Ano 10 - Edição 116 S etembro de 2015
O sistema elétrico brasileiro 4290 empreendimentos de geração e cerca de 127 mil quilômetros de LTs para levar energia a 77 milhões de consumidores. Eólica é a “menina dos olhos” deste setor Proteção contra incêndio em projetos de instalações elétricas Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética em iluminação pública Estudo analisa dispositivos que controlam fluxo de potência e perfil de tensão nas linhas de transmissão
CINASE 2015 Em Recife, a 22º edição do evento se destaca pelo seu diferencial regional e tem 100% de aprovação no novo modelo do congresso.
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial. com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Alcebíades Bessa, Antônio Florêncio, Cesar Augusto Dantas, Eduardo Daniel, Fuad Kassab Junior, Hélio Sueta, Jair Barbosa, Jesus Romero, João Batista Camargo Junior, João Gabriel de Almeida, Lucas Encarnação, Manuel Luís Barreira Martinez, Patrícia Asano, Paulo Menegaz, Plínio Godoy, Ricardo dos Santos, Sérgio Feitoza, Sergio Roberto Santos, Tatiane Musardo. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: ShutterPNPhotography | Shutter.com Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Reportagem – Energia eólica
70
Setor de energia eólica continua em expansão, mesmo com a crise econômica que assola o país. Segmento celebra a marca de 7 GW de potência instalada em 2015. Saiba mais sobre os planos deste mercado.
Coluna do consultor
6
Uma reflexão sobre a crise e o extintor de incêndio.
Painel de notícias
8
Amapá é conectado ao SIN, Senado aprova compensação para municípios geradores de energia; Senado aprova ainda lei que permite que todos
Proteção
112
Proteção passiva contra incêndio nos projetos de instalações elétricas.
Espaço 5419
120
Planilha facilita apresentação de análise de risco.
os grandes consumidores atuem no mercado livre; Laminados Japeri
Espaço 5410 122
inaugura fábrica no Rio de Janeiro; EDP abre chamada pública para
Proteção contra incêndio nas condições CA2 e CB2.
projetos de eficiência energética; Brametal comemora 40 anos; AES Eletropaulo investe em melhorias da rede elétrica. Estas e outras notícias
Colunistas
sobre mercado, produtos e empresas do setor elétrico brasileiro.
Michel Epelbaum – Energia sustentável
Evento – CINASE
24
Em Recife (PE), a 22ª edição do Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) atraiu cerca de 300 profissionais, que discutiram novas técnicas e tecnologias voltadas para instalações de baixa e média tensão.
Fascículos
33
Iluminação pública 76 Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética, utilizando
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
128 Jobson Modena – Proteção contra raios 130 João Barrico – NR 10 132 José Starosta – Energia com qualidade 134 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 136
Pesquisa – Prestadores de serviço para GTD Levantamento feito com empresas que prestam serviços para geração,
Dicas de instalação
138
Poluição luminosa – você sabe o que é e o que pode fazer para evitá-la?
Espaço IEEE
140
Índices de confiabilidade em subestações de energia elétrica com ênfase nos impactos sociais de uma falha.
transmissão e distribuição de energia (GTD) mostra resultados alcançados
Ponto de vista 142
em 2014 e expectativas para 2015. Além disso, a pesquisa traz números
As consequências do furto de energia elétrica.
técnicos e de mercado do setor elétrico brasileiro como um todo.
Transmissão de energia 98
126
Luis Fernando Arruda – Instalações MT
regras fuzzy, em sistemas de iluminação pública.
86
124
Agenda
144
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Um estudo que visa o aumento da capacidade de transmissão de
146
potência das redes e o controle direto do fluxo de potência em
What’s wrong here
rotas específicas de transmissão.
Identifique o que existe de errado na instalação.
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
www.osetoreletrico.com.br
Ano 10 - Edição 116 S etembro de 2015
O sistema elétrico brasileiro O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 116 – Setembro de 2015
4290 empreendimentos de geração e cerca de 127 mil quilômetros de LTs para levar energia a 77 milhões de consumidores. Eólica é a “menina dos olhos” deste setor Proteção contra incêndio em projetos de instalações elétricas Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética em iluminação pública Estudo analisa dispositivos que controlam fluxo de potência e perfil de tensão nas linhas de transmissão
CINASE 2015 Em Recife, a 22º edição do evento se destaca pelo seu diferencial regional e tem 100% de aprovação no novo modelo do congresso.
Edição 116
Na conta do consumidor
Em artigo publicado no início de outubro na Folha de S. Paulo, o ministro de Minas e Energia, Eduardo
Braga, revelou que o Congresso Nacional deve decidir uma proposta negociada entre governo e agentes do setor elétrico para poupar os consumidores de uma conta bilionária causada pela escassez de chuvas. Segundo ele, o déficit hídrico deverá acumular em 2015 um custo superior a R$ 10 bilhões nas usinas hidrelétricas que não estão conseguindo gerar a energia vendida em contratos.
Para que a conta não sobrecarregue as usinas, deixando-as enfraquecidas financeiramente, o governo
propõe que elas sejam recompensadas com um prolongamento dos seus contratos de concessão pelo tempo necessário para amortizar o montante. Com esse entendimento, no caso de uma estiagem similar à que vivemos em 2016, o consumidor poderia assumir apenas 5% desse déficit. A proposta ainda está em andamento no Congresso.
Com a possibilidade de termos no próximo ano condições hidrológicas parecidas com a que tivemos
em 2015, as bandeiras vermelhas estampando as contas de luz serão cada vez mais frequentes, além de possíveis ajustes no preço da energia ou eventuais encargos adicionais. É claro que o consumidor não deve arcar com esse prejuízo, mas repassá-los integralmente para as concessionárias tampouco parece uma medida sensata, já que também não é bom para o setor que geradoras sejam fragilizadas e percam sua competitividade. A MP 688, que trata do assunto supracitado, é uma ação que, ao menos, tenta equilibrar esse imbróglio. Mas, sem dúvida, não será suficiente.
O planejamento em médio e longo prazos é fundamental para que não fiquemos sempre a mercê do
temperamento de São Pedro. As eólicas, como verão na reportagem deste mês, surgem como grandes “salvadoras da pátria”, mas também merecem mais atenção para que elas efetivamente sejam a energia complementar que tanto precisamos – em detrimento das caras e poluentes usinas térmicas. Há pouco mais de uma década, a potência instalada de energia eólica no país era de somente 20 MW, com representação irrisória na matriz elétrica. Hoje, já são 7 GW de capacidade instalada, o que equivale a 5% da matriz elétrica nacional. É uma grande conquista.
Aproveitamos o editorial desta edição também para falar sobre o Circuito Nacional do Setor Elétrico
(CINASE), evento promovido pela revista O Setor Elétrico, que leva um pouco do conhecimento dessas páginas para o formato de um congresso. Assim, interessados em se atualizar profissionalmente têm a oportunidade de aprender novas técnicas e tecnologias, além de serem os primeiros a saber sobre mudanças em normas recém-publicadas ou em processo de revisão. Leia sobre isso nas páginas a seguir.
Boa leitura!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br
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6
Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
O paralelo (in)conveniente e o extintor de incêndio
Quando algo não vai bem ou mesmo
das suas habilidades, definir quem fica
- Cortar as despesas de RH, mesmo
e quem não fica iniciando o processo
aqueles que haviam sido contratados
em
de enxugamento. Outras possibilidades
para manter a boa relação entre a
polvorosa quase que em ato contínuo
menos traumáticas seriam a captação
empresa, seus clientes e os sindicatos.
à constatação do problema. É certo
de novos investimentos do mercado
Cortar as despesas operacionais como
que às vezes esta constatação pode
dependendo da projeção de novos
a redução do “vale coxinha”, incluindo
não ser “tão online” como se gostaria,
negócios e oportunidades da empresa;
viagens internacionais e mordomias,
mas
aporte
aluguel de limusines e outras;
quando empresas
as
a
crise as
ações
chega
equipes
às
nossas
entram
corretivas
merecem
de
capital
por
parte
dos
tratamento imediato tão logo surjam os
acionistas e outras que poderiam ainda
-
problemas. Diagnosticadas as causas,
ser exploradas, talvez mesmo vender,
rentabilidade e que atenderiam apenas
a presidência da empresa, a diretoria,
fechar o negócio ou restringir atividades.
o lado institucional da empresa, aplicar
os departamentos e até mesmo os
Mas se descobrirem que o motivo
o pouco dinheiro que sobrou para se
conselheiros partem para as discussões
da crise teria sido um roubo bilionário
investir em projetos que realmente
para sair da crise, os acionistas podem
justamente na divisão mais rentável da
resultarão
até serem avisados, mas esperam que
empresa, associado com a anuência
Esclarecer por que tal roubo haveria
os profissionais envolvidos cumpram os
da diretoria e falta de fiscalização e
ocorrido, quem estaria envolvido e
seus deveres de casa.
“compliance” adequado? Qual seria
como fazer para que não se repitam,
Deixar
de
em
lado
projetos
bons
sem
benefícios.
a reação do corpo de acionistas?
será que a quadrilha haveria toda sido
de produção, de vendas, de recursos
Será
desbaratada? O que mais teria sido
humanos, financeiras, de planejamento e
dinheiro nesta aventura? E que tal se
roubado? Quanto? Quem? Quando?
em geral não trazem boas noticias para
a presidência e os conselheiros não
- Será que os acionistas topariam aportar
o corpo de funcionários. Neste instante,
soubessem de nada? Pior, haveriam
mais dinheiro nesta situação? Duvido.
a “radio peão” começa a transmitir em
indícios que os conselheiros estariam
Que tenhamos pelo menos saúde
ondas curtas quais os reflexos e os
se
roubalheira.
para suportar os novos capítulos da
alvos das decisões tomadas por aqueles
Haveria saída? Talvez, mas algumas
novela. Quanto à presidência, a diretoria
que mandam e quando saem estas
ações
e os conselheiros, quem sabe?
primeiras decisões observam-se o corte
poderiam ser:
de despesas, fusão de departamentos,
- Prender os ladrões (incluindo os
queiram com os seus! Eu seria preso se
redução de custos com fornecedores,
conselheiros envolvidos) e restituir o
fizesse o que me passa pela cabeça, ao
realinhamento
As ações podem depender das áreas
que
estes
beneficiando a
serem
aportariam
da
mais
recomendadas
E os extintores? Ora, façam o que
de
dinheiro roubado para ao menos cobrir
bom estilo dos ótimos argentinos dos
forma que pelo menos o jogo termine
parte do rombo, certamente, o jurídico
“relatos selvagens”. Aliás, uma ótima
empatado. O gerente do RH é um dos
acharia a melhor forma com seus doutos
oportunidade para filmar aqui não os
primeiros a ser chamado a exercer uma
integrantes;
“relatos”, mas os “ratos selvagens”.
de
atividades
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
IEE implanta quatro estações de energia solar fotovoltaica em campus da USP As estações têm como principal objetivo fornecer aos alunos da universidade um sistema em escala real para que eles tomem contato com situações concretas de produção de energia
O Instituto de Energia e Meio Ambiente
em escala real. Conforme o professor, do
(IEE) da Universidade São Paulo (USP),
Departamento de Engenharia de Energia e
implantou
energia
Automação Elétricas da Poli, Marco Antonio
solar fotovoltaica, integradas ao sistema de
Saidel, por sua dimensão e diversidade de
abastecimento de energia elétrica do campus
atividades, a USP é um laboratório natural,
da instituição de ensino. O sistema possibilita
já que, como uma minicidade, tem hospital,
gerar aproximadamente 500 kW de energia
biblioteca, escola, clínica veterinária, clube
por dia, capacidade equivalente a 2,5% da
poliesportivo, etc.
demanda de energia da Universidade. Uma
estação do sistema está instalada no teto
pesquisar diferentes arranjos de conexão (a
da Biblioteca Brasiliana. As outras três estão
interconexão à rede elétrica, ou seja, como
operando na área do IEE dentro no campus:
ligar o sistema solar fotovoltaico à rede elétrica
em solo; na cobertura do estacionamento; e
já existente) para um estudo aprofundado das
no telhado. A coordenação do projeto ficou
características e propriedades do sistema.
a cargo do professor Roberto Zilles, do IEE,
"Estamos
mas participaram da iniciativa também a
identificar a melhor maneira de aproveitar a
Escola Politécnica (Poli-USP), a Companhia
geração solar fotovoltaica de acordo com
de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
o perfil de consumo brasileiro", afirma. O
(CTEEP) e a Companhia Energética de São
projeto de implantação já foi concluído.
Paulo (Cesp).
Agora, os responsáveis estão na fase de
acompanhamento, avaliação e monitoramento
quatro
estações
de
As estações têm como principal objetivo
De acordo com Saidel, o projeto objetiva
procurando,
nessa
pesquisa,
fornecer aos alunos da universidade um
dos resultados.
sistema em escala real para que eles tomem
Por sua contribuição no avanço do
contato com situações concretas de produção
conhecimento, o projeto conquistou o
de energia. A equipe da Poli estudou o
1º Prêmio Inovação e Tecnologia Brasil
comportamento e características do consumo,
Solar, promovido pela Feira Internacional
as melhores formas para disponibilizar a
de
energia, trabalhar com previsão de demanda
EnerSolar+Brasil. Ficou em primeiro lugar
e consumo, entre outros elementos. Na USP,
na categoria "Melhor Projeto Acadêmico de
os pesquisadores puderam fazer a pesquisa
2015".
Tecnologias
para
Energia
Solar
-
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Amapá tem conexão definitiva ao SIN Com interligação realizada em meados de setembro, o Estado não necessitará mais ser abastecido por meio de geração térmica
O Amapá está finalmente conectado
definido nos Procedimentos de Rede do
ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Em
Operador Nacional do Sistema (ONS).
meados de setembro, a Companhia de
Dessa maneira, a partir de agora, a geração
Eletricidade do Amapá (CEA) ligou a usina
térmica – que garantia o abastecimento da
térmica Santana e a usina hidrelétrica de
região – só será utilizada por necessidade
Coaracy Nunes que ainda operavam de
energética ou em caso de emergência.
forma isolada do sistema, realizando os
O
últimos procedimentos para a conexão
parcialmente interligado ao SIN, desde a
definitiva do Estado.
conexão das subestações de Macapá II
e Santa Rita às subestações 230/69 kV
Com a interligação, o Amapá passa a
atender ao critério (N-1) de perda simples,
estado
do
Amapá
estava
Macapá e Laranjal do Jari.
América do Sul apresenta índice de emissão de CO2 abaixo da média mundial
O subcontinente apresentou um indicador de 1,84 tonelada de CO2 por tonelada de energia consumida (tCO2/ tep), enquanto a média mundial foi 2,34 tCO2/ tep O indicador de emissões de CO2
que é de 13,6%. Somente o Brasil, cuja
pelo uso de energia da América do Sul foi
influência no indicador da região é muito
menor do que a média mundial em 2014
forte, a participação da energia renovável é
informou o Boletim “Energia na América do
de 39%. Já no que diz respeito à tonelada
Sul”, produzido anualmente pela Secretaria
média equivalente de petróleo (tep), a
de
Desenvolvimento
América do Sul consumiu 169 milhões de
Energético do Ministério de Minas e Energia
tep de energia de fontes renováveis em
(MME). O subcontinente apresentou um
2014, o que significa 9,1% das renováveis
indicador de 1,84 tonelada de CO2 por
do mundo.
tonelada de energia consumida (tCO2/
Em
tep). A média mundial é 2,34 tCO2/ tep.
caracterizou-se
A América do Sul apresenta uma forte
exportadora de energia, haja visto que
participação das fontes renováveis em sua
produziu 5,7% da energia mundial, mas
matriz de oferta interna de energia, que
consumiu somente 4,3%. Registrou também
é a soma necessária para movimentar as
superávit de 30% sobre as necessidades
economias dos países latino-americanos.
totais de energia, com vendas líquidas de
29% vem desse tipo de fonte. Trata-se
aproximadamente 180 Mtep para países
de mais que o dobro da média mundial,
situados fora da América do Sul.
Planejamento
e
2014,
a por
América ser
uma
do
Sul região
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Abendi lança processo de certificação do método de termografia Trata-se de relevante ferramenta na área elétrica, para a realização de inspeção e manutenção preditiva de redes e instalações elétricas em geral, painéis, subestações, motores elétricos A Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi) lançou recentemente o processo de certificação do Nível 1 do método de termografia, importante ferramenta na área elétrica, para a realização de inspeção e manutenção preditiva de redes e instalações elétricas em geral, painéis, subestações, motores elétricos. No caso de instalações e equipamentos elétricos, a inspeção termográfica visa a identificação e
avaliação
com
daqueles
temperaturas
de
componentes funcionamento
significativamente superiores às temperaturas especificadas pelos fabricantes.
Com a certificação, garante-se que os
trabalhos realizados nas empresas terão efetivamente um padrão de qualidade por parte do profissional responsável pelo serviço, e fornece também salvaguardas
requisitos preestabelecidos, como grau
competência. Por enquanto, a Abendi só
legais associadas a qualquer tipo de
de escolaridade, aptidão física, horas de
disponibiliza a certificação para N1.
atividade técnicas. Conforme a Abendi, o
treinamento
A Abendi é acreditada pelo Instituto
processo surgiu a partir do apoio e da visão
comprovada a fim de garantir o entendimento
Nacional
de representantes de grandes empresas
dos
e
Tecnologia (Inmetro), do Ministério do
que utilizam o método de termografia, como
análises termográficas. No que se refere à
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Metrô e Furnas.
escolaridade e à experiência profissional,
Exterior, como Organismo de Certificação de
De acordo com a Abendi, para se
exige-se diploma de conclusão de Ensino
Pessoal – OPC-002, conforme a Norma ISO
certificar em qualquer nível de competência,
Técnico de Nível Médio. Deve-se destacar
17024, para a qualificação e certificação de
os profissionais que se candidatarem
que os profissionais de termografia são
pessoal em END, baseada nos critérios da
ao processo precisam atender a alguns
classificados em três níveis crescentes de
Norma ISO 9712.
e
experiência
procedimentos
das
profissional medidas
de
Metrologia,
Qualidade
e
Painel de produtos
14
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Caixas de passagem de sobrepor www.tableplast.com.br
A Tableplast do Brasil acaba de lançar a linha de caixas
plásticas de passagem de sobrepor Série Excellent. Com grau de proteção IP 65 e sem vedação de borracha – uma exclusividade, cuja patente já foi requerida pela empresa –, a nova linha é fabricada em material termoplástico auto extinguível na cor cinza e aditivada com anti UV. Segundo a empresa, possui ótimo acabamento e estética e duas formas de fechamento. Essa série é composta de seis tamanhos, sendo que cada medida possui três profundidades, disponibilizando
Kit de resgate www.leal.com.br
A Leal apresenta o seu kit de resgate para trabalhos em linha
viva, indicado para situações de trabalho que exigem segurança e praticidade. Segundo a empresa, com o equipamento, o usuário pode alcançar a estrutura a partir de uma superfície de trabalho segura. Os componentes deste kit ficam dispostos em uma mochila e são simples de serem utilizados.
O Kit contém: um moitão, dispositivo de travamento, malha
rápida, cinta ancoragem com catraca, corda e conector. O kit apresenta ainda um sistema de redução mecânica, por meio do qual o funcionário reduz o seu peso em até cinco vezes, sendo ideal para resgates em trabalhos com linha viva.
18 modelos. É certificada pelas normas internacionais IEC 670670-1:2002 / IEC 60670-24:2005 / IEC 62262:2002.
As caixas estão disponíveis em 18 modelos, conforme profundidade e tamanho.
Com o sistema de redução mecânica, o técnico reduz o seu peso até cinco vezes.
15
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Luzes de sinalização
Boroscópio
www.pfannenberg.com.br
www.minipa.com.br
A linha de sinalizadores da Pfannenberg acaba de ser
incrementada com o lançamento das luzes flash em forma piramidal
para inspeção de áreas de difícil acesso, normalmente
Pyra M para uso em alarmes de incêndio, máquinas e aplicações
impossíveis de serem vistas a olho nu. Dispõe de uma câmera
de emergência.
ergonômica com foco automático, display de LCD de 2,4” e
Novidade da Minipa, o Boroscópio MBR-240 é indicado
Com tecnologia xenon e facilidades de instalação, a nova luz
capacidade de visualizações bem próximas. O equipamento
está disponível nas versões 5J e 10J. As luzes contam com design
é destinado à inspeção de máquinas, fiações, estruturas,
compacto, quatro frequências de flash selecionáveis, IP 66/ IK08,
tubulações, entre outras. Apresenta, como opcional, um cabo
certificação EM 54-23 e também pode ser encontrada na versão
extensor de três metros (MBR-240Ext).
com módulo sonoro (100 dB).
Os novos sinalizadores estão disponíveis com base nas cores
cinza ou vermelha e lentes nas cores vermelho, laranja, amarelo, verde, transparente e azul. O equipamento permite ainda a possibilidade de uso sincronizado com duas ou mais luzes.
Importante mencionar que o design das peças foi reconhecido
e premiado pelo “Red Dot Award: product design 2015”, prêmio desenvolvido pelo instituto Design Zentrum Nordrhein Westfalen, reconhecido mundialmente como um dos selos mais renomados do mundo do design.
Novas luzes apresentam design diferenciado e reconhecido por premiação internacional.
Produto conta com câmera ergonômica com foco automático.
Painel de normas
16
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Senado aprova compensação para municípios geradores de energia elétrica Proposta, que seguiu para a Câmara dos Deputados, aumenta o valor da arrecadação do ICMS dos municípios com usinas hidrelétricas afetados pela Medida Provisória (MP) 579/2012 O
Senado
Federal
aprovou
por
afetados pela Medida Provisória (MP)
brasileiros. Segundo o relator do projeto, o
unanimidade em meados de setembro o
579/2012.
senador Walter Pinheiro (PT-BA), a queda
Projeto de Lei – PLS 525/2015, de autoria
A MP 579/2012, que deu origem à Lei
na arrecadação impactou principalmente
do senador Fernando Bezerra Coelho
12.783/2013, ofereceu às concessionárias
os municípios que têm usinas hidrelétricas
(PSB-PE), que prevê a compensação dos
de
construídas em seu território.
municípios geradores de energia elétrica
possibilidade de prorrogar a concessão
Segundo informações da Agência
com aumento do valor da arrecadação do
com a condição de reduzir as tarifas
Senado, o Brasil conta atualmente com 175
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias
praticadas e, consequentemente, diminuir
municípios-sede de usinas hidrelétricas.
e Serviços (ICMS). A proposta, que seguiu
as receitas das empresas. Com a medida,
Destes, 18 municípios tiveram prejuízos
para a análise da Câmara dos Deputados,
o preço da tarifa chegou a cair até 70% e
reais com a promulgação da lei. A cidade
tem como objetivo compensar a perda
assim diminuiu também a arrecadação do
baiana de Paulo Afonso (BA), por exemplo,
da receita dos municípios com usinas
ICMS decorrente da distribuição de energia
que abriga o complexo de usinas da Chesf,
hidrelétricas
e sua respectiva partilha entre os municípios
obteve prejuízo de mais de R$ 12 milhões.
instaladas
e
que
foram
geração
de
energia
elétrica
a
Senado aprova lei que permite que todos os grandes consumidores atuem no mercado livre Atualmente, empresas que se conectaram à rede elétrica antes de 1995 somente podem participar do ambiente de contratação livre se trabalharem com tensão igual ou maior do que 69 kV
A comissão de Meio Ambiente, Defesa
já permitia aos grandes consumidores com
do Consumidor e Fiscalização e Controle
carga igual ou maior do que 10 mil kW,
interligados à rede elétrica antes da
(CMA) do Senado Federal aprovou o
atendidos em qualquer tensão, adquirir
instituição da lei 9074 só foram autorizados
Projeto de Lei (PLS 239/2014), que dá
energia no ambiente de contratação
a atuar no ACL aqueles que trabalhassem
aos grandes consumidores de energia,
livre (ACL), contudo limitava esta ação
em tensão igual ou maior do que 69 kV. O
sem restrição de nível de tensão em que
àqueles que se conectaram à rede após
PLS 239/2014 acaba, portanto, com essa
estejam interligados à rede elétrica, o
sua promulgação. A lei estipulava ainda
restrição. Conforme o senador Delcídio
direito de escolher livremente o fornecedor
que, após cinco anos de sua edição,
do Amaral (PT-MS), autor do projeto, por
do serviço. O projeto seguiu para exame
consumidores com carga superior a 3 mil
questão de isonomia, esse tratamento
na Comissão de Serviços de Infraestrutura
kW, ligados em qualquer tensão, também
assimétrico entre agentes semelhantes
(CI) da casa.
poderiam comprar energia no mercado
tem que ser corrigido. (Com informações
livre.
da Agência Senado).
A Lei 9074, instituída em julho de 1995,
No que diz respeito aos consumidores
ABNT publica duas novas normas Acumulador alcalino
Conectores de fibra óptica
Publicada no dia 10 de setembro,
A
a
intitulada
ABNT
NBR
para conectores de fibras óticas para
16429:2015,
montagem
em
campo,
apropriados
fibra
para utilização em ambiente interno
define os termos técnicos aplicados aos
ótica para montagem em campo –
não agressivo ou ambiente externo
acumuladores alcalinos de níquel-cádmio
Especificação, foi publicada no dia
não
estacionários ventilados. O documento,
27 de agosto. Com dez páginas de
intempéries, penetração de água e
que conta com oito páginas, se tornará
conteúdo,
poeira. O texto se tornou válido no dia
válido a partir do dia 10 de outubro.
especifica
norma
ABNT
NBR
14203:2015
Conectores
o os
documento requisitos
de
normativo mínimos
agressivo,
27 de setembro.
protegido
contra
17
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Normas em consulta pública
Óleo mineral isolante O
Projeto
ABNT
NBR
16432,
com o título Óleo mineral isolante – determinação do teor de produtos clorados, ficará sob consulta pública no site da ABNT (www.abnt.org.br) até o dia 15 de novembro deste ano. A norma especifica um método para determinação do teor de produtos clorados em óleo mineral isolante. Vale explicar que os resultados obtidos de cloretos podem ser utilizados como ferramenta rápida para triagem de óleos minerais isolantes, quanto ao conteúdo de bifenilas policloradas (PCB) (estimativa como aroclor 1242). O
projeto
foi
elaborado
pela
Comissão de Estudo de Óleos Minerais Isolantes (CE-003:010.001) do Comitê Brasileiro
de
Eletricidade
CB-003),
em
reuniões
(ABNT/
que
foram
realizadas de 10 de setembro de 2014 até 3 de março de 2015.
Equipamento elétrico
Elaborado pela Comissão de Estudo
de Outros Óleos Isolantes (Sintéticos e
Naturais)
(CE-003:010.002)
do
ABNT/CB-003, o Projeto ABNT NBR 16431 especifica o método para a determinação da compatibilidade dos materiais empregados em equipamentos elétricos com óleo vegetal isolante novo. Em nota, a associação recomenda que o óleo vegetal isolante esteja em conformidade com a ABNT NBR 15422. O
projeto
começou
a
ser
desenvolvido no final de 2007 e o último encontro para a sua elaboração ocorreu no dia 29 de maio de 2014. A data-limite para a consulta pública no site da ABNT é 18 de novembro.
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Laminados Japeri inaugura fábrica no Rio de Janeiro Fabricante investiu R$ 16 milhões em novas instalações com o objetivo de ampliar sua capacidade produtiva e aperfeiçoar o atendimento ao cliente Focada
na
fabricação
de
linhas
as necessidades, com serviço diferenciado
elétricas – eletrocalhas, perfilados, leitos
e entregas pontuais”, afirma.
e acessórios –, a Laminados Japeri está
mudando de endereço com a intenção
da ordem de R$ 16 milhões, considerando
de agilizar seus processos e ampliar sua
local e maquinário. Na unidade, serão
produção. A empresa acaba de assumir
produzidas cerca de duas mil toneladas de
uma nova planta industrial, que conta
produtos por mês, incluindo eletrocalhas,
com área construída de 12 mil metros
perfilados, leitos para cabos, abraçadeiras,
quadrados e área total de 30 mil metros
fitas perfuradas, eletrodutos e toda a linha
quadrados no município de Japeri, região
de acessórios.
metropolitana do Rio de Janeiro.
Figueiredo
O
diretor
da
empresa,
A nova planta demandou investimentos
conta
que
aposta
na
Planta industrial da Laminados Japeri possui área construída de 12 mil m² e contou com investimentos de R$ 16 milhões.
princípio da honestidade da Laminados
Estevam
pontualidade dos prazos de entrega como
Japeri”, acrescenta o diretor.
Figueiredo, conta que a proposta era ter a
grande diferencial da empresa diante do
Com os investimentos e a elevação
maior fábrica do segmento com produtos
cenário econômico desfavorável atual.
da capacidade produtiva, a intenção da
de qualidade e preços competitivos.
“Iremos agregar produtos de extrema
empresa é crescer em torno de 50% nos
“Quando iniciamos as obras, o Brasil
qualidade
próximos 12 meses, mesmo considerando
estava em pleno crescimento e não
Para isso, a empresa está realizando um
o
havia empresas no ramo com estrutura
grande investimento em matérias-primas
informações sobre a empresa, assim como
suficiente para atender à demanda, por
e apostando em preços baixos, “sempre
endereço e telefones, podem ser obtidas
isso, investimos pesado para suprir todas
considerando a chapa correta, que é o
no site www.laminadosjaperi.com.
com
entregas
imediatas”.
momento
econômico
atual.
Mais
Brametal completa 40 anos e comemora aumento de produção Em cerca de sete anos, a empresa triplicou sua produção de estruturas metálicas, passando de 24 mil toneladas/ano para mais de 80 mil toneladas/ano
A Brametal, conhecida por fabricar estru
torres para suporte de aerogeradores.
de projeto e de fabricação. Nós estamos
turas metálicas galvanizadas para trans mis
No que diz respeito ao segmento de
trazendo esta tecnologia para o Brasil”, explica
são de energia elétrica e telecomu nicações,
energia solar, o diretor industrial da Brametal,
o diretor industrial da empresa. Segundo
completa 40 anos de fundação em 2015.
Marcos Brecht, informa que a empresa
Brecht, o conceito de torre metálica é mais
A data vem acompanhada de relevante
já desenvolve, com tecnologia própria,
barato e amigável ao meio ambiente do que
crescimento da empresa nos últimos tempos.
suporte fixo para painéis fotovoltaicos, e
o conceito atual de torres de concreto.
Conforme o diretor comercial da companhia,
está desenvolvendo um sistema com tracker,
Alexandre Queiroz Schmidt, a empresa
que fornece movimento aos painéis. Brecht
em meio à crise econômica, o diretor
praticamente triplicou de tamanho nos últimos
acredita que, por ter obras que exigem
comercial da Brametal afirma, sem citar
sete anos, aumentando sua produção de
menos recursos e ficam prontas com mais
números, que 2015 está sendo um ano
estruturas metálicas de 24 mil toneladas/ano
rapidez, a energia solar irá avançar com mais
difícil, como, segundo ele, para todas as
para mais de 80 mil toneladas/ano.
velocidade no Brasil do que a energia eólica.
empresas brasileiras. No que se refere à
A ascensão da companhia passa também
Em relação ao faturamento da empresa
Esta constatação não impediu, contudo,
produção, “o ano está bem morno”. Contudo,
pela decisão da empresa de diversificar o
que a Brametal investisse na área eólica.
de acordo com Schmidt, como o Brasil
leque de produtos desenvolvidos. A Brametal
Trata-se de um projeto que está sendo
realmente precisa de linhas de transmissão,
vem expandindo sua área de atuação para o
desenvolvido há quatro anos e que consiste
o mercado de energia elétrica continua
segmento de energias renováveis. A empresa
na fabricação de estruturas metálicas
recebendo investimentos. Com relação a
fabrica, desde o ano passado, suportes para
treliçadas para suporte de aerogeradores.
2016, o diretor comercial acredita que nada
painéis fotovoltaicos de energia solar e vem
“Temos uma parceria com um grupo alemão
mudará radicalmente. “Não deve melhorar
trabalhando para adentrar o mercado de
– formado pelas empresas alemãs Conferdo
e nem piorar. Nossa expectativa é que se
energia eólica, por meio do fornecimento de
e PEConcept – que tem toda a expertise
mantenha o mesmo ritmo de 2015”, avalia.
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
HellermannTyton completa 45 anos de presença no Brasil Mesmo em época de crise econômica, companhia espera crescer 10% em 2015
Luis Fernando Tobias de Barros, diretor de marketing da HellermannTyton.
O dia 1º de outubro de 2015 foi uma data muito especial para
a HellermannTyton. A companhia, fabricante de soluções para gerenciamento de fios e cabos, completou 45 anos de presença no país. Durante estas mais de quatro décadas de existência em território nacional, a empresa se sedimentou como uma das mais importantes da área e hoje disponibiliza a seus clientes 60 mil itens, divididos nos sistemas de amarração, fixação, identificação, proteção e isolação de fios e cabos. Em 2004, a empresa incrementou seu portfólio de produtos, passando a fornecer também itens para cabeamento estruturado.
No ano em que comemora seu aniversário de 45 anos no Brasil,
a empresa acredita que seu faturamento terá um acréscimo de 10%, mesmo diante de um cenário de crise econômica. Conforme explica o diretor de marketing da empresa, Luis Fernando Tobias de Barros, isto se deve ao fato de a empresa não depender de um único mercado ou indústria. “Nossa estratégia é encontrar oportunidades de fornecimento além do mercado elétrico, como: energias alternativas, construção civil, construção de trens e metrôs, telecomunicações, linha branca, estaleiros, exportações para América do Sul etc.”, afirma. A HellermannTyton está, desde 2002, sediada na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. De acordo com o diretor, a fábrica foi construída para opera com a mais moderna tecnologia de injeção e extrusão de termoplástico da América do Sul. “Contamos com um parque de máquinas de última geração e de altíssima produtividade, chegando a processar mais de 300 toneladas de matéria-prima por mês”, destaca Barros.
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Internet das coisas é tema do Automation & Power Word Brasil Evento realizado pela ABB teve como temática a “Era da conectividade” e discutiu o conceito de internet das coisas na indústria O YuMi consegue não só aplicar a força adequada para a atividade que está executando, mas também responder ao ambiente em torno dele.
A ABB promoveu recentemente a
no sistema de distribuição de energia
desenvolvido
5ª edição do Automation & Power Word
elétrica do país, deverá servir de exemplo
pouco diferente do conceito de IoT
Brasil, evento que contou com fórum sobre
para outras áreas, como a indústria,
comumente utilizado. Além de máquinas
tendências
mercado
na tentativa de tornar mais inteligente
e equipamentos, a ABB entende que
mundial de energia e uma feira em que
seus processos produtivos. Conforme o
as
foram expostas as tecnologias mais atuais
diretor da ABB, a rede elétrica está em
serviços para garantir que os dispositivos
da companhia, entre softwares, sistemas,
um estágio mais avançado do que as
estejam funcionando corretamente e as
produtos e soluções. O evento teve como
indústrias no que se refere à tecnologia de
pessoas, que continuarão centrais no
tema a “Era da conectividade” e trouxe,
automação que possibilita essa troca de
processo, tomando decisões, planejando
entre suas principais palestras, conferência
informações. Trata-se, segundo ele, de um
e otimizando as atividades executadas
realizada pelo diretor da divisão industrial
conceito de anos atrás que já vinha sendo
pelos equipamentos. “De forma simples,
de Automação de Processos no Brasil
implementado nas redes de distribuição.
esta é a definição da Internet das Coisas,
e na América Latina da ABB, Ricardo
“O que se pensa em fazer na indústria é
Serviços e Pessoas na ABB: dispositivos
Hirschbruch,
tecnológicas
que
do
tecnologias
é
integrarão
um
os
o
aumentar a conectividade”, diz Hirschbruch.
industriais inteligentes conectados em
Conectividade que já está implementada
rede, permitindo mais serviços remotos
inglês Internet of Things - IoT) na indústria,
na rede elétrica. De acordo com o diretor, a
e proporcionando ao usuário uma melhor
também chamado de Indústria 4.0.
indústria irá se beneficiar da conectividade
tomada de decisão, graças à habilidade de
paralelo
de comando e controle em aspectos como
analisar e atuar nas informações coletadas
entre o conceito de IoT para aumentar
a otimização de energia e o aumento de
nos processos”, explica.
a
conectividade
traçou dos
um
sobre
empresa
conceito de “Internet das coisas” (do
Hirschbruch
dissertou
novas
pela
equipamentos
informações do processo industrial.
industriais e o de smart grid, que, segundo
O diretor da ABB faz questão de
em um primeiro nível de aplicação de IoT.
ele, mesmo dando seus primeiros passos
salientar, no entanto, que o conceito
Nas fábricas nacionais, usualmente, se
No Brasil, segundo Hirschbruch, estamos
23
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
emprega a tecnologia para a manutenção
Hirschbruch acredita que este nível
tecnologias de sensores que permite
industrial. Grosso modo, consegue-se rea
de tecnologia será alcançado no país
sentir a pressão, o YuMi consegue, de
lizar automaticamente o diagnóstico de equi
conforme aumentar a pressão de custo.
acordo com Hirschbruch, não só aplicar
pamentos e analisar de forma preventiva se o
“Essa pressão global por competitividade
a força adequada para a atividade que
equipamento está prestes a falhar. Assim, é
é que vai fazer a tecnologia evoluir”, diz
está executando, mas também responder
possível realizar a troca planejada, que pode
o diretor, salientando que no caminho
ao ambiente em torno dele. “Isso significa
ocorrer em minutos e otimizar o processo
alguns aspectos referentes à regulação e
trabalhar com segurança ao lado de seres
produtivo. Outros exemplos de tecnologia
normas precisarão ser revistos e ajustados
humanos, sem necessidade de qualquer
relacionada à IoT comumente utilizada no
para acelerar o processo. “O governo
proteção, gaiola ou grade, nem zonas
Brasil são os sensores e atuadores.
tem secretarias e entidades reguladoras
restritas”, explica.
Para que os processos se integrem
planejando a melhor forma de acelerar este
no máximo de sua força há muito que
processo”, confia o diretor. A estimativa
solução
caminhar. Segundo o diretor da ABB, o
dos especialistas da área é de que a IoT
colaborativa”, capaz de manusear qualquer
uso de inteligência artificial para fazer o
compartilhe cerca de 50 bilhões de objetos
coisa, desde um relógio a um tablet.
controle do processo industrial é quase
até 2020 em todo o mundo.
“Com um nível de precisão que poderia
sem
limites.
“Daria
para
automatizar
Conceito novo na robótica
Hirschbruch,
A
Brasil,
opta-se
por
robótica
“verdadeiramente
enfiar uma linha em uma agulha, ele muda
muito mais”, assegura. De acordo com no
Trata-se, segundo o diretor, da primeira
principal
novidade
radicalmente a maneira como pensamos tecnológica
a
automação”,
destaca
Hirschbruch.
implementar um sistema e depois, quando
exposta pela ABB no evento foi o robô
Segundo ele, o YuMi responde à demanda
necessário, atualizá-lo, mas o processo
colaborativo YuMi, definido pelo diretor
de um mercado de consumo com volumes
poderia ser mais autônomo, o sistema
da divisão industrial de Automação de
de produção mais elevados, produtos
poderia se auto adaptar. De acordo com
Processos no Brasil e na América Latina
com ciclos de vida mais curtos, prazos de
ele, há tecnologia para isso, mas a decisão
da ABB como um “conceito totalmente
entrega mais apertados e uma crescente
de utilizá-la ou não é humana.
novo na robótica. Com dois braços e
tendência de personalização de produtos.
Evento
24
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
CINASE aporta em Recife Segunda etapa de 2015 do reformulado Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reuniu 300 profissionais, que participaram das palestras e ainda testaram os conhecimentos adquiridos em workshop prático
Em sua 22ª edição, o Circuito Nacional
toda a cadeia do setor elétrico, passando
qualidade do conteúdo apresentado pelos
do Setor Elétrico (CINASE) foi a Recife pela
por GTD, instalações elétricas de média e
palestrantes. O auditório contou com a
terceira vez, em seis anos de existência,
baixa tensões.
presença de cerca de 300 profissionais,
com a proposta de levar conhecimento
Realizado entre os dias 8 e 9 de
entre engenheiros eletricistas, técnicos,
técnico para os profissionais da região.
setembro no Mercure Recife Mar Hotel
tecnólogos, executivos e estudantes.
Reformulado, desde a primeira etapa deste
Conventions, na cidade de Recife (PE),
ano, realizada na cidade de Joinville (SC),
mais uma vez confirmou-se o elevado nível
de 2015, “Uma viagem pelas instalações
o evento busca abordar, tecnicamente,
dos participantes presentes, assim como a
elétricas”, o CINASE acompanhou a
Com o tema adotado para este ano
25
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
transformação pela qual passou no início do ano. O novo conceito adotado pelo evento objetiva transmitir ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas, desde a geração de energia, passando pela transmissão e distribuição, até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao consumo da eletricidade. Assim, as palestras foram organizadas de modo a abordar diversas temáticas do ciclo da energia elétrica, como a dinâmica dos transformadores, a qualidade da energia, os painéis de média e baixa tensão, a eficiência energética na indústria, a proteção e o aterramento, a segurança do trabalho, as linhas elétricas e a iluminação. Confira a programação completa do evento a seguir.
O presidente da Celpe, Antonio Carlos Sanches, abriu o seminário falando sobre a visão da concessionária a respeito do cenário energético atual.
A abertura do evento deu-se com a
de Pernambuco (Celpe), Antonio Carlos
trabalho com foco no cliente dentro dos
palestra “O panorama energético sob
Sanches. Para ele, o setor elétrico atua
custos visando o longo prazo. “A crise é
o olhar da concessionária”, feita pelo
no longo prazo e, embora o momento seja
passageira e, quando vier a retomada, a
presidente
difícil e de crise, o importante é manter o
concessionária precisa estar preparada
da
Companhia
Energética
Evento
26
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Fotos do congresso, debate, exposição e workshop do 22º Cinase, etapa Recife.
Evento
28
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Para Pedro Cavalcanti Filho, da ABEEólica, a energia oriunda dos ventos é realidade no país e um mercado atrativo para investidores.
para uma demanda maior e, assim,
obstáculos enfrentados hoje existem por
conseguir atender à população e ao setor
conta da história recente no país e propõe
industrial a contento”, afirmou.
uma ação conjunta entre setor privado,
Em seguida, o vice-presidente da
setor que atua como agente e setor público
Associação Brasileira de Energia Eólica
para equacionar as dúvidas e transformá-
(ABEEólica),
Filho,
las em ações. A energia eólica é uma das
abordou o tema “Panorama do setor
soluções para este momento. “A eólica é
eólico – Desafios e oportunidades”, em
uma solução limpa, renovável, geradora
que destacou que a fonte eólica já é uma
de empregos, traz segurança energética
realidade no país e que agora o desafio da
e contribui de forma significativa para a
associação é contornar os obstáculos que
captação de capital estrangeiro”, concluiu.
impedem o crescimento e desenvolvimento
deste setor. Cavalcanti ressalta que os
patrocinadores do 22º Cinase, etapa Recife.
Pedro
Cavalcanti
Veja na próxima edição a cobertura dos
Patrocinadores e apoiadores do XXII CINASE – etapa Recife
Evento
30
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Programação do CINASE 8 e 9 de setembro de 2015 - Recife (PE) Uma viagem pelas intalações elétricas Primeiro dia
• 17h45 – 18h00 – Convidado Indústria – Produtos para instalação aparente – Conduletes e eletrodutos – Tecnologia com e sem rosca –
• 7h30 – 8h00 – Credenciamento dos congressistas & convidados
Empresa: Daisa - Paulo Santos
• 8h00 – 8h15 – Abertura do XXII CINASE – Região Nordeste - Etapa
• 18h00 – 18h15 – Sessão de perguntas e respostas
Recife – Uma viagem pelas instalações elétricas – Conceitos & Aplicações
• 18h00 – Sorteio de brindes
• 8h15 – 8h30 – O Panorama energético sob o olhar da concessionária:
Segundo dia
Presidente da CELPE, Antonio Carlos Sanches. • 8h30 – 9h00 – Panorama do setor eólico – Desafios e perspectivas – Especialista: Pedro Cavalcanti, da ABEEólica
• 8h00 – 8h15 – Abertura do segundo dia do XXII CINASE
• 9h00 – 9h45 – Conceitos gerais de redes inteligentes (Smart Grid) -
• 8h15 – 8h45 – Novas diretrizes de projeto e aplicação de painéis de baixa
Especialista: Luiz Fernando Arruda
tensão – Especialista: Nunziante Graziano.
• 9h45 – 10h15 – Conceitos modernos de especificação e uso de
• 8h45 – 9h00 – Convidado Indústria: Normas, testes e certificações de painéis
subestações e painéis de média tensão - Especialista: Nunziante Graziano
– Um olhar mais profundo - Empresa: Rittal - Fabricio Gonçalves C. Pinto
• 10h15 – 10h30 – Convidado Indústria – Vantagens na padronização de
• 9h00 – 9h15 – Convidado Indústria – A segurança das pessoas através
cubículos blindados para medição de energia de clientes em média tensão
de painéis de baixa tensão resistentes a arco interno - Empresa: Volga
– Empresa: BRVAL – Alexandre Morais
Engenharia - Diógenes Toscano
• 10h30 – 10h45 – Convidado Indústria - Praticas seguras para a operação
• 9h15 – 9h30 – Convidado Indústria – Novas tecnologias em painéis de
desassistida de conjuntos de manobra e controle de media tensão. –
comando e automação BT - Empresa: Liba Painéis.
Empresa: Eaton – Eduardo Gomes
• 9h30 – 9h45 – Convidado Indústria: Dicas para dimensionamento de Bus
• 10h45 – 11h00 – Sessão de perguntas & respostas
Way em edifícios de uso coletivo com medição centralizada. - Empresa:
• 11h00 – 11h45 – Intervalo para coffee break e visita à exposição
Novemp – Carlos Bomeisel
• 11h45 – 12h15 – Avaliação do sistema de transformação em subestações e
• 9h45 – 10h00 – Sessão de perguntas e respostas
painéis elétricos: operação, manutenção e ensaios - Especialista: Marcelo Paulino
• 10h00 – 10h45 – Intervalo para coffee break e visitar a exposição
• 12h15 – 12h30 – Convidado Indústria – Como especificar termovisores
• 10h45 – 11h30 – Segurança do trabalho, as NRs e a indústria de PE -
para manutenção preventiva - Empresa Flir Systems - Marcio Góes, gerente
Especialista: João Barrico
de vendas América Latina
• 11h30 – 12h30 – ABNT NBR 5419:2015 – Nova norma brasileira de
• 12h30 – 12h45 – Convidado Indústria – Sistemas de supervisão de
SPDA. - Especialista: Jobson Modena
isolamento e localização de falhas à terra em circuitos de comando e
• 12h30 – 12h45 – Convidado Indústria: Materiais de Aterramento –
controle em corrente contínua nas subestações – Empresa RDI Bender –
Empresa: Fastweld – Rinaldo Botelho
Ricardo Bender, diretor
• 12h45 – 12h55 – Convidado Indústria: Aplicação DPS - norma ABNT
• 12h45 – 12h55 – Convidado Indústria – Sistema de corte de religamento de
NBR 5419:2015 - Empresa: Embrastec - José Marcio Rosa
medição elétrica. Empresas: TAF e Nansen – Amandio Ferreira de Carvalho
• 12h55 – 13h10 – Sessão de perguntas e respostas
• 12h55 – 13h10 – Sessão de perguntas e respostas
• 13h10 – 14h15 – Intervalo para almoço e visita à exposição
• 13h10 – 14h15 – Intervalo para almoço e visita à exposição
• 14h15 – 14h45 – Iluminação: Led ou não Led, eis a questão! - Especialista:
• 14h15 – 15h00 – Qualidade da energia – Compensação reativa e
Plínio Godoy
eficiência energética - Especialista: Jose Starosta
• 14h45 – 15h00 – Convidado Indústria: Sistema de telegestão para
• 15h00 – 15h15 – Convidado Indústria: Qualidade da energia para
iluminação pública - Empresa: Ilumatic – Danilo de Abreu
concessionárias e aplicações industriais - Empresa: APC by Schneider
• 15h00 – 15h15 – Convidado Indústria: Como a tecnologia Led influenciará
Electric – Antonio Porto
na iluminação que conhecemos. - Empresa: Kian Iluminação – Francisco
• 15h15 – 15h30 – Convidado Indústria: Eficiência energética e uso de
Lopez, diretor
inversores de frequência - Empresa: WEG S/A – André Guimarães
• 15h15 – 15h30 – Convidado Indústria: Em tempos de crise, soluções
• 15h30 – 15h45 – Convidado Indústria – Dimensionamento de condutores
eficazes. - Empresa: Total Light Ex – Lourival Reis
elétricos – Empresa: Nexans S/A - Gabriel Mousinho
• 15h30 – 15h45 – Sessão de perguntas e respostas
• 15h45 – 16h00 – Convidado Indústria: Instrumentos para medições
• 15h45 – 16h30 – Intervalo para coffee break e visita à exposição
elétricas - Empresa: Minipa – Marcia Vilachan
• 16h30 – 18h00 – Workshop prático XXII CINASE com os engenheiros
• 16h00 – 16h15 – Sessão de perguntas e respostas
Jobson Modena e José Starosta e participação especial de patrocinadores
• 16h15 – 17h00 – Intervalo para coffee break e visita à exposição
e professores (inédito e exclusivo)
• 17h00 – 17h45 – ABNT NBR 5410 – A revisão e o panorama da ABNT NBR
• 18h00 – Sorteio de brindes - Encerramento do XXII CINASE - etapa Recife
5410 e verificação das instalações elétricas - Especialista: Eduardo Daniel
Mais informações: www.cinase.com.br
Evento
32
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
CINASE virtual
Uma das grandes novidades do CINASE
- Etapa Recife foi a disponibilização do aplicativo (APP) que leva o nome do evento e que foi essencial para o sucesso do congresso. Isso porque a ferramenta conferiu praticidade e permitiu maior interatividade entre
congressistas,
palestrantes,
organizadores e patrocinadores do evento. Para o diretor do CINASE, Massimo Di Marco, o aplicativo foi fundamental para conferir uma grande interatividade ao longo do evento, com destaque para as perguntas e respostas, para as ações promocionais e para a rodada de negócios, ações que permitiram que os participantes se mantivessem conectados antes, durante e após o evento.
O aplicativo foi implementado por conta de uma parceria com
a empresa InEvent. O CCO (do inglês, Chief Commercial Officer) da empresa, Vinicius Neris, enfatiza que o objetivo do aplicativo foi permitir um networking com todos os participantes e palestrantes do evento, permitir o envio de dúvidas para os palestrantes e de convites para o LinkedIn, além da possibilidade de envio de mensagens pelo chat do aplicativo e entrega da avaliação ao final de cada atividade.
O APP CINASE está disponível gratuitamente nas lojas da Apple ou do Google (Android).
Fascículos
Apoio
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy
34
Capítulo IX – Iluminação urbana • Iluminação viária • Segurança • Visibilidade • Luminância e iluminância
ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez
42
Capítulo IX – Carregamento de transformadores • Curvas diárias de carregamento • Limites para consumos residencial, comercial, industrial e rural • Demanda máxima dos transformadores
EQUIPAMENOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa
50
Capítulo IX – Técnicas para reformar equipamentos de subestações e adiar investimentos • Ventilação e temperatura • Dissipação de calor • Melhoria dos contatos elétricos • Indução magnética • Arcos internos
QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Eduardo Daniel Capítulo IX – Normalização IEC para efeitos térmicos • Proteção contra efeitos térmicos • Proteção contra incêndio • Proteção contra queimaduras • Proteção contra sobreaquecimento
60
Apoio
Capítulo IX
Iluminação urbana Por Plinio Godoy*
Em um passado não tão longínquo, o único sistema de
http://cospowerlines.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content
Iluminação pública e urbana
34
iluminação desenvolvido para as cidades era a “iluminação pública”, que era o sistema de iluminação das vias.
Hoje, temos a “iluminação urbana”, que compõe todos os
sistemas existentes em um meio urbano, sendo a “iluminação viária” o subsistema que cuida da iluminação específica para auxiliar a segurança dos motoristas e sua relação com os pedestres.
Esta ampliação dos sistemas se dá em função do maior
número de elementos estudados, que devem funcionar em harmonia, pois se passou a considerar mais as necessidades das pessoas, até chegar ao conceito de “iluminação social”, com o qual são desenvolvidos os planos mestres de iluminação atualmente.
Figura 1 – Nível de uniformidade irregular.
Neste capítulo, serão fornecidas algumas dicas para um melhor
Nesta imagem, percebemos a utilização de luz branca
entendimento das técnicas e da norma ABNT NBR 5101:2012.
provavelmente em uma via de conexão urbana com uma via de
Sugerimos a leitura completa desta norma para terem contato com
conexão, deixando bastante claro para o motorista suas diferenças
outros conceitos e terminologias importantes para a compreensão
pelo nível de iluminação e aparência de cor da luz.
da questão como um todo.
A iluminação viária
Podemos também perceber um nível de uniformidade aquém
das expectativas, formando regiões escuras e claras, o que prejudica a segurança, pois não permite uma boa visualização, por exemplo, de um pedestre que esteja atravessando a rua nesta região mais
O universo estudado na iluminação viária é o espaço conhecido
escura.
como “leito carroçável” e seus arredores, calçadas, meio-fio e regiões
adjacentes.
luz, ou seja, eles ajustam a capacidade de enxergar, com base na
intensidade da luz presente, comparando com as áreas mais escuras.
O que dita os valores quantitativos definidos para os projetos
de iluminação viária no Brasil é a norma ABNT NBR 5101: 2012, da qual extraímos algumas informações importantes para o desenvolvimento dos estudos.
Temos de lembrar que os olhos trabalham por comparação de
Segurança noturna dos motoristas e dos pedestres
Um projeto de qualidade proporcionará aos cidadãos uma
qualidade superior na relação dele com a cidade, pois o sistema
viário é um grande definidor do campo visual noturno urbano.
um tema importante. Os motoristas devem perceber corretamente
as passagens para pedestres ou os obstáculos para reduzir a
Sistemas de iluminação podem ajudar bastante a segurança
A necessidade de se enxergar bem durante os deslocamentos é
pessoal e patrimonial, a orientação, a integração e a conexão do
velocidade à noite.
tecido urbano, quando bem planejados.
Os pedestres devem ser capazes de utilizar diariamente
Apoio
caminhos bem iluminados e ter acesso a equipamentos públicos
com iluminações e ambientes luminosos, que funcionam bem à
perturbadoras para os pedestres. As fontes muito ofuscantes de
noite.
alguns aparelhos de iluminação para pedestres criam contrastes
violentos,
As grandes sombras projetadas pelas árvores alinhadas nos
As iluminações provenientes do piso podem ser ofuscantes e
que
podem
desorientar
temporariamente
os
canteiros ou nas calçadas podem ser um problema agravante quando
passantes, principalmente as pessoas idosas e com deficiências
dos deslocamentos noturnos. Os projetos executivos, específicos,
visuais.
levantados por visitas técnicas, devem levar em conta todos estes
aspectos.
desagradável de desconforto noturno que pode, em seguida,
Os cidadãos estão pouco habituados a uma real visão noturna
conduzir a um forte sentimento de insegurança, principalmente em
(dita escotópica) em razão da onipresença da iluminação viária na
idosos e mulheres desacompanhadas que caminham à noite pelos
cidade.
espaços públicos.
Quando a visão se enfraquece com a idade, a percepção noturna
se torna ainda mais difícil, devido aos baixos níveis luminosos
O conjunto destas deficiências e faltas provoca uma impressão
As propostas de iluminação devem buscar tornar as cidades
mais legíveis e mais visíveis.
disponíveis no espaço público.
A falta de visibilidade noturna no espaço público
Definindo uma solução
A definição de um sistema de iluminação viária, ou seja, a
melhor solução técnica que proporcione o resultado luminotécnico
As referências diurnas (edifícios, fachadas, árvores, elementos
esperado para uma determinada região da cidade, deve considerar:
arquitetônicos, entradas de equipamentos), que permitem uma compreensão do espaço na cidade e, portanto, uma melhor
Classificação viária
legibilidade dos percursos, desaparecem frequentemente à noite por
falta de uma iluminação específica.
classificação viária para veículos e pedestres:
A tabela extraída da norma ABNT NBR 5101:2012 apresenta a
35
Apoio
36
Em que “I” é a intensidade recebida pelo ponto P na direção definida
Tabela 1 - Tráfego motorizado
Iluminação pública e urbana
Classificação
pelo par de ângulos (C, ϒ) e H a altura da luminária.
Volume de tráfego noturnoa de veículos por
hora, em ambos os sentidos , em pita única b
Leve (L)
iluminância total recebida é:
150 a 500
Médio (M)
501 a 1.200
Intenso (I)
Acima de 1.200
Se o ponto P está iluminado por mais de uma fonte de luz, a
EH =
a Valor máximo das médias horárias obtidas nos períodos compreendidos entre 18 e 21 horas. b Valores para velocidades regulamentadas por lei.
n I (C , γ ) i i
Σ i=I
hi2
•cos3 γi
Ilustração do livro “Iluminação Urbana”, por PCandura e PGodoy.
Luminância
NOTA - Para vias com tráfego menor do que 150 veículos por hora, consideram-se as exigenências mínimas do grupo leve (L), e para vias com tráfego muito intenso, superior a 2.400 veículos por hora, consideram-se as exigências máximas do grupo de tráfego intenso (I).
Tabela 2 - Tráfego de pedestres a
Classificação
Pedestres cruzando vias com tráfego motorizado
Sem tráfego (S)
Como nas vias arteriais
Leve (L)
Como nas vias residenciais médias
Médio (M)
Como nas vias comerciais secundárias
Intenso (I)
Como nas vias comerciais principais
O projetista deve levar em conta esta tabela, para fins de elaboração do projeto. a
Uma vez identificada a classificação da via a ser projetada,
procuramos os valores de referência a serem buscados no projeto:
Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade
Figura 3 – Luminância.
A luminância, ao contrário, é uma medida da luz que chega aos
olhos procedente dos objetos e é a responsável por excitar a retina do olho e que provoca a visão.
Nesse momento, para auxiliar o entendimento dos valores
referenciais, fazemos uma breve explanação dos conceitos de iluminância e luminância.
Esta luz provém do reflexo sofrido pela iluminância quando
incide sobre os corpos. Pode-se definir como a porção da intensidade luminosa por unidade de superfície refletida, em direção ao olho do observador. É expressa pela equação: L = q (β, γ) • E
Iluminância
A iluminância indica a quantidade de luz que chega a uma superfície
e se define como o fluxo luminoso recebido por unidade de superfície: E=
incidência e o de observação β. O efeito do ângulo de observação
ds
α é definido para a maioria dos condutores (motoristas com campo
Assim, ampliando este conceito:
Figura 2 – Iluminância.
Em que "q" é o coeficiente de luminância no ponto P, que
depende do ângulo de incidência ϒ e do ângulo entre o plano de
DΦ
visual entre 60 e 160 metros adiante e a uma altura de 1,5 metro Ilustração do livro “Iluminação Urbana”, por PCandura e PGodoy.
sobre o solo).
Assim, ficamos: L=
n I (C , γ ) • r (β , γ ) i i i i
Σ
i=I
hi2
Os valores de r (β,γ) dependem das características dos pavimentos utilizados na via.
O quesito de iluminância é medido por um equipamento
chamado “luxímetro”, cuja unidade no sistema métrico é o Lux e o de luminância, com um equipamento chamado “luminancímetro”, a candela por metro quadrado (Cd/m2).
Apoio
37
Apoio
Tabela 2 - Tráfego de pedestres a
Iluminação pública e urbana
http://sensing.konicaminolta.asia/products/t-10a-illuminance-meter/
38
Descrição da via
Classe de iluminação
Vias de trânsito rápido; vias de alta velocidade de tráfego, com separação de pistas, sem cruzamentos em nível e com controle de acesso; vias de trânsito rápido em geral; Auto-estradas Volume de tráfego intenso
V1
Volume de tráfego médio
V2
Vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separaçãode pistas; vias de mão dupla, com cruzamento e travessias de pedestres eventuais em pontos bem definidos; vias rurais de mão dupla com separação por canteiros ou obstáculos Volume de tráfego intenso
V1
Volume de tráfego médio
V2
Vias coletoras; vias de tráfego importante; vias radiais e urbanas de interligação entre bairros, Figura 4 – Luxímetro. http://sensing.konicaminolta.asia/products/ls-100-luminance-meter/
com tráfego de pedestres elevado
Figura 5 – Luminancímetro.
“As recomendações estão entre as classes V1 a V5 para
veículos e P1 a P4 para pedestres. As classes são selecionadas de acordo com a função da via, da densidade de tráfego, da complexidade do tráfego, da separação do tráfego e da existência de facilidades para o controle do tráfego, como os sinais de trânsito” – ABNT NBR 5101:2012.
Vias para tráfego de veículos
Encontramos na ABNT NBR 5101:2012 como identificar
as vias, sua classificação (tabela 2) e os índices recomendados (tabela 3):
Volume de tráfego intenso
V2
Volume de tráfego médio
V3
Volume de tráfego leve
V4
Vias locais; vias de conexão menos importantes; vias de acesso residencial Volume de tráfego médio
V4
Volume de tráfego leve
V5
Tabela 3 – Iluminância média mínima e uniformidade para
cada classe de iluminação
Classe de
Iluminância média
Iluminação
mínima Emed,min
Fator de uniformidade mínimo
lux
U = Emed,/Emin
V1
30
0,4
V2
20
0,3
V3
15
0,2
V4
10
0,2
V5
5
0,2
Temos, da norma ABNT NBR 5101:2012, os índices reco
mendados para luminância nas vias conforme a classificação: Tabela 4 – Requisitos de luminância e uniformidade
Lmed
Uo
UL
TI
≤
%
V1
2,00
0,40
0,70
10
0,5
V2
1,50
0,40
0,70
10
0,5
V3
1,00
0,40
0,70
10
0,5
V4
0,75
0,40
0,60
15
–
V5
0,50
0,40
0,60
15
–
Classe de
Iluminação
≥
SR
Lmed: Luminancia média; Uo: uniformidade global; UL: uniformidade longitudinal; TI: incremento linear. NOTA 1 - Os crtérios de TI e SR são orientativos, assim como as classes V4 e V5 NOTA 2 - As classes V1, V2 e V3 são obrigatórias para a luminância
Apoio
39
Apoio
40
Tabela 5 – Classes de iluminação para cada tipo de via
Iluminação pública e urbana
Descrição da via
Classe de iluminação
Vias de uso noturno intenso por pedestres (por exemplo: calçadões e passeios
P1
UL = Em que:
Lmin é igual à luminância mínima; Lmax é igual à luminância máxima.
de zonas comerciais)
Incremento de limiar – TI
Vias de grande tráfego noturno de pedestres (por exemplo: passeios de avenidas,
P2
P3
é baseado no incremento necessário da luminância de uma via
P4
ofuscamento inabilitador provocado pelas luminárias.
praças e áreas de lazer) Vias de uso noturno moderado por pedestres (por exemplo: passeios e acostamentos) Vias de pouco uso por pedestres
Limitação do ofuscamento perturbador ou inabilitador nas
vias públicas, que afeta a visibilidade dos objetos. O valor de TI% para tornar visível um objeto que se tornou invisível devido ao
(por exemplo: passeios de bairros residenciais)
TI %= 65 x
Tabela 6 – Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação
Classe de
Iluminância horizontal Fator de uniformidade
Iluminação
média Emed,min
mínimo
lux
U = Emed,/Emin
P1
20
0,3
P2
10
0,25
P3
5
0,2
P4
3
0,2
Lmed é a luminância média da via; LV é a luminância de velamento. Luminância média Lmed [cd/m²] Valor médio da luminância na área delimitada pela malha de pontos considerada ao nível da via. Luminância de velamento – LV
Fator de uniformidade da iluminância (em determinado
o centro da fonte de ofuscamento e a linha de visão, bem como da
U=
Emín Emed
Em que: Emin é igual à iluminácia mínima; Emed é igual à iluminância média. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global) – Uo Razão entre a luminância mínima e a luminância média em um
plano especificado: Uo =
Lmín Lmed
Em que: Lmin é igual à luminância mínima;
Efeito provocado pela luz que incide sobre o olho do observador
no plano perpendicular à linha de visão. Depende do ângulo entre idade do observador.
Razão entre a iluminância mínima e a iluminância média em
um plano especificado:
Em que:
Lv (Lmed) 0,8
Alguns termos utilizados e retirados da ABNT NBR 5101:2012:
plano) – U
Lmín Lmáx
Razão das áreas adjacentes à via – SR
Relação entre a iluminância média das áreas adjacentes à via
(faixa com largura de até 5 m) e a iluminância média da via (faixa com largura de até 5 m ou metade da largura da via) em ambos os lados de suas bordas. O parâmetro SR pressupõe a existência de uma iluminação própria para a travessia de pedestres, levando em consideração o posicionamento da luminária, de forma a permitir a percepção da silhueta do pedestre pelo motorista (contraste negativo). Temos, então, para a via a ser calculada, os índices luminotécnicos mínimos a serem obtidos. É importante salientar que estes índices são mínimos, ou seja, considerando a depreciação do sistema de iluminação.
No próximo capítulo, conheceremos o passo seguinte para
estabelecer a solução a ser projetada.
Lmed é igual à luminância média. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal) – UL
Razão entre a luminância mínima e a luminância máxima ao
longo das linhas paralelas ao eixo longitudinal da via em um plano especificado:
* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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41
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
42
Capítulo IX Carregamento de transformadores Por Manuel Luís Barreira Martinez*
A tipificação dos transformadores contempla três agrupamentos distintos, o que em tese significa três diferentes tipos de curvas diárias de carregamento. Estes comportamentos, em maior ou menor escala, impactam o perfil de perdas em carga dos transformadores e, por conseguinte, das redes.
O ponto em questão está no ganho
que se obtém ao se projetar para estas condições. Também não é só o projeto dos
transformadores
que
deve
ser
levado em conta e sim como as políticas de aquisição, estoque e manutenção trabalham com estes diferentes projetos. De
modo
a
simplificar
os
procedimentos, é usual adotar uma política
de
projeto
que
Figura 1 - Limites e valor mais provável para consumo residencial.
contemple
uma única unidade apta a atender economicamente as três condições de carregamento - clientes. Neste contexto, as figuras 1 a 6 apresentam a distribuição do valor mais
provável
das
médias
e
seus
limites para os consumos residencial, comercial, industrial, rural, outros e por
transformador,
respectivamente.
Os dados, como mencionado, foram retirados das tabelas associadas a cada uma das distribuições que modelam as
características
de
consumo
dos
clientes conectados aos transformadores monofásicos objeto do estudo.
Figura 2 - Limites e valor mais provável para consumo comercial.
43
Apoio
Figura 3 - Limites e valor mais provável para consumo industrial.
Com respeito ao consumo residencial, observa-se na Figura 1
a existência de superposições parciais dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para os transformadores de 5 kVA, 10 kVA e 15 kVA. Isto implica a conveniência em se reavaliar o agrupamento destes transformadores. Como a semelhança entre o consumo dos transformadores de 5 kVA e 10 kVA é aparentemente mais evidente, é possível considerar um agrupamento de potência em três níveis, ou seja: 5 kVA–10 kVA, 15 kVA e 25 kVA.
Figura 4 – Limites e valor mais provável para consumo rural.
A Figura 2, relativa ao consumo comercial, mostra a existência
de superposições dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para todos os transformadores. Isto implica a impossibilidade de obter uma divisão adequada para os níveis de potência, ou, em última análise, a necessidade de considerar um único agrupamento.
Observa-se, na Figura 4, a inexistência de superposições dos
limites de confiança do valor mais provável “médio” para o consumo rural, que constitui a maioria dos consumidores supridos por transformadores monofásicos. Isto implica a possibilidade de adotar
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
44
uma divisão do conjunto de transformadores em quatro níveis de potência como usual.
No entanto, conforme mostra a figura
5, existem superposições dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para o consumo outros relativos aos transformadores de 5 kVA e 10 kVA. Isto implica uma possível divisão do agrupamento de transformadores em três níveis de potência, ou seja, 5 kVA –10 kVA, 15 kVA e 25 kVA.
Quando se considera o universo dos
transformadores monofásicos (figura 6) como um todo, é possível observar a ausência de superposição dos limites de confiança do Figura 5 – Limites e valor mais provável para consumo outros
valor mais provável “médio” do consumo. Mesmo considerando a proximidade entre as médias assume-se como adequado dividir a classe de transformadores monofásicos em suas respectivas potências nominais. Uma vez que o consumo médio por transformador de 10 kVA é inferior ao consumo médio por transformador de 5 kVA, essa decisão precisa ser confirmada por meio de uma análise que considere as demandas médias por unidade, o que pode comprometer essa avaliação. As
mesmas
técnicas
podem
ser
aplicadas para a demanda máxima dos transformadores obtidas a partir das relações características entre a "Demanda versus Energia Consumida". A Figura 7 mostra os valores da demanda máxima média Figura 6 - Limites e valor mais provável para a energia suprida pelos transformadores.
diária para o conjunto de transformadores monofásicos avaliados, onde se observa que o carregamento médio máximo dos transformadores de 10 kVA é inferior ao de 5 kVA, fato que pode indicar uma subutilização dos ativos, uma vez que a lógica indica que transformadores com maior potência nominal devem ser mais carregados.
A equação 1 pode ser utilizada para
avaliar a expectativa de vida útil técnica – n, em anos, de um transformador, em termos da taxa de crescimento de carga anual – k, da potência nominal – SNTR e do fator de carregamento máximo – FS.
Figura 7 - Limites e valor mais provável para a demanda máxima fornecida pelos transformadores.
Apoio
45
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
46
Assumindo uma relação entre a
Tabela 1 - Modelo estatístico para a demanda máxima dos transformadores avaliados
potência nominal e a demanda máxima
Demanda
igual a 0,50, um fator de carregamento
Carga
Diurna [%]
Noturna [%]
máximo de 1,2 e uma taxa de crescimento
[p.u]
5
10
15
25
5
10
15
25
anual de carga de 4%, a equação 1
<0,40
<15
<41
<52
<41
<10
<44
<60
<40
indica uma expectativa de vida de
<0,70
<52
<66
<80
<80
<44
<68
<80
<79
aproximadamente 22 anos, compatível
<1,00
<77
<82
<91
<97
<72
<83
<90
<96
e adequada para os transformadores
<1,20
<86
<88
<95
<99
<82
<90
<93
<99
de 15 kVA e 25 kVA, conforme Figura
<1,40
<91
<93
<96
<100
<90
<93
<95
<100
7. No entanto, inadequada para os transformadores demandariam
de
10
kVA,
que
aproximadamente
31
anos para alcançar as mesmas condições de
carregamento
final
assumidas,
período superior ao seu valor contábil, normalmente de 15 anos. Neste mesmo contexto,
os
transformadores
de
5
kVA, em média, possuem vida útil remanescente de aproximadamente dez anos. A
adequação
números, políticas
ou
obviamente, assumidas
não
destes
depende
pelas
das
empresas
concessionárias e, por certo, da taxa de crescimento da carga, que se forem inferiores ao padrão de 4% conduzem a outros resultados nos quais os ativos perdem seu valor contábil e não atingem seu carregamento nominal máximo de projeto.
A tabela 1 fornece uma avaliação
estatística para as condições de demandas diurna e noturna dos transformadores
relação a um carregamento de 1,4 vezes a
outros, o consumo e a quantidade mais
potência nominal, as demandas máximas
provável de consumidores por classe de
diurnas e noturnas são superadas em
potência obtendo-se então uma ideia
9% e 10% dos casos, respectivamente.
de consumo mais provável “médio” por
Raciocínio similar pode ser aplicado aos
transformador.
transformadores monofásicos de 10 kVA,
As
15 kVA e 25 kVA.
respectivamente, o modelo estatístico, o
A tabela 1 também mostra que entre
histograma e a curva de tendência, com
41% e 44% dos transformadores de 10
base na distribuição log-logistic, para a
kVA atendem a uma demanda máxima,
quantidade de consumidores, ou seja,
diurna
“clientes” para os transformadores de 5
e
noturna,
respectivamente,
Figuras
8
e
9
apresentam,
inferior a 0,40 p.u, ou seja, 4 kVA. Esta
kVA.
análise confirma os pontos anteriormente
levantados quanto ao carregamento dos
obtidos
transformadores.
mostradas na Figura 8. Neste caso, o
Considerando que algumas análises
valor mais provável para o número de
avaliam os valores mais prováveis do
consumidores por transformador de
carregamento
é
5 kVA é 2,18 consumidores. Os limites
modelos
estatísticos superiores e inferiores estão
por
transformador,
necessário
trabalhar
estatísticos
para
com
A Tabela 2 apresenta os resultados a
partir
das
distribuições
de
situados entre 0,40 e 0,45 e entre 5,33
consumidores por transformador. Deste
e 5,60 consumidores, respectivamente,
modo, é possível comparar, dentre
para os transformadores de 5 kVA.
a
quantidade
monofásicos avaliados. Os resultados foram retirados do melhor modelo estatístico para os dados fornecidos e contemplam os valores de demanda máxima e porcentagem das unidades com carregamento inferior a estas demandas.
Deste modo, para os transformadores
de 5 kVA, 23% das unidades apresentam, em média, demanda máxima diurna superior a potência nominal. Em termos de
demanda
máxima
noturna,
este
nível sobe para 28%. Com relação a um carregamento de 1,2 vezes a potência nominal, as demandas máximas diurnas e noturnas são superadas em 14% e 18% dos casos, respectivamente. Finalmente, com
Figura 8 - Distribuição de probabilidade para quantidade de consumidores por transformador 5 kVA.
47
Apoio
Figura 9 - Histograma e curva de tendência para quantidade de consumidores por transformador 5 kVA.
Tabela 2 - Quantidade de clientes, valores a partir dos modelos estatísticos
Transformadores 5 kVA
Média
Limite Mínimo
Limite Máximo
1%
0,15
0,14
0,17
5%
0,42
0,40
0,45
50%
2,18
2,12
2,24
95%
5,46
5,33
5,60
99%
7,16
6,96
7,37
Estes procedimentos e análises podem ser aplicados para as
demais potências de transformadores existentes nos bancos de dados, sendo os resultados apresentados na Figura 10.
Figura 10 - Limites e valor mais provável para o número médio dos consumidores dos transformadores.
A tabela 3 mostra o consumo mais provável – “médio” e o
número de consumidores mais provável – “médio” por potência de transformadores avaliados. A partir destes valores é possível, através da equação 2, calcular o "consumo médio por cliente" para cada um dos níveis de potência nominal dos transformadores, conforme mostrado na Figura 11.
Apoio
48
Tabela 3 - Consumo e número “médio” de clientes por transformador monofásico
Análise de consumo de energia e aplicações
STR [kVA]
Consumo “Médio” [kWh] Média
Número “Médio” de Consumidores
Limite
Limite
Mínimo
Máximo
Média
Limite
Limite
Mínimo
Máximo
5
285,9
276,4
295,7
2,18
2,12
2,24
10
251,7
246,5
257,0
1,97
1,94
1,99
15
762,6
740,2
785,8
4,42
4,30
4,55
25
2666,0
2437,7
2894,4
7,51
6,52
8,65
Finalmente, com base em todas as análises realizadas, é possível obter os valores mostrados na tabela 4 que indicam o consumo mais provável “médio” e a demanda máxima mais provável “média” por potência de transformador. A partir dos valores da tabela 4 é possível, através da equação 3, calcular o fator de carga médio por transformador para cada um dos níveis de potência dos transformadores monofásicos, conforme mostrado na Figura 12 para um fator de potência médio de 0,90.
Em que:
Fator de carga mais provável “médio”
por transformador;
Número de dias do mês;
Demanda mais provável “média”
por transformador;
Fator de potência mais provável
“médio” por transformador; Considerando que a demanda média por consumidor pode ser obtida através da equação 4 que assume, uma vez que não há alternativa aparente para uma análise simplificada, a ocorrência de consumo coincidente, bem como o valor médio por transformador, como mostrado na Figura 11, é
Figura 11 - Consumo mais provável “médio” por cliente – consumidor.
Nota: Os valores negativos que por ventura ocorrem nas presentes análises não apresentam significado físico. Nestes casos, é necessário realizar um tratamento dos dados de entrada considerando, de forma criteriosa, a exclusão dos valores de consumo mínimo da amostra, que de forma subseqüente também deve ser submetida uma avaliação através da técnica de Box - Plot.
Tabela 4 - Consumo e demanda máxima “média” por transformador monofásico
STR [kVA]
Consumo “Médio” [kWh] Média
Demanda “Média” [kVA]
Limite
Limite
Mínimo
Máximo
Média
Limite
Limite
Mínimo
Máximo
5
285,9
276,4
295,7
3,77
3,70
3,85
10
251,7
246,5
257,0
4,98
4,57
5,39
15
762,6
740,2
785,8
5,81
5,65
5,96
25
2666,0
2437,7
2894,4
11,48
10,26
12,70
possível demonstrar que o fator de carga médio por consumidor é igual ao fator de carga médio por transformador mostrado na Figura 12.
Assim, a Figura 12 mostra que o fator
de carga mais provável por transformador, ou de forma simplificada por clienteconsumidor, depende da potência nominal do transformador, bem como que não é possível agrupar os transformadores para efeitos de análise. Também é conveniente realçar que os valores obtidos nesta análise para
transformadores
com
potência
nominal inferior a 25 kVA são bem abaixo
A Figura 11 mostra que, em termos de
um único grupo para análise. O mesmo
do tradicional valor de 0,50. Este fato
consumo mais provável “médio”, é possível
não pode ser realizado para os clientes
está em acordo com o número médio de
agrupar os consumidores conectados aos
conectados aos transformadores de 15 kVA
consumidores por transformador como
transformadores de 5 kVA e 10 kVA em
e 25 kVA.
mostrado na Figura 10.
Apoio
As mesmas análises podem ser realizadas
para qualquer conjunto de transformadores trifásicos. O único ponto neste caso é que os desbalanços entre as fases não podem ser avaliados uma vez que os dados de consumo sempre são lançados na sua totalidade nos bancos de dados avaliados.
Figura 12 - Fator de carga mais provável “médio” por transformador
*Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Demanda mais provável “média” por consumidor.
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Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
50
Capítulo IX Técnicas para reformar equipamentos de subestações e adiar investimentos Por Sergio Feitoza Costa*
Este
fascículo
vem
apresentando
conceitos de engenharia para projeto
Introdução
destes anos difíceis de agora era comum
subestações de transmissão e distribuição. O
econômica e alta inflação, o Brasil começava
comprar equipamentos com folga. Às vezes era
primeiro artigo desta série cobriu aspectos
a passar por um período de crescimento e
por uma visão de que o sistema ia crescer ou
de estudos do sistema elétrico que servem
parecia ter, finalmente, encontrado um bom
simplesmente por conta de uma especificação
de base para as especificações técnicas dos
caminho em direção a um bom nível de
exagerada. À medida que o consumo de energia
equipamentos. O segundo cobriu conceitos
crescimento social e econômico. A maior
e as redes elétricas crescem, rapidamente
sobre
ampacidades,
parte dos avanços conquistados, às custas
os níveis de correntes nominais e de curto-
sobrecargas e contatos elétricos. O terceiro
dos altos impostos pagos pela sociedade,
circuito crescem também e, assim, partes da
abordou o tema “técnicas de ensaios de
foi perdida nestes últimos dez anos. Nosso
instalação podem ficar insuficientes. Trocar
alta potência, laboratórios de ensaios e
baixo nível de educação, ainda não tratado
um painel antigo em uma instalação industrial
principais ensaios”. No quarto capítulo,
com seriedade, é um terreno fértil para o
com centenas de cabos de controle é uma tarefa
falou-se sobre os estudos elétricos de
crescimento da corrupção, da incompetência e
difícil. O problema maior nem sempre é o valor
sobretensões, coordenação de isolamento e
das propagandas enganosas. Embora políticos
do investimento no equipamento novo e sim o
impactos de campos elétricos e magnéticos.
mintam, dizendo que as dificuldades passarão
grande trabalho e tempo de produção perdido
No quinto capítulo, o tema abordado foi a
rápido, serão necessários pelo menos uns oito
necessário para a troca.
recente brochura Cigré 602, sobre simulação
anos para consertar os estragos.
de arcos, e no seguinte, discutimos as
É neste contexto de redução de faturamento
reformas mais simples e que não impliquem
especificações técnicas de disjuntores,
das empresas e desemprego crescente que
um tempo longo de execução e parada. Para
secionadores, painéis e para-raios feitas
surgem oportunidades para utilizar técnicas
demonstrar estas técnicas utilizaremos projetos
por concessionárias de energia. Na sexta
de reformar equipamentos existentes para o
de painéis e barramentos de subestações. A
edição, o tema tratado estava relacionado
aumento de sua capacidade, permitindo adiar
proposta é apenas mostrar, por cálculos e
às distâncias de segurança de subestações e
investimentos em equipamentos novos. É mais
simulações, porque funcionam ações como:
dos sistemas de proteção contra incêndios
ou menos como reformar o carro antigo ao
em subestações. Na edição anterior, foram
invés de comprar um carro novo. Não é o que
• Criar ou aumentar a área de ventilação para
apresentados os novos conceitos utilizados
se desejava, mas é o possível no momento e
usar correntes mais elevadas mantendo ou
no TR IEC 62271-307 (painéis de média
melhor do que ficar sem carro.
reduzindo as elevações de temperatura de
tensão). Este nono capítulo tratará de
Muitos
técnicas para reformar equipamentos de
operação há dez, vinte anos podem ser
• Pintar ou revestir barramentos para melhorar
subestações e adiar investimentos.
utilizados por mais tempo, e às vezes de maneira
a capacidade de dissipação de calor;
especificação
de
equipamentos
curtos-circuitos,
de
muitos
relativamente simples. O motivo é que antes estagnação
e
Após
mais eficiente, fazendo-se melhoramentos anos
equipamentos
de
elétricos
em
Nestes casos sob análise, a ideia é focar em
antes;
Apoio
• Melhorar os contatos elétricos para diminuir
suas equipes e esta é uma barreira. O nível de
limites especificados nas normas técnicas,
a geração indesejável de calor e aumentar a vida
conhecimentos de engenharia caiu a níveis
o equipamento envelhece prematuramente.
útil;
muito menores do que havia nas décadas
Por exemplo, o limite de elevação de
• Fazer o direcionamento do fluxo de ar para
de 1980 e 1990. Os tempos das obras fáceis
temperatura permitido para uma conexão com
pontos mais quentes, reduzindo elevações de
está acabando e apenas as empresas que
revestimento prateado em um barramento de
temperatura;
conseguirem ter alguma capacidade de fazer
cobre é de 75 K. Para uma conexão de cobre nu,
• Modificar materiais de algumas partes para
uma boa engenharia conseguirão sobreviver
sem revestimento, este limite é de 50 K.
reduzir efeitos de aquecimentos por induções
no mercado.
Em qualquer um dos dois casos, se
magnéticas;
Os aspectos de projeto que se devem
utilizarmos no barramento uma sobrecarga
• Modificar parâmetros de projeto para
considerar na reforma de um equipamento
permanente tal que a elevação de temperatura
reduzir campos magnéticos, elétricos e
existente são os de elevações de temperatura,
seja apenas 6,5 graus acima destes limites,
forças eletrodinâmicas de curto-circuito e
de esforços eletrodinâmicos, de arcos internos
haverá uma perda de vida útil da ordem de 2/3.
poder aumentar os níveis de curto-circuito
e distâncias dielétricas. Todos eles têm a ver
Se extrapolarmos este conceito para a vida útil,
suportáveis;
com as geometrias e materiais utilizados. Para
isto significa adquirir dois a três equipamentos,
• Modificar parâmetros de projeto para
entender melhor, vale a pena reler o capítulo
ao invés de um, naquele período. Para entender
melhorar ou aumentar a capacidade de
oitavo desta série, que tratou dos novos
os detalhes, leia as páginas 101 a 116 do livro
suportar arcos internos.
conceitos do Relatório Técnico IEC 62271-307,
que pode ser baixado livremente em http://
que tem publicação prevista para 2016.
www.cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_
exigem
No que diz respeito às elevações de
POR.pdf.
investimentos, mas é necessário ter criatividade
temperatura, como explicado nos capítulos
Cabe
e bons conhecimentos de cálculos de
segundo e terceiro desta série, o parâmetro
mostrados nas Figuras 1 a 4. O primeiro
engenharia. No setor elétrico, as fabricantes e
de referência são os limites de elevação
modelo (Figura 1) corresponde a um painel de
as concessionárias brasileiras pararam, desde o
de partes condutoras e isolantes que não
baixa tensão muito usado no Brasil e composto
início dos anos 2000, de treinar adequadamente
podem ser ultrapassados. Passando-se dos
de barramento e um disjuntor de entrada. Os
Estas
técnicas
quase
não
explicar
os
quatro
modelos
51
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
52
valores nominais típicos de tensão nominal, corrente nominal e corrente suportável de curta duração, no Brasil, para este tipo, são de 380 V – 3.200 A e 65 kA. Nesta análise, serão consideradas correntes nominais na faixa de 2.000 A a 3.000 A, dependendo de ter ou não ventilação. Este tipo de projeto em geral tem barramentos muito próximos, o que significa esforços eletrodinâmicos elevados durante curtos-circuitos. O mercado tem pedido cada vez mais que este tipo de equipamento tenha a capacidade de suportar arcos internos.
O segundo modelo (Figura 2) corresponde
Figura 1 - Painel baixa tensão – 480 V – 2.000 A – 50 kA.
a um painel de media tensão também de uso comum no Brasil. É composto de três compartimentos (cabos, disjuntor e barras). Os valores nominais típicos de tensão nominal, corrente nominal e corrente suportável de curta duração, no Brasil, para este tipo, são de 15 kV – 1.250 A e 40 kA. A classificação de arco interno é, na maior parte das vezes, requerida e é frequente ser um painel totalmente fechado sem aberturas de ventilação.
O terceiro modelo (Figura 3) corresponde
a um duto trifásico de geradores que, em geral, tem a capa externa de alumínio. Os condutores
Figura 2 – Painel media tensão 15 kV – 31,5 kA.
internos em geral são tubulares e podem ser de alumínio ou cobre. O quarto modelo (Figura 4) é uma subestação de 145 kV convencional formada por condutores tubulares de alumínio. As dimensões e materiais utilizados podem ser vistas do lado direito de cada figura. Vamos demonstrar as possibilidades de ganhos simplesmente alterando alguns parâmetros de projeto mostrados nestas figuras.
Criar ou aumentar a área de Item ventilação para alcançar as mesmas elevações de temperatura, porém utilizando-se correntes mais elevadas.
Figura 3 – Barramento de geradores isolado a ar.
Esta é uma alteração de projetado mais
simples de implementar com uma parada do equipamento de dois a três dias. É mais simples porque não implica desmontar partes internas como barramentos e fiações de controle. Para este exemplo, vamos utilizar o painel de baixa tensão da Figura 1.
Figura 4 – Subestação 145 kV.
Apoio
53
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
54
Trata-se de um painel com barras de cobre
Tabela 1 – Ganho pelo simples acréscimo de uma área de ventilação
2x127x10 sem aberturas de ventilação e
livre com e sem ventilação forçada
(parâmetro = elevação de temperatura permitida de 75 K na conexão - ver Figura 5)
sem revestimento das barras por meio de pintura ou de material termoplástico.
Tipo de construção,
Painel original
Painel modificado
Painel modificado
Tem uma corrente nominal de 2.000 A e,
correntes e ganhos
sem abertura de
onde foi feita
onde foi feita
ventilação
abertura de
abertura de
de temperatura, apresenta uma elevação
ventilação de 168
ventilação de 168
de temperatura no ponto crítico de 72
cm2
cm2
K. Está, portanto, ligeiramente abaixo
Sem ventilação
Com exaustor de
do limite para passar no teste (conexão
forçada
180 m3/h
2.600 A
2.950 A
(+ 30 %)
(+ 47 %)
72 K
73 K
para esta corrente, no ensaio de elevação
Corrente utilizada
prateada 75 K). Esta conexão está próxima do disjuntor principal daquela coluna. O
Ganho
disjuntor, que é a principal fonte de calor,
Elevação de
tem 20 µΩ de resistência por fase, vista
temperatura na
dos terminais. Além deste disjuntor, há
conexão
2.000 A
72 K
mais 780 W de dissipação de potência em outros componentes internos.
Tabela 2 – Ganho por pintura ou revestimento das barras (Parâmetro = elevação de temperatura)
Imagine que, mantendo todos os componentes
internos,
simplesmente
abríssemos na parte superior e na parte inferior da coluna uma abertura de
Tipo de construção,
Painel original
Painel modificado
Painel modificado
correntes e ganhos
sem abertura de
em que as barras
com abertura de
ventilação
foram pintadas e
ventilação de 168
sem abertura de
cm2 mais exaustor
ventilação da ordem de 17X10 cm (área = 170 cm²). Nesta abertura, colocaríamos apenas
uma
veneziana
simples
ventilação
que
de 180 m3/h e pintura de barras
permitisse que a área livre de entrada de
Corrente utilizada
ar fosse pouco reduzida. Não colocaríamos
2.000 A
Ganho
filtros de ar complicados que bloqueassem
2.200 A
3.100 A
(+ 10 %)
(+ 55 %)
72 K
73 K
Elevação de
a maior parte da passagem de ar e
temperatura na
eliminassem os ganhos obtidos com o
72 K
conexão
trabalho de implantar a abertura. Não se trata de um painel novo em que todas as questões associadas ao grau IP precisam
simulações de ensaios benfeitas, pode-se
corrente. Se somássemos este benefício ao
ser atendidas.
estudar, para cada caso específico, a
da ventilação, pode-se chegar a valores de
solução mais promissora.
aumento de corrente muito significativos.
Pintura ou revestimento de barras para melhorar a capacidade de dissipação de calor
Melhoria dos contatos elétricos para diminuir a geração de calor e aumentar a vida útil
Os resultados obtidos estão na Tabela 1.
Note que, para obter o mesmo desempenho quanto à elevação de temperatura, poderia se utilizar uma corrente 30% maior (2.600 A) simplesmente pela existência da abertura, sem ventilação forçada. Se
Os contatos elétricos do dispositivo
incluíssemos, além da abertura, também um exaustor de 180 m3/h poderíamos
Esta não é uma alteração simples de
de manobra, no caso de disjuntores ou
passar uma corrente 47% maior (2.950 A)
fazer, pois implicaria em desmontagem
chaves e a dissipação de potência, no caso
mantida a mesma elevação de temperatura.
dos barramentos e, portanto, parar o
de fusíveis, são o fator de maior impacto
Em outras palavras, se fosse um painel
equipamento bem mais que os três dias
nas temperaturas internas de trabalho.
bem conservado estaríamos colocando-o
mencionados na seção anterior. Porém,
Dependendo da situação, pode ser uma
em uma situação muito mais confortável,
pode ser interessante em algumas situações
alteração de projeto simples ou complexa
no que diz respeito a temperaturas de
de barramentos de baixa e média tensão.
no que diz respeito ao tempo de parada para
trabalho, do que anteriormente.
Na tabela 2, são mostrados os impactos
sua implantação. Trocar um disjuntor do
Demonstrar isto por meio de ensaios
para a mesma situação da Figura 1. Para
tipo extraível para tipo fixo pode significar
de laboratório seria oneroso, mas com
a pintura de barras, o ganho é de 20% na
uma grande redução na potência dissipada.
Apoio
Trocar a marca do disjuntor pode também
Tabela 3 – Ganho de corrente por troca do tipo de disjuntor (Extraível por fixo – Figura 6)
ter um impacto positivo, mas deve-se ter muito cuidado nos aspectos de interrupção.
Tipo de construção,
Painel original com
Painel modificado com
Um disjuntor aprovado em um certo tipo de
correntes e ganhos
disjuntor de 54 µΩ de
disjuntor de 40 µΩ de
resistência por fase
resistência por fase
1.250 A
1.400 A
painel pode ter desempenho ruim em um Corrente utilizada
outro tipo de painel porque as geometrias e
Ganho
distâncias são diferentes.
A Figura 2 mostra um painel de média
(+ 12 %)
Elevação de temperatura na conexão
tensão sem aberturas de ventilação. Na
73 K
72 K
Tabela 3, estão mostradas as correntes que poderiam ser aplicadas para obter uma
dissipadores de calor locais nas conexões
materiais que são usados nas chapas do
mesma elevação de temperatura, caso o
aos
fusíveis,
invólucro e nos espaçadores metálicos
disjuntor tivesse originalmente 54 µΩ de
podem trazer ganhos consideráveis de
dos barramentos. Se são usados materiais
resistência por fase, vista dos terminais,
desempenho. Devido ao espaço necessário
magnéticos como o aço-carbono ao invés
e fosse trocado por outro com 40 µΩ de
para explicações não serão detalhados
de não magnéticos, como o alumínio e
resistência por fase.
aqui.
certos tipos de aços inoxidáveis, os efeitos
Direcionamento de fluxo de ar para pontos mais quentes, reduzindo elevações de temperatura
Modificação de materiais para reduzir efeitos de indução magnética com
conduzem correntes elevadas. A título
Direcionar o fluxo de ar para certas
correntes superiores a algo da ordem
de mostrar os efeitos de forma didático
conexões, assim como a colocação de
de 3.000 A, deve-se ter atenção aos
apresentamos na Tabela 4 os valores de
disjuntores,
chaves
ou
de aquecimento por indução podem ser muito acentuados. No exemplo da Figura 3, está um barramento de geradores, trifásico e isolado a ar. Em geral, estes barramentos
Em
painéis
e
barramentos
55
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
56
Tabela 4 – Usos de materiais magnéticos ou não magnéticos em invólucros e espaçadores (Figura 7)
elevações de temperaturas que seria obtido se o invólucro fosse feito de alumínio
Tipo de construção,
Painel com invólucro
Painel com invólucro
correntes e ganhos
em aço carbono e
em alumínio e
corrente trifásica
corrente trifásica
Corrente trifásica utilizada
1.000 A
1.000 A
maiores e isto aquece o invólucro e, por
Elevação de temperatura na conexão
72 K
38 K
consequência, o ar interno. É por este
Elevação de temperatura no ar interno
31K
16 K
mesmo motivo que espaçadores compostos
Dissipação de potência no invólucro
306 W
9,5 W
de materiais isolantes e metálicos usados
por indução magnética
ou se fosse feito de aço carbono.
No
caso do invólucro de aço-carbono, os efeitos da indução magnética são muito
em barramentos de painéis de baixa tensão devem ser motivo de atenção especial. Como estão muito próximos das barras, são submetidos a campos magnéticos muito elevados. Se não for utilizado material não magnético, acima de certa corrente, surgirão correntes parasitas que provocaram grande aquecimento do ar interno ao painel.
Modificação de parâmetros de projeto para reduzir campos magnéticos e forças eletrodinâmicas de curtocircuito e aumentar os níveis de curto suportáveis Os campos elétricos e magnéticos causam impactos importantes em aspectos Figura 5 – Painel baixa tensão – 480 V – 2.000 A – 50 kA.
de projeto como as forças eletrodinâmicas que atuam em barramentos e seus suportes, assim como nas distâncias dielétricas e dimensões gerais de equipamentos e de subestações inteiras. No exemplo da Figura 4, há um exemplo de arranjo de subestação. Vários ganhos em valores de campos elétricos e magnéticos podem ser obtidos com mudanças de posicionamentos e distâncias dielétricas. Na Figura 7, está mostrado o mapeamento do campo magnético na subestação.
Melhoria ou aumento da capacidade de suportar arcos internos Este tema foi detalhado no quinto capítulo deste fascículo, sob o título “Arcos internos em equipamentos de subestações, Figura 6 – Painel de média tensão 15 kV – 31,5 kA.
com ênfase na recente brochura Cigré 602 -
Apoio
57
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
58
hoje, não investir em capacitação porque não há tempo de tirar o empregado da fábrica é a regra, com poucas exceções na indústria.
Com as fábricas pouco ocupadas, há
tempo para reavaliar erros de estratégia e capacitar as equipes técnicas para tentar chegar mais próximos dos países asiáticos e outros concorrentes diretos nossos. Eles já nos passaram à frente há muito tempo exatamente por investir em capacitação e soluções criativas. Atuo em treinamento de equipes de engenharia e a triste realidade é que a cada dez treinamentos que aplico no exterior, inclusive em outros países da América do Sul, apenas um é aplicado no Brasil porque aqui raras empresas pedem. Nos últimos anos, o Brasil andou
Figura 7 – Barramento de geradores isolados a ar.
para trás na fila dos emergentes. Podemos reverter isto e, para entender o estágio onde paramos, vale a pena ler o conto de Hans Cristian Andersen: “O rei está nu”, em https://pt.wikipedia.org/wiki/A_ roupa_nova_do_imperador.
Outro ponto a considerar no momento
atual é buscar e identificar as chamadas “novas tecnologias” em uso no mercado internacional. Nova tecnologia é um conceito que varia de país para país e, pelo menos, nas áreas de média e baixa tensões, ainda estamos presos ao passado. Em algum dos próximos capítulos desta série, Figura 8 – Subestação 145 kV – Campo magnético, campo elétrico e temperaturas (SE, sala de controle, reatores, transformadores).
abordaremos
algumas
destas
oportunidades tecnológicas. *Sergio Feitoza Costa é engenheiro
Ferramentas para a simulação dos efeitos de
interessante poder oferecer soluções para a
eletricista, com mestrado em sistemas
arco interno na transmissão e distribuição”.
reforma de equipamentos de subestações.
de potência. É diretor da Cognitor,
Este documento foi publicado pelo Cigré
Isto interessa a quem quer adiar novos
Consultoria, P&D e Treinamento
internacional em dezembro de 2014. O
investimentos. Este é um mercado atrativo,
autor deste fascículo foi um dos coautores da
em especial, para os pequenos fabricantes
brochura que mostra os aspectos relevantes
que têm muito mais dificuldade em se
a considerar nas modificações de projetos de
manter no mercado.
equipamentos existentes ou novos. Em geral,
É melhor projetar equipamentos já
estas modificações são de implementação
utilizando as vantagens oriundas destas
relativamente simples e rápidas de fazer.
técnicas. Hoje existem facilidades de
Comentários finais
cálculos e simulações importantes que são pouco conhecidas por fabricantes de equipamentos que não investem no
Nestes tempos de vacas magras é
treinamento de suas equipes. No Brasil de
sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
59
Apoio
Qualidade nas instalações BT
60
Capítulo IX Normalização IEC para efeitos térmicos Por Eduardo Daniel*
O tratamento de efeitos térmicos pela
combustível
tratada na ABNT NBR 5410-4-43.
norma IEC 60364, em sua versão 2009, vem
422.5 - Estruturas propagadoras de incêndio
servindo de base para a revisão da ABNT
422.6 - Seleção e montagem de instalações
NBR 5410 e provocando várias discussões,
em locais com riscos para bens insubstituíveis
entre diversos especialistas no assunto,
423 - Proteção contra queimaduras
indispensáveis para a aplicação desta
sobre as condições que devem ser adotadas
424 - Proteção contra sobreaquecimento
norma. Para referências datadas, apenas a
pela norma brasileira.
424.1 - Sistemas de aquecimento a ar forçado
edição citada é aplicável. Para referências
420.2 - Referências normativas Os documentos listados a seguir são
424.2 - Aparelhos de produção de água
não datadas, aplica-se a última edição do
que não têm acesso à norma original da
quente ou vapor
documento (incluindo eventuais emendas).
IEC, estamos colocando a tradução livre
424.3 - Aparelhos de calefação
deste importante capítulo no fascículo deste
Bibliografia
Para dirimir as dúvidas de várias pessoas
mês.
Parte 4-42: Proteção para garantir segurança – Proteção contra os efeitos térmicos
IEC 60332 (all parts), Tests on electric and optical fibre cables under fire conditions
420.1 - Campo de aplicação
IEC 60364-4-41:2005, Low-voltage electrical installations – Part 4-41: Protection for safety
Esta parte da ABNT NBR 5410 é
– Protection against electric shock
aplicável às instalações elétricas no que
IEC 60364-5-51:2005, Electrical installations
concerne às medidas de proteção para
of buildings – Part 5-51: Selection and erection
pessoas, animais domésticos e bens contra:
of electrical equipment – Common rules
420.1 - Campo de aplicação
– os efeitos térmicos, a combustão ou
IEC 61084 (all parts), Cable trunking and
420.2 - Referências normativas
a degradação dos materiais e o risco
ducting systems for electrical installations
420.3 - Definições
de queimadura associado aos produtos
IEC 61386 (all parts), Conduit systems for
421 - Proteção contra incêndio causado por
elétricos;
cable management
material elétrico
– a propagação de chamas, em caso de risco
IEC 61534 (all parts), Power track systems
421.1 - Requisitos gerais
de incêndio propagado pelas instalações
IEC 61537, Cable management – Cable tray
422 - Precauções em caso de riscos
elétricas a outros compartimentos com
systems and cable ladder systems
particulares de incêndio
barreiras dispostas na proximidade; e
IEC 60598-2-24, Luminaires – Part 2-24:
422.1 - Generalidades
–
422.2 - Condições de evacuação em caso de
funcionamento dos produtos elétricos,
emergência
incluindo os serviços de segurança.
422.3 - Locais com risco de incêndio devido
NOTA 1 - Os regulamentos nacionais podem
à natureza dos materiais processados ou
ser aplicados para a proteção contra os efeitos
armazenados
térmicos.
são aplicáveis os termos e definições
422.4 - Locais com material de construção
NOTA 2 A proteção contra sobrecorrentes é
seguintes.
as
deficiências
na
segurança
de
Particular requirements – Luminaires with limited surface temperatures 420.3 - Definições Para as finalidades deste documento,
Apoio
420.3.1 - combustível
componente que é suscetível de inflamar,
devem apresentar risco de incêndio para os
produto capaz de queimar
quando da aplicação de uma chama, mas
materiais vizinhos.
que não propaga a chama e a extingue por si
NOTA: Os danos, os ferimentos ou a ignição
– processo de combustão caracterizado
mesmo dentro de um tempo reduzido após
podem ser causados por efeitos como:
pela emissão de calor e de efluente,
remoção da chama [CEI 60050-442:1998,
– acumulação de calor, radiação de calor,
acompanhados de fumaça e/ou de chama e/
442-01-12].
elementos quentes;
420.3.2 - fogo
ou de incandescência; – combustão rápida que se propaga de modo incontrolado no tempo e no espaço. 420.3.3 - inflamabilidade
421 - Proteção contra incêndio provocado por produto elétrico
capacidade de um material ou produto
420.3.4 - ignitabilidade
rança do material elétrico, por exemplo dispositivos de proteção como disjuntores, termostatos, limitadores de temperatura, juntas de estanqueidade na penetração
de queimar com chama em condições de ensaio especificadas
– redução das características de segu
421.1 - Requisitos gerais
dos cabos e sistemas de cabeamento;
As pessoas, os animais domésticos e os
– sobrecorrente;
bens devem ser protegidos contra danos ou
– falhas de isolação e/ou arcos que provo
medida da facilidade com que uma amostra
ferimentos provocados pelo calor ou fogo
quem perturbações;
pode se inflamar devido à influência de
que pode ser gerado ou propagado pela
– correntes harmônicas;
uma fonte externa, sob condições de ensaio
instalação elétrica, levando em conta as
– descargas atmosféricas (ver série IEC
especificadas
exigências da presente norma e as instruções
62305);
dos fabricantes de equipamentos.
– sobretensões (ver ABNT NBR 5410-4-44,
início da combustão
artigo 443);
NOTA - Para informações complementares,
não deve causar perigo ou efeitos danosos
– seleção ou montagem inadequada dos
ver a IEC 60695 4
420.3.5 - ignição
O calor gerado pelos produtos elétricos
para os materiais fixos vizinhos ou que
materiais elétricos.
420.3.6 - componente não propagador
podem ser previstos na proximidade de
Todas as instruções pertinentes de
de chama
tais produtos. Os produtos elétricos não
instalação,
fornecidas
pelo
fabricante,
61
Apoio
Qualidade nas instalações BT
62
devem ser levadas em conta, além dos
construção, de tal forma que tais objetos
requisitos da ABNT NBR 5410.
ou elementos não sejam submetidos, em
422 - Precauções em caso de riscos particulares de incêndio
condições normais, a uma temperatura 421.2 - Quando as temperaturas externas
perigosa — por exemplo, uma temperatura
dos equipamentos fixos puderem atingir
superior à de ignição.
valores suscetíveis de causar risco de
NOTA: - Toda informação do fabricante do
422.1.1 - A instalação de produtos elétricos
incêndio
equipamento deve ser levada em conta.
deve ser restrita àqueles necessários para
aos
materiais
vizinhos,
o
equipamento deve ser:
422.1 - Generalidades
o uso do local considerado, à exceção das
• instalado sobre ou no interior de materiais
421.5 - Quando os produtos elétricos
que suportam tais temperaturas e possuem
instalados em um mesmo local contiverem
baixa condutância térmica; ou
quantidade importante de líquido infla
422.1.2 - Os produtos elétricos devem ser
• separado dos elementos de construção por
mável, devem ser adotadas medidas
selecionados e instalados de tal modo que
materiais que suportam tais temperaturas e
para evitar que o líquido inflame e que
sua temperatura, em caso de uso normal e
possuem baixa condutância térmica; ou
os produtos de combustão do líquido se
de aquecimento previsível em caso de falta,
• instalado a uma distância suficiente de
propaguem.
não dê origem a um incêndio.
todo material cuja conservação poderia
linhas elétricas, conforme 422.3.5.
Tais
disposições
podem
resultar
ser comprometida por tais temperaturas,
NOTA 1: Como exemplos de tais precauções,
da construção do produto ou das suas
permitindo uma dissipação segura do calor,
podem ser citados:
condições de instalação.
sendo os suportes dos materiais de baixa
– um fosso de drenagem, que colete toda fuga
condutância térmica.
do líquido e assegure sua extinção em caso
quando a temperatura das superfícies não
de incêndio;
for suscetível de provocar a ignição dos
421.3 - Quando um equipamento perma
– instalação do(s) equipamento(s) em
materiais nas proximidades.
nen temente conectado for suscetível de
local que possua paredes resistentes ao fogo
produzir arcos ou centelhas em serviço
com soleiras ou outros meios de evitar a
422.1.3 - Os dispositivos de desligamento
normal, o equipamento deve ser:
propagação do líquido inflamável a outras
térmico devem comportar unicamente
• completamente envolvido por material
partes da edificação, sendo o local ventilado
religamento manual.
resistente a arco; ou
unicamente pela atmosfera externa.
• separado dos elementos sobre os quais
NOTA 2: O limite inferior geralmente aceito
422.2 - Condições de evacuação em
pode ter efeitos danosos por material
é de 25 l.
emergências
resistente a arcos; ou
NOTA 3: Para quantidades inferiores a 25 l,
• instalado a uma distância suficiente dos
é suficiente adotar precauções para evitar a
elementos sobre os quais pode ter efeitos
fuga de líquido.
BD2: baixa densidade de ocupação,
danosos, de modo a possibilitar uma
NOTA 4: Os produtos da combustão do
condições de evacuação difíceis;
extinção segura do arco.
líquido são: chama, fumaça e gás.
BD3: alta densidade de ocupação,
NOTA 5: É desejável desligar a alimentação
condições de evacuação fáceis;
dos materiais no início de um incêndio.
BD4: alta densidade de ocupação,
Os materiais resistentes aos arcos utilizados nesta medida de proteção devem
Nenhuma medida especial é necessária
Condições:
condições
de
evacuação
difíceis
ser incombustíveis, ter uma condutitividade
421.6 - Os materiais dos invólucros em
(segundo tabela 51A da ABNT NBR
térmica baixa e apresentar uma espessura
torno do equipamento elétrico, durante sua
5410-5-51).
adequada
instalação, devem poder suportar as mais
para
garantir
estabilidade
mecânica.
elevadas temperaturas suscetíveis de serem
NOTA: As condições BD podem ser definidas
NOTA: Por exemplo, uma folha de fibra de
produzidas pelo equipamento elétrico.
pelas autoridades responsáveis pelas áreas de
vidro siliconada, com 20 mm de espessura,
construção, de estabelecimentos públicos ou
pode ser considerada como resistente aos
Os
arcos.
adequados para tais invólucros, a menos que
materiais
combustíveis
não
são
de prevenção contra incêndio.
sejam adotadas medidas preventivas contra
422.2.1 - Nas condições BD2, BD3 e BD4,
421.4 - Os equipamentos fixos que
a ignição do material, como revestimento
as linhas elétricas não devem se situar
produzem concentração de calor devem
por material incombustível ou dificilmente
nas rotas de evacuação, salvo se forem
ser posicionados a uma distância suficiente
combustível,
providas de cobertura, invólucro ou recurso
de qualquer objeto fixo ou elemento de
térmica.
de
baixa
condutividade
equivalente.
Apoio
63
Apoio
Qualidade nas instalações BT
64
As linhas elétricas situadas em rotas de
exceto certos dispositivos que facilitam a
fabricantes, as distâncias acima referem se a
evacuação devem ser dispostas fora da zona
evacuação, devem ser acessíveis apenas à
todas as direções.
de alcance normal ou possuir proteção
pessoas autorizadas. Se forem dispostos em
contra danos mecânicos que podem ocorrer
áreas de circulação, devem ser abrigados em
durante uma evacuação.
armários ou caixas constituídas de materal
das luminárias devem ser protegidos contra
As linhas elétricas em rotas de
incombustível ou dificilmente combustível.
as solicitações mecânicas previsíveis. Tais
evacuação devem ser tão curtas quanto
As lâmpadas e os outros componentes
meios de proteção não devem ser fixados
possível e devem ser não propagadoras de
NOTA: Tal requisito não proíbe o uso de
aos porta-lâmpadas, a menos que sejam
chama.
invólucros plásticos que sejam dificilmente
parte integrante da lumínária. As luminárias
combustíveis.
não devem sofrer alterações.
NOTA 1: - A conformidade com a exigência
Uma luminária com lâmpada que pode
acima pode ser obtida usando os seguintes
422.2.3 - Não devem ser utilizados
ejetar materiais inflamáveis em caso de
produtos:
produtos elétricos com líquidos inflamáveis
falha deve ser instalada com blindagem de
– cabos conforme os ensaios de incêndio da
nas condições BD3 e BD4 e nas rotas de
proteção e de segurança para as lâmpadas,
IEC 60332 1 2 e que atendam às condições
evacuação.
conforme as instruções do fabricante.
60332 3 22, IEC 60332 3 23, IEC 60332 3 24
NOTA: Os capacitores incorporados a
NOTA: Conforme a IEC 60598-1:2003
e IEC 60332 3 25;
equipamentos
a
(sexta edição), as luminárias adequadas
– eletrodutos de seção circular classificados
tal exigência. A exceção diz respeito,
para montagem direta sobre superfícies
como não propagadores de chama, conforme
principalmente, às lâmpadas de descarga e
normalmente inflamáveis eram marcadas
IEC 61386 1;
aos capacitores de partida de motores.
com o símbolo:
de incêndio das normas IEC 60332 3 21, IEC não
são
submetidos
– eletrocalhas classificadas como não propagadoras de chama, conforme IEC
422.3 - Locais com risco de incêndio devido
61084 1;
às características dos materiais processados
Com a publicação da IEC60598-1
– bandejas e leitos classificados como não
ou armazenados
de 2008, as luminárias adequadas para
propagadores de chama, conforme IEC
Condição
montagem direta deixaram de ter marcação
61537;
BE2: risco de incêndio (conforme
específica e apenas as luminárias não
– para sistemas de condutores pré fabricados,
tabela 51A da NBR 5410 5 51).
adequadas para montagem sobre superfícies
ver série IEC 61534.
normalmente inflamáveis são marcadas
Nas condições BD2, BD3 e BD4, as
NOTA 1: - A quantidade de materiais
linhas elétricas que alimentam circuitos de
inflamáveis, a área ou o volume de tais
segurança devem possuir uma resistência
locais podem ser fixados por regulamentos
ao fogo durante o tempo prescrito pela
nacionais.
regulamentação dos elementos de construção
NOTA 2: Para riscos de explosão, ver IEC
(ver artigo N.4 da IEC 60598 1:2008 para
ou então durante 1 h, na ausência de tal
60079 14.
mais explicações).
NOTA 2: - Para os requisitos que tratam das
422.3.1 - As luminárias devem manter
422.3.2 - Devem ser adotadas precauções
linhas elétricas para serviços de segurança, sob
distância
materiais
para evitar que o invólucro de produtos
condições de incêndio, ver NBR 5410 5 56.
combustíveis. Na ausência de informações
elétricos, como radiadores ou resistências,
com os símbolos:
e/ou
regulamentação. adequada
dos
As linhas elétricas instaladas em rotas
dos fabricantes, os spots e os projetores
não atinjam temperaturas superiores às
de evacuação devem apresentar uma taxa de
devem ser instalados a uma distância
seguintes:
produção de fumaça limitada.
mínima
NOTA 3: - Se as normas de cabo não se
conforme segue:
• 90°C em condições normais; e
pronunciarem sobre tal questão, deve ser
≤ - 100 W: 0,5 m
• 115°C na ocorrência de falta.
adotado um valor de 60% da transmitância
> - 100 W a 300 W: 0,8 m
luminosa como mínimo para o ensaio do
> - 300 W a 500 W: 1,0 m
cabo conforme a IEC 61034 2.
> - 500 W: distâncias maiores podem ser
puderem se acumular sobre o invólucro
necessárias.
de um produto elétrico, em quantidade
dos
materiais
combustíveis,
422.2.2 - Nas condições BD2, BD3 e BD4, os dispositivos de comando e de proteção,
Quando materiais como poeira ou fibra
suficiente para gerar risco de incêndio, NOTA: Na ausência de instruções dos
devem ser adotadas medidas para evitar
65
Apoio
que o invólucro atinja as temperaturas mencionadas acima. NOTA: - As luminárias com a marcação D , em conformidade com a IEC69598 2 24, são concebidas para ter uma temperatura superficial limitada. 422.3.3 - A aparelhagem de proteção, de comando e de seccionamento deve ser disposta fora de locais BE2, a menos que seja provida de invólucro com grau de proteção adequado ao local: pelo menos IP4X; em presença de poeira, IP5X; em presença de poeiras condutivas, IPX6, exceto se 422.3.11 for aplicável. 422.3.4 - Com exceção das linhas elétricas embutidas em material incombustível, apenas as linhas elétricas não propagadoras de chama devem ser utilizadas.
No mínimo, os componentes elétricos
devem ser selecionados conforme as seguintes exigências: – os cabos devem satisfazer as condições de ensaio ao fogo da série IEC 60332; – os eletrodutos de seção circular devem satisfazer
o
ensaio
de
resistência
à
propagação de chama especificado na série IEC 61386; – as eletrocalhas e os eletrodutos de seção não-circular devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61084; – as bandejas e os leitos para cabos devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61537; – os sistemas de condutores pré fabricados devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61534. NOTA 1: - Quando o risco de propagação da chama for elevado (por exemplo, ao longo de percursos verticais de cabos dispostos num mesmo plano), é conveniente que as características de propagação de chama dos cabos sejam conforme a parte apropriada da série IEC 60332 3.
Apoio
Qualidade nas instalações BT
66
NOTA 2: - Os ensaios de propagação de
NOTA: - As luminárias devem ser conforme
• contidas em invólucros com grau de
chama para os sistemas de cabeamento são
as partes correspondentes da IEC 60598. Ver
proteção IP2X ou IPXXB; ou
sempre efetuados em configuração vertical.
também o artigo 559 da ABNT NBR 5410 5
• providas de isolação capaz de suportar
55.
uma tensão de ensaio de 500 V c.c. por
422.3.5 - As linhas elétricas que atravessam
um minuto, independentemente da tensão
tais locais, mas que não são neles utilizadas,
422.3.9 - Os circuitos terminais e os
nominal do circuito. Essa medida é um
devem satisfazer às condições seguintes:
equipamentos de utilização devem ser
complemento às exigências de 414.4.5 da
protegidos contra as falhas de isolação
NBR 5410 4 41.
• as linhas elétricas devem satisfazer as
como segue:
exigências de 422.3.4;
a) - em esquemas TN e TT, deve ser usado
422.3.12 - Os condutores PEN não são
• elas não devem apresentar nenhuma
dispositivo DR com corrente de atuação
admitidos em locais BE2, à exceção dos
conexão dentro de tais locais, a menos que
residual nominal IΔn ≤ 300 mA. Quando
circuitos que apenas atravessam tais locais e
tais conexões sejam dispostas em invólucros
a ocorrência de uma falta resistiva puder
não apresentam nenhuma conexão, em sua
resistentes ao fogo;
originar um incêndio (por exemplo, devido
travessia, entre o condutor PEN e qualquer
• elas devem ser protegidas contra
a teto com elementos de aquecimento), a
parte condutiva de tais locais.
sobrecorrentes conforme 422.3.10;
corrente de atuação residual nominal deve
• não devem ser utilizados condutores nus.
ser IΔn ≤ 30 mA;
422.3.13 - Cada circuito que alimenta
b) - em esquema IT, devem ser previstos
equipamento elétrico em locais BE2
422.3.6 - Em instalações de aquecimento
dispositivos supervisores de isolamento
deve ser provido de dispositivo de
a ar forçado, a entrada de ar deve ser
(DSI)
seccionamento permitindo isolar todo
localizada fora dos locais onde for prevista
integralmente,
a presença de poeiras combustíveis. A
monitorem as correntes diferenciais nos
modo a que nenhum condutor vivo da
temperatura de saída do ar não deve dar
circuitos terminais, os dois com alarmes
alimentação possa restar sob tensão
origem a incêndio no local.
sonoros
que
ou
instalação, que
condutor
vivo
da
alimentação,
de
Alternativamente,
quando um ou mais dos condutores forem isolados. Isto pode ser obtido, por
422.3.7 - Os motores comandados à
corrente de atuação residual nominal
exemplo, por interruptor ou disjuntor
distância ou automaticamente, ou que não
citada em a). No caso de uma segunda
com conexão mecânica.
são supervisionados permanentemente,
falta, examinar a parte 41 para os tempos
devem
de desligamento.
NOTA: É possível, também, isolar um grupo
aquecimentos excessivos por dispositivos
Os cabos com isolação mineral e
de circuitos usando recurso comum, se as
sensíveis à temperatura, a menos que
os barramentos pré-fabricados não são
condições de serviço permitem.
eles sejam, por construção, do tipo com
considerados possível causa de incêndio
limitação térmica.
e,
protegidos
contra
os
visuais.
a
dispositivos
podem ser usados dispositivos DR com
ser
e
monitorem
conseqüentemente,
não
necessitam
422.4 - Locais com materiais de construção
proteção.
combustíveis
422.3.8 - Cada luminária deve:
NOTA: É recomendável o uso de cabos com
Condição
• ser adequada ao local; e
revestimento metálico. Tal revestimento
CA2: materiais combustíveis (conforme
• ser provida de invólucro com grau de
metálico deve ser conectado ao condutor de
tabela 51A da NBR 5410 5 51).
proteção pelo menos IP4X; ou, em presença
proteção. 422.4.1 - Devem ser adotadas precauções
de poeira, IP5X; ou ainda, em presença de poeira condutiva, IPX6; e
422.3.10 - Os circuitos que alimentam ou
para garantir que os produtos elétricos não
• ter uma temperatura superficial limitada,
atravessam locais BE2 devem ser protegidos
possam provocar a inflamação de paredes,
conforme IEC 60598 2 24; e
contra sobrecargas e contra curtos-circuitos
pisos ou tetos. Isto pode ser obtido com
• ser de concepção que evite a queda, da
por dispositivos de proteção localizados fora
uma correta concepção, seleção e instalação
luminária, dos componentes da lâmpada.
e a montante de tais locais. Os circuitos que se
dos produtos elétricos.
originam de tais locais devem ser protegidos
Para evitar a penetração de corpos
contra sobrecorrentes por dispositivos de
sólidos, as caixas e invólucros instalados em
proteção dispostos na sua origem.
paredes ocas pré-fabricadas, suscetíveis de
Em locais sujeitos a risco de incêndio,
devido a poeiras ou fibras, as luminárias devem ser instaladas de modo a que a poeira
serem perfuradas quando de sua instalação,
ou fibra não se acumule em quantidade
422.3.11 - Nos circuitos alimentados por
devem ter um grau de proteção de no
perigosa.
SELV ou PELV, as partes vivas devem ser:
mínimo IP3X.
Apoio
67
Apoio
Qualidade nas instalações BT
68
422.4.2 - As luminárias devem manter
CB2: propagação de incêndio (conforme
conforme IEC60702 1;
distância
tabela 51A da NBR5410 5 51).
– instalação de cabos com melhores
adequada
dos
materiais
combustíveis. Na ausência de informações
características
de
resistência
ao
fogo,
dos fabricantes, os spots e os projetores
422.5.1 - Nas estruturas cujas forma e
conforme IEC 60331 1 ou IEC 60331 21 ou
devem ser instalados a uma distância
dimensões facilitam a propagação de
norma equivalente;
mínima
incêndio, devem ser adotadas precauções
– instalação de cabos em paredes, tetos ou
para garantir que a instalação elétrica não
pisos de material sólido não combustível;
dos
materiais
combustíveis,
conforme segue:
venha a propagar incêndio (por exemplo,
– instalação de cabos em áreas com
≤ 100 W: 0,5 m
efeito chaminé).
capacidade de resistência ao fogo de 30 min a
> 100 W a 300 W: - 0,8 m
NOTA: Podem ser previstos detectores de
90 min, sendo a duração mais longa indicada
> 300 W a 500 W: - 1,0 m
incêndio para garantir a implementação
para locais com escadas e necessários para
> 500 W: - distâncias maiores podem ser
de medidas contrárias à propagação de
rotas de evacuação.
necessárias.
incêndio — por exemplo, o fechamento de
Quando
barreiras corta fogo em dutos, espaços de
tecnicamente aplicáveis, a proteção reforçada
construção e locais análogos. Podem ser
contra incêndio pode ser possível com o
NOTA 1: Na ausência de instruções dos
usadas caixas e invólucros conforme a IEC
emprego de sistemas de combate a incêndio.
fabricantes, as distâncias acima referem se a
60670 1 para paredes ocas e cabos conforme
todas as direções.
a série IEC 60332-3. A IEC 60670 1 inclui
a marcação do símbolo H para as caixas e
As lâmpadas e outros componentes das
luminárias devem ser protegidos contra
tais
medidas
não
forem
423 - Proteção contra queimaduras
invólucros para pareces ocas.
as solicitações mecânicas previsíveis. Tais
As partes acessíveis dos produtos
meios de proteção não devem ser fixados aos
422.6 - Seleção e montagem da instalação em
elétricos dispostas em zonas de alcance
porta-lâmpadas, a menos que sejam parte
locais com riscos para bens insubstituíveis
normal não devem atingir temperaturas
integrante da lumínária.
Os requisitos de 422.1.1 devem ser
suscetíveis de causar queimaduras às pessoas
respeitados.
e devem satisfazer os limites adequados,
ejetar materiais inflamáveis em caso de
NOTA 1: Os locais em questão compreendem
indicados na tabela 42.1. Todas as partes da
falha deve ser instalada com blindagem de
edificações ou salas contendo bens de valor
instalação suscetíveis de atingir em serviço
proteção e de segurança para as lâmpadas,
significativo. A título de exemplo, podem ser
normal, mesmo durante curtos períodos,
conforme as instruções do fabricante.
citados os monumentos nacionais, os museus
temperaturas superiores àquelas indicadas
NOTA 2 - As luminárias adequadas
e outros locais públicos. Outros exemplos:
na tabela 42.1, devem ser protegidas contra
para montagem direta sobre superfícies
estações de trem, aeroportos e edificações
qualquer contato acidental. Os valores
normalmente inflamáveis eram marcadas
como laboratórios, centros de informática
da tabela 42.1 não se aplicam a produtos
com o símbolo
e certas instalações industriais ou de
conforme as normas IEC.
Uma luminária com lâmpada que pode
conforme IEC60598
1:2003 (sexta edição).
armazenamento.
NOTA 2: As seguintes medidas podem ser
NOTA: - Se for aplicável a condição BA2
20081), as luminárias adequadas para
consideradas:
(crianças), as temperaturas devem ser
montagem direta deixaram de ter marcação
– instalação de cabos com isolação mineral,
inferiores.
Com a publicação da IEC60598-1 de
específica e apenas as luminárias não adequadas para montagem sobre superfícies normalmente inflamáveis são marcadas com os símbolos:
Tabela 42-1 – Temperaturas máximas em serviço normal das partes acessíveis de produtos elétricos no interior da zona de alcance normal
Partes acessíveis Meios de comando manual
e/ou
Material das superfícies
Temperaturas
acessíveis
máximas˚C
Metálico
55
Não-metálico
65
(ver artigo N.4 da IEC 60598 1:2008 para
Partes previstas para serem
Metálica
mais explicações).
70
tocadas, mas não seguradas
Não-metálica
80
Partes não destinadas a serem
Metálica
80
tocadas em serviço normal
Não-metálica
90
422.5
-
incêndio Condição
Estruturas
propagadoras
de
com as mãos
Apoio
424 - Proteção contra sobreaquecimento
do invólucro do aquecedor de radiação e das
electromagnetic disturbances
partes inflamáveis.
[13]
Na ausência de declaração do fabricante, os
424.1 - Sitemas de aquecimento a ar
aquecedores de radiação devem ser instalados
forçado
de modo a assegurar uma distância de
Os sistemas de aquecimento a ar forçado, à
segurança de pelo menos 2 m entre o aparelho
exceção dos aparelhos de aquecimento central
e as partes inflamáveis, na direção da radiação.
com acumulação, devem ser concebidos de
Bibliografia
só possam ser ativados após passagem do
[1] IEC 60050-442:1998, International Electrotechnical
fluxo de ar for inferior ao valor prescrito. Além disso, devem comportar dois limitadores de temperatura, independentes, que evitem a ultrapassagem da temperatura admissível nos dutos de ar.
Os suportes, a estrutura e o invólucro
dos elementos de aquecimento devem ser de material incombustível.
Vocabulary – Part 442: Electrical accessories [2] IEC 60079-14:1996, Electrical apparatus for explosive gas atmospheres – Part 14: Electrical installations in hazardous areas (other than mines) [3] IEC 60331-1, Tests for electric cables under fire conditions – Circuit integrity – Part 1: Test method for fire with shock at a temperature of at least 830°C for cables of rated voltage up to and including 0,6/1,0 kV and with an overall diameter exceeding 20 mm [4] IEC 60331-21, Tests for electric cables under fire conditions – Circuit integrity – Part 21: Procedures
424.2 - Aparelhos de produção de água
and requirements - Cables of rated voltage up to and
quente ou vapor
including 0,6/1,0 kV
Todo aparelho de produção de água quente
[5] IEC 60332-1-2:2004, Tests on electric and optical
ou de vapor deve ser protegido, por construção ou instalação, em todas as condições de serviço, contra o sobreaquecimento. A menos que os aparelhos sejam conforme as normas IEC pertinentes, a proteção deve ser assegurada por meio de um dispositivo apropriado sem rearmamento
automático,
funcionando
independentemente do termostado.
Se o aparelho não tiver saída livre, ele deve
fibre cables under fire conditions – Part 1-2: Test for vertical flame propagation for a single insulated wire or cable – Procedure for 1 kW pre-mixed flame [6] IEC 60332-3-21:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-21: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category A F/R [7] IEC 60332-3-22:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-22: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables
ser provido de dispositivo que limite a pressão
– Category A
interna da água.
[8] IEC 60332-3-23:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-23: Test for vertical flame
424.3 - Aparelhos de calefação
A estrutura e o invólucro dos aparelhos de
calefação devem ser de material incombustível. NOTA: Nas áreas que apresentam risco de incêndio, os aparelhos de calefação podem não ser operados se o ar dessas áreas for guiado através do aparelho.
As paredes laterais dos aquecedores de
radiação, que não são atingidas pela radiação
spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category B [9] IEC 60332-3-24:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-24: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category C [10] IEC 60332-3-25:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-25: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category D [11]
IEC
60364-4-43,
Low-voltage
electrical
de calor, devem se situar a uma distância
installations – Part 4-43: Protection for safety –
suficiente das partes inflamáveis. No caso
Protection against overcurrent
de redução da distância pela interposição de
[12] IEC 60364-4-44:2007, Low-voltage electrical
barreira não inflamável, esta barreira deve se
installations – Part 4-44:
situar a uma distância de, pelo menos, 1 cm
60364-5-52,
Low-voltage
electrical
installations – Part 5-52: Selection and erection of electrical equipment – Wiring systems [14] IEC 60364-5-55:2001, Electrical installations of buildings – Part 5-55: Selection and erection of electrical equipment – Other equipment [15] IEC 60364-7-753, Low-voltage electrical installations – Part 7-753: Requirements for special installations or
forma a que seus elementos de aquecimento fluxo de ar prescrito e desligados quando o
IEC
69
Protection for safety
– Protection against voltage disturbances and
locations – Floor and ceiling heating systems [16] IEC 60598 (all parts), Luminaires [17] IEC 60598-1:2003, Luminaires – Part 1: General requirements and tests2 [18] IEC 60598-1:2008, Luminaires – Part 1: General requirements and tests [19] IEC 60670-1, Boxes and enclosures for electrical accessories for household and similar fixed electrical installations – Part 1: General requirements [20] IEC 60695-4, Fire hazard testing – Part 4: Terminology concerning fire tests for electrotechnical products [21] IEC 60702-1, Mineral insulated cables and their terminations with a rated voltage not exceeding 750 V – Part 1: Cables [22] IEC 60947-2, Low-voltage switchgear and controlgear – Part 2: Circuit breakers [23] IEC 61034-2, Measurement of smoke density of cables burning under defined conditions – Part 2: Test procedure and requirements [24] IEC 61084-1, Cable trunking and ducting systems for electrical installations – Part 1: General requirements [25] IEC 61386-1, Conduit systems for cable management – Part 1: General requirements [26] IEC 61439-1, Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules [27] IEC 62020, Electrical accessories – Residual current monitors for household and similar uses (RCMs) [28] IEC 62305 (all parts), Protection against lightning [29] EN 50272-2, Safety requirements for secondary batteries and battery installations – Part 2: Stationary batteries *Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
70
Reportagem
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por Bruno Moreira
“ILHA DE PROSPERIDADE”
A despeito da crise econômica que paralisa o país, o setor de energia eólica continua a crescer. Comemorando a marca de 7 GW de potência instalada em 2015, o segmento pretende chegar a 27 GW até 2023
71
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
A
Cadeia produtiva cada vez mais brasileira
pós um longo período de estabili
elétrica. Para se ter uma ideia, há pouco
dade econômica, o Brasil encontra-se
mais de uma década, a potência instalada
novamente de mãos dadas com a crise.
de energia eólica do país era de somente
O segundo trimestre de 2015 registrou
20 MW, com representação irrisória na
queda do Produto Interno Bruto (PIB) de
matriz. O crescimento não deve parar por
eólica e perspectiva de crescimento para
1,9% em relação aos três meses anteriores.
aí. A expectativa do segmento, conforme
os próximos anos mostram que a indústria
Na comparação anual, o decréscimo foi de
a Abeeólica, é de que a potência instalada
do setor eólico não sofrerá por falta de
2,6%, a maior retração desde o primeiro
chegue aos 9 GW até o final deste ano
demanda tão cedo. Tais notícias são boas
trimestre de 2009. Por sua vez, o Índice de
e 27 GW até 2023, o que representaria
para o país, pois cada vez mais os itens que
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que
11% da matriz elétrica brasileira e faria a
compõem os equipamentos de geração
dá a medida oficial da inflação, desacelerou
fonte se consolidar como a segunda mais
do setor são produzidos por empresas
para 0,22% em agosto, mas no acumulado
importante do setor de energia elétrica.
brasileiras. Vale lembrar que, desde 2013,
de janeiro a agosto atingiu o patamar de
o Banco Nacional de Desenvolvimento
7,23%, o maior desde 2003. Para o ano
Braga, destaca o desempenho positivo
Econômico
de 2015, a projeção dos especialistas em
da energia eólica nos leilões de energia
liberação de Financiamento de Máquinas
economia é ainda mais “catastrófica”, com
promovidos pelo Governo Federal. “Nos
e Equipamento (Finame) às empresas
a inflação chegando ao patamar de 9,32%,
últimos certames contratamos e já estamos
fabricantes
cerca de três pontos percentuais acima do
monitorando a construção de nada mais
produzirem determinada porcentagem de
teto da meta da inflação (6,5%) estipulado
nada menos do que 400 novas usinas
conteúdo local.
pelo Governo Federal.
desta fonte renovável de energia, que
Estes índices afetam todos os setores da
incorporarão 9 GW de capacidade instalada
11 fabricantes de aerogeradores no Brasil.
sociedade brasileira, desde os assalariados
ao sistema até 2018”, afirma o ministro.
O presidente da Empresa de Pesquisa
até os grandes empresários. O segmento
Braga salienta que este montante não é uma
Energética (EPE), Maurício Tolmasquim,
de energia elétrica, por exemplo, por ser um
projeção, mas foi efetivamente contratado,
recorda que, na época do Proinfa, havia
setor de infraestrutura, vem sofrendo muito
o que deve fazer o país apresentar 16 GW
apenas uma indústria nacional apta a
com o esfriamento da economia do país. Não
de potência instalada daqui a três anos.
produzir
é de hoje, sabe-se, que a área de distribuição
De acordo com a Abeeólica, desde 2009,
este processo importando tudo”, conta.
de energia elétrica, por exemplo, enfrenta
quando o governo brasileiro começou a
Conforme ele, as empresas que vinham
dificuldades para manter os resultados
incentivar com mais força a fonte eólica, já
para cá eram praticamente compradoras
financeiros de épocas não tão distantes
foram contratados nos leilões cerca de 13
do processo, ou seja, importavam as
assim. Contudo, nem tudo é pessimismo
GW de potência instalada.
peças e apenas montavam no país. “Foi
no país, e reside no próprio segmento de
No cenário mundial, a força do
aumentada, então, a exigência de conteúdo
energia elétrica um setor que vem passando
mercado brasileiro de energia eólica
nacional. Primeiro foi 60% de conteúdo
quase que incólume pela crise: o segmento
também começa a aparecer. Em 2014,
nacional, mas as empresas produziam as
de energia eólica, que foi caracterizado pela
ficou em quarto lugar no ranking mundial
peças de pouco valor agregado no país e
presidente da Associação Brasileira de Energia
de ampliação de capacidade, com 2,4
importavam as de alto valor”, diz. Dessa
Eólica (Abeeólica), Elbia Silva Gannoum,
GW instalados. Conforme a Abeeólica, em
maneira, relata Tolmasquim, o BNDES
como uma “ilha de prosperidade”.
2015, existe a possibilidade de que supere
mudou suas condições para financiamento,
De fato, os números do setor não
a Alemanha, ficando atrás apenas da China
exigindo dos fabricantes que cada um
deixam dúvidas de que os ventos no Brasil
e dos Estados Unidos. Entre os países com
dos componentes tivesse um mínimo de
são um bom negócio. Na última edição
maior produção de energia eólica, o Brasil
conteúdo nacional.
do Brazil Windpower 2015, importante
fechou 2014 na 10ª posição. A expectativa
evento do setor eólico, a presidente da
da associação é de que em 2016 o país se
na atualidade há diversas empresas que
Abeeólica, junto com outros agentes do
torne o sexto maior gerador e no mesmo
fabricam equipamentos para produção de
mercado, comemorou o alcance de 7 GW
ano ocupe a terceira ou segunda posição
energia eólica no Brasil. “E como a escala
de capacidade instalada de energia gerada
entre os países que mais investem nesta
vem aumentando, muitas dessas empresas
pelos ventos, representando 5% da matriz
fonte de energia renovável.
até desenvolvem projetos para o vento
O ministro de Minas e Energia, Eduardo
Alto montante contratado de energia
Social
de
(BNDES)
atrela
aerogeradores
a
que
Atualmente, conforme a Abeeólica, são
aerogeradores.
“Começamos
Assim, enfatiza o presidente da EPE,
72
Reportagem
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
brasileiro, que é diferente do europeu”,
Em complemento a Elbia, o engenheiro
na cadeia produtiva como um todo, há
explica.
Em
do departamento de credenciamento do
capacidade para atender o que está se
muitas
outras
razão
da
competição, também
BNDES, Lucas Lucena, afirma que, de fato,
vendendo, na média e até um pouco acima
começaram a desenvolver projetos na área.
companhias
são quatro empresas que já cumpriram
da média, nos leilões.
Exemplificando como a cadeia produtiva
as etapas de nacionalização estipuladas
Para o especialista em Projetos de
nacional tem progredido, Tolmasquim cita
pelo banco, sendo duas públicas e outras
Competitividade
a Tecsis, fabricante nacional, localizada
duas, cujos processos já estão prontos
Brasileia de Desenvolvimento Industrial
em Sorocaba (SP), que, com tecnologia
internamente, mas que faltam pequenos
(ABDI),
própria, produz pás para turbinas eólicas.
detalhes para finalizar. Lucena cita ainda
produtiva do setor eólico está em fase
A empresa desenvolve pás sob medidas
mais outras duas indústrias que estão bem
de amadurecimento. Tosta salienta que,
e é considerada uma companhia de
avançadas com as etapas de nacionalização
desde o estudo da ABDI publicado há um
excelência por analistas do setor, tendo
e mais um fabricante que está entrando
ano, – no qual foi feito uma radiografia do
uma participação relevante nos Estados
agora e já busca se estruturar.
Neste
setor – já surgiram mais de uma dezena
Unidos, por exemplo.
sentido, segundo o engenheiro, apesar
de fornecedores, contando os segmentos
A presidente da Abeeólica, Elbia
de a Abeeólica falar em 11 fabricantes de
de pás eólicas, torres e componentes.
Gannoum, explica que o setor eólico vem
aerogeradores, o BNDES trabalha com seis
“Além disso, nós tivemos uma dezena de
discutindo com frequência o tema da cadeia
– provavelmente sete até o final do ano –,
anúncios de fornecedores que já dobraram
produtiva porque o prazo estabelecido
que estão de fato credenciados e seguindo
sua capacidade produtiva, tendo em vista
Eduardo
Setorial Tosta,
da
Agência
a
cadeia
a demanda e a conjuntura, que estão superpositivas para a energia eólica”, diz o
No cenário mundial, a força do mercado brasileiro de energia eólica também começa a aparecer. Em 2014, ficou em quarto lugar no ranking mundial de ampliação de capacidade, com 2,4 GW instalados. Em 2015, existe a possibilidade de que supere a Alemanha, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
especialista.
A presidente da Abeeólica comemora
o fato de o cenário econômico favorecer o setor. Elbia fala especificamente da questão cambial. Em 2009, quando ocorreu o primeiro leilão de energia eólica, a taxa de câmbio entre dólar e real estava equilibrada, o que facilitou e incentivou a entrada de investidores estrangeiros e propiciou o desenvolvimento dos primeiros parques eólicos e a constituição de um mercado competitivo. E agora, em um momento no qual as indústrias estão encerrando essa fase de nacionalização, o dólar em alta fortalece o produto fabricado no Brasil. A
pelo BNDES para o cumprimento das
as regras do Finame.
próxima etapa, segundo Elbia, é pensar
etapas visando à nacionalização termina
Este número de fabricantes é suficiente,
mesmo no processo de formação. “Nós
em dezembro deste ano. Elbia recorda que,
de acordo com Lucena, para suprir a
estamos na terceira fase da indústria. Já
na época em que foram estabelecidos, os
demanda contratada de energia eólica
fizemos a inserção, a nacionalização e agora
prazos pareceram bem desafiadores, haja
anual no momento. “Nós temos uma
vamos para os investimentos em P&D e
visto a juventude da indústria eólica no
capacidade de construção de máquina
Inovação, que é realmente a fase natural”,
país. “E naquela ocasião, nós temíamos
na planta, por fabricante, de 3,5 GW.
declara a presidente da associação.
não cumprir as etapas, mas no começo
Há máquina suficiente”, assegura. Em
de junho nós tivemos a notícia de que
relação à cadeia de baixo, o engenheiro
duas empresas já o fizeram”, comemora.
do departamento de credenciamento do
Conforme a presidente da Abeeólica, o fato
BNDES destaca que vê dificuldades em
dessas indústrias terem conseguido não
apenas dois itens: rolamentos e a usinagem
fase, principalmente se comparado a
apenas cumprir o prazo como antecipá-lo é
de algumas peças. Dificuldades que serão
outras áreas do setor elétrico. No entanto,
um bom sinal de que os desafios nesta área
solucionadas em breve, segundo Lucena.
seria otimismo demais pensar que poderia
serão cumpridos sem grandes dificuldades.
O engenheiro afiança que, atualmente,
atravessar a crise econômica sem alguns
“Não estamos sozinhos” O segmento eólico está em grande
74
Reportagem
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
arranhões. Recordando as palavras de
eólicos é de que os empreendimentos
que o mercado defendia há algum tempo,
Élbia, o presidente da CPFL Renováveis,
sejam comercializados nos leilões com
de que a fonte eólica é uma energia
André Dorf, salienta que o segmento
o preço da energia bastante baixo e
complementar. Assim, a tendência é de
vive em uma “ilha de prosperidade” na
que, depois, na hora de executarem a
que o sistema elétrico estoque a energia
parte do crescimento, “mas não estamos
obra, os empreendedores tenham muita
de fonte hídrica ou térmica – cuja matéria-
sozinhos na parte de financiamento”.
dificuldade para atingir os resultados que
prima, água, carvão, gás etc. – pode
Segundo o executivo, hoje, no que
seus investidores almejam. Aguilar acredita
ser estocada e privilegie o despacho de
se refere a novos investimentos, o
que todo o setor eólico será afetado pela
energia eólica e solar. A falta de chuvas
financiamento é um desafio para todas
questão do financiamento. Por exemplo,
e a consequente diminuição de recursos
as indústrias ligadas a infraestrutura ou
segundo ele, caso uma empresa que
hídricos
intensivas em capital. “O equity ficou
tenciona implantar uma usina eólica não
segundo Aguilar, para a continuidade de
mais caro e menos disponível”, afirma.
tenha recursos para financiar boa parte do
investimentos na área eólica. Contudo,
e
investimento e não obtenha sucesso em
para
conselheiro administrativo da Abeeólica,
buscar auxílio com investidores externos,
financeira, o investimento adquirirá um
Afonso Carlos Aguilar, explica que, por
ela certamente pedirá ao fornecedor
nível de complexidade maior para ser
conta da questão macroeconômica do
que estenda o prazo pela cobrança dos
executado.
país, o BNDES vem passando por uma
equipamentos fornecidos. “Isso já está
recessão de crédito. O banco, que antes
começando a ocorrer. As empresas estão
financiava até 80% do investimento, está
buscando repassar estas dificuldades de
O
diretor-executivo
da
Alubar
ele,
devem
exatamente
contribuir,
pela
questão
O desafio da transmissão Uma
Uma preocupação que costuma inquietar os agentes do setor elétrico, em especial o segmento eólico, é a transmissão, ou melhor, a possibilidade de faltar linhas para escoar a energia gerada pelos parques.
também
preocupação
que
costuma
inquietar os agentes do setor elétrico, em especial o segmento eólico, é a transmissão, ou melhor, a possibilidade de faltar linhas para escoar a energia gerada pelos parques. Na área eólica, esse receio reside no fato de que, em 2012, alguns empreendimentos
recém
completados
ficaram sem operar justamente porque algumas linhas não foram construídas a tempo. Em razão disso, o governo modificou em 2013 a modelagem de leilão
de
energia
eólica.
Antes,
os
empreendimentos eram leiloados e depois anunciando, conforme Aguilar, que arcará
crédito para o fornecedor”, afirma.
eram feitos os certames das linhas que os
com até 50%. Diminuindo o percentual de
Em razão das dificuldades em se obter
atenderiam. Agora, os leilões de linhas de
financiamento por cada projeto, o BNDES
crédito, o diretor-executivo da Alubar
transmissão são realizados em primeiro
pretende atender a mais empresas. Neste
acredita que haverá uma seleção das
lugar. Quando há garantia de que a linha vai
sentido, a fatia que cabe à própria empresa
empresas que fazem parte do mercado
sair, o Operador Nacional do Sistema (ONS)
no investimento aumentará. “Antes o
de energia eólica. Ou seja, participarão
dá o parecer de acesso, permitindo que o
empreendedor colocava um equity de 20%
efetivamente do setor empresas de maior
parque eólico correspondente àquela linha
a 30%, para uma faixa de juros, de 5% a 6%
porte, com uma estruturação financeira que
participe do leilão de geração.
em um empréstimo de longo prazo. Hoje,
comporte a realização de investimentos
vai ter de colocar 50% a uma taxa de 12% a
sem um auxílio maciço do BNDES.
Conselho de Administração da Abeeólica,
15%”, diz.
Esta problemática não irá, contudo,
Márcio Severi, a situação de haver um
Neste sentido, destaca o presidente do
Para Aguilar, a diminuição do valor a
diminuir o ritmo dos investimentos no
parque eólico pronto sem uma linha de
ser financiado pelo BNDES acarretará em
setor eólico, segundo o diretor da Alubar.
transmissão e consumidor pagando por isso
grande desafio para os empreendedores
Isso porque o Brasil vem mantendo
acabou. “Estruturalmente não existe mais
nos leilões de energia. Segundo o diretor-
um nível de crescimento vegetativo de
este problema, mas ainda há um resquício”,
executivo da Alubar, o receio das empresas
consumo de energia, que poderá ser
diz. A presidente da Abeeólica, Elbia
que fazem parte da cadeia de serviços
atendido pela eólica. Aguilar destaca que
Gannoum, destaca que o segmento ainda
e de fornecimento de equipamentos
o governo finalmente aceitou uma tese,
vive um processo de transição. Conforme
75
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
ela, a mudança da regra é recente, então
presidente do Conselho de Administração
aventadas pelo mercado para o fracasso
muitos leilões de transmissão terão de
da Abeeólica, o cenário de crise econômica
que parecem estar atreladas. São elas: a
ocorrer para deixar o portfólio de projetos
fez muitas empresas não participarem do
baixa taxa de remuneração e a precificação
que o setor tem à disposição aptos para
último certame de linhas de transmissão
do risco de licenciamento ambiental que
serem executados. “A partir de 2016, a
realizado no dia 26 de agosto. Na
está muita alta no país.
situação melhorará porque começará a
ocasião, apenas quatro dos 11 lotes foram
se distanciar do processo de transição da
arrematados. “É o momento de se olhar
por nós e amplamente debatida com o
regra”, explica.
para outras alternativas”, diz.
Tribunal de Contadas da União (TCU) e com
“A taxa de remuneração foi corrigida
O presidente da CPFL Renováveis, André
Como opção, Severi aconselha a
o setor privado, tínhamos uma expectativa
Dorf, acredita, no entanto, que transferir o
segmentação da transmissão para que
positiva”, argumenta o ministro. No que
risco de transmissão para o empreendedor
determinada linha seja adquirida em um
tange ao licenciamento ambiental, Braga
não é resolver a questão. “Só migramos
ambiente para ser comprada por um
explica que ele acaba sendo monetizado
o problema”, afirma. “Na vida real o que
produtor independente, por exemplo,
e pressiona o preço e a remuneração das
se acaba por fazer é priorizar, para o nosso
por um determinado preço. Tal estratégia
linhas de transmissão.
portfólio, não o melhor projeto, mas aquele
deve onerar um pouco a transmissão,
A questão do licenciamento tem
com menor risco de transmissão”. O diretor
de acordo com ele, mas salvará o resto
um impacto muito forte na transmissão,
da EDP Renováveis Brasil, Renato Volponi,
da parcela de energia, não só no MWh
conforme o ministro, considerando que a
argumenta que a companhia, cujo ramo
produzido pela eólica, mas por todo o
maioria das linhas são longas e passam por
de atividade é a geração, não investe em
benefício que traria ao sistema. Severi
mais de um estado, por vários municípios.
transmissão no sentido de viabilizar seus
destaca que a transmissão é uma pequena
“Em alguns casos de mais de três dezenas
projetos de geração eólica. Conforme
parcela do custo total da energia. “Então,
de licenças que precisam ser alcançadas”,
Volponi, ou o projeto tem uma malha
é muito preciosismo ficarmos apertando
diz Braga, e “nem sempre é ambiental, às
de escoamento garantida ou a empresa
o setor de transmissão como estamos
vezes é fundiária, municipal, estadual. Às
parte para outro empreendimento. “Dessa
fazendo, ainda mais nesse ambiente
vezes a linha passa por terras da própria
maneira, neste jogo, infelizmente, projetos
econômico”, declara.
união, terras das forças armadas, terras
menos eficientes acabam se rentabilizando
Pensando
dentro
indígenas etc.”. Para solucionar este
na frente de outros mais eficientes”, declara
do ambiente de leilão tal como ocorre
obstáculo, o ministro promete acelerar
o diretor da EDP Renováveis Brasil.
atualmente, o ministro de Minas e Energia,
a aprovação da emenda constitucional
Para Severi, a regulação, os contratos e
Eduardo Braga, aponta o licenciamento
que vai estabelecer o fast track para o
o ambiente de leilão da transmissão “são
ambiental como um dos desafios a serem
licenciamento de obras estratégicas, que
irretocáveis”. No entanto, o setor tem
enfrentados. Em relação ao último certame,
deve destravar a obtenção das diversas
percebido problemas para a realização de
em que não houve muita procura, Braga
licenças para a construção de linhas de
novos investimentos na área. Conforme o
comentou a respeito de duas causas
transmissão.
a
transmissão
76
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Iluminação pública e eficiência energética Desenvolvimento e aplicação do índice de desempenho energético, utilizando regras fuzzy, com a finalidade de avaliar a eficiência do uso da energia elétrica na iluminação pública
Por Cesar Augusto Palácio Dantas e Fuad Kassab Junior*
77
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
O
Governo
Federal,
no
ano
A preocupação com a eficiência
2000, com o apoio do Ministério de
energética inicia-se como consequência
Minas e Energia (MME), por meio da
das crises energéticas (do petróleo em
Eletrobras,
Programa
1972 e 1979 e do racionamento de energia
Nacional de Iluminação Pública Eficiente
implantou
elétrica entre 2001 e 2002), relevância
(Reluz), com o objetivo de promover
crescente com o meio ambiente, no que
o desenvolvimento de sistemas de
diz respeito à sustentabilidade, e com a
iluminação
energeticamente
projeção de aumento do consumo até
eficientes. Segundo este programa, para
2020, conforme estudos da Empresa de
atingir tais objetivos, foram levados em
Pesquisa Energética (EPE).
consideração a utilização de tecnologias
Com relação à iluminação pública,
energeticamente
os
a Eletrobras informa que, no Brasil,
princípios de conservação de energia
ela corresponde a aproximadamente
e a conformidade com as legislações,
4,5% da demanda nacional e a 3% do
portarias e normas técnicas em vigor.
consumo total de energia elétrica do
O conceito de eficiência energética
país, o equivalente a uma demanda de
é utilizado para caracterizar a forma
2,2 GW e a um consumo de 9,7 bilhões
como a energia é utilizada na economia.
de kWh/ano.
Os progressos alcançados por meio
das implementações de políticas de
em atender ao aumento da demanda
utilização racional de energia conduzem
de energia elétrica com a iluminação
a uma melhoria na eficiência energética
pública, e o elevado custo de geração
da
a
de fonte alternativa, está exigindo dos
eficiência energética tem significado de
governos federal, estadual e municipal
produtividade energética.
a adoção de gestão de consumo com
a finalidade de se obter a eficiência
pública
economia.
o
mais
eficientes,
Neste
contexto,
Eficiência energética é uma atividade
técnico-econômica
que
objetiva
Com o consumo atual, a dificuldade
energética e a racionalização do uso.
proporcionar o melhor consumo de
energia e água, com redução de custos
órgãos governamentais e a sociedade
operacionais
estão
correlatos;
contingenciamentos
no
minimizar suprimento
Diante deste impasse, as empresas, fazendo
grandes
esforços
objetivando a racionalidade do consumo
desses insumos; bem como introduzir
de
elementos e instrumentos necessários
oportunidade
para o gerenciamento energético da
processos para reduzir o consumo de
organização. A finalidade é reduzir o
energia elétrica.
consumo por meio de medidas, tais
Este artigo aborda a gestão da
como: substituição de dispositivos de
iluminação pública, a partir da aplicação
iluminação por outros mais eficientes;
do índice de desempenho energético
utilização de sistemas de automação;
da iluminação pública, que, por meio
iluminação
de
de indicadores globais e específicos,
necessidades específicas; adequação de
e utilizando regras de inferência fuzzy,
grandezas elétricas como harmônicos e
avalia a eficiência e a racionalidade do
fator de potência às características da
uso da energia elétrica.
operação em questão; substituição de
insumo energético como energia elétrica
de desempenho é fruto da economia de
por iluminação natural.
energia, e este é resultado das mudanças
somente
diante
energia
elétrica de
ao
identificar
melhorias
nos
O crescimento da medida do índice
78
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
de hábitos dos usuários, alterações
e sistema de dinâmica desconhecida, em
dos
operacionais
uma forma compreensível, possibilitando
da iluminação e as substituições de
tomadas de decisão devido à facilidade
luminárias de menor eficiência pelas de
da implementação das estratégias.
maior eficiência.
procedimentos
A Figura 1 apresenta a arquitetura
básica, na forma de diagrama de bloco,
Desenvolvimento do índice de desempenho energético proposto O
desenvolvimento
do
de inferência fuzzy. As descrições dos blocos que constituem um controlador fuzzy estão apresentadas a seguir:
índice
proposto envolve as seguintes etapas:
1) Interface de “fuzzyficação” - essa interface realiza a conversão de valores reais
1) Seleção dos indicadores;
de
entrada
provenientes
do
processo para o domínio fuzzy. Na
Identificar e selecionar os indicadores
“fuzzificação” ocorre a atribuição de
que
valores linguísticos definidos por funções
correlacionam
com
o
índice
proposto.
de pertinência às variáveis de entrada; 2) Base de regras - representa a
2) Tabelamento dos indicadores;
modelagem do sistema de inferência
Medir e tabelar as informações de cada
nebulosa. É formada por um conjunto de
um dos indicadores.
regras condicionais do tipo “se - então”. Representadas na forma: R1 - se x1 é A1
3) Cálculo do índice.
e x2 é A2, então y é B1;
Calcular o índice proposto.
3) Lógica de tomada de decisão consiste em fazer uma tomada de
A
principal
vantagem
de
se
decisão com base nos resultados do
utilizar a lógica fuzzy como método
modelo de inferência fuzzy desenvolvido
de modelagem é a capacidade de
por Mamdini;
traduzir o conhecimento experimental
4)
de operadores humanos treinados em
consiste em traduzir a variável linguística
plantas industriais não completamente
deduzida pelas regras de inferência para
compreendidas, processos mal definidos
um valor real.
Interface
Figura 1 – Arquitetura básica.
de
“defuzzyficação”
-
80
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Figura 2 – Diagrama em blocos do índice de desempenho energético.
Com base na arquitetura básica, a Figura
elétrica. A faixa de valores que o fator
acréscimos no valor do preço médio da
2 apresenta o diagrama de blocos para a
de carga pode assumir está entre 0 e 1,
energia elétrica devido à cobrança de multa
determinação do índice de desempenho
sendo que, quanto mais próximo de 1 for
e aquecimento dos condutores elétricos
energético (IDE), a partir de indicadores
o resultado deste indicador, mais racional
gerando desperdícios de uso da energia
globais e específicos de uso de energia
é o uso da energia elétrica. Portanto, um
elétrica.
elétrica.
aumento do fator de carga tem como
Os indicadores globais caracterizam a
consequência o melhor aproveitamento da
unidade consumidora sob o ponto de vista
instalação elétrica e a diminuição do preço
da eficiência e da racionalidade do uso da
médio pago pela energia elétrica.
de medições. É definido pela razão entre a
3) Fator de Demanda (FD) O fator de demanda é obtido por meio
demanda máxima e a soma das potências
energia elétrica. Os indicadores globais utilizados nesta pesquisa são o fator de
2) Fator de Potência (FP)
nominais dos equipamentos instalados na
O fator de potência é a razão entre a
unidade consumidora.
potência (FP), o fator de carga (FC), o fator
de demanda (FD) e a iluminação natural (IN).
energia elétrica ativa e a raiz quadrada
O fator de demanda é um indicador
Os indicadores específicos têm como
da soma dos quadrados das energias
que informa quantos equipamentos são
objetivo avaliar a unidade consumidora
elétricas, ativa e reativa, consumidas em um
usados simultaneamente, em relação ao
considerando as informações físicas, de
mesmo período especificado e medidas
total dos equipamentos instalados. Pode
ocupação e os usos finais. O indicador
considerando-se
de
assumir valores na faixa entre 0 a 1, quanto
específico utilizado neste artigo é o
tensão e corrente apenas na frequência
maior for este indicador, significa que a
consumo de energia elétrica por área
nominal da rede elétrica.
unidade consumidora consegue utilizar
pública iluminada (IE).
A potência ativa é a responsável pela
simultaneamente maior percentual da
as
componentes
Analisando a influência de cada um dos
produção de trabalho útil. A potência reativa
potência nominal instalada, ou seja, há o
indicadores na eficiência e racionalidade do
não produz trabalho útil, sendo utilizada
bom dimensionamento dos equipamentos
uso da energia elétrica, temos:
para gerar fluxo magnético necessário
em
relação
ao
trabalho
executado.
ao funcionamento dos equipamentos.
Portanto, a instalação opera com eficiência
1) Fator de Carga (FC)
A potência aparente é a potência total
energética.
O fator de carga é definido pela razão
consumida pela unidade consumidora.
entre a demanda média e a demanda
4) Fator de utilização (FU)
O fator de potência é um indicador que
máxima da unidade consumidora, ou
avalia a eficiência do uso da energia elétrica,
O fator de utilização expressa a
pela razão entre o consumo expresso e
pois informa como a unidade consumidora
razão entre a potência consumida pelo
a demanda máxima multiplicada pelo
utiliza a energia reativa para a produção de
conjunto
intervalo de tempo.
trabalho útil. A faixa de valores que o fator
instalação e a soma da potência nominal
O FC pode ser utilizado como indicador
de potência pode assumir está entre 0 e 1,
de
das características e do uso correto dos
quanto mais próximo de 1 for o resultado
adimensional, podendo variar de 0 a 1,
equipamentos elétricos, do regime de
deste indicador, mais eficiente é o uso da
quanto maior for este indicador, significa
operação, dos desperdícios do uso de
energia elétrica. A unidade consumidora,
que a unidade consumidora consegue
energia elétrica, ou seja, avalia como a
operando com o fator de potência abaixo
utilizar um maior percentual da potência
unidade consumidora utiliza a energia
dos valores definidos pela norma, causa
nominal instalada.
de
equipamentos
equipamentos.
Este
de
uma
indicador
é
81
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
5) Iluminação natural (IN) Este indicador expressa o nível de luminosidade natural.
6) Indicador de consumo de energia por área iluminada (ICA)
O indicador de consumo de energia
por área pública iluminada é definido pela razão do consumo de energia elétrica e a área pública. Este indicador é utilizado como unidade de referência visando à verificação da eficiência do uso da energia elétrica.
7) Intensidade energética (IE)
O indicador de intensidade energética
é definido pela razão entre a energia consumida e o custo do serviço prestado.
O Índice de Desempenho Energético
(IDE)
determina
a
eficiência
e
a
racionalidade do uso da energia elétrica em uma instalação. A partir dessa variável estabelece metas para melhorar o uso da energia elétrica e também possibilitar a comparação com outros consumidores. As variáveis de entrada do sistema, com base em regras de inferência fuzzy proposto, são fator de carga (FC), fator de potência (FP), fator de demanda (FD), fator de utilização (FU), consumo de energia por área iluminada (ICA), intensidade energética (IE) e luminosidade natural (ILN). Todas com os respectivos símbolos, unidades, universos do discurso, conjuntos de termos linguísticos e as funções de pertinência. A variável de saída do sistema de inferência fuzzy foi denominada Índice de Desempenho Energético (IDE), gerando um número real no intervalo, com os respectivos símbolos, unidades, universo do discurso, conjuntos de termos linguísticos e as funções de pertinência. Ele indica o grau de eficiência e a racionalidade no uso da energia elétrica na iluminação. Quanto maior for o resultado deste índice, melhor é a eficiência e a racionalidade da energia elétrica.
82
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Aplicação do Índice de Desempenho Energético Proposto
A aplicação do índice de desempenho
proposto foi na iluminação pública da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira da Universidade de São Paulo. Na Figura 3, é mostrado o sistema de telegestão para gerenciamento e operação das luminárias.
A obtenção dos dados deste trabalho
foi realizada por meio de medições dos
parâmetros
elétricos,
consultas
Figura 3 – Sistema de telegestão.
aos manuais dos fabricantes, relatórios técnicos e especificações de projeto, com a finalidade de determinação dos
• Símbolo – FC;
• Função de pertinência – forma: linear
indicadores de eficiência energética.
• Unidade – adimensional;
decrescente; triangular; linear crescente.
Os
experi
• Universo de discurso – U (FC) = [0,75; 1];
forma
• Conjunto dos termos linguísticos – T (FC)
f) Consumo de energia por área
individualizada: tensão de alimentação,
{alto};
iluminada
intensidade
• Função de pertinência – forma: linear
• Símbolo - ICA;
crescente.
• Unidade - kWh/m²;
parâmetros
men tais
foram
elétricos
medidos
de
de
corrente
elétrica,
potência ativa e fator de potência, por
• Universo de discurso – U (ICA) =
meio de telemetria do controlador eletrônico da luminária.
c) Fator de demanda
[0,00069; 0,0015];
• Símbolo – FD;
• Conjunto dos termos linguísticos – T
ções dos parâmetros são selecionadas
• Unidade – adimensional;
(ICA) {alto, médio, baixo};
aleatoriamente, em diferentes potências
• Universo de discurso – U (FD) = [0,75; 1];
• Função de pertinência – forma: linear
e circuitos de alimentação; a quantidade
• Conjunto dos termos linguísticos – T (FD)
decrescente; triangular; linear crescente.
de amostras é em função do valor médio
{alto};
e desvio padrão de cada parâmetro.
• Função de pertinência – forma: linear
g) Intensidade energética
O
crescente.
• Símbolo – IE;
As amostras de luminárias para medi
procedimento
adotado
para
• Unidade – kWh/R$;
aquisição dos parâmetros elétricos é feito por leitura de minuto em minuto,
d) Fator de utilização
• Universo de discurso – U (IE) = [0,0033;
iniciada às 17h30 e encerrada às 19h00,
• Símbolo – FU;
0,0043];
tendo em vista a transição entre a
• Unidade – adimensional;
• Conjunto dos termos linguísticos – T (IE)
iluminação natural e a artificial.
• Universo de discurso – U (FU) = [0,60; 1];
{alto};
• Conjunto dos termos linguísticos – T (FU)
• Função de pertinência – forma: linear
{baixo, médio, alto};
crescente.
Para as variáveis de entrada definimos:
a) Fator de potência
• Função de pertinência – forma: linear
• Símbolo – FP;
decrescente; triangular; linear crescente.
h) Luminosidade • Símbolo – IL;
• Unidade – adimensional; • Universo de Discurso – U (FP) = [0,92; 1];
e) Fator de utilidade
• Unidade – lux;
• Conjunto dos termos linguísticos – T (FP)
• Símbolo – FU;
• Universo de discurso – U (IL) = [3; 36];
{alto};
• Unidade – adimensional;
• Conjunto dos termos linguísticos – T (IL)
• Função de pertinência – Forma: linear
• Universo de discurso – U (FU) = [0,60; 1];
{noite, intermediário, dia};
crescente.
• Conjunto dos termos linguísticos – T (FU)
• Função de pertinência – forma: linear
b) Fator de carga
{baixo, médio, alto};
decrescente; triangular; linear crescente.
83
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
A variável de saída é o índice de
e perspicácia do operador do sistema de
ção” média dos máximos (M-o-M), obtém-se
desempenho energético definido como:
gerenciamento, sem que seja necessário
um valor numérico real discreto, que
conhecer os valores numéricos das variáveis
representa a variável de saída, denominado
• Símbolo – IDE;
envolvidas.
Índice de Desempenho Energético. A
• Unidade – adimensional;
A Figura 4 mostra a tela do recurso
Tabela 1 mostra três diferentes cenários de
• Universo de Discurso – U (FV) = [0,79; 1];
computacional para a tela de introdução,
operação, sendo 1 de operação na fase de
• Conjunto dos termos linguísticos – T (IDE)
configuração de dados do Fuzzy Logical
implantação e 2 de simulação.
{baixíssimo baixo, médio, alto, altíssimo};
Toolbox do MATLAB® do sistema de
• Função de pertinência Forma: linear
inferência.
1, há possibilidade de aumento do
decrescente; triangular; triangular;
desempenho energético, da operação
Aplicando-se o método de “defuzzifica
Analisando os resultados da Tabela
triangular; linear crescente.
Resultados e análise
Na aplicação do índice de desempenho
energético, peculiaridades
foram na
observadas
iluminação
pública,
no que se refere aos procedimentos operacionais e também nos indicadores e no índice. O seu emprego propicia o uso eficiente e racional do uso de energia elétrica. A utilização da inferência fuzzy permitiu identificar problemas e executar as ações de controle, com base na experiência
Figura 4 – Tela do recurso computacional Fuzzy Logical Toolbox do Matlab.
84
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Tabela 1 – Cenários de operação do sistema de iluminação
Cenários 1
2
Fator de Potência (FP)
0,96
0,96
Fator de Carga (FC)
0,94
0,94
Fator de Demanda (FD)
0,92
0,92
Fator de Utilidade (FU)
0,92
0,99
Consumo por Área (ICA)
0,0009
0,0011
Intensidade Energética (IE)
0,0037
0,0037
Luz Natural (IL)
13
4
Índice de Desempenho Energético (IDE)
0,88
0,92
das luminárias na fase de implantação,
desenvolvido um método computacional
em relação à simulação. Esse ganho de
capaz de inter-relacionar e interpretar
desempenho pode ser alcançado por
diversos
meio da dimerização das luminárias em
com a finalidade de gerar um índice de
função da luz natural. Essa condição de
desempenho.
operação, por dimerização, é observada
pelo fator de utilidade e consumo
como índice de desempenho energético,
por área que são diferentes nos dois
apresenta como resultado uma informação
cenários.
qualitativa e quantitativa, que avalia a
Os fatores de potências, nos dois
conservação de energia.
cenários, próximos à unidade, são frutos
Mais ainda, possibilita ao gestor
da eficiência energética, e esses são
da
resultados da utilização da tecnologia
instrumento de tomada de decisão para
Led, baixas perdas e pouca influência de
estabelecer metas de melhoramento,
energia reativa.
permitir
Os fatores de cargas elevados, nos
instalações, e sempre que possível, buscar
dois cenários, são consequências da alta
analogias, com as que apresentarem
racionalidade do uso de energia elétrica,
melhor desempenho.
isto é decorrência da excelente distribuição
Finalmente, pode-se concluir que
do uso da energia elétrica em relação a
o sistema de inferência fuzzy é de fácil
demanda.
uso e que poderá colaborar com os
indicadores
conjuntamente,
A interpretação deste índice, definido
iluminação
pública
comparações
usá-lo
com
como
outras
gestores de qualquer cidade do país, na
Conclusão
melhor utilização da energia elétrica para a iluminação pública e na economia de
As medições dos parâmetros elétricos,
recursos financeiros.
realizadas pelo sistema de iluminação pública, contribuíram para a obtenção dos
Bibliografia
indicadores do uso da energia elétrica, apresentados neste trabalho.
1. Eletrobras. Procel – iluminação pública
O conceito é obter uma modelagem
. Disponível: http://www.eletrobras.com/
simplificada, baseado em lógica fuzzy,
elb/main.asp?TeamID=%7BEB94AEA0-
caracterizar o sistema de iluminação,
B206-43DE-8FBE-6D70F3C44E57%7D
sob o ponto de vista de eficiência e
Acesso em: 02 out. 2013.
racionalidade energética. Sendo assim, foi
2. FERREIRA, J. Economia e gestão da
85
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
energia. Lisboa. Disponível em: http://
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www.jesusferreira-pt.giganet1.
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(Mestrado). Escola Politécnica da USP.
Universidade Federal de Ouro Preto.
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Disponível
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http://www.abesco.com.br/abesc.
em Serrarias. 2011. 159p. Dissertação
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energia elétrica). Escola Politécnica da
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Universidade de São Paulo, 2015.
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nebulosa e controle nebulosa. Pontifícia
determinação de funções de pertinência
Universidade
de
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aenergia.pdf
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EMPRESAS
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DE
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CATANEO. controladores
A
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Ciências
metodologia Nebulosa
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de a
http://tcs.eng.br/PUC/
avaliação energética de empresas de
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avicultura de postura. Revista Energia na
pdf. Acesso em: 14 jan. 2014.
Agricultura. Botucatu, v. 25, n. 1, 2010,
6. ZADEH,L. A. Fuzzy Sets. Institute of
p. 21-39. Disponível em: https://www.
Electrical and Electronics Engineers. p.
google.com.br/#q=Botucatu%2C+vol.
338-353, 1965.
+25%2C+n.1%2C+2010%2C+p.21-39.
Disponível
em:
Graduação),Curso
em:
de
http://www.em.ufop.
cecau/monografias/
(indicadores
2007/JAIR%
de
uso
de
*Cesar Augusto Palácio Dantas é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor universitário do Centro Universitário Fieo (UNIFIEO) e da Faculdade Sumaré. Fuad Kassab Junior é pesquisador, orientador e professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
86
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
O sistema elétrico brasileiro O país conta com 4.290 empreendimentos de geração de energia elétrica e cerca de 127 mil quilômetros de linhas de transmissão para levar energia a 77 milhões de consumidores
Não é raro definirem o Brasil como um país de dimensões
comércio e residências). A distribuição não faz parte do SIN,
continentais. A extensão territorial nacional é de 8.514.876 km², o
mas tem importante papel na cadeia de geração, transmissão e
que dá ao país a quinta posição entre os países com maior área do
distribuição de energia elétrica brasileira (GTD).
mundo. Para se ter uma ideia de como a comparação é cabível, a
Europa – contando parte da Rússia – apresenta 10.180.000 km de
particularidades do segmento de GTD do país:
extensão.
Dessa forma, imagina-se a dificuldade de levar energia
Brasil apresenta hoje 4.290 empreendimentos de geração de
elétrica a cada canto do Brasil, tendo em vista a estrutura do
energia elétrica, totalizando mais de 138 GW de potência instalada
chamado Sistema Interligado Nacional (SIN). Este necessita
em operação comercial. Desse total de capacidade, a maioria, um
de empreendimentos produtores de energia - no Brasil calcado
pouco mais de 92 GW, é oriunda de pequenas, médias e grandes
em usinas hidrelétricas com grandes reservatórios - e linhas de
usinas hidrelétricas. Em seguida, vem a geração termelétrica,
transmissão – com torres, cabos e outros equipamentos -, com
responsável por cerca de 39 GW e, em terceiro, a geração eólica,
o intuito de escoar a energia até aos municípios. Não se deve
cuja capacidade instalada é de aproximadamente 7 GW. No que diz
esquecer o segmento de distribuição de energia elétrica, que
respeito à participação da fonte na matriz elétrica brasileira, a fonte
abaixa a tensão da energia elétrica vinda das transmissoras,
hídrica é a que tem maior importância (65,16%), acompanhada pela
deixando-a apta a ser consumida pelos usuários (indústrias,
fonte fóssil (19,03%), pela biomassa (9,72%) e pela eólica (4,68%).
Confira a seguir alguns dados para compreender o tamanho e as Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o
87
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Capacidade de geração do Brasil
Empreendimentos em Operação Tipo
Quantidade
CGH
525
EOL
273
PCH
466
4.829.899
4.816.945
3,47
UFV
25
25.233
21.233
0,02
Potência Fiscalizada (kW)
%
368.732
370.609
0,27
6.667.533
6.629.397
4,78
Potência Outorgada (kW)
UHE
198
87.701.249
85.203.663
61,42
UTE
2.804
40.960.879
39.689.669
28,61
UTN
2
1.990.000
1.990.000
1,43
Total
4.293
142.543.525
138.721.516
100
Os valores de porcentagem são referentes a Potência Fiscalizada. A Potência Outorgada é igual a considerada no Ato de Outorga. A Potência Fiscalizada é igual a considerada a partir da operação comercial da primeira unidade geradora.
associação, em levantamento atualizado até dezembro de 2014, as concessionárias, em sua totalidade, atendem a aproximadamente 77 milhões de consumidores, sendo a maior parte (84,54%) de clientes residenciais e apenas 0,74% de clientes industriais. O consumo total destas distribuidoras atingiu no ano passado a marca de mais de 342 mil GWh. Desse total, as residências foram responsáveis por um pouco menos de 39% do consumo e as indústrias por cerca de 18%. Os outros 43% dizem respeito aos estabelecimentos comerciais e rurais. Legenda CGH – CGU – EOL – PCH – UFV – UHE – UTE – UTN –
Central Geradora Hidrelétrica Central Geradora Undi-elétrica Central Geradora Eólica Pequena Central Hidrelétrica Central Geradora Solar Fotovoltaica Usina Hidrelétrica Usina Termelétrica Usina Termonuclear
Outros números importantes referentes ao segmento de distribuição são os indicadores de qualidade de energia DEC, que indica o número de horas em média que um consumidor fica sem energia elétrica durante um período, geralmente mensal, e FEC, que aponta quantas vezes, em média, houve interrupção na unidade consumidora. O DEC das distribuidoras em 2014 foi de 17,61 e o FEC medido foi de 9,94. Estes números em 1997 haviam sido de
Fonte: Aneel
27,19 e 21,68, respectivamente. De acordo com a Abradee, entre
A Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica
1997 e 2014, houve uma queda de 35% no DEC e de 51% no FEC,
(Abradee) trabalha com a informação de 63 empresas de distribuição
o que trouxe, no período, um aumento de 7,7 pontos percentuais na
no país, sendo 47 destas associadas à entidade. Conforme a
satisfação dos clientes.
88
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD Gráfico Brasil - DEC/FEC 2015 (dados 2014)
Para unir os empreendimentos de geração aos consumidores alimentados pelas
distribuidoras existem imensas linhas de transmissão cruzando o país inteiro. Conforme Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), existiam, pelo menos até julho de 2015, 126.652 km de linhas de transmissão instaladas no Brasil, sendo a maioria, 52.954 km (41,8%) na classe de tensão 230 kV. Conforme o documento, somente até julho de 2015 entraram em operação no país 924,7 km de linhas de transmissão e 9.200,0 MVA de novos transformadores em instalações de transmissão. A expectativa, segundo o MME, é de que até 2017 sejam adicionados ao sistema elétrico do país mais 23.632,1 km de linhas de transmissão e que haja uma expansão da capacidade de transformação de 38.409 MVA.
Mapa sistema de transmissão – horizonte 2015
Fonte: ONS
89
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Linhas de transmissão instaladas no sistema elétrico brasileiro
Classe de Tensão
Linhas de Transmissão Instaladas
(kV)
(km)*
230 kV
52.954
41,8 %
345 kV
10.303
8,1 %
% Total
440 kV
6.741
5,3 %
500 kV
41.155
32,5 %
600 kV (CC)
12.816
10,1 %
750 kV
2.683
2,1 %
Total SEB
126.652
100 %
Fonte dos dados: MME/ANEEL/ONS
* Considera as linhas de transmissão em operação da Rede Básica, conexões de usinas, interligações internacionais e 190,0 km instalados no sistema de Roraima.
Linhas de transmissão de energia elétrica instaladas no SEB - jul/2015
Fonte dos dados: MME/ANEEL/NOS
Previsão da expansão de linhas de transmissão em km
Classe de Tensão
Previsão 2015
Previsão 2016
Previsão 2017
230 kV
1.558,5
3.204,3
989,8
345 kV
0
60,4
36
(kV)
440 kV
0
214
1,8
500 kV
5.225
8.091
5.176
600 kV (CC)
0
0
0
750 kV
0
0
0
Total
6.783,5
11.569,7
6.203,6
Fonte dos dados: MME / ANEEL / ONS / EPE
Na pesquisa que apresentaremos
consultoria,
projetos,
nesta
e vistorias.
No levantamento, elas
edição,
entrevistamos
as
manutenção
empresas que prestam serviços paras
informaram, entre outras coisas, quais
as
que
são seus principais clientes, o quanto
compõem o segmento de GTD, entre as
diversas
concessionárias
cresceram em 2014 e o quanto esperam
quais empresas da área de instalação,
crescer neste ano. Confira:
90
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD Análise do mercado brasileiro de prestadores de serviços para Geração, Transmissão e Distribuição de energia (GTD)
O perfil dos clientes que são atendidos pelas empresas que participaram deste levantamento é bem variado. As empresas de engenharia (17%) e as distribuidoras de energia elétrica (14%) foram, porém, os tipos de companhia mais citados. PRINCIPAIS CLIENTES 11%
Empresas geradoras de energia elétrica
3%
11%
Empresas montadoras de equipamentos
Outros
11%
Empresas transmissoras de energia elétrica
8%
Empresas de manutenção de redes
14%
Empresas distribuidoras de energia elétrica
17%
Empresas de engenharia
7%
8%
Empresas de montagem de redes de transmissão
10%
Empresas de montagem de redes de distribuição
Empresas de comercialização de energia elétrica
Em relação à ISO 9001, de gestão de qualidade, 36% dos entrevistados disseram
possuir tal certificado. No que concerne à ISO 14001, de gestão ambiental, apenas 18% dos prestadores de serviços afirmaram contar com tal certificação. CERTIFICAÇÕES ISO
ISO 14001 (ambiental)
18% 36%
ISO 9001 (qualidade)
A maioria das empresas que responderam ao questionário, 54%, afirmou que faturou até
R$ 5 milhões. Somente 5% disse ter faturado entre R$ 100 milhões e R$ 300 milhões. FATURAMENTO BRUTO ANUAL DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS PARA GTD EM 2014 5% 5%
Acima de R$ 300 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
11%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 6%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões 19%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
54%
Até R$ 5 milhões
92
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD
Em relação ao tamanho do mercado de prestadores de serviços
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
As empresas da região Sudeste e Centro-Oeste foram as que
para geração de energia elétrica, o resultado ficou dividido, com 28%
mais cresceram, segundo os prestadores de serviços entrevistados:
das empresas dizendo que o mercado de serviços para geração
33% e 20%, respectivamente. As regiões Norte e Nordeste foram as
de energia fatura de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão e com 29%
que menos cresceram: 5%.
afirmando que a quantia circulante no mercado no ano de 2014 foi de mais de R$ 1 bilhão.
PERCENTUAL DE CRESCIMENTO DAS EMPRESAS EM 2014 COMPARADO AO ANO ANTERIOR – POR REGIÃO
TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014 23%
29%
Acima de R$ 1 bilhão
SÃO PAULO
9%
Até R$ 50 milhões
20%
6%
33%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
10% 5%
14% 28%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
CENTRO-OESTE SUDESTE
SUL
NORTE E NORDESTE
De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões
No que diz respeito ao mercado de serviço para transmissão, o
resultado foi semelhante, com a maior parte das empresas acreditando que o mercado de serviços para transmissão de energia faturou mais de R$ 500 milhões em 2014.
Ante o crescimento de 2015, os prestadores de serviço da
região Sudeste são os mais otimistas, almejando crescer 27% em 2015. Logo depois vêm as companhias da região Sul que esperam obter uma elevação de 12%. PREVISÃO DE CRESCIMENTO DAS EMPRESAS PARA 2015 – POR REGIÃO
TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014 18% 23%
Até R$ 50 milhões
Acima de R$ 1 bilhão
3% 12%
0%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
SÃO PAULO
CENTRO-OESTE
27% 12%
29%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
18%
-1%
De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões
Os prestadores de serviço que participaram do levantamento
SUDESTE
SUL
NORTE E NORDESTE
As empresas entrevistadas acreditam que o mercado da região
acreditam que este mercado de serviços para distribuição de energia
Sudeste será o mais promissor no ano que vem, crescendo 16%. O
é mais modesto. 31% afirmou que o tamanho dele varia entre R$
mercado da região Centro-Oeste não apresentará acréscimo em seu
100 milhões e R$ 500 milhões.
faturamento de 2014 para 2015, de acordo com os prestadores de
TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014
serviços que fizeram parte do levantamento.
17%
Acima de R$ 1 bilhão
PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO TAMANHO ANUAL TOTAL DO MERCADO PARA 2015 – POR REGIÃO
19%
Até R$ 50 milhões 14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
2% 0%
SÃO PAULO
CENTRO-OESTE
16%
19%
3%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 31%
De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões
1%
SUL
NORTE E NORDESTE
SUDESTE
93
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Entre os fatores que devem influenciar o mercado de prestação
de serviço para GTD em 2015, a desaceleração da economia (27%)
e os reflexos da crise hídrica (16%) foram os mais assinalados pelas companhias que responderam a este questionário.
FATORES QUE JUSTIFICAM A PREVISÃO DE CRESCIMENTO PARA O MERCADO EM 2015 5% 10%
Outros
Falta de normalização e/ou legislação
5%
Programas de incentivo do governo
4% 27%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Desaceleração da economia brasileira
16%
Reflexos da crise hídrica
2%
Setor da construção civil aquecido
10%
Projetos de infraestrutura
14%
7%
Reflexos da MP 579
Setor da construção civil desaquecido
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
X
X
X
SC
X
X
X
AMATTI ENGENHARIA
(11) 4361-6679 www.analisedeenergia.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
APEL ENGENHARIA
(11) 2894-6873 www.apelengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
AREA ENGENHARIA
(11) 2325-1783 www.areaengenharia.com
São Paulo
SP
X
CCW ENGENHARIA
(84) 3223-1111 www.ccwengenharia.com.br
Natal
RN
DUTRA LACROIX
(11) 5573-2327 www.dutralacroix.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
ECOLUZ
(71) 2108-9200 www.ecoluz.com.br
Salvador
BA
X
X
X
X
EFFICIENZA
(41) 3292-5603 www.efficienza.eng.br
Curitiba
PR
X
X
X
ELETRICA URANIO
(11) 9991-08747 wwweletricauraanio.com.br
Jundiaí
SP
X
X
X
ENERGIA PURA
(24) 3371-1132 www.energiapura.com
Paraty
RJ
X
X
ENGENTÉCNICA
(73) 8892-0628 www.engentecnica.com.br
Itabuna
BA
X
X
X
X
ENSERV
(81) 3312-3422 www.enservengenharia.com.br
Olinda
PE
X
X
X
X
FOCUS ENGENHARIA
(19) 3873-5768 www.focusengenharia.eng.br
Santa Bárbara D' Oeste
SP
X
GCENG ENGENHARIA
(41) 3373-7374 www.gceng.com.br
Curitiba
PR
X
GEBRAS
(53) 8115-0064 www.gebras.com
Pelotas
RS
GPS ENGENHARIA
(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com
Fortaleza
CE
IGUAÇUMEC
(43) 3401-1000 www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
INSTITUTOS LACTEC
(41) 3361-6200 www.institutoslactec.org.br
Curitiba
PR
LAVILL
(11) 3582-0002 www.lavill.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
Manutenção
SP
Criciúma
X
Operação
Santa Bárbara D' Oeste
(48) 3462-3900 www.agpr5.com
X
Consultoria
(19) 3464-5650 www.afap.com.br
AGPR5
X
X
Instalação
AFAP
X
X
Outros
X
Direção de obra
X
Fiscalização de obra
X
SC
Distribuição
X
Vistorias
SP
Florianópolis
X
Manutenção
Guarulhos
(48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br
X
Operação
(11) 2464-8102 www.abb.com.br
ACR TECNOLOGIA
X
Consultoria
ABB
X
Instalação
X
Outros
X
Projeto
X
Direção de obra
Consultoria
MG
Cidade
Fiscalização de obra
Instalação
Belo Horizonte
Site
Vistorias
Estado
(31) 3481-1890 www.grupoabaco.com.br
Tipo de Serviços
Manutenção
Telefone
ÁBACO
Operação
EMPRESA
Projeto
Geração
Projeto
94
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X X
X X
X
X
X
95
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Santa Bárbara D' Oeste
SP
X
X
(11) 4448-8000 www.plp.com.br
Cajamar
SP
POWER SOLUTIONS
(11) 3181-5160 www.psolutionsbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PXM ENGENHARIA
(12) 3622-1122 www.pxm.com.br
Taubaté
SP
X
X
X
QUALITY ENGENHARIA
(71) 3341-1414 www.qualityltda.com.br
Salvador
BA
X
X
RTB ENGENHARIA
(19) 3213-4200 www.rtbeng.com.br
Campinas
SP
X
X
SADENCO
(48) 3028-2222 www.sadenco.com.br
Florianópolis
SC
SEL
(19) 3515-2000 www.selinc.com.br
Campinas
SP
X
X
SIEMENS
(11) 4585-8040 www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X
X
TREETECH
(11) 4413-5787 www.treetech.com.br
Atibaia
SP
X
URKRAFT
(11) 3662-0115 www.urkraft.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Manutenção
(19) 3645-9096 www.omegaportal.com.br
PLP BRASIL
X
X
Operação
OMEGA CONSTRUÇÕES
X
X
X
X
X
X
X
X
Consultoria
X
X
Instalação
X
Outros
SP
Projeto
GO
Diadema
Direção de obra
Goiânia
(11) 4066-2900 www.nipo-br.com.br
X
Fiscalização de obra
(62) 3091-4141 www.nathusa.com.br
NIPO BRASILEIRA
X
Distribuição
X
X X
Vistorias
NATHUSA
X
Manutenção
SP
Operação
MA
Rio de Janeiro
Consultoria
Imperatriz
(21) 3496-0644 www.masalupri.com.br
X
Instalação
(99) 3523-2253
MASALUPRI
X
Outros
LUZ ENG.SERV
X
Projeto
SP
Direção de obra
Estado
São Paulo
Fiscalização de obra
Cidade
(11) 2901-7033 www.lpeng.com.br
Vistorias
Telefone
LPENG
Manutenção
EMPRESA
Tipo de Serviços
Operação
Consultoria
Instalação
Site
Projeto
Geração
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X X X
Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
AMATTI ENGENHARIA
11 2122 0400
www.andradecanellas.com.br
São Paulo
SP
X X X
APEL ENGENHARIA
11 2894 6873
www.apelengenharia.com.br
São Paulo
SP
X X X
AREA ENGENHARIA
11 2325 1783
www.areaengenharia.com
São Paulo
SP
X X X
CCW ENGENHARIA
35 3629 5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
DUTRA LACROIX
31 3551 2061
www.barbosandrade.com.br
Ouro Preto
MG
ECOLUZ
84 3223 1111
www.ccwengenharia.com.br
Natal
RN
EFFICIENZA
47 3036 1800
www.correamateriaiseletricos.com.br Blumenau
SC
ELETRICA URANIO
19 3756 2755
www.solucoescpfl.com.br
Campinas
SP
ENERGIA PURA
11 5491 1999
www.efacec.pt
São Paulo
SP
ENGENTÉCNICA
41 3292 5603
www.efficienza.eng.br
Campo Largo
ENSERV
11 99177 9418 www.eletricauranio.com.br
FOCUS ENGENHARIA
81 3312 3422
www.enservengenharia.com.br
GCENG ENGENHARIA
44 3029 4500
GEBRAS
19 3873 5768
GPS ENGENHARIA
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X X X
X
PR
X X X
X
Jundiaí
SP
X X X
Olinda
PE
X
www.feitep.com.br
Maringá
PR
www.focusengenharia.eng.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
85 3217 3275
www.gpsengenharia.com
Fortaleza
CE
IGUAÇUMEC
43 3401 1000
www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
INSTITUTOS LACTEC
41 3361 6200
www.institutoslactec.org.br
Curitiba
PR
LAVILL
11 2901 7033
www.lpeng.com.br
São Paulo
SP
X
X
1954
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
1980
X
X
X
2005
X
X
X
1999
X
X
2009
X
X
X
1998
X
X
X
1989
X
X
X
1988
X
X
2013
X
X
X
1990
X
X
X
1993
X
X
1999
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1996 X
X X
X
2013
X
X
X
2000
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X X
1986
X X X
X X X X X
X
X
X X
Ano de inicio de atividades da empresa
SC
Compra produtos, equipamentos, componentes, etc
SP
Criciúma
Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores
Santa Barbara D'Oeste
www.agpr5.com
X
X
X X
X
Possuem Certificado ISO 14001
www.afap.com.br
48 3462 3900
X
Programas na area de responsabilidade social
19 3464 5650
AGPR5
X
X
Acima de 100
AFAP
X
X
X
Possuem Certificado ISO 9001
SC
De 30 a 50
SP
Florianópolis
De 10 a 30
Guarulhos
www.acrtecnologia.srv.br
Até 10
www.acabine.com.br
48 3269 5559
Empresas montadoras de equipamento Outros
11 2842 5252
ACR TECNOLOGIA
X
Empresas de manutenção de redes
ABB
X X
Empresas de montagem de redes de transmissão Empresas de engenharia
Cidade Belo Horizonte
Empresas de comercialização de energia elétrica Empresas de montagem de redes de distribuição
Site www.abacoprojetos.com.br
Empresas distribuidoras de energia elétrica
Telefone 31 3481 1890
Número de funcionários
Principais Clientes
Outros Empresas geradoras de energia elétrica Empresas transmissoras de energia elétrica
Direção de obra
ÁBACO
EMPRESA
Estado MG
Vistorias Fiscalização de obra
Distribuição
De 50 a 100
96
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
1998
X
X
2007
X
X
2006
X
X
2011
X X X
X
X
X
1983
X X
X
X
X
1959
X
X
X
1952
X X
97
GO
X X
Santa Barbara D'Oeste
SP
OMEGA CONSTRUÇÕES
21 2508 6711
www.pethras.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
PLP BRASIL
12 3622 1122
www.pxm.com.br
Taubaté
SP
X
X
POWER SOLUTIONS
71 3341 1414
www.qualityltda.com.br
Salvador
BA
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
81 3453 8242
www.rayotec.com.br
Recife
PE
QUALITY ENGENHARIA
48 3028 2222
www.sadenco.com.br
Florianópolis
SC
RTB ENGENHARIA
0800 728 9110 www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
SADENCO
19 3515 2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SEL
51 3339 4136
www.sulenge.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
SIEMENS
27 3328 2412
tereme@tereme.com.br
Serra
ES
X
X
X
TREETECH
11 3662 0115
www.urkraft.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
URKRAFT
68 3228 5149
www.vectramultiengenharia.com.br
Rio Branco
AC
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2003
X
X
2001
X
1983
X
1976
X
X
X
2013
X
X
1967
X
X
2015
X
X
1998
X
X X X
1987
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
PXM ENGENHARIA
X
X
1990
X X
X X
X
1998
X X
X
X
1905
X
X
1995
X
X
2004
2000 X X X
X X
X
X X
1994
X
X
X
Ano de inicio de atividades da empresa
Goiânia
www.omegaportal.com.br
X X X
Possuem Certificado ISO 14001 Programas na area de responsabilidade social
www.mea.eng.br
19 3645 9096
X
X
Acima de 100
62 3278 2591
NIPO BRASILEIRA
X
X
Possuem Certificado ISO 9001
NATHUSA
X X
De 50 a 100
RJ
De 30 a 50
Rio de Janeiro
X
De 10 a 30
MA
www.masalupri.com.br
X X
Até 10
Imperatriz
21 3496 0644
X
Empresas montadoras de equipamento Outros
99 3523 2253
MASALUPRI
X
Empresas de manutenção de redes
LUZ ENG.SERV
X
X
X
Empresas de montagem de redes de transmissão Empresas de engenharia
Telefone 67 3522 3455
Empresas de comercialização de energia elétrica Empresas de montagem de redes de distribuição
Empresas distribuidoras de energia elétrica
Outros Empresas geradoras de energia elétrica Empresas transmissoras de energia elétrica
Estado MS X
Direção de obra
Cidade Três Lagoas
Número de funcionários
Principais Clientes
LPENG
EMPRESA
Site www.lumoengenharia.com.br
Vistorias Fiscalização de obra
Distribuição
Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores Compra produtos, equipamentos, componentes, etc
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
X
X
98
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Estudo de estabilidade de tensão Análise da aplicação do dispositivo SVC na subestação Viana II – 500 kV Por Alcebíades Bessa, Lucas Encarnação e Paulo Menegaz*
99
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
O
sistema elétrico de transmissão
com o passar dos anos, tornou-se um
brasileiro é composto, em sua maioria, por
ponto-chave para o sistema. Este fator
linhas de tensão na faixa de 230 kV a 750 kV.
destacou-se com a desregulamentação
O controle destes níveis de tensão dentro
do setor elétrico brasileiro, ocorrida
da faixa de valores determinados pelo
na década de 1990. Neste cenário, a
Operador Nacional do Sistema Elétrico
relação entre produtores e consumidores
(ONS), muitas vezes, ocorre por meio
de energia elétrica passou por uma
de dispositivos eletromecânicos, dentre
mudança substancial, tendo em vista que
eles autotrafos, banco de capacitores e
os consumidores passaram a comprar
compensadores síncronos.
energia livremente de qualquer agente
A partir do desenvolvimento da
gerador. Dessa forma, foi garantida uma
eletrônica de potência, surgiu um novo
maior competitividade entre os agentes
conceito de dispositivos que permitem
do mercado de energia elétrica. Em
o controle do fluxo de potência, bem
contrapartida, o sistema de transmissão
como do perfil de tensão nas linhas de
teve de se adequar a novos padrões de
transmissão, tornando sua operação mais
carregamento e a novas exigências de
flexível e confiável. Estes dispositivos,
controle e operação.
comumente conhecidos como FACTS
Com
(Flexible AC Transmission Systems), têm
investimento dos agentes transmissores
sido pesquisados a fim de atender a dois
em novas tecnologias que aumentem a
principais objetivos:
confiabilidade do sistema e ao mesmo
isso,
a
necessidade
de
tempo seja competitivo dentro deste - Aumentar a capacidade de transmissão
novo cenário fomentam cada vez mais a
de potência das redes;
aplicação destes dispositivos FACTS.
- Controlar diretamente o fluxo de potência
Sistema elétrico de potência ES/MG
em rotas específicas de transmissão. Dentre
os
dispositivos
FACTS
O estado do Espírito Santo é atendido
normalmente utilizados, o SVC (Static
em sua totalidade por duas companhias de
Var Compensator) é um compensador
distribuição de energia: a EDP ESCELSA
utilizado em aplicações que envolvam o
e a Empresa de Luz e Força Santa Maria
controle de fator de potência, a regulação
S.A., que, além de realizar a distribuição
de tensão, o aumento da capacidade de
de energia para os consumidores, também
transmissão e da estabilidade de sistemas
administra pequenas usinas geradoras do
de transmissão.
tipo PCH em sua maioria. Além destas
O SVC é constituído por reatores
pequenas usinas hídricas, ao longo dos
e capacitores chaveados por tiristores,
últimos anos, o estado recebeu algumas
capaz de injetar ou absorver reativos
usinas termelétricas para suprimento da
da rede. Estes dispositivos, por usarem
demanda em condições específicas de
o chaveamento dos circuitos por meio
baixo nível dos reservatórios ou condições
de semicondutores no lugar das chaves
de pico do sistema.
eletromecânicas, elevam a confiabilidade
A geração de energia no estado é
do sistema, com diminuição da interrupção
responsável por menos de 20% da energia
para manutenção de componentes que
total
desgastam com o uso.
forte dependência da energia produzida
em outras regiões do país. Conforme
A confiabilidade do sistema elétrico,
consumida,
demonstrando
sua
100
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Figura 1 – Ligação do sistema elétrico do ES ao SIN.
mostrado na Figura 1, atualmente, o
de todo o sistema elétrico nacional,
Espírito Santo é interligado ao Sistema
nos cenários de carga previstos para
Interligado Nacional (SIN) por meio das
2015. A partir destes dados, utilizou-se
seguintes linhas de transmissão:
o programa Anarede para isolar apenas a área de interesse de estudo deste
- Mesquita/Viana II, com tensão de 500
trabalho,
kV, pertencente a MGE Transmissão,
subestações de Mesquita e Viana II.
consórcio formado por FURNAS (49%),
Dessa forma, o programa foi utilizado
J. Malucelli Construtora (20%) e Engevix
para obter os dados do equivalente
Engenharia S.A (31%);
externo do sistema nas fronteiras de
- Campos/Vitória e Ouro Preto II/Vitória,
interesse
ambas de 345 kV, pertencentes a Furnas;
apresentado na Figura 2.
- Aimorés/Mascarenhas e Mascarenhas/
Verona sob responsabilidade, respectiva
na Figura 2 estão representadas em p.u. no
mente, da Evrecy e ETS, ambas com
Quadro 1, sendo calculadas considerando
tensão de 230 kV.
a base de 100 MVA.
A linha de transmissão Mesquita/
compreendida
deste
estudo,
entre
as
conforme
As impedâncias do sistema mostradas
As linhas LA1, LA2, LA3, LA4, LA5 e
Viana II entrou em operação no segundo
LA6 são linhas auxiliares geradas durante
semestre de 2014 e terá o objetivo de
a obtenção do equivalente externo nas
aumentar a estabilidade e a confiabilidade
fronteiras do sistema. Elas representam a
do sistema elétrico capixaba, além de
contribuição da interligação da área em
aumentar a flexibilidade no despacho de
estudo com o SIN por meio de outras
energia no estado. Além destes fatos,
linhas de transmissão não representadas
poder-se-ia dizer que outro fator de
no diagrama. As impedâncias Z1 a
grande importância diante da construção
Z18
desta linha é a expectativa de crescimento
equivalentes do sistema elétrico na região
nos investimentos em geração térmica no
de fronteira e dos transformadores. As
Espírito Santo que poderão utilizar esta
demais impedâncias LTs representam as
linha como meio de conexão ao SIN.
impedâncias das linhas de transmissão.
representam
as
impedâncias
A Figura 3 apresenta, em forma de
Levantamento dos dados da área
diagrama de blocos, a representação do
do sistema em estudo
sistema equivalente da área em estudo,
Inicialmente, foram obtidos junto ao
sendo este modelado e simulado pelo
ONS os parâmetros elétricos da malha
programa PSCAD/EMTDC.
101
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Quadro 1 – Impedâncias em p.u. do sistema da área em estudo Impedância
R1
X1
R0
X0
Z1
0,16
1,99
0,07
1,62
Z2
0
0,46
0
0,46
Z3
0
1,1
0
1,1
Z4
0
2,69
0
2,69
Z5
0
-0,22
0
-0,22
Z6
0
23,63
0
7,63
Z7
0
2,69
0
2,69
Z8
0
-0,22
0
-0,22
Z9
0
7,37
0
0
Z10
0
2,69
0
2,69
Z11
0
-0,28
0
-0,28
Z12
0
7,6
0
0
Z13
0
2,69
0
2,69
Z14
0
-0,28
0
-0,28
Z15
0
7,6
0
7,6
Z16
0,43
3,03
0,18
1,64
Z17
0,05
1,18
0,13
1,28
Z18
5,38
24,57
0,03
5,77
LT Viana/Viana II – C1
0,02
0,3
0,24
0,91
LT Viana/Viana II – C2
0,02
0,3
0,24
0,91
LT Mesquita/Viana II
0,21
3,37
2,77
10,16
LT Neves I/Mesquita
1,15
2,41
2,49
9,55
LT Neves I/Vespas II
0,02
0,34
0,33
1,27
LT Mesquita/Vespas II
0,14
2,1
2,01
7,8
LA 1
37,6
108,27
6,6k
54,2k
LA 2
3,02
37
4,9k
5,1k
LA 3
1,46
8,58
11,6
44,55
LA 4
3,78
19,68
233,7
329,9
LA 5
894,7
1,8k
409k
722k
LA 6
418,8
719,93
9,5k
22k
Figura 2 – Sistema elétrico equivalente da área em estudo.
Transmissão
102
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
externos modelando a interligação desta às subestações de Bom Despacho III500 kV, Barreiro I-345kV e Sete Lagoas IV-345kV,
além
de
diversas
Usinas
Hidrelétricas e Termelétricas, dentre elas UHE Três Marias, UHE Igarapé, UTE Aureliano Chaves, outras e circuitos ligados ao barramento de 138kV; – Sistema C – Equivalente elétrico da subestação Vespasiano II, sendo esta uma região de fronteira com equivalentes externos modelando a interligação desta à subestação e a circuitos de saída no barramento de 138 kV; – Sistema D – Equivalente elétrico da interligação da subestação Mesquita 230 kV às linhas Mesquita/Usiminas 230 Figura 3 – Sistema modelado no PSCAD/EMTDC.
kV, Mesquita/Ipatinga 230 kV, Mesquita/
Para modelagem do sistema foi
características apresentadas nas Figuras
definido por meio do Mapa do Sistema
4 e 5 detalhadas nos Quadros 2 e 3.
Elétrico de Transmissão (ONS, 2014)
e do Submódulo 23.3 – Diretrizes e
de cada bloco do diagrama mostrado
critérios para estudos elétricos (ONS,
nas Figuras 2 e 3:
2010),
presente
nos
A seguir, é apresentada a descrição
de Rede do ONS, o número de barras
– Sistema A – Equivalente elétrico
necessárias. Segundo este submódulo,
da subestação Viana, sendo esta uma
entre a barra focalizada no estudo e a
região de fronteira com equivalentes
barra de fronteira, cuja representação
externos
é realizada por meio do equivalente do
desta às subestações de Campos-345
sistema naquele ponto, deve existir pelo
kV e Vitória-345 kV, além da UTE Viana
menos duas outras barras.
e circuitos ligados ao barramento de 138
Além da modelagem do sistema
kV;
a partir dos dados elétricos, também
– Sistema B – Equivalente elétrico da
foram
de
subestação Neves I, sendo esta uma
montagem das torres, conforme as
região de fronteira com equivalentes
modelados
os
dados
II,
Mesquita/Governador
Valadares 230 kV e Mesquita/Baguari 230 kV; –
Subestação
Mesquita
–
Bloco
que apresenta os equipamentos da subes tação de Mesquita, dentre eles,
Procedimentos
modelando
Timoteo
a
interligação
transformadores, banco de capacitores e compensador síncrono; – Subestação Viana II – Bloco que apresenta
os
subestação
de
equipamentos Viana
II,
da
composta
basicamente pelo transformador de 900 MVA – 500/345 kV; – LT Mesquita-Viana II – Bloco que representa
a
linha
de
transmissão
Mesquita/Viana II – 500 kV – simples; – LT Viana-Viana II C1 – Bloco que representa a linha de transmissão Viana/ Viana II – 345 kV no circuito 1 – duplo; – LT Viana-Viana II C2 – Bloco que representa a linha de transmissão Viana/ Viana II – 345 kV no circuito 2 – duplo; – LT Vespasiano II-Neves I – Bloco que representa a linha de transmissão Vespasiano II/Neves I – 500 kV – simples; – LT Vespasiano II-Mesquita – Bloco que representa a linha de transmissão Vespasiano II/Mesquita – 500 kV –
Figura 4 – Silhueta típica das linhas de transmissão com tensão 500 kV.
Figura 5 – Silhueta típica das linhas de transmissão com tensão 345 kV.
simples; – LT Neves I-Mesquita – Bloco que
104
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Quadro 2 – Dimensões das torres de transmissão (metro) Circuito
A
B
C
D
E
LT Viana/ Viana II – C1
33,35
7
3,6
6,15
3,35
LT Viana/ Viana II – C2
33,35
7
3,6
6,15
3,35
LT Mesquita/ Viana II
30
9
9,9
11,5
0,4572
LT Neves I/ Mesquita
30
11,3
8,15
12,05
0,4572
LT Neves I/ Vespas II
30
11,3
8,15
12,05
0,4572
LT Mesquita/ Vespas II
30
11,3
8,15
12,05
0,4572
Quadro 3 – Cabos das torres de transmissão Circuito
Cabo Fase
Cabo sem Fase
Cabo P. Raio
Dist. (Km)
LT Viana/ Viana II – C1
Rail
2
Dotterel
10
LT Viana/ Viana II – C2
Rail
2
Dotterel
10
LT Mesquita/ Viana II
Rail
3
Dotterel
248
LT Neves I/ Mesquita
Ruddy
3
7/16”EHS
172,5
LT Neves I/ Vespas II
Ruddy
3
7/16”EHS
25,4
LT Mesquita/ Vespas II
Ruddy
3
7/16”EHS
150
representa a linha de transmissão Neves I/Mesquita – 500 kV – simples; – LA 1, LA 2, LA 3, LA 4, LA 5 e LA 6 – Blocos que representam as linhas auxiliares de interligação da área de estudo ao SIN por outras linhas de transmissão.
Sendo o objetivo do trabalho estudar
a regulação de tensão da barra de 500 kV da subestação Viana II devido à entrada
Figura 6 – Modelo de simulação da subestação Viana II sem o SVC.
em operação da nova linha MesquitaViana II, apresentaremos a seguir o modelo de simulação implementado no PSCAD. Dessa forma, na próxima seção, será realizada a validação deste modelo, utilizando como base dados de operação obtidos junto ao ONS.
Modelo
Figura 7 – Vista aérea da subestação Viana II.
de simulação da
subestação
Viana II
Validação
do sistema simulado
As Figuras 6 e 7 apresentam,
Para fins de comparação e de
respectivamente, o modelo implemen
validação dos modelos de simulação
tado no PSCAD/EMTDC para simular
propostos, foram utilizados os valores
a subestação de Viana II – 500 kV e a
apresentados nos “casos de referência
imagem real da subestação modelada.
utilizados para estudos elétricos de
No modelo apresentado, pode ser
fluxo de potência dentro do horizonte
observado um transformador de três
do Plano de Ampliações e Reformas da
enrolamentos e o reator de linha shunt
rede básica PAR para os anos de 2014 a
na barra de 500 kV.
2016”, disponibilizados no site do ONS.
105
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
o
situação de carga pesada e a Tabela
para que, na modelagem do sistema,
comportamento da área em estudo foi
2 apresenta os erros percentuais dos
obtenham-se os valores de tensão de
simulado por meio do modelo proposto
valores simulados, tomando como base
barra próximos ao valor real fornecido
usando a plataforma do PSCAD/EMTDC,
os valores fornecidos pelo ONS.
pelo ONS. O mesmo acontece quando
sendo considerado o cenário de junho
Observando a Tabela 2, pode-se
se comparam os valores obtidos por
de 2015 com cargas leve, média e
verificar que os erros percentuais dos
simulação nos cenários de carga média e
pesada. Os resultados de simulação
valores simulados são pequenos, com
carga pesada na barra Viana II – 500 kV e
obtidos foram então comparados com
exceção do fluxo reativo na linha de
dos demais sistemas da área em estudo,
os valores disponibilizados pelo ONS,
transmissão Mesquita/Viana II. Porém,
validando
a fim de validar o modelo de simulação
em valor absoluto, tal erro é pequeno
desenvolvido no PSCAD/EMTDC.
proposto. A Tabela 1 apresenta a
diante dos fluxos de potência da linha
comparação destes valores apenas na
de transmissão. Tal situação acontece
A
partir
destes
dados,
Tabela 1 – Comparação da tensão e dos fluxos de potência obtidos para a barra Viana II – 500 kV no cenário de carga pesada Valores fornecidos pelo ONS Componente
Potência ativa
Potência reativa
Tensão Mód./Âng.
(MW)
(MVar)
(pu / o)
Valores fornecidos pela NOS LT Mesquita/Viana IIValores simulados 306,4 utilizando o modelo 31,2 proposto
o
modelo
de
simulação
Modelo do SVC
O compensador SVC do tipo TCR-
TSC foi desenvolvido inicialmente com o objetivo de oferecer uma compensação dinâmica para sistemas de transmissão, diminuindo suas perdas em regime
-
permanente
e
aumentando
sua
Shunt Equivalente
0
155,3
-
flexibilidade de operação. Para isto, o
Barra Viana II
-
-
1,069/ -91,2º
compensador terá uma faixa de variação
Valores simulados utilizando o modelo proposto.
de reativos que estarão dentro de uma
LT Mesquita/Viana II
316,4
22,4
-
faixa com potência injetada capacitiva
Shunt Equivalente
0
155
-
(QC) até uma faixa de potência absorvida
Barra Viana II
-
-
1,069/ -88,2º
Tabela 2 – Erros percentuais entre valores simulados e valores fornecidos pelo ONS na barra Viana II-500 kV para cenário de carga pesada Componente
Potência ativa
Potência reativa
Tensão Mód./Âng.
LT Mesquita/Viana II
-3%
28%
-
Shunt equivalente
0%
0%
-
Barra Viana II
-
-
-5%
indutiva (QL).
A configuração básica do SVC do tipo
TCR-TSC e a imagem real deste dispositivo típico são apresentadas respectivamente nas Figuras 8 e 9, compondo o sistema dessa maneira pelo TCR, TSC e o filtro de correntes harmônicas, geralmente de 5ª e 7ª ordem.
106
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
(1) (2) (3)
TSC – Tiristor Chaveando Capacitor O TSC monofásico é apresentado na Figura 11, sendo composto por um capacitor e uma chave bidirecional formada
Figura 8 – Configuração geral do SVC.
por dois tiristores em antiparalelo com um pequeno indutor limitador de corrente. Este limitador de corrente terá a função de limitar a corrente de pico sobre o tiristor em correntes anormais ocasionadas, por exemplo, pelo mau funcionamento dos tiristores e chaveamento em momento errado, evitando a ressonância entre
Figura 9 – SVC caso real – Alstom Grid FACTS.
dispositivos da rede para frequências múltiplas do sistema.
TCR – Tiristor controlando
sobre o indutor será senoidal, enquanto
reator
para o ângulo α=180º, a corrente no
O TCR é um dos componentes do
indutor será nula. Para ângulos α com
dispositivo SVC, que também pode ser
valores intermediários, a corrente no
encontrado na compensação de reativos
indutor será descontínua, variando com
de maneira isolada. Na maioria dos
o valor de α. Operação com ângulo
projetos de compensador de reativos,
de disparo α abaixo de 90º introduzirá
o TCR é encontrado em paralelo com
componentes
um banco de capacitores fixo ou com
no
capacitores chaveados por tiristor.
atuação simétrica dos dois tiristores
O TCR é composto por um par de
em antiparalelo e, portanto, deverá ser
tiristores em antiparalelo, T1 e T2, ligado
evitada. Outro ponto importante do
em série com um reator linear de núcleo
controle da indutância com tiristores é
a ar, conforme ilustrado na Figura 10. O
que a chave formada por tiristores terá
A chave tiristorizada do TSC terá
ângulo de disparo de tiristor será medido
como características de seccionamento
a função básica de conectar ou não
a partir do momento que a tensão nos
da condução de forma independente do
o banco de capacitores ao sistema,
seus terminais Vs passar por zero.
ângulo de disparo, ou seja, não haverá
atuando desta forma como uma chave
A faixa de controle do ângulo de
este controle. A interrupção se dará no
ON-OFF para o banco de capacitores,
disparo α dos tiristores está entre 90º e
momento em que a corrente no ramo do
ao contrário do TCR na qual a chave irá
180º. Para o ângulo α=90º, a corrente
tiristor passar por zero, conhecido como
controlar a indutância total do banco de
comutação de linha. Além disso, outra
indutores visto pelo sistema.
sistema,
de
corrente
causando
contínua
distúrbio
na
Figura 11 – Configuração do TSC.
característica da comutação de linha é que após iniciada, em determinado momento,
Figura 10 – Configuração do TCR.
qualquer
alteração
SVC modelado
de
O SVC adotado neste projeto foi
disparo só poderá ocorrer no próximo
instalado na barra de Viana II/500 kV
meio ciclo de onda. As equações 1, 2
(Figura 12) e será composto por 2 TCRs,
e 3 apresentam o comportamento da
1 TSC e 1 filtro de harmônicas, conforme
corrente sobre o TCR.
ilustrado na Figura 13.
107
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Figura 12 – Subestação Viana II-500kV com SVC.
Figura 13 – Bloco SVC.
Para
dimensionamento
do
SVC
o perfil de tensão do barramento da
foram feitas simulações com perfil de
subestação de Viana II entre valores de
carga leve, média e pesada, avaliando
1,02 p.u. e 1,06 p.u.
a inserção do SVC com valores variados.
Com base nestas simulações, os
De acordo com a variação do valor dos
valores dimensionados para o SVC
bancos de capacitores do TSC e dos
foram
reatores do TCR, buscou-se manter
Tabelas 3 e 4.
desenvolvidos
conforme
Tabela 3 – Parâmetros do SVC dimensionado Dispositivo
Indutância ou capacitância
Tensão (kV)
LTCR
6,41m H
17,5
CTSC
173,23μ F
17,5
LTSC
0,50m H
17,5
LFiltro5ª
2,26m H
17,5
CFiltro5ª
120μ F
17,5
LFiltro7ª
1,13m H
17,5
CFiltro7ª
130μ F
17,5
Tabela 4 – Faixa de operação SVC dimensionado Característica
QSVC [MVA]
QTCR [MVA]
QTSC [MVA]
QFiltro [MVA]
Capacitiva
150
0
120
30
Indutiva
- 350
- 380
0
0
as
108
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
a linearização da função de transferência apresentada
nas
equações
1
a
3,
conforme ilustrado na Figura 16.
Resultados Na Figura 14 – Malha de controle do SVC.
simulação
do
sistema,
foi
considerado o tempo variando de 0 a 24 segundos para que haja um equivalente à variação da carga no tempo real de 0 a 24 horas ao longo do dia. Desta maneira, é possível visualizar a variação de carga em regime nos modos leve (00h às 07h),
Figura 15 – Malha de calculo do ângulo α.
médio (07h às 18h e 21h às 24h) e pesado (18h às 21h). Além disso, foram feitas três simulações do sistema, sendo a primeira sem o SVC (gráfico vermelho), a segunda com o SVC ajustado para tensão do barramento Viana II em 1,02 pu (gráfico azul) e para 1,06 pu (gráfico verde).
Figura 16 – Curva de disparo Btcr versus α.
As
Figuras
17
e
18
ilustram,
respectivamente, a resposta da carga ativa e reativa da linha de transmissão Mesquita/Viana II, com e sem a injeção de potência reativa do SVC. Ao longo do dia, a barra Viana II – 500 kV absorve potência ativa fornecida pela linha de transmissão e, dependendo do período, fornece ou recebe reativos, por isso, na Figura 18 é Figura 17 – Potência Ativa LT Mesquita-Viana II.
apresentado o fluxo de reativos ora com valor positivo (SE Viana II absorvendo) ora negativo (SE Viana II fornecendo). As Figuras 19 e 20 apresentam, respectivamente,
as
alterações
dos
valores do módulo e ângulo da tensão do barramento de Viana II ao longo do dia. Observa-se que a tensão no barramento de Viana II muda naturalmente numa faixa
Figura 18 – Potência Reativa LT Mesquita-Viana II.
de 1,032 a 1,092 pu, sendo para classe
A partir do valor de Bsvs será avaliada
variando o ângulo α, o valor do Bsvs será
de tensão de 500 kV os limites de tensão
a necessidade de inserção do TSC e
o somatório da admitância do TCR, TSC e
entre 1,0 e 1,1pu (ONS, 2010).
calculado o ângulo de disparo α do TCR.
filtro de harmônicas.
No entanto, a potência ativa na linha
não sofre variação com a mudança de
Tal decisão é avaliada como: A malha de cálculo do ângulo α
perfil de tensão na barra de Viana II,
- Bsvs indutivo – o TSC é retirado
desenvolvida
fato este associado à não alteração da
variando-se apenas o TCR, o valor do
apresentada na Figura 15.
abertura angular na barra para os três
Bsvs será o somatório da admitância do
Na Figura 15, o bloco F(x)→α terá a
perfis de tensão. Todavia, é importante
TCR e o filtro de harmônicas;
função de indicar o ângulo α a partir do
ressaltar que a mudança de perfil de
- Bsvs capacitivo - mantem o TSC ativo
valor do Btcr desejado. Para tanto é feita
tensão altera o fluxo de potência reativa
no
PSCAD/EMTDC
é
109
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
na linha, tendo este fato influência direta
de tensão para 1,06 pu, nos instantes de
na injeção de reativos do SVC no sistema.
tempo entre 0h e 7h e 17h e 20h, são
Para o aumento da tensão na barra
observados no perfil de tensão alguns
Viana II, com perfil de tensão fixa em 1,06
picos na ordem de 0,015 pu devido à
pu, ocorre a diminuição de injeção de
retirada e à inserção dos capacitores do
potência reativa por meio da linha para
TSC 1 e TSC 2.
a barra Viana II-500kV. Nesta situação,
A resposta de controle do sistema
a injeção de energia reativa pelo SVC
SVC pode ser observada na Figura 21.
apresenta características capacitivas em
Esta curva possui o formato idêntico ao
certos instantes, conforme a Figura 18. De
apresentado pela injeção de reativos
forma contrária para o ajuste de tensão
do SVC (Figura 22). Desta maneira,
em 1,02 pu, a tensão na barra deverá ser
comprova-se que o dispositivo SVC
mantida abaixo de sua condição natural
desenvolvido está trabalhando da forma
sem SVC, sendo desta forma demandada
esperada, ou seja, tendo a injeção de
potência reativa por meio da linha e o SVC
reativos de acordo com a demanda
tende a manter características indutivas
solicitada pela malha de controle.
em todo a simulação.
A potência reativa disponibilizada
Com o controle do SVC, pode ser
pelo SVC será a soma do reativo de todos
observado na Figura 19, que a tensão
seus componentes, TCR, TSC 1, TSC 2
do barramento é estabilizada nos valores
e filtros. Sendo assim, na situação de
predeterminados na malha de controle
controle em 1,02 pu, pode ser observado
sem
angular,
nas Figuras 24 e 25 que os TSCs 1 e 2 não
conforme mostra a Figura 20. No ajuste
são ativados, havendo apenas a injeção
alteração
da
abertura
Figura 19 – Tensão barramento Viana II - 500 kV.
Figura 20 – Ângulo de fase barramento Viana II - 500 kV.
Figura 21 – Sinal de controle Bsvs.
110
Transmissão
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
FACTS: Tutorial. SBA Controle & Automação. Revista
nas Figuras 24 e 25.
O
fluxo
reativos
do
filtro,
• HINGORANI, N. G.; GYUGYI, L. Understanding FACTS: concepts and technology of flexible AC
com
afundamentos
entre
no sistema de transmissão da Eletrosul. 2003. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica)
Florianópolis, 2003. • AGÊNCIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE ENERGIA
energético do Espírito Santo. 2010. p. 40. Disponível
Conclusões
em:
Por meio deste trabalho foi simulado
abr. 2014.
pela linha Mesquita/Viana II 500 kV no software PSCAD/EMTDC. Além disso, foi elaborado o dispositivo SVC para controle de tensão na barra de Viana II. forma satisfatória, com a modelagem do sistema atendendo às expectativas embasadas nos valores disponibilizados pelo ONS. O SVC desenvolvido também
variação do TCR conforme ilustrado na Figura 23. Esta situação ocorre, porque a malha de controle Bsvs tenta manter o SVC com características indutivas ao longo do dia, não necessitando dos TSCs.
A situação de controle de tensão em
1,06 pu exigirá a atuação dos TSCs 1 e 2 em certos momentos do dia. Na maior parte do dia, a tensão natural do sistema tende a ser superior a referência. Neste
Mapas do SIN, Sistema de Transmissão: Horizonte 2015, 2014. Disponível em: <http://www.ons.org.br/ conheca_sistema/mapas_sin. aspx>. Acesso em: 20 nov. 2014. • OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Submódulo 23.3 Diretrizes e Critérios para Estudos br/download/procedimentos/modulos/Modulo_23/ Subm%C3%B3dulo%2023.3_Rev_1.1.pdf >. Acesso em: 10 jul. 2014. • OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Casos de Referências utilizadas para estudos elétricos de fluxo de potência dentro do horizonte do Plano de Ampliações e Reforços na Rede Básica PAR 20142016, 2013. Disponível em: <http://www.ons.org.br/
esperados,
plano_ampliacao/casos_refer_regime_permanente.
conforme
expectativas
aspx>. Acesso em: 23 nov. 2013. • MOHAN, M.; RAJIV, V. Thyristor-Based Facts
e TSCs, ocorrendo de acordo com a
Controllers for Electrical Transmission Systems. 2002.
demanda feita pela malha de controle em
IEEE Press, USA.
seu sinal Bsvs.
ao longo do tempo (Figura 26), com a
• OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO.
apresentou o controle e o desempenho teóricas, com o chaveamento do TCR
constantes
<http://www.aspe.es.gov.br/download/
Relatorio_de_Gestao_5anos.pdf>. Acesso em: 20
Elétricos, 2010. Disponível em: <http://www.ons.org.
A proposta deste foi alcançada de
praticamente
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Relatório de Gestão: Cinco anos de realizações no segmento
estado Espírito Santo ao de Minas Gerais
mantém
Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina,
elemento passivo conectado em paralelo
e validado o sistema que interliga o
se
– Programa de Pós-graduação em Engenharia
esperada, tendo em vista que o filtro é um
de reativos do filtro de harmônicas que
• MACHADO, R. L. Aplicação de dispositivos FACTS
momentos de pequeno afundamento
Figura 23 – Potência reativa TCR.
Figura 26 – Potência reativa filtro.
transmission systems. 2000. IEEE Press, USA.
os instantes 4 e 19 horas, que são os
ao barramento.
Figura 25 – Potência reativa TSC 2.
1998, p. 39-55.
praticamente fixo ao longo de toda a
de tensão do barramento. Tal situação é
Figura 24 – Potência reativa TSC 1.
da Sociedade Brasileira de Automática,v.. 9, n.. 1,
apresentado na Figura 26, mantém-se simulação, Figura 22 – Potência reativa SVC.
de
and Distribution. New Age International. New Delhi,
O problema de controle de perfil de
tensão na barra de Viana II, objeto de estudo deste projeto, foi corrigido de forma satisfatória com a inserção do SVC projetado, sendo apresentadas neste artigo duas situações dentro da faixa de controle projetada.
Agradecimentos Agradecemos
as
informações
cedidas pela equipe do ONS e da Cemig necessárias
• PADIYAR, K. Facts Controllers in Power Transmission
para
elaboração
deste
projeto.
Referências
momento, ocorre o desligamento dos
• WATANABE, Edson H.; BARBOSA, Pedro G.;
dois TSCs, conforme pode ser observado
ALMEIDA, Katia C.; TARANTO, Glauco N. Tecnologia
2007.
*Alcebíades Rangel Bessa é engenheiro eletricista e mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente, é engenheiro eletricista da Eletrobras Furnas, atuando na manutenção eletromecânica de equipamentos e linhas de transmissão da Gerência de Produção Vitória. Lucas Frizera Encarnação é engenheiro eletricista e doutor em Engenharia Elétrica. Atualmente, é professor adjunto da UFES e atua nas áreas de eletrônica de potência, qualidade de energia elétrica, filtragem ativa, compensadores estáticos e conversores multiníveis. Paulo J. M. Menegáz é doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente, é professor associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFES e atua nas áreas de transmissão de energia elétrica, fontes renováveis de energia, eletrônica de potência e conversores estáticos.
112
Aula prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por Tatiane Musardo e Sergio Roberto Santos*
PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA INCÊNDIO NOS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
113
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Introdução
utilizarmos a proteção passiva contra incêndio. Ao compartimentar o fogo
Ao apresentarmos a proposta de
em seu local de origem, ela evita sua
um artigo sobre Proteção Passiva contra
propagação,
Incêndios (PPI), surgiu a dúvida sobre
diminui as perdas financeiras, oferece
se este seria um assunto relacionado às
segurança aos ocupantes do edifício e
instalações elétricas em baixa tensão.
facilita os trabalhos dos bombeiros e
A pergunta em si demonstra o pouco
brigadas de incêndio.
fornece
estanqueidade,
conhecimento, generalizado, sobre este
Proteção ativa e proteção passiva
assunto e justifica a sua leitura.
Instalações elétricas e o incêndio
A proteção contra incêndio pode ser dividida em ativa e passiva, uma não
Boa parte do que se faz em um
substituindo a outra, pois as duas em
projeto
o
conjunto são muito mais eficazes, atuando
surgimento de um incêndio. Dimensionar
de modo distinto e garantindo a segurança
disjuntores para interromper um curto-
das pessoas e do patrimônio.
circuito ou condutores para evitar um
sobreaquecimento tem em comum este
no nosso cotidiano e são sistemas já
objetivo. No entanto, cada vez mais
conhecidos pela maioria dos profissionais.
é necessária a consciência de que as
São os extintores, sprinklers, hidrantes,
instalações elétricas, além de causa de
alarmes e outros equipamentos que
um incêndio, são um meio para a sua
necessitam de um acionamento manual
propagação e quanto maior a edificação,
ou automático para seu funcionamento.
mais extensa e complexa são as suas
Conforme a ABNT NBR 14432:2000,
instalações e maior será o desafio de
proteção passiva “é o conjunto de
evitar ou combater um incêndio que
medidas
aconteça nela.
construtivo do edifício, sendo funcional
Para alcançar o objetivo de preservar
durante o uso normal da edificação e que
vidas e garantir a integridade das nossas
reage passivamente ao desenvolvimento
edificações no caso de um incêndio, o
do
conhecimento das medidas de proteção
condições propícias ao seu crescimento
passiva contra incêndio é fundamental.
e propagação, garantindo a resistência
elétrico
pretende
evitar
A proteção ativa está mais presente
incorporado
incêndio,
não
ao
sistema
estabelecendo
ao fogo, facilitando a fuga dos usuários
Proteção em instalações elétricas
e a aproximação e o ingresso no edifício para o desenvolvimento das ações de combate”.
Os
recursos
de
proteção
contra
A proteção passiva reage ao calor do
em
fogo sem nenhuma intervenção externa
continuidade operacional e as rotas de
para começar a atuar. Ela permite ganhar
fuga devem estar protegidas, oferecendo
tempo, reduzindo os danos de um
um caminho seguro para que os ocupantes
incêndio ao restringir a sua propagação
abandonem o local em segurança. Além
e permitir que ele seja extinto o mais
disso, quando a ação do fogo é retardada,
rápido possível. Além do isolamento
os prejuízos patrimoniais são reduzidos e a
térmico, a PPCI oferece estanqueidade,
estabilidade estrutural permanece intacta.
impedindo a passagem das chamas e da
fumaça. Os gases tóxicos e aquecidos
incêndio
devem
se
manter
Para que isso ocorra é indispensável
114
Aula prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
que são liberados na combustão são a principal causa de morte e de problemas respiratórios nesses eventos. A fumaça ainda causa pânico e dificulta a visibilidade (Figura 1), atrapalhando a evacuação dos ocupantes e a ação das brigadas de incêndio.
A proteção passiva deve ser pensada
durante o projeto, dado que ela inclui o
afastamento
a
resistência
entre
as
estrutural,
edificações, a
proteção
do cabeamento elétrico, a saída de emergência e o controle dos materiais de acabamento e revestimento.
Compartimentação
O objetivo das medidas de proteção
Figura 1 – Visibilidade em caso de incêndio (sem e com proteção ativa).
passiva é a compartimentação. A Instrução Técnica 09 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo estabelece os
parâmetros
da
compartimentação
horizontal e vertical. De acordo com a National Fire Protection Association Handbook (NFPA), a compartimentação nas edificações é qualquer barreira que impeça ou limite a propagação das chamas de um ambiente para outros adjacentes. Para a obtenção da compartimentação, é comum a utilização de vedadores corta-fogo que podem ser produtos, como espuma e blocos intumescentes,
argamassas
especiais,
almofadas para isolamentos temporários, placa de fibra mineral com revestimento ablativo, entre outros produtos (Figura 2), que devem atender a uma classe de resistência, o TRRF (Tempo Requerido de Resistência ao Fogo). Segundo a Instrução Técnica 03 dos bombeiros, TRRF é a duração de resistência ao fogo dos elementos construtivos de uma edificação, estabelecida em norma, que varia de 30 a 120 minutos, dependendo da norma de teste e do órgão certificador. É aplicada em aberturas nas quais passam instalações elétricas, hidráulicas e de comunicação. Para escolher o sistema mais adequado,
Figura 2 – Produtos para compartimentação de ambientes.
116
Aula prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
é necessário considerar alguns aspectos, como o tamanho da abertura, tipo e espessura da parede, tipo de instalação que está passando, devendo obedecer às especificações do produto para garantir sua proteção.
Manutenção das funções vitais Outro aspecto muito importante, e que deve ser considerado em projeto para a proteção de um edifício, é assegurar que os sistemas de segurança, como saída de emergência, detecção automática
de
incêndio,
chuveiros
automáticos, iluminação e sinalização de
Figura 3 – Sistemas de bandejamento resistentes ao fogo.
emergência mantenham-se operacionais durante o evento, para isso, utilizam-se de alguns sistemas de proteção passiva,
de usinas eólicas, cabos fotovoltaicos,
- As dimensões da abertura;
como a proteção dos cabos para manter
ambientes com muito material combustível,
- As possibilidades de aplicação do
os respectivos circuitos funcionais, e
ou seja, tem uma larga área de aplicação,
produto em função das dificuldades de
materiais de bandejamento e fixação que
além de obedecer todas as exigências das
acesso ao local de utilização;
suportem por um determinado período
normas, como a ABNT NBR 9077:2001
- Após a vedação, qual a probabilidade
o fogo para manter as rotas de fuga
para saídas de emergência, a ABNT NBR
de novos cabos ou dutos serem instalados
desobstruídas (Figura 3).
10897:2014 de proteção contra incêndio
por meio das paredes;
Os cabos que devem continuar
por chuveiros automáticos e a ABNT NBR
- O tempo em que o sistema deverá resistir
conduzindo a corrente durante um
10898:2013 para sistema de iluminação
ao fogo;
incêndio podem ser colocados em dutos
de emergência, entre outras, que devem
- O custo do material.
resistentes ao fogo por um determinado
ser consultadas para a realização do
tempo, definido em projeto, e evitem
procedimento correto.
Novamente relacionamos as soluções
mais utilizadas para a vedação de aberturas,
que também o calor e a fumaça atinjam
Sistemas de isolamento
estes cabos.
como argamassas, placas pré-revestidas com produtos ablativos, almofadas e
Alternativamente existem dutos, que,
ao contrário, evitam que o incêndio em
Os materiais utilizados para proteção
blocos intumescentes, colares para tubos
seu interior contamine o ambiente em
passiva contra incêndio resistem ao fogo
e lã mineral. Estas soluções correspondem
que eles estão instalados.
por um tempo predeterminado, vedando
às necessidades de vedação que a
Já a bandagem pode envolver o
as aberturas em que passam instalações
instalação elétrica cria em uma edificação.
próprio cabo ou a sua eletrocalha. Ela inibe
elétricas e hidráulicas.
O projeto elétrico pode determinar a
o fogo em seu estágio inicial, causado, por
É necessário analisar cada situação
utilização de eletrodutos ou eletrocalhas,
exemplo, por um curto-circuito, ou em
para escolher o produto mais adequado,
instalações aparentes ou sob o piso,
caso de uma origem externa à instalação
seguindo as especificações necessárias
cabos expostos ou protegidos. Existirão
elétrica previne a propagação do incêndio
fornecidas pelos fabricantes de cada
grandes aberturas que serão fechadas
pelos próprios cabos, os protegendo do
produto. Cabe ao fabricante a certificação
definitivamente e passagem de cabos que
fogo. Estes dutos e bandagens podem ser
do material, o fornecimento das suas
serão continuamente modificadas.
utilizados em áreas internas ou externas.
características e a orientação pela sua
As argamassas aderem à maioria
Dependendo
aplicação.
das superfícies, assim como as placas de
podem ser utilizados em ambientes
fibra mineral que são bastante utilizadas
agressivos, como offshore, em torres
produto que deve ser utilizado são:
das
suas
características
Os critérios para escolher o tipo de
para vedar grandes aberturas. Elas se
117
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
diferenciam da argamassa comum por sua resistência ao fogo e por sua menor porosidade. Elas não são indicadas para paredes feitas com placas de gesso (Drywall). Quando o local utilizar o sistema Drywall, será mais indicada a utilização da placa pré-revestida e o sistema ablativo, que acompanha a placa, formando uma espuma de carbono isolante quando exposto a grandes temperaturas.
Outro sistema de isolamento bastante
utilizado é constituído por espumas corta fogo, fornecidas em forma de cartucho, aplicadas por meio de pistolas específicas. Este produto é um composto líquido que, após a sua cura, forma uma espuma de consistência macia, fácil de aplicar e que se adapta a qualquer formato de abertura (pequena ou média). Almofadas bastante
intumescentes
utilizadas
para
a
são
proteção
passiva, sendo produtos maleáveis e de instalação simples e prática. As almofadas podem ser usadas para isolamentos permanentes ou temporários, ideal para frequentes passagens de novos cabos ou reinstalações, como acontece durante a construção, em lojas ou locais de eventos. Os blocos intumescentes também são ideais para locais com frequentes reinstalações, como datacenter, CPD, laboratórios etc. São fáceis de instalar e não necessitam de ferramentas especiais para a sua aplicação. Eles expandem quando expostos ao calor e são bastante utilizados devido a sua praticidade e eficácia. Para
pequenos
isolamentos
é
recomendado o uso de lã mineral, muito utilizada
em
vedações
contrafogo,
pois seu ponto de fusão é ≥ 1.000 °C. Quando a abertura é muito pequena, o preenchimento pode ser feito apenas com a massa intumescente. Esse material, ao se expandir, tem o benefício adicional de dissipar o calor dos cabos, obtendo uma redução considerável da transferência de
118
Aula prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
proteção do “Shaft”, uma das principais
calor pelos fios de cobre.
Impactos financeiros
Para vedações de tubos é utilizado um
preocupações da PPI.
material especial, colares intumescentes
Cada conjunto de aberturas deve ser
que, em caso de incêndio, se expandem
Os prejuízos decorrentes de um
analisado individualmente para obtenção
quando expostos a altas temperaturas,
incêndio são muito maiores que o custo
do sistema que melhor se adapta a ele.
criando uma pressão que comprime os
da utilização da proteção passiva, visto
Neste momento uma reunião entre o
tubos plásticos que, ao amolecerem
que seu valor é pequeno em relação ao
projetista, o arquiteto e o fabricante do
com o calor, deixam espaços entre eles
investimento total da obra e não requer
sistema de PPI é necessária para que,
e as paredes. Estes colares também são
manutenções frequentes.
de posse das informações recebidas dos
utilizados quando há um conjunto de cabos
Além de a utilização da PPI limitar
responsáveis pelo projeto da edificação,
passando diretamente, sem tubulação, por
e retardar a propagação do fogo,
o fabricante possa indicar qual a melhor
meio das paredes.
evitando danos à edificação, aos bens
solução, levando em consideração as
Para evitar que o calor conduzido
e equipamentos que estão em seu
características construtivas do material,
pelo
ambiente
interior, ela também preserva a imagem
sua função na proteção e sua aplicação.
compartimentado para outro, expondo as
da empresa, pois não há paralisação
Caso seja aplicada sem que tenha
pessoas a um mal-estar ou criando outro
total de suas atividades, que podem ser
sido considerada no projeto, a PPI pode
foco do incêndio, são utilizadas tintas
retomadas rapidamente diminuindo o
até mesmo ser inviável devido à grande
especiais que aumentam a condução do
prejuízo pelo lucro cessante e os custos
quantidade de aberturas e às dimensões
calor pela cobertura dos cabos e, com
com a reparação dos danos causados
de cada uma delas.
isso, diminuem esta condução pelo cobre
pelo fogo. Além disso, é possível a
ou pelo alumínio do cabo.
redução no prêmio das seguradoras pela
minimização dos riscos devido o uso da
cabo
passe
de
um
Estes vários produtos disponíveis para
utilização necessitam ser especificados em
PPI.
A aplicação das medidas de PPI só é eficaz se realizada por mão de
projeto e para isso devem ser conhecidos
Projeto
pelo projetista. Os principais fabricantes
obra
suporte técnico por meio de profissionais
qualificados,
passiva,
técnicos
com
extremamente
qualificada.
A
responsabilidade neste tipo de serviço é
de produtos para PPI disponibilizam catálogos
Aplicação
No projeto do sistema de proteção o
projetista
contabiliza
as
autoexplicativa, mas também profissionais treinados são mais eficientes ao manusear
as características de cada produto e
aberturas necessárias para a passagem
e
softwares, que auxiliam na especificação
dos
desperdício de um material nobre.
e quantificação do material que deve ser
áreas. Uma atenção especial deve ser
utilizado.
dada às grandes aberturas, como a
PPI deverá possuir uma dupla certificação,
cabos
e
as
suas
respectivas
aplicar
os
produtos,
evitando
o
Após a sua instalação, o sistema de
119
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
instalação.
sistemas de proteção passiva contra
<www.abntcatalogo.com.br>;
Normalmente, o instalador é certificado
incêndios acompanha o aumento das
• SANTOS, Sergio. Introdução à proteção
pelo fabricante do produto, mas mesmo
edificações em seu tamanho, fluxo diário
passiva contra incêndios. Revista O Setor
assim é aconselhável que o sistema possua
de pessoas e complexidade. Ela está
Elétrico, jan. 2011;
a dupla certificação.
ligada diretamente às instalações elétricas
• SANTOS, Sergio. Fogo nas instalações
e aos profissionais responsáveis por elas.
elétricas. Revista O Setor Elétrico, maio
os materiais utilizados na PPI possuem
2011;
uma vida útil elevada, mas com prazo de
nova e envolver engenheiros eletricistas,
• SANTOS, Sergio. Proteção passiva
validade para o seu armazenamento antes
arquitetos e engenheiros civis, demandará
contra incêndios. Revista O Setor Elétrico,
da sua utilização.
um esforço considerável na sua divulgação,
junho 2011;
treinamento e normatização.
• SANTOS, Sergio. A importância da
dos
produtos
e
da
sua
Pelas suas características construtivas,
Depois de aplicado, toda a atenção
deve
ser
dada
às
alterações
Por ser uma exigência relativamente
preservação dos sistemas elétricos durante
nas
Referências
características da edificação, como novas
um incêndio. Revista O Setor Elétrico, jul.
aberturas ou passagem de novos cabos
• RING, Stefan. Fire protection in electrical
2011;
pelas vedações já existentes. Por isso, o
technology – a guide to fireproof building
• SANTOS, Sergio. Infraestrutura para rede
responsável pela edificação deverá manter
installations; OBO Bettermann;
de dados. Revista O Setor Elétrico, mar.
documentado todo o projeto da PPI e
•
cuidar para que ele seja continuamente
Bettermann. Disponível em: <www.obo.
• National Fire Protection Association
atualizado.
com.br>.
(NFPA). Fire Protection Handbook. 18th
•
Conclusão
Fire
Protection
NBR
14432-2000.
resistência construtivos
A necessidade da utilização dos
Systems
ao
fogo de
–
Exigências de
OBO
de
2013;
Edition, 1997.
elementos
edificações
–
Procedimento; ABNT. Disponível em:
*Tatiane Musardo e Sergio Roberto Santos trabalham na OBO Bettermann do Brasil.
ESPAÇO 5419
120
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por Hélio Eiji Sueta*
Desenvolvimento de uma planilha para análise de risco A aplicação da parte 2 da ABNT NBR 5419:
“Zonas de Estudo”. Nela é possível escolher até
2015 (Gerenciamento de risco), em cálculos de
cinco zonas que serão identificadas pelo usuário.
riscos feitos à mão é uma tarefa muito difícil
Ao preencher os dados técnicos do programa,
e trabalhosa, ainda mais que estes cálculos
o usuário poderá guardar estes dados para a
devem ser refeitos algumas vezes até se obter
respectiva zona. Desta forma irá preenchendo
um resultado satisfatório com riscos com valores
estes dados para todas as zonas definidas
inferiores aos toleráveis. Em vista disso, o Instituto
anteriormente. O risco total RT é calculado como
de Energia e Ambiente da USP desenvolveu uma
a soma dos riscos de cada zona.
planilha para auxiliar na análise de risco.
O primeiro passo do projeto foi decidir
cálculos das componentes de risco, a equação
qual o aplicativo de computador supriria as
básica indicada na norma: RX = NX x PX x LX.
necessidades do projeto. Para a planilha,
A interpretação prática desses elementos pode
escolhemos o aplicativo da Microsoft Excel,
ser enunciada através das seguintes proposições
devido à facilidade com que os dados são
simples: não é possível mudar o número de
processados e disponibilidade do programa.
eventos perigosos por ano Nx, pois não temos
Além disso, o modo como foi programada a
controle dos raios. Por outro lado, a probabilidade
planilha eletrônica permitiu o estudo interativo
de danos à estrutura Px é diminuída se ela
do
A planilha utiliza, em grande parte dos
risco,
for robusta o suficiente, pois existem normas,
facilitando a compreensão. Nesta etapa os dados
procedimentos, montagens e equipamentos que
e informações foram analisados e organizados
podem assegurar isso. E, finalmente, a perda Lx
em uma planilha.
pode ser maior ou menor se houver meios de
A norma ABNT NBR 5419-2 tem como meta
conter o eventual prejuízo, evitando ferimentos
a avaliação do risco devido aos raios tanto para
às pessoas (diretos ou relacionados ao pânico),
as estruturas quanto para as pessoas. O método
controlando focos de incêndio, etc.
interativo a partir do qual a norma foi interpretada
levou naturalmente à necessidade da transcrição
fluxo de dados na planilha, nesta versão foi
das fórmulas e cálculos à linguagem da planilha
desenvolvida uma interface em VBA. Esta
e posterior trabalho lógico do algoritmo para
variação do Visual Basic já se encontra dentro
adaptar os cálculos aos objetivos finais do
do programa Excel de modo que os benefícios
projeto.
já citados para a planilha também se aplicam
procedimento
para
análise
de
A fim de facilitar a entrada e controle do
Para avaliar cada componente de risco, a
aqui. Visualmente os elementos principais são
estrutura pode ser dividida em zonas de estudo
as quatro abas que contém as fichas com os
ZS, cada uma tendo características homogêneas
dados a serem preenchidos e botões de controle
(tipo de solo ou piso, compartimentos à prova de
virtuais: Dados técnicos (ver Figura 1); outros
fogo, blindagem espacial, layout dos sistemas
dados (Figura 2); resultado (Figura 3); e Zonas
internos, etc.). Esta divisão em zonas aperfeiçoa
(Figura 4).
os cálculos, pois indica as medidas de proteção
necessárias para a estrutura para que os riscos
programação voltada a objetos é particularmente
fiquem na faixa do tolerável. Entretanto, a
interessante aqui, pois alia a praticidade de uma
estrutura pode ser ou pode assumir ser uma zona
montagem modular com módulos simples como
de estudo única.
planilhas que não requerem conhecimento
Para agilizar o uso da planilha, recomenda-se
aprofundado de programação ao resultado final
que se abra inicialmente a aba referente às
composto de campos para preenchimento e
O desenvolvimento modular a partir da
121
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
botões de controle encontrados nos programas disponíveis no mercado. O princípio é promover a
integração
entre
os
profissionais
mais
especializados que poderão atualizar o programa apenas modificando as planilhas e o usuário médio que deve interagir com as fichas e botões do programa, que seria mais amigo do usuário. Devido a esse caráter dinâmico, proporcionado inclusive pela interface VBA, que pode ser facilmente adaptada, o programa poderá apresentar variações na sua apresentação.
Na aba “Dados técnicos”, o usuário
deverá preencher um primeiro conjunto de dados referente às dimensões da estrutura. No preenchimento destes dados, é possível obter a área de exposição equivalente da estrutura principal e da adjacente automaticamente para estruturas em forma de cubo ou complexa, sendo esta última uma variação da estrutura regular com uma protuberância. Na verdade, isso se constitui em um auxílio ao usuário que em princípio deve determinar a área de exposição
consequências de incêndio (extintores, sistemas
blindagens espaciais. Outro conjunto de dados
a partir da projeção da linha do perímetro da
automáticos, etc.). No conjunto “Atributos da
refere-se aos fatores de variação das perdas, com
construção, conforme definido em norma. Tendo
avaliação”, preenchem-se os nomes do projeto
informações sobre o tipo de solo ou piso e do
esse valor, o usuário deve alimentar o programa
e do avaliador. Essa informação opcional permite
tipo de pânico ou consequências ambientais
com esse valor. No caso de estruturas simples,
acompanhar a pessoa que elaborou o estudo
causadas pela descarga na estrutura.
sem reentrâncias ou com poucas variações na
e a descrição genérica do projeto. Ainda nesta
fachada, o programa oferece a possibilidade
aba há dois conjuntos de dados referentes aos
número de pessoas em cada zona de estudo,
do uso da expressão encontrada na norma para
atributos das linhas conectadas à estrutura:
tempo de permanência, tipo da estrutura
calcular essa área.
um para linha de energia e o outro para linha
(hospital, industrial, comercial, etc.), tipo do
de
conjuntos,
serviço (gás, energia, TV, etc.), valores envolvidos
“Influências ambientais”, é possível obter a
preenchem-se os comprimentos das linhas e
na estrutura (valores culturais, totais da estrutura,
densidade de descargas atmosféricas para a terra
escolhem-se entre diversas opções, dados para
dos sistemas internos, de animais na estrutura,
(Ng) preenchendo a janela: “localização (cidade)”,
obtenção do fator ambiental, fator de instalação,
etc.). Isso permite avaliar o montante da perda e
em que é possível encontrar todos os municípios
das condições da blindagem, do aterramento
estabelecer sua proporção como a variável Lx da
brasileiros. Ainda neste conjunto, o usuário deve
e isolamento das linhas, do tipo das linhas, da
avaliação do risco.
indicar a localização da estrutura, se está isolada
resistência da blindagem dos cabos. Além disso,
ou cercada por outras estruturas mais altas ou de
neste campo se introduzem as informações sobre
resultados dos riscos calculados. Nesta tela
mesma altura. Neste ponto a vantagem de se
a disposição dos condutores internos na zona,
é que se atualizam os dados modificados e
operar com um híbrido de planilha permite que
tais como, do roteamento, da fiação interna e
é possível analisar as componentes de riscos
se façam as devidas correções mais facilmente,
características dos DPS (Dispositivos de Proteção
que mais influenciam os riscos. Estes riscos são
apenas editando ou colando novos dados.
contra Surtos).
comparados aos valores de riscos toleráveis
Na aba “Outros dados”, o primeiro conjunto
indicados na norma e, caso estejam acima
é possível escolher entre cinco opções para
de dados refere-se às medidas de proteção
destes, o programa emite sinais de advertência
quantificar estes riscos. Outro conjunto de
contra tensões de passo e toque e blindagem.
a fim de alertar que medidas de proteção
dados refere-se às “Medidas de proteção e
Estas medidas são escolhidas para a estrutura e
adicionais devem ser tomadas.
mitigação do risco”, em que se escolhe uma das
também para as linhas conectadas. Neste caso,
opções referente ao SPDA (nível de proteção,
a blindagem é da estrutura com o objetivo de
desta ferramenta serão fornecidas futuramente.
componentes naturais ou cobertura metálica)
verificar uma possível atenuação de campos
*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e
e alguma opção dos meios para reduzir as
eletromagnéticos no seu interior por meio de
secretário da CE-003.064-10, do CB-03, da ABNT.
Outro conjunto de dados, chamado de
Na janela “Risco de incêndio ou explosão”
telecomunicações.
Nestes
Finalmente, diversos tipos de dados como
Na
aba
“Resultado”
obtêm-se
os
Mais informações sobre a disponibilização
122
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por Eduardo Daniel*
Proteção contra incêndio nas condições CA2 e CB2
Em continuidade ao que vimos
estágio A3CD, com previsão de votação
NOTA: Este seccionamento pode ser
discutindo neste espaço, este artigo trata
final para março de 2017.
realizado individualmente por circuito, ou por grupo de circuitos, se as
das discussões realizadas nas reuniões
Continuação da revisão da ABNT NBR 5410
de 2015 de revisão da norma ABNT NBR 5410:2004, com base nas alterações
condições de serviço permitir. 5.2.3.4 [5.2.2.4/ 422.4] Proteção contra
do texto da IEC correspondente e nos pontos apresentados pelos participantes.
É importante sempre ressaltar que
das condições BD foi transferido para a
Notas:
as citações desta coluna constituem
reunião de outubro/2015 para o envio de
1 A condição CA2, é dada na Tabela 23;
um relato do que foi discutido e que
proposta de texto sendo elaborado pela
2 As prescrições desta subseção são
foram aprovadas na reunião plenária
Associação Brasileira de Engenharia de
aplicáveis, adicionalmente àquelas de
pela Comissão de Estudos, porém, a
Sistemas Prediais (Abrasip).
5.2.3.1.
aprovação como parte oficial do Projeto
de Norma somente será feita antes de o
seguiu com a análise do texto base e
5.2.3.4.1 [5.2.3.4.1] Devem ser adota
texto ser enviado para consulta nacional.
das sugestões. Em função da revisão
das precauções para garantir que os
Algumas
serão
de alguns pontos que haviam sido
produtos elétricos não possam provocar
complementadas somente ao final dos
discutidos anteriormente, está sendo
a combustão de paredes, pisos ou tetos.
trabalhos de revisão (por exemplo,
reproduzido o texto de consenso da
Isso pode ser obtido com uma correta
referências
reunião de setembro/2015.
concepção, seleção e instalação dos
seções
que
normativas)
não
estão
O texto discutido na reunião passada
incêndio na condição CA2
A revisão da norma ABNT NBR 5410
produtos elétricos.
descritas aqui. 5.2.3.3.14
DPS para sistema fotovoltaico
[422.3.13]
Quando
for
Para
evitar
a
penetração
de
necessário limitar os riscos de incêndio
corpos sólidos, as caixas e invólucros
suscitados pela presença de tensão
instalados
O segundo projeto IEC não foi
dos condutores vivos, cada circuito que
fabricadas,
aprovado e será iniciado o terceiro
alimenta equipamento elétrico em locais
perfuradas
projeto
para
BE2 deve ser provido de dispositivo
da parede, devem ter um grau de
15.11.2015, quando será mais produtivo
de seccionamento que permita isolar
proteção de no mínimo IP3X.
reativar a CE 03:037.05 para análise
todo condutor vivo da alimentação, de
deste assunto.
modo a que nenhum condutor vivo da
5.2.3.5 [5.2.2.5 [422.5]] Proteção contra
Nota: Para este produto existe a norma
alimentação possa restar sob tensão
incêndio na condição CB2
Cenelec EN 50539-12. Na IEC esta norma
quando um ou mais dos condutores são
Notas:
está em estudo e terá a numeração IEC
seccionados.
1 A condição CB2, é dada na Tabela 24;
61643-32 ed. 1.0 do SC 37A da IEC, em
esquema de aterramento.
com
data
prevista
Independentemente
do
em
paredes
susce tíveis quando
da
ocas de
préserem
construção
2 As prescrições desta subseção são
123
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
aplicáveis, adicionalmente àquelas de 5.2.3.1. 5.2.3.5.1
[5.2.2.5.2
estruturas
cuja
[422.5.1]]
forma
e
Nas
dimensões
facilitam a propagação de incêndio, devem ser adotadas precauções para garantir que a instalação elétrica não venha a propagar incêndio (por exemplo, efeito chaminé). Notas: 1 Podem ser previstos detectores de incêndio para garantir a implementação de medidas que impeçam à propagação de
incêndio
—
por
exemplo,
Devem ser adotadas precauções para garantir que os produtos elétricos não possam provocar a combustão de paredes, pisos ou tetos. Isso pode ser obtido com uma correta concepção, seleção e instalação dos produtos elétricos
o
fechamento de barreiras corta-fogo em cujos
limites
de
temperatura
das
dutos (por exemplo "dampers"), espaços
queimaduras
de construção e locais análogos.
As
2 Podem ser usadas caixas e invólucros
componentes elétricos dispostas dentro
norma específica.
conforme a NBR IEC 60670-1 para paredes
da zona de alcance normal não podem
Em função das apresentações e
ocas e cabos conforme a série NBR NM
atingir temperaturas que possam causar
debate, na próxima reunião a Comissão
IEC 60332-3. A ABNT NBR IEC 60670-1
queimaduras
devem
continuará a revisão do texto base da
inclui a marcação do símbolo H para as
satisfazer
adequados,
revisão, considerando as contribuições
caixas e invólucros para paredes ocas.
indicados na tabela 29.
[não incluído o 422.6 da IEC por não
Todas
haver requisito além da regra geral,
suscetíveis de atingir em serviço normal,
*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria
apesar das notas apresentarem questões
mesmo
e Engenharia Consultiva, superintendente da
que chamam a atenção para dicas de
temperaturas
opções de cuidados]
da tabela 29, devem ser protegidas
Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa
contra qualquer contato acidental. Estes
a norma de instalações de baixa tensão ABNT
requisitos não se aplicam a componentes
NBR 5410.
5.2.4 [5.2.3 (423)] Proteção contra
partes
às
aos as
acessíveis
pessoas limites
partes
durante
e
dos
superfícies acessíveis sejam fixados por
apresentadas anteriormente. da
curtos
superiores
instalação períodos, aos
limites
Certiel Brasil e coordenador da Comissão de
124
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Sustentabilidade nas feiras, congressos e eventos Os fatos se desenrolam na arena da
agosto, e são ainda insuficientes para atingir
da eficiência energética, e implementar
sustentabilidade: o combate à corrupção
o limite de 2o C de aumento de temperatura
ações para cumpri-las;
se amplia e os riscos de impeachment (e,
do planeta, considerado pelos cientistas para
- Considerar no processo decisório de
paradoxalmente, “pizza”) também. A crise da água
evitar desastres climáticos.
investimentos a precificação do carbono e
vive e avança longe dos holofotes: em agosto, ela foi decretada oficialmente no Estado de São
opções de redução de GEE nos processos, Também percebemos alguns avanços:
produtos e serviços;
Paulo, as medidas de racionamento (disfarçadas
- Atuar na cadeia de valor para redução de
ou não) são mantidas... por um longo tempo. A
- “Greenbuilding” - inovações em andamento
crise de energia vai sendo driblada pela recessão
do LEED, Procel Edificações e AQUA. Outra
da economia. As mudanças climáticas avançam:
boa notícia (se efetivamente aplicada) é o
• Iniciativas para o governo brasileiro:
o primeiro semestre (e o mês de junho) de 2015
compromisso legal dos edifícios públicos da
- Defender em nível internacional a inclusão
foram os mais quentes já medidos; as emissões
Administração Pública Federal de adotar boas
de limite de GEE em longo prazo;
dos setores de energia e da agropecuária no
práticas de gestão e uso de energia elétrica
- Meta de 50% de participação das fontes
Brasil continuam aumentando (O Estado de SP,
e água, através da Portaria MPOG 23 de
renováveis na matriz energética brasileira
12/08/15).
12/02/15, levando em consideração o Guia
até 2030, com medidas como:
A seguir, estão algumas percepções
para Eficiência Energética nas Edificações
• impor limites de GEE compatíveis nos
pessimistas, coletadas em algumas feiras,
Públicas pelo MME/CEPEL/PUC-RJ/UFSC
leilões de energia/MWh médio contratado;
congressos e eventos recentes das áreas
e o Manual Prático para uso e Conservação
• Estabelecer metas ousadas e instrumentos de
de saneamento, segurança do trabalho,
da Água em Prédios Públicos, lançados no
implementação para o crescimento das fontes
“greenbuilding”, RH, energia e meio ambiente:
primeiro trimestre de 2015.
de energia solar, eólica, de biomassa e hídrica,
GEE de fornecedores e clientes;
- Redução do aquecimento global – o
bem como a microgeração de fontes renováveis;
Crise da água – sinalizou economia parada
Brasil foi o primeiro país emergente a assumir
•
e dificuldade em fechar negócios de grandes
o compromisso de zerar as emissões de GEE
incentivem a cogeração, autogeração e
fabricantes de equipamentos de reuso de
até 2100 (apesar de estar bem distante).
eficiência energética, e eliminem subsídios
água. Há exposição de tecnologias para
Vale comentar ainda o resultado expressivo
às fontes fósseis;
prevenção de perdas nas linhas, mas até que
do leilão de energia solar feito pela Aneel
• Implantar a meta de aumento de 11% ao
ponto estão sendo implantadas?;
em agosto, e o interesse de fabricantes e
ano do consumo de etanol no Brasil.
Crise de energia – apesar da clara
empreendedores estrangeiros neste mercado.
- Assegurar acesso ao capital para
necessidade e viabilidade da eficiência
promoção de economia de baixo carbono.
energética, há dificuldade em vender projetos
Brasil sobre Mudanças Climáticas, iniciativa
de melhoria no tema;
do Instituto Ethos/Fórum Clima e assinada
“Greenbuilding” – apesar de o Brasil manter
pelos CEOs de diversas empresas (sendo
tativas estes movimentos importantes para
o quarto lugar no ranking de certificações
algumas do setor de energia), propondo
o setor elétrico!
LEED, parece que novos projetos foram
medidas como:
Além disto, foi lançada a Carta Aberta ao
cortados com a recessão econômica;
Estabelecer
políticas
públicas
que
Vamos acompanhar com boas expec
PS: Vale divulgar a publicação da revisão
Redução do aquecimento global –
• Compromissos voluntários adotados
2015 da ISO 14001 sobre Sistema de
menos de 60 dos 196 países membros da
pelas empresas signatárias:
Gestão Ambiental (agora mais “leve” e de
Convenção do Clima da ONU apresentaram
- Definir metas de redução de emissões de
maior comprometimento), em setembro, com
suas metas de redução de GEE até o final de
Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumento
prazo máximo de três anos para adaptação.
126
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Um novo método para análise da reprodução de cor Há
pelo
menos
de indústrias (Cree, Soraa, Philips),
mais saturadas e cores encontradas
a
especificadores, institutos de pesquisa/
na natureza: vermelho intenso (R9) ,
indústria de iluminação vêm discutindo
laboratórios (NIST) e governo (DOE)
amarelo intenso (R10), verde intenso
metodologias para avaliar de forma
americano que se formou em 2013,
(R11), azul intenso (R12), tom de pele
mais eficaz a reprodução de cores de
com o objetivo de resolver as limitações
fontes de luz. Em agosto, a Illuminating
proeminentes
Engineering Society (IES) lançou um
lançado na década de 1940 pela CIE.
Memorando Técnico, a TM-30-15, com
Pouco se fala, mas o Índice de
o intuito de propor o método da IES
Reprodução de Cor (IRC ou CRI ou Ra)
para avaliação da reprodução de cores
é uma métrica que considera a análise da
das fontes de luz.
fidelidade de apenas 8 cores em relação
pesquisadores
Com
o
duas
décadas,
internacionais
intuito
de,
e
do
método
do
IRC,
futuramente,
a uma fonte representativa de luz natural.
substituir o Índice de Reprodução de Cor
Estas cores (R1 a R8), selecionadas no
(IRC), largamente conhecido e utilizado
sistema Munsell, além de serem poucas
pelos profissionais de iluminação, para
não representam cores saturadas por
classificar fontes de luz conforme sua
serem cores em tons pastéis, cores
capacidade de reproduzir as cores, a
com baixo croma. Atualmente o IRC é
TM-30-15 é resultado do trabalho de
analisado com mais 6 cores adicionais
um grupo formado por representantes
(R9 a R14), que representam cores
Figura 1 – Amostras de cores consideradas no método do Índice de Reprodução de Cor (R1 a R8) e cores adicionais (R9 a R14).
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
caucasiano (R13) e verde oliva tom de folha (R14).
Com a proliferação da iluminação de estado sólido, o
R9 começou a ser bastante evidenciado por fabricantes de Leds. Isto por que a nota para reprodução desta cor, um vermelho intenso, geralmente é a mais crítica, muitas vezes chegando a ter valores negativos. Os bons Leds apresentam notas altas em relação ao R9, geralmente superior a fontes convencionais como lâmpadas fluorescentes e a vapor metálico. Desta forma, a nota do R9 começou a ser destacada individualmente em relação ao IRC. O IRC, como método de avaliação, entretanto, continua sendo pouco representativo, pois considera apenas cores pontuais. Com os Leds, é, de certa forma, fácil obter notas altas em cores específicas. É possível aumentar o IRC, mexendo-se na composição espectral do Led, sem, contudo, significar obrigatoriamente que a fonte de luz reproduza bem a totalidade de cores observadas. O método proposto pela IES tenta sanar essa limitação, pois trabalha com uma amostragem de cores bem maior. São 99 cores representativas de cores que se estendem por todo o espectro de cores e representativas de cores encontradas nos ambientes.
Além disso, ao contrário do IRC, que mede apenas a
fidelidade de cor, a TM-30-15 fornece uma caracterização mais completa da cor medindo a fidelidade de cores (proximidade de uma referência) e a avaliação da gama de cores (gamut area), relacionada ao aumento ou diminuição da saturação. A TM-30-15 acrescenta a gama de cores para avaliar a variação de croma de objetos iluminados. Além disso, utiliza métodos avançados de cálculo para medir mais dimensões da cor, incluindo a direção de mudanças de cor, mudanças no croma, e informações sobre regiões específicas de matiz. Ele também oferece maneiras de medir a preferência humana e o potencial de discriminação de cor.
Com dois principais parâmetros numéricos (fidelidade
de cores e gama de cores) e outras ferramentas de visualização (como um ícone de distorção de cor), este novo sistema visa proporcionar uma melhor compreensão da interpretação de tons específicos.
O método recém estabelecido pela IES ainda não
foi reconhecido internacionalmente pela CIE como um método para substituir o IRC definitivamente. Embora seja consenso que o IRC deva sofrer alterações, ainda existem discordâncias sobre o método para que o mesmo seja instituído oficialmente como norma ou recomendação internacional. Contudo, um grande passo foi dado pelos organismos americanos no intuito de se avaliar de forma mais eficaz a aparência das cores sob a iluminação das diversas fontes de luz.
128
Instalações MT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Pressupostos básicos para termos smart grid no Brasil Na prática, quando pensamos como
tarifa horossazonal para o segmento de
Os clientes nem sabem dizer o que
engenheiros sobre o que nos cabe fazer
BT: aqui o perigo real, pois, na falta de uma
está havendo e se lembram de algumas
para promover mudanças necessárias para
política densa e correta, abre-se espaço
reportagens que citavam a cidade, mas
que, ao final, as redes inteligentes gerem
para enganos maiores, populistas e que
quando a gente pergunta o que mudou para
ganhos, nos deparamos com vários perigos.
jogam contra qualquer tentativa de melhoria
eles, silêncio geral: nada!
Projetar, testar, implantar e manter são da
efetiva do setor elétrico.
Bem, este é um dos pontos que
natureza do engenheiro e com boas equipes
a
se chegam a bons resultados. O problema
empresas a implantar “redes inteligentes”,
internet nos ensina: nada no segmento
maior repousa na estratégia inicial de que, se
teremos que buscar entendimento com
de distribuição de energia elétrica pode
não for “smart”, certamente, não vai resultar o
todos os segmentos envolvidos e admitir
deixar de lado o que em uma empresa que
que se vislumbra para o nosso futuro.
que, para as redes inteligentes prosperarem,
trabalhei era chamado (e tratado como)
Se tivermos que ter lei federal obrigando
literatura
fartamente
disponível
na
Na edição passada, falamos sobre a
tem que haver um ambiente de negócios
“sua majestade, o cliente”.
tarifa branca concebida há três anos e que
saudável (regras claras e estáveis e
Tanto que os projetos que focam na
(ainda bem) não decolou. Ela não trará
tratamento do retorno do investimento
mitigação das perdas não técnicas apresentam
benefícios e se constitui em um processo
de capital como algo saudável e bem-
resultados ao trazer dificuldades ao consumidor
de modicidade tarifária às avessas.
vindo). Não basta ordenar a instalação de
para uso indevido da medição ou fazer ligações
Por ser opcional, aumentará custos e
medidores inteligentes. Assim como os
clandestinas; não se eliminam totalmente as
diminuirá a arrecadação das distribuidoras
medidores de pré-pagamento não pegaram,
perdas, mas, em áreas minimamente civilizadas,
já esgotadas por anos de tratamento
apesar de todo o “esforço” feito criando
elas caem consistentemente com o uso
inadequado do “negócio distribuição”. Sim:
tarifas, instruções, etc, e, da mesma maneira,
dosado de tecnologia e presença maciça de
distribuição é um negócio em que alguns
quase 20 anos atrás, o lobby do medidor de
inspeção (temporária).
investem com a expectativa saudável de
ampère-hora também fracassou.
retorno positivo no prazo projetado, o que
Várias experiências no Brasil (bem e
destas mudanças, pois não há quem se
pressupõe regras estáveis.
malsucedidas) já nos dão algumas pistas
posicione contra a ideia de que temos
do que fazer e do que evitar.
que alterar nossos hábitos para termos um
geral, pode-se qualificar o maior deles como
Já pude assistir apresentações sobre
planeta mais saudável. E, neste campo,
a falta de integração de distintas áreas
cidades inteligentes, mas poucas “abrem
os benefícios são muitos ao se instituir
governamentais na criação de políticas
o jogo” e mostram, por exemplo, que os
tarifas que resultem na postergação de
públicas adequadas sobre o tema.
resultados atingidos não remuneram o que
investimentos em geração, transmissão
Tivemos há, aproximadamente, cinco
foi investido. Para admitir isto tem que haver
e distribuição enquanto a curva de carga
anos um relatório do MME que, pela natureza
um comportamento neutro e desinteressado
não estiver quase totalmente plana nas
neutra, nada criou, nada recomendou e
de empresas que estão abertamente
24 horas de cada dia! Mas tarifa opcional
nada concluiu.
testando tecnologias e não tentando vender
definitivamente não dá resultados e, por
A tarifa branca (nome possível para
tecnologias.
isso, na média tensão, as tarifas azul e verde
fugir de decretos que tratavam da tarifa
Assim é que visitei uma cidade que já
são opções mandatórias.
amarela) foi criada com protestos de
foi objeto de elevados investimentos e pude
áreas do legislativo federal que buscou
constatar que só se veem os medidores
funcionam as coisas, basta ser “smart” e
transformar em lei qualquer tentativa de
eletrônicos, mas nenhuma outra alteração visível.
fazer o que é certo.
Vários perigos já são visíveis e, de forma
A questão ambiental é um forte aliado
Ou seja, já sabemos o que e como
130
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Determinação do comprimento mínimo do eletrodo convencional (não natural) de aterramento A ABNT NBR 5419:2015 determina que a parte enterrada do subsistema de aterramento (o eletrodo de aterramento - que tem a função de dispensar as correntes das descargas atmosféricas no solo causando a menor variação de tensão na superfície do mesmo), quando configurado em anel ou estiver interligando a fundação descontínua da estrutura, cumpra as seguintes condições mínimas: a) Ser um anel contínuo no entorno da estrutura, com ao menos 80% do seu comprimento enterrado a 0,5 m e que diste 1 m da mesma; b) Seguir os materiais e dimensões que constam da Tabela 7, página 22, da parte 3,
Figura 1 – Figura 3 da ABNT NBR 5419, parte 3, comprimento mínimo l1 do eletrodo de aterramento de acordo com a classe do SPDA.
e;
eletrodo num circulo de área equivalente,
c) O raio médio re da área abrangida
então:
pelos eletrodos não pode ser inferior ao comprimento mínimo do eletrodo l1 .
ser adicionados com comprimentos indi viduais lr (horizontal) e lv (vertical) dados
re = √(A/π)
pelas seguintes equações: l r = l 1 – re
Em que:
e
A = área do eletrodo não regular convertida
Pode-se obter l1 na Figura 3 da parte 3 em
l v = (l1 – re)/2
para um circulo de mesma dimensão.
função da classe do SPDA e da resistividade
Lembrar que, no caso da impossibilidade
do solo no local da instalação.
Após feita a comparação, se a
técnica da construção do anel externo
à edificação, este pode ser instalado
que 3 000 Ω.m, prolongar as curvas por meio
condição (re ≥ l1) não for satisfeita, deve-se adicionar
internamente. Para isto, devem ser tomadas
das equações:
possível da conexão entre o subsistema
medidas
de descida e o eletrodo de aterramento.
causados por tensões superficiais que
Eletrodos horizontais ou verticais devem
constam da seção 8 da parte 3.
Para solos com resistividades maiores
l 1 = 0,03ρ-10 (para classe I) e l 1 = 0,02ρ-11 (para a classe II)
Uma forma prática para obtenção de
re em eletrodos cuja área é irregular e não facilita o acesso a esse parâmetro é converter a área irregular formada pelo
eletrodos
o
mais
próximo
visando
minimizar
os
riscos
PARA REFLEXÃO: A partir de uma análise rápida da Figura 3, constata-se que nenhum elemento enterrado, independentemente da classe do SPDA ou da resistividade do solo, em qualquer direção, pode ser considerado como eletrodo de aterramento normalizado se não tiver um comprimento mínimo de 5 m. Esta figura, com algumas modificações que não alteram esta prescrição, consta da ABNT NBR 5419 desde a versão de 1993! Quantos “eletrodos” estão espalhados pelo país com apenas uma haste de aço recoberta por cobre com comprimento máximo de 3 m?
132
NR 10
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Vestimentas de segurança
Algumas dúvidas recebidas pelos leitores
dos equipamentos e dispositivos elétricos.
durante o mês podem ser as mesmas de outras
pessoas e, por isso, continuarão a ser utilizadas
entorno de um quadro ou cubículo, em que é
nas discussões realizadas nesta coluna.
necessária a utilização de vestimentas desta ou
Uma delas em especial diz respeito a um
daquela categoria e nessa região (demarcada no
item que parece estar muito escondido no texto
piso), embora possa não ocorrer a contato com
normativo da NR 10: roupas de proteção e o
partes vivas (caso as portas estejam trancadas),
conceito de barreira e obstáculo.
não se recomenda a circulação de pessoas, a
menos que estejam devidamente trajadas – com
A norma estabelece no item 10.2.9.2 que:
Esse estudo deve determinar a área do
EPI específico para proteção contra arcos. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho
Permitir
varrição
devem ser adequadas às atividades,
trabalhador
não
ou
limpeza
autorizado,
por
usando
um EPI
devendo contemplar a condutibilidade,
contra efeito de eletricidade (arco) seria um
inflamabilidade e influências
contrassenso difícil de explicar porque se ele
eletromagnéticas.
usa o EPI admitiu-se a existência do risco e ele deve ser informado e treinado com relação às
A vestimenta de trabalho é, no caso em
medidas de proteção, etc.
análise, entendida como um equipamento
de proteção individual, um EPI destinado à
com as proteções devidamente instaladas (portas
proteção do tronco, dos membros superiores e
fechadas com chave e acesso controlado), não
inferiores e será completada com equipamento
haverá delimitação de restrição à aproximação e,
de proteção para a cabeça e outras partes.
portanto, a circulação fica liberada.
Constam do item os principais efeitos
da eletricidade, mas não se descarta que se
dispositivo que impede qualquer acesso às
aplica também aos riscos devidos as influências
partes energizadas (acidental ou não), pois o
ambientais, como é o caso de insetos, (abelhas
acesso, além de controlado, deve depender do
em postes e quadros elétricos, etc.).
uso de chave ou ferramenta.
No entanto, esse texto, embora genérico e
Já nos quadros elétricos resistentes ao arco e
Por fim, o conceito da barreira é de um
Um exemplo é: se a porta de um painel for
abrangente, tende a fluir para o caso dos arcos
fechada com cadeado, esta porta será uma
elétricos, que são a condição de risco mais
barreira, mas se a chave estiver acessível a
frequente. É fundamental que se faça a distinção
qualquer pessoa, ela deixa de ser barreira. Se
da área de risco devido ao arco elétrico com a
essa mesma porta possuir trinco que possa ser
área de risco por conta de choque elétrico.
acionado com as mãos e sem chave especial,
isso não é barreira, é obstáculo.
O quadro de distâncias e áreas de risco
e controlada (anexo B da NR 10) levam em
conta apenas a tensão elétrica e não o arco.
fechadura, mas possuir quatro parafusos e
Se a mesma porta não tiver trinco e nem
As distâncias de segurança e as roupas de
porcas que precisam ser removidos com chave
proteção contra arco e fogo repentino devem
de boca, é barreira, mas se em lugar de porca
ser calculadas em função de uma série de
forem utilizadas borboletas, deixou de ser
variáveis que são características da instalação e
barreira e virou obstáculo.
134
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Análise da forma de onda – Quando, como e por quê?
Aqueles que habitualmente frequentam
conhecer o carregamento médio de um
Quando as variáveis são integradas, estes
as sempre ricas sessões das sucessivas
transformador, o fator de potência médio
165 milhões de pontos são convertidos em
“Conferências sobre Qualidade da Energia”,
de uma carga, a distorção harmônica média
seis pontos (três tensões e três correntes).
organizadas pela turma da Sociedade
de tensão de um barramento e, assim por
Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica
diante, teremos que ter acesso às variáveis
regime do tempo, as senoides devem ser
(SBQEE), se acostumaram a ouvir nossos
integradas no domínio da frequência. Note
investigadas não a cada ciclo, mas, muitas
velhos mestres explicando a importância
que estamos tratando de valores médios.
vezes, a análise esbarra na resolução da
da cuidadosa avaliação da forma de onda
Neste
ciclos
construção desta senoide. Em outras
quando se deseja entender os fenômenos
registrados são integrados em (grandes)
palavras, se uma senoide é construída
de qualidade de energia, no domínio
intervalos de 5 a 15 minutos. Note que 15
digitalmente com uma taxa de 512
do tempo. Ao contrário das medições
minutos equivalem a 54.000 ciclos em 60
amostras por ciclo, a resolução será de
tomadas no domínio da frequência, em
Hz; considerando-se três fases de tensão
aproximadamente 30 µs, e os fenômenos
que as variáveis elétricas são integradas
e três de corrente, teremos então 324.000
“visíveis” serão somente aqueles que
e disponibilizadas em comportamentos
ciclos, que se tomados a uma taxa de
venham a ocorrer em intervalos superiores
das tensões e correntes eficazes ou
512 amostras/ciclo serão necessários
a este período. Havendo a necessidade
mesmo nas diversas frequências, as
pouco mais de 165 milhões de pontos
de se aumentar esta resolução, será
potências, distorções, desequilíbrios e
para formar a amostra destes 15 minutos.
necessário aumentar a taxa de amostragem
caso,
normalmente,
os
A análise da qualidade de energia no
outras variáveis (todas integradas) ao longo do tempo. Já no domínio do tempo é possível avaliar o comportamento das formas de onda de tensões e das correntes de características senoidais em tensão alternada com propósitos aplicados na analise da qualidade da energia de forma mais acurada.
Ponto de discussão
A questão a ser discutida, e o debate
sempre aparece, está relacionada ao que se deseja medir. Em um paralelo simplista com as medições de distância entre dois pontos, a questão está em se escolher em utilizar uma trena ou um micrômetro para efetuar tal medição.
Valor instantâneo ou integrado Voltando ao nosso caso elétrico, a situação é semelhante. Se desejamos
Figura 1 – Curva “ITIC“. Fonte: ITIC.org.
135
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Figura 2 – Registro contínuo de distorção de tensão, e formas de onda de tensão e corrente. Zoom da forma de onda de tensão. Fonte: Ação Engenharia e Instalações Ltda.
Outras necessidades para avaliação
Conclusão
para, por exemplo, 1024 amostras por
ciclo.
em regime do tempo estão relacionadas
A
avaliação
dos
distúrbios
de
A conhecida curva ITIC reproduzida na
aos distúrbios de qualidade energia
qualidade de energia para a mitigação
Figura 1 apresenta a tolerância permitida do
como os afundamentos e elevações
e ações corretivas requer aplicação de
comportamento da tensão na alimentação
instantâneas, momentâneas e mesmo
instrumentos adequados para avaliação
das cargas de tecnologia de informação (TI)
temporárias
distorções
dos fenômenos. As soluções corretivas
e possui sua construção com ocorrências
e deformações de forma de onda e
podem ser tomadas nas fontes, nas cargas,
a partir de 1 µs, passando por 1 centésimo
cortes de tensão (ou notches) como
na topologia da instalação ou com a
do ciclo (em 50 Hz) - 200 µs, 1 ciclo, 10
ilustra a figura 2, onde se observa o
instalação de dispositivos de compensem
ciclos e assim por diante. Os valores de
comportamento da distorção de tensão
o fenômeno como filtros, compensadores,
tensão, notadamente aqueles menores
em regime da frequência (3ª linha do
acionamentos e outros.
que 1 ciclo, são observados nas formas
gráfico) e as formas de onda de tensão
Tomar
de onda. Esta análise, típica de fenômenos
e corrente. O zoom indicado ilustra a
total conhecimento das ocorrências e
transitórios, só é possível de ser feita
ocorrência de cortes de tensão (ou
comportamento das variáveis elétricas como
com instrumentos capazes de registrar a
notches) devido à entrada da carga em
as disponibilizadas pelas analises no regime
guardar todas estas informações.
operação.
do tempo pode comprometer o projeto.
de
tensão,
ações
corretivas
sem
o
136
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Novos requisitos para o tipo de proteção Ex “e” Segurança aumentada Os
equipamentos
elétricos
para
Zona 1, sob o ponto de vista de normalização
gases inflamáveis.
instalação em atmosferas explosivas contendo
no qual os fabricantes de equipamentos
O nível de proteção por segurança
gases inflamáveis com tipo de proteção Ex
“Ex” da Alemanha e o PTB tinham estado
aumentada Ex “e” proporciona níveis de
“e” (Segurança aumentada) são fabricados
ativamente envolvidos ao longo das décadas
proteção
com medidas adicionais de proteção para
anteriores.
Protection Level) EPL Gb ou EPL Gc.
reduzir, com um elevado grau de certeza, a
O tipo de proteção Ex “e” pode ser
O nível de proteção “eb” se aplica a
possibilidade de ocorrência de temperaturas
considerado como sendo a técnica de proteção
equipamentos ou componentes, incluindo
excessivas e de arcos e centelhas no interior
mais efetiva, do ponto de vista econômico e
suas conexões, condutores, fiação, lâmpadas
ou no exterior destes equipamentos, as quais
de segurança, juntamente com os invólucros
e baterias. Este nível de proteção Ex “eb”
não ocorrem em operação normal.
plásticos de componentes centelhantes à
é
prova de explosão (proteção combinada Ex
componentes elétricos, tais como terminais,
equipamentos elétricos industriais com tipo
“de”) e a segurança intrínseca (Ex “i”).
condutores,
de proteção por segurança aumentada Ex
lâmpadas
“e”, os motores de indução trifásicos com
proteção, medidas adicionais de fabricação
componentes eletrônicos. Esta nova edição
rotor em gaiola de esquilo, transformadores
são levadas em consideração para evitar,
se aplica a equipamentos elétricos com nível
de potência, transformadores de corrente e
com um elevado grau de segurança, a
de proteção “eb” com tensão nominal que não
de tensão (eletromagnéticos e com bobina
possibilidade de ocorrência de temperatura
exceda 11 kV.
de Rogowski), instrumentos de medição,
acima da temperatura limite e da ocorrência de
luminárias, caixas de junção e de terminais
centelhas e arcos no interior do equipamento
equipamentos ou componentes incluindo
para conexão, caixas de compartimento de
e em partes expostas a atmosferas explosivas.
suas conexões, condutores, fiação, lâmpadas
terminais para todos os equipamentos elétricos
Equipamentos nos quais arcos, centelhas ou
e baterias, incluam semicondutores ou
e os invólucros de equipamentos e painéis
altas temperaturas possam ocorrer durante a
capacitores eletrolíticos. Este nível de
elétricos, eletrônicos e de instrumentação
operação normal não podem ser fabricados
proteção Ex “ec” é proporcionado por
Do ponto de vista construtivo, um
somente com este tipo de proteção Ex “e”,
equipamentos e componentes elétricos
equipamento com tipo de proteção Ex “e” não
uma vez que esta técnica de proteção se
tais como terminais, condutores, bobinas,
pode ser imediatamente distinguido de um
baseia no conceito da prevenção.
transformadores,
equipamento industrial comum projetado para
Foi elaborada pelo TC-31 e publicada
incluindo componentes eletrônicos. Esta
instalação em áreas classificadas do tipo Zona 2.
pela IEC em junho de 2015 a Edição 5.0 da
nova edição se aplica a equipamentos
Por este motivo, um grande desafio
norma internacional IEC 60079-7 – Proteção
elétricos com nível de proteção “ec” com
encontrado pelos fabricantes alemães de
de equipamentos por segurança aumentada
tensão nominal que não exceda 15 kV.
equipamentos de segurança aumentada,
Ex “e”.
quando do lançamento deste tipo de proteção
Esta norma especifica os requisitos para
de proteção Ex “ec” incorpora os requisitos
Ex “e” na década de 1940, foi convencer as
o projeto, dimensionamento, fabricação,
anteriormente apresentados na Norma NBR
autoridades, os organismos de certificação
avaliação, ensaios de tipo, ensaios de rotina
IEC 60079-15, aplicáveis a equipamentos
e os usuários dos diversos países da Europa
e marcação de equipamentos e componentes
não centelhantes, com tipo de proteção Ex
e de outros continentes de sua aplicação
com o tipo de proteção Ex “e”, destinados
“nA”. Como o tipo de proteção Ex “nA” se
segura, mesmo em áreas classificadas do tipo
para instalação em atmosferas explosivas de
baseava nas mesmas filosofias e conceitos
Podem ser citados como exemplos de
Para dispositivos que utilizam este tipo de
de
equipamento
proporcionado
por
bobinas, e
baterias,
(Equipment
equipamentos
e
transformadores, mas
não
para
O nível de proteção “ec” se aplica a
lâmpadas
e
baterias,
É importante destacar que o novo tipo
137
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
de proteção sobre equipamentos “Ex”
conversores de frequência, relativos ao EPL
que normalmente não apresentam fontes
aplicável (“eb” ou “ec”)
Subcomitê SC-31 do Cobei, responsável pelo
de centelhas ou de altas temperaturas, os
– Definição de que os invólucros Ex “e” vazios
acompanhamento do desenvolvimento destas
requisitos indicados naquela Norma 60079-
(certificados com sufixo “U”) podem ser
normas internacionais, participou, em nome
15 eram muitos similares aos requisitos do
somente marcados no lado interno
do Brazil National Committee for the IEC
tipo de proteção Ex “e”.
– Incluídos requisitos para a utilização de
(Cobei), de todo o processo de atualização,
Desta forma foi definido pelos países
materiais isolantes elétricos sólidos, dentro
comentários, votação e aprovação desta nova
participantes do TC-31 da IEC, incluindo
dos limites de sua estabilidade térmica
edição 5.0 da norma IEC 60079-7.
o Brasil, a incorporação dos requisitos do
– Introduzidos requisitos para motores com
tipo de proteção Ex “nA” na Edição 5.0 da
rotor com ímãs permanentes para ELP “Gb”
norma internacional elaborada pelo TC-31
IEC 60079-7, com o nível de proteção de
e “Gc”
da IEC, esta Comissão de Estudo do Cobei
equipamento “diferenciado” EPL Gc.
– Introduzidos requisitos para luminárias LED
passou a executar os necessários trabalhos
As principais alterações técnicas que
com tipo de proteção Ex “ec”
de revisão e de atualização da respectiva
foram introduzidas na Edição 5.0 de 2015 em
– Introdução do Anexo H sobre a possibilidade
norma brasileira equivalente ABNT NBR IEC
relação à Edição 4.0 anterior, publicada em
de redução das distâncias de isolação e de
60079-7, publicada pela ABNT em 2008.
2006, são as seguintes:
escoamento para o EPL “eb” e o EPL “ec”,
Estes trabalhos têm como objetivo manter
sob condições especiais
estas normas devidamente harmonizadas
– Introdução dos níveis de proteção de
– Introduzidos novos requisitos para a
e equivalentes, em termos de conteúdo
equipamento (EPL) “eb” e “ec”
potência de dissipação de cátodos em
técnico, forma e apresentação, em relação
– Os requisitos do tipo de proteção “não
lâmpadas alimentadas por reatores elétricos
às novas edições das respectivas normas
acendível) (Ex “nA) foram transferidos da IEC
para manutenção da classe de temperatura
internacionais.
60079-15 para a IEC 60079-7
T4, devido ao risco do efeito de fim de vida
Mais informações sobre a norma IEC
– Introduzidos novos requisitos para a
das lâmpadas fluorescentes (EOL - End Of
60079-7 Ed. 5.0 podem ser encontradas em:
operação
Life)
https://webstore.iec.ch/publication/22791
de
motores
acionados
por
A Comissão de Estudo CE 03:031.03 do
Com a publicação da nova edição desta
138
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por João Gabriel Pereira de Almeida*
Poluição luminosa – o que cada um pode fazer sobre isso?
de
(MG). Já durante a passagem do grande
sociais a foto ilustrada a seguir. “Uma
Há alguns dias circulou pelas redes
placas e letreiros, iluminação residencial,
cometa Halley, em meados dos anos
maravilha!”,
1980, tive de me dirigir para uma área
Todos
iluminação
mais rural e sem muita influência das luzes
Essa imagem foi criada a partir de
contribuem para o incremento desse tipo
da cidade para melhor visualizar esse
um conjunto de fotografias tiradas em
de poluição.
astro magnífico. Na verdade, a poluição
diferentes horários e posições a alguns
Há alguns anos ainda era possível
luminosa pode ser considerada como
quilômetros
da
para a grande maioria dos brasileiros
mais um efeito colateral perverso da
Terra. Ela retrata um fenômeno cada dia
visualizarem o grande espetáculo de
revolução industrial.
mais comentado por todos e conhecido
estrelas a partir das janelas de suas
como “poluição luminosa”. Muitos de nós
casas. Me lembro bem que ainda no início
urbana utilizada nas cidades é ineficiente,
estamos familiarizados com os termos
dos anos 1970 tive o privilégio de ver o
superdimensionada e eventualmente des
poluição do ar, poluição das águas, mas
meu primeiro cometa a partir da janela
necessária. A figura a seguir ilustra uma
talvez nem todos conheçam esse outro tipo
do quarto de minha casa, situada em um
situação bastante comum encontrada em
de poluição.
bairro da zona central de Belo Horizonte
todos os nossos municípios:
da
luminosa,
internauta.
iluminação
iluminação de fachadas e monumentos.
acima
um
pública,
“Lindo!”, postou outro.
Poluição
comentou
Iluminação
superfície
ou
do
inglês
light pollution, pode ser definida como “luz artificial excessiva ou inapropriada” (Referência: Dark Skies Awareness – an IYA Cornestone Project em http://www. darkskiesawareness.org/faq-what-is-lp. php visitada em 12/08/2015), e os seus
quatro
componentes
principais,
que combinados produzem esse efeito indesejável, são: - Brilho do céu nos grandes centros urbanos: brilho do céu noturno visto sob áreas habitadas; - Luz intrusiva: luz chegando onde não se pretendia, desejava ou necessitava; - Ofuscamento: efeito desagradável que causa desconforto visual. Altos níveis de ofuscamento podem diminuir nossa capacidade de visão; - Confusão/desordenamento: agrupamento excessivo de fontes de luz brilhante e confuso, comumente encontrado em áreas urbanas super iluminadas. A proliferação dessa “confusão brilhante” contribui para o brilho do céu, luz intrusiva e ofuscamento.
esses
tipos
de
O fato é que a maior parte da iluminação
139
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
No caso da iluminação pública, o
org/light-pollution/
primeiro passo para a redução desse
12/08/2015).
mundo das ciências e das pesquisas
problema deve ser tomado no momento
No entanto, a utilização de luminárias com
são os dinossauros e as estrelas...
da elaboração do projeto luminotécnico.
refrator plano e com o devido controle da
então se nossas crianças não podem
Cabe ao projetista observar os critérios de
emissão luminosa nos ângulos acima do
mais ver as estrelas, estamos matando
iluminância/luminância recomendados para
eixo horizontal certamente contribui para a
50% de possíveis futuros cientistas e
cada tipo de via pela ABNT NBR 5101 –
redução dessa poluição.
pesquisadores!”. Aquela afirmação calou
Iluminação Pública. Vias bem iluminadas
fundo no meu pensamento.
certamente contribuem muito para o
o nosso ciclo circadiano, interferir nas
Em países como o Brasil, em que
aumento da poluição luminosa.
consultado
em
O excesso de iluminação pode alterar
a curiosidade das crianças para o
rotas migratórias das aves ou mesmo na
as universidades são mal equipadas,
a
qualidade do descanso dos animais, mas
professores mal remunerados e os alunos
iluminação urbana inadequada pode
existe um problema muito mais grave
nem sempre estão comprometidos com
contribuir consideravelmente para a
relacionado à poluição luminosa que muitas
o melhor aprendizado, talvez essa ideia
poluição luminosa em nossos municípios.
vezes passa despercebido por todos!
de matar futuros cientistas possa soar
Nela, podemos ver a utilização de
estranha, mas, e você, concorda com essa
uma luminária inadequada, que emite
de assistir a uma palestra de um cientista
afirmação?
luz diretamente para cima e para as
americano
fachadas das residências, produzindo a
grande problema relacionado à poluição
alguns cursos sobre iluminação estão
luz intrusiva, ofuscamento direto, além
luminosa: “por conta da iluminação feérica
disponíveis no canal do Ceilux no YouTube.
do excessivo nível de iluminância que,
das grandes cidades ao redor do globo
Não deixe de visitar e se inscrever!
refletido pelo pavimento da rua, também
os moradores dessas áreas não podem
contribui para o aumento da poluição
mais ver as estrelas!”. E o palestrante
*João Gabriel Pereira de Almeida é engenheiro
luminosa. (Referência: ida – International
completou seu raciocínio: “aqui nos
eletricista e professor do Centro de Excelência
Dark-Sky Association em http://darksky.
EUA os dois temas que mais despertam
em Iluminação (Ceilux)
A
imagem
exemplifica
como
Alguns anos atrás tive a oportunidade que
me
fez
entender
o
Para os mais interessados no assunto,
140
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
Por Jair Barbosa, Ricardo dos Santos, Jesus Romero, Patrícia Asano e João Batista Camargo Junior*
Metodologia para a determinação dos índices de confiabilidade em subestações de energia elétrica com ênfase nos impactos sociais de uma falha Atualmente,
tem
mais segura e adequada ao consumidor
confiabilidade de subestações, incluindo
energia
de energia elétrica, índices mínimos de
Método de Monte Carlo, Árvore de
elétrica, sendo praticamente impossível
qualidade de fornecimento de energia
Falhas, Método de Markov, Diagrama de
imaginar o que poderia acontecer se
são exigidos pela Agência Nacional de
Redes, entre outros. O problema a ser
faltasse esta matéria-prima primordial
Energia Elétrica (Aneel) demandando
equacionado neste cenário é identificar
para o desenvolvimento de um país. A
constante esforço e investimento nas
por meio da relação “porte do sistema”
importância do constante fornecimento
áreas de pesquisa e desenvolvimento
versus “dados disponíveis” o método
de energia elétrica para uma nação
das empresas do setor energético.
mais apropriado para uma situação
é
específica.
uma
forte
a
sociedade
dependência
inquestionável,
proporciona
da
visto
uma
que
este
Casos
confortável
vida
pela
os
Aneel
índices não
estabelecidos
sejam
atingidos,
Sendo
assim,
visando
o
cotidiana para a sociedade, além de
penalidades são aplicadas às agências
desenvolvimento de uma metodologia
um efetivo movimento no comércio e na
de distribuição/transmissão de energia
alternativa que atenda às necessidades
produção industrial.
elétrica. Além disso, as falhas nos
operativas supracitadas, foi desenvolvido
sistemas elétricos muitas vezes geram
um trabalho de investigação que adota
sistema elétrico de potência é produzir
impactos
termos
a aplicação simultânea da técnica de
(com fontes renováveis e não renováveis),
sociais, financeiros e relacionados ao
Árvore de Falhas e do método de Monte
transportar e distribuir a energia elétrica
desgaste dos equipamentos elétricos.
Carlo, permitindo a determinação dos
de forma segura e confiável. Esta última
Outro fator relevante é o elevado
índices de confiabilidade/disponibilidade
etapa é responsável pelo fornecimento
custo com manutenções corretivas em
de subestações de energia elétrica.
de energia para os centros residenciais,
subestações de energia elétrica, o qual
Neste caso, o método da Árvore de
comerciais e industriais.
Neste
contexto,
Visando
discutir
apropriadas
aos
a
finalidade
soluções atuais
imensuráveis,
em
pode ser minimizado por meio de uma
Falhas permite identificar graficamente
mais
precisa análise de custo-benefício no
os
pontos
que
podem
conduzir
a
na
momento de direcionar os investimentos
subestação a uma situação de falha,
área de distribuição de energia elétrica,
e/ou especificar o tipo e a quantidade de
enquanto o Método de Monte Carlo
pesquisas buscam identificar soluções
equipamentos necessários.
permite definir qual é a probabilidade de
viáveis para melhorar os índices de
O
ocorrência de cada ponto presente na
confiabilidade
disponibilidade
e
desafios
do
disponibilidade
das
estudo
de de
confiabilidade/
subestação
pode
Árvore de Falhas.
subestações de distribuição de energia
dar subsídios para tal direcionamento
Vale ressaltar que a metodologia
elétrica. Tal medida visa reduzir o número
dos
investimentos,
identifica
de interrupções no fornecimento de
uma
dificuldade
energia elétrica e, consequentemente,
concessionárias de energia elétrica é
indisponibilidade para qualquer arranjo
minimizar os impactos ambientais, sociais,
determinar os pontos mais vulneráveis do
de subestação, com o objetivo de elevar
econômicos
e
técnicos
decorrentes
uma
vez
encontrada
que pelas
a
os
probabilidade
pontos de
vulneráveis, falha
e
a
sistema.
os índices de confiabilidade, elevar a vida
dessas interrupções não programadas.
Muitas ferramentas e metodologias
útil dos componentes e proporcionar
Nesse sentido, para atender de forma
estão
um esquema otimizado de manutenção
disponíveis
para
estudos
de
141
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
preventiva
para
as
Probabilidade de Falha
concessionárias.
Probabilidade de Falha
Consequentemente, o resultado desse trabalho visa diminuir a frequência dos cortes de energia não programados e
Subestação Anel
Subestação Simples
19%
seus respectivos impactos ambientais, sociais, econômicos e técnicos. a
probabilidade
Subestação Simples
16%
44%
44%
A título de exemplo, a Figura 1 apresenta
Subestação Anel
de
37%
41%
falha
calculada para três diferentes arranjos de subestações, sendo, no primeiro caso, utilizado o conhecido método
Subestação Seccionada
Subestação Seccionada
A
de Diagrama de Redes (interligação de blocos com dados para estudo de
B
Figura 1 – Probabilidade de falha para três diferentes arranjos de subestação: a) Método de Redes; b) Método Proposto.
confiabilidade), enquanto, no segundo caso, utilizado o método baseado em
sociais e técnicas estão fortemente
Universidade Federal do ABC, Santo André (SP);
Árvore de Falhas e Simulação de Monte
relacionadas, sendo um dever de todos
Prof. Dr. JESUS FRANKLIN ANDRADE
Carlo.
os envolvidos, na busca por soluções
ROMERO - Universidade Federal do ABC,
Finalizando, pode-se afirmar que o
viáveis, atender adequadamente as duas
Santo André (SP);
esforço na direção de mais uma alternativa
áreas.
Profa. Dra. PATRÍCIA TEIXEIRA LEITE
para
o
estudo
de
confiabilidade/
disponibilidade
de
justificado
importância
pela
subestações que
é as
ASANO - Universidade Federal do ABC, Santo *Prof. Msc. JAIR DIAZ BARBOSA
André (SP) e membro IEEE;
– Universidade de Santander, Sede
Prof. Dr. JOÃO BATISTA CAMARGO JÚNIOR
mesmas representam para a sociedade.
Bucaramanga - Colômbia;
– Universidade de São Paulo – USP, São
Observa-se que, atualmente, as questões
Prof. Dr. RICARDO CANELOI DOS SANTOS -
Paulo (SP).
142
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
As consequências do furto de energia A
percepção
das
e deve ser acessível a toda a população,
demonstrado o seu efeito na sociedade.
consequências da falta de planejamento
porém, quando transformamos a conta
A
ou a permissividade dos gestores públicos,
de energia em uma coletoria de impostos
equipamentos de medição e controle
muitas
vezes,
da
extensão
acontecem
em
médio
evolução
tecnológica
dos
e encargos, inviabiliza-se a modicidade
desempenha um papel importante nesta
e longo prazos. Benefícios imediatos
tarifária
batalha, porém, sem uma política racional
demonstram, com o passar do tempo, que
capacidade de pagamento.
de ocupação e sem um estabelecimento de
eram armadilhas para o futuro, verdadeiro
Este conjunto de fatores faz com que
tarifas realistas e compatíveis com a renda
canto da sereia.
a busca de alternativas chegue ao furto
da população, temo que seja um trabalho
Deficiência de controle na ocupação
de energia, que tem um efeito danoso ao
sem muita possibilidade de sucesso.
dos espaços urbanos, travestidos de justiça
sistema elétrico e, pior ainda, a sociedade.
social, vem em médio e longo prazos impor
Todos pagam pela energia furtada,
à população consequências danosas em
o que tem um efeito multiplicador no
relação à infraestrutura para que possam
comportamento
viver com um mínimo de decência.
lesados.
Um efeito percebido de forma muito
e,
consequentemente,
dos
que
se
a
sentem
A consciência de que furto de energia
clara refere-se ao fornecimento de energia
é um problema de todos seria o início de
em comunidades de baixa renda, em que a
um ciclo virtuoso, pois a visão equivocada
falta de controle e o desordenamento são
de que não sofremos as consequências é
gritantes. O que na verdade se consegue é
um incentivo a esta prática.
uma completa ausência do poder público,
estabelecimento de regras próprias e uma
de Janeiro, o furto de energia corresponde
qualidade de fornecimento sofrível.
a todo o consumo do Estado do Espírito
Santo, gerando assim uma imensa evasão
As distribuidoras de energia têm sua
Na área de concessão da Light no Rio
parcela de responsabilidade neste cenário,
de recursos e riqueza.
Por Antônio Florêncio, presidente do Conselho
porém, virar as costas às origens do
de Consumidores da Light e do Sindicato
problema faz parecer um exercício de faz
energia não tem identidade e endereço, ele
do Comércio Varejista de Material Elétrico,
de conta.
acontece em todas as regiões e camadas
Eletrônicos e Eletrodomésticos do Rio de
sociais, pessoas físicas e jurídicas, ficando
Janeiro (Simerj).
Energia elétrica é um bem essencial
É importante salientar que o furto de
144
Agenda 9 A 11 DE NOVEMBRO
Cursos
ATERRAMENTO ELÉTRICO E PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS SENSÍVEIS
Descrição
Informações
O curso tem como objetivo ensinar aos participantes como executar e avaliar um sistema de aterramento. Nesse sentido, serão fornecidos critérios da nova versão da ABNT NBR 5419, da ABNT NBR 5410, da ABNT NBR 7117 e da ABNT NBR 15749. Os alunos aprenderão também métodos para a proteção de equipamentos sensíveis, tais como computadores, máquinas industriais e datacenters. O curso é composto ainda por aula prática no campo, com medições reais e avaliações.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031-13.26 barreto@barreto.eng.br
9 A 12 DE NOVEMBRO
MANUTENÇÃO EM MOTORES ELÉTRICOS
Descrição
Informações
Apresentar os procedimentos de manutenção de motores elétricos, visando a diminuição de paradas intempestivas, a redução de custos, o prolongamento de vida útil e a operação adequada, é o objetivo do curso realizado pela Fupai. Os participantes aprenderão a trabalhar com motores de indução trifásicos e motores de corrente contínua. Serão realizados: testes e ensaios em motores de indução trifásicos e testes e ensaios em motores de corrente contínua. O curso é composto por aulas expositivas complementadas com práticas em laboratório
Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br
9 A 12 DE NOVEMBRO
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA/HARMÔNICOS
Descrição
Informações
Os alunos que participarem do curso receberão informações práticas e teóricas sobre o tema “qualidade da energia elétrica”. Entre os principais temas a serem ensinados estão: principais tipos de distúrbio, principais proteções contra os distúrbios e harmônicos. Serão apresentados os conceitos básicos da matéria, assim como definições e comentários a respeito das principais normas/literaturas relacionadas à qualidade de energia. Haverá também um estudo de rede para avaliação de impacto no Sistema Elétrico.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
9 A 13 DE NOVEMBRO
MODERNIZAÇÃO DE EDIFÍCIOS
Descrição
Informações
Voltados para engenheiros, arquitetos e técnicos de bom nível com atuação na área de gerenciamento predial, o curso almeja indicar os pontos que devem ser considerados no processo de revitalização tecnológica de edificações, objetivando um aumento na segurança pessoal e patrimonial, facilidade de comunicação, conforto ambiental e uso racional da energia elétrica. O curso contará com visita técnica e miniconsultoria com análise e discussão de casos trazidos pelos participantes.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4328-5113 www.neosolar.com.br/aprenda/ cursos
16 E 17 DE NOVEMBRO
8º FÓRUM LATINO-AMERICANO DE SMART GRID
Descrição
Informações
Com o tema “As tecnologias inovadoras em benefício dos consumidores e empresas de energia”, o 8º Forum Latinoamericano de Smart Grid” tem o objetivo de monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizar resultados obtidos e articular ações para criar condições de implementação de tecnologias. Para isso, o evento contará com a participação de empresas de energia, agentes de regulação e de política governamental, agentes financeiros, consumidores e da sociedade em geral. O evento contará com fórum técnico e espaço de exposição.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
24 E 25 DE NOVEMBRO
Eventos
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
FÓRUM EÓLICO - CARTA DOS VENTOS 2015
Descrição
Informações
O Fórum Nacional Eólico terá como foco na edição deste ano a expansão dos parques eólicos e o novo mapa da geração. No primeiro dia de evento, serão debatidos os seguintes temas: mão-de-obra e capacitação para o setor eólico; o futuro da energia; e políticas públicas para o setor eólico. No segundo e último dia de fórum, os participantes discutirão: o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias; project finance e captação de recursos em projetos eólicos; os desafios da transmissão; e o novo mapa da geração eólica.
Local: Salvador (BA) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com
25 A 27 DE NOVEMBRO
FEIRA INTERNACIONAL DO SETOR ELÉTRICO (FISE)
Descrição
Informações
Chegando à sexta edição no ano de 2015, a Fise tem como propósito integrar a indústria elétrica na América Latina por meio da criação de um cenário comercial que propicia a realização de contatos e negócios para empresários
Local: Medellín (Colômbia) Contato: (574) 444 99 27/(574) 311 382 6453 fise@feriasectorelectrico.com.co
nacionais e internacionais. Participam do evento fornecedores de matérias-primas, produtos, materiais e equipamentos; investidores; empresas de engenharia; empresas consultoria; universidades; e entidades de pesquisa e desenvolvimento. 26 A 28 DE NOVEMBRO
ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE
Descrição
Informações
Em sua sétima edição, o Encontro Anual do Mercado Livre foi concebido, segundo seus organizadores, para ser uma oportunidade única de diálogo técnico e comercial entre geradores, comercializadores e consumidores livres. No último dia de evento, na parte da manhã, será realizado um workshop com temática a ser definida, em breve, pela organização do evento. Neste ano, o evento será promovido pelo Grupo Canal Energia em parceria com a Abeeólica, Abiape, Abrace, Abraceel, Abragel, Anace e Apine.
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IFG 139 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Iguaçumec 104 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br Ilumatic 35 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Incesa - Condumax 47 (17) 3279-2600 – 0800 770 3228 www.incesa.com.br Inelsa 17 (85) 3371-9600 www.inelsa.com.br Instrumenti 89
(11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 133 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 91 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kanaflex 96 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 28 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br
Mon-Ter 88 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
Sarel 43 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br
Multhiplos 107 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.b
Sassi Medidores 123 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br
Nelmetais 141 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br Newmax 94 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp Fascículos e 57 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
Nutsteel 127 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 4 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 143 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com Palmetal 79 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 87 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 132 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br
General Cable 21
KRC 142 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Gimi Pogliano 61
Liba Painéis e Automação 135 (21) 3658-7706 / 7196 www.libapaineis.com.br comercial@libapaineis.com.br
PCE 83 (55) 3375 3154 / 3375 5600 comercial@pce-eng.com.br www.pce-eng.com.br
Logmaster 14 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br
Power Lume 39 (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br
(11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br HDA Iluminação Led 37 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br
COMSOL (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com
Hellermann Tyton 49 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br
Conex 111 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br
Himoinsa 117 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br
Conprove 15 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br
ICE Cabos Especiais 55 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br
Huntsman 8 0800 170 850 www.huntsman.com/power
Média Tensão 115 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br Megabrás 10 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com Melfex 78 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br
Patola 119 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br
Senai Pirituba 105 (11) 3901-9300 senaipirituba@sp.senai.br www. pirituba.sp.senai.br Siklowatt 19 (47) 3232-8991 comercial@siklo.com.br www.siklowatt.com.br Sindustrial Engenharia 20 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Solução Equipamentos 26 (31) 9783-5359 financeiro@sesolucao.com.br www.sesolucao.com.br Strahl 27 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com TE Connectivity 90 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Terex 31 (31) 2125-4000 beh-marketing@terex.com www.terexritz.com.br Termotécnica 113 (31) 3308-7000 eventos@tel.com.br www.tel.com.br Total Ex Light 77 (22) 2748-1200 / (21) 2687-9159 comercial@totalex.com.br Trael 129 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Tremax 99 (16) 3266-1297 / 3266-3158 contato@ tremax.com.br www.tremax.com.br Unitron 41 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br Urkraft 85 (11) 3662-0115 urkraft@urkraft.com.br www.urkraft.com.br Vextrom 23 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br
Press Mat 97 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br
VR Painéis Elétricos 95 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
RDI Bender 59 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
Wirex Cable 100 (11) 2191-9400 vendas.cabos@wirex.com.br www.wirexcable.com.br
Romagnole 93 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br
Z. Ljght 126 (49) 3366-6000 www.zlight.combr
145
146
What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Setembro de 2015
O que há de errado?
Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas
brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!
PREMIAÇÃO
O leitor que mandar a melhor
resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!
Esta instalação foi registrada pelo engenheiro Paulo Barreto, da Barreto Engenharia.
Encontre os erros, mande suas conclusões e concorra a prêmios! O resultado será divulgado na edição 118, de novembro de 2015.
Resposta da edição 114 (Julho/2015)
Não perca tempo! Mande sua resposta
acesse o site www.osetoreletrico.com.br
O leitor VINICIUS LUI GASPERIN apresentou a resposta mais próxima da correta com
relação às não conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!
para interativo@atitudeeditorial.com.br ou e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br
Confira a resposta correta: Entre outros erros, o principal problema, de acordo com a ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão, é que a instalação não obedece à seguinte determinação:
A distância mínima, em qualquer direção, entre
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área
condutores de um circuito e os condutores de outro
de instalações elétricas. Não se esqueça de
circuito, ou linhas de comunicação, mensageiros e cabos
mencionar o local e a situação em que a falha foi
blindados instalados em estruturas diferentes, deve ser
encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –
igual à flecha máxima mais 1 cm/kV, considerando o
residencial, comercial, industrial –, circulação de
circuito de maior tensão. Esta separação não deve ser
pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência
inferior a 1,20 m.
sobre o perigo da malfeitoria.