O Setor Elétrico (Edição 110 - Março 2015)

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Ano 10 - Edição 110 Março de 2015

Fim dos conceitos TTA/PTTA Novas normas da série IEC 61439 devem tornar conteúdo normativo mais claro e eliminar os conceitos de total e parcialmente testados

Números exclusivos dos mercados de linhas elétricas e de cursos e treinamentos Análise de transitórios em transformadores a seco Revisão de métodos e conceitos referentes ao cálculo de tensões induzidas Tecnologias mais adequadas para a remodelação dos parques de iluminação pública




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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br

Pesquisa de mercado – Linhas elétricas

98

Estudo realizado pela revista O Setor Elétrico mostra que crescimento do faturamento dos fabricantes e distribuidores de linhas elétricas ficou abaixo do esperado em 2014. No entanto, empresas ainda seguem otimistas e esperam crescer 11% neste ano.

Coluna do consultor 10

Aula prática – Iluminação 142

A importância do uso racional da energia elétrica para evitar o pior.

Especialista apresenta tecnologias mais adequadas para a ampliação

Painel de notícias

e remodelação dos parques de iluminação pública do país. O Led é

12

uma das alternativas mais indicadas.

Divulgado ranking das melhores distribuidoras em qualidade de energia; Abilux sugere iluminação eficiente para reduzir consumo energético do país; Horário de verão reduziu demanda de energia em 4,5%; Fluke lança sistema de ferramentas de teste sem fio; EDP beneficia 123 mil consumidores com projetos de eficiência; Gimi Pogliano expande negócios no Brasil. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

Fascículos

156

Nova abordagem para os métodos de captação.

Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável

158

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente Luis Fernando Arruda – Instalação MT 162

31

Reportagem

Espaço 5419

160

Cláudio Sérgio Mardegan – Análise de sistemas de potência 164 Jobson Modena – Proteção contra raios 166

64

José Starosta – Energia com qualidade 168

Normas da série IEC 61439, voltadas para painéis elétricos, estão

Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 174

em processo de revisão e devem ser publicadas em 2016. Uma das normas prevê a extinção dos conceitos TTA/PTTA.

Espaço 5410

Artigo – Cabeamento estruturado

70

178

Mais informações sobre aplicação da norma e o que vem sendo discutido nas reuniões da comissão que prepara a revisão da ABNT NBR 5410.

Conheça as recomendações normativas para cabeamento estruturado

Dicas de instalação

em edifícios comerciais e em data centers.

180

Um comparativo entre as maneiras de detecção de arco elétrico.

Artigo – Eletromagnetismo

82

Especialistas no assunto discutem, neste artigo, metodologias utilizadas para o cálculo de tensões induzidas de baixa frequência e conceitos básicos referentes ao tema.

Artigo – Manutenção

Artigo discute o uso do FPGA (Field Programmable Gate Array) nos dias de hoje.

Espaço Cigré

116

Uma análise a respeito dos transitórios provocados por manobras de disjuntores a vácuo em transformadores a seco.

Artigo – Transformadores

Espaço IEEE 184

Entenda como funciona a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) e os atendimentos realizados por região.

Ponto de vista 190

128

A influência da abordagem da crise vivida atualmente pelo setor

Um caso prático de calibração de transformadores de potencial em campo.

Pesquisa – Mercado de cursos e treinamentos

186

134

Levantamento exclusivo com empresas especializadas em cursos e

elétrico pela grande imprensa.

Agenda

192

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

treinamentos voltados para a área elétrica mostra que aterramento e

What’s wrong here 194

NR 10 são os temas mais procurados pelos profissionais deste setor.

Identifique o que existe de errado na instalação.

Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Bruno Albertini, Castellane Ferreira, Eduardo Daniel, Heitor Scalambrini Costa, João Roberto Cogo, Luiz Marlus Duarte, Manuel Luiz Martinez, Marcelo Barboza, Marco Antônio Aguillera, Nelson Clodoaldo de Jesus, Patrício Munhoz Rojas, Plinio Godoy, Saulo Cisneiros, Sergio Feitoza, Sérgio Mazucato Junior e Sérgio Toledo Sobral. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

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Editorial

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O Setor Elétrico / Março de 2015

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Ano 10 - Edição 110 Março de 2015

O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 110 – Março de 2015

Fim dos conceitos TTA/PTTA Novas normas da série IEC 61439 devem tornar conteúdo normativo mais claro e eliminar os conceitos de total e parcialmente testados

Números exclusivos dos mercados de linhas elétricas e de cursos e treinamentos Análise de transitórios em transformadores a seco Revisão de métodos e conceitos referentes ao cálculo de tensões induzidas Tecnologias mais adequadas para a remodelação dos parques de iluminação pública

Edição 110

É na crise que se cresce

Neste mês de março, o Governo Federal lançou uma campanha publicitária, na qual incentiva o uso

consciente da energia elétrica. Peças de tevê, rádio e internet dão exemplos fáceis de como reduzir o consumo de energia a partir de medidas simples, como melhor utilização de equipamentos de grande consumo energético, como chuveiro elétrico, refrigerador, ar condicionado e ferro de passar.

Essa preocupação do governo veio ao mesmo tempo em que passou a valer o sistema de bandeiras

tarifárias, segundo o qual, dependendo das condições de geração de energia elétrica (favoráveis ou não), a tarifa de energia sofre acréscimos de R$ 2,50 (bandeira amarela) ou R$ 5,50 (bandeira vermelha) a cada 100 kWh consumido. Assim, entende-se como situação menos favorável momentos em que há o acionamento de mais usinas térmicas (geração mais dispendiosa) em detrimento das hidrelétricas, que dependem das condições climáticas para operarem a contento.

E a situação não é nada boa. Para se ter uma ideia, de acordo com o Estadão, em outubro de 2001 (época

do racionamento), o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-oeste, o mais importante do país, chegou a 21,3% da capacidade, de acordo com um levantamento da Comerc Energia. Atualmente, o nível desses mesmos reservatórios, verificado em 15 de março de 2015, é de 23,49%, segundo publicado no site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Situação bastante preocupante!

Se, por um lado, o governo vem tomando medidas que intentam preservar o abastecimento energético, por

outro, o bolso do consumidor é quem paga o pato. Utilizar a energia elétrica de forma consciente é uma ação válida não apenas no período de crise, mas uma medida que deve ser adotada permanentemente. No entanto, em um momento de retração econômica, em que o país precisa crescer, limitar o consumo industrial ou encarecer a tarifa daqueles que estão produzindo parece, no mínimo, um plano perigoso, tendo em vista que o consumo de energia elétrica é diretamente proporcional ao crescimento do PIB.

Mais do que conscientizar, talvez fosse necessário um modelo de incentivo a medidas de eficiência

energética voltadas para a indústria. É possível produzir mais (ou o mesmo) com menos energia elétrica, mas nem todos são especialistas no assunto. Uma ajuda nesse sentido é sempre bem-vinda!

No mais, leiam esta edição, que é uma das maiores da história da revista O Setor Elétrico e conta com

artigos inéditos e exclusivos, técnicos e científicos, sobre o mundo fascinante da engenharia elétrica.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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10

Coluna do consultor

Choque de realidade no custo da energia Racionalizar e tornar o uso eficiente para não racionar A partir de março os consumidores passaram a sentir

• Remuneração por geração distribuída em consumidores que

em seus bolsos os reflexos do aumento extraordinário do

possuam fontes de “backup”;

custo da energia e das bandeiras tarifárias. Desta vez até os

• Incentivo na implantação de fontes renováveis em geração

consumidores livres também estão sendo “premiados” com o

distribuída e ajustes das questões fiscais e impostos destas

impacto decorrente do importante aumento do valor da tarifa de

fontes;

uso do sistema de distribuição (Tusd).

• Ajustes e aspectos fiscais em equipamentos eficientes;

A sinalização é clara: “bem-vindo ao mundo real!”. Ao

• Medidas em curto prazo de eficiência energética em prédios

contrário do que ocorria no final de 2012 com a publicação da

públicos.

MP 579, quando se achava que os custos de energia podiam ser reduzidos, o mercado encara mais este desafio e, como já

Como seriam implantadas estas medidas? Teremos de

dito anteriormente, pela falta de chuvas e aumento de geração

esperar para ver. A turma é experiente e sabe o que deve ser

térmica. Naquela oportunidade, muita água foi turbinada para

feito, o que se espera é que os deixem trabalhar.

a geração de energia de baixo custo e desperdícios, mas esta

Um novo cenário merece novas ideias, novos projetos

água não voltou.

e novos resultados; de velho só mesmo o nosso Valdívia que

continua lesionado.

O PLD, que já havia sido reduzido para R$ 388,45, retém o apetite

dos setores industriais que haviam se tornado “comercializadores”, reduzindo suas próprias cotas contratadas de consumo (talvez até

Boa sorte para nós!

pela recessão que este setor industrial atravessa). Aliás, não fosse a recessão, a situação estaria bem pior.

Diante do quadro, os setores do governo federal responsáveis

pela gestão da energia no país fazem suas contas em função dos números da oferta e demanda. Espera-se que, até o final das chuvas (este mês de março), sejam anunciadas as novas medidas. Algumas tidas como certas, outras nem tanto: • Incentivo às ações de eficiência energética (será que agora vai?);

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Março de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Aneel divulga ranking das melhores distribuidoras em qualidade de energia No mercado maior de 1 TWh, a companhia mais bem classificada foi a CPFL Santa Cruz, de São Paulo. Já no mercado menor de 1 Twh, a concessionária que apresentou melhor desempenho foi a Força e Luz Coronel Vivida (Forcel), do Paraná (PR)

A Agência Nacional de Energia Elétrica

dezembro de 2014 e foi dividido em dois

(Aneel) divulgou, recentemente, o ranking das

grupos, de acordo com o porte da empresa.

concessionárias de distribuição de energia

São 36 concessionárias de distribuição

elétrica do país tendo como referência a

consideradas de grande porte, com o

qualidade do serviço prestado por elas em

mercado faturado anual de energia maior que

2014.

1 TWh, e 27 concessionárias consideradas

No mercado maior que 1 TWh, as

de menor porte, com o mercado faturado

melhores colocadas foram, na ordem, a

anual menor ou igual a 1 Twh.

Companhia Luz e Força Santa Cruz (CPFL Santa Cruz-SP), a Companhia Energética do

Avaliação da DEC e da FEC

Ceará (Coelce) e a Companhia Energética

A avaliação é elaborada com base

do Maranhão (Cemar). As três piores foram a

no Desempenho Global de Continuidade

Companhia Energética de Goiás (Celg-D), a

(DGC), formado a partir da comparação dos

Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e a

valores apurados de Duração Equivalente de

Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

Interrupção (DEC), e Frequência Equivalente

O levantamento traz também as companhias

de Interrupção (FEC) das concessionárias

que mais e menos evoluíram. A Companhia

em relação aos limites estabelecidos pela

Energética de Minas Gerais (Cemig-D) subiu

Aneel. A DEC indica o número de horas que,

dez posições ante o ano de 2013 e foi a que

em média, um consumidor fica sem energia

mais evoluiu. Já Distribuidora Gaúcha de

elétrica e a FEC mostra quantas vezes, em

Energia (AES SUL) caiu 12 posições e foi a

média, houve interrupção no fornecimento de

que mais regrediu.

energia.

No mercado inferior a 1 TWh, as três

Conforme a Aneel, a classificação é um

melhores empresas foram: Força e Luz

instrumento que incentiva as concessionárias

Coronel Vivida (Forcel), do Paraná (PR); DME

a buscarem a melhoria contínua da qualidade

Distribuição S.A (Dmed), de Minas Gerais

do serviço. Mesmo para as distribuidoras que

(MG); e a Empresa Força e Luz João Cesa

estão abaixo dos limites regulatórios, existe

(EFLJC), de Santa Catarina (SC). As três

incentivo para que elas continuem buscando

piores foram a Companhia de Eletricidade

as melhores posições.

do Acre (Eletroacre), a Iguaçu Distribuição

Em

de Energia Elétrica (Ienergia), também de

consecutivo, registrou-se melhora no DEC

Santa Catarina (SC), e as Centrais Elétricas

Brasil, que caiu 39 minutos em relação ao

de Carazinho (Eletrocar) do Rio Grande do

ano anterior, alcançando 17,61 horas. A

Sul (RS). A distribuidora que mais evoluiu

FEC continua em queda, segundo a Aneel.

foi a Energisa Nova Friburgo (ENF) do Rio

No ano passado, a média de interrupção

de Janeiro (RJ), com um avanço de nove

da energia elétrica foi de 9,94 vezes. Em

posições. E a concessionária que mais

2013, a média apresentada havia sido de

decaiu foi a Empresa Luz e Força Santa

10,49 vezes.

Maria, do Espírito Santo (ES), recuando nove

Desde 2013, o ranking está sendo

posições.

utilizado para definição do Fator X e é

O ranking avaliou todas as conces­

aplicado em cada reajuste tarifário, com

sionárias do país no período de janeiro a

impacto na tarifa da distribuidora.

2014,

pelo

segundo

ano



Painel de mercado

14

O Setor Elétrico / Março de 2015

Governo promove campanha para uso consciente de energia Iniciativa lançada no dia 12 de março objetiva mobilizar a população brasileira para adotar atitudes que evitem desperdícios de energia elétrica

O Governo Federal lançou em 12 de

março a “Campanha de Uso Consciente de Energia – Use o bom senso”. A iniciativa pretende mobilizar a população brasileira a adotar atitudes que evitem desperdícios de energia elétrica.

Conforme a Secretaria da Presidência

da República (SIP), até o final do mês, dia 31 de março, serão veiculadas, em território nacional, peças de TV, rádio e internet, com dicas de economia no uso dos aparelhos elétricos que mais consomem energia elétrica, como chuveiro, ar condicionado, geladeira e ferro de passar. Objetivando atingir a sociedade em

Orçamento total da ação é de R$ 12 milhões.

geral, a campanha mostra, por meio de exemplos simples, dados pela fictícia Família

como é possível gerenciar melhor o uso da

de luz, e ensina como utilizar a eletricidade

Luz, os benefícios individuais e coletivos

energia elétrica no dia a dia das famílias e é

de modo eficiente e racional. O orçamento

do consumo consciente. A iniciativa ilustra

importante porque gera economia na conta

total da ação é de R$ 12 milhões.



Painel de mercado

16

O Setor Elétrico / Março de 2015

Abilux sugere iluminação eficiente para reduzir consumo de energia no Brasil Entre as medidas apontadas pela Abilux está a troca dos cerca de cinco milhões de pontos de iluminação pública existentes com lâmpadas a vapor de mercúrio por luminárias com Led Ante o baixo nível dos reservatórios

3,5% do consumo total de energia elétrica

devido ao seu conteúdo de mercúrio. Para o

brasileiros e a possibilidade de racionamento,

do país e a troca sugerida representaria

diretor técnico da associação e especialista

e ciente de que a iluminação representa

aproximadamente 0,8% do total, cerca de

em iluminação, Isac Roizenblatt, não se faz

20%

3,7 TWh/ano e R$ 440 milhões ao ano ao

necessária uma proibição da produção,

custo marginal de energia.

importação e comercialização, como a que

Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux)

Outra ação proposta pela entidade é

ocorre com a lâmpada incandescente de 60

mobilizou suas associadas no sentido de

a modificação do Programa de Eficiência

W. Basta aumentar a alíquota de impostos

buscar alternativas que contribuam para a

Energética (PEE), da Agência Nacional

destas lâmpadas com o fundamento de que

redução do consumo de energia no país.

de Energia Elétrica (Aneel), por meio do

elas são ineficientes e contêm mercúrio,

As sugestões da entidade basicamente

qual, entre outras ações, distribuidoras de

um elemento químico prejudicial à saúde

giram em torno do uso de equipamentos

energia fornecem subsídios ou gratuidade a

humana.

eficientes, principalmente da tecnologia

seus consumidores, substituindo lâmpadas

Led, que, conforme a associação, é capaz

incandescentes por lâmpadas fluorescentes

da criação de alguns mecanismos por parte

de reduzir em mais da metade o consumo

compactas. Conforme a Abilux, o programa

do Governo Federal com o intuito de tornar o

de energia.

poderia priorizar o Led, tecnologia que

negócio da economia de energia mais atraente,

da

atualmente

Neste

energia no

elétrica

Brasil,

sentido,

entre

a

consumida Associação

as

Roizenblatt destaca ainda a necessidade

medidas

minimizaria o custo de energia para o

tais como a criação de linhas de financiamento

apontadas pela Abilux está a troca dos cerca

consumidor menos favorecido e maximizaria

de produtos que utilizem iluminação eficiente

de cinco milhões de pontos de iluminação

o resultado para o país.

para iluminação pública, prédios públicos e

pública existentes com lâmpadas a vapor de

Tornar obsoletas, até 2020, as lâmpadas

edificações em geral nas cidades. Além disso,

mercúrio por luminárias com Led. Conforme

a vapor do mercúrio, de luz mista e de

a redução da carga tributária em todos os níveis

a entidade, com esta mudança, a economia

indução magnética também é uma demanda

de produtos que usem Leds como lâmpadas,

será de 70% da energia consumida. A

da associação. Isto por existirem lâmpadas

módulos e luminárias, assim como drivers e

iluminação pública consome cerca de

substitutas mais eficientes (como o Led) e

controles para Leds.

Horário de verão reduziu demanda de energia em 4,5% Além disso, concluiu-se que houve um ganho de armazenamento de energia em forma de água nas hidrelétricas equivalente a 0,4% no sistema Sudeste/Centro-Oeste e 1,3% no sistema Sul O Operador Nacional do Sistema

Sudeste e Centro-Oeste do País.

uso consciente da energia elétrica. Com

(ONS) concluiu a avaliação dos resultados

Já os resultados obtidos pela redução

o adiantamento de uma hora, há uma

alcançados pelo horário de verão 2014/2015.

do consumo de energia global, que leva em

diminuição na demanda nos horários de

De acordo com o órgão, a redução da

conta todas as horas do dia, foram de cerca

maior consumo e, consequentemente, a

demanda alcançada no horário de ponta

de 200 MW médios no subsistema SE/CO,

operação do Sistema Interligado Nacional

atingido pelo horário de verão (entre 18h e

o que equivale ao consumo mensal médio

(SIN) ocorre de maneira mais segura

21h) foi de cerca de 2.035 MW no subsistema

da cidade de Brasília, e 65 MW médios no

e o atendimento de energia elétrica à

Sudeste/Centro-Oeste, equivalente ao dobro

subsistema Sul, equivalente ao consumo

população de maneira mais eficiente.

da demanda de Brasília, e de 645 MW no

mensal médio de Florianópolis. A redução

subsistema Sul, correspondendo a uma

total de 265 MW médios corresponde a

os dias têm maior duração nas regiões

redução total de 4,5%.

um percentual estimado de 0,5%, nos dois

subtropicais, por causa da posição da

subsistemas.

Terra em relação ao Sol, e a luminosidade

verão teve início à 0h do dia 19 de outubro

O principal objetivo do horário de verão

natural pode ser melhor aproveitada para

de 2014 e terminou à meia-noite do dia

é aproveitar melhor a luz solar durante

as atividades cotidianas da população

22 de fevereiro de 2015, nas regiões Sul,

o período do verão, além de estimular o

nessas regiões.

A temporada 2014/2015 do horário de

Entre os meses de outubro e fevereiro



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Março de 2015

Aneel aprova novos valores das bandeiras tarifárias Bandeira amarela acarreta um aumento de R$ 2,50 por 100 kWh e a bandeira vermelha significa uma elevação de R$ 5,50 para cada 100 kWh

As bandeiras tarifárias - que avisam

as condições de geração de energia elétrica no país - passaram a ter novos valores no dia 2 de março. O acréscimo da tarifa da bandeira amarela, que era de R$ 1,50 (sem impostos) por 100 quilowatt-hora (kWh) e suas frações, passou a valer R$ 2,50 e o aumento tarifário da bandeira vermelha, que era de R$ 3,00 (sem impostos) por cada 100 kWh, subiu para R$ 5,50. A cor verde continua não acarretando aumento

Fonte: Cemig.

da tarifa, pois ela significa que as condições de geração estão favoráveis. Os novos valores foram aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no último dia 27 de fevereiro.

A agência informa que será aplicada

uma bandeira tarifária única para todo o país, exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, na região Norte, pois eles ainda não estão totalmente conectados

ao

Sistema

Interligado

Nacional (SIN) e as permissórias de distribuição, que passarão a aplicar as bandeiras em julho de 2015. Juntamente com a aplicação dos

novos valores a governo federal iniciará

seja, o país necessita muito da fonte

uma campanha nacional para ao uso

hídrica para gerar energia. Para diminuir

consciente de energia elétrica e o combate

a dependência, foram construídas usinas

ao desperdício. A Aneel explica que as

termelétricas que, contudo, tem o custo

bandeiras tarifárias são uma forma diferente

de energia mais alto. Dessa maneira,

de apresentar um custo que hoje já está na

as bandeiras tarifárias refletem quando

conta, mas geralmente passa despercebido.

há menos energia nos reservatórios e é

Elas informam o custo mensal de geração

preciso despachar mais térmicas. Como

da energia elétrica, dando ao consumidor

nos semáforos, a bandeira amarela

a oportunidade de ajustar seu consumo ao

acende o sinal de alerta e a bandeira

seu preço real da energia.

vermelha

A

matriz

elétrica

predominantemente

brasileira

hidrelétrica.

é Ou

mostra

que

deve

parar.

Conforme a Aneel, em março, a bandeira tarifária aplicada é a vermelha.



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Março de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Tomadas e plugues Ex www.vextrom.com.br

As tomadas e os plugues de segurança aumentada para

atmosferas explosivas DXN 1, 3 e 6 operam nas correntes de 16 A a 63 A e tensão de até 750 V, com diversas configurações de pinos. Conta com a exclusiva tecnologia Decontactor ™, que garante rápidas conexões e desconexões com total segurança, mesmo com o circuito energizado sob condições severas.

Fabricados pela Marechal, os plugues e as tomadas

podem ser encontrados a pronta entrega na Vextrom. Está disponível também um modelo com exclusivo sistema de ejeção automática (“Self-Eject”) para desengate da tomada e do plugue.

Transdutor de pressão diferencial www.br.omega.com

A Omega Engineering acaba de lançar no mercado brasileiro

os transdutores de pressão diferencial úmido/úmido da série PX509HL para uso industrial de alta exatidão. O equipamento é projetado e fabricado pela Omega para ter longa vida útil nas áreas industriais mais exigentes por sua capacidade de suportar pressão de contenção de até 10.000 psi. Além disso, seu intervalo de sobrecarga compensado minimiza erros induzidos por altas pressões de linha. Os transdutores da série PX509HL apresentam construção em aço inoxidável soldado, potenciômetros acessíveis ao usuário para zero e span, além de terminações elétricas desmontáveis ou conexão para conduíte fixo sem trim pots. Eles são compensados em um amplo intervalo de temperatura (-20 °C a 85 ºC), que abrangem a maioria dos intervalos de medição e contam com um sensor de silício micro-usinado, que proporciona boa exatidão (0,08%) e alta estabilidade. Outra vantagem é a construção modular

que

permite

fabricação/entrega rápida da maioria

das

possíveis. Com certificação Inmetro, os plugues e as tomadas para atmosferas explosivas podem ser encontrados na Vextrom.

configurações

a


21

O Setor Elétrico / Março de 2015

Conexões para cabos

Abraçadeiras para cabos de baixa, média e alta tensão

www.incesa.com.br

www.lci-brasil.com

As abraçadeiras para cabos, da LCI Brasil, são fabricadas na

Holanda pela KOZ e são adequadas para a instalação de cabos de baixa, média e alta tensão. Em conformidade com a norma NEN-EM-IEC 61914:2009, as abraçadeiras foram projetadas para resistir às mais elevadas exigências de resistência a curto-circuito.

De acordo com a empresa, os ensaios de resistência a curto-

circuito foram realizados pela KEM High Laboratory na Holanda e pela Schneider, sob a supervisão da SGS da Bélgica. Entre as principais características do produto, estão: elevada resistência mecânica, resistindo inclusive a “chicotadas” decorrentes de curtos-circuitos; resistência a praticamente todos produtos químicos; resistência à corrosão, maresia e água salina.

As abraçadeiras são indicadas para aplicações em infraestrutura

A Incesa conta com diversas soluções para conexões de fios

e cabos. Uma delas é o terminal articulado, que realiza a conexão por efeito mola, sendo indicado para condutores de alumínio e de cobre. Apresenta tratamento superficial que inibe a corrosão por exposição a intempéries. O produto pode ser aplicado em sistemas de baixa e de média tensão e, segundo a empresa, é de fácil aplicação, não exigindo ferramentas especiais.

Outra solução é o conector perfurante de quatro derivações.

Ideal para conexões em redes isoladas, o produto conta com um sistema de aperto por mola através de um came mecânico. Construído de material polimérico de alta resistência mecânica, permite a instalação de estribos de aterramento temporário. Realiza ligações na rede em cabos de 35 mm² a 150 mm². Ligações na derivação podem ser feitas em cabos de 2,5 mm² a 35 mm².

elétrica, instalação de subestações de energia, geradores eólicos, painéis elétricos, túneis, instalações industriais, entre outras. Estes suportes são adequados

para

cabos de até 160 mm

de

enquanto

diâmetro que,

configuração

na de

blocos para cabos, o diâmetro dos cabos é de até 67 mm. Suporte para cabos elétricos de até 160 mm.

Produtos são de fácil aplicação e não exigem ferramentas especiais.


Painel de normas

22

O Setor Elétrico / Março de 2015

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

12 documentos normativos estão em consulta nacional na ABNT Acessórios para transformadores e reatores de sistemas de potência imersos em líquido isolante

5356-

ABNT, o texto normativo é aplicável a óleo

6. E a sexta parte do texto (Projeto

vegetal isolante fornecido originalmente

03:014.01-100/) trata dos requisitos

de acordo com a ABNT NBR 15422,

definidos

na

ABNT

NBR

para válvulas para transformadores de

para uso em transformadores, reatores,

Estão abertas para consulta pública

potência nominal a partir de 500 kVA.

disjuntores,

até o próximo dia 6 de abril sete partes

Conforme a ABNT, esta parte não se

equipamentos

do projeto normativo 03:014.01-100,

aplica às válvulas para transformadores

possa

que diz respeito a acessórios para

subterrâneos

amostras de óleo e onde as condições

transformadores e reatores de sistemas

distribuição.

normais

de potência imersos em líquido isolante.

nas especificações do equipamento se

O Projeto 03:014.01-100/1 espe­

especifica os requisitos para relé detector

aplicam.

cifica os requisitos para secador de

de gás tipo Buchholz utilizado em

ar utilizado em transformadores de

transformadores de potência definidos

do equipamento elétrico a avaliar as

potência definidos na ABNT NBR

na ABNT NBR 5356-1 e em reatores

condições do óleo e a mantê-lo em

5356-1 e em reatores para sistemas

para sistemas de potência definidos na

condições

de potência definidos na ABNT NBR

ABNT NBR 5356-6.

recomendações

5356-6. Já o Projeto 03:014.01-100/2

Tanto a ABNT NBR 5356-1 quanto

procedimentos de avaliação e valores-

especifica os requisitos para dispositivo

a ABNT NBR 5356-6 dizem respeito a

limite. Ainda descreve procedimentos

de alívio de pressão utilizado em

transformadores de potência. A primeira

para recondicionamento e regeneração

transformadores de potência definidos

parte versa sobre aspectos gerais e a

de óleos.

na ABNT NBR 5356-1 e em reatores

sexta parte tem foco nos reatores.

e

transformadores

de

Por fim, o Projeto 03:014.01-100/7

elétricos

efetuada

de

a

operação

outros

nos

quais

retirada

de

estabelecidas

A norma também auxilia o operador

de

serviço,

prescrevendo

sobre

ensaios,

Conjunto de emenda subterrâneo para cabos óticos

Interessados no assunto tem até

A terceira parte do projeto normativo

(Projeto os

ser

e

Óleo mineral isolante

para sistemas de potência definidos na ABNT NBR 5356-6.

comutadores

03:014.01-100/4)

requisitos

para

especifica

indicadores

A ABNT traz para consulta pública

de

o dia 9 de abril para participar dando

dois projetos de normas referentes a

temperatura do óleo e do enrolamento

sugestões visando à elaboração do

este tema. O projeto ABNT NBR 14403,

(ITOE) empregados em transformadores

projeto 03:010.01-029, intitulado “Óleo

que especifica o método de ensaio

de potência definidos na ABNT NBR

mineral isolante – Determinação do teor

de imersão em água em conjunto de

5356-1 e em reatores para sistemas de

de dibenzil dissulfeto por cromatografia

emenda subterrâneo para cabos ópticos.

potência definidos na ABNT NBR 5356-

em fase gasosa. Esta norma especifica

E o projeto ABNT NBR 14404, que

6. Por sua vez, a quarta parte (Projeto

o método de ensaio para determinação

especifica o método de ensaio de impacto

03:014.01-100/4) fornece os requisitos

do teor de dibenzil dissulfeto em óleo

em conjunto de emenda subterrâneo para

para monitor digital de temperatura do

mineral isolante, por cromatografia em

cabos óticos. Ambos os projetos ficarão

óleo e dos enrolamentos usados em

fase gasosa com detector de captura de

disponíveis para sugestões até o dia 12

transformadores de potência definidos

elétrons.

de maio.

Óleo vegetal isolante para equipamentos elétricos

Conjunto de emenda para cabos óticos (aéreo e subterrâneo)

na ABNT NBR 5356-1 e em reatores para sistemas de potência definidos na ABNT NBR 5356-6.

O quinto segmento do documento

normativo

(Projeto

03:014.01-

Também

em

consulta

pública

O

projeto

ABNT

NBR

14408

100/5) espe­ c ifica os requisitos para

nacional até o dia 9 de abril, o Projeto

especifica o método de ensaio de

indicadores de nível de óleo utilizados

03:010.02-028

orientação

vibração em conjunto de emenda para

em

transformadores

de

fornece

potência

sobre a supervisão e manutenção da

cabos óticos aéreo e subterrâneo. O

definidos na ABNT NBR 5356-1 e em

qualidade do óleo vegetal isolante em

documento também fica disponível para

reatores para sistemas de potência

equipamentos

consulta pública até 12 de maio.

elétricos.

Conforme

a


23

O Setor Elétrico / Março de 2015

Congresso Nacional mantém veto que beneficia grandes consumidores de energia As chamadas empresas eletrointensivas pleiteavam a prorrogação de seus contratos com as geradoras de energia até 2042 Foi

mantido

pelo

Congresso

Nacional o veto à prorrogação, até 2042, de contratos entre geradoras de energia e empresas que são grandes consumidoras de energia. Os contratos, que

beneficiam

eletrointensivas

estas

chegam

empresas ao

fim

no

dia 30 de junho deste ano. Depois da reestruturação das concessões no setor, feita pela Lei 12.783/13, após findado os contratos, elas são obrigadas a comprar energia pelo chamado mercado livre, no qual o preço pode ser maior. Na

Câmara

dos

Deputados

decidiu-se contra o veto – foram 310 votos pela derrubada e 154 votos pela manutenção, mas no Senado Federal 39 senadores votaram pela derrubada e 21 pela manutenção. Eram necessários 41 votos para que o veto caísse. O que não ocorreu, então, o veto acabou mantido. O

Governo

Federal

justifica

o

veto afirmando que a prorrogação do benefício forçaria o aumento de tarifa de energia para os consumidores em geral. Alega também dificuldade de manter o incentivo frente aos problemas de abastecimento decorrentes da queda de volume de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas do país.


Painel de empresas

24

O Setor Elétrico / Março de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Eletrosul assina contratos de concessão de empreendimentos de transmissão Instalações fazem parte dos Lotes A e E arrematados no Leilão de Transmissão nº004/2014 realizado em novembro de 2014 Uma das vencedoras do Leilão de

especialmente na Região Metropolitana de

Para a implantação de projetos

Transmissão nº 004/2014, promovido

Porto Alegre. Também, permitirão expandir

com esta dimensão, a Eletrosul criou

pela Agência Nacional de Energia Elétrica

o aproveitamento do potencial eólico do

e está estruturando áreas da empresa

(Aneel), em novembro do ano passado,

extremo Sul e na fronteira Oeste.

que terão exclusivamente este objetivo.

a Eletrosul, por meio de sua diretoria

Já o Lote E, que foi arrematado em

A empresa informa que paralelamente

executiva, assinou no último dia 11 de

conjunto com a Companhia Paranaense

a isto estão sendo providenciados

março os contratos de concessão dos lotes

de Energia (Copel), compreende 266

os contratos com as empresas que

A e E arrematados no referido certame.

quilômetros de linhas, de 230 kV e

executarão as obras e com aquelas

Composto por 18 novas linhas em

um seccionamento, além de uma nova

que

extra alta, de 525 kV e alta tensão, de 230

subestação

processos de licenciamento ambiental

kV, sete seccionamentos de linhas, que

unidades existentes. Suas instalações

e regularização fundiária.

totalizam 1852 quilômetros de extensão,

estão situadas em Mato Grosso do Sul e

sete novas subestações e 14 ampliações,

irão reforçar os sistemas de transmissão

mais de R$ 3,2 bilhões para a realização

o Lote A está localizado no Rio Grande do

na capital Campo Grande e no Nordeste

das obras em ambos os lotes. Conforme

Sul. Seus empreendimentos irão aumentar

do

também

prazo previsto no contrato de concessão

significativamente a estrutura do estado,

integrar o potencial de Pequenas Centrais

com a Aneel, a Eletrosul terá 36 meses

garantindo mais confiabilidade ao sistema,

Hidrelétricas (PCHs) da região.

para concluir os empreendimentos.

Estado,

e

ampliações

possibilitando

em

duas

ficarão

responsáveis

pelos

Conforme a Eletrosul, serão investidos



Painel de empresas

26

O Setor Elétrico / Março de 2015

Gimi Pogliano expande negócios no Brasil Empresa constituída a partir de joint venture entre a brasileira Gimi e a italiana Pogliano anuncia investimentos em nova fábrica e nacionalização de produto

Resultado de uma parceria de representação formalizada em

2013 entre a brasileira Gimi, empresa com mais de 40 anos de atividades voltadas para a fabricação e montagem de quadros e painéis elétricos, e a italiana Pogliano, especializada em barramentos blindados, a Gimi Pogliano Blindosbarra deve inaugurar, em meados do mês de abril, sua fábrica na cidade de Suzano (SP).

A unidade fabril está localizada em uma área de 1400 m² e foi

construída para produzir localmente os barramentos blindados do tipo BX-E, até então, importados da Itália. O diretor da empresa, Nunziante Graziano, conta que a decisão por este produto deu-se em função da tendência observada nos últimos anos e por ser um equipamento amplamente utilizado na Europa. “Tecnicamente, o

Para diretor da empresa, Nunziante Graziano, a expectativa é alcançar um faturamento da ordem de R$ 5 milhões ainda neste ano.

barramento blindado BX-E apresenta a grande vantagem de ser um produto extremamente compacto, graças à ausência de ar e da grande capacidade de troca de calor, o que possibilita ao produto ter níveis muito baixos de queda de tensão e, consequentemente, ser muito competitivo comercial e tecnicamente”, explica o diretor.

Graziano conta que, por se tratar de uma joint venture, os aportes

foram feitos igualmente pelas duas empresas. Foram investidos cerca de 700 mil euros pela italiana Pogliano em ensaios técnicos dos produtos. Valor equivalente foi aplicado pela parte brasileira da sociedade na construção do parque fabril. Graziano reforça que todo o maquinário é nacional, pensando, sobretudo, na facilidade de suporte técnico e manutenção. Com o galpão praticamente finalizado,

Localizada em Suzano (SP), a fábrica ocupa uma área de 1400 m².

a empresa espera concluir em breve os trâmites burocráticos para

cumprido. Assim, a proposta da empresa é oferecer uma solução mais

então dar início à produção dos barramentos.

completa e acessível para os clientes, com redução dos prazos de

Com a nacionalização deste produto, a Gimi Pogliano aposta em

entrega. A expectativa da companhia é obter um faturamento da ordem

um modelo de gestão de garantia diferenciado e em um modelo de

de R$ 5 milhões ainda neste ano de 2015 e, futuramente, nacionalizar

atendimento ao cliente em que o prazo de entrega seja efetivamente

outros produtos, conforme a necessidade e demanda dos clientes.



Painel de empresas

28

O Setor Elétrico / Março de 2015

Fluke lança sistema de ferramentas de teste sem fio O Fluke Connect transfere dados de medição de ferramentas de teste para smartphones e os armazena de forma segura na nuvem, permitindo o acesso universal da equipe em campo

A Fluke, fabricante de ferramentas de

teste eletrônicos compactas e profissionais, lançou no início do mês de março, o Fluke Connect, sistema que transfere dados de medição de ferramentas de teste para smartphones e os armazena de forma segura na nuvem, permitindo o acesso universal da equipe em campo. Além disso, o equipamento aumenta a segurança dos técnicos que trabalham com equipamentos energizados, porque permite a estes fazerem a conexão das ferramentas sem fio.

Conforme a companhia, o sistema propicia

que mais de 20 ferramentas Fluke se conectem sem fio a ele, incluindo multímetros digitais, termovisores,

testadores

de

isolamento,

medidores de processo e modelos de tensão, corrente e temperatura específicos.

São cinco os programas que compõem

Novos equipamentos da Fluke permitem transferência dos dados das ferramentas diretamente para smartphones.

o sistema: o Auto Record, responsável por armazenar medições e imagens de

que técnicos atribuam medições para

infravermelho, possibilitando que os técnicos

um equipamento específico, criando um

dados coletados, permitindo acesso seguro

passem menos tempo anotando medições e

histórico baseado na nuvem dos dados

e a qualquer momento. A fabricante sublinha

as inserindo no computador. Há também o

de medição de teste, para o fácil acesso

que o dispositivo conta com vigilância

Share Live, que permite chamadas de vídeo

durante a solução de problemas e para

eletrônica, sistemas de controle de acesso

para o compartilhamento de medições entre

a manutenção com confiabilidade. Outro

com vários fatores, firewalls integrados e

os técnicos em tempo real, recebimento de

recurso é o Trendlt, que permite a criação de

armazenamento de dados criptografados.

aprovações para reparos e respostas de

gráficos instantâneos por parte dos técnicos,

dúvidas sem deixar o campo.

ajudando-os a identificar tendências e tomar

mente o aplicativo Fluke Connect na App

decisões rápidas baseadas nas informações.

Store da Apple e no Play Store do Google.

O componente Equipment Log viabiliza

Por fim, há o Fluke Cloud que armazena os

Os interessados podem baixar gratuita­



Painel de empresas

30

O Setor Elétrico / Março de 2015

EDP beneficia 123 mil consumidores com projetos de eficiência energética Programas realizados nos estados do Espírito Santo e São Paulo, áreas de concessão da empresa, combateram ligações clandestinas, forneceram lâmpadas e equipamentos elétricos mais eficientes e investiram em projetos de energia solar

Os projetos de eficiência energética da EDP

Foram mais de R$ 6 milhões investidos

residências de baixa renda.

beneficiaram mais de 123 mil consumidores

entre reformas internas e a substituição de

brasileiros em 2014. Conforme a companhia,

geladeiras e lâmpadas, sem gerar custo para

de energia, o Boa Energia Solar propicia aos

que atua nos segmentos de comercialização,

os usuários e com foco no atendimento à

participantes economizar até 30% na fatura

geração e distribuição de energia elétrica,

população de baixa renda.

mensal com a utilização de energia solar. Em

para isso foram investidos R$ 21 milhões

Realizado no Espírito Santo, o Agentes

2014, mais de 1.700 clientes participaram

em diversos programas de conscientização

da Boa Energia consistiu no atendimento

do projeto nas áreas de concessão da EDP

da população, que abrangeram desde o

localizado

pelos

Bandeirante e EDP Escelsa, com a instalação

combate ao desperdício de energia elétrica até

funcionários da companhia em diversas

de chuveiros inteligentes, coletores solares

ensinamentos de como utilizar a rede elétrica

localidades do estado. Eles negociaram

e sistemas de aquecimento de água. Para

de maneira segura e responsável.

dívidas, agendaram visitas para regularização

aumentar ainda mais a eficiência energética

O Boa Energia na Comunidade, por

de instalações elétricas nas casas e

dos beneficiados, houve a substituição

exemplo, atingiu mais de 15 mil clientes

auxiliaram na inserção de famílias no Tarifa

de 10.200 lâmpadas incandescentes por

nas áreas de concessão da distribuidora de

Social, benefício do governo federal que

fluorescentes mais econômicas e duráveis. O

energia elétrica do Grupo EDP em São Paulo.

garante descontos na conta de luz. O projeto

programa ajudou também no ano passado 18

O programa combateu ligações clandestinas,

efetuou ainda em 2014 a substituição de

famílias da Ilha Montão de Trigo, situada a 14

regularizando

38.938

instalações

elétricas

em

e

personalizado

equipamentos

feito

Voltada para o uso de fontes alternativas

energeticamente

km da costa brasileira no litoral norte de São

residências e pequenos comércios, e atuou na

mais eficientes, entre geladeiras, lâmpadas e

Paulo, viabilizando o acesso à eletricidade

conscientização e mobilização da população.

kits para reforma da rede elétrica interna em

através da energia solar.


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

32

Capitulo III – Fotometria básica • Intensidade luminosa • Fluxo luminoso • Curva fotométrica • Cálculos

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez

42

Capítulo III – Modelos de carga • Perfil de um consumidor típico conectado à rede de distribuição de média tensão • Características dos modelos mais prováveis de consumidor • As principais características dos modelos estatísticos • Classificação das amostras

EQUIPAMENOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

48

Capítulo III – Técnicas de ensaios de alta potência, laboratórios e fundamentos dos principais ensaios • Laboratórios de ensaios e o desenvolvimento da indústria elétrica brasileira • Principais ensaios realizados em laboratórios • Fundamentos dos ensaios de alta potência, de alta tensão e de elevação de temperatura

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Eduardo Daniel Capítulo III – Linhas elétricas – parte I • Princípios fundamentais • Tipos de linhas elétricas • Influência externas • Fatores de correção

56


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

Capítulo III

Fotometria básica Por Plinio Godoy*

A maneira como expressamos a forma que uma fonte de luz ou luminária projeta o fluxo luminoso no espaço, as direções e as intensidades é medida e expressa por meio de curvas e diagramas fotométricos. Entender a fotometria é fundamental para a boa utilização das informações na tomada de decisões de projeto. Hoje

em

dia,

com

o

advento

dos sistemas Led, há uma gama de possibilidades

que

pode

levar

o

Figura 1 – Ilustração do conceito de intensidade luminosa.

projetista a bons resultados ou não, dependendo

do

tipo

utilizado

na

solução do problema. Apresentaremos resumida

e

de

prática

maneira

os

conceitos

importantes relacionados à fotometria aplicada à iluminação. Alguns conceitos importantes devem ser compreendidos, pois são as ferramentas que utilizamos nas questões fotométricas. De

acordo

com

o

Sistema

Internacional de Unidades (SI), temos:

Intensidade luminosa • Unidade de medida: candela" • Abreviação: cd" • Símbolo: I" • Fórmula: I = ϕ / ω" • A candela é a intensidade luminosa, em uma dada direção de uma fonte, que emite uma radiação monocromática de frequência 540 x 1012 hertz e cuja

Figura 2 – Relacionando o fluxo de água total que sai do chuveiro ao fluxo de luz total que sai da luminária, a intensidade luminosa seria o jato de água que sai de cada furinho do chuveiro.

intensidade energética nessa direção

medido em candela (cd). O conceito de

é 1/683 watt por esterradiano."Para

intensidade luminosa pode ser descrito

entender o conceito, imaginemos um

pela unidade de luz, que, quando

chuveiro no lugar de uma luminária:

somada, resulta no fluxo luminoso da

A definição de luminância utiliza

fonte. Dessa forma, a integral de todas

um conceito de intensidade luminosa (I)

as intensidades luminosas emitidas por


33

Apoio

uma fonte resulta no fluxo luminoso da fonte.

Por definição: intensidade luminosa (I) é a luz que se

propaga em uma dada direção, dentro de um ângulo sólido unitário e sua unidade é lúmen / esferorradiano ou candela (cd). O ângulo sólido (w) é uma medida do espaço tridimensional, assim como o radiano é para o espaço bidimensional. O esferorradiano é a unidade de um ângulo sólido, ou seja, um ângulo no espaço tridimensional.

Fluxo luminoso

Utilizando a explicação simples do chuveiro, entende-se

que o fluxo luminoso é a soma das intensidades luminosas em uma superfície esférica que abrange o chuveiro (esferoradiano). • Unidade de medida: lúmen • Abreviação: lm • Símbolo: ϕ • Fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme e invariável de 1 candela, de mesmo valor em todas as direções, no interior de um ângulo sólido de 1 esferorradiano.

Temos então dois conceitos importantes, a intensidade

luminosa (cd) e o fluxo luminoso (Lm).

Em um plano tridimensional, a luz é projetada em várias

direções. O exemplo a seguir mostra como a luz produzida por uma lâmpada incandescente comum é distribuída no espaço.

A questão então é como descrever esta distribuição espacial

em tabelas ou de alguma forma que possa ser projetada.

Figura 3 – Esferorradiano.


Apoio

Iluminação pública e urbana

34

Figura 4 – Ilustração da distribuição da luz gerada por uma lâmpada incandescente.

Figura 6 – Curva de intensidade luminosa.

o que, normalmente, acontece são curvas

as intensidades para cada ângulo no plano,

assimétricas que precisam então de muitos

temos uma curva de intensidade luminosa.

planos de corte para expressar a distribuição

da luz no espaço de maneira fidedigna.

lâmpada incandescente refletora. Este tipo

de curva também é chamada de “curva de

Aproveitando a imagem, notamos que,

se criarmos uma curva que conecte todas

A Figura 6 mostra uma curva de uma

distribuição polar”.

Figura 5 – Corte tridimensional da luz.

O

que

fazemos

é

cortar

esta

distribuição tridimensional por planos e, neste plano específico, temos a distribuição de luz (Figura 5).

Entendemos então que se utilizarmos,

por exemplo, um plano somente temos uma quantidade de informação suficiente da emissão da luz da lâmpada “se” esta emissão for simétrica, ou seja, emissão igual em qualquer plano de análise. Porém, na vida real, a simetria ocorre em poucos casos,

Figura 7 – Fotometria criada com PhotoView. Fonte: OxyTech.


Apoio

35


Apoio

36

Todos os semiplanos C têm como eixo

Iluminação pública e urbana

comum o eixo vertical FV, que passa pelo centro fotométrico da luminária. Sobre cada semipleno C e com origem no centro fotométrico da luminária se fixam as distintas direções coordenadas por ângulos verticais gama (γ). Os semiplanos C de referência são os semiplanos C 0° e o C 180° e os semiplanos C 90° e C 270°. Para localizar os semiplanos C de referência em relação à luminária, considere as duas direções principais da rua a iluminar, que são perpendiculares entre si. A direção longitudinal e a direção transversal têm dois sentidos para a calçada. Ou seja, para frente e para trás do centro fotométrico da luminária.

Para o centro do sentido da rua se faz

um correspondente, o semiplano C 90° e para o centro do semiplano da calçada, o

Figura 8 – Planos para o levantamento da curva fotométrica.

semiplano C = 270°. Então, determina-se

luminárias possuem diversas formas,

o sentido do semiplano C = 0°, tomando

fotométricas profissionais, ou seja, que

ainda

pública

como sentido de giro o anti-horário, o

demonstrem com exatidão como a luz

predominem as de fluxo assimétrico para

semiplano C = 0° posicionado 90° em

é projetada pelo sistema “fonte de luz +

uma melhor distribuição da superfície

atraso em relação ao semiplano C = 90°.

luminária”, definimos os planos a seguir:

iluminada sobre a calçada.

Todos os valores levantados em

Para

Assim, para o levantamento de curvas

Uma boa curva fotométrica utiliza

que

na

iluminação

estabelecer

a

distribuição

um

laboratório

são

utilizados

para suas medições pelo menos 360

luminosa de uma luminária utilizada

planos, ou seja, um plano para cada grau.

na

espaço,

para a apresentação gráfica das curvas,

Concretamente,

estabeleceu-se um sistema de referência

selecionamos somente alguns planos que

pública, são empregadas lâmpadas a

fotométrica da luminária.

expressam de maneira resumida como a

vapor de mercúrio, a vapor metálico e

luz é distribuída por uma determinada

a vapor de sódio de alta pressão. Já as

coordenados por ângulos horizontais C.

na

iluminação

iluminação

pública

no

Utilizam-se os semiplanos verticais

Figura 9 – Curva polar para três planos, 90°-270°, 20°-160° e 0°-180°.

computacionais,

em

processos

luminária. Veja o exemplo:

porém,


Apoio

37

A curva 20°-160° foi estabelecida,

pois é neste plano que está a máxima intensidade da distribuição de luz desta luminária específica. Notem que há uma indicação na parte superior direita da curva “cd/ klm”, o que indica que os valores de

intensidade

que

aparecem

na

curva devem ser multiplicados pelos quilolúmens produzidos pela lâmpada utilizada. Assim, para uma lâmpada com 22.000 lm, o valor da curva deve ser multiplicado por 22.

Esta técnica é utilizada quando uma

luminária pode utilizar várias lâmpadas de potências diferentes.

Com o advento do Led, as curvas

fotométricas utilizam o conceito de fotometria absoluta, ou seja, cada curva fotométrica é utilizada para um conjunto

Figura 10 – Curva no plano tridimensional expressa no plano bidimensional.

desenvolver cálculos computacionais?

de led + lentes + luminária, ou seja,

somente expressa aquela montagem

curvas (Figura 10) e entender como a

Existem padrões de inclusão de

específica, não podendo ser equivalente

luminária projeta luz no espaço, porém,

dados,

a nenhuma outra medição.

como utilizamos estas informações para

planos, fluxo luminoso, potência do

Graficamente, podemos analisar as

como

ângulos,

intensidades,


Apoio

Iluminação pública e urbana

38

É importante conhecer qual padrão

de arquivo fotométrico o software de cálculo utilizado considera para análise dos dados. Por exemplo, o software AGI32 utiliza o padrão IES LM-63-95, mas também consegue ler e interpretar o padrão Eulumdat.

A seguir, o conteúdo de um arquivo

IES: Até

esta

parte

do

arquivo,

o

fabricante apresenta a luminária, suas características e outras observações. O Figura 11 – Exemplo de conteúdo de um arquivo IES.

software entende que as informações fotométricas se encontram nesta parte do arquivo (veja a Figura 12). Para conhecer a fundo os dados que compõem um arquivo IES, é recomendável uma pesquisa no site www.iesna.org sobre como montar o arquivo.

O importante deste tipo de arquivo

é que todo fabricante deve apresentar as

curvas

fotométricas

das

suas

luminárias levantadas em laboratórios independentes

ou

em

laboratórios

acreditados internacionalmente e pelo Figura 12 – Informações fotométricas relacionadas no software.

Inmetro. Com

a

curva

fotométrica

do

elemento

O padrão IES segue a normativa

fabricante, procure saber qual o padrão

iluminante, fatores de correções, etc. Os

IES LM-63-95 Photometric Data File

utilizado e desenvolva alguns cálculos

mais utilizados são os padrões norte-

Format. Já o padrão Eulumdat segue o

para verificar como a luz se distribui

americanos (IES) e o padrão europeu

padrão Eulumdat Photometric Data File

e se o plano “zero” equivale ao plano

(Eulumdat).

Format.

transversal ou longitudinal da luminária.

conjunto,

dimensões

do

Figura 13 – Cálculos permitem iluminação transversal da calçada.


Apoio

39


Apoio

Iluminação pública e urbana

40

Esta questão pode fazer seu cálculo

utilizar

a

luminária

corretamente,

Uma dica interessante é desenvolver

os

cálculos

com

o

seu

software

- Altura de montagem; - Distância entre postes;

iluminando transversalmente, criando

luminotécnico e checar estes cálculos

- Comprimento do braço;

linhas de luz transversais no plano.

com

- Ângulo de inclinação vertical (TILT).

considerando a mesma situação de

Ou iluminando longitudinalmente a via,

criando o plano da via e calçada corretamente.

o

montagem:

fabricante

da

luminária,

Assim, você “calibra” seu cálculo baseando-se

no

cálculo

fornecido,

atestando que está utilizando a curva de maneira correta.

Este curso visa apresentar os conceitos

e questões sensíveis quando você trabalha com curvas fotométricas, por isso, sugiro buscar um aprofundamento nestas questões por meio de bibliografia específica. * Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição

Figura 14 – Cálculos permitem iluminação longitudinal da calçada.

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

Capítulo III Modelos de carga Por Manuel Luís Barreira Martinez*

Até o presente momento foram

30 registros independentes de consumo,

discutidos

conceitos

que, para razões de comparação e definição

relativos a cargas individuais e seus

de conceitos, são agrupados em 2, 5, 10, 20 e

agrupamentos, estes útimos na forma

30 consumidores, gerando as Figuras 1 a 4,

genérica de fatores de diversidade.

que mostram os prováveis perfis médios de

Alguns estudos de carga consideram

um consumidor típico.

e

abordados

modelos estatísticos e, deste modo, “valores médios” ou, como é mais adequado, “valores mais prováveis”. Logo,

observa-se

muitas

vezes

a

definição de conceitos como “Fator de Carga Figura 3 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para cinco consumidores do Sul do Brasil.

Médio” ou ainda “Características Médias de Consumo”, entre outros, podendo ou não o termo “médio” estar convenientemente

Com o aumento do número de

substituído por “mais provável”. Isso

características utilizadas para compor o

acaba por criar um conceito de que os

“valor mais provável de consumo”, é possível

consumidores podem ser agrupados na

verificar menores variações na forma da

forma de conjuntos. A pergunta que se tem de responder é: de que forma os consumidores se agrupam, por classe, ramo de negócios, ou não seria melhor por

Figura 1 – Curva de demanda em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para um consumidor do Sul do Brasil.

curva de demanda. O principal reflexo deste comportamento se manifesta no valor médio dos fatores de carga dos consumidores.

característica de consumo, que pode ser independentemente de sua classificação formal? Associado a este modelo fica a ideia de que “na média” os consumidores são iguais, algo perigosamente dúbio, como indicam os dados de consumo individual já mostrados e analisados. A Figura 1 mostra o perfil de um consumidor típico conectado à rede de distribuição de média tensão de uma concessionária de energia elétrica da Região Sul do Brasil.

O conjunto de dados analisados possui

Figura 2 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para dois consumidores do Sul do Brasil.

Figura 4 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para dez consumidores do Sul do Brasil.


Apoio

43

Pela simples existência de diversidade no consumo, as diferenças entre os picos e vales destas características compostas e, por conseguinte, médias, são suavizadas. Logo, os fatores de carga tendem a aumentar, o que em tese é incorreto e resulta em erros de avaliação.

Figura 5 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para 20 consumidores do Sul do Brasil.

Figura 6 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para 30 consumidores do Sul do Brasil.

Como se pode observar, o problema é

reconstruir o comportamento individual de alguns consumidores, ou mesmo um

Figura 7 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para um consumidor do Sul do Brasil, real e reconstruída.


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

44

pequeno agrupamento com base nos “dados

dados passíveis de serem coletados em

técnica de decisão sobre a adequação

mais prováveis” levantados com o auxílio

campo,

do modelo estatístico à amostra, como

de um grande número de dados. Isso é

analisados.

usualmente recomendado, foi adotado:

mostrado de forma direta pela Figura 7.

Em termos estatísticos, é razoável

minimizar o valor de Anderson Darling e

A Tabela 1 mostra as principais

assumir que uma avaliação mais específica

maximizar o valor de P-Value.

características dos modelos mais prováveis

dos dados, que deveria ser uma prática

A Tabela 2 mostra as principais

de consumidor para os dados utilizados nesta

saudável em engenharia, pode conduzir a

características dos modelos estatísticos

análise, com base no número de registros de

uma melhor representação das cargas.

mais prováveis e elaborados (modelo

carga utilizado para a sua definição.

Por meio da aplicação de modelos

LogNormal) de consumidor para os dados

matemático e estatísticos, mais elaborados,

utilizados nesta análise com base no

por exemplo, aos dados de demanda

número de registros de carga.

usados nas análises

máxima a cada 15 minutos, é possível obter

Tabela 2 – Característica dos consumidores

Número de consumidores do conjunto

como mostra a Figura 8, uma melhor adesão

Tabela 1 – Característica dos consumidores médios com base no número de registros

estatísticamente

modelados

e

médios com base no número de registros usados nas análises para modelo

2

5

10

20

30

dos dados aos modelos matemáticos. Neste

DMÉDIA [kVA]

0,334

0,288

0,567

0,641

0,574

caso, foi considerada uma distribuição

DMÁXIMA [kVA]

1,119

0,809

1,791

1,420

1,185

LogNormal de dados, que tem por

FCARGA

5

10

20

30

0,356

0,316

0,452

0,485

característica ser assimétrica à direita.

2

0,299

DMÉDIA [kVA]

-.-

0,231

0,282

0,156

0,194

estatístico

LogNormal

Número de consumidores do conjunto

Isso evita, por exemplo, a “observância de Como se observa na Tabela 1, as

DMÁXIMA [kVA]

demandas negativas no modelo”, assim não

-.-

1,427

1,817

0,992

1,221

demandas médias crescem com o número

FCARGA

implica em nenhuma consideração extra

-.-

0,163

0,151

0,157

0,159

de consumidores, ao passo que a demanda

para “não se utilizar desses dados”.

Como se observa pela comparação

permanece

direta das Tabelas 1 e 2, existe uma imensa

constante. Logo, o “fator de carga médio”

discrepância de dados, principalmente no

aumenta, atingindo, no caso deste exemplo,

que se refere aos valores de demanda média,

valores próximos ao tradicionalmente

o que por sua vez se reflete nos valores do

considerado ao redor de 0,50. O ponto

fator de carga, que é um termo utilizado

em questão é que este valor não reflete o

quase de forma irrestrita em vários modelos

comportamento de um único consumidor

e avaliações das características das cargas e

do grupo de dados, como fica demonstrado

perdas nas redes de distribuição.

pela Figura 7 para um dos consumidores

escolhidos ao acaso.

“valores mais prováveis” devem contemplar

máxima

aparentemente

Como vimos claramente na Figura 7, exceto para o valor da energia, que foi adequado, em termos de escala, para

Figura 8 – Histograma e função densidade de probabilidade para a demanda máxima em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para o conjunto de 30 consumidores do Sul do Brasil.

Em geral, os modelos para avaliação de

uma análise estatística mais elaborada do que se considera como “universo de dados”, que, a exemplo das atividades de pesquisa

ser equivalente à energia originalmente

de opinião pública, necessitam, para serem

consumida,

nenhuma

confiáveis, envolver somente uma parcela

semelhança entre as características real e

da população. Em suma, uma amostra com

reconstruída. Isso se deve ao fenômeno

tamanho de 2.345 unidades modela um

da diversidade de carga como definido e

sistema com 100 mil unidades e com um

discutido anteriormente.

grau de fidelidade, ou seja, erro em relação

O método até agora aplicado e

à média de 1%, e confiança de 95%, o que

usualmente considerado de modo dúbio,

é muito mais que suficiente para qualquer

não

existe

avaliação de carga e rede.

em muitas análises, assume todos os dados

com a ideia e o conceito de “valor médio”.

Figura 9 – Função distribuição de probabilidade para a demanda máxima em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para o conjunto de 30 consumidores do Sul do Brasil.

No entanto, esta possibilidade pode e

Os valores dos critérios de decisão de

ter uma ideia de como ela se comporta.

usualmente se encontra errada, como

“AD - Anderson Darling” e “P – Value”

Inclusive é necessário relembrar que, para

observado na maioria dos conjuntos de

são, respectivamente, 0,201 e 0,869. Como

ser correta, a amostra tem de ser aleatória.

como passíveis de serem modelados por meio de uma “distribuição normal de probabilidade”, uma vez que se trabalha

Em resumo, não é necessário avaliar a

população toda, como acreditam alguns engenheiros e técnicos, com as suas tentativas de “smart meetering”, para se


Apoio

45


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

46

O que fica pendente então é como escolher a classificação das amostras, por exemplo, potência,

classe

de

tensão,

atividade

ou característica. Finalmente, caso seja Possíveis dados inconsistentes

conveniente trabalhar com um erro em relação à média de 5%, e confiança de 95%, isso significa trabalhar com uma amostra composta por 383 unidades.

Figura 13 – Função distribuição de probabilidade realçando possíveis dados inconsistentes. Figura 11 – Curva de demanda mínima – 5%, mais provável e máxima – 95% em p.u. a cada 15 minutos para o período de 24 horas para 105 consumidores do Sul do Brasil.

A Figura 12 mostra a representação

de um consumidor escolhido ao acaso, de modo similar ao mostrado na Figura 7. Como se observa, existem pontos para os quais a demanda real é superior ao limite Figura 10 – Curva de demanda mínima, mais provável e máxima em p.u. a cada 15 minutos para o período de 24 horas para 30 consumidores do Sul do Brasil.

superior do modelo escolhido, neste caso, como da ordem de 95%.

Figura 14 – Função distribuição de probabilidade após a remoção de possíveis dados inconsistentes.

A Tabela 3 mostra o impacto nos

A aplicação desta técnica, como

parâmetros do modelo antes e após a remoção

qualquer

das inconsistências, oito ao todo, reduzindo o

outra,

exige

cautela

e

racionalidade. Como é possível observar na

tamanho da amostra de 105 para 97.

Figura 10 o modelo estatístico associado à

Tabela 3 – Características dos modelos estatísticos LogNormal para 18h30m

amostra utilizada tende a extrapolar valores técnicos, o que, por sua vez, é inconsistente

Características dos modelos estatísticos

e precisa ser corretamente observado, sob

Modelo

AD - Anderson Darling

Completo

7,181

-.-

Criticado

0,486

0,221

pena de se incorrer em erros de avaliação, que, via de regra, resultam em custos não

Carga dos modelos estatísticos

desejados.

Logo, o modelo precisa ser melhorado,

no presente caso, por exemplo, pela adição de novas unidades à amostra da população que se pretende representar. A Figura 11

P - Value

Modelo Figura 12 – Curva de demanda média em kVA a cada 15 minutos para o período de 24 horas para um consumidor do Sul do Brasil, real & limites do modelo estatístico.

1[%]

Demanda percentual [p.u.] 5[%] 50[%] 95[%] 99[%]

Completo

0,0033 0,0089 0,0953 1,0210 2,7275

Criticado

0,0284 0,0389 0,1376 0,4875 0,8232

Como discutido anteriormente, valores

mostra o resultado obtido quando a amostra

É possível melhorar esta representação

menores de “AD – Anderson Darling” e “P

passa a ser composta por 105 unidades.

escolhendo-se limites superiores mais

–Value” implicam uma melhor adesão ao

A Figura 11 mostra os limites de

adequados, por exemplo, 99%, o que, de

modelo estatístico. Isso é demonstrado na

confinamento da demanda em um período

forma simétrica, deixa fora da representação

Tabela 3 e, visualmente, nas Figuras 13 e 14.

de 24 horas de, pelo menos, 90% dos

2% da amostra original.

O erro percentual em termos de “valor mais

consumidores utilizados para construir a

provável – 50%” é de 45%.

amostra da população. Estas características

tomados quando se adotam limites “muito

não devem ser encaradas ou utilizadas

elevados” para representação nos modelos

é um erro muito discrepante. O importante

como “curvas de carga típicas” e sim

de cunho estatístico. Neste caso, em geral,

neste caso é que o “modelo criticado” apresenta

somente

limites,

a amostragem necessita de uma “crítica

valores de demanda máxima – 95% e 99%

que, se ocorrerem, refletem condições

complementar”, de modo a excluir leituras,

extremamente adequados a uma realidade

extremamente particulares, não comuns em

ou registros inconsistentes. Isso é mostrado

física de carga. Em termos “complementares,

cargas genéricas.

nas Figuras 13 e 14.

é possível aplicar uma avaliação de “outliers”

como

características

No entanto, alguns cuidados devem ser

No entanto, em termos absolutos, esse não


Apoio

ao conjunto de dados. O ponto em questão

artificial podem ser aplicadas nas análises

das empresas distribuidoras quanto de seus

é que, neste caso, não devem ser descartadas

de carga. No entanto, o crivo final deve ser

consumidores, geralmente agregando custos

medições confiáveis. Logo, experiência com

objeto de uma avaliação em que pontue o

desnecessários, que oneram sempre o elo

medições de campo sempre é necessária e

bom senso e o conhecimento tecnológico.

fraco do sistema, ou seja, seus consumidores,

bem-vinda.

que pouco podem fazer para se imporem em

A amostra deve sempre ser superior

tempo, o modelo estatístico da carga é possível

ao número mínimo de dados, este definido

por meio das “Técnicas de Monte Carlo”,

em função do desvio em relação ao valor

que gera, dentro de limites e confiabilidade

mais provável e o universo a ser avaliado.

predefinidos, valores aleatórios de demanda,

A estratificação por tipo, tensão, potência,

que, por sua vez, terminam por compor um

classe, ramo de negócio é uma decisão a

possível perfil diário de carga, que mantém,

ser tomada considerando alguns aspectos e

de forma confiável, pelo menos a nível de

peculiaridades das empresas. Assim sendo,

perdas e quedas de tensão, as características

no caso de transformadores, normalmente

relacionadas com o fator de carga e fator de

por uma questão de logística e suprimento,

diversidade.

estratificam-se as amostras em termos de

Assim, a escolha dos modelos e sua

classe de tensão e potência nominal. O modo

aplicação constitui-se em uma das principais

de agrupar as cargas em geral acaba por

características nas avaliações dos sistemas de

contemplar uma divisão entre as classes de

distribuição e contam com o que se considera

consumo residencial, comercial, industrial,

“bom senso” e “conhecimento adequado” das

entre outros, em regiões urbanas e rurais.

condições de operação dos sistemas, bem como

Continua na próxima edição

Em resumo, não existe um “modelo

de seus equipamentos. Valores inadequados

universal” dotado de extrema confiabilidade

ou incorretos implicam resultados e análises

e automático. Técnicas de inteligência

que não refletem as reais necessidades tanto

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

Uma vez conhecido para cada intervalo de

qualquer regime de concessão. *Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.”

47


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

48

Capítulo III Técnicas de ensaios de alta potência, laboratórios e fundamentos dos principais ensaios Por Sérgio Feitoza Costa*

Laboratórios de ensaios e o desenvolvimento da indústria elétrica brasileira

natural (Gasoduto Brasil Bolívia) e carvão

equipes que resolviam bem os problemas

mineral.

do setor elétrico. O nível de educação no

laboratórios de ensaios para a indústria

avançava positivamente.

Os países líderes na produção de

elétrica brasileira, vale lembrar três

Antes

equipamentos e tecnologias de produtos

períodos distintos do setor elétrico. No

laboratórios de testes no Brasil, quase nada

para o setor elétrico têm em comum um

primeiro, de meados dos anos 1970 até

de novo era produzido em tecnologias e

planejamento

implementado

1995 havia a construção de Itaipu e outras

produtos elétricos. Para fazer testes era

com pouca interferência política, um

grandes usinas e subestações. O segundo

necessário enviar o equipamento para o

bom sistema de normas técnicas, a

vai até por volta de 2004, incluindo o

exterior. O transporte e as despesas com

disponibilidade de laboratórios e centros

racionamento de energia de 2001 e a

o pessoal para acompanhar os ensaios

de pesquisa, além de um nível crescente

RESEB – reestruturação do setor elétrico.

faziam o teste no exterior custar uns 40%

de educação da população. Entre os

O terceiro é o que vem após 2005 com

a mais do que fazê-lo no Brasil.

exemplos mais recentes estão os países

outras mudanças no setor elétrico.

do leste asiático, como a China e a Coreia

deficiente sendo as normas uma mistura

do Sul. Boa parte de seu sucesso se deve

um modelo centralizado.

Havia um

de normas americanas ANSI e UL com

a fortes investimentos na educação que é

competente processo de planejamento

normas IEC. Neste período houve grande

algo que ainda não começamos a praticar

de longo prazo da expansão conduzido

avanço no sistema de normalização,

no Brasil.

principalmente

as

setorial

Para

falar

da

importância

dos

No primeiro período, o setor tinha

por

técnicos

da

Brasil, na média, era insuficiente mas da

criação

dos

grandes

O sistema de normalização técnica era

concessionárias

não

competiam

elétrico

Eletrobras. Quase tudo que era planejado

entre si e isto permitia normas e regras

brasileiro desde 1976, quando me formei

pelos técnicos tinha suporte político e

homogêneas.

engenheiro eletricista. Trabalhei 21 anos

era construído. Fazia-se um ranking das

recursos na normalização e participava

no projeto, implantação, operação e

próximas plantas de energia a construir.

da condução da normalização. Estes

coordenação dos laboratórios de ensaios

O valor da planta construída não era tão

avanços deram base para a certificação de

do Cepel. Participei alguns anos das

diferente do planejado como é hoje e isto

produtos (Inmetro).

reuniões de planejamento da expansão

dava credibilidade ao planejamento. Isto

do setor elétrico na época do Grupo

era possível porque a influência política

de um modelo com maior participação

Coordenador

nas empresas e concessionárias era muito

da iniciativa privada nos investimentos.

Sistemas Elétricos (GCPS) em contato

menor que hoje.

A ideia era boa e representava uma

com a Eletrobras e com a Secretaria de

tendência

Energia do Ministério de Minas e Energia

e bons laboratórios de ensaios. Havia

a intenção de áreas do governo de

(MME). Ali se tratavam projetos como o

a visão de que o mais importante era a

enfraquecer o excelente planejamento

PNCE, o Proinfa (fontes alternativas) e o

formação de bons especialistas e não as

setorial

planejamento de usinas hidrelétricas, gás

caras instalações. Formaram-se excelentes

Este período foi curto e os conceitos

Acompanho

o

do

setor

Planejamento

dos

Foram criados centros de pesquisa

A

Eletrobras

colocava

No segundo período, houve a busca

mundial.

conduzido

Foi

pela

perceptível

Eletrobras.


Apoio

não chegaram a ser implementados.

empresas ligadas ao governo.

e aperfeiçoados. Quando a economia

AEletrobras parou de colocar recursos

No terceiro período, a boa capacitação

brasileira entrou em ordem, saindo da

e

do

técnica anterior foi quase dizimada

inflação, o Brasil começou acrescer e

sistema de normalização técnica e isto

pelos PDVs. O planejamento técnico da

se pode perceber que não havia mais

o

concessionárias

expansão existe, mas há uma questão

capacidade de atendimento suficiente

reduziram sua participação nas normas

de credibilidade. O que adianta ter um

nos laboratórios brasileiros. Hoje as filas

técnicas ao mínimo necessário. Programas

ranking das plantas mais econômicas a

de espera para fazer um ensaio são mais

de aperfeiçoamento de produtos bem-

implantar, do ponto de vista da sociedade,

demoradas que o aceitável pela indústria

sucedidos, como o Proquip, do período

se no final, como mostrado na mídia, a

elétrica. Por este motivo, há empresas que

anterior, pararam de acontecer. Estes

planta acaba custando dez vezes.

têm necessitado levar equipamentos ao

eram baseados em trazer para as normas

exterior para testar, como ocorria há 30

a experiência de ensaios em produtos

é que motiva a indústria elétrica a

anos.

que falhavam muito no campo, como

melhorar seus produtos e criar produtos

chaves e elos fusíveis de distribuição,

novos. Pode-se perceber claramente isto

FIEMG e SINAEES avançou e está no

reles

entre

no período que veio após a criação dos

início da construção do novo complexo

outros. Naquela época, algumas normas

laboratórios do Cepel até por volta do

de grandes laboratórios em Itajubá (MG).

técnicas brasileiras eram o estado da arte

ano 2000. Várias empresas desenvolveram

O Instituto Senai de Inovação – Centro de

e, por exemplo, a ABNT NBR 7282 foi

equipamentos muito competentes, por

Desenvolvimento Empresarial e Inovação

a base da revisão da IEC 60282-2 (High

exemplo, secionadores de 362 kV e 550

da

VoltageExpulsionTypeFuses),

participar

do

enfraqueceu.

gerenciamento As

fotoelétricos,

para-raios,

publicada

A existência de laboratórios próximos

Felizmente, uma iniciativa da CNI,

Indústria

Elétrica

e

Eletrônica

kV para correntes de curto-circuito até 63

(ISI-CEDIIEE) – terá laboratórios de

pela IEC em 1989. Neste segundo período,

kAef.

alta

começaram os planos de demissões

de temperatura, grau de proteção e

voluntárias (PDVs) nas concessionárias e

e de baixa tensão foram desenvolvidos

Muitos equipamentos de distribuição

potência,

atmosferas

alta

tensão,

explosivas,

elevação para-raios,

49


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

50

e atmosferas explosivas incluem, entre muitos outros, os de grau de proteção de invólucros primeiro e segundo numerais (sólidos IP1 a 6, líquidos IPX1 a 8), ensaios com aparelho de faiscamento padrão, ensaio do sistema de pressurização e sistema de proteção, sobre pressão do meio de pressurização, e análise de equipamentos com segurança aumentada.

Figura 1 – Novos laboratorios de ensaios em Itajubá (MG).

Há ainda ensaios de compatibilidade

compatibilidade eletromagnética, ensaios

• Ensaios de curto-circuito;

eletromagnética (CEM) como os de

mecânicos, óleos isolantes e calibração.

• Interrupção e estabelecimento de curto-

verificação de limites de emissão radiada

Estes laboratórios estão sendo projetados

circuito;

econduzida

e construídos para atender às demandas

• Arcos de potência internos e externos;

magnéticos. No Laboratório de Para-

oriundas do crescimento da indústria

• Ensaios de interrupção e manobras de

Raios, os ensaios típicos são os de

elétrica brasileira (veja a Figura 1).

cargas ativas, indutivas e capacitivas;

corrente suportável de impulso até 100

• Ensaios de correntes suportáveis de

KA (elevada, retangular e descarga de

curta duração até 220 kAe/575 kAcr

linha), os de ciclo de operação e impulsos

(esforços eletrodinâmicos).

de corrente.

Principais ensaios realizados em laboratórios

e

imunidade

a

campos

A lista dos ensaios que poderão ser

No laboratório de alta tensão, os

realizados nos novos laboratórios do

ensaios dielétricos para equipamentos até

ISI-CEDIIEE (Itajubá) é típica do que é

a classe de tensão 550 kV serão:

Fundamentos dos ensaios de alta potência, de alta tensão e de elevação de temperatura

(Holanda e Estados Unidos), CESI (Itália),

KERI (Coreia do Sul), CPRI (Índia), JSTC

industrial a seco e sob chuva;

mostramos

(Japão) e o Cepel.

• Impulso atmosférico e de manobra a

dos principais ensaios realizados em

seco e sob chuva;

laboratórios e que são complementados

equipamentos como transformadores de

• Tensões combinadas (bias);

nas

potência, reatores, painéis, disjuntores,

• Medições de descargas parciais, radio-

quantidade de informações e detalhes é

secionadores, fusíveis limitadores de

interferência, capacitância e tangente

mostrada no livro “Painéis, barramentos

corrente e do tipo expulsão, chaves

delta e ruído audível.

e seccionadores e equipamentos de

feito em outros laboratórios como KEMA

São

de

ensaios

abertura

sob

aplicados

carga,

em

Tensão

aplicada

sob

frequência

Nos capítulos 1 e 2 deste fascículo,

linhas

alguns

a

dos

seguir.

fundamentos

Uma

grande

subestações” (ver referências).

religadores,

contadores, para-raios, entre outros.

Para o laboratório de elevação de

Ensaios de interrupção são aplicáveis

equipamentos

Os equipamentos podem ser de alta

temperatura, os ensaios típicos são os de

a

tensão e de baixa tensão, além de os ensaios

elevação de temperatura, ciclos térmicos,

tensões. Visam verificar a capacidade de

relevantes são especificados nas normas

continuidade elétrica, sobrecorrentes e

disjuntores, fusíveis, chaves e religadores

de produtos da IEC, ABNT, entre outras.

durabilidade elétrica. Serão realizáveis

de

Em geral, os ensaios são classificados

para equipamentos em geral de até 25.000

correntes, desde valores da ordem de

como de alta potência, quando envolvem

A e também para transformadores de

grandeza da corrente nominal até as

correntes, potências elevadas e ensaios

distribuição.

correntes de curto-circuito. Os fatores

dielétricos de alta tensão. Estes últimos

Associados aos acima estão ensaios

que mais impactam nos resultados foram

envolvem tensões elevadas, mas potência

realizáveis no Laboratório de Ensaios

mostrados no capítulo anterior e incluem

e energias relativamente baixas. Há ainda

Mecânicos,

operação

a tensão de restabelecimento transitória,

ensaios de elevação de temperatura

mecânica,

mecânica,

a corrente interrompida e o fator de

que envolvem correntes elevadas, mas

proteção

potências baixas.

resistência do material isolante ao calor

São simulados diferentes tipos de

anormal, ao fogo e corrente de fuga e de

solicitações impostas pela rede elétrica.

serão realizados no laboratório de alta

resistência mecânica.

Os valores aplicados são especificados nas

potência com geradores de 2.500 MVA são:

normas técnicas.

A título de exemplo, os ensaios que

tais

como

durabilidade contra

choques

elétricos,

Os ensaios típicos de grau de proteção

de

baixas

interromper

a

altas

adequadamente

primeiro polo (Figura 2).


Apoio

51


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

52

As forças devem permanecer abaixo

dos limites especificados pelo fabricante do isolador para não danificá-lo. As tensões

mecânicas

nos

condutores

devem ser mantidas abaixo de certos limites (por exemplo, 200 N/mm² para o cobre), caso contrário, o barramento sofrerá uma deformação permanente e visível. Os resultados são afetados pela corrente de curto-circuito, pelos materiais utilizados e pela geometria do sistema de condutores e isoladores. O

Figura 2 – Ensaios de interrupção.

bom desempenho no ensaio é verificado

Ensaios de elevação de temperatura

não de aberturas de ventilação. As

por inspeção visual e, dependendo

são aplicáveis a equipamentos de baixas a

resistências de contato e a área de

do

altas tensões. O equipamento é instalado

ventilação são fatores essenciais para o

resistências elétricas antes e depois do

em uma sala livre de correntes de ar e a

bom desempenho do equipamento. Se

ensaio (Figura 3).

corrente nominal é aplicada durante um

esta resistência não está registrada no

tempo suficiente para a estabilização

relatório de ensaio, o ensaio não tem

aplicáveis a equipamentos de baixas a altas

das temperaturas dos pontos medidos.

reprodutibilidade. As normas de painéis

tensões. A ideia é criar um arco durante

A elevação de temperatura medida

e barramentos pedem para medir apenas

certo período de tempo. Os efeitos das

não deve ir além de certos limites

a resistência total por fase e não também

sobrepressões provocadas são observados.

especificados nas normas técnicas. Estes

a resistência do disjuntor ou chave por

Os requisitos para aprovação nos testes

limites tem relação direta com a vida

fase vista a partir dos terminais.

incluem que as portas não devem abrir

útil do equipamento. Se os limites são

Ensaios de corrente suportáveis de

permitindo a saída dos gases quentes e os

ultrapassados no dia a dia, a vida util é

curta duração e de crista são feitos para

gases expelidos através dos dispositivos

reduzida de forma calculável.

verificar os efeitos das forças e as altas

de alívio de pressão não podem queimar

temperaturas atuantes em isoladores e

os indicadores de algodão colocados

condutores durante um curto-circuito.

perto das partes acessíveis e que simulam

Os resultados do ensaio de elevação

de

temperatura

são

influenciados

equipamento,

por

medidas

das

Ensaios de arco interno também são

de

As forças mecânicas nos isoladores

a pele de uma pessoa. Buracos causados

materiais, as resistências de contato, a

(tração, compressão e flexão) e as

pelo arco nas paredes externas não são

temperatura do fluido, a geometria dos

tensões mecânicas nos condutores são

permitidos.

condutores, o volume interno líquido

calculáveis por expressões mostradas na

do compartimento e a existência ou

referência ao final deste artigo.

a ar, a principal causa de falhas durante

pela

corrente

aplicada,

tipo

Figura 3 – Ensaio de correntes de curta duração.

Em conjuntos de manobra isolados

Figura 4 – Ensaio de arco interno.


Apoio

53

os testes é a queima dos indicadores de algodão horizontais após reflexões dos gases quentes no teto. Os principais fatores que influenciam os resultados são a tensão, a corrente, o volume líquido interno do compartimento, o tempo de resposta e a área dos dispositivos de alívio de pressão. As aberturas de ventilação, que causam impacto positivo nos resultados dos ensaios de elevação de temperatura, são um caminho de saída de gases quentes que podem queimar os indicadores de algodão e provocar falha no ensaio.

Figura 5 – Tensão suportável à frequência industrial.

A Figura 4 dá uma ideia dos

61641 está virando uma especificação

e mesmo em condições que simulam

fundamentos. Os indicadores de algodão

regular dos compradores.

poluição (Figura 5).

representam a pele das pessoas próximas

Tensão

que não podem ser queimadas pelos

industrial a seco e sob chuva são

seco e sob chuva e tensões combinadas

gases quentes provenientes do interior.

aplicados

alta

(BIAS) buscam simular em laboratório a

Este teste ainda não é um ensaio de tipo

tensão e visam simular as condições

ocorrência se sobretensões de durações

para painéis de baixa tensão. Como os

de tensões temporárias que acontecem

da ordem de microssegundos, mas que

riscos e níveis de energia em instalações

nas subestações e podem ter durações

podem chegar a valores de pico da ordem

acima de 40 kA são consideráveis, o que

da ordem de dezenas de segundos.

de seis vezes a tensão normal do sistema.

está prescrito no documento IEC TR

Podem ser realizados a seco e sob chuva

Os impulsos atmosféricos representam a

aplicada a

sob

equipamentos

frequência de

Impulso atmosférico e de manobra a


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

54

Figura 6 – Ensaio de impulso e ensaio de BIAS.

Figura 7 – Ensaio de radio-inteferência.

queda de raios. Os impulsos de manobra

e que se propagam por condutores. Podem

equipamentos de subestações de

representam as sobretensões causadas

interferir nas rádios, especialmente na

transmissão e distribuição. Disponível

por operações como abertura de linhas,

faixa AM. Estes pulsos alcançam valores

em: <http://www.cognitor.com.br/

de transmissão, reatores e bancos de

da ordem de grandeza de 50 µVa 1500 µV

Book_SE_SW_2013_POR.pdf>.

capacitores (Figura 6). O ensaio de BIAS

em função da distância. Em laboratório, a

simula a condição de ocorrência de uma

ideia é medir as ondas “conduzidas”. Em

sobretensão de impulso em um lado do

linhas de transmissão, podem-se medir as

equipamento estando outro lado também

componentes irradiadas.

energizado a 60 Hz.

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Continua na próxima edição

Medições de radiointerferência são

Referência

feitas para medir a magnitude de pulsos de

[1] COSTA, Sergio Feitosa. Painéis,

alta frequência gerados por equipamentos

barramentos e secionadores e

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

55


Apoio

Qualidade nas instalações BT

56

Capítulo III Linhas elétricas – Parte 1 Por Eduardo Daniel*

As linhas elétricas de uma instalação

• Acessibilidade dos componentes;

instaladas de acordo com as instruções

de baixa tensão são tratadas pela

• Seleção dos componentes;

do fabricante e atender às demais

Norma ABNT NBR 5410:2004 em sua

• Prevenção de efeitos danosos ou

prescrições definidas em 6.2.4, 6.2.7,

seção 5.1.2.3.4 e seus requisitos estão

indesejados;

6.2.8 e 6.2.9. Vale ressaltar que o uso mais

definidos na seção 6.2.

• Instalação dos componentes;

generalizado de barramentos blindados,

A seleção e a instalação de linhas

• Verificação da instalação;

principalmente em edificações, teve

elétricas devem levar em conta os

• Qualificação profissional.

como principal motivador os sistemas

princípios

fundamentais,

definidos

de

medição

descentralizados,

onde

em 4.1 da ABNT NBR 5410:2004, que

As partes mais críticas de uma linha

os medidores de consumo de energia

sejam aplicáveis aos condutores, suas

elétrica são os condutores vivos (fases e

elétrica ficam instalados na alimentação

terminações e emendas, aos suportes e

neutros, no caso de corrente alternada)

das unidades de consumo.

suspensões a eles associados e aos seus

e suas prescrições são detalhadas a

Nesses

invólucros ou métodos de proteção

seguir. Para os condutores de proteção,

puderam ser instalados em espaços

contra influências externas.

as prescrições serão detalhadas mais

construtivos, evitando a construção

adiante.

de prumadas individuais. Na edição

princípios fundamentais se repetem ao

Os tipos de linhas elétricas que

2004 da norma ABNT NBR 5410, este

longo da norma e constituem o cerne de

podem ser adotados estão indicados

detalhamento ainda não existia, porém,

critérios para garantir a segurança da

na tabela 33 da referida norma, onde

pela demanda do mercado instalador,

instalação. São eles:

estão descritas 75 configurações, desde

em 2011, foi publicada a ABNT NBR

É

importante

lembrar

que

15

casos,

os

barramentos

condutores em eletrodutos, canaletas,

16.019 – Linhas elétricas pré-fabricadas

• Proteção contra choques elétricos;

molduras, em alvenaria, até condutores

(barramentos

• Proteção contra efeitos térmicos;

e cabos enterrados diretamente ou em

tensão – requisitos para instalação,

• Proteção contra sobrecorrentes;

espaços construtivos. Outros tipos de

definindo uma série de medidas para

• Circulação de correntes de falta;

linhas elétricas, além dos constantes na

garantir a qualidade das instalações

• Proteção contra sobretensões;

tabela 33, podem ser utilizados, desde

desse tipo de produto.

• Serviços de segurança;

que atendam às prescrições gerais.

Como as prescrições relativas à

• Desligamento de emergência;

As

• Seccionamento;

ramentos blindados) devem atender à

estão

• Independência da instalação elétrica;

norma ABNT NBR IEC 60439-2, serem

as linhas de energia, os condutores

linhas

pré-fabricadas

(bar­

blindados)

de

baixa

seleção e instalação das linhas elétricas voltadas

especialmente

para


Apoio

envolvidos são, portanto, condutores

c) Cabos com isolação de PVC – ABNT

ou cabos de potência. Assim, para uma

NBR 7288 ou ABNT NBR 8661.

de PVC de acordo com a ABNT NBR NM

orientação específica sobre cabos de

Os condutores isolados com isolação

247-3 devem apresentar características

controle, de instrumentação ou para

É importante ressaltar que, desde a

não propagantes de chama, ou seja, caso

outras linhas elétricas de sinal, a ABNT

edição 2004, os cabos de acordo com a

ocorra algum incêndio, a chama pode

NBR 5410:2004 recomenda a consulta às

ABNT NBR 13249 não eram admitidos

se propagar pelo condutor por uma

normas aplicáveis a esses produtos e aos

nas formas prevista de instalação,

distância limitada prevista em norma e

seus fabricantes. A mesma observação

pois tais cabos destinam-se somente à

verificada por ensaio de queima.

é válida para os cabos de potência de

ligação de equipamentos. Essa norma

Os

uso específico, como os de ligação de

foi cancelada e substituída pela ABNT

chama, livres de halogênio e com baixa

equipamentos, incluindo os de alta

NBR NM 247-5 e também seus produtos

emissão de fumaça egases tóxicos

temperatura.

Todos

os

condutores

cabos

não

propagantes

de

não são permitidos.

devem atender à ABNT NBR 13248.

devem ser providos, no mínimo, de

Os condutores com isolação de

Os cabos não propagantes de chama,

isolação, a não ser quando o uso de

XLPE que atendem à ABNT NBR 7285,

livres de halogênio e com baixa emissão

condutores nus ou providos apenas de

compreendendo condutores isolados e

de fumaça e gases tóxicos podem ser

cobertura for expressamente permitido.

cabos multiplexados, são considerados

condutores isolados, cabos unipolares e

cabos unipolares e cabos multipolares,

cabos multipolares.

respectivamente

Os cabos uni e multipolares devem

atender às seguintes normas:

e,

embora

não

Os condutores de cobre sem isolação

providos de cobertura, tais condutores

(fios e cabos nus ou com cobertura

a) Cabos com isolação de EPR – ABNT

apresentam uma isolação espessa o

protetora) devematender à ABNT NBR

NBR 7286;

suficiente

6524.

b) Cabos com isolação de XLPE – ABNT

equivalente ao de uma dupla camada

Quanto aos materiais metálicos

NBR 7287;

formada por isolação mais cobertura.

condutores, os que são utilizados nas

para

garantir

resultado

57


Apoio

Qualidade nas instalações BT

58

linhas elétricas devem ser de cobre

mercado brasileiro de baixa tensão em

bem como as temperaturas máximas

ou alumínio, sendo que, no caso do

edificações ainda não está preparado

admissíveis

emprego de condutores de alumínio,

para a utilização do alumínio como

componentes da instalação aos quais os

seu uso só é admitido nas condições

condutor,

condutores são ligados.

estabelecidas a seguir.

qualificação da mão de obra existente

São considerados na ABNT NBR

As restrições impostas ao uso de

principalmente

pela

pelos

terminais

dos

no país e pelos produtos utilizados nas

5410 os condutores isolados, cabos

condutores de alumínio refletem o

conexões.

unipolares e cabos multipolares, cuja

estado atual da técnica de conexões no

Sob o ponto de vista das influências

tensão nominal não seja superior a

Brasil. Soluções técnicas de conexões

externas, as prescrições relativas à

0,6/1 kV, excluídos os cabos armados.

que atendam às normas ABNT NBR

seleção e instalação das linhas são

Para cabos armados, a capacidade

9313, ABNT NBR 9326 e ABNT NBR

apresentadas na tabela 34 da ABNT

de condução de corrente deve ser

9513, e que, além disso, alterem aquelas

NBR 5410:2004. A tabela 34 trata das

determinada como indicado na ABNT

restrições, devem ser consideradas em

seguintes influências externas:

NBR 11301.

futura norma complementar.

Em instalações de estabelecimentos

industriais,

podem

ser

utilizados

Os métodos de referência são os

• Temperatura ambiente;

métodos de instalação indicados na

• Altitude;

Norma IEC 60364-5-52, para os quais a

condutores de alumínio, desde que,

• Presença de água;

capacidade de condução de corrente foi

simultaneamente:

• Presença de corpos sólidos;

determinada por ensaio ou por cálculo,

a) A seção nominal dos condutores seja

• Presença de substâncias corrosivas e

conforme a seguir:

igual ou superior a 16 mm2;

poluentes;

b)

A

instalação

seja

alimentada

• Choques mecânicos;

• A1: condutores isolados em eletroduto

• Vibrações;

de seção circular embutido em parede

• Presença de flora ou mofo;

termicamente isolante;

partir de uma rede de alta tensão, ou

• Presença de fauna;

• A2: cabo multipolar em eletroduto

possua fonte própria; e

• Radiação solar;

de seção circular embutido em parede

c) A instalação e a manutenção sejam

• Competência das pessoas;

termicamente isolante;

realizadas

qualificadas

• Resistência elétrica do corpo humano;

• BI: condutores isolados em eletroduto

(BA5, conforme tabela 18 da ABNT

• Contato das pessoas com o potencial

de seção circular sobre parede de

NBR 5410:2004).

de terra;

madeira;

• Fuga das pessoas em emergência;

• B2: cabo multipolar em eletroduto de

• Natureza dos materiais processados ou

seção circular sobre parede de madeira;

diretamente

por

transformação

subestação

ou

por

transformador

pessoas

de a

Em instalações de estabelecimentos

comerciais,

podem

ser

utilizados

armazenados;

• C: cabos unipolares ou cabo multipolar

condutores de alumínio, desde que,

• Materiais de construção;

sobre parede de madeira;

simultaneamente:

• Estrutura das edificações.

• D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;

a) A seção nominal dos condutores seja

igual ou superior a 50 mm2;

de condução de corrente das linhas

• F: cabos unipolares justapostos (na

b) Os locais sejam exclusivamente BD1

elétricas

horizontal, na vertical ou em trifólio)

(conforme tabela 21 da ABNT NBR

satisfatória a condutores e isolações

ao ar livre;

5410:2004); e

submetidos

• G: cabos unipolares espaçados ao ar

c) A instalação e a manutenção sejam

produzidos pela circulação de correntes

realizadas

por

para

garantir

aos

uma

efeitos

vida

térmicos

• E: cabo multipolar ao ar livre;

livre.

qualificadas

equivalentes às suas capacidades de

(BA5, conforme tabela 18 da ABNT

condução durante períodos prolongados

NBR 5410:2004).

em serviço normal.

formada por uma face externa estanque,

Em locais definidos como BD4

Outras considerações influenciam

isolação térmica e uma face interna

(tabela

na

21)

pessoas

Deve ser considerada a capacidade

não

é

permitido,

em

dos

em madeira ou material análogo com

a

proteção

condutância térmica de no mínimo 10

choques

elétricos,

proteção

W/m2.K. O eletroduto, metálico ou de

efeitos

térmicos,

proteção

plástico, é fixado junto à face interna

determinação

nenhuma circunstância, o emprego de

condutores,

condutores de alumínio.

contra

contra

Conforme citado acima, apesar de

muito utilizado em outros países, o

Nos métodos A1 e A2, a parede é

tais

da como

seção

contra sobrecorrentes, queda de tensão,

(não

necessariamente

em

contato


Apoio

59


Apoio

Qualidade nas instalações BT

60

físico com ela). Nos métodos B1 e B2,

entre o cabo multipolar ou qualquer

métodos especificados na ABNT NBR

o eletroduto, metálico ou de plástico, é

cabo unipolar e qualquer superfície

11301.

montado sobre uma parede de madeira,

adjacente é de, no mínimo, 0,3 vezes o

sendo a distância entre o eletroduto e a

diâmetro externo do cabo, para o cabo

do solo, as tabelas 36 e 37 da ABNT

superfície da parede inferior a 0,3 vezes

multipolar, ou, no mínimo, uma vez o

NBR 5410:2004 trazem as capacidades

o diâmetro do eletroduto.

diâmetro do cabo, para os unipolares.

de condução de corrente indicadas

No método C, a distância entre

No método G, o espaçamento entre os

para linhas subterrâneas, válidas para

o cabo multipolar, ou qualquer cabo

cabos unipolares é de, no mínimo, uma

uma resistividade térmica do solo de

unipolar, e a parede de madeira é

vez o diâmetro externo do cabo.

2,5 K.m/W. Quando a resistividade

inferior a 0,3 vezes o diâmetro do cabo.

Para cada método de instalação

térmica do solo for superior a 2,5

No método D, o cabo é instalado em

dado na tabela 33, é indicado o método

K.m/W, no caso de solos muito secos,

eletroduto (seja metálico, de plástico

de referência no qual ele se enquadra,

os valores indicados nas tabelas devem

ou

a ser utilizado para a obtenção da

ser adequadamente reduzidos, a menos

comresistividade térmica de 2,5 K.m/W,

capacidade de condução de corrente.

que o solo na vizinhança imediata

a uma profundidade de 0,7 m.

A

por

dos condutores seja substituído por

qualquer condutor, durante períodos

terra ou material equivalente com

prolongados

funcionamento

dissipação térmica mais favorável. A

normal, deve ser tal que a temperatura

tabela 41 fornece fatores de correção

máxima para serviço contínuo dada

para resistividades térmicas do solo

na tabela 35 da ABNT NBR 5410:2004

diferentes de 2,5 K.m/W.

não seja ultrapassada. A capacidade de

Os

condução de corrente deve determinada

condução de corrente indicados nas

conforme os métodos já comentados.

tabelas 36 e 37 para linhas subterrâneas

referem-se

de

barro)

enterrado

em

solo

Nos métodos E, F e G, a distância Tabela 1 – Fatores de correção ( tabela 40 da ABNT NBR 5410:2004) Temperatura °C Material da isolação PVC

EPR ou XLPE

10

1,22

1,15

15

1,17

1,12

20

1,12

1,08

25

1,06

1,04

35

0,94

0,96

40

0,87

0,91

45

0,79

0,87

50

0,71

0,82

55

0,61

0,76

60

0,50

0,71

65

-

0,65

70

-

0,58

75

-

0,50

80

-

0,41

10

1,10

1,07

15

1,05

1,04

25

0,95

0,96

30

0,89

0,93

35

0,84

0,89

40

0,77

0,85

45

0,71

0,80

50

0,63

0,76

55

0,55

0,71

60

0,45

0,65

65

-

0,60

Ambiente

Do solo

70

-

0,53

75

-

0,46

80

-

0,38

corrente

transportada em

O valor da temperatura ambiente

Com relação à resistividade térmica

valores

de

apenas

capacidade

a

percursos

de

no

a ser utilizada é o da temperatura do

interior ou em torno das edificações.

meio circundante quando ocondutor

Para

considerado não estiver carregado. Os

for possível conhecer valores mais

valores de capacidade de condução de

precisos da resistividade térmica do

corrente fornecidos pelas tabelas 36 a 39

solo, em função da carga, os valores de

da ABNT NBR 5410:2004 referem-se a

capacidade de condução de corrente

uma temperatura ambiente de 30°C para

podem ser calculados pelos métodos

todas as maneiras de instalar, exceto as

especificados na ABNT NBR 11301.

linhas enterradas, cujas capacidades se

referem a uma temperatura (no solo) de

com o assunto “linhas elétricas” a partir

20°C. Se os condutores forem instalados

dos requisitos ligados ao agrupamento

em ambiente cuja temperatura seja

de circuitos.

outras

instalações,

quando

No próximo capítulo, continuaremos

diferente dos valores indicados, sua capacidade de condução de corrente deve ser determinada, usando-se as tabelas 36 a 39, com a aplicação dos fatores de correção dados na tabela 40 da ABNT NBR 5410:2004, reproduzida na Tabela 1. Esses

fatores

de

correção

não

consideram o aumento de temperatura devido à radiação solar ou aoutras radiações infravermelhas. Quando os condutores forem submetidos a tais radiações, as capacidades de condução de corrente devem ser calculadas pelos

* *Eduardo Daniel é engenheiro eletricista, pós-graduado em sistemas de potência, mestre em Energia pelo PPGE do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. É consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:64001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma de instalações elétricas de baixa tensão. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

61




64

Reportagem

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Bruno Moreira

Novas normas preveem extinção dos conceitos TTA/PTTA Comitê de Estudos do Cobei prepara tradução das novas normas da família IEC 61439 para painéis elétricos que devem sair em 2016. Documentos tornarão mais claros os métodos de verificação das características construtivas e de desempenho destes equipamentos, eliminando os conceitos de total e parcialmente testados


65

O Setor Elétrico / Março de 2015

ensaios

de

tipo

realizados

nestes

técnico

do

mercado.

equipamentos para garantir a qualidade

consultores

e o desempenho dos produtos. O

cada

TTA diz respeito aos conjuntos que

sua necessidade. E isso resultou em

possuem as características idênticas

percepções diferentes dos painéis PTTA

ou sem desvios que possam influenciar

no mercado”, afirma.

seu desempenho, quando comparado

Colega de Baseggio na Eaton,

a um protótipo aprovado em todos

o gerente de marketing e produtos

os ensaios. Já o PTTA se aplica aos

para linhas de painéis de baixa tensão

conjuntos

no Brasil, Sergio Baldin, afirma que

que

apresentam

tanto

um

e

“Fabricantes,

consumidores

interpretou

fornecedores

finais,

conforme

configurações ensaiadas, como não

alguns

ensaiadas, mas cujos “desvios” foram

respeitando

derivados, por exemplo, por cálculo,

pelo atual documento normativo. A

a partir de protótipos ensaiados e

ABNT NBR IEC 60431-1 permite a

aprovados conforme a norma.

extrapolação por cálculo de apenas

as

acabam

a

regras

não

estipuladas

No entanto, estes conceitos, tão

dois ensaios: de temperatura e de

importantes até agora para o mercado

nível de curto-circuito. No entanto,

brasileiro de painéis elétricos de baixa

muitos fabricantes extrapolam outros

tensão, deixarão de existir em breve.

ensaios.

Isto porque a versão brasileira da

nova norma internacional IEC 61439

nível de 50 kA, por exemplo, segundo

está

Baldin, não pode ser extrapolado pelo

sendo

produzida.

Segundo

Um painel testado em 2.500 A no

de

conceito PTTA para corrente em nível de

Estudo (CE) 17.02, responsável pela

curtos acima dele, mas isso acontece.

elaboração

documento,

“O fornecedor mal intencionado, muitas

o

coordenador do

da

Comissão

novo

mudança

vezes, não testa o painel, porque os

ocorrerá porque foi deturpada – não

testes são custosos para a empresa que

apenas no país, mas mundialmente

os aplica na sua integridade”, declara o

– a ideia de painéis parcialmente

gerente de marketing, destacando que,

testados.

que

no balanço final, o fabricante acaba

fabricantes

oferecendo um produto que realmente

Luiz

alguns

Rosendo,

Rosendo

montadores

esta

explica e

não entendem o conceito de PTTA,

não foi testado.

acreditando que na construção deste

tipo de painel só se faz necessária a

Baldin,

realização de parte dos ensaios. “Mas

pois o consumidor entende que o

não era isso. Este painel tem que ser

equipamento

baseado em um painel TTA, com todos

verdade é o contrário”, diz. O gerente

leiro que tiver interesse em especificar

os ensaios feitos”, declara.

recorda que o painel parcialmente

e/ou comprar conjuntos de manobra

O gerente de marketing em painéis

testado deve derivar, de fato, de um

e controle de baixa tensão (CMCs),

de baixa tensão para América Latina

painel totalmente testado. Assim, para

os chamados painéis elétricos, terá

da Eaton, Flavio Baseggio, explica que

sua confecção, acrescentam-se horas

duas opções de acordo com a norma

a maneira como os conceitos foram

de engenharia. “Então, o PTTA acaba

vigente ABNT NBR IEC 60439-1: os

redigidos na norma atual permitia

sendo mais custoso para o cliente final

painéis totalmente testados (TTA) e os

interpretações

foram

do que o próprio painel TTA, porque os

painéis parcialmente testados (PTTA).

sendo desenvolvidas de acordo com a

testes que já foram feitos pelo fabricante

Estas denominações referem-se aos

necessidade e/ou falta de conhecimento

original devem ser repetidos”.

N

a atualidade, o consumidor brasi­

distintas,

que

A preferência do cliente, conforme é

pelo é

conjunto mais

barato.

PTTA, “Na


66

Reportagem

O Setor Elétrico / Março de 2015

Nova metodologia

ser aplicados os diferentes métodos de

entre fabricante original e montador.

verificação. Por exemplo, a verificação

Conforme a norma, o fabricante original

O engenheiro de aplicação de painéis

de índices relativos a curto-circuito

é a organização responsável pela criação

de média e baixa tensão da Eaton,

pode ser feita por meio de ensaios ou

do projeto original do CMC e o montador

Rafael Benoliel, esclarece que na ABNT

das regras de projeto. Já a verificação

é

NBR IEC 61439-1/-2 os conceitos de

da operação mecânica do painel, que

montagem do conjunto completo. O

conjunto parcialmente testado e conjunto

é a inserção e extração da gaveta, só

texto da IEC 61431 diz que, em situações

totalmente testado serão substituídos

pode ser realizada por meio de ensaios.

onde o fabricante original e o montador

por uma nova metodologia, chamada

Benoliel destaca que, sob as regras do

não são a mesma organização, os testes,

verificação de projeto, que, por sua vez,

novo texto normativo, pode-se aplicar os

os cálculos e as comparações só podem

é composta por três métodos alternativos

ensaios somente nos pontos em que não

ser efetuadas pela empresa que fez o

e equivalentes. São eles: ensaios/testes,

é permitida a verificação por cálculo ou

projeto. “Há também situações em que

cálculos/medições

a

regras de projeto. O engenheiro afirma

o fabricante original e o montador são a

regras do projeto. Para Benoliel, com a

que o cliente poderá solicitar o tipo de

mesma empresa”, explica Rosendo.

extinção dos conceitos TTA e PTTA, o que

verificações. “Se houver opções de mais

é pedido pela norma ficará mais claro,

de um tipo, ele pode tentar solicitá-las.

e

atendimento

a

organização

responsável

pela

Maior variabilidade Cirilo destaca como as principais

Os conceitos de conjunto parcialmente testado

mudanças trazidas pela nova norma: a

e totalmente testado serão substituídos por

painéis ensaiados; a possibilidade de

definição dos critérios para variantes dos realizar uma qualidade menor de ensaios

uma nova metodologia, chamada verificação

de tipo; e obter uma quantidade maior

de projeto, que, por sua vez, é composta por

de painéis variantes dentro dos critérios

três métodos alternativos e equivalentes. São

uma maior confiabilidade e segurança

de norma, proporcionando ao usuário no produto que está adquirindo.

eles: ensaios/testes, cálculos/medições e

A questão da maior variabilidade dos

painéis produzidos também é salientada

atendimento a regras do projeto.

pelo

engenheiro

sênior

da

Eaton,

especialista em conjuntos de manobra e controle de média e baixa tensão, Luiz melhorando a interpretação do cliente

E caberá aos fabricantes e montadores

Felipe Costa. Ele acredita que, com a

final, fabricante e montadores.

dizer se a solicitação é cabível”, destaca.

nova norma se sairá de um período no

Contudo,

de

o

qual se pensa os conjuntos de manobra

da VR Painéis Elétricos, Jonas Cirilo,

engenheiro,

neste

deve-se

e controle como produtos seriados,

explica que os ensaios de tipo ainda

ressaltar uma prática muito comum no

o que de fato nunca foram. Segundo

continuarão vigentes e validarão o

mercado: a exigência por equipamentos

o engenheiro, em cada fornecimento

modelo do fabricante (similar ao TTA).

testados”. É difícil o cliente aceitar um

deste tipo de equipamento existem

De acordo com ele, a nova metodologia

painel que não seja ensaiado”, explica.

variações. “Para ser sincero, em 30 anos

funcionará

modelos

Dessa maneira, os fabricantes deverão,

de mercado, não me lembro nunca,

derivantes. À luz da nova norma, segundo

segundo Benoliel, orientar os clientes

em nenhum projeto, de ter fornecido o

Benoliel, não será necessário realizar

para,

produto,

mesmo Centro de Controle de Motores

um projeto de conjuntos de manobra e

colocar a verificação do projeto por

(CCMs) ou Centro de Distribuição de

controle derivado que contemple todos

ensaio de tipo, que transmite uma maior

Cargas (CDCs). Sempre há mudanças”,

os ensaios apresentados. Está presente,

segurança ao cliente.

explica. Para Costa, o mercado ficará mais

conforme o engenheiro, no anexo D

O

da norma, em quais situações devem

explica

O gerente de automação e controle

mais

para

os

quando

novo

acordo

solicitar

documento

melhor

com

ponto,

também

o

normativo a

relação

flexível, mas uma flexibilidade com base em conceitos sólidos de engenharia.



68

Reportagem

O Setor Elétrico / Março de 2015

multinacionais até montadores de médio e pequeno porte. Isso faz o mercado contar com uma ampla variedade de preços e de qualidade e com que o consumidor final tenha possibilidades muito distintas de preço e nível de qualidade. A atual norma modificou um pouco o desnível, que ainda existe. Conforme Baldin, por exemplo, muitos fabricantes de menor porte afirmam produzir painéis conhecidos no mercado como convencionais. “Só que o painel convencional nada mais é do que um painel que não foi submetido a um teste. Ou seja, não está nem em conformidade com a ABNT NBR IEC 60439-1”, argumenta. Baseggio complementa que tal equipamento é artigo comum no mercado. Segundo dados do mercado do final de 2013, 70% dos painéis produzidos no país eram

A importância da ABNT NBR IEC 60439-1

ABNT NBR IEC 60439-1 foi o primeiro documento normativo do país a trazer avanços importantes no sentido de

A

atual

norma

de

painéis

se

estabelecer

alguns

critérios

de

elétricos de baixa tensão não está

fabricação e montagem dos conjuntos

sendo modificada por não garantir a

de manobra e controle. “Antes não se

qualidade dos equipamentos, mas sim

testava nada”, diz.

com o intuito de tornar mais claras as

decisões que devem ser tomadas para

Baseggio, o segmento de painéis de

De maneira geral, de acordo com

os

chamados

convencionais.

A percepção geral, de acordo com Baseggio, é de que este número caiu em 2014, mas ainda assim é bem maior do que 50%.

Quem adquire painéis testados em

conformidade com a norma, segundo Baseggio, são as grandes indústrias, e cada vez mais o setor de infraestrutura e

construção

profissional

civil.

tem

“O

essa

mercado

preocupação

de seguir a Norma Regulamentadora

A nova norma será publicada em um primeiro momento

(NR10) em caso de algum problema”,

em duas partes: a ABNT NBR IEC 61439-1, que trará

exemplo os estádios construídos para a

regras gerais a todos os equipamentos relacionados

um padrão internacional, adquiriram

à área de quadros de distribuição e a ABNT NBR IEC

explica

Baseggio,

que

cita

como

Copa do Mundo de 2014. “Por seguirem painéis de acordo com a norma IEC”. Com a futura entrada em vigor

61439-2, específica para conjuntos de manobra e

da ABNT NBR IEC 61439-1/-2 e o

controle de potência em baixa tensão.

situação dos painéis elétricos, no que

o cliente adquirir um painel testado,

baixa tensão se caracteriza por ter uma

diz o coordenador da CE 17.02, Luiz

quantidade muita vasta de participantes,

Rosendo.

que vão desde grandes fabricantes

Muito

pelo

contrário,

a

posterior aumento de sua relevância, a diz respeito à observância das normas, deve melhorar ainda mais. Segundo Benoliel,

usuários,

fabricantes

e

montadores terão, no bom sentido, mais cumplicidade entre si, afinal,


69

O Setor Elétrico / Março de 2015

o consumidor terá de solicitar por

especifica para conjuntos de manobra

setembro, aproximadamente. Ambas

quais

que

e controle de potência em baixa

serão publicadas juntas. Mas, antes

seu produto passe e contará com

tensão e que substituirá a atual norma

disso ocorrer, haverá um período de

a orientação do fornecedor. Isso,

vigente, a ABNT NBR IEC 60439-1. Esta

consulta pública, que pode durar de

conforme o engenheiro de aplicação,

apresenta hoje uma dupla função: serve

seis meses a um ano.

vai

comunicação

como documento geral, apresentando

maior no mercado e aumentar o

alguns pontos básicos comuns a todos

de 2016, as normas entrem em vigor.

conhecimento dos consumidores a

os painéis, e também é específica

Não obstante, o planejamento do

respeito dos requisitos construtivos

para os chamados painéis de manobra

comitê de estudos é de que a antiga

de um painel elétrico, que hoje se

e controle de baixa tensão, como o

e a nova versão convivam durante

encontra relegado a grandes empresas

Centro de Controle de Motores (CCMs)

cinco anos, até que a ABNT NBR IEC

como Petrobras, Vale e Furnas.

e Centro de Distribuição de Cargas

60439-1 ceda totalmente o lugar para

(CDCs).

a ABNT NBR IEC 61439-1/-2. Segundo

verificações

demandar

irá

uma

querer

Não obstante, Cirilo, da VR Painéis,

A expectativa é de que até meados

crê que algumas empresas continuarão

O

atualmente

Baseggio, no entanto, a tendência do

comercializando

texto

normativo

de

utilizado no país data de 2003 e baseia-se

mercado é trabalhar de acordo com a

norma. “Não confio que isso mude”,

na 4ª edição da IEC 60439-1, de 1999.

ABNT NBR IEC 61439 partes 1 e 2, a

afirma. “Acredito que a revisão da norma

Tal versão, no entanto, já foi substituída

partir do momento que ela for publicada

traga sim esclarecimentos quanto ao

por uma revisão técnica em janeiro de

e funcione em paralelo com o texto

bom uso das práticas de engenharia”.

2009, que deu nova forma e numeração

antigo.

o

à norma voltada para painéis elétricos

Costa enfatiza que o Brasil, por

desenvolvimento e a fabricação de

de baixa tensão. Forma e numeração

conta do volume de trabalho necessário

painéis em não conformidade, o Brasil

que serão seguidas agora pela norma

a uma revisão normativa, está um pouco

conta apenas com a NR10, regulamento

brasileira. Como explica o engenheiro

atrasado na tradução desta família de

publicado pelo Ministério do Trabalho e

sênior da Eaton, Luiz Felipe Costa, a IEC

normas. Por exemplo, segundo ele, no

Emprego (MTE), que visa a segurança em

resolveu seguir a linha empregada em

continente europeu, os documentos IEC

instalações e serviços em eletricidade.

outras abordagens normativas, como da

61439-1 e -2 foram publicados no final

Baldin explica que se um determinado

IEC 62271, de equipamentos elétricos

de 2009, já sofreram, inclusive, revisão

painel causar um acidente e, se for

para alta tensão, ou seja, elaborar e

(a segunda edição dos documentos

comprovado que o produto não cumpre

publicar um documento com regras

saiu em 2011) e findou o seu período

os requisitos da norma, o responsável

gerais para toda a família associada a

de transição, que acabou em 2014. “E

pela planta ou pelo local instalado pode

área em questão e depois documentos

hoje na Europa já se trabalha somente

ser responsabilizado tanto civil como

específicos para cada equipamento.

conforme

criminalmente por qualquer dano que

De

que

ressaltando que, da mesma maneira se

venha causar a patrimônios ou terceiros.

também atua como consultor técnico

procede na América Latina, em países

“Infelizmente o Brasil não apresenta

sênior da Schneider Electric, a parte

como Colômbia e Chile.

uma fiscalização tão grande como

1

ser

Tal defasagem pode, segundo o

deveria”, lamenta.

traduzida do texto original há cerca de

especialista, aliás, fazer a ABNT decidir

três anos. O texto já foi revisado pelo

cancelar o antigo texto e substituí-lo

comitê de estudos e agora está com

pela nova versão assim que esta seja

o Comitê Brasileiro de Eletricidade

publicada. O engenheiro se lembra

A nova norma relativa a painéis

(CB-03) da Associação Brasileira de

da ABNT NBR 6808, antiga norma de

elétricos

Para

produtos

inibir

fora

legalmente

Em partes

do

acordo

com

documento

Rosendo,

começou

a

a

IEC

61439”,

afirma,

será

Normas Técnicas (ABNT), que formatará

conjuntos de manobra e controle de

publicada, em um primeiro momento,

o documento. Já a segunda parte

baixa tensão montados em fábrica.

em duas partes: a ABNT NBR IEC

começou a ser elaborada no início de

Esta versão, de 1993, foi substituída em

61439-1, que trará regras gerais a todos

março e, como é bem menor que a

2003 pela atual 60439-1, e, na ocasião,

os equipamentos relacionados a esta

primeira – requisitos gerais – deve ficar

não houve um período de transição. A

área de quadros de distribuição para

pronta, conforme Rosendo, no final

decisão, conforme Costa, no entanto,

baixa tensão e a ABNT NBR 61439-2,

do terceiro semestre deste ano, em

ainda será debatida.

de

baixa

tensão


70

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Marcelo Barboza*

Normas para cabeamento estruturado Recomendações normativas para cabeamento estruturado em edifícios comerciais e em data centers


71

O Setor Elétrico / Março de 2015

F

requentemente observamos projetos

de

cabeamento

comerciais em um campus, bem como

sendo

para a infraestrutura de cabeamento

feitos com base em normas de outros

estruturado de data centers. Ela cobre

países ou até mesmo sem se basearem

os cabeamentos metálico e ótico.”

em norma alguma. Talvez seja porque

a maior parte dos projetistas não saiba

ano 2000, sendo revisada em 2007 e

da existência das normas nacionais

em 2012, recebendo uma emenda em

sobre a disciplina.

2013. Portanto, as versões anteriores a

Normas

estruturado

usualmente

citadas

Ela foi originalmente publicada no

2013 estão canceladas.

em projetos e em instalações de

cabeamento incluem aquelas publicadas

se baseia nas normas internacionais

pela ANSI/TIA, como a 568 e a 569, e

ISO/IEC

pela ISO, como a 11801. Ao final do

A

artigo, há um guia com as principais

estruturado para edifícios comerciais

normas referenciadas neste texto e pelo

e

mercado.

estruturado para data centers.

Grande parte da norma NBR 14565 11801

primeira a

e

ISO/IEC

trata

segunda,

de

24764.

cabeamento

sobre

cabeamento

Ao se fazer um projeto, o primeiro

Cabeamento estruturado para edifícios comerciais

cuidado que devemos ter é o de antes verificar se há norma nacional sobre o assunto em questão. Não havendo, a

Elementos

preferência recai por normas publicadas

funcionais

pela ISO. Não devemos nos basear em

Para edifícios comerciais, a ABNT

normas de outros países se houver

NBR 14565 define diversos elementos

norma sobre o assunto publicada no

funcionais para o cabeamento, que

Brasil ou na ISO.

são:

Para a disciplina de cabeamento estruturado,

existem

duas

normas

• Distribuidor de campus (CD);

nacionais já publicadas e que devem ser

• Backbone de campus;

utilizadas em preferência às demais. São

• Distribuidor de edifício (BD);

as normas que especificam sistemas de

• Backbone de edifício;

cabeamento estruturado para edifícios

• Distribuidor de piso (FD);

comerciais e para data centers (ABNT

• Cabeamento horizontal;

NBR 14565) e sistemas de cabeamento

• Ponto de consolidação (CP);

estruturado para residências (ABNT

• Cabo do ponto de consolidação

NBR 16264). Há duas outras normas

(cabo do CP);

que ainda não foram publicadas, a

que trata de caminhos e espaços

multiusuário (MUTO);

para cabeamento estruturado e a que

• Tomada de telecomunicações (TO).

Tomada

de

telecomunicações

trata sobre cabeamento estruturado industrial. Neste artigo, vamos discutir

As

siglas

sobre a primeira, a ABNT NBR 14565.

original,

A norma brasileira ABNT NBR 14565

confusões de nomenclatura para quem

tem como escopo especificar “um

já é da área e está acostumado com os

sistema de cabeamento estruturado

termos das normas internacionais. O

para uso nas dependências de um único

relacionamento entre esses elementos

edifício ou um conjunto de edifícios

se dá conforme mostra a Figura 1.

em

permaneceram inglês,

para

no evitar


72

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Março de 2015

haver um BD em cada edifício. Os cabos que partem do BD em direção aos andares fazem parte do backbone de edifício. Como normalmente são instalados em shafts, são também conhecidos como “cabeamento vertical”, ou “riser” em inglês.

O FD distribui os cabos em um único

pavimento,

alimentando

as

tomadas

de telecomunicações, que, por sua vez,

Figura 1 – Estrutura do cabeamento em edifícios comerciais. Fonte: ABNT NBR 14565.

atenderão às necessidades de conexão

O equipamento terminal (TE) não faz

para a conexão com os equipamentos

parte do escopo da norma.

terminais, como computadores, telefones e

impressoras.

Os distribuidores (CD, BD e FD) são

peças de hardware de conexão de onde

partem cabos de telecomunicações (cobre

representam cabos com condutores sólidos,

ou fibra ótica), que são neles fixados de

enquanto as linhas em curva representam

maneira “permanente”, usualmente pela

cabos com condutores multifilares (flexíveis).

Na Figura 2, as linhas horizontais retas

dos equipamentos dos usuários. Esse cabeamento é chamado de horizontal justamente por ser essa a orientação padrão desses cabos. Deve haver pelo menos um FD por pavimento, mas pode haver mais que um, caso o comprimento dos cabos horizontais ultrapasse o recomendado.

parte posterior. Tais peças também possuem

Subsistemas de cabeamento

Hierarquia

entradas, geralmente frontais, para a conexão de cabos de manobras (patch

cords), representados como “X” dentro dos

CD, como podemos ver na Figura 2. Só

distribuidores na Figura 1. Normalmente

há um CD em uma instalação, de onde se

esses distribuidores são formados por

originam os cabos que serão distribuídos

patch panels ou distribuidores óticos

por todo o campus, interligando todos os

(DIO) e fixados em racks ou sobre paredes

edifícios do local. Tais cabos levam o nome

recobertas com pranchas de madeira.

de backbone de campus. Usualmente,

as

As tomadas de telecomunicações (TO)

A estrutura é hierárquica, com raiz no

linhas

externas

de

comunicação

são compostas por conectores modulares

provenientes

de oito posições, popularmente conhecidos

interconectam ao sistema por meio do CD.

como “jack RJ-45”. São fixadas em

caixas embutidas ou de superfície, ou em

edificação, alimentando as redes dos

mobiliário. Patch cords devem ser utilizados

diferentes pavimentos. Idealmente, só deve

das

operadoras

se

O BD distribui os cabos em uma única

O cabeamento estruturado possui três

diferentes subsistemas de cabeamento: • Backbone de campus • Backbone de edifício • Cabeamento horizontal

Os cabos utilizados nesses subsistemas

devem ser de par trançado ou de fibra ótica e devem estar de acordo com as normas ABNT NBR 14565 e ABNT NBR 14703.

Os cabos componentes do backbone

de campus devem ser especialmente protegidos das intempéries e de condições extremas de uso, como a presença de roedores e tráfego de pessoas e veículos. A maioria dos cabos de uso externo, utilizados neste subsistema, não atende aos requisitos da ABNT NBR 14705, pois possuem elementos inflamáveis ou que emitem fumaça tóxica ao pegarem fogo, com exceção dos cabos indoor/outdoor. Já os cabos do backbone de edifício não precisam ser tão mecanicamente resistentes quanto os cabos do backbone de campus, mas devem possuir classificação quanto ao comportamento diante da chama conforme a norma ABNT NBR 14705. Como

Figura 2 – Estrutura hierárquica do cabeamento. Fonte: ABNT NBR 14565.

normalmente são instalados em shafts, a


73

O Setor Elétrico / Março de 2015

classificação mínima requerida é a CMR (cabo

equipamentos

de

de piso, bem como os equipamentos

metálico riser) para cabos de par trançado, e

“espaços”. Os espaços utilizados pelo

ativos dedicados a atender aos usuários

a COR (cabo ótico riser), para cabos óticos, ou

cabeamento são:

desse pavimento”. O equipamento mais

TI

são

chamados

comumente instalado em uma TR é o

então a LSZH (baixa emissão de fumaça, sem halogênios), para ambos.

• Sala de equipamentos (ER)

switch de acesso. A TR deve possuir fácil

Os cabos horizontais são compostos

• Sala de telecomunicações (TR)

acesso ao backbone de edifício e prover

por cabos de par trançado de quatro pares

• Área de trabalho (WA)

ampla infraestrutura de distribuição para o

ou por cabos óticos com duas ou mais

• Sala de entrada e infraestrutura de entrada (EF)

cabeamento horizontal.

fibras. Cada cabo horizontal pode atender a

A área de trabalho é o “espaço do

somente uma tomada de telecomunicações.

Conforme a definição da ABNT NBR

edifício no qual seus ocupantes interagem

Usualmente possuem a classificação CM

14565, “a sala de equipamentos é a área

com os serviços disponibilizados pelo

(cabo metálico geral) ou COG (cabo ótico

dentro do edifício ou de um complexo

cabeamento estruturado”. Normalmente

geral). Cabos metálicos tipo CMX devem

de edifícios em que os equipamentos de

é o local em que fica a mesa de trabalho

ser evitados em edifícios comerciais, pois

uso comum a todos os usuários da rede

do usuário e os equipamentos, como

não podem ficar expostos por mais de

são instalados”. Isso normalmente inclui

computadores desktop e notebook,

três metros, devendo ser instalados em

switches core, servidores e dispositivos de

telefones

tubulação metálica, o que geralmente não é

armazenamento. Pode ser também um data

equipamentos

o caso nesses tipos de ambiente.

center. É usual que a sala de equipamentos

meio de patch cords, às tomadas de

abrigue o CD ou um BD.

telecomunicações (TO).

Espaços

e

impressoras. são

conectados,

Esses por

de

A sala de entrada é o “espaço, de

Os locais de um edifício comercial

telecomunicações como sendo “a área

preferência uma sala, no qual ocorre a

que abrigarão distribuidores do sistema

dentro do edifício localizada em cada um

junção do backbone de campus com o

de

dos pavimentos que contém o distribuidor

backbone de edifício”. Um provedor de

cabeamento

ou

interfaces

com

A

norma

define

a

sala


74

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Março de 2015

serviços (operadora) também pode utilizar

• Paradiafonia (NEXT)

este espaço para terminação de sua rede

• Relação de atenuação paradiafonia na

externa (ENI) e colocação de equipamentos

extremidade próxima (ACRN)

correspondentes.

• Relação de atenuação telediafonia (ACRF)

Mais detalhes sobre os espaços de

• Resistência em corrente contínua

telecomunicações poderão ser consultados

• Desequilíbrio resistivo em corrente contínua

na norma brasileira correspondente, que

• Capacidade de transmissão de corrente

deverá ser publicada em breve.

• Atraso de propagação • Diferença de atraso de propagação

Desempenho dos cabos de par trançado Os cabos utilizados devem possuir

• Perda de conversão transversal e atenuação de acoplamento • Alien crosstalk (apenas para a Classe EA)

desempenho conforme definido na ABNT NBR 14565. Para o cabeamento de par

Após a instalação, o cabeamento

trançado balanceado, blindado ou não,

horizontal deve ser testado para garantir

são definidas as seguintes categorias de

que o desempenho original permaneça

desempenho para seus componentes

dentro das especificações. Para tanto, são

(cabos e conectores):

definidos dois tipos de enlaces a serem testados em campo:

• Categoria 3: banda passante de até 16 MHz • Categoria 5e: banda passante de até 100 MHz

• Canal

• Categoria 6: banda passante de até 250 MHz

• Enlace permanente

• Categoria 6A: banda passante de até 500 MHz • Categoria 7: banda passante de até 600 MHz

A ABNT NBR 14565 define o canal

como sendo “o caminho de transmissão A impedância nominal dos cabos e

entre o equipamento ativo de rede e o

componentes deve ser de 100 Ω.

equipamento terminal. Um canal típico

Quando um subsistema é montado, a

consiste em um subsistema horizontal com

especificação de desempenho dos enlaces

uma área de trabalho e os cordões dos

(links) resultantes possui a denominação de

equipamentos”. O canal compreende até

“classe”:

100 metros de cabo e de duas a quatro conexões reconhecidas, sendo FD e TO as

• Classe C: componentes de categoria 3

duas conexões obrigatórias.

• Classe D: componentes de categoria 5e

• Classe E: componentes de categoria 6

tomada de telecomunicações, no cabo

• Classe EA: componentes de categoria 6A

horizontal, em um ponto de consolidação

• Classe F: componentes de categoria 7

opcional e na terminação do cabo

Já o “enlace permanente consiste na

horizontal no distribuidor de piso. O

A norma especifica ainda as classes A e

enlace permanente inclui as conexões

B, mas elas não são apropriadas para redes

nas extremidades do cabo instalado”. Os

de dados.

patch cords não fazem parte do enlace

A banda passante das classes de

permanente. Seu limite de comprimento

cabeamento é garantida por meio de

é de 90 metros, incluído entre duas e três

ensaios que incluem os seguintes requisitos

conexões: FD, TO e o opcional CP.

elétricos:

Desempenho dos cabos de fibra ótica

• Perda de retorno (RL) • Perda de inserção (IL)

Os cabos de fibra ótica multimodo



76

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Março de 2015

devem seguir a seguinte classificação de

• OS2: atenuação máxima de 0,4 dB/km

desempenho:

em 1.310 nm, 1.383 nm e 1.550 nm

• OM1: largura de banda modal efetiva de

200 MHz.km a 850 nm

aplicações do tipo WDM (multiplexação por

• OM2: largura de banda modal efetiva de

divisão do comprimento de onda), pois, ao

500 MHz.km a 850 nm

disponibilizarem o comprimento de onda

• OM3: largura de banda modal efetiva de

1383 nm, usualmente inutilizável devido a

2.000 MHz.km a 850 nm

um pico de atenuação conhecido por “pico

• OM4: largura de banda modal efetiva de

d’água”, aumentam a quantidade de canais

4.700 MHz.km a 850 nm

trafegáveis.

As fibras OS2 são preferidas em

Após

instalado,

o

cabeamento

A fibra OM1 possui núcleo de 62,5

ótico deve ter sua atenuação testada e

µm, enquanto as demais, 50 µm. Todas

comparada com os valores requeridos

possuem casca de 125 µm.

pelas aplicações a serem utilizadas.

Os cabos de fibra ótica monomodo

Configurações

devem seguir a seguinte classificação de desempenho:

O cabeamento horizontal usualmente

apresenta quatro possíveis configurações, • OS1: atenuação máxima de 1,0 dB/km

dependendo do custo versus benefício em

em 1.310 nm e 1.550 nm

cada aplicação:

Figura 3 – Modelos de cabeamento horizontal. Fonte: ABNT NBR 14565.


77

O Setor Elétrico / Março de 2015

O componente opcional CP é útil

Tanto o CP quanto o Muto devem

O projeto do cabeamento em par

em situações em que a mudança de

atender, cada um, no máximo a 12 áreas

trançado deve levar em conta comprimentos

layout é frequente. Nessas situações,

de trabalho, e devem estar a pelo menos

máximos

só é necessária a substituição do “cabo

15 metros do distribuidor de piso.

conexões e comprimentos dos patch cords,

do CP”, preservando o investimento do

As

conforme explicações detalhadas na norma.

“cabo horizontal permanente”, já que

cruzada”, apesar de introduzirem mais

o cabeamento horizontal não admite

componentes nos canais, podem ser

emendas.

úteis para isolar os equipamentos, caros

e sensíveis, de frequentes manobras

No lugar do CP, é possível a instalação

opções

com

de um Muto. O Muto é um conjunto de

realizadas no cabeamento.

tomadas que atende a mais de uma área

O

de trabalho, usualmente montado em

usualmente

uma caixa. A conexão do Muto com o

configuração:

cabeamento apresenta

“conexão

de

cabos,

quantidades

Cabeamento estruturado para data centers Elementos funcionais

de a

backbone

Para data centers, a norma ABNT

seguinte

NBR 14565 define diversos elementos funcionais para o cabeamento, que são:

TE se dá por patch cords diretos, sem a necessidade da TO. Como nesse caso, os patch cords tendem a ser longos, devem-se

observar

os

cálculos

de

compensação de comprimento do canal, já que o desempenho dos cabos de patch cords (multifilares) é inferior ao dos cabos sólidos. É usual para a alimentação de bancadas compartilhadas e salas de reunião.

de

Figura 4 – Modelo de cabeamento de backbone. Fonte: ABNT NBR 14565.


78

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Março de 2015

• Interface de rede externa (ENI); • Cabo de acesso à rede; • Distribuidor principal (MD); • Cabeamento de backbone; • Distribuidor de zona (ZD); • Cabeamento horizontal; • Ponto de distribuição local (LDP); • Cabo do ponto de distribuição local (cabo do LDP); • Tomada de equipamento (EO). O

relacionamento

Figura 5 – Estrutura do cabeamento em data centers. Fonte: ABNT NBR 14565.

entre

esses

elementos se dá conforme a Figura 5. Os

distribuidores

(MD

e

ZD)

são peças de hardware de conexão semelhantes aos já mencionados (CD, BD e FD), só que apropriados para ambientes de alto desempenho e alta densidade. Normalmente, esses distribuidores são formados por patch panels ou distribuidores ópticos fixados em racks. É usual que eles apresentem algum sistema de gerenciamento de camada física.

As tomadas de equipamento (EO)

são compostas por conectores de par traçado (jack RJ-45) ou fibra óptica fixados em painéis nos racks. Patch cords devem ser utilizados para a conexão com os equipamentos, como servidores e storage.

Figura 6 – Estrutura hierárquica do cabeamento do data center. Fonte ABNT NBR 14565.

A ENI é o ponto de conexão da rede

do data center com a rede do provedor

Só há um MD em uma instalação,

abrigam switches de borda ou de

de acesso. Ela deve ficar em sala isolada

de onde se origina os cabos que serão

acesso. O ZD é opcional em data

do restante do data center, a sala de

distribuídos por todo o data center.

centers pequenos.

entrada.

Tais cabos levam o nome de backbone.

O

Distribuidores do cabeamento do

Os links externos dos provedores de

de conexão, semelhante ao CP do

edifício, para atendimento dos usuários,

serviços chegam aos ENIs, nas salas de

cabeamento em edifícios comerciais,

podem ser conectados ao MD por meio

entrada, e são conectados ao MD do data

que

de backbones.

center. Em data centers redundantes,

horizontal. Quando implementado, fica

Todos os elementos entre o MD e

pode haver uma duplicação do MD e

instalado em caixa sob o piso elevado ou

os equipamentos devem ficar dentro da

do ENI. Junto ao MD, normalmente

por sobre os racks. Pode ser vantajoso

sala de computadores, que é o ambiente

são instalados os switches core do data

em ambientes de colocation ou para a

mais seguro do data center.

center.

conexão de equipamentos que não são

LDP

se

é

um

encontra

ponto

na

opcional

distribuição

Cada ZD distribui cabos para um

acomodáveis em racks padrões.

Hierarquia

conjunto de racks de equipamentos. Os

A estrutura é hierárquica, com raiz no

cabos que partem do ZD são chamados

ENIs é permitida como rota backup ou

de horizontais. Os ZDs geralmente

redundante.

MD, como pode-se ver na Figura 6.

A conexão direta entre ZDs e entre



80

Cabeamento estruturado Subsistemas

de cabeamento

O Setor Elétrico / Março de 2015

40 Gb/s e maiores em Ethernet, é

nomenclatura utilizada na norma norte-

O cabeamento estruturado para

necessária a utilização de cabos óticos

americana ANSI/TIA-942:

data centers possui três diferentes

terminados em conectores do tipo

subsistemas:

MPO.

• MDA – área de distribuição principal

• Está sob desenvolvimento a norma

• Acesso à rede

internacional

horizontal

• Backbone

trançado que garantirá a aplicação

• ZDA – área de distribuição de zona

• Horizontal

Ethernet a 40 Gb/s em links metálicos

• EDA – área de distribuição de

de até 30 metros com duas conexões,

equipamento

O cabeamento de acesso à rede interconecta

os

links

para

cabos

de

par

HDA

área

de

distribuição

objetivando links intra-fileira.

provenientes

Esses

da(s) sala(s) de entrada ao(s) MD do

locais

são

usualmente

Redundância

compostos por racks (ou caixas de piso,

Por ser um ambiente crítico, que

no caso do ZDA) e têm a finalidade

o

deve manter seus serviços funcionando

de abrigar os distribuidores que já

cabeamento de acesso pode alimentar

ininterruptamente, deve-se considerar

discutimos:

diretamente o ZD.

a

data center. Eventualmente, devido

a

limitações

O

de

backbone

comprimento,

e

o

redundância

dos

sistemas

de

cabeamento

cabeamento do data center. A norma

• MDA: abriga o MD

horizontal são compostos por cabos

ABNT NBR 14565 exemplifica uma

• HDA: abriga o ZD

similares aos já comentados na seção

topologia redundante que pode ser

• ZDA: abriga o LDP

de cabeamento em edifícios comerciais.

aplicada em projetos de data centers

• EDA: abriga a EO

Como normalmente são instalados

de alta disponibilidade, ver Figura 7.

sob piso elevado, e muitas vezes com

ventilação forçada, a recomendação é a

A revisão atual da norma TIA-942

Espaços

incluiu mais um nível hierárquico por

A norma não define os nomes dos

meio do IDA (área de distribuição

utilização de cabos classificados como

LSZH, CMP (cabo metálico plenum) ou

espaços relacionados aos locais de

intermediária).

O

COP (cabo óptico plenum) em relação

distribuição de cabeamento de um data

backbone

duas

ao comportamento diante da chama.

center. Podemos tomar emprestado,

aplicável em data centers de grande

então, para a finalidade deste artigo, a

tamanho. Mas não há equivalente a ele

em

IDA

dividiria

partes,

Desempenho

As especificações de desempenho

dos cabos para data centers são as mesmas já definidas na seção sobre edifícios

comerciais,

mas

uma

recomendação relativa ao desempenho mínimo desejado: • Par trançado: Categoria 6A/Classe EA • Fibra ótica: OM3 O objetivo de tal recomendação mínima de cabeamento é garantir a velocidade Ethernet a 10 Gb/s para par trançado e 40 Gb/s e 100 Gb/s para fibra ótica dentro das distâncias usuais encontradas em data centers.

Considerações extras:

• Para a utilização de velocidades de

o

sendo

Figura 7 – Exemplo de topologia redundante para data centers. Fonte: ABNT NBR 14565.


81

O Setor Elétrico / Março de 2015

na norma nacional ainda.

Referências

components standards; • ANSI/TIA-568-C.3 Optical fiber

Melhores

• ABNT NBR 14565:2013 Cabeamento

cabling components standard;

estruturado para edifícios comerciais e

• ANSI/TIA-568-C.4 Broadband coaxial

um anexo informativo, o Anexo F

data centers;

cabling and components standard;

– Melhores práticas para projeto e

• ABNT NBR 14703:2012 Cabos

• ANSI/TIA-569-C Telecommunications

instalação de infraestrutura para data

de telemática de 100 Ω para redes

pathways and spaces;

centers, que estabelece “um conjunto

internas estruturadas — Especificação;

• ANSI/TIA-942-A Telecommunications

de melhores práticas e recomendações

• ABNT NBR 14705:2010 Cabos

infrastructure standard for data centers;

mínimas para projetos e instalações de

internos para telecomunicações

• ISO/IEC 11801 Information

infraestrutura de data centers, como

- Classificação quanto ao

technology – Generic cabling for

especificações gerais a respeito da sua

comportamento frente à chama;

customer premises;

localização, estrutura civil, instalações

• ABNT NBR 16264:2014

• ISO/IEC 24764 Information

elétricas, piso elevado, infraestrutura,

Cabeamento estruturado residencial;

technology – Generic cabling systems

condicionamento de ar, automação,

• ANSI/TIA-568-C.0 Generic

for data centres.

equipamentos, acessórios e outros

telecommunications cabling for

componentes”.

customer premises;

*Marcelo Barboza é analista de sistemas,

São 14 páginas de informações

• ANSI/TIA-568-C.1 Commercial

certificado como RCDD e NTS pela BICSI, ATS

muito úteis para quem vai participar

building telecommunications cabling

pelo Uptime Institute e membro da Comissão de

do projeto ou da instalação de um data

standard;

Estudos CB-03/CE-03:046.05 da ABNT sobre

center, envolvendo diversas disciplinas

• ANSI/TIA-568-C.2 Balanced twisted-

cabeamento estruturado. É diretor técnico da

relacionadas.

pair telecommunications cabling and

Apogee Consultoria | marcelo@apogee.com.br

práticas

A ABNT NBR 14565 possui ainda


82

Eletromagnetismo Por Sérgio Toledo Sobral e Patrício Munhoz Rojas*

Revisão de métodos e de conceitos referentes ao cálculo de tensões induzidas Metodologias utilizadas para o cálculo de tensões induzidas de baixa frequência e conceitos básicos referentes ao assunto

O Setor Elétrico / Março de 2015


O Setor Elétrico / Março de 2015

O

83

conceito de tensão induzida tem sido focalizado desde

os primórdios do estudo do eletromagnetismo e do estudo dos circuitos elétricos, sendo o marco mais importante a Lei de Faraday, de 1831, que se referia a circuitos fechados feitos de fios metálicos. Posteriormente, em 1856, esta lei foi generalizada e incorporada nas equações de Maxwell. Já em 1857, ela foi aplicada por Kirchhhoff para obter a famosa “equação do telegrafista”, que descreve a propagação de sinais elétricos em uma linha de transmissão, incluindo fios metálicos, percorridos por corrente elétrica e “gaps” isolantes submetidos a tensões elétricas.

Com o desenvolvimento da transmissão de energia elétrica

a longas distâncias, por meio de linhas de transmissão em corrente alternada, começou o aperfeiçoamento da teoria de circuitos de baixa frequência e, em 1897, Steinmetz introduziu o conceito de fonte de tensão para representar a tensão induzida ao longo de um fio condutor.

Em novembro de 2009, foi publicado um artigo sobre o

assunto, de autoria de engenheiros brasileiros, no Power Delivery do IEEE, o qual suscitou uma controvérsia entre os engenheiros brasileiros que resultou na publicação de três artigos na revista Eletroevolução (do Cigré), os quais veicularam a visão em termos eletromagnéticos, em termos de linhas de transmissão curtas e em termos da teoria de circuitos, respectivamente. Isso motivou o GT-2 (Grupo de Trabalho 2), que trada da norma ABNT NBR 5419, do Comitê Brasileiro de Energia Elétrica (Cobei) a desenvolver uma pesquisa sobre o tema e a auspiciar testes experimentais para dirimir essas controvérsias. Como mostra a literatura internacional sobre o tema, a descrição em termos eletromagnéticos é uma descrição válida para qualquer sistema eletromagnético. Se o sistema eletromagnético a ser descrito cumpre certas restrições, sua descrição em termos de linhas de transmissão é uma descrição válida.

Se o sistema eletromagnético a ser descrito, além de cumprir

as restrições anteriores, cumpre outras restrições adicionais, sua descrição em termos da teoria de circuitos é uma descrição válida.

O primeiro propósito deste artigo é mostrar que, no caso

de sistemas eletromagnéticos que cumpram todas as restrições necessárias, como é o caso de linhas curtas operando em frequências baixas, todas as descrições acima são igualmente válidas e que as metodologias de cálculo com base em qualquer uma dessas descrições, se corretamente aplicadas, devem conduzir aos mesmos resultados.


84

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

Um segundo propósito é expor a raiz das principais

Assim, pode-se falar da corrente (I), que flui no indutor (1),

controvérsias e mostrar como os resultados dos testes

e da corrente (-I), que flui no condutor de retorno (2). Veja a

experimentais realizados ajudam a dirimir essas controvérsias.

Figura 1.

O artigo é então organizado da seguinte maneira:

Se, além das suposições anteriores, nós supomos que as

correntes transversais no circuito indutor estão muito afastadas • Como a tensão no “gap” de uma espira aberta é definida em

da espira em consideração, então a tensão no trajeto transversal

termos eletromagnéticos e seu valor é calculado, no caso de

3-2’ “V32’(gap)” passa a ser igual à diferença de potencial

uma espira assimilável a uma linha de transmissão curta;

elétrico entre os terminais (d.d.p.) V(3) - V(2’).

• Como a diferença de potencial entre os terminais do “gap” de

uma espira aberta é definida em termos da teoria de circuitos e

V(3) - V(2’), é calculada supondo que os condutores longitudinais

seu valor é calculado, no caso de uma espira assimilável a uma

do circuito indutor são de comprimento muito maior que o

linha de transmissão curta;

comprimento dos condutores longitudinais da espira e também

• Os principais pontos, ao nosso ver, causadores das

que a separação entre eles (Ver Anexo 3). A tensão “V32’(gap)”

controvérsias;

é causada por duas parcelas aditivas:

Na Figura 1, a tensão “V32’(gap)”, neste caso igual à d.d.p.

• O teste do Laboratório de Engenharia Elétrica da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e como seus resultados iluminam os

• A primeira parcela corresponde à soma contínua dos

pontos causadores das controvérsias;

envolvimentos de fluxo (“flux linkages”) que atravessa a área

• O segundo teste do Lactec e os resultados que iluminam os

da espira e é produzida pela corrente (I), que flui no indutor (1).

pontos causadores das controvérsias e, finalmente,

• A segunda parcela corresponde à soma contínua dos

• As principais conclusões.

envolvimentos de fluxo que atravessam a área da espira, fluxo este produzido pela corrente (-I), que flui no condutor de

A Lei de Indução de Faraday aplicada a uma espira aberta

retorno (2).

Na formulação do eletromagnetismo em termos da intensidade do campo elétrico (E) e da densidade de fluxo magnético (B), a Lei da Indução de Faraday, quando aplicada a uma espira aberta, diz que a tensão “V32’(gap)” existente ao longo de um caminho no “gap” entre os terminais (3) e (2’) de uma espira aberta (3-0-2’) é causada pela variação no tempo do fluxo magnético que atravessa a área da espira (Ver Figura 1).

Este é o resultado de supor que a tensão ao longo do

condutor aberto da espira é nula (ver Anexo 1). Ou seja:

Figura 1 –Tensão ao longo de um caminho no “gap” entre os terminais (3) e (2’) da espira aberta (3-0-2’).

Cálculo da d.d.p. no Gap de uma espira aberta utilizando teoria de circuitos O eletromagnetismo pode também ser formulado em termos do potencial elétrico (V) e do potencial magnético (A)

No caso especial, porém muito importante, da utilização

(ver Anexo 1).

de circuitos indutores e espiras formados por condutores

No caso que estamos analisando, em que o efeito magnético

longitudinais de dimensões muito maiores que as dos

dos condutores transversais está sendo desprezado e, portanto,

condutores transversais (como os mostrados na Figura 1), tanto

as tensões transversais, tanto de modo diferencial como de

os circuitos indutores como as espiras podem ser assemelhados

modo comum, são iguais às diferenças de potencial elétrico

a linhas de transmissão.

(ou d.d.p.s), podemos representar as linhas de transmissão



86

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

mediante a teoria de circuitos, cujas variáveis de estado são os

fonte de tensão (que representa o acoplamento indutivo com o

potenciais elétricos nos nós do circuito e as correntes nos ramos

exterior) em série com uma impedância própria do trecho, que

do circuito, as quais são as produtoras de potencial magnético

representa a parte da diferença de potencial entre os terminais do

(ver Anexo 2).

trecho que depende da corrente no trecho, ou seja, representa

sua resistência e sua indutância própria (ver Figura 2).

Os “gaps” isolantes transversais entre dois nós, nos quais

a corrente que entra é diferente da corrente que sai, são

representados por capacitores.

Anexo 1):

Em geral, ao longo de um trecho condutor, temos de (ver

Os trechos de condutores longitudinais entre dois nós são

representados, seguindo o modelo de Steinmetz [2,3,6], por uma

Então, o valor da fonte de tensão de cada trecho é dado pela

tensão induzida ao longo do trecho, devido às fontes externas:

Na Figura 3, o valor da fonte de tensão no trecho (3-0)

é calculado usando uma expressão deduzida no Anexo 3, supondo que os condutores longitudinais do circuito indutor sejam de comprimento muito maior que a separação entre eles. Figura 2 – Representação circuital da espira aberta.

No caso de não haver corrente nesse trecho, o valor da fonte

de tensão no trecho (3-0) é igual à d.d.p. V(3) - V(0). No Anexo 3,



88

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

também é mostrada, para o caso de as suposições acima serem

(2’-0) que, no caso de não existir corrente nesse trecho, é igual

cumpridas, uma interpretação do cálculo em termos de enlaces

à d.d.p. V(2’) - V(0). A Figura 5 mostra que a soma das d.d.p.s

de fluxo, já utilizada na referência [6].

induzidas ao longo dos trechos (3-0) e (2’-0) produzem uma

d.d.p. V(3) – V(2’) do mesmo valor que o calculado, utilizando o

No Anexo 2, é mostrada uma expressão que é utilizável no

caso que as suposições acima não sejam cumpridas [4] e [7].

processo mostrado na Figura 1.

Uma grande vantagem da utilização da teoria de circuitos

é que, ao permitir calcular o potencial em todos os nós de interesse, permite calcular facilmente a diferença de potencial entre os terminais de qualquer ramo de interesse.

Principais pontos de controvérsia Existência ou não de d.d.p. ao longo do condutor

Deve ser notado que a d.d.p. V(3) - V(2’) é, logicamente, igual a:

Figura 3 – Cálculo do valor da fonte V30 que representa a tensão induzida ao longo do condutor (3-0).

Em que P1 e P2 são dois nós (ou pontos) intermediários ao

das d.d.p.s entre os nós intermediários.

Utilizando as suposições acima mencionadas, na Figura 4

é mostrado o cálculo do valor da fonte de tensão no trecho

Ou seja, estamos dizendo que o potencial varia ao longo dos 1

S

B

V(2’) = 0,514

V

2

-I

Figura 2).

V(0) = 0 V

k=(150).9.(2.π.60).(2.10-7)=0,1018 V2’0 = - k.ln.(C/B)

A=1,25 m B=1,242 m C=0,008 m V2’0 =- k.ln(0,008/1,242)= 0,514 V

Figura 4 – Cálculo do valor da fonte V2’0 que representa a tensão induzida ao longo do condutor (2’-0).

V(3) = 0,141V

1 I

condutores longitudinais e que, no caso analisado, não varia ao longo dos condutores transversais da espira sem corrente (ver

0

2’

Na Figura 5, deve ser notado que a d.d.p. V(3) - V(2’) é igual

(0) foi escolhido como referência dos potenciais (ver Figura 5).

I

C

à soma das d.d.p.s (V(3) - V(0)) + (V(0) - V(2’)), em que o ponto

9m

A

longo do condutor. Portanto, a d.d.p. V(3) - V(2’) é igual à soma

V(0) = 0 V

Este fato, juntamente com a suposição, muito razoável neste

caso, de que a tensão ao longo do condutor aberto da espira é nula, tem gerado uma controvérsia a respeito da existência, ou não, da “d.d.p. ao longo do condutor aberto da espira” [5].

Do ponto de vista experimental, as medições feitas na UVA

e no Lactec comprovaram, de maneira insofismável, o fato de que há d.d.p. induzida ao longo de um condutor aberto e que ela pode ser medida. Significando que, em geral, o potencial ao longo do condutor é variável, ainda que não exista corrente circulando por ele.

S

3

0

Modificação introduzida pela existência de malhas de terra no local das medições

2’

V(2’) = 0,514 V

2

-I

V32’(gap) = (V(3) - V(0))+(V(0) - V(2’) ) =(0.141)-(0,514) = - 0,373V Figura 5 – A tensão V32’(gap) é igual ao somatório das d.d.p.s induzidas ao longo da espira aberta.

A diferença essencial entre as referências 4 e 6 e um ponto de controvérsia na interpretação da referência 3 está na representação da corrente de retorno quando esta circula pela malha de terra. A referência 4 propõe diversas alternativas de distribuição de corrente de retorno na malha, enquanto a referência 6 assume que a corrente de retorno circula praticamente toda ela pelo condutor da malha de terra


89

O Setor Elétrico / Março de 2015

imediatamente embaixo do indutor.

central entre os condutores com corrente, e o condutor sem

corrente situado mais próximo do retorno, denominado

Na verdade, nenhuma das duas versões é adequada, pois,

nos dois testes do Lactec, a corrente de retorno circulou até a

condutor 2’; e

fonte por um condutor de retorno isolado e não circulou pela

• O segundo tipo foi uma medição ao longo de um único

malha, por razões de segurança. Entretanto, o segundo teste

condutor sem corrente, o condutor denominado 2’.

do Lactec comprovou que, mesmo quando a corrente não retorna pela malha, circulam correntes induzidas por ela, as

Valores medidos no teste da UVA

quais modificam as d.d.p.s induzidas ao longo de condutores

Na Figura 7, são mostrados, em forma de tabela, os

abertos e também as que surgem no “gap” entre os condutores

resultados das medições feitas na UVA.

abertos e entre eles e a malha (ver Anexo 4).

Teste da UVA em abril de 2013 Circuito de medição utilizado no teste da UVA

As medições na UVA foram feitas em abril de 2013 e o

circuito de medição utilizado no teste é mostrado na Figura 6, na qual se pode ver que foram efetuados dois tipos de medições: • O primeiro tipo foi uma medição da tensão existente entre dois condutores. Foi medida a tensão entre todos os condutores sem corrente e o condutor com corrente denominado “retorno”, e foi medida também, em duas posições ao longo do condutor, a tensão entre o condutor denominado 4, situado na posição

Figura 6 – Circuito de medição utilizado no teste da UVA, realizado em abril de 2013.


90

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

Análise dos resultados do teste da UVA

situado na posição central entre os condutores de uma linha

O principal resultado das medições efetuadas na UVA foi

de transmissão bifilar é nula, como pode ser visto na Figura 8.

estabelecer que a tensão medida entre 0’ e 2’ se estabiliza no

Entretanto, este fato é uma decorrência lógica da expressão

valor 0,030 para distâncias maiores que 1,5 metros.

para a tensão induzida mostrada no Anexo 3.

Segundo teste do Lactec em junho de 2014 Este teste foi batizado como segundo teste do Lactec porque existiu uma primeira medição no Lactec, que foi organizada pela ST&SC como parte de um P&D (Pesquisa & Desenvolvimento), elaborado para terceiros.

Essa primeira medição deu origem a um artigo publicado no

Power Delivery do IEEE, em novembro de 2009, o qual suscitou uma controvérsia que motivou ao GT-2 (Grupo de Trabalho 2) da ABNT NBR 5419, do Cobei a desenvolver uma pesquisa sobre o assunto.

Este resultado enfatiza o fato de que, no caso de existir

condutores em que a corrente vai e retorna, a densidade de fluxo

UVA (Abril 2003) e o teste do Lactec, os quais foram organizados pela ST&SC e patrocinados pela UVA e pelo Lactec, como uma colaboração à pesquisa desenvolvida pelo Cobei.

magnético diminui muito mais rapidamente com a distância aos condutores do que no caso de um condutor com corrente isolado (ver Anexo 4). Isso permite supor que, neste caso, para qualquer laço maior que 1,5 metros, o fluxo magnético enlaçado seria aproximadamente igual ao fluxo magnético enlaçado por um laço infinito. Portanto, a tensão induzida, ao longo do condutor 0 – 2’, é igual à variação no tempo desse fluxo, já que a tensão induzida nos condutores perpendiculares é nula e também é

Circuito de medição utilizado no segundo teste do Lactec

A Figura 9 apresenta o circuito de medição utilizado no

segundo teste do Lactec, realizado em junho de 2014.O circuito de medição utiliza uma armação de tubos de PVC, mostrada na Figura 10. Os induzidos abertos 2’, 5, 4, 6, 7 mostrados na Figura 9 foram instalados dentro de tubos de PVC para garantir sua posição ao longo dos quatro metros de extensão.

nula a tensão induzida num condutor a uma distância infinita.

CIRCUITO CIRCUITO DE DE TESTE TESTE

Desta maneira, a tensão medida de valor 0,030 volts representa

TUBO TUBODE DEPVC PVC

RETORNO INDUTOR

150 150AA

uma medição da tensão induzida ao longo do condutor 0 – 2’,

RETORNO RETORNO INDUTOR

mostrando que ela existe e pode sim ser medida.

A

FONTE

Figura 7 – Resultados das medições realizadas no teste da UVA.

Como elementos desta pesquisa foram realizados o teste da

0.25m

Foi feita também a observação surpreendente até para

0.25m

os partidários da noção de tensão induzida ao longo de um

0.25m

condutor de que a tensão induzida ao longo do condutor

1

77

1

a a

6

0” a a a

4

0.25m 5 2’

b

2 2

PISO

0.30m

2.5m

PISO

V

150 150 A

2.5m

V

LIGAÇÃO LIGAÇÃODE DE (0’’) (0’’) (a)COM COM COM(2) (2) (2)

SUPORTE SUPORTE DE DEMADEIRA MADEIRA

Figura 9 – Circuito de medição utilizado no segundo teste do Lactec, realizado em junho de 2014.

A Figura 11 é uma vista superior do circuito de teste, que

mostra como se formam as “áreas de sombra” magnética nas imediações do circuito. A mesa de medição na qual fica o Figura 8 – D.d.p. nula ao longo do condutor (0”-4) a meio caminho entre o indutor (1) e o retorno (2) quando não existe malha de terra no local.

voltímetro e o osciloscópio é colocada nessa área para minimizar o acoplamento magnético com o indutor e com o retorno.



92

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

Como o acoplamento magnético na área de sombra é

referentes à tensão induzida ao longo de um condutor, bem

muito reduzido, verificou-se, durante as medições, não ser

como para determinar o efeito da malha do laboratório, e assim

necessário retorcer a parte final dos fios do “loop” de medição

determinar o tipo da modificação introduzida pela presença de

do voltímetro.

condutores extensos (não similares a um fio) na vizinhança de uma linha de transmissão.

Para este efeito, no segundo teste do Lactec foram também

efetuados dois tipos de medições: • O primeiro tipo foi uma medição da tensão existente entre dois condutores. Foi medida a tensão entre todos os condutores sem corrente e o condutor com corrente denominado “retorno”, e também foi medida a tensão entre condutores sem corrente; e, • O segundo tipo foi uma medição ao longo de um único condutor sem corrente, o condutor denominado 2’.

Figura 10 – Estrutura de suporte do circuito de PVC utilizado no segundo teste do Lactec.

Valores medidos no segundo teste do Lactec

Na Tabela 1 do relatório Institutos Lactec LAT 2590/2014

[9], reproduzida a seguir, pode-se ver o conjunto dos valores medidos com o circuito de medição mostrado na Figura 9.

Deve-se notar que o ponto chamado 0’’ na Figura 9 é

chamado de “a” na Tabela 1 seguir. Estes valores incluem a medição ao longo do condutor 2’, para dois pontos ao longo dele; e também a medição da tensão entre os cinco induzidos utilizados no teste do Lactec e condutor de retorno. Tabela 1 – Valores medidos no segundo teste do Lactec com o circuito de medição da Figura 9

Terminais Distância Corrente no Figura 11 – “Loop” de medição do voltímetro e das “áreas de sombra” magnética. Medição da d.d.p. (Va0”) ao longo do trecho (a-0’’). Vista em planta do teste do Lactec realizado em junho de 2014.

A diferença fundamental entre o teste da UVA e o segundo

teste do Lactec reside na existência no segundo caso de estruturas metálicas nas quais poderiam ser induzidas correntes que alterassem o campo magnético produzido. No caso da UVA, não existia malha de terra no local do ensaio; já no caso do Lactec, o circuito de ensaio foi colocado diretamente sobre a malha de terra do hall de alta tensão.

Além disso, no teste da UVA, a extensão do indutor e

do retorno era de apenas 2 m, com 1 m de separação entre eles, e a corrente de teste era de 50 A; já no segundo teste do Lactec, ainda que a separação entre o condutor de ida e o de retorno da corrente era também de 1 m, o comprimento desses condutores era de 4 m e a corrente de ensaio de 150 A. A armação de PVC do circuito de medição da UVA era também um pouco menos elaborada. Assim sendo, o segundo teste do Lactec serviria para confirmar ou não as constatações feitas no teste da UVA,

de

D (m)

a-2’

2,5

a-2’

medição

circuito

indutor (A)

Offset do Medida do

voltímetro voltímetro (mV)

(mV)

152

1,11

155,0

2,0

151

1,40

157,4

a-2’

1,5

151

1,60

157,3

a-2’

1,25

151

2,30

155,7

a-2’

1,0

150

3,20

155,6

a-2’

0,5

150

2,40

151,6

a-2’

0,25

150

4,60

139,2

a-2’

0,0

151

0,11

110,0

a-b

2,5

152

0,66

78,8

a-b

1,5

151

3,50

78,2

2-2’

-

152

0,97

359,7

2-5

-

152

1,78

415,8

2-4

-

151

2,06

443,2

2-6

-

151

2,31

470,5

2-7

-

150

4,22

559,5

7-4

-

152

1,6

173,2

2’-4

-

152

3,5

178,8

2-4

-

152

3,8

448,5


93

O Setor Elétrico / Março de 2015

Na Tabela 2 do relatório do Lactec LAT 2590/2014 [9],

d.d.p. induzida ao longo de um condutor aberto equidistante do

reproduzida a seguir, pode-se ver o conjunto dos valores medidos

indutor e do retorno era nula.

com o circuito de medição mostrado na Figura 9, porém com o ponto 0’’ (a) aterrado na malha de terra do laboratório.

Estes valores incluem a medição da tensão entre os cinco

induzidos utilizados no teste do Lactec e o condutor de retorno e a malha de terra do laboratório, para dois pontos ao longo dele; e

Tabela 2 – Valores medidos no segundo teste de Lactec com o circuito Figura 9, com o ponto 0’’ (a) aterrado na malha de terra

de medição da

do laboratório

Terminais

Corrente

de medição

(A)

Offset do

Medida do

voltímetro (mV) voltímetro (mV)

0’’-2

150

19,7

1729,0

0’’-2’

150

6,2

155,0

Análise dos resultados do segundo teste do Lactec

0’’-5

150

6,0

24,4

Os dados medidos no segundo teste do Lactec, apresentados

0’’-4

150

6,0

24,9

na Tabela 1, confirmam que os valores de d.d.p. medidos ao longo

0’’-6

150

6,0

67,1

do condutor aberto (a-2’) permanecem em um valor na faixa de

0’’-7

150

6,0

195,0

(155,0 V e 157,4V) para distâncias (D) maiores que 1,0 metro.

2’-5

149

9,6

131,7

Os dados mostram também que, para o trecho (a-b), que tem

2’-4

150

10,1

177,3

a metade da extensão de (a-2’) a d.d.p. permanece em um valor

2’-6

149

10,2

221,0

próximo de 78 V (cerca de metade dos valores medidos para

2’-7

150

9,4

349,4

(a-2’)), também para distâncias (D) maiores que 1,0 metro.

5-4

150

14,6

48,0

Observou-se, durante os testes, que esta distância (D) de

5-6

149

14,5

90,5

estabilização é um pouco menor que no caso do teste da UVA.

5-7

150

14,5

218,5

Essa redução é atribuída à existência, neste caso, de outras

4-6

150

15,0

46,3

correntes induzidas na malha de terra.

4-7

150

15,5

173,5

6-7

150

15,7

130,5

também, a medição da tensão entre os cinco induzidos utilizados.

Conforme já mencionado, no teste da UVA constatou-se que a


94

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

Entretanto, no teste do Lactec, foi constatado que a d.d.p.

Deve ser observado que o valor calculado, mostrado na última

nula ocorre para um condutor aberto situado um pouco mais

coluna da Tabela 4, está dentro da faixa de valores de d.d.p.

perto do retorno, devido ao efeito dos acréscimos de tensão

medida, levando-se em conta o off-set do voltímetro de medição

induzida nos condutores abertos, causados pelas correntes

(ver Tabela 2).

induzidas que circulam na malha (ver Figuras 13, 14, 15, 16 e 17).

Conclusões

Com referência às medições de d.d.p. entre condutores,

mostradas na Tabela 2, as medições no Lactec mostraram valores crescentes com a distância de separação com o condutor

de retorno; fato que está em perfeita concordância com o

básicas do eletromagnetismo: a formulação do eletromagnetismo

conhecimento comum de que o campo magnético produzido

em termos da intensidade do campo elétrico (E) e da densidade

pelo condutor de retorno é, na região entre os condutores,

de fluxo magnético (B), e a formulação em termos do potencial

do mesmo sentido que o campo magnético produzido pelo

elétrico (V) e do potencial magnético (A); assim como nas suas

condutor de ida da corrente.

respectivas simplificações: a teoria das linhas de transmissão e a

teoria de circuitos.

A Tabela 3 a seguir mostra o cálculo da tensão induzida ao

O presente artigo está baseado nas duas clássicas formulações

longo dos cinco induzidos abertos considerados no segundo

teste do Lactec supondo, inicialmente, que não há malha de terra

que cumpram todas as restrições necessárias, como é o caso de

no local. A tabela utiliza a mesma fórmula aproximada mostrada

linhas curtas operando em frequências baixas, todas as descrições

na Figura 3 e analisada no Anexo 3. As dimensões (A), (B) e (C)

acima são igualmente válidas e as metodologias de cálculo nelas

correspondem ao circuito de teste mostrado na Figura 9.

baseadas, se corretamente aplicadas, devem conduzir aos mesmos

Utilizando uma modelagem aproximada das correntes

resultados.

induzidas, mostrada no Anexo 4, consegue-se calcular com boa

aproximação os acréscimos de tensão induzida nos condutores

Eletroevolução [4,5,6] se refere a interpretações “práticas” destes

abertos, aplicadas pelas correntes induzidas na malha, e chegar

enfoques, este artigo utiliza medições de laboratório para dirimir

aos valores de d.d.p. induzida medidos no segundo teste do

essas controvérsias, duas feitas no Laboratório de Alta Tensão do

Lactec, como pode ser visto na Tabela 4 a seguir.

Lactec, em Curitiba, e outra no Laboratório de Engenharia Elétrica

Tabela 3 – Cálculo da tensão induzida ao longo dos cinco induzidos abertos do segundo teste do Lactec, supondo que não existe malha de terra no local

Vpq

A

B

C

Vpq=-k.ln(C/B)

(volts)

(m)

(m)

(m)

V2’0”

1,0

0,988

0,012

(Volts) s/malha + 0,1994

V50”

1,0

0,750

0,250

+ 0,0496

V40”

1,0

0,500

0,500

0,0000

V60”

1,0

0,250

0,750

- 0,0496

V70”

1,0

0,020

0,980

- 0,1759

k = (150.).(4.).(2.π.60).(2x10-7) = 0,0452

Nossa primeira conclusão é que, para sistemas eletromagnéticos

Como a controvérsia que deu origem às três publicações na

da Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro. Sendo a apreciação dos autores deste artigo que os principais pontos de controvérsia são: • Existência ou não de d.d.p. ao longo de um condutor sem corrente; • Influência da presença de malhas de terra no local do teste.

As principais conclusões são as seguintes:

a) Existe diferença de potencial (d.d.p) induzida ao longo de um

Tabela 4 – Tabela de cálculo da tensão induzida ao longo dos condutores abertos, no segundo teste do Lactec (cálculo dos acréscimos é mostrado no Anexo 4)

Vpq (V)

d.d.p. medida limites (V)

Calculo sem malha

Acréscimos

Cálculo

devido à malha (V)

final (V)

(*) De

(*) Até

V2’0”

+ 0,149

+ 0,161

+ 0,199

- 0,042

+ 0,157

V50”

+ 0,018

+ 0,030

+ 0,050

- 0,034

+ 0,016

V40”

- 0,031

- 0,019

0,000

- 0,028

- 0,028

V60”

- 0,073

- 0,061

- 0,050

- 0,024

- 0,074

V70”

- 0,201

- 0,189

- 0,176

- 0,022

- 0,198

(*) Deve ser observado que o sinal indicado nas colunas 2 e 3 da Tabela 4, que correspondem à faixa dos valores medidos, foi determinado com base no sinal da última coluna da Tabela 4, pois os dados das medições, mostrados na Tabela 2, indicam apenas o módulo da d.d.p. (na coluna 4) e o off-set do voltímetro (na coluna 3).



96

Eletromagnetismo

O Setor Elétrico / Março de 2015

condutor, sem circulação de corrente, e ela pode ser medida;

Este engano, muito comum, pode dar origem a um valor calculado

b) A d.d.p. induzida por um indutor e seu retorno, ao longo de um

muito maior que o valor medido.

trecho de condutor sem corrente, pode ser calculada, com boa aproximação, por meio da fórmula simples, mostrada na Figura 3

Devido à sua extensão, os Anexos, aos quais os autores

e analisada no Anexo 3;

se referem no decorrer do texto, serão publicados juntamente

c) A d.d.p. induzida por um indutor e seu retorno, ao longo de

com a íntegra deste artigo no site www.osetoreletrico.com.br

um trecho de condutor sem corrente, pode ser medida, com boa aproximação, por meio de um voltímetro colocado num laço

Referências

formado pelo trecho condutor em questão, por dois condutores perpendiculares à circulação de corrente e por um condutor colocado paralelo à circulação de corrente, a uma distância suficientemente grande da linha de transmissão, de modo que o

[1] JACKSON, J. D. Classical electrodynamics. New York: John Wiley & Sons, 1962. [2] STEINMETZ, C. P. Theory and calculation of alternating current phenomena. 3. ed. Electrical World and Engineer Inc., New York, 1900. [3] SOBRAL, S. T. et al. Rigueira, IEEE Transactions on Power Delivery, v. 24, n. 4, Oct.

laço assim formado enlace praticamente todo o campo magnético

2009, p. 1.876-1.882.

produzido pela linha (ver Figura 11). Esta distância, no caso dos

[4] José Claudio de Oliveira e Silva, ELETROEVOLUÇÃO, No. 74, pp.35-53, Março

testes da UVA e do Lactec (ver Figuras 6 e 9) era de cerca de 1 m,

2014.

da mesma ordem de grandeza que a distância entre o indutor e

[5] OLIVEIRA E SILVA, A. ELETROEVOLUÇÃO, n. 75, p. 25-36, junho 2014. [6] SOBRAL, S. T.; SOBRAL, S. G.; AMON FILHO, J. Eletroevolução, n. 74, p.25-34,

o retorno;

março 2014.

d) Na situação em que a linha de transmissão bifilar (um indutor

[7] CIGRE WG C4.208, CIGRE TB 535 – EMC within Power Plants and Substations,

e seu retorno) está longe de estruturas metálicas ou da terra, dizer que o condutor sem corrente está aterrado apenas em uma extremidade equivale a dizer que o ponto de aterramento é escolhido como potencial zero, ou referência dos potenciais; e) O cálculo da d.d.p. induzida por um condutor indutor e por seu condutor de retorno à fonte, sobre condutores abertos, em local

2013. Atualiza a CIGRE TB 124 - EMC within Power Plants and Substations, 1997. [8] STEVENSON JR., William D. Elements of power system analysis. International Student Edition – Second Edition. [9] Relatório Institutos Lactec LAT 2590/2014.

*Sérgio Toledo Sobral é engenheiro eletricista. Foi consultor especial no Projeto Itaipu. Desde 1990, atua como consultor em sua própria companhia, a ST&SC

no qual exista malha de terra, deve levar em conta os acréscimos

Serviços Técnicos Ltda., especializada em estudos e projetos de aterramento e

na d.d.p. induzida ao longo dos condutores abertos produzidos

controle de interferências eletromagnéticas.

pelas correntes induzidas que circulam na malha de terra;

Patrício Munhoz Rojas é engenheiro eletricista. Atuou como pesquisador e

f) Quando se calcula a d.d.p induzida no “gap” que se forma entre

professor na Universidade de Chile e como pesquisador na Copel. Desde

o terminal aberto de um condutor e uma malha de terra, estando

1999, é pesquisador do Lactec, onde tem trabalhado nas áreas de medição

a outra extremidade do condutor aterrada na malha, não pode

em alta tensão, compatibilidade eletromagnética e proteção contra descargas

ser considerado que o condutor e a malha formam uma espira.

atmosféricas.



98

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

Mercado de linhas elétricas apreensivo A elevação no faturamento dos fabricantes de linhas elétricas foi abaixo do esperado em 2014. Mercado mostra preocupação com o baixo crescimento econômico do país


99

O Setor Elétrico / Março de 2015

Em pesquisa realizada no ano passado

governo como elemento que deve mais

comprar até R$ 1 milhão. A porcentagem

pela revista O Setor Elétrico, as empresas

impactar o mercado. A preocupação com

apresentada no documento deste ano foi

da área de linhas elétricas apresentaram

a economia brasileira também cresceu.

exatamente a mesma. Boa notícia para o

números que foram sentidos como uma

No levantamento de 2015, 15% das

mercado pode ser o crescimento relativo

grata surpresa. Elas haviam projetado um

empresas destacaram a desaceleração

às especificações e/ou compras na faixa

crescimento de 12% para 2013 no que

econômica do país. No ano passado,

de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões. No ano

se refere ao seu faturamento em relação

somente 10% se mostraram se importar

passado, 20% declararam especificar e/

a 2012 e constataram um acréscimo

com isso.

ou comprar este montante. Em 2015, 33%

bem superior: de 17%.

A diferença dos números referentes

atestaram isto.

porcentagem maior do que a esperada,

ao

faturamento

anual

Dessa maneira, diminuiu ainda o

as companhias não quiseram arriscar e

das

empresas

um

número de companhias que classificam

previram elevação igual para 2014 em

levantamento para outro também são

o mercado brasileiro de linhas elétricas

comparação ao período anterior. No

indícios de como o mercado de linhas

como

entanto, os números alcançados foram

está apreensivo. Na pesquisa de 2014,

percepção caiu de 23% para 19% entre

mais discretos, tendo o setor registrado, no

28%

2014 e 2015. Não obstante, as empresas

ano passado, crescimento médio de 15%.

declararam faturar entre R$ 50 milhões a

continuam

Para 2015, a projeção é menos otimista: as

R$ 100 milhões anualmente. Na época,

vendidos no segmento de boa qualidade

empresas esperam crescer apenas 11%

a porcentagem relativa a este valor foi a

técnica. No levantamento do ano passado,

na comparação com o ano anterior.

mais elevada em comparação às outras

31% das empresas tinham esta avaliação.

A expectativa mais ponderada no

alternativas

Na pesquisa deste ano, 30% consideraram

que diz respeito ao crescimento de suas

realizada

das

bons os equipamentos vendidos no país.

empresas em 2015 é reflexo dos fatores,

empresas da área disseram faturar este

Confira a pesquisa de linhas elétricas na

destacados pelas pesquisadas, como

montante bruto em médio por ano.

íntegra a seguir:

grandes influenciadores deste mercado.

No que diz respeito aos usuários

No levantamento de 2014, projetos de

de linhas elétricas – formados, entre

infraestrutura e setor de construção

outros, por instaladores, companhias de

civil aquecido foram os mais votados,

manutenção, consultores, projetistas e

por 32% e 28% dos entrevistados,

revendedores –, a pesquisa mostrou que,

O principal segmento de atuação

respectivamente. Na pesquisa deste

em relação à estimativa e/ou compra de

dos fabricantes de linhas elétricas são as

ano, as empresas parecem esperar

produtos, não houve grandes mudanças

indústrias. Este segmento foi indicado por

ajuda governamental, já que a maioria

de 2014 para cá. No levantamento do

88% das empresas pesquisadas. Logo em

das que responderam à pesquisa (29%)

ano passado, a maioria das companhias

seguida, vem o setor comercial, apontado

apontou os programas de incentivo do

entrevistadas (38%) disse especificar e/ou

por 47% das companhias.

Mesmo ante a

das

bruto

médio

apresentados

companhias

propostas. agora,

de

pesquisadas

Na

somente

pesquisa 10%

em

franco

crescimento.

considerando

os

Esta

produtos

Números do mercado de linhas elétricas


100

Pesquisa - Linhas elétricas

Produtos para linhas elétricas mais comercializados

Principais segmentos de atuação

21%

Público

27%

Residencial

47%

Comercial

88%

O Setor Elétrico / Março de 2015

Industrial

A venda direta continua sendo o canal de comercialização mais

do ano passado, 80% das empresas entrevistadas disseram entrevistados fizeram tal afirmação.

Telemarketing

53%

Conduletes

29%

Eletrodutos flexíveis

29%

Canaletas de sobrepor Leitos (escada para cabos) Bandejas (eletrocalha com tampa) Eletrocalhas (sem tampa)

36%

Principais canais de vendas

16%

27%

32%

considerá-la como principal canal de vendas. Neste, 81% dos

Internet

Perfilados

32%

importante para os fabricantes deste segmento. No levantamento

16%

27%

40%

Distribuidores / Atacadistas

62%

Revendas / Varejistas

81%

Venda direta ao cliente final

Caixas de passagem e de ligação

Em quase sua totalidade, os mercados do segmento de linhas elétricas faturam até R$ 10 milhões, segundo a maioria dos fabricantes entrevistados. Os únicos mercados que destoam são o de eletroduto metálico e o de canaleta de sobrepor, que, de acordo com a maior parte das empresas pesquisadas, faturam entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões e R$ 10 milhões a R$ 50 milhões, respectivamente.

No que diz respeito às certificações ISO, 70% dos entrevistados

afirmaram contar com certificados ISO 9001, de gestão de qualidade e 19% declararam possuir certificados ISO 14001, de gestão ambiental. No levantamento de 2014, os números eram

Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados Eletroduto metálico

bastante semelhantes: 67% e 22%, respectivamente. Certificações ISO

9% 23%

de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

70%

23%

Até R$ 10 milhões

9001 (qualidade) 18%

19%

14.001 (ambiental)

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

27%

Caixa de passagem e de ligação, eletrocalha e bandeja foram

considerados os principais produtos comercializados, sendo votados por 40%, 36% e 32% dos entrevistados, respectivamente.

De R$50 milhões a R$ 100 milhões



102

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

Eletroduto rígido

Bandejas (eletrocalhas com tampa) 18%

32%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

41%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Até R$ 10 milhões

27%

Até R$ 10 milhões

23%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 23%

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

Leito (escada para cabos)

Canaleta de sobrepor

4%

8%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

23%

9%

4%

13%

28%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Até R$ 10 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 31%

Até R$ 10 milhões

17%

24%

De R$100 milhões a R$ 200 milhões

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

40%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões Perfilados 4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

9%

26%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$50 milhões a R$ 100 milhões Barramentos blindados

4%

14%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

31%

Até R$ 10 milhões

29%

Até R$ 10 milhões

24%

De R$100 milhões a R$ 200 milhões

22%

De R$100 milhões a R$ 200 milhões

14%

26%

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

13%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

Eletrocalha (sem tampa)

9%

19%

Caixa de passagem e de ligação 4%

4%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

26%

Até R$ 10 milhões 22%

10%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

21%

De R$50 milhões a R$100 milhões

De R$100 milhões a R$ 200 milhões

41%

Até R$ 10 milhões 17%

De R$50 milhões a R$ 100 milhões

22%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

24%

De R$10 milhões a R$ 50 milhões


103

O Setor Elétrico / Março de 2015

A maior parte (54%) das empresas que responderam à

pesquisa acredita que o faturamento bruto médio anual das companhias é de até R$ 20 milhões. Faturamento bruto médio anual das empresas

10%

Acima de R$ 200 milhões

12%

Até R$ 3 milhões

10%

16%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

10%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 10% 16%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

16%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

A balança comercial continua pendendo com muita força

para o mercado nacional: 94% dos produtos são consumidor internamente. Apenas 6% é exportado. Balança comercial

6%

Exportação

94%

Mercado Nacional

Os fabricantes entrevistados disseram ter crescido 15%

em 2014 ante 2013. Não muito otimistas, as empresas projetam uma elevação do faturamento de suas empresas da ordem de 11% de 2014 para 2015. No que se refere ao mercado, o quadro pintado é ainda pior. As companhias projetam crescimento de 8% para este ano em relação ao período anterior. Na pesquisa do ano passado, o acréscimo projetado foi de 13%.


104

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

Previsões de crescimento

Perfil das empresas

9% 25%

Revendedora de produtos

Consumidora de produtos

22%

8%

Percentual médio de contratação de funcionários em 2015

8%

Crescimento médio do mercado de linhas elétricas para 2015

Projetista

19%

15%

11%

Crescimento médio das empresas para 2015

15%

Instaladora

Atua em consultoria

10%

Atua em manutenção

Crescimento médio das empresas em 2014 comparado a 2013

Eletrodutos flexíveis (82%), conduletes (77%), e eletrodutos

metálicos (74%) foram considerados os produtos mais comprados e/ou especificados pelos consumidores deste segmento. Barramentos blindados (56%), dutos de piso (41%),

Entre os fatores que devem impactar o mercado de linhas

elétricas em 2015, os programas de incentivo do Governo

eletrocalhas armadas (41%), os produtos menos votados. Principais produtos comprados e/ou especificados

(29%) e o bom momento da economia (23%) foram os mais votados. Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

59% 6%

Projetos de infraestrutura

6%

Setor da construção civil desaquecido

Canaletas de sobrepor

59%

6%

Crise internacional

Bandejas (eletrocalhas com tampa)

31%

Eletrodutos isolantes

62%

Programas de incentivo da governo

Eletrocalhas (sem tampa)

64%

14%

67%

Setor da construção civil aquecido

Caixas de passagem e de ligação Perfilados

69% Eletroduto rígido

69% Eletrodutos metálicos

14%

Desaceleração da economia brasileira

74%

23%

Bom momento econômico do país

Conduletes

77% 82%

Eletrodutos flexíveis

Opinião dos usuários de linhas elétricas

A pesquisa colheu a opinião de instaladores, consultorias,

Assistência técnica, garantia, e selo Inmetro são os itens que

empresas de manutenção, projetistas, revendedoras, entre

mais influenciam o consumidor na hora de comprar um produto

outros.

do segmento de linhas elétricas.



106

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

Fatores que mais influenciam o comprador e/ou especificador de linhas elétricas

Fatores que menos influenciam o comprador e/ou especificador de linhas elétricas

Assistência técnica do fabricante

Preço 5%

10% 29%

Nota de 1 a 5

Nota de 1 a 5

3%

Nota 10

24%

32%

Nota de 6 a 7

Nota de 6 a 7

Nota 10

58%

39%

Nota de 8 a 9

Garantia

Nota de 8 a 9

Treinamento oferecido pelo fabricante 5%

Nota de 1 a 5 42%

13% 13%

Nota 10

Nota de 6 a 7

Nota 10

24%

Nota de 1 a 5

13%

Nota de 6 a 7

40%

50%

Nota de 8 a 9

Selo do Inmetro

Nota de 8 a 9

Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 8%

51%

Nota 10

11%

Nota de 1 a 5

Nota 10

11%

Nota de 6 a 7

42% 30%

Nota de 8 a 9

Nota de 8 a 9

Já os fatores que menos motivam as compras por parte dos

28%

Nota de 1 a 5

19%

Nota de 6 a 7

A maioria dos consumidores pesquisados, 69%, declarou-se

usuários são: preços, treinamento oferecido pelo fabricante e

estar satisfeito com a qualidade dos produtos disponíveis no

local de fabricação do produto.

mercado nacional.


107

O Setor Elétrico / Março de 2015

Grau de satisfação com a qualidade dos produtos disponíveis no mercado brasileiro 5%

Nota de 1 a 5

15%

26%

Nota 10

Nota de 6 a 7

54%

Nota de 8 a 9

A maior parte dos usuários que participaram do levantamento,

71%, estima comprar e/ou especificar até R$ 5 milhões em linhas elétricas neste ano. Estimativa de compra e/ou especificação de linhas elétricas em 2015 5%

3%

Acima de R$ 100 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

38%

5%

Até R$ 1 milhão

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 16%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

33%

De R$ 1 milhões a R$ 5 milhões

O mercado brasileiro de linhas elétricas foi classificado pela

maioria dos consumidores pesquisados (30%) como tendo produtos de boa qualidade técnica. Classificação do mercado brasileiro de linhas elétricas

13%

3%

5%

1%

Oferece bom respaldo técnico

Outros

Com deficiências técnicas (assistência e suporte)

9%

Mercado maduro e responsável 7% Produtos com pouca qualidade técnica

Desatualizado 13%

Atento às tendências internacionais 30% 19%

Mercado em franco crescimento

Produtos de boa qualidade técnica


Pesquisa - Linhas elétricas

SP

ADS DISJUNTORES

(19) 3804-1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

X

ALLTEX

(11) 5562-0450

www.alltexequipamentos.com.br

São Paulo

SP

X

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

ARCOIR

(11) 2115-7873

www.arcoir.com.br

São Paulo

SP

BANDEIRANTES PERFIS

(19) 2108-7600

www.bandeirantesperfis.com.br

Americana

SP

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

CARBINOX

(11) 4795-9000

www.carbinox.com.br

Mogi das Cruzes

SP

X

X

CERÂMICA SÃO JOSÉ

(19) 3852-9555

www.ceramicasaojose.com.br

Pedreira

SP

X

X

COFLEX

(11) 4330-3347

www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

COMSYSTEL

(11) 4158-8440

www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

CONEX

(11) 2331-0303

www.conex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

CONIMEL

(11) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

DAISA

(11) 4785-5522

www.daisa

Embu

SP

X

DBTEC

(12) 3642-9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

X

DELTA CANALETAS

(11) 4705-3133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaiba

SP

X

X

X

DISPAN

(19) 3466-9300

www.dispan.com.br

Nova Odessa

SP

X

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

DUTOTEC

(51) 2117-6600

www.dutotec.com.br

Cachoeirinha

RS

X

X

ELECON

(11) 2066-4100

www.elecon.com.br

São Paulo

SP

ELETROPOLL

(47) 3375-6700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltartensao.com.br

São Paulo

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ENGEDUTO

(21) 3325-0733

www.engeduto.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

ENMAC

(11) 2489-5200

www.enmac.com.br

Arujá

SP

X

FACILIT

(11) 4447-1881

www.eletrocalhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

Sao Caetano do Sul

SP

X

FLEXMATER

(51) 3365-5899

www.flexmaster.com.br

Porto Alegre

RS

X

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X

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X

X

X

Possui programas na área de responsabilidade social

Guarulhos

Possui certificado ISO 14001

www.acabine.com.br

Outros

(11) 2842-5252

Internet

SP

ACABINE

Estado

Telemarketing

Sumaré

Venda direta ao cliente final

Cidade

www.3m.com.br

Revendas/Varejistas

Site

0800 013 2333

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Telefone

3M

Público

EMPRESA

Residencial

Comercial

Fabricante e distribuidora

Distribuidora

Fabricante

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 9001

O Setor Elétrico / Março de 2015

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

108

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X


109

GIMI POGLIANO

(11) 4752-9900

www.gimipogliano.com.br

Suzano

SP

X

X

X

GRUPO LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

HAENKE TUBOS

(11) 4092-7772

www.haenke.com.br

Diadema

SP

X

X

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9000

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

HIDROSSOL

(14) 2105-0500

www.hidrossol.com.br

Marília

SP

X

X

X

HOLEC BARRAS

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Boituva

SP

X

X

X

HOME ELETRIC

(11) 2487-5500

www.homeline.com.br

Guarulhos

SP

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

X

X

ISOLET

(11) 2118-3000

www.isolet.com.br

Itu

SP

X

X

JEA

(11) 4547-6000

www.jea.com.br

Mauá

SP

X

KACON

(11) 3361-2696

www.kacon.com.br

São Paulo

SP

X

KANAFLEX

(11) 3779-1670

www.kanaflex.com.br

Cotia

SP

X

X

LÍDER RIO

(21) 2564-0262

www.liderrio.com

Caxias

RJ

X

X

LPM

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

MACCOMEVAP

(21) 2688-1216

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAXIDUTOS

(47) 3334-5899

www.maxidutos.com.br

Blumenau

SC

MEGABARRE

(11) 4525-6700

www.megabarre.com.br

Jundiaí

SP

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X X

Possui programas na área de responsabilidade social

RS

Possui certificado ISO 14001

São Leopoldo

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

www.frontec.com.br

Outros

(51) 3201-2477

Internet

SP

FRONTEC

Telemarketing

Estado

Guarulhos

Venda direta ao cliente final

Cidade

www.fortlight.com.br

Revendas/Varejistas

Site

(11) 2087-6000

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Telefone

FORTLIGHT

Público

EMPRESA

Residencial

Comercial

Fabricante e distribuidora

Distribuidora

Fabricante

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 9001

O Setor Elétrico / Março de 2015

X

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X


Pesquisa - Linhas elétricas

Guarulhos

SP

X

X

MULTIWAY

(11) 3437-5600

www.multiwayrod.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

NOVEMP

(11) 4091-5300

www.novemp.com.br

Diadema

SP

X

X

X

X

NUTSTEEL

(11) 2122-5777

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

PANDUIT

(11) 3613-2353

www.panduit.com

São Paulo

SP

PARAKLIN

(11) 3948-0042

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

PERFIL LÍDER

(11) 2412-7787

www.perfillider.com.br

Guarulhos

SP

X

X

PIPER RACK

(21) 3818-8200

www.piperack.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

X

X

POLEODUTO

(11) 2413-1200

www.poleoduto.com.br

Arujá

SP

X

X

POLIERG

(11) 2219-7700

www.polierg.com.br

São Paulo

SP

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

PRODESMEC

(11) 4059-7690

www.prodesmec.com.br

Diadema

SP

REAL PERFIL

(11) 2134-0002

www.realperfil.com.br

São Paulo

SP

REIMOLD

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

São Paulo

SP

X

X

SALF

(11) 5614-7333

www.salf.com.br

São Paulo

SP

X

X

SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 2165-5400

www.schneider-electric.com

Sumaré

SP

X

X

SPTF

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

X

X

STECK INDÚSTRIA

(11) 2248-7000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

STOCK PERFIL

(11) 3942-1950

www.stockperfil.com.br

São Paulo

SP

X

STRATUS

(12) 2139-6550

www.stratusfrp.com

São José dos Campos

SP

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

TIGRE

(47) 3441-5000

www.tigre.com

Joinville

SC

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos Barbosa

RS

VALEMAM

(11) 3382-8222

www.valemam.com.br

São Bernardo do Campo

SP

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WETZEL

0800 47 4016

www.wetzel.com.br

Joinville

SC

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X

Possui programas na área de responsabilidade social

X

www.mopa.com.br

Possui certificado ISO 9001

X

(11) 2413-1039

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

SP

MOPA

Estado

Outros

Diadema

Telemarketing

Cidade

www.melfex.com.br

Venda direta ao cliente final

Site

(11) 4072-1933

Revendas/Varejistas

Telefone

MELFEX

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

EMPRESA

Público

Residencial

Comercial

Fabricante e distribuidora

Distribuidora

Fabricante

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 14001

O Setor Elétrico / Março de 2015

Internet

110

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X X

X X X

X

X



112

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

X

X

X

Guarulhos

SP

X

ADS DISJUNTORES

(19) 3804-1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

ALLTEX

(11) 5562-0450

www.alltexequipamentos.com.br

São Paulo

SP

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

ARCOIR

(11) 2115-7873

www.arcoir.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

BANDEIRANTES PERFIS

(19) 2108-7600

www.bandeirantesperfis.com.br

Americana

SP

X

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

X

CARBINOX

(11) 4795-9000

www.carbinox.com.br

Mogi das Cruzes

SP

X

X

X

CERÂMICA SÃO JOSÉ

(19) 3852-9555

www.ceramicasaojose.com.br

Pedreira

SP

X

X

COFLEX

(11) 4330-3347

www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

COMSYSTEL

(11) 4158-8440

www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

X

X

X

CONEX

(11) 2331-0303

www.conex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

CONIMEL

(11) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

X

DAISA

(11) 4785-5522

www.daisa

Embu

SP

X

X

X

DBTEC

(12) 3642-9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

X

X

DELTA CANALETAS

(11) 4705-3133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaiba

SP

X

X

DISPAN

(19) 3466-9300

www.dispan.com.br

Nova Odessa

SP

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

DUTOTEC

(51) 2117-6600

www.dutotec.com.br

Cachoeirinha

RS

X

X

X

ELECON

(11) 2066-4100

www.elecon.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

ELETROPOLL

(47) 3375-6700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

X

X

X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltartensao.com.br

São Paulo

SP

X

X

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

X

X

ENGEDUTO

(21) 3325-0733

www.engeduto.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

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X

ENMAC

(11) 2489-5200

www.enmac.com.br

Arujá

SP

X

X

X

FACILIT

(11) 4447-1881

www.eletrocalhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

X

X

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

Sao Caetano do Sul

SP

X

X

X

FLEXMATER

(51) 3365-5899

www.flexmaster.com.br

Porto Alegre

RS

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Outros produtos

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www.acabine.com.br

Conduletes

X

X

(11) 2842-5252

Caixas de pessagem e de ligação

X

SP

ACABINE

Materiais para amarração e identificação de cabos

Bandeja (eletrocalha com tampa)

X

Estado

Sumaré

Prensa-cabos

Eletrocalha aramada

X

Cidade

www.3m.com.br

Outras Linhas

Eletrocalha (sem tampa)

X

Site

0800 013 2333

Barramentos Blindados

Perfilado

X

Telefone

3M

Leito (escada para cabos)

Duto de piso

X

Canaleta de sobrepor

X

Eletroduto Flexível

X

Eletroduto Rígido

X

X

Eletroduto Metalico

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

Eletroduto isolante

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X

EMPRESA

Exporta produtos acabados

Importa produtos acabados

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela empresa

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113

O Setor Elétrico / Março de 2015

X

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SP

X

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X

HAENKE TUBOS

(11) 4092-7772

www.haenke.com.br

Diadema

SP

X

X

X

X

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9000

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

X

HIDROSSOL

(14) 2105-0500

www.hidrossol.com.br

Marília

SP

X

X

HOLEC BARRAS

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Boituva

SP

X

X

X

HOME ELETRIC

(11) 2487-5500

www.homeline.com.br

Guarulhos

SP

X

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

X

ISOLET

(11) 2118-3000

www.isolet.com.br

Itu

SP

X

JEA

(11) 4547-6000

www.jea.com.br

Mauá

SP

X

KACON

(11) 3361-2696

www.kacon.com.br

São Paulo

SP

X

KANAFLEX

(11) 3779-1670

www.kanaflex.com.br

Cotia

SP

X

LÍDER RIO

(21) 2564-0262

www.liderrio.com

Caxias

RJ

X

LPM

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

X

MACCOMEVAP

(21) 2688-1216

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

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Outros produtos

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São Paulo

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Materiais para amarração e identificação de cabos

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Outras Linhas

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Eletroduto Rígido

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Eletroduto Metalico

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(11) 2087-6000

Eletroduto isolante

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114

Pesquisa - Linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2015

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(11) 3613-2353

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São Paulo

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(11) 3948-0042

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

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PERFIL LÍDER

(11) 2412-7787

www.perfillider.com.br

Guarulhos

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PIPER RACK

(21) 3818-8200

www.piperack.com.br

Rio de Janeiro

RJ

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PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

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POLEODUTO

(11) 2413-1200

www.poleoduto.com.br

Arujá

SP

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POLIERG

(11) 2219-7700

www.polierg.com.br

São Paulo

SP

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PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

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PRODESMEC

(11) 4059-7690

www.prodesmec.com.br

Diadema

SP

REAL PERFIL

(11) 2134-0002

www.realperfil.com.br

São Paulo

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REIMOLD

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

São Paulo

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SALF

(11) 5614-7333

www.salf.com.br

São Paulo

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SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 2165-5400

www.schneider-electric.com

Sumaré

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SPTF

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

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STECK INDÚSTRIA

(11) 2248-7000

www.steck.com.br

São Paulo

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STOCK PERFIL

(11) 3942-1950

www.stockperfil.com.br

São Paulo

SP

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STRATUS

(12) 2139-6550

www.stratusfrp.com

São José dos Campos

SP

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SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

TIGRE

(47) 3441-5000

www.tigre.com

Joinville

SC

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos Barbosa

VALEMAM

(11) 3382-8222

www.valemam.com.br

WETZEL

0800 47 4016

www.wetzel.com.br

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São Bernardo do Campo

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Joinville

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Outros produtos

SP

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Conduletes

Diadema

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Caixas de pessagem e de ligação

www.novemp.com.br

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Materiais para amarração e identificação de cabos

(11) 4091-5300

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X

Prensa-cabos

NOVEMP

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Outras Linhas

SP

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Barramentos Blindados

São Paulo

X

Leito (escada para cabos)

www.multiwayrod.com.br

X

Bandeja (eletrocalha com tampa)

(11) 3437-5600

X

Eletrocalha aramada

MULTIWAY

X

Eletrocalha (sem tampa)

SP

Perfilado

Guarulhos

Duto de piso

www.mopa.com.br

Canaleta de sobrepor

(11) 2413-1039

Eletroduto Flexível

SP

MOPA

Estado

Eletroduto Rígido

Diadema

Eletroduto Metalico

Cidade

www.melfex.com.br

Eletroduto isolante

Site

(11) 4072-1933

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone

MELFEX

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

EMPRESA

Importa produtos acabados

Exporta produtos acabados

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela empresa

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116

Manutenção

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por João Roberto Cogo, Nelson Clodoaldo de Jesus e Luiz Marlus Duarte*

Transitórios em transformadores a seco Análise de transitórios provocados por manobras de disjuntores a vácuo em transformadores com meio isolante sólido (a seco)


117

O Setor Elétrico / Março de 2015

O

dispositivos

este gás tenha sido sintetizado em

desenvolvida em 1926, quando foi

utilizados desde o final da década de

1904. Sua utilização é adequada

interrompida com sucesso uma corrente

1920 e, principalmente, a partir da

para altas e baixas correntes nas

de 900 A em 40 kV. As dificuldades

década de 1930 para interromper em

mais diversas classes de tensão. O

técnicas

circuitos elétricos as correntes normais

vazamento de gás também coloca

comercial destes tipos de disjuntores a

de sobrecargas, de curto-circuito, etc.

estes disjuntores inoperantes;

ocorrer a partir da década de 1960 e sua

Basicamente, os tipos de disjuntores

• Disjuntores a vácuo: apresentam

produção em série para alta tensão foi

com seus meios de extinção do arco

um curto intervalo de tempo de

iniciada nos anos 1970. A corrente de

elétrico estão relacionados a seguir:

arco, boa capacidade para executar

corte fora do zero em 1969 era de 20

religamentos

s

disjuntores

são

da

época

levaram

o

uso

e

pouco

A, tendo sido reduzida gradativamente

contatos,

porém,

chegando em 5 A em 1979 e nos dias

(PVO): injeção de óleo pressurizado

apresentam a ignição antecipada do

atuais é da ordem de 1,5 A a 4,5 A,

propicia o crescimento rápido da

arco elétrico, durante o fechamento

dependendo do fabricante. A interrupção

suportabilidade dielétrica entre os

dos contatos, denominada pré-strike,

do arco voltaico na câmara de extinção

contatos, permitindo a interrupção

bem como durante a abertura ocorre

dos disjuntores a vácuo é favorecida,

adequada das correntes de falta, porém

às denominadas reignições (restrike).

uma vez que as características dielétricas

requerem manutenção frequente;

Naturalmente, o fenômeno de restrike

do vácuo propiciam a ausência de

• Disjuntores e ar comprimido:

não é específico do disjuntor a vácuo.

colisões entre as moléculas. Todavia,

usados normalmente para tensão

Também se faz presente no disjuntor

nestes disjuntores, existem na câmara

acima de 230 kV imprimem pressão

com meio de extinção do arco em

de extinção dois tipos de arco voltaico,

de 150 bar a 200 bar na câmara

SF6. Os disjuntores a vácuo também

o difuso e o contraído.

de

apresentam

• Disjuntores a pequeno volume de óleo

desgaste

extinção,

podendo

modificar

rápidos

nos

como

desvantagem

e

o corte das correntes de baixa

Arco difuso: é formado por vapor

geralmente possuem peças similares

intensidade indutivas ou capacitiva fora

metálico sendo distribuído por toda a

entre diversos tipos de disjuntores. O

do zero natural “chopping current”.

superfície dos contatos do disjuntor e

a

capacidade

de

interrupção

ocorre para correntes de interrupção até

vazamento do ar comprimido pode colocá-los inoperante;

Disjuntores a vácuo

algo da ordem de 10 kA.

• Disjuntores a gás hexafluoreto de enxofre (SF6): tiveram sua produção

A primeira câmara de vácuo para

Arco contraído: quando a corrente de

comercial a partir de 1940, embora

interrupção de corrente alternada foi

interrupção é algo superior a 10 kA,


118

Manutenção

O Setor Elétrico / Março de 2015

o arco voltaico se contrai, criando um

estas condições adversas, os fabricantes

Interrupção de corrente por meio

foco de emissão iônica sobre parte dos

incluem no projeto dos contatos estrias

de disjuntores

contatos e utilizando poucos milímetros

(ou ranhuras), de modo que o efeito

O fenômeno da interrupção das

quadrados da área total dos contatos.

magnético gerado pelo próprio arco

correntes na câmara de extinção do arco

Assim sendo, o arco contraído provoca

percorra a máxima superfície possível do

de um disjuntor é função da diferença

a erosão dos contatos e a formação de

contato.

de potencial que aparece entre os

uma coluna de plasma estável com pouca

polos (contatos) no momento em que a

possibilidade de ser extinta. Para evitar

exposto.

As Figuras 1, 2 e 3 a seguir ilustram o

corrente é anulada. Se esta tensão for superior à rigidez dielétrica no circuito envolvendo os contatos do disjuntor, irá surgir uma corrente normalmente de alta frequência para equalizar as energias armazenadas nas capacitâncias envolvidas com os efeitos indutivos associados ao disjuntor. A dificuldade de interrupção das correntes ocorre principalmente nos disjuntores a vácuo.

De um modo geral, a distância entre

os contatos fixo e móvel dos disjuntores a vácuo quando totalmente abertos variam de fabricante para fabricante ficando no mínimo entre 7,5 mm a 8,5 mm e, no máximo, entre 14 mm a 16 mm. A Figura 4 ilustra as duas posições. À

medida

que

a

corrente

é

interrompida aparece uma tensão por meio do efeito resistivo e não linear do arco voltaico que é da ordem de Figura 1 – Aspectos construtivos de um disjuntor a vácuo.

15 V a 220 V nos disjuntores a vácuo. Sempre que a tensão do arco supera a rigidez dielétrica do meio de extinção, no caso o vácuo, ocorre a denominada reignição. Esta reiginição depende da distância entre os contatos fixo e móvel ao longo do processo de abertura, do valor instantâneo da tensão que irá aparecer entre os contatos após

Figura 2 – Representação esquemática do arco difuso.

a extinção da corrente (u(t)) e a sua correspondente taxa de crescimento (du/dt). O fenômeno da reignição é normal quando se estabelece por um meio dielétrico. Todavia, se a corrente fica um determinado tempo em zero e depois se reestabelece, o fenômeno é chamado de reacendimento do arco (restrike).

Figura 3 – Representação esquemática do arco contraído.

O reacendimento do arco (restrike)

acontece

com

maior

ou

menor



120

Manutenção

probabilidade

e

seus

O Setor Elétrico / Março de 2015

efeitos

são

No

entanto,

o

preacendimento

Na Figura 5, a forma de onda da

danosos ao sistema elétrico. A norma

do arco voltaico (pré-strike) ocorre no

corrente i(t) não sofre alteração durante

IEC 62271-100 indica as classes C1

fechamento do disjuntor quando os

processo de abertura por ter sido

e C2 para disjuntores com meio de

contatos fixo e móvel estão próximos,

considerada do tipo prospectiva, ou seja,

extinção

mas

conectados

é aquela que existiria se o disjuntor ficasse

classificados como C1 são aqueles

(contato metálico não foi formado) e a

o tempo todo fechado. No instante t1

que

probabilidade

tensão supera a capacidade do isolante

entre os contatos fixo e o móvel, existe

(low probability) de restrike durante

dielétrico. De um modo geral, os

um arco voltaico e, portanto, a corrente

a abertura de corrente capacitiva. Já

disjuntores cujo pré-strike normalmente

não é interrompida. Observar que, após

os de classe C2 são os que possuem

é minimizado durante o fechamento

os contatos estarem totalmente abertos

muito baixa probabilidade (very low

também procuram controlar o início

(topen) e se a tensão de arco continuar,

probability) de restrike nas mesmas

da movimentação do contato móvel e

o disjuntor não conseguirá interromper a

condições. Em ambos os casos esta

pressurizam a câmara sendo utilizados

corrente de falta.

certificação é feita por meio de testes

em laboratórios de testes de curto-

Destaca-se

específicos.

circuito.

da corrente fora do seu zero natural

a

vácuo.

possuem

baixa

Os

disjuntores

ainda

não

estão

(nos

ainda

disjuntores

a

que vácuo)

o

corte

provoca

sobretensões elevadas, facilitando os fenômenos de restrike. O corte da corrente fora do zero natural não é específico dos disjuntores com meio de extinção a vácuo, pois os demais com meio de extinção a pequeno volume de óleo, ar comprimido, SF6, etc. também interrompem a corrente fora do zero, mas, de modo geral, com efeitos menos danosos

que

os

provocados

pelos

disjuntores a vácuo.

Figura 4 – Posição dos contatos do disjuntor aberto e fechado.

Manobra de disjuntores a vácuo Normalmente,

as

manobras

de

abertura e fechamento dos disjuntores a vácuo provocam sobretensões transitórias de alta intensidade devido à interação com o sistema elétrico (indutâncias e capacitâncias). Estas sobretensões são observadas em manobras de energização e desenergização de transformadores de potência, bancos de capacitores, cabos e linhas de transmissão sem carga, motores, fornos a arco, etc. As sobretensões citadas são funções das correntes transitórias de alta frequência que ocorrem na manobra de energização de pré-ignições (prestrike) durante energizações (fechamento do disjuntor) e a corrente de corte fora Figura 5 – Comportamento da tensão de arco e da tensão do sistema durante um processo de aberturas.

do zero natural (“chopping”), múltiplas


121

O Setor Elétrico / Março de 2015

reignições (restrike) e escalonamento de tensão durante desenergizações (abertura do disjuntor).

De modo geral, estas sobretensões

apresentam amplitude (ou valor de pico ou ainda magnitude – Umáximo) e taxas de crescimento (du/dt) elevadas, que podem acarretar em falhas nos isolamentos

dos

equipamentos

que

são energizados ou desenergizados por meio do disjuntor a vácuo.

No entanto, analisando a tecnologia,

verifica-se que transformadores com meio isolante sólido (a seco) já eram utilizados na década de 1970, onde se observou que as falhas, de modo geral, eram devidas à presença de bolhas internas durante seu processo de fabricação. Quanto mais tempo o fabricante possui no mercado maior deve ser sua experiência na parte de impregnação e, portanto, as falhas de fabricação são minimizadas com o tempo. Até

2011,

os

transformadores

com meio isolante sólido tiveram sua tensão nominal de operação crescendo progressivamente desde baixa tensão até 23 kV ou 25 kV utilizados principalmente na área siderúrgica. Todavia, a partir de 2010, foi iniciada no Brasil a fabricação de transformadores em 34,5 kV com meio isolante sólido (a seco) e a partir de

2011/2012

começaram

a

estes ser

equipamentos instalados.

Em

2012, houve as primeiras falhas e, consequentemente, ocorreram perdas de produção e de faturamento bastante significativas nas indústrias que tinham estes equipamentos. Em 2013, o número de transformadores que entrou em falha já era bastante significativo, superando 15 unidades em um universo em torno de 60 em operação. As medições executadas pela GSI nos sistemas elétricos industriais com transformadores com meio isolante a seco apresentaram as formas de onda de tensão indicadas nas Figuras 6 a 9 a seguir.


122

Manutenção

O Setor Elétrico / Março de 2015

Figura 6 – Tensões instantâneas durante a ocorrência de pré-strikes (Umax = 183,3 kV fase-terra).

Figura 7 – Detalhe das tensões instantâneas durante a ocorrência de pré-strikes.

Figura 8 – Tensões instantâneas durante a ocorrência de restrikes (Umax = 91,2 kV fase-fase).


123

O Setor Elétrico / Março de 2015

Figura 9 – Detalhe das tensões instantâneas durante a ocorrência de restrikes.

10 – Circuito equivalente utilizado para simulações no programa ATPDraw.

Simulações no programa ATP

simulações de reignições são:

O circuito equivalente utilizado para

- Topen: tempo de abertura do disjuntor

as simulações de reignições no programa

em [s] (independente para as três fases);

ATP é apresentado na Figura 10.

- IMAR: valor da corrente de corte fora

do zero em [A].

Conforme se observa na Figura 10,

foram representadas as capacitâncias parasitas do transformador, do disjuntor,

Para representação da capacidade

o cabo de alimentação do transformador

dielétrica do disjuntor é utilizada a

e a curva de saturação do transformador.

equação (1) a seguir:

Na

Figura

10,

o

disjuntor

é

representado pelas chaves monofásicas

(1)

e pelo bloco indicado como CDJ, que é responsável por determinar e comandar

Em que o parâmetro t representa

os instantes de abertura e fechamento

o instante atual da simulação em [s]

do disjuntor. Para isso foi desenvolvida

e os parâmetros A e B representam a

pela GSI uma lógica utilizando-se a sub-

resistência dielétrica do disjuntor.

rotina MODELS existente no software

ATPDraw.

para disjuntores a vácuo é reproduzida a

Os

dados

de

entrada

para

as

Uma tabela com típicos de A e B

seguir.


124

Manutenção

O Setor Elétrico / Março de 2015

Tabela 1 – Valores típicos para disjuntores a vácuo

disjuntores a vácuo com capacidade de resfriamento média e lenta conforme a

Capacidade de resfriamento

A [V/S]

B [V]

Rápida

1,7E7

3.400

Tabela 1 – são similares aos mostrados nas

Média

1,3E7

690

Figuras 11 a 13, porém, os valores máximos

Lenta

0,47E7

690

de sobretensões obtidos foram de 148,8 kV ao simular as reignições para disjuntor

A sequência de operação desenvolvida

no modelo utilizado para simulação de reignições é a seguinte: a - No bloco CDJ, são informados o valor de Topen e o IMAR. Quando o valor de Topen for igual ao tempo de simulação e a corrente passante pela chave for igual à IMAR, a chave é aberta e começa a ser calculada a curva ULIM; b - Quando o valor da tensão entre os polos da chave aberta for maior que o valor de

Figura 11 – Comportamento das tensões entre os polos do disjuntor durante as reignições (valor máximo de 138,7 kV).

ULIM para aquele instante, o bloco CDJ fecha a chave (reignição do disjuntor) e volta a abrir após alguns microssegundos; c - A letra b será repetida até o instante em que o valor da tensão entre os pólos da chave aberta não ultrapassar mais a curva ULIM, e a partir deste instante a chave permanecerá aberta até o final da simulação.

Resultados de simulações

Considerando o circuito apresentado na

Figura 10 e os valores típicos relacionados na Tabela 1, serão apresentados a seguir os resultados das simulações realizadas para verificação do modelo utilizado para representação das reignições.

Figura 12 – Comportamento das correntes no disjuntor durante as reignições (valor máximo de 46,8 kA).

A Figura 13 mostra o comportamento das tensões fase-terra, no ponto B3 (nos

terminais do transformador em análise).

Os resultados de simulação de restrike,

considerando

os

valores

típicos

para

disjuntores a vácuo com capacidade de resfriamento rápida, conforme a Tabela 1, estão mostrados a seguir. A Figura 11 mostra o comportamento das tensões entre os polos do disjuntor durante a ocorrência das reignições (vide pontos de B1 para B2) com a curva ULIM calculada. Na Figura 12, é apresentada a corrente no disjuntor durante as reignições.

Os resultados de simulação de restrike

– considerando os valores típicos para

Figura 13 – Comportamento das tensões fase-terra no ponto B3 durante as reignições (valor máximo de 137,3 kV).



126

Manutenção

O Setor Elétrico / Março de 2015

com capacidade de resfriamento média e

separados para cada uma das três fases e

de 152,2 kV ao considerar o disjuntor com

normalmente aplicáveis para tensões iguais

capacidade de resfriamento lenta.

ou superiores a 17,5 kV. Para a tensão de

As

sobretensões

encontradas

são

operação é inferior a 17,5 kV e são colocados

reduzidas substancialmente ao se instalar

em um único invólucro (veja Figura 14b).

supressores de surto (mostrado na Figura

14) nos terminais dos transformadores

elaborados, que a reatância indutiva dos

de potência a seco. A instalação destes

cabos que alimentam os supressores de

equipamentos deve ser a mais próxima

surto pode influenciar no seu desempenho.

possível das buchas do lado primário do

Assim sendo, recomenda-se a utilização

transformador.

de barramentos para alimentação dos

supressores de surto e que eles estejam

Na Figura 14, tem-se: (R) resistor; (PR)

Verificou-se,

durante

os

estudos

para raios de oxido de zinco; (C) capacitor.

o mais próximo possível dos terminais

Os componentes (R, C e PR) dos

dos transformadores de potência a serem

supressores de surto na Figura 14a são

protegidos, considerando uma distância

mostrados de modo individual em invólucros

máxima de 2 m entre eles.

Figura 14 – Componentes dos supressores de surto.

Figura 15 – Formas de instalação de supressores de surto (SS).


O Setor Elétrico / Março de 2015

127

Existem algumas outras condições que também devem ser investigadas cuidadosamente dependendo do caso, conforme mostram os diagramas esquemáticos das possíveis instalações dos supressores de surto (SS) na Figura 15 a seguir. Deve-se procurar evitar as configurações mostradas nas Figuras 15b e 15c. A configuração da Figura 15d é aplicável em casos raros. De um modo geral, o supressor de surto deve ser instalado próximo ao equipamento a ser protegido, como mostra a Figura 15a, para um transformador que pode ser aplicável também no caso de um motor no lugar do transformador.

Conclusões

As investigações em campo tomaram por base os resultados das

medições das sobretensões na barra principal (correspondente ao ponto B1 na Figura 10), visto que, de um modo geral, não existem transformardes de potencial para conectar os equipamentos de medição nos terminais de transformadores de potência a seco que se encontravam instalados nas indústrias analisadas. Alguns resultados destas medições encontram-se nas Figuras 6 a 9.

Verifica-se, com base nas simulações, que as maiores sobretensões

encontradas nos terminais do transformador analisado ocorreu quando se considerou o disjuntor com capacidade de resfriamento lenta, que era de se esperar.

As soluções encontradas para reduzir as sobretensões foram a

instalação de supressores de surto do tipo mostrado na Figura 14.a.

Referências [1] - COLOMBO, R. Disjuntores de Alta Tensão, Série Brasileira de Tecnologia, Livraria NOBEL S.A., 1988. [2] - IEC International Electrotechnical Commission: High-voltage switchgear and controlgear - Part 100: High-voltage alternating-current circuit-breakers; 62271-100. [3] - Etna industrie, Make Switch Catalog. [4] - WOODFORD, D. A.; WEDEPOHL, L. M. Impact of Circuit Breaker Pre-Strike on Transmission Line Energization Transients, IPST - International Conference on Power Systems Transients, Seattle, USA, June, 1997. [5] - PRIKLER, László; HOIDALEN, Hans K. ATPDRAW (Alternative Transients Program), Version 3.5 for Windows 9x/NT/2000/XP, Users’ Manual, August 2002. [6] - MARTINEZ-VELASCO, J. A. “Power System Transients - Parameter Determination”. [7] - LOPES-ROLDAN, J. et al. Fast Transients Overvoltages Produced by Switching Distribution Transformers with a Vacuum Circuit Breaker: Simulation and Testing. [8] - Wong, S.M.; Snider, L.A.; LO, E. W. C. Overvoltages and ReignitionBehavior of Vacuum Circuit Breaker. [9] - LASTRA, R. B.; BARBIERI, M. Fast Transients in the Operation of an Induction Motor with Vacuum Switches. [10] - NAVALKAR, P. V.; GAJJAR, G. Modeling of Vacuum Circuit Breaker and its use for Studying Medium Voltage Reactor Switching. [11] – KAM, S. Assessing of Circuit Breaker Restrike Risks Using Computer Simulation and Wavelet Analysis. *João Roberto Cogo é engenheiro eletricista e sócio da empresa GSI Engenharia e Consultoria Ltda. Nelson Clodoaldo de Jesus é engenheiro eletricista e sócio da empresa GSI Engenharia e Consultoria Ltda. Luiz Marlus Duarte é engenheiro eletricista e engenheiro da empresa GSI Engenharia e Consultoria Ltda.


128

Transformadores

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Seokhoon Hong, Florian Predl e Michael Freiburg*

Calibração de transformadores de potencial em campo Método para uma calibração local de transformadores de tensão indutivos e capacitivos a partir de um ponto de vista prático, usando uma abordagem chamada de modelagem


129

O Setor Elétrico / Março de 2015

A

s classes de precisão de transforma­

dores de potencial (TPs) são diferentes

peso do equipamento de teste e o tempo

(sucessor de IEC 60044-5);

necessário para o teste.

- IEEE C57.13 requisitos padrão para transformadores de instrumento;

para os transformadores de proteção e

Introdução

medição e são classificadas de acordo com

- ANSI C93.1 requisitos para capacitores de acoplamento de transporte de linha de

a relação máxima e o erro de fase-ângulo entre os vetores da tensão primária e a

Até hoje, as medições de precisão

energia e transformadores de potencial do

tensão secundária. Se os transformadores de

de

capacitor de acoplamento (TPC).

instrumentos não estiverem mais dentro de

convencionais geralmente têm sido obtidas

suas especificações padrão definidas, haverá

por meio da aplicação da tensão nominal

um risco de leituras incorretas ou ineficazes

no lado primário e medindo a tensão

de relação de tensão e o deslocamento

do medidor ou até mesmo uma falha de

secundária resultante, enquanto a carga

de fase são especificados em algum ponto

proteção do sistema. Isto é especialmente

nominal é aplicada, seja em laboratório ou

entre 80% e 120% (IEC) ou entre 90% e

verdadeiro

transformadores

de

potencial

Para enrolamentos de medição, o erro

de

em campo. Devido à alta tensão necessária

110% (IEEE) da tensão nominal primária

instrumentos mais antigos e, portanto,

para esses testes, este método tem seus

e de 25% a 100% da carga nominal

é aconselhável avaliar regularmente sua

limites práticos, especialmente quando se

secundária. Além disso, para a classe 0.1 e

condição para garantir uma operação segura

trata de testes em campo, respectivamente,

0.2 com uma carga nominal de 10 VA ou

dentro dos limites padrão definidos e das

testes de comissionamento.

inferior, o erro de relação de corrente e o

tolerâncias.

Uma nova abordagem para medir a

deslocamento de fase são definidos para 0

Nesse contexto, diferentes métodos

tensão e o erro de relação de tensão em

VA, que representa um circuito aberto (IEC).

são discutidos na literatura para calibrar

dependente de carga e o deslocamento

VTs em um laboratório ou em campo.

de fase é a chamada "abordagem de

de relação de tensão e o deslocamento

Recentemente,

foi

modelagem".

de fase são ainda especificados de 2% até

abordagem

calibração

para

transformadores

proposta

uma

Para enrolamentos de proteção, o erro

autárquica

Este artigo discute a aplicabilidade

100%*Fv da tensão nominal primária, em que

no local. Este trabalho apresenta o

desta abordagem alternativa e aponta as

Fv é o fator de tensão nominal e pode ser

mais novo método proposto para uma

informações necessárias para calcular o erro

especificado até 1,9 vezes da tensão nominal

calibração no local de transformadores

de relação de tensão e o deslocamento de

primária. A gama de carga é especificada de

de tensão indutivos e capacitivos a partir

fase. Além disso, também são apresentados

25% a 100% da carga nominal.

de um ponto de vista prático usando uma

alguns estudos de caso de testes de campo.

Além

de

preta, cujos parâmetros devem ser obtidos

a

precisão

dos

transformadores de potencial, que têm

abordagem chamada de modelagem. Depois disso, o TP é visto como uma caixa

disso,

Requisitos de precisão para transformadores de potencial

mais de um enrolamento secundário, precisa ser atendida enquanto outros enrolamentos devem ser tratados como

através da utilização de medições de baixa tensão, do lado primário e secundário,

As

que

ambos, um circuito aberto (0 VA) e um

de acordo com o diagrama de circuito

especificam

normas

precisão

carregado com uma carga nominal de

equivalente. Quando os parâmetros são

e sua limitação para transformadores

100%, sob a consideração da carga

conhecidos, o desempenho do TP pode

convencionais

simultânea total definida.

ser calculado e avaliado utilizando um

seguintes:

a

internacionais definição

de

de

potencial

são

as

Abordagem de modelagem

modelo matemático, até a sua tensão primária nominal e além. O novo método

- IEC 60044-2 para transformadores de

foi verificado em estudos de campo

potencial indutivos;

Para obter uma abordagem de

em TPs capacitivos e indutivos novos e

- IEC 60044-5 para transformadores de

modelagem adequada, os parâmetros

antigos. Como resultado, a investigação

potencial capacitivos;

internos

mostra um elevado nível de precisão e

- IEC 61869-3 requisitos adicionais para

potencial devem ser determinados. Os

reprodutibilidade utilizando o modelo

transformadores de potencial indutivos

parâmetros são:

acima discutido. Este método permite que

(sucessor de IEC 60044-2);

os TPs sejam calibrados em campo com

- IEC 61869-5 requisitos adicionais para

- Reatância de dispersão primária e

sinais de baixa tensão e, portanto, reduz o

transformadores de potencial capacitivos

secundária

de

um

transformador

de


130

Transformadores

O Setor Elétrico / Março de 2015

- Resistência de enrolamento primária e

são indicadas na Figura 1. A precisão deste

O deslocamento de fase obtido

secundária

TP de referência é definida como ±0,03 %

estava levemente fora dos limites

- Curva de excitação à frequência nominal

no erro de relação de tensão e ±1,5 min

obrigatórios de ±1,5 min, consulte

em deslocamento de fase em uma carga

a tabela 2 e a Figura 4. A variação

Além disso, a relação de espiras do

nominal de 1 VA com um fator de potência

mais alta estava em 80% da tensão

transformador de potencial em teste deve

de 1,0 e para uma relação de tensão de 50

nominal primária e uma carga de 1 VA

ser medida para considerar a possibilidade

% a 125 % da tensão nominal primária. A

com um valor absoluto de -1,07 min.

de compensação da relação de espiras.

precisão do VT é especificada para uma faixa

Esta discrepância seria aceitável para

A compensação de relação de espiras é

de frequência de 50 Hz a 60 Hz.

medições de verificação na classe 0,1

uma prática comum para compensar o

medindo VTs desde que os VTs de

erro de relação de tensão para um erro

medição da classe 0,1 pudessem ter

de relação mais positiva. Ao utilizar este

um deslocamento de fase de ±5 min.

método, o transformador de tensão pode

potencialmente ficar dentro das tolerâncias

ser muito estáveis ao longo de um

definidas por sua classe de precisão.

intervalo de frequência de 50 Hz a

60 Hz e todas as outras medições

Para a determinação dos parâmetros

Os resultados por si só provaram

ser

sucessivas que foram realizadas. A

procedimento

maior variação absoluta entre todos

de medição utilizando a abordagem de

os testes sucessivos foi ± 0,001%

modelagem é o seguinte:

em relação ao erro de relação de

individuais,

vários

testes

realizados.

Portanto,

o

devem

tensão e ± 0,03 min em relação ao A - Medição de impedâncias de curto-

deslocamento de fase.

circuito;

Isso prova que o conceito de

B - Medição de resistências de enrolamento

modelagem

secundário;

confiável e repetitiva.

C - Medição de impedância de curtocircuito secundário (no caso de mais de um enrolamento secundário); D - Medição da curva de magnetização inicial e a separação de perdas de núcleo dependentes de frequência; E - Medição da relação de espiras.

Figura 1 – Placa de identificação do VT de referência.

Medição

A 0 mostra a caixa de terminal do

enrolamento secundário. O TP foi testado várias vezes para provar a estabilidade dos resultados de teste para 50 Hz, 60 Hz e até mesmo para as duas relações de tensão possíveis.

funciona

referência de

TP 4 kV

em um

de

forma

de

O segundo estudo de caso é sobre

uma medição de comparação feita em um TP de resina fundida de 4 kV. O TP foi calibrado em um laboratório de calibração independente na Áustria,

Com as informações dos testes acima, o

que

é

controlado

erro de relação de tensão dependente de

nacionais e avaliou as unidades físicas

carga e o deslocamento de fase podem ser

de medição de acordo com o Sistema

calculados em conformidade.

Internacional

de

pelas

Unidades

normas

(SI).

A

incerteza de medição estendida UFu

Estudos de caso

Figura 2 – Caixa de terminal secundário

para o erro de relação de tensão é 0,006 %, respectivamente, U δu para o

Medição em um TP de referência de 66 kV

Os resultados do teste são um

deslocamento de fase é 0,4 min.

exemplo para o tap completo (66

O primeiro estudo de caso é sobre uma

kV/√3:110 V/√3) a 50 Hz. É possível

da placa de identificação do TP de

medição no local em um VT de referência de

ver (Tabela 1 e Figura 3) que o erro de

referência e 0 ilustra o erro de relação

66 kV a 132 kV. O enrolamento secundário

relação de tensão está dentro dos limites

de tensão e o deslocamento de fase

tem dois taps para adaptar a relação entre

obrigatórios de ±0,03% de 80% até

obtidos no laboratório.

132 kV/√3:110 V/√3 e 66 kV/√3:110 V/√3. As

120% da tensão nominal primária e de 0

Os resultados do teste obtidos

informações da placa de identificação do TP

VA até 1 VA da condição de carga.

por meio do método de modelagem

A Tabela 3 mostra as informações



132

Transformadores

O Setor Elétrico / Março de 2015

Tabela 1 – Erro de relação de tensão

Potência

referência é 0,0042% em erro de

Erro de relação de tensão em % da tensão nominal

VA

VA [%]

cos phi

80%

100%

120%

1,0000

100,0%

1,0000

-0,0064%

-0,0038%

-0,0019%

0,0000

0,0%

1,0000

-0,0052%

-0,0025%

-0,0006%

relação de tensão e 0,75 min em deslocamento de fase.

A 100% da tensão nominal primária

e 0 VA de carga, a diferença absoluta é 0,0062% em relação ao erro de relação de tensão e 0,703 min em deslocamento de fase. As

linhas

vermelhas

nos

dois

diagramas indicam o limite de erro absoluto de acordo com o padrão IEC 60044-1.

Conclusão Este artigo discute a aplicação

Figura 3 – Diagrama de erro de relação de tensão.

prática de uma nova proposta de metodologia para teste de móvel ou

Tabela 2 – Deslocamento de fase

Potência

Tabela de deslocamento de fase (min)

em campo de transformadores de tensão indutivos. Esta metodologia

VA

VA [%]

cos phi

80%

100%

120%

1,0000

100,0%

1,0000

-2,5727

-2,5655

-2,5576

de

0,0000

0,0%

1,0000

-2,3296

-2,3225

-2,3146

maneira

pode ser aplicada a transformadores tensão

capacitivos

comparável,

de

uma

simplesmente

adicionando algumas medidas para obter a relação de transformação. Para calcular o erro de relação de tensão dependente de carga e o deslocamento

de

fase,

precisam

ser obtidos todos os parâmetros de acordo com o diagrama de circuito equivalente de um transformador de tensão. Figura 4 – Diagrama de deslocamento de fase.

Os estudos de caso selecionados

provaram que a nova abordagem é Tabela 3 – Informações da placa de identificação

viável. Os resultados do teste são bastante precisos e bem próximos

Valores característico Nível nominal de isolamento em kV

7,2 / 20 / 60

Frequência nominal em Hz

50 /60

Tensão nominal primária em V

4000

Tensão nominal secundária em V

100

Carga em VA cosB = 1

1

Classe de precisão

0.1

Marcação de enrolamento

a-n

da referência obtida a partir de uma calibração de laboratório. Portanto, o método pode ser usado para TPs de testes durante o processo de fabricação e para a verificação no local da precisão do transformador de potencial. No entanto, os transformadores de tensão devem ser previamente testados com altas tensões primárias

em relação ao erro de relação de

frequência de 50 Hz e 60 Hz.

tensão e o deslocamento de fase são

vA

apresentados nas tabelas e figuras a

primária e 100% da carga nominal,

seguir. O teste foi realizado com uma

a diferença absoluta em relação à

100%

da

tensão

nominal

antes de serem colocados em uso, pois os defeitos de isolamento não podem ser detectados por um conceito de


133

O Setor Elétrico / Março de 2015

Tabela 4 - Erro de relação de tensão e deslocamento de fase

modelagem utilizando sinais de baixa frequência e de baixa tensão.

Referências M. Freiburg et al., “A New Approach For In-situ Calibration of Voltage Transformers,”

International

Conference on Condition Monitoring and Diagnosis, Korea, 2014 IEC 60044-2 Edição 1.2 / 2003-02 "Instrument Inductive Número

Transformers, voltage

de

Part

2:

transformers",

referência

CEI/IEC

60044-2:1997+A1:2000+A2:2002 IEC 60044-5 Primeira Edição / 200404 "Instrument transformers, Part 5: Capacitor voltage transformers" Número de referência CEI/IEC 60044-5:2004

Tabela 5 – Erro de relação de tensão

Potência

Erro de relação de tensão em % da tensão nominal

IEC 61869-3 Edição 1.0 / 2011-07 "Instrument

transformers,

Part

3:

VA

VA [%]

cos phi

80%

100%

120%

1,0000

100,0%

1,0000

-0,0101%

-0,0118%

-0,0178%

voltage transformers"

0,0000

0,0%

1,0000

0,0063%

0,0046%

-0,0014%

IEC 61869-5 Edição 1.0 / 2011-07

Additional requirements for inductive

"Instrument

transformers,

Part

5:

Additional requirements for capacitor voltage transformers" IEEE

"Standard

Requirements

for

Instrument Transformers" IEEE Std C57.13TM-2008 ANSI C93.1 – 1999 Requirements for Power-Line Carrier Coupling Capacitors and Coupling and Coupling Capacitor Figura 5 - Diagrama de erro de relação de tensão.

Voltage Transformers (CCVT)

Tabela 6 – Deslocamento de fase

Potência

Tabela de deslocamento de fase (min)

*Florian Predl atua na Omicron, desde 2007, como engenheiro de aplicação com

VA

VA [%]

cos phi

80%

100%

120%

1,0000

100,0%

1,0000

1,0573

1,3540

1,7354

do transformador de instrumento dentro da

0,0000

0,0%

1,0000

1,4998

1,7966

2,1781

equipe de serviços de engenharia.

foco especial em diagnósticos avançados

Michael Freiburg trabalha como gerente de produtos da área de transformadores de instrumentos na Omicron em Klaus, Áustria. Seu foco atual é diagnóstico de transformadores de corrente e de tensão. Seokhoon Hong trabalha na Omicron, desde 2011, como engenheiro de aplicação com foco especial em soluções de teste e diagnóstico para ativos primários dentro da Figura 6 – Diagrama de deslocamento de fase.

OMICRON Electronics Korea Inc.


134

Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Março de 2015

NR 10 e aterramento são os cursos mais procurados Pesquisa realizada com empresas de treinamentos para área elétrica mostra também que os cursos presenciais ainda são os mais requeridos

Considerando a importância da atualização profissional para

este segmento.

engenheiros, técnicos e outros trabalhadores que lidam com

energia elétrica, a pesquisa publicada a seguir buscou trazer um

ranking dos temas mais procurados por profissionais na hora de

panorama do mercado de cursos e treinamentos voltados para

se especializar. Esta procura deve se intensificar nos próximos

Nesta edição, constatou-se que o tema aterramento lidera o


135

O Setor Elétrico / Março de 2015

meses, tendo em vista que em breve será publicada a versão

Mercado de cursos e treinamentos para a área elétrica no Brasil

revisada da ABNT NBR 5419, norma que traz os requisitos para instalação de sistemas de proteção contra descargas

atmosféricas (SPDA). Prestes a ser publicada pela ABNT, a nova

cursos e treinamentos mais procurados pelos profissionais da

norma ficou dez anos em revisão e passará de 42 páginas para

área elétrica. A publicação da nova ABNT NBR 5419 (SPDA)

mais de 300. Com isso, a demanda por treinamentos sobre este

deve reforçar ainda mais essa procura nos meses seguintes. 20%

assunto deverá aumentar sobremaneira.

(maior porcentagem) das empresas pesquisadas apontaram o

tema aterramento como o mais procurado, enquanto 18% citaram

Em seguida, no ranking dos mais procurados, estão os cursos

O tema aterramento ultrapassou a NR 10 no ranking dos

voltados para a Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em

a NR 10 como assunto de maior demanda.

Instalações e Serviços em Eletricidade, por motivos evidentes:

Cursos mais procurados

a NR 10 exige que profissionais que trabalham com serviços 3%

de eletricidade façam alguns cursos de segurança. Por ser obrigatoriedade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),

18%

diversas empresas se especializaram no tema e passaram a

Manutenção de instalações elétricas 12%

NR 10

oferecer os treinamentos nos últimos anos.

SPDA

Embora, os cursos procurados sejam, em sua maioria,

6%

20%

presenciais, cresce a cada ano a oferta e a procura por

Aterramento

cursos realizados a distância ou diretamente na companhia

Iluminação

(os chamados in company). Os cursos a distância também

17%

são uma opção bastante procurada. Tendo em vista a rotina

Instalações elétricas de baixa tensão

acelerada dos profissionais, os problemas com trânsito e a pouca disponibilidade quando o assunto é tempo, essas soluções

12%

mostram-se extremamente vantajosas, já que os materiais podem

Qualidade de energia

ser estudados e o conhecimento testado no momento em que

12%

Proteção, seletividade

for mais conveniente para o estudante. Na pesquisa publicada a seguir, foi identificado que 18% das empresas pesquisadas já oferecem o aprendizado a distância e 86% delas disseram oferecer alguns de seus treinamentos in company.

De acordo com as pesquisadas, a duração média dos cursos

Dessa maneira, a pesquisa publicada a seguir tem o propósito

varia, principalmente, entre 40 horas e mais de 40 horas. Nessa

de ajudar o leitor a saber mais sobre este tema, oferecendo um

mesma pesquisa realizada no ano passado, as empresas haviam

guia de empresas que atuam na área elétrica e os cursos e

indicado que os cursos de menos duração (entre oito e 16 horas)

treinamentos oferecidos por cada instituição. Confira.

eram os mais desejados.


136

Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Março de 2015

Valor médio dos cursos

Duração média dos cursos oferecidos

18%

13%

23%

4 horas

40 horas

Acima de R$ 800,00 por aluno

13%

8 horas 26%

4%

Até R$ 100,00 por aluno

18%

32 horas

De R$ 500,00 a 800,00 por aluno

19%

16 horas

6%

De R$ 300,00 a R$ 500,00 por aluno

A média de alunos por turma dos cursos e treinamentos na área

de eletricidade é de dez a 20 alunos, conforme foi apontado por 63% das pesquisadas.

Os cursos presenciais continuam sendo os mais procurados. Todas

as companhias pesquisadas oferecem esta opção aos interessados. Os cursos realizados in company avançaram em detrimento dos cursos

Média de alunos por curso

abertos. 86% das empresas contam com cursos a serem ministrados em outras empresas e 77% oferecem cursos abertos. Apenas 18%

4%

Até 5 alunos

21%

21%

De R$ 100,00 a R$ 300,00 por aluno

14%

20 horas

Gratuito

25%

Mais de 20 alunos

12%

De 5 a 10 alunos

disseram disponibilizar cursos para serem realizados a distância. Tipos de cursos oferecidos

Cursos presenciais

100% 63%

86%

De 10 a 20 alunos

77%

Nesse mercado de instalações elétricas, poucas são as opções

gratuitas de aperfeiçoamento profissional. Apenas 18% das empresas disseram oferecer alguns cursos gratuitamente. A maioria dos treinamentos custam acima de R$ 500, segundo informaram a maior parte das empresas que participaram da pesquisa. No ano passado, cerca de 34% disseram oferecer cursos gratuitos.

18%

Cursos a distância

Cursos “in-company”

Cursos abertos



138

Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Março de 2015

SP

São Caetano do Sul

SP

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FUPAI

(35) 3629-3500

www.fupai.com.br

Itajubá

MG

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9000

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

INSTITUTOS LACTEC

(41) 3361-6276

www.institutoslactec.org.br

Curitiba

PR

KASCHER ENGENHARIA

(31) 3481-7811

www.kascher.com.br

Belo Horizonte

MG

NR10FLEX - INSTITUTO INPACT (11) 4063-1170

www.nr10flex.com.br

Alphaville

SP

NTT

(21) 3325-9942

www.ntt.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

QEMC

(21) 98111-6661

www.qemc.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

SEL

(19) 3515-2060

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SENAI

(11) 3901-9301

www.sp.senai.br/pirituba

São Paulo

SP

X

X

X

TARGET

(11) 5525-5656

www.target.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

TREINACENTRO

(51) 3029-6699

www.treinacentro.com.br

Porto Alegre

RS

WALMONOF

(11) 2421-0230

www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

www.diagnerg.com.br

Sertãozinho

SP

(41) 3021-3500

www.empalux.com.br

Curitiba

PR

ENGECRIM

(92) 3642-3938

www.engecrim.com.br

Manaus

ENGEPOWER

(11) 3579-8768

www.engepower.com

EXPER SOLUÇÕES

(11) 4704-5972

FINDER

(11) 4223-1550

FLEX AUTOMATION

X

X

X

Proteção e seletividade

São Paulo

www.findernet.com

(16) 3945-1223

EMPALUX

X

Manutenção de equipamentos elétricos

www.expersolution.com.br

DIAGNERG

X

Manutenção de instalações elétricas

X

SP

X

Fontes alternativas e renováveis

X

São Paulo

Geração de energia

SP

www.abpex.com.br

Redes de transmissão

Osasco

(11) 5071-1324

Redes de distribuição

X

ABPEX

Dispositivos elétricos

X

SP

Estado

Quadros elétricos

AM

São Paulo

Motores e acionamentos elétricos

X

Cidade

www.abnt.org.br

Instrumentação

Instalações elétricas em corrente contínua

X

Site

(11) 2344-1722

Automação residencial

Instalações elétricas de alta tensão

X

Telefone

ABNT

Automação comercial

Instalações elétricas de média tensão

X

EMPRESA

Automação industrial

Instalações elétricas de baixa tensão

Principais Cursos Oferecidos

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X X

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X

X

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X


139

O Setor Elétrico / Março de 2015

Sertãozinho

SP

www.empalux.com.br

Curitiba

PR

ENGECRIM

(92) 3642-3938

www.engecrim.com.br

Manaus

AM

X

X

ENGEPOWER

(11) 3579-8768

www.engepower.com

Osasco

SP

X

X

EXPER SOLUÇÕES

(11) 4704-5972

www.expersolution.com.br

São Paulo

SP

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FUPAI

(35) 3629-3500

www.fupai.com.br

Itajubá

MG

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9000

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

INSTITUTOS LACTEC

(41) 3361-6276

www.institutoslactec.org.br

Curitiba

PR

KASCHER ENGENHARIA

(31) 3481-7811

www.kascher.com.br

Belo Horizonte

MG

NR10FLEX - INSTITUTO INPACT (11) 4063-1170

www.nr10flex.com.br

Alphaville

SP

NTT

(21) 3325-9942

www.ntt.com.br

Rio de Janeiro

QEMC

(21) 98111-6661

www.qemc.com.br

SEL

(19) 3515-2060

SENAI TARGET

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X

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X

20 horas

www.diagnerg.com.br

(41) 3021-3500

16 horas

(16) 3945-1223

EMPALUX

8 horas

DIAGNERG

X

4 horas

SP

X

Outros

São Paulo

X

Telecomunicações

www.abpex.com.br

X

Cabeamento estruturado

(11) 5071-1324

X

Normalização e certificação

ABPEX

X

Duração dos cursos oferecidos

Iluminação

SP

Estado

Outras normas de segurança do trabalho

São Paulo

NR 10

Cidade

www.abnt.org.br

SPDA

Site

(11) 2344-1722

Aterramento

Telefone

ABNT

Correção de fator de potência

EMPRESA

Comercialização de energia

Eficiência energética

Qualidade de energia

Principais Cursos Oferecidos

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RJ

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Rio de Janeiro

RJ

X

X

www.selinc.com.br

Campinas

SP

X

X

(11) 3901-9301

www.sp.senai.br/pirituba

São Paulo

SP

X

X

(11) 5525-5656

www.target.com.br

São Paulo

SP

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TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

TREINACENTRO

(51) 3029-6699

www.treinacentro.com.br

Porto Alegre

RS

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WALMONOF

(11) 2421-0230

www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

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Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Março de 2015

São Paulo

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DIAGNERG

(16) 3945-1223

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Sertãozinho

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EMPALUX

(41) 3021-3500

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PR

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ENGECRIM

(92) 3642-3938

www.engecrim.com.br

Manaus

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ENGEPOWER

(11) 3579-8768

www.engepower.com

Osasco

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EXPER SOLUÇÕES

(11) 4704-5972

www.expersolution.com.br

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(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

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FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

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FUPAI

(35) 3629-3500

www.fupai.com.br

Itajubá

MG

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HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9000

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

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X

INSTITUTOS LACTEC

(41) 3361-6276

www.institutoslactec.org.br

Curitiba

PR

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KASCHER ENGENHARIA

(31) 3481-7811

www.kascher.com.br

Belo Horizonte

NR10FLEX - INSTITUTO INPACT (11) 4063-1170

www.nr10flex.com.br

Alphaville

NTT

(21) 3325-9942

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QEMC

(21) 98111-6661

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(19) 3515-2060

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(11) 3901-9301

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(51) 3029-6699

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(11) 2421-0230

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Cursos a distância

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Cursos presenciais

(11) 5071-1324

Cursos “in-company”

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A empresa oferece

Cursos abertos

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Estado

De R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00 por aluno

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De R$ 500,00 a R$ 1.000,00 por aluno

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www.abnt.org.br

De R$ 100,00 a R$ 500,00 por aluno

Site

(11) 2344-1722

Até R$ 100,00 por aluno

Telefone

ABNT

Valor médio dos cursos oferecidos

Gratuito

EMPRESA

> 20 alunos

De 10 a 20 alunos

De 5 a 10 alunos

Média de alunos por curso oferecidos por empresa

Até 5 alunos

> 40 horas

40 horas

32 horas

Duração dos cursos oferecidos

Acima de R$ 1.500,00 por aluno

140

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142

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Marco Antônio Aguillera*

Ampliação e remodelação da iluminação pública Tecnologias de fonte de luz mais adequadas à remodelação eficiente dos parques de iluminação pública das cidades brasileiras


143

O Setor Elétrico / Março de 2015

tem causado o surgimento de muita

eficientes, sob todos os aspectos.

variedade na qualidade dos produtos

Várias

ofertados

causando

modernizado seu parque com luminárias

dúvidas quanto a ser ou não a melhor

Led, como é o caso de Los Angeles e

opção.

Las Vegas, nos Estados Unidos, além de

Neste

pelo

mercado,

artigo,

mundo

têm

grandes projetos na Índia e na Europa.

Led, sob os pontos de vista técnico e

Na América do Sul, pode-se destacar

econômico, é a tecnologia mais indicada

São Paulo, São Bernardo do Campo,

para cada aplicação em iluminação

Rio de Janeiro e Buenos Aires, que

pública,

modernizarão 100% de seus parques.

na

que

do

o

seja

verifica-se

cidades

ampliação

ou

na

remodelação dos parques existentes

No Brasil, a iluminação pública

nas cidades paulistas, o que já se pode

tem sido utilizada como mais um

perceber pelas recentes iniciativas de

instrumento

algumas das grandes prefeituras do

uma

estado de São Paulo, que já têm iniciado

necessidades sociais e, muitas vezes,

processos de licitação de parcerias

como mecanismo para aumento da

público-privada para administração da

aceitação pública do administrador.

iluminação pública, cujo requisito básico

Raramente é levado em consideração

é que todas as luminárias sejam a Led de

o grau de competência técnica e

última geração.

econômica daqueles que decidem por

de

imagem

divulgação

política

voltada

de às

qual tecnologia será adotada, mesmo

Introdução

porque as consequências de uma má decisão surgirão, muito provavelmente,

Desde o surgimento dos primeiros

serviços os

de

prestadores

acompanhando

iluminação deste

pública,

serviço

uma

vêm

crescente

no próximo período administrativo. Uma

decisão

público-administrativa

acertada sob os pontos de vista energético,

econômico,

ambiental,

aceleração da evolução tecnológica das

estético e de segurança pode ser

fontes de luz, em que, historicamente,

de grande utilidade aos interesses

sempre houve um espaço de tempo

políticos.

suficiente

para

que

as

tecnologias

fossem colocadas à prova e fossem

As tecnologias mais aplicadas

profundamente conhecidas em todos os

E

seus aspectos.

As

mercado para este uso, consideradas

Porém, atualmente, o tempo entre

tecnologias

disponíveis

no

o surgimento de uma tecnologia e

viáveis

outra, presumidamente superior, é cada

são as lâmpadas de descarga e o Led.

técnica

e

economicamente,

ste estudo visa verificar as vantagens

vez menor. As vidas úteis declaradas

Outras

de se optar pela tecnologia Led em

são cada vez maiores a ponto de a sua

incandescentes, lâmpadas de indução,

detrimento

tecnologias

constatação direta não ser técnica e

fluorescentes, por exemplo, não serão

convencionais de iluminação pública.

economicamente viável, pois em tempo

analisadas, tendo em vista que as

O Led tem sido alvo de muito interesse

menor a este já terão surgido tecnologias

quantidades existentes são insignificantes

dos

mais eficientes.

e tendem a ser totalmente substituídas.

de

outras

administradores

públicos,

da

tecnologias,

como

lâmpadas

comunidade científica, da mídia e da

população, seja por seu apelo energético,

fato são os Leds, para os quais, em

estético, ambiental ou, simplesmente,

intervalos inferiores a um ano, surgem

As

por ser considerada tecnologia de

novos aperfeiçoamentos da tecnologia

como as de vapor de sódio em alta

ponta, porém, sua acelerada evolução

que os tornam muitas vezes mais

pressão e a multivapores metálicos,

O exemplo mais contundente deste

Lâmpadas de descarga lâmpadas

de

descarga,


144

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Marco Antônio Aguillera*

possuem eletrodos numa cápsula com

pela aplicação de uma ddp de curta

inferiores a 20 s ou 30 s).

componentes internos que, quando

duração (tensão elétrica de pulso), muito

submetidos a uma diferença de potencial,

mais alta que a tensão nominal da rede

resfriamento, retornando imediatamente

forçam a passagem de corrente elétrica

(de 0,75 kV a 4,5 kV), dependendo do

a emitir luz depois de uma interrupção,

por meio do gás e vapores metálicos

seu projeto. Essa tensão de pulso gerada

bastando que seja reestabelecida sua

que, por sua vez, emitem radiações

por ignitores ou reatores eletrônicos é

alimentação elétrica.

eletromagnéticas em comprimentos de

necessária para vencer a rigidez dielétrica

onda, do ultravioleta ao infravermelho,

inicial dos vapores e assim promover o

Eficiência luminosa das fontes de

sendo boa parte luz.

fluxo de uma corrente elétrica.

luz

Diodos Emissores de Luz

Depois de iniciada a passagem da

O Led não necessita de tempo de

O gráfico da Figura 1 apresenta a

corrente elétrica, a temperatura do gás

evolução da eficiência energética das

O Led é um dispositivo eletrônico

e vapores metálicos sofre uma grande

atuais tecnologias de fontes de luz,

semicondutor, que permite a passagem da

elevação, reduzindo sensivelmente sua

bem como a evolução prevista para

corrente elétrica em apenas um sentido. É

rigidez dielétrica.

os próximos anos, em que se destaca

formado pela junção de dois terminais –

O valor da tensão de partida é

a grande vantagem dos Leds sobre

anodo e catodo – que, quando polarizados

calculado

dielétrica

as tecnologias concorrentes. Pode-se

diretamente, há a recombinação de lacunas

que o gás apresenta em uma faixa de

perceber que o Led possui um horizonte

e elétrons, liberando a energia na forma

temperatura não muito mais ampla do

muito mais amplo de aumento de

de luz, onde parte dela é transformada em

que a temperatura ambiente usual.

eficiência do que as demais tecnologias

calor na junção.

Quando

A estrutura básica de um Led é

funcionamento de uma lâmpada de

uma pastilha semicondutora sobre uma

descarga, seu religamento só é possível

superfície refletora, envolvida por uma

quando a pressão interna é reduzida pelo

resina que direciona o facho luminoso.

resfriamento dos vapores, de maneira

que o pulso de tensão possa romper

tam, como uma de suas características, um

novamente o dielétrico. O tempo de

determinado comportamento na evolução

partida a frio das lâmpadas de descarga é

das taxas de falha durante o decorrer de sua

Características das tecnologias

para

é

a

rigidez

interrompido

o

para os próximos seis anos.

Vida mediana e vida útil (depreciação do fluxo luminoso) Equipamentos eletroeletrônicos apresen­

de três a cinco minutos, desde sua partida

vida que podemos representar graficamente

Rendimento ótico da luminária

até atingir 90% do fluxo luminoso total,

pela Figura 2.

O Led, possuindo dimensões muito

e o tempo de partida a quente necessita

No início da vida dos dispositivos,

reduzidas e facho direto, pode ser

ainda mais dez a quinze minutos, para que

podem ocorrer falhas em curto espaço

considerado como fonte de luz pontual,

ocorra a redução necessária da pressão

de

o que lhe confere grande versatilidade e

interna

religamento

função, principalmente, de problemas

facilidade para o direcionamento do seu

(lâmpadas a vapor de sódio em alta

de fabricação, transporte, manuseio e

facho. Tal característica proporciona às

pressão podem religar imediatamente

instalação. Os dispositivos que não sofrem

luminárias Led altos rendimentos quando

com 100% do fluxo para interrupções

tais problemas iniciais passam então por

possibilitando

o

tempo

(mortalidade

infantil)

comparadas com as luminárias para lâmpadas de descarga, que, além de suas dimensões relativamente grandes, têm parte de seu fluxo emitido perdida devido à absorção nos refletores e lentes e pela própria lâmpada, que funciona como um obstáculo à luz rebatida pelo refletor.

Tempo de partida a frio e tempo de partida a quente

O

início

do

funcionamento

de

algumas lâmpadas de descarga é dado

Figura 1 – Histórico e projeção da evolução da eficiência das fontes de luz.

em



146

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

Figura 2 – Curva da banheira.

um período mais longo de operação

depreciação do fluxo, que é o tempo de

normal, com taxa de falhas constantes, em

utilização no qual o fluxo luminoso decai

função das características do projeto do

em uma determinada porção do fluxo

equipamento e das qualidades intrínsecas

inicial, expressa em valor percentual.

dos seus materiais. A seguir, os dispositivos

Lâmpadas a multivapores metálicos têm

entram em uma fase de elevação da

vida mediana de 20 mil horas, a vapor de

taxa de falhas devido aos processos de

mercúrio 18 mil e a vapor de sódio de

deterioração (envelhecimento).

alta pressão 36 mil horas (depreciação

máxima de 20%).

Durante a vida, a intensidade do fluxo

sofre depreciação até ocorrer uma falha.

Espectro da luz

Antes de chegar ao fim de sua vida, o fluxo decai a valores tão reduzidos que

As Figuras 3 e 4 a seguir apresentam

não podem ser considerados como úteis

os valores aproximados de comprimento

à aplicação para a qual foram projetados.

de onda, frequência e energia para

A partir desta característica, foi criado

regiões

o conceito de “vida útil”, função da

eletromagnético.

selecionadas

Figura 3 – Espectro da radiação eletromagnética.

Figura 4 – Espectro eletromagnético.

do

espectro


147

O Setor Elétrico / Março de 2015

Pode-se notar que a faixa de luz

mesópica,

a

é uma faixa bem estreita quando

possibilita

melhores

de

lâmpadas a multivapores metálicos

comparada a todo espectro das ondas

reconhecimento

distância

são as fontes com maiores IRCs

eletromagnéticas.

e percepção de cores e detalhes

disponíveis para iluminação pública.

As fontes de luz utilizadas na

do ambiente do que a luz branca

Nesse mercado, é possível encontrar

iluminação pública produzem ondas

amarelada, causando às pessoas uma

lâmpadas a multivapores metálicos

eletromagnéticas

maior sensação de segurança.

com IRC de 60 a 85 e Led de 70 a 80

propriedades

segundo

físicas,

suas

conforme

branca

azulada

condições

facial

à

é

mostrado pela Figura 5.

luz

Em níveis de iluminação a partir

branca de alguns tipos de LED e as

(é possível, mas não usual, encontrar

Í ndice (IRC)

de

R eprodução

de

C or

Leds de alta potência com IRC de até 98), enquanto as lâmpadas a vapor

de 0,034cd/m2 (candelas por metro

Nota-se

pelos

gráficos

(veja

quadrado), na qual se inicia a visão

a Figura 5), que as fontes de luz

de sódio apresentam IRC que não ultrapassa os 25.

Figura 5 – Eficácia luminosa relativa. - VM = vapor de mercúrio - VSBP = vapor de sódio baixa pressão - MVM = multivapores metálicos - VSAP = vapor de sódio alta pressão - LED = exemplo de espectro, uma vez que o Led pode produzir inúmeros espectros diferentes.


148

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

exercida nos cones da retina. A Figura 7 mostra o gráfico de cromaticidade que compreende a gama de luz branca.

Outras radiações além da luz As fontes de luz, de uma maneira geral, além da luz emitem outras radiações fora do espectro luminoso, radiações de comprimentos de onda inferiores a 380 nm – ultravioletas – e radiações Figura 6 – Curva de sensibilidade relativa – espectral do olho humano.

com comprimento de onda superior a 780 nm – infravermelho. Obviamente, para a iluminação pública, a emissão de radiações que não sejam luz, além de ser um desperdício de energia, pode ser também prejudicial aos materiais e componentes da própria luminária, deteriorando-os

precocemente.

Ressecamento de juntas de vedação, perda de transparência das lentes e da reflexão dos refletores são consequências da exposição a essas radiações.

Os Leds não emitem infravermelho

e ultravioleta em seu facho, o que Figura 7 – Diagrama de cromaticidade. Fonte: International Commission on Illumination (CIE).

possibilita

maior

durabilidade

aos

materiais óticos e às luminárias, com

Visão mesópica

intensidades superiores a 3,4 cd/m².

Resumidamente, a visão humana é

No intervalo entre 0,034 cd/m² a 3,4

um fenômeno que começa a partir da

cd/m² ocorre a visão mesópica, que é

sensibilização de células fotossensíveis

quando ambas as células fotossensíveis

localizadas no olho que, quando ativadas

são estimuladas, conforme mostrado

das lâmpadas de descarga, quando

pela

pelo gráfico da Figura 6 de sensibilidade

falham, causa a interrupção total do

relativa espectral do olho humano.

funcionamento da lâmpada. Quanto aos

luz,

geram

impulsos

elétricos

transportados até a parte posterior do

maior eficiência energética.

Modo de falha A grande maioria dos componentes

módulos de Led, que são a composição

cérebro pelos nervos ópticos, onde as imagens são formadas.

Luz branca – temperatura de cor

de agrupamento de unidades Led (chips)

A luz é percebida como luz branca

em uma mesma placa, durante sua vida

visão:

quando os três tipos de cones (sensíveis

útil, podem apresentar falhas chip a

cones e bastonetes. Os cones são

ao vermelho, sensíveis ao verde e sensíveis

chip, causando diminuição parcial do

estimulados por maiores intensidades

ao azul) localizados na retina são excitados

fluxo total, proporcional ao número de

de luz, percebendo cores e detalhes dos

pela luz de cada respectiva cor e numa

Led falhados. Dependendo do tipo de

objetos – visão fotópica. Os bastonetes

proporção adequada. A luz do sol, como

arranjo das ligações entre os chips, o

são estimulados por bem menos luz,

as lâmpadas incandescentes, emite luz

funcionamento dos demais chips não

percebendo

com espectro de cor composto por todas

é prejudicado pela falha de alguns,

entre claro e escuro – visão escotópica.

as cores, como mostra a Figura 5.

possibilitando a emissão de um fluxo

O olho humano possui duas células

fotossensíveis

relacionadas

contornos

e

à

contrastes

A luz branca pode ser obtida por meio

luminoso reduzido enquanto a placa não

visão escotópica, quando submetido

de arranjos cromáticos. Salienta-se que, em

é substituída. Cabe salientar que nesta

a intensidades luminosas inferiores a

todos os casos, esses arranjos são criados em

análise não estão sendo considerados os

0,034 cd/m² e, em visão fotópica, em

função das características de sensibilização

modos de falha de reatores e drivers.

O olho humano médio funciona, em



150

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

Aplicação das tecnologias Controle do facho

Quadro 1 – Características vantajosas do Led.

O Led, pelas suas dimensões reduzidas,

podem ser programados) e os serviços

Contrato nº 66/SES/11 – PMSP e Edital de

muito inferiores às dimensões das lâmpadas

de urgência. Estas duas subdivisões dos

Licitação Nº 06/SES/11 – PMSP. Como São

usuais,

vantagem

serviços devem-se à necessidade de melhor

Paulo possui 505 mil unidades, a parcela

a facilidade de controle de seu facho,

tem

como

grande

utilizar os recursos para cumprir os prazos de

do contrato referente à manutenção das

permitindo que toda a luz emitida seja

restabelecimento do serviço, mantendo a

unidades é superior a R$ 54 milhões anuais.

direcionada com maior precisão e com muito

qualidade geral ao menor custo. Mas, para

menos luz emitida para direções indesejadas,

tal, é necessário criar uma grande estrutura

e manutenção da iluminação da Cidade

apresenta as seguintes vantagens:

englobando: pessoal operacional e técnico,

Universitária Armando Salles de Oliveira

materiais, ferramentas, depósitos e veículos,

(Cuaso), da Universidade de São Paulo

pessoal técnico e administrativo, sistemas

(USP), na capital paulista, tem como preço

A qualidade da iluminação pública

computacionais, centrais de atendimento

para o serviço de manutenção por dez anos,

pode

índices

telefônico, escritórios para recebimento de

para mais de 6.100 unidades Led, o valor

luminotécnicos mínimos, como iluminância

reclamações da população e para despacho

de R$ 117 mil – R$ 0,23 ponto/mês para

mantida, uniformidade e ofuscamento –

de serviços operacionais, recursos estes que

uma tecnologia requerida contratualmente

parâmetros bem definidos nas normas

têm seu dimensionamento diretamente

com vida útil mínima de 60 mil horas.

brasileiras, como a ABNT NBR 5101:2012

dependente do porte do parque de

O custo da manutenção do Led,

– Iluminação pública – Procedimento, além

iluminação e da vida útil da tecnologia

portanto, é 39 vezes menor do que as das

da ABNT NBR 5181:2013 – Sistemas de

aplicada.

lâmpadas de descarga e essa diferença

iluminação de túneis – Requisitos e outras

O parque de iluminação da cidade

tende a aumentar ainda mais com os

a elas relacionadas. A qualidade também

de São Paulo é predominantemente

grandes avanços no aumento da vida útil.

pode ser definida pela forma como o

composto por lâmpadas de descarga: 50%

Caso a iluminação da capital paulista fosse

serviço é mantido, ou seja, percentual

de lâmpadas a vapor de mercúrio, 49% a

totalmente a Led, seu custo de manutenção

máximo de pontos desligados e o tempo

vapor de sódio e 1% de outras tecnologias

da iluminação pública seria de apenas R$

máximo de reparo por tipo de falha. Além

(Concorrência, Edital Nº 02/SES/2011,

1,4 milhão anuais.

disso, deve-se, ou pelo menos se deveria,

Prefeitura de São Paulo – Secretaria

Salienta-se que, no caso da Cuaso,

manter

Municipal de Serviços).

as

previstos nas normas durante toda a vida

O atual contrato de manutenção da

monitoramento e supervisão à distância

dos equipamentos, prevendo substituições

iluminação pública da cidade de São Paulo

em tempo real, que possibilita operar as

programadas em função da perda da

com uma prestadora desses serviços tem

luminárias nas funções liga/desliga e a

eficiência luminosa.

um custo aproximado 9,00 R$/ponto/

redução do fluxo luminoso (dimerização),

- Operação e manutenção ser

os

delimitada

parâmetros

por

luminotécnicos

Porém, o atual contrato de instalação

luminárias

possuem

sistema

de

A manutenção do sistema de iluminação,

mês (vapor de sódio) e 15,00 R$/ponto/

o que permite manter o iluminamento

operando dentro de padrões de qualidade

mês (multivapores metálicos), como pode

mínimo

aceitáveis, inclui serviços que podem ser

ser conferido por meio da análise dos

aumento na vida útil dos módulos Led

classificados como de rotina (reparos que

seguintes documentos públicos: Termo de

e mantendo por muito mais tempo o

necessário,

promovendo

um



152

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

iluminamento adequado mesmo com a progressiva depreciação do fluxo. O monitoramento à distância tem como vantagem a detecção imediata de falhas, o que pode dispensar o uso de um call center e reduzir o contingente técnico/operacional.

A robustez e a resistência a impactos e

vibrações do Led contribuem para aumentar a diferença de custos de manutenção. As lâmpadas de descarga apresentam muitas falhas prematuras, provocadas por impactos e vibrações no transporte e por vibrações provenientes dos postes, causadas pelo tráfego de veículos na pista e pelo vento.

Design de luminárias As

lâmpadas

de

descarga,

com

dimensões relativamente grandes e fluxo luminoso dirigido para todas as direções,

Figura 8 – Exemplos de designs de luminárias.

não possibilitam grandes variações nos

Meio ambiente

animais, plantas e peixes. O consumo

então tem sido um aspecto desimportante

A alta eficiência energética e as

de água ou alimentos contaminados por

e muito pouco valorizado.

vantagens luminotécnicas das luminárias

tal substância causa acúmulo irreversível

As luminárias a LED têm grande

Led possibilitam reduzir significativamente a

desse metal no organismo, podendo

versatilidade de design, uma vez que o

emissão de CO² para a atmosfera, tanto pelo

causar doenças graves e incuráveis.

sistema óptico é integrado a cada chip e

menor consumo de energia elétrica, quanto

também pelas reduzidas dimensões do

pela redução dos serviços de manutenção

módulo, possibilitando, sem prejuízo à

e pela redução da fabricação de itens de

qualidade da iluminação, compor diferentes

reposição, devido à maior vida útil.

modelos que podem se enquadrar em

O Led não utiliza substâncias tóxicas

simplificado entre o investimento no

qualquer espaço urbano, possibilitando

como as lâmpadas de descarga, que

projeto de modernização do sistema de

uma

utilizam

poder

iluminação pública viária, pedonal e de

poluidor do solo e água, prejudicando

destaque da Cidade Universitária Armando

designs das luminárias; assim o design até

integração

harmônica

entre

arquitetura e o uso dos espaços urbanos.

a

mercúrio

com

alto

Aspectos econômicos Foi realizado um estudo comparativo



154

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2015

Salles de Oliveira (Cuaso), com 100% de

apresenta menor custo global (investimento

função da diferença entre a potência dos

uso do Led, recentemente executado, e

inicial mais manutenção e consumo de

equipamentos, adotando-se dois projetos

projetos hipotéticos utilizando a mesma

energia), considerando: iluminação das vias,

hipotéticos mantendo os mesmos níveis de

infraestrutura (com lâmpadas de descarga).

dos passeios e dos caminhos, diferença

iluminação, um com vapores multimetálicos

Chegou-se à conclusão de que o Led

de luminárias e da infraestrutura em

e outro a vapor de sódio.

Tabela 1 – Comparativo entre tecnologias de fontes de luz para iluminação pública Parâmetros

Tecnologia

Lâmpada a vapor de sódio

Lâmpada a multivapores metálicos

Led

Utiliza um tubo de descarga contendo

Utiliza um tubo de descarga contendo

Dispositivo eletrônico

um plasma de vapor de sódio inserido

vários tipos de gases, inclusive o vapor

semicondutor que emite luz

no interior de uma cápsula de óxido

de mercúrio, inserido no interior de

quando há circulação de corrente

de alumínio sintetizado, em geral,

uma cápsula de quartzo transparente,

elétrica.

com formato cilíndrico ou ovóide.

em geral, com formato cilíndrico.

Necessita de equipamento auxiliar.

Necessita de equipamento auxiliar.

Consolidada, sem perspectivas de

Consolidada, sem perspectivas de

evolução desde a década de 1990.

evolução desde a década de 1980.

Em constante processo evolutivo.

Eficiência luminosa

Dimerização parcial

Dimerização parcial

Dimerização total

(lm/W)

150 (no limite)

105 (no limite)

150 (em franca ascenção)

Índice de Reprodução

20 a 25

70 a 85

70 a 98

de Cor (%) Vida útil (mil horas)

24 a 36

12 a 20 (no limite)

15 a 100 (em ascenção)

Distribuição da luz

Orientado pelo refletor

Orientado pelo refletor

Direta – o uso de lentes possibilita

Temperatura de cor

Branca amarelada

Branca azulada

Branca quente, neutra ou fria

Parcialmente controlável e

Parcialmente controlável e parcialmente

Totalmente controlável e

Automação

parcialmente monitorável a

monitorável a distância

monitorável a distância

Resistência mecânica

Sensível a impactos e vibrações

Sensível a impactos e vibrações

Resistente a impactos e vibrações

Sensível

Resistente

Sensível

diversas configurações

distância Aquecimento Conforto visual – controle de ofuscamento

Implicações ambientais

Não totalmente controlável

Não totalmente controlável

Controlável

Contém mercúrio, poluente

Contém mercúrio, poluente

Não apresenta riscos ao meio

de elevado risco à saúde

de elevado risco à saúde

ambiente nem ao operador Reduzido índice de

Índice elevado de

Índice elevado de

poluição luminosa

poluição luminosa

poluição luminosa

Emite radiação

Emite radiação

Não emite radiação

infravermelha e ultravioleta

infravermelha e ultravioleta

infravermelha e ultravioleta

Difícil percepção de cores

Boa percepção de cores e de

Boa percepção de cores e de

fisionomias

fisionomias

Modo de falha preponderante

Modo de falha preponderante provoca

Dependendo da configuração do

provoca desligamento total

desligamento total

Led, o modo de falha preponderante

Religamento a quente apenas

Não possui religamento a

Liga e religa instantaneamente.

Segurança

provoca diminuição do fluxo nos casos de interrupção de

quente, necessitando do

energia por intervalos inferiores

mínimo de 10 minutos para ligar.

a 30 segundos. Caso contrário, necessita de no mínimo 10 minutos para religar. Valor do investimento

R$ 300 (estável)

R$ 300 (estável)

R$ 9 por ponto/mês

R$ 15 por ponto/mês

R$ 2,03 por ponto/mês

Manutenção

(fonte: contrato de iluminação

(fonte: contrato de iluminação Ilume)

(fonte: licitação da nova iluminação

Legenda

Característica menos positiva

Ilume)

R$ 1500 (em declínio)

da Cidade Universitária da USP) Característica média

Característica mais positiva


155

O Setor Elétrico / Março de 2015

Tabela 2 – Especificações técnicas mínimas para projetos e obras Eficiência luminosa da luminária

Grau de proteção – Impactos

≥ 100 lm/W *

mecânicos externos – IK

Proteção contra choques

Taxa de distorção harmônica

elétricos – classe II

– THD ≤ 10%

Fator de potência – FP ≥ 0,92

Grau de proteção IP 66 – módulo de Led,

Vida útil ≥ 60 mil horas *

Garantia mínima para os módulos e drivers

Índice de Reprodução de Cor – IRC ≥ 70

compatível com a vida útil declarada

drivers e conexões

*é necessário acompanhar a evolução da eficiência que ainda deve crescer rapidamente

A Tabela 1 apresenta um quadro

durabilidade dos produtos oferecidos

simplificado

das

pelo mercado, reforçavam a cautela de

comparações entre a tecnologia Led,

técnicos quanto à sua aplicação em larga

a vapor de sódio de alta pressão e de

escala.

multivapores metálicos, em que os

Inicialmente,

pontos

dos

resultados

a

falta

de

normas

positivos

técnicas dificultava a obtenção de um

estão destacados em verde claro, os

respaldo técnico que pudesse garantir

relativamente

menos

vermelho

os

relativamente

e

mais

positivos

em

o seu desempenho. Mas se apresentava

intermediários

em

como uma grande oportunidade para ser

amarelo.

perdida, assim se iniciou um movimento

internacional

um

Uma visão geral da tabela propicia entendimento

superioridade

dos

claro Leds,

da

larga

que

para

normalização

de

parâmetros de qualidade para tais produtos.

possuem um item menos positivo que as

Hoje é totalmente possível elaborar e

demais, o valor do investimento inicial

executar projetos de altíssima qualidade,

de instalação. Porém, este item só pode

desde que as especificações do Led,

ser considerado como menos positivo

drivers e luminárias sejam bem feitas.

quando analisado isoladamente, pois,

Outros

quando é considerado o custo global

especificados conforme as diretrizes do

de instalação, operação e manutenção,

projeto luminotécnico: temperatura de

o Led se torna mais atrativo que

cor, fluxo mínimo emitido pela luminária,

as lâmpadas a vapor de sódio no

curva

sexto e no quarto ano, em relação

com

às de multivapores metálicos. O alto

longitudinal e transversal, exigindo-se

investimento inicial torna-se menos

dos fornecedores que as exigências da

significativo no custo global, além de

Tabela 2 sejam comprovadas por meio

todas as vantagens da operação de

de relatórios de ensaios expedidos

menor custo e manutenção menos

por laboratórios idôneos e acreditados

significativa.

pelo Inmetro, com garantia mínima de

parâmetros

luminotécnica classificações

devem

das de

ser

luminárias distribuição

dez anos estendida a todos os itens

Considerações finais

fornecidos.

O Led se apresenta como sendo

*Marco Antônio Aguillera é engenheiro eletricista

uma tecnologia muito superior às usuais

e de segurança do trabalho e atua há 30 anos

em todos os aspectos. Porém, no início

na área de distribuição de energia elétrica. É

do seu aparecimento, os preços eram

pós-graduado em lighting design pela Faculdade

proibitivos

Belas Artes de São Paulo e consultor na área de

para

projetos

de

maior

vulto e, por problemas de qualidade e

energia elétrica e iluminação pública.


Espaço 5419

156

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Março de 2015

Nova abordagem para os métodos de captação

Em breve teremos uma nova versão

proteção, escolhendo o método de

da norma ABNT NBR 5419 no mercado.

captação,

Após dez anos de trabalho e retrabalho,

equipotencilaização,

finalmente,

surtos, etc.

a

tão

esperada

norma

descidas,

aterramento,

proteção

contra

revisada estará disponível e, com a sua

Este

publicação, começarão as já tradicionais

mudanças nos métodos Franklin (ângulo

dúvidas e críticas na busca de um melhor

de proteção), o método do modelo

entendimento das práticas de proteção

eletrogeométrico (esfera rolante) e o

contra raios.

método das malhas (Faraday). Estes

Esta série de artigos visa abordar

métodos estão detalhados na parte três

os diversos assuntos da nova norma

da norma (danos físicos a estruturas e

de forma separada e com a visão de

perigos à vida).

artigo

deverá

abordar

as

cada autor sobre cada assunto que está sendo abordado. Este artigo abordará

Método Franklin

as mudanças dos três métodos de

dimensionamento de um subsistema de

conceito, apenas na forma de obtenção

captação de descargas diretas.

dos dados. De acordo com a norma

Este método não teve mudanças no

Na norma atual de 2005, define-se

vigente, o ângulo de proteção é definido

o nível de proteção a partir de algumas

a partir do nível de proteção e do

informações básicas de utilização da

plano de referência do elemento captor

edificação e análise de riscos, além da

(consultando uma tabela com faixas de

comparação com modelos pré-definidos

alturas e cruzando com o respectivo nível

na tabela de níveis de proteção. Na

de proteção). Na norma revisada, essa

nova norma, o nível de proteção terá

tabela foi trocada por um gráfico em

que ser definido na parte 2, em que é

que o ângulo de proteção poderá será

feita uma avaliação muito mais rigorosa

obtido a cada metro de altura e ângulos

da edificação e dos riscos envolvidos.

de proteção de grau em grau. Por

Somente após o desenvolvimento dos

exemplo, poderemos ter uma altura de

cálculos estatísticos de todos os fatores

proteção de 23 metros com um ângulo

envolvidos é que se define o nível de

de 46 graus na classe 2 de proteção, o

proteção.

que não era permitido anteriormente,

A

partir

do

nível

de

proteção

obtido na parte 2, o passo seguinte é definir a filosofia do sistema de

uma vez que o ângulo era determinado em faixas de altura preestabelecidas.


157

O Setor Elétrico / Março de 2015

Neste exemplo hipotético, teríamos

A quantidade de desenhos didáticos

que R= h1 x tan α

também foi ampliada e enriquecida

Em que R = raio da base do cone

para melhorar o entendimento técnico

formado pela altura do mastro (h1) e pela

do método, pois se tratando de uma

tangente do ângulo obtido nas curvas

ferramenta

mencionadas; h1=23 m ; tan 46° = 1,036.

projetistas

Assim, teríamos que R = 23,83 m (OC).

entendê-la.

tridimensional, tinham

alguns

dificuldade

para

com ângulos maiores, variando de 70 até

alterações. As medidas das malhas

quase 80 graus.

(meshes)

objetivo de aumentar a eficiência da

didáticos

mostrando

os

vários ângulos de proteção em função dos diferentes planos de referência, a interação entre captores e o volume gerado

por

condutores

horizontais

considerando a catenária do condutor.

Método eletrogeométrico Este método não teve nenhuma alteração técnica e os raios da esfera rolante

foram

respectivas

mantidos

classes

do

para

as

Sistema

de

Proteção contra Descarga Atmosférica (SPDA). I = 20 m, II= 30 m, III = 45 m, IV = 60 m.

diretas, mas também à redução de interferências

Este método foi o que mais sofreu foram

diminuídas

eletromagnéticas

que

possam ser levadas para dentro da seja

por

uma

descarga

causados por descargas atmosféricas que

altura, por exemplo, pode-se trabalhar

desenhos

eficiência na captação das descargas

atmosférica direta, seja por efeitos indiretos

Método das malhas

em estruturas com até dois metros de

No corpo da norma existem diversos

malhas não está ligado apenas à maior

edificação,

Outra vantagem do novo gráfico é

que, em algumas situações específicas,

O benefício dos fechamentos das

com

o

impactem na vizinhança. As pessoas, as instalações e os equipamentos agradecem por um ambiente eletromagneticamente mais limpo.

captação das descargas diretas, ficando

Conclusão

assim estabelecido:t Classe

Máximo afastamento dos

do SPDA

condutores da malha (m)

I

5X5

II

10 X 10

III

15 X 15

IV

20 X 20

Vale lembrar que a norma continua

aceitando que esses métodos possam ser utilizados de forma combinada, desde

que

de

forma

consciente

e consistente, sem ferir as regras estabelecidas no texto. Um exemplo típico é o caso de se desejar proteger malhas

o topo de um prédio pelo método

foram reduzidos, isso foi traduzido em

das malhas e determinadas estruturas

uma menor condição de risco, porém,

específicas que estejam fora do volume

associado a isso os custos também irão

de proteção (antenas, por exemplo)

aumentar, uma vez que mais materiais e

sejam protegidas pontualmente pelo

serviços serão necessários para compor

método eletrogeométrico ou Franklin.

o sistema de captação por este método.

Como

os

módulos

das

A nova versão da norma está mais

segura,

considerando

que

alguns

parâmetros dos métodos de captação foram alterados com esse objetivo. Esse aumento da segurança não se restringe apenas à estrutura, pois trás como consequência positiva também um ambiente mais seguro para pessoas, instalações e equipamentos, assuntos a serem abordados oportunamente. Por Normando V. B. Alves, diretor de engenharia Figura 1 – Gráfico para determinação do ângulo de proteção. NOTA: o gráfico da Figura 1 irá substituir a atual tabela para determinação do ângulo de proteção. Em artigo futuro, poderemos detalhar melhor essa tabela com diversos exemplos.

da Termotécnica para-raios e membro da comissão de estudos CE-003.064-10, do CB-3 da ABNT | normandoalves@gmail.com.


158

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Março de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Corrupção, compliance e as empresas – Parte I

O combate à corrupção nas empresas,

Internacional Anti-Corrupção/2003 e o

cooperação da pessoa jurídica para a sua

parte da sustentabilidade, está diariamente

Pacto Global/2005 da ONU (fonte: Luciana

apuração. Chamo a atenção também para

nos noticiários, com os desdobramentos

Dutra de Oliveira Silveira/Cristiana Roquete

o abrandamento das penas para empresas

da Operação Lava-Jato e outras. Estimativa

Luscher Castro – www.migalhas.com.br).

que aplicarem procedimentos internos de

do Fórum Econômico Mundial aponta

A Lei 12.846/13 define atos lesivos

integridade, auditoria e incentivo à denúncia

que a corrupção custa US$ 2,6 trilhões

como aqueles praticados por pessoas

de irregularidades, bem como códigos de

por ano, equivalente a cerca 5% do PIB

jurídicas contra o patrimônio público

ética e de conduta - chamados em inglês

global (fonte: Deloitte, 2014). Segundo

nacional/estrangeiro,

administração

de compliance (= cumprimento de uma

cálculos da Federação das Indústrias de

pública ou compromissos internacionais

regra – neste caso leis e regulamentos

São Paulo (Fiesp), a corrupção rouba entre

assumidos pelo Brasil, tais como:

externos/internos). Este inciso demanda

1,8% e 2,3% do PIB nacional - R$ 60

uma regulamentação para definição clara

bilhões a R$ 100 bilhões em 2012 (fonte:

- oferecer ou dar vantagem indevida

dos parâmetros de avaliação, porém,

Jorge Abrahão, Instituto Ethos, informativo

a agente público ou a terceiro a ele

passados 18 meses da promulgação da

eletrônico de 16/12/14).

relacionado;

lei, ainda não foi aprovada.

As listas dos maiores casos de

- financiar/custear atos ilícitos;

Os principais questionamentos das

corrupção empresarial da história têm

- usar pessoa física ou jurídica para ocultar

empresas dizem respeito aos critérios

abrangência

a identidade dos beneficiários dos atos

para criação, adequação e estruturação

algumas empresas do setor eletroeletrônico

praticados;

dos departamentos de compliance e de

e de energia (como Siemens, Alstom,

- impedir, perturbar, frustrar ou fraudar

canal de denúncias, assim como do prazo

Petrobras). A investigação da Operação

licitação

para comunicação de uma denúncia às

Lava Jato ocorre no Brasil, na qual está

decorrente;

autoridades (fonte: Caio Magri, Instituto

constantemente ameaçada de obstrução

- dificultar investigação ou fiscalização de

Ethos, informativo eletrônico de 20/02/15).

por interferência política, mas também

órgãos, entidades ou agentes públicos.

internacional

e

incluem

pública

ou

contrato

dela

nos Estados Unidos, para saber se houve

Muito embora a nova lei anticorrupção

no Brasil ainda tenha suas deficiências,

infração à lei americana e prejuízo aos

A multa prevista é de 0,1% a 20% do

espera-se que a sua entrada em vigor

acionistas das empresas investigadas.

faturamento bruto do exercício anterior

impulsione os sistemas de compliance

Neste contexto se insere a Lei 12.846/13

ao do processo administrativo (ou multa

nas empresas e os mecanismos de

(Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa,

de até R$ 60 milhões caso não seja

detecção, investigação e julgamento dos

com base no Projeto de Lei 6.826/10, e

possível a estimação), além da obrigação

casos de corrupção. Na próxima coluna,

que entrou em vigor em 28/01/14), voltada

da reparação integral do dano causado.

abordaremos a situação dos programas de

para a prevenção, combate e repressão

Outras sanções envolvem a inscrição

compliance nas empresas.

de atos corruptos. Essa lei foi inspirada

no Cadastro Nacional das Empresas

no FCPA (Foreign Corruption Practice

Punidas; suspensão/interdição parcial das

Dia Internacional contra a Corrupção,

Act), dos Estados Unidos (1977), e no

atividades; proibição de receber recursos

possamos noticiar a ascensão do Brasil

BA (Bribery Act), da Grã-Bretanha (2010),

de entidades públicas por até cinco anos.

além do 69º lugar entre os 175 países

que refletem convenções e negociações

A lei define diversos critérios que

avaliados no Índice de Percepção da

internacionais crescentes a partir da década

podem atenuar ou agravar as sanções,

Corrupção da organização Transparência

de 1990, como exemplo a Convenção

como vantagem auferida/pretendida e a

Internacional (dez/14).

Que no próximo dia 9 de dezembro,



160

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Março de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Lâmpadas Led rumo à certificação do Inmetro

Tudo indica que falta muito pouco

qualidade de sua produção, seguido de

elétrica, as substituições de lâmpadas

Com o aumento do custo da energia

agora.

o

um acompanhamento regular, por meio

convencionais por lâmpadas de tecnologia

Inmetro, a Eletrobras, representantes das

de auditorias, do controle da qualidade

led ganham uma força ainda maior. Com

associações de classe Abilux e Abilumi,

da fábrica e de ensaios de verificação

preços cada vez mais baixos e com uma

laboratórios e fabricantes para discutir os

em amostras tomadas no comércio e na

quantidade cada vez maior de marcas e

pontos levantados na consulta pública

fábrica.

modelos surgindo no mercado, aumenta-se

do RAC. Com vários pontos discutidos e

Estas medidas serão efetivamente

a necessidade de uma certificação desses

aparentemente sem um consenso total

uma forma bastante rigorosa que deverá

produtos, visando que eles não tenham

entre todos os envolvidos, o ponto que

tirar muitos Leds do mercado. Impactos

o mesmo destino que as lâmpadas

todos concordam é sobre a necessidade

em aumento de preços provavelmente

fluorescentes compactas na época do

de se ter uma portaria para começar a

também devem ocorrer num primeiro

racionamento de 2001.

certificação.

momento. Entretanto, a tendência maior é a

Esta,

Não há dúvidas de que a tecnologia

Em

fevereiro,

entretanto,

reuniram-se

quando

redução de preço ao longo do tempo com

led é a grande bola da vez, por ter baixo

provavelmente,

bastante

a penetração cada vez maior da tecnologia.

consumo de energia elétrica e elevada

tumultuada, visto os curtos prazos que

Em paralelo a todas as discussões

vida útil, porém, infelizmente, nem sempre

serão exigidos para os ensaios em

do Inmetro, a Eletrobras foi mais rápida e

a qualidade dos produtos condiz com

laboratórios e concessão de registros

lançou em outubro de 2014, o Selo Procel

o esperado e o consumidor pode estar

para comercialização. Sendo oficializado

para identificar as melhores lâmpadas

comprando gato por lebre. Com o objetivo

o Modelo 5 de certificação de produtos,

Led do mercado. Etiquetagem voluntária,

de regular esse mercado e garantir

será exigida a figura do Organismo de

o Selo Procel é atualmente a única forma

condições

desempenho

Certificação de Produtos (OCP), isto é,

que os consumidores possuem para saber

e segurança, há alguns anos estamos

uma organização independente acreditada

quais produtos atendem aos requisitos

falando da certificação de lâmpadas led.

para executar a Avaliação da Conformidade.

mínimos

mínimas

de

Em setembro de 2013 vimos serem

será

iniciar,

de

desempenho,

eficiência

O Modelo 5 exigirá ensaio de tipo,

energética e segurança através de testes

o

avaliação e aprovação do Sistema da

em laboratórios de terceira parte.

Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ)

Qualidade do fabricante, acompanhamento

Embora nem todos os ensaios do

e, em outubro de 2014, os Requisitos

através de auditorias no fabricante e

RTQ do Inmetro sejam exigidos pela

de Avaliação da Conformidade (RAC). A

ensaio em amostras retiradas no comércio

etiquetagem do Procel, acredito que a

portaria 389, de agosto de 2014, publicou

e no fabricante. Segundo o Inmetro,

existência deste selo seja a mais indicada

oficialmente o RTQ, isto é, as exigências

este modelo proporciona um sistema

atualmente para especificações e compras

técnicas que as lâmpadas deverão atender,

credível e completo de avaliação da

de lâmpadas Led. Enquanto não temos

porém, ainda aguardamos a publicação

conformidade de uma produção em série

em vigor a certificação do Inmetro, o Selo

oficial do RAC, que estabelecerá os

e em grande escala, pois é um modelo

Procel será a melhor opção para seleção

mecanismos de análise, prazos e regras

baseado no ensaio de tipo, acompanhado

destes produtos, visto a grande quantidade

para

de avaliação das medidas tomadas pelo

de produtos de qualidade questionável no

fabricante para o sistema de gestão da

mercado.

publicadas

para

obtenção

consulta

dos

pública

registros

comercialização das lâmpadas.

para



162

Instalações MT

O Setor Elétrico / Março de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Ser ou não ser smart Tenho sido contatado constantemente

sobre a efetividade da implementação de

tempos de escassez nos trazem, temos um

sistemas mais avançados para medição e

ambiente favorável para a implementação de

que permitam, criada a rede de comunicação

tarifas que permitem “planificar” a curva de

em campo, implementar mais inteligência no

carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), o

trato comercial e operacional dos sistemas de

que se traduz em postergação de investimentos

distribuição.

e, de fato, em menor pressão sobre as tarifas.

Na verdade, hoje, no Brasil temos um

motivador que se chama “perdas não técnicas”

ricas em oportunidades para alterarmos velhos

(PNT) e que em algumas empresas atinge valores

padrões e tirarmos a distribuição de energia

absurdos. Como são empresas do governo, em

da idade das pedras para os dias atuais,

sua maioria, o prejuízo resultante é repartido com

trazendo informações on-line de campo e,

todos os contribuintes do país! Você, em qualquer

com elas, minimizando custos e melhorando a

lugar do Brasil, paga pela PNT de Manaus,

performance operacional.

de Alagoas, do Piauí, etc., só que paga como

Estranhamente,

contribuinte e não como consumidor.

sociedade civil que se dizem contra projetos

Nas empresas privadas com PNT

de AMI e smart grid, pois estes eliminariam

elevadas, com raras exceções, a tarifa vem

postos de trabalho. Santa ignorância destes

acobertando parte significativa do que seria

setores retrógados (os de sempre: gente que

o prejuízo do investidor.

não trabalha no setor, mas vive pendurada nele

Mesmo

nas

empresas

com

PNT

Mas, com a maior sensibilidade que os

Assim, as atribulações que vivemos são

existem

setores

da

e acha que entende de tudo).

consideradas baixas (algo em torno de 3%

a 5% do total de energia ingressada na

e a empresa com automação mais avançada

distribuição), investir em estrutura avançada de

gera postos de trabalho com melhor qualidade.

medição em áreas críticas dá um retorno sobre

o investimento muito acima do custo de capital,

um ganho para os funcionários na medida em

mesmo nesta época de juros na estratosfera.

que eles passam a ter melhores condições de

Para tanto, a Aneel teria de permitir implantação

trabalho e melhor remuneração.

de projetos de AMI com um certo nível de

Obviamente, as políticas públicas neste

blindagem de redes por áreas.

campo são medidas que geram resultados

no médio e longo prazos, mas precisamos

Além de ser um bom investimento, isso

Na verdade, há uma transposição de tarefas

Pesquisas feitas em alguns países mostram

melhoraria a qualidade da energia e minimizaria

mesmo

riscos para estas áreas críticas, já que a

não improvisações que, sabemos, geram

profusão de ligações clandestinas traz grandes

resultados de curto prazo mas que não se

problemas de segurança para as equipes de

sustentam (exemplos recentes mostram isso).

manutenção e de operação e para os usuários

(mesmo para os poucos que não estão

no futuro e não com objetivos do curto prazo,

roubando energia).

típico das mentes pequenas.

ter

planejamento

sustentável

e

Precisamos pensar no país com os olhos



164

Análise de sistemas de potência

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.

A importância dos protetores de surto (snubbers) para a proteção dos transformadores – Parte II

Magnitude e dV/dt

Ressonâncias em série e paralela

mais suscetíveis a estas sobretensões

Todo corpo possui pelo menos uma

devido ao fato de que sua capacitância

sobretensão (magnitude) gerado pelo

frequência de ressonância. Apresenta-se,

equivalente da alta para a terra é menor

chaveamento,

Além

do

simples

processo

de

na Figura 3, o FSRA (Frequency Scan

do que a dos transformadores a óleo, o

superposto um outro fenômeno conhecido

Response

outras

que implica um Xc (reatância capacitiva)

como re-strike, que nada mais é do que o

palavras, representa o comportamento

maior. Assim, para altas frequências,

reacendimento do arco elétrico entre os

da impedância versus a frequência, Z

a reatância capacitiva “empurrará” as

polos de uma mesma fase de um disjuntor

(ω), do transformador. Os picos máximos

correntes para dentro do transformador.

devido ao dV/dt gerado pelo sistema

representam as ressonâncias paralelas

Já os transformadores a óleo são menos

superar o “recovery dielectric strenght”

na qual haverá a amplificação da tensão

suscetíveis a este tipo de problema,

do disjuntor. Quando isso acontece, o

e os pontos mínimos correspondem às

visto que apresentam uma capacitância

arco tem um reignição entre os polos e o

ressonâncias série em que ocorrerão as

equivalente entre o enrolamento de alta

aumento da tensão vai se amplificando a

amplificações das correntes.

e a terra maior, implicando reatância

cada re-strike. Veja Figuras 1 e 2.

capacitiva menor e drenando melhor as

ao

mesmo

tempo

é

Analysis)

que,

em

Se uma dada frequência gerada pelo

sistema coincidir com os picos máximos

correntes

nesta

frequência

(funciona

ou mínimos do Z (ω) do transformador

como um filtro passa-alta).

ocorrerá a ressonância.

Outro detalhe importante é que, quando se utiliza disjuntores a vácuo,

Particularidades do fenômeno Os

transformadores

secos

eles apresentam uma “chop current” de são

um valor maior. Em teoria, os disjuntores

Figura 1 – Recovery Dielectric Strenght e re-strikes nos polos do disjuntor.

Figura 2 – Amplificação da tensão nos polos do disjuntor devido aos sucessivos re-strikes.

Figura 3 – Z (ω). Impedância versus a frequência típica de um transformador.


165

O Setor Elétrico / Março de 2015

interrompem a corrente quando ela passa por zero. O disjuntor a vácuo interrompe essas correntes antes mesmo de passar por zero. A consequência disso é que as sobretensões ficam amplificadas. Comprimentos de cabos curtos entre o dispositivo de manobra (disjuntor) e o transformador atuam negativamente neste processo, pois o valor da resistência do cabo é menor e a atenuação fica muito pequena. Se o comprimento é maior haverá uma atenuação mais significativa.

A mitigação

Alguns profissionais acreditam que a simples utilização de

para-raios irá resolver os problemas de sobretensão e queima de transformadores. Pelo exposto, pode-se verificar que estaremos praticamente cercando um tipo de problema que é a magnitude, mas estaremos abrindo a guarda para os outros fenômenos de dV/dt e ressonâncias. Dessa maneira, os engenheiros de sistema de potência costumam lançar mão do protetor de surto composto de um pararaios mais um snubber em paralelo por fase. Veja a Figura 4.

Figura 4 – Protetor de surto (para-raios mais snubber).

Modelagem, simulação, especificação e montagem

A modelagem, a simulação, a especificação e a montagem

exigem uma boa experiência e poucas empresas ainda estão aptas a realizarem este tipo de estudo e implementação. Para aqueles que ainda quiserem aprofundar um pouco mais nesse assunto, existem alguns papers, como a referência [02], além de uma apresentação, cujo arquivo .pdf pode ser baixado no site indicado, fazendo-se o cadastramento: http://www.engepower.com/downloads/.

Referências [01] Documento OF

NETWORK

Cigrè

39

ELEMENTS

“REPRESENTATION

WHEN

CALCULATING

TRANSIENTS”. Working Group 02 (Internal overvoltages) Of Study Committee 33 (Overvoltages and Insulation Coordination). [02]

IEEE Std C57.142™-2010

IEEE Guide to Describe the Occurrence and Mitigation of Switching Transients Induced by Transformers, Switching Device, and System Interaction.


166

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Março de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Inspeção e manutenção Atendendo a algumas solicitações,

quebrada ou oxidada, devem ser realizadas

voltamos

e

de seis meses a um ano, dependendo das

importante

condições do local, ou se houver suspeita

a

manutenção”,

abordar assunto

“inspeção tão

para que um Sistema de Proteção contra

de que o SPDA foi atingido por raio.

Descargas

mantido

Atmosféricas

em

perfeitas

(SPDA)

Inspeções periódicas obrigatórias devem

de

ser realizadas em intervalos de um a três anos,

funcionamento e que essa situação esteja

no máximo, dependendo da agressividade

devidamente documentada.

que o ambiente estiver impondo ao SPDA.

Quando se trata da ABNT NBR

Nesta etapa, é necessário que seja gerado

5419:2015, podemos dizer que não

um relatório técnico, acompanhado de ART

aconteceram

no

do profissional executante, onde constará a

texto no que se refere a inspeção e

situação do sistema e quais intervenções são

manutenção. Na realidade, grande parte

necessárias, se existirem, para adequação.

grandes

condições

seja

alterações

do texto da seção 6 da versão de 2005 foi incorporada ao texto da seção 7 da parte

Ensaios

3 da versão 2015, dessa forma, teremos

várias prescrições, sempre com o objetivo

existentes no texto da versão 2005, que

principal de manter a operacionalidade do

deveriam servir como fator limitante para

SPDA com consequente minimização do

a existência de tensões de toque e passo

risco envolvido.

suportáveis por pessoas e instalações a que

Os maiores vilões de um SPDA sempre

o eletrodo de aterramento servisse, foram

foram a ignorância no assunto, a negligência

extremamente mal interpretados ao longo

no trato com o sistema e a corrosão.

desses anos. Os 10 Ω acabaram sendo

Tentando minimizar os efeitos gerados por

exigidos como parâmetro de verificação

esses aspectos, a norma traz uma lista do

da sua integridade física, assim, esse valor

que deve ser feito para a preservação da

foi suprimido do texto da versão 2015 e,

proteção, como a importante manutenção

em seu lugar, o relatório deve apresentar

da documentação de inspeção, do projeto

resultados de ensaios de continuidade

(desenhos e memoriais) e dos relatórios/

elétrica dos eletrodos de aterramento,

laudos de conformidade para que estejam

conforme o item 7.3.2. Cabe esclarecer

sempre atualizados e disponíveis quando

que medidas adicionais para prevenir as

necessário.

tensões superficiais foram acrescentadas

É importante ressaltar que os 10 Ω

na seção 8.

Os prazos Inspeções

Dessa maneira, por solicitação ou visuais,

realizadas

por

quando a situação for relevante, vamos

pessoas minimamente orientadas para

apresentando mais alterações relacionadas

observar se alguma peça está solta,

à nova ABNT NBR 5419:2015.



168

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Março de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Mitigação dos problemas de qualidade da energia – Ações corretivas

Vencida a primeira etapa da identificação

mais aplicados atualmente (além daqueles

elétricos

dos problemas da qualidade de energia,

remanescentes listados no capitulo 7 da

especificação de componentes, além da

normalmente conduzida por levantamentos,

IEEE 1100). Sob inspiração da Figura 7-1

revisão destes projetos das instalações

vistorias e, fundamentalmente, por medições

daquele documento também se propõe a

onde os dispositivos serão inseridos.

adequadas, cabem, em uma segunda

aplicação do conceito de solução como

A tabela a seguir exibe os dispositivos

etapa, as definições e especificações das

“aplicável e indicada” (A), “parcialmente

e equipamentos pesquisados com o

ações corretivas aplicáveis. A questão

aplicável” (PA) ou “não aplicável” (NA).

resumo de suas características, seguidos

desta especificação da solução pode

Há de se considerar que o uso de fontes

dos principais fenômenos de qualidade

considerar uma simples mudança no

alternativas,

de

da energia com a proposta de adoção

esquema de aterramento, a troca de

substituição, como os geradores ou UPSs,

de classificação acima descrita. Ainda,

algum transformador, painel ou ainda a

apesar de serem especificados como

propõe-se um vínculo destas propostas

mudança do ponto de alimentação da

soluções para problemas de qualidade

à classificação temporal de fenômenos

carga. Pode ainda considerar a instalação

de energia, são também e normalmente

definidas no modulo 8 do Prodist, da Aneel,

de um novo equipamento (ou conjunto

aplicados como soluções aos aspectos

considerando-se as variações de tensão

de equipamentos), sua incorporação à

relacionados à continuidade de serviço e

de curta duração (VTCD) classificadas em

instalação, esperando que venha contribuir

fornecimento de energia elétrica para as

momentâneas (entre 1 ciclo e 3 segundos)

para o aumento da confiabilidade de

cargas de missão crítica como centro de

e temporárias (entre 3 segundos e 3

operação e com aumento da qualidade da

dados, centros hospitalares e de saúde e

minutos) e na tabela classificadas como

energia de alimentação às cargas. Alguns

outros. Em última análise, estas aplicações

afundamentos e elevação de tensão.

cuidados devem ser tomados com relação

são também soluções para problemas

Cuidados devem ser tomados não

ao possível aumento do consumo da

de qualidade de energia (no caso, as

só na especificação da melhor solução,

energia, tornando a solução ineficiente ou

interrupções e outros fenômenos como

mas no claro entendimento do que cada

não sustentável. O elenco de equipamentos

afundamentos de tensão), mas a abordagem

equipamento tem por escopo, evitando

e soluções é relativamente grande e a IEEE

técnica pode ser diferente notadamente em

assim o uso de “caixas pretas milagrosas”

1100 (“Power and Grounding Electronic

função dos investimentos associados aos

que promoveriam em um só equipamento

Equipment”), publicada em 1999, em

projetos e custos das falhas operacionais.

o “uso eficiente de energia”, “redução das

seu capítulo 7, procurou cobrir todas as

Os

mais

correntes harmônicas”, “aterramento das

possibilidades disponíveis à época com

variadas

características

harmônicas”, “proteção contra surtos”,

elaborado detalhamento. Desde então estes

construtivas, graus de eficiência, uso

“melhoria da frequência” e uma série de

equipamentos vêm sendo modificados

de energia, níveis de confiabilidade e

outras barbaridades que ainda certamente

pela natural evolução tecnológica; outros

mesmo de tecnologia embarcada. Há de

será inventada, claro, tudo isso em uma

foram ainda desenvolvidos, modificados e

se considerar ainda que a especificação

caixa de 15 cm x 15 cm!

inventados, aumentando a gama de ofertas

dos

Agradecimentos

e soluções.

sobretudo, um problema de engenharia,

adicionais, revisão do texto e colaboração

Este documento objetiva apresentar um

cujo objetivo é o de inserir ações corretivas

dos colegas: Luis Tossi, Luis Correa,

apanhado dos equipamentos disponíveis e

ou melhorias em instalações e sistemas

Edward Miura e Luiz Takao.

de

contingência

equipamentos

possuem

concepções,

dispositivos

e

ou

as

equipamentos

é,

com

a

necessária

pelas

e

clara

informações


169

O Setor Elétrico / Março de 2015

Fenômenos de qualidade da energia e ações corretivas A - Solução aplicável

PA - Solução parcialmente aplicável NA - Solução não aplicável

Dispositivo/Descrição

Aplicação

1 - Transformadores Redução de ruído de modo isoladores comum/ Pode permitir Transformador com uma referência local de dois enrolamentos e aterramento/ Com o uso blindagem eletrostática de TAPs permite o ajuste de tensão não automático em regime permanente/ Pode filtrar as correntes de terceiras harmônicas das cargas monofásicas ligadas em redes trifásicas. 2 - Filtros de alta Atenuação de interferência frequência eletromagnética conduzida Agrupamento adequado e ruídos de alta frequência de reatores em série (modos comum ou com capacitores em diferencial). paralelo. 3 - DPS (dispositivo Atenuação de transientes de proteção contra nas redes de alimentação surtos) ou TVSS de baixa tensão Construído com a promovendo a limitação associação de elementos da energia incidente / passivos e outros atenuação da tensão dos (resistores não transientes de forma lineares, ou varistores, análoga aos para-raios indutores, centelhadores, em tensões superiores. capacitores, diodos, São instalados de forma scrs, etc.). coordenada desde a Normalmente entrada de energia até à instalado entre as carga em níveis de energia fases e fases/terra específicos evitando em redes de a destruição precoce baixa tensão. dos protetores além de proteção a própria carga. Devem ser coordenados aos dispositivos de proteção a sobrecorrentes. 4 - Filtro passivo de Redução de correntes correntes harmônicas harmônicas nas redes de Reatores em série com alimentação geradas por capacitores sintonizados cargas não lineares a elas em determinada (s) conectadas, injetando frequência(s). também energia reativa, compensando a corrente e fator de potência na frequência fundamental. 5 - Estabilizadores ou Promovem a melhoria reguladores de tensão da regulação de tensão Diversos modos em regime permanente construtivos mediante a mudança (transformadores automática de TAPs através com mudança de elementos estáticos

Transiente

Ruído

Corte de tensão

Mitigação de Afundamentos de Elevação Interrupção harmônicos tensão/ de tensão/ - Redução Subtensão Sobretensão da distorção harmônica de tensão PA PA PA NA (em Em regime Em regime harmônicas de permanente pode permanente pode sequência zero) ser uma solução ser uma solução com ajuste de com ajuste de TAPs. TAPs.

A

A

PA

PA

A

NA

NA

NA

PA

A

A

NA

NA

NA

NA

NA

NA

A

NA

A

A

A

Variação de frequência

Compensação reativa

NA

NA

NA

NA

NA

PA (VTCD)

NA

NA

NA

NA

NA

NA

A

NA

NA

NA

PA A A Quando utiliza Normalmente Normalmente transformadores aplicados aplicados isoladores (em em regime em regime harmônicas de permanente, permanente, sequencia zero) possuindo limites possuindo limites


170

Energia com qualidade

Dispositivo/Descrição

Aplicação

(SCRs) ou por relés em construção eletromecânica (baixa velocidade de manobra). Alguns construídos com circuitos em ferro ressonante que apesar do baixo rendimento e distorção de corrente em alguns casos, promovem correção linear e possuem características mais robustas. 6 - Condicionadores Promovem, em função de linhas de suas composições e Normalmente montados configurações, a melhoria como composição de da regulação de tensão, outros equipamentos redução de ruídos, de ou mesmo elementos transientes e podem até atenuar correntes estáticos de potência harmônicas. em configuração semelhantes a UPSs com uso de conversores. 7 - Grupo motoAplicado normalmente gerador como energia de “back-up” Composto por ao fornecimento das acoplamento de motor distribuidoras ou mesmo ou turbina (diesel/gás/ como fonte principal em outro) com gerador função da qualidade, elétrico. Pode ser disponibilidade e custos acoplado em paralelo da energia, pode operar entre si e mesmo com em paralelo com a rede a fonte principal e durante as transferências, em diversas tensões. evitando desligamento Necessário automatismo das cargas na presença confiável. das duas fontes. Deve ser associado a outro dispositivo (em geral UPS) para manter a energia ininterrupta à carga durante a partida e transferência. Tem como principal aplicação a operação em interrupções prolongadas. 8 - UPS (“nobreak”) Devido à sua operação estático instantânea na falta da fonte Conjunto de conversores principal, mantém a carga e elementos em operação sem interrupção estáticos em diversas durante diversos distúrbios na configurações e fonte fonte principal de alimentação. de energia redundante Aplicação versátil, mas limitada (em geral, baterias no contingenciamento de cargas estacionárias). Pode mecânicas. Muito aplicado operar em ligação em em conjunto com grupos paralelo com diversos moto-geradores em funções UPSs em sistema (s) complementares. Aplicação redundantes(s). típica na alimentação de cargas de tecnologia de informação em diversas configurações com alta confiabilidade. Se associados a chaves estáticas promovem alimentação contingente para cargas de missão crítica de fonte única.

Transiente

O Setor Elétrico / Março de 2015

Ruído

Corte de tensão

Mitigação de harmônicos - Redução da distorção harmônica de tensão

automática de TAPs; ou transformadores com núcleo em ferro ressonante).

Afundamentos de tensão/ Subtensão

Elevação de tensão/ Sobretensão

de tensão de alimentação na entrada e de regulação estática e dinâmica na saída.

de tensão de alimentação na entrada e de regulação estática e dinâmica na saída.

Interrupção

Variação de frequência

Compensação reativa

A

A

A

PA

A

A

NA

PA

PA

NA

NA

NA

NA Cuidados adicionais devem ser tomados quando a fonte é transferida. A mudança da impedância (gerador/ rede) muda as características da distorção de tensão e ressonância harmônica. Cargas capacitivas não são toleradas.

NA

NA

A/PA A primeira interrupção não é atendida pelo grupo moto-gerador.

PA

NA

A

A

A

A/PA Em função da tecnologia adotada, os UPSs podem mitigar as harmônicas (IGBT). Outros, porém, (SCR) são fontes de correntes harmônicas. São necessários cuidados especiais com as correntes harmônicas em regime de “by-pass”.

A

A

A/PA Depende da autonomia das baterias normalmente da ordem de minutos até uma hora. A interrupção ocorrerá quando as baterias forem esgotadas (normalmente entre 5 e 60 minutos).

A

NA


171

O Setor Elétrico / Março de 2015

Dispositivo/Descrição

Aplicação

Transiente

Ruído

9 - UPS dinâmico – Sistema de energia ininterrupta composto por máquina síncrona (conjunto de gerador e motor elétrico) e baterias (ou volante de inércia ou flywhell) acoplada a rede por reator “choke”. (Não confundir com UPS rotativo que possui autonomia expandida. Ver item 10) 10 - UPS rotativo (DRUPS) Conjunto rotativo em baixa ou média tensão composto por um motor diesel e um alternador (+reatância “choke”); acoplados por meio de uma massa de inércia girante (acoplada ao eixo ou não) que armazena energia cinética, transferindo a mesma para a carga em caso de distúrbios ou interrupções na fonte de suprimento principal.

Em configuração interativa, o sistema mantém a carga operando na presença de distúrbios na rede por ação instantânea do conjunto girante (alternador em CA). Tem como vantagem o contingenciamento de cargas mecânicas. Sua autonomia dependerá das baterias ou do flywhell acoplados no conjunto.

A

A

Aplicável normalmente em sistemas de médio e grande porte com capacidade para corrigir afundamentos, transientes, distorções harmônicas e fator de potência. Tem uma boa aplicação na alimentação de cargas mecânicas, em função da alimentação da carga contingenciada pelo alternador. Em operação normal, a carga é mantida alimentada pela rede (configuração interativa) com a reatância “choke” assumindo a função de filtro. No instante do distúrbio, o alternador alimenta a carga tendo como fonte a massa girante e o próprio motor diesel do sistema. Aplicável na redução das correntes harmônicas em pontos distintos das instalações. Como consequência espera-se uma redução da distorção de corrente e tensão nos barramentos onde o filtro tenha sido instalado e nos barramentos a ele associados, além de moderada compensação do fator de potência. Caso haja compensação da corrente fundamental o filtro pode também compensar o fator de potência nesta frequência. Além de compensarem o fator de potência com a injeção de potência reativa, capacitores regulam a tensão e podem reduzir as correntes de circulação com redução de perdas elétricas.

A

A

NA

NA

PA

NA

NA

PA

11 - Filtro ativo de (correntes) harmônicas Equipamento eletrônico com função de injetar na rede de alimentação correntes harmônicas defasadas adequadamente daquelas consumidas pelas cargas, de modo que ao se somarem se cancelem, mantendo-se a fonte isenta delas. Conexão no esquema “shunt” com leituras de corrente em pontos adequados da rede e da carga. 12 - Capacitores e bancos de capacitores/Filtros passivos Capacitores são instalados em pontos da instalação: junto às cargas, aos barramentos

Corte de tensão

Mitigação de harmônicos - Redução da distorção harmônica de tensão

Afundamentos de tensão/ Subtensão

Elevação de tensão/ Sobretensão

Interrupção

Variação de frequência

Compensação reativa

PA PA Dependerá Dependerá do da relação da efeito de filtro do potência da “choke”, como carga e do também do UPS. acionamento do motor.

A

A

PA Dependerá da autonomia das baterias ou volante de inércia/ flywhell

A

A

PA PA Dependerá Dependerá do da relação da efeito de filtro do potência da “choke”. carga e do UPS.

A

A

A

A

A

A

NA

NA

NA

NA

PA dependerá da compensação na frequência fundamental

PA Filtros passivos LC mitigam as harmônicas.

PA Em regime permanente.

NA

NA

NA

A


172

Energia com qualidade

Dispositivo/Descrição

Aplicação

Transiente

principais e mesmo em Cuidados especiais devem média tensão. Podem ser tomados quando da ser automatizados instalação de capacitores (normalmente em em redes com cargas não baixa tensão) com lineares (que produzem injeção de energia correntes harmônicas) e reativa controlada em os aspectos de ressonância função da variação e harmônica. Neste caso do comportamento da pode-se optar pela carga. associação dos capacitores a reatores, formando-se filtros adequados (ver item 4). Capacitores geram transientes quando manobrados por elementos eletromecânicos. Cuidados especiais devem ser tomados na aplicação conjunta com geradores PA 13 - Compensadores A função principal Evitam estáticos de energia dos compensadores reativa estáticos é melhorar o transientes Grupos de capacitores comportamento da tensão e ruídos de manobra de associados a reatores com a compensação dos capacitores antirressonantes ou afundamentos causados e aqueles sintonizados, automáticos pelas cargas (lineares ou provocados e manobrados por não lineares) com rápida elementos estáticos com variação, como sistemas de por operação tempos de operação a solda, guindastes, prensas, das cargas. (transientes partir de um ciclo de elevadores e outras. internos) rede (16 milissegundos). Compensam a energia Diversas configurações reativa (e o fator de disponíveis. potência) com eficiência e mitigam as harmônicas em uma ou duas frequências. Devido à manobra estática controlada, não causam transientes de manobra. 14 - DVR – “Dynamic Normalmente aplicados PA Voltage Restorer” junto aos PAC (pontos Equipamentos de acoplamento eletrônicos compostos comum) promovem a por elementos compensação na tensão de estáticos de controle, alimentação dos sistemas filtros e fontes de elétricos quando alguma energia de curta anormalidade a montante duração em grandes ocorre e que causam sistemas (baterias ou afundamentos de tensão capacitores). ou transientes. Os DVRs “reconstroem” as formas de onda da tensão de alimentação por alguns ciclos em cada uma das fases. 15 - Dispositivos de Os dispositivos de partida PA partida suave (soft suave são inseridos Quando start) e inversores somente nos instantes causados pelas Sistemas estáticos de de partida (e parada) partidas das controle da operação dos motores efetuando o cargas. dos motores, mediante controle programado. Já o controle da tensão os inversores controlam e/ou frequência de os motores durante todo alimentação dos o período de operação

O Setor Elétrico / Março de 2015

Ruído

Corte de tensão

Mitigação de harmônicos - Redução da distorção harmônica de tensão

PA Evitam transientes e ruídos de manobra de capacitores e aqueles provocados por operação das cargas. (transientes internos)

A

PA

PA

PA

PA Quando causados pelas partidas das cargas.

PA

NA

Afundamentos de tensão/ Subtensão

Elevação de tensão/ Sobretensão

Interrupção

Variação de frequência

Compensação reativa

NA

NA

NA

A

A

A

PA Depende da capacidade da fonte alternativa.

A

NA

A Por razões internas relacionadas à partida do dispositivo associado.

NA

NA

NA

NA

A/PA PA Dependerá da Aplicável nos especificação do afundamentos por filtro. razões internas (causados pelas cargas).


173

O Setor Elétrico / Março de 2015

Dispositivo/Descrição

Aplicação

Transiente

Ruído

Corte de tensão

motores evitam as altas e se consagraram como correntes de partidas ferramentas de controle e consequências na de processo e eficiência tensão de alimentação energética. Algumas da rede. Aplicado tecnologias geram também a redução de correntes harmônicas. São correntes de energização associados em série com de transformadores em os motores na função de equipamento especifico. acionamento PA depende da relação da potência de curto da fonte e da carga que se deseja partir PA. Somente na partida. 16 - Starter Aplicado quando grandes PA PA PA Compensador de energia volumes de energia reativa Quando Quando Quando reativa de partida em são demandados das redes causados causados causados construção semelhante das concessionárias ou pelas partidas pelas partidas pelas partidas aos compensadores geradores e devem ser das cargas das cargas das cargas estáticos de energia compensados ciclo a ciclo. (internas). (internas). (internas). reativa, porém, só Evitam afundamentos de operam em curtos tensão e transientes não intervalos, na partida toleráveis nos barramentos de grandes blocos de durante a partida das cargas, desligando-se na cargas. sequência.

Mitigação de harmônicos - Redução da distorção harmônica de tensão

Afundamentos de tensão/ Subtensão

Elevação de tensão/ Sobretensão

Interrupção

Variação de frequência

Compensação reativa

NA

PA Por razões internas na partida das cargas.

NA

NA

NA

NA


174

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Março de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Documentos Operacionais do IECEx sobre certificação de empresas de prestação de serviços “Ex” em português do Brasil Foram publicados pelo IECEx –

Tais

sistema de certificação da IEC voltado

apresentam

às normas sobre atmosferas explosivas

permitem

–, para acesso público, em português

dessas empresas de serviços “Ex”

vidas

do

e

"Ex"

contendo atmosferas explosivas, pode

Operacionais sobre a certificação de

que sejam capazes de evidenciar as

ser verificado, na prática, que esta

empresas de prestação de serviços “Ex”,

suas competências e de atender aos

abordagem “limitada” de certificação

elaborados pelo subcomitê SC IECEx

requisitos indicados nas respectivas

somente de equipamentos “Ex” não

BR do Cobei.

Normas Técnicas da Série NBR IEC

contribuiu de forma significativa para

Como ponto de destaque nesses

60079 – Atmosferas explosivas.

o objetivo final requerido, que é a

documentos pode ser citada a seguir a

Ações

última

segurança tanto das instalações que

inclusão de uma nota sobre a referência

instância, para a elevação do nível de

contêm atmosferas explosivas quanto

às normas brasileiras NBR IEC e NBR

segurança em atmosferas explosivas

das pessoas que trabalham em áreas

ISO publicadas pela ABNT:

no Brasil, em uma abordagem com foco

classificadas.

Nota: ao longo deste Documento

nas pessoas e no ciclo total de vida das

Operacional

Brasil,

diversos

pessoas

que

contratação

competentes

colaboram,

em

Em função do elevado nível de acidentes,

explosões

e

comprovados

em

perdas

de

instalações

Na prática, observa-se, sob o ponto

de vista da segurança do processo,

O Brasil é membro do IECEx desde

das instalações e dos trabalhadores

referenciadas são indicadas como NBR

2009 e possui um Organismo de

de refinarias de petróleo, plataformas

IEC ou NBR, respectivamente. Isto se

Certificação de Produtos “Ex” (ExCB)

offshore,

deve ao fato de que tais normas são

acreditado pelo IECEx desde 2011.

instalações em plantas químicas e

também escritas em português e são

Outros

petroquímicas,

idênticas em conteúdo técnico, forma

estão

e apresentação, sem desvios nacionais,

a

em

respectivas

em

especificações necessária

de certificação de produtos “Ex”.

instalações "Ex".

às

escrito

de

a

operacionais

português, as normas IEC ou ISO

relação

IECEx,

Documentos

documentos

normas

OCPs

e

aplicando

possiblidade

OPCs ou

de

brasileiros

considerando aplicação

para

navios

FPSO

que

de

e

demais

pouco

vale

possuir equipamentos “Ex” certificados se

estes

não

forem

devidamente

qualificação internacional pelo IECEx

instalados,

internacionais IEC ou ISO.

como organismos de certificação para

ou reparados durante todo o tempo

Esses documentos operacionais do

mantidos,

inspecionados

empresas de prestação de serviços “Ex”

em que permanecerem instalados em

IECEx apresentam os requisitos para a

ou de competências pessoais “Ex”.

áreas classificadas, nas quais existe o

certificação de terceira parte, emitida por

risco de explosões devido à presença

um organismo de certificação acreditado,

Brasil,

tiveram

de atmosferas explosivas de gases

de empresas de prestação de serviços

como objetivo somente a certificação

inflamáveis ou de poeiras combustíveis.

de

inspeção,

dos equipamentos elétricos "Ex", a

No sentido de equacionar esse

manutenção e oficinas de serviços de

qual envolve apenas os fabricantes, os

grave

reparo de equipamentos "Ex".

laboratórios de ensaios e os organismos

haja, por parte dos setores envolvidos

projeto,

instalação,

Ao longo dos últimos 20 anos, no os

requisitos

legais

problema,

é

necessário

que


175

O Setor Elétrico / Março de 2015

da

sociedade

nova

Documentos Operacionais com versão

documentos operacionais em português,

postura de certificação, em que seja

para o português, de forma a facilitar

fica facilitada a aplicação dos organismos

considerada também a certificação das

o acesso aos milhares de profissionais

brasileiros de certificação de produtos,

empresas de prestação de serviços

brasileiros envolvidos nestes assuntos e

de sistemas e de pessoas nos sistemas

e

interessados em suas certificações.

internacionais de certificação “Ex” do

das

brasileira,

competências

uma

pessoais

dos

profissionais envolvidos nas atividades

Nota-se também que os sistemas

IECEx.

de

internacionais

projeto,

montagem,

inspeção,

do

IECEx

para

a

Além disso, dada a disponibilidade

manutenção, reparos e auditorias em

certificação de empresas de prestação

de acesso em língua portuguesa desses

áreas classificadas.

de serviços e de competências pessoais

documentos, fica também facilitado o

"Ex" incorporam as melhores práticas

acesso a essas informações por parte

indicadas nas normas internacionais

das empresas de prestação de serviços

Deve ser reconhecido que esta nova,

abrangente de

e

adequada

certificação,

que

abordagem

considera

a

sobre o assunto. Tais sistemas são

de

segurança durante o ciclo total de vida

totalmente

normas

manutenção e reparos em atmosferas

das instalações “Ex”, não estaria sendo

internacionais da série IEC 60079

explosivas que estejam buscando a sua

discutida no presente momento no

(atmosferas

certificação.

Brasil e no mundo, de forma consistente,

pelo Comitê Técnico TC-31 da IEC,

se não fossem pelos atuais sistemas

bem como nas experiências acumuladas

acesso às informações por parte dos

internacionais

de

certificação

baseados

nas

explosivas),

elaboradas

projeto,

montagem,

inspeção,

Da mesma forma, fica facilitado o

de

ao longo das últimas décadas por

profissionais brasileiros que tenham

empresas de prestação de serviços "Ex"

organismos de certificação de produtos,

interesse em obter a certificação de suas

e de competências pessoais que foram

de sistemas de gestão da qualidade

competências pessoais em atmosferas

elaborados pelo IECEx e que contam

e

países

explosivas, nas respectivas atividades

com o apoio da ONU.

tradicionalmente

assuntos

de

pessoas

de

diversos

nestes

aplicáveis, de acordo com as 11 unidades

Austrália,

de competências pessoais indicadas no

que o Brasil é um país-membro do IECEx

Malásia, Escócia, Noruega, Holanda,

Documento Operacional IECEx OD 504

desde 2009 e é atuante na contribuição

Alemanha, França, Inglaterra e Canadá.

– Edição 3.0 – Especificações para a

para o aperfeiçoamento dos respectivos

Com

avaliação dos resultados das unidades

Nesse sentido, deve ser ressaltado

“Ex”,

a

envolvidos incluindo

disponibilização

desses


176

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Março de 2015

de competências “Ex”. Estão

relacionados

iecex e Password – safety. a

seguir

os

• Certificação de empresas de serviços

documentos operacionais publicados

– Parte 4: Inspeção e manutenção “Ex"

em português do Brasil no site do

IECEx OD 314-4: Requisitos do sistema

IECEx sobre certificação de empresas

de gestão da qualidade para empresas

de prestação de serviços de projeto,

que prestam serviços de inspeção e

montagem, inspeção, manutenção e

manutenção "Ex"

reparos “Ex”:

• Certificação de empresas de serviços – Parte 5: Reparo, revisão e recuperação

• Certificação de empresas de serviços

de equipamentos "Ex"

– Parte 2: Seleção de equipamentos

IECEx OD 314-5: Requisitos do sistema

“Ex” e projeto de instalações "Ex”

de gestão da qualidade para empresas

IECEx OD 314-2: Requisitos do sistema

que prestam serviços de reparo, revisão

de gestão da qualidade para empresas

e recuperação de equipamentos "Ex"

que prestam serviços de seleção de

• IECEx OD 315-5: Requisitos técnicos

equipamentos e projeto de instalações

adicionais para empresas de serviços

"Ex"

envolvidas

• Certificação de empresas de serviços

recuperação de equipamentos "Ex"

– Parte 3: Instalação e inspeção inicial

• Lista de verificação de empresas

"Ex"

de serviços de reparo e recuperação

IECEx OD 314-3: Requisitos do sistema

de equipamentos “Ex” (FAR – Field

de gestão da qualidade para empresas

Assessment Report) Dados de Login

que prestam serviços de instalação e

informados pelo IECEx: Username –

inspeção inicial "Ex"

iecex e Password – safety.

em

reparo,

revisão

e

• Lista de verificação sobre empresas de prestação de serviços de instalação

e inspeção inicial “Ex”. (FAR – Field

do IECEx encontram-se disponíveis para

Assessment Report) Dados de Login

acesso público no site do IECEx: http://

informados pelo IECEx: Username –

www.iecex.com/operational.htm

Todos os Documentos Operacionais

Figura 1 – Exemplo de Documento Operacional do IECEx sobre empresa de prestação de serviços de instalação e inspeção inicial “Ex”, elaborado em português do Brasil e publicado para acesso público pelo IECEx.



178

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Março de 2015

Aplicações da ABNT NBR 5410

Esta terceira coluna traz um resumo do

que foi discutido em 2014 nas reuniões de

O

texto

aprovado

nas

seções

correspondentes encontra-se abaixo:

revisão da norma ABNT NBR 5410:2004, baseado nas alterações do texto da IEC

• Edificações de uso residencial; • Edificações de uso comercial; • Locais de afluência de público;

1 Escopo

• Estabelecimentos industriais;

correspondente e nos pontos apresentados

1. A NBR 5410 prescreve as regras para

• Estabelecimentos agrícolas e hortícolas;

pelos participantes. É importante sempre

o projeto, execução e verificação das

• Edificações pré-fabricadas;

ressaltar que as citações desta coluna

instalações elétricas de baixa tensão. Tais

• Áreas de concentração de reboques,

constituem um relato do que foi discutido

regras são destinadas a garantir a segurança

áreas de acampamento e instalações

e que foram aprovadas na reunião plenária

das pessoas, dos animais e dos bens

análogas; • Canteiros de obras, exposições, feiras e outras instalações temporárias;

A ABNT NBR 5410 prescreve as regras para projeto,

• Marinas;

execução e verificação das instalações elétricas de

análogas;

baixa tensão. Tais regras são destinadas a garantir

I) unidades móveis ou transportáveis;

a segurança das pessoas, dos animais e dos bens contra os perigos e os danos suscetíveis de ocorrer quando as instalações elétricas são usadas de forma adequada e garantir o funcionamento correto de tais instalações.

Iluminação

externa

e

instalações

• Estabelecimentos assistenciais de saúde; • Instalações fotovoltaicas; • Grupos geradores de baixa tensão; • Compartimentos condutivos. NOTA: Os "estabelecimentos" compre­ endem o terreno e todos os acessos às edificações que o compõem. 1.2 A NBR 5410 é aplicável: a) Aos circuitos alimentados sob uma

pela Comissão de Estudos, porém, a

contra os perigos e os danos suscetíveis de

tensão nominal no máximo igual a 1000

aprovação como parte oficial do Projeto

ocorrer quando as instalações elétricas são

V em corrente alternada e a 1500 V em

de Norma, somente será feita antes de o

usadas de forma adequada e garantir o

corrente contínua; em corrente alternada,

texto ser enviado para consulta nacional.

funcionamento correto de tais instalações.

as frequências preferenciais levadas em

Algumas

serão

1.1 A NBR 5410 é aplicável ao projeto,

conta nesta norma são 50 Hz, 60 Hz e 400

complementadas somente ao final dos

execução e verificação das instalações

Hz. Mas não se exclui a utilização de outras

trabalhos de revisão (por exemplo, referências

elétricas, podendo ser citadas como

frequências, para aplicações particulares.

normativas) não estão descritas aqui.

exemplo as instalações de:

b) Aos circuitos, que são aqueles internos

seções

que


179

O Setor Elétrico / Março de 2015

aos equipamentos, operando sob tensão

equipamentos elétricos, inclusive de sinal,

elétrica (por exemplo, seleção do DPS,

superior a 1000 V derivada de uma

ou substituir equipamentos existentes,

dispositivo de proteção contra surtos).

instalação com tensão no máximo igual a

não caracterizam necessariamente uma

1000 V em corrente alternada. Exemplos:

reforma geral da instalação.

j) Certas partes das instalações de elevadores;

circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadores eletrostáticos, etc.

1.3 A NBR 5410 não é aplicável a:

c) A toda fiação ou linha elétrica que

a) Equipamentos

não sejam cobertas pelas normas dos

incluindo os veículos usados em ferrovias

1.4 A NBR 5410 não é prevista para ser

equipamentos de utilização;

e os equipamentos de sinalização;

aplicável:

d) A toda instalação consumidora externa

b) Equipamentos elétricos de automóveis,

a) A redes de distribuição de energia; e

às edificações;

exceto unidades móveis ou transportáveis

b) A instalações de geração e de

e) Às linhas fixas de comunicação, de

e reboques;

transmissão.

sinalização e de comando (à exceção dos

c) Instalações elétricas de embarcações

circuitos internos dos equipamentos).

e de plataformas marítimas, sejam fixas ou

NOTA 1: Isto não significa que ela não

de

tração

k) Equipamentos elétricos de máquinas. elétrica,

móveis;

possa ser aplicada, total ou parcialmente,

NOTA: A aplicação às linhas de sinal

d) Instalações elétricas de aeronaves;

a tais instalações.

concentra-se na prevenção dos riscos

e) Instalações de iluminação pública que

decorrentes das influências mútuas entre

integram as áreas públicas;

NOTA 2: Para o projeto e a execução de

essas linhas e as demais linhas elétricas

f) Instalações em minas e pedreiras;

instalações elétricas com tensão nominal

da instalação, sobretudo sob os pontos

(Falta esclarecer as áreas isentas)

superior a 1 kV em c.a. e frequência

de vista da segurança contra choques

g) Produtos de redução de radiointer­

nominal até 60 Hz, baseados nas normas

elétricos, da segurança contra incêndios

ferência, exceto se eles puderem compro­

NBR 14039 e IEC 61936, convém que

e efeitos térmicos prejudiciais e da

meter a segurança das instalações;

os dispositivos BT de proteção e de

compatibilidade.

h) Cercas elétricas (ver norma NBR IEC

supervisão, c.a. e c.c., sejam conforme as

60335-2-76);

regras da NBR 5410.

1.2.1 Esta norma aplica-se às instalações

i) Proteção contra descargas atmosféricas

novas e a reformas em instalações

em edificações (ver norma NBR 5419);

e Engenharia Consultiva, superintendente da

existentes. NOTA: a,

por

Por Eduardo Daniel, consultor da MDJ Assessoria

Modificações exemplo,

destinadas

acomodar

novos

NOTA: Os fenômenos atmosféricos são

Certiel Brasil e coordenador da Comissão de

tratados pela NBR 5410, mas apenas no que

Estudos 03:64-001 do CB-3/ABNT, que revisa a

se refere às consequências para a instalação

norma de instalações elétricas de baixa tensão.


180

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Sérgio Mazucato Junior e Castellane Ferreira*

Comparativo entre topologias de detecção de arco elétrico As

estão

luz visível. A radiação ultravioleta começa

Vestimentas

presentes em todos os setores da

instalações

a ser liberada durante o processo de

Equipamentos de Proteção Individual

indústria. Para suprir a necessidade

ionização do ar, ou seja, antes do fluxo

(EPIs), são utilizadas com o objetivo

de fornecimento de energia elétrica, a

de corrente elétrica. Se, por algum

de minimizar possíveis lesões sofridas

indústria geralmente utiliza centros de

motivo, o campo elétrico entre os

por trabalhadores, como queimaduras

distribuição de energia e cargas, bem

pontos de arco for subitamente reduzido

de terceiro grau. Estes equipamentos

como conjuntos de manobra e controle,

durante o processo de ionização do

devem ser de fácil remoção por parte do

sendo que estes equipamentos estão

ar, não é possível fluir corrente e,

usuário e não devem ser inflamáveis.

usualmente sujeitos a problemas de

consequentemente, o arco elétrico não

Atualmente,

operação. Em face disso, as etapas

ocorre.

classificados de acordo com o nível de

relativas ao projeto, instalação, operação

A temperatura no ponto de origem

risco da atividade a ser executada. O

e

dispositivos

de um arco elétrico pode atingir até

nível de risco é definido pelo cálculo da

requerem atenção especial quanto aos

20.000 °C, muito superior à temperatura

quantidade de energia incidente em um

aspectos

suportada

material

arco elétrico. Na ocorrência de arcos

humana e patrimonial.

conhecido, quase quatro vezes maior que

elétricos, os EPIs devem ser capazes de

Entre os muitos problemas passíveis

a temperatura do Sol. Ondas de pressão

fornecer um nível mínimo de proteção

a circuitos elétricos, pode-se destacar

são outro agravante destrutivo de um

aos trabalhadores, de forma a evitar

o arco elétrico, também conhecido

arco elétrico, criadas pela expansão

lesões graves como queimaduras de

por arco voltaico. O arco elétrico é um

térmica do ar e pela vaporização dos

terceiro grau. Porém, caso algum objeto

caminho alternativo ao fluxo de corrente

condutores, podem provocar traumas

seja lançado, os EPIs provavelmente

elétrica, como o ar, por exemplo. Caso

não visíveis, como danos ao cérebro,

não serão capazes de proteger os

algum evento seja capaz de superar

pulmões, ouvido, etc.

trabalhadores.

o limite de isolação de um material,

chamado de rigidez dielétrica, este, que

humano é essencial. Profissionais estão

interior do painel, suas partes móveis

era isolante, passa a conduzir corrente

expostos ao risco de arco elétrico

podem

elétrica.

durante as medições de qualidade

distâncias e podem, fatalmente, atingir

de

manutenção

elétricas

destes

relacionados

à

segurança

Um arco elétrico é o resultado de

por

qualquer

Diante disso, a proteção do potencial

os

EPIs

ou

são

Devido à forte expansão do ar no ser

lançadas

por

grandes

termográfica,

pessoas próximas ao local. Neste sentido,

manutenções e operação de conjuntos

painéis resistentes a arcos têm sido

Para que o arco ocorra, o ar entre os

de manobra, pesquisa de defeitos e

projetados e utilizados. Estes painéis

pontos de arco precisa ser ionizado por

falhas e durante outras atividades nas

possuem

efeito corona. Caso o campo elétrico

proximidades dos painéis. Os conjuntos

especiais para resistir à forte expansão

entre os pontos seja suficientemente

de manobra e controle são relativamente

do ar e à alta temperatura proveniente

grande, o fluído ionizado (ar) torna-se

resistentes aos efeitos do arco interno

do arco. O painel é projetado de forma

condutor. Quando a rigidez dielétrica

devido

e

a direcionar a pressão e a temperatura

é rompida, a corrente passa a fluir em

extinção por gases. No entanto, este

para sua parte superior externa, por

alta velocidade (aproximadamente 100

nível de proteção não é suficiente.

meio de aletas e dutos de ar (condutos

m/s) e uma alta quantidade de energia

é liberada nas formas elétrica, térmica,

prejudiciais

acústica, química, radiação e mecânica.

indústria

Dessa maneira, um caminho de pequena

trabalhadores

equipamentos

sequencialmente. Primeiro, a energia

envolvidos em serviços de eletricidade.

do arco é descarregada no ar dentro

resistência

é

formado,

a

a

inspeção

proteção,

uma sequência de fenômenos físicos.

corrente passa a fluir e há liberação de

energia,

de

sistemas

de

exaustão

Com intuito de minimizar os efeitos dos

elétricos,

construtivas

de alívio), como mostrado na Figura 1.

a

Os efeitos do arco elétrico em

práticas

um painel podem ser divididos em

de segurança para a proteção dos

quatro etapas, que também ocorrem

tem

arcos

características

estabelecido e


O Setor Elétrico / Março de 2015

181

do painel e, consequentemente, a pressão aumenta. Esta etapa, que é chamada de compressão, dura entre 5 e 15 milissegundos. O incremento da pressão faz com que sejam abertos os condutos de alívio e o ar passa a ser expulso do painel diminuindo a pressão interna. Esta etapa é chamada de expansão e dura entre 5 e 15 milissegundos. Enquanto a pressão diminui, o ar continua a ser expulso e a temperatura aumenta. Esta etapa é denominada expulsão, dura entre 40 e 60 milissegundos, até que a temperatura ambiente seja aproximadamente a mesma temperatura do arco. A última etapa é chamada de térmica, nesta fase, a temperatura do arco alcança milhares de graus centígrados e os materiais internos do painel começam a se fundir. Não há um intervalo bem definido para a etapa térmica, ela ocorre até que toda a energia do arco seja dissipada.t

Figura 1 – Painel resistente a arco elétrico.

Para aumentar o nível de proteção aos trabalhadores, e simultaneamente proteger os equipamentos, sistemas de proteção capazes de detectar arcos elétricos têm sido desenvolvidos. Estes sistemas são capazes de abrir os disjuntores/seccionadores do circuito logo após a identificação do arco elétrico. Inicialmente, os sistemas de detecção de luminosidade foram utilizados. Nesta topologia são utilizados sensores capazes de detectar a luz visível proveniente do arco elétrico. Existem dois tipos básicos de sensores de luz visível: os sensores pontuais e os sensores de fibra ótica. Os sensores pontuais podem detectar a luz visível de um ponto determinado, ou seja, cada sensor cobre uma área relativamente limitada. Os sensores de fibra ótica, devido à sua concepção, podem detectar a luz por toda sua extensão, ou seja, um sensor de fibra pode ser instalado para detectar a presença de luz em uma grande área. Com relação ao nível de segurança para os trabalhadores e equipamentos, o sistema de detecção de arco elétrico por luminosidade é bastante eficaz, porém pouco confiável, quando comparado com outros sistemas. O grande problema deste sistema de detecção é que


182

Dicas de instalação

a luz visível não é exclusiva do arco elétrico. Caso o painel seja aberto, os sensores tendem a detectar luz visível. Neste caso, um falso arco elétrico pode ser detectado e o sistema atua de forma indevida. Para que o sistema seja mais confiável, podem ser utilizadas topologias com dupla detecção. Sistemas de detecção de luz e corrente ou luz e som têm sido empregados. O sistema de detecção de luz e corrente é composto por unidades de medição de corrente elétrica e também por sensores de detecção de luz visível, como mostrado pela Figura 2. Os sensores de luz são dispostos estrategicamente no painel e um sinal de trip é enviado caso ambos os dispositivos sejam acionados. Geralmente, os circuitos sujeitos a arcos elétricos são indutivos, assim, a impedância equivalente no ponto de arco não permite que ocorram elevadas variações de corrente, relativamente instantâneas. Devido à dificuldade em mensurar o nível de corrente nominal e de falta, estes sistemas tendem a utilizar medidas relativas, como mostrado na Figura 3. Desta forma, caso o dispositivo responsável pela monitoração de corrente identifique grandes variações relativas de corrente e, simultaneamente, seja detectada a presença de luz visível, o sistema envia um sinal de trip. A eficiência deste tipo de topologia é muito boa quando comparada com os outros métodos apresentados, porém, como sempre é necessário que dois dispositivos sejam acionados, o tempo total para que o sinal de trip seja enviado tende a ser relativamente grande. Em geral, a topologia mencionada precisa de 2 milissegundos para enviar o sinal de trip. Este intervalo de tempo é acrescido do tempo de atuação do dispositivo seccionador e, embora possa pareça pequeno, pode ser suficientemente grande para danificar equipamentos ou para que uma pessoa exposta ao arco sofra queimaduras incuráveis ou até venha a falecer. Uma alternativa para proteção contra arco elétrico é utilizar sensores que combinam a detecção da luz e som. A diferença entre a velocidade da luz e do som gera um atraso de tempo único, suficiente para diferenciar um evento de arco elétrico de outras fontes de luz e som. Nesta topologia, o sinal de trip

O Setor Elétrico / Março de 2015

Figura 2 – Topologia de detecção de arco por corrente e luz visível.

Figura 3 – Lógica de detecção por arco e luz visível.

demora aproximadamente 1 milissegundo, tempo consideravelmente inferior aos sistemas de corrente e luz, porém, tempo ainda suficientemente grande para que os trabalhadores sofram danos fatais. Há novidades no mercado aliadas à proteção contra arco, principalmente no método de detecção. Nestas novas concepções, não são necessários os dispositivos de medição de corrente e/ ou som, o arco é detectado apenas pela radiação ultravioleta. Há estudos no Brasil e nos Estados Unidos que comprovam e patenteiam tais métodos. O método de detecção por ultravioleta detecta o evento de arco voltaico em uma etapa pré-arco, período em que ocorre a ionização do ar circundante aos pontos precursores do arco e não há presença de luz visível. Todo o monitoramento é baseado no nível de radiação ultravioleta no ambiente. Dessa maneira, como a liberação de radiação ultravioleta ocorre antes do fluxo de corrente, é possível realizar a detecção do arco elétrico

antes que seus efeitos prejudiciais sejam identificados. Com este sensoriamento ultrarrápido aliado a um hardware dedicado, é possível identificar rapidamente a presença de um arco elétrico e enviar o sinal de trip em apenas 300 microssegundos, diminuindo a energia incidente em um evento como este. Para se alcançar tal proeza, o sistema deve ser projetado com um sensoriamento que utilize um protocolo de comunicação em alta velocidade e um hardware totalmente dedicado a esta finalidade, garantindo alta velocidade de processamento e, consequentemente, uma resposta ultrarrápida. Para isso ocorrer, outro aspecto a ser analisado diz respeito aos contatos de saída do relé de proteção, os quais devem utilizar contato estático, o qual concede um atraso de propagação do sinal de trip de apenas 9 nanossegundos e não há variação deste tempo de resposta em função de envelhecimento do dispositivo.


183

O Setor Elétrico / Março de 2015

Em sistemas nos quais se utilizam contato seco no dispositivo de envio de sinal de trip, o atraso de resposta é relativamente elevado, de pelo menos 7 milissegundos para ser enviado. Com o passar do tempo, os contatos tendem a se oxidar e envelhecer, e, consequentemente, o tempo de resposta pode ser superior.

sistemas de detecção e proteção contra arco voltaico surgindo no mercado, com métodos de detecção diferenciados e confiáveis, os quais possibilitam uma detecção em evento pré-arco aliadas a hardwares dedicados, o que garante maior segurança e preservação das instalações elétricas envolvidas.

Referências Conclusão Foi apresentado um estudo sobre arcos elétricos e um comparativo entre métodos de proteção de instalações elétricas. O estudo indica que os sistemas de proteção são essenciais em todos os tipos de instalação elétrica, até mesmo em painéis resistentes a arco elétrico. As vestimentas de proteção têm sido uma boa maneira de minimizar os efeitos do arco elétrico nos trabalhadores em serviços de eletricidade. No entanto, para atuações em áreas de elevado risco, o nível de proteção dos EPIs não é suficiente para proteger a vida dos trabalhadores. Em atuações de risco relativamente inferior, é possível dimensionar roupas suficientemente seguras, porém, muitas vezes estes equipamentos são pesados e desconfortáveis. O cálculo do nível de proteção do EPI envolve o tempo de atuação do sistema de proteção. Caso seja usado um sistema de proteção eficiente, é possível reduzir o nível de risco e, consequentemente, o nível de proteção dos EPIs, assim, os trabalhadores podem utilizar roupas mais leves e confortáveis. Há diversas concepções de detecção de arco voltaico há muitos anos no mercado que foram aprimoradas ao longo do tempo. Dos métodos convencionais, a mais empregada é a detecção por luz visível e, simultaneidade, do segundo evento, a variação de corrente elétrica. No entanto, estes métodos são mais lentos e, assim, tendem a proteger as instalações com um grau de preservação menor do que métodos ultrarrápidos. Há casos em que arcos elétricos ocorrem sem que a corrente seja elevada a um nível facilmente detectável e, assim, a energia incidente se eleva a tal patamar que pode danificar cabeamento e dispositivos da malha de detecção de corrente, fazendo o sistema perder a referência e se manter inoperante. As informações mostraram que há novos

• Vestimenta de proteção contra queimaduras por arco elétrico. O Setor Elétrico, ed. 45, 2009. • A natureza e os riscos do arco elétrico. O Setor Elétrico, ed. 72, 2012. • Arco Elétrico na Indústria Petroquímica. O Setor Elétrico, ed. 37, 2009. • SÁ, Alessandra; CÂMARA, Benevides. Modelagem do arco elétrico no ar. Tese de doutorado. COPPE. UFRJ. 2010. • Principais normas sobre os riscos do arco elétrico. O Setor Elétrico, ed. 73, 2012. • A NFPA 70E e os requisitos de segurança para arco elétrico – Seleção de EPIs. O Setor Elétrico, ed. 74, 2012. • Painéis resistentes a arco elétrico. O Setor Elétrico, ed. 77, 2012. • Dispositivos de proteção contra arco elétrico – sensores de luminosidade. O Setor Elétrico,. ed. 78, 2012. • Dispositivos de proteção contra arco elétrico – arquiteturas e equipamentos usuais para proteção de arco elétrico. O Setor Elétrico, ed. 79, 2012. • Dispositivos de proteção contra arco elétrico – relés de proteção digitais com detecção de arco integrada. O Setor Elétrico, ed. 80, 2012. • CAGGIANO et al. United States Patent, Patent Nº US 7,580,232 B2, August, 2009. • PI 0903808-6 A2, 09/06/2009, Revista de Propriedade Intelectual 2095 de 01/03/2011; Varixx Indústria Eletrônica Ltda.; Francis Rumenos Piedade. •ManualZyggotArco.Disponívelem:<http://www.varixx.com.br/ site/static/uploads/products/41483df183329ef9968516fbc 5918880d94d.pdf>. • Manual Vamp 221. Disponível em: <http://www-fi. vamp.fi/Manuals/English/VM221.EN018.pdf> *SÉRGIO CARLOS MAZUCATO JÚNIOR é estudante de engenharia elétrica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e participa de pesquisas sobre estabilidade e otimização em sistemas elétricos de potência. CASTELLANE FERREIRA é engenheiro eletricista graduado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), mestre em engenharia elétrica pela mesma universidade e diretor comercial da empresa Varixx.


184

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Bruno Albertini*

A vez do FPGA O FPGA (Field Programmable Gate

os fabricantes de FPGAs não ficaram

prateleira para facilitar o desenvolvimento

Array), esquecido nas últimas três décadas

parados. Houve um investimento maciço

do SW, e um HW especializado na forma

nos laboratórios das universidades e nas

nos softwares de prototipação para FPGAs,

de um coprocessador ou unidade auxiliar

bancadas de projetistas de hardware,

tornando possível que um projetista recém-

(ASIC ou não), ligados em uma placa feita

vem ganhando a atenção da mídia e dos

formado seja capaz de projetar um HW

para este propósito.

fabricantes por um motivo simples: sua

funcional. Estes softwares são mais baratos

utilização em produção está se tornando

que as contrapartes para desenvolvimento

os fabricantes de FPGA lançaram modelos

viável economicamente.

ASIC e lidam com roteamento, alocação de

híbridos focados no desenvolvimento de

Atentos a esse fluxo de desenvolvimento,

Tradicionalmente, o fluxo de projeto de

área e temporização quase sem intervenção

SoCs (System-on-Chip). Esta configuração

um HW especializado segue um padrão

do projetista, além de possuírem uma curva

de FPGA possui, na mesma pastilha,

definido de especificação e solução do

de aprendizado mais suave. De fato, já é

um

problema, seguido da prototipação em um

possível desenvolver um projeto de HW em

variação de ARM), elementos de apoio

dispositivo programável e os respectivos

linguagens de alto nível, como C/C++ (e

(e.g. memórias SDRAM) e um FPGA,

testes funcionais e temporizado, culminando

suas variantes para HW, como SystemC),

normalmente conectado ao processador

com a fabricação do silício, um processo

minimizando o estigma de “complicado”

por um barramento (e.g. PCIe), facilitando

especializado por si só.

associado às linguagens de descrição de

a implementação de uma solução baseada

A complexidade de se ter um ASIC

HW como VHDL e Verilog. Esta abordagem

no modelo ESL. Com o processador fixo

(Application Specific Integrated Circuit) é

popularizou-­se de tal forma que foi criada

(ao contrário de se utilizar das células

suficiente para desencorajar até mesmo os

uma

o

lógicas do FPGA para implementar um

grandes fabricantes. Um ciclo normal de

desenvolvimento de hardware em alto

processador soft-core), ganha-se todo

fabricação, considerando que o protótipo

nível, chamado de ESL (Electronic System

o ferramental de compilação do SW e

em dispositivo programável já está testado,

Level). Nesta abordagem, o problema a ser

comunicação com o FPGA, disponibilizado

leva em torno de um ano e meio para a

solucionado é materializado em um SW,

pelo

primeira pastilha. Mesmo sem mencionar

que pode ser testado como um projeto de

processador, neste caso, é o mesmo que

valores, fica claro que os custos litográficos

HW, não só funcionalmente, mas também

um processador implementado na mesma

associados à produção dos ASICs tornam

incluindo

tecnologia de fabricação, equiparando-se a

o projeto mais caro em relação ao projeto

casos, o consumo de energia estimado. A

um processador comum.

para FPGA, principalmente se levarmos em

utilização de SystemC, por exemplo, torna

consideração os custos não recorrentes,

muito mais fácil o particionamento HW-­SW,

recente dos FPGAs são o amadurecimento

como a máscara e possíveis correções. Os

em que se decide qual parte da solução

e a reconfigurabilidade. FPGAs antigos,

FPGAs surgiram na década de 1980 como

será executada em SW por um processador

com poucas células lógicas e utilizando

uma resposta para o tempo de projeto e

e qual se tornará um HW especializado.

tecnologia de 65 nm, possuem projeto já

os custos não recorrentes embutidos em

Nesta nova abordagem, o FPGA possui

consolidado e custo de produção baixo.

um projeto ASIC. Por que os fabricantes

uma vantagem sobre o ASIC, que pode

Hoje é possível encontrar no mercado

não usam FPGA diretamente em produtos

mudar o cenário do desenvolvimento de HW

FPGAs com 10 K, elementos lógicos

acabados desde então? A resposta está no

nos próximos anos. Há uma década atrás,

por USD 10, permitindo que startups,

desempenho: um projeto em FPGA era, em

após o particionamento do problema, a

amadores e entusiastas tenham acesso a

2007, cerca de quatro vezes mais lento e

abordagem mais comum era dividir o projeto

estes dispositivos e, consequentemente,

ocupava 35 vezes mais área que o mesmo

em duas linhas de desenvolvimento: o HW e

às

projeto em ASIC.

o SW (também conhecido como firmware),

citadas anteriormente. Um dispositivo com

desempenho,

com equipes e abordagens diferentes. O

estas características é suficiente para um

apesar de menor, permanece. Contudo,

projeto final acabava em um processador de

processador dedicado e algumas unidades

A

desvantagem

de

nomenclatura

específica

temporização

e,

em

para

alguns

processador

fabricante.

(normalmente

O

desempenho

uma

do

Outros dois efeitos marcantes na história

metodologias

de

desenvolvimento


185

O Setor Elétrico / Março de 2015

lógicas ou aritméticas especializadas. Para

um dispositivo programável e um dedicado.

volumes pequenos de produção, é possível

A tecnologia sub 20 nm tem se mostrada

embarcar um FPGA no produto final.

onerosa na produção e no desempenho

Já a reconfiguração, uma característica

(corrente de fuga), representando uma

dos FPGAs contemporâneos, permite que

barreira para os ASICs e aumentando a

o HW seja reconfigurado sem que seja

competitividade dos FPGAs. É fato que

necessário desligá-lo. Mesmo com FPGAs

os ASICs dificilmente serão vencidos

sem esta característica, os projetistas

em desempenho, mas a distância tem

exploravam a capacidade de modificar

claramente diminuído e, para volumes de

o HW em campo, seja para corrigir um

produção baixos, o FPGA já pode ser

defeito pós-venda, seja para adicionar

encontrado em produção, especialmente

novas funcionalidades. Com os FPGAs

nos dispositivos embarcados que primam

reconfiguráveis, é possível ter um HW

pelo consumo, como em IoT e smartgrids,

genérico, que pode ser configurado de

e nos dispositivos altamente especializados,

acordo com a necessidade momentânea

como computadores de telecomunicações

do produto. Um dispositivo embarcado

e controladores de veículos elétricos.

poderia ter um acelerador de um algoritmo criptográfico no momento de cifragem

Referências

de uma mensagem, que logo em seguida

[1] KUON, I.; MEMBER, S.; ROSE, J.;

se tornaria um filtro de ruído digital, por

MEMBER, S. (2007). Measuring the Gap

exemplo. Esta característica tem sido

Between FPGAs and

explorada para maximizar o consumo de

ASICs, 26(2), p. 203-215.

energia em dispositivos embarcados e

[2] SystemC. Disponível em: <http://www.

há quem afirme que a internet das coisas

systemc.org/home/>.

depende deste tipo de característica.

[3] Luke de Miller, IoT will depend on

No Brasil, as universidades já se

FPGAs. (2014). Disponível em: <https://

adaptaram ou estão se adaptando para

www.semiwiki.com/forum/content/3721-

introduzir o FPGA nos cursos de engenharia

iot-will-depend-fpgas.html>.

de eletricidade. Os egressos das grandes

[4] Programa CI-Brasil de formação de

universidades já são capazes de projetar

projetistas. Disponível em: <http://ci-brasil.

circuitos digitais com FPGA, utilizando uma

gov.br/>.

linguagem de descrição como VHDL. Em

[5]

complementação, o governo oferece ainda

Disponível

o programa CI-Brasil, cujo objetivo é formar

end-markets/end-index.html>.

End

Market em:

FPGA

Application.

<http://www.altera.com/

projetistas de HW que dominem toda a cadeia, da prototipação até o silício.

*Bruno de Carvalho Albertini é engenheiro de

computação, com mestrado e doutorado em

Sendo ou não a hora dos dispositivos

programáveis, é notável a crescente adoção

Ciência da Computação. Atualmente, é professor

de FPGAs em produtos finais. A qualidade,

doutor no Departamento de Engenharia de

as opções disponíveis e o preço estão

Computação e Sistemas Digitais da Escola

seguindo o crescimento do mercado,

Politécnica da Universidade de São Paulo. É

diminuindo a distância entre um projeto em

membro IEEE da região 9, seção sul Brasil.


186

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Março de 2015

Por Saulo Cisneiros*

Estratégias conceituais da operação do Sistema Interligado Nacional O (SIN) de

Sistema é

Interligado

um

sistema

dimensões

Nacional interligado

continentais

e

predominantemente hidroelétrico com grandes usinas distantes dos centros de carga, que são interligados por longas linhas de transmissão. Ao final de 2014, o SIN tinha uma capacidade instalada de geração de mais de 133.000 MW e mais de 120.000 km de linhas de transmissão em tensão igual ou superior a 230 kV. Além disso, o Brasil é um dos países emergentes do Grupo BRICS, cuja economia e demanda

por

energia

elétrica

têm

crescido significativamente a cada ano. Essas características tornam o SIN um sistema quase ímpar no mundo, de tal forma que o seu planejamento e a sua operação se revestem de grande complexidade, o que requer estratégias, diretrizes e procedimentos com essa finalidade. Esse arcabouço faz parte das atribuições, reponsabilidades e conceitos que são praticados pelo

Figura 1 – As regiões eletro-geográficas do SIN.

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do dia a dia das atividades

os excedentes sazonais de geração

elétrica da região Nordeste é de origem

dos

hidráulica e de outras fontes existentes

hidráulica e depende praticamente do

profissionais.

em cada região. Essas interligações

rio São Francisco. A capacidade máxima

Em função das características do

funcionam como se fossem “usinas

de armazenamento desta região é de

SIN, as interligações inter-regionais têm

virtuais” para as regiões recebedoras.

51.860 MWmed.mês, representando

um papel fundamental nos intercâmbios

Dentro deste contexto e de suas

20% da capacidade de armazenamento

energéticos entre regiões para otimizar

potencialidades, cada região tem suas

do SIN. O rio São Francisco concentra

as disponibilidades existentes visando a

estratégias específicas de atendimento

97% da capacidade de armazenamento

garantia do atendimento energético do

energético. A Figura 1 apresenta as

dessa

SIN. Por conta disso, as interligações

regiões eletro-geográficas do SIN.

reservatórios de Três Marias (31%),

seus

dirigentes,

gestores

e

região,

distribuídos

pelos

Sobradinho (59%) e Itaparica (7%). A

entre as regiões Sul, Sudeste/CentroOeste, Nordeste e Norte têm sido

Atendimento à região Nordeste

geração térmica representa 26% da

expandidas com o objetivo de aproveitar

A

capacidade de geração instalada na

principal

oferta

de

energia


187

O Setor Elétrico / Março de 2015

região. A geração eólica, apesar de ser emergente, representa hoje 22%.

Em caso de ocorrência de baixas

afluências no rio São Francisco, o atendimento

energético

à

região

Nordeste é feito prioritariamente pela importação de energia das regiões Norte, proveniente da UHE Tucuruí, e Sudeste/Centro-Oeste, por meio das interligações Norte/Nordeste, Sudeste/ Nordeste

e

Norte/Sudeste.

Nestas

situações, o recebimento de energia das demais regiões é maximizado até o Figura 2 - Recebimento mensal de intercâmbio pela região Nordeste de Jan/2013 a Dez/2014.

esgotamento dos limites elétricos das interligações inter-regionais, desde que haja excedentes disponíveis nessas regiões, para em seguida despachar a geração térmica da região NE, por razões de garantia energética, além daquela que já é normalmente feita por ordem de mérito econômico nos programas mensais de operação e suas revisões semanais. Caso não haja disponibilidade

de

excedentes

nas

demais regiões, o despacho térmico por segurança energética é logo adotado. Como a

resultado

maximização

da

desta

política,

importação

de

Figura 3 - Geração térmica mensal na região Nordeste de Jan/2013 a Dez/2014.

energia das demais regiões tem sido largamente praticada, de tal forma que o recebimento de intercâmbio pela região Nordeste nos últimos seis anos atingiu os seguintes valores em MWmed, representando os percentuais indicados máxima

da

energia

(%EARmax)

armazenada

desta

região,

conforme mostrado na Tabela 1, para os anos de 2008 a 2014, e na Figura 2 para os meses de janeiro/2013 a maio/2014. Tabela 1 - Recebimento anual de intercâmbio pela região Nordeste de 2008 a 2014

A geração térmica da região NE

concentram no primeiro semestre de

tem também sido usada em larga

cada ano e que são exportados para

escala como consequência das baixas

as regiões Sudeste/Centro-Oeste e/ou

afluências no rio São Francisco e

Nordeste. A exportação da energia de

também nas bacias da região Sudeste/

Tucuruí nos últimos cinco anos atingiu

Centro-Oeste, conforme mostrado na

os

Figura 3.

que estão concentrados no primeiro

seguintes

semestre

Atendimento à região Norte A

região

de

valores cada

em ano,

MWmed, conforme

mostrado na Tabela 2, para os anos de

Norte

depende

2009 a 2014.

significativamente da usina de Tucuruí e

de

região

importação

de

energia

Sudeste/Centro-Oeste

atendimento

dos

seus

da para

requisitos

energéticos e de ponta. Recentemente passou a contar também com a geração térmica

e,

em

função

do

regime

hidrológico do rio Tocantins, a UHE Tucuruí caracteriza-se pela ocorrência de excedentes energéticos que se

Tabela 2 - Exportação semestral de energia pela região Norte de 2009 a 2014


188

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Março de 2015

A UHE Tucuruí possui um ciclo anual bem

térmica no estado do Maranhão, que hoje

definido de tal forma que no primeiro semestre

totaliza 2.400 MW, a região Norte passou a

Atendimento à região Sudeste/CentroOeste

ocorre o seu replecionamento e no segundo

ser exportadora ao longo de todo ano, embora

semestre o seu deplecionamento, seguindo

com menor intensidade no segundo semestre.

do subsistema SE/CO é de cerca de

uma curva que procura maximizar o uso das

A capacidade máxima de armazenamento

205.002

MWmed.mês,

representando

suas disponibilidades, levando em conta

Atendimento à região Sul

71% da capacidade de armazenamento do

que, historicamente, seu reservatório sempre

A capacidade de armazenamento da

SIN, estando distribuída pelas bacias dos

reencheu ao longo do primeiro semestre do

região Sul totaliza cerca de 19.873 MWmed.

rios Paranaíba (37,2%), Grande (25,4%),

ano. Apresenta-se, na Figura 4, as curvas de

mês, representando cerca de 7,0% da

Paranapanema (5,7%) e Tocantins/Serra da

deplecionamento da UHE Tucuruí previstas e

capacidade de armazenamento do SIN,

Mesa (17,2%), nas quais as bacias dos rios

verificadas no ano de 2014.

distribuídos pelas bacias dos rios Iguaçu,

Paranaíba e Grande são responsáveis por

A capacidade de geração da usina de

Jacuí, Uruguai e Capivari, sendo a bacia do rio

cerca de 63% desse armazenamento.

Tucuruí é fortemente influenciada pela altura

Iguaçu responsável por cerca de 51% deste

A geração do subsistema, além das

de queda do seu reservatório. Em função

armazenamento.

usinas com grandes reservatórios, provém

dessa característica, ao longo do segundo

O Sul está fortemente interligado à região

principalmente de usinas a fio d’água de

semestre de cada ano, a UHE Tucuruí

SE/CO, por onde podem ser recebidos até

média e grande capacidade, com destaque

frequentemente não possui disponibilidade

6.000 MWmed. Os recursos de geração

especial para a usina Binacional de Itaipu

de geração para atender a carga da região

térmica, cuja capacidade instalada totaliza

(14.000 MW), que, por sua localização à

Norte, no período de ponta, o que é agravado

5.000 MW, mais a importação de energia

jusante da bacia do rio Paraná, tira proveito

pelo elevado fator de carga desta região ao

possibilita o atendimento de cerca de 60% da

das vazões regularizadas pelos reservatórios

longo da jornada diária, de tal forma que, a

demanda máxima verificada, o que dá a esta

situados nas bacias dos rios Grande,

depender das afluências de Tucuruí e dos

região uma característica diferenciada das

Paranaíba, Tietê e Paranapanema. A geração

requisitos de carga, este déficit de ponta pode

demais regiões.

térmica, convencional mas nuclear, representa

transformar-se em déficit de energia, devido à

Na

extensão da duração da ponta do Norte.

desfavorável na região Sul, principalmente na

Dessa forma, o atendimento energético

bacia do rio Iguaçu, onde estão localizadas

à jusante da bacia do Paraná, Itaipu tem

da região Norte no segundo semestre é

suas principais usinas e reservatórios, a

batido seguidamente recordes mundiais de

feito pelas disponibilidades energéticas da

estratégia de operação energética prioriza

geração anual. Em 2006 e 2007, ano em

UHE Tucuruí e o que não for possível de ser

inicialmente a maximização do recebimento

que foram inauguradas mais duas unidades

atendido por esta usina será complementado

de energia da região SE/CO, caso haja

de 700 megawatts, completando, assim, as

pelas

das

excedentes energéticos, para em seguida

20 previstas no projeto inicial, a marca de

regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste,

fazer uso da geração térmica local, visando

90 milhões foi superada novamente, e em

a depender dos regimes hidrológicos dessas

preservar a segurança do atendimento

2012 e 2013 novos recordes mundiais foram

regiões, e/ou pela geração térmica local. A

eletroenergético da região.

atingidos, sendo 98,6 milhões de MWh em

disponibilidades

energéticas

ocorrência

de

uma

hidrologia

partir de 2013 com a instalação de geração

cerca de 20% da demanda máxima. Em função de ser a usina situada mais

2013. A Tabela 3 apresenta a produção anual de Itaipu deste 1999, que em 2012 superou os 90 milhões de MWh. A região SE/CO está interligada às regiões Sul, Norte e Nordeste, o que possibilita uma intensa otimização energética dos recursos de geração disponíveis entre as regiões. Entretanto, a região SE/CO, com cerca de 60% da carga própria do SIN, é atendida principalmente por seus próprios recursos de geração.

Pelas suas características, a região SE/

CO apresenta uma grande inércia, de tal forma que as transferências de energia com as outras regiões representam menos de 5% de sua oferta. Disso decorre que, num Figura 4 - Curvas de deplecionamento de Tucuruí prevista e verificada no ano de 2014.

quadro de restrição de oferta nesta região,


189

O Setor Elétrico / Março de 2015

as transferências das demais regiões para

assegurando, assim, a aplicação do princípio

o SE/CO, embora sejam importantes, não

da equidade da segurança energética

Atendimento sistêmico em situações de hidrologias críticas

são suficientes para evitar um eventual

em toda a sua plenitude para todo o SIN.

contingenciamento ditado por uma hidrologia

Considerando que existem restrições de

preservação dos estoques armazenados

criticamente desfavorável.

transmissão,

ser

nos reservatórios localizados nas cabeceiras

adotados para procurar nivelar ou compensar

dos rios Grande (Furnas e Mascarenhas),

Atendimento sistêmico

desigualdades entre as regiões, provocados

Paranaíba

por estas restrições.

Tocantins (Serra da Mesa) e São Francisco

SIN com usinas localizadas em diversas bacias

Para ilustrar precisamente este conceito,

(Três Marias e Sobradinho) passam a ter um

de diferentes regiões geográficas, interligadas

salienta-se o caso de uma região com

papel fundamental no atingimento de dois

por um extenso sistema de transmissão,

disponibilidade sazonal ter de exportar o

grandes objetivos:

conduz a que o planejamento e operação

máximo para atender às demais regiões

do SIN sejam realizados considerando a

que se encontram carentes. Caso estas

• Garantir o atendimento aos requisitos

otimização dos recursos energéticos globais.

disponibilidades não sejam suficientes para o

energéticos e de potência do SIN ao longo do

Esta otimização tem como princípio básico

atendimento total das necessidades, deverão

período crítico;

distribuir, entre todas as regiões e os agentes,

ser seguidos os seguintes passos:

• Permitir o controle da gestão hídrica dos

A base predominantemente hidráulica do

mecanismos

precisam

o ônus e os benefícios decorrentes da

Em situações de hidrologias críticas, a

(Emborcação

e

Itumbiara),

reservatórios de cabeceira para fins de uso

operação interligada, mantendo o princípio da

1. Estabelecer prioridade entre as regiões

múltiplo das águas por todos os usuários,

cooperação mesmo no ambiente competitivo.

carentes, em termos de criticidade;

pois, caso contrário, todos sairão perdendo.

Desta forma, as interligações inter-

2. Priorizar as transferências de energia para

regionais têm sido operadas visando otimizar

as regiões mais carentes;

Neste sentido, há necessidade de

o uso dos recursos energéticos de cada

3. Utilizar recursos locais de geração térmica

flexibilizar os requisitos de uso múltiplo

região, observando o ótimo sistêmico. Isso

e/ou importação de outras fontes, por ordem de

da água e de condicionantes ambientais,

significa que os intercâmbios inter-regionais

mérito de custo, para compensar o que não pode

com o objetivo de reduzir as inflexibilidades

serão definidos com o objetivo de procurar

ser recebido plenamente pelas regiões deficitárias

hidráulicas nas bacias hidrográficas do SIN,

igualar a segurança energética entre as

até os limites de transmissão existentes.

utilizando para isso recursos térmicos e

regiões, até os limites elétricos de capacidade

energéticos existentes em todas as regiões.

destas interligações.

Os custos com a utilização destes recursos

As principais restrições nos aproveita­

Para que este princípio seja praticado de

locais de geração térmica e/ou importação

mentos das bacias hidrográficas do SIN são

forma equitativa em todo o SIN, é necessário

por cada região serão considerados de uso

decorrência de razões ambientais e de uso

que os recursos energéticos excedentes em

sistêmico e rateados por todos os agentes de

múltiplo dos recursos hídricos e, para cada

uma região sejam transferidos, via sistema de

consumo do SIN, pelo Encargo de Serviços

caso, estão identificadas as flexibilizações

transmissão, para outras regiões que estejam

Sistêmicos (ESS) por razões de segurança

requeridas para maximização do uso dos

mais carentes.

energética, aplicado a situações específicas

recursos

O ideal seria que as transferências de

para bancar custos adicionais decorrentes

energético do SIN. Dentro deste contexto é

energia entre regiões não fossem limitadas

da busca pela garantia da segurança do

importante salientar que os requisitos locais

pelas restrições de transmissão existentes,

atendimento energético do SIN.

não podem se contrapor ao objetivo maior que

Tabela 3 - Energia anual gerada na UHE Itaipu

disponíveis

para

atendimento

é o atendimento energético nacional ao país. Cabe para isso identificar as ações necessárias para mitigar os impactos locais provenientes da flexibilização das restrições existentes.

Agradecimentos Agradecemos sinceramente às enge­ nheiras especialistas de sistemas de potência do ONS, Alessandra Barros e Raitza Aguiar, pela coleta dos dados e preparação das tabelas apresentadas neste artigo. *Saulo José Nascimento Cisneiros é segundo vicepresidente do Cigré-Brasil.


190

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Março de 2015

A crise elétrica e a grande imprensa Sem dúvida é grave a situação do

culminou no racionamento de 2001/2002.

e democrática. A democratização do

setor elétrico. E pode se tornar dramática

Em 2004, depois de sofrer pequenas

planejamento do setor energético por

se medidas urgentes não forem tomadas.

mudanças cosméticas, o Modelo do Setor

meio da abertura de espaços efetivos e

Pode-se até repetir o desabastecimento

Elétrico passou a ser chamado de “Novo

transparentes de participação e controle

ocorrido há 15 anos, por deliberada decisão

Modelo do Setor Elétrico”.

social é tarefa para ontem.

política de não se fazer os investimentos

necessários na geração, transmissão e

obra e culpa do governo de plantão. Falam em

para combater a crise elétrica, uma que se

distribuição de energia.

nome de uma ideologia à qual devotam uma

convencionou chamar de “realismo tarifário”

As condições de hoje não são as

crença inabalável, e prestam um desserviço

promoveu um aumento desproporcional

mesmas do passado recente, mas os

aos interessados em informações, quando

e despropositado das tarifas elétricas,

resultados da atual crise poderão ser

emitem opiniões baseados em um só lado

beneficiando diretamente o caixa das

idênticos. A oferta e o consumo de energia

da moeda. Partidarizam a discussão, fazem

distribuidoras, que exercem um forte lobby

cresceram, como também cresceu a malha

a luta política em um contexto no qual a

junto às autoridades do setor elétrico. Sem

de transmissão. Mas nada cresceu como

política elétrica atual é uma continuação

dúvida, energia mais cara acarretará menor

a ganância das distribuidoras privatizadas

daquela de governos e partidos políticos que

consumo, que assim aliviará, em parte,

que – lastreadas em contratos draconianos

governaram o país desde o começo da Nova

a pressão sobre a demanda, i.e. sobre o

de concessão (também chamados de

República. É o sujo falando do mal lavado.

sistema como um todo.

privatização) – impõem ao consumidor

O que esses “especialistas” não

Entre essas e tantas, debater a

uma das mais caras tarifas de energia

questionam

uma

regulação econômica da mídia é mais do

elétrica do mundo, enquanto a qualidade

concentração de poderes e de um

que necessário é urgente. Somente assim

dos serviços prestados é sofrível. E piora

acentuado caráter autoritário na condução

poderemos almejar uma sociedade com

com o passar do tempo.

da política do setor elétrico no país, o que

mais pluralismo e mais democracia, com

Para o não especialista, ávido por

acaba subordinando o futuro ao presente.

cidadãos que poderão olhar criticamente

compreender o que se passa para ter a

Verifica-se que, ao longo do tempo, feudos

uma notícia sob variados pontos de vista

sua opinião, reina uma grande confusão.

partidários foram instalados no governo

e não apenas a partir da “verdade única”

Pois uma grande parte dos chamados

federal, sendo um deles o Ministério de

dos colunistas, dos “especialistas”, desses

“especialistas”, convidados a opinar e

Minas e Energia, cujo segundo escalão

endeusadores do oráculo do mercado.

debater, e dos chamados “articulistas” ou

concentra muitos órgãos com alto e

“formadores de opinião”, acaba cometendo

forte poder de decisão financeira e

uma fraude contra os cidadãos. Querem

administrativa. É uma excrescência este

fazer crer que o que dizem são comentários

ministério, tão relevante e estratégico ao

objetivos, isentos, sem ideologia. Quando

país, ser considerado como moeda de

estão, na verdade, comprometidos com os

troca no “toma lá, dá cá” das composições

interesses das empresas, do capital, do

políticas. E o loteamento político do atual

mercado.

Ministério de Minas e Energia repete

Não assumir a visão ideológica é

fórmulas já usadas nos governos anteriores.

cinismo, empulhação. Dizem acreditar de

Preconiza-se,

fato que a mão invisível do mercado pode

maior publicização da questão energética

tudo, que o liberalismo é o que pode resolver

na sociedade, incentivando o debate de

os problemas existentes.

ideias e o confronto de interesses em

esses

resultantes

Problemas

é

a

existência

com

de

urgência,

condições adequadas de informação e

elétrica,

conhecimento, se constituindo assim em

promovida pelos guardiões do pensamento

instrumentos fundamentais na formulação

do mercado a partir de 1995 e que

de uma estratégia energética sustentável

da

energia

Dentre as medidas recentes tomadas

uma

da

mercantilização

essencialmente

Dizem que a situação vai de mal a pior por

Por Heitor Scalambrini Costa, graduado em Física, mestre em Ciências e Tecnologias Nucleares e Doutor em Energia. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)



192

Agenda 28 de abril

Noções básicas de iluminação Led

Descrição

Informações

Trata-se de um workshop de atualização profissional que se propõe, de forma verbal, visual, e por meio de visitação ao show room da empresa Avant e estudo da apostila, a discutir a história da descoberta do Led e sua evolução, bem como os formatos de montagem de cada tecnologia e suas aplicações. O curso é voltado para profissionais ligados à área de iluminação, arquitetura, engenharia, decoração, projetos e comercial que desejam conhecer mais profundamente sobre as vantagens e desvantagens dos Leds, bem como sua aplicação e uso em projetos luminotécnicos.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 2085-0093 sota@avantled.com.br

Sistemas autônomos de energia solar fotovoltaica (off grid, minirredes híbridas e backup solar

Cursos

8 e 9 de maio Descrição

Informações

Direcionado a engenheiros, arquitetos, eletricistas e eletrotécnicos, o curso dissertará sobre os seguintes assuntos: energia solar no Brasil e no mundo; principais usos e aplicações; baterias; inversores; módulos solares: modelos e tecnologias; sistemas de iluminação solar; minirredes híbridas; backup solar; descrição de sistemas instalados, entre outros.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 98867-2337 contato@solarize.com.br

20 de maio

Iluminação pública

Descrição

Informações

O objetivo deste workshop é apresentar os requisitos e a importância do atendimento aos aspectos normativos revistos a pouco nas comissões de normas para projetos e luminárias públicas, bem como os possíveis impactos técnicos e econômicos para gestão municipal com a Resolução nº 414/2010. O curso é direcionado para profissionais ligados à área de iluminação pública, tais como gestores de iluminação pública, prefeituras, concessionárias, investidores do setor, escos.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4704-5972 treinamentos@expersolution.com.br

25 a 27 de maio

Proteção de equipamentos e subestações

Descrição

Informações

O curso tem como objetivo fornecer subsídios sobre o funcionamento, filosofias e aplicações de relés de proteção em equipamentos de subestação de média, alta e extra alta tensão. As aulas são voltadas para profissionais que trabalham na área de proteção em concessionária de energia elétrica e sistemas industriais de médio e grande portes. Fazem parte do conteúdo programático do curso temas como: Filosofia da proteção, conceitos básicos de curto-circuito, aterramento de sistemas e equipamentos, etc.

Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br

5 a 7 de maio

Lightfair International

Descrição

Informações

Uma das maiores feiras de iluminação arquitetônica e comercial do mundo, a Lightfair International, que também conta com conferência, combina cursos de educação continuada com produtos inovadores, que vão de design high-end até tecnologias de ponta.

Local: Nova York (Estados Unidos) Contato: +1 877 437 4352 info@lightfair.com

6 e 7 de maio

Eventos

O Setor Elétrico / Março de 2015

Seminário Internacional de Energia Nuclear

Descrição

Informações

A sexta edição do seminário pretende dar mais profundidade e alcance a um importante assunto do segmento de energia: a segurança nas usinas nucleares, empreendimentos que se mostram como grande alternativa para complementar a demanda de energia nas matrizes energéticas dos países desenvolvido e em desenvolvimento. Novas tecnologias, o desenvolvimento da engenharia nacional, perspectivas da geração nuclear no Brasil e os múltiplos usos da radiação serão outros assuntos debatidos no evento.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2262-9401 eventos@planejabrasil.com.br

19 a 21 de maio

Smart City Business America

Descrição

Informações

O intuito do Smart City Business America é fomentar o debate, trocar informações e alternativas de soluções inteligentes para os desafios encontrados nas cidades modernas. Entre os assuntos que serão discutidos estão o meio ambiente, a mobilidade urbana e a geração de energia. O evento deve contar com a presença de especialistas de diferentes países, que trocarão suas experiências a respeito dos temas centrais do evento, apresentando ideias e ajudando no desenvolvimento de programas sustentáveis.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3317-3000 terezaborges@smartcitybusiness.com.br

27 e 28 de maio

Enase 2015

Descrição

Informações

Fórum de discussões do setor elétrico brasileiro, o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) é uma grande oportunidade para os participantes terem uma visão completa e independente de toda a cadeia envolvida com o mercado de energia elétrica no Brasil. Anualmente, as principais autoridades do setor são convidadas para painéis especiais, sendo que, na abertura ou no encerramento, o Enase tem contado com a presença dos ministros de Minas e Energia, a exemplo de Marcio Zimmerman (Enase 2011 a 2014) e Edson Lobão (Enase 2010).

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 www.enase.com.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Março de 2015

A Cabine 163 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br Ação Engenharia 185 (11) 3883-6050 orcamento@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br

Cordeiro 79 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br

91 Agpr5 - Abirush Automação e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br Alper 23 (11) 3625-6760 comercial@alper.com.br www.alper.com.br Alpha 152 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www. alpha-ex.com.br 89 Altus (51) 3589 9500 www.altus.com.br

Crimper 173 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br

Alubar 55 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Aureon 161 vendas@aureon.com.br (11) 3966-9211 / 2358 Avant 145 www.avantled.com.br BHS Eletrônica 149 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brasil Offshore 167 www.brasiloffshore.com 28 BRVal (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Burndy 159 (11) 5515-7225 vendasbr@burndy.com www.burndy.com Cabelauto 73 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 43 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br 115 Chint (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículos e 93 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 15 e 87 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 5 COMSOL (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com Condumax 81 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 25 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br Conprove 140 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br Construfios Fios e Cabos 24 (11) 5053-8383 construfios@construfios.com.br www.construfios.com.br

Gimi Pogliano 9 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br 26 GTMS (41) 3068-3755 www.gtms.com.br 114 Grupo ATS (11) 2645-4196 ats@atseletrca.com.br www.atseletrica.com.br

Corfio 59 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br

HDA Iluminação Led 35 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

Daisa 47 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Dialight 175 (11) 4431-4300 vendas.brasil@dialight.com www.dialight.com Dutoplast 45 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br

Hellermann Tyton 109 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br Himoinsa 51 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br Huntsman 76 0800 170 850 www.huntsman.com/power

Eaton 85 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br Efe-Semitrans 61 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br

ICE Cabos Especiais 105 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br 183 IFG (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br

Eletromar 53 e 113 0800 7242 437 www.hager.com.br Eletro Zagonel – Z.Light LEDS (49) 3366 6000 comunicao@zagonel.com.br www.zagonel.com.br www.zlight.com.br

10

Embramat 13 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br Embrata 112 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enerbras 41 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br Enercom 127 (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br www.enercom.com.br Exper 191 (11) 4704-5972 treinamentos@expersolutions.com.br www.expersolutions.com.br Exponencial 176 (31) 3317-5150 comercial@exponencialmg.com.br www.exponencialmg.com.br Facilit 71 (11) 4447-1881 vendas@faciliteletrocalhas.com.br www.faciliteletrocalhas.com.br Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br FLIR Brasil Folder de capa (15) 3238-8075 www.flir.com/c2 General Cable 111 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com Gigaclima 108 (19) 3469-5324/ 988807844 comercial@gigaclima.com.br www.gigaclima.com.br Gimi 117 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br

Iguaçumec 8 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br Ilumatic 37 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Instrumenti 95 e 121 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Instrutemp 139 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br 6e7 Intelli (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa, 3, 62 e 63 (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 121 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kanaflex 138 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kian Brasil 40 (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br Kienzle 153 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br 179 KRC (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 141 0800 11 8008 cst.brasil@legrand.com.br www.legrand.com.br Logmaster 147 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br

Luminárias Sun Way Rio 20 (21) 3860-2688 gruposunway@hotmail.com www.coloniallustres.com.br Maccomevap 155 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br 101 Magnet (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br Média Tensão 19 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Patola 57 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br 39 Power Lume (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br Press Mat 97 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

Megabrás 126 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Redes Subterrâneas 177 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br

Melfex 12 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br Mersen 33 e 125 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com 146 Montal (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br Mon-Ter 96 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

RDI Bender 67 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Rehtom 18 (19) 3818-5858 comercial@rehtom.com.br www.rehtom.com.br RM Sarel 14 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br Romagnole 86 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br Sarel 11 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Multhiplos 21 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.br Nelmetais 119 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br

Sassi Medidores 99 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

Netz Service 30 (11) 3949-7998 netz@uol.com.br www.manutencaoeletrica.com.br

Sicame 27 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br

Newmax 135 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp Fascículos e Encarte (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Novus 49 (11) 3097-8466 info@novus.com.br www.novus.com.br Nutsteel 107 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 123 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 137 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com

Senai Pirituba 136 (11) 3901-9300 senaipirituba@sp.senai.br www. pirituba.sp.senai.br

Sindustrial Engenharia 165 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Strahl 29 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Technomaster 103 (21) 25804001 vendas@technomaster.net www.technomaster.net TE Connectivity 122 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Terex 17 (31) 2125-4000 beh-marketing@terex.com www.terexritz.com.br Trael 162 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 74 e 75 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br

Paraeng Pára-Raios 110 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br

Vextrom 83 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br VR Painéis Elétricos 131 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Paratec 166 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br

Walcenter 181 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br

Palmetal 77 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br

193


194

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Março de 2015

O que há de errado? A seção O que há de errado? foi reformulada e está de cara nova! A partir de agora, as instalações aqui ilustradas dirão respeito não apenas a instalações de baixa tensão, como também a outras áreas da engenharia elétrica, desde iluminação e aterramento a instalações de média tensão, atmosferas explosivas, entre outras.

Observe a imagem ilustrada acima e aponte os erros e não conformidades de acordo com as

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do

normas técnicas vigentes. Entre no site www.osetoreletrico.com.br e envie a sua resposta ou mande

Anuário O Setor Elétrico de Normas

um e-mail para interativo@atitudeeditorial.com.br.

Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Resposta da edição 107 (Dezembro/2014)

Diversos leitores identificaram os

principais problemas da instalação ao lado, no entanto, o leitor ANTONIO JORGE AUGUSTO DE FARIAS apresentou a resposta mais completa com relação às não conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico

Não perca tempo! Mande sua resposta

de Normas Brasileiras com as principais

para interativo@atitudeeditorial.com.br ou

atualizações normativas do setor.

acesse o site www.osetoreletrico.com.br

Parabéns a todos os leitores que

e mande suas impressões!

mandaram suas respostas e continuem participando!

instalações em áreas classificadas, uma vez

que uma eventual explosão que possa ocorrer

Confira a resposta correta, dada pelo

engenheiro Roberval Bulgarelli, engenheiro

no interior do invólucro Ex "d" irá se propagar

sênior da Petrobras e representante do Brasil

indevidamente para o exterior do invólucro

na IEC e no IECEx:

(através desta folga), colocando em risco de explosão toda a atmosfera explosiva que

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica

possa estar presente no local da instalação.

e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para

com o prensa-cabo à prova de explosão. O

o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e

diâmetro externo do cabo é muito pequeno

tentar "contornar" o problema de cabo solto no

nos ajude a denunciar os disparates cometidos

em relação ao tamanho do prensa-cabo Ex

prensa-cabo a pessoa envolvida na atividade

por amadores e por profissionais da área

"d" que foi especificado e utilizado. Isto faz

desta instalação colocou uma "fita isolante" ao

com que o cabo fique "solto", uma vez que

redor do cabo para tentar preencher o espaço

o prensa-cabos não é capaz de prensar

vazio existente entre o cabo e prensa-cabo.

adequadamente o cabo que foi especificado e

Este tipo de "iniciativa" é totalmente irregular

utilizado.

e totalmente contrária a todos os requisitos de

montagem de equipamentos "Ex".

O cabo utilizado não está compatível

Esta "folga" traz um grande risco para as

Como pode ser observado na foto, para

de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.




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