Ano 10 - Edição 118 Novembro de 2015
“Hidrodependência” Apesar dos impactos socioambientais, especialistas acreditam que usinas de grande porte são a principal solução para atender ao crescimento da demanda por energia elétrica Smart grid: experiências europeias e desafios para o Brasil Pesquisas exclusivas: - Mercado de grupos geradores e equipamentos para condicionamento de energia - Mercado de materiais para aterramento
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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial. com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Artigo – Smart grid
Experiências europeias de políticas para promoção de redes inteligentes e desafios para o Brasil.
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Carlos Alberto Leitão, Edson Bittar Henriques, Eduardo Daniel, Geraldo Tadeu de Oliveira, Gleidyson Almeida, Lucca Zamboni, Luiz Carlos de Oliveira, Manuel Luís Barreira Martinez, Nivalde de Castro, Paulo Eduardo Faria, Plínio Godoy, Rene Guiraldo, Roberto Brandão, Rogério Romano, Sérgio Feitoza e Sidnei Ueda. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau) / www.energiasustentaveldobrasil.com.br Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
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Coluna do consultor
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Aula prática – Medição de energia
Um balanço final do Cinase 2015.
Painel de notícias
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Resultados da implantação de duas soluções de infraestrutura avançada de medição na região geoelétrica da cidade de sete lagoas (MG).
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Aneel divulga vencedores do Índice de Satisfação de Consumidores
Espaço 5419
2015; Primeira turbina da hidrelétrica Teles Pires entra em operação
100 102
comercial; Dessalinização de água marinha água marinha pode obter
Espaço 5410
desconto em tarifas de energia elétrica; MP que transfere risco
Proteção contra efeitos térmicos – Parte 2
hidrológico ao consumidor chega ao Senado; Engerey lança nova edição do Be-a-bá da Elétrica em versão digital; Siemens anuncia
Colunistas
nova unidade de negócios.
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
104
106 Jobson Modena – Proteção contra raios 108 João Barrico – NR 10 110 José Starosta – Energia com qualidade 112 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 114 Luis Fernando Arruda – Instalação MT
Fascículos 27 Reportagem 58 Grandes usinas hidrelétricas trazem grandes transtornos ao meio ambiente, mas ainda são consideradas, segundo especialistas, a principal solução para os desafios futuros em relação ao consumo e
Dicas de instalação 116
à demanda de energia elétrica.
A importância da mão de obra qualificada e da adoção de produtos
74
Pesquisa – Materiais para aterramento
certificados para que o projeto de rede elétrica seja desenvolvido de forma que garanta a proteção e o conforto dos usuários.
Levantamento do Elat prevê aumento da incidência de tempestades
118
e, consequentemente, de raios neste verão. Isto traz mais foco para
Ponto de vista
os equipamentos de proteção contra descargas atmosféricas.
Custos e impactos econômicos da energia de baixa qualidade.
Pesquisa – Condicionamento de
84
energia e grupo geradores
Agenda 120 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Tendo em vista a preservação do meio ambiente e pressionados pelas
122
altas tarifas, indústrias investem em autoprodução de energia a partir
What’s wrong here
do gás natural.
Identifique o que existe de errado na instalação
Editorial
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
www.osetoreletrico.com.br O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 118 – Novembro de 2015
“Mal” necessário
Ano 10 - Edição 118 Novembro de 2015
“Hidrodependência” Apesar dos impactos socioambientais, especialistas acreditam que usinas de grande porte são a principal solução para atender ao crescimento da demanda por energia elétrica Smart grid: experiências europeias e desafios para o Brasil Pesquisas exclusivas: - Mercado de grupos geradores e equipamentos para condicionamento de energia - Mercado de materiais para aterramento
Edição 118
Nem sempre foi assim, mas nas últimas décadas, pensar na hidroeletricidade como uma saída para o problema da
demanda de energia elétrica é estar preparado para uma verdadeira guerra de ideologias, de interesses e de paixões. De um lado, o desenvolvimentismo acima de qualquer preço. Do outro, a natureza, linda e incólume. Traduzindo: grandes empreiteiras (normalmente amparadas pelo governo) versus ambientalistas. De fato, cada lado tem sua razão. Não dá para, simplesmente, aceitar que uma nova Tucuruí (com seus desastrosos números de vítimas e prejuízos ambientais) seja construída nos dias de hoje, mas há que se admitir que se queremos que o Brasil se desenvolva e cresça a, pelo menos, 3% ou 4% ao ano, com a oferta atual de energia elétrica, fatalmente, teremos um “apagão”.
Uma das alternativas que satisfaz os dois lados é a construção de usinas a fio d’água (sem reservatório ou
com área alagada reduzida), como é o caso de Itaipu Binacional, por exemplo. Ocorre que, neste caso de Itaipu, sua barragem não interrompe completamente o fluxo do rio e serve, especialmente, para produzir o desnível necessário para o acionamento das turbinas, pois a vazão do rio já é a ideal.
Nesse sentido, optar por não manter um estoque de água represado significa limitar a garantia física da energia,
já que, sendo a energia gerada a partir do produto entre vazão e altura da queda, não controlar a vazão (ou seja, não ter barragem) é depender unicamente da natureza (e de São Pedro) para garantir a produção de eletricidade. É este o modelo empregado nas usinas do rio Madeira e do rio Xingu, na Bacia Amazônica. A usina de Belo Monte, por exemplo, com capacidade máxima de 11 mil MW, produzirá apenas 4,5 mil MW médios, pois ficará ociosa durante todo o período de estiagem. A pergunta que fica é: vale a pena um empreendimento deste porte, com investimento de bilhões de reais, área alagada (ainda que reduzida), deslocamento de comunidades ribeirinhas, desmatamento, enormes danos à fauna, para não aproveitá-lo por inteiro? Os impactos existirão de qualquer maneira. E, depois de construída, os impactos da usina são praticamente nulos. Este questionamento também é feito por especialistas entrevistados para a reportagem deste mês, que trata deste assunto tão delicado.
Por este motivo, as outras fontes
renováveis – eólica e solar – são cada vez mais necessárias para compor a matriz elétrica nacional. Por aqui, estas fontes ainda estão passando pela transição de “energia alternativa” para “energia complementar”. Terão elas, um dia, a capacidade de substituir uma hidrelétrica?
Rio Xingu, onde está sendo construída a usina de Belo Monte
Boa leitura,
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
CINASE: a oportunidade para atualização técnica e geração de negócios
O sexto ano do Circuito Nacional do
comunicação entre todos os participantes.
Setor Elétrico (CINASE) foi concluído em
As apresentações foram também disponi
sua 23ª edição que ocorreu em Brasília
bilizadas no aplicativo que pode ser utilizado
neste mês de novembro de 2015. O tema
como meio de comunicação entre os
central: “uma viagem pelas instalações
participantes (congressistas, especialistas e
elétricas” foi adotado nas três edições
patrocinadores) mesmo depois que o evento
realizadas nas cidades de Joinville (SC),
termine, prolongando a comunicação entre
Recife (PE), além da própria edição em
os membros desta rede que foi estabelecida.
Brasília (DF). Vale a pena comentar o
Ao final, o workshop apresentado
alto nível de interesse das comunidades
no modelo de perguntas e respostas se
técnicas destas cidades.
apresentou como uma oportunidade, em
A proposta da viagem considerou uma
que os congressistas puderam medir sua
visão abrangente pelas instalações elétricas
familiaridade aos temas apresentados e os
desde o suprimento pelas concessionárias
especialistas e patrocinadores de elucidar
locais e suas pertinentes preocupações
os principais pontos de suas apresentações
regionais,
sistemas
em forma de questões específicas. Durante
de entrada e distribuição de energia em
fontes
renováveis,
os debates livres que ocorreram com
média tensão e baixa tensão, aspectos
alto interesse dos congressistas, em uma
de manutenção e operação de sistemas
“grande sala de aula”, o gabarito foi sendo
elétricos, a nova ABNT NBR 5419 –
apresentado em meio à distribuição de
Sistemas de Proteção contra Descargas
brindes para as melhores respostas. Sem
Atmosféricas,
segurança
dúvida uma experiência ímpar que garantiu
de operação com a NR 10, sistemas de
aspectos
de
a estas três etapas um alto astral de
iluminação, além de qualidade de energia e
fechamento do congresso.
eficiência energética.
Os temas foram desenvolvidos por
mas as oportunidades geradas para todos
especialistas e patrocinadores que se
neste projeto nos trazem a certeza de que
revezaram durante os dois dias de evento
muitas novidades estão a caminho. Por pior
para apresentar, discutir e fundamentalmente
que seja a situação, não podemos aceitar
debater os temas em animadas conversas. A
que nossa criatividade e esperança sejam
comunicação foi incrementada pelo aplicativo
cerceadas em momentos de crise; a crise
(iOS e Android) que foi especialmente
há de passar e certamente viveremos
desenvolvido com interessantes funções
novas experiências e oportunidades. Que
de perguntas e respostas, além de rede de
tenhamos saúde para isso!
Esperamos o que vem por aí em 2016,
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Aneel divulga vencedores do Índice de Satisfação do Consumidor 2015 Cemig Distribuição foi a concessionária ganhadora na categoria Região Sudeste acima de 400 mil unidades de consumo
A Agência Nacional de Energia
o maior IASC em 2015: 83,18. O
prestados. “Ao pagar mais caro, como
Elétrica
os
maior crescimento foi registrado pela
o consumidor está pagando, aumenta
de
Cooperativa
Rural
legitimamente o seu nível de exigência
(Aneel)
vencedores Satisfação
do do
anunciou Índice
Aneel
Consumidor
de
Eletrificação
(IASC)
da Região de São José do Rio Preto
com relação ao serviço”, ressaltou o
2015. O índice reflete a percepção
(CERRP): 19,11%. Já a Cooperativa de
diretor-geral.
do consumidor residencial sobre a
Eletrificação Lauro Muller (Coopermila),
A
qualidade dos serviços prestados pelas
que apresentou índice de 81,12, foi a
índice IASC foi realizada no período
concessionárias e permissionárias de
vencedora na categoria permissória até
de 2 de junho a 17 de agosto de 2015.
distribuição.
10 mil unidades consumidoras.
No
Na
Na categoria Região Sudeste acima
apresentação
foram
estabelece
o
entrevistados
do
Prêmio,
25.186 consumidores residenciais,
Aneel,
o
Romeu
de
forma
a
a
Rufino, declarou que o índice deve
Ao
todo,
Companhia Energética de Minas Gerais
ser usado pelas distribuidoras como
atendidos pelas 101 distribuidoras,
(Cemig), com IASC de 66,71. Na
um instrumento de gestão de seus
sendo
Região Sul acima de 400 mil unidades
processos, a fim de promover a melhoria
permissionárias.
consumidoras, a concessionária vence
da qualidade dos serviços por elas
todos os ganhadores:
ganhadora
foi
dora foi a Rio Grande Energia (RGE), que
obteve
um
índice
de
66,32.
Nas regiões Norte e Nordeste, as empresas ganhadoras foram Eletrobras Distribuição Rondônia e Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe), que
registraram,
respectivamente,
índices de 52,1 e 71,29. A Eletrobras Distribuição Alagoas ganhou o prêmio de maior crescimento entre 2014 e 2014, com um acréscimo de 4,31%. Entre as concessionárias, a que obteve maior índice (74,81) foi a Muxfeldt Marin & Cia (MUX Energia), que atende as regiões Sul, Sudeste e Centro-
Fonte: Aneel
Oeste entre 30 mil e 400 mil unidades consumidoras. Entre
as
permissórias,
a
Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia das Missões (Cermissões) foi a que venceu o prêmio na categoria permissionárias
acima
de
10
mil
unidades de consumo e a que obteve Fonte: Aneel
da
intervalo
que
de 400 mil unidades de consumo, concessionária
diretor-geral
pesquisa
63
presencial foram
550
domiciliar. municípios
concessionárias Confira
a
e
38
seguir,
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Primeira turbina da hidrelétrica Teles Pires entra em operação comercial Considerada uma das obras estruturantes do setor elétrico brasileiro, Teles Pires é a terceira usina no Norte do País, entre as maiores que estão em implantação na atualidade, a iniciar sua produção A Usina Hidrelétrica de Teles Pires,
do País, entre as maiores que estão em
localizada entre os estados do Pará e Mato
implantação na atualidade, a entrar em
Grosso, começou a operar no último mês
operação. As duas primeiras foram as
de novembro. O empreendimento, que tem
usinas de Jirau e Santo Antônio, instalada
capacidade instalada total de 1.820 MW,
no Rio Madeira, em Rondônia, com 3.750
suficiente para atender cerca de 5 milhões
MW e 3.568 MW, respectivamente. Ainda
de habitantes, teve autorizado pela Aneel a
entrarão em operação na Região Norte do
entrada em operação comercial da primeira
país, as usinas de Belo Monte (11.233
unidade geradora. No total, a usina conta
MW), São Luiz do Tapajós (6.133 MW) e
com cinco turbinas com potência de 364
Jatobá (2.388 MW).
MW cada e deve entrar em operação
A concessionária responsável pela
totalmente até o final deste ano, quando o
usina Teles Pires é o Consórcio Teles
sistema de transmissão, responsável por
Pires Energia Eficiente, cujo controle
escoar a energia para a Região Sudeste,
acionário está dividido entre as empresas
estará concluído
Eletrosul, que tem 24,5% das ações;
Considerada
uma
das
obras
Furnas, com outros 24,5%; Odebrecht
estruturantes do setor elétrico brasileiro,
(0,9%) e a Neonergia, que conta com a
Teles Pires é a terceira usina no Norte
maior fatia, 50,1%.
Teles Pires tem capacidade instalada total de 1820 MW, suficiente para atender cerca de 5 milhões de habitantes.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Elat lança pesquisa inédita sobre El Niño Levantamento mede o impacto do fenômeno climático na ocorrência de tempestades na Região Sudeste. Efeitos do El Niño são relativamente bem conhecidos nas regiões Norte/Nordeste e Sul
Pesquisa prevê que no próximo verão as tempestades aumentem em 20% nas regiões Sul e Sudeste e 10% na região Centro-oeste.
O Grupo de Eletricidade Atmosférica
em relação a incidência de descargas
(Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas
atmosféricas.
Espaciais (Inpe) divulgou recentemente
percentuais de previsão com a densidade
pesquisa inédita sobre impacto do El Niño
populacional, somos levados a pensar que
na ocorrência de tempestades na Região
o número de mortes por raios no próximo
Sudeste do país. Segundo informações do
verão pode aumentar se não alertarmos
Elat, os efeitos do fenômeno climático são
adequadamente a população sobre os
relativamente bem conhecidos nas regiões
efeitos do El Niño”, afirma o coordenador
Norte/Nordeste e Sul, mas não nas regiões
do Elat, Osmar Pinto Junior.
Sudeste e nem Centro-oeste onde têm
Como
sido difíceis de serem previstos.
preocupação ante um possível aumento de
Conforme o levantamento, durante
raios no verão, o Elat destaca os dados da
eventos de El Niño muito intensos como
Rede Brasileira de Detecção de Descargas
o que está acontecendo na atualidade o
Atmosféricas (BrasilDat) do último trimestre
aumento da ocorrência de tempestades
(agosto, setembro e outubro), já sob o efeito
não se restringe à Região Sul do país,
do El Niño. No Sudeste, foram registradas
alcançando o Sudeste e também parte
480 mil descargas elétricas atingindo o solo,
do
contra 310 mil descargas no mesmo período
Centro-oeste.
Neste
sentido,
a
“"Ao
forma
cruzarmos
de
estes
corroborar
a
pesquisa prevê que, no próximo verão,
de 2014, registrando um aumento de 52%.
as tempestades aumentem em 20% nas
A pesquisa foi baseada em dados
regiões Sul e Sudeste brasileira e 10% na
da ocorrência de tempestades no verão
região Centro-oeste do país em relação ao
nas regiões do Brasil desde 1950 e sua
verão anterior. O estudo conclui ainda que
relação com diversos eventos históricos
haverá uma diminuição de 10% e 15% na
de El Niño de diferentes intensidades. O
ocorrência de tempestades nas regiões
evento do El Niño no verão de 2015/2016
Norte e Nordeste, respectivamente.
será o terceiro mais forte desde 1950,
após os eventos de 1983 e 1998.
Ante os resultados, o Elat faz um alerta
Painel de mercado
14
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Geração distribuída ultrapassa a marca de 1.000 instalações no Brasil São 1125 unidades consumidoras conectadas, o equivalente a uma potência instalada de 13,1 MW Já são mais de 1.000 unidades consumidoras
utilizando
geração
distribuída no país divulgou a Aneel. Até o fechamento desta edição eram 1.125 conexões no país, equivalendo a uma potência instalada de 13,1 MW. Do montante existente, a maioria das adesões (1074) foi realizada utilizando a energia solar como fonte. Os Estados que mais utilizam a geração distribuída são: Minas Gerais, com 213 conexões; Rio de Janeiro (110); e Rio Grande do Sul (109).
a essa modalidade de geração de energia,
do sistema de compensação de energia
a norma está passando por revisão neste
elétrica com as condições gerais de
A regra que estabelece as condições e
ano. Conforme a Aneel, os principais
fornecimento; aumentar o público-alvo; e
minigeração aos sistemas de distribuição
objetivos da revisão são: reduzir as
realizar aperfeiçoamentos na regra.
de
gerais
para
o
acesso
de
micro
Resolução
barreiras ainda existentes à conexão
Conforme
Normativa nº 482/2012. E com o intuito
dos micro e minigeradores à rede das
da Aneel, a revisão da norma deve ser
de aumentar a adesão dos consumidores
distribuidoras; compatibilizar as regras
deliberada ainda em 2015.
energia
elétrica
é
a
a
Agenda
Regulatória
Painel de produtos
16
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Transformadores a seco www.ultrapowermat.com.br De acordo com a fabricante Ultrapower Mat, os transformadores a seco da companhia são projetados e desenvolvidos atendendo a um sistema de garantia de qualidade que visa a melhoria contínua dos produtos. Os transformadores produzidos pela empresa atendem às classes de tensão primária 0,6 kV, 1,2 kV, 7,2 kV, 15 kV, 24,2 kV e 36,2 kV e de tensão secundária 0,6 kV, 1,2 kV, 7,2 kV, 15 kV, 24,2 kV e 36,2 kV nas classes de temperatura F (155 ºC) ou H (180 ºC) e nas frequências de 60 Hz / 50 Hz. Os equipamentos são fabricados em conformidade com as normas ABNT e IEC mais recentes aplicáveis a transformadores a seco.
Caixa de comandos e sinalizações www.schmersal.com.br
Novo produto da Schmersal para
segurança de áreas classificadas, a caixa de comandos e sinalizações EAL-Ex é fabricada em liga de alumínio SAE 306 com pintura eletrostática cor final Preto RAL 9011. O produto está disponível em cinco tamanhos de caixas e com prensa-cabo Ex. Seus tipos de proteção são: Ex e, Ex ia, Ex tb. As tampas das caixas permitem a instalação de dispositivos de comando e sinalização. De
acordo
com
a
empresa
fabricante, o equipamento atende às normas ABNT NBR IEC 60079-0, ABNT NBR IEC 60079-7, ABNT NBR IEC 60079-31 e ABNT NBR IEC 60529, além de estar de acordo com a certificação do Instituto Nacional de
A caixa de comando e sinalizações é fabricada em liga de alumínio SAE 306 com pintura eletrostática cor final preto RAL 9011.
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) voltada ao equipamento. A caixa de comandos e sinalizações EAL-Ex foi desenvolvida para ser utilizada em zonas Transformador padrão IP00, desenvolvido de acordo com o sistema de garantia de qualidade da Ultrapower Mat.
1 e 2 (gases, vapores e neblinas) e em zonas 21 e 22 (poeiras combustíveis).
Nobreaks trifásicos www.nhs.com.br
A Expert, nova linha de nobreaks trifásicos da NHS, apresenta modelos direcionados para a
distribuição de cargas em redes saturadas, como prédios comerciais, escritórios, hospitais, data centers e call centers. Os equipamentos dessa linha estão disponíveis em potências de 10 kVA e 15 kVA, que suportam aplicações de missões críticas, incluindo equipamento industrial, centrais de dados, instalações de controle de tráfego, estações de transmissão e redes back-bone.
Conforme a NHS, os nobreaks são controlados por Processado Digital de Sinais, em inglês, Digital
Signal Processors (DPS), tecnologia online de dupla conversão, com correção de fator de potência ativo e unitário independente da carga de saída e bypass automático. Os equipamentos apresentam também manual para operação de manutenção e 24 baterias internas.
Algumas outras características técnicas do produto: tensão de entrada/saída: 220V/ 127V
(FFFNT); alimentação: tri-tri - 220V/220V; Fase + Neutro = 127V e Fase + Fase = 220V.
Os equipamentos dessa linha estão disponíveis em potências de 10 kVA e 15 kVA, que suportam aplicações de missões críticas.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Federação Nacional dos Engenheiros elabora projeto de lei para solucionar desordem da fiação elétrica brasileira A entidade já apresentou aos municípios PL sugerindo que obriguem a distribuidora a notificar as companhias que alugam o poste a resolverem a situação do emaranhado de fios presentes em todas as cidades do país
Com o intuito de solucionar a desordem
de se regularizar a situação. Conforme a FNE,
generalizada das fiações elétricas brasileiras,
no ritmo estabelecidov pelas agências, “cem
a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)
anos não serão suficientes”. Assim, na minuta
apresentou aos municípios do país um projeto
do projeto de lei, está estabelecido o prazo
de lei sugerindo que obriguem a distribuidora,
de 150 dias para que a distribuidora, assim
proprietária da infraestrutura, a notificar as
como as empresas a quem loca o poste,
companhias que alugam o poste a resolverem
cumpram as normas técnicas. Caso contrário,
a situação do emaranhado de fios. Segundo
a distribuidora receberá uma multa. Conforme
o representante da FNE na Frente em Defesa
o projeto da FNE, é de responsabilidade da
do Consumidor de Energia Elétrica e diretor
distribuidora “a manutenção, conservação,
do Sindicato dos Engenheiros do Estado de
remoção, substituição, sem qualquer ônus
São Paulo (Seesp), Carlos Augusto Ramos
para a administração, de poste de concreto ou
Kirchner, trata-se de um problema generalizado
madeira que se encontra em estado precário,
no país, pois empresas não cumprem as
torto, inclinado ou em desuso”.
normas técnicas relacionadas ao tema e,
Outra irregularidade que a FNE busca
dessa forma, acabam invadindo o espaço
combater no projeto de lei diz respeito à prática
público. O representante reitera que a única
das concessionárias de manter feixes de
saída possível para ordenar o espaço público
cabos enrolados e dependurados nos postes,
é garantir a responsabilidade do proprietário
constituindo-se em reserva técnica, que, de
da infraestrutura (a distribuidora) de fiscalizar a
fato, segundo a entidade, nada mais é do que
correta disposição dos cabos e fios.
estocagem de materiais utilizando espaço
No ano passado, em uma audiência
público. Kirchner afirma que o espaço público
pública conjunta da Agência Nacional de
acaba se transformando em um almoxarifado.
Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional
“O que é inaceitável”, sentencia.
de Telecomunicações (Anatel) foi estabelecida
Ofícios contendo a minuta de projeto
a Resolução n° 4/2014, na qual houve
de lei já foram enviados pela FNE a diversas
um reconhecimento por parte dos órgãos
autoridades municipais e entidades. Entre
responsáveis de que esta situação não poderia
elas, à Confederação Nacional dos Municípios
continuar como está, de que as empresas
(CNM), à Frente Nacional dos Prefeitos (FNP)
responsáveis deveriam passar a cumprir as
e à União dos Vereadores do Brasil (UVB).
normas técnicas e tudo teria de ser regularizado
no prazo de um ano. “Porém, de forma
a partir dessa audiência pública, que culminou
incoerente, foi estabelecido nessa resolução
na elaboração da Resolução n° 4/2014,
irrisório limite de apenas 2.100 regularizações
municípios começaram a apresentar propostas
por ano e distribuidora”, ressalta Kirchner.
para dar fim ao emaranhado de fios. “A partir
Como resposta ao limite de regularização
do começo deste ano, surgiram leis municipais
estabelecidos pela resolução, a FNE quer
principalmente focadas em retirar cabos
obrigar, através do projeto de lei, a distribuidora
inutilizados e que ficam dependurados ou
a priorizar e solucionar imediatamente os
caídos no espaço público. Até agora, trata-se
casos emergenciais nas diversas localidades,
de movimento espontâneo e natural pela
notificando em até dez dias corridos a
insatisfação crescente da população com isso”,
prestadora de serviço a respeito da necessidade
observa Kirchner.
O dado positivo, segundo a FNE, é que,
19
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
MP que transfere risco hidrológico ao consumidor chega ao Senado O risco hidrológico ficará em uma conta que centraliza os custos adicionais de geração de todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) a das bandeiras tarifárias
Chegou ao Senado Federal em novembro, e já entrou na pauta de votação da casa, a Medida Provisória (MP) 688/2015, aprovada pela Câmara dos Deputados na forma de PLV 23/2015, que transfere ao consumidor final o risco hidrológico na geração hidrelétrica de energia e prorroga contratos das usinas ou suas concessões para compensar os prejuízos de 2015 decorrentes da menor quantidade de energia gerada. O
risco
hidrológico
ficará
em
uma conta que centraliza os custos adicionais
de
geração
de
todo
o
Sistema Interligado Nacional (SIN) a das bandeiras tarifárias. Desse modo, a partir de 2016, se o regime de chuvas for favorável, o custo a ser repassado ao consumidor final por meio das bandeiras tarifárias poderá ser menor, mas, se chover menos que o esperado, o preço desse risco será transferido ao consumidor com o aumento da parcela da bandeira tarifária incidente na fatura mensal.
O texto aprovado pelos deputados e
que chegou ao Senado é de autoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Com informações da Agência Câmara e Agência Senado.
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Engerey lança nova edição do Be-a-bá da Elétrica em versão mobile Todo o conteúdo existente na versão impressa foi colocado na versão mobile, que conta também com o Be-a-bá Pro, softwares que possibilitam ao usuário calcular, por exemplo, o dimensionamento em tempo real de barramentos; fios e cabos; e de partida de motores
Por ter nascido com o objetivo de ser um guia prático passível de ser consultado em qualquer ocasião e lugar, a versão digital do documento, após baixada, pode funcionar de modo off-line.
A Engerey, empresa especializada na
Por ter nascido com o objetivo de ser
montagem de painéis elétricos, relacionada
um guia prático passível de ser consultado
à Reymaster Materiais Elétricos, lançou
em qualquer ocasião e em qualquer lugar, a
a sexta edição do guia de bolso Be-a-bá
versão digital do documento, após baixada,
da
regras,
pode funcionar de modo off-line, ou seja,
nomenclaturas e tabelas da parte elétrica,
sem Wi-Fi ou 3G. Segundo o diretor
cujo objetivo é facilitar o trabalho dos
comercial da Reymaster, Marco Stoppa, o
profissionais da área. Nesta nova edição,
guia eleva a qualidade do serviço prestado
além do material impresso, a Engerey
pelo profissional do segmento elétrico,
produziu uma versão digital para ser
que pode consultar o material durante a
utilizada em aparelhos de telefone celular.
realização do trabalho, para sanar alguma
De acordo com o responsável pela
dúvida.
Elétrica,
compêndio
de
elaboração do guia, o engenheiro eletricista e gerente da Engerey, Fábio Amaral, todo
Histórico
o conteúdo existente na versão impressa
foi colocado na versão mobile, que conta
em 1999, com Fábio Amaral. Em conversa
também com o Be-a-bá Pro, softwares
com os diretores da Reymaster, Reynaldo
que possibilitam ao usuário calcular, por
Gabardo Jr. e Marco Sttopa, o engenheiro,
exemplo, o dimensionamento em tempo
que trabalhava na empresa na época,
real de barramentos; fios e cabos; e de
sugeriu a criação de um guia técnico de
partida de motores. Amaral afirma que
bolso para ajudar os profissionais da área.
futuramente há a possibilidade de que
Sugestão que foi bem recebida e estimulada
Be-a-bá Pro seja ampliado, com a adição
pelos dois, suscitando em um trabalho de
de novos softwares. Isso irá depender,
pesquisa, que, por sua vez, culminou na
segundo ele, da demanda criada a partir da
publicação, em 2003, da primeira edição
interação dos usuários com o aplicativo
do documento. Ela foi lançada, com um
A ideia do Be-a-bá da Elétrica surgiu
21
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
pouco mais de 70 páginas na Feira da
uma
Indústria Elétrica, Eletrônica, e Automação
principalmente de painéis, e na área de
Industrial, realizada na cidade de Curitiba
infraestrutura de uma maneira geral, o
(PR). Na ocasião foram distribuídos três mil
que decore na falta de investimentos.
exemplares.
Assim, conforme o gerente da Engerey,
grande
flutuação
no
mercado,
“Para a nossa grata surpresa houve
há trimestres em que há uma grande
uma grande receptividade”, afirma Amaral,
liberação de investimentos, e outros em
o que levou a empresa a lançar nova
que há uma grande retração. “Então, não
edição do guia em cada nova edição
há mais aquela previsibilidade para se fazer
da Eletron. “Há um tempo, deixamos de
um planejamento de longo prazo. Desse
participar da feira, mas não de promover
modo, estamos trabalhando hoje com uma
novas edições do Beabá”, diz. O diretor da
carteira a curtíssimo prazo”, afirma.
Reymaster, Reynado Gabardo Jr, destaca
as atualizações promovidas nas novas
situação não está muito diferente. O diretor
versões do guia, que acompanham, por
Marco Stoppa afirma que os números
exemplo, as modificações realizadas na
de faturamento da companhia em 2015
esfera normativa. “Normas de segurança,
estão empatando com os contabilizados
como NR-10, NR-35, foram aparecendo e
em 2014. “Estou com o crescimento de
fomos atualizando o guia”, atesta.
10%, mas se tirar a inflação a gente está
No que diz respeito a Reymaster, a
Antes dessa última versão, o guia havia
perdendo um pouco. É difícil medir inflação
sido revisado em 2011. Nesse período,
no segmento que está muito nervoso em
segundo o gerente da Engerey, houve um
razão do dólar”, diz. Independentemente
acumulo de experiência, de como o usuário
do cenário atual, a expectativa para 2016,
utilizava o produto, quais as dificuldades
segundo Stoppa, é de crescimento. “Nós
e quais as facilidades que o profissional
queremos crescer. Nós vamos crescer. A
encontrava em manejá-lo. Amaral conta que
pretensão é de que pelo menos em torno
para o guia recém-lançado foram mantidas
de 5% a empresa consiga crescer em
as facilidades e tentou-se minimizar as
relação a 2015”, assevera.
dificuldades. Além, de claro, ter surgido a
ideia da versão para aparelhos celulares.
investe no marketing visando aquecer suas
Para alcançar este objetivo, a empresa
vendas. Querendo estimular seus clientes
Enfrentando a crise econômica
a comprar e inspirar seus funcionários a
A crise econômica chegou para a
vender, a empresa afirma que “inovar é
Engerey um pouco mais cedo do que para
preciso”. Conforme o diretor, o lançamento
as outras empresas. Em 2014, a montadora
do Be-a-bá neste ano na versão mobile é
de painéis apresentou uma queda de 7,8%
uma das materializações desse mote que
de seu faturamento em relação ao ano
prega a inovação.
anterior. Não obstante, em 2015, a projeção
do gerente da companhia, Fábio Amaral,
2016, como a ampliação da área de
é de que a empresa consiga recuperar o
recepção de materiais da empresa. Para
que perdeu, crescendo também por volta
isso investiu em um terreno de 400 m².
de 8%. “A tendência é de que até o final
Isto proporcionará a Reymaster também
de 2015 pelo menos voltemos aos níveis
separar o atendimento, o que, segundo
de 2013, para poder crescer em 2016”,
Stoppa, deverá melhorar o atendimento
explica. Para o ano que vem, a Engerey
aos clientes. “Nesse ano de crise, nós
planeja um crescimento de cerca de 4%
estamos investindo. Nós temos de ser
tomando como referencial os números de
agressivos nesse momento. Se a gente
2013.
ficar só escutando o mercado, o pessoal
Sobre a crise pela qual passa o país
vai se abater. Isso não pode acontecer”,
na atualidade, Amaral afirma observar
declara.
Mais mudanças estão previstas para
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Soprano constrói estação de tratamento de efluentes Pensando no crescimento sustentável, projeto conta com iluminação eficiente e de baixo consumo criada pela empresa HDA Iluminação Led. A Soprano, indústria da área de construção civil, elétrica, hidráulica e utilidades, inaugurou recentemente na cidade de Farroupilha (RS), uma Unidade Galvânica e Estação de Tratamento de Efluentes. A construção, com área de mais de 1000 m², serve para tratar os resíduos gerados no processo de galvanização conforme sua natureza química, tornando-os aptos para serem utilizados
novamente.
Tal
processo
configura descarte zero de efluentes e contribui para o meio ambiente e para o crescimento sustentável, de acordo com
O projeto foi possível graças a uma parceria com a empresa HDA Iluminação Led, o que possibilitou ganhos com pouca manutenção e baixo consumo de energia das lâmpadas.
a Soprano.
prismáticas no telhado, que favorecem o
consumo de energia das lâmpadas.
uso da natural e com lâmpadas de Led,
de
Contribuindo ainda para a mitigação impactos
ambientais,
a
A unidade e estação de tratamento de
saúde
que em conjunto com as lentes trazem,
efluentes teve o seu projeto iniciado em
dos funcionários e para a eficiência
segundo a empresa, uma melhor e mais
2010. O empreendimento foi construído
energética, a estação conta também
benéfica iluminação para a fábrica.
com a participação de uma grande
com um sistema de exaustão, que
O projeto de iluminação foi possível
equipe de funcionários da empresa,
captura os vapores gerados dentro da
graças a uma parceria com a empresa
fornecedores externos especialistas no
galvânica, garantindo a qualidade do ar
HDA Iluminação Led, o que possibilitou
segmento, assessorias externas e órgãos
dentro e fora da unidade, com lentes
ganhos com a pouca manutenção e baixo
governamentais do meio ambiente.
Complexo eólico de Morrinhos, com 180 MW, entra em operação na Bahia Empreendimento faz parte dos investimentos da holding Atlantic Energias Renováveis e gera energia suficiente para atender a 408 mil residências
Holding que atua no desenvolvimento,
implantação e operação de projetos de geração elétrica provenientes de fontes renováveis, a Atlantic Energias Renováveis anunciou em novembro, em sua sede na capital paranaense, Curitiba, a entrada em uma operação de mais um investimento da empresa na área de energia eólica: o Complexo Eólico de Morrinhos, localizado no norte da Bahia. O empreendimento
O complexo possui seis parques, totalizando 180 MW, o suficiente para atender a 408 mil residências.
apresenta seis parques em operação,
Palmar, que ficará situado no estado do
à distância de todos os parques eólicos
totalizando 180 MW, o suficiente para
Rio Grande do Sul, e gerará 207 MW
e PCHs da companhia.
abastecer 408 mil residências.
quando finalizado, em 2018. A data
A meta da Atlantic, segundo seu
divulgou
marcou ainda o início da operação do
presidente, José Roberto de Moraes, é
também o início da implantação do
Centro de Controle de Operações da
implantar e operar 652 MW em energia
Parque Eólico de Santa Vitória do
empresa, que permitirá o monitoramento
até o final de 2018.
Na
ocasião,
a
Atlantic
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
FLC anuncia novo presidente Leonardo Horta tem experiência reconhecida na implementação e gerenciamento de processos com o intuito de levar ao incremento da produtividade e expansão dos negócios A FLC, fabricante de lâmpadas eletrônicas, anunciou seu novo presidente. Trata-se de Leonardo Horta, engenheiro eletrônico, com especialização em gerenciamento de negócios. Segundo a FLC, o executivo assume o cargo em um momento de crescimento da empresa e de destaque no mercado de Led, conquistada na gestão anterior de João Geraldo. A mudança ocorre respeitando o plano de transição estabelecido desde a entrada de Geraldo em 2014. Horta
tem
experiência
reconhecida
na
implementação
e
gerenciamento de processos com o intuito de levar ao incremento da produtividade e expansão dos negócios. O executivo já comandou empresas dos mais diversos segmentos em seus processos de estruturação e crescimento. Na FLC, além de implementar mudanças, continuará com a política da empresa de investir em inovação, qualidade e tecnologia, buscará novas oportunidades de negócios e fortalecerá em áreas comercial e de marketing.
De acordo com a FLC, fará parte ainda das mudanças trazidas pela
nova gestão a ampliação do portfólio da companhia e disponibilização de novos serviços por meio do lançamento de produtos próprios, aquisições e parcerias no mercado de iluminação. A meta é reforçar a liderança da marca em vendas de lâmpadas eletrônicas e Led para conquistar a primeira posição em soluções de iluminação.
Na FLC, além de implementar mudanças, Horta continuará com a política da empresa de investir em inovação, qualidade e tecnologia.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Philips faz projeto de iluminação da maior mesquita da Europa A mesquita-catedral de Moscou, na Rússia, recebeu 750 luzes de Led Philips Vaya, tecnologia mais eficiente em termos energéticos. Além disso, para iluminar o domo e a meia lua, empregou-se lâmpadas Arena Vision O projeto, desenvolvido por especialistas da Philips, destaca o design islâmico tradicional do prédio, seu grande domo e suas seis torres de oração.
A
iluminação
da
recém-construída
tradicional da arquitetura islâmica com
mesquita-catedral de Moscou, na Rússia,
iluminação direcional verde e cria diversas
é realizada por produtos da Philips. O
cenas luminosas dentro do espaço em
projeto, desenvolvido em conjunto com a
feriados religiosos.
JSC Electrotechnical Company Eco Svet e
especialistas da Philips, destaca o design
Philips na Rússia e CIS Marina Tyschenko,
islâmico tradicional do prédio, seu grande
comenta que uma mesquita não é apenas
domo e suas seis torres de oração. Com
um lugar sagrado para quem acredita, mas
18.900 metros quadrados e capacidade
também faz parte da paisagem arquitetônica
para 10 mil, a nova mesquita é considerada
urbana. Logo, segundo ela, sua iluminação
a maior da Europa.
desempenha funções estéticas. “As soluções
A vice-presidente e chefe de Iluminação
Para a iluminação decorativa do espaço
em Led farão a mesquita de Moscou
foram utilizadas mais de 750 luzes de Led
se destacar de verdade, revelando sua
Philips Vaya, mais eficientes do ponto de
singularidade e majestade arquitetônica”, diz.
vista energético. Em áreas do complexo,
Segundo o gerente geral da JSC
que exigiam luz mais intensa, como o domo
Electrotechnical
e a meia lua, foram empregadas lâmpadas
Alexander Sheiko, o projeto resultou em um
Arena Vision, especificamente: 10 luminárias
sistema de iluminação confiável, durável e
de 400W e um projetor de 2000W. Ainda
eficiente em termos energéticos, “que criará
compõe o projeto realizada na mesquita um
condições convenientes para os visitantes
sistema de iluminação baseado na Philips
e adoradores na mesquita, além de torná-la
Color Kinetics, que delineia a geometria
parte orgânica da paisagem urbana”.
Company
Eco
Svet,
25
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Siemens inicia nova unidade de negócios Nova unidade será dedicada a serviços integrados para sistemas elétricos. O objetivo é centralizar todos os serviços relacionados a sistemas de transmissão e distribuição em domínio de controle dedicado e especializado
A Siemens iniciou em novembro uma
efetiva do ciclo de vida destes ativos,
sistema elétrico ao longo de seu ciclo de
nova unidade de negócios totalmente
permitindo a entrega da melhor eficiência
vida ”, destaca.
voltada
possível,
a
serviços
integrados
para
alinhado
com
segurança
e
A nova unidade de negócios ficará
sistemas elétricos. Segundo a companhia,
confiabilidade no fornecimento de energia,
sediada em Jundiaí, no interior de São
o objetivo é centralizar todos os serviços
se faz necessário. E é isso que nossa
Paulo, onde fica o complexo industrial
relacionados a sistemas de transmissão
unidade de negócios pretende levar ao
da Siemens, e contará com cerca
e distribuição em um domínio de controle
mercado”, esclarece o executivo.
de
dedicado e especializado, criando mais
De acordo com Machado, quanto
concessionárias
um canal direto entre a Siemens e seus
melhor a empresa gerenciar seus ativos,
clientes industriais. Dentre os serviços
clientes.
mais vantagem terá no cenário atual,
a serem oferecidos pela nova unidade
O diretor da nova unidade de negócios,
150
pessoas, de
atendendo energia,
tanto quanto
onde há uma elevação dos custos de
de
na
energia elétrica e achatamento de margens
elétricos,
atualidade é imprescindível a maximização
operacionais e de lucro em razão da crise
manutenção
do desempenho dos ativos que compõem
e aumento da competitividade. "Essa é
elétricos, contratos de operação e
um sistema elétrico, desde um painel
a mentalidade atrás da criação desse
manutenção,
elétrico de baixa tensão até subestações
hub centralizado de serviços ao cliente:
de ativos, treinamentos e ampliação e
de alta tensão. “Para isso uma gestão
melhorar a relação custo benefício de um
modernização de subestações.
Wikings
Machado,
explica
que
negócios,
destacam-se
projetos, de
estudos
comissionamento, equipamentos
monitoramento
on-line
Painel de empresas
26
GE conclui aquisição dos negócios de energia da Alstom O acordo dá prosseguimento a uma estratégia da GE que objetiva se tornar uma empresa mais focada nos seus negócios industriais
Após a aprovação regulatória da operação em mais de
20 países e regiões, incluindo a União Europeia, EUA, Brasil, China, Índia e Japão, a GE finalizou a compra dos negócios de energia da Alstom. Conforme a companhia, trata-se da maior aquisição industrial de sua história.
O processo de aquisição começou em 2014. Na época,
o acordo foi fechado por 12,35 bilhões de euros. Contudo, depois de ajustes relacionados à criação de joint-ventures em junho do mesmo ano, que contemplam os negócios de energias renováveis, grid e nuclear, mudanças na estrutura do acordo, remediações e caixa líquido no fechamento, e efeitos de câmbio, o preço final da compra foi fixado em 9,7 bilhões de euros, aproximadamente US$ 10,6 bilhões.
A expectativa da GE é que o acordo gere entre US$ 0,05
e US$ 0,08 em lucro por ação em 2016 e US$ 0,15 e US$ 0,20 em lucro por ação até 2018. O objetivo é atingir US$ 3 bilhões em sinergias de custos no quinto ano das operações da nova estrutura e crescimento robusto dos negócios. Apesar da aquisição, a estratégia econômica da empresa não mudará, permanecendo a mesma foi anunciada em abril de 2014.
Segundo o presidente e CEO Global da GE, Jeff Immelt,
a conclusão da compra dos negócios de energia da Alstom é mais um passo significativo da transformação da GE. “As tecnologias complementares, a capacidade de atuação global, a base instalada e o talento dos profissionais vindos da Alstom contribuirão para fortalecer nosso crescimento industrial ao redor do mundo. Já estamos prontos para trabalhar juntos e para entregar uma das ofertas de tecnologia mais abrangentes no setor da energia para nossos clientes”, declara o executivo. O acordo com a Alstom dá prosseguimento a uma estratégia da GE que objetiva se tornar uma empresa mais focada nos seus negócios industriais. Neste sentido, concluiu a venda de seu negócio de sinalização ferroviária à Alstom por aproximadamente US$ 800 milhões e está adiantada em relação ao seu plano de deixar o negócio financeiro, já com US$ 126 bilhões em acordos de venda da GE Capital firmados. Além disso, anunciou recentemente a formação da GE Digital, consolidando todas as capacidades digitais da companhia para oferecer aos clientes as melhores soluções industriais e softwares.
Fascículos
Apoio
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plínio Godoy
32
Capítulo XI – Iluminação de elementos externos • Elementos de paisagem • Considerações de projeto • Efeitos de luz • Ofuscamento e poluição luminosa
ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luiz Barreira Martinez
42
Capítulo XI – Comentários finais e avaliações de campo • Avaliações de campo • Fator de perda versus potência nominal do transformador • Comentários
EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa
48
Capítulo XI – Cálculo a elevação de temperatura em invólucros pela IEC 60890 • Introdução • Método de cálculo da IEC 60890 • Comentários finais
QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES Edson Bittar Henriques Capítulo XI – Análise de partida de motores Parte 1 – Dinâmica de rotação e análise de sistema elétrica • Metodologia • Dados • Cálculos/processamento • Queda de tensão na partida – limites e normas
56
Apoio
Iluminação pública e urbana
28
Capítulo XI
Iluminação de elementos externos Por Plinio Godoy*
Este capítulo abordará o campo da iluminação de
áreas verdes, também conhecida como iluminação de paisagismo, termo que considero equivocado, pois os elementos paisagísticos são compostos pelos elementos verdes
e
complementados
por
outros
de um plano mestre de iluminação urbana, que será apresentado neste e nos próximos capítulos.
Elementos de paisagem
elementos
ornamentais.
Esta afirmação é uma constatação pura e simples do que
Vamos acordar, então, que o objeto deste artigo são
“Na noite, o que não é iluminado, desaparece”
as técnicas de iluminação de elementos externos que
acontece com as áreas urbanas não iluminadas.
compõem a paisagem, identificando como são os processos
e as questões a serem levadas em consideração.
pequeno ou grande porte, porém fazem parte, sempre, da
composição visual do espaço percebido.
Entendo que a composição da paisagem noturna é,
Estas áreas urbanas podem ser privadas ou públicas, de
em si, o grande objetivo do planejamento da iluminação
A iluminação é uma ferramenta importante na
urbana, pois, de fato, é o que os olhos percebem.
composição deste espaço, no período noturno, e deve ser
utilizada de maneira bastante equilibrada, pois novamente
Vamos entender, assim, que a iluminação das áreas
verdes, dos elementos paisagísticos, é um dos componentes
temos uma linha tênue entre a valorização e o exagero.
Apoio
29
Entendendo e projetando
Quando estamos desenvolvendo um projeto de iluminação
para espaços externos, como jardins, praças e parques, precisamos entender a composição visual planejada pelo urbanista, suas funções, momentos e principalmente, seus pontos de vistas.
Quando falo de pontos de vista, refiro-me aos pontos de melhor
visualização do espaço, pontos estes tanto internos quanto externos ao projeto.
Assim, algumas informações devem ser buscadas no espaço a
ser projetado:
Funções
Considerações de projeto
• Público ou privado; • Ornamental;
As funções paisagísticas são decorrentes da relação entre o
• Básica;
espaço, seus arredores e as pessoas nele inseridas, bem como
• Tarefa;
os usos e os momentos em que as pessoas darão a ele e aos
• Acesso;
seus pontos de vista no que tange às paisagens criadas. O
• Segurança.
desenvolvimento da iluminação para áreas verdes privadas deve considerar, neste contexto, as quatro premissas do ambiente:
Entender estes elementos é um primeiro passo para projetar
o espaço, pois a iluminação deve atender às expectativas dos
• Layout;
usuários destas áreas.
• Funções;
Apoio
Iluminação pública e urbana
30
• Usos e momentos; e
• Pontos de vista, que devem ser interpretados como os pontos
em relação aos elementos iluminados, obtém-se diferentes
de visualização das pessoas.
resultados, como descrito nas imagens a seguir.
Com a colocação de equipamentos em diferentes posições
Downlighting
O layout de um projeto paisagístico é a composição dos
volumes e elementos arbóreos, criando espaços e ambientações
A iluminação em downlighting prevê a instalação de
distintas em seus volumes, cores e funções.
equipamentos e fontes de luz em locais superiores e voltados
É preciso considerar como é o desenho da área externa e
para o piso. Esse efeito tem como função uma iluminação de
detalhes dos elementos arbóreos, como por exemplo, se são
segurança. Os equipamentos utilizados para sua obtenção podem
altos ou baixos, volumosos ou estreitos. O projeto do Arquiteto
ser controlados para situações antipânico, sendo chamados de
paisagista tem que prever como os volumes vão se relacionar
cercas de luz, afastando intrusos mal intencionados.
entre si e com aquele espaço.
Uma vez coletadas essas informações para o projeto, o
lighting designer tem que entender quais são as funções da área que vai abrigar seu projeto. Quando se monta o paisagismo, são determinadas áreas locais, ou seja, pontos ideais de onde se pode observar aquele paisagismo.
Uplighting
Projetando a luz para regiões superiores, os equipamentos
usados para executar esse efeito de iluminação destacam elementos arbóreos volumosos, fachadas ou superfícies verticais. Atualmente, podem ser encontrados equipamentos com diferentes tipos de foco e também diversidade de fontes de luz, compondo um vasto espectro de possibilidades de cores, de
Os pontos de vistas são importantes referências que o
espaço projetado cria para seus observadores, são normalmente formados por muitos elementos que compõem os espaços, criando assim uma composição visual privilegiada, de beleza ímpar.
Cabe ao projetista da iluminação deste espaço o cuidado
superior para acompanhar estes pontos de observação, evitando-se ofuscamentos ou posicionamentos de fontes de luz que possibilitem leituras indesejadas ou prejudiciais aos objetivos do espaço.
Efeitos de luz
Os efeitos de luz são a consequência do processo do projeto
e, na verdade, são os elementos que se objetiva alcançar para a percepção correta do espaço iluminado.
intensidades e de angulações para criar o efeito uplighting.
Apoio
31
Apoio
Iluminação pública e urbana
32
Grazing (textura)
Crosslighting
A localização próxima dos projetores às superfícies rugosas
O crosslighting é um efeito gerado a partir da projeção de
iluminadas, cujo ângulo de projeção raso valoriza as texturas
um facho de luz que atravessa do ambiente externo, visando um
da superfície, caracteriza o efeito de grazing.
elemento normalmente decorativo e distante.
Esse efeito pode ser bem-vindo quando propositalmente
Em geral, utiliza-se este efeito com fontes de luz de foco
projetado, mas também ter percepção contrária quando resulta
concentrado.
de posicionamentos equivocados de fontes de luz em paredes
supostamente lisas. O grazing pode estar conjugado com o
que a iluminação não crie ofuscamentos indesejados em pontos
downlighting ou com o uplighting.
de observação comuns.
Spotlighting
Wall washing Quando
o
equipamento
de
iluminação
está
consideravelmente afastado de uma superfície vertical, o resultado é uma iluminação homogênea, conhecida como wall washing ou lavagem de luz.
A aplicação do crosslighting deve ser bem estudada, para
É muito utilizado para valorização arquitetônica, mas,
mal aplicado, resulta em um efeito intermediário entre o wall washing e o grazing. O efeito wal washing pode estar conjugado com o downlighting ou com o uplighting.
O spotlighting é uma variação do efeito uplighting, por
angular seu foco em direção ao assunto, em geral, utilizando fontes de luz externas ou espetos.
O recurso é frequentemente usado em circunstâncias em que o
objeto a ser iluminado está localizado a alguma distância de onde a fonte de luz será acesa, como por exemplo, próximo a beirais de um prédio para iluminar determinados focos ou níveis diferentes do piso de um caminho por onde transitam pessoas.
Apoio
Mirroring
O mirroring é um dos efeitos mais bonitos, refinados e de
Silhueta
Outro efeito que pode ser enquadrado na categoria superior de
elevada beleza da iluminação de áreas externas.
refino da iluminação é a silhueta, quando se ilumina um volume,
um muro ou outros elementos arbóreos e um elemento importante
Utiliza a consequência da iluminação de um elemento decorativo
ou arbóreo priorizando a observação de um determinado ponto de
fica no anonimato, aparecendo como silhueta.
vista através do reflexo em um espelho ou lâmina d’água.
faz parte do processo conhecido como “Shadow light”, ou seja, a
O bom resultado desse efeito é a interação harmônica entre os
Tamanha é a importância desta relação de luz e sombra, que
equipamentos que jogam luz no elemento arbóreo, o elemento em si
iluminação com a sombra.
e a sua observação através de um ponto de vista bem escolhido para
Pode ser utilizado com o efeito wall washing, atingindo
reflexão no espelho d´água.
melhores resultados, porém, com o efeito grazing, o resultado é
mais dramático e teatral.
O elemento arbóreo no mirroring é trabalhado de maneira indireta.
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Apoio
Iluminação pública e urbana
34
Floodlighting
O efeito floodlighting é um downlighting projetado para
Moonlighting
O efeito moonlighting, como o nome diz, procura representar a
iluminar áreas de maior proporção, utilizando equipamentos
iluminação de uma lua cheia, criando as sombras das folhagens de
com grande abertura de facho. Normalmente utilizado para
uma árvore no chão.
segurança de áreas como parques, campos de futebol e jardins,
e pode ser extremamente estético quando utilizado como
instalação de equipamentos em árvores de copa abundante, de folhas
sistema moonlighting.
grandes, galhos definidos e fortes, uma vez que o equipamento deve
É um efeito sofisticado e difícil de ser criado, pois requer a
ser fixado nos galhos, escondido entre as folhas.
Aspectos importantes
Apoio
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Apoio
Iluminação pública e urbana
36
A base de um bom projeto de iluminação de áreas externas
é o entendimento perfeito dos momentos urbanísticos. Quando o projeto não está construído, é fundamental entender, além do posicionamento, o porte, as cores e a densidade dos elementos arbóreos.
Fotometria
Entender a fotometria dos equipamentos e de como iluminar
os elementos é um exercício dos princípios da fotometria, abertura de foco, intensidade, além da composição artística das cores.
Elementos altos e esguios demandam focos concentrados,
enquanto que elementos largos e baixos demandam focos amplos.
Devemos tomar cuidado com a modelagem dos elementos,
normalmente utilizando mais de um ponto focal, evitando assim a distorção da percepção do elemento paisagístico.
Em um espaço externo, os pontos de luz mal projetados
podem criar um efeito terrível chamado “ofuscamento”, que é a projeção de luz intensa, descontrolada, que prejudica a observação do espaço.
Este ofuscamento pode ser desconfortante ou até velador,
ou seja, impede a observação do espaço, prejudicando até a segurança.
Devemos buscar sempre a utilização de equipamentos com
bom controle ótico, posicioná-los de maneira estratégica para não criar estes efeitos desagradáveis e até perigosos.
A utilização dos equipamentos de iluminação em ambientes
externos pode também criar o que conhecemos como “poluição luminosa”, que é a emissão descontrolada de luz para o céu.
Cuidados com as cores
Muitas vezes me perguntam sobre a utilização de projetores
com emissão colorida. Particularmente, prefiro muito mais o destaque do espaço projetado do que a deturpação deste espaço
Apoio
37
O projeto de iluminação deve, além de prever equipamentos com fotometria correta, evitar a emissão de luz para ambientes
superiores, o posicionamento e a focalização corretos.
Um aspecto importante nas definições dos projetos é a quantidade de luz a ser projetada no espaço projetado, pois seu reflexo
no plano reflete a luz para os espaços superiores, também causando poluição luminosa.
* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
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Capítulo vX Consumidores por transformador Por Manuel Luís Barreira Martinez*
Comentários (1)
Como demonstrado nos capítulos anteriores, uma vez conhecidos os dados de cadastro e energia dos consumidores de uma concessionária, bem como as características que correlacionam
Em que:
a energia e a demanda é possível, através de uma análise estatística,
= Demanda do Transformador no instante de tempo “i”;
verificar alguns pontos de extrema importância com respeito às
Número de intervalos de tempo “i”, utilizados para descrever o
condições do ativo transformadores, e com um pouco mais de
ciclo de carga;
requinte, partindo da arquitetura dos alimentadores, o que não foi
um pouco mais elaborada, fugindo do padrão "distribuição normal",
= Potência nominal do transformador.
objeto da presente discussão dos seus alimentadores.
Como visto, é possível verificar e discutir, com razoável precisão,
as padronizações de potência nominal e expectativa de vida útil das unidades, quando de transformadores trifásicos e inferir, uma vez que o desbalanço de fases não pode ser avaliado com base nessa formatação de dados, os mesmos pontos com respeito aos transformadores trifásicos.
A divisão dos consumidores, em grupos como proposto
neste texto também depende da política determinada pela concessionária. Como
demonstrado
nos
exemplos
desenvolvidos,
os
transformadores monofásicos podem ou devem ser agrupados em três diferentes grupos característicos, com modelos estatísticos de carga, como mostra a Figura 1, distintos. O real impacto dessa classificação, como definido pelo "Fator de perdas sob carga - k ou LLD" dos transformadores, como mostrado pela Equação 1 precisa ser avaliado por meio de medições de campo.
Figura 1 – Exemplo de modelo estatístico de carga – Curva de demanda mínima – 5%, mais provável e máxima – 95% em p.u. a cada 15 minutos para o período de 24 horas.
A lógica indica que não devem ser encontrados valores extremamente discrepantes - são esperados valores entre 0,5 e 2,0
Os transformadores trifásicos do exemplo, exceto os com
horas. Quando confrontados com as tolerâncias de manufatura e
potência nominal de 30 kVA admitem um agrupamento em dois
as políticas de estoque e logística da concessionária, o resultado dos
diferente grupos de característicos. Novamente, são válidos os
processos de capitalização de perdas pode ser um único padrão com
comentários anteriores. No entanto, neste caso, o "Fator de perdas
relevância econômica.
sob carga – k ou LLD" dos transformadores fica entre 3,0 e 5,0
39
Apoio
horas. Deste modo, como se observa e indica o fator de perdas sob carga, estas unidades trabalham com maior carregamento. Quando esta análise é estendida para a ideia de avaliar o carregamento por fase, os números mudam e, em geral, uma das fases, na maioria das vezes, termina recebendo o maior impacto térmico.
A escolha ou determinação apropriada dos valores do "Fator de
perdas sob carga", que é um valor distinto do "Fator de carga", é ponto primordial para a correta avaliação do conceito de perdas capitalizadas.
(2)
Figura 2 – Relação "fator de perdas versus fator de carga". Nota: Existe uma correlação entre os valores do "Fator de perdas sob carga” e do “fator de carga”, como definido pela Equação 2. Como se observa, a relação existe, porém, não é trivial, como mostra a Figura 2. Logo, qualquer expressão, sem origem consistente com os dados que se pretende avaliar, para correlacionar estes dois fatores poder conduzir a resultados totalmente dispares e sem significado, principalmente econômico, que em tese é o que apresenta maior importância.
Também é importante realçar a necessidade de se ter uma boa
confiança nos modelos matemáticos que correlacionam "demanda versus energia consumida". Caso esse modelo não for representativo, ou ainda desatualizado, qualquer análise com base nestes valores perde significado. Neste caso, é sempre importante tentar incluir nas medidas de campo e avaliações as relações entre "energia versus fator de potência" e "desbalanços entre fases em transformadores trifásicos".
Avaliações de campo
A qualidade dos dados que compõem as análises apresentadas
necessita para ser considerada como confiável de uma verificação em campo.
Deste modo, a Tabela 1 mostra os resultados das medições em
campo para verificar a qualidade de parte dos dados utilizados nas análises apresentadas neste texto.
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
40
Tabela 1 – Avaliação dos modelos estatísticos para a demanda
A reorganização das amostras considerou uma ordenação dos
máxima dos transformadores monofásicos avaliados
transformadores avaliados conforme a sua "demanda máxima
Demanda máxima [kVA]
semanal". Assim, transformadores com demanda <4,25 kVA → 5
5 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
2.67
3.36
4.07
B. Dados
3.99
4.07
4.15
10 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
3.39
3.46
3.52
B. Dados
3.47
3.52
3.57
15 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
5.50
5.91
6.46
B. Dados
7.14
7.29
7.45
kVA, > 4,25 kVA =< 8,5 →10 kVA e, finalmente, > 8,5 kVA → 15 kVA.
A Tabela 1 mostra que existe superposição das faixas dos
resultados para os valores mais prováveis obtidos dos bancos de dados e das medições em campo, para os transformadores monofásicos de 5 kVA e 10 kVA. O mesmo não se observa para os transformadores com potência nominal de 15 kVA. Isto demonstra a possibilidade de terem ocorrido dois problemas durante as análises. O primeiro é a falta de adequação para a relação entre "demanda
Figura 4 – Relação "fator de perdas versus potência nominal do transformador – amostras rearranjadas”.
máxima versus energia consumida" para todos os níveis de potência nominal dos transformadores monofásicos, o que deve sempre ser Tabela 2 – Avaliação dos modelos estatísticos para a demanda
objeto de avaliação prévia. O segundo é o reduzido tamanho das amostras avaliadas em campo, que por uma questão de custos, foi
máxima dos transformadores trifásicos avaliados
bem abaixo dos valores recomendados para um estudo estatístico
Demanda Máxima [kVA]
com desvios em relação à média inferiores a 10%.
As Figuras 3 e 4 mostram os fatores de perdas sob carga, que devem
ser utilizados para as avaliações econômicas e de perdas capitalizadas, conforme as amostras retiradas de campo e reorganizadas conforme regra que privilegia o carregamento das unidades, respectivamente, o que deve ser, sempre que possível, observado.
30 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
13.61
13.99
14.37
B. Dados
15.84
16.31
16.81
45 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
31.81
32.29
32.78
B. Dados
30.32
30.82
31.31
75 kVA
L. Inferior
Provável
L. Superior
Campo
56.33
56.96
57.50
B. Dados
58.12
58.72
59.31
Como mostram as Figuras 3 e 4, a reorganização do carregamento dos transformadores monofásicos melhora a distribuição das perdas e por certo a expectativa da vida útil do ativo. Este problema já tinha sido levantado quando da avaliação estatística dos valores disponibilizados nos Bancos de Dados, somente confirma o fato que deve ser sempre observado quando da expansão das redes e de novas aquisições.
A Tabela 2 mostra os resultados das medições em campo
para verificar a qualidade dos dados utilizados nas análises apresentadas neste texto para os transformadores trifásicos. Neste caso, não ocorrem superposições das faixas de Figura 3 – Relação fator de perdas versus potência nominal do transformador – Amostras de campo.
resultados obtidos dos bancos de dados e medições em campo para os níveis de potência nominal dos transformadores
Apoio
41
Apoio
Análise de consumo de energia e aplicações
42
trifásicos avaliados. Novamente, são válidas as observações
As Figuras 5 e 6 mostram o efeito do desbalanço do
anteriores sobre as discrepâncias observadas.
carregamento das pernas nos transformadores trifásicos avaliados.
As Figuras 5 e 6 mostram os fatores de perdas sob carga,
Convém ressaltar que esse efeito é indetectável na estrutura do
que devem ser utilizados nas avaliações econômicas e sobre
banco de dados disponibilizado para a presente análise, o que é um
perdas capitalizadas, para as amostras retiradas de campo que,
problema, pois nestes casos, o envelhecimento de parte do ativo,
por sua vez, foram avaliadas como unidades trifásicas e por
passa desapercebido.
fases, respectivamente.
Figura 5 – Relação "Fator de perdas versus potência nominal do transformador – avaliação trifásica”.
Figura 6 – Relação "fator de perda versus potência nominal do transformador – Avaliação por fase”.
43
Apoio
Como se observa a ordem de grandeza
dos maiores fator de perdas verificados para as avaliações trifásicas é similar aos determinados para as avaliações fase a fase dos transformadores trifásicos. Como posto, isso diretamente implica em uma subavaliação do problema imposto pelas sobrecargas nestas unidades. Em termos de perdas ou custos capitalizados, essa diferença também é responsável por uma escolha inadequada dos transformadores. No entanto, nestes casos, é melhor avaliar as condições de carregamento entre fases do que aumentar a potência nominal trifásica dos transformadores, uma vez que em geral essa "providência" não resolve o problema, somente cria sobrecustos e subavaliações. Para tanto, basta observar que um transformador de 45 kVA - 15 kVA por fase, ou perna, carregado com 5,5 kVA e 30 kVA, apresenta uma condição de carregamento de 2,0 p.u. na sua fase mais carregada. Sua substituição por uma unidade de maior potência, ou seja, 75 kVA ainda resulta em um carregamento na fase mais carregada de 1,2 p.u.. Em suma, não se resolve o problema e paga-se mais caro pelo ativo. O pior seria então adotar um transformador com potência nominal de 112,5 kVA, o que infelizmente se verifica na prática. *Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.”
FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Equipamentos para subestações de T&D
44
Capítulo XI Cálculo da elevação de temperatura em invólucros pela IEC 60890 Por Sergio Feitoza Costa*
Nesta série de artigos são apresentados
conceitos de engenharia para o projeto e
especificação
de
equipamentos
Introdução
impactam fortemente no resultado do ensaio. Se a resistência e estes dados não
de
No projeto de produtos elétricos os
estão registrados no relatório de ensaio o
subestações de transmissão e distribuição.
requisitos principais a atender são (a) as
ensaio não tem reprodutibilidade e isso pode
O primeiro fascículo cobriu aspectos dos
temperaturas que não podem ser excedidas
ser visto como uma falha do laboratório de
estudos do sistema elétrico que servem de
em uso normal, (b) a capacidade de suportar
ensaios. As normas IEC e suas traduções
base para as especificações técnicas dos
as forças eletrodinâmicas de curto-circuito,
nas normas brasileiras não tratam da relação
equipamentos. O segundo cobriu conceitos
que
e
entre os ensaios de elevação, o de arco interno
sobre
curtos-circuitos,
podem
danificar
barramentos
ampacidades,
isoladores, (c) suportar a sobrepressão dos
e o de grau de proteção e não explicitam tudo
sobrecargas e contatos elétricos. O terceiro
arcos internos, (d) as solicitações dielétricas
que deve ser registrado nos relatórios de
fascículo abordou o tema “Técnicas de
às sobretensões de impulso ou a tensão
ensaios. As normas de painéis de média e de
ensaios de alta potência, laboratórios de
de frequência nominal, (e) as solicitações
baixa tensão deveriam pedir explicitamente
ensaios e principais ensaios”. No quarto
mecânicas
(mas não pedem) para registrar no relatório
fascículo, cobriu-se o tema “Estudos
repetitivas, e (f) a capacidade de evitar a
de ensaios os fatores acima.
elétricos de sobretensões, coordenação de
causadas
por
operações
penetração de agua e poeiras no invólucro.
isolamento e impactos de campos elétricos
Como os equipamentos são cada vez
emitidos por laboratórios de ensaios não
O conteúdo dos relatórios de ensaios
e magnéticos”. No quinto fascículo, o tema
menores e as correntes cada vez mais altas
pode ser visto apenas como algo técnico.
abordado foi a recente brochura CIGRÉ 602
é muito mais difícil atender a alguns destes
Mais de 80% das vezes o principal objetivo
sobre simulação de arcos. O tema do sexto
requisitos, mantendo a segurança das pessoas
de quem entra em longas filas de espera e
fascículo foram as especificações técnicas
e instalações e otimizando o projeto para o uso
depois paga para realizar os onerosos ensaios
de disjuntores, secionadores, painéis e
mínimo de cobre, alumínio, suportes das barras
é ter um documento neutro que permita a
para raios feitas por concessionarias de
e outros componentes. Um dos principais
comercialização de seus produtos. Por isso,
energia. O sétimo descreveu distancias de
aspectos é o de elevações de temperatura.
espera-se que as gerências de laboratórios de
segurança e sistemas de proteção contra
Conforme mostrado no fascículo 2 desta
ensaios oficiais de terceira parte tenham a
incêndios em subestações. O oitavo foi
série, os resultados do ensaio de elevação de
visão de que os relatórios de ensaios são um
sobre a futura IEC62271-307. O nono foi
temperatura são influenciados pela corrente
instrumento comercial poderoso e devem
sobre técnicas para reformar equipamentos
aplicada, tipo de materiais, as resistências de
ser claros, precisos, identificar muito bem
de subestações e adiar investimentos. O
contato, a temperatura do fluido, a geometria
o que foi testado e ter conclusões objetivas.
décimo abordou novas tecnologias para o
dos condutores, o volume interno líquido
É comum encontrar nos relatórios frases
setor elétrico. Este 11º tratará do cálculo
do compartimento e a existência ou não de
dizendo que os resultados só se aplicam à
da elevação de temperatura em invólucros
aberturas de ventilação. As resistências de
amostra testada e outras que visam eximir
pela IEC 60890.
contato e a área e velocidade de ventilação
o laboratório de qualquer responsabilidade
Apoio
futura pelo uso do documento.
as compras mas aceitam relatórios que não
interpretações são difíceis de analisar até
Em minha visão, se um laboratório tem
dizem se o equipamento passou ou não no
mesmo para as equipes do laboratório de
competência técnica para tal, deve emitir
ensaio de elevação de temperatura. Muitas
ensaios. Exemplos destes são a definição
relatórios de ensaios que identifiquem
vezes, o limite máximo permitido na norma
da máxima elevação de temperatura que
corretamente o equipamento que foi testado
foi ultrapassado e em alguns casos o relatório
deve ser atendida em diferentes tipos de
e trazer uma conclusão escrita informando
nem mesmo se aplica ao equipamento que
conexões e contatos, no ensaio de elevação
se o equipamento testado atendeu ou não
está sendo comprado.
de temperatura, ou mesmo o número de
os requisitos da norma técnica. Pagar mais
Em
barato por ensaios em laboratórios que não
coordenava o Comitê Técnico 32 (Fuses)
submetidos ao ensaio de arco interno.
atendem a isso é um erro estratégico, à luz
da IEC – International Electrotechnical
das novas normas IEC, como a IEC 62271-
Commission, tive a oportunidade de
normas, os importantes relatório técnicos.
307, que mencionam explicitamente o que
conhecer alguns documentos TR (Technical
Nestes últimos, que não têm caráter
deve ser registrado.
Reports) da IEC que, embora muito uteis,
normativo, é que estão os fundamentos
anos
passados,
quando
eu
aplicações de curto-circuito em painéis Por este motivo, a IEC publica, além das
No caso das elevações de temperatura,
são, ainda hoje, muito pouco conhecidos no
para os valores utilizados nas normas. Nos
interpretar os resultados e compará-los com
mundo. A IEC publica, principalmente, dois
treinamentos que aplico para fabricantes,
as normas para saber se o equipamento
tipos de documentos: as normas técnicas e
concessionárias e empresas de certificação,
passou ou foi reprovado não é uma tarefa
os relatórios técnicos. As normas técnicas
utilizo muitos destes relatórios técnicos
simples. É preciso conhecer bem as
especificam os procedimentos, métodos de
IEC. No livro de minha autoria que pode
entrelinhas de normas, como a IEC 62271-
ensaios e valores limites que não devem ser
ser baixado livremente em http://www.
1, a IEC 62271-200 e as da série IEC 61439.
ultrapassados. As normas técnicas raramente
cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_POR.
Muitos compradores de equipamentos de
descrevem os fundamentos técnicos e
pdf, há várias informações extraídas destes
baixa e média tensões são exigentes em
trazem as explicações do porquê dos valores
documentos TR da IEC.
pedir os relatórios de ensaios para efetivar
limites e métodos empregados. Algumas
Alguns dos principais relatórios técnicos
45
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
46
IEC úteis no dia a dia de quem projeta e
Invólucros vazios destinados a conjunto
de elevação de temperatura por cálculos é
especifica equipamentos são:
de manobra e controle de baixa tensão
baseada neste método.
- Requisitos gerais, permite estabelecer a
• IEC/TR
of
capacidade de dissipação de potência em
da IEC 60890 é que, originalmente, um
temperature-rise verification of low-voltage
invólucros vazios usando os métodos da IEC
certo painel com tipo construtivo definido
switchgear and controlgear assemblies by
60890.
e alguns tipos de componentes internos
calculation
No
• IEC TR 60943, Guidance concerning
completos de elevação de temperatura em
laboratório.
the permissible temperature rise for parts
equipamentos, a sequência normalmente
agora um outro painel do mesmo tipo
of electrical equipment, in particular for
adotada é a seguinte. Em primeiro lugar
construtivo (da mesma família, mas com
terminals
calcula-se a elevação de temperatura do
dimensões diferentes do testado) que usa os
• IEC 61117, Method for assessing the
ar interno, considerando todos os watts
mesmos tipos de componentes, porém em
short-circuit withstand strength of partially
dissipados, pelo método da IEC 60890. Em
quantidades diferentes. Um exemplo é que
type-tested assemblies (PTTA)1
seguida, calcula-se a elevação de temperatura
o painel originalmente testado contava com
• IEC TR 60865-1, Short-circuit currents
das barras e conexões, em relação ao ar
três disjuntores internos dissipando uma
– Calculation of effects – Part 1: Definitions
interno, por um método de elementos
certa potência total enquanto o não testado
and calculation methods
finitos. Somando-se os dois valores obtém-se
tem paredes de dimensões diferentes e tem
• IEC TR 60865-2, Short-circuit currents
a elevação de temperatura das partes em
cinco disjuntores ao invés de três. Portanto,
– Calculation of effects – Part 2: Examples of
relação ao ar externo. Este é o método usado
dissipa uma quantidade diferente de watts. A
calculation
no software de projeto SwitchgearDesign.
ideia é que se pudermos provar por calculo
60890,
A
method
A ideia central da aplicação do método
Para o tema elevações de temperatura há
os documentos IEC TR 60943 e o TR IEC
que
diz
respeito
a
cálculos
O método de cálculo da IEC 60890
60890. O IEC TR 60943 é o mais completo
foi inicialmente testado e aprovado em Suponhamos
que
temos
que a elevação de temperatura do ar interno no equipamento não testado é menor do que aquela do equipamento testado, os componentes internos do equipamento
documento que conheço na bibliografia a
O método é utilizado para calcular a
calculado serão menos solicitados que os
respeito de temperaturas em equipamentos
elevação de temperatura do ar no interior de
componentes do painel testado. Por isso, não
e materiais condutores e isolantes e seu
um invólucro metálico com ou sem aberturas
é necessário repetir os ensaios.
impacto na vida útil, além de muitos
de ventilação, mas sem ventilação forçada.
É um método empírico baseado em
outros aspectos. É um documento que um
No SwitchgearDesign foram acrescentadas
resultados de ensaios obtidos em um grande
bom projetista ou um bom engenheiro de
equações que permitiram estender as
número de diferentes tipos de invólucros. Os
laboratório de ensaios deve conhecer nos
equações para invólucros com ventilação
resultados destes ensaios foram associados
mínimos detalhes para desenvolver um
forçada e outros fluidos além do ar como o
aos valores das variáveis principais de
projeto competente ou realizar e analisar
SF6. Nas antigas normas de painéis de baixa
cálculo para criar uma série de curvas que
resultados de testes.
tensão IEC 60439 e na mais recente série IEC
são utilizadas nos cálculos de cada invólucro
61439, a possibilidade de substituir o ensaio
específico.
Neste artigo vamos destacar o conteúdo
do documento IEC/TR 60890. Este apresenta um método simples, mas muito eficaz para calcular a elevação de temperatura do ar dentro de um compartimento de painel ou barramento blindado ou invólucros em geral. Se um projetista deseja calcular as elevações de temperatura que acontecerão nos barramentos de um painel com várias fontes de calor internas (conexões das barras, disjuntores, fusíveis e chaves) pode seguir um método como o descrito a seguir.
Cabe ainda mencionar que há fabricantes
que produzem invólucros vazios, mas não produzem o painel ou barramento completo montado. A norma NBR IEC 60208 -
Figura 1 – Configuração de cálculo.
Apoio
47
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
48
As variáveis de cálculo relevantes são as
horizontal deve ser no mínimo 50% da seção
destaca o tipo de instalação mostrado na
reta transversal da coluna.
parte superior direita da figura. Este tipo
O método visa determinar a elevação
depende da localização do painel dentro
- As dimensões do invólucro: altura / largura
de temperatura do ar, ao longo da altura da
da sala. Por exemplo, um painel instalado
/ profundidade;
coluna do involucro com base na elevação
sozinho no centro da sala (curva 1) se
- O tipo de instalação, por exemplo, no
de temperatura a 50% da altura e em 100%
aquecerá menos que um outro, igual, porém
centro de uma sala ou encostado nas paredes
da altura (próximo ao teto). É utilizada a
instalado encostado nas paredes e tendo
ou encostado em paredes e outros painéis
equação principal mostrada na Figura 2.
como vizinhos dois outros painéis aquecidos
quentes;
(curva 4).
- O projeto do invólucro com ou sem
fornecerão a elevação de temperatura do
aberturas de ventilação;
ar interno devido aos watts produzidos
involucro efetivamente exposta para efeitos
- O número de partições horizontais internas
são obtidos a partir dos dados de entrada
de dissipação de calor é obtido a partir dos
(com furos) por onde o ar ascendente deverá
mostrados na Figura 3. Entre estes se
dados da Figura 4. Note-se que este fator
seguintes (ver Figura 1):
Os fatores K, D e P x que multiplicados
O fator B usado para calcular a área do
circular do fundo para o topo do invólucro - A dissipação efetiva de potência nos componentes internos do invólucro.
O método vale para invólucros em chapa
de aço, chapas de alumínio, ferro fundido, material isolante e outros semelhantes. É aplicável se estiverem reunidas as seguintes condições: • Há uma distribuição aproximadamente uniforme da dissipação de potência no interior do invólucro. Esta situação na vida real é rara, mas o método fornece bons resultados a despeito disso; • As partições agem de tal maneira que a circulação do ar é pouco impedida; • O equipamento instalado é projetado para corrente alternada até 60 Hz ou contínua de
Figura 2 – Sequência de cálculo da elevação de temperatura a 50% e 100% da altura do invólucro.
valores não superiores a 3.150 A; • Os condutores elétricos e peças estruturais são dispostos de tal modo que as perdas por correntes de Foucault são insignificantes. Na realidade, para correntes acima de 3.000 A, os efeitos podem ser mais pronunciados caso sejam utilizados, por exemplo, em espaçadores de barramentos materiais como o aço carbono; • Para invólucros com aberturas de ventilação, a seção transversal das aberturas de saída do ar (topo) é de pelo menos 1,1 vezes a seção transversal das aberturas de entrada de ar (parte de baixo); • Não há mais de três partições horizontais na coluna ou seção sob análise; • Se o invólucro tem aberturas de ventilação, a área de passagem de ar em cada partição
Figura 3 – Dados de entrada e resultados do método.
Apoio
é multiplicado pela área de cada parede específica.
A soma das áreas de cada parede resulta
na área efetiva Ae que será utilizada como dado de entrada em algumas das demais figuras deste fascículo.
O Fator K que aparece na fórmula é
calculado em função dos valores da área Ae e da área de entrada de ar conforme mostrado
Tipo de Instalação
Fator de superfície B
Face do teto exposta
1,4
Superfície do teto coberta
0,7
Faces expostas frente, traseira, lados
0,9
Faces laterais cobertas
0,5
Faces laterais de invólucro central
0,5
Superfície do chão
desconsiderada
Figura 4 – Fator b de cálculo da área exposta.
na Figura 5.
A determinação da temperatura no topo
do involucro é feita utilizando-se um fator de distribuição C como nas Figuras 6 e 7. Este fator depende de haver ou não aberturas de ventilação.
O fator D que aparece na formula é
obtido através dos dados da Tabela 1 em função do número de partições horizontais. Como é de se esperar, quanto maior o número de partições mais difícil é para o ar circular e, portanto, maior é o valor de D e, consequentemente, da elevação de temperatura.
Os valores de P e x que aparecem na
Figura 5 – Fator K para Ae> 1,25 m2.
49
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
50
pudesse ser aplicado em situações muito próximas das descritas nas “condições de validade”. Entretanto, à medida que fui utilizando-o em vários e vários projetos executados para fabricantes de painéis e barramentos blindados, percebi como os resultados calculados se aproximam muito dos valores medidos em ensaios em quase todas as situações. Embora este método empírico seja simples pela facilidade de uso, atrás dele há a contribuição dos principais fabricantes mundiais de painéis de baixa tensão. São eles que atuam nos grupos de trabalho da IEC que prepararam este documento. Tenho atuado ao longo dos anos em alguns grupos de tralho da IEC como o que atualmente Figura 6 – Fator C para distribuição da elevação ao longo da altura sem aberturas de ventilação.
está preparando a nova IEC 62271-307. As discussões técnicas são muito ricas.
A utilização deste método de cálculo das
temperaturas do fluido viabilizou, no software SwitchgearDesign, substituir cálculos pesados de dinâmica computacional dos fluidos (CFD), por algumas poucas e simples linhas de código computacional. Isto pode ser percebido nos casos validados detalhados no link mostrado mais acima neste texto. Os softwares CFD são poderosos porem muito mais difíceis de comprar, utilizar e modelar. Além disso, necessitam de um treinamento do projetista muito mais longo. E aí chega o problema, pois a grande maioria dos fabricantes brasileiros simplesmente parou Figura 7 – Fator C para distribuição da elevação ao longo da altura com Ae > 1,25 m2 e aberturas de ventilação.
de investir em treinamento e capacitação de
formula geral da Figura 2 são a potência
nos barramentos, watts gerados por indução
atividades de desenvolvimentos de engenharia
dissipada total que há dentro do invólucro
e magnética etc.
e este é um erro estratégico. É exatamente o
Comentários finais
outros países, inclusive na América do Sul,
todas as cargas térmicas no interior
Vejo muitos brasileiros comentando
do invólucro, tais como resistores de
utilizar o método da IEC 60890, há alguns
aquecimento, disjuntores e chaves, perdas
anos, imaginei que por sua simplicidade só
e o fator empírico X mostrado na coluna da direita da Figura 2. O valor da potência
contrário do que fazem os asiáticos e alguns como a Colômbia e o Chile.
dissipada deve ser avaliado considerando Na primeira vez que examinei e tentei
Tabela 1 - Fator D
Sem aberturas de ventilação
Partições = 1
Partições = 2
Partições = 3
Partições = 4
1,00
1,05
1,15
1,30
1,03
1,05
1,10
1,15
A e > 1,25 m2 Com aberturas de ventilação A e > 1,25 m2
pessoal nos últimos anos. Terceirizaram as
de modo depreciativo que os chineses conseguem produzir e vender muito, porque sua mão de obra é muito barata. Este é um erro grosseiro de avaliação. Foi assim no passado, mas os chineses e outros asiáticos passaram a investir bastante em capacitação e hoje fabricam em seus países quase todos os produtos que se possa imaginar. A título de exemplo, se uma empresa quisesse comprar
Apoio
equipamentos para montar um grande
e são mantidos por governos e instituições
bem lá fora, com muito mais facilidade
laboratório de ensaios de alta tensão ou de
que pensam apenas em se manter no poder
poderá vender aqui quando a situação
alta potência poderia comprar todos os itens
e não têm nenhuma visão ou interesse no
brasileira melhorar. Portanto, recomeçar
na China. Entretanto, aqui no Brasil, não se
que acontecerá com o País no médio ou
a criar uma cultura de capacitar o pessoal
poderia comprar nenhum dos equipamentos,
longo prazos. A culpa também é nossa por
técnico e manter equipes competentes para
pois nenhum fabricante os desenvolveu.
assistirmos a tudo passivamente.
enfrentar novos desafios. Um bom começo
Poderíamos até preferir comprar de um
A maior parte de nossa indústria
é ter na equipe técnica pelo menos dois bons
fabricante mais tradicional na Europa ou
elétrica, que avançava muito bem nas
projetistas com visão aberta para inovações;
América do Norte, porém, o fato é que seria
décadas de 1980 e 1990, parece que perdeu
• Ter um "plano de metas em novas
possível comprar qualquer um deles na China.
o foco. Com exceção de uma ou duas regiões
tecnologias" com as prioridades definidas.
Se extrapolarmos este raciocínio para trens
do Brasil, onde se percebe que há iniciativas
Manter em curso, a cada ano, pelo menos
modernos, barcas de transporte de massa,
de planejamento e de motivação do setor
três projetos de "novos produtos”. Esta é a
navios e outros itens veremos como, no Brasil,
industrial, paramos no tempo.
maneira de criar uma cultura de inovação na
pensamos curto e estamos desatualizados. Na
empresa e manter a chama acesa.
questão dos desenvolvimentos tecnológicos,
da indústria elétrica que me procuram para
estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos
aconselhamentos costumo sugerir algumas
últimos 15 anos.
ações como:
Para os médios e pequenos fabricantes
Repetindo parte do que escrevi no fascículo
anterior
(novas
tecnologias),
• Focar em produzir e vender 60% para o
passamos por um momento em que as
mercado externo e 40% no mercado interno
indústrias do setor elétrico brasileiro estão
brasileiro;
perdendo em competitividade. A culpa não é
• Competir no mercado externo é mais
só dos procedimentos, impostos e burocracia
difícil no primeiro momento, mas muito
excessivos que emperram a indústria elétrica
compensador
depois.
Quem
compete
*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
51
Apoio
Qualidade nas instalações BT
52
Capítulo XI Análise de partida de motores Parte 1 – Dinâmica de rotação e análise do sistema elétrico Por Edson Bittar Henriques*
Introdução
Para fins elétricos:
de alimentação elétrica e analisar o
a) Verificar se o motor e o sistema
impacto no sistemas elétrico, concluindo
elétrico suportam a partida (se estão
se é necessário e viável providenciar
de um motor elétrico pode ser necessário
dimensionados para tal condição);
outros métodos de partida (como soft-
para algumas finalidades, como:
b) Verificar o impacto, ou seja, o nível
starter, chaves estrela-triângulo, chaves
de perturbação no restante do sistema
compensadoras, substituir o motor de
elétrico
Analisar a partida (fase de aceleração)
de
indução por motor de anéis com controles
a) Verificar se efetivamente o motor
tensão), que pode afetar demais cargas
no circuito do rotor,usar conversor de
conseguirá acelerar a carga mecânica
consumidoras;
frequência para controle da partida e
em
se
c) Prover adequados ajustes das proteções
regime, acoplamentos hidráulicos etc.).
dimensionar o motor, é usual focar a
elétricas para o motor e para o sistema
necessidade em regime permanente,
elétrico e evitar atuações indevidas e
porém, não se pode esquecer que o
descontinuidade de operação.
motor terá de acelerar a carga até a
O intuito dos estudos é, portanto,
Diante
velocidade de regime;
antever ou simular por cálculo as condições
anteriormente, observa-se que o estudo
b) Verificar se a aceleração estará
de partida, verificando a performance
proposto abraça as disciplinas elétrica
adequada
de motores e, eventualmente, revendo
e mecânica. Há diferentes formas e
seu dimensionamento e dos sistemas
níveis de realizar este estudo, desde
Para fins mecânicos:
um
tempo
à
adequado.
máquina
ou
Ao
processo
acionado (aceleração brusca ou suave);
(sobrecorrente
e
queda
Metodologia dos
itens
expostos
Apoio
aproximações e simplificações – como
que o usuário pode montar seu modelo e
com motores de pequeno e médio porte,
adotar conjugados médios por simples
simular o que pretender (vide anexo 1).
há disponíveis as curvas de conjugado
visualização de curvas e considerar,
A parte mecânica do estudo envolve
(torque) x rotação e corrente x rotação,
portanto, uma aceleração média geral
basicamente dinâmica de rotação, que é
fornecidas pelo fabricante do motor,
e simplificar a modelagem do sistema
aplicação dos conceitos e a lei de Newton a
ou mesmo disponíveis em catálogos
elétrico, que podem gerar resultados
este sistema, observando, porém, que, em
eletrônicos e/ou sites de fabricantes,
rápidos, mas as vezes distorcidos e
geral, temos um sistema com aceleração
assim, iremos partir delas no exemplo
imprecisos – e outros métodos mais
angular variável, ou seja, não constante,
desse artigo. O motor será modelado
complexos para resultados mais precisos.
por isso não há fórmulas simples prontas
nesta análise como uma impedância que
Os métodos mais sofisticados envolvem
para uso generalizado.
varia em função de ω.
recursos computacionais para analisar
Para
parâmetros
de
durante
o
período
de
A parte elétrica envolve uma análise
motores
de
grande
porte
de
(centenas de kW) e/ou de MT (média
aceleração. Neste artigo, será apresentado
correntes e tensões no motor e seu
tensão), pode ser que estejam disponíveis
um método que desenvolvi, mas há, no
efeito no conjugado (torque) do motor
também
entanto, módulos de TMS ("transient
e no sistema alimentador à montante
equivalente do motor (resistências e
motor starting analysis") de pacotes de
(perturbação). É recomendável modelar
reatâncias do modelo elétrico do motor).
softwares importados de sistemas de
o sistema elétrico em p.u. (por unidade)
É possível partir destes dados e inclusive
potência no mercado prontos para realizar
para melhores resultados nas análises
as curvas citadas podem ser obtidas deles.
estes estudos. Há também softwares
destas perturbações.
É possível também obter estes parâmetros
de simulação de sistemas elétricos de potência para montagem e modelagem
circuitos
para
determinação
Dados
do Simulink do Matlab, por exemplo, em
parâmetros
do
circuito
a partir dos resultados dos ensaios dos motores. Nota: os parâmetros do circuito equivalente
virtual de circuitos e equipamentos, como o pacote de sistema de potência
os
a) Do motor que parte Para a maioria das aplicações industriais,
são dados mais completos, assim, eles contêm informações mais "ricas" de
53
Apoio
Qualidade nas instalações BT
54
conteúdo, a partir dos dados de curvas;
facilita-se
apenas requer algumas considerações /
de cálculo). Analisa o impacto até um
Tm = torque (ou conjugado) do motor;
aproximações para cálculos. A folha de
barramento
Tcc = torque (conjugado) da carga
dados do fabricante do motor também será
montante de um transformador, que, por
referido ao eixo do motor;
necessária (contendo dados nominais, Ip/
sua vez, alimenta um quadro secundário
J= Jm +Jcconde Jm = momento de inércia
In, tempo máximo de rotor bloqueado e
que alimenta outras cargas e o motor que
do motor, Jcc é momento de inércia da
momento de inércia do motor).
parte. À montante do quadro primário,
carga referido ao eixo do motor.
padronizar de
um
quadro
programa
primário,
à
Em que:
o sistema estará sendo modelado pelo
b) Da carga mecânica acionada pelo
circuito
motor que parte
Thevenin) com base no nível de curto-
rotação da carga e a do motor, ou seja,
Da carga serão necessários os dados
circuito local.
relação do redutor, então:
equivalente
(equivalente
de
Seja rred = ωc/ωma relação entre a
nominais (potência no eixo ou conjugado
Todos
do
- da eq. 2, temos: Jcc = Jc.rred2
a uma dada rotação), a curva conjugada
sistema elétrico (níveis de curto-circuito,
- da eq. 3, temos: Tcc = Tc.rred
(torque) x rotação ou tipo de curva
dados do trafo, dados de cabos, dados de
(quadrática, linear, constante ou outra),
cargas/demandas etc.) serão necessários
sendo que, em geral, para aplicações
para se calcular as impedâncias na forma
Tmvn (Tm à tensão nominal) = f1(ω)
usuais, o tipo de máquina/equipamento já
complexa "z=r+jx" em p.u.
eTc=f2(ω);
define o tipo; por exemplo, um soprador ou uma bomba centrífuga tipicamente
os
dados
necessários
As curvas dadas são:
Logo,α = f(ω)que é a aceleração angular
Cálculos/processamento
em geral não será constante.
tem curva de torque quadrática. O conjugado
da
carga
ou
a) Mecânica
conjugado
resistente é o conjugado que se opõe ao
O
conjugado motor.
representado conforme a Figura 1:
Outros dados extremamente impor
sistema
mecânico
pode
ser
Para relembrar, fazendo um paralelo
tantes são momento de inércia da carga
entre a dinâmica do movimento linear e
"Jc" e outro é a relação de redução
dinâmica de rotação, temos:
velocidade
(polias,
redutor
por
engrenagens etc.) entre o motor e a carga mecânica.
dt = J/(Tm-Tcc).dω para Tm-Tcc não nulo. w
t= ∫ 0 J/(Tm−Tcc).dw para Tm−Tc ≠ 0 Movimento linear
Movimento de rotação
em que w = velocidade angular
T = J.α(eq.1)(torque)
No entanto, no ponto de regime
Ecin = 1/2 m.v (energia cinética) Ecin = 1/2 J . ω (eq. 2)
Tm=Tcc=>, a função J/(Tm-Tcc) é des
P = F.v (potência mecânica)
contínua e a integral não fica definida,
F = m.a(força) 2
c) Do sistema elétrico alimentador
Da eq. 4, observe que:
Assim:
"rred",caso exista um sistema redutor de
Cálculo do tempo de aceleração:
2
P = T.ω (eq. 3)
assim, se fizermos uma integração
A modelagem do sistema elétrico alimentador depende de até onde se
Assim:
numérica, por métodos dos trapézios
pretende analisar os impactos da partida.
Da eq(1), temos:
por exemplo, não é possível considerar
Proponho a modelagem a seguir que
T = Tm-Tcc = J. α=>α = dω/dt =
o ponto de regime (apenas um ponto
atende a muitos casos práticos (assim,
(Tm-Tcc)/J(eq. 4)
próximo dele seria possível). Vamos então resolver de outra forma: tomemos vários pontos de ω, em que calcularemos α. No ponto de regime, temosα = 0, em cada trecho, calcular o valor de α médio e dado Δω conhecido calculamos o Δt correspondente. O tempo corrente t é a soma dos Δt anteriores. Quanto mais pontos das curvas tomarmos (quanto menor forem os Δω), melhor será o resultado, mas é suficiente que a poligonal que une os pontos tomados represente bem o perfil da curva. Recomendo,
Figura 1 – Esquema mecânico.
então, concentrar mais pontos próximos
Apoio
55
Apoio
Qualidade nas instalações BT
56
ao ponto de pico de Tm e o fim da curva
Para a realização destes cálculos
motor), considerando este último como
(ponto de Tm = 0 na rotação síncrona)
e, levando em conta que pretendemos
um valor I2t máximo. Isso dá uma noção
para uma boa representação da curva
calcular em diversos pontos de ω para
comparativa simplificada e aproximada
e boa detecção automática do ponto de
poder apresentar curvas, é interessante
da solicitação térmica do motor durante
regime.
desenvolver o programa aplicativo em
a partida.
um
ambiente/linguagem
que
opere
b) Elétrica
com números complexos diretamente,
d) Programa criado e exemplo
Modelagem dos sistemas em pu:
como o Matlab ou o Scilab (neste caso
Obter as impedâncias em pu dos
desenvolvi o programa no Scilab, cuja
componentes do sistemas de potência
licença é gratuita).
do programa desenvolvido para esta
(equivalente à montante, cabos, transfor
executado Segue o diagrama de blocos resumido
análise eletromecânica de partida direta
madores, barramentos etc.) requer uma
c) Relação entre cálculos mecânicos
e um exemplo de aplicação, que foi
quantidade significativa de cálculos
e elétricos e resumo da estratégia da
uma análise realizada da partida de um
solução
soprador centrífugo na fase de projeto de
Vamos iniciar modelando o sistema
uma planta industrial.
e,
como
são
cálculos
tradicionais
de engenharia elétrica, vou omitir o
formulário para não estender este artigo;
elétrico, calculando as impedâncias e
o ideal é programá-los também. Todas
calculando as correntes e tensões para
as impedâncias são constantes, exceto a
cada ω. No aspecto mecânico, podemos
do motor que está partindo, a qual varia
corrigir o torque e a inércia da carga
[ X] = indicação de um vetor ou seja
em função do escorregamento "s" (vide
referindo ao eixo do motor caso exista
conjunto de pontos tal que [X] = [x1;x2;
Figura 2), ou, em outras palavras, varia
redução.
x3; ...xn];
em função da velocidade angular (ω).
Com a tensão nos terminais do motor
[Im] a Vmn = corrente do motor em cada
Pacotes de software de sistemas de
para cada ω calculada na etapa anterior
ponto (velocidade) ω à tensão nominal
potência prontos têm a vantagem de
pode-se então calcular o conjugado
do motor;
que a base de dados do sistema elétrico
(torque) do motor para cada ω. O tempo
w =ω= velocidade angular (na realidade
é única, assim, podem ser aproveitados
correspondente para atingir cada ω é
a letra ideal seria "ω"= ômega, mas por
os dados já inseridos para os estudos
obtido com os cálculos mecânicos.
problemas
de curto-circuito, fluxo de carga, e
Os parâmetros calculados em função
fontes com letras gregas em software
outros, de forma que rodar o módulo
de ω agora serão reportados em função
editores, utilizei "w" e estou mantendo
de análise de partida fique simples e
do tempo.
no diagrama desta forma);
rápido.
Zm = impedância do motor = f(w);
Normalmente,
traz
também
A título de complemento incluí no
Legenda e definição das outras variáveis do diagrama:
com
disponibilidade
de
dados orientativos de motores em banco
cálculo uma análise da I2.t (integral
alfa = α = aceleração angular;
de dados, que servem para estimativas
de i2.dt) da corrente no motor durante
ireg = índice sequencial do ponto de
enquanto não se tem dados reais dos
a
rotação de regime permanente (após
fabricantes.
comparação com o valor Ip 2x tmrbl
partida);
(quadrado da corrente de partida x
wreg = velocidade angular de regime
tempo máximo de rotor bloqueado do
permanente;
Resolução do circuito para cálculos
de I=f(ω) e Vbarras = f(ω)
partida
para
possibilitar
uma
alfamed = aceleração angular média no trecho entre (i-1) e (i); dt = intervalo de tempo entre pontos (i-1) e (i);t = tempo corrente e ta = tempo de aceleração.
Queda de tensão na partida limites e normas Um dos principais impactos no sistema elétrico durante a partida de motores é a queda de tensão.Dependendo Figura 2 – Circuito equivalente do motor.
do país, pode ou não haver um limitante
Apoio
57
Diagrama de blocos simplificado do programa
normalizado. Seguem alguns aspectos
esta norma, 10% no motor é aceitável,
alimentados por transformador próprio
sobre o tema:
mas isso é apenas uma referência e
(não
– Brasil (ABNT): na ABNT NBR
não quer dizer que acima disso estaria
um limite de 10% no barramento do
5410:2004, que trata de instalações
proibido. O limite normalizado pode não
quadro que alimenta o motor que parte,
elétricas em baixa tensão, temos diversas
ser facilmente identificado ou entendido
considerando que cargas de iluminação
prescrições
e
condições
a
analisar
de
concessionária),
adotando
e também há "aberturas" nas normas, em
derivadas destes quadros, comandos de
- recomendo ler/consultar os itens
que não há limites para certos casos.
painéis e outras podem ser sensíveis a
6.5.1.2,6.5.1.3 e também 6.2.7.1e 6.2.7.3.
– A IEC 60364-5-52 não limita ΔV na
quedas de tensões superiores.
Na ABNT NBR 14039:2005, que trata
partida de motores (vide item 525 e
de média tensão, sugiro a consulta aos
"Annex-G" da norma).
de que é necessário minimizar esta
itens 6.2.7.1 e 6.2.7.2. Nas normas ABNT
– A NFPA 70 (NEC) também não limita.
perturbação.
NBR 17094-1 e 2, que dizem respeito a
Há, porém, uma cláusula (item 695.7)
máquinas elétricas girantes (motores
para o caso de motor da bomba de
de indução trifásico e monofásico,
incêndio apenas, em que o limite seria
respectivamente) não há um limite para
15% no sistema de alimentação/controle
partida, mas o item 8.2 da ABNT NBR
durante a partida desta bomba.
17094-1:2013, por exemplo, descreve alguns requisitos para motores de baixa
Com ou sem normalização sobre
tensão durante a partida,em quese
o
considera (referência) queda de tensão de
considerações de projetos de sistemas
10% no motor, logo, conclui-se que para
industriais
tema,
tenho
visto
(mesmo
exemplos
e
internacionais)
Assim existe um consenso técnico
*Edson Bittar Henriques é engenheiro eletricista pela Unesp – Ilha Solteira, é pós-graduado em Energia e Automação e proprietário da empresa de consultoria e engenharia Edson Bittar Henriques. www.projebh.com CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
58
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Por Bruno Moreira
A NECESSIDADE DOS GRANDES EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS A despeito dos altos impactos ambientais e sociais, especialistas do setor acreditam que usinas de grande porte devem continuar sendo a principal solução para atender ao crescimento da demanda nos próximos anos
59
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
condições financeiras para tal, viver sem computador, geladeira, ar-condicionado, aparelho celular, banho quente, luz elétrica e até televisão? Fica difícil imaginar a vida à luz de velas ou dentro de uma caverna escura. Por isso, os assuntos relacionados à geração, demanda e consumo de energia elétrica são tão importantes para a sociedade de maneira geral. Em seu mais recente Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que o consumo de energia elétrica chegará a
aproximadamente
698
TWh
em
2023. Levando em consideração que a expectativa do consumo do país para 2014 era, conforme o estudo, de um pouco mais de 481 TWh, a EPE estipula um crescimento médio de 4% ao ano no período. Além disso, a demanda por energia elétrica também apresentará um acréscimo considerável. No horizonte de 10 anos – de 2014 a 2023 – passará de 65.830 MW médios para 92.714 MW médios, o equivalente também a um crescimento de 4% em média ao ano. Conforme o levantamento, neste período, o incremento médio anual da carga de energia elétrica no Sistema Interligado nacional (SIN) – já incorporados os ganhos de eficiência energética
e
desconsiderando-se
a
parcela da autoprodução – será de, aproximadamente, 3 mil MW médios.
Isso posto, fica a pergunta: haverá
energia elétrica suficiente nos próximos anos para manter o estilo de vida a que nos acostumamos? Ou seja, haverá produção suficiente para atender o consumo e,
A
principalmente,
a
demanda
que
se
avizinha? Segundo a EPE, a resposta é sim. eletricidade se tornou elemento
essencial das sociedades modernas. O trabalho, o lazer, a vida em comunidade, absolutamente
tudo
necessita
dela.
Poderíamos continuar a fazer as coisas como os nossos antepassados, utilizando outros tipos de fontes energéticas para realizar as tarefas do nosso dia-a-dia, e sobreviveríamos, mas certamente sem o conforto a que nos acostumamos. Quem quer e pode hoje em dia, tendo as
De acordo com o estudo da empresa, até 2023 – contando a partir de janeiro de 2014 – deverão ser acrescidos ao SIN um pouco mais de 71 GW de potência instalada, saindo de aproximadamente 125 GW para cerca de 196 GW, o que representaria uma elevação de 57% na oferta de eletricidade. A EPE faz questão de salientar no documento que esta expansão será realizada por meio de fontes renováveis, mantendo o perfil da matriz, que hoje é
hidrotérmico, com predominância total da fonte hídrica. De fato, observa-se no estudo, que a energia vinda de usinas hidrelétricas continuará sendo a principal responsável pelo abastecimento do país, seguida pela energia elétrica advinda de empreendimentos eólicos, que nos últimos anos ganhou muito em importância. Contudo, o fato de a expansão da oferta na próxima década estar calcada na energia hidráulica não quer dizer que há consenso em relação a isso, ainda mais quando a maioria desta energia deve ser gerada por usinas de grande porte, que alagam imensas áreas, afetando o meio ambiente. Levando em consideração que a questão ambiental também adquiriu muita relevância nos últimos tempos, distintos atores da sociedade brasileira protestam contra a realização de empreendimentos deste tipo, sugerindo que a expansão da oferta possa ser levada a cabo, a partir de fontes menos agressivas como biomassa, solar e a própria eólica.
Para o diretor-executivo da consultoria
de energia Andrade & Canellas, Silvio Areco, no entanto, esta saída não é viável. De acordo com ele, a quantidade de energia que o Brasil necessita é muito grande para ser suprida tendo como fonte principal a energia eólica, por exemplo. “Os parques eólicos grandes tem capacidade de 30 MW, já uma usina hidrelétrica como a Belo Monte tem capacidade de 11 mil MW”, explica, destacando o fato de uma turbina
eólica
atualmente
apresentar
capacidade para produzir no máximo cerca de 3,5 MW. Neste sentido, segundo Areco, com a tecnologia que ainda se dispõe, para que se pudesse construir um parque eólico com potência total instalada parecida ao de uma usina hidrelétrica de grande porte, seria necessária a utilização de milhares de turbinas.
No Brasil, como dito, além das hídricas,
a produção de energia é baseada em térmicas, só que estas não se apresentam como uma solução barata e nem viável do ponto de vista ambiental, haja visto que as mais tradicionais utilizam óleo diesel e gás natural, que não são renováveis, e emitem
60
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
ambiente. “Equacionamos as hidrelétricas brasileiras quando tínhamos um tipo de ‘verde’ (militares). Quando mudou o tipo de ‘verde’ (os ambientalistas) ficou bem mais difícil fazer hidrelétricas”, explica Areco. Estes
empreendimentos
realizados
aproveitando
o
foram potencial
hidrelétrico dos rios São Francisco e Paraná, que percorrem os estados da região Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. Conforme o diretorexecutivo da Andrade & Canellas, todas as possibilidades nessas regiões já foram esgotadas, restando apenas o grande potencial dos rios localizados na região Norte do país, mais especificamente A usina hidrelétrica de Santo Antônio começou a ser construída em 2008 e suas duas primeiras turbinas foram colocadas em operação em 2012.
grandes quantidades de poluentes para a atmosfera, especialmente, a primeira.
Usinas de grande porte, mas a fio d’água
na Bacia Amazônica. “Onde existe água? Na Amazônia. Não é culpa de ninguém”, diz o professor do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da Universidade Federal
Outras fontes, como a biomassa, não se
do
Pará
(UFPA),
Conforme
o
Claudio
mostraram viáveis do ponto de vista do
Seguindo essa linha de raciocínio,
Szlafsztein.
docente,
preço. O combustível nuclear, por exemplo,
chega-se à conclusão de que não é
ninguém se queixou das usinas que
aparentemente é uma solução interessante,
possível “fugir” das usinas hidrelétricas –
foram instaladas no Rio São Francisco ou
segundo o diretor, já que não apresenta
e mais ainda, dos empreendimentos de
na Bacia do Paraná porque o momento
grande impacto ambiental em relação à
grande porte, tal qual Belo Monte – como
político era diferente. “Sempre houve
produção. Contudo, o risco de vazamento
saída para o crescimento da demanda
florestas e sempre houve indígenas”,
e
também
por energia elétrica do país nos próximos
declara Szlafsztein, afirmando que as
impossibilita uma possível difusão desta
anos. Empreendimentos de grande porte
reclamações e os obstáculos não eram
fonte no País.
porque se poderia pensar que Pequenas
tão
Não obstante a relevância das tér
Centrais Hidrelétricas (PCHs) bastariam para
Amazônia foi lembrada em uma época
micas e da usina eólica para a matriz
solucionar a questão. Contudo, segundo
em que a política ambiental está muito
elétrica nacional, de acordo com o diretor-
Areco, com grandes usinas hidrelétricas
forte”, diz.
executivo da Andrade & Canellas, todas são
ganha-se escala de produção. “É uma
Continuando, o professor da UFPA
coadjuvantes em relação à fonte hídrica. O
questão de planejamento. Se eu construir
declara que o problema não diz respeito
sistema elétrico brasileiro foi construído
uma grandona eu resolvo durante alguns
estritamente aos empreendimentos hidre
pensando nisso: grandes usinas hidrelé
anos esse problema de demanda. E
létricos, mas sim à transformação dos
tricas contando com grandes reservatórios
onde podemos construir usinas grandes?
conceitos no decorrer da história. “O
interligadas a centros de consumo por
O potencial está na região amazônica”,
contexto faz com que a hidrelétrica seja
uma intrincada malha de transmissão.
afirma.
‘maldita’ agora”, argumenta. Desse modo,
Assim, grosso modo, o Operador Nacional
A
usinas
conforme Szlafsztein, priorizar eólica no
do Sistema (ONS) consegue controlar a
hidrelétricas brasileiras data dos anos
lugar de hidrelétrica tampouco vai mudar
energia gerada e transmitida para todo
de 1970 e início dos anos 1980, época
o foco da questão, porque os grandes
o território nacional, fazendo com que
em que o Brasil era governado por uma
parques eólicos também podem passar
determinadas usinas, com pouca água
ditadura militar. Nessa época surgiram, por
por áreas de conservação ambiental ou
em suas represas, parem de produzir
exemplo, as usinas de Sobradinho (1.050
por reservas indígenas. “E se passarem,
eletricidade, poupem recursos, e sejam
MW), Jupiá (1.551,2 MW), Paulo Afonso IV
existirão reclamações do mesmo modo.
auxiliadas por outros empreendimentos
(2.462,4 MW), Ilha Solteira (3.444 MW) e
Trata-se muito mais do novo contexto
hidrelétricos e térmicos. Dessa maneira, o
Itaipu (14.000 MW), a maior usina do país.
político, ambiental”, reitera o professor.
operador consegue gerenciar e manter o
Todas, com o aval do governo vigente,
Segundo Szlafsztein, as contestações
equilíbrio do sistema.
sem muitas preocupações com o meio
são de dois tipos: uma advinda de pressão
de
catástrofe
ambiental,
maioria
das
grandes
grandes.
“Lamentavelmente,
a
62
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
interna feita pelos indígenas, movimentos sociais, organizações não governamentais (ONGs), por exemplo; e outra de pressão externa realizada pelas Nações Unidas (ONU) e por governos de países do exterior que clamam para que não haja desmatamento da Amazônia. Além disso, de acordo com o professor da UFPA, contribui para a “má fama” das usinas hidrelétricas, a experiência vivida com a construção de Tucuruí (8.370 MW), localizada no Pará, que foi muito ruim do ponto de vista ambiental. Um dos transtornos ocasionados foi o alagamento de milhares de quilômetros quadrados de florestas, que acarretou um fenômeno chamado eutrofização: a liberação do dióxido de carbono e do metano devido à decomposição do material orgânico inundado.
Com o intuito de minimizar os problemas
ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas, começaram a ser projetadas e construídas usinas a fio d’água, ou seja, empreendimentos hidrelétricos que não dispõem de reservatório d’água ou que o apresentam em dimensões menores do que poderiam. Para o diretor-executivo da Andrade & Canellas, as hidrelétricas com reservatórios são essenciais ao sistema interligado brasileiro, pois assumem a geração de energia no lugar de outras que estão impossibilitadas de produzir em razão do baixo regime hidrológico. Contudo, segundo ele, como a tendência agora é inundar o mínimo, não será possível mais armazenar água nas novas usinas, pois não haverá espaço para tal. “Mas é preciso ter água para que as usinas cumpram outros papéis”, diz.
Entre as dificuldades de se implantar
usinas a fio d’água na região amazônica está o regime de chuva local, onde se alternam seis meses de período seco e seis meses com um grande volume de precipitação, como é o caso da usina de Belo Monte, como será visto mais adiante. As usinas deste tipo dependem mais fortemente da vazão das chuvas já que não podem armazenar água. Além disso, por ser uma Cerca de 87% das obras civis de Belo Monte estão concluídas. A entrada em operação da primeira turbina ocorrerá em março de 2016.
região de planície, com um desnível quase insignificante, favorece o acumulo de água.
63
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
“Qualquer barragem que se faça alaga
diminuir as exigências ambientais e sociais
potencial do Rio Madeira, em Porto Velho,
grandes áreas”, explica Areco. E alagando
só porque acha que as empresas não
Rondônia, as usinas de Santo Antonio
grandes áreas o impacto ambiental é maior.
vão cumprir. Se eu coloco muitas regras
e Jirau começaram a ter seus projetos
O professor da UFPA também não vê
a empresa precisa cumpri-las”, afirma o
elaborados em 2003. Desde então, foram
com bons olhos a utilização de usinas a fio
professor do Núcleo de Meio Ambiente
realizadas muitas reuniões e debates com
d’água. Para ele, a solução encontrada pelo
da UFPA, destacando que para isso é
diversos representantes de movimentos
governo e pelos empreendedores para
necessária fiscalização, monitoramento da
sociais e ambientalistas, que culminaram
investir em grandes usinas hidrelétricas
lei, o que vem faltando no Brasil.
em algumas mudanças em relação ao
e
concomitantemente
respeitar
projeto inicial. Segundo Victor Paranhos,
os
condicionantes ambientais não é a ideal.
Usinas da discórdia
diretor-presidente da Energia Sustentável do
“Se já foi decidido fazer a barragem,
Brasil,
concessionária
responsável
por que fazer pela metade? Já houve o
Em tempos em que a atenção está
pela Usina de Jirau, os empreendimentos
impacto”, diz. Conforme Szlafsztein, o
cada vez mais voltada para as questões
inicialmente contavam em seus projetos
debate é válido e pode até se chegar à
ambientais,
usinas
com reservatórios para armazenamento
conclusão de que empreendimentos deste
de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte,
de água e foram construídos como usinas
tipo não são os mais viáveis, contudo, “a
localizadas na Bacia Amazônica, se tornou
a fio d’água, com uma área destinada ao
partir do momento em que se decide por
motivo de discórdia entre aqueles que
reservatório pequena se comparada à
fazê-lo que se faça direito”.
defendem a utilização de tecnologias
potência instalada.
Já que os impactos são inevitáveis, o
menos agressivas à natureza e aqueles que
A Usina Hidrelétrica de Jirau tem
que se deve fazer, segundo Szlafsztein, é
vêm as usinas hidrelétricas de grande porte
capacidade total de 3.750 MW e um
realizar as medidas mitigadoras necessárias
como a principal saída para os desafios
reservatório de 302,6 km², que deve variar
e não diminuir o tamanho do reservatório,
energéticos do país em longo prazo.
sua área alagada entre 31 km² e 108 km².
pensando que as empresas terão menos
Partes do Complexo Hidrelétrico do
Por contar com essas limitações no que
trabalho com isso. “O governo não pode
Rio Madeira, cujo objetivo é aproveitar o
diz respeito ao tamanho do reservatório,
a
construção
das
64
Reportagem
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
como
reiterado,
grandes
declara que “a sustentabilidade é desde
o empreendimento poderá produzir sem
também,
restrições 2.184 MW. Não obstante, em
transtornos ambientais.
o princípio o elemento-chave da obra”
média, gerará aproximadamente 58% de
Nos casos de Santo Antônio e Jirau, o
e que a empresa fez seu trabalho “com
sua capacidade total. Para se ter uma ideia,
cientista especializado em climatologia e
pleno compromisso de atender às legítimas
a maior usina do Brasil, Itaipu, tem 61% de
pesquisador titular do Instituto Nacional de
demandas da comunidade e dos órgãos
energia assegurada.
Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Martin
reguladores”. Conforme a concessionária,
As obras civis de Jirau foram iniciadas
Fearnside, destaca entre os impactos
foram investidos aproximadamente R$ 2
em 2009 e sua primeira turbina entrou em
negativos o bloqueio da migração do bagre
bilhões em programas socioambientais.
operação comercial em setembro de 2013,
gigante no Rio Madeira, que, segundo ele,
A Santo Antônio Energia faz questão de
oito meses após a previsão inicial. Conforme
é ainda hoje um recurso econômico vital
salientar também que todas as ações da
Paranhos, desde novembro de 2014, no
não somente para o Estado de Rondônia,
companhia foram aprovadas pelo Instituto
entanto, a Energia Sustentável do Brasil
no Brasil, mas para Bolívia e Peru. De acordo
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
está à frente do cronograma. Atualmente,
com Fearnside, as passagens para peixes
Naturais
existem 37 turbinas funcionando e a
instaladas nas barragens de Santo Antônio
responsável pelas licenças de instalação e
expectativa, segundo o diretor-presidente
e Jirau também não foram suficientes para
operação da usina.
da Energia Sustentável do Brasil, é de
atrair o bagre ascendente adulto, uma vez
Já a Energia Sustentável do Brasil
que, até o final do ano, 41 das 50 turbinas
que o instinto do peixe é seguir a corrente
afirma ter investido em torno de R$ 1 bilhão
tipo Bulbo previstas estejam operando
principal do rio.
de reais em projetos socioambientais. De
comercialmente. A última será instalada em
Em relação, especificamente, à usina
acordo com o diretor-presidente da Energia
outubro de 2016, cumprindo o cronograma
de Santo Antônio, a construção das usinas
Sustentável do Brasil, Victor Paranhos,
proposto de concessão.
provavelmente,
Fearnside,
na atualidade a usina de Jirau apresenta
Por sua vez, a Usina Hidrelétrica de
agravou a erosão da orla de Porto Velho,
“pouquíssimo problema ambiental”. O
Santo Antônio teve um início de obra
cujo centro está a apenas 7 km abaixo da
grande impacto, na visão de Paranhos,
menos problemático. O empreendimento,
barragem. O pesquisador explica que
está relacionado à esfera social, que gera
que começou a ser construído em 2008,
a canalização da água pelo vertedouro
altos custos à empresa. Como exemplo
teve suas duas primeiras turbinas colocadas
alterou a correnteza à jusante da barragem,
de ação mitigatória o diretor cita o projeto
em operação em 30 de março de 2012, com
lançando mais água contra as áreas da
urbanístico Nova Mutum Paraná, que
nove meses de antecedência, conforme
cidade que ficam próximas do rio.
consistiu na edificação de, praticamente,
a Santo Antônio Energia, concessionária
uma cidade inteira. Além de construir
responsável pela usina. Assim como Jirau,
estaria
contribuindo para as recentes
1.600 casas, em uma área total de mais
a usina contará com 50 turbinas do tipo
inundações na Bolívia. Isso porque o Rio
de dois milhões de metros quadrados,
Kaplan. Atualmente, são 33 turbinas em
Madeira tem uma das maiores cargas de
capaz de receber até seis mil habitantes,
operação comercial e a previsão é de que
sedimentos do mundo, e sedimentos mais
a concessionária equipou a “cidade” –
até dezembro deste ano mais uma turbina
grossos, com a areia, tendem a migrar
entregue à prefeitura de Porto Velho – com
comece a gerar energia. As obras serão
para o fundo do reservatório, funcionando
ruas asfaltadas, sinal para telefonia celular e
concluídas em novembro de 2016.
como uma espécie de segunda barragem.
internet, saneamento básico etc.
A capacidade projetada de Santo
Assim, quando há a enchente do rio, essa
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte,
Antônio é de 3.568 MW e sua garantia física
“segunda barragem”, pode acarretar maior
situada na bacia do Rio Xingu, próxima ao
é de 2.424 MW. Nesse sentido, funcionará
inundação, afetando áreas da margem.
município de Altamira, no Pará, talvez seja
em média com quase 68% de sua potência
Como o reservatório de Jirau termina na
o projeto de empreendimento hidrelétrico
total. A área do reservatório corresponde a
divisa entre Brasil e Bolívia, de acordo
mais controverso do Brasil. Os estudos para
421,56 km², sendo que, deste montante,
com o pesquisador, é bem possível que
a realização da obra começaram em 1975,
142 km² referem-se à calha natural do rio
as enchentes em áreas protegidas do
mas intensas discussões, principalmente
Madeira, o que constitui uma área alagada
país andino tenham sido causadas pelo
centradas nos impactos negativos que a
de quase 280 km².
empreendimento.
construção do empreendimento acarretaria
Empreendimentos grandiosos assim
No entanto, as empresas que adquiriram
nos indígenas que habitam a região,
são capazes de beneficiar dezenas de
a concessão das usinas de Santo Antônio
levaram ao início das obras apenas em
milhões de pessoas, pois levam eletricidade
e Jirau afirmam sua preocupação com os
2011.
a milhões de residências, além de gerar
impactos causados à sociedade e ao meio
Em razão das polêmicas e pressões
empregos e alavancar o comércio local.
ambiente e destacam as ações realizadas
ambientais, diversas modificações foram
Entretanto, obras deste porte geram
para mitigá-los. A Santo Antônio Energia
feitas no projeto inicial; por exemplo, a
conforme
Já a usina de Jirau, segundo o cientista,
Renováveis
(Ibama),
órgão
65
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
diminuição da área alagada de 1200 km²
faz questão de salientar, no entanto, que o
ambiental e no licenciamento realizados.
para 503 km². Como consequência, o
atraso no cronograma se refere somente
empreendimento, que terá capacidade
à Casa de Força Complementar, no Sítio
a realização da obra, a Norte Energia se
máxima de 11.233,1 mil MW, produzirá
Pimental, que responde por apenas 3% do
defende afirmando que Belo Monte é fruto
somente 4.571 mil MW médios. Tal
total a ser gerado pelo empreendimento. De
de um diálogo e estudos que remontam
discrepância
algumas
acordo com a empresa, as obras da Casa de
meados da década de 1970. “São 40 anos
pessoas contrárias à obra questionassem
Força Principal de Belo Monte, que vai gerar
de debates com especialistas e a sociedade
a real necessidade da construção da usina.
97% de toda a energia do empreendimento,
civil
Apesar da limitação, a Norte Energia,
“estão rigorosamente em dia”, devendo
públicas e encontros com as populações
concessionária responsável pela usina,
iniciara operação comercial da primeira
dos municípios da área de influência
assegura que a quantidade é suficiente
turbina em março de 2016. A usina de Belo
do empreendimento”, diz. Conforme a
para atender a 60 milhões de pessoas em
Monte deve estar totalmente pronta em
concessionária, foi este diálogo aberto e
17 estados que já adquirem energia de
janeiro de 2019.
contínuo que proporcionou R$ 4 bilhões
Belo Monte no Ambiente de Contratação
e
em ações socioambientais para mitigação
Regulada (ACR).
sociais serão e estão sendo ocasionados
de impactos. Entre ações desenvolvidas,
Atualmente, cerca de 87% das obras civis
pela construção de Belo Monte. Segundo
a empresa destaca: o Projeto Básico
de Belo Monte estão concluídas. A entrada
o pesquisador do Inpa, Philip Fearnside,
Ambiental (PBA) da usina, o Projeto Básico
em operação da primeira das 24 turbinas,
o que é mais extraordinário na usina é o
Ambiental do Componente Indígena (PBA-
que era para ocorrer em 2015, foi adiada duas
impacto em potencial do projeto em vastas
CI) e o Plano de Desenvolvimento Regional
vezes por conta de greves, decisões judiciais
áreas de terras indígenas e da floresta
Sustentável do Xingu (PDRSX), proposto
e uma série de paralisações decorrentes de
tropical a montante do reservatório. Danos,
pelo governo federal e financiado pela
manifestações e ocupações de ribeirinhos,
que, de acordo com o cientista, não têm
empresa para executar projetos em 11
indígenas e ambientalistas. A Norte Energia
sido considerados nos estudos de impacto
municípios da região do Xingu.
fez
com
que
Diversos
transtornos
ecológicos
Diante de críticas e dificuldades para
organizada,
incluindo
audiências
66
Smart Grid
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Experiências europeias de políticas para promoção de redes inteligentes e desafios para o Brasil Por Nivalde de Castro, Lucca Zamboni e Roberto Brandão *
67 www.tonex.com
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
enquadramento teórico do tema, foram
ao consumidor final (acesso online
realizadas visitas e reuniões técnicas às
ao
agências reguladores, principais players
automação doméstica etc.).
consumo,
tarifação
dinâmica,
(On, EDF, ENEL e EDP) e centros de pesquisas na Alemanha, França, Itália e
Porém,
Portugal, culminando com o seminário
distribuição de energia elétrica está
como
o
segmento
de
internacional promovido pelo Gesel
subordinado às regras de regulação e é
e ERSE (Regulador de Portugal) no
capital intensivo, o processo de inovação
dia 12 de junho em Lisboa. Parte dos
relacionado às redes inteligentes e sua
resultados mais gerais e estratégicos
velocidade de difusão tendem a estar
destas atividades está sistematizada
condicionados:
neste artigo. Neste
sentido,
o
artigo
está
I – À estrutura do mercado e;
dividido em três partes, além desta
II – Ao marco regulatório, notadamente
breve e sintética introdução. A primeira
à regulação tarifária.
parte apresenta um enquadramento conceitual lato sensu e dos benefícios
No que diz respeito à estrutura
das redes inteligentes. Na segunda parte
do mercado, a escala das empresas,
é analisada a experiência europeia com
medida pelo número de consumidores,
foco nos casos italiano, francês e alemão.
é um fator preponderante. Em países
A terceira parte examina a experiência
em
brasileira. Por fim, são sistematizadas as
pulverizadas em grande número de
conclusões preliminares, destacando-se
empresas,
acima
que
as a
redes
elétricas
viabilidade
estão
econômica
da
dos investimentos em automação e em
escala e de sinais regulatórios como
instalação de medidores inteligentes
elementos definidores de avanço das
tende a ser questionável, dadas as
redes inteligentes nos países europeus
notórias
analisados.
atividades relacionadas à automação.
de
tudo
a
importância
economias
de
escala
das
A Alemanha, que tem mais de 900
I - Enquadramento conceitual
empresas de distribuição, é um exemplo de país em que a economicidade das
O
Elétrico
Grupo de Estudos do Setor (Gesel),
da
Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem desenvolvendo no âmbito do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a EDP Brasil o projeto “Avaliação de políticas e ações de incentivo às inovações tecnológicas no setor elétrico: análise da experiência internacional
e
propostas
para
o
Brasil”. Após seis meses de estudos e
As redes inteligentes compreendem
redes
inteligentes
–
sobretudo
de
um conjunto de inovações nas redes
medidores inteligentes – é duvidosa.
elétricas, que implicam no aumento
O contrário ocorre em países como a
do grau de automação e na introdução
Itália e França, que contam com uma
de novas funcionalidades, sobretudo,
empresa distribuidora dominante, capaz
relativas ao atendimento direto ao
de explorar os ganhos relativos à escala.
consumidor.
novas
às
redes
importante para a disseminação de redes
entre
outras
inteligentes. Os investimentos em redes
A
difusão
tecnologias
associadas
inteligentes
permite,
das
coisas:
A regulação também tem um papel
inteligentes têm características distintas dos investimentos tradicionais na rede
I – Redução de custos O&M (perdas,
de distribuição. Em primeiro lugar,
fraudes, leitura etc.);
investimentos em redes inteligentes
II – Gestão mais eficiente das infraes
envolvem
truturas;
rubricas
III – Melhoria da segurança operativa;
considerar como custos operacionais,
gastos que
a
substanciais regulação
em
costuma
IV – Flexibilização da demanda com
como é o caso do desenvolvimento e
consumidores mais participativos;
manutenção de sistemas informatizados.
V – Integração de geração distribuída;
Este tipo de investimento, grosso modo,
VI – Serviços de valor adicionado
não costuma ser remunerado na tarifa,
Smart Grid
68
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
dado que a rentabilidade das empresas
própria e independente da Enel. Foi
distribuidoras advém basicamente da
uma experiência anterior às políticas
aplicação do WACC sobre os ativos
de
fixos da concessão. Além disso, estes
europeias
investimentos
incentivo e
às
redes
mesmo
inteligentes
italianas.
Os
enquadram
estudos iniciais com a tecnologia de
bem no conceito de investimentos
medição inteligente datam de 1996 e
prudentes,
não
se
reconhecidos
o roll out ocorreu entre 2001 e 2007,
pela regulação por incentivos, uma
com investimento de 2,1 bilhões de
vez que envolvem tecnologias ainda
euros, possibilitando a instalação de 32
não maduras e por isso têm riscos de
milhões de medidores.
obsolescência e de não apresentarem na
A
prática todos os benefícios esperados.
reconheceu
Finalmente, tais investimentos podem
investimentos do projeto de redes
implicar na substituição de ativos ainda
inteligentes na base de remuneração
não
os
únicos
agência
reguladora inicialmente
não os
algo
da empresa, o que equivale a dizer
normalmente penalizado pela regulação
que o investimento realizado não foi
tarifária.
incorporado na remuneração da Enel
depreciados
totalmente,
e, consequentemente, não implicou
II - Experiência europeia
em aumento da tarifa. A avaliação da Enel ao decidir pela implantação
As diretivas da Comissão Europeia
do projeto foi de que a redução de
são no sentido de apoiar a disseminação
custos proporcionada pela automação
de redes inteligentes. Como o panorama
e pelo combate mais eficiente a perdas
europeu é bastante heterogêneo, com
não técnicas seriam suficientes para
países em estágios de desenvolvimento
remunerar o investimento. Segundo a
distintos no que diz respeito às redes
empresa, os benefícios derivados da
inteligentes. No caso específico dos
maior eficiência e redução das perdas
medidores inteligentes, a sua adoção
foram de 499 milhões de euros ao
depende de cada país e é feita com
ano, com custos relacionados às novas
base em uma análise de custo-benefício
tecnologias e processos de 67,5 milhões
da implantação da tecnologia. Neste
de euros por ano, determinando uma
sentido, algumas nações já massificaram
redução líquida de custos tangíveis de
a
431,5 milhões de euros por ano.
tecnologia
dos
medidores
de
consumidores residenciais, enquanto
A recuperação dos investimentos
outros países planejam um roll out de
foi possível devido, em grande medida,
medidores no curto/médio prazo e
às características do modelo tarifário
outros ainda não têm planos concretos
italiano, em que a empresa captura
com este propósito.
integralmente
eventuais
ganhos
de
políticas
eficiência durante o primeiro ciclo
de incentivo à difusão das redes
tarifário (quatro anos), mas retém no
inteligentes e as motivações para a
ciclo seguinte metade dos ganhos
sua adoção variam de acordo com as
verificados, só havendo o repasse
especificidades de cada país. Vejamos
integral ao consumidor do acréscimo
alguns
de eficiência ao final de oito anos.
Nestes
termos,
exemplos
as
significativos
no
continente europeu.
Apenas com as economias apropriadas pela Enel durante um ciclo tarifário não
O
caso italiano
teria sido possível ter o retorno sobre o
A Itália teve uma das primeiras
capital investido com o projeto de redes
experiências bem-sucedidas de massifi
inteligentes. Mas com a apropriação de
ca ção da implantação de medidores
ganhos por mais quatro anos, o retorno
inteligentes. Tratou-se de uma iniciativa
se mostrou positivo e os investimentos
Smart Grid
70
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
foram realizados transformando a Itália
piloto com cerca de 250 mil medidores.
em uma experiência exitosa.
Com
A
política
governamental
base
nestas
experiências,
o
de
governo francês tomou recentemente
incentivo às redes inteligentes e a
a decisão de massificar esta inovação
regulação
tecnológica para todos os clientes.
tarifária
específica
são
posteriores ao projeto de massificação
dos medidores inteligentes da Enel. A
na Itália, os medidores pertencem à
partir de 2007, na esteira do sucesso
distribuidora. Da mesma forma, a EDRF
do projeto da Enel, os smart meters
avaliou, dada sua escala de mercado,
passaram a ser obrigatórios para todas
que a nova tecnologia se paga sozinha
as distribuidoras. A regulação tarifária
com base nos benefícios tangíveis para a
foi alterada para incluir incentivos aos
distribuidora (redução de custos) serem
investimentos em redes inteligentes e
suficientes para tornar a implantação
as demais distribuidoras passaram a ter
economicamente viável.
metas de implantação.
Ainda assim, foi preciso desenhar
O problema que a nova diretriz
uma regulação econômica nova para
governamental procurava endereçar era
viabilizar o investimento de 4,5 bilhões
o das pequenas distribuidoras, uma vez
de euros. Seguindo o exemplo do
que a Enel já havia, por sua conta e risco,
regulador italiano, os medidores novos
implantado o seu projeto. Na Itália, a
não farão parte da base de ativos
Enel é responsável por cerca de 85%
regulatória e com isso sua implantação
do mercado de distribuição, enquanto
não implicará em aumento de tarifas. Em
os
pulverizados
compensação, as reduções nos custos
em cerca de 100 distribuidoras. As
da distribuidora advindas da difusão
economias percebidas pela Enel em seu
em larga escala desta nova tecnologia
projeto de redes inteligentes decorriam
não serão repassadas aos consumidores
em grande medida do tamanho do
enquanto o investimento original não
seu mercado, pois a parte dos custos
for pago. A principal vantagem de
com o novo projeto, notadamente,
curto prazo para os consumidores será
os custos com desenvolvimento e
o acesso a uma plataforma tecnológica
manutenção de sistemas, estão sujeitos
mais avançada e a produtos e serviços de
a grandes economias de escala. Com
valor adicionado que serão viabilizados
isso, as economias de custos obtidas
pelo medidor inteligente.
outros
15%
estão
Na França, a exemplo do que ocorre
em distribuidoras menores não se mostravam
suficientes
para
custear
O
caso alemão
sozinhas os investimentos necessários
A atual política alemã consiste
para universalizar o novo padrão de
em
medidores.
regulatória
tecnológico a fim de ampliar a oferta de
de
2007,
soluções para smart grid, mas não na
incorporar na base de remuneração
demanda para produtos relacionados.
das
investimentos
Não há, por ora, a intenção de induzir a
inteligentes
massificação dos medidores inteligentes
adotada
foi,
solução a
partir
distribuidoras
realizados como
A
em
os redes
contrapartida
universalização
das
dos
metas
investir
e a causa central desta decisão está na
medidores
avaliação de que a nova tecnologia tem custos que não justificam os benefícios, mesmo
O
desenvolvimento
de
inteligentes.
no
caso francês
Na França há uma grande empresa
computando-se
benefícios
não tangíveis, como o estímulo ao uso racional da energia, potencial resposta
de distribuição, a ERDF, responsável
da demanda a preços etc.
por 95% da distribuição nacional, que
desenvolveu com sucesso projetos-
que diz respeito às redes inteligentes
A prioridade do governo alemão no
71
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
é
a
melhoria
na
automação
III - A experiência brasileira
da
municipal, o que complica muito a
transmissão
adoção de sinais regulatórios de caráter
e distribuição. O regulador alemão
nacional e, nestes termos, aumenta
No
Brasil,
reconhece que o aumento no grau de
o custo de transação para qualquer
redes
inteligentes
automação na rede requer modificações
mudança regulatória mais abrangente.
financiamento de projetos piloto com
do sinal regulatório. Hoje a regulação
Outro
fator
incentiva
investimentos
fato
medidor
fixos
da
concessão
em
detrimento
rede
convencional
de
de
limitação
é
o
incentivo está
às
restrito
ao
o
recursos a fundo perdido do P&D da
pertencer
Aneel e ao Programa Inova Energia por
(equipamentos)
necessariamente à distribuidora, pois os
meio de um pacote de financiamentos
investimentos
em
ativos
do
não
serviços de medição são considerados
envolvendo, além da Aneel, o BNDES e
classificadas como custos operacionais,
como
Finep, com possibilidade de ser utilizado
como é o caso de gastos em sistemas
exercidos por outras empresas. No
para projetos de redes inteligentes.
e automação, o que retira o incentivo
contexto
de
A decisão de investir em redes
a
para
telecomunicação adotadas na Itália e na
inteligentes compete exclusivamente
os
França, em que a comunicação com o
às
ganhos tangíveis com a automação
medidor é feita pela distribuidora, não
introduzido até o momento nenhum
são menores. O tratamento tarifário
são viáveis. Por essa razão, desenhou-se
mecanismo tarifário para estimular
da substituição de ativos ainda não
um modelo de medição inteligente em
estes
totalmente depreciados também é uma
que a comunicação entre o medidor
motivações para a implantação de
questão.
e o servidor de dados seria feita por
redes inteligentes no Brasil parecem
uma
telecomunicação/
ser o combate às perdas não técnicas
participação
estes
de
últimos,
distribuidoras
sobretudo
pequenas,
onde
A estrutura do mercado alemão no
competitivos alemão,
empresa
de
e as
podem soluções
ser
distribuidoras
e
investimentos.
não
As
foi
principais
segmento de distribuição de energia
informática
da
e a melhoria na qualidade do serviço,
elétrica e algumas das características
distribuidora. A solução desenhada é
que podem justificar investimentos
do mercado alemão parecem ser as
cara e os benefícios são duvidosos.
em
responsáveis
custo-benefício
Portanto, os benefícios tangíveis
como a instalação e a substituição
medidores
para a distribuidora, que viabilizaram
dos
pelo
desfavorável
dos
sem
inteligência
de
medidores
rede,
tradicionais
o
o roll out de medidores inteligentes
consumidores
finais
em
mercado de distribuição alemão é
e os investimentos associados em
distribuidoras
com
maior
altamente
inteligentes.
Em
primeiro
lugar,
nos
algumas
totalizando
modernização da rede de distribuição
Porém,
na Itália e na França, simplesmente
possuem áreas de concessão com
provavelmente explica o alto custo da
não ocorrem na Alemanha, levando
reduzidas
automatização.
a um diagnóstico de custo-benefício
qualidade de serviço satisfatória, a
desfavorável.
atratividade dos investimentos pode
No entanto, parte da
regulação da distribuição é de caráter
distribuidoras
escala.
mais de 900 distribuidoras, o que
pulverizado,
para
bem
perdas
comerciais
que e/ou
Smart Grid
72
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Conclusões preliminares
ser questionável. Entretanto,
os
custos
de
implantação das redes inteligentes
no Brasil tendem a ser elevados.
no grau de automação das redes é
Parece consensual que o aumento
As soluções de comunicação com o
desejável e merece a formulação de
medidor via PLC não têm apresentado
políticas e sinais regulatórios específicos
um
nas
para sua promoção e difusão. No
condições das redes brasileiras e
entanto, a massificação da instalação de
mesmo o uso dos serviços de dados
medidores inteligentes, especialmente
das empresas de telecomunicação
em pequenos consumidores de baixa
tem se mostrado pouco eficiente.
tensão,
A
controversa.
desempenho
solução
satisfatório
técnica
recomendável
permanece que
tange
uma
seria a montagem de uma rede de
No
comunicação dedicada usando rádio
econômica, os custos (inclusive de
ou soluções híbridas, mas todas com
transação) tendem a ser maiores em
custo de implantação provavelmente
países com muitas distribuidoras ou
muito elevado.
onde as distribuidoras não são donas
Outro problema é que a vida útil
dos medidores. Além disso, a escala
esperada dos medidores inteligentes
é importante para reduzir custos na
atuais é muito curta, de oito anos
medida em que gastos com automação
apenas, em função das condições
são melhores diluídos em uma base
climáticas a que estes equipamentos
grande de clientes.
são submetidos. Esta restrição sugere
Finalmente,
a necessidade de desenvolvimento de
redes inteligentes, mesmo que restrita
medidores eletrônicos mais robustos
à automação das redes de distribuição,
para
a
à
questão viabilidade
disseminação
das
condições
pode requerer alterações regulatórias,
brasileiras. Além disso, a pulverização
pois ela implica em gastos que são em
do
a
operação
nas
(64
parte atualmente classificados como
distribuidoras) tende a encarecer todo
custos operacionais, não fazendo jus à
o tipo de solução de automação,
remuneração na tarifa de distribuição.
na medida em que os custos dos
Porém, a aceitação social das redes
sistemas de informática teriam de
inteligentes tende a passar por arranjos
ser
base
regulatórios que não impliquem em
de clientes que em muitos casos
aumentos nas tarifas, à exemplo das
é
experiências francesa e italiana.
mercado
de
remunerados, estreita.
distribuição
com
uma
Finalmente,
o
modelo
regulatório não induz investimentos em redes inteligentes, não havendo mecanismo de mitigar o risco acrescido de
investimentos
em
tecnologias
ainda não maduras e, sobretudo, não existindo mecanismo para remunerar investimentos
em
automação
que
não impliquem em compra de ativos elétricos.
A
operacionais
redução também
de é
custos
duvidosa:
por um lado, reduzimos custos com leituristas e deslocamentos para cortes e restabelecimento do sistema, mas agregamos custos para automatizar funcionalidades nas redes e manter redes de telecomunicação próprias.
*Nivalde José de Castro é economista com mestrado em Economia da Indústria e da Tecnologia e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor e pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Lucca Zambonni é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Atualmente, é gerente do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da EDP Bandeirante Energia S.A. Roberto Brandão é formado em filosofia e economia. É mestre em Filosofia e em Economia, com MBA em Finanças pelo Ibmec. É consultor na área de finanças de empresas do setor elétrico, como Eletrobras, Furnas, Chesf, Alusa, entre outras. É pesquisador sênior em Finanças do Gesel.
74
Pesquisa - Materiais para aterramento
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
El Niño mais forte aumenta a chance de tempestades e de raios neste verão Neste cenário, ganha ainda mais relevância dispositivos que objetivam proteger pessoas e também equipamentos dos efeitos causados pelas descargas elétricas que atingem o solo. Pesquisa desta edição traz mais informações sobre este mercado
75
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
O Brasil é um dos países com maior incidência de descargas
de aterramento (58%). Além disso, a pesquisa traz o registro de
atmosféricas no mundo. Por ano, caem em território nacional por
que o faturamento de grande parte (32%) das empresas da área
volta de 50 milhões de raios. Conforme o Grupo de Eletricidade
que responderam ao levantamento gira em torno de R$ 5 milhões
Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
e de que elas projetam crescimento de 9% em 2015, número um
(Inpe), o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior
pouco menor do que o registrado no ano passado (10%). Confira
concentração de raios e Porto Real, no Rio de Janeiro, a cidade
a seguir, a pesquisa na íntegra:
com maior concentração de raios do país - aproximadamente 20 raios por km² por ano.
Análise do mercado brasileiro de materiais
O Elat divulgou recentemente pesquisa inédita a respeito
para aterramento
dos efeitos do fenômeno climático El Niño na incidência de tempestades da região Sudeste. Até o momento, o grupo contava apenas com um mapeamento relevante do evento climático nas regiões Sul e Norte/Nordeste do país. Esta ferramenta é importante, pois a tendência é que, com o El Niño mais forte, ocorram mais tempestades no Sul, no Sudeste e no Centro-oeste brasileiros. E com mais tempestades, maior o número de descargas atmosféricas nestas localidades.
Indústrias e comércios são os principais segmentos de atuação
das empresas que compõem o mercado brasileiro de materiais para aterramento. 92% e 68% dos entrevistados afirmaram comercializar seus produtos com mais intensidade nas áreas industrial e comercial, respectivamente. PRINCIPAIS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO
A expectativa é de que o El Niño venha com mais força no
próximo verão. Na realidade, a projeção é de que seja o quarto Público
mais forte da história. Neste sentido, a pesquisa do Elat prevê
32%
um aumento na ocorrência de tempestades em relação ao último verão de 20% na região Sul, 20% na região Sudeste e 10%
Residencial
34%
na região Centro-oeste. Dados da Rede Brasileira de Detecção
Comercial
de Descargas Atmosféricas (BrasilDat), dos meses de agosto,
68%
setembro e outubro, já sob o efeito do El Niño, mostram que realmente a tendência é o aumento de tempestades e
Industrial
92%
consequentemente o de raios. No Sudeste, por exemplo, nos referidos meses, foram registradas 480 mil descargas elétricas atingindo o solo, contra 310 mil descargas no mesmo período de 2014; aumento de 52%.
Ao falar de raios não se pode ignorar o seu perigo à vida
A venda direta ao cliente final e distribuidores/atacadistas
dos seres humanos. De acordo com dados do Elat, de 2000
continuam sendo os canais de vendas mais utilizados pelas
até 2014, o país já registrou 1.789 mortes ocasionadas por
empresas da área. No levantamento deste ano, a venda direta foi
descargas atmosféricas, contabilizando o maior índice em
apontada por 80% dos pesquisados e 72% declararam utilizar
2001, com 193 mortes. Ainda segundo o Elat, das 50 mortes
maciçamente distribuidores e atacadistas.
por descargas atmosféricas que acontecem no mundo, uma ocorre no Brasil. Ante este quadro, têm muita relevância os
PRINCIPAIS CANAIS DE VENDAS
equipamentos, que objetivam proteger pessoas e também equipamentos dos efeitos causados pelas descargas elétricas que atingem o solo, tais como captores, cabos e acessórios para o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), hastes de aterramento e dispositivos de proteção contra surtos.
A pesquisa desta edição da revista O Setor Elétrico trata
exatamente
destes
equipamentos,
trazendo
informações
atualizadas sobre o mercado de materiais para aterramento. Entre os dados levantados, está o fato de que os conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização são os
principais
produtos
comercializados
pelas
empresas,
representando 64% das vendas das companhias entrevistadas, seguidos por dispositivos de proteção contra surto (60%) e hastes
Outros
18%
Telemarketing
22%
Revendas/varejistas
56% 72%
Distribuidores/ tacadistas
80%
Venda direta ao cliente final
Pesquisa - Materiais para aterramento
76
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
No que diz respeito à certificação ISO, os números se
mantiveram praticamente os mesmos. Na pesquisa de 2014, 52%
2014 (23%) declarou que seu faturamento em 2013 girava entre
das empresas declararam ter a ISO 9001 e 21% a ISO 14001.
R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. O que se pode concluir é que
Já no levantamento de 2015, houve um pequeno aumento, com
houve uma retração das vendas em 2014, já que, no levantamento
60% dos entrevistados dizendo contar com a ISO 9001 e 24%
deste ano, a maioria (32%) disse faturar até R$ 5 milhões.
A maioria das empresas entrevistadas no levantamento de
com a ISO 14001. FATURAMENTO MÉDIO ANUAL DAS EMPRESAS EM 2014
CERTIFICAÇÕES ISO
10%
14001 (ambiental)
5%
24%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
9001 (qualidade)
Acima de R$ 500 milhões 32%
Até R$ 5 milhões
2%
60%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 5%
De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões
7%
Assim como na pesquisa realizada no ano passado, cabos,
12%
De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões
cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização; dispositivos protetores de surtos de energia;
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 17%
10%
e hastes de aterramento continuam sendo os principais produtos
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
comercializados pelas empresas do ramo. PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELAS EMPRESAS
64% 60%
Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização Dispositivo protetor de surtos de energia
Como de costume, a balança comercial pende para o mercado
interno, com 90% dos pesquisados atestando comercializar seus produtos em âmbito nacional. DESTINO FINAL DOS PRODUTOS
Hastes de aterramento
58% 44% 42%
SPDA (captores, cabos e acessórios)
10%
Exportação Mercado nacional
Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
90%
Solda exotérmica
40% 40% 30% 26% 12%
Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização
Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Malhas de aterramento pré-fabricadas
Resistores de aterramento
Os mercados de SPDA (captores, cabos e acessórios),
de dispositivos protetor de surto e o de dispositivos de protetor de surtos de sinais são os mais modestos. Segundo a maioria das empresas entrevistadas, eles faturam até R$ 20 milhões por ano. Já os mercados de hastes de aterramento e de cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização apresentam número relativamente melhores, faturando, de acordo com grande parte das empresas pesquisadas, entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões.
Pesquisa - Materiais para aterramento
78
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Percepção sobre o tamanho anual do mercado em 2015 SPDA (CAPTORES, CABOS E ACESSÓRIOS)
DISPOSITIVO PROTETOR DE SURTOS DE ENERGIA
10%
11%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
32%
Até R$ 20 milhões
14%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 48%
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
18%
28%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
25%
Até R$ 20 milhões
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
CABOS, CORDOALHAS E CONECTORES PARA SISTEMAS DE ATERRAMENTO E/OU EQUIPOTENCIALIZAÇÃO
HASTES DE ATERRAMENTO
6%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 7%
19%
6%
Até R$ 20 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
6%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
26%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 42%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
38%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
9%
Até R$ 20 milhões
28%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
79
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
DISPOSITIVO PROTETOR DE SURTOS DE SINAL (TELEFONIA, DADOS, ETC.)
4%
4%
As opiniões se dividiram, mas a maior parte dos entrevistados
(24%) indicou a desaceleração da economia como o fator que mais afetou e afetará o mercado neste ano. A falta de confiança
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
de investidores; a desvalorização da moeda brasileira; e o setor
11%
da construção civil desaquecidos também foram itens bastantes
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
votados, dividindo a segunda posição com 15% cada. FATORES QUE INFLUENCIARAM (POSITIVA OU NEGATIVAMENTE) O MERCADO DE ATERRAMENTO EM 2014
22%
59%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Até R$ 20 milhões
2%
Programas de incentivo do governo
As empresas do setor que participaram deste levantamento
acertaram suas previsões em 2014. Esperavam crescer 10% e efetivamente apresentaram uma elevação de 10%. Para 2015, as empresas estão um pouco mais pessimistas. A expectativa é de que a elevação do faturamento fique por volta de 9%. Em relação ao crescimento do mercado em 2015, o prognóstico das empresas entrevistadas é ainda pior: um acréscimo de apenas 2%. No levantamento do ano passado, projetaram crescimento de 8%.
2%
Bom momento econômico do país
3%
Falta de normalização e/ou legislação
24%
5%
Desaceleração da economia brasileira
Incentivos por força de legislação ou normalização 5%
Outros
PREVISÕES DE CRESCIMENTO
6%
Crise internacional Crescimento das empresas registrado em 2014 comparado ao ano anterior
10% 9% 8% 2%
Previsão de crescimento para as empresas em 2015 Acréscimo ao quadro de funcionários da empresa em 2015
Crescimento do tamanho anual total do mercado para 2015
8%
Projetos de infraestrutura
15%
Desvalorização da moeda brasileira
15%
15%
Setor da construção civil desaquecido
Falta de confiança de investidores
Pesquisa - Materiais para aterramento
X
(11) 98514-5432 www.abb.com.br
São Paulo
SP
X
ADIMARCO
(21) 2494-7140
www.adimarco.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
X
ASELCO
(11) 3017-3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
X
X
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
X
X
X
CLAMPER
0800 703 0555
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
X
X
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
X
X
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
X
EMBRASTEC
(16) 3626-2324
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X
X
ERICO
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
X
X
X
ERICO DO BRASIL
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
X
X
X
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
FASTWELD
(11) 2425-7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X
X
GRUPO INTELLI
(16) 3820-1546
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
X
X
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
IDEAL ENGENHARIA
(11) 3287-0622
www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
INCESA
(17) 3279-2600
www.incesa.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411
www.intellistorm.com.br
Orlândia
SP
X
J.DEMITO
(11) 3459-4744
www.jdemitoeletrica.com.br
São Paulo
SP
X
LEGRAND
(11) 5644-2508
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
LPM MONTAGENS
(11) 3976-1636
www.lpmmil.com.br
São Paulo
SP
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
S. Bernardo do Campo
SP
MAKAP
(41) 3029-4111
www.limpoeletronica.com.br
Almirante Tamandaré
PR
MAXXWELD
(41) 3383-9120
www.maxxweld.com.br
São José dos Pinhais
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
MERSEN
(11) 2348-2360
ep-fr.mersen.com
X
X X
X X
X X
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São Paulo
SP
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São Paulo
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PR
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X
X
X
X
X X
X
Programas na área de responsabilidade social
X
MG
ABB
Certificado ISO 14001
X
X
Estado
Belo Horizonte
Certificado ISO 9001
X
X
Cidade
www.grupoabaco.com.br
Outros
Distribuidores / atacadista
X
X
Site
(31) 3481-1890
Telemarketing
Público
X
Telefone
ÁBACO PROJETOS
Venda direta ao cliente final
Residencial
X
EMPRESA
Fabricante
Comercial
Canal de Vendas
Industrial
Principal segmento
Distribuidora
A empresa é
Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Revendas / varejistas
80
X
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X X
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X X
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X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
81
(31) 3476-7675
www.montal.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
NUTSTEEL
(11) 2122-5776
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
OLIVO
(48) 2102-8800
www.olivosa.com.br
Siderópolis
SC
X
X
ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
PARAENG
(31) 3394-7433
www.paraeng.com.br
Contagem
MG
X
PARATEC
(11) 3641-9063
www.paratec.com.br
São Paulo
SP
PHOENIX CONTACT
(11) 3871-6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
PROEX COMPONENTES
(21) 2195-9244
www.proexrio.com.br
Rio de Janeiro
RJ
PROVITEL
(11) 2239-1484
www.provitel.com.br
São Paulo
SP
PW ELETRONICA
(24) 2246-7800
www.pweletronica.com.br
Petrópolis
RJ
X
RAYCON PARA-RAIOS
(11) 3994-1906
www.raycon.com.br
São Paulo
SP
X
REATIVA ENGENHARIA
(42) 3222-3500
www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
X
X
REYMASTER
(41) 3021-5000
www.reymaster.com.br
Curitiba
PR
X
X
X
X
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
X
SIEMENS
0800 11 9484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
TE CONNECTIVITY
(11) 2103-6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
X
X
X
TERMOTÉCNICA
(31) 3308-7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
(11) 4366-9576
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X X
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Programas na área de responsabilidade social
MONTAL
Certificado ISO 14001
X
Cidade São Paulo
Certificado ISO 9001
X
Site www.minipa.com.br
Outros
X
Telefone (11) 5078-1850
Telemarketing
Revendas / varejistas
X
MINIPA
Venda direta ao cliente final
Distribuidores / atacadista
X
Público
X
Canal de Vendas
Residencial
X
Comercial
Industrial
Estado SP
Distribuidora
EMPRESA
Principal segmento
Fabricante
A empresa é
Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
X X
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X X
Pesquisa - Materiais para aterramento
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
X
X
www.abb.com.br
São Paulo
SP
X X
X X
X
X
X
ADIMARCO
(21) 2494-7140
www.adimarco.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X X
X
X
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X X
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X
X
X
X
ASELCO
(11) 3017-3131
www.aselco.com.br
São Paulo
SP
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X X
X
X
X
X
X
X
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
X X
X X
X
X
X
X
X
CLAMPER
0800 703 0555
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X X
X X
X
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
EMBRASTEC
(16) 3626-2324
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
ERICO
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
X X
X X
ERICO DO BRASIL
(11) 3623-4333
www.erico.com
São Paulo
SP
X X
X X
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X X
X X
FASTWELD
(11) 2425-7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X X
X X
GRUPO INTELLI
(16) 3820-1546
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
X X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X X
X X
IDEAL ENGENHARIA
(11) 3287-0622
www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
INCESA
(17) 3279-2600
www.incesa.com.br
Olímpia
SP
X
X X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411
www.intellistorm.com.br
Orlândia
SP
X
X X
J.DEMITO
(11) 3459-4744
www.jdemitoeletrica.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
(11) 5644-2508
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
LPM MONTAGENS
(11) 3976-1636
www.lpmmil.com.br
São Paulo
SP
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
S. Bernardo do Campo
SP
MAKAP
(41) 3029-4111
www.limpoeletronica.com.br
Almirante Tamandaré
PR
MAXXWELD
(41) 3383-9120
www.maxxweld.com.br
São José dos Pinhais
PR
X X
X X
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
X X
X X
MERSEN
(11) 2348-2360
ep-fr.mersen.com
São Paulo
SP
X X
X X
X X
X
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X X
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X
X
X X
X X X
X
X X X
X X
X X
X
X X X
X
Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
X X
(11) 98514-5432
Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização
X
ABB
Estado MG
Hastes de aterramento
Oferece projeto para os clientes
SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento
Cidade Belo Horizonte
Instalação dos produtos para os clientes Manutenção dos produtos para os clientes
Site www.grupoabaco.com.br
EMPRESA
Exporta produtos acabados
ÁBACO PROJETOS
Telefone (31) 3481-1890
Importa produtos acabados
Treinamento técnico para os clientes
Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X
X
83
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
www.montal.com.br
Belo Horizonte
MG
NUTSTEEL
(11) 2122-5776
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
OLIVO
(48) 2102-8800
www.olivosa.com.br
Siderópolis
ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
PARAENG
(31) 3394-7433
www.paraeng.com.br
PARATEC
(11) 3641-9063
PHOENIX CONTACT
X X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X
X
SP
X X
X X
SC
X X
X
Mandaguari
PR
X X
X X
Contagem
MG
X
www.paratec.com.br
São Paulo
SP
X
(11) 3871-6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
X X
PROEX COMPONENTES
(21) 2195-9244
www.proexrio.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X X
X X
PROVITEL
(11) 2239-1484
www.provitel.com.br
São Paulo
SP
X X
X X
PW ELETRONICA
(24) 2246-7800
www.pweletronica.com.br
Petrópolis
RJ
X
X X
RAYCON PARA-RAIOS
(11) 3994-1906
www.raycon.com.br
São Paulo
SP
REATIVA ENGENHARIA
(42) 3222-3500
www.reativa.com
Ponta Grossa
PR
REYMASTER
(41) 3021-5000
www.reymaster.com.br
Curitiba
PR
X X
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
X
X
SIEMENS
0800 11 9484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X X
X X
X
TE CONNECTIVITY
(11) 2103-6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
X X
X X
X
TERMOTÉCNICA
(31) 3308-7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X X
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
(11) 4366-9576
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
(31) 3476-7675
Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização
MONTAL
Hastes de aterramento
Estado SP X X
SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento
Cidade São Paulo
Instalação dos produtos para os clientes Manutenção dos produtos para os clientes
Site www.minipa.com.br
Projeto para os clientes
Telefone (11) 5078-1850
Treinamento técnico para os clientes
MINIPA
Importa produtos acabados
EMPRESA
Exporta produtos acabados
Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X X X
X X
X
X
X X
X
X X
X
84
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Condicionamento e geração de energia Onda de sustentabilidade e alta das tarifas estimulam indústrias e outras companhias a investirem em autoprodução de energia a partir do gás natural Para não perder a competitividade, indústrias brasileiras
estão investindo na contratação de soluções temporárias ou
setores alimentício, químico e siderurgia, por serem eletrointensivas
complementares de energia para reduzir a sua conta de consumo
(consomem muita energia elétrica) – realizam estudos de consumo
no horário de ponto. De acordo com a empresa especializada em
nesse horário de ponto a fim de encontrar uma alternativa econômica
soluções de energia e controle de temperatura, Aggreko, houve um
que pode representar uma redução de até 15% no valor da conta de
aumento de cerca de 40% na procura por locação de geradores
energia. A contratação de geradores é uma opção que tem atraído
de energia de empresas que possuem demanda contratada acima
muitos empresários para uso nesses horários em que a tarifa é mais
de 2.000 kVA, estão no mercado regulado e mantêm alto consumo
elevada. Além disso, a preocupação com a sustentabilidade leva
no chamado horário de ponta (horário em que a energia elétrica é
muitas empresas a optarem pelo sistema de autoprodução a gás
mais utilizada, entre 17h e 22h, conforme a programação de cada
natural, combustível menos nocivo ao meio ambiente comparado ao
concessionária).
óleo diesel.
Pensando nisso, boa parte das indústrias – especialmente dos
85
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Esse processo, no entanto, é moroso. De acordo com a pesquisa
Números do mercado de grupos geradores e
exclusiva com fabricantes e distribuidores de grupos geradores
equipamentos para condicionamento de energia
e equipamentos para condicionamento de energia, realizada pela revista O Setor Elétrico e publicada nas páginas a seguir, os geradores a diesel ainda são os mais procurados pelos consumidores. 31% das empresas consultadas apontaram este equipamento como mais comercializado em detrimento do gerador a gás natural, citado por apenas 17% das pesquisadas.
Em relação aos dados gerais, de todas as pesquisadas, os
números não são tão pessimistas, como registrado em algumas das pesquisas anteriores feitas com outros mercados de produtos elétricos. Conforme esta mesma pesquisa realizada há um ano, fabricantes e distribuidores de grupos geradores e de equipamentos
Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as empresas
entrevistadas disseram atuar mais no segmento industrial. 96% dos fabricantes e distribuidores afirmaram atender mais a esta área. Em segundo lugar, citado por 56% das companhias pesquisadas, ficou o segmento comercial. A área residencial foi mencionada por somente 14% dos fabricantes e distribuidores. Os números são muito similares aos registrados nesta mesma pesquisa realizada há um ano. PRINCIPAIS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO
para condicionamento de energia projetaram crescimento de 12% para suas empresas em 2014, no entanto, a surpresa foi um resultado acima das expectativas. O crescimento médio das
Industrial
empresas registrado no ano passado foi de 14% comparado ao ano
96%
anterior.
58%
Para este ano de 2015, as empresas esperam crescimento
médio de 12% para seus respectivos faturamentos e outros 5%
28%
para este mercado como um todo. Outra boa notícia é que, até o fechamento deste ano, as empresas planejam aumentar o seu quadro
14%
de funcionários em 9%.
Comercial
Público
Residencial
Os números poderiam ser ainda mais positivos fosse 2015
um ano de boas projeções econômicas. Para as pesquisadas, a desaceleração da economia brasileira aliada à falta de confiança de investidores impede que os números deste mercado sejam mais favoráveis.
Acompanhe a seguir a pesquisa na íntegra e confira mais
a partir de dois canais de vendas: por meio de revendas e varejista,
informações sobre o mercado de equipamentos de condicionamento
além de distribuidores e atacadistas. Internet é um canal que vem
de energia e grupos geradores, como os principais canais de vendas,
ganhando destaque neste setor. Para 27% das empresas, a internet
principais produtos comercializados e outros dados de mercado.
é um dos principais canais de vendas utilizados.
Pode-se deduzir que os produtos são fornecidos, principalmente,
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
86
PRINCIPAIS CANAIS DE VENDAS
As baterias, os nobreaks estáticos de até 3 kVA e as chaves de
transferência foram apontados pelos fabricantes e distribuidores deste mercado como três dos principais produtos vendidos por
83% 51%
Venda direta ao cliente final
eles. Confira o ranking. PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS
Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas
49% Internet
27% 20%
41%
Chaves de tranferência
34% 32%
Telemarketing
18%
Estabilizadores acima de 3 kVA
crescimento em um ano. No levantamento anterior, 69% das empresas
27%
disseram possuir a certificação ISO 9001, de gestão de processos. Neste
21%
ano, o número aumentou para 75%. Já no que se refere à certificação ISO 14001, de gestão ambiental, os valores passaram de 24% para 18%.
17%
CERTIFICAÇÕES ISO
17% 13% 14001 (ambiental)
11%
18%
9001 (qualidade)
75%
Softwares de gerenciamento de energia
28%
A preocupação com a certificação de processos apresentou leve
11% 6%
Nobreaks estáticos de até 3 kVA Grupos geradores a diesel
31% 30%
Nobreaks estáticos acima de 3 kVA
37%
Outros
Baterias
Retificadores
Estabilizadores de até 3 kVA
Grupos geradores a gás natural Filtros de harmônicas Outros tipos de grupos geradores
Grupo geradores a biogás Nobreaks rotativos
Grupos geradores a gasolina
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
88
Pode-se inferir que a maior parte das empresas deste segmento
NOBREAKS ACIMA DE 3 KVA
fatura, em média, até R$ 30 milhões por ano. Este foi o faturamento
10%
indicado por 68% das empresas. Apenas 44% das pesquisadas
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
disseram apresentar resultados anuais acima de R$ 500 milhões. FATURAMENTO BRUTO ANUAL DAS EMPRESAS (EM 2014)
4%
Acima de R$ 500 milhões
4%
13%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
3% 39%
De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões
20%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
4%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
20%
Até R$ 10 milhões
Até R$ 5 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 34%
8%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões
12%
6%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
23%
ESTABILIZADORES DE ATÉ 3 KVA
4%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 15%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
44%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Os produtos comercializados são, quase que a totalidade, consumidos internamente. Apenas 6% são destinados à exportação.
Até R$ 10 milhões
11%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
DESTINO FINAL DOS PRODUTOS
26%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
6%
Exportação
94%
ESTABILIZADORES ACIMA DE 3 KVA
Mercado nacional
7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
3%
Nos gráficos a seguir, são exibidas as percepções das empresas pesquisadas quanto ao tamanho anual total de mercados específicos. No mercado de estabilizadores, por exemplo, as
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
45%
Até R$ 10 milhões
17%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
empresas imaginam que seja um segmento com faturamento em torno de R$ 10 milhões anuais.
28%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Percepção sobre o tamanho total anual dos mercados de: NOBREAKS ATÉ 3 KVA
SOFTWARES DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA
3%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
4%
31%
Até R$ 10 milhões
14%
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
10%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
21%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
21%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
26%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 18%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Acima de R$ 500 milhões 44%
Até R$ 10 milhões
89
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Conforme esta mesma pesquisa realizada há um ano, fabricantes
e distribuidores de grupos geradores e de equipamentos para condicionamento de energia projetaram crescimento de 12% para suas empresas em 2014, no entanto, a surpresa foi que o crescimento médio real das empresas registrado no ano passado foi de 14% comparado ao ano anterior. Já para este ano de 2015, as empresas preveem crescimento médio de 12% para seus respectivos faturamentos e outros 5% para o mercado como um todo. Outra boa notícia é que o acréscimo previsto para o quadro de funcionários das empresas é de 9% para este ano. PREVISOES DE CRESCIMENTO
Crescimento médio das empresas registrado em 2014 comparado ao ano anterior
14% 12% 9% 5%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas
Previsão de crescimento médio das empresas para 2015
Previsão de crescimento do mercado para 2015
Apesar das projeções de crescimento não muito negativas, as
empresas pesquisadas apontam a desaceleração da economia brasileira e a falta de confiança de investidores como os pontos fracos que impedem um sucesso maior deste nicho de mercado. FATORES QUE DEVEM INFLUENCIAR O MERCADO DE CONDICIONAMENTO DE ENERGIA EM 2015
16%
3%
Desvalorização da moeda brasileira
Programas de incentivo do governo 29%
21%
Desaceleração da economia brasileira
Falta de confiança de investidores
1%
3%
Setor da construção civil aquecido
Falta de normalização e/ ou legislação 1%
Incentivos por força de legislação ou normalização 7%
Crise internacional
12%
Setor da construção civil desaquecido 7%
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X X X
X X
X
X X
X
X X X X X
X
X X X X
X X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X X X
X X X X X X X X X X X
X
X
X X
X X
X
X
X X X X
X X X X X X X
X
X X
X X
X X
X X X X
X
X X
X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X
X
X X
X
X X X X X X X X X X X
X X
X
X X X X
X X X X
X X X
X X X X X X
X X
X X
X X X X X X
X
X
X
X X X
X X
Oferece projeto para os clientes
Certificado ISO 14.001 (ambiental)
X
Importa produtos acabados
X X X X X X
X
X
X X X
X X
X
X X
X X X
X
Exporta produtos acabados
X X X X
Certificado ISO 9001 (qualidade)
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
Outros
X X
Internet
X X
Telemarketing
X X
Venda direta ao cliente final
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programas na área de responsabilidade social
X X X X X X
Revendas / varejistas
X
Distribuidores / atacadista
X X
Público
Cidade Estado Belo Horizonte MG São Paulo SP São Paulo SP Barueri SP Blumenau SC Itapevi SP Panambi RS Santa Bárbara D´Oeste SP Criciúma SC São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Araras SP Campinas SP Campinas SP Guarulhos SP São Paulo SP Itapevi SP São Paulo SP Corupá SC São Miguel do Guamá PA Contagem MG Santo André SP Rio de Janeiro RJ Panambi RS São Leopoldo RS São Paulo SP Contagem MG Rio de Janeiro RJ Diadema SP Pinhais PR São Paulo SP Paulista PE Belo Horizonte MG
Residencial
Site www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.adelco.com.br www.adftronik.com.br www.aepi.com.br www.fockink.ind.br www.afap.com.br www.agpr5.com www.unipower.com.br www.betaeletronic.com.br www.braspel.com.br www.comandos.com.br www.transformadorescosmo.com.br www.cpfl.com.br/cpfleficiencia www.crimper.com.br www.cumminspower.com.br www.dataenergy.com.br www.densitel.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.eletropoll.com.br www.eletrotecnicaalex.com.br www.engetron.com.br www.essencialgeradores.com www.etelbra.com.br www.fockink.ind.br www.frontec.com.br www.gamatronic.com www.geraforte.com.br www.guardian.corm.b www.hawser.com.br www.hdspr.com.br www.hectec.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br
Comercial
Telefone (31) 3483-1507 (11) 98514-5432 (11) 3883-6050 (11) 4199-7500 (47) 3330-3010 (11) 4143-9600 (55) 3375-9500 (19) 3464-5650 (48) 3462-3900 (11) 5078-5508 (11) 5545-4544 (11) 2969-2244 (11) 5696-5000 (19) 3541-6166 (19) 3756-7352 0800 772 1777 0800 286 6467 (11) 3872-5641 (11) 4143-7800 (11) 3616-8500 (47) 3375-6700 (91) 3446-2943 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (55) 3375-5807 (51) 3201-2477 (11) 3853-2753 (31) 3396-9694 (21) 2501-6458 (11) 4056-7047 (41) 2109-8800 (11) 5685-4488 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800
Principal canal de vendas
Industrial
EMPRESA ÁBACO NOBREAKS ABB AÇÃO ENGENHARIA ADELCO ADFTRONIK AEPI DO BRASIL AF INDÚSTRIAS AFAP AGPR5 BATERIAS UNIPOWER BETA ELETRONIC BRASFORMER BRASPEL CM COMANDOS COSMO CPFL EFICIÊNCIA CRIMPER DO BRASIL CUMMINS POWER DATA ENERGY DENSITEL EATON ELETROPOLL ELETROTÉCNICA ALEX ENGETRON ESSENCIAL ENERGIA ETELBRA ENGENHARIA FOCKINK FRONTEC GAMATRONIC GERAFORTE GUARDIAN HAWSER HDS SISTEMAS HECTEC SISTEMAS HEIMER HIMOINSA BRASIL
Distribuidora
A empresa é Principal segmento de atuação
Fabricante
90
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X
X X
X
X X
X X
X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
91
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
X X X X X X
X X X X X X X
X X X X
X X
X
X X X
X X X X X
X
X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X
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X X X
X X X
X X
X
X
X
X X X X X X X
X X X X X X X
X X X
X X X X X X
X
X
X
X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X X
X X X
X X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X X X X X X X
X
X
X X
X
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X X X
X X
X
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X X X X X
X
X X X
X X X X X X
X X X
X X X X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X X
X X X X
X X X X
X X X
X X X
X X
X
X X X
Oferece projeto para os clientes
X
X
X
X X X X X
X X
X
X X
X X
Importa produtos acabados
X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Certificado ISO 14.001 (ambiental)
Outros
X X
Certificado ISO 9001 (qualidade)
Internet
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Telemarketing
X
X
X X X
X
Exporta produtos acabados
X X
X
Programas na área de responsabilidade social
X X X
X
X X X
X
X
X X X X X X X
Venda direta ao cliente final
X
Distribuidores / atacadista
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Revendas / varejistas
X X X X X X X X X X
Canal de Vendas
Público
Cidade Estado Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Bernardo do Campo SP São Paulo SP Londrina PR Barueri SP Porto Alegre RS Guarulhos SP Rio do Sul SC São Paulo SP Sorocaba SP São Caetano do Sul SP Contagem MG Pinhais PR São Caetano do Sul SP Sorocaba SP Blumenau SC Bragança Paulista SP São Paulo SP São José dos Pinais PR Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP Carapicuíba SP São Paulo SP Jundiaí SP Diadema SP Porto Alegre RS Campinas SP Araras SP Campinas SP São Paulo SP São José SC
Residencial
Site www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br www.lavill.com.br www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.nema.com.br www.newmax.com.br www.obo.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powercombrasil.com.br www.powersafe.com.br www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com www.sassitransformadores.com.br br.sdmo.com www.secpower.com.br www.shop.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.asrepresentacao.com.br www.sms.com.br www.stemac.com www.superinfra.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.unionsistemas.com.br www.weg.net
Comercial
Telefone (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777 (11) 3582-0002 (43) 3294-6444 (11) 4196-8650 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (15) 3335-1382 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (41) 3016-7181 (11) 4227-2477 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 (11) 4138-5122 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4581-3676 (11) 4075-7069 (51) 2131-3800 (19) 3289-6937 (19) 3541-6166 (19) 98167-9558 (11) 3512-8900 (48) 3202-8300
Principal segmento
Industrial
INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON MEDIDORES LACERDA SISTEMAS LAVILL LEÃO ENERGIA LEISTUNG LOGMASTER MÉDIA TENSÃO NEMA ENERGY NEWMAX BATERIAS OBO BETTERMANN PHD ON LINE POLIMETAL POWERCOM POWERSAFE PROAUTO PROVOLT RENZ RTA TECNOLOGIA S&C ELECTRIC SASSI SDMO-MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SG GERADORES SMS LEGRAND STEMAC SUPERINFRA ENERGIA TRANSFORMADORES COSMO TRANSFORMADORES MINUZZI UNION WEG CRITICAL POWER
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
A empresa é
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X
X X X X X X X
X
X X X X X X
X X X X
X X
X
X
Outros produtos para condicionamento de energia
X X
X X X X
Outros tipos de grupos geradores
X X
X X X X X
Grupos geradores a gasolina
X X
Grupos geradores a biogás
X X
Grupos geradores a gás natural
X
Grupos geradores a diesel
X
Softwares de Gerenciamento de energia
X
Filtros de harmônicas
X X
Chaves de transferência
X X
Retificadores
X X
Baterias
X X
Estabilizadores acima de 3 kVA
X X
Estabilizadores até 3 kVA
Estado MG SP SP SP SC SP RS SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC PA MG SP RJ RS RS SP MG RJ SP PR SP PE MG
No breaks rotativos
Cidade Belo Horizonte São Paulo São Paulo Barueri Blumenau Itapevi Panambi Santa Bárbara D´Oeste Criciúma São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Araras Campinas Campinas Guarulhos São Paulo Itapevi São Paulo Corupá São Miguel do Guamá Contagem Santo André Rio de Janeiro Panambi São Leopoldo São Paulo Contagem Rio de Janeiro Diadema Pinhais São Paulo Paulista Belo Horizonte
No breaks estático acima de 3 kVA
Site www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.adelco.com.br www.adftronik.com.br www.aepi.com.br www.fockink.ind.br www.afap.com.br www.agpr5.com www.unipower.com.br www.betaeletronic.com.br www.braspel.com.br www.comandos.com.br www.transformadorescosmo.com.br www.cpfl.com.br/cpfleficiencia www.crimper.com.br www.cumminspower.com.br www.dataenergy.com.br www.densitel.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.eletropoll.com.br www.eletrotecnicaalex.com.br www.engetron.com.br www.essencialgeradores.com www.etelbra.com.br www.fockink.ind.br www.frontec.com.br www.gamatronic.com www.geraforte.com.br www.guardian.corm.b www.hawser.com.br www.hdspr.com.br www.hectec.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br
Principais produtos comercializados pela empresa
No break estático até 3 kVA
Telefone (31) 3483-1507 (11) 98514-5432 (11) 3883-6050 (11) 4199-7500 (47) 3330-3010 (11) 4143-9600 (55) 3375-9500 (19) 3464-5650 (48) 3462-3900 (11) 5078-5508 (11) 5545-4544 (11) 2969-2244 (11) 5696-5000 (19) 3541-6166 (19) 3756-7352 0800 772 1777 0800 286 6467 (11) 3872-5641 (11) 4143-7800 (11) 3616-8500 (47) 3375-6700 (91) 3446-2943 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (55) 3375-5807 (51) 3201-2477 (11) 3853-2753 (31) 3396-9694 (21) 2501-6458 (11) 4056-7047 (41) 2109-8800 (11) 5685-4488 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800
Oferece manutenção dos produtos para os clientes
EMPRESA ÁBACO NOBREAKS ABB AÇÃO ENGENHARIA ADELCO ADFTRONIK AEPI DO BRASIL AF INDÚSTRIAS AFAP AGPR5 BATERIAS UNIPOWER BETA ELETRONIC BRASFORMER BRASPEL CM COMANDOS COSMO CPFL EFICIÊNCIA CRIMPER DO BRASIL CUMMINS POWER DATA ENERGY DENSITEL EATON ELETROPOLL ELETROTÉCNICA ALEX ENGETRON ESSENCIAL ENERGIA ETELBRA ENGENHARIA FOCKINK FRONTEC GAMATRONIC GERAFORTE GUARDIAN HAWSER HDS SISTEMAS HECTEC SISTEMAS HEIMER HIMOINSA BRASIL
Oferece instalação dos produtos para os clientes
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores Oferece treinamento técnico para os clientes
92
X
X
X
X
X
X X X X
X X
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X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X X X X X
X X
X
X
93
Outros produtos para condicionamento de energia
Outros tipos de grupos geradores
Grupos geradores a gasolina
Grupos geradores a biogás
Grupos geradores a gás natural
Grupos geradores a diesel
Softwares de Gerenciamento de energia
Filtros de harmônicas
Chaves de transferência
Retificadores
X
X X
Baterias
X
Estabilizadores acima de 3 kVA
X X
Estabilizadores até 3 kVA
X X X X X X X X X X X X X X X
No breaks rotativos
Cidade Estado Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Bernardo do Campo SP São Paulo SP Londrina PR Barueri SP Porto Alegre RS Guarulhos SP Rio do Sul SC São Paulo SP Sorocaba SP São Caetano do Sul SP Contagem MG Pinhais PR São Caetano do Sul SP Sorocaba SP Blumenau SC Bragança Paulista SP São Paulo SP São José dos Pinais PR Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP Carapicuíba SP São Paulo SP Jundiaí SP Diadema SP Porto Alegre RS Campinas SP Araras SP Campinas SP São Paulo SP São José SC
No breaks estático acima de 3 kVA
Site www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br www.lavill.com.br www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.nema.com.br www.newmax.com.br www.obo.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powercombrasil.com.br www.powersafe.com.br www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com www.sassitransformadores.com.br br.sdmo.com www.secpower.com.br www.shop.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.asrepresentacao.com.br www.sms.com.br www.stemac.com www.superinfra.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.unionsistemas.com.br www.weg.net
No break estático até 3 kVA
Telefone (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777 (11) 3582-0002 (43) 3294-6444 (11) 4196-8650 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (15) 3335-1382 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (41) 3016-7181 (11) 4227-2477 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 (11) 4138-5122 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4581-3676 (11) 4075-7069 (51) 2131-3800 (19) 3289-6937 (19) 3541-6166 (19) 98167-9558 (11) 3512-8900 (48) 3202-8300
Oferece manutenção dos produtos para os clientes
INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON MEDIDORES LACERDA SISTEMAS LAVILL LEÃO ENERGIA LEISTUNG LOGMASTER MÉDIA TENSÃO NEMA ENERGY NEWMAX BATERIAS OBO BETTERMANN PHD ON LINE POLIMETAL POWERCOM POWERSAFE PROAUTO PROVOLT RENZ RTA TECNOLOGIA S&C ELECTRIC SASSI SDMO-MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SG GERADORES SMS LEGRAND STEMAC SUPERINFRA ENERGIA TRANSFORMADORES COSMO TRANSFORMADORES MINUZZI UNION WEG CRITICAL POWER
Principais produtos comercializados pela empresa
Oferece instalação dos produtos para os clientes
EMPRESA
Oferece treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X
X
X X X X X
X X
X X
X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
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X
X
X
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X X
X
X
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X
X
X
X X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X X X
X X X
X X
X
X
X X X
X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X X X X X X
X X
X X
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X X
X X X
X
X X
X X X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
94
Aula prática
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Por Rogério Botteon Romano, Paulo Eduardo Sípoli Faria, Luiz Carlos de Oliveira, Gleidyson Paulino Almeida, Geraldo Tadeu Batista de Oliveira, Carlos Alberto Monteiro Leitão*
INFRAESTRUTURA AVANÇADA DE MEDIÇÃO (AMI) OS RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE DUAS SOLUÇÕES DE INFRAESTRUTURA AVANÇADA DE MEDIÇÃO NA REGIÃO GEOELÉTRICA DA CIDADE DE SETE LAGOAS (MG)
B
asicamente, a infraestrutura avan
as informações de consumo de energia
maneira remota. É
importante
observar
que
a
elétrica.
çada de medição Advanced Metering
Infrastructure (AMI) pode ser considerada
introdução de uma solução AMI nas
Todos os dados que trafegam na
um sistema composto por medidores
redes de distribuição brasileiras irá
AMI necessitarão, em uma de suas
de energia elétrica com inteligência
permitir a obtenção de informações
extremidades, de uma plataforma de
computacional embarcada e providos de
individuais e precisas sobre consumo
medição
portas de comunicação de dados e demais
de energia elétrica que, apresentadas
(MDM), que permitirá à concessionária
periféricos. Tal sistema é suportado por
de modo inteligível, irão possibilitar
de energia elétrica realizar operações de
uma infraestrutura de tecnologia da
que o cliente exerça um efetivo controle
medição remota (leituras e comandos),
informação (telecomunicação, software e
sobre seu consumo. Em alguns dos
analisar e processar dados, mediante
hardware), que permite tanto a aquisição
projetos existentes em AMI, estão sendo
integração com os sistemas corporativos
de dados em intervalos de tempo como
avaliados os displays diretos e indiretos,
da respectiva concessionária, e efetuar a
o envio de informações e comandos de
que permitem aos consumidores acessar
gestão de perdas.
Meter
Data
Management
95
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
cenários
medidores Meter Data Collector (MDC),
Jequitibá
regulatórios no Brasil e da disponibilidade
que processa e armazena os dados
Gerais. A escolha dessas cidades para
técnica de fornecedores de sistemas
de medição obtidos do campo. Em
a implantação do projeto levou em
de medição inteligente, os testes com
seguida, são consolidadas pelo sistema
conta o fato de terem sistemas elétricos
as soluções AMI, que estão sendo
de gerenciamento de dados de medição
e de telecomunicações favoráveis aos
implementados
experimentalmente
MDM, gerando informações adequadas
testes, e também por possuírem um
e avaliados por meio de projetos de
aos processos comerciais da Cemig-D,
contingente de clientes que garante uma
P&D da Agência Nacional de Energia
e permitindo o acompanhamento, pelo
amostra adequada da área de concessão
Elétrica (Aneel), são compostos por
cliente, do seu consumo por um portal
da Cemig-D.
produtos comerciais com protocolos de
web. As medições são coletadas a partir
A ideia inicial do projeto era testar
comunicação proprietários e abertos
de medidores inteligentes, que possuem
e
validar
para
funcionalidades
notificação
tecnologias de comunicação aplicadas
diferenciados, mas representativos das
de falta de energia, tarifação horo-
em AMI na última milha e distribuídas
respectivas áreas de concessão.
sazonal Time Of Use (TOU) em baixa
por nove cidades na região geoelétrica
Neste artigo, será apresentada uma
tensão, alarmes (exemplo: violações no
de Sete Lagoas, a saber: radiofrequência
abordagem geral sobre as soluções de
medidor), corte e religamento remotos.
(RF) de alta concentração, PLC de
AMI do projeto “Cidades do Futuro” da
Para garantir um melhor aproveitamento
banda estreita e, por último, RF de
Cemig-D, implantadas na região geoelétrica
das informações providas pelo medidor
qualquer tipo, sendo que esta última
da cidade de Sete Lagoas (MG).
e auxiliar no combate a fraudes e na
teve sua instalação cancelada, por não
O escopo da Prova de Conceito
operação do sistema, é utilizada uma
se ter conseguido viabilizar a aquisição
(PoC) de AMI do Projeto “Cidades
ferramenta de georreferenciamento que
em tempo hábil, devido a fracasso de
do Futuro” da Cemig-D prevê, entre
apresenta informações consolidadas das
pregão eletrônico.
outras
de
medições e alarmes provenientes do
soluções de medição avançada e de
Centro de Medição, permitindo análises
relacionamento e interação com o
espaciais para auxiliar na formulação de
consumidor, além da avaliação da
ações preventivas e soluções para os
infraestrutura
problemas apontados.
Em
decorrência
o
dos
atendimento
atividades,
de
de
a
cenários
avaliação
telecomunicações
a
como
implantação
Funilândia,
três
tipos
em
Minas
diferentes
de
Implantação do Sistema RF de Alta Concentração
das
e
O sistema em RF de alta concentração,
bidirecional necessária para suportar
Para
áreas
implantado em Sete Lagoas (MG), é
essas soluções.
dos pilotos de AMI deste projeto da
do tipo Mesh. Ele está apresentado
A região de Sete Lagoas foi escolhida
Cemig-D, foram selecionadas amostras
esquematicamente na Figura 1 e possui
para abrigar a PoC por ser representativa
de unidades consumidoras nas cidades
módulos de comunicação RF (uma
no
da
de Sete Lagoas, Santana do Pirapama,
unidade por medidor), repetidores e um
Cemig-D, uma vez que nas áreas
Baldim (localidade de Vila Amanda),
concentrador.
universo
de
consumidores
selecionadas há tanto consumidores residenciais
urbanos
quanto
rurais,
comerciais e industriais. Essa região é
composta
de
24
alimentadores,
distribuídos em três subestações que atendem a 13 municípios. A solução AMI é composta por ferramentas computacionais (software) e
equipamentos
comerciais
e/ou
protótipos em desenvolvimento. Essa solução é responsável pela medição do consumo de energia, atualizada em intervalos regulares, e o envio dessas informações ao Centro de Integrado de Medição da Cemig-D. As informações são recebidas pelo software proprietário responsável
pelo
gerenciamento
da mídia de comunicação com os
Figura 1 - Configuração da solução RF Mesh em Sete Lagoas (MG).
Aula prática
96
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
na
as encaminha ao servidor onde está
Figura 1, esta tecnologia possibilita
instalado o software de gerenciamento
a comunicação, em rede, entre os
da solução AMI (MDC), que, por sua vez,
medidores,
forma
gera dados para um banco intermediário,
que eles encontrem a melhor rota para
onde o MDM da Cemig-D coleta as
que possam enviar as informações
informações necessárias.
até o repetidor mais favorável para a
Com este tipo de tecnologia de
recepção dos sinais de RF, garantindo
comunicação de dados, foram instalados
assim
aproximadamente
Como
pode
ser
permitindo
que
medidores
observado
dessa
sem
visada
3.100
medidores
suas
na região ao redor da UniverCemig,
informações lidas pelo sistema. Após
no alimentador SLAU-06, conforme o
as informações dos medidores serem
esquema demonstrado na Figura 2.
recebidas pelos repetidores/roteadores,
elas são retransmitidas pelos mesmos
inteligentes, instalados no alimentador
até o concentrador de dados, instalado
SLAU-06, é a seguinte: monofásicos: 1.236;
na torre da UniverCemig (Centro de
bifásicos: 1.436; trifásicos: 428.
Treinamento da Cemig em Sete Lagoas).
Este
aos
repetidores
possam
ter
A atual distribuição dos 3.100 medidores
A Figura 3 mostra um exemplo de
as
medidor inteligente com módulo de
informações dos medidores pela rede
comunicação em RF instalado em Sete
IP (Internet Protocol) da Cemig-D, que
Lagoas/MG.
concentrador
envia
Figura 2 - Área de instalação da PoC em RF Mesh de alta concentração em Sete Lagoas/MG.
Figura 3 - Medidor inteligente com módulo de comunicação em RF instalado em Sete Lagoas/MG.
97
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Implantação do sistema PLC de banda estreita O segundo lote do sistema AMI implantado na região geoelétrica de Sete Lagoas (MG) utiliza a tecnologia de telecomunicações PLC (Power Line Communications) de banda estreita. Os medidores inteligentes deste tipo de sistema foram instalados em Sete Lagoas, Funilândia, Vila Amanda, Jequitibá e Santana do Pirapama. O sistema consiste em medidores inteligentes se comunicando com concen tradores via PLC, instalados próximos aos transformadores de distribuição, na proporção de um concentrador PLC por transformador. Esses concentradores se comunicam com a UniverCemig via RF,
Figura 4 - Esquema de funcionamento do sistema AMI com PLC de banda estreita.
GPRS (General Packet Radio Service), fibra
A Figura 5 mostra um mapa da
res inteligentes (monofásicos, bifási
ótica ou satélite.
região de Sete Lagoas onde está
cos
A Figura 4 apresenta o esquema de
e
trifásicos)
instalada a AMI com PLC de banda
concen tradores
funcionamento do sistema AMI com PLC
estreita.
antenas
(Figura
de banda estreita.
Lagoas:
13
São aproximadamente mil medido
instalados,
27
(Figura
6)
e
suas
7),
sendo:
Sete
concentradores
e
14
98
Aula prática antenas, medidores
e
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
aproximadamente instalados;
600
Funilândia:
2 concentradores e 2 antenas, e aproximadamente instalados;
90
Vila
concentradores
medidores
Amanda:
e
3
aproximadamente
3
antenas,
40
e
medidores
instalados; Jequitibá: 7 concentradores e
7
antenas,
e
aproximadamente
150 medidores instalados; Santana do Pirapama: 2 concentradores e 2 antenas, e aproximadamente 90 medidores instalados.
Conclusões
Após concluídas as instalações,
e
tendo
decorrido
alguns
meses
desde a implantação dos sistemas AMI, podemos citar alguns pontos relevantes, destacando os seguintes:
Figura 5 - Mapa da região de Sete Lagoas onde está instalada a AMI com PLC de banda estreita.
1 - No planejamento da implantação de
um
sistema
AMI,
deve
ser
considerado um levantamento das caixas de medição já instaladas, pois as dimensões das mesmas podem inviabilizar a instalação do sistema em algumas unidades consumidoras. 2 - Durante o período de aquisição dos sistemas de medição inteligente para a prova de conceito abrangida pelo projeto, foi possível observar dois
pontos
relevantes:
(a)
a
restrita disponibilidade de sistemas homologados pelo Inmetro; (b) o
Figura 6 - Concentrador PLC + RF
alto custo envolvido, em comparação aos praticados para os medidores eletrônicos atualmente instalados. 3 - O mercado fornecedor de sistemas AMI no Brasil ainda é incipiente na apresentação de soluções adequadas à realidade brasileira, verificando-se a necessidade de melhorias no que diz respeito ao suporte técnico. 4 - A integração dos sistemas MDC dos fornecedores do sistema AMI com o Centro de Medição da concessionária de energia elétrica é crítica para o sucesso da solução, devendo esta integração ser muito bem especificada
Figura 7 - Instalação do Concentrador PLC com antenas (à esquerda) e Onmi (à direita) Yagi.
99
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
e ter sua implantação rigorosamente gerenciada. 5 - Em paralelo à instalação de sistemas AMI em sua área de concessão, a concessionária
de
energia
elétrica
deve mobilizar e capacitar funcionários para tratar os alarmes e o grande volume de dados gerado a partir desses sistemas. 6 - Para a manutenção atual da infraestrutura avançada de medição instalada, é necessária a capacitação de uma equipe para operação da rede de telecomunicações, além da aquisição de equipamentos e componentes, específicos e necessários, para os trabalhos em campo com as redes RF e PLC. 7 - A implantação de sistemas AMI traz impactos profundos no dia a dia da distribuidora, impactando processos comerciais e corporativos. É essencial envolver as áreas afetadas, de modo a
adequar
a
nova
metodologia
propiciada pelo AMI aos processos já existentes nas distribuidoras, de modo a majorar os ganhos potenciais.
Referências AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução Normativa n. 502 (RN 502), Brasília, DF, 07 ago. 2012. Rogério Botteon Romano, Paulo Eduardo Sipoli Faria e Luiz Carlos de Oliveira são engenheiros da Fundação CPQD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicação. Gleidyson Paulino Almeida, Geraldo Tadeu Batista de Oliveira e Carlos Alberto Monteiro Leitão são engenheiros da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig Distribuição).
100
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Por Sergio Roberto Santos*
O posicionamento dos Dispositivos de Proteção contra Surtos Existem algumas dúvidas ou práticas
surto que o DPS deve conduzir, o que é
8/20µS, já que estes DPS não conduzem a
equivocadas – o que é pior – sobre a
importante para a integridade do DPS, mas
própria corrente da descarga atmosférica
aplicação dos Dispositivos de Proteção
não atentar para garantir que a diferença de
e sim correntes induzidas por descargas
contra Surtos (DPS). A leitura da parte 4
potencial em seus terminais não ultrapasse
atmosféricas indiretas ou surtos causados
da norma ABNT NBR 5419:2015, que
o valor que cada ponto da instalação,
por chaveamentos, incluindo aí a atuação
trata da proteção dos sistemas elétricos e
incluindo os equipamentos, pode suportar
de um DPS à montante.
eletrônicos internos na estrutura nos ajuda
durante o surto de tensão, chamado de
a proceder corretamente.
suportabilidade.
começa por definir seu tipo e o passo
Assim, fica claro que especificar o DPS
descargas
Como cada ponto da instalação,
seguinte então será definir a intensidade
atmosféricas apresenta medidas cuja sua
novamente valendo também para os
da corrente de surto. Colocar dez descidas
eficácia depende mais de onde as coisas
equipamentos, possui a sua suportabilidade
próxima e uma ao lado da outra é menos
estejam do que quanto elas valem, sendo
definida em norma, cada DPS deve garantir
eficiente do que cinco descidas equidistantes
o exemplo mais evidente o texto do item
que onde ele será instalado, a tensão em
ao longo da edificação; uma malha de
5.1.3 da versão de 2005 da ABNT NBR
seus terminais, chamada tensão residual,
aterramento com dez hastes em linha reta
5419, que já afirmava:
não seja maior que a suportabilidade da
pode ter a mesma resistência que outra
Uma
norma
sobre
instalação neste local. O valor máximo
com as mesmas dez em forma de anel, mas
“5.1.3.1.2- Para assegurar a dispersão da
da tensão residual ocorre quando o DPS
com impedâncias específicas diferentes. O
corrente de descarga atmosférica na terra
conduz o maior valor da corrente de surto
mesmo vale para um DPS, que só será eficaz
sem causar sobretensões perigosas, o
que ele foi fabricado para conduzir e se
se instalado no local correto.
chama nível de proteção do DPS.
Ao definirmos o tipo do DPS, definimos
sua instalação, ou o local da instalação
o local da sua instalação, o BEP ou um BEL, e
define o seu tipo, o seu nível de proteção
definimos também o seu nível de proteção.
e a sua forma de onda. Devemos nos
arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais importantes
que o próprio valor da resistência de
aterramento”. (Grifo meu).
O tipo do DPS define o local da
Por isso, o primeiro passo é definir qual o
habituar que os DPSs são parte do SPDA,
A função dos DPS é permitir a
tipo do DPS que deve ser instalado naquele
tanto quanto as descidas, os captores
equipotencialização
ponto da instalação.
ou as barras de equipotencialização.
normalmente
dos
condutores
energizados.
É
a
Um
profissional
que
conhece
a
Existem poucas dúvidas sobre como e
as
norma ABNT NBR 5419:2015, ou versões
onde estes últimos elementos devem
instalações e seus equipamentos, cabendo
anteriores, está familiarizado com as barras
estar, o mesmo é desejável que venha a
ao
for
de equipotencialização, principal (BEP)
acontecer com os DPS.
possível utilizar os condutores, estando a
ou local (BEL). Os DPS tipo I realizam a
equipotencialização, utilizando ou não DPS,
equipotencialização nas fronteiras entre as
simples depois que tomamos contato com
dentro das Medidas de Proteção contra
ZPR 0A e 1, onde deve estar o BEP, os DPS
eles. O objetivo deste artigo foi alertar os
Surtos (MPS).
tipo II entre as ZPR 1 e 2 e os tipos III entre as
profissionais para a importância do correto
equipotencialização DPS
que
possibilitá-la
protege
onde
não
Os conceitos definidos acima são muito
ZPR 2 e 3 (veja coluna desta seção publicada
posicionamento dos elementos do SPDA,
importante do que quanto vale” também
na edição 114 da revista O Setor Elétrico).
neste caso, especialmente do DPS, e
se aplica aos DPSs. Para especificar estes
O conceito de tipo também implica na
convidar os profissionais a estudar as quatro
dispositivos precisamos da planta e do
definição da forma de onda da corrente que
partes da ABNT NBR 5419:2015, prestando
unifilar, já que eles são classificados em
o DPS será capaz de conduzir. No caso dos
atenção para os pontos aqui observados.
tipos e cada tipo define de forma precisa
DPS tipo I, a onda (10/350µS) corresponde
onde eles devem ser instalados. O principal
à própria corrente da descarga atmosférica
*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e
erro na especificação de um DPS é
que o DPS conduzirá para o BEP. Para os
membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do
concentrar toda a atenção na corrente de
DPSs tipos II e III, a forma de onda é a
CB-3 da ABNT.
O princípio de que “onde está é mais
102
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Por Eduardo Daniel*
Proteção contra efeitos térmicos Parte 2
Esta seção é dedicada a um resumo
nacional.
na próxima reunião, que acontecerá em 02
do que vem sendo discutido nas reuniões
Algumas
de 2015 de revisão da norma ABNT
complementadas somente ao final dos
Proposta para o atual 5.2.2.2, que
NBR 5410:2004, baseada nas alterações
trabalhos
estava pendente de discussão:
do texto da IEC correspondente e nos
referências
pontos apresentados pelos participantes. É
descritas aqui.
classificação BD. Essa tabela pode tanto
importante sempre ressaltar que as citações
Conforme apresentado na coluna da
ser incorporada à futura ABNT NBR
desta coluna constituem um relato do que
edição anterior, o capítulo 5.2, tratando
5410, quanto apenas servir de base para
foi discutido e que foram aprovadas na
de proteção contra efeitos térmicos, foi
entendimento das diversas possibilidades
reunião plenária pela comissão de estudos,
rediscutido e sua redação definitiva será
de aplicação prática dessa classificação.
porém, a aprovação como parte oficial
elaborada até o fim de dezembro de
do projeto de norma, somente será feita
2015. O texto a seguir foi elaborado por
5.2.3.2 [5.2.2.2] Proteção contra incêndio
antes de o texto ser enviado para consulta
participantes da comissão e será discutido
nas condições BD2, BD3 e BD4
CR
de
revisão
normativas)
A
Residencial Serviço de Hospedagem
C2
Comercial
que (por e
serão exemplo,
não
estão
Tabela 1 – Aplicação da classificação BD
de dezembro de 2015.
A tabela 1 esclarece a aplicação da
Distância
Área menor
máxima
que 750 m² e
para fuga
altura menor
breve
que 12 m
Habitação unifamiliar, multifamiliar ou coletiva
40
BD1
Hotel, flats e assemelhados
30
BD1
Comercio com média e alta carga de incêndio
30
BD1
Descrição
Tipo
B
Shopping centers
C3 D1
seções
Serviço Profissional
Local para prestação de serviço profissional ou condução de negócios,
BD1 30
BD1
30
BD1
Agencias bancárias ou laboratorios. E1
Educacional e cultura Física
Escola em geral
F1
Museus, centro de documentos históricos, galerias de arte, bibliotecas e assemelhados.
BD3
F2
Local religioso e velório
BD3
F3
Centro esportivo e de exibição
BD3
F4
Estação e terminal de passageiro
F5
Local de Reunião de Público
Arte cênica e auditório
BD3 30
BD3
F6
Clubes sociais e diversão
BD3
F7
Construção Provisória
BD3
F8
Local pra refeição
BD3
F9
Recreação pública
BD3
F10
Exposição de objetos ou animais
G1
Garagem sem acesso de público e sem abastecimento
G2
Garagem com acesso de público e sem abastecimento
BD1
Local dotado de abastecimento de combustível
BD1
G3
Serviços Automotivos
G4
Serviço de conservação, manutenção e reparos
G5
Hangares
30
BD1
BD1 BD1
Hospitais, clínicas de saude e assemelhados.
30
BD1
Indústira
Indústria
40
BD1
Depósito
Depósito de material incombustível
40
BD1
H1
Serviços de saúde e institucional
I J1 J4
BD3 40
Depósito de materiais (exceto material explosivel, gases e líquidos inflamáveis)
BD1
103
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Rota de fuga Mantém a inclusão do
de material incombustível ou de difícil
Notas da Tabela1:
termo da forma como está na ata.
combustão.
1 - Essa tabela foi elaborada com base nos seguintes documentos: ABNT NBR 9077, Decreto Estadual (SP) nº 56.819/2011, Instrução Técnica nº 11 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 2 - A altura da edificação é medida em metros do ponto que caracteríza a saída no nível de descarga ao piso do último pavimento habitado, podendo ser ascendente ou descendente 3 - Nível de descarga é o nível no qual uma porta externa conduz a um local seguro no exterior. 4 - A edificação pode ser classificada em mais de uma condição quanto às condiçõoes de fuga, desde que adotadas medidas de compartimentação. 5 - Áreas de uso misto não compartimentadas (que abrangem mais de uma classificação) devem ser classificadas na condição mais restritiva. 6 - A classificação BD é dada na tabela 21 da NBR 5410 7 - Distância máxima para fuga breve é a distância a ser percorrida para atingir um local de relativa segurança (espaço livre exterior, área de refúgio, área compartimentada - desde que tenha pelo menos uma saída direta para o espaço livre exterior - escada protegida ou à prova de fumaça), tendo em vista o risco à vida humana decorrente do fogo e da fumaça. 8 - A distância máxima a ser percorrida é aquela necessária para atingir as portas de acesso às saídas das edificações e o acesso às escadas ou às portas das escadas (nos pavimentos) e devem ser consideradas a partir da porta de acesso da unidade autônoma mais distante, desde que o seu caminhamento interno não ultrapasse 10 m. 9 - CR é definida como sendo a classificação de risco, con forme estabelecido no Decreto Estadual (SP) nº 56.819/2011.
NOTA: Tal requisito não proíbe o uso de 5.2.3.2.1 Nas condições BD2, BD3 e BD4,
invólucros plásticos que sejam de difícil
as linhas elétricas aparentes em rota de fuga
combustão.
devem atender aos seguintes requisitos:
(Com base no texto IEC)
(...)
Obs: Apesar dos ajustes realizados no
- os condutores e os condutos devem
texto, somos da opinião de excluí-lo, pois
ser não propagantes de chama, livres de
não vimos como aplicá-lo. Fica mais fácil
halogênio e com baixa emissão de fumaça
apresentar os argumentos na reunião.
e gases tóxicos. Mantém o restante do 5.2.2.2.5 Não se admite, nas instalações
texto já debatido e aprovado.
elétricas nas condições BD3 ou BD4 e em rotas de fuga, o uso de componentes
5.2.3.2.2 [5.2.2.2.3] mantém
contendo líquidos inflamáveis. 5.2.2.2.4 Nas condições BD2, BD3 e BD4, os dispositivos de comando e de proteção,
NOTA:
Os
capacitores
exceto certos dispositivos que facilitam a
incorporados
fuga das pessoas, devem ser acessíveis
exemplo,
apenas a pessoas autorizadas. Se forem
de descarga e capacitores de partida
dispostos em áreas de circulação, devem
de motores) não estão sujeitos a esta
ser abrigados em invólucros constituídos
prescrição.
aos
auxiliares
equipamentos
capacitores
de
(por
lâmpadas
Área maior que 750 m² Altura da Edificação H≤6
Térrea
6<H≤12
12<H≤23
23<H≤30
30<H≤50
50<H≤80
H>80
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
Breve
Longa
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD2
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD1
BD2
BD3
BD4
BD3
BD4
BD3
BD4
BD3
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BD4
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BD4
BD4
BD4
BD3
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BD3
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BD3
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BD4
BD4
BD4
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BD1
BD2
BD1
BD2
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BD2
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BD1
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BD4
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BD3
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BD3
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BD3
BD4
BD3
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BD3
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BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD1
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD1
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BD2
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BD2
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BD1
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BD1
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BD2
BD2
BD2
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BD2
BD2
BD2
BD1
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BD1
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BD1
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BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD2
BD1
BD2
BD1
BD2
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD1
BD2
BD1
BD2
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD1
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BD2
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD1
BD2
BD1
BD2
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD3
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
BD4
104
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Compatibilidade eletromagnética em lâmpadas de Led A
compatibilidade
eletromagnética
causada por equipamentos de iluminação é um fenômeno até o momento pouco conhecido e analisado no Brasil. Este cenário, porém, deverá mudar rapidamente em função da obrigatoriedade do ensaio de EMC (“electromagnetic compatibility”) em lâmpadas de Led com dispositivos de controle integrados à base, exigida pelos Requisitos Técnicos de Qualidade da Portaria 389/2014 do Inmetro.
O teste de EMC faz parte dos ensaios
de segurança e pode ser reprobatório para certificação da lâmpada de Led. O ensaio é realizado em uma lâmpada completa conforme a norma ABNT NBR IEC/CISPR 15:2014 – Limites e métodos de medição das radioperturbações características dos equipamentos elétricos de iluminação e negativos em transmissões de TV, rádios,
• Tensões de perturbação em terminais de
laboratórios equipados e capacitados para
celulares, satélites, internet, entre outros.
alimentação;
este ensaio, por envolver dispositivos e
No caso das lâmpadas de Led, a
• Perturbações eletromagnéticas radiadas –
infraestrutura bastante onerosa.
introdução da exigência deste teste ocorreu
Campo magnético;
O
compatibilidade
em função da identificação de problemas
• Perturbações eletromagnéticas radiadas –
eletromagnética visa avaliar a capacidade
frequentes de ruídos causadas por Leds em
Campo elétrico.
de um dispositivo, equipamento ou sistema,
frequências de rádio amadora. Casos de
de funcionar de acordo com as suas
interferências de sinais em transmissão de
Um
características operacionais, no seu ambiente
televisão e rádio também já foram identificados
pelo Instituto Eldorado no Workshop de
eletromagnético, sem impor perturbações
em decorrência do uso de lâmpadas Led.
Certificação e Etiquetagem de lâmpadas Led
intoleráveis
Problemas mais graves podem existir em
da Exper, realizado com algumas lâmpadas
dispositivos ou sistemas que compartilham
locais críticos, como instalações hospitalares,
de Led disponíveis no mercado atualmente
o mesmo ambiente eletromagnético. A
torres de comando de aeroportos e aviões,
apontam situações preocupantes em relação
interferência eletromagnética é um termo
caso
a esses produtos em função de uma elevada
genérico comumente usado para expressar
demasiadamente excedidos.
taxa de reprovação, sobretudo nos testes
ruídos que interferem na transmissão de
A norma define três ensaios para
de tensão de perturbação nos terminais
informação ou no funcionamento de um
avaliação da compatibilidade eletromagnética
de alimentação. Os gráficos da Figura 1
circuito. Podem ter efeitos positivos ou
em lâmpadas Led:
exemplificam ensaios de perturbação de
similares.
Atualmente,
ensaio
aos
existem
de
demais
poucos
equipamentos,
os
limites
estabelecidos
sejam
estudo
recente
apresentado
105
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
tensão conduzido na faixa de 9 KHz a 30 MHz. Os picos que passam a curva limite vermelha reprovam o produto. As Figuras 2 demonstram as perturbações eletromagnéticas
radiadas
por
campo
magnético. Neste caso, verifica-se que foi aprovado, pois estão abaixo da linha vermelha, limite definido pela norma conforme eixos X, Y e Z do campo magnético. Nos
ensaios
de
perturbações
eletromagnéticas radiadas de campo elétrico, medições em frequências mais elevadas são realizadas de 30 MHz a 300 MHz. Os valores medidos são comparados aos limites
Figura 1 – Ensaio de emissão conduzida de 9 kHz a 30 MHz – tensões de perturbação em terminais de alimentação. Ruído de fundo à esquerda e ensaio reprobatório à direita.
definidos na CISPR15. A Figura 3 ilustra um ensaio reprovado de emissão radiada em uma
de desempenho, recomenda-se fortemente
através de testes de pré-qualificação é
lâmpada Led.
que sejam realizados antes dos testes de
altamente aconselhada para otimizar o
Em função das altas taxas de reprovação,
depreciação luminosa, uma vez que podem
processo de certificação de lâmpadas led e
constata-se que este teste será crítico no
ser necessários ajustes nos componentes
garantir melhores produtos para o mercado.
processo de certificação. Como ele é um teste
eletrônicos, sobretudo das fontes chaveadas.
Agradecimento ao engenheiro Gustavo
relativamente rápido comparado aos ensaios
Uma avaliação prévia deste requisito técnico
Iervolino, do Institudo Eldorado.
Figuras 2 – Ensaio de emissão radiada de 9 KHz a 30 MHz: Perturbações eletromagnéticas em campo magnético, eixos X, Y e Z.
Figura 3 – Ensaio de emissão radiada de 30 MHz a 300 MHz: perturbações eletromagnéticas no campo elétrico.
106
Instalações MT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Por que precisamos das redes inteligentes? Parte II Continuando o tema iniciado na
informar providências ou, ao menos,
obrigatória, teremos como resultado
coluna anterior, vamos tratar de duas
que já tem conhecimento do problema
a possibilidade de, consistentemente,
questões fundamentais:
na sua área.
postergar investimentos na geração e
transmissão.
Não dá para pagar tarifas padrão
1- Smart grid como instrumento de
NASA e ter serviços padrão FIFA!
eficientização das concessionárias de
E a automação ou digitalização das
a diminuição de perdas técnicas e
distribuição
redes pode sim alterar esta forma pré-
melhoria da qualidade do fornecimento
2- Smart grid como uma usina virtual
histórica de trabalhar nas distribuidoras
de energia!
e melhorar a qualidade da energia
Não há qualquer dúvida sobre a
fornecida.
árduo, pois trata-se de mitigar perdas
necessidade de modernizar a maneira
Este exemplo da falta de energia é
não técnicas. Algumas poucas empresas
com a qual as concessionárias de
bem percebido por qualquer usuário,
têm estas perdas bem reduzidas mas a
distribuição lidam com o mercado.
mas no dia a dia das concessionárias
maioria, com as metas impostas para
muito
a renovação de concessão que se
Basta uma chuva mais forte e com
mais
pode
e
precisa
ser
Como resultado secundário teremos
O outro caminho a ser trilhado é mais
rajada de vento para que o sistema
melhorado!
avizinha, terá que trabalhar (e muito)
caia; e o cliente, quando tenta contatar
Quanto à questão da usina virtual
para não “levarem bomba” já nos dois
a central de atendimento, ouve aquela
há dois caminhos muito interessantes a
primeiros anos da renovação.
gravação
ao
seguir. O primeiro diz respeito à curva
acúmulo de chamadas só estamos
de carga que, conforme já tratamos,
Elétrica (Aneel), de fato, aplicar os
atendendo
de
pode ser trabalhada de forma a eliminar
critérios que estão postos quanto a este
energia e acidentes na rede”. Você
o pico diário. A experiência que o setor
quesito, vamos ver muitas concessões
então disca o numero indicado e ouve
de média tensão nos deu permite afirmar
cassadas brevemente a menos que
“todos os atendentes estão ocupados.
ser possível (embora um pouco mais
se alie tecnologia e presença massiva
Ligue daqui a alguns momentos”.
trabalhoso) fazer uma replicação da tarifa
de equipes para inspecionar e limpar
binômia no segmento de baixa tensão.
os problemas presentes em milhões
E você então acende as velas para
Com
de unidades consumidoras que geram
iluminar a casa e ajudar na reza para
eletrônico, tarifar energia e capacidade
perdas não técnicas.
que consigam reparar os danos na
de uso não custa mais nada (tendo o
Portanto,
rede!
valor de energia a o controle do tempo)
investimentos em novas tecnologias
e, se acrescido a isto, tivermos projetos
parece ser essencial. E só o poder
indesejada:
“devido
problemas
de
falta
Pronto: é este o tratamento dado.
Minimamente,
a
concessionária
o
advento
do
medidor
Se a Agência Nacional de Energia
viabilizar
estes
de AMI (infraestrutura avançada de
público, com políticas adequadas, pode
tem que dispor de indicativos para
medição)
deflagrar estas mudanças.
lhe
foi
para atender a nichos de unidades
interrompida, identificar chamadas e
consumidoras e também uma tarifa
encontros.
informar
onde
a
energia
concentrados
em
áreas
Isto será nosso tema nos próximos
108
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Proteção para reduzir danos físicos e risco de vida Toda estrutura a ser protegida deve
que adentram na estrutura (no ponto de
estar em uma ZPR 0B ou superior. Isso é
entrada).
conseguido por meio de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), que consiste em um sistema externo
Proteção para reduzir as falhas de sistemas internos
de proteção contra descargas atmosféricas e um sistema interno de proteção contra
descargas atmosféricas.
imPulse (Lemp) para reduzir o risco de falha de
Enquanto o SPDA externo evita o
sistemas internos deve limitar sobretensões,
impacto direto da descarga atmosférica
devido a descargas atmosféricas na estrutura,
na estrutura a função do SPDA interno é
resultando de acoplamento resistivo indutivo;
evitar centelhamento perigoso dentro da
sobretensões devido a descargas atmosféricas
mesma, utilizando a ligação equipotencial
perto da estrutura, resultando de acoplamento
ou
(e,
indutivo; sobretensões transmitidas por linhas
consequentemente, isolação elétrica), entre
que adentram a estrutura, devido a descargas
os componentes do SPDA e outros
atmosféricas diretas nas linhas ou próximas
elementos condutores internos à estrutura.
a estas; e campo magnético acoplado
diretamente aos aparelhos.
a
distância
de
segurança
s
Quatro classes de SPDA (I, II, III e IV) são
A proteção contra Lightning EletroMagnetic
definidas como um conjunto de regras de
construção, baseadas nos correspondentes
localizado dentro de uma ZPR 1 ou superior.
O sistema a ser protegido deve estar
níveis de proteção. Cada conjunto inclui
Isso é conseguido por meio de medidas de
regras dependentes do nível de proteção
proteção contra surtos (MPS) aplicadas aos
(por exemplo, raio da esfera rolante, largura
sistemas elétricos e eletrônicos, as quais
da malha etc.) e regras independentes do
consistem em blindagens magnéticas que
nível de proteção (por exemplo, seções
atenuam o campo magnético indutor ou
transversais de cabos, materiais etc.).
por meio de encaminhamento adequado da
Onde
superficiais
fiação, que reduz os laços sujeitos à indução.
do solo externo e a do piso interno à
Uma ligação equipotencial deve ser provida
estrutura forem baixas, o risco à vida
nas fronteiras entre as ZPRs, para partes
devido a tensões de passo e toque pode
metálicas e sistemas que cruzam estas
ser reduzido externamente à estrutura, por
fronteiras. Esta ligação equipotencial pode
isolação das partes condutivas expostas,
ser executada por meio de condutores de
por equipotencialização no nível do solo,
equipotencialização ou, quando necessário,
por meio de aterramento com malhas, por
por dispositivos de proteção contra surtos
avisos de advertência e por restrições
(DPS). As medidas de proteção para
físicas. Internamente à estrutura, por ligação
qualquer ZPR devem estar em conformidade
equipotencial de tubulações e linhas elétricas
com a parte 4 da ABNT NBR 5419.
as
resistividades
110
NR 10
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Das oportunidades – Parte 1
O Circuito Nacional do Setor Elétrico
(CINASE), em suas edições de 2015 teve
Vamos ao primeiro subitem que trata
das medidas de proteção, o item 10.2.1:
como mote o lema “Uma viagem pelas
riscos adicionais, o que inclui todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, específicos de cada
instalações elétricas”, um tema que nos
10.2.1 Em todas as intervenções em
ambiente ou processos de trabalho que,
permitiu observar as várias oportunidades
instalações elétricas devem ser adotadas
direta ou indiretamente, possam afetar a
de trabalho e atuação de profissionais da
medidas preventivas de controle do risco
segurança e a saúde do trabalhador na
área elétrica e da área de segurança do
elétrico e de outros riscos adicionais,
atividade envolvida.
mediante técnicas de análise de risco, de
Risco: capacidade de uma grandeza com
É oportuno destacar esses aspectos,
forma a garantir a segurança e a saúde no
potencial para causar lesões ou danos
até por conta das circunstâncias atuais em
trabalho.
à saúde e a segurança das pessoas
trabalho.
que muitos profissionais estão procurando
(glossário).
alternativas ao emprego tradicional e
Entendemos que intervenções são
outros estão “à procura de novos desafios”.
as ações que implicam em interferência
O item conduz, necessariamente, ao
Já não é a primeira vez que destacamos
nas instalações elétricas, nesse caso,
entendimento de que a adoção de medidas
um aspecto muito interessante da NR 10
representadas pelas tarefas de trabalho
de controle seja precedida da aplicação de
ao deixar bastante claro que todos os
necessárias
técnicas de análise de risco.
documentos constantes do prontuário das
serviços ou das ações, nas quais torna-se
Por sua vez, análise de risco é um
instalações elétricas devem ser produzidos
obrigatória a adoção ou a aplicação de
método sistemático de exame e avaliação
por profissionais legalmente habilitados.
medidas preventivas de controle do risco
de todas as etapas e elementos de um
Isso se aplica a todos os documentos e
elétrico (choque elétrico, arcos elétricos,
determinado trabalho para desenvolver e
providências que a norma determina.
flashs, queimaduras, etc.) e de outros
racionalizar toda a sequência de operações
ao
desenvolvimento
dos
111
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
que o trabalhador executa; identificar os riscos
(APR); análise de modos de falha e
Tão importante é a elaboração de
potenciais de acidentes físicos e materiais;
efeitos (FMEA - AMFE); Hazard and
procedimentos de trabalho que a NR 10
identificar e corrigir problemas operacionais; e
Operability Studies (HAZOP); Análise
dedicou a esse assunto o item 10.11:
implementar a maneira correta para execução
Risco de Tarefa – ART, Análise Preliminar
de cada etapa do trabalho com segurança. É,
de Perigo – APP, dentre outras.
portanto, uma ferramenta de exame crítico da
Pois bem, essa é uma das matérias
elétricas devem ser planejados e
atividade ou situação, com grande utilidade
desenvolvidas nos cursos de engenharia
realizados em conformidade com
para a identificação e antecipação dos
de segurança do trabalho.
procedimentos de trabalho específicos,
eventos indesejáveis e acidentes possíveis
Realizar a análise de risco com
padronizados, com descrição detalhada
de ocorrência, possibilitando a adoção
a
o
de cada tarefa, passo a passo, assinados
de medidas preventivas de segurança e
estabelecimento de um procedimento
por profissional que atenda ao que
de saúde do trabalhador, do usuário e de
operacional é uma tarefa que não
estabelece o item 10.8 desta NR.
terceiros, do meio ambiente e até mesmo
prescinde da atuação de um profissional
evitar danos aos equipamentos e interrupção
qualificado. É fundamental o conhecimento
Ora,
dos processos produtivos.
da eletricidade para conduzir uma análise
habilitação, qualificação e capacitação
A análise de risco não pode prescindir
profundidade
necessária
10.11.1 Os serviços em instalações
para
o
item
10.8
refere-se
à
de risco em atividades relacionadas à
dos trabalhadores. Resumindo, é aos
de metodologia científica de avaliação e
energia elétrica.
profissionais
procedimentos conhecidos, divulgados e
Todas
as
com
segurança do trabalho o mister de
praticados na organização e, principalmente,
eletricidade
devem
realizadas
desenvolver os procedimentos de trabalho
aceitos pelo poder público, órgãos e
mediante procedimentos operacionais
com base em análises de risco, associadas
entidades técnicas.
desenvolvidos com base em análise de
aos seus conhecimentos de eletricidade.
As
principais
metodologias
atividades ser
da
área
elétrica
e
de
técnicas
risco como se menciona, por exemplo,
utilizadas no desenvolvimento de “análise
nos itens 10.2.8.1, 10.6.2, 10.6.4, 10.7.6
na referida “viagem pelas instalações
de risco” são: Análise Preliminar de Risco
e 10.7.7.1.
elétricas”. No próximo mês teremos outras.
Aí está uma oportunidade visualizada
112
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Quando teremos a tarifa branca?
Não é novidade que se pretende algum
é aplicada às unidades consumidoras
opção tarifária por falta de uma resolução
dia disponibilizar a tarifação diferenciada
do grupo B, exceto para o subgrupo B4
específica.
aos consumidores de baixa tensão da
e para as subclasses baixa renda do
mesma forma que se faz há mais de duas
subgrupo B1, sendo caracterizada por
alguns encargos como a mudança dos
décadas com os de média tensão, na tarifa
tarifas diferenciadas de consumo de
medidores, mudança das contas de energia
verde ou azul. Em especial, o modelo que
energia elétrica de acordo com as horas
pelas concessionárias, das expectativas de
se aponta para a tarifa branca é semelhante
de utilização do dia e segmentada em
faturamento e outros.
ao da tarifa verde com custos de consumo
três postos tarifários, considerando-se o
Pode-se observar que as próprias
diferenciados em horários de ponta (três
seguinte:
resoluções que definem os custos da
horas por dia) e horários especiais - no
Claro que a resolução vem junto com
energia nos diversos enquadramentos
caso da tarifa branca, em períodos de
I – uma tarifa para o consumo de energia
dos
duas horas diárias vizinhas aos horários da
(R$/MWh) para o posto tarifário ponta;
definidas, ou seja, pode-se até entender os
ponta no início e término deles. Assim, a
II – uma tarifa para o consumo de
benefícios tarifários que poderiam se obter,
tarifa branca se caracteriza por 66 horas
energia (R$/MWh) para o posto tarifário
bastando-se que se confirme o horário
de ponta e 44 de período intermediário nos
intermediário; e
da ponta, que poderia ser definido, por
meses com 22 dias úteis.
III – uma tarifa para o consumo de
exemplo, em período diferente da própria
Quando as próprias tarifas (horo-
energia (R$/MWh) para o posto tarifário
tarifa verde.
sazonais) foram instituídas na média e alta
fora de ponta”
tensão há mais de 20 anos, a então “tarifa
(Redação dada pela Resolução Normativa
pois há de se considerar que:
amarela” seria aquela a ser aplicada nos
Aneel nº 479, de 03.04.2012)
segmentos de baixa tensão. Muitas águas
custos
da
tarifa
branca
estão
E aí reside outro aspecto interessante,
• O consumo no setor residencial e
(ou nem tanto) rolaram pelos vertedouros,
Na Seção III, “do enquadramento”; no
comercial no Brasil, reproduzido na Figura
sem
Artigo 57, § 2º observa-se nova referência
1 tem sido responsável pelo incremento
ao tema, relativa ao grupo B, item II:
do consumo no país e sua gestão merece
que
tal
oportunidade
fosse
consolidada junto a estes consumidores. E, assim, os consumidores de baixa tensão
atenção. A Figura 2 ilustra o incremento
continuam esperando. Na resolução 414
“Na modalidade tarifária horária
percentual anual dos setores residencial
da Aneel, revisada em 2012, a tarifa branca
branca, de acordo com a opção do
e comercial. As Figuras 1 e 2 foram
é definida no capítulo 1 como:
consumidor, somente após a publicação
elaboradas a partir de dados divulgados
Modalidade tarifária horária branca:
de resolução específica com a definição
pela Empresa de Pesquisa Energética
aplicada às unidades consumidoras do
dos procedimentos e critérios a serem
(EPE);
grupo B, exceto para o subgrupo B4 e para
observados”.
•
as subclasses baixa renda do subgrupo
Boa
parte
dos
consumidores
de
baixa tensão compõe este grupo de
B1, caracterizada por tarifas diferenciadas
E aí chegamos ao atual status da
consumidores;
de consumo de energia elétrica, de acordo
situação: Ainda não foi concluída a
• Os hábitos de consumo do setor
com as horas de utilização do dia.
resolução especifica com a definição
devem estar adequados aos aspectos de
dos procedimentos e critérios a serem
definição do horário de ponta, que podem
E complementada pelo Art. 56-A
observados.
o
ser diferentes dos atuais praticados, tendo
consumidor não pode fazer uso desta
em vista as mudanças de perfil de carga
“A modalidade tarifária horária branca
Em
outras
palavras,
113
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
ocorridas;
da ponta traz resultados bem mais efetivos
residencial
e
pequenas
•
devem
ser
instalações
Haverá impactos no faturamento das
para o sistema elétrico que aqueles obtidos
comerciais
distribuidoras, pois, de forma geral, estes
nos questionáveis programas de eficiência
compreendidos.
mais
bem
consumidores são cativos;
energética da Aneel na baixa renda;
• A potencial modulação de carga no horário
• Os hábitos de consumo do setor
de tarifação de um consumidor B1 ligado à
As Tabelas 1 e 2 apresentam simulações
AES Eletropaulo, com consumo mensal de 500 kWh, e em dois cenários de consumo nos horários da ponta e intermediários: O primeiro cenário apresentado na Tabela 1 considera o custo comparativo da energia convencional e branca para um consumo de carga constante de 500 W nos períodos da ponta e intermediários; uma relação de consumo na ponta e intermediários em relação ao total da ordem de 11%. A redução obtida na conta de energia, neste caso, é de aproximadamente 6%. O segundo cenário na tabela 2 Figura 1 - Consumo anual de energia nos setores residencial e comercial e consumo total. Fonte: EPE.
apresenta modulação de 100% da carga na ponta e intermediário e a possibilidade de redução da conta mensal é da ordem de 13%. Este caso ilustra a máxima redução que se pode obter com esta tarifação. *Impostos totais estimados em valores da ordem de 30% de incremento do valor líquido.
Pode-se, portanto, concluir que:
• O pequeno consumidor que viu suas contas aumentarem significativamente no último ano pode ter uma boa ferramenta para gerir esta conta, contribuindo para a Figura 2 - Evolução do consumo percentual de energia anual em relação ao total. Fonte: EPE
Tabela 1 – Cenário para consumidor com 500 kWh por mês e carga residual de 500 W durante os períodos de ponto e intermediário
redução da carga na ponta; • O incremento de uso de energia ocorrido quando da redução dos custos no final de 2012 pode ser em parte revertido, a partir de tarifas adequadas que sinalizam a necessidade de redução de consumo na ponta; • É importante que o pequeno consumidor se dê conta e melhor entenda os
Tabela 2 – Cenário para consumidor com 500 kWh por mês com modulação de carga plena (100%) na ponta e no período intermediário
mecanismos de custos da energia; • O mercado (consumidor, conces sionárias e poder concedente) deveria se preparar para a implantação deste modelo e inserir o tema em discussões entre os envolvidos; • Gestão de tarifas é uma ótima ferramenta para induzir racionalidade no uso da energia pelos consumidores.
114
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Documentação para a certificação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” Os desenhos de fabricação e a documentação descritiva fazem parte do complexo processo de certificação de todos os equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação, de automação e de telecomunicações “Ex” destinados a serem instalados em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis. Faz parte do escopo dos fabricantes que buscam a certificação “Ex” de seus produtos o fornecimento de toda a documentação necessária para a especificação dos equipamentos a serem avaliados, ensaiados e certificados. No entanto, não é indicada na legislação nacional a relação dos documentos mínimos requeridos a serem apresentados pelos fabricantes para os organismos de certificação “Ex” e para os laboratórios de ensaios “Ex”. Esta omissão faz com que não haja uma uniformidade de documentação requerida entre os diversos organismos e laboratórios que atuam no mercado nacional. Para equacionar esta “lacuna” e estabelecer os dados, informações e documentação mínima a ser apresentada para o processo de certificação de cada tipo de proteção “Ex”, foi elaborado, em nível internacional, o Documento Operacional IECEx OD 017 - Orientação sobre desenhos e documentação para a certificação para utilização pelos fabricantes e laboratórios, para auxiliar os fabricantes na elaboração dos desenhos e da documentação a ser submetida com uma inscrição para um processo de certificação “Ex’. Os documentos requeridos para demonstrar a conformidade com os tipos de
proteção “Ex” são utilizadas pelos organismos de certificação do IECEx para comparação com o protótipo ou a amostra e, em conjunto com relatórios de ensaios “Ex”, para a demonstração da conformidade com as normas internacionais aplicáveis das séries IEC 60079 (equipamentos elétricos “Ex”) e ISO/IEC 80079 (equipamentos não elétricos “Ex”). Os desenhos e outros documentos que foram a especificação do produto utilizada para demonstrar a conformidade do tipo de proteção “Ex” representam a especificação definitiva do produto "Ex" que foi avaliado, ensaiado e certificado. A determinação da documentação mínima a ser apresentada pelos fabricantes para cada tipo de proteção “Ex” pode ser considerada de fundamental importância, uma vez que, por um lado, os fabricantes de equipamentos “Ex’ frequentemente procuram um grau máximo de flexibilidade na documentação, de modo a satisfazer alterações na produção e a englobar variações nos seus produtos, enquanto os organismos de certificação e os laboratórios “Ex” requerem um nível de detalhe que demonstre que todos os aspectos do processo de certificação e das normas aplicáveis tenham sido claramente considerados e que todos os detalhes aplicáveis para a conformidade tenham sido definidos de forma inequívoca. O Documento Operacional IECEx OD 017 apresenta requisitos específicos para diversos tipo de proteção “Ex”, tais como Invólucros à prova de explosão – Ex “d”, Segurança aumentada – Ex “e”, Segurança intrínseca – Ex “i”, Encapsulamento – Ex
“m”, Pressurização de invólucros– Ex “p”, Não centelhante – Ex “n”, Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros– Ex “t”, Imersão em óleo – Ex “o”, Imersão em areia – Ex “q”, Lanternas para capacetes para minas subterrâneas de carvão e equipamentos para sistemas de traceamento elétrico resistivo. A existência deste IECEx OD 017 em português do Brasil permite aos fabricantes, laboratórios e OCPs “Ex” nacionais um melhor nivelamento e uma devida uniformização de informações, baseado em boas práticas de consenso internacional, as quais estão consolidadas neste documento operacional do IECEx, cuja elaboração contou com a participação e a aprovação do Brasil. São apresentados exemplos de infor ma ções, dados e documentação requerida para a certificação de equipamentos com os tipos de proteção “Ex” mais frequentemente utilizados nas indústrias contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis e poeiras combustíveis. Exemplos de documentação, informações e dados requeridos para o processo de certificação de equipamentos Ex “e” – segurança aumentada: • A distância mínima de escoamento e a distância mínima de isolação; • O índice comparativo de trilhamento (CTI). Uma folha de dados para o material é requerida para evidenciar a repetibilidade desta característica; • O tipo e os detalhes dos terminais utilizados em caixas de junção, se requeridas no equipamento (por exemplo, tipo, material e
115
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
características nominais); • O sistema de isolamento dos enrolamentos deve ser especificado na folha de dados do fabricante. Todos os processos envolvidos, tais como impregnação, devem também ser definidos; • Todos os materiais isolantes devem ser especificados e as folhas de dados devem ser apresentadas, quando não forem definidos por meio da referência a uma norma IEC ou NBR IEC; • Os desenhos para os motores elétricos devem identificar o entreferro radial e indicar como este é alcançado durante a fabricação. Por exemplo, isso pode ser feito por meio da confirmação de que o entreferro é ajustado e medido durante a fabricação, ou pela apresentação de informações que mostrem claramente como um entreferro definido, mas não medido, é alcançado pela consideração de diversas tolerâncias e excentricidades, que possam contribuir para o entreferro do motor montado; • Os desenhos das plaquetas de advertência devem ser apresentados (seja por meio de desenhos ou documentos em separado ou incluídos em outros desenhos ou documentos aplicáveis), incluindo informações sobre o material e métodos de gravação e de fixação; • Se os motores são destinados a serem acionados por soft-starters ou por conversores de frequência, estes dispositivos eletrônicos de acionamento devem ser especificados; • Os detalhes da temperatura limite dos dispositivos, identificação e características nominais, especificação da tensão, montagem, fiação, isolação e terminais; • Os detalhes de dispositivos associados de proteção externa (por exemplo, dispositivos de proteção contra sobrecarga certificados para um motor), se um dispositivo dedicado for requerido, ou, caso contrário, nos casos gerais, os detalhes apropriados para permitir que um dispositivo de proteção de sobrecarga genérico possa ser corretamente selecionado • Os detalhes dos componentes elétricos de luminárias, incluindo lâmpadas, portalâmpadas, reatores, terminais, dispositivos e circuitos de partida, fusíveis e baterias; • Os dados sobre as barras do rotor de motores elétricos devem ser detalhados, bem como o método da localização de montagem e de como é alcançado o ajuste
de interferência com as ranhuras, bem como o método de fixação e de conexão dos anéis de curto-circuito da gaiola de esquilo; • As folgas ou afastamentos dos ventiladores internos e externos para as partes fixas e o método de como estas folgas ou afastamentos são alcançados; • Os dados principais e aplicáveis para as juntas de vedação (O’ring e gaxetas), incluindo materiais, dimensões, localização e métodos de fixação; • Os detalhes dos resistores anticondensação: identificação e características nominais, especificação da tensão de alimentação, posição da montagem, fiação, isolação e terminais; • As dimensões e as seções transversais mínimas dos condutores dos fios utilizados nos enrolamentos; • As especificações para os mancais de rolamentos das folgas mínimas radial e axial entre as partes estacionarias e rotativas para labirintos sem atrito, se aplicável. A especificação das folgas para mancais de buchas de deslizamento, se aplicável; • A avaliação do risco de centelhamento potencial no entreferro, de acordo com os fatores de risco de ignição, para rotor em gaiola; • A avaliação do risco de centelhamento potencial do estator para motores elétricos. Exemplos de documentação, informações e dados requeridos para o processo de certificação de equipamentos Ex “i” – segurança intrínseca: • Distâncias de segurança em relação às trilhas sobre as placas de circuitos impresso necessitam ser especificadas; • Distâncias entre os componentes e os terminais entre componentes de segurança necessitam ser especificadas; • As larguras mínimas das trilhas nas placas de circuito impresso necessitam ser especificadas; • A área da seção nominal mínima, o tipo do condutor e a espessura de isolação dos fios necessitam ser especificadas; • O índice comparativo de trilhamento (CTI) para as trilhas das placas de circuito impresso necessitam ser especificadas (uma vez que valores comparativamente baixos e fáceis
de serem alcançados são frequentemente adequados, uma especificação geral pode ser suficiente, desde que detalhes suficientes sejam apresentados para permitir que a verificação da conformidade seja feita durante a auditoria da produção, de acordo com a norma NBR ISO/IEC 80079-34; • As características nominais, tolerâncias e tipos de todos os componentes sobre os quais dependam a segurança intrínseca necessitam ser especificados; • Se a isolação galvânica de componentes é utilizada, as distâncias internas de isolação necessitam ser especificadas (por exemplo, os optoacopladores), a menos que sejam de outra forma atendidos, de acordo com a norma (ABNT NBR IEC 60079-11); • Desenhos em escala do arranjo das placas de circuito impresso; • Listas completas de componentes das placas de circuito impresso; • Detalhes de aplicação e as propriedades dos vernizes isolantes (conformal coating); • Parâmetros elétricos para o conceito de entidade; • Fontes de potência: dados de saída, tais como Uo, Io, Po e, se aplicável, Co, Lo ou a relação permissível Lo/Ro; • Receptores de potência: dados de entrada, tais como Ui, Ii, Pi, Ci, Li e a relação Li/Ri; • Quaisquer condições especiais que são consideradas na determinação do tipo de proteção, como por exemplo, que tensão deve ser fornecida do transformador de proteção ou por meio de um diodo de barreira de segurança. O documento operacional IECEx OD 017 foi traduzido para o português do Brasil pelo subcomitê SC IECEx BR do Cobei e encontra-se disponível, para acesso público no site do IECEx. Esta versão para o português contém a seguinte nota: “Ao longo deste documento operacional IECEx, escrito em português, as Normas IEC ou ISO referenciadas são indicadas como normas NBR IEC ou NBR ISO. Isso se deve ao fato de que tais normas são também escritas em português e são idênticas, em conteúdo técnico, forma e apresentação, às respectivas normas internacionais IEC ou ISO, sem desvios nacionais”. http://www.iecex.com/docs/OD_017_Ed_4_ Drawing_documentation_pt.pdf
116
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Por Sidnei Ueda*
Normatização das redes elétricas– Profissionais qualificados e material de qualidade
Todo projeto de rede elétrica deve ser
de grandes proporções”, afirmou o
de Avaliação de Conformidade, assegura
desenvolvido para garantir a proteção e
superintendente da Certiel Brasil entre
ao consumidor que um produto está
o conforto dos usuários, bem como a
2008 e 2014, o engenheiro Eduardo
de acordo com regulamentos técnicos
segurança do imóvel e dos seus bens
Daniel.
previamente estabelecidos em relação a
materiais. Assim, entre os principais itens
A formação do profissional também
critérios que envolvam, principalmente,
que garantirão esses requisitos, estão: a
sofre defasagem no país. Além de
a saúde e a segurança do consumidor e
mão de obra qualificada e a adoção de
poucos cursos qualificados na área,
a proteção do meio ambiente. De outra
produtos certificados para, desta forma,
há a baixa procura de estudantes
forma, a iniciativa aponta ao fabricante
assegurar que as normas de segurança
interessados – uma vez que, para a
as características técnicas que seu
sejam
instalação
maioria dos contratantes de serviços de
produto deve possuir para se adequar
elétrica segura é também eficiente, pois
eletricidade, o profissional especializado
aos
as perdas de energia (sob forma de calor
não é valorizado. É um ciclo vicioso.
isso, o programa facilita o comércio
nas conexões e demais componentes)
A
profissionais
exterior do Brasil, com incremento nas
serão minimizadas, contribuindo com a
qualificados pode resultar ainda em
exportações; protege o mercado interno,
redução do consumo geral.
novos
instalações,
dificultando a entrada de produtos que
além de possíveis indenizações sobre
não atendam a requisitos mínimos de
prevê punição para profissionais da
acidentes ocorridos.
segurança e desempenho prescritos
área elétrica que coloquem em risco a
Por outro lado, são diversos os
em regulamentos; e agrega valor às
segurança patrimonial ou as pessoas
componentes
que circulam pela área, por conta da má
numa
qualidade das instalações. Por isso, a
condutores,
qualidade dos profissionais envolvidos
interruptores e tomadas, entre outros
regulamentos técnicos.
no projeto é fundamental para uma rede
dispositivos.
O mercado de energia,
No
segura.
eletricidade
e
também
apresentarei mais detalhes sobre a
é
pela
muitos
certificação voluntária das instalações
sem
elétricas no Brasil. Você saberá por que
respeitadas.
Uma
O Código de Defesa do Consumidor
Como a certificação voluntária ainda
baixa
exigência
retrabalhos
a
nas
serem
técnicos.
Com
avaliados
marcas, atraindo novos consumidores
como
eletrodutos,
e novas fatias de mercado, ao atestar
conectores,
disjuntores,
o
instalação,
atingido
de
regulamentos
iluminação pirataria:
utilizam
material
certificada,
com
atendimento artigo
de da
um
produto
próxima
a
edição,
se restringe à própria instalação, no que
instaladores
tange à capacitação desse profissional,
aprovação
peso,
o país está tão atrasado nesse assunto
deve-se avaliar a sua qualificação (o
quantidade, comprimento e composição
– até mesmo diante de seus vizinhos do
saber fazer), a habilitação profissional
alterados. É preciso ter muito cuidado
Mercosul.
(o poder fazer) e a experiência no tema.
na compra, pois alguns deles, como
“A falta de um desses componentes
tomadas, fios, cabos e disjuntores,
*Sidnei Ueda é engenheiro eletricista pela
pode colocar em risco a segurança das
devem possuir a marca do Inmetro e
Unicamp e, como gerente de aplicação de
pessoas que utilizarão a instalação, pela
também devem ter todas as informações
produtos da Nexans, atua no segmento de
ocorrência de acidentes tão comuns e
da procedência (como marca, fabricante
linhas e cabos nus e isolados destinados à
com consequências graves, que vão de
e norma técnica, entre outras).
transmissão e distribuição de energia no Centro
choques elétricos mortais a incêndios
de Competências Aéreas da empresa no Brasil.
O Inmetro, por meio de seu Programa
118
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
Custos e impacto econômico da energia de baixa qualidade
A indústria brasileira já convive com
Para otimizar o processo é fundamental
real da energia desperdiçada devido à baixa
os impactos econômicos do aumento do
que as organizações tenham capacidade
qualidade, em última análise, reduzindo
custo da energia elétrica e se vê obrigada
de registro da energia, o que permite ao
custos na conta de energia e evitando os
a rever as suas estratégias de consumo.
usuário monitorar e direcionar o seu uso,
efeitos de paradas não planejadas.
Ao mesmo tempo, problemas associados
conquistando maior economia.
à qualidade da energia prejudicam os
Outra maneira de determinar se os
processos operacionais, gerando custos
equipamentos elétricos estão funcionando
Como você sabe que tem problemas com a qualidade da energia?
excessivos e até a obstrução total dos
ou não de forma eficiente é identificando
É possível reconhecer os sintomas
trabalhos.
problemas potenciais de qualidade de
com facilidade: luzes piscando, queda
Mensurar o custo do desperdício
energia.
de energia, obstrução de disjuntores,
ocasionado por problemas na qualidade
PLCs
A energia de baixa qualidade é cara.
e
unidades
de
velocidade
da energia foi sempre uma tarefa exclusiva
Primeiramente, ela eleva os custos de
variável. Equipamentos como motores
para engenheiros experientes. Hoje, o
energia, tanto devido ao uso excessivo
e transformadores aquecerão e farão
mercado já dispõe de tecnologia de ponta
como em penalidades que a concessionária
barulhos. Alguns problemas são mais
capaz de mensurar energia versus potência
de serviços públicos pode impor pelo fator
sutis, tais como o desempenho ruim do
para que as organizações obtenham um
de potência baixa ou altas demandas de
computador, causando travamentos e
maior controle destes custos.
pico.
perda de dados. Todos esses problemas
elevam as suas contas de energia e
A maneira mais tradicional de reduzir
A baixa qualidade de energia também é
o consumo de energia é por meio do
prejudicial aos equipamentos, aumentando
monitoramento
direcionamento
o custo com manutenção e reparos.
(M&T), que determinam quando e onde a
Falhas prematuras do equipamento ou
energia está sendo utilizada. Deste modo,
danos causados por problemas de energia
Quais são as origens dos problemas de qualidade de energia?
consegue-se avaliar se esta está ou não
resultam não apenas na despesa da
Mais de 80% dos problemas de
sendo usada de forma eficaz. Ao inserir
substituição do equipamento em si, mas
qualidade de energia originam-se dentro
o custo da energia em um instrumento
também em custos de trabalho associados
das instalações. Equipamentos de grande
desta natureza, o custo total é calculado
ao diagnóstico e reparo.
porte ligando e desligando, fiação e
diretamente.
Quando o equipamento não está
aterramento
Atitudes muito simples, como garantir
funcionando por conta do tempo de
sobrecarregados
que os sistemas de aquecimento e
inatividade, ocorre queda da produtividade
apenas alguns dos culpados. Menos
iluminação
funcionando
e a consistência do processo sofre ou
de 20% dos problemas de energia
quando um edifício está desocupado,
falha, o que leva ao desperdício de produto.
originam-se com o sistema de transmissão
podem
Ferramentas que monitorem a qualidade da
e distribuição da concessionária de serviço
de
energia fornecem os meios para descobrir
público. Raios, falhas de equipamento,
a
a origem e a magnitude dos problemas,
acidentes e condições meteorológicas
alimentação de máquinas e plantas em
permitindo que as oportunidades para
afetam negativamente a concessionária
momentos em que não há produção.
economizar
e
de serviço público. Empresas próximas e
Ou deixar equipamentos em modo de
aproveitadas. Este tipo de equipamento
a operação normal de equipamentos da
espera por longos períodos de tempo.
auxilia as empresas a quantificar o custo
concessionária de serviço público também
e
não
do
reduzem a eficiência.
estejam
representar
significativa. desperdício
Outros de
uma
economia
exemplos
energia
incluem
sejam
identificadas
inadequados ou
e
circuitos
harmônicos
são
119
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
podem afetar a qualidade da energia
resultar em ressonância ou em capacitores
regular e frequente das suas instalações
fornecida à instalação.
queimados. Consulte um engenheiro de
com boas práticas de manutenção, usando
qualidade de energia antes de corrigir o PF
o equipamento de inspeção correto. Como
se houver harmônicos.
isto deve ser um esforço contínuo, utilize
Você pode reduzir o uso de energia, eliminando ineficiências em seu sistema
as ferramentas certas para fazer seu
de distribuição, como altas correntes
Você pode reduzir as tarifas de pico de
próprio teste de qualidade de energia e
neutras devido a cargas desequilibradas
demanda por meio do controle da carga
monitoramento ao invés de terceirização.
e harmônicos; transformadores altamente
do pico. Infelizmente, muitas pessoas
Atualmente, isto é surpreendentemente
carregados, especialmente aqueles que
ignoram um dos principais componentes
acessível e sempre vai custar menos do
servem
cargas
motores
deste custo – o efeito da baixa qualidade
que o tempo de inatividade.
velhos,
mecanismos
outras
de energia no uso do pico de energia e,
questões
não-lineares; velhos
relacionadas
ao
e
e
portanto, subestimam seus pagamentos
potência altamente distorcida, que pode
motor;
em excesso. Para determinar os custos
ocasionar um aquecimento excessivo no
reais da carga do pico, você precisa
sistema de energia.
saber o uso "normal" da energia; o uso de "energia limpa" e a estrutura de carga da
Você pode evitar a penalidade do fator
carga do pico. Ao eliminar os problemas
de potência por meio da correção do
de qualidade de energia, você reduz o
fator de potência. Em geral isto envolve
tamanho das demandas de pico e a base
a instalação de capacitores de correção.
em que elas são iniciadas.
Mas corrija primeiro a distorção do sistema
É
– os capacitores podem apresentar baixa
tenham uma abordagem proativa para
da Fluke do Brasil, companhia especializada
impedância aos harmônicos e a instalação
conseguir melhorar a qualidade da energia.
em ferramentas de teste eletrônico compactas e
da correção de PF inadequada pode
A primeira linha de defesa é a inspeção
profissionais.
fundamental
que
organizações
*René Guiraldo é gerente nacional de vendas
120
Agenda
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
18 A 20 DE JANEIRO DE 2016
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS SEGUNDO A ABNT NBR 5419:2015
Descrição
Informações
Este curso foi desenvolvido para familiarizar os interessados com a nova ABNT NBR 5419 e os novos critérios utilizados, desde a análise para a necessidade da existência de proteção até a conservação da mesma e da documentação envolvida. A ABNT NBR 5419: 2015 traz quatro cadernos e mais de trezentas páginas, fruto do agrupamento de várias normas relacionadas com o assunto, inclusive a proteção de ambientes e equipamentos contra os efeitos indiretos dos raios. Podem participar das aulas, além de estudantes interessados em conhecer o novo texto da norma, engenheiros, projetistas, técnicos, instaladores e profissionais da área de manutenção industrial, comercial e residencial.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br
Cursos
22 A 26 DE FEVEREIRO DE 2016 Descrição
Informações
O objetivo do curso é capacitar os participantes para avaliarem patologias em estruturas de concreto e apresentarem materiais e alternativas visando reparos e reforços em estruturas já comprometidas. Entre os temas que serão debatidos nas aulas estão: introdução à patologia das estruturas de concreto; causas intrínsecas e extrínsecas da deterioração das estruturas; e notas sobre patologias de fundações. O curso conta também com testes e visitas técnicas. As aulas são direcionadas a profissionais envolvidos com inspeção, avaliação e recuperação de estruturas que apresentem ou possam vir a apresentar processos de deterioração.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
16 DE MARÇO DE 2016
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS DE ENERGIA
Descrição
Informações
Promovido pelo Instituto Acende Brasil, o curso tem como intuito oferecer aos participantes uma perspectiva abrangente do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos de energia, suas etapas, riscos e documentos necessários para o atendimento de cada uma das etapas. O conteúdo programático é dividido em quatro módulos: planejamento energético e o setor elétrico; legislação ambiental e as instituições de meio ambiente; processo de licenciamento ambiental para empreendimentos de energia; e riscos e oportunidades no processo de licenciamento ambiental.
Local: São Paulo Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br
06 DE JANEIRO DE 2016
SEMINÁRIO DE ENERGIA SOLAR
Descrição
Informações
A segunda edição do Seminário de Energia Solar (SES) será realizada no dia 6 de janeiro, no Club de Golf Sport Francés, na cidade de Santiago, no Chile. O evento contará com um painel de especialistas que deverão abordar o tema em diversos aspectos: geração elétrica, indústria eletrointensiva, edifícios públicos, uso residencial e autoconsumo. A proposta é discutir novas tendências, normas nacionais e internacionais, além de trazer à tona oportunidades de negócios sustentáveis. O seminário contará com uma área de exposição com empresas e órgãos interessados no setor de energia solar.
Local: Santiago, no Chile. Contato: +56 02 28393621 | info@ahunewen.cl http://ahunewen.cl/seminario/ses2016
1 E 2 DE FEVEREIRO DE 2016
Eventos
INSPEÇÃO, AVALIAÇÃO, RECUPERAÇÃO E REFORÇO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO E DE EDIFICAÇÕES
FÓRUM DIREITO EMPRESARIAL EM ENERGIA
Descrição
Informações
Inédito, o Fórum Direito Empresarial em Energia tem como objetivo preparar as empresas do setor elétrico para os desafios de 2016. De acordo com os organizadores do evento, no próximo ano, as diversas oportunidades de novos projetos advindos dos leilões criarão para as companhias um amplo contencioso jurídico de uma perspectiva empresarial com a composição de diversas organizações novas dentro de holdings já existentes. Neste sentido, tendo em vista processos novos ou empresas em operação e que estejam em processo de recuperação, torna-se premente inteirar-se a respeito de questões como financiamento e liquidez de ativos. O evento tem como público alvo: geradoras, autoprodutoras, distribuidoras e transmissoras, consultorias, escritórios jurídicos e comercializadoras.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3266-3591 contato@blueoceanevents.com.br
25 DE FEVEREIRO DE 2016
DIREITO AMBIENTAL PARA NÃO-ADVOGADO
Descrição
Informações
Tendo em vista a complexidade do arcabouço legal da legislação ambiental brasileira, que conta com inúmeras normas, atingindo os mais diversos setores da infraestrutura e indústrias brasileira, entre eles o elétrico, a ViexAmericas promove este curso para não-advogados. Direcionado a profissionais atuantes, ou que queiram atuar, direta ou indiretamente na gestão ambiental tanto na esfera privada como em suas interfaces na esfera pública, o curso busca trazer um panorama compreensivo da legislação ambiental que influencia diretamente o trabalho cotidiano de um amplo espectro de profissionais.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Novembro de 2015
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O Setor Elétrico / Novembro de 2015
O que há de errado? Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!
PREMIAÇÃO
O leitor que mandar a melhor
resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!
Esta imagem foi registrada pelo engenheiro João José Barrico. Encontre os erros
de acordo com as normas técnicas referentes a este setor e mande suas conclusões! O resultado será divulgado na edição 120, de janeiro de 2016.
Resposta da edição 116 (Setembro/2015)
O leitor FÁBIO ALENCAR apresentou a resposta mais correta com relação às não
conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!
Confira a resposta correta:
Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e
A não conformidade é que a porta do quadro
nos ajude a denunciar os disparates cometidos
de distribuição não abre no mínimo de 90º (para
por amadores e por profissionais da área
permitir operação e manutenção seguras). Por
de instalações elétricas. Não se esqueça de
conta disso, também não há espaço suficiente
mencionar o local e a situação em que a falha foi
entre a parede e a porta aberta do quadro para a
encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –
passagem das pessoas (mínimo de 60 cm).
residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.