por um corpo quente.

estão associadas a diferentes tipos de

Sob certas condições ideais, a energia

radiação. Por exemplo, ondas de rádio

se distribui de um modo característico.

têm frequências menores, a luz visível tem

Planck

frequências intermediárias e a radiação

explicada

radiação

Em que l é a longitude de onda associada

gama tem as maiores frequências.

eletromagnética era emitida pelo corpo

ao movimento de onda; h é a constante de

A Teoria do Eletromagnetismo foi o

distribuição

entre

de

onda

demonstrou supondo

os da

que que

podia a

Unificando as teorias acerca da luz, os

definida pela equação: l=h/mv

ser

em pacotes discretos aos quais chamou

Planck; m é a massa da partícula; e v é a

que permitiu o desenvolvimento da Teoria

“quanta”.

velocidade da partícula.

Restrita (ou Especial) da Relatividade por

Albert Einstein, em 1905, descrevendo

de que a energia é emitida e absorvida

a física do movimento na ausência de

em quantidades definidas (Fótons) e

campos

que o valor energético de cada fóton é

gravitacionais.

A

noção

de

variação das leis da física no que diz

O postulado de Planck parte do ponto

determinado pelo produto de:

A radiação visível A energia radiante na parte visível do espectro está inserida entre duas

respeito aos observadores é a que dá nome hxv

à teoria, à qual se acrescenta o qualificativo

longitudes de onda, 380-770 nanômetro (IESNA, 1993). Isso significa que os olhos

de especial ou restrita, por limitar-se apenas aos sistemas em que não se têm em

Em que: h = 6,626 x 10-34 (Constante de

humanos estão aptos a enxergar a radiação

conta os campos gravitacionais.

Plank) e v = frequência da vibração do

dentro destes comprimentos de onda, é o

fóton (Hz).

que chamamos de luz (Figura 1).

O físico Max Planck, no início do

29


Apoio

Iluminação pública e urbana

30

Figura 1 – Luz visível

Propagação da luz

obtém-se a reflexão dita especular.

Com relação ao fenômeno da refração,

A luz se propaga em linha reta em

se o raio incidente encontra-se em um meio

um meio homogêneo e a uma velocidade

1, de índice de refração n1, e o raio refratado

menor do que a velocidade no vácuo,

encontra-se em um meio 2, de índice de

segundo um fator definido como Índice de

refração n2, a relação dos ângulos incidente

Refração do meio. Quanto mais próximo

e emergente é expressa pela equação:

da unidade for o Índice de Refração, mais n1 sen F1 = n2 sen F2

próxima é a velocidade de propagação no

entre dois meios com distintos índices de refração, uma parte da radiação é refletida

É importante salientar que, sempre que

se ilumina uma superfície cuja característica

vácuo (velocidade da luz). Quando a luz atravessa a interface

Figura 3 – Reflexão.

Esta expressão é conhecida como Lei de Snell.

Reflexão e transmissão difusa

de reflexão é especular, o resultado é a baixa percepção de luz; quando se ilumina uma superfície com características de reflexão difusa, os resultados são muito mais

pelo meio um e a outra parte é transmitida pelo meio dois, sofrendo um desvio da

Em geral, a distribuição angular da luz

expressivos, considerando-se o índice de

direção original, ao que caracteriza que a

refletida e transmitida depende do ângulo

sua reflexão. Em linhas gerais, sempre que

luz sofreu uma refração (Figura 2).

de incidência do raio luminoso em relação

há o interesse na iluminação de uma dada

à superfície e da natureza da rugosidade da

superfície é recomendada a utilização de cores

superfície.

claras e acabamentos foscos (reflexão difusa).

Figura 2 – Refração.

Os raios incidente e refletido, quando

em um mesmo meio, são iguais, ou seja, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de emergência. Quando a superfície é polida,

Figura 4 – Curvas de sensibilidade CIE.


Apoio

31


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

Sensibilidade espectral do olho humano

Fluxo luminoso

por E, sua unidade de medida é o Lux e é calculada pela relação lm/m2.

O fluxo luminoso F é a parte do fluxo 1 Lux = 1 lm/1 m2

A sensibilidade do olho humano não é

radiante de uma fonte relacionada à resposta

uniforme dentro do espectro visível, sendo

visual humana, conforme explicitado na

que a variação em relação ao comprimento

curva de sensibilidade CIE (Figura 4), entre

Caso a área utilizada seja sq.ft (pé

de onda pode ser analisada no gráfico da

380 nm e 780 nm, considerando-se a curva

quadrado), o resultado é expresso em fc

Figura 4.

de visão fotópica. A unidade de medição

(lm/ft2). Pelas relações de área, tem-se:

chama-se lúmen (lm).

A visão fotópica

1 footcandle = 10.76391 lux

“Um Lúmen é o fluxo luminoso de uma

radiação monocromática caracterizada por

Em ambientes nos quais há altos níveis

uma frequência de 540 Hz x 1012 Hz e um

de iluminação, em geral durante o dia,

fluxo radiante de (1/683)W”

a percepção da luz é representada pela

De forma resumida, uma energia

curva relativa à visão fotópica, percebida

radiante de 1 W proporciona no máximo

completamente pelos receptores chamados

683 lm, quando utilizada uma radiação

de cones. A resposta máxima desses

monocromática de 555 nm.

receptores ocorre na região verde amarelada do espectro, cujo comprimento de onda

Eficiência da fonte

está na casa dos 555 nanômetros (nm).

A visão escotópica

Na prática, o fluxo luminoso de uma

lâmpada é a soma de toda energia radiante que sensibiliza o olho humano na visão

Em ambientes nos quais há baixos níveis

fotópica, diretamente relacionada com a

de iluminação, em geral durante o período

capacidade de cada fonte em transformar

noturno, e os olhos humanos dispõem de

energia elétrica em luminosa. A esta

tempo suficiente para se adaptar à escuridão

capacidade chama-se de eficiência da fonte

observador da superfície iluminada, isto é,

(até 30 minutos), tem-se a visão chamada

medida em lumens por watt (lm/W) e pode

tudo o que os olhos humanos enxergam pode

escotópica, percebida por outra categoria

ser analisada na Figura 5.

ser descrito por luminância de determinado

de receptores, os bastonetes. A resposta máxima

dos

bastonetes

ao

estímulo

Iluminância e luminância

Figura 6 – Iluminância.

O conceito de luminância baseia-se no

objeto. A luminância de um objeto iluminado depende do ângulo de visão entre o plano e o observador e, por consequência,

ocorre na região azulada do espectro, cujo comprimento de onda está na casa dos

O conceito de iluminância, no passado

da superfície aparente do objeto e de seu

507nm.

conhecido por iluminamento, caracteriza o

índice de reflexão. A luminância é medida

resultado de uma fonte de luz que incide em

em candela por metro quadrado (cd/m2) no

determinada área iluminada. Simbolizada

sistema internacional (Figura 7).

A visão mesópica Na região intermediária entre as visões fotópica e escotópica, tem-se uma interessante visão chamada mesópica, em que cones e bastonetes interagem entre si, proporcionando uma visão débil em reconhecimento de cores, aumentando a percepção das cores vermelhas em relação às azuis (motivo pelo qual a luz de freio dos automóveis é vermelha). Assim, para cada momento do dia e sua respectiva quantidade de luz, a curva de sensibilidade move-se desde a visão fotópica e escotópica, conforme mostrado na Figura 4.

Figura 5 – Eficiência da fonte luminosa.


Apoio

Supondo a existência de duas lâmpadas

de dimensões diferentes, porém com o mesmo fluxo luminoso, se olharmos as duas fontes luminosas a uma mesma distância, a lâmpada maior será percebida menos brilhante do que a lâmpada menor, ou seja, luminância pode ser também descrita por brilho. Ou ainda, o brilho de superfícies escuras é menor que o brilho de superfícies Figura 7 – Luminância.

claras.

Intensidade luminosa A definição de luminância utiliza um conceito de intensidade luminosa (I) medido em candela (cd). O conceito de intensidade luminosa pode ser descrito pela unidade de luz, que quando somada resulta no fluxo luminoso da fonte. Dessa forma, a integral de todas as intensidades luminosas emitidas por uma fonte resulta no fluxo luminoso da fonte. Figura 8 – Luminância e brilho.

Por definição: intensidade luminosa (I)

33


Apoio

Iluminação pública e urbana

34

é a luz que se propaga numa dada direção,

sendo uma medida relativa à percepção de

aparência diante de uma fonte de luz. A luz

dentro de um ângulo sólido unitário e sua

luminosidade da luminância.

artificial, como regra, deve permitir ao olho humano perceber as cores corretamente ou

unidade é lúmen/esferorradiano ou candela (cd). O ângulo sólido (w) é uma medida

Considerando

do espaço tridimensional, assim como o

existe o conceito aditivo, ou seja, em que

que

na

iluminação

Lâmpadas

radiano é para o espaço bidimensional.

a adição de todas as fontes de espectro

apresentam as cores com total fidelidade

O esferorradiano é a unidade de um

monocromático resulta na luz branca,

e precisão. Quanto mais baixo o índice,

ângulo sólido, ou seja, um ângulo no espaço

pode-se, com base em três cores básicas

mais deficiente é a reprodução de cores.

tridimensional.

monocromáticas, o sistema RGB criar a luz

Os índices variam conforme a natureza da

com a cor que se deseja. Para cores menos

luz, e são indicados de acordo com o uso de

saturadas, acrescenta-se a luz branca,

cada ambiente.

obtendo-se como resultado cores pastéis. A esse sistema chama-se de RGBW.

Figura 9 – Esferorradiano.

Medidas colorimétricas

No que se refere à cor, temos duas

situações distintas: a cor na esfera da impressão e percepção e a cor no âmbito da iluminação. A cor percebida pertencente a um objeto ou a uma fonte de luz refere-se a uma percepção instantânea. Ela depende da interação de fatores como as características do objeto e da fonte de luz incidente sobre este objeto, dos arredores, da direção de visão e capacidades do observador.

A cor de um objeto é definida pela

cor da luz refletida ou transmitida por ele

o mais próximo possível da luz natural. com

Ra

Dentre as características da luz relativas

para o bom entendimento e definição da

de luz artificial foi estabelecido há mais de

fonte de luz: a aparência de cor correlata

100 anos e, durante este período, foram

ou, simplesmente, a aparência de cor.

desenvolvidos diversos estudos para se

Quando há necessidade de expressar

chegar a descrições e recomendações de

uma determinada cor de luz emitida por

como a luz deveria ser melhor utilizada.

uma fonte, utiliza-se esta definição com

Inicialmente,

frequência, pois ela expressa diretamente a

quantificar a luz, ou seja, medir as diversas

cor emitida com base em uma comparação

unidades características das fontes de luz,

com padrão definido.

como fluxo luminoso.

É sabido que a maioria dos corpos,

Chegou-se,

quando aquecidos a temperaturas suficiente­

quantitativa da luz, para a qual foram

mente altas, emite luz avermelhada e que, à

realizadas pesquisas estatísticas com base

medida que a temperatura do corpo aumenta,

na observação de universos de pessoas

a cor da luz emitida tende para o tom azulado.

estatisticamente válidas. O objetivo era

Índice de reprodução de cores (Ra ou IRC)

O uso da energia elétrica para produção

as

pesquisas

assim,

para

cada

tipo

de

atividade.

Mais

somente a quantidade correta de luz, mas

É a medida de correspondência entre

o desenvolvimento de soluções que visam a

a cor real de um objeto ou superfície e sua

qualidade do ambiente iluminado, ou seja,

vermelho, amarelo, laranja, verde, azul ou roxo. Saturação: corresponde à pureza da cor que determina o tom. Uma cor monocromática Por

consequência, como em iluminação, o branco se dá pela soma das diversas cores saturadas. Claridade: refere-se à quantidade de luz,

abordagem

recentemente, as técnicas buscaram não

Tom: associado a cores básicas como

saturação.

à

buscaram

definir a quantidade de luz necessária

pode ser caracterizada por:

maior

100

à cor, dois aspectos são fundamentais

padrão (luz do sol, por exemplo). A cor

tem

a

Fatores humanos em iluminação

quando iluminado por uma fonte de luz

espectral

igual

Figura 10 – Aspectos que influenciam a qualidade de um sistema de iluminação.


Apoio

35


Apoio

Iluminação pública e urbana

36

analisar os efeitos psicológicos da luz nas

direta ou indireta das fontes de luz em

pessoas – uma abordagem qualitativa.

intensidades que possam atrapalhar ou

impedir a execução de determinada tarefa.

O assunto relacionado à qualidade da

iluminação foi desenvolvido na Divisão 3

O ofuscamento direto ou indireto

(que trata dos temas ambientes interiores

criado por uma fonte de luz está

e lighting design) do Comitê Internacional

relacionado à intensidade da luz observada

de Iluminação (CIE), por meio do Comitê

e a iluminação existente no ambiente. Neste

Técnico TC 3-34. Ficou estabelecido que

caso, estamos nos relacionando com as

a qualidade de um sistema de iluminação

luminâncias observadas, e é fundamental

é determinada pelo grau de excelência

para o projetista preocupar-se com um bom

alcançado

balanceamento destas luminâncias.

relativo

ao

bem-estar

das

pessoas e sua integração com as questões

arquitetônicas e econômicas.

do elemento iluminado ou da fonte, e

O conforto visual é, na verdade, o

como a luminância está relacionada à área

atendimento de vários quesitos que podem

observada, temos maior probabilidade de

interferir direta ou indiretamente na ação

minimizá-la quando trabalhamos com

de enxergar objetos e ambientes. Alguns

fontes de maior dimensão, motivo pelo

fatores têm possibilidade de interferir na

qual o ofuscamento criado por lâmpadas

qualidade e no conforto visual, e estar

fluorescentes é menor quando comparado

diretamente relacionados à iluminação ou

ao ofuscamento criado por lâmpadas

com a tarefa em si.

incandescentes pequenas.

O ofuscamento depende da luminância

Figura 12 – Sombras.

é causado pela relação espacial entre a tarefa, o observador e a fonte de luz ou por sombras indesejáveis criadas por elementos terceiros.

A consideração do uso de iluminação

localizada para a correção destes transtornos é importante, pois é uma ferramenta de fácil implementação e eficaz para prover a luz necessária no local necessário.

No entanto, pode-se interagir com as

fontes de luz e os objetos, criando espaços iluminados em que a presença de sombras é desejável para a criação de efeitos

Problemas associados à iluminação

especiais. A essa técnica dá-se o nome de Shadowlighting.

A variação temporal da iluminação artificial,

também

conhecida

como

Flickering, é a quase percepção pelo indivíduo da variação do fluxo luminoso diante da frequência nominal da tensão de 50 Hz ou 60 Hz. Dizemos quase percepção pelo fato de, na maioria dos casos, não haver a real percepção da variação de fluxo, porém há o indício de que constantes dores de cabeça

Figura 11 – Ofuscamento.

Sombras

estão relacionadas a este fato. Interessante é o fato de que, quando se utilizam os reatores

eletrônicos de alta frequência (entre 30 KHz e

de uma fonte de luz e de um objeto, pois onde

50KHz), o problema relacionado às dores de

não há luz, não há sombra. Imediatamente

cabeça diminui drasticamente, aumentando o

pode-se imaginar que, quanto maior for o

bem-estar do indivíduo.

número de fontes, maior será o número de

A reflexão da luz em superfícies

sombras, porém com menor contraste.

próximas

o problema, quando a utilização dos

A sombra será mais definida quanto

indesejável e causada, principalmente, pelas

equipamentos

for

menor for a fonte de luz. Desta relação

características de reflexão relacionadas ao

uma opção econômica possível, é o

chama-se de luz dura toda luz que produz

ângulo de incidência da luz proveniente da

balanceamento entre fases elétricas em

sombras definidas, e de luz mole toda

fonte ou do grau de reflexão da superfície, se

luminárias próximas.

aquela que produz sombras difusas.

é uma reflexão difusa, mista ou especular. A

Um problema a evitar com as sombras

reflexão é normalmente controlada a partir

é a diminuição da qualidade de uma tarefa

da fonte, anteparo ou mesmo da alteração

pela má visualização causada por uma

de posição do objeto, como um livro, por

sombra indesejada. Em geral, esse problema

exemplo.

Uma

orientação

para

eletrônicos

minimizar não

Ofuscamento

O ofuscamento é fruto da observação

A sombra é a consequência da presença

Figura 13- Shadowlighting.

Reflexões veladoras

ao

observador

pode

ser


Apoio

37

Fontes de luz

Hoje em dia não se pode mais chamar

de lâmpadas as fontes de luz artificial em uso no campo da iluminação, pois há fontes de luz eletrônicas em estado sólido chamadas LEDs (light emitting diode, diodos emissores de luz, na tradução livre do inglês). Dessa forma, para entender a evolução desses dispositivos, vamos começar a entender as lâmpadas.

Lâmpadas incandescentes

Figura 14 – Elementos da lâmpada incandescente.

As lâmpadas incandescentes produzem

somente este fato não conseguia produzir

luz através da incandescência de um

luz por longos períodos de tempo em

conhecidos certos aspectos de uma lâmpada

filamento confeccionado a partir dos metais

função da queima do filamento.

incandescente como potência (W); tensão de

de transição tungstênio e molibdênio.

Verificou-se

este

operação (V); bulbo; e base. A potência de

O

americano

filamento em um ambiente sem ar, ou

uma lâmpada, definida em watts (W), equivale

Thomas Edison, o precursor da lâmpada

seja, no vácuo, ele produzia luz por mais

à potência consumida pela lâmpada em uma

incandescente, verificou que, para o

tempo. E o desenvolvimento tecnológico da

hora de operação. Assim, uma lâmpada de 100

filamento produzir luz, bastava aquecê-lo

lâmpada possibilitou chegar no que hoje é

watts equivale a um equipamento que consome

utilizando-se da energia elétrica. Porém,

uma lâmpada incandescente.

100 watts por hora.

inventor

e

empresário

que,

inserindo

Para uma especificação perfeita, devem ser


Apoio

Iluminação pública e urbana

38

Determinar somente a potência da

bulbo por meio de molde do vidro e da

lâmpada não permite estabelecer um

inserção de material refletivo no interior

parâmetro seguro de especificação, pois o

do bulbo já formado. A segunda categoria

valor da tensão de operação é importante

é formada pelas lâmpadas conhecidas como

para o seu perfeito funcionamento. Assim,

PAR (Parabolic Aluminium Reflector), mais

deve-se especificar a tensão de operação da

robustas que as lâmpadas refletoras e mais

lâmpada com base na tensão de operação do

resistentes à umidade. Esse tipo de lâmpada

local em que ela será utilizada. É necessário

apresenta como principal característica um

pesquisar se a tensão de operação é 110 V,

bulbo confeccionado em vidro prensado,

115 V, 120 V, 127 V, 208 V ou 220 V.

mais resistente em relação às refletoras de

O bulbo, recipiente de vidro que

bulbo soprado, permitindo a utilização,

recobre o filamento, difere de lâmpada para lâmpada, principalmente em função da potência consumida. Quanto maior a potência da lâmpada, com mais calor envolverá o filamento e de mais espaço este filamento precisará. O formato de bulbo mais conhecido é o chamado pera, contudo, outros formatos foram desenvolvidos para

Figura 16 – Curva Isocandela.

curva, expressa em Candela (cd), que une as intensidades em diversas direções. A esta curva dá-se o nome de Isocandela. Assim, a soma dos planos formando 360 graus ao redor da fonte de luz traduzirá a emissão total da lâmpada ou luminária.

facilitar o uso em diferentes luminárias.

muitas vezes, em sistemas sem a necessidade de luminárias fechadas. Sendo da categoria das lâmpadas refletoras, as lâmpadas PAR focam o fluxo luminoso produzido pelo filamento em direções e intensidades específicas de cada modelo. Nestes casos, o valor do fluxo luminoso nominal da lâmpada não é mais importante, mas sim a curva de como o fluxo é direcionado.

Fotometria básica

Este é o motivo pelo qual as lâmpadas

refletoras, em geral, devem ser analisadas pela curva fotométrica ou por simplificações

Como qualquer fonte de luz, a lâmpada

práticas, como podemos analisar na Figura 18.

incandescente produz luz de maneira diferente para cada tipo de bulbo. Por exemplo, uma lâmpada incandescente cristal que possui o vidro transparente produz luz como demonstrado na Figura 15. Figura 17 – Emissão total da lâmpada.

Importante salientar que este método

de transformar a emissão de uma lâmpada em planos e curvas (Isocandela) é feito para qualquer fonte de luz ou luminária, sendo a maneira pela qual se traduz um efeito físico em dados, usados para os cálculos manuais

Figura 15 – Emissão de luz por lâmpada incandescente cristal.

Figura 18 – Curva fotométrica de uma lâmpada refletora.

ou informatizados.

Uma categoria importante de bulbos

considerando a intensidade máxima, em

A leitura desta curva deve ser feita

é a das lâmpadas refletoras, que diferem

candelas (cd), produzida pela lâmpada,

das demais por apresentarem uma camada

no centro do facho de luz. Duas linhas

interna feita em material refletivo e que

são

Uma maneira de descrever como a

produz uma curva fotométrica específica,

estão as intensidades, expressas em

consideradas,

mostrando

luz é produzida para fins de utilização em

focando a luz produzida pelo filamento,

candelas, correspondentes à metade da

um software de cálculo é a transformação

independentemente da luminária na qual

intensidade máxima, chamadas de linha

desta emissão em diversos planos, distintos

está instalada.

da intensidade de meio pico. Define-se

em suas posições em relação ao centro

A categoria das lâmpadas refletoras

a abertura do facho desta lâmpada o

geográfico da lâmpada.

pode ser dividida em duas subcategorias: da

ângulo formado entre estas duas linhas.

Unindo-se as diversas intensidades

primeira fazem parte as lâmpadas refletoras

Uma

neste determinado plano, tem-se uma

de bulbo soprado, obtendo-se a forma do

curvas

utilização fornecidas

prática

pelos

onde

das

fabricantes


Apoio

é

a

determinação

a

certa

lâmpada

distância: uma lâmpada aqui chamada de R63 de 60 W e abertura de facho de 30

calculada em zero grau, passando pela

graus produzirá, a dois metros de altura,

intensidade máxima (cd). Pelas relações

um círculo iluminado com diâmetro de

trigonométricas, calcula-se o diâmetro

107 centímetros e iluminância igual a 240

do círculo formado pela emissão de

lux. Uma opção de projeto seria que, para

uma lâmpada simétrica, como são as

conseguir um espaço iluminado geral de

lâmpadas circulares.

240 lux, deve-se posicionar as lâmpadas

Na Figura 19, podemos analisar

neste espaço à altura de dois metros a cada

perpendicular

à

39

um exemplo dos níveis de iluminação e

em

plano

da

iluminância normal

um

distância

da

1,07 metro. Outra

maneira

de

apresentar

a

distribuição de luz de uma lâmpada ou luminária é a divisão em planos, para o que se criou uma curva chamada curva polar. As curvas polares de lâmpadas ou luminárias circulares, isto é, cuja fotometria é simétrica em relação ao eixo central da fonte de luz, são apresentadas conforme a curva mostrada na Figura 20. Esta curva mostra, para cada ângulo, a intensidade (cd) emitida pela lâmpada – esta curva específica mostra que a intensidade máxima Figura 19 – Níveis de iluminação e distância.

a zero grau é de aproximadamente 8.700 cd.

Figura 20 – Aspecto de curvas polares.

* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

40

Capítulo I

Novo!

Sistemas de distribuição – natureza, análise das cargas e definições Por Manuel Luís Barreira Martinez*

“Achieve much, appear little”* [Heinz Guderian]

A natureza das cargas

Definições

 Demanda média

A modelagem e a análise dos sistemas

Conforme discutido, a carga que um

A média das demandas durante um período

de tempo específico (dia, semana, mês, etc.).

de potência dependem fundamentalmente

consumidor individual ou um grupo de

Exemplo: A demanda média a cada 15 minutos

da carga. No entanto, surge uma pergunta:

consumidores apresenta para um sistema

em kW do mês de fevereiro foi de 350 kW.

“o que é carga?” O interessante neste caso é

de distribuição está em constante variação,

que a resposta para esta pergunta depende

uma vez que, caso um equipamento elétrico,

 Demanda diversificada

de qual é o tipo de análise desejada. Por

ou mesmo uma lâmpada seja ligada ou

Soma das demandas impostas por

exemplo, a análise em regime permanente

desligada, a carga vista pelo sistema é

um grupo de cargas durante um período

– Estudo de Fluxo de Potência – de um

modificada.

específico de tempo.

sistema de transmissão – uma vez que

Deste modo, para facilitar a descrição

Exemplo: A demanda diversificada a cada

as constantes de tempo dos fenômenos

do comportamento variável e aleatório

15 minutos em kW no período que se

a serem avaliados são distintas, e, por

das cargas, é usual definir um conjunto

encerrou às 9h30 foi de 200 kW.

conseguinte, também o são suas equações

de termos e conceitos, que devem sempre

representativas – requer uma definição de

considerar e incluir o intervalo de medição

 Demanda máxima diversificada

carga diferente da que é usada na análise

da grandeza, um período específico e as

do comportamento transitório de um

unidades:

impostas por um grupo de cargas durante

circuito secundário de um transformador

Valor máximo da soma das demandas

um período específico de tempo.  Demanda

Exemplo: A demanda máxima diversificada

distribuição.

Carga média durante um período

a cada 15 minutos em kW da semana foi de

específico.

500 kW.

aos sistemas de potência estão em constante

• A demanda, ou seja, a carga pode ser

 Demanda máxima não coincidente

variação e, quanto mais próximo do

expressa em kW, kVAr, kVA ou A.

consumidor final se situa o ponto de

Exemplo: A demanda a cada 15 minutos em

das

observação, mais pronunciadas são estas

kW é de 100 kW.

sem nenhuma restrição de ocorrência

instalado

em

um

alimentador

de

O principal problema para qualquer

tipo de análise é que as cargas conectadas

oscilações. Em suma, é possível afirmar que,

Para um grupo de cargas é a soma demandas

individuais,

máximas,

simultânea no tempo.

no sentido literal, não existe uma "carga em

 Demanda máxima

Exemplo:

regime permanente". Finalmente, também

Maior de todas as demandas que

coincidente a cada 15 minutos em kW da

é possível ponderar que, para se ter um

ocorrem durante um período de tempo

semana foi de 700 kW.

bom conhecimento da carga conectada a

específico.

um sistema elétrico, é necessário primeiro

Exemplo: A demanda máxima a cada 15

 Fator de demanda

conhecer o comportamento, de forma

minutos em kW durante esta semana foi de

individual, de seus consumidores.

150 kW.

carga conectada.

* “Consiga muito, apareça pouco”.

A

demanda

máxima

não

Razão entre a demanda máxima e a


Apoio

 Fator de utilização

das cargas, sejam sua aplicação quando da

instantânea, em kW, de um consumidor varia

Razão entre demanda máxima e a

análise do carregamento de consumidores

durante cinco intervalos consecutivos de

potência máxima da instalação.

individuais e, por fim, de seus agrupamentos.

tempo de 15 minutos, em termos instantâneos

A Figura 1 mostra como a carga

e médios – “Efeito de um Processo de Integração”.

 Fator de carga Razão entre a demanda média de um consumidor individual ou grupo de consumidores durante um período de tempo e a sua demanda máxima.  Fator de diversidade Razão entre a demanda máxima não coincidente e a demanda máxima diversificada.  Diversidade de carga Diferença entre demanda máxima não coincidente e a máxima demanda diversificada.

Análise da carga de consumidores individuais

Figura 1 – Curva de demanda de um consumidor

Nota: A unidade utilizada para descrever uma carga pode ser, em tese, qualquer uma. Quando se utiliza a unidade kW, tem-se por intenção trabalhar, de modo complementar, com a "energia consumida" ou

Uma vez conhecidas as principais

"fornecida". A unidade kVA, em geral, é associada aos conceitos de "perdas" ou ainda "potência nominal".

definições necessárias à caracterização

As relações entre as unidades seguem os padrões das relações que regem as redes e sistemas elétricos.

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

Demanda

A Figura 2 mostra a curva de demanda

em kW a cada 15 minutos no período de De modo a definir uma carga, a curva

24 horas de um consumidor genérico. Esta

de demanda é dividida em intervalos de

curva é desenvolvida, por exemplo, a partir

tempo, usualmente iguais. Na Figura 1,

de uma planilha que fornece a demanda

foi escolhido o intervalo de tempo de 15

em kW para cada 15 minutos para um

minutos. Para cada intervalo de tempo, foi

período de 24 horas.

D[KW]I - Demanda no Intervalo i;

Demanda máxima

de cálculo;

determinado o valor médio da demanda. Na Figura 1, as linhas retas, paralelas à abscissa, também representam a carga média no intervalo de tempo de 15 minutos.

A curva de demanda mostrada na

Quanto mais curto for o intervalo de

Figura 2 representa um consumidor

tempo, mais "exato" é o modelo para a carga

residencial típico. Cada barra fornece

representada. Esse processo é similar a um

a demanda em kW a cada 15 minutos.

procedimento de integração numérica. O

Neste caso, é conveniente notar que,

valor médio da carga no intervalo de tempo

durante o período de 24 horas, ocorre

definido é a demanda em kW, neste caso, a

uma grande variação da demanda. Este

cada 15 minutos.

consumidor em particular apresenta três períodos em que a demanda em

Nota: É possível discretizar a carga a níveis de

kW excede o valor de 6 kW. O maior

minuto a minuto, ou qualquer outro intervalo

deles é a demanda máxima em kW a

de tempo que se considere adequado. O ponto

cada 15 minutos. Para este consumidor

em questão é que existem limites para este

a demanda máxima em kW a cada 15

procedimento. Primeiro, existem os limites

minutos ocorre às 13h15 e tem o valor de

técnicos na armazenagem, no tratamento

6,34 kW.

e na transferência de dados. Segundo, é necessário observar que os modelos de carga

Demanda média

são associados a outros modelos físicos, por exemplo mecânicos, como uma característica

Uma vez que a unidade utilizada para

térmica. Logo, é conveniente verificar a

definir a característica do consumidor

coerência entre as constantes de tempo.

mostrado na Figura 2 é na forma de kW,

Finalmente, é razoável e conveniente usar o

é possível, por meio da Equação 1, calcular

bom senso necessário a qualquer atividade

a energia em kWh consumida durante um

envolvendo engenharia.

determinado período de tempo.

ET - Energia [kWh];

N1- Número Intervalos de tempo no pe­río­do

T→ H - Intervalo de tempo em minutos. Para intervalos de tempo de 15 minutos, ou seja, 96 intervalos a cada 24 horas a energia total consumida em um dia é o somatório de todos 96 os consumos registrados para os intervalos de 15 minutos, intervalos de ¼ de hora, ou seja, quatro intervalos de tempo em uma hora, conforme mostra a Equação 2.

Deste modo, durante o período de 24

horas (1-Dia) o Consumidor #1, como mostra a Figura 2, consome 63,18 – kWh.

Por sua vez, a demanda média, ainda

em kW, em um determinado período de tempo é calculada conforme a Equação 3:

Alternativamente, a demanda média,

novamente em kW, em um determinado período tempo pode ser calculada pela Equação 4:

Logo, considerando no período de tempo de 24 horas, o Consumidor #1 apresenta uma demanda média a cada 15 minutos, de 2,63 – kW:

Fator de carga Figura 2 – Curva de demanda em kW a cada 15 minutos para o período de 24 horas do consumidor – 1.

“Fator de carga” é um dos termos


43 freqüentemente

utilizados

quando

se

descreve uma carga. Ele é definido como a razão entre a demanda média e a demanda máxima. Em muitos casos, o fator de carga fornece uma indicação de como os recursos de um serviço público de concessão estão sendo utilizados.

Do ponto de vista das concessionários

de serviço público, o fator de carga ótimo deve ser 1,0, uma vez que os sistemas são projetados para fornecer, pelo menos o que se considera como demanda máxima. Deste modo, algumas vezes as

concessionárias

encorajam

vários

consumidores a aumentarem seus fatores de carga. Em geral, um dos métodos adequados é apenar os consumidores que têm um baixo fator de carga nas suas contas de energia.

Para o Consumidor #1, como mostra a

Figura 2, o fator de carga pode ser calculado conforme a Equação 5, em que se assume que o fator de potência é constante.

*Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

44

Capítulo I

Novo!

Definições e estudos do sistema elétrico que servem de base para as especificações técnicas dos equipamentos para subestações de transmissão e distribuição Por Sérgio Feitoza Costa*

Nesta

são

Cigré Internacional em dezembro de 2014:

apresentados conceitos de engenharia para o

série

de

fascículos,

Tools For The Simulation Of The Effects

projeto e especificação de equipamentos de

Of The Internal Arc In Transmission And

subestações de transmissão e distribuição.

Distribution Switchgear;

São abordadas todas as fases do ciclo de vida

Disjuntores,

dos equipamentos, desde o planejamento

e

para-raios:

dos valores de tensões e correntes da futura

de equipamentos de subestações por

subestação até sua utilização propriamente

concessionárias de energia;

de uma subestação, além das situações

dita.

secionadores, especificações

painéis

especificações técnicas dos equipamentos.

Tensões e correntes aplicadas nos equipamentos de uma subestação

técnicas No dia a dia dos equipamentos elétricos

proteção

“normais” em regime permanente ocorrem

os

contra incêndios: especificações técnicas

situações “anormais” como curtos-circuitos

capítulos serão agrupados nos seguintes

de equipamentos de subestações por

e sobretensões.

temas:

concessionárias de energia;

Para

facilitar

a

compreensão,

Transformadores,

reatores,

Nas situações normais, são aplicadas

• Equipamentos para usos em locais

correntes e tensões não superiores aos

• Definições e estudos do sistema elétrico

especiais

valores

que servem de base para as especificações

salinidade, poluição): técnicas de projeto,

Pode-se dizer que um equipamento que foi

técnicas dos equipamentos;

ensaios e normas;

projetado para operar durante uma certa

• Curtos-circuitos, ampacidades, sobrecargas

• Normas técnicas sobre painéis de baixa

vida útil, se for utilizado até seus valores

e contatos elétricos (fundamentos do projeto

tensão: conceitos, regras de projeto e

nominais terá um envelhecimento normal.

para elevação de temperatura, forças e

oportunidades para evitar a repetição de

tensões eletrodinâmicas no curto circuito,

ensaios;

de partes metálicas, conexões e isolantes não

tensões transitórias de restabelecimento e

• Normas técnicas sobre painéis de média e

ultrapassam certos limites especificados nas

processos de interrupção e aspectos de arcos

alta tensões: conceitos, a nova IEC 62271-

normas técnicas para os ensaios de elevação de

de potência);

307 (2015) sobre extensão da validade de

temperatura. Da mesma forma, para as tensões,

• Técnicas de ensaios de alta potência,

relatórios de ensaios;

se os valores não passam muito dos valores

laboratórios de ensaios e fundamentos dos

• Técnicas para simulação de ensaios de alta

nominais, o isolamento não é prejudicado ou

principais ensaios;

potência e aplicações no desenvolvimento e

tem seu envelhecimento acelerado.

• Estudos elétricos de sobretensões, coor­

certificação de produtos;

de­­ nação

aterramento,

• Tecnologias atuais e futuras para os

são:

determinação de efeitos e impactos de

principais equipamentos para subestações

campos elétricos e magnéticos;

de transmissão e distribuição.

de

isolamento,

(atmosferas

explosivas,

alta

nominais

dos

equipamentos.

Neste caso, as elevações de temperatura

As situações “anormais” mais comuns

• Sobrecorrentes de curta duração causadas por curtos-circuitos (< 3 s);

• Particularidades dos arcos de potência internos e externos, segurança de pessoas

O texto a seguir é o primeiro tema da

• Sobrecorrentes de longa duração (dezenas

e instalações e informações sobre a

série e trata das definições e estudos do

de segundos ou minutos) causadas por

“Brochura Cigré 602”, publicada pelo

sistema elétrico que servem de base para as

sobrecargas;


Apoio

• Sobretensões de longa duração (s ou dezenas

voluntária (PDVs) tiraram prematuramente

contatos, terminais, conexões, soldas e

de s) causadas por distúrbios no sistema;

do trabalho a maior parte do excelente corpo

isolantes. Tais partes podem ter limitações

• Sobretensões de curtíssima duração (µs)

técnico formado pouco antes. É um erro

quanto às máximas temperaturas ou

como as ondas de impulso.

grosseiro de planejamento que demonstra

elevações de temperaturas permissíveis. Os

falta de interesse no longo prazo. Parece

valores são influenciados pelos diferentes

Em

podem

que longo prazo agora é o período de um

ciclos de correntes.

ocorrer efeitos elétricos ou mecânicos

consequência

destas

mandato. Saímos da boa rota de investir

Nas normas IEC, base das normas

importantes, conduzindo a falhas mais ou

em tecnologia e capacitação para investir

brasileiras, os valores de temperaturas e

menos imediatas na instalação. Embora

apenas em marketing de realizações que os

elevações de temperatura permissíveis

levem sempre a culpa, estes eventos são

escândalos e os fatos mostram que não são

partem dos princípios de que a temperatura

totalmente previsíveis, não mudaram muito

verdade. As seguidas mudanças de modelo do

ambiente não excede a 40 °C e seu valor

nos últimos 100 anos e não são os culpados

setor elétrico não nos levaram à frente.

médio em período de 24h não excede a 35

de apagões e outras anormalidades. Para lidar com estes basta ter bom planejamento

°C. Se a temperatura do ambiente em que Sobrecorrentes de longa duração

o equipamento está instalado é superior a

e capacitação técnica.

São causadas por sobrecargas de

estes 40 °C, os limites de norma, para efeito

Nestes aspectos, em meus 60 anos,

dezenas de segundos até alguns minutos.

de ensaios de elevação de temperatura,

testemunhei, nos setores elétrico e de energia,

A temperatura de partes dos equipamentos

devem ser reduzidos.

muitos avanços dos anos 1970 até meados

pode tornar-se mais elevada que a

dos 1990. Depois entramos em uma trajetória

suportabilidade dos materiais isolantes.

na norma para a elevação máxima de

descendente. Nos últimos 15 anos, à medida

Esta é caracterizada pelos limites que não

temperatura de uma conexão é de 75 K e o

que o Brasil crescia, a capacitação técnica e

podem ser excedidos aos especificados nas

equipamento é instalado em um local em

a disponibilidade de laboratórios de ensaios

normas técnicas, para ensaios de elevação

que a temperatura máxima do ar ambiente

decresceu. Seguidos planos de demissão

de temperatura. São limites aplicáveis a

é de 50 °C, o limite a não ultrapassar no

Por exemplo, se o limite especificado

45


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

46

ensaio de elevação de temperatura será de

Tabela 1 – Alguns valores das máximas temperaturas e elevações permitidas nas normas IEC

75 - 10 = 65 K ao invés de 75 K. Um ótimo documento para entender melhor estes conceitos é a IEC/TR 60943: Guidance concerning the permissible temperature rise for parts of electrical equipment, in particular for terminals (ver Tabela 1).

Se estes limites são excedidos no dia

a dia da utilização dos equipamentos, por exemplo, nas sobrecargas das horas de

ponta,

o

equipamento

tem

seu

envelhecimento normal acelerado de forma calculável. Por exemplo, considere que se aplica uma sobrecarga e a temperatura do fluido envolvendo um contato ou terminal passa de Te1 para Te2 e que a elevação de temperatura naquele passa de ΔTi1 para ΔTi2. De acordo com expressão de cálculo mostrada na IEC 60943, a vida útil do componente é multiplicada por um fator de envelhecimento K expresso por: K = 2 [(ΔTi1- ΔTi2) / Δi + (Te1-Te2)/ Δe] ΔTi1 e ΔTi2 são as elevações de temperatura do componente nas condições normais e de sobrecarga. Te1 e Te2 são as temperaturas do fluido em torno do componente nas mesmas condições. Com base nesta expressão, se um contato de cobre tem máxima elevação de temperatura permitida pela norma de ΔTi = 35K e é utilizado regularmente com

Figura 1 – Elevação de temperatura durante circuitos.

elevação de temperatura de ΔTi2 = 35K + 6,5 = 41,5 K sua vida útil é reduzida em algo da ordem de 50%. Os limites máximos de elevação de temperatura das normas levam em conta dois grupos de valores. O primeiro corresponde a partes de componentes cujas temperaturas não devem exceder certo valor que ocasionaria muito rápida ou imediata destruição. Esta é a situação de materiais isolantes, contatos estanhados e molas. O segundo grupo diz respeito a componentes suscetíveis a envelhecimento gradual, mas cuja temperatura de destruição rápida é elevada. Um exemplo é a elevação de temperatura dos contatos de cobre nu limitada a 35 K.

Sobrecorrentes de curta duração

nos momentos iniciais da circulação das

São causadas por curtos circuitos

correntes. Na norma IEC 61117: Method

havendo

for assessing the short-circuit withstand

dois

efeitos

importantes

a

considerar:

strength of partially type-tested assemblies (PTTA), são mostrados os métodos de

• Superelevações adiabáticas de temperatura

cálculo, considerando-se, inclusive, os

que podem chegar a recozer peças de cobre

efeitos de ressonâncias. No fascículo sobre

ou mesmo fundir componentes. A Figura 1

simulações de ensaios de alta potência,

mostra a equação base de cálculo;

serão mostrados exemplos detalhados

• Os efeitos eletrodinâmicos das correntes

extraídos do documento “Validação da

de curto-circuito podem implicar em

Simulação de Ensaios de Alta Potência”,

esforços da ordem de toneladas em

que

isoladores e peças metálicas.

www.cognitor.com.br/TR_071_ENG_

pode

ser

baixado

em:

http://

ValidationSwitchgear.pdf

As elevadas correntes de curto-circuito

produzem esforços mecânicos elevados

Devido

ao

grande

número

de

variáveis envolvidas, mesmo para sistemas


Apoio

47


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

48

relativamente simples, é necessário o uso de softwares específicos. No dimensionamento de barramentos e cubículos é um cálculo imprescindível. Há detalhes no livro “Painéis, Barramentos E Secionadores e Equipamentos de Subestações”, de autoria de Sergio Feitoza. Download livre em: http://www.cognitor. com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf Há

ainda

dois

outros

aspectos

importantes associados a curtos circuitos que serão tratadas em outro fascículo desta série. É o caso dos arcos de potência. O caso típico dos arcos internos é o que ocorre em cubículos de médias e baixas tensões quando tal equipamento é energizado e alguém esqueceu Figura 2 – Configuração básica para cálculo de esforços eletrodinâmicos.

uma ferramenta dentro. O outro caso é o de arcos de potência em cadeias de isoladores que ocorrem em torres de transmissão. Estes podem derreter peças mecânicas importantes fazendo até mesmo que haja queda do cabo. Um outro tipo de arco interno é o que ocorre em falhas de transformadores de transformadores. Existe a norma ABNT NBR 8222 - Execução de sistemas de prevenção contra explosão e incêndio, por evitar sobrepressões decorrentes de arcos elétricos internos em transformadores e reatores de potência, única no mundo, que trata deste assunto. Foi publicada em dezembro de 2014 a brochura Cigré 602 “Tools for the simulation of the effects of internal arc in transmission and distribution switchgear”,

Figura 3 – Forças ao longo do tempo.

elaborada por grupos de trabalho – dos quais eu participei – nos âmbitos, respectivamente, do CB-24 da ABNT e do WG A3-24 do Cigré internacional. Sobretensões de longa duração Estas

sobretensões

ocorrem

com

relativa frequência, por exemplo, quando em circuitos trifásicos, uma das fases é aberta durante uma falta permanecendo as demais fechadas. São sobretensões da ordem de até 150% da tensão da rede e na frequência da rede ou próxima dela. Associadas a estas ocorrências existe o ensaio de tensão aplicada a frequência industrial a seco ou sob chuva conforme será detalhado no próximo fascículo sobre Figura 4 – Sobretensões x ensaios.

ensaios (Figura 4).


Apoio

Sobretensões de curta duração As

principais

ocorrências

atender a uma necessidade de energia ou

Estudos de fluxo de potência ou de carga

nas

tráfego de energia em uma certa região.

redes elétricas são devido às descargas

A própria existência da subestação pode

os parâmetros do funcionamento do sistema

atmosféricas e os chamados impulsos

ser um fator de motivação para o futuro

e da subestação em regime permanente desde

de manobra. Os impulsos de manobra

aumento da carga e desenvolvimento na

as horas de carga leve até as horas de ponta.

surgem devido à abertura e fechamento sob

região. Por isso, os estudos realizados

Um equipamento da subestação, ao longo

tensão dos disjuntores e secionadores. São

procuram visualizar um horizonte de pelo

de um dia, pode estar sendo utilizado com

simulados em laboratório por impulsos de

menos uns 15 a 20 anos. Nos anos iniciais,

correntes permanentes que variam de 30% a

tensão com uma forma de onda de 250 µs x

os equipamentos trabalharão com pouca

130% dos valores nominais.

2500 µs, sendo o primeiro valor o tempo de

carga e com menores níveis de curto-

frente e o segundo associado ao tempo de

circuito. O passar do tempo fará estes

de outras subestações vizinhas à nova, valores

cauda. As descargas atmosféricas provocam

valores crescerem. Por exemplo, quando se

como: a) o carregamento de linhas, geradores

sobretensões elevadas que, em laboratório,

adquire um disjuntor de 31,5 kA – 145 kV

e transformadores, b) as perdas de transmissão,

são representadas por impulsos de tensão

para uma nova subestação ele pode nos anos

c) os módulos e ângulos de fase das tensões

com forma de onda 1,2 / 50 µs.

iniciais precisar abrir correntes de apenas

nas barras, d) as potências ativas e reativas nas

30% ou 60% de suas possibilidades. Este é

linhas de transmissão.

um dos motivos pelos quais os ensaios de

interrupção em disjuntores são feitos para

base na experiência anterior e em práticas

100%, 60%, 30% e 10% da plena capacidade

do setor, calculam-se quais as maiores

Especificação dos valores de tensão e corrente em uma nova subestação

Estudos fornecem informações e definem

Nestes estudos, serão definidos, em função

A partir das possíveis configurações com

de interrupção.

correntes permanentes que circularão nas

Quando uma concessionária de energia

Os principais estudos feitos para a

barras, secionadores, disjuntores e outros

ou o operador do sistema elétrico vai

definição dos valores da subestação são: (a)

equipamentos. Isto é feito com base no tipo

definir os valores de uma futura subestação

Estudos de fluxo de carga, (b) Estudos de

de arranjo, por exemplo, disjuntor e meio,

de energia, em geral, parte da premissa de

curto circuito e (c) Estudos de estabilidade.

varra dupla etc. (ver Figura 5).

49


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

50

Figura 5 – Estudo de fluxo de carga.

Depois de calculados os valores

Nestes estudos, são obtidos os

de cálculo como o ATP / EMTP –

máximos que podem ocorrer nos vários

valores das correntes suportáveis de

ATPDRAW, entre outros. A partir das

setores da subestação, são definidos os

curta duração e de crista e também as

alternativas

valores reais, selecionando-se um dos

durações máximas destas correntes. Para

base na experiência anterior e práticas

valores padrão imediatamente superior

disjuntores e fusíveis são ainda obtidos

no setor, calculam-se quais as maiores

mostrados

na

norma

técnica,

de

configurações

com

por

os valores de X/R, parâmetros da tensão

correntes permanentes que circularão

exemplo, 1.250 A e 1.600 A. Depois desta

de restabelecimento transitória (TRT) e

nas barras, secionadores, disjuntores e

seleção, pode-se decidir por exemplo

componentes CA e CC no momento da

outros equipamentos. Isto é feito com

padronizar todos os equipamentos pelo

separação dos contatos dos disjuntores.

base no tipo de arranjo, por exemplo

valor máximo, evitando ter dois valores

Com base nos estudos se pode,

disjuntor e meio, varra dupla etc.

diferentes na mesma subestação. Isto é

a título de exemplo, definir que será

decidido caso a caso e de acordo com as

usado um secionador com capacidade

Estudos de estabilidade

práticas de que está implantando ou vai

de 40 kA eficaz durante 1 segundo com

eletromecânica, flutuação de

operar a subestação. Evitar exageros em

valor da primeira crista igual a 2,6 x 40

especificações aumenta a eficiência da

= 104 kAcr.

empresa sem perda de qualidade.

O procedimento é parecido com

conectada à rede elétrica, devem ser

o dos estudos de fluxo de carga já

cumpridos

descritos. Porém, são usados programas

pelo Operador Nacional do Sistema

Estudos de curtos-circuitos

Figura 6 – Estudos de curto-circuito.

tensão e impactos no sistema Para que uma nova subestação seja requisitos

estabelecidos


Apoio

51


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

52

(Procedimentos de Rede). Há vários módulos que devem ser seguidos, por exemplo, o 3.6, que estabelece os requisitos técnicos mínimos para a conexão à rede básica.

Nestes estudos, devem ser listados os

tipos de cargas a utilizar e os impactos que podem ser causados no sistema pelas operações feitas na subestação. Dependendo da situação, são requeridos estudos de proteção, flutuação de tensão, penetração

harmônica,

estabilidade

eletromecânica, em que são verificados

Figura 7 – Campo magnético próximo a dois condutores.

aspectos como as variações de tensão de curta duração que ocorrem nos curtos-

Tabela 2 – Níveis de referência para campos elétrico e magnéticos (60 Hz).

circuitos.

Instalação em 60Hz

A título de exemplo, se em um ponto

do sistema ocorre uma manobra ou curto que produz uma queda de tensão de 5% nas subestações próximas, este evento

Campo Elétrico (kV/m)

Campo Magnético (μT)

Público em geral

4,17

200,00

População

8,33

1000,00

Ocupacional

provavelmente não terá impacto ou nem será percebido. Se ocorre uma queda de tensão de, digamos 12% durante 0,2s, típica de um pequeno curto-circuito na rede ou um ensaio de alta potência em laboratório, para um observador atento, esperando pelo evento, isto pode ser percebido como uma pequena piscada na luz não suficiente para atuar relés de subtensão nas subestações.

Se ocorrem, entretanto, subtensões

com de mais de 20% e, particularmente, se

houver

religamentos

(evento

frequente na residência deste autor ao longo de muitos anos e reclamações à concessionária), isto pode causar queima de aparelhos, computadores ou mesmo desligar cargas importantes do sistema. Figura 8 – Imagens mostram a pequena distância entre os equipamentos e uma residência.

Estudos de campos elétricos e

magnéticos

e magnéticos, cabe mencionar alguns

intensidade

Depois de definida a subestação, são

de

corrente

elétrica.

aspectos dos campos magnéticos.

Diminuem ao aumentar a distância

necessários estudos adicionais para o

A

correntes

do condutor por onde a corrente está

projeto detalhado. Estes incluem desde

permanentes elevadas produz campos

circulando. A indução magnética (B),

cálculos para definir as malhas de terra,

magnéticos que, se ficarem acima de

produzida a uma distância (r) de um

potenciais de passo, tensões induzidas

certos níveis, podem ser prejudiciais

condutor em que passa uma corrente

e medidas de segurança elétrica até os

a pessoas (saúde) e a instalações

(I), pode ser calculada pela expressão

estudos de campos eletromagnéticos.

(aquecimentos indevidos). Os campos

B = (μ * I) / (2.π.r), em que B mede-se

Para os estudos de campos elétricos

magnéticos

em Tesla, a corrente I em Amperes e

circulação

são

de

proporcionais

à


Apoio

a distância r em metros. Suponha que

Entretanto, as regras para redes de média

• Disjuntores e Chaves – Aplicação em

tivéssemos dois fios, por exemplo,

tensão com instalações próximas a

Sistemas de Potência – CE 13 do Cigré -

as duas fases do secundário de um

prédios, nos meios das grandes cidades,

Brasil em parceria com Furnas / UFF, 1996.

transformador de distribuição 225 kVA

não são bem definidas. Vejam na Figura

• Transients in Power Systems – Lou Van de

13,8/220V em que circulassem 600 A

8 duas fotos que mostram a distância

Sluis - John Wiley & Sons Ltd. ISBN 0471486

como na Figura 7. Usando a expressão

entre os transformadores e as chaves

396.

mencionada, teríamos a 1 metro de

fusíveis da janela do apartamento. Estas

• ABB Switchgear Manual -

distância um campo magnético da

não estão localizadas em favelas, estão

http://www.4shared.com/office/

ordem de grandeza de 240 micro Tesla.

em áreas de alto valor de IPTU, perto

ErozeZWB/20269998-5068033-ABB-Switch-

Os campos magnéticos produzidos

da residência do autor deste artigo.

Ge.html.

nas imediações da subestação não

É difícil imaginar o que aconteceria

• “Painéis, barramentos, seccionadores e

podem

ser

superiores

impostos

pela

exposição

de

se uma criança esticasse um cabo de

equipamentos de subestações de transmissão

a

vassoura para tocar nos fios? Se isto não

e distribuição”, livro de Sérgio Feitoza Costa.

Informações

é admissível em um país do primeiro

Livre download em: http://www.cognitor.

mundo por que é tão comum aqui?

com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf.

aos

legislação pessoas.

limites para

a este respeito são encontradas em documentos como a norma ABNT NBR 15415, a Lei Federal 11.934, de

Referências

Referências

5/5/2009, as Resoluções Aneel 398, de 23/03/2010, e 616, de 01/07/2014. Na

• Equipamentos Elétricos – Especificação

Resolução Aneel 616/2014, estes valores

e Aplicação em Subestações de Corrente

são como na Tabela 2.

Alternada – Furnas / UFF, 1985.

As regras para subestações de alta

• Transitórios Elétricos e Coordenação de

tensão são razoavelmente claras e

Isolamento – Aplicação em Sistemas Elétricos

com base nas normas internacionais.

de Alta tensão – Furnas / UFF, 1987.

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

53


Apoio

Qualidade nas instalações BT

54

Capítulo I

Novo!

Introdução Por Eduardo Daniel*

Os fascículos a serem publicados

periodicamente, de modo a garantir a

componentes, curtos-circuitos devido a

nas

contínua adequação às cargas instaladas e

falhas de isolação e combustão em materiais

importantes para os envolvidos com as

edições

aos critérios de segurança.

próximos aos pontos quentes. Apesar de as

instalações elétricas no Brasil, tratando de

Para os equipamentos, a etiquetagem de

normas técnicas brasileiras serem, desde

detalhes desde a aplicação dos requisitos

eficiência também é compulsória, de modo

a década de 1980, baseadas nos critérios

normativos até a capacitação de mão de

que é possível maximizar a eficiência do

internacionais, estes, pela própria natureza

obra utilizada nos serviços. Este primeiro

conjunto instalação/equipamentos de uso

das normas internacionais, são requisitos

capítulo descreve aspectos mais genéricos

final.

mínimos e limitados, pois representam o

das instalações e de seus requisitos, a

consenso dos diversos países participantes.

importância do estabelecimento de normas

tratamento equivalente ao de outros países,

Eles

técnicas confiáveis, tratando também da

apesar de os requisitos técnicos aplicáveis

pela parte específica e mais detalhada

importância da avaliação da conformidade

serem basicamente os mesmos, baseados

pela

das instalações em seu começo de vida útil,

nas normas internacionais da IEC, e de a

a

o que na atual versão da ABNT NBR 5410 é

infraestrutura nacional ser perfeitamente

competentes.

chamado de inspeção final.

competente para permitir a adequada

As instalações elétricas prediais de

adoção por projetistas, instaladores e para

vez que o poder do Estado não tem atuado

baixa tensão representam, sob o ponto de

a sua verificação.

para o estabelecimento do regulamento

vista de usos finais de energia elétrica, o

O acompanhamento da experiência

técnico. As instalações elétricas mais

meio de ligação entre a fonte fornecedora e

internacional na área da defesa da

antigas, sobretudo aquelas projetadas e

os equipamentos finais. Seu correto projeto

segurança das instalações elétricas prediais

construídas há mais de 20 anos, apresentam

e a utilização de produtos tecnicamente

mostra a atuação segura dos organismos

uma tendência natural de inadequação ao

conformes não bastam para garantir a

de normalização e mesmo do Estado por

uso, considerando:

segurança dos seus usuários e nem a

meio de requisitos normativos adequados,

eficiência dos processos envolvidos, pois se

regulamentação complementar, se não

• Conflito entre valores da carga atual e da

o serviço da instalação for executado por

perfeita,

capacidade projetada da instalação;

pessoas não qualificadas ou com técnicas

diferentes em sua implementação, que

• Evolução dos critérios técnicos adotados

inadequadas, ficam comprometidos tanto a

buscam o mesmo objetivo principal de

nas diferentes épocas de projeto;

segurança quanto os critérios operacionais

tornar a instalação de baixa tensão “à prova

• Condições de segurança aplicáveis aos

da instalação e de sua eficiência.

de usuários”.

usuários e equipamentos;

Em

de

grande

2015

trarão

mas

criando

mecanismos

têm

que

ser

complementados

regulamentação responsabilidade

nacional, das

sob

autoridades

No Brasil, a situação é diferente, uma

países

A falta de competência técnica do

• Eficiência no uso da energia elétrica nas

usuário comum não pode ser utilizada

instalações.

aplicáveis

instalações,

dos

No Brasil, o assunto não tem recebido o

desenvolvidos existem requisitos legais às

parte

temas

das

como justificativa para não tratar os

normas técnicas de domínio público

além

riscos envolvidos com choques elétricos,

A

antes de sua entrega e aplicados também

sobrecargas que aquecem os diversos

elétricas

atual

situação

residenciais

das em

instalações construções


Apoio

antigas é alarmante e merece uma atenção

Em relação à regulamentação sobre

época de sua construção, que não previam

especial. Segundo estatísticas do Corpo

o assunto, pode-se afirmar que o nível de

o nível de potências atuais.

de Bombeiros do Estado de São Paulo, a

exigências das normas técnicas brasileiras

segunda maior causa de incêndios no Estado

é adequado, coerente e ajustado às

internas deve seguir padrões conhecidos

são as instalações elétricas inadequadas.

normas internacionais, porém, não existe

e normalizados a fim de prevenir a

Este dado pode ser comprovado mediante

mecanismo regulamentado no país que

ocorrência de acidentes que ponham em

pesquisas e avaliações reais detalhadas

defina a complementação das normas e que

risco propriedades e vidas humanas. Não

e que demonstram que a maioria dessas

possibilite uma avaliação sistemática das

é admissível que pessoas sejam expostas

construções não cumpre os requisitos

instalações prediais. Esta desconexão entre

a acidentes causados por qualidade de

mínimos de segurança. Uma situação

a existência de normas técnicas adequadas

materiais e produtos deficientes, serviços

preocupante e de importante cunho social,

e nenhuma regulamentação que exija o seu

de instalação mal executados, bem como

pois expõe a população ao risco de morte.

cumprimento coloca a vida, a saúde e a

condições de operação de equipamentos

segurança das pessoas e do patrimônio em

inseguras.

Nas avaliações feitas em amostra de

edifícios residenciais na cidade de São

gravíssimo risco.

Paulo, nenhum deles apresentou condições

totalmente

seguras

e

atendendo

aos

Vale ressaltar também que instalações

A qualidade das instalações elétricas

Várias causas podem ser identificadas

inadequadas à demanda atual fazem

como geradoras de problemas potenciais nas

requisitos das normas técnicas existentes.

com que a eficiência energética sofra

instalações, podendo-se destacar, entre elas:

Os principais problemas encontrados

redução sensível devido às perdas nos

são a falta de aterramento adequado e

diversos componentes, principalmente nos

• Projeto inexistente ou inadequado,

condutores

elétricos

subdimensionados

condutores.

realizado por pessoa que desconhece os

para a real carga instalada, ou seja, alto risco

critérios normativos;

de choques elétricos e de incêndios. E, em

instalações mais antigas não está adequada

• Utilização de materiais e produtos

caso de incêndio, com a emissão de fumaça

às necessidades atuais e foram projetadas

inadequados ou não conformes com

tóxica pelos condutores.

segundo as normas técnicas válidas na

requisitos técnicos;

A consequência é que a maioria das

55


Apoio

Qualidade nas instalações BT

56

• Uso de mão de obra desqualificada para

exigências das normas técnicas brasileiras

ação corretiva ou preventiva, ajudando na

as atividades;

é adequado, coerente e ajustado às normas

tarefa de administrar o condomínio com mais

• Ausência de utilização de procedimentos

internacionais, mas, infelizmente, não existe

eficiência e melhores resultados.

definidos para a realização dos serviços de

mecanismo regulamentado no país que

instalação;

garanta o cumprimento geral das normas

principais componentes da parte comum

• Falta de documentação da instalação,

e que possibilite uma avaliação sistemática

da instalação elétrica (incluindo entrada de

principalmente quanto às condições reais

das instalações prediais. Esta desconexão

energia, centro de medição, quadro geral

(as built);

entre a existência de normas técnicas

de distribuição e de comando de bombas e

• Não atendimento à normalização técnica

adequadas mas nenhuma regulamentação

prumadas) e alguns apartamentos. O cenário

e especificações de instalações.

que exija o seu cumprimento, coloca a

encontrado foi crítico: 98% sem condutor de

vida, a saúde e a segurança das pessoas e do

proteção, 93% com disjuntores incompatíveis

Os efeitos estão sempre associados a

Este exame abrangeu as condições dos

patrimônio em gravíssimo risco.

com os circuitos, 53% com sinais evidentes de

algum dano ao indivíduo ou à sociedade, e

Uma das fontes mais significativas

sobreaquecimento dos condutores e nenhum

normalmente estão relacionados a:

de informações sobre a situação real das

com os tipos especiais de condutores com

instalações elétricas é o Programa Casa

baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.

• Comprometimento da qualidade e da

Segura promovido pelo Instituto Brasileiro

Além disso, praticamente ausência de

segurança das instalações;

do Cobre – Procobre, que teve sua primeira

documentação sobre a instalação.

• Riscos legais para construtoras e

etapa em São Paulo realizada em 2005

Se implementadas ações adequadas

empresas de distribuição, no caso de

e 2006. A descrição da primeira fase do

e irrestritas e divulgando os resultados

sinistros;

Programa e seus resultados estão a seguir,

obtidos,

• Perda de materiais e tempo de execução,

baseada nos dados divulgados.

conscientização do mercado e a formação

gerando aumento de custos dos processos

de instalação.

residenciais

As condições das instalações elétricas em

construções

antigas

é preocupante e merece uma atenção

Estruturas de controle regulatório sobre

especial.

Para

encontrar

soluções,

é

possível

promover

a

da cultura de conformidade das instalações de baixa tensão, atingindo-se objetivos importantes:

o

a qualidade de materiais e produtos, mão

Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre)

• Criar uma sistemática eficaz para a

de obra utilizada e das instalações após

reuniu algumas empresas e entidades para

avaliação e reforma de instalações elétricas

sua montagem, utilizadas por países que

compor o “Programa Casa Segura”, um

antigas (edifícios residenciais e comerciais)

possuem larga experiência na avaliação de

projeto que nasceu em 2005, com o objetivo

visando

sua conformidade, tais como Estados Unidos,

de orientar a população sobre a necessidade

energética e valorização do imóvel;

França, Portugal e Inglaterra, vem contribuir

de melhorar a qualidade das instalações

• Construir uma base de dados reais

para a consistência da análise que se pretende

elétricas, contribuindo para diminuir os

sobre as instalações elétricas em edifícios

realizar através do desenvolvimento da

riscos de acidentes, valorizar os imóveis

residenciais que possa justificar qualquer

dissertação de mestrado.

e promover a economia energética. Tudo

proposta de ações futuras envolvendo

isso baseado no uso da racional e seguro da

legislação e o poder público;

residenciais em construções antigas é

energia elétrica.

• Viabilizar um programa permanente

alarmante e merece uma atenção especial.

Realizou-se

Segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros

edificações residenciais em São Paulo

administradores de edificações, através de

do Estado de São Paulo, a segunda maior

com mais de 20 anos de existência, em

parceiros e legislação.

causa de incêndios no Estado são as

parceria com a AES Eletropaulo, chegando

instalações elétricas inadequadas. Este dado

ao número de 16 mil edifícios nestas

Mesmo que o modo de vida e

pode ser comprovado mediante pesquisas

condições. Deste universo, foi estabelecida

equipamentos

e avaliações reais que demonstram que a

uma amostra de 150 prédios para um

mantido no mesmo nível de 20 anos atrás, ou

maioria dessas construções não cumpre

programa piloto.

seja, sem computadores, eletrodomésticos

os requisitos mínimos de segurança. Uma

O primeiro passo do Programa Casa

e equipamentos de aquecimento e de

situação preocupante e de importante

Segura foi a avaliação das instalações elétricas

refrigeração com grandes potências, ainda

cunho social, pois expõe a população ao

desta amostra, realizada por profissionais

assim ocorreria o envelhecimento natural

risco de morte.

habilitados, com a emissão de um relatório

e a degradação dos materiais de instalação,

Em relação à regulamentação sobre

que orientava os responsáveis pelas edificações

caso não tivesse sido realizada manutenção

o assunto, pode-se afirmar que o nível de

sobre a necessidade ou não de se fazer uma

adequada.

A atual situação das instalações elétricas

um

censo

sobre

as

de

segurança,

incentivos

aos

maior

eficiência

proprietários

disponíveis

tivessem

e

se


Apoio

57


Apoio

Qualidade nas instalações BT

58

A consequência é que a maioria das

Durante o período de agosto e

permite atingir os objetivos de segurança

instalações mais antigas não está adequada

setembro de 2006, foi realizado um

a seus usuários.

às necessidades atuais e foram projetadas

primeiro monitoramento de 43 edifícios

segundo as normas técnicas válidas na

inspecionados visando levantar o impacto

com o consequente envelhecimento dos

época de sua construção, que não previam

causado pelo recebimento do Relatório

materiais, afeta de maneira expressiva

o nível de potências atuais e nem as

junto

a confiabilidade das instalações e a

características dos dispositivos de proteção

visitados. A pesquisa mostrou que cerca

segurança

mais modernos.

de 81% dos condomínios não somente

Devido a esse importante fator, qualquer

As avaliações realizadas nesta primeira

discutiram o problema internamente,

instalação elétrica deve ser reavaliada

amostragem evidenciaram sistematicamente

como já estavam solicitando orçamentos

periodicamente. Por isso os proprietários

que os edifícios, equipamentos e as

de

a

e usuários das edificações devem estar

instalações internas dos apartamentos:

execução das reformas mais urgentes.

conscientes do grave risco que correm

Além

detalhadas

ao não manterem de maneira adequada

• Não cumpriam os requisitos mínimos

do relatório, 90% dos entrevistados

o nível de segurança de seus edifícios,

de segurança nas montagens de circuitos e

declararam já terem sofrido danos em

podendo ter como consequências danos

quadros, materiais e dispositivos utilizados;

equipamentos devido a problemas reais

pessoais e materiais significativos.

• Não existiam (ou eram ineficazes) os

na instalação.

sistemas de aterramento e os condutores

da

de proteção, com risco de choques elétricos

a realização de novo monitoramento

determinar as causas mais prováveis. São

nos usuários;

por meio de contato com os edifícios

várias as causas que podem produzir um

• Os circuitos estavam operando em

avaliados para a determinação das

acidente devido à idade das instalações

sobrecarga, com as proteções (disjuntores

ações de reforma ou adequação que

elétricas e que podem ser classificadas

e alguns fusíveis) subdimensionadas e sem

foram efetivamente tomadas após o

conforme detalhado a seguir:

atuação real, provocando aquecimento

recebimento

excessivo dos condutores, quadros e

abrangência maior junto à totalidade de

conexões e risco de incêndio na instalação;

edifícios.

• Próximos aos circuitos e quadros estavam

O

sendo armazenados produtos inflamáveis e

confiabilidade

utilizados materiais combustíveis.

elétricas depende do uso adequado de

• Falta de capacitação técnica na

aos

Síndicos

empresas das

e

proprietários

especializadas informações

para

Um dos objetivos do Procobre foi

grau

dos

relatórios,

de

com

segurança das

e

a

de

instalações

A influência da passagem do tempo,

de

seu

funcionamento.

Para a realização de um diagnóstico situação

encontrada,

devem-se

Causas humanas: • Desconhecimento sobre a existência dos riscos;

com

dispositivos de proteção e da realização

realização dos trabalhos;

tecnologias mais recentes, como condutores

do projeto e instalação de acordo com as

• Comportamento inadequado no uso

com baixa emissão de fumaça em áreas

normas técnicas vigentes. No caso das

das instalações e na instalação.

especiais especificadas nas normas técnicas

instalações de baixa tensão, a principal

e que podem diminuir o número de vítimas

norma brasileira é a ABNT NBR 5410.

em caso de incêndios.

Não

utilizavam

componentes

Os resultados numéricos a partir dos

relatórios

elaborados

seguir:

encontram-se

a

estão alinhados e atualizados em relação

• Instalações inadequadas ou defeituosas

às normas técnicas internacionais da

por seu projeto;

IEC

Electrotechnical

• Instalações inadequadas ou defeituosas

Commission) e sua aplicação plena

por sua execução (montagens e materiais

(International

Desvios encontrados nas instalações avaliadas pelo Programa Casa Segura Tipo de desvio Percentual sobre quantidade total Falta de condutor de proteção 98% Dispositivo de proteção incompatível com os condutores 93% Falta de dispositivo de proteção residual - DR 98% Falta de dispositivo contra sobretensões 100% Quadro de distribuição com partes energizadas acessíveis 79% Evidência de aquecimento excessivo dos condutores 53% Quadro com materiais combustíveis 82% Falha no sistema de proteção contra descargas atmosféricas 85% SPDA (aterramento, descidas, continuidade) Fonte: Programa Casa Segura

Causas materiais:

Os requisitos definidos no documento

inadequados); •

Instalações

defeituosas

devido

à

manutenção inadequada ou insuficiente.

Causas fortuitas: •

Não

previstas

em

normas

e

regulamentos; • Imprevisíveis. Algumas

ações

preventivas


Apoio

importantes para evitar a ocorrência de

No Brasil, não existem estatísticas

somente no Estado de São Paulo, sendo

possíveis acidentes elétricos:

atualizadas quanto a acidentes com a rede

que em cerca de metade deles não foi

elétrica. Em outros países, os números

possível determinar a causa real. Nos

• Dar especial atenção a áreas críticas

são interessantes. Nos Estados Unidos,

demais casos, as instalações elétricas

como cozinha e banheiros, uma vez que

segundo a National Fire Protection

inadequadas,

nesses locais se encontram dois elementos

Association, cerca de cinco mil pessoas

curtos-circuitos e sobrecargas, só ficam

cuja combinação pode ser perigosa: água

chegam anualmente aos prontos-socorros

atrás dos “atos incendiários” provocados

e eletricidade;

vitimados

por vandalismo ou doença mental.

• Não utilizar equipamentos elétricos

aproximadamente mil casos fatais são

No

quando estiver descalço ou com pés

creditados anualmente a este fator.

residenciais,

úmidos;

Na

• Jamais tocar em equipamentos elétricos

(Fédération

la

conjunto com o Instituto de Eletrotécnica

enquanto estiver dentro de banheiras;

Sécurité des Usagers de l’Électricité)

e Energia da Universidade de São Paulo

• Se um eletrodoméstico dispõe de ligação

ocorrem 4,2 incêndios para cada mil

envolvendo a visita a 628 domicílios na

à terra, utilizá-la sempre que a instalação

habitantes por ano, com 1,3 de origem

cidade de São Paulo, já havia mostrado

permitir. Se a instalação não possuir o fio

elétrica. Eles causam anualmente 2,3

resultados preocupantes, destacando-se:

terra, instale-o imediatamente;

mortes / milhão de habitantes e 47,7

por

choques

França,

segundo

Internationale

elétricos

a

e

Fisuel

pour

que

acabam

âmbito

das

um

causando

instalações

primeiro

estudo

promovido em 2002 pelo Procobre em

• Evitar instalar condutores elétricos

feridos / milhão de habitantes. Segundo

• 50% dos imóveis com mais de 20

próximos

a mesma fonte, na Itália, 1,21 incêndios

anos não haviam passado por qualquer

a

chaminés,

estufas,

para cada mil habitantes por ano também

tipo de reforma ou adequação nas

ou

têm origem elétrica, causando 0,55

instalações elétricas, apesar do aumento

dispositivos com cabos de alimentação

mortes por milhão de habitantes, somente

de equipamentos instalados e de sua

que apresentem danos na isolação elétrica,

na área residencial.

potência individual;

pinos quebrados ou tomadas danificadas;

• Evitar sempre que possível utilizar

mais detalhados de países como a Coréia,

condutor de proteção, o chamado “fio

tomadas múltiplas ou adaptadores do tipo

onde ocorrem anualmente 0,18 incêndios

terra”, necessário para proteger as pessoas

“benjamins”;

de origem elétrica por mil habitantes.

contra choques elétricos;

aquecedores ou outras fontes de calor; •

Nunca

utilizar

equipamentos

A pesquisa da Fisuel mostra dados

68%

dos

imóveis

não

possuíam

equipamento

A principal causa (64%) são os curtos-

elétrico da tomada puxando pelo cabo de

circuitos, seguida pela sobrecarga elétrica

desarmavam

alimentação e sim pelo plugue;

nos condutores (13%).

demonstrando a existência de sobrecarga

• É sempre conveniente desconectar

nos circuitos que causavam a atuação da

da tomada os equipamentos portáteis

de 2003, segundo a Fundação SEADE do

proteção;

quando não estiverem sendo utilizados;

Estado de São Paulo, o número de mortes

• Cerca de 80% dos proprietários

• Verificar se a potência do equipamento

registradas em crianças de 5 a 10 anos

entrevistados

está coerente com a capacidade da

por choque elétrico foi de 48, superior

instalações eram consideradas adequadas

instalação existente;

Nunca

desligar

um

Para efeito de comparação, no ano

12%

possuíam

disjuntores

com

declararam

que

frequência,

que

suas

aos casos de sufocação e acidentes com

e estavam satisfeitos com seu estado de

alguma

ciclistas (38) e praticamente equivalente

conservação.

manutenção na instalação, os dispositivos

às queimaduras (54). A diferença é o

de proteção (disjuntores) devem estar

grau de divulgação que se dá às diversas

desligados.

origens dos acidentes.

Quando

for

executar

Em relação a incêndios, os dados do

de

Corpo de Bombeiros da Polícia Militar

informação noticiam acidentes sobre

do Estado de São Paulo mostram que, das

choques elétricos graves e alguns mortais,

ocorrências para as quais a corporação

além de incêndios de origem elétrica.

é acionada e naquelas em que é possível

Entretanto, raramente é divulgada a

descobrir a origem real, as causas elétricas

ocorrência da maioria dos casos menos

representam a segunda contribuição mais

graves,

importante.

Frequentemente,

às

sem

pessoas

significativos.

os

sequelas ou

veículos

importantes

prejuízos

materiais

No ano de 2004, ocorreram 37.975

incêndios

de

diferentes

proporções

* *Eduardo Daniel é engenheiro eletricista, pós-graduado em sistemas de potência, mestre em Energia pelo PPGE do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. É consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:64-001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma de instalações elétricas de baixa tensão. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

59


60

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Por Bruno Moreira

Nova etapa de revisões tarifárias começa em abril Metodologia proposta pela Aneel para revisões tarifárias, que começam no mês de abril, sugere que se leve em conta a qualidade do serviço quando se comparam os custos operacionais das distribuidoras

C

Elektro, Piratininga, EDP Bandeirante e

a Aneel tinha a intenção de apresentar

uma nova etapa das revisões tarifárias,

DME Distribuição.

os parâmetros que deseja utilizar para

processo realizado pela Agência Nacional

O processo de revisões teve início, na

implementar, na prática, os critérios e

de Energia Elétrica (Aneel), geralmente a

realidade, em novembro de 2013, com

os princípios debatidos no ano passado.

cada quatro anos, segundo estabelecido

uma consulta pública por parte da Aneel,

Até o término desta reportagem, a

em contrato, com o objetivo de analisar

almejando obter da sociedade sugestões

audiência não havia ocorrido.

o equilíbrio econômico-financeiro da

de como aprimorar a metodologia. Em

concessão das distribuidoras de energia

agosto de 2014, a agência organizou

Econômicos e Regulatórios do Instituto

elétrica. A primeira concessionária a

uma

que

Acende Brasil, Richard Lee Hochstetler,

passar pela revisão será a Companhia

apresentou os critérios e a metodologia

são várias e importantes as inovações

Energética do Ceará (Coelce). Ainda

geral que pretende adotar nas revisões.

apresentadas pela Aneel nesta nova

neste ano terão suas tarifas recalculadas

O passo seguinte aconteceu no dia 29

metodologia. Entre as mais relevantes,

mais seis distribuidoras: AES Eletropaulo,

de janeiro deste ano, com a realização de

Hochstetler destaca o fim da noção dos

Centrais

uma segunda audiência pública, na qual

ciclos tarifários. Isto porque, até o terceiro

omeçará em 22 de abril de 2015

Elétricas

do

Pará

(Celpa),

audiência

pública,

em

Conforme o especialista em Assuntos


61

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

ciclo, realizado entre 2011 e 2014, a

menor frequência, o que contribui para a

o

agência revia toda a metodologia para

estabilidade regulatória”, complementa.

de distribuição dispõem de grande

depois aplicá-la de forma uniforme na

A Aneel informa que as mudanças serão

capilaridade, o que permite que elas

revisão de tarifa de todas as distribuidoras.

efetuadas com o intuito de tornar o

possam competir na prestação de uma

Agora, tal procedimento já não é mais

processo mais efetivo e eficaz.

grande gama de outros serviços.

possível, segundo o especialista, porque

Hochstetler

como

Caso seja assegurada a premissa

a duração do ciclo tarifário varia de

novidade a simplificação proposta para o

de que esses outros serviços não

concessionária

ressalta

ainda

especialista,

as

concessionárias

concessionária,

compartilhamento de receitas advindas

venham a prejudicar a distribuição

de forma que as revisões já não estão

de outras atividades exercidas pela

de energia elétrica, a Aneel deveria

mais encadeadas em um determinado

distribuidora, que a Aneel denomina

permitir, de acordo com Hochstetler,

período de tempo. “Além disso, a

“Outras receitas”. Para ele, “esse é

que as concessionárias atuassem nessas

metodologia está sendo consolidada

um aspecto importante que pode vir a

atividades,

de forma que alguns componentes

contribuir bastante para a modicidade

consumidor parte da receita obtida. “Mas

das tarifas possam ser revisados com

tarifária em longo prazo”. Segundo

para que isso aconteça e para que os

para

compartilhando

com

o


62

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

ultrapassagem

estabelecer regras claras e estáveis”,

de qualidade estipulados pela Aneel

Brasil.

assegura

declarando

eram estabelecidos sem levar em conta

que as regras de compartilhamento de

os custos associados à melhoria da

fator X, a Aneel sugere empregar a DEC e

“Outras receitas” apresentadas pela

qualidade. “A integração da regulação

a FEC, além de indicadores da qualidade

Aneel na nota técnica 403/2014 evoluem

da qualidade e das tarifas era algo

do teleatendimento e de pesquisas

nesse

muito

Segundo

de opinião da qualidade do serviço.

percentual fixo de compartilhamento de

Hochstetler, é essencial levar em conta

Sendo que os componentes terão pesos

receitas pelo prazo de oito anos.

a qualidade do serviço quando se

distintos: a DEC representará 50%, a FEC

comparam os custos operacionais das

20% e os outros indicadores referentes

distribuidoras, assim como é importante

à qualidade do atendimento comercial

considerar a evolução da qualidade na

representarão 30%.

definição do fator X, para premiar com

Segundo o engenheiro eletricista,

Uma das mais relevantes proposições

uma receita maior as distribuidoras que

diretor-presidente

da Aneel para a nova metodologia das

aprimoram a qualidade dos seus serviços

Brasileiro

revisões tarifárias trata-se da introdução

e punir com receita menor aquelas que

(Ibecon)

o

especialista,

sentido,

ao

estabelecer

um

Fator X – indicadores de qualidade

dos

necessário",

limites

afirma.

mínimos

afirma o especialista do Instituto Acende

incentivos sejam suficientes é importante

Para o cálculo do componente Q do

de e

do

Economia consultor

Instituto e

Finanças

técnico

para

assuntos regulatórios do Conselho de

É essencial levar em conta a qualidade do serviço

Consumidores Jenner

das

Ferreira,

concessionárias,

esta

diferenciação

de peso por parte da Aneel ocorreu

quando se comparam os custos operacionais

justamente porque as concessionárias

das distribuidoras, assim como é importante

investem muito mais na melhoria da

considerar a evolução da qualidade na definição

para impedir que aconteça a interrupção

frequência da energia elétrica fornecida,

do fator x para premiar com uma receita maior as

de energia – o que é medido pela FEC

distribuidoras que aprimoram a qualidade dos seus

tecnologias e ações com o objetivo

serviços e punir com receita menor aquelas que

problemas ocorridos – medido pela

–,

do que na duração, ou seja, em

de solucionar com mais rapidez os DEC.

permitem a piora dos serviços prestados.

Ainda em relação ao fator X, vale ressaltar a discussão em torno do

de

indicadores

de

qualidade

no

permitem a piora dos serviços prestados.

componente Pd, que visa a promover

benchmarking dos custos operacionais

Neste ponto, devem-se destacar

o repasse dos ganhos de produtividade

e no cálculo do fator X, índice fixado

os

Equivalente

esperados ao longo do período tarifário

pela Aneel, cuja função é repassar ao

de Interrupção (DEC) e Frequência

para o consumidor. Deve-se destacar

consumidor os ganhos de produtividade

Equivalente

(FEC),

que o fator X é distinto para cada

estimados da concessionária derivados

importantes

avaliação

distribuidora, refletindo as diferentes

do crescimento do mercado e do

da

das

estruturas de custos e mercados das

aumento do consumo dos clientes

concessionárias. A proposta da Aneel

concessionárias. No que se refere à AES

existentes. O fator X é calculado pela

é de que somente o DEC e as perdas

Eletropaulo, por exemplo, a Aneel havia

soma dos ganhos de produtividade

não técnicas sejam contempladas no

estipulado na audiência pública do ano

da atividade de distribuição (Pd), da

benchmarking dos custos operacionais.

passado, um componente Pd de 2,04%,

qualidade do serviço (Q) e da trajetória

“Isso faz sentido, uma vez que a

que, posteriormente, foi revisado para

de custos operacionais (T).

duração da interrupção está relacionada

1,64%. Valor ainda bastante acima do

O especialista do Instituto Acende

principalmente

1,11% desejado pela distribuidora.

Brasil explica que, até o momento, as

das equipes de reparos, o que impacta

De acordo com o especialista do

metas de qualidade e as punições por

diretamente os custos operacionais”,

Instituto Acende Brasil, o importante é

indicadores

Duração

de

qualidade

Interrupção

para

a

dos

ao

serviços

dimensionamento



64

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

que o valor reflita de forma fidedigna

o montante de investimentos realizados

Para o engenheiro eletricista, as

à realidade. “Se esse componente for

pelas distribuidoras na prestação de

concessionárias demandam uma taxa

estabelecido em patamar acima dos

serviços que será coberto pelas tarifas

maior com base no que está correndo na

ganhos de produtividade efetivamente

cobradas aos consumidores.

atualidade, como o aumento da taxa de

obtidos

Na primeira leva de notas técnicas

juros Selic, mas a proposta da Aneel é

tarifas

da Aneel, o Wacc computado pela

coerente na medida que leva em conta o

mais baixas nos primeiros anos, mas

agência foi de 7,16%, menor do que

histórico e não apenas o momento atual.

depois será prejudicado porque as

o valor do ciclo passado. De fato, a

“Manteria a metodologia e refletiria

concessionárias sofrerão um gradual

tendência é da Aneel sempre reajustar

a queda dos juros que aconteceu no

estrangulamento

que

o percentual para baixo. No primeiro

período todo”, destaca o engenheiro,

comprometerá a sua sustentabilidade

ciclo, o Wacc foi fixado em 11,26%. Em

referindo-se ao tempo decorrido entre o

econômico-financeira”, afirma. Por sua

seguida, caiu para 9,95%. E no terceiro

terceiro e o quarto ciclo.

vez, isto implicará perda de qualidade,

apresentou a maior queda, passando a

Na segunda etapa da audiência

podendo levar a uma elevação ainda

7,5%. Ante mais uma redução, algumas

pública, que aconteceu no final deste

maior das tarifas no futuro.

empresas de distribuição de energia

mês, não estava programada a discussão

pela

consumidor

concessionária,

desfrutará

de

financeiro

o

do Wacc, mas, para Hochstetler, não será

Um dos pontos mais controversos das regras

surpresa se o índice vier maior do que o inicialmente computado. “O custo de

da nova rodada de revisões tarifárias é o

captação de recursos financeiros elevou-se

estabelecimento do custo médio ponderado de

de elevação ainda maior do nível atual”,

nos últimos anos e a perspectiva futura é

capital, do inglês Weighted Average Cost of Capital

diz. Conforme o consultor, nos últimos

(Wacc). Trata-se de um percentual calculado pela

de risco para se investir no setor elétrico

Aneel que incide sobre a base de remuneração da concessionária, que, por sua vez, é o montante de investimentos realizados pelas distribuidoras na prestação de serviços que será coberto pelas tarifas cobradas aos consumidores.

O consultor técnico para assuntos Consumidores

do das

Conselho

brasileiro em razão das interferências políticas iniciadas pelo governo com a Medida Provisória 579. “Pagaremos o custo desta deterioração nos próximos anos”, prevê.

Nesse sentido, explica o consultor,

se o custo de capital regulatório for inferior ao custo real de captação, as concessionárias terão dificuldades para obter mais recursos no mercado, o que

Custo médio ponderado do capital – Wacc

regulatórios

anos houve deterioração da percepção

de

Concessionárias,

Jenner Ferreira, vê como um dos pontos mais controversos das regras o estabelecimento do custo médio ponderado de capital, do inglês Weighted Average Cost of Capital (Wacc). Trata-se de um percentual calculado pela Aneel que incide sobre a base de remuneração da concessionária, que, por sua vez, é

elétrica do país sugeriram um aumento

pode vir a comprometer a efetivação dos

da taxa, com porcentagem parecida

investimentos necessários e a rolagem

ou até maior que a estipulada para o

da dívida das empresas.

período 2011-2014.

Ferreira acredita que, como fruto do

Wacc impactar a tarifa de energia elétrica

debate entre distribuidoras e a Aneel,

paga pelos consumidores, Hochstetler

pode até surgir um aumento do Waac,

explica que, não obstante os gastos de

mas algo reduzido bem próximo ao

capital representem metade dos custos

valor atual. Segundo ele, caso contrário,

da distribuição, os serviços de distribuição

seria necessário mudar a metodologia

respondem por menos de um quarto da

do cálculo. O consultor afirma que, se

tarifa de energia e, portanto, seu efeito

dependesse dos consumidores por ele

na tarifa final para o consumidor não será

representados, o Wacc seria até menor,

tão significativo. “Outros componentes,

entre 6,9% e 7%.

como o custo de aquisição de energia, o

Quanto a este possível aumento da


65

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

uso das redes de transmissão de energia

os gastos das distribuidoras e trazendo

consumidor diz respeito à instabilidade

e, mais importante, os tributos e encargos,

equilíbrio para o fluxo de caixa destas

trazida pelo sistema de bandeiras tarifárias

respondem por mais de 75% da tarifa de

empresas.

no fluxo de caixa das indústrias, por

energia elétrica do consumidor final”, diz.

O ponto controverso deste novo

exemplo. A economista especialista em

sistema para as concessionárias incide no

Competitividade Industrial e Investimentos

caráter fixo da tarifa para cada submercado.

do Sistema Firjan, Tatiana Lauria, explica

Afinal,

que

que a possível mudança de bandeiras

Bandeiras tarifárias

existem

distribuidoras

Enquanto as distribuidoras esperam as

contratam mais energia de termelétricas

de um mês para outro gera volatilidade

novas revisões, entrou em vigor em janeiro

do que outras, mas o acréscimo tarifário

de preços. “É preciso que as indústrias

deste ano o sistema de bandeiras tarifárias,

será o mesmo para todas. “Então, para

prevejam estes custos, que haja um

mecanismo que indica se a energia custou

algumas ainda vai faltar dinheiro para

equilíbrio”, afirma Tatiana, destacando

mais ou menos, em função das condições

cobrir todo o custo com as térmicas. Para

que “as empresas irão se adaptar”.

de geração de eletricidade, e repassa o

outras pode até sobrar”, explica Lima.

Lima comenta que, anteriormente,

custo para os consumidores. Tratam-se

“Esta conta não vai fechar. Aliviará a

para calcular o custo com energia elétrica,

de três tipos de cores de bandeira,

distribuidora, mas provavelmente não vai

o consumidor multiplicava sua tarifa -

verde, amarelo e vermelha, como a dos semáforos. Estas são indicadas no mês

O sistema de bandeiras tarifárias nasceu para

anterior à cobrança. Quando a conta de energia vem com a bandeira verde, quer

solucionar os problemas das distribuidoras,

dizer que as condições de geração de energia são favoráveis e a tarifa não sofrerá

que vêm pagando pelos despachos das usinas

nenhum acréscimo; a bandeira amarela

termelétricas realizados pelo Operador Nacional

significa condições menos favoráveis e que a tarifa aumentará R$ 1,50 para cada

do Sistema (ONS) em decorrência do baixo

100 quilowatt-hora (kWh) consumidos; já a

regime hidrológico.

bandeira vermelha sinaliza que o cenário é ainda pior e que a tarifa subirá R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos. Como

explica

o

professor

do

departamento de Engenharia Elétrica da

fechar 100%, tendo uma necessidade no

que era mais ou menos previsível – pelo

Pontifícia Universidade Católica do Rio

próximo reajuste tarifário dessa conta ser

consumo de energia. Dessa maneira, sabia

de Janeiro (PUC-Rio), Délberis Lima, o

reequilibrada”.

o quanto ia gastar no ano e colocava este

sistema de bandeiras tarifárias nasceu para

Da perspectiva do consumidor, o

número como despesa certa. “Agora,

solucionar os problemas das distribuidoras,

acionamento

tarifárias

a despesa não é tão certa assim. Ela

que vêm pagando pelos despachos

também pode ser visto como positivo,

pode ser um pouco maior, em função do

das usinas termelétricas realizados pela

segundo o professor da PUC-Rio, na

acionamento das bandeiras”, diz.

Operador Nacional do Sistema (ONS), em

medida que ele tem um sinal de preço

decorrência do baixo regime hidrológico.

associado à energia elétrica. “Quando

afirma que os grandes consumidores

A concessionária paga duas vezes: uma

a bandeira vermelha está acionada, por

não

pela garantia de disponibilidade da

exemplo, significa que o sistema está

tarifárias. Contudo, pleiteiam algumas

térmica e outra pelo combustível quando

realmente próximo do limite”, diz. Assim,

modificações nas cobranças do adicional

ela é acionada. Antes das bandeiras, este

o consumidor será induzido a consumir

das bandeiras. Segundo a especialista

custo adicional pelo uso das térmicas era

menos no período que a energia é mais

do Sistema Firjan, as empresas pedem

bancado pelas próprias concessionárias

cara. E isto aliviará a demanda e permitirá

para que não seja cobrada a parcela

que só conseguiam repassar as despesas

que o nível dos reservatórios possa se

dos impostos. No caso, da bandeira

no ano seguinte, quando suas tarifas

recuperar, fazendo com que se tenha mais

vermelha, o custo de R$ 3,00 cada 100

eram reajustadas. Agora, este custo

geração hidrelétrica no futuro.

kWh consumidos sobe para R$ 4,12

será repassado mensalmente, aliviando

cada 100 kWh. Para o professor da

das

bandeiras

A parte negativa no que se refere ao

Não obstante esta questão, Tatiana são

contrários

às

bandeiras


66

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

em maiores impactos ambientais, porque teria uma região maior sendo alagada. Então, é uma questão plausível, mas é delicada”, destaca. Sobre usinas térmicas movidas a carvão ou usinas nucleares, Lima comenta que não se trata de um exagero pensar neste tipo de fonte. Exatamente porque à medida que se aumenta a quantidade de usinas intermitentes, como hidrelétricas ou eólicas, cria-se a necessidade de usinas de reserva, que possam garantir energia firme quando, por algum motivo, estes empreendimentos não puderem gerar a energia necessária. “É óbvio que o tipo de fonte exatamente a ser utilizada deve ser estudado em função dos vários aspectos, desde o custo até o impacto no meio PUC-Rio, esta solicitação dos grandes

que volte a construir usinas hidrelétricas

ambiente”, explica o docente.

consumidores

razoável,

com reservatórios; que o processo de

Entretanto, segundo Lima, o que

porque o sistema de bandeiras tarifárias

licenciamento ambiental se torne mais

se deve fazer para diminuir o custo de

veio para socorrer as distribuidoras

célere; e que haja mais investimentos em

energia é investir em eficiência energética.

e estes impostos seriam apenas um

usinas nucleares e térmicas a carvão, cujo

“Há medidas que são possíveis de se

adicional que não impactariam no fluxo

preço da energia é mais barato.

implementar, desde a geração, transmissão,

de caixa das concessionárias.

Obviamente, segundo Tatiana, tais

distribuição, até o nível do consumo, que

questões (licenciamento ambiental e a volta

podem induzir à maior eficiência”. Por

de usinas com reservatórios) devem ser

exemplo, a utilização de um sistema de

debatidas com a sociedade, pois tratam-se

iluminação mais eficiente; a aplicação de

de assuntos complexos que envolvem a

películas de escurecimento para vidros

Contando ou não com o aumento

segurança energética do país, impactos

em janelas para minimizar a entrada de

ocasional acarretado pelo advento das

ambientais e sociais, além do custo

luz solar e consequentemente diminuir o

bandeiras tarifárias, a economista do

energético. Conforme a especialista em

consumo de ar condicionado; e o emprego

Sistema Firjan alerta para o fato de que o

Competitividade Industrial e Investimentos

de geração distribuída por meio de painéis

custo com a energia elétrica está crescente.

do Sistema Firjan, atualmente, no que diz

fotovoltaicos para reduzir a dependência

A expectativa é de que de 2014 a 2016

respeito às usinas com reservatórios, não há

das empresas da energia elétrica oriunda

o aumento no custo da energia para as

esta discussão. “Ela não faz mais parte nem

de grandes usinas hidrelétricas.

indústrias eletrointensivas chegue quase

do planejamento do Governo”, afirma.

a 37%. “Custo crescente para um insumo

O professor da PUC-Rio, Délberis

PUC-Rio, têm de ser induzidas pelo Governo

importante. Isto afeta a competitividade

Lima, corrobora a opinião da economista.

Federal, seja por meio de incentivos fiscais

das indústrias, que já saem perdendo na

Segundo ele, de fato, o setor elétrico

ou por meio de uma tarifa variável. “As

competição com as empresas do exterior.

brasileiro tem perdido, ao longo do

bandeiras tarifárias são uma sinalização

E isto é preocupante, porque é uma

tempo, uma capacidade de regularização

buscando o consumo mais eficiente de

indústria que gera renda”, declara Tatiana.

por conta da construção de usinas a fio

energia elétrica”, afirma. Contudo, de

A fim de que os custos da energia

d’água – sem reservatórios. Contudo,

acordo com Lima, apesar dos estímulos

elétrica não sejam tão impactantes, a

do mesmo modo, ele acredita ser esta

precisarem partir do governo, as ações têm

economista recomenda que o Governo

uma questão complicada, em razão dos

de ser tomadas pelos consumidores, pelas

Federal realize uma desoneração tributária,

impactos ambientais decorrentes. “Maior

distribuidoras e pelos agentes do setor

por exemplo, no que se refere ao ICMS;

segurança energética implicaria também

elétrico como um todo.

é

bastante

Altos custos da energia elétrica

Estas ações, conforme o professor da



68

EX

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Por Estellito Rangel Jr.*

A nova diretriz Atex 2014/34 Diretriz é necessária para que equipamentos Ex circulem livremente em toda a União Europeia, harmonizando-se os requisitos técnicos e legais

A

“equipamento Ex deve ter ATEX”.

também), e foi implantada sob caráter

rarem as especificações de compra

Mas... o que é ATEX?

compulsório em todos os países da

de

A

lgumas empresas, ao elabo­

equipamentos

elétricos

para

Diretriz

Europeia

para

União Europeia (UE).

Atmosferas Explosivas (Atex) entrou

as

em vigor na União Europeia em 30

duas diretrizes europeias para áreas

características de catálogos técnicos

de junho de 2003, com o objetivo

classificadas: uma, conhecida como

de fabricantes estrangeiros, o que

de reduzir os riscos criados por

Atex 95, tem o foco no fornecimento

geralmente causa mal-entendidos com

atmosferas explosivas nas indústrias

de equipamentos Ex, enquanto a

os fornecedores brasileiros. Uma das

que processam substâncias suscetíveis

outra, a Atex 137, trata da proteção

mais comuns discussões surge quando

a incêndios (além de líquidos e vapores

dos trabalhadores.

a especificação técnica cita que o

inflamáveis,

É importante ressaltar que estas

uso

em

atmosferas

inadvertidamente,

explosivas,

copiam

os

pós

combustíveis

Na verdade, a Atex é composta por


69

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

o equipamento possa ser vendido

equipamentos Ex, a Atex 137 afeta

associados às atmosferas explosivas

para

diretamente a operação das instalações

e não a outros perigos, por exemplo,

importante notar que é a utilização

que

toxicológicos.

do equipamento dentro da UE que

refinarias de petróleo e petroquímicas.

implica o respeito à diretriz. Assim,

Ela apresenta os requisitos mínimos

equipamento exportado da UE não

para o local de trabalho, de modo a

precisa respeitá-la. No entanto, o

melhorar a segurança e a saúde dos

equipamento Ex fabricado fora da UE

trabalhadores contra os riscos das

deve cumpri-la. Um benefício é que

atmosferas explosivas.

os fabricantes europeus não precisam

Os

responsáveis

mais

devem

demonstrar

diretrizes

abordam

os

riscos

A Diretriz Atex 95

Apenas os equipamentos elétricos

para

atmosferas

potencialmente

inflamáveis estavam sujeitos até então a requisitos específicos. Com a Atex 95, requisitos para os equipamentos mecânicos foram incluídos, o que ampliou o cenário da certificação de conformidade.

A Diretriz Atex 95 destina-se a permitir

a livre circulação de equipamentos Ex em toda a UE, harmonizando-se os requisitos técnicos e legais.

Os fabricantes e fornecedores têm

de garantir que seus produtos Ex, destinados a uso dentro de atmosferas potencialmente explosivas, satisfaçam uma série de requisitos de saúde e segurança, para obterem o certificado

qualquer

país

providenciar

da

UE.

certificados

É

de

A certificação de conformidade,

pelas que

como

plantas

todos

os

riscos de explosão dentro de suas

Ex em mais de um país da UE.

instalações foram identificados e que

A Diretriz incluiu equipamentos

medidas adequadas foram tomadas

mecânicos

(tanto

está­ticos),

tais

quanto

para minimizá-los e controlá-los. A

bombas,

fim de demonstrar que eles estão

compressores, ventiladores e válvulas,

efetivamente fazendo isto, eles devem

dentro do contexto de avaliação para

compilar um documento de proteção

uso seguro em áreas classificadas.

contra explosões, único para cada

Além disso, o documento definiu as

planta (nada de copiar e colar!).

“categorias de equipamentos”, 1, 2 e

3, o que causa confusão com as áreas

começa

classificadas, que por sua vez são

substâncias inflamáveis na planta e

definidas em zonas 0, 1 e 2.

segue com o estudo de classificação

rotativos como:

O exercício de avaliação de risco com

a

identificação

das

de áreas e com a definição dos equipamentos Ex adequados.

A Diretriz Atex 137

marcados. segundo a Atex 95, permite que

inflamáveis,

conformidade para seus equipamentos

de conformidade e sejam devidamente

processam

Os

Enquanto a Atex 95 está voltada

para

projeto

e

especificação

de

responsáveis

pelas

plantas

devem também documentar a gestão de segurança, incluindo o treinamento


70

EX

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

dos trabalhadores e a elaboração de

uma vez que não foram consideradas

análises críticas das autorizações e dos

nem as características específicas do

procedimentos de trabalho.

processo daquela instalação industrial,

nem as da ventilação da região.

A adequação dos locais de trabalho

e instalações às exigências da Diretriz

teve um período de carência de três

encontrada em norma americana.

A Figura 1 mostra uma ilustração

anos, de forma que desde 30 de junho

Como pode ser visto, a Figura

de 2006 todas as plantas industriais da

1 “define” uma distância de 7,5 m

UE a estão seguindo. Dentre os tópicos

acima da fonte de risco (que pode

que a Atex 137 abrange, destacamos:

ser uma bomba), porém, não traz qualquer informação sobre sua vazão,

• A classificação de áreas A

indústria

caracteriza-se de

de

pelo

grandes

sua pressão ou sobre qual substância petróleo

processamento

quantidades

de

está

presente

no

processo.

Um

estudo de classificação de áreas que simplesmente

reproduza

tal

figura

materiais inflamáveis, de forma que

não é confiável. Dessa forma, todos

é

os

fundamental

características

conhecermos

suas

físico-químicas.

Estas

desenhos

de

classificação

de

áreas obtidos por mera reprodução

características influenciam diretamente

daquelas

a extensão das áreas classificadas.

qualquer credibilidade, o que acarreta

problemas

A Atex 137 exige que as plantas

figuras na

não

possuem

especificação

dos

que contenham substâncias inflamáveis

equipamentos elétricos e eletrônicos

sejam

especiais e também nos procedimentos

classificadas

com

base

na

frequência e na duração das prováveis

de

emissões. Dessa forma, a classificação

serviços naquelas regiões.

de áreas é um requisito formal e deve

A segurança da planta depende

ser específica para cada planta.

diretamente da seriedade com que é

Lamentavelmente, encontrado

na

prática

temos

segurança

para

execução

de

feita a classificação de áreas.

diversos

desenhos de classificação de áreas

• As instalações Ex

que não passam de simples cópias

das figuras “típicas” encontradas em

em vigor da Atex 137, as indústrias

algumas normas americanas. Isto afeta

possuíssem desenhos de classificação

a segurança da unidade industrial,

de áreas, ficou definido que eles

Mesmo que, na época da entrada

Figura 1 – “Processo adequadamente ventilado com vapor ou gás mais pesado que o ar, com a fonte de risco localizada junto ao solo”, segundo a API-RP-505.



72

EX

deveriam

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

serem

até por trabalhadores que não falam

mantidos atualizados. Desta forma, é

português e que estejam prestando

fundamental registrar os fundamentos

serviço na planta.

que levaram ao dimensionamento das

zonas. Com a Atex, a antiga “prática”

para áreas classificadas e mostra de

de considerar classificada a planta

forma clara e objetiva a classificação

inteira foi reavaliada, tendo em vista

da área, o grupo do gás e a classe

os altos custos para readequação com

de temperatura dos equipamentos

novos equipamentos.

Ex permitidos para uso no local. É

ser

revisados

e

Passou a ser importante considerar,

por exemplo, os custos de aquisição e manutenção dos equipamentos Ex de categoria 2, que são significativamente maiores que os da categoria 3.

ZONA 1

compram As

diretrizes

Atex

recomendado que logo abaixo destas

T3

Figura 2 - Placa de sinalização das áreas classificadas adotada por empresas brasileiras.

No

• A sinalização Ex

IIA

Brasil,

muitas

placas

de

informações seja colocado o número do desenho de classificação de áreas da região, facilitando a consulta em

empresas

caso de necessidade de visualização

sinalização

das extensões das áreas classificadas.

mediante consulta a catálogos de implantaram

a

gráficas,

onde

encontramos

conhecidas séries “pense” e “perigo”.

serem

Porém,

identificadas,

tais

placas

seguem

A nova diretriz Atex

as

necessidade de as áreas classificadas devidamente

A placa da Figura 2 é específica

um

Após onze anos de vigência, o texto

e a Figura 2 mostra uma placa já

leiaute americano, que não atende

da Diretriz Atex 95 sofreu uma revisão

padronizada até em diversas empresas

às recomendações ISO de não haver

em 2014. O objetivo foi harmonizá-lo

brasileiras, como a Petrobras, que tem

textos nas placas de alerta, já que um

com

como base o ícone triangular com

símbolo permite uma identificação

àquele texto originalmente publicado

fundo amarelo adotado pela Atex.

mais rápida e pode ser compreendido

em 1994, em especial, as definidas no

as

deliberações

posteriores


O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

73

Regulamento nº 765/2008, que tratou da acreditação dos organismos certificadores e da fiscalização do comércio no mercado europeu.

Outro documento normativo que também motivou

a revisão da Atex 95 foi a Decisão nº 768/2008, que formulou o quadro jurídico para a comercialização de produtos Ex. A nova Diretriz Atex recebeu o número 2014/34/CE e, embora não tenha resultado em mudanças técnicas fundamentais, já que seu Anexo II não foi alterado, ela instituiu requisitos mais abrangentes para os equipamentos não elétricos.

Dentre as mudanças, destacam-se:

• No capítulo I, artigo 1, ao termo "produtos" foram incluídos os componentes destinados à montagem em equipamentos Ex; • O artigo 3º definiu melhor a disponibilização no mercado e a entrada em serviço. Os produtos podem ser disponibilizados no mercado e entrar em serviço após devidamente instalados, mantidos e utilizados de acordo com a especificação do fabricante; • O artigo 6º exige a declaração UE de conformidade, a posição da marcação CE e marcação de proteção contra explosão para os produtos Ex. Mesmo que os componentes estejam dispensados deste artigo, o fabricante deve elaborar uma declaração escrita de conformidade; • O artigo 8º descreve as obrigações do importador, que passa a garantir que o fabricante tenha atendido às diretrizes Atex. O importador passa também a ser o responsável por adotar medidas corretivas em caso de não conformidade; • No artigo 13º (procedimentos de avaliação da conformidade), as autoridades competentes podem, mediante pedido devidamente justificado, autorizar a colocação no mercado e entrada em serviço no território do país-membro em questão, os componentes de produtos Ex caso os requisitos previstos nos números 1, 2 e 4 não tenham sido atendidos, porém haja necessidade de seu emprego para a proteção da planta industrial; • O capítulo 4, artigo 21, define em detalhes os requisitos aplicáveis aos organismos certificadores, a fim de alcançar uma harmonização entre as formas dos organismos dos diversos países da UE conduzirem seus processos de certificação; • O capítulo 5, artigos 34º a 37º, trata da fiscalização do mercado da UE, do controle dos produtos que entram na UE e menciona possíveis não conformidades legais;


74

EX

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

• Portaria INMETRO/MDIC 89/2012, Os

certificados

emitidos

pela

23 de fevereiro de 2012.

Diretriz anterior (94/9/CE) continuam

• Directive 94/9/EC of the European

válidos e um período de carência de

Parliament and the Council of 23

dois anos foi estabelecido para plena

march 1994 on the approximation

aplicação das novas disposições.

of the laws of the member states concerning equipment and protective

Conclusão

systems intended for use in potentially explosive atmospheres.

Este artigo trouxe um resumo dos

Directive

1999/92/EC

of

The

requisitos da Diretriz Atex em sua

European

mais recente edição, publicada em

Council of 16 December 1999 on

2014. A diretriz estabelece requisitos

minimum requirements for improving

legais estabelecidos para os países

the

da UE e, apesar de contar com

of workers potentially at risk from

certas

explosive atmospheres.

semelhanças

compulsória

Ex

à

certificação

estabelecida

safety

Parliament

and

and

health

of

the

protection

pelo

• RANGEL JR, Estellito. Classification

Inmetro, não é aplicável no Brasil.

of hazardous areas: standard, theory

Portanto, devem ser evitadas menções

and practice. Ex Magazine ed. 42,

a elas nas especificações técnicas de

Alemanha, p. 15-21, 2010.

equipamentos

• Decision n. 768/2008/EC of the

Ex

destinados

aos

empreendimentos brasileiros. No na

Brasil

deve

especificação

ser

técnica

European

Parliament

and

of

the

exigido,

Council of 9 July 2008 on a common

para

framework

o

for

the

marketing

of

fornecimento de equipamentos Ex,

products.

sejam eles nacionais ou importados, o

• Regulation (EC) n. 765/2008 of

atendimento às condições da Portaria

the European Parliament and of the

Inmetro 89/2012.

Council of 9 July 2008 setting out the

Referências

requirements

for

accreditation

and market surveillance relating to the marketing of products and the CE

• Directive 2014/34/EU of the European

marking.

Parliament and of the Council of 26

• RANGEL JR, Estellito. Certificação de

February 2014 on the harmonization

equipamentos para uso em atmosferas

of the laws of the Member States

explosivas: a diretriz europeia. In:

relating to equipment and protective

II

systems intended for use in potentially

ELÉTRICA PETROBRAS 1993, Rio de

explosive atmospheres.

Janeiro. Anais, p. 239-246.

• API RP 505, Recommended practice for

classification

of

locations

for

electrical installations at petroleum facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2. API: 2013. • RANGEL JR, Estellito. A gestão de segurança nas instalações em áreas

ENCONTRO

DE

ENGENHARIA

*Estellito Rangel Jr. É engenheiro eletricista e representa o Brasil na IEC, onde participa dos grupos de trabalho que elaboram as normas sobre instalações em atmosferas explosivas. É profissional certificado pelo sistema inglês CompEx, apresenta trabalhos sobre o tema em congressos no país e no exterior. É

classificadas. Revista O Setor Elétrico,

conselheiro da Associação Brasileira de

edição 21, outubro 2007, Atitude

Engenheiros Eletricistas (Abee), Seção Rio

Editorial, p. 36-40.

de Janeiro.



Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Mikhail Starodubov | Shutterstock

76

Fios e cabos em xeque! Avaliação feita pela Associação Brasileira pela Qualidade de Fios e Cabos Elétricos (Qualifio) com 110 fabricantes do segmento mostrou que 71% deles não fabricam produtos de acordo com normas do setor. Pesquisa exclusiva traz ainda mais informações sobre este mercado e o de acessórios para fios e cabos


O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

77

Desde dezembro do ano passado, os fabricantes de fios e cabos elétricos são

obrigados a fabricar seus produtos conforme a Portaria nº 640 de 30 de novembro de 2012 publicada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que exige a certificação de 11 famílias de produtos, entre os quais: cabos de potência isolados em PVC ou PE para tensões até 1 kV; cordões torcidos flexíveis para tensões até 300 V; e cabos e cordões flexíveis isolados em PVC para tensões até 500 V direcionados a aplicações especiais em cordões conectores de aparelhos eletrodomésticos.

Dessa maneira, pela portaria, a fabricação dos produtos citados deve obedecer

às determinações das suas respectivas normas brasileiras vigentes. Para efeitos de comercialização, a portaria só passa a valer no final deste ano.

Enquanto os comércios não se adaptam à nova legislação, apenas dois tipos de

produtos, do segmento de fios e cabos elétricos, precisam apresentar a certificação compulsória do Inmetro: condutores isolados com PVC, sem cobertura, para instalações fixas e para tensões nominais até 450/750 V, que seguem a norma ABNT NBR NM 247-3:2002; e os cabos e cordões flexíveis para tensões até 750 V, especificados pela norma ABNT NBR 13249:2000. Esta última norma, por sinal, foi cancelada em 2009 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e substituída por diversas outras. Contudo, em razão de portarias publicadas pelo Inmetro, o documento continuou valendo e será substituído apenas agora pela Portaria nº 640.

Com a necessidade da certificação compulsória abrangendo mais produtos do

segmento, é de se esperar que as normas sejam mais respeitadas e a qualidade melhore no Brasil. Contudo, isso pode não ocorrer, já que com o Inmetro exigindo que apenas dois tipos de materiais sejam certificados, é difícil encontrar fios e cabos elétricos em conformidade no país, como mostra a Associação Brasileira pela Qualidade de Fios e Cabos Elétricos (Qualifio), que tem como uma de suas principais funções monitorar e aprimorar a qualidade dos fios e cabos elétricos de baixa tensão produzidos no Brasil.

De acordo com o secretário-executivo da entidade, Maurício Sant’Ana, em 2014,

foram testadas 1.011 amostras de produtos, das quais 354 apresentaram não conformidades, ou seja, 35% do total. Este número já mostra um cenário problemático, mas a situação piora ainda mais, conforme Sant’Ana, quando se leva em conta os fabricantes avaliados. Os produtos verificados pertenciam a 110 empresas. Deste montante, 32 apresentaram fios e cabos certificados e em conformidade com as normas técnicas, 26 contavam com produtos não conformes, e 52 delas apresentaram produtos certificados e não conformes.

Para o secretário-executivo, o fato de existirem muitos produtos que obtiveram

certificação, mas não estão de acordo com as normas, demonstra que os organismos certificadores “precisam ser mais sérios”, já que eles realizam auditorias nas fábricas para verificar a qualidade dos produtos fabricados a cada seis meses e, mesmo assim, ainda chancelam equipamentos em não conformidade. Sant’Ana lamenta também a falta de infraestrutura dos Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) dos estados, que deveriam fiscalizar a qualidade dos produtos, mas não dão conta.

Não obstante o alto índice de produtos não certificados e em não conformidade com

as normas da ABNT, os consumidores de fios e cabos elétricos se mostraram satisfeitos com os produtos adquiridos em 2014. Isso de acordo com a pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico com empresas da área de manutenção, instalação, revenda, projetistas e consultorias, que está publicada nas páginas a seguir desta edição. Conforme o levantamento, 72% deram notas de 8 a 10 quanto ao grau de satisfação com a qualidade dos fios e cabos disponíveis no mercado brasileiro. O curioso é


78

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios que, entre os principais itens considerados para comprar e/

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Principais canais de vendas

ou especificar produtos deste segmento, os consumidores apontaram a existência do selo Inmetro.

Esta satisfação dos consumidores com a qualidade dos

76%

produtos, parece que será revertida na obtenção de fios e cabos elétricos em 2015. Segundo a pesquisa, as empresas

67%

e/ ou compras neste ano em relação a 2014. O levantamento

Distribuidores / Atacadistas

29% Telemarketing 20% Outros

mostra também que a maioria dos entrevistados (53%) espera especificar e/ou comprar até R$ 1 milhão em produtos do segmento.

Revendas / Varejistas

73%

esperam um crescimento de 13,47% de suas especificações

Venda direta ao cliente final

12%

O levantamento desta edição traz também informações sobre

Internet

os fabricantes e distribuidores de fios e cabos. As empresas se mostraram bastante satisfeitas com seu mercado e otimistas para o futuro. A maioria dos entrevistados disse faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Quando perguntados a respeito

da expectativa de crescimento percentual para sua empresa em

disseram investir na certificação ISO 9001. Neste ano, houve uma

2015, os pesquisados afirmaram esperar um acréscimo de 10%,

pequena queda, com 75% dos fabricantes afirmando apresentar a

uma projeção otimista se se levar em conta que o crescimento

certificação de gestão de qualidade.

Se no levantamento do ano anterior 82% dos pesquisados

médio apresentado em 2014 foi de 7,7%. Além

da

opinião

de

consumidores,

fabricantes

e

Certificações ISO

distribuidores de fios e cabos elétricos, a pesquisa traz também informações a respeito do mercado de acessórios para esses produtos. Confira o levantamento na íntegra: 14.001 (ambiental)

20%

Números do mercado de fios e cabos

9001 (qualidade)

75%

Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as

indústrias foram apontadas pelos fabricantes de fios e cabos elétricos entrevistados como o principal segmento de atuação. O segmento comercial foi o segundo mais indicado.

Principais segmentos de atuação

No que diz respeito à percepção das empresas quanto ao

volume de negócios de mercados específicos de fios e cabos, há um destaque para o segmento de fios e cabos nus e isolados em baixa tensão (até 1.000 V), cuja maioria dos entrevistados, 26% e Residencial

49% 55%

47%, respectivamente, disse faturar acima de R$ 500 milhões.

Transmissão e distribuição

Fios e cabos nus

Comercial

62%

18%

Industrial

26%

Até R$ 10 milhões

Acima de R$ 500 milhões

82%

4%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 15%

A venda direta ao cliente final foi mostrada como o principal

canal de comercialização de fios e cabos elétricos, segundo apontaram 76% dos pesquisados. Revendas e varejistas foram indicados como o segundo mais importante meio de vendas por 73%.

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 7%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

19%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11 %

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões


79

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) 47%

Acima de R$ 500 milhões 13%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 17%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

7%

Até R$ 10 milhões

3%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

13%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Cabos para comunicações e dados 11%

11%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 26%

Acima de R$ 500 milhões

16%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 5%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

26%

5%

Até R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões Cabos para média tensão

43%

10%

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

24%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

9%

Até R$ 10 milhões

9%

5%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Na pesquisa de 2014, a maioria (30%) declarou ter apresentado

resultado anual acima dos R$ 200 milhões. No levantamento deste ano, somente 21% declarou faturar esta quantia. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos 21%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

19%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

21%

Acima de R$ 200 milhões

13%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

13%

Até R$ 3 milhões 13%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões


80

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios A balança comercial continua pendendo para o mercado

O que dizem os consumidores de fios e cabos elétricos

nacional. Do mesmo modo que no levantamento do ano passado, os fabricantes afirmaram que 96% dos produtos é destinado ao mercado interno.

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

O perfil de consumidores que participaram do levantamento

é composto por empresas de manutenção, instalação, revendas,

Balança comercial

projetistas e consultorias. Perfil das empresas pesquisadas

Exportação

12%

4%

26%

96%

Projetista e Consultoria

Mercado nacional

Minha empresa é consumidora de produtos 15%

Manutenção

No levantamento deste ano, os fabricantes e distribuidores de

fios e cabos elétricos foram questionados a respeito da previsão de

23%

contratação de funcionários para 2015. As empresas pesquisadas

24%

esperam aumentar em média 9% o número de empregados.

Revenda

Previsões de crescimento

Instalação

Novidade na pesquisa deste ano, o questionamento sobre o uso

/ especificação de produtos específicos de cabos para comunicação

10% 9%

(34%) utiliza cabos para cabeamento estruturado.

Percentual médio de contratação de funcionários em 2015

Uso de cabos isolados quanto ao tipo de material da isolação - Baixa tensão

Crescimento médio efetivo das empresas em 2014 comparado a 2013

8% 7%

e dados teve como a resposta que a maioria dos entrevistados

Crescimento médio das empresas em 2015

32%

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Crescimento médio do mercado de acessórios para cabos em 2015

36%

Cabo com isolação termoplástica

Refletindo o pessimismo de diversos setores da indústria brasileira, os fabricantes de fios e cabos elétricos acreditam que a desaceleração da economia será o fator que mais terá influência no crescimento deste mercado no ano de 2015. Por oposição, o quesito

32%

que menos deve causar impacto é o bom momento da economia.

Cabo com isolação termofixa

Fatores que devem influenciar o crescimento deste mercado

10%

12%

Crise internacional

Setor da construção civil desaquecido

16%

Cabos para comunicação e dados

Projetos de infraestrutura 10%

Setor da construção civil aquecido

2%

Falta de normalização e/ou legislação

34%

Cabos para cabeamento estruturado

25%

Fios e cabos telefônicos metálicos

12%

Programas de incentivo do governo

7%

Incentivos por força de legislação ou normalização

2%

Bom momento econômico do país 29%

Desaceleração da economia brasileira

25% 16%

Cabos óticos

Cabos coaxiais



82

Pesquisa -Fios, cabos e acessórios Cabos para comunicação e dados

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Prazo de entrega 12%

43%

Nota de 1 a 5

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

17%

Nota de 6 a 7

53%

Nota 10

57%

18%

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

Nota de 8 a 9

A opinião dos consumidores sobre a qualidade dos fios e

cabos elétricos é bastante positiva: 72% deram nota entre 8 e 10. Grau de satisfação com a qualidade dos fios e cabos elétricos disponíveis no mercado brasileiro 6%

Nota 10

Repetindo os resultados no levantamento de 2014, treinamento

fornecido pelo fabricante, local de fabricação do produto e assistência técnica foram apontados como os itens menos importantes na hora de comprar um produto. Treinamento oferecido pelo fabricante

Nota de 1 a 5

19%

19%

12%

Nota de 6 a 7

Nota 10

25%

Nota de 1 a 5

25%

Nota de 8 a 9 31%

Nota de 6 a 7 63%

Nota de 8 a 9

Tal qual na pesquisa realizada no ano passado, o selo do

Local de fabricação do produto (nacional ou importado)

Inmetro, a garantia e o prazo de entrega foram considerados os

20%

principais critérios para especificação e compra de produtos pelos

Nota 10 40%

consumidores. Confira os pesos conferidos a estes critérios por

13%

meio de notas dadas pelos usuários:

Nota de 1 a 5

Nota de 8 a 9

Possuir selo do Inmetro 6%

Nota de 1 a 5 50%

22%

Nota de 6 a 7

27%

Nota de 6 a 7

Nota 10 Assistência técnica do fabricante 22%

22%

Nota de 8 a 9

39%

Nota de 1 a 5

Nota 10 Garantia 33% 39%

Nota de 6 a 7 17%

Nota 10

22%

Nota de 6 a 7

Nota de 8 a 9

A maioria dos consumidores (53%) estima especificar e/ou

28%

comprar até R$ 1 milhão em cabos e fios elétricos. Apenas 10%

Nota de 8 a 9

dos entrevistados espera investir a quantia entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões.


83

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Estimativa de especificação e/ou compra de fios e cabos elétricos para 2015

Previsão de crescimento de especificações e/ou compras de fios e cabos para 2015 em relação a 2014

10%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 16%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

53%

Até R$ 1 milhão

5%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 16%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

As empresas de manutenção, instalação, revendas, projetistas

e consultorias pesquisadas preveem um crescimento médio de suas especificações e/ou compras de 13% em 2015 diante do ano anterior.

13%


84

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

Números do mercado de acessórios para fios e cabos

Projetistas e consultores, empresas da área de instalação,

manutenção, revendedoras, entre outros, formam o perfil dos consumidores que responderam a esta pesquisa.

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Os gráficos a seguir mostram a percepção dos fabricantes e

distribuidores de acessórios para fios e cabos elétricos a respeito do tamanho total anual dos diversos segmentos que fazem parte deste mercado. Vale destacar que, na pesquisa do ano anterior, o faturamento projetado pelas empresas referente aos diversos nichos do mercado apresentava divisões mais aparentes, com a maioria das empresas dizendo faturar até R$ 10 milhões. No levantamento deste ano, as divisões estão mais pulverizadas.

Principais segmentos de atuação

conectores e ferramentas de baixa tensão 11%

Transmissão e distribuição

42% 38%

11%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Residencial

Acima de R$ 500 milhões 21%

Até R$ 10 milhões

3%

Comercial

63%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões Industrial

80%

13%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 19%

22%

Os principais meios de comercialização indicados pelos

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

fabricantes e distribuidores foram as revendas/varejistas (75%) e a venda direta ao cliente final (73%). Principais canais de vendas

fitas isolantes de baixa tensão 9%

8% Outros 12% 17%

6%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

19%

Internet

13%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

Telemarketing

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Distribuidores /

70% Atacadistas Venda direta ao 73% cliente final 75%

Revendas / Varejistas

9%

Acima de R$ 500 milhões

19%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

25%

Até R$ 10 milhões

Os números da certificação IS0 se mantiveram basicamente os mesmos da pesquisa realizada em 2014, com apenas uma leve

materiais para amarração de cabos

queda. Se no ano passado 68% dos entrevistados disseram possuir a

16%

cerificação de qualidade IS0 9001 e 28% disseram ter a certificação

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

19%

ambiental 14001, no levantamento deste ano, 63% declararam fabricar

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

produtos de acordo com IS0 9001 e 23% segundo a ISO 14001. 9%

Certificações ISO

6%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

23%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 3%

14.001 (ambiental) 9001 (qualidade)

63%

9%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Acima de R$ 500 milhões 38%

Até R$ 10 milhões


85

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

materiais para identificação de cabos 16%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

13%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

23%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

6%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 3%

Acima de R$ 500 milhões

39%

Até R$ 10 milhões

conectores e ferramentas de média tensão 12%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 29%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

12%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 6%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 6%

Acima de R$ 500 milhões

18%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

17%

Até R$ 10 milhões

fitas isolantes de média tensão 10%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

9%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 9%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

35%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

9%

Acima de R$ 500 milhões

28%

Até R$ 10 milhões terminações de cabos de média tensão 15% 15%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 18%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 24%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

3%

Acima de R$ 500 milhões 25%

Até R$ 10 milhões


86

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

emendas de cabos de média tensão 21%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

18%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 27%

6%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 28%

Até R$ 10 milhões

A respeito do faturamento bruto total anual das empresas, a maioria das companhias

(57%) pesquisadas afirmou faturar até R$ 10 milhões. Faturamento bruto total das empresas

16%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

16%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 24%

11%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

33%

Até R$ 3 milhões

A maior parte dos produtos comercializados pelos fabricantes e distribuidores (92%)

de acessórios de fios e cabos abastece o mercado interno. Apenas 8% são exportados. Balança comercial

Exportação

8%

Mercado nacional

92%

As projeções de crescimento do mercado de acessórios de fios e cabos elétricos em

2015 demonstram o desânimo das empresas do setor com a economia brasileiro. No ano passado, os fabricantes e distribuidores tinham a expectativa de crescer 10%, neste ano, projetam uma elevação menor, de somente 7%.


87

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Previsões de crescimento

7%

Crescimento médio para o mercado de acessórios para fios e cabos em 2015

10%

Percentual médio de contratação de funcionários em 2015

11% 12%

Crescimento médio efetivo das empresas em 2014 comparado a 2013 Crescimento médio das empresas em 2015

Neste gráfico, novamente observa-se que a desaceleração da economia brasileira

deverá refletir negativamente nos resultados do mercado de acessórios para fios e cabos. Veja as opiniões. Fatores que devem influenciar o crescimento deste mercado

8%

Crise internacional

1%

Bom momento econômico do país 29%

23%

Desaceleração da economia brasileira

Projetos de infraestrutura

5% 13%

Programas de incentivo do governo 5%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Falta de normalização e/ou legislação 16%

Setor da construção civil desaquecido

O que dizem os consumidores de acessórios para fios e cabos

Projetistas e consultores, empresas da área de instalação, manutenção, revendedoras,

entre outros, formam o perfil dos consumidores que responderam a esta pesquisa. Perfil das empresas pesquisadas

6%

Consumidora de produtos

21%

Projetista e Consultoria

29%

Revendedora de produtos

14%

Instalação

15%

Atua em consultoria

15%

Atua em manutenção


88

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

Os consumidores continuam preferindo fitas isolantes plásticas

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Prazo de entrega

a fitas isolantes de autofusão. Na pesquisa de 2014, esta divisão 8%

foi de 52% para 48%. No levantamento deste ano, a divisão foi

Nota de 1 a 5

de 51% para 49%. Em relação aos acessórios de média tensão,

40%

as opiniões ficaram divididas, como uma leve preferência para a

Nota 10

8%

Nota de 6 a 7

compra de terminações. Fitas isolantes

44%

Nota de 8 a 9 51%

Plástica

49%

Autofusão

Garantia

20% 40%

Nota 10

média tensão

Nota de 6 a 7

22%

20%

Conectores

Emendas

40%

Nota de 8 a 9

16%

Ferramentas para aplicação de conectores

23%

Terminações

19%

Fitas isolantes

importado), o treinamento oferecido pelo fabricante e a assistência

O selo do Inmetro, o prazo de entrega e a garantia são os itens

que mais influenciam os consumidores no momento de adquirir acessórios para fios e cabos elétricos.

Fatores que mais influenciam a decisão de compra e/ou especificação de produtos (nota média)

No entanto, o local de fabricação do produto (nacional ou

técnica são os fatores com menos interferência na obtenção de um produto do segmento.

Fatores que menos influenciam a decisão de compra e/ou especificação de produtos (nota média) Local de fabricação do produto (nacional ou importado)

Selo do Inmetro

8%

Nota 10

4%

Nota de 1 a 5

35%

Nota de 1 a 5

12%

Nota de 6 a 7 44%

Nota 10 35%

Nota de 8 a 9 40%

Nota de 8 a 9

22%

Nota de 6 a 7


89

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Treinamento oferecido pelo fabricante

20%

16%

Nota 10

Nota de 6 a 7

28%

Nota de 6 a 7

36%

Nota de 8 a 9

Assistência técnica do fabricante 12%

Nota de 1 a 5

32%

Nota 10 20%

Nota de 6 a 7

36%

Nota de 8 a 9

Os consumidores estão satisfeitos com a qualidade dos acessórios e fios e cabos

elétricos disponíveis no mercado brasileiro. 85% deram notas entre 8 e 10 para os produtos comprados e/ou especificados. Grau de satisfação com a qualidade dos acessórios para fios e cabos elétricos disponíveis no mercado brasileiro

8%

Nota 10

15%

Nota de 6 a 7

77%

Nota de 8 a 9

A projeção da maioria dos consumidores entrevistados (61%) é especificar e/ou

comprar até R$ 1 milhão em produtos no ano de 2015.


90

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

Estimativa de especificação e/ou compra de fios e cabos elétricos para 2015

8%

Acima R$ 10 milhões 8%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

23%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

61%

Até R$ 1 milhão

A maior parte dos pesquisados (58%) acredita ser viável o uso de ferramentas

automatizadas para a aplicação de terminais e conectores, decapagem de cabos, etc.

Percepção quanto ao uso de ferramentas automatizadas para aplicação de terminais e conectores, decapagem de cabos, etc.

19%

Viável e já aplico

58%

23%

Viável

Por enquanto é viável

Os consumidores projetam crescimento de 11% de suas especificações e/ou compras

em 2015 ante o ano passado. Previsão de crescimento de especificações e/ou compras de fios e cabos para 2015 em relação a 2014

11%



Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

BANCOR-COPPRAL

(11) 2959-8228

www.bancor.com.br

São Paulo

SP

BELDEN

(11) 4092-9000

www.belden.com.br

Diadema

SP

X

X

BRASCABOS

(19) 3522-5101

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X

CABELAUTO

(35) 3629-2514

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

CABLENA

(11) 3587-9590

www.cabelna.com.br

Itupeva

SP

X

X

X

X

COBRECOM

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

X

X

X

COBREMACK

(11) 4156-5531

www.cobremack.com.br

Santana de Parnaíba

SP

X

COFIBAM

(11) 4182-8500

www.cofibam.com.br

Caraicuíba

SP

X

X

X

CONDUMAX

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

X

CONDUMIG

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

X

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X

CONDUSPAR

(41) 2109-6000

www.conduspar.com.br

São José dos Pinhais

PR

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X

X

X

Exporta produtos acabados

PA

Possui programas na área de responsabilidade social

Barcarena

Possui certificado ISO 14001

www.alubar.net

Possui certificado ISO 9001

(91) 3754-7151

Outros

SP

ALUBAR

Estado

Internet

Guarulhos

Telemarketing

Cidade

www.acabine.com.br

Venda direta ao cliente final

Site

(11) 2842-5252

Revendas/Varejistas

Comercial

X

Telefone

ACABINE

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Industrial

X

EMPRESA

Transmissão e distribuição

Distribuidora

Fabricante / Distribuidora

Fabricante

X

Residencial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

92

X

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X

X X X X X

CONDUTRON

(11) 3215-8555

www.condutron.com.br

São Paulo

SP

X

X

CONDVOLT

(11) 2296-9477

www.condvolt.com.br

São Paulo

SP

X

X

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X

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X

X

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X

CONSTRUFIOS

(11) 5053-8383

www.construfios.com.br

São Paulo

SP

X

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X

X

X

X

COPPER 100

(11) 3478-6900

www.grupocopper100.com.br

São Paulo

SP

X

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X

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X

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X

X

CORDEIRO

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

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X

X

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X

X

X

X

CORFIO

(49) 3561-3777

www.corfio.com.br

Caçador

SC

X

X

X

X

DLIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

EMEP

(62) 3249-6477

www.emep.eng.br

Goiânia

GO

X

X

X

FERRAMENTAS GERAIS

(51) 3328-1239

www.fg.com.br

Porto Alegre

RS

GENERAL CABLE

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlandia

SP

X

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

ICE CABOS

(11) 4677-3132

www.icecabos.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-2211

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

INNOVCABLE

(19) 4062-7464

www.innovcable.com.br

Sumare

SP

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93

LAMESA

(19) 3623-1518

www.lamesa.com.br

São João da Boa Vista

SP

LAPP

(11) 2166-4166

www.lappgroup.com.br

São Paulo

SP

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MEGATRON

(11) 4636-1920

www.megatroncabos.com.br

Poá

SP

NAMBEI

(11) 5051-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

SP

NEXANS

(11) 3084-1600

www.nexans.com.br

São Paulo

SP

X

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

PAN ELECTRIC

(54) 2102-3333

www.pan.com.br

Bento Gonçalves

RS

X

X

PANDUIT

(11) 3613-2353

www.panduit.com

São Paulo

SP

X

X

PEKON

(11) 3017-2711

www.pekon.com.br

São Paulo

SP

X

PROCABLE

(11) 4061-9103

www.procable.com.br

Diadema

SP

X

X

SANTA LUIZA

(11) 5035-1800

www.santaluiza.ind.br

São Paulo

SP

X

X

X

SIL FIOS

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

SP

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

TRAMAR

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreuva

SP

X

X

VATHISA

(11) 4634-8686

www.vathisa.com.br

Poá

SP

X

X

WIREX

(11) 2191-9400

www.wirexcable.com.br

São Bernardo do Campo

SP

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X X

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X

Exporta produtos acabados

SP

Possui programas na área de responsabilidade social

São Paulo

Possui certificado ISO 9001

www.isoteck.com.br

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

(11) 5612-9500

Outros

SP

ISOTECK

Estado

Internet

São Paulo

Telemarketing

Cidade

www.ipce.com.br

Venda direta ao cliente final

X

Site

(11) 2065-1188

Revendas/Varejistas

X

Telefone

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Residencial

X

EMPRESA IPCE

Transmissão e distribuição

Comercial

Distribuidora

Fabricante / Distribuidora

Fabricante

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 14001

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

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94

Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

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X

BANCOR-COPPRAL

(11) 2959-8228

www.bancor.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

BELDEN

(11) 4092-9000

www.belden.com.br

Diadema

SP

X

X

X

BRASCABOS

(19) 3522-5101

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X

CABELAUTO

(35) 3629-2514

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

CABLENA

(11) 3587-9590

www.cabelna.com.br

Itupeva

SP

X

COBRECOM

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

COBREMACK

(11) 4156-5531

www.cobremack.com.br

Santana de Parnaíba

SP

COFIBAM

(11) 4182-8500

www.cofibam.com.br

Caraicuíba

SP

CONDUMAX

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

CONDUMIG

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

CONDUSPAR

(41) 2109-6000

www.conduspar.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

CONDUTRON

(11) 3215-8555

www.condutron.com.br

São Paulo

SP

X

CONDVOLT

(11) 2296-9477

www.condvolt.com.br

São Paulo

SP

X

CONSTRUFIOS

(11) 5053-8383

www.construfios.com.br

São Paulo

SP

COPPER 100

(11) 3478-6900

www.grupocopper100.com.br

São Paulo

SP

CORDEIRO

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

CORFIO

(49) 3561-3777

www.corfio.com.br

DLIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

ELOS

(41) 3383-9290

EMBRAMAT

Importa produtos acabados

PA

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X X

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X

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X

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

X

X

Barcarena

Cabos para cabeamento estruturado Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)

X

X

www.alubar.net

Cabos ópticos

X

X

(91) 3754-7151

Cabos coaxiais

X

X

SP

ALUBAR

Estado

Fios e cabos telefônicos metálicos

X

X

Guarulhos

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

X

X

www.acabine.com.br

Cabo para ligação de equipamentos

X

(11) 2842-5252

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

X

Cidade

ACABINE

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Cabo com isolação termofixa

X

Site

Fios e cabos nus

X

Telefone

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

EMPRESA

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Cabo com isolação termoplástica

Cabos isolados Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicação e dados em média tensão

X

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SP

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Caçador

SC

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Guarulhos

SP

X

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X

X

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

X

EMEP

(62) 3249-6477

www.emep.eng.br

Goiânia

GO

X

X

X

X

X

FERRAMENTAS GERAIS

(51) 3328-1239

www.fg.com.br

Porto Alegre

RS

X

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X

X

X

GENERAL CABLE

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlandia

SP

X

X

X

X

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

ICE CABOS

(11) 4677-3132

www.icecabos.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-2211

www.induscabos.com.br

Poá

SP

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95

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Cabo para ligação de equipamentos

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

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São Paulo

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Caxias do Sul

RS

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X

www.megatroncabos.com.br

Poá

SP

X

X

X

X

X

(11) 5051-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

(11) 3084-1600

www.nexans.com.br

São Paulo

SP

X

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X

X

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

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X

X

X

X

PAN ELECTRIC

(54) 2102-3333

www.pan.com.br

Bento Gonçalves

RS

X

X

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X

X

X

X

X

PANDUIT

(11) 3613-2353

www.panduit.com

São Paulo

SP

X

X

PEKON

(11) 3017-2711

www.pekon.com.br

São Paulo

SP

PROCABLE

(11) 4061-9103

www.procable.com.br

Diadema

SP

SANTA LUIZA

(11) 5035-1800

www.santaluiza.ind.br

São Paulo

SP

SIL FIOS

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

SP

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

X

TRAMAR

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreuva

SP

X

X

VATHISA

(11) 4634-8686

www.vathisa.com.br

Poá

SP

X

WIREX

(11) 2191-9400

www.wirexcable.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

SP

IPCE

(11) 2065-1188

www.ipce.com.br

São Paulo

SP

ISOTECK

(11) 5612-9500

www.isoteck.com.br

São Paulo

SP

LAMESA

(19) 3623-1518

www.lamesa.com.br

São João da Boa Vista

LAPP

(11) 2166-4166

www.lappgroup.com.br

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

MEGATRON

(11) 4636-1920

NAMBEI NEXANS

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X

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

X

X

Estado

Sumare

Cabos para cabeamento estruturado Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

X

X

Cidade

www.innovcable.com.br

Cabos ópticos

Cabo com isolação termofixa

X

X

Site

(19) 4062-7464

Cabos coaxiais

Cabo com isolação termoplástica

X

Telefone

INNOVCABLE

Fios e cabos telefônicos metálicos

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

EMPRESA

Fios e cabos nus

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

isolados Cabos para comunicação e dados emCabos média tensão

Importa produtos acabados

Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V)

X

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X X

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Pesquisa - Acessórios para fios e cabos

Guarulhos

SP

ADELBRAS

(19) 4009-7711 www.adelbras.com/tech

Vinhedo

SP

ATS ELÉTRICA

(11) 2645-4196 www.atseletrica.com.br

São Paulo

SP

AUTOMATUS

(11) 3368-6869 www.automatus.com.br

São Paulo

SP

BUILDING

(11) 2621-4811 www.building.ind.br

São Paulo

SP

X

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225 www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

X

COBREPLAS

(11) 4781-3800 www.cobreplas.com.br

Embu das Artes

SP

COFLEX

(11) 4330-3347 www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

CONIMEL

(16) 3951-9595 www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

CONNECTWELL

(11) 5844-2010 www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

CRIMPER

0800 772 1777 www.crimper.com.br

Campinas

SP

X

X

X

X

DAISA

(11) 5094-9988 www.daisa.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

DLIGHT

(11) 2937-4650 www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

X

X

ELOS

(41) 3383-9290 www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

ERICO

(11) 3623-4300 www.erico.com

São Paulo

SP

X

FACILIT

(11) 4447-1881 www.eletrocalhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

FASTWELD

(11) 2425-7180 www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

FOXLUX

(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

FRONTEC

0800 704 2477 www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

X

X

GERALUX

(41) 3677-6334 www.grupogeralux.com.br

Campo Magro

PR

X

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437 www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

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X

Possui programas na área de responsabilidade social

(11) 2842-5252 www.acabine.com.br

Estado

Possui certificado ISO 14001

SP

ACABINE

Cidade

Internet

X

Sumaré

Site

Telemarketing

Transmissão e distribuição

X

X

(19) 3838-7000 www.3meletricos.com.br

Venda direta ao cliente final

Residencial

X

X

Telefone

3M

Revendas/Varejistas

Comercial

X

EMPRESA

Distribuidores/Atacadistas

Industrial

Distribuidora

Fabricante / Distribuidora

Fabricante

Principal canal de vendas

Possui certificado ISO 9001

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Outros

96

X

X

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97

X

HUMMEL

(15) 3322-7000 www.hummel.com.br

Tatuí

SP

X

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X

IDEAL ENGENHARIA

(11) 3287-0622 www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

X

INCESA

(17) 3279-2600 www.incesa.com.br

Olimpia

SP

X

X

INTELLI

(16) 3820-1500 www.intelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

IRMÃOS ABAGE

(41) 3371-5600 www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

KIT ACESSÓRIOS

0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br

Rio de Janeiro

RJ

KRJ

(11) 2971-2300 www.krj.com.br

São Paulo

SP

X

LEGRAND

(11) 5644-2600 www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

MAGNANI

(54) 4009-5255 www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

MAXIDUTOS

(47) 3334-5899 www.maxidutos.com

Blumenau

SC

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382 www.obobrasil.com.br

Sorocaba

SP

ONIX

(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

PANDUIT

(11) 3613-2353 www.panduit.com

São Paulo

SP

PARAENG

(31) 3394-7433 www.paraeng.com.br

Contagem

MG

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X

Possui certificado ISO 14001

X

Possui certificado ISO 9001

HELLERMANNTYTON

X

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

X

Outros

X

SP

Estado

Internet

X

Jundiaí

Cidade

Telemarketing

SP

(11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br

Site

Venda direta ao cliente final

Diadema

Telefone

Revendas/Varejistas

(11) 4056-7047 www.hawser.com.br

Distribuidores/Atacadistas

Comercial

HAWSER

EMPRESA

Principal canal de vendas

Transmissão e distribuição

Industrial

Distribuidora

Fabricante / Distribuidora

Fabricante

Residencial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui programas na área de responsabilidade social

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

X

X X X


Pesquisa - Acessórios para fios e cabos

(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br

Contagem

MG

X

PROAUTO

(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

PRYSMIAN GROUP

(11) 4998-4000 www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

REIMOLD

(11) 3904-3554 www.reimold.com.br

Caieiras

SP

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500 www.romagnole.com.br

Mandaguari

PR

X

X

SOB

(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

TCM

(44) 3026-5674 www.tcmterminais.com.br

Maringá

PR

X

TE CONNECTIVITY

(11) 2103-6000 www.te.com/energy

São Paulo

SP

X

TECHNOMASTER

(21) 2580-4001 www.technomaster.net

Rio de Janeiro

RJ

TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000 www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

TIGRE

0800 707 4700 www.tigre.com

Joinville

SC

WAGO

(11) 4591-0199 www.wago.com.br

Itupeva

SP

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

WETZEL

(47) 3451-4033 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

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X

Possui programas na área de responsabilidade social

POLIMETAL

X

X

Possui certificado ISO 14001

X

Possui certificado ISO 9001

SP

Internet

Cajamar

Telemarketing

X

(11) 4448-8000 www.plp.com.br

Venda direta ao cliente final

SP

PLP

Revendas/Varejistas

São Paulo

Distribuidores/Atacadistas

Cidade

(11) 3871-6400 www.phoenixcontact.com.br

Principal canal de vendas

Transmissão e distribuição

Site

PHOENIX CONTACT

Residencial

Industrial

Distribuidora

Estado

Fabricante / Distribuidora

Telefone

Fabricante

EMPRESA

Comercial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Outros

98

X X

X



Pesquisa - Acessórios para fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

X

X

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Embu das Artes

SP

X

X

X

X

(11) 4330-3347 www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

(16) 3951-9595 www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

X

CONNECTWELL

(11) 5844-2010 www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

X

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X

X

CRIMPER

0800 772 1777 www.crimper.com.br

Campinas

SP

X

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X

DAISA

(11) 5094-9988 www.daisa.com.br

São Paulo

SP

X

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X

X

DLIGHT

(11) 2937-4650 www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

X

X

ELOS

(41) 3383-9290 www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

EMBRAMAT

(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

X

X

X

ERICO

(11) 3623-4300 www.erico.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

FACILIT

(11) 4447-1881 www.eletrocalhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

X

X

FASTWELD

(11) 2425-7180 www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

FOXLUX

(41) 3302-8100 www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

FRONTEC

0800 704 2477 www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

GERALUX

(41) 3677-6334 www.grupogeralux.com.br

Campo Magro

PR

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437 www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

SP

(11) 2645-4196 www.atseletrica.com.br

São Paulo

SP

AUTOMATUS

(11) 3368-6869 www.automatus.com.br

São Paulo

SP

BUILDING

(11) 2621-4811 www.building.ind.br

São Paulo

BURNDY

(11) 5515-7225 www.burndy.com

COBREPLAS

(11) 4781-3800 www.cobreplas.com.br

COFLEX CONIMEL

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Emendas

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Vinhedo

ATS ELÉTRICA

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Terminações

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ADELBRAS

(19) 4009-7711 www.adelbras.com/tech

X

Fitas Isolantes

SP

X

Ferramentas para aplicação de conectores

X

SP

Média tensão

Outros

X

X

Guarulhos

Materiais para identificação de cabos

X

X

(11) 2842-5252 www.acabine.com.br

Baixa tensão Materiais para amarração de cabos

X

SP

ACABINE

Cidade

Autofusão

X

X

Sumaré

Site

Fitas Isolantes BT

Plástica

X

(19) 3838-7000 www.3meletricos.com.br

Ferramentas para aplicação de conectores

Conectores

X

X

Estado

3M

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X

X

Telefone

Importa produtos acabados

X

EMPRESA

Exporta produtos acabados

Oferece treinamento técnico para os clientes

Baixa tensão

Conectores

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101

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

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X

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X

X

X

(11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

HUMMEL

(15) 3322-7000 www.hummel.com.br

Tatuí

SP

IDEAL ENGENHARIA

(11) 3287-0622 www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

INCESA

(17) 3279-2600 www.incesa.com.br

Olimpia

SP

INTELLI

(16) 3820-1500 www.intelli.com.br

Orlândia

SP

IRMÃOS ABAGE

(41) 3371-5600 www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

KIT ACESSÓRIOS

0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

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X

KRJ

(11) 2971-2300 www.krj.com.br

São Paulo

SP

X

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LEGRAND

(11) 5644-2600 www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

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X

MAGNANI

(54) 4009-5255 www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

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X

MAGNET

(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

X

X

X

MAXIDUTOS

(47) 3334-5899 www.maxidutos.com

Blumenau

SC

X

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X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382 www.obobrasil.com.br

Sorocaba

SP

X

X

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X

ONIX

(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

X

X

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X

X

PANDUIT

(11) 3613-2353 www.panduit.com

São Paulo

SP

X

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PARAENG

(31) 3394-7433 www.paraeng.com.br

Contagem

MG

X

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X

Emendas

X

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SP

HELLERMANNTYTON

Conectores

X

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Diadema

Outros

X

(11) 4056-7047 www.hawser.com.br

Autofusão

X

Plástica

X

Ferramentas para aplicação de conectores

X

Conectores

X

Telefone

HAWSER

Terminações

X

X

EMPRESA

Fitas Isolantes

Materiais para identificação de cabos

X

Média tensão

Ferramentas para aplicação de conectores

Materiais para amarração de cabos

Oferece treinamento técnico para os clientes

Estado

Baixa tensão

Importa produtos acabados

Cidade

Fitas Isolantes BT

Exporta produtos acabados

Site

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Baixa tensão

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Pesquisa - Acessórios para fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

X

X

POLIMETAL

(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br

Contagem

MG

PROAUTO

(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

PRYSMIAN GROUP

(11) 4998-4000 www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

REIMOLD

(11) 3904-3554 www.reimold.com.br

Caieiras

SP

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500 www.romagnole.com.br

Mandaguari

PR

X

X

SOB

(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

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X

TCM

(44) 3026-5674 www.tcmterminais.com.br

Maringá

PR

X

X

TE CONNECTIVITY

(11) 2103-6000 www.te.com/energy

São Paulo

SP

TECHNOMASTER

(21) 2580-4001 www.technomaster.net

Rio de Janeiro

RJ

TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000 www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

TIGRE

0800 707 4700 www.tigre.com

Joinville

SC

X

WAGO

(11) 4591-0199 www.wago.com.br

Itupeva

SP

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

WETZEL

(47) 3451-4033 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

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Emendas

X

X

Terminações

Ferramentas para aplicação de conectores

X

SP

Fitas Isolantes

Conectores

X

Cajamar

Ferramentas para aplicação de conectores

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

(11) 4448-8000 www.plp.com.br

Média tensão

Outros

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

SP

PLP

Materiais para identificação de cabos

Estado

Baixa tensão Materiais para amarração de cabos

Cidade São Paulo

Autofusão

Site

(11) 3871-6400 www.phoenixcontact.com.br

Fitas Isolantes BT

Plástica

Telefone

PHOENIX CONTACT

Exporta produtos acabados

EMPRESA

Importa produtos acabados

Baixa tensão

Conectores

102

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104

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Por Haroldo Zattar e Jusiel Fontes*

Qualidade da energia elétrica Desenvolvimento, análise e avaliação de filtros tipo acopladores capacitivos para redes PLC em ambientes de intenso ruído


105

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

A

tecnologia Power Line Commu­

ni­ cation (PLC) vem se desenvol­ vendo e evoluindo para propiciar serviço de banda larga a residências e locais onde até o momento as demais tecnologias, como ADSL, cable modem, fibra ótica, wireless e satélite, não atendem baseado em custo/benefício. Os adaptadores PLC atualmente estão alcançando taxas de até 200 Mbps e com qualidade de serviço. Com a grande evolução da tecnologia dos circuitos integrados, brevemente, os adaptadores estarão operando com taxas de até 500 Mbps. A transmissão de dados e o acesso à internet via rede elétrica não estão entrando no mercado brasileiro para competir com as demais tecnologias e sim para somar, visando ampliar o número de usuários que poderão ter acesso à rede de banda larga haja visto que menos de 5% da população brasileira tem disponível acesso à internet com alta velocidade nas residências e grande parte da população ainda não tem acesso fácil à internet mesmo por meio de tablets e smartphones.

Desde 2010 vem sendo implantado

um programa nacional, visando ampliar o acesso em banda larga fixa e móvel de todos os cidadãos, inclusive das áreas rurais e remotas, não apenas no que diz respeito à internet, mas também em ampliar o uso de Tecnologias de Informação

e

Comunicações

(TICS)

nas áreas de educação e saúde e nos serviços

de

governo

eletrônico.

A

finalidade é facilitar o uso pela população dos serviços prestados pelo Estado, promover a inclusão social, desenvolver e desconcentrar oportunidades, ampliar a

competitividade

brasileira,

reduzir

as desigualdades sociais e regionais, estimular

a

competição

entre

as

empresas do setor de TICs e aumentar os investimentos, com vistas a criar novas opções de serviços ao consumidor a


106

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

preços acessíveis e promover a geração

em banda larga, conexões de voz,

Devido

de emprego e renda. A tecnologia PLC

aplicações de vídeo, imagem e dados.

transmissão,

está apta para atender a todas estas

Como a rede elétrica está presente em

atingir 200 Mbps, o PLC tem capacidade

aplicações citadas e soma-se a isso o fato

praticamente todos os lugares, não há

de fornecer uma ampla gama de serviços

de que, em agosto de 2009, a Agência

necessidade de obras para instalação

como internet em banda larga, voz sobre

Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

de cabos adicionais para a prestação

IP; videoconferência; vídeo segurança;

aprovou a utilização das instalações de

de serviços de telecomunicações. Com

telemedicina;

distribuição de energia elétrica para a

a tecnologia PLC a própria tomada

automação

transmissão dos serviços de internet

elétrica serve para comunicação com a

gerenciamento

banda larga-PLC. No mesmo mês, a

internet.

energia e água.

Agência Nacional de Telecomunicações

O PLC funciona a partir de um

Como

(Anatel) aprovou a liberação para a

equipamento instalado em um ponto

rede PLC apresenta

comercialização de internet banda larga

próximo ao transformador de energia

superados

via rede elétrica.

elétrica,em que o sinal PLC é injetado

pesquisas com relação à incidência de

Considerando que em um futuro

nos cabos de energia elétrica. Desse

alto nível de ruído, atenuação nos cabos,

breve muitas residências, escritórios e

modo,

que

desvanecimento seletivo, atrasos (delay),

salas comerciais poderão estar utilizando

estiverem ligadas no circuito elétrico

múltiplos caminhos e compatibilidade

adaptadores PLC para acesso à banda

deste transformador estarão recebendo

eletromagnética. O efeito do ruído é

larga e tendo como fato que na rede

o sinal PLC em todas as tomadas da rede

o problema mais significante para a

elétrica existe muito ruído proveniente

local. Outro equipamento chamado de

transmissão de dados em uma rede PLC

principalmente

de

adaptador PLC é instalado em qualquer

conforme abordado a seguir.

equipamentos

e

eletrodomésticos,

as

residências

alta que

velocidade atualmente

educação residencial do

à e

de pode

distância; comercial;

fornecimento

de

tecnologia,

a

qualquer mediante

que devem ser realização

de

que

tomada elétrica na residência do usuário

produzem alta incidência de ruídos,

para receber o sinal transmitido pela rede

gerando uma grande degradação na

PLC e disponibilizá-lo para ligar na placa

eficiência da rede para transmissão de

de rede do computador via cabo UTP

Ruídos são sinais estranhos e não

dados e acesso à internet.

categoria 5, no telefone ou no vídeo,

desejados em um meio de comunicação

Desse modo, a proposta desse artigo

dependendo do serviço solicitado. A

distorcendo os sinais de informações. O

é apresentar o resultado da avaliação

Figura 1 ilustra o princípio de instalação

excesso de ruído pode impedir uma rede

de desempenho dessa tecnologia sobre

da rede PLC.

de funcionar ou reduzir drasticamente a

a influência de diversos tipos de ruídos,

Como vantagens da tecnologia PLC

sua velocidade. O ruído consiste em uma

utilizando filtros do tipo acopladores

podem ser citadas a ampla infraestrutura

alteração de alguma das características

capacitivos desenvolvidos no laboratório

elétrica

de

do sinal transmitido por efeito de outro

de

do

transmissão ao longo de toda a malha

sinal exterior ao sistema de transmissão.

Departamento de Engenharia Elétrica

de energia elétrica, a transmissão eficaz

Estes sinais indesejados são de natureza

da Universidade Federal de Mato Grosso

de dados, vídeo e voz simultaneamente

aleatória, não sendo possível prever o seu

(UFMT) e comparar os resultados obtidos

e a grande mobilidade na conexão, ao

valor em um instante de tempo futuro.

com

alcance de qualquer tomada de energia

O ruído no canal de transmissão varia

na rede PLC.

fortemente em função da frequência, da

Sistemas

um

ferramentas

todas

à

de

filtro

Comunicação

capacitivo

comercial

que foi importado por não encontrar

disponível,

a

facilidade

Estudo do ruído

o equipamento disponível no Brasil e na qual deve servir de parâmetro de qualidade.

Tecnologia PLC O

PLC

utiliza

a

rede

de

distribuição de energia elétrica como meio de transporte dos sinais de telecomunicações para acesso à internet

Figura 1 - Acesso à internet via rede elétrica.



108

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

carga, do período do dia e da localização

de transmissão.

variação temporal do canal. Existem,

geográfica do transmissor até o receptor.

Para medir o ruído do sinal de um

ao todo, cinco classes de ruído que

O nível de potência do ruído varia de

eletrodoméstico, primeiro mede-se o

caracterizam o canal PLC, são eles:

acordo com a distância entre a fonte

ruído de fundo sem ter o equipamento

ruído colorido de fundo, ruído de faixa

de ruído e o receptor. Na maioria dos

conectado

Em

estreita, ruído impulsivo periódico, ruído

casos, o ruído medido está abaixo de

seguida, mede-se o sinal de ruído

impulsivo periódico – síncrono com a

40 dB (W/KHz). Entretanto, se o receptor

fornecido pelo equipamento ligado na

frequência da rede e ruído impulsivo

estiver muito distante do transmissor

rede. Por último, subtrai-se o valor do

assíncrono. A modelagem dos ruídos

e bem próximo da fonte geradora de

sinal medido com o equipamento ligado

presentes nos canais PLC para aplicações

ruído, ocasionará grande perda de

menos o valor lido do ruído de fundo.

last miles é a seguinte:

dados durante a transmissão. A medição

O resultado obtido é o valor do

do ruído pode ser realizada por meio de

sinal de ruído fornecido exclusivamente

potência espectral relativamente baixa e

medida direta na rede de energia elétrica

pelo

rede

variante com a frequência. É normalmente

utilizando o analisador de espectro ou o

elétrica. As principais fontes de ruídos

formado pela somatória de diferentes

osciloscópio após atenuar e filtrar o sinal

são os motores com escovas, fontes

fontes de ruídos com baixa potência. A

emitido pelo gerador de ruído. A análise

chaveadas e reatores para iluminação.

densidade espectral de potência desta

espectral e a medição no domínio do

Os dimmers e as luzes fluorescentes

componente de ruído é relativamente

tempo do ruído impulsivo possibilitam

criam ruído impulsivo relacionado ao

plana, decrescendo com o aumento

realizar o cálculo da Densidade Espectral

ciclo de potência na faixa de 50 Hz a 60

da frequência. Embora apresente um

de Potência (Power Spectral Density

Hz. Outras fontes de ruído são as ondas

comportamento estocástico, o estudo

- PSD), bem como a verificação de

de RF (Radiofrequência), principalmente

realizado mostra que a PSD do ruído

amplitude, largura do impulso e medida

as ondas curtas e radioamadores. Estes

colorido de fundo varia muito lentamente

de tempo nas redes PLC.

equipamentos introduzem componentes

quando comparada a taxas de alguns

de alta frequência na rede, caracterizando

Kbps. Ela permanece muito próxima

estatísticos, as características do ruído

as emissões conduzidas.

de um valor médio por um intervalo

como autocorrelação, Função Densidade

Uma das formas de ruído mais

de vários segundos e até mesmo

de Probabilidade (PDF) e coeficientes

utilizadas para modelar um sistema de

alguns minutos durante o dia, podendo

de correlação podem ser analisados.

transmissão é o Ruído Branco Aditivo

permanecer neste estado estacionário

Para ruídos de fundo, utiliza-se análise

Gaussiano (AWGN). Ao contrário de

por até algumas horas durante a noite.

estatística com modelo no domínio da

outros canais de comunicação, o canal

frequência. Para o ruído impulsivo, o

PLC não pode ser representado pela

de fundo são o ruído branco, rosa, azul,

modelo pode ser realizado no domínio

presença dominante de ruído AWGN [9].

violeta, cinza, laranja, verde, preto e

do tempo e da frequência. No domínio

Desta forma, uma análise mais apurada

vermelho. Os motores universais são

da

das perturbações presentes no ambiente

exemplos de aplicações que produzem

impulsivo é realizado com base apenas

PLC

inevitável

ruído colorido de fundo na frequência

em medições. No domínio do tempo, o

para que sejam levantados modelos

acima de 50 KHz. Como exemplo de

modelo pode ser caracterizado por três

caracterizados pela presença de ruído

equipamentos pode-se citar aspiradores

parâmetros, como amplitude do pulso,

de faixa estreita e diferentes formas de

de pó, batedeira, liquidificador, máquinas

largura de pulso e tempo. A Figura 2

ruído impulsivo.

de costura, lixadeira, furadeira elétrica e

exemplifica as formas em que se pode

Em

segundo

máquinas de serrar. Estes equipamentos

medir o sinal PLC e o ruído em um canal

componente responde pela significante

apresentam uma medição de amplitude

Utilizando-se

frequência,

de

o

modelo

métodos

do

erro

na

energia

equipamento

é

um

elétrica.

ligado

pré-requisito

particular,

este

à

Ruídos coloridos de fundo: tem uma

Os principais tipos de ruídos coloridos

de tensão e frequência aleatória, que provocam sinais de radiofrequência (RF). Ruídos

em

caracterizados

banda por

estreita:

sinais

são

senoidais

modulados em amplitude e causados, principalmente, pela indução nos fios da Figura 2 – Equipamentos para medição do sinal em um canal PLC.

rede elétrica dos sinais de rádio na faixa


109

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Figura 3 – Sinais de ruído injetado na transmissão do sinal.

até 20 MHz e pela peculiar perturbação

a cada ½ ciclo AC.

gerada pelas harmônicas de maior ordem

Ruídos impulsivos assíncronos: é

na frequência de deflexão horizontal

causado principalmente pelos transitórios

dos aparelhos de TV (15,625 KHz PAL-

característicos de chaveamento na rede

Europa e 15,75 KHz NTSC-EUA). Embora

elétrica e o seu tempo de duração é

concentrado em faixas estreitas, este tipo

da ordem de alguns microssegundos

de ruído apresenta uma alta PSD tendo,

até alguns milissegundos, com tempo

porém,

contribuições

de ocorrência aleatória. A PSD pode

na faixa inferior aos 500 kHz. O valor

alcançar valores 50 dB acima dos ruídos

medido para o ruído de banda estreita

de fundo. É altamente variante no tempo

fica na faixa de 40 dB.

e juntamente com o ruído anterior pode

suas

maiores

e

causar erros em alguns bits ou em uma

assíncronos à frequência fundamental:

rajada de transmissão. Desse modo, é o

têm taxa de repetição, na maioria dos

pior tipo de ruído em uma rede PLC.

casos, entre 50 KHz e 200 KHz, resultando

em um espectro com linhas discretas

transmitido com a representação dos

e espaçamento espectral de acordo

cinco tipos de ruídos abordados nesta

com a taxa de repetição. É originado

seção.

por transientes na rede. Este tipo de

ruído apresenta curtas durações (10 µs

ruído na rede PLC é necessário utilizar

a 100 µs) podendo alcançar picos de

adaptadores PLC com a mais adequada

até 2 KV, ocorrendo de forma aleatória.

técnica de multiplexação e modulação

Ocorre principalmente pelas fontes de

bem

alimentação chaveadas.

sofisticados para detecção e correção de

Ruídos

impulsivos

periódicos

A Figura 3 apresenta o sinal sendo

Devido aos problemas causados pelo

como

possuir

mecanismos

e

erros. Para a avaliação do desempenho

sincronizados à frequência fundamental:

da rede indoor, os adaptadores PLC

estes impulsos têm uma taxa de repetição

utilizados operam com a tecnologia

entre 50 Hz e 100 Hz e são sincronizados

OFDM para multiplexação e modulação

à frequência fundamental. São de curta

do sinal. Além disso, é desejável a

duração (alguns microssegundos) e têm

utilização de filtros capacitivos para

uma densidade espectral de potência

reduzir o sinal de ruído na rede PLC.

Ruídos

impulsivos

periódicos

decrescente com a frequência causada por

fontes

chaveadas,

Equipamentos da rede PLC

máquinas

fotocopiadoras e os dimmers. Isso ocorre devido à comutação de diodos

retificadores e TRIACs, operando de

necessários equipamentos específicos,

forma síncrona com a rede. Estes

softwares e sistema para gerenciamento

equipamentos

ruído

de serviço. Os principais equipamentos

impulsivo na rede elétrica na faixa de

utilizados são os adaptadores PLC, a

duas vezes a frequência da rede e ocorre

estação base PLC, os repetidores de

geram

forte

Para a instalação de uma rede PLC, são


110

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

sinais, os filtros de bloqueio de ruídos e

e impressoras podem ser conectados

o adaptador PLC foi de 2 m. Todos os

acopladores de fase. A interligação de

ao

equipamentos estão ligados na rede

um adaptador PLC com o computador

características do adaptador PLC são:

pode ser realizada por cabo UTP

• Interface fast Ethernet 10/100 Mbps;

categoria 5, cabo USB ou mesmo

• Taxa de transmissão de 200 Mbps a

utilizando cabo coaxial. O adaptador

distância máxima de 300 m;

PLC implementa todas as funções da

• Possibilidade para interligação a repeti­

camada

dores no caso de distâncias superiores a

física,

incluindo

modulação

adaptador

PLC.

As

principais

e codificação. A segunda camada é a

300 m;

camada de enlace que é responsável por

• Protocolo CSMA/CARP (Carrier sense

detectar e opcionalmente corrigir erros

Multiple Access with Collision Avoidance

que por ventura ocorram no nível físico.

and Resolution Using Priorities);

Na camada de enlace encontram-se as

• Multiplexação por divisão de frequência

subcamadas de Controle de Acesso ao

ortogonal

Meio (Medium Access Control – MAC) e

Division Multiplex – OFDM);

Controle Lógico do Enlace (Logical Link

• Oito níveis de prioridade de enfileira­

Control - LLC).

mento dos pacotes com classificação de

prioridade;

A estação base PLC é responsável

pelo

gerenciamento

e

controle

de

(Orthogonal

elétrica de 127 V AC 60 Hz.

Frequency A

• Arquitetura TCP/IP;

acesso da rede PLC e pela interface com

• Faixa de frequência de 2 MHz - 34 MHz

modems ADSL e roteadores wireless.

quando o acesso da rede é detectado

O filtro PLC tem a função de bloquear

e de 13.3 MHz até 33.3 MHz durante a

B

os ruídos na rede elétrica sem alterar

transmissão de dados pela rede elétrica.

Figura 4 - Configuração de uma rede local PLC: (a) com filtro (b) sem filtro isolador da rede PLC.

as características de frequência do sinal

Configuração da rede PLC

de entrada. De modo geral, o filtro

O tamanho da janela TCP utilizada foi de

512 KB. Os computadores utilizaram o sistema

tem a função de bloquear todos os sinais indesejados como, por exemplo,

De modo a avaliar o desempenho

operacional Windows Seven Professional.

os ruídos provocados por fontes de

da rede PLC, utilizou-se uma rede

Para realizar as medidas de desempenho na

alimentação, liquidificadores, secadores

local

Network-LAN)

rede PLC foram utilizados três arquivos do

de cabelo, barbeador elétrico e outros

conforme ilustrado na Figura 4(a). A

tipo ISO (imagem de CD) de 3 GB cada. Os

eletrodomésticos. Estes equipamentos

Figura 5 representa a instalação da

três arquivos foram utilizados para transmissão

geram

altas

rede PLC utilizando o filtro PLC que

simultânea entre os computadores. Para

frequências. Desse modo, o filtro atua

bloqueia os ruídos provenientes de

medir a eficiência da rede PLC, foi utilizado

na faixa de frequência de 100 KHz – 100

eletrodomésticos para dentro da rede

um software analisador de rede.

MHz, com nível de atenuação de ruído

PLC. A primeira análise para avaliação

acima de 50 dB.

do desempenho da rede PLC foi

ruído

excessivo

em

(Local

Area

realizado utilizando a configuração da

Características do adaptador PLC

rede local apresentada na Figura 5, de modo a verificar e certificar que o filtro PLC realmente bloqueia o ruído

Neste artigo, os adaptadores PLC

fornecido pelos eletrodomésticos na

utilizados foram de um modelo com

rede elétrica.

conexão Ethernet e filtros de ruído PLC.

Para a análise do desempenho

Este modelo de adaptador PLC suporta

da rede PLC, foram utilizados dois

distribuição de vídeo, VoIp e Internet

computadores com 2,8 GHz e memória

em banda larga via interconexão com

de 2 GB de RAM. A distância utilizada

modem ADSL. Equipamentos como

entre os adaptadores PLC foi de 5 m.

computadores, videogames, câmeras IP

A distância entre cada computador e

avaliação do desempenho da rede PLC

Figura 5 - Configuração da rede PLC com aplicação de ruído sobre o filtro.

Avaliação de desempenho Neste artigo, foi realizada primeiro a


111

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

capaz

de

reduzir

com

bastante

qualidade as interferências externas provocadas pelos eletrodomésticos. O ideal seria o filtro garantir que a taxa média de transmissão alcançasse valores bem próximo de 100% de eficiência. O circuito elétrico do filtro comercial está apresentado na Figura 7(a). Em seguida, foram realizadas as mesmas medidas utilizando os Figura 6 - Vazão na rede PLC sem a presença de ruído e com filtro.

filtros desenvolvidos no laboratório conforme

os

circuitos

elétricos

na melhor condição possível utilizando

na topologia da Figura 4(a) sem a

mostrados nas Figuras 7(b), 7(c) e 7(d).

um filtro PLC comercial importado

presença de qualquer fonte de ruído

Para cada um desses filtros foi

para atuar como “bloqueador” de

e utilizando o filtro PLC comercial. A

realizada a avaliação da faixa de

ruído, de modo a reduzir ao máximo

Figura 6 apresenta o resultado obtido

frequência de operação utilizando a

a rede PLC de interferências externas.

na rede PLC.

ferramenta Multisim na versão demo (NI

Em seguida, foi aplicado na rede PLC

Analisando o gráfico da Figura 6

Circuit Design Suite 13.0.1 Education).

vários tipos de ruídos provenientes

é possível ver que a vazão média na

As Figuras 8, 9 e 10 apresentam os

de

para

rede alcançada foi de 93,18 Mbps e

resultados das simulações realizadas

avaliar o desempenho da rede sobre a

a vazão máxima obtida foi de 95,71

em cada filtro.

influência de excessivos ruídos.

Mbps. Desse modo, a eficiência da

Em

rede para a transmissão dos três

rede PLC alguns eletrodomésticos

arquivos foi de 93,18%. A largura

como batedeira, TV, liquidificador,

de banda do canal é de até 200

barbeador, secador de cabelo, dimmer,

Mbps, entretanto, a interligação do

lâmpada eletrônica e fonte chaveada.

alguns

eletrodomésticos

Análise de desempenho da rede PLC na melhor condição possível

seguida

conectaram-se

à

adaptador PLC com o computador

A configuração da rede PLC utilizada

A avaliação de desempenho da

é de 100 Mbps, a vazão máxima

foi o da Figura 4(b), sem a presença

rede PLC na transferência de dados

possível na condição ideal é de 100

do filtro comercial para bloquear o

tipo FTP (File Transfer Protocol) na

Mbps. Esta alta taxa de transmissão

ruído fornecido diretamente pelos

melhor condição possível foi baseado

ocorre porque o filtro é realmente

eletrodomésticos

na

rede

PLC

e,


112

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Figura 10 - LC2.

na rede elétrica com o PLC fornece baixa taxa de ruído e desse modo a eficiência na rede alcança índices próximos da melhor condição possível em que não ocorreram interferências de

eletrodomésticos.

Enquanto

a

eficiência da rede na melhor condição Figura 7 – Circuito elétrico dos filtros: (a) comercial, (b) RC, (c) LC e (d) LC2.

desse modo, identificar as maiores

da eficiência é mostrado na Figura 11.

fontes de ruído. Utilizou-se apenas o

filtro para separar a rede PLC da rede

é possível verificar que o uso de TV

elétrica externa. O resultado obtido

em conjunto com a lâmpada eletrônica

Analisando o gráfico da Figura 11,

possível foi de 95,71%, o resultado da eficiência na presença da TV em conjunto com a lâmpada eletrônica alcançou um valor médio de 93,09%. Desse modo, conclui-se que estes dois eletrodomésticos não prejudicam a

velocidade

arquivos

entre

de os

transmissão

dos

computadores.

Na Figura 11, observa-se que todos os demais eletrodomésticos afetam diretamente a eficiência da rede PLC pela alta incidência de ruído na rede. O pior resultado foi alcançado pelo liquidificador, em que a eficiência na Figura 8 - RC.

Figura 9 - LC.

rede atingiu uma eficiência menor que


113

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

cabelos foram ligados, a eficiência na rede alcançou valores próximos de 61% e 47%, respectivamente.

Estes resultados comprovam que,

quando existe a alta incidência de interferência, é realmente necessário utilizar filtro para reduzir ao máximo a incidência de ruído para dentro da rede PLC.

Avaliação da rede PLC em função da aplicação dos filtros direto na fonte de ruído O

objetivo

desse

artigo

é

justamente avaliar os filtros capacitivos desenvolvidos

no

laboratório

de

Sistemas de Comunicação. Após a avaliação

dos

resultados

obtidos

na Figura 11 constatou-se que o Figura 11 – Eficiência da rede PLC considerando a presença de ruídos dos eletrodomésticos e sem filtro.

liquidificador, barbeador, batedeira e fonte chaveada são as maiores

26%. Para esta situação é realmente

que eles afetam o desempenho da

fontes de ruído, respectivamente,

obrigatório utilizar o filtro PLC para

rede

e desse modo foram selecionadas

proteger a rede PLC, evitando uma

inferior a 40%. Então para estes

para

redução drástica da eficiência da rede

eletrodomésticos

desenvolvidos e compará-los com

LAN PLC.

utilização do filtro PLC para evitar a

os

PLC,

fornecendo é

eficiência

necessária

a

serem

aplicadas

resultados

obtidos

do

filtro

ocorrência de uma baixa vazão na

liquidificador, batedeira, barbeador

rede.

medições realizadas estão ilustrados

e fonte chaveada de PC comprova

nas Figuras 12, 13, 14 e 15.

análise

realizada

com

o

Quando o dimmer e o secador de

resultados

filtros

comercial.

A

Os

nos

dessas


114

PLC

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Observando as Figuras 12, 13, 14 e

de pesquisa, foi realizada a avaliação de

15, verifica-se que os filtros desenvolvidos

desempenho da rede na presença de ruído

no

resultados

fornecido por diversos eletrodomésticos

altamente satisfatório comparado ao

e comparado o resultado obtido com o

filtro comercial com exceção do filtro RC

filtro comercial e os filtros desenvolvidos.

que teve eficiência de 75% na presença

Para qualquer situação, foi constatado

do ruído fornecido pela batedeira e pelo

que a TV e a lâmpada eletrônica, ligadas

barbeador e aproximadamente 83% de

em conjunto, não prejudicam a eficiência

eficiência para o filtro LC na presença de

da rede PLC. O pior desempenho na rede

ruído fornecido pelo liquidificador. Para

PLC ocorreu quando o liquidificador foi

o filtro RC mais simples, o inconveniente

aplicado diretamente na rede elétrica.

é a necessidade de utilizar um resistor

de alta potência o que compromete o

a forte incidência de ruído na rede elétrica

tamanho do filtro a ser confeccionado.

provoca uma redução no desempenho

Para os demais filtros desenvolvidos,

da rede PLC. Dessa maneira, para evitar

todos

em

a ocorrência de uma baixa taxa de

gabinetes bem pequenos, propiciando

transmissão, é aconselhável a utilização

um custo/desempenho muito satisfatório

de filtros para reduzir ao máximo a entrada

e com valor comercial inferior a 10% do

de ruídos para dentro da rede PLC. Assim,

filtro PLC importado. Portanto, os filtros

observou-se que os filtros desenvolvidos

desenvolvidos podem ser aplicados em

no laboratório apresentaram resultados

qualquer tomada de uma residência

altamente satisfatórios para os circuitos

ou escritório. O benefício gerado pela

elétricos desenvolvidos, que são simples

aplicação de filtros capacitivos com

com poucos componentes eletrônicos

circuitos elétricos simples garante que

e confeccionado em um gabinete bem

a tecnologia PLC para redes locais seja

pequeno a ser ligado diretamente na

realmente viável reduzindo a influência do

tomada de energia, sendo aptos a serem

ruído sobre a rede PLC. O filtro, atuando

utilizados em escala comercial.

Figura 12 – Liquidificador.

Figura 13 – Barbeador.

laboratório

podem

tiveram

ser

construídos

Para uma rede PLC constatou-se que

na redução do ruído e garantindo uma

Referências

eficiência na rede PLC superior a 80%, é considerado satisfatório, embora o ideal seja garantir 100% de eficiência na

• Decreto nº 7.175/2010, Plano Nacional

rede. Desse modo, novos projetos de

de Banda Larga (PNBL). Disponível em:

filtros poderão ser desenvolvidos visando

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_

atingir eficiência bem próxima dos 100%.

Ato2007-2010/2010/Decreto/D7175.htm>.

Figura 14 – Batedeira.

Acesso em: 19 jan. 2015.

Conclusões

• ANEEL, Resolução nº 527, de 8 de abril de 2009. Disponível em: <http://legislacao.

Figura 15 – Fonte chaveada.

Este artigo apresentou a análise

anatel.gov.br/resolucoes/2009/101-

do desempenho da rede PLC indoor,

resolucao-527>. Acesso em: 19 jan. 2015.

considerando a melhor condição possível

• ANATEL, Resolução Normativa n° 375,

utilizando um filtro acoplador capacitivo

de 25 de agosto de 2009. Disponível

comercial importado por não dispor de

em:

filtro PLC nacional. Em seguida avaliou-se

ren2009375.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2015.

a eficiência da rede PLC, considerando

• PAULIDOV, N.; HAN VINCK, A. J. Power

a utilização dos filtros desenvolvidos no

line communications: state of the art

laboratório de Sistemas de Comunicação

and future trends. IEEE Communications

da UFMT. Dando sequência ao trabalho

Magazine, 2002.

<http://www.aneel.gov.br/cedoc/


115

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

• FERREIRA, H. C.; GROVÉ, H. M. Power line communicatios: an overview. IEEE, 1996. • PHILIPPS, H. Performance measurements of power line channels at high frequencies. International Symposium on Power Line Communications and its Applications, 1998. • MA, Y. H.; SO, P. L. Performance analysis of OFDM systems for broadband power line communications under impulsive noise and multipath effects. IEEE Transaction on Power Delivery, v. 20, 2005. • SUTTERLIN, P.; DOWNEY, W. A power line communication tutorial – challenges and technologies, Echelon Corporation, USA. • GOTZ, M.; RAPP, M.; DOSTERT, K. Power line channel characteristics and their effect on communication system design. IEEE Communication Magazine, v. 42, p. 78-86, 2004. • HRASNICA, H.; HAIDINE, A.; LEHNERT, R. Broadband power line communications network, John Wiley & Sons, 2004. • SARTENAER, T. Multiuser communications over frequency selective wired channels and applications to the power line access network. 2004. 317f. Dissertação (Tese de doutorado). • SUGIMOTO, K. Performance improvement of OFDM system with consideration on the characteristics of power line noise. IEICE Trans Fundamentals, v. E85-A, 2002. • LANGTON, C. Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM), 2006. Disponível em: <www.complextoreal.com>. Acesso em: 19 jan. 2015. • PINTO, E.; ALBUQUERQUE, C. A técnica de transmissão OFDM. Revista Telecomunicações, v. 1, 2002. • LIN, Y.; HANIPH A. A power line communication network infrastructure for the smart

home. IEEE Wireless

Communications, 2002. • AV 200 Power Line Ethernet Adapter. Guia do Usuário. Disponível em: <www.corinex.com>. Acesso em: 19 jan. 2015. • Agilent Network Analyzer Software Standard Edition - Free (J6838A), 2014. Disponível em:

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Acesso em: 19 jan. 2015. • MULTISIM, NI Circuit Design Suite 13.0.1 Education, 2014. Disponível em: <http://www.ni.com/multisim/pt/>. Acesso em: 19 jan. 2015. • ZATTAR, H.; CORREA, P.; CARRIJO, G. Analysis, Measurement and Evaluation of Power Line Communication Network Applied for popular Houses, IEEE (Revista IEEE America Latina, v. 10). *Haroldo Benedito Tadeu Zattar é professor doutor em engenharia de telecomunicações do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Jusiel Fontes é graduando no curso de engenharia elétrica da UFMT.


Espaço 5419

116

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Seja muitíssimo bem-vinda

Documento da Associação Brasileira

à

Novo!

colocando

fim

possibilidade

da

de Normas Técnicas (ABNT) que possui

utilização

desse

dispositivo

em

o status de segunda norma do setor

qualquer tipo de Sistema de Proteção

elétrico mais procurada e consultada

contra Descargas Atmosféricas (SPDA)

do país, a ABNT NBR 5419:2005 –

existente no Brasil.

Proteção de estruturas contra descargas

atmosféricas já foi NB 165 – Proteção

que o grupo revisor da Comissão de

de estruturas contra descargas elétricas

Estudos – CE: 64.10, proteção contra

atmosféricas em 1970. E, de lá para cá,

descargas atmosféricas do Comitê

com o objetivo de aperfeiçoar seu texto

Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica,

transformando-o em uma ferramenta

Iluminação

cada vez mais consistente para auxiliar

(Cobei), chamou de “o segundo grande

a engenharia nacional na proteção

salto técnico no texto da NBR 5419”.

contra os raios, tem passado por várias

Com dez anos de revisão do texto base

revisões.

de 2005 e com um grupo bastante

O primeiro grande salto técnico

heterogêneo, o trabalho foi conduzido

no texto aconteceu em 1993 quando,

e terminado, basicamente por seis

utilizando como referência a norma IEC

participantes

61024 – Lightning protection, series a

na criação de um documento, que

and b, foram introduzidos: os conceitos

é baseado na norma IEC 62305 –

de nível de proteção; os três métodos

Lightning protection, series 1 to 4,

de cálculo que até hoje são utilizados

com mais de 340 páginas, dividindo os

na captação (Franklin, Faraday e Esfera

assuntos em quatro partes:

Após mais de vinte anos, surge o

e

Telecomunicações

regulares,

culminando

rolante); o cálculo do número de descidas em função principalmente do perímetro da estrutura; o comprimento

Parte 1: Princípios gerais, que estabe­ le­ce os requisitos mínimos para a deter­

do eletrodo de aterramento com base

minação de proteção contra descargas

na resistividade do solo etc. Outra

atmosféricas,

mudança importante a ser mencionada

subsídios para a utilização dos conceitos

na edição de 1993 foi, juntamente com

em

a resolução 04/89 da Comissão Nacional

descargas atmosféricas.

projetos

bem de

como proteção

fornece contra

de Energia Nuclear (CNEN), a proibição da utilização dos captores radioativos,

Parte 2: Gerenciamento de risco, que


117

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

estabelece os requisitos para análise

instalação,

e

uma das partes da nova NBR 5419 de

de risco em estruturas devido às

ensaio de sistemas de proteção para

forma mais amigável e colaborativa,

descargas atmosféricas para a terra e

equipamentos elétricos e eletrônicos

sem o rigor linguístico que o documento

tem o propósito de regrar a avaliação

(Medidas de Proteção contra Surtos -

exige.

de tais riscos, permitindo a escolha

MPS), a fim de reduzir o risco de danos

Além disso, deverá acontecer em

das medidas de proteção apropriadas

permanentes

estrutura

breve um evento marcando o lançamento

a serem adotadas para reduzir o risco

devido aos impulsos eletromagnéticos

do documento. A data será divulgada

de dano causado por raio ao limite ou

causados pelas descargas atmosféricas,

oportunamente, também visando tra­

abaixo do limite tolerável.

mas que não cobre a proteção total

zer à tona as novas determinações e

contra essas interferências.

esclarecer os pontos mais críticos da

Parte 3: Danos físicos a estruturas

revisão.

e perigos à vida. Provê os requisitos

(atual e novo), o grau de complexidade

para proteção de uma estrutura contra

relacionado

se

assim, resta-nos agradecer a todos os

danos físicos por meio de um SPDA e

restringe apenas aos cálculos, mas

envolvidos no processo desde 2005,

para proteção de seres vivos contra

também aos conceitos, à utilização e ao

especialmente aos engenheiros Hélio

lesões causadas pelas tensões de toque

posicionamento de novos materiais. Dessa

Sueta, José Barbosa de Oliveira, José

e passo nas vizinhanças de um SPDA.

maneira, tendo em vista a quantidade de

Claudio de O. e Silva, Normando Alves

Aplica-se a projeto, instalação, inspeção

mudanças e de incrementos realizados

e Sérgio Santos pelas incontáveis horas

e manutenção do SPDA para estruturas

no novo texto, analisou-se a necessidade

de dedicação e esforço.

sem limitação de altura, bem como

de um veículo para promover a interface

o estabelecimento de medidas para

com o usuário e com isso melhorar o

NBR 5419:2015, afinal, ela será a estrela

proteção contra lesões a seres vivos

nível de compreensão dos conceitos

do show, que com seu brilho elucidará

causadas pelas tensões de passo e toque

apresentados. Assim, por meio da revista

técnicas e conceitos, ajudando ainda mais

provenientes das correntes impulsivas.

O Setor Elétrico, surge o “Espaço 5419”.

a proteção contra raios no Brasil.

inspeção,

internos

manutenção

à

Quando se compara os dois textos às

diferenças

não

Portanto, boas novas nos aguardam,

E que finalmente chegue a nova ABNT

Mensalmente, um dos seis especialistas Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos

que mais contribuíram e finalizaram

Saudações,

internos

na

que

o novo texto terá a oportunidade de

Jobson Modena

fornece

informações

projeto,

dissertar sobre um assunto tratado em

Coordenador da Comissão de estudos 64.10

estrutura.

Parte

para


118

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

As novelas de 2015

Alguns assuntos complexos das áreas de

verão e as doenças provocadas pela falta

por

energia e sustentabilidade vêm se arrastando

de coleta e tratamento de esgoto no local de

apaixonado por ela.

há anos sem solução à vista no horizonte. Em

moradia da família.

Álvaro

(Edwin

Luisi),

um

jovem

Tropicaliente

certos momentos, pelo enredo, personagens e o desenrolar dos fatos nos fazem lembrar

Escrava Isaura

as novelas televisivas. Novelas estas que

Inspirada em obra da literatura brasileira,

quente e bela região litorânea brasileira,

cada vez mais abordam assuntos polêmicos

a novela retrata a luta contra o trabalho

recheado de romances e intrigas. Na

do cotidiano e da sociedade.

escravo na indústria da cana. Órfã desde o

juventude, Letícia (Silvia Pfeifer), filha do

Nesta coluna especulamos de forma

nascimento, a escrava branca Isaura (Lucélia

rico empresário Gaspar (Francisco Cuoco),

divertida quais poderiam ser as novelas que

Santos) desconhece quem são seus pais

deixa o luxo para trás e vai viver um romance

tratam dos temas “quentes” de 2015. Não

e, desde menina, trabalha no canavial dos

com o pescador Ramiro (Herson Capri),

perca os próximos capítulos (baseado nos

pais de Leôncio (Rubens de Falco). Com

contra a vontade do pai. Mas o destino

enredos dos sites www.resumo-das-novelas.

a morte da mãe no início da novela, o filho

separa o casal: Letícia vai estudar fora do

com e www.memoriaglobo.globo.com).

torna-se o administrador dos negócios da

país e quando volta, anos depois, viúva e

família, cujo principal cliente era uma usina

com dois filhos, é destinada a tomar conta

Água Viva

de açúcar e álcool. Apaixonado por Isaura

do estaleiro e da indústria pesqueira da

Novela que tem por trama principal as

e furioso por não ser correspondido, ele

família Velasquez. É quando reencontra

dificuldades de Miguel Fragonard (Raul

não assina o Compromisso Nacional para

seu grande amor, Ramiro, agora casado

Cortez), chefe de uma família na região

Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na

com Selena (Regina Dourado), e pai

Metropolitana de São Paulo, enfrentando

Cana-de-açúcar, e aplica castigos cruéis à

de Açucena (Carolina Dieckmann) e de

uma crise de abastecimento de água, e as

moça. O desejo por liberdade torna-se ainda

Cassiano (Márcio Garcia). As dificuldades

ideias do Governo para tentar contornar o

mais premente quando Isaura apaixona-se

nos negócios, causadas pelos efeitos

problema. No capítulo anterior, o governador

por Tobias (Roberto Pirillo). O casal tem

do aquecimento global sobre o mar e a

resolveu adotar uma multa pesada para

de enfrentar as perversidades de Leôncio,

indústria da pesca, acabam reaproximando

quem gastar mais do que o consumo do

que se recusa a vender Isaura, e Tobias

os antigos namorados. Eles agora se

ano anterior, mas a família já havia “cortado

pretende fazer denúncia ao Ministério do

engajam na luta pela redução das emissões

a gordura” quando se anunciou a redução

Trabalho e Emprego. Ciente disso, Leôncio

de gases de efeito estufa, pela mitigação e

da tarifa para quem economizasse, e agora

incendeia a cabana na qual se encontrava

adaptação das comunidades litorâneas aos

eles estão no “osso”. Mostra também o seu

Tobias, matando sem intenção sua própria

seus impactos, uma vez que a região em que

irmão Nelson (Reginaldo Faria), um “bon

esposa, que também estava lá.

A tão

eles moram está visivelmente mais quente a

vivant” que nunca trabalhou e vive de renda,

sonhada liberdade vem por meio da crise

cada ano. A paixão, então, fala mais alto e

mas que foi diretamente afetado pela crise

do setor sucroalcooleiro e do etanol veicular,

os dois voltam a viver um tórrido romance,

hídrica, pois não poderá morar em seu iate

que juntamente com a má gestão do infeliz

no qual os sistemas de condicionamento de

nem andar nele pela represa, que secou

Leôncio, provoca a falência da fazenda de

ar já não dão mais conta do recado.

dramaticamente. Outras tramas são narradas

cana. Com isso, o vilão se suicida no final,

em paralelo, abordando as enchentes de

após ter todos os bens e Isaura arrendados

mera coincidência.

O enredo gira em torno da vida em uma

Qualquer semelhança com a realidade é



120

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

2015: Ano Internacional da Luz

O ano promete ser especial para os

profissionais de iluminação, isto, porque, 2015 foi nomeado o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas na Luz pela Organização das Nações Unidas. Com a Unesco como agência líder, a iniciativa tem o intuito de aumentar a consciência sobre como as tecnologias óticas promovem o desenvolvimento sustentável e oferecem soluções aos desafios mundiais de energia, educação, agricultura, comunicações e saúde.

Segundo a Unesco, o Ano Internacional

da Luz é uma iniciativa global que irá

Iluminação “Light is Here” na cerimônia de abertura do Ano Internacional da Luz. Sede da Unesco/Paris.

destacar para os cidadãos do mundo a importância da luz e das tecnologias óticas

evento na sede da Unesco.

relacionadas à luz. No Brasil, os eventos

em suas vidas, para o seu futuro e para o

A luz e a fotônica, campo de pesquisa

estão sendo preparados por organizações,

desenvolvimento da sociedade, sendo uma

cujo objetivo é usar a luz para executar

associações, universidades e midias em

oportunidade única para inspirar, educar e

funções

eram

homenagem ao Ano Internacional da Luz.

se conectar a uma escala global.

executadas pelo domínio da eletrônica,

As atividades relacionadas podem ser

A cerimônia de abertura do Ano

como telecomunicações, processamento

encontradas no site www.light2015.org e

Internacional

de informações, etc, estão prestes a se

suas redes sociais.

dias 19 e 20 de janeiro na Sede da

tornarem

Outras

Unesco em Paris e reuniu mais de 1000

essenciais do futuro, por isso a importância

iluminação estão sendo promovidas pela

representantes internacionais, tomadores

da escolha do tema para o ano.

L-RO

de decisão, representantes da indústria e

Os programas do Ano Internacional

comunidade profissional de pessoas que

cientistas. Cinco ganhadores de Prêmios

da Luz pretendem promover uma melhor

trabalham com a luz e a iluminação no

Nobel palestraram durante o evento. O

compreensão

do

ambiente construído e parceiro oficial da

lançamento do Ano Internacional da Luz

papel central da luz no mundo moderno

Unesco. A L-RO visa ampliar a consciência

foi pontuado por sessões técnicas sobre

e celebrar aniversários, como os 1000

e a reputação do design de iluminação

vários temas, como o papel das tecnologias

anos dos primeiros estudos de ótica

enquanto profissão e educação e congrega

óticas em desenvolvimento, o futuro das

para descobertas em comunicações que

diversas organizações internacionais que

tecnologias à base de luz e as soluções

alimentam atualmente a internet.

promovem a iluminação. Para maiores

práticas que eles podem proporcionar.

Uma série de eventos, exposições,

detalhes e programação: http://www.l-ro.org

Uma iluminação especial intitulada “Light is

concursos

Here” foi preparada pela artista Kari Kola,

está sendo programada para o ano com

esse ano especial: o Ano Internacional da

inspirada na Aurora Boreal no último dia do

a colaboração de diversas instituições

Luz!

da

Luz

ocorreu

nos

que

as

e

tradicionalmente

tecnologias

pública

e

atividades

facilitadoras

política

internacionais

atividades

(Lighting-Related

relacionadas

à

Organizations),

Não percam a oportunidade de celebrar



122

Instalações MT

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Seja bem-vindo a 2015!

Em alguns locais do Brasil, a coisa vai

de fato contribuir para a postergação de

ao menos, ia acabar e isso já era uma

Na coluna anterior, festejei que o ano,

ficar feia mesmo. Vejamos o exemplo do

investimentos (planificação da curva de

vitória. Agora, em 2015, com o choque

estado do Pará, no qual, no ano passado,

carga) vai imediatamente se beneficiar

de realidade já quase todo aplicado,

o aumento autorizado pela Aneel beirou

dos descontos da nova tarifa. É só

festejamos o novo ano.

40%. Como neste ano provavelmente

consumir nos horários de energia mais

Pelo que se anuncia, nem poderemos

teremos outros 40% vindo aí, poderemos

barata.

dizer que agora chegou a hora de a onça

constatar que o custo do MWh nas terras

Nada de novo: já temos isso no

beber água. Mas o pequeno “apagão” vai

paraenses vai praticamente dobrar de um

sistema de telecomunicações do Brasil

ajudar. Tivemos uma restrição de carga

ano para outro! Atualmente, lá se paga,

há muito tempo. Tem faltado vontade

forçada em oito Estados e no Distrito

sem impostos, quase R$ 500 por MWh

política e coragem para estender ao setor

Federal e, como sempre, as pérolas que

na baixa tensão (BT) e este valor pode

elétrico.

ouvimos são impagáveis.

chegar a R$ 700 facilmente.

De bom, pelo menos, é que já

Como o usuário percebe o valor

sistemas, pelo menos, poderíamos ter

começamos a ouvir aqui e ali que

da

energia

acrescido

cortes programados na distribuição sem

precisamos racionalizar o consumo e

dos

impostos,

efetivamente

incluir trens metropolitanos e hospitais

que as devidas medidas já deveriam ter

desembolsado chegará muito perto dos

(tem diretor de empresa que disse – ou

sido implementadas desde o ano anterior

R$ 1.000 por MWh. Se comparada

confessou – que desliga circuitos sem

(isto dito em entrevista de ex-diretor da

com valores internacionais de referência

saber o que ficará sem energia!).

Agência Nacional de Energia Elétrica –

teremos aí mais um recorde indesejável.

Aneel).

efeitos quase instantâneos, ofertando

As bandeiras já começaram, mas

mais realistas, é que finalmente a Aneel

descontos

muito mal explicadas em todas as faturas

pode aproveitar a maré e lançar uma nova

da média dos últimos 12 meses e

que vi e, em breve pesquisa que fiz,

tarifa para BT que não seja esta tarifa

estendendo o período da tarifa verde

ninguém sabe o que isso significa; sabem

branca que ainda nem decolou e que só

para unidades consumidoras de média

apenas que o custo subiu. Também é

traria problemas a todos.

tensão que passariam, então, a utilizar

bom que a “mágica” da MP 579 acabou

Não

e os custos transferidos do usuário de

chamada,

energia elétrica para o contribuinte da

Seria mandatória nas áreas em que a

União vão ser mesmos repatriados para o

distribuidora implementasse programas

ambiente em que as coisas estão de fato

setor elétrico; as promessas não duraram

de AMI, permitindo, de fato, ganhos

sendo colocadas de forma real.

três anos. A bolha se desfez e pelo

para o sistema com efetiva modulação

Quem sabe assim a gente nem

menos vamos ter uma quantificação real

de carga e diminuição real da tarifa no

precise torcer para que este ano também

do custo da energia.

médio e longo prazos. Além disso, quem

acabe logo!

devidamente o

valor

Mas também, de bom, já que estamos

sei

de

mas

que não

cor seria

ela

seria

opcional.

Com mais inteligência na gestão dos

Emergencialmente, temos opções de para

quem

ficar

abaixo

o gerador diesel mais que as três horas diárias atuais. Muita coisa pode ser feita neste novo


Análise de sistemas de potência

Novo!

123

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.

Power System Analysis

Prezados leitores, primeiramente,

• Detalhes de normas de equipamentos;

70 vezes o treinamento de proteção

gostaria de me apresentar. Meu nome

• Detalhes de normas de sistemas;

e seletividade. Apresentou diversos

é Cláudio S. Mardegan. Sou o novo

artigos em revistas especializadas e

colunista de Power Systems Analysis.

Application Society);

ministrou inúmeras palestras técnicas

A partir desta edição de janeiro de

• Discussão de papers interessantes

(IEEE-ESW-Brasil, Cinase, Cinape, NR

2015

sobre os temas;

10, etc.). É consultor das principais

de assuntos relativos à análise de

• Entrevista com alguns “papas” de

empresas multinacionais e empresas

sistemas de potência, com abrangência

cada assunto;

corporativas. É engenheiro eletricista

em

• Comentários sobre cursos;

formado em 1980 pela Escola Federal

industriais e concessionários. Para

• Dimensionamento de equipamentos;

de Engenharia de Itajubá (Unifei). É

mantê-los atualizados, iremos mostrar

• Novas tendências e tecnologias.

autor do livro “Proteção e Seletividade

estaremos

sistemas

nesta

seção

juntos

elétricos

as

tratando

comerciais,

informações

Detalhes

do

IEEE-IAS

(Industry

mais

em

Sistemas

Elétricos

Industriais”,

relevantes relativas a sistemas de

A ideia desta coluna é prover

patrocinado pela Schneider. É coautor

potência e seus detalhes, entre os

os

do “Guia de Normas do Setor Elétrico”,

quais podem ser citados:

lhes

leitores

com

que e

membro senior do IEEE e participa

experiência provinda dos principais

também dos Working Groups do IEEE

• Modelagem, simulações e estudos

profissionais do ramo, ou seja, irmos um

para “Generator´s Grounding” e do

de sistema de potência (curto-circuito,

pouco além dos ensinos acadêmicos.

Buff Book (Série 3004). Neste último

seletividade,

fluxo

Abaixo um resumo do curriculum

participa da revisão do Capítulo de

estabilidade,

harmônicos,

vitae do colunista:

Proteção de Transformadores, é Chair

de

incidente,

de

energia

de

equipamentos,

eletromagnéticos,

potência, estudo avaliação transitórios

proteção,

ater­

acrescentem

informações

Cláudio diretor

Sérgio da

conhecimento

é

do Capítulo 6º – Ground Fault Protection

Engenharia

e também é Chair do Capítulo 13 –

Mardegan

EngePower

e Comércio Ltda., especialista em

Protection Coordination. É secretário

ramen­t o, etc.);

proteção

do Capítulo 1º da Série 3003 (antigo

• Cases (casos reais de problemas

industriais e qualidade de energia,

Green Book – Aterramento).

ocorridos), estudo para mitigações e

com experiência de mais de 34 anos

chair de Surge Protection e também de

atenuações;

nesta área. Já ministrou por mais de

Forensics do IEEE.

de

sistemas

elétricos

É vice


124

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Parece milho em panela com óleo quente

Apesar de trágico, o momento não poderia

de que uma ABNT NBR 5419:2015 seja

ser mais apropriado para o lançamento da

publicada ainda neste semestre.

nova versão da ABNT NBR 5419. Desde

o início do ano até o momento em que este

bastante importante: é óbvio que muitas

artigo estava sendo escrito, já haviam sido

ações já vêm sendo tomadas para divulgação

noticiados mais de 100 acidentes com raios

desse novo texto, mas cuidado com aquelas

no Brasil, com a morte de oito pessoas apenas

promovidas pelos “falsos profetas”, pessoas

no estado de São Paulo.

que em dez anos de revisão tiveram seu nome

Desde o dia 5 de janeiro deste ano, o

colocado em uma única lista de presença de

grupo que revisa o texto da norma da CE

uma ata de reunião da revisão e se autointitulam

64.10 vem trabalhando diariamente para

“revisores da norma” ou “membros da

analisar as contribuições enviadas pelos

comissão de estudos”. Já tive a oportunidade

colegas de diversas partes do país, após

de me deparar com alguns artigos na internet

o texto ter permanecido por seis meses

ou mesmo com propaganda de cursos e

em consulta pública. Foram mais de 400

eventos mencionando a participação dessas

análises que, quando rearranjadas (por

pessoas, como se elas fossem detentoras

assunto, alterações formais e opiniões com

do conhecimento antecipado de tudo o que

sugestões), resultaram em mais de 120

aconteceu e, pior, do que está por vir na nova

itens válidos. É importante mencionar que

NBR 5419.

apenas os textos entregues até o prazo

De nossa parte estamos promovendo

limite, 10 de dezembro de 2014, foram

seminários técnicos on-line e presenciais

considerados.

(seminário de lançamento da norma (aguarde

Assim que toda essa informação for

divulgação da data), palestras na FIEE e em

analisada será agendada uma reunião para

seus eventos paralelos etc.), além do “Espaço

apresentação e consequente validação desse

5419” que estreou este mês aqui na revista

trabalho pela comunidade técnica. Todos os

O Setor Elétrico. Tudo isso com o tempero

participantes serão avisados e, caso desejem,

adicionado pelas pessoas que realmente nos

poderão comparecer a fim de oficializar as

acompanharam nesses dez longos anos de

decisões tomadas. Feito isso, as planilhas

revisão.

com as contribuições serão enviadas à ABNT

para as devidas providências.

ligados e, principalmente, que procurem a

Todo o exposto nos leva a um assunto

Esperamos que os interessados fiquem

Todas as vezes que fui questionado sobre

informação na fonte correta para não tomar

a data de publicação da ABNT NBR 5419,

um caminho incerto e provavelmente ter de

sempre agi de forma cautelosa e não farei

retornar ao início para entrar na estrada certa.

diferente desta vez. Tenho muita esperança

Feliz 2015, feliz recomeço a todos!



126

NR 10

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Não dá para se calar

Por mais que se queira entender e

justificar as recentes ocorrências de dezembro e janeiro no fornecimento de energia elétrica, não podemos esquecer que, paralelamente ao desconforto e aos prejuízos causados aos consumidores, correm aspectos de segurança para usuários, para trabalhadores e para terceiros. Chuvas, ventos, enchentes, queda de árvores (mais de mil em uma semana apenas em São Paulo), etc., são as justificativas para as interrupções no fornecimento, para o caos no trânsito e para os prejuízos materiais mais visíveis. e

Árvores crescem onde são plantadas atingem

condutores

elétricos


O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

127

instalados no seu caminho. Quando caem derrubam os condutores e, com eles, os postes. Tudo isso é óbvio e sabido, logo, não pode ser chamado de acidente e nem de obra do acaso. As árvores devem ser monitoradas, tratadas, substituídas, podadas e o poder público também sabe disso. Então, qual é a surpresa? São fatos esperados.

Voltar a falar em vantagens do sistema de distribuição

subterrânea face à distribuição aérea é assunto recorrente, que sempre acaba explicado face aos altos custos para as concessionárias, mas não se totaliza o que a falta de energia elétrica custa para a comunidade consumidora. Também é ridículo informar ao consumidor que ele recebeu um reembolso de R$ 7,64 por conta das 16 horas contínuas sem energia elétrica.

Os prejuízos não são contabilizados e a culpa vai para

a natureza, que fez chover, fez ventar e derrubou as árvores em cima dos fios!

A ocorrência dos chamados acidentes, como “fio partido”

e árvores apoiadas na rede, falta de energia (generalizada) e a sua regularização de forma emergencial e sob o efeito das chuvas, em condições totalmente adversas é a preocupação que nos motiva a trazer o assunto para esta coluna.

Os trabalhadores envolvidos com a regularização, não

raro extrapolando os seus limites de jornada e de resistência, são as presas mais frágeis dos acidentes com eletricidade, mormente quando se percebe que o sistema já está nos limites de sua capacidade de controle.

Um pedido de restabelecimento de energia em tensão

primária no final de dezembro (que, em menos de duas horas foi regularizado), recebeu um retorno, por telefone, de que a situação já estava normalizada – uma semana depois. Que bom!

Para não fugir totalmente do foco de nossa coluna, cabe

lembrar o item 10.14.2 da NR 10: “10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes. Sempre que forem verificadas situações perigosas nas instalações elétricas, quer pelo seu uso inadequado, pela aproximação indevida, construções vizinhas ou qualquer outra ação de terceiros, as empresas responsáveis devem adotar as medidas de controle imediato e oferecer denúncia aos órgãos públicos que tenham competência para intervir a favor da segurança com a eliminação da situação perigosa e demais providências necessárias.”


128

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Regulação de tensão A regulação de tensão tem como

UPSs, o conceito de regulação dinâmica é

objetivo e regra geral a avaliação da variação

bastante útil, pois traduz o comportamento

da tensão, relacionando o comportamento

da tensão de saída dos equipamentos

da tensão em regime de carga e em vazio,

quando, por exemplo, se aplica um degrau

em relação a uma referência (normalmente a

de carga conhecido e controlado (ilustrando:

tensão em carga). A expressão 1 ilustra esta

quando da aplicação de um degrau de carga

definição.

de 50% para 90% da potência nominal de um equipamento, a observação da tensão de

Expressão 1 – Definição da regulação de tensão.

saída em cada ciclo antes da aplicação do degrau de carga até a normalização da tensão de saída) informada a regulação dinâmica. As normas específicas consideram, neste caso,

RT é a regulação de tensão V0 é a tensão de operação “sem carga” VL é a tensão de operação “em carga”

a necessidade de retorno da tensão em, pelo menos, 90% da tensão nominal em alguns ciclos, entre outras exigências. A IEEE 1100 trata a regulação de

Sob o ponto de vista de aplicação,

tensão como “o grau de controle ou

o conceito pode ser utilizado tanto em

estabilidade da tensão eficaz em situação

equipamentos

UPS,

de carga (normalmente especificado a

geradores) ou mesmo nas fontes de

outros parâmetros, como variações de

alimentação, como as das distribuidoras ou

tensão na entrada, variações de carga,

concessionárias de energia. A regulação de

etc.)”. A IEC 61000-3 recomenda a

tensão pode ser ainda particularizada em

definição da tensão de referência(Vref)

regulação dinâmica e regulação estática, em

como a tensão nominal do sistema.

referência direta aos regimes transitório e

permanente (pela ordem).

conceito em um sistema de alimentação de

No caso das fontes de energia de

um consumidor por uma distribuidora púbica

backup, como os citados geradores ou os

de energia, o nosso módulo 8 do Prodist –

(transformadores,

Sob o ponto de vista da aplicação do

Figura 1 – Classificação do nível de fornecimento em regime permanente Vn = 13,8 kV.


129

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

tabela 3 do anexo I – utiliza o conceito da regulação de tensão como a variação da tensão medida em relação a uma tensão contratada ou mesmo nominal em regime permanente e a fórmula geral da expressão 1 pode ser particularizada na expressão 1A:

Expressão 1A: regulação de tensão (tensões medidas (Vm) e

contratadas (Vc)) Rt = 1 - [(Vm - Vc) / Vc] * 100%

Assim, em um sistema de alimentação com tensão contratada de

13,8 kV e tensão média medida/registrada, conforme os intervalos e as metodologias definidas (*) de 12,6 kV; a regulação de tensão será então de: Rt = 1 - [(13,8 - 12,6)] /13,8*100% Rt = 91,3% O módulo 8 para este intervalo estabelece a classificação: • Tensão adequada: 0,93.Uref<=Umed<=1,05.Uref • Tensão precária: 0,9.Uref<=Umed<0,93.Uref • Tensão crítica: Umed<0,9Uref ou Umed>1,05Uref

Particularizando os limites acima para uma tensão contratada de

13,8 kV, a Figura 1 apresenta a classificação dos intervalos de tensões adequadas, precárias ou críticas. (*) A metodologia considerada pelo módulo 8 para a determinação do valor médio da tensão toma um período de amostragem de sete dias com intervalos de integração de dez minutos, em que são definidas regras de transgressão para cada um destes intervalos, levando em consideração os limites da Figura 1. Definem-se então os indicadores DRP (duração relativa da transgressão precária) e DRC (duração relativa da transgressão crítica), que são utilizados para se classificar o nível de qualidade do fornecimento neste quesito. Os valores são definidos para medições no ponto de conexão entre consumidor e concessionária, salvas algumas exceções de caráter de segurança e até mesmo aplicabilidade da medição, quando se possibilita deslocar o ponto de medição para a baixa tensão, considerando-se as compensações com as relações de tensão dos trafos e quedas de tensão dos circuitos.

Sob o ponto de vista de aplicação direta dos conceitos de

qualidade de energia em instalações industriais, a análise da regulação de tensão é bastante discutível, pois considera o regime permanente com longos períodos de integração (sete dias com dez minutos em período de integração). Deve-se ainda tomar cuidado para não se incorrer no erro de efetuar medições em curtos períodos (dois ou três dias) e recorrer diretamente às informações da Figura 1, sem atender às premissas e às metodologias expostas no módulo 8. A menos que uma segunda metodologia derivada da primeira seja claramente exposta e assumida como referência, contudo, não se trata do atendimento aos requisitos do módulo 8.


130

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Publicada nova edição da norma para invólucros à prova de explosão Equipamentos à prova de explosão

Unido, iniciou pesquisas sobre trabalhos

são aqueles nos quais as partes internas

com equipamentos à prova de explosão, em

invólucros à prova de explosão apresentam

centelhantes, que podem causar a ignição

colaboração com o SMRB (Safety in Mines

sérios problemas de segurança, sob o

de uma atmosfera explosiva de gases

Research Board) e com a Associação

ponto de vista do ciclo total de vida das

inflamáveis, são confinadas no interior

Britânica de Pesquisas da Indústria Elétrica

instalações Ex, em função de necessitar

de um invólucro, que é capaz de suportar

e Relacionada, mais tarde denominada

da instalação de uma grande quantidade

a pressão desenvolvida durante uma

ERA (Electrical Research Association).

de parafusos para a fixação das tampas

explosão interna de uma mistura explosiva

Em 1922, a Universidade de Sheffield,

e outros acessórios certificados para as

e que também impede a propagação desta

iniciou a execução de testes comerciais

entradas de cabos.

explosão interna para a atmosfera explosiva

de equipamentos à prova de explosão para

de gás externa, existente ao redor do

alguns fabricantes individuais, quando foi

incorporada naquela época pelas empresas

equipamento Ex “d”.

emitido o primeiro certificado por aquela

projetistas e fabricantes nacionais, foram os

Podem ser citados como exemplos

universidade.

sistemas de distribuição de cabos por meio

de

O

equipamentos

industriais,

que

primeiro

equipamento

elétrico

Estes antigos critérios de fabricação de

Outra cultura norte-americana, que foi

de eletrodutos aparentes ou subterrâneos.

utilizam invólucros à prova de explosão,

utilizado em minas de carvão foi devido ao

Embora tais influências tenham sido

para instalação em áreas classificadas:

advento do motor à prova de explosão, para

minimizadas nas novas instalações “Ex”,

luminárias, botoeiras, painéis de distribuição

acionamento de elevadores, ventiladores e

ainda existe um grande “passivo” de

de

iluminação,

equipamentos de mineração. Os operadores

instalações existentes no Brasil com este

aquecimento e tomadas, câmeras para

das minas de carvão observaram, porém,

tipo de equipamentos e instalações. Por

circuitos fechados de TV, motores elétricos,

naquela época, que outros equipamentos

este motivo, ainda podem ser encontrados

tomadas e plugues industriais, acionamento

elétricos, além dos motores, podiam ser

no mercado brasileiro alguns fabricantes

para válvulas motorizadas e invólucros para

também utilizados no interior de invólucros

de equipamentos à prova de explosão,

instrumentos centelhantes.

com juntas reforçadas à prova de explosão,

produzidos com antigos métodos de

Publicada pela IEC, a edição 7.0

tais como as luminárias e as tomadas.

fundição em areia. Esta técnica milenar de

da norma IEC 60079-1 – Atmosferas

No Brasil, os equipamentos à prova

fabricação foi iniciada na Mesopotâmia em

explosivas

de

de explosão foram inicialmente utilizados

cerca do ano 3200 a.C., na idade do bronze.

equipamentos por invólucros à prova

na construção das primeiras refinarias de

de explosão “d” especifica os requisitos

petróleo, a partir da década de 1940. Devido

a instalação no Brasil de indústrias das

construtivos, materiais, requisitos de ensaios

às influências do código norte-americano

áreas químicas e petroquímicas de origem

e critérios de aceitação para o projeto,

de eletricidade (NEC) e das empresas de

europeia, e a partir da década de 1980,

fabricação, ensaios e certificação deste

projeto e de montagem norte-americanas,

com o início das instalações offshore de

tipo de equipamentos para instalação em

criou-se no Brasil, a partir daquela época,

plataformas de produção de petróleo, esta

atmosferas explosivas de gases inflamáveis.

uma arraigada cultura de utilização de

situação começou a mudar, com a adoção de

equipamentos à prova de explosão com

critérios de distribuição de cabos por meio

tampas fixadas por meio de flanges.

de sistemas de bandejamento, utilização

circuitos

de

Parte

força,

1:

Proteção

Em 1921, o Departamento de Minas

da Universidade de Sheffield, no Reino

A partir da década de 1970 d.C., com


131

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

de invólucros com tampas rosqueadas e

dos circuitos externos ao equipamento Ex

utilização de entrada de cabos nos invólucros

“d” são conectados a caixas de terminais

por meio de prensa-cabos.

com tipo de proteção Ex “e”, fixadas

externamente ao invólucro Ex “d”.

Equipamentos com invólucros metálicos

com este tipo de proteção apresenta

grandes problemas e dificuldades de

para o interior do invólucro é feita por

instalação,

e

meio de buchas de passagem à prova de

reparos, o que compromete a segurança

explosão, as quais são fornecidas montadas

das instalações “Ex” e as pessoas que nelas

com o equipamento completo, sem a

trabalham.

necessidade de serviços de selagem de

Estas e tais

inspeção,

dificuldades

manutenção

de

instalação

normalmente

equipamentos

características

manutenção

fazem

Dentre outros problemas que estão

suas

associados aos invólucros metálicos à

perderem proteção

campo, por parte dos usuários.

as

prova de explosão podem ser citados

quais foram certificados, colocando as

o ingresso de água para o interior do

instalações em risco de explosão, no caso

invólucro, em função da existência de juntas

de ocorrência de vazamentos de gases ou

metálicas planas à prova de explosão, as

de presença de atmosferas explosivas ao

quais muitas vezes não oferecem um grau

redor dos equipamentos.

de proteção adequado. Além disso, existem

Isso se deve ao fato de que tais

muitas dificuldades relacionadas com a

equipamentos necessitam de diversos

necessidade de instalação de acessórios

parafusos para fixação de tampas, ou da

de

instalação de acessórios complementares

explosão, tais como niples, uniões macho

para assegurar a sua proteção, tais como

e fêmea, quando estes são instalados entre

unidades seladoras de eletrodutos ou

os invólucros à prova de explosão e as

prensa-cabos à prova de explosão, os quais,

unidades seladoras.

por sua vez, são também de difícil instalação,

Outros equívocos que são também

inspeção, manutenção e reparos, tornando

comumente associados a este tipo de

os equipamentos e instalações muito

proteção são os conduletes e caixas de

complexos.

passagem à prova de explosão, eletrodutos

Algumas formas encontradas pelos

rígidos à prova de explosão e os eletrodutos

fabricantes de equipamentos com este tipo

flexíveis à prova de explosão. Nenhum destes

de proteção para tentar diminuir os grandes

equipamentos devem ser especificados,

problemas de instalação e inspeção foram

comprados ou instalados, em função de

as tampas rosqueadas, ao invés das tampas

não atenderem aos requisitos da norma

flangeadas fixadas por parafusos. As tampas

brasileira sobre instalações em atmosferas

rosqueadas permitem sua instalação e

explosivas (ABNT NBR IEC 60079-14).

remoção, nos casos de necessidade de

acesso aos componentes internos do

de equipamentos com invólucros metálicos

invólucro, de forma mais simples, sem a

à prova de explosão são também de

necessidade de remoção e posterior fixação

extremas dificuldades, uma vez que deve

de diversos parafusos.

ser mantido o rigoroso grau de acabamento

Outra alternativa paliativa encontrada

nas juntas flangeadas à prova de explosão,

para

tentar

de

Nestes casos, a passagem dos cabos

minimizar

os

para

eletrodutos

também

à

prova

de

Os serviços de reparo e recuperação

problemas

ao longo das décadas em que este tipo de

relacionados com este tipo de proteção

equipamento pode permanecer instalado

foi a utilização de entradas indiretas de

em uma área de risco de explosão. A

cabos para o interior do invólucro à prova

existência de um pequeno risco ou mossa

de explosão. Neste tipo de técnica, que

nestas juntas à prova de explosão podem

dispensam a necessidade de utilização os

permitir a propagação de uma explosão

problemáticos prensa-cabos e unidades

interna para o meio externo, colocando em

seladoras à prova de explosão, os cabos

risco todas as instalações.


132

Instalações Ex

Em

função

problemas

atendendo às necessidades das indústrias,

• Incluídos requisitos para o nível de

complexos de instalação e manutenção,

dos usuários e de seus clientes, em busca

proteção de equipamentos EPL Gc com

os usuários de equipamentos “Ex” têm

de soluções mais eficientes, seguras e com

o tipo de proteção Ex “dc” (dispositivos

restringido a aplicação e a especificação

menor nível de complexidade, já possuem

centelhantes selados, oriundos do tipo de

para compra de equipamentos com

em suas linhas de fabricação, componentes

proteção Ex “nC” indicados na IEC 60079-

invólucros metálicos à prova de explosão

centelhantes Ex “d” encapsulados em

15);

para os casos excepcionais, em que não

plástico, os quais tendem a ser a melhor

• Complementados os meios de fixação

haja outra alternativa de tipo de proteção

opção de especificação técnica para

mecânica de juntas resinadas;

“Ex”. Os usuários de equipamentos “Ex”

compra por parte dos usuários e das

• Incluídas limitações de materiais para

e projetistas envolvidos com instalações

empresas projetistas.

ambientes contendo acetileno;

“Ex”

Pode

estão

destes

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

passando

a

especificar

ser

verificado,

em

muitas

Incluídos

requisitos

adicionais

para

equipamentos com tipos de proteção

instalações em atmosferas explosivas, que as

invólucros à prova de explosão contendo

e

mais

antigas caixas de junção e os antigos painéis

fonte interna de liberação (sistema de

simples, leves e seguras, tais como os

de campo para distribuição de circuitos de

contenção de gás);

equipamentos com invólucros plásticos,

força, iluminação e tomadas com invólucros

• Incluídos novos requisitos para motores

réguas de terminais e prensa-cabos

metálicos à prova de explosão estão sendo

com invólucros Ex “d” acionados por

com tipo de proteção Ex “e” (segurança

substituídas por novos equipamentos, com

conversores de frequência, tais como

aumentada) ou invólucros pressurizados

invólucros plásticos e terminais com tipo

a instalação de RTDs embutidos nos

com tipo de proteção Ex “p”.

de proteção por segurança aumentada, em

enrolamentos do estator ou testes do motor

características

construtivas

Por volta da década de 1980, com os

uma ação para sanar os grandes problemas

em conjunto com conversor;

avanços das técnicas de injeção em plástico,

de

reparos

• Incluídos requisitos para invólucros não

os componentes elétricos centelhantes

existentes, bem como para elevar os níveis

metálicos, com referência à Norma IEC

passaram a ser encapsulados em invólucros

de segurança das plantas.

60079-7 – Segurança aumentada (Ex “e”);

plástico à prova de explosão, tais como

Sob o ponto de vista das atuais

• Incluídos requisitos de valores de torque

botões de acionamento, disjuntores, chaves

técnicas de proteção “Ex” que são

para aperto de partes aparafusadas.

de comando e de força, contatores e relés

disponíveis

de proteção térmica, de sobrecorrente e

componentes encapsulados em plástico,

residuais.

invólucros

do Subcomitê SC-31 do Cobei, responsável

Tais invólucros plásticos eliminam a

com

possibilidade de presença de espaços

invólucros pressurizados, equipamentos

processo

vazios em seu interior, fazendo não haver

não

votação e aprovação desta nova edição 7.0

a possibilidade de presença de gases

intrinsecamente

e

da norma internacional IEC 60079-1. Com

inflamáveis ao redor dos componentes

equipamentos protegidos por radiação

a publicação desta nova edição por parte

elétricos

centelhantes.

Quando

inspeção,

manutenção

no

e

mercado,

plásticos,

segurança

tais

componentes

aumentada

centelhantes

(Ex

seguros

como

“n”), (Ex

(Ex

“e”),

circuitos “i”)

A Comissão de Estudo CE 03:031.02

por esta norma, acompanhou todo o de

atualização,

comentários,

tais

ótica (Ex “op” pode ser considerado que

da IEC, esta Comissão de Estudo passou a

componentes centelhantes são construídos

os antigos invólucros metálicos com

efetuar os necessários trabalhos de revisão

desta forma, estes são capazes de atender

tampas flangeadas à prova de explosão

e de atualização da respectiva ABNT

aos requisitos da norma IEC 60079-

representam uma tecnologia complexa e

NBR IEC 60079-1, publicada em 2007 e,

1, em termos de suportar a pressão de

de difícil instalação e manutenção, com

posteriormente, atualizada em 2009, com

uma explosão interna e não permitir a sua

requisitos obsoletos em relação às novas

base na edição 6.0 da IEC 60079-1. Estes

propagação para o meio externo, fazendo

técnicas de proteção contra explosão).

trabalhos têm como objetivo manter esta

que possam ser certificados com o tipo de

Dentre as principais alterações técnicas

norma brasileira devidamente harmonizada

proteção Ex “d”.

que foram incorporadas nesta nova edição

e equivalente, em termos de conteúdo

Esta evolução no processo de fabricação

7.0 da IEC 60079-1 em 2014 em relação à

técnico, forma e apresentação, com a nova

representou um grande avanço na aplicação

Edição 6.0, publicada em 2007, podem ser

edição da norma internacional IEC 60079-

de equipamentos à prova de explosão, uma

citadas as seguintes:

1.

vez que tais componentes Ex “d” dispensam

Mais

informações

sobre

a

norma

a instalação de invólucros metálicos à prova

• Incluídos requisitos para o nível de

internacional IEC 60079-1 podem ser

de explosão, possibilitando a utilização de

proteção de equipamentos EPL Ga com

encontradas na IEC Webstore: http://

caixas plásticas de segurança aumentada.

o tipo de proteção Ex “da” (sensores

webstore.iec.ch/webstore/webstore.nsf/

No presente momento, os principais

catalíticos de detectores portáteis de gás

mysearchajax?Openform&key=60079-

fabricantes

combustível “Ex”);

1&sorting=&start=1&onglet=1

de

equipamentos

Ex

“d”,



134

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Novo!

Considerações iniciais

Esta coluna trará, a partir de agora,

de Estudo e, após a sua aprovação, são

Electrical Installations in Buildings. Com

informações a respeito do processo de

submetidos à consulta nacional pela

a publicação de edições mais recentes

revisão da norma ABNT NBR 5410 –

ABNT. Por um prazo pré-estabelecido,

dos documentos da IEC, foi necessário

Instalações elétricas em baixa tensão,

o texto fica à disposição da sociedade

iniciar também a revisão da versão

pertencente ao ABNT CB03 do Comitê

em geral, que pode enviar à ABNT seus

brasileira. Para dar início a este trabalho,

Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica,

comentários e votos de aprovação ou

a Comissão de Estudos 03:64-001 de

Iluminação e Telecomunicações (Cobei),

desaprovação. Somente após a análise

instalações elétricas de baixa tensão da

da Associação Brasileira de Normas

dos votos recebidos e sua aprovação final

ABNT foi reativada em março de 2012.

Técnicas

pela Comissão de Estudos é que a norma

O primeiro tema discutido foi a adoção

informações, vale lembrar como funciona

técnica ou sua revisão são publicadas.

de um texto base para a revisão, uma

esta estrutura.

No caso específico da norma de

vez que os documentos da IEC haviam

instalações elétricas de baixa tensão,

sofrido alterações de forma, separação

A

(ABNT).

ABNT

é

Para

a

única

nivelar

as

entidade

em vários documentos básicos, diferente

A ABNT é a única entidade oficialmente reconhecida no Brasil para a normalização e o trabalho é desenvolvido no âmbito de suas Comissões de Estudo. Estas estabelecem o texto base dos documentos normativos que são os projetos de norma.

da

estrutura

da

NBR

5410:2004.

Somente em março de 2014 foi iniciado efetivamente o processo de revisão, com a tradução dos requisitos da IEC e formatação do nosso texto base para facilitar o trabalho durante as reuniões. A partir daí, foram realizadas nove reuniões presenciais, com a participação média de 30 especialistas. A versão atual da ABNT

NBR

5410:2004

estabelece

“requisitos para garantia da segurança de pessoas e animais, conservação e funcionamento adequado dos bens e contém prescrições relativas a projeto, execução e verificação final/manutenção”. Os princípios fundamentais da nova

oficialmente reconhecida no Brasil para a

desde a publicação da primeira edição

versão permanecem os mesmos, com a

normalização e o trabalho é desenvolvido

na década de 1940, já foram publicadas

seguinte estrutura de itens:

no âmbito de suas Comissões de Estudo.

seis revisões, sendo a mais recente e

Estas estabelecem o texto base dos

em vigor, de 2004. As duas primeiras

• Parte 1 – Princípios fundamentais,

documentos normativos que são os

edições foram baseadas nos requisitos

determinação das características gerais,

projetos de norma. Os projetos de norma,

americanos do National Electrical Code

definições, baseados na IEC 60364-1;

sejam de documentos novos ou em

(NEC) e somente a versão de 1980 foi

• Partes 2 e 3 – Vagas;

revisão, são discutidos pelos membros

então baseada nos requisitos da norma

• Parte 4 – Proteção para garantir

participantes das respectivas Comissões

internacional da IEC, a IEC 60364 –

segurança, baseada na IEC 60364-4-41


135

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

a 44;

obter o consenso entre os participantes

• Parte 5 – Seleção e instalação de

das diversas partes interessadas.

produtos elétricos, baseada na IEC

60364-5-51 a 56;

caso necessário, serão estabelecidos

• Parte 6 – Verificação, baseada na IEC

grupos de trabalho para análise de temas

60364-6; e

específicos.

• Parte 7 – Requisitos complementares

para instalações ou locais específicos,

a Parte 1 do projeto de revisão da norma

baseada na IEC 60364-7-701 a 753.

e na próxima reunião, agendada para

Para agilizar o processo de revisão,

Até novembro de 2014 foi finalizada

10/2/2015, será iniciada a discussão da A

comissão

vai

analisar

ainda

Parte 4.

mudanças realizadas nas demais partes

da norma IEC 60364 e sua adoção no

na história desta norma. A procura e a

Brasil. Os principais pontos analisados

consulta de seus usuários têm sido cada

serão:

vez maiores, assim como o desejo de

Alguns pontos devem ser destacados

participar do processo de revisão. Apesar • Proteção contra efeitos térmicos (locais

de se tratar de um processo aberto, em

BE2);

que qualquer pessoa pode participar, é

• Proteção contra sobrecorrentes e

claro que a frequência de reuniões e sua

características

concentração em São Paulo dificultam

de

dispositivos

de

proteção contra curtos-circuitos;

a presença dos especialistas de outras

• Seleção e instalação de produtos

regiões do país. Dada a facilidade de

elétricos – linhas elétricas (capacidade

contato por meios eletrônicos, entretanto,

de condução de corrente);

as sugestões e os comentários podem

• Definições de componentes;

ser enviados livremente e eles serão

• Proteção contra choques elétricos

considerados para a deliberação da

(proteção básica, proteção em caso de

Comissão de Estudos, sem que se tenha

falta, proteção supletiva, uso de DRs);

que esperar até a consulta nacional.

• Verificação periódica da instalação; •

Disposição

dos

condutores

Outro ponto a ser destacado é que,

de

paralelamente ao processo normal de

aterramento em corrente alternada e

revisão devido às alterações da IEC,

corrente contínua.

alguns requisitos de projeto e instalação que são específicos da ABNT NBR 5410

A previsão da Comissão de Estudos é

e não citados na IEC serão também

que o projeto de revisão da norma esteja

discutidos e, se julgado necessário,

pronto para consulta nacional em quatro

aperfeiçoados. Para isso, a Comissão já

anos a partir do início dos trabalhos em

disponibiliza aos participantes o registro

2014. Mesmo parecendo longo, este

das sugestões de melhoria.

prazo é crítico dada a complexidade

Trata-se

da norma. Os principais fatores que

e que exige dedicação de todos os

garantirão

participantes,

o

atendimento

do

prazo

de

um

porém,

trabalho um

longo

tema

tão

são a participação dos especialistas

abrangente, importante e que permeia

representantes de diversos segmentos

todas as pessoas da sociedade, não

envolvidos com a atividade de instalações

pode ser tratado de maneira diferente.

elétricas,

como

fabricantes

de

componentes, empresas de engenharia,

Por Eduardo Daniel, superintendente da Certiel

concessionárias

Brasil e coordenador da Comissão de Estudos

de

energia

elétrica

e instaladores, além da realização de

03:64-001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma

reuniões pelo menos mensais. Nas

de instalações elétricas de baixa tensão ABNT

reuniões realizadas até agora, foi possível

NBR 5410


Dicas de instalação

136

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Por Alessandro Ramalho dos Santos e Valdir Pinto*

Boas práticas para a instalação em painéis elétricos: uso da tecnologia de conexão a mola

O aumento de produtividade é um dos

ser feito para que se possa reduzir o

objetivos mais buscados pelas indústrias

tempo de manutenção, evitar paradas

que querem se manter competitivas, ou

indesejadas nos processos e obter

seja, todas! Programas de melhorias

ganhos de produtividade.

de processo que possam aumentar a capacidade de produção, assim como

A importância das conexões elétricas

a maximização da disponibilidade das máquinas, são ações que devem ser

tomadas em paralelo e com o mesmo

mas, na média, estima-se que o custo

grau de prioridade, para garantir uma

de dispositivos de conexões elétricas

melhor produtividade.

(bornes, por exemplo), em um painel

Nesse sentido, o emprego de técnicas

elétrico de automação, seja de 3% a

de automação industrial desempenha

5% do valor total. Olhando pela ótica

um

Máquinas

do custo de aquisição, este valor não

“inteligentes” e capazes de realizar

parece relevante, mas quando se leva à

tarefas complexas e/ou com alto grau

discussão para o custo total da solução,

de repetitividade, conferindo altíssimos

estes pequenos percentuais podem ter

índices de qualidade, são empregadas

impactos significativos.

nos mais diversos processos industriais.

Não são raros os casos nos quais

Dessa forma, certamente, o uso de

paradas de produção tem como causa raiz

tecnologias de automação industrial traz

problemas ligados à instalação elétrica.

benefícios e o papel de quem lida com

Um fio que se solta e encosta na carcaça

ela atualmente é se qualificar para usá-

do painel gera um curto em uma fonte de

las adequadamente.

alimentação que “derruba” um controlador

papel

fundamental.

Caso a caso, o número pode variar,

abriga

e para uma máquina ou um processo. Não

um sistema de automação industrial

se trata de um roteiro hipotético e alguns

pode conter controladores, fontes de

leitores podem estar se lembrando de

alimentação, inversores de frequência,

algum episódio parecido com este. A

relés de sobrecarga, entre outros, e

consequência é tão ampla que isso pode

a ligação desses dispositivos com os

acontecer em uma plataforma de petróleo,

elementos de campo determina uma

em uma máquina de envasar bebidas, em

série de conexões elétricas que merece

um moinho de cimento etc. Evidentemente,

uma atenção especial.

o passivo maior dessa história toda não

O objetivo deste artigo é discutir

é o componente danificado, mas sim o

boas práticas de instalação e o uso

tempo de máquina parada e os impactos

da tecnologia de conexão a mola em

na própria produção ou até mesmo na

painéis, e de que forma isso pode

perda das matérias-primas.

Um

painel

elétrico

que


137

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Os

problemas

curto-circuito),

aparentes

ainda

seus

um problema – pode ser o surgimento do mau contato. As molas, presentes

consequências danosas à produção,

em dispositivos de conexão elétrica de

pode

corrigido.

alta qualidade, são feitas de uma liga de

Entretanto, o tal do “mau-contato” é

cromo-níquel austenítico que oferece

muitas vezes um problema crônico

elasticidade,

e

ser

possam

identificado

“silencioso”,

os

isso no caso da conexão a parafuso é

trazer

desdobramentos

que

(um

pode

resistência

não

mecânica em um amplo intervalo de temperaturas, além de resistência a

vai paulatinamente reduzindo a vida útil

tração e a corrosão.

dos componentes e, ao mesmo tempo,

Talvez uma dúvida frequente em

transformando energia elétrica em calor.

relação à adoção da tecnologia de

E o aquecimento é um dos maiores

conexão a mola seja a quantidade de

inimigos

operações de inserção e retirada do fio

qualquer

até

excelente

ocasionar uma parada de máquina, mas

de

que

e

equipamento

eletrônico.

ou cabo que esta permite sem danificar o dispositivo. Embora possa se tratar de

Tipos de conexão: a mola ou a parafuso?

uma mera curiosidade, pois na prática não são realizadas inúmeras operações dessa natureza (retirada e inserção

Componentes elétricos a mola e a

dos fios e cabos em um borne, por

parafuso representam as opções de

exemplo), não há um limite que possa

conexão elétrica disponíveis no mercado

ser estipulado. Testes foram realizados

atualmente. Em se tratando do brasileiro,

nos laboratórios da Wago, bem como

talvez a conexão a parafuso seja a mais

centenas de operações ao longo do

conhecida,

tempo, e a mola não perdeu suas

mas,

principalmente

no

europeu – muito forte no desenvolvimento

características elétricas e mecânicas.

de máquinas –, a tecnologia dominante é

Outro dado que corrobora com a

a da conexão a mola.

tese de que a conexão não se solta com

o tempo e que a mola não perde a sua

A conexão a mola, por ser dinâmica,

não

reaperto,

elasticidade, é uma aplicação em trens,

principalmente em ambientes em que

requer

rotinas

de

na Alemanha, na qual o painel elétrico

haja algum tipo de vibração. O parafuso,

foi instalado em 1978. Embora as

nesta situação, tende a se soltar com o

cabines tenham passado por sucessivas

tempo e necessita periodicamente de

modernizações, os bornes que conectam

procedimentos de reaperto.

os circuitos elétricos são os mesmos e

Mesmo em ambientes nos quais

operam há mais de 36 anos! De acordo

não

de

com a norma internacional IEC 60947-

temperatura gera dilatação e contração

7-1:2002, a queda de tensão máxima

dos elementos metálicos da conexão, e

permitida no conector de passagem

haja

vibração,

a

variação

Tabela 1 – Valor de queda de tensão

Borne

Borne

0,5 mm

2,5 mm2

Corrente nominal (A)

6

24

Corrente aplicada (A)

0,6

2,40

Queda de tensão – teste 1 (mV)

2,20

2,50

Queda de tensão – teste 2 (mV)

2,30

2,30

Queda de tensão – teste 3 (mV)

2,40

2,35

Queda de tensão – teste 4 (mV)

2,35

2,25

Queda de tensão – teste 5 (mV)

2,20

2,30

2


138

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Conclusão

(borne) é de 3,2 mV quando a corrente

anteriormente,

a ele aplicada é 10% da sua capacidade

ligados à manutenção e à qualidade

nominal.

da conexão, a tecnologia a mola ainda

oferece enorme vantagem em relação

dade tem de estar atento a vários

à conexão a parafuso: redução no

aspectos.

dentro dos padrões estabelecidos pela

tempo de instalação.

de alta tecnologia, para o seu correto

norma, mesmo após um longo período

A mola não requer ferramentas

funcionamento,

de operação. A Tabela 1, extraída do

especiais para a sua operação e o

instalação elétrica de qualidade. Não

experimento, mostra esses valores.

movimento de inserir o fio ou cabo no

se pode negligenciar a importância das

dispositivo é muito mais rápido do que

conexões elétricas quando se projeta

o procedimento de abrir o parafuso

um painel elétrico. Uma escolha certa

para liberar a cavidade, inserir o fio ou

traz benefícios desde a montagem até a

cabo e depois fechar a cavidade por

manutenção do equipamento.

meio do parafuso. Há casos em que

a redução no tempo na montagem do

tecnologia de conexão a mola para

painel elétrico, usando a tecnologia de

equipamentos

conexão a mola, chega a 75%.

adotada em grande escala no mercado

nacional

Nos testes realizados nesta aplicação

(trens),

os

níveis

estão

totalmente

Figura 1 – Teste de queda de tensão.

que

estão

muito

Ainda quando se fala em conexão a

Quem busca otimização e produtivi­ Mesmo

um

equipamento

depende

de

uma

A já internacionalmente consolidada elétricos

também.

vem

sendo

Tradicionalmente,

mola, pode-se dizer que ela independe

alguns

Outro elemento que confere qualidade

do operador, ou seja, a mola é quem faz

de máquinas e trens, já usam essa

e segurança à conexão a mola é a pressão

a conexão. Quando se usa parafuso,

tecnologia, pois o ambiente nos quais

de contato que a mola exerce sobre o fio

não se pode precisar ao certo a

os painéis elétricos são instalados

ou cabo.

pressão de aperto e para fazê-lo de

e requerem uma conexão imune à

forma correta seria necessário o uso

vibração e livre de manutenção.

de torquímetro para cada conexão, o

que faria aumentar ainda mais o tempo

a mola são produzidos em escala mundial

Em função do formato e de suas

de montagem.

e, por conta disso, atualmente oferecem

características, a mola é capaz de exercer

O

torna-se

um custo extremamente competitivo,

uma grande força em um único ponto

desnecessário quando se adota a

comparando-se aos mesmos dispositivos

de contato, o que confere uma pressão

tecnologia de conexão a mola. O

que usam a conexão a parafuso.

adequada para a condutividade elétrica

terminal serve para impedir que os

A

(reduzindo a resistência entre a mola e

cabos

(Instalações Elétricas de Baixa Tensão),

o fio ou cabo por meio de uma junção

usados em conexão a parafuso.

no item 6.2.8, trata da questão de

praticamente hermética). Também garante

O acabamento dos fios e cabos

conexões e não há nada que desabone

uma pressão de retenção, impedindo que

com o terminal, além de implicar em

o uso da conexão a mola.

o fio se solte acidentalmente.

tempo maior de montagem, gera custos

Em alguns casos, o não uso da

diretos de aquisição do material e de

conexão a mola é uma questão de

ferramentas de crimpagem. Conforme

paradigma, costume com a tecnologia

mostrado na Figura 2, a pressão

a parafuso, base instalada, etc. Mas,

exercida em um único ponto de contato

para fazer diferente e melhor, deve-se

não danifica o condutor.

estar apto a aplicar novos métodos,

Pressão de contato =

Força de contato Área de contato

Ganho de tempo e redução de custo Além dos aspectos mencionados

terminal

sejam

ilhós

danificados

quando

setores,

como

automotivo,

Os dispositivos que usam a conexão

norma

ABNT

NBR

5410

ainda mais se eles forem de ganhos e eficácia comprovados. *Alessandro Ramalho dos Santos é gerente de engenharia e suporte da Wago | alessandro.santos@wago.com Valdir Pinto é gerente de produtos da Wago | Figura 2 – Cabos após receberem diversos tipos de conexão.

valdir.pinto@wago.com



140

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Por Vitor Gardiman e Osmar Pinto Jr.*

Observações de raios feitas no país contribuem para a nova norma ABNT NBR 5419 e abrem alternativas de estudos para diversos setores da sociedade

Os “índices ceráunicos”, isto é, o

nova norma foram corrigidos a partir

Setor Elétrico.

número de dias de tempestade por ano

de informações da Rede Brasileira de

Contudo, apesar de a nova versão

em um dado local - obtidos na maior parte

Detecção de Descargas Atmosféricas

da norma ABNT NBR 5419 melhorar

por intermédio de ponderações feitas

(BrasilDAT),

substancialmente

por meio de uma pequena quantidade

de 2011 e operada pelo Grupo de

referentes à ocorrência de descargas

de observatórios na primeira metade

Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto

atmosféricas,

do século XX como um parâmetro para

Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

avaliação mais aprofundada a respeito

estimar

a

incidência

de

inaugurada

em

agosto

ela

as carece

informações de

uma

descargas

A correção se faz necessária em

das características das descargas em

atmosféricas nuvem-solo - serão alterados

função do fato de que os sensores a bordo

nosso país, em comparação com outras

após algumas décadas de uso em nosso

dos satélites não conseguem distinguir

regiões do mundo. A possibilidade de

país.

as descargas nuvem-solo das descargas

que as características das descargas

A norma brasileira de proteção contra

dentro das nuvens, as quais são mais

atmosféricas variem em diferentes regiões

descargas atmosféricas ABNT NBR 5419,

frequentes e de menor intensidade. Para

do mundo tem sido tema de pesquisa e

publicada pela Associação Brasileira de

isso, foram utilizadas informações da rede

debate por muitas décadas.

Normas Técnicas (ABNT), está para ser

BrasilDAT, que cobre praticamente todo

alterada também neste quesito. A nova

o Brasil, embora seu desempenho ainda

on Large Electric Systems (Cigré) publicou

norma, que se encontra em consulta

precise ser melhorado na região norte,

um

nacional e que tem publicação prevista

onde a precisão média de localização das

Brochure on Lightning Parameters for

para 2015, deverá substituir os antigos

descargas está em torno de 10 km contra

Engineering Applications”, em que um

índices ceráunicos pela densidade efetiva

500 metros no resto do país.

dos autores deste artigo menciona um

de descargas atmosféricas que atingem o

A BrasilDAT é a primeira rede em nosso

capítulo sobre o assunto. No artigo, é

solo.

país a detectar as descargas nuvem-solo

mostrado que existem evidências de que

Tal densidade é quantificada a partir

e dentro das nuvens, e também é uma

alguns parâmetros das descargas sofrem

do número de descargas nuvem-solo

das poucas em todo planeta. A detecção

variações regionais significativas.

que atingem uma área de um quilômetro

das descargas dentro das nuvens não

Variações nas características das

quadrado por ano. Obtida por meio de

somente

das

descargas atmosféricas são razoáveis

observações óticas feitas a partir de dois

informações dos sensores a bordo de

de se encontrar em diferentes regiões

sensores a bordo de satélites construídos

satélites, o que foi feito para a publicação

do mundo, em que as características

pela Agência Espacial Americana (Nasa),

dos mapas na nova norma de proteção,

meteorológicas associadas à formação

denominados OTD (Optical Transient

como

e

das tempestades apresentam uma grande

Detector)

Imaging

monitorar as tempestades severas e as

diversificação. Um exemplo marcante é a

Sensor) no período entre novembro de

responsáveis por vendavais, bem como

ocorrência de descargas nuvem-solo de

1997 e dezembro de 2013, os valores

tornados e chuvas intensas, causadores

polaridade positiva com intensidade e

de densidade a serem publicados na

da maior parte dos desligamentos no

duração totalmente atípicas no período

e

LIS

(Lightning

possibilita

também

a

permite

correção

identificar

Recentemente, o International Council relatório

denominado

“Technical


141

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

de inverno na costa do Japão. Estas

é fundamental que se busque intensificar

descargas com características distintas

os estudos para todas as regiões do país,

vêm sendo estudadas durante décadas e

ainda mais considerando que diversos

sua origem tem sido atribuída à estrutura

deles apontam para um cenário de maior

elétrica peculiar das tempestades nesta

ocorrência desse fenômeno no futuro em

região, no inverno.

função do aumento da urbanização e do

Considerando a vastidão de nosso

aquecimento global. Pesquisas realizadas

país

características

pelo ELAT estimam que, até o final do

meteorológicas encontradas em cada

e

as

diferentes

século, haja um aumento da ordem de 30%

uma das regiões brasileiras é admissível

na incidência de descargas atmosféricas

que

nas

no Brasil, que é o recordista mundial com

características das descargas nuvem-

mais de 50 milhões de descargas nuvem-

solo entre as regiões. Um exemplo já

solo por ano.

identificado é a variação da percentagem

de descargas positivas nas regiões sul

de se ampliar os conhecimentos desses

e sudeste. Na região sul as descargas

fenômenos, em particular a ocorrência de

positivas ocorrem em cerca de 20% dos

descargas dentro das nuvens, para auxiliar

casos, enquanto na região sudeste elas

na previsão de tempestades, vendavais e

são menos de 5%. Considerando que as

chuvas fortes, que afetam também vários

descargas nuvem-solo positivas tendem

setores da sociedade, tais como agrícola,

a ter intensidade e duração médias

seguros, telecomunicações, entre outros.

diferentes das descargas nuvem-solo

Finalmente cabe destacar que, por

negativas, os percentuais acima implicam

meio de um acordo entre o Elat e a ABNT,

que sistemas de proteção devem levar em

as informações sobre a densidade de

conta tais diferenças de modo a serem

descargas atmosféricas para todo o país,

mais eficientes.

a serem publicadas por intermédio de

Outro exemplo de variações nas

mapas na nova versão da norma ABNT

características das descargas observadas

NBR 5419, também estarão disponíveis

na região sudeste do Brasil diz respeito

na internet, de forma gratuita, no site

à

preparado pelo Elat. Com esta iniciativa,

também

intensidade

haja

da

diferenças

corrente

contínua

Outro ponto importante é a necessidade

das descargas nuvem-solo negativas.

espera-se

A corrente contínua é um componente

com o aprimoramento dos projetos de

da corrente das descargas nuvem-solo

proteção contra descargas atmosféricas,

que ocorre após três milissegundos das

de modo a diminuir os prejuízos que elas

descargas de retorno, também conhecidas

trazem à sociedade e que, atualmente,

como “strokes”, e se estende em alguns

ultrapassam um bilhão de reais por ano.

contribuir

significativamente

casos por mais de um segundo. Por outro lado, faltam estudos que comprovem

*Vitor Gardiman é engenheiro eletricista, autor

que o pico de corrente dos strokes

de vários projetos de inovação publicados na

varie regionalmente. Ao mesmo tempo,

mídia. Foi diretor da EDP GRID e presidente

se por um lado, algumas diferenças nas

do Conselho de Diretores da Utilities Telecom

características das descargas nuvem-

Council América Latina. Atualmente é

solo nas regiões sul e sudeste já foram

responsável pela Gestão Estratégica da Storm

identificadas, muito pouco se sabe sobre

Tecnologia e membro do IEEE.

estas características para as regiões centro-oeste, norte e nordeste. Dado

que

variações

Osmar Pinto Jr. é engenheiro eletricista, mestre

nas

e doutor pelo Instituto Nacional de Pesquisas

características das descargas nuvem-

Espaciais (Inpe), coordenador do Grupo de

solo têm implicações significativas na

Eletricidade Atmosférica (Elat), com pós-

elaboração de um projeto adequado de

doutorado na Universidade de Washington e

proteção contra descargas atmosféricas,

na Nasa.


142

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

Novos desafios para o setor de geração de energia elétrica no Brasil

pelo lado da procura (consumos e cargos).

visão sistémica que englobe mais e

de curto prazo (PLD) atingindo novos

Com o preço da energia no mercado

A

melhores planejamentos, simplificação de

recordes em 2014, a Agência Nacional de

efetivamente

do

procedimentos, diversificação de fontes

Energia Elétrica (Aneel) decidiu, no dia 24

aumento de custos de energia elétrica no

(incluindo uma participação mais estável de

de novembro, limitar o valor de venda de

curto prazo, limitando custos na geração,

fontes geradoras térmicas) e uma regulação

energia elétrica no mercado a curto prazo,

mas a um “preço” elevado – a distorção de

justa e eficaz. Além, é claro, da adoção

o chamado PLD – Preço de Liquidação de

um mercado que já atravessa um momento

de tecnologias e ferramentas modernas

Diferenças –, em R$ 388/MWh contra o

particularmente

da

para apoiar o monitoramento e gestão de

máximo de R$ 822/MWh que se verificou

introdução de um teto claramente artificial

recursos e redes, trazendo inteligência de

neste ano. Na justificação desta medida, a

(para comprovar isto bastaria atentar que o

negócios e agregando valor e facilidades

Aneel defende que irá reduzir a volatilidade

preço máximo em 2014 atingiu mais que o

nos processos operacionais e de gestão das

e mitigar o risco financeiro do mercado a

dobro do novo limite).

redes. Como, por exemplo, ferramentas de

curto prazo, beneficiando os consumidores.

Esta medida, por outro lado, tende

Inteligência Geográfica ou GIS (Sistemas

Sendo absolutamente correta esta

a estrangular novos investimentos num

de Informação Geográfica).

consideração, a decisão acarreta em um

subsetor de geração, cujo desenvolvimento

Até lá, continuaremos a avançar aos

grande perigo, porque oculta a causa raiz

permitiria, em médio e longo prazo, reduzir

soluços e com medidas conjunturais,

do valor da energia elétrica no PLD: a

a pressão de altos preços no mercado de

sempre sob o espectro de apagões,

incapacidade atual de a matriz geradora

curto prazo.

racionamentos de energia e outros eventos

brasileira responder a alterações no regime

Esta redução de preço se daria

totalmente indesejáveis que seriam, a

“normal” de seu funcionamento. Neste ano,

pelo aumento da oferta e introdução de

princípio, evitados em face dos amplos

e como todos sabemos, isto se deveu a

unidades mais eficientes e de menor custo

recursos e potencial energético do Brasil.

um regime hídrico fortemente atípico, que

marginal de geração, como, por exemplo, o

exigiu que se recorresse muito mais do que

desenvolvimento de capacidade geradora

o usual à capacidade de geração das usinas

utilizando o grande potencial nacional do

térmicas.

gás natural.

A

Os preços de energia elétrica no curto

medida

implementada

resolver

o

problema

turbulento

necessidade

da

pode

através

medida

agora

prazo tiveram em 2014 um preço médio de

decidida pelo regulador revela uma frágil

R$ 159, mas a energia elétrica chegou a R$

sustentabilidade no setor elétrico do Brasil,

822,03 – o valor máximo regulatório vigente,

tendo sido insuficientes os mecanismos

e só não ultrapassou este valor precisamente

de mercado e regulatórios existentes para

por causa deste teto regulatório.

limitar os “surtos” de preços de energia

Isto

precisamente

quando

a

alta

elétrica no curto prazo verificados em 2014.

volatilidade dos preços no mercado sinaliza

O setor elétrico brasileiro tem se

a falta de capacidade de resposta por parte

defrontado sistematicamente com cres­

das geradoras térmicas, em outras palavras,

cen­tes desafios. E, para desafios sistêmi­

*Por Augusto Carvalho, gerente para o setor de

isso é uma clara limitação na oferta de

cos, são necessárias soluções e não

Energia Elétrica na Imagem, empresa brasileira

energia elétrica face às demandas impostas

apenas conjunturais. É necessária uma

de soluções de inteligência geográfica.



144

Agenda 5 de março

Tarifas e revisões tarifárias

Descrição

Informações

O intuito das aulas é proporcionar uma visão geral da metodologia de definição das tarifas de fornecimento de energia elétrica empregada no Brasil: desde os fundamentos teóricos que balizam a atuação do regulador até o cálculo de cada componente da tarifa. Dividido em módulos, o conteúdo programático levará aos alunos uma visão geral do tema; componentes tarifários; conceituação da estrutura tarifária, entre outros assuntos.

Local:

13 e 14 de março

Cursos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

São Paulo (SP) Contato: ((11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br

Projeto de sistemas fotovoltaicos isolados, minirredes híbridas e backup solar

Descrição

Informações

Engenheiros, arquitetos, eletricistas e eletrotécnicos são o público-alvo deste curso promovido pela Solarize. Entre os temas abordados na aula estão: energia solar no Brasil e no mundo; principais usos e aplicações; módulos solares: modelos e tecnologias; dimensionamento dos sistemas; diagramas de instalações - diversas configurações; detalhes de manutenção e operação; e descrição de sistemas instalados.

Local:

24 a 27 de março

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br

Instalações elétricas de baixa tensão II – ABNT NBR 5410: 2004 – Instalações de potência

Descrição

Informações

Transmitir e exercitar os procedimentos da norma ABNT NBR 5410, com foco em instalações de potência, tanto comerciais como industriais, com abordagem completa de motores e quadros gerais de distribuição. Este é o objetivo do curso promovido pela ABNT. Neste sentido, nas aulas serão compreendidos todos os itens necessários para instalações elétricas de prédios, shoppings e indústrias. O curso é dirigido a engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas.

Local:

24 a 28 de março

São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br

Gerência eficaz da manutenção

Descrição

Informações

Voltado a profissionais que atuam em todos os segmentos da gestão da manutenção, este curso tem como objetivo informar ao trabalhador dessa área a respeito de todo ferramental da atualidade para que ele possa avaliar e incrementar ações para otimização da manutenção, seja ela industrial ou predial. A programação do curso é composta por diversos tópicos, entre os quais: conceitos básicos, organização de um serviço de manutenção; processos e certificação; informatização da manutenção, etc.

Local:

2 e 3 de março

São Paulo (SP) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

1ª Conferência de Segurança Cibernética no Setor Energético

Descrição

Informações Local:

O evento tem como objetivo debater os principais desafios visando as medidas de segurança da área de energia, a São Paulo (SP) fim de garantir a segurança das informações, da comunicação e do patrimônio das infraestruturas críticas do setor Contato: energético brasileiro. A conferência é voltada para desenvolvedores e geradores de energia, concessionárias do (11) 3266-3591 setor elétrico, operadoras de petróleo e gás, distribuidoras de gás, produtores independentes, entre outros.

contato@blueoceanevents.com.br

Eventos

16 de março

2º Fórum de Iluminação Pública

Descrição

Informações

A segunda edição do Fórum de Iluminação Pública abordará as questões da transferência dos ativos de iluminação pública das distribuidoras de energia elétrica para as prefeituras dos municípios. Entre os temas em pauta estarão as tecnologias disponíveis, aspectos jurídicos, eficiência energética e financeira, modelagens de contratação, modelos de financiamento e cenários do mercado e de investimentos. O evento reunirá os principais atores e especialistas da cadeia envolvida e gestores municipais.

Local:

23 e 24 de março

São Paulo (SP) Contato: (11) 5051 6535 info@viex-americas.com

Seminário Data Center Brazil 2015

Descrição

Informações

Com o tema “O desafio da gestão de custos dos data centers em mercados competitivos”, esta edição do evento pretende compartilhar experiências entre os profissionais de data center para a melhoria de processos e discutir a respeito das novas tendências do mercado com o intuito de auxiliar na tomada de decisão sobre a adoção de novas tecnologias. O seminário abordará tecnologias emergentes, como Big Data e Internet of Things, os aspectos de gestão operacional com foco na redução de custos e desafios de sustentabilidade, incluindo eficiência energética.

Local:

23 a 27 de março

São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

28ª Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação (Fiee)

Descrição

Informações

Um dos mais importantes eventos do setor, a Fiee é, segundo os organizadores, o lugar ideal para promover produtos e serviços para um relevante polo gerador de negócios dos segmentos, apresentar as tendências do consumo, impulsionar vendas, fortalecer a imagem da marca, qualidade e serviços, além de fidelizar e conquistar clientes. A edição deste ano deve contar com mais de 750 empresas, 1.400 marcas e mais de 60 mil compradores qualificados do setor.

Local: São Paulo (SP) Contato:

(11) 3060-4913 info@fiee.com.br


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O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

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Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

IFG 141 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 37 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Instrumenti 87 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 107 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 43 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kienzle 90 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 94 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 121 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br Logmaster 126 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br

Multhiplos 17 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.br Naville 26 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Newmax 92 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 21 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 115 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 109 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Palmetal 39 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 89 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 124 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 53 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

Real Perfil 79 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br Sarel 85 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 96 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sicame 41 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br Sil 103 (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Strahl 127 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 100 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br TE Connectivity 86 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Termotécnica 136 (31) 3308-7000 eventos@tel.com.br www.tel.com.br Tigre Tubos e Conexões 71 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br Trael 137 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 74 e 75 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br

(11) 2331-0303 www.conex.ind.br

Feicon Batimat 139 www.feicon.com.br

Maccomevap 131 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

Construfios Fios e Cabos 98 (11) 5053-8383 construfios@construfios.com.br www.construfios.com.br

FIEE 133 (11) 3060-4913 info@fiee.com.br www.fiee.com.br

Média Tensão 25 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Perfil Líder 7 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br

VR Painéis Elétricos 55 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Copper 100 125 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br

General Cable 63 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Megabrás 128 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Press Mat 102 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

Walcenter 129 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br

Conex 19

Vextrom 73 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br

145


146

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Janeiro de 2015

O que há de errado?

A seção O que há de errado? foi reformulada e está de cara nova! A partir de agora, as

instalações aqui ilustradas dirão respeito não apenas a instalações de baixa tensão, como também a outras áreas da engenharia elétrica, desde iluminação e aterramento a instalações de média tensão, atmosferas explosivas, entre outras.

Dessa maneira, serão também evidenciados neste espaço desafios pertinentes a outras normas

técnicas, não sendo mais restritivos à ABNT NBR 5410. Assim, atingimos um universo maior de leitores, os quais devem identificar os erros para que um ou mais especialistas elejam a resposta correta, nomeando o vencedor do desafio.

A instalação desta edição refere-se a uma área com atmosferas explosivas. Identifique os

problemas de acordo com as normas técnicas vigentes e envie sua resposta para interativo@ atitudeeditorial.com.br

Resposta da edição 106 (Novembro/2014) Diversos

leitores

identificaram

os

principais

problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor LUCAS DE CASTRO ROLIM apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá os seguintes produtos da Ideal Industries: um alicate amperímetro, um alicate decapador e um pote com 500 conectores de torção.

Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Confira a resposta correta: A principal não conformidade observada na foto é com relação ao item 6.2.11.4.1 da ABNT NBR 5410, que trata de instalações com "canaletas e perfilados", segundo o qual os condutores a serem utilizados devem ser do tipo isolados, unipolares e multipolares, porém, os cabos isolados só podem ser utilizados em canaletas ou perfilados não perfurados e com tampa que não seja de fácil acesso. Há ainda a falta de uma conexão adequada entre o eletroduto e o perfilado.

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.

Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br




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