Ano 10 - Edição 113 Junho de 2015
Proteção contra descargas atmosféricas Após dez anos em processo de revisão, a série de normas ABNT NBR 5419 foi finalmente publicada. Seção fixa traz, mensalmente, uma atualização sobre o tema Aterramento temporário para redes aéreas compactas Energia solar fotovoltaica conectada à rede ganha espaço no Brasil
CINASE 2015 Teoria e prática aliadas em um evento técnico totalmente reformulado! Saiba como foi a primeira edição do ano.
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Reportagem - energia solar
conectados à rede elétrica, sejam eles de pequeno porte, como micro e mini usinas de geração distribuída, sejam grandes usinas solares cuja energia é comercializada através de leilões.
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com
Coluna do consultor
Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
Painel de notícias
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Alberto Fossa, Alfeu J. Sguarezi Filho, Allan Fagner Cupertino, Andre Luiz Pirotello, Carlos E. Capovilla, Edemir Luiz Kowalski, Francisco Oliveira, Guilherme Rachelle Hernaski, Hélio Sueta, Ivan R.S Casella, José Arinos Teixeira Junior, Leandro Oliveira, Lianete Margot Klauck, Manuel Luis Martinez, Marcelo Antônio Ravaglio, Plinio Godoy, Rafael Pires Machado, Selênio Rocha Silva, Sergio Feitoza Costa, Signie Laureano França Santos, Silas Yunghwa Liu, Victor Flores Mendes, Victor Salvino Borges
62
A energia solar fotovoltaica começa a receber novamente mais atenção do Governo Federal. Sistemas isolados dão lugar a sistemas
6
Medidas da Aneel fomentam a eficiência energética.
8
Espaço 5419
112
A área de exposição equivalente segundo a Parte 2 da ABNT NBR 5419: 2015.
114
Associação Catarinense de Engenheiros realiza seminário sobre
Espaço 5410
barramentos blindados; Biomassa alcança a marca de 12.417 MW de
Esta edição traz definições do novo texto no tocante à proteção
potência instalada no país; Governo publica decreto com regras para
contra incêndio provocado por produto elétrico e precauções em
prorrogação da concessão das distribuidoras; MME irá acompanhar
caso de riscos específicos de incêndio.
de perto obras de energia elétrica para Olimpíadas; GE lança sua nova classe de turbinas a gás natural para o mercado brasileiro; FPT Industrial apresenta seu novo presidente para a América Latina.
Evento – Cinase
22
Objetivo do primeiro evento do ano foi proporcionar ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas.
Fascículos
32
Artigo – Proteção
68
Desenvolvimento de conexão para aterramento temporário para redes aéreas compactas, com metodologia para aplicação e
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.
restauração da proteção de cabos.
Colunistas
116 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 118 Jobson Modena – Proteção contra raios 120 João Barrico – NR 10 122 122 Claudio Sergio Mardegan 124 José Starosta – Energia com qualidade 126 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 128 Michel Epelbaum – Energia Sustentável
Dicas de instalação
130
Um olhar mais atento para os transformadores, especialmente os de potência.
132
Pesquisa – Dispositivos elétricos 78 de proteção, manobra e comando
Espaço IEEE
Estudo revela divisão na opinião entre fabricantes e distribuidores e os consumidores de dispositivos elétricos. Os primeiros estão
Ponto de vista 134
apreensivos com a situação econômica e projetam crescimentos
Como a geração de energia por meio de lixo pode ajudar na crise
Capa: Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio
modestos de suas empresas em 2015. Já os segundos, mais
hídrica que atinge o país.
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
Aula prática – Sistemas eólicos 102
Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
otimistas, definem o mercado como em franca expansão.
O trabalho tem a finalidade de apresentar um direcionamento
Sobre o uso das comunicações sem fio em smart grids
Agenda 136 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
quanto às diversas origens dos harmônicos no gerador de
138
indução duplamente alimentado e avaliar o seu impacto nas
What’s wrong here
tensões e correntes que fluem para o sistema.
Identifique o que existe de errado na instalação.
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Junho de 2015
www.osetoreletrico.com.br
Ano 10 - Edição 113 Junho de 2015
Proteção contra descargas atmosféricas O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 113 – Junho de 2015
Eficientizai-vos!
Após dez anos em processo de revisão, a série de normas ABNT NBR 5419 foi finalmente publicada. Seção fixa traz, mensalmente, uma atualização sobre o tema Aterramento temporário para redes aéreas compactas Energia solar fotovoltaica conectada à rede ganha espaço no Brasil
CINASE 2015 Teoria e prática aliadas em um evento técnico totalmente reformulado! Saiba como foi a primeira edição do ano.
Edição 113
São muitos os assuntos desta edição que merecem destaque neste editorial: a lenta, mas progressiva evolução
da energia solar fotovoltaica; o sucesso da primeira edição de 2015 do Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), evento realizado pela revista O Setor Elétrico; a publicação (finalmente) da série de normas ABNT NBR 5419; o pouco lembrado dia mundial do meio ambiente e sua relação com a energia elétrica; entre outras notícias do setor.
Um tema, no entanto, é inerente a quase todos esses assuntos e também está presente em praticamente todas
as nossas edições. Estou falando, claro, da eficiência energética. Embora o tema seja recorrente – inclusive, aqui neste espaço –, reforçar a necessidade de se priorizar a eficiência energética, especialmente, na conjuntura atual, nunca é demais. Durante o Cinase, evento que reuniu importantes nomes do setor para um debate sobre o mundo das instalações elétricas, não foram raros os palestrantes que mencionaram a eficiência energética como condição única para o crescimento e medida que deve ser tomada por todos, seja indústria, seja consumidor ou prestador de serviço, não apenas para defender-se dos altos preços das tarifas de energia, mas como uma medida sustentável e necessária, tendo em vista a oferta de energia atual.
Diante do endividamento das concessionárias de energia elétrica, da redução do subsídio do governo
às tarifas e da crise hidrológica, a saída foi apelar para as térmicas, que são mais caras e também não foram pensadas para operarem por longos períodos. Eficiência energética é, então, a melhor maneira de aumentar a oferta, poupando energia consumida.
A boa notícia é que as grandes consumidoras de energia estão atentas – até porque o gasto com eletricidade é o
mais alto impacto no seu faturamento – e já estão eficientizando seus processos de modo a reduzir o consumo. Para se ter ideia, uma importante fabricante brasileira de motores elétricos teve seus pedidos multiplicados por seis nos últimos meses. Considerando que o motor é um dos equipamentos que mais consomem energia em uma instalação e que há, pelo menos, 10 milhões de motores obsoletos no país, ainda há muito para ser feito nesse sentido.
O governo também está se precavendo. Em reunião realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em 23 de
junho, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) entendeu ser necessário fortalecer os programas de eficiência energética e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), mediante a reorientação de recursos já existentes e a fixação de diretrizes de governo para tais programas. Para isso, serão criadas, no âmbito do CNPE, câmaras técnicas destinadas a elaborar e propor políticas e ações aos conselheiros. A primeira delas será responsável pelo estudo dos programas e ações de eficiência energética e de P&D, hoje com diretrizes, recursos e execução dispersos entre diversos órgãos e empresas.
Que estas e outras atitudes não fiquem no papel e na boa vontade, mas que se convertam em resultados. Oremos.
Boa leitura!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br
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Coluna do consultor
Aneel busca meios para incrementar eficiência energética no país. Até o Papa Francisco apoia!
No final de maio passado, a Agência
energética da Aneel, o chamado PEE ou
importância dos dois temas tratados
Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
modernamente o Propee, foi transformado
nestes documentos;
convidou diversas entidades relacionadas
no passado em ferramenta política-
•
ao tema eficiência energética e geração
eleitoreira com resultados que poderiam
equipamentos e edificações, mercado de
distribuída para uma discussão aberta,
ser efetivamente bem melhores, se o
produtos eficientes. Por que não ampliar
quando organizou o “Fórum de Eficiência
foco fosse de fato somente a eficiência
as atividades para avaliação da qualidade
Energética e Geração Distribuída” em
energética. Com a atual conjuntura da
da energia dos equipamentos a serem
sua sede em Brasília.
energia no Brasil, o tratamento sério
etiquetados nas avaliações da eficiência
O objetivo do encontro foi a troca
da eficiência energética e a geração
energética?;
de experiências e informações sobre
por fontes renováveis têm que ser
• Aspectos de meio ambiente, emissões
inovações e novas tecnologias nestas
considerados com muita preocupação
e limpeza da matriz energética.
duas
e a diretoria e corpo técnico da Aneel
áreas,
além
de
naturalmente
trabalhar
neste
etiquetagem
de
No site da Aneel existe algum material
estão
assegurar a criação de uma cadeia
objetivo. A agenda foi densa com temas
disponível e o registro do encontro está
sustentável
O
muito bem colocados pelos expositores
no YouTube.
encontro – que contou com a presença
e perguntas da plateia presente. Ficam
de toda a diretoria da Aneel, incluindo
algumas questões a serem definidas e
o incrível “Papa Francisco” chama a
o próprio diretor geral Romeu Rufino,
incentivadas como:
atenção de todos para a necessidade
mercados.
a
de
fomentar e propor uma agenda para nestes
dispostos
Programa
Algumas semanas depois do evento,
da redução do consumo (também de
além de representantes de ministérios, associações, universidades, organismos
• Uso efetivo do recurso do Propee em
energia) e respeito ao meio ambiente.
públicos
bons projetos de eficiência energética
Sem comentários. Mais um gol de placa
internacionais, de financiamento, de meio
nas
de Sua Santidade. Caríssimo Papa:
ambiente, consultores e interessados
manutenção do recurso;
no tema – foi bastante produtivo e
•
fundamentalmente demonstra o interesse
consumidor não só os aspectos dos
em promover mudanças que sejam mais
reservatórios
objetivas e eficazes que os modelos
tarifárias), mas outros, como o custo de
que ora se praticam. Infelizmente, as
demanda e fatores que compõem a conta
mudanças mais importantes dependem
de energia;
de mudança de lei e a Agência não tem
•
o poder para tal, cabendo ao poder
implantação de projetos eficientes, e fim
legislativo esta missão. Esperamos que
do ICMS para a geração distribuída com
o tema seja muito em breve tratado por
conexão à rede das distribuidoras;
esta turma, que tem se ocupado de
• “Destravamento” do Proesco e outras
outros temas de interesse nacional.
políticas de financiamento; acesso a
Como é de conhecimento de todos,
financiamentos de projetos;
o
principal
• Aspectos do PNEF, PDE e PNE e
e
privados
programa
nacionais
de
e
eficiência
chamadas
Modelo
Política
públicas,
tarifário (como
de
além
da
“venomar”, (e digamos) “Amén”.
que as
sinalize
ao
bandeiras
favorecimento
para
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Associação Catarinense de Engenheiros realiza 1º Seminário “Barramentos Blindados – Bus Way” Evento demonstrou algumas vantagens deste sistema, tais como sua viabilidade financeira, ganho na estética, segurança na operação e aumento na confiabilidade A de
Associação Engenheiros
encontro foi a troca de conhecimento.
(CredCrea-SC),
realizou
“Ficamos honrados em ajudar e difundir
aproveitou a ocasião para apresentar
Catarinense (ACE)
Gelásio
Gomes,
Seminário
o conhecimento e sempre que os
alguns dados importantes. “Começamos
“Barramentos Blindados – Bus Way”,
parceiros precisarem podem contar com
com apenas 33 cooperados, em 2004, e
com o objetivo de difundir as vantagens
a nossa casa”, afirmou.
hoje temos em torno de 10.500. Nesse
de implantação de Sistemas Bus Way,
período, já ajudamos muitas empresas
demonstrando sua viabilidade financeira
participação do presidente do Conselho
e
e atratividade para os clientes. Entre
Regional de Engenharia e Agronomia
negócios” disse.
as vantagens do software estão ganho
do Estado de Santa Catarina (Crea/
na estética, segurança na operação e
SC), Carlos Alberto Kita Xavier, que
formado por investidores, engenheiros
aumento na confiabilidade.
fez uma breve análise do engajamento
eletricistas, civis e arquitetos, fabricantes
A cerimônia de abertura teve a
da categoria e das projeções para o
de materiais para sistemas Bus Way,
presença do presidente da ACE, Celso
futuro. Xavier destacou que o mercado
técnicos das concessionárias de energia
Ternes
vice-presidente
está aquecido e com a nova geração
elétrica, secretarias de infraestrutura
da entidade, Maria Elsa Nunes, que
de profissionais a inovação tecnológica
e planejamento urbano das prefeituras
reafirmaram o compromisso da entidade
estará sempre garantida.
municipais e empresas de engenharia
com o fortalecimento da categoria.
Segundo Leal, o que impulsionou o
de
recentemente
Leal,
o
e
1º
da
A abertura contou também com a
O diretor-presidente da Cooperativa Crédito
de
Santa
Catarina
profissionais
a
realizarem
seus
O público presente no evento era
que comercializam e executam obras de infraestrutura.
Abilux questiona PPP de iluminação pública de São Paulo Entidade solicitou ao prefeito de São Paulo que a PPP tenha cláusulas que garantam a compra de lâmpadas e luminárias de Led de fabricação nacional
A PPP de iluminação pública de São
a manutenção e geração de novos
ção solicita que “o fornecimento dos
Paulo já gerou sua primeira repercussão.
empregos, a consolidação da absorção
produtos seja em grande parte os
No final de maio, a Associação Brasileira
e a melhoria na balança comercial
fabricados localmente”.
da
(Abilux)
ao substituir as importações. “O não
Fagundes afirma ainda que se a
protocolou uma carta ao prefeito da
apoio ao fornecimento local restringe
prefeitura de São Paulo adotar as
cidade de São Paulo, Fernando Haddad,
o
da
medidas sugeridas pela Abilux agirá
solicitando que a PPP tenha cláusulas
absorção das modernas tecnologias de
de acordo com a suas diretrizes, de
que garantam a compra de lâmpadas e
iluminação pública existentes e as por
atrair novos investimentos (nacionais ou
luminárias de Led de fabricação nacional.
vir”, argumenta Fagundes.
estrangeiros) e de promover e estimular
Isso porque, segundo a associação, já
Para o presidente da Abilux, é
a expansão de empresas instaladas no
existem no país indústrias instaladas aptas
incompreensível
de
município de São Paulo, prestigiando
a atender o que é solicitado pelo projeto.
cláusulas
indústria
empregos existentes e os que estão por
nacional. Segundo Fagundes, o exemplo
ser criados.
o
Indústria
de
Iluminação
Justificando a posição da entidade, presidente
da
Abilux,
desenvolvimento
que
a
tecnológico
inexistência
apoiem
a
Carlos
de outros países mostra que é benéfico
A Abilux já havia se posicionado
Eduardo Uchôa Fagundes, afirma que
utilizar recursos públicos para dar apoio
desta forma quando da consulta pública
a participação da indústria nacional
ao desenvolvimento de indústrias locais
da PPP. No dia 24 de novembro de
de iluminação na PPP trará diversos
que geram emprego e desenvolvimento
2014, a entidade enviou documento
benefícios ao país, entre os quais
tecnológico. Neste sentido, a associa
com sugestões e questionamentos.
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Cefet inicia operação de miniusina solar Com 6 quilowatts-pico (KWp), planta irá capacitar professores para o ensino de disciplina referente à energia solar e formar técnicos para instalar empreendimentos similares Começou a operar no início de junho a
Divulgação Sedeis/Alexandre Gaspari
miniusina de energia solar fotovoltaica do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso
Suckow
da
Fonseca
(Cefet),
localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A planta fotovoltaica terá como função, além de gerar energia limpa e renovável, capacitar professores para o ensino de disciplina referente à energia solar e formar técnicos para instalar empreendimentos similares.
O coordenador do projeto e professor
do Cefet, Mamour Sop Ndiaye, explica que a miniusina, de 6 quilowatts-pico (KWp), é capaz de atender ao consumo elétrico médio de três famílias. Em julho,
Futuramente, o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) instalará outra planta fotovoltaica de 1 KWp, cuja energia será empregada para iluminar o pátio da escola.
a planta começou a ser utilizada em uma nova etapa do curso de capacitação de
2016. Ndiaye ressaltou a importância
professores do Cefet e do Instituto Federal
da capacitação, já que, segundo ele, um
investidos R$ 80 mil. A planta faz parte
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
dos maiores problemas atualmente na
da carteira de projetos do Programa Rio
de Janeiro.
instalação de painéis fotovoltaicos, no
Capital da Energia, da Secretaria de
Brasil, é a falta de técnicos habilitados.
Desenvolvimento Econômico do Estado
de nível técnico em energia fotovoltaica
O empreendimento propiciará também ao
do Rio de Janeiro (Sedeis) e recebeu
começou paralelamente a inauguração
Cefet produzir o próprio painel fotovoltaico em
apoio da agência alemã de fomento
do novo empreendimento. Conforme o
vez de adquiri-lo pronto. Assim, futuramente,
Deutsche Gesellschaft für Internationale
coordenador do projeto e professor do
o centro instalará outra planta fotovoltaica de
Zusammenarbeit (GIZ) e da Light Esco.
Cefet, o primeiro grupo de alunos deverá
1 KWp, cuja energia será empregada para
A Eudora Solar ficou responsável pela
se formar já no segundo semestre de
iluminar o pátio da escola.
instalação.
A formação dos primeiros profissionais
Para a construção da miniusina foram
Biomassa alcança a marca de 12.417 MW de potência instalada Fonte representa 9,1% da capacidade total instalada da matriz elétrica brasileira e está logo atrás do gás natural, que responde por 9,5% do total
A biomassa atingiu no mês de abril
sucroenergética, proveniente da cana-de-
mais 1.750 MW dessa fonte, que já estão
a marca de 12.417 MW de potência
açúcar, que bateu o recorde de 10 mil
contratados. Outros 2.400 MW estão
instalada e se consolidou como terceira
MW de capacidade instalada no referido
previstos para entrar em operação até
principal fonte de energia da matriz
mês. De acordo com a União da Indústria
2023.
elétrica brasileira. Com essa capacidade,
da Cana-de-açúcar (Unica), apenas a
a biomassa passou a representar 9,1%
biomassa de cana responde por 7% da
de
da capacidade total instalada do país. O
matriz energética do Brasil.
relacionados à biomassa vem caindo.
gás natural representa 9,5%. A fonte com
Em uma década, de abril de 2005
Enquanto, em 2010, foram instalados
participação mais importante é a hídrica:
e abril de 2015, a capacidade instalada
1.750 mil MW de energia proveniente
66,1% do total.
em usinas térmicas a biomassa no Brasil
desta fonte, em 2015, serão acrescidos
A responsável pelo crescimento da
aumentou mais de 8 mil MW. A previsão
somente 633 MW, 36% do que se instalou
participação da biomassa é a biomassa
é que até 2018 entrem em operação
há cinco anos.
A Unica, porém, destaca que o ritmo implantação
de
empreendimentos
Painel de produtos
12
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Plafon
Terminais tubulares
www.lalux.com.br
www.axt.com.br
Complementando o seu portfólio de produtos, a Lalux
Com uma grande variedade de terminais tubulares
lançou recentemente o Plafon Econômico. Com design
em seu catálogo, a AXT destaca que seus produtos são
reformulado e com o objetivo de atender às expectativas de
fabricados em cobre eletrolítico e recebem uma camada
instalação prática e boa durabilidade, o produto é injetado
de três a cinco mícrones de estanho, garantindo alta
em polipropileno com tratamento anti-UV, apresenta soquete
condutividade com maior resistência à corrosão.
E27 em cerâmica, borda de proteção no soquete (antiqueda),
Seus produtos são destinados às mais diversas
suporte do soquete com travas, além de fechamento e
aplicações e são desenvolvidos de acordo com as
acabamento do alojamento de fixação por meio de tampa
normas ABNT e internacionais. São ainda produzidas
escamoteável. Esse sistema garante maior segurança e
de acordo com as especificações do cliente.
design ao produto, que pode ser encontrado nas cores branca e preta. Outras cores podem ser oferecidas sob consulta.
Plafon conta com suporte no soquete com travas e fechamento por meio de tampa escamoteável.
A empresa desenvolve e personaliza terminais de acordo com a necessidade dos clientes.
13
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Tomadas e interruptores www.schneider-electric.com Novidade da Schneider Electric, a linha Orion de tomadas e interruptores é a primeira com dimerização de lâmpadas Led, conexão com eletrônicos e opção de personalização de espelhos. Produzida nacionalmente,
a
nova
linha
conta
com três segmentos – Orion Essence, Orion Materials e Orion You –, que são compostos por 340 itens, incluindo desde placas clássicas e interruptores convencionais até módulos eletrônicos com funções multimídia e placas com acabamento
diferenciado.
Todas
as
placas e módulos da linha podem ser trocados de forma fácil e independente. A Orion Essence apresenta sete cores
clássicas
com
acabamento
brilhante ou acetinado. A Materials possui
design
mais
moderno
com
acabamentos cromados ou de alumínio. Já a Orion You pode ser personalizada, permitindo a mistura de cores e a inserção de imagens que o cliente pode escolher. As criações são feitas por meio do Mix&Match, um aplicativo exclusivo da empresa disponível para Android e iOS. Um dos destaques da nova linha diz respeito à conectividade. As placas permitem acesso a diferentes tipos de
dispositivos
multimídias,
como
solução com conector de dados USB, tomada HDMI, tomada Mini Jack (para reprodução de músicas), entre outros.
A Orion permite ainda a dimerização de lâmpadas Leds, oferecendo variações de luminosidade facilmente controladas.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Junho de 2015
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Governo publica decreto com regras para prorrogação da concessão das distribuidoras Concessionário terá direito a mais 30 anos de concessão, sem licitação e sem pagar outorga, se assumir compromissos que resultem em novos investimentos e mais benefícios aos consumidores O
Governo
Federal
publicou
em
Segundo o ministro de Minas e Energia,
contratos de concessão, ou termos aditivos
junho no Diário Oficial da União (D.O.U)
Eduardo Braga, as novas regras e parâmetros
aos atuais, as distribuidoras terão prazo
o Decreto nº 8.461/15, o qual obriga as
se alinham com o novo momento da
máximo de cinco anos para adequarem seus
distribuidoras de energia elétrica a cumprir
economia, com mais exigências de qualidade
serviços aos novos padrões de qualidade.
novas metas de qualidade e gestão, inclusive
e fortalecimento da governança corporativa.
Contudo, as metas serão anuais e devem
econômico-financeira, se quiserem renovar
Braga afirma que o consumidor está dando
seguir o princípio da melhoria contínua a
suas concessões, que vencem entre 2015
um forte apoio ao setor, de acordo com as
cada exercício, observando uma trajetória
e 2017. O documento normativo propõe
regras do realismo tarifário. “Agora ele quer
também pré-estabelecida no novo contrato.
que, em vez da realização de nova licitação,
receber a reciprocidade, quer ser tratado
o concessionário tenha direito a mais 30
como cliente Classe A, e nós temos de criar
os sócios controladores da concessionária
anos de concessão, sem pagar uma outorga,
as condições para que ele seja atendido”,
poderão ser obrigados a ter um aporte de
desde que assuma compromissos que
explica o ministro.
capital. Se o descumprimento das metas se
resultem em novos investimentos e mais
Caso as metas não sejam cumpridas,
prorrogar por dois anos seguidos ou se ao
benefícios aos consumidores, sem repasses
Descumprimento das metas
final do prazo de cinco anos qualquer das
a tarifas.
Os novos padrões de qualidade, a partir
metas estipuladas não for seguida, haverá a
O decreto exige como contrapartida da
das diretrizes do decreto, foram colocados
extinção da concessão ou a transferência do
prorrogação metas baseadas em critérios de
em Audiência Pública no dia 9 de junho de
controle societário. Nesse caso, a concessão
qualidade do serviço, de gestão econômico-
2015 pela Agência Nacional de Energia
será licitada, o mesmo ocorrendo com as
financeira, de racionalidade operacional e
Elétrica (Aneel), onde ficarão até o dia 13 de
concessões de empresas que não aceitarem
econômica e de modicidade tarifária.
julho deste ano. Após assinarem os novos
a prorrogação.
MME irá acompanhar de perto obras de energia elétrica para Olimpíadas Entre as obras estão a Subestação Olímpica, que irá atender o Centro Olímpico e alguns ramais de média tensão para fornecimento de energia elétrica a diversos locais de competição, como o Campo de Golfe
Os serviços e obras de energia elétrica
–, para acompanhar as obras e serviços
ampliação destas duas subestações para
necessários para os Jogos Olímpicos e
referentes à infraestrutura de energia elétrica
disponibilizar as saídas de linha de 138 kV.
Paralímpicos 2016, no Rio de Janeiro,
necessária aos eventos internacionais.
No total foram investidos R$ 152 milhões
serão acompanhados de perto por um
Há cinco projetos de energia elétrica
para a realização destas obras. Após os
Grupo de Trabalho (GT) criado pelo
referentes à Olimpíada de 2016 que estão
Jogos Olímpicos, a subestação reforçará o
Ministério de Minas e Energia (MME). A
sob responsabilidade do Governo Federal.
abastecimento de energia na região.
constituição do grupo faz parte da Portaria
Entre eles a Subestação Olímpica, que já
nº 11 da Secretária-Executiva do Ministério,
está concluída e tem capacidade superior à
do Governo Federal estão ainda alguns
publicada em junho no Diário Oficial da
necessária para atender o Centro Olímpico.
ramais de média tensão para fornecimento
União (D.O.U).
A obra foi realizada pela Sociedade de
de energia elétrica a diversos locais de
Propósito Específico (SPE) Energia Olímpica
competição, como o Campo de Golfe.
GT é estruturar e organizar as ações a
formada pelas empresas Light e Furnas.
Ainda estão previstas, e em fase de
serem realizadas pelo MME, com apoio dos
Além da subestação, a SPE foi
definição de recursos e prazos, a contratação,
participantes do grupo – representantes
responsável pela construção de dois ramais
por parte do Governo Federal, de geradores
do MME, da Eletrobras, e do Centro de
subterrâneos de 138 kV derivados das
como segunda alimentação para os locais de
Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel)
subestações Gardênia e Barra II, e pela
competição e para cargas temporárias.
A Portaria define que a finalidade do
Entre os projetos sob responsabilidade
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O Setor Elétrico / Junho de 2015
Comissão de Minas e Energia fiscalizará implantação de parques eólicos brasileiros Ação foi impulsionada por problemas que ocorreram entre 2012 e 2013 com parques eólicos que estavam prontos, mas que não puderam gerar energia em razão da falta de linhas de transmissão
Um colegiado da Comissão de Minas
Beto Rosado (PP-RN), destaca que, em
dos parques eólicos nestes estados. De
e Energia da Câmara dos Deputados
decorrência de solicitação do Congresso
acordo com Rosado, o TCU estimou que,
aprovou recentemente a Proposta de
Nacional, o Tribunal de Contas da União
entre julho de 2012 e dezembro de 2013,
Fiscalização e Controle 128/13 do
(TCU) realizou auditoria nos processos
o prejuízo devido aos atrasos chegou
deputado Eduardo da Fonte (PP-PE),
e contratos de implantação dos parques
a R$ 929 milhões, “pois a energia não
que prevê a fiscalização por parte da
de energia eólica localizados na Bahia,
gerada foi reposta por outra fonte mais
comissão dos processos de implantação
no Rio Grande do Norte e no Ceará,
cara, como a termoelétrica”, afirma.
dos parques de energia eólica no Brasil.
tendo sido proferido o Acórdão 1616/14.
Neste sentido, para o deputado,
Para justificar a proposta, o deputado
Rosado propôs, então, a análise deste
cabe verificar o correto planejamento
recorda que, em 2013, 26 novos parques
acórdão e a eventual realização de novas
e implantação dos parques de energia
de geração eólica, localizados no Ceará,
ações de controle para que se possa
eólica e de suas respectivas linhas
Rio Grande do Norte e Bahia, estavam
elaborar o relatório final da Proposta de
de
prontos, mas não puderam gerar energia
Fiscalização e Controle e submetê-lo ao
graves falhas, é fundamental identificar
elétrica porque as linhas de transmissão
plenário da comissão.
os
não estavam concluídas.
O
Em seu parecer de aprovação da
constatou falhas que causaram atraso
informações
proposta, o relator da comissão, deputado
na construção de linhas de transmissão
Notícias).
relator
explica
que
o
TCU
transmissão. responsáveis
“Se para
constatadas a
aplicação
das sanções pertinentes”, diz. (Com da
Agência
Câmara
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
GE lança sua nova classe de turbinas a gás natural para o mercado brasileiro Conforme a fabricante, a linha 7HA pode atingir eficiência superior a 60%, quando a média da maioria das unidades termelétricas fica em torno de 40%
A GE apresentou em junho para o mercado nacional a sua
nova classe de turbinas a gás: a linha 7HA. Disponibilizadas com potência entre 275 MW e 337 MW, as turbinas foram desenvolvidas, segundo a GE, para serem as maiores e mais eficientes do mercado.
Segundo o gerente geral da divisão de Power Generation
Products da GE para a América do Sul, Daniel Meniuk, a eficiência do equipamento reside no ciclo combinado em que ele opera, ou seja, produzindo energia elétrica e energia térmica. Uma usina equipada com a GE 7HA pode atingir eficiência superior a 60%, quando a média da maioria das unidades termelétricas fica em torno de 40%. Conforme a GE, com cada ponto adicional de eficiência proporcionado pelo novo modelo, e a consequente redução do consumo de combustíveis, uma usina de 1 GW pode alcançar
Disponibilizadas com potência entre 275 MW e 337 MW, as turbinas foram desenvolvidas, segundo a GE, para serem as maiores e mais eficientes do mercado.
uma economia acima de US$ 5 milhões por ano.
Para o Brasil, conforme o Meniuk, o novo modelo ainda é importante, pois torna o sistema elétrico do país mais seguro estável e
redundante, devido à rápida resposta do equipamento.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Junho de 2015
SEL comemora 15 anos de atividades A vinda de uma unidade da SEL para o Brasil foi motivada pelo interesse da companhia norte-americana em expandir seus negócios e pela busca da diretoria nacional em oferecer um atendimento diferenciado aos clientes brasileiros
A Schweitzer Engineering Laboratories
mercado, privilegiando o desempenho e a
(SEL), fabricante de produtos e serviços
engenharia agregada. Como exemplo, ele
para automação, proteção e controle de
conta que, ao ampliar a faixa de temperatura
sistemas elétricos de potência, celebra
de operação dos relés de -40°C a 85°C,
neste ano 15 anos de Brasil. Com sede em
a empresa permitiu a instalação dos relés
Pullman, nos Estados Unidos, a companhia
em gabinetes no pátio das subestações,
atende a concessionárias de energia
sem ter o desempenho afetado pelas altas
elétrica e instalações industriais em todo o
temperaturas e reduzindo custos indiretos
mundo através de projeto, equipamentos e
de cabos metálicos, comissionamento, etc.
suporte, além de serviços especializados.
“Podemos citar também o revolucionário
protocolo
Fundada no ano 2000, a SEL Brasil
MirroredBits®,
desenvolvido
tem acompanhado, nesses últimos anos,
pela SEL em 1996 que até hoje encontra
as mudanças e as evoluções do mercado,
aplicações nas nossas soluções e que foi
como por exemplo, a evolução das normas
o precursor das mensagens GOOSE da
internacionais. Muitas dessas inovações
norma IEC 61850”, acrescenta.
dizem respeito, inclusive, à sustentabilidade.
Nesse sentido, a companhia tem procurado
as concessionárias de energia elétrica,
desenvolver soluções que sejam inovadoras,
Ayello considera que a aquisição de
mas que também proporcionem otimização
equipamentos por qualquer empresa não
do consumo.
deve se basear somente em homologação
O
diretor
da
empresa,
Fernando
Tendo como um dos principais clientes
de produtos, menor preço e com base
Ayello, responsável pela instalação da
em
companhia no país, conta que a SEL
“A aquisição de produtos deveria ser
reinventou a maneira de fazer negócios
baseada no custo total ao longo da
à medida que incentivou os clientes a
vida útil do equipamento. O custo total
especificar os produtos mais adequados
de aquisição considera não somente
às
além,
o valor do equipamento, mas sim a
implantamos uma oficina de consertos
qualidade total oferecida pelo fornecedor,
chamada Hospital de Produtos (HP),
como, por exemplo, custos diretos e
descentralizamos e expandimos o suporte
indiretos de comissionamento, operação
técnico, com engenheiros de aplicação em
e
outras cidades brasileiras e criamos o SEL
prestados, a disponibilidade da equipe
Hotline, linha de atendimento telefônico
pós-vendas,
dedicada ao esclarecimento de dúvidas
serviços em campo, e até mesmo suporte
de produtos e aplicações. Além disso,
após ocorrências no sistema elétrico”.
criamos a Universidade SEL, pioneira
Com
ao oferecer cursos de fundamentos e
companhia no país, o diretor acredita que
conceitos técnicos em proteção, controle
seu crescimento se deve, basicamente, a
e automação de sistemas elétricos de
três fatores: 1) Qualidade dos produtos e
potência e que permanece atuante há 14
serviços prestados; 2) Foco no cliente; 3)
anos, crescendo cada vez mais com novos
Monitoramento do ciclo financeiro e garantia
cursos”, enumera.
de lucro ao final de cada período. Ayello
O diretor afirma ainda que mais do que
menciona ainda que os colaboradores
atender às normas, a preocupação da SEL
foram fundamentais para o sucesso desses
segue no sentido de desenvolver soluções
três pontos e, consequentemente, para o
que superem as normas exigidas pelo
êxito da empresa.
suas
aplicações.
“Fomos
especificações
manutenção,
técnicas
serviços
fundamental
relação
ao
apenas.
adicionais
para
agilizar
crescimento
da
Painel de empresas
20
FPT Industrial apresenta seu novo presidente para a América Latina Marco Aurélio Rangel tem como objetivo ampliar as ofertas de motores voltados à geração de energia elétrica, em parceria com os clientes já atuantes no mercado hoje A FPT Industrial apresentou no início
No que diz respeito ao nicho de geração
empresas investimentos em geradores
de junho o seu novo presidente para a
de energia elétrica, Rangel tem como
de energia elétrica para escapar das
América Latina. Trata-se de Marco Aurélio
objetivo ampliar as ofertas, em parceria
altas tarifas cobradas. Este mercado, no
Rangel, engenheiro mecânico, formado
com os clientes já atuantes no mercado
entanto, não manteve o crescimento nos
pela FEI, com 23 anos de experiência no
hoje. Nesta área, o principal segmento
últimos três meses do ano, mostrando uma
segmento de motores. O principal desafio
de atuação são os chamados G Drives,
tendência de estabilização.
do executivo é, em meio à crise econômica
motores aplicados em grupo geradores.
do Brasil, conduzir à FPT a um horizonte de
Fora da América do Sul, a empresa fornece
atuação da companhia – motores para
crescimento, buscando novos clientes em
geradores completos, o que não acontece
veículo, on-road e off-road, máquinas
todos os segmentos de atuação da empresa.
na região a qual Rangel ficará responsável.
agrícolas e de construção, e aplicações
Mais especificamente, sob a liderança
De acordo com o novo presidente, mesmo
marítimas – foi registrada queda nas
de Rangel, a FPT América Latina quer
em um cenário de crise, a companhia não
vendas. Até o momento foi registrada queda
ampliar o número de clientes de fora do
planeja mudar sua estratégia.
de 10% do volume de motores produzidos
grupo de empresas que compõem o grupo
Ainda sobre o segmento de geração
pela FPT em relação a 2014. No ano que
CNH Industrial, do qual faz parte a FPT.
de energia, Rangel destaca que houve
passou, a produção foi de 60 mil motores.
Na atualidade, eles representam 47%
uma tendência positiva neste mercado
A projeção da FPT para o ano de 2015,
dos negócios realizados pela companhia
no primeiro trimestre do ano para os
segundo o novo presidente para a América
em âmbito global e 7% dos negócios
negócios da FPT “muito em razão da crise
Latina, é de que sejam fabricados 54 mil
realizados na América do Sul.
hídrica”, que vem demandando de algumas
motores.
Em relação aos outros segmentos de
Evento
22
O Setor Elétrico / Junho de 2015
CINASE 2015 Reformulado e com elevados índices de satisfação, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reforça sua importância para profissionais que buscam atualizar-se profissionalmente
Há seis anos, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) é
cidade de Joinville, em Santa Catarina. Reformulado, o congresso
reconhecido como um dos mais importantes congressos técnicos
não apenas confirmou, como superou a expectativa de todos –
do país na área da engenharia elétrica. É um evento que nasceu com
organizadores, congressistas, expositores e palestrantes – pelo alto
a inédita proposta de levar para cidades fora do eixo São Paulo-Rio,
nível dos participantes presentes, pela elevada qualidade do conteúdo
mas não menos importantes, discussões técnicas sobre o mundo das
apresentado e pela boa organização do evento. O auditório foi tomado
instalações elétricas por meio de palestras realizadas por profissionais
por aproximadamente 300 profissionais, entre engenheiros, executivos,
gabaritados em suas áreas de atuação e de um espaço de exposição
técnicos, tecnólogos e estudantes.
de produtos e tecnologias do setor.
A primeira edição deste ano de 2015 aconteceu nos dias 10
passou por uma grande transformação neste ano. De uma maneira
e 11 de junho no Centro de Convenções e Exposições Expoville, na
conceitual, o objetivo do congresso foi proporcionar ao participante uma
Com o tema “Uma viagem pelas instalações elétricas”, o CINASE
23
O Setor Elétrico / Junho de 2015
verdadeira imersão ao mundo das instalações
econômico. “Economia tem muito a ver
elétricas, desde a geração de energia,
com o setor elétrico. É um momento muito
passando pela transmissão e distribuição,
delicado, com uma série de dificuldades, mas
até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao
vamos pensar que já passamos por várias
consumo da eletricidade. Assim, as palestras
delas, somos um povo forte, firme, guerreiro
foram organizadas de modo a abordar diversas
e nas dificuldades também encontramos
temáticas do ciclo da energia elétrica, como a
oportunidades. Se a gente tiver criatividade e
dinâmica dos transformadores, a qualidade da
inteligência, podemos juntos pensar de forma
energia, os painéis de média e baixa tensão, a
positiva, enfrentar os problemas e, juntos,
eficiência energética na indústria, a proteção
fazermos um futuro de força e luz”, finalizou.
e o aterramento, a segurança do trabalho, as
As palestras que se seguiram foram
linhas elétricas e a iluminação.
proferidas
O diretor do evento, Adolfo Vaiser,
especializados e reconhecidos nos setores
explica que o CINASE é uma combinação de
em que atuam. É o caso, por exemplo, do
oportunidades para aqueles que se interessam
engenheiro João José Barrico, que participou
em ampliar seus conhecimentos e discutir
da comissão tripartite que revisou a Norma
com grandes ícones desse setor assuntos
Regulamentadora nº 10 (NR 10) em 2004, e
relativos ao setor elétrico como um todo,
que elucidou diversas dúvidas ainda existentes
abrangendo as mais diferentes áreas. Para
a respeito do documento normativo.
isso, a preparação do congresso contou com
a coordenação técnica de dois engenheiros
chamou a atenção dos congressistas, os
eletricistas especializados, Jobson Modena e
quais, logo após a apresentação, cercaram o
José Starosta, profissionais experientes em
palestrante na tentativa de esclarecer outras
suas respectivas áreas de atuação
questões da norma regulamentadora. Outro
A abertura do primeiro dia de congresso,
tema que foi recebido com muito entusiasmo
com a plateia cheia, contou com uma
pelos participantes diz respeito à recém-
apresentação de peso, que já denunciava
publicada ABNT NBR 5419, que trata dos
que o CINASE seria um evento de sucesso.
sistemas de proteção contra descargas
O presidente da Centrais Elétricas de Santa
atmosféricas. O coordenador da comissão
Catarina (Celesc), Cleverson Siewert, abriu
que revisou a norma, Jobson Modena, também
os trabalhos com uma palestra emocionante
coordenador técnico do evento, fez uma
e otimista acerca do futuro do setor elétrico
explanação de modo a transmitir o máximo
brasileiro. Em sua análise, ele admitiu que a
de informações a respeito das mudanças
alta das tarifas é uma das grandes dificuldades
trazidas pela nova norma (veja mais sobre isso
do setor, mas acredita em uma perspectiva de
a seguir).
redução do preço da energia em médio prazo,
tendo em vista uma melhoria das condições
foram as breves apresentações realizadas
hidrológicas e a contribuição da Conta de
pelas
Desenvolvimento Energético (CDE), encargo
palestras principais. Os temas abordados
que começou a ser cobrado novamente neste
por elas também foram alocados de modo
ano com a finalidade de socorrer o setor em
que o expositor complementasse o tema
momentos de crise.
anteriormente já explanado pelo palestrante.
Segundo ele, a eficiência energética é a
Dessa forma, todas as apresentações tiveram
solução que deve ser trabalhada por todos
caráter técnico, contribuindo para a formação
neste momento. Citou como referência a
do congressista, que, por sua vez, poderia
própria Celesc que, em 2011, apresentava
buscar mais informações junto ao expositor
média de investimentos nessa área da
durante os intervalos. Para o diretor técnico
ordem de R$ 5 milhões por ano, e agora
da Clamper, Wagner Barbosa, este é o
está investindo R$ 40 milhões em eficiência
modelo ideal de evento. “A Clamper acredita
energética. Siewert concluiu sua apresentação
muito nesse padrão, em que você tem uma
fazendo uma breve análise sobre o cenário
palestra técnica que gera credibilidade ao
por
profissionais
técnicos
O tema NR 10, aliás, foi um dos que mais
Uma das novidades do novo CINASE empresas
expositoras
entre
as
Evento
24
O Setor Elétrico / Junho de 2015
congressista, e tem o fabricante como apoiador. Esse modelo sempre traz bons resultados, em termos de contatos e promessas de negócios futuros”, avaliou.
Paulo Santos, da fabricante de conexões e eletrodutos Daisa,
endossa a opinião de Barbosa. Para ele, o evento é ideal para divulgação de seus produtos. “O mais importante em congressos como este é cuidar para que o trabalho de divulgação tenha repercussão, dessa maneira, a venda acontece em médio prazo, em um trabalho posterior desenvolvido por sua equipe de vendas”.
O diretor comercial do CINASE, Massimo Di Marco, explica que,
para obter bons resultados, o espaço do expositor organizado pelo evento muito contribui: “trata-se de uma área comum para todos, sem concurso de estandes e os intervalos são cuidadosamente planejados para que haja interação entre congressista e expositor”.
Os números da pesquisa realizada pela organização do evento
confirmam a avaliação positiva dos patrocinadores. De modo geral, 78% se manifestaram satisfeitos com o congresso e 22% deles afirmaram estar muito satisfeitos. A Novemp, por exemplo, foi uma das empresas expositoras que já participou de outras edições do CINASE e enfatizou o público qualificado como um dos pontos altos do evento. “Para a Novemp, o resultado foi ótimo porque estamos tentando implementar nossos produtos aqui em Santa Catarina. Fomos muito bem recebidos pela concessionária local e já conseguimos, inclusive, marcar uma reunião com a Celesc para homologar nossos barramentos blindados”, comemorou o engenheiro da Novemp, Carlos Frederico Bomeisel.
Também na opinião dos participantes, a avaliação do CINASE foi
a melhor possível. De acordo com o mesmo levantamento, 34% dos congressistas ficaram muito satisfeitos com o congresso e 66% deles declaram-se satisfeitos. Com relação ao conteúdo das apresentações, 72% dos participantes ficaram satisfeitos e 25% muito satisfeitos com o material apresentado. 89% deles admitiram que o evento lhes permitiu fazer contatos profissionais úteis, tanto durante as palestras, quanto nos momentos de intervalo para o coffee break e para almoço. O engenheiro da Celesc, Wladimir da Silva, foi de Criciúma especialmente para participar do evento e sugere que sejam três dias de congresso. “Eu achei o evento ótimo. A organização foi nota 10. O detalhe crítico diz respeito à correria, um programa muito extenso, apesar da importância de cada um. Talvez um modelo com três dias valesse a pena”.
O participante se refere às 11 palestras de especialistas e outras
16 mini palestras dos expositores. O extenso programa foi necessário para cobrir todos os assuntos propostos pelo evento para que a “viagem pelas instalações elétricas” fosse efetivamente realizada por meio das apresentações. No primeiro dia, logo após a abertura, o engenheiro Nunziante Graziano falou sobre os conceitos modernos de especificação e de uso de subestações e painéis de média tensão e o engenheiro Marcelo Paulino abordou conceitos e práticas sobre operação, manutenção e ensaios em subestações e painéis elétricos. Muitas dúvidas geradas nas apresentações foram sanadas nos momentos de coffee break, ocasião em que palestrantes, congressistas e expositores aproveitavam para estreitar relacionamento.
O diretor de vendas para a América do Sul, da Weg, Fernando Cardoso Garcia, abordou o tema eficiência energética como investimento necessário para a indústria. Em seguida, José Starosta tratou do assunto
Evento
26
O Setor Elétrico / Junho de 2015
qualidade da energia elétrica e de outros aspectos relacionados, incluindo a própria eficiência energética. O primeiro dia foi finalizado pelo engenheiro Eduardo Daniel, que deu algumas informações sobre o que deverá ser alterado na norma de instalações elétricas de baixa tensão, ABNT NBR 5410, que está em processo de revisão.
No segundo dia de congresso, além dos temas NR 10 e ABNT
NBR 5419 já mencionados, o engenheiro Nunziante Graziano falou novamente, agora em parceria com o engenheiro Wamilton Silva, da Celesc, sobre novas diretrizes de projeto e aplicação de painéis de baixa tensão e barramentos blindados. A tarde foi dedicada à temática da iluminação. O engenheiro Plinio Godoy mostrou cases com aplicação do Led e a importância de se avaliar a fotometria do conjunto ótico e não apenas dos equipamentos individualmente.
O congressista Paulo Braga, engenheiro de telecomunicações
e eletroeletrônico, atua na área elétrica há 42 anos e afirma que eventos como este são fundamentais para a atualização profissional. “A eletricidade está em constante evolução e temos sempre que estar aprendendo. Com o CINASE, tivemos acesso a informações muito valiosas. Acredito que algumas palestras poderiam ter mais tempo de duração, especialmente as referentes às normas”.
Também congressista, a engenheira eletricista e arquiteta urbanista
Schirley da Silva Quandt, que já havia participado do primeiro CINASE A abertura do CINASE Joinville foi feita pelo presidente da Celesc, Cleverson Siewert, que apresentou um panorama geral sobre o setor elétrico brasileiro e particularidades da região de Santa Catarina.
na cidade de Joinville, notou que o número de participantes é sempre muito expressivo. “É difícil acompanhar o que acontece no setor elétrico no dia a dia; esses eventos trazem isso para nós”, afirmou.
Evento
28
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Nova ABNT NBR 5419
Um dos temas de sucesso apresentado no CINASE diz
respeito à série ABNT NBR 5419, publicada no dia 22 de maio e válida a partir de 22 de junho. Alguns detalhes das partes 1, 2, 3 e 4 da nova norma que trata de sistemas de proteção contra descaras atmosféricas foram apresentados pelo engenheiro Jobson Modena, coordenador da comissão da ABNT que revisou, por aproximadamente dez anos, o documento normativo.
Tendo como base a segunda versão da norma IEC 62305 –
Lighting Protection, que uniu assuntos de várias outras normas e permitiu organizar as regras do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), o novo texto normativo foi dividido em partes e agora possui 309 páginas. Para se ter uma ideia da transformação trazida por esta revisão, a versão antiga da norma possui apenas 42 páginas.
A parte 1: Princípios Gerais estabelece os requisitos para
a determinação de proteção contra descargas atmosféricas. A parte 2: Gerenciamento de risco traz os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a terra. A parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida institui os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um SPDA e para proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA. Já a parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos - Medidas de Proteção contra
Boa parte das palestras abordou novas técnicas e tendências presentes em documentos normativos.
Workshop
Surtos (MPS) - para reduzir o risco de danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de
A grande novidade da edição 2015 do Circuito Nacional do
descargas atmosféricas (Lemp).
Setor Elétrico (CINASE) ficou por conta do workshop, momento em que, no final do segundo dia de congresso, os participantes puderam testar seus conhecimentos com um exercício prático. “O workshop é a oportunidade de se testar a teoria adquirida. É o instante em que todos podem fazer seus exercícios práticos sobre o conteúdo apresentado nos dois dias de congresso e contar com sistema de monitoramento contínuo de palestrantes, expositores e professores voluntários”, explicou o coordenador técnico do evento, o engenheiro José Starosta. Também coordenador do congresso, o engenheiro Jobson Modena, acrescenta: “O arranjo do evento somado à dinâmica do workshop é a combinação perfeita para que o congressista entenda o sentido da técnica e aplique, efetivamente, o conhecimento assimilado em sua rotina”.
A proposta do workshop foi reforçar com os congressistas todo
– ou o máximo possível – do conhecimento adquirido nos dois dias de evento. Para isso, foi elaborada uma série de exercícios que incluiu toda a cadeia do setor elétrico e que ao mesmo tempo tenha sido parte do conteúdo programático do congresso. Essa prática contou com a participação de uma equipe de professores da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Unisociesc), que, juntamente com os coordenadores técnicos do evento e os patrocinadores, apoiaram os congressistas na
Evento
30
O Setor Elétrico / Junho de 2015
produção das atividades.
Bomeisel, da Novemp, conta que achou o workshop uma ideia
inovadora e muito interessante. “houve uma participação muito grande dos congressistas e foi possível reunir o que foi apresentado pelos palestrantes e expositores em um grande esquema unifilar e todos os patrocinadores puderam contribuir”, analisou.
O coordenador de energia elétrica da Unisociesc, Carlos Roberto
da Silva Filho, conta que a interação com os coordenadores técnicos do evento foi fundamental para o sucesso do workshop. “Além disso, escolher a cidade de Joinville foi um grande ponto forte, pois se trata de uma cidade industrial que precisa desse conhecimento que foi disseminado”. A professora de engenharia elétrica da Unisociesc, Solange Alves de Oliveira concorda e enfatiza: “os congressistas se envolveram bastante e se esforçaram para responder as questões propostas. É um modelo que funciona, foi bastante produtivo”. Diversas foram as empresas que acreditaram no CINASE e patrocinaram a edição de Joinville: Andra, BRVal, Clamper, ConexLed, Daisa, Eaton, Flir, Itaim, Kian, KitFrame, Maccomevap, Maxibarras, Nexans, Novemp, Prodesmec, RDI, Rittal e Taf. O congresso contou ainda com o apoio de entidades regionais, nacionais e internacionais, como a Associação Catarinense de Engenheiros (ACE), a Abracopel, a CEAJ, a Celesc, o Crea-SC, o IEEE, a Minipa, a Santa Rita, o Sinduscon, Ao fim do congresso, os participantes testaram os conhecimentos adquiridos em um workshop prático, com apoio dos coordenadores técnicos do evento, de alguns expositores e de uma equipe de professores da Unisociesc.
a Stemac, o portal Voltimum, a Unisociesc e a Weg.
A próxima edição do evento já tem data marcada. Acontecerá nos
dias 8 e 9 de setembro, na cidade de Recife (PE).
Fascículos
Apoio
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy
32
Capítulo VI – Led • As fontes de luz na iluminação urbana • Aspectos quantitativos da luz • Aspectos qualitativos da luz • Led
ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez
42
Capítulo VI – Cálculo de queda de tensão utilizando cargas alocadas • Aplicação dos fatores de diversidade • Método de alocação de carga • Aplicação do fator de alocação
EQUIPAMENOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa
46
Capítulo VI – Especificações técnicas de disjuntores, secionadores, painéis e para-raios feitas por concessionárias de energia • O que fazer e o que não fazer em uma especificação técnica para compra de equipamentos • Folha de dados para para-raios • Folha de dados de transformador de corrente
QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Alberto J. Fossa Capítulo VI – Análise estratégica sobre a ABNT NBR ISO 50001 e as oportunidades para o mercado de eficiência energética – Parte 1 • A estrutura e o Fórum Internacional de Gestão da Energia • A norma de gestão da energia – ISO 50001 • Escopo da norma
54
Apoio
Iluminação pública e urbana
32
Capítulo VI
Led Por Plinio Godoy*
As fontes de luz na iluminação urbana
de reações eletromagnéticas, químicas, entre
lâmpada como fonte de luz. O mesmo
Muitas
aconteceu, há muito tempo, quando não se
quando iniciei um estágio, na época, na fábrica
poderiam ser consideradas luz se nossos olhos
podia mais falar do gás como forma “lógica”
do pai de um amigo meu de escola. Foi neste
conseguissem utilizá-las de forma útil. Seria um
de iluminar as cidades.
momento que tomei contato com um mundo
outro mundo para nós se conseguíssemos ver
O desenvolvimento busca novas fontes
bastante específico com o qual me enamorei e
o raio X, os infravermelhos ou os ultravioletas.
de luz mais econômicas, eficientes ou que
decidi conviver eternamente, um verdadeiro
No entanto, somos limitados e ficamos
produzam melhor luz, mas, muitas vezes,
casamento que dá certo até hoje, passados mais
apenas com uma estreita faixa energética que
criam-se novos mercados e a “geopolítica”
de 30 anos.
chamamos de luz.
do setor é completamente transformada.
Trabalhando no campo da iluminação,
percebo um momento muito interessante que nos impede de falar somente da
Com o advento do Led, nada mais fica
Atuo no campo da iluminação desde 1983,
Esta fábrica possuía um goniofotômetro,
outras, capaz de produzir radiação visível, que os olhos humanos captam e entendem. outras
formas
de
energia
Dentro da faixa UV, temos as UV-A, B e C
fontes, lâmpadas de testes e ali comecei a
sendo esta última considerada como germicida
como era antes. Até quando? Quem viver,
aprender a como lidar com a luz.
e a primeira utilizada para bronzeamento
verá!
artificial. Eu, particularmente, prefiro a praia.
A luz é uma consequência de vários tipos
http://www.ledavice.com.au
Apoio
A vida dos homens ficaria bem difícil
se todas as mulheres parecessem estar pegando fogo, não? Melhor ficarmos com nossa visão da luz como já estamos acostumados.
Conhecendo então as partes úteis da
radiação eletromagnética conhecida como luz visível e sua vizinhança, devemos entender
que,
como
já
mencionado
anteriormente, muitas coisas geram luz. No http://i-cdn.phonearena.com/
entanto, essas “coisas” devem se mostrar economicamente
viáveis
para
serem
consideradas como fontes de luz para nossa utilização.
A viabilidade econômica No campo da iluminação, as fontes de luz que convivemos atualmente foram fruto de ideias antigas e que foram sendo desenvolvidas ao longo do tempo e agregadas a outras descobertas até se tornarem viáveis técnica e economicamente.
Para termos uma ideia disso, veja a
33
Apoio
http://cfile2.uf.tistory.com/
Iluminação pública e urbana
34
seguir que, em 1907, um britânico que
Estas
trabalhava no laboratório de Marconi,
departamentos
pelos
produzem uma luz branca mais neutra
pois
e com melhor reprodução de cores pela
chamado Henry Joseph Round, informou
apresentavam uma vida útil maior do
adição de halogenetos metálicos ao tubo
a primeira vez que conseguiu uma luz
que as lâmpadas de mercúrio, alguns
de descarga da lâmpada de mercúrio,
amarelada aplicando 10 V em um cristal de
modelos ficaram bastante famosos, pois
porém, dependendo da aplicação, ainda
Carborundum (Silício).
eram híbridos, ou seja, não precisavam de
apresentava baixa vida útil.
reatores específicos, depois com o tempo
tínhamos as claras, as foscas, as ovoides e as
e as halógenas eram as mais utilizadas,
tubulares, que substituíam as lâmpadas de
pois eram eventos de curta duração e
mercúrio.
que utilizavam muito a capacidade de
testemunhas da evolução das fontes de luz
reprodução de cores.
no âmbito da iluminação urbana. Lembro
pela lâmpada se comportava de maneira
que, ainda pequeno, morador do bairro
diferente com essa substituição. Os sistemas
de Pinheiros, em São Paulo (SP), quando
óticos não eram equivalentes. Por essa
houve a troca da lâmpada incandescente
razão, criaram-se as lâmpadas ovoides
que existia desde então, na frente do prédio
foscas para substituir fotometricamente as
como consumo energético e vida útil, a
que morava, por uma outra fonte de luz
lâmpadas a vapor de mercúrio.
lâmpada a vapor de sódio de alta pressão se
muito branca, a impressão que tive era de
Foram
que a noite tinha virado dia. Era a lâmpada
luminárias “Cobraheads” ou “Cabeças de
ser utilizada nas cidades.
a vapor de mercúrio em alta pressão, a
Cobra”, inicialmente nos Estados Unidos e
Programas federais, como o Procel
conhecida VM. Isso aconteceu por volta
depois copiadas no mundo inteiro.
Reluz, incentivaram o uso desta tecnologia
de 1970. Lembro que as pessoas saíam nas
Em
a
com luminárias fechadas e fotometria
ruas, de noite para ver o mundo claro e
necessidade de lâmpadas que reproduzissem
específica, resultando, assim, na visão geral
branco.
melhor as cores, como em eventos
das nossas cidades, as “cidades laranjas”.
Utilizando as novidades
Na vida prática, muitos de nós fomos
foram
bem-vindas
de
iluminação,
O que se notava era que a luz produzida
desenvolvidas
outras
as
aplicações,
famosas
havia
No teatro, as lâmpadas incandescentes
Aspectos quantitativos da luz Considerando os aspectos operacionais,
estabeleceu no Brasil como a fonte de luz a
Vamos entender a situação:
Pensando bem, a iluminação não era
esportivos. A tecnologia dos eletrodos de
ruim, comparando-se com a luz fraca
carbono era utilizada, mas a um alto custo
da lâmpada incandescente, que também
operacional, pois as lâmpadas não duravam
• As normas relativas à iluminação
não era ruim. Não se reclamava da luz
muito, além de serem caras, o que tornava a
pública utilizam quantidade de luz como o
produzida, era uma luz branca morna
operação bastante dispendiosa.
principal objetivo do sistema de iluminação;
e até agradável. Ocorre que, mais tarde,
Foram desenvolvidas as lâmpadas
• Os luxímetros e fotômetros medem a
vieram as lâmpadas a vapor de sódio, que
chamadas lâmpadas a vapor metálico,
luz visível que chega no plano da via e que
produziam uma iluminação alaranjada, a
que produziam luz de razoável qualidade
é refletida ao observador com base em uma
qual os fabricantes chamavam de “branco-
a um custo operacional menor que as
curva de sensibilidade que é calibrada pela
dourada” (marketing é tudo!).
lâmpadas de eletrodos. Estas lâmpadas
visão diurna (fotópica);
Apoio
35
Apoio
Iluminação pública e urbana
http://images4.fanpop.com/
36
• A lâmpada a vapor de sódio de alta pressão produz melhores resultados que outras fontes de luz consumindo potências menores; • As lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão apresentam uma vida útil maior e, consequentemente, custos operacionais menores.
Então, viva as lâmpadas a vapor de sódio
de alta pressão!
Aspectos qualitativos da luz Já foram mencionados, em capítulos anteriores, os aspectos considerados para a qualidade da luz, sendo que alguns deles são bastante prejudicados pela utilização das http://edgblogs.s3.amazonaws.com/
lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão (VSAP), como a capacidade de reprodução de cores. Somente percebemos o quanto esta qualidade é importante quando vivenciamos um espaço iluminado por fontes de luz que têm maior capacidade de reprodução de cores, pois estamos tão acostumados a usar as cidades sob a luz amarela da lâmpada a vapor de sódio que já estabelecemos uma relação de expectativa. Esta questão foi bastante observada quando a iluminação da Avenida Paulista, em São Paulo, foi substituída de VSAP para vapor metálico, quando muitos acharam estranho por estarem acostumados com a luz amarela.
Hoje, passado algum tempo, a iluminação
branca passou a ser uma referência de qualidade para as cidades. Atualmente,
muitas
cidades
estão
mudando os sistemas de iluminação para a luz branca, o que é interessante, mas, como sempre, alguns cuidados são necessários.
A luz branca
A luz branca, em linhas gerais e de maneira
resumida, é a luz mais percebida, no período noturno urbano, pelos olhos humanos. Neste
período,
temos
a
“visão
mesópica”, que compreende uma faixa definida de quantidade de luz, mostrada http://www.ecse.rpi.edu/~schubert/Light-Emitting-Diodes-dot-org
na imagem a o lado:
Apoio
37
Vejam que o regime de visão fotópica www.arrivealive.co.za
(Photopic vision regime) percebe níveis de iluminação superiores e como os fotômetros, luminancímetros e luxímetros, em sua maioria, utilizam as curvas de sensibilidade fotópica, teremos uma leitura que não é diretamente relacionada com a realidade. Assim,
se
tivermos
atendendo
à
norma com uma classificação que define a iluminância média em 30 lux, teremos, na verdade, mais luz quando utilizamos a luz branca do que quando utilizamos lâmpada VSAP, por exemplo. Esta
percepção
se
relaciona
com
o conceito de lúmens efetivos, ou seja,
curva fotópica.
dos cálculos, deveríamos multiplicar o
dependendo do tipo de fonte de luz e suas
Estas considerações devem ser bastante
fluxo luminoso apresentado no catálogo da
características espectrais, teremos nossa
analisadas, pois muitas vezes os cálculos
lâmpada VSAP por 0,62 e o da lâmpada a
visão mais ou menos estimulada e, por
luminotécnicos podem levar a um erro,
vapor metálico por 1,49, o que impactará seus
consequência, nossa percepção da claridade.
considerando que podem avaliar somente a
resultados definitivamente.
visão fotópica, e não a mesópica, correta para
de uma fonte de luz ser percebida pelos olhos
o ambiente urbano noturno.
dos lúmens efetivos e sua aceitação técnica
humanos é chamada de S/P Ratio (Scotopic
Veja o índice das lâmpadas VSAP e
dependerá da revisão das normas brasileiras
/ Photopic) e seu valor é um multiplicador
comparem com as lâmpadas a vapor metálico,
respectivas de iluminação. Vemos aqui um
do fluxo luminoso medido pelo sensor com
0,62 X 1.49. Na prática, para a elaboração
um exemplo prático (foto):
Uma relação que demonstra a capacidade
É importante salientar que a aplicação
Em suma, a utilização da luz branca,
quer seja com lâmpadas de descarga, quer seja de indução ou Led, permite que seja utilizada uma potência luminosa menor do que com lâmpadas VSAP, por exemplo, o que apresenta uma potência elétrica também menor.
Led
Não vamos aqui detalhar as diversas
tecnologias de lâmpadas de descarga utilizadas na iluminação pública e urbana, pois bastante material está disponível junto aos fabricantes e literatura farta pode ser encontrada na internet. Vamos ao Led. A
tecnologia
Led
está
em
desenvolvimento e com ela também seus resultados, impactos na vida das pessoas e respostas técnicas às previsões. Sim, as previsões são necessárias porque tudo é ainda bastante novo e muitas das expectativas de manutenção de lúmens, assim como durabilidade, funcionalidade no campo, variações com a temperatura, funcionamento
com
a
qualidade
da
corrente, fornecida ao equipamento no campo e tantas outras variáveis, estão sendo graybar.com
Iluminação pública e urbana
38
http://image.slidesharecdn.com/ellipzlightingtechnologyoverview
Apoio
aferidas e constatadas ou repensadas.
As consequências da aparência de cor,
da fotometria, da precisão da luz na busca pela fotometria mais eficaz começam a ser analisadas no mundo real. Dentre as questões que precisamos prestar atenção ao adotar uma solução Led, estão: • Aparência de cor
O universo de fabricantes e produtos
Led é bastante grande e a padronização é muito pequena, ou seja, diferentemente das lâmpadas, que eram equivalentes entre suas tecnologias, podemos ter grandes variações quando falamos de luminárias para iluminação pública com a tecnologia Led.
A aparência de cor pode variar de 2.500
K até 6.000 K, ou seja, de uma luz branca quente (amarelada) até uma luz branca fria (azulada).
Apoio
39
Apoio
Fonte: cree.com
O que isso impacta no resultado?
Normalmente, para assegurar o maior
conforto para os cidadãos, buscamos utilizar nas vias mais movimentadas e mais iluminadas fontes Led com aparência de cor branca neutra, ou 4.000 K.
Uma diferença básica entre os Leds com
emissão de 3.000 K e os demais, com 4.000K, 5.000 K ou acima, é o fluxo luminoso por W consumido. Um Led que produz luz branca mais suave, 3.000 K, apresentará um fluxo luminoso menor que um Led que produz luz branca mais azulada.
Exemplo de via iluminada com luminárias LED com emissão 4.000 K.
Qual o motivo disso? A luz produzida
http://cdn.trendhunterstatic.com/
pelo Led é azulada e, para torná-la mais sutil, com aparência mais suave, são necessários depósitos de material amarelado, o que diminui a relação Lm/W consumido.
Em ambientes como praças, vias locais
e de uso pedonal, sugerimos a utilização de equipamentos com fontes de luz com aparência de 3.000 K pelo fato de ser necessário menos luz e assim tornar o ambiente mais confortável aos usuários. • Fotometria
A distribuição de luz produzida em
uma luminária Led é mais controlada do que em uma luminária HID. http://www.ledsmagazine.com/
Iluminação pública e urbana
40
Assim,
devemos
ter
cuidado
na
especificação do equipamento para que sua curva fotométrica seja compatível com as necessidades do seu projeto. Procure utilizar sempre equipamentos que produzam as fotometrias conforme a Comissão Internacional de Iluminação (CIE). Fotometrias distintas servem para resolver problemas distintos no seu projeto: • Ofuscamento
Além da fotometria, a potência a ser
utilizada deve estar de acordo com as normas, porém, devem ser realizados testes de campo para verificar o nível de conforto ótico produzido, evitando-se o ofuscamento.
Perceba na foto a seguir que os arredores
escuros não estão sendo iluminados pela fotometria da luminária. Percebe-se também que a modelagem é um aspecto
http://www.kslights.com/
Philips.com
Apoio
São muitas variáveis, motivo pelo qual todo cuidado é pouco na hora de decidir a especificação para compra ou licitação. Os resultados poderão ser os melhores possíveis ou os piores possíveis, dependendo do grau de profundidade do seu projeto e especificação.
A melhor maneira de estabelecer uma
boa relação de preços e resultados é a definição precisa dos resultados esperados, testes e homologações e uma especificação bem feita e desenvolvida.
Algumas instalações com Leds já estão
sendo desenvolvidas no Brasil, vamos ficar atentos para os bons e maus resultados, pois assim melhoramos nossa curva de importante na iluminação urbana.
pública, todavia, é preciso ter cuidado com
Luminárias Led podem ser bastante
as informações coletadas, pois não lidamos
restritas na sua fotometria, isso faz com que
com o Led, mas sim com um sistema
o resultado possa não ser considerado bom.
chamado luminária a Led.
Verifiquem os dados fotométricos
Um mesmo Led pode ser utilizado
fornecidos pelos seus fornecedores e
em luminárias com projetos térmicos e
realizem testes para avaliar, no campo, o
fotométricos distintos, assim, de nada
que melhor resolve seu problema.
serve dizer que determinado fabricante
Conclusão
trabalha com determinado Led. O que deve ser analisado é o conjunto Led + projeto térmico + fotometria + projeto mecânico +
Muito se fala sobre o Led na iluminação
controles e drivers.
aprendizado sobre esse tal de Led.
No próximo capítulo, falaremos com
mais profundidade sobre as luminárias com Leds. * Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
41
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
42
Capítulo VI Cálculo de queda de tensão utilizando cargas alocadas Por Manuel Luís Barreira Martinez*
Quedas de tensão em alimentadores,
ramais
ou
em
transformadores
de distribuição, a partir dos Fatores de
fatores de diversidade é aplicado. O mesmo
de
Diversidade, considera número total de
sistema e cargas alocadas do capítulo
distribuição são de interesse para os estudos
consumidores a jusante do segmento de
anterior são considerados.
relacionados à distribuição de energia
linha ou transformador. Este procedimento
elétrica.
foi demonstrado no capítulo anterior deste
Exemplo 1:
Os valores das quedas de tensão,
fascículo. A partir do conhecimento dos
conforme mostram os exemplos a seguir,
fluxos de carga nos segmentos de linha
no ponto N1 para o sistema do primeiro
podem ser calculados utilizando dois dos
e por meio dos transformadores, bem
exemplo do capítulo anterior é de 13,8
métodos apresentados. Nestes estudos,
como dos valores das impedâncias destes
kV, calcular as tensões secundárias nos
considera-se que as cargas alocadas são
elementos é possível calcular as quedas de
três transformadores usando os fatores
modeladas por potência real e reativa
tensão existentes. Como discutido a carga,
da diversidade. O sistema mostrado no
constante.
Considerando que a tensão entre fases
nestes casos, é modelada por potência, ativa
exemplo primeiro do capítulo anterior,
sobre este tipo de modelagem de carga
e reativa, constante.
incluindo as distâncias dos segmentos, é
fogem aos objetivos gerais desta análise e
mostrado na Figura 1.
procedimentos.
uma solução interativa, é possível assumir
Ressalta-se
que
discussões
Aplicação dos fatores de diversidade
Nestes casos, com o intuito de evitar
um valor para a tensão na fonte. Desse
Considerar:
modo, os valores para as quedas de tensão
I- Fator de potência das cargas
são calculados a partir deste ponto até o
cos ϕ = 0,92 Indutivo.
último transformador. O processo de alocar cargas aos
segmentos de linhas ou aos transformadores
o método de alocação de cargas utilizando
O exemplo a seguir demonstra como
II- Impedância das linhas z = 0,6536 + j 0,4763 [Ω/km] → Cabo RAVEN III- Dados dos transformadores:
A máxima demanda diversificada para
um fator de potência de 0,92 indutivo e Figura 1 – Ramal N1 – N4 com três transformadores e 18 consumidores.
para a potência base de 100 kVA é:
Apoio
43
Convertendo
as
impedâncias
dos
transformadores para valores por unidade referida à potência base de 100 kVA, temos:
Convertendo as impedâncias de linha
para valores por unidade referida à potência base de 100 kVA, temos:
Apoio
44
três transformadores usando o método
Análise de consumo de energia e aplicações
dos fatores da diversidade. As informações estão na Figura 1. Considerar: I- Dados dos exemplos 1 e 2. II- Demanda medida – N1 = 92,9 kW
Considerando um fator de potência
de 0,92 indutivo para a demanda medida em N1, vem:
- Fator de alocação:
Alocando as cargas para cada um dos
três transformadores:
Finalmente, calculando o percentual da
queda de tensão para os secundários dos transformadores, temos:
Calculando os fluxos nos trechos de
linha:
Aplicação do fator de alocação
Quando apenas as características do
transformador são conhecidas, conforme discutido, é possível alocar as cargas do alimentador com base na demanda medida
A partir dos valores dos fluxos
e na potência nominal dos transformadores.
nos trechos de linha e por meio dos
O exemplo 2 demonstra como o método do
transformadores, é possível aplicar o
fator de alocação é aplicado.
mesmo procedimento para o cálculo das tensões nos transformadores utilizado
Exemplo 2:
previamente no exemplo 2.
Considerando que a tensão entre
fases no ponto N1 para o sistema do
obter:
exemplo 1 do capítulo anterior é de 13,8 kV, calcular as tensões secundárias nos
Segundo este procedimento, é possível
Apoio
• “ELECTRICAL
DISTRIBUTION
ENGINEERING”, A.J. Pansini, CRC PRESS LLC, 2007. •
Finalmente, calculando o percentual da
queda de tensão para os secundários dos transformadores, temos:
Referências •
“ELECTRIC
UTILITY
DISTRIBUTION
SYSTEMS REFERENCE BOOK”, Westinghouse Electric, 1959. • “DISTRIBUTION SYSTEM MODELING AND ANALYSIS”, W. H. Kersting, CRC PRESS LLC, 2002. • “ELECTRICITY DISTRIBUTION NETWORK DESIGN”, E234. Lakerv, E. J. Holmes, IEE Power Engineering Series 21, 2003.
“POWER DISTRIBUTION ENGINEERING”,
J.J. Burke, Marcel Dekker, 1994. *Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
45
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
46
Capítulo VI Especificações técnicas de disjuntores, secionadores, painéis e para-raios feitas por concessionárias de energia Por Sérgio Feitoza Costa*
Neste fascículo são apresentados
escrever um longo texto, referenciar a
laboratório neutro e reconhecido. Entre
conceitos de engenharia para projeto
norma técnica IEC ou a norma nacional
os ensaios de rotina previstos na norma
e especificação de equipamentos de
equivalente, se esta estiver atualizada.
os seguintes são exigidos. É um texto
subestações de transmissão e distribuição.
Em geral, no Brasil, as normas brasileiras
simples, completo e com base em um
O primeiro artigo desta série cobriu
estão defasadas em, no mínimo, três
documento
aspectos de estudos do sistema elétrico
anos, com relação às suas normas-base
empresa privada é relativamente simples
que servem de base para as especificações
da IEC. Isso ocorre, como já explicado
seguir este tipo de estratégia.
técnicas dos equipamentos. O segundo
em capítulos anteriores, pelo longo tempo
cobriu conceitos sobre curtos-circuitos,
que é utilizado para traduzir as normas
outro requisito oriundo da experiência
ampacidades, sobrecargas e contatos
IEC em inglês para as normas brasileiras
da empresa que está comprando o
elétricos. O terceiro abordou o tema
em português. Seria bem mais inteligente
equipamento, ter-se-ia em mãos uma boa
“técnicas de ensaios de alta potência,
se
normalização
especificação. É, entretanto, muito comum
laboratórios de ensaios e principais
brasileiro agisse com a IEC como outros
que a especificação publicada nas licitações
ensaios”. No quarto capítulo, falou-se
países fazem para que pelo menos
seja longa e confusa. O erro mais comum
sobre os estudos elétricos de sobretensões,
algumas normas IEC fossem, na origem,
é copiar na especificação longas partes da
coordenação de isolamento e impactos
publicadas também em português.
norma técnica de referência, muitas vezes
de campos elétricos e magnéticos. No
Utilizando um disjuntor de alta
com erros de interpretação dos termos.
capítulo anterior, o tema abordado foi
tensão como exemplo, a especificação
Para
a recente brochura Cigré 602, sobre
técnica ideal de um disjuntor de 145
impossível utilizar especificações simples
simulação de arcos. Já o tema deste sexto
kV – 2.000 A – 31,5 kA seria um texto
porque precisam atender em seus editais
capítulo são as especificações técnicas
muito curto e mais ou menos como: “o
a uma série de leis e regulamentos que
de disjuntores, secionadores, painéis e
disjuntor, objeto desta especificação,
acaba tornando estas empresas ainda
para-raios feitas por concessionárias de
deve atender aos requisitos das normas
mais pesadas e ineficientes. Foi uma pena
energia.
62271-1 – Equipamentos de Manobra
pararmos o processo das privatizações que
de Alta Tensão – Parte 1: Especificações
estava em bom andamento antes de 2003.
Comuns e IEC 62271-100 – Disjuntores
A esta altura já estaríamos em um patamar
de Alta Tensão de Corrente Alternada”.
bem melhor. O resultado desta interrupção
Os dados específicos do disjuntor
foi a confusão que virou o setor elétrico
O que fazer e o que não fazer em uma especificação técnica para compra de equipamentos
o
organismo
de
internacional.
Para
uma
Com estas informações e mais um ou
empresas
estatais
é
quase
estão na folha de dados a seguir. O
com tarifas muito maiores que nos demais
Para criar um referencial, vamos
disjuntor deve ter sido submetido a todos
países, contando ainda para isso com a
partir do princípio de que a especificação
os ensaios de tipo previstos na norma,
ajuda de uma carga tributária absurda e sem
técnica mais eficiente é, ao invés de
comprovados em relatório emitido por
retorno para quem paga os impostos.
Apoio
47
Tabela 1 – Folha de dados Item
Unidade
Descrição
O que incluir
A3
Local de instalação
-
Ao tempo
B
Condições locais
-
Coordenadas geográficas, clima,
C
Características do sistema elétrico
C1
Tensão nominal
kV
138
C2
Tensão máxima de operação
kV
145
C3
Número de fases
C4
Frequência nominal
C5
Tipo de aterramento do neutro
-
Isolado
Alimentação do motor de carregamento da mola
V
220 Vca +10%, -20%
SF6
altitude e grau de poluição do local
C6.1
-
-
3
Hz
60
D
Características gerais do equipamento
D1
Meio isolante
-
D2
Religamento (tripolar/monopolar)
-
Tripolar
D4
Condições de serviço (normais/especiais)
-
Normais
D6
Desempenho quanto a reacendimento durante chaveamento de correntes capacitivas (classe C1 ou C2)
-
C1
D7
Classe de durabilidade mecânica (classe M1 ou M2)
-
M1
D8
Classe de durabilidade elétrica (classe E1 ou E2)
-
E1
E
Características elétricas do equipamento
E5
Níveis de isolamento
-
E5.1
Tensão suportável nominal de curta duração à frequência industrial (1 minuto)
E5.2
Tensão suportável nominal de impulso atmosférico
kVef.
275
kVpico
650
E6
Corrente nominal
A
2.000
E7
Número de polos
-
3
E9
Ciclo de operação
-
O-0,3 seg-CO-3 min-CO
E10
Fator de primeiro polo
-
1,5
E11
Capacidade de interrupção nominal em curto-circuito
kAef.
31,5
E12
Capacidade de interrupção de corrente de magnetização de transformadores
A
10
E14
Tensão de restabelecimento transitória para faltas nos terminais, faltas quilométricas e discordância de fases
kV
Tabela xxx da IEC 62271
E15
Tensão de rádio interferência
-
E16
Características para faltas quilométricas
-
E17
Duração nominal de curto-circuito
seg
1
E18
Chaveamento de correntes capacitivas
-
Sim
E19
Corrente nominal de interrupção de linhas em vazio
A
75
E20
Corrente nominal de interrupção de cabos em vazio
A
160
E21
Corrente nominal de interrupção de banco único de capacitores
kA
Informar
E22
Corrente nominal de interrupção de banco de capacitores em contraposição
kA
Informar
E23
Sim
Corrente nominal de interrupção e estabelecimento em discordância de fases
kA
Informar
E25.3
Tempo de interrupção
ms
50 (3 ciclos)
E25.4
Discrepância máxima entre polos (entre contatos principais)
ms
5
F1.1
Mecanismo de operação elétrico a carregamento de molas
F3
Tensão do motor de acionamento das molas (VCA/VCC)
V
220 Vca +10% -20%
F4
Tensão nominal das bobinas (VCA/VCC)
V
125 Vcv +10%, -20%
Devemos rapidamente voltar a pensar
com a corrupção.
erros do tipo destes exemplos a seguir,
em privatizar tudo que seja privatizável.
Voltando às questões técnicas das
extraídos de algumas especificações que
Diminuindo-se a interferência dos governos
especificações, quando se reescreve na
tenho lido:
e partidos políticos nas empresas estatais
especificação partes de textos das normas
diminuirão as perdas com a ineficiência e
técnicas, corre-se o risco de inserir no texto
• Errado: A elevação de temperatura dos
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
48
contatos deve ser 53 °C. É uma frase sem
especificações são os clássicos, detalhados
sentido e o correto seria dizer que devem
nos capítulos anteriores desta série ou seja:
ser atendidos no ensaio de elevação
são relacionados com ensaios como: • Tensão suportável no invólucro sem a
• Ensaios de interrupção e estabelecimento
parte interna ativa;
especificados na norma IEC-62271-1;
em curto-circuito;
• Tensão residual para impulso de corrente
• Errado: O projeto dos contatos deve ser
• Tensão suportável a impulso atmosférico;
íngreme,
feito de modo que as forças eletromecânicas
• Tensão suportável a impulso de manobra
manobra;
não possam abri-lo. Esta é também uma
a seco e sob chuva;
• Corrente suportável de impulso retangular
frase sem nenhum efeito prático efeito.
• Tensão suportável a frequência industrial,
de longa duração e de descarga de linhas de
O correto seria especificar o ensaio de
a seco (1 min), sob chuva (10 s);
transmissão;
correntes suportável de curta duração e de
• Elevação de temperatura;
• Ciclo de operação (impulso de corrente
crista que existe nas normas exatamente
• Corrente suportável nominal de curta
elevada e de manobra);
para comprovar se o equipamento suporta
duração e crista;
• Característica "tensão de frequência
os efeitos das forças;
• Resistência mecânica e operação;
industrial x tempo”;
• Errado: Devem ser utilizados materiais
• Tensão de rádio-interferência;
• Alívio de sobrepressão interna;
da melhor qualidade técnica, novos e de
• Ensaio de corona visual.
• Tensão de rádio interferência e de
de
temperatura
os
limites
máximos
fabricação recente. O correto é especificar
impulso
atmosférico
e
de
ionização interna;
quais normas ABNT, ANSI, IEC, NEMA,
Para secionadores de alta tensão,
• Ensaios do desligador automático;
ASTM, ou outras, devem ser atendidas nas
como são equipamentos que em geral
• Poluição artificial;
partes específicas;
estão em série com um disjuntor,
• Estanqueidade;
• Errado: Qualidade de execução: a mais
as
• Medição das descargas parciais;
alta qualidade e em conformidade com as
mostradas acima, com exceção dos
• Distribuição de corrente, em para-raios
melhores e mais modernas práticas de alta
requisitos de capacidade de interrupção
multi-colunas.
qualidade. Este tipo de frase não serve para
em curto-circuito, que não se aplicam
nada, pois não há um padrão de verificação
aos secionadores.
e vai na direção contrária das normas ISO
Para
dos
extraídas de uma folha de dados de uma
para qualidade.
termos utilizados são diferentes daqueles
especificação de para-raios para o mesmo
empregados nos disjuntores e secionadores.
sistema de 138 kV de onde vieram os dados
Os principais aspectos das especificações
do disjuntor acima.
Os principais ensaios requeridos nas
especificações
os
são
para-raios,
similares
às
muitos
A seguir estão algumas características
Tabela 2 – Folha de dados para para-raios Item
Descrição
Unidade
Especificado
B
Local de instalação Condições locais
-
Ao tempo
B1
Condições anormais locais de serviço diante da IEC 60099-4
-
Coordenadas Não geográficas, clima,
B1.2
Temperatura máxima média anual
ºC
altitude e grau de42poluição do local
B1.3
Características Temperatura média do sistema diária elétrico (valor máximo)
ºC -
30
B1.4
Tensão nominal Umidade relativa média
kV %
80138 a 90
Tensão máxima Atmosfera ambiente de operação
kV -
145
-
Não 3
Hz -
Sim 60
B2 B2.1
Número de fases Corrosivo
B2.2
Frequência Presença denominal pó
B2.3
Tipo de aterramento do neutro Agressivo
-
Isolado Sim
B2.4
Alimentação Atmosfera explosiva do motor de carregamento da mola
V -
220 Vca Não +10%, -20%
C
Características do gerais sistema do equipamento elétrico iguais às do disjuntor acima
D
Meio isolante gerais do equipamento Características
-
SF6
D1
Religamento Tipo construtivo (tripolar/monopolar)
-
Óxido de Tripolar zinco (ZnO)
D2
Condições Tipo de instalação de serviço (normais/especiais)
-
Autoportante Normais
D4
Desempenho Isolador (porcelana/polimérico) quanto a reacendimento durante chaveamento de correntes capacitivas (classe C1 ou C2)
D5
Classe de Altura mínima durabilidade da estrutura mecânica suporte (classe M1 ou M2)
D6 D8
-
Porcelana C1
mm
≥ M1 2500
Classededematerial Tipo durabilidade dos isoladores elétrica (classe E1 ou E2)
-
Porcelana E1
Características Esforço máximoelétricas suportável do equipamento nos terminais
N
Informar
Apoio
49
Apoio
50
Descrição
Unidade
Especificado
D9
Distância de escoamento
mm/kV
Informar
D10
Barra chata
Equipamentos para subestações de T&D
Item
Terminais de linha (incluídos no escopo de fornecimento)
-
E
Características elétricas do equipamento
-
E1
Tensão nominal
kV
120
E2
Tensão máxima de operação em regime contínuo (MCOV)
kV
Mínimo de 92
E3
Máxima sobretensão temporária (TOV)
-
E3.1
0,1 segundo
pu
1,15
E3.2
1 segundo
pu
1,10
E3.3
10 segundos
pu
1,05
kA
10
kJ/kV
4
E4
Corrente nominal de descarga (onda 8/20 µs)
E5
Capacidade de absorção de energia
E6
Classe de descarga da linha de transmissão (1 a 5)
-
2
E7
Corrente de alívio de pressão, duração de 0,2 seg
kA
63
E9
Alta corrente de curta duração
kA
65
E11
Tensões residuais de descarga com onda de 8/20 µs:
-
E11.1
5 kA
kV
285
E11.2
10 kA
kV
300
E11.3
20 kA
kV
310
E13
Tensão residual para impulso de manobra 1 KA - onda 30/60 µs
kV
240
E13.1
Tensão residual para impulso de manobra 2 KA - onda 30/60 µs
kV
250
E14
Tensão suportável nominal do invólucro à freqüência industrial
-
E14.1
A seco
kV
230
E14.2
Sob chuva
kV
Informar
E15
A impulso atmosférico com onda de 1,2/50 µs
kV
550
E16
Classe (serviço) ou série
-
Pesado
G
Inspeção e testes
G1
Ensaios de rotina
-
Sim
G1.1
Característica de tensão a frequência industrial x tempo
-
Sim Rotina
G1.2
Tensão suportável nominal a seco
-
Sim Rotina
G1.3
Estanqueidade
-
Sim Rotina
G2
Ensaios de tipo
-
Sim
G2.1
Execução
-
Sim
G2.2
Certificado do ensaio de para-raios idênticos
-
Sim
G2.3
Característica de tensão a frequência industrial x tempo
-
Sim
G2.4
Tensão suportável nominal de impulso atmosférico
-
Sim
G2.5
Tensão suportável nominal sob chuva
-
Sim
G2.5
Tensão suportável nominal a seco
-
Sim
G2.6
Tensão residual para impulso de corrente íngreme
-
Sim
G2.7
Tensão residual para impulso de manobra
-
Sim
G2.8
Corrente suportável de baixa intensidade e curta duração
-
Sim
G2.9
Corrente suportável de alta intensidade e curta duração
-
Sim
G2.10
Ciclo de operação
-
Sim
G2.12
Tensão de rádio-interferência e ionização interna
-
Sim
G2.13
Estanqueidade
-
Sim
Para transformadores de corrente (TCs),
correntes é igual à da Tabela 2. Há, entretanto,
que devem medir com precisão adequada
como são equipamentos em série com o
algumas especificações adicionais que se
já que os valores medidos serão usados no
disjuntor e o secionador já mencionados, a
aplicam apenas aos próprios. Um TC tem
faturamento aos usuários da energia da
maior parte das especificações de tensões e
núcleos de medição das correntes normais
subestação. Para estes núcleos de medição, no
Apoio
51
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
52
momento de um curto-circuito, a corrente que
deve reproduzir exatamente o que está
a relação de transformação sob circuito se
passa no secundário não deve acompanhar
acontecendo no primário. Deve ser a
mantém em uma faixa aceitável, do ponto
os altos valores das correntes no primário.
informação correta para alimentar os relés
de vista dos relés de proteção.
Se isso acontecesse, os fios e medidores no
de proteção que mandarão a ordem para o
A seguir estão algumas características
secundário seriam danificados.
disjuntor de proteção abrir a falta. Mesmo
extraídas de uma folha de dados de uma
Por este motivo, os núcleos de medição
que haja uma variação da frequência da
especificação de transformador de corrente
dos TCs são projetados para que, em caso de
rede por uma perda de estabilidade, a
para o mesmo sistema de 138 kV de onde
um curto-circuito no primário, a corrente no
informação do secundário deve ser precisa.
vieram os dados do disjuntor acima.
secundário sature e não passe de um certo
Para verificar este comportamento, existe
As
valor, por exemplo, 50 Aef. Existe um ensaio
também um ensaio em que se coloca uma
equipamentos, como transformadores
para verificar se este aspecto é atendido.
carga no secundário do TC parecida com as
de potência e geradores, não serão
especificações
de
outros
Nos núcleos de proteção dos TCs, a
cargas que estariam normalmente ligadas
abordadas neste texto, pois envolvem
situação é contrária. A corrente secundária
e aplica-se um curto-circuito elevado no
detalhes mais complexos que neste
no TC, no momento do curto-circuito,
primário. O objetivo do ensaio é verificar se
espaço não seriam possíveis de detalhar.
Tabela 3 – Folha de dados de transformador de corrente Item
Descrição
Unidade
Especificado
C
Características do sistema elétrico iguais às do texto acima
D
Características gerais do equipamento
D2
Tipo de instalação
-
Auto-portante
D3
Número de polos
-
Monopolar
D4
Isolador (porcelana / polimérico)
-
Porcelana
D6
Imersos em óleo / tipo seco
-
Imerso em óleo
D7
Tipo de óleo
-
Mineral
D8
Tanque selado
-
Sim
D9
Câmara de expansão (sim / não)
-
Sim
D11.1
Proteção IP - 55
-
Sim
D11.2
Entrada inferior para eletrodutos
-
Sim
D11.6
Meios para curto-circuitar os terminais do secundário
-
Sim
D11.9
Proteção interna contra surtos no primário
-
Informar
D11.10
Proteção contra surtos no secundário
-
Informar
-
E
Características Elétricas do Equipamento
E1
Tensão máxima do equipamento
kV
E2
Frequência nominal
Hz
60
E3
Corrente(s) primária(s)
A
RM 2000 (300/400/500/800/1.100/1.200/1.500/1.600/2.000)
E4
Corrente(s) secundária(s)
A
5-5-5-5
E5
Relações nominais
-
400:1 na maior relação de transformação
E6
Quantidade enrolamentos secundários
145
-
4
E7.1
Proteção e medição
Un.
3
E7.2
Medição
Un.
1
E7.3
Proteção e medição
Un.
NA
Classe de exatidão e carga nominal
-
E8.1
Para proteção
-
10B800
E8.2
Para medição
-
0,3C100
E8.3
Para proteção e medição
-
NA
kAef
31,5
kApico
80
E8
E9
Corrente suportável nominal de curta duração (Ith)
E10
Corrente suportável nominal dinâmica (2,6 x Ith)
E11
Níveis de isolamento
-
E11.1
Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 x 50μs)
kV
650
E11.2
Tensão suportável nominal de frequência industrial (1 minuto)
kV
275
Apoio
Unidade
Item
Descrição
E12
Fator térmico nominal
E14
Elevação de temperatura
E15
Nível máximo de descargas parciais com 1,1x145/√3 (kV)
E16
Polaridade
E17
Tensão de rádio interferência
F3
Dispositivo para alívio de pressão
Especificado
x In
1,3
-
Conforme NBR 6856
pC
10
-
Subtrativa
Microvolts
250
-
Sim
H
Inspeção e Testes
H1
Ensaios de rotina conforme NBR 6855
-
Sim
H2
Ensaios de tipo
-
Sim
H2.1
Resistência dos enrolamentos
-
Sim
H2.2
Tensão suportável impulso atmosférico
-
Sim
H2.3
Tensão suportável de impulso de manobra a seco e sob chuva
-
Sim
H2.4
Elevação de temperatura
-
Sim
H2.5
Corrente suportável nominal de curta duração (térmica nominal)
-
Sim
H2.6
Valor da crista nominal da corrente suportável (dinâmica nominal)
-
Sim
H2.7
Tensão suportável à frequência industrial sob chuva
-
Sim
H2.8
Tensão de rádio interferência
-
Sim
H2.9
Estanqueidade a quente
-
Sim
H2.10
Tensão de curto-circuito
-
Sim
*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
53
Apoio
Qualidade nas instalações BT
54
Capítulo VI Análise estratégica sobre a ABNT NBR ISO 50001 e as oportunidades para o mercado de eficiência energética – Parte 1 Por Alberto J. Fossa*
Este artigo apresenta o histórico de
fonte da energia utilizada em atividades
limitados, particularmente, aqueles que
desenvolvimento da Norma Internacional
e processos, atuando indiretamente em
advêm de fontes finitas (como no caso de
de Gestão da Energia – ABNT NBR
outros impactos ambientais associados por
derivados de petróleo). E, mesmo no caso
ISO 50001 e discute o seu impacto na
meio de gestão sistemática da energia. Este
da utilização de fontes de energia renovável
promoção da eficiência energética no
artigo procura ampliar o entendimento
(como é o caso da hidroeletricidade), a
Brasil. Pretende-se destacar os aspectos
sobre
requisitos
construção da infraestrutura para geração,
mais
relevantes
que
motivaram
os
mecanismos
e
a
estabelecidos pela ABNT NBR ISO 50001 e
transmissão e distribuição da energia é
comunidade internacional a tratar dos
propiciar uma visão estratégica sobre a sua
sempre fator de preocupação com relação
aspectos relacionados à sustentabilidade e
utilização como instrumento de ampliação
aos impactos ambientais decorrentes.
à emissão de gases de efeito estufa por meio
das soluções de eficiência energética no
Assim, justifica-se uma mobilização
da proposição de iniciativas individuais,
Brasil.
das organizações internacionais para a
aplicáveis a qualquer tipo de organização, para gestão da energia utilizada em atividades e processos. A partir do
Motivação, justificativa e histórico
entendimento de tais premissas, busca-se
conscientização do uso da energia que, em tese, deve ficar cada vez mais escassa e cara. A ABNT NBR ISO 50001 vem propor o desenvolvimento de uma visão
analisar o conteúdo técnico e os requisitos
Inicialmente, apresentam-se as pre
mais consciente a respeito do uso da
estabelecidos na ABNT NBR ISO 50001
missas que nortearam o desenvolvimento
energia pelas organizações, possibilitando
para que uma organização demonstre sua
da norma ABNT NBR ISO 50001,
que haja uma discussão profunda sobre os
capacidade no gerenciamento da energia
bem como as justificativas utilizadas
diferentes tipos de uso da energia, o vinculo
utilizada, buscando melhoria contínua
na
elaboração.
com o consumo dos recursos naturais,
do seu desempenho energético perante
Apresenta-se também um histórico de
a ampliação dos aspectos de eficiência
o mercado. Também busca-se detalhar
eventos e elementos que permite o pleno
energética bem como a utilização racional
os benefícios específicos para as ações
entendimento sobre o cenário associado ao
da energia.
de eficiência energética no mercado
ambiente de normalização internacional,
O
brasileiro, relacionados ao atendimento
bem como a participação do Brasil dentro
da ABNT NBR ISO 50001 foi iniciado
dos requisitos estabelecidos pela norma
deste processo.
com o objetivo de se buscar melhoria
na busca sistemática e contínua do uso adequado dos recursos energéticos, por
sua
estruturação
e
Motivação inicial
meio do uso de equipamentos eficientes e
projeto
para
desenvolvimento
dos níveis de eficiência energética nas organizações e, particularmente, habilitar essas organizações a estabelecerem os
outras práticas.
Diariamente podemos presenciar uma
sistemas e processos necessários para
Espera-se que a adoção desta norma
discussão no cenário mundial envolvendo
melhorar o seu desempenho energético,
internacional conduza à redução das
o uso e a adequação no consumo dos
incluindo os aspectos relacionados à
emissões de gases de efeito estufa,
recursos naturais do planeta. Todos
eficiência energética, ao uso e ao consumo
influencie o gerenciamento do custo e da
sabem como os recursos energéticos são
da energia. Com a adoção da Norma de
55
Apoio
Gestão da Energia, as empresas poderão ter um maior reconhecimento nacional e internacional de seus produtos ou serviços, seja por meio dos seus programas corporativos
de
sustentabilidade;
das
suas iniciativas para redução de custo com energia; da gestão de demanda vinculada à cadeia de suprimento; do seu envolvimento em acordos de redução da emissão de carbono, da sua participação em acordos climáticos, entre outros. A exemplo do que aconteceu com a ABNT NBR ISO 9001 para gestão da qualidade e com a ABNT NBR ISO 140001 para gestão ambiental, a ABNT NBR ISO 50001 de gestão da energia estabelece os requisitos para que sejam definidos procedimentos vinculados diretamente à gestão da energia dentro das organizações. Várias
ações
são
estabelecidas
nos
requisitos da norma. Por exemplo, na aquisição de máquinas, equipamentos e serviços, a norma aborda características associadas à compra de energia e de componentes
vinculados
ao
uso
da
energia, como no caso da aquisição de equipamentos participantes do programa brasileiro de etiquetagem (PBE), ou seja, na compra de máquinas e equipamentos, devem ser observados os aspectos de consumo e eficiência e não somente características de funcionalidade. Outro
exemplo
é
a
abordagem
do planejamento energético desde a fonte da energia primária (se a fonte é hidrelétrica, termelétrica), como essa energia é transmitida até seu uso final. Na dimensão organizacional, o objetivo é integrar a gestão energética ao dia a dia da empresa, tornando-a uma tarefa usual, como a administração de materiais e de pessoal é em muitas organizações. A definição clara de uma equipe responsável e suas atribuições, o envolvimento da alta diretoria, a inserção da atividade na cultura própria da empresa, a definição de uma política energética são tarefas relacionadas à integração desta dimensão com a gestão energética.
Apoio
Qualidade nas instalações BT
56
O cenário e os primeiros movimentos internacionais
de outros stakeholders em países em
texto base inicial. Esse grupo de trabalho
desenvolvimento
devidamente
foi também formado por uma secretaria
considerados no processo da ISO. Dentro
compartilhada entre Inglaterra e China,
A
Industrial
desta iniciativa, um workshop regional
assumindo David Hyde pela secretaria
(Unido)
foi realizado na Tailândia em setembro
inglesa e Geng Wang pela chinesa.
iniciou um diálogo para o desenvolvimento
de 2007 e uma reunião internacional do
de uma norma internacional de Gestão
grupo de trabalho foi realizada na China
Especial de Estudos (ABNT-CEE), espelho
da Energia em uma reunião do grupo
em abril de 2008.
ao ISO PC 242, nomeada como CEE116
de peritos (Energy Group Meeting –
Em fevereiro de 2008, o Conselho de
– Gestão da Energia. Assumiu como
EGM) sobre “Otimização de Sistemas
Administração Técnica da ISO aprovou
coordenador da Comissão de Estudos
Industriais e Normas de Gestão da
o estabelecimento de um novo comitê
Brasileira Alberto J. Fossa, representando
Energia na Indústria” em março de 2007,
técnico (ISO PC 242 – Gestão da Energia)
à época o ICA-Procobre Brasil, tendo
que incluiu a representação dos países
criado para desenvolver a nova Norma
como seu secretário, Eduardo Lima, da
em desenvolvimento, do Secretariado
Internacional de Gestão da Energia, ISO
ABNT. O coordenador também assumiu
Central da ISO e dos países que já
50001. A secretaria do ISO PC 242 foi
a função de chefe da delegação brasileira
utilizavam normas nacionais de gestão da
designada à parceria entre American
no
energia. Como resultado dessa reunião,
National Standards Institute (ANSI –
internacionais vinculados ao ISO PC 242.
foi solicitado à Secretaria Geral da ISO
Estados Unidos) e Associação Brasileira
que considerasse o desenvolvimento de
de Normas Técnicas (ABNT – Brasil). O
estabelecida na primeira plenária de
uma Norma Internacional de Gestão da
ISO PC 242 contou inicialmente com 21
Washington DC (EUA), em que ficou
Energia.
países membros, incluindo Argentina,
decidido que os especialistas de cada país
Até março de 2007, quatro países
Brasil, China, Cingapura e África do Sul,
analisariam a primeira minuta da norma
(Dinamarca, Suécia, Irlanda e Estados
e cinco países observadores, que incluíam
e enviariam seus comentários ao fórum
Unidos) possuíam suas normas nacionais
Marrocos e Tailândia.
internacional. Essas contribuições foram
de gestão da energia. Além disso, a
A primeira reunião plenária do ISO PC
analisadas e integradas ao conteúdo de um
China já tinha uma minuta de norma, a
242 aconteceu em Washington DC (EUA)
novo documento de trabalho (ISO/WD
Holanda contava com uma especificação
em setembro de 2008, já considerando
50001), divulgado em dezembro de 2008
para gestão da energia, além do Comitê
subsídios colhidos nas reuniões regionais
para a comunidade internacional.
Europeu para a Normalização (CEN) e
anteriores promovidas pela Unido. A
Na etapa seguinte, em março de
o Comitê Europeu para a Normalização
partir deste momento, deu-se início formal
2009, foi realizada a segunda Reunião
Eletrotécnica (Cenelec) terem formado um
ao desenvolvimento da nova Norma
Plenária no Brasil, na cidade do Rio de
grupo de trabalho para desenvolver uma
Internacional de Gestão da Energia.
Janeiro, onde se analisou a maturidade
United
Development
Nations Organization
norma comum para a União Europeia. Até junho de 2008 outros países terminariam o trabalho de minutas de normas nacionais (Espanha, Tailândia, Coreia do Sul) ou iniciariam este processo (Brasil e África do Sul). Em
virtude
do
forte
interesse
internacional nesta área e de seu impacto potencial
na
eficiência
de
energia
industrial em todo o mundo, em julho de 2007 a Unido lançou uma nova iniciativa para suportar o desenvolvimento de uma Norma Internacional ISO sobre gestão da energia. A iniciativa visava dar suporte ao processo de desenvolvimento, aumentando a consciência e assegurando que as questões e as barreiras de formadores de política do governo, de indústria e
fossem
A estrutura e o Fórum Internacional de Gestão da Energia
No Brasil foi criada uma Comissão
desenvolvimento
dos
trabalhos
A agenda inicial do ISO PC242 foi
do documento inicial e foram realizadas as diversas adequações com base nas contribuições internacionais enviadas por diversos países. Foi possível consolidar o documento em um novo estágio,
A estrutura de coordenação para
formalizando-se o Commmittee Draft
desenvolvimento dos trabalhos do ISO PC
(CD) para uma nova rodada de avaliação
242 foi composta pelo compartilhamento
internacional.
da secretaria entre Brasil e Estados Unidos.
Em novembro de 2009, ocorreu a
Assumiu a coordenação dos trabalhos do
terceira Plenária do ISO PC242 na cidade
comitê técnico, Edwin Pinero dos Estados
de Londres, Inglaterra, ocasião em que
Unidos, como secretário do Brasil, Felipe
foi novamente analisado o conjunto de
Vieira, da ABNT (vindo a ser substituído
comentários internacionais enviados com
por Leonardo Martins), e como secretário
base na análise do CD. Do resultado desta
dos Estados Unidos, Jason Knops, da
reunião nasceu o Draft of International
ANSI. Por motivos políticos foi também
Standard (DIS), um documento mais
criado um grupo de trabalho (Work Group
maduro
– WG) para gerenciar a construção do
internacional dos principais requisitos
que
retratava
o
consenso
Apoio
57
Apoio
Qualidade nas instalações BT
58
estabelecidos na proposta de Norma
de gestão da energia, permitindo a adoção
Definições” apresenta uma relação extensa
Internacional de Gestão da Energia.
de uma abordagem sistemática para
de elementos, com o objetivo de cobrir
A quarta Plenária do ISO PC242
melhoria contínua de seu desempenho
diversos
aconteceu em outubro de 2010 na
energético, incluindo eficiência energética,
particularmente quanto aos conteúdos
China, na cidade de Beijing, em que,
uso e consumo da energia.
vinculados
após
uma
semana
de
trabalho,
os
Prevê que os requisitos sejam aplicáveis
aspectos aos
organizacional,
de
entendimento,
aspectos bem
de
como
gestão aqueles
diversos representantes da comunidade
às
internacional conseguiram oficializar o
documentação e comunicação, práticas
energético propriamente dito.
Final Draft of International Standard, o
de projeto e aquisição de equipamentos,
A seguir são explicitados alguns
último estágio de evolução para aprovação
sistemas,
que
exemplos em que o debate internacional
final de uma norma internacional no
contribuem para o desempenho energético.
foi mais intenso, e permite um maior
âmbito da ISO.
O “Escopo” prevê a possibilidade
esclarecimento a respeito dos conceitos
Durante os meses de abril e maio
de que a norma seja aplicável a todas
utilizados na norma.
de 2011, foi realizado o processo de
as variáveis que afetam o desempenho
Fronteiras -
aprovação internacional da versão final da
energético e que podem ser monitoradas
e/ou organizacionais definidos pela
norma de gestão da energia, prevendo-se a
e
organização
sua publicação para o mês de junho do ano
sendo igualmente aplicável a qualquer
O termo fronteiras é importante
corrente.
organização que deseje assegurar que
porque permite a uma organização planejar
Em paralelo, o Brasil, por meio da sua
está em conformidade com a política
de forma gradativa o atendimento aos
Comissão de Estudos – ABNT CEE116,
energética estabelecida e demonstrar tal
requisitos previstos na norma. A empresa
avançou na elaboração do seu texto local,
conformidade a terceiros.
pode selecionar operações específicas ou
promovendo a publicação conjunta entre
sites específicos para que seja possível a
ISO 50001 e ABNT NBR ISO 50001.
reduzir a sua demanda de energia, utilizar
A norma de gestão da energia – ISO 50001
organizações,
incluindo
processos
influenciadas
e
pela
medição,
pessoas
organização,
Dessa forma, a organização poderia
associados aos temas de desempenho
limites físicos ou locais
implantação escalonada dos requisitos.
excedentes ou resíduos energéticos, adotar práticas de uso de energia renovável,
Linha de base energética - referência(s)
ou ainda melhorar as operações de seus
quantitativa(s) fornecendo uma base
sistemas, processos ou equipamentos por
para
comparação
do
desempenho
meio da adoção de infraestrutura mais
energético
estabelecidos na norma internacional de
eficientes.
Um dos pontos fundamentais da
gestão da energia são detalhados a seguir,
Prevê a possibilidade de que o
norma de Gestão da Energia e que de
por uma abordagem objetiva da descrição
atendimento aos requisitos da norma
certa forma rompe com os elementos
de cada capítulo da norma, buscando-se
possa ser confirmado por autoavaliação e
mais conservadores presentes nas normas
apresentar, de forma bastante resumida, a
autodeclaração de conformidade ou pela
ABNT NBR ISO 9001 e ABNT NBR
sua intenção geral, o conteúdo principal,
certificação do seu sistema de gestão da
ISO 140001, quanto ao atendimento dos
bem como os requisitos associados e
energia por organização externa.
aspectos de qualidade e meio ambiente, é
Os principais conceitos e requisitos
atividades propostas para atendimento por
que existirá a necessidade de a organização
parte das organizações.
Termos e definições
Escopo da norma
Este é um elemento opcional na
forma permanente e sistemática ao longo
demonstrar melhoria do desempenho energético (vide explicação posterior) de
estrutura do texto, que contém as
do tempo. O estabelecimento de uma
O escopo de uma norma técnica tem
definições necessárias para compreensão
linha de base energética permite que a
por objetivo definir, sem ambiguidade,
de determinados termos utilizados no
organização avalie e demonstre, ao longo
o assunto principal do documento e os
corpo de uma norma técnica. No caso da
do tempo, as melhorias obtidas quanto ao
aspectos abrangidos, indicando os limites
ABTN NBR ISO 50001, pode-se afirmar
tratamento da gestão da energia.
de sua aplicabilidade.
que mais de 50% do tempo despendido
Em seu capítulo primeiro, “Escopo”
nas reuniões plenárias internacionais foi
Consumo de energia - quantidade de
a ABNT NBR ISO 50001 esclarece sua
voltado ao desenvolvimento de consenso
energia aplicada
intenção de especificar requisitos gerais
quanto aos termos e definições utilizados
para que uma organização estabeleça,
em seu conteúdo.
dos pilares do desempenho energético
implante, mantenha e melhore um sistema
O
capítulo
terceiro
“Termos
e
O consumo de energia constitui um
que deve ser monitorado e continuamente
59
Apoio
melhorado pela organização. O aspecto de consumo está vinculado diretamente à quantidade de energia consumida pela organização. Dessa forma, a organização deve promover ações para diminuir o seu consumo ao longo do tempo. Eficiência energética - razão ou outra relação quantitativa entre uma saída de desempenho, serviços, produtos ou energia e uma entrada de energia
A eficiência energética é também um
dos pilares de sustentação do conceito de desempenho energético preconizado pela norma. Prevaleceu o conceito mais técnico de eficiência energética vinculado à relação entre consumo (entrada) e serviço realizado ou produto produzido (saída). Desta forma, a organização, na busca pela melhoria contínua do desempenho energético, deve buscar a otimização de seus processos produtivos por meio da adoção de equipamentos e sistemas mais eficientes. Desempenho energético - resultados mensuráveis relacionados à eficiência energética, uso de energia e consumo de energia Várias
foram
as
discussões
internacionais a respeito da formulação de um consenso sobre desempenho energético.
Em
um
determinado
momento, estabeleceu-se uma tendência de adoção das relações de uso e consumo como prioritárias, abandonando-se a vertente de eficiência energética. Em uma ação particular do Brasil, foi possível a restauração do contexto da eficiência energética, fortalecendo particularmente os movimentos de adoção de equipamentos mais eficientes . Revisão energética - determinação do desempenho energético da organização com base em dados e em outras informações, conduzindo à identificação de oportunidades de melhoria O processo de revisão energética constitui uma das atividades fundamentais para o estabelecimento de um programa
Apoio
Qualidade nas instalações BT
60
de melhoria do desempenho energético da
conceito de desempenho energético, que
norma. A estrutura de identificação
organização. Prevê a verificação objetiva dos
já continha embutidos os aspectos de
de
principais componentes do desempenho
eficiência energética.
desempenho energético é baseada na
energético (eficiência, consumo e uso),
oportunidades
de
melhoria
do
identificação de elementos prioritários.
de forma a permitir a otimização e o
Uso de energia - modo ou tipo de
Esses
foco nas ações de melhoria. O termo
aplicação de energia
como usos significativos de energia,
também foi um dos mais controversos
O conceito de uso de energia possui
associados a um consumo expressivo
durante o desenvolvimento das discussões
uma abordagem qualitativa. De um
ou à oportunidade de melhoria do
internacionais. Estabeleceu-se, em um
lado explora as características de tipo
desempenho energético, e aí vinculando
determinado momento, impasse entre
(iluminação,
novamente aos aspectos de melhoria da
a
pelo
entre outros) e de outro a maneira pela
conceito de “energy profile”) e a visão
qual a energia é utilizada, contemplando
europeia
aspectos técnicos de equipamentos, bem
visão
americana (ancorada
“energy aspects”).
(sustentada no
conceito
de
Do lado americano
como
aquecimento,
aspectos
transporte,
comportamentais
das
vigorava uma visão mais pragmática
pessoas envolvidas.
voltada basicamente para a observação
de consumos relevantes de energia. Do
de energia responsável por substancial
lado europeu, uma visão mais holística
consumo de energia e/ou que ofereça
com abordagens de difícil enquadramento
considerável potencial para melhoria de
prático. Novamente, o Brasil foi decisivo no
desempenho energético
processo, estabelecendo uma terminologia
Outra definição importante para
intermediária, que foi adotada, mas
determinação do foco de ação da
principalmente concentrando os esforços
organização
para o entendimento a respeito do
atendimento
Uso significativo de energia - uso
que aos
deseja
preconizar
requisitos
da
elementos
são
designados
eficiência energética.
*Alberto J. Fossa é diretor executivo da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações (Abrinstal), é coordenador da ABNT CEE116 – Comissão de Estudos de Gestão e Economia da Energia e ainda chefe da Delegação Brasileira no ISO TC 242 Energy Management e ISO TC 257 Energy Savings. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
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62
Reportagem
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Bruno Moreira
Energia solar conectada à rede dobra em um ano
Micro e minigeração de energia solar fotovoltaica conectada à rede passou de 8 MW, em 2013, para 15 MW em 2014. O avanço é ainda mais significativo se levarmos em conta que, no final de 2012, apenas 0,8 MW proveniente desses sistemas estava integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN)
63
O Setor Elétrico / Junho de 2015
P
arece haver chegado a hora da energia
O cenário tende a adquirir tons ainda mais
são esperados mais dois leilões específicos
do Governo Federal levam a crer que o
a energia solar fotovoltaica conectada
de agosto já finalizou suas inscrições e teve
solar fotovoltaica no Brasil. Ações recentes mercado de energia solar passará por
algo similar ao que vem ocorrendo com
a energia eólica. Entre as atitudes que vêm sendo tomadas, podemos destacar os leilões específicos para a fonte e a Resolução nº 482 da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), que estabelece as condições gerais para o acesso da micro
e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e ao sistema de compensação de energia elétrica.
Vale lembrar que a energia solar já
é empregada pelo Governo Federal há alguns anos, mas com o intuito de
atender às comunidades isoladas, muito afastadas da rede de energia elétrica,
dentro de programas de inclusão como
o Luz para Todos. Nestas localidades,
situadas principalmente na região Norte do país, é menos custoso do ponto de vista financeiro – mesmo a energia solar sendo mais cara que a energia convencional –
utilizar sistemas off grid de energia solar, do que conectar estas comunidades à rede. Na atualidade, porém, a atenção do
governo e dos demais agentes do setor se volta para esta fonte alternativa de energia na modalidade on grid, ou seja, por meio
de sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Tais ligações, podem se dar de
duas maneiras: geração distribuída, com
empreendimentos menores, e geração centralizada, por meio de grandes usinas produtoras de energia.
Conforme o presidente da Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(Absolar), Rodrigo Sauaia, o país apresenta hoje cerca de 48 MW de potência instalada
proveniente da fonte solar. Tendo em
vista que o país possui quase 137 mil MW de capacidade instalada em operação, segundo o Banco de Informações de Geração (BIG) da Aneel, a fonte solar representa apenas 0,03% da matriz elétrica
brasileira, um número pouco expressivo.
escuros se for levar em conta somente
ao Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com o presidente da Absolar,
são cerca de 18 MW de potência solar fotovoltaica conectada à rede. Números que se referem, obviamente, a pequenos empreendimentos de geração distribuída.
Não obstante os números baixos, a
da fonte, em agosto e novembro. O leilão
382 projetos credenciados, totalizando
uma capacidade instalada de mais 12.500 MW. A expectativa, no entanto, conforme
o presidente da Absolar, é de que sejam contratados cerca de 1.000 MW em cada certame realizado em 2015.
situação da energia solar já esteve em
Momento propício
condições menos favoráveis, podendo ser
Os incentivos do governo brasileiro
considerada no momento até promissora.
a publicação da Resolução nº 482, ainda
começaram a surgir com mais intensidade
Para se ter uma ideia, pouco tempo após
ao mercado de energia solar fotovoltaica
em 2012, eram apenas três os sistemas
agora porque o momento se tornou
de geração distribuída conectados ao SIN. Em 2013, este número saltou para
75. Em 2014, para 350. Segundo Sauaia, dados de maio de 2015 informam que
já são 670 empreendimentos de micro e
minigeração ligados à rede elétrica, sendo que deste montante 631 são plantas solares
fotovoltaicas. A expectativa da Absolar é de que até o fim do ano seja ultrapassada a marca de mil sistemas fotovoltaicos conectados. Em
relação ao número de conexões de geração
distribuída por concessionárias, a Cemig é
a que mais apresenta sistemas deste tipo ligados à sua rede. São 98; a grande maioria é de micro e miniusinas solares fotovoltaicas.
No que se refere à geração centralizada
de energia solar fotovoltaica, ou seja, grandes usinas fotovoltaicas, o cenário é ainda mais incipiente, contudo, bem
mais promissor, até por conta da maior quantidade de energia que pode ser
produzida por estes empreendimentos. O principal instrumento impulsionador destes sistemas são os leilões de energia promovidos pela Aneel. O
primeiro
leilão
exclusivo
para
energia solar aconteceu no final de 2014. Na ocasião, foram ofertados cerca de 10
mil MW de energia solar, mas contratados
1048 MW a um preço médio de R$ 215 / MWh para iniciarem a operação em
setembro/outubro de 2017. Para este ano,
propício com a queda vertiginosa – que ainda vem ocorrendo – do custo relacionado e,
à
tecnologia
consequentemente,
megawatt da fonte.
do
fotovoltaica preço
do
O professor e chefe do Laboratório
de Energia Solar (Labsol) da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), Arno Krenzinger, explica que os custos dos materiais empregados
na
geração
fotovoltaica
baixaram em razão do aumento de
produção. Conforme o professor, por
causa da grande utilização em países da Europa – tais como Alemanha, Espanha,
França e Itália – fortaleceu-se a indústria de energia solar no continente. Contudo,
o aumento do consumo foi tão grande que
os europeus não conseguiram produzir
módulos fotovoltaicos em quantidade suficiente e a solução encontrada para
suprir a demanda foi a importação de
módulos da China. Segundo Krenzinger, a entrada da China e o consequente crescimento de produção acarretou em
uma queda ainda maior do preço dos módulos. Mesmo após a crise econômica mais recente que assolou o mundo,
inclusive a Europa, a produção de módulos fotovoltaicos por parte da China não arrefeceu, estimulada ainda pelo consumo no país asiático que cresceu bastante.
64
Reportagem
O Setor Elétrico / Junho de 2015
A entrada do Brasil com mais força
Energética (Inee), Pietro Erber. Isso porque,
agente que participa deste mercado terá
neste mercado de energia solar deve ser
com estes certames específicos, permite-se
interesse em “aproveitar a onda”, tais
encarada dentro deste quadro internacional
que a fonte solar não entre em concorrência
como empresas nacionais da área e bancos
de queda de preços, em razão da alta
com fontes mais baratas, como a hídrica e a
de investimentos. Krenzinger destaca
produção realizada pela China. Para se ter
eólica, e que se pague um preço maior pelo
também o interesse do Governo em criar
uma ideia de como o preço da energia
MWh.
regras para que a produção de energia
solar fotovoltaica tem baixado no mundo,
Em princípio, a ideia do Governo
solar seja capitaneada por empresas
em meados dos anos 1990, o kWh custava
Federal, por meio da Empresa de Pesquisa
de capital nacional. Para ele, empresas
50 centavos de dólar, e atualmente custa
Energética (EPE), é investir na difusão
estrangeiras não devem receber subsídios,
em torno de 15 centavos de dólar por kWh,
da energia solar fotovoltaica como uma
como financiamentos com juros baixos
podendo chegar em 2020 a 5 centavos de
maneira de diversificar a matriz elétrica
para implantação de sistemas solares.
dólar o kWh.
brasileira.
O custo de instalação do sistema
obrigatório
o
nacionais na área. “O Brasil é emergente
solar fotovoltaico também teve uma
professor da UFRGS, Arno Krenzinger.
no que diz respeito à fabricação. Está
queda vertiginosa nas últimas décadas.
Segundo ele, os leilões específicos de
começando
Conforme dados disponibilizados pelo
energia renovável refletem o aprendizado
salientando que os primeiros anúncios
engenheiro de tecnologia e normalização
do governo em relação à questão da
de empresas que vão se instalar para a
“Diversificar
é
atualmente”,
algo
quase
sentencia
Por enquanto, são poucas as empresas
agora”,
afirma
Sauaia,
fabricação de módulos solares e inversores estão sendo realizados agora. O presidente
O primeiro leilão exclusivo para energia solar aconteceu no final de 2014. Na ocasião foram ofertados cerca de 10 mil MW de energia solar, mas contratados 1048 MW a um preço médio de R$ 215/ MWh para iniciarem a operação em setembro/outubro de 2017.
da Absolar acredita que empresas deste segmento serão as primeiras a se instalar, seguidas por companhias que fabricam suporte e componentes elétricos específicos para energia solar fotovoltaica. O professor da UFRGS destaca a Tecnometal como uma das empresas nacionais que fabricam módulos solares, atualmente, mas em baixa escala, e recorda a Heliodinâmica, que chegou a produzir lâminas de silício.
Incentivos fiscais
Além da resolução nº 482 da Aneel,
da superintendência de tecnologia e
variedade das fontes, tendo em vista a
outros incentivos estão sendo dados e
alternativas energéticas da Cemig, Bruno
crise hídrica que o país se encontra hoje,
pensados pelo Governo para fomentar
Marciano Lopes, no que se refere a sistemas
e a dependência das hidrelétricas e das
a produção de energia solar por meio
fotovoltaicos menores, de 10 kW de
térmicas (com altos preços de energia).
de micro e mini usinas. Por exemplo, o
potência, o preço da instalação do sistema
O desenvolvimento de uma cadeia
Conselho Nacional de Política Fazendária
solar caiu de 12 dólares por watt-pico em
produtiva solar fotovoltaica, nos moldes
(Confaz), do Ministério da Fazenda, editou
1998 para cerca de 5 dólares o watt-pico
do que ocorreu com a energia eólica,
novo Convênio (16/2015) para o Imposto
em 2012. Já o preço (internacional) do
porém, não pode ser descartada. O
Sobre a Circulação de Mercadorias e
módulo, que era de cerca de 6 dólares por
presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia,
Prestação de Serviços (ICMS), que incide
watt-pico em 1998, decresceu para menos
acredita nisso. Para ele, os leilões têm
sobre a geração de eletricidade do mini
de um dólar por watt-pico em 2012.
como função contratar volumes mais
e microgerador. Assim, desde 27 de
Aproveitando a lacuna dada pela queda
expressivos de energia solar fotovoltaica
abril, estados brasileiros interessados em
dos preços, o Governo Federal começou a
no curto prazo e incentivar a vinda de
incentivar a energia solar poderão isentar
investir em leilões específicos para as fontes,
fabricantes para o Brasil. O professor da
do referido imposto o cidadão que desejar
como vimos, que podem ser vistos como
UFRGS afirma que, uma vez criadas as
gerar sua própria energia. Até o momento,
subsídios ao segmento, de acordo com o
condições no país para o desenvolvimento
três estados já aderiram: São Paulo,
diretor do Instituto Nacional de Eficiência
da energia solar em larga escala, cada
Pernambuco e Goiás.
66
Reportagem
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Junto a este incentivo tramitam na
que o PL 8322/14, a isenção do II para
acaso, em Pernambuco, Goiás e São Paulo,
Câmara dos Deputados e do Senado
componentes fabricados em outros países,
os três estados brasileiros que já aderiram
Federal, projetos de lei, que visam facilitar
até que haja similar nacional equivalente
ao novo convênio do Confaz. O Estado de
o caminho da energia solar no país tanto
ao importado, em padrão de qualidade,
Pernambuco, por exemplo, apresenta o PE
para pequenos quanto para grandes
conteúdo técnico, preço e capacidade
Solar, operado pela Agência de Fomento
empreendimentos. O Projeto de Lei
produtiva. O PL 167/2013 foi aprovado
do Estado de Pernambuco (Agefepe), que
8322/14, por exemplo, isenta do Imposto
recentemente na Comissão de Serviço de
financia projetos para pequenas e médias
sobre Importação (II) os equipamentos e
Infraestrutura (CI), de onde seguiu para
empresas
componentes de geração fotovoltaica. O
a Comissão de Assuntos Econômicos do
prazos de amortização de até oito anos
texto diz, no entanto, que a isenção será
Senado Federal e no momento aguarda a
(96 meses), com seis meses de carência,
aplicada somente quando não houver
designação do relator.
e cobrança de juros de até 8,24% ao ano
produto nacional similar. Para o autor
pernambucanas,
oferecendo
para micro, pequenas e médias empresas,
O problema do financiamento
do projeto, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), este incentivo se faz necessário
e de 5,3% ao ano para cooperativas e cooperados do setor rural. São Paulo e
porque apenas as forças do mercado
Um dos gargalos existentes para a maior
brasileiro são insuficientes para a aceleração
difusão da energia solar fotovoltaica no país
similar também para empresas.
do desenvolvimento do setor. Atualmente,
tanto para a geração distribuída como para
Goiás apresentam opções de financiamento “Na minha opinião, o Governo Federal
deveria se envolver e disponibilizar opções de investimento, linhas de financiamento,
Para o presidente da Absolar, em um cenário de curto prazo, a geração centralizada terá um papel predominante para trazer massa crítica visando desenvolver a cadeia produtiva. Mas a médio e longo prazo, o papel fundamental seria da geração distribuída.
também para pessoas físicas”, diz o presidente da Absolar, explicando que atualmente pessoas físicas devem procurar bancos privados para financiar projetos deste tipo, com o obstáculo de que estes não oferecem condições muito atrativas, como somente cinco anos de amortização e taxa de juros de mais de 6% ao ano. O empreendimento fotovoltaico tem um alto investimento inicial e necessita de um prazo maior do que cinco anos para se pagar. Neste sentido, a sugestão da Absolar, conforme Sauaia, é que os bancos privados tratem instalações de painéis fotovoltaicos em residência como investimentos em
o PL 8322/14 está aguardando o parecer
a geração centralizada é a falta de linha
infraestrutura, como reforma do imóvel com
do relator na Comissão de Minas e Energia
de financiamento. Gilberto Vieira Filho,
condições de juros e amortização melhores.
(CME) da Câmara dos Deputados. O
diretor da Quantum Engenharia, empresa
documento ainda passará pelas comissões
responsável pela viabilização de todo o
de Finanças e Tributação; e de Constituição
projeto de desenvolvimento e instalação
e Justiça e de Cidade, para aprovação em
de equipamento fotovoltaico, destaca que
O diretor da Quantum Engenharia
caráter conclusivo.
o Banco Nacional de Desenvolvimento
acredita que ocorrerá com o mercado
Econômico
O futuro da energia solar
por
de energia solar o mesmo que vem
Senado, o PLS 167/2013, quer isentar do
exemplo, não apresenta um programa de
acontecendo com o mercado de energia
Imposto sobre Produtos Industrializados
financiamento para empresas que queiram
eólica, sendo que a energia fotovoltaica
(IPI), de PIS/Pasep e da Cofins, painéis
investir em energia solar fotovoltaica, o
apresenta algumas vantagens em relação à
fotovoltaicos
O outro projeto de lei que tramita no
e
Social
(BNDES),
que seria extremamente necessário para
energia eólica que podem contribuir ainda
dessa modalidade de energia renovável,
fomentar o mercado solar no país.
mais para o crescimento de instalações
fabricados no país. Este projeto, de
Se em âmbito federal não há iniciativas
no país. “Os painéis solares podem ser
autoria do senador Wilder Morais (DEM-
neste sentido, em âmbito estadual existem
instalados nos telhados das residências, não
GO), também prevê, nos mesmos moldes
alguns programas em andamento, não por
fazem barulho como as turbinas eólicas, não
e
outros
componentes
O Setor Elétrico / Junho de 2015
têm parte girante, que desgasta, o que faz com que tenham uma vida útil mais elevada e baixíssima manutenção”, explica Vieira Filho.
Vieira Filho vê ainda uma peculiaridade na difusão da energia
solar fotovoltaica no Brasil. Para ele, a geração distribuída será mais forte nas regiões do país abaixo de São Paulo: “onde os terrenos são mais caros e o poder aquisitivo para bancar empreendimentos próprios é maior”. Já as usinas de geração serão mais profícuas nas regiões acima de São Paulo: “que contam com terrenos mais baratos, não têm o custo tão alto e apresentam a insolação maior”. Não obstante, o presidente da Absolar acredita que em um cenário de curto prazo a geração centralizada terá um papel predominante para trazer massa crítica para desenvolver a cadeia produtiva no país. Mas, segundo ele, a médio e longo prazo, o papel fundamental será da geração distribuída, como já ocorre no mundo. Sauaia salienta que dos 138,9 mil MW de potência instalada de energia solar fotovoltaica no mundo inteiro, mais da metade, 80 mil MW, é de geração distribuída. No Brasil, conforme estudo da EPE sobre demanda de energia para 2050, a estimativa é de que o país tenha entre 78 mil MW e 118 mil MW instalados de energia solar fotovoltaica geradas por micro e miniusinas. O que seria, conforme Sauaia, mais ou menos 2/3 de toda a potência instalada que o país tem hoje.
Por sua vez, o diretor do Instituto Nacional de Eficiência
Energética (Inee), Pietro Erber, afirma que, em curto prazo, os empreendimentos de micro e mini geração são mais viáveis. “Em longo prazo, é preciso colocar um imenso ponto de interrogação porque a tecnologia está evoluindo muito”, diz Erber. Para se ter uma ideia, atualmente a eficiência do painel solar fotovoltaico está entre 15% e 20%. Ou seja, há espaço para evolução, segundo ele. Erber vê a energia solar fotovoltaica como necessária e complementar aos grandes empreendimentos de energia elétrica, mas tem dúvidas se usinas solares poderão competir algum dia com usinas termelétricas movidas a gás.
O presidente do Fórum Latino-Americano de Smart Grid,
Cyro Vicente Boccuzzi, prefere destacar as potencialidades da energia solar fotovoltaica como fonte de geração distribuída. Segundo ele, o momento das usinas centralizadas já passou e a tendência mundial é investir em geração distribuída como apoio e complemento a estes grandes empreendimentos. “A energia solar hoje tem grande vocação para ser a pioneira na área de recursos distribuídos em pequena escala porque o sol é universal e os sistemas fotovoltaicos estão ficando cada vez mais baratos, o que está tornando mais fácil sua aplicação”, afirma Boccuzzi, fazendo uma ressalva de que ela deve ser aplicada sempre de forma combinada com tecnologias de eficiência energética, gerenciamento de demanda e armazenamento de energia.
67
68
Proteção
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Aterramento temporário para redes aéreas Desenvolvimento de conexão para aterramento temporário para redes aéreas compactas, com metodologia para aplicação e restauração da proteção do cabo Rafael Pires Machado, Andre Luiz Pirotello, Lianete Margot Klauck, José Arinos Teixeira Junior, Guilherme Rachelle Hernaski, Victor Salvino Borges, Edemir Luiz Kowalski, Marcelo Antônio Ravaglio e Signie Laureano França Santos*
69
O Setor Elétrico / Junho de 2015
E
m grande parte dos países, existe
uma crescente preocupação com as
multiplexados com neutro nu ou neutro isolado.
condições operativas das redes elétricas de distribuição em transmissão, em função
A
do aumento de demanda de energia e
desenvolvida pela empresa Hendrix W&C,
do envelhecimento do ativo, além da
em 1951, nos Estados Unidos. O sistema
necessidade de cumprimento das metas
utilizava cabos cobertos e espaçadores,
estabelecidas pela Agência Nacional de
objetivando principalmente uma rede aérea
Energia Elétrica (Aneel). Esta preocupação
com compactação próxima à encontrada
tem levado as concessionárias a investir
nas redes subterrâneas, possibilitando a
cada vez mais em técnicas de manutenção.
utilização de até quatro circuitos sobre o
A manutenção em redes de energia
mesmo poste, aumentando a confiabilidade
pode ser realizada na rede de média tensão
e a segurança do sistema de distribuição
(11,9 kV, 13,8 kV, 23 kV e 34,5 kV) ou na rede
aéreo. As Redes Compactas Protegidas
de baixa tensão (110 V, 127 V, 220 V, 254 V e
desenvolvidas na década de 1950 a partir
380 V), com a rede desligada ou com a rede
de uma primeira aplicação em 5 kV, já são
energizada. Para cada uma das situações
comuns em 15 kV, 25 kV, 35 kV e 46 kV.
descritas, procedimentos, metodologias e
No Brasil, as primeiras experiências
ferramental específicos são necessários.
com cabos cobertos em redes aéreas foram
Todas
envolvendo
realizadas pela concessionária Copel com
manutenção no setor elétrico devem priorizar
a rede de 13,8 kV em 1989, na qual foram
os trabalhos com circuitos desenergizados.
substituídos os cabos de alumínio nus por
Apesar
devem
cabos de alumínio cobertos com polietileno,
obedecer a procedimentos e medidas de
mantendo-se a topologia convencional
segurança adequados. Somente serão
de cruzetas e isoladores de porcelana do
consideradas desenergizadas as instalações
tipo pino. O objetivo era testar em campo
elétricas liberadas para serviços mediante
a eficiência do cabo coberto diante de
os procedimentos apropriados.
contatos ocasionais de galhos de árvores
durante chuva e vento.
as
de
atividades
desenergizados,
Até poucos anos atrás, a manutenção
Rede
Compacta
Protegida
foi
com as redes desligadas era considerada
Ao
um trabalho seguro pelos eletricistas,
cresceram as pressões municipais com
porém, com o aumento do número de
relação à poda de árvores, o que levou
circuitos e a maior complexidade das redes
certas
de distribuição, bem como incidentes e
adotarem padrões construtivos de rede
acidentes fatais, apenas o seu desligamento
elétrica que reduzissem os processos de
não passou mais a oferecer a segurança
poda, tornando-os menos agressivos e mais
suficiente, principalmente pelo risco de
harmoniosos com a arborização urbana e,
uma energização acidental.
consequentemente, maiores investimentos
As redes de distribuição são compostas
em rede aérea compacta protegida foram
pela rede primária e pela rede secundária.
feitos. Porém, a experiência que se tinha
Atualmente, no Brasil têm-se os seguintes
sobre o desempenho dos acessórios da
sistemas de distribuição a céu aberto:
rede compacta de classe de 15 kV era em
longo
da
década
concessionárias
de
de
1990,
energia
a
- Redes primárias com cabos ou fios nus;
países de clima frio e seco. O desempenho
- Rede primária com cabos protegidos
destas redes para o clima encontrado no
(redes convencionais ou compactas);
Brasil foi desejável devido ao clima quente,
Rede secundária com cabos ou fios nus;
úmido e alta incidência de radiação solar,
-
obrigando o desenvolvimento de estudos
Rede
secundária
com
cabos
70
Proteção
O Setor Elétrico / Junho de 2015
e testes que possibilitaram, ao longo das
procedimento não está de acordo com os
últimas décadas, se ter uma rede aérea
objetivos do aterramento temporário e, no
compacta protegida com as características
segundo, procedimento tem-se no mínimo
necessárias ao Brasil.
duas atividades a mais sendo executadas,
Devido à maior confiabilidade e às
ou seja, o decape do condutor e em
exigências com relação aos índices de
seguida o seu reparo, sem levar em conta a
continuidade no fornecimento e energia, as
danificação da proteção do condutor.
concessionárias têm adotado como padrão
de sistema de distribuição de energia as
de estudo para o desenvolvimento de um
redes compactas protegidas. Com esta
sistema ou metodologia que permita, por
adoção, os serviços de manutenção antes
meio de conector especial, promover o
realizados em redes convencionais com
contato perfeito do sistema de aterramento
cabos nus, os quais possuíam métodos,
no
equipamentos
de
profundamente, juntamente com uma
manutenção, estão sendo revistos, sendo
metodologia de restauração do ponto
que novos desenvolvimentos e estudos
onde houve o contato.
vem sendo realizados. Neste contexto,
verifica-se que, no caso da manutenção com
deve possuir capacidade para conduzir
a rede desenergizada, onde o aterramento
a
temporário é um item fundamental, que
pelo tempo necessário para a atuação
merece especial atenção, pois as atuais
do sistema de proteção por três vezes
metodologias aplicadas para se realizar o
consecutivas, além de conduzir as correntes
aterramento o deixam muito distante do
induzidas em estado permanente. Deve
ponto de trabalho do eletricista em algumas
possuir grampos, conectores e cabos
situações ou exigem presença de equipes
dimensionados para suportar os esforços
de linha viva para se realizar o decape do
mecânicos gerados pelas correntes de
cabo e aplicação do aterramento, seguido
curto-circuito sem se desprenderem nas
da aplicação de restauração ao cabo no
conexões ou se romperem. Deve manter
ponto de decape.
por ocasião da corrente de curto-circuito
e
procedimentos
Assim, observa-se que há oportunidade
cabo
protegido,
sem
danificá-lo
O conjunto de aterramento temporário máxima
corrente
de
curto-circuito
temporários
à terra uma queda de tensão, por meio do
atualmente disponíveis foram desenvolvidos
conjunto de aterramento não prejudicial
para se trabalhar em redes com cabos
ao homem em paralelo com ele. É preciso
nus. Grande parte das concessionárias
ainda ser prático e funcional ao serviço de
de energia do Brasil possui redes aéreas
manutenção, porém observando-se antes
compactas, com cabos protegidos. Com
de tudo as características acima.
os equipamentos atualmente disponíveis
Os elementos que o conjunto de
comercialmente, não é possível aplicar
aterramento
a correta metodologia de aterramento
temporário deve possuir são os seguintes:
Os
aterramentos
e
“curto-circuitamento”
temporário em redes aéreas compactas sem danificar a proteção do cabo. A
- Vara ou bastão de manobra: destinado
prática que tem sido aplicada é instalar o
a garantir o isolamento necessário às
aterramento em pontos onde os cabos
operações de colocação e retirada do
estejam desprotegidos ou preparados
conjunto na rede de energia elétrica;
com estribos para receber o aterramento,
- Grampos de condutores: estabelece a
porém, isso pode ocorrer em distâncias de
conexão dos demais itens do conjunto
até 300 m, ou ainda se realizar o decape do
com os pontos a serem aterrados;
condutor onde se deve aplicar a conexão
- Grampo de terra: estabelece a conexão
do aterramento temporário. O primeiro
dos demais itens do conjunto com o
Proteção
72
O Setor Elétrico / Junho de 2015
ponto de terra, trado, estrutura metálica
sua operação e instalação. Atualmente,
etc.;
o
- Trapézio de suspensão: permite a
dois tipos de conjunto de aterramento e
elevação simultânea à linha a ser aterrada
curto-circuitamento temporário, os quais
e estabelece a conexão dos cabos de
se diferem basicamente em ter ou não o
interligação das fases;
grampo de conexão ao neutro, ou em seu
- Cabos de aterramento: é por meio
lugar, o trapézio tipo sela, como pode ser
dele que fluem as eventuais correntes
visto na Figura 1.
que possam surgir acidentalmente no
A Norma Regulamentadora N° 10
sistema;
estabelece os requisitos e condições
- Trado de aterramento: é utilizado
mínimas objetivando a implementação de
para estabelecer a ligação dos demais
medidas de controle e sistemas preventivos,
elementos do conjunto com o solo,
de forma a garantir a segurança e a saúde dos
visando à obtenção de uma baixa
trabalhadores que, direta ou indiretamente,
resistência de terra;
interajam em instalações elétricas e serviços
- Estojo de acondicionamento: para
com eletricidade. Em seu item 10.5.1, a
manter o conjunto de aterramento e
instalação de aterramento temporário com
curto-circuitamento
em
equipotencialização dos condutores dos
perfeitas condições, pronto para ser
circuitos é tratada como item obrigatório
utilizado com segurança quando for
para trabalhos em redes desenergizadas.
necessário, exige-se o mínimo de
A ABNT NBR 5410:2004 estabelece as
cuidado com seu manuseio e transporte.
condições a que devem satisfazer as
Dessa forma, ele deve ser acondicionado
instalações elétricas de baixa tensão, a
em estojo adequado.
fim de garantir a segurança de pessoas
temporário
mercado
disponibiliza
basicamente
e animais, o funcionamento adequado O conjunto de aterramento e curto-
da instalação e a conservação dos bens.
circuitamento
seu
Aplica-se principalmente às instalações
desenvolvimento até os dias de hoje,
elétricas de edificações, qualquer que seja
sofreu uma série de modificações em
seu uso. No item 5, em que fala sobre
sua
seu
proteção para a garantia da segurança, a
aperfeiçoamento e avanço no nível de
norma determina que tanto em extra baixa
segurança, principalmente no que se refere
tensão, quanto em baixa tensão, o princípio
aos valores de fluxo de corrente. Ainda hoje
de aterramento temporário é o mesmo que
são utilizados conjuntos de aterramento
em alta tensão. A ABNT NBR 14039:2002
e
temporário,
configuração,
desde
objetivando
de
- Instalações elétricas em média tensão, no
configurações diferentes, as quais, além
item 5.7.9, exige o uso de equipamentos
de resultar em maior ou menor grau de
de aterramento e curto-circuitamento como
segurança, poderão facilitar ou dificultar
medida de segurança. A ABNT NBR 6935,
curto-circuitamento
temporário
Figura 1 – Diagramas esquemáticos de sistemas de aterramento de redes de distribuição primárias com cabos nus.
73
O Setor Elétrico / Junho de 2015
sobre aterramento rápido, determina que o
eletricistas da RGE, na primeira fase do
aterramento temporário deve ser aplicado
trabalho é aplicada por eles. Segundo
em rede aérea desligada, no ato de sua
os eletricistas da CPFL em Campinas, a
manutenção.
técnica de aterramento temporária aplicada
Assim, observa-se que o aterramento
consiste no decape do cabo próximo ao
temporário é classificado como EPC de uso
ponto de trabalho, seguido pela aplicação
obrigatório nas situações de trabalho em
do conector de aterramento. Após a
redesprimárias,secundáriasdesenergizadas,
realização do serviço e aterramento, o cabo
bem como em subestações e cubículos.
é retirado e restaurado, sendo o serviço de
A funcionalidade deste equipamento já
decape e restauração do cabo realizado por
vem sendo testada há vários anos e tem
equipes de linha viva.
evitado, quando aplicada corretamente,
Diante do exposto, este trabalho
vários acidentes, normalmente fatais. O
teve como objetivo o desenvolvimento
aterramento e o curto-circuitamento das
de protótipo de conector especial para a
redes de distribuição são, sem dúvida, o
aplicação de aterramento temporário em
mais utilizado sistema de proteção coletiva
redes compactas aéreas. Para tanto, foi
para proteger os trabalhadores em caso de
desenvolvido um projeto de conector para
energização acidental.
ser aplicado a partir do solo com uso de vara
As referências relativas à aplicação
de manobras e que causasse o menor dano
de aterramento temporário em cabos
possível à proteção do cabo. Foi avaliada
protegidos são escassas. Segundo a
a eficiência de contato elétrico, bem como
MIT:
primários
a funcionalidade deste equipamento. Além
com cabos cobertos, em intervalos de
disso, uma metodologia para restauração
aproximadamente 300 m, deve-se prever
da camada isolante foi realizada. Os
a instalação de estribos com conectores
resultados aqui apresentados são produtos
tipo cunha para conexão do conjunto
do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento
de aterramento temporário quando da
(P&D) da Agência Nacional de Energia
execução de serviços de manutenção
Elétrica (Aneel).
160907,
nos
circuitos
com a rede desenergizada. Os pontos de
Desenvolvimento
aterramento prefe rencialmente serão os estribos dos transformadores. Nos trechos de rede compacta em que não existam
Projeto do conector e protótipo
transformadores instalados ao longo da
físico
faixa dos 300 m, deverão ser instalados
Para o desenvolvimento do conec
estribos de espera para aterramentos, que
tor
serão retirados à medida que forem sendo
redes compactas, iniciaram-se os estudos
instalados transformadores intermediários.
projetando-se o protótipo. Neste protótipo,
Esta metodologia, em entrevista com
existe o sistema para aprisionamento do
para
aterramento
Figura 2 – Vista isométrica do conector protótipo desenvolvido.
temporário
de
74
Proteção
O Setor Elétrico / Junho de 2015
cabo, que é responsável pelo aperto do cabo, não permitindo que, ao ocorrer a penetração do pino de perfuração, tenha-se a separação dos condutores metálicos do cabo, explodindo a sua proteção. Após o aprisionamento do cabo, é feito o aperto do parafuso de perfuração da camada de proteção. A necessidade desses dois procedimentos ocorre para que não haja explosão dos fios do cabo antes de seu aprisionamento. O dispositivo pode ser
Figura 3 – Conector aplicado a cabo protegido.
visualizado na Figura 2.
Com relação ao dimensionamento dos
passagem de corrente elétrica
realização e à adaptação de um conjunto
pinos de perfuração para realizar o contato
de ensaios aplicados a conexões. Estes
elétrico necessário para o aterramento
ensaios
forma
ao sistema cabo+conector de aterramento,
temporário, foram realizados os cálculos
comparativa, utilizando-se um sistema
por meio de uma fonte de corrente elétrica,
fundamentados em ensaio realizado em
de aterramento temporário especificado
aplicou-se uma corrente simulando uma
campo. Neste ensaio, avaliou-se a corrente
pela concessionária. Os ensaios foram
situação extrema se comparada ao modelo
elétrica que circula pelo aterramento
realizados, aplicando-se exatamente a
utilizado para o projeto do conector, que
temporário na situação de religamento
mesma metodologia aos dois conectores.
seria de 1.600 A por um tempo de 10
da rede de forma acidental. Nos testes
Estes ensaios foram:
ms. O monitoramento da temperatura foi
foram
realizados
de
realizados, foi avaliado o desempenho do
No ensaio de corrente elétrica aplicada
realizado a 1,5 m por meio de termovisor.
aterramento tipo sela para diversos tipos
• Ensaios de aquecimento pela passagem
Com o resultado apresentado pelo
de configurações e ligações e constatou-se
de corrente elétrica de 1,6 kA;
perfil térmico da Figura 4, pode-se afirmar
que a corrente elétrica I, que circula pelo
• Ensaio
sistema de aterramento temporário durante
contato;
apresentaram características de condução
esta operação, é variável de 160 A até 620
• Ensaio elétrico de impulso de corrente
similares quanto à passagem de corrente
A para uma tensão U de 9,29 kV até 3,50
de 5 kA, 10 kA, 15 kA, 20 kA, 30 kA, 50 kA,
elétrica.
kV. Para a situação com máxima corrente
65 kA e 80 kA.
elétrico
de
resistência
de
que o conector desenvolvido e o comercial
Ensaio de resistência de contato
elétrica, obteve-se o valor da resistência elétrica de terra de 5 W. Para estes valores
obtidos, a potência elétrica dissipada no
A aplicação do conector de aterramento
A medida de microresistividade de
temporário segue o procedimento antes
contato
contato será da ordem de 1,92 MW, que,
descrito. Na Figura 3, pode-se observar o
aplicada para se obter os valores de
ao se aplicar uma margem de segurança,
conector aplicado ao cabo protegido.
resistência elétrica em diversos contatos. O
pode ser estimada em 2 MW.
Os contatos elétricos deverão suportar
é
uma
técnica
amplamente
método aplicado neste ensaio consistiu da
Ensaios de aquecimento pela
aplicação de uma corrente elétrica de 600
esta potência em um tempo de 10 ms, tempo este de operação dos elos fusíveis, sem ocorrer o seu processo de fusão. Desta forma, foi possível calcular a massa dos pinos, dimensionar o tamanho e a quantidade de pinos, bem como o quanto estes devem penetrar no cabo para realizar um bom contato de segurança.
Ensaios elétricos nos conectores
A não existência de normas técnicas
para aterramentos temporários obrigou à
Figura 4 – Imagem térmica dos conectores testados. Em (a), tem-se o conector comercial, que chegou à temperatura máxima de 55 °C em todo o seu corpo. Em (b), a imagem térmica do conector desenvolvido, cuja temperatura foi de 50 °C, em sua haste lateral (local de conexão com o cabo).
75
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Tabela 1 – Resistência elétrica de contato para o conector convencional e o conector desenvolvido no projeto
Resistência elétrica de contato (mΩ) Convencional
Desenvolvido
Medida
50 mm2
300 mm2
50 mm2
300 mm2
1
0,223
0,911
0,32
0,238
2
0,212
0,825
0,268
0,241
3
0,243
0,812
0,267
0,238
4
0,191
0,865
0,321
0,238
5
0,286
0,798
0,268
0,245
Média
0,231
0,8422
0,2888
0,24
A CC e medida da tensão elétrica, sendo
que possibilita a aplicação de impulsos de
que o valor da resistividade é retornado
corrente de até 100 kA em escala de tempo
pelo próprio equipamento. O ensaio
de centenas de microssegundos. Utiliza-se
foi realizado em cabos de duas seções
uma ponta de prova para monitorar a tensão
transversais, de 50 mm² e 300 mm², sendo
sobre o conector e um divisor resistivo para
os resultados apresentados no quadro da
medir a corrente elétrica. Os dados são
Tabela 1.
monitorados por meio de osciloscópio com
software interno.
Conforme apresentado na Tabela 1, em
cada ensaio foram realizadas cinco medidas
Os impulsos de correntes aplicados
e tomado o valor médio como resultado.
foram de 12 kA, 31 kA e 51 kA, realizados
Estes resultados mostram que, dentro da
sobre um cabo de 50 mm². Para que o ensaio
variação, tanto o conector convencional
fosse comparativo, o posicionamento dos
quanto o desenvolvido obtiveram valores
conectores foi o mesmo respeitando-se os
dentro daqueles aceitos para a conexão
mesmos comprimentos de cabo.
de
conectores
Observando-se os resultados obtidos
convencionais na escala de centenas de
na Figura 5 para a resistência de contato
micro ôhms.
sob impulso de corrente para o conector
cabos
por
meio
de
desenvolvido, verifica-se que a resistência
Ensaios de impulso de corrente
máxima de contato foi de 554 m. Para o
aplicada
conector comercial a resistência de contato
Para a realização deste ensaio, utilizou-se
máxima foi de 527 m. Estes resultados
um gerador de impulso de corrente para
mostram-se satisfatórios, considerando os
carga máxima de 700 kV e capacitância
valores de resistências de contato de outros
de 0,1 µF e energia armazenada de 26 kJ,
tipos de conectores.
Figura 5 – Comportamento da resistência elétrica de contato do conector em função do impulso de corrente elétrica. Em (a), tem-se o comportamento do conector convencional, e (b) o comportamento do conector desenvolvido.
76
Proteção
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Figura 6 – Restauração por meio de aquecimento: (a) vista ampliada em 40 vezes do orifício causado pela perfuração na aplicação do conector; (b) sistema de aquecimento do cabo desenvolvido para reparação; (c) vista ampliada em 40 vezes do orifício após receber o aquecimento.
Restauração dos pontos de
perfuração
Ensaios de resistência mecânica
Uma segunda forma de restauração foi
estudada verificando-se que a utilização
Sabe-se que os materiais poliméricos
da fita isolante líquida, que é funcional
tração em amostras de cabo protegido sem a
possuem o chamado efeito de memória.
e de fácil aplicação. Neste processo foi
aplicação do conector e ensaio em amostra do
Este fenômeno permite que os materiais
desenvolvido um acessório para a vara
cabo, onde o conector foi aplicado seguido
poliméricos guardem informações sobre as
de manobra telescópica com um pincel e
da realização de todos os ensaios elétricos
suas características de conformação, como
apoios laterais para o cabo, a fim de facilitar
descritos no relatório anterior. Para este ensaio,
forma do objeto e posicionamento de
a aplicação da fita adesiva isolante líquida.
realizou-se o decape das extremidades do
cadeias moleculares, por exemplo.
Foram realizados os ensaios mecânicos de
A fita isolante líquida deverá ser aplicada
cabo para realizar a fixação do cabo às garras
da
em três demãos. Para cada demão completa
de tração do equipamento. Após a fixação dos
camada protetora do cabo, ocorre uma
em cada cabo, o eletricista deverá descer o
cabos às garras do equipamento, este aplica
penetração na camada protetora, afastando
dispositivo e aplicar novamente a fita líquida.
uma força a uma velocidade constante até
radialmente o material em relação ao
Para
de
que ocorra a ruptura da amostra, registrando
centro de perfuração. Algumas centenas de
restauração
a
os dados de carga aplicada pela deformação
cadeias poliméricas podem ser rompidas
montagem de uma rede compacta de 15 kV,
sofrida. Os resultados desta análise estão no
neste processo, porém, outras centenas
aplicando-se a tensão elétrica em um dos
quando da Tabela 2.
de milhares de cadeias permanecerão
cabos, mantendo os outros dois aterrados
Considerando-se
intactas, sendo somente deformadas pela
e a tensão foi elevada até a abertura de
sendo o mais representativo em função
força aplicada pelo pino de perfuração.
arco entre os cabos. Verificou-se, neste
da metodologia aplicada, os resultados
Após a remoção do pino, deve-se ativar
ensaio, que ocorre a abertura por meio
comparativos obtidos mostram-se satisfa
a memória do material para que retorne
de arco elétrico na tensão média de 71
tórios. Em média, os dois grupos de amostras
a uma condição próxima da inicial. Uma
kV, porém, esta ocorre entre as pontas dos
apresentaram comportamento semelhante
das formas de se ativar este processo é o
cabos, sendo que a região restaurada não
e a média da carga de ruptura dos cabos
aquecimento do material. A Figura 6 mostra
apresenta nenhum processo de ruptura
perfurados encontra-se 17% acima da carga
a restauração por meio de aquecimento.
dielétrica de qualquer natureza.
máxima determinada pelos fabricantes.
No
processo
de
perfuração
se
avaliar dos
os
cabos,
métodos realizou-se
o
ensaio
como
Figura 7 – Processo de restauração do cabo com fita isolante líquida: (a) vista do sistema para aplicação da fita isolante líquida para a reparação dos cabos perfurados pelo conector; (b) coleta da fita isolante líquida; (c) aplicação da fita isolante no cabo perfurado realizando o reparo.
77
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Tabela 2 – Valores de carga de ruptura para as amostras ensaiadas
Carga de Ruptura (kgf) Amostra
Amostra Perfurada
Amostra Normal
1
1450
1415
2
930
930
3
890
750
4
790
885
5
1305
750
Média (x)
1073
946
DP
287,2194283
274,2125088
sobrecorrentes. ABNT, 2005. 8. ABNT NBR 6935. Seccionador, chaves de terra e aterramento rápido. ABNT, 1984. 9. MIT 160907 - Procedimentos de Manutenção em Redes Compactas. - Rafael Pires Machado é engenheiro químico, mestre em engenharia e ciência dos materiais. Atualmente, é pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento – Institutos Lactec e professor na Faculdade Opet (Curitiba, PR) e na faculdade Estácio (Curitiba, PR);
Conclusões
de patente, realizado pela CPFL junto ao INPI.
O os
presente
trabalho
desenvolvimentos
apresentou
e
validações
Referências
aplicadas ao protótipo do conector para aterramento para cabos protegidos, onde num único dispositivo podem-se aterrar cabos de diferentes diâmetros.
Os resultados comparativos mostra
ram que o desempenho do conector desenvolvido é comparável ao conector comercial
aplicado
atualmente
nos
aterramentos temporários.
Com relação à restauração dos cabos
no ponto de perfuração apresentou-se uma forma direta de restauração, por meio de aquecimento dos pontos de perfuração, bem como a aplicação de fita isolante líquida. O processo de
restauração
demonstrou-se
por
aquecimento
eficiente
quando
realizado de forma próxima ao cabo, em função da observação necessária para a sua realização, que a distância se torna bastante difícil. A restauração com a aplicação de fita isolante líquida mostrou-se mais eficiente, podendo ser realizada a distância com a aplicação em três camadas de aproximadamente 1 mm cada. A
aplicação
restauração à
distância,
do
podem
conector ser
dispensando,
e
a
realizadas assim,
a
utilização de caminhões e equipes de linha viva. O produto desenvolvido encontra-se com solicitação de depósito
1. CABUSSÚ, M. S et al. Substituição de cabos aéreos em redes de média tensão energizada. Revista CIER, Argentina, p. 77-85, 01 dez. 2009. 2. PIAZZA, Fernando et al. Fatores de influência na compatibilidade de cabos protegidos, isoladores e acessórios utilizados em redes aéreas compactas de distribuição de energia elétrica, sob condições de multi-estressamento. Disponível em: <http://www.lactec. org.br/OInstituto/downloads/ Biblioteca/2003/17_2003_Citenel_ Fatores_influencia_compat.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2006. 3. PIAZZA, Fernando et al. Acompanhamento comparativo entre ensaios de laboratório e desempenho de campo de materiais poliméricos de redes compactas protegidas de distribuição de 13,8KV. In: ENCONTRO LUSO-AFRO-BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO E EXPLORAÇÃO DE REDES DE ENERGIA, 4, p. 1-6. 4. RITZ DO BRASIL S.A. Manual técnico de aterramento e curto-circuitamento temporário, 1996. 5. NR-18. Norma regulamentadora nº 18. Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Ed. 2004. 6. ABNT NBR 5410. Instalação elétrica de baixa tensão. ABNT, 1997. 7. ABNT NBR 14039. Aterramento e proteção contra: choques elétricos e
- André Luis Pirotello é engenheiro de produção, com MBA em gestão de negócios com ênfase em energia elétrica. Atualmente, é responsável pela prospecção e gerenciamento de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na Divisão de Inovação Tecnológica da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL); - Lianete Margot Klauck é engenheira eletricista, com MBA em Gerenciamento de Projetos. Atualmente, é engenheira de inovação na RGE Rio Grande Energia; - José Arinos Teixeira Júnior é engenheiro eletricista e mestre em Física. É pesquisador sênior do Instituto de Tecnologia; - Guilherme Rachelle Hernarski é engenheiro eletricista e mestre em engenharia e ciência. Atualmente, é pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento (Institutos Lactec); - Edemir Luiz Kowalski é físico e doutor em engenharia e ciência dos materiais. É pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento (Institutos Lactec) e professor na Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR); - Marcelo Antônio Ravaglio é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica e informática industrial. É pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento do Institutos Lactec; - Signie Laureano França Santos é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atualmente, é pesquisador do Institutos Lactec e professor na Faculdade Estácio de Curitiba (Curitiba, PR); - Victor Salvino Borges é engenheiro eletricista e especialista em Engenharia e Segurança do Trabalho. Atualmente, é pesquisador do Institutos Lactec.
78
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Momento econômico deixa mercado de dispositivos elétricos apreensivo Grande parte das empresas do setor acredita que a desaceleração da economia brasileira é o fator que causará mais impacto no crescimento do mercado de dispositivos elétricos, no entanto, para consumidores destes produtos, trata-se de um setor em franco crescimento
A situação econômica atual do país é a principal razão para
mercado no ano. Como consequência desta percepção, os fabricantes
as projeções menos otimistas dos fabricantes e distribuidores de
e distribuidores pesquisados apostam em um crescimento de 10% de
dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em relação
suas empresas neste ano de 2015. No levantamento realizado pela
ao seu crescimento para 2015. Pelo menos é o que dizem as empresas
revista no ano passado, as companhias da área esperavam crescer
da área que responderam à pesquisa da revista O Setor Elétrico desta
12%. A constatação de um crescimento de 10% no ano passado em
edição sobre o tema. Conforme o levantamento, a maior parte das
relação à 2013 também deve ter ajudado para que elas baixassem suas
companhias entrevistadas, 34%, apontou a desaceleração da economia
expectativas.
brasileira como o principal fator de interferência no crescimento deste
O crescimento abaixo do esperado em 2014 apresenta reflexos
79
O Setor Elétrico / Junho de 2015
também no faturamento das companhias no mesmo ano. Se a
Perfil das empresas
porcentagem de empresas que disseram faturar de R$ 5 milhões a R$ 20 milhões foi a mesma (30%) de 2013 para 2014, o mesmo não se pode dizer da porcentagem de fabricante e distribuidores
89%
de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
62%
que afirmaram faturar até R$ 5 milhões. Este número aumentou de um ano para o outro, passando de 23% em 2013 para 32% em
58%
2014. A diminuição de 11% para 7% das empresas que afirmaram
39%
faturar acima de R$ 200 milhões de 2013 para 2014 também pode
Industrial
Montadores de painéis Comercial
Residencial
ser considerado um indicador de como as companhias da área estão sentindo o crescimento moderado de suas empresas e a desaceleração da economia do Brasil. A perspectiva dos consumidores (projetistas, instaladores,
Assim como na pesquisa do ano passado, a venda direta ao cliente
empresas de manutenção e consultoria, e revendedoras) também não
final foi indicada por 76% dos fabricantes e distribuidores como o
é das melhores para este ano, conforme o levantamento. Na pesquisa
principal canal de vendas.
feita no ano passado, 29% dos consumidores entrevistados projetavam
Principais canais de vendas
especificar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões em dispositivos elétricos no ano de 2014. No levantamento deste ano, mais da metade dos entrevistados (55%) acreditam que irão especificar este montante. Já
76%
a porcentagem de consumidores que estimavam especificar acima de
68% 70%
R$ 100 milhões caiu de 14% para 9%.
Não obstante a queda nas especificações, os consumidores que
participaram da pesquisa apresentam uma opinião positiva a respeito
20%
do mercado de dispositivos elétricos. Cerca de 60% deles descreve
17%
o mercado como maduro e responsável, em franco crescimento e com produtos de boa qualidade técnica. Veja a seguir a pesquisa na íntegra:
Vendas diretas ao cliente final
Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas
Telemarketing Internet
Mercado brasileiro de dispositivos elétricos
Apenas 24% dos entrevistados disseram contar com certificado
As indústrias foram apontadas por 89% das empresas
ISO 14001, de gestão ambiental. Este número já foi menor: 21% no
entrevistadas como seu principal segmento de atuação. Logo
ano passado. Em relação à ISO 9001, de gestão de processos, 59%
atrás vem o setor de montadores de painéis, citados por 62% dos
afirmaram contar com o certificado, um número um pouco à frente dos
pesquisados.
56% que disseram possuir tal documento na pesquisa de 2014.
80
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT Certificados ISO
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Disjuntores BT 13%
Outros 14001 (ambiental)
15%
Abertos
18%
Acessórios para disjuntores
24% 9001 (qualidade)
59%
19%
Caixa moldada
17%
Disjuntor-motor
18%
Mini-disjuntores
Fusíveis BT
21%
O mercado nacional continua sendo o principal destino dos
Outros
dispositivos elétricos fabricados no Brasil. Na pesquisa deste ano,
24%
Tipo NH
92% das empresas fizeram tal afirmação. 22%
Acessórios para fusíveis
Balança comercial
17%
Tipo D
8%
Exportação 16%
Tipo cartucho Relés BT 18%
Outros 92%
Mercado nacional
22%
Outros relés de proteção eletrônicos
Os gráficos a seguir indicam os tipos de dispositivos mais
comercializados dentro de sua categoria na baixa tensão. Pode-se
20%
perceber que os tipos de produtos apresentam mais ou menos as
Outros relés de proteção eletromêcanicos
mesmas porcentagens, dividindo a atenção dos consumidores.
20%
De falta à terra
20%
De subtensão
82
Pesquisa -
Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
Chave BT
8%
Religadora
20%
Comutadora
14%
Fusível
17%
19%
Reversora
Seccionadora fusível
22%
Seccionadora
Iluminação BT
32%
Minuteria 36%
Interruptor para iluminação
32%
Variador de luminosidade
Em relação aos tipos de dispositivos em média tensão, a situação se repete com
a porcentagem de comercialização, dividindo-se quase homogeneamente entre os equipamentos. O único tipo de produto que apresenta uma vendagem menor é a religadora dentro da categoria de chaves de média tensão.
Relés MT
29%
Outros relés de proteção eletrônicos
25%
De falta à terra
24% 22%
Outros relés de proteção eletromêcanicos
De subtensão
84
Pesquisa -
Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
O DPS é um dispositivo que vem sendo mais comercializado pelos fabricantes e distribuidores
da área. 66% das empresas disseram isso. Já o DR é vendido por 49% das companhias entrevistadas. Na pesquisa de 2015, estas porcentagens eram 57% e 45%, respectivamente. Comercialização do DR e DPS
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)
49%
Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)
66%
Assim como no levantamento realizado em 2014, pode-se perceber que a maior parte
dos distribuidores e fabricantes entrevistados acredita faturar acima de R$ 100 milhões. Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção de baixa tensão 18%
Acima de R$ 500 milhões
19%
Até R$ 10 milhões 8%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
19%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
4%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 18%
14%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT 12%
Até R$ 10 milhões
21%
Acima de R$ 500 milhões
4%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 14%
23%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 10%
16%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão 12%
Até R$ 10 milhões
25%
Acima de R$ 500 milhões
8%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 6%
18%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 21%
10%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
85
O Setor Elétrico / Junho de 2015
A maior parcela (62%) das empresas que participaram desta pesquisa afirma ter
faturado até R$ 20 milhões em 2014. Faturamento bruto anual médio das empresas pesquisadas 7%
Acima de R$ 200 milhões
7%
De R$ 80 milhões a R$ 200 milhões
32%
Até R$ 5 milhões
7%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 6%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões
30%
De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões
11%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
No ano passado, os fabricantes e distribuidores esperavam que o mercado de dispositivos
elétricos apresentasse um crescimento de 6%. No levantamento deste ano, as previsões estão levemente mais otimistas. A expectativa é que o mercado tenha um incremento de 7% em 2015. Previsões de crescimento
8% 7%
Expectativa de contratação de funcionários para 2015
Expectativa de crescimento médio para o mercado de dispositivos elétricos em 2015 Expectativa de crescimento médio para as empresas em 2015
10% 10%
Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterior
A desaceleração da economia continua sendo o item mais citado pelos empresários
do setor no que diz respeito ao que pode impactar o mercado. Neste ano, essa opinião foi compartilhada por 34% dos pesquisados. Em 2014, 35% indicaram tal fator. Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em 2014 12%
Outros
4%
Programas de incentivo do governo
11%
Falta de normalização e/ou legislação 4%
Incentivos por força de legislação ou normalização 7%
34%
Desaceleração da economia brasileira
Crise internacional 8%
Projetos de infraestrutura
20%
Setor da construção civil desaquecido
86
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
Opinião dos consumidores de dispositivos elétricos
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Entre os dispositivos para motores, as botoeiras (88%) foram
os tipos mais comprados e/ou especificados.
As revendedoras e as instaladoras são o tipo de consumidor
Dispositivos para motores mais comprados e/ou especificados
com maior participação nesta pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico. Projetistas, consultores e empresas de manutenção
Botoeira
88% 79% Chave de partida convencional 67% Sinalizadores em geral 63% Sensores em geral Chave fim de curso 63% 58% Temporizador Soft starter 58% 54% Inversor de freqüência 50% Relé de Impulso
também fizeram parte deste levantamento. Perfil dos pesquisados 6%
19%
Consumidora de produtos
Projetista
25%
Revendedora de produtos 21%
Instaladora 17%
Atua em consultoria
12%
Atua em manutenção
Já no que se refere aos dispositivos de proteção e seccionamento
de média tensão, os fusíveis e os disjuntores foram votados por 83% dos
Os disjuntores são os dispositivos de proteção de baixa tensão
consumidores como os itens mais adquiridos. As chaves seccionadoras
mais comprados e/ou especificados pelos consumidores deste
ficaram em segundo lugar, sendo citadas por 79% dos pesquisados.
nicho de mercado. 96% dos entrevistados disseram isso.
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados
Dispositivos de proteção de baixa tensão mais comprados e/ou especificados
Fusíveis
Disjuntores
96% Relés de proteção em geral 88% Dispositivos diferenciais 83% residuais (DR) 83% Fusíveis de proteção 75% Dispositivos contra surtos (DPS) 71% Acessórios para disjuntores 58% Acessórios para fusíveis Já em relação aos dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT, as chaves comutadoras e as chaves de transferência foram as mais citadas, ambas por 83% dos consumidores.
33%
83% Disjuntores 83% 79% Chave Seccionadora 71% Chave Fusível Relés de proteção em geral 71% 63% Pára-raios Acessórios para fusíveis 63% 50% Acessórios para disjuntores Chave Religadora
Os disjuntores continuam sendo os dispositivos mais empregados
tanto em instalações residenciais como industriais. Na pesquisa do ano passado, a participação do produto era 82% nas indústrias e de 91% nas residências.
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT mais comprados e/ou especificados
Chave Comutadora
83% Chave de Transferência 83% 75% Interruptor para Iluminação 54% Variador de Luminosidade 46% Minuteria
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados
28%
Fusíveis
71%
Disjuntores
Instalações industriais
19%
Fusíveis
72% instalações residenciais e análogas dos seguintes produtos
Disjuntores
88
Pesquisa -
Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
Conforme o levantamento, o DR de alta sensibilidade e o DPS, com 60% cada, os dispositivos
foram considerados os mais utilizados nos projetos realizados pelas empresas em 2014. Os inversores (22%) foram os menos empregados nos projetos. Percentual de uso dos seguintes dispositivos nos projetos realizados pelas empresas em 2014
60% 60% 44% 24%
DPS
Chave de partida convencional
Soft starter Inversor de freqüência
22%
DR de alta sensibilidade (≥ 30mA)
Conforme o levantamento, o DR de alta sensibilidade e o DPS, com 60% cada, os dispositivos
foram considerados os mais utilizados nos projetos realizados pelas empresas em 2014. Os inversores (22%) foram os menos empregados nos projetos. Estimativa de especificação e/ou compra de dispositivos elétricos 9%
Acima de R$ 100 milhões
5%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 4%
55%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Até R$ 1 milhão
27%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
Enquanto ao grau de satisfação com a qualidade dos produtos, os consumidores deram
notas altas. A maioria (61% deles, avaliou com 8 e 9 os dispositivos disponíveis no Brasil). Grau de satisfação com a qualidade dos dispositivos elétricos disponíveis no mercado brasileiro
4% 17%
Nota de 1 a 5
Nota 10 18%
Nota de 6 a 7
61%
Nota de 8 a 9
89
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Para complementar a avaliação de satisfação, perguntamos aos
Treinamento oferecido pelo fabricante
consumidores que participaram do levantamento quais fatores os 8%
influenciam mais na hora de comprar e/ou especificar um produto da
Nota 10
área de dispositivos elétricos. A garantia, o selo Inmetro, a assistência
25%
Nota de 1 a 5
técnica do fabricante, nesta ordem, foram os mais votados. Garantia 12%
33%
Nota de 1 a 5
Nota de 8 a 9
38%
Nota 10 34%
Nota de 6 a 7
50%
Marca
Nota de 8 a 9
3%
14%
Nota de 1 a 5
Nota 10 Selo Inmetro 8%
24%
Nota de 1 a 5
Nota de 6 a 7 17%
46%
Nota de 6 a 7
Nota 10
59%
Nota de 8 a 9
29%
Nota de 8 a 9
Assistência técnica do fabricante
tratar de um mercado maduro e responsável, em franco crescimento e
21%
com produtos de boa qualidade técnica.
Nota de 1 a 5
21%
Os consumidores entrevistados apresentaram uma visão positiva a
respeito do mercado brasileiro de dispositivos elétricos. Acreditam se
Nota 10
8%
Nota de 6 a 7
Classificação do mercado brasileiro de dispositivos elétricos 4%
Com produtos com pouca qualidade técnica
29%
4%
Nota de 8 a 9
Mercado desatualizado
25%
Já os fatores considerados menos relevantes pelas empresas pesquisadas são o local de fabricação (nacional ou importado); o
Com produtos de boa qualidade técnica
6%
Oferece bom respaldo técnico 12%
treinamento oferecido pelo fabricante; e a marca.
Atento às tendências internacionais
Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 13%
13%
Nota 10
37%
Nota de 1 a 5
21%
Com deficiências técnicas (assistência e suporte
Mercado em franco crescimento
21%
15%
Nota de 8 a 9
Mercado maduro e responsável 29%
Nota de 6 a 7
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
www.agpr5.com.br
Criciúma
SC
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
APS
(11) 5645-0800
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
X
ASELCO
(11) 3017-3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
ATS ELETRICA
(15) 3329-8615
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
BEGHIM
(11) 2942-4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
BHS
(11) 2081-8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
CHINT ELECTRIC
(11) 3266-7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
X
X
CLAMPER
(31) 3689-9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
X
COEL
(11) 2066-3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONNECTWELL
(11) 5844-2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DBTEC
(12) 3642-9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
EATON
(11) 4525-7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
EFE-SEMITRANS
(21) 2501-1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
ELEKTROFUSE
(15) 3019-4108
www.elektrofuse.com.br
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
ELOS
(41) 3383-9290
EMBRASTEC ENERBRAS
X
X
X
X
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SP
X
X
X
RJ
X
X
São Paulo
SP
X
X
X
Cornelio Procopio
PR
X
X
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
(16) 3877-5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
(41) 2111-3043
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
X
X
ERICO
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
X
X
X
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
Sao Caetano do Sul
SP
X
X
X
X
FULL GAUGE
(51) 3475-3308
www.fullgauge.com.br
Canoas
RS
X
X
X
X
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
X
X
X
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
HOLEC
(11) 4191-3144
www.holec.com.br
Barueri
SP
X
X
ICR RELES
(11) 2949-4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
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X
X X
X
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X X
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X X X
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X
X
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X
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X X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
Outros
(48) 3462-3900
ALUMBRA
X
X
Acessórios para disjuntores
AGPR5
X
X
X
X
Disjuntor-motor
SP
X
X
Mini-disjuntores
X
Mogi Mirim
X
X
Caixa moldada
X
www.adsdisjuntores.com.br
Importa produtos acabados
X
(19) 3804-1119
Exporta produtos acabados
X
ADS DISJUNTORES
X
Possui programas na área de responsabilidade social
X
SP
Possui certificado ISO 14.001
X
X
Guarulhos
Possui certificado ISO 9001
X
X
www.acabine.com.br
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
(11) 2842-5252
Internet
X
ACABINE
Telemarketing
X
Cidade Osasco
Venda direta ao cliente final
X
X
Site www.abb.com.br
Revendas/Varejistas
Residencial
X
X
Telefone (11) 3699-9111
Distribuidores/Atacadistas
Comercial
X
ABB
Montadores de painéis
Industrial
Estado X SP
Distribuidora
Fabricante
EMPRESA
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores
Principal canal de vendas
Abertos
Principal segmento de atuação
Empresa
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes
90
X X
X
X
X
X
X
X
91
O Setor Elétrico / Junho de 2015
X
KRAUS & NAIMER
(11) 2198-1288
www.krausnaimer.com.br
Cotia
SP
X
KRON MEDIDORES
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
LEGRAND
(11) 5644-2600
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MAKAP
(41) 3029-4111
www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
MERSEN
(11) 2348-2360
ep-fr.mersen.com
METALTEX
(11) 5683-5700
MICRO-KEY
(11) 5514-6314
MTM
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
PR
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
Cabreúva
SP
X
X
X
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
MULTIDRIVE
(19) 3838-9800
www.multidrive.com.br/
Sumaré
SP
NUTSTEEL
(11) 2122-5777
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
OMICRON
(11) 5061-8566
www.omicronservice.com.br São Paulo
SP
PARAKLIN
(11) 3948-0042
www.paraklin.com.br
São Paulo
SP
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X X
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X X
X
X
X
X
Outros
SP
X
X
Acessórios para disjuntores
São Paulo
X
X
Mini-disjuntores
www.kienzle-haller.com.br
X
X
Caixa moldada
(11) 2249-9604
X
X X
Abertos
KIENZLE CONTROLS
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
X
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
X
Importa produtos acabados
São Paulo
X
Exporta produtos acabados
www.kacon.com.br
X
Possui programas na área de responsabilidade social
(11) 3361-2696
X
Possui certificado ISO 14.001
KACON
X
X
Possui certificado ISO 9001
X
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
SP
Internet
São Paulo
Telemarketing
www.jng.com.br
Venda direta ao cliente final
(11) 2090-0550
Revendas/Varejistas
JNG
Distribuidores/Atacadistas
Estado SP X
Montadores de painéis
Cidade Bauru
Residencial
Site www.indelbauru.com.br
Comercial
Telefone (14) 3281-7070
Industrial
INDEL BAURU
Distribuidora
Fabricante
EMPRESA
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores
Principal canal de vendas
Disjuntor-motor
Principal segmento de atuação
Empresa
X
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
X
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
Belo Horizonte
MG
X
X
São Paulo
SP
X
X
ROCKWELL AUTOMATION
(11) 5189-9500 www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SP
X
X
SAREL
(11) 4072-1722 www.sarel.com.br
SP
X
SASSI
(11) 4138-5122 www.sassitransformadores.com.br Tabão da Serra
SP
X
SCHNEIDER ELECTRIC
(11) 2165-5400 www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
SEL
(19) 3518-2110 www.selinc.com.br
Campinas
SP
SICES BRASIL
(11) 4193-2008 www.sicesbrasil.com.br
Itapevi
SP
SIEMENS
(11) 3908-2000 www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
(47) 3338-4484 www.sobretensao.com.br
Blumenau
SC
SOPRANO
(54) 2109-6000 www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
X
X
X
X
X
X
X
STECK
(11) 2248-7000 www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
STRAHL
(11) 2818-3838 www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
TEE
(19) 3875-9868 www.tee.com.br
Indaiatuba
SP
X
X
X
X
X
X
X
VARIXX
(19) 3301-6900 www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
X
Diadema
X
X
X
X
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X
X
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X
X
X
X
X
Outros
X X
Acessórios para disjuntores
Mini-disjuntores
X
Disjuntor-motor
Caixa moldada
X
X
X X
Abertos
Importa produtos acabados
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
Exporta produtos acabados
X
X
X
X
Possui programas na área de responsabilidade social
X
SP
X
Possui certificado ISO 14.001
X
Possui certificado ISO 9001
(11) 2975-3106 www.proservincom.com.br
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
PROSERVINCOM
X X
Internet
(31) 3423-5812 www.prosegbh.com.br
Telemarketing
(11) 3871-6431 www.phoenixcontact.com.br
PROSEG
X
Venda direta ao cliente final
PHOENIX CONTACT
Revendas/Varejistas
São Paulo
Distribuidores/Atacadistas
(11) 5543-2199 www.pextron.com.br
Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores BT
Principal canal de vendas
Montadores de painéis
PEXTRON
Estado X SP
Residencial
Cidade São Paulo
Industrial
Telefone Site (11) 2917-3399 www.patecpaineis.com.br
Distribuidora
PATEC
Fabricante
EMPRESA
Comercial
Principal segmento de atuação
Empresa
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes
92
X
X
X
X
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X
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X
X
X
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
Mogi Mirim
SP
www.agpr5.com.br
Criciúma
SC
ALUMBRA
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
APS
(11) 5645-0800
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
ASELCO
(11) 3017-3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
ATS ELETRICA
(15) 3329-8615
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
BEGHIM
(11) 2942-4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
BHS
(11) 2081-8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
X
CHINT ELECTRIC
(11) 3266-7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
X
CLAMPER
(31) 3689-9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
COEL
(11) 2066-3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
CONNECTWELL
(11) 5844-2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
DBTEC
(12) 3642-9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
X
X
EATON
(11) 4525-7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
EFE-SEMITRANS
(21) 2501-1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ELEKTROFUSE
(15) 3019-4108
www.elektrofuse.com.br
São Paulo
SP
X
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornelio Procopio
PR
X
ELOS
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
EMBRASTEC
(16) 3877-5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3043
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ERICO
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
Sao Caetano do Sul
SP
X
FULL GAUGE
(51) 3475-3308
www.fullgauge.com.br
Canoas
RS
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
X
X
X
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
HOLEC
(11) 4191-3144
www.holec.com.br
Barueri
SP
X
X
ICR RELES
(11) 2949-4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
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Minuteria
www.adsdisjuntores.com.br
(48) 3462-3900
X
Religadora
(19) 3804-1119
AGPR5
X
Fusível
ADS DISJUNTORES
X
Seccionadora fusível
SP
Seccionadora
Guarulhos
Reversora
X
www.acabine.com.br
Comutadora
De subtensão
X
(11) 2842-5252
Manual
De falta à terra
X
ACABINE
Automática
Dispositivos Diferenciais
X
Cidade Osasco
Iluminação BT
Outros
Dispositivos de Proteção
X
Site www.abb.com.br
Chaves BT
Outros relés de proteção Eletrônicos
Outros
X
Telefone (11) 3699-9111
Outros relés de proteção Eletromecânicos
Acessórios para fusíveis
X
ABB
X
Relés BT
Tipo cartucho
Estado X SP
Tipo D
Tipo NH
EMPRESA
Dispositivos BT
Chaves de transferência BT
Variador de luminosidade
Dispositivos de proteção de baixa tensão Fusíveis BT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Interruptor para iluminação
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95
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
LEGRAND
(11) 5644-2600 www.legrand.com.br
São Paulo
SP
MAGNANI
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MAKAP
(41) 3029-4111 www.limpoeletronica.com.br
Almirante Tamandaré
MARGIRIUS
0800 707 3262 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
MERSEN
(11) 2348-2360 ep-fr.mersen.com
Cabreúva
SP
X
X
METALTEX
(11) 5683-5700 www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
MICRO-KEY
(11) 5514-6314 www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
MTM
(11) 4125-3933 www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
MULTIDRIVE
(19) 3838-9800 www.multidrive.com.br/
Sumaré
SP
NUTSTEEL
(11) 2122-5777 www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382 www.obo.com.br
Sorocaba
SP
OMICRON
(11) 5061-8566 www.omicronservice.com.br
São Paulo
SP
PARAKLIN
(11) 3948-0042 www.paraklin.com.br
São Paulo
SP
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PR
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Minuteria
SP
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Variador de luminosidade
São Paulo
X
Interruptor para iluminação
(11) 5525-2000 www.kron.com.br
Fusível
KRON MEDIDORES
X
Seccionadora fusível
SP
X
Seccionadora
SP
Cotia
X
Reversora
São Paulo
(11) 2198-1288 www.krausnaimer.com.br
X
Comutadora
(11) 2249-9604 www.kienzle-haller.com.br
KRAUS & NAIMER
X
Iluminação BT
Manual
KIENZLE CONTROLS
X
Chaves BT
Automática
SP
Outros
SP
São Paulo
Outros relés de proteção Eletrônicos
São Paulo
(11) 3361-2696 www.kacon.com.br
Outros relés de proteção Eletromecânicos
(11) 2090-0550 www.jng.com.br
KACON
De subtensão
X
JNG
De falta à terra
X
Cidade Bauru
Dispositivos Diferenciais
X
Telefone Site (14) 3281-7070 www.indelbauru.com.br
Relés BT
Dispositivos de Proteção
Acessórios para fusíveis
X
INDEL BAURU
Outros
Tipo cartucho
Estado SP
Tipo D
EMPRESA
Dispositivos BT
Tipo NH
Fusíveis BT
Chaves de transferência BT
Religadora
Dispositivos de proteção de baixa tensão
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
ROCKWELL AUTOMATION
(11) 5189-9500
www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SP
SAREL
(11) 4072-1722
www.sarel.com.br
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br Tabão da Serra
SCHNEIDER ELECTRIC
(11) 2165-5400
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
SEL
(19) 3518-2110
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SICES BRASIL
(11) 4193-2008
www.sicesbrasil.com.br
Itapevi
SP
SIEMENS
(11) 3908-2000
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
(47) 3338-4484
www.sobretensao.com.br
Blumenau
SC
SOPRANO
(54) 2109-6000
www.soprano.com.br
Farroupilha
STECK
(11) 2248-7000
www.steck.com.br
São Paulo
STRAHL
(11) 2818-3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
TEE
(19) 3875-9868
www.tee.com.br
Indaiatuba
SP
VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610
www.weidmueller.com.br
Diadema
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X X
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X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Minuteria
SP
X
Variador de luminosidade
São Paulo
X
Fusível
www.proservincom.com.br
X
X
Seccionadora fusível
(11) 2975-3106
X
X
Seccionadora
PROSERVINCOM
X
X
Reversora
MG
X
Iluminação BT
Comutadora
SP
Belo Horizonte
X
SP
Chaves BT
Manual
São Paulo
www.prosegbh.com.br
Automática
www.phoenixcontact.com.br
(31) 3423-5812
Outros
(11) 3871-6431
PROSEG
Outros relés de proteção Eletrônicos
PHOENIX CONTACT
X
Outros relés de proteção Eletromecânicos
São Paulo
De subtensão
www.pextron.com.br
De falta à terra
(11) 5543-2199
Dispositivos Diferenciais
PEXTRON
Diadema
Estado X SP
Relés BT
Dispositivos de Proteção
Cidade São Paulo
Outros
Site www.patecpaineis.com.br
Acessórios para fusíveis
Telefone (11) 2917-3399
Tipo cartucho
PATEC
Tipo D
Tipo NH
EMPRESA
Dispositivos BT
Chaves de transferência BT
Interruptor para iluminação
Dispositivos de proteção de baixa tensão Fusíveis BT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Religadora
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Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT
Temporizador
Botoeira
Chave fim de curso
Contato
Relé de Impulso
Sensores em geral
Sinalizadores em geral
Outros
Disjuntores
Acessórios para disjuntores
Fusíveis
Acessórios para fusíveis
Pára-raios
De falta à terra
De subtensão
X
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X
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X
X
ABB
Telefone (11) 3699-9111
Site www.abb.com.br
Cidade Osasco
ACABINE
(11) 2842-5252
www.acabine.com.br
Guarulhos
SP
ADS DISJUNTORES
(19) 3804-1119
www.adsdisjuntores.com.br
Mogi Mirim
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com.br
Criciúma
SC
ALUMBRA
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
APS
(11) 5645-0800
www.apscomponentes.com.br São Paulo
SP
ASELCO
(11) 3017-3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
ATS ELETRICA
(15) 3329-8615
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
BEGHIM
(11) 2942-4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
BHS
(11) 2081-8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
CHINT ELECTRIC
(11) 3266-7654
www.chint.net
Guarulhos
SP
CLAMPER
(31) 3689-9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
COEL
(11) 2066-3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
CONNECTWELL
(11) 5844-2010
www.connectwell.com.br
São Paulo
SP
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DBTEC
(12) 3642-9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
EATON
(11) 4525-7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
EFE-SEMITRANS
(21) 2501-1522
www.efesemitrans.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ELEKTROFUSE
(15) 3019-4108
www.elektrofuse.com.br
São Paulo
SP
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornelio Procopio
PR
ELOS
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
EMBRASTEC
(16) 3877-5510
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3043
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ERICO
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
Sao Caetano do Sul
SP
X
FULL GAUGE
(51) 3475-3308
www.fullgauge.com.br
Canoas
RS
X
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HOLEC
(11) 4191-3144
www.holec.com.br
Barueri
SP
ICR RELES
(11) 2949-4265
www.icr-reles.com.br
São Paulo
SP
X
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Outros relés de proteção Eletrônicos
Inversor de freqüência
Relés MT
Chave de partida de motor
Estado SP
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão Dispositivos MT
Soft starter
EMPRESA
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Outros relés de proteção Eletromecânicos
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X X
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X X
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X X X
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X X
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X X
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X
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99
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão
São Paulo
SP
KRAUS & NAIMER
(11) 2198-1288
www.krausnaimer.com.br
Cotia
SP
KRON MEDIDORES
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
(11) 5644-2600
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MAKAP
(41) 3029-4111
www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
MERSEN
(11) 2348-2360
ep-fr.mersen.com
Cabreúva
SP
METALTEX
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
MICRO-KEY
(11) 5514-6314
www.microkeylimit.com.br
São Paulo
SP
MTM
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
MULTIDRIVE
(19) 3838-9800
www.multidrive.com.br/
Sumaré
SP
NUTSTEEL
(11) 2122-5777
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
OMICRON
(11) 5061-8566
www.omicronservice.com.br São Paulo
SP
PARAKLIN
(11) 3948-0042
www.paraklin.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
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Outros relés de proteção Eletrônicos
www.kienzle-haller.com.br
X
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Outros relés de proteção Eletromecânicos
(11) 2249-9604
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De falta à terra
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São Paulo
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www.kacon.com.br
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Relés MT
Acessórios para fusíveis
(11) 3361-2696
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Outros
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Sensores em geral
(11) 2090-0550
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Relé de Impulso
JNG
Contato
Estado SP
Chave fim de curso
Cidade Bauru
Botoeira
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Temporizador
Telefone (14) 3281-7070
Inversor de freqüência
INDEL BAURU
Chave de partida de motor
EMPRESA
Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
Outros BT
Soft starter
Motor BT
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PROSEG
(31) 3423-5812
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Belo Horizonte
MG
PROSERVINCOM
(11) 2975-3106
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(11) 5189-9500
www.rockwellautomation.com.br São Paulo
SAREL
(11) 4072-1722
www.sarel.com.br
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br Tabão da Serra
SCHNEIDER ELECTRIC
(11) 2165-5400
www.schneider-electric.com
São Paulo
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SEL
(19) 3518-2110
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Campinas
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SICES BRASIL
(11) 4193-2008
www.sicesbrasil.com.br
Itapevi
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(11) 3908-2000
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
SOBRETENSÃO
(47) 3338-4484
www.sobretensao.com.br
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SC
SOPRANO
(54) 2109-6000
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
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(11) 2248-7000
www.steck.com.br
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STRAHL
(11) 2818-3838
www.strahl.com
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SP
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TEE
(19) 3875-9868
www.tee.com.br
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VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
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(47) 3276-4000
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Jaraguá do Sul
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WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610
www.weidmueller.com.br
Diadema
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Outros relés de proteção Eletromecânicos
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(11) 3871-6431
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Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão
Outros
(11) 5543-2199
O Setor Elétrico / Junho de 2015
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Sinalizadores em geral
PEXTRON
Sensores em geral
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Chave fim de curso
Inversor de freqüência
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Diadema
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EMPRESA
Soft starter
Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT
Acessórios para disjuntores
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102
Aula prática
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Harmônicos em sistemas eólicos Origem dos harmônicos e inter-harmônicos no gerador de indução duplamente alimentado Por Silas Yunghwa Liu, Allan Fagner Cupertino, Victor Flores Mendes e Selênio Rocha Silva*
103
O Setor Elétrico / Junho de 2015
A
s tecnologias mais modernas de aerogeradores empregam
fluem para o sistema. São apresentados alguns resultados
o uso de eletrônica de potência, que são fontes conhecidas de
computacionais em um sistema hipotético empregando o
harmônicos. Em se tratando do gerador de indução duplamente
aerogerador.
alimentado (DFIG), são utilizados dois conversores estáticos, que
Harmônicos e inter-harmônicos no DFIG
acabam por aumentar a injeção de harmônicos. A topologia DFIG funciona a uma velocidade variável, o que acaba por contribuir com a presença de inter-harmônicos também, múltiplos não
Em
inteiros da frequência fundamental da rede.
aerogeradores
um
sistema DFIG,
de
geração
podem-se
eólica,
empregando
identificar
componentes
de
específicos da usina como fontes de harmônicos. As correntes
harmônicos, em altas frequências, devido aos chaveamentos.
de magnetização dos transformadores que alimentam as
No caso do DFIG, os harmônicos espaciais representam uma
máquinas são uma das fontes, mas normalmente elas são
contribuição expressiva nos harmônicos de baixa ordem. Estes
pequenas e, portanto, podem ser ignoradas na análise. A usina
harmônicos são decorrentes da construção física da máquina
pode ainda utilizar Statcoms, que são conversores estáticos. Os
e do posicionamento de seus enrolamentos, que resultam em
próprios geradores DFIG são fontes de harmônicos a partir dos
ondas de força magnetomotriz (FMM) e força eletromotriz (FEM)
seus dois conversores e dos harmônicos espaciais. Para separar
não senoidais.
as origens dos harmônicos, segue-se um modelo esquemático
Sabe-se
Este
que
trabalho
conversores
tem
a
estáticos
finalidade
de
são
fontes
apresentar
um
de um sistema de geração com DFIG na Figura 1.
direcionamento quanto às diversas origens dos harmônicos
O DFIG constitui-se de um gerador de indução de rotor
no DFIG e avaliar o seu impacto nas tensões e correntes que
bobinado. O seu circuito de estator é conectado diretamente
Figura 1 – Arquitetura do sistema de geração com DFIG.
104
Aula prática
O Setor Elétrico / Junho de 2015
à rede, enquanto seu circuito de rotor é alimentado por dois
conversores estáticos, em topologia “back-to-back”. Todo o
harmônicos nas correntes no estator da máquina a partir de dois
sistema é alimentado a partir de um transformador com dois
princípios: excitação do rotor e indução do estator, por meio do
secundários ou dois transformadores abaixadores para adequar
campo no entreferro.
os níveis de tensão da máquina e dos conversores. Na Figura 1,
Excitação do rotor: uma vez que se tem acesso aos terminais de
ainda estão representados a caixa de transmissão que conecta
rotor da máquina, a parcela da excitação influencia na FEM. As
a turbina à máquina, o filtro conectado ao conversor do lado da
ondas de densidade de fluxo no entreferro, devido à excitação
rede e o chopper de frenagem no barramento CC.
do rotor, são campos girantes da seguinte forma:
Os harmônicos presentes na FMM acabam por resultar em
O conversor do lado da rede (GSC – Grid Side Converter) é
responsável por controlar a tensão no barramento CC e o fluxo de reativo que flui pelo filtro. O conversor do lado do rotor (RSC – Rotor Side Converter) é responsável por controlar a potência ativa e reativa total que o sistema gera para a rede e alimenta o rotor na frequência de escorregamento da máquina, garantindo o seu funcionamento em uma velocidade variável. O método tradicional empregado para controlar os conversores é o PWM (modulação por largura de pulso).
Pode-se identificar no DFIG, basicamente, três fontes de
A equação (2) está escrita no referencial fixo, do estator. Em
(2), S é o escorregamento da máquina, P é o par de polos e a somatória em n corresponde aos harmônicos da equação (1). A partir de (2), tem-se que os harmônicos espaciais na FMM produzem harmônicos temporais na densidade de fluxo. Estes harmônicos induzem harmônicos na FEM nos condutores do estator, nas frequências:
harmônicos e inter-harmônicos. Estes serão detalhados a seguir.
Harmônicos espaciais
Indução do estator: no caso da excitação do estator, o processo
Devido à construção física da máquina e às posições dos
que resulta nos harmônicos constitui-se de duas etapas. A
enrolamentos de estator e rotor, há harmônicos espaciais
alimentação do estator resulta em campos no entreferro que
presentes no fluxo do entreferro. Os harmônicos espaciais na
induzem harmônicas na FEM e correntes do rotor da máquina.
força magnetomotriz (FMM) resultam em harmônicos temporais
Essas correntes, por sua vez, resultam em novos campos de
nas correntes da máquina.
densidade de fluxo no entreferro, que resultam em harmônicos na
O efeito ocorre, pois os harmônicos presentes na FMM
FEM e correntes do estator. As ondas de densidade de fluxo no
provocam harmônicos nas ondas de densidade de fluxo, que
entreferro, devido à alimentação do estator, são da seguinte forma:
induzem harmônicos na força eletromotriz (FEM). Esses, por sua vez, provocam harmônicos nas correntes das bobinas. O ciclo se fecha uma vez que essas correntes induzem harmônicos, novamente, na FMM. A FMM resultante de uma máquina
trifásica equilibrada é escrita da seguinte forma:
vez, o somatório em n em (4) corresponde aos harmônicos
A equação (4) está escrita no referencial fixo. Mais uma
em (1). Fazendo-se a conversão do referencial para o rotor, os harmônicos induzidos na FEM e correntes do rotor são nas frequências:
Na equação (1), N é o número de espiras, i é a corrente, h é
a ordem harmônica, ωn é a frequência fundamental da rede em rad/s e φ indica o sinal da sequência de fases do harmônico. A FMM resultante é constituída dos harmônicos característicos: ímpares e não múltiplos de 3. Em um sistema equilibrado, os harmônicos de sequência negativa são de 5ª, 11ª, 17ª, ... ordem e giram em sentido contrário à rotação da máquina, justificando
φ = -1. Os harmônicos de sequência positiva são de 7ª, 13ª, 19ª, ... ordem e giram no mesmo sentido da máquina.
Essas correntes harmônicas induzem novos harmônicos nos
campos de densidade de fluxo no entreferro. Para cada índice n correspondente aos harmônicos produzidos pela excitação do estator, há índices µ induzidos. Os campos no entreferro são escritos da seguinte forma:
O Setor Elétrico / Junho de 2015
105
A equação (6) está no referencial fixo do estator. Tem-se
que essas componentes nos campos no entreferro resultam em harmônicos na FEM e nas correntes do estator nas frequências:
Aplicando as ordens harmônicas características de (1) em
(3) e (7), os índices n e µ são reescritos de forma a obter as frequências harmônicas, em Hz, nas correntes do estator:
Os harmônicos que aparecem nas correntes de estator dependem do escorregamento da máquina. Uma vez que o escorregamento pode ser fracionário, os harmônicos resultantes podem se caracterizar como inter-harmônicos. A Figura 2 mostra os harmônicos resultantes para duas velocidades de funcionamento da máquina, ambas na região supersíncrona. As amplitudes são apenas ilustrativas.
Figura 2 – Harmônicos nas correntes de estator devido aos harmônicos espaciais (amplitudes ilustrativas) – (8).
Harmônicos e inter-harmônicos injetados pelo GSC
Os conversores estáticos possuem circuitos eletrônicos e
têm seu processo de funcionamento com base em chaveamento de alta frequência. A modulação por largura de pulso apresenta harmônicos inerentes ao seu funcionamento. Além disso, uma vez que os dois conversores estão conectados pelo barramento CC, o funcionamento de um deles acaba por resultar em correntes harmônicas no outro conversor.
Harmônicos inerentes ao processo PWM: tem-se que as
harmônicas decorrentes do processo PWM constituem-se de espectros locais centrados em múltiplos da frequência de
106
Aula prática
O Setor Elétrico / Junho de 2015
chaveamento fc com bandas laterais em múltiplos da frequência fundamental ± fn. As frequências harmônicas inerentes ao processo PWM são descritos por:
Analisando-se (9), tem-se que, caso fc seja múltiplo inteiro
da frequência da rede fn, as frequências resultantes serão harmônicos. Caso fc não seja um múltiplo inteiro de fn, como fc = 5 kHz, as frequências resultantes serão inter-harmônicos. Os valores dos índices k e m dependem de uma série de fatores, tais como a técnica PWM utilizada (triangular, histerese, vetor
Figura 4 – Inter-harmônicos gerados pela conexão dos dois conversores.
Para calcular os harmônicos resultantes dos ripples no barramento CC, no lado da rede do GSC, considera-se que eles são decorrentes do produto de um sinal modulador (fm ) por um sinal de perturbação (fp ). As frequências harmônicas resultantes desse produto são escritas por:
espacial); a topologia de conversor (dois ou três níveis); e esquema de chaveamento (unipolar ou bipolar). A Figura 3 ilustra o espectro harmônico (amplitudes ilustrativas) de um PWM com frequência de chaveamento de 2,5 kHz. É importante notar que, caso se utilize um índice de modulação superior a 1, aparecem harmônicos de baixa ordem no espectro. O tempo morto do chaveamento também resulta
Na Equação (10), p1 é o número de pulsos do retificador e p2
é o número de pulsos do inversor. Para conversores a seis pulsos, por exemplo, p1 = p2 = 6. No caso dos conversores a PWM, (10), é reescrito em função das frequências de chaveamento.
em harmônicos de baixa ordem, mas não foram incluídos aqui.
Na Equação (11), fc1 e fc2 são as frequências de chaveamento
do PWM do GSC e RSC, respectivamente. Para o exemplo da Figura 5, fc1 = fc2 = 2 kHz, fm = 60 Hz e fp = -18 Hz (correspondente a s = -3). Nela estão indicadas a banda centrada em 2 kHz, com setas pontilhadas (k = 1) e a banda centrada em 4 kHz, com setas tracejadas (k = 2) (amplitudes ilustrativas).
Figura 3 – Harmônicos inerentes ao processo PWM (amplitudes ilustrativas) – (9).
Na arquitetura do sistema de geração com DFIG, o GSC é
conectado à rede por um transformador e um filtro, que tem a finalidade de reduzir a penetração harmônica do chaveamento na rede elétrica. O filtro pode ser do tipo RL série, LCL série-paralela ou ainda filtros sintonizados nas frequências próximas a fc. Conversores estáticos interligados no barramento CC: a
Figura 5 – Harmônicos devido aos conversores em back-to-back com PWM (amplitudes ilustrativas).
frequência fundamental que alimenta o GSC, que funciona
Harmônicos e inter-harmônicos injetados pelo RSC
como retificador, é a frequência da rede: fn = 60 Hz e esta e seus múltiplos aparecem como ripples no barramento CC. A frequência fundamental do lado AC do RSC é a frequência de alimentação do rotor, correspondente ao escorregamento
da máquina: sfn e de maneira análoga, esta e seus múltiplos
os mesmos harmônicos característicos, inerentes ao PWM,
também aparecem como ripples no barramento CC. A Figura 4
apresentados em (9). No caso de (11), este é escrito da seguinte
ilustra esse efeito.
forma, para os harmônicos no rotor:
O conversor do lado do rotor da máquina vai apresentar
108
Aula prática
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Na Equação (13), o sinal positivo é utilizado para os harmônicos de sequência positiva no rotor e o sinal negativo para os harmônicos de sequência negativa no rotor. Para f h,s
Na Equação (12), a referência de sinal modulador e de
perturbação é trocada, em relação ao GSC, uma vez que a fundamental se refere à frequência de escorregamento no rotor e a perturbação vem da rede. Dessa forma, f m = sfn e f p = fn. As definições das frequências de chaveamento fc1 e
com sinal positivo, um harmônico f h,r de sequência positiva irá resultar em um harmônico f h,s de sequência positiva e viceversa para harmônicos de sequência negativa. Uma frequência resultante fh,s com sinal negativo representa uma inversão de sequência de fases.
fc2 se mantêm.
Os harmônicos e inter-harmônicos que aparecem nas
Modelo de sistema agregado
Um modelo de um sistema de geração eólica com DFIG
correntes de rotor são refletidos para o estator, por meio
agrega os elementos que compõem a usina e foi desenvolvido
do entreferro da máquina e fluem então para a rede, pelo
a partir da representação de um sistema a partir da matriz de
circuito de estator. As frequências com que as reflexões
impedâncias, focando no impacto das distorções harmônicas.
ocorrem dependem da sequência de fases de cada ordem
A Figura 6 apresenta o modelo de impedância equivalente,
harmônica e do escorregamento da máquina.
utilizado para representar a máquina.
Uma vez que o estator é alimentado pela frequência
da rede, os campos do estator giram na frequência Pf n, em que P é o par de polos da máquina. Para o cálculo das frequências refletidas, deve-se levar em conta o balanço de velocidades mecânica e elétrica do rotor, em função do escorregamento.
Os inter-harmônicos podem ser compostos de sequências
de fase positiva, negativa ou ambas. A sequência de fases influencia no sinal da frequência elétrica, uma vez que harmônicos de sequência negativa giram no sentido oposto do giro da máquina. As reflexões ocorrem, portanto, da seguinte forma:
Figura 6 – Modelo da impedância equivalente do DFIG.
O Setor Elétrico / Junho de 2015
109
Na Figura 6, o circuito de GSC apresenta
as impedâncias de um filtro LC série-paralelo e o trafo abaixador. E o circuito RSC apresenta as impedâncias da máquina, referidas ao lado do estator, o ponto de conexão com o transformador que alimenta o sistema. O circuito da Figura 6 é utilizado para representar a impedância equivalente de saída do DFIG, conectado à sua barra na usina. Monta-se, então, a matriz de impedâncias do sistema, para cada barra, considerando-se os diversos elementos, tais como transformadores e cabos. Com isso, é possível traçar o perfil das impedâncias harmônicas e realizar o escaneamento em frequência.
Tensões harmônicas Uma das maiores preocupações em se tratando de problemas de harmônicos são as ressonâncias harmônicas no sistema. Em casos de ressonância série, pequenas tensões harmônicas podem resultar em elevadas correntes, ao passo que, em casos de ressonância paralela, pequenas correntes harmônicas podem levar a tensões elevadas.
As tensões harmônicas de uma máquina
e a rede dependem das impedâncias do sistema e do perfil de carga e robustez do sistema. Uma vez que o foco deste trabalho é nos harmônicos específicos relacionados a um aerogerador, o modelo apresentado anteriormente será utilizado para apenas uma máquina, sem se aprofundar na análise de uma usina inteira. Na Figura 7, encontra-se o espectro harmônico da corrente de estator de um DFIG, considerando-se (8), (9), (11) e (13). Considera-se que a máquina está operando com escorregamento s = -0,3 e com frequência de chaveamento fc = 2,5 kHz em ambos os conversores.
A Figura 8 mostra o perfil da impedância
harmônica na barra PAC, que se conecta ao transformador da subestação, conectada ao DFIG, e na barra correspondente à saída do DFIG. Em ambas as barras, pode-se perceber que há uma ressonância paralela próxima
110
Aula prática
O Setor Elétrico / Junho de 2015
do sistema.
A partir das correntes injetadas pelo DFIG, apresentados na
Figura 7, e da impedância harmônica apresentada na Figura 8, é possível traçar o perfil das tensões harmônicas no sistema. No exemplo apresentado, foi considerada uma rede de 69 kV, com potência de curto-circuito trifásico de 624,2 MVA e razão X/R de 14,2. As tensões harmônicas são apresentadas na Figura 9, para a barra do PAC, de conexão à rede, e da barra do DFIG. Pode-se ver que as tensões harmônicas individuais chegam a aproximadamente 0,07% no PAC, enquanto no interior da usina, o valor chega a aproximadamente 0,4%.
Os valores são maiores próximos ao fim do espectro pois
há o caso de uma ressonância paralela próxima a 2,8 kHz, em Figura 7 – Espectro harmônico da corrente de estator do DFIG.
que também há a presença de diversas correntes harmônicas. Conforme já mencionado anteriormente, a presença de pequenas correntes harmônicas em regiões de ressonância paralela pode resultar em elevadas tensões harmônicas.
Conclusões
Este trabalho tem como objetivo ilustrar e guiar o leitor quanto
à origem das diversas harmônicas presentes em um sistema de geração eólica com DFIG. A tecnologia, por ser recente no âmbito nacional, e por apresentar um grau de complexidade maior que outras tecnologias já vigentes, merece uma atenção maior no tema. Trabalhos mais aprofundados na área ainda são relativamente Figura 8 – Impedância harmônica de um gerador DFIG.
escassos, o que contribui à necessidade de mais estudos.
O foco deste artigo é na tecnologia específica do aerogerador,
e não na visão sistêmica de uma usina inteira, que é um tema mais amplo.
A máquina DFIG possui basicamente três fontes de harmônicos
e inter-harmônicos, que são os harmônicos espaciais, inerentes da sua construção física, e os dois conversores estáticos. As correntes harmônicas são uma medida de emissividade de um sistema, mas as tensões harmônicas relevam a susceptibilidade desse sistema. Uma vez que as tensões harmônicas dependem das impedâncias harmônicas, as análises de escaneamento em frequência e detecção de ressonâncias são importantes.
Não foram tratados neste trabalho os efeitos dos harmônicos em
cima da máquina e do sistema elétrico, mas os mais relevantes são a redução da vida útil dos elementos envolvidos, torques pulsantes Figura 9 – Tensões harmônicas de um gerador DFIG.
a 2,8 kHz. Correntes harmônicas provenientes da frequência de chaveamento de 2,5 kHz podem resultar em tensões elevadas no sistema, comprometendo a vida útil de seus componentes.
Os valores das impedâncias na barra PAC são bem menores,
evidenciando que o efeito da ressonância paralela que ocorre no PAC é bem mais sutil que no interior da usina. Isso depende da robustez
e/ou frenantes na máquina, danificando seu sistema mecânico e comportamento inesperado do sistema, como acionamento de proteções ou interferência em sinais de comando. A presença de inter-harmônicos pode resultar ainda em efeitos de flicker.
Os autores agradecem ao CNPq, à FAPEMIG e à CAPES
pela assistência e suporte financeiro no desenvolvimento deste trabalho.
111
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Referências
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Este trabalho foi originalmente apresentado durante a quinta edição do Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, realizado em Foz do Iguaçu, entre os dias 22 e 25 de abril de 2014.
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Silas Yunghwa Liu é doutorando em Engenharia Elétrica pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal
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Allan Fagner Cupertino é professor do Departamento de Engenharia
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Victor Flores Mendes é Engenheiro de Controle e Automação formado em 2008 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição da qual também recebeu os títulos de mestre e doutor em Engenharia Elétrica em 2009 e 2013, respectivamente. Selênio Rocha Silva (In Memoriam 1958-2014) foi Professor Titular do
IEEE Postgraduate Power Conference, p. 39-44.
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas
• SANITER, R.; HANITSCH, C.; OSAUSKAS; LAIRD, H. “A harmonic
Gerais (UFMG), onde ingressou em 1982. Prof. Selênio publicou mais de
transfer matrix model of a variable ac speed drive,” in Proc. 2002 IEEE
250 artigos técnicos durante sua carreira e orientou mais de 40 alunos de
Postgraduate Power Conference, p. 51-55.
pós-graduação.
Espaço 5419
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Espaço 5419
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Hélio Eiji Sueta*
A área de exposição equivalente segundo a Parte 2 da ABNT NBR 5419:2015 O Anexo A da parte 2 da ABNT
Dessa forma, para a estrutura em
NBR 5419:2015 intitulado “Análise do
questão, a área de exposição equivalente
número anual N de eventos perigosos”
é dada por:
traz, junto com outros conceitos, como se determina a área de exposição equivalente AD. Segundo o texto da norma, “para estruturas isoladas em
solos planos, a área de exposição
devem ser estudadas caso a caso.
Estruturas com formas mais complexas
equivalente AD é a área definida pela
intersecção entre a superfície do solo
é que a avaliação a ser feita é mais
com uma linha reta de inclinação
complexa e completa, pois são avaliadas
1 para 3 a qual passa pelas partes
também as descargas que atingem as
mais altas da estrutura (tocando-a
linhas que adentram à estrutura (AL),
nestes pontos) e rotacionando ao
as que atingem as proximidades da
redor dela”. Trocando em miúdos,
estrutura (AM), as linhas (Al) e as que
este procedimento é o mesmo já
atingem a estrutura adjacente (ADJ). A
amplamente utilizado na versão de
Figura 2 (extraída da norma) mostra de
2005, com a diferença da inclinação
uma forma esquemática estas áreas.
de 1 para 3 na versão de 2015, sendo
que na de 2005 esta inclinação é de
conforme a versão de 2015 da ABNT NBR
1 para 1. As Figuras 1a e b mostram
5419, todas estas áreas de exposição
graficamente a determinação desta
equivalente devem ser calculadas.
Uma novidade nesta versão de 2015
Assim, para realizar a análise de risco
área para uma estrutura em forma de
cubo.
que pode ser uma subestação de
A área da estrutura adjacente (ADJ),
Figuras 1 - a) Estrutura em forma de paralelogramo e b) Área de exposição equivalente
113
O Setor Elétrico / Junho de 2015
energia ou central de telecomunicações, deve ser calculada de forma semelhante à estrutura principal.
A área referente às descargas que
caem próximas à estrutura (AM) deve ser calculada também de forma semelhante à estrutura principal, sendo que, neste caso, o afastamento da lateral da estrutura não seria três alturas (3H), mas sim 500 metros. A norma considera
Figura 2 – Áreas de exposição equivalentes.
que somente as descargas que caem a 500 metros da estrutura influenciam no
perigosos NL devido a descargas na
proteção contra os raios. O uso de um
cálculo da análise de risco, em termos
linha;
software ou planilha eletrônica é essencial
de surtos induzidos nos equipamentos
• O número médio anual de eventos
para o cálculo dos riscos, principalmente
dentro da estrutura.
perigosos Nl devido a descargas perto
para a definição das medidas de proteção
da linha.
(SPDA, MPS – Medidas de Proteção
A área referente às descargas que
contra Surtos e as Medidas de prevenção
atingem a linha (AL) deve ser calculada em função do comprimento da linha
Estes números são obtidos utilizando
de incêndio), uma vez que estes cálculos
vezes 40 metros. Quando não se conhece
estas áreas e também a densidade de
devem ser feitos e refeitos diversas vezes,
o comprimento da seção da linha a ser
descargas atmosféricas para a terra
variando-se as medidas de proteção para
considerada, pode ser assumido 1.000
(NG), que nesta versão pode ser obtido
que os riscos fiquem dentro de valores
metros, sendo que neste caso esta área
diretamente nos mapas de densidade
indicados na norma toleráveis.
seria 40.000m².
de descargas atmosféricas que estão no
Muitos destes softwares e/ou planilhas
Anexo F da norma ou obtidos por meio
calculam
caem próximas à linha considerada (Al)
do
equivalentes automaticamente, alguns
deve ser calculada também em função
ABNT_NBR5419_Ng.
até para estruturas mais complexas, o
do comprimento da linha só que neste
O Anexo A fornece também diversas
que facilita bastante o cálculo dos riscos.
caso vezes 4.000 metros. Neste caso,
tabelas com fatores a serem utilizados
O Instituto de Energia e Ambiente da
também pode ser assumida uma linha de
nos cálculos, entre eles: o fator de
Universidade de São Paulo desenvolveu
1.000 metros quando não se conhece o
localização da estrutura, o fator de
uma planilha para análise de risco de
comprimento da seção da linha.
localização da estrutura adjacente, o
acordo com a NBR 5419-2:2015 e também
fator tipo de linha, o fator de instalação
um aplicativo para Android que auxilia no
sível obter diversos parâmetros necessários
da linha e o fator ambiental da linha.
cálculo da área de exposição equivalente
para a análise de risco, entre eles:
O gerenciamento do risco, segundo a
de uma estrutura, no local dela, quando
ABNT NBR 5419-2:2015, pode necessitar
não se tem nas mãos as dimensões da
• O número de eventos perigosos ND
de uma única estrutura, aproximadamente
estrutura, para isso utilizando a câmera
para a estrutura;
110 parâmetros para obtenção dos riscos,
fotográfica do smartphone ou tablet.
• O número de eventos perigosos NDJ
algum deles obtidos por cálculos, outros
Uma apresentação mais detalhada sobre
para uma estrutura adjacente;
por meio de medições e muitos obtidos
esta planilha e aplicativo será feita em
• O número médio anual de eventos
nas tabelas fornecidas nos anexos da
uma matéria futura nesta seção.
perigosos NM devido a descargas perto
norma. Fazer manualmente estes cálculos
da estrutura;
é muito trabalhoso, demandando tempo
*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica
• O número médio anual de eventos
e conhecimento apurado das técnicas de
e secretário da CE-003.064-10.
A área referente às descargas que
Calculando-se todas estas áreas, é pos
link:
http://www.inpe.br/webelat/
estas
áreas
de
exposição
114
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Eduardo Daniel
Proteção contra incêndio O calor gerado pelos produtos elétricos
possa ser prejudicada por tais temperaturas e
que foi discutido nas reuniões de 2015 de
não pode causar perigo, efeitos danosos
garantir uma segura dissipação de calor aliado
revisão da norma ABNT NBR 5410:2004,
para os materiais fixos vizinhos ou que
à utilização de materiais de baixa capacidade
com base nas alterações do texto da IEC
podem ser previstos na proximidade de
de condução térmica.
correspondente e nos pontos apresentados
tais produtos. Os produtos elétricos não
pelos participantes. É importante sempre
podem apresentar perigo de incêndio para
5.2.2.1.3 Quando um componente da
ressaltar que as citações desta coluna
os materiais vizinhos.
instalação, fixo ou estacionário for suscetível
Esta seção é dedicada a um resumo do
de produzir, em operação normal, arcos ou
constituem um relato do que foi discutido e que foram aprovadas na reunião plenária
Nota – os danos, os ferimentos ou a ignição
centelhamento, ele deve ser:
pela Comissão de Estudos, porém, a
podem ser causados por efeitos como
• Totalmente envolvido por material
aprovação como parte oficial do Projeto
acumulação e radiação de calor, elementos
resistente a arco;
de Norma somente será feita antes de ser
quentes,
• Separado, por materiais resistentes
enviado o texto para consulta nacional.
de
elétrico,
a arcos, de elementos construtivos da
Algumas
redução
segurança
das
do
características
material
serão
dispositivos de proteção como disjuntores,
edificação sobre os quais os arcos possam
complementadas somente ao final dos
termostatos, limitadores de temperatura,
ter efeitos térmicos prejudiciais; ou
trabalhos
exemplo,
juntas de estanqueidade na penetração
• Instalado a uma distância suficiente
referências normativas) não estão descritas
dos cabos, sistemas de cabeamento,
dos elementos construtivos sobre os
aqui.
sobrecorrente, falhas de isolação e/ou arcos
quais os arcos possam ter efeitos térmicos
A revisão da norma ABNT NBR 5410
que provoquem perturbações, correntes
prejudiciais, de modo a permitir a segura
seguiu com a análise do texto base e
harmônicas, descargas atmosféricas (ver
extinção do arco.
das sugestões. Em função da revisão de
série IEC 62305), sobretensões (ver ABNT
alguns pontos que haviam sido discutidos
NBR 5410-4-44, artigo 443), seleção ou
Os
anteriormente, está sendo reproduzido o
montagem
mencionados devem ser incombustíveis,
texto de consenso da reunião de maio de
elétricos.
de
seções revisão
que (por
inadequada
dos
materiais
texto
aprovado
resistentes
a
arcos
apresentar baixa capacidade de condução térmica e possuir espessura capaz de
2015 a partir do item 5.2.2. O
materiais
nas
seções
correspondentes encontra-se a seguir:
5.2.2.1.2
Quando
as
temperaturas
assegurar estabilidade mecânica.
externas dos equipamentos fixos puderem atingir valores suscetíveis de causar risco
5.2.2.1.4 Os componentes fixos que
5.2.2 Proteção contra incêndio
de incêndio aos materiais vizinhos, o
produzem concentração de calor devem
provocado por produto elétrico
equipamento deve ser:
ser posicionados a uma distância suficiente
• Instalado sobre ou envolvidos por
de qualquer objeto fixo ou elemento de
materiais que suportem tais temperaturas
construção, de forma que tais objetos ou
e possuam baixa capacidade de condução
elementos não sejam submetidos, em
5.2.2.1.1 As pessoas, os animais domésticos
térmica;
condições normais, a uma temperatura
e os bens devem ser protegidos contra
• Separado dos elementos de construção
perigosa — por exemplo, uma temperatura
danos ou ferimentos provocados pelo calor
por
superior à de sua ignição.
ou fogo que pode ser gerado ou propagado
temperaturas e possuam baixa capacidade
5.2.2.1.5
pela instalação elétrica, considerando os
de condução térmica; ou
que contenham líquidos inflamáveis em
requisitos desta Norma e as instruções dos
• Instalado de modo a guardar afastamento
volume significativo devem ser objeto de
fabricantes de equipamentos.
suficiente de qualquer material cuja integridade
precauções para evitar que, em caso de
5.2.2.1 Regras gerais
materiais
que
suportem
tais
Componentes da instalação
115
O Setor Elétrico / Junho de 2015
incêndio, o líquido inflamado, a chama, a
modo que sua temperatura, em caso de
fumaça e gases se propaguem para outras
uso normal e de aquecimento previsível
linhas elétricas que alimentam circuitos de
partes da edificação.
em caso de falta, não dê origem a um
segurança devem possuir uma resistência
incêndio.
ao fogo durante o tempo prescrito
Nota 1: Tais precauções podem ser, por
Estas disposições podem resultar da
pela
exemplo:
construção do componente ou das suas
de construção ou então durante 1h, na
• Construção de um fosso de drenagem
condições de instalação. Nenhuma medida
ausência de tal regulamentação.
para coletar vazamentos do líquido e
especial é necessária quando a temperatura
assegurar a extinção das chamas em caso
das superfícies não for suscetível de
5.2.3.2.2 Em áreas comuns, em áreas
de incêndio;
provocar a ignição dos materiais nas
de circulação, em áreas de concentração
• Instalação dos componentes em uma
proximidades.
de público e em locais BD2, BD3 e BD4,
câmara resistente ao fogo, ventilada
5.2.3.1.3 Os dispositivos de desligamento
as linhas elétricas embutidas devem
apenas por atmosfera externa, e previsão
térmico
ser
de soleiras;
religamento manual.
incombustível, enquanto as linhas aparentes
• Outros meios para evitar que o líquido
5.2.3.2 Proteção contra incêndio em locais
e as linhas no interior de paredes ocas ou
inflamado se propague para outras partes
BD2, BD3 e BD4
de outros espaços de construção devem
devem
permitir
somente
Nas condições BD2, BD3 e BD4, as
regulamentação
totalmente
dos
imersas
em
elementos
material
da edificação. Nota 2: Em geral, considera-se "significativo" um volume igual ou superior a 25 litros. Nota 3: Para volumes inferiores a 25 litros, é suficiente alguma providência que evite o vazamento do líquido. Nota 4: É recomendável que a alimentação seja desligada tão logo um incêndio se inicie. 5.2.2.1.6 Os materiais de invólucros aplicados a componentes da instalação durante a execução da obra devem suportar a maior temperatura que o componente
Os componentes fixos que produzem concentração de calor devem ser posicionados a uma distância suficiente de qualquer objeto fixo ou elemento de construção, de forma que tais objetos ou elementos não sejam submetidos, em condições normais, a uma temperatura perigosa – por exemplo, uma temperatura superior à de sua ignição.
possa vir a atingir. Só se admitem invólucros de material combustível se forem tomadas
Nota: As condições BD2, BD3 e BD4 são
atender a uma das seguintes condições:
medidas preventivas contra o risco de
dadas na Tabela 21.
• No caso de linhas constituídas por cabos fixados em paredes ou em tetos, os cabos
ignição, como revestimento com material incombustível, ou de difícil combustão, e
5.2.3.2.1 Nas condições BD2, BD3 e
devem ser não propagantes de chama,
baixa capacidade de condução térmica.
BD4, as linhas elétricas não devem se
livres de halogênio e com baixa emissão de
situar nas rotas de fuga, salvo se forem
fumaça e gases tóxicos.
5.2.3 Precauções em caso de riscos
providas de cobertura, invólucro ou recurso
• No caso de linhas constituídas por
específicos de incêndio
equivalente. As linhas elétricas situadas em
condutos abertos, os cabos devem ser
rotas de evacuação devem ser dispostas
não propagantes de chama, livres de
fora da zona de alcance normal ou possuir
halogênio e com baixa emissão de fumaça
proteção contra danos mecânicos, que
e gases tóxicos. Já os condutos, caso
5.2.3.1.1 A instalação de componentes
podem ocorrer durante uma evacuação.
não sejam metálicos ou de outro material
elétricos deve ser restrita àqueles necessários
As linhas elétricas em rotas de fuga
incombustível, fumaça e gases tóxicos.
para o uso do local considerado, à exceção
devem ser tão curtas quanto possível e
das linhas elétricas, conforme 5.2.3.3.5.
devem ser não propagadoras de chama.
5.2.3.1 Generalidades
As linhas elétricas não podem atingir 5.2.3.1.2
elétricos
temperatura alta o suficiente para inflamar
devem ser selecionados e instalados de tal
materiais adjacentes [alínea b de 5.2.2.2.2].
Os
componentes
Por Eduardo Daniel, consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.
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Energia sustentável
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Dia mundial do meio ambiente – boas e más notícias O dia mundial do meio ambiente de 2015, 5 de junho, passou de forma muito apagada na mídia, ofuscado pelos fatos mais amplos: a crise econômica, a inflação e as altas da taxa de juros; além da corrupção com os novos desdobramentos no Brasil, na FIFA, Swissleaks e até do Neymar. Mais uma vez, o curto prazo parece estar vencendo de 7 x 1 o longo prazo. E a presente geração “rouba recursos” das futuras gerações. Isso me lembra do conceito de infraestrutura e superestrutura que aprendi na escola: a infraestrutura compreende os meios materiais e as forças/relações de produção para produzir as necessidades e comodidades da vida (economia). Essas relações determinam a superestrutura – relações e ideias da sociedade, incluindo a cultura, instituições, estruturas de poder político, papel social, jurídico e religioso. Apesar da superestrutura também influenciar a infraestrutura, esta última predominaria. A economia (e o dinheiro) sempre comandará tudo? Estaremos vendo uma luta entre este conceito antigo dos “dois pilares” (infra e superestrutura) e o conceito dos “três pilares” de John Elkington (“a sociedade depende da economia, e a economia depende do ecossistema global, cuja saúde representa o pilar derradeiro” – uns interferindo nos outros)? Será que a discussão sobre a realidade do aquecimento global e a necessidade de tratá-lo seria mais uma faceta desta luta? Lembro também do livro “O Valor do Amanhã”, do filósofo e economista Eduardo Gianetti, que traz a discussão sobre juros e escolhas intertemporais, representando uma face das decisões de valor entre o presente
e o futuro da economia, mas também da natureza e atividades humanas (inclusive na fábula da formiga e da cigarra). Consumir e viver o momento, ou poupar e planejar para um momento futuro? Apesar de o fenômeno ser mundial, não posso deixar de frisar o imediatismo do Brasil, como colocado pelo autor do livro, por motivos históricos e culturais. Mais calmo após este “desabafo filosófico”, quero chamar a atenção para alguns sinais positivos ligados à energia: - Pesquisa realizada entre março e abril, com 816 especialistas de 82 países, sobre liderança em sustentabilidade, mostra que os países e as empresas o fazem principalmente por meio de seus valores, crenças e cultura (fonte: Globescan Sustainability Survey). No caso dos países, 27% dos especialistas escolheram o país em que votaram como líder pelo tratamento dado à gestão de energia e da mudança climática. - Relatório anual da ONU (meio ambiente) recentemente lançado, referente a 2014, mostra: • Avanços na área de programas e equipamentos eficientes em energia, que poderão reduzir o consumo mundial em mais de 10% e economizar US$ 350 bilhões por ano. • Mais de 100 países com avanço nos esforços de redução da temperatura terrestre (mas que continua subindo e poderá subir mais três graus até 2050). - Sinalização de melhorias em direção às energias renováveis: • Aumento de 56% em 2014, significando 22% do total de energias no mundo (fonte:
O Estado de São Paulo, 22/05/15). • 144 países definiram metas para energias renováveis (fonte: REN21 – 2014. Renewables 2014 Global Status Report). • O G7 (sete países mais ricos do planeta) defendeu, recentemente, a redução das emissões globais de gases de efeito estufa entre 40% e 70% até 2050 (base: 2010), e atingir uma economia livre de combustíveis fósseis até 2100 – mesmo sem planos concretos, a declaração é forte. • A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) credenciou 382 projetos de geração de energia fotovoltaica para o 1º Leilão de Energia de Reserva 2015 (previsto para 14/08), totalizando uma capacidade instalada de 12.528 MW. - Mudança de postura dos Estados Unidos: meta de redução de 26% a 28% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 (base: 2005); e das emissões de metano de 40% a 45% até 2025 (base: 2012), esta última a ser aprovada em 2015 para vigorar em 2016. Há sinais interessantes no ar, mas as crenças, os valores e o jeitinho brasileiro “nublam o horizonte”. Espera-se “resolver” os problemas com “pedaladas mágicas fáceis rápidas baratas”, com o esquecimento, inação ou substituindo por outra crise: a da água não foi resolvida, mas já ficou de lado; a Lava-Jato já cedeu lugar para a FIFA; a potencial crise energética foi atenuada pela crise econômica (que reduziu o seu consumo), o ajuste fiscal se faz aumentando os impostos e por aí vai. Mesmo assim, por crenças e valores próprios, pensando e poupando para as futuras gerações, devemos tentar conciliar a economia, o ecossistema e a ética para fazer a nossa parte! Hoje!
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Instalações MT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Revisão esperada
A Resolução Normativa número 482,
abrangência nacional.
de 17 de abril de 2012, da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
estados da federação já aprovaram
está em plena fase de recebimento de
leis que dão descontos ou mesmo
contribuições para seu aprimoramento.
anulam impostos relativos à aquisição
Acompanhando
e
de materiais e equipamentos, mas,
como hoje há menos de mil projetos
se tivermos isso em âmbito nacional,
aprovados em todo o território nacional,
mais uma vez seria dada ao cliente a
sabe-se
confiabilidade de que ele precisa para
claramente
o
processo
Quanto a incentivos fiscais, alguns
os
principais
avanços esperados.
uma tomada de decisão desta natureza.
O princípio básico que deve nortear
Também seria muito bom não taxar a
as alterações é que estamos tratando
energia que é fornecida à rede e que
entregue ao grid. Hoje, somente faturas
com o usuário e cliente final da indústria
volta para as unidades consumidoras.
vinculadas ao mesmo CPF / CGC e
de distribuição de energia e, neste
Quanto ao retorno financeiro do
dentro da mesma concessionária podem
caso, temos de ser simples, práticos e
investimento,
considerar
participar deste compartilhamento e,
diretos.
que as tarifas hoje estão majoradas e
considerando os recursos disponíveis
Os procedimentos devem, antes de
que devem ser menores em termos reais
de gestão nas distribuidoras, isso
mais nada, serem unificados em todo
nos próximos anos, quando tivermos
absolutamente não se justifica.
o Brasil: nada justifica que algumas
o
Se queremos limpar nossa matriz
concessionárias exijam proteções e
recomposto.
estudos que outras não exijam. Uma
considerados a queda na eficiência
fontes limpas e renováveis (eólico de
das duas está fora da realidade e os
das placas fotovoltaicas (em torno
baixa potência, tratamento de RSU,
projetistas e fornecedores ficam sem
de 1% a 2% ao ano, dependendo da
tratamento de resíduos de animais etc.),
saber até como cotar os custos totais.
pureza do material e temperatura média
precisamos ter um sistema bem liberal
Pior que isso, há empresas que
do ambiente) e os inevitáveis custos
que garanta retorno dos investimentos
nem mesmo se comprometem a serem
de
partes
e transmita segurança a projetistas,
claras e objetivas quanto a exigências
móveis, pode haver necessidade de
fabricantes de equipamentos e usuários
e prazos e aí o cliente não se sente
substituição de componentes nos 22
finais.
seguro em investir para ter retorno em
anos de vida útil esperados).
A RN 482 foi um grande acerto
oito anos em um sistema que deve ficar
e
operacional (vida útil esperada) por uns
não fica sempre claro, o que pode
implementações que virão, podemos
bons 22 anos. Como este investimento
dar ao investidor uma expectativa de
esperar que floresça um novo mercado
é da ordem de dezenas de milhares
retorno maior que aquela realmente
focado na geração distribuída a partir
de reais, fica claro que ninguém vai
possível.
de energia limpa e renovável. Ponto
se aventurar sem garantias de uma
Outro
regulação sólida e emitida por órgão de
compartilhamento da energia gerada e
setor
precisamos
hidroelétrico Também
operação
(embora
devidamente precisam
sem
ser
Nos sites que costumo consultar,
ponto
básico
é
o
e
usar
a
avanço
energia
da
solar
Aneel
e,
e
outras
com
as
positivo para todos nós e para a natureza. Este é o caminho do futuro.
120
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
O primeiro Cinase do resto de nossas vidas
O primeiro evento do sexto ano da série
por algum tipo de intervenção para
válidos para proteção são: a) ângulo de
ocorreu em Joinville e merece o destaque
adequação no caso de haver modificação
proteção (Franklin); b) malhas (Gaiola
especial dado pela revista O Setor Elétrico,
nelas que as descaracterize em relação
de Faraday); e c) esfera rolante (Modelo
pois estava recheado de novidades que
ao projeto original. Cuidado: se não
eletrogeométrico).
certamente renderão muitas páginas.
houver
possibilite
métodos não constam do texto normativo
De nossa parte só podemos agradecer
a comparação com os componentes
atual. Com essa medida, a comissão
a todos os envolvidos e cumprir nossa
instalados, mesmo para uma proteção
revisora procurou facilitar a pesquisa de
promessa de responder a todas as
terminada em maio de 2015, a adequação
novas tecnologias, porém, sem validá-
perguntas que, por questão de tempo, não
será inevitável;
las. Deve-se lembrar da proibição para a
foram devidamente esclarecidas. São elas:
4 - O aproveitamento das armaduras dos
utilização dos captores radioativos, em
documentação
que
Quaisquer
outros
pilares e das vigas de amarração e de
vigor desde 1989;
1 - Os órgãos estaduais e municipais,
fundação continua valendo, desde que
7 - O número de condutores intermediários
nessa
os
seja validada sua continuidade elétrica
de interligação aumentou e tem o mesmo
principais responsáveis pela definição da
ordem,
(comprovação documentada de firme
espaçamento que os condutores de
necessidade de instalação de qualquer
conexão entre 50% de todas as emendas
descida, dependendo da classe (nível de
tipo
descargas
dos vergalhões que a componham ou a
proteção) adotada para o SPDA externo;
atmosféricas. A ABNT NBR 5419:2015
realização de ensaios descritos no anexo
8 - A área da seção mínima do cabo de
tem, como sua antecessora, a função
F da parte 3). O número de pilares que
cobre no subsistema de descida, antes de
de padronizar o projeto, a instalação, as
devem ser ligados ao subsistema de
16 mm² passa a ser de 35 mm²;
inspeções e a emissão de documentação.
captação é igual ao resultado do cálculo
9 - A utilização de alumínio cobreado só é
Apenas no caso de omissão dos órgãos
realizado para o subsistema de descida
permitida para os subsistemas de captação
públicos competentes a norma poderá ser
convencional;
e descida, conforme a tabela 6 da parte 3.
alçada à categoria de documento magno;
5 - A execução de aterramento pontual
Alumínio cobreado IACS 64%:
2 - A emissão de documentação pertinente
(com duas ou três hastes por descida)
- Arredondado maciço com área de seção
à PDA - proteção contra descargas
não é mais permitida sendo necessária a
mínima igual a 50 mm², diâmetro de 8 mm;
atmosféricas
por
execução de, no mínimo, um anel no entorno
- Encordoado com área de seção mínima
profissional habilitado e com capacidade
da edificação. A novidade neste caso é a
igual a 70 mm², diâmetro de cada fio da
técnica para exercer essa atividade;
permissão para que até 20% do eletrodo
cordoalha de 3,6 mm.
3 - A ABNT NBR 5419:2015 entrou em
de aterramento fique desenterrado, desde
vigor a partir de 22.06.2015. Deverão
que sejam atendidas as medidas de
ser
de
continuam
proteção
deve
adequados
contra
ser
sendo
realizada
imediatamente
todos
Por fim, mas não menos importante,
proteção contra tensões superficiais que
agradecemos a todos os colegas que
os novos projetos e aqueles que ainda
constam do capítulo 8 da parte 3;
estiveram em Joinville e que puderam tirar
não foram executados. As instalações
6 - Os únicos métodos de cálculo para o
proveito do excelente evento lá realizado.
com base em projetos feitos segundo
subsistema de captação abordados no
Em setembro nos veremos em Recife.
a versão anterior só deverão passar
texto da norma e, consequentemente,
Até lá!
122
NR 10
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Reciclagem Durante o Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), que aconteceu em Joinville (SC), no mês de junho, surgiu o questionamento recorrente sobre reciclagem, prevista na NR 10. É certo que de alguma forma esse assunto já foi tratado em nossa coluna, mas o fato de ter sido questionado no Cinase indica que se trata de um tema que deve ser abordado com mais ênfase. A determinação de “reciclagem” está prevista no item 10.8.8.2, como segue: 10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a) troca de função ou mudança de empresa; b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; e c) modificações significativas nas instala ções elétricas ou troca de métodos, proces sos e organização do trabalho. 10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de recicla gem destinados ao atendimento das alíneas "a", "b" e "c" do item 10.8.8.2 devem atender as necessidades da situação que o motivou. É notório que não foi definida nem a carga horária e nem mesmo o conteúdo desse treinamento, agora complementar, dado que, depois da implantação da NR 10, a organização já tem como conhecer as necessidades de treinamento de seus colaboradores, seja com repetições ou com novidades ou aprimoramentos, mas sempre no sentido de melhoria nas condições de segurança. Nem sempre as organizações têm
porte e quantidade de colaboradores ou estrutura preparada para a realização de tais treinamentos, voltados, como prevê a norma, à realidade de cada estabelecimento, em outras palavras, sob medida. Simultaneamente, também ocorre que nessas empresas as equipes de manutenção elétrica são de porte reduzido e o afastamento de um ou dois colaboradores para participar do treinamento representa um desfalque de 50% ou 100% da equipe, o que é um verdadeiro transtorno. Nessas oportunidades é que surge a importância da participação das empresas parceiras especializadas em treinamentos e das quais é desejada a criatividade no sentido de inovar e fornecer treinamentos modulares que permitam doses homeopáticas, de duração adequada ao perfil dos treinandos e disponibilidade das empresas. Fica o problema da carga horária, coisa que a norma não mencionou. Em princípio, é desejável que a carga horária de reciclagem seja suficiente para permitir o aproveitamento e surtir o efeito desejado na prevenção de acidentes. Quatro horas de treinamento por semana (meio período de um dia) vão representar 16 horas no mês, o que pode ser suficiente para revisão de assuntos e aprofundamentos de acordo com as necessidades da empresa empregadora. A modulação permite elencar grande número de tópicos independentes ou não, dando oportunidade às empresas para escolher os temas em função de suas necessidades. É importante que os assuntos, as datas, a presença, a duração e os dados dos monitores sejam documentados para incorporar o prontuário e serem apresentados quando requeridos pelos órgãos fiscalizadores.
124
Análise de sistemas de potência
O Setor Elétrico / Junho de 2015
*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.
Medições de transitórios em alta frequência
Prezados leitores, tenho observado que algumas empresas de engenharia têm proposto
realizar medições de transitórios em alta frequência. Gostaria de alertá-los para o fato de que, com os resultados recebidos, poderemos ter apenas medições qualitativas em vez de quantitativas.
Entenda o porquê nas Figuras 1 e 2, que representam, respectivamente, a resposta em
frequência dos TCs e TPs.
Figura 1 – Resposta em frequência de um TC, recebido de um fabricante de TCs.
Figura 2 – Resposta em frequência de um TP, retirado do IEEE Std 518-1992.
Figura 3 – Resposta em frequência da bobina de Rogowski.
Como pode ser observado, os TCs acima de 10 kHz podem apresentar erros de
amplitude e de fase significativos e os TPs acima de 6 kHz também podem apresentar erros de amplitude.
Uma solução para ampliar um pouco a faixa de frequência seria a utilização de bobinas
de Rogowski e ampliaríamos a faixa de medição para 100 kHz, como pode ser observado na Figura 3.
126
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Junho de 2015
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Infraestrutura de instalações
As instalações estão informatizadas. Nossas equipes estariam informadas e, sobretudo, formadas? O avanço tecnológico das ofertas
proteção a serem aplicados possuem
e soluções que assistimos em nossas
capacidade para diversos esquemas de
instalações
exponencialmente
proteção. A discussão aqui é outra, será
crescente. Novos sistemas de proteção,
que a capacidade técnica de nossas
de controle e comando, de medições
equipes de especificação e projeto, de
de variáveis elétricas e mecânicas, e
montagem, de manutenção e operação
mesmo os elementos e os materiais e
estaria evoluindo na mesma velocidade?
sistemas aplicados na construção e
E se não, por quê?
montagem são incorporados a cada
novo projeto. Os supridores de soluções,
Brasil, em várias centenas, apresentam
sejam elas subestações elétricas e
os fundamentos da engenharia nos
seus subsistemas, sistemas de fontes
primeiros ciclos, e no final se preocupam
de contingência como os geradores
em apresentar os aspectos das carreiras
e
refrigeração,
específicas aos alunos. Em diversos
sistemas DCIM (nos centros de dados)
graus de dificuldade, inerente a cada
e outros apresentam as evoluções de
modelo
seus produtos, fruto da citada evolução
ao próprio interesse de cada aluno,
tecnológica. De uma forma geral, toda
estágios realizados e mesmo a visão dos
esta “parafernália” tem como premissa
coordenadores dos cursos regulares,
a busca incessante do fornecimento
parte dos alunos saem das escolas
de
UPS,
é
sistemas
condições
para
de
operação
Os cursos regulares de engenharia no
educacional,
pedagógico,
cada
preparados para aprender nas empresas
vez mais confiável dos sistemas que
que irão os contratar e que já contam
compõem a carga alimentada. A coisa
com esta etapa do ”trainee”, uma relação
parece simples, mas existem alguns
“ganha-ganha” que poderá trazer bons
entraves a serem discutidos para que
frutos. Já a outra parte dos alunos
se atinjam estes graus de confiabilidade
e sejam lá quais e por que forem as
necessários. Não se trata de discutir
razões, terão uma dose maior de esforço
se a forma de onda da tensão está
para ingressar no mercado de trabalho.
sendo com gravada em 512 ou 1.024
O ensino formal de engenharia no
amostras por ciclo pelo instrumento
Brasil apresenta profundas distorções
especificado, nem se os relés de
e desvios que crescem na medida em
O Setor Elétrico / Junho de 2015
127
que novas vagas e novos cursos são oferecidos, decorrente da insuficiência quantitativa de profissionais no mercado. Mas, e os aspectos qualitativos, como serão resolvidos? Parece uma boa questão de políticas públicas (ministérios, universidades, estados) e das instituições privadas que se comprometem em formar e preparar jovens para o mercado, um mercado que apresenta carência de profissionais aptos e preparados para tratar e discutir as soluções tecnologicamente atualizadas em um nível adequado, e que possam com segurança defender as melhores soluções para as instituições que os contratam. Estes profissionais estariam preparados para entender e operar instalações com segurança, obtendo o máximo dos recursos daqueles sistemas que foram adquiridos nos pacotes durante a construção dos sistemas elétricos dos empreendimentos, ou ainda será que estes “pacotes” teriam sido especificados adequadamente em função da necessidade dos sistemas que compõem as cargas a serem alimentadas ou supridas. Será que todas as cargas mereceriam o mesmo grau de confiabilidade? E quanto custaria a implantação de sistemas em seus diferentes graus de confiabilidade, seus custos operacionais, energia e outros? A questão a ser aqui tratada é talvez tão ou mais premente que as apontadas e trata de educação continuada, reciclagem, capacitação, treinamento, ou qualquer outra terminologia ao processo de atualização dos profissionais que se deseja considerar. E não falamos aqui em MBA ou outros cursos voltados para as áreas de administração, gestão e outros, mas fundamentalmente da preparação técnica dos profissionais aos assuntos que lhes cabem tratar.
Várias podem ser as formas de solucionar as questões
apontadas, a participação em congressos e seminários, o treinamento das equipes técnicas com foco nas discussões de suas rotinas diárias, estudos de casos e grupos de trabalho se apresentam como antídotos aos pontos falhos na formação dos profissionais. Em direção oposta, mas com o mesmo objetivo dos cursos clássicos de engenharia, onde o conhecimento é passado do inicio ao final, os bons programas de educação complementar têm também por objetivo mostrar ao aluno quais pontos da formação básica devem ser revisados e, por que não recordados, porém do final para o início. A abordagem dos temas, em fase com o estado da arte da tecnologia e capacidade de atualização caracterizam estes programas. Os resultados estão relacionados à melhoria do desempenho operacional dos profissionais com reflexos na redução de investimentos em novos projetos, agilidade em tomadas de decisões e soluções de problemas, capacidade de discussão com fornecedores e, fundamentalmente, o aumento da tão almejada confiabilidade operacional. Boa sorte e, principalmente, boas escolhas, afinal não existem milagres na educação, a educação sim, opera verdadeiro milagres!
128
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Panorama comparativo de evolução normativa e legal “Ex” entre os Estados Unidos e o Brasil
Dentro deste quadro de alinhamento com
das empresas de petróleo norte-americanas
normas da IEC, sem a existência de desvios
as normas e os sistemas internacionais de
que foram contratadas, tais como a Lummus
nacionais. Pode ser observado, na prática,
certificação em atmosferas explosivas, uma
e a Hydrocarbon Research, que possuíam as
que estas normas brasileiras equivalentes
comparação pode ser feita com as práticas
experiências necessárias para aquela época.
às normas internacionais têm colaborado
utilizadas nos Estados Unidos e no Brasil,
Com o desenvolvimento dos conhe
para a elevação dos níveis de segurança das
relacionadas com os requisitos normativos
cimentos, experiências e lições aprendidas na
instalações “Ex” no Brasil, bem como das
e legais sobre a instalação e a certificação
Petrobras, na década de 1980, a normalização
pessoas que nelas trabalham.
de equipamentos “Ex” para a indústria do
técnica aplicável para a área de eletricidade e
petróleo.
mais especificamente para as instalações em
1991, o Brasil possui um regulamento
No Brasil, a indústria do petróleo teve um
atmosferas explosivas passaram a seguir as
compulsório de certificação de equipamentos
início incipiente em 1918, com a criação da
normas internacionais da IEC e não mais as
para atmosferas explosivas, elaborado pelas
Empresa Paulista de Petróleo, pelo escritor
normas seguidas até então, tais como NEC
diversas partes da sociedade envolvidas com
Monteiro Lobato. Em 1932, foi publicado no
e NEMA. Esta decisão acabou influenciando
as instalações elétricas “Ex” e publicado pelo
jornal O Estado de São Paulo o manifesto
as normas técnicas nacionais para a área de
Inmetro. Este regulamento tem como base as
de constituição da “Companhia Petróleo
atmosferas explosivas, as quais passaram
normas técnicas alinhadas e harmonizadas
Nacional”. A pretensão desta empresa era
também a ser alinhadas com as normas
com as normas internacionais da IEC. Os
a de “proceder no Estado de Alagoas os
internacionais da IEC.
Requisitos da Avaliação da Conformidade
trabalhos de exploração de jazidas minerais”.
Na década de 1980, com a descoberta
(RAC) de equipamentos “Ex” inclui a
Sob o ponto de vista legal “Ex”, desde
No entanto, as primeiras ações concretas
de petróleo offshore na área da Bacia de
possibilidade de as instalações marítimas para
foram registradas somente no final dos
Campos, as normas técnicas da Petrobras
a indústria do petróleo, tais como plataformas
anos 1940, visando evitar os efeitos dos
e da ABNT, já alinhadas com as normas
e navios petroleiros, terem seus equipamentos
racionamentos de combustíveis importados,
internacionais da IEC, foram utilizadas
e instalações “Ex” certificados por organismos
que ocorreram no país durante a Segunda
para a especificação dos equipamentos e
de certificação acreditados nos respectivos
Guerra Mundial. A empresa norte-americana
instalações “Ex” das plataformas que vieram
países de origem dos fabricantes, desde que
Lummus, especializada na indústria do
de diversas países do mundo, inclusive da
estes certificados sejam avaliados e aceitos
petróleo, estabeleceu uma subsidiária no
Europa e da Ásia.
pelas respectivas sociedades classificadoras
Brasil em 1949.
A partir de 2005, as normas técnicas
navais envolvidas no processo de aprovação
projetadas
brasileiras sobre atmosferas explosivas da
destas embarcações navais.
e construídas as primeiras refinarias de
série NBR IEC 60079 passaram por um
petróleo no Brasil, entre elas a Refinaria
processo de alinhamento e de harmonização
que foi elaborada pela respectiva Comissão
Landulpho Alves (RLAM - Camaçari / 1949)
com
normas
Técnica “Ex” do Inmetro, por solicitação das
e a Refinaria de Capuava (RECAP / 1952).
internacionais elaboradas pelo TC-31 da
partes da sociedade brasileira envolvidas nas
Estas primeiras refinarias brasileiras foram
IEC, dentro do atual mundo globalizado. No
questões de segurança em áreas classificadas
projetadas e construídas de acordo com os
presente momento, tais normas brasileiras são
(incluindo Petrobras, Abiquim, organismos
requisitos do NEC Artigo 500, por influência
totalmente alinhadas e harmonizadas com as
de certificação de produtos e associações
Naquela
época,
foram
relação
às
respectivas
A partir da revisão de 2010 deste RAC “Ex”,
129
O Setor Elétrico / Junho de 2015
da indústria eletroeletrônica e de máquinas)
da unidade marítima em estaleiro estrangeiro,
de prestação de serviços “Ex” (tais como
foi incluída a possibilidade de emissão de
são dispensados da obrigatoriedade da
as empresas de prestação de serviços de
certificação “Ex” “local”, por parte de um OCP
certificação no âmbito do SBAC, uma vez
reparo e de recuperação de equipamentos
“local”, de equipamentos “Ex” fabricados
que sobre eles são válidos os critérios de
“Ex”) totalmente alinhados e integrados
no Brasil ou em outros países, com base
aceitação das certificações adotadas pelas
com os respectivos sistemas internacionais
na possibilidade de análise e na aprovação
sociedades classificadoras navais, quando do
elaborados pelos países participantes do
dos respectivos relatórios de ensaios (ExTR)
seu ingresso ou início de operação em águas
IECEx (inclusive pelo Brasil). Nestes sistemas
que tenham sido emitidos por laboratórios
territoriais brasileiras”.
do IECEx, os respectivos documentos
“Ex” (ExTL) reconhecidos dentro do sistema
A Portaria Inmetro 179/2010 também
operacionais que compõe cada um destes
internacional IECEx.
abriu a possibilidade, por parte dos OCPs
sistemas de certificação têm como base as
Este procedimento evita a necessidade
“locais”, de uma análise da aprovação dos
normas internacionais da Série IEC 60079,
de duplicação, no Brasil, de ensaios que
respectivos relatórios de avaliação dos
elaboradas pelo TC 31 da IEC.
já tenham sido executados por outros
Sistemas de Gestão da Qualidade (QAR) das
Além disso, todos os Documentos
laboratórios reconhecidos internacionalmente,
instalações do fabricante dos equipamentos
Operacionais
tendo como base as mesmas normas
“Ex” a serem certificados, que tenham sido
encontram
internacionais da Série IEC 60079, as quais
emitidos por Organismos de Certificação
público, em português. Nestes documentos
são também publicadas no Brasil pela ABNT
(ExCB) também acreditados dentro do
operacionais é indicada a seguinte nota:
e previstas no RAC “Ex” elaborado pela
sistema internacional IECEx.
Comissão Técnica “Ex” do Inmetro.
Também no ano de 2010, dentro do
IECEx, escrito em português, as normas IEC
aplicáveis disponíveis,
do
IECEx
para
se
acesso
"Ao longo deste documento operacional
O Artigo 5º da Portaria Inmetro 179/2010
ponto de vista da segurança durante o ciclo
ou ISO referenciadas são indicadas como
estabelece que “os equipamentos elétricos
total de vida das instalações “Ex”, a Petrobras,
normas NBR IEC ou NBR ISO. Isso se
e eletrônicos adquiridos no exterior e
juntamente com a Abrac e com o Cobei,
deve ao fato de que tais normas são também
instalados nas unidades marítimas destinadas
encaminharam ao Inmetro a solicitação
escritas em português e são idênticas, em
ao trabalho offshore para a exploração e
de implantação, no Brasil, de sistemas de
conteúdo técnico, forma e apresentação, sem
produção de petróleo ou ao transporte de
certificação
desvios nacionais, às respectivas normas
produtos inflamáveis, durante a fabricação
em atmosferas explosivas e de empresas
de
competências
pessoais
internacionais IEC ou ISO."
130
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Leandro Oliveira*
Um olhar mais atento para os transformadores, especialmente os de potência
Para que a energia elétrica chegue
periódicas e as amostras são levadas
modo manual para o modo remoto,
a nossas residências ou indústrias, ela
a um laboratório específico, porém, na
agregam
precisa passar por um longo processo
contramão da utilização de sensores
processo e permitem o planejamento de
que vai desde a geração nas usinas,
e sistemas, a intervenção humana no
interrupções programadas para efetuar
passando pelas redes de transmissão e
processo (de amostragem, transporte,
manutenções.
transformadores até chegar ao destino
análise)
Estudos
final.
em que se encontra a amostra pode
que, no Brasil, mais de 60% dos
Inventado em 1831 por Michael
causar erro nos resultados. Além disso,
transformadores
Faraday, o transformador é o dispositivo
o resultado das análises pode variar
com mais de 20 ou 30 anos, isto é,
mais importante na rede elétrica, que
de dias até semanas, gerando custo,
estão no limite de sua vida útil. No
tem a função de converter energia
interrupções, tempo e dinheiro gasto.
lugar de substituir os transformadores
por meio da indução de tensões e/ou
Para
dos
considerados envelhecidos, o usuário
correntes para transformá-la em níveis
transformadores, existem no mercado
pode optar pela utilização de sensores
relativamente seguros para o manuseio.
soluções
comprovadas
e sistemas, que são um investimento
Um
dos
principais
transformadores
tipos
utilizados
e
as
condições
garantir
a
eficazes
climáticas
integridade e
maior
confiabilidade
recentes em
ao
mostram
atividade
estão
de
por grandes usuários que ainda são
baixo em comparação à substituição e,
nas
pouco exploradas (talvez pela falta de
com isso, terá um maior controle sobre o
chamados
divulgação), que são os sensores e os
equipamento e um aumento considerável
transformadores de potência a óleo.
sistemas de monitoramento. Eles fazem
na vida útil.
Neles o circuito elétrico fica imerso
a análise da condição do óleo em tempo
Sendo
em óleo cujas funções são: garantir o
real por meio do monitoramento do gás
os
isolamento elétrico, extinguir descargas
e da umidade, proporcionando maior
monitorados de forma mais eficaz para
elétricas
arcos
segurança aos ativos e aos envolvidos
evitar prejuízos, pois, se houver algum
elétricos e auxiliar na refrigeração do
no processo. Os equipamentos são
incidente, o tempo para reposição é
equipamento.
equipados com softwares específicos e
muito longo e isso impacta diretamente
redes
elétricas
são
parciais,
os
extinguir
assim,
transformadores
conclui-se precisam
que ser
sua
possuem alarmes configuráveis para que,
nos resultados finais do cliente.
condição interna é essencial para se
na ocorrência de um incidente, o cliente
Portanto, é de total importância
ter uma rede segura e confiável, pois
seja informado e com isso possa efetuar
monitorar os transformadores de forma
quando o sistema de isolamento de um
uma manutenção preditiva/preventiva.
mais eficaz e ter um olhar mais atento
transformador de potência é submetido
Isso
para aquele que é o mais importante
a esforços excessivos há liberação de
informações mais seguras sobre os
gases que se dissolvem no óleo.
ativos, pois, além de atuar na prevenção
Hoje em dia, para se verificar a
de falhas, esses sistemas permitem
Por Leandro Oliveira, gerente de vendas da
condição do óleo, são feitas coletas
a
Agora Telecom.
O
conhecimento
sobre
a
facilita
mudança
do
na
hora
de
obter
monitoramento
do
ativo da rede elétrica.
132
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Carlos E. Capovilla, Alfeu J. Sguarezi Filho e Ivan R.S Casella*
Sobre o uso das comunicações sem fio em smart grids As smart grids (redes inteligentes) são
Foi analisado o parque eólico offshore
do sistema por meio da utilização de
uma evolução das atuais redes de energia
Horns Rev na Dinamarca, que emprega
técnicas de codificação e correção de erros
elétrica e se baseiam no uso mais eficiente
um sistema de comunicação principal com
direta (FEC - Forward Error Correction).
da infraestrutura de geração, transmissão
base em fibra ótica e um sistema secundário
A codificação de FEC é uma técnica
e distribuição, de forma a gerenciar a
sem fio, ambos integrados ao controle de
empregada em todos os sistemas atuais
relação entre oferta e demanda evitando
supervisão e aquisição de dados (SCADA –
de comunicação sem fio, sendo essencial
contingências no sistema elétrico. Para tal,
Supervisory Control and Data Acquisition),
para garantir a integridade da informação,
torna-se necessário o uso de um conjunto
interligando as turbinas eólicas com o
reduzindo significativamente a taxa de erros
coeso, composto por redes de comunicação,
centro de controle em terra.
e o atraso do sistema por meio do acréscimo
Adicionalmente, no trabalho de Wanzhi
gerenciamento de dados e aplicações de
monitoramento e controle em tempo real
(ver
fortemente correlacionados entre si. A
problemas presentes em um sistema real
de retransmissão da informação).
aplicação de um sistema de comunicação
utilizando cabos de comunicação para
Existem atualmente diversas técnicas
moderno para monitoramento e controle
monitorar e controlar as turbinas eólicas com
de codificação de FEC sendo empregadas
dessas
complexa
base em Lonworks. Os autores apresentam,
em sistemas comerciais sem fio, como
redes
requer
uma
bibliografia)
é
mostrado
alguns
de redundância à informação transmitida (o que reduz significativamente a necessidade
funcionamento
como uma possível solução, um sistema de
a codificação Reed Solomon (RS), a
eficiente, sendo que sua implantação e
monitoria e controle sem fio que oferece
Codificação
operabilidade apresentam vários aspectos
diversos benefícios técnicos e econômicos.
Codificação Turbo (TC - Turbo Coding)
não triviais com a finalidade de envolver
Entretanto, sempre se deve ter em
e, mais recentemente, a codificação Low
diferentes áreas de conhecimento e diversas
mente que uma transmissão sem fio está
Density Parity Check (LDPC). Dentre as
nuances específicas de cada projeto.
sujeita a distorções e erros causados pelo
técnicas citadas, a codificação LDPC é
Assim, as comunicações sem fio se
canal de radiopropagação. Nas redes
atualmente a técnica de estado da arte
apresentam como uma solução interessante
inteligentes, a ocorrência de erros ou
que apresenta o melhor desempenho,
por oferecer uma série de benefícios, como
mesmo a geração de atrasos nos sistemas
aproximando-se dos limites estabelecidos
baixo custo de implantação, facilidade
de
podem
pelo trabalho seminal de Shannon e
de expansão, possibilidade do uso das
comprometer drasticamente a geração e
apresentando um excelente compromisso
tecnologias atualmente empregadas nos
distribuição de energia, podendo causar
entre complexidade de decodificação e
sistemas de telefonia móvel, flexibilidade de
danos severos à planta energética como
desempenho [5].
utilização e gerenciamento distribuído.
um todo. Essa preocupação é diferente das
infraestrutura
para
um
monitoramento
e
controle
Convolucional
(CONV),
a
Na Figura 1, é apresentada uma análise
Paralelamente, os trabalhos realizados
que normalmente acometem os sistemas
de desempenho para um sistema de
para a consolidação e implementação
de telecomunicações, nos quais se o
comunicação sem fio digital Quartenary
do conceito de smart grids empregando
processo de detecção e correção de erros
Phase Shift Keying (QPSK) sujeito a
sistemas eólicos têm despertado grande
não for perfeito, inicia-se um pedido de
canais com desvanecimento plano em
interesse da comunidade e têm sido
retransmissão ou mesmo, em alguns casos,
frequência (modelados como processos
alvo
recentes
ignoram-se os erros remanescentes sem
aleatórios
focadas em energias renováveis. Nesse
causar nenhum impacto mais significativo
apresenta uma distribuição de Rayleigh
sentido, a importância que os sistemas
ao sistema.
e cuja fase apresenta uma distribuição
de comunicação têm no monitoramento
Em contrapartida, uma das vantagens
uniforme) com espalhamento Doppler de
e controle de parques eólicos modernos
na utilização dos sistemas sem fio modernos
180 Hz para três situações distintas (sem
é discutido no trabalho de Anaya-Lara.
é a possibilidade de melhorar a robustez
codificação, CONV e LDPC). A quantidade
de
diversas
pesquisas
cuja
magnitude/envoltória
133
O Setor Elétrico / Junho de 2015
de erros mostrada no gráfico, comumente representada pela taxa de erro de bit (BER Bit Error Rate - Relação entre a quantidade de bits recebidos com erros e a quantidade total de bits transmitidos), depende dessas características do canal de radiopropagação e da relação entre o sinal de informação modulado e o ruído no receptor, expressada de uma forma normalizada pela relação Eb/ N0 (energia de bit por densidade espectral de potência de ruído). Analisando o gráfico pode-se verificar que pode ser empregado um sistema sem codificação ou empregando um esquema Figura 1 – Comparação de desempenho em canais com desvanecimento plano (180 Hz).
CONV, que é bastante eficiente e amplamente utilizado, por exemplo, nos padrões IEEE
Referências
802.11 (WiFi) e IEEE802.16 (WiMAX),
que não representam a dinâmica real dos
com comprimento de restrição de 7, taxa de
sistemas.
codificação de 1/2 e polinômios geradores
(171, 133). Mesmo para uma relação E b/N0
empregando um esquema LDPC com base
potential
bastante elevada, da ordem de 20dB, a BER
na família de códigos extended Irregular
requirements. IEEE Transactions on Industrial
seria da ordem de 10−3, ou seja, um erro a
Repeat Accumulate (eIRA), com taxa de
Informatics, v. 9, n. 1, p. 28-42, fev. 2013;
cada 103 bits enviados, comprometendo
codificação de 1/2 e estrutura (64.800,
a integridade do sinal de monitoramento/
32.400)
controle recebido e/ou necessitando várias
Telecommunications Standards Institute
retransmissões do sinal para manter a taxa
(ETSI), o desempenho do sistema para Eb/
de erros baixa (retransmissões até o sinal
N0 de 20dB é muito superior aos demais,
recebido ser correto).
apresentando uma BER muito abaixo de
Esses erros apresentados, se forem em
10−7 (para atingir uma BER de 10−7 , seria
turbine
uma malha de controle, podem representar
necessário uma E b/N0 de aproximadamente
Conference
altos valores de di/dt que irão deteriorar ao
7dB).
Technology, p. 787-789, out. 2009;
longo do tempo as chaves IGBTs (Insulated
Desse modo, com o intuito de garantir
• CAPOVILLA, C. E. et al. Performance of
Gate Bipolar Transistor) dos conversores
que os sinais de monitoramento e controle
a direct power control system using coded
de um determinado sistema controlado
sejam recebidos corretamente em uma
wireless OFDM power reference transmissions
por eletrônica de potência e podem causar
determinada
for switched reluctance aerogenerators in smart
curtos-circuitos nos enrolamentos do estator
necessidade de se utilizar um sistema de
e/ou rotor de uma determinada máquina
comunicação sem fio com capacidade
em operação. Assim, seria impossível, por
de minimizar a ocorrência desses erros
exemplo, garantir a integridade de uma
causados pelo canal de radiopropagação,
rede
sendo
inteligente empregando sistemas
Para o caso específico de um sistema
especificada
pela
aplicação,
obrigatoriamente
fica
European
claro
necessário
a
o
• GUNGOR, V. et al. A survey on smart grid applications
and
communication
• ANAYA-LARA, O.; JENKINS, N.; MCDONALD, J. R. Communications requirements and technology for wind farm operation and maintenance. IEEE International
Conference
on
Industrial
and
Information Systems, p. 173-178, 2006; • WANZHI, C. et al. Research of wireless communication based on Lonworks for wind control on
system.
IEEE
International
Energy
and
Environment
grid scenario. IEEE Trans Ind. Electron., v. 62, n. 1, p. 52-61, Jan. 2015; • MACKAY, D. J. C.; NEAL, R. M. Near Shannon limit performance of low-density parity-check codes. IET Electronics Letters, v. 32, p. 1.6451.646, 1996;
distribuídas
emprego de técnicas de codificação de alto
controladas por meio de comunicação sem
desempenho como a LDPC supracitada.
for smart grid applications using wireless-
fio, mesmo que em apenas sistemas de
O uso dessa técnica permite reduzir
coded neuro-fuzzy power control. Computers &
redundância. Esses erros geram distorções
drasticamente a BER e a necessidade
Mathematics with Applications, v. 68, n. 12, p.
nas formas de onda das correntes enviadas
de
2.112–2.123, 2014.
à rede elétrica, gerando componentes
diminuindo significativamente os erros e os
harmônicas
eólicos
para
aplicações
retransmissões
das
informações,
• CASELLA, R. S. A wind energy generator
aumentando
atrasos no sistema, tornando-o operacional.
*Carlos E. Capovilla, Alfeu J. Sguarezi Filho e
significativamente dessa forma a THD (Total
Como se pode constatar nesse breve texto,
Ivan R. S. Casella são professores doutores
Harmonic Distortion) do sistema como um
a codificação LDPC torna-se assim uma
do CECS (Centro de Engenharia, Modelagem
todo. Se forem sob o ponto de vista do
das sérias candidatas para este tipo de
e Ciências Sociais Aplicadas) da UFABC
monitoramento, podem gerar resultados
aplicação em específico.
(Universidade Federal do ABC).
indesejáveis,
134 134
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Por Francisco Oliveira*
Crise hídrica: como a geração de energia por meio do lixo pode ajudar?
Vivemos uma crise hídrica, isso é fato.
O Brasil produz 75 milhões de toneladas
o aproveitamento térmico e como matéria-
Dono do maior potencial hídrico do planeta,
de lixo por dia com um elevado potencial para
prima para o refino do biogás. No entanto,
o Brasil corre o risco de, nos próximos anos,
geração de seis mil megawatts. Os elevados
não representa mais do que 0,2% do volume
sofrer com abastecimento de água em
custos para produção desta energia e das
potencial do biogás gerado.
mais da metade dos municípios. Porém, o
instalações não têm atraído investidores
Acima de tudo, a geração de energia
problema maior não é esse, e sim, a falta de
para este setor de geração. Por isso, essa
renovável é um grande auxiliador para evitar
água para a geração de energia.
produção tem se limitado a pequenas usinas
danos ao meio ambiente, sobretudo, a energia
A valoração do lixo e seu aproveitamento
de aproveitamento do biogás, que é o gás
proveniente de fonte eólica e da biomassa
para a produção de energia pode contribuir
produzido a partir da decomposição dos
(bagaço de cana, grãos etc.).
para amenizar, de forma tênue, a crise
resíduos dispostos nos aterros sanitários. É
energética. Para termos uma ideia do quanto
importante lembrar que a geração de energia
residências, isso é sim muito importante,
esse combustível, o lixo, é abundante, vamos
por meio do lixo só iria amenizar o problema e
como também é primordial que as pessoas
aos números. O brasileiro está produzindo
não resolvê-lo por completo.
continuem conscientes quanto ao uso e o
cada vez mais lixo com o passar dos anos. De
Sem sombra de dúvida, o grande
desperdício de água. Mas há de se ter olhos
acordo com dados da Associação Brasileira
obstáculo
bem atentos também para a energia que move
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
geração de energia está na magnitude dos
Especiais (Abrelpe), em 2013, o aumento foi
investimentos. As linhas de financiamento,
de 4,1% em relação ao ano anterior, o que
a ausência de instalações em operação no
representa quase três milhões de toneladas a
país e a forte injunção governamental sobre
mais no ano. O Brasil está na quinta posição
as tarifas de energia afastam potenciais
entre os que mais produzem lixo no mundo,
investidores do setor.
atrás de Estados Unidos, China, União
Europeia e Japão. Com esses dados podemos
apenas uma alternativa complementar à energia
concluir que o país está longe de atingir as
gerada por hidrelétricas ou termoelétricas,
metas estipuladas pela Política Nacional de
que já vem sendo explorada em algumas
Por Francisco Oliveira, engenheiro civil, mestre em
Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305,
regiões do país (sobretudo no sudeste), tanto
Mecânica dos Solos, Fundações e Geotecnia e
de agosto de 2010.
para geração de energia elétrica quanto para
fundador da Fral Consultoria.
para
a
concretização
da
Muito se tem falado da falta de água nas
o país. O Brasil não pode parar.
A energia gerada por meio do biogás é
136
Agenda 10 a 13 de agosto
Cursos
Relés numéricos de proteção (IEDs)
Descrição
Informações
A meta deste curso é tornar os participantes aptos a trabalhar com os relés numéricos de proteção (IED’s), de forma que eles possam parametrizar, obter oscilografias, testar e interpretar as respostas dos principais relés numéricos de fabricação Siemens. Haverá também aulas práticas – com reduzido número de participantes por equipamentos – nas quais os alunos utilizarão malas de testes microprocessados.
Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
10 a 14 de agosto
Análise de falhas em equipamentos de processo
Descrição
Informações
Voltado para técnicos e engenheiros que atuam na área de corrosão, manutenção e processos industriais, o curso objetiva esclarecer os alunos a respeito de mecanismos de danos e análise de falhas. Neste sentido, serão abordadas as definições, materiais afetados, fatores críticos, equipamentos afetados, morfologia, métodos de inspeção/monitoração e formas de prevenção dos mecanismos de corrosão e deterioração de equipamentos mais comumente encontrados nas indústrias de processo.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
17 a 21 de agosto
Operação e manutenção de centrais hidrelétricas
Descrição
Informações
Parceria entre o Lactec e a MCQ, empresa prestadora de serviços de engenharia na área de Comissionamento, Manutenção e Operação de subestações e usinas, o curso tem como objetivo mostrar aos participantes os sistemas e equipamentos, assim como os conceitos e técnicas aplicadas na operação e na manutenção de usinas hidroelétricas. Entre os temas a serem abordados nas aulas estão: usinas quanto à capacidade de regulação, quanto ao sistema de adulação e quanto à potência instalada e queda de projeto; proteções da turbina; sistema de regulação; e sistema de proteção.
Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6051 cursos@lactec.org.br
26 e 27 de agosto
Instalações elétricas em áreas classificadas
Descrição
Informações
Com o tema “Novas tecnologias e correção de não conformidades”, o curso pretende capacitar os profissionais que trabalham para as indústrias que processam, transportam e/ou estocam produtos inflamáveis – dos segmentos petrolífero, químico, farmacêutico, mineração, alimentício, entre outros – a atender aos requisitos aplicáveis a estas instalações elétricas especiais. O pré-requisito para a realização deste curso é ter conhecimento geral das instalações elétricas industriais.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2516-5020 treinamentosrj@abpa.org.br
3 a 5 de agosto
Connected Smart Cities
Descrição
Informações
O evento tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para tornar as cidades – sejam pequenas ou metrópoles – mais inteligentes e conectadas, que será realizado por meio de debates, troca de informações e a difusão de ideias entre governo e empresas. Participarão do evento companhias de serviços e tecnologia de ponta, especialistas, prefeituras e pessoas engajadas com otimização das cidades no Brasil. O evento contará também com uma exposição, em que estarão presentes empresas relacionadas à mobilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia, saúde, segurança, educação, energia e empreendedorismo.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3032-5633 connectedsmartcities@sators.com.br
16 a 19 de agosto
Eventos
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Simpósio de Automação de Sistemas Elétricos (Simpase)
Descrição
Informações
Tradicional evento do setor elétrico brasileiro, o Simpase chega no ano de 2015 à sua 11ª edição. Trata-se de um importante fórum para a troca de experiência em temas referentes à automação de sistemas elétricos. O evento contará com informes técnicos, mesas redondas, e uma exposição paralela, que propiciarão a interação dos participantes com especialistas internacionais e produtos e serviços do segmento. O organizador do simpósio este ano será as Furnas Centrais Elétricas.
Local: Campinas (SP) Contato: (21) 2556-5929 eventos@cigre.org.br
25 e 26 de agosto
Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (Cobee)
Descrição
Informações
“Combate ao desperdício de energia. A hora é agora! ” este é o tema da 12ª edição do Cobee. Diante do cenário preocupante em que se encontra o setor energético brasileiro, com escassez hídrica e altas nas tarifas, a Abesco fortalece ainda mais este evento, pois acredita que a eficiência energética é a alternativa viável no curto e médio prazo para resolver estes obstáculos. Além do congresso, o evento é composto pela Expoeficiência, uma feira que reúne novas ideias e aplicações que contribuem para o processo de planejamento estratégico das empresas.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031- 2707 adriano@anggulo.com.br
25 a 28 de agosto
Fenasucro & Agrocana
Descrição
Informações
Trata-se de um importante encontro entre os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana, que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar. O evento cobre os cinco grandes setores da cadeia sucroalcooleira: agrocana, fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística e energia.
Local: Sertãozinho (SP) Contato: (16) 2132-8936 comercial@fenasucro.com.br
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Junho de 2015
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O Setor Elétrico / Junho de 2015
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resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais
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registrada pelo leitor Amauri Foresto em uma estação de trem da CPTM, na cidade de São Paulo (SP). Encontre os erros, mande suas conclusões e concorra a prêmios! O resultado será divulgado na edição 115, de agosto de 2015.
Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou
Resposta da edição 111 (Abril/2015) O
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O
Setor
Elétrico
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Conforme a ABNT NBR 5410, item
nos ajude a denunciar os disparates cometidos
continuem participando!
6.2.11.1.2, a taxa máxima de ocupação em
por amadores e por profissionais da área
relação à área da seção transversal dos
de instalações elétricas. Não se esqueça de
Confira a resposta correta:
eletrodutos não deve ser superior a 40% no
As principais não conformidades com
caso de três ou mais condutores ou cabos.
relação à ABNT NBR 5410:2004, que trata
Além disso, cabos azuis são considerados
das instalações elétricas de baixa tensão,
neutros em instalações de baixa tensão, de
não respeitadas na instalação são:
acordo com a referida norma.
mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.