O Setor Elétrico (Edição 113 - Junho 2015)

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Ano 10 - Edição 113 Junho de 2015

Proteção contra descargas atmosféricas Após dez anos em processo de revisão, a série de normas ABNT NBR 5419 foi finalmente publicada. Seção fixa traz, mensalmente, uma atualização sobre o tema Aterramento temporário para redes aéreas compactas Energia solar fotovoltaica conectada à rede ganha espaço no Brasil

CINASE 2015 Teoria e prática aliadas em um evento técnico totalmente reformulado! Saiba como foi a primeira edição do ano.



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br

Reportagem - energia solar

conectados à rede elétrica, sejam eles de pequeno porte, como micro e mini usinas de geração distribuída, sejam grandes usinas solares cuja energia é comercializada através de leilões.

Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com

Coluna do consultor

Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

Painel de notícias

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Alberto Fossa, Alfeu J. Sguarezi Filho, Allan Fagner Cupertino, Andre Luiz Pirotello, Carlos E. Capovilla, Edemir Luiz Kowalski, Francisco Oliveira, Guilherme Rachelle Hernaski, Hélio Sueta, Ivan R.S Casella, José Arinos Teixeira Junior, Leandro Oliveira, Lianete Margot Klauck, Manuel Luis Martinez, Marcelo Antônio Ravaglio, Plinio Godoy, Rafael Pires Machado, Selênio Rocha Silva, Sergio Feitoza Costa, Signie Laureano França Santos, Silas Yunghwa Liu, Victor Flores Mendes, Victor Salvino Borges

62

A energia solar fotovoltaica começa a receber novamente mais atenção do Governo Federal. Sistemas isolados dão lugar a sistemas

6

Medidas da Aneel fomentam a eficiência energética.

8

Espaço 5419

112

A área de exposição equivalente segundo a Parte 2 da ABNT NBR 5419: 2015.

114

Associação Catarinense de Engenheiros realiza seminário sobre

Espaço 5410

barramentos blindados; Biomassa alcança a marca de 12.417 MW de

Esta edição traz definições do novo texto no tocante à proteção

potência instalada no país; Governo publica decreto com regras para

contra incêndio provocado por produto elétrico e precauções em

prorrogação da concessão das distribuidoras; MME irá acompanhar

caso de riscos específicos de incêndio.

de perto obras de energia elétrica para Olimpíadas; GE lança sua nova classe de turbinas a gás natural para o mercado brasileiro; FPT Industrial apresenta seu novo presidente para a América Latina.

Evento – Cinase

22

Objetivo do primeiro evento do ano foi proporcionar ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas.

Fascículos

32

Artigo – Proteção

68

Desenvolvimento de conexão para aterramento temporário para redes aéreas compactas, com metodologia para aplicação e

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

restauração da proteção de cabos.

Colunistas

116 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 118 Jobson Modena – Proteção contra raios 120 João Barrico – NR 10 122 122 Claudio Sergio Mardegan 124 José Starosta – Energia com qualidade 126 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 128 Michel Epelbaum – Energia Sustentável

Dicas de instalação

130

Um olhar mais atento para os transformadores, especialmente os de potência.

132

Pesquisa – Dispositivos elétricos 78 de proteção, manobra e comando

Espaço IEEE

Estudo revela divisão na opinião entre fabricantes e distribuidores e os consumidores de dispositivos elétricos. Os primeiros estão

Ponto de vista 134

apreensivos com a situação econômica e projetam crescimentos

Como a geração de energia por meio de lixo pode ajudar na crise

Capa: Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio

modestos de suas empresas em 2015. Já os segundos, mais

hídrica que atinge o país.

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Aula prática – Sistemas eólicos 102

Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

otimistas, definem o mercado como em franca expansão.

O trabalho tem a finalidade de apresentar um direcionamento

Sobre o uso das comunicações sem fio em smart grids

Agenda 136 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

quanto às diversas origens dos harmônicos no gerador de

138

indução duplamente alimentado e avaliar o seu impacto nas

What’s wrong here

tensões e correntes que fluem para o sistema.

Identifique o que existe de errado na instalação.

3


Editorial

4

O Setor Elétrico / Junho de 2015

www.osetoreletrico.com.br

Ano 10 - Edição 113 Junho de 2015

Proteção contra descargas atmosféricas O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 113 – Junho de 2015

Eficientizai-vos!

Após dez anos em processo de revisão, a série de normas ABNT NBR 5419 foi finalmente publicada. Seção fixa traz, mensalmente, uma atualização sobre o tema Aterramento temporário para redes aéreas compactas Energia solar fotovoltaica conectada à rede ganha espaço no Brasil

CINASE 2015 Teoria e prática aliadas em um evento técnico totalmente reformulado! Saiba como foi a primeira edição do ano.

Edição 113

São muitos os assuntos desta edição que merecem destaque neste editorial: a lenta, mas progressiva evolução

da energia solar fotovoltaica; o sucesso da primeira edição de 2015 do Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), evento realizado pela revista O Setor Elétrico; a publicação (finalmente) da série de normas ABNT NBR 5419; o pouco lembrado dia mundial do meio ambiente e sua relação com a energia elétrica; entre outras notícias do setor.

Um tema, no entanto, é inerente a quase todos esses assuntos e também está presente em praticamente todas

as nossas edições. Estou falando, claro, da eficiência energética. Embora o tema seja recorrente – inclusive, aqui neste espaço –, reforçar a necessidade de se priorizar a eficiência energética, especialmente, na conjuntura atual, nunca é demais. Durante o Cinase, evento que reuniu importantes nomes do setor para um debate sobre o mundo das instalações elétricas, não foram raros os palestrantes que mencionaram a eficiência energética como condição única para o crescimento e medida que deve ser tomada por todos, seja indústria, seja consumidor ou prestador de serviço, não apenas para defender-se dos altos preços das tarifas de energia, mas como uma medida sustentável e necessária, tendo em vista a oferta de energia atual.

Diante do endividamento das concessionárias de energia elétrica, da redução do subsídio do governo

às tarifas e da crise hidrológica, a saída foi apelar para as térmicas, que são mais caras e também não foram pensadas para operarem por longos períodos. Eficiência energética é, então, a melhor maneira de aumentar a oferta, poupando energia consumida.

A boa notícia é que as grandes consumidoras de energia estão atentas – até porque o gasto com eletricidade é o

mais alto impacto no seu faturamento – e já estão eficientizando seus processos de modo a reduzir o consumo. Para se ter ideia, uma importante fabricante brasileira de motores elétricos teve seus pedidos multiplicados por seis nos últimos meses. Considerando que o motor é um dos equipamentos que mais consomem energia em uma instalação e que há, pelo menos, 10 milhões de motores obsoletos no país, ainda há muito para ser feito nesse sentido.

O governo também está se precavendo. Em reunião realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em 23 de

junho, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) entendeu ser necessário fortalecer os programas de eficiência energética e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), mediante a reorientação de recursos já existentes e a fixação de diretrizes de governo para tais programas. Para isso, serão criadas, no âmbito do CNPE, câmaras técnicas destinadas a elaborar e propor políticas e ações aos conselheiros. A primeira delas será responsável pelo estudo dos programas e ações de eficiência energética e de P&D, hoje com diretrizes, recursos e execução dispersos entre diversos órgãos e empresas.

Que estas e outras atitudes não fiquem no papel e na boa vontade, mas que se convertam em resultados. Oremos.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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Coluna do consultor

Aneel busca meios para incrementar eficiência energética no país. Até o Papa Francisco apoia!

No final de maio passado, a Agência

energética da Aneel, o chamado PEE ou

importância dos dois temas tratados

Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

modernamente o Propee, foi transformado

nestes documentos;

convidou diversas entidades relacionadas

no passado em ferramenta política-

ao tema eficiência energética e geração

eleitoreira com resultados que poderiam

equipamentos e edificações, mercado de

distribuída para uma discussão aberta,

ser efetivamente bem melhores, se o

produtos eficientes. Por que não ampliar

quando organizou o “Fórum de Eficiência

foco fosse de fato somente a eficiência

as atividades para avaliação da qualidade

Energética e Geração Distribuída” em

energética. Com a atual conjuntura da

da energia dos equipamentos a serem

sua sede em Brasília.

energia no Brasil, o tratamento sério

etiquetados nas avaliações da eficiência

O objetivo do encontro foi a troca

da eficiência energética e a geração

energética?;

de experiências e informações sobre

por fontes renováveis têm que ser

• Aspectos de meio ambiente, emissões

inovações e novas tecnologias nestas

considerados com muita preocupação

e limpeza da matriz energética.

duas

e a diretoria e corpo técnico da Aneel

áreas,

além

de

naturalmente

trabalhar

neste

etiquetagem

de

No site da Aneel existe algum material

estão

assegurar a criação de uma cadeia

objetivo. A agenda foi densa com temas

disponível e o registro do encontro está

sustentável

O

muito bem colocados pelos expositores

no YouTube.

encontro – que contou com a presença

e perguntas da plateia presente. Ficam

de toda a diretoria da Aneel, incluindo

algumas questões a serem definidas e

o incrível “Papa Francisco” chama a

o próprio diretor geral Romeu Rufino,

incentivadas como:

atenção de todos para a necessidade

mercados.

a

de

fomentar e propor uma agenda para nestes

dispostos

Programa

Algumas semanas depois do evento,

da redução do consumo (também de

além de representantes de ministérios, associações, universidades, organismos

• Uso efetivo do recurso do Propee em

energia) e respeito ao meio ambiente.

públicos

bons projetos de eficiência energética

Sem comentários. Mais um gol de placa

internacionais, de financiamento, de meio

nas

de Sua Santidade. Caríssimo Papa:

ambiente, consultores e interessados

manutenção do recurso;

no tema – foi bastante produtivo e

fundamentalmente demonstra o interesse

consumidor não só os aspectos dos

em promover mudanças que sejam mais

reservatórios

objetivas e eficazes que os modelos

tarifárias), mas outros, como o custo de

que ora se praticam. Infelizmente, as

demanda e fatores que compõem a conta

mudanças mais importantes dependem

de energia;

de mudança de lei e a Agência não tem

o poder para tal, cabendo ao poder

implantação de projetos eficientes, e fim

legislativo esta missão. Esperamos que

do ICMS para a geração distribuída com

o tema seja muito em breve tratado por

conexão à rede das distribuidoras;

esta turma, que tem se ocupado de

• “Destravamento” do Proesco e outras

outros temas de interesse nacional.

políticas de financiamento; acesso a

Como é de conhecimento de todos,

financiamentos de projetos;

o

principal

• Aspectos do PNEF, PDE e PNE e

e

privados

programa

nacionais

de

e

eficiência

chamadas

Modelo

Política

públicas,

tarifário (como

de

além

da

“venomar”, (e digamos) “Amén”.

que as

sinalize

ao

bandeiras

favorecimento

para

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br



Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Associação Catarinense de Engenheiros realiza 1º Seminário “Barramentos Blindados – Bus Way” Evento demonstrou algumas vantagens deste sistema, tais como sua viabilidade financeira, ganho na estética, segurança na operação e aumento na confiabilidade A de

Associação Engenheiros

encontro foi a troca de conhecimento.

(CredCrea-SC),

realizou

“Ficamos honrados em ajudar e difundir

aproveitou a ocasião para apresentar

Catarinense (ACE)

Gelásio

Gomes,

Seminário

o conhecimento e sempre que os

alguns dados importantes. “Começamos

“Barramentos Blindados – Bus Way”,

parceiros precisarem podem contar com

com apenas 33 cooperados, em 2004, e

com o objetivo de difundir as vantagens

a nossa casa”, afirmou.

hoje temos em torno de 10.500. Nesse

de implantação de Sistemas Bus Way,

período, já ajudamos muitas empresas

demonstrando sua viabilidade financeira

participação do presidente do Conselho

e

e atratividade para os clientes. Entre

Regional de Engenharia e Agronomia

negócios” disse.

as vantagens do software estão ganho

do Estado de Santa Catarina (Crea/

na estética, segurança na operação e

SC), Carlos Alberto Kita Xavier, que

formado por investidores, engenheiros

aumento na confiabilidade.

fez uma breve análise do engajamento

eletricistas, civis e arquitetos, fabricantes

A cerimônia de abertura teve a

da categoria e das projeções para o

de materiais para sistemas Bus Way,

presença do presidente da ACE, Celso

futuro. Xavier destacou que o mercado

técnicos das concessionárias de energia

Ternes

vice-presidente

está aquecido e com a nova geração

elétrica, secretarias de infraestrutura

da entidade, Maria Elsa Nunes, que

de profissionais a inovação tecnológica

e planejamento urbano das prefeituras

reafirmaram o compromisso da entidade

estará sempre garantida.

municipais e empresas de engenharia

com o fortalecimento da categoria.

Segundo Leal, o que impulsionou o

de

recentemente

Leal,

o

e

da

A abertura contou também com a

O diretor-presidente da Cooperativa Crédito

de

Santa

Catarina

profissionais

a

realizarem

seus

O público presente no evento era

que comercializam e executam obras de infraestrutura.

Abilux questiona PPP de iluminação pública de São Paulo Entidade solicitou ao prefeito de São Paulo que a PPP tenha cláusulas que garantam a compra de lâmpadas e luminárias de Led de fabricação nacional

A PPP de iluminação pública de São

a manutenção e geração de novos

ção solicita que “o fornecimento dos

Paulo já gerou sua primeira repercussão.

empregos, a consolidação da absorção

produtos seja em grande parte os

No final de maio, a Associação Brasileira

e a melhoria na balança comercial

fabricados localmente”.

da

(Abilux)

ao substituir as importações. “O não

Fagundes afirma ainda que se a

protocolou uma carta ao prefeito da

apoio ao fornecimento local restringe

prefeitura de São Paulo adotar as

cidade de São Paulo, Fernando Haddad,

o

da

medidas sugeridas pela Abilux agirá

solicitando que a PPP tenha cláusulas

absorção das modernas tecnologias de

de acordo com a suas diretrizes, de

que garantam a compra de lâmpadas e

iluminação pública existentes e as por

atrair novos investimentos (nacionais ou

luminárias de Led de fabricação nacional.

vir”, argumenta Fagundes.

estrangeiros) e de promover e estimular

Isso porque, segundo a associação, já

Para o presidente da Abilux, é

a expansão de empresas instaladas no

existem no país indústrias instaladas aptas

incompreensível

de

município de São Paulo, prestigiando

a atender o que é solicitado pelo projeto.

cláusulas

indústria

empregos existentes e os que estão por

nacional. Segundo Fagundes, o exemplo

ser criados.

o

Indústria

de

Iluminação

Justificando a posição da entidade, presidente

da

Abilux,

desenvolvimento

que

a

tecnológico

inexistência

apoiem

a

Carlos

de outros países mostra que é benéfico

A Abilux já havia se posicionado

Eduardo Uchôa Fagundes, afirma que

utilizar recursos públicos para dar apoio

desta forma quando da consulta pública

a participação da indústria nacional

ao desenvolvimento de indústrias locais

da PPP. No dia 24 de novembro de

de iluminação na PPP trará diversos

que geram emprego e desenvolvimento

2014, a entidade enviou documento

benefícios ao país, entre os quais

tecnológico. Neste sentido, a associa­

com sugestões e questionamentos.



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Cefet inicia operação de miniusina solar Com 6 quilowatts-pico (KWp), planta irá capacitar professores para o ensino de disciplina referente à energia solar e formar técnicos para instalar empreendimentos similares Começou a operar no início de junho a

Divulgação Sedeis/Alexandre Gaspari

miniusina de energia solar fotovoltaica do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso

Suckow

da

Fonseca

(Cefet),

localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A planta fotovoltaica terá como função, além de gerar energia limpa e renovável, capacitar professores para o ensino de disciplina referente à energia solar e formar técnicos para instalar empreendimentos similares.

O coordenador do projeto e professor

do Cefet, Mamour Sop Ndiaye, explica que a miniusina, de 6 quilowatts-pico (KWp), é capaz de atender ao consumo elétrico médio de três famílias. Em julho,

Futuramente, o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) instalará outra planta fotovoltaica de 1 KWp, cuja energia será empregada para iluminar o pátio da escola.

a planta começou a ser utilizada em uma nova etapa do curso de capacitação de

2016. Ndiaye ressaltou a importância

professores do Cefet e do Instituto Federal

da capacitação, já que, segundo ele, um

investidos R$ 80 mil. A planta faz parte

de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

dos maiores problemas atualmente na

da carteira de projetos do Programa Rio

de Janeiro.

instalação de painéis fotovoltaicos, no

Capital da Energia, da Secretaria de

Brasil, é a falta de técnicos habilitados.

Desenvolvimento Econômico do Estado

de nível técnico em energia fotovoltaica

O empreendimento propiciará também ao

do Rio de Janeiro (Sedeis) e recebeu

começou paralelamente a inauguração

Cefet produzir o próprio painel fotovoltaico em

apoio da agência alemã de fomento

do novo empreendimento. Conforme o

vez de adquiri-lo pronto. Assim, futuramente,

Deutsche Gesellschaft für Internationale

coordenador do projeto e professor do

o centro instalará outra planta fotovoltaica de

Zusammenarbeit (GIZ) e da Light Esco.

Cefet, o primeiro grupo de alunos deverá

1 KWp, cuja energia será empregada para

A Eudora Solar ficou responsável pela

se formar já no segundo semestre de

iluminar o pátio da escola.

instalação.

A formação dos primeiros profissionais

Para a construção da miniusina foram

Biomassa alcança a marca de 12.417 MW de potência instalada Fonte representa 9,1% da capacidade total instalada da matriz elétrica brasileira e está logo atrás do gás natural, que responde por 9,5% do total

A biomassa atingiu no mês de abril

sucroenergética, proveniente da cana-de-

mais 1.750 MW dessa fonte, que já estão

a marca de 12.417 MW de potência

açúcar, que bateu o recorde de 10 mil

contratados. Outros 2.400 MW estão

instalada e se consolidou como terceira

MW de capacidade instalada no referido

previstos para entrar em operação até

principal fonte de energia da matriz

mês. De acordo com a União da Indústria

2023.

elétrica brasileira. Com essa capacidade,

da Cana-de-açúcar (Unica), apenas a

a biomassa passou a representar 9,1%

biomassa de cana responde por 7% da

de

da capacidade total instalada do país. O

matriz energética do Brasil.

relacionados à biomassa vem caindo.

gás natural representa 9,5%. A fonte com

Em uma década, de abril de 2005

Enquanto, em 2010, foram instalados

participação mais importante é a hídrica:

e abril de 2015, a capacidade instalada

1.750 mil MW de energia proveniente

66,1% do total.

em usinas térmicas a biomassa no Brasil

desta fonte, em 2015, serão acrescidos

A responsável pelo crescimento da

aumentou mais de 8 mil MW. A previsão

somente 633 MW, 36% do que se instalou

participação da biomassa é a biomassa

é que até 2018 entrem em operação

há cinco anos.

A Unica, porém, destaca que o ritmo implantação

de

empreendimentos



Painel de produtos

12

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Plafon

Terminais tubulares

www.lalux.com.br

www.axt.com.br

Complementando o seu portfólio de produtos, a Lalux

Com uma grande variedade de terminais tubulares

lançou recentemente o Plafon Econômico. Com design

em seu catálogo, a AXT destaca que seus produtos são

reformulado e com o objetivo de atender às expectativas de

fabricados em cobre eletrolítico e recebem uma camada

instalação prática e boa durabilidade, o produto é injetado

de três a cinco mícrones de estanho, garantindo alta

em polipropileno com tratamento anti-UV, apresenta soquete

condutividade com maior resistência à corrosão.

E27 em cerâmica, borda de proteção no soquete (antiqueda),

Seus produtos são destinados às mais diversas

suporte do soquete com travas, além de fechamento e

aplicações e são desenvolvidos de acordo com as

acabamento do alojamento de fixação por meio de tampa

normas ABNT e internacionais. São ainda produzidas

escamoteável. Esse sistema garante maior segurança e

de acordo com as especificações do cliente.

design ao produto, que pode ser encontrado nas cores branca e preta. Outras cores podem ser oferecidas sob consulta.

Plafon conta com suporte no soquete com travas e fechamento por meio de tampa escamoteável.

A empresa desenvolve e personaliza terminais de acordo com a necessidade dos clientes.


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O Setor Elétrico / Junho de 2015

Tomadas e interruptores www.schneider-electric.com Novidade da Schneider Electric, a linha Orion de tomadas e interruptores é a primeira com dimerização de lâmpadas Led, conexão com eletrônicos e opção de personalização de espelhos. Produzida nacionalmente,

a

nova

linha

conta

com três segmentos – Orion Essence, Orion Materials e Orion You –, que são compostos por 340 itens, incluindo desde placas clássicas e interruptores convencionais até módulos eletrônicos com funções multimídia e placas com acabamento

diferenciado.

Todas

as

placas e módulos da linha podem ser trocados de forma fácil e independente. A Orion Essence apresenta sete cores

clássicas

com

acabamento

brilhante ou acetinado. A Materials possui

design

mais

moderno

com

acabamentos cromados ou de alumínio. Já a Orion You pode ser personalizada, permitindo a mistura de cores e a inserção de imagens que o cliente pode escolher. As criações são feitas por meio do Mix&Match, um aplicativo exclusivo da empresa disponível para Android e iOS. Um dos destaques da nova linha diz respeito à conectividade. As placas permitem acesso a diferentes tipos de

dispositivos

multimídias,

como

solução com conector de dados USB, tomada HDMI, tomada Mini Jack (para reprodução de músicas), entre outros.

A Orion permite ainda a dimerização de lâmpadas Leds, oferecendo variações de luminosidade facilmente controladas.


Painel de normas

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O Setor Elétrico / Junho de 2015

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

Governo publica decreto com regras para prorrogação da concessão das distribuidoras Concessionário terá direito a mais 30 anos de concessão, sem licitação e sem pagar outorga, se assumir compromissos que resultem em novos investimentos e mais benefícios aos consumidores O

Governo

Federal

publicou

em

Segundo o ministro de Minas e Energia,

contratos de concessão, ou termos aditivos

junho no Diário Oficial da União (D.O.U)

Eduardo Braga, as novas regras e parâmetros

aos atuais, as distribuidoras terão prazo

o Decreto nº 8.461/15, o qual obriga as

se alinham com o novo momento da

máximo de cinco anos para adequarem seus

distribuidoras de energia elétrica a cumprir

economia, com mais exigências de qualidade

serviços aos novos padrões de qualidade.

novas metas de qualidade e gestão, inclusive

e fortalecimento da governança corporativa.

Contudo, as metas serão anuais e devem

econômico-financeira, se quiserem renovar

Braga afirma que o consumidor está dando

seguir o princípio da melhoria contínua a

suas concessões, que vencem entre 2015

um forte apoio ao setor, de acordo com as

cada exercício, observando uma trajetória

e 2017. O documento normativo propõe

regras do realismo tarifário. “Agora ele quer

também pré-estabelecida no novo contrato.

que, em vez da realização de nova licitação,

receber a reciprocidade, quer ser tratado

o concessionário tenha direito a mais 30

como cliente Classe A, e nós temos de criar

os sócios controladores da concessionária

anos de concessão, sem pagar uma outorga,

as condições para que ele seja atendido”,

poderão ser obrigados a ter um aporte de

desde que assuma compromissos que

explica o ministro.

capital. Se o descumprimento das metas se

resultem em novos investimentos e mais

Caso as metas não sejam cumpridas,

prorrogar por dois anos seguidos ou se ao

benefícios aos consumidores, sem repasses

Descumprimento das metas

final do prazo de cinco anos qualquer das

a tarifas.

Os novos padrões de qualidade, a partir

metas estipuladas não for seguida, haverá a

O decreto exige como contrapartida da

das diretrizes do decreto, foram colocados

extinção da concessão ou a transferência do

prorrogação metas baseadas em critérios de

em Audiência Pública no dia 9 de junho de

controle societário. Nesse caso, a concessão

qualidade do serviço, de gestão econômico-

2015 pela Agência Nacional de Energia

será licitada, o mesmo ocorrendo com as

financeira, de racionalidade operacional e

Elétrica (Aneel), onde ficarão até o dia 13 de

concessões de empresas que não aceitarem

econômica e de modicidade tarifária.

julho deste ano. Após assinarem os novos

a prorrogação.

MME irá acompanhar de perto obras de energia elétrica para Olimpíadas Entre as obras estão a Subestação Olímpica, que irá atender o Centro Olímpico e alguns ramais de média tensão para fornecimento de energia elétrica a diversos locais de competição, como o Campo de Golfe

Os serviços e obras de energia elétrica

–, para acompanhar as obras e serviços

ampliação destas duas subestações para

necessários para os Jogos Olímpicos e

referentes à infraestrutura de energia elétrica

disponibilizar as saídas de linha de 138 kV.

Paralímpicos 2016, no Rio de Janeiro,

necessária aos eventos internacionais.

No total foram investidos R$ 152 milhões

serão acompanhados de perto por um

Há cinco projetos de energia elétrica

para a realização destas obras. Após os

Grupo de Trabalho (GT) criado pelo

referentes à Olimpíada de 2016 que estão

Jogos Olímpicos, a subestação reforçará o

Ministério de Minas e Energia (MME). A

sob responsabilidade do Governo Federal.

abastecimento de energia na região.

constituição do grupo faz parte da Portaria

Entre eles a Subestação Olímpica, que já

nº 11 da Secretária-Executiva do Ministério,

está concluída e tem capacidade superior à

do Governo Federal estão ainda alguns

publicada em junho no Diário Oficial da

necessária para atender o Centro Olímpico.

ramais de média tensão para fornecimento

União (D.O.U).

A obra foi realizada pela Sociedade de

de energia elétrica a diversos locais de

Propósito Específico (SPE) Energia Olímpica

competição, como o Campo de Golfe.

GT é estruturar e organizar as ações a

formada pelas empresas Light e Furnas.

Ainda estão previstas, e em fase de

serem realizadas pelo MME, com apoio dos

Além da subestação, a SPE foi

definição de recursos e prazos, a contratação,

participantes do grupo – representantes

responsável pela construção de dois ramais

por parte do Governo Federal, de geradores

do MME, da Eletrobras, e do Centro de

subterrâneos de 138 kV derivados das

como segunda alimentação para os locais de

Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel)

subestações Gardênia e Barra II, e pela

competição e para cargas temporárias.

A Portaria define que a finalidade do

Entre os projetos sob responsabilidade


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O Setor Elétrico / Junho de 2015

Comissão de Minas e Energia fiscalizará implantação de parques eólicos brasileiros Ação foi impulsionada por problemas que ocorreram entre 2012 e 2013 com parques eólicos que estavam prontos, mas que não puderam gerar energia em razão da falta de linhas de transmissão

Um colegiado da Comissão de Minas

Beto Rosado (PP-RN), destaca que, em

dos parques eólicos nestes estados. De

e Energia da Câmara dos Deputados

decorrência de solicitação do Congresso

acordo com Rosado, o TCU estimou que,

aprovou recentemente a Proposta de

Nacional, o Tribunal de Contas da União

entre julho de 2012 e dezembro de 2013,

Fiscalização e Controle 128/13 do

(TCU) realizou auditoria nos processos

o prejuízo devido aos atrasos chegou

deputado Eduardo da Fonte (PP-PE),

e contratos de implantação dos parques

a R$ 929 milhões, “pois a energia não

que prevê a fiscalização por parte da

de energia eólica localizados na Bahia,

gerada foi reposta por outra fonte mais

comissão dos processos de implantação

no Rio Grande do Norte e no Ceará,

cara, como a termoelétrica”, afirma.

dos parques de energia eólica no Brasil.

tendo sido proferido o Acórdão 1616/14.

Neste sentido, para o deputado,

Para justificar a proposta, o deputado

Rosado propôs, então, a análise deste

cabe verificar o correto planejamento

recorda que, em 2013, 26 novos parques

acórdão e a eventual realização de novas

e implantação dos parques de energia

de geração eólica, localizados no Ceará,

ações de controle para que se possa

eólica e de suas respectivas linhas

Rio Grande do Norte e Bahia, estavam

elaborar o relatório final da Proposta de

de

prontos, mas não puderam gerar energia

Fiscalização e Controle e submetê-lo ao

graves falhas, é fundamental identificar

elétrica porque as linhas de transmissão

plenário da comissão.

os

não estavam concluídas.

O

Em seu parecer de aprovação da

constatou falhas que causaram atraso

informações

proposta, o relator da comissão, deputado

na construção de linhas de transmissão

Notícias).

relator

explica

que

o

TCU

transmissão. responsáveis

“Se para

constatadas a

aplicação

das sanções pertinentes”, diz. (Com da

Agência

Câmara


Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

GE lança sua nova classe de turbinas a gás natural para o mercado brasileiro Conforme a fabricante, a linha 7HA pode atingir eficiência superior a 60%, quando a média da maioria das unidades termelétricas fica em torno de 40%

A GE apresentou em junho para o mercado nacional a sua

nova classe de turbinas a gás: a linha 7HA. Disponibilizadas com potência entre 275 MW e 337 MW, as turbinas foram desenvolvidas, segundo a GE, para serem as maiores e mais eficientes do mercado.

Segundo o gerente geral da divisão de Power Generation

Products da GE para a América do Sul, Daniel Meniuk, a eficiência do equipamento reside no ciclo combinado em que ele opera, ou seja, produzindo energia elétrica e energia térmica. Uma usina equipada com a GE 7HA pode atingir eficiência superior a 60%, quando a média da maioria das unidades termelétricas fica em torno de 40%. Conforme a GE, com cada ponto adicional de eficiência proporcionado pelo novo modelo, e a consequente redução do consumo de combustíveis, uma usina de 1 GW pode alcançar

Disponibilizadas com potência entre 275 MW e 337 MW, as turbinas foram desenvolvidas, segundo a GE, para serem as maiores e mais eficientes do mercado.

uma economia acima de US$ 5 milhões por ano.

Para o Brasil, conforme o Meniuk, o novo modelo ainda é importante, pois torna o sistema elétrico do país mais seguro estável e

redundante, devido à rápida resposta do equipamento.



Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Junho de 2015

SEL comemora 15 anos de atividades A vinda de uma unidade da SEL para o Brasil foi motivada pelo interesse da companhia norte-americana em expandir seus negócios e pela busca da diretoria nacional em oferecer um atendimento diferenciado aos clientes brasileiros

A Schweitzer Engineering Laboratories

mercado, privilegiando o desempenho e a

(SEL), fabricante de produtos e serviços

engenharia agregada. Como exemplo, ele

para automação, proteção e controle de

conta que, ao ampliar a faixa de temperatura

sistemas elétricos de potência, celebra

de operação dos relés de -40°C a 85°C,

neste ano 15 anos de Brasil. Com sede em

a empresa permitiu a instalação dos relés

Pullman, nos Estados Unidos, a companhia

em gabinetes no pátio das subestações,

atende a concessionárias de energia

sem ter o desempenho afetado pelas altas

elétrica e instalações industriais em todo o

temperaturas e reduzindo custos indiretos

mundo através de projeto, equipamentos e

de cabos metálicos, comissionamento, etc.

suporte, além de serviços especializados.

“Podemos citar também o revolucionário

protocolo

Fundada no ano 2000, a SEL Brasil

MirroredBits®,

desenvolvido

tem acompanhado, nesses últimos anos,

pela SEL em 1996 que até hoje encontra

as mudanças e as evoluções do mercado,

aplicações nas nossas soluções e que foi

como por exemplo, a evolução das normas

o precursor das mensagens GOOSE da

internacionais. Muitas dessas inovações

norma IEC 61850”, acrescenta.

dizem respeito, inclusive, à sustentabilidade.

Nesse sentido, a companhia tem procurado

as concessionárias de energia elétrica,

desenvolver soluções que sejam inovadoras,

Ayello considera que a aquisição de

mas que também proporcionem otimização

equipamentos por qualquer empresa não

do consumo.

deve se basear somente em homologação

O

diretor

da

empresa,

Fernando

Tendo como um dos principais clientes

de produtos, menor preço e com base

Ayello, responsável pela instalação da

em

companhia no país, conta que a SEL

“A aquisição de produtos deveria ser

reinventou a maneira de fazer negócios

baseada no custo total ao longo da

à medida que incentivou os clientes a

vida útil do equipamento. O custo total

especificar os produtos mais adequados

de aquisição considera não somente

às

além,

o valor do equipamento, mas sim a

implantamos uma oficina de consertos

qualidade total oferecida pelo fornecedor,

chamada Hospital de Produtos (HP),

como, por exemplo, custos diretos e

descentralizamos e expandimos o suporte

indiretos de comissionamento, operação

técnico, com engenheiros de aplicação em

e

outras cidades brasileiras e criamos o SEL

prestados, a disponibilidade da equipe

Hotline, linha de atendimento telefônico

pós-vendas,

dedicada ao esclarecimento de dúvidas

serviços em campo, e até mesmo suporte

de produtos e aplicações. Além disso,

após ocorrências no sistema elétrico”.

criamos a Universidade SEL, pioneira

Com

ao oferecer cursos de fundamentos e

companhia no país, o diretor acredita que

conceitos técnicos em proteção, controle

seu crescimento se deve, basicamente, a

e automação de sistemas elétricos de

três fatores: 1) Qualidade dos produtos e

potência e que permanece atuante há 14

serviços prestados; 2) Foco no cliente; 3)

anos, crescendo cada vez mais com novos

Monitoramento do ciclo financeiro e garantia

cursos”, enumera.

de lucro ao final de cada período. Ayello

O diretor afirma ainda que mais do que

menciona ainda que os colaboradores

atender às normas, a preocupação da SEL

foram fundamentais para o sucesso desses

segue no sentido de desenvolver soluções

três pontos e, consequentemente, para o

que superem as normas exigidas pelo

êxito da empresa.

suas

aplicações.

“Fomos

especificações

manutenção,

técnicas

serviços

fundamental

relação

ao

apenas.

adicionais

para

agilizar

crescimento

da



Painel de empresas

20

FPT Industrial apresenta seu novo presidente para a América Latina Marco Aurélio Rangel tem como objetivo ampliar as ofertas de motores voltados à geração de energia elétrica, em parceria com os clientes já atuantes no mercado hoje A FPT Industrial apresentou no início

No que diz respeito ao nicho de geração

empresas investimentos em geradores

de junho o seu novo presidente para a

de energia elétrica, Rangel tem como

de energia elétrica para escapar das

América Latina. Trata-se de Marco Aurélio

objetivo ampliar as ofertas, em parceria

altas tarifas cobradas. Este mercado, no

Rangel, engenheiro mecânico, formado

com os clientes já atuantes no mercado

entanto, não manteve o crescimento nos

pela FEI, com 23 anos de experiência no

hoje. Nesta área, o principal segmento

últimos três meses do ano, mostrando uma

segmento de motores. O principal desafio

de atuação são os chamados G Drives,

tendência de estabilização.

do executivo é, em meio à crise econômica

motores aplicados em grupo geradores.

do Brasil, conduzir à FPT a um horizonte de

Fora da América do Sul, a empresa fornece

atuação da companhia – motores para

crescimento, buscando novos clientes em

geradores completos, o que não acontece

veículo, on-road e off-road, máquinas

todos os segmentos de atuação da empresa.

na região a qual Rangel ficará responsável.

agrícolas e de construção, e aplicações

Mais especificamente, sob a liderança

De acordo com o novo presidente, mesmo

marítimas – foi registrada queda nas

de Rangel, a FPT América Latina quer

em um cenário de crise, a companhia não

vendas. Até o momento foi registrada queda

ampliar o número de clientes de fora do

planeja mudar sua estratégia.

de 10% do volume de motores produzidos

grupo de empresas que compõem o grupo

Ainda sobre o segmento de geração

pela FPT em relação a 2014. No ano que

CNH Industrial, do qual faz parte a FPT.

de energia, Rangel destaca que houve

passou, a produção foi de 60 mil motores.

Na atualidade, eles representam 47%

uma tendência positiva neste mercado

A projeção da FPT para o ano de 2015,

dos negócios realizados pela companhia

no primeiro trimestre do ano para os

segundo o novo presidente para a América

em âmbito global e 7% dos negócios

negócios da FPT “muito em razão da crise

Latina, é de que sejam fabricados 54 mil

realizados na América do Sul.

hídrica”, que vem demandando de algumas

motores.

Em relação aos outros segmentos de



Evento

22

O Setor Elétrico / Junho de 2015

CINASE 2015 Reformulado e com elevados índices de satisfação, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reforça sua importância para profissionais que buscam atualizar-se profissionalmente

Há seis anos, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) é

cidade de Joinville, em Santa Catarina. Reformulado, o congresso

reconhecido como um dos mais importantes congressos técnicos

não apenas confirmou, como superou a expectativa de todos –

do país na área da engenharia elétrica. É um evento que nasceu com

organizadores, congressistas, expositores e palestrantes – pelo alto

a inédita proposta de levar para cidades fora do eixo São Paulo-Rio,

nível dos participantes presentes, pela elevada qualidade do conteúdo

mas não menos importantes, discussões técnicas sobre o mundo das

apresentado e pela boa organização do evento. O auditório foi tomado

instalações elétricas por meio de palestras realizadas por profissionais

por aproximadamente 300 profissionais, entre engenheiros, executivos,

gabaritados em suas áreas de atuação e de um espaço de exposição

técnicos, tecnólogos e estudantes.

de produtos e tecnologias do setor.

A primeira edição deste ano de 2015 aconteceu nos dias 10

passou por uma grande transformação neste ano. De uma maneira

e 11 de junho no Centro de Convenções e Exposições Expoville, na

conceitual, o objetivo do congresso foi proporcionar ao participante uma

Com o tema “Uma viagem pelas instalações elétricas”, o CINASE


23

O Setor Elétrico / Junho de 2015

verdadeira imersão ao mundo das instalações

econômico. “Economia tem muito a ver

elétricas, desde a geração de energia,

com o setor elétrico. É um momento muito

passando pela transmissão e distribuição,

delicado, com uma série de dificuldades, mas

até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao

vamos pensar que já passamos por várias

consumo da eletricidade. Assim, as palestras

delas, somos um povo forte, firme, guerreiro

foram organizadas de modo a abordar diversas

e nas dificuldades também encontramos

temáticas do ciclo da energia elétrica, como a

oportunidades. Se a gente tiver criatividade e

dinâmica dos transformadores, a qualidade da

inteligência, podemos juntos pensar de forma

energia, os painéis de média e baixa tensão, a

positiva, enfrentar os problemas e, juntos,

eficiência energética na indústria, a proteção

fazermos um futuro de força e luz”, finalizou.

e o aterramento, a segurança do trabalho, as

As palestras que se seguiram foram

linhas elétricas e a iluminação.

proferidas

O diretor do evento, Adolfo Vaiser,

especializados e reconhecidos nos setores

explica que o CINASE é uma combinação de

em que atuam. É o caso, por exemplo, do

oportunidades para aqueles que se interessam

engenheiro João José Barrico, que participou

em ampliar seus conhecimentos e discutir

da comissão tripartite que revisou a Norma

com grandes ícones desse setor assuntos

Regulamentadora nº 10 (NR 10) em 2004, e

relativos ao setor elétrico como um todo,

que elucidou diversas dúvidas ainda existentes

abrangendo as mais diferentes áreas. Para

a respeito do documento normativo.

isso, a preparação do congresso contou com

a coordenação técnica de dois engenheiros

chamou a atenção dos congressistas, os

eletricistas especializados, Jobson Modena e

quais, logo após a apresentação, cercaram o

José Starosta, profissionais experientes em

palestrante na tentativa de esclarecer outras

suas respectivas áreas de atuação

questões da norma regulamentadora. Outro

A abertura do primeiro dia de congresso,

tema que foi recebido com muito entusiasmo

com a plateia cheia, contou com uma

pelos participantes diz respeito à recém-

apresentação de peso, que já denunciava

publicada ABNT NBR 5419, que trata dos

que o CINASE seria um evento de sucesso.

sistemas de proteção contra descargas

O presidente da Centrais Elétricas de Santa

atmosféricas. O coordenador da comissão

Catarina (Celesc), Cleverson Siewert, abriu

que revisou a norma, Jobson Modena, também

os trabalhos com uma palestra emocionante

coordenador técnico do evento, fez uma

e otimista acerca do futuro do setor elétrico

explanação de modo a transmitir o máximo

brasileiro. Em sua análise, ele admitiu que a

de informações a respeito das mudanças

alta das tarifas é uma das grandes dificuldades

trazidas pela nova norma (veja mais sobre isso

do setor, mas acredita em uma perspectiva de

a seguir).

redução do preço da energia em médio prazo,

tendo em vista uma melhoria das condições

foram as breves apresentações realizadas

hidrológicas e a contribuição da Conta de

pelas

Desenvolvimento Energético (CDE), encargo

palestras principais. Os temas abordados

que começou a ser cobrado novamente neste

por elas também foram alocados de modo

ano com a finalidade de socorrer o setor em

que o expositor complementasse o tema

momentos de crise.

anteriormente já explanado pelo palestrante.

Segundo ele, a eficiência energética é a

Dessa forma, todas as apresentações tiveram

solução que deve ser trabalhada por todos

caráter técnico, contribuindo para a formação

neste momento. Citou como referência a

do congressista, que, por sua vez, poderia

própria Celesc que, em 2011, apresentava

buscar mais informações junto ao expositor

média de investimentos nessa área da

durante os intervalos. Para o diretor técnico

ordem de R$ 5 milhões por ano, e agora

da Clamper, Wagner Barbosa, este é o

está investindo R$ 40 milhões em eficiência

modelo ideal de evento. “A Clamper acredita

energética. Siewert concluiu sua apresentação

muito nesse padrão, em que você tem uma

fazendo uma breve análise sobre o cenário

palestra técnica que gera credibilidade ao

por

profissionais

técnicos

O tema NR 10, aliás, foi um dos que mais

Uma das novidades do novo CINASE empresas

expositoras

entre

as


Evento

24

O Setor Elétrico / Junho de 2015

congressista, e tem o fabricante como apoiador. Esse modelo sempre traz bons resultados, em termos de contatos e promessas de negócios futuros”, avaliou.

Paulo Santos, da fabricante de conexões e eletrodutos Daisa,

endossa a opinião de Barbosa. Para ele, o evento é ideal para divulgação de seus produtos. “O mais importante em congressos como este é cuidar para que o trabalho de divulgação tenha repercussão, dessa maneira, a venda acontece em médio prazo, em um trabalho posterior desenvolvido por sua equipe de vendas”.

O diretor comercial do CINASE, Massimo Di Marco, explica que,

para obter bons resultados, o espaço do expositor organizado pelo evento muito contribui: “trata-se de uma área comum para todos, sem concurso de estandes e os intervalos são cuidadosamente planejados para que haja interação entre congressista e expositor”.

Os números da pesquisa realizada pela organização do evento

confirmam a avaliação positiva dos patrocinadores. De modo geral, 78% se manifestaram satisfeitos com o congresso e 22% deles afirmaram estar muito satisfeitos. A Novemp, por exemplo, foi uma das empresas expositoras que já participou de outras edições do CINASE e enfatizou o público qualificado como um dos pontos altos do evento. “Para a Novemp, o resultado foi ótimo porque estamos tentando implementar nossos produtos aqui em Santa Catarina. Fomos muito bem recebidos pela concessionária local e já conseguimos, inclusive, marcar uma reunião com a Celesc para homologar nossos barramentos blindados”, comemorou o engenheiro da Novemp, Carlos Frederico Bomeisel.

Também na opinião dos participantes, a avaliação do CINASE foi

a melhor possível. De acordo com o mesmo levantamento, 34% dos congressistas ficaram muito satisfeitos com o congresso e 66% deles declaram-se satisfeitos. Com relação ao conteúdo das apresentações, 72% dos participantes ficaram satisfeitos e 25% muito satisfeitos com o material apresentado. 89% deles admitiram que o evento lhes permitiu fazer contatos profissionais úteis, tanto durante as palestras, quanto nos momentos de intervalo para o coffee break e para almoço. O engenheiro da Celesc, Wladimir da Silva, foi de Criciúma especialmente para participar do evento e sugere que sejam três dias de congresso. “Eu achei o evento ótimo. A organização foi nota 10. O detalhe crítico diz respeito à correria, um programa muito extenso, apesar da importância de cada um. Talvez um modelo com três dias valesse a pena”.

O participante se refere às 11 palestras de especialistas e outras

16 mini palestras dos expositores. O extenso programa foi necessário para cobrir todos os assuntos propostos pelo evento para que a “viagem pelas instalações elétricas” fosse efetivamente realizada por meio das apresentações. No primeiro dia, logo após a abertura, o engenheiro Nunziante Graziano falou sobre os conceitos modernos de especificação e de uso de subestações e painéis de média tensão e o engenheiro Marcelo Paulino abordou conceitos e práticas sobre operação, manutenção e ensaios em subestações e painéis elétricos. Muitas dúvidas geradas nas apresentações foram sanadas nos momentos de coffee break, ocasião em que palestrantes, congressistas e expositores aproveitavam para estreitar relacionamento.

O diretor de vendas para a América do Sul, da Weg, Fernando Cardoso Garcia, abordou o tema eficiência energética como investimento necessário para a indústria. Em seguida, José Starosta tratou do assunto



Evento

26

O Setor Elétrico / Junho de 2015

qualidade da energia elétrica e de outros aspectos relacionados, incluindo a própria eficiência energética. O primeiro dia foi finalizado pelo engenheiro Eduardo Daniel, que deu algumas informações sobre o que deverá ser alterado na norma de instalações elétricas de baixa tensão, ABNT NBR 5410, que está em processo de revisão.

No segundo dia de congresso, além dos temas NR 10 e ABNT

NBR 5419 já mencionados, o engenheiro Nunziante Graziano falou novamente, agora em parceria com o engenheiro Wamilton Silva, da Celesc, sobre novas diretrizes de projeto e aplicação de painéis de baixa tensão e barramentos blindados. A tarde foi dedicada à temática da iluminação. O engenheiro Plinio Godoy mostrou cases com aplicação do Led e a importância de se avaliar a fotometria do conjunto ótico e não apenas dos equipamentos individualmente.

O congressista Paulo Braga, engenheiro de telecomunicações

e eletroeletrônico, atua na área elétrica há 42 anos e afirma que eventos como este são fundamentais para a atualização profissional. “A eletricidade está em constante evolução e temos sempre que estar aprendendo. Com o CINASE, tivemos acesso a informações muito valiosas. Acredito que algumas palestras poderiam ter mais tempo de duração, especialmente as referentes às normas”.

Também congressista, a engenheira eletricista e arquiteta urbanista

Schirley da Silva Quandt, que já havia participado do primeiro CINASE A abertura do CINASE Joinville foi feita pelo presidente da Celesc, Cleverson Siewert, que apresentou um panorama geral sobre o setor elétrico brasileiro e particularidades da região de Santa Catarina.

na cidade de Joinville, notou que o número de participantes é sempre muito expressivo. “É difícil acompanhar o que acontece no setor elétrico no dia a dia; esses eventos trazem isso para nós”, afirmou.



Evento

28

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Nova ABNT NBR 5419

Um dos temas de sucesso apresentado no CINASE diz

respeito à série ABNT NBR 5419, publicada no dia 22 de maio e válida a partir de 22 de junho. Alguns detalhes das partes 1, 2, 3 e 4 da nova norma que trata de sistemas de proteção contra descaras atmosféricas foram apresentados pelo engenheiro Jobson Modena, coordenador da comissão da ABNT que revisou, por aproximadamente dez anos, o documento normativo.

Tendo como base a segunda versão da norma IEC 62305 –

Lighting Protection, que uniu assuntos de várias outras normas e permitiu organizar as regras do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), o novo texto normativo foi dividido em partes e agora possui 309 páginas. Para se ter uma ideia da transformação trazida por esta revisão, a versão antiga da norma possui apenas 42 páginas.

A parte 1: Princípios Gerais estabelece os requisitos para

a determinação de proteção contra descargas atmosféricas. A parte 2: Gerenciamento de risco traz os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a terra. A parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida institui os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um SPDA e para proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA. Já a parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos - Medidas de Proteção contra

Boa parte das palestras abordou novas técnicas e tendências presentes em documentos normativos.

Workshop

Surtos (MPS) - para reduzir o risco de danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de

A grande novidade da edição 2015 do Circuito Nacional do

descargas atmosféricas (Lemp).

Setor Elétrico (CINASE) ficou por conta do workshop, momento em que, no final do segundo dia de congresso, os participantes puderam testar seus conhecimentos com um exercício prático. “O workshop é a oportunidade de se testar a teoria adquirida. É o instante em que todos podem fazer seus exercícios práticos sobre o conteúdo apresentado nos dois dias de congresso e contar com sistema de monitoramento contínuo de palestrantes, expositores e professores voluntários”, explicou o coordenador técnico do evento, o engenheiro José Starosta. Também coordenador do congresso, o engenheiro Jobson Modena, acrescenta: “O arranjo do evento somado à dinâmica do workshop é a combinação perfeita para que o congressista entenda o sentido da técnica e aplique, efetivamente, o conhecimento assimilado em sua rotina”.

A proposta do workshop foi reforçar com os congressistas todo

– ou o máximo possível – do conhecimento adquirido nos dois dias de evento. Para isso, foi elaborada uma série de exercícios que incluiu toda a cadeia do setor elétrico e que ao mesmo tempo tenha sido parte do conteúdo programático do congresso. Essa prática contou com a participação de uma equipe de professores da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Unisociesc), que, juntamente com os coordenadores técnicos do evento e os patrocinadores, apoiaram os congressistas na



Evento

30

O Setor Elétrico / Junho de 2015

produção das atividades.

Bomeisel, da Novemp, conta que achou o workshop uma ideia

inovadora e muito interessante. “houve uma participação muito grande dos congressistas e foi possível reunir o que foi apresentado pelos palestrantes e expositores em um grande esquema unifilar e todos os patrocinadores puderam contribuir”, analisou.

O coordenador de energia elétrica da Unisociesc, Carlos Roberto

da Silva Filho, conta que a interação com os coordenadores técnicos do evento foi fundamental para o sucesso do workshop. “Além disso, escolher a cidade de Joinville foi um grande ponto forte, pois se trata de uma cidade industrial que precisa desse conhecimento que foi disseminado”. A professora de engenharia elétrica da Unisociesc, Solange Alves de Oliveira concorda e enfatiza: “os congressistas se envolveram bastante e se esforçaram para responder as questões propostas. É um modelo que funciona, foi bastante produtivo”. Diversas foram as empresas que acreditaram no CINASE e patrocinaram a edição de Joinville: Andra, BRVal, Clamper, ConexLed, Daisa, Eaton, Flir, Itaim, Kian, KitFrame, Maccomevap, Maxibarras, Nexans, Novemp, Prodesmec, RDI, Rittal e Taf. O congresso contou ainda com o apoio de entidades regionais, nacionais e internacionais, como a Associação Catarinense de Engenheiros (ACE), a Abracopel, a CEAJ, a Celesc, o Crea-SC, o IEEE, a Minipa, a Santa Rita, o Sinduscon, Ao fim do congresso, os participantes testaram os conhecimentos adquiridos em um workshop prático, com apoio dos coordenadores técnicos do evento, de alguns expositores e de uma equipe de professores da Unisociesc.

a Stemac, o portal Voltimum, a Unisociesc e a Weg.

A próxima edição do evento já tem data marcada. Acontecerá nos

dias 8 e 9 de setembro, na cidade de Recife (PE).


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

32

Capítulo VI – Led • As fontes de luz na iluminação urbana • Aspectos quantitativos da luz • Aspectos qualitativos da luz • Led

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez

42

Capítulo VI – Cálculo de queda de tensão utilizando cargas alocadas • Aplicação dos fatores de diversidade • Método de alocação de carga • Aplicação do fator de alocação

EQUIPAMENOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

46

Capítulo VI – Especificações técnicas de disjuntores, secionadores, painéis e para-raios feitas por concessionárias de energia • O que fazer e o que não fazer em uma especificação técnica para compra de equipamentos • Folha de dados para para-raios • Folha de dados de transformador de corrente

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Alberto J. Fossa Capítulo VI – Análise estratégica sobre a ABNT NBR ISO 50001 e as oportunidades para o mercado de eficiência energética – Parte 1 • A estrutura e o Fórum Internacional de Gestão da Energia • A norma de gestão da energia – ISO 50001 • Escopo da norma

54


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

Capítulo VI

Led Por Plinio Godoy*

As fontes de luz na iluminação urbana

de reações eletromagnéticas, químicas, entre

lâmpada como fonte de luz. O mesmo

Muitas

aconteceu, há muito tempo, quando não se

quando iniciei um estágio, na época, na fábrica

poderiam ser consideradas luz se nossos olhos

podia mais falar do gás como forma “lógica”

do pai de um amigo meu de escola. Foi neste

conseguissem utilizá-las de forma útil. Seria um

de iluminar as cidades.

momento que tomei contato com um mundo

outro mundo para nós se conseguíssemos ver

O desenvolvimento busca novas fontes

bastante específico com o qual me enamorei e

o raio X, os infravermelhos ou os ultravioletas.

de luz mais econômicas, eficientes ou que

decidi conviver eternamente, um verdadeiro

No entanto, somos limitados e ficamos

produzam melhor luz, mas, muitas vezes,

casamento que dá certo até hoje, passados mais

apenas com uma estreita faixa energética que

criam-se novos mercados e a “geopolítica”

de 30 anos.

chamamos de luz.

do setor é completamente transformada.

Trabalhando no campo da iluminação,

percebo um momento muito interessante que nos impede de falar somente da

Com o advento do Led, nada mais fica

Atuo no campo da iluminação desde 1983,

Esta fábrica possuía um goniofotômetro,

outras, capaz de produzir radiação visível, que os olhos humanos captam e entendem. outras

formas

de

energia

Dentro da faixa UV, temos as UV-A, B e C

fontes, lâmpadas de testes e ali comecei a

sendo esta última considerada como germicida

como era antes. Até quando? Quem viver,

aprender a como lidar com a luz.

e a primeira utilizada para bronzeamento

verá!

artificial. Eu, particularmente, prefiro a praia.

A luz é uma consequência de vários tipos


http://www.ledavice.com.au

Apoio

A vida dos homens ficaria bem difícil

se todas as mulheres parecessem estar pegando fogo, não? Melhor ficarmos com nossa visão da luz como já estamos acostumados.

Conhecendo então as partes úteis da

radiação eletromagnética conhecida como luz visível e sua vizinhança, devemos entender

que,

como

mencionado

anteriormente, muitas coisas geram luz. No http://i-cdn.phonearena.com/

entanto, essas “coisas” devem se mostrar economicamente

viáveis

para

serem

consideradas como fontes de luz para nossa utilização.

A viabilidade econômica No campo da iluminação, as fontes de luz que convivemos atualmente foram fruto de ideias antigas e que foram sendo desenvolvidas ao longo do tempo e agregadas a outras descobertas até se tornarem viáveis técnica e economicamente.

Para termos uma ideia disso, veja a

33


Apoio

http://cfile2.uf.tistory.com/

Iluminação pública e urbana

34

seguir que, em 1907, um britânico que

Estas

trabalhava no laboratório de Marconi,

departamentos

pelos

produzem uma luz branca mais neutra

pois

e com melhor reprodução de cores pela

chamado Henry Joseph Round, informou

apresentavam uma vida útil maior do

adição de halogenetos metálicos ao tubo

a primeira vez que conseguiu uma luz

que as lâmpadas de mercúrio, alguns

de descarga da lâmpada de mercúrio,

amarelada aplicando 10 V em um cristal de

modelos ficaram bastante famosos, pois

porém, dependendo da aplicação, ainda

Carborundum (Silício).

eram híbridos, ou seja, não precisavam de

apresentava baixa vida útil.

reatores específicos, depois com o tempo

tínhamos as claras, as foscas, as ovoides e as

e as halógenas eram as mais utilizadas,

tubulares, que substituíam as lâmpadas de

pois eram eventos de curta duração e

mercúrio.

que utilizavam muito a capacidade de

testemunhas da evolução das fontes de luz

reprodução de cores.

no âmbito da iluminação urbana. Lembro

pela lâmpada se comportava de maneira

que, ainda pequeno, morador do bairro

diferente com essa substituição. Os sistemas

de Pinheiros, em São Paulo (SP), quando

óticos não eram equivalentes. Por essa

houve a troca da lâmpada incandescente

razão, criaram-se as lâmpadas ovoides

que existia desde então, na frente do prédio

foscas para substituir fotometricamente as

como consumo energético e vida útil, a

que morava, por uma outra fonte de luz

lâmpadas a vapor de mercúrio.

lâmpada a vapor de sódio de alta pressão se

muito branca, a impressão que tive era de

Foram

que a noite tinha virado dia. Era a lâmpada

luminárias “Cobraheads” ou “Cabeças de

ser utilizada nas cidades.

a vapor de mercúrio em alta pressão, a

Cobra”, inicialmente nos Estados Unidos e

Programas federais, como o Procel

conhecida VM. Isso aconteceu por volta

depois copiadas no mundo inteiro.

Reluz, incentivaram o uso desta tecnologia

de 1970. Lembro que as pessoas saíam nas

Em

a

com luminárias fechadas e fotometria

ruas, de noite para ver o mundo claro e

necessidade de lâmpadas que reproduzissem

específica, resultando, assim, na visão geral

branco.

melhor as cores, como em eventos

das nossas cidades, as “cidades laranjas”.

Utilizando as novidades

Na vida prática, muitos de nós fomos

foram

bem-vindas

de

iluminação,

O que se notava era que a luz produzida

desenvolvidas

outras

as

aplicações,

famosas

havia

No teatro, as lâmpadas incandescentes

Aspectos quantitativos da luz Considerando os aspectos operacionais,

estabeleceu no Brasil como a fonte de luz a

Vamos entender a situação:

Pensando bem, a iluminação não era

esportivos. A tecnologia dos eletrodos de

ruim, comparando-se com a luz fraca

carbono era utilizada, mas a um alto custo

da lâmpada incandescente, que também

operacional, pois as lâmpadas não duravam

• As normas relativas à iluminação

não era ruim. Não se reclamava da luz

muito, além de serem caras, o que tornava a

pública utilizam quantidade de luz como o

produzida, era uma luz branca morna

operação bastante dispendiosa.

principal objetivo do sistema de iluminação;

e até agradável. Ocorre que, mais tarde,

Foram desenvolvidas as lâmpadas

• Os luxímetros e fotômetros medem a

vieram as lâmpadas a vapor de sódio, que

chamadas lâmpadas a vapor metálico,

luz visível que chega no plano da via e que

produziam uma iluminação alaranjada, a

que produziam luz de razoável qualidade

é refletida ao observador com base em uma

qual os fabricantes chamavam de “branco-

a um custo operacional menor que as

curva de sensibilidade que é calibrada pela

dourada” (marketing é tudo!).

lâmpadas de eletrodos. Estas lâmpadas

visão diurna (fotópica);


Apoio

35


Apoio

Iluminação pública e urbana

http://images4.fanpop.com/

36

• A lâmpada a vapor de sódio de alta pressão produz melhores resultados que outras fontes de luz consumindo potências menores; • As lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão apresentam uma vida útil maior e, consequentemente, custos operacionais menores.

Então, viva as lâmpadas a vapor de sódio

de alta pressão!

Aspectos qualitativos da luz Já foram mencionados, em capítulos anteriores, os aspectos considerados para a qualidade da luz, sendo que alguns deles são bastante prejudicados pela utilização das http://edgblogs.s3.amazonaws.com/

lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão (VSAP), como a capacidade de reprodução de cores. Somente percebemos o quanto esta qualidade é importante quando vivenciamos um espaço iluminado por fontes de luz que têm maior capacidade de reprodução de cores, pois estamos tão acostumados a usar as cidades sob a luz amarela da lâmpada a vapor de sódio que já estabelecemos uma relação de expectativa. Esta questão foi bastante observada quando a iluminação da Avenida Paulista, em São Paulo, foi substituída de VSAP para vapor metálico, quando muitos acharam estranho por estarem acostumados com a luz amarela.

Hoje, passado algum tempo, a iluminação

branca passou a ser uma referência de qualidade para as cidades. Atualmente,

muitas

cidades

estão

mudando os sistemas de iluminação para a luz branca, o que é interessante, mas, como sempre, alguns cuidados são necessários.

A luz branca

A luz branca, em linhas gerais e de maneira

resumida, é a luz mais percebida, no período noturno urbano, pelos olhos humanos. Neste

período,

temos

a

“visão

mesópica”, que compreende uma faixa definida de quantidade de luz, mostrada http://www.ecse.rpi.edu/~schubert/Light-Emitting-Diodes-dot-org

na imagem a o lado:


Apoio

37

Vejam que o regime de visão fotópica www.arrivealive.co.za

(Photopic vision regime) percebe níveis de iluminação superiores e como os fotômetros, luminancímetros e luxímetros, em sua maioria, utilizam as curvas de sensibilidade fotópica, teremos uma leitura que não é diretamente relacionada com a realidade. Assim,

se

tivermos

atendendo

à

norma com uma classificação que define a iluminância média em 30 lux, teremos, na verdade, mais luz quando utilizamos a luz branca do que quando utilizamos lâmpada VSAP, por exemplo. Esta

percepção

se

relaciona

com

o conceito de lúmens efetivos, ou seja,

curva fotópica.

dos cálculos, deveríamos multiplicar o

dependendo do tipo de fonte de luz e suas

Estas considerações devem ser bastante

fluxo luminoso apresentado no catálogo da

características espectrais, teremos nossa

analisadas, pois muitas vezes os cálculos

lâmpada VSAP por 0,62 e o da lâmpada a

visão mais ou menos estimulada e, por

luminotécnicos podem levar a um erro,

vapor metálico por 1,49, o que impactará seus

consequência, nossa percepção da claridade.

considerando que podem avaliar somente a

resultados definitivamente.

visão fotópica, e não a mesópica, correta para

de uma fonte de luz ser percebida pelos olhos

o ambiente urbano noturno.

dos lúmens efetivos e sua aceitação técnica

humanos é chamada de S/P Ratio (Scotopic

Veja o índice das lâmpadas VSAP e

dependerá da revisão das normas brasileiras

/ Photopic) e seu valor é um multiplicador

comparem com as lâmpadas a vapor metálico,

respectivas de iluminação. Vemos aqui um

do fluxo luminoso medido pelo sensor com

0,62 X 1.49. Na prática, para a elaboração

um exemplo prático (foto):

Uma relação que demonstra a capacidade

É importante salientar que a aplicação


Em suma, a utilização da luz branca,

quer seja com lâmpadas de descarga, quer seja de indução ou Led, permite que seja utilizada uma potência luminosa menor do que com lâmpadas VSAP, por exemplo, o que apresenta uma potência elétrica também menor.

Led

Não vamos aqui detalhar as diversas

tecnologias de lâmpadas de descarga utilizadas na iluminação pública e urbana, pois bastante material está disponível junto aos fabricantes e literatura farta pode ser encontrada na internet. Vamos ao Led. A

tecnologia

Led

está

em

desenvolvimento e com ela também seus resultados, impactos na vida das pessoas e respostas técnicas às previsões. Sim, as previsões são necessárias porque tudo é ainda bastante novo e muitas das expectativas de manutenção de lúmens, assim como durabilidade, funcionalidade no campo, variações com a temperatura, funcionamento

com

a

qualidade

da

corrente, fornecida ao equipamento no campo e tantas outras variáveis, estão sendo graybar.com

Iluminação pública e urbana

38

http://image.slidesharecdn.com/ellipzlightingtechnologyoverview

Apoio

aferidas e constatadas ou repensadas.

As consequências da aparência de cor,

da fotometria, da precisão da luz na busca pela fotometria mais eficaz começam a ser analisadas no mundo real. Dentre as questões que precisamos prestar atenção ao adotar uma solução Led, estão: • Aparência de cor

O universo de fabricantes e produtos

Led é bastante grande e a padronização é muito pequena, ou seja, diferentemente das lâmpadas, que eram equivalentes entre suas tecnologias, podemos ter grandes variações quando falamos de luminárias para iluminação pública com a tecnologia Led.

A aparência de cor pode variar de 2.500

K até 6.000 K, ou seja, de uma luz branca quente (amarelada) até uma luz branca fria (azulada).


Apoio

39


Apoio

Fonte: cree.com

O que isso impacta no resultado?

Normalmente, para assegurar o maior

conforto para os cidadãos, buscamos utilizar nas vias mais movimentadas e mais iluminadas fontes Led com aparência de cor branca neutra, ou 4.000 K.

Uma diferença básica entre os Leds com

emissão de 3.000 K e os demais, com 4.000K, 5.000 K ou acima, é o fluxo luminoso por W consumido. Um Led que produz luz branca mais suave, 3.000 K, apresentará um fluxo luminoso menor que um Led que produz luz branca mais azulada.

Exemplo de via iluminada com luminárias LED com emissão 4.000 K.

Qual o motivo disso? A luz produzida

http://cdn.trendhunterstatic.com/

pelo Led é azulada e, para torná-la mais sutil, com aparência mais suave, são necessários depósitos de material amarelado, o que diminui a relação Lm/W consumido.

Em ambientes como praças, vias locais

e de uso pedonal, sugerimos a utilização de equipamentos com fontes de luz com aparência de 3.000 K pelo fato de ser necessário menos luz e assim tornar o ambiente mais confortável aos usuários. • Fotometria

A distribuição de luz produzida em

uma luminária Led é mais controlada do que em uma luminária HID. http://www.ledsmagazine.com/

Iluminação pública e urbana

40

Assim,

devemos

ter

cuidado

na

especificação do equipamento para que sua curva fotométrica seja compatível com as necessidades do seu projeto. Procure utilizar sempre equipamentos que produzam as fotometrias conforme a Comissão Internacional de Iluminação (CIE). Fotometrias distintas servem para resolver problemas distintos no seu projeto: • Ofuscamento

Além da fotometria, a potência a ser

utilizada deve estar de acordo com as normas, porém, devem ser realizados testes de campo para verificar o nível de conforto ótico produzido, evitando-se o ofuscamento.

Perceba na foto a seguir que os arredores

escuros não estão sendo iluminados pela fotometria da luminária. Percebe-se também que a modelagem é um aspecto


http://www.kslights.com/

Philips.com

Apoio

São muitas variáveis, motivo pelo qual todo cuidado é pouco na hora de decidir a especificação para compra ou licitação. Os resultados poderão ser os melhores possíveis ou os piores possíveis, dependendo do grau de profundidade do seu projeto e especificação.

A melhor maneira de estabelecer uma

boa relação de preços e resultados é a definição precisa dos resultados esperados, testes e homologações e uma especificação bem feita e desenvolvida.

Algumas instalações com Leds já estão

sendo desenvolvidas no Brasil, vamos ficar atentos para os bons e maus resultados, pois assim melhoramos nossa curva de importante na iluminação urbana.

pública, todavia, é preciso ter cuidado com

Luminárias Led podem ser bastante

as informações coletadas, pois não lidamos

restritas na sua fotometria, isso faz com que

com o Led, mas sim com um sistema

o resultado possa não ser considerado bom.

chamado luminária a Led.

Verifiquem os dados fotométricos

Um mesmo Led pode ser utilizado

fornecidos pelos seus fornecedores e

em luminárias com projetos térmicos e

realizem testes para avaliar, no campo, o

fotométricos distintos, assim, de nada

que melhor resolve seu problema.

serve dizer que determinado fabricante

Conclusão

trabalha com determinado Led. O que deve ser analisado é o conjunto Led + projeto térmico + fotometria + projeto mecânico +

Muito se fala sobre o Led na iluminação

controles e drivers.

aprendizado sobre esse tal de Led.

No próximo capítulo, falaremos com

mais profundidade sobre as luminárias com Leds. * Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

Capítulo VI Cálculo de queda de tensão utilizando cargas alocadas Por Manuel Luís Barreira Martinez*

Quedas de tensão em alimentadores,

ramais

ou

em

transformadores

de distribuição, a partir dos Fatores de

fatores de diversidade é aplicado. O mesmo

de

Diversidade, considera número total de

sistema e cargas alocadas do capítulo

distribuição são de interesse para os estudos

consumidores a jusante do segmento de

anterior são considerados.

relacionados à distribuição de energia

linha ou transformador. Este procedimento

elétrica.

foi demonstrado no capítulo anterior deste

Exemplo 1:

Os valores das quedas de tensão,

fascículo. A partir do conhecimento dos

conforme mostram os exemplos a seguir,

fluxos de carga nos segmentos de linha

no ponto N1 para o sistema do primeiro

podem ser calculados utilizando dois dos

e por meio dos transformadores, bem

exemplo do capítulo anterior é de 13,8

métodos apresentados. Nestes estudos,

como dos valores das impedâncias destes

kV, calcular as tensões secundárias nos

considera-se que as cargas alocadas são

elementos é possível calcular as quedas de

três transformadores usando os fatores

modeladas por potência real e reativa

tensão existentes. Como discutido a carga,

da diversidade. O sistema mostrado no

constante.

Considerando que a tensão entre fases

nestes casos, é modelada por potência, ativa

exemplo primeiro do capítulo anterior,

sobre este tipo de modelagem de carga

e reativa, constante.

incluindo as distâncias dos segmentos, é

fogem aos objetivos gerais desta análise e

mostrado na Figura 1.

procedimentos.

uma solução interativa, é possível assumir

Ressalta-se

que

discussões

Aplicação dos fatores de diversidade

Nestes casos, com o intuito de evitar

um valor para a tensão na fonte. Desse

Considerar:

modo, os valores para as quedas de tensão

I- Fator de potência das cargas

são calculados a partir deste ponto até o

cos ϕ = 0,92 Indutivo.

último transformador. O processo de alocar cargas aos

segmentos de linhas ou aos transformadores

o método de alocação de cargas utilizando

O exemplo a seguir demonstra como

II- Impedância das linhas z = 0,6536 + j 0,4763 [Ω/km] → Cabo RAVEN III- Dados dos transformadores:

A máxima demanda diversificada para

um fator de potência de 0,92 indutivo e Figura 1 – Ramal N1 – N4 com três transformadores e 18 consumidores.

para a potência base de 100 kVA é:


Apoio

43

Convertendo

as

impedâncias

dos

transformadores para valores por unidade referida à potência base de 100 kVA, temos:

Convertendo as impedâncias de linha

para valores por unidade referida à potência base de 100 kVA, temos:


Apoio

44

três transformadores usando o método

Análise de consumo de energia e aplicações

dos fatores da diversidade. As informações estão na Figura 1. Considerar: I- Dados dos exemplos 1 e 2. II- Demanda medida – N1 = 92,9 kW

Considerando um fator de potência

de 0,92 indutivo para a demanda medida em N1, vem:

- Fator de alocação:

Alocando as cargas para cada um dos

três transformadores:

Finalmente, calculando o percentual da

queda de tensão para os secundários dos transformadores, temos:

Calculando os fluxos nos trechos de

linha:

Aplicação do fator de alocação

Quando apenas as características do

transformador são conhecidas, conforme discutido, é possível alocar as cargas do alimentador com base na demanda medida

A partir dos valores dos fluxos

e na potência nominal dos transformadores.

nos trechos de linha e por meio dos

O exemplo 2 demonstra como o método do

transformadores, é possível aplicar o

fator de alocação é aplicado.

mesmo procedimento para o cálculo das tensões nos transformadores utilizado

Exemplo 2:

previamente no exemplo 2.

Considerando que a tensão entre

fases no ponto N1 para o sistema do

obter:

exemplo 1 do capítulo anterior é de 13,8 kV, calcular as tensões secundárias nos

Segundo este procedimento, é possível


Apoio

• “ELECTRICAL

DISTRIBUTION

ENGINEERING”, A.J. Pansini, CRC PRESS LLC, 2007. •

Finalmente, calculando o percentual da

queda de tensão para os secundários dos transformadores, temos:

Referências •

“ELECTRIC

UTILITY

DISTRIBUTION

SYSTEMS REFERENCE BOOK”, Westinghouse Electric, 1959. • “DISTRIBUTION SYSTEM MODELING AND ANALYSIS”, W. H. Kersting, CRC PRESS LLC, 2002. • “ELECTRICITY DISTRIBUTION NETWORK DESIGN”, E234. Lakerv, E. J. Holmes, IEE Power Engineering Series 21, 2003.

“POWER DISTRIBUTION ENGINEERING”,

J.J. Burke, Marcel Dekker, 1994. *Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

45


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

46

Capítulo VI Especificações técnicas de disjuntores, secionadores, painéis e para-raios feitas por concessionárias de energia Por Sérgio Feitoza Costa*

Neste fascículo são apresentados

escrever um longo texto, referenciar a

laboratório neutro e reconhecido. Entre

conceitos de engenharia para projeto

norma técnica IEC ou a norma nacional

os ensaios de rotina previstos na norma

e especificação de equipamentos de

equivalente, se esta estiver atualizada.

os seguintes são exigidos. É um texto

subestações de transmissão e distribuição.

Em geral, no Brasil, as normas brasileiras

simples, completo e com base em um

O primeiro artigo desta série cobriu

estão defasadas em, no mínimo, três

documento

aspectos de estudos do sistema elétrico

anos, com relação às suas normas-base

empresa privada é relativamente simples

que servem de base para as especificações

da IEC. Isso ocorre, como já explicado

seguir este tipo de estratégia.

técnicas dos equipamentos. O segundo

em capítulos anteriores, pelo longo tempo

cobriu conceitos sobre curtos-circuitos,

que é utilizado para traduzir as normas

outro requisito oriundo da experiência

ampacidades, sobrecargas e contatos

IEC em inglês para as normas brasileiras

da empresa que está comprando o

elétricos. O terceiro abordou o tema

em português. Seria bem mais inteligente

equipamento, ter-se-ia em mãos uma boa

“técnicas de ensaios de alta potência,

se

normalização

especificação. É, entretanto, muito comum

laboratórios de ensaios e principais

brasileiro agisse com a IEC como outros

que a especificação publicada nas licitações

ensaios”. No quarto capítulo, falou-se

países fazem para que pelo menos

seja longa e confusa. O erro mais comum

sobre os estudos elétricos de sobretensões,

algumas normas IEC fossem, na origem,

é copiar na especificação longas partes da

coordenação de isolamento e impactos

publicadas também em português.

norma técnica de referência, muitas vezes

de campos elétricos e magnéticos. No

Utilizando um disjuntor de alta

com erros de interpretação dos termos.

capítulo anterior, o tema abordado foi

tensão como exemplo, a especificação

Para

a recente brochura Cigré 602, sobre

técnica ideal de um disjuntor de 145

impossível utilizar especificações simples

simulação de arcos. Já o tema deste sexto

kV – 2.000 A – 31,5 kA seria um texto

porque precisam atender em seus editais

capítulo são as especificações técnicas

muito curto e mais ou menos como: “o

a uma série de leis e regulamentos que

de disjuntores, secionadores, painéis e

disjuntor, objeto desta especificação,

acaba tornando estas empresas ainda

para-raios feitas por concessionárias de

deve atender aos requisitos das normas

mais pesadas e ineficientes. Foi uma pena

energia.

62271-1 – Equipamentos de Manobra

pararmos o processo das privatizações que

de Alta Tensão – Parte 1: Especificações

estava em bom andamento antes de 2003.

Comuns e IEC 62271-100 – Disjuntores

A esta altura já estaríamos em um patamar

de Alta Tensão de Corrente Alternada”.

bem melhor. O resultado desta interrupção

Os dados específicos do disjuntor

foi a confusão que virou o setor elétrico

O que fazer e o que não fazer em uma especificação técnica para compra de equipamentos

o

organismo

de

internacional.

Para

uma

Com estas informações e mais um ou

empresas

estatais

é

quase

estão na folha de dados a seguir. O

com tarifas muito maiores que nos demais

Para criar um referencial, vamos

disjuntor deve ter sido submetido a todos

países, contando ainda para isso com a

partir do princípio de que a especificação

os ensaios de tipo previstos na norma,

ajuda de uma carga tributária absurda e sem

técnica mais eficiente é, ao invés de

comprovados em relatório emitido por

retorno para quem paga os impostos.


Apoio

47

Tabela 1 – Folha de dados Item

Unidade

Descrição

O que incluir

A3

Local de instalação

-

Ao tempo

B

Condições locais

-

Coordenadas geográficas, clima,

C

Características do sistema elétrico

C1

Tensão nominal

kV

138

C2

Tensão máxima de operação

kV

145

C3

Número de fases

C4

Frequência nominal

C5

Tipo de aterramento do neutro

-

Isolado

Alimentação do motor de carregamento da mola

V

220 Vca +10%, -20%

SF6

altitude e grau de poluição do local

C6.1

-

-

3

Hz

60

D

Características gerais do equipamento

D1

Meio isolante

-

D2

Religamento (tripolar/monopolar)

-

Tripolar

D4

Condições de serviço (normais/especiais)

-

Normais

D6

Desempenho quanto a reacendimento durante chaveamento de correntes capacitivas (classe C1 ou C2)

-

C1

D7

Classe de durabilidade mecânica (classe M1 ou M2)

-

M1

D8

Classe de durabilidade elétrica (classe E1 ou E2)

-

E1

E

Características elétricas do equipamento

E5

Níveis de isolamento

-

E5.1

Tensão suportável nominal de curta duração à frequência industrial (1 minuto)

E5.2

Tensão suportável nominal de impulso atmosférico

kVef.

275

kVpico

650

E6

Corrente nominal

A

2.000

E7

Número de polos

-

3

E9

Ciclo de operação

-

O-0,3 seg-CO-3 min-CO

E10

Fator de primeiro polo

-

1,5

E11

Capacidade de interrupção nominal em curto-circuito

kAef.

31,5

E12

Capacidade de interrupção de corrente de magnetização de transformadores

A

10

E14

Tensão de restabelecimento transitória para faltas nos terminais, faltas quilométricas e discordância de fases

kV

Tabela xxx da IEC 62271

E15

Tensão de rádio interferência

-

E16

Características para faltas quilométricas

-

E17

Duração nominal de curto-circuito

seg

1

E18

Chaveamento de correntes capacitivas

-

Sim

E19

Corrente nominal de interrupção de linhas em vazio

A

75

E20

Corrente nominal de interrupção de cabos em vazio

A

160

E21

Corrente nominal de interrupção de banco único de capacitores

kA

Informar

E22

Corrente nominal de interrupção de banco de capacitores em contraposição

kA

Informar

E23

Sim

Corrente nominal de interrupção e estabelecimento em discordância de fases

kA

Informar

E25.3

Tempo de interrupção

ms

50 (3 ciclos)

E25.4

Discrepância máxima entre polos (entre contatos principais)

ms

5

F1.1

Mecanismo de operação elétrico a carregamento de molas

F3

Tensão do motor de acionamento das molas (VCA/VCC)

V

220 Vca +10% -20%

F4

Tensão nominal das bobinas (VCA/VCC)

V

125 Vcv +10%, -20%

Devemos rapidamente voltar a pensar

com a corrupção.

erros do tipo destes exemplos a seguir,

em privatizar tudo que seja privatizável.

Voltando às questões técnicas das

extraídos de algumas especificações que

Diminuindo-se a interferência dos governos

especificações, quando se reescreve na

tenho lido:

e partidos políticos nas empresas estatais

especificação partes de textos das normas

diminuirão as perdas com a ineficiência e

técnicas, corre-se o risco de inserir no texto

• Errado: A elevação de temperatura dos


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

48

contatos deve ser 53 °C. É uma frase sem

especificações são os clássicos, detalhados

sentido e o correto seria dizer que devem

nos capítulos anteriores desta série ou seja:

ser atendidos no ensaio de elevação

são relacionados com ensaios como: • Tensão suportável no invólucro sem a

• Ensaios de interrupção e estabelecimento

parte interna ativa;

especificados na norma IEC-62271-1;

em curto-circuito;

• Tensão residual para impulso de corrente

• Errado: O projeto dos contatos deve ser

• Tensão suportável a impulso atmosférico;

íngreme,

feito de modo que as forças eletromecânicas

• Tensão suportável a impulso de manobra

manobra;

não possam abri-lo. Esta é também uma

a seco e sob chuva;

• Corrente suportável de impulso retangular

frase sem nenhum efeito prático efeito.

• Tensão suportável a frequência industrial,

de longa duração e de descarga de linhas de

O correto seria especificar o ensaio de

a seco (1 min), sob chuva (10 s);

transmissão;

correntes suportável de curta duração e de

• Elevação de temperatura;

• Ciclo de operação (impulso de corrente

crista que existe nas normas exatamente

• Corrente suportável nominal de curta

elevada e de manobra);

para comprovar se o equipamento suporta

duração e crista;

• Característica "tensão de frequência

os efeitos das forças;

• Resistência mecânica e operação;

industrial x tempo”;

• Errado: Devem ser utilizados materiais

• Tensão de rádio-interferência;

• Alívio de sobrepressão interna;

da melhor qualidade técnica, novos e de

• Ensaio de corona visual.

• Tensão de rádio interferência e de

de

temperatura

os

limites

máximos

fabricação recente. O correto é especificar

impulso

atmosférico

e

de

ionização interna;

quais normas ABNT, ANSI, IEC, NEMA,

Para secionadores de alta tensão,

• Ensaios do desligador automático;

ASTM, ou outras, devem ser atendidas nas

como são equipamentos que em geral

• Poluição artificial;

partes específicas;

estão em série com um disjuntor,

• Estanqueidade;

• Errado: Qualidade de execução: a mais

as

• Medição das descargas parciais;

alta qualidade e em conformidade com as

mostradas acima, com exceção dos

• Distribuição de corrente, em para-raios

melhores e mais modernas práticas de alta

requisitos de capacidade de interrupção

multi-colunas.

qualidade. Este tipo de frase não serve para

em curto-circuito, que não se aplicam

nada, pois não há um padrão de verificação

aos secionadores.

e vai na direção contrária das normas ISO

Para

dos

extraídas de uma folha de dados de uma

para qualidade.

termos utilizados são diferentes daqueles

especificação de para-raios para o mesmo

empregados nos disjuntores e secionadores.

sistema de 138 kV de onde vieram os dados

Os principais aspectos das especificações

do disjuntor acima.

Os principais ensaios requeridos nas

especificações

os

são

para-raios,

similares

às

muitos

A seguir estão algumas características

Tabela 2 – Folha de dados para para-raios Item

Descrição

Unidade

Especificado

B

Local de instalação Condições locais

-

Ao tempo

B1

Condições anormais locais de serviço diante da IEC 60099-4

-

Coordenadas Não geográficas, clima,

B1.2

Temperatura máxima média anual

ºC

altitude e grau de42poluição do local

B1.3

Características Temperatura média do sistema diária elétrico (valor máximo)

ºC -

30

B1.4

Tensão nominal Umidade relativa média

kV %

80138 a 90

Tensão máxima Atmosfera ambiente de operação

kV -

145

-

Não 3

Hz -

Sim 60

B2 B2.1

Número de fases Corrosivo

B2.2

Frequência Presença denominal pó

B2.3

Tipo de aterramento do neutro Agressivo

-

Isolado Sim

B2.4

Alimentação Atmosfera explosiva do motor de carregamento da mola

V -

220 Vca Não +10%, -20%

C

Características do gerais sistema do equipamento elétrico iguais às do disjuntor acima

D

Meio isolante gerais do equipamento Características

-

SF6

D1

Religamento Tipo construtivo (tripolar/monopolar)

-

Óxido de Tripolar zinco (ZnO)

D2

Condições Tipo de instalação de serviço (normais/especiais)

-

Autoportante Normais

D4

Desempenho Isolador (porcelana/polimérico) quanto a reacendimento durante chaveamento de correntes capacitivas (classe C1 ou C2)

D5

Classe de Altura mínima durabilidade da estrutura mecânica suporte (classe M1 ou M2)

D6 D8

-

Porcelana C1

mm

≥ M1 2500

Classededematerial Tipo durabilidade dos isoladores elétrica (classe E1 ou E2)

-

Porcelana E1

Características Esforço máximoelétricas suportável do equipamento nos terminais

N

Informar


Apoio

49


Apoio

50

Descrição

Unidade

Especificado

D9

Distância de escoamento

mm/kV

Informar

D10

Barra chata

Equipamentos para subestações de T&D

Item

Terminais de linha (incluídos no escopo de fornecimento)

-

E

Características elétricas do equipamento

-

E1

Tensão nominal

kV

120

E2

Tensão máxima de operação em regime contínuo (MCOV)

kV

Mínimo de 92

E3

Máxima sobretensão temporária (TOV)

-

E3.1

0,1 segundo

pu

1,15

E3.2

1 segundo

pu

1,10

E3.3

10 segundos

pu

1,05

kA

10

kJ/kV

4

E4

Corrente nominal de descarga (onda 8/20 µs)

E5

Capacidade de absorção de energia

E6

Classe de descarga da linha de transmissão (1 a 5)

-

2

E7

Corrente de alívio de pressão, duração de 0,2 seg

kA

63

E9

Alta corrente de curta duração

kA

65

E11

Tensões residuais de descarga com onda de 8/20 µs:

-

E11.1

5 kA

kV

285

E11.2

10 kA

kV

300

E11.3

20 kA

kV

310

E13

Tensão residual para impulso de manobra 1 KA - onda 30/60 µs

kV

240

E13.1

Tensão residual para impulso de manobra 2 KA - onda 30/60 µs

kV

250

E14

Tensão suportável nominal do invólucro à freqüência industrial

-

E14.1

A seco

kV

230

E14.2

Sob chuva

kV

Informar

E15

A impulso atmosférico com onda de 1,2/50 µs

kV

550

E16

Classe (serviço) ou série

-

Pesado

G

Inspeção e testes

G1

Ensaios de rotina

-

Sim

G1.1

Característica de tensão a frequência industrial x tempo

-

Sim Rotina

G1.2

Tensão suportável nominal a seco

-

Sim Rotina

G1.3

Estanqueidade

-

Sim Rotina

G2

Ensaios de tipo

-

Sim

G2.1

Execução

-

Sim

G2.2

Certificado do ensaio de para-raios idênticos

-

Sim

G2.3

Característica de tensão a frequência industrial x tempo

-

Sim

G2.4

Tensão suportável nominal de impulso atmosférico

-

Sim

G2.5

Tensão suportável nominal sob chuva

-

Sim

G2.5

Tensão suportável nominal a seco

-

Sim

G2.6

Tensão residual para impulso de corrente íngreme

-

Sim

G2.7

Tensão residual para impulso de manobra

-

Sim

G2.8

Corrente suportável de baixa intensidade e curta duração

-

Sim

G2.9

Corrente suportável de alta intensidade e curta duração

-

Sim

G2.10

Ciclo de operação

-

Sim

G2.12

Tensão de rádio-interferência e ionização interna

-

Sim

G2.13

Estanqueidade

-

Sim

Para transformadores de corrente (TCs),

correntes é igual à da Tabela 2. Há, entretanto,

que devem medir com precisão adequada

como são equipamentos em série com o

algumas especificações adicionais que se

já que os valores medidos serão usados no

disjuntor e o secionador já mencionados, a

aplicam apenas aos próprios. Um TC tem

faturamento aos usuários da energia da

maior parte das especificações de tensões e

núcleos de medição das correntes normais

subestação. Para estes núcleos de medição, no


Apoio

51


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

52

momento de um curto-circuito, a corrente que

deve reproduzir exatamente o que está

a relação de transformação sob circuito se

passa no secundário não deve acompanhar

acontecendo no primário. Deve ser a

mantém em uma faixa aceitável, do ponto

os altos valores das correntes no primário.

informação correta para alimentar os relés

de vista dos relés de proteção.

Se isso acontecesse, os fios e medidores no

de proteção que mandarão a ordem para o

A seguir estão algumas características

secundário seriam danificados.

disjuntor de proteção abrir a falta. Mesmo

extraídas de uma folha de dados de uma

Por este motivo, os núcleos de medição

que haja uma variação da frequência da

especificação de transformador de corrente

dos TCs são projetados para que, em caso de

rede por uma perda de estabilidade, a

para o mesmo sistema de 138 kV de onde

um curto-circuito no primário, a corrente no

informação do secundário deve ser precisa.

vieram os dados do disjuntor acima.

secundário sature e não passe de um certo

Para verificar este comportamento, existe

As

valor, por exemplo, 50 Aef. Existe um ensaio

também um ensaio em que se coloca uma

equipamentos, como transformadores

para verificar se este aspecto é atendido.

carga no secundário do TC parecida com as

de potência e geradores, não serão

especificações

de

outros

Nos núcleos de proteção dos TCs, a

cargas que estariam normalmente ligadas

abordadas neste texto, pois envolvem

situação é contrária. A corrente secundária

e aplica-se um curto-circuito elevado no

detalhes mais complexos que neste

no TC, no momento do curto-circuito,

primário. O objetivo do ensaio é verificar se

espaço não seriam possíveis de detalhar.

Tabela 3 – Folha de dados de transformador de corrente Item

Descrição

Unidade

Especificado

C

Características do sistema elétrico iguais às do texto acima

D

Características gerais do equipamento

D2

Tipo de instalação

-

Auto-portante

D3

Número de polos

-

Monopolar

D4

Isolador (porcelana / polimérico)

-

Porcelana

D6

Imersos em óleo / tipo seco

-

Imerso em óleo

D7

Tipo de óleo

-

Mineral

D8

Tanque selado

-

Sim

D9

Câmara de expansão (sim / não)

-

Sim

D11.1

Proteção IP - 55

-

Sim

D11.2

Entrada inferior para eletrodutos

-

Sim

D11.6

Meios para curto-circuitar os terminais do secundário

-

Sim

D11.9

Proteção interna contra surtos no primário

-

Informar

D11.10

Proteção contra surtos no secundário

-

Informar

-

E

Características Elétricas do Equipamento

E1

Tensão máxima do equipamento

kV

E2

Frequência nominal

Hz

60

E3

Corrente(s) primária(s)

A

RM 2000 (300/400/500/800/1.100/1.200/1.500/1.600/2.000)

E4

Corrente(s) secundária(s)

A

5-5-5-5

E5

Relações nominais

-

400:1 na maior relação de transformação

E6

Quantidade enrolamentos secundários

145

-

4

E7.1

Proteção e medição

Un.

3

E7.2

Medição

Un.

1

E7.3

Proteção e medição

Un.

NA

Classe de exatidão e carga nominal

-

E8.1

Para proteção

-

10B800

E8.2

Para medição

-

0,3C100

E8.3

Para proteção e medição

-

NA

kAef

31,5

kApico

80

E8

E9

Corrente suportável nominal de curta duração (Ith)

E10

Corrente suportável nominal dinâmica (2,6 x Ith)

E11

Níveis de isolamento

-

E11.1

Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 x 50μs)

kV

650

E11.2

Tensão suportável nominal de frequência industrial (1 minuto)

kV

275


Apoio

Unidade

Item

Descrição

E12

Fator térmico nominal

E14

Elevação de temperatura

E15

Nível máximo de descargas parciais com 1,1x145/√3 (kV)

E16

Polaridade

E17

Tensão de rádio interferência

F3

Dispositivo para alívio de pressão

Especificado

x In

1,3

-

Conforme NBR 6856

pC

10

-

Subtrativa

Microvolts

250

-

Sim

H

Inspeção e Testes

H1

Ensaios de rotina conforme NBR 6855

-

Sim

H2

Ensaios de tipo

-

Sim

H2.1

Resistência dos enrolamentos

-

Sim

H2.2

Tensão suportável impulso atmosférico

-

Sim

H2.3

Tensão suportável de impulso de manobra a seco e sob chuva

-

Sim

H2.4

Elevação de temperatura

-

Sim

H2.5

Corrente suportável nominal de curta duração (térmica nominal)

-

Sim

H2.6

Valor da crista nominal da corrente suportável (dinâmica nominal)

-

Sim

H2.7

Tensão suportável à frequência industrial sob chuva

-

Sim

H2.8

Tensão de rádio interferência

-

Sim

H2.9

Estanqueidade a quente

-

Sim

H2.10

Tensão de curto-circuito

-

Sim

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

53


Apoio

Qualidade nas instalações BT

54

Capítulo VI Análise estratégica sobre a ABNT NBR ISO 50001 e as oportunidades para o mercado de eficiência energética – Parte 1 Por Alberto J. Fossa*

Este artigo apresenta o histórico de

fonte da energia utilizada em atividades

limitados, particularmente, aqueles que

desenvolvimento da Norma Internacional

e processos, atuando indiretamente em

advêm de fontes finitas (como no caso de

de Gestão da Energia – ABNT NBR

outros impactos ambientais associados por

derivados de petróleo). E, mesmo no caso

ISO 50001 e discute o seu impacto na

meio de gestão sistemática da energia. Este

da utilização de fontes de energia renovável

promoção da eficiência energética no

artigo procura ampliar o entendimento

(como é o caso da hidroeletricidade), a

Brasil. Pretende-se destacar os aspectos

sobre

requisitos

construção da infraestrutura para geração,

mais

relevantes

que

motivaram

os

mecanismos

e

a

estabelecidos pela ABNT NBR ISO 50001 e

transmissão e distribuição da energia é

comunidade internacional a tratar dos

propiciar uma visão estratégica sobre a sua

sempre fator de preocupação com relação

aspectos relacionados à sustentabilidade e

utilização como instrumento de ampliação

aos impactos ambientais decorrentes.

à emissão de gases de efeito estufa por meio

das soluções de eficiência energética no

Assim, justifica-se uma mobilização

da proposição de iniciativas individuais,

Brasil.

das organizações internacionais para a

aplicáveis a qualquer tipo de organização, para gestão da energia utilizada em atividades e processos. A partir do

Motivação, justificativa e histórico

entendimento de tais premissas, busca-se

conscientização do uso da energia que, em tese, deve ficar cada vez mais escassa e cara. A ABNT NBR ISO 50001 vem propor o desenvolvimento de uma visão

analisar o conteúdo técnico e os requisitos

Inicialmente, apresentam-se as pre­

mais consciente a respeito do uso da

estabelecidos na ABNT NBR ISO 50001

mis­sas que nortearam o desenvol­vimento

energia pelas organizações, possibilitando

para que uma organização demonstre sua

da norma ABNT NBR ISO 50001,

que haja uma discussão profunda sobre os

capacidade no gerenciamento da energia

bem como as justificativas utilizadas

diferentes tipos de uso da energia, o vinculo

utilizada, buscando melhoria contínua

na

elaboração.

com o consumo dos recursos naturais,

do seu desempenho energético perante

Apresenta-se também um histórico de

a ampliação dos aspectos de eficiência

o mercado. Também busca-se detalhar

eventos e elementos que permite o pleno

energética bem como a utilização racional

os benefícios específicos para as ações

entendimento sobre o cenário associado ao

da energia.

de eficiência energética no mercado

ambiente de normalização internacional,

O

brasileiro, relacionados ao atendimento

bem como a participação do Brasil dentro

da ABNT NBR ISO 50001 foi iniciado

dos requisitos estabelecidos pela norma

deste processo.

com o objetivo de se buscar melhoria

na busca sistemática e contínua do uso adequado dos recursos energéticos, por

sua

estruturação

e

Motivação inicial

meio do uso de equipamentos eficientes e

projeto

para

desenvolvimento

dos níveis de eficiência energética nas organizações e, particularmente, habilitar essas organizações a estabelecerem os

outras práticas.

Diariamente podemos presenciar uma

sistemas e processos necessários para

Espera-se que a adoção desta norma

discussão no cenário mundial envolvendo

melhorar o seu desempenho energético,

internacional conduza à redução das

o uso e a adequação no consumo dos

incluindo os aspectos relacionados à

emissões de gases de efeito estufa,

recursos naturais do planeta. Todos

eficiência energética, ao uso e ao consumo

influencie o gerenciamento do custo e da

sabem como os recursos energéticos são

da energia. Com a adoção da Norma de


55

Apoio

Gestão da Energia, as empresas poderão ter um maior reconhecimento nacional e internacional de seus produtos ou serviços, seja por meio dos seus programas corporativos

de

sustentabilidade;

das

suas iniciativas para redução de custo com energia; da gestão de demanda vinculada à cadeia de suprimento; do seu envolvimento em acordos de redução da emissão de carbono, da sua participação em acordos climáticos, entre outros. A exemplo do que aconteceu com a ABNT NBR ISO 9001 para gestão da qualidade e com a ABNT NBR ISO 140001 para gestão ambiental, a ABNT NBR ISO 50001 de gestão da energia estabelece os requisitos para que sejam definidos procedimentos vinculados diretamente à gestão da energia dentro das organizações. Várias

ações

são

estabelecidas

nos

requisitos da norma. Por exemplo, na aquisição de máquinas, equipamentos e serviços, a norma aborda características associadas à compra de energia e de componentes

vinculados

ao

uso

da

energia, como no caso da aquisição de equipamentos participantes do programa brasileiro de etiquetagem (PBE), ou seja, na compra de máquinas e equipamentos, devem ser observados os aspectos de consumo e eficiência e não somente características de funcionalidade. Outro

exemplo

é

a

abordagem

do planejamento energético desde a fonte da energia primária (se a fonte é hidrelétrica, termelétrica), como essa energia é transmitida até seu uso final. Na dimensão organizacional, o objetivo é integrar a gestão energética ao dia a dia da empresa, tornando-a uma tarefa usual, como a administração de materiais e de pessoal é em muitas organizações. A definição clara de uma equipe responsável e suas atribuições, o envolvimento da alta diretoria, a inserção da atividade na cultura própria da empresa, a definição de uma política energética são tarefas relacionadas à integração desta dimensão com a gestão energética.


Apoio

Qualidade nas instalações BT

56

O cenário e os primeiros movimentos internacionais

de outros stakeholders em países em

texto base inicial. Esse grupo de trabalho

desenvolvimento

devidamente

foi também formado por uma secretaria

considerados no processo da ISO. Dentro

compartilhada entre Inglaterra e China,

A

Industrial

desta iniciativa, um workshop regional

assumindo David Hyde pela secretaria

(Unido)

foi realizado na Tailândia em setembro

inglesa e Geng Wang pela chinesa.

iniciou um diálogo para o desenvolvimento

de 2007 e uma reunião internacional do

de uma norma internacional de Gestão

grupo de trabalho foi realizada na China

Especial de Estudos (ABNT-CEE), espelho

da Energia em uma reunião do grupo

em abril de 2008.

ao ISO PC 242, nomeada como CEE116

de peritos (Energy Group Meeting –

Em fevereiro de 2008, o Conselho de

– Gestão da Energia. Assumiu como

EGM) sobre “Otimização de Sistemas

Administração Técnica da ISO aprovou

coordenador da Comissão de Estudos

Industriais e Normas de Gestão da

o estabelecimento de um novo comitê

Brasileira Alberto J. Fossa, representando

Energia na Indústria” em março de 2007,

técnico (ISO PC 242 – Gestão da Energia)

à época o ICA-Procobre Brasil, tendo

que incluiu a representação dos países

criado para desenvolver a nova Norma

como seu secretário, Eduardo Lima, da

em desenvolvimento, do Secretariado

Internacional de Gestão da Energia, ISO

ABNT. O coordenador também assumiu

Central da ISO e dos países que já

50001. A secretaria do ISO PC 242 foi

a função de chefe da delegação brasileira

utilizavam normas nacionais de gestão da

designada à parceria entre American

no

energia. Como resultado dessa reunião,

National Standards Institute (ANSI –

internacionais vinculados ao ISO PC 242.

foi solicitado à Secretaria Geral da ISO

Estados Unidos) e Associação Brasileira

que considerasse o desenvolvimento de

de Normas Técnicas (ABNT – Brasil). O

estabelecida na primeira plenária de

uma Norma Internacional de Gestão da

ISO PC 242 contou inicialmente com 21

Washington DC (EUA), em que ficou

Energia.

países membros, incluindo Argentina,

decidido que os especialistas de cada país

Até março de 2007, quatro países

Brasil, China, Cingapura e África do Sul,

analisariam a primeira minuta da norma

(Dinamarca, Suécia, Irlanda e Estados

e cinco países observadores, que incluíam

e enviariam seus comentários ao fórum

Unidos) possuíam suas normas nacionais

Marrocos e Tailândia.

internacional. Essas contribuições foram

de gestão da energia. Além disso, a

A primeira reunião plenária do ISO PC

analisadas e integradas ao conteúdo de um

China já tinha uma minuta de norma, a

242 aconteceu em Washington DC (EUA)

novo documento de trabalho (ISO/WD

Holanda contava com uma especificação

em setembro de 2008, já considerando

50001), divulgado em dezembro de 2008

para gestão da energia, além do Comitê

subsídios colhidos nas reuniões regionais

para a comunidade internacional.

Europeu para a Normalização (CEN) e

anteriores promovidas pela Unido. A

Na etapa seguinte, em março de

o Comitê Europeu para a Normalização

partir deste momento, deu-se início formal

2009, foi realizada a segunda Reunião

Eletrotécnica (Cenelec) terem formado um

ao desenvolvimento da nova Norma

Plenária no Brasil, na cidade do Rio de

grupo de trabalho para desenvolver uma

Internacional de Gestão da Energia.

Janeiro, onde se analisou a maturidade

United

Development

Nations Organization

norma comum para a União Europeia. Até junho de 2008 outros países terminariam o trabalho de minutas de normas nacionais (Espanha, Tailândia, Coreia do Sul) ou iniciariam este processo (Brasil e África do Sul). Em

virtude

do

forte

interesse

internacional nesta área e de seu impacto potencial

na

eficiência

de

energia

industrial em todo o mundo, em julho de 2007 a Unido lançou uma nova iniciativa para suportar o desenvolvimento de uma Norma Internacional ISO sobre gestão da energia. A iniciativa visava dar suporte ao processo de desenvolvimento, aumentando a consciência e assegurando que as questões e as barreiras de formadores de política do governo, de indústria e

fossem

A estrutura e o Fórum Internacional de Gestão da Energia

No Brasil foi criada uma Comissão

desenvolvimento

dos

trabalhos

A agenda inicial do ISO PC242 foi

do documento inicial e foram realizadas as diversas adequações com base nas contribuições internacionais enviadas por diversos países. Foi possível consolidar o documento em um novo estágio,

A estrutura de coordenação para

formalizando-se o Commmittee Draft

desenvolvimento dos trabalhos do ISO PC

(CD) para uma nova rodada de avaliação

242 foi composta pelo compartilhamento

internacional.

da secretaria entre Brasil e Estados Unidos.

Em novembro de 2009, ocorreu a

Assumiu a coordenação dos trabalhos do

terceira Plenária do ISO PC242 na cidade

comitê técnico, Edwin Pinero dos Estados

de Londres, Inglaterra, ocasião em que

Unidos, como secretário do Brasil, Felipe

foi novamente analisado o conjunto de

Vieira, da ABNT (vindo a ser substituído

comentários internacionais enviados com

por Leonardo Martins), e como secretário

base na análise do CD. Do resultado desta

dos Estados Unidos, Jason Knops, da

reunião nasceu o Draft of International

ANSI. Por motivos políticos foi também

Standard (DIS), um documento mais

criado um grupo de trabalho (Work Group

maduro

– WG) para gerenciar a construção do

internacional dos principais requisitos

que

retratava

o

consenso


Apoio

57


Apoio

Qualidade nas instalações BT

58

estabelecidos na proposta de Norma

de gestão da energia, permitindo a adoção

Definições” apresenta uma relação extensa

Internacional de Gestão da Energia.

de uma abordagem sistemática para

de elementos, com o objetivo de cobrir

A quarta Plenária do ISO PC242

melhoria contínua de seu desempenho

diversos

aconteceu em outubro de 2010 na

energético, incluindo eficiência energética,

particularmente quanto aos conteúdos

China, na cidade de Beijing, em que,

uso e consumo da energia.

vinculados

após

uma

semana

de

trabalho,

os

Prevê que os requisitos sejam aplicáveis

aspectos aos

organizacional,

de

entendimento,

aspectos bem

de

como

gestão aqueles

diversos representantes da comunidade

às

internacional conseguiram oficializar o

documentação e comunicação, práticas

energético propriamente dito.

Final Draft of International Standard, o

de projeto e aquisição de equipamentos,

A seguir são explicitados alguns

último estágio de evolução para aprovação

sistemas,

que

exemplos em que o debate internacional

final de uma norma internacional no

contribuem para o desempenho energético.

foi mais intenso, e permite um maior

âmbito da ISO.

O “Escopo” prevê a possibilidade

esclarecimento a respeito dos conceitos

Durante os meses de abril e maio

de que a norma seja aplicável a todas

utilizados na norma.

de 2011, foi realizado o processo de

as variáveis que afetam o desempenho

Fronteiras -

aprovação internacional da versão final da

energético e que podem ser monitoradas

e/ou organizacionais definidos pela

norma de gestão da energia, prevendo-se a

e

organização

sua publicação para o mês de junho do ano

sendo igualmente aplicável a qualquer

O termo fronteiras é importante

corrente.

organização que deseje assegurar que

porque permite a uma organização planejar

Em paralelo, o Brasil, por meio da sua

está em conformidade com a política

de forma gradativa o atendimento aos

Comissão de Estudos – ABNT CEE116,

energética estabelecida e demonstrar tal

requisitos previstos na norma. A empresa

avançou na elaboração do seu texto local,

conformidade a terceiros.

pode selecionar operações específicas ou

promovendo a publicação conjunta entre

sites específicos para que seja possível a

ISO 50001 e ABNT NBR ISO 50001.

reduzir a sua demanda de energia, utilizar

A norma de gestão da energia – ISO 50001

organizações,

incluindo

processos

influenciadas

e

pela

medição,

pessoas

organização,

Dessa forma, a organização poderia

associados aos temas de desempenho

limites físicos ou locais

implantação escalonada dos requisitos.

excedentes ou resíduos energéticos, adotar práticas de uso de energia renovável,

Linha de base energética - referência(s)

ou ainda melhorar as operações de seus

quantitativa(s) fornecendo uma base

sistemas, processos ou equipamentos por

para

comparação

do

desempenho

meio da adoção de infraestrutura mais

energético

estabelecidos na norma internacional de

eficientes.

Um dos pontos fundamentais da

gestão da energia são detalhados a seguir,

Prevê a possibilidade de que o

norma de Gestão da Energia e que de

por uma abordagem objetiva da descrição

atendimento aos requisitos da norma

certa forma rompe com os elementos

de cada capítulo da norma, buscando-se

possa ser confirmado por autoavaliação e

mais conservadores presentes nas normas

apresentar, de forma bastante resumida, a

autodeclaração de conformidade ou pela

ABNT NBR ISO 9001 e ABNT NBR

sua intenção geral, o conteúdo principal,

certificação do seu sistema de gestão da

ISO 140001, quanto ao atendimento dos

bem como os requisitos associados e

energia por organização externa.

aspectos de qualidade e meio ambiente, é

Os principais conceitos e requisitos

atividades propostas para atendimento por

que existirá a necessidade de a organização

parte das organizações.

Termos e definições

Escopo da norma

Este é um elemento opcional na

forma permanente e sistemática ao longo

demonstrar melhoria do desempenho energético (vide explicação posterior) de

estrutura do texto, que contém as

do tempo. O estabelecimento de uma

O escopo de uma norma técnica tem

definições necessárias para compreensão

linha de base energética permite que a

por objetivo definir, sem ambiguidade,

de determinados termos utilizados no

organização avalie e demonstre, ao longo

o assunto principal do documento e os

corpo de uma norma técnica. No caso da

do tempo, as melhorias obtidas quanto ao

aspectos abrangidos, indicando os limites

ABTN NBR ISO 50001, pode-se afirmar

tratamento da gestão da energia.

de sua aplicabilidade.

que mais de 50% do tempo despendido

Em seu capítulo primeiro, “Escopo”

nas reuniões plenárias internacionais foi

Consumo de energia - quantidade de

a ABNT NBR ISO 50001 esclarece sua

voltado ao desenvolvimento de consenso

energia aplicada

intenção de especificar requisitos gerais

quanto aos termos e definições utilizados

para que uma organização estabeleça,

em seu conteúdo.

dos pilares do desempenho energético

implante, mantenha e melhore um sistema

O

capítulo

terceiro

“Termos

e

O consumo de energia constitui um

que deve ser monitorado e continuamente


59

Apoio

melhorado pela organização. O aspecto de consumo está vinculado diretamente à quantidade de energia consumida pela organização. Dessa forma, a organização deve promover ações para diminuir o seu consumo ao longo do tempo. Eficiência energética - razão ou outra relação quantitativa entre uma saída de desempenho, serviços, produtos ou energia e uma entrada de energia

A eficiência energética é também um

dos pilares de sustentação do conceito de desempenho energético preconizado pela norma. Prevaleceu o conceito mais técnico de eficiência energética vinculado à relação entre consumo (entrada) e serviço realizado ou produto produzido (saída). Desta forma, a organização, na busca pela melhoria contínua do desempenho energético, deve buscar a otimização de seus processos produtivos por meio da adoção de equipamentos e sistemas mais eficientes. Desempenho energético - resultados mensuráveis relacionados à eficiência energética, uso de energia e consumo de energia Várias

foram

as

discussões

internacionais a respeito da formulação de um consenso sobre desempenho energético.

Em

um

determinado

momento, estabeleceu-se uma tendência de adoção das relações de uso e consumo como prioritárias, abandonando-se a vertente de eficiência energética. Em uma ação particular do Brasil, foi possível a restauração do contexto da eficiência energética, fortalecendo particularmente os movimentos de adoção de equipamentos mais eficientes . Revisão energética - determinação do desempenho energético da organização com base em dados e em outras informações, conduzindo à identificação de oportunidades de melhoria O processo de revisão energética constitui uma das atividades fundamentais para o estabelecimento de um programa


Apoio

Qualidade nas instalações BT

60

de melhoria do desempenho energético da

conceito de desempenho energético, que

norma. A estrutura de identificação

organização. Prevê a verificação objetiva dos

já continha embutidos os aspectos de

de

principais componentes do desempenho

eficiência energética.

desempenho energético é baseada na

energético (eficiência, consumo e uso),

oportunidades

de

melhoria

do

identificação de elementos prioritários.

de forma a permitir a otimização e o

Uso de energia - modo ou tipo de

Esses

foco nas ações de melhoria. O termo

aplicação de energia

como usos significativos de energia,

também foi um dos mais controversos

O conceito de uso de energia possui

associados a um consumo expressivo

durante o desenvolvimento das discussões

uma abordagem qualitativa. De um

ou à oportunidade de melhoria do

internacionais. Estabeleceu-se, em um

lado explora as características de tipo

desempenho energético, e aí vinculando

determinado momento, impasse entre

(iluminação,

novamente aos aspectos de melhoria da

a

pelo

entre outros) e de outro a maneira pela

conceito de “energy profile”) e a visão

qual a energia é utilizada, contemplando

europeia

aspectos técnicos de equipamentos, bem

visão

americana (ancorada

“energy aspects”).

(sustentada no

conceito

de

Do lado americano

como

aquecimento,

aspectos

transporte,

comportamentais

das

vigorava uma visão mais pragmática

pessoas envolvidas.

voltada basicamente para a observação

de consumos relevantes de energia. Do

de energia responsável por substancial

lado europeu, uma visão mais holística

consumo de energia e/ou que ofereça

com abordagens de difícil enquadramento

considerável potencial para melhoria de

prático. Novamente, o Brasil foi decisivo no

desempenho energético

processo, estabelecendo uma terminologia

Outra definição importante para

intermediária, que foi adotada, mas

determinação do foco de ação da

principalmente concentrando os esforços

organização

para o entendimento a respeito do

atendimento

Uso significativo de energia - uso

que aos

deseja

preconizar

requisitos

da

elementos

são

designados

eficiência energética.

*Alberto J. Fossa é diretor executivo da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações (Abrinstal), é coordenador da ABNT CEE116 – Comissão de Estudos de Gestão e Economia da Energia e ainda chefe da Delegação Brasileira no ISO TC 242 Energy Management e ISO TC 257 Energy Savings. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

61


62

Reportagem

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Bruno Moreira

Energia solar conectada à rede dobra em um ano

Micro e minigeração de energia solar fotovoltaica conectada à rede passou de 8 MW, em 2013, para 15 MW em 2014. O avanço é ainda mais significativo se levarmos em conta que, no final de 2012, apenas 0,8 MW proveniente desses sistemas estava integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN)


63

O Setor Elétrico / Junho de 2015

P

arece haver chegado a hora da energia

O cenário tende a adquirir tons ainda mais

são esperados mais dois leilões específicos

do Governo Federal levam a crer que o

a energia solar fotovoltaica conectada

de agosto já finalizou suas inscrições e teve

solar fotovoltaica no Brasil. Ações recentes mercado de energia solar passará por

algo similar ao que vem ocorrendo com

a energia eólica. Entre as atitudes que vêm sendo tomadas, podemos destacar os leilões específicos para a fonte e a Resolução nº 482 da Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel), que estabelece as condições gerais para o acesso da micro

e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e ao sistema de compensação de energia elétrica.

Vale lembrar que a energia solar já

é empregada pelo Governo Federal há alguns anos, mas com o intuito de

atender às comunidades isoladas, muito afastadas da rede de energia elétrica,

dentro de programas de inclusão como

o Luz para Todos. Nestas localidades,

situadas principalmente na região Norte do país, é menos custoso do ponto de vista financeiro – mesmo a energia solar sendo mais cara que a energia convencional –

utilizar sistemas off grid de energia solar, do que conectar estas comunidades à rede. Na atualidade, porém, a atenção do

governo e dos demais agentes do setor se volta para esta fonte alternativa de energia na modalidade on grid, ou seja, por meio

de sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Tais ligações, podem se dar de

duas maneiras: geração distribuída, com

empreendimentos menores, e geração centralizada, por meio de grandes usinas produtoras de energia.

Conforme o presidente da Associação

Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

(Absolar), Rodrigo Sauaia, o país apresenta hoje cerca de 48 MW de potência instalada

proveniente da fonte solar. Tendo em

vista que o país possui quase 137 mil MW de capacidade instalada em operação, segundo o Banco de Informações de Geração (BIG) da Aneel, a fonte solar representa apenas 0,03% da matriz elétrica

brasileira, um número pouco expressivo.

escuros se for levar em conta somente

ao Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com o presidente da Absolar,

são cerca de 18 MW de potência solar fotovoltaica conectada à rede. Números que se referem, obviamente, a pequenos empreendimentos de geração distribuída.

Não obstante os números baixos, a

da fonte, em agosto e novembro. O leilão

382 projetos credenciados, totalizando

uma capacidade instalada de mais 12.500 MW. A expectativa, no entanto, conforme

o presidente da Absolar, é de que sejam contratados cerca de 1.000 MW em cada certame realizado em 2015.

situação da energia solar já esteve em

Momento propício

condições menos favoráveis, podendo ser

Os incentivos do governo brasileiro

considerada no momento até promissora.

a publicação da Resolução nº 482, ainda

começaram a surgir com mais intensidade

Para se ter uma ideia, pouco tempo após

ao mercado de energia solar fotovoltaica

em 2012, eram apenas três os sistemas

agora porque o momento se tornou

de geração distribuída conectados ao SIN. Em 2013, este número saltou para

75. Em 2014, para 350. Segundo Sauaia, dados de maio de 2015 informam que

já são 670 empreendimentos de micro e

minigeração ligados à rede elétrica, sendo que deste montante 631 são plantas solares

fotovoltaicas. A expectativa da Absolar é de que até o fim do ano seja ultrapassada a marca de mil sistemas fotovoltaicos conectados. Em

relação ao número de conexões de geração

distribuída por concessionárias, a Cemig é

a que mais apresenta sistemas deste tipo ligados à sua rede. São 98; a grande maioria é de micro e miniusinas solares fotovoltaicas.

No que se refere à geração centralizada

de energia solar fotovoltaica, ou seja, grandes usinas fotovoltaicas, o cenário é ainda mais incipiente, contudo, bem

mais promissor, até por conta da maior quantidade de energia que pode ser

produzida por estes empreendimentos. O principal instrumento impulsionador destes sistemas são os leilões de energia promovidos pela Aneel. O

primeiro

leilão

exclusivo

para

energia solar aconteceu no final de 2014. Na ocasião, foram ofertados cerca de 10

mil MW de energia solar, mas contratados

1048 MW a um preço médio de R$ 215 / MWh para iniciarem a operação em

setembro/outubro de 2017. Para este ano,

propício com a queda vertiginosa – que ainda vem ocorrendo – do custo relacionado e,

à

tecnologia

consequentemente,

megawatt da fonte.

do

fotovoltaica preço

do

O professor e chefe do Laboratório

de Energia Solar (Labsol) da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS), Arno Krenzinger, explica que os custos dos materiais empregados

na

geração

fotovoltaica

baixaram em razão do aumento de

produção. Conforme o professor, por

causa da grande utilização em países da Europa – tais como Alemanha, Espanha,

França e Itália – fortaleceu-se a indústria de energia solar no continente. Contudo,

o aumento do consumo foi tão grande que

os europeus não conseguiram produzir

módulos fotovoltaicos em quantidade suficiente e a solução encontrada para

suprir a demanda foi a importação de

módulos da China. Segundo Krenzinger, a entrada da China e o consequente crescimento de produção acarretou em

uma queda ainda maior do preço dos módulos. Mesmo após a crise econômica mais recente que assolou o mundo,

inclusive a Europa, a produção de módulos fotovoltaicos por parte da China não arrefeceu, estimulada ainda pelo consumo no país asiático que cresceu bastante.


64

Reportagem

O Setor Elétrico / Junho de 2015

A entrada do Brasil com mais força

Energética (Inee), Pietro Erber. Isso porque,

agente que participa deste mercado terá

neste mercado de energia solar deve ser

com estes certames específicos, permite-se

interesse em “aproveitar a onda”, tais

encarada dentro deste quadro internacional

que a fonte solar não entre em concorrência

como empresas nacionais da área e bancos

de queda de preços, em razão da alta

com fontes mais baratas, como a hídrica e a

de investimentos. Krenzinger destaca

produção realizada pela China. Para se ter

eólica, e que se pague um preço maior pelo

também o interesse do Governo em criar

uma ideia de como o preço da energia

MWh.

regras para que a produção de energia

solar fotovoltaica tem baixado no mundo,

Em princípio, a ideia do Governo

solar seja capitaneada por empresas

em meados dos anos 1990, o kWh custava

Federal, por meio da Empresa de Pesquisa

de capital nacional. Para ele, empresas

50 centavos de dólar, e atualmente custa

Energética (EPE), é investir na difusão

estrangeiras não devem receber subsídios,

em torno de 15 centavos de dólar por kWh,

da energia solar fotovoltaica como uma

como financiamentos com juros baixos

podendo chegar em 2020 a 5 centavos de

maneira de diversificar a matriz elétrica

para implantação de sistemas solares.

dólar o kWh.

brasileira.

O custo de instalação do sistema

obrigatório

o

nacionais na área. “O Brasil é emergente

solar fotovoltaico também teve uma

professor da UFRGS, Arno Krenzinger.

no que diz respeito à fabricação. Está

queda vertiginosa nas últimas décadas.

Segundo ele, os leilões específicos de

começando

Conforme dados disponibilizados pelo

energia renovável refletem o aprendizado

salientando que os primeiros anúncios

engenheiro de tecnologia e normalização

do governo em relação à questão da

de empresas que vão se instalar para a

“Diversificar

é

atualmente”,

algo

quase

sentencia

Por enquanto, são poucas as empresas

agora”,

afirma

Sauaia,

fabricação de módulos solares e inversores estão sendo realizados agora. O presidente

O primeiro leilão exclusivo para energia solar aconteceu no final de 2014. Na ocasião foram ofertados cerca de 10 mil MW de energia solar, mas contratados 1048 MW a um preço médio de R$ 215/ MWh para iniciarem a operação em setembro/outubro de 2017.

da Absolar acredita que empresas deste segmento serão as primeiras a se instalar, seguidas por companhias que fabricam suporte e componentes elétricos específicos para energia solar fotovoltaica. O professor da UFRGS destaca a Tecnometal como uma das empresas nacionais que fabricam módulos solares, atualmente, mas em baixa escala, e recorda a Heliodinâmica, que chegou a produzir lâminas de silício.

Incentivos fiscais

Além da resolução nº 482 da Aneel,

da superintendência de tecnologia e

variedade das fontes, tendo em vista a

outros incentivos estão sendo dados e

alternativas energéticas da Cemig, Bruno

crise hídrica que o país se encontra hoje,

pensados pelo Governo para fomentar

Marciano Lopes, no que se refere a sistemas

e a dependência das hidrelétricas e das

a produção de energia solar por meio

fotovoltaicos menores, de 10 kW de

térmicas (com altos preços de energia).

de micro e mini usinas. Por exemplo, o

potência, o preço da instalação do sistema

O desenvolvimento de uma cadeia

Conselho Nacional de Política Fazendária

solar caiu de 12 dólares por watt-pico em

produtiva solar fotovoltaica, nos moldes

(Confaz), do Ministério da Fazenda, editou

1998 para cerca de 5 dólares o watt-pico

do que ocorreu com a energia eólica,

novo Convênio (16/2015) para o Imposto

em 2012. Já o preço (internacional) do

porém, não pode ser descartada. O

Sobre a Circulação de Mercadorias e

módulo, que era de cerca de 6 dólares por

presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia,

Prestação de Serviços (ICMS), que incide

watt-pico em 1998, decresceu para menos

acredita nisso. Para ele, os leilões têm

sobre a geração de eletricidade do mini

de um dólar por watt-pico em 2012.

como função contratar volumes mais

e microgerador. Assim, desde 27 de

Aproveitando a lacuna dada pela queda

expressivos de energia solar fotovoltaica

abril, estados brasileiros interessados em

dos preços, o Governo Federal começou a

no curto prazo e incentivar a vinda de

incentivar a energia solar poderão isentar

investir em leilões específicos para as fontes,

fabricantes para o Brasil. O professor da

do referido imposto o cidadão que desejar

como vimos, que podem ser vistos como

UFRGS afirma que, uma vez criadas as

gerar sua própria energia. Até o momento,

subsídios ao segmento, de acordo com o

condições no país para o desenvolvimento

três estados já aderiram: São Paulo,

diretor do Instituto Nacional de Eficiência

da energia solar em larga escala, cada

Pernambuco e Goiás.



66

Reportagem

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Junto a este incentivo tramitam na

que o PL 8322/14, a isenção do II para

acaso, em Pernambuco, Goiás e São Paulo,

Câmara dos Deputados e do Senado

componentes fabricados em outros países,

os três estados brasileiros que já aderiram

Federal, projetos de lei, que visam facilitar

até que haja similar nacional equivalente

ao novo convênio do Confaz. O Estado de

o caminho da energia solar no país tanto

ao importado, em padrão de qualidade,

Pernambuco, por exemplo, apresenta o PE

para pequenos quanto para grandes

conteúdo técnico, preço e capacidade

Solar, operado pela Agência de Fomento

empreendimentos. O Projeto de Lei

produtiva. O PL 167/2013 foi aprovado

do Estado de Pernambuco (Agefepe), que

8322/14, por exemplo, isenta do Imposto

recentemente na Comissão de Serviço de

financia projetos para pequenas e médias

sobre Importação (II) os equipamentos e

Infraestrutura (CI), de onde seguiu para

empresas

componentes de geração fotovoltaica. O

a Comissão de Assuntos Econômicos do

prazos de amortização de até oito anos

texto diz, no entanto, que a isenção será

Senado Federal e no momento aguarda a

(96 meses), com seis meses de carência,

aplicada somente quando não houver

designação do relator.

e cobrança de juros de até 8,24% ao ano

produto nacional similar. Para o autor

pernambucanas,

oferecendo

para micro, pequenas e médias empresas,

O problema do financiamento

do projeto, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), este incentivo se faz necessário

e de 5,3% ao ano para cooperativas e cooperados do setor rural. São Paulo e

porque apenas as forças do mercado

Um dos gargalos existentes para a maior

brasileiro são insuficientes para a aceleração

difusão da energia solar fotovoltaica no país

similar também para empresas.

do desenvolvimento do setor. Atualmente,

tanto para a geração distribuída como para

Goiás apresentam opções de financiamento “Na minha opinião, o Governo Federal

deveria se envolver e disponibilizar opções de investimento, linhas de financiamento,

Para o presidente da Absolar, em um cenário de curto prazo, a geração centralizada terá um papel predominante para trazer massa crítica visando desenvolver a cadeia produtiva. Mas a médio e longo prazo, o papel fundamental seria da geração distribuída.

também para pessoas físicas”, diz o presidente da Absolar, explicando que atualmente pessoas físicas devem procurar bancos privados para financiar projetos deste tipo, com o obstáculo de que estes não oferecem condições muito atrativas, como somente cinco anos de amortização e taxa de juros de mais de 6% ao ano. O empreendimento fotovoltaico tem um alto investimento inicial e necessita de um prazo maior do que cinco anos para se pagar. Neste sentido, a sugestão da Absolar, conforme Sauaia, é que os bancos privados tratem instalações de painéis fotovoltaicos em residência como investimentos em

o PL 8322/14 está aguardando o parecer

a geração centralizada é a falta de linha

infraestrutura, como reforma do imóvel com

do relator na Comissão de Minas e Energia

de financiamento. Gilberto Vieira Filho,

condições de juros e amortização melhores.

(CME) da Câmara dos Deputados. O

diretor da Quantum Engenharia, empresa

documento ainda passará pelas comissões

responsável pela viabilização de todo o

de Finanças e Tributação; e de Constituição

projeto de desenvolvimento e instalação

e Justiça e de Cidade, para aprovação em

de equipamento fotovoltaico, destaca que

O diretor da Quantum Engenharia

caráter conclusivo.

o Banco Nacional de Desenvolvimento

acredita que ocorrerá com o mercado

Econômico

O futuro da energia solar

por

de energia solar o mesmo que vem

Senado, o PLS 167/2013, quer isentar do

exemplo, não apresenta um programa de

acontecendo com o mercado de energia

Imposto sobre Produtos Industrializados

financiamento para empresas que queiram

eólica, sendo que a energia fotovoltaica

(IPI), de PIS/Pasep e da Cofins, painéis

investir em energia solar fotovoltaica, o

apresenta algumas vantagens em relação à

fotovoltaicos

O outro projeto de lei que tramita no

e

Social

(BNDES),

que seria extremamente necessário para

energia eólica que podem contribuir ainda

dessa modalidade de energia renovável,

fomentar o mercado solar no país.

mais para o crescimento de instalações

fabricados no país. Este projeto, de

Se em âmbito federal não há iniciativas

no país. “Os painéis solares podem ser

autoria do senador Wilder Morais (DEM-

neste sentido, em âmbito estadual existem

instalados nos telhados das residências, não

GO), também prevê, nos mesmos moldes

alguns programas em andamento, não por

fazem barulho como as turbinas eólicas, não

e

outros

componentes


O Setor Elétrico / Junho de 2015

têm parte girante, que desgasta, o que faz com que tenham uma vida útil mais elevada e baixíssima manutenção”, explica Vieira Filho.

Vieira Filho vê ainda uma peculiaridade na difusão da energia

solar fotovoltaica no Brasil. Para ele, a geração distribuída será mais forte nas regiões do país abaixo de São Paulo: “onde os terrenos são mais caros e o poder aquisitivo para bancar empreendimentos próprios é maior”. Já as usinas de geração serão mais profícuas nas regiões acima de São Paulo: “que contam com terrenos mais baratos, não têm o custo tão alto e apresentam a insolação maior”. Não obstante, o presidente da Absolar acredita que em um cenário de curto prazo a geração centralizada terá um papel predominante para trazer massa crítica para desenvolver a cadeia produtiva no país. Mas, segundo ele, a médio e longo prazo, o papel fundamental será da geração distribuída, como já ocorre no mundo. Sauaia salienta que dos 138,9 mil MW de potência instalada de energia solar fotovoltaica no mundo inteiro, mais da metade, 80 mil MW, é de geração distribuída. No Brasil, conforme estudo da EPE sobre demanda de energia para 2050, a estimativa é de que o país tenha entre 78 mil MW e 118 mil MW instalados de energia solar fotovoltaica geradas por micro e miniusinas. O que seria, conforme Sauaia, mais ou menos 2/3 de toda a potência instalada que o país tem hoje.

Por sua vez, o diretor do Instituto Nacional de Eficiência

Energética (Inee), Pietro Erber, afirma que, em curto prazo, os empreendimentos de micro e mini geração são mais viáveis. “Em longo prazo, é preciso colocar um imenso ponto de interrogação porque a tecnologia está evoluindo muito”, diz Erber. Para se ter uma ideia, atualmente a eficiência do painel solar fotovoltaico está entre 15% e 20%. Ou seja, há espaço para evolução, segundo ele. Erber vê a energia solar fotovoltaica como necessária e complementar aos grandes empreendimentos de energia elétrica, mas tem dúvidas se usinas solares poderão competir algum dia com usinas termelétricas movidas a gás.

O presidente do Fórum Latino-Americano de Smart Grid,

Cyro Vicente Boccuzzi, prefere destacar as potencialidades da energia solar fotovoltaica como fonte de geração distribuída. Segundo ele, o momento das usinas centralizadas já passou e a tendência mundial é investir em geração distribuída como apoio e complemento a estes grandes empreendimentos. “A energia solar hoje tem grande vocação para ser a pioneira na área de recursos distribuídos em pequena escala porque o sol é universal e os sistemas fotovoltaicos estão ficando cada vez mais baratos, o que está tornando mais fácil sua aplicação”, afirma Boccuzzi, fazendo uma ressalva de que ela deve ser aplicada sempre de forma combinada com tecnologias de eficiência energética, gerenciamento de demanda e armazenamento de energia.

67


68

Proteção

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Aterramento temporário para redes aéreas Desenvolvimento de conexão para aterramento temporário para redes aéreas compactas, com metodologia para aplicação e restauração da proteção do cabo Rafael Pires Machado, Andre Luiz Pirotello, Lianete Margot Klauck, José Arinos Teixeira Junior, Guilherme Rachelle Hernaski, Victor Salvino Borges, Edemir Luiz Kowalski, Marcelo Antônio Ravaglio e Signie Laureano França Santos*


69

O Setor Elétrico / Junho de 2015

E

m grande parte dos países, existe

uma crescente preocupação com as

multiplexados com neutro nu ou neutro isolado.

condições operativas das redes elétricas de distribuição em transmissão, em função

A

do aumento de demanda de energia e

desenvolvida pela empresa Hendrix W&C,

do envelhecimento do ativo, além da

em 1951, nos Estados Unidos. O sistema

necessidade de cumprimento das metas

utilizava cabos cobertos e espaçadores,

estabelecidas pela Agência Nacional de

objetivando principalmente uma rede aérea

Energia Elétrica (Aneel). Esta preocupação

com compactação próxima à encontrada

tem levado as concessionárias a investir

nas redes subterrâneas, possibilitando a

cada vez mais em técnicas de manutenção.

utilização de até quatro circuitos sobre o

A manutenção em redes de energia

mesmo poste, aumentando a confiabilidade

pode ser realizada na rede de média tensão

e a segurança do sistema de distribuição

(11,9 kV, 13,8 kV, 23 kV e 34,5 kV) ou na rede

aéreo. As Redes Compactas Protegidas

de baixa tensão (110 V, 127 V, 220 V, 254 V e

desenvolvidas na década de 1950 a partir

380 V), com a rede desligada ou com a rede

de uma primeira aplicação em 5 kV, já são

energizada. Para cada uma das situações

comuns em 15 kV, 25 kV, 35 kV e 46 kV.

descritas, procedimentos, metodologias e

No Brasil, as primeiras experiências

ferramental específicos são necessários.

com cabos cobertos em redes aéreas foram

Todas

envolvendo

realizadas pela concessionária Copel com

manutenção no setor elétrico devem priorizar

a rede de 13,8 kV em 1989, na qual foram

os trabalhos com circuitos desenergizados.

substituídos os cabos de alumínio nus por

Apesar

devem

cabos de alumínio cobertos com polietileno,

obedecer a procedimentos e medidas de

mantendo-se a topologia convencional

segurança adequados. Somente serão

de cruzetas e isoladores de porcelana do

consideradas desenergizadas as instalações

tipo pino. O objetivo era testar em campo

elétricas liberadas para serviços mediante

a eficiência do cabo coberto diante de

os procedimentos apropriados.

contatos ocasionais de galhos de árvores

durante chuva e vento.

as

de

atividades

desenergizados,

Até poucos anos atrás, a manutenção

Rede

Compacta

Protegida

foi

com as redes desligadas era considerada

Ao

um trabalho seguro pelos eletricistas,

cresceram as pressões municipais com

porém, com o aumento do número de

relação à poda de árvores, o que levou

circuitos e a maior complexidade das redes

certas

de distribuição, bem como incidentes e

adotarem padrões construtivos de rede

acidentes fatais, apenas o seu desligamento

elétrica que reduzissem os processos de

não passou mais a oferecer a segurança

poda, tornando-os menos agressivos e mais

suficiente, principalmente pelo risco de

harmoniosos com a arbori­zação urbana e,

uma energização acidental.

consequentemente, maiores investimentos

As redes de distribuição são compostas

em rede aérea compacta protegida foram

pela rede primária e pela rede secundária.

feitos. Porém, a experiência que se tinha

Atualmente, no Brasil têm-se os seguintes

sobre o desempenho dos acessórios da

sistemas de distribuição a céu aberto:

rede compacta de classe de 15 kV era em

longo

da

década

concessionárias

de

de

1990,

energia

a

- Redes primárias com cabos ou fios nus;

países de clima frio e seco. O desempenho

- Rede primária com cabos protegidos

destas redes para o clima encontrado no

(redes convencionais ou compactas);

Brasil foi desejável devido ao clima quente,

Rede secundária com cabos ou fios nus;

úmido e alta incidência de radiação solar,

-

obrigando o desenvolvimento de estudos

Rede

secundária

com

cabos


70

Proteção

O Setor Elétrico / Junho de 2015

e testes que possibilitaram, ao longo das

procedimento não está de acordo com os

últimas décadas, se ter uma rede aérea

objetivos do aterramento temporário e, no

compacta protegida com as características

segundo, procedimento tem-se no mínimo

neces­sárias ao Brasil.

duas atividades a mais sendo executadas,

Devido à maior confiabilidade e às

ou seja, o decape do condutor e em

exigências com relação aos índices de

seguida o seu reparo, sem levar em conta a

continuidade no fornecimento e energia, as

danificação da proteção do condutor.

concessionárias têm adotado como padrão

de sistema de distribuição de energia as

de estudo para o desenvolvimento de um

redes compactas protegidas. Com esta

sistema ou metodologia que permita, por

adoção, os serviços de manutenção antes

meio de conector especial, promover o

realizados em redes convencionais com

contato perfeito do sistema de aterramento

cabos nus, os quais possuíam métodos,

no

equipamentos

de

profundamente, juntamente com uma

manutenção, estão sendo revistos, sendo

metodologia de restauração do ponto

que novos desenvolvimentos e estudos

onde houve o contato.

vem sendo realizados. Neste contexto,

verifica-se que, no caso da manutenção com

deve possuir capacidade para conduzir

a rede desenergizada, onde o aterramento

a

temporário é um item fundamental, que

pelo tempo necessário para a atuação

merece especial atenção, pois as atuais

do sistema de proteção por três vezes

metodologias aplicadas para se realizar o

consecutivas, além de conduzir as correntes

aterramento o deixam muito distante do

induzidas em estado permanente. Deve

ponto de trabalho do eletricista em algumas

possuir grampos, conectores e cabos

situações ou exigem presença de equipes

dimensionados para suportar os esforços

de linha viva para se realizar o decape do

mecânicos gerados pelas correntes de

cabo e aplicação do aterramento, seguido

curto-circuito sem se desprenderem nas

da aplicação de restauração ao cabo no

conexões ou se romperem. Deve manter

ponto de decape.

por ocasião da corrente de curto-circuito

e

procedimentos

Assim, observa-se que há opor­tu­nidade

cabo

protegido,

sem

danificá-lo

O conjunto de aterramento tempo­rário máxima

corrente

de

curto-circuito

temporários

à terra uma queda de tensão, por meio do

atualmente disponíveis foram desenvolvidos

conjunto de aterramento não prejudicial

para se trabalhar em redes com cabos

ao homem em paralelo com ele. É preciso

nus. Grande parte das concessionárias

ainda ser prático e funcional ao serviço de

de energia do Brasil possui redes aéreas

manutenção, porém observando-se antes

compactas, com cabos protegidos. Com

de tudo as características acima.

os equipamentos atualmente disponíveis

Os elementos que o conjunto de

comercialmente, não é possível aplicar

aterramento

a correta metodologia de aterramento

temporário deve possuir são os seguintes:

Os

aterramentos

e

“curto-circuitamento”

temporário em redes aéreas compactas sem danificar a proteção do cabo. A

- Vara ou bastão de manobra: destinado

prática que tem sido aplicada é instalar o

a garantir o isolamento necessário às

aterramento em pontos onde os cabos

operações de colocação e retirada do

estejam desprotegidos ou preparados

conjunto na rede de energia elétrica;

com estribos para receber o aterramento,

- Grampos de condutores: estabelece a

porém, isso pode ocorrer em distâncias de

conexão dos demais itens do conjunto

até 300 m, ou ainda se realizar o decape do

com os pontos a serem aterrados;

condutor onde se deve aplicar a conexão

- Grampo de terra: estabelece a conexão

do aterramento temporário. O primeiro

dos demais itens do conjunto com o



Proteção

72

O Setor Elétrico / Junho de 2015

ponto de terra, trado, estrutura metálica

sua operação e instalação. Atualmente,

etc.;

o

- Trapézio de suspensão: permite a

dois tipos de conjunto de aterramento e

elevação simultânea à linha a ser aterrada

curto-circuitamento temporário, os quais

e estabelece a conexão dos cabos de

se diferem basicamente em ter ou não o

interligação das fases;

grampo de conexão ao neutro, ou em seu

- Cabos de aterramento: é por meio

lugar, o trapézio tipo sela, como pode ser

dele que fluem as eventuais correntes

visto na Figura 1.

que possam surgir acidentalmente no

A Norma Regulamentadora N° 10

sistema;

estabelece os requisitos e condições

- Trado de aterramento: é utilizado

mínimas objetivando a implementação de

para estabelecer a ligação dos demais

medidas de controle e sistemas preventivos,

elementos do conjunto com o solo,

de forma a garantir a segurança e a saúde dos

visando à obtenção de uma baixa

trabalhadores que, direta ou indiretamente,

resistência de terra;

interajam em instalações elétricas e serviços

- Estojo de acondicionamento: para

com eletricidade. Em seu item 10.5.1, a

manter o conjunto de aterramento e

instalação de aterramento temporário com

curto-circuitamento

em

equipotencialização dos condutores dos

perfeitas condições, pronto para ser

circuitos é tratada como item obrigatório

utilizado com segurança quando for

para trabalhos em redes desenergizadas.

necessário, exige-se o mínimo de

A ABNT NBR 5410:2004 estabelece as

cuidado com seu manuseio e transporte.

condições a que devem satisfazer as

Dessa forma, ele deve ser acondicionado

instalações elétricas de baixa tensão, a

em estojo adequado.

fim de garantir a segurança de pessoas

temporário

mercado

disponibiliza

basicamente

e animais, o funcionamento adequado O conjunto de aterramento e curto-

da instalação e a conservação dos bens.

circuitamento

seu

Aplica-se principalmente às instalações

desenvolvimento até os dias de hoje,

elétricas de edificações, qualquer que seja

sofreu uma série de modificações em

seu uso. No item 5, em que fala sobre

sua

seu

proteção para a garantia da segurança, a

aperfeiçoamento e avanço no nível de

norma determina que tanto em extra baixa

segurança, principalmente no que se refere

tensão, quanto em baixa tensão, o princípio

aos valores de fluxo de corrente. Ainda hoje

de aterramento temporário é o mesmo que

são utilizados conjuntos de aterramento

em alta tensão. A ABNT NBR 14039:2002

e

temporário,

configuração,

desde

objetivando

de

- Instalações elétricas em média tensão, no

configurações dife­rentes, as quais, além

item 5.7.9, exige o uso de equipamentos

de resultar em maior ou menor grau de

de aterramento e curto-circuitamento como

segurança, poderão facilitar ou dificultar

medida de segurança. A ABNT NBR 6935,

curto-circuitamento

temporário

Figura 1 – Diagramas esquemáticos de sistemas de aterramento de redes de distribuição primárias com cabos nus.


73

O Setor Elétrico / Junho de 2015

sobre aterramento rápido, determina que o

eletricistas da RGE, na primeira fase do

aterramento temporário deve ser aplicado

trabalho é aplicada por eles. Segundo

em rede aérea desligada, no ato de sua

os eletricistas da CPFL em Campinas, a

manutenção.

técnica de aterramento temporária aplicada

Assim, observa-se que o aterramento

consiste no decape do cabo próximo ao

temporário é classificado como EPC de uso

ponto de trabalho, seguido pela aplicação

obrigatório nas situações de trabalho em

do conector de aterramento. Após a

redesprimárias,secundáriasdesenergizadas,

realização do serviço e aterramento, o cabo

bem como em subestações e cubículos.

é retirado e restaurado, sendo o serviço de

A funcionalidade deste equipamento já

decape e restauração do cabo realizado por

vem sendo testada há vários anos e tem

equipes de linha viva.

evitado, quando aplicada corretamente,

Diante do exposto, este trabalho

vários acidentes, normalmente fatais. O

teve como objetivo o desenvolvimento

aterramento e o curto-circuitamento das

de protótipo de conector especial para a

redes de distribuição são, sem dúvida, o

aplicação de aterramento temporário em

mais utilizado sistema de proteção coletiva

redes compactas aéreas. Para tanto, foi

para proteger os trabalhadores em caso de

desenvolvido um projeto de conector para

energização acidental.

ser aplicado a partir do solo com uso de vara

As referências relativas à aplicação

de manobras e que causasse o menor dano

de aterramento temporário em cabos

possível à proteção do cabo. Foi avaliada

protegidos são escassas. Segundo a

a eficiência de contato elétrico, bem como

MIT:

primários

a funcionalidade deste equipamento. Além

com cabos cobertos, em intervalos de

disso, uma metodologia para restauração

aproximadamente 300 m, deve-se prever

da camada isolante foi realizada. Os

a instalação de estribos com conectores

resultados aqui apresentados são produtos

tipo cunha para conexão do conjunto

do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento

de aterramento temporário quando da

(P&D) da Agência Nacional de Energia

execução de serviços de manutenção

Elétrica (Aneel).

160907,

nos

circuitos

com a rede desenergizada. Os pontos de

Desenvolvimento

aterramento prefe­ rencialmente serão os estribos dos transformadores. Nos trechos de rede compacta em que não existam

Projeto do conector e protótipo

transformadores instalados ao longo da

físico

faixa dos 300 m, deverão ser instalados

Para o desenvolvimento do conec­

estribos de espera para aterramentos, que

tor

serão retirados à medida que forem sendo

redes compactas, iniciaram-se os estudos

instalados transformadores intermediários.

projetando-se o protótipo. Neste protótipo,

Esta metodologia, em entrevista com

existe o sistema para aprisionamento do

para

aterramento

Figura 2 – Vista isométrica do conector protótipo desenvolvido.

temporário

de


74

Proteção

O Setor Elétrico / Junho de 2015

cabo, que é responsável pelo aperto do cabo, não permitindo que, ao ocorrer a penetração do pino de perfuração, tenha-se a separação dos condutores metálicos do cabo, explodindo a sua proteção. Após o aprisionamento do cabo, é feito o aperto do parafuso de perfuração da camada de proteção. A necessidade desses dois procedimentos ocorre para que não haja explosão dos fios do cabo antes de seu aprisionamento. O dispositivo pode ser

Figura 3 – Conector aplicado a cabo protegido.

visualizado na Figura 2.

Com relação ao dimensionamento dos

passagem de corrente elétrica

realização e à adaptação de um conjunto

pinos de perfuração para realizar o contato

de ensaios aplicados a conexões. Estes

elétrico necessário para o aterramento

ensaios

forma

ao sistema cabo+conector de aterramento,

temporário, foram realizados os cálculos

comparativa, utilizando-se um sistema

por meio de uma fonte de corrente elétrica,

fundamentados em ensaio realizado em

de aterramento temporário especificado

aplicou-se uma corrente simulando uma

campo. Neste ensaio, avaliou-se a corrente

pela concessionária. Os ensaios foram

situação extrema se comparada ao modelo

elétrica que circula pelo aterramento

realizados, aplicando-se exatamente a

utilizado para o projeto do conector, que

temporário na situação de religamento

mesma metodologia aos dois conectores.

seria de 1.600 A por um tempo de 10

da rede de forma acidental. Nos testes

Estes ensaios foram:

ms. O monitoramento da temperatura foi

foram

realizados

de

realizados, foi avaliado o desempenho do

No ensaio de corrente elétrica aplicada

realizado a 1,5 m por meio de termovisor.

aterramento tipo sela para diversos tipos

• Ensaios de aquecimento pela passagem

Com o resultado apresentado pelo

de configurações e ligações e constatou-se

de corrente elétrica de 1,6 kA;

perfil térmico da Figura 4, pode-se afirmar

que a corrente elétrica I, que circula pelo

• Ensaio

sistema de aterramento temporário durante

contato;

apresentaram características de condução

esta operação, é variável de 160 A até 620

• Ensaio elétrico de impulso de corrente

similares quanto à passagem de corrente

A para uma tensão U de 9,29 kV até 3,50

de 5 kA, 10 kA, 15 kA, 20 kA, 30 kA, 50 kA,

elétrica.

kV. Para a situação com máxima corrente

65 kA e 80 kA.

elétrico

de

resistência

de

que o conector desenvolvido e o comercial

Ensaio de resistência de contato

elétrica, obteve-se o valor da resistência elétrica de terra de 5 W. Para estes valores

obtidos, a potência elétrica dissipada no

A aplicação do conector de aterramento

A medida de microresistividade de

temporário segue o procedimento antes

contato

contato será da ordem de 1,92 MW, que,

descrito. Na Figura 3, pode-se observar o

aplicada para se obter os valores de

ao se aplicar uma margem de segurança,

conector aplicado ao cabo protegido.

resistência elétrica em diversos contatos. O

pode ser estimada em 2 MW.

Os contatos elétricos deverão suportar

é

uma

técnica

amplamente

método aplicado neste ensaio consistiu da

Ensaios de aquecimento pela

aplicação de uma corrente elétrica de 600

esta potência em um tempo de 10 ms, tempo este de operação dos elos fusíveis, sem ocorrer o seu processo de fusão. Desta forma, foi possível calcular a massa dos pinos, dimensionar o tamanho e a quantidade de pinos, bem como o quanto estes devem penetrar no cabo para realizar um bom contato de segurança.

Ensaios elétricos nos conectores

A não existência de normas técnicas

para aterramentos temporários obrigou à

Figura 4 – Imagem térmica dos conectores testados. Em (a), tem-se o conector comercial, que chegou à temperatura máxima de 55 °C em todo o seu corpo. Em (b), a imagem térmica do conector desenvolvido, cuja temperatura foi de 50 °C, em sua haste lateral (local de conexão com o cabo).


75

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Tabela 1 – Resistência elétrica de contato para o conector convencional e o conector desenvolvido no projeto

Resistência elétrica de contato (mΩ) Convencional

Desenvolvido

Medida

50 mm2

300 mm2

50 mm2

300 mm2

1

0,223

0,911

0,32

0,238

2

0,212

0,825

0,268

0,241

3

0,243

0,812

0,267

0,238

4

0,191

0,865

0,321

0,238

5

0,286

0,798

0,268

0,245

Média

0,231

0,8422

0,2888

0,24

A CC e medida da tensão elétrica, sendo

que possibilita a aplicação de impulsos de

que o valor da resistividade é retornado

corrente de até 100 kA em escala de tempo

pelo próprio equipamento. O ensaio

de centenas de microssegundos. Utiliza-se

foi realizado em cabos de duas seções

uma ponta de prova para monitorar a tensão

transversais, de 50 mm² e 300 mm², sendo

sobre o conector e um divisor resistivo para

os resultados apresentados no quadro da

medir a corrente elétrica. Os dados são

Tabela 1.

monitorados por meio de osciloscópio com

software interno.

Conforme apresentado na Tabela 1, em

cada ensaio foram realizadas cinco medidas

Os impulsos de correntes aplicados

e tomado o valor médio como resultado.

foram de 12 kA, 31 kA e 51 kA, realizados

Estes resultados mostram que, dentro da

sobre um cabo de 50 mm². Para que o ensaio

variação, tanto o conector convencional

fosse comparativo, o posicionamento dos

quanto o desenvolvido obtiveram valores

conectores foi o mesmo respeitando-se os

dentro daqueles aceitos para a conexão

mesmos comprimentos de cabo.

de

conectores

Observando-se os resultados obtidos

convencionais na escala de centenas de

na Figura 5 para a resistência de contato

micro ôhms.

sob impulso de corrente para o conector

cabos

por

meio

de

desenvolvido, verifica-se que a resistência

Ensaios de impulso de corrente

máxima de contato foi de 554 m. Para o

aplicada

conector comercial a resistência de contato

Para a realização deste ensaio, utilizou-se

máxima foi de 527 m. Estes resultados

um gerador de impulso de corrente para

mostram-se satisfatórios, considerando os

carga máxima de 700 kV e capacitância

valores de resistências de contato de outros

de 0,1 µF e energia armazenada de 26 kJ,

tipos de conectores.

Figura 5 – Comportamento da resistência elétrica de contato do conector em função do impulso de corrente elétrica. Em (a), tem-se o comportamento do conector convencional, e (b) o comportamento do conector desenvolvido.


76

Proteção

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Figura 6 – Restauração por meio de aquecimento: (a) vista ampliada em 40 vezes do orifício causado pela perfuração na aplicação do conector; (b) sistema de aquecimento do cabo desenvolvido para reparação; (c) vista ampliada em 40 vezes do orifício após receber o aquecimento.

Restauração dos pontos de

perfuração

Ensaios de resistência mecânica

Uma segunda forma de restauração foi

estudada verificando-se que a utilização

Sabe-se que os materiais poliméricos

da fita isolante líquida, que é funcional

tração em amostras de cabo protegido sem a

possuem o chamado efeito de memória.

e de fácil aplicação. Neste processo foi

aplicação do conector e ensaio em amostra do

Este fenômeno permite que os materiais

desenvolvido um acessório para a vara

cabo, onde o conector foi aplicado seguido

poliméricos guardem informações sobre as

de manobra telescópica com um pincel e

da realização de todos os ensaios elétricos

suas características de conformação, como

apoios laterais para o cabo, a fim de facilitar

descritos no relatório anterior. Para este ensaio,

forma do objeto e posicionamento de

a aplicação da fita adesiva isolante líquida.

realizou-se o decape das extremidades do

cadeias moleculares, por exemplo.

Foram realizados os ensaios mecânicos de

A fita isolante líquida deverá ser aplicada

cabo para realizar a fixação do cabo às garras

da

em três demãos. Para cada demão completa

de tração do equipamento. Após a fixação dos

camada protetora do cabo, ocorre uma

em cada cabo, o eletricista deverá descer o

cabos às garras do equipamento, este aplica

penetração na camada protetora, afastando

dispositivo e aplicar novamente a fita líquida.

uma força a uma velocidade constante até

radialmente o material em relação ao

Para

de

que ocorra a ruptura da amostra, registrando

centro de perfuração. Algumas centenas de

restauração

a

os dados de carga aplicada pela deformação

cadeias poliméricas podem ser rompidas

montagem de uma rede compacta de 15 kV,

sofrida. Os resultados desta análise estão no

neste processo, porém, outras centenas

aplicando-se a tensão elétrica em um dos

quando da Tabela 2.

de milhares de cadeias permanecerão

cabos, mantendo os outros dois aterrados

Considerando-se

intactas, sendo somente deformadas pela

e a tensão foi elevada até a abertura de

sendo o mais representativo em função

força aplicada pelo pino de perfuração.

arco entre os cabos. Verificou-se, neste

da metodologia aplicada, os resultados

Após a remoção do pino, deve-se ativar

ensaio, que ocorre a abertura por meio

comparativos obtidos mostram-se satisfa­

a memória do material para que retorne

de arco elétrico na tensão média de 71

tórios. Em média, os dois grupos de amostras

a uma condição próxima da inicial. Uma

kV, porém, esta ocorre entre as pontas dos

apresentaram comportamento semelhante

das formas de se ativar este processo é o

cabos, sendo que a região restaurada não

e a média da carga de ruptura dos cabos

aquecimento do material. A Figura 6 mostra

apresenta nenhum processo de ruptura

perfurados encontra-se 17% acima da carga

a restauração por meio de aquecimento.

dielétrica de qualquer natureza.

máxima determinada pelos fabricantes.

No

processo

de

perfuração

se

avaliar dos

os

cabos,

métodos realizou-se

o

ensaio

como

Figura 7 – Processo de restauração do cabo com fita isolante líquida: (a) vista do sistema para aplicação da fita isolante líquida para a reparação dos cabos perfurados pelo conector; (b) coleta da fita isolante líquida; (c) aplicação da fita isolante no cabo perfurado realizando o reparo.


77

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Tabela 2 – Valores de carga de ruptura para as amostras ensaiadas

Carga de Ruptura (kgf) Amostra

Amostra Perfurada

Amostra Normal

1

1450

1415

2

930

930

3

890

750

4

790

885

5

1305

750

Média (x)

1073

946

DP

287,2194283

274,2125088

sobrecorrentes. ABNT, 2005. 8. ABNT NBR 6935. Seccionador, chaves de terra e aterramento rápido. ABNT, 1984. 9. MIT 160907 - Procedimentos de Manutenção em Redes Compactas. - Rafael Pires Machado é engenheiro químico, mestre em engenharia e ciência dos materiais. Atualmente, é pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento – Institutos Lactec e professor na Faculdade Opet (Curitiba, PR) e na faculdade Estácio (Curitiba, PR);

Conclusões

de patente, realizado pela CPFL junto ao INPI.

O os

presente

trabalho

desenvolvimentos

apresentou

e

validações

Referências

aplicadas ao protótipo do conector para aterramento para cabos protegidos, onde num único dispositivo podem-se aterrar cabos de diferentes diâmetros.

Os resultados comparativos mostra­

ram que o desempenho do conector desenvolvido é comparável ao conector comercial

aplicado

atualmente

nos

aterramentos temporários.

Com relação à restauração dos cabos

no ponto de perfuração apresentou-se uma forma direta de restauração, por meio de aquecimento dos pontos de perfuração, bem como a aplicação de fita isolante líquida. O processo de

restauração

demonstrou-se

por

aquecimento

eficiente

quando

realizado de forma próxima ao cabo, em função da observação necessária para a sua realização, que a distância se torna bastante difícil. A restauração com a aplicação de fita isolante líquida mostrou-se mais eficiente, podendo ser realizada a distância com a aplicação em três camadas de aproximadamente 1 mm cada. A

aplicação

restauração à

distância,

do

podem

conector ser

dispensando,

e

a

realizadas assim,

a

utilização de caminhões e equipes de linha viva. O produto desenvolvido encontra-se com solicitação de depósito

1. CABUSSÚ, M. S et al. Substituição de cabos aéreos em redes de média tensão energizada. Revista CIER, Argentina, p. 77-85, 01 dez. 2009. 2. PIAZZA, Fernando et al. Fatores de influência na compatibilidade de cabos protegidos, isoladores e acessórios utilizados em redes aéreas compactas de distribuição de energia elétrica, sob condições de multi-estressamento. Disponível em: <http://www.lactec. org.br/OInstituto/downloads/ Biblioteca/2003/17_2003_Citenel_ Fatores_influencia_compat.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2006. 3. PIAZZA, Fernando et al. Acompanhamento comparativo entre ensaios de laboratório e desempenho de campo de materiais poliméricos de redes compactas protegidas de distribuição de 13,8KV. In: ENCONTRO LUSO-AFRO-BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO E EXPLORAÇÃO DE REDES DE ENERGIA, 4, p. 1-6. 4. RITZ DO BRASIL S.A. Manual técnico de aterramento e curto-circuitamento temporário, 1996. 5. NR-18. Norma regulamentadora nº 18. Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Ed. 2004. 6. ABNT NBR 5410. Instalação elétrica de baixa tensão. ABNT, 1997. 7. ABNT NBR 14039. Aterramento e proteção contra: choques elétricos e

- André Luis Pirotello é engenheiro de produção, com MBA em gestão de negócios com ênfase em energia elétrica. Atualmente, é responsável pela prospecção e gerenciamento de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na Divisão de Inovação Tecnológica da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL); - Lianete Margot Klauck é engenheira eletricista, com MBA em Gerenciamento de Projetos. Atualmente, é engenheira de inovação na RGE Rio Grande Energia; - José Arinos Teixeira Júnior é engenheiro eletricista e mestre em Física. É pesquisador sênior do Instituto de Tecnologia; - Guilherme Rachelle Hernarski é engenheiro eletricista e mestre em engenharia e ciência. Atualmente, é pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento (Institutos Lactec); - Edemir Luiz Kowalski é físico e doutor em engenharia e ciência dos materiais. É pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento (Institutos Lactec) e professor na Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR); - Marcelo Antônio Ravaglio é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica e informática industrial. É pesquisador do Instituto de tecnologia para desenvolvimento do Institutos Lactec; - Signie Laureano França Santos é engenheiro eletricista e mestre em engenharia elétrica. Atualmente, é pesquisador do Institutos Lactec e professor na Faculdade Estácio de Curitiba (Curitiba, PR); - Victor Salvino Borges é engenheiro eletricista e especialista em Engenharia e Segurança do Trabalho. Atualmente, é pesquisador do Institutos Lactec.


78

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Momento econômico deixa mercado de dispositivos elétricos apreensivo Grande parte das empresas do setor acredita que a desaceleração da economia brasileira é o fator que causará mais impacto no crescimento do mercado de dispositivos elétricos, no entanto, para consumidores destes produtos, trata-se de um setor em franco crescimento

A situação econômica atual do país é a principal razão para

mercado no ano. Como consequência desta percepção, os fabricantes

as projeções menos otimistas dos fabricantes e distribuidores de

e distribuidores pesquisados apostam em um crescimento de 10% de

dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em relação

suas empresas neste ano de 2015. No levantamento realizado pela

ao seu crescimento para 2015. Pelo menos é o que dizem as empresas

revista no ano passado, as companhias da área esperavam crescer

da área que responderam à pesquisa da revista O Setor Elétrico desta

12%. A constatação de um crescimento de 10% no ano passado em

edição sobre o tema. Conforme o levantamento, a maior parte das

relação à 2013 também deve ter ajudado para que elas baixassem suas

companhias entrevistadas, 34%, apontou a desaceleração da economia

expectativas.

brasileira como o principal fator de interferência no crescimento deste

O crescimento abaixo do esperado em 2014 apresenta reflexos


79

O Setor Elétrico / Junho de 2015

também no faturamento das companhias no mesmo ano. Se a

Perfil das empresas

porcentagem de empresas que disseram faturar de R$ 5 milhões a R$ 20 milhões foi a mesma (30%) de 2013 para 2014, o mesmo não se pode dizer da porcentagem de fabricante e distribuidores

89%

de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

62%

que afirmaram faturar até R$ 5 milhões. Este número aumentou de um ano para o outro, passando de 23% em 2013 para 32% em

58%

2014. A diminuição de 11% para 7% das empresas que afirmaram

39%

faturar acima de R$ 200 milhões de 2013 para 2014 também pode

Industrial

Montadores de painéis Comercial

Residencial

ser considerado um indicador de como as companhias da área estão sentindo o crescimento moderado de suas empresas e a desaceleração da economia do Brasil. A perspectiva dos consumidores (projetistas, instaladores,

Assim como na pesquisa do ano passado, a venda direta ao cliente

empresas de manutenção e consultoria, e revendedoras) também não

final foi indicada por 76% dos fabricantes e distribuidores como o

é das melhores para este ano, conforme o levantamento. Na pesquisa

principal canal de vendas.

feita no ano passado, 29% dos consumidores entrevistados projetavam

Principais canais de vendas

especificar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões em dispositivos elétricos no ano de 2014. No levantamento deste ano, mais da metade dos entrevistados (55%) acreditam que irão especificar este montante. Já

76%

a porcentagem de consumidores que estimavam especificar acima de

68% 70%

R$ 100 milhões caiu de 14% para 9%.

Não obstante a queda nas especificações, os consumidores que

participaram da pesquisa apresentam uma opinião positiva a respeito

20%

do mercado de dispositivos elétricos. Cerca de 60% deles descreve

17%

o mercado como maduro e responsável, em franco crescimento e com produtos de boa qualidade técnica. Veja a seguir a pesquisa na íntegra:

Vendas diretas ao cliente final

Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas

Telemarketing Internet

Mercado brasileiro de dispositivos elétricos

Apenas 24% dos entrevistados disseram contar com certificado

As indústrias foram apontadas por 89% das empresas

ISO 14001, de gestão ambiental. Este número já foi menor: 21% no

entrevistadas como seu principal segmento de atuação. Logo

ano passado. Em relação à ISO 9001, de gestão de processos, 59%

atrás vem o setor de montadores de painéis, citados por 62% dos

afirmaram contar com o certificado, um número um pouco à frente dos

pesquisados.

56% que disseram possuir tal documento na pesquisa de 2014.


80

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT Certificados ISO

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Disjuntores BT 13%

Outros 14001 (ambiental)

15%

Abertos

18%

Acessórios para disjuntores

24% 9001 (qualidade)

59%

19%

Caixa moldada

17%

Disjuntor-motor

18%

Mini-disjuntores

Fusíveis BT

21%

O mercado nacional continua sendo o principal destino dos

Outros

dispositivos elétricos fabricados no Brasil. Na pesquisa deste ano,

24%

Tipo NH

92% das empresas fizeram tal afirmação. 22%

Acessórios para fusíveis

Balança comercial

17%

Tipo D

8%

Exportação 16%

Tipo cartucho Relés BT 18%

Outros 92%

Mercado nacional

22%

Outros relés de proteção eletrônicos

Os gráficos a seguir indicam os tipos de dispositivos mais

comercializados dentro de sua categoria na baixa tensão. Pode-se

20%

perceber que os tipos de produtos apresentam mais ou menos as

Outros relés de proteção eletromêcanicos

mesmas porcentagens, dividindo a atenção dos consumidores.

20%

De falta à terra

20%

De subtensão



82

Pesquisa -

Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Chave BT

8%

Religadora

20%

Comutadora

14%

Fusível

17%

19%

Reversora

Seccionadora fusível

22%

Seccionadora

Iluminação BT

32%

Minuteria 36%

Interruptor para iluminação

32%

Variador de luminosidade

Em relação aos tipos de dispositivos em média tensão, a situação se repete com

a porcentagem de comercialização, dividindo-se quase homogeneamente entre os equipamentos. O único tipo de produto que apresenta uma vendagem menor é a religadora dentro da categoria de chaves de média tensão.

Relés MT

29%

Outros relés de proteção eletrônicos

25%

De falta à terra

24% 22%

Outros relés de proteção eletromêcanicos

De subtensão



84

Pesquisa -

Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

O DPS é um dispositivo que vem sendo mais comercializado pelos fabricantes e distribuidores

da área. 66% das empresas disseram isso. Já o DR é vendido por 49% das companhias entrevistadas. Na pesquisa de 2015, estas porcentagens eram 57% e 45%, respectivamente. Comercialização do DR e DPS

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

49%

Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)

66%

Assim como no levantamento realizado em 2014, pode-se perceber que a maior parte

dos distribuidores e fabricantes entrevistados acredita faturar acima de R$ 100 milhões. Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção de baixa tensão 18%

Acima de R$ 500 milhões

19%

Até R$ 10 milhões 8%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

19%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

4%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 18%

14%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT 12%

Até R$ 10 milhões

21%

Acima de R$ 500 milhões

4%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 14%

23%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 10%

16%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão 12%

Até R$ 10 milhões

25%

Acima de R$ 500 milhões

8%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 6%

18%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 21%

10%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões


85

O Setor Elétrico / Junho de 2015

A maior parcela (62%) das empresas que participaram desta pesquisa afirma ter

faturado até R$ 20 milhões em 2014. Faturamento bruto anual médio das empresas pesquisadas 7%

Acima de R$ 200 milhões

7%

De R$ 80 milhões a R$ 200 milhões

32%

Até R$ 5 milhões

7%

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 6%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões

30%

De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões

11%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

No ano passado, os fabricantes e distribuidores esperavam que o mercado de dispositivos

elétricos apresentasse um crescimento de 6%. No levantamento deste ano, as previsões estão levemente mais otimistas. A expectativa é que o mercado tenha um incremento de 7% em 2015. Previsões de crescimento

8% 7%

Expectativa de contratação de funcionários para 2015

Expectativa de crescimento médio para o mercado de dispositivos elétricos em 2015 Expectativa de crescimento médio para as empresas em 2015

10% 10%

Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterior

A desaceleração da economia continua sendo o item mais citado pelos empresários

do setor no que diz respeito ao que pode impactar o mercado. Neste ano, essa opinião foi compartilhada por 34% dos pesquisados. Em 2014, 35% indicaram tal fator. Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão em 2014 12%

Outros

4%

Programas de incentivo do governo

11%

Falta de normalização e/ou legislação 4%

Incentivos por força de legislação ou normalização 7%

34%

Desaceleração da economia brasileira

Crise internacional 8%

Projetos de infraestrutura

20%

Setor da construção civil desaquecido


86

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Opinião dos consumidores de dispositivos elétricos

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Entre os dispositivos para motores, as botoeiras (88%) foram

os tipos mais comprados e/ou especificados.

As revendedoras e as instaladoras são o tipo de consumidor

Dispositivos para motores mais comprados e/ou especificados

com maior participação nesta pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico. Projetistas, consultores e empresas de manutenção

Botoeira

88% 79% Chave de partida convencional 67% Sinalizadores em geral 63% Sensores em geral Chave fim de curso 63% 58% Temporizador Soft starter 58% 54% Inversor de freqüência 50% Relé de Impulso

também fizeram parte deste levantamento. Perfil dos pesquisados 6%

19%

Consumidora de produtos

Projetista

25%

Revendedora de produtos 21%

Instaladora 17%

Atua em consultoria

12%

Atua em manutenção

Já no que se refere aos dispositivos de proteção e seccionamento

de média tensão, os fusíveis e os disjuntores foram votados por 83% dos

Os disjuntores são os dispositivos de proteção de baixa tensão

consumidores como os itens mais adquiridos. As chaves seccionadoras

mais comprados e/ou especificados pelos consumidores deste

ficaram em segundo lugar, sendo citadas por 79% dos pesquisados.

nicho de mercado. 96% dos entrevistados disseram isso.

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados

Dispositivos de proteção de baixa tensão mais comprados e/ou especificados

Fusíveis

Disjuntores

96% Relés de proteção em geral 88% Dispositivos diferenciais 83% residuais (DR) 83% Fusíveis de proteção 75% Dispositivos contra surtos (DPS) 71% Acessórios para disjuntores 58% Acessórios para fusíveis Já em relação aos dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT, as chaves comutadoras e as chaves de transferência foram as mais citadas, ambas por 83% dos consumidores.

33%

83% Disjuntores 83% 79% Chave Seccionadora 71% Chave Fusível Relés de proteção em geral 71% 63% Pára-raios Acessórios para fusíveis 63% 50% Acessórios para disjuntores Chave Religadora

Os disjuntores continuam sendo os dispositivos mais empregados

tanto em instalações residenciais como industriais. Na pesquisa do ano passado, a participação do produto era 82% nas indústrias e de 91% nas residências.

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização BT mais comprados e/ou especificados

Chave Comutadora

83% Chave de Transferência 83% 75% Interruptor para Iluminação 54% Variador de Luminosidade 46% Minuteria

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão mais comprados e/ou especificados

28%

Fusíveis

71%

Disjuntores

Instalações industriais

19%

Fusíveis

72% instalações residenciais e análogas dos seguintes produtos

Disjuntores



88

Pesquisa -

Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Conforme o levantamento, o DR de alta sensibilidade e o DPS, com 60% cada, os dispositivos

foram considerados os mais utilizados nos projetos realizados pelas empresas em 2014. Os inversores (22%) foram os menos empregados nos projetos. Percentual de uso dos seguintes dispositivos nos projetos realizados pelas empresas em 2014

60% 60% 44% 24%

DPS

Chave de partida convencional

Soft starter Inversor de freqüência

22%

DR de alta sensibilidade (≥ 30mA)

Conforme o levantamento, o DR de alta sensibilidade e o DPS, com 60% cada, os dispositivos

foram considerados os mais utilizados nos projetos realizados pelas empresas em 2014. Os inversores (22%) foram os menos empregados nos projetos. Estimativa de especificação e/ou compra de dispositivos elétricos 9%

Acima de R$ 100 milhões

5%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 4%

55%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Até R$ 1 milhão

27%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

Enquanto ao grau de satisfação com a qualidade dos produtos, os consumidores deram

notas altas. A maioria (61% deles, avaliou com 8 e 9 os dispositivos disponíveis no Brasil). Grau de satisfação com a qualidade dos dispositivos elétricos disponíveis no mercado brasileiro

4% 17%

Nota de 1 a 5

Nota 10 18%

Nota de 6 a 7

61%

Nota de 8 a 9


89

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Para complementar a avaliação de satisfação, perguntamos aos

Treinamento oferecido pelo fabricante

consumidores que participaram do levantamento quais fatores os 8%

influenciam mais na hora de comprar e/ou especificar um produto da

Nota 10

área de dispositivos elétricos. A garantia, o selo Inmetro, a assistência

25%

Nota de 1 a 5

técnica do fabricante, nesta ordem, foram os mais votados. Garantia 12%

33%

Nota de 1 a 5

Nota de 8 a 9

38%

Nota 10 34%

Nota de 6 a 7

50%

Marca

Nota de 8 a 9

3%

14%

Nota de 1 a 5

Nota 10 Selo Inmetro 8%

24%

Nota de 1 a 5

Nota de 6 a 7 17%

46%

Nota de 6 a 7

Nota 10

59%

Nota de 8 a 9

29%

Nota de 8 a 9

Assistência técnica do fabricante

tratar de um mercado maduro e responsável, em franco crescimento e

21%

com produtos de boa qualidade técnica.

Nota de 1 a 5

21%

Os consumidores entrevistados apresentaram uma visão positiva a

respeito do mercado brasileiro de dispositivos elétricos. Acreditam se

Nota 10

8%

Nota de 6 a 7

Classificação do mercado brasileiro de dispositivos elétricos 4%

Com produtos com pouca qualidade técnica

29%

4%

Nota de 8 a 9

Mercado desatualizado

25%

Já os fatores considerados menos relevantes pelas empresas pesquisadas são o local de fabricação (nacional ou importado); o

Com produtos de boa qualidade técnica

6%

Oferece bom respaldo técnico 12%

treinamento oferecido pelo fabricante; e a marca.

Atento às tendências internacionais

Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 13%

13%

Nota 10

37%

Nota de 1 a 5

21%

Com deficiências técnicas (assistência e suporte

Mercado em franco crescimento

21%

15%

Nota de 8 a 9

Mercado maduro e responsável 29%

Nota de 6 a 7


Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

www.agpr5.com.br

Criciúma

SC

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

APS

(11) 5645-0800

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

X

ASELCO

(11) 3017-3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

ATS ELETRICA

(15) 3329-8615

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

BHS

(11) 2081-8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

CHINT ELECTRIC

(11) 3266-7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

X

X

CLAMPER

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

X

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

X

X

CONNECTWELL

(11) 5844-2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DBTEC

(12) 3642-9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

EATON

(11) 4525-7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

EFE-SEMITRANS

(21) 2501-1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

ELEKTROFUSE

(15) 3019-4108

www.elektrofuse.com.br

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

ELOS

(41) 3383-9290

EMBRASTEC ENERBRAS

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SP

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RJ

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São Paulo

SP

X

X

X

Cornelio Procopio

PR

X

X

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

(16) 3877-5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

(41) 2111-3043

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

X

X

ERICO

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

X

X

X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

Sao Caetano do Sul

SP

X

X

X

X

FULL GAUGE

(51) 3475-3308

www.fullgauge.com.br

Canoas

RS

X

X

X

X

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

X

X

X

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

HOLEC

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Barueri

SP

X

X

ICR RELES

(11) 2949-4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

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X

Outros

(48) 3462-3900

ALUMBRA

X

X

Acessórios para disjuntores

AGPR5

X

X

X

X

Disjuntor-motor

SP

X

X

Mini-disjuntores

X

Mogi Mirim

X

X

Caixa moldada

X

www.adsdisjuntores.com.br

Importa produtos acabados

X

(19) 3804-1119

Exporta produtos acabados

X

ADS DISJUNTORES

X

Possui programas na área de responsabilidade social

X

SP

Possui certificado ISO 14.001

X

X

Guarulhos

Possui certificado ISO 9001

X

X

www.acabine.com.br

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

(11) 2842-5252

Internet

X

ACABINE

Telemarketing

X

Cidade Osasco

Venda direta ao cliente final

X

X

Site www.abb.com.br

Revendas/Varejistas

Residencial

X

X

Telefone (11) 3699-9111

Distribuidores/Atacadistas

Comercial

X

ABB

Montadores de painéis

Industrial

Estado X SP

Distribuidora

Fabricante

EMPRESA

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Principal canal de vendas

Abertos

Principal segmento de atuação

Empresa

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes

90

X X

X

X

X

X

X

X


91

O Setor Elétrico / Junho de 2015

X

KRAUS & NAIMER

(11) 2198-1288

www.krausnaimer.com.br

Cotia

SP

X

KRON MEDIDORES

(11) 5525-2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

LEGRAND

(11) 5644-2600

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

MAKAP

(41) 3029-4111

www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré

MARGIRIUS

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

MERSEN

(11) 2348-2360

ep-fr.mersen.com

METALTEX

(11) 5683-5700

MICRO-KEY

(11) 5514-6314

MTM

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X

X X

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X

X

X

X

X

PR

X

X

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X

SP

X

X

X

X

Cabreúva

SP

X

X

X

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

X

www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

(11) 4125-3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

MULTIDRIVE

(19) 3838-9800

www.multidrive.com.br/

Sumaré

SP

NUTSTEEL

(11) 2122-5777

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

OMICRON

(11) 5061-8566

www.omicronservice.com.br São Paulo

SP

PARAKLIN

(11) 3948-0042

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

X

X

X X

X X

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Outros

SP

X

X

Acessórios para disjuntores

São Paulo

X

X

Mini-disjuntores

www.kienzle-haller.com.br

X

X

Caixa moldada

(11) 2249-9604

X

X X

Abertos

KIENZLE CONTROLS

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

X

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

SP

X

Importa produtos acabados

São Paulo

X

Exporta produtos acabados

www.kacon.com.br

X

Possui programas na área de responsabilidade social

(11) 3361-2696

X

Possui certificado ISO 14.001

KACON

X

X

Possui certificado ISO 9001

X

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

SP

Internet

São Paulo

Telemarketing

www.jng.com.br

Venda direta ao cliente final

(11) 2090-0550

Revendas/Varejistas

JNG

Distribuidores/Atacadistas

Estado SP X

Montadores de painéis

Cidade Bauru

Residencial

Site www.indelbauru.com.br

Comercial

Telefone (14) 3281-7070

Industrial

INDEL BAURU

Distribuidora

Fabricante

EMPRESA

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Principal canal de vendas

Disjuntor-motor

Principal segmento de atuação

Empresa

X


Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

X

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São Paulo

SP

X

X

Belo Horizonte

MG

X

X

São Paulo

SP

X

X

ROCKWELL AUTOMATION

(11) 5189-9500 www.rockwellautomation.com.br São Paulo

SP

X

X

SAREL

(11) 4072-1722 www.sarel.com.br

SP

X

SASSI

(11) 4138-5122 www.sassitransformadores.com.br Tabão da Serra

SP

X

SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 2165-5400 www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

SEL

(19) 3518-2110 www.selinc.com.br

Campinas

SP

SICES BRASIL

(11) 4193-2008 www.sicesbrasil.com.br

Itapevi

SP

SIEMENS

(11) 3908-2000 www.siemens.com.br

São Paulo

SP

SOBRETENSÃO

(47) 3338-4484 www.sobretensao.com.br

Blumenau

SC

SOPRANO

(54) 2109-6000 www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

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X

X

X

X

X

STECK

(11) 2248-7000 www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

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X

X

X

X

X

X

STRAHL

(11) 2818-3838 www.strahl.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

TEE

(19) 3875-9868 www.tee.com.br

Indaiatuba

SP

X

X

X

X

X

X

X

VARIXX

(19) 3301-6900 www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

X

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X

X

X

X

X

X

WEG

(47) 3276-4000 www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X

X

X

X

X

X

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610 www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

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Diadema

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Outros

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Acessórios para disjuntores

Mini-disjuntores

X

Disjuntor-motor

Caixa moldada

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X X

Abertos

Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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X

Possui programas na área de responsabilidade social

X

SP

X

Possui certificado ISO 14.001

X

Possui certificado ISO 9001

(11) 2975-3106 www.proservincom.com.br

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

PROSERVINCOM

X X

Internet

(31) 3423-5812 www.prosegbh.com.br

Telemarketing

(11) 3871-6431 www.phoenixcontact.com.br

PROSEG

X

Venda direta ao cliente final

PHOENIX CONTACT

Revendas/Varejistas

São Paulo

Distribuidores/Atacadistas

(11) 5543-2199 www.pextron.com.br

Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores BT

Principal canal de vendas

Montadores de painéis

PEXTRON

Estado X SP

Residencial

Cidade São Paulo

Industrial

Telefone Site (11) 2917-3399 www.patecpaineis.com.br

Distribuidora

PATEC

Fabricante

EMPRESA

Comercial

Principal segmento de atuação

Empresa

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes

92

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X



Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

Mogi Mirim

SP

www.agpr5.com.br

Criciúma

SC

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

APS

(11) 5645-0800

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

ASELCO

(11) 3017-3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

ATS ELETRICA

(15) 3329-8615

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

BHS

(11) 2081-8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

X

CHINT ELECTRIC

(11) 3266-7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

X

CLAMPER

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

CONNECTWELL

(11) 5844-2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

DBTEC

(12) 3642-9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

X

EATON

(11) 4525-7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

EFE-SEMITRANS

(21) 2501-1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ELEKTROFUSE

(15) 3019-4108

www.elektrofuse.com.br

São Paulo

SP

X

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornelio Procopio

PR

X

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

EMBRASTEC

(16) 3877-5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3043

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ERICO

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

Sao Caetano do Sul

SP

X

FULL GAUGE

(51) 3475-3308

www.fullgauge.com.br

Canoas

RS

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

X

X

X

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

X

HOLEC

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Barueri

SP

X

X

ICR RELES

(11) 2949-4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

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Minuteria

www.adsdisjuntores.com.br

(48) 3462-3900

X

Religadora

(19) 3804-1119

AGPR5

X

Fusível

ADS DISJUNTORES

X

Seccionadora fusível

SP

Seccionadora

Guarulhos

Reversora

X

www.acabine.com.br

Comutadora

De subtensão

X

(11) 2842-5252

Manual

De falta à terra

X

ACABINE

Automática

Dispositivos Diferenciais

X

Cidade Osasco

Iluminação BT

Outros

Dispositivos de Proteção

X

Site www.abb.com.br

Chaves BT

Outros relés de proteção Eletrônicos

Outros

X

Telefone (11) 3699-9111

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Acessórios para fusíveis

X

ABB

X

Relés BT

Tipo cartucho

Estado X SP

Tipo D

Tipo NH

EMPRESA

Dispositivos BT

Chaves de transferência BT

Variador de luminosidade

Dispositivos de proteção de baixa tensão Fusíveis BT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Interruptor para iluminação

94

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95

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

LEGRAND

(11) 5644-2600 www.legrand.com.br

São Paulo

SP

MAGNANI

(54) 4009-5255 www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

(11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

MAKAP

(41) 3029-4111 www.limpoeletronica.com.br

Almirante Tamandaré

MARGIRIUS

0800 707 3262 www.margirius.com.br

Porto Ferreira

MERSEN

(11) 2348-2360 ep-fr.mersen.com

Cabreúva

SP

X

X

METALTEX

(11) 5683-5700 www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

X

X

MICRO-KEY

(11) 5514-6314 www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

MTM

(11) 4125-3933 www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

MULTIDRIVE

(19) 3838-9800 www.multidrive.com.br/

Sumaré

SP

NUTSTEEL

(11) 2122-5777 www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382 www.obo.com.br

Sorocaba

SP

OMICRON

(11) 5061-8566 www.omicronservice.com.br

São Paulo

SP

PARAKLIN

(11) 3948-0042 www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

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PR

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Minuteria

SP

X

Variador de luminosidade

São Paulo

X

Interruptor para iluminação

(11) 5525-2000 www.kron.com.br

Fusível

KRON MEDIDORES

X

Seccionadora fusível

SP

X

Seccionadora

SP

Cotia

X

Reversora

São Paulo

(11) 2198-1288 www.krausnaimer.com.br

X

Comutadora

(11) 2249-9604 www.kienzle-haller.com.br

KRAUS & NAIMER

X

Iluminação BT

Manual

KIENZLE CONTROLS

X

Chaves BT

Automática

SP

Outros

SP

São Paulo

Outros relés de proteção Eletrônicos

São Paulo

(11) 3361-2696 www.kacon.com.br

Outros relés de proteção Eletromecânicos

(11) 2090-0550 www.jng.com.br

KACON

De subtensão

X

JNG

De falta à terra

X

Cidade Bauru

Dispositivos Diferenciais

X

Telefone Site (14) 3281-7070 www.indelbauru.com.br

Relés BT

Dispositivos de Proteção

Acessórios para fusíveis

X

INDEL BAURU

Outros

Tipo cartucho

Estado SP

Tipo D

EMPRESA

Dispositivos BT

Tipo NH

Fusíveis BT

Chaves de transferência BT

Religadora

Dispositivos de proteção de baixa tensão

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X


Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

ROCKWELL AUTOMATION

(11) 5189-9500

www.rockwellautomation.com.br São Paulo

SP

SAREL

(11) 4072-1722

www.sarel.com.br

SASSI

(11) 4138-5122

www.sassitransformadores.com.br Tabão da Serra

SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 2165-5400

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

SEL

(19) 3518-2110

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SICES BRASIL

(11) 4193-2008

www.sicesbrasil.com.br

Itapevi

SP

SIEMENS

(11) 3908-2000

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

SOBRETENSÃO

(47) 3338-4484

www.sobretensao.com.br

Blumenau

SC

SOPRANO

(54) 2109-6000

www.soprano.com.br

Farroupilha

STECK

(11) 2248-7000

www.steck.com.br

São Paulo

STRAHL

(11) 2818-3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

TEE

(19) 3875-9868

www.tee.com.br

Indaiatuba

SP

VARIXX

(19) 3301-6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

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Minuteria

SP

X

Variador de luminosidade

São Paulo

X

Fusível

www.proservincom.com.br

X

X

Seccionadora fusível

(11) 2975-3106

X

X

Seccionadora

PROSERVINCOM

X

X

Reversora

MG

X

Iluminação BT

Comutadora

SP

Belo Horizonte

X

SP

Chaves BT

Manual

São Paulo

www.prosegbh.com.br

Automática

www.phoenixcontact.com.br

(31) 3423-5812

Outros

(11) 3871-6431

PROSEG

Outros relés de proteção Eletrônicos

PHOENIX CONTACT

X

Outros relés de proteção Eletromecânicos

São Paulo

De subtensão

www.pextron.com.br

De falta à terra

(11) 5543-2199

Dispositivos Diferenciais

PEXTRON

Diadema

Estado X SP

Relés BT

Dispositivos de Proteção

Cidade São Paulo

Outros

Site www.patecpaineis.com.br

Acessórios para fusíveis

Telefone (11) 2917-3399

Tipo cartucho

PATEC

Tipo D

Tipo NH

EMPRESA

Dispositivos BT

Chaves de transferência BT

Interruptor para iluminação

Dispositivos de proteção de baixa tensão Fusíveis BT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Religadora

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Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT

Temporizador

Botoeira

Chave fim de curso

Contato

Relé de Impulso

Sensores em geral

Sinalizadores em geral

Outros

Disjuntores

Acessórios para disjuntores

Fusíveis

Acessórios para fusíveis

Pára-raios

De falta à terra

De subtensão

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X

ABB

Telefone (11) 3699-9111

Site www.abb.com.br

Cidade Osasco

ACABINE

(11) 2842-5252

www.acabine.com.br

Guarulhos

SP

ADS DISJUNTORES

(19) 3804-1119

www.adsdisjuntores.com.br

Mogi Mirim

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com.br

Criciúma

SC

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

APS

(11) 5645-0800

www.apscomponentes.com.br São Paulo

SP

ASELCO

(11) 3017-3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

ATS ELETRICA

(15) 3329-8615

www.atseletrica.com.br

Sorocaba

SP

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

BHS

(11) 2081-8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

CHINT ELECTRIC

(11) 3266-7654

www.chint.net

Guarulhos

SP

CLAMPER

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

CONNECTWELL

(11) 5844-2010

www.connectwell.com.br

São Paulo

SP

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DBTEC

(12) 3642-9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

EATON

(11) 4525-7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

EFE-SEMITRANS

(21) 2501-1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ELEKTROFUSE

(15) 3019-4108

www.elektrofuse.com.br

São Paulo

SP

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornelio Procopio

PR

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

São José dos Pinhais

PR

EMBRASTEC

(16) 3877-5510

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3043

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

ERICO

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

Sao Caetano do Sul

SP

X

FULL GAUGE

(51) 3475-3308

www.fullgauge.com.br

Canoas

RS

X

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HOLEC

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Barueri

SP

ICR RELES

(11) 2949-4265

www.icr-reles.com.br

São Paulo

SP

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Outros relés de proteção Eletrônicos

Inversor de freqüência

Relés MT

Chave de partida de motor

Estado SP

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão Dispositivos MT

Soft starter

EMPRESA

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Outros relés de proteção Eletromecânicos

98

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99

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

São Paulo

SP

KRAUS & NAIMER

(11) 2198-1288

www.krausnaimer.com.br

Cotia

SP

KRON MEDIDORES

(11) 5525-2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

LEGRAND

(11) 5644-2600

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

MAKAP

(41) 3029-4111

www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré

MARGIRIUS

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

MERSEN

(11) 2348-2360

ep-fr.mersen.com

Cabreúva

SP

METALTEX

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

MICRO-KEY

(11) 5514-6314

www.microkeylimit.com.br

São Paulo

SP

MTM

(11) 4125-3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

MULTIDRIVE

(19) 3838-9800

www.multidrive.com.br/

Sumaré

SP

NUTSTEEL

(11) 2122-5777

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

OMICRON

(11) 5061-8566

www.omicronservice.com.br São Paulo

SP

PARAKLIN

(11) 3948-0042

www.paraklin.com.br

São Paulo

SP

X

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X

Outros relés de proteção Eletrônicos

www.kienzle-haller.com.br

X

X

Outros relés de proteção Eletromecânicos

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O Setor Elétrico / Junho de 2015

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Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT

Acessórios para disjuntores

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Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Harmônicos em sistemas eólicos Origem dos harmônicos e inter-harmônicos no gerador de indução duplamente alimentado Por Silas Yunghwa Liu, Allan Fagner Cupertino, Victor Flores Mendes e Selênio Rocha Silva*


103

O Setor Elétrico / Junho de 2015

A

s tecnologias mais modernas de aerogeradores empregam

fluem para o sistema. São apresentados alguns resultados

o uso de eletrônica de potência, que são fontes conhecidas de

computacionais em um sistema hipotético empregando o

harmônicos. Em se tratando do gerador de indução duplamente

aerogerador.

alimentado (DFIG), são utilizados dois conversores estáticos, que

Harmônicos e inter-harmônicos no DFIG

acabam por aumentar a injeção de harmônicos. A topologia DFIG funciona a uma velocidade variável, o que acaba por contribuir com a presença de inter-harmônicos também, múltiplos não

Em

inteiros da frequência fundamental da rede.

aerogeradores

um

sistema DFIG,

de

geração

podem-se

eólica,

empregando

identificar

componentes

de

específicos da usina como fontes de harmônicos. As correntes

harmônicos, em altas frequências, devido aos chaveamentos.

de magnetização dos transformadores que alimentam as

No caso do DFIG, os harmônicos espaciais representam uma

máquinas são uma das fontes, mas normalmente elas são

contribuição expressiva nos harmônicos de baixa ordem. Estes

pequenas e, portanto, podem ser ignoradas na análise. A usina

harmônicos são decorrentes da construção física da máquina

pode ainda utilizar Statcoms, que são conversores estáticos. Os

e do posicionamento de seus enrolamentos, que resultam em

próprios geradores DFIG são fontes de harmônicos a partir dos

ondas de força magnetomotriz (FMM) e força eletromotriz (FEM)

seus dois conversores e dos harmônicos espaciais. Para separar

não senoidais.

as origens dos harmônicos, segue-se um modelo esquemático

Sabe-se

Este

que

trabalho

conversores

tem

a

estáticos

finalidade

de

são

fontes

apresentar

um

de um sistema de geração com DFIG na Figura 1.

direcionamento quanto às diversas origens dos harmônicos

O DFIG constitui-se de um gerador de indução de rotor

no DFIG e avaliar o seu impacto nas tensões e correntes que

bobinado. O seu circuito de estator é conectado diretamente

Figura 1 – Arquitetura do sistema de geração com DFIG.


104

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2015

à rede, enquanto seu circuito de rotor é alimentado por dois

conversores estáticos, em topologia “back-to-back”. Todo o

harmônicos nas correntes no estator da máquina a partir de dois

sistema é alimentado a partir de um transformador com dois

princípios: excitação do rotor e indução do estator, por meio do

secundários ou dois transformadores abaixadores para adequar

campo no entreferro.

os níveis de tensão da máquina e dos conversores. Na Figura 1,

Excitação do rotor: uma vez que se tem acesso aos terminais de

ainda estão representados a caixa de transmissão que conecta

rotor da máquina, a parcela da excitação influencia na FEM. As

a turbina à máquina, o filtro conectado ao conversor do lado da

ondas de densidade de fluxo no entreferro, devido à excitação

rede e o chopper de frenagem no barramento CC.

do rotor, são campos girantes da seguinte forma:

Os harmônicos presentes na FMM acabam por resultar em

O conversor do lado da rede (GSC – Grid Side Converter) é

responsável por controlar a tensão no barramento CC e o fluxo de reativo que flui pelo filtro. O conversor do lado do rotor (RSC – Rotor Side Converter) é responsável por controlar a potência ativa e reativa total que o sistema gera para a rede e alimenta o rotor na frequência de escorregamento da máquina, garantindo o seu funcionamento em uma velocidade variável. O método tradicional empregado para controlar os conversores é o PWM (modulação por largura de pulso).

Pode-se identificar no DFIG, basicamente, três fontes de

A equação (2) está escrita no referencial fixo, do estator. Em

(2), S é o escorregamento da máquina, P é o par de polos e a somatória em n corresponde aos harmônicos da equação (1). A partir de (2), tem-se que os harmônicos espaciais na FMM produzem harmônicos temporais na densidade de fluxo. Estes harmônicos induzem harmônicos na FEM nos condutores do estator, nas frequências:

harmônicos e inter-harmônicos. Estes serão detalhados a seguir.

Harmônicos espaciais

Indução do estator: no caso da excitação do estator, o processo

Devido à construção física da máquina e às posições dos

que resulta nos harmônicos constitui-se de duas etapas. A

enrolamentos de estator e rotor, há harmônicos espaciais

alimentação do estator resulta em campos no entreferro que

presentes no fluxo do entreferro. Os harmônicos espaciais na

induzem harmônicas na FEM e correntes do rotor da máquina.

força magnetomotriz (FMM) resultam em harmônicos temporais

Essas correntes, por sua vez, resultam em novos campos de

nas correntes da máquina.

densidade de fluxo no entreferro, que resultam em harmônicos na

O efeito ocorre, pois os harmônicos presentes na FMM

FEM e correntes do estator. As ondas de densidade de fluxo no

provocam harmônicos nas ondas de densidade de fluxo, que

entreferro, devido à alimentação do estator, são da seguinte forma:

induzem harmônicos na força eletromotriz (FEM). Esses, por sua vez, provocam harmônicos nas correntes das bobinas. O ciclo se fecha uma vez que essas correntes induzem harmônicos, novamente, na FMM. A FMM resultante de uma máquina

trifásica equilibrada é escrita da seguinte forma:

vez, o somatório em n em (4) corresponde aos harmônicos

A equação (4) está escrita no referencial fixo. Mais uma

em (1). Fazendo-se a conversão do referencial para o rotor, os harmônicos induzidos na FEM e correntes do rotor são nas frequências:

Na equação (1), N é o número de espiras, i é a corrente, h é

a ordem harmônica, ωn é a frequência fundamental da rede em rad/s e φ indica o sinal da sequência de fases do harmônico. A FMM resultante é constituída dos harmônicos característicos: ímpares e não múltiplos de 3. Em um sistema equilibrado, os harmônicos de sequência negativa são de 5ª, 11ª, 17ª, ... ordem e giram em sentido contrário à rotação da máquina, justificando

φ = -1. Os harmônicos de sequência positiva são de 7ª, 13ª, 19ª, ... ordem e giram no mesmo sentido da máquina.

Essas correntes harmônicas induzem novos harmônicos nos

campos de densidade de fluxo no entreferro. Para cada índice n correspondente aos harmônicos produzidos pela excitação do estator, há índices µ induzidos. Os campos no entreferro são escritos da seguinte forma:


O Setor Elétrico / Junho de 2015

105

A equação (6) está no referencial fixo do estator. Tem-se

que essas componentes nos campos no entreferro resultam em harmônicos na FEM e nas correntes do estator nas frequências:

Aplicando as ordens harmônicas características de (1) em

(3) e (7), os índices n e µ são reescritos de forma a obter as frequências harmônicas, em Hz, nas correntes do estator:

Os harmônicos que aparecem nas correntes de estator dependem do escorregamento da máquina. Uma vez que o escorregamento pode ser fracionário, os harmônicos resultantes podem se caracterizar como inter-harmônicos. A Figura 2 mostra os harmônicos resultantes para duas velocidades de funcionamento da máquina, ambas na região supersíncrona. As amplitudes são apenas ilustrativas.

Figura 2 – Harmônicos nas correntes de estator devido aos harmônicos espaciais (amplitudes ilustrativas) – (8).

Harmônicos e inter-harmônicos injetados pelo GSC

Os conversores estáticos possuem circuitos eletrônicos e

têm seu processo de funcionamento com base em chaveamento de alta frequência. A modulação por largura de pulso apresenta harmônicos inerentes ao seu funcionamento. Além disso, uma vez que os dois conversores estão conectados pelo barramento CC, o funcionamento de um deles acaba por resultar em correntes harmônicas no outro conversor.

Harmônicos inerentes ao processo PWM: tem-se que as

harmônicas decorrentes do processo PWM constituem-se de espectros locais centrados em múltiplos da frequência de


106

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2015

chaveamento fc com bandas laterais em múltiplos da frequência fundamental ± fn. As frequências harmônicas inerentes ao processo PWM são descritos por:

Analisando-se (9), tem-se que, caso fc seja múltiplo inteiro

da frequência da rede fn, as frequências resultantes serão harmônicos. Caso fc não seja um múltiplo inteiro de fn, como fc = 5 kHz, as frequências resultantes serão inter-harmônicos. Os valores dos índices k e m dependem de uma série de fatores, tais como a técnica PWM utilizada (triangular, histerese, vetor

Figura 4 – Inter-harmônicos gerados pela conexão dos dois conversores.

Para calcular os harmônicos resultantes dos ripples no barramento CC, no lado da rede do GSC, considera-se que eles são decorrentes do produto de um sinal modulador (fm ) por um sinal de perturbação (fp ). As frequências harmônicas resultantes desse produto são escritas por:

espacial); a topologia de conversor (dois ou três níveis); e esquema de chaveamento (unipolar ou bipolar). A Figura 3 ilustra o espectro harmônico (amplitudes ilustrativas) de um PWM com frequência de chaveamento de 2,5 kHz. É importante notar que, caso se utilize um índice de modulação superior a 1, aparecem harmônicos de baixa ordem no espectro. O tempo morto do chaveamento também resulta

Na Equação (10), p1 é o número de pulsos do retificador e p2

é o número de pulsos do inversor. Para conversores a seis pulsos, por exemplo, p1 = p2 = 6. No caso dos conversores a PWM, (10), é reescrito em função das frequências de chaveamento.

em harmônicos de baixa ordem, mas não foram incluídos aqui.

Na Equação (11), fc1 e fc2 são as frequências de chaveamento

do PWM do GSC e RSC, respectivamente. Para o exemplo da Figura 5, fc1 = fc2 = 2 kHz, fm = 60 Hz e fp = -18 Hz (correspondente a s = -3). Nela estão indicadas a banda centrada em 2 kHz, com setas pontilhadas (k = 1) e a banda centrada em 4 kHz, com setas tracejadas (k = 2) (amplitudes ilustrativas).

Figura 3 – Harmônicos inerentes ao processo PWM (amplitudes ilustrativas) – (9).

Na arquitetura do sistema de geração com DFIG, o GSC é

conectado à rede por um transformador e um filtro, que tem a finalidade de reduzir a penetração harmônica do chaveamento na rede elétrica. O filtro pode ser do tipo RL série, LCL série-paralela ou ainda filtros sintonizados nas frequências próximas a fc. Conversores estáticos interligados no barramento CC: a

Figura 5 – Harmônicos devido aos conversores em back-to-back com PWM (amplitudes ilustrativas).

frequência fundamental que alimenta o GSC, que funciona

Harmônicos e inter-harmônicos injetados pelo RSC

como retificador, é a frequência da rede: fn = 60 Hz e esta e seus múltiplos aparecem como ripples no barramento CC. A frequência fundamental do lado AC do RSC é a frequência de alimentação do rotor, correspondente ao escorregamento

da máquina: sfn e de maneira análoga, esta e seus múltiplos

os mesmos harmônicos característicos, inerentes ao PWM,

também aparecem como ripples no barramento CC. A Figura 4

apresentados em (9). No caso de (11), este é escrito da seguinte

ilustra esse efeito.

forma, para os harmônicos no rotor:

O conversor do lado do rotor da máquina vai apresentar



108

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Na Equação (13), o sinal positivo é utilizado para os harmônicos de sequência positiva no rotor e o sinal negativo para os harmônicos de sequência negativa no rotor. Para f h,s

Na Equação (12), a referência de sinal modulador e de

perturbação é trocada, em relação ao GSC, uma vez que a fundamental se refere à frequência de escorregamento no rotor e a perturbação vem da rede. Dessa forma, f m = sfn e f p = fn. As definições das frequências de chaveamento fc1 e

com sinal positivo, um harmônico f h,r de sequência positiva irá resultar em um harmônico f h,s de sequência positiva e viceversa para harmônicos de sequência negativa. Uma frequência resultante fh,s com sinal negativo representa uma inversão de sequência de fases.

fc2 se mantêm.

Os harmônicos e inter-harmônicos que aparecem nas

Modelo de sistema agregado

Um modelo de um sistema de geração eólica com DFIG

correntes de rotor são refletidos para o estator, por meio

agrega os elementos que compõem a usina e foi desenvolvido

do entreferro da máquina e fluem então para a rede, pelo

a partir da representação de um sistema a partir da matriz de

circuito de estator. As frequências com que as reflexões

impedâncias, focando no impacto das distorções harmônicas.

ocorrem dependem da sequência de fases de cada ordem

A Figura 6 apresenta o modelo de impedância equivalente,

harmônica e do escorregamento da máquina.

utilizado para representar a máquina.

Uma vez que o estator é alimentado pela frequência

da rede, os campos do estator giram na frequência Pf n, em que P é o par de polos da máquina. Para o cálculo das frequências refletidas, deve-se levar em conta o balanço de velocidades mecânica e elétrica do rotor, em função do escorregamento.

Os inter-harmônicos podem ser compostos de sequências

de fase positiva, negativa ou ambas. A sequência de fases influencia no sinal da frequência elétrica, uma vez que harmônicos de sequência negativa giram no sentido oposto do giro da máquina. As reflexões ocorrem, portanto, da seguinte forma:

Figura 6 – Modelo da impedância equivalente do DFIG.


O Setor Elétrico / Junho de 2015

109

Na Figura 6, o circuito de GSC apresenta

as impedâncias de um filtro LC série-paralelo e o trafo abaixador. E o circuito RSC apresenta as impedâncias da máquina, referidas ao lado do estator, o ponto de conexão com o transformador que alimenta o sistema. O circuito da Figura 6 é utilizado para representar a impedância equivalente de saída do DFIG, conectado à sua barra na usina. Monta-se, então, a matriz de impedâncias do sistema, para cada barra, considerando-se os diversos elementos, tais como transformadores e cabos. Com isso, é possível traçar o perfil das impedâncias harmônicas e realizar o escaneamento em frequência.

Tensões harmônicas Uma das maiores preocupações em se tratando de problemas de harmônicos são as ressonâncias harmônicas no sistema. Em casos de ressonância série, pequenas tensões harmônicas podem resultar em elevadas correntes, ao passo que, em casos de ressonância paralela, pequenas correntes harmônicas podem levar a tensões elevadas.

As tensões harmônicas de uma máquina

e a rede dependem das impedâncias do sistema e do perfil de carga e robustez do sistema. Uma vez que o foco deste trabalho é nos harmônicos específicos relacionados a um aerogerador, o modelo apresentado anteriormente será utilizado para apenas uma máquina, sem se aprofundar na análise de uma usina inteira. Na Figura 7, encontra-se o espectro harmônico da corrente de estator de um DFIG, considerando-se (8), (9), (11) e (13). Considera-se que a máquina está operando com escorregamento s = -0,3 e com frequência de chaveamento fc = 2,5 kHz em ambos os conversores.

A Figura 8 mostra o perfil da impedância

harmônica na barra PAC, que se conecta ao transformador da subestação, conectada ao DFIG, e na barra correspondente à saída do DFIG. Em ambas as barras, pode-se perceber que há uma ressonância paralela próxima


110

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2015

do sistema.

A partir das correntes injetadas pelo DFIG, apresentados na

Figura 7, e da impedância harmônica apresentada na Figura 8, é possível traçar o perfil das tensões harmônicas no sistema. No exemplo apresentado, foi considerada uma rede de 69 kV, com potência de curto-circuito trifásico de 624,2 MVA e razão X/R de 14,2. As tensões harmônicas são apresentadas na Figura 9, para a barra do PAC, de conexão à rede, e da barra do DFIG. Pode-se ver que as tensões harmônicas individuais chegam a aproximadamente 0,07% no PAC, enquanto no interior da usina, o valor chega a aproximadamente 0,4%.

Os valores são maiores próximos ao fim do espectro pois

há o caso de uma ressonância paralela próxima a 2,8 kHz, em Figura 7 – Espectro harmônico da corrente de estator do DFIG.

que também há a presença de diversas correntes harmônicas. Conforme já mencionado anteriormente, a presença de pequenas correntes harmônicas em regiões de ressonância paralela pode resultar em elevadas tensões harmônicas.

Conclusões

Este trabalho tem como objetivo ilustrar e guiar o leitor quanto

à origem das diversas harmônicas presentes em um sistema de geração eólica com DFIG. A tecnologia, por ser recente no âmbito nacional, e por apresentar um grau de complexidade maior que outras tecnologias já vigentes, merece uma atenção maior no tema. Trabalhos mais aprofundados na área ainda são relativamente Figura 8 – Impedância harmônica de um gerador DFIG.

escassos, o que contribui à necessidade de mais estudos.

O foco deste artigo é na tecnologia específica do aerogerador,

e não na visão sistêmica de uma usina inteira, que é um tema mais amplo.

A máquina DFIG possui basicamente três fontes de harmônicos

e inter-harmônicos, que são os harmônicos espaciais, inerentes da sua construção física, e os dois conversores estáticos. As correntes harmônicas são uma medida de emissividade de um sistema, mas as tensões harmônicas relevam a susceptibilidade desse sistema. Uma vez que as tensões harmônicas dependem das impedâncias harmônicas, as análises de escaneamento em frequência e detecção de ressonâncias são importantes.

Não foram tratados neste trabalho os efeitos dos harmônicos em

cima da máquina e do sistema elétrico, mas os mais relevantes são a redução da vida útil dos elementos envolvidos, torques pulsantes Figura 9 – Tensões harmônicas de um gerador DFIG.

a 2,8 kHz. Correntes harmônicas provenientes da frequência de chaveamento de 2,5 kHz podem resultar em tensões elevadas no sistema, comprometendo a vida útil de seus componentes.

Os valores das impedâncias na barra PAC são bem menores,

evidenciando que o efeito da ressonância paralela que ocorre no PAC é bem mais sutil que no interior da usina. Isso depende da robustez

e/ou frenantes na máquina, danificando seu sistema mecânico e comportamento inesperado do sistema, como acionamento de proteções ou interferência em sinais de comando. A presença de inter-harmônicos pode resultar ainda em efeitos de flicker.

Os autores agradecem ao CNPq, à FAPEMIG e à CAPES

pela assistência e suporte financeiro no desenvolvimento deste trabalho.


111

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Referências

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Este trabalho foi originalmente apresentado durante a quinta edição do Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, realizado em Foz do Iguaçu, entre os dias 22 e 25 de abril de 2014.

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Silas Yunghwa Liu é doutorando em Engenharia Elétrica pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal

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Allan Fagner Cupertino é professor do Departamento de Engenharia

speed-ripple and inertia on the steady-state current spectrum of a DFIG

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with unbalanced rotor,” in Proc. 2010 5th IET International Conference

(Cefet-MG), onde ingressou em 2014.

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Victor Flores Mendes é Engenheiro de Controle e Automação formado em 2008 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição da qual também recebeu os títulos de mestre e doutor em Engenharia Elétrica em 2009 e 2013, respectivamente. Selênio Rocha Silva (In Memoriam 1958-2014) foi Professor Titular do

IEEE Postgraduate Power Conference, p. 39-44.

Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas

• SANITER, R.; HANITSCH, C.; OSAUSKAS; LAIRD, H. “A harmonic

Gerais (UFMG), onde ingressou em 1982. Prof. Selênio publicou mais de

transfer matrix model of a variable ac speed drive,” in Proc. 2002 IEEE

250 artigos técnicos durante sua carreira e orientou mais de 40 alunos de

Postgraduate Power Conference, p. 51-55.

pós-graduação.


Espaço 5419

112

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Hélio Eiji Sueta*

A área de exposição equivalente segundo a Parte 2 da ABNT NBR 5419:2015 O Anexo A da parte 2 da ABNT

Dessa forma, para a estrutura em

NBR 5419:2015 intitulado “Análise do

questão, a área de exposição equivalente

número anual N de eventos perigosos”

é dada por:

traz, junto com outros conceitos, como se determina a área de exposição equivalente AD. Segundo o texto da norma, “para estruturas isoladas em

solos planos, a área de exposição

devem ser estudadas caso a caso.

Estruturas com formas mais complexas

equivalente AD é a área definida pela

intersecção entre a superfície do solo

é que a avaliação a ser feita é mais

com uma linha reta de inclinação

complexa e completa, pois são avaliadas

1 para 3 a qual passa pelas partes

também as descargas que atingem as

mais altas da estrutura (tocando-a

linhas que adentram à estrutura (AL),

nestes pontos) e rotacionando ao

as que atingem as proximidades da

redor dela”. Trocando em miúdos,

estrutura (AM), as linhas (Al) e as que

este procedimento é o mesmo já

atingem a estrutura adjacente (ADJ). A

amplamente utilizado na versão de

Figura 2 (extraída da norma) mostra de

2005, com a diferença da inclinação

uma forma esquemática estas áreas.

de 1 para 3 na versão de 2015, sendo

que na de 2005 esta inclinação é de

conforme a versão de 2015 da ABNT NBR

1 para 1. As Figuras 1a e b mostram

5419, todas estas áreas de exposição

graficamente a determinação desta

equivalente devem ser calculadas.

Uma novidade nesta versão de 2015

Assim, para realizar a análise de risco

área para uma estrutura em forma de

cubo.

que pode ser uma subestação de

A área da estrutura adjacente (ADJ),

Figuras 1 - a) Estrutura em forma de paralelogramo e b) Área de exposição equivalente


113

O Setor Elétrico / Junho de 2015

energia ou central de telecomunicações, deve ser calculada de forma semelhante à estrutura principal.

A área referente às descargas que

caem próximas à estrutura (AM) deve ser calculada também de forma semelhante à estrutura principal, sendo que, neste caso, o afastamento da lateral da estrutura não seria três alturas (3H), mas sim 500 metros. A norma considera

Figura 2 – Áreas de exposição equivalentes.

que somente as descargas que caem a 500 metros da estrutura influenciam no

perigosos NL devido a descargas na

proteção contra os raios. O uso de um

cálculo da análise de risco, em termos

linha;

software ou planilha eletrônica é essencial

de surtos induzidos nos equipamentos

• O número médio anual de eventos

para o cálculo dos riscos, principalmente

dentro da estrutura.

perigosos Nl devido a descargas perto

para a definição das medidas de proteção

da linha.

(SPDA, MPS – Medidas de Proteção

A área referente às descargas que

contra Surtos e as Medidas de prevenção

atingem a linha (AL) deve ser calculada em função do comprimento da linha

Estes números são obtidos utilizando

de incêndio), uma vez que estes cálculos

vezes 40 metros. Quando não se conhece

estas áreas e também a densidade de

devem ser feitos e refeitos diversas vezes,

o comprimento da seção da linha a ser

descargas atmosféricas para a terra

variando-se as medidas de proteção para

considerada, pode ser assumido 1.000

(NG), que nesta versão pode ser obtido

que os riscos fiquem dentro de valores

metros, sendo que neste caso esta área

diretamente nos mapas de densidade

indicados na norma toleráveis.

seria 40.000m².

de descargas atmosféricas que estão no

Muitos destes softwares e/ou planilhas

Anexo F da norma ou obtidos por meio

calculam

caem próximas à linha considerada (Al)

do

equivalentes automaticamente, alguns

deve ser calculada também em função

ABNT_NBR5419_Ng.

até para estruturas mais complexas, o

do comprimento da linha só que neste

O Anexo A fornece também diversas

que facilita bastante o cálculo dos riscos.

caso vezes 4.000 metros. Neste caso,

tabelas com fatores a serem utilizados

O Instituto de Energia e Ambiente da

também pode ser assumida uma linha de

nos cálculos, entre eles: o fator de

Universidade de São Paulo desenvolveu

1.000 metros quando não se conhece o

localização da estrutura, o fator de

uma planilha para análise de risco de

comprimento da seção da linha.

localização da estrutura adjacente, o

acordo com a NBR 5419-2:2015 e também

fator tipo de linha, o fator de instalação

um aplicativo para Android que auxilia no

sível obter diversos parâmetros necessários

da linha e o fator ambiental da linha.

cálculo da área de exposição equivalente

para a análise de risco, entre eles:

O gerenciamento do risco, segundo a

de uma estrutura, no local dela, quando

ABNT NBR 5419-2:2015, pode necessitar

não se tem nas mãos as dimensões da

• O número de eventos perigosos ND

de uma única estrutura, aproximadamente

estrutura, para isso utilizando a câmera

para a estrutura;

110 parâmetros para obtenção dos riscos,

fotográfica do smartphone ou tablet.

• O número de eventos perigosos NDJ

algum deles obtidos por cálculos, outros

Uma apresentação mais detalhada sobre

para uma estrutura adjacente;

por meio de medições e muitos obtidos

esta planilha e aplicativo será feita em

• O número médio anual de eventos

nas tabelas fornecidas nos anexos da

uma matéria futura nesta seção.

perigosos NM devido a descargas perto

norma. Fazer manualmente estes cálculos

da estrutura;

é muito trabalhoso, demandando tempo

*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica

• O número médio anual de eventos

e conhecimento apurado das técnicas de

e secretário da CE-003.064-10.

A área referente às descargas que

Calculando-se todas estas áreas, é pos­

link:

http://www.inpe.br/webelat/

estas

áreas

de

exposição


114

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Eduardo Daniel

Proteção contra incêndio O calor gerado pelos produtos elétricos

possa ser prejudicada por tais temperaturas e

que foi discutido nas reuniões de 2015 de

não pode causar perigo, efeitos danosos

garantir uma segura dissipação de calor aliado

revisão da norma ABNT NBR 5410:2004,

para os materiais fixos vizinhos ou que

à utilização de materiais de baixa capacidade

com base nas alterações do texto da IEC

podem ser previstos na proximidade de

de condução térmica.

correspondente e nos pontos apresentados

tais produtos. Os produtos elétricos não

pelos participantes. É importante sempre

podem apresentar perigo de incêndio para

5.2.2.1.3 Quando um componente da

ressaltar que as citações desta coluna

os materiais vizinhos.

instalação, fixo ou estacionário for suscetível

Esta seção é dedicada a um resumo do

de produzir, em operação normal, arcos ou

constituem um relato do que foi discutido e que foram aprovadas na reunião plenária

Nota – os danos, os ferimentos ou a ignição

centelhamento, ele deve ser:

pela Comissão de Estudos, porém, a

podem ser causados por efeitos como

• Totalmente envolvido por material

aprovação como parte oficial do Projeto

acumulação e radiação de calor, elementos

resistente a arco;

de Norma somente será feita antes de ser

quentes,

• Separado, por materiais resistentes

enviado o texto para consulta nacional.

de

elétrico,

a arcos, de elementos construtivos da

Algumas

redução

segurança

das

do

características

material

serão

dispositivos de proteção como disjuntores,

edificação sobre os quais os arcos possam

complementadas somente ao final dos

termostatos, limitadores de temperatura,

ter efeitos térmicos prejudiciais; ou

trabalhos

exemplo,

juntas de estanqueidade na penetração

• Instalado a uma distância suficiente

referências normativas) não estão descritas

dos cabos, sistemas de cabeamento,

dos elementos construtivos sobre os

aqui.

sobrecorrente, falhas de isolação e/ou arcos

quais os arcos possam ter efeitos térmicos

A revisão da norma ABNT NBR 5410

que provoquem perturbações, correntes

prejudiciais, de modo a permitir a segura

seguiu com a análise do texto base e

harmônicas, descargas atmosféricas (ver

extinção do arco.

das sugestões. Em função da revisão de

série IEC 62305), sobretensões (ver ABNT

alguns pontos que haviam sido discutidos

NBR 5410-4-44, artigo 443), seleção ou

Os

anteriormente, está sendo reproduzido o

montagem

mencionados devem ser incombustíveis,

texto de consenso da reunião de maio de

elétricos.

de

seções revisão

que (por

inadequada

dos

materiais

texto

aprovado

resistentes

a

arcos

apresentar baixa capacidade de condução térmica e possuir espessura capaz de

2015 a partir do item 5.2.2. O

materiais

nas

seções

correspondentes encontra-se a seguir:

5.2.2.1.2

Quando

as

temperaturas

assegurar estabilidade mecânica.

externas dos equipamentos fixos puderem atingir valores suscetíveis de causar risco

5.2.2.1.4 Os componentes fixos que

5.2.2 Proteção contra incêndio

de incêndio aos materiais vizinhos, o

produzem concentração de calor devem

provocado por produto elétrico

equipamento deve ser:

ser posicionados a uma distância suficiente

• Instalado sobre ou envolvidos por

de qualquer objeto fixo ou elemento de

materiais que suportem tais temperaturas

construção, de forma que tais objetos ou

e possuam baixa capacidade de condução

elementos não sejam submetidos, em

5.2.2.1.1 As pessoas, os animais domésticos

térmica;

condições normais, a uma temperatura

e os bens devem ser protegidos contra

• Separado dos elementos de construção

perigosa — por exemplo, uma temperatura

danos ou ferimentos provocados pelo calor

por

superior à de sua ignição.

ou fogo que pode ser gerado ou propagado

temperaturas e possuam baixa capacidade

5.2.2.1.5

pela instalação elétrica, considerando os

de condução térmica; ou

que contenham líquidos inflamáveis em

requisitos desta Norma e as instruções dos

• Instalado de modo a guardar afastamento

volume significativo devem ser objeto de

fabricantes de equipamentos.

suficiente de qualquer material cuja integridade

precauções para evitar que, em caso de

5.2.2.1 Regras gerais

materiais

que

suportem

tais

Componentes da instalação


115

O Setor Elétrico / Junho de 2015

incêndio, o líquido inflamado, a chama, a

modo que sua temperatura, em caso de

fumaça e gases se propaguem para outras

uso normal e de aquecimento previsível

linhas elétricas que alimentam circuitos de

partes da edificação.

em caso de falta, não dê origem a um

segurança devem possuir uma resistência

incêndio.

ao fogo durante o tempo prescrito

Nota 1: Tais precauções podem ser, por

Estas disposições podem resultar da

pela

exemplo:

construção do componente ou das suas

de construção ou então durante 1h, na

• Construção de um fosso de drenagem

condições de instalação. Nenhuma medida

ausência de tal regulamentação.

para coletar vazamentos do líquido e

especial é necessária quando a temperatura

assegurar a extinção das chamas em caso

das superfícies não for suscetível de

5.2.3.2.2 Em áreas comuns, em áreas

de incêndio;

provocar a ignição dos materiais nas

de circulação, em áreas de concentração

• Instalação dos componentes em uma

proximidades.

de público e em locais BD2, BD3 e BD4,

câmara resistente ao fogo, ventilada

5.2.3.1.3 Os dispositivos de desligamento

as linhas elétricas embutidas devem

apenas por atmosfera externa, e previsão

térmico

ser

de soleiras;

religamento manual.

incombustível, enquanto as linhas aparentes

• Outros meios para evitar que o líquido

5.2.3.2 Proteção contra incêndio em locais

e as linhas no interior de paredes ocas ou

inflamado se propague para outras partes

BD2, BD3 e BD4

de outros espaços de construção devem

devem

permitir

somente

Nas condições BD2, BD3 e BD4, as

regulamentação

totalmente

dos

imersas

em

elementos

material

da edificação. Nota 2: Em geral, considera-se "significativo" um volume igual ou superior a 25 litros. Nota 3: Para volumes inferiores a 25 litros, é suficiente alguma providência que evite o vazamento do líquido. Nota 4: É recomendável que a alimentação seja desligada tão logo um incêndio se inicie. 5.2.2.1.6 Os materiais de invólucros aplicados a componentes da instalação durante a execução da obra devem suportar a maior temperatura que o componente

Os componentes fixos que produzem concentração de calor devem ser posicionados a uma distância suficiente de qualquer objeto fixo ou elemento de construção, de forma que tais objetos ou elementos não sejam submetidos, em condições normais, a uma temperatura perigosa – por exemplo, uma temperatura superior à de sua ignição.

possa vir a atingir. Só se admitem invólucros de material combustível se forem tomadas

Nota: As condições BD2, BD3 e BD4 são

atender a uma das seguintes condições:

medidas preventivas contra o risco de

dadas na Tabela 21.

• No caso de linhas constituídas por cabos fixados em paredes ou em tetos, os cabos

ignição, como revestimento com material incombustível, ou de difícil combustão, e

5.2.3.2.1 Nas condições BD2, BD3 e

devem ser não propagantes de chama,

baixa capacidade de condução térmica.

BD4, as linhas elétricas não devem se

livres de halogênio e com baixa emissão de

situar nas rotas de fuga, salvo se forem

fumaça e gases tóxicos.

5.2.3 Precauções em caso de riscos

providas de cobertura, invólucro ou recurso

• No caso de linhas constituídas por

específicos de incêndio

equivalente. As linhas elétricas situadas em

condutos abertos, os cabos devem ser

rotas de evacuação devem ser dispostas

não propagantes de chama, livres de

fora da zona de alcance normal ou possuir

halogênio e com baixa emissão de fumaça

proteção contra danos mecânicos, que

e gases tóxicos. Já os condutos, caso

5.2.3.1.1 A instalação de componentes

podem ocorrer durante uma evacuação.

não sejam metálicos ou de outro material

elétricos deve ser restrita àqueles necessários

As linhas elétricas em rotas de fuga

incombustível, fumaça e gases tóxicos.

para o uso do local considerado, à exceção

devem ser tão curtas quanto possível e

das linhas elétricas, conforme 5.2.3.3.5.

devem ser não propagadoras de chama.

5.2.3.1 Generalidades

As linhas elétricas não podem atingir 5.2.3.1.2

elétricos

temperatura alta o suficiente para inflamar

devem ser selecionados e instalados de tal

materiais adjacentes [alínea b de 5.2.2.2.2].

Os

componentes

Por Eduardo Daniel, consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.


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Energia sustentável

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Dia mundial do meio ambiente – boas e más notícias O dia mundial do meio ambiente de 2015, 5 de junho, passou de forma muito apagada na mídia, ofuscado pelos fatos mais amplos: a crise econômica, a inflação e as altas da taxa de juros; além da corrupção com os novos desdobramentos no Brasil, na FIFA, Swissleaks e até do Neymar. Mais uma vez, o curto prazo parece estar vencendo de 7 x 1 o longo prazo. E a presente geração “rouba recursos” das futuras gerações. Isso me lembra do conceito de infraestrutura e superestrutura que aprendi na escola: a infraestrutura compreende os meios materiais e as forças/relações de produção para produzir as necessidades e comodidades da vida (economia). Essas relações determinam a superestrutura – relações e ideias da sociedade, incluindo a cultura, instituições, estruturas de poder político, papel social, jurídico e religioso. Apesar da superestrutura também influenciar a infraestrutura, esta última predominaria. A economia (e o dinheiro) sempre comandará tudo? Estaremos vendo uma luta entre este conceito antigo dos “dois pilares” (infra e superestrutura) e o conceito dos “três pilares” de John Elkington (“a sociedade depende da economia, e a economia depende do ecossistema global, cuja saúde representa o pilar derradeiro” – uns interferindo nos outros)? Será que a discussão sobre a realidade do aquecimento global e a necessidade de tratá-lo seria mais uma faceta desta luta? Lembro também do livro “O Valor do Amanhã”, do filósofo e economista Eduardo Gianetti, que traz a discussão sobre juros e escolhas intertemporais, representando uma face das decisões de valor entre o presente

e o futuro da economia, mas também da natureza e atividades humanas (inclusive na fábula da formiga e da cigarra). Consumir e viver o momento, ou poupar e planejar para um momento futuro? Apesar de o fenômeno ser mundial, não posso deixar de frisar o imediatismo do Brasil, como colocado pelo autor do livro, por motivos históricos e culturais. Mais calmo após este “desabafo filosófico”, quero chamar a atenção para alguns sinais positivos ligados à energia: - Pesquisa realizada entre março e abril, com 816 especialistas de 82 países, sobre liderança em sustentabilidade, mostra que os países e as empresas o fazem principalmente por meio de seus valores, crenças e cultura (fonte: Globescan Sustainability Survey). No caso dos países, 27% dos especialistas escolheram o país em que votaram como líder pelo tratamento dado à gestão de energia e da mudança climática. - Relatório anual da ONU (meio ambiente) recentemente lançado, referente a 2014, mostra: • Avanços na área de programas e equipamentos eficientes em energia, que poderão reduzir o consumo mundial em mais de 10% e economizar US$ 350 bilhões por ano. • Mais de 100 países com avanço nos esforços de redução da temperatura terrestre (mas que continua subindo e poderá subir mais três graus até 2050). - Sinalização de melhorias em direção às energias renováveis: • Aumento de 56% em 2014, significando 22% do total de energias no mundo (fonte:

O Estado de São Paulo, 22/05/15). • 144 países definiram metas para energias renováveis (fonte: REN21 – 2014. Renewables 2014 Global Status Report). • O G7 (sete países mais ricos do planeta) defendeu, recentemente, a redução das emissões globais de gases de efeito estufa entre 40% e 70% até 2050 (base: 2010), e atingir uma economia livre de combustíveis fósseis até 2100 – mesmo sem planos concretos, a declaração é forte. • A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) credenciou 382 projetos de geração de energia fotovoltaica para o 1º Leilão de Energia de Reserva 2015 (previsto para 14/08), totalizando uma capacidade instalada de 12.528 MW. - Mudança de postura dos Estados Unidos: meta de redução de 26% a 28% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 (base: 2005); e das emissões de metano de 40% a 45% até 2025 (base: 2012), esta última a ser aprovada em 2015 para vigorar em 2016. Há sinais interessantes no ar, mas as crenças, os valores e o jeitinho brasileiro “nublam o horizonte”. Espera-se “resolver” os problemas com “pedaladas mágicas fáceis rápidas baratas”, com o esquecimento, inação ou substituindo por outra crise: a da água não foi resolvida, mas já ficou de lado; a Lava-Jato já cedeu lugar para a FIFA; a potencial crise energética foi atenuada pela crise econômica (que reduziu o seu consumo), o ajuste fiscal se faz aumentando os impostos e por aí vai. Mesmo assim, por crenças e valores próprios, pensando e poupando para as futuras gerações, devemos tentar conciliar a economia, o ecossistema e a ética para fazer a nossa parte! Hoje!



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Instalações MT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Revisão esperada

A Resolução Normativa número 482,

abrangência nacional.

de 17 de abril de 2012, da Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel),

estados da federação já aprovaram

está em plena fase de recebimento de

leis que dão descontos ou mesmo

contribuições para seu aprimoramento.

anulam impostos relativos à aquisição

Acompanhando

e

de materiais e equipamentos, mas,

como hoje há menos de mil projetos

se tivermos isso em âmbito nacional,

aprovados em todo o território nacional,

mais uma vez seria dada ao cliente a

sabe-se

confiabilidade de que ele precisa para

claramente

o

processo

Quanto a incentivos fiscais, alguns

os

principais

avanços esperados.

uma tomada de decisão desta natureza.

O princípio básico que deve nortear

Também seria muito bom não taxar a

as alterações é que estamos tratando

energia que é fornecida à rede e que

entregue ao grid. Hoje, somente faturas

com o usuário e cliente final da indústria

volta para as unidades consumidoras.

vinculadas ao mesmo CPF / CGC e

de distribuição de energia e, neste

Quanto ao retorno financeiro do

dentro da mesma concessionária podem

caso, temos de ser simples, práticos e

investimento,

considerar

participar deste compartilhamento e,

diretos.

que as tarifas hoje estão majoradas e

considerando os recursos disponíveis

Os procedimentos devem, antes de

que devem ser menores em termos reais

de gestão nas distribuidoras, isso

mais nada, serem unificados em todo

nos próximos anos, quando tivermos

absolutamente não se justifica.

o Brasil: nada justifica que algumas

o

Se queremos limpar nossa matriz

concessionárias exijam proteções e

recomposto.

estudos que outras não exijam. Uma

considerados a queda na eficiência

fontes limpas e renováveis (eólico de

das duas está fora da realidade e os

das placas fotovoltaicas (em torno

baixa potência, tratamento de RSU,

projetistas e fornecedores ficam sem

de 1% a 2% ao ano, dependendo da

tratamento de resíduos de animais etc.),

saber até como cotar os custos totais.

pureza do material e temperatura média

precisamos ter um sistema bem liberal

Pior que isso, há empresas que

do ambiente) e os inevitáveis custos

que garanta retorno dos investimentos

nem mesmo se comprometem a serem

de

partes

e transmita segurança a projetistas,

claras e objetivas quanto a exigências

móveis, pode haver necessidade de

fabricantes de equipamentos e usuários

e prazos e aí o cliente não se sente

substituição de componentes nos 22

finais.

seguro em investir para ter retorno em

anos de vida útil esperados).

A RN 482 foi um grande acerto

oito anos em um sistema que deve ficar

e

operacional (vida útil esperada) por uns

não fica sempre claro, o que pode

implementações que virão, podemos

bons 22 anos. Como este investimento

dar ao investidor uma expectativa de

esperar que floresça um novo mercado

é da ordem de dezenas de milhares

retorno maior que aquela realmente

focado na geração distribuída a partir

de reais, fica claro que ninguém vai

possível.

de energia limpa e renovável. Ponto

se aventurar sem garantias de uma

Outro

regulação sólida e emitida por órgão de

compartilhamento da energia gerada e

setor

precisamos

hidroelétrico Também

operação

(embora

devidamente precisam

sem

ser

Nos sites que costumo consultar,

ponto

básico

é

o

e

usar

a

avanço

energia

da

solar

Aneel

e,

e

outras

com

as

positivo para todos nós e para a natureza. Este é o caminho do futuro.



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Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

O primeiro Cinase do resto de nossas vidas

O primeiro evento do sexto ano da série

por algum tipo de intervenção para

válidos para proteção são: a) ângulo de

ocorreu em Joinville e merece o destaque

adequação no caso de haver modificação

proteção (Franklin); b) malhas (Gaiola

especial dado pela revista O Setor Elétrico,

nelas que as descaracterize em relação

de Faraday); e c) esfera rolante (Modelo

pois estava recheado de novidades que

ao projeto original. Cuidado: se não

eletrogeométrico).

certamente renderão muitas páginas.

houver

possibilite

métodos não constam do texto normativo

De nossa parte só podemos agradecer

a comparação com os componentes

atual. Com essa medida, a comissão

a todos os envolvidos e cumprir nossa

instalados, mesmo para uma proteção

revisora procurou facilitar a pesquisa de

promessa de responder a todas as

terminada em maio de 2015, a adequação

novas tecnologias, porém, sem validá-

perguntas que, por questão de tempo, não

será inevitável;

las. Deve-se lembrar da proibição para a

foram devidamente esclarecidas. São elas:

4 - O aproveitamento das armaduras dos

utilização dos captores radioativos, em

documentação

que

Quaisquer

outros

pilares e das vigas de amarração e de

vigor desde 1989;

1 - Os órgãos estaduais e municipais,

fundação continua valendo, desde que

7 - O número de condutores intermediários

nessa

os

seja validada sua continuidade elétrica

de interligação aumentou e tem o mesmo

principais responsáveis pela definição da

ordem,

(comprovação documentada de firme

espaçamento que os condutores de

necessidade de instalação de qualquer

conexão entre 50% de todas as emendas

descida, dependendo da classe (nível de

tipo

descargas

dos vergalhões que a componham ou a

proteção) adotada para o SPDA externo;

atmosféricas. A ABNT NBR 5419:2015

realização de ensaios descritos no anexo

8 - A área da seção mínima do cabo de

tem, como sua antecessora, a função

F da parte 3). O número de pilares que

cobre no subsistema de descida, antes de

de padronizar o projeto, a instalação, as

devem ser ligados ao subsistema de

16 mm² passa a ser de 35 mm²;

inspeções e a emissão de documentação.

captação é igual ao resultado do cálculo

9 - A utilização de alumínio cobreado só é

Apenas no caso de omissão dos órgãos

realizado para o subsistema de descida

permitida para os subsistemas de captação

públicos competentes a norma poderá ser

convencional;

e descida, conforme a tabela 6 da parte 3.

alçada à categoria de documento magno;

5 - A execução de aterramento pontual

Alumínio cobreado IACS 64%:

2 - A emissão de documentação pertinente

(com duas ou três hastes por descida)

- Arredondado maciço com área de seção

à PDA - proteção contra descargas

não é mais permitida sendo necessária a

mínima igual a 50 mm², diâmetro de 8 mm;

atmosféricas

por

execução de, no mínimo, um anel no entorno

- Encordoado com área de seção mínima

profissional habilitado e com capacidade

da edificação. A novidade neste caso é a

igual a 70 mm², diâmetro de cada fio da

técnica para exercer essa atividade;

permissão para que até 20% do eletrodo

cordoalha de 3,6 mm.

3 - A ABNT NBR 5419:2015 entrou em

de aterramento fique desenterrado, desde

vigor a partir de 22.06.2015. Deverão

que sejam atendidas as medidas de

ser

de

continuam

proteção

deve

adequados

contra

ser

sendo

realizada

imediatamente

todos

Por fim, mas não menos importante,

proteção contra tensões superficiais que

agradecemos a todos os colegas que

os novos projetos e aqueles que ainda

constam do capítulo 8 da parte 3;

estiveram em Joinville e que puderam tirar

não foram executados. As instalações

6 - Os únicos métodos de cálculo para o

proveito do excelente evento lá realizado.

com base em projetos feitos segundo

subsistema de captação abordados no

Em setembro nos veremos em Recife.

a versão anterior só deverão passar

texto da norma e, consequentemente,

Até lá!



122

NR 10

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Reciclagem Durante o Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), que aconteceu em Joinville (SC), no mês de junho, surgiu o questionamento recorrente sobre reciclagem, prevista na NR 10. É certo que de alguma forma esse assunto já foi tratado em nossa coluna, mas o fato de ter sido questionado no Cinase indica que se trata de um tema que deve ser abordado com mais ênfase. A determinação de “reciclagem” está prevista no item 10.8.8.2, como segue: 10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a) troca de função ou mudança de empresa; b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; e c) modificações significativas nas instala­ ções elétricas ou troca de métodos, proces­ sos e organização do trabalho. 10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de recicla­ gem destinados ao atendimento das alíneas "a", "b" e "c" do item 10.8.8.2 devem atender as necessidades da situação que o motivou. É notório que não foi definida nem a carga horária e nem mesmo o conteúdo desse treinamento, agora complementar, dado que, depois da implantação da NR 10, a organização já tem como conhecer as necessidades de treinamento de seus colaboradores, seja com repetições ou com novidades ou aprimoramentos, mas sempre no sentido de melhoria nas condições de segurança. Nem sempre as organizações têm

porte e quantidade de colaboradores ou estrutura preparada para a realização de tais treinamentos, voltados, como prevê a norma, à realidade de cada estabelecimento, em outras palavras, sob medida. Simultaneamente, também ocorre que nessas empresas as equipes de manutenção elétrica são de porte reduzido e o afastamento de um ou dois colaboradores para participar do treinamento representa um desfalque de 50% ou 100% da equipe, o que é um verdadeiro transtorno. Nessas oportunidades é que surge a importância da participação das empresas parceiras especializadas em treinamentos e das quais é desejada a criatividade no sentido de inovar e fornecer treinamentos modulares que permitam doses homeopáticas, de duração adequada ao perfil dos treinandos e disponibilidade das empresas. Fica o problema da carga horária, coisa que a norma não mencionou. Em princípio, é desejável que a carga horária de reciclagem seja suficiente para permitir o aproveitamento e surtir o efeito desejado na prevenção de acidentes. Quatro horas de treinamento por semana (meio período de um dia) vão representar 16 horas no mês, o que pode ser suficiente para revisão de assuntos e aprofundamentos de acordo com as necessidades da empresa empregadora. A modulação permite elencar grande número de tópicos independentes ou não, dando oportunidade às empresas para escolher os temas em função de suas necessidades. É importante que os assuntos, as datas, a presença, a duração e os dados dos monitores sejam documentados para incorporar o prontuário e serem apresentados quando requeridos pelos órgãos fiscalizadores.



124

Análise de sistemas de potência

O Setor Elétrico / Junho de 2015

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista e diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É consultor, membro sênior do IEEE, autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais” e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”.

Medições de transitórios em alta frequência

Prezados leitores, tenho observado que algumas empresas de engenharia têm proposto

realizar medições de transitórios em alta frequência. Gostaria de alertá-los para o fato de que, com os resultados recebidos, poderemos ter apenas medições qualitativas em vez de quantitativas.

Entenda o porquê nas Figuras 1 e 2, que representam, respectivamente, a resposta em

frequência dos TCs e TPs.

Figura 1 – Resposta em frequência de um TC, recebido de um fabricante de TCs.

Figura 2 – Resposta em frequência de um TP, retirado do IEEE Std 518-1992.

Figura 3 – Resposta em frequência da bobina de Rogowski.

Como pode ser observado, os TCs acima de 10 kHz podem apresentar erros de

amplitude e de fase significativos e os TPs acima de 6 kHz também podem apresentar erros de amplitude.

Uma solução para ampliar um pouco a faixa de frequência seria a utilização de bobinas

de Rogowski e ampliaríamos a faixa de medição para 100 kHz, como pode ser observado na Figura 3.



126

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Junho de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Infraestrutura de instalações

As instalações estão informatizadas. Nossas equipes estariam informadas e, sobretudo, formadas? O avanço tecnológico das ofertas

proteção a serem aplicados possuem

e soluções que assistimos em nossas

capacidade para diversos esquemas de

instalações

exponencialmente

proteção. A discussão aqui é outra, será

crescente. Novos sistemas de proteção,

que a capacidade técnica de nossas

de controle e comando, de medições

equipes de especificação e projeto, de

de variáveis elétricas e mecânicas, e

montagem, de manutenção e operação

mesmo os elementos e os materiais e

estaria evoluindo na mesma velocidade?

sistemas aplicados na construção e

E se não, por quê?

montagem são incorporados a cada

novo projeto. Os supridores de soluções,

Brasil, em várias centenas, apresentam

sejam elas subestações elétricas e

os fundamentos da engenharia nos

seus subsistemas, sistemas de fontes

primeiros ciclos, e no final se preocupam

de contingência como os geradores

em apresentar os aspectos das carreiras

e

refrigeração,

específicas aos alunos. Em diversos

sistemas DCIM (nos centros de dados)

graus de dificuldade, inerente a cada

e outros apresentam as evoluções de

modelo

seus produtos, fruto da citada evolução

ao próprio interesse de cada aluno,

tecnológica. De uma forma geral, toda

estágios realizados e mesmo a visão dos

esta “parafernália” tem como premissa

coordenadores dos cursos regulares,

a busca incessante do fornecimento

parte dos alunos saem das escolas

de

UPS,

é

sistemas

condições

para

de

operação

Os cursos regulares de engenharia no

educacional,

pedagógico,

cada

preparados para aprender nas empresas

vez mais confiável dos sistemas que

que irão os contratar e que já contam

compõem a carga alimentada. A coisa

com esta etapa do ”trainee”, uma relação

parece simples, mas existem alguns

“ganha-ganha” que poderá trazer bons

entraves a serem discutidos para que

frutos. Já a outra parte dos alunos

se atinjam estes graus de confiabilidade

e sejam lá quais e por que forem as

necessários. Não se trata de discutir

razões, terão uma dose maior de esforço

se a forma de onda da tensão está

para ingressar no mercado de trabalho.

sendo com gravada em 512 ou 1.024

O ensino formal de engenharia no

amostras por ciclo pelo instrumento

Brasil apresenta profundas distorções

especificado, nem se os relés de

e desvios que crescem na medida em


O Setor Elétrico / Junho de 2015

127

que novas vagas e novos cursos são oferecidos, decorrente da insuficiência quantitativa de profissionais no mercado. Mas, e os aspectos qualitativos, como serão resolvidos? Parece uma boa questão de políticas públicas (ministérios, universidades, estados) e das instituições privadas que se comprometem em formar e preparar jovens para o mercado, um mercado que apresenta carência de profissionais aptos e preparados para tratar e discutir as soluções tecnologicamente atualizadas em um nível adequado, e que possam com segurança defender as melhores soluções para as instituições que os contratam. Estes profissionais estariam preparados para entender e operar instalações com segurança, obtendo o máximo dos recursos daqueles sistemas que foram adquiridos nos pacotes durante a construção dos sistemas elétricos dos empreendimentos, ou ainda será que estes “pacotes” teriam sido especificados adequadamente em função da necessidade dos sistemas que compõem as cargas a serem alimentadas ou supridas. Será que todas as cargas mereceriam o mesmo grau de confiabilidade? E quanto custaria a implantação de sistemas em seus diferentes graus de confiabilidade, seus custos operacionais, energia e outros? A questão a ser aqui tratada é talvez tão ou mais premente que as apontadas e trata de educação continuada, reciclagem, capacitação, treinamento, ou qualquer outra terminologia ao processo de atualização dos profissionais que se deseja considerar. E não falamos aqui em MBA ou outros cursos voltados para as áreas de administração, gestão e outros, mas fundamentalmente da preparação técnica dos profissionais aos assuntos que lhes cabem tratar.

Várias podem ser as formas de solucionar as questões

apontadas, a participação em congressos e seminários, o treinamento das equipes técnicas com foco nas discussões de suas rotinas diárias, estudos de casos e grupos de trabalho se apresentam como antídotos aos pontos falhos na formação dos profissionais. Em direção oposta, mas com o mesmo objetivo dos cursos clássicos de engenharia, onde o conhecimento é passado do inicio ao final, os bons programas de educação complementar têm também por objetivo mostrar ao aluno quais pontos da formação básica devem ser revisados e, por que não recordados, porém do final para o início. A abordagem dos temas, em fase com o estado da arte da tecnologia e capacidade de atualização caracterizam estes programas. Os resultados estão relacionados à melhoria do desempenho operacional dos profissionais com reflexos na redução de investimentos em novos projetos, agilidade em tomadas de decisões e soluções de problemas, capacidade de discussão com fornecedores e, fundamentalmente, o aumento da tão almejada confiabilidade operacional. Boa sorte e, principalmente, boas escolhas, afinal não existem milagres na educação, a educação sim, opera verdadeiro milagres!


128

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Panorama comparativo de evolução normativa e legal “Ex” entre os Estados Unidos e o Brasil

Dentro deste quadro de alinhamento com

das empresas de petróleo norte-americanas

normas da IEC, sem a existência de desvios

as normas e os sistemas internacionais de

que foram contratadas, tais como a Lummus

nacionais. Pode ser observado, na prática,

certificação em atmosferas explosivas, uma

e a Hydrocarbon Research, que possuíam as

que estas normas brasileiras equivalentes

comparação pode ser feita com as práticas

experiências necessárias para aquela época.

às normas internacionais têm colaborado

utilizadas nos Estados Unidos e no Brasil,

Com o desenvolvimento dos conhe­

para a elevação dos níveis de segurança das

relacionadas com os requisitos normativos

cimentos, experiências e lições aprendidas na

instalações “Ex” no Brasil, bem como das

e legais sobre a instalação e a certificação

Petrobras, na década de 1980, a normalização

pessoas que nelas trabalham.

de equipamentos “Ex” para a indústria do

técnica aplicável para a área de eletricidade e

petróleo.

mais especificamente para as instalações em

1991, o Brasil possui um regulamento

No Brasil, a indústria do petróleo teve um

atmosferas explosivas passaram a seguir as

compulsório de certificação de equipamentos

início incipiente em 1918, com a criação da

normas internacionais da IEC e não mais as

para atmosferas explosivas, elaborado pelas

Empresa Paulista de Petróleo, pelo escritor

normas seguidas até então, tais como NEC

diversas partes da sociedade envolvidas com

Monteiro Lobato. Em 1932, foi publicado no

e NEMA. Esta decisão acabou influenciando

as instalações elétricas “Ex” e publicado pelo

jornal O Estado de São Paulo o manifesto

as normas técnicas nacionais para a área de

Inmetro. Este regulamento tem como base as

de constituição da “Companhia Petróleo

atmosferas explosivas, as quais passaram

normas técnicas alinhadas e harmonizadas

Nacional”. A pretensão desta empresa era

também a ser alinhadas com as normas

com as normas internacionais da IEC. Os

a de “proceder no Estado de Alagoas os

internacionais da IEC.

Requisitos da Avaliação da Conformidade

trabalhos de exploração de jazidas minerais”.

Na década de 1980, com a descoberta

(RAC) de equipamentos “Ex” inclui a

Sob o ponto de vista legal “Ex”, desde

No entanto, as primeiras ações concretas

de petróleo offshore na área da Bacia de

possibilidade de as instalações marítimas para

foram registradas somente no final dos

Campos, as normas técnicas da Petrobras

a indústria do petróleo, tais como plataformas

anos 1940, visando evitar os efeitos dos

e da ABNT, já alinhadas com as normas

e navios petroleiros, terem seus equipamentos

racionamentos de combustíveis importados,

internacionais da IEC, foram utilizadas

e instalações “Ex” certificados por organismos

que ocorreram no país durante a Segunda

para a especificação dos equipamentos e

de certificação acreditados nos respectivos

Guerra Mundial. A empresa norte-americana

instalações “Ex” das plataformas que vieram

países de origem dos fabricantes, desde que

Lummus, especializada na indústria do

de diversas países do mundo, inclusive da

estes certificados sejam avaliados e aceitos

petróleo, estabeleceu uma subsidiária no

Europa e da Ásia.

pelas respectivas sociedades classificadoras

Brasil em 1949.

A partir de 2005, as normas técnicas

navais envolvidas no processo de aprovação

projetadas

brasileiras sobre atmosferas explosivas da

destas embarcações navais.

e construídas as primeiras refinarias de

série NBR IEC 60079 passaram por um

petróleo no Brasil, entre elas a Refinaria

processo de alinhamento e de harmonização

que foi elaborada pela respectiva Comissão

Landulpho Alves (RLAM - Camaçari / 1949)

com

normas

Técnica “Ex” do Inmetro, por solicitação das

e a Refinaria de Capuava (RECAP / 1952).

internacionais elaboradas pelo TC-31 da

partes da sociedade brasileira envolvidas nas

Estas primeiras refinarias brasileiras foram

IEC, dentro do atual mundo globalizado. No

questões de segurança em áreas classificadas

projetadas e construídas de acordo com os

presente momento, tais normas brasileiras são

(incluindo Petrobras, Abiquim, organismos

requisitos do NEC Artigo 500, por influência

totalmente alinhadas e harmonizadas com as

de certificação de produtos e associações

Naquela

época,

foram

relação

às

respectivas

A partir da revisão de 2010 deste RAC “Ex”,


129

O Setor Elétrico / Junho de 2015

da indústria eletroeletrônica e de máquinas)

da unidade marítima em estaleiro estrangeiro,

de prestação de serviços “Ex” (tais como

foi incluída a possibilidade de emissão de

são dispensados da obrigatoriedade da

as empresas de prestação de serviços de

certificação “Ex” “local”, por parte de um OCP

certificação no âmbito do SBAC, uma vez

reparo e de recuperação de equipamentos

“local”, de equipamentos “Ex” fabricados

que sobre eles são válidos os critérios de

“Ex”) totalmente alinhados e integrados

no Brasil ou em outros países, com base

aceitação das certificações adotadas pelas

com os respectivos sistemas internacionais

na possibilidade de análise e na aprovação

sociedades classificadoras navais, quando do

elaborados pelos países participantes do

dos respectivos relatórios de ensaios (ExTR)

seu ingresso ou início de operação em águas

IECEx (inclusive pelo Brasil). Nestes sistemas

que tenham sido emitidos por laboratórios

territoriais brasileiras”.

do IECEx, os respectivos documentos

“Ex” (ExTL) reconhecidos dentro do sistema

A Portaria Inmetro 179/2010 também

operacionais que compõe cada um destes

internacional IECEx.

abriu a possibilidade, por parte dos OCPs

sistemas de certificação têm como base as

Este procedimento evita a necessidade

“locais”, de uma análise da aprovação dos

normas internacionais da Série IEC 60079,

de duplicação, no Brasil, de ensaios que

respectivos relatórios de avaliação dos

elaboradas pelo TC 31 da IEC.

já tenham sido executados por outros

Sistemas de Gestão da Qualidade (QAR) das

Além disso, todos os Documentos

laboratórios reconhecidos internacionalmente,

instalações do fabricante dos equipamentos

Operacionais

tendo como base as mesmas normas

“Ex” a serem certificados, que tenham sido

encontram

internacionais da Série IEC 60079, as quais

emitidos por Organismos de Certificação

público, em português. Nestes documentos

são também publicadas no Brasil pela ABNT

(ExCB) também acreditados dentro do

operacionais é indicada a seguinte nota:

e previstas no RAC “Ex” elaborado pela

sistema internacional IECEx.

Comissão Técnica “Ex” do Inmetro.

Também no ano de 2010, dentro do

IECEx, escrito em português, as normas IEC

aplicáveis disponíveis,

do

IECEx

para

se

acesso

"Ao longo deste documento operacional

O Artigo 5º da Portaria Inmetro 179/2010

ponto de vista da segurança durante o ciclo

ou ISO referenciadas são indicadas como

estabelece que “os equipamentos elétricos

total de vida das instalações “Ex”, a Petrobras,

normas NBR IEC ou NBR ISO. Isso se

e eletrônicos adquiridos no exterior e

juntamente com a Abrac e com o Cobei,

deve ao fato de que tais normas são também

instalados nas unidades marítimas destinadas

encaminharam ao Inmetro a solicitação

escritas em português e são idênticas, em

ao trabalho offshore para a exploração e

de implantação, no Brasil, de sistemas de

conteúdo técnico, forma e apresentação, sem

produção de petróleo ou ao transporte de

certificação

desvios nacionais, às respectivas normas

produtos inflamáveis, durante a fabricação

em atmosferas explosivas e de empresas

de

competências

pessoais

internacionais IEC ou ISO."


130

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Leandro Oliveira*

Um olhar mais atento para os transformadores, especialmente os de potência

Para que a energia elétrica chegue

periódicas e as amostras são levadas

modo manual para o modo remoto,

a nossas residências ou indústrias, ela

a um laboratório específico, porém, na

agregam

precisa passar por um longo processo

contramão da utilização de sensores

processo e permitem o planejamento de

que vai desde a geração nas usinas,

e sistemas, a intervenção humana no

interrupções programadas para efetuar

passando pelas redes de transmissão e

processo (de amostragem, transporte,

manutenções.

transformadores até chegar ao destino

análise)

Estudos

final.

em que se encontra a amostra pode

que, no Brasil, mais de 60% dos

Inventado em 1831 por Michael

causar erro nos resultados. Além disso,

transformadores

Faraday, o transformador é o dispositivo

o resultado das análises pode variar

com mais de 20 ou 30 anos, isto é,

mais importante na rede elétrica, que

de dias até semanas, gerando custo,

estão no limite de sua vida útil. No

tem a função de converter energia

interrupções, tempo e dinheiro gasto.

lugar de substituir os transformadores

por meio da indução de tensões e/ou

Para

dos

considerados envelhecidos, o usuário

correntes para transformá-la em níveis

transformadores, existem no mercado

pode optar pela utilização de sensores

relativamente seguros para o manuseio.

soluções

comprovadas

e sistemas, que são um investimento

Um

dos

principais

transformadores

tipos

utilizados

e

as

condições

garantir

a

eficazes

climáticas

integridade e

maior

confiabilidade

recentes em

ao

mostram

atividade

estão

de

por grandes usuários que ainda são

baixo em comparação à substituição e,

nas

pouco exploradas (talvez pela falta de

com isso, terá um maior controle sobre o

chamados

divulgação), que são os sensores e os

equipamento e um aumento considerável

transformadores de potência a óleo.

sistemas de monitoramento. Eles fazem

na vida útil.

Neles o circuito elétrico fica imerso

a análise da condição do óleo em tempo

Sendo

em óleo cujas funções são: garantir o

real por meio do monitoramento do gás

os

isolamento elétrico, extinguir descargas

e da umidade, proporcionando maior

monitorados de forma mais eficaz para

elétricas

arcos

segurança aos ativos e aos envolvidos

evitar prejuízos, pois, se houver algum

elétricos e auxiliar na refrigeração do

no processo. Os equipamentos são

incidente, o tempo para reposição é

equipamento.

equipados com softwares específicos e

muito longo e isso impacta diretamente

redes

elétricas

são

parciais,

os

extinguir

assim,

transformadores

conclui-se precisam

que ser

sua

possuem alarmes configuráveis para que,

nos resultados finais do cliente.

condição interna é essencial para se

na ocorrência de um incidente, o cliente

Portanto, é de total importância

ter uma rede segura e confiável, pois

seja informado e com isso possa efetuar

monitorar os transformadores de forma

quando o sistema de isolamento de um

uma manutenção preditiva/preventiva.

mais eficaz e ter um olhar mais atento

transformador de potência é submetido

Isso

para aquele que é o mais importante

a esforços excessivos há liberação de

informações mais seguras sobre os

gases que se dissolvem no óleo.

ativos, pois, além de atuar na prevenção

Hoje em dia, para se verificar a

de falhas, esses sistemas permitem

Por Leandro Oliveira, gerente de vendas da

condição do óleo, são feitas coletas

a

Agora Telecom.

O

conhecimento

sobre

a

facilita

mudança

do

na

hora

de

obter

monitoramento

do

ativo da rede elétrica.



132

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Carlos E. Capovilla, Alfeu J. Sguarezi Filho e Ivan R.S Casella*

Sobre o uso das comunicações sem fio em smart grids As smart grids (redes inteligentes) são

Foi analisado o parque eólico offshore

do sistema por meio da utilização de

uma evolução das atuais redes de energia

Horns Rev na Dinamarca, que emprega

técnicas de codificação e correção de erros

elétrica e se baseiam no uso mais eficiente

um sistema de comunicação principal com

direta (FEC - Forward Error Correction).

da infraestrutura de geração, transmissão

base em fibra ótica e um sistema secundário

A codificação de FEC é uma técnica

e distribuição, de forma a gerenciar a

sem fio, ambos integrados ao controle de

empregada em todos os sistemas atuais

relação entre oferta e demanda evitando

supervisão e aquisição de dados (SCADA –

de comunicação sem fio, sendo essencial

contingências no sistema elétrico. Para tal,

Supervisory Control and Data Acquisition),

para garantir a integridade da informação,

torna-se necessário o uso de um conjunto

interligando as turbinas eólicas com o

reduzindo significativamente a taxa de erros

coeso, composto por redes de comunicação,

centro de controle em terra.

e o atraso do sistema por meio do acréscimo

Adicionalmente, no trabalho de Wanzhi

gerenciamento de dados e aplicações de

monitoramento e controle em tempo real

(ver

fortemente correlacionados entre si. A

problemas presentes em um sistema real

de retransmissão da informação).

aplicação de um sistema de comunicação

utilizando cabos de comunicação para

Existem atualmente diversas técnicas

moderno para monitoramento e controle

monitorar e controlar as turbinas eólicas com

de codificação de FEC sendo empregadas

dessas

complexa

base em Lonworks. Os autores apresentam,

em sistemas comerciais sem fio, como

redes

requer

uma

bibliografia)

é

mostrado

alguns

de redundância à informação transmitida (o que reduz significativamente a necessidade

funcionamento

como uma possível solução, um sistema de

a codificação Reed Solomon (RS), a

eficiente, sendo que sua implantação e

monitoria e controle sem fio que oferece

Codificação

operabilidade apresentam vários aspectos

diversos benefícios técnicos e econômicos.

Codificação Turbo (TC - Turbo Coding)

não triviais com a finalidade de envolver

Entretanto, sempre se deve ter em

e, mais recentemente, a codificação Low

diferentes áreas de conhecimento e diversas

mente que uma transmissão sem fio está

Density Parity Check (LDPC). Dentre as

nuances específicas de cada projeto.

sujeita a distorções e erros causados pelo

técnicas citadas, a codificação LDPC é

Assim, as comunicações sem fio se

canal de radiopropagação. Nas redes

atualmente a técnica de estado da arte

apresentam como uma solução interessante

inteligentes, a ocorrência de erros ou

que apresenta o melhor desempenho,

por oferecer uma série de benefícios, como

mesmo a geração de atrasos nos sistemas

aproximando-se dos limites estabelecidos

baixo custo de implantação, facilidade

de

podem

pelo trabalho seminal de Shannon e

de expansão, possibilidade do uso das

comprometer drasticamente a geração e

apresentando um excelente compromisso

tecnologias atualmente empregadas nos

distribuição de energia, podendo causar

entre complexidade de decodificação e

sistemas de telefonia móvel, flexibilidade de

danos severos à planta energética como

desempenho [5].

utilização e gerenciamento distribuído.

um todo. Essa preocupação é diferente das

infraestrutura

para

um

monitoramento

e

controle

Convolucional

(CONV),

a

Na Figura 1, é apresentada uma análise

Paralelamente, os trabalhos realizados

que normalmente acometem os sistemas

de desempenho para um sistema de

para a consolidação e implementação

de telecomunicações, nos quais se o

comunicação sem fio digital Quartenary

do conceito de smart grids empregando

processo de detecção e correção de erros

Phase Shift Keying (QPSK) sujeito a

sistemas eólicos têm despertado grande

não for perfeito, inicia-se um pedido de

canais com desvanecimento plano em

interesse da comunidade e têm sido

retransmissão ou mesmo, em alguns casos,

frequência (modelados como processos

alvo

recentes

ignoram-se os erros remanescentes sem

aleatórios

focadas em energias renováveis. Nesse

causar nenhum impacto mais significativo

apresenta uma distribuição de Rayleigh

sentido, a importância que os sistemas

ao sistema.

e cuja fase apresenta uma distribuição

de comunicação têm no monitoramento

Em contrapartida, uma das vantagens

uniforme) com espalhamento Doppler de

e controle de parques eólicos modernos

na utilização dos sistemas sem fio modernos

180 Hz para três situações distintas (sem

é discutido no trabalho de Anaya-Lara.

é a possibilidade de melhorar a robustez

codificação, CONV e LDPC). A quantidade

de

diversas

pesquisas

cuja

magnitude/envoltória


133

O Setor Elétrico / Junho de 2015

de erros mostrada no gráfico, comumente representada pela taxa de erro de bit (BER Bit Error Rate - Relação entre a quantidade de bits recebidos com erros e a quantidade total de bits transmitidos), depende dessas características do canal de radiopropagação e da relação entre o sinal de informação modulado e o ruído no receptor, expressada de uma forma normalizada pela relação Eb/ N0 (energia de bit por densidade espectral de potência de ruído). Analisando o gráfico pode-se verificar que pode ser empregado um sistema sem codificação ou empregando um esquema Figura 1 – Comparação de desempenho em canais com desvanecimento plano (180 Hz).

CONV, que é bastante eficiente e amplamente utilizado, por exemplo, nos padrões IEEE

Referências

802.11 (WiFi) e IEEE802.16 (WiMAX),

que não representam a dinâmica real dos

com comprimento de restrição de 7, taxa de

sistemas.

codificação de 1/2 e polinômios geradores

(171, 133). Mesmo para uma relação E b/N0

empregando um esquema LDPC com base

potential

bastante elevada, da ordem de 20dB, a BER

na família de códigos extended Irregular

requirements. IEEE Transactions on Industrial

seria da ordem de 10−3, ou seja, um erro a

Repeat Accumulate (eIRA), com taxa de

Informatics, v. 9, n. 1, p. 28-42, fev. 2013;

cada 103 bits enviados, comprometendo

codificação de 1/2 e estrutura (64.800,

a integridade do sinal de monitoramento/

32.400)

controle recebido e/ou necessitando várias

Telecommunications Standards Institute

retransmissões do sinal para manter a taxa

(ETSI), o desempenho do sistema para Eb/

de erros baixa (retransmissões até o sinal

N0 de 20dB é muito superior aos demais,

recebido ser correto).

apresentando uma BER muito abaixo de

Esses erros apresentados, se forem em

10−7 (para atingir uma BER de 10−7 , seria

turbine

uma malha de controle, podem representar

necessário uma E b/N0 de aproximadamente

Conference

altos valores de di/dt que irão deteriorar ao

7dB).

Technology, p. 787-789, out. 2009;

longo do tempo as chaves IGBTs (Insulated

Desse modo, com o intuito de garantir

• CAPOVILLA, C. E. et al. Performance of

Gate Bipolar Transistor) dos conversores

que os sinais de monitoramento e controle

a direct power control system using coded

de um determinado sistema controlado

sejam recebidos corretamente em uma

wireless OFDM power reference transmissions

por eletrônica de potência e podem causar

determinada

for switched reluctance aerogenerators in smart

curtos-circuitos nos enrolamentos do estator

necessidade de se utilizar um sistema de

e/ou rotor de uma determinada máquina

comunicação sem fio com capacidade

em operação. Assim, seria impossível, por

de minimizar a ocorrência desses erros

exemplo, garantir a integridade de uma

causados pelo canal de radiopropagação,

rede

sendo

inteligente empregando sistemas

Para o caso específico de um sistema

especificada

pela

aplicação,

obrigatoriamente

fica

European

claro

necessário

a

o

• GUNGOR, V. et al. A survey on smart grid applications

and

communication

• ANAYA-LARA, O.; JENKINS, N.; MCDONALD, J. R. Communications requirements and technology for wind farm operation and maintenance. IEEE International

Conference

on

Industrial

and

Information Systems, p. 173-178, 2006; • WANZHI, C. et al. Research of wireless communication based on Lonworks for wind control on

system.

IEEE

International

Energy

and

Environment

grid scenario. IEEE Trans Ind. Electron., v. 62, n. 1, p. 52-61, Jan. 2015; • MACKAY, D. J. C.; NEAL, R. M. Near Shannon limit performance of low-density parity-check codes. IET Electronics Letters, v. 32, p. 1.6451.646, 1996;

distribuídas

emprego de técnicas de codificação de alto

controladas por meio de comunicação sem

desempenho como a LDPC supracitada.

for smart grid applications using wireless-

fio, mesmo que em apenas sistemas de

O uso dessa técnica permite reduzir

coded neuro-fuzzy power control. Computers &

redundância. Esses erros geram distorções

drasticamente a BER e a necessidade

Mathematics with Applications, v. 68, n. 12, p.

nas formas de onda das correntes enviadas

de

2.112–2.123, 2014.

à rede elétrica, gerando componentes

diminuindo significativamente os erros e os

harmônicas

eólicos

para

aplicações

retransmissões

das

informações,

• CASELLA, R. S. A wind energy generator

aumentando

atrasos no sistema, tornando-o operacional.

*Carlos E. Capovilla, Alfeu J. Sguarezi Filho e

significativamente dessa forma a THD (Total

Como se pode constatar nesse breve texto,

Ivan R. S. Casella são professores doutores

Harmonic Distortion) do sistema como um

a codificação LDPC torna-se assim uma

do CECS (Centro de Engenharia, Modelagem

todo. Se forem sob o ponto de vista do

das sérias candidatas para este tipo de

e Ciências Sociais Aplicadas) da UFABC

monitoramento, podem gerar resultados

aplicação em específico.

(Universidade Federal do ABC).

indesejáveis,


134 134

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Por Francisco Oliveira*

Crise hídrica: como a geração de energia por meio do lixo pode ajudar?

Vivemos uma crise hídrica, isso é fato.

O Brasil produz 75 milhões de toneladas

o aproveitamento térmico e como matéria-

Dono do maior potencial hídrico do planeta,

de lixo por dia com um elevado potencial para

prima para o refino do biogás. No entanto,

o Brasil corre o risco de, nos próximos anos,

geração de seis mil megawatts. Os elevados

não representa mais do que 0,2% do volume

sofrer com abastecimento de água em

custos para produção desta energia e das

potencial do biogás gerado.

mais da metade dos municípios. Porém, o

instalações não têm atraído investidores

Acima de tudo, a geração de energia

problema maior não é esse, e sim, a falta de

para este setor de geração. Por isso, essa

renovável é um grande auxiliador para evitar

água para a geração de energia.

produção tem se limitado a pequenas usinas

danos ao meio ambiente, sobretudo, a energia

A valoração do lixo e seu aproveitamento

de aproveitamento do biogás, que é o gás

proveniente de fonte eólica e da biomassa

para a produção de energia pode contribuir

produzido a partir da decomposição dos

(bagaço de cana, grãos etc.).

para amenizar, de forma tênue, a crise

resíduos dispostos nos aterros sanitários. É

energética. Para termos uma ideia do quanto

importante lembrar que a geração de energia

residências, isso é sim muito importante,

esse combustível, o lixo, é abundante, vamos

por meio do lixo só iria amenizar o problema e

como também é primordial que as pessoas

aos números. O brasileiro está produzindo

não resolvê-lo por completo.

continuem conscientes quanto ao uso e o

cada vez mais lixo com o passar dos anos. De

Sem sombra de dúvida, o grande

desperdício de água. Mas há de se ter olhos

acordo com dados da Associação Brasileira

obstáculo

bem atentos também para a energia que move

de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

geração de energia está na magnitude dos

Especiais (Abrelpe), em 2013, o aumento foi

investimentos. As linhas de financiamento,

de 4,1% em relação ao ano anterior, o que

a ausência de instalações em operação no

representa quase três milhões de toneladas a

país e a forte injunção governamental sobre

mais no ano. O Brasil está na quinta posição

as tarifas de energia afastam potenciais

entre os que mais produzem lixo no mundo,

investidores do setor.

atrás de Estados Unidos, China, União

Europeia e Japão. Com esses dados podemos

apenas uma alternativa complementar à energia

concluir que o país está longe de atingir as

gerada por hidrelétricas ou termoelétricas,

metas estipuladas pela Política Nacional de

que já vem sendo explorada em algumas

Por Francisco Oliveira, engenheiro civil, mestre em

Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305,

regiões do país (sobretudo no sudeste), tanto

Mecânica dos Solos, Fundações e Geotecnia e

de agosto de 2010.

para geração de energia elétrica quanto para

fundador da Fral Consultoria.

para

a

concretização

da

Muito se tem falado da falta de água nas

o país. O Brasil não pode parar.

A energia gerada por meio do biogás é



136

Agenda 10 a 13 de agosto

Cursos

Relés numéricos de proteção (IEDs)

Descrição

Informações

A meta deste curso é tornar os participantes aptos a trabalhar com os relés numéricos de proteção (IED’s), de forma que eles possam parametrizar, obter oscilografias, testar e interpretar as respostas dos principais relés numéricos de fabricação Siemens. Haverá também aulas práticas – com reduzido número de participantes por equipamentos – nas quais os alunos utilizarão malas de testes microprocessados.

Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

10 a 14 de agosto

Análise de falhas em equipamentos de processo

Descrição

Informações

Voltado para técnicos e engenheiros que atuam na área de corrosão, manutenção e processos industriais, o curso objetiva esclarecer os alunos a respeito de mecanismos de danos e análise de falhas. Neste sentido, serão abordadas as definições, materiais afetados, fatores críticos, equipamentos afetados, morfologia, métodos de inspeção/monitoração e formas de prevenção dos mecanismos de corrosão e deterioração de equipamentos mais comumente encontrados nas indústrias de processo.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

17 a 21 de agosto

Operação e manutenção de centrais hidrelétricas

Descrição

Informações

Parceria entre o Lactec e a MCQ, empresa prestadora de serviços de engenharia na área de Comissionamento, Manutenção e Operação de subestações e usinas, o curso tem como objetivo mostrar aos participantes os sistemas e equipamentos, assim como os conceitos e técnicas aplicadas na operação e na manutenção de usinas hidroelétricas. Entre os temas a serem abordados nas aulas estão: usinas quanto à capacidade de regulação, quanto ao sistema de adulação e quanto à potência instalada e queda de projeto; proteções da turbina; sistema de regulação; e sistema de proteção.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6051 cursos@lactec.org.br

26 e 27 de agosto

Instalações elétricas em áreas classificadas

Descrição

Informações

Com o tema “Novas tecnologias e correção de não conformidades”, o curso pretende capacitar os profissionais que trabalham para as indústrias que processam, transportam e/ou estocam produtos inflamáveis – dos segmentos petrolífero, químico, farmacêutico, mineração, alimentício, entre outros – a atender aos requisitos aplicáveis a estas instalações elétricas especiais. O pré-requisito para a realização deste curso é ter conhecimento geral das instalações elétricas industriais.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 2516-5020 treinamentosrj@abpa.org.br

3 a 5 de agosto

Connected Smart Cities

Descrição

Informações

O evento tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para tornar as cidades – sejam pequenas ou metrópoles – mais inteligentes e conectadas, que será realizado por meio de debates, troca de informações e a difusão de ideias entre governo e empresas. Participarão do evento companhias de serviços e tecnologia de ponta, especialistas, prefeituras e pessoas engajadas com otimização das cidades no Brasil. O evento contará também com uma exposição, em que estarão presentes empresas relacionadas à mobilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia, saúde, segurança, educação, energia e empreendedorismo.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3032-5633 connectedsmartcities@sators.com.br

16 a 19 de agosto

Eventos

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Simpósio de Automação de Sistemas Elétricos (Simpase)

Descrição

Informações

Tradicional evento do setor elétrico brasileiro, o Simpase chega no ano de 2015 à sua 11ª edição. Trata-se de um importante fórum para a troca de experiência em temas referentes à automação de sistemas elétricos. O evento contará com informes técnicos, mesas redondas, e uma exposição paralela, que propiciarão a interação dos participantes com especialistas internacionais e produtos e serviços do segmento. O organizador do simpósio este ano será as Furnas Centrais Elétricas.

Local: Campinas (SP) Contato: (21) 2556-5929 eventos@cigre.org.br

25 e 26 de agosto

Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (Cobee)

Descrição

Informações

“Combate ao desperdício de energia. A hora é agora! ” este é o tema da 12ª edição do Cobee. Diante do cenário preocupante em que se encontra o setor energético brasileiro, com escassez hídrica e altas nas tarifas, a Abesco fortalece ainda mais este evento, pois acredita que a eficiência energética é a alternativa viável no curto e médio prazo para resolver estes obstáculos. Além do congresso, o evento é composto pela Expoeficiência, uma feira que reúne novas ideias e aplicações que contribuem para o processo de planejamento estratégico das empresas.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031- 2707 adriano@anggulo.com.br

25 a 28 de agosto

Fenasucro & Agrocana

Descrição

Informações

Trata-se de um importante encontro entre os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana, que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar. O evento cobre os cinco grandes setores da cadeia sucroalcooleira: agrocana, fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística e energia.

Local: Sertãozinho (SP) Contato: (16) 2132-8936 comercial@fenasucro.com.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Junho de 2015

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Embrata 134 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br

Brazil Windpower 131 www.brazilwindpower.com.br

Enercom 127 (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br www.enercom.com.br

BRVal 26 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cabelauto 100 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 59 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículos e 30 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br

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Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br General Cable 19 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com Gimi Pogliano 95 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br HDA Iluminação Led 35 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

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RM Sarel 90 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br Romagnole 45 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br Rudolph Fixações 96 (47) 3281-2929 rudolphfixacoes@rudolph.com.br www.rudolphfixacoes.com.br Sarel 23 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 108 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Semikron 17 shop.semikron.com www.semikron.com Sicame 60 (11) 2087-4150 www.sicame.com.br SNPTEE 125 www.xxiiisnptee.com.br Solução Equipamentos 18 (31) 9783-5359 financeiro@sesolucao.com.br www.sesolucao.com.br Steck 93 0800 122022 / 11 6245-7000 vendas@steck.com.br www.steck.com.br Strahl 61 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Terex 117 (31) 2125-4000 beh-marketing@terex.com www.terexritz.com.br Testo 71 (11) 2431-7625 / 0438 imtesto@imtesto.com.br www.imtesto.com.br

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Conex 21 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

ICE Cabos Especiais 43 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Média Tensão 9 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Prysmian 65 (11) 4998-4155 ofertas.energia@prysmiangroup.com.br www.prysmiangroup.com.br

Cordeiro 51 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br

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Megabrás 84 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

RDI Bender 27 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

VR Painéis Elétricos 91 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Daisa 37 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br

Ilumatic 33 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br

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Retaprene 72 (11) 2598-2572 retaprene@retaprene.com.br www.retaprene.com.br

WEG 87 (47)3276-4000 faleconosco@weg.net www.weg.net

COBEE 135

Hellermann Tyton 20 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Cobrecom 7 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br

(11) 5031-2707 comercial@cobee.com.br www.cobee.com.br

(31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br

Trael 124 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 107 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br Vextrom 105 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br

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138

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Junho de 2015

O que há de errado?

Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas

brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais

Esta instalação foi

atualizações normativas do setor!

registrada pelo leitor Amauri Foresto em uma estação de trem da CPTM, na cidade de São Paulo (SP). Encontre os erros, mande suas conclusões e concorra a prêmios! O resultado será divulgado na edição 115, de agosto de 2015.

Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou

Resposta da edição 111 (Abril/2015) O

leitor

apresentou

RODRIGO

a

resposta

DOMINGUES mais

acesse o site www.osetoreletrico.com.br e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

completa

com relação às não conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes.

Interatividade

O vencedor receberá um exemplar do Anuário

O

Setor

Elétrico

de

Normas

Se você encontrou alguma atrocidade elétrica

Brasileiras com as principais atualizações

e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para

normativas do setor. Parabéns a todos os

o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e

leitores que mandaram suas respostas e

Conforme a ABNT NBR 5410, item

nos ajude a denunciar os disparates cometidos

continuem participando!

6.2.11.1.2, a taxa máxima de ocupação em

por amadores e por profissionais da área

relação à área da seção transversal dos

de instalações elétricas. Não se esqueça de

Confira a resposta correta:

eletrodutos não deve ser superior a 40% no

As principais não conformidades com

caso de três ou mais condutores ou cabos.

relação à ABNT NBR 5410:2004, que trata

Além disso, cabos azuis são considerados

das instalações elétricas de baixa tensão,

neutros em instalações de baixa tensão, de

não respeitadas na instalação são:

acordo com a referida norma.

mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.




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