O Setor Elétrico (Edição 116 - Setembro 2015)

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Ano 10 - Edição 116 S etembro de 2015

O sistema elétrico brasileiro 4290 empreendimentos de geração e cerca de 127 mil quilômetros de LTs para levar energia a 77 milhões de consumidores. Eólica é a “menina dos olhos” deste setor Proteção contra incêndio em projetos de instalações elétricas Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética em iluminação pública Estudo analisa dispositivos que controlam fluxo de potência e perfil de tensão nas linhas de transmissão

CINASE 2015 Em Recife, a 22º edição do evento se destaca pelo seu diferencial regional e tem 100% de aprovação no novo modelo do congresso.



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Filiada à

Reportagem – Energia eólica

70

Setor de energia eólica continua em expansão, mesmo com a crise econômica que assola o país. Segmento celebra a marca de 7 GW de potência instalada em 2015. Saiba mais sobre os planos deste mercado.

Coluna do consultor

6

Uma reflexão sobre a crise e o extintor de incêndio.

Painel de notícias

8

Amapá é conectado ao SIN, Senado aprova compensação para municípios geradores de energia; Senado aprova ainda lei que permite que todos

Proteção

112

Proteção passiva contra incêndio nos projetos de instalações elétricas.

Espaço 5419

120

Planilha facilita apresentação de análise de risco.

os grandes consumidores atuem no mercado livre; Laminados Japeri

Espaço 5410 122

inaugura fábrica no Rio de Janeiro; EDP abre chamada pública para

Proteção contra incêndio nas condições CA2 e CB2.

projetos de eficiência energética; Brametal comemora 40 anos; AES Eletropaulo investe em melhorias da rede elétrica. Estas e outras notícias

Colunistas

sobre mercado, produtos e empresas do setor elétrico brasileiro.

Michel Epelbaum – Energia sustentável

Evento – CINASE

24

Em Recife (PE), a 22ª edição do Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) atraiu cerca de 300 profissionais, que discutiram novas técnicas e tecnologias voltadas para instalações de baixa e média tensão.

Fascículos

33

Iluminação pública 76 Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética, utilizando

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente

128 Jobson Modena – Proteção contra raios 130 João Barrico – NR 10 132 José Starosta – Energia com qualidade 134 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 136

Pesquisa – Prestadores de serviço para GTD Levantamento feito com empresas que prestam serviços para geração,

Dicas de instalação

138

Poluição luminosa – você sabe o que é e o que pode fazer para evitá-la?

Espaço IEEE

140

Índices de confiabilidade em subestações de energia elétrica com ênfase nos impactos sociais de uma falha.

transmissão e distribuição de energia (GTD) mostra resultados alcançados

Ponto de vista 142

em 2014 e expectativas para 2015. Além disso, a pesquisa traz números

As consequências do furto de energia elétrica.

técnicos e de mercado do setor elétrico brasileiro como um todo.

Transmissão de energia 98

126

Luis Fernando Arruda – Instalações MT

regras fuzzy, em sistemas de iluminação pública.

86

124

Agenda

144

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

Um estudo que visa o aumento da capacidade de transmissão de

146

potência das redes e o controle direto do fluxo de potência em

What’s wrong here

rotas específicas de transmissão.

Identifique o que existe de errado na instalação.

3


Editorial

4

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

www.osetoreletrico.com.br

Ano 10 - Edição 116 S etembro de 2015

O sistema elétrico brasileiro O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 116 – Setembro de 2015

4290 empreendimentos de geração e cerca de 127 mil quilômetros de LTs para levar energia a 77 milhões de consumidores. Eólica é a “menina dos olhos” deste setor Proteção contra incêndio em projetos de instalações elétricas Desenvolvimento e aplicação de eficiência energética em iluminação pública Estudo analisa dispositivos que controlam fluxo de potência e perfil de tensão nas linhas de transmissão

CINASE 2015 Em Recife, a 22º edição do evento se destaca pelo seu diferencial regional e tem 100% de aprovação no novo modelo do congresso.

Edição 116

Na conta do consumidor

Em artigo publicado no início de outubro na Folha de S. Paulo, o ministro de Minas e Energia, Eduardo

Braga, revelou que o Congresso Nacional deve decidir uma proposta negociada entre governo e agentes do setor elétrico para poupar os consumidores de uma conta bilionária causada pela escassez de chuvas. Segundo ele, o déficit hídrico deverá acumular em 2015 um custo superior a R$ 10 bilhões nas usinas hidrelétricas que não estão conseguindo gerar a energia vendida em contratos.

Para que a conta não sobrecarregue as usinas, deixando-as enfraquecidas financeiramente, o governo

propõe que elas sejam recompensadas com um prolongamento dos seus contratos de concessão pelo tempo necessário para amortizar o montante. Com esse entendimento, no caso de uma estiagem similar à que vivemos em 2016, o consumidor poderia assumir apenas 5% desse déficit. A proposta ainda está em andamento no Congresso.

Com a possibilidade de termos no próximo ano condições hidrológicas parecidas com a que tivemos

em 2015, as bandeiras vermelhas estampando as contas de luz serão cada vez mais frequentes, além de possíveis ajustes no preço da energia ou eventuais encargos adicionais. É claro que o consumidor não deve arcar com esse prejuízo, mas repassá-los integralmente para as concessionárias tampouco parece uma medida sensata, já que também não é bom para o setor que geradoras sejam fragilizadas e percam sua competitividade. A MP 688, que trata do assunto supracitado, é uma ação que, ao menos, tenta equilibrar esse imbróglio. Mas, sem dúvida, não será suficiente.

O planejamento em médio e longo prazos é fundamental para que não fiquemos sempre a mercê do

temperamento de São Pedro. As eólicas, como verão na reportagem deste mês, surgem como grandes “salvadoras da pátria”, mas também merecem mais atenção para que elas efetivamente sejam a energia complementar que tanto precisamos – em detrimento das caras e poluentes usinas térmicas. Há pouco mais de uma década, a potência instalada de energia eólica no país era de somente 20 MW, com representação irrisória na matriz elétrica. Hoje, já são 7 GW de capacidade instalada, o que equivale a 5% da matriz elétrica nacional. É uma grande conquista.

Aproveitamos o editorial desta edição também para falar sobre o Circuito Nacional do Setor Elétrico

(CINASE), evento promovido pela revista O Setor Elétrico, que leva um pouco do conhecimento dessas páginas para o formato de um congresso. Assim, interessados em se atualizar profissionalmente têm a oportunidade de aprender novas técnicas e tecnologias, além de serem os primeiros a saber sobre mudanças em normas recém-publicadas ou em processo de revisão. Leia sobre isso nas páginas a seguir.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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6

Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

O paralelo (in)conveniente e o extintor de incêndio

Quando algo não vai bem ou mesmo

das suas habilidades, definir quem fica

- Cortar as despesas de RH, mesmo

e quem não fica iniciando o processo

aqueles que haviam sido contratados

em

de enxugamento. Outras possibilidades

para manter a boa relação entre a

polvorosa quase que em ato contínuo

menos traumáticas seriam a captação

empresa, seus clientes e os sindicatos.

à constatação do problema. É certo

de novos investimentos do mercado

Cortar as despesas operacionais como

que às vezes esta constatação pode

dependendo da projeção de novos

a redução do “vale coxinha”, incluindo

não ser “tão online” como se gostaria,

negócios e oportunidades da empresa;

viagens internacionais e mordomias,

mas

aporte

aluguel de limusines e outras;

quando empresas

as

a

crise as

ações

chega

equipes

às

nossas

entram

corretivas

merecem

de

capital

por

parte

dos

tratamento imediato tão logo surjam os

acionistas e outras que poderiam ainda

-

problemas. Diagnosticadas as causas,

ser exploradas, talvez mesmo vender,

rentabilidade e que atenderiam apenas

a presidência da empresa, a diretoria,

fechar o negócio ou restringir atividades.

o lado institucional da empresa, aplicar

os departamentos e até mesmo os

Mas se descobrirem que o motivo

o pouco dinheiro que sobrou para se

conselheiros partem para as discussões

da crise teria sido um roubo bilionário

investir em projetos que realmente

para sair da crise, os acionistas podem

justamente na divisão mais rentável da

resultarão

até serem avisados, mas esperam que

empresa, associado com a anuência

Esclarecer por que tal roubo haveria

os profissionais envolvidos cumpram os

da diretoria e falta de fiscalização e

ocorrido, quem estaria envolvido e

seus deveres de casa.

“compliance” adequado? Qual seria

como fazer para que não se repitam,

Deixar

de

em

lado

projetos

bons

sem

benefícios.

a reação do corpo de acionistas?

será que a quadrilha haveria toda sido

de produção, de vendas, de recursos

Será

desbaratada? O que mais teria sido

humanos, financeiras, de planejamento e

dinheiro nesta aventura? E que tal se

roubado? Quanto? Quem? Quando?

em geral não trazem boas noticias para

a presidência e os conselheiros não

- Será que os acionistas topariam aportar

o corpo de funcionários. Neste instante,

soubessem de nada? Pior, haveriam

mais dinheiro nesta situação? Duvido.

a “radio peão” começa a transmitir em

indícios que os conselheiros estariam

Que tenhamos pelo menos saúde

ondas curtas quais os reflexos e os

se

roubalheira.

para suportar os novos capítulos da

alvos das decisões tomadas por aqueles

Haveria saída? Talvez, mas algumas

novela. Quanto à presidência, a diretoria

que mandam e quando saem estas

ações

e os conselheiros, quem sabe?

primeiras decisões observam-se o corte

poderiam ser:

de despesas, fusão de departamentos,

- Prender os ladrões (incluindo os

queiram com os seus! Eu seria preso se

redução de custos com fornecedores,

conselheiros envolvidos) e restituir o

fizesse o que me passa pela cabeça, ao

realinhamento

As ações podem depender das áreas

que

estes

beneficiando a

serem

aportariam

da

mais

recomendadas

E os extintores? Ora, façam o que

de

dinheiro roubado para ao menos cobrir

bom estilo dos ótimos argentinos dos

forma que pelo menos o jogo termine

parte do rombo, certamente, o jurídico

“relatos selvagens”. Aliás, uma ótima

empatado. O gerente do RH é um dos

acharia a melhor forma com seus doutos

oportunidade para filmar aqui não os

primeiros a ser chamado a exercer uma

integrantes;

“relatos”, mas os “ratos selvagens”.

de

atividades



Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

IEE implanta quatro estações de energia solar fotovoltaica em campus da USP As estações têm como principal objetivo fornecer aos alunos da universidade um sistema em escala real para que eles tomem contato com situações concretas de produção de energia

O Instituto de Energia e Meio Ambiente

em escala real. Conforme o professor, do

(IEE) da Universidade São Paulo (USP),

Departamento de Engenharia de Energia e

implantou

energia

Automação Elétricas da Poli, Marco Antonio

solar fotovoltaica, integradas ao sistema de

Saidel, por sua dimensão e diversidade de

abastecimento de energia elétrica do campus

atividades, a USP é um laboratório natural,

da instituição de ensino. O sistema possibilita

já que, como uma minicidade, tem hospital,

gerar aproximadamente 500 kW de energia

biblioteca, escola, clínica veterinária, clube

por dia, capacidade equivalente a 2,5% da

poliesportivo, etc.

demanda de energia da Universidade. Uma

estação do sistema está instalada no teto

pesquisar diferentes arranjos de conexão (a

da Biblioteca Brasiliana. As outras três estão

interconexão à rede elétrica, ou seja, como

operando na área do IEE dentro no campus:

ligar o sistema solar fotovoltaico à rede elétrica

em solo; na cobertura do estacionamento; e

já existente) para um estudo aprofundado das

no telhado. A coordenação do projeto ficou

características e propriedades do sistema.

a cargo do professor Roberto Zilles, do IEE,

"Estamos

mas participaram da iniciativa também a

identificar a melhor maneira de aproveitar a

Escola Politécnica (Poli-USP), a Companhia

geração solar fotovoltaica de acordo com

de Transmissão de Energia Elétrica Paulista

o perfil de consumo brasileiro", afirma. O

(CTEEP) e a Companhia Energética de São

projeto de implantação já foi concluído.

Paulo (Cesp).

Agora, os responsáveis estão na fase de

acompanhamento, avaliação e monitoramento

quatro

estações

de

As estações têm como principal objetivo

De acordo com Saidel, o projeto objetiva

procurando,

nessa

pesquisa,

fornecer aos alunos da universidade um

dos resultados.

sistema em escala real para que eles tomem

Por sua contribuição no avanço do

contato com situações concretas de produção

conhecimento, o projeto conquistou o

de energia. A equipe da Poli estudou o

1º Prêmio Inovação e Tecnologia Brasil

comportamento e características do consumo,

Solar, promovido pela Feira Internacional

as melhores formas para disponibilizar a

de

energia, trabalhar com previsão de demanda

EnerSolar+Brasil. Ficou em primeiro lugar

e consumo, entre outros elementos. Na USP,

na categoria "Melhor Projeto Acadêmico de

os pesquisadores puderam fazer a pesquisa

2015".

Tecnologias

para

Energia

Solar

-



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Amapá tem conexão definitiva ao SIN Com interligação realizada em meados de setembro, o Estado não necessitará mais ser abastecido por meio de geração térmica

O Amapá está finalmente conectado

definido nos Procedimentos de Rede do

ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Em

Operador Nacional do Sistema (ONS).

meados de setembro, a Companhia de

Dessa maneira, a partir de agora, a geração

Eletricidade do Amapá (CEA) ligou a usina

térmica – que garantia o abastecimento da

térmica Santana e a usina hidrelétrica de

região – só será utilizada por necessidade

Coaracy Nunes que ainda operavam de

energética ou em caso de emergência.

forma isolada do sistema, realizando os

O

últimos procedimentos para a conexão

parcialmente interligado ao SIN, desde a

definitiva do Estado.

conexão das subestações de Macapá II

e Santa Rita às subestações 230/69 kV

Com a interligação, o Amapá passa a

atender ao critério (N-1) de perda simples,

estado

do

Amapá

estava

Macapá e Laranjal do Jari.

América do Sul apresenta índice de emissão de CO2 abaixo da média mundial

O subcontinente apresentou um indicador de 1,84 tonelada de CO2 por tonelada de energia consumida (tCO2/ tep), enquanto a média mundial foi 2,34 tCO2/ tep O indicador de emissões de CO2

que é de 13,6%. Somente o Brasil, cuja

pelo uso de energia da América do Sul foi

influência no indicador da região é muito

menor do que a média mundial em 2014

forte, a participação da energia renovável é

informou o Boletim “Energia na América do

de 39%. Já no que diz respeito à tonelada

Sul”, produzido anualmente pela Secretaria

média equivalente de petróleo (tep), a

de

Desenvolvimento

América do Sul consumiu 169 milhões de

Energético do Ministério de Minas e Energia

tep de energia de fontes renováveis em

(MME). O subcontinente apresentou um

2014, o que significa 9,1% das renováveis

indicador de 1,84 tonelada de CO2 por

do mundo.

tonelada de energia consumida (tCO2/

Em

tep). A média mundial é 2,34 tCO2/ tep.

caracterizou-se

A América do Sul apresenta uma forte

exportadora de energia, haja visto que

participação das fontes renováveis em sua

produziu 5,7% da energia mundial, mas

matriz de oferta interna de energia, que

consumiu somente 4,3%. Registrou também

é a soma necessária para movimentar as

superávit de 30% sobre as necessidades

economias dos países latino-americanos.

totais de energia, com vendas líquidas de

29% vem desse tipo de fonte. Trata-se

aproximadamente 180 Mtep para países

de mais que o dobro da média mundial,

situados fora da América do Sul.

Planejamento

e

2014,

a por

América ser

uma

do

Sul região



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Abendi lança processo de certificação do método de termografia Trata-se de relevante ferramenta na área elétrica, para a realização de inspeção e manutenção preditiva de redes e instalações elétricas em geral, painéis, subestações, motores elétricos A Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi) lançou recentemente o processo de certificação do Nível 1 do método de termografia, importante ferramenta na área elétrica, para a realização de inspeção e manutenção preditiva de redes e instalações elétricas em geral, painéis, subestações, motores elétricos. No caso de instalações e equipamentos elétricos, a inspeção termográfica visa a identificação e

avaliação

com

daqueles

temperaturas

de

componentes funcionamento

significativamente supe­riores às temperaturas especificadas pelos fabricantes.

Com a certificação, garante-se que os

trabalhos realizados nas empresas terão efetivamente um padrão de qualidade por parte do profissional responsável pelo serviço, e fornece também salvaguardas

requisitos preestabelecidos, como grau

competência. Por enquanto, a Abendi só

legais associadas a qualquer tipo de

de escolaridade, aptidão física, horas de

disponibiliza a certificação para N1.

atividade técnicas. Conforme a Abendi, o

treinamento

A Abendi é acreditada pelo Instituto

processo surgiu a partir do apoio e da visão

comprovada a fim de garantir o entendimento

Nacional

de representantes de grandes empresas

dos

e

Tecnologia (Inmetro), do Ministério do

que utilizam o método de termografia, como

análises termográficas. No que se refere à

Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Metrô e Furnas.

escolaridade e à experiência profissional,

Exterior, como Organismo de Certificação de

De acordo com a Abendi, para se

exige-se diploma de conclusão de Ensino

Pessoal – OPC-002, conforme a Norma ISO

certificar em qualquer nível de competência,

Técnico de Nível Médio. Deve-se destacar

17024, para a qualificação e certificação de

os profissionais que se candidatarem

que os profissionais de termografia são

pessoal em END, baseada nos critérios da

ao processo precisam atender a alguns

classificados em três níveis crescentes de

Norma ISO 9712.

e

experiência

procedimentos

das

profissional medidas

de

Metrologia,

Qualidade

e



Painel de produtos

14

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Caixas de passagem de sobrepor www.tableplast.com.br

A Tableplast do Brasil acaba de lançar a linha de caixas

plásticas de passagem de sobrepor Série Excellent. Com grau de proteção IP 65 e sem vedação de borracha – uma exclusividade, cuja patente já foi requerida pela empresa –, a nova linha é fabricada em material termoplástico auto extinguível na cor cinza e aditivada com anti UV. Segundo a empresa, possui ótimo acabamento e estética e duas formas de fechamento. Essa série é composta de seis tamanhos, sendo que cada medida possui três profundidades, disponibilizando

Kit de resgate www.leal.com.br

A Leal apresenta o seu kit de resgate para trabalhos em linha

viva, indicado para situações de trabalho que exigem segurança e praticidade. Segundo a empresa, com o equipamento, o usuário pode alcançar a estrutura a partir de uma superfície de trabalho segura. Os componentes deste kit ficam dispostos em uma mochila e são simples de serem utilizados.

O Kit contém: um moitão, dispositivo de travamento, malha

rápida, cinta ancoragem com catraca, corda e conector. O kit apresenta ainda um sistema de redução mecânica, por meio do qual o funcionário reduz o seu peso em até cinco vezes, sendo ideal para resgates em trabalhos com linha viva.

18 modelos. É certificada pelas normas internacionais IEC 670670-1:2002 / IEC 60670-24:2005 / IEC 62262:2002.

As caixas estão disponíveis em 18 modelos, conforme profundidade e tamanho.

Com o sistema de redução mecânica, o técnico reduz o seu peso até cinco vezes.


15

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Luzes de sinalização

Boroscópio

www.pfannenberg.com.br

www.minipa.com.br

A linha de sinalizadores da Pfannenberg acaba de ser

incrementada com o lançamento das luzes flash em forma piramidal

para inspeção de áreas de difícil acesso, normalmente

Pyra M para uso em alarmes de incêndio, máquinas e aplicações

impossíveis de serem vistas a olho nu. Dispõe de uma câmera

de emergência.

ergonômica com foco automático, display de LCD de 2,4” e

Novidade da Minipa, o Boroscópio MBR-240 é indicado

Com tecnologia xenon e facilidades de instalação, a nova luz

capacidade de visualizações bem próximas. O equipamento

está disponível nas versões 5J e 10J. As luzes contam com design

é destinado à inspeção de máquinas, fiações, estruturas,

compacto, quatro frequências de flash selecionáveis, IP 66/ IK08,

tubulações, entre outras. Apresenta, como opcional, um cabo

certificação EM 54-23 e também pode ser encontrada na versão

extensor de três metros (MBR-240Ext).

com módulo sonoro (100 dB).

Os novos sinalizadores estão disponíveis com base nas cores

cinza ou vermelha e lentes nas cores vermelho, laranja, amarelo, verde, transparente e azul. O equipamento permite ainda a possibilidade de uso sincronizado com duas ou mais luzes.

Importante mencionar que o design das peças foi reconhecido

e premiado pelo “Red Dot Award: product design 2015”, prêmio desenvolvido pelo instituto Design Zentrum Nordrhein Westfalen, reconhecido mundialmente como um dos selos mais renomados do mundo do design.

Novas luzes apresentam design diferenciado e reconhecido por premiação internacional.

Produto conta com câmera ergonômica com foco automático.


Painel de normas

16

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

Senado aprova compensação para municípios geradores de energia elétrica Proposta, que seguiu para a Câmara dos Deputados, aumenta o valor da arrecadação do ICMS dos municípios com usinas hidrelétricas afetados pela Medida Provisória (MP) 579/2012 O

Senado

Federal

aprovou

por

afetados pela Medida Provisória (MP)

brasileiros. Segundo o relator do projeto, o

unanimidade em meados de setembro o

579/2012.

senador Walter Pinheiro (PT-BA), a queda

Projeto de Lei – PLS 525/2015, de autoria

A MP 579/2012, que deu origem à Lei

na arrecadação impactou principalmente

do senador Fernando Bezerra Coelho

12.783/2013, ofereceu às concessionárias

os municípios que têm usinas hidrelétricas

(PSB-PE), que prevê a compensação dos

de

construídas em seu território.

municípios geradores de energia elétrica

possibilidade de prorrogar a concessão

Segundo informações da Agência

com aumento do valor da arrecadação do

com a condição de reduzir as tarifas

Senado, o Brasil conta atualmente com 175

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias

praticadas e, consequentemente, diminuir

municípios-sede de usinas hidrelétricas.

e Serviços (ICMS). A proposta, que seguiu

as receitas das empresas. Com a medida,

Destes, 18 municípios tiveram prejuízos

para a análise da Câmara dos Deputados,

o preço da tarifa chegou a cair até 70% e

reais com a promulgação da lei. A cidade

tem como objetivo compensar a perda

assim diminuiu também a arrecadação do

baiana de Paulo Afonso (BA), por exemplo,

da receita dos municípios com usinas

ICMS decorrente da distribuição de energia

que abriga o complexo de usinas da Chesf,

hidrelétricas

e sua respectiva partilha entre os municípios

obteve prejuízo de mais de R$ 12 milhões.

instaladas

e

que

foram

geração

de

energia

elétrica

a

Senado aprova lei que permite que todos os grandes consumidores atuem no mercado livre Atualmente, empresas que se conectaram à rede elétrica antes de 1995 somente podem participar do ambiente de contratação livre se trabalharem com tensão igual ou maior do que 69 kV

A comissão de Meio Ambiente, Defesa

já permitia aos grandes consumidores com

do Consumidor e Fiscalização e Controle

carga igual ou maior do que 10 mil kW,

interligados à rede elétrica antes da

(CMA) do Senado Federal aprovou o

atendidos em qualquer tensão, adquirir

instituição da lei 9074 só foram autorizados

Projeto de Lei (PLS 239/2014), que dá

energia no ambiente de contratação

a atuar no ACL aqueles que trabalhassem

aos grandes consumidores de energia,

livre (ACL), contudo limitava esta ação

em tensão igual ou maior do que 69 kV. O

sem restrição de nível de tensão em que

àqueles que se conectaram à rede após

PLS 239/2014 acaba, portanto, com essa

estejam interligados à rede elétrica, o

sua promulgação. A lei estipulava ainda

restrição. Conforme o senador Delcídio

direito de escolher livremente o fornecedor

que, após cinco anos de sua edição,

do Amaral (PT-MS), autor do projeto, por

do serviço. O projeto seguiu para exame

consumidores com carga superior a 3 mil

questão de isonomia, esse tratamento

na Comissão de Serviços de Infraestrutura

kW, ligados em qualquer tensão, também

assimétrico entre agentes semelhantes

(CI) da casa.

poderiam comprar energia no mercado

tem que ser corrigido. (Com informações

livre.

da Agência Senado).

A Lei 9074, instituída em julho de 1995,

No que diz respeito aos consumidores

ABNT publica duas novas normas Acumulador alcalino

Conectores de fibra óptica

Publicada no dia 10 de setembro,

A

a

intitulada

ABNT

NBR

para conectores de fibras óticas para

16429:2015,

montagem

em

campo,

apropriados

fibra

para utilização em ambiente interno

define os termos técnicos aplicados aos

ótica para montagem em campo –

não agressivo ou ambiente externo

acumuladores alcalinos de níquel-cádmio

Especificação, foi publicada no dia

não

estacionários ventilados. O documento,

27 de agosto. Com dez páginas de

intempéries, penetração de água e

que conta com oito páginas, se tornará

conteúdo,

poeira. O texto se tornou válido no dia

válido a partir do dia 10 de outubro.

especifica

norma

ABNT

NBR

14203:2015

Conectores

o os

documento requisitos

de

normativo mínimos

agressivo,

27 de setembro.

protegido

contra


17

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Normas em consulta pública

Óleo mineral isolante O

Projeto

ABNT

NBR

16432,

com o título Óleo mineral isolante – determinação do teor de produtos clorados, ficará sob consulta pública no site da ABNT (www.abnt.org.br) até o dia 15 de novembro deste ano. A norma especifica um método para determinação do teor de produtos clorados em óleo mineral isolante. Vale explicar que os resultados obtidos de cloretos podem ser utilizados como ferramenta rápida para triagem de óleos minerais isolantes, quanto ao conteúdo de bifenilas policloradas (PCB) (estimativa como aroclor 1242). O

projeto

foi

elaborado

pela

Comissão de Estudo de Óleos Minerais Isolantes (CE-003:010.001) do Comitê Brasileiro

de

Eletricidade

CB-003),

em

reuniões

(ABNT/

que

foram

realizadas de 10 de setembro de 2014 até 3 de março de 2015.

Equipamento elétrico

Elaborado pela Comissão de Estudo

de Outros Óleos Isolantes (Sintéticos e

Naturais)

(CE-003:010.002)

do

ABNT/CB-003, o Projeto ABNT NBR 16431 especifica o método para a determinação da compatibilidade dos materiais empregados em equipamentos elétricos com óleo vegetal isolante novo. Em nota, a associação recomenda que o óleo vegetal isolante esteja em conformidade com a ABNT NBR 15422. O

projeto

começou

a

ser

desenvolvido no final de 2007 e o último encontro para a sua elaboração ocorreu no dia 29 de maio de 2014. A data-limite para a consulta pública no site da ABNT é 18 de novembro.


Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Laminados Japeri inaugura fábrica no Rio de Janeiro Fabricante investiu R$ 16 milhões em novas instalações com o objetivo de ampliar sua capacidade produtiva e aperfeiçoar o atendimento ao cliente Focada

na

fabricação

de

linhas

as necessidades, com serviço diferenciado

elétricas – eletrocalhas, perfilados, leitos

e entregas pontuais”, afirma.

e acessórios –, a Laminados Japeri está

mudando de endereço com a intenção

da ordem de R$ 16 milhões, considerando

de agilizar seus processos e ampliar sua

local e maquinário. Na unidade, serão

produção. A empresa acaba de assumir

produzidas cerca de duas mil toneladas de

uma nova planta industrial, que conta

produtos por mês, incluindo eletrocalhas,

com área construída de 12 mil metros

perfilados, leitos para cabos, abraçadeiras,

quadrados e área total de 30 mil metros

fitas perfuradas, eletrodutos e toda a linha

quadrados no município de Japeri, região

de acessórios.

metropolitana do Rio de Janeiro.

Figueiredo

O

diretor

da

empresa,

A nova planta demandou investimentos

conta

que

aposta

na

Planta industrial da Laminados Japeri possui área construída de 12 mil m² e contou com investimentos de R$ 16 milhões.

princípio da honestidade da Laminados

Estevam

pontualidade dos prazos de entrega como

Japeri”, acrescenta o diretor.

Figueiredo, conta que a proposta era ter a

grande diferencial da empresa diante do

Com os investimentos e a elevação

maior fábrica do segmento com produtos

cenário econômico desfavorável atual.

da capacidade produtiva, a intenção da

de qualidade e preços competitivos.

“Iremos agregar produtos de extrema

empresa é crescer em torno de 50% nos

“Quando iniciamos as obras, o Brasil

qualidade

próximos 12 meses, mesmo considerando

estava em pleno crescimento e não

Para isso, a empresa está realizando um

o

havia empresas no ramo com estrutura

grande investimento em matérias-primas

informações sobre a empresa, assim como

suficiente para atender à demanda, por

e apostando em preços baixos, “sempre

endereço e telefones, podem ser obtidas

isso, investimos pesado para suprir todas

considerando a chapa correta, que é o

no site www.laminadosjaperi.com.

com

entregas

imediatas”.

momento

econômico

atual.

Mais

Brametal completa 40 anos e comemora aumento de produção Em cerca de sete anos, a empresa triplicou sua produção de estruturas metálicas, passando de 24 mil toneladas/ano para mais de 80 mil toneladas/ano

A Brametal, conhecida por fabricar estru­

torres para suporte de aerogeradores.

de projeto e de fabricação. Nós estamos

turas metálicas galvanizadas para trans­ mis­

No que diz respeito ao segmento de

trazendo esta tecnologia para o Brasil”, explica

são de energia elétrica e telecomu­ nicações,

energia solar, o diretor industrial da Brametal,

o diretor industrial da empresa. Segundo

completa 40 anos de fundação em 2015.

Marcos Brecht, informa que a empresa

Brecht, o conceito de torre metálica é mais

A data vem acompanhada de relevante

já desenvolve, com tecnologia própria,

barato e amigável ao meio ambiente do que

crescimento da empresa nos últimos tempos.

suporte fixo para painéis fotovoltaicos, e

o conceito atual de torres de concreto.

Conforme o diretor comercial da companhia,

está desenvolvendo um sistema com tracker,

Alexandre Queiroz Schmidt, a empresa

que fornece movimento aos painéis. Brecht

em meio à crise econômica, o diretor

praticamente triplicou de tamanho nos últimos

acredita que, por ter obras que exigem

comercial da Brametal afirma, sem citar

sete anos, aumentando sua produção de

menos recursos e ficam prontas com mais

números, que 2015 está sendo um ano

estruturas metálicas de 24 mil toneladas/ano

rapidez, a energia solar irá avançar com mais

difícil, como, segundo ele, para todas as

para mais de 80 mil toneladas/ano.

velocidade no Brasil do que a energia eólica.

empresas brasileiras. No que se refere à

A ascensão da companhia passa também

Em relação ao faturamento da empresa

Esta constatação não impediu, contudo,

produção, “o ano está bem morno”. Contudo,

pela decisão da empresa de diversificar o

que a Brametal investisse na área eólica.

de acordo com Schmidt, como o Brasil

leque de produtos desenvolvidos. A Brametal

Trata-se de um projeto que está sendo

realmente precisa de linhas de transmissão,

vem expandindo sua área de atuação para o

desenvolvido há quatro anos e que consiste

o mercado de energia elétrica continua

segmento de energias renováveis. A empresa

na fabricação de estruturas metálicas

recebendo investimentos. Com relação a

fabrica, desde o ano passado, suportes para

treliçadas para suporte de aerogeradores.

2016, o diretor comercial acredita que nada

painéis fotovoltaicos de energia solar e vem

“Temos uma parceria com um grupo alemão

mudará radicalmente. “Não deve melhorar

trabalhando para adentrar o mercado de

– formado pelas empresas alemãs Conferdo

e nem piorar. Nossa expectativa é que se

energia eólica, por meio do fornecimento de

e PEConcept – que tem toda a expertise

mantenha o mesmo ritmo de 2015”, avalia.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Setembro de 2015

HellermannTyton completa 45 anos de presença no Brasil Mesmo em época de crise econômica, companhia espera crescer 10% em 2015

Luis Fernando Tobias de Barros, diretor de marketing da HellermannTyton.

O dia 1º de outubro de 2015 foi uma data muito especial para

a HellermannTyton. A companhia, fabricante de soluções para gerenciamento de fios e cabos, completou 45 anos de presença no país. Durante estas mais de quatro décadas de existência em território nacional, a empresa se sedimentou como uma das mais importantes da área e hoje disponibiliza a seus clientes 60 mil itens, divididos nos sistemas de amarração, fixação, identificação, proteção e isolação de fios e cabos. Em 2004, a empresa incrementou seu portfólio de produtos, passando a fornecer também itens para cabeamento estruturado.

No ano em que comemora seu aniversário de 45 anos no Brasil,

a empresa acredita que seu faturamento terá um acréscimo de 10%, mesmo diante de um cenário de crise econômica. Conforme explica o diretor de marketing da empresa, Luis Fernando Tobias de Barros, isto se deve ao fato de a empresa não depender de um único mercado ou indústria. “Nossa estratégia é encontrar oportunidades de fornecimento além do mercado elétrico, como: energias alternativas, construção civil, construção de trens e metrôs, telecomunicações, linha branca, estaleiros, exportações para América do Sul etc.”, afirma. A HellermannTyton está, desde 2002, sediada na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. De acordo com o diretor, a fábrica foi construída para opera com a mais moderna tecnologia de injeção e extrusão de termoplástico da América do Sul. “Contamos com um parque de máquinas de última geração e de altíssima produtividade, chegando a processar mais de 300 toneladas de matéria-prima por mês”, destaca Barros.



Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Internet das coisas é tema do Automation & Power Word Brasil Evento realizado pela ABB teve como temática a “Era da conectividade” e discutiu o conceito de internet das coisas na indústria O YuMi consegue não só aplicar a força adequada para a atividade que está executando, mas também responder ao ambiente em torno dele.

A ABB promoveu recentemente a

no sistema de distribuição de energia

desenvolvido

5ª edição do Automation & Power Word

elétrica do país, deverá servir de exemplo

pouco diferente do conceito de IoT

Brasil, evento que contou com fórum sobre

para outras áreas, como a indústria,

comumente utilizado. Além de máquinas

tendências

mercado

na tentativa de tornar mais inteligente

e equipamentos, a ABB entende que

mundial de energia e uma feira em que

seus processos produtivos. Conforme o

as

foram expostas as tecnologias mais atuais

diretor da ABB, a rede elétrica está em

serviços para garantir que os dispositivos

da companhia, entre softwares, sistemas,

um estágio mais avançado do que as

estejam funcionando corretamente e as

produtos e soluções. O evento teve como

indústrias no que se refere à tecnologia de

pessoas, que continuarão centrais no

tema a “Era da conectividade” e trouxe,

automação que possibilita essa troca de

processo, tomando decisões, planejando

entre suas principais palestras, conferência

informações. Trata-se, segundo ele, de um

e otimizando as atividades executadas

realizada pelo diretor da divisão industrial

conceito de anos atrás que já vinha sendo

pelos equipamentos. “De forma simples,

de Automação de Processos no Brasil

implementado nas redes de distribuição.

esta é a definição da Internet das Coisas,

e na América Latina da ABB, Ricardo

“O que se pensa em fazer na indústria é

Serviços e Pessoas na ABB: dispositivos

Hirschbruch,

tecnológicas

que

do

tecnologias

é

integrarão

um

os

o

aumentar a conectividade”, diz Hirschbruch.

industriais inteligentes conectados em

Conectividade que já está implementada

rede, permitindo mais serviços remotos

inglês Internet of Things - IoT) na indústria,

na rede elétrica. De acordo com o diretor, a

e proporcionando ao usuário uma melhor

também chamado de Indústria 4.0.

indústria irá se beneficiar da conectividade

tomada de decisão, graças à habilidade de

paralelo

de comando e controle em aspectos como

analisar e atuar nas informações coletadas

entre o conceito de IoT para aumentar

a otimização de energia e o aumento de

nos processos”, explica.

a

conectividade

traçou dos

um

sobre

empresa

conceito de “Internet das coisas” (do

Hirschbruch

dissertou

novas

pela

equipamentos

informações do processo industrial.

industriais e o de smart grid, que, segundo

O diretor da ABB faz questão de

em um primeiro nível de aplicação de IoT.

ele, mesmo dando seus primeiros passos

salientar, no entanto, que o conceito

Nas fábricas nacionais, usualmente, se

No Brasil, segundo Hirschbruch, estamos


23

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

emprega a tecnologia para a manutenção

Hirschbruch acredita que este nível

tecnologias de sensores que permite

industrial. Grosso modo, consegue-se rea­

de tecnologia será alcançado no país

sentir a pressão, o YuMi consegue, de

lizar automaticamente o diagnóstico de equi­

conforme aumentar a pressão de custo.

acordo com Hirschbruch, não só aplicar

pamentos e analisar de forma preventiva se o

“Essa pressão global por competitividade

a força adequada para a atividade que

equipamento está prestes a falhar. Assim, é

é que vai fazer a tecnologia evoluir”, diz

está executando, mas também responder

possível realizar a troca planejada, que pode

o diretor, salientando que no caminho

ao ambiente em torno dele. “Isso significa

ocorrer em minutos e otimizar o processo

alguns aspectos referentes à regulação e

trabalhar com segurança ao lado de seres

produtivo. Outros exemplos de tecnologia

normas precisarão ser revistos e ajustados

humanos, sem necessidade de qualquer

relacionada à IoT comumente utilizada no

para acelerar o processo. “O governo

proteção, gaiola ou grade, nem zonas

Brasil são os sensores e atuadores.

tem secretarias e entidades reguladoras

restritas”, explica.

Para que os processos se integrem

planejando a melhor forma de acelerar este

no máximo de sua força há muito que

processo”, confia o diretor. A estimativa

solução

caminhar. Segundo o diretor da ABB, o

dos especialistas da área é de que a IoT

colaborativa”, capaz de manusear qualquer

uso de inteligência artificial para fazer o

compartilhe cerca de 50 bilhões de objetos

coisa, desde um relógio a um tablet.

controle do processo industrial é quase

até 2020 em todo o mundo.

“Com um nível de precisão que poderia

sem

limites.

“Daria

para

automatizar

Conceito novo na robótica

Hirschbruch,

A

Brasil,

opta-se

por

robótica

“verdadeiramente

enfiar uma linha em uma agulha, ele muda

muito mais”, assegura. De acordo com no

Trata-se, segundo o diretor, da primeira

principal

novidade

radicalmente a maneira como pensamos tecnológica

a

automação”,

destaca

Hirschbruch.

implementar um sistema e depois, quando

exposta pela ABB no evento foi o robô

Segundo ele, o YuMi responde à demanda

necessário, atualizá-lo, mas o processo

colaborativo YuMi, definido pelo diretor

de um mercado de consumo com volumes

poderia ser mais autônomo, o sistema

da divisão industrial de Automação de

de produção mais elevados, produtos

poderia se auto adaptar. De acordo com

Processos no Brasil e na América Latina

com ciclos de vida mais curtos, prazos de

ele, há tecnologia para isso, mas a decisão

da ABB como um “conceito totalmente

entrega mais apertados e uma crescente

de utilizá-la ou não é humana.

novo na robótica. Com dois braços e

tendência de personalização de produtos.


Evento

24

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

CINASE aporta em Recife Segunda etapa de 2015 do reformulado Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reuniu 300 profissionais, que participaram das palestras e ainda testaram os conhecimentos adquiridos em workshop prático

Em sua 22ª edição, o Circuito Nacional

toda a cadeia do setor elétrico, passando

qualidade do conteúdo apresentado pelos

do Setor Elétrico (CINASE) foi a Recife pela

por GTD, instalações elétricas de média e

palestrantes. O auditório contou com a

terceira vez, em seis anos de existência,

baixa tensões.

presença de cerca de 300 profissionais,

com a proposta de levar conhecimento

Realizado entre os dias 8 e 9 de

entre engenheiros eletricistas, técnicos,

técnico para os profissionais da região.

setembro no Mercure Recife Mar Hotel

tecnólogos, executivos e estudantes.

Reformulado, desde a primeira etapa deste

Conventions, na cidade de Recife (PE),

ano, realizada na cidade de Joinville (SC),

mais uma vez confirmou-se o elevado nível

de 2015, “Uma viagem pelas instalações

o evento busca abordar, tecnicamente,

dos participantes presentes, assim como a

elétricas”, o CINASE acompanhou a

Com o tema adotado para este ano


25

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

transformação pela qual passou no início do ano. O novo conceito adotado pelo evento objetiva transmitir ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas, desde a geração de energia, passando pela transmissão e distribuição, até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao consumo da eletricidade. Assim, as palestras foram organizadas de modo a abordar diversas temáticas do ciclo da energia elétrica, como a dinâmica dos transformadores, a qualidade da energia, os painéis de média e baixa tensão, a eficiência energética na indústria, a proteção e o aterramento, a segurança do trabalho, as linhas elétricas e a iluminação. Confira a programação completa do evento a seguir.

O presidente da Celpe, Antonio Carlos Sanches, abriu o seminário falando sobre a visão da concessionária a respeito do cenário energético atual.

A abertura do evento deu-se com a

de Pernambuco (Celpe), Antonio Carlos

trabalho com foco no cliente dentro dos

palestra “O panorama energético sob

Sanches. Para ele, o setor elétrico atua

custos visando o longo prazo. “A crise é

o olhar da concessionária”, feita pelo

no longo prazo e, embora o momento seja

passageira e, quando vier a retomada, a

presidente

difícil e de crise, o importante é manter o

concessionária precisa estar preparada

da

Companhia

Energética


Evento

26

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Fotos do congresso, debate, exposição e workshop do 22º Cinase, etapa Recife.



Evento

28

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Para Pedro Cavalcanti Filho, da ABEEólica, a energia oriunda dos ventos é realidade no país e um mercado atrativo para investidores.

para uma demanda maior e, assim,

obstáculos enfrentados hoje existem por

conseguir atender à população e ao setor

conta da história recente no país e propõe

industrial a contento”, afirmou.

uma ação conjunta entre setor privado,

Em seguida, o vice-presidente da

setor que atua como agente e setor público

Associação Brasileira de Energia Eólica

para equacionar as dúvidas e transformá-

(ABEEólica),

Filho,

las em ações. A energia eólica é uma das

abordou o tema “Panorama do setor

soluções para este momento. “A eólica é

eólico – Desafios e oportunidades”, em

uma solução limpa, renovável, geradora

que destacou que a fonte eólica já é uma

de empregos, traz segurança energética

realidade no país e que agora o desafio da

e contribui de forma significativa para a

associação é contornar os obstáculos que

captação de capital estrangeiro”, concluiu.

impedem o crescimento e desenvolvimento

deste setor. Cavalcanti ressalta que os

patrocinadores do 22º Cinase, etapa Recife.

Pedro

Cavalcanti

Veja na próxima edição a cobertura dos

Patrocinadores e apoiadores do XXII CINASE – etapa Recife



Evento

30

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Programação do CINASE 8 e 9 de setembro de 2015 - Recife (PE) Uma viagem pelas intalações elétricas Primeiro dia

• 17h45 – 18h00 – Convidado Indústria – Produtos para instalação aparente – Conduletes e eletrodutos – Tecnologia com e sem rosca –

• 7h30 – 8h00 – Credenciamento dos congressistas & convidados

Empresa: Daisa - Paulo Santos

• 8h00 – 8h15 – Abertura do XXII CINASE – Região Nordeste - Etapa

• 18h00 – 18h15 – Sessão de perguntas e respostas

Recife – Uma viagem pelas instalações elétricas – Conceitos & Aplicações

• 18h00 – Sorteio de brindes

• 8h15 – 8h30 – O Panorama energético sob o olhar da concessionária:

Segundo dia

Presidente da CELPE, Antonio Carlos Sanches. • 8h30 – 9h00 – Panorama do setor eólico – Desafios e perspectivas – Especialista: Pedro Cavalcanti, da ABEEólica

• 8h00 – 8h15 – Abertura do segundo dia do XXII CINASE

• 9h00 – 9h45 – Conceitos gerais de redes inteligentes (Smart Grid) -

• 8h15 – 8h45 – Novas diretrizes de projeto e aplicação de painéis de baixa

Especialista: Luiz Fernando Arruda

tensão – Especialista: Nunziante Graziano.

• 9h45 – 10h15 – Conceitos modernos de especificação e uso de

• 8h45 – 9h00 – Convidado Indústria: Normas, testes e certificações de painéis

subestações e painéis de média tensão - Especialista: Nunziante Graziano

– Um olhar mais profundo - Empresa: Rittal - Fabricio Gonçalves C. Pinto

• 10h15 – 10h30 – Convidado Indústria – Vantagens na padronização de

• 9h00 – 9h15 – Convidado Indústria – A segurança das pessoas através

cubículos blindados para medição de energia de clientes em média tensão

de painéis de baixa tensão resistentes a arco interno - Empresa: Volga

– Empresa: BRVAL – Alexandre Morais

Engenharia - Diógenes Toscano

• 10h30 – 10h45 – Convidado Indústria - Praticas seguras para a operação

• 9h15 – 9h30 – Convidado Indústria – Novas tecnologias em painéis de

desassistida de conjuntos de manobra e controle de media tensão. –

comando e automação BT - Empresa: Liba Painéis.

Empresa: Eaton – Eduardo Gomes

• 9h30 – 9h45 – Convidado Indústria: Dicas para dimensionamento de Bus

• 10h45 – 11h00 – Sessão de perguntas & respostas

Way em edifícios de uso coletivo com medição centralizada. - Empresa:

• 11h00 – 11h45 – Intervalo para coffee break e visita à exposição

Novemp – Carlos Bomeisel

• 11h45 – 12h15 – Avaliação do sistema de transformação em subestações e

• 9h45 – 10h00 – Sessão de perguntas e respostas

painéis elétricos: operação, manutenção e ensaios - Especialista: Marcelo Paulino

• 10h00 – 10h45 – Intervalo para coffee break e visitar a exposição

• 12h15 – 12h30 – Convidado Indústria – Como especificar termovisores

• 10h45 – 11h30 – Segurança do trabalho, as NRs e a indústria de PE -

para manutenção preventiva - Empresa Flir Systems - Marcio Góes, gerente

Especialista: João Barrico

de vendas América Latina

• 11h30 – 12h30 – ABNT NBR 5419:2015 – Nova norma brasileira de

• 12h30 – 12h45 – Convidado Indústria – Sistemas de supervisão de

SPDA. - Especialista: Jobson Modena

isolamento e localização de falhas à terra em circuitos de comando e

• 12h30 – 12h45 – Convidado Indústria: Materiais de Aterramento –

controle em corrente contínua nas subestações – Empresa RDI Bender –

Empresa: Fastweld – Rinaldo Botelho

Ricardo Bender, diretor

• 12h45 – 12h55 – Convidado Indústria: Aplicação DPS - norma ABNT

• 12h45 – 12h55 – Convidado Indústria – Sistema de corte de religamento de

NBR 5419:2015 - Empresa: Embrastec - José Marcio Rosa

medição elétrica. Empresas: TAF e Nansen – Amandio Ferreira de Carvalho

• 12h55 – 13h10 – Sessão de perguntas e respostas

• 12h55 – 13h10 – Sessão de perguntas e respostas

• 13h10 – 14h15 – Intervalo para almoço e visita à exposição

• 13h10 – 14h15 – Intervalo para almoço e visita à exposição

• 14h15 – 14h45 – Iluminação: Led ou não Led, eis a questão! - Especialista:

• 14h15 – 15h00 – Qualidade da energia – Compensação reativa e

Plínio Godoy

eficiência energética - Especialista: Jose Starosta

• 14h45 – 15h00 – Convidado Indústria: Sistema de telegestão para

• 15h00 – 15h15 – Convidado Indústria: Qualidade da energia para

iluminação pública - Empresa: Ilumatic – Danilo de Abreu

concessionárias e aplicações industriais - Empresa: APC by Schneider

• 15h00 – 15h15 – Convidado Indústria: Como a tecnologia Led influenciará

Electric – Antonio Porto

na iluminação que conhecemos. - Empresa: Kian Iluminação – Francisco

• 15h15 – 15h30 – Convidado Indústria: Eficiência energética e uso de

Lopez, diretor

inversores de frequência - Empresa: WEG S/A – André Guimarães

• 15h15 – 15h30 – Convidado Indústria: Em tempos de crise, soluções

• 15h30 – 15h45 – Convidado Indústria – Dimensionamento de condutores

eficazes. - Empresa: Total Light Ex – Lourival Reis

elétricos – Empresa: Nexans S/A - Gabriel Mousinho

• 15h30 – 15h45 – Sessão de perguntas e respostas

• 15h45 – 16h00 – Convidado Indústria: Instrumentos para medições

• 15h45 – 16h30 – Intervalo para coffee break e visita à exposição

elétricas - Empresa: Minipa – Marcia Vilachan

• 16h30 – 18h00 – Workshop prático XXII CINASE com os engenheiros

• 16h00 – 16h15 – Sessão de perguntas e respostas

Jobson Modena e José Starosta e participação especial de patrocinadores

• 16h15 – 17h00 – Intervalo para coffee break e visita à exposição

e professores (inédito e exclusivo)

• 17h00 – 17h45 – ABNT NBR 5410 – A revisão e o panorama da ABNT NBR

• 18h00 – Sorteio de brindes - Encerramento do XXII CINASE - etapa Recife

5410 e verificação das instalações elétricas - Especialista: Eduardo Daniel

Mais informações: www.cinase.com.br



Evento

32

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

CINASE virtual

Uma das grandes novidades do CINASE

- Etapa Recife foi a disponibilização do aplicativo (APP) que leva o nome do evento e que foi essencial para o sucesso do congresso. Isso porque a ferramenta conferiu praticidade e permitiu maior interatividade entre

congressistas,

palestrantes,

organizadores e patrocinadores do evento. Para o diretor do CINASE, Massimo Di Marco, o aplicativo foi fundamental para conferir uma grande interatividade ao longo do evento, com destaque para as perguntas e respostas, para as ações promocionais e para a rodada de negócios, ações que permitiram que os participantes se mantivessem conectados antes, durante e após o evento.

O aplicativo foi implementado por conta de uma parceria com

a empresa InEvent. O CCO (do inglês, Chief Commercial Officer) da empresa, Vinicius Neris, enfatiza que o objetivo do aplicativo foi permitir um networking com todos os participantes e palestrantes do evento, permitir o envio de dúvidas para os palestrantes e de convites para o LinkedIn, além da possibilidade de envio de mensagens pelo chat do aplicativo e entrega da avaliação ao final de cada atividade.

O APP CINASE está disponível gratuitamente nas lojas da Apple ou do Google (Android).


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

34

Capítulo IX – Iluminação urbana • Iluminação viária • Segurança • Visibilidade • Luminância e iluminância

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luís Barreira Martinez

42

Capítulo IX – Carregamento de transformadores • Curvas diárias de carregamento • Limites para consumos residencial, comercial, industrial e rural • Demanda máxima dos transformadores

EQUIPAMENOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

50

Capítulo IX – Técnicas para reformar equipamentos de subestações e adiar investimentos • Ventilação e temperatura • Dissipação de calor • Melhoria dos contatos elétricos • Indução magnética • Arcos internos

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Eduardo Daniel Capítulo IX – Normalização IEC para efeitos térmicos • Proteção contra efeitos térmicos • Proteção contra incêndio • Proteção contra queimaduras • Proteção contra sobreaquecimento

60


Apoio

Capítulo IX

Iluminação urbana Por Plinio Godoy*

Em um passado não tão longínquo, o único sistema de

http://cospowerlines.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content

Iluminação pública e urbana

34

iluminação desenvolvido para as cidades era a “iluminação pública”, que era o sistema de iluminação das vias.

Hoje, temos a “iluminação urbana”, que compõe todos os

sistemas existentes em um meio urbano, sendo a “iluminação viária” o subsistema que cuida da iluminação específica para auxiliar a segurança dos motoristas e sua relação com os pedestres.

Esta ampliação dos sistemas se dá em função do maior

número de elementos estudados, que devem funcionar em harmonia, pois se passou a considerar mais as necessidades das pessoas, até chegar ao conceito de “iluminação social”, com o qual são desenvolvidos os planos mestres de iluminação atualmente.

Figura 1 – Nível de uniformidade irregular.

Neste capítulo, serão fornecidas algumas dicas para um melhor

Nesta imagem, percebemos a utilização de luz branca

entendimento das técnicas e da norma ABNT NBR 5101:2012.

provavelmente em uma via de conexão urbana com uma via de

Sugerimos a leitura completa desta norma para terem contato com

conexão, deixando bastante claro para o motorista suas diferenças

outros conceitos e terminologias importantes para a compreensão

pelo nível de iluminação e aparência de cor da luz.

da questão como um todo.

A iluminação viária

Podemos também perceber um nível de uniformidade aquém

das expectativas, formando regiões escuras e claras, o que prejudica a segurança, pois não permite uma boa visualização, por exemplo, de um pedestre que esteja atravessando a rua nesta região mais

O universo estudado na iluminação viária é o espaço conhecido

escura.

como “leito carroçável” e seus arredores, calçadas, meio-fio e regiões

adjacentes.

luz, ou seja, eles ajustam a capacidade de enxergar, com base na

intensidade da luz presente, comparando com as áreas mais escuras.

O que dita os valores quantitativos definidos para os projetos

de iluminação viária no Brasil é a norma ABNT NBR 5101: 2012, da qual extraímos algumas informações importantes para o desenvolvimento dos estudos.

Temos de lembrar que os olhos trabalham por comparação de

Segurança noturna dos motoristas e dos pedestres

Um projeto de qualidade proporcionará aos cidadãos uma

qualidade superior na relação dele com a cidade, pois o sistema

viário é um grande definidor do campo visual noturno urbano.

um tema importante. Os motoristas devem perceber corretamente

as passagens para pedestres ou os obstáculos para reduzir a

Sistemas de iluminação podem ajudar bastante a segurança

A necessidade de se enxergar bem durante os deslocamentos é

pessoal e patrimonial, a orientação, a integração e a conexão do

velocidade à noite.

tecido urbano, quando bem planejados.

Os pedestres devem ser capazes de utilizar diariamente


Apoio

caminhos bem iluminados e ter acesso a equipamentos públicos

com iluminações e ambientes luminosos, que funcionam bem à

perturbadoras para os pedestres. As fontes muito ofuscantes de

noite.

alguns aparelhos de iluminação para pedestres criam contrastes

violentos,

As grandes sombras projetadas pelas árvores alinhadas nos

As iluminações provenientes do piso podem ser ofuscantes e

que

podem

desorientar

temporariamente

os

canteiros ou nas calçadas podem ser um problema agravante quando

passantes, principalmente as pessoas idosas e com deficiências

dos deslocamentos noturnos. Os projetos executivos, específicos,

visuais.

levantados por visitas técnicas, devem levar em conta todos estes

aspectos.

desagradável de desconforto noturno que pode, em seguida,

Os cidadãos estão pouco habituados a uma real visão noturna

conduzir a um forte sentimento de insegurança, principalmente em

(dita escotópica) em razão da onipresença da iluminação viária na

idosos e mulheres desacompanhadas que caminham à noite pelos

cidade.

espaços públicos.

Quando a visão se enfraquece com a idade, a percepção noturna

se torna ainda mais difícil, devido aos baixos níveis luminosos

O conjunto destas deficiências e faltas provoca uma impressão

As propostas de iluminação devem buscar tornar as cidades

mais legíveis e mais visíveis.

disponíveis no espaço público.

A falta de visibilidade noturna no espaço público

Definindo uma solução

A definição de um sistema de iluminação viária, ou seja, a

melhor solução técnica que proporcione o resultado luminotécnico

As referências diurnas (edifícios, fachadas, árvores, elementos

esperado para uma determinada região da cidade, deve considerar:

arquitetônicos, entradas de equipamentos), que permitem uma compreensão do espaço na cidade e, portanto, uma melhor

Classificação viária

legibilidade dos percursos, desaparecem frequentemente à noite por

falta de uma iluminação específica.

classificação viária para veículos e pedestres:

A tabela extraída da norma ABNT NBR 5101:2012 apresenta a

35


Apoio

36

Em que “I” é a intensidade recebida pelo ponto P na direção definida

Tabela 1 - Tráfego motorizado

Iluminação pública e urbana

Classificação

pelo par de ângulos (C, ϒ) e H a altura da luminária.

Volume de tráfego noturnoa de veículos por

hora, em ambos os sentidos , em pita única b

Leve (L)

iluminância total recebida é:

150 a 500

Médio (M)

501 a 1.200

Intenso (I)

Acima de 1.200

Se o ponto P está iluminado por mais de uma fonte de luz, a

EH =

a Valor máximo das médias horárias obtidas nos períodos compreendidos entre 18 e 21 horas. b Valores para velocidades regulamentadas por lei.

n I (C , γ ) i i

Σ i=I

hi2

•cos3 γi

Ilustração do livro “Iluminação Urbana”, por PCandura e PGodoy.

Luminância

NOTA - Para vias com tráfego menor do que 150 veículos por hora, consideram-se as exigenências mínimas do grupo leve (L), e para vias com tráfego muito intenso, superior a 2.400 veículos por hora, consideram-se as exigências máximas do grupo de tráfego intenso (I).

Tabela 2 - Tráfego de pedestres a

Classificação

Pedestres cruzando vias com tráfego motorizado

Sem tráfego (S)

Como nas vias arteriais

Leve (L)

Como nas vias residenciais médias

Médio (M)

Como nas vias comerciais secundárias

Intenso (I)

Como nas vias comerciais principais

O projetista deve levar em conta esta tabela, para fins de elaboração do projeto. a

Uma vez identificada a classificação da via a ser projetada,

procuramos os valores de referência a serem buscados no projeto:

Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade

Figura 3 – Luminância.

A luminância, ao contrário, é uma medida da luz que chega aos

olhos procedente dos objetos e é a responsável por excitar a retina do olho e que provoca a visão.

Nesse momento, para auxiliar o entendimento dos valores

referenciais, fazemos uma breve explanação dos conceitos de iluminância e luminância.

Esta luz provém do reflexo sofrido pela iluminância quando

incide sobre os corpos. Pode-se definir como a porção da intensidade luminosa por unidade de superfície refletida, em direção ao olho do observador. É expressa pela equação: L = q (β, γ) • E

Iluminância

A iluminância indica a quantidade de luz que chega a uma superfície

e se define como o fluxo luminoso recebido por unidade de superfície: E=

incidência e o de observação β. O efeito do ângulo de observação

ds

α é definido para a maioria dos condutores (motoristas com campo

Assim, ampliando este conceito:

Figura 2 – Iluminância.

Em que "q" é o coeficiente de luminância no ponto P, que

depende do ângulo de incidência ϒ e do ângulo entre o plano de

visual entre 60 e 160 metros adiante e a uma altura de 1,5 metro Ilustração do livro “Iluminação Urbana”, por PCandura e PGodoy.

sobre o solo).

Assim, ficamos: L=

n I (C , γ ) • r (β , γ ) i i i i

Σ

i=I

hi2

Os valores de r (β,γ) dependem das características dos pavimentos utilizados na via.

O quesito de iluminância é medido por um equipamento

chamado “luxímetro”, cuja unidade no sistema métrico é o Lux e o de luminância, com um equipamento chamado “luminancímetro”, a candela por metro quadrado (Cd/m2).


Apoio

37


Apoio

Tabela 2 - Tráfego de pedestres a

Iluminação pública e urbana

http://sensing.konicaminolta.asia/products/t-10a-illuminance-meter/

38

Descrição da via

Classe de iluminação

Vias de trânsito rápido; vias de alta velocidade de tráfego, com separação de pistas, sem cruzamentos em nível e com controle de acesso; vias de trânsito rápido em geral; Auto-estradas Volume de tráfego intenso

V1

Volume de tráfego médio

V2

Vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separaçãode pistas; vias de mão dupla, com cruzamento e travessias de pedestres eventuais em pontos bem definidos; vias rurais de mão dupla com separação por canteiros ou obstáculos Volume de tráfego intenso

V1

Volume de tráfego médio

V2

Vias coletoras; vias de tráfego importante; vias radiais e urbanas de interligação entre bairros, Figura 4 – Luxímetro. http://sensing.konicaminolta.asia/products/ls-100-luminance-meter/

com tráfego de pedestres elevado

Figura 5 – Luminancímetro.

“As recomendações estão entre as classes V1 a V5 para

veículos e P1 a P4 para pedestres. As classes são selecionadas de acordo com a função da via, da densidade de tráfego, da complexidade do tráfego, da separação do tráfego e da existência de facilidades para o controle do tráfego, como os sinais de trânsito” – ABNT NBR 5101:2012.

Vias para tráfego de veículos

Encontramos na ABNT NBR 5101:2012 como identificar

as vias, sua classificação (tabela 2) e os índices recomendados (tabela 3):

Volume de tráfego intenso

V2

Volume de tráfego médio

V3

Volume de tráfego leve

V4

Vias locais; vias de conexão menos importantes; vias de acesso residencial Volume de tráfego médio

V4

Volume de tráfego leve

V5

Tabela 3 – Iluminância média mínima e uniformidade para

cada classe de iluminação

Classe de

Iluminância média

Iluminação

mínima Emed,min

Fator de uniformidade mínimo

lux

U = Emed,/Emin

V1

30

0,4

V2

20

0,3

V3

15

0,2

V4

10

0,2

V5

5

0,2

Temos, da norma ABNT NBR 5101:2012, os índices reco­

mendados para luminância nas vias conforme a classificação: Tabela 4 – Requisitos de luminância e uniformidade

Lmed

Uo

UL

TI

%

V1

2,00

0,40

0,70

10

0,5

V2

1,50

0,40

0,70

10

0,5

V3

1,00

0,40

0,70

10

0,5

V4

0,75

0,40

0,60

15

V5

0,50

0,40

0,60

15

Classe de

Iluminação

SR

Lmed: Luminancia média; Uo: uniformidade global; UL: uniformidade longitudinal; TI: incremento linear. NOTA 1 - Os crtérios de TI e SR são orientativos, assim como as classes V4 e V5 NOTA 2 - As classes V1, V2 e V3 são obrigatórias para a luminância


Apoio

39


Apoio

40

Tabela 5 – Classes de iluminação para cada tipo de via

Iluminação pública e urbana

Descrição da via

Classe de iluminação

Vias de uso noturno intenso por pedestres (por exemplo: calçadões e passeios

P1

UL = Em que:

Lmin é igual à luminância mínima; Lmax é igual à luminância máxima.

de zonas comerciais)

Incremento de limiar – TI

Vias de grande tráfego noturno de pedestres (por exemplo: passeios de avenidas,

P2

P3

é baseado no incremento necessário da luminância de uma via

P4

ofuscamento inabilitador provocado pelas luminárias.

praças e áreas de lazer) Vias de uso noturno moderado por pedestres (por exemplo: passeios e acostamentos) Vias de pouco uso por pedestres

Limitação do ofuscamento perturbador ou inabilitador nas

vias públicas, que afeta a visibilidade dos objetos. O valor de TI% para tornar visível um objeto que se tornou invisível devido ao

(por exemplo: passeios de bairros residenciais)

TI %= 65 x

Tabela 6 – Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação

Classe de

Iluminância horizontal Fator de uniformidade

Iluminação

média Emed,min

mínimo

lux

U = Emed,/Emin

P1

20

0,3

P2

10

0,25

P3

5

0,2

P4

3

0,2

Lmed é a luminância média da via; LV é a luminância de velamento. Luminância média Lmed [cd/m²] Valor médio da luminância na área delimitada pela malha de pontos considerada ao nível da via. Luminância de velamento – LV

Fator de uniformidade da iluminância (em determinado

o centro da fonte de ofuscamento e a linha de visão, bem como da

U=

Emín Emed

Em que: Emin é igual à iluminácia mínima; Emed é igual à iluminância média. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global) – Uo Razão entre a luminância mínima e a luminância média em um

plano especificado: Uo =

Lmín Lmed

Em que: Lmin é igual à luminância mínima;

Efeito provocado pela luz que incide sobre o olho do observador

no plano perpendicular à linha de visão. Depende do ângulo entre idade do observador.

Razão entre a iluminância mínima e a iluminância média em

um plano especificado:

Em que:

Lv (Lmed) 0,8

Alguns termos utilizados e retirados da ABNT NBR 5101:2012:

plano) – U

Lmín Lmáx

Razão das áreas adjacentes à via – SR

Relação entre a iluminância média das áreas adjacentes à via

(faixa com largura de até 5 m) e a iluminância média da via (faixa com largura de até 5 m ou metade da largura da via) em ambos os lados de suas bordas. O parâmetro SR pressupõe a existência de uma iluminação própria para a travessia de pedestres, levando em consideração o posicionamento da luminária, de forma a permitir a percepção da silhueta do pedestre pelo motorista (contraste negativo). Temos, então, para a via a ser calculada, os índices luminotécnicos mínimos a serem obtidos. É importante salientar que estes índices são mínimos, ou seja, considerando a depreciação do sistema de iluminação.

No próximo capítulo, conheceremos o passo seguinte para

estabelecer a solução a ser projetada.

Lmed é igual à luminância média. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal) – UL

Razão entre a luminância mínima e a luminância máxima ao

longo das linhas paralelas ao eixo longitudinal da via em um plano especificado:

* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

Capítulo IX Carregamento de transformadores Por Manuel Luís Barreira Martinez*

A tipificação dos transformadores contempla três agrupamentos distintos, o que em tese significa três diferentes tipos de curvas diárias de carregamento. Estes comportamentos, em maior ou menor escala, impactam o perfil de perdas em carga dos transformadores e, por conseguinte, das redes.

O ponto em questão está no ganho

que se obtém ao se projetar para estas condições. Também não é só o projeto dos

transformadores

que

deve

ser

levado em conta e sim como as políticas de aquisição, estoque e manutenção trabalham com estes diferentes projetos. De

modo

a

simplificar

os

procedimentos, é usual adotar uma política

de

projeto

que

Figura 1 - Limites e valor mais provável para consumo residencial.

contemple

uma única unidade apta a atender economicamente as três condições de carregamento - clientes. Neste contexto, as figuras 1 a 6 apresentam a distribuição do valor mais

provável

das

médias

e

seus

limites para os consumos residencial, comercial, industrial, rural, outros e por

transformador,

respectivamente.

Os dados, como mencionado, foram retirados das tabelas associadas a cada uma das distribuições que modelam as

características

de

consumo

dos

clientes conectados aos transformadores monofásicos objeto do estudo.

Figura 2 - Limites e valor mais provável para consumo comercial.


43

Apoio

Figura 3 - Limites e valor mais provável para consumo industrial.

Com respeito ao consumo residencial, observa-se na Figura 1

a existência de superposições parciais dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para os transformadores de 5 kVA, 10 kVA e 15 kVA. Isto implica a conveniência em se reavaliar o agrupamento destes transformadores. Como a semelhança entre o consumo dos transformadores de 5 kVA e 10 kVA é aparentemente mais evidente, é possível considerar um agrupamento de potência em três níveis, ou seja: 5 kVA–10 kVA, 15 kVA e 25 kVA.

Figura 4 – Limites e valor mais provável para consumo rural.

A Figura 2, relativa ao consumo comercial, mostra a existência

de superposições dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para todos os transformadores. Isto implica a impossibilidade de obter uma divisão adequada para os níveis de potência, ou, em última análise, a necessidade de considerar um único agrupamento.

Observa-se, na Figura 4, a inexistência de superposições dos

limites de confiança do valor mais provável “médio” para o consumo rural, que constitui a maioria dos consumidores supridos por transformadores monofásicos. Isto implica a possibilidade de adotar


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

44

uma divisão do conjunto de transformadores em quatro níveis de potência como usual.

No entanto, conforme mostra a figura

5, existem superposições dos limites de confiança do valor mais provável “médio” para o consumo outros relativos aos transformadores de 5 kVA e 10 kVA. Isto implica uma possível divisão do agrupamento de transformadores em três níveis de potência, ou seja, 5 kVA –10 kVA, 15 kVA e 25 kVA.

Quando se considera o universo dos

transformadores monofásicos (figura 6) como um todo, é possível observar a ausência de superposição dos limites de confiança do Figura 5 – Limites e valor mais provável para consumo outros

valor mais provável “médio” do consumo. Mesmo considerando a proximidade entre as médias assume-se como adequado dividir a classe de transformadores monofásicos em suas respectivas potências nominais. Uma vez que o consumo médio por transformador de 10 kVA é inferior ao consumo médio por transformador de 5 kVA, essa decisão precisa ser confirmada por meio de uma análise que considere as demandas médias por unidade, o que pode comprometer essa avaliação. As

mesmas

técnicas

podem

ser

aplicadas para a demanda máxima dos transformadores obtidas a partir das relações características entre a "Demanda versus Energia Consumida". A Figura 7 mostra os valores da demanda máxima média Figura 6 - Limites e valor mais provável para a energia suprida pelos transformadores.

diária para o conjunto de transformadores monofásicos avaliados, onde se observa que o carregamento médio máximo dos transformadores de 10 kVA é inferior ao de 5 kVA, fato que pode indicar uma subutilização dos ativos, uma vez que a lógica indica que transformadores com maior potência nominal devem ser mais carregados.

A equação 1 pode ser utilizada para

avaliar a expectativa de vida útil técnica – n, em anos, de um transformador, em termos da taxa de crescimento de carga anual – k, da potência nominal – SNTR e do fator de carregamento máximo – FS.

Figura 7 - Limites e valor mais provável para a demanda máxima fornecida pelos transformadores.


Apoio

45


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

46

Assumindo uma relação entre a

Tabela 1 - Modelo estatístico para a demanda máxima dos transformadores avaliados

potência nominal e a demanda máxima

Demanda

igual a 0,50, um fator de carregamento

Carga

Diurna [%]

Noturna [%]

máximo de 1,2 e uma taxa de crescimento

[p.u]

5

10

15

25

5

10

15

25

anual de carga de 4%, a equação 1

<0,40

<15

<41

<52

<41

<10

<44

<60

<40

indica uma expectativa de vida de

<0,70

<52

<66

<80

<80

<44

<68

<80

<79

aproximadamente 22 anos, compatível

<1,00

<77

<82

<91

<97

<72

<83

<90

<96

e adequada para os transformadores

<1,20

<86

<88

<95

<99

<82

<90

<93

<99

de 15 kVA e 25 kVA, conforme Figura

<1,40

<91

<93

<96

<100

<90

<93

<95

<100

7. No entanto, inadequada para os transformadores demandariam

de

10

kVA,

que

aproximadamente

31

anos para alcançar as mesmas condições de

carregamento

final

assumidas,

período superior ao seu valor contábil, normalmente de 15 anos. Neste mesmo contexto,

os

transformadores

de

5

kVA, em média, possuem vida útil remanescente de aproximadamente dez anos. A

adequação

números, políticas

ou

obviamente, assumidas

não

destes

depende

pelas

das

empresas

concessionárias e, por certo, da taxa de crescimento da carga, que se forem inferiores ao padrão de 4% conduzem a outros resultados nos quais os ativos perdem seu valor contábil e não atingem seu carregamento nominal máximo de projeto.

A tabela 1 fornece uma avaliação

estatística para as condições de demandas diurna e noturna dos transformadores

relação a um carregamento de 1,4 vezes a

outros, o consumo e a quantidade mais

potência nominal, as demandas máximas

provável de consumidores por classe de

diurnas e noturnas são superadas em

potência obtendo-se então uma ideia

9% e 10% dos casos, respectivamente.

de consumo mais provável “médio” por

Raciocínio similar pode ser aplicado aos

transformador.

transformadores monofásicos de 10 kVA,

As

15 kVA e 25 kVA.

respectivamente, o modelo estatístico, o

A tabela 1 também mostra que entre

histograma e a curva de tendência, com

41% e 44% dos transformadores de 10

base na distribuição log-logistic, para a

kVA atendem a uma demanda máxima,

quantidade de consumidores, ou seja,

diurna

“clientes” para os transformadores de 5

e

noturna,

respectivamente,

Figuras

8

e

9

apresentam,

inferior a 0,40 p.u, ou seja, 4 kVA. Esta

kVA.

análise confirma os pontos anteriormente

levantados quanto ao carregamento dos

obtidos

transformadores.

mostradas na Figura 8. Neste caso, o

Considerando que algumas análises

valor mais provável para o número de

avaliam os valores mais prováveis do

consumidores por transformador de

carregamento

é

5 kVA é 2,18 consumidores. Os limites

modelos

estatísticos superiores e inferiores estão

por

transformador,

necessário

trabalhar

estatísticos

para

com

A Tabela 2 apresenta os resultados a

partir

das

distribuições

de

situados entre 0,40 e 0,45 e entre 5,33

consumidores por transformador. Deste

e 5,60 consumidores, respectivamente,

modo, é possível comparar, dentre

para os transformadores de 5 kVA.

a

quantidade

monofásicos avaliados. Os resultados foram retirados do melhor modelo estatístico para os dados fornecidos e contemplam os valores de demanda máxima e porcentagem das unidades com carregamento inferior a estas demandas.

Deste modo, para os transformadores

de 5 kVA, 23% das unidades apresentam, em média, demanda máxima diurna superior a potência nominal. Em termos de

demanda

máxima

noturna,

este

nível sobe para 28%. Com relação a um carregamento de 1,2 vezes a potência nominal, as demandas máximas diurnas e noturnas são superadas em 14% e 18% dos casos, respectivamente. Finalmente, com

Figura 8 - Distribuição de probabilidade para quantidade de consumidores por transformador 5 kVA.


47

Apoio

Figura 9 - Histograma e curva de tendência para quantidade de consumidores por transformador 5 kVA.

Tabela 2 - Quantidade de clientes, valores a partir dos modelos estatísticos

Transformadores 5 kVA

Média

Limite Mínimo

Limite Máximo

1%

0,15

0,14

0,17

5%

0,42

0,40

0,45

50%

2,18

2,12

2,24

95%

5,46

5,33

5,60

99%

7,16

6,96

7,37

Estes procedimentos e análises podem ser aplicados para as

demais potências de transformadores existentes nos bancos de dados, sendo os resultados apresentados na Figura 10.

Figura 10 - Limites e valor mais provável para o número médio dos consumidores dos transformadores.

A tabela 3 mostra o consumo mais provável – “médio” e o

número de consumidores mais provável – “médio” por potência de transformadores avaliados. A partir destes valores é possível, através da equação 2, calcular o "consumo médio por cliente" para cada um dos níveis de potência nominal dos transformadores, conforme mostrado na Figura 11.


Apoio

48

Tabela 3 - Consumo e número “médio” de clientes por transformador monofásico

Análise de consumo de energia e aplicações

STR [kVA]

Consumo “Médio” [kWh] Média

Número “Médio” de Consumidores

Limite

Limite

Mínimo

Máximo

Média

Limite

Limite

Mínimo

Máximo

5

285,9

276,4

295,7

2,18

2,12

2,24

10

251,7

246,5

257,0

1,97

1,94

1,99

15

762,6

740,2

785,8

4,42

4,30

4,55

25

2666,0

2437,7

2894,4

7,51

6,52

8,65

Finalmente, com base em todas as análises realizadas, é possível obter os valores mostrados na tabela 4 que indicam o consumo mais provável “médio” e a demanda máxima mais provável “média” por potência de transformador. A partir dos valores da tabela 4 é possível, através da equação 3, calcular o fator de carga médio por transformador para cada um dos níveis de potência dos transformadores monofásicos, conforme mostrado na Figura 12 para um fator de potência médio de 0,90.

Em que:

Fator de carga mais provável “médio”

por transformador;

Número de dias do mês;

Demanda mais provável “média”

por transformador;

Fator de potência mais provável

“médio” por transformador; Considerando que a demanda média por consumidor pode ser obtida através da equação 4 que assume, uma vez que não há alternativa aparente para uma análise simplificada, a ocorrência de consumo coincidente, bem como o valor médio por transformador, como mostrado na Figura 11, é

Figura 11 - Consumo mais provável “médio” por cliente – consumidor.

Nota: Os valores negativos que por ventura ocorrem nas presentes análises não apresentam significado físico. Nestes casos, é necessário realizar um tratamento dos dados de entrada considerando, de forma criteriosa, a exclusão dos valores de consumo mínimo da amostra, que de forma subseqüente também deve ser submetida uma avaliação através da técnica de Box - Plot.

Tabela 4 - Consumo e demanda máxima “média” por transformador monofásico

STR [kVA]

Consumo “Médio” [kWh] Média

Demanda “Média” [kVA]

Limite

Limite

Mínimo

Máximo

Média

Limite

Limite

Mínimo

Máximo

5

285,9

276,4

295,7

3,77

3,70

3,85

10

251,7

246,5

257,0

4,98

4,57

5,39

15

762,6

740,2

785,8

5,81

5,65

5,96

25

2666,0

2437,7

2894,4

11,48

10,26

12,70

possível demonstrar que o fator de carga médio por consumidor é igual ao fator de carga médio por transformador mostrado na Figura 12.

Assim, a Figura 12 mostra que o fator

de carga mais provável por transformador, ou de forma simplificada por clienteconsumidor, depende da potência nominal do transformador, bem como que não é possível agrupar os transformadores para efeitos de análise. Também é conveniente realçar que os valores obtidos nesta análise para

transformadores

com

potência

nominal inferior a 25 kVA são bem abaixo

A Figura 11 mostra que, em termos de

um único grupo para análise. O mesmo

do tradicional valor de 0,50. Este fato

consumo mais provável “médio”, é possível

não pode ser realizado para os clientes

está em acordo com o número médio de

agrupar os consumidores conectados aos

conectados aos transformadores de 15 kVA

consumidores por transformador como

transformadores de 5 kVA e 10 kVA em

e 25 kVA.

mostrado na Figura 10.


Apoio

As mesmas análises podem ser realizadas

para qualquer conjunto de transformadores trifásicos. O único ponto neste caso é que os desbalanços entre as fases não podem ser avaliados uma vez que os dados de consumo sempre são lançados na sua totalidade nos bancos de dados avaliados.

Figura 12 - Fator de carga mais provável “médio” por transformador

*Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.” CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Demanda mais provável “média” por consumidor.

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

49


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

50

Capítulo IX Técnicas para reformar equipamentos de subestações e adiar investimentos Por Sergio Feitoza Costa*

Este

fascículo

vem

apresentando

conceitos de engenharia para projeto

Introdução

destes anos difíceis de agora era comum

subestações de transmissão e distribuição. O

econômica e alta inflação, o Brasil começava

comprar equipamentos com folga. Às vezes era

primeiro artigo desta série cobriu aspectos

a passar por um período de crescimento e

por uma visão de que o sistema ia crescer ou

de estudos do sistema elétrico que servem

parecia ter, finalmente, encontrado um bom

simplesmente por conta de uma especificação

de base para as especificações técnicas dos

caminho em direção a um bom nível de

exagerada. À medida que o consumo de energia

equipamentos. O segundo cobriu conceitos

crescimento social e econômico. A maior

e as redes elétricas crescem, rapidamente

sobre

ampacidades,

parte dos avanços conquistados, às custas

os níveis de correntes nominais e de curto-

sobrecargas e contatos elétricos. O terceiro

dos altos impostos pagos pela sociedade,

circuito crescem também e, assim, partes da

abordou o tema “técnicas de ensaios de

foi perdida nestes últimos dez anos. Nosso

instalação podem ficar insuficientes. Trocar

alta potência, laboratórios de ensaios e

baixo nível de educação, ainda não tratado

um painel antigo em uma instalação industrial

principais ensaios”. No quarto capítulo,

com seriedade, é um terreno fértil para o

com centenas de cabos de controle é uma tarefa

falou-se sobre os estudos elétricos de

crescimento da corrupção, da incompetência e

difícil. O problema maior nem sempre é o valor

sobretensões, coordenação de isolamento e

das propagandas enganosas. Embora políticos

do investimento no equipamento novo e sim o

impactos de campos elétricos e magnéticos.

mintam, dizendo que as dificuldades passarão

grande trabalho e tempo de produção perdido

No quinto capítulo, o tema abordado foi a

rápido, serão necessários pelo menos uns oito

necessário para a troca.

recente brochura Cigré 602, sobre simulação

anos para consertar os estragos.

de arcos, e no seguinte, discutimos as

É neste contexto de redução de faturamento

reformas mais simples e que não impliquem

especificações técnicas de disjuntores,

das empresas e desemprego crescente que

um tempo longo de execução e parada. Para

secionadores, painéis e para-raios feitas

surgem oportunidades para utilizar técnicas

demonstrar estas técnicas utilizaremos projetos

por concessionárias de energia. Na sexta

de reformar equipamentos existentes para o

de painéis e barramentos de subestações. A

edição, o tema tratado estava relacionado

aumento de sua capacidade, permitindo adiar

proposta é apenas mostrar, por cálculos e

às distâncias de segurança de subestações e

investimentos em equipamentos novos. É mais

simulações, porque funcionam ações como:

dos sistemas de proteção contra incêndios

ou menos como reformar o carro antigo ao

em subestações. Na edição anterior, foram

invés de comprar um carro novo. Não é o que

• Criar ou aumentar a área de ventilação para

apresentados os novos conceitos utilizados

se desejava, mas é o possível no momento e

usar correntes mais elevadas mantendo ou

no TR IEC 62271-307 (painéis de média

melhor do que ficar sem carro.

reduzindo as elevações de temperatura de

tensão). Este nono capítulo tratará de

Muitos

técnicas para reformar equipamentos de

operação há dez, vinte anos podem ser

• Pintar ou revestir barramentos para melhorar

subestações e adiar investimentos.

utilizados por mais tempo, e às vezes de maneira

a capacidade de dissipação de calor;

especificação

de

equipamentos

curtos-circuitos,

de

muitos

relativamente simples. O motivo é que antes estagnação

e

Após

mais eficiente, fazendo-se melhoramentos anos

equipamentos

de

elétricos

em

Nestes casos sob análise, a ideia é focar em

antes;


Apoio

• Melhorar os contatos elétricos para diminuir

suas equipes e esta é uma barreira. O nível de

limites especificados nas normas técnicas,

a geração indesejável de calor e aumentar a vida

conhecimentos de engenharia caiu a níveis

o equipamento envelhece prematuramente.

útil;

muito menores do que havia nas décadas

Por exemplo, o limite de elevação de

• Fazer o direcionamento do fluxo de ar para

de 1980 e 1990. Os tempos das obras fáceis

temperatura permitido para uma conexão com

pontos mais quentes, reduzindo elevações de

está acabando e apenas as empresas que

revestimento prateado em um barramento de

temperatura;

conseguirem ter alguma capacidade de fazer

cobre é de 75 K. Para uma conexão de cobre nu,

• Modificar materiais de algumas partes para

uma boa engenharia conseguirão sobreviver

sem revestimento, este limite é de 50 K.

reduzir efeitos de aquecimentos por induções

no mercado.

Em qualquer um dos dois casos, se

magnéticas;

Os aspectos de projeto que se devem

utilizarmos no barramento uma sobrecarga

• Modificar parâmetros de projeto para

considerar na reforma de um equipamento

permanente tal que a elevação de temperatura

reduzir campos magnéticos, elétricos e

existente são os de elevações de temperatura,

seja apenas 6,5 graus acima destes limites,

forças eletrodinâmicas de curto-circuito e

de esforços eletrodinâmicos, de arcos internos

haverá uma perda de vida útil da ordem de 2/3.

poder aumentar os níveis de curto-circuito

e distâncias dielétricas. Todos eles têm a ver

Se extrapolarmos este conceito para a vida útil,

suportáveis;

com as geometrias e materiais utilizados. Para

isto significa adquirir dois a três equipamentos,

• Modificar parâmetros de projeto para

entender melhor, vale a pena reler o capítulo

ao invés de um, naquele período. Para entender

melhorar ou aumentar a capacidade de

oitavo desta série, que tratou dos novos

os detalhes, leia as páginas 101 a 116 do livro

suportar arcos internos.

conceitos do Relatório Técnico IEC 62271-307,

que pode ser baixado livremente em http://

que tem publicação prevista para 2016.

www.cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_

exigem

No que diz respeito às elevações de

POR.pdf.

investimentos, mas é necessário ter criatividade

temperatura, como explicado nos capítulos

Cabe

e bons conhecimentos de cálculos de

segundo e terceiro desta série, o parâmetro

mostrados nas Figuras 1 a 4. O primeiro

engenharia. No setor elétrico, as fabricantes e

de referência são os limites de elevação

modelo (Figura 1) corresponde a um painel de

as concessionárias brasileiras pararam, desde o

de partes condutoras e isolantes que não

baixa tensão muito usado no Brasil e composto

início dos anos 2000, de treinar adequadamente

podem ser ultrapassados. Passando-se dos

de barramento e um disjuntor de entrada. Os

Estas

técnicas

quase

não

explicar

os

quatro

modelos

51


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

52

valores nominais típicos de tensão nominal, corrente nominal e corrente suportável de curta duração, no Brasil, para este tipo, são de 380 V – 3.200 A e 65 kA. Nesta análise, serão consideradas correntes nominais na faixa de 2.000 A a 3.000 A, dependendo de ter ou não ventilação. Este tipo de projeto em geral tem barramentos muito próximos, o que significa esforços eletrodinâmicos elevados durante curtos-circuitos. O mercado tem pedido cada vez mais que este tipo de equipamento tenha a capacidade de suportar arcos internos.

O segundo modelo (Figura 2) corresponde

Figura 1 - Painel baixa tensão – 480 V – 2.000 A – 50 kA.

a um painel de media tensão também de uso comum no Brasil. É composto de três compartimentos (cabos, disjuntor e barras). Os valores nominais típicos de tensão nominal, corrente nominal e corrente suportável de curta duração, no Brasil, para este tipo, são de 15 kV – 1.250 A e 40 kA. A classificação de arco interno é, na maior parte das vezes, requerida e é frequente ser um painel totalmente fechado sem aberturas de ventilação.

O terceiro modelo (Figura 3) corresponde

a um duto trifásico de geradores que, em geral, tem a capa externa de alumínio. Os condutores

Figura 2 – Painel media tensão 15 kV – 31,5 kA.

internos em geral são tubulares e podem ser de alumínio ou cobre. O quarto modelo (Figura 4) é uma subestação de 145 kV convencional formada por condutores tubulares de alumínio. As dimensões e materiais utilizados podem ser vistas do lado direito de cada figura. Vamos demonstrar as possibilidades de ganhos simplesmente alterando alguns parâmetros de projeto mostrados nestas figuras.

Criar ou aumentar a área de Item ventilação para alcançar as mesmas elevações de temperatura, porém utilizando-se correntes mais elevadas.

Figura 3 – Barramento de geradores isolado a ar.

Esta é uma alteração de projetado mais

simples de implementar com uma parada do equipamento de dois a três dias. É mais simples porque não implica desmontar partes internas como barramentos e fiações de controle. Para este exemplo, vamos utilizar o painel de baixa tensão da Figura 1.

Figura 4 – Subestação 145 kV.


Apoio

53


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

54

Trata-se de um painel com barras de cobre

Tabela 1 – Ganho pelo simples acréscimo de uma área de ventilação

2x127x10 sem aberturas de ventilação e

livre com e sem ventilação forçada

(parâmetro = elevação de temperatura permitida de 75 K na conexão - ver Figura 5)

sem revestimento das barras por meio de pintura ou de material termoplástico.

Tipo de construção,

Painel original

Painel modificado

Painel modificado

Tem uma corrente nominal de 2.000 A e,

correntes e ganhos

sem abertura de

onde foi feita

onde foi feita

ventilação

abertura de

abertura de

de temperatura, apresenta uma elevação

ventilação de 168

ventilação de 168

de temperatura no ponto crítico de 72

cm2

cm2

K. Está, portanto, ligeiramente abaixo

Sem ventilação

Com exaustor de

do limite para passar no teste (conexão

forçada

180 m3/h

2.600 A

2.950 A

(+ 30 %)

(+ 47 %)

72 K

73 K

para esta corrente, no ensaio de elevação

Corrente utilizada

prateada 75 K). Esta conexão está próxima do disjuntor principal daquela coluna. O

Ganho

disjuntor, que é a principal fonte de calor,

Elevação de

tem 20 µΩ de resistência por fase, vista

temperatura na

dos terminais. Além deste disjuntor, há

conexão

2.000 A

72 K

mais 780 W de dissipação de potência em outros componentes internos.

Tabela 2 – Ganho por pintura ou revestimento das barras (Parâmetro = elevação de temperatura)

Imagine que, mantendo todos os componentes

internos,

simplesmente

abríssemos na parte superior e na parte inferior da coluna uma abertura de

Tipo de construção,

Painel original

Painel modificado

Painel modificado

correntes e ganhos

sem abertura de

em que as barras

com abertura de

ventilação

foram pintadas e

ventilação de 168

sem abertura de

cm2 mais exaustor

ventilação da ordem de 17X10 cm (área = 170 cm²). Nesta abertura, colocaríamos apenas

uma

veneziana

simples

ventilação

que

de 180 m3/h e pintura de barras

permitisse que a área livre de entrada de

Corrente utilizada

ar fosse pouco reduzida. Não colocaríamos

2.000 A

Ganho

filtros de ar complicados que bloqueassem

2.200 A

3.100 A

(+ 10 %)

(+ 55 %)

72 K

73 K

Elevação de

a maior parte da passagem de ar e

temperatura na

eliminassem os ganhos obtidos com o

72 K

conexão

trabalho de implantar a abertura. Não se trata de um painel novo em que todas as questões associadas ao grau IP precisam

simulações de ensaios benfeitas, pode-se

corrente. Se somássemos este benefício ao

ser atendidas.

estudar, para cada caso específico, a

da ventilação, pode-se chegar a valores de

solução mais promissora.

aumento de corrente muito significativos.

Pintura ou revestimento de barras para melhorar a capacidade de dissipação de calor

Melhoria dos contatos elétricos para diminuir a geração de calor e aumentar a vida útil

Os resultados obtidos estão na Tabela 1.

Note que, para obter o mesmo desempenho quanto à elevação de temperatura, poderia se utilizar uma corrente 30% maior (2.600 A) simplesmente pela existência da abertura, sem ventilação forçada. Se

Os contatos elétricos do dispositivo

incluíssemos, além da abertura, também um exaustor de 180 m3/h poderíamos

Esta não é uma alteração simples de

de manobra, no caso de disjuntores ou

passar uma corrente 47% maior (2.950 A)

fazer, pois implicaria em desmontagem

chaves e a dissipação de potência, no caso

mantida a mesma elevação de temperatura.

dos barramentos e, portanto, parar o

de fusíveis, são o fator de maior impacto

Em outras palavras, se fosse um painel

equipamento bem mais que os três dias

nas temperaturas internas de trabalho.

bem conservado estaríamos colocando-o

mencionados na seção anterior. Porém,

Dependendo da situação, pode ser uma

em uma situação muito mais confortável,

pode ser interessante em algumas situações

alteração de projeto simples ou complexa

no que diz respeito a temperaturas de

de barramentos de baixa e média tensão.

no que diz respeito ao tempo de parada para

trabalho, do que anteriormente.

Na tabela 2, são mostrados os impactos

sua implantação. Trocar um disjuntor do

Demonstrar isto por meio de ensaios

para a mesma situação da Figura 1. Para

tipo extraível para tipo fixo pode significar

de laboratório seria oneroso, mas com

a pintura de barras, o ganho é de 20% na

uma grande redução na potência dissipada.


Apoio

Trocar a marca do disjuntor pode também

Tabela 3 – Ganho de corrente por troca do tipo de disjuntor (Extraível por fixo – Figura 6)

ter um impacto positivo, mas deve-se ter muito cuidado nos aspectos de interrupção.

Tipo de construção,

Painel original com

Painel modificado com

Um disjuntor aprovado em um certo tipo de

correntes e ganhos

disjuntor de 54 µΩ de

disjuntor de 40 µΩ de

resistência por fase

resistência por fase

1.250 A

1.400 A

painel pode ter desempenho ruim em um Corrente utilizada

outro tipo de painel porque as geometrias e

Ganho

distâncias são diferentes.

A Figura 2 mostra um painel de média

(+ 12 %)

Elevação de temperatura na conexão

tensão sem aberturas de ventilação. Na

73 K

72 K

Tabela 3, estão mostradas as correntes que poderiam ser aplicadas para obter uma

dissipadores de calor locais nas conexões

materiais que são usados nas chapas do

mesma elevação de temperatura, caso o

aos

fusíveis,

invólucro e nos espaçadores metálicos

disjuntor tivesse originalmente 54 µΩ de

podem trazer ganhos consideráveis de

dos barramentos. Se são usados materiais

resistência por fase, vista dos terminais,

desempenho. Devido ao espaço necessário

magnéticos como o aço-carbono ao invés

e fosse trocado por outro com 40 µΩ de

para explicações não serão detalhados

de não magnéticos, como o alumínio e

resistência por fase.

aqui.

certos tipos de aços inoxidáveis, os efeitos

Direcionamento de fluxo de ar para pontos mais quentes, reduzindo elevações de temperatura

Modificação de materiais para reduzir efeitos de indução magnética com

conduzem correntes elevadas. A título

Direcionar o fluxo de ar para certas

correntes superiores a algo da ordem

de mostrar os efeitos de forma didático

conexões, assim como a colocação de

de 3.000 A, deve-se ter atenção aos

apresentamos na Tabela 4 os valores de

disjuntores,

chaves

ou

de aquecimento por indução podem ser muito acentuados. No exemplo da Figura 3, está um barramento de geradores, trifásico e isolado a ar. Em geral, estes barramentos

Em

painéis

e

barramentos

55


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

56

Tabela 4 – Usos de materiais magnéticos ou não magnéticos em invólucros e espaçadores (Figura 7)

elevações de temperaturas que seria obtido se o invólucro fosse feito de alumínio

Tipo de construção,

Painel com invólucro

Painel com invólucro

correntes e ganhos

em aço carbono e

em alumínio e

corrente trifásica

corrente trifásica

Corrente trifásica utilizada

1.000 A

1.000 A

maiores e isto aquece o invólucro e, por

Elevação de temperatura na conexão

72 K

38 K

consequência, o ar interno. É por este

Elevação de temperatura no ar interno

31K

16 K

mesmo motivo que espaçadores compostos

Dissipação de potência no invólucro

306 W

9,5 W

de materiais isolantes e metálicos usados

por indução magnética

ou se fosse feito de aço carbono.

No

caso do invólucro de aço-carbono, os efeitos da indução magnética são muito

em barramentos de painéis de baixa tensão devem ser motivo de atenção especial. Como estão muito próximos das barras, são submetidos a campos magnéticos muito elevados. Se não for utilizado material não magnético, acima de certa corrente, surgirão correntes parasitas que provocaram grande aquecimento do ar interno ao painel.

Modificação de parâmetros de projeto para reduzir campos magnéticos e forças eletrodinâmicas de curtocircuito e aumentar os níveis de curto suportáveis Os campos elétricos e magnéticos causam impactos importantes em aspectos Figura 5 – Painel baixa tensão – 480 V – 2.000 A – 50 kA.

de projeto como as forças eletrodinâmicas que atuam em barramentos e seus suportes, assim como nas distâncias dielétricas e dimensões gerais de equipamentos e de subestações inteiras. No exemplo da Figura 4, há um exemplo de arranjo de subestação. Vários ganhos em valores de campos elétricos e magnéticos podem ser obtidos com mudanças de posicionamentos e distâncias dielétricas. Na Figura 7, está mostrado o mapeamento do campo magnético na subestação.

Melhoria ou aumento da capacidade de suportar arcos internos Este tema foi detalhado no quinto capítulo deste fascículo, sob o título “Arcos internos em equipamentos de subestações, Figura 6 – Painel de média tensão 15 kV – 31,5 kA.

com ênfase na recente brochura Cigré 602 -


Apoio

57


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

58

hoje, não investir em capacitação porque não há tempo de tirar o empregado da fábrica é a regra, com poucas exceções na indústria.

Com as fábricas pouco ocupadas, há

tempo para reavaliar erros de estratégia e capacitar as equipes técnicas para tentar chegar mais próximos dos países asiáticos e outros concorrentes diretos nossos. Eles já nos passaram à frente há muito tempo exatamente por investir em capacitação e soluções criativas. Atuo em treinamento de equipes de engenharia e a triste realidade é que a cada dez treinamentos que aplico no exterior, inclusive em outros países da América do Sul, apenas um é aplicado no Brasil porque aqui raras empresas pedem. Nos últimos anos, o Brasil andou

Figura 7 – Barramento de geradores isolados a ar.

para trás na fila dos emergentes. Podemos reverter isto e, para entender o estágio onde paramos, vale a pena ler o conto de Hans Cristian Andersen: “O rei está nu”, em https://pt.wikipedia.org/wiki/A_ roupa_nova_do_imperador.

Outro ponto a considerar no momento

atual é buscar e identificar as chamadas “novas tecnologias” em uso no mercado internacional. Nova tecnologia é um conceito que varia de país para país e, pelo menos, nas áreas de média e baixa tensões, ainda estamos presos ao passado. Em algum dos próximos capítulos desta série, Figura 8 – Subestação 145 kV – Campo magnético, campo elétrico e temperaturas (SE, sala de controle, reatores, transformadores).

abordaremos

algumas

destas

oportunidades tecnológicas. *Sergio Feitoza Costa é engenheiro

Ferramentas para a simulação dos efeitos de

interessante poder oferecer soluções para a

eletricista, com mestrado em sistemas

arco interno na transmissão e distribuição”.

reforma de equipamentos de subestações.

de potência. É diretor da Cognitor,

Este documento foi publicado pelo Cigré

Isto interessa a quem quer adiar novos

Consultoria, P&D e Treinamento

internacional em dezembro de 2014. O

investimentos. Este é um mercado atrativo,

autor deste fascículo foi um dos coautores da

em especial, para os pequenos fabricantes

brochura que mostra os aspectos relevantes

que têm muito mais dificuldade em se

a considerar nas modificações de projetos de

manter no mercado.

equipamentos existentes ou novos. Em geral,

É melhor projetar equipamentos já

estas modificações são de implementação

utilizando as vantagens oriundas destas

relativamente simples e rápidas de fazer.

técnicas. Hoje existem facilidades de

Comentários finais

cálculos e simulações importantes que são pouco conhecidas por fabricantes de equipamentos que não investem no

Nestes tempos de vacas magras é

treinamento de suas equipes. No Brasil de

sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

59


Apoio

Qualidade nas instalações BT

60

Capítulo IX Normalização IEC para efeitos térmicos Por Eduardo Daniel*

O tratamento de efeitos térmicos pela

combustível

tratada na ABNT NBR 5410-4-43.

norma IEC 60364, em sua versão 2009, vem

422.5 - Estruturas propagadoras de incêndio

servindo de base para a revisão da ABNT

422.6 - Seleção e montagem de instalações

NBR 5410 e provocando várias discussões,

em locais com riscos para bens insubstituíveis

entre diversos especialistas no assunto,

423 - Proteção contra queimaduras

indispensáveis para a aplicação desta

sobre as condições que devem ser adotadas

424 - Proteção contra sobreaquecimento

norma. Para referências datadas, apenas a

pela norma brasileira.

424.1 - Sistemas de aquecimento a ar forçado

edição citada é aplicável. Para referências

420.2 - Referências normativas Os documentos listados a seguir são

424.2 - Aparelhos de produção de água

não datadas, aplica-se a última edição do

que não têm acesso à norma original da

quente ou vapor

documento (incluindo eventuais emendas).

IEC, estamos colocando a tradução livre

424.3 - Aparelhos de calefação

deste importante capítulo no fascículo deste

Bibliografia

Para dirimir as dúvidas de várias pessoas

mês.

Parte 4-42: Proteção para garantir segurança – Proteção contra os efeitos térmicos

IEC 60332 (all parts), Tests on electric and optical fibre cables under fire conditions

420.1 - Campo de aplicação

IEC 60364-4-41:2005, Low-voltage electrical installations – Part 4-41: Protection for safety

Esta parte da ABNT NBR 5410 é

– Protection against electric shock

aplicável às instalações elétricas no que

IEC 60364-5-51:2005, Electrical installations

concerne às medidas de proteção para

of buildings – Part 5-51: Selection and erection

pessoas, animais domésticos e bens contra:

of electrical equipment – Common rules

420.1 - Campo de aplicação

– os efeitos térmicos, a combustão ou

IEC 61084 (all parts), Cable trunking and

420.2 - Referências normativas

a degradação dos materiais e o risco

ducting systems for electrical installations

420.3 - Definições

de queimadura associado aos produtos

IEC 61386 (all parts), Conduit systems for

421 - Proteção contra incêndio causado por

elétricos;

cable management

material elétrico

– a propagação de chamas, em caso de risco

IEC 61534 (all parts), Power track systems

421.1 - Requisitos gerais

de incêndio propagado pelas instalações

IEC 61537, Cable management – Cable tray

422 - Precauções em caso de riscos

elétricas a outros compartimentos com

systems and cable ladder systems

particulares de incêndio

barreiras dispostas na proximidade; e

IEC 60598-2-24, Luminaires – Part 2-24:

422.1 - Generalidades

422.2 - Condições de evacuação em caso de

funcionamento dos produtos elétricos,

emergência

incluindo os serviços de segurança.

422.3 - Locais com risco de incêndio devido

NOTA 1 - Os regulamentos nacionais podem

à natureza dos materiais processados ou

ser aplicados para a proteção contra os efeitos

armazenados

térmicos.

são aplicáveis os termos e definições

422.4 - Locais com material de construção

NOTA 2 A proteção contra sobrecorrentes é

seguintes.

as

deficiências

na

segurança

de

Particular requirements – Luminaires with limited surface temperatures 420.3 - Definições Para as finalidades deste documento,


Apoio

420.3.1 - combustível

componente que é suscetível de inflamar,

devem apresentar risco de incêndio para os

produto capaz de queimar

quando da aplicação de uma chama, mas

materiais vizinhos.

que não propaga a chama e a extingue por si

NOTA: Os danos, os ferimentos ou a ignição

– processo de combustão caracterizado

mesmo dentro de um tempo reduzido após

podem ser causados por efeitos como:

pela emissão de calor e de efluente,

remoção da chama [CEI 60050-442:1998,

– acumulação de calor, radiação de calor,

acompanhados de fumaça e/ou de chama e/

442-01-12].

elementos quentes;

420.3.2 - fogo

ou de incandescência; – combustão rápida que se propaga de modo incontrolado no tempo e no espaço. 420.3.3 - inflamabilidade

421 - Proteção contra incêndio provocado por produto elétrico

capacidade de um material ou produto

420.3.4 - ignitabilidade

rança do material elétrico, por exemplo dispositivos de proteção como disjuntores, termostatos, limitadores de temperatura, juntas de estanqueidade na penetração

de queimar com chama em condições de ensaio especificadas

– redução das características de segu­

421.1 - Requisitos gerais

dos cabos e sistemas de cabeamento;

As pessoas, os animais domésticos e os

– sobrecorrente;

bens devem ser protegidos contra danos ou

– falhas de isolação e/ou arcos que provo­

medida da facilidade com que uma amostra

ferimentos provocados pelo calor ou fogo

quem perturbações;

pode se inflamar devido à influência de

que pode ser gerado ou propagado pela

– correntes harmônicas;

uma fonte externa, sob condições de ensaio

instalação elétrica, levando em conta as

– descargas atmosféricas (ver série IEC

especificadas

exigências da presente norma e as instruções

62305);

dos fabricantes de equipamentos.

– sobretensões (ver ABNT NBR 5410-4-44,

início da combustão

artigo 443);

NOTA - Para informações complementares,

não deve causar perigo ou efeitos danosos

– seleção ou montagem inadequada dos

ver a IEC 60695 4

420.3.5 - ignição

O calor gerado pelos produtos elétricos

para os materiais fixos vizinhos ou que

materiais elétricos.

420.3.6 - componente não propagador

podem ser previstos na proximidade de

Todas as instruções pertinentes de

de chama

tais produtos. Os produtos elétricos não

instalação,

fornecidas

pelo

fabricante,

61


Apoio

Qualidade nas instalações BT

62

devem ser levadas em conta, além dos

construção, de tal forma que tais objetos

requisitos da ABNT NBR 5410.

ou elementos não sejam submetidos, em

422 - Precauções em caso de riscos particulares de incêndio

condições normais, a uma temperatura 421.2 - Quando as temperaturas externas

perigosa — por exemplo, uma temperatura

dos equipamentos fixos puderem atingir

superior à de ignição.

valores suscetíveis de causar risco de

NOTA: - Toda informação do fabricante do

422.1.1 - A instalação de produtos elétricos

incêndio

equipamento deve ser levada em conta.

deve ser restrita àqueles necessários para

aos

materiais

vizinhos,

o

equipamento deve ser:

422.1 - Generalidades

o uso do local considerado, à exceção das

• instalado sobre ou no interior de materiais

421.5 - Quando os produtos elétricos

que suportam tais temperaturas e possuem

instalados em um mesmo local contiverem

baixa condutância térmica; ou

quantidade importante de líquido infla­

422.1.2 - Os produtos elétricos devem ser

• separado dos elementos de construção por

mável, devem ser adotadas medidas

selecionados e instalados de tal modo que

materiais que suportam tais temperaturas e

para evitar que o líquido inflame e que

sua temperatura, em caso de uso normal e

possuem baixa condutância térmica; ou

os produtos de combustão do líquido se

de aquecimento previsível em caso de falta,

• instalado a uma distância suficiente de

propaguem.

não dê origem a um incêndio.

todo material cuja conservação poderia

linhas elétricas, conforme 422.3.5.

Tais

disposições

podem

resultar

ser comprometida por tais temperaturas,

NOTA 1: Como exemplos de tais precauções,

da construção do produto ou das suas

permitindo uma dissipação segura do calor,

podem ser citados:

condições de instalação.

sendo os suportes dos materiais de baixa

– um fosso de drenagem, que colete toda fuga

condutância térmica.

do líquido e assegure sua extinção em caso

quando a temperatura das superfícies não

de incêndio;

for suscetível de provocar a ignição dos

421.3 - Quando um equipamento perma­

– instalação do(s) equipamento(s) em

materiais nas proximidades.

nen­ temente conectado for suscetível de

local que possua paredes resistentes ao fogo

produzir arcos ou centelhas em serviço

com soleiras ou outros meios de evitar a

422.1.3 - Os dispositivos de desligamento

normal, o equipamento deve ser:

propagação do líquido inflamável a outras

térmico devem comportar unicamente

• completamente envolvido por material

partes da edificação, sendo o local ventilado

religamento manual.

resistente a arco; ou

unicamente pela atmosfera externa.

• separado dos elementos sobre os quais

NOTA 2: O limite inferior geralmente aceito

422.2 - Condições de evacuação em

pode ter efeitos danosos por material

é de 25 l.

emergências

resistente a arcos; ou

NOTA 3: Para quantidades inferiores a 25 l,

• instalado a uma distância suficiente dos

é suficiente adotar precauções para evitar a

elementos sobre os quais pode ter efeitos

fuga de líquido.

BD2: baixa densidade de ocupação,

danosos, de modo a possibilitar uma

NOTA 4: Os produtos da combustão do

condições de evacuação difíceis;

extinção segura do arco.

líquido são: chama, fumaça e gás.

BD3: alta densidade de ocupação,

NOTA 5: É desejável desligar a alimentação

condições de evacuação fáceis;

dos materiais no início de um incêndio.

BD4: alta densidade de ocupação,

Os materiais resistentes aos arcos utilizados nesta medida de proteção devem

Nenhuma medida especial é necessária

Condições:

condições

de

evacuação

difíceis

ser incombustíveis, ter uma condutitividade

421.6 - Os materiais dos invólucros em

(segundo tabela 51A da ABNT NBR

térmica baixa e apresentar uma espessura

torno do equipamento elétrico, durante sua

5410-5-51).

adequada

instalação, devem poder suportar as mais

para

garantir

estabilidade

mecânica.

elevadas temperaturas suscetíveis de serem

NOTA: As condições BD podem ser definidas

NOTA: Por exemplo, uma folha de fibra de

produzidas pelo equipamento elétrico.

pelas autoridades responsáveis pelas áreas de

vidro siliconada, com 20 mm de espessura,

construção, de estabelecimentos públicos ou

pode ser considerada como resistente aos

Os

arcos.

adequados para tais invólucros, a menos que

materiais

combustíveis

não

são

de prevenção contra incêndio.

sejam adotadas medidas preventivas contra

422.2.1 - Nas condições BD2, BD3 e BD4,

421.4 - Os equipamentos fixos que

a ignição do material, como revestimento

as linhas elétricas não devem se situar

produzem concentração de calor devem

por material incombustível ou dificilmente

nas rotas de evacuação, salvo se forem

ser posicionados a uma distância suficiente

combustível,

providas de cobertura, invólucro ou recurso

de qualquer objeto fixo ou elemento de

térmica.

de

baixa

condutividade

equivalente.


Apoio

63


Apoio

Qualidade nas instalações BT

64

As linhas elétricas situadas em rotas de

exceto certos dispositivos que facilitam a

fabricantes, as distâncias acima referem se a

evacuação devem ser dispostas fora da zona

evacuação, devem ser acessíveis apenas à

todas as direções.

de alcance normal ou possuir proteção

pessoas autorizadas. Se forem dispostos em

contra danos mecânicos que podem ocorrer

áreas de circulação, devem ser abrigados em

durante uma evacuação.

armários ou caixas constituídas de materal

das luminárias devem ser protegidos contra

As linhas elétricas em rotas de

incombustível ou dificilmente combustível.

as solicitações mecânicas previsíveis. Tais

evacuação devem ser tão curtas quanto

As lâmpadas e os outros componentes

meios de proteção não devem ser fixados

possível e devem ser não propagadoras de

NOTA: Tal requisito não proíbe o uso de

aos porta-lâmpadas, a menos que sejam

chama.

invólucros plásticos que sejam dificilmente

parte integrante da lumínária. As luminárias

combustíveis.

não devem sofrer alterações.

NOTA 1: - A conformidade com a exigência

Uma luminária com lâmpada que pode

acima pode ser obtida usando os seguintes

422.2.3 - Não devem ser utilizados

ejetar materiais inflamáveis em caso de

produtos:

produtos elétricos com líquidos inflamáveis

falha deve ser instalada com blindagem de

– cabos conforme os ensaios de incêndio da

nas condições BD3 e BD4 e nas rotas de

proteção e de segurança para as lâmpadas,

IEC 60332 1 2 e que atendam às condições

evacuação.

conforme as instruções do fabricante.

60332 3 22, IEC 60332 3 23, IEC 60332 3 24

NOTA: Os capacitores incorporados a

NOTA: Conforme a IEC 60598-1:2003

e IEC 60332 3 25;

equipamentos

a

(sexta edição), as luminárias adequadas

– eletrodutos de seção circular classificados

tal exigência. A exceção diz respeito,

para montagem direta sobre superfícies

como não propagadores de chama, conforme

principalmente, às lâmpadas de descarga e

normalmente inflamáveis eram marcadas

IEC 61386 1;

aos capacitores de partida de motores.

com o símbolo:

de incêndio das normas IEC 60332 3 21, IEC não

são

submetidos

– eletrocalhas classificadas como não propagadoras de chama, conforme IEC

422.3 - Locais com risco de incêndio devido

61084 1;

às características dos materiais processados

Com a publicação da IEC60598-1

– bandejas e leitos classificados como não

ou armazenados

de 2008, as luminárias adequadas para

propagadores de chama, conforme IEC

Condição

montagem direta deixaram de ter marcação

61537;

BE2: risco de incêndio (conforme

específica e apenas as luminárias não

– para sistemas de condutores pré fabricados,

tabela 51A da NBR 5410 5 51).

adequadas para montagem sobre superfícies

ver série IEC 61534.

normalmente inflamáveis são marcadas

Nas condições BD2, BD3 e BD4, as

NOTA 1: - A quantidade de materiais

linhas elétricas que alimentam circuitos de

inflamáveis, a área ou o volume de tais

segurança devem possuir uma resistência

locais podem ser fixados por regulamentos

ao fogo durante o tempo prescrito pela

nacionais.

regulamentação dos elementos de construção

NOTA 2: Para riscos de explosão, ver IEC

(ver artigo N.4 da IEC 60598 1:2008 para

ou então durante 1 h, na ausência de tal

60079 14.

mais explicações).

NOTA 2: - Para os requisitos que tratam das

422.3.1 - As luminárias devem manter

422.3.2 - Devem ser adotadas precauções

linhas elétricas para serviços de segurança, sob

distância

materiais

para evitar que o invólucro de produtos

condições de incêndio, ver NBR 5410 5 56.

combustíveis. Na ausência de informações

elétricos, como radiadores ou resistências,

com os símbolos:

e/ou

regulamentação. adequada

dos

As linhas elétricas instaladas em rotas

dos fabricantes, os spots e os projetores

não atinjam temperaturas superiores às

de evacuação devem apresentar uma taxa de

devem ser instalados a uma distância

seguintes:

produção de fumaça limitada.

mínima

NOTA 3: - Se as normas de cabo não se

conforme segue:

• 90°C em condições normais; e

pronunciarem sobre tal questão, deve ser

≤ - 100 W: 0,5 m

• 115°C na ocorrência de falta.

adotado um valor de 60% da transmitância

> - 100 W a 300 W: 0,8 m

luminosa como mínimo para o ensaio do

> - 300 W a 500 W: 1,0 m

cabo conforme a IEC 61034 2.

> - 500 W: distâncias maiores podem ser

puderem se acumular sobre o invólucro

necessárias.

de um produto elétrico, em quantidade

dos

materiais

combustíveis,

422.2.2 - Nas condições BD2, BD3 e BD4, os dispositivos de comando e de proteção,

Quando materiais como poeira ou fibra

suficiente para gerar risco de incêndio, NOTA: Na ausência de instruções dos

devem ser adotadas medidas para evitar


65

Apoio

que o invólucro atinja as temperaturas mencionadas acima. NOTA: - As luminárias com a marcação D , em conformidade com a IEC69598 2 24, são concebidas para ter uma temperatura superficial limitada. 422.3.3 - A aparelhagem de proteção, de comando e de seccionamento deve ser disposta fora de locais BE2, a menos que seja provida de invólucro com grau de proteção adequado ao local: pelo menos IP4X; em presença de poeira, IP5X; em presença de poeiras condutivas, IPX6, exceto se 422.3.11 for aplicável. 422.3.4 - Com exceção das linhas elétricas embutidas em material incombustível, apenas as linhas elétricas não propagadoras de chama devem ser utilizadas.

No mínimo, os componentes elétricos

devem ser selecionados conforme as seguintes exigências: – os cabos devem satisfazer as condições de ensaio ao fogo da série IEC 60332; – os eletrodutos de seção circular devem satisfazer

o

ensaio

de

resistência

à

propagação de chama especificado na série IEC 61386; – as eletrocalhas e os eletrodutos de seção não-circular devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61084; – as bandejas e os leitos para cabos devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61537; – os sistemas de condutores pré fabricados devem satisfazer o ensaio de resistência à propagação de chama especificado na série IEC 61534. NOTA 1: - Quando o risco de propagação da chama for elevado (por exemplo, ao longo de percursos verticais de cabos dispostos num mesmo plano), é conveniente que as características de propagação de chama dos cabos sejam conforme a parte apropriada da série IEC 60332 3.


Apoio

Qualidade nas instalações BT

66

NOTA 2: - Os ensaios de propagação de

NOTA: - As luminárias devem ser conforme

• contidas em invólucros com grau de

chama para os sistemas de cabeamento são

as partes correspondentes da IEC 60598. Ver

proteção IP2X ou IPXXB; ou

sempre efetuados em configuração vertical.

também o artigo 559 da ABNT NBR 5410 5

• providas de isolação capaz de suportar

55.

uma tensão de ensaio de 500 V c.c. por

422.3.5 - As linhas elétricas que atravessam

um minuto, independentemente da tensão

tais locais, mas que não são neles utilizadas,

422.3.9 - Os circuitos terminais e os

nominal do circuito. Essa medida é um

devem satisfazer às condições seguintes:

equipamentos de utilização devem ser

complemento às exigências de 414.4.5 da

protegidos contra as falhas de isolação

NBR 5410 4 41.

• as linhas elétricas devem satisfazer as

como segue:

exigências de 422.3.4;

a) - em esquemas TN e TT, deve ser usado

422.3.12 - Os condutores PEN não são

• elas não devem apresentar nenhuma

dispositivo DR com corrente de atuação

admitidos em locais BE2, à exceção dos

conexão dentro de tais locais, a menos que

residual nominal IΔn ≤ 300 mA. Quando

circuitos que apenas atravessam tais locais e

tais conexões sejam dispostas em invólucros

a ocorrência de uma falta resistiva puder

não apresentam nenhuma conexão, em sua

resistentes ao fogo;

originar um incêndio (por exemplo, devido

travessia, entre o condutor PEN e qualquer

• elas devem ser protegidas contra

a teto com elementos de aquecimento), a

parte condutiva de tais locais.

sobrecorrentes conforme 422.3.10;

corrente de atuação residual nominal deve

• não devem ser utilizados condutores nus.

ser IΔn ≤ 30 mA;

422.3.13 - Cada circuito que alimenta

b) - em esquema IT, devem ser previstos

equipamento elétrico em locais BE2

422.3.6 - Em instalações de aquecimento

dispositivos supervisores de isolamento

deve ser provido de dispositivo de

a ar forçado, a entrada de ar deve ser

(DSI)

seccionamento permitindo isolar todo

localizada fora dos locais onde for prevista

integralmente,

a presença de poeiras combustíveis. A

monitorem as correntes diferenciais nos

modo a que nenhum condutor vivo da

temperatura de saída do ar não deve dar

circuitos terminais, os dois com alarmes

alimentação possa restar sob tensão

origem a incêndio no local.

sonoros

que

ou

instalação, que

condutor

vivo

da

alimentação,

de

Alternativamente,

quando um ou mais dos condutores forem isolados. Isto pode ser obtido, por

422.3.7 - Os motores comandados à

corrente de atuação residual nominal

exemplo, por interruptor ou disjuntor

distância ou automaticamente, ou que não

citada em a). No caso de uma segunda

com conexão mecânica.

são supervisionados permanentemente,

falta, examinar a parte 41 para os tempos

devem

de desligamento.

NOTA: É possível, também, isolar um grupo

aquecimentos excessivos por dispositivos

Os cabos com isolação mineral e

de circuitos usando recurso comum, se as

sensíveis à temperatura, a menos que

os barramentos pré-fabricados não são

condições de serviço permitem.

eles sejam, por construção, do tipo com

considerados possível causa de incêndio

limitação térmica.

e,

protegidos

contra

os

visuais.

a

dispositivos

podem ser usados dispositivos DR com

ser

e

monitorem

conseqüentemente,

não

necessitam

422.4 - Locais com materiais de construção

proteção.

combustíveis

422.3.8 - Cada luminária deve:

NOTA: É recomendável o uso de cabos com

Condição

• ser adequada ao local; e

revestimento metálico. Tal revestimento

CA2: materiais combustíveis (conforme

• ser provida de invólucro com grau de

metálico deve ser conectado ao condutor de

tabela 51A da NBR 5410 5 51).

proteção pelo menos IP4X; ou, em presença

proteção. 422.4.1 - Devem ser adotadas precauções

de poeira, IP5X; ou ainda, em presença de poeira condutiva, IPX6; e

422.3.10 - Os circuitos que alimentam ou

para garantir que os produtos elétricos não

• ter uma temperatura superficial limitada,

atravessam locais BE2 devem ser protegidos

possam provocar a inflamação de paredes,

conforme IEC 60598 2 24; e

contra sobrecargas e contra curtos-circuitos

pisos ou tetos. Isto pode ser obtido com

• ser de concepção que evite a queda, da

por dispositivos de proteção localizados fora

uma correta concepção, seleção e instalação

luminária, dos componentes da lâmpada.

e a montante de tais locais. Os circuitos que se

dos produtos elétricos.

originam de tais locais devem ser protegidos

Para evitar a penetração de corpos

contra sobrecorrentes por dispositivos de

sólidos, as caixas e invólucros instalados em

proteção dispostos na sua origem.

paredes ocas pré-fabricadas, suscetíveis de

Em locais sujeitos a risco de incêndio,

devido a poeiras ou fibras, as luminárias devem ser instaladas de modo a que a poeira

serem perfuradas quando de sua instalação,

ou fibra não se acumule em quantidade

422.3.11 - Nos circuitos alimentados por

devem ter um grau de proteção de no

perigosa.

SELV ou PELV, as partes vivas devem ser:

mínimo IP3X.


Apoio

67


Apoio

Qualidade nas instalações BT

68

422.4.2 - As luminárias devem manter

CB2: propagação de incêndio (conforme

conforme IEC60702 1;

distância

tabela 51A da NBR5410 5 51).

– instalação de cabos com melhores

adequada

dos

materiais

combustíveis. Na ausência de informações

características

de

resistência

ao

fogo,

dos fabricantes, os spots e os projetores

422.5.1 - Nas estruturas cujas forma e

conforme IEC 60331 1 ou IEC 60331 21 ou

devem ser instalados a uma distância

dimensões facilitam a propagação de

norma equivalente;

mínima

incêndio, devem ser adotadas precauções

– instalação de cabos em paredes, tetos ou

para garantir que a instalação elétrica não

pisos de material sólido não combustível;

dos

materiais

combustíveis,

conforme segue:

venha a propagar incêndio (por exemplo,

– instalação de cabos em áreas com

≤ 100 W: 0,5 m

efeito chaminé).

capacidade de resistência ao fogo de 30 min a

> 100 W a 300 W: - 0,8 m

NOTA: Podem ser previstos detectores de

90 min, sendo a duração mais longa indicada

> 300 W a 500 W: - 1,0 m

incêndio para garantir a implementação

para locais com escadas e necessários para

> 500 W: - distâncias maiores podem ser

de medidas contrárias à propagação de

rotas de evacuação.

necessárias.

incêndio — por exemplo, o fechamento de

Quando

barreiras corta fogo em dutos, espaços de

tecnicamente aplicáveis, a proteção reforçada

construção e locais análogos. Podem ser

contra incêndio pode ser possível com o

NOTA 1: Na ausência de instruções dos

usadas caixas e invólucros conforme a IEC

emprego de sistemas de combate a incêndio.

fabricantes, as distâncias acima referem se a

60670 1 para paredes ocas e cabos conforme

todas as direções.

a série IEC 60332-3. A IEC 60670 1 inclui

a marcação do símbolo H para as caixas e

As lâmpadas e outros componentes das

luminárias devem ser protegidos contra

tais

medidas

não

forem

423 - Proteção contra queimaduras

invólucros para pareces ocas.

as solicitações mecânicas previsíveis. Tais

As partes acessíveis dos produtos

meios de proteção não devem ser fixados aos

422.6 - Seleção e montagem da instalação em

elétricos dispostas em zonas de alcance

porta-lâmpadas, a menos que sejam parte

locais com riscos para bens insubstituíveis

normal não devem atingir temperaturas

integrante da lumínária.

Os requisitos de 422.1.1 devem ser

suscetíveis de causar queimaduras às pessoas

respeitados.

e devem satisfazer os limites adequados,

ejetar materiais inflamáveis em caso de

NOTA 1: Os locais em questão compreendem

indicados na tabela 42.1. Todas as partes da

falha deve ser instalada com blindagem de

edificações ou salas contendo bens de valor

instalação suscetíveis de atingir em serviço

proteção e de segurança para as lâmpadas,

significativo. A título de exemplo, podem ser

normal, mesmo durante curtos períodos,

conforme as instruções do fabricante.

citados os monumentos nacionais, os museus

temperaturas superiores àquelas indicadas

NOTA 2 - As luminárias adequadas

e outros locais públicos. Outros exemplos:

na tabela 42.1, devem ser protegidas contra

para montagem direta sobre superfícies

estações de trem, aeroportos e edificações

qualquer contato acidental. Os valores

normalmente inflamáveis eram marcadas

como laboratórios, centros de informática

da tabela 42.1 não se aplicam a produtos

com o símbolo

e certas instalações industriais ou de

conforme as normas IEC.

Uma luminária com lâmpada que pode

conforme IEC60598

1:2003 (sexta edição).

armazenamento.

NOTA 2: As seguintes medidas podem ser

NOTA: - Se for aplicável a condição BA2

20081), as luminárias adequadas para

consideradas:

(crianças), as temperaturas devem ser

montagem direta deixaram de ter marcação

– instalação de cabos com isolação mineral,

inferiores.

Com a publicação da IEC60598-1 de

específica e apenas as luminárias não adequadas para montagem sobre superfícies normalmente inflamáveis são marcadas com os símbolos:

Tabela 42-1 – Temperaturas máximas em serviço normal das partes acessíveis de produtos elétricos no interior da zona de alcance normal

Partes acessíveis Meios de comando manual

e/ou

Material das superfícies

Temperaturas

acessíveis

máximas˚C

Metálico

55

Não-metálico

65

(ver artigo N.4 da IEC 60598 1:2008 para

Partes previstas para serem

Metálica

mais explicações).

70

tocadas, mas não seguradas

Não-metálica

80

Partes não destinadas a serem

Metálica

80

tocadas em serviço normal

Não-metálica

90

422.5

-

incêndio Condição

Estruturas

propagadoras

de

com as mãos


Apoio

424 - Proteção contra sobreaquecimento

do invólucro do aquecedor de radiação e das

electromagnetic disturbances

partes inflamáveis.

[13]

Na ausência de declaração do fabricante, os

424.1 - Sitemas de aquecimento a ar

aquecedores de radiação devem ser instalados

forçado

de modo a assegurar uma distância de

Os sistemas de aquecimento a ar forçado, à

segurança de pelo menos 2 m entre o aparelho

exceção dos aparelhos de aquecimento central

e as partes inflamáveis, na direção da radiação.

com acumulação, devem ser concebidos de

Bibliografia

só possam ser ativados após passagem do

[1] IEC 60050-442:1998, International Electrotechnical

fluxo de ar for inferior ao valor prescrito. Além disso, devem comportar dois limitadores de temperatura, independentes, que evitem a ultrapassagem da temperatura admissível nos dutos de ar.

Os suportes, a estrutura e o invólucro

dos elementos de aquecimento devem ser de material incombustível.

Vocabulary – Part 442: Electrical accessories [2] IEC 60079-14:1996, Electrical apparatus for explosive gas atmospheres – Part 14: Electrical installations in hazardous areas (other than mines) [3] IEC 60331-1, Tests for electric cables under fire conditions – Circuit integrity – Part 1: Test method for fire with shock at a temperature of at least 830°C for cables of rated voltage up to and including 0,6/1,0 kV and with an overall diameter exceeding 20 mm [4] IEC 60331-21, Tests for electric cables under fire conditions – Circuit integrity – Part 21: Procedures

424.2 - Aparelhos de produção de água

and requirements - Cables of rated voltage up to and

quente ou vapor

including 0,6/1,0 kV

Todo aparelho de produção de água quente

[5] IEC 60332-1-2:2004, Tests on electric and optical

ou de vapor deve ser protegido, por construção ou instalação, em todas as condições de serviço, contra o sobreaquecimento. A menos que os aparelhos sejam conforme as normas IEC pertinentes, a proteção deve ser assegurada por meio de um dispositivo apropriado sem rearmamento

automático,

funcionando

independentemente do termostado.

Se o aparelho não tiver saída livre, ele deve

fibre cables under fire conditions – Part 1-2: Test for vertical flame propagation for a single insulated wire or cable – Procedure for 1 kW pre-mixed flame [6]  IEC 60332-3-21:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-21: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category A F/R [7] IEC 60332-3-22:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-22: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables

ser provido de dispositivo que limite a pressão

– Category A

interna da água.

[8] IEC 60332-3-23:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-23: Test for vertical flame

424.3 - Aparelhos de calefação

A estrutura e o invólucro dos aparelhos de

calefação devem ser de material incombustível. NOTA: Nas áreas que apresentam risco de incêndio, os aparelhos de calefação podem não ser operados se o ar dessas áreas for guiado através do aparelho.

As paredes laterais dos aquecedores de

radiação, que não são atingidas pela radiação

spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category B [9] IEC 60332-3-24:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-24: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category C [10] IEC 60332-3-25:2000, Tests on electric cables under fire conditions – Part 3-25: Test for vertical flame spread of vertically-mounted bunched wires or cables – Category D [11]

IEC

60364-4-43,

Low-voltage

electrical

de calor, devem se situar a uma distância

installations – Part 4-43: Protection for safety –

suficiente das partes inflamáveis. No caso

Protection against overcurrent

de redução da distância pela interposição de

[12] IEC 60364-4-44:2007, Low-voltage electrical

barreira não inflamável, esta barreira deve se

installations – Part 4-44:

situar a uma distância de, pelo menos, 1 cm

60364-5-52,

Low-voltage

electrical

installations – Part 5-52: Selection and erection of electrical equipment – Wiring systems [14] IEC 60364-5-55:2001, Electrical installations of buildings – Part 5-55: Selection and erection of electrical equipment – Other equipment [15] IEC 60364-7-753, Low-voltage electrical installations – Part 7-753: Requirements for special installations or

forma a que seus elementos de aquecimento fluxo de ar prescrito e desligados quando o

IEC

69

Protection for safety

– Protection against voltage disturbances and

locations – Floor and ceiling heating systems [16] IEC 60598 (all parts), Luminaires [17] IEC 60598-1:2003, Luminaires – Part 1: General requirements and tests2 [18] IEC 60598-1:2008, Luminaires – Part 1: General requirements and tests [19] IEC 60670-1, Boxes and enclosures for electrical accessories for household and similar fixed electrical installations – Part 1: General requirements [20] IEC 60695-4, Fire hazard testing – Part 4: Terminology concerning fire tests for electrotechnical products [21] IEC 60702-1, Mineral insulated cables and their terminations with a rated voltage not exceeding 750 V – Part 1: Cables [22] IEC 60947-2, Low-voltage switchgear and controlgear – Part 2: Circuit breakers [23] IEC 61034-2, Measurement of smoke density of cables burning under defined conditions – Part 2: Test procedure and requirements [24] IEC 61084-1, Cable trunking and ducting systems for electrical installations – Part 1: General requirements [25] IEC 61386-1, Conduit systems for cable management – Part 1: General requirements [26] IEC 61439-1, Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules [27] IEC 62020, Electrical accessories – Residual current monitors for household and similar uses (RCMs) [28] IEC 62305 (all parts), Protection against lightning [29] EN 50272-2, Safety requirements for secondary batteries and battery installations – Part 2: Stationary batteries *Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


70

Reportagem

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por Bruno Moreira

“ILHA DE PROSPERIDADE”

A despeito da crise econômica que paralisa o país, o setor de energia eólica continua a crescer. Comemorando a marca de 7 GW de potência instalada em 2015, o segmento pretende chegar a 27 GW até 2023


71

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

A

Cadeia produtiva cada vez mais brasileira

pós um longo período de estabili­

elétrica. Para se ter uma ideia, há pouco

dade econômica, o Brasil encontra-se

mais de uma década, a potência instalada

novamente de mãos dadas com a crise.

de energia eólica do país era de somente

O segundo trimestre de 2015 registrou

20 MW, com representação irrisória na

queda do Produto Interno Bruto (PIB) de

matriz. O crescimento não deve parar por

eólica e perspectiva de crescimento para

1,9% em relação aos três meses anteriores.

aí. A expectativa do segmento, conforme

os próximos anos mostram que a indústria

Na comparação anual, o decréscimo foi de

a Abeeólica, é de que a potência instalada

do setor eólico não sofrerá por falta de

2,6%, a maior retração desde o primeiro

chegue aos 9 GW até o final deste ano

demanda tão cedo. Tais notícias são boas

trimestre de 2009. Por sua vez, o Índice de

e 27 GW até 2023, o que representaria

para o país, pois cada vez mais os itens que

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que

11% da matriz elétrica brasileira e faria a

compõem os equipamentos de geração

dá a medida oficial da inflação, desacelerou

fonte se consolidar como a segunda mais

do setor são produzidos por empresas

para 0,22% em agosto, mas no acumulado

importante do setor de energia elétrica.

brasileiras. Vale lembrar que, desde 2013,

de janeiro a agosto atingiu o patamar de

o Banco Nacional de Desenvolvimento

7,23%, o maior desde 2003. Para o ano

Braga, destaca o desempenho positivo

Econômico

de 2015, a projeção dos especialistas em

da energia eólica nos leilões de energia

liberação de Financiamento de Máquinas

economia é ainda mais “catastrófica”, com

promovidos pelo Governo Federal. “Nos

e Equipamento (Finame) às empresas

a inflação chegando ao patamar de 9,32%,

últimos certames contratamos e já estamos

fabricantes

cerca de três pontos percentuais acima do

monitorando a construção de nada mais

produzirem determinada porcentagem de

teto da meta da inflação (6,5%) estipulado

nada menos do que 400 novas usinas

conteúdo local.

pelo Governo Federal.

desta fonte renovável de energia, que

Estes índices afetam todos os setores da

incorporarão 9 GW de capacidade instalada

11 fabricantes de aerogeradores no Brasil.

sociedade brasileira, desde os assalariados

ao sistema até 2018”, afirma o ministro.

O presidente da Empresa de Pesquisa

até os grandes empresários. O segmento

Braga salienta que este montante não é uma

Energética (EPE), Maurício Tolmasquim,

de energia elétrica, por exemplo, por ser um

projeção, mas foi efetivamente contratado,

recorda que, na época do Proinfa, havia

setor de infraestrutura, vem sofrendo muito

o que deve fazer o país apresentar 16 GW

apenas uma indústria nacional apta a

com o esfriamento da economia do país. Não

de potência instalada daqui a três anos.

produzir

é de hoje, sabe-se, que a área de distribuição

De acordo com a Abeeólica, desde 2009,

este processo importando tudo”, conta.

de energia elétrica, por exemplo, enfrenta

quando o governo brasileiro começou a

Conforme ele, as empresas que vinham

dificuldades para manter os resultados

incentivar com mais força a fonte eólica, já

para cá eram praticamente compradoras

financeiros de épocas não tão distantes

foram contratados nos leilões cerca de 13

do processo, ou seja, importavam as

assim. Contudo, nem tudo é pessimismo

GW de potência instalada.

peças e apenas montavam no país. “Foi

no país, e reside no próprio segmento de

No cenário mundial, a força do

aumentada, então, a exigência de conteúdo

energia elétrica um setor que vem passando

mercado brasileiro de energia eólica

nacional. Primeiro foi 60% de conteúdo

quase que incólume pela crise: o segmento

também começa a aparecer. Em 2014,

nacional, mas as empresas produziam as

de energia eólica, que foi caracterizado pela

ficou em quarto lugar no ranking mundial

peças de pouco valor agregado no país e

presidente da Associação Brasileira de Energia

de ampliação de capacidade, com 2,4

importavam as de alto valor”, diz. Dessa

Eólica (Abeeólica), Elbia Silva Gannoum,

GW instalados. Conforme a Abeeólica, em

maneira, relata Tolmasquim, o BNDES

como uma “ilha de prosperidade”.

2015, existe a possibilidade de que supere

mudou suas condições para financiamento,

De fato, os números do setor não

a Alemanha, ficando atrás apenas da China

exigindo dos fabricantes que cada um

deixam dúvidas de que os ventos no Brasil

e dos Estados Unidos. Entre os países com

dos componentes tivesse um mínimo de

são um bom negócio. Na última edição

maior produção de energia eólica, o Brasil

conteúdo nacional.

do Brazil Windpower 2015, importante

fechou 2014 na 10ª posição. A expectativa

evento do setor eólico, a presidente da

da associação é de que em 2016 o país se

na atualidade há diversas empresas que

Abeeólica, junto com outros agentes do

torne o sexto maior gerador e no mesmo

fabricam equipamentos para produção de

mercado, comemorou o alcance de 7 GW

ano ocupe a terceira ou segunda posição

energia eólica no Brasil. “E como a escala

de capacidade instalada de energia gerada

entre os países que mais investem nesta

vem aumentando, muitas dessas empresas

pelos ventos, representando 5% da matriz

fonte de energia renovável.

até desenvolvem projetos para o vento

O ministro de Minas e Energia, Eduardo

Alto montante contratado de energia

Social

de

(BNDES)

atrela

aerogeradores

a

que

Atualmente, conforme a Abeeólica, são

aerogeradores.

“Começamos

Assim, enfatiza o presidente da EPE,


72

Reportagem

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

brasileiro, que é diferente do europeu”,

Em complemento a Elbia, o engenheiro

na cadeia produtiva como um todo, há

explica.

Em

do departamento de credenciamento do

capacidade para atender o que está se

muitas

outras

razão

da

competição, também

BNDES, Lucas Lucena, afirma que, de fato,

vendendo, na média e até um pouco acima

começaram a desenvolver projetos na área.

companhias

são quatro empresas que já cumpriram

da média, nos leilões.

Exemplificando como a cadeia produtiva

as etapas de nacionalização estipuladas

Para o especialista em Projetos de

nacional tem progredido, Tolmasquim cita

pelo banco, sendo duas públicas e outras

Competitividade

a Tecsis, fabricante nacional, localizada

duas, cujos processos já estão prontos

Brasileia de Desenvolvimento Industrial

em Sorocaba (SP), que, com tecnologia

internamente, mas que faltam pequenos

(ABDI),

própria, produz pás para turbinas eólicas.

detalhes para finalizar. Lucena cita ainda

produtiva do setor eólico está em fase

A empresa desenvolve pás sob medidas

mais outras duas indústrias que estão bem

de amadurecimento. Tosta salienta que,

e é considerada uma companhia de

avançadas com as etapas de nacionalização

desde o estudo da ABDI publicado há um

excelência por analistas do setor, tendo

e mais um fabricante que está entrando

ano, – no qual foi feito uma radiografia do

uma participação relevante nos Estados

agora e já busca se estruturar.

Neste

setor – já surgiram mais de uma dezena

Unidos, por exemplo.

sentido, segundo o engenheiro, apesar

de fornecedores, contando os segmentos

A presidente da Abeeólica, Elbia

de a Abeeólica falar em 11 fabricantes de

de pás eólicas, torres e componentes.

Gannoum, explica que o setor eólico vem

aerogeradores, o BNDES trabalha com seis

“Além disso, nós tivemos uma dezena de

discutindo com frequência o tema da cadeia

– provavelmente sete até o final do ano –,

anúncios de fornecedores que já dobraram

produtiva porque o prazo estabelecido

que estão de fato credenciados e seguindo

sua capacidade produtiva, tendo em vista

Eduardo

Setorial Tosta,

da

Agência

a

cadeia

a demanda e a conjuntura, que estão superpositivas para a energia eólica”, diz o

No cenário mundial, a força do mercado brasileiro de energia eólica também começa a aparecer. Em 2014, ficou em quarto lugar no ranking mundial de ampliação de capacidade, com 2,4 GW instalados. Em 2015, existe a possibilidade de que supere a Alemanha, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

especialista.

A presidente da Abeeólica comemora

o fato de o cenário econômico favorecer o setor. Elbia fala especificamente da questão cambial. Em 2009, quando ocorreu o primeiro leilão de energia eólica, a taxa de câmbio entre dólar e real estava equilibrada, o que facilitou e incentivou a entrada de investidores estrangeiros e propiciou o desenvolvimento dos primeiros parques eólicos e a constituição de um mercado competitivo. E agora, em um momento no qual as indústrias estão encerrando essa fase de nacionalização, o dólar em alta fortalece o produto fabricado no Brasil. A

pelo BNDES para o cumprimento das

as regras do Finame.

próxima etapa, segundo Elbia, é pensar

etapas visando à nacionalização termina

Este número de fabricantes é suficiente,

mesmo no processo de formação. “Nós

em dezembro deste ano. Elbia recorda que,

de acordo com Lucena, para suprir a

estamos na terceira fase da indústria. Já

na época em que foram estabelecidos, os

demanda contratada de energia eólica

fizemos a inserção, a nacionalização e agora

prazos pareceram bem desafiadores, haja

anual no momento. “Nós temos uma

vamos para os investimentos em P&D e

visto a juventude da indústria eólica no

capacidade de construção de máquina

Inovação, que é realmente a fase natural”,

país. “E naquela ocasião, nós temíamos

na planta, por fabricante, de 3,5 GW.

declara a presidente da associação.

não cumprir as etapas, mas no começo

Há máquina suficiente”, assegura. Em

de junho nós tivemos a notícia de que

relação à cadeia de baixo, o engenheiro

duas empresas já o fizeram”, comemora.

do departamento de credenciamento do

Conforme a presidente da Abeeólica, o fato

BNDES destaca que vê dificuldades em

dessas indústrias terem conseguido não

apenas dois itens: rolamentos e a usinagem

fase, principalmente se comparado a

apenas cumprir o prazo como antecipá-lo é

de algumas peças. Dificuldades que serão

outras áreas do setor elétrico. No entanto,

um bom sinal de que os desafios nesta área

solucionadas em breve, segundo Lucena.

seria otimismo demais pensar que poderia

serão cumpridos sem grandes dificuldades.

O engenheiro afiança que, atualmente,

atravessar a crise econômica sem alguns

“Não estamos sozinhos” O segmento eólico está em grande



74

Reportagem

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

arranhões. Recordando as palavras de

eólicos é de que os empreendimentos

que o mercado defendia há algum tempo,

Élbia, o presidente da CPFL Renováveis,

sejam comercializados nos leilões com

de que a fonte eólica é uma energia

André Dorf, salienta que o segmento

o preço da energia bastante baixo e

complementar. Assim, a tendência é de

vive em uma “ilha de prosperidade” na

que, depois, na hora de executarem a

que o sistema elétrico estoque a energia

parte do crescimento, “mas não estamos

obra, os empreendedores tenham muita

de fonte hídrica ou térmica – cuja matéria-

sozinhos na parte de financiamento”.

dificuldade para atingir os resultados que

prima, água, carvão, gás etc. – pode

Segundo o executivo, hoje, no que

seus investidores almejam. Aguilar acredita

ser estocada e privilegie o despacho de

se refere a novos investimentos, o

que todo o setor eólico será afetado pela

energia eólica e solar. A falta de chuvas

financiamento é um desafio para todas

questão do financiamento. Por exemplo,

e a consequente diminuição de recursos

as indústrias ligadas a infraestrutura ou

segundo ele, caso uma empresa que

hídricos

intensivas em capital. “O equity ficou

tenciona implantar uma usina eólica não

segundo Aguilar, para a continuidade de

mais caro e menos disponível”, afirma.

tenha recursos para financiar boa parte do

investimentos na área eólica. Contudo,

e

investimento e não obtenha sucesso em

para

conselheiro administrativo da Abeeólica,

buscar auxílio com investidores externos,

financeira, o investimento adquirirá um

Afonso Carlos Aguilar, explica que, por

ela certamente pedirá ao fornecedor

nível de complexidade maior para ser

conta da questão macroeconômica do

que estenda o prazo pela cobrança dos

executado.

país, o BNDES vem passando por uma

equipamentos fornecidos. “Isso já está

recessão de crédito. O banco, que antes

começando a ocorrer. As empresas estão

financiava até 80% do investimento, está

buscando repassar estas dificuldades de

O

diretor-executivo

da

Alubar

ele,

devem

exatamente

contribuir,

pela

questão

O desafio da transmissão Uma

Uma preocupação que costuma inquietar os agentes do setor elétrico, em especial o segmento eólico, é a transmissão, ou melhor, a possibilidade de faltar linhas para escoar a energia gerada pelos parques.

também

preocupação

que

costuma

inquietar os agentes do setor elétrico, em especial o segmento eólico, é a transmissão, ou melhor, a possibilidade de faltar linhas para escoar a energia gerada pelos parques. Na área eólica, esse receio reside no fato de que, em 2012, alguns empreendimentos

recém

completados

ficaram sem operar justamente porque algumas linhas não foram construídas a tempo. Em razão disso, o governo modificou em 2013 a modelagem de leilão

de

energia

eólica.

Antes,

os

empreendimentos eram leiloados e depois anunciando, conforme Aguilar, que arcará

crédito para o fornecedor”, afirma.

eram feitos os certames das linhas que os

com até 50%. Diminuindo o percentual de

Em razão das dificuldades em se obter

atenderiam. Agora, os leilões de linhas de

financiamento por cada projeto, o BNDES

crédito, o diretor-executivo da Alubar

transmissão são realizados em primeiro

pretende atender a mais empresas. Neste

acredita que haverá uma seleção das

lugar. Quando há garantia de que a linha vai

sentido, a fatia que cabe à própria empresa

empresas que fazem parte do mercado

sair, o Operador Nacional do Sistema (ONS)

no investimento aumentará. “Antes o

de energia eólica. Ou seja, participarão

dá o parecer de acesso, permitindo que o

empreendedor colocava um equity de 20%

efetivamente do setor empresas de maior

parque eólico correspondente àquela linha

a 30%, para uma faixa de juros, de 5% a 6%

porte, com uma estruturação financeira que

participe do leilão de geração.

em um empréstimo de longo prazo. Hoje,

comporte a realização de investimentos

vai ter de colocar 50% a uma taxa de 12% a

sem um auxílio maciço do BNDES.

Conselho de Administração da Abeeólica,

15%”, diz.

Esta problemática não irá, contudo,

Márcio Severi, a situação de haver um

Neste sentido, destaca o presidente do

Para Aguilar, a diminuição do valor a

diminuir o ritmo dos investimentos no

parque eólico pronto sem uma linha de

ser financiado pelo BNDES acarretará em

setor eólico, segundo o diretor da Alubar.

transmissão e consumidor pagando por isso

grande desafio para os empreendedores

Isso porque o Brasil vem mantendo

acabou. “Estruturalmente não existe mais

nos leilões de energia. Segundo o diretor-

um nível de crescimento vegetativo de

este problema, mas ainda há um resquício”,

executivo da Alubar, o receio das empresas

consumo de energia, que poderá ser

diz. A presidente da Abeeólica, Elbia

que fazem parte da cadeia de serviços

atendido pela eólica. Aguilar destaca que

Gannoum, destaca que o segmento ainda

e de fornecimento de equipamentos

o governo finalmente aceitou uma tese,

vive um processo de transição. Conforme


75

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

ela, a mudança da regra é recente, então

presidente do Conselho de Administração

aventadas pelo mercado para o fracasso

muitos leilões de transmissão terão de

da Abeeólica, o cenário de crise econômica

que parecem estar atreladas. São elas: a

ocorrer para deixar o portfólio de projetos

fez muitas empresas não participarem do

baixa taxa de remuneração e a precificação

que o setor tem à disposição aptos para

último certame de linhas de transmissão

do risco de licenciamento ambiental que

serem executados. “A partir de 2016, a

realizado no dia 26 de agosto. Na

está muita alta no país.

situação melhorará porque começará a

ocasião, apenas quatro dos 11 lotes foram

se distanciar do processo de transição da

arrematados. “É o momento de se olhar

por nós e amplamente debatida com o

regra”, explica.

para outras alternativas”, diz.

Tribunal de Contadas da União (TCU) e com

“A taxa de remuneração foi corrigida

O presidente da CPFL Renováveis, André

Como opção, Severi aconselha a

o setor privado, tínhamos uma expectativa

Dorf, acredita, no entanto, que transferir o

segmentação da transmissão para que

positiva”, argumenta o ministro. No que

risco de transmissão para o empreendedor

determinada linha seja adquirida em um

tange ao licenciamento ambiental, Braga

não é resolver a questão. “Só migramos

ambiente para ser comprada por um

explica que ele acaba sendo monetizado

o problema”, afirma. “Na vida real o que

produtor independente, por exemplo,

e pressiona o preço e a remuneração das

se acaba por fazer é priorizar, para o nosso

por um determinado preço. Tal estratégia

linhas de transmissão.

portfólio, não o melhor projeto, mas aquele

deve onerar um pouco a transmissão,

A questão do licenciamento tem

com menor risco de transmissão”. O diretor

de acordo com ele, mas salvará o resto

um impacto muito forte na transmissão,

da EDP Renováveis Brasil, Renato Volponi,

da parcela de energia, não só no MWh

conforme o ministro, considerando que a

argumenta que a companhia, cujo ramo

produzido pela eólica, mas por todo o

maioria das linhas são longas e passam por

de atividade é a geração, não investe em

benefício que traria ao sistema. Severi

mais de um estado, por vários municípios.

transmissão no sentido de viabilizar seus

destaca que a transmissão é uma pequena

“Em alguns casos de mais de três dezenas

projetos de geração eólica. Conforme

parcela do custo total da energia. “Então,

de licenças que precisam ser alcançadas”,

Volponi, ou o projeto tem uma malha

é muito preciosismo ficarmos apertando

diz Braga, e “nem sempre é ambiental, às

de escoamento garantida ou a empresa

o setor de transmissão como estamos

vezes é fundiária, municipal, estadual. Às

parte para outro empreendimento. “Dessa

fazendo, ainda mais nesse ambiente

vezes a linha passa por terras da própria

maneira, neste jogo, infelizmente, projetos

econômico”, declara.

união, terras das forças armadas, terras

menos eficientes acabam se rentabilizando

Pensando

dentro

indígenas etc.”. Para solucionar este

na frente de outros mais eficientes”, declara

do ambiente de leilão tal como ocorre

obstáculo, o ministro promete acelerar

o diretor da EDP Renováveis Brasil.

atualmente, o ministro de Minas e Energia,

a aprovação da emenda constitucional

Para Severi, a regulação, os contratos e

Eduardo Braga, aponta o licenciamento

que vai estabelecer o fast track para o

o ambiente de leilão da transmissão “são

ambiental como um dos desafios a serem

licenciamento de obras estratégicas, que

irretocáveis”. No entanto, o setor tem

enfrentados. Em relação ao último certame,

deve destravar a obtenção das diversas

percebido problemas para a realização de

em que não houve muita procura, Braga

licenças para a construção de linhas de

novos investimentos na área. Conforme o

comentou a respeito de duas causas

transmissão.

a

transmissão


76

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Iluminação pública e eficiência energética Desenvolvimento e aplicação do índice de desempenho energético, utilizando regras fuzzy, com a finalidade de avaliar a eficiência do uso da energia elétrica na iluminação pública

Por Cesar Augusto Palácio Dantas e Fuad Kassab Junior*


77

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

O

Governo

Federal,

no

ano

A preocupação com a eficiência

2000, com o apoio do Ministério de

energética inicia-se como consequência

Minas e Energia (MME), por meio da

das crises energéticas (do petróleo em

Eletrobras,

Programa

1972 e 1979 e do racionamento de energia

Nacional de Iluminação Pública Eficiente

implantou

elétrica entre 2001 e 2002), relevância

(Reluz), com o objetivo de promover

crescente com o meio ambiente, no que

o desenvolvimento de sistemas de

diz respeito à sustentabilidade, e com a

iluminação

energeticamente

projeção de aumento do consumo até

eficientes. Segundo este programa, para

2020, conforme estudos da Empresa de

atingir tais objetivos, foram levados em

Pesquisa Energética (EPE).

consideração a utilização de tecnologias

Com relação à iluminação pública,

energeticamente

os

a Eletrobras informa que, no Brasil,

princípios de conservação de energia

ela corresponde a aproximadamente

e a conformidade com as legislações,

4,5% da demanda nacional e a 3% do

portarias e normas técnicas em vigor.

consumo total de energia elétrica do

O conceito de eficiência energética

país, o equivalente a uma demanda de

é utilizado para caracterizar a forma

2,2 GW e a um consumo de 9,7 bilhões

como a energia é utilizada na economia.

de kWh/ano.

Os progressos alcançados por meio

das implementações de políticas de

em atender ao aumento da demanda

utilização racional de energia conduzem

de energia elétrica com a iluminação

a uma melhoria na eficiência energética

pública, e o elevado custo de geração

da

a

de fonte alternativa, está exigindo dos

eficiência energética tem significado de

governos federal, estadual e municipal

produtividade energética.

a adoção de gestão de consumo com

a finalidade de se obter a eficiência

pública

economia.

o

mais

eficientes,

Neste

contexto,

Eficiência energética é uma atividade

técnico-econômica

que

objetiva

Com o consumo atual, a dificuldade

energética e a racionalização do uso.

proporcionar o melhor consumo de

energia e água, com redução de custos

órgãos governamentais e a sociedade

operacionais

estão

correlatos;

contingenciamentos

no

minimizar suprimento

Diante deste impasse, as empresas, fazendo

grandes

esforços

objetivando a racionalidade do consumo

desses insumos; bem como introduzir

de

elementos e instrumentos necessários

oportunidade

para o gerenciamento energético da

processos para reduzir o consumo de

organização. A finalidade é reduzir o

energia elétrica.

consumo por meio de medidas, tais

Este artigo aborda a gestão da

como: substituição de dispositivos de

iluminação pública, a partir da aplicação

iluminação por outros mais eficientes;

do índice de desempenho energético

utilização de sistemas de automação;

da iluminação pública, que, por meio

iluminação

de

de indicadores globais e específicos,

necessidades específicas; adequação de

e utilizando regras de inferência fuzzy,

grandezas elétricas como harmônicos e

avalia a eficiência e a racionalidade do

fator de potência às características da

uso da energia elétrica.

operação em questão; substituição de

insumo energético como energia elétrica

de desempenho é fruto da economia de

por iluminação natural.

energia, e este é resultado das mudanças

somente

diante

energia

elétrica de

ao

identificar

melhorias

nos

O crescimento da medida do índice


78

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

de hábitos dos usuários, alterações

e sistema de dinâmica desconhecida, em

dos

operacionais

uma forma compreensível, possibilitando

da iluminação e as substituições de

tomadas de decisão devido à facilidade

luminárias de menor eficiência pelas de

da implementação das estratégias.

maior eficiência.

procedimentos

A Figura 1 apresenta a arquitetura

básica, na forma de diagrama de bloco,

Desenvolvimento do índice de desempenho energético proposto O

desenvolvimento

do

de inferência fuzzy. As descrições dos blocos que constituem um controlador fuzzy estão apresentadas a seguir:

índice

proposto envolve as seguintes etapas:

1) Interface de “fuzzyficação” - essa interface realiza a conversão de valores reais

1) Seleção dos indicadores;

de

entrada

provenientes

do

processo para o domínio fuzzy. Na

Identificar e selecionar os indicadores

“fuzzificação” ocorre a atribuição de

que

valores linguísticos definidos por funções

correlacionam

com

o

índice

proposto.

de pertinência às variáveis de entrada; 2) Base de regras - representa a

2) Tabelamento dos indicadores;

modelagem do sistema de inferência

Medir e tabelar as informações de cada

nebulosa. É formada por um conjunto de

um dos indicadores.

regras condicionais do tipo “se - então”. Representadas na forma: R1 - se x1 é A1

3) Cálculo do índice.

e x2 é A2, então y é B1;

Calcular o índice proposto.

3) Lógica de tomada de decisão consiste em fazer uma tomada de

A

principal

vantagem

de

se

decisão com base nos resultados do

utilizar a lógica fuzzy como método

modelo de inferência fuzzy desenvolvido

de modelagem é a capacidade de

por Mamdini;

traduzir o conhecimento experimental

4)

de operadores humanos treinados em

consiste em traduzir a variável linguística

plantas industriais não completamente

deduzida pelas regras de inferência para

compreendidas, processos mal definidos

um valor real.

Interface

Figura 1 – Arquitetura básica.

de

“defuzzyficação”

-



80

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Figura 2 – Diagrama em blocos do índice de desempenho energético.

Com base na arquitetura básica, a Figura

elétrica. A faixa de valores que o fator

acréscimos no valor do preço médio da

2 apresenta o diagrama de blocos para a

de carga pode assumir está entre 0 e 1,

energia elétrica devido à cobrança de multa

determinação do índice de desempenho

sendo que, quanto mais próximo de 1 for

e aquecimento dos condutores elétricos

energético (IDE), a partir de indicadores

o resultado deste indicador, mais racional

gerando desperdícios de uso da energia

globais e específicos de uso de energia

é o uso da energia elétrica. Portanto, um

elétrica.

elétrica.

aumento do fator de carga tem como

Os indicadores globais caracterizam a

consequência o melhor aproveitamento da

unidade consumidora sob o ponto de vista

instalação elétrica e a diminuição do preço

da eficiência e da racionalidade do uso da

médio pago pela energia elétrica.

de medições. É definido pela razão entre a

3) Fator de Demanda (FD) O fator de demanda é obtido por meio

demanda máxima e a soma das potências

energia elétrica. Os indicadores globais utilizados nesta pesquisa são o fator de

2) Fator de Potência (FP)

nominais dos equipamentos instalados na

O fator de potência é a razão entre a

unidade consumidora.

potência (FP), o fator de carga (FC), o fator

de demanda (FD) e a iluminação natural (IN).

energia elétrica ativa e a raiz quadrada

O fator de demanda é um indicador

Os indicadores específicos têm como

da soma dos quadrados das energias

que informa quantos equipamentos são

objetivo avaliar a unidade consumidora

elétricas, ativa e reativa, consumidas em um

usados simultaneamente, em relação ao

considerando as informações físicas, de

mesmo período especificado e medidas

total dos equipamentos instalados. Pode

ocupação e os usos finais. O indicador

considerando-se

de

assumir valores na faixa entre 0 a 1, quanto

específico utilizado neste artigo é o

tensão e corrente apenas na frequência

maior for este indicador, significa que a

consumo de energia elétrica por área

nominal da rede elétrica.

unidade consumidora consegue utilizar

pública iluminada (IE).

A potência ativa é a responsável pela

simultaneamente maior percentual da

as

componentes

Analisando a influência de cada um dos

produção de trabalho útil. A potência reativa

potência nominal instalada, ou seja, há o

indicadores na eficiência e racionalidade do

não produz trabalho útil, sendo utilizada

bom dimensionamento dos equipamentos

uso da energia elétrica, temos:

para gerar fluxo magnético necessário

em

relação

ao

trabalho

executado.

ao funcionamento dos equipamentos.

Portanto, a instalação opera com eficiência

1) Fator de Carga (FC)

A potência aparente é a potência total

energética.

O fator de carga é definido pela razão

consumida pela unidade consumidora.

entre a demanda média e a demanda

4) Fator de utilização (FU)

O fator de potência é um indicador que

máxima da unidade consumidora, ou

avalia a eficiência do uso da energia elétrica,

O fator de utilização expressa a

pela razão entre o consumo expresso e

pois informa como a unidade consumidora

razão entre a potência consumida pelo

a demanda máxima multiplicada pelo

utiliza a energia reativa para a produção de

conjunto

intervalo de tempo.

trabalho útil. A faixa de valores que o fator

instalação e a soma da potência nominal

O FC pode ser utilizado como indicador

de potência pode assumir está entre 0 e 1,

de

das características e do uso correto dos

quanto mais próximo de 1 for o resultado

adimensional, podendo variar de 0 a 1,

equipamentos elétricos, do regime de

deste indicador, mais eficiente é o uso da

quanto maior for este indicador, significa

operação, dos desperdícios do uso de

energia elétrica. A unidade consumidora,

que a unidade consumidora consegue

energia elétrica, ou seja, avalia como a

operando com o fator de potência abaixo

utilizar um maior percentual da potência

unidade consumidora utiliza a energia

dos valores definidos pela norma, causa

nominal instalada.

de

equipamentos

equipamentos.

Este

de

uma

indicador

é


81

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

5) Iluminação natural (IN) Este indicador expressa o nível de luminosidade natural.

6) Indicador de consumo de energia por área iluminada (ICA)

O indicador de consumo de energia

por área pública iluminada é definido pela razão do consumo de energia elétrica e a área pública. Este indicador é utilizado como unidade de referência visando à verificação da eficiência do uso da energia elétrica.

7) Intensidade energética (IE)

O indicador de intensidade ener­gética

é definido pela razão entre a energia consumida e o custo do serviço prestado.

O Índice de Desempenho Energético

(IDE)

determina

a

eficiência

e

a

racionalidade do uso da energia elétrica em uma instalação. A partir dessa variável estabelece metas para melhorar o uso da energia elétrica e também possibilitar a comparação com outros consumidores. As variáveis de entrada do sistema, com base em regras de inferência fuzzy proposto, são fator de carga (FC), fator de potência (FP), fator de demanda (FD), fator de utilização (FU), consumo de energia por área iluminada (ICA), intensidade energética (IE) e luminosidade natural (ILN). Todas com os respectivos símbolos, unidades, universos do discurso, conjuntos de termos linguísticos e as funções de pertinência. A variável de saída do sistema de inferência fuzzy foi denominada Índice de Desempenho Energético (IDE), gerando um número real no intervalo, com os respectivos símbolos, unidades, universo do discurso, conjuntos de termos linguísticos e as funções de pertinência. Ele indica o grau de eficiência e a racionalidade no uso da energia elétrica na iluminação. Quanto maior for o resultado deste índice, melhor é a eficiência e a racionalidade da energia elétrica.


82

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Aplicação do Índice de Desempenho Energético Proposto

A aplicação do índice de desempenho

proposto foi na iluminação pública da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira da Universidade de São Paulo. Na Figura 3, é mostrado o sistema de telegestão para gerenciamento e operação das luminárias.

A obtenção dos dados deste trabalho

foi realizada por meio de medições dos

parâmetros

elétricos,

consultas

Figura 3 – Sistema de telegestão.

aos manuais dos fabricantes, relatórios técnicos e especificações de projeto, com a finalidade de determinação dos

• Símbolo – FC;

• Função de pertinência – forma: linear

indicadores de eficiência energética.

• Unidade – adimensional;

decrescente; triangular; linear crescente.

Os

experi­

• Universo de discurso – U (FC) = [0,75; 1];

forma

• Conjunto dos termos linguísticos – T (FC)

f) Consumo de energia por área

individualizada: tensão de alimentação,

{alto};

iluminada

intensidade

• Função de pertinência – forma: linear

• Símbolo - ICA;

crescente.

• Unidade - kWh/m²;

parâmetros

men­­ tais

foram

elétricos

medidos

de

de

corrente

elétrica,

potência ativa e fator de potência, por

• Universo de discurso – U (ICA) =

meio de telemetria do controlador eletrônico da luminária.

c) Fator de demanda

[0,00069; 0,0015];

• Símbolo – FD;

• Conjunto dos termos linguísticos – T

ções dos parâmetros são selecionadas

• Unidade – adimensional;

(ICA) {alto, médio, baixo};

aleatoriamente, em diferentes potências

• Universo de discurso – U (FD) = [0,75; 1];

• Função de pertinência – forma: linear

e circuitos de alimentação; a quantidade

• Conjunto dos termos linguísticos – T (FD)

decrescente; triangular; linear crescente.

de amostras é em função do valor médio

{alto};

e desvio padrão de cada parâmetro.

• Função de pertinência – forma: linear

g) Intensidade energética

O

crescente.

• Símbolo – IE;

As amostras de luminárias para me­di­

procedimento

adotado

para

• Unidade – kWh/R$;

aquisição dos parâmetros elétricos é feito por leitura de minuto em minuto,

d) Fator de utilização

• Universo de discurso – U (IE) = [0,0033;

iniciada às 17h30 e encerrada às 19h00,

• Símbolo – FU;

0,0043];

tendo em vista a transição entre a

• Unidade – adimensional;

• Conjunto dos termos linguísticos – T (IE)

iluminação natural e a artificial.

• Universo de discurso – U (FU) = [0,60; 1];

{alto};

• Conjunto dos termos linguísticos – T (FU)

• Função de pertinência – forma: linear

{baixo, médio, alto};

crescente.

Para as variáveis de entrada definimos:

a) Fator de potência

• Função de pertinência – forma: linear

• Símbolo – FP;

decrescente; triangular; linear crescente.

h) Luminosidade • Símbolo – IL;

• Unidade – adimensional; • Universo de Discurso – U (FP) = [0,92; 1];

e) Fator de utilidade

• Unidade – lux;

• Conjunto dos termos linguísticos – T (FP)

• Símbolo – FU;

• Universo de discurso – U (IL) = [3; 36];

{alto};

• Unidade – adimensional;

• Conjunto dos termos linguísticos – T (IL)

• Função de pertinência – Forma: linear

• Universo de discurso – U (FU) = [0,60; 1];

{noite, intermediário, dia};

crescente.

• Conjunto dos termos linguísticos – T (FU)

• Função de pertinência – forma: linear

b) Fator de carga

{baixo, médio, alto};

decrescente; triangular; linear crescente.


83

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

A variável de saída é o índice de

e perspicácia do operador do sistema de

ção” média dos máximos (M-o-M), obtém-se

desempenho energético definido como:

gerenciamento, sem que seja necessário

um valor numérico real discreto, que

conhecer os valores numéricos das variáveis

representa a variável de saída, denominado

• Símbolo – IDE;

envolvidas.

Índice de Desempenho Energético. A

• Unidade – adimensional;

A Figura 4 mostra a tela do recurso

Tabela 1 mostra três diferentes cenários de

• Universo de Discurso – U (FV) = [0,79; 1];

computacional para a tela de introdução,

operação, sendo 1 de operação na fase de

• Conjunto dos termos linguísticos – T (IDE)

configuração de dados do Fuzzy Logical

implantação e 2 de simulação.

{baixíssimo baixo, médio, alto, altíssimo};

Toolbox do MATLAB® do sistema de

• Função de pertinência Forma: linear

inferência.

1, há possibilidade de aumento do

decrescente; triangular; triangular;

desempenho energético, da operação

Aplicando-se o método de “defuzzifica­

Analisando os resultados da Tabela

triangular; linear crescente.

Resultados e análise

Na aplicação do índice de desempenho

energético, peculiaridades

foram na

observadas

iluminação

pública,

no que se refere aos procedimentos operacionais e também nos indicadores e no índice. O seu emprego propicia o uso eficiente e racional do uso de energia elétrica. A utilização da inferência fuzzy permitiu identificar problemas e executar as ações de controle, com base na experiência

Figura 4 – Tela do recurso computacional Fuzzy Logical Toolbox do Matlab.


84

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Tabela 1 – Cenários de operação do sistema de iluminação

Cenários 1

2

Fator de Potência (FP)

0,96

0,96

Fator de Carga (FC)

0,94

0,94

Fator de Demanda (FD)

0,92

0,92

Fator de Utilidade (FU)

0,92

0,99

Consumo por Área (ICA)

0,0009

0,0011

Intensidade Energética (IE)

0,0037

0,0037

Luz Natural (IL)

13

4

Índice de Desempenho Energético (IDE)

0,88

0,92

das luminárias na fase de implantação,

desenvolvido um método computacional

em relação à simulação. Esse ganho de

capaz de inter-relacionar e interpretar

desempenho pode ser alcançado por

diversos

meio da dimerização das luminárias em

com a finalidade de gerar um índice de

função da luz natural. Essa condição de

desempenho.

operação, por dimerização, é observada

pelo fator de utilidade e consumo

como índice de desempenho energético,

por área que são diferentes nos dois

apresenta como resultado uma informação

cenários.

qualitativa e quantitativa, que avalia a

Os fatores de potências, nos dois

conservação de energia.

cenários, próximos à unidade, são frutos

Mais ainda, possibilita ao gestor

da eficiência energética, e esses são

da

resultados da utilização da tecnologia

instrumento de tomada de decisão para

Led, baixas perdas e pouca influência de

estabelecer metas de melhoramento,

energia reativa.

permitir

Os fatores de cargas elevados, nos

instalações, e sempre que possível, buscar

dois cenários, são consequências da alta

analogias, com as que apresentarem

racionalidade do uso de energia elétrica,

melhor desempenho.

isto é decorrência da excelente distribuição

Finalmente, pode-se concluir que

do uso da energia elétrica em relação a

o sistema de inferência fuzzy é de fácil

demanda.

uso e que poderá colaborar com os

indicadores

conjuntamente,

A interpretação deste índice, definido

iluminação

pública

comparações

usá-lo

com

como

outras

gestores de qualquer cidade do país, na

Conclusão

melhor utilização da energia elétrica para a iluminação pública e na economia de

As medições dos parâmetros elétricos,

recursos financeiros.

realizadas pelo sistema de iluminação pública, contribuíram para a obtenção dos

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indicadores do uso da energia elétrica, apresentados neste trabalho.

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85

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

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Disponível

em:

Graduação),Curso

em:

de

http://www.em.ufop.

cecau/monografias/

(indicadores

2007/JAIR%

de

uso

de

*Cesar Augusto Palácio Dantas é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor universitário do Centro Universitário Fieo (UNIFIEO) e da Faculdade Sumaré. Fuad Kassab Junior é pesquisador, orientador e professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.


86

Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

O sistema elétrico brasileiro O país conta com 4.290 empreendimentos de geração de energia elétrica e cerca de 127 mil quilômetros de linhas de transmissão para levar energia a 77 milhões de consumidores

Não é raro definirem o Brasil como um país de dimensões

comércio e residências). A distribuição não faz parte do SIN,

continentais. A extensão territorial nacional é de 8.514.876 km², o

mas tem importante papel na cadeia de geração, transmissão e

que dá ao país a quinta posição entre os países com maior área do

distribuição de energia elétrica brasileira (GTD).

mundo. Para se ter uma ideia de como a comparação é cabível, a

Europa – contando parte da Rússia – apresenta 10.180.000 km de

particularidades do segmento de GTD do país:

extensão.

Dessa forma, imagina-se a dificuldade de levar energia

Brasil apresenta hoje 4.290 empreendimentos de geração de

elétrica a cada canto do Brasil, tendo em vista a estrutura do

energia elétrica, totalizando mais de 138 GW de potência instalada

chamado Sistema Interligado Nacional (SIN). Este necessita

em operação comercial. Desse total de capacidade, a maioria, um

de empreendimentos produtores de energia - no Brasil calcado

pouco mais de 92 GW, é oriunda de pequenas, médias e grandes

em usinas hidrelétricas com grandes reservatórios - e linhas de

usinas hidrelétricas. Em seguida, vem a geração termelétrica,

transmissão – com torres, cabos e outros equipamentos -, com

responsável por cerca de 39 GW e, em terceiro, a geração eólica,

o intuito de escoar a energia até aos municípios. Não se deve

cuja capacidade instalada é de aproximadamente 7 GW. No que diz

esquecer o segmento de distribuição de energia elétrica, que

respeito à participação da fonte na matriz elétrica brasileira, a fonte

abaixa a tensão da energia elétrica vinda das transmissoras,

hídrica é a que tem maior importância (65,16%), acompanhada pela

deixando-a apta a ser consumida pelos usuários (indústrias,

fonte fóssil (19,03%), pela biomassa (9,72%) e pela eólica (4,68%).

Confira a seguir alguns dados para compreender o tamanho e as Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o


87

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Capacidade de geração do Brasil

Empreendimentos em Operação Tipo

Quantidade

CGH

525

EOL

273

PCH

466

4.829.899

4.816.945

3,47

UFV

25

25.233

21.233

0,02

Potência Fiscalizada (kW)

%

368.732

370.609

0,27

6.667.533

6.629.397

4,78

Potência Outorgada (kW)

UHE

198

87.701.249

85.203.663

61,42

UTE

2.804

40.960.879

39.689.669

28,61

UTN

2

1.990.000

1.990.000

1,43

Total

4.293

142.543.525

138.721.516

100

Os valores de porcentagem são referentes a Potência Fiscalizada. A Potência Outorgada é igual a considerada no Ato de Outorga. A Potência Fiscalizada é igual a considerada a partir da operação comercial da primeira unidade geradora.

associação, em levantamento atualizado até dezembro de 2014, as concessionárias, em sua totalidade, atendem a aproximadamente 77 milhões de consumidores, sendo a maior parte (84,54%) de clientes residenciais e apenas 0,74% de clientes industriais. O consumo total destas distribuidoras atingiu no ano passado a marca de mais de 342 mil GWh. Desse total, as residências foram responsáveis por um pouco menos de 39% do consumo e as indústrias por cerca de 18%. Os outros 43% dizem respeito aos estabelecimentos comerciais e rurais. Legenda CGH – CGU – EOL – PCH – UFV – UHE – UTE – UTN –

Central Geradora Hidrelétrica Central Geradora Undi-elétrica Central Geradora Eólica Pequena Central Hidrelétrica Central Geradora Solar Fotovoltaica Usina Hidrelétrica Usina Termelétrica Usina Termonuclear

Outros números importantes referentes ao segmento de distribuição são os indicadores de qualidade de energia DEC, que indica o número de horas em média que um consumidor fica sem energia elétrica durante um período, geralmente mensal, e FEC, que aponta quantas vezes, em média, houve interrupção na unidade consumidora. O DEC das distribuidoras em 2014 foi de 17,61 e o FEC medido foi de 9,94. Estes números em 1997 haviam sido de

Fonte: Aneel

27,19 e 21,68, respectivamente. De acordo com a Abradee, entre

A Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica

1997 e 2014, houve uma queda de 35% no DEC e de 51% no FEC,

(Abradee) trabalha com a informação de 63 empresas de distribuição

o que trouxe, no período, um aumento de 7,7 pontos percentuais na

no país, sendo 47 destas associadas à entidade. Conforme a

satisfação dos clientes.


88

Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD Gráfico Brasil - DEC/FEC 2015 (dados 2014)

Para unir os empreendimentos de geração aos consumidores alimentados pelas

distribuidoras existem imensas linhas de transmissão cruzando o país inteiro. Conforme Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), existiam, pelo menos até julho de 2015, 126.652 km de linhas de transmissão instaladas no Brasil, sendo a maioria, 52.954 km (41,8%) na classe de tensão 230 kV. Conforme o documento, somente até julho de 2015 entraram em operação no país 924,7 km de linhas de transmissão e 9.200,0 MVA de novos transformadores em instalações de transmissão. A expectativa, segundo o MME, é de que até 2017 sejam adicionados ao sistema elétrico do país mais 23.632,1 km de linhas de transmissão e que haja uma expansão da capacidade de transformação de 38.409 MVA.

Mapa sistema de transmissão – horizonte 2015

Fonte: ONS


89

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Linhas de transmissão instaladas no sistema elétrico brasileiro

Classe de Tensão

Linhas de Transmissão Instaladas

(kV)

(km)*

230 kV

52.954

41,8 %

345 kV

10.303

8,1 %

% Total

440 kV

6.741

5,3 %

500 kV

41.155

32,5 %

600 kV (CC)

12.816

10,1 %

750 kV

2.683

2,1 %

Total SEB

126.652

100 %

Fonte dos dados: MME/ANEEL/ONS

* Considera as linhas de transmissão em operação da Rede Básica, conexões de usinas, interligações internacionais e 190,0 km instalados no sistema de Roraima.

Linhas de transmissão de energia elétrica instaladas no SEB - jul/2015

Fonte dos dados: MME/ANEEL/NOS

Previsão da expansão de linhas de transmissão em km

Classe de Tensão

Previsão 2015

Previsão 2016

Previsão 2017

230 kV

1.558,5

3.204,3

989,8

345 kV

0

60,4

36

(kV)

440 kV

0

214

1,8

500 kV

5.225

8.091

5.176

600 kV (CC)

0

0

0

750 kV

0

0

0

Total

6.783,5

11.569,7

6.203,6

Fonte dos dados: MME / ANEEL / ONS / EPE

Na pesquisa que apresentaremos

consultoria,

projetos,

nesta

e vistorias.

No levantamento, elas

edição,

entrevistamos

as

manutenção

empresas que prestam serviços paras

informaram, entre outras coisas, quais

as

que

são seus principais clientes, o quanto

compõem o segmento de GTD, entre as

diversas

concessionárias

cresceram em 2014 e o quanto esperam

quais empresas da área de instalação,

crescer neste ano. Confira:


90

Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD Análise do mercado brasileiro de prestadores de serviços para Geração, Transmissão e Distribuição de energia (GTD)

O perfil dos clientes que são atendidos pelas empresas que participaram deste levantamento é bem variado. As empresas de engenharia (17%) e as distribuidoras de energia elétrica (14%) foram, porém, os tipos de companhia mais citados. PRINCIPAIS CLIENTES 11%

Empresas geradoras de energia elétrica

3%

11%

Empresas montadoras de equipamentos

Outros

11%

Empresas transmissoras de energia elétrica

8%

Empresas de manutenção de redes

14%

Empresas distribuidoras de energia elétrica

17%

Empresas de engenharia

7%

8%

Empresas de montagem de redes de transmissão

10%

Empresas de montagem de redes de distribuição

Empresas de comercialização de energia elétrica

Em relação à ISO 9001, de gestão de qualidade, 36% dos entrevistados disseram

possuir tal certificado. No que concerne à ISO 14001, de gestão ambiental, apenas 18% dos prestadores de serviços afirmaram contar com tal certificação. CERTIFICAÇÕES ISO

ISO 14001 (ambiental)

18% 36%

ISO 9001 (qualidade)

A maioria das empresas que responderam ao questionário, 54%, afirmou que faturou até

R$ 5 milhões. Somente 5% disse ter faturado entre R$ 100 milhões e R$ 300 milhões. FATURAMENTO BRUTO ANUAL DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS PARA GTD EM 2014 5% 5%

Acima de R$ 300 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

11%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 6%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões 19%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

54%

Até R$ 5 milhões



92

Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD

Em relação ao tamanho do mercado de prestadores de serviços

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

As empresas da região Sudeste e Centro-Oeste foram as que

para geração de energia elétrica, o resultado ficou dividido, com 28%

mais cresceram, segundo os prestadores de serviços entrevistados:

das empresas dizendo que o mercado de serviços para geração

33% e 20%, respectivamente. As regiões Norte e Nordeste foram as

de energia fatura de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão e com 29%

que menos cresceram: 5%.

afirmando que a quantia circulante no mercado no ano de 2014 foi de mais de R$ 1 bilhão.

PERCENTUAL DE CRESCIMENTO DAS EMPRESAS EM 2014 COMPARADO AO ANO ANTERIOR – POR REGIÃO

TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014 23%

29%

Acima de R$ 1 bilhão

SÃO PAULO

9%

Até R$ 50 milhões

20%

6%

33%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

10% 5%

14% 28%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

CENTRO-OESTE SUDESTE

SUL

NORTE E NORDESTE

De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões

No que diz respeito ao mercado de serviço para transmissão, o

resultado foi semelhante, com a maior parte das empresas acreditando que o mercado de serviços para transmissão de energia faturou mais de R$ 500 milhões em 2014.

Ante o crescimento de 2015, os prestadores de serviço da

região Sudeste são os mais otimistas, almejando crescer 27% em 2015. Logo depois vêm as companhias da região Sul que esperam obter uma elevação de 12%. PREVISÃO DE CRESCIMENTO DAS EMPRESAS PARA 2015 – POR REGIÃO

TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014 18% 23%

Até R$ 50 milhões

Acima de R$ 1 bilhão

3% 12%

0%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

SÃO PAULO

CENTRO-OESTE

27% 12%

29%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

18%

-1%

De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões

Os prestadores de serviço que participaram do levantamento

SUDESTE

SUL

NORTE E NORDESTE

As empresas entrevistadas acreditam que o mercado da região

acreditam que este mercado de serviços para distribuição de energia

Sudeste será o mais promissor no ano que vem, crescendo 16%. O

é mais modesto. 31% afirmou que o tamanho dele varia entre R$

mercado da região Centro-Oeste não apresentará acréscimo em seu

100 milhões e R$ 500 milhões.

faturamento de 2014 para 2015, de acordo com os prestadores de

TAMANHO ANUAL DO MERCADO DE SERVIÇOS PARA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM 2014

serviços que fizeram parte do levantamento.

17%

Acima de R$ 1 bilhão

PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO TAMANHO ANUAL TOTAL DO MERCADO PARA 2015 – POR REGIÃO

19%

Até R$ 50 milhões 14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

2% 0%

SÃO PAULO

CENTRO-OESTE

16%

19%

3%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 31%

De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões

1%

SUL

NORTE E NORDESTE

SUDESTE


93

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Entre os fatores que devem influenciar o mercado de prestação

de serviço para GTD em 2015, a desaceleração da economia (27%)

e os reflexos da crise hídrica (16%) foram os mais assinalados pelas companhias que responderam a este questionário.

FATORES QUE JUSTIFICAM A PREVISÃO DE CRESCIMENTO PARA O MERCADO EM 2015 5% 10%

Outros

Falta de normalização e/ou legislação

5%

Programas de incentivo do governo

4% 27%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Desaceleração da economia brasileira

16%

Reflexos da crise hídrica

2%

Setor da construção civil aquecido

10%

Projetos de infraestrutura

14%

7%

Reflexos da MP 579

Setor da construção civil desaquecido


Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

X

X

X

SC

X

X

X

AMATTI ENGENHARIA

(11) 4361-6679 www.analisedeenergia.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

APEL ENGENHARIA

(11) 2894-6873 www.apelengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

AREA ENGENHARIA

(11) 2325-1783 www.areaengenharia.com

São Paulo

SP

X

CCW ENGENHARIA

(84) 3223-1111 www.ccwengenharia.com.br

Natal

RN

DUTRA LACROIX

(11) 5573-2327 www.dutralacroix.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

ECOLUZ

(71) 2108-9200 www.ecoluz.com.br

Salvador

BA

X

X

X

X

EFFICIENZA

(41) 3292-5603 www.efficienza.eng.br

Curitiba

PR

X

X

X

ELETRICA URANIO

(11) 9991-08747 wwweletricauraanio.com.br

Jundiaí

SP

X

X

X

ENERGIA PURA

(24) 3371-1132 www.energiapura.com

Paraty

RJ

X

X

ENGENTÉCNICA

(73) 8892-0628 www.engentecnica.com.br

Itabuna

BA

X

X

X

X

ENSERV

(81) 3312-3422 www.enservengenharia.com.br

Olinda

PE

X

X

X

X

FOCUS ENGENHARIA

(19) 3873-5768 www.focusengenharia.eng.br

Santa Bárbara D' Oeste

SP

X

GCENG ENGENHARIA

(41) 3373-7374 www.gceng.com.br

Curitiba

PR

X

GEBRAS

(53) 8115-0064 www.gebras.com

Pelotas

RS

GPS ENGENHARIA

(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com

Fortaleza

CE

IGUAÇUMEC

(43) 3401-1000 www.iguacumec.com.br

Cornélio Procópio

PR

INSTITUTOS LACTEC

(41) 3361-6200 www.institutoslactec.org.br

Curitiba

PR

LAVILL

(11) 3582-0002 www.lavill.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X

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X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

Manutenção

SP

Criciúma

X

Operação

Santa Bárbara D' Oeste

(48) 3462-3900 www.agpr5.com

X

Consultoria

(19) 3464-5650 www.afap.com.br

AGPR5

X

X

Instalação

AFAP

X

X

Outros

X

Direção de obra

X

Fiscalização de obra

X

SC

Distribuição

X

Vistorias

SP

Florianópolis

X

Manutenção

Guarulhos

(48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br

X

Operação

(11) 2464-8102 www.abb.com.br

ACR TECNOLOGIA

X

Consultoria

ABB

X

Instalação

X

Outros

X

Projeto

X

Direção de obra

Consultoria

MG

Cidade

Fiscalização de obra

Instalação

Belo Horizonte

Site

Vistorias

Estado

(31) 3481-1890 www.grupoabaco.com.br

Tipo de Serviços

Manutenção

Telefone

ÁBACO

Operação

EMPRESA

Projeto

Geração

Projeto

94

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X X

X X

X

X

X


95

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Santa Bárbara D' Oeste

SP

X

X

(11) 4448-8000 www.plp.com.br

Cajamar

SP

POWER SOLUTIONS

(11) 3181-5160 www.psolutionsbrasil.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PXM ENGENHARIA

(12) 3622-1122 www.pxm.com.br

Taubaté

SP

X

X

X

QUALITY ENGENHARIA

(71) 3341-1414 www.qualityltda.com.br

Salvador

BA

X

X

RTB ENGENHARIA

(19) 3213-4200 www.rtbeng.com.br

Campinas

SP

X

X

SADENCO

(48) 3028-2222 www.sadenco.com.br

Florianópolis

SC

SEL

(19) 3515-2000 www.selinc.com.br

Campinas

SP

X

X

SIEMENS

(11) 4585-8040 www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X

X

TREETECH

(11) 4413-5787 www.treetech.com.br

Atibaia

SP

X

URKRAFT

(11) 3662-0115 www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Manutenção

(19) 3645-9096 www.omegaportal.com.br

PLP BRASIL

X

X

Operação

OMEGA CONSTRUÇÕES

X

X

X

X

X

X

X

X

Consultoria

X

X

Instalação

X

Outros

SP

Projeto

GO

Diadema

Direção de obra

Goiânia

(11) 4066-2900 www.nipo-br.com.br

X

Fiscalização de obra

(62) 3091-4141 www.nathusa.com.br

NIPO BRASILEIRA

X

Distribuição

X

X X

Vistorias

NATHUSA

X

Manutenção

SP

Operação

MA

Rio de Janeiro

Consultoria

Imperatriz

(21) 3496-0644 www.masalupri.com.br

X

Instalação

(99) 3523-2253

MASALUPRI

X

Outros

LUZ ENG.SERV

X

Projeto

SP

Direção de obra

Estado

São Paulo

Fiscalização de obra

Cidade

(11) 2901-7033 www.lpeng.com.br

Vistorias

Telefone

LPENG

Manutenção

EMPRESA

Tipo de Serviços

Operação

Consultoria

Instalação

Site

Projeto

Geração

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

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X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X X X


Pesquisa - Prestadores de serviços para GTD

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

AMATTI ENGENHARIA

11 2122 0400

www.andradecanellas.com.br

São Paulo

SP

X X X

APEL ENGENHARIA

11 2894 6873

www.apelengenharia.com.br

São Paulo

SP

X X X

AREA ENGENHARIA

11 2325 1783

www.areaengenharia.com

São Paulo

SP

X X X

CCW ENGENHARIA

35 3629 5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

DUTRA LACROIX

31 3551 2061

www.barbosandrade.com.br

Ouro Preto

MG

ECOLUZ

84 3223 1111

www.ccwengenharia.com.br

Natal

RN

EFFICIENZA

47 3036 1800

www.correamateriaiseletricos.com.br Blumenau

SC

ELETRICA URANIO

19 3756 2755

www.solucoescpfl.com.br

Campinas

SP

ENERGIA PURA

11 5491 1999

www.efacec.pt

São Paulo

SP

ENGENTÉCNICA

41 3292 5603

www.efficienza.eng.br

Campo Largo

ENSERV

11 99177 9418 www.eletricauranio.com.br

FOCUS ENGENHARIA

81 3312 3422

www.enservengenharia.com.br

GCENG ENGENHARIA

44 3029 4500

GEBRAS

19 3873 5768

GPS ENGENHARIA

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X X

X X X

X

PR

X X X

X

Jundiaí

SP

X X X

Olinda

PE

X

www.feitep.com.br

Maringá

PR

www.focusengenharia.eng.br

Santa Barbara D'Oeste

SP

85 3217 3275

www.gpsengenharia.com

Fortaleza

CE

IGUAÇUMEC

43 3401 1000

www.iguacumec.com.br

Cornélio Procópio

PR

INSTITUTOS LACTEC

41 3361 6200

www.institutoslactec.org.br

Curitiba

PR

LAVILL

11 2901 7033

www.lpeng.com.br

São Paulo

SP

X

X

1954

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X X

X X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

1980

X

X

X

2005

X

X

X

1999

X

X

2009

X

X

X

1998

X

X

X

1989

X

X

X

1988

X

X

2013

X

X

X

1990

X

X

X

1993

X

X

1999

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

1996 X

X X

X

2013

X

X

X

2000

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X X

1986

X X X

X X X X X

X

X

X X

Ano de inicio de atividades da empresa

SC

Compra produtos, equipamentos, componentes, etc

SP

Criciúma

Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores

Santa Barbara D'Oeste

www.agpr5.com

X

X

X X

X

Possuem Certificado ISO 14001

www.afap.com.br

48 3462 3900

X

Programas na area de responsabilidade social

19 3464 5650

AGPR5

X

X

Acima de 100

AFAP

X

X

X

Possuem Certificado ISO 9001

SC

De 30 a 50

SP

Florianópolis

De 10 a 30

Guarulhos

www.acrtecnologia.srv.br

Até 10

www.acabine.com.br

48 3269 5559

Empresas montadoras de equipamento Outros

11 2842 5252

ACR TECNOLOGIA

X

Empresas de manutenção de redes

ABB

X X

Empresas de montagem de redes de transmissão Empresas de engenharia

Cidade Belo Horizonte

Empresas de comercialização de energia elétrica Empresas de montagem de redes de distribuição

Site www.abacoprojetos.com.br

Empresas distribuidoras de energia elétrica

Telefone 31 3481 1890

Número de funcionários

Principais Clientes

Outros Empresas geradoras de energia elétrica Empresas transmissoras de energia elétrica

Direção de obra

ÁBACO

EMPRESA

Estado MG

Vistorias Fiscalização de obra

Distribuição

De 50 a 100

96

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

1998

X

X

2007

X

X

2006

X

X

2011

X X X

X

X

X

1983

X X

X

X

X

1959

X

X

X

1952

X X


97

GO

X X

Santa Barbara D'Oeste

SP

OMEGA CONSTRUÇÕES

21 2508 6711

www.pethras.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

PLP BRASIL

12 3622 1122

www.pxm.com.br

Taubaté

SP

X

X

POWER SOLUTIONS

71 3341 1414

www.qualityltda.com.br

Salvador

BA

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X X

X X

X

X

X

81 3453 8242

www.rayotec.com.br

Recife

PE

QUALITY ENGENHARIA

48 3028 2222

www.sadenco.com.br

Florianópolis

SC

RTB ENGENHARIA

0800 728 9110 www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

SADENCO

19 3515 2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SEL

51 3339 4136

www.sulenge.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

SIEMENS

27 3328 2412

tereme@tereme.com.br

Serra

ES

X

X

X

TREETECH

11 3662 0115

www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

URKRAFT

68 3228 5149

www.vectramultiengenharia.com.br

Rio Branco

AC

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

2003

X

X

2001

X

1983

X

1976

X

X

X

2013

X

X

1967

X

X

2015

X

X

1998

X

X X X

1987

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

PXM ENGENHARIA

X

X

1990

X X

X X

X

1998

X X

X

X

1905

X

X

1995

X

X

2004

2000 X X X

X X

X

X X

1994

X

X

X

Ano de inicio de atividades da empresa

Goiânia

www.omegaportal.com.br

X X X

Possuem Certificado ISO 14001 Programas na area de responsabilidade social

www.mea.eng.br

19 3645 9096

X

X

Acima de 100

62 3278 2591

NIPO BRASILEIRA

X

X

Possuem Certificado ISO 9001

NATHUSA

X X

De 50 a 100

RJ

De 30 a 50

Rio de Janeiro

X

De 10 a 30

MA

www.masalupri.com.br

X X

Até 10

Imperatriz

21 3496 0644

X

Empresas montadoras de equipamento Outros

99 3523 2253

MASALUPRI

X

Empresas de manutenção de redes

LUZ ENG.SERV

X

X

X

Empresas de montagem de redes de transmissão Empresas de engenharia

Telefone 67 3522 3455

Empresas de comercialização de energia elétrica Empresas de montagem de redes de distribuição

Empresas distribuidoras de energia elétrica

Outros Empresas geradoras de energia elétrica Empresas transmissoras de energia elétrica

Estado MS X

Direção de obra

Cidade Três Lagoas

Número de funcionários

Principais Clientes

LPENG

EMPRESA

Site www.lumoengenharia.com.br

Vistorias Fiscalização de obra

Distribuição

Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores Compra produtos, equipamentos, componentes, etc

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

X

X


98

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Estudo de estabilidade de tensão Análise da aplicação do dispositivo SVC na subestação Viana II – 500 kV Por Alcebíades Bessa, Lucas Encarnação e Paulo Menegaz*


99

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

O

sistema elétrico de transmissão

com o passar dos anos, tornou-se um

brasileiro é composto, em sua maioria, por

ponto-chave para o sistema. Este fator

linhas de tensão na faixa de 230 kV a 750 kV.

destacou-se com a desregulamentação

O controle destes níveis de tensão dentro

do setor elétrico brasileiro, ocorrida

da faixa de valores determinados pelo

na década de 1990. Neste cenário, a

Operador Nacional do Sistema Elétrico

relação entre produtores e consumidores

(ONS), muitas vezes, ocorre por meio

de energia elétrica passou por uma

de dispositivos eletromecânicos, dentre

mudança substancial, tendo em vista que

eles autotrafos, banco de capacitores e

os consumidores passaram a comprar

compensadores síncronos.

energia livremente de qualquer agente

A partir do desenvolvimento da

gerador. Dessa forma, foi garantida uma

eletrônica de potência, surgiu um novo

maior competitividade entre os agentes

conceito de dispositivos que permitem

do mercado de energia elétrica. Em

o controle do fluxo de potência, bem

contrapartida, o sistema de transmissão

como do perfil de tensão nas linhas de

teve de se adequar a novos padrões de

transmissão, tornando sua operação mais

carregamento e a novas exigências de

flexível e confiável. Estes dispositivos,

controle e operação.

comumente conhecidos como FACTS

Com

(Flexible AC Transmission Systems), têm

investimento dos agentes transmissores

sido pesquisados a fim de atender a dois

em novas tecnologias que aumentem a

principais objetivos:

confiabilidade do sistema e ao mesmo

isso,

a

necessidade

de

tempo seja competitivo dentro deste - Aumentar a capacidade de transmissão

novo cenário fomentam cada vez mais a

de potência das redes;

aplicação destes dispositivos FACTS.

- Controlar diretamente o fluxo de potência

Sistema elétrico de potência ES/MG

em rotas específicas de transmissão. Dentre

os

dispositivos

FACTS

O estado do Espírito Santo é atendido

normalmente utilizados, o SVC (Static

em sua totalidade por duas companhias de

Var Compensator) é um compensador

distribuição de energia: a EDP ESCELSA

utilizado em aplicações que envolvam o

e a Empresa de Luz e Força Santa Maria

controle de fator de potência, a regulação

S.A., que, além de realizar a distribuição

de tensão, o aumento da capacidade de

de energia para os consumidores, também

transmissão e da estabilidade de sistemas

administra pequenas usinas geradoras do

de transmissão.

tipo PCH em sua maioria. Além destas

O SVC é constituído por reatores

pequenas usinas hídricas, ao longo dos

e capacitores chaveados por tiristores,

últimos anos, o estado recebeu algumas

capaz de injetar ou absorver reativos

usinas termelétricas para suprimento da

da rede. Estes dispositivos, por usarem

demanda em condições específicas de

o chaveamento dos circuitos por meio

baixo nível dos reservatórios ou condições

de semicondutores no lugar das chaves

de pico do sistema.

eletromecânicas, elevam a confiabilidade

A geração de energia no estado é

do sistema, com diminuição da interrupção

responsável por menos de 20% da energia

para manutenção de componentes que

total

desgastam com o uso.

forte dependência da energia produzida

em outras regiões do país. Conforme

A confiabilidade do sistema elétrico,

consumida,

demonstrando

sua


100

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Figura 1 – Ligação do sistema elétrico do ES ao SIN.

mostrado na Figura 1, atualmente, o

de todo o sistema elétrico nacional,

Espírito Santo é interligado ao Sistema

nos cenários de carga previstos para

Interligado Nacional (SIN) por meio das

2015. A partir destes dados, utilizou-se

seguintes linhas de transmissão:

o programa Anarede para isolar apenas a área de interesse de estudo deste

- Mesquita/Viana II, com tensão de 500

trabalho,

kV, pertencente a MGE Transmissão,

subestações de Mesquita e Viana II.

consórcio formado por FURNAS (49%),

Dessa forma, o programa foi utilizado

J. Malucelli Construtora (20%) e Engevix

para obter os dados do equivalente

Engenharia S.A (31%);

externo do sistema nas fronteiras de

- Campos/Vitória e Ouro Preto II/Vitória,

interesse

ambas de 345 kV, pertencentes a Furnas;

apresentado na Figura 2.

- Aimorés/Mascarenhas e Mascarenhas/

Verona sob responsabilidade, respectiva­

na Figura 2 estão representadas em p.u. no

mente, da Evrecy e ETS, ambas com

Quadro 1, sendo calculadas considerando

tensão de 230 kV.

a base de 100 MVA.

A linha de transmissão Mesquita/

compreendida

deste

estudo,

entre

as

conforme

As impedâncias do sistema mostradas

As linhas LA1, LA2, LA3, LA4, LA5 e

Viana II entrou em operação no segundo

LA6 são linhas auxiliares geradas durante

semestre de 2014 e terá o objetivo de

a obtenção do equivalente externo nas

aumentar a estabilidade e a confiabilidade

fronteiras do sistema. Elas representam a

do sistema elétrico capixaba, além de

contribuição da interligação da área em

aumentar a flexibilidade no despacho de

estudo com o SIN por meio de outras

energia no estado. Além destes fatos,

linhas de transmissão não representadas

poder-se-ia dizer que outro fator de

no diagrama. As impedâncias Z1 a

grande importância diante da construção

Z18

desta linha é a expectativa de crescimento

equivalentes do sistema elétrico na região

nos investimentos em geração térmica no

de fronteira e dos transformadores. As

Espírito Santo que poderão utilizar esta

demais impedâncias LTs representam as

linha como meio de conexão ao SIN.

impedâncias das linhas de transmissão.

representam

as

impedâncias

A Figura 3 apresenta, em forma de

Levantamento dos dados da área

diagrama de blocos, a representação do

do sistema em estudo

sistema equivalente da área em estudo,

Inicialmente, foram obtidos junto ao

sendo este modelado e simulado pelo

ONS os parâmetros elétricos da malha

programa PSCAD/EMTDC.


101

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Quadro 1 – Impedâncias em p.u. do sistema da área em estudo Impedância

R1

X1

R0

X0

Z1

0,16

1,99

0,07

1,62

Z2

0

0,46

0

0,46

Z3

0

1,1

0

1,1

Z4

0

2,69

0

2,69

Z5

0

-0,22

0

-0,22

Z6

0

23,63

0

7,63

Z7

0

2,69

0

2,69

Z8

0

-0,22

0

-0,22

Z9

0

7,37

0

0

Z10

0

2,69

0

2,69

Z11

0

-0,28

0

-0,28

Z12

0

7,6

0

0

Z13

0

2,69

0

2,69

Z14

0

-0,28

0

-0,28

Z15

0

7,6

0

7,6

Z16

0,43

3,03

0,18

1,64

Z17

0,05

1,18

0,13

1,28

Z18

5,38

24,57

0,03

5,77

LT Viana/Viana II – C1

0,02

0,3

0,24

0,91

LT Viana/Viana II – C2

0,02

0,3

0,24

0,91

LT Mesquita/Viana II

0,21

3,37

2,77

10,16

LT Neves I/Mesquita

1,15

2,41

2,49

9,55

LT Neves I/Vespas II

0,02

0,34

0,33

1,27

LT Mesquita/Vespas II

0,14

2,1

2,01

7,8

LA 1

37,6

108,27

6,6k

54,2k

LA 2

3,02

37

4,9k

5,1k

LA 3

1,46

8,58

11,6

44,55

LA 4

3,78

19,68

233,7

329,9

LA 5

894,7

1,8k

409k

722k

LA 6

418,8

719,93

9,5k

22k

Figura 2 – Sistema elétrico equivalente da área em estudo.


Transmissão

102

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

externos modelando a interligação desta às subestações de Bom Despacho III500 kV, Barreiro I-345kV e Sete Lagoas IV-345kV,

além

de

diversas

Usinas

Hidrelétricas e Termelétricas, dentre elas UHE Três Marias, UHE Igarapé, UTE Aureliano Chaves, outras e circuitos ligados ao barramento de 138kV; – Sistema C – Equivalente elétrico da subestação Vespasiano II, sendo esta uma região de fronteira com equivalentes externos modelando a interligação desta à subestação e a circuitos de saída no barramento de 138 kV; – Sistema D – Equivalente elétrico da interligação da subestação Mesquita 230 kV às linhas Mesquita/Usiminas 230 Figura 3 – Sistema modelado no PSCAD/EMTDC.

kV, Mesquita/Ipatinga 230 kV, Mesquita/

Para modelagem do sistema foi

características apresentadas nas Figuras

definido por meio do Mapa do Sistema

4 e 5 detalhadas nos Quadros 2 e 3.

Elétrico de Transmissão (ONS, 2014)

e do Submódulo 23.3 – Diretrizes e

de cada bloco do diagrama mostrado

critérios para estudos elétricos (ONS,

nas Figuras 2 e 3:

2010),

presente

nos

A seguir, é apresentada a descrição

de Rede do ONS, o número de barras

– Sistema A – Equivalente elétrico

necessárias. Segundo este submódulo,

da subestação Viana, sendo esta uma

entre a barra focalizada no estudo e a

região de fronteira com equivalentes

barra de fronteira, cuja representação

externos

é realizada por meio do equivalente do

desta às subestações de Campos-345

sistema naquele ponto, deve existir pelo

kV e Vitória-345 kV, além da UTE Viana

menos duas outras barras.

e circuitos ligados ao barramento de 138

Além da modelagem do sistema

kV;

a partir dos dados elétricos, também

– Sistema B – Equivalente elétrico da

foram

de

subestação Neves I, sendo esta uma

montagem das torres, conforme as

região de fronteira com equivalentes

modelados

os

dados

II,

Mesquita/Governador

Valadares 230 kV e Mesquita/Baguari 230 kV; –

Subestação

Mesquita

Bloco

que apresenta os equipamentos da subes­ tação de Mesquita, dentre eles,

Procedimentos

modelando

Timoteo

a

interligação

transformadores, banco de capacitores e compensador síncrono; – Subestação Viana II – Bloco que apresenta

os

subestação

de

equipamentos Viana

II,

da

composta

basicamente pelo transformador de 900 MVA – 500/345 kV; – LT Mesquita-Viana II – Bloco que representa

a

linha

de

transmissão

Mesquita/Viana II – 500 kV – simples; – LT Viana-Viana II C1 – Bloco que representa a linha de transmissão Viana/ Viana II – 345 kV no circuito 1 – duplo; – LT Viana-Viana II C2 – Bloco que representa a linha de transmissão Viana/ Viana II – 345 kV no circuito 2 – duplo; – LT Vespasiano II-Neves I – Bloco que representa a linha de transmissão Vespasiano II/Neves I – 500 kV – simples; – LT Vespasiano II-Mesquita – Bloco que representa a linha de transmissão Vespasiano II/Mesquita – 500 kV –

Figura 4 – Silhueta típica das linhas de transmissão com tensão 500 kV.

Figura 5 – Silhueta típica das linhas de transmissão com tensão 345 kV.

simples; – LT Neves I-Mesquita – Bloco que



104

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Quadro 2 – Dimensões das torres de transmissão (metro) Circuito

A

B

C

D

E

LT Viana/ Viana II – C1

33,35

7

3,6

6,15

3,35

LT Viana/ Viana II – C2

33,35

7

3,6

6,15

3,35

LT Mesquita/ Viana II

30

9

9,9

11,5

0,4572

LT Neves I/ Mesquita

30

11,3

8,15

12,05

0,4572

LT Neves I/ Vespas II

30

11,3

8,15

12,05

0,4572

LT Mesquita/ Vespas II

30

11,3

8,15

12,05

0,4572

Quadro 3 – Cabos das torres de transmissão Circuito

Cabo Fase

Cabo sem Fase

Cabo P. Raio

Dist. (Km)

LT Viana/ Viana II – C1

Rail

2

Dotterel

10

LT Viana/ Viana II – C2

Rail

2

Dotterel

10

LT Mesquita/ Viana II

Rail

3

Dotterel

248

LT Neves I/ Mesquita

Ruddy

3

7/16”EHS

172,5

LT Neves I/ Vespas II

Ruddy

3

7/16”EHS

25,4

LT Mesquita/ Vespas II

Ruddy

3

7/16”EHS

150

representa a linha de transmissão Neves I/Mesquita – 500 kV – simples; – LA 1, LA 2, LA 3, LA 4, LA 5 e LA 6 – Blocos que representam as linhas auxiliares de interligação da área de estudo ao SIN por outras linhas de transmissão.

Sendo o objetivo do trabalho estudar

a regulação de tensão da barra de 500 kV da subestação Viana II devido à entrada

Figura 6 – Modelo de simulação da subestação Viana II sem o SVC.

em operação da nova linha MesquitaViana II, apresentaremos a seguir o modelo de simulação implementado no PSCAD. Dessa forma, na próxima seção, será realizada a validação deste modelo, utilizando como base dados de operação obtidos junto ao ONS.

Modelo

Figura 7 – Vista aérea da subestação Viana II.

de simulação da

subestação

Viana II

Validação

do sistema simulado

As Figuras 6 e 7 apresentam,

Para fins de comparação e de

respectivamente, o modelo imple­men­

validação dos modelos de simulação

tado no PSCAD/EMTDC para simular

propostos, foram utilizados os valores

a subestação de Viana II – 500 kV e a

apresentados nos “casos de referência

imagem real da subestação modelada.

utilizados para estudos elétricos de

No modelo apresentado, pode ser

fluxo de potência dentro do horizonte

observado um transformador de três

do Plano de Ampliações e Reformas da

enrolamentos e o reator de linha shunt

rede básica PAR para os anos de 2014 a

na barra de 500 kV.

2016”, disponibilizados no site do ONS.


105

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

o

situação de carga pesada e a Tabela

para que, na modelagem do sistema,

comportamento da área em estudo foi

2 apresenta os erros percentuais dos

obtenham-se os valores de tensão de

simulado por meio do modelo proposto

valores simulados, tomando como base

barra próximos ao valor real fornecido

usando a plataforma do PSCAD/EMTDC,

os valores fornecidos pelo ONS.

pelo ONS. O mesmo acontece quando

sendo considerado o cenário de junho

Observando a Tabela 2, pode-se

se comparam os valores obtidos por

de 2015 com cargas leve, média e

verificar que os erros percentuais dos

simulação nos cenários de carga média e

pesada. Os resultados de simulação

valores simulados são pequenos, com

carga pesada na barra Viana II – 500 kV e

obtidos foram então comparados com

exceção do fluxo reativo na linha de

dos demais sistemas da área em estudo,

os valores disponibilizados pelo ONS,

transmissão Mesquita/Viana II. Porém,

validando

a fim de validar o modelo de simulação

em valor absoluto, tal erro é pequeno

desenvolvido no PSCAD/EMTDC.

proposto. A Tabela 1 apresenta a

diante dos fluxos de potência da linha

comparação destes valores apenas na

de transmissão. Tal situação acontece

A

partir

destes

dados,

Tabela 1 – Comparação da tensão e dos fluxos de potência obtidos para a barra Viana II – 500 kV no cenário de carga pesada Valores fornecidos pelo ONS Componente

Potência ativa

Potência reativa

Tensão Mód./Âng.

(MW)

(MVar)

(pu / o)

Valores fornecidos pela NOS LT Mesquita/Viana IIValores simulados 306,4 utilizando o modelo 31,2 proposto

o

modelo

de

simulação

Modelo do SVC

O compensador SVC do tipo TCR-

TSC foi desenvolvido inicialmente com o objetivo de oferecer uma compensação dinâmica para sistemas de transmissão, diminuindo suas perdas em regime

-

permanente

e

aumentando

sua

Shunt Equivalente

0

155,3

-

flexibilidade de operação. Para isto, o

Barra Viana II

-

-

1,069/ -91,2º

compensador terá uma faixa de variação

Valores simulados utilizando o modelo proposto.

de reativos que estarão dentro de uma

LT Mesquita/Viana II

316,4

22,4

-

faixa com potência injetada capacitiva

Shunt Equivalente

0

155

-

(QC) até uma faixa de potência absorvida

Barra Viana II

-

-

1,069/ -88,2º

Tabela 2 – Erros percentuais entre valores simulados e valores fornecidos pelo ONS na barra Viana II-500 kV para cenário de carga pesada Componente

Potência ativa

Potência reativa

Tensão Mód./Âng.

LT Mesquita/Viana II

-3%

28%

-

Shunt equivalente

0%

0%

-

Barra Viana II

-

-

-5%

indutiva (QL).

A configuração básica do SVC do tipo

TCR-TSC e a imagem real deste dispositivo típico são apresentadas respectivamente nas Figuras 8 e 9, compondo o sistema dessa maneira pelo TCR, TSC e o filtro de correntes harmônicas, geralmente de 5ª e 7ª ordem.


106

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

(1) (2) (3)

TSC – Tiristor Chaveando Capacitor O TSC monofásico é apresentado na Figura 11, sendo composto por um capacitor e uma chave bidirecional formada

Figura 8 – Configuração geral do SVC.

por dois tiristores em antiparalelo com um pequeno indutor limitador de corrente. Este limitador de corrente terá a função de limitar a corrente de pico sobre o tiristor em correntes anormais ocasionadas, por exemplo, pelo mau funcionamento dos tiristores e chaveamento em momento errado, evitando a ressonância entre

Figura 9 – SVC caso real – Alstom Grid FACTS.

dispositivos da rede para frequências múltiplas do sistema.

TCR – Tiristor controlando

sobre o indutor será senoidal, enquanto

reator

para o ângulo α=180º, a corrente no

O TCR é um dos componentes do

indutor será nula. Para ângulos α com

dispositivo SVC, que também pode ser

valores intermediários, a corrente no

encontrado na compensação de reativos

indutor será descontínua, variando com

de maneira isolada. Na maioria dos

o valor de α. Operação com ângulo

projetos de compensador de reativos,

de disparo α abaixo de 90º introduzirá

o TCR é encontrado em paralelo com

componentes

um banco de capacitores fixo ou com

no

capacitores chaveados por tiristor.

atuação simétrica dos dois tiristores

O TCR é composto por um par de

em antiparalelo e, portanto, deverá ser

tiristores em antiparalelo, T1 e T2, ligado

evitada. Outro ponto importante do

em série com um reator linear de núcleo

controle da indutância com tiristores é

a ar, conforme ilustrado na Figura 10. O

que a chave formada por tiristores terá

A chave tiristorizada do TSC terá

ângulo de disparo de tiristor será medido

como características de seccionamento

a função básica de conectar ou não

a partir do momento que a tensão nos

da condução de forma independente do

o banco de capacitores ao sistema,

seus terminais Vs passar por zero.

ângulo de disparo, ou seja, não haverá

atuando desta forma como uma chave

A faixa de controle do ângulo de

este controle. A interrupção se dará no

ON-OFF para o banco de capacitores,

disparo α dos tiristores está entre 90º e

momento em que a corrente no ramo do

ao contrário do TCR na qual a chave irá

180º. Para o ângulo α=90º, a corrente

tiristor passar por zero, conhecido como

controlar a indutância total do banco de

comutação de linha. Além disso, outra

indutores visto pelo sistema.

sistema,

de

corrente

causando

contínua

distúrbio

na

Figura 11 – Configuração do TSC.

característica da comutação de linha é que após iniciada, em determinado momento,

Figura 10 – Configuração do TCR.

qualquer

alteração

SVC modelado

de

O SVC adotado neste projeto foi

disparo só poderá ocorrer no próximo

instalado na barra de Viana II/500 kV

meio ciclo de onda. As equações 1, 2

(Figura 12) e será composto por 2 TCRs,

e 3 apresentam o comportamento da

1 TSC e 1 filtro de harmônicas, conforme

corrente sobre o TCR.

ilustrado na Figura 13.


107

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Figura 12 – Subestação Viana II-500kV com SVC.

Figura 13 – Bloco SVC.

Para

dimensionamento

do

SVC

o perfil de tensão do barramento da

foram feitas simulações com perfil de

subestação de Viana II entre valores de

carga leve, média e pesada, avaliando

1,02 p.u. e 1,06 p.u.

a inserção do SVC com valores variados.

Com base nestas simulações, os

De acordo com a variação do valor dos

valores dimensionados para o SVC

bancos de capacitores do TSC e dos

foram

reatores do TCR, buscou-se manter

Tabelas 3 e 4.

desenvolvidos

conforme

Tabela 3 – Parâmetros do SVC dimensionado Dispositivo

Indutância ou capacitância

Tensão (kV)

LTCR

6,41m H

17,5

CTSC

173,23μ F

17,5

LTSC

0,50m H

17,5

LFiltro5ª

2,26m H

17,5

CFiltro5ª

120μ F

17,5

LFiltro7ª

1,13m H

17,5

CFiltro7ª

130μ F

17,5

Tabela 4 – Faixa de operação SVC dimensionado Característica

QSVC [MVA]

QTCR [MVA]

QTSC [MVA]

QFiltro [MVA]

Capacitiva

150

0

120

30

Indutiva

- 350

- 380

0

0

as


108

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

a linearização da função de transferência apresentada

nas

equações

1

a

3,

conforme ilustrado na Figura 16.

Resultados Na Figura 14 – Malha de controle do SVC.

simulação

do

sistema,

foi

considerado o tempo variando de 0 a 24 segundos para que haja um equivalente à variação da carga no tempo real de 0 a 24 horas ao longo do dia. Desta maneira, é possível visualizar a variação de carga em regime nos modos leve (00h às 07h),

Figura 15 – Malha de calculo do ângulo α.

médio (07h às 18h e 21h às 24h) e pesado (18h às 21h). Além disso, foram feitas três simulações do sistema, sendo a primeira sem o SVC (gráfico vermelho), a segunda com o SVC ajustado para tensão do barramento Viana II em 1,02 pu (gráfico azul) e para 1,06 pu (gráfico verde).

Figura 16 – Curva de disparo Btcr versus α.

As

Figuras

17

e

18

ilustram,

respectivamente, a resposta da carga ativa e reativa da linha de transmissão Mesquita/Viana II, com e sem a injeção de potência reativa do SVC. Ao longo do dia, a barra Viana II – 500 kV absorve potência ativa fornecida pela linha de transmissão e, dependendo do período, fornece ou recebe reativos, por isso, na Figura 18 é Figura 17 – Potência Ativa LT Mesquita-Viana II.

apresentado o fluxo de reativos ora com valor positivo (SE Viana II absorvendo) ora negativo (SE Viana II fornecendo). As Figuras 19 e 20 apresentam, respectivamente,

as

alterações

dos

valores do módulo e ângulo da tensão do barramento de Viana II ao longo do dia. Observa-se que a tensão no barramento de Viana II muda naturalmente numa faixa

Figura 18 – Potência Reativa LT Mesquita-Viana II.

de 1,032 a 1,092 pu, sendo para classe

A partir do valor de Bsvs será avaliada

variando o ângulo α, o valor do Bsvs será

de tensão de 500 kV os limites de tensão

a necessidade de inserção do TSC e

o somatório da admitância do TCR, TSC e

entre 1,0 e 1,1pu (ONS, 2010).

calculado o ângulo de disparo α do TCR.

filtro de harmônicas.

No entanto, a potência ativa na linha

não sofre variação com a mudança de

Tal decisão é avaliada como: A malha de cálculo do ângulo α

perfil de tensão na barra de Viana II,

- Bsvs indutivo – o TSC é retirado

desenvolvida

fato este associado à não alteração da

variando-se apenas o TCR, o valor do

apresentada na Figura 15.

abertura angular na barra para os três

Bsvs será o somatório da admitância do

Na Figura 15, o bloco F(x)→α terá a

perfis de tensão. Todavia, é importante

TCR e o filtro de harmônicas;

função de indicar o ângulo α a partir do

ressaltar que a mudança de perfil de

- Bsvs capacitivo - mantem o TSC ativo

valor do Btcr desejado. Para tanto é feita

tensão altera o fluxo de potência reativa

no

PSCAD/EMTDC

é


109

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

na linha, tendo este fato influência direta

de tensão para 1,06 pu, nos instantes de

na injeção de reativos do SVC no sistema.

tempo entre 0h e 7h e 17h e 20h, são

Para o aumento da tensão na barra

observados no perfil de tensão alguns

Viana II, com perfil de tensão fixa em 1,06

picos na ordem de 0,015 pu devido à

pu, ocorre a diminuição de injeção de

retirada e à inserção dos capacitores do

potência reativa por meio da linha para

TSC 1 e TSC 2.

a barra Viana II-500kV. Nesta situação,

A resposta de controle do sistema

a injeção de energia reativa pelo SVC

SVC pode ser observada na Figura 21.

apresenta características capacitivas em

Esta curva possui o formato idêntico ao

certos instantes, conforme a Figura 18. De

apresentado pela injeção de reativos

forma contrária para o ajuste de tensão

do SVC (Figura 22). Desta maneira,

em 1,02 pu, a tensão na barra deverá ser

comprova-se que o dispositivo SVC

mantida abaixo de sua condição natural

desenvolvido está trabalhando da forma

sem SVC, sendo desta forma demandada

esperada, ou seja, tendo a injeção de

potência reativa por meio da linha e o SVC

reativos de acordo com a demanda

tende a manter características indutivas

solicitada pela malha de controle.

em todo a simulação.

A potência reativa disponibilizada

Com o controle do SVC, pode ser

pelo SVC será a soma do reativo de todos

observado na Figura 19, que a tensão

seus componentes, TCR, TSC 1, TSC 2

do barramento é estabilizada nos valores

e filtros. Sendo assim, na situação de

predeterminados na malha de controle

controle em 1,02 pu, pode ser observado

sem

angular,

nas Figuras 24 e 25 que os TSCs 1 e 2 não

conforme mostra a Figura 20. No ajuste

são ativados, havendo apenas a injeção

alteração

da

abertura

Figura 19 – Tensão barramento Viana II - 500 kV.

Figura 20 – Ângulo de fase barramento Viana II - 500 kV.

Figura 21 – Sinal de controle Bsvs.


110

Transmissão

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

FACTS: Tutorial. SBA Controle & Automação. Revista

nas Figuras 24 e 25.

O

fluxo

reativos

do

filtro,

• HINGORANI, N. G.; GYUGYI, L. Understanding FACTS: concepts and technology of flexible AC

com

afundamentos

entre

no sistema de transmissão da Eletrosul. 2003. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica)

Florianópolis, 2003. • AGÊNCIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE ENERGIA

energético do Espírito Santo. 2010. p. 40. Disponível

Conclusões

em:

Por meio deste trabalho foi simulado

abr. 2014.

pela linha Mesquita/Viana II 500 kV no software PSCAD/EMTDC. Além disso, foi elaborado o dispositivo SVC para controle de tensão na barra de Viana II. forma satisfatória, com a modelagem do sistema atendendo às expectativas embasadas nos valores disponibilizados pelo ONS. O SVC desenvolvido também

variação do TCR conforme ilustrado na Figura 23. Esta situação ocorre, porque a malha de controle Bsvs tenta manter o SVC com características indutivas ao longo do dia, não necessitando dos TSCs.

A situação de controle de tensão em

1,06 pu exigirá a atuação dos TSCs 1 e 2 em certos momentos do dia. Na maior parte do dia, a tensão natural do sistema tende a ser superior a referência. Neste

Mapas do SIN, Sistema de Transmissão: Horizonte 2015, 2014. Disponível em: <http://www.ons.org.br/ conheca_sistema/mapas_sin. aspx>. Acesso em: 20 nov. 2014. • OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Submódulo 23.3 Diretrizes e Critérios para Estudos br/download/procedimentos/modulos/Modulo_23/ Subm%C3%B3dulo%2023.3_Rev_1.1.pdf >. Acesso em: 10 jul. 2014. • OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Casos de Referências utilizadas para estudos elétricos de fluxo de potência dentro do horizonte do Plano de Ampliações e Reforços na Rede Básica PAR 20142016, 2013. Disponível em: <http://www.ons.org.br/

esperados,

plano_ampliacao/casos_refer_regime_permanente.

conforme

expectativas

aspx>. Acesso em: 23 nov. 2013. • MOHAN, M.; RAJIV, V. Thyristor-Based Facts

e TSCs, ocorrendo de acordo com a

Controllers for Electrical Transmission Systems. 2002.

demanda feita pela malha de controle em

IEEE Press, USA.

seu sinal Bsvs.

ao longo do tempo (Figura 26), com a

• OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO.

apresentou o controle e o desempenho teóricas, com o chaveamento do TCR

constantes

<http://www.aspe.es.gov.br/download/

Relatorio_de_Gestao_5anos.pdf>. Acesso em: 20

Elétricos, 2010. Disponível em: <http://www.ons.org.

A proposta deste foi alcançada de

praticamente

DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Relatório de Gestão: Cinco anos de realizações no segmento

estado Espírito Santo ao de Minas Gerais

mantém

Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina,

elemento passivo conectado em paralelo

e validado o sistema que interliga o

se

– Programa de Pós-graduação em Engenharia

esperada, tendo em vista que o filtro é um

de reativos do filtro de harmônicas que

• MACHADO, R. L. Aplicação de dispositivos FACTS

momentos de pequeno afundamento

Figura 23 – Potência reativa TCR.

Figura 26 – Potência reativa filtro.

transmission systems. 2000. IEEE Press, USA.

os instantes 4 e 19 horas, que são os

ao barramento.

Figura 25 – Potência reativa TSC 2.

1998, p. 39-55.

praticamente fixo ao longo de toda a

de tensão do barramento. Tal situação é

Figura 24 – Potência reativa TSC 1.

da Sociedade Brasileira de Automática,v.. 9, n.. 1,

apresentado na Figura 26, mantém-se simulação, Figura 22 – Potência reativa SVC.

de

and Distribution. New Age International. New Delhi,

O problema de controle de perfil de

tensão na barra de Viana II, objeto de estudo deste projeto, foi corrigido de forma satisfatória com a inserção do SVC projetado, sendo apresentadas neste artigo duas situações dentro da faixa de controle projetada.

Agradecimentos Agradecemos

as

informações

cedidas pela equipe do ONS e da Cemig necessárias

• PADIYAR, K. Facts Controllers in Power Transmission

para

elaboração

deste

projeto.

Referências

momento, ocorre o desligamento dos

• WATANABE, Edson H.; BARBOSA, Pedro G.;

dois TSCs, conforme pode ser observado

ALMEIDA, Katia C.; TARANTO, Glauco N. Tecnologia

2007.

*Alcebíades Rangel Bessa é engenheiro eletricista e mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente, é engenheiro eletricista da Eletrobras Furnas, atuando na manutenção eletromecânica de equipamentos e linhas de transmissão da Gerência de Produção Vitória. Lucas Frizera Encarnação é engenheiro eletricista e doutor em Engenharia Elétrica. Atualmente, é professor adjunto da UFES e atua nas áreas de eletrônica de potência, qualidade de energia elétrica, filtragem ativa, compensadores estáticos e conversores multiníveis. Paulo J. M. Menegáz é doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente, é professor associado do Departamento de Engenharia Elétrica da UFES e atua nas áreas de transmissão de energia elétrica, fontes renováveis de energia, eletrônica de potência e conversores estáticos.



112

Aula prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por Tatiane Musardo e Sergio Roberto Santos*

PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA INCÊNDIO NOS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


113

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Introdução

utilizarmos a proteção passiva contra incêndio. Ao compartimentar o fogo

Ao apresentarmos a proposta de

em seu local de origem, ela evita sua

um artigo sobre Proteção Passiva contra

propagação,

Incêndios (PPI), surgiu a dúvida sobre

diminui as perdas financeiras, oferece

se este seria um assunto relacionado às

segurança aos ocupantes do edifício e

instalações elétricas em baixa tensão.

facilita os trabalhos dos bombeiros e

A pergunta em si demonstra o pouco

brigadas de incêndio.

fornece

estanqueidade,

conhecimento, generalizado, sobre este

Proteção ativa e proteção passiva

assunto e justifica a sua leitura.

Instalações elétricas e o incêndio

A proteção contra incêndio pode ser dividida em ativa e passiva, uma não

Boa parte do que se faz em um

substituindo a outra, pois as duas em

projeto

o

conjunto são muito mais eficazes, atuando

surgimento de um incêndio. Dimensionar

de modo distinto e garantindo a segurança

disjuntores para interromper um curto-

das pessoas e do patrimônio.

circuito ou condutores para evitar um

sobreaquecimento tem em comum este

no nosso cotidiano e são sistemas já

objetivo. No entanto, cada vez mais

conhecidos pela maioria dos profissionais.

é necessária a consciência de que as

São os extintores, sprinklers, hidrantes,

instalações elétricas, além de causa de

alarmes e outros equipamentos que

um incêndio, são um meio para a sua

necessitam de um acionamento manual

propagação e quanto maior a edificação,

ou automático para seu funcionamento.

mais extensa e complexa são as suas

Conforme a ABNT NBR 14432:2000,

instalações e maior será o desafio de

proteção passiva “é o conjunto de

evitar ou combater um incêndio que

medidas

aconteça nela.

construtivo do edifício, sendo funcional

Para alcançar o objetivo de preservar

durante o uso normal da edificação e que

vidas e garantir a integridade das nossas

reage passivamente ao desenvolvimento

edificações no caso de um incêndio, o

do

conhecimento das medidas de proteção

condições propícias ao seu crescimento

passiva contra incêndio é fundamental.

e propagação, garantindo a resistência

elétrico

pretende

evitar

A proteção ativa está mais presente

incorporado

incêndio,

não

ao

sistema

estabelecendo

ao fogo, facilitando a fuga dos usuários

Proteção em instalações elétricas

e a aproximação e o ingresso no edifício para o desenvolvimento das ações de combate”.

Os

recursos

de

proteção

contra

A proteção passiva reage ao calor do

em

fogo sem nenhuma intervenção externa

continuidade operacional e as rotas de

para começar a atuar. Ela permite ganhar

fuga devem estar protegidas, oferecendo

tempo, reduzindo os danos de um

um caminho seguro para que os ocupantes

incêndio ao restringir a sua propagação

abandonem o local em segurança. Além

e permitir que ele seja extinto o mais

disso, quando a ação do fogo é retardada,

rápido possível. Além do isolamento

os prejuízos patrimoniais são reduzidos e a

térmico, a PPCI oferece estanqueidade,

estabilidade estrutural permanece intacta.

impedindo a passagem das chamas e da

fumaça. Os gases tóxicos e aquecidos

incêndio

devem

se

manter

Para que isso ocorra é indispensável


114

Aula prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

que são liberados na combustão são a principal causa de morte e de problemas respiratórios nesses eventos. A fumaça ainda causa pânico e dificulta a visibilidade (Figura 1), atrapalhando a evacuação dos ocupantes e a ação das brigadas de incêndio.

A proteção passiva deve ser pensada

durante o projeto, dado que ela inclui o

afastamento

a

resistência

entre

as

estrutural,

edificações, a

proteção

do cabeamento elétrico, a saída de emergência e o controle dos materiais de acabamento e revestimento.

Compartimentação

O objetivo das medidas de proteção

Figura 1 – Visibilidade em caso de incêndio (sem e com proteção ativa).

passiva é a compartimentação. A Instrução Técnica 09 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo estabelece os

parâmetros

da

compartimentação

horizontal e vertical. De acordo com a National Fire Protection Association Handbook (NFPA), a compartimentação nas edificações é qualquer barreira que impeça ou limite a propagação das chamas de um ambiente para outros adjacentes. Para a obtenção da compartimentação, é comum a utilização de vedadores corta-fogo que podem ser produtos, como espuma e blocos intumescentes,

argamassas

especiais,

almofadas para isolamentos temporários, placa de fibra mineral com revestimento ablativo, entre outros produtos (Figura 2), que devem atender a uma classe de resistência, o TRRF (Tempo Requerido de Resistência ao Fogo). Segundo a Instrução Técnica 03 dos bombeiros, TRRF é a duração de resistência ao fogo dos elementos construtivos de uma edificação, estabelecida em norma, que varia de 30 a 120 minutos, dependendo da norma de teste e do órgão certificador. É aplicada em aberturas nas quais passam instalações elétricas, hidráulicas e de comunicação. Para escolher o sistema mais adequado,

Figura 2 – Produtos para compartimentação de ambientes.



116

Aula prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

é necessário considerar alguns aspectos, como o tamanho da abertura, tipo e espessura da parede, tipo de instalação que está passando, devendo obedecer às especificações do produto para garantir sua proteção.

Manutenção das funções vitais Outro aspecto muito importante, e que deve ser considerado em projeto para a proteção de um edifício, é assegurar que os sistemas de segurança, como saída de emergência, detecção automática

de

incêndio,

chuveiros

automáticos, iluminação e sinalização de

Figura 3 – Sistemas de bandejamento resistentes ao fogo.

emergência mantenham-se operacionais durante o evento, para isso, utilizam-se de alguns sistemas de proteção passiva,

de usinas eólicas, cabos fotovoltaicos,

- As dimensões da abertura;

como a proteção dos cabos para manter

ambientes com muito material combustível,

- As possibilidades de aplicação do

os respectivos circuitos funcionais, e

ou seja, tem uma larga área de aplicação,

produto em função das dificuldades de

materiais de bandejamento e fixação que

além de obedecer todas as exigências das

acesso ao local de utilização;

suportem por um determinado período

normas, como a ABNT NBR 9077:2001

- Após a vedação, qual a probabilidade

o fogo para manter as rotas de fuga

para saídas de emergência, a ABNT NBR

de novos cabos ou dutos serem instalados

desobstruídas (Figura 3).

10897:2014 de proteção contra incêndio

por meio das paredes;

Os cabos que devem continuar

por chuveiros automáticos e a ABNT NBR

- O tempo em que o sistema deverá resistir

conduzindo a corrente durante um

10898:2013 para sistema de iluminação

ao fogo;

incêndio podem ser colocados em dutos

de emergência, entre outras, que devem

- O custo do material.

resistentes ao fogo por um determinado

ser consultadas para a realização do

tempo, definido em projeto, e evitem

procedimento correto.

Novamente relacionamos as soluções

mais utilizadas para a vedação de aberturas,

que também o calor e a fumaça atinjam

Sistemas de isolamento

estes cabos.

como argamassas, placas pré-revestidas com produtos ablativos, almofadas e

Alternativamente existem dutos, que,

ao contrário, evitam que o incêndio em

Os materiais utilizados para proteção

blocos intumescentes, colares para tubos

seu interior contamine o ambiente em

passiva contra incêndio resistem ao fogo

e lã mineral. Estas soluções correspondem

que eles estão instalados.

por um tempo predeterminado, vedando

às necessidades de vedação que a

Já a bandagem pode envolver o

as aberturas em que passam instalações

instalação elétrica cria em uma edificação.

próprio cabo ou a sua eletrocalha. Ela inibe

elétricas e hidráulicas.

O projeto elétrico pode determinar a

o fogo em seu estágio inicial, causado, por

É necessário analisar cada situação

utilização de eletrodutos ou eletrocalhas,

exemplo, por um curto-circuito, ou em

para escolher o produto mais adequado,

instalações aparentes ou sob o piso,

caso de uma origem externa à instalação

seguindo as especificações necessárias

cabos expostos ou protegidos. Existirão

elétrica previne a propagação do incêndio

fornecidas pelos fabricantes de cada

grandes aberturas que serão fechadas

pelos próprios cabos, os protegendo do

produto. Cabe ao fabricante a certificação

definitivamente e passagem de cabos que

fogo. Estes dutos e bandagens podem ser

do material, o fornecimento das suas

serão continuamente modificadas.

utilizados em áreas internas ou externas.

características e a orientação pela sua

As argamassas aderem à maioria

Dependendo

aplicação.

das superfícies, assim como as placas de

podem ser utilizados em ambientes

fibra mineral que são bastante utilizadas

agressivos, como offshore, em torres

produto que deve ser utilizado são:

das

suas

características

Os critérios para escolher o tipo de

para vedar grandes aberturas. Elas se


117

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

diferenciam da argamassa comum por sua resistência ao fogo e por sua menor porosidade. Elas não são indicadas para paredes feitas com placas de gesso (Drywall). Quando o local utilizar o sistema Drywall, será mais indicada a utilização da placa pré-revestida e o sistema ablativo, que acompanha a placa, formando uma espuma de carbono isolante quando exposto a grandes temperaturas.

Outro sistema de isolamento bastante

utilizado é constituído por espumas corta fogo, fornecidas em forma de cartucho, aplicadas por meio de pistolas específicas. Este produto é um composto líquido que, após a sua cura, forma uma espuma de consistência macia, fácil de aplicar e que se adapta a qualquer formato de abertura (pequena ou média). Almofadas bastante

intumescentes

utilizadas

para

a

são

proteção

passiva, sendo produtos maleáveis e de instalação simples e prática. As almofadas podem ser usadas para isolamentos permanentes ou temporários, ideal para frequentes passagens de novos cabos ou reinstalações, como acontece durante a construção, em lojas ou locais de eventos. Os blocos intumescentes também são ideais para locais com frequentes reinstalações, como datacenter, CPD, laboratórios etc. São fáceis de instalar e não necessitam de ferramentas especiais para a sua aplicação. Eles expandem quando expostos ao calor e são bastante utilizados devido a sua praticidade e eficácia. Para

pequenos

isolamentos

é

recomendado o uso de lã mineral, muito utilizada

em

vedações

contrafogo,

pois seu ponto de fusão é ≥ 1.000 °C. Quando a abertura é muito pequena, o preenchimento pode ser feito apenas com a massa intumescente. Esse material, ao se expandir, tem o benefício adicional de dissipar o calor dos cabos, obtendo uma redução considerável da transferência de


118

Aula prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

proteção do “Shaft”, uma das principais

calor pelos fios de cobre.

Impactos financeiros

Para vedações de tubos é utilizado um

preocupações da PPI.

material especial, colares intumescentes

Cada conjunto de aberturas deve ser

que, em caso de incêndio, se expandem

Os prejuízos decorrentes de um

analisado individualmente para obtenção

quando expostos a altas temperaturas,

incêndio são muito maiores que o custo

do sistema que melhor se adapta a ele.

criando uma pressão que comprime os

da utilização da proteção passiva, visto

Neste momento uma reunião entre o

tubos plásticos que, ao amolecerem

que seu valor é pequeno em relação ao

projetista, o arquiteto e o fabricante do

com o calor, deixam espaços entre eles

investimento total da obra e não requer

sistema de PPI é necessária para que,

e as paredes. Estes colares também são

manutenções frequentes.

de posse das informações recebidas dos

utilizados quando há um conjunto de cabos

Além de a utilização da PPI limitar

responsáveis pelo projeto da edificação,

passando diretamente, sem tubulação, por

e retardar a propagação do fogo,

o fabricante possa indicar qual a melhor

meio das paredes.

evitando danos à edificação, aos bens

solução, levando em consideração as

Para evitar que o calor conduzido

e equipamentos que estão em seu

características construtivas do material,

pelo

ambiente

interior, ela também preserva a imagem

sua função na proteção e sua aplicação.

compartimentado para outro, expondo as

da empresa, pois não há paralisação

Caso seja aplicada sem que tenha

pessoas a um mal-estar ou criando outro

total de suas atividades, que podem ser

sido considerada no projeto, a PPI pode

foco do incêndio, são utilizadas tintas

retomadas rapidamente diminuindo o

até mesmo ser inviável devido à grande

especiais que aumentam a condução do

prejuízo pelo lucro cessante e os custos

quantidade de aberturas e às dimensões

calor pela cobertura dos cabos e, com

com a reparação dos danos causados

de cada uma delas.

isso, diminuem esta condução pelo cobre

pelo fogo. Além disso, é possível a

ou pelo alumínio do cabo.

redução no prêmio das seguradoras pela

minimização dos riscos devido o uso da

cabo

passe

de

um

Estes vários produtos disponíveis para

utilização necessitam ser especificados em

PPI.

A aplicação das medidas de PPI só é eficaz se realizada por mão de

projeto e para isso devem ser conhecidos

Projeto

pelo projetista. Os principais fabricantes

obra

suporte técnico por meio de profissionais

qualificados,

passiva,

técnicos

com

extremamente

qualificada.

A

responsabilidade neste tipo de serviço é

de produtos para PPI disponibilizam catálogos

Aplicação

No projeto do sistema de proteção o

projetista

contabiliza

as

autoexplicativa, mas também profissionais treinados são mais eficientes ao manusear

as características de cada produto e

aberturas necessárias para a passagem

e

softwares, que auxiliam na especificação

dos

desperdício de um material nobre.

e quantificação do material que deve ser

áreas. Uma atenção especial deve ser

utilizado.

dada às grandes aberturas, como a

PPI deverá possuir uma dupla certificação,

cabos

e

as

suas

respectivas

aplicar

os

produtos,

evitando

o

Após a sua instalação, o sistema de


119

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

instalação.

sistemas de proteção passiva contra

<www.abntcatalogo.com.br>;

Normalmente, o instalador é certificado

incêndios acompanha o aumento das

• SANTOS, Sergio. Introdução à proteção

pelo fabricante do produto, mas mesmo

edificações em seu tamanho, fluxo diário

passiva contra incêndios. Revista O Setor

assim é aconselhável que o sistema possua

de pessoas e complexidade. Ela está

Elétrico, jan. 2011;

a dupla certificação.

ligada diretamente às instalações elétricas

• SANTOS, Sergio. Fogo nas instalações

e aos profissionais responsáveis por elas.

elétricas. Revista O Setor Elétrico, maio

os materiais utilizados na PPI possuem

2011;

uma vida útil elevada, mas com prazo de

nova e envolver engenheiros eletricistas,

• SANTOS, Sergio. Proteção passiva

validade para o seu armazenamento antes

arquitetos e engenheiros civis, demandará

contra incêndios. Revista O Setor Elétrico,

da sua utilização.

um esforço considerável na sua divulgação,

junho 2011;

treinamento e normatização.

• SANTOS, Sergio. A importância da

dos

produtos

e

da

sua

Pelas suas características construtivas,

Depois de aplicado, toda a atenção

deve

ser

dada

às

alterações

Por ser uma exigência relativamente

preservação dos sistemas elétricos durante

nas

Referências

características da edificação, como novas

um incêndio. Revista O Setor Elétrico, jul.

aberturas ou passagem de novos cabos

• RING, Stefan. Fire protection in electrical

2011;

pelas vedações já existentes. Por isso, o

technology – a guide to fireproof building

• SANTOS, Sergio. Infraestrutura para rede

responsável pela edificação deverá manter

installations; OBO Bettermann;

de dados. Revista O Setor Elétrico, mar.

documentado todo o projeto da PPI e

cuidar para que ele seja continuamente

Bettermann. Disponível em: <www.obo.

• National Fire Protection Association

atualizado.

com.br>.

(NFPA). Fire Protection Handbook. 18th

Conclusão

Fire

Protection

NBR

14432-2000.

resistência construtivos

A necessidade da utilização dos

Systems

ao

fogo de

Exigências de

OBO

de

2013;

Edition, 1997.

elementos

edificações

Procedimento; ABNT. Disponível em:

*Tatiane Musardo e Sergio Roberto Santos trabalham na OBO Bettermann do Brasil.


ESPAÇO 5419

120

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por Hélio Eiji Sueta*

Desenvolvimento de uma planilha para análise de risco A aplicação da parte 2 da ABNT NBR 5419:

“Zonas de Estudo”. Nela é possível escolher até

2015 (Gerenciamento de risco), em cálculos de

cinco zonas que serão identificadas pelo usuário.

riscos feitos à mão é uma tarefa muito difícil

Ao preencher os dados técnicos do programa,

e trabalhosa, ainda mais que estes cálculos

o usuário poderá guardar estes dados para a

devem ser refeitos algumas vezes até se obter

respectiva zona. Desta forma irá preenchendo

um resultado satisfatório com riscos com valores

estes dados para todas as zonas definidas

inferiores aos toleráveis. Em vista disso, o Instituto

anteriormente. O risco total RT é calculado como

de Energia e Ambiente da USP desenvolveu uma

a soma dos riscos de cada zona.

planilha para auxiliar na análise de risco.

O primeiro passo do projeto foi decidir

cálculos das componentes de risco, a equação

qual o aplicativo de computador supriria as

básica indicada na norma: RX = NX x PX x LX.

necessidades do projeto. Para a planilha,

A interpretação prática desses elementos pode

escolhemos o aplicativo da Microsoft Excel,

ser enunciada através das seguintes proposições

devido à facilidade com que os dados são

simples: não é possível mudar o número de

processados e disponibilidade do programa.

eventos perigosos por ano Nx, pois não temos

Além disso, o modo como foi programada a

controle dos raios. Por outro lado, a probabilidade

planilha eletrônica permitiu o estudo interativo

de danos à estrutura Px é diminuída se ela

do

A planilha utiliza, em grande parte dos

risco,

for robusta o suficiente, pois existem normas,

facilitando a compreensão. Nesta etapa os dados

procedimentos, montagens e equipamentos que

e informações foram analisados e organizados

podem assegurar isso. E, finalmente, a perda Lx

em uma planilha.

pode ser maior ou menor se houver meios de

A norma ABNT NBR 5419-2 tem como meta

conter o eventual prejuízo, evitando ferimentos

a avaliação do risco devido aos raios tanto para

às pessoas (diretos ou relacionados ao pânico),

as estruturas quanto para as pessoas. O método

controlando focos de incêndio, etc.

interativo a partir do qual a norma foi interpretada

levou naturalmente à necessidade da transcrição

fluxo de dados na planilha, nesta versão foi

das fórmulas e cálculos à linguagem da planilha

desenvolvida uma interface em VBA. Esta

e posterior trabalho lógico do algoritmo para

variação do Visual Basic já se encontra dentro

adaptar os cálculos aos objetivos finais do

do programa Excel de modo que os benefícios

projeto.

já citados para a planilha também se aplicam

procedimento

para

análise

de

A fim de facilitar a entrada e controle do

Para avaliar cada componente de risco, a

aqui. Visualmente os elementos principais são

estrutura pode ser dividida em zonas de estudo

as quatro abas que contém as fichas com os

ZS, cada uma tendo características homogêneas

dados a serem preenchidos e botões de controle

(tipo de solo ou piso, compartimentos à prova de

virtuais: Dados técnicos (ver Figura 1); outros

fogo, blindagem espacial, layout dos sistemas

dados (Figura 2); resultado (Figura 3); e Zonas

internos, etc.). Esta divisão em zonas aperfeiçoa

(Figura 4).

os cálculos, pois indica as medidas de proteção

necessárias para a estrutura para que os riscos

programação voltada a objetos é particularmente

fiquem na faixa do tolerável. Entretanto, a

interessante aqui, pois alia a praticidade de uma

estrutura pode ser ou pode assumir ser uma zona

montagem modular com módulos simples como

de estudo única.

planilhas que não requerem conhecimento

Para agilizar o uso da planilha, recomenda-se

aprofundado de programação ao resultado final

que se abra inicialmente a aba referente às

composto de campos para preenchimento e

O desenvolvimento modular a partir da


121

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

botões de controle encontrados nos programas disponíveis no mercado. O princípio é promover a

integração

entre

os

profissionais

mais

especializados que poderão atualizar o programa apenas modificando as planilhas e o usuário médio que deve interagir com as fichas e botões do programa, que seria mais amigo do usuário. Devido a esse caráter dinâmico, proporcionado inclusive pela interface VBA, que pode ser facilmente adaptada, o programa poderá apresentar variações na sua apresentação.

Na aba “Dados técnicos”, o usuário

deverá preencher um primeiro conjunto de dados referente às dimensões da estrutura. No preenchimento destes dados, é possível obter a área de exposição equivalente da estrutura principal e da adjacente automaticamente para estruturas em forma de cubo ou complexa, sendo esta última uma variação da estrutura regular com uma protuberância. Na verdade, isso se constitui em um auxílio ao usuário que em princípio deve determinar a área de exposição

consequências de incêndio (extintores, sistemas

blindagens espaciais. Outro conjunto de dados

a partir da projeção da linha do perímetro da

automáticos, etc.). No conjunto “Atributos da

refere-se aos fatores de variação das perdas, com

construção, conforme definido em norma. Tendo

avaliação”, preenchem-se os nomes do projeto

informações sobre o tipo de solo ou piso e do

esse valor, o usuário deve alimentar o programa

e do avaliador. Essa informação opcional permite

tipo de pânico ou consequências ambientais

com esse valor. No caso de estruturas simples,

acompanhar a pessoa que elaborou o estudo

causadas pela descarga na estrutura.

sem reentrâncias ou com poucas variações na

e a descrição genérica do projeto. Ainda nesta

fachada, o programa oferece a possibilidade

aba há dois conjuntos de dados referentes aos

número de pessoas em cada zona de estudo,

do uso da expressão encontrada na norma para

atributos das linhas conectadas à estrutura:

tempo de permanência, tipo da estrutura

calcular essa área.

um para linha de energia e o outro para linha

(hospital, industrial, comercial, etc.), tipo do

de

conjuntos,

serviço (gás, energia, TV, etc.), valores envolvidos

“Influências ambientais”, é possível obter a

preenchem-se os comprimentos das linhas e

na estrutura (valores culturais, totais da estrutura,

densidade de descargas atmosféricas para a terra

escolhem-se entre diversas opções, dados para

dos sistemas internos, de animais na estrutura,

(Ng) preenchendo a janela: “localização (cidade)”,

obtenção do fator ambiental, fator de instalação,

etc.). Isso permite avaliar o montante da perda e

em que é possível encontrar todos os municípios

das condições da blindagem, do aterramento

estabelecer sua proporção como a variável Lx da

brasileiros. Ainda neste conjunto, o usuário deve

e isolamento das linhas, do tipo das linhas, da

avaliação do risco.

indicar a localização da estrutura, se está isolada

resistência da blindagem dos cabos. Além disso,

ou cercada por outras estruturas mais altas ou de

neste campo se introduzem as informações sobre

resultados dos riscos calculados. Nesta tela

mesma altura. Neste ponto a vantagem de se

a disposição dos condutores internos na zona,

é que se atualizam os dados modificados e

operar com um híbrido de planilha permite que

tais como, do roteamento, da fiação interna e

é possível analisar as componentes de riscos

se façam as devidas correções mais facilmente,

características dos DPS (Dispositivos de Proteção

que mais influenciam os riscos. Estes riscos são

apenas editando ou colando novos dados.

contra Surtos).

comparados aos valores de riscos toleráveis

Na aba “Outros dados”, o primeiro conjunto

indicados na norma e, caso estejam acima

é possível escolher entre cinco opções para

de dados refere-se às medidas de proteção

destes, o programa emite sinais de advertência

quantificar estes riscos. Outro conjunto de

contra tensões de passo e toque e blindagem.

a fim de alertar que medidas de proteção

dados refere-se às “Medidas de proteção e

Estas medidas são escolhidas para a estrutura e

adicionais devem ser tomadas.

mitigação do risco”, em que se escolhe uma das

também para as linhas conectadas. Neste caso,

opções referente ao SPDA (nível de proteção,

a blindagem é da estrutura com o objetivo de

desta ferramenta serão fornecidas futuramente.

componentes naturais ou cobertura metálica)

verificar uma possível atenuação de campos

*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e

e alguma opção dos meios para reduzir as

eletromagnéticos no seu interior por meio de

secretário da CE-003.064-10, do CB-03, da ABNT.

Outro conjunto de dados, chamado de

Na janela “Risco de incêndio ou explosão”

telecomunicações.

Nestes

Finalmente, diversos tipos de dados como

Na

aba

“Resultado”

obtêm-se

os

Mais informações sobre a disponibilização


122

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por Eduardo Daniel*

Proteção contra incêndio nas condições CA2 e CB2

Em continuidade ao que vimos

estágio A3CD, com previsão de votação

NOTA: Este seccionamento pode ser

discutindo neste espaço, este artigo trata

final para março de 2017.

realizado individualmente por circuito, ou por grupo de circuitos, se as

das discussões realizadas nas reuniões

Continuação da revisão da ABNT NBR 5410

de 2015 de revisão da norma ABNT NBR 5410:2004, com base nas alterações

condições de serviço permitir. 5.2.3.4 [5.2.2.4/ 422.4] Proteção contra

do texto da IEC correspondente e nos pontos apresentados pelos participantes.

É importante sempre ressaltar que

das condições BD foi transferido para a

Notas:

as citações desta coluna constituem

reunião de outubro/2015 para o envio de

1 A condição CA2, é dada na Tabela 23;

um relato do que foi discutido e que

proposta de texto sendo elaborado pela

2 As prescrições desta subseção são

foram aprovadas na reunião plenária

Associação Brasileira de Engenharia de

aplicáveis, adicionalmente àquelas de

pela Comissão de Estudos, porém, a

Sistemas Prediais (Abrasip).

5.2.3.1.

aprovação como parte oficial do Projeto

de Norma somente será feita antes de o

seguiu com a análise do texto base e

5.2.3.4.1 [5.2.3.4.1] Devem ser adota­

texto ser enviado para consulta nacional.

das sugestões. Em função da revisão

das precauções para garantir que os

Algumas

serão

de alguns pontos que haviam sido

produtos elétricos não possam provocar

complementadas somente ao final dos

discutidos anteriormente, está sendo

a combustão de paredes, pisos ou tetos.

trabalhos de revisão (por exemplo,

reproduzido o texto de consenso da

Isso pode ser obtido com uma correta

referências

reunião de setembro/2015.

concepção, seleção e instalação dos

seções

que

normativas)

não

estão

O texto discutido na reunião passada

incêndio na condição CA2

A revisão da norma ABNT NBR 5410

produtos elétricos.

descritas aqui. 5.2.3.3.14

DPS para sistema fotovoltaico

[422.3.13]

Quando

for

Para

evitar

a

penetração

de

necessário limitar os riscos de incêndio

corpos sólidos, as caixas e invólucros

suscitados pela presença de tensão

instalados

O segundo projeto IEC não foi

dos condutores vivos, cada circuito que

fabricadas,

aprovado e será iniciado o terceiro

alimenta equipamento elétrico em locais

perfuradas

projeto

para

BE2 deve ser provido de dispositivo

da parede, devem ter um grau de

15.11.2015, quando será mais produtivo

de seccionamento que permita isolar

proteção de no mínimo IP3X.

reativar a CE 03:037.05 para análise

todo condutor vivo da alimentação, de

deste assunto.

modo a que nenhum condutor vivo da

5.2.3.5 [5.2.2.5 [422.5]] Proteção contra

Nota: Para este produto existe a norma

alimentação possa restar sob tensão

incêndio na condição CB2

Cenelec EN 50539-12. Na IEC esta norma

quando um ou mais dos condutores são

Notas:

está em estudo e terá a numeração IEC

seccionados.

1 A condição CB2, é dada na Tabela 24;

61643-32 ed. 1.0 do SC 37A da IEC, em

esquema de aterramento.

com

data

prevista

Independentemente

do

em

paredes

susce­ tíveis quando

da

ocas de

préserem

construção

2 As prescrições desta subseção são


123

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

aplicáveis, adicionalmente àquelas de 5.2.3.1. 5.2.3.5.1

[5.2.2.5.2

estruturas

cuja

[422.5.1]]

forma

e

Nas

dimensões

facilitam a propagação de incêndio, devem ser adotadas precauções para garantir que a instalação elétrica não venha a propagar incêndio (por exemplo, efeito chaminé). Notas: 1 Podem ser previstos detectores de incêndio para garantir a implementação de medidas que impeçam à propagação de

incêndio

por

exemplo,

Devem ser adotadas precauções para garantir que os produtos elétricos não possam provocar a combustão de paredes, pisos ou tetos. Isso pode ser obtido com uma correta concepção, seleção e instalação dos produtos elétricos

o

fechamento de barreiras corta-fogo em cujos

limites

de

temperatura

das

dutos (por exemplo "dampers"), espaços

queimaduras

de construção e locais análogos.

As

2 Podem ser usadas caixas e invólucros

componentes elétricos dispostas dentro

norma específica.

conforme a NBR IEC 60670-1 para paredes

da zona de alcance normal não podem

Em função das apresentações e

ocas e cabos conforme a série NBR NM

atingir temperaturas que possam causar

debate, na próxima reunião a Comissão

IEC 60332-3. A ABNT NBR IEC 60670-1

queimaduras

devem

continuará a revisão do texto base da

inclui a marcação do símbolo H para as

satisfazer

adequados,

revisão, considerando as contribuições

caixas e invólucros para paredes ocas.

indicados na tabela 29.

[não incluído o 422.6 da IEC por não

Todas

haver requisito além da regra geral,

suscetíveis de atingir em serviço normal,

*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria

apesar das notas apresentarem questões

mesmo

e Engenharia Consultiva, superintendente da

que chamam a atenção para dicas de

temperaturas

opções de cuidados]

da tabela 29, devem ser protegidas

Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa

contra qualquer contato acidental. Estes

a norma de instalações de baixa tensão ABNT

requisitos não se aplicam a componentes

NBR 5410.

5.2.4 [5.2.3 (423)] Proteção contra

partes

às

aos as

acessíveis

pessoas limites

partes

durante

e

dos

superfícies acessíveis sejam fixados por

apresentadas anteriormente. da

curtos

superiores

instalação períodos, aos

limites

Certiel Brasil e coordenador da Comissão de


124

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Sustentabilidade nas feiras, congressos e eventos Os fatos se desenrolam na arena da

agosto, e são ainda insuficientes para atingir

da eficiência energética, e implementar

sustentabilidade: o combate à corrupção

o limite de 2o C de aumento de temperatura

ações para cumpri-las;

se amplia e os riscos de impeachment (e,

do planeta, considerado pelos cientistas para

- Considerar no processo decisório de

paradoxalmente, “pizza”) também. A crise da água

evitar desastres climáticos.

investimentos a precificação do carbono e

vive e avança longe dos holofotes: em agosto, ela foi decretada oficialmente no Estado de São

opções de redução de GEE nos processos, Também percebemos alguns avanços:

produtos e serviços;

Paulo, as medidas de racionamento (disfarçadas

- Atuar na cadeia de valor para redução de

ou não) são mantidas... por um longo tempo. A

- “Greenbuilding” - inovações em andamento

crise de energia vai sendo driblada pela recessão

do LEED, Procel Edificações e AQUA. Outra

da economia. As mudanças climáticas avançam:

boa notícia (se efetivamente aplicada) é o

• Iniciativas para o governo brasileiro:

o primeiro semestre (e o mês de junho) de 2015

compromisso legal dos edifícios públicos da

- Defender em nível internacional a inclusão

foram os mais quentes já medidos; as emissões

Administração Pública Federal de adotar boas

de limite de GEE em longo prazo;

dos setores de energia e da agropecuária no

práticas de gestão e uso de energia elétrica

- Meta de 50% de participação das fontes

Brasil continuam aumentando (O Estado de SP,

e água, através da Portaria MPOG 23 de

renováveis na matriz energética brasileira

12/08/15).

12/02/15, levando em consideração o Guia

até 2030, com medidas como:

A seguir, estão algumas percepções

para Eficiência Energética nas Edificações

• impor limites de GEE compatíveis nos

pessimistas, coletadas em algumas feiras,

Públicas pelo MME/CEPEL/PUC-RJ/UFSC

leilões de energia/MWh médio contratado;

congressos e eventos recentes das áreas

e o Manual Prático para uso e Conservação

• Estabelecer metas ousadas e instrumentos de

de saneamento, segurança do trabalho,

da Água em Prédios Públicos, lançados no

implementação para o crescimento das fontes

“greenbuilding”, RH, energia e meio ambiente:

primeiro trimestre de 2015.

de energia solar, eólica, de biomassa e hídrica,

GEE de fornecedores e clientes;

- Redução do aquecimento global – o

bem como a microgeração de fontes renováveis;

Crise da água – sinalizou economia parada

Brasil foi o primeiro país emergente a assumir

e dificuldade em fechar negócios de grandes

o compromisso de zerar as emissões de GEE

incentivem a cogeração, autogeração e

fabricantes de equipamentos de reuso de

até 2100 (apesar de estar bem distante).

eficiência energética, e eliminem subsídios

água. Há exposição de tecnologias para

Vale comentar ainda o resultado expressivo

às fontes fósseis;

prevenção de perdas nas linhas, mas até que

do leilão de energia solar feito pela Aneel

• Implantar a meta de aumento de 11% ao

ponto estão sendo implantadas?;

em agosto, e o interesse de fabricantes e

ano do consumo de etanol no Brasil.

Crise de energia – apesar da clara

empreendedores estrangeiros neste mercado.

- Assegurar acesso ao capital para

necessidade e viabilidade da eficiência

promoção de economia de baixo carbono.

energética, há dificuldade em vender projetos

Brasil sobre Mudanças Climáticas, iniciativa

de melhoria no tema;

do Instituto Ethos/Fórum Clima e assinada

“Greenbuilding” – apesar de o Brasil manter

pelos CEOs de diversas empresas (sendo

tativas estes movimentos importantes para

o quarto lugar no ranking de certificações

algumas do setor de energia), propondo

o setor elétrico!

LEED, parece que novos projetos foram

medidas como:

Além disto, foi lançada a Carta Aberta ao

cortados com a recessão econômica;

Estabelecer

políticas

públicas

que

Vamos acompanhar com boas expec­

PS: Vale divulgar a publicação da revisão

Redução do aquecimento global –

• Compromissos voluntários adotados

2015 da ISO 14001 sobre Sistema de

menos de 60 dos 196 países membros da

pelas empresas signatárias:

Gestão Ambiental (agora mais “leve” e de

Convenção do Clima da ONU apresentaram

- Definir metas de redução de emissões de

maior comprometimento), em setembro, com

suas metas de redução de GEE até o final de

Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumento

prazo máximo de três anos para adaptação.



126

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Um novo método para análise da reprodução de cor Há

pelo

menos

de indústrias (Cree, Soraa, Philips),

mais saturadas e cores encontradas

a

especificadores, institutos de pesquisa/

na natureza: vermelho intenso (R9) ,

indústria de iluminação vêm discutindo

laboratórios (NIST) e governo (DOE)

amarelo intenso (R10), verde intenso

metodologias para avaliar de forma

americano que se formou em 2013,

(R11), azul intenso (R12), tom de pele

mais eficaz a reprodução de cores de

com o objetivo de resolver as limitações

fontes de luz. Em agosto, a Illuminating

proeminentes

Engineering Society (IES) lançou um

lançado na década de 1940 pela CIE.

Memorando Técnico, a TM-30-15, com

Pouco se fala, mas o Índice de

o intuito de propor o método da IES

Reprodução de Cor (IRC ou CRI ou Ra)

para avaliação da reprodução de cores

é uma métrica que considera a análise da

das fontes de luz.

fidelidade de apenas 8 cores em relação

pesquisadores

Com

o

duas

décadas,

internacionais

intuito

de,

e

do

método

do

IRC,

futuramente,

a uma fonte representativa de luz natural.

substituir o Índice de Reprodução de Cor

Estas cores (R1 a R8), selecionadas no

(IRC), largamente conhecido e utilizado

sistema Munsell, além de serem poucas

pelos profissionais de iluminação, para

não representam cores saturadas por

classificar fontes de luz conforme sua

serem cores em tons pastéis, cores

capacidade de reproduzir as cores, a

com baixo croma. Atualmente o IRC é

TM-30-15 é resultado do trabalho de

analisado com mais 6 cores adicionais

um grupo formado por representantes

(R9 a R14), que representam cores

Figura 1 – Amostras de cores consideradas no método do Índice de Reprodução de Cor (R1 a R8) e cores adicionais (R9 a R14).


O Setor Elétrico / Setembro de 2015

caucasiano (R13) e verde oliva tom de folha (R14).

Com a proliferação da iluminação de estado sólido, o

R9 começou a ser bastante evidenciado por fabricantes de Leds. Isto por que a nota para reprodução desta cor, um vermelho intenso, geralmente é a mais crítica, muitas vezes chegando a ter valores negativos. Os bons Leds apresentam notas altas em relação ao R9, geralmente superior a fontes convencionais como lâmpadas fluorescentes e a vapor metálico. Desta forma, a nota do R9 começou a ser destacada individualmente em relação ao IRC. O IRC, como método de avaliação, entretanto, continua sendo pouco representativo, pois considera apenas cores pontuais. Com os Leds, é, de certa forma, fácil obter notas altas em cores específicas. É possível aumentar o IRC, mexendo-se na composição espectral do Led, sem, contudo, significar obrigatoriamente que a fonte de luz reproduza bem a totalidade de cores observadas. O método proposto pela IES tenta sanar essa limitação, pois trabalha com uma amostragem de cores bem maior. São 99 cores representativas de cores que se estendem por todo o espectro de cores e representativas de cores encontradas nos ambientes.

Além disso, ao contrário do IRC, que mede apenas a

fidelidade de cor, a TM-30-15 fornece uma caracterização mais completa da cor medindo a fidelidade de cores (proximidade de uma referência) e a avaliação da gama de cores (gamut area), relacionada ao aumento ou diminuição da saturação. A TM-30-15 acrescenta a gama de cores para avaliar a variação de croma de objetos iluminados. Além disso, utiliza métodos avançados de cálculo para medir mais dimensões da cor, incluindo a direção de mudanças de cor, mudanças no croma, e informações sobre regiões específicas de matiz. Ele também oferece maneiras de medir a preferência humana e o potencial de discriminação de cor.

Com dois principais parâmetros numéricos (fidelidade

de cores e gama de cores) e outras ferramentas de visualização (como um ícone de distorção de cor), este novo sistema visa proporcionar uma melhor compreensão da interpretação de tons específicos.

O método recém estabelecido pela IES ainda não

foi reconhecido internacionalmente pela CIE como um método para substituir o IRC definitivamente. Embora seja consenso que o IRC deva sofrer alterações, ainda existem discordâncias sobre o método para que o mesmo seja instituído oficialmente como norma ou recomendação internacional. Contudo, um grande passo foi dado pelos organismos americanos no intuito de se avaliar de forma mais eficaz a aparência das cores sob a iluminação das diversas fontes de luz.


128

Instalações MT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Pressupostos básicos para termos smart grid no Brasil Na prática, quando pensamos como

tarifa horossazonal para o segmento de

Os clientes nem sabem dizer o que

engenheiros sobre o que nos cabe fazer

BT: aqui o perigo real, pois, na falta de uma

está havendo e se lembram de algumas

para promover mudanças necessárias para

política densa e correta, abre-se espaço

reportagens que citavam a cidade, mas

que, ao final, as redes inteligentes gerem

para enganos maiores, populistas e que

quando a gente pergunta o que mudou para

ganhos, nos deparamos com vários perigos.

jogam contra qualquer tentativa de melhoria

eles, silêncio geral: nada!

Projetar, testar, implantar e manter são da

efetiva do setor elétrico.

Bem, este é um dos pontos que

natureza do engenheiro e com boas equipes

a

se chegam a bons resultados. O problema

empresas a implantar “redes inteligentes”,

internet nos ensina: nada no segmento

maior repousa na estratégia inicial de que, se

teremos que buscar entendimento com

de distribuição de energia elétrica pode

não for “smart”, certamente, não vai resultar o

todos os segmentos envolvidos e admitir

deixar de lado o que em uma empresa que

que se vislumbra para o nosso futuro.

que, para as redes inteligentes prosperarem,

trabalhei era chamado (e tratado como)

Se tivermos que ter lei federal obrigando

literatura

fartamente

disponível

na

Na edição passada, falamos sobre a

tem que haver um ambiente de negócios

“sua majestade, o cliente”.

tarifa branca concebida há três anos e que

saudável (regras claras e estáveis e

Tanto que os projetos que focam na

(ainda bem) não decolou. Ela não trará

tratamento do retorno do investimento

mitigação das perdas não técnicas apresentam

benefícios e se constitui em um processo

de capital como algo saudável e bem-

resultados ao trazer dificuldades ao consumidor

de modicidade tarifária às avessas.

vindo). Não basta ordenar a instalação de

para uso indevido da medição ou fazer ligações

Por ser opcional, aumentará custos e

medidores inteligentes. Assim como os

clandestinas; não se eliminam totalmente as

diminuirá a arrecadação das distribuidoras

medidores de pré-pagamento não pegaram,

perdas, mas, em áreas minimamente civilizadas,

já esgotadas por anos de tratamento

apesar de todo o “esforço” feito criando

elas caem consistentemente com o uso

inadequado do “negócio distribuição”. Sim:

tarifas, instruções, etc, e, da mesma maneira,

dosado de tecnologia e presença maciça de

distribuição é um negócio em que alguns

quase 20 anos atrás, o lobby do medidor de

inspeção (temporária).

investem com a expectativa saudável de

ampère-hora também fracassou.

retorno positivo no prazo projetado, o que

Várias experiências no Brasil (bem e

destas mudanças, pois não há quem se

pressupõe regras estáveis.

malsucedidas) já nos dão algumas pistas

posicione contra a ideia de que temos

do que fazer e do que evitar.

que alterar nossos hábitos para termos um

geral, pode-se qualificar o maior deles como

Já pude assistir apresentações sobre

planeta mais saudável. E, neste campo,

a falta de integração de distintas áreas

cidades inteligentes, mas poucas “abrem

os benefícios são muitos ao se instituir

governamentais na criação de políticas

o jogo” e mostram, por exemplo, que os

tarifas que resultem na postergação de

públicas adequadas sobre o tema.

resultados atingidos não remuneram o que

investimentos em geração, transmissão

Tivemos há, aproximadamente, cinco

foi investido. Para admitir isto tem que haver

e distribuição enquanto a curva de carga

anos um relatório do MME que, pela natureza

um comportamento neutro e desinteressado

não estiver quase totalmente plana nas

neutra, nada criou, nada recomendou e

de empresas que estão abertamente

24 horas de cada dia! Mas tarifa opcional

nada concluiu.

testando tecnologias e não tentando vender

definitivamente não dá resultados e, por

A tarifa branca (nome possível para

tecnologias.

isso, na média tensão, as tarifas azul e verde

fugir de decretos que tratavam da tarifa

Assim é que visitei uma cidade que já

são opções mandatórias.

amarela) foi criada com protestos de

foi objeto de elevados investimentos e pude

áreas do legislativo federal que buscou

constatar que só se veem os medidores

funcionam as coisas, basta ser “smart” e

transformar em lei qualquer tentativa de

eletrônicos, mas nenhuma outra alteração visível.

fazer o que é certo.

Vários perigos já são visíveis e, de forma

A questão ambiental é um forte aliado

Ou seja, já sabemos o que e como



130

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Determinação do comprimento mínimo do eletrodo convencional (não natural) de aterramento A ABNT NBR 5419:2015 determina que a parte enterrada do subsistema de aterramento (o eletrodo de aterramento - que tem a função de dispensar as correntes das descargas atmosféricas no solo causando a menor variação de tensão na superfície do mesmo), quando configurado em anel ou estiver interligando a fundação descontínua da estrutura, cumpra as seguintes condições mínimas: a) Ser um anel contínuo no entorno da estrutura, com ao menos 80% do seu comprimento enterrado a 0,5 m e que diste 1 m da mesma; b) Seguir os materiais e dimensões que constam da Tabela 7, página 22, da parte 3,

Figura 1 – Figura 3 da ABNT NBR 5419, parte 3, comprimento mínimo l1 do eletrodo de aterramento de acordo com a classe do SPDA.

e;

eletrodo num circulo de área equivalente,

c) O raio médio re da área abrangida

então:

pelos eletrodos não pode ser inferior ao comprimento mínimo do eletrodo l1 .

ser adicionados com comprimentos indi­ viduais lr (horizontal) e lv (vertical) dados

re = √(A/π)

pelas seguintes equações: l r = l 1 – re

Em que:

e

A = área do eletrodo não regular convertida

Pode-se obter l1 na Figura 3 da parte 3 em

l v = (l1 – re)/2

para um circulo de mesma dimensão.

função da classe do SPDA e da resistividade

Lembrar que, no caso da impossibilidade

do solo no local da instalação.

Após feita a comparação, se a

técnica da construção do anel externo

à edificação, este pode ser instalado

que 3 000 Ω.m, prolongar as curvas por meio

condição (re ≥ l1) não for satisfeita, deve-se adicionar

internamente. Para isto, devem ser tomadas

das equações:

possível da conexão entre o subsistema

medidas

de descida e o eletrodo de aterramento.

causados por tensões superficiais que

Eletrodos horizontais ou verticais de­vem

constam da seção 8 da parte 3.

Para solos com resistividades maiores

l 1 = 0,03ρ-10 (para classe I) e l 1 = 0,02ρ-11 (para a classe II)

Uma forma prática para obtenção de

re em eletrodos cuja área é irregular e não facilita o acesso a esse parâmetro é converter a área irregular formada pelo

eletrodos

o

mais

próximo

visando

minimizar

os

riscos

PARA REFLEXÃO: A partir de uma análise rápida da Figura 3, constata-se que nenhum elemento enterrado, independentemente da classe do SPDA ou da resistividade do solo, em qualquer direção, pode ser considerado como eletrodo de aterramento normalizado se não tiver um comprimento mínimo de 5 m. Esta figura, com algumas modificações que não alteram esta prescrição, consta da ABNT NBR 5419 desde a versão de 1993! Quantos “eletrodos” estão espalhados pelo país com apenas uma haste de aço recoberta por cobre com comprimento máximo de 3 m?



132

NR 10

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Vestimentas de segurança

Algumas dúvidas recebidas pelos leitores

dos equipamentos e dispositivos elétricos.

durante o mês podem ser as mesmas de outras

pessoas e, por isso, continuarão a ser utilizadas

entorno de um quadro ou cubículo, em que é

nas discussões realizadas nesta coluna.

necessária a utilização de vestimentas desta ou

Uma delas em especial diz respeito a um

daquela categoria e nessa região (demarcada no

item que parece estar muito escondido no texto

piso), embora possa não ocorrer a contato com

normativo da NR 10: roupas de proteção e o

partes vivas (caso as portas estejam trancadas),

conceito de barreira e obstáculo.

não se recomenda a circulação de pessoas, a

menos que estejam devidamente trajadas – com

A norma estabelece no item 10.2.9.2 que:

Esse estudo deve determinar a área do

EPI específico para proteção contra arcos. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho

Permitir

varrição

devem ser adequadas às atividades,

trabalhador

não

ou

limpeza

autorizado,

por

usando

um EPI

devendo contemplar a condutibilidade,

contra efeito de eletricidade (arco) seria um

inflamabilidade e influências

contrassenso difícil de explicar porque se ele

eletromagnéticas.

usa o EPI admitiu-se a existência do risco e ele deve ser informado e treinado com relação às

A vestimenta de trabalho é, no caso em

medidas de proteção, etc.

análise, entendida como um equipamento

de proteção individual, um EPI destinado à

com as proteções devidamente instaladas (portas

proteção do tronco, dos membros superiores e

fechadas com chave e acesso controlado), não

inferiores e será completada com equipamento

haverá delimitação de restrição à aproximação e,

de proteção para a cabeça e outras partes.

portanto, a circulação fica liberada.

Constam do item os principais efeitos

da eletricidade, mas não se descarta que se

dispositivo que impede qualquer acesso às

aplica também aos riscos devidos as influências

partes energizadas (acidental ou não), pois o

ambientais, como é o caso de insetos, (abelhas

acesso, além de controlado, deve depender do

em postes e quadros elétricos, etc.).

uso de chave ou ferramenta.

No entanto, esse texto, embora genérico e

Já nos quadros elétricos resistentes ao arco e

Por fim, o conceito da barreira é de um

Um exemplo é: se a porta de um painel for

abrangente, tende a fluir para o caso dos arcos

fechada com cadeado, esta porta será uma

elétricos, que são a condição de risco mais

barreira, mas se a chave estiver acessível a

frequente. É fundamental que se faça a distinção

qualquer pessoa, ela deixa de ser barreira. Se

da área de risco devido ao arco elétrico com a

essa mesma porta possuir trinco que possa ser

área de risco por conta de choque elétrico.

acionado com as mãos e sem chave especial,

isso não é barreira, é obstáculo.

O quadro de distâncias e áreas de risco

e controlada (anexo B da NR 10) levam em

conta apenas a tensão elétrica e não o arco.

fechadura, mas possuir quatro parafusos e

Se a mesma porta não tiver trinco e nem

As distâncias de segurança e as roupas de

porcas que precisam ser removidos com chave

proteção contra arco e fogo repentino devem

de boca, é barreira, mas se em lugar de porca

ser calculadas em função de uma série de

forem utilizadas borboletas, deixou de ser

variáveis que são características da instalação e

barreira e virou obstáculo.



134

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Análise da forma de onda – Quando, como e por quê?

Aqueles que habitualmente frequentam

conhecer o carregamento médio de um

Quando as variáveis são integradas, estes

as sempre ricas sessões das sucessivas

transformador, o fator de potência médio

165 milhões de pontos são convertidos em

“Conferências sobre Qualidade da Energia”,

de uma carga, a distorção harmônica média

seis pontos (três tensões e três correntes).

organizadas pela turma da Sociedade

de tensão de um barramento e, assim por

Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica

diante, teremos que ter acesso às variáveis

regime do tempo, as senoides devem ser

(SBQEE), se acostumaram a ouvir nossos

integradas no domínio da frequência. Note

investigadas não a cada ciclo, mas, muitas

velhos mestres explicando a importância

que estamos tratando de valores médios.

vezes, a análise esbarra na resolução da

da cuidadosa avaliação da forma de onda

Neste

ciclos

construção desta senoide. Em outras

quando se deseja entender os fenômenos

registrados são integrados em (grandes)

palavras, se uma senoide é construída

de qualidade de energia, no domínio

intervalos de 5 a 15 minutos. Note que 15

digitalmente com uma taxa de 512

do tempo. Ao contrário das medições

minutos equivalem a 54.000 ciclos em 60

amostras por ciclo, a resolução será de

tomadas no domínio da frequência, em

Hz; considerando-se três fases de tensão

aproximadamente 30 µs, e os fenômenos

que as variáveis elétricas são integradas

e três de corrente, teremos então 324.000

“visíveis” serão somente aqueles que

e disponibilizadas em comportamentos

ciclos, que se tomados a uma taxa de

venham a ocorrer em intervalos superiores

das tensões e correntes eficazes ou

512 amostras/ciclo serão necessários

a este período. Havendo a necessidade

mesmo nas diversas frequências, as

pouco mais de 165 milhões de pontos

de se aumentar esta resolução, será

potências, distorções, desequilíbrios e

para formar a amostra destes 15 minutos.

necessário aumentar a taxa de amostragem

caso,

normalmente,

os

A análise da qualidade de energia no

outras variáveis (todas integradas) ao longo do tempo. Já no domínio do tempo é possível avaliar o comportamento das formas de onda de tensões e das correntes de características senoidais em tensão alternada com propósitos aplicados na analise da qualidade da energia de forma mais acurada.

Ponto de discussão

A questão a ser discutida, e o debate

sempre aparece, está relacionada ao que se deseja medir. Em um paralelo simplista com as medições de distância entre dois pontos, a questão está em se escolher em utilizar uma trena ou um micrômetro para efetuar tal medição.

Valor instantâneo ou integrado Voltando ao nosso caso elétrico, a situação é semelhante. Se desejamos

Figura 1 – Curva “ITIC“. Fonte: ITIC.org.


135

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Figura 2 – Registro contínuo de distorção de tensão, e formas de onda de tensão e corrente. Zoom da forma de onda de tensão. Fonte: Ação Engenharia e Instalações Ltda.

Outras necessidades para avaliação

Conclusão

para, por exemplo, 1024 amostras por

ciclo.

em regime do tempo estão relacionadas

A

avaliação

dos

distúrbios

de

A conhecida curva ITIC reproduzida na

aos distúrbios de qualidade energia

qualidade de energia para a mitigação

Figura 1 apresenta a tolerância permitida do

como os afundamentos e elevações

e ações corretivas requer aplicação de

comportamento da tensão na alimentação

instantâneas, momentâneas e mesmo

instrumentos adequados para avaliação

das cargas de tecnologia de informação (TI)

temporárias

distorções

dos fenômenos. As soluções corretivas

e possui sua construção com ocorrências

e deformações de forma de onda e

podem ser tomadas nas fontes, nas cargas,

a partir de 1 µs, passando por 1 centésimo

cortes de tensão (ou notches) como

na topologia da instalação ou com a

do ciclo (em 50 Hz) - 200 µs, 1 ciclo, 10

ilustra a figura 2, onde se observa o

instalação de dispositivos de compensem

ciclos e assim por diante. Os valores de

comportamento da distorção de tensão

o fenômeno como filtros, compensadores,

tensão, notadamente aqueles menores

em regime da frequência (3ª linha do

acionamentos e outros.

que 1 ciclo, são observados nas formas

gráfico) e as formas de onda de tensão

Tomar

de onda. Esta análise, típica de fenômenos

e corrente. O zoom indicado ilustra a

total conhecimento das ocorrências e

transitórios, só é possível de ser feita

ocorrência de cortes de tensão (ou

comportamento das variáveis elétricas como

com instrumentos capazes de registrar a

notches) devido à entrada da carga em

as disponibilizadas pelas analises no regime

guardar todas estas informações.

operação.

do tempo pode comprometer o projeto.

de

tensão,

ações

corretivas

sem

o


136

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novos requisitos para o tipo de proteção Ex “e” Segurança aumentada Os

equipamentos

elétricos

para

Zona 1, sob o ponto de vista de normalização

gases inflamáveis.

instalação em atmosferas explosivas contendo

no qual os fabricantes de equipamentos

O nível de proteção por segurança

gases inflamáveis com tipo de proteção Ex

“Ex” da Alemanha e o PTB tinham estado

aumentada Ex “e” proporciona níveis de

“e” (Segurança aumentada) são fabricados

ativamente envolvidos ao longo das décadas

proteção

com medidas adicionais de proteção para

anteriores.

Protection Level) EPL Gb ou EPL Gc.

reduzir, com um elevado grau de certeza, a

O tipo de proteção Ex “e” pode ser

O nível de proteção “eb” se aplica a

possibilidade de ocorrência de temperaturas

considerado como sendo a técnica de proteção

equipamentos ou componentes, incluindo

excessivas e de arcos e centelhas no interior

mais efetiva, do ponto de vista econômico e

suas conexões, condutores, fiação, lâmpadas

ou no exterior destes equipamentos, as quais

de segurança, juntamente com os invólucros

e baterias. Este nível de proteção Ex “eb”

não ocorrem em operação normal.

plásticos de componentes centelhantes à

é

prova de explosão (proteção combinada Ex

componentes elétricos, tais como terminais,

equipamentos elétricos industriais com tipo

“de”) e a segurança intrínseca (Ex “i”).

condutores,

de proteção por segurança aumentada Ex

lâmpadas

“e”, os motores de indução trifásicos com

proteção, medidas adicionais de fabricação

componentes eletrônicos. Esta nova edição

rotor em gaiola de esquilo, transformadores

são levadas em consideração para evitar,

se aplica a equipamentos elétricos com nível

de potência, transformadores de corrente e

com um elevado grau de segurança, a

de proteção “eb” com tensão nominal que não

de tensão (eletromagnéticos e com bobina

possibilidade de ocorrência de temperatura

exceda 11 kV.

de Rogowski), instrumentos de medição,

acima da temperatura limite e da ocorrência de

luminárias, caixas de junção e de terminais

centelhas e arcos no interior do equipamento

equipamentos ou componentes incluindo

para conexão, caixas de compartimento de

e em partes expostas a atmosferas explosivas.

suas conexões, condutores, fiação, lâmpadas

terminais para todos os equipamentos elétricos

Equipamentos nos quais arcos, centelhas ou

e baterias, incluam semicondutores ou

e os invólucros de equipamentos e painéis

altas temperaturas possam ocorrer durante a

capacitores eletrolíticos. Este nível de

elétricos, eletrônicos e de instrumentação

operação normal não podem ser fabricados

proteção Ex “ec” é proporcionado por

Do ponto de vista construtivo, um

somente com este tipo de proteção Ex “e”,

equipamentos e componentes elétricos

equipamento com tipo de proteção Ex “e” não

uma vez que esta técnica de proteção se

tais como terminais, condutores, bobinas,

pode ser imediatamente distinguido de um

baseia no conceito da prevenção.

transformadores,

equipamento industrial comum projetado para

Foi elaborada pelo TC-31 e publicada

incluindo componentes eletrônicos. Esta

instalação em áreas classificadas do tipo Zona 2.

pela IEC em junho de 2015 a Edição 5.0 da

nova edição se aplica a equipamentos

Por este motivo, um grande desafio

norma internacional IEC 60079-7 – Proteção

elétricos com nível de proteção “ec” com

encontrado pelos fabricantes alemães de

de equipamentos por segurança aumentada

tensão nominal que não exceda 15 kV.

equipamentos de segurança aumentada,

Ex “e”.

quando do lançamento deste tipo de proteção

Esta norma especifica os requisitos para

de proteção Ex “ec” incorpora os requisitos

Ex “e” na década de 1940, foi convencer as

o projeto, dimensionamento, fabricação,

anteriormente apresentados na Norma NBR

autoridades, os organismos de certificação

avaliação, ensaios de tipo, ensaios de rotina

IEC 60079-15, aplicáveis a equipamentos

e os usuários dos diversos países da Europa

e marcação de equipamentos e componentes

não centelhantes, com tipo de proteção Ex

e de outros continentes de sua aplicação

com o tipo de proteção Ex “e”, destinados

“nA”. Como o tipo de proteção Ex “nA” se

segura, mesmo em áreas classificadas do tipo

para instalação em atmosferas explosivas de

baseava nas mesmas filosofias e conceitos

Podem ser citados como exemplos de

Para dispositivos que utilizam este tipo de

de

equipamento

proporcionado

por

bobinas, e

baterias,

(Equipment

equipamentos

e

transformadores, mas

não

para

O nível de proteção “ec” se aplica a

lâmpadas

e

baterias,

É importante destacar que o novo tipo


137

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

de proteção sobre equipamentos “Ex”

conversores de frequência, relativos ao EPL

que normalmente não apresentam fontes

aplicável (“eb” ou “ec”)

Subcomitê SC-31 do Cobei, responsável pelo

de centelhas ou de altas temperaturas, os

– Definição de que os invólucros Ex “e” vazios

acompanhamento do desenvolvimento destas

requisitos indicados naquela Norma 60079-

(certificados com sufixo “U”) podem ser

normas internacionais, participou, em nome

15 eram muitos similares aos requisitos do

somente marcados no lado interno

do Brazil National Committee for the IEC

tipo de proteção Ex “e”.

– Incluídos requisitos para a utilização de

(Cobei), de todo o processo de atualização,

Desta forma foi definido pelos países

materiais isolantes elétricos sólidos, dentro

comentários, votação e aprovação desta nova

participantes do TC-31 da IEC, incluindo

dos limites de sua estabilidade térmica

edição 5.0 da norma IEC 60079-7.

o Brasil, a incorporação dos requisitos do

­– Introduzidos requisitos para motores com

tipo de proteção Ex “nA” na Edição 5.0 da

rotor com ímãs permanentes para ELP “Gb”

norma internacional elaborada pelo TC-31

IEC 60079-7, com o nível de proteção de

e “Gc”

da IEC, esta Comissão de Estudo do Cobei

equipamento “diferenciado” EPL Gc.

­– Introduzidos requisitos para luminárias LED

passou a executar os necessários trabalhos

As principais alterações técnicas que

com tipo de proteção Ex “ec”

de revisão e de atualização da respectiva

foram introduzidas na Edição 5.0 de 2015 em

– Introdução do Anexo H sobre a possibilidade

norma brasileira equivalente ABNT NBR IEC

relação à Edição 4.0 anterior, publicada em

de redução das distâncias de isolação e de

60079-7, publicada pela ABNT em 2008.

2006, são as seguintes:

escoamento para o EPL “eb” e o EPL “ec”,

Estes trabalhos têm como objetivo manter

sob condições especiais

estas normas devidamente harmonizadas

– Introdução dos níveis de proteção de

– Introduzidos novos requisitos para a

e equivalentes, em termos de conteúdo

equipamento (EPL) “eb” e “ec”

potência de dissipação de cátodos em

técnico, forma e apresentação, em relação

– Os requisitos do tipo de proteção “não

lâmpadas alimentadas por reatores elétricos

às novas edições das respectivas normas

acendível) (Ex “nA) foram transferidos da IEC

para manutenção da classe de temperatura

internacionais.

60079-15 para a IEC 60079-7

T4, devido ao risco do efeito de fim de vida

Mais informações sobre a norma IEC

– Introduzidos novos requisitos para a

das lâmpadas fluorescentes (EOL - End Of

60079-7 Ed. 5.0 podem ser encontradas em:

operação

Life)

https://webstore.iec.ch/publication/22791

de

motores

acionados

por

A Comissão de Estudo CE 03:031.03 do

Com a publicação da nova edição desta


138

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por João Gabriel Pereira de Almeida*

Poluição luminosa – o que cada um pode fazer sobre isso?

de

(MG). Já durante a passagem do grande

sociais a foto ilustrada a seguir. “Uma

Há alguns dias circulou pelas redes

placas e letreiros, iluminação residencial,

cometa Halley, em meados dos anos

maravilha!”,

1980, tive de me dirigir para uma área

Todos

iluminação

mais rural e sem muita influência das luzes

Essa imagem foi criada a partir de

contribuem para o incremento desse tipo

da cidade para melhor visualizar esse

um conjunto de fotografias tiradas em

de poluição.

astro magnífico. Na verdade, a poluição

diferentes horários e posições a alguns

Há alguns anos ainda era possível

luminosa pode ser considerada como

quilômetros

da

para a grande maioria dos brasileiros

mais um efeito colateral perverso da

Terra. Ela retrata um fenômeno cada dia

visualizarem o grande espetáculo de

revolução industrial.

mais comentado por todos e conhecido

estrelas a partir das janelas de suas

como “poluição luminosa”. Muitos de nós

casas. Me lembro bem que ainda no início

urbana utilizada nas cidades é ineficiente,

estamos familiarizados com os termos

dos anos 1970 tive o privilégio de ver o

superdimensionada e eventualmente des­

poluição do ar, poluição das águas, mas

meu primeiro cometa a partir da janela

ne­ces­sária. A figura a seguir ilustra uma

talvez nem todos conheçam esse outro tipo

do quarto de minha casa, situada em um

situação bastante comum encontrada em

de poluição.

bairro da zona central de Belo Horizonte

todos os nossos municípios:

da

luminosa,

internauta.

iluminação

iluminação de fachadas e monumentos.

acima

um

pública,

“Lindo!”, postou outro.

Poluição

comentou

Iluminação

superfície

ou

do

inglês

light pollution, pode ser definida como “luz artificial excessiva ou inapropriada” (Referência: Dark Skies Awareness – an IYA Cornestone Project em http://www. darkskiesawareness.org/faq-what-is-lp. php visitada em 12/08/2015), e os seus

quatro

componentes

principais,

que combinados produzem esse efeito indesejável, são: - Brilho do céu nos grandes centros urbanos: brilho do céu noturno visto sob áreas habitadas; - Luz intrusiva: luz chegando onde não se pretendia, desejava ou necessitava; - Ofuscamento: efeito desagradável que causa desconforto visual. Altos níveis de ofuscamento podem diminuir nossa capacidade de visão; - Confusão/desordenamento: agrupamento excessivo de fontes de luz brilhante e confuso, comumente encontrado em áreas urbanas super iluminadas. A proliferação dessa “confusão brilhante” contribui para o brilho do céu, luz intrusiva e ofuscamento.

esses

tipos

de

O fato é que a maior parte da iluminação


139

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

No caso da iluminação pública, o

org/light-pollution/

primeiro passo para a redução desse

12/08/2015).

mundo das ciências e das pesquisas

problema deve ser tomado no momento

No entanto, a utilização de luminárias com

são os dinossauros e as estrelas...

da elaboração do projeto luminotécnico.

refrator plano e com o devido controle da

então se nossas crianças não podem

Cabe ao projetista observar os critérios de

emissão luminosa nos ângulos acima do

mais ver as estrelas, estamos matando

iluminância/luminância recomendados para

eixo horizontal certamente contribui para a

50% de possíveis futuros cientistas e

cada tipo de via pela ABNT NBR 5101 –

redução dessa poluição.

pesquisadores!”. Aquela afirmação calou

Iluminação Pública. Vias bem iluminadas

fundo no meu pensamento.

certamente contribuem muito para o

o nosso ciclo circadiano, interferir nas

Em países como o Brasil, em que

aumento da poluição luminosa.

consultado

em

O excesso de iluminação pode alterar

a curiosidade das crianças para o

rotas migratórias das aves ou mesmo na

as universidades são mal equipadas,

a

qualidade do descanso dos animais, mas

professores mal remunerados e os alunos

iluminação urbana inadequada pode

existe um problema muito mais grave

nem sempre estão comprometidos com

contribuir consideravelmente para a

relacionado à poluição luminosa que muitas

o melhor aprendizado, talvez essa ideia

poluição luminosa em nossos municípios.

vezes passa despercebido por todos!

de matar futuros cientistas possa soar

Nela, podemos ver a utilização de

estranha, mas, e você, concorda com essa

uma luminária inadequada, que emite

de assistir a uma palestra de um cientista

afirmação?

luz diretamente para cima e para as

americano

fachadas das residências, produzindo a

grande problema relacionado à poluição

alguns cursos sobre iluminação estão

luz intrusiva, ofuscamento direto, além

luminosa: “por conta da iluminação feérica

disponíveis no canal do Ceilux no YouTube.

do excessivo nível de iluminância que,

das grandes cidades ao redor do globo

Não deixe de visitar e se inscrever!

refletido pelo pavimento da rua, também

os moradores dessas áreas não podem

contribui para o aumento da poluição

mais ver as estrelas!”. E o palestrante

*João Gabriel Pereira de Almeida é engenheiro

luminosa. (Referência: ida – International

completou seu raciocínio: “aqui nos

eletricista e professor do Centro de Excelência

Dark-Sky Association em http://darksky.

EUA os dois temas que mais despertam

em Iluminação (Ceilux)

A

imagem

exemplifica

como

Alguns anos atrás tive a oportunidade que

me

fez

entender

o

Para os mais interessados no assunto,


140

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

Por Jair Barbosa, Ricardo dos Santos, Jesus Romero, Patrícia Asano e João Batista Camargo Junior*

Metodologia para a determinação dos índices de confiabilidade em subestações de energia elétrica com ênfase nos impactos sociais de uma falha Atualmente,

tem

mais segura e adequada ao consumidor

confiabilidade de subestações, incluindo

energia

de energia elétrica, índices mínimos de

Método de Monte Carlo, Árvore de

elétrica, sendo praticamente impossível

qualidade de fornecimento de energia

Falhas, Método de Markov, Diagrama de

imaginar o que poderia acontecer se

são exigidos pela Agência Nacional de

Redes, entre outros. O problema a ser

faltasse esta matéria-prima primordial

Energia Elétrica (Aneel) demandando

equacionado neste cenário é identificar

para o desenvolvimento de um país. A

constante esforço e investimento nas

por meio da relação “porte do sistema”

importância do constante fornecimento

áreas de pesquisa e desenvolvimento

versus “dados disponíveis” o método

de energia elétrica para uma nação

das empresas do setor energético.

mais apropriado para uma situação

é

específica.

uma

forte

a

sociedade

dependência

inquestionável,

proporciona

da

visto

uma

que

este

Casos

confortável

vida

pela

os

Aneel

índices não

estabelecidos

sejam

atingidos,

Sendo

assim,

visando

o

cotidiana para a sociedade, além de

penalidades são aplicadas às agências

desenvolvimento de uma metodologia

um efetivo movimento no comércio e na

de distribuição/transmissão de energia

alternativa que atenda às necessidades

produção industrial.

elétrica. Além disso, as falhas nos

operativas supracitadas, foi desenvolvido

sistemas elétricos muitas vezes geram

um trabalho de investigação que adota

sistema elétrico de potência é produzir

impactos

termos

a aplicação simultânea da técnica de

(com fontes renováveis e não renováveis),

sociais, financeiros e relacionados ao

Árvore de Falhas e do método de Monte

transportar e distribuir a energia elétrica

desgaste dos equipamentos elétricos.

Carlo, permitindo a determinação dos

de forma segura e confiável. Esta última

Outro fator relevante é o elevado

índices de confiabilidade/disponibilidade

etapa é responsável pelo fornecimento

custo com manutenções corretivas em

de subestações de energia elétrica.

de energia para os centros residenciais,

subestações de energia elétrica, o qual

Neste caso, o método da Árvore de

comerciais e industriais.

Neste

contexto,

Visando

discutir

apropriadas

aos

a

finalidade

soluções atuais

imensuráveis,

em

pode ser minimizado por meio de uma

Falhas permite identificar graficamente

mais

precisa análise de custo-benefício no

os

pontos

que

podem

conduzir

a

na

momento de direcionar os investimentos

subestação a uma situação de falha,

área de distribuição de energia elétrica,

e/ou especificar o tipo e a quantidade de

enquanto o Método de Monte Carlo

pesquisas buscam identificar soluções

equipamentos necessários.

permite definir qual é a probabilidade de

viáveis para melhorar os índices de

O

ocorrência de cada ponto presente na

confiabilidade

disponibilidade

e

desafios

do

disponibilidade

das

estudo

de de

confiabilidade/

subestação

pode

Árvore de Falhas.

subestações de distribuição de energia

dar subsídios para tal direcionamento

Vale ressaltar que a metodologia

elétrica. Tal medida visa reduzir o número

dos

investimentos,

identifica

de interrupções no fornecimento de

uma

dificuldade

energia elétrica e, consequentemente,

concessionárias de energia elétrica é

indisponibilidade para qualquer arranjo

minimizar os impactos ambientais, sociais,

determinar os pontos mais vulneráveis do

de subestação, com o objetivo de elevar

econômicos

e

técnicos

decorrentes

uma

vez

encontrada

que pelas

a

os

probabilidade

pontos de

vulneráveis, falha

e

a

sistema.

os índices de confiabilidade, elevar a vida

dessas interrupções não programadas.

Muitas ferramentas e metodologias

útil dos componentes e proporcionar

Nesse sentido, para atender de forma

estão

um esquema otimizado de manutenção

disponíveis

para

estudos

de


141

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

preventiva

para

as

Probabilidade de Falha

concessionárias.

Probabilidade de Falha

Consequentemente, o resultado desse trabalho visa diminuir a frequência dos cortes de energia não programados e

Subestação Anel

Subestação Simples

19%

seus respectivos impactos ambientais, sociais, econômicos e técnicos. a

probabilidade

Subestação Simples

16%

44%

44%

A título de exemplo, a Figura 1 apresenta

Subestação Anel

de

37%

41%

falha

calculada para três diferentes arranjos de subestações, sendo, no primeiro caso, utilizado o conhecido método

Subestação Seccionada

Subestação Seccionada

A

de Diagrama de Redes (interligação de blocos com dados para estudo de

B

Figura 1 – Probabilidade de falha para três diferentes arranjos de subestação: a) Método de Redes; b) Método Proposto.

confiabilidade), enquanto, no segundo caso, utilizado o método baseado em

sociais e técnicas estão fortemente

Universidade Federal do ABC, Santo André (SP);

Árvore de Falhas e Simulação de Monte

relacionadas, sendo um dever de todos

Prof. Dr. JESUS FRANKLIN ANDRADE

Carlo.

os envolvidos, na busca por soluções

ROMERO - Universidade Federal do ABC,

Finalizando, pode-se afirmar que o

viáveis, atender adequadamente as duas

Santo André (SP);

esforço na direção de mais uma alternativa

áreas.

Profa. Dra. PATRÍCIA TEIXEIRA LEITE

para

o

estudo

de

confiabilidade/

disponibilidade

de

justificado

importância

pela

subestações que

é as

ASANO - Universidade Federal do ABC, Santo *Prof. Msc. JAIR DIAZ BARBOSA

André (SP) e membro IEEE;

– Universidade de Santander, Sede

Prof. Dr. JOÃO BATISTA CAMARGO JÚNIOR

mesmas representam para a sociedade.

Bucaramanga - Colômbia;

– Universidade de São Paulo – USP, São

Observa-se que, atualmente, as questões

Prof. Dr. RICARDO CANELOI DOS SANTOS -

Paulo (SP).


142

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

As consequências do furto de energia A

percepção

das

e deve ser acessível a toda a população,

demonstrado o seu efeito na sociedade.

consequências da falta de planejamento

porém, quando transformamos a conta

A

ou a permissividade dos gestores públicos,

de energia em uma coletoria de impostos

equipamentos de medição e controle

muitas

vezes,

da

extensão

acontecem

em

médio

evolução

tecnológica

dos

e encargos, inviabiliza-se a modicidade

desempenha um papel importante nesta

e longo prazos. Benefícios imediatos

tarifária

batalha, porém, sem uma política racional

demonstram, com o passar do tempo, que

capacidade de pagamento.

de ocupação e sem um estabelecimento de

eram armadilhas para o futuro, verdadeiro

Este conjunto de fatores faz com que

tarifas realistas e compatíveis com a renda

canto da sereia.

a busca de alternativas chegue ao furto

da população, temo que seja um trabalho

Deficiência de controle na ocupação

de energia, que tem um efeito danoso ao

sem muita possibilidade de sucesso.

dos espaços urbanos, travestidos de justiça

sistema elétrico e, pior ainda, a sociedade.

social, vem em médio e longo prazos impor

Todos pagam pela energia furtada,

à população consequências danosas em

o que tem um efeito multiplicador no

relação à infraestrutura para que possam

comportamento

viver com um mínimo de decência.

lesados.

Um efeito percebido de forma muito

e,

consequentemente,

dos

que

se

a

sentem

A consciência de que furto de energia

clara refere-se ao fornecimento de energia

é um problema de todos seria o início de

em comunidades de baixa renda, em que a

um ciclo virtuoso, pois a visão equivocada

falta de controle e o desordenamento são

de que não sofremos as consequências é

gritantes. O que na verdade se consegue é

um incentivo a esta prática.

uma completa ausência do poder público,

estabelecimento de regras próprias e uma

de Janeiro, o furto de energia corresponde

qualidade de fornecimento sofrível.

a todo o consumo do Estado do Espírito

Santo, gerando assim uma imensa evasão

As distribuidoras de energia têm sua

Na área de concessão da Light no Rio

parcela de responsabilidade neste cenário,

de recursos e riqueza.

Por Antônio Florêncio, presidente do Conselho

porém, virar as costas às origens do

de Consumidores da Light e do Sindicato

problema faz parecer um exercício de faz

energia não tem identidade e endereço, ele

do Comércio Varejista de Material Elétrico,

de conta.

acontece em todas as regiões e camadas

Eletrônicos e Eletrodomésticos do Rio de

sociais, pessoas físicas e jurídicas, ficando

Janeiro (Simerj).

Energia elétrica é um bem essencial

É importante salientar que o furto de



144

Agenda 9 A 11 DE NOVEMBRO

Cursos

ATERRAMENTO ELÉTRICO E PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS SENSÍVEIS

Descrição

Informações

O curso tem como objetivo ensinar aos participantes como executar e avaliar um sistema de aterramento. Nesse sentido, serão fornecidos critérios da nova versão da ABNT NBR 5419, da ABNT NBR 5410, da ABNT NBR 7117 e da ABNT NBR 15749. Os alunos aprenderão também métodos para a proteção de equipamentos sensíveis, tais como computadores, máquinas industriais e datacenters. O curso é composto ainda por aula prática no campo, com medições reais e avaliações.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031-13.26 barreto@barreto.eng.br

9 A 12 DE NOVEMBRO

MANUTENÇÃO EM MOTORES ELÉTRICOS

Descrição

Informações

Apresentar os procedimentos de manutenção de motores elétricos, visando a diminuição de paradas intempestivas, a redução de custos, o prolongamento de vida útil e a operação adequada, é o objetivo do curso realizado pela Fupai. Os participantes aprenderão a trabalhar com motores de indução trifásicos e motores de corrente contínua. Serão realizados: testes e ensaios em motores de indução trifásicos e testes e ensaios em motores de corrente contínua. O curso é composto por aulas expositivas complementadas com práticas em laboratório

Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br

9 A 12 DE NOVEMBRO

QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA/HARMÔNICOS

Descrição

Informações

Os alunos que participarem do curso receberão informações práticas e teóricas sobre o tema “qualidade da energia elétrica”. Entre os principais temas a serem ensinados estão: principais tipos de distúrbio, principais proteções contra os distúrbios e harmônicos. Serão apresentados os conceitos básicos da matéria, assim como definições e comentários a respeito das principais normas/literaturas relacionadas à qualidade de energia. Haverá também um estudo de rede para avaliação de impacto no Sistema Elétrico.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

9 A 13 DE NOVEMBRO

MODERNIZAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Descrição

Informações

Voltados para engenheiros, arquitetos e técnicos de bom nível com atuação na área de gerenciamento predial, o curso almeja indicar os pontos que devem ser considerados no processo de revitalização tecnológica de edificações, objetivando um aumento na segurança pessoal e patrimonial, facilidade de comunicação, conforto ambiental e uso racional da energia elétrica. O curso contará com visita técnica e miniconsultoria com análise e discussão de casos trazidos pelos participantes.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4328-5113 www.neosolar.com.br/aprenda/ cursos

16 E 17 DE NOVEMBRO

8º FÓRUM LATINO-AMERICANO DE SMART GRID

Descrição

Informações

Com o tema “As tecnologias inovadoras em benefício dos consumidores e empresas de energia”, o 8º Forum Latinoamericano de Smart Grid” tem o objetivo de monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizar resultados obtidos e articular ações para criar condições de implementação de tecnologias. Para isso, o evento contará com a participação de empresas de energia, agentes de regulação e de política governamental, agentes financeiros, consumidores e da sociedade em geral. O evento contará com fórum técnico e espaço de exposição.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

24 E 25 DE NOVEMBRO

Eventos

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

FÓRUM EÓLICO - CARTA DOS VENTOS 2015

Descrição

Informações

O Fórum Nacional Eólico terá como foco na edição deste ano a expansão dos parques eólicos e o novo mapa da geração. No primeiro dia de evento, serão debatidos os seguintes temas: mão-de-obra e capacitação para o setor eólico; o futuro da energia; e políticas públicas para o setor eólico. No segundo e último dia de fórum, os participantes discutirão: o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias; project finance e captação de recursos em projetos eólicos; os desafios da transmissão; e o novo mapa da geração eólica.

Local: Salvador (BA) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com

25 A 27 DE NOVEMBRO

FEIRA INTERNACIONAL DO SETOR ELÉTRICO (FISE)

Descrição

Informações

Chegando à sexta edição no ano de 2015, a Fise tem como propósito integrar a indústria elétrica na América Latina por meio da criação de um cenário comercial que propicia a realização de contatos e negócios para empresários

Local: Medellín (Colômbia) Contato: (574) 444 99 27/(574) 311 382 6453 fise@feriasectorelectrico.com.co

nacionais e internacionais. Participam do evento fornecedores de matérias-primas, produtos, materiais e equipamentos; investidores; empresas de engenharia; empresas consultoria; universidades; e entidades de pesquisa e desenvolvimento. 26 A 28 DE NOVEMBRO

ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE

Descrição

Informações

Em sua sétima edição, o Encontro Anual do Mercado Livre foi concebido, segundo seus organizadores, para ser uma oportunidade única de diálogo técnico e comercial entre geradores, comercializadores e consumidores livres. No último dia de evento, na parte da manhã, será realizado um workshop com temática a ser definida, em breve, pela organização do evento. Neste ano, o evento será promovido pelo Grupo Canal Energia em parceria com a Abeeólica, Abiape, Abrace, Abraceel, Abragel, Anace e Apine.

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Elos 101 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br

Brametal 9 (27) 2103-9400 / 9436 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br BRVal 51 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cabelauto 109 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 81 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Chint 13 (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 63 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 5

Embrata 118 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enerbras 29 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br Enercom 103 (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br www.enercom.com.br Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

IFG 139 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Iguaçumec 104 (43) 3401-1000 iguacumec@iguacu.com.br www.iguacumec.com.br Ilumatic 35 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Incesa - Condumax 47 (17) 3279-2600 – 0800 770 3228 www.incesa.com.br Inelsa 17 (85) 3371-9600 www.inelsa.com.br Instrumenti 89

(11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 133 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 91 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kanaflex 96 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 28 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br

Mon-Ter 88 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

Sarel 43 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Multhiplos 107 (11) 2724-8333 multhiplos@multhiplos.com.br www.multhiplos.com.b

Sassi Medidores 123 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

Nelmetais 141 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br Newmax 94 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp Fascículos e 57 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

Nutsteel 127 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 4 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Omicron 143 info.latam@omicronusa.com www.omicronusa.com Palmetal 79 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 87 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 132 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br

General Cable 21

KRC 142 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br

Gimi Pogliano 61

Liba Painéis e Automação 135 (21) 3658-7706 / 7196 www.libapaineis.com.br comercial@libapaineis.com.br

PCE 83 (55) 3375 3154 / 3375 5600 comercial@pce-eng.com.br www.pce-eng.com.br

Logmaster 14 (51) 2104-9005 www.logmaster.com.br

Power Lume 39 (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br

(11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br HDA Iluminação Led 37 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

COMSOL (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com

Hellermann Tyton 49 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Conex 111 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

Himoinsa 117 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br

Conprove 15 (34) 3218-6800 vendas@conprove.com.br www.conprove.com.br

ICE Cabos Especiais 55 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Huntsman 8 0800 170 850 www.huntsman.com/power

Média Tensão 115 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br Megabrás 10 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com Melfex 78 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

Patola 119 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

Senai Pirituba 105 (11) 3901-9300 senaipirituba@sp.senai.br www. pirituba.sp.senai.br Siklowatt 19 (47) 3232-8991 comercial@siklo.com.br www.siklowatt.com.br Sindustrial Engenharia 20 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Solução Equipamentos 26 (31) 9783-5359 financeiro@sesolucao.com.br www.sesolucao.com.br Strahl 27 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com TE Connectivity 90 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Terex 31 (31) 2125-4000 beh-marketing@terex.com www.terexritz.com.br Termotécnica 113 (31) 3308-7000 eventos@tel.com.br www.tel.com.br Total Ex Light 77 (22) 2748-1200 / (21) 2687-9159 comercial@totalex.com.br Trael 129 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Tremax 99 (16) 3266-1297 / 3266-3158 contato@ tremax.com.br www.tremax.com.br Unitron 41 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br Urkraft 85 (11) 3662-0115 urkraft@urkraft.com.br www.urkraft.com.br Vextrom 23 (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br www.vextrom.com.br

Press Mat 97 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

VR Painéis Elétricos 95 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

RDI Bender 59 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Wirex Cable 100 (11) 2191-9400 vendas.cabos@wirex.com.br www.wirexcable.com.br

Romagnole 93 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br

Z. Ljght 126 (49) 3366-6000 www.zlight.combr

145


146

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Setembro de 2015

O que há de errado?

Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas

brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Esta instalação foi registrada pelo engenheiro Paulo Barreto, da Barreto Engenharia.

Encontre os erros, mande suas conclusões e concorra a prêmios! O resultado será divulgado na edição 118, de novembro de 2015.

Resposta da edição 114 (Julho/2015)

Não perca tempo! Mande sua resposta

acesse o site www.osetoreletrico.com.br

O leitor VINICIUS LUI GASPERIN apresentou a resposta mais próxima da correta com

relação às não conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!

para interativo@atitudeeditorial.com.br ou e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Confira a resposta correta: Entre outros erros, o principal problema, de acordo com a ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão, é que a instalação não obedece à seguinte determinação:

A distância mínima, em qualquer direção, entre

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área

condutores de um circuito e os condutores de outro

de instalações elétricas. Não se esqueça de

circuito, ou linhas de comunicação, mensageiros e cabos

mencionar o local e a situação em que a falha foi

blindados instalados em estruturas diferentes, deve ser

encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –

igual à flecha máxima mais 1 cm/kV, considerando o

residencial, comercial, industrial –, circulação de

circuito de maior tensão. Esta separação não deve ser

pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência

inferior a 1,20 m.

sobre o perigo da malfeitoria.




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