O Setor Elétrico (Edição 111 - Abril 2015)

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Ano 10 - Edição 111 Abril de 2015

Medição e gerenciamento de energia Eficiência energética, gestão e controle são soluções de grandes consumidores para contornar altas tarifas de eletricidade Quadros e painéis elétricos Expectativa de fabricantes e montadores frente ao cenário econômico atual Proteção de equipamentos em câmaras subterrâneas Substituição de cabos de média tensão com técnica de linha viva



Sumário

3

atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Pesquisa – Quadros, painéis e montadores

94

Segmento de quadros e painéis elétricos vive expectativa de mudança. Está prevista para 2016 a publicação de nova norma que eliminará os conceitos de painéis total e parcialmente testados, que são tão importantes na atualidade.

Coluna do consultor

8

Espaço 5419

Considerações sobre a situação econômica e política do Brasil.

Painel de notícias

126

Explanação sobre a quarta parte da ABNT NBR 5419 apresenta o que deve ser feito para a instalação de um sistema interno de proteção

10

contra descargas atmosféricas.

Custo da energia elétrica registra aumento de 60,42% no período de 12 meses; Brasil economizou 3.616 GWh entre 2008 e 2014;

Espaço 5410 128

Quatro novas normas estão em consulta nacional; Wago comemora

Texto sobre proteção contra efeitos térmicos aprovado nas reuniões

programa de parceria com integradores de sistemas; GE duplica

da comissão CE 03:64-001, que revisa a atual ABNT NBR 5410:2004.

vendas no Brasil; Crestron inaugura primeira unidade no Brasil

Colunistas

22

Michel Epelbaum – Energia sustentável 130

Consultor técnico José Starosta

Evento - Fiee

Eficiência energética e fontes renováveis marcam debates em

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação Eficiente 132

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

seminário que ocorreu durante a Fiee, cuja edição recebeu mais de

Luis Fernando Arruda – Instalação MT

50 mil pessoas em São Paulo.

Cláudio Sérgio Mardegan – Análise de sistemas de potência

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Adriana de Araujo, Ana Karina E. de Souza, André Luis Müller da Silva, Clay M. Martins, Dailton Pedreira Cerqueira, Edemir Luiz Kowalski, Eduardo Daniel, Felipe Furcolini, Gracieli Sartório de Lima, Guilherme Rachelle Hernaski, Isaú de Oliveira Nascimento, Jonas Cirilo, José Celso Gonçalves, José Maria de Carvalho Filho, Kátia Cilene Falcão Xavier, Kelson Marconi de Carvalho, Manuel Luiz Bandeira Martinez, Marcelo Antônio Ravaglio, Marilda Munaro, Mario José Costa Pinheiro, Mario Pinheiro, Mozart Ferreira Braga Junior, Neusvaldo L. de Almeida, Odair de Souza Andreaça, Patrícia Teixeira Asano, Plínio Godoy, Rafael Pires Machado, Sérgio Feitoza Costa, Victor Salvino Borges e Zehbour Panossian Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Pavel L Photo and Video | Shutterstock Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Fascículos

Jobson Modena – Proteção contra raios

31

Reportagem – Medição e gerenciamento

134

João Barrico – NR 10

142

140

136

144 146

José Starosta – Energia com qualidade

62

Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

Indústrias eletrointensivas e empresas que atuam com carga de

Dicas de instalação 150

missão investem em medição e gerenciamento como solução para

A importância da manutenção e proteção de motores de baixa tensão

minimizar o consumo ante as altas tarifas de energia elétrica e um

em processos críticos, com o intuito de evitar paradas que podem se

possível racionamento.

tornar catastróficas.

Artigo – Redes subterrâneas

72

Espaço IEEE 154

Solução associa proteção catódica com anodo galvânico e

Avaliação de locais com potencial para a implantação de geradores

revestimentos orgânicos base epóxi de baixo teor de compostos

distribuídos sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável.

orgânicos voláteis para aumentar a vida útil dos equipamentos e reduzir os custos operacionais das concessionárias de energia.

Artigo – Eletromagnetismo 84 Impactos da falta de seletividade entre as proteções de média e

Ponto de vista 158 Após o maciço crescimento da energia eólica no Brasil, seria a energia solar a próxima fronteira a ser ultrapassada? O autor disserta sobre a questão, levantando outras possibilidades a respeito do debate.

baixa tensões em transformadores de distribuição monofásicos rurais.

Aula prática – Cabos de média tensão 116

Agenda

160

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

162

Metodologias e equipamentos desenvolvidos para a substituição de

What’s wrong here

condutores das redes de média tensão com técnica de linha viva.

Identifique o que existe de errado na instalação.




Editorial

6

O Setor Elétrico / Abril de 2015

www.osetoreletrico.com.br O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 111 – Abril de 2015

Medição e gerenciamento de energia Eficiência energética, gestão e controle são soluções de grandes consumidores para contornar altas tarifas de eletricidade Quadros e painéis elétricos Expectativa de fabricantes e montadores frente ao cenário econômico atual Proteção de equipamentos em câmaras subterrâneas Substituição de cabos de média tensão com técnica de linha viva

Edição 111

À espera de 2016

Ano 10 - Edição 111 Abril de 2015

O ano de 2015 parece que não é mesmo um dos melhores para o setor elétrico brasileiro. Quem acompanha a

revista O Setor Elétrico mensalmente, deve ter percebido as céticas expectativas do empresariado constatadas nas pesquisas de mercado, as previsões acanhadas de especialistas e consultores registradas nas reportagens, além das lamúrias dos colunistas que participam deste editorial. E não é sem razão. Muitos são os fatores que colaboram para um cenário de grandes incertezas neste setor.

A alta das tarifas é, sem dúvida, uma das principais problemáticas verificadas e que impactam diretamente os

investimentos da indústria. Tendo em vista a crise hídrica e a herança da MP 579, as concessionárias repassaram seus prejuízos ao consumidor, sob consentimento da Aneel, fato que vem obrigando os setores mais atingidos a se mexerem. Considerando, então, a elevação das tarifas, que é inevitável, as indústrias eletrointensivas e outros grandes consumidores de energia elétrica vêm adotando medidas para contornar as altíssimas contas de luz. Para evitar cortes na produção ou mesmo do quadro de funcionários, elas vêm investindo em tecnologias de medição e de gerenciamento de energia para evitar desperdícios, eficientizar a produção e, dessa maneira, reduzir seus gastos com as contas de energia elétrica. É claro que esses esforços exigem recursos financeiros, mas especialistas no assunto garantem que o retorno é garantido. Muitas dessas empresas estão investindo, inclusive, na geração de energia a partir da instalação de geradores a gás natural, ou mesmo, a diesel, para alimentação complementar, especialmente, nos horários de ponta, em que a energia é mais cara. Na reportagem desta edição, profissionais da área falam sobre este assunto e alertam que todas essas medidas são soluções possíveis, desde que corretamente dimensionadas e especificadas caso a caso.

Conforme afirmou o engenheiro Luiz Arruda, em sua coluna desta edição, seria ótimo se este período de

dificuldades fosse pródigo em gerar novas oportunidades para energias alternativas, cogeração e eficiência energética. Temas, aliás, que foram amplamente discutidos durante a Feira Internacional da Indústria Elétrica e Eletrônica (Fiee), que ocorreu em março, em São Paulo. Frente à crise, não apenas do setor elétrico, mas também considerando o momento instável da economia brasileira, investir em fontes renováveis e em medidas de eficiência energética (que também é uma forma de gerar energia), tanto governo, quanto a população de modo geral, é fundamental.

Na esteira da sustentabilidade, o Inmetro vem contribuindo com a publicação de medidas que estimulam o

comércio de equipamentos eficientes e com qualidade comprovada. É o que nos conta a colunista Juliana Iwashita. Finalmente, saíram as portarias que regulamentarão a certificação compulsória de lâmpadas de Led no país. Assim, objetiva-se encerrar mais um capítulo na busca de eliminar os produtos de má qualidade das prateleiras brasileiras, que não são poucos.

Confira estas e outras notícias do setor nas páginas a seguir. Ótima leitura a todos.

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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8

Coluna do consultor

Vai com calma seu Joaquim

A tarefa de arrumar a casa de verdade depois de anos de

baseado nos casos de sucesso. Parece que não sabem, ou mesmo

sujeira embaixo do tapete não deve ser uma tarefa lá muito fácil. O

não querem saber que, fundamentalmente, a terceirização cria um

improviso passa a dar lugar ao planejamento e o afogadilho às ações

mercado de especialistas e amplia a vantagem competitiva de

consistentes, e o mundo todo “tá de olho”.

empresas brasileiras, mas este assunto não interessa àqueles que

criam as regras e talvez nem entendam o que seja competividade.

Uma situação econômica nada muito agradável com indicadores

que insistem em permanecer muito aquém das expectativas. Pelo jeito,

teremos em 2015 uma taxa de inflação alta, recessão com queda da

incautos propõe outro imposto: “a tributação de 15% sobre lucros

produção industrial, altos custos de energia, moeda desvalorizada,

e dividendos distribuídos a pessoas físicas” a ser pago por aqueles

escândalos na administração pública e um monte de consequências

que tentam manter a economia girando com suas empresas quase

nada animadoras decorrentes dos anteriores. Ainda, o governo

que heroicas e que já são tarifados em impostos em uma proporção

precisa acertar as contas e os perigos estão à solta nos cortes de

próxima a 2/3 de seus lucros auferidos. Melhor voltar para as greves

despesa que não deveriam ser os investimentos em infraestrutura,

estudantis, senador.

mas sim na máquina pública; na outra ponta, aparecem os aumentos

da arrecadação e dos impostos. Nossa balança comercial ficou

padaria) na montagem do custo do pãozinho que carrega em seus

recentemente positiva; não pela forma que se espera (exportações

insumos muito trigo e energia com preços “na lua” (cada um por

superiores às importações), mas devido à redução de importações

suas razões), e que se um dia os custos reduzirem, que se considere

relacionadas à falta de investimento principalmente industrial.

também a redução do preço do produto.

Além disso, nossos parlamentares, que poderiam criar mecanismos

Ainda, um “iluminado” que foi eleito por cidadãos certamente

O que nos resta é torcer pela parcimônia do seu Joaquim (da

Vamos em frente apesar de tudo e de todos, Amém.

adequados e inteligentes para facilitar nossas vidas, agem como se não tivessem conhecimento de causa (talvez não o tenham) dos aspectos reais que nos afligem e insistem em criar modelos inoperantes e que favorecem apenas parcelas da sociedade; assim está sendo na lei das terceirizações. Agem como se o assunto fosse novo e todos aqueles que defendem a tese seriam conspiradores e sonegadores. Durante a discussão na câmara, a turma do planalto só se preocupava em garantir que a arrecadação fosse mantida, deixando para trás importantes temas que enriqueceriam o modelo,

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Eletrobras Amazonas apresenta plano de expansão para setor elétrico Na ocasião, esteve presente o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que anunciou investimento de R$ 6 bilhões para ampliar o sistema elétrico do Amazonas

Para ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o plano de expansão representa a consolidação de um projeto que vem sendo implantado há quatro anos.

O Plano de Expansão e Melhorias do

de todo o sistema de Manaus para receber

Setor Elétrico do Estado do Amazonas foi

essa energia no Sistema Interligado Nacional

apresentado no último dia 10 de abril na

(SIN) são obras que fazem parte desta

sede da Eletrobras Amazonas. Na ocasião,

inciativa.

tomou posse o novo diretor-presidente da

distribuidora, Antonio Carlos Faria de Paiva.

Todos, durante o evento, o ministro e a

Marcou presença no evento o ministro

diretoria da Eletrobras Amazonas Energia

de Minas e Energia, Eduardo Braga, que

assinaram um termo de autorização no valor

empossou o novo diretor e anunciou

de R$ 195 milhões.

No que se refere ao Programa Luz para

investimentos de R$ 6 bilhões para ampliar o sistema elétrico do Amazonas. Além dele,

Subestação Compensa

participaram da inauguração, o presidente

da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto,

subestação Compensa, que está energizada

o diretor de distribuição da concessionária,

parcialmente e tem inauguração prevista

Marcos Aurelio Madureira da Silva, e outras

para maio de 2015. A nova subestação, de

autoridades.

138 kV/13,8 kV, localizada na zona oeste de

Após a cerimônia, foi realizada visita à

As obras previstas no plano de expansão

Manaus, faz parte do cronograma de obras

incluem a construção de novas usinas, a

de interligação do Amazonas ao SIN por

integração de novos municípios ao Sistema

meio do Linhão de Tucuruí.

Interligado Nacional (SIN), a criação de linhas

e subestações, a instalação de novas redes

80 MVA, linhas de transmissão associadas

de distribuição e a expansão do Programa

em 138 kV e disponibilização de até

Luz para Todos. Conforme Braga, o plano

dez novos alimentadores de 13,8 kV. O

representa a consolidação de um projeto que

empreendimento permitirá o atendimento a

já vem sendo implantado há quatro anos e no

toda a região de Compensa e a flexibilização

qual já foram investidos mais de R$ 2 bilhões.

operacional de cargas. No total, foram

A obra do Linhão de Tucuruí e a preparação

investidos R$ 32 milhões na obra.

A subestação tem capacidade inicial de



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Custo da energia elétrica registra aumento de 60,42% no período de 12 meses Conforme o IPCA medido pelo IBGE, as cidades que mais apresentaram encarecimento das tarifas foram Campo Grande (34,77%) e Curitiba (32,73%)

O Instituto Brasileiro de Geografia e

elevação de 32,73%. O município que teve

preço de outros produtos, pois aumenta o

Estatística (IBGE) divulgou no início do

menor reajuste foi Recife (PE): 0,65%.

custo dos produtores e fornecedores de

mês de abril o Índice Nacional de Preços

No Rio de Janeiro (RJ), o aumento foi de

serviços aos consumidores. “A refeição

ao Consumidor Amplo (IPCA), que traz,

23,34% e em São Paulo (SP), de 25,63%.

fora de casa tem influência da energia, por

entre

inflação

De acordo com a coordenadora de

exemplo”, destaca a pesquisadora.

acumulada pelo custo da energia elétrica

Índice de Preço do IBGE, Eulina Nunes

no período de 12 meses. O índice é de

dos

referente

oficial registrada foi de 8,13%. Este índice é

60,42%. No último mês de março, o custo

à energia leva em conta os reajustes

o maior desde dezembro de 2003, quando

da energia elétrico aumentou, em média,

extraordinários concedidos pela Agência

foi anotada uma elevação de 9,03%.

22,08%, respondendo por mais da metade

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às

Conforme a coordenadora do IBGE, em

da inflação oficial no mês, que ficou em

concessionárias. “Também inclui a bandeira

2003, a inflação foi mais influenciada

1,32%.

tarifária que, neste mês, ficou vermelha”,

pela desvalorização do real. Neste ano, o

explica a coordenadora.

país sente mais a pressão do dólar. “Mas,

de energia elétrica, conforme o IBGE,

Eulina esclarece que a alta da energia

também, temos realinhamento de preços

aconteceram nas cidades de Campo

elétrica impacta diretamente não apenas o

administrados, como a energia elétrica, e

Grande (MS), que apresentou acréscimo

bolso do consumidor, que paga sua conta

de impostos sobre itens mais caros, como

de 34,77%, e Curitiba (PR), que registrou

de luz, mas também tem efeito indireto no

os automóveis”, complementa.

outras

informações,

a

As maiores altas registradas nas tarifas

Santos,

este

aumento

No período de 12 meses, a inflação



Painel de mercado

14

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Capacidade eólica deve crescer 62% em 2015 Perspectiva, conforme o MME, é de que sejam adicionados 3.016 MW eólicos neste ano ao parque de geração de energia elétrica do país A capacidade instalada de energia

o crescimento da capacidade instalada

do 2º Leilão de Energia Reserva de 2015,

eólica no Brasil crescerá 62% em 2015

da energia eólica também foi bastante

que deve contribuir ainda mais para o

ante 2014. Conforme o Ministério de Minas

expressivo, conforme o MME, passando

incremento da energia eólica no Brasil.

e Energia (MME), serão adicionados ao

de 2.441 MW para 5.703 MW, o que a um

parque de geração eólico durante este ano

aumento de 133%.

3.016 MW, o que fará o país alcançar 7.904 MW até o final de 2015.

Energia eólica nos leilões

Com

O MME destaca que a fonte eólica foi

24.371

MW

de

potência

a que mais cresceu no país nos primeiros

cadastrada, os projetos eólicos também

meses de 2015 (de janeiro a março), com

são destaques nos leilões de energia

a entrada em operação comercial de 781,4

marcados para este ano. No Leilão de

MW oriundos de novos empreendimentos.

Fontes Alternativas 2015, que estava

Tal quantia representa 49% do total de

marcado para ocorrer em 27 de abril

1.594,2 MW de energia nova que entrou em

até o fechamento desta edição, foram

operação no primeiro trimestre deste ano.

cadastrados 530 projetos, totalizando

Apenas em março foram acrescentados

12.895 MW. Por sua vez, no Leilão A-3,

177,6 MW de energia eólica à capacidade

agendado para o dia 24 de julho, foram

instalada brasileira, relativo à 34,9% do total

inscritos 475 empreendimentos, 11.476

de energia nova que foi somada ao parque

MW no total.

de geração de energia elétrica naquele mês.

O MME informa que em novembro

deste ano também está prevista a realização

De março de 2014 a março de 2015,

Fonte eólica foi a que mais cresceu no país nos primeiros meses do ano.


15

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Brasil economizou 3.616 GWh entre 2008 e 2014 Neste período, as concessionárias de energia elétrica apresentaram 1.412 projetos de eficiência energética, investindo R$ 4,04 bilhões no total A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabilizou que de 2008 a 2014 houve uma economia de energia de 3.616 GWh no Brasil decorrente de projetos de eficiência energética. Foi notificada também a redução de 1.171 MW da demanda no horário de ponta, o que contribuiu para reduzir a necessidade de investimentos na

expansão

da

oferta.

Conforme

a agência, no referido período, as concessionárias

de

energia

elétrica

apresentaram 1.412 projetos na área, investindo R$ 4,04 bilhões no total. Somente em 2014, o valor aportado foi de R$ 342,8 milhões. Os projetos envolvem iniciativas relacionadas ao aquecimento solar, à gestão energética municipal, à cogeração, entre outros. Além

destes

concessionárias

projetos, realizaram

as outras

iniciativas com o objetivo de combater o desperdício de energia elétrica. Entre elas estão a troca de mais de 1 milhão de geladeira e cerca de 48 mil aparelhos condicionais de ar tipo janela e Split, e

a

instalação

de

aproximadamente

105 mil sistemas de aquecimento solar em substituição ao chuveiro elétrico. Contabiliza-se também a troca de mais de 29 milhões de lâmpadas fluorescente compactas e tubulares por modelos mais eficientes e a substituição de cerca de 1 milhão de lâmpadas convencionais por lâmpadas Led.

A Aneel recorda que as distribuidoras

são obrigadas a empregar, anualmente, no mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida em ações que tenham como meta o combate ao desperdício de energia elétrica.


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Painel de normas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

ABNT publica quatro normas Cabos para-raios com fibras óticas

utilizado em equipamentos elétricos, os

e

requisitos e os métodos para análise.

partes

Publicada no dia 8 de abril, a ABNT

os requisitos técnicos mínimos para

Cabos de fios de cobre com núcleo de alumínio

fabricação dos cabos para-raios com

fibras

NBR

ópticas

(OPGW),

utilizados

para

a

marcação

ou,equipamentos

de

elétricos

e

componentes Ex, com tipo de proteção

NBR 14074:2015, que tem 82 páginas, estabelece os métodos de ensaio e

requisitos

“s”. O documento normativo tem 33 páginas.

Em vigor desde 7 de abril, a ABNT 16362:2015

especifica

os

preferencialmente em linhas aéreas de

requisitos para cabos de fios de cobre

transmissão de energia elétrica.

com núcleo de alumínio, nus, para fins

Quatro novas normas estão em consulta nacional

elétricos, na condutividade de 66%

Óleo mineral isolante

IACS - International Annealed Copper

Standard.

Intitulada “Interpretação da análise

Conjunto de emenda para cabos ópticos

de gases dissolvidos (AGD) em óleo

Abertos para consulta até o dia 8 de

junho, os projetos ABNT NBR 14405

elétricos em ensaios de fábrica”, a

Equipamentos de proteção para atmosferas explosivas

ABNT NBR 16361:2015, que passará

Também publicada no dia 7 de

respectivamente, os métodos de ensaios

a valer no dia 7 de maio, especifica

abril, a 33ª parte da ABNT NBR IEC

de flexão e torção em conjunto de emenda

os

60079:2015

método

para cabos óticos (aéreo e subterrâneo).

específico para a avaliação, ensaio

Os documentos normativos, elaborados

mineral

isolante

procedimentos

de

equipamentos

para

obtenção

de amostra de óleo mineral isolante

apresenta

o

e ABNT NBR 14406 estabelecem,


17

O Setor Elétrico / Abril de 2015

nas reuniões do dia 22 de outubro de 2014, estão previstos para cancelar e substituir a edição anterior ABNT NBR 14405:1999 e ABNT NBR 14406:199.

Transformadores e reatores de potência imersos em líquido isolante O

Projeto

03:014.01-101

-

Recebimento, armazenagem, instalação e manutenção de transformadores e reatores de potência imersos em líquido isolante começou a ser elaborado em encontro realizado em dezembro de 2012, sendo sua última reunião realizada no dia 19 de setembro de 2014. O novo documento normativo, que também está disponível para consulta até 8 de junho, especifica os requisitos para o transporte, recebimento,

montagem,

comissionamento, manutenção

de

instalação,

energização

e

transformadores

e

reatores de potência, com classe de tensão superior a 36,2 kV, monofásicos ou trifásicos, novos ou não.

Cabeamento estruturado Caminhos cabeamento

e

espaços

estruturado,

este

para é

o

título do Projeto 03:046.05-002, que fica até o dia 14 de junho disponível para consulta pública no site da ABNT. Esta Norma especifica a estrutura e os requisitos para os caminhos e espaços, dentro ou entre edifícios, para troca de informações e cabeamento estruturado de acordo com a ABNT NBR 14565, também influenciando a alocação de espaço no interior do edifício. O

documento

considera

edifício

normativo,

que

monousuário

e

multiusuários, não cobre os aspectos de segurança do projeto do edifício, medidas de contenção de incêndio ou sistemas de telecomunicação que requeiram quaisquer tipos especiais de medidas de segurança. O

projeto

Comissão

de

foi

elaborado

Estudo

de

pela Redes

Telefônicas Internas de Edificações (CE03:046.05) da ABNT/CB-03.


Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Wago comemora programa de parceria com integradores de sistemas Depois de mais de um ano em atividade, o Wago Solution Provider possui 17 empresas cadastradas e é responsável pela ascensão das vendas da divisão de automação da companhia Após mais de um ano de implementação,

feitas na sede da Wago e são realizadas

de produtos, mas na solução, sendo

a Wago, empresa alemã especializada

em dois dias, incluem acesso gratuito às

os integradores de sistemas parceiros

em conexões elétricas de sistemas de

ferramentas de desenvolvimento CodeSys

indispensáveis nessa empreitada. “É uma

automação, comemora os frutos do Wago

e Wago I/O check. Contudo, para ser

aliança que nos dá acesso ao mercado e

Solution Provider, programa de parceria

considerado um Solution Provider, o

nos permite alavancar as vendas não só

com integradores de sistemas. Por meio

integrado precisa, após a capacitação,

de automação industrial e predial, mas

deste programa, o qual já possui 17

apresentar um projeto no qual aplica os

também das demais linhas de produtos,

empresas cadastradas, a Wago se alia

produtos da Wago em uma solução para

como interface e interconection”, afirma.

aos referidos profissionais na composição

seu cliente.

de hardware e serviços, com o objetivo

O segundo pilar do programa é a

mais de 120 pessoas das cidades de São

de oferecer a solução completa para seus

condição comercial diferenciada, segundo

Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de

clientes. A direção da companhia alemã

a Wago. E o terceiro é a recíproca indicação

Janeiro (RJ), Caxias do Sul (RS), Ribeirão

vem considerando a iniciativa bastante

de negócios. A empresa destaca que só

Preto (SP) e Goiânia (GO). A intenção para

positiva. Ela vem alavancando as vendas da

indica um integrador quando entende que

2015 é aumentar o número de empresas

divisão de automação, que já representam

ele tem competência para determinado

cadastradas no programa, alavancando as

10% do total.

tipo de aplicação e o integrador deve

vendas por meio deste canal e, ao mesmo

O Solution Provider é composto,

recomendar a companhia quando vislumbra

tempo, levando mais opções e expertise

segundo a Wago, por três aspectos

possibilidades adequadas para utilização

aos clientes finais. “Também queremos

fundamentais.

oportuna das soluções.

proporcionar outros tipos de treinamentos

treinamento de capacitação para os

para maior capacitação dos Solutions

integradores que utilizam as soluções

Wago, Alessandro Santos, explica que o

da companhia. As aulas, que podem ser

cliente final não está interessado na compra

O

primeiro

deles

é

O gerente de engenharia e suporte da

Iniciado em 2014, o programa já treinou

Providers”, finaliza Alessandro Santos.

Crestron inaugura primeira unidade no Brasil Empresa especializada na produção de sistemas de controle de automação corporativa e residencial decidiu investir no país porque a demanda por sistemas inteligentes tem aumentado muito nos últimos anos A

norte-americana

Crestron,

país porque a demanda por sistemas

empresa especializada na produção

inteligentes tem aumentado muito nos

de sistemas de controle de automação

últimos anos. “Nosso primeiro mercado

corporativa e residencial, inaugurou sua

na América Latina é o Brasil”, afirma.

primeira unidade de negócios no Brasil.

Na região latino-americana outros

O empreendimento abriga equipamentos

mercados promissores, de acordo com

com tecnologia de ponta, um centro de

Klein, são Colômbia, Chile e Peru,

treinamento e um serviço de suporte

países onde os produtos da companhia

técnico.

têm conquistado presença significativa.

Sede da Crestron nos Estados Unidos.

Segundo o diretor executivo da

Contudo, “planejamos fazer do Brasil

Crestron tem alcançado crescimento

companhia, Randy Klein, que esteve no

nossa

médio acima de 15% ao ano nos últimos

Brasil especialmente para a abertura

regional”, declara o diretor executivo.

anos. Mais de 20% do seu volume de

oficial das operações em São Paulo

Registrando

vendas é investido inteiramente em

(SP), a Crestron decidiu investir no

superiores a US$ 1 bilhão anuais, a

plataforma

de vendas

crescimento globais

pesquisas e desenvolvimento.



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Abril de 2015

GE duplica vendas no Brasil De 2010 a 2014, os valores das encomendas passaram de US$ 2,3 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Elevação é reflexo dos investimentos constantes no período

A GE alcançou em 2014 números expressivos de seu negócio

no Brasil. Em comparação com o ano de 2010, a empresa quase duplicou suas encomendas no que se refere ao montante negociado. Elas passaram de US$ 2,3 bilhões para R$ 4,4 bilhões. De acordo com a companhia, esta elevação é reflexo dos investimentos constantes no período e de uma gestão focado no longo prazo. O crescimento das encomendas no ano passado em relação 2013 foi de 5%. O resultado positivo influi na participação brasileira nos resultados da GE na última década, na América Latina, que aumentou. Na atualidade, as operações nacionais respondem por quase 50% dos volumes de negócios registrados em toda a região. Isto faz com que o Brasil se consolide como o terceiro maior mercado mundial da GE, atrás apenas dos Estados e da China, e também fortalece sua posição como principal agente de

O Centro de Pesquisas Global na América Latina, localizado na cidade do Rio de Janeiro, foi um dos investimentos realizados pela GE no ano passado.

crescimento da companhia no mercado latino-americano.

país. Em novembro daquele ano, a empresa anunciou investimento

Em 2014, a empresa investiu maciçamente no Brasil, o que

de US$ 550 milhões, maior montante disponibilizado pela GE no

certamente contribui para o incremento dos negócios no país. A

país até então, que seria aplicado até o fim de 2013. Em maio

GE inaugurou no ano que passou na cidade do Rio de Janeiro,

do mesmo ano, calcada em três grandes prioridades, localização,

o primeiro Centro de Pesquisas Global na América Latina –

novas fábricas e projetos de infraestrutura, a companhia expandiu

com investimento acima de US$ 500 milhões – e expandiu, em

seus investimentos para US$ 1,3 bilhão, abrangendo o período de

Petrópolis (RJ), a GE Celma, uma das principais unidades mundiais

2011 a 2016.

de reparo e manutenção da empresa no mundo, que se tornou a

única unidade fora dos EUA habilitada para montagem de turbinas

o programa de investimento da companhia iniciado em 2010 fez

aéreas da GE. Com investimento de US$ 100 milhões, a unidade

com que todas as unidades de negócio no Brasil aumentassem

local deverá revisar mais de 500 motores aeronáuticos de grande

fortemente a capacidade de produção já a partir de 2011. “Com

porte até 2020.

isso, a empresa está pronta para atender à demanda crescente por

infraestrutura”, declara Garcia.

Desde 2010, a empresa vem incrementando seus negócios no

Conforme o diretor da GE para América Latina, Reinaldo Garcia,



Evento

FIEE

22

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Fontes renováveis e eficiência energética são futuro do setor elétrico Investimentos na diversificação da matriz e em técnicas de eficiência energética na indústria são apontados como soluções para combater crise e garantir crescimento sustentável do setor

Especialistas

de

partes

ainda maiores nos preços da energia e

conformidade com o Plano Decenal

da cadeia elétrica nacional estiveram

em técnicas de eficiência energética,

2023, a fim de atender com tranquilidade

presentes na Feira Internacional da

sobretudo a indústria, de modo a se

a demanda futura. Ventura destacou que

Indústria Elétrica e Eletrônica (Fiee), que

preservar frente aos custos da energia

o Plano Nacional de Energia 2030 foi

aconteceu em São Paulo (SP), entre os

e também a uma eventual crise de

o único que incorporou efetivamente a

dias 23 e 27 de março, para conhecer

abastecimento.

eficiência energética em seus estudos

as

Os

tecnologias

diversas

apresentadas

pelas

no

e a meta é alcançar economia de 106

empresas expositoras e também para

AbineeTech, seminário que aconteceu

TWh/ano em 2030, o que representaria

discutir técnicas e políticas para o setor.

paralelamente à Fiee e que foi promovido

10% do consumo total do país.

Considerando o cenário macroeco­

pela Associação Brasileira da Indústria

nômico

favorável,

Elétrica e Eletrônica (Abinee). Na ocasião,

que a energia de hidrelétricas represente

empresários e especialistas do setor

o secretário de Energia do Ministério de

45% da matriz elétrica nacional, seguida

acreditam que é primordial que se

Minas e Energia (MME), Altino Ventura,

pela eólica (26%), biomassa (9%) e

priorizem

fontes

destacou que o governo vem dando

solar (5%). Os restantes 15% deverão

renováveis de energia para evitar altas

prioridade às fontes renováveis, em

ser predominantemente de gás natural

brasileiro

pouco

investimentos

nas

debates

ocorreram

Até 2023, segundo ele, a expectativa é


23

O Setor Elétrico / Abril de 2015

(14%), além de nuclear e carvão. Já o

uma das demandas mais urgentes da

não tínhamos moeda, nem reservas,

consumo de petróleo deverá cair 2%.

indústria é a estabilidade. “Precisamos

mesmo assim soubemos crescer. É o

“Para o decênio 2013/2023, o cálculo

de um ambiente menos hostil, que

momento de criarmos uma agenda de

total

necessários

estimule o investimento dos empresários

desenvolvimento para estruturar o futuro”,

para o setor energético é da ordem de

de

investimentos

e industriais brasileiros. Com o câmbio

declarou.

R$ 1,2 trilhão, do qual R$ 301 bilhões

mais próximo da realidade, quem sabe

são calculados para o setor de energia

a indústria possa voltar a ocupar seu

A Fiee

elétrica”.

espaço, aumentando sua participação

A 28ª edição da Fiee recebeu 52

no PIB, passando dos atuais 13% para

mil pessoas, que circularam no pavilhão

Paulo Stark, admite que já estamos

voltar a ter 25% do PIB”, afirmou.

de 40 mil m² do Anhembi e puderam

vivendo uma crise. “São necessárias

Nesse sentido, um cenário conciliador

conhecer novas tecnologias, produtos e

medidas austeras nos gastos públicos

foi traçado pelo secretário de Energia

serviços voltados para a indústria elétrica,

e, por mais que voltemos a crescer, não

do Estado de São Paulo, João Carlos

de energia, eletrônica e de automação.

podemos fazê-lo com o fantasma da

Meirelles,

Foram 623 expositores e mais de mil

falta de energia. Por isso, não podemos

republicana do Estado de São Paulo

marcas representadas no evento.

ignorar as fontes alternativas. Também

frente a desentendimentos políticos. "É

Entre os diferenciais desta edição,

devemos olhar para a gestão seletiva de

imprescindível o esforço conjunto para

estiveram os espaços reservados para

carga e para a eficiência energética, que

aproveitarmos as chances que a indústria

áreas específicas do setor elétrico.

é uma espécie de geração energética”,

pode revelar frente à crise. O Estado de

Um deles foi a Ilha de Conceito Smart

avaliou.

O presidente da Siemens no Brasil,

que

ressaltou

a

natureza

São Paulo produz 65% do bagaço de

City, um espaço que reuniu empresas e

Goldemberg,

cana do país. Estamos alertas para a

institutos que desenvolveram uma mini

especialista no setor, frisou que é

necessidade, também do gás metano,

cidade inteligente, com automóveis e

necessária a diversidade de estruturas

vindo do lixo".

bicicletas elétricas, sistemas operados

para que o Brasil não passe por mais

Representantes do governo federal

por wireless, iluminação com Leds,

crises de água, ou de geração de energia.

reforçaram o desejo do governo de

entre outros equipamentos inteligentes e

"Depois do governo FHC, a aposta foi

compreender todos os detalhes das

sustentáveis.

a construção de termoelétricas, isto

reivindicações

da

Outra novidade foi a Rodada de

porque os outros modais não foram

indústria eletroeletrônica. Representando

Negócios Premium Club Plus, espaço

incentivados, por conta dos leilões. Você

o Ministério da Ciência, Tecnologia e

destinado

não vai à feira e compra um quilo ‘de

Inovação (MCTI), o secretário Virgílio

compradores de maneira organizada e

fruta’. Você compra diversas frutas. Com

Almeida citou números positivos em

otimizada, com o objetivo de estimular

os leilões deveria ser a mesma coisa.

relação à pesquisa e desenvolvimento.

a realização de negócios. A Arena do

Leilões separados para tipos de energias

"Em 2014, os investimentos de empresas

Conhecimento, localizada, no centro

diferentes:

O

acadêmico

José

e

necessidades

a

reunir

expositores

e

termoelétrica,

em P&D chegaram a R$ 1,6 bilhão,

do evento, foi um espaço dedicado

eólica, solar, etc. Mais recentemente, o

crescimento de 72% em relação a 2011.

à

governo começou a separar os leilões

No mesmo período, o faturamento das

Neste ambiente, profissionais visitantes

de energia, de maneira tímida. Mas

indústrias incentivadas passou de R$

puderam assistir a mais de 30 palestras,

além disso é preciso estabilidade nas

56,445 bilhões para R$ 93,490 bilhões".

que abordaram temas, como robôs

regras do mercado de energia, para não

Já o secretário de Desenvolvimento

industriais,

desestimular investidores", concluiu.

da

soluções em redes ethernet, entre outros.

Desenvolvimento, Indústria e Comércio

A

biomassa,

Sobre isso, o presidente da Abinee,

Produção

do

Ministério

do

disseminação

de

softwares

seguir,

confira

conhecimentos.

de

supervisão, alguns

dos

Em

Exterior (MDIC), afirmou que o número de

lançamentos e produtos de destaque

solenidade de abertura da 28ª edição

produtos com certificado de tecnologia

exibidos durante a semana da Fiee,

da Fiee, em almoço para convidados,

nacional cresceu 68%, passando de

em São Paulo. Na próxima edição,

autoridades

Barbato

356 produtos para 601. "Na economia

continuaremos com a divulgação dos

declarou que o câmbio e a alta carga

existem profecias autorrealizadas, então

equipamentos e serviços lançados neste

tributária foram os principais entraves ao

precisamos nos reunir para que a crise

que é um dos principais eventos do setor

crescimento da indústria nacional e que

não vença. No final dos anos de 1980,

elétrico brasileiro.

Humberto

Barbato,

e

concorda.

imprensa,


Evento

24

FIEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

ADS www.adsdisjuntores.com.br

Conexled www.conexled.com.br

O disjuntor magnético Linha DM da ADS tem como sua

Lançamento da Conexled na Fiee 2015, a luminária

grande vantagem, conforme o fabricante, um elevado número

hermética industrial Led da linha CLB oferece,

de manobras pela robustez do mecanismo, que dispensa o uso

conforme a fabricante, resistência, versatilidade e

de bobina de abertura, fechamento e motor. O produto vem

ótimo desempenho para aplicações industriais e comerciais, substituindo com

com relé anti pumping como acessório incluso. Os acessórios

eficiência as luminárias fluorescentes tradicionais, proporcionando economia

opcionais são: bloqueio tipo Kirk, contador de manobras e

de energia e diminuindo substancialmente os ciclos de manutenção. O produto

nobreak.

conta com prensa cabo em nylon com grau de proteção IP 68, conectores para ligação segura e sistema de fixação multinacional.

Ageon www.ageon.com.br Um dos destaques da Ageon na Fiee foram

Cummins www.cumminspower.com.br

os controles de temperatura Solar Touch,

Na semana da Fiee, a Cummins apresentou três

voltados exclusivamente para o aquecimento

equipamentos que podem ser configurados

solar residencial e de piscinas. O produto

para as mais diversas aplicações de energia

conta com display de LCD 3,5” e interface touchscreen. Outro lançamento foi

na indústria, condomínios comerciais e

o ArcSys, sistema de monitoramento de temperatura que permite acompanhar

residenciais, varejo e power plants. Um deles

os controladores por meio de qualquer celular, tablet ou computador conectado

foi o grupo gerador C1000D6, equipado com motor Cummins Diesel de 30

à internet.

litros (QST30), indicado para aplicações prime power ou standby. O segundo equipamento exposto foi o grupo gerador C65D6 com potência 65kW (74 kVA),

Brasformer Braspel www.brasformer.com.br

com motor Cummins Diesel de 3.9 litros produzido na fábrica da Cummins, em

Novo conceito, o Polo de Medição da Série BCPS da

gerador RS40, com potência de 40 kW (53 KVA), especialmente desenvolvido

Brasformer Braspel foi desenvolvido para atender à

para aplicações standby, e que opera com gás natural e gás propano. Pode ser

necessidade de otimização nas montagens de painéis e

aplicado tanto em residências como em instalações comerciais.

Guarulhos (SP). Por fim, os visitantes da Fiee puderam conferir também o grupo

montagens on board de disjuntores, trazendo um ganho na de tensão em linhas primárias de 7,2 kV a 15 kV e em instalações em cabines

Elos www.elos.com.br

primárias ou painéis blindados.

A subestação pré-fabricada compacta (PTEC)

instalação com pesos e medidas reduzidas. É destinado para medições elétricas

à prova de arco interno foi o lançamento da Elos

CM Comandos Lineares

na Fiee deste ano. Fabricado de acordo com a

Os nobreaks Conception Multiativos da CM

norma IEC 62271-202, o equipamento oferece,

Comandos Lineares são projetados com o

segundo a empresa fabricante, a melhor

uso intenso dos recursos da tecnologia DSP

solução para transformação de energia elétrica

(Digital Signal Processor), que permite funções

sitiada em centros urbanos. O produto apresenta um invólucro em aço inox que

avançadas e exclusivas em tempo real. Entre as

contêm chaves seccionadoras de média tensão, transformador de potência,

características principais do equipamento estão

chaves de baixa tensão, conexões e equipamentos auxiliares que possibilitam

memória interna para registros de cinco mil eventos, medições em True RMS

o fornecimento de energia elétrica em baixa tensão a partir de um sistema de

com precisão de multímetros, gerenciamento remoto real-time via internet e

média tensão.

bypass estático e bypass estático de manutenção.

Coel www.coel.com.br

Fastweld www.fastweld.com.br A Fastweld destacou a ferramenta hidráulica a bateria

Entre as novidades da Coel, estão os controladores

B1350, produzida pela Cembre. O equipamento

de temperatura e processo Kube, que contam com

conta com painel de Led com diversas informações,

função rampa/patamar e display a Led com três

como pressão e força de cada compressão, carga

cores. O controlador apresenta 96 segmentos

de bateria, iluminação, entre outras características.

divididos em oito programas para controle de

Sua bateria é de alta durabilidade Li-lon, de 4.0 Ah,

temperatura e processo e capacidade de gerenciar

18 V, com cooler interno para mantê-la refrigerada, garantindo sua vida útil e

sequências de até quatro programas com bases de tempo diferentes (h/

total desempenho. Possui ainda conexão USB para descarregar as informações

min – min/s). São indicados para aplicações em câmaras de pintura, câmaras

coletadas, o que permite a emissão de um laudo técnico de cada compressão.

climáticas e incubadoras, fornos para dobra de vidros, fornos para cerâmica e

A Fastweld destaca ainda que a ferramenta apresenta carenagem constituída de

para tratamento térmico, fornos para laboratórios, entre outras.

materiais de alta resistência.



Evento

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FIEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Fockink www.fockink.ind.br A linha Tottal Control de painéis elétricos foi um dos destaques da Fockink. De acordo com a empresa, a eficiência desta linha de painéis de controle e de distribuição, que está totalmente adequada à legislação vigente, foi validada através dos ensaios de tipo realizados em laboratórios como Cepel, IEE e IPT. O conjunto é dividido em partes funcionais, ou seja, composto por uma coluna de entrada de energia, barramentos de distribuição de energia e colunas de distribuição de energia. Outro diferencial é que o conjunto pode contar com gavetas fixas ou com o sistema de gavetas extraíveis, este permitindo a instalação em cargas até 250 A.

Frontec www.frontec.com.br Lançamento da Frontec na Fiee 2015, o fixador F7802PL possui fita autoadesiva desenvolvida para ser aplicada sem a necessidade de primer. O produto pode ser empregado em ambientes externos ou internos e é direcionado para aplicações em painéis elétricos com pintura epóxi. Juntamente com as abraçadeiras convencionais, estes fixadores autoadesivos facilitam a adesão dos mais variados componentes.

Gimi Pogliano Blindosbarra www.gimipogliano.com.br Lançamento da Gimi Pogliano Blindosbarra, os barramentos blindados compactos tipo BX-E®, mais conhecidos como barras coladas, foram desenvolvidos em conformidade com as normas nacionais e internacionais: IEC 61439-1 e IEC 61439-6, ABNT IEC 60439-2, IEC 60439/1, IEC 60439/2 e IEC 61439-1. Trata-se de linhas elétricas pré-fabricadas com capacidade de 800 A a 6300 A 3P+N+PE adequadas para o transporte e distribuição de energia elétrica em seções verticais e horizontais de quaisquer configurações. O produto está disponível em quatro versões com invólucros em aço carbono e alumínio, com neutro a 100% ou 200% das bitolas de fase, apresenta dimensões muito reduzidas, elevada resistência aos esforços eletrodinâmicos, baixa impedância, baixa queda de tensão e boa resistência a agressões de agentes atmosféricos.

Grantel www.grantelequipamentos.com.br Entre as novidades da Grantel apresentadas durante a Fiee 2015 está o isolador suporte de núcleo sólido para barramento 800 kV, que foi especialmente projetado e construído para áreas com alto índice de intempéries. A empresa conta que, geralmente, as normas pedem que o isolador suporte chuvas de aproximadamente 1 mm por minuto, tanto na vertical quanto na horizontal. Já o isolador, desenvolvido pela Grantel, pela SPIW e por cientistas brasileiros, chegou a suportar em ensaio chuvas de 5 mm por minuto, tanto na vertical quanto na horizontal. Dessa maneira, trata-se de um isolador de grande interesse para o Brasil, uma vez que torna o sistema elétrico mais robusto, evitando apagões e desligamentos acidentais.


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O Setor Elétrico / Abril de 2015

Grupo Intelli www.grupointelli.com.br Cabo de alumínio nu reforçado por fio de aço revestido em alumínio para linhas aéreas, os condutores de alumínio da linha ICAL-CAA/RA foram o destaque do Grupo Intelli na feira deste ano. Fabricado com fios de alumínio nu, liga 1.350 têmpera H19 e alma de fio de aço revestido de alumínio, o produto está de acordo com as normas ABNT NBR 10841, ABNT NBR 5118 e ABNT NBR 15957.

HDS www.hdspr.com.br Presente em mais uma edição da Fiee, realizada em março deste ano, a HDS Sistemas de Energia apresentou sua nova linha de UPS on-line de dupla conversão. Além disso, a empresa expôs a linha de UPS ABB e GE, baterias ActPower e painéis elétricos. Outra novidade que a HDS trouxe para a feira e para o mercado brasileiro foram as baterias Hoppecke, de alto desempenho e durabilidade.

Incesa www.incesa.com.br O espaçador losangular com travas mantém

o

espaçamento

entre

os cabos de fase e neutro das redes compactas de distribuição de energia. Produzido em polietileno de alta densidade, resistente ao intemperismo e ao trilhamento elétrico, o equipamento possui sistema de fixação utilizando a resiliência do polímero, mantendo a integridade da isolação do condutor fixado. É apto para conexão em condutores de 35 mm² a 300 mm² e, de acordo com a Incesa, trata-se do único espaçador no mercado com apenas um ponto de travamento.

Instrutemp www.instrutemp.com.br Lançamento da Instrutemp, o Hipot de média e alta tensão para corrente alternada e contínua, da série ITHY, é um equipamento portátil para ensaios de isolação de tensão, aplicado para testes em cabos, capacitores e isoladores em geral. Projetado em um gabinete tipo mala para fácil manuseio e transporte, o produto foi arquitetado visando a segurança do operador, utilizando a tecnologia de descarga automática. É indicado para concessionárias de energia elétrica, empresas de engenharia de campo, fabricantes de fios e cabos.

Kanaflex www.kanaflex.com.br Lançamento da Kanaflex, o Quadrilex é um duto fabricado em PEAD, na cor preta, corrugado, flexível, impermeável, destinado à proteção de cabos subterrâneos de energia ou telecomunicações. É um duto muito resistente a cargas mecânicas e ao ataque de produtos químicos. Diferencia-se dos outros dutos plásticos existentes no mercado pela sua seção quadrada, que lhe confere grande facilidade de alinhamento, mesmo não havendo paredes laterais da vala. Momentaneamente está disponível na medida 4” (100 x 100 de seção interna) e é fornecido em rolos, com fio-guia e tampões nas extremidades. Acompanha fita-de-aviso.


Evento

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FIEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Kron Medidores www.kron.com.br

de alumínio são prensadas e isoladas entre si por filmes de poliéster de alta

O grande destaque da Kron na Fiee foi o Smart Box,

por tampas de aço e laterais de alumínio. A conjunção desses dois materiais

equipamento compacto e robusto, de uso portátil,

no invólucro garante a resistência aos esforços de curto-circuito pelo aço

para medição de tensão e corrente, que opera com

e a dissipação térmica pelo alumínio. Atende aos requisitos de condutor

dispositivos móveis utilizando aplicativo Krondoid, o que

de proteção da ABNT NBR 5410. Esses barramentos são especialmente

permite leitura e acesso aos registros sem a necessidade

projetados para atuar como condutores em aplicações em que existem

de conexões físicas. O equipamento é construído em poliuretano de alta

grandes restrições com relação aos limites máximos admissíveis de queda

densidade, isolante, não propagante a chama e grau de proteção IP 40.

de tensão.

resistência mecânica e alta capacidade dielétrica. O invólucro é composto

Utiliza ainda alimentação do próprio circuito de medição e admite dois conjuntos de sensores, sendo um conjunto de sensores flexíveis e um conjunto de alicate.

Novus www.novus.com.br Durante a FIEE, a Novus apresentou

Megabras www.megabras.com.br

dois produtos focados na área de

A novidade da Magabras na Fiee 2015 foi

DigiRail-VA. Os produtos chamaram

a

a atenção por visarem a economia

apresentação

da

parceria

energia elétrica: o Novus Drive e o com

Phenis

Tecnologies, empresa multinacional com sede nos

de energia, principalmente em condomínios

Estados Unidos, especializada na fabricação de

e escritórios. O Novus Drive é um inversor

componentes e sistemas de teste de alta tensão,

de frequência que se destaca pela fácil

alta corrente e alta potência. Entre os produtos que serão distribuídos pela

configuração e instalação, além do tamanho

Megrabas em território nacional estão: kilovoltímetros (de 100 kV e 200

compacto, reduzindo espaço no painel. Além disso, o produto se adapta

kV), hipost/megôhmetros AC/DC, sistemas de teste para transformadores,

facilmente às aplicações de torque constante ou variável. Já o DigiRail-VA

sistemas de alta corrente e detectores de cargas parciais.

é capaz de medir tensão True-RMS, corrente True-RMS, potência real, potência aparente, potência reativa, frequência e fator potência,

Mersen www.mersen.com.br Pensando na expansão da iluminação pública com Leds, a Mersen acaba de lançar um protetor

transmitindo os sinais em RS-485 com protocolo Modbus ou 4-20 mA e 0-10 V. O condicionador de sinais de corrente monofásica é a solução ideal para medir grandezas AC em máquinas e instalações monofásicas.

nesses ambientes. O protetor oferece uma tensão

Obo Bettermann www.obo.com.br

de descarga combinada de 10 kV, com corrente de descarga de 20 kA e

Um dos destaques da empresa foi o prensa-cabos

nível de proteção da tensão < 1,5 kV. A empresa aproveitou a feira para

desmontável da linha VBS de sistemas de conexão e

também divulgar outra novidade: um sistema de monitoramento de geração

fixação. Com o novo sistema, a Obo Bettermann garante

de energia solar, que é montado em string boxes (caixas de controle e

que tanto a instalação quanto a troca dos prensa-cabos

monitoramento) personalizadas para a necessidade de cada cliente.

são simplificadas. Isso porque o produto é fornecido em

de surto para luminárias com Leds utilizadas

duas partes, podendo ser rapidamente montado por meio

Minipa www.minipa.com.br Novidade da Minipa, o termovisor MTV-01 apresenta faixa de medição

de um sistema simples de encaixe. O prensa-cabos apresenta vedação para um ou múltiplos cabos e grau de proteção IP 67.

cinco paletas de cores e display LCD 2,8” colorido. Equivalente a 922

Rehtom www.rehtom.com.br

termômetros infravermelhos, o termovisor armazena até 25 mil imagens

Entre as novidades da Rehtom está a linha de

e possui, conforme o fabricante, operação rápida, simples e eficiente. O

chaves seccionadoras e bases para fusíveis

equipamento vem com software gratuito para análises.

HH de média tensão do tipo manobra sem

entre -20 °C e 250 °C, alarmes de máximo e mínimo, imagem térmica,

carga ou com carga. As bases para fusíveis

Novemp www.novemp.com.br A Novemp apresentou, durante a Fiee, a linha MBC, composta de barramentos com corrente nominal entre 800 A e 4100 A e grau de proteção IP 54. Com a instalação de vedações especiais nos invólucros, os barramentos também podem ser fornecidos com grau de proteção IP 55. As barras condutoras

HH contam com acionamento manual por punho ou vara de manobras. Estes equipamentos podem vir incorporados de isoladores capacitivos, que funcionam em conjunto com display de Leds indicadores de tensão. A linha dispõe ainda de diversos acessórios, como prolongadores de eixo, bloqueio tipo Kirk com fechadura Yale e contatos auxiliares.

Sices Brasil


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O Setor Elétrico / Abril de 2015

www.sicesbrasil. com.br A Sices Brasil lançou, durante a feira, a nova linha de quadros de paralelismo

Easy

Synchro

(powered

by ABB), que é compatível com qualquer grupo gerador,

independentemente

do

fabricante.

Segundo a Sices, trata-se de uma solução definitiva para qualquer sistema em rampa com a rede e ideal para adequar qualquer gerador de stand-by em gerador para rampa.

Soprano www.soprano.com.br

A Soprano ampliou sua linha de plugues e tomadas industriais. Agora ela conta com modelos 110 V nas correntes nominais de 16 A e 32 A. Também há ampliação dos modelos com grau de proteção IP 67, atualmente em 63 A e 125 A, agora disponíveis nas correntes nominais de 16 A e 32 A nas tensões 220/240 Vca e 380/440 Vca, além dos modelos de três horas na corrente de 32 A para as tensões 380/440Vca. A linha completa é composta por plugues, acopladores, tomadas de embutir, de sobrepor e invertida disponíveis nas correntes de 16 A, 32 A, 63 A e 125 A, nas tensões 110/130 Vca, 220/240 Vca ou 380/440 Vca e nos modelos 2P+T, 3P+T e 3P+T+N.

Sotreq www.sotreq.com.br Os destaques da Sotreq

na

2015

foram

Fiee os

grupos geradores GEP kVA)

100

(100

silenciado

e o C27 (1.000 kVA) fabricados pela Cartepillar. Componente da Linha Olympian apresenta potência em stand by de 100 kVA e 80 kW e opera em regime Power Prime (horário de ponta) na potência de 90 kVA e 72 kWe. Já o C27 faz parte da Linha Caterpillar. Em stand by trabalha com potência de 1.000 kVA e 800 kWe e, em prime, opera com potência 906 kVA e 725 kWe. Ambos funcionam a diesel.


Evento

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FIEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Steck www.steck.com.br As canaletas e acessórios Condutek foram

União Transformadores www.transformadoresuniao.com.br

lançados pela Steck na feira deste ano. São

A série Dry Plus é composta por transformadores

canaletas fabricadas em PVC autoextinguível

secos com bobinas encapsuladas a vácuo em

e acessórios em ABS. Estão disponíveis nas

resina epóxi. Fabricados nas potências de até

medidas de 12 mm x 9 mm, 20 mm x 10 mm, 40 mm x 16 mm e 50 mm x

10 MVA, nas classes de tensão de até 36,2

20 mm. Com comprimento de 2 m e na cor branca, são comercializadas

kV, os transformadores são recomendados

nas versões com ou sem fita adesiva.

para uso em subestações industriais, centros comerciais, data centers e hospitais, que

Strahl www.strahl.com

exijam praticidade, segurança, desempenho e

São variados os modelos das caixas

é confeccionado em chapas de aço silício de grão orientado corte tipo

modulares para centros de medição/

step-lap, com fluxo magnético reduzido, diminuindo perdas e nível de ruído.

confiabilidade em cargas críticas. Seu núcleo

QGBT em policarbonato, destaques da caixas MI, com tampa transparente, placa

Weg www.weg.net

de montagem com pintura epóxi e caixas

Um dos destaques da Weg na

unidades por meios das flanges de união. Outro modelo são as caixas

Feira foi a linha de motores de

PROT, também com tampa transparente e placa de montagem com pintura

indução trifásico Weg Super

epóxi e união das caixas por meio flanges, trazendo como diferencial tampa

Premium. De acordo com a

com janela de acesso a disjuntores gerais. Já as caixas TA, além de tampa

fabricante,

transparente e união por meio das flanges, apresentam trilhos de alumínio

na plataforma W22, que oferece entre outros benefícios: intervalos de

reguláveis.

lubrificação estendidos, que acarretam menor necessidade de intervenções

empresa na Fiee 2015. Entre eles: as

eles

se

baseiam

para manutenção; baixas temperaturas de operação, o que aumenta o

Terex www.terex.com.br

tempo de vida do sistema de isolamento e, consequentemente do motor;

A Terex aproveitou a Fiee

motor permite a montagem da caixa de ligação nas laterais ou no topo,

para

reduzindo o número de motores em estoque para reposição.

apresentar

e flexibilidade para a modificação da forma construtiva, ou seja, o mesmo suas

unidades de negócios e seu da unidade de negócios

Zagonel www.zagonel.com.br | www.zlight.com.br

de

A Zagonel, por meio da sua marca

portfólio de produtos. Dentro Utilities,

da

TLA,

destacam-se duas áreas de negócios, a chamada de Hot Line Tools (HLT),

Z.Light, apresentou em seu estande,

que tem uma série de soluções em ferramentas de manutenção de linhas

durante a Fiee, a ZL 3330, produto

energizadas e desenergizadas, entre elas itens específicos para linhas

fabricado e desenvolvido no Brasil, com

de transmissão, como jugos, tensores e varas telescópicas e que são

design diferenciado e excelente custo-

produzidas exclusivamente pela TLA no Brasil e que representam cerca de

benefício. Com lançamento oficial previsto

60% do faturamento da unidade de negócios. A segunda área compreende

para o segundo semestre deste ano,

a produção de cestos aéreos, adquiridos pelas maiores concessionárias de

o equipamento apresenta potência de 60 watts, sendo indicado para

energia do país.

iluminação de áreas externas.

Tramontina Elektric www.tramontina.com

Zilmer www.zilmer.com.br

Entre as novidades expostas pela Tramontina

O Sistema de Encapsulamento de Medição

na Fiee 2015, destaque para as luminárias

a Transformador a Seco (SEMTS) integra

voltadas

atmosferas

medidor de energia, sistema de telemetria, chave

explosivas. A luminária Led, por exemplo, é

de aferição e acessório de proteção contra

fabricada em liga de alumínio copper-free e tem acabamento em pintura

fraudes. Para aplicação exterior, o transformador

eletrostática a pó na cor cinza Munsell N6.5, com proteção à prova de

trabalha com tensão máxima de 15 kV/ 17,5 kV

explosão (Ex d) para zona 1, grupo de gases IIC e classe de temperatura

e frequência de 60 Hz/ 50 Hz. Possui corrente

T6. O equipamento apresenta formato redondo e design moderno, sendo

primária máxima de 200 A e corrente secundária

composto por cinco conjuntos de Led alimentados independentemente,

de 5 A. Apresenta isolamento de resina e classe

com 130 W de potência, aproximadamente 20.000 lúmens.

de temperatura de 105°.

a

ambientes

de


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

32

Capitulo IV – Qualidade na iluminação urbana • Conceitos de boa iluminação urbana • A percepção do meio urbano • Distribuição de luz • Uniformidade

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez

42

Capítulo IV – Carregamento e potência nominal dos transformadores • Relação entre potência nominal e tempo • Características dos transformadores • Comportamento térmico • Resistências e capacitâncias técnicas

EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

48

Capítulo IV – Estudos elétricos de sobretensões, coordenação de isolamento e impactos de campos elétricos e magnéticos • Estudos elétricos de sobretensões • Coordenação de isolamento • Efeitos e impactos de campos elétricos e magnéticos

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Eduardo Daniel Capítulo IV – Linhas elétricas – parte 2 • Resistividade térmica do solo • Agrupamento de circuitos • Condutores carregados e em paralelo • Condutores de fase

56


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

Capítulo IV

Qualidade na iluminação urbana Por Plinio Godoy*

Este

capítulo

abordará

o

tema

ou seja, dos aspectos projetuais baseados

da região, aspectos turísticos e acima de

“qualidade na iluminação urbana”, um

na quantidade de luz em determinada

tudo, levando em consideração as pessoas.

tema bastante interessante, visto que

via ou espaço público, para a abordagem

abrange os conceitos mais atuais ligados

“qualitativa”, em que a quantidade de

conta, tem-se como base de análise

à iluminação pública, a qualidade e seus

luz é um dos aspectos estudados para o

a percepção dos espaços que estas

benefícios para as pessoas.

desenvolvimento do projeto de luz de

pessoas vivenciam, como o resultado da

uma determinada região, espaço ou até

iluminação impacta na visão objetiva e

de uma cidade inteira.

subjetiva delas.

A boa iluminação urbana

Uma das questões mais interessantes

Assim,

podemos

entender

que

Quando as pessoas são levadas em

Acredito que, no futuro, os processos

no âmbito da iluminação urbana é o

a

na

projetuais serão mais elaborados neste

entendimento da sua importância na

iluminação urbana quando esta considera

sentido, buscando a qualidade dos

qualidade de vida das pessoas que utilizam

não somente questões normativas, mas

espaços como uma resultante entre o

os espaços públicos no período noturno.

também questões relacionadas com a

espaço, a luz existente e a percepção das

É comum analisarmos o fato da

arquitetura, a composição urbanística, os

pessoas, pois é para elas que devemos

migração das abordagens “quantitativas”,

usos e costumes locais, a microeconomia

trabalhar.

qualidade

pode

ser

aplicada

Figura 1 – As fotos mostram dois momentos urbanos na cidade de Nova York, à esquerda durante o dia e à direita durante a noite.


Apoio

A percepção do meio urbano

de informações e o cérebro utiliza muito

urbano

esta qualidade para interpretar os lugares,

luz de criar prioridades na percepção

noturno é uma relação de causa e efeito

até para impor sentimentos, como a

do espaço, à noite, observe o quadro

como a percepção durante o dia, porém,

sensação de segurança.

de Rambrandt conhecido como “Night

na noite, temos a existência de regiões

Pela capacidade da luz de mostrar ou

Watch”, datado de 1642, em que, com

escuras, não iluminadas, que alteram o

não os elementos, há também a capacidade

a utilização de técnicas de iluminação,

espaço significativamente.

de alterar um espaço ou elemento, o que

percebemos as prioridades na percepção

Costumo dizer que na noite, o que não

podemos utilizar de maneira positiva

do espaço, valorizando-os mais ou

é iluminado, desaparece, e podemos sim

para valorização e destaque de partes do

menos, levando o observador a perceber

perceber esta questão com um exemplo

todo, mudando a percepção deste espaço.

o meio conforme o artista desejou.

A

percepção

do

meio

Para exemplificar a capacidade da

simples: pensando em um caminho, onde sabemos exatamente onde entrar, qual esquina virar, mas, durante a noite, como algumas referências urbanas não são iluminadas, perdemos muitas vezes a capacidade de orientação e passamos a não ter tanta facilidade em desenvolver aquele caminho. As imagens da Figura 1 foram registradas

dos

mesmos

lugares,

e

notamos quão diferentes são entre os dois períodos. A percepção dos espaços muda completamente, pois a visão tem uma importância muito grande na transmissão

Figura 2 – Imagem do quadro “The night watch”, de Rembrandt van Rijin, de 1642. (www. huffingtompost.com)

33


Apoio

Iluminação pública e urbana

Nytimes.com

34

Figura 3 – Nova York durante o dia (à esquerda) e à noite (à direita).

No plano de iluminação urbana,

dos equipamentos utilizados no projeto,

uma das características do equipamento

devemos considerar esta questão de

sua

utilizado,

maneira fundamental, pois a luz tem a

posicionamento,

capacidade de impor às pessoas a visão

luz projetada nos volumes e planos

luminoso porém diferentes fotometrias,

e a percepção do espaço, trabalhar com

observados.

o que causará mudanças nos resultados

essa ferramenta tão potente exige muito

obtidos em relação aos projetados.

utilização

efetiva, e

a

focalização,

resultante

da

A distribuição da luz no espaço é

podem

diferentes apresentar

equipamentos mesmo

fluxo

cuidado e critério, pois ao contrário de Ledmagazine.com

melhorar a vida das pessoas, podemos trabalhar o contrário.

O universo da qualidade na iluminação

urbana é vasto, pois entender todas as relações entre o espaço e a pessoa demanda análises holísticas, arquitetônicas, urbanas, paisagísticas, antropológicas, etc.

Dentro do aspecto da iluminação,

temos algumas questões básicas que impactam na qualidade da iluminação de um determinado lugar, afetando seus usuários, as pessoas.

Distribuição de luz

A distribuição de luz no espaço é uma

resultante da característica fotométrica

Figura 4 – Distribuição da luz no espaço.


Apoio

35


Apoio

Iluminação pública e urbana

medada.net

36

Figura 5 – A mesma pessoa é iluminada com o mesmo foco posicionado diferentemente em relação à câmera.

Não

similares,

a ponto de se tornar padrão em sua

maneira, utilizar equipamentos com

equivalentes,

maioria, pela utilização indiscriminada

bom controle ótico é uma decisão,

de luminárias com baixo controle ótico.

além de técnica, fundamental para o

tecnologia Led.

As

na

bem-estar das pessoas, pois este tipo de

iluminação viária, por exemplo, podem

efeito pode aumentar o nível de estresse,

efeitos

exercer um grande impacto na qualidade

interferir no sono, prejudicando a vida

completamente diferentes, como podemos

da iluminação de uma cidade. Dessa

das pessoas.

sim

equipamentos

equipamentos

principalmente

de

quando

usamos

a

Uma mesma fonte de luz, utilizada maneira

diferente,

cria

luminárias

utilizadas

ver na Figura 5, em que a pessoa é www.illinoislighting.org

iluminada com o mesmo foco posicionado diferentemente em relação à câmera.

Uma das questões mais sensíveis aos

olhos humanos em relação à iluminação é o que chamamos de “ofuscamento”. O “ofuscamento” é, em resumo, a

utilização

descontrolada

da

luz

em relação às pessoas e seus olhos, este podendo ser classificado como “desconfortante”, ou seja, aquele que cria desconforto nas pessoas pela incidência de luz no plano de visão, até “velador”, aquela luz que, incidindo nos olhos, cria uma cegueira temporária, impedindo que as pessoas consigam ver os arredores.

Este ofuscamento ilustrado na Figura

6 é típico “velador” e deve ser evitado sempre. Já o ofuscamento desconfortante é muito presente nas cidades, comum

Figura 6 – Situação em que o ofuscamento (à esquerda) impede a visão dos arredores, como mostra a imagem à direita.


environmentallysound.wordpress.com

Apoio

Figura 7 – Exemplo de ofuscamento desconfortante.

37


Apoio

Outra

consequência

nefasta

da

de qualidade de resultado, tendo em

utilização de equipamentos com baixo

suas normas níveis mínimos a serem

controle ótico é a poluição luminosa.

alcançados

Uma abordagem sustentável deve evitar

disposição definidos.

ao máximo esses equipamentos, pois

A Tabela 1, retirada da norma

além de desperdiçar energia, prejudicam

ABNT

a natureza.

valores referenciais de luminância e

equipamentos

5101/2012,

mostra

e

os

as respectivas uniformidades globais e

Uniformidade

NBR

pelos

longitudinais a serem alcançadas.

A uniformidade deve ser entendida de

U O=

Lmín Lmed

Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal)U L

razão entre a luminância mínima e a luminância máxima ao longo das linhas paralelas do eixo longitudinal da via em um plano especificado: U L=

Lmín Lmáx

dois aspectos diferentes, a uniformidade

Fator de uniformidade da luminância

no sistema de iluminação viária e a

(uniformidade global) U O

Já a tabela 2, extraída da mesma norma,

uniformidade na iluminação urbana.

razão entre a luminância mínima e

apresenta

a luminância média em um plano

para iluminância e suas respectivas

especificado:

uniformidades.

A

iluminação

viária

tem

na

uniformidade um aspecto de análise

os

valores

referenciais

goldendaleobservatory.com

Iluminação pública e urbana

38

Figura 8 – Níveis de controle ótico.

Tabela 1 – Valores de luminância e uniformidades globais e longitudinais para cada classe de iluminação

Classe de iluminação

Lmed

UO ≥

UL ≤

TI %

SR

V1

2,00

0,40

0,70

10

0,5

V2

1,50

0,40

0,70

10

0,5

V3

1,00

0,40

0,70

10

0,5

V4

0,75

0,40

0,60

15

-

V5

0,50

0,40

0,60

15

-

Lmed : luminância; UO : uniformidade global: UL : uniformidade longitudinal; TI: incremento linear. Nota 1

Os critérios de TI e SR são orientativos, assim como as classes V4 e V5.

Nota 2

As classes V1, V2 e V3 são obrigatórias para a luminância

Tabela 2 – Iluminância média mínima e uniformidade para cada classe de iluminação Classe de iluminação

Luminância média mínima Emed, mín lux

Fator de uniformidade mínimo U=Emín /Eméd

V1

30

0,4

V2

20

0,3

V3

15

0,2

V4

10

0,2

V5

5

0,2


Apoio

39


Apoio

Iluminação pública e urbana

sfbetterstreets.org

40

A uniformidade é relação entre os pontos mais iluminados e menos iluminados em um espaço iluminado, podendo esta relação ser entre os valores mínimos, máximos e médios. A

uniformidade,

na

prática,

evita pontos escuros onde a visão é prejudicada, podendo assim tornar estes locais zonas de baixa percepção visual. A

uniformidade

na

iluminação

urbana é uma ferramenta da criação dos efeitos de luz, valorização dos volumes e na busca da criação de um espaço tridimensional mais coerente e agradável aos olhos. Um exemplo é a iluminação de fachadas, antigas ou contemporâneas, em que a não uniformidade pode ser uma consequência desejada para o resultado visual final, salientando aspectos e criando as hierarquias visuais, trazendo vibração e interesse aos olhos. http://science-technologies-engineering.com/

Figura 9 – Uniformidade: relação entre os pontos mais e menos iluminados.

Figura 11 – Fachadas podem usar o recurso da não uniformidade para melhor resultado final.

Iguzzini.com

luxreview.com

Figura 10 – Ponte na cidade de Los Angeles, iluminada anteriormente com sistema de lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão (à esquerda) e iluminada com Leds (à direita), apresentando uma melhor uniformidade.

Figura 12 - Um edifício iluminado de maneira a mostrar todos os seus detalhes e volumes.


wondermondo.com

Apoio

Um cuidado que se deve ter ao utilizar

a

não

uniformidade

para

valorizar um edifício é criar uma desfiguração do mesmo quando no período noturno. Note que a face da torre não iluminada

cria

uma

distorção

na

observação do prédio, utilizamos então a capacidade do cérebro de prever formas e volumes para completar a observação do edifício, mesmo não iluminado totalmente. No

próximo

capítulo,

serão

abordadas questões relacionadas à luz e suas fontes geradoras.

* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição

Figura 13 – As pirâmides do Egito são outro exemplo de como utilizar a não uniformidade.

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

Capítulo IV Carregamento e potência nominal dos transformadores Por Manuel Luís Barreira Martinez*

A previsão do carregamento dos

suprir esta demanda. Note que aplicar

máxima seja fornecida em [kW] é

transformadores é necessária, pois permite,

um carregamento superior ao nominal da

necessário considerar o fator de potência

entre

necessidade

ordem de 1.3 p.u. implica em admitir uma

no momento da demanda máxima.

de substituição das unidades ou ainda

perda nos enrolamentos (perdas série) da

outros,

verificar

a

sua especificação para atender a um

ordem de 1.69 p.u.

determindado período de vida útil, técnica

Desse

modo,

considerando

uma

econômica ou ambos.

relação entre a demanda máxima e a

Dentro desse contexto, a partir das

potência nominal do transformador – FS

curvas de permanência de carga e de

da ordem de 1.4 seja, conforme a Equação

tempos máximos – nos quais o nível de

1, é possível escolher a SNTR – potência

carregamento é superior ao nominal –, da

nominal do transformador para atender

relação admissível entre a demanda máxima

a carga modelada pela Figura 25. A

e a potência nominal do transformador,

Equação 12 considera unidades coerentes

bem como das taxas de crescimento da

para demanda e potência nominal do

demanda em um determinado período

transformador em [kVA]. Caso a demanda

Na Figura 1, também é mostrada a

relação entre a potência nominal e o período de tempo operando de forma contínua acima deste valor, o que, em geral, não ocorre em operação, logo, o procedimento apresenta uma folga intrínseca inerente à

continuidade

monotômica

das

de tempo e o fator de potência da carga, é possível definir valores para a potência nominal

dos

transformadores.

Assim

sendo, este texto faz uso das “curvas de permanência de carga” para determinar se um transformador precisa ser substituído, devido, por exemplo, a uma condição de sobrecarga, ou ainda, a um carregamento superior ao nominal. Outros procedimentos podem ser utilizados com este objetivo, como o método proposto no “IEEE Guide for loading mineral oil immersed transformers”, objeto de discussão em apêndice a este texto. Nota: A definição da relação entre a demanda máxima de um transformador e sua potência nominal leva em conta dois aspectos: a perda da vida útil no período de tempo e os custos das perdas ao se

Figura 1 – Curva de permanência de carga – base de demanda em kVA a cada 15 minutos versus potência nominal do transformador.


Apoio

características de permanência.

uma orientação a ser verificada com os

10,3 kVA, ou seja, 0,69 p.u., patamar

Um ponto importante nesses casos

respectvos fabricantes que o valor do FS

próximo ao assumido como representativo

é conceituar, de forma adequada, o

de um transformador é a relação entre a

neste exemplo.

significado da relação entre a demanda

demanda máxima e a potência nominal

O Fator de carga (FC) atual deste

máxima

do

do transformador, no período máximo

transformador, considerando os dados em kVA, é:

e

a

transformador,

potência às

vezes

nominal

denominado

de duas horas na qual é assumido, de

de Fator de Sobrecarregamento (FS). O

forma complementar tal que o patamar

primeiro ponto é que a operação acima da

inicial de carga fica entre 50% e 70% da

potência nominal não pode ocorrer por

potência nominal.

"tempo indefinido". Em geral, não existem

Deste modo, no exemplo anterior,

folgas térmicas por períodos indefinidos em

o valor de 1,4 considera que, durante

transformadores, sejam eles de distribuição,

no máximo duas horas, partindo de um

subtransmissão ou transmissão.

patamar de carregamento entre 50% e 70%

Esse conceito contraria a lógica de

da potência nominal do transformador,

manufatura e de custos. Segundo é que,

"não ocorre perda de vida útil apreciavel

partindo de um patamar de carregamento

do equipamento".

e submetido a valores de demanda

superiores à nominal, ocorre no interior

nos capítulos anteriores deste fascículo e dos

dos transformadores um processo de

conceitos também já discutidos, obtém-se

aquecimento que, se não for limitado

o gráfico da Figura 1, em que a curva de

no tempo, implica na superação das

permanência mantém praticamente todas

temperaturas de projeto e na consequente

as informações da curva original de carga,

redução da vida útil do equipamento.

uma Demanda para o patamar de tempo

Assim sendo, considera-se como

remanescente (DB) de aproximadamente

Com auxílio das equações divulgadas

O transformador de 15 kVA, conforme

os dados levantados, atende à carga existente no presente. Logo, este procedimento pode ser aplicado, por exemplo, para verificar se é necessária uma operação de intervenção visando sua substituição. No entanto, a especificação de uma unidade nova necessita considerar as condições futuras, com base em uma previsão de crescimento de carga. Deste modo, considerando uma taxa de crescimento de carga anual k e um período de tempo de análise n anos, obtém-se a Equação 2:

43


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

44

nos enrolamentos, associada com a

Logo, para uma taxa de crescimento de

carga anual – k = 4% ao ano e um período de tempo de análise – n = 10 anos, temos:

circulação de correntes de carga elevada,

Como observado, este transformador não

uma vez que as perdas dependem

opera em carregamento superior ao nominal.

do quadrado da corrente, ou seja, da

Para

potência. Neste caso, o custo das perdas

a

solução

com

base

nos

transformadores de 37,5 kVA, a relação

Neste caso, o transformador de 25

série para um valor de FS = 1,82 é da ordem

entre a demanda máxima e a potência

de 3,31 vezes o custo destas perdas para

nominal no fim do seu período de vida útil

um carregamento nominal. Desse modo,

de 20 anos é da ordem de:

existem limites técnicos e econômicos que definem o período de vida útil de

kVA opera com um Fator de carregamento máximo

(FCMax)

inicial

conforme

a

Equação 3.

um transformador. Logo, mesmo que

existam condições técnicas capazes de

Os transformadores de 37,5 kVA e 50

permitir que um transformador opere

kVA consideram um período de vida útil

em condições de carregamento superior

de 20 anos, que corresponde a uma taxa

ao nominal, podem existir restrições

de depreciação de 5%. Caso estes sejam

econômicas ligadas aos custos das

os parâmetros, pode-se afirmar que: “As ou seja:

perdas, assim, estes aspectos devem ser

vidas úteis técnica e econômica deste

cuidadosamente verificados.

transformador são equivalentes”.

A Tabela 1 mostra uma comparação das

características dos transformadores com

Considerando um período de tempo

de análise n = 20 anos e uma taxa de crescimento de carga anual k = 4% ao ano, temos:

período de vida útil de 20 anos anteriores. Tabela 1 – Características dos transformadores – Exemplo Potência do FCMAX transformador [KVA]

transformador é o seu desempenho térmico. Esta verificação, de modo simplificado, pode

FS

ser realizada considerando modelos térmicos reduzidos ou de forma mais sofisticada

25

0,84

1,82

por meio de modelos mais detalhados com

37,5

0,56

1,21

o auxílio de programas para o cálculo de

50

0,42

0,91

transitórios eletromagnéticos.

Neste caso, o transformador de 37,5

kVA opera com um Fator de carregamento máximo (FCMax) inicial de:

Assumindo uma solução com base em

transformadores de 50 kVA, é obtido um Fator de Carregamento Máximo (FCMax)

Um dos pontos que devem ser verificados

quando da escolha da potência nominal de um

Utilizam-se, nestes casos, analogias

Nota: Um valor elevado para a relação

eletrotérmicas.

entre a demanda máxima e a potência

consideram as semelhanças existentes

nominal de um transformador FS possui

entre

o

procedimentos

equacionamento

integro-

pelo menos duas implicações negativas.

diferencial dos circuitos elétricos e os

A primeira é, sem sombra de dúvida,

mecanismos de fluxo de calor.

a perda de vida útil por operação em

condições de temperatura superiores ao

simplificado para representar de forma

admissível para os materiais isolantes

equivalente o processo de aquecimento de

utilizados. A segunda é o custo das perdas

um transformador. Os parâmetros para o

A Figura 2 mostra o circuito elétrico

inicial de:

Estes

A relação entre a demanda máxima e a

potência nominal deste transformador FS, no fim do seu período de vida útil de 20 anos, segundo a Equação 2 é da ordem de:

Figura 2 – Equivalente térmico simplificado de um transformador.


Apoio

45


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

46

modelo equivalente mostrado na Figura 2

Equação 5 e descreve no domínio do

de temperatura máximo de suas partes

são retirados dos resultados dos ensaios

tempo o comportamento da temperatura

isolantes. Para tanto é utilizado o modelo

a vazio, sob curto e de aquecimento dos

máxima do transformador, conforme

transitório mostrado na Figura 2, em que

transformadores.

mostrado na Figura 4.

a Equação 6 pode ser transformada na

A Equação 4 fornece o valor da Máxima

Temperatura

em

Equação 8.

Regime

8

Permanente (ΘM) com base nos valores da Temperatura Ambiente (ΘA) das perdas a vazio (W0), perdas sob cargas

Em que:

Em que:

nominais (Wcc), na potência nominal (SNTR) e na potência suprida pelo transformador (ST). 4

9

A partir das Equações 6 e 7 e dos

dados de elevação de temperatura (ΔΘ) e de constante térmica (τΘ ), são obtidos os

Para uma condição de carregamento

kf [p.u] superior à nominal, obtém-se:

dados do modelo térmico.

A Figura 3 mostra o circuito elétrico

Neste caso, assumindo que W = 320 [W]:

simplificado capaz de representar de forma

Assumindo

equivalente o processo de aquecimento

temperatura - ΔΘ entre o valor máximo

de um transformador na sua forma para

de

equacionamento

que

inicial determinada pela condição de

por questões de simplicidade as perdas,

carregamento ki, obtém-se a Equação 10:

transitório,

em

responsáveis pelo aquecimento, foram representadas de forma concentrada – W.

Deste modo:

e

diferença a

de

temperatura

Estes valores podem ser utilizados em

conjunto curva de permanência de carga e de um tempo máximo para determinar, de forma em geral conservadora, se o transformador atinge ou não sua

Logo:

temperatura

uma

temperatura máxima de operação. Uma vez que os transformadores

Em que: Tempo máximo sob a condição de carregamento kf.

possuem cargas variáveis com o tempo,

A Tabela 2 mostra, com base em um

é possível, com base na técnica de

conjunto de “Ensaios de Aquecimento”,

patamares de cargas, calcular o tempo

única fonte de dados para os usuários

em que um transformador pode ser

de transformadores, que desconhecem

A Equação 6 é o resultado da aplicação

submetido a um regime de carga superior

detalhes de projetos, os valores das

da Anti – Transformada de Laplace à

à nominal sem que seja superado o limite

constantes térmicas representativas mais

Figura 3 – Circuito equivalente térmico simplificado de um transformador para estudos transitórios.

Figura 4 – Comportamento térmico transitório de um transformador.


Apoio

Tabela 2 – Resistências

e capacitâncias térmicas equivalentes médias mais prováveis

Variação de Temperatura[°C]

Perdas a vazio -

Perdas em carga -

W0 [W]

45/15 – 3F

52,9

75/15 – 3F

em si apresenta uma certa folga, uma vez que em geral não se observam perfís de

WCC [W]

Resistência térmica equivalente [°C/W]

Capacidade térmica equivalente [°S/W]

164,0

623,0

0,06722

162.205,2

reduzidos

43,8

332,0

1.027,0

0,03222

209.580,0

seguidos por períodos de resfriamento, o

30/25 – 3F

47,2

181,0

534,5

0,06594

125.005,8

que, por sua vez, atua no sentido de prover

45/25 – 3F

41,3

211,3

714,0

0,04462

176.506,2

75/25 – 3F

45,6

349,6

1.107,3

0,03138

223.123,2

10/15 – 1F

39,9

52,2

176,2

0,17584

59.090,4

25/25 – 1F

40,9

110,5

373,0

0,08458

99.646,2

KVA/KV

carregamento como os mostrados pelas curvas de permanência. Logo, períodos de

sobrecarregamento

são

"um certo alívio ao problema térmico".

Modelos térmicos mais elaborados, em

geral, conduzem a uma melhor avaliação dos períodos operando sob potência superior à nominal. No entanto, normalmente, exigem conhecimento

de

detalhes

disponíveis

modificações substanciais na direção de

somente a nível de manufatura. Os ensaios

“médios” que, de modo conjunto com a

maior flexibilidade operacional.

de

Equação 10, são utilizados para o cálculo

As diferenças em termos de tempo

capazes

dos tempos sob carregamento superiores

máximo de carregamento entre as Tabelas 3

carregamento superior ao nominal, que

aos nominais mostrados na Tabela 3. Com

e 4 são basicamente atribuídas aos métodos

devem ser encarados com um certo grau de

base nestes dados, o padrão adequado

de cálculo – medições. Os dados da Tabela

cuidado, pois, como mostram as Tabelas 3 e

para a relação entre a demanda máxima e

3 foram obtidos com o auxílio do modelo

4, dependem dos patamares de carga inicial

a potência nominal do transformador FS,

térmico dotado de extrema simplicidade,

e final, ou seja, necessitam ser observados

partindo dos patamares de carregamento de

o único capaz de ser retirado diretamente

também por uma ótica de engenharia e risco.

0,5 a 0,6 p.u. pelo período de tempo de duas

dos resultados dos ensaios de aquecimento

horas é ao redor de 1.1 p.u. Operar com

dos transformadores. Deste modo, tendem

se pode aplicar cargas superiores à nominal

demandas máximas superiores a este valor

a fornecer resultados menos confiáveis,

aos transformadores por tempo indefinido",

implica em reduzir o tempo de operação ou

principalmente com valores de carregamento

o que aliás não é novidade. Os períodos de

ainda da demanda, carregamento inicial.

superiores a 1.2 p.u.. Isto se deve às diferentes

tempo em operação superior à nominal

Dados mais representativos podem ser obtidos com os fabricantes dos

constantes térmicas entre enrolamentos

variam entre uma e duas horas, quando de

e óleo, que, como se observa no modelo

carregamento moderado, entre 1.1 p.u. e 1.2

transformadores. No entanto, conforme

simplificado adotado, é substituída por uma

p.u., a dez minutos quando de carregamentos

mostra a Tabela 4, não são esperadas

"constante térmica equivalente". O método

médios - elevados, entre 1.4 p.u. e 1.5 p.u.

prováveis

normalmente

denominados

Tabela 3 – Tempo

máximo admissível de carga superior à nominal

para um transformador

Carregamento Inicial

45 kVA – 15 kV

trifásico

Carregamento superior ao nominal - tempo (minutos) 1,1

1,2

1,5

1,6

0,4

134,57

109,47

66,55

57,93

0,5

112,66

92,72

57,40

50,14

0,6

103,55

85,62

53,40

46,71

0,7

77,21

64,66

41,21

36,20

0,8

50,91

43,14

28,09

24,78

0,9

25,08

21,49

14,28

12,66

Tabela 4 – Tempo máximo admissível de carga superior à nominal para transformadores Carregamento Inicial

Carregamento superior ao nominal - tempo (minutos) 1,1

1,2

1,4

1,5

0,50

180

90

30

15

0,75

129

60

15

8

0,90

60

30

8

4

Fonte: Schneider Electric

aquecimento de

fornecem

definir

alguns

parâmetros perfís

de

Finalmente, a mensagem é clara: "Não

*Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

47


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

48

Capítulo IV Estudos elétricos de sobretensões, coordenação de isolamento e impactos de campos elétricos e magnéticos Por Sérgio Feitoza Costa*

Nesta

série

de

fascículos

são

apresentados conceitos de engenharia para o projeto e a especificação de equipamentos de subestações de transmissão e distribuição. O primeiro capítulo desta série cobriu aspectos dos estudos do sistema elétrico que servem de base para as especificações técnicas dos equipamentos. O segundo cobriu conceitos sobre curtos-circuitos, ampacidades,

sobrecargas

e

contatos

elétricos. Já o terceiro capítulo abordou as técnicas de ensaios de alta potência, laboratórios

de

ensaios

e

principais

ensaios. Este quarto capítulo abordará o tema “Estudos elétricos de sobretensões,

coordenação de isolamento e impactos de

As sobretensões que acontecem em

campos elétricos e magnéticos”.

uma rede elétrica podem ser classificadas como “longa duração”, quando duram

Estudos elétricos de sobretensões

até dezenas de segundos e as de “curta duração”, que são da ordem de grandeza

Da mesma forma como são realizados

estudos relacionados à circulação de correntes de curto-circuito e correntes nominais, que foram descritos no segundo capítulo

desta

série,

são

realizados

outros estudos relacionados às tensões permanentes e transitórias que são aplicadas aos equipamentos de uma subestação no dia a dia.

Figura 1 – Exemplos das durações das sobretensões.

de 100 a 3.000 microssegundos. Uma típica sobretensão de longa duração é a que ocorre quando, durante um temporal, um galho de árvore toca o cabo de uma das três fases do circuito e provoca um curto fase terra que abre o fusível da chave fusível daquela fase. No momento da interrupção da corrente na fase defeituosa, é provocada uma sobretensão nas duas fases não defeituosas que pode fazer o valor da tensão subir


Apoio

do valor fase terra para algo próximo da

comprimento, da potência de curto-circuito

valor à estética dos sistemas de distribuição

tensão fase-fase e isso é percebido nas casas

local e grau de compensação da linha.

de energia, é comum encontrar pelas

com a luz ficando mais forte. Se a duração

Quanto mais malhado o sistema, menor

ruas gambiarras (Figura 2) que seriam

do evento é maior, pode-se queimar

será a sobretensão, sendo que, como ordem

inaceitáveis em alguns países do primeiro

geladeiras, aparelhos de ar condicionado,

de grandeza, estas sobretensões podem

mundo.

computadores e outros eletroeletrônicos.

variar da ordem de 20% a 95% dependendo

da rapidez dos reguladores de velocidade e

circulam turistas e moram as autoridades,

de frequência da ordem de 50-60 Hz e

do grau de compensação.

como a Zona Sul do Rio de Janeiro, a

seus harmônicos. São em geral sustentadas

No caso da manobra de correntes

estética ainda tem algum valor, mas no

e pouco amortecidas, podendo alcançar

capacitivas, a tensão de restabelecimento

restante da cidade é comum a existência

amplitudes da ordem de 1,5 P.U. Sua

transitória (TRT) nos terminais de cada fase

dessas vergonhosas e perigosas instalações.

efetiva duração vai depender do sistema de

do disjuntor cresce lentamente, facilitando

É usual também encontrar transformadores

controle de tensão do sistema.

a interrupção, mas a tensão máxima

muito próximos a janelas de apartamentos,

As sobretensões de longa duração são

Nas zonas mais abastadas, nas quais

Exemplos de causas destas sobretensões

de pico pode chegar a 2 pu e provocar

como na foto que foi mostrada no Capítulo

são a perda súbita de carga em sistemas

reacendimento do arco se não há suficiente

1 do fascículo. Este tipo de situação tem

radiais, as faltas para a terra desbalanceadas,

separação dos contatos, reconectando a

sido inclusive motivo de ações judiciais. A

a desconexão de cargas indutivas, a conexão

capacitância C à fonte. Neste caso, se uma

reportagem exibida no Bom Dia Brasil da

de cargas capacitivas e a energização de

nova interrupção acontece próxima do zero

TV Globo em 27/09/2012 (que pode ser

linhas em vazio.

de corrente, a tensão pode ir duplicando e,

encontrada no site da www.globo.com)

A perda súbita de carga ocorre quando

inclusive, levar à explosão do disjuntor.

retrata bem a questão das “gambiarras” dos

uma linha com a maior parte da energia

sistemas aéreos de distribuição brasileiros.

de um gerador é desligada, em que os

com um exemplo é o das faltas para

geradores aceleram e a tensão sobe. A

a

mencionadas

dos apagões e as desculpas de que chuvas

magnitude da sobretensão depende de

anteriormente. No Brasil, como não se dá

e vendavais são os culpados pela operação

Um caso frequente e fácil de explicar terra

desbalanceadas

A reportagem mostra também a questão

49


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

50

Figura 2 – Situações em que é fácil acontecer um curto fase terra durante um temporal causando sobretensões.

deficiente. Cabe notar que os sistemas

previsíveis e controláveis, sendo estudadas

como as sobretensões mais relevantes.

subterrâneos, embora um pouco mais caros,

e monitoradas há muitas décadas e suas

dão muito menos defeitos e não estão expostos

formas de onda e valores típicos são

à abertura e ao fechamento dos disjuntores,

aos ventos e chuvas. Por isso, são muito usados

como mostrados na Figura 3. Os valores a

seccionadores e outros dispositivos de manobra

nos países desenvolvidos. Nosso setor elétrico

aplicar nos testes de laboratório para classe

instalados nos sistemas. As formas de onda

claramente andou para trás nos últimos 15

de tensão são especificados em normas

típicas são também mostradas na Figura 3.

anos em todos os aspectos possíveis.

técnicas como IEC, ABNT, entre outras.

São simulados em laboratório por impulsos de

Considerando estas classificações, as

Os

que

tensão com uma forma de onda de 250 x 2.500

sobretensões de curta duração são as que

visam simular os efeitos das descargas

μs, sendo o primeiro valor o tempo de frente e

ocorrem devido às descargas atmosféricas

atmosféricas são realizados aplicando-se

o segundo associado ao tempo de cauda.

e os chamados impulsos de manobra. Os

uma onda padrão de forma de onda 1,2 /

As ondas de impulso aplicadas em

impulsos atmosféricos são os nossos “raios”.

50 μs. Estes valores buscam representar um

laboratório são produzidas por geradores

Frequentemente, são considerados os vilões

certo valor de crista que ocorre nas redes

de impulso. Estes são equipamentos

dos apagões, quando não se quer tornar

elétricas, assim como os tempos de subida

compostos por capacitores, resistores e

claro que houve um erro de manobra ou

e de descida da tensão. Para equipamentos

centelhadores. Por meio do ajuste dos

de planejamento. Entretanto, as descargas

de classe de tensão mais baixa que 230 kV,

valores destes componentes, obtém-se as

atmosféricas são um dos eventos mais

os impulsos atmosféricos são considerados

ondas desejadas.

Figura 3 – Sobretensões de impulso.

testes

de

laboratório

Os impulsos de manobra surgem devido

Figura 4 – Exemplo de uso de sincronizadores.


Apoio

51


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

52

Para

minimizar

o

efeito

das

computador, como o ATP / ATPDRAW.

como: (a) convencional, quando o número

sobretensões de manobra nas redes elétricas

Este programa, que pode ser baixado

de descargas toleradas é zero (probabilidade

de alta tensão, são utilizados dispositivos de

livremente na internet, quando utilizado

de suportar Pw = 100 %) e (b) estatística,

controle de sobretensões, tais como:

por especialistas com certa experiência na

quando o número de descargas toleradas

análise de seus resultados, permite simular

é relacionado a uma probabilidade de

• Resistores de pré-inserção: usados para

os efeitos das condições de configurações

suportabilidade especificada, por exemplo,

reduzir sobretensões em manobras de

e manobras operativas que vão dar origem

90%.

energização e religamento de linhas (no

a sobretensões de curta ou longa duração.

fechamento). Também são aplicados na

Com base nos valores obtidos nestes

um teste de impulso atmosférico, o

redução da amplitude das tensões de

estudos é que será baseada a coordenação

equipamento seria aprovado se, em cada

restabelecimento transitórias de disjuntores

do isolamento daquela rede elétrica.

série de quinze impulsos, ocorressem, no

(se utilizados na abertura); • Para-raios: para impedir sobretensões

Neste segundo caso dos 90%, durante

máximo, duas descargas por polaridade em

Coordenação de isolamento

meio auto-recuperante e nenhuma descarga

superiores àquelas para os quais os

em meio não auto-recuperante.

equipamentos foram projetados;

Os procedimentos e definições são

• Capacitores nos terminais de disjuntores:

explicados na norma 60071-1 – Coordenação

tensões suportáveis e níveis de isolamento

para reduzir taxa de crescimento da TRT;

de Isolamento e correspondentes normas

nominal do equipamento em função dos

• Blindagem de linhas e subestações contra

nacionais. Esta norma começa com uma

valores máximos de tensões que podem

descargas atmosféricas (cabos para-raios e

série de definições e conceitos, entre

ocorrer na rede, obtidos nos estudos de

hastes de proteção): para evitar incidência

as quais as classificações dos tipos de

sobretensões. Para tal, são apresentadas,

direta nos condutores;

isolamentos em: (a) Auto-recuperantes, por

nas tabelas da norma, listas de valores para

• Sincronizadores: para redução das

exemplo, as distâncias entre fases no ar e a

as tensões suportáveis de impulso e para as

sobretensões ou sobrecorrentes por controle

parte externa de isoladores (b) Não auto-

tensões suportáveis à frequência industrial.

do ângulo de fechamento na tensão. São

recuperantes, como o papel impregnado

A Figura 5 mostra parte de uma tabela

especialmente úteis na energização de linhas

a óleo de transformadores, a parte interna

típica, no caso, da ABNT NBR 7282.

em vazio e bancos de capacitores, assim

de buchas e a especificação das distâncias

como para evitar correntes de "inrush" em

de escoamento (kV / mm) de isolamentos

valor de tensão nominal, pode haver

transformadores. A Figura 4 exibe um

que são selecionadas com base na tensão

mais de uma lista de valores de tensões

exemplo típico de aplicação, mostrando

máxima de operação, poluição, umidade e

suportáveis. Em algumas normas, estes

como as sobretensões são reduzidas pelo

densidade do ar.

valores são descritos como isolamento

simples controle do ângulo de fechamento

A norma define também as tensões

pleno ou isolamento reduzido. Na verdade,

ou abertura da tensão na manobra.

suportáveis como aquelas a serem aplicadas

o que está atrás das diferentes alternativas

em ensaio durante o qual um número

de tensões suportáveis é que representam

Os estudos elétricos de sobretensões

específico de descargas destrutivas é

práticas em diferentes países ou diferentes

são feitos com o suporte de programas de

tolerado. A tensão suportável é designada

regiões com suas condições atmosféricas e

Também é mostrado como selecionar as

Deve-se notar que, para um mesmo

Tabela 1 – Níveis de isolamento nominais (série I)

Tensão suportável à frequência industrial Tensão nominal

durante 1 minuto (eficaz)

Ur kV (valor eficaz)

Uc Valor Comun

Tensão suportável de impulso atmosférico Um

kV (valor eficaz) Através da distância

Valor Comum

de isolamento 17,5 24 36 145

38 50 70

45 60 80

kV(pico) Através da distância de isolamento

75

85

95

110

95

110

125

145

145

165

170

195

230

265

550

630

275

315

650

750


Apoio

de poluição específicas.

sobretensões e, eventualmente, reduzir os

distâncias elétricas mínimas. Esta norma

níveis de isolamento a especificar.

vai além disso e explica outros aspectos

A sequência para realizar a coordenação de isolamento é, portanto: •

Determinar as sobretensões: magnitude,

duração e probabilidade de ocorrência; • Selecionar os níveis de isolamento

do entre

espaçamentos e distâncias de segurança.

distâncias relativas a aspectos de incêndios

A norma IEC 61936 sobre instalações de

e subestações ou mesmo alguns aspectos

potência de alta tensão é muito didática

do aterramento e tensões de passo e toque

no que diz respeito aos conceitos para

(Figura 5).

exemplo 25%). • Método estatístico: selecionar um certo risco de falha. • Especificar nas especificações técnicas os ensaios dielétricos: • Frequência industrial. • Impulso de manobra (250 x 2.500 µ S). • Impulso atmosférico (1,2 x 50 µ S). Onde for aplicável, é necessário prever o

uso de dispositivos de proteção para reduzir

Figura 5 – Distâncias de segurança (IEC 61936).

transformadores

de

a

questão

sobretensões + margem de segurança (por

distâncias

como

projeto de subestações, é a seleção dos

• Método convencional considerando as

das

eletromecânico,

Outro aspecto a considerar, no caso do

empregando um dos métodos:

projeto

e

segurança construções,

53


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

54

Figura 6 – Campo magnético (à esquerda) e campo elétrico (à direita).

Efeitos e impactos de campos elétricos e magnéticos

Em alguns aspectos dos problemas de

em algumas regiões, os campos são

compatibilidade eletromagnética (CEM)

reduzidos, mas, em outras, são muito

em subestações, as correntes nominais

elevados. Nestas, não se deve colocar

Como foi mostrado no Capítulo 1

também são de interesse. Entretanto,

componentes

desta série, a circulação de correntes

para a CEM, no que diz respeito à

eletrônicos, relés, contatores, etc. Estes

permanentes elevadas produz campos

imunidade a campos no projeto de

resultados foram obtidos com o software

magnéticos que, se ficarem acima de

equipamentos, as correntes elevadas de

SwitchgearDesign.

certos níveis, podem ser prejudiciais

curto-circuito são mais importantes. O

Em um dos capítulos finais deste

a

motivo é que, durante o curto-circuito,

fascículo serão mostrados mais detalhes

(aquecimentos indevidos e problemas de

os

produzidos

sobre a descrição das técnicas para

compatibilidade eletromagnética).

são muito elevados e podem interferir

simulação de ensaios de alta potência

Do ponto de vista dos impactos

no

e aplicações no desenvolvimento e

à saúde, há toda uma legislação que

eletrônicos, relés e outros tipos de

deve ser obedecida durante o projeto

componentes usados no comando e

de uma subestação de energia. Esta

proteção da subestação.

legislação estabelece um certo limite

para a exposição do público em geral

elétricos

e

e de operadores, tanto para campos

saber

qual

magnéticos como para campo elétrico.

componentes sensíveis a interferências

Os campos magnéticos são tão

eletromagnéticas. Na Figura 6, a título

maiores quanto maiores são as correntes

de exemplo, são mostrados os campos

circulantes. Nos aspectos mencionados

magnéticos no interior de um painel

Continua na próxima edição

de aquecimentos e impactos à saúde, as

elétrico submetido a uma corrente

correntes de interesse são as correntes

permanente trifásica, assim como o

permanentes / nominais.

campo elétrico. É possível notar que,

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

pessoas

(saúde)

e

a

instalações

campos

magnéticos

funcionamento

de

componentes

sensíveis,

como

os

certificação de produtos.

O bom conhecimento dos campos em

magnéticos lugar

não

permite instalar

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento.


Apoio

55


Apoio

Qualidade nas instalações BT

56

Capítulo IV Linhas elétricas – Parte 2 Por Eduardo Daniel*

As linhas elétricas de uma instalação de

for possível conhecer valores mais precisos

com diferentes temperaturas máximas

baixa tensão são tratadas pela norma ABNT

da resistividade térmica do solo, em função

para serviço contínuo, a determinação da

NBR 5410:2004 em sua seção 5.1.2.3.4 e

da carga, os valores de capacidade de

capacidade de condução de corrente dos

seus requisitos estão definidos na seção

condução de corrente podem ser calculados

condutores, para todos os circuitos do

6.2. Este assunto foi iniciado no capítulo

pelos métodos especificados na ABNT NBR

grupo, deve ser baseada não na temperatura

anterior e continuará sendo tratado neste

11301.

máxima para serviço contínuo do condutor

artigo, a partir dos requisitos ligados ao agrupamento de circuitos.

Resistividade térmica do solo

considerado, mas na menor temperatura

Agrupamento de circuitos

máxima admissível em serviço contínuo

Os valores de capacidade de condução

encontrada entre os condutores do grupo,

de corrente fornecidos pelas tabelas 36 a

acompanhada da aplicação do fator de

Nas tabelas 36 e 37 da ABNT NBR

39 da mesma norma são válidos para o

agrupamento incorrido.

5410:2004, as capacidades de condução de

número de condutores carregados que se

corrente indicadas para linhas subterrâneas

encontra indicado em cada uma de suas

uma corrente de projeto não superior a

são

válidas

para

resistividade

colunas. Para linhas elétricas contendo

30% de sua capacidade de condução de

térmica do solo de 2,5 K.m/W. Quando a

um total de condutores superior às

corrente já determinada, observando-se o

resistividade térmica do solo for superior

quantidades indicadas nas tabelas 36 a

fator de agrupamento incorrido, podem ser

a 2,5 K.m/W, caso de solos muito secos,

39, a capacidade de condução de corrente

desconsiderados para efeito de cálculo do

os valores indicados nas tabelas devem ser

dos condutores de cada circuito deve ser

fator de correção aplicável ao restante do

adequadamente reduzidos, a menos que o

determinada, usando-se as tabelas 36 a 39,

grupo.

solo na vizinhança imediata dos condutores

com a aplicação dos fatores de correção

As

seja substituído por terra ou material

pertinentes dados nas tabelas 42 a 45

corrente indicadas nas tabelas 36 e 37 são

equivalente

com

uma

Os condutores para os quais se prevê

dissipação

térmica

capacidades

de

condução

de

(fatores de agrupamento).

válidas para maneiras de instalar que se

mais favorável. A tabela 41 da referida

enquadrem nos métodos de referência A1,

norma fornece fatores de correção para

42 a 45 são aplicáveis a condutores com

A2, B1, B2, C e D, e para:

resistividades térmicas do solo diferentes de

mesma temperatura máxima para serviço

2,5 K.m/W.

contínuo. Para grupos contendo condutores

condutores isolados, dois cabos unipolares

O valor de 2,5 K.m/W é o recomendado

pela IEC quando o tipo de solo e a

Os fatores de agrupamento das tabelas

diferente de

Resistividade térmica K.m/W

Os valores de capacidade de condução

Fator de correção

para linhas subterrâneas referem-se apenas a percursos no interior ou em torno das edificações. Para outras instalações, quando

condutores

carregados

(dois

Tabela 1 — Fatores de correção para linhas subterrâneas em solo com resistividade térmica

localização geográfica não são especificados. de corrente indicados nas tabelas 36 e 37

Dois

2,5 K.m/W (Tabela 41 da ABNT NBR 5410) 1

1,5

2

3

1,18

1,1

1,05

0,96

Notas: 1. Os fatores de correção dados são valores médios para as seções nominais abrangidas nas tabelas 36 e 37, com uma dispersão geralmente inferior a 5%. 2. Os fatores de correção são aplicáveis a cabos em eletrodutos enterrados a uma profundidade de até 0,8 m. 3. Os fatores de correção para cabos diretamente enterrados são mais elevados para resistividades térmicas inferiores a 2,5 K.m/W e podem ser calculados pelos métodos indicados na ABNT NBR 11301.


Apoio

ou um cabo bipolar); •

Três

condutores

carregados

no caso de agrupamento em camadas, os

os condutores forem dispostos em feixe ou

(três

fatores de correção aplicáveis são os da

num mesmo plano, em camada única; ou

condutores isolados, três cabos unipolares

tabela 42, quando a camada for única, ou os

então os fatores de agrupamento da tabela

ou um cabo tripolar).

da tabela 43, quando houver mais de uma

43, quando os condutores forem dispostos

• Para um número maior de condutores

camada.

em mais de uma camada.

agrupados, devem ser aplicados os fatores

Os

de correção especificados nas tabelas 42 a 45.

44 e 45 são aplicáveis a linhas subterrâneas:

agrupamento de circuitos são valores

Os fatores de agrupamento das tabelas

fatores

de

redução

para

os da tabela 44 a cabos diretamente

médios calculados para as dimensões de

Os fatores de agrupamento foram

enterrados e os da tabela 45 a linhas em

condutores, tipos de cabos e condições de

calculados

eletrodutos enterrados.

instalação considerados. Deve-se atentar

As capacidades de condução de corrente

para as notas de cada tabela. Em alguns

carregados com 100% de sua carga. Caso

indicadas nas tabelas 38 e 39 são válidas

caso,s pode ser desejável um cálculo mais

o carregamento seja inferior a 100%, os

para maneiras de instalar que se enquadrem

preciso. Os fatores de correção foram

fatores de correção podem ser aumentados.

nos métodos de referência E, ,e , e para:

calculados admitindo-se um agrupamento

condutores

admitindo-se vivos

todos

os

permanentemente

Os fatores de correção da tabela 42

de condutores semelhantes igualmente

são aplicáveis a condutores agrupados em

a) Dois

feixe, seja em linhas abertas ou fechadas

condutores isolados, dois cabos unipolares

condutores

(os fatores pertinentes são os da linha 1

ou um cabo bipolar);

devem ser tomadas precauções quanto ao

da tabela 42), e a condutores agrupados

b) Três

num mesmo plano e numa única camada

condutores isolados, três cabos unipolares

seção.

(demais linhas da tabela).

ou um cabo tripolar).

Já os fatores de correção da tabela 43 são

condutores

condutores

carregados

carregados

(dois

(três

carregados. Quando um grupo contiver de

dimensões

diferentes,

carregamento dos condutores de menor Os fatores de agrupamento indicados

Para um número maior de condutores

nas tabelas 42 a 45 são válidos para grupos

aplicáveis a agrupamentos consistindo em

agrupados devem ser aplicados os fatores de

de condutores semelhantes, igualmente

mais de uma camada de condutores. Assim,

correção especificados na tabela 42, quando

carregados. São considerados condutores

57


Apoio

Qualidade nas instalações BT

58

Tabela 2 - Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano, em camada única (Tabela 42 da ABNT NBR 5410) Forma de agrupamento dos condutores

Ref.

Número de circuitos ou de cabos multipolares 1

2

3

4

5

6

7

8

9 a 11 12 a 15 16 a 19 20

Tabelas dos métodos de referência 36 a 39

Em feixe: ao ar livre ou 1

sobre superfície; embutidos; em

1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52

0,50

0,45

0,41

0,38

(métodos A a F)

conduto fechado Camada única sobre 2

parede, piso, ou em bandeja não

1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71

36 e 37

0,70

(método C)

perfurada ou prateleira 3

Camada única no teto

0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62

0,61

Camada única em bandeja

1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72

0,72

1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78

0,78

38 e 39

4

perfurada

5

Camada (mica sobre leito,

(métodos E e F)

suporte etc. NOTAS 1 - Esses fatores são aplicáveis a grupos homogêneos de cabos, uniformemente carregados. 2 - Quando a distância horizontal entre cabos adjacentes for superior ao dobro de seu diâmetro externo, não é necessário aplicar nenhum fator de redução. 3 - O número de circuitos ou de cabos com o qual se consulta a tabela refere-se - à quantidade de grupos de dois ou três condutores isolados ou cabos unipolares, cada grupo constituindo um circuito (supondo-se um só condutor por fase, isto é, sem condutores em paralelo), e/ou - à quantidade de cabos multipolares que compõe o agrupamento, qualquer que seja essa composição (só condutores isolados, só cabos unipolares, só cabos multipolares ou qualquer combinação). 4 - Se o agrupamento for constituído, ao mesmo tempo, de cabos bipolares e tripolares, deve-se considerar o número total de cabos como sendo o número de circuitos e, de posse do fator de agrupamento resultante, a determinação das capacidades de condução de corrente, nas tabelas 36 a 39, deve ser então efetuada: - na coluna de dois condutores carregados, para os cabos bipolares; e - na coluna de três condutores carregados, para os cabos tripolares. 5 - Um agrupamento com N condutores isolados, ou N cabos unipolares, pode ser considerado composto tanto de N/2 circuitos com dois condutores carregados quanto de N/3 circuitos com três condutores carregados. 6 - Os valores indicados são médios para a faixa usual de seções nominais, com dispersão geralmente inferior a 5%.

Tabela 3 - Fatores de agrupamento para linhas em eletrodutos enterrados (Tabela 45 da ABNT NBR 5410) Cabos multipolares em eletrodutos - Um cabo por eletroduto Espaçamento entre eletrodutos (a)

Número de circuitos

Nulo

0,25 m

0,5 m

1,0 m

2

0,85

0,90

0,95

0,9

3

0,75

0,85

0,90

5

4

0,70

0,80

0,85

0,9

5

0,65

0,80

0,85

5

6

0,60

0,80

0,80

0,9

Condutores isolados ou cabos unipolares em eletrodutos 2) - Um condutor por eletroduto Espaçamento entre eletrodutos (a)

Número de circuitos (grupos de dois ou três condutores)

Nulo

0,25 m

0,5 m

1,0 m

2

0,80

0,90

0,90

0,9

3

0,70

0,80

0,85

5

4

0,65

0,75

0,80

0,9

5

0,60

0,70

0,80

0

6

0,60

0,70

0,80

0,9

NOTAS 1) Os valores indicados são aplicáveis para uma profundidade de 0,7 m e uma resistividade térmica do solo de 2,5 K.m/W. São valores médios para as seções de condutores constantes nas tabelas 36 e 37. Os valores médios arredondados podem apresentar erros de até ±10% em certos casos. Se forem necessários valores mais precisos, deve-se recorrer à ABNT NBR 11301. 2) Deve-se atentar para as restrições e problemas que envolvem o uso de condutores isolados

"semelhantes" aqueles cujas capacidades de

no intervalo de três seções normalizadas

ser obtidos recorrendo-se a qualquer das

condução de corrente baseiam-se na mesma

sucessivas. Quando os condutores de um

duas alternativas seguintes:

temperatura máxima para serviço contínuo

grupo não preencherem essa condição, os

• Cálculo caso a caso, utilizando, por

e cujas seções nominais estão contidas

fatores de agrupamento aplicáveis devem

exemplo, a ABNT NBR 11301; ou


Apoio

59


Apoio

Qualidade nas instalações BT

60

• Caso não seja viável um cálculo mais

específico, adoção do fator F da expressão: F=

As tabelas de capacidade de condução

Os condutores utilizados unicamente

de corrente (tabelas 36 a 39) trazem

como condutores de proteção (PE) não

1

colunas para dois e para três condutores

são considerados. Os condutores PEN são

√n

carregados, mas nenhuma coluna válida

considerados como condutores neutros.

Em que:

especificamente para quatro condutores

F é o fator de correção;

carregados. Por iss,o a determinação da

n é o número de circuitos ou de cabos

capacidade de condução de corrente para

multipolares.

quatro condutores carregados deve ser feita

Quando dois ou mais condutores

aplicando-se o fator de 0,86 às capacidades

forem ligados em paralelo na mesma fase

Condutores em paralelo

O cálculo de fatores de correção para

de condução de corrente válidas para três

ou polaridade, isso não deve comprometer

grupos contendo condutores das mais

condutores carregados - sem prejuízo dos

o atendimento das condições da norma.

diferentes

depende

demais fatores de correção eventualmente

Para tanto, devem ser tomadas medidas que

da quantidade total de condutores e

aplicáveis, como os referentesàa temperatura

garantam igual divisão de corrente entre os

da combinação de seções, o que torna

ambiente, resistividade térmica do solo e

condutores em paralelo, conforme 6.2.5.7.2;

virtualmente inviável a elaboração de

agrupamento de circuitos.

ou realizado um estudo específico sobre a

tabelas de uso prático, tantas seriam as

Alternativamente, o fator de correção

divisão da corrente entre os condutores em

variáveis envolvidas.

devido ao carregamento do neutro

paralelo, de modo que o atendimento de

seções

nominais

A expressão indicada na alínea acima

pode ser determinado caso a caso, de

6.2.5.2.1 possa ser equacionado para cada

está a favor da segurança e reduz os perigos

acordo com o método de instalação,

conduto, individualmente.

de sobrecarga nos condutores de menor

assumindo-se que quatro condutores

seção nominal. Pode, no entanto, resultar

carregados

dois

de 6.2.5.7.1 é considerada atendida se os

no superdimensionamento dos condutores

circuitos de dois condutores carregados

condutores em paralelo tiverem a mesma

de seções mais elevadas.

cada. Nessas condições, o fator de

constituição, a mesma seção nominal,

correção devido ao carregamento do

aproximadamente o mesmo comprimento,

neutro corresponde então ao fator de

não apresentarem derivações ao longo de

agrupamento válido para dois circuitos e

seu percurso e, além disso, forem:

Número de condutores carregados

correspondem

a

A exigência apresentada na alínea a)

O número de condutores carregados a

para o método de instalação considerado

ser considerado é aquele indicado na tabela

(os fatores de agrupamento são dados nas

• Veias de cabos multipolares ou de cabos

46, de acordo com o esquema de condutores

tabelas 42 a 45, de acordo com o método

multiplexados, qualquer que seja a seção

vivos do circuito. Em particular, no caso

de instalação), e é aplicável às capacidades

nominal, cada cabo contendo todas as fases

de circuito trifásico com neutro, quando a

de condução de corrente válidas para dois

ou polaridades e o respectivo neutro, se

circulação de corrente no neutro não for

condutores carregados.

existir; ou

acompanhada de redução correspondente na

O

carga dos condutores de fase, o neutro deve

carregamento do neutro só é pertinente a

unipolares em trifólio, em formação plana

ser computado como condutor carregado.

circuitos trifásicos com neutro. O fator de

ou em conduto fechado, com seção igual ou

É o que acontece quando a corrente nos

correção devido ao carregamento do neutro

inferior a 50 mm2 em cobre, ou 70 mm2 em

condutores de fase contém componentes

pode ser dispensado nos casos em que a

alumínio, cada grupo ou conduto fechado

harmônicas de ordem três e múltiplosem

definição da seção dos condutores embutir

contendo todas as fases ou polaridades e o

umaa taxa superior a 15%. Nessas condições,

um sobredimensionamento dos condutores

respectivo neutro, se existir; ou, ainda,

o circuito trifásico com neutro deve ser

de fase, nos níveis mencionados em F.2 e

• Cabos unipolares com seção superior a 50

considerado como constituído de quatro

F.3.

mm2 em cobre, ou 70 mm2 em alumínio,

condutores carregados e a determinação da capacidade de condução de corrente dos condutores deve ser afetada do "fator de correção devido ao carregamento do neutro". Tal fator, que em caráter geral é de 0,86, independentemente do método de instalação, é aplicável então às capacidades de condução de corrente válidas para três condutores carregados.

fator

de

correção

devido

ao

• Condutores

isolados

ou

cabos

Tabela 4 - Número de condutores carregados a ser considerado em função do tipo de circuito (Tabela 46 da ABNT NBR 5410) Esquema de condutores vivos do circuito

Número de condutores carregados a ser adotado

Monofásico a dois condutores

2

Monofásico a três condutores

2

Duas fases sem neutro

2

Duas fases com neutro

3

Trifásico sem neutro

3

Trifásico com neutro

3 ou 4"

1 )Ver 6.2.5.6.1 da ABNT NBR 5410:2004.


Apoio

agrupados segundo configurações especiais

Tabela 5 — Seção mínima dos condutoresli (Tabela 47 da ABNT NBR 5410)

adaptadas a cada caso, cada grupo contendo

Utilização do circuito

Tipo de linha

todas as fases e o respectivo neutro, se

material

existir, sendo as configurações definidas de Condutores e

entre as impedâncias dos condutores de

Instalações

cada fase.

de

Circuitos de força

2,5Cu

Circuitos de sinalização e

0,5 Cu

16 AI circuitos de controle

em geral

Circuitos de força

do percurso previsto de uma linha elétrica, condições

1,5 Cu

cabos isolados

fixas

Quando forem identificadas, ao longo

diferentes

Circuitos de iluminação

16 AI

modo sea obtee o maior equilíbrio possível

Seção mínima do condutor mm2

10 Cu

Condutores

resfriamento

nus

16 AI Circuitos de sinalização e

4 Cu

circuitos de controle

(dissipação de calor), as capacidades de condução de corrente dos seus condutores

Linhas flexíveis

devem ser determinadas com base nas

com cabos isolados

condições mais desfavoráveis encontradas.

Para um equipamento

Como especificado na norma do

específico

equipamento

Para qualquer outra aplicação

0,75 Cu

Circuitos a extrabaixa tensão

0,75 Cu

para aplicações especiais

Seção dos condutores de fase

A seção dos condutores de fase, em

e seus múltiplos for superior a 15%,

de fase e do comportamento imposto

circuitos de corrente alternada, e dos

a seção do condutor neutro não deve

à corrente de neutro pelas condições

condutores vivos, em circuitos de corrente

ser inferior à dos condutores de fase,

de desequilíbrio em que o circuito

contínua, não deve ser inferior ao valor

podendo ser igual à dos condutores de

pode vir a operar. O anexo F fornece

pertinente dado na tabela 5.

fase se essa taxa não for superior a 33%.

subsídios para esse dimensionamento.

A seção dos condutores deve ser

Tais níveis de correntes harmônicas

Em um circuito trifásico com neutro e

determinada de forma a que sejam

são encontrados, por exemplo, em

cujos condutores de fase tenham uma

atendidos, no mínimo, todos os seguintes

circuitos

luminárias

seção superior a 25 mm2, a seção do

critérios da ABNT NBR 5410:2004:

com lâmpadas de descarga, incluindo

condutor neutro pode ser inferior à

• A capacidade de condução de corrente

as fluorescentes. O caso de taxas

dos condutores de fase, sem ser inferior

dos condutores deve ser igual ou superior

superiores a 33% é tratado em 6.2.6.2.5

aos valores indicados na tabela 48, em

à corrente de projeto do circuito, incluindo

na NBR 5410:2004. A seção do condutor

função da seção dos condutores de fase,

as componentes harmônicas, afetadsa dos

neutro de um circuito com duas fases e

quando as três condições seguintes

fatores de correção aplicáveis;

neutro não deve ser inferior à seção dos

forem simultaneamente atendidas:

• A proteção contra sobrecargas, conforme

condutores de fase, podendo ser igual

5.3.4 e 6.3.4.2;

à dos condutores de fase se a taxa de

equilibrad, em serviço normal;

• A proteção contra curtos-circuitos e

terceira harmônica e seus múltiplos não

• A corrente das fases não contiver uma

solicitações térmicas, conforme 5.3.5 e

for superior a 33%.

taxa de terceira harmônica e múltiplos

6.3.4.3;

Quando, em um circuito trifásico

superior a 15%; e

• A proteção contra choques elétricos por

com neutro ouem umm circuito com

• O condutor neutro for protegido contra

seccionamento automático da alimentação

duas fases e neutro, a taxa de terceira

sobrecorrentes conforme 5.3.2.2.

em esquemas TN e IT, quando pertinente

harmônica e seus múltiplos for superior

(5.1.2.2.4);

a 33%, pode ser necessário um condutor

• Os limites de queda de tensão, conforme

neutro com seção superior à dos

6.2.7; e

condutores de fase.

• As seções mínimas indicadas em 6.2.6.1.1.

Condutor neutro

que

alimentam

Tais níveis de correntes harmônicas

são encontrados, por exemplo, em circuitos que alimentam principalmente

O condutor neutro não pode ser

computadores ou outros equipamentos

comum a mais de um circuito. O condutor

de tecnologia de informação. Para

neutro de um circuito monofásico deve

se determinar a seção do condutor

ter a mesma seção do condutor de fase.

neutr, com confiança, é necessária

Quando, em um circuito trifásico com

uma estimativa segura do conteúdo

neutro, a taxa de terceira harmônica

de terceira harmônica das correntes

O

circuito

for

presumivelmente

* *Eduardo Daniel é engenheiro eletricista, pós-graduado em sistemas de potência, mestre em Energia pelo PPGE do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. É consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:64001 do CB3 da ABNT, que revisa a norma de instalações elétricas de baixa tensão. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

61


62

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por Bruno Moreira

Medição e gerenciamento para contornar alta das tarifas Em face do aumento do preço da energia elétrica e de um possível racionamento, as indústrias eletrointensivas, bem como empreendimentos com carga de missão crítica, buscam aproveitar melhor a energia elétrica consumida, por meio da medição e do gerenciamento

A

fevereiro de 2014, o reservatório estava

mais caro do que a energia produzida

primeiros meses de 2015 não foram

com 34,14% de sua capacidade.

pelos empreendimentos hidrelétricos.

suficientes para melhorar os níveis dos

Tal escassez hídrica vem causando

Este aumento de custo era repassado

reservatórios de usinas hidrelétricas

grandes transtornos ao setor elétrico

regularmente aos consumidores finais

do país. A maioria deles continua com

e, em última instância, à população.

durante os reajustes anuais das tarifas

o volume abaixo do que foi registrado

Com o intuito de compensar a falta

de energia elétrica das concessionárias

no mesmo período do ano passado.

de água nos reservatórios – e evitar

de distribuição. Contudo, com o advento

Furnas, por exemplo, maior reservatório

um possível racionamento de energia

do sistema de bandeiras tarifárias, no

da

elétrica –, o Operador Nacional do

início de 2015, os aumentos começaram

apresentava em fevereiro deste ano

Sistema

despachando

a ser sentidos de maneira mais rápida.

12,86% de sua capacidade total. Em

usinas termelétricas, cuja energia custa

A elevação do custo para a geração de

s fortes chuvas que ocorreram nos

região

Sudeste/

Centro-Oeste

(ONS)

vem


63

O Setor Elétrico / Abril de 2015

energia é repassada agora mensalmente

Some-se a isso os efeitos causados

estudos feitos por especialistas do setor

para as contas de energia elétrica

pela Medida Provisória (MP) nº 579, que

elétrico, o segmento acumulará para

dos consumidores. Na atualidade, os

tratou da antecipação da renovação

2015 um prejuízo de R$ 105 bilhões.

reservatórios estão abaixo do nível

das concessões das distribuidoras e

Dessa forma, os aumentos que não

desejado e as usinas termelétricas

estabeleceu a redução das tarifas de

foram realizados em 2012, época da

estão sendo despachadas com maior

energia elétrica. Para que os altos

publicação da MP, se concretizaram no

regularidade, o que enquadra as tarifas

custos dos distribuidores não fossem

final de 2014. As tarifas da Elektro, por

no

repassados

exemplo, tiveram reajuste médio de

regime

de

bandeira

vermelha.

aos

consumidores,

o

Nele, o preço da conta de energia

Governo Federal realizou empréstimos

37,78%.

sofre acréscimo de R$ 0,055 para cada

junto a um consórcio formado por dez

Diante

quilowatt-hora kWh consumido.

bancos. Em razão disso, conforme

que dependem fortemente da energia

deste

cenário,

empresas


64

Reportagem elétrica

para

O Setor Elétrico / Abril de 2015

produzirem,

como

explica Souza. "É preciso um período

mais convencional, com emprego de

(alumínio,

muito maior para recolocar em operação,

óleo diesel, ou seja, com o emprego de

aço, petroquímica, papel e celulose

às vezes para realizar a limpeza do

gás natural para empreendimentos de

etc.) e estabelecimentos com carga

maquinário e efetuar novamente um set

maior porte.

de missão crítica, como data centers,

up."

hospitais, bancos, aeroportos, shopping

De acordo com o gerente nacional

a eventual falta de energia elétrica

centers, companhias de telefonia fixa ou

de vendas da área de energia e

não pode se resumir simplesmente à

celular, bem como centros de operações

sustentabilidade da Schneider Electric,

instalação de geradores. Para ele é

financeiras e cartões de crédito, buscam

nos estabelecimentos comerciais, uma

preciso que a planta, empreendimento

alternativas

tão

falha de energia também pode ser

ou edifício passe primeiro por um

dependentes da energia convencional

bastante prejudicial. “Em alguns casos,

diagnóstico

e diminuírem seu consumo de energia

praticamente se paralisam os negócios na

identificar onde existe espaço para a

elétrica, por meio de uma gestão de

ausência de equipamentos adequados

redução do consumo e, depois, com base

processos e gerenciamento de energia

para agir no momento da falta de

em um volume de consumo otimizado,

mais eficientes.

energia”, afirma Souza, destacando que

sejam

a segurança do empreendimento e das

gerenciamento.

indústrias

eletrointensivas

para

não

ficarem

No que diz respeito especificamente

Souza acredita que a solução para

energético

a

fim

de

dimensionados os sistemas de

O gerente da Schneider Electric conta que um dos objetivos da empresa

O gerente nacional de vendas da área de energia e sustentabilidade da Schneider Electric acredita que a solução para a eventual falta de energia não pode se

é

aproveitar

este

“problema”

de

escassez de energia e tarifas elevadas que está sendo vivenciado atualmente para que se torne uma oportunidade real de melhoria para as organizações. “Seja

resumir simplesmente a instalação de geradores. É

a partir do entendimento correto da

preciso que o empreendimento passe primeiro por um

custo da energia e das interrupções no

diagnóstico energético para identificar onde existe

estratégias adequadas de compra para

espaço para a redução de consumo.

contratação da energia, do impacto do negócio ou por meio do oferecimento de isso”, declara. A geração alternativa de energia também é uma possível solução, desde que seja dimensionada na medida certa para o empreendimento.

às indústrias eletrointensivas, o gerente

pessoas que nele trabalham também é

nacional de vendas da área de energia

colocada em risco.

da Schneider no desenvolvimento de

e sustentabilidade da Schneider Electric,

Deve-se destacar que, por enquanto,

tecnologias voltadas para gerenciar a

João

Souza,

ainda não existe nenhuma previsão

energia elétrica utilizada nas plantas

destaca que a elevação do custo e

de racionamento de energia elétrica.

fabris e outros tipos de edificações

a possibilidade de racionamento da

Contudo, segundo o gerente, há uma

para que o cliente conheça melhor a

energia elétrica aumentam a pressão

preocupação do Governo Federal em

performance energética dos seus ativos.

sobre a competitividade e o balanço

relação a isso e que ele deveria pensar

O monitoramento remoto de energia

financeiro destas companhias. “A partir

em propostas de metas de redução.

via internet é uma dessas tecnologias.

do momento em que não há energia,

No que se refere às empresas, Souza

Isso faz o cliente de uma cadeia de

ocorrem

produção,

destaca o fato de elas apresentarem um

varejo, por exemplo, que tem inúmeras

com perdas consideráveis, até porque,

sistema de proteção para seus ativos

lojas, conseguir, por uma solução na

para determinados processos, o tempo

diante de uma eventual falta de energia.

nuvem, obter todas as informações e

de

não

Segundo ele, a maioria das empresas

dados de consumo, de centenas de

corresponde necessariamente ao tempo

tenta contemporizar esta falta com

locais e de centenas de supermercados,

em que os processos ficam parados”,

geração temporária, seja ela a forma

interagindo com as pessoas que estão

Carlos

Salgueiro

paralisações

desligamento

da

de

na

energia

O gerente destaca também o trabalho



66

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2015

nestes empreendimentos para que elas

Posteriormente, estas informações são

a possibilidade de corrigir seus diversos

controlem corretamente a utilização dos

coletadas e transmitidas por meio de

problemas de consumo.

ativos e corrijam eventuais falhas.

relatórios de conformidade.

Os sistemas de gerenciamento de

Outra solução desenvolvida pela

Souza comenta que a principal

energia podem, em suma, funcionar

empresa diz respeito à gestão específica

função do gerenciamento de energia é

como

para estabelecimentos com cargas de

criar para o usuário o entendimento de

verificação do desempenho dos sistemas

missão crítica. A solução, que visa o

como a energia pode ser utilizada, sendo

ou de resultados, servindo como base

monitoramento dos ativos de energia

sua base a máxima: “se você consegue

para implementação de medidas de

crítica – geradores, nobreaks, chaves

gerenciar

conservação e de eficiência energética.

de transferência –, possui a capacidade

consegue utilizar aquilo que gerencia”.

de testar ciclicamente e de forma

O grande obstáculo mora no fato de

automática estes equipamentos.

as organizações, conforme o gerente

aquilo

que

mede,

você

ferramentas

de

medição

e

Data centers

da Schneider, não se preocuparem

Quando se fala de instalações de

periódica nos geradores é um dos

diretamente

missão crítica com alto consumo de

principais problemas das instalações

origem do próprio consumo de energia

energia

com carga de missão crítica, segundo

elétrica. Por meio das ferramentas de

ambientes que vem à cabeça é o data

Souza. Na maior parte dos casos,

gerenciamento de energia, o cliente

center, ambiente projetado para abrigar

o gerador é acionado apenas e tão

consegue,

o

servidores e outros componentes como

somente em situações emergenciais,

consumo em tempo real, ao longo do

sistemas de armazenamento de dados

Aliás, a falta de uma manutenção

com

porém,

a

avaliação

acompanhar

da

elétrica,

um

dos

primeiros

(storages) e ativos de rede (switches,

A principal função do gerenciamento de

roteadores). Como toda a instalação de missão crítica, o data center tem

energia é criar para o usuário o entendimento

sua segurança energética garantida por

de como a energia pode ser utilizada, sendo

principal vilão de um tipo de instalação

sua base a máxima: se você consegue

utilizado para controlar a temperatura

gerenciar aquilo que mede, você consegue utilizar aquilo que gerencia.

geradores e nobreaks (UPS). Contudo, o como

esta

é

o

ar

condicionado,

dos equipamentos e evitar que eles superaqueçam, danifiquem a si próprios e, consequentemente, os dados por eles transmitidos.

De acordo com Daniel Fazenda Freire,

que

tempo, em vez de verificar o volume de

diretor executivo da Tier 4 Intelligent

funcionar

consumo apenas ao receber a conta de

Solutions, empresa especializada em

energia no final do mês.

data centers, cerca de 95% das despesas

precisa ser testado com regularidade.

Com o acompanhamento automático

de um data center provêm do consumo

“Geralmente,

existem

e em tempo real de seu consumo, a

de energia elétrica. “Este setor sempre

ferramentas de gerenciamento para

empresa pode, por meio das variações

foi muito preocupado com essa conta,

fazer isso automaticamente, grande

que ocorrem nele, saber, por exemplo,

porque ela é a grande vilã da operação e

parte destes empreendimentos acaba

se a operação dos sistemas de ar

do custo final”, avalia. Do total consumido

negligenciando este trabalho e, no

condicionado está adequada, ou utilizar

de energia elétrica, 50% é puxado pelo

momento necessário, os equipamentos

de maneira mais eficiente os sistemas de

ar condicionado e o restante pode ser

não

afirma ele

o

seja

gerente.

Mas

preparado

corretamente

para

para

nestes quando

momentos, não

diz.

iluminação, programando a luz de um

colocado na conta dos equipamentos de

Para a realização desta atividade de

determinado escritório para se apagar

hardware. Neste sentido, a preocupação

manutenção são utilizados medidores

entre 22h e 23h, faixa de horário em

do segmento em tornar o consumo de

de energia, os quais dependem de

que os funcionários normalmente já

ar condicionado mais eficiente é muito

uma integração com uma série de

deixaram o recinto. Munido dos dados

grande.

dados dos disjuntores e dos painéis.

coletados pelas medições, o cliente tem

respondem

a

contento”,

“Hoje em dia há diversas tecnologias,


67

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Cerca de 95% das despesas de um data center provem do consumo de energia elétrica. Do total consumido de energia, 50% é puxado pelo sistema de ar condicionado.

as quais se consegue implementar para

com o ar condicionado. Sobre isso, o

ar e, consequentemente, aumenta-se o

reduzir essa despesa”, afirma Freire.

diretor da Tier 4 comenta a respeito

gasto com energia”, explica

Uma delas é o chamado isolamento do

da temperatura em que um sistema

corredor quente e do corredor frio. Nela,

de ar condicionado ligado a um data

Tier 4 alerta para a importância de o

ao invés do sistema jogar o ar frio para

center deve trabalhar. No passado,

consumidor final, proprietário de um

o ambiente, como se faz normalmente,

há cerca de dez anos, quando não

ambiente como este, programar a troca

em residências, por exemplo, isola-se o

existiam muitos parâmetros, pensava-se

de equipamentos antigos, que têm maior

ar frio, insuflando-o exatamente onde

que quanto mais gelada a sala melhor

consumo energético e que demandam

se deseja, no caso seria na frente do

para os equipamentos. A temperatura

mais ar condicionado. Esta substituição

equipamento, de onde sai o ar quente.

girava entre 17 ºC e 18 ºC. De acordo

por

“Feito tal procedimento corretamente,

com Freire, com as tecnologias atuais

conforme Freire, exigirá ainda menos

o aparelho de ar condicionado chega a

dos equipamentos de data center, o ar

gastos com manutenção e mão de obra,

economizar 30% da energia”, explica o

pode ser insuflado entre 24 ºC e 26 ºC.

o que só aumentará a economia.

diretor da Tier 4.

“Parece que não, mas estes 6 ºC fazem

Sobre

Quando se tem o sistema balanceado,

total diferença no consumo de energia

podem tornar o uso do equipamento

com manutenção preventiva correta e

do equipamento de ar condicionado.

de ar condicionado mais eficiente,

com os parâmetros de trabalho corretos,

Quanto menor a temperatura, mais o

Marcelo Barbosa, diretor técnico da

também é possível economizar 30%

equipamento se esforça para gelar o

Apogee, especializada em serviços de

O exemplo dado pelo diretor da

equipamentos

outras

mais

modernos,

tecnologias

que


68

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2015

No cenário de aumento de preço das tarifas de energia elétrica, a Sotreq vê crescer o número de solicitações de estudos para implantação de centrais termelétricas e sistemas de cogeração.

consultoria e engenharia e tecnologia,

é responsável por comprimir o ar

uma tendência. Aqui no Brasil ainda

salienta o free cooling, técnica que

refrigerante e forçar a troca de calor com

estamos no estágio de inovação”, diz

explora a existência de diferenças de

o ambiente. Com os economizadores

Barbosa.

temperatura entre ambientes para a

não é necessário o auxílio do compressor,

produção de arrefecimento. Conforme

já que se emprega mais diretamente o ar

e à possibilidade de torná-los mais

Barbosa, esta técnica é melhor indicada

de fora.

eficientes, Barbosa destaca a medição

para

data

centers

localizados

em

Barbosa

destaca

de energia na entrada deste ambiente,

economizadores

Nestes,

que permite o cálculo do PUE (Power

do Brasil, uma vez que o equipamento

capta-se a água externa mais fria para

Usage Effectiveness), em português,

de ar condicionado desliga sua parte

utilizar no sistema de refrigeração. “São

Efetividade do Uso da Energia. Este é

mecânica e utiliza o ar externo (mais

próprios para instalações que têm acesso

um índice de eficiência energética, que

gelado) para refrigerar o ar dentro da

a lagos”, comenta o diretor da Apogee,

resulta da divisão entre a quantia total

edificação.

citando como exemplo o data center do

de energia do data center e a energia

a

Google na Finlândia, que foi construído

consumida pelos equipamentos críticos

muito

importante

para

água.

os

lugares mais frios, como a região Sul

Peça

de

também

Ainda no que se refere a data centers

o

perto de um lago, com temperatura de

(servidores de rede, armazenadores de

economizador de ar, que atua com o

-10 ºC. Conforme Barbosa, com este

energia e os switchers) de Tecnologia

compressor. Este seria verdadeiramente

sistema de free cooling, a empresa

de Informação (TI). Barbosa explica que

o

aplicação

deste

procedimento

é

ar

consegue economizar de 10% a 30%

o PUE é sempre maior que 1, e quanto

condicionado no que diz respeito ao

na sua conta de energia elétrica. “Nos

mais perto de 1 ele for, mais eficiente

consumo de energia elétrica, segundo

Estados Unidos e na Europa, esses

será o sistema. O free cooling, por

o diretor da Apogee. O equipamento

economizadores de ar e de água já são

exemplo, ajuda a diminuir o PUE.

“vilão”

do

equipamento

de


69

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Redundância

Conforme

Intelligent

o

diretor

Solutions,

da

Tier

Daniel

4

Freire,

uma parte de gás natural. Começa-se a

as opções para que possam contar com

ter diversas ações menores, que juntas

um insumo energético numa condição

acabam

eficiente, segura e confiável.

para

fornecendo

fornecer

a

redundância

segurança

energética

Dentro das solicitações à Sotreq, as

a redundância em data centers é

necessária à instalação, diminuindo,

soluções mais requisitadas são as que

extremamente necessária. Haja vista

assim, a dependência da rede elétrica

apresentam equipamentos alimentados

o momento que está sendo vivido

convencional.

por gás natural. O gerente da Sotreq

pelo setor elétrico brasileiro – crise

O diretor da Tier 4 alerta para o fato

enfatiza que o combustível impacta

hídrica, térmicas (fonte cara de energia)

de o setor elétrico pensar em soluções de

diretamente no custo da geração. O

acionadas e energia com preços em

economia e eficiência energética apenas

gás, por ser um combustível mais barato,

ascensão por conta de um cenário cada

quando a crise bate à porta. Conforme

comparado, por exemplo, ao diesel,

vez mais crítico do ponto de vista do

Freire, se as empresas se preocupassem

automaticamente é a primeira opção do

abastecimento energético –, os data

com a questão da energia elétrica, no

cliente diante das alternativas de geração.

centers precisam contar com sistemas

momento da implantação dos data

Conforme

redundantes de geração de energia, por

centers, naturalmente, teriam menos

está apta a atuar não apenas com

exemplo, para evitar a dependência da

despesas de manutenção, menos custos

o fornecimento de equipamentos e

concessionária.

com

consequentemente,

eventualmente com a realização do

de distribuição implica no seu site ficar

maior lucro para aumentar a sua fatia no

projeto, mas também com o ciclo

parado e não ter disponibilidade 24

mercado.

inteiro: desenvolvimento do projeto,

“Qualquer

problema

energia

e,

Souza,

a

companhia

implantação, manutenção e operação.

horas por dia, setes dias por semana,

Geradores de energia elétrica

365 dias por ano, que é como se trabalha

“Nós temos a flexibilidade de agir de acordo com cada aplicação deste

nos ambientes de missão crítica”. Não obstante a importância de

No cenário de aumento do preço das

segmento”,

afirma

sistemas redundantes, Freire ressalta

tarifas de energia elétrica e de ameaça

destacando

que

a necessidade de uma análise e um

de um futuro racionamento no Brasil, a

desenvolver desde uma central de

diagnóstico de quais são as necessidades

Sotreq - dealer autorizado da Cartepillar,

cogeração em um nível de complexidade

energéticas da instalação. “O gestor

fabricante de grupo de geradores, que

específico para missão crítica, como

faz uma previsão para os anos futuros,

integra soluções neste nicho de mercado

data centers, shopping centers, edifícios

de acordo com o objetivo do negócio

- vê crescer o número de solicitações de

inteligentes e outros, até implantar uma

e realiza os investimentos”, explica.

estudos para implantação de centrais

usina termelétrica de 50 W, 100 W ou

“Não é simplesmente trocar tudo. Nem

termelétricas e sistemas de cogeração.

150 W.

sempre é a melhor solução”. Conforme

o diretor, é preciso avaliar os pontos

da

Marcelo

do número de solicitações de estudos,

críticos atuais da planta e, munidos de

Tadeu de Souza, acredita que o país já

como o cenário é de incertezas, ainda

informações, traçar uma estratégia para

vive um cenário em que é iminente o

não há uma definição compatível este

melhorias ponto a ponto, a fim de se

colapso de energia ou racionamento.

incremento. Conforme Souza, o aumento

fazer “um investimento inteligente e não

“O fato é que, para qualquer projeção

do preço da energia, os benefícios e as

simplesmente gastar dinheiro”.

de crescimento do país, é preciso

vantagens para energia excedentes,

Freire comenta que, em paralelo a um

energia elétrica e nós já não temos

leilões de reserva e de ponta estendida

gerador a gás ou a diesel, por exemplo,

para a demanda atual necessária no

sinalizam “que a situação não é das

uma instalação de missão crítica pode ter

nosso país”, analisa. De acordo com

melhores”,

uma planta de geração eólica ou solar.

Souza, existem muitas indústrias, nos

abastecimento

Contudo, essas redundâncias nunca

segmentos de mineração, siderurgia,

Contudo, “não existe ainda uma certeza

podem ser pensadas como excludentes.

alimentício,

chamadas

ou um recado do governo de que

Talvez seja melhor para o site, menos

grandes indústrias eletrointensivas, que

nós temos de seguir por determinado

custoso e mais eficiente, fazer um mix de

precisam de energia com larga escala

caminho”, diz o gerente, destacando

fontes alternativas: uma parte de energia

para sua produção, e que, por isso, têm

que o segmento ainda se encontra em

eólica, uma parte de energia solar e

se planejado para identificar quais são

“compasso de espera”.

O gerente de Aplicações Especiais Sotreq,

o

engenheiro

cerâmico,

as

Apesar

do

do

o a

engenheiro, Sotreq

aumento

ponto de

pode

significativo

de

energia

vista

do

elétrica.




72

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por Clay M. Martins, Adriana de Araujo, Neusvaldo L. de Almeida e Zehbour Panossian*

Proteção de equipamentos instalados em câmaras subterrâneas Solução associa proteção catódica com anodo galvânico e revestimentos orgânicos base epóxi de baixo teor de compostos orgânicos voláteis para aumentar a vida útil dos equipamentos e reduzir os custos operacionais das concessionárias de energia


73

O Setor Elétrico / Abril de 2015

T

ransformadores

elétricos

subter­

anticorrosiva

destes

equipamentos

adequadamente

é feita por meio de pintura com tinta

socia­ da

a condições de extrema corrosividade

à base de alcatrão de hulha, tinta

desempenho é capaz de garantir uma

decorrentes de inundações periódicas

esta que está em desuso devido à

vida útil aos equipamentos instalados em

das

com

toxicidade de alguns componentes

câmaras para além de dez anos, o que

aquecidas

subterrâneas

revestimentos

de

as­­

râneos estão constantemente expostos

câmaras

a

dimensionada,

bom

conhecidamente carcinogênicos, como

representa uma considerável redução

provenientes de chuvas, de eventuais

benzeno, tolueno e xileno.

nos custos operacionais das empresas

vazamentos de tubulações de água

Com o objetivo de aperfeiçoar o

concessionárias de energia elétricas. Este

de

águas

contaminadas

e

sistema de proteção anticorrosiva dos

projeto foi desenvolvido por meio de

ainda da água de lençóis freáticos.

transformadores,

de

ensaios em laboratório combinado com

Nas regiões urbanas, normalmente,

Corrosão e Proteção do Instituto de

uma aplicação experimental diretamente

essas

abastecimento,

de

esgoto

ou

o

Laboratório

com

Pesquisas Tecnológicas de São Paulo

em algumas câmaras representativas

sujeiras associadas ao aquecimento

em conjunto com a AES Eletropaulo

das condições reais de operação. Este

decorrente da dissipação de calor dos

desenvolveram um projeto de P&D,

trabalho

transformadores podem torná-las muito

no

utilizada e os resultados obtidos.

agressivas

águas

contaminadas

âmbito

da

Aneel,

denominado

metálicos

Proteção Anticorrosiva de Equipamentos

destes equipamentos. Mesmo quando

Instalados em Câmaras Subterrâneas,

essas

água,

Código 0390_015_2009, que associa

aos

câmaras

materiais não

contêm

apresenta

a

metodologia

Desenvolvimento M etodologia

ambiente

proteção catódica com anodo galvânico

mantém-se elevada, favorecendo a

e revestimentos orgânicos base epóxi

A metodologia adotada para o

continuidade dos processos corrosivos.

de baixo teor de compostos orgânicos

desenvolvimento do projeto consistiu

De

voláteis. A proteção catódica, quando

em:

a

umidade

maneira

relativa

geral,

do

a

proteção


74

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Tabela 1 – Revestimentos selecionados

Composição

Código do

Volume de Compostos

revestimento Epóxi alcatrão de hulha

A

Espessura de

x 15 cm foram limpos com água e

sólidos

orgânicos

película seca por

solventes orgânicos para remoções

(%)

voláteis (g/L)

demão (µm)

de sais solúveis e óleo e, em seguida,

70

377

140

foram jateados com granalhas de aço até obtenção de padrão visual Sa 2½

Curado com poliamida Epóxi poliamida

B C

Epóxi modificado

D E

78

176

400

de acordo com a norma ISO 8501-1

85

143

1.000

e perfil de rugosidade de 50 µm. A

85

255

500

aplicação do revestimento foi feita

97

150

150

de acordo com as instruções dos boletins técnicos dos fabricantes,

1 – Selecionar e avaliar revestimentos

liberação de compostos orgânicos

utilizando pistola convencional ou

de

com

voláteis (VOC) na atmosfera (VOC / 340

pistola air less. As bordas dos corpos

desempenho similar ao do epóxi

g/L é o valor limite para revestimentos

de

alcatrão de hulha e que fossem de

industriais, segundo a Environmental

uma sobre espessura de tinta epóxi

baixo impacto ao meio ambiente e

Protection Agency).

convencional. Após a cura, foram

aos seres humanos (denominados

feitas

de

proteção

anticorrosiva

As tintas identificadas como D

prova

foram

incisões

protegidas

nos

com

revestimentos

ecologicamente

e E são Surface Tolerant e Damp

para avaliar a perda de aderência

corretos). Estes revestimentos foram

Tolerant; isto é, podem ser aplicadas

e o avanço da corrosão a partir da

avaliados em laboratório por meio

sobre superfícies com flash rusting e

incisão.

de ensaios de caracterização, ensaio

superfícies umedecidas. Já as tintas C e

de desempenho e de espectroscopia

D são edge retention, isto é, possibilita

de impedância eletroquímica – EIS.

obter maior espessura nas arestas

revestimentos

dos equipamentos que são regiões 2

Ensaios de laboratório para a avaliação de desempenho das tintas

de

críticas do ponto de vista da corrosão.

condições

Esta propriedade é particularmente

Os

águas

importante no caso de transformadores,

realizados:

existentes nas câmaras subterrâneas,

devido às características de projeto do

determinar a corrente de proteção

equipamento.

Estudar

anodos de

comportamento

galvânicos

exposição

típicas

necessária

para

avaliar

alcance

o

catódica

em

as

das

várias da

galvânica,

com ASTM

P reparação

proteção

dos corpos

B117

e

laboratório

Após os ensaios, os revestimentos

Corpos de prova de aço-carbono

foram avaliados quanto à ocorrência

SAE 1020 com dimensões de 10 cm

de corrosão e o avanço de corrosão

O estudo foi desenvolvido com quatro revestimentos, ecologicamente corretos, além do alcatrão de hulha, que era o revestimento utilizado pela AES Eletropaulo para a proteção de características

destas

tintas

As estão

apresentadas na Tabela 1. Observa-se que as tintas identificadas como C, D e E contêm maiores teores de sólidos por volume, o que indica menor

em

ensaios tiveram duração de 3.000 h.

selecionados e

subterrâneos.

imersão

solução de cloreto de sódio 5%: Estes

ensaios realizados

transformadores

foram

de prova para ensaios em

elaborar

protótipo do sistema de proteção

R evestimentos

ensaios

- Exposição à névoa salina, de acordo

águas,

catódica e aplicação experimental.

seguintes

Figura 1 – Ensaio de imersão em água contaminada e aquecida.



76

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

na região da incisão de acordo com

potencial de 20 mV, em uma faixa de

e os ensaios de imersão em cloreto

ISO 4628.

frequência de 105 Hz a 10-3 Hz. Foram

de sódio. As Figuras 2 e 3 ilustram a

- Imersão em água contaminada:

utilizadas células convencionais de três

montagem do ensaio.

Este ensaio foi realizado em águas

eletrodos: um eletrodo de calomelano

coletadas diretamente nas câmaras,

saturado como referência e, como

com

contra-eletrodo, uma rede de platina

o

objetivo

de

simular

as

condições existentes nas câmaras

de área estimada de 54 cm².

subterrâneas.

Os

duração

3.600

ensaios

tiveram

A área do eletrodo de trabalho

Ensaios para a seleção de anodo galvânico

Para selecionar o anodo galvânico

foram

(corpos de prova revestidos) foi de

mais adequado para as condições

realizados à temperatura de 70 °C. O

16 cm² delimitada por um cilindro de

existentes no interior das câmaras

desempenho dos revestimentos foi

vidro colado na superfície da placa.

subterrâneas, foram estudadas ligas

avaliado de acordo com a ISO 4628.

Os ensaios foram realizados antes

de alumínio, de zinco e de magnésio.

Os corpos de prova foram fixados em

e após os ensaios de névoa salina

O ensaio foi realizado em um reator,

de

h

e

suportes de PTFE colocados na base do béquer e foram parcialmente imersos, objetivando manter parte de sua superfície exposta ao espaço vapor. A Figura 1 mostra a montagem deste ensaio e a Tabela 2 apresenta as características da água selecionada para simular as condições de campo. Como na prática, os transformadores estão

constantemente

sujeitos

a

imersão e esse ensaio foi considerado fundamental

para

a

seleção

do

melhor revestimento. - Descolamento catódico de acordo com a norma ASTM G8 método B: O ensaio teve duração de 30 dias e cujo objetivo foi avaliar a compatibilidade dos revestimentos com sistemas de proteção

Figura 2 – Ensaio de espectroscopia de impedância eletroquímica – Realização do ensaio em um dos corpos de prova.

catódica, uma vez que, em sistemas de proteção catódica, há geração de hidrogênio e isso pode resultar em perda de aderência do revestimento. -

Espectroscopia

eletroquí­mica

(EIE):

de O

impedância ensaio

de

EIE permite avaliar alterações nas características

de

proteção

por

barreira dos revestimentos por meio da

determinação

do

módulo

da

impedância e do ângulo de fase. Quanto maior a impedância e mais próximo de 90° for o ângulo de fase, mais efetiva é a proteção por barreira do revestimento. O ensaio foi realizado com amplitude de perturbação de

Figura 3 – Ensaio de espectroscopia de impedância eletroquímica – Exposição dos corpos de prova em solução NaCl 5%.


77

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Figura 4 – Representação esquemática do reator para avaliação dos anodos galvânicos.

Figura 5 – Vista do ensaio para seleção do anodo galvânico.

Resultados e discussão

no qual foram montados cinco corpos de

prova

de

aço-carbono

e

um

anodo de cada uma das ligas citadas

anteriormente. Como meio de ensaio,

resultados dos ensaios de exposição em

foram

coletadas

câmara de névoa salina, dos ensaios de

composição

imersão, dos módulos de impedância e

utilizadas

águas

nas

câmaras,

cuja

está

apresentada

na

Tabela

2.

Nas Tabelas 2 a 5, apresentam-se os

do descolamento catódico, para todos

Neste arranjo experimental, foram

os revestimentos, respectivamente.

monitorados o potencial e a corrente

galvânica entre os corpos de prova e

de névoa salina, todos os revestimentos

o anodo galvânico. A Figura 4 mostra

apresentaram bom desempenho, com

uma

esquemática

ligeira superioridade do revestimento C

do reator, os acessórios e os cinco

com menor avanço de corrosão na incisão.

corpos de prova de aço-carbono na

Com relação ao módulo de impedância,

base do reator. A Figura 5 mostra uma

o revestimento C também apresentou

vista do ensaio e detalhe do arranjo

desempenho ligeiramente superior ao dos

experimental.

demais revestimentos.

representação

Pela Tabela 2, observa-se que, no ensaio


78

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Tabela 2 – Resultados dos ensaios em câmara de névoa salina

Grau de

Revestimento

Grau de

enferrujamento empolamento

Log do | Z | (Ω/cm²)

Avanço da

Após o ensaio

Valor

corrosão

inicial de névoa salina

(mm) A

Sem corrosão

Sem bolhas

4,8

8

8,1

B

Sem corrosão

Sem bolhas

6,3

7,9

7,9

C

Sem corrosão

Sem bolhas

4

7,9

8,9

D

Sem corrosão

Sem bolhas

6,2

8,3

8,5

E

Sem corrosão

Sem bolhas

6,8

7,8

8,4

Tabela 3 – Resultados dos ensaios de imersão em solução de cloreto de sódio

Grau de

Grau de

enferrujamento

empolamento

Revestimento

Log do | Z | (Ω/cm²) Valor

Após o ensaio

inicial

de névoa salina

A

Sem corrosão

Sem bolhas

8

8

B

Sem corrosão

Sem bolhas

7,9

7,9

C

Sem corrosão

Sem bolhas

7,9

7,9

D

Sem corrosão

Sem bolhas

8,3

7,9

E

Sem corrosão

Sem bolhas

7,8

7,8

Tabela 4 – Resultados dos ensaios de imersão em água contaminada

Revestimento

Grau de enferrujamento

Grau de empolamento

A

Sem corrosão

4 (S4), após 240 h

B

Sem corrosão

3 (S3), após 240 h

C

Sem corrosão

Sem bolhas após 3.600 h

D

Sem corrosão

2 (S4), após 864 h

E

Sem corrosão

2 (S4), após 672 h

Tabela 5 – Resultados dos ensaios de descolamento catódico

Revestimento

Diâmetro do círculo equivalente (mm)

A

15

B

11,8

C

17,7

D

19,1

E

34,2

No ensaio de imersão em solução de

de referência neste estudo. O menor

cloreto de sódio, todos os revestimentos

valor de descolamento catódico foi do

apresentaram

desempenho,

revestimento B, devido principalmente à

inclusive no ensaio de espectroscopia

existência de tinta de fundo à base de

de impedância eletroquímica. Com base

fosfato de zinco.

neste ensaio, não foi possível apontar o

Com

revestimento de melhor desempenho.

apresentados nas Tabelas 2 a 5, o

revestimento

bom

No ensaio de descolamento catódico,

base C

nos foi

resultados

considerado

de

o revestimento E apresentou o pior

melhor desempenho e, portanto, o mais

desempenho. Os demais revestimentos

apropriado para proteção anticorrosiva

apresentaram

aproximados

dos transformadores subterrâneos. Além

e inferiores a 20 mm que foi o valor

do desempenho superior, o revestimento

valores


79

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Figura 6 – Aspecto dos revestimentos após 3.600 h de imersão em água contaminada coletada em campo.

C pode ser aplicado sobre superfície com flash rusting e umedecidas e também apresenta alta retenção nas bordas, o que

Tabela 6 – Resultados do ensaio para seleção dos anodos galvânicos

Material

Tempo (h)

representa uma vantagem importante para os equipamentos em estudo.

A Tabela 6 apresenta os resultados

dos

ensaios

realizados

com

águas

coletadas nas câmaras subterrâneas, para a seleção do anodo galvânico a ser utilizado no sistema de proteção catódica.

Taxa de

Corrente

do par aço

corrosão

galvânica do par

carbono-anodo

(mm/ano)

aço carbono-

Potencial

anodo (mA)

(mV), Ag/AgCl Anodo alumínio

936

-1.106

936

-922

0,01

0,2

0,008

Corpos de prova Anodo magnésio

3,1

0,008

Corpos de prova Anodo zinco

1,2

336

-115

2,8

6,6


80

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

No ensaio de imersão em água contaminada,

observou-se

que

o

revestimento C apresentou desempenho superior ao dos demais. Este desempenho foi caracterizado pela não ocorrência de

empolamento

no

revestimento

após 3.600 horas de ensaio. Todos os demais

revestimentos

apresentaram

empolamento com menos de 1.000 horas de ensaio. A Figura 6 apresenta o aspecto visual dos revestimentos após

Figura 7 – Reator com anodo de magnésio, após 336 horas de ensaio. Observa-se uma grande quantidade de produtos de corrosão do anodo de magnésio, indicando alta taxa de consumo do anodo. À direita, notam-se corpos de prova sem corrosão indicando a eficiência do anodo.

3.600 horas de ensaio.

Pela Tabela 6, observa-se que os

valores de potencial, para os três sistemas, foram mais negativos do que -850 mV medidos contra o eletrodo de Ag/AgCl, indicando potencial de proteção. A taxa de corrosão do anodo de magnésio foi

muito

elevada,

comparada

aos

outros anodos, requerendo uma massa

Figura 8 – Aspecto do anodo de alumínio (à esquerda) e dos corpos de prova (à direita), após 936 horas de ensaio. A taxa de consumo do anodo foi intermediária e sem corrosão do aço-carbono.

maior de anodo para igual período de vida útil. No caso do anodo de zinco, embora tenha apresentado baixa taxa de consumo, a corrente galvânica foi muito baixa, indicativo de que houve passivação deste anodo na água em estudo resultando em baixa eficiência. Com base nos resultados apresentados na Tabela 6, o anodo de alumínio foi considerado

o

mais

indicado

para

Figura 9 – Aspecto do anodo de zinco e dos corpos de prova após o ensaio. Observa-se baixo consumo do anodo, mas houve corrosão do aço-carbono.

compor o sistema de proteção catódica. As Figuras 7 a 9 mostram detalhes dos ensaios de laboratório para seleção dos anodos.

Ensaios em campo para avaliar o alcance da proteção catódica Com base nos resultados obtidos em laboratório, foram montados ensaios com

corpos

de

prova

diretamente

nas caixas subterrâneas para avaliar o alcance do sistema de proteção catódica. Os resultados obtidos confirmaram a eficiência do anodo de alumínio para a proteção catódica dos equipamentos. A AES Eletropaulo implementou em

Figura 10 – Vista de um equipamento recuperado com nova pintura e anodos galvânicos instalados.



82

Redes subterrâneas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

meses de instalação, demonstrando o

formadores subterrâneos. Com base

sucesso deste projeto.

nas características deste revestimento, está em curso uma especificação técnica

Conclusões

para orientar a AES Eletropaulo nos seus processos internos de aquisição,

Os

resultados

obtidos

neste

aplicação e controle tecnológico do

projeto permitiram obter as seguintes

revestimento;

conclusões:

• O anodo de liga de alumínio foi considerado o mais adequado para a

Figura 11 – Transformador instalado em campo sem corrosão do equipamento.

• A utilização de um sistema de

proteção galvânica dos transformadores

proteção

na condição de exposição à água

catódica

com

anodos

galvânicos, adequadamente dimensio­

contaminada

nado, aos equipamentos, associado a

características.

com

diferentes

seus processos internos a aplicação do

revestimentos de alto desempenho, do

sistema de proteção catódica associado

ponto de vista da corrosão, é capaz de

com revestimentos orgânicos de alto

garantir a integridade dos equipamentos

desempenho

e,

a

of Organic Pollutants Between Coal Tar

equipamentos instalados em câmaras

vida útil destes equipamentos para

and Water Under Variable Experimental

subterrâneas e agora com mais de

um período muito superior ao atual,

Conditions”, Water Research,

um ano de aplicação, os resultados se

reduzindo assim os custos operacionais;

34, n. 14, p. 3.551-3.569, 2000.

mostraram satisfatórios, gerando revisão

• A metodologia desenvolvida para

• EPA

na especificação de compra e reforma

selecionar

anodos

Agency. Department of environmental,

de equipamentos a serem instalados em

galvânicos para sistemas de proteção

bureau of air quality control protection,

câmaras transformadoras. As Figuras 10 e

catódica

Chapter 151:

11 mostram o equipamento recuperado

adequada. Dentre os ensaios realizados,

industrial maintenance. Disponível em:

com os anodos galvânicos instalados e

o de imersão foi o que melhor permitiu

<http://www.epa.gov/region1/topics/

instalado em uma câmara transformadora

classificar a eficiência dos revestimentos;

air/sips/me/2006_ME_ch151.pdf>

com infiltração e sem corrosão do

• O revestimento identificado com

Acesso em: 21 nov. 2010.

equipamento,

apenas

C foi considerado o mais apropriado

• ISO - International Organization for

corrosão superficial do anodo após 18

para a proteção anticorrosiva dos trans­

Standard, “ISO 8501-1: Preparation of

para

a

proteção

apresentando

dos

consequentemente,

prolongar

revestimentos mostrou-se

e

perfeitamente

Referências MAHJOUB, B. et al. “Phase Partition

-

Environmental

v

.

Protection

Architectural

and


O Setor Elétrico / Abril de 2015

83

Steel Substrates before Application of Paints and Related Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness Party 1: Rust Grades and Preparation Grades of uncoated Steel Substrates and of Steel Substrates and of Steel Substrates and Steel substrates after Overall Removal of Previous Coatings”, Geneva: ISO, 2007. 8 p. • ISO

-

International

Organization

for Standard. “ISO 4628-2: Paints and Varnishes – Evaluation of Degradation of Paint Coating: Designation of Intensity, Quantity and Size of Common Types of Defect, Part 2: Designation of Degree of Blistering”, Switzerland: ISO 2003. 7 p. • DIN – Deutsches Institut. “DIN ISO 4628-8: Paints and Varnishes Evaluation of Degradation of Coatings - Designation of Quantity and Size of Defects, and of Intensity of Uniform Changes in Appearance - Part 8: Assessment of Degree of Delimitation and Corrosion Around a Scribe. Berlin: DIN, 2008. 11 p. • ASTM – American Society for Testing and Materials, “G8-96: Standard Test Methods for Coating Disbonding of Pipeline Coatings”, Pennsylvania: ASTM, 2011. 9 p. Clay Marcos Martins é engenheiro eletricista, com certificação ICQ em Gestão de Projetes e atua como coordenador técnico da Gerência de Gestão de Sistemas Subterrâneos da AES Eletropaulo. Neusvaldo Lira de Almeida é físico e mestre em engenharia pela Universidade de São Paulo, pesquisador responsável pelo Laboratório de Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. (IPT). Adriana de Araujo é arquiteta e engenheira, mestre em Tecnologia das Construções pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT. Zehbour Panossian é física e doutora em Físico-Química pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é diretora de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).


84

Distribuição Por José Celso Gonçalves, José Maria de Carvalho Filho, Kelson Marconi de Carvalho e Mozart Ferreira Braga Junior*

Proteção e seletividade Impactos da falta de seletividade entre as proteções de média e baixa tensões em transformadores de distribuição monofásicos rurais

U

ma das principais atribuições das empresas concessionárias

de distribuição é assegurar de forma confiável, segura, econômica e contínua o fornecimento de energia elétrica a seus consumidores. Este cenário se torna bem desafiador, quando se trata do fornecimento de energia aos clientes localizados em zona rural, normalmente atendidos por alimentadores de distribuição radiais, por meio de vários quilômetros de redes aéreas, sujeitas a todas as condições adversas que podem comprometer a continuidade de fornecimento. Para aumentar a eficiência operacional nos atendimentos às faltas de energia em derivações de média tensão rurais, tem-se intensificado o uso de religadores e de chaves fusíveis religadoras, de forma a garantir sucesso em torno de 70% a 80% das faltas transitórias em redes de distribuição rural.

Mesmo com o aumento dos investimentos de tecnologia

para melhoria do desempenho dos sistemas distribuição, por um levantamento estatístico, nos últimos três anos na Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig Distribuição, percebeu-se um número crescente de atendimentos a clientes rurais alimentados por transformadores monofásicos, em tensão de 13,8 kV. Apesar dos investimentos em derivações rurais, as interrupções acidentais em áreas rurais passaram a se tornar mais frequentes em trafos monofásicos (atendimento de consumidores individuais) do que em derivações ou ramais rurais (atendimento de vários consumidores individuais) na Cemig. Neste contexto, iniciou-se uma pesquisa nos registros das interrupções relacionadas a estes clientes, de forma a estabelecer uma correlação entre a interrupção e suas origens com as proteções envolvidas, neste caso, os elos fusíveis

O Setor Elétrico / Abril de 2015


85

O Setor Elétrico / Abril de 2015

instalados no primário do transformador e os disjuntores termomagnéticos secundários. Algumas causas de fechamento de serviço, relatadas pelas equipes de atendimento, indicavam tratar-se de natureza desconhecida ou indeterminada, mesmo após inspeções das instalações primárias e secundárias. Outras causas encontradas estavam relacionadas a clientes rurais com cargas, principalmente motores, com variadas potências e dispositivos de partidas.

De posse de dados estatísticos, foram elaborados estudos

de seletividade em um ambiente computacional, utilizando o software PTW de propriedade da SKM, considerando vários cenários existentes na Cemig Distribuição. Foram elaborados diversos organogramas contendo as curvas de atuação dos elementos de proteções envolvidos, curvas de partidas de motores e ainda as curvas ANSI dos transformadores monofásicos.

Neste contexto, o presente artigo propõe elaborar estudos

de seletividade da proteção, de forma a encontrar valores nominais adequados de elos fusíveis para os transformadores monofásicos de distribuição de 13,8/0,24 kV e disjuntores termomagnéticos construídos de acordo com os padrões Nema ou IEC que possam atuar de forma seletiva para qualquer defeito originado na baixa tensão, seja para faltas transitórias, seja para permanentes.

O desenvolvimento desse trabalho e os resultados obtidos

são parte de um projeto piloto ainda em andamento, que fará a validação dos resultados obtidos de simulação com os resultados de campo, visando estabelecer proposta futura de normatização da empresa e seus fornecedores. Este trabalho é o resultado de uma parceria entre a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a Cemig Distribuição S/A (Cemig-D).

Desenvolvimento

A metodologia proposta neste trabalho pode ser dividida

em cinco etapas, conforme o fluxograma apresentado na Figura 1. A primeira etapa baseou-se no levantamento estatístico de todas as interrupções acidentais sustentadas, em um período de um ano, estratificando os dados em causas das interrupções, frequência, localização e potência do transformador atingido.

A segunda etapa consistiu em calcular os níveis de curto-

circuito, na baixa tensão, considerando as impedâncias envolvidas no circuito e tensões do sistema, referindo as curvas de todos os elementos de proteção para a baixa tensão do transformador. A

terceira

etapa

correspondeu

à

elaboração

dos

coordenogramas de proteção, utilizando os valores nominais de elos fusíveis e disjuntores termomagnéticos atualmente


86

Distribuição

O Setor Elétrico / Abril de 2015

normatizados. Também envolveu a simulação de algumas

de distribuição, sendo que 72% estão localizadas em redes

situações encontradas em campo, tais como as partidas diretas

rurais. Estratificando as interrupções rurais em média tensão

de motores de diversas potências.

(derivações rurais) e baixa tensão (transformadores rurais

A quarta etapa consistiu na simulação das melhores

exclusivos), identificou-se que 57% das interrupções ocorreram

condições, estabelecendo os melhores valores de elos fusíveis

nas redes de baixa tensão, representando 65.511 atendimentos

que ofereçam maior seletividade com diversos modelos e

rurais com operação do elo fusível do transformador.

correntes nominais de disjuntores termomagnéticos existentes

Aprofundando

no mercado.

todas as causas das interrupções em transformadores rurais

Na quinta etapa, ainda em andamento, está sendo

identificadas pelas equipes de atendimento, de forma a

executada uma aplicação prática em campo das propostas

verificar se elas tinham relação com falhas ocorridas no

estudadas, por meio de um projeto piloto. Após um período

transformador para justificar a operação do elo fusível. Das

adequado de observação, serão verificados os resultados

65.511 interrupções, cerca de 65% (43.048) foram classificadas

obtidos para que, posteriormente, os dispositivos de proteção

como indeterminadas com ou sem inspeção ou descarga

sejam normatizados para todos os clientes rurais monofásicos

atmosférica, mostrando que na maioria das vezes o elemento

da Cemig-D.

fusível operou e nenhuma causa aparente fora encontrada no

nestes

números,

procurou-se

mapear

transformador, sendo denominadas estas causas como faltas transitórias ou desconhecidas. A Figura 2 mostra o resultado do levantamento destas interrupções no período verificado.

Figura 1 – Fluxograma simplificado com as etapas da metodologia.

Etapa 1 – Levantamento de dados Esta etapa consistiu em um levantamento estatístico, por meio dos programas de controle da Cemig-D, das interrupções acidentais sustentadas em clientes ligados em

Figura 2 – Causas das interrupções em transformadores rurais.

baixa tensão rural, com o propósito de investigar os motivos

Foi realizado mais um refinamento na pesquisa e

pelos quais os indicadores de frequência acidental estavam

identificou-se que, das 43.048 interrupções, 75% delas

apresentando um acréscimo nos últimos três anos, elevando

ocorreram em transformadores monofásicos, conforme

o número de atendimentos a estes clientes rurais atendidos

apresentado na Tabela 1.

por transformadores monofásicos, em tensão de 13,8 kV. Os

dados de interrupção levantados revelaram que, em 2013, até

rumos da investigação e tentar achar respostas para alguns

o mês de agosto, ocorreram 161.520 interrupções em redes

questionamentos, haja vista que várias ações de manutenção

Esta análise foi de suma importância para nortear os

Tabela 1 – Estratificação das interrupções por causas transitórias e por tipo de transformador

Interrupções por causas

Interrupções /

Taxa de falha (Trafo

transitórias (Qtd)

Total (%)

interr. / total de trafos)

5

13.696

32

0,05

10

9.818

23

0,07

15

6.279

14

0,08

25

757

2

0,09

37,5

1.791

4

0,16

Potência nominal Trafo (kVA)

Outros trafos trifásicos

10.707

25

0,09

Total

43.048

100

0,07


87

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Tabela 2 – Dimensionamento para unidades consumidoras rurais atendidas por redes primárias monofásicas com transformador exclusivo

preventiva vêm sendo implementadas no tratamento de

provocou maior quantidade de atendimentos.

reincidências destas ocorrências, como: limpeza de faixas

Portanto,

e podas de árvores, blindagem de transformadores,

distribuição 5.1 (da Cemig), que trata do fornecimento

instalação de religadores e chaves fusíveis religadoras em

de

derivações rurais. Entretanto, cabe a indagação: será que

individuais da Cemig-D [3], quais são os valores de elos

está havendo falta de seletividade entre as proteções do

fusíveis e disjuntores padronizados para cada potência

primário e secundário no transformador?

de transformador e o limite da carga instalada no cliente,

As estatísticas mostraram que os transformadores

conforme a Tabela 2.

monofásicos de 5 kVA são os que provocaram maiores

Os

quantidades de atendimentos, fato que se explica por se

apresentados conforme a Tabela 3.

tratarem de milhares espalhados pela área de concessão

da empresa. Porém, constata-se pela Tabela 1 que o

na empresa, o presente artigo irá abordar prioritariamente

transformador de 37,5 kVA foi o que percentualmente (16%)

os casos envolvendo transformadores de 13,8 kV.

energia

elos

foi em

necessário tensão

fusíveis

pesquisar

secundária,

padronizados

na para

na

norma

de

edificações

Cemig-D

são

Por representar cerca de 90% de todo o parque instalado


88

Distribuição

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Tabela 3 – Elos fusíveis de transformadores monofásicos

Tensão primária

Tensão primária

Potência nominal (kVA)

13,8/√3 (kV)

22,0/√3 (kV)

Chave fusível (A)

5

1H

1H

100

10

2H

1H

100

15

3H

2H

100

25

5H

3H

100

37,5

6K

5H

100

Etapa 2 – Cálculo dos curtos-circuitos

atuação de todos os elementos referidos para a baixa tensão do transformador. Também buscou-se verificar se as curvas

Nesta etapa, o objetivo foi calcular os valores de curtos-

dos elementos de proteção plotadas nos coordenogramas

circuitos na baixa tensão do transformador monofásico, de modo

atendiam às suas respectivas normas aplicáveis, destacando-se:

a estabelecer os limites de atuação dos dispositivos de proteção. Para o cálculo da corrente de curto-circuito nos terminais do

• A ABNT NBR 7282:2011, que prescreve três tipos de elos

transformador, considerou-se a impedância do lado de MT

fusíveis de distribuição: elo tipos K, H e T;

desprezível (barra infinita) aplicando as equações (1) e (2):

• Já os disjuntores termomagnéticos atendem às normas ABNT NBR IEC 60947:1998 e ABNT NBR NM 60898:2004;

In • 100 Equação (1) Isc = Z%

• As

térmicas

dos

transformadores

são

Std C57.109-1993, também conhecidas como curvas de danos

Pkva • 103 Equação (2) In = V2

capacidades

especificadas por meio das normas ANSI C37.91-2000 e IEEE ou curvas ANSI dos transformadores.

Em que: Isc é a corrente de curto-circuito rms simétrica nos

Com o auxílio de um programa para a execução de estudo

terminais da BT do transformador; In é a corrente nominal na BT;

de seletividade, foram inseridas também as curvas de partidas

Z% é a impedância percentual do transformador; V2 é a tensão

de motores, contemplando diversas potências, ao considerar a

nominal no secundário do trafo e Pkva é a potência nominal.

situação mais crítica que corresponde a partida direta, usando

Por meio das equações (1) e (2), construiu-se uma tabela

como tempo máximo de partida de 5 segundos até o motor

relacionando as potências nominais dos transformadores

entrar em regime. A Figura 3 apresenta o coordenograma para

monofásicos,

o transformador monofásico de 5 kVA, cujo elo fusível é 1H e o

o

elo

fusível

correspondente,

disjuntor

normatizado, impedância, tensão nominal e as correntes

disjuntor é bipolar de 40ª padrão Nema.

nominais e de curto-circuito calculadas. Os resultados são

apresentados na Tabela 4.

baixa tensão, mas a curva de suportabilidade térmica do trafo

Verifica-se que as proteções estão seletivas para defeitos na

está desprotegida em quase totalmente. Entretanto, observa-se

Etapa 3 – Coordenogramas de proteção

que a inserção de um motor de 7,5 CV partindo de forma direta causa a operação do disjuntor bipolar de 40 A. Uma situação

De posse dos dados calculados, foram elaborados os

bastante encontrada em campo foi a instalação de disjuntores

coordenogramas de proteção, plotando-se as curvas de

bipolares de 70 A, padrão Nema, em trafos de 5 kVA, para

Tabela 4 – Cálculo das correntes de curto-circuito na baixa tensão de transformadores monofásicos

Potência nominal

Elo fusível

Disjuntor (A)

Trafo (kVA)

Impedância

Tensão

Corrente

Corrente de curto-

Trafo (%)

nominal (kV)

nominal BT (A)

circuito Max. na BT (A)

5

1H

40

3,54

13,8/240

20,83

589

10

2H

60

3,54

13,8/240

41,67

1.178

15

3H

90

3,54

13,8/240

62,50

1.767

25

5H

120

3,54

13,8/240

104,16

2.946

37,5

6K

200

3,54

13,8/240

156,25

4.419



90

Distribuição

O Setor Elétrico / Abril de 2015

fusível instalado no primário é de 6 K e o disjuntor padronizado é de 200 A, padrão Nema. Observa-se que, praticamente, não há seletividade entre as proteções para defeitos originados na baixa tensão, causando indevidamente a interrupção do elemento fusível.

Vale ressaltar que este artigo aborda algumas situações

mais críticas, sob o ponto de vista da perda de seletividade, porém, todos os casos encontrados em campo foram simulados e analisados. Em resumo, nesta etapa, concluiu-se que ocorrências originadas na instalação do cliente (BT) estavam se transformando em interrupção de energia de responsabilidade da empresa Figura 3 – Coordenograma de proteções do transformador de 5 kVA com disjuntor de 40 A.

justificar o uso de motores de 7,5 CV.

No entanto, o efeito colateral observado neste caso é a falta

de seletividade entre o elo fusível 1H e este disjuntor, conforme mostra a Figura 4. A Figura 5 ilustra o caso mais crítico encontrado que corresponde ao transformador monofásico de 37,5 kVA, cujo elo

pela atuação do elo fusível do primário, impactando em aumento das despesas operacionais devido aos deslocamentos de equipes para os atendimentos rurais. Adicionalmente,

também

foi

observado

o

aumento

da indisponibilidade das equipes para atendimentos mais prioritários e ainda como consequência, pagamento de compensações financeiras (DIC, FIC, DMIC) e elevação dos indicadores de continuidade (DEC e FEC).

Etapa 4 – Simulação de novas propostas de seletividade das proteções

A etapa 4 teve o propósito de elaborar as possíveis soluções

para os casos críticos que se apresentaram nos coordenogramas anteriores. Porém, neste artigo, serão demonstradas algumas soluções encontradas para os casos dos transformadores monofásicos de 5 kVA e 37,5 kVA, embora todas as demais situações tenham sido simuladas com parte do estudo completo.

A Figura 6 apresenta uma proposta de solução para o caso

do transformador monofásico de 5 kVA, considerando que Figura 4 – Coordenograma de proteções do transformador de 5 kVA com disjuntor de 70 A.

o cliente possua em sua propriedade um motor de indução monofásico de potência de 7,5 CV, tipicamente utilizado para bombeamento de água ou motor de picadeira de capim. A situação proposta consiste em alterar o disjuntor padronizado em norma bipolar de 40 A para o bipolar de 50 A, construído segundo o padrão Nema.

Considerando ainda a mesma situação de clientes rurais

ligados em transformadores monofásicos de 5 kVA, associada à utilização de um motor de indução monofásico de 7,5 CV, uma outra alternativa proposta e apresentada na Figura 7 foi alterar o elo fusível para 2H e alterar o disjuntor bipolar de 40 A para 60 A, também construído em padrão Nema. Entretanto, constatou-se que esta alternativa não foi tecnicamente viável por não garantir a proteção do trafo de 5 Figura 5 – Coordenograma de proteções do transformador de 37,5 kVA com disjuntor de 200 A.

kVA, considerando que a curva do elo fusível de 2H ficou muito superior à curva de suportabilidade térmica do transformador.


O Setor Elétrico / Abril de 2015

91

Figura 6 – Simulação das proteções do transformador de 5 kVA com disjuntor 50 A.

Figura 7 – Simulação das proteções do transformador de 5 kVA com disjuntor 60 A e elo fusível de 2H.

Finalmente, o caso associado ao transformador de 37,5 kVA

é o mais crítico e também o mais representativo, ao se levar em conta o número de interrupções registrado. Uma proposta efetivamente avaliada foi a alteração do valor nominal do elo fusível de 6 K para 8 K, sendo este o valor máximo possível para que haja seletividade com as proteções instaladas à montante

Figura 8 – Simulação das proteções do transformador de 37,5 kVA com disjuntor 150 A padrão IEC.


92

Distribuição

O Setor Elétrico / Abril de 2015

nas derivações rurais. Mesmo assim, com a utilização do elo

de faltas transitórias ou permanentes no sistema de baixa

8 K, verificou-se que não há seletividade com o disjuntor de

tensão, que tem culminado no aumento do número de

200 A padrão Nema, o que levou à elaboração de duas outras

interrupções de consumidores rurais monofásicos.

propostas. A primeira, mostrada na Figura 8, sugere a alteração

Uma vez identificados os problemas e as possíveis

do disjuntor para 150 A, padrão IEC, com curva de atuação

soluções, decidiu-se por adotar de imediato as seguintes

magnética fixa, em que a carga demandada pelo cliente não

ações:

justifique o uso do disjuntor de 200 A.

Se a carga demandada pelo cliente requerer o uso do

• Substituir os disjuntores bipolares de 70 A Nema nos

disjuntor de 200 A, a solução estudada foi a instalação de um

transformadores de 5 kVA para 50 A Nema;

disjuntor de mesmo valor nominal padrão IEC, com curva de

atuação magnética ajustável e faixa de ajuste de 4 a 12 vezes

monofásicos de 37,5 kVA em 13,8 kV, face a atual falta de

o valor de corrente nominal do disjuntor. O disparo magnético

seletividade com o disjuntor de 200 A Nema;

pode ser ajustado para atuação em até 12 vezes a corrente

• A área de engenharia de normas da Cemig-D divulgará

nominal do disjuntor, evitando a operação da proteção durante

uma recomendação técnica promovendo alterações na ND

a partida do motor, dependendo do modelo e do fabricante.

5.1, contendo as alterações avaliadas neste artigo.

Padronizar

o

elo

fusível

8K

nos

transformadores

Estes disjuntores visam garantir a proteção do circuito do motor contra curtos-circuitos, sem comprometer a seletividade com o

O desenvolvimento desse trabalho e os resultados

elemento fusível.

experimentais

ainda

terão

prosseguimento

com

a

A Figura 9 mostra esta situação, contendo um disjuntor de

continuidade do projeto piloto, em que serão instalados

200 A padrão IEC, com curva de atuação magnética ajustada

disjuntores do padrão IEC, em trafos de 37,5 kVA. Após o

em 5 vezes a corrente nominal.

período de observação programado para o período úmido, será feita a validação dos resultados simulados, observando em campo o desempenho dos elos fusíveis e disjuntores. Após

a

validação

dos

resultados

em

campo,

a

metodologia proposta deverá ser ampliada, de modo a contemplar a instalação de disjuntores termomagnéticos de vários fabricantes e modelos. Finalmente, com as ações propostas, espera-se que a empresa obtenha significativa redução da frequência de interrupções acidentais em clientes rurais; aumento da

eficiência

operacional;

aumento

dos

ganhos

de

produtividades das equipes de atendimento; melhoria nos índices de continuidade de fornecimento de energia elétrica e, consequentemente, a melhoria da satisfação de seus clientes.

Figura 9 – Simulação das proteções do transformador de 37,5 kVA com disjuntor de 200 A, padrão IEC ajustável.

Referências • CAMINHA, A. C. Introdução à proteção dos sistemas

Conclusões

elétricos. São Paulo: Edgard Blucher, 1977. • SCHWEITZER III, E. O.; SCHEER, G. W.; FELTIS, M.W.

Este artigo descreveu a realização de estudos de

Uma nova abordagem sobre a proteção da distribuição.

seletividade, envolvendo elementos fusíveis instalados no

International Symposium on Distribution Automation and

primário de transformadores monofásicos de 13,8 kV com

Demand Side Management. Fort Lauderdale, Flórida,

os disjuntores termomagnéticos instalados no secundário e

2006.

construídos segundo os padrões Nema e IEC. Tais estudos

• Cemig Distribuição SA - norma técnica ND 5.1.

tiveram como objetivo identificar e propor soluções para os

"Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária

problemas de falta de seletividade quando da ocorrência

Rede de Distribuição Aérea - Edificações Individuais",


O Setor Elétrico / Abril de 2015

93

maio 2013. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. “Dispositivos fusíveis de alta tensão - Dispositivos tipo expulsão - Requisitos e métodos de ensaio”. ABNT NBR 7282:2011, maio 2011. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. “Disjuntores de baixa tensão”. ABNT NBR 5361:1998. Cancelada em 21 jul. 2006. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. “Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão - Parte 2: Disjuntores” ABNT NBR IEC 60947-2:1998, set. 1998. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. “Disjuntores para proteção de sobrecorrentes para instalações domésticas e similares (IEC 60898:1995, MOD)” ABNT NBR NM 60898:2004, jul. 2004. • Grupo de Trabalho de Disjuntores (Dimci – Inmetro). “Testes Preliminares em Disjuntores IEC e Nema”, out. 2005. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>. • IEEE Power & Energy Society. “C37-91-2000 - IEEE Guide for Protective Relay Applications to Power Transformers”; DOI 10.1109/IEEESTD.2000.91943, ago 2002. Disponível em: <http:// ieeexplore.ieee.org/servlet/ opac?punumber=7039>. • IEEE Power & Energy Society. “C57.109-1993 - IEEE Guide for Liquid-Immersed Transformer Through-Fault-Current Duration”. DOI 10.1109/IEEESTD.1993.119214, set. 1993. Disponível em: <http:// ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails. jsp?arnumber=278280>. *José Celso Gonçalves, José Maria de Carvalho Filho, Kelson Marconi de Carvalho e Mozart Ferreira Braga Junior são engenheiros da Cemig Distribuição S.A.


94

Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Mudança de paradigma Novas normas da família IEC 61439 deverão transformar o mercado de quadros e painéis elétricos no Brasil. Conceitos atualmente essenciais, como TTA e PTTA, deixarão de existir, cedendo espaço para nova metodologia mais clara. Saiba mais sobre isso e sobre o mercado nacional desses produtos em pesquisa exclusiva publicada a seguir


95

O Setor Elétrico / Abril de 2015

O segmento de quadros e painéis

elétricos

vive

expectativa

Enquanto o novo texto normativo

da

apenas dois ensaios: de temperatura e

não é publicado, o mercado continua

publicação das versões brasileiras das

de nível do curto-circuito. O que ocorre

trabalhando

novas normas da família IEC 61439.

é muitos fabricantes extrapolarem outros

reconhecidos. Esta pesquisa realizada

Os documentos, que devem entrar em

ensaios.

pela revista O Setor Elétrico com

vigor em 2016, tornarão obsoletos os

Como dito anteriormente, com a

fabricantes, montadores e consumidores

conceitos - atualmente essenciais para

edição da nova série de normas baseada

de quadros e painéis elétricos informa,

o setor - de painéis totalmente testados

na família IEC 61439, os conceitos

por exemplo, que as vendas de painel

(TTA) e painéis parcialmente testados

de TTA e PTTA deixarão de existir,

PTTA e TTA representam 21% e 19%,

(PTTA). TTA diz respeito aos conjuntos

mas serão substituídos por uma nova

respectivamente do faturamento das

que possuem características idênticas

metodologia,

verificação

empresas do segmento e que 60%

ou sem desvios que possam influenciar

de projeto. Esta é composta por três

do faturamento das companhias pode

seu desempenho, quando comparado

métodos alternativos e equivalentes:

ser colocado na conta dos painéis

a um protótipo aprovado em todos os

ensaios/testes,

e

chamados convencionais, que não estão

ensaios. Já PTTA são os conjuntos

atendimento a regras do projeto. Por

em conformidade com a ABNT NBR IEC

que

apresentam

a

permite a extrapolação por cálculo de

tanto

denominada

cálculos/medições

com

os

conceitos

configuração

meio desta metodologia, o que é pedido

60439-1.

ensaiadas como não ensaiadas, mas

pela norma ficará mais claro, evitando

Na ponta relativa ao consumo, o

cujos “desvios” foram derivados por

as diferentes interpretações do cliente

levantamento mostra que 34% e 32%

cálculo, a partir de protótipos ensaiados

final, dos fabricantes e dos montadores.

dos

compradores

e aprovados de acordo com a norma.

por

especificar

Esta mudança se tornou premente,

que não é mais necessário projetar

respectivamente, painéis TTA e PTTA,

conforme especialistas do setor, porque

e montar um painel elétrico de baixa

32%

a ideia de PTTA foi corrompida não

tensão derivado (equivalente ao PTTA

outros quadros montados em fábrica, e

somente em âmbito nacional, como

da atual norma) que contemple todos

somente 2% especificam e/ou compram

mundialmente. A maneira como o texto

os ensaios apresentados. As normas

quadros elétricos montados na obra.

foi redigido na norma atual vigente,

determinam em quais situações devem

Confira todo o levantamento a seguir:

a ABNT NBR IEC 60439-1, permite

ser aplicados os diferentes métodos de

variadas

interpretações,

que

Os novos documentos deixam claro

especificam

têm e/ou e/

ou

preferência comprar, adquirem

Números do mercado de quadros e painéis elétricos

foram

verificação. Por exemplo, a verificação

utilizadas por fabricantes, consultores e

de índices relativos a curto-circuito pode

consumidores, segundo a necessidade

ser feita através de ensaio ou das regras

e/ou a falta de conhecimento deles.

de projeto, já a verificação de operação

A indústria foi apontada por 91%

Por

montadores

mecânica do painel só é permitida por

dos entrevistados como o principal

interpretaram que, para se construir um

meio de ensaios. Neste sentido, os

segmento de atuação do mercado de

painel parcialmente testado, bastava

ensaios só podem ser feitos nos pontos

quadros e painéis elétricos. O segmento

realizar parte dos ensaios. O fato,

em que não é permitida a verificação por

comercial foi indicado por 52% e a área

conforme os especialistas, é que a norma

cálculo ou regras de projeto.

residencial por 21%.

exemplo,

alguns

Principais segmentos de atuação

21%

Residencial

52%

Comercial

91%

Industrial


96

Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

O principal canal de vendas assinalado pelos fabricantes

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Assim como em 2013 e 2014, os quadros de distribuição

e montadores que responderam à pesquisa foi a venda direta

de força, de automação, e de distribuição foram os mais

ao cliente final (87%). O meio de venda menos votado foi o

vendidos pelas empresas que responderam ao levantamento.

telemarketing (15%).

Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados

Principais canais de vendas

15% Telemarketing 23% Internet 24% Outros Distribuidores/atacadistas 33% 33% revendas / varejistas 87%

72% 69% 65% Vendas diretas ao cliente final

64% 53%

Quadros de dis­­tri­ buição de força

A ISO 9001, de gestão de qualidade, continua sendo a

50%

certificação mais utilizada pelas empresas respondentes, tendo

48%

69% feito tal afirmação. A ISO 14001, de gestão ambiental, é a menos empregada, com apenas 18% dos entrevistados

Quadros de automação Quadros de distribuição de luz Centro de controle de motores (CCM)

Mesas de comando Cubículos MT Quadros para partida de motores em MT Quadros para medidores de energia

48%

afirmando possuir tal certificação.

43%

Certificados ISO

Cabines de barramentos Cunículos tipo Metal-Clad

41% 18%

33%

14001 (ambiental)

60%

9001 (qualidade)

26%

Cabines primárias

Quadros para áreas classificadas (EX)


97

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por sua vez, os quadros de distribuição, os armários modulares e os acessórios e

ferragens para painéis foram os tipos de invólucros mais comercializados no ano de 2014, de acordo com os fabricantes e montadores entrevistados. Tipos de invólucros (caixas vazias) comercializados

60% 46% 39% 38% 37% 35% 31%

Quadros de distribuição

Armários modulares

Acessórios e ferragens em geral para painéis CCM Outros Cubículos

Caixas de medição

A maioria dos entrevistados (65%) informou que suas empresas faturam até R$ 20

milhões por ano. Somente 8% creem faturar acima dos R$ 200 milhões anualmente. Faturamento médio anual das fabricantes e montadoras de quadros e painéis elétricos 3% 4%

2%

De R$ 60 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 60 milhões

R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

8%

Acima de R$ 200 milhões

18%

Até R$ 3 milhões

3%

De R$ 40 milhões a R$ 50 milhões 7%

De R$ 30 milhões a R$ 40 milhões

14%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

8%

De R$ 20 milhões a R$ 30 milhões 15%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

18%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

As empresas fabricantes de quadros e painéis elétricos pesquisadas declararam

ainda que quadros e painéis tipos convencionais, que não estão em conformidade com a norma vigente para TTA e PTTA, respondem por 60% de seu faturamento. Participação dos tipos de painéis e quadros no faturamento das empresas

20%

TTA

20%

PTTA 60%

Outros


98

Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

Se no levantamento do ano passado, 47% das companhias disseram que a indústria

é o segmento com maior participação nas vendas, no levantamento deste ano, 43% afirmaram isto. Este número vem caindo. Na pesquisa de 2013, um total 52% fizeram tal afirmação a respeito da indústria. Percentual da participação das vendas em cada segmento de mercado 13%

Outros 17%

GTD, Geração, Transmição e Distribuição de Energia

43%

Indústrias em geral

27%

Construção civil (edificações residenciais e comerciais - escritórios, shoppings, hospitais, etc.)

O mercado nacional continua sendo o principal destino dos quadros e painéis

elétricos comercializados pelas empresas nacionais. Balança comercial

4%

Exportação

96%

Mercado Nacional

Os fabricantes de quadros e painéis se decepcionaram em 2014 no que diz respeito

ao crescimento de suas empresas. Isto porque, no levantamento do ano passado, a expectativa de crescimento médio era de 16%, o que efetivamente não se concretizou; o aumento apresentado foi de 13%. Neste sentido, tornaram-se menos otimistas em 2015, projetando acréscimo de 12%. Previsões de crescimento

8%

Crescimento médio do mercado de quadros e painéis elétricos em 2015

10%

Percentual de contratação de funcionários para 2015 Expectativa de crescimento médio para as fabricantes e montadoras de quadros e 12% painéis em 2015

13%

Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterior


99

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Entre os fatores que mais devem impactar o mercado em 2015, a maioria (27%)

apontou a desaceleração da economia brasileira. Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

4%

Programas de incentivo da governo 17%

1%

Bom momento econômico do país

Outros 27%

6%

Falta de normalização e/ou legislação

Desaceleração da economia brasileira

4%

Incentivos por força de legislação ou normalização 10%

Crise internacional

3%

Setor da construção civil aquecido 14%

14%

Projetos de infraestrutura

Setor da construção civil desaquecido

Opinião dos consumidores de quadros e painéis elétricos

Consumidores finais, instaladoras, empresas de manutenção, consultorias,

projetistas e revendedoras compõem o perfil dos usuários de quadros e painéis consultados nesta pesquisa. Perfil das empresas pesquisadas

12%

Revendedora de produtos

32%

Consumidora de produtos

26%

Projetista

3%

Instaladora

18%

Atua em consultoria

9%

Atua em manutenção

Cabines primárias, cubículos de média tensão e cabines de barramentos são os

principais produtos especificados e/ou comprados pelos consumidores de quadros e painéis elétricos. Cubículo tipo Metal-Clad, mesas de comando e quadros para áreas classificadas (Ex) foram os produtos menos apontados, entre os mais consumidos.


100

Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

Principais produtos mais especificados e/ou comprados

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Azul, verde e branco são as cores mais especificadas

pelas empresas que participaram do levantamento para os barramentos de fase, neutro e proteção (terra) nos quadros de baixa tensão. Cabines primárias

46% 42% 38% 38% 29%

Cores mais especificadas por sua empresa para os barramentos de fase, neutro e proteção (terra) nos quadros de baixa tensão

Cubículos MT

Cabines de barramentos 8%

Centro de controle de motores (CCM)

16% 12%

Quadros para medidores de energia Quadros para partida de motores

5%

1%

29%

17% 4%

10%

Cubículos tipo Metal-Clad

21%

Mesas de comando 20%

10%

Quadros para áreas classificadas (Ex)

18%

A maioria dos consumidores ouvidos pela pesquisa (34%)

afirmaram especificar e/ou comprar painéis do tipo TTA. As empresas que declararam adquirir do tipo PTTA representaram 32% do total. Percentual de especificação e/ou compra em relação ao tipo de quadros

Em relação às cores mais especificadas para os barramentos

de fase, neutro e proteção (terra) nos quadros de média tensão, os consumidores também votaram no azul, no branco e no verde. Cores mais especificadas por sua empresa para os barramentos de fase, neutro e proteção (terra) nos quadros de média tensão

2%

Quadros montados na obra 32%

Outros quadros montados em fábrica, porém não TTA ou PTTA

12% 19%

34%

TTA – totalmente testado

12%

3%

3% 5% 19% 12% 32%

PTTA – parcialmente testado

15%


101

O Setor Elétrico / Abril de 2015

No que diz respeito aos invólucros, 71% dos usuários pesquisados disseram

especificar e/ou comprar caixas metálicas, e 29% declararam especificar e/ ou comprar caixas isolantes, de plástico, de fibra, etc. Percentual de especificação e/ou compra de sua empresa em relação aos tipos de quadros

29%

Invólucro (caixa) metálico

71%

Invólucro (caixa) isolante (plástico, fibra, etc.)

Fatores que mais influenciam o comprador e/ou especificador de linhas elétricas

Garantia, preço e prazo são os itens considerados mais importantes pelos usuários

na hora de comprar e/ou especificar quadros e painéis elétricos Fatores que mais influenciam o comprador e/ou especificador de quadros e painéis Garantia 6%

Nota de 1 a 5

22%

Nota 10

11%

Nota de 6 a 7

61%

Nota de 8 a 9 Preço

22%

Nota de 6 a 7 78%

Nota de 8 a 9

Prazo 16%

Nota 10

10%

Nota de 1 a 5 11%

Nota de 6 a 7

63%

Nota de 8 a 9


102

Pesquisa - Quadros, painéis e montadores Fatores que menos influenciam o comprador e/ou especificador de linhas elétricas

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Grau de satisfação com a qualidade dos quadros e painéis montados em fábrica disponíveis no mercado brasileiro 5%

Já o selo do Inmetro, a marca dos dispositivos existentes

11%

Nota 10

no interior do quadro e o local de fabricação do produto são os

Nota de 1 a 5

fatores tidos como menos relevantes pelos consumidores

17%

Nota de 6 a 7

Selo do Inmetro 6% 67%

33%

Nota 10

Nota de 8 a 9

Nota de 1 a 5 22%

Nota de 8 a 9

Em 2015, grande parte dos consumidores entrevistados acredita

especificar e/ou comprar até R$ 1 milhão em quadros e painéis elétricos. Estimativa para o ano de 2015 de especificação e/ou compra de quadros e painéis 39%

11%

Nota de 6 a 7

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

5%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

Marca (fabricante) dos dispositivos existentes no interior do quadro 11%

Nota 10

21%

Nota de 1 a 5

58% 26%

Até R$ 1 milhão

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

Os consumidores estão otimistas no que diz respeito ao

mercado nacional de quadros e painéis. A maioria dos pesquisados 26%

(21%) atestou que os produtos têm boa qualidade técnica. E

Nota de 6 a 7

uma boa parcela dos que responderam ao levantamento (17%)

42%

Nota de 8 a 9

destacou que o mercado está em franco crescimento. Classificação do mercado brasileiro de quadros e painéis elétricos Local de fabricação do produto (nacional ou importado)

2% 9%

Outros

Oferece bom respaldo técnico 26%

Nota de 8 a 9

48%

Nota de 1 a 5

13%

13%

Mercado maduro e responsável

10%

Com deficiências técnicas (assistência e suporte)

Produtos com pouca qualidade técnica

4%

Desatualizado 21%

26%

Nota de 6 a 7

11%

Atento às tendências internacionais

Os usuários estão bastantes satisfeitos com a qualidades dos

produtos fabricados no país; 72% deram notas entre 8 e 10 aos quadros e painéis montados em fábrica.

Produtos de boa qualidade técnica 17%

Mercado em franco crescimento



Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

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Exporta produtos acabados

X X

Possui programas na área de responsabilidade social

X X

Possui certificado ISO 14001

X

Possui certificado ISO 9001

X

X X

X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X X

Venda direta ao cliente final

X

Revendas/Varejistas

X X

Outros

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Internet

X X X X X X X X X

Telemarketing

SP SP SP SP SP SP SP SC SP SP SP SP SC ES MG MG SP SP RJ SP SP PR SP SP MG SP SP RJ SP PR SP SP SP

Distribuidores/Atacadistas

Estado

Principal canal de vendas

Residencial

Osasco Guarulhos Barueri São Paulo Mogi Mirim Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto Criciúma Jandira São Paulo São Paulo Americana Schroeder Serra Itajubá Para de Minas São Paulo Limeira Valença Guarulhos São Paulo Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Bernardo do Campo Curitiba São Paulo Jundiaí São Paulo

Comercial

Cidade

www.abb.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.a5group.com.br www.allianceautomacao.com.br www.alltexequipamentos.com.br www.alpha-ex.com.br www.altercon.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.balteau.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brum.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.burndy.com www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.deltapaineis.com.br www.encomel.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br www.ebmmontagens

3688-9111 2842-5252 4199-7500 3903-6737 3804-1119 3464-5650 3967-9200 3462-3900 4707-6101 5562-0450 3933-7533 2108-7000 3374-0829 3041-6766 3629-5500 3232-6788 2942-4500 3404-3835 3812-3100 2431-4961 5515-7225 3699-8403 3466-8600 4158-8440 3329-4520 3642-9006 4705-3133 2482-6600 4056-5569 3528-5677 2524-9055 4525-7001 3648-7705

Industrial

Site

(11) (11) (11) (11) (19) (19) (16) (48) (11) (11) (11) (19) (47) (27) (35) (37) (11) (19) (21) (11) (11) (41) (19) (11) (31) (12) (11) (21) (11) (41) (11) (11) (11)

Fabricante e distribuidora

Telefone

ABB ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA ADS DISJUNTORES AFAP AG TECH AGPR5 ALLIANCE ALLTEX ALPHA EQUIPAMENTOS ALTERCON AMBOS ANDALUZ BALTEAU BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRUM BRVAL BTM BURNDY CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE DBTEC DELTA CANALETAS DELTA PAINEIS DL ENCOMEL DMA PAINÉIS DUTOPLAST EATON EBM

Distribuidora

EMPRESA

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Principal segmento de atuação

Empresa

Fabricante

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Possui programas na área de responsabilidade social

Possui certificado ISO 14001

Possui certificado ISO 9001

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Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

X

Internet

X

Telemarketing

X X X

Venda direta ao cliente final

X X X X X X X X X X X X

Revendas/Varejistas

MG PR MG SP RS MG SP MG PR SC PR PR PR PR PR PR SP SP SP SP RS SP

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Estado

Residencial

Belo Horizonte Curitiba Contagem Limeira Porto Alegre Belo Horizonte Osasco Contagem Maringá Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais Campo Largo Curitiba Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Guarulhos Panambi Guarulhos

Comercial

Cidade

www.egom.ind.br www.elcosul.com.br www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletroatlanta.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletrol.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engerey.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br

3486-1166 3376-2441 3361-1636 3453-5457 3367-1899 3377-4850 3482-7702 3361-1081 3027-9868 3375-6700 3520-5000 3383-9290 2111-3000 3268-7920 3239-7400 3022-3050 4168-4646 5562-8866 5058-1583 2425-7180 3375-9500 2087-6000

Fabricante e distribuidora

Site

(31) (41) (31) (19) (51) (31) (11) (31) (44) (47) (43) (41) (41) (41) (41) (41) (11) (11) (11) (11) (55) (11)

Distribuidora

Telefone

EGOM ELCOSUL ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO ATLANTA ELETRO PAINEL - MG ELETROL ELETROMECAP ELETROPAINEL - PR ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGEREY ENGETECH ESA FASORIAL FASTWELD FOCKINK FORTLIGHT

Fabricante

EMPRESA

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Exporta produtos acabados

105

O Setor Elétrico / Abril de 2015

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Possui certificado ISO 14001

Possui certificado ISO 9001

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

Internet

Telemarketing

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Venda direta ao cliente final

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Exporta produtos acabados

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Possui programas na área de responsabilidade social

X X X X

Revendas/Varejistas

PR RS MG SP SC MG RJ PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP RJ PR SC SP SP RS SP MG SP PR

Distribuidores/Atacadistas

Estado

Principal canal de vendas

Residencial

Curitiba São Leopoldo Contagem Suzano Schroeder Belo Horizonte Rio de Janeiro Pinhais Jundiaí São Paulo Boituva Tatuí Cornélio Procópio Mauá Indaiatuba Americana Taubaté Curitiba São Paulo Cotia São Paulo Indaiatuba São Paulo Duque de Caxias Curitiba Joinville São Paulo Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Betim Campinas Almirante Tamandaré

Comercial

Cidade

www.forza-ind.com.br www.frontec.com.br br.geindustrial.com www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.hager.com.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.helzin.com.br www.holecbarras.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.industrialbr.com.br www.inntag.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaoabage.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.kron.com.br www.kssbrasil.com.br www.legrand.com.br www.libapaineis.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.mabitec.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mecatron.ind.br www.megatecpaineis.com.br www.megatech.eng.br

Industrial

Site

(41) 3345-1140 (51) 3201-2477 0800 595 6565 (11) 4752-9900 (47) 3374-6380 (31) 3389-6500 0800 724 2437 (41) 2109-8800 (11) 2136-9090 (11) 2634-3330 (11) 4191-3144 (15) 3322-7000 (43) 3401-1000 (11) 4555-1225 (19) 3834-5792 (19) 3648-3700 (12) 3627-8000 (41) 3371-5600 (11) 2249-9604 (11) 4613-4555 (11) 5525-2000 (19) 3936-9111 (11) 5644-2600 (21) 3678-7706 (41) 3288-6940 (47) 3145-4600 (11) 2337-1491 (19) 3455-5266 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (31) 3073-1180 (19) 2511-5650 (41) 3698-5644

Fabricante e distribuidora

Telefone

FORZA FRONTEC GE GIMI GRAMEYER GRUPO CEI HAGER HDS HELLEMANNTYTON HELZIN HOLEC BARRAS HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INDUSTRIAL BR INNTAG INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE KIENZLE CONTROLS KITFRAME KRON MEDIDORES KSS BRASIL LEGRAND LIBA PAINÉIS LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE MABITEC MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MECATRON MEGATEC PAINÉIS MEGATECH

Distribuidora

EMPRESA

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

www.rdibender.com.br www.reimold.com.br www.renetec.com.br www.rittal.com.br www.rockwellautomation.com.br www.rudolphfixacoes.com.br www,scame.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com.br www.sempel.com.br www.seniorengenharia.com.br www.sicesbrasil.com.br

SP SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC RS RJ MG PR RJ SP SP SP SP SP SC SP SP SP MG MG SP

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Exporta produtos acabados

Possui programas na área de responsabilidade social

Possui certificado ISO 14001

Possui certificado ISO 9001

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

Internet

Telemarketing

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Venda direta ao cliente final

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Revendas/Varejistas

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Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Estado

Residencial

São Bernardo do Campo Itatiba São Paulo Chapecó Diadema São Paulo Sorocaba Ribeirão Preto São Paulo São Paulo Boituva Arujá São Paulo Itatiba Guarulhos Schroeder Cachoeirinha Rio de Janeiro Belo Horizonte Curitiba São Gonçalo Osasco Caieiras Santo André São Paulo São Paulo Timbó Atibaia São Paulo Campinas Contagem Pedro Leopoldo Itapevi

Comercial

Cidade

www.metalaserpaineis.com.br www.montereletrica.com.br www.multhiplos.com.br www.nord.eng.br www.novemp.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.paineil.ind.br www.patecpaineis.com.br www.patola.com.br www.pentair.com.br www.phaynell.com.br www.phoenixcontact.com.br www.pressmat.com.br www.propainel.com.br www.progressul.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.qualimontec.com.br www.queller.com.br

4368-7828 4487-6760 2724-8333 3361-3900 4093-5300 2122-5777 3335-1382 3226-1966 2917-3399 2193-7500 5184-2100 4652-0066 3871-6400 4534-7878 2499-1314 3054-0123 2117-6600 2428-3155 3441-2810 3346-4969 3565-6622 3602-6260 3904-3554 4991-1999 3622-2377 5189-9500 3281-2929 4402-2646 2165-5400 3515-2000 3328-6200 2105-9800 4193-2008

Industrial

Site

(11) (11) (11) (49) (11) (11) (15) (16) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (47) (51) (21) (31) (41) (21) (11) (11) (11) (11) (11) (47) (11) (11) (19) (31) (31) (11)

Fabricante e distribuidora

Telefone

METALASER MON-TER MULTHIPLOS NORD ELECTRIC NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN PAINEL PATEC PATOLA PENTAIR HOFFMAN PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PRESSMAT PRO PAINEL PROGRESSUL QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR QUALIMONTEC QUELLER RAX TECNOLOGIA RDI - BENDER REIMOLD RENETEC RITTAL BRASIL ROCKWELL RUDOLPH FIXAÇÔES SCAME SCHNEIDER ELECTRIC SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SICES BRASIL

Distribuidora

EMPRESA

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Principal segmento de atuação

Empresa

Fabricante

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Outros

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Exporta produtos acabados

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Possui programas na área de responsabilidade social

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Possui certificado ISO 14001

X

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Telemarketing

X X

Venda direta ao cliente final

X

Possui certificado ISO 9001

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Revendas/Varejistas

SP RJ RS SP SP SC SP SP RJ SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SC SP

Principal canal de vendas

Distribuidores/Atacadistas

Estado

Residencial

São Paulo S. João de Meriti Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba Diadema São José do Rio Preto Itupeva Jaraguá do Sul Araras

Comercial

Cidade

www.siemens.com.br www.sigeral.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.strahl.com www.taf.ind.br www.tascoltda.com.br www.tecmedpaineis.com.br www.tecnac.com.br www.tecnoprata.com.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.transfersistemas.com.br www.trexcon.com.br www.varixx.com.br www.vepan.com.br www.vmgeletrica.com.br www.vrpaineis.com.br www.wago.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br

Fabricante e distribuidora

Site

0800 11 9484 (21) 3757-3800 (51) 2109-0000 (11) 2248-7000 (11) 2818-3838 (47) 3441-9100 0800 770 3171 (11) 4092-7220 (21) 2270-2531 (11) 3951-8876 (11) 2946-4646 (47) 3441-5000 (11) 4189-9710 (11) 3855-3360 (19) 3301-6900 (11) 4645-2141 (11) 5671-2591 (17) 4009-5100 (11) 4591-0199 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400

Distribuidora

Telefone

SIEMENS SIGERAL SOPRANO STECK STRAHL TAF INDÚSTRIA TASCO TEC MED TECNAC TECNOPRATA TELBRA EX TIGRE TRANSFER TREXCON VARIXX VEPAN VMG VR PAINÉIS WAGO WEG ZETTATECCK

Fabricante

EMPRESA

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Abril de 2015

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Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2015

SP SP SP SP SP SP SP SC SP SP SP SP SC ES MG MG SP SP RJ SP SP PR SP SP MG SP SP RJ SP PR SP SP SP

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

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Outros

Cubículos

Quadros de distribuição

CCM

Caixas de medição

Armários modulares

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Outros

Quadros para medidores de energia

Mesas de comando

Quadros para áreas classificadas (EX)

Quadros de automação

Cabines primárias

Cabines de barramentos

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Cubículos MT

Centro de controle de motores (CCM)

Quadros para partida de motores em MT

Estado

Cubículos tipo Metal-Clad

Osasco Guarulhos Barueri São Paulo Mogi Mirim Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto Criciúma Jandira São Paulo São Paulo Americana Schroeder Serra Itajubá Para de Minas São Paulo Limeira Valença Guarulhos São Paulo Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Bernardo do Campo Curitiba São Paulo Jundiaí São Paulo

Quadros de distribuição de luz

Cidade

www.abb.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.a5group.com.br www.allianceautomacao.com.br www.alltexequipamentos.com.br www.alpha-ex.com.br www.altercon.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.balteau.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brum.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.burndy.com www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.deltapaineis.com.br www.encomel.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br www.ebmmontagens

3688-9111 2842-5252 4199-7500 3903-6737 3804-1119 3464-5650 3967-9200 3462-3900 4707-6101 5562-0450 3933-7533 2108-7000 3374-0829 3041-6766 3629-5500 3232-6788 2942-4500 3404-3835 3812-3100 2431-4961 5515-7225 3699-8403 3466-8600 4158-8440 3329-4520 3642-9006 4705-3133 2482-6600 4056-5569 3528-5677 2524-9055 4525-7001 3648-7705

Quadros de distribuição de força

Site

(11) (11) (11) (11) (19) (19) (16) (48) (11) (11) (11) (19) (47) (27) (35) (37) (11) (19) (21) (11) (11) (41) (19) (11) (31) (12) (11) (21) (11) (41) (11) (11) (11)

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone

ABB ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA ADS DISJUNTORES AFAP AG TECH AGPR5 ALLIANCE ALLTEX ALPHA EQUIPAMENTOS ALTERCON AMBOS ANDALUZ BALTEAU BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRUM BRVAL BTM BURNDY CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE DBTEC DELTA CANALETAS DELTA PAINEIS DL ENCOMEL DMA PAINÉIS DUTOPLAST EATON EBM

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

EMPRESA

Fornece Serviços de Instalação e/ou manutenção de quipamentos

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

Importa produtos acabados

110

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

Outros

Cubículos

Quadros de distribuição

CCM

Caixas de medição

Armários modulares

Outros

Quadros para medidores de energia

Tipos de invólucros (caixas vazias)

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Mesas de comando

Quadros para áreas classificadas (EX)

Quadros de automação

Cabines primárias

Cubículos MT

Cabines de barramentos

Centro de controle de motores (CCM)

Quadros para partida de motores em MT

Cubículos tipo Metal-Clad

Estado

Quadros de distribuição de luz

Belo Horizonte Curitiba Contagem Limeira Porto Alegre Belo Horizonte Osasco Contagem Maringá Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais Campo Largo Curitiba Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Guarulhos Panambi Guarulhos

Quadros de distribuição de força

Cidade

www.egom.ind.br www.elcosul.com.br www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletroatlanta.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletrol.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engerey.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fastweld.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br

3486-1166 3376-2441 3361-1636 3453-5457 3367-1899 3377-4850 3482-7702 3361-1081 3027-9868 3375-6700 3520-5000 3383-9290 2111-3000 3268-7920 3239-7400 3022-3050 4168-4646 5562-8866 5058-1583 2425-7180 3375-9500 2087-6000

Fornece Serviços de Instalação e/ ou manutenção de quipamentos

Site

(31) (41) (31) (19) (51) (31) (11) (31) (44) (47) (43) (41) (41) (41) (41) (41) (11) (11) (11) (11) (55) (11)

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone

EGOM ELCOSUL ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO ATLANTA ELETRO PAINEL - MG ELETROL ELETROMECAP ELETROPAINEL - PR ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGEREY ENGETECH ESA FASORIAL FASTWELD FOCKINK FORTLIGHT

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

EMPRESA

Importa produtos acabados

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

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Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2015

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

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Outros

Cubículos

Quadros de distribuição

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CCM

Cabines de barramentos

Cubículos MT

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Caixas de medição

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Armários modulares

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Outros

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Quadros para medidores de energia

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Mesas de comando

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Quadros para áreas classificadas (EX)

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Quadros de automação

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Cabines primárias

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Centro de controle de motores (CCM)

X

Quadros para partida de motores em MT

Estado

Cubículos tipo Metal-Clad

Curitiba São Leopoldo Contagem Suzano Schroeder Belo Horizonte Rio de Janeiro Pinhais Jundiaí São Paulo Boituva Tatuí Cornélio Procópio Mauá Indaiatuba Americana Taubaté Curitiba São Paulo Cotia São Paulo Indaiatuba São Paulo Duque de Caxias Curitiba Joinville São Paulo Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Betim Campinas Almirante Tamandaré

Quadros de distribuição de luz

Cidade

www.forza-ind.com.br www.frontec.com.br br.geindustrial.com www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.hager.com.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.helzin.com.br www.holecbarras.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.industrialbr.com.br www.inntag.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaoabage.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.kron.com.br www.kssbrasil.com.br www.legrand.com.br www.libapaineis.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.mabitec.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mecatron.ind.br www.megatecpaineis.com.br www.megatech.eng.br

Quadros de distribuição de força

Site

(41) 3345-1140 (51) 3201-2477 0800 595 6565 (11) 4752-9900 (47) 3374-6380 (31) 3389-6500 0800 724 2437 (41) 2109-8800 (11) 2136-9090 (11) 2634-3330 (11) 4191-3144 (15) 3322-7000 (43) 3401-1000 (11) 4555-1225 (19) 3834-5792 (19) 3648-3700 (12) 3627-8000 (41) 3371-5600 (11) 2249-9604 (11) 4613-4555 (11) 5525-2000 (19) 3936-9111 (11) 5644-2600 (21) 3678-7706 (41) 3288-6940 (47) 3145-4600 (11) 2337-1491 (19) 3455-5266 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (31) 3073-1180 (19) 2511-5650 (41) 3698-5644

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Fornece Serviços de Instalação e/ou manutenção de quipamentos

Telefone

FORZA FRONTEC GE GIMI GRAMEYER GRUPO CEI HAGER HDS HELLEMANNTYTON HELZIN HOLEC BARRAS HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INDUSTRIAL BR INNTAG INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE KIENZLE CONTROLS KITFRAME KRON MEDIDORES KSS BRASIL LEGRAND LIBA PAINÉIS LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE MABITEC MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MECATRON MEGATEC PAINÉIS MEGATECH

Oferece treinamento técnico para os clientes

EMPRESA

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

Importa produtos acabados

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Pesquisa - Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2015

www.rdibender.com.br www.reimold.com.br www.renetec.com.br www.rittal.com.br www.rockwellautomation.com.br www.rudolphfixacoes.com.br www,scame.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com.br www.sempel.com.br www.seniorengenharia.com.br www.sicesbrasil.com.br

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

Cubículos

Quadros de distribuição

CCM

Caixas de medição

Armários modulares

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Outros

Quadros para medidores de energia

Mesas de comando

Quadros para áreas classificadas (EX)

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Quadros de automação

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Cubículos MT

X X X X X X

Centro de controle de motores (CCM)

X X X X X X

Cabines primárias

X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Cabines de barramentos

SP SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC RS RJ MG PR RJ SP SP SP SP SP SC SP SP SP MG MG SP

Quadros para partida de motores em MT

Estado

Cubículos tipo Metal-Clad

São Bernardo do Campo Itatiba São Paulo Chapecó Diadema São Paulo Sorocaba Ribeirão Preto São Paulo São Paulo Boituva Arujá São Paulo Itatiba Guarulhos Schroeder Cachoeirinha Rio de Janeiro Belo Horizonte Curitiba São Gonçalo Osasco Caieiras Santo André São Paulo São Paulo Timbó Atibaia São Paulo Campinas Contagem Pedro Leopoldo Itapevi

Quadros de distribuição de luz

Cidade

www.metalaserpaineis.com.br www.montereletrica.com.br www.multhiplos.com.br www.nord.eng.br www.novemp.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.paineil.ind.br www.patecpaineis.com.br www.patola.com.br www.pentair.com.br www.phaynell.com.br www.phoenixcontact.com.br www.pressmat.com.br www.propainel.com.br www.progressul.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.qualimontec.com.br www.queller.com.br

4368-7828 4487-6760 2724-8333 3361-3900 4093-5300 2122-5777 3335-1382 3226-1966 2917-3399 2193-7500 5184-2100 4652-0066 3871-6400 4534-7878 2499-1314 3054-0123 2117-6600 2428-3155 3441-2810 3346-4969 3565-6622 3602-6260 3904-3554 4991-1999 3622-2377 5189-9500 3281-2929 4402-2646 2165-5400 3515-2000 3328-6200 2105-9800 4193-2008

Quadros de distribuição de força

Site

(11) (11) (11) (49) (11) (11) (15) (16) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (47) (51) (21) (31) (41) (21) (11) (11) (11) (11) (11) (47) (11) (11) (19) (31) (31) (11)

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone

METALASER MON-TER MULTHIPLOS NORD ELECTRIC NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN PAINEL PATEC PATOLA PENTAIR HOFFMAN PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PRESSMAT PRO PAINEL PROGRESSUL QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR QUALIMONTEC QUELLER RAX TECNOLOGIA RDI - BENDER REIMOLD RENETEC RITTAL BRASIL ROCKWELL RUDOLPH FIXAÇÔES SCAME SCHNEIDER ELECTRIC SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SICES BRASIL

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

EMPRESA

Fornece Serviços de Instalação e/ou manutenção de quipamentos

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

Importa produtos acabados

114

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X

X X X X X X X

X

X X

X X

X X

X X X X X X X

X X X X

X X X X

X

X X X X X X X

X X X X X X X

X

X X X X X X X X X X X X X

X

X X

X X

X X X

X X X


115

O Setor Elétrico / Abril de 2015

SP RJ RS SP SP SC SP SP RJ SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SC SP

X X X X X

X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X

X X X X X

X

X X X X

X X

X X X

X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X

X

X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X

X X X X X X

X X X X X

X X X X X X X X

X X X X X X

X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X

X X X X X

Outros

Cubículos Acessórios e ferragens em geral para painéis

Quadros de distribuição

CCM

Caixas de medição

Armários modulares

Outros

Tipos de invólucros (caixas vazias)

X

X X X

Quadros para medidores de energia

Mesas de comando

Quadros para áreas classificadas (EX)

Quadros de automação

Cabines primárias

Cubículos MT

Cabines de barramentos

Centro de controle de motores (CCM)

Quadros para partida de motores em MT

Cubículos tipo Metal-Clad

Estado

Quadros de distribuição de luz

São Paulo S. João de Meriti Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba Diadema São José do Rio Preto Itupeva Jaraguá do Sul Araras

Quadros de distribuição de força

Cidade

www.siemens.com.br www.sigeral.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.strahl.com www.taf.ind.br www.tascoltda.com.br www.tecmedpaineis.com.br www.tecnac.com.br www.tecnoprata.com.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.transfersistemas.com.br www.trexcon.com.br www.varixx.com.br www.vepan.com.br www.vmgeletrica.com.br www.vrpaineis.com.br www.wago.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br

Fornece Serviços de Instalação e/ ou manutenção de quipamentos

Site

0800 11 9484 (21) 3757-3800 (51) 2109-0000 (11) 2248-7000 (11) 2818-3838 (47) 3441-9100 0800 770 3171 (11) 4092-7220 (21) 2270-2531 (11) 3951-8876 (11) 2946-4646 (47) 3441-5000 (11) 4189-9710 (11) 3855-3360 (19) 3301-6900 (11) 4645-2141 (11) 5671-2591 (17) 4009-5100 (11) 4591-0199 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400

Oferece treinamento técnico para os clientes

Telefone

SIEMENS SIGERAL SOPRANO STECK STRAHL TAF INDÚSTRIA TASCO TEC MED TECNAC TECNOPRATA TELBRA EX TIGRE TRANSFER TREXCON VARIXX VEPAN VMG VR PAINÉIS WAGO WEG ZETTATECCK

Importa produtos acabados

EMPRESA

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

X X

X X

X X

X X X X

X X X X X X X

X X X

X X X


116

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por André Luis Müller da Silva, Edemir Luiz Kowalski, Dailton Pedreira Cerqueira, Guilherme Rachelle Hernaski, Isaú de Oliveira Nascimento, Kátia Cilene Falcão Xavier, Marcelo Antônio Ravaglio, Marilda Munaro, Mario José Costa Pinheiro, Mario Pinheiro, Rafael Pires Machado e Victor Salvino Borges*

Substituição de cabos de média tensão Metodologias e equipamentos desenvolvidos para a substituição de condutores das redes de média tensão com técnica de linha viva


117

O Setor Elétrico / Abril de 2015

P

no

do lucro cessante na comercialização

atendidos em alta e baixa tensão. Todas

fornecimento de energia elétrica aos

de energia elétrica no período e grande

as

consumidores,

insatisfação dos consumidores afetados.

patenteadas em 2007 e, no momento, o

utilizam na manutenção das redes de

Além

projeto encontra-se na fase da cadeia de

distribuição a técnica de linha viva, ou

industriais, em grande quantidade, em

inovação.

seja, manutenção com a rede energizada.

Salvador e região metropolitana, não

Com

As redes de distribuição de média e baixa

podem ter o fornecimento de energia

tornar a técnica e os equipamentos

tensão mais antigas devem passar por

interrompida

desenvolvidos

manutenções preventivas e corretivas,

consumidores especiais.

tanto em função da ampliação da carga

e de consumidores como também pela

tais

necessidade de mudança dos cabos

Eletricidade da Bahia (Coelba) e o

de cobre ou alumínio utilizados, que,

Lactec, acompanhados na sequência

com o passar do tempo, sofrem as

pela empresa Feergs iniciaram, em

ações do meio ambiente, processos

agosto de 2005, um projeto de pesquisa

de envelhecimento e degradação. A

e desenvolvimento (P&D) visando a

substituição destes condutores com a

substituição de condutores nus das

rede energizada é necessária devido ao

redes de média e baixa tensão por

este

elevado percentual de condutores que

cabos

multiplexados,

e testado em condições de tensão

apresentam problemas de degradação,

respectivamente,

empregando-se

e impulso de tensão para atender a

bem como a necessidade de tornar a rede

técnicas de linha viva e com o diferencial

classe de tensão de até 15 kV. Além

mais eficiente para garantir a operação

de todo o serviço ser realizado com a

de sua funcionalidade para realizar a

de seu sistema de distribuição. Com o

rede energizada. O trabalho contempla

passagem do cabo a ser lançado, tem

desligamento da rede de distribuição,

o desenvolvimento de metodologia,

papel de isolador de pino provisório. É

porém, a duração da interrupção no

procedimentos

equipamentos

fabricada na versão para passagem do

fornecimento de energia elétrica fica

especiais para garantir a segurança

cabo (postes intermediários) e versão

elevada, com consequente prejuízo nos

das equipes de eletricistas, bem como

para os postes de entrada e saída dos

índices de qualidade coletivos DEC e FEC

evitar a interrupção do fornecimento

cabos. A carretilha desenvolvida pode

e os individuais DIC, FIC e DMIC, além

de energia elétrica aos consumidores

ser visualizada na Figura 1.

ara

se

reduzir as

a

interrupção

concessionárias

dos

casos

Buscando

em

citados,

função

a

problemas,

regiões

de

serem

protegidos

Companhia

e

e

este

desenvolvidas

trabalho, acessíveis

foram

pretende-se às

demais

concessionárias de energia e serão

minimização a

ferramentas

de

apresentados os resultados obtidos com

de

os testes realizados ao longo dos anos de 2012 e 2013.

Equipamentos e ferramentas utilizados Carretilha de média tensão isolada: equipamento

foi

desenvolvido


118

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por Marco Antônio Aguillera*

Figura 1 – Carretilha de média tensão isolada nas duas configurações. Figura 2 – Sistema de união cabo corda.

Sistema de união cabo corda: este dispositivo foi projetado para garantir o aprisionamento do cabo protegido a ser lançado

deve seguir as orientações convencionais para as cordas

e acoplá-lo à corda isolada de tração. Possui uma região isolada

aplicadas em serviços em redes energizadas.

para tensões de 15 kV de forma a manter o isolamento elétrico

entre o cabo a ser lançado e a corda de tração. O sistema de

desenvolvido para possibilitar que todo o trabalho de lançamento

mandril para aprisionar o cabo é fabricado para diferentes

das carretilhas, corda guia e corda de tração possa ser efetuada

bitolas de condutor. O equipamento é apresentado na Figura 2.

do solo, sem a necessidade das equipes de linha viva. Trata-se

Corda de linha viva: trata-se de corda convencional aplicada

de tubo confeccionado em fibra de vidro e acoplado à vara de

em linha viva, com ensaios dielétricos realizados segundo as

manobra telescópica. O dispositivo permite que a corda seja

normas ASTM 1701-12 e a ABNT NBR 13018. Sua utilização

lançada por dentro da carretilha sem a necessidade de sua

Sistema para lançamento de corda guia: este sistema foi


119

O Setor Elétrico / Abril de 2015

abertura. Um peso de 300 g realiza a descida da corda guia após ela ter sido corretamente posicionada na carretilha. O detalhe do equipamento pode ser observado na Figura 3.

Figura 3 – Sistema de lançamento da corda guia.

Figura 4 – Ferramenta auxiliar em “V”.

Ferramenta auxiliar em “V”: esta ferramenta, como pode ser

situações. É acoplada à vara de manobra telescópica.

vista na Figura 4, possui dois roletes que possibilitam o auxílio

Mufla de isolamento do cabo: este dispositivo (Figura 5)

no lançamento de cabos em situação com impedimentos como

deve ser instalado na ponta do cabo que se encontra sobre o

cabos da rede de baixa tensão e média tensão, vegetação etc.,

carretel, a fim de isolar sua livre extremidade. É confeccionado

servindo de apoio para a passagem do cabo. Também auxilia

em material isolante para a classe de 15 kV para as diversas

no lançamento da corda guia e corda de tração nas mesmas

bitolas de cabos protegidos.


120

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Métodos

Para a substituição de condutores energizados da rede de

distribuição de média tensão, propôs-se uma metodologia de trabalho específica. Os procedimentos convencionais de trabalho em linha viva adotados em cada concessionária ou por suas empreiteiras, entretanto, devem ser mantidos, uma vez que Figura 5 – Mufla para isolamento do cabo.

Sistema de tração cabo corda: o sistema de tração cabo corda

o procedimento apresentado refere-se apenas ao lançamento e à instalação dos novos condutores, utilizando técnicas de linha viva. Os procedimentos iniciais a serem seguidos são:

foi desenvolvido para eliminar o esforço dos eletricistas no lançamento do cabo novo. O equipamento visto na Figura 6 funciona com baterias e possui autonomia para oito horas de uso.

a. Inspeção prévia das estruturas em que se fará a manutenção em linha viva, verificando se elas possuem condições de trabalho e se

Possui sistema de recarga (110/220 V) das baterias e capacidade

possibilitam o recebimento de carga adicional. Também deve ser

para tracionar 300 m a uma velocidade de 12 metros por minuto.

avaliada a firmeza dos postes de distribuição, pois os condutores antigos de cobre podem se encontrar em estado mecânico comprometido, podendo romper durante o serviço. Se houver viabilidade na aplicação da tarefa deve-se passar à etapa seguinte, que se refere ao trabalho propriamente dito de manutenção em rede energizada. Qualquer alteração na rede deverá ser realizada previamente; b. A seguir, realiza-se o isolamento e a sinalização completa da área na qual será realizado o serviço. Não deve ser permitida a passagem de transeuntes pela área de isolamento durante toda a atividade; c. Prepara-se o ferramental a ser usado na execução da tarefa. Determina-se o sentido de lançamento do cabo, pois este definirá o melhor posicionamento das carretilhas. As carretilhas podem ser instaladas de três formas diferentes a serem definidas em função da disponibilidade de equipes e rapidez com que se deseja executar a atividade, sendo elas:

Figura 6 – Sistema de tração cabo corda.

c.1) Lançamento das carretilhas do solo: com vara de

Sistema isolado de liberação do cabo: o sistema de liberação

manobra telescópica encaixa-se o parafuso de aperto

de cabo foi desenvolvido para garantir o isolamento elétrico da

da carretilha no engate da vara de manobra e eleva-se

bobina de cabo em solo, como pode ser visto na Figura 7. Possui

a carretilha até a cruzeta encaixando-a nesta. Após

um sistema de freios que permite controlar a velocidade de

posicioná-la corretamente entre os isoladores de pino,

tração do cabo, a fim de manter seu lançamento contínuo sem

realiza-se o seu aperto. A Figura 8 mostra o método.

formação de catenárias elevadas, bem como o balanço do cabo.

Figura 7 – Sistema isolado de liberação do cabo.

Figura 8 – Carretilha sendo instalada na cruzeta a partir do solo por meio de vara de manobra telescópica.


O Setor Elétrico / Abril de 2015

121

c.2) Lançamento das carretilhas com escada: com o bastão pega-tudo (3,60 m), encaixa-se o parafuso de aperto da carretilha no engate do bastão e eleva-se a carretilha até a cruzeta encaixando-a nesta. Após posicioná-la corretamente entre os isoladores de pino, realiza-se o seu aperto.

Figura 9 – Carretilha sendo instalada na cruzeta com bastão pega-tudo.

c.3 Lançamento das carretilhas com cesto aéreo: neste caso, o eletricista em cesto aéreo isolado, seguindo todos os procedimentos de linha viva, instala diretamente a carretilha na cruzeta, posicionando-a corretamente entre os isoladores de pino e realizando seu aperto.

Figura 10 – Carretilha sendo instalada na cruzeta com utilização do cesto aéreo isolado.

Do solo, com o dispositivo de lançamento de corda-guia

isolada acoplado à vara de manobra telescópica, é lançada sobre as carretilhas a corda-guia. Esta será utilizada para tracionar a corda isolante que, por sua vez, tracionará os novos condutores. Deve-se assegurar que a corda-guia esteja por cima de todos os ramais de alimentação de consumidores, cabos telefônicos, árvores, etc.

Amarra-se a corda guia à corda de tração e a lança, por

meio do tracionamento da corda guia, passando-a por todas as carretilhas até chegar ao ponto em que se encontra o cabo a ser lançado.

Efetua-se o acoplamento entre a corda isolante de tração e o

novo condutor. Caso haja necessidade de lançar outro condutor sem reposicionamento das carretilhas, pode-se acoplar uma nova corda-guia junto com o cabo. Esta nova corda-guia deverá ser liberada vão a vão da carretilha isolada.

Na bobina do novo condutor, protege-se sua extremidade

interna com a mufla terminal. Deve-se assegurar que a bobina


122

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2015

do novo condutor esteja adequadamente protegida.

O conjunto corda-guia, corda isolante e o novo cabo

deverá ser tracionado a cada vão (entre dois postes), de modo a evitar descarrilamento e vibração excessiva das estruturas. Assim, é facilitada a execução da tarefa e aumenta-se o nível de segurança. Deve-se controlar a liberação do cabo para evitar seu contato com o solo, sincronizando-o ao procedimento de tração. O eletricista deverá utilizar luvas isolantes de classe 2 e deve controlar a liberação do cabo posicionado sobre uma banqueta ou lençol isolante (classe 3). Abaixo da bobina, deve-se instalar um lençol isolante de classe 4. Faz-se o encabeçamento do condutor lançado que chegou à última estrutura, de acordo com os procedimentos convencionais de linha viva. Na outra extremidade, traciona-se

Figura 11 – À esquerda, a vista aérea do local em que foi realizada a substituição de cabos de dois vãos. À direita podem-se observar as estruturas trabalhadas.

o novo condutor, rebobinando o excedente e realiza-se o seu encabeçamento na estrutura terminal.

Depois é efetuada a ligação em paralelo (jumper) do novo

Na Figura 12, pode-se visualizar as três estruturas trabalhadas

cabo lançado ao condutor antigo de mesma fase, em uma das

nesta atividade, ressaltando-se a estrutura intermediária (fotografia

estruturas terminais.

central), da qual sai uma derivação a consumidor especial.

Transferem-se os ramais de alimentação de consumidores

de alta tensão e de transformadores de distribuição para o novo condutor de média tensão.

Cortam-se as extremidades do cabo antigo, desenergi­

zando-o, e retira-o dos isoladores de pino e das estruturas em manutenção, respeitando procedimentos convencionais padronizados para esta tarefa.

Além disso, retira-se o novo condutor das carretilhas de

média tensão e o instala nos isoladores de pino, efetuando-se as amarrações necessárias.

Repete-se o procedimento para as outras fases do circuito em

manutenção, quando necessário, recolhendo e armazenando todo o ferramental empregado e a sinalização de segurança.

Resultados e discussão Figura 12 – À esquerda a estrutura 1, ao centro a estrutura 2, e à direita a estrutura 3.

Entre os trabalhos serão apresentados dois que foram realizados ao longo do ano de 2012 e 2013 nas redes de distribuição da Coelba, devido a dificuldades técnicas, como

Realizados todos os procedimentos iniciais da atividade, como

o trânsito de veículos e a importância dos alimentadores

antes descrito, inicia-se o processo de instalação das carretilhas,

para a concessionária. Na Rua Mello Moraes Filho, na cidade

como pode ser observado na Figura 13.

de Salvador, realizou-se a atividade de substituição de dois vãos de condutores de média tensão com a rede energizada do alimentador, com potência instalada de 2,24 MVA. O desligamento deste alimentador afetaria 3.194 consumidores e possuía a particularidade de uma derivação de consumidor especial. Na Figura 11, visualiza-se uma imagem aérea do local obtida por meio do Google Mapas.

Figura 13 – Carretilha instalada nas três estruturas.


123

Com as carretilhas instaladas e protegidas as partes energizadas que representassem

risco, inicia-se o processo de passar a corda-guia nas carretilhas e a passagem da corda de tração. A Figura 14 mostra os eletricistas de linha viva realizando este procedimento.

Figura 14 – Passagem da corda-guia e corda de tração.

Após a corda de tração ter sido lançada, ela é unida ao cabo protegido por meio do

dispositivo união cabo-corda (Figura 15).

Figura 15 – Montagem do sistema de união cabo -corda.

O próximo passo é a realização da tração da corda isolada e lançamento do novo

cabo, como pode ser visto na Figura 16.

Figura 16 – Lançamento do novo cabo.

A seguir realiza-se o encabeçamento do cabo novo às estruturas (Figura 17).

Figura 17 – Procedimento de encabeçamento dos cabos novos.

Nas estruturas de passagem, são realizadas a troca dos isoladores de pino e a instalação

do cabo novo, processos que podem ser observados na Figura 18.

Figura 18 - Troca do isolador de pino e transposição do cabo novo da carretilha para o isolador de pino.


124

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Depois de realizadas todas as substituições, a ligação em

paralelo entre o cabo a ser removido e o novo cabo é feita seguida da desenergização do cabo antigo e sua retirada vão a vão (Figura 19).

Figura 21 – Visão área do local onde foi realizada a substituição da rede de média tensão.

Figura 19 – Estabelecimento da ligação em paralelo e desenergização do cabo antigo e sua remoção vão a vão.

As substituições foram realizadas em quatro estruturas, as

quais podem ser visualizadas na Figura 22.

Todo este procedimento é realizado para cada uma das

demais fases. Na Figura 20, pode-se visualizar as três fases lançadas pelo método desenvolvido, bem como o serviço concluído sem o desligamento de consumidores.

Figura 22 – Detalhamento das estruturas em que foi realizada a substituição dos condutores.

Todo o serviço foi realizado seguindo a metodologia descrita

anteriormente, mas, neste caso específico, optou-se por instalar as carretilhas com o cesto aéreo isolado e por meio de bastão Figura 20 – À esquerda corda-guia amarrada à corda de tração e à direita união cabo-corda.

pega tudo. Na Figura 23, podem-se observar as carretilhas instaladas nas quatro estruturas.

O término desta atividade foi próximo às cinco horas da

tarde, tendo sido o tempo médio de tempo de troca de cada fase de uma hora e vinte minutos. Ressalta-se que todas as atividades comerciais e industriais da região que dependem do fornecimento de energia elétrica não foram interrompidas, como não houve impedimentos no trânsito local que era bastante intenso.

Outra importante atividade realizada foi a substituição dos

Figura 23 – Estruturas com carretilhas instaladas.

cabos nus às margens da rodovia BA 093 entre as cidades de Camaçari e Dias D’ Ávila. Na Figura 21, visualiza-se uma imagem

aérea obtida por meio do Google Mapas e uma vista da rodovia na

seguintes no processo de substituição dos condutores, como

qual foi realizado o serviço. Observa-se na Figura 22 que o circuito

já detalhados na metodologia, bem como na primeira atividade

de média tensão é duplo e próximo às linhas de transmissão.

realizada.

Da Figura 24 à Figura 26 podem-se observar os passos


125

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Conclusões Neste trabalho, foram apresen­ tados

os

equipamentos

e

as

ferramentas desenvolvidos no projeto, bem como a metodologia aplicada para a realização de substituição de Figura 24 – Á esquerda, vista das estruturas com as carretilhas e corda de tração. À direita, observa-se o cabo sendo tracionado.

redes de média tensão energizadas. Foram

discutidas

duas

atividades

realizadas na cidade de Salvador e região, tendo sido executadas com total êxito, demonstrando que os equipamentos, e

os

os

métodos

procedimentos

aplicados

tornam

possível a realização de substituição de cabos de média tensão com a rede energizada, aplicando-se técnicas de Figura 25 – Realização do encabeçamento do cabo nas estruturas de entrada e saída e estabelecimento da ligação em paralelo do cabo antigo e o novo. À direita pode-se observar a corda de tração devidamente posicionada na carretilha para o lançamento da segunda fase.

linha viva. Atualmente, o projeto, que já realiza substituição de condutores de baixa tensão sem desligamento de

consumidores,

de

avaliação

está

final

em

dos

fase

métodos,

ferramentas e procedimentos para a conversão de redes convencionais em redes compactas.

Referências • http://www.patentesonline.com.br/

Figura 26 – Lançamentos da segunda e terceira fases.

sistema-para-substitui-o-de-condutoresem-redes-de-m-dia-e-baixa-tens-oem-linha-188303.html • ASTM

F1701-12.

Standard

Specification for Unused Rope with Special Electrical Properties • ABNT

NBR

13018.

Corda

para

trabalho em instalação energizada – Transmissão. * Edemir Luiz Kowalski, Guilherme Rachelle Hernaski, Marcelo Antônio Ravaglio, Marilda Munaro, Rafael Pires Machado e Victor Salvino Borges são engenheiros do Lactec. Figura 27 – Serviço concluído.

O

serviço

foi

aproximadamente trabalho.

Durante

concluído

em

trabalho,

horas

de

técnicos, tendo sido concluído sem a

realização

do

ocorrência de desligamentos.

quatro a

Dailton Pedreira Cerqueira, Isaú de Oliveira

não

ocorreram

problemas

Nascimento, Kátia Cilene Falcão Xavier, Mario José Costa Pinheiro e Mario Pinheiro são engenheiros da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba).


Espaço 5419

126

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Proteção dos sistemas eletroeletrônicos As

descargas

atmosféricas

A nova ABNT NBR 5419 consagra o

transferem uma altíssima quantidade

princípio que proteger uma edificação

de

danificar

contra

A

nova

também é assegurar a integridade das

versão da norma ABNT NBR 5419

suas instalações elétricas e dos seus

apresenta as medidas que devem

equipamentos eletrônicos, permitindo

ser tomadas para limitar os efeitos

que seus sistemas funcionem durante

destas descargas sobre os sistemas

e após a ocorrência das descargas

eletroeletrônicos

atmosféricas.

energia

equipamentos

que

pode

eletrônicos.

no

interior

das

descargas

atmosféricas

Para

alcançar

este

estruturas.

objetivo, a NBR 5419 desenvolve em

A última das quatro partes em que

sua parte 4 as ações necessárias para a

se divide a ABNT NBR 5419 apresenta o

proteção dos equipamentos elétricos

que deve ser feito para a instalação de

e eletrônicos dentro da estrutura

um sistema interno de proteção contra

protegida. Estas prescrições não são

descargas atmosféricas que vai evitar

novas e muitas delas estão descritas,

que a parcela da corrente de impulso

ou

que seria conduzida para dentro da

proteção contra surtos existentes em

edificação pela sua instalação elétrica,

outras normas, como a ABNT NBR

caso ele não existisse, danifique a

5410:2004, ou já existem com uma

instalação e os seus componentes.

abordagem superficial na atual ABNT

Sempre se considerou que uma

NBR 5419:2005.

edificação deveria ser protegida contra

descargas atmosféricas para evitar

profissionais

passam

danos a sua estrutura. Mas atualmente

documento

que

é claro para todos que uma descarga

forma

atmosférica pode interferir com os

principais pontos que fundamentam

sistemas eletroeletrônicos em uma

tecnicamente

a

edificação, mesmo que ela não seja

sobretensões

transitórias,

diretamente atingida.

aquelas causadas por eventos internos

fundamentam,

Com

a

as

nova

completa

medidas

NBR

e

de

5419,

os

ter

um

a

aborda

de

detalhada

os

proteção

contra mesmo


127

O Setor Elétrico / Abril de 2015

à instalação.

Dessa maneira, a nova norma não

A própria sequência em que os

A parte 4 da nova NBR 5419

eliminará a necessidade de se utilizar

temas são apresentados na norma

define os termos que serão utilizados,

todas as medidas em conjunto. Muitas

mostra como o projeto deve ser

apresenta as Medidas de Proteção

vezes os profissionais procuram não

desenvolvido. O objetivo das medidas

contra Surtos (MPS) e apresenta o

a solução técnica para um problema,

de proteção contra surtos é limitar

que são Zonas de Proteção contra

mas um atalho que justamente elimine

as diferenças de potencial dentro

Raios (ZPR). A seguir os conceitos de

a efetivação da solução apresentada

da edificação, levando-as a valores

aterramento

pela

aceitáveis pelos elementos a serem

e

equipotencialização

norma.

Atualmente

é

muito

são muito bem definidos e explicados,

comum que instalações elétricas muito

protegidos.

e

antigas

com

eles

bem

estudados,

o

ou

inadequadas

recebam

Com a nova edição da ABNT NBR

profissional terá a base necessária

equipamentos

que

5419 não será mais possível considerar

para proteger os equipamentos contra

necessitem ser protegidos. A norma

o projeto do Sistema de Proteção

os surtos de tensão.

apresenta

necessárias

contra Descargas Atmosféricas (SPDA)

modernos

as

medidas

o

para proteger estes equipamentos e o

independente do projeto elétrico. A

roteamento das linhas elétricas e a

profissional envolvido perceberá, com

implementação das MPS só pode ser

aplicação dos Dispositivos de Proteção

ou sem a norma, que inevitavelmente

feita se o projeto da instalação elétrica

contra Surtos (DPS) complementam

será

ou

e o do SPDA forem desenvolvidos de

esta parte 4, sempre partindo do

modernizar, esta instalação, sem o que

forma coordenada. A filosofia por trás

princípio que as medidas devem ser

será impossível implantar as medidas

da parte 4 desta norma considera que

complementares.

descritas na parte 4 da nova NBR

uma parcela da “corrente do raio”

5419.

entra na edificação, exista ou não o

SPDA externo.

A

O

blindagem

grande

profissionais

dos

desafio devem

cabos,

que

os

vencer

é

necessário

adequar

Especificamente para os fabricantes

justamente a leitura da norma como

de dispositivos de proteção contra

Para

um todo e não tentar buscar em algum

surtos, a nova norma será muito

aplicação da nova ABNT NBR 5419, em

trecho a solução de um problema

útil.

fabricantes

próximas edições da revista O Setor

específico. Muito do que é feito

incentivem a divulgação e a aplicação

Elétrico traremos artigos comentando

atualmente em termos de proteção

desta norma, será possível uma melhor

os principais pontos da parte 4.

contra surtos carece de fundamento

aplicação

técnico e ainda é feito de forma

serão instalados de forma mais eficaz

5419 representará um desafio para

parcial. A parte 4 da NBR 5419 não

e com melhores resultados.

os profissionais, já que não serão

é, como nenhuma norma deve ser,

mais

um manual ou um guia de proteção

feita na maioria das vezes de forma

dos equipamentos eletroeletrônicos

contra surtos, mas apresenta todas

aleatória,

contra

as informações necessárias para que

os próprios fabricantes se frustram

não se poderá mais alegar falta ou

alguém com prévio conhecimento em

porque a instalação do DPS é apenas

divergência de informação sobre o

eletricidade consiga proteger uma

parte

que deve ser feito.

instalação elétrica, seus componentes

dispositivos

e operadores contra os efeitos de uma

se não tiverem sido especificados e

Por Sergio Roberto Santos, engenheiro

descarga atmosférica, ou contra surtos

instalados dentro de critérios, os quais

eletricista e membro da comissão de estudos

originários de manobra.

são descritos nesta norma.

CE 003.064.10, do CB-3 da ABNT.

Desde

que

destes

estes

dispositivos,

que

Atualmente, a utilização de DPS é sem

da

nenhum

proteção,

critério

sendo

totalmente

e

estes

facilitar

e

incentivar

a

A nova edição da ABNT NBR

aceitos surtos

lapsos de

na

tensão,

proteção porque

ineficazes


128

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Proteção contra efeitos térmicos do

Esta seção é reservada a um resumo que

está

sendo

discutido

nas

O

texto

aprovado

nas

seções

correspondentes encontra-se a seguir:

5.2 Proteção contra efeitos térmicos

que revisa a atual ABNT NBR 5410:2004, tendo por base as alterações do texto participantes.

É

é tratada em 5.3.

5.2.2 Proteção contra incêndio provocado por produto elétrico

5.2.1 Generalidades

da IEC correspondente e os pontos pelos

incluindo os serviços de segurança. Nota: A proteção contra as sobrecorrentes

reuniões da comissão CE 03:64-001,

apresentados

funcionamento dos produtos elétricos,

As pessoas, animais domésticos, bem

5.2.2.1 Regras gerais

importante sempre ressaltar que as

como os equipamentos e materiais fixos

citações desta coluna constituem um

adjacentes a componentes da instalação

5.2.2.1.1

relato do que foi discutido e aprovado

elétrica, devem ser protegidos contra:

domésticos

na reunião plenária pela Comissão de

• Os efeitos térmicos, a combustão ou

protegidos contra danos ou ferimentos

Estudos, porém, a aprovação como parte

a degradação dos materiais e o risco

provocados pelo calor ou fogo que pode

oficial do Projeto de Norma, somente

de queimadura associado aos produtos

ser gerado ou propagado pela instalação

será feita antes de o texto ser enviado

elétricos;

elétrica, considerando os requisitos desta

para consulta nacional. Algumas seções

• A propagação de chamas, em caso de risco

norma e as instruções dos fabricantes de

que serão complementadas somente

de incêndio propagado pelas instalações

equipamentos.

ao final dos trabalhos de revisão (por

elétricas a outros compartimentos com

exemplo, referências normativas) não

barreiras dispostas na proximidade; e

não pode causar perigo ou efeitos danosos

estão descritas aqui.

As

deficiências

na

segurança

de

As e

pessoas, os

bens

os

animais

devem

ser

O calor gerado pelos produtos elétricos

para os materiais fixos vizinhos ou que podem ser previstos na proximidade de

tais produtos. Os produtos elétricos não

O calor gerado pelos produtos elétricos não pode causar perigo ou efeitos danosos para os materiais fixos vizinhos ou que podem ser previstos na proximidade de tais produtos.

podem apresentar perigo de incêndio para os materiais vizinhos.

Na reunião de 10.02.15 convencionou-se

usar o termo “componente” de maneira geral, seja para um equipamento, produto ou material elétrico, em que a IEC chama de "equipment" do inglês ou "matériels" do francês, a ser revisado ao final dos trabalhos para uma análise crítica. Nota: Os danos, os ferimentos ou a ignição podem ser causados por efeitos como: acumulação de calor, radiação de calor, elementos quentes, redução das características de segurança do material


129

O Setor Elétrico / Abril de 2015

câmara resistente ao fogo, ventilada apenas

elétrico, por exemplo dispositivos de

extinção do arco.

proteção como disjuntores, termostatos,

Os

arcos

por atmosfera externa, e previsão de

limitadores de temperatura, juntas de

mencionados devem ser incombustíveis,

soleiras, ou outros meios, para evitar que o

estanqueidade na penetração dos cabos

apresentar baixa capacidade de condução

líquido inflamado se propague para outras

e sistemas de cabeamento, sobrecorrente,

térmica e possuir espessura capaz de

partes da edificação.

falhas

assegurar estabilidade mecânica.

Nota

de

provoquem

isolação

e/ou

arcos

perturbações,

que

materiais

resistentes

a

2:

Em

geral,

considera-se

"significativo" um volume igual ou superior

correntes

harmônicas, descargas atmosféricas (ver

5.2.2.1.4 – Os componentes fixos que

a 25 L.

série IEC 62305), sobretensões (ver ABNT

produzem concentração de calor devem

Nota 3: Para volumes inferiores a 25 L, é

NBR 5410-4-44, artigo 443), seleção ou

ser posicionados a uma distância suficiente

suficiente alguma providência que evite o

montagem

de qualquer objeto fixo ou elemento de

vazamento do líquido.

construção, de tal forma que tais objetos

Nota 4: É recomendável que a alimentação

inadequada

dos

materiais

elétricos. 5.2.2.1.2 – Quando as temperaturas externas dos equipamentos fixos puderem atingir valores suscetíveis de causar risco de incêndio aos materiais vizinhos, o equipamento deve ser: • Instalado sobre ou envolvidos por materiais que suportem tais temperaturas e possuam baixa capacidade de condução térmica; ou • Separado

dos

elementos

de

construção por materiais que suportem tais temperaturas e possuam baixa capacidade de condução térmica; ou • Instalado

de

modo

a

Componentes da instalação que contenham líquidos inflamáveis em volume significativo devem ser objeto de precauções para evitar que, em caso de incêndio, o líquido inflamado, a chama, a fumaça e os gases se propaguem para outras partes da edificação.

guardar

afastamento suficiente de qualquer material cuja integridade possa ser prejudicada por tais temperaturas e garantir uma segura

ou elementos não sejam submetidos, em

seja desligada tão logo um incêndio se

dissipação de calor, aliado à utilização de

condições normais, a uma temperatura

inicie.

materiais de baixa capacidade de condução

perigosa — por exemplo, uma temperatura

térmica.

superior à de sua ignição.

5.2.2.1.6 – Os materiais de invólucros aplicados a componentes da instalação

5.2.2.1.3 – Quando um componente da

5.2.2.1.5 – Componentes da instalação

durante a execução da obra devem suportar

instalação, fixo ou estacionário, for suscetível

que contenham líquidos inflamáveis em

a maior temperatura que o componente

de produzir, em operação normal, arcos ou

volume significativo devem ser objeto de

possa vir a atingir. Só se admitem invólucros

centelhamento, ele deve ser:

precauções para evitar que, em caso de

de material combustível se forem tomadas

• Totalmente envolvido por material

incêndio, o líquido inflamado, a chama,

medidas preventivas contra o risco de

resistente a arco; ou

a fumaça e os gases se propaguem para

ignição, como revestimento com material

• Separado, por materiais resistentes

outras partes da edificação.

incombustível, ou de difícil combustão, e

a arcos, de elementos construtivos da

Nota 1: Tais precauções podem ser, por

baixa capacidade de condução térmica.

edificação sobre os quais os arcos possam

exemplo:

ter efeitos térmicos prejudiciais; ou

• Construção de um fosso de drenagem

Por Eduardo Daniel, consultor da MDJ Assessoria e

• Instalado a uma distância suficiente dos

para coletar vazamentos do líquido e

Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel

elementos construtivos sobre os quais

assegurar a extinção das chamas em caso

Brasil e coordenador da Comissão de Estudos

os arcos possam ter efeitos térmicos

de incêndio;

03:064-001 do CB-3/ABNT, que revisa a norma de

prejudiciais, de modo a permitir a segura

• Instalação dos componentes em uma

instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.


130

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Integridade, transparência, corrupção e compliance – Parte 2 O combate à corrupção continua sendo manchete nos noticiários, esquentado com novos escândalos, manifestações populares e os pacotes do Governo Federal, Ministério Público Federal e Ordem dos Advogados do Brasil. Dentre as medidas anunciadas, chamo a atenção para os programas de “compliance” (conformidade à legislação e normas), assunto da regulamentação da Lei Anticorrupção (12.846/13). Reproduzo algumas pesquisas e estudos sobre “compliance” e corrupção empresarial, que mostram resultados alarmantes:

(OECD) de dezembro de 2014 (Fonte: Morrison/Foerster, client alert 07/01/2015) analisou 427 casos transnacionais concluídos desde a aprovação da sua Convenção Internacional Anti-Corrupção (1999): • Intermediários estavam envolvidos em 75% deles! • quase 67% ocorreram em quatro setores: mineração (19%); construção (15%); transporte e estocagem (15%); e informação e comunicações (10%); • em 57%, pagou-se propina para ganhar contratos públicos de compra.

processos periódicos de reporte interno; - 42% afirmaram não avaliar e monitorar riscos de fornecedores/parceiros (e os demais 58% não fazem com todo o seu espectro); - Ações mais efetivas em termos de “compliance”: treinamento de novos profissionais e análise de reclamações recebidas por meio da ouvidoria. Apesar disso, 50% não incluem os empregados no treinamento anticorrupção (e 26% somente incluem os parceiros e 17% os fornecedores).

Sobre a corrupção nas empresas

Sobre a gestão de “compliance” nas empresas (Deloitte, set/14)

3. Pesquisa por telefone da consultoria Grant Thornton com 300 empresas, entre junho e outubro de 2014, na sua maioria, do Rio de Janeiro e São Paulo (Fonte: Pedro Malavolta, Instituto Ethos - 21/1/2015): - Apenas 1/3 das pequenas e médias empresas já adotou alguma ação para se adequar à Lei (50% investiram em programas de “compliance”): 32,4% mudaram algum procedimento interno, 63,5% não tomaram nenhuma medida nova. - Das que iniciaram a adaptação, quase 80% investiram em processos de diligência e fiscalização dos fornecedores ou em soluções de tecnologia, e 75% realizaram treinamentos para a equipe.

1. Deloitte (Fonte: www.deloitte.com), pesquisa de set/14, com 124 respondentes de empresas no Brasil (75% do nível gerencial executivo; só 22% pertencem à área de “Compliance”), 75% de capital nacional; 51% com faturamento acima de R$ 500 milhões; setores distribuídos (enfatizando 7% petróleo, gás e mineração, 7% construção, 4% eletroeletrônico): - 55% responderam que houve caso de corrupção na empresa – e destes, 50% afirmaram que os casos foram descobertos por meio do canal de denúncias; - 57% concordam que corrupção é um custo intrínseco na forma de se fazer negócios no Brasil!; - Principais formas de corrupção: 1. Pagamentos indiretos (a agentes, representantes, contratados, etc.); 2. Presentes, hospitalidade, entretenimento e viagens inapropriadas; 3. Facilitação de licenças. 2. Relatório global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

- 75% investem até R$ 1 milhão/ano em “compliance”, considerado baixo para o porte das empresas. Pouco mais de 50% possui um profissional dedicado à área de “Compliance” (nos demais casos, o profissional acumula outras funções). - Só 21% tem escopo de atuação completo (escopo completo cobre: declaração de comprometimento da alta direção, políticas/ procedimentos internos, avaliação de riscos, treinamento e educação, canais de comunicação interna/externa, monitoramento e auditoria interna/externa, ações sobre violações, reporte para a alta direção e públicos externos, e ações para melhoria da gestão), destacando-se: - 65% possuem uma política anticorrupção formalizada, mas só 20% fazem divulgação interna e externa; - Somente 40% tem um processo de detecção e avaliação dos riscos relativos a atos ilícitos (e destes, metade não tem periodicidade definida); - Parcela significativa ainda não estabeleceu

Adequação à Lei Anticorrupção

Como vimos nas pesquisas citadas, o risco de corrupção é alto e frequente. Apesar do aumento das ações anticorrupção nas empresas, ainda há MUITO a fazer. Referências para a efetiva gestão de “compliance” não faltam, como é o caso da norma australiana AS 3806 (2006) e o Programa “Global Compact” das Nações Unidas - 10º Princípio (2004). Vamos avançar?



132

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Grandes mudanças a caminho para as lâmpadas Led

Finalmente, oficialmente regulamentarão

foram as a

publicadas

Portarias

que

certificação

de

lâmpadas de Led no Brasil. No dia 13 de março foram publicadas as Portarias nº 143 e nº 144, revisando o Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) e instituindo-se o Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC), respectivamente. Ambos os documentos encontram-se disponíveis no site do Inmetro para download. Estas portarias visam instituir no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da

Conformidade,

a

certificação

compulsória para as lâmpadas de Led com dispositivo integrado à base, em

Brasil, acreditado pelo Inmetro. E que a

e varejistas, cadastrados como Micro e

127V e/ou 220V, em corrente alternada

partir de nove meses contados a partir

Pequenas Empresas, terão prazo de 30

de 60 Hz ou em corrente contínua.

da data de publicação, isto é, 13 de

meses contados a partir da publicação

Excluem-se, as lâmpadas Led coloridas,

dezembro de 2015, todas as lâmpadas

das portarias.

RGB, decorativas coloridas e o Oled

de Led com dispositivo integrado à base

(Organic Light Emitting Diode).

deverão ser fabricadas e importadas

se inicie agora, apenas em de 13 de

em

Requisitos

setembro de 2017, todas as lâmpadas

RTQ, que visa elencar os requisitos

Técnicos da Qualidade e deverão estar

Leds com dispositivo integrado à base

mínimos de desempenho, segurança e

registradas no Inmetro.

comercializadas

compatibilidade eletromagnética para

deverão possuir a Etiqueta Nacional de

as lâmpadas de Led, está a inclusão

o Inmetro estabeleceu que somente

Conservação de Energia do Inmetro.

do ensaio de teste acelerado para

produtos

capacitores eletrolíticos. Um teste alvo

RTQ poderão ser comercializados por

lâmpadas Led certamente selecionará os

de muita discussão entre laboratórios,

fabricantes e importadores a partir de 15

produtos que estão no mercado. Todos

empresas de iluminação e o Inmetro.

meses da publicação, isto é, 13 de junho

os fabricantes e importadores deverão

A

determinou

de 2015. Os varejistas e atacadistas

reavaliar não apenas seus produtos, mas

que o processo deverá ser realizado

terão prazo máximo de 24 meses para

também o processo de fabricação, os

por um Organismo de Certificação

ter em seus pontos de vendas apenas

fornecedores de componentes e os custos.

de Produto (OCP), estabelecido no

os produtos certificados. E atacadistas

Muitas mudanças certamente virão.

Dentre as principais alterações no

Portaria

144

conformidade

aos

Isto significa que, embora o processo

Para comercialização dos produtos, em

conformidade

com

o

em

nível

nacional

O processo todo para certificação das



134

Instalações MT

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Enquanto esperamos, fazemos o quê? Parece que 2015 será mesmo um ano para ser esquecido e torcemos para que o ano que vem seja mais auspicioso para o setor elétrico e para o país de maneira geral. Afinal, 2016 será o ano das olimpíadas e todos torcemos que a nossa combalida infraestrutura (transporte, segurança, energia etc.) não comprometa o desenrolar das disputas esportivas e torne nossa imagem ainda pior do que o retrato atual. Por enquanto, estamos aguardando os fatos e torcendo para que não precisemos racionar energia elétrica neste ano e que o próximo verão tenha um regime de chuvas bem generoso. Mas para quem tem alguma afinidade com planejamento e sabe das dificuldades de desenvolver projetos e executar obras no setor elétrico, simplesmente esperar é extremamente desconfortável. Temos ainda de conviver com obras sem sincronismo, pois teremos usina hidrelétrica com linhas de transmissão ainda não disponíveis ou subestações com implantação atrasada. Se a licitação e os leilões contemplassem a entrega de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN) com multas bem definidas (e aplicadas de fato), certamente estes eventos, frutos de problemas de gestão, não ocorreriam. De qualquer forma, a explosiva combinação de recessão e inflação em alta (devida em parte ao aumento da tarifa de energia elétrica de mais de 60% nos últimos doze meses), pode nos livrar dos graves problemas do racionamento. Seria melhor, no entanto, que este período de dificuldades fosse pródigo em gerar novas oportunidades para energias alternativas, para cogeração, tratamento adequado das elevadas perdas técnicas e não técnicas e eficientização energética levada a sério.

No entanto, a única medida de ordem prática pode vir a ser a compra ou a remuneração de energia gerada por unidades consumidoras de média tensão que hoje, para viabilizar a tarifa verde, possuem geração a diesel. Alguns estudos, no entanto, mostram alguns dificultadores: 1 - A maioria terá de investir algum recurso para se tornar apta a mudar o modo como opera a unidade de geração; 2 - Poucos querem investir (mesmo que seja para compra de um tanque maior de armazenagem), pois há uma crise de confiança (muito justificada); 3 - O tempo de maturação do novo processo estará garantido apenas até dezembro deste ano e todos sabem que, se as chuvas forem generosas, as “vantagens” serão canceladas; 4 - A tarifa de compra proposta é sujeita a todos os impostos, o que a torna pouco atrativa; 5 - Ninguém se sente seguro quanto ao preço do diesel em um momento em que fazer renascer a Petrobras pode valer qualquer sacrifício dos que sempre pagam a conta (embora poucos de nós tenhamos a receber das ações ou tenhamos emprego na empresa); 6 - Aquelas unidades consumidoras que poderiam injetar potência no sistema de distribuição esbarram nas exigências de projeto, estudos e investimento em proteções e, pelo menos, cinco ou seis meses para o necessário e justo retorno do que foi gasto. Assim, pode ser que esta medida temporária fique pelo caminho e que nada de perene reste para a nossa sociedade deste período de problemas que vivemos hoje. Ficaremos esperando e, sem ao menos, transformar desafios em oportunidades!



136

Análise de sistemas de potência

O Setor Elétrico / Abril de 2015

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.

Entendendo o X/R e o ângulo ϕ da corrente de curto-circuito Muitas vezes passa-se despercebido por essas pequenas

Sequência zero

diferenças entre o X/R e o ângulo ϕ da corrente de curto-circuito. Serão demonstradas a seguir essas diferenças para o curtocircuito trifásico e para o curto-circuito fase-terra.

Definições X/R

Na prática, a relação X/R está atrelada à constante de tempo

do circuito. Por definição, a constante de tempo de um circuito L-R é dada pela equação seguinte:

Correntes de curto-circuito Ângulo da corrente de correntes de curto-circuito trifásicas e o X/R Para o curto-circuito trifásico, essas duas definições se confundem e representam a mesma coisa. Ou seja, o ângulo da impedância complexa é igual ao ângulo da corrente de curtocircuito fase-terra.

Multiplicando-se o numerador e o denominador da equação

[Eq. 01] por ω, tem-se:

Seja a impedância reduzida equivalente de Thevenin no ponto

de falta igual a Z1∠θ. A corrente de curto-circuito trifásica, por definição, é dada por:

O X/R refere-se à relação entre a parte real e a parte imaginária

da impedância, como pode ser visualizado na equação [Eq. 03].

Conclusão: para faltas trifásicas o ângulo da impedância se confunde com o ângulo da corrente de curto-circuito trifásico (a menos do sinal, é claro!).

A relação X/R consiste da relação entre as reatâncias reduzidas

de Thevenin nos pontos de falta divididas pelas resistências

Ângulo das correntes de curto-circuito fase-terra e o X/R

reduzidas de Thevenin no ponto de falta. Para o curto-circuito fase-terra essas duas definições se X/R e os circuitos de sequência

diferem. Vejam o porquê:

Sequência positiva Sequência negativa

Ou seja, o ângulo da impedância Z0 é diferente do ângulo da

corrente de curto-circuito fase-terra. O ângulo da corrente de curtocircuito fase-terra é definido a partir da soma das impedâncias:


O Setor Elétrico / Abril de 2015

137

Logo, X/R é diferente da tgϕ.

Exemplo 1 Um sistema de 13,8 kV possui uma corrente de curto-circuito trifásica de 10000∠-86.186°. A (tgϕ1 = 15) e um curto-circuito fase-terra de 7000∠84.289° A(tgϕ0 = 10). Qual o X/R das impedâncias de sequência positiva e zero? Solução: Ângulo da impedância de sequência positiva

O ângulo da corrente de curto-circuito é o mesmo do ângulo da

impedância de sequência positiva. Ângulo da impedância de sequência zero

Para o caso do curto-circuito fase-terra, a tangente do ângulo da

corrente de curto-circuito fase terra não é igual à relação X/R do circuito de sequência zero.

Exemplo 2

Um sistema de 13,8 kV possui uma corrente de curto-circuito trifásica

de 10000 A e a fase-terra de 7000 A. Sabendo-se que a relação X/R da impedância de sequência positiva é 15 e a de sequência zero é 10, determinar o ângulo da corrente de curto-circuito trifásica e da corrente de curto-circuito fase-terra.


138

Análise de sistemas de potência

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Solução: Ângulo da corrente de curto-circuito trifásico

Ângulo da corrente de curto-circuito fase-terra

Para o caso em questão, o valor de ZTOT é calculado como segue:

O módulo de ZTOT sai de

Na equação acima, a única variável que não é conhecida é R0. Assim, a mesma será

isolada de maneira que se possa calculá-la.

Rearranjando fica:

A equação acima é de segundo grau em R0. Assim, a solução é fórmula de Báscara:

Em que:


O Setor Elétrico / Abril de 2015

139

Para o caso em questão, os cálculos serão realizados em pu, na

base de 100 MVA.

Assim,

Calculando os valores de a,b e c, tem-se:

Nossa equação acima ficaria escrita da seguinte forma:

Que resolvendo a equação de segundo grau resulta em:

O ângulo da corrente de curto-circuito fase-terra será:

O ângulo ϕ será:


140

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia.

Manutenção na proteção contra descargas atmosféricas Oriunda do latin (manus + tenere), a

“deixa explodir que a gente vê o que faz”. Fazer

palavra manutenção é o ato ou efeito de

apenas manutenção corretiva é o mesmo que

manter, conservar. Na evolução da utilização

tentar mover um transatlântico com remos

desse substantivo surgiram outros termos

– você sempre gastará muito mais energia

complementares para o procedimento de

($$$) e terá resultados piores do que se a

se deixar algo pronto para funcionar ou em

opção fosse a da manutenção programada

funcionamento regular. Atualmente, é comum

(preditiva ou preventiva).

ouvirmos os termos manutenção preditiva,

manutenção

documentação de um SPDA, da parte 3 da

preventiva

e

manutenção

Na seção 7 - Manutenção, inspeção e

corretiva, dentre outros.

ABNT NBR 5419:2015 (quase publicada),

Puxando o assunto para a proteção

haverá recomendações abrangendo inclusive

contra descargas atmosféricas, ao realizar-se

a manutenção da documentação do SPDA.

o ensaio de continuidade elétrica para

É preciso entender a impossibilidade de

determinar a integridade física do eletrodo

execução da manutenção de uma instalação

de aterramento e, se necessário intervir no

se a documentação não estiver em ordem a

mesmo para melhorar sua condição, atua-se

fim de possibilitar a comparação “as built x

no sentido de prevenir o aumento de risco

material instalado”. Determinados critérios

de ocorrências, ou seja, inspeção através de

utilizados no gerenciamento de risco devem

ensaio é uma ação pertencente ao universo

constar dessa documentação, por exemplo, no

da manutenção preventiva. Quando há a

memorial descritivo e de cálculo, para que seja

troca programada de componentes oxidados

definido o nível de proteção e a classificação

da instalação também. As ações citadas

do SPDA, parâmetros indispensáveis na

garantem que, na possibilidade da incidência

confecção do projeto, ainda, será muito difícil

de uma descarga atmosférica, o SPDA estará

definir a mesma classificação utilizada no

apto a proteger a estrutura dentro dos limites

projeto apenas realizando a inspeção visual

projetados.

da instalação por causa do aumento da

E porque essa abordagem tão direcionada

quantidade de parâmetros envolvidos. Isso

ao conceito de manutenção, especialmente a

poderá causar conflitos desnecessários, por

manutenção preventiva?

exemplo, em uma fiscalização. Desenhos

A grande maioria das pessoas considera

precisos, em escala, mostrando o exato

o SPDA como uma despesa e acaba partindo

posicionamento do material e detalhes

para o procedimento mais caro e que quase

construtivos também são indispensáveis.

sempre leva a atitudes questionáveis de

Já que tudo é questão de gestão de

adequação, definição elegante para o termo

recursos fica o aviso, a nova ABNT NBR

“gambiarra”, e que geralmente envolve maior

5419 fará justiça e elevará o status do SPDA

risco, a manutenção corretiva ou no popular:

de despesa para item de segurança.



142

NR 10

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Educar é melhor do que fiscalizar

Recorremos

a

este

assunto

meteorológico, mesmo já tendo sido tratado

em

edições

anteriores.

No

entanto, antes de falar da chuva (ou de seus efeitos), é preciso lembrar que dividimos as medidas de proteção contra choques elétricos em dois grandes grupos: as medidas de proteção contra os contatos diretos (hoje chamadas de “Proteção básica”) e as medidas de proteção contra os contatos indiretos (hoje chamadas de “Proteção supletiva”). Em linhas bem gerais, a primeira – proteção básica – cuida para que as

pessoas

eletricidade

não por

sejam entrar

vítimas em

da

contato

com partes energizadas em condições normais de operação, o que inclui tocar com as mãos os condutores energizados, os barramentos de quadros

Figura 1 – Exemplo de fio partido.

elétricos, os condutores nus das redes aéreas, por meio de vergalhões de

operação não ofereceriam risco algum,

garantir o nosso suprimento de energia

ferro em construção civil, o contato

passem a ser perigosas, por estarem

através

com rede de distribuição no furto de

momentaneamente energizadas.

para garantir água para o consumo,

energia e outros mais que alimentam as

Ora, as instalações de consumo de

para garantir a produção agrícola e

estatísticas da Abracopel (associação

eletricidade, domésticas, comerciais e

tudo mais. Esperada e de maneira

de conscientização para os perigos da

industriais devem obedecer às normas

previsível, sabemos que a chuva vem e,

eletricidade).

vigentes (técnicas e regulamentadoras)

irregular, pode atingir nossa rede aérea

das

nossas

hidrelétricas,

visa

e o seu descumprimento responsabiliza

de distribuição de energia, partindo

proteger as pessoas contra os efeitos

juridicamente civil e criminalmente o

condutores, os quais caem no solo,

da eletricidade quando ocorre defeito

proprietário e o gestor da instalação,

dando origem à ocorrência conhecida

nas

presumido conhecedor do risco de seu

como “fio partido”.

fazendo com que partes condutoras

empreendimento.

Quando a ocorrência fica apenas

acessíveis,

Voltemos

e

a

proteção

instalações

que

em

supletiva

ou

estranhas condições

equipamentos, à

instalação normais

de

às

chuvas.

De

fato,

no desconforto da falta de energia e,

precisamos de chuva e muita chuva para

por sorte, depois de algumas horas, o


143

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Calma lá! A “pessoa”, assim entendida

a vítima, não tem como obrigação entender de eletricidade e nem se pode esperar dela um comportamento ou reação calculada, pensada, numa situação de perigo, até porque com eletricidade o tempo se mede em milissegundos. Qualquer medida de proteção ou segurança deve anteceder o evento. Devem ser preventivas.

Voltando à origem, o cabo partiu e o

circuito não desligou em tempo hábil! “Fio partido” é ocorrência esperada e quem explora o negócio, o dono da instalação, sabe disso e desde que assumiu o risco de seu empreendimento, de

seu

negócio,

sabe

muito

bem

também que é esperado e exigido que haja dispositivos de proteção e Figura 2 – Fio partido com curto-circuito.

seccionamento automático que devem atuar desligando o circuito por conta da

suprimento é restabelecido, a conversa

do carro, se o pneu é de borracha?”;

fuga à terra determinada pelo condutor

se resume à discussão da qualidade

“Ah! mas agora os pneus têm malha de

partido. E se isso não acontecer em

dos serviços e dos indicadores oficiais

aço e não isolam mais!”; “Também o

tempo hábil é porque alguma coisa não

informados à Aneel (DEC e FEC).

pneu está molhado e isso faz passar a

está funcionando a contento, colocando

Quando,

corrente!”; “Ora, mas jamais a pessoa

em risco a vida de pessoas. Parece-me

a

deveria sair do carro em que o cabo

que a isso se dá o nome de “dolo

morte, aparecem muitos comentários e

caiu, porque dentro do carro ele estava

eventual”.

interpretações que tentam explicar ou

numa gaiola de Faraday”; “Ah! a pessoa

É preciso levar as coisas com

justificar o fato, e tome explicações:

fica nervosa vendo sair faísca do cabo e

mais seriedade e responsabilidade. A

“Como é que poderia ocorrer o incêndio

não raciocina”.

segurança se faz com prevenção.

resulta

no em

entanto, fatos

a

graves,

ocorrência como


144

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Abril de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

A inversão do fluxo da energia – Consumidores vão gerar para o sistema elétrico

O

tema

estivéssemos

não

seria

tratando

novo

feita pelas térmicas se inverteu. Agora,

geração

pelo jeito a energia turbinada nas usinas

fotovoltaica que já está regulada e que

hidrelétricas é que merece cuidado

só aguarda a redução do apetite dos

especial e é utilizada em complemento

governos

à geração térmica.

estaduais

da

se

nas

cobranças

do ICMS para a sua viabilização. Do

ponto de vista conceitual, outra ideia

ser pago para geração com óleo diesel

de

é da ordem de R$ 1.420,00/MWh e

geração

ampliada.

distribuída

Encontra-se

está em

sendo

fase

A sinalização da Aneel do preço a

de

de R$ 792,00/MWh com geração a

análise de votos e aprovação na Agência

gás natural. Destes valores devem ser

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a

pagos à concessionária, de acordo

resolução que objetiva contratar energia

com a minuta, os valores gerados na

gerada por consumidores típicos e

tarifa nominal da mesma. Ou seja,

regulares e que estejam atendidos por

pelo entendimento da citada minuta,

distribuidoras interligadas ao sistema

deverão ser descontados do valor final

interligado nacional - SIN, enquadrados

acima os custos relativos à geração

em sistemas tarifários padronizados,

propriamente dita (da ordem de R$

com instalações de geração adequadas,

700,00/MWh com diesel) e os custos

registradas ou outorgadas e outras

da energia no período fora de ponta a

exigências de regularidade aplicáveis.

serem pagos à concessionaria, notar

De uma forma geral, este “exército de

que a energia não será efetivamente

geradores” utilizado pelos consumidores

fornecida pela distribuidora. Durante

do país para a geração de energia como

o período de ponta, estas regras

fonte de backup da energia fornecida

propostas não são válidas e tudo se

pelas próprias distribuidoras, ou mesmo

passa como se o consumidor operasse

de geração em horário de ponta (que

com

agora começa novamente a valer a pena)

arcando com os custos operacionais

passa a desempenhar uma nova função:

e não pagando qualquer taxa às

auxiliar na geração térmica e porque

concessionárias. O modelo proposto

não na preservação dos níveis dos

deve melhorar a confiabilidade do

reservatórios, já que a equação original

sistema com aumento de geração

da geração de energia complementar

localizada

geração

clássica

junto

aos

na

ponta,

centros

de


145

O Setor Elétrico / Abril de 2015

carga,

aliviando

a

sobrecarga

em

moldes como se faz na entrada de energia

proteção tornarão as instalações mais

redes e sistemas de transmissão e

traz

seguras;

distribuição, todavia, os custos são

concessionária e consumidor. Alguns

- Aspectos de manutenção, de reserva

bastante

superiores

àqueles

uma

maior

interatividade

entre

que

sonhos como o compartilhamento de

de óleo e meio ambiente são pontos

seriam alcançados em projetos de

instrumentação, automação e, sobretudo,

fundamentais

eficiência energética. Não raros são os

informação, ou ainda a flexibilização de

considerados.

projetos de eficiência energética em

algumas regras, como a da geração de

instalações industriais e comerciais,

energia em condomínios multiusuários,

cujo custo evitado do MWh não atinge

pode ser interessante para todos;

quem pagará a conta. De acordo com

os R$ 100, com vantagem ambiental

- Tarifação variável, suprimento em

a matéria citada, o rombo pode atingir

incomparável.

situação

mesmo

de 5 a 10 bilhões de reais em oito

Informação veiculada no jornal O

operação compartilhada, aumento de

meses. Como já vimos alguns milagres

Estado de São Paulo, em 05 de abril,

confiabilidade e da transparência na

se tornarem desgraças neste mesmo

em matéria da jornalista René Pereira,

relação concessionária-consumidor são

ambiente de energia, vale a pena lembrar

aponta para um volume superior a 7 GW

outros pontos;

e citar sempre que projetos de eficiência

de geradores instalados nesta situação,

- Importante considerar as limitações dos

energética, mesmo aqueles com piores

com potencial de geração de valores

equipamentos existentes, normalmente

resultados como os da baixa renda da

médios da ordem de 1 GW.

especificados em regime de “stand-by”.

Aneel, possuem ainda resultados bem

Alguns avanços técnicos e quebra de

Para a operação em regime “pleno”,

superiores aos que serão dispendidos

paradigmas são dignos de nota e podem

a potência líquida gerada pode ser

para este projeto. Vamos esperar pela

ser desenvolvidos nesta oportunidade:

até 20% menor que o valor nominal

publicação da resolução e voltar ao tema

dependendo do equipamento;

se necessário, e que fundamentalmente

- Implementações de novos sistemas de

ela nos ajude a sair desta crise.

- A medição da energia gerada nos

de

emergência

e,

e

devem

sempre

ser

Fica ainda a eterna questão a respeito


146

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Guarda Costeira dos EUA aceita equipamentos “Ex” com certificação internacional IECEx

Um ofício emitido em 2012 pela Guarda

Costeira dos Estados Unidos – em inglês US Coast Guard (USCG) estabelece a aceitação de equipamentos elétricos “Ex” que tenham sido fabricados de acordo com as normas internacionais da Série IEC 60079 (Explosive Atmospheres) e certificados emitidos dentro do Sistema internacional IECEx, para instalação em unidades marítimas móveis, tais como em plataformas de produção de petróleo, navios petroleiros e FPSOs destinados a operarem na plataforma continental dos EUA.

O Documento nº USCG–2012–0839,

publicado no Diário Oficial dos EUA Vol. 77 nº 232, em 03/12/2012, afirma que:

Unidades Móveis Offshore (IMO MODU

publicação deste novo regulamento, a

Code 2009) define as normas para

Guarda Costeira dos EUA recomenda

“A Guarda Costeira dos EUA apresenta

os ensaios e para a certificação de

aos

orientações

equipamentos elétricos para instalação

Unidades Móveis Offshore de bandeiras

equipamentos elétricos instalados em

nestas

estrangeiras, que nunca tenham operado,

áreas classificadas de Unidades Móveis

(Modus).

mas que tenham a intenção de operar a

Offshore (Mobile Offshore Drilling Units

De acordo com este ofício, a Guarda

área da plataforma continental dos EUA,

- Modu) de bandeiras estrangeiras que

Costeira dos EUA está considerando a

a atenderem, de forma voluntária, os

nunca tenham operado, mas possuem a

emissão de uma emenda aos regulamentos

requisitos e recomendações indicadas no

intenção de operar na área da Plataforma

existentes que irá incorporar o Capítulo 6

Capítulo 6 da Edição 2009 do Código da

Continental

do IMO Modu Code e que será aplicável

Organização Internacional Marítima (IMO

a todas as Unidades Móveis Offshore

Code 2009) ”.

relacionadas

dos

EUA

com

(U.S.

os

Outer

Continental Shelf - OCS).

Unidades

Móveis

Offshore

proprietários

e

operadores

de

(Modus) de bandeiras estrangeiras que

O Capítulo 6 da Edição 2009 do

nunca tenham operado, mas que tenham a

vez, recomenda que os equipamentos e

Código da Organização Internacional

intenção de operar na área da plataforma

as instalações elétricas em atmosferas

Marítima (IMO Code 2009) para a

continental dos EUA.

explosivas sejam ensaiados e certificados

Construção e de Equipamentos para

Durante

este

período,

até

a

O IMO Modu Code 2009, por sua

de acordo com as normas internacionais


147

O Setor Elétrico / Abril de 2015

da Série IEC 60079.

(Zona 0, Zona 1 e Zona 2) foi apresentada

RP 505 (Recommended Practice for

Além disto, a IEC possui em sua

em 1971, apenas dois anos após a

Classifications of Locations for Electrical

estrutura de certificação um sistema

elaboração do primeiro projeto da Norma

Locations

internacional

de

certificação

at

Petroleum

Facilities

Ex

internacional IEC 79-10 (Classification

Classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and

denominado de IECEx (Certification to

of Hazardous Area), que foi lançado em

Zone 2) para servir como complemento

Standards Relating to Equipment for use

1969 e cuja primeira edição foi publicada

dos requisitos indicados no novo artigo

in Explosive Atmospheres).

em 1972. Até então a classificação destas

505 do NEC/1996. Em 1999, a revisão

Como pode ser verificado neste

áreas classificadas era feita levando-se

do NEC incluiu o API RP 505 como um

documento emitido pela Guarda Costeira

em consideração somente os conceitos

código de referência no seu artigo 505.

dos EUA, a aceitação dos documentos e

de divisões (Divisão 1 e Divisão 2), que

No

dos sistemas de certificação Ex do IECEx

haviam introduzidos no NEC (National

ser verificado que as normas norte

é baseada também na aceitação, para

Electrical Code) em 1947.

americanas da ANSI (American National

estas instalações marítimas da indústria

Esta proposta inicial de inclusão de um

Standards Institute) têm se tornado cada

do petróleo nos Estados Unidos, da

sistema de classificação de áreas em zonas

vez mais harmonizadas com as normas

aceitação das normas internacionais da

teve como base o sistema internacional

internacionais da IEC. Um exemplo disto

Série IEC 60079 (Explosive Atmospheres)

da IEC, elaborado pelo TC 31 da IEC,

é a publicação de diversas Normas ANSI/

elaboradas pelo TC 31 da IEC.

o qual já havia sido internacionalmente

ISA da Série 60079, tais como:

No âmbito normativo dos EUA, ao

reconhecido. Finalmente, em 1996, o

longo do desenvolvimento histórico no

Artigo 505 do NEC incluiu a possibilidade

• ANSI/ISA 60079-0: Requisitos gerais

sentido de alinhamento com os requisitos

de utilização de um método alternativo de

para equipamentos Ex

internacionais da IEC, foi verificado que a

classificação de áreas baseado em zonas.

• ANSI/ISA 60079-1: Invólucros à prova

primeira proposta para introdução de um

No

de explosão - Ex “d”

sistema de três zonas para a classificação

API

de áreas contendo gases inflamáveis

emitiu

ano

seguinte,

(American a

prática

em

Petroleum

1997,

o

Institute)

recomendada

API

presente

momento

• ANSI/ISA 60079-2: Invólucros pressurizados - Ex “p”

pode


148

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Abril de 2015

• ANSI/ISA 60079-7: Segurança

por entidades norte-americanas, para

• FM Approvals: Organismo de

aumentada - Ex “e”

utilização em hazardous locations.

Certificação (ExCB) de equipamentos

• ANSI/ISA 60079-10-1: Classificação

Ex (escopo completo) e Laboratório de

de áreas de gases inflamáveis

relacionados com atmosferas explosivas

ensaios (ExTL)

• ANSI/ISA 60079-10-2: Classificação

com classificação de áreas em zonas fazem

• Intertek Testing Services: Organismo de

de áreas contendo poeiras combustíveis

citam a necessidade de tais equipamentos

Certificação (ExCB) de equipamentos Ex

• ANSI/ISA 60079-11: Segurança

serem listados ou aprovados, como, por

e Laboratório de ensaios (ExTL)

intrínseca - Ex “i”

exemplo, com o selo de aprovação da UL

• UL do Brasil (em fase de inscrição):

• ANSI/ISA 60079-18: Proteção por

ou do CSA.

Organismo de Certificação (ExCB) de

encapsulamento - Ex “m”

• ANSI/ISA 60079-31: Proteção por

mentos

temperatura de invólucro para poeiras

Parte

combustíveis - Ex “t”

sistema não permite a utilização de

• ANSI/ISA 60079-26: Proteção de

equipamentos Ex não aprovados. Por

equipamentos com EPL Ga

definição, equipamentos aprovados são

Deve ser ressaltado que o ofício

Os regulamentos até então existentes

De acordo com Código de Regula­ Federais 111.105-5,

(CRF) a

46

integridade

do

equipamentos Ex (escopo completo) e certificação de competências pessoais Ex (Unidades de Competências Ex 001, Ex 002, Ex 009 e Ex 010)

equipamentos que tenham sido ensaiados

publicado pela Guarda Costeira dos

A intenção deste esforço em termos

por uma terceira parte, por um organismo

EUA

de requisitos legais da Guarda Costeira

de certificação independente, acreditado

serem

dos EUA envolvendo equipamentos e

pela Guarda Costeira dos EUA.

tempo até que uma nova revisão dos

instalações em áreas classificadas foi a de

Desta forma, uma certificação

atuais regulamentos seja publicada, para

determinar uma associação e um vínculo

emitida por um laboratório ou por um

que os proprietários e operadores de

necessário entre as normas técnicas

organismo de certificação que não seja

unidades móveis offshore de bandeiras

e sistemas de certificação Ex que são

acreditado pela Guarda Costeira dos

estrangeiras que nunca tenham operado,

requeridos nos EUA e as normas e os

EUA ou uma certificação que não atenda

mas que tenham a intenção de operar a

sistemas de certificação Ex internacionais.

completamente os requisitos de ensaio

área da plataforma continental dos EUA,

dos equipamentos de acordo com as

a atenderem, de forma voluntária, os

normas internacionais não atendem os

requisitos e recomendações indicadas

requisitos CRF 46 111.105-5.

no capítulo 6 da edição 2009 do código

Por meio destes novos ofícios, a

da

de equipamentos Ex e de instalações

Guarda

“equipamentos e instalações elétricas

elétricas em atmosferas explosivas além

equacionar, de uma forma geral, a

em

dos códigos existentes nos EUA, tornando

ambiguidade que tem resultado destes

certificação por meio de organismos de

assim possível para as plataformas de

processos aparentemente opostos de

certificação independentes acreditados

produção de petróleo, navios petroleiros

certificação, de listagem e de aprovação

dentro do sistema IECEx, o que inclui os

e FPSOs, que são fabricados em diversos

de equipamentos elétricos para instalação

respectivos certificados de conformidade

países para executarem serviços globais,

em áreas classificadas por meio de zonas.

IECEx”.

poderem ser realmente globais.

Seguindo no caminho de alinhamento

O Sistema IECEx possui até o

De acordo com a Guarda Costeira

e

harmonização

norte-americana,

a

equipamentos

de

A iniciativa e a motivação da Guarda

Costeira no

dos

EUA

reconhecimento

sistemas

são de

internacionais

baseadas

que de

existem proteção

Costeira

dos

procura

consideradas

IMO

Code

atmosferas

no

2009,

período

citando

explosivas

a de

que

obtenham

de

presente momento três sistemas de

de

normalização técnica e de certificação

certificação: de empresas de prestação

instalações

em

de equipamentos para instalação em

de serviços Ex (classificação de áreas,

atmosferas

dos

projeto, montagem, inspeção, manutenção

conforme com os requisitos indicados

Estados Unidos com a IEC e com o

e reparos de equipamentos e instalações

na Diretiva ATEX fez com que houvesse

IECEx, os seguintes organismos de

Ex), de competências pessoais para

um nível considerável de inconsistências

certificação norte-americanos já obtiveram

atmosferas explosivas e os equipamentos

com relação à determinação da devida

a devida acreditação dentro do sistema

Ex. Estes sistemas de certificação são

conformidade de embarcações móveis

internacional IECEx:

totalmente baseados de acordo nas

e

explosivas

certificadas

explosivas

sistemas

recomendações

proliferação

atmosferas

dos

EUA

apresentou

existentes

marítimas que atracam nos diversos

normas internacionais da Série IEC

portos dos EUA e que operam na área de

• UL – Underwriters Laboratories:

60079,

sua plataforma continental marítima, com

certificação de empresas de prestação

laboratórios, organismos de certificação

relação à necessidade de equipamentos

de serviços Ex e de equipamentos Ex

de produtos e de pessoas independentes.

que

(escopo completo)

Estes três sistemas de certificação

fossem

listados

ou

aprovados

incluindo

a

participação

de


149

O Setor Elétrico / Abril de 2015

do IECEx envolvem Organismos de

“Requisitos para atmosferas explosivas

do projeto destas embarcações. Nestes

Certificação (ExCB) e Laboratório de

em

casos,

Ensaio (ExTL) acreditados por partes

na plataforma continental marítima e

classificadoras

(peer evaluation), dentro do sistema

embarcações executando atividades na

respectivas

IECEx,

plataforma continental marítima, sejam

estrangeiras, além de consultar a Guarda

norte-americanas

Costeira dos EUA para a verificação

após

devidas

terem

evidenciado

competências

as

estabelecidas

Modus,

instalações

ou

flutuantes

estrangeiras,

e

as

colaboram empresas

as

construtoras

para cada um destes três sistemas de

inflamáveis ou combustíveis”.

embarcações para operar naquele país.

certificação, bem como nas seguintes

A

normas internacionais:

foi a de propor que as instalações

em conjunto com a empresa construtora

marítimas offshore, que nunca tenham

estrangeira estabelece os requisitos de

17024:

sociedade

classificadora

naval,

da

operado na área da plataforma continental

projeto, equipamentos e de instalações Ex,

marítima dos EUA, estejam de acordo

os quais são posteriormente submetidos a

organismos que certificam pessoas

com as normas equivalentes indicadas

aprovação por parte da Guarda Costeira

• ISO/IEC 17025: Requisitos gerais para

nos regulamentos existentes nos EUA

dos EUA para fins de solucionar questões

a competência de laboratórios de ensaio

para os Modus ou com o Capítulo 6 do

pendentes que possam ser requeridas,

e calibração

IMO Modu Code 2009, incluindo os

com relação à normalização técnica e

da

relatórios de ensaios e a certificação por

sistemas de certificação Ex.

para

um organismo independente, reconhecido

organismos de certificação de produtos,

dentro do Sistema IECEx.

destas plataformas ou navios petroleiros

processos e serviços

Como pode ser observado, a Guarda

podem solicitar a utilização de um tipo

• ISO 9001: Sistema de Gestão da

Costeira dos EUA reconhece que cada

específico de equipamento Ex que ainda

Qualidade - Requisitos

vez mais e mais embarcações e unidades

não seja de utilização frequente, e que não

ISO/IEC

17065:

conformidade

Avaliação

A finalidade deste novo regulamento

daquelas

conformidade — Requisitos gerais para

ISO/IEC

cargas

legal

com

embarcações

carregam

conformidade

sociedades

pelos documentos operacionais aplicáveis

que

da

normalmente

Avaliação

Requisitos

Por exemplo, as empresas projetistas

móveis offshore para a indústria do

tenha sido fabricado segundo as normas

os

petróleo de bandeiras estrangeiras serão

internacionais da IEC. Nestes casos as

Laboratórios de Ensaios (ExTL) ensaiam

construídas de acordo com as normas

sociedades

os equipamentos Ex para verificação da

internacionais

submetem uma solicitação de análise e de

conformidade com as respectivas normas

elaboradas pelo TC 31 da IEC.

aprovação por parte da Guarda Costeira

técnicas da Série IEC 60079 e elaboram

Além disso, são autorizados para

dos EUA.

os respectivos Relatórios de Ensaios

instalação

nestas

(ExTR). Os Organismos de Certificação

plataformas

de

navios

padrão é que estes equipamentos não

(ExCB) avaliam o Sistema de Gestão

petroleiros e FPSOs, os equipamentos

sejam aceitos, a menos que eles possuam

da Qualidade do fabricante e emitem os

para atmosferas explosivas, que atendam

uma avaliação de terceira parte por

respectivos relatórios de avaliação da

aos requisitos das normas internacionais

parte de um organismo de certificação

qualidade (QAR)

da série IEC 60079, sejam ensaiados

reconhecido pela Guarda Costeira dos

De acordo com as recomendações

e

EUA, tal como, por exemplo, um selo UL

emitidas,

dos

certificação ou laboratórios de ensaios

Listing.

EUA acredita que a certificação de

acreditados no sistema IECEx ou pela

Neste sentido, a Guarda Costeira

equipamentos elétricos destinados para

Guarda Costeira dos EUA.

dos EUA reconhece que no atual mundo

instalação em atmosferas explosivas deve

No caso das plataformas, navios

globalizado, em que tantas plataformas,

contar com a participação de laboratórios

petroleiros e FPSOs estrangeiros que

navios petroleiros e FPSOs possuem

de ensaios competentes e independentes,

operam na plataforma continental dos

bandeiras

da forma como prescrita no Capítulo 6 do

EUA, a forma como os equipamentos Ex

caminhando no sentido de harmonização

IMO MODU Code 2009.

são utilizados é também influenciada em

dos requisitos legais e aceitação de

Mais recentemente, em 26/06/2013,

parte pelas sociedades classificadoras

equipamentos e sistemas para instalação

um ofício contendo uma proposta de

navais, tais como DNV GL, Bureau

em atmosferas explosivas com certificação

novo regulamento - Notice of Proposed

Veritas, ABS e Loyds Register. Faz

internacional IECEx.

Rulemaking

Dentro

do

a

sistema

Guarda

(NPRM)

IECEx,

Costeira

foi

da

certificados

série

IEC

embarcações,

produção,

por

60079,

organismos

de

classificadoras

envolvidas

Na maioria destes casos, a resposta

estrangeiras,

eles

estão

publicada

parte do escopo das responsabilidades

pelo Federal Register dos EUA, que

destas sociedades classificadoras navais,

posição da Nema e o ponto de vista dos

inclui uma nova subseção ao CFR 46 –

que classificam as unidades móveis

fabricantes norte-americanos de unidades

111.108. Esta nova subseção é intitulada

marítimas, a verificação do detalhamento

pré-fabricadas sobre o sistema IECEx.

Na próxima edição, serão discutidas a


150

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por Odair de Souza Andreaça e Jonas Cirilo*

Manutenção e proteção de motores de baixa tensão em processos críticos

Em

grandes

sistemas

elétricos,

“catastrófico”. São processos críticos,

e em menores custos.

são

cuja paralisação pode colocar em risco

Os

imprescindíveis motores elétricos, que

a vida de pessoas, a integridade do

mecanicamente ao processo, portanto,

nada mais são do que equipamentos

patrimônio ou ainda envolver custos

sujeito a anomalias do gênero, como

destinados a converter energia elétrica

exorbitantes dependendo da cadeia

travamento de eixo, excesso de carga

em energia mecânica. Nos processos

produtiva e do que se está produzindo.

mecânica,

industriais,

principalmente

é

nos

industriais,

ligados

desacoplamento,

entre

presença

Falhas e interrupções irão ocorrer, mas

outros. As falhas mecânicas repercutem

existem alguns recursos que podem ser

em maior ou menor grau na parte elétrica.

diversificadas potências em uma mesma

aplicados para minimizar esse tempo de

Em maior grau, geram ocorrências,

planta.

parada nos motores elétricos.

como sobrecarga (corrente de trabalho

O objetivo de qualquer produção

Os

são

maior que a estipulada pelo fabricante).

é se manter ativa e eficiente, portanto,

equipamentos diretamente ligados à

Se o excesso de carga não for contido,

paralisações

nestes

produtividade, visto que movem as

o motor irá se sobreaquecer e, conforme

comuns,

esteiras, proporcionam o bombeamento

a sobrecarga, poderá chegar a altas

devem ser evitadas ou rapidamente

de

etc.,

temperaturas, levando a danos muito

sanadas. Há aquelas situações em

portanto, preservar a integridade e ter

mais severos, como um curto-circuito

que a paralisação de um processo

um rápido reestabelecimento quando

de suas bobinas, por exemplo. A correta

produtivo ou processo crítico pode ser

possível implica em menores transtornos

e a devida interrupção da alimentação

por

a

são

de dezenas de motores das mais

equipamentos,

comum

motores

falhas

apesar

de

motores

fluídos,

movem

elétricos

máquinas,

do motor precisa ocorrer para evitar o dano e o agravamento da situação. Para proteger e acionar esses equipamentos, as configurações mais usuais são: • Disjuntor e contator: o disjuntor atua como

proteção

de

curto-circuito

e

sobrecarga. O contator é o elemento que irá energizar (acionar) o motor. Neste caso, todas as proteções estão integradas no disjuntor; • Disjuntor, relé inteligente e contator: o disjuntor atua como elemento de proteção contra curto-circuito, o relé inteligente é um dispositivo eletrônico programável, no qual a proteção de sobrecarga pode ser ajustada e até Figura 1 – Diagrama unifilar de um Centro de Controle de Motores (CCM).

personalizada com muita eficiência. Já


151

O Setor Elétrico / Abril de 2015

o contator é o elemento que energiza o

a carga que este irá acionar (carga

- Coordenação tipo 1

motor;

leve ou carga pesada), assim como as

• Fusível, contator e relé térmico: trata-se

características técnicas dos motores,

• Requer que, nas condições de curto-

de uma das configurações mais usuais.

como ligação, corrente nominal, fator

circuito, o contator ou a partida não

O fusível tem a função de proteção

de serviço, tensão, etc. Ao dimensionar

cause perigo para as pessoas ou para as

contra curto-circuito, o contator aciona

as proteções das partidas, deve-se

instalações e pode não ser apropriado

o motor e o relé térmico faz a proteção

levar

para regime de carga posterior sem

de sobrecarga.

coordenação

As

partidas

com

inversores

em

consideração de

o

partida,

tipo

de

conforme

O que diz a norma:

reparo ou substituição de partes;

previsto na norma ABNT NBR IEC

• A corrente de falta deve ser interrompida

de

60947-4-1. Essas coordenações de

satisfatoriamente pelos dispositivos de

frequência ou soft starters costumam

partida podem ser úteis no retorno

proteção contra curto-circuito;

estar associadas a fusíveis ultrarrápidos

ao serviço após cada evento de falha

• Nenhum dano pode ocorrer aos

ou até mesmo a fusíveis e disjuntores

conforme já mencionado. A seguir,

condutores ou aos bornes;

convencionais,

sempre

exemplificamos as coordenações de

• Danos ao contator e ao relé de

seguir as recomendações do manual do

partida e proteção previstas em norma

sobrecarga são aceitáveis;

fabricante. Os inversores e soft starters

e que estarão associadas ao Centro de

• A partida pode estar inoperante depois

são equipamentos eletrônicos e sua

Controle de Motores (CCM).

de cada manobra;

tecnologia portanto,

devendo-se

avança esses

constantemente,

possuem

recursos

• Antes de retornar a operação, a

Proteção coordenada

manutenção ou troca de equipamentos

avançados para proteções de curto-

pode ser necessária. As

circuito e de sobrecarga.

proteções

coordenadas

são

à

normatizadas conforme a ABNT NBR

Trata-se

proteção e ao acionamento dos motores

IEC 60947-4-1 e são definidas de duas

custo e a mais adotada. É importante

devem ser dimensionados conforme

maneiras:

destacar que na coordenaçãov tipo 1,

Os

elementos

associados

da

solução

de

menor


152

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Abril de 2015

havendo a ocorrência (curto-circuito ou

circuito, o contator ou a partida não

apto para operação após a primeira

sobrecarga), apesar da neutralidade dos

cause perigo para as pessoas ou para

interrupção da falta, garantindo assim a

perigos, é aceitável que os componentes

as instalações, devendo ser apropriado

rápida reenergização da partida.

fiquem danificados de tal forma que a

para uso posterior;

Em geral, não é necessário um

substituição seja necessária. Quando há

• A corrente de falta deve ser interrompida

trabalho técnico altamente especializado

um curto-circuito, danos definitivos são

satisfatoriamente pelos dispositivos de

e o principal aspecto aqui é a agilidade

comuns nos equipamentos.

proteção contra curto-circuito;

no retorno das operações, minimizando

• Nenhum dano pode ocorrer aos

prejuízos

o equipamento e a carga, porém, não

condutores ou aos bornes;

previstas.

tem compromisso com o rápido retorno

ao serviço. A equipe técnica tem de ser

permanente ao relé de sobrecarga ou a

coordenação a ser utilizada depende

especializada no reparo e a manutenção

outras partes do equipamento;

da importância da carga em si, do valor

pode ser lenta, visto que, na maioria das

• A soldagem dos contatos do contator

do processo produtivo, dos custos

vezes, o contator precisa ser trocado, em

é admitida, se eles forem facilmente

envolvidos na paralisação da produção

especial quando ocorre curto-circuito.

separados (nenhuma substituição de

e,

Caso exista proteção por fusíveis, é

partes é admitida);

investimento

recomendada sua troca, mesmo que

• A saída para o motor não deve

disposta a fazer.

eles não apresentem danos aparentes.

apresentar nenhum problema e deve

Este tipo de coordenação protege

Recomenda-se que a empresa tenha

Não

é

permitido

nenhum

dano

com

paralisações

não

Como posto, a definição do tipo de

consequentemente, que

a

do

nível

empresa

de está

estar apta a funcionar;

Coordenação do tipo 2 e gavetas

um estoque de peças de reposição,

• Para retorno ao serviço, uma rápida

extraíveis

visando reduzir o tempo de paralisação,

inspeção é o suficiente.

manutenção

além de uma equipe treinada, que

menor

tempo

de

Por questões óbvias, foi demonstrado

possa oferecer um rápido suporte para

Diferentemente

coordenação

que a coordenação tipo 1, apesar do

o reestabelecimento do processo no

tipo 1, a coordenação tipo 2 tem

menor custo, não é a melhor alternativa

menor tempo possível dentro de suas

o

rápido

quando se trata de motor cuja paralisação

limitações.

reestabelecimento da partida, exigindo,

seja crítica. Para casos específicos,

compromisso

da

com

o

no máximo, uma breve inspeção e, se

em que os custos decorrentes de uma

Coordenação tipo 2

necessário, uma simples manutenção. A

paralisação inesperada do processo

norma também exige que o dispositivo

produtivo são significativos, vale a pena

de proteção contra curto-circuito esteja

fazer um investimento maior e adotar

O que diz a norma:

• Requer que, nas condições de curto-

Figura 2 – CCM com gavetas extraíveis.

Figura 4 – Ensaio de verificação do disparo do relé de sobrecorrente.


153

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Figura 3 – Gaveta extraível.

uma solução com coordenação tipo 2. Em grandes processos industriais, em que se deseja minimizar o tempo de manutenção, além de uma coordenação

Figura 5 – Arranjo de curto-circuito na saída da gaveta do CCM.

maior, também podemos prever em nosso projeto que o CCM seja do tipo com gavetas extraíveis, assim, cada partida será alocada em cada gaveta. A

principal

vantagem

desta

solução é que, em caso de falha, a partida defeituosa pode ser retirada e substituída por uma reserva, ou a própria gaveta pode ser removida para outro local com uma melhor estrutura de manutenção.

Um Centro de Controle de Motores é

um produto normatizado, portanto, deve seguir as prerrogativas de montagem e ensaios determinados pela ABNT. As normas pertinentes aos CCMs de baixa tensão são a ABNT NBR IEC 604391, a ABNT NBR IEC 60947-4-1 e os ensaios de coordenação de partida previstos para certificação do produto estão descritos a seguir: Verificação do disparo do relé de sobrecorrente: neste ensaio, é injetada uma corrente aleatoriamente superior à corrente nominal e observa-se a atuação do

dispositivo

de

proteção

dentro

da curva (tempo versus corrente) do equipamento escolhido. O teste será considerado concluído se o dispositivo atuar dentro da curva prevista para o dispositivo. Verificação da proteção de curtocircuito: neste caso, dois ensaios são

componentes e condutores da partida,

exigidos: a) Ensaio

à

corrente

condicional

nominal “Iq”, em que o valor da corrente

o que poderia causar maiores danos na sua reenergização.

é definido pelo próprio fabricante; b) Ensaio à corrente presumida “r”,

Conclusão

em que os valores de corrente são determinados pela tabela 12 da ABNT

Independentemente do tamanho do

NBR IEC 60947-4-1.

processo,

paradas

não

programadas

causam transtornos, levam tempo até o Para ambos os casos, a gaveta a ser

restabelecimento, param a produção e, de

ensaiada deverá estar preparada para

qualquer forma, geram prejuízos diretos ou

simular uma condição de curto-circuito

indiretos. Processos vitais ou processos

nos cabos de alimentação do motor ou

cujos custos de parada sejam de grandes

no próprio motor. Para isso, é feito um

dimensões

arranjo de curto-circuito na saída desta

adicionais e o projeto adequado e bem

gaveta, conforme demonstrado na Figura

dimensionado é a principal ferramenta

5. Logo após a gaveta é inserida no CCM,

desta solução. Os dispositivos para

a alimentação é ligada, estabelecendo,

partida de motores estão evoluindo, estão

assim, um curto-circuito. O ensaio terá

mais robustos e inteligentes. Devemos

êxito se o disjuntor de proteção atuar, se

levar em consideração os artifícios que a

não houver a abertura da porta do CCM,

atual tecnologia proporciona, visando tirar

que deverá permanecer fechada e se não

o máximo possível de proveito em prol

houver nenhum dano aos condutores ou

de uma produção mais confiável e com

aos dispositivos de partida.

rápido reestabelecimento.

Verificação

da

conformidade

precisam

de

cuidados

da

isolação: neste ensaio, a gaveta é

*Odair de Souza Andreaça é engenheiro

submetida a uma tensão suportável

eletricista e engenheiro responsável pelo

de duas vezes a tensão nominal de

desenvolvimento e aplicação de produtos da

operação

VR Painéis Elétricos.

ou

no

mínimo

1.000

V.

Este teste visa verificar se não houve

Jonas Cirilo é gerente de automação da VR

rompimento do dielétrico de todos os

Painéis Elétricos.


154

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Por Patrícia Teixeira Asano e Gracieli Sartório de Lima*

Avaliação de locais com potencial para a implantação de geradores distribuídos sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável Atualmente vem sendo motivo de

a interconexão entre as partes de um

motivando novos estudos de identificação

debate no setor elétrico brasileiro a

sistema e não apenas as soluções no

de locais de implantação de geração

necessidade de planejar, desenvolver

campo econômico.

distribuída,

e viabilizar novos meios de geração e

O padrão de consumo de energia

a elaboração de uma ferramenta de

fornecimento de energia elétrica para o

elétrica de cada país está geralmente

auxílio a instituições do setor elétrico

atendimento da demanda, bem como a

relacionado

no

planejamento

necessidade da diversificação da matriz

econômico, aspecto que ainda hoje está

a

perspectiva

energética com o objetivo de evitar

entre os maiores objetivos das nações,

sustentável.

situações de risco ou mesmo falta de

assim, a busca por maior capacidade

fornecimento devido à impossibilidade de

de fornecimento elétrico é constante.

de locais promissores para a instalação

geração de energia associada à gestão

Contudo, existe uma inter-relação entre

de geradores distribuídos envolve:

inadequada das fontes primárias de

a produção de energia elétrica e os

energia.

impactos ambientais, seja na extração

1. Estudo e identificação dos indicadores

Com base neste contexto busca-se

de recursos primários de energia, seja

de avaliação que se aplicam ao problema

identificar

de

na deposição ou emissão de resíduos

de fornecimento de energia elétrica;

maior interesse para a instalação de

durante a produção da eletricidade ou na

2. Seleção/codificação

aerogeradores como geração distribuída

construção de empreendimentos elétricos,

viáveis – disponibilidade e coleta de

no Estado de São Paulo, sendo esta uma

além de impactos sociais associados. Em

dados;

das possíveis soluções para a expansão

maior ou menor intensidade, os impactos

3. Identificação

e operação do sistema de energético

socioambientais provocados pela geração

programa adequado para a interação dos

em uma das regiões mais populosas

de energia são inerentes a essa atividade.

critérios envolvidos. A compatibilidade dos

e

Desta

dados com o software deve ser verificada

e

classificar

economicamente

locais

desenvolvidas

do

ao

seu

maneira,

energia

elétrica,

o

crescimento

abastecimento assim

como

contribuindo

de de

assim

expansão,

para

sob

desenvolvimento

A metodologia para a determinação

de

dos

um

critérios

software/

país. Para isso utiliza-se uma análise

de

o

e havendo variáveis georreferenciadas,

multicritério e um sistema de informação

abastecimento de água, aponta para a

deve-se utilizar um Sistema de Informação

geográfica.

necessidade de um novo paradigma de

Geográfico;

A avaliação de locais propícios para

gestão e planejamento dentro de uma

4. Ordenação dos critérios de acordo

a instalação de geradores distribuídos

visão mais sustentável, ou seja, que

com o seu grau de relevância na solução

integra variáveis selecionadas a partir de

tenham uma abordagem interdisciplinar,

do problema;

indicadores de sustentabilidade, em que

com múltiplos aspectos inter-relacionados.

5. Seleção e aplicação da técnica de

se busca equilibrar diferentes aspectos

Nesse sentido, buscou-se apresentar uma

avaliação multicritério;

econômicos, sociais e ambientais. A

metodologia que proponha alternativas ao

6. Interpretação, análise dos resultados

integração

dimensões

atendimento à demanda, de modo que não

e decisão;

torna-se uma tarefa cada vez mais

de

diferentes

se limite ao desenvolvimento econômico

7. Relatório com análise e indicação de

complexa à medida que mais parâmetros

e que, ao mesmo tempo, tenha efeitos

possíveis locais de instalação, onde serão

são agregados no equacionamento do

menos agressivos ao meio ambiente e à

documentados os resultados do estudo

problema. Mesmo assim, a compreensão

sociedade.

global realizado, direcionado aos pontos

real dos problemas modernos exige uma

A metodologia mostrou-se promissora

relevantes que devem conter no estudo

visão do todo, em que é reconhecida

para solução do problema apontado

local e fazer o apontamento de possíveis


155

O Setor Elétrico / Abril de 2015

ressalvas e orientações que direcionam a

representada pela velocidade média anual

socioeconômicas

sustentabilidade do empreendimento e a

do vento a 100 metros de altura. Quanto

geração distribuída;

tomada de decisão por parte dos agentes

maior velocidade do município mais apto

envolvidos na análise de planejamento da

ele foi considerado para a resposta, e para

indicador foi representado pela distância

expansão.

velocidades abaixo de 6,5 m/s os municípios

da conexão à rede elétrica, refere-se à

Para validar a metodologia proposta

Custos

do

pela

inserção

abastecimento:

da este

foram considerados como não aptos;

distância entre os municípios e a rede

foi realizado um estudo para a avaliação

• Redução de impactos ambientais:

elétrica de 138 kV.

de municípios do Estado de São Paulo

neste critério foi considerado que os

mais apropriados para a instalação de

municípios com algum tipo de área de

geradores distribuídos a partir da fonte

proteção ambiental (APA) seriam evitados

inseridos e combinados em um Sistema de

eólica.

para a implantação dos aerogeradores;

Informação Geográfico, sua representação

quatro indicadores como critérios de

• Atendimento às necessidades básicas

pode ser observada na Figura 1.

avaliação, buscou-se atender às distintas

de eletrificação: considerando-se que

A

dimensões englobadas no conceito de

a energia elétrica é um insumo que

avaliação foi feita a partir de uma pesquisa

sustentabilidade, sendo eles:

pode contribuir para o desenvolvimento

aplicada a um grupo de pós-graduando

Portanto,

foram

selecionados

Os dados referentes aos critérios foram

ordenação

dos

critérios

de

social, neste critério foram priorizados

do programa interdisciplinar de Pós-

• Aproveitamento do potencial energé­

os

possuíssem

Graduação em Energia da Universidade

tico local: neste indicador, foi avaliada

menor distribuição de renda, com o

Federal do ABC, e três cenários obtidos,

a

intuito de dinamizar suas atividades

como apresentado na Tabela 1.

disponibilidade

do

(a)

recurso

eólico,

municípios

que

(b) Figura 1 – (a) potencial eólico, (b) presença de APA, e (c) linhas de 138 kV.

(c)


156

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Tabela 1 – Cenário de pesos

Pesos

Cenários

Critérios

1

2

3

1

2

1

Disponibilidade do recurso eólico

2

3

3

Distancia da rede de conexão

3

1

2

Diferença social

Tabela 2 – Ranking dos municípios mais propícios para a instalação de aerogeradores no Estado de São Paulo

Municípios

1

2

3

Guapiara

Guapiara

Guapiara

Apiaí

Barra do chapéu

Barra do Chapéu

Jacupiranga

Apiaí

Apiaí

Divinolândia

Jacupiranga

Jacupiranga

São Sebastião da Grama

Itariri

Divinolândia

Barra do Chapéu

Divinolândia

São Sebastião da Grama

Itariri

São Sebastião da Grama

São Miguel Arcanjo

Pindamonhangaba

Nova Campina

Bom Sucesso de Itararé

Observa-se

que

o

indicador

de

cenários aplicados. Estes seis municípios

identificação de locais propícios para

redução de impactos ambientais não

são representados na Figura 2.

a instalação de geradores distribuídos,

aparece na priorização, pois este foi

atendendo

considerado como um critério de exclusão.

da ordenação dos critérios de acordo

econômicos, mas também considerar as

Na sequência, os dados coletados foram

com seu grau de prioridade, todos têm

dimensões social e ambiental, visto que vem

normalizados e submetidos ao método de

interferência na resposta final. Observou-se

crescendo aos poucos a consciência de

avaliação multicritério Combinação Linear

que ocorreu uma compensação entre

que a expansão econômica não é condição

Ponderada (Weighted Linear Combination

os critérios. Isso implica que houve certo

suficiente para o bem-estar e até mesmo

– WLC). A Tabela 2 apresenta como

equilíbrio na avaliação das três dimensões

para a sobrevivência do ser humano.

resultado o ranking dos oito municípios

trabalhadas, mesmo o critério de menor

Finalizando,

mais propícios para os três cenários.

peso

escolha da tecnologia para aplicação da

Observa-se

que,

dentre

os

oito

A técnica WLC demonstrou que, apesar

teve

relevância

no

resultado

não

somente

vale

aspectos

destacar

que

a

alcançado.

metodologia e dos critérios de avaliação

Portanto, espera-se que a metodologia

foi coerente aos indicadores energéticos

para a instalação de geradores eólicos,

possa ser significativa na solução de

de sustentabilidade apresentados pela

considerando-se os critérios selecionados,

problemas no planejamento da expansão

Organización Latinoamericana de Energía

seis estão presentes no ranking dos três

e possa contribuir para a decisão na

(Olade), e procurou-se valorizar critérios

primeiros

municípios

mais

favoráveis

que proporcionassem o aproveitamento de

recursos

energéticos

locais,

a

diversificação da matriz elétrica, a redução de custos, o desenvolvimento social e a preservação ambiental. *Patrícia Teixeira Leite Asano é doutora em Engenharia Elétrica. Atualmente, é professora da Universidade Federal do ABC e membro do IEEE. Atua na área de planejamento da operação de sistemas hidrotérmicos de potência. Gracieli Sartório Cardoso de Lima é mestre em Energia pela Universidade Federal do ABC e doutoranda. Atua na área de planejamento Figura 2 – Municípios que demonstraram potencial para a instalação de geradores eólicos sob a perspectiva de desenvolvimento sustentável.

energético com foco em geração distribuída e indicadores de sustentabilidade.



158

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Abril de 2015

Energia solar: a próxima fronteira?

Há dez anos era lançado o Proinfa,

fotovoltaicas (com células produzidas

Estes agentes foram identificados como

programa do Governo Federal para o

no Brasil) – conforme exigência para

potencial gargalo no desenvolvimento

desenvolvimento de fontes alternativas

obtenção de financiamento do BNDES

deste

de geração de energia. O programa

a partir de 2020 – seria necessária a

conforme

tinha a ambiciosa meta de disponibilizar

contratação de, ao menos, 1 GW anual

Instituto de Desenvolvimento de Energias

1100 MW de energia eólica na rede até

de energia oriunda desta fonte, nos

Alternativas na América Latina (Ideal),

2008. Atualmente, o sistema conta com

próximos cinco a dez anos.

em novembro de 2014 junto a agentes

mais de 5 GW de capacidade instalada

do mercado de micro e minigeração.

originados desta fonte.

Tendo em vista a atual competitividade

novo

e

relevante

pesquisa

mercado,

elaborada

pelo

do produto, é necessário questionar

Sem prejuízo dos desafios ainda

relativa

se não seria mais importante para o

existentes para sua consolidação, a

consolidação do mercado de energia

desenvolvimento da fonte no país, que

geração solar já é uma realidade hoje no

eólica, importante questionar se seria a

a exigência de conteúdo local fosse

Brasil, e quiçá conquistará seu espaço

energia solar a próxima fronteira.

menos incisiva, permitindo que, nesta

lenta,

No 6º Leilão de Energia Reserva

fase de maternidade, o próprio mercado

como a fonte eólica há dez anos.

(Leilão 008/2014) a fonte solar vendeu,

se autorregulasse. Seria este o momento

de forma inédita, cerca de 890 MW,

para criar restrições ao desenvolvimento

a preços extremamente competitivos.

desta nova fonte de energia?

Antes do certame, previa-se que o preço

Ainda,

de viabilidade dos projetos solares

compreender melhor o papel da energia

seria próximo de R$ 250,00 MW/h,

solar no âmbito da geração distribuída.

expectativa que, após um intenso dia de

Se a energia solar ainda não é capaz

leilão, baixou até o preço médio de R$

de competir com a energia eólica e

215,12MW/h.

demais fontes renováveis nos leilões

A despeito da boa notícia, o mercado

do mercado regulado, fazendo-se ainda

de energia solar no Brasil ainda é

necessários leilões exclusivamente para

incipiente, extremamente dependente

o produto solar – a alternativa da geração

do modelo econômico e regulatório

distribuída,

a ser adotado pelo Governo Federal.

adotada

Nestas searas, algumas questões ainda

mercado para a fonte solar, podendo

não têm respostas claras.

ser esse um importante instrumento na

consolidação da fonte.

Considerada

essa

Em primeiro lugar, seria importante

questionar o nível de nacionalização

Sob

exigido

pelo

governo

federal

faz-se

ainda

no

essa

irreversivelmente,

assim

necessário

não

Brasil,

mas

amplamente

abre

perspectiva,

um

novo

impõe-se

para

a necessidade de consolidação do

a concessão de financiamento, via

previsto na Resolução 482/2012, da

Por Ana Karina E. de Souza (foto) e Felipe

BNDES. A Associação Brasileira de

Aneel, relativa à micro e minigeração de

Furcolini, respectivamente, sócia e advogado

Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)

energia pelo consumidor, principalmente

do Machado, Meyer, Sendacz e Opice

estima que, para atrair a cadeia produtiva

no tocante ao cumprimento dos prazos

Advogados, especializados na área de

ao país, em especial no relativo a placas

e tarefas atribuídos às distribuidoras.

Infraestrutura.



160

Agenda

O Setor Elétrico / Abril de 2015

9 a 11 e 23 a 25 de junho

Informações

O treinamento é voltado para profissionais que atuam em áreas com riscos de explosões e capacita o profissional para atender às normas NR 10 e NR 20, tornando-o apto para uma futura certificação. Ao todo são seis módulos: básico, intermediário, avançado I e avançado II, elétrica/instrumentação-equipamentos e instalações, e elétrica/ instrumentação – inspeção visual e apurada. Conforme os organizadores, os módulos 1 a 4 são exigidos conforme a NR 20, sendo os módulos 1 e 2 obrigatórios para os profissionais de todas as especialidades que adentram em áreas classificadas de indústrias. Já os módulos 5 e 6 são exigidos pela NR 10, em complemento às partes 1 e 2, ao pessoal de elétrica, instrumentação e telecomunicações, que operam nestes ambientes.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5589-4332/ (11) 2578-0008 treinamentos@project-explo.com.br

Cursos

9 a 12 de junho

Introdução à proteção de linhas de transmissão

Descrição

Informações

Apresentar e debater a aplicação das funções de proteção para linhas de transmissão a partir das características dos componentes protegido e dos transformadores para instrumentos, este é objetivo do curso pela Universidade Sel. As aulas abarcarão também as funções de proteção com direcional de sobrecorrente, distância, diferencial, comparação de fases e esquemas de teleproteção. O curso é voltado para engenheiros, tecnólogos e técnicos de empresas concessionárias de serviços de eletricidade e de empresas de engenharia e consultoria, entre outros.

Local: Recife (PE) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com

16 e 17 de junho

Considerações sobre disjuntores de alta tensão

Descrição

Informações

Durante as aulas, os alunos serão apresentados aos princípios de funcionamento e modelagem digital dos disjuntores e também aos procedimentos para cálculo das tensões e correntes originadas das operações do disjuntor. Conforme o Lactec, espera-se que, ao final do curso, os participantes tenham aprendido a realizar os procedimentos de cálculo para especificação das características técnicas dos disjuntores, de forma que as ferramentas computacionais disponíveis possam ser utilizadas com mais desenvoltura.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6051 cursos@lactec.org.br

18 e 19 de junho

Relés de proteção Schneider Sepam: estudo, parametrização e testes

Descrição

Informações

O curso pretende qualificar os participantes para trabalhar com relés Sepam da marca Schneider, a fim de que consigam comunicar, parametrizar, testar, interpretar resultados e obter oscilografias. Entre os temas a serem discutidos estão: conceito das funções de proteção, alteração de ajustes através do software/painel e levantamento das características e geração de relatórios. As aulas práticas serão realizadas com um número reduzido de participantes por turma.

Local: São Paulo (SP) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

1º a 3 de junho

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica 2015

Descrição

Informações

O evento promove o debate específico do emprego de sistemas de distribuição de energia subterrâneos de energia elétrica, que são considerados pelos organizadores os mais confiáveis e adequados aos ambientes urbanos. Além da exposição, o evento contará com um fórum e um workshop sobre cabos isolados. O tema da feira deste ano, que está em sua 11ª edição, é "Novas Tecnologias e Procedimentos para a Moderna Gestão de Redes Subterrâneas".

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

1º a 3 de junho

Eventos

Capacitação de pessoal para atmosferas explosivas

Descrição

Ilume Expo 2015

Descrição

Informações

O tema da 4ª Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública é "A Iluminação Pública e os Novos Desafios da Administração Municipal". O evento é formado também por um fórum, que acontecerá nos dias 1º e 2 de junho e um workshop sobre Leds, que ocorrerá no dia 3 de junho. Dentre os assuntos que permeiam a exposição e seus eventos paralelos estão: tecnologias para implementação e barateamento de redes de distribuição, novos paradigmas para a gestão, iluminação pública, arquiteturas em espaço público e redes áreas e subterrâneas.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

23 a 26 de junho

Brasil Offshore

Descrição

Informações

Promovido a cada dois anos, em Macaé (RJ), base das operações e responsável por mais de 80% da exploração Offshore do Brasil, a Feira e Conferência da indústria de Petróleo e Gás – Brasil Offshore é um lugar propício para a busca e debate de novas tecnologias de exploração e produção, ideias e soluções. Em 2013, o evento teve uma visitação superior de 51 mil profissionais e 700 expositores, sendo 155 internacionais.

Local: Macaé (RJ) Contato: info@reedalcantara.com.br

24 a 27 de junho

Construir Minas (Minascon)

Descrição

Informações

A feira une em um mesmo local todos os segmentos da indústria da construção civil do mercado mineiro para apresentar as novidades do setor, principais tendências, produtos e soluções, incluindo materiais elétricos e de iluminação. Na edição realizada no ano passado, 300 empresas participaram da Construir Minas, que atraiu um público de cerca de 40 mil pessoas ao longo de quatro dias, gerando aproximadamente R$ 120 milhões em negócios.

Local: Belo Horizonte (MG) Contato: (21) 2441-9100 feiraconstruir@fagga.com.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Abril de 2015

3M 143 0800 0132333 www.3meletricos.com.br A Cabine 104 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br 135

A&PW Brasil new.abb.com/br/apwbrasil Agpr5 - Abirush Automação 107 e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br Alpha 112 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www. alpha-ex.com.br Altus 87 (51) 3589 9500 www.altus.com.br

Daisa 41 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br

Himoinsa 17 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br

Média Tensão 45 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Power Lume 39 (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br

Dialight 147 (11) 4431-4300 vendas.brasil@dialight.com www.dialight.com

ICE Cabos Especiais 119 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Megabrás 78 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Press Mat 73 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

Melfex 15 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

Prysmian 11 (11) 4998-4155 ofertas.energia@prysmiangroup.com.br www.prysmiangroup.com.br

Montal 134 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br

RDI Bender 51 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Mon-Ter 97 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

Rittal 65 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br

Multhiplos 91 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.br

RM Sarel 20 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br

Nambei Fios e Cabos 111 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br

Rudolph Fixações 151 (47) 3281-2929 rudolphfixacoes@rudolph.com.br www.rudolphfixacoes.com.br

Nelmetais 151 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br

Sarel 139 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Netz Service 43 (11) 3949-7998 netz@uol.com.br www.manutencaoeletrica.com.br

Sassi Medidores 114 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br

Sicame 145 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br

Dutoplast 21 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton Encarte (11) 4525-7100 www.eaton.com.br Efe-Semitrans 49 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br

12

IFG (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Iguaçumec 108 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br Ilumatic 37 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br

Eletrobrás 4 e 5 www.eletrobras.com.br

Inelsa 93 (85) 3371-9600 www.inelsa.com.br

Eletromar 105 0800 7242 437 www.hager.com.br

Instrumenti 101 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br

Elos 77 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br

Instrutemp 106 (11)3488-0200 vendas@instrutemp.com.br www.instrutemp.com.br

Embramat 13 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br

Intelli (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

Embrata 117 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br

Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br

Cablena 29

Enercom 27 (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br www.enercom.com.br

Itaipu Transformadores 83 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br

Novemp Fascículos, 70 e 71 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

CBQEE 159 www.sbqee.org.br/cbqee

Facilit 98 (11) 4447-1881 vendas@faciliteletrocalhas.com.br www.faciliteletrocalhas.com.br

Kanaflex 110 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br

Sindustrial Engenharia 137 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br

Nutsteel 121 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br

Steck 81 0800 122022 / 11 6245-7000 vendas@steck.com.br www.steck.com.br

Fastweld (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Kienzle 144 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br

Obo Bettermann 138 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br

Strahl 75 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com

General Cable 55 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

KRC 155 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br

Palmetal 115 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br

Tigre Tubos e Conexões 9 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br

Gimi 99 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br

Liba Painéis e Automação 96 (21) 3658-7706 / 7196 www.libapaineis.com.br comercial@libapaineis.com.br

Paraeng Pára-Raios 123 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br

Trael 10 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

Gimi Pogliano 57 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

Líder Rio 14 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com

Paratec 140 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br

Unitron 133 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br

Logmaster 82 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br

Patola 109 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

Vextrom 85 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br

Maccomevap 6 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

Poleoduto 16 (11) 2413-1200 poleoduto@poleoduto.com.br www.poleoduto.com.br

VR Painéis Elétricos 103 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Alumbra 113 (11) 4393-9300 sac@alumbra.com.br www.alumbra.com.br BHS Eletrônica 89 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brasil Offshore 157 www.brasiloffshore.com BRVal 8 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cabelauto 33 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Cinase 7 (11) 3872-4404 adolfo@atitudeeditorial.com.br Clamper Fascículos e 79 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 59 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Condumax 26

0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 25 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

161

4ª capa

35

Cordeiro 19 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br

HDA Iluminação Led (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

Crimper 118 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br

Hellermann Tyton 53 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

141

Simpase 131 www.simpase.com.br


162

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Abril de 2015

O que há de errado? Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o breve formulário!

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas

Esta instalação foi registrada pelo engenheiro Paulo Barreto, da Barreto Engenharia. Encontre os

vigentes, receberá como prêmio um

erros, mande suas conclusões e concorra a prêmios! O resultado será divulgado na edição 113, de

exemplar da mais nova edição do

junho de 2015.

Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais

Resposta da edição 109 (Fevereiro/2015)

O leitor LEANDRO ARAKI apresentou

atualizações normativas do setor!

ou na cobertura

a resposta mais completa com relação às

do cabo

não conformidades com as normas técnicas

unipolar;

brasileiras vigentes. O vencedor receberá

6.2.11.4.1 Nas

um exemplar do Anuário O Setor Elétrico

canaletas

de Normas Brasileiras com as principais

instaladas

atualizações normativas do setor. Parabéns

sobre paredes,

a todos os leitores que mandaram suas

em tetos ou

respostas e continuem participando!

suspensas e

Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou

nos perfilados,

acesse o site www.osetoreletrico.com.br

Confira a resposta correta:

podem ser

e mande suas impressões!

Diversas não conformidades com relação

instalados condutores isolados, cabos

à ABNT NBR 5410:2004, que trata das

unipolares e cabos multipolares. Os

instalações elétricas de baixa tensão, foram

condutores isolados só podem ser utilizados

encontradas, entre elas, as que desrespeitam

em canaletas ou perfilados de paredes não-

os seguintes itens:

perfuradas e com tampas que só possam ser

6.2.11.3.2 Para a fixação direta dos cabos

removidas com auxílio de ferramenta. NOTA

em paredes ou tetos, podem ser usadas

Admite-se o uso de condutores isolados em

e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para

abraçadeiras, argolas ou outros meios;

canaletas ou perfilados sem tampa ou com

o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e

6.1.5.3.3 Qualquer condutor isolado, cabo

tampa desmontável sem auxílio de ferramenta,

nos ajude a denunciar os disparates cometidos

unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado

ou em canaletas ou perfilados com paredes

por amadores e por profissionais da área

como condutor PEN deve ser identificado

perfuradas, com ou sem tampa, desde que

de instalações elétricas. Não se esqueça de

de acordo com essa função. Em caso de

estes condutos: a) sejam instalados em locais

identificação por cor, deve ser usada a cor

só acessíveis a pessoas advertidas (BA4) ou

azul-claro, com anilhas verde-amarelo nos

qualificadas (BA5), conforme tabela 18; b)

pontos visíveis ou acessíveis, na isolação do

sejam instalados a uma altura mínima de 2,50

condutor isolado ou da veia do cabo multipolar,

m do piso.

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica

mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.




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