O Setor Elétrico (Edição 118 - Novembro 2015)

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Ano 10 - Edição 118 Novembro de 2015

“Hidrodependência” Apesar dos impactos socioambientais, especialistas acreditam que usinas de grande porte são a principal solução para atender ao crescimento da demanda por energia elétrica Smart grid: experiências europeias e desafios para o Brasil Pesquisas exclusivas: - Mercado de grupos geradores e equipamentos para condicionamento de energia - Mercado de materiais para aterramento



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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial. com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br

Artigo – Smart grid

Experiências europeias de políticas para promoção de redes inteligentes e desafios para o Brasil.

Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Carlos Alberto Leitão, Edson Bittar Henriques, Eduardo Daniel, Geraldo Tadeu de Oliveira, Gleidyson Almeida, Lucca Zamboni, Luiz Carlos de Oliveira, Manuel Luís Barreira Martinez, Nivalde de Castro, Paulo Eduardo Faria, Plínio Godoy, Rene Guiraldo, Roberto Brandão, Rogério Romano, Sérgio Feitoza e Sidnei Ueda. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau) / www.energiasustentaveldobrasil.com.br Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

66

Coluna do consultor

6

Aula prática – Medição de energia

Um balanço final do Cinase 2015.

Painel de notícias

94

Resultados da implantação de duas soluções de infraestrutura avançada de medição na região geoelétrica da cidade de sete lagoas (MG).

8

Aneel divulga vencedores do Índice de Satisfação de Consumidores

Espaço 5419

2015; Primeira turbina da hidrelétrica Teles Pires entra em operação

100 102

comercial; Dessalinização de água marinha água marinha pode obter

Espaço 5410

desconto em tarifas de energia elétrica; MP que transfere risco

Proteção contra efeitos térmicos – Parte 2

hidrológico ao consumidor chega ao Senado; Engerey lança nova edição do Be-a-bá da Elétrica em versão digital; Siemens anuncia

Colunistas

nova unidade de negócios.

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente

104

106 Jobson Modena – Proteção contra raios 108 João Barrico – NR 10 110 José Starosta – Energia com qualidade 112 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 114 Luis Fernando Arruda – Instalação MT

Fascículos 27 Reportagem 58 Grandes usinas hidrelétricas trazem grandes transtornos ao meio ambiente, mas ainda são consideradas, segundo especialistas, a principal solução para os desafios futuros em relação ao consumo e

Dicas de instalação 116

à demanda de energia elétrica.

A importância da mão de obra qualificada e da adoção de produtos

74

Pesquisa – Materiais para aterramento

certificados para que o projeto de rede elétrica seja desenvolvido de forma que garanta a proteção e o conforto dos usuários.

Levantamento do Elat prevê aumento da incidência de tempestades

118

e, consequentemente, de raios neste verão. Isto traz mais foco para

Ponto de vista

os equipamentos de proteção contra descargas atmosféricas.

Custos e impactos econômicos da energia de baixa qualidade.

Pesquisa – Condicionamento de

84

energia e grupo geradores

Agenda 120 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

Tendo em vista a preservação do meio ambiente e pressionados pelas

122

altas tarifas, indústrias investem em autoprodução de energia a partir

What’s wrong here

do gás natural.

Identifique o que existe de errado na instalação


Editorial

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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

www.osetoreletrico.com.br O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 118 – Novembro de 2015

“Mal” necessário

Ano 10 - Edição 118 Novembro de 2015

“Hidrodependência” Apesar dos impactos socioambientais, especialistas acreditam que usinas de grande porte são a principal solução para atender ao crescimento da demanda por energia elétrica Smart grid: experiências europeias e desafios para o Brasil Pesquisas exclusivas: - Mercado de grupos geradores e equipamentos para condicionamento de energia - Mercado de materiais para aterramento

Edição 118

Nem sempre foi assim, mas nas últimas décadas, pensar na hidroeletricidade como uma saída para o problema da

demanda de energia elétrica é estar preparado para uma verdadeira guerra de ideologias, de interesses e de paixões. De um lado, o desenvolvimentismo acima de qualquer preço. Do outro, a natureza, linda e incólume. Traduzindo: grandes empreiteiras (normalmente amparadas pelo governo) versus ambientalistas. De fato, cada lado tem sua razão. Não dá para, simplesmente, aceitar que uma nova Tucuruí (com seus desastrosos números de vítimas e prejuízos ambientais) seja construída nos dias de hoje, mas há que se admitir que se queremos que o Brasil se desenvolva e cresça a, pelo menos, 3% ou 4% ao ano, com a oferta atual de energia elétrica, fatalmente, teremos um “apagão”.

Uma das alternativas que satisfaz os dois lados é a construção de usinas a fio d’água (sem reservatório ou

com área alagada reduzida), como é o caso de Itaipu Binacional, por exemplo. Ocorre que, neste caso de Itaipu, sua barragem não interrompe completamente o fluxo do rio e serve, especialmente, para produzir o desnível necessário para o acionamento das turbinas, pois a vazão do rio já é a ideal.

Nesse sentido, optar por não manter um estoque de água represado significa limitar a garantia física da energia,

já que, sendo a energia gerada a partir do produto entre vazão e altura da queda, não controlar a vazão (ou seja, não ter barragem) é depender unicamente da natureza (e de São Pedro) para garantir a produção de eletricidade. É este o modelo empregado nas usinas do rio Madeira e do rio Xingu, na Bacia Amazônica. A usina de Belo Monte, por exemplo, com capacidade máxima de 11 mil MW, produzirá apenas 4,5 mil MW médios, pois ficará ociosa durante todo o período de estiagem. A pergunta que fica é: vale a pena um empreendimento deste porte, com investimento de bilhões de reais, área alagada (ainda que reduzida), deslocamento de comunidades ribeirinhas, desmatamento, enormes danos à fauna, para não aproveitá-lo por inteiro? Os impactos existirão de qualquer maneira. E, depois de construída, os impactos da usina são praticamente nulos. Este questionamento também é feito por especialistas entrevistados para a reportagem deste mês, que trata deste assunto tão delicado.

Por este motivo, as outras fontes

renováveis – eólica e solar – são cada vez mais necessárias para compor a matriz elétrica nacional. Por aqui, estas fontes ainda estão passando pela transição de “energia alternativa” para “energia complementar”. Terão elas, um dia, a capacidade de substituir uma hidrelétrica?

Rio Xingu, onde está sendo construída a usina de Belo Monte

Boa leitura,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

CINASE: a oportunidade para atualização técnica e geração de negócios

O sexto ano do Circuito Nacional do

comunicação entre todos os participantes.

Setor Elétrico (CINASE) foi concluído em

As apresentações foram também disponi­

sua 23ª edição que ocorreu em Brasília

bilizadas no aplicativo que pode ser utilizado

neste mês de novembro de 2015. O tema

como meio de comunicação entre os

central: “uma viagem pelas instalações

participantes (congressistas, especialistas e

elétricas” foi adotado nas três edições

patrocinadores) mesmo depois que o evento

realizadas nas cidades de Joinville (SC),

termine, prolongando a comunicação entre

Recife (PE), além da própria edição em

os membros desta rede que foi estabelecida.

Brasília (DF). Vale a pena comentar o

Ao final, o workshop apresentado

alto nível de interesse das comunidades

no modelo de perguntas e respostas se

técnicas destas cidades.

apresentou como uma oportunidade, em

A proposta da viagem considerou uma

que os congressistas puderam medir sua

visão abrangente pelas instalações elétricas

familiaridade aos temas apresentados e os

desde o suprimento pelas concessionárias

especialistas e patrocinadores de elucidar

locais e suas pertinentes preocupações

os principais pontos de suas apresentações

regionais,

sistemas

em forma de questões específicas. Durante

de entrada e distribuição de energia em

fontes

renováveis,

os debates livres que ocorreram com

média tensão e baixa tensão, aspectos

alto interesse dos congressistas, em uma

de manutenção e operação de sistemas

“grande sala de aula”, o gabarito foi sendo

elétricos, a nova ABNT NBR 5419 –

apresentado em meio à distribuição de

Sistemas de Proteção contra Descargas

brindes para as melhores respostas. Sem

Atmosféricas,

segurança

dúvida uma experiência ímpar que garantiu

de operação com a NR 10, sistemas de

aspectos

de

a estas três etapas um alto astral de

iluminação, além de qualidade de energia e

fechamento do congresso.

eficiência energética.

Os temas foram desenvolvidos por

mas as oportunidades geradas para todos

especialistas e patrocinadores que se

neste projeto nos trazem a certeza de que

revezaram durante os dois dias de evento

muitas novidades estão a caminho. Por pior

para apresentar, discutir e fundamentalmente

que seja a situação, não podemos aceitar

debater os temas em animadas conversas. A

que nossa criatividade e esperança sejam

comunicação foi incrementada pelo aplicativo

cerceadas em momentos de crise; a crise

(iOS e Android) que foi especialmente

há de passar e certamente viveremos

desenvolvido com interessantes funções

novas experiências e oportunidades. Que

de perguntas e respostas, além de rede de

tenhamos saúde para isso!

Esperamos o que vem por aí em 2016,



Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Aneel divulga vencedores do Índice de Satisfação do Consumidor 2015 Cemig Distribuição foi a concessionária ganhadora na categoria Região Sudeste acima de 400 mil unidades de consumo

A Agência Nacional de Energia

o maior IASC em 2015: 83,18. O

prestados. “Ao pagar mais caro, como

Elétrica

os

maior crescimento foi registrado pela

o consumidor está pagando, aumenta

de

Cooperativa

Rural

legitimamente o seu nível de exigência

(Aneel)

vencedores Satisfação

do do

anunciou Índice

Aneel

Consumidor

de

Eletrificação

(IASC)

da Região de São José do Rio Preto

com relação ao serviço”, ressaltou o

2015. O índice reflete a percepção

(CERRP): 19,11%. Já a Cooperativa de

diretor-geral.

do consumidor residencial sobre a

Eletrificação Lauro Muller (Coopermila),

A

qualidade dos serviços prestados pelas

que apresentou índice de 81,12, foi a

índice IASC foi realizada no período

concessionárias e permissionárias de

vencedora na categoria permissória até

de 2 de junho a 17 de agosto de 2015.

distribuição.

10 mil unidades consumidoras.

No

Na

Na categoria Região Sudeste acima

apresentação

foram

estabelece

o

entrevistados

do

Prêmio,

25.186 consumidores residenciais,

Aneel,

o

Romeu

de

forma

a

a

Rufino, declarou que o índice deve

Ao

todo,

Companhia Energética de Minas Gerais

ser usado pelas distribuidoras como

atendidos pelas 101 distribuidoras,

(Cemig), com IASC de 66,71. Na

um instrumento de gestão de seus

sendo

Região Sul acima de 400 mil unidades

processos, a fim de promover a melhoria

permissionárias.

consumidoras, a concessionária vence­

da qualidade dos serviços por elas

todos os ganhadores:

ganhadora

foi

dora foi a Rio Grande Energia (RGE), que

obteve

um

índice

de

66,32.

Nas regiões Norte e Nordeste, as empresas ganhadoras foram Eletrobras Distribuição Rondônia e Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe), que

registraram,

respectivamente,

índices de 52,1 e 71,29. A Eletrobras Distribuição Alagoas ganhou o prêmio de maior crescimento entre 2014 e 2014, com um acréscimo de 4,31%. Entre as concessionárias, a que obteve maior índice (74,81) foi a Muxfeldt Marin & Cia (MUX Energia), que atende as regiões Sul, Sudeste e Centro-

Fonte: Aneel

Oeste entre 30 mil e 400 mil unidades consumidoras. Entre

as

permissórias,

a

Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia das Missões (Cermissões) foi a que venceu o prêmio na categoria permissionárias

acima

de

10

mil

unidades de consumo e a que obteve Fonte: Aneel

da

intervalo

que

de 400 mil unidades de consumo, concessionária

diretor-geral

pesquisa

63

presencial foram

550

domiciliar. municípios

concessionárias Confira

a

e

38

seguir,



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Primeira turbina da hidrelétrica Teles Pires entra em operação comercial Considerada uma das obras estruturantes do setor elétrico brasileiro, Teles Pires é a terceira usina no Norte do País, entre as maiores que estão em implantação na atualidade, a iniciar sua produção A Usina Hidrelétrica de Teles Pires,

do País, entre as maiores que estão em

localizada entre os estados do Pará e Mato

implantação na atualidade, a entrar em

Grosso, começou a operar no último mês

operação. As duas primeiras foram as

de novembro. O empreendimento, que tem

usinas de Jirau e Santo Antônio, instalada

capacidade instalada total de 1.820 MW,

no Rio Madeira, em Rondônia, com 3.750

suficiente para atender cerca de 5 milhões

MW e 3.568 MW, respectivamente. Ainda

de habitantes, teve autorizado pela Aneel a

entrarão em operação na Região Norte do

entrada em operação comercial da primeira

país, as usinas de Belo Monte (11.233

unidade geradora. No total, a usina conta

MW), São Luiz do Tapajós (6.133 MW) e

com cinco turbinas com potência de 364

Jatobá (2.388 MW).

MW cada e deve entrar em operação

A concessionária responsável pela

totalmente até o final deste ano, quando o

usina Teles Pires é o Consórcio Teles

sistema de transmissão, responsável por

Pires Energia Eficiente, cujo controle

escoar a energia para a Região Sudeste,

acionário está dividido entre as empresas

estará concluído

Eletrosul, que tem 24,5% das ações;

Considerada

uma

das

obras

Furnas, com outros 24,5%; Odebrecht

estruturantes do setor elétrico brasileiro,

(0,9%) e a Neonergia, que conta com a

Teles Pires é a terceira usina no Norte

maior fatia, 50,1%.

Teles Pires tem capacidade instalada total de 1820 MW, suficiente para atender cerca de 5 milhões de habitantes.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Elat lança pesquisa inédita sobre El Niño Levantamento mede o impacto do fenômeno climático na ocorrência de tempestades na Região Sudeste. Efeitos do El Niño são relativamente bem conhecidos nas regiões Norte/Nordeste e Sul

Pesquisa prevê que no próximo verão as tempestades aumentem em 20% nas regiões Sul e Sudeste e 10% na região Centro-oeste.

O Grupo de Eletricidade Atmosférica

em relação a incidência de descargas

(Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas

atmosféricas.

Espaciais (Inpe) divulgou recentemente

percentuais de previsão com a densidade

pesquisa inédita sobre impacto do El Niño

populacional, somos levados a pensar que

na ocorrência de tempestades na Região

o número de mortes por raios no próximo

Sudeste do país. Segundo informações do

verão pode aumentar se não alertarmos

Elat, os efeitos do fenômeno climático são

adequadamente a população sobre os

relativamente bem conhecidos nas regiões

efeitos do El Niño”, afirma o coordenador

Norte/Nordeste e Sul, mas não nas regiões

do Elat, Osmar Pinto Junior.

Sudeste e nem Centro-oeste onde têm

Como

sido difíceis de serem previstos.

preocupação ante um possível aumento de

Conforme o levantamento, durante

raios no verão, o Elat destaca os dados da

eventos de El Niño muito intensos como

Rede Brasileira de Detecção de Descargas

o que está acontecendo na atualidade o

Atmosféricas (BrasilDat) do último trimestre

aumento da ocorrência de tempestades

(agosto, setembro e outubro), já sob o efeito

não se restringe à Região Sul do país,

do El Niño. No Sudeste, foram registradas

alcançando o Sudeste e também parte

480 mil descargas elétricas atingindo o solo,

do

contra 310 mil descargas no mesmo período

Centro-oeste.

Neste

sentido,

a

“"Ao

forma

cruzarmos

de

estes

corroborar

a

pesquisa prevê que, no próximo verão,

de 2014, registrando um aumento de 52%.

as tempestades aumentem em 20% nas

A pesquisa foi baseada em dados

regiões Sul e Sudeste brasileira e 10% na

da ocorrência de tempestades no verão

região Centro-oeste do país em relação ao

nas regiões do Brasil desde 1950 e sua

verão anterior. O estudo conclui ainda que

relação com diversos eventos históricos

haverá uma diminuição de 10% e 15% na

de El Niño de diferentes intensidades. O

ocorrência de tempestades nas regiões

evento do El Niño no verão de 2015/2016

Norte e Nordeste, respectivamente.

será o terceiro mais forte desde 1950,

após os eventos de 1983 e 1998.

Ante os resultados, o Elat faz um alerta



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Geração distribuída ultrapassa a marca de 1.000 instalações no Brasil São 1125 unidades consumidoras conectadas, o equivalente a uma potência instalada de 13,1 MW Já são mais de 1.000 unidades consumidoras

utilizando

geração

distribuída no país divulgou a Aneel. Até o fechamento desta edição eram 1.125 conexões no país, equivalendo a uma potência instalada de 13,1 MW. Do montante existente, a maioria das adesões (1074) foi realizada utilizando a energia solar como fonte. Os Estados que mais utilizam a geração distribuída são: Minas Gerais, com 213 conexões; Rio de Janeiro (110); e Rio Grande do Sul (109).

a essa modalidade de geração de energia,

do sistema de compensação de energia

a norma está passando por revisão neste

elétrica com as condições gerais de

A regra que estabelece as condições e

ano. Conforme a Aneel, os principais

fornecimento; aumentar o público-alvo; e

minigeração aos sistemas de distribuição

objetivos da revisão são: reduzir as

realizar aperfeiçoamentos na regra.

de

gerais

para

o

acesso

de

micro

Resolução

barreiras ainda existentes à conexão

Conforme

Normativa nº 482/2012. E com o intuito

dos micro e minigeradores à rede das

da Aneel, a revisão da norma deve ser

de aumentar a adesão dos consumidores

distribuidoras; compatibilizar as regras

deliberada ainda em 2015.

energia

elétrica

é

a

a

Agenda

Regulatória



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Transformadores a seco www.ultrapowermat.com.br De acordo com a fabricante Ultrapower Mat, os transformadores a seco da companhia são projetados e desenvolvidos atendendo a um sistema de garantia de qualidade que visa a melhoria contínua dos produtos. Os transformadores produzidos pela empresa atendem às classes de tensão primária 0,6 kV, 1,2 kV, 7,2 kV, 15 kV, 24,2 kV e 36,2 kV e de tensão secundária 0,6 kV, 1,2 kV, 7,2 kV, 15 kV, 24,2 kV e 36,2 kV nas classes de temperatura F (155 ºC) ou H (180 ºC) e nas frequências de 60 Hz / 50 Hz. Os equipamentos são fabricados em conformidade com as normas ABNT e IEC mais recentes aplicáveis a transformadores a seco.

Caixa de comandos e sinalizações www.schmersal.com.br

Novo produto da Schmersal para

segurança de áreas classificadas, a caixa de comandos e sinalizações EAL-Ex é fabricada em liga de alumínio SAE 306 com pintura eletrostática cor final Preto RAL 9011. O produto está disponível em cinco tamanhos de caixas e com prensa-cabo Ex. Seus tipos de proteção são: Ex e, Ex ia, Ex tb. As tampas das caixas permitem a instalação de dispositivos de comando e sinalização. De

acordo

com

a

empresa

fabricante, o equipamento atende às normas ABNT NBR IEC 60079-0, ABNT NBR IEC 60079-7, ABNT NBR IEC 60079-31 e ABNT NBR IEC 60529, além de estar de acordo com a certificação do Instituto Nacional de

A caixa de comando e sinalizações é fabricada em liga de alumínio SAE 306 com pintura eletrostática cor final preto RAL 9011.

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) voltada ao equipamento. A caixa de comandos e sinalizações EAL-Ex foi desenvolvida para ser utilizada em zonas Transformador padrão IP00, desenvolvido de acordo com o sistema de garantia de qualidade da Ultrapower Mat.

1 e 2 (gases, vapores e neblinas) e em zonas 21 e 22 (poeiras combustíveis).

Nobreaks trifásicos www.nhs.com.br

A Expert, nova linha de nobreaks trifásicos da NHS, apresenta modelos direcionados para a

distribuição de cargas em redes saturadas, como prédios comerciais, escritórios, hospitais, data centers e call centers. Os equipamentos dessa linha estão disponíveis em potências de 10 kVA e 15 kVA, que suportam aplicações de missões críticas, incluindo equipamento industrial, centrais de dados, instalações de controle de tráfego, estações de transmissão e redes back-bone.

Conforme a NHS, os nobreaks são controlados por Processado Digital de Sinais, em inglês, Digital

Signal Processors (DPS), tecnologia online de dupla conversão, com correção de fator de potência ativo e unitário independente da carga de saída e bypass automático. Os equipamentos apresentam também manual para operação de manutenção e 24 baterias internas.

Algumas outras características técnicas do produto: tensão de entrada/saída: 220V/ 127V

(FFFNT); alimentação: tri-tri - 220V/220V; Fase + Neutro = 127V e Fase + Fase = 220V.

Os equipamentos dessa linha estão disponíveis em potências de 10 kVA e 15 kVA, que suportam aplicações de missões críticas.



Painel de normas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Federação Nacional dos Engenheiros elabora projeto de lei para solucionar desordem da fiação elétrica brasileira A entidade já apresentou aos municípios PL sugerindo que obriguem a distribuidora a notificar as companhias que alugam o poste a resolverem a situação do emaranhado de fios presentes em todas as cidades do país

Com o intuito de solucionar a desordem

de se regularizar a situação. Conforme a FNE,

generalizada das fiações elétricas brasileiras,

no ritmo estabelecidov pelas agências, “cem

a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)

anos não serão suficientes”. Assim, na minuta

apresentou aos municípios do país um projeto

do projeto de lei, está estabelecido o prazo

de lei sugerindo que obriguem a distribuidora,

de 150 dias para que a distribuidora, assim

proprietária da infraestrutura, a notificar as

como as empresas a quem loca o poste,

companhias que alugam o poste a resolverem

cumpram as normas técnicas. Caso contrário,

a situação do emaranhado de fios. Segundo

a distribuidora receberá uma multa. Conforme

o representante da FNE na Frente em Defesa

o projeto da FNE, é de responsabilidade da

do Consumidor de Energia Elétrica e diretor

distribuidora “a manutenção, conservação,

do Sindicato dos Engenheiros do Estado de

remoção, substituição, sem qualquer ônus

São Paulo (Seesp), Carlos Augusto Ramos

para a administração, de poste de concreto ou

Kirchner, trata-se de um problema generalizado

madeira que se encontra em estado precário,

no país, pois empresas não cumprem as

torto, inclinado ou em desuso”.

normas técnicas relacionadas ao tema e,

Outra irregularidade que a FNE busca

dessa forma, acabam invadindo o espaço

combater no projeto de lei diz respeito à prática

público. O representante reitera que a única

das concessionárias de manter feixes de

saída possível para ordenar o espaço público

cabos enrolados e dependurados nos postes,

é garantir a responsabilidade do proprietário

constituindo-se em reserva técnica, que, de

da infraestrutura (a distribuidora) de fiscalizar a

fato, segundo a entidade, nada mais é do que

correta disposição dos cabos e fios.

estocagem de materiais utilizando espaço

No ano passado, em uma audiência

público. Kirchner afirma que o espaço público

pública conjunta da Agência Nacional de

acaba se transformando em um almoxarifado.

Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional

“O que é inaceitável”, sentencia.

de Telecomunicações (Anatel) foi estabelecida

Ofícios contendo a minuta de projeto

a Resolução n° 4/2014, na qual houve

de lei já foram enviados pela FNE a diversas

um reconhecimento por parte dos órgãos

autoridades municipais e entidades. Entre

responsáveis de que esta situação não poderia

elas, à Confederação Nacional dos Municípios

continuar como está, de que as empresas

(CNM), à Frente Nacional dos Prefeitos (FNP)

responsáveis deveriam passar a cumprir as

e à União dos Vereadores do Brasil (UVB).

normas técnicas e tudo teria de ser regularizado

no prazo de um ano. “Porém, de forma

a partir dessa audiência pública, que culminou

incoerente, foi estabelecido nessa resolução

na elaboração da Resolução n° 4/2014,

irrisório limite de apenas 2.100 regularizações

municípios começaram a apresentar propostas

por ano e distribuidora”, ressalta Kirchner.

para dar fim ao emaranhado de fios. “A partir

Como resposta ao limite de regularização

do começo deste ano, surgiram leis municipais

estabelecidos pela resolução, a FNE quer

principalmente focadas em retirar cabos

obrigar, através do projeto de lei, a distribuidora

inutilizados e que ficam dependurados ou

a priorizar e solucionar imediatamente os

caídos no espaço público. Até agora, trata-se

casos emergenciais nas diversas localidades,

de movimento espontâneo e natural pela

notificando em até dez dias corridos a

insatisfação crescente da população com isso”,

prestadora de serviço a respeito da necessidade

observa Kirchner.

O dado positivo, segundo a FNE, é que,


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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

MP que transfere risco hidrológico ao consumidor chega ao Senado O risco hidrológico ficará em uma conta que centraliza os custos adicionais de geração de todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) a das bandeiras tarifárias

Chegou ao Senado Federal em novembro, e já entrou na pauta de votação da casa, a Medida Provisória (MP) 688/2015, aprovada pela Câmara dos Deputados na forma de PLV 23/2015, que transfere ao consumidor final o risco hidrológico na geração hidrelétrica de energia e prorroga contratos das usinas ou suas concessões para compensar os prejuízos de 2015 decorrentes da menor quantidade de energia gerada. O

risco

hidrológico

ficará

em

uma conta que centraliza os custos adicionais

de

geração

de

todo

o

Sistema Interligado Nacional (SIN) a das bandeiras tarifárias. Desse modo, a partir de 2016, se o regime de chuvas for favorável, o custo a ser repassado ao consumidor final por meio das bandeiras tarifárias poderá ser menor, mas, se chover menos que o esperado, o preço desse risco será transferido ao consumidor com o aumento da parcela da bandeira tarifária incidente na fatura mensal.

O texto aprovado pelos deputados e

que chegou ao Senado é de autoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Com informações da Agência Câmara e Agência Senado.


Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Engerey lança nova edição do Be-a-bá da Elétrica em versão mobile Todo o conteúdo existente na versão impressa foi colocado na versão mobile, que conta também com o Be-a-bá Pro, softwares que possibilitam ao usuário calcular, por exemplo, o dimensionamento em tempo real de barramentos; fios e cabos; e de partida de motores

Por ter nascido com o objetivo de ser um guia prático passível de ser consultado em qualquer ocasião e lugar, a versão digital do documento, após baixada, pode funcionar de modo off-line.

A Engerey, empresa especializada na

Por ter nascido com o objetivo de ser

montagem de painéis elétricos, relacionada

um guia prático passível de ser consultado

à Reymaster Materiais Elétricos, lançou

em qualquer ocasião e em qualquer lugar, a

a sexta edição do guia de bolso Be-a-bá

versão digital do documento, após baixada,

da

regras,

pode funcionar de modo off-line, ou seja,

nomenclaturas e tabelas da parte elétrica,

sem Wi-Fi ou 3G. Segundo o diretor

cujo objetivo é facilitar o trabalho dos

comercial da Reymaster, Marco Stoppa, o

profissionais da área. Nesta nova edição,

guia eleva a qualidade do serviço prestado

além do material impresso, a Engerey

pelo profissional do segmento elétrico,

produziu uma versão digital para ser

que pode consultar o material durante a

utilizada em aparelhos de telefone celular.

realização do trabalho, para sanar alguma

De acordo com o responsável pela

dúvida.

Elétrica,

compêndio

de

elaboração do guia, o engenheiro eletricista e gerente da Engerey, Fábio Amaral, todo

Histórico

o conteúdo existente na versão impressa

foi colocado na versão mobile, que conta

em 1999, com Fábio Amaral. Em conversa

também com o Be-a-bá Pro, softwares

com os diretores da Reymaster, Reynaldo

que possibilitam ao usuário calcular, por

Gabardo Jr. e Marco Sttopa, o engenheiro,

exemplo, o dimensionamento em tempo

que trabalhava na empresa na época,

real de barramentos; fios e cabos; e de

sugeriu a criação de um guia técnico de

partida de motores. Amaral afirma que

bolso para ajudar os profissionais da área.

futuramente há a possibilidade de que

Sugestão que foi bem recebida e estimulada

Be-a-bá Pro seja ampliado, com a adição

pelos dois, suscitando em um trabalho de

de novos softwares. Isso irá depender,

pesquisa, que, por sua vez, culminou na

segundo ele, da demanda criada a partir da

publicação, em 2003, da primeira edição

interação dos usuários com o aplicativo

do documento. Ela foi lançada, com um

A ideia do Be-a-bá da Elétrica surgiu


21

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

pouco mais de 70 páginas na Feira da

uma

Indústria Elétrica, Eletrônica, e Automação

principalmente de painéis, e na área de

Industrial, realizada na cidade de Curitiba

infraestrutura de uma maneira geral, o

(PR). Na ocasião foram distribuídos três mil

que decore na falta de investimentos.

exemplares.

Assim, conforme o gerente da Engerey,

grande

flutuação

no

mercado,

“Para a nossa grata surpresa houve

há trimestres em que há uma grande

uma grande receptividade”, afirma Amaral,

liberação de investimentos, e outros em

o que levou a empresa a lançar nova

que há uma grande retração. “Então, não

edição do guia em cada nova edição

há mais aquela previsibilidade para se fazer

da Eletron. “Há um tempo, deixamos de

um planejamento de longo prazo. Desse

participar da feira, mas não de promover

modo, estamos trabalhando hoje com uma

novas edições do Beabá”, diz. O diretor da

carteira a curtíssimo prazo”, afirma.

Reymaster, Reynado Gabardo Jr, destaca

as atualizações promovidas nas novas

situação não está muito diferente. O diretor

versões do guia, que acompanham, por

Marco Stoppa afirma que os números

exemplo, as modificações realizadas na

de faturamento da companhia em 2015

esfera normativa. “Normas de segurança,

estão empatando com os contabilizados

como NR-10, NR-35, foram aparecendo e

em 2014. “Estou com o crescimento de

fomos atualizando o guia”, atesta.

10%, mas se tirar a inflação a gente está

No que diz respeito a Reymaster, a

Antes dessa última versão, o guia havia

perdendo um pouco. É difícil medir inflação

sido revisado em 2011. Nesse período,

no segmento que está muito nervoso em

segundo o gerente da Engerey, houve um

razão do dólar”, diz. Independentemente

acumulo de experiência, de como o usuário

do cenário atual, a expectativa para 2016,

utilizava o produto, quais as dificuldades

segundo Stoppa, é de crescimento. “Nós

e quais as facilidades que o profissional

queremos crescer. Nós vamos crescer. A

encontrava em manejá-lo. Amaral conta que

pretensão é de que pelo menos em torno

para o guia recém-lançado foram mantidas

de 5% a empresa consiga crescer em

as facilidades e tentou-se minimizar as

relação a 2015”, assevera.

dificuldades. Além, de claro, ter surgido a

ideia da versão para aparelhos celulares.

investe no marketing visando aquecer suas

Para alcançar este objetivo, a empresa

vendas. Querendo estimular seus clientes

Enfrentando a crise econômica

a comprar e inspirar seus funcionários a

A crise econômica chegou para a

vender, a empresa afirma que “inovar é

Engerey um pouco mais cedo do que para

preciso”. Conforme o diretor, o lançamento

as outras empresas. Em 2014, a montadora

do Be-a-bá neste ano na versão mobile é

de painéis apresentou uma queda de 7,8%

uma das materializações desse mote que

de seu faturamento em relação ao ano

prega a inovação.

anterior. Não obstante, em 2015, a projeção

do gerente da companhia, Fábio Amaral,

2016, como a ampliação da área de

é de que a empresa consiga recuperar o

recepção de materiais da empresa. Para

que perdeu, crescendo também por volta

isso investiu em um terreno de 400 m².

de 8%. “A tendência é de que até o final

Isto proporcionará a Reymaster também

de 2015 pelo menos voltemos aos níveis

separar o atendimento, o que, segundo

de 2013, para poder crescer em 2016”,

Stoppa, deverá melhorar o atendimento

explica. Para o ano que vem, a Engerey

aos clientes. “Nesse ano de crise, nós

planeja um crescimento de cerca de 4%

estamos investindo. Nós temos de ser

tomando como referencial os números de

agressivos nesse momento. Se a gente

2013.

ficar só escutando o mercado, o pessoal

Sobre a crise pela qual passa o país

vai se abater. Isso não pode acontecer”,

na atualidade, Amaral afirma observar

declara.

Mais mudanças estão previstas para


Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Soprano constrói estação de tratamento de efluentes Pensando no crescimento sustentável, projeto conta com iluminação eficiente e de baixo consumo criada pela empresa HDA Iluminação Led. A Soprano, indústria da área de construção civil, elétrica, hidráulica e utilidades, inaugurou recentemente na cidade de Farroupilha (RS), uma Unidade Galvânica e Estação de Tratamento de Efluentes. A construção, com área de mais de 1000 m², serve para tratar os resíduos gerados no processo de galvanização conforme sua natureza química, tornando-os aptos para serem utilizados

novamente.

Tal

processo

configura descarte zero de efluentes e contribui para o meio ambiente e para o crescimento sustentável, de acordo com

O projeto foi possível graças a uma parceria com a empresa HDA Iluminação Led, o que possibilitou ganhos com pouca manutenção e baixo consumo de energia das lâmpadas.

a Soprano.

prismáticas no telhado, que favorecem o

consumo de energia das lâmpadas.

uso da natural e com lâmpadas de Led,

de

Contribuindo ainda para a mitigação impactos

ambientais,

a

A unidade e estação de tratamento de

saúde

que em conjunto com as lentes trazem,

efluentes teve o seu projeto iniciado em

dos funcionários e para a eficiência

segundo a empresa, uma melhor e mais

2010. O empreendimento foi construído

energética, a estação conta também

benéfica iluminação para a fábrica.

com a participação de uma grande

com um sistema de exaustão, que

O projeto de iluminação foi possível

equipe de funcionários da empresa,

captura os vapores gerados dentro da

graças a uma parceria com a empresa

fornecedores externos especialistas no

galvânica, garantindo a qualidade do ar

HDA Iluminação Led, o que possibilitou

segmento, assessorias externas e órgãos

dentro e fora da unidade, com lentes

ganhos com a pouca manutenção e baixo

governamentais do meio ambiente.

Complexo eólico de Morrinhos, com 180 MW, entra em operação na Bahia Empreendimento faz parte dos investimentos da holding Atlantic Energias Renováveis e gera energia suficiente para atender a 408 mil residências

Holding que atua no desenvolvimento,

implantação e operação de projetos de geração elétrica provenientes de fontes renováveis, a Atlantic Energias Renováveis anunciou em novembro, em sua sede na capital paranaense, Curitiba, a entrada em uma operação de mais um investimento da empresa na área de energia eólica: o Complexo Eólico de Morrinhos, localizado no norte da Bahia. O empreendimento

O complexo possui seis parques, totalizando 180 MW, o suficiente para atender a 408 mil residências.

apresenta seis parques em operação,

Palmar, que ficará situado no estado do

à distância de todos os parques eólicos

totalizando 180 MW, o suficiente para

Rio Grande do Sul, e gerará 207 MW

e PCHs da companhia.

abastecer 408 mil residências.

quando finalizado, em 2018. A data

A meta da Atlantic, segundo seu

divulgou

marcou ainda o início da operação do

presidente, José Roberto de Moraes, é

também o início da implantação do

Centro de Controle de Operações da

implantar e operar 652 MW em energia

Parque Eólico de Santa Vitória do

empresa, que permitirá o monitoramento

até o final de 2018.

Na

ocasião,

a

Atlantic


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O Setor Elétrico / Novembro de 2015

FLC anuncia novo presidente Leonardo Horta tem experiência reconhecida na implementação e gerenciamento de processos com o intuito de levar ao incremento da produtividade e expansão dos negócios A FLC, fabricante de lâmpadas eletrônicas, anunciou seu novo presidente. Trata-se de Leonardo Horta, engenheiro eletrônico, com especialização em gerenciamento de negócios. Segundo a FLC, o executivo assume o cargo em um momento de crescimento da empresa e de destaque no mercado de Led, conquistada na gestão anterior de João Geraldo. A mudança ocorre respeitando o plano de transição estabelecido desde a entrada de Geraldo em 2014. Horta

tem

experiência

reconhecida

na

implementação

e

gerenciamento de processos com o intuito de levar ao incremento da produtividade e expansão dos negócios. O executivo já comandou empresas dos mais diversos segmentos em seus processos de estruturação e crescimento. Na FLC, além de implementar mudanças, continuará com a política da empresa de investir em inovação, qualidade e tecnologia, buscará novas oportunidades de negócios e fortalecerá em áreas comercial e de marketing.

De acordo com a FLC, fará parte ainda das mudanças trazidas pela

nova gestão a ampliação do portfólio da companhia e disponibilização de novos serviços por meio do lançamento de produtos próprios, aquisições e parcerias no mercado de iluminação. A meta é reforçar a liderança da marca em vendas de lâmpadas eletrônicas e Led para conquistar a primeira posição em soluções de iluminação.

Na FLC, além de implementar mudanças, Horta continuará com a política da empresa de investir em inovação, qualidade e tecnologia.


Painel de empresas

24

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Philips faz projeto de iluminação da maior mesquita da Europa A mesquita-catedral de Moscou, na Rússia, recebeu 750 luzes de Led Philips Vaya, tecnologia mais eficiente em termos energéticos. Além disso, para iluminar o domo e a meia lua, empregou-se lâmpadas Arena Vision O projeto, desenvolvido por especialistas da Philips, destaca o design islâmico tradicional do prédio, seu grande domo e suas seis torres de oração.

A

iluminação

da

recém-construída

tradicional da arquitetura islâmica com

mesquita-catedral de Moscou, na Rússia,

iluminação direcional verde e cria diversas

é realizada por produtos da Philips. O

cenas luminosas dentro do espaço em

projeto, desenvolvido em conjunto com a

feriados religiosos.

JSC Electrotechnical Company Eco Svet e

especialistas da Philips, destaca o design

Philips na Rússia e CIS Marina Tyschenko,

islâmico tradicional do prédio, seu grande

comenta que uma mesquita não é apenas

domo e suas seis torres de oração. Com

um lugar sagrado para quem acredita, mas

18.900 metros quadrados e capacidade

também faz parte da paisagem arquitetônica

para 10 mil, a nova mesquita é considerada

urbana. Logo, segundo ela, sua iluminação

a maior da Europa.

desempenha funções estéticas. “As soluções

A vice-presidente e chefe de Ilumi­nação

Para a iluminação decorativa do espaço

em Led farão a mesquita de Moscou

foram utilizadas mais de 750 luzes de Led

se destacar de verdade, revelando sua

Philips Vaya, mais eficientes do ponto de

singularidade e majestade arquitetônica”, diz.

vista energético. Em áreas do complexo,

Segundo o gerente geral da JSC

que exigiam luz mais intensa, como o domo

Electrotechnical

e a meia lua, foram empregadas lâmpadas

Alexander Sheiko, o projeto resultou em um

Arena Vision, especificamente: 10 luminárias

sistema de iluminação confiável, durável e

de 400W e um projetor de 2000W. Ainda

eficiente em termos energéticos, “que criará

compõe o projeto realizada na mesquita um

condições convenientes para os visitantes

sistema de iluminação baseado na Philips

e adoradores na mesquita, além de torná-la

Color Kinetics, que delineia a geometria

parte orgânica da paisagem urbana”.

Company

Eco

Svet,


25

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Siemens inicia nova unidade de negócios Nova unidade será dedicada a serviços integrados para sistemas elétricos. O objetivo é centralizar todos os serviços relacionados a sistemas de transmissão e distribuição em domínio de controle dedicado e especializado

A Siemens iniciou em novembro uma

efetiva do ciclo de vida destes ativos,

sistema elétrico ao longo de seu ciclo de

nova unidade de negócios totalmente

permitindo a entrega da melhor eficiência

vida ”, destaca.

voltada

possível,

a

serviços

integrados

para

alinhado

com

segurança

e

A nova unidade de negócios ficará

sistemas elétricos. Segundo a companhia,

confiabilidade no fornecimento de energia,

sediada em Jundiaí, no interior de São

o objetivo é centralizar todos os serviços

se faz necessário. E é isso que nossa

Paulo, onde fica o complexo industrial

relacionados a sistemas de transmissão

unidade de negócios pretende levar ao

da Siemens, e contará com cerca

e distribuição em um domínio de controle

mercado”, esclarece o executivo.

de

dedicado e especializado, criando mais

De acordo com Machado, quanto

concessionárias

um canal direto entre a Siemens e seus

melhor a empresa gerenciar seus ativos,

clientes industriais. Dentre os serviços

clientes.

mais vantagem terá no cenário atual,

a serem oferecidos pela nova unidade

O diretor da nova unidade de negócios,

150

pessoas, de

atendendo energia,

tanto quanto

onde há uma elevação dos custos de

de

na

energia elétrica e achatamento de margens

elétricos,

atualidade é imprescindível a maximização

operacionais e de lucro em razão da crise

manutenção

do desempenho dos ativos que compõem

e aumento da competitividade. "Essa é

elétricos, contratos de operação e

um sistema elétrico, desde um painel

a mentalidade atrás da criação desse

manutenção,

elétrico de baixa tensão até subestações

hub centralizado de serviços ao cliente:

de ativos, treinamentos e ampliação e

de alta tensão. “Para isso uma gestão

melhorar a relação custo benefício de um

modernização de subestações.

Wikings

Machado,

explica

que

negócios,

destacam-se

projetos, de

estudos

comissionamento, equipamentos

monitoramento

on-line


Painel de empresas

26

GE conclui aquisição dos negócios de energia da Alstom O acordo dá prosseguimento a uma estratégia da GE que objetiva se tornar uma empresa mais focada nos seus negócios industriais

Após a aprovação regulatória da operação em mais de

20 países e regiões, incluindo a União Europeia, EUA, Brasil, China, Índia e Japão, a GE finalizou a compra dos negócios de energia da Alstom. Conforme a companhia, trata-se da maior aquisição industrial de sua história.

O processo de aquisição começou em 2014. Na época,

o acordo foi fechado por 12,35 bilhões de euros. Contudo, depois de ajustes relacionados à criação de joint-ventures em junho do mesmo ano, que contemplam os negócios de energias renováveis, grid e nuclear, mudanças na estrutura do acordo, remediações e caixa líquido no fechamento, e efeitos de câmbio, o preço final da compra foi fixado em 9,7 bilhões de euros, aproximadamente US$ 10,6 bilhões.

A expectativa da GE é que o acordo gere entre US$ 0,05

e US$ 0,08 em lucro por ação em 2016 e US$ 0,15 e US$ 0,20 em lucro por ação até 2018. O objetivo é atingir US$ 3 bilhões em sinergias de custos no quinto ano das operações da nova estrutura e crescimento robusto dos negócios. Apesar da aquisição, a estratégia econômica da empresa não mudará, permanecendo a mesma foi anunciada em abril de 2014.

Segundo o presidente e CEO Global da GE, Jeff Immelt,

a conclusão da compra dos negócios de energia da Alstom é mais um passo significativo da transformação da GE. “As tecnologias complementares, a capacidade de atuação global, a base instalada e o talento dos profissionais vindos da Alstom contribuirão para fortalecer nosso crescimento industrial ao redor do mundo. Já estamos prontos para trabalhar juntos e para entregar uma das ofertas de tecnologia mais abrangentes no setor da energia para nossos clientes”, declara o executivo. O acordo com a Alstom dá prosseguimento a uma estratégia da GE que objetiva se tornar uma empresa mais focada nos seus negócios industriais. Neste sentido, concluiu a venda de seu negócio de sinalização ferroviária à Alstom por aproximadamente US$ 800 milhões e está adiantada em relação ao seu plano de deixar o negócio financeiro, já com US$ 126 bilhões em acordos de venda da GE Capital firmados. Além disso, anunciou recentemente a formação da GE Digital, consolidando todas as capacidades digitais da companhia para oferecer aos clientes as melhores soluções industriais e softwares.


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plínio Godoy

32

Capítulo XI – Iluminação de elementos externos • Elementos de paisagem • Considerações de projeto • Efeitos de luz • Ofuscamento e poluição luminosa

ANÁLISE DE CONSUMO DE ENERGIA E APLICAÇÕES Manuel Luiz Barreira Martinez

42

Capítulo XI – Comentários finais e avaliações de campo • Avaliações de campo • Fator de perda versus potência nominal do transformador • Comentários

EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

48

Capítulo XI – Cálculo a elevação de temperatura em invólucros pela IEC 60890 • Introdução • Método de cálculo da IEC 60890 • Comentários finais

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES Edson Bittar Henriques Capítulo XI – Análise de partida de motores Parte 1 – Dinâmica de rotação e análise de sistema elétrica • Metodologia • Dados • Cálculos/processamento • Queda de tensão na partida – limites e normas

56


Apoio

Iluminação pública e urbana

28

Capítulo XI

Iluminação de elementos externos Por Plinio Godoy*

Este capítulo abordará o campo da iluminação de

áreas verdes, também conhecida como iluminação de paisagismo, termo que considero equivocado, pois os elementos paisagísticos são compostos pelos elementos verdes

e

complementados

por

outros

de um plano mestre de iluminação urbana, que será apresentado neste e nos próximos capítulos.

Elementos de paisagem

elementos

ornamentais.

Esta afirmação é uma constatação pura e simples do que

Vamos acordar, então, que o objeto deste artigo são

“Na noite, o que não é iluminado, desaparece”

as técnicas de iluminação de elementos externos que

acontece com as áreas urbanas não iluminadas.

compõem a paisagem, identificando como são os processos

e as questões a serem levadas em consideração.

pequeno ou grande porte, porém fazem parte, sempre, da

composição visual do espaço percebido.

Entendo que a composição da paisagem noturna é,

Estas áreas urbanas podem ser privadas ou públicas, de

em si, o grande objetivo do planejamento da iluminação

A iluminação é uma ferramenta importante na

urbana, pois, de fato, é o que os olhos percebem.

composição deste espaço, no período noturno, e deve ser

utilizada de maneira bastante equilibrada, pois novamente

Vamos entender, assim, que a iluminação das áreas

verdes, dos elementos paisagísticos, é um dos componentes

temos uma linha tênue entre a valorização e o exagero.


Apoio

29

Entendendo e projetando

Quando estamos desenvolvendo um projeto de iluminação

para espaços externos, como jardins, praças e parques, precisamos entender a composição visual planejada pelo urbanista, suas funções, momentos e principalmente, seus pontos de vistas.

Quando falo de pontos de vista, refiro-me aos pontos de melhor

visualização do espaço, pontos estes tanto internos quanto externos ao projeto.

Assim, algumas informações devem ser buscadas no espaço a

ser projetado:

Funções

Considerações de projeto

• Público ou privado; • Ornamental;

As funções paisagísticas são decorrentes da relação entre o

• Básica;

espaço, seus arredores e as pessoas nele inseridas, bem como

• Tarefa;

os usos e os momentos em que as pessoas darão a ele e aos

• Acesso;

seus pontos de vista no que tange às paisagens criadas. O

• Segurança.

desenvolvimento da iluminação para áreas verdes privadas deve considerar, neste contexto, as quatro premissas do ambiente:

Entender estes elementos é um primeiro passo para projetar

o espaço, pois a iluminação deve atender às expectativas dos

• Layout;

usuários destas áreas.

• Funções;


Apoio

Iluminação pública e urbana

30

• Usos e momentos; e

• Pontos de vista, que devem ser interpretados como os pontos

em relação aos elementos iluminados, obtém-se diferentes

de visualização das pessoas.

resultados, como descrito nas imagens a seguir.

Com a colocação de equipamentos em diferentes posições

Downlighting

O layout de um projeto paisagístico é a composição dos

volumes e elementos arbóreos, criando espaços e ambientações

A iluminação em downlighting prevê a instalação de

distintas em seus volumes, cores e funções.

equipamentos e fontes de luz em locais superiores e voltados

É preciso considerar como é o desenho da área externa e

para o piso. Esse efeito tem como função uma iluminação de

detalhes dos elementos arbóreos, como por exemplo, se são

segurança. Os equipamentos utilizados para sua obtenção podem

altos ou baixos, volumosos ou estreitos. O projeto do Arquiteto

ser controlados para situações antipânico, sendo chamados de

paisagista tem que prever como os volumes vão se relacionar

cercas de luz, afastando intrusos mal intencionados.

entre si e com aquele espaço.

Uma vez coletadas essas informações para o projeto, o

lighting designer tem que entender quais são as funções da área que vai abrigar seu projeto. Quando se monta o paisagismo, são determinadas áreas locais, ou seja, pontos ideais de onde se pode observar aquele paisagismo.

Uplighting

Projetando a luz para regiões superiores, os equipamentos

usados para executar esse efeito de iluminação destacam elementos arbóreos volumosos, fachadas ou superfícies verticais. Atualmente, podem ser encontrados equipamentos com diferentes tipos de foco e também diversidade de fontes de luz, compondo um vasto espectro de possibilidades de cores, de

Os pontos de vistas são importantes referências que o

espaço projetado cria para seus observadores, são normalmente formados por muitos elementos que compõem os espaços, criando assim uma composição visual privilegiada, de beleza ímpar.

Cabe ao projetista da iluminação deste espaço o cuidado

superior para acompanhar estes pontos de observação, evitando-se ofuscamentos ou posicionamentos de fontes de luz que possibilitem leituras indesejadas ou prejudiciais aos objetivos do espaço.

Efeitos de luz

Os efeitos de luz são a consequência do processo do projeto

e, na verdade, são os elementos que se objetiva alcançar para a percepção correta do espaço iluminado.

intensidades e de angulações para criar o efeito uplighting.


Apoio

31


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

Grazing (textura)

Crosslighting

A localização próxima dos projetores às superfícies rugosas

O crosslighting é um efeito gerado a partir da projeção de

iluminadas, cujo ângulo de projeção raso valoriza as texturas

um facho de luz que atravessa do ambiente externo, visando um

da superfície, caracteriza o efeito de grazing.

elemento normalmente decorativo e distante.

Esse efeito pode ser bem-vindo quando propositalmente

Em geral, utiliza-se este efeito com fontes de luz de foco

projetado, mas também ter percepção contrária quando resulta

concentrado.

de posicionamentos equivocados de fontes de luz em paredes

supostamente lisas. O grazing pode estar conjugado com o

que a iluminação não crie ofuscamentos indesejados em pontos

downlighting ou com o uplighting.

de observação comuns.

Spotlighting

Wall washing Quando

o

equipamento

de

iluminação

está

consideravelmente afastado de uma superfície vertical, o resultado é uma iluminação homogênea, conhecida como wall washing ou lavagem de luz.

A aplicação do crosslighting deve ser bem estudada, para

É muito utilizado para valorização arquitetônica, mas,

mal aplicado, resulta em um efeito intermediário entre o wall washing e o grazing. O efeito wal washing pode estar conjugado com o downlighting ou com o uplighting.

O spotlighting é uma variação do efeito uplighting, por

angular seu foco em direção ao assunto, em geral, utilizando fontes de luz externas ou espetos.

O recurso é frequentemente usado em circunstâncias em que o

objeto a ser iluminado está localizado a alguma distância de onde a fonte de luz será acesa, como por exemplo, próximo a beirais de um prédio para iluminar determinados focos ou níveis diferentes do piso de um caminho por onde transitam pessoas.


Apoio

Mirroring

O mirroring é um dos efeitos mais bonitos, refinados e de

Silhueta

Outro efeito que pode ser enquadrado na categoria superior de

elevada beleza da iluminação de áreas externas.

refino da iluminação é a silhueta, quando se ilumina um volume,

um muro ou outros elementos arbóreos e um elemento importante

Utiliza a consequência da iluminação de um elemento decorativo

ou arbóreo priorizando a observação de um determinado ponto de

fica no anonimato, aparecendo como silhueta.

vista através do reflexo em um espelho ou lâmina d’água.

faz parte do processo conhecido como “Shadow light”, ou seja, a

O bom resultado desse efeito é a interação harmônica entre os

Tamanha é a importância desta relação de luz e sombra, que

equipamentos que jogam luz no elemento arbóreo, o elemento em si

iluminação com a sombra.

e a sua observação através de um ponto de vista bem escolhido para

Pode ser utilizado com o efeito wall washing, atingindo

reflexão no espelho d´água.

melhores resultados, porém, com o efeito grazing, o resultado é

mais dramático e teatral.

O elemento arbóreo no mirroring é trabalhado de maneira indireta.

33


Apoio

Iluminação pública e urbana

34

Floodlighting

O efeito floodlighting é um downlighting projetado para

Moonlighting

O efeito moonlighting, como o nome diz, procura representar a

iluminar áreas de maior proporção, utilizando equipamentos

iluminação de uma lua cheia, criando as sombras das folhagens de

com grande abertura de facho. Normalmente utilizado para

uma árvore no chão.

segurança de áreas como parques, campos de futebol e jardins,

e pode ser extremamente estético quando utilizado como

instalação de equipamentos em árvores de copa abundante, de folhas

sistema moonlighting.

grandes, galhos definidos e fortes, uma vez que o equipamento deve

É um efeito sofisticado e difícil de ser criado, pois requer a

ser fixado nos galhos, escondido entre as folhas.

Aspectos importantes


Apoio

35


Apoio

Iluminação pública e urbana

36

A base de um bom projeto de iluminação de áreas externas

é o entendimento perfeito dos momentos urbanísticos. Quando o projeto não está construído, é fundamental entender, além do posicionamento, o porte, as cores e a densidade dos elementos arbóreos.

Fotometria

Entender a fotometria dos equipamentos e de como iluminar

os elementos é um exercício dos princípios da fotometria, abertura de foco, intensidade, além da composição artística das cores.

Elementos altos e esguios demandam focos concentrados,

enquanto que elementos largos e baixos demandam focos amplos.

Devemos tomar cuidado com a modelagem dos elementos,

normalmente utilizando mais de um ponto focal, evitando assim a distorção da percepção do elemento paisagístico.

Em um espaço externo, os pontos de luz mal projetados

podem criar um efeito terrível chamado “ofuscamento”, que é a projeção de luz intensa, descontrolada, que prejudica a observação do espaço.

Este ofuscamento pode ser desconfortante ou até velador,

ou seja, impede a observação do espaço, prejudicando até a segurança.

Devemos buscar sempre a utilização de equipamentos com

bom controle ótico, posicioná-los de maneira estratégica para não criar estes efeitos desagradáveis e até perigosos.

A utilização dos equipamentos de iluminação em ambientes

externos pode também criar o que conhecemos como “poluição luminosa”, que é a emissão descontrolada de luz para o céu.

Cuidados com as cores

Muitas vezes me perguntam sobre a utilização de projetores

com emissão colorida. Particularmente, prefiro muito mais o destaque do espaço projetado do que a deturpação deste espaço


Apoio

37

O projeto de iluminação deve, além de prever equipamentos com fotometria correta, evitar a emissão de luz para ambientes

superiores, o posicionamento e a focalização corretos.

Um aspecto importante nas definições dos projetos é a quantidade de luz a ser projetada no espaço projetado, pois seu reflexo

no plano reflete a luz para os espaços superiores, também causando poluição luminosa.

* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

38

Capítulo vX Consumidores por transformador Por Manuel Luís Barreira Martinez*

Comentários (1)

Como demonstrado nos capítulos anteriores, uma vez conhecidos os dados de cadastro e energia dos consumidores de uma concessionária, bem como as características que correlacionam

Em que:

a energia e a demanda é possível, através de uma análise estatística,

= Demanda do Transformador no instante de tempo “i”;

verificar alguns pontos de extrema importância com respeito às

Número de intervalos de tempo “i”, utilizados para descrever o

condições do ativo transformadores, e com um pouco mais de

ciclo de carga;

requinte, partindo da arquitetura dos alimentadores, o que não foi

um pouco mais elaborada, fugindo do padrão "distribuição normal",

= Potência nominal do transformador.

objeto da presente discussão dos seus alimentadores.

Como visto, é possível verificar e discutir, com razoável precisão,

as padronizações de potência nominal e expectativa de vida útil das unidades, quando de transformadores trifásicos e inferir, uma vez que o desbalanço de fases não pode ser avaliado com base nessa formatação de dados, os mesmos pontos com respeito aos transformadores trifásicos.

A divisão dos consumidores, em grupos como proposto

neste texto também depende da política determinada pela concessionária. Como

demonstrado

nos

exemplos

desenvolvidos,

os

transformadores monofásicos podem ou devem ser agrupados em três diferentes grupos característicos, com modelos estatísticos de carga, como mostra a Figura 1, distintos. O real impacto dessa classificação, como definido pelo "Fator de perdas sob carga - k ou LLD" dos transformadores, como mostrado pela Equação 1 precisa ser avaliado por meio de medições de campo.

Figura 1 – Exemplo de modelo estatístico de carga – Curva de demanda mínima – 5%, mais provável e máxima – 95% em p.u. a cada 15 minutos para o período de 24 horas.

A lógica indica que não devem ser encontrados valores extremamente discrepantes - são esperados valores entre 0,5 e 2,0

Os transformadores trifásicos do exemplo, exceto os com

horas. Quando confrontados com as tolerâncias de manufatura e

potência nominal de 30 kVA admitem um agrupamento em dois

as políticas de estoque e logística da concessionária, o resultado dos

diferente grupos de característicos. Novamente, são válidos os

processos de capitalização de perdas pode ser um único padrão com

comentários anteriores. No entanto, neste caso, o "Fator de perdas

relevância econômica.

sob carga – k ou LLD" dos transformadores fica entre 3,0 e 5,0


39

Apoio

horas. Deste modo, como se observa e indica o fator de perdas sob carga, estas unidades trabalham com maior carregamento. Quando esta análise é estendida para a ideia de avaliar o carregamento por fase, os números mudam e, em geral, uma das fases, na maioria das vezes, termina recebendo o maior impacto térmico.

A escolha ou determinação apropriada dos valores do "Fator de

perdas sob carga", que é um valor distinto do "Fator de carga", é ponto primordial para a correta avaliação do conceito de perdas capitalizadas.

(2)

Figura 2 – Relação "fator de perdas versus fator de carga". Nota: Existe uma correlação entre os valores do "Fator de perdas sob carga” e do “fator de carga”, como definido pela Equação 2. Como se observa, a relação existe, porém, não é trivial, como mostra a Figura 2. Logo, qualquer expressão, sem origem consistente com os dados que se pretende avaliar, para correlacionar estes dois fatores poder conduzir a resultados totalmente dispares e sem significado, principalmente econômico, que em tese é o que apresenta maior importância.

Também é importante realçar a necessidade de se ter uma boa

confiança nos modelos matemáticos que correlacionam "demanda versus energia consumida". Caso esse modelo não for representativo, ou ainda desatualizado, qualquer análise com base nestes valores perde significado. Neste caso, é sempre importante tentar incluir nas medidas de campo e avaliações as relações entre "energia versus fator de potência" e "desbalanços entre fases em transformadores trifásicos".

Avaliações de campo

A qualidade dos dados que compõem as análises apresentadas

necessita para ser considerada como confiável de uma verificação em campo.

Deste modo, a Tabela 1 mostra os resultados das medições em

campo para verificar a qualidade de parte dos dados utilizados nas análises apresentadas neste texto.


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

40

Tabela 1 – Avaliação dos modelos estatísticos para a demanda

A reorganização das amostras considerou uma ordenação dos

máxima dos transformadores monofásicos avaliados

transformadores avaliados conforme a sua "demanda máxima

Demanda máxima [kVA]

semanal". Assim, transformadores com demanda <4,25 kVA → 5

5 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

2.67

3.36

4.07

B. Dados

3.99

4.07

4.15

10 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

3.39

3.46

3.52

B. Dados

3.47

3.52

3.57

15 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

5.50

5.91

6.46

B. Dados

7.14

7.29

7.45

kVA, > 4,25 kVA =< 8,5 →10 kVA e, finalmente, > 8,5 kVA → 15 kVA.

A Tabela 1 mostra que existe superposição das faixas dos

resultados para os valores mais prováveis obtidos dos bancos de dados e das medições em campo, para os transformadores monofásicos de 5 kVA e 10 kVA. O mesmo não se observa para os transformadores com potência nominal de 15 kVA. Isto demonstra a possibilidade de terem ocorrido dois problemas durante as análises. O primeiro é a falta de adequação para a relação entre "demanda

Figura 4 – Relação "fator de perdas versus potência nominal do transformador – amostras rearranjadas”.

máxima versus energia consumida" para todos os níveis de potência nominal dos transformadores monofásicos, o que deve sempre ser Tabela 2 – Avaliação dos modelos estatísticos para a demanda

objeto de avaliação prévia. O segundo é o reduzido tamanho das amostras avaliadas em campo, que por uma questão de custos, foi

máxima dos transformadores trifásicos avaliados

bem abaixo dos valores recomendados para um estudo estatístico

Demanda Máxima [kVA]

com desvios em relação à média inferiores a 10%.

As Figuras 3 e 4 mostram os fatores de perdas sob carga, que devem

ser utilizados para as avaliações econômicas e de perdas capitalizadas, conforme as amostras retiradas de campo e reorganizadas conforme regra que privilegia o carregamento das unidades, respectivamente, o que deve ser, sempre que possível, observado.

30 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

13.61

13.99

14.37

B. Dados

15.84

16.31

16.81

45 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

31.81

32.29

32.78

B. Dados

30.32

30.82

31.31

75 kVA

L. Inferior

Provável

L. Superior

Campo

56.33

56.96

57.50

B. Dados

58.12

58.72

59.31

Como mostram as Figuras 3 e 4, a reorganização do carregamento dos transformadores monofásicos melhora a distribuição das perdas e por certo a expectativa da vida útil do ativo. Este problema já tinha sido levantado quando da avaliação estatística dos valores disponibilizados nos Bancos de Dados, somente confirma o fato que deve ser sempre observado quando da expansão das redes e de novas aquisições.

A Tabela 2 mostra os resultados das medições em campo

para verificar a qualidade dos dados utilizados nas análises apresentadas neste texto para os transformadores trifásicos. Neste caso, não ocorrem superposições das faixas de Figura 3 – Relação fator de perdas versus potência nominal do transformador – Amostras de campo.

resultados obtidos dos bancos de dados e medições em campo para os níveis de potência nominal dos transformadores


Apoio

41


Apoio

Análise de consumo de energia e aplicações

42

trifásicos avaliados. Novamente, são válidas as observações

As Figuras 5 e 6 mostram o efeito do desbalanço do

anteriores sobre as discrepâncias observadas.

carregamento das pernas nos transformadores trifásicos avaliados.

As Figuras 5 e 6 mostram os fatores de perdas sob carga,

Convém ressaltar que esse efeito é indetectável na estrutura do

que devem ser utilizados nas avaliações econômicas e sobre

banco de dados disponibilizado para a presente análise, o que é um

perdas capitalizadas, para as amostras retiradas de campo que,

problema, pois nestes casos, o envelhecimento de parte do ativo,

por sua vez, foram avaliadas como unidades trifásicas e por

passa desapercebido.

fases, respectivamente.

Figura 5 – Relação "Fator de perdas versus potência nominal do transformador – avaliação trifásica”.

Figura 6 – Relação "fator de perda versus potência nominal do transformador – Avaliação por fase”.


43

Apoio

Como se observa a ordem de grandeza

dos maiores fator de perdas verificados para as avaliações trifásicas é similar aos determinados para as avaliações fase a fase dos transformadores trifásicos. Como posto, isso diretamente implica em uma subavaliação do problema imposto pelas sobrecargas nestas unidades. Em termos de perdas ou custos capitalizados, essa diferença também é responsável por uma escolha inadequada dos transformadores. No entanto, nestes casos, é melhor avaliar as condições de carregamento entre fases do que aumentar a potência nominal trifásica dos transformadores, uma vez que em geral essa "providência" não resolve o problema, somente cria sobrecustos e subavaliações. Para tanto, basta observar que um transformador de 45 kVA - 15 kVA por fase, ou perna, carregado com 5,5 kVA e 30 kVA, apresenta uma condição de carregamento de 2,0 p.u. na sua fase mais carregada. Sua substituição por uma unidade de maior potência, ou seja, 75 kVA ainda resulta em um carregamento na fase mais carregada de 1,2 p.u.. Em suma, não se resolve o problema e paga-se mais caro pelo ativo. O pior seria então adotar um transformador com potência nominal de 112,5 kVA, o que infelizmente se verifica na prática. *Manuel Luís Barreira Martinez possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em equipamentos, materiais elétricos, distribuição de energia elétrica e técnicas em alta tensão. É autor e coautor de 350 artigos em revistas e seminários, associados a trabalhos de engenharia e 45 orientações de mestrado e doutorado. Atua, principalmente, nos seguintes segmentos: métodos de ensaios, ensaios dielétricos, para-raios para sistemas de média e alta tensão e equipamentos elétricos.”

FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

44

Capítulo XI Cálculo da elevação de temperatura em invólucros pela IEC 60890 Por Sergio Feitoza Costa*

Nesta série de artigos são apresentados

conceitos de engenharia para o projeto e

especificação

de

equipamentos

Introdução

impactam fortemente no resultado do ensaio. Se a resistência e estes dados não

de

No projeto de produtos elétricos os

estão registrados no relatório de ensaio o

subestações de transmissão e distribuição.

requisitos principais a atender são (a) as

ensaio não tem reprodutibilidade e isso pode

O primeiro fascículo cobriu aspectos dos

temperaturas que não podem ser excedidas

ser visto como uma falha do laboratório de

estudos do sistema elétrico que servem de

em uso normal, (b) a capacidade de suportar

ensaios. As normas IEC e suas traduções

base para as especificações técnicas dos

as forças eletrodinâmicas de curto-circuito,

nas normas brasileiras não tratam da relação

equipamentos. O segundo cobriu conceitos

que

e

entre os ensaios de elevação, o de arco interno

sobre

curtos-circuitos,

podem

danificar

barramentos

ampacidades,

isoladores, (c) suportar a sobrepressão dos

e o de grau de proteção e não explicitam tudo

sobrecargas e contatos elétricos. O terceiro

arcos internos, (d) as solicitações dielétricas

que deve ser registrado nos relatórios de

fascículo abordou o tema “Técnicas de

às sobretensões de impulso ou a tensão

ensaios. As normas de painéis de média e de

ensaios de alta potência, laboratórios de

de frequência nominal, (e) as solicitações

baixa tensão deveriam pedir explicitamente

ensaios e principais ensaios”. No quarto

mecânicas

(mas não pedem) para registrar no relatório

fascículo, cobriu-se o tema “Estudos

repetitivas, e (f) a capacidade de evitar a

de ensaios os fatores acima.

elétricos de sobretensões, coordenação de

causadas

por

operações

penetração de agua e poeiras no invólucro.

isolamento e impactos de campos elétricos

Como os equipamentos são cada vez

emitidos por laboratórios de ensaios não

O conteúdo dos relatórios de ensaios

e magnéticos”. No quinto fascículo, o tema

menores e as correntes cada vez mais altas

pode ser visto apenas como algo técnico.

abordado foi a recente brochura CIGRÉ 602

é muito mais difícil atender a alguns destes

Mais de 80% das vezes o principal objetivo

sobre simulação de arcos. O tema do sexto

requisitos, mantendo a segurança das pessoas

de quem entra em longas filas de espera e

fascículo foram as especificações técnicas

e instalações e otimizando o projeto para o uso

depois paga para realizar os onerosos ensaios

de disjuntores, secionadores, painéis e

mínimo de cobre, alumínio, suportes das barras

é ter um documento neutro que permita a

para raios feitas por concessionarias de

e outros componentes. Um dos principais

comercialização de seus produtos. Por isso,

energia. O sétimo descreveu distancias de

aspectos é o de elevações de temperatura.

espera-se que as gerências de laboratórios de

segurança e sistemas de proteção contra

Conforme mostrado no fascículo 2 desta

ensaios oficiais de terceira parte tenham a

incêndios em subestações. O oitavo foi

série, os resultados do ensaio de elevação de

visão de que os relatórios de ensaios são um

sobre a futura IEC62271-307. O nono foi

temperatura são influenciados pela corrente

instrumento comercial poderoso e devem

sobre técnicas para reformar equipamentos

aplicada, tipo de materiais, as resistências de

ser claros, precisos, identificar muito bem

de subestações e adiar investimentos. O

contato, a temperatura do fluido, a geometria

o que foi testado e ter conclusões objetivas.

décimo abordou novas tecnologias para o

dos condutores, o volume interno líquido

É comum encontrar nos relatórios frases

setor elétrico. Este 11º tratará do cálculo

do compartimento e a existência ou não de

dizendo que os resultados só se aplicam à

da elevação de temperatura em invólucros

aberturas de ventilação. As resistências de

amostra testada e outras que visam eximir

pela IEC 60890.

contato e a área e velocidade de ventilação

o laboratório de qualquer responsabilidade


Apoio

futura pelo uso do documento.

as compras mas aceitam relatórios que não

interpretações são difíceis de analisar até

Em minha visão, se um laboratório tem

dizem se o equipamento passou ou não no

mesmo para as equipes do laboratório de

competência técnica para tal, deve emitir

ensaio de elevação de temperatura. Muitas

ensaios. Exemplos destes são a definição

relatórios de ensaios que identifiquem

vezes, o limite máximo permitido na norma

da máxima elevação de temperatura que

corretamente o equipamento que foi testado

foi ultrapassado e em alguns casos o relatório

deve ser atendida em diferentes tipos de

e trazer uma conclusão escrita informando

nem mesmo se aplica ao equipamento que

conexões e contatos, no ensaio de elevação

se o equipamento testado atendeu ou não

está sendo comprado.

de temperatura, ou mesmo o número de

os requisitos da norma técnica. Pagar mais

Em

barato por ensaios em laboratórios que não

coordenava o Comitê Técnico 32 (Fuses)

submetidos ao ensaio de arco interno.

atendem a isso é um erro estratégico, à luz

da IEC – International Electrotechnical

das novas normas IEC, como a IEC 62271-

Commission, tive a oportunidade de

normas, os importantes relatório técnicos.

307, que mencionam explicitamente o que

conhecer alguns documentos TR (Technical

Nestes últimos, que não têm caráter

deve ser registrado.

Reports) da IEC que, embora muito uteis,

normativo, é que estão os fundamentos

anos

passados,

quando

eu

aplicações de curto-circuito em painéis Por este motivo, a IEC publica, além das

No caso das elevações de temperatura,

são, ainda hoje, muito pouco conhecidos no

para os valores utilizados nas normas. Nos

interpretar os resultados e compará-los com

mundo. A IEC publica, principalmente, dois

treinamentos que aplico para fabricantes,

as normas para saber se o equipamento

tipos de documentos: as normas técnicas e

concessionárias e empresas de certificação,

passou ou foi reprovado não é uma tarefa

os relatórios técnicos. As normas técnicas

utilizo muitos destes relatórios técnicos

simples. É preciso conhecer bem as

especificam os procedimentos, métodos de

IEC. No livro de minha autoria que pode

entrelinhas de normas, como a IEC 62271-

ensaios e valores limites que não devem ser

ser baixado livremente em http://www.

1, a IEC 62271-200 e as da série IEC 61439.

ultrapassados. As normas técnicas raramente

cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_POR.

Muitos compradores de equipamentos de

descrevem os fundamentos técnicos e

pdf, há várias informações extraídas destes

baixa e média tensões são exigentes em

trazem as explicações do porquê dos valores

documentos TR da IEC.

pedir os relatórios de ensaios para efetivar

limites e métodos empregados. Algumas

Alguns dos principais relatórios técnicos

45


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

46

IEC úteis no dia a dia de quem projeta e

Invólucros vazios destinados a conjunto

de elevação de temperatura por cálculos é

especifica equipamentos são:

de manobra e controle de baixa tensão

baseada neste método.

- Requisitos gerais, permite estabelecer a

• IEC/TR

of

capacidade de dissipação de potência em

da IEC 60890 é que, originalmente, um

temperature-rise verification of low-voltage

invólucros vazios usando os métodos da IEC

certo painel com tipo construtivo definido

switchgear and controlgear assemblies by

60890.

e alguns tipos de componentes internos

calculation

No

• IEC TR 60943, Guidance concerning

completos de elevação de temperatura em

laboratório.

the permissible temperature rise for parts

equipamentos, a sequência normalmente

agora um outro painel do mesmo tipo

of electrical equipment, in particular for

adotada é a seguinte. Em primeiro lugar

construtivo (da mesma família, mas com

terminals

calcula-se a elevação de temperatura do

dimensões diferentes do testado) que usa os

• IEC 61117, Method for assessing the

ar interno, considerando todos os watts

mesmos tipos de componentes, porém em

short-circuit withstand strength of partially

dissipados, pelo método da IEC 60890. Em

quantidades diferentes. Um exemplo é que

type-tested assemblies (PTTA)1

seguida, calcula-se a elevação de temperatura

o painel originalmente testado contava com

• IEC TR 60865-1, Short-circuit currents

das barras e conexões, em relação ao ar

três disjuntores internos dissipando uma

– Calculation of effects – Part 1: Definitions

interno, por um método de elementos

certa potência total enquanto o não testado

and calculation methods

finitos. Somando-se os dois valores obtém-se

tem paredes de dimensões diferentes e tem

• IEC TR 60865-2, Short-circuit currents

a elevação de temperatura das partes em

cinco disjuntores ao invés de três. Portanto,

– Calculation of effects – Part 2: Examples of

relação ao ar externo. Este é o método usado

dissipa uma quantidade diferente de watts. A

calculation

no software de projeto SwitchgearDesign.

ideia é que se pudermos provar por calculo

60890,

A

method

A ideia central da aplicação do método

Para o tema elevações de temperatura há

os documentos IEC TR 60943 e o TR IEC

que

diz

respeito

a

cálculos

O método de cálculo da IEC 60890

60890. O IEC TR 60943 é o mais completo

foi inicialmente testado e aprovado em Suponhamos

que

temos

que a elevação de temperatura do ar interno no equipamento não testado é menor do que aquela do equipamento testado, os componentes internos do equipamento

documento que conheço na bibliografia a

O método é utilizado para calcular a

calculado serão menos solicitados que os

respeito de temperaturas em equipamentos

elevação de temperatura do ar no interior de

componentes do painel testado. Por isso, não

e materiais condutores e isolantes e seu

um invólucro metálico com ou sem aberturas

é necessário repetir os ensaios.

impacto na vida útil, além de muitos

de ventilação, mas sem ventilação forçada.

É um método empírico baseado em

outros aspectos. É um documento que um

No SwitchgearDesign foram acrescentadas

resultados de ensaios obtidos em um grande

bom projetista ou um bom engenheiro de

equações que permitiram estender as

número de diferentes tipos de invólucros. Os

laboratório de ensaios deve conhecer nos

equações para invólucros com ventilação

resultados destes ensaios foram associados

mínimos detalhes para desenvolver um

forçada e outros fluidos além do ar como o

aos valores das variáveis principais de

projeto competente ou realizar e analisar

SF6. Nas antigas normas de painéis de baixa

cálculo para criar uma série de curvas que

resultados de testes.

tensão IEC 60439 e na mais recente série IEC

são utilizadas nos cálculos de cada invólucro

61439, a possibilidade de substituir o ensaio

específico.

Neste artigo vamos destacar o conteúdo

do documento IEC/TR 60890. Este apresenta um método simples, mas muito eficaz para calcular a elevação de temperatura do ar dentro de um compartimento de painel ou barramento blindado ou invólucros em geral. Se um projetista deseja calcular as elevações de temperatura que acontecerão nos barramentos de um painel com várias fontes de calor internas (conexões das barras, disjuntores, fusíveis e chaves) pode seguir um método como o descrito a seguir.

Cabe ainda mencionar que há fabricantes

que produzem invólucros vazios, mas não produzem o painel ou barramento completo montado. A norma NBR IEC 60208 -

Figura 1 – Configuração de cálculo.


Apoio

47


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

48

As variáveis de cálculo relevantes são as

horizontal deve ser no mínimo 50% da seção

destaca o tipo de instalação mostrado na

reta transversal da coluna.

parte superior direita da figura. Este tipo

O método visa determinar a elevação

depende da localização do painel dentro

- As dimensões do invólucro: altura / largura

de temperatura do ar, ao longo da altura da

da sala. Por exemplo, um painel instalado

/ profundidade;

coluna do involucro com base na elevação

sozinho no centro da sala (curva 1) se

- O tipo de instalação, por exemplo, no

de temperatura a 50% da altura e em 100%

aquecerá menos que um outro, igual, porém

centro de uma sala ou encostado nas paredes

da altura (próximo ao teto). É utilizada a

instalado encostado nas paredes e tendo

ou encostado em paredes e outros painéis

equação principal mostrada na Figura 2.

como vizinhos dois outros painéis aquecidos

quentes;

(curva 4).

- O projeto do invólucro com ou sem

fornecerão a elevação de temperatura do

aberturas de ventilação;

ar interno devido aos watts produzidos

involucro efetivamente exposta para efeitos

- O número de partições horizontais internas

são obtidos a partir dos dados de entrada

de dissipação de calor é obtido a partir dos

(com furos) por onde o ar ascendente deverá

mostrados na Figura 3. Entre estes se

dados da Figura 4. Note-se que este fator

seguintes (ver Figura 1):

Os fatores K, D e P x que multiplicados

O fator B usado para calcular a área do

circular do fundo para o topo do invólucro - A dissipação efetiva de potência nos componentes internos do invólucro.

O método vale para invólucros em chapa

de aço, chapas de alumínio, ferro fundido, material isolante e outros semelhantes. É aplicável se estiverem reunidas as seguintes condições: • Há uma distribuição aproximadamente uniforme da dissipação de potência no interior do invólucro. Esta situação na vida real é rara, mas o método fornece bons resultados a despeito disso; • As partições agem de tal maneira que a circulação do ar é pouco impedida; • O equipamento instalado é projetado para corrente alternada até 60 Hz ou contínua de

Figura 2 – Sequência de cálculo da elevação de temperatura a 50% e 100% da altura do invólucro.

valores não superiores a 3.150 A; • Os condutores elétricos e peças estruturais são dispostos de tal modo que as perdas por correntes de Foucault são insignificantes. Na realidade, para correntes acima de 3.000 A, os efeitos podem ser mais pronunciados caso sejam utilizados, por exemplo, em espaçadores de barramentos materiais como o aço carbono; • Para invólucros com aberturas de ventilação, a seção transversal das aberturas de saída do ar (topo) é de pelo menos 1,1 vezes a seção transversal das aberturas de entrada de ar (parte de baixo); • Não há mais de três partições horizontais na coluna ou seção sob análise; • Se o invólucro tem aberturas de ventilação, a área de passagem de ar em cada partição

Figura 3 – Dados de entrada e resultados do método.


Apoio

é multiplicado pela área de cada parede específica.

A soma das áreas de cada parede resulta

na área efetiva Ae que será utilizada como dado de entrada em algumas das demais figuras deste fascículo.

O Fator K que aparece na fórmula é

calculado em função dos valores da área Ae e da área de entrada de ar conforme mostrado

Tipo de Instalação

Fator de superfície B

Face do teto exposta

1,4

Superfície do teto coberta

0,7

Faces expostas frente, traseira, lados

0,9

Faces laterais cobertas

0,5

Faces laterais de invólucro central

0,5

Superfície do chão

desconsiderada

Figura 4 – Fator b de cálculo da área exposta.

na Figura 5.

A determinação da temperatura no topo

do involucro é feita utilizando-se um fator de distribuição C como nas Figuras 6 e 7. Este fator depende de haver ou não aberturas de ventilação.

O fator D que aparece na formula é

obtido através dos dados da Tabela 1 em função do número de partições horizontais. Como é de se esperar, quanto maior o número de partições mais difícil é para o ar circular e, portanto, maior é o valor de D e, consequentemente, da elevação de temperatura.

Os valores de P e x que aparecem na

Figura 5 – Fator K para Ae> 1,25 m2.

49


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

50

pudesse ser aplicado em situações muito próximas das descritas nas “condições de validade”. Entretanto, à medida que fui utilizando-o em vários e vários projetos executados para fabricantes de painéis e barramentos blindados, percebi como os resultados calculados se aproximam muito dos valores medidos em ensaios em quase todas as situações. Embora este método empírico seja simples pela facilidade de uso, atrás dele há a contribuição dos principais fabricantes mundiais de painéis de baixa tensão. São eles que atuam nos grupos de trabalho da IEC que prepararam este documento. Tenho atuado ao longo dos anos em alguns grupos de tralho da IEC como o que atualmente Figura 6 – Fator C para distribuição da elevação ao longo da altura sem aberturas de ventilação.

está preparando a nova IEC 62271-307. As discussões técnicas são muito ricas.

A utilização deste método de cálculo das

temperaturas do fluido viabilizou, no software SwitchgearDesign, substituir cálculos pesados de dinâmica computacional dos fluidos (CFD), por algumas poucas e simples linhas de código computacional. Isto pode ser percebido nos casos validados detalhados no link mostrado mais acima neste texto. Os softwares CFD são poderosos porem muito mais difíceis de comprar, utilizar e modelar. Além disso, necessitam de um treinamento do projetista muito mais longo. E aí chega o problema, pois a grande maioria dos fabricantes brasileiros simplesmente parou Figura 7 – Fator C para distribuição da elevação ao longo da altura com Ae > 1,25 m2 e aberturas de ventilação.

de investir em treinamento e capacitação de

formula geral da Figura 2 são a potência

nos barramentos, watts gerados por indução

atividades de desenvolvimentos de engenharia

dissipada total que há dentro do invólucro

e magnética etc.

e este é um erro estratégico. É exatamente o

Comentários finais

outros países, inclusive na América do Sul,

todas as cargas térmicas no interior

Vejo muitos brasileiros comentando

do invólucro, tais como resistores de

utilizar o método da IEC 60890, há alguns

aquecimento, disjuntores e chaves, perdas

anos, imaginei que por sua simplicidade só

e o fator empírico X mostrado na coluna da direita da Figura 2. O valor da potência

contrário do que fazem os asiáticos e alguns como a Colômbia e o Chile.

dissipada deve ser avaliado considerando Na primeira vez que examinei e tentei

Tabela 1 - Fator D

Sem aberturas de ventilação

Partições = 1

Partições = 2

Partições = 3

Partições = 4

1,00

1,05

1,15

1,30

1,03

1,05

1,10

1,15

A e > 1,25 m2 Com aberturas de ventilação A e > 1,25 m2

pessoal nos últimos anos. Terceirizaram as

de modo depreciativo que os chineses conseguem produzir e vender muito, porque sua mão de obra é muito barata. Este é um erro grosseiro de avaliação. Foi assim no passado, mas os chineses e outros asiáticos passaram a investir bastante em capacitação e hoje fabricam em seus países quase todos os produtos que se possa imaginar. A título de exemplo, se uma empresa quisesse comprar


Apoio

equipamentos para montar um grande

e são mantidos por governos e instituições

bem lá fora, com muito mais facilidade

laboratório de ensaios de alta tensão ou de

que pensam apenas em se manter no poder

poderá vender aqui quando a situação

alta potência poderia comprar todos os itens

e não têm nenhuma visão ou interesse no

brasileira melhorar. Portanto, recomeçar

na China. Entretanto, aqui no Brasil, não se

que acontecerá com o País no médio ou

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

poderia comprar nenhum dos equipamentos,

longo prazos. A culpa também é nossa por

técnico e manter equipes competentes para

pois nenhum fabricante os desenvolveu.

assistirmos a tudo passivamente.

enfrentar novos desafios. Um bom começo

Poderíamos até preferir comprar de um

A maior parte de nossa indústria

é ter na equipe técnica pelo menos dois bons

fabricante mais tradicional na Europa ou

elétrica, que avançava muito bem nas

projetistas com visão aberta para inovações;

América do Norte, porém, o fato é que seria

décadas de 1980 e 1990, parece que perdeu

• Ter um "plano de metas em novas

possível comprar qualquer um deles na China.

o foco. Com exceção de uma ou duas regiões

tecnologias" com as prioridades definidas.

Se extrapolarmos este raciocínio para trens

do Brasil, onde se percebe que há iniciativas

Manter em curso, a cada ano, pelo menos

modernos, barcas de transporte de massa,

de planejamento e de motivação do setor

três projetos de "novos produtos”. Esta é a

navios e outros itens veremos como, no Brasil,

industrial, paramos no tempo.

maneira de criar uma cultura de inovação na

pensamos curto e estamos desatualizados. Na

empresa e manter a chama acesa.

questão dos desenvolvimentos tecnológicos,

da indústria elétrica que me procuram para

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

aconselhamentos costumo sugerir algumas

últimos 15 anos.

ações como:

Para os médios e pequenos fabricantes

Repetindo parte do que escrevi no fascículo

anterior

(novas

tecnologias),

• Focar em produzir e vender 60% para o

passamos por um momento em que as

mercado externo e 40% no mercado interno

indústrias do setor elétrico brasileiro estão

brasileiro;

perdendo em competitividade. A culpa não é

• Competir no mercado externo é mais

só dos procedimentos, impostos e burocracia

difícil no primeiro momento, mas muito

excessivos que emperram a indústria elétrica

compensador

depois.

Quem

compete

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

51


Apoio

Qualidade nas instalações BT

52

Capítulo XI Análise de partida de motores Parte 1 – Dinâmica de rotação e análise do sistema elétrico Por Edson Bittar Henriques*

Introdução

Para fins elétricos:

de alimentação elétrica e analisar o

a) Verificar se o motor e o sistema

impacto no sistemas elétrico, concluindo

elétrico suportam a partida (se estão

se é necessário e viável providenciar

de um motor elétrico pode ser necessário

dimensionados para tal condição);

outros métodos de partida (como soft-

para algumas finalidades, como:

b) Verificar o impacto, ou seja, o nível

starter, chaves estrela-triângulo, chaves

de perturbação no restante do sistema

compensadoras, substituir o motor de

elétrico

Analisar a partida (fase de aceleração)

de

indução por motor de anéis com controles

a) Verificar se efetivamente o motor

tensão), que pode afetar demais cargas

no circuito do rotor,usar conversor de

conseguirá acelerar a carga mecânica

consumidoras;

frequência para controle da partida e

em

se

c) Prover adequados ajustes das proteções

regime, acoplamentos hidráulicos etc.).

dimensionar o motor, é usual focar a

elétricas para o motor e para o sistema

necessidade em regime permanente,

elétrico e evitar atuações indevidas e

porém, não se pode esquecer que o

descontinuidade de operação.

motor terá de acelerar a carga até a

O intuito dos estudos é, portanto,

Diante

velocidade de regime;

antever ou simular por cálculo as condições

anteriormente, observa-se que o estudo

b) Verificar se a aceleração estará

de partida, verificando a performance

proposto abraça as disciplinas elétrica

adequada

de motores e, eventualmente, revendo

e mecânica. Há diferentes formas e

seu dimensionamento e dos sistemas

níveis de realizar este estudo, desde

Para fins mecânicos:

um

tempo

à

adequado.

máquina

ou

Ao

processo

acionado (aceleração brusca ou suave);

(sobrecorrente

e

queda

Metodologia dos

itens

expostos


Apoio

aproximações e simplificações – como

que o usuário pode montar seu modelo e

com motores de pequeno e médio porte,

adotar conjugados médios por simples

simular o que pretender (vide anexo 1).

há disponíveis as curvas de conjugado

visualização de curvas e considerar,

A parte mecânica do estudo envolve

(torque) x rotação e corrente x rotação,

portanto, uma aceleração média geral

basicamente dinâmica de rotação, que é

fornecidas pelo fabricante do motor,

e simplificar a modelagem do sistema

aplicação dos conceitos e a lei de Newton a

ou mesmo disponíveis em catálogos

elétrico, que podem gerar resultados

este sistema, observando, porém, que, em

eletrônicos e/ou sites de fabricantes,

rápidos, mas as vezes distorcidos e

geral, temos um sistema com aceleração

assim, iremos partir delas no exemplo

imprecisos – e outros métodos mais

angular variável, ou seja, não constante,

desse artigo. O motor será modelado

complexos para resultados mais precisos.

por isso não há fórmulas simples prontas

nesta análise como uma impedância que

Os métodos mais sofisticados envolvem

para uso generalizado.

varia em função de ω.

recursos computacionais para analisar

Para

parâmetros

de

durante

o

período

de

A parte elétrica envolve uma análise

motores

de

grande

porte

de

(centenas de kW) e/ou de MT (média

aceleração. Neste artigo, será apresentado

correntes e tensões no motor e seu

tensão), pode ser que estejam disponíveis

um método que desenvolvi, mas há, no

efeito no conjugado (torque) do motor

também

entanto, módulos de TMS ("transient

e no sistema alimentador à montante

equivalente do motor (resistências e

motor starting analysis") de pacotes de

(perturbação). É recomendável modelar

reatâncias do modelo elétrico do motor).

softwares importados de sistemas de

o sistema elétrico em p.u. (por unidade)

É possível partir destes dados e inclusive

potência no mercado prontos para realizar

para melhores resultados nas análises

as curvas citadas podem ser obtidas deles.

estes estudos. Há também softwares

destas perturbações.

É possível também obter estes parâmetros

de simulação de sistemas elétricos de potência para montagem e modelagem

circuitos

para

determinação

Dados

do Simulink do Matlab, por exemplo, em

parâmetros

do

circuito

a partir dos resultados dos ensaios dos motores. Nota: os parâmetros do circuito equivalente

virtual de circuitos e equipamentos, como o pacote de sistema de potência

os

a) Do motor que parte Para a maioria das aplicações industriais,

são dados mais completos, assim, eles contêm informações mais "ricas" de

53


Apoio

Qualidade nas instalações BT

54

conteúdo, a partir dos dados de curvas;

facilita-se

apenas requer algumas considerações /

de cálculo). Analisa o impacto até um

Tm = torque (ou conjugado) do motor;

aproximações para cálculos. A folha de

barramento

Tcc = torque (conjugado) da carga

dados do fabricante do motor também será

montante de um transformador, que, por

referido ao eixo do motor;

necessária (contendo dados nominais, Ip/

sua vez, alimenta um quadro secundário

J= Jm +Jcconde Jm = momento de inércia

In, tempo máximo de rotor bloqueado e

que alimenta outras cargas e o motor que

do motor, Jcc é momento de inércia da

momento de inércia do motor).

parte. À montante do quadro primário,

carga referido ao eixo do motor.

padronizar de

um

quadro

programa

primário,

à

Em que:

o sistema estará sendo modelado pelo

b) Da carga mecânica acionada pelo

circuito

motor que parte

Thevenin) com base no nível de curto-

rotação da carga e a do motor, ou seja,

Da carga serão necessários os dados

circuito local.

relação do redutor, então:

equivalente

(equivalente

de

Seja rred = ωc/ωma relação entre a

nominais (potência no eixo ou conjugado

Todos

do

- da eq. 2, temos: Jcc = Jc.rred2

a uma dada rotação), a curva conjugada

sistema elétrico (níveis de curto-circuito,

- da eq. 3, temos: Tcc = Tc.rred

(torque) x rotação ou tipo de curva

dados do trafo, dados de cabos, dados de

(quadrática, linear, constante ou outra),

cargas/demandas etc.) serão necessários

sendo que, em geral, para aplicações

para se calcular as impedâncias na forma

Tmvn (Tm à tensão nominal) = f1(ω)

usuais, o tipo de máquina/equipamento já

complexa "z=r+jx" em p.u.

eTc=f2(ω);

define o tipo; por exemplo, um soprador ou uma bomba centrífuga tipicamente

os

dados

necessários

As curvas dadas são:

Logo,α = f(ω)que é a aceleração angular

Cálculos/processamento

em geral não será constante.

tem curva de torque quadrática. O conjugado

da

carga

ou

a) Mecânica

conjugado

resistente é o conjugado que se opõe ao

O

conjugado motor.

representado conforme a Figura 1:

Outros dados extremamente impor­

sistema

mecânico

pode

ser

Para relembrar, fazendo um paralelo

tantes são momento de inércia da carga

entre a dinâmica do movimento linear e

"Jc" e outro é a relação de redução

dinâmica de rotação, temos:

velocidade

(polias,

redutor

por

engrenagens etc.) entre o motor e a carga mecânica.

dt = J/(Tm-Tcc).dω para Tm-Tcc não nulo. w

t= ∫ 0 J/(Tm−Tcc).dw para Tm−Tc ≠ 0 Movimento linear

Movimento de rotação

em que w = velocidade angular

T = J.α(eq.1)(torque)

No entanto, no ponto de regime

Ecin = 1/2 m.v (energia cinética) Ecin = 1/2 J . ω (eq. 2)

Tm=Tcc=>, a função J/(Tm-Tcc) é des­

P = F.v (potência mecânica)

contínua e a integral não fica definida,

F = m.a(força) 2

c) Do sistema elétrico alimentador

Da eq. 4, observe que:

Assim:

"rred",caso exista um sistema redutor de

Cálculo do tempo de aceleração:

2

P = T.ω (eq. 3)

assim, se fizermos uma integração

A modelagem do sistema elétrico alimentador depende de até onde se

Assim:

numérica, por métodos dos trapézios

pretende analisar os impactos da partida.

Da eq(1), temos:

por exemplo, não é possível considerar

Proponho a modelagem a seguir que

T = Tm-Tcc = J. α=>α = dω/dt =

o ponto de regime (apenas um ponto

atende a muitos casos práticos (assim,

(Tm-Tcc)/J(eq. 4)

próximo dele seria possível). Vamos então resolver de outra forma: tomemos vários pontos de ω, em que calcularemos α. No ponto de regime, temosα = 0, em cada trecho, calcular o valor de α médio e dado Δω conhecido calculamos o Δt correspondente. O tempo corrente t é a soma dos Δt anteriores. Quanto mais pontos das curvas tomarmos (quanto menor forem os Δω), melhor será o resultado, mas é suficiente que a poligonal que une os pontos tomados represente bem o perfil da curva. Recomendo,

Figura 1 – Esquema mecânico.

então, concentrar mais pontos próximos


Apoio

55


Apoio

Qualidade nas instalações BT

56

ao ponto de pico de Tm e o fim da curva

Para a realização destes cálculos

motor), considerando este último como

(ponto de Tm = 0 na rotação síncrona)

e, levando em conta que pretendemos

um valor I2t máximo. Isso dá uma noção

para uma boa representação da curva

calcular em diversos pontos de ω para

comparativa simpli­ficada e aproximada

e boa detecção automática do ponto de

poder apresentar curvas, é interessante

da solicitação térmica do motor durante

regime.

desenvolver o programa aplicativo em

a partida.

um

ambiente/linguagem

que

opere

b) Elétrica

com números complexos diretamente,

d) Programa criado e exemplo

Modelagem dos sistemas em pu:

como o Matlab ou o Scilab (neste caso

Obter as impedâncias em pu dos

desenvolvi o programa no Scilab, cuja

componentes do sistemas de potência

licença é gratuita).

do programa desenvolvido para esta

(equivalente à montante, cabos, transfor­

executado Segue o diagrama de blocos resumido

análise eletromecânica de partida direta

madores, barramentos etc.) requer uma

c) Relação entre cálculos mecânicos

e um exemplo de aplicação, que foi

quantidade significativa de cálculos

e elétricos e resumo da estratégia da

uma análise realizada da partida de um

solução

soprador centrífugo na fase de projeto de

Vamos iniciar modelando o sistema

uma planta industrial.

e,

como

são

cálculos

tradicionais

de engenharia elétrica, vou omitir o

formulário para não estender este artigo;

elétrico, calculando as impedâncias e

o ideal é programá-los também. Todas

calculando as correntes e tensões para

as impedâncias são constantes, exceto a

cada ω. No aspecto mecânico, podemos

do motor que está partindo, a qual varia

corrigir o torque e a inércia da carga

[ X] = indicação de um vetor ou seja

em função do escorregamento "s" (vide

referindo ao eixo do motor caso exista

conjunto de pontos tal que [X] = [x1;x2;

Figura 2), ou, em outras palavras, varia

redução.

x3; ...xn];

em função da velocidade angular (ω).

Com a tensão nos terminais do motor

[Im] a Vmn = corrente do motor em cada

Pacotes de software de sistemas de

para cada ω calculada na etapa anterior

ponto (velocidade) ω à tensão nominal

potência prontos têm a vantagem de

pode-se então calcular o conjugado

do motor;

que a base de dados do sistema elétrico

(torque) do motor para cada ω. O tempo

w =ω= velocidade angular (na realidade

é única, assim, podem ser aproveitados

correspondente para atingir cada ω é

a letra ideal seria "ω"= ômega, mas por

os dados já inseridos para os estudos

obtido com os cálculos mecânicos.

problemas

de curto-circuito, fluxo de carga, e

Os parâmetros calculados em função

fontes com letras gregas em software

outros, de forma que rodar o módulo

de ω agora serão reportados em função

editores, utilizei "w" e estou mantendo

de análise de partida fique simples e

do tempo.

no diagrama desta forma);

rápido.

Zm = impedância do motor = f(w);

Normalmente,

traz

também

A título de complemento incluí no

Legenda e definição das outras variáveis do diagrama:

com

disponibilidade

de

dados orientativos de motores em banco

cálculo uma análise da I2.t (integral

alfa = α = aceleração angular;

de dados, que servem para estimativas

de i2.dt) da corrente no motor durante

ireg = índice sequencial do ponto de

enquanto não se tem dados reais dos

a

rotação de regime permanente (após

fabricantes.

comparação com o valor Ip 2x tmrbl

partida);

(quadrado da corrente de partida x

wreg = velocidade angular de regime

tempo máximo de rotor bloqueado do

permanente;

Resolução do circuito para cálculos

de I=f(ω) e Vbarras = f(ω)

partida

para

possibilitar

uma

alfamed = aceleração angular média no trecho entre (i-1) e (i); dt = intervalo de tempo entre pontos (i-1) e (i);t = tempo corrente e ta = tempo de aceleração.

Queda de tensão na partida limites e normas Um dos principais impactos no sistema elétrico durante a partida de motores é a queda de tensão.Dependendo Figura 2 – Circuito equivalente do motor.

do país, pode ou não haver um limitante


Apoio

57

Diagrama de blocos simplificado do programa

normalizado. Seguem alguns aspectos

esta norma, 10% no motor é aceitável,

alimentados por transformador próprio

sobre o tema:

mas isso é apenas uma referência e

(não

– Brasil (ABNT): na ABNT NBR

não quer dizer que acima disso estaria

um limite de 10% no barramento do

5410:2004, que trata de instalações

proibido. O limite normalizado pode não

quadro que alimenta o motor que parte,

elétricas em baixa tensão, temos diversas

ser facilmente identificado ou entendido

considerando que cargas de iluminação

prescrições

e

condições

a

analisar

de

concessionária),

adotando

e também há "aberturas" nas normas, em

derivadas destes quadros, comandos de

- recomendo ler/consultar os itens

que não há limites para certos casos.

painéis e outras podem ser sensíveis a

6.5.1.2,6.5.1.3 e também 6.2.7.1e 6.2.7.3.

– A IEC 60364-5-52 não limita ΔV na

quedas de tensões superiores.

Na ABNT NBR 14039:2005, que trata

partida de motores (vide item 525 e

de média tensão, sugiro a consulta aos

"Annex-G" da norma).

de que é necessário minimizar esta

itens 6.2.7.1 e 6.2.7.2. Nas normas ABNT

– A NFPA 70 (NEC) também não limita.

perturbação.

NBR 17094-1 e 2, que dizem respeito a

Há, porém, uma cláusula (item 695.7)

máquinas elétricas girantes (motores

para o caso de motor da bomba de

de indução trifásico e monofásico,

incêndio apenas, em que o limite seria

respectivamente) não há um limite para

15% no sistema de alimentação/controle

partida, mas o item 8.2 da ABNT NBR

durante a partida desta bomba.

17094-1:2013, por exemplo, descreve alguns requisitos para motores de baixa

Com ou sem normalização sobre

tensão durante a partida,em quese

o

considera (referência) queda de tensão de

considerações de projetos de sistemas

10% no motor, logo, conclui-se que para

industriais

tema,

tenho

visto

(mesmo

exemplos

e

internacionais)

Assim existe um consenso técnico

*Edson Bittar Henriques é engenheiro eletricista pela Unesp – Ilha Solteira, é pós-graduado em Energia e Automação e proprietário da empresa de consultoria e engenharia Edson Bittar Henriques. www.projebh.com CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Por Bruno Moreira

A NECESSIDADE DOS GRANDES EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS A despeito dos altos impactos ambientais e sociais, especialistas do setor acreditam que usinas de grande porte devem continuar sendo a principal solução para atender ao crescimento da demanda nos próximos anos


59

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

condições financeiras para tal, viver sem computador, geladeira, ar-condicionado, aparelho celular, banho quente, luz elétrica e até televisão? Fica difícil imaginar a vida à luz de velas ou dentro de uma caverna escura. Por isso, os assuntos relacionados à geração, demanda e consumo de energia elétrica são tão importantes para a sociedade de maneira geral. Em seu mais recente Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que o consumo de energia elétrica chegará a

aproximadamente

698

TWh

em

2023. Levando em consideração que a expectativa do consumo do país para 2014 era, conforme o estudo, de um pouco mais de 481 TWh, a EPE estipula um crescimento médio de 4% ao ano no período. Além disso, a demanda por energia elétrica também apresentará um acréscimo considerável. No horizonte de 10 anos – de 2014 a 2023 – passará de 65.830 MW médios para 92.714 MW médios, o equivalente também a um crescimento de 4% em média ao ano. Conforme o levantamento, neste período, o incremento médio anual da carga de energia elétrica no Sistema Interligado nacional (SIN) – já incorporados os ganhos de eficiência energética

e

desconsiderando-se

a

parcela da autoprodução – será de, aproximadamente, 3 mil MW médios.

Isso posto, fica a pergunta: haverá

energia elétrica suficiente nos próximos anos para manter o estilo de vida a que nos acostumamos? Ou seja, haverá produção suficiente para atender o consumo e,

A

principalmente,

a

demanda

que

se

avizinha? Segundo a EPE, a resposta é sim. eletricidade se tornou elemento

essencial das sociedades modernas. O trabalho, o lazer, a vida em comunidade, absolutamente

tudo

necessita

dela.

Poderíamos continuar a fazer as coisas como os nossos antepassados, utilizando outros tipos de fontes energéticas para realizar as tarefas do nosso dia-a-dia, e sobreviveríamos, mas certamente sem o conforto a que nos acostumamos. Quem quer e pode hoje em dia, tendo as

De acordo com o estudo da empresa, até 2023 – contando a partir de janeiro de 2014 – deverão ser acrescidos ao SIN um pouco mais de 71 GW de potência instalada, saindo de aproximadamente 125 GW para cerca de 196 GW, o que representaria uma elevação de 57% na oferta de eletricidade. A EPE faz questão de salientar no documento que esta expansão será realizada por meio de fontes renováveis, mantendo o perfil da matriz, que hoje é

hidrotérmico, com predominância total da fonte hídrica. De fato, observa-se no estudo, que a energia vinda de usinas hidrelétricas continuará sendo a principal responsável pelo abastecimento do país, seguida pela energia elétrica advinda de empreendimentos eólicos, que nos últimos anos ganhou muito em importância. Contudo, o fato de a expansão da oferta na próxima década estar calcada na energia hidráulica não quer dizer que há consenso em relação a isso, ainda mais quando a maioria desta energia deve ser gerada por usinas de grande porte, que alagam imensas áreas, afetando o meio ambiente. Levando em consideração que a questão ambiental também adquiriu muita relevância nos últimos tempos, distintos atores da sociedade brasileira protestam contra a realização de empreendimentos deste tipo, sugerindo que a expansão da oferta possa ser levada a cabo, a partir de fontes menos agressivas como biomassa, solar e a própria eólica.

Para o diretor-executivo da consultoria

de energia Andrade & Canellas, Silvio Areco, no entanto, esta saída não é viável. De acordo com ele, a quantidade de energia que o Brasil necessita é muito grande para ser suprida tendo como fonte principal a energia eólica, por exemplo. “Os parques eólicos grandes tem capacidade de 30 MW, já uma usina hidrelétrica como a Belo Monte tem capacidade de 11 mil MW”, explica, destacando o fato de uma turbina

eólica

atualmente

apresentar

capacidade para produzir no máximo cerca de 3,5 MW. Neste sentido, segundo Areco, com a tecnologia que ainda se dispõe, para que se pudesse construir um parque eólico com potência total instalada parecida ao de uma usina hidrelétrica de grande porte, seria necessária a utilização de milhares de turbinas.

No Brasil, como dito, além das hídricas,

a produção de energia é baseada em térmicas, só que estas não se apresentam como uma solução barata e nem viável do ponto de vista ambiental, haja visto que as mais tradicionais utilizam óleo diesel e gás natural, que não são renováveis, e emitem


60

Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

ambiente. “Equacionamos as hidrelétricas brasileiras quando tínhamos um tipo de ‘verde’ (militares). Quando mudou o tipo de ‘verde’ (os ambientalistas) ficou bem mais difícil fazer hidrelétricas”, explica Areco. Estes

empreendimentos

realizados

aproveitando

o

foram potencial

hidrelétrico dos rios São Francisco e Paraná, que percorrem os estados da região Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. Conforme o diretorexecutivo da Andrade & Canellas, todas as possibilidades nessas regiões já foram esgotadas, restando apenas o grande potencial dos rios localizados na região Norte do país, mais especificamente A usina hidrelétrica de Santo Antônio começou a ser construída em 2008 e suas duas primeiras turbinas foram colocadas em operação em 2012.

grandes quantidades de poluentes para a atmosfera, especialmente, a primeira.

Usinas de grande porte, mas a fio d’água

na Bacia Amazônica. “Onde existe água? Na Amazônia. Não é culpa de ninguém”, diz o professor do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da Universidade Federal

Outras fontes, como a biomassa, não se

do

Pará

(UFPA),

Conforme

o

Claudio

mostraram viáveis do ponto de vista do

Seguindo essa linha de raciocínio,

Szlafsztein.

docente,

preço. O combustível nuclear, por exemplo,

chega-se à conclusão de que não é

ninguém se queixou das usinas que

aparentemente é uma solução interessante,

possível “fugir” das usinas hidrelétricas –

foram instaladas no Rio São Francisco ou

segundo o diretor, já que não apresenta

e mais ainda, dos empreendimentos de

na Bacia do Paraná porque o momento

grande impacto ambiental em relação à

grande porte, tal qual Belo Monte – como

político era diferente. “Sempre houve

produção. Contudo, o risco de vazamento

saída para o crescimento da demanda

florestas e sempre houve indígenas”,

e

também

por energia elétrica do país nos próximos

declara Szlafsztein, afirmando que as

impossibilita uma possível difusão desta

anos. Empreendimentos de grande porte

reclamações e os obstáculos não eram

fonte no País.

porque se poderia pensar que Pequenas

tão

Não obstante a relevância das tér­

Centrais Hidrelétricas (PCHs) bastariam para

Amazônia foi lembrada em uma época

micas e da usina eólica para a matriz

solucionar a questão. Contudo, segundo

em que a política ambiental está muito

elétrica nacional, de acordo com o diretor-

Areco, com grandes usinas hidrelétricas

forte”, diz.

executivo da Andrade & Canellas, todas são

ganha-se escala de produção. “É uma

Continuando, o professor da UFPA

coadjuvantes em relação à fonte hídrica. O

questão de planejamento. Se eu construir

declara que o problema não diz respeito

sistema elétrico brasileiro foi construído

uma grandona eu resolvo durante alguns

estritamente aos empreendimentos hidre­

pensando nisso: grandes usinas hidrelé­

anos esse problema de demanda. E

létricos, mas sim à transformação dos

tricas contando com grandes reservatórios

onde podemos construir usinas grandes?

conceitos no decorrer da história. “O

interligadas a centros de consumo por

O potencial está na região amazônica”,

contexto faz com que a hidrelétrica seja

uma intrincada malha de transmissão.

afirma.

‘maldita’ agora”, argumenta. Desse modo,

Assim, grosso modo, o Operador Nacional

A

usinas

conforme Szlafsztein, priorizar eólica no

do Sistema (ONS) consegue controlar a

hidrelétricas brasileiras data dos anos

lugar de hidrelétrica tampouco vai mudar

energia gerada e transmitida para todo

de 1970 e início dos anos 1980, época

o foco da questão, porque os grandes

o território nacional, fazendo com que

em que o Brasil era governado por uma

parques eólicos também podem passar

determinadas usinas, com pouca água

ditadura militar. Nessa época surgiram, por

por áreas de conservação ambiental ou

em suas represas, parem de produzir

exemplo, as usinas de Sobradinho (1.050

por reservas indígenas. “E se passarem,

eletricidade, poupem recursos, e sejam

MW), Jupiá (1.551,2 MW), Paulo Afonso IV

existirão reclamações do mesmo modo.

auxiliadas por outros empreendimentos

(2.462,4 MW), Ilha Solteira (3.444 MW) e

Trata-se muito mais do novo contexto

hidrelétricos e térmicos. Dessa maneira, o

Itaipu (14.000 MW), a maior usina do país.

político, ambiental”, reitera o professor.

operador consegue gerenciar e manter o

Todas, com o aval do governo vigente,

Segundo Szlafsztein, as contestações

equilíbrio do sistema.

sem muitas preocupações com o meio

são de dois tipos: uma advinda de pressão

de

catástrofe

ambiental,

maioria

das

grandes

grandes.

“Lamentavelmente,

a



62

Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

interna feita pelos indígenas, movimentos sociais, organizações não governamentais (ONGs), por exemplo; e outra de pressão externa realizada pelas Nações Unidas (ONU) e por governos de países do exterior que clamam para que não haja desmatamento da Amazônia. Além disso, de acordo com o professor da UFPA, contribui para a “má fama” das usinas hidrelétricas, a experiência vivida com a construção de Tucuruí (8.370 MW), localizada no Pará, que foi muito ruim do ponto de vista ambiental. Um dos transtornos ocasionados foi o alagamento de milhares de quilômetros quadrados de florestas, que acarretou um fenômeno chamado eutrofização: a liberação do dióxido de carbono e do metano devido à decomposição do material orgânico inundado.

Com o intuito de minimizar os problemas

ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas, começaram a ser projetadas e construídas usinas a fio d’água, ou seja, empreendimentos hidrelétricos que não dispõem de reservatório d’água ou que o apresentam em dimensões menores do que poderiam. Para o diretor-executivo da Andrade & Canellas, as hidrelétricas com reservatórios são essenciais ao sistema interligado brasileiro, pois assumem a geração de energia no lugar de outras que estão impossibilitadas de produzir em razão do baixo regime hidrológico. Contudo, segundo ele, como a tendência agora é inundar o mínimo, não será possível mais armazenar água nas novas usinas, pois não haverá espaço para tal. “Mas é preciso ter água para que as usinas cumpram outros papéis”, diz.

Entre as dificuldades de se implantar

usinas a fio d’água na região amazônica está o regime de chuva local, onde se alternam seis meses de período seco e seis meses com um grande volume de precipitação, como é o caso da usina de Belo Monte, como será visto mais adiante. As usinas deste tipo dependem mais fortemente da vazão das chuvas já que não podem armazenar água. Além disso, por ser uma Cerca de 87% das obras civis de Belo Monte estão concluídas. A entrada em operação da primeira turbina ocorrerá em março de 2016.

região de planície, com um desnível quase insignificante, favorece o acumulo de água.


63

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

“Qualquer barragem que se faça alaga

diminuir as exigências ambientais e sociais

potencial do Rio Madeira, em Porto Velho,

grandes áreas”, explica Areco. E alagando

só porque acha que as empresas não

Rondônia, as usinas de Santo Antonio

grandes áreas o impacto ambiental é maior.

vão cumprir. Se eu coloco muitas regras

e Jirau começaram a ter seus projetos

O professor da UFPA também não vê

a empresa precisa cumpri-las”, afirma o

elaborados em 2003. Desde então, foram

com bons olhos a utilização de usinas a fio

professor do Núcleo de Meio Ambiente

realizadas muitas reuniões e debates com

d’água. Para ele, a solução encontrada pelo

da UFPA, destacando que para isso é

diversos representantes de movimentos

governo e pelos empreendedores para

necessária fiscalização, monitoramento da

sociais e ambientalistas, que culminaram

investir em grandes usinas hidrelétricas

lei, o que vem faltando no Brasil.

em algumas mudanças em relação ao

e

concomitantemente

respeitar

projeto inicial. Segundo Victor Paranhos,

os

condicionantes ambientais não é a ideal.

Usinas da discórdia

diretor-presidente da Energia Sustentável do

“Se já foi decidido fazer a barragem,

Brasil,

concessionária

responsável

por que fazer pela metade? Já houve o

Em tempos em que a atenção está

pela Usina de Jirau, os empreendimentos

impacto”, diz. Conforme Szlafsztein, o

cada vez mais voltada para as questões

inicialmente contavam em seus projetos

debate é válido e pode até se chegar à

ambientais,

usinas

com reservatórios para armazenamento

conclusão de que empreendimentos deste

de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte,

de água e foram construídos como usinas

tipo não são os mais viáveis, contudo, “a

localizadas na Bacia Amazônica, se tornou

a fio d’água, com uma área destinada ao

partir do momento em que se decide por

motivo de discórdia entre aqueles que

reservatório pequena se comparada à

fazê-lo que se faça direito”.

defendem a utilização de tecnologias

potência instalada.

Já que os impactos são inevitáveis, o

menos agressivas à natureza e aqueles que

A Usina Hidrelétrica de Jirau tem

que se deve fazer, segundo Szlafsztein, é

vêm as usinas hidrelétricas de grande porte

capacidade total de 3.750 MW e um

realizar as medidas mitigadoras necessárias

como a principal saída para os desafios

reservatório de 302,6 km², que deve variar

e não diminuir o tamanho do reservatório,

energéticos do país em longo prazo.

sua área alagada entre 31 km² e 108 km².

pensando que as empresas terão menos

Partes do Complexo Hidrelétrico do

Por contar com essas limitações no que

trabalho com isso. “O governo não pode

Rio Madeira, cujo objetivo é aproveitar o

diz respeito ao tamanho do reservatório,

a

construção

das


64

Reportagem

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

como

reiterado,

grandes

declara que “a sustentabilidade é desde

o empreendimento poderá produzir sem

também,

restrições 2.184 MW. Não obstante, em

transtornos ambientais.

o princípio o elemento-chave da obra”

média, gerará aproximadamente 58% de

Nos casos de Santo Antônio e Jirau, o

e que a empresa fez seu trabalho “com

sua capacidade total. Para se ter uma ideia,

cientista especializado em climatologia e

pleno compromisso de atender às legítimas

a maior usina do Brasil, Itaipu, tem 61% de

pesquisador titular do Instituto Nacional de

demandas da comunidade e dos órgãos

energia assegurada.

Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Martin

reguladores”. Conforme a concessionária,

As obras civis de Jirau foram iniciadas

Fearnside, destaca entre os impactos

foram investidos aproximadamente R$ 2

em 2009 e sua primeira turbina entrou em

negativos o bloqueio da migração do bagre

bilhões em programas socioambientais.

operação comercial em setembro de 2013,

gigante no Rio Madeira, que, segundo ele,

A Santo Antônio Energia faz questão de

oito meses após a previsão inicial. Conforme

é ainda hoje um recurso econômico vital

salientar também que todas as ações da

Paranhos, desde novembro de 2014, no

não somente para o Estado de Rondônia,

companhia foram aprovadas pelo Instituto

entanto, a Energia Sustentável do Brasil

no Brasil, mas para Bolívia e Peru. De acordo

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

está à frente do cronograma. Atualmente,

com Fearnside, as passagens para peixes

Naturais

existem 37 turbinas funcionando e a

instaladas nas barragens de Santo Antônio

responsável pelas licenças de instalação e

expectativa, segundo o diretor-presidente

e Jirau também não foram suficientes para

operação da usina.

da Energia Sustentável do Brasil, é de

atrair o bagre ascendente adulto, uma vez

Já a Energia Sustentável do Brasil

que, até o final do ano, 41 das 50 turbinas

que o instinto do peixe é seguir a corrente

afirma ter investido em torno de R$ 1 bilhão

tipo Bulbo previstas estejam operando

principal do rio.

de reais em projetos socioambientais. De

comercialmente. A última será instalada em

Em relação, especificamente, à usina

acordo com o diretor-presidente da Energia

outubro de 2016, cumprindo o cronograma

de Santo Antônio, a construção das usinas

Sustentável do Brasil, Victor Paranhos,

proposto de concessão.

provavelmente,

Fearnside,

na atualidade a usina de Jirau apresenta

Por sua vez, a Usina Hidrelétrica de

agravou a erosão da orla de Porto Velho,

“pouquíssimo problema ambiental”. O

Santo Antônio teve um início de obra

cujo centro está a apenas 7 km abaixo da

grande impacto, na visão de Paranhos,

menos problemático. O empreendimento,

barragem. O pesquisador explica que

está relacionado à esfera social, que gera

que começou a ser construído em 2008,

a canalização da água pelo vertedouro

altos custos à empresa. Como exemplo

teve suas duas primeiras turbinas colocadas

alterou a correnteza à jusante da barragem,

de ação mitigatória o diretor cita o projeto

em operação em 30 de março de 2012, com

lançando mais água contra as áreas da

urbanístico Nova Mutum Paraná, que

nove meses de antecedência, conforme

cidade que ficam próximas do rio.

consistiu na edificação de, praticamente,

a Santo Antônio Energia, concessionária

uma cidade inteira. Além de construir

responsável pela usina. Assim como Jirau,

estaria

contribuindo para as recentes

1.600 casas, em uma área total de mais

a usina contará com 50 turbinas do tipo

inundações na Bolívia. Isso porque o Rio

de dois milhões de metros quadrados,

Kaplan. Atualmente, são 33 turbinas em

Madeira tem uma das maiores cargas de

capaz de receber até seis mil habitantes,

operação comercial e a previsão é de que

sedimentos do mundo, e sedimentos mais

a concessionária equipou a “cidade” –

até dezembro deste ano mais uma turbina

grossos, com a areia, tendem a migrar

entregue à prefeitura de Porto Velho – com

comece a gerar energia. As obras serão

para o fundo do reservatório, funcionando

ruas asfaltadas, sinal para telefonia celular e

concluídas em novembro de 2016.

como uma espécie de segunda barragem.

internet, saneamento básico etc.

A capacidade projetada de Santo

Assim, quando há a enchente do rio, essa

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte,

Antônio é de 3.568 MW e sua garantia física

“segunda barragem”, pode acarretar maior

situada na bacia do Rio Xingu, próxima ao

é de 2.424 MW. Nesse sentido, funcionará

inundação, afetando áreas da margem.

município de Altamira, no Pará, talvez seja

em média com quase 68% de sua potência

Como o reservatório de Jirau termina na

o projeto de empreendimento hidrelétrico

total. A área do reservatório corresponde a

divisa entre Brasil e Bolívia, de acordo

mais controverso do Brasil. Os estudos para

421,56 km², sendo que, deste montante,

com o pesquisador, é bem possível que

a realização da obra começaram em 1975,

142 km² referem-se à calha natural do rio

as enchentes em áreas protegidas do

mas intensas discussões, principalmente

Madeira, o que constitui uma área alagada

país andino tenham sido causadas pelo

centradas nos impactos negativos que a

de quase 280 km².

empreendimento.

construção do empreendimento acarretaria

Empreendimentos grandiosos assim

No entanto, as empresas que adquiriram

nos indígenas que habitam a região,

são capazes de beneficiar dezenas de

a concessão das usinas de Santo Antônio

levaram ao início das obras apenas em

milhões de pessoas, pois levam eletricidade

e Jirau afirmam sua preocupação com os

2011.

a milhões de residências, além de gerar

impactos causados à sociedade e ao meio

Em razão das polêmicas e pressões

empregos e alavancar o comércio local.

ambiente e destacam as ações realizadas

ambientais, diversas modificações foram

Entretanto, obras deste porte geram

para mitigá-los. A Santo Antônio Energia

feitas no projeto inicial; por exemplo, a

conforme

Já a usina de Jirau, segundo o cientista,

Renováveis

(Ibama),

órgão


65

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

diminuição da área alagada de 1200 km²

faz questão de salientar, no entanto, que o

ambiental e no licenciamento realizados.

para 503 km². Como consequência, o

atraso no cronograma se refere somente

empreendimento, que terá capacidade

à Casa de Força Complementar, no Sítio

a realização da obra, a Norte Energia se

máxima de 11.233,1 mil MW, produzirá

Pimental, que responde por apenas 3% do

defende afirmando que Belo Monte é fruto

somente 4.571 mil MW médios. Tal

total a ser gerado pelo empreendimento. De

de um diálogo e estudos que remontam

discrepância

algumas

acordo com a empresa, as obras da Casa de

meados da década de 1970. “São 40 anos

pessoas contrárias à obra questionassem

Força Principal de Belo Monte, que vai gerar

de debates com especialistas e a sociedade

a real necessidade da construção da usina.

97% de toda a energia do empreendimento,

civil

Apesar da limitação, a Norte Energia,

“estão rigorosamente em dia”, devendo

públicas e encontros com as populações

concessionária responsável pela usina,

iniciara operação comercial da primeira

dos municípios da área de influência

assegura que a quantidade é suficiente

turbina em março de 2016. A usina de Belo

do empreendimento”, diz. Conforme a

para atender a 60 milhões de pessoas em

Monte deve estar totalmente pronta em

concessionária, foi este diálogo aberto e

17 estados que já adquirem energia de

janeiro de 2019.

contínuo que proporcionou R$ 4 bilhões

Belo Monte no Ambiente de Contratação

e

em ações socioambientais para mitigação

Regulada (ACR).

sociais serão e estão sendo ocasionados

de impactos. Entre ações desenvolvidas,

Atualmente, cerca de 87% das obras civis

pela construção de Belo Monte. Segundo

a empresa destaca: o Projeto Básico

de Belo Monte estão concluídas. A entrada

o pesquisador do Inpa, Philip Fearnside,

Ambiental (PBA) da usina, o Projeto Básico

em operação da primeira das 24 turbinas,

o que é mais extraordinário na usina é o

Ambiental do Componente Indígena (PBA-

que era para ocorrer em 2015, foi adiada duas

impacto em potencial do projeto em vastas

CI) e o Plano de Desenvolvimento Regional

vezes por conta de greves, decisões judiciais

áreas de terras indígenas e da floresta

Sustentável do Xingu (PDRSX), proposto

e uma série de paralisações decorrentes de

tropical a montante do reservatório. Danos,

pelo governo federal e financiado pela

manifestações e ocupações de ribeirinhos,

que, de acordo com o cientista, não têm

empresa para executar projetos em 11

indígenas e ambientalistas. A Norte Energia

sido considerados nos estudos de impacto

municípios da região do Xingu.

fez

com

que

Diversos

transtornos

ecológicos

Diante de críticas e dificuldades para

organizada,

incluindo

audiências


66

Smart Grid

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Experiências europeias de políticas para promoção de redes inteligentes e desafios para o Brasil Por Nivalde de Castro, Lucca Zamboni e Roberto Brandão *


67 www.tonex.com

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

enquadramento teórico do tema, foram

ao consumidor final (acesso online

realizadas visitas e reuniões técnicas às

ao

agências reguladores, principais players

automação doméstica etc.).

consumo,

tarifação

dinâmica,

(On, EDF, ENEL e EDP) e centros de pesquisas na Alemanha, França, Itália e

Porém,

Portugal, culminando com o seminário

distribuição de energia elétrica está

como

o

segmento

de

internacional promovido pelo Gesel

subordinado às regras de regulação e é

e ERSE (Regulador de Portugal) no

capital intensivo, o processo de inovação

dia 12 de junho em Lisboa. Parte dos

relacionado às redes inteligentes e sua

resultados mais gerais e estratégicos

velocidade de difusão tendem a estar

destas atividades está sistematizada

condicionados:

neste artigo. Neste

sentido,

o

artigo

está

I – À estrutura do mercado e;

dividido em três partes, além desta

II – Ao marco regulatório, notadamente

breve e sintética introdução. A primeira

à regulação tarifária.

parte apresenta um enquadramento conceitual lato sensu e dos benefícios

No que diz respeito à estrutura

das redes inteligentes. Na segunda parte

do mercado, a escala das empresas,

é analisada a experiência europeia com

medida pelo número de consumidores,

foco nos casos italiano, francês e alemão.

é um fator preponderante. Em países

A terceira parte examina a experiência

em

brasileira. Por fim, são sistematizadas as

pulverizadas em grande número de

conclusões preliminares, destacando-se

empresas,

acima

que

as a

redes

elétricas

viabilidade

estão

econômica

da

dos investimentos em automação e em

escala e de sinais regulatórios como

instalação de medidores inteligentes

elementos definidores de avanço das

tende a ser questionável, dadas as

redes inteligentes nos países europeus

notórias

analisados.

atividades relacionadas à automação.

de

tudo

a

importância

economias

de

escala

das

A Alemanha, que tem mais de 900

I - Enquadramento conceitual

empresas de distribuição, é um exemplo de país em que a economicidade das

O

Elétrico

Grupo de Estudos do Setor (Gesel),

da

Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem desenvolvendo no âmbito do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a EDP Brasil o projeto “Avaliação de políticas e ações de incentivo às inovações tecnológicas no setor elétrico: análise da experiência internacional

e

propostas

para

o

Brasil”. Após seis meses de estudos e

As redes inteligentes compreendem

redes

inteligentes

sobretudo

de

um conjunto de inovações nas redes

medidores inteligentes – é duvidosa.

elétricas, que implicam no aumento

O contrário ocorre em países como a

do grau de automação e na introdução

Itália e França, que contam com uma

de novas funcionalidades, sobretudo,

empresa distribuidora dominante, capaz

relativas ao atendimento direto ao

de explorar os ganhos relativos à escala.

consumidor.

novas

às

redes

importante para a disseminação de redes

entre

outras

inteligentes. Os investimentos em redes

A

difusão

tecnologias

associadas

inteligentes

permite,

das

coisas:

A regulação também tem um papel

inteligentes têm características distintas dos investimentos tradicionais na rede

I – Redução de custos O&M (perdas,

de distribuição. Em primeiro lugar,

fraudes, leitura etc.);

investimentos em redes inteligentes

II – Gestão mais eficiente das infraes­

envolvem

truturas;

rubricas

III – Melhoria da segurança operativa;

considerar como custos operacionais,

gastos que

a

substanciais regulação

em

costuma

IV – Flexibilização da demanda com

como é o caso do desenvolvimento e

consumidores mais participativos;

manutenção de sistemas informatizados.

V – Integração de geração distribuída;

Este tipo de investimento, grosso modo,

VI – Serviços de valor adicionado

não costuma ser remunerado na tarifa,


Smart Grid

68

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

dado que a rentabilidade das empresas

própria e independente da Enel. Foi

distribuidoras advém basicamente da

uma experiência anterior às políticas

aplicação do WACC sobre os ativos

de

fixos da concessão. Além disso, estes

europeias

investimentos

incentivo e

às

redes

mesmo

inteligentes

italianas.

Os

enquadram

estudos iniciais com a tecnologia de

bem no conceito de investimentos

medição inteligente datam de 1996 e

prudentes,

não

se

reconhecidos

o roll out ocorreu entre 2001 e 2007,

pela regulação por incentivos, uma

com investimento de 2,1 bilhões de

vez que envolvem tecnologias ainda

euros, possibilitando a instalação de 32

não maduras e por isso têm riscos de

milhões de medidores.

obsolescência e de não apresentarem na

A

prática todos os benefícios esperados.

reconheceu

Finalmente, tais investimentos podem

investimentos do projeto de redes

implicar na substituição de ativos ainda

inteligentes na base de remuneração

não

os

únicos

agência

reguladora inicialmente

não os

algo

da empresa, o que equivale a dizer

normalmente penalizado pela regulação

que o investimento realizado não foi

tarifária.

incorporado na remuneração da Enel

depreciados

totalmente,

e, consequentemente, não implicou

II - Experiência europeia

em aumento da tarifa. A avaliação da Enel ao decidir pela implantação

As diretivas da Comissão Europeia

do projeto foi de que a redução de

são no sentido de apoiar a disseminação

custos proporcionada pela automação

de redes inteligentes. Como o panorama

e pelo combate mais eficiente a perdas

europeu é bastante heterogêneo, com

não técnicas seriam suficientes para

países em estágios de desenvolvimento

remunerar o investimento. Segundo a

distintos no que diz respeito às redes

empresa, os benefícios derivados da

inteligentes. No caso específico dos

maior eficiência e redução das perdas

medidores inteligentes, a sua adoção

foram de 499 milhões de euros ao

depende de cada país e é feita com

ano, com custos relacionados às novas

base em uma análise de custo-benefício

tecnologias e processos de 67,5 milhões

da implantação da tecnologia. Neste

de euros por ano, determinando uma

sentido, algumas nações já massificaram

redução líquida de custos tangíveis de

a

431,5 milhões de euros por ano.

tecnologia

dos

medidores

de

consumidores residenciais, enquanto

A recuperação dos investimentos

outros países planejam um roll out de

foi possível devido, em grande medida,

medidores no curto/médio prazo e

às características do modelo tarifário

outros ainda não têm planos concretos

italiano, em que a empresa captura

com este propósito.

integralmente

eventuais

ganhos

de

políticas

eficiência durante o primeiro ciclo

de incentivo à difusão das redes

tarifário (quatro anos), mas retém no

inteligentes e as motivações para a

ciclo seguinte metade dos ganhos

sua adoção variam de acordo com as

verificados, só havendo o repasse

especificidades de cada país. Vejamos

integral ao consumidor do acréscimo

alguns

de eficiência ao final de oito anos.

Nestes

termos,

exemplos

as

significativos

no

continente europeu.

Apenas com as economias apropriadas pela Enel durante um ciclo tarifário não

O

caso italiano

teria sido possível ter o retorno sobre o

A Itália teve uma das primeiras

capital investido com o projeto de redes

experiências bem-sucedidas de massifi­

inteligentes. Mas com a apropriação de

ca­ ção da implantação de medidores

ganhos por mais quatro anos, o retorno

inteligentes. Tratou-se de uma iniciativa

se mostrou positivo e os investimentos



Smart Grid

70

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

foram realizados transformando a Itália

piloto com cerca de 250 mil medidores.

em uma experiência exitosa.

Com

A

política

governamental

base

nestas

experiências,

o

de

governo francês tomou recentemente

incentivo às redes inteligentes e a

a decisão de massificar esta inovação

regulação

tecnológica para todos os clientes.

tarifária

específica

são

posteriores ao projeto de massificação

dos medidores inteligentes da Enel. A

na Itália, os medidores pertencem à

partir de 2007, na esteira do sucesso

distribuidora. Da mesma forma, a EDRF

do projeto da Enel, os smart meters

avaliou, dada sua escala de mercado,

passaram a ser obrigatórios para todas

que a nova tecnologia se paga sozinha

as distribuidoras. A regulação tarifária

com base nos benefícios tangíveis para a

foi alterada para incluir incentivos aos

distribuidora (redução de custos) serem

investimentos em redes inteligentes e

suficientes para tornar a implantação

as demais distribuidoras passaram a ter

economicamente viável.

metas de implantação.

Ainda assim, foi preciso desenhar

O problema que a nova diretriz

uma regulação econômica nova para

governamental procurava endereçar era

viabilizar o investimento de 4,5 bilhões

o das pequenas distribuidoras, uma vez

de euros. Seguindo o exemplo do

que a Enel já havia, por sua conta e risco,

regulador italiano, os medidores novos

implantado o seu projeto. Na Itália, a

não farão parte da base de ativos

Enel é responsável por cerca de 85%

regulatória e com isso sua implantação

do mercado de distribuição, enquanto

não implicará em aumento de tarifas. Em

os

pulverizados

compensação, as reduções nos custos

em cerca de 100 distribuidoras. As

da distribuidora advindas da difusão

economias percebidas pela Enel em seu

em larga escala desta nova tecnologia

projeto de redes inteligentes decorriam

não serão repassadas aos consumidores

em grande medida do tamanho do

enquanto o investimento original não

seu mercado, pois a parte dos custos

for pago. A principal vantagem de

com o novo projeto, notadamente,

curto prazo para os consumidores será

os custos com desenvolvimento e

o acesso a uma plataforma tecnológica

manutenção de sistemas, estão sujeitos

mais avançada e a produtos e serviços de

a grandes economias de escala. Com

valor adicionado que serão viabilizados

isso, as economias de custos obtidas

pelo medidor inteligente.

outros

15%

estão

Na França, a exemplo do que ocorre

em distribuidoras menores não se mostravam

suficientes

para

custear

O

caso alemão

sozinhas os investimentos necessários

A atual política alemã consiste

para universalizar o novo padrão de

em

medidores.

regulatória

tecnológico a fim de ampliar a oferta de

de

2007,

soluções para smart grid, mas não na

incorporar na base de remuneração

demanda para produtos relacionados.

das

investimentos

Não há, por ora, a intenção de induzir a

inteligentes

massificação dos medidores inteligentes

adotada

foi,

solução a

partir

distribuidoras

realizados como

A

em

os redes

contrapartida

universalização

das

dos

metas

investir

e a causa central desta decisão está na

medidores

avaliação de que a nova tecnologia tem custos que não justificam os benefícios, mesmo

O

desenvolvimento

de

inteligentes.

no

caso francês

Na França há uma grande empresa

computando-se

benefícios

não tangíveis, como o estímulo ao uso racional da energia, potencial resposta

de distribuição, a ERDF, responsável

da demanda a preços etc.

por 95% da distribuição nacional, que

desenvolveu com sucesso projetos-

que diz respeito às redes inteligentes

A prioridade do governo alemão no


71

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

é

a

melhoria

na

automação

III - A experiência brasileira

da

municipal, o que complica muito a

transmissão

adoção de sinais regulatórios de caráter

e distribuição. O regulador alemão

nacional e, nestes termos, aumenta

No

Brasil,

reconhece que o aumento no grau de

o custo de transação para qualquer

redes

inteligentes

automação na rede requer modificações

mudança regulatória mais abrangente.

financiamento de projetos piloto com

do sinal regulatório. Hoje a regulação

Outro

fator

incentiva

investimentos

fato

medidor

fixos

da

concessão

em

detrimento

rede

convencional

de

de

limitação

é

o

incentivo está

às

restrito

ao

o

recursos a fundo perdido do P&D da

pertencer

Aneel e ao Programa Inova Energia por

(equipamentos)

necessariamente à distribuidora, pois os

meio de um pacote de financiamentos

investimentos

em

ativos

do

não

serviços de medição são considerados

envolvendo, além da Aneel, o BNDES e

classificadas como custos operacionais,

como

Finep, com possibilidade de ser utilizado

como é o caso de gastos em sistemas

exercidos por outras empresas. No

para projetos de redes inteligentes.

e automação, o que retira o incentivo

contexto

de

A decisão de investir em redes

a

para

telecomunicação adotadas na Itália e na

inteligentes compete exclusivamente

os

França, em que a comunicação com o

às

ganhos tangíveis com a automação

medidor é feita pela distribuidora, não

introduzido até o momento nenhum

são menores. O tratamento tarifário

são viáveis. Por essa razão, desenhou-se

mecanismo tarifário para estimular

da substituição de ativos ainda não

um modelo de medição inteligente em

estes

totalmente depreciados também é uma

que a comunicação entre o medidor

motivações para a implantação de

questão.

e o servidor de dados seria feita por

redes inteligentes no Brasil parecem

uma

telecomunicação/

ser o combate às perdas não técnicas

participação

estes

de

últimos,

distribuidoras

sobretudo

pequenas,

onde

A estrutura do mercado alemão no

competitivos alemão,

empresa

de

e as

podem soluções

ser

distribuidoras

e

investimentos.

não

As

foi

principais

segmento de distribuição de energia

informática

da

e a melhoria na qualidade do serviço,

elétrica e algumas das características

distribuidora. A solução desenhada é

que podem justificar investimentos

do mercado alemão parecem ser as

cara e os benefícios são duvidosos.

em

responsáveis

custo-benefício

Portanto, os benefícios tangíveis

como a instalação e a substituição

medidores

para a distribuidora, que viabilizaram

dos

pelo

desfavorável

dos

sem

inteligência

de

medidores

rede,

tradicionais

o

o roll out de medidores inteligentes

consumidores

finais

em

mercado de distribuição alemão é

e os investimentos associados em

distribuidoras

com

maior

altamente

inteligentes.

Em

primeiro

lugar,

nos

algumas

totalizando

modernização da rede de distribuição

Porém,

na Itália e na França, simplesmente

possuem áreas de concessão com

provavelmente explica o alto custo da

não ocorrem na Alemanha, levando

reduzidas

automatização.

a um diagnóstico de custo-benefício

qualidade de serviço satisfatória, a

desfavorável.

atratividade dos investimentos pode

No entanto, parte da

regulação da distribuição é de caráter

distribuidoras

escala.

mais de 900 distribuidoras, o que

pulverizado,

para

bem

perdas

comerciais

que e/ou


Smart Grid

72

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Conclusões preliminares

ser questionável. Entretanto,

os

custos

de

implantação das redes inteligentes

no Brasil tendem a ser elevados.

no grau de automação das redes é

Parece consensual que o aumento

As soluções de comunicação com o

desejável e merece a formulação de

medidor via PLC não têm apresentado

políticas e sinais regulatórios específicos

um

nas

para sua promoção e difusão. No

condições das redes brasileiras e

entanto, a massificação da instalação de

mesmo o uso dos serviços de dados

medidores inteligentes, especialmente

das empresas de telecomunicação

em pequenos consumidores de baixa

tem se mostrado pouco eficiente.

tensão,

A

controversa.

desempenho

solução

satisfatório

técnica

recomendável

permanece que

tange

uma

seria a montagem de uma rede de

No

comunicação dedicada usando rádio

econômica, os custos (inclusive de

ou soluções híbridas, mas todas com

transação) tendem a ser maiores em

custo de implantação provavelmente

países com muitas distribuidoras ou

muito elevado.

onde as distribuidoras não são donas

Outro problema é que a vida útil

dos medidores. Além disso, a escala

esperada dos medidores inteligentes

é importante para reduzir custos na

atuais é muito curta, de oito anos

medida em que gastos com automação

apenas, em função das condições

são melhores diluídos em uma base

climáticas a que estes equipamentos

grande de clientes.

são submetidos. Esta restrição sugere

Finalmente,

a necessidade de desenvolvimento de

redes inteligentes, mesmo que restrita

medidores eletrônicos mais robustos

à automação das redes de distribuição,

para

a

à

questão viabilidade

disseminação

das

condições

pode requerer alterações regulatórias,

brasileiras. Além disso, a pulverização

pois ela implica em gastos que são em

do

a

operação

nas

(64

parte atualmente classificados como

distribuidoras) tende a encarecer todo

custos operacionais, não fazendo jus à

o tipo de solução de automação,

remuneração na tarifa de distribuição.

na medida em que os custos dos

Porém, a aceitação social das redes

sistemas de informática teriam de

inteligentes tende a passar por arranjos

ser

base

regulatórios que não impliquem em

de clientes que em muitos casos

aumentos nas tarifas, à exemplo das

é

experiências francesa e italiana.

mercado

de

remunerados, estreita.

distribuição

com

uma

Finalmente,

o

modelo

regulatório não induz investimentos em redes inteligentes, não havendo mecanismo de mitigar o risco acrescido de

investimentos

em

tecnologias

ainda não maduras e, sobretudo, não existindo mecanismo para remunerar investimentos

em

automação

que

não impliquem em compra de ativos elétricos.

A

operacionais

redução também

de é

custos

duvidosa:

por um lado, reduzimos custos com leituristas e deslocamentos para cortes e restabelecimento do sistema, mas agregamos custos para automatizar funcionalidades nas redes e manter redes de telecomunicação próprias.

*Nivalde José de Castro é economista com mestrado em Economia da Indústria e da Tecnologia e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor e pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Lucca Zambonni é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Atualmente, é gerente do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da EDP Bandeirante Energia S.A. Roberto Brandão é formado em filosofia e economia. É mestre em Filosofia e em Economia, com MBA em Finanças pelo Ibmec. É consultor na área de finanças de empresas do setor elétrico, como Eletrobras, Furnas, Chesf, Alusa, entre outras. É pesquisador sênior em Finanças do Gesel.



74

Pesquisa - Materiais para aterramento

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

El Niño mais forte aumenta a chance de tempestades e de raios neste verão Neste cenário, ganha ainda mais relevância dispositivos que objetivam proteger pessoas e também equipamentos dos efeitos causados pelas descargas elétricas que atingem o solo. Pesquisa desta edição traz mais informações sobre este mercado


75

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

O Brasil é um dos países com maior incidência de descargas

de aterramento (58%). Além disso, a pesquisa traz o registro de

atmosféricas no mundo. Por ano, caem em território nacional por

que o faturamento de grande parte (32%) das empresas da área

volta de 50 milhões de raios. Conforme o Grupo de Eletricidade

que responderam ao levantamento gira em torno de R$ 5 milhões

Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

e de que elas projetam crescimento de 9% em 2015, número um

(Inpe), o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior

pouco menor do que o registrado no ano passado (10%). Confira

concentração de raios e Porto Real, no Rio de Janeiro, a cidade

a seguir, a pesquisa na íntegra:

com maior concentração de raios do país - aproximadamente 20 raios por km² por ano.

Análise do mercado brasileiro de materiais

O Elat divulgou recentemente pesquisa inédita a respeito

para aterramento

dos efeitos do fenômeno climático El Niño na incidência de tempestades da região Sudeste. Até o momento, o grupo contava apenas com um mapeamento relevante do evento climático nas regiões Sul e Norte/Nordeste do país. Esta ferramenta é importante, pois a tendência é que, com o El Niño mais forte, ocorram mais tempestades no Sul, no Sudeste e no Centro-oeste brasileiros. E com mais tempestades, maior o número de descargas atmosféricas nestas localidades.

Indústrias e comércios são os principais segmentos de atuação

das empresas que compõem o mercado brasileiro de materiais para aterramento. 92% e 68% dos entrevistados afirmaram comercializar seus produtos com mais intensidade nas áreas industrial e comercial, respectivamente. PRINCIPAIS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO

A expectativa é de que o El Niño venha com mais força no

próximo verão. Na realidade, a projeção é de que seja o quarto Público

mais forte da história. Neste sentido, a pesquisa do Elat prevê

32%

um aumento na ocorrência de tempestades em relação ao último verão de 20% na região Sul, 20% na região Sudeste e 10%

Residencial

34%

na região Centro-oeste. Dados da Rede Brasileira de Detecção

Comercial

de Descargas Atmosféricas (BrasilDat), dos meses de agosto,

68%

setembro e outubro, já sob o efeito do El Niño, mostram que realmente a tendência é o aumento de tempestades e

Industrial

92%

consequentemente o de raios. No Sudeste, por exemplo, nos referidos meses, foram registradas 480 mil descargas elétricas atingindo o solo, contra 310 mil descargas no mesmo período de 2014; aumento de 52%.

Ao falar de raios não se pode ignorar o seu perigo à vida

A venda direta ao cliente final e distribuidores/atacadistas

dos seres humanos. De acordo com dados do Elat, de 2000

continuam sendo os canais de vendas mais utilizados pelas

até 2014, o país já registrou 1.789 mortes ocasionadas por

empresas da área. No levantamento deste ano, a venda direta foi

descargas atmosféricas, contabilizando o maior índice em

apontada por 80% dos pesquisados e 72% declararam utilizar

2001, com 193 mortes. Ainda segundo o Elat, das 50 mortes

maciçamente distribuidores e atacadistas.

por descargas atmosféricas que acontecem no mundo, uma ocorre no Brasil. Ante este quadro, têm muita relevância os

PRINCIPAIS CANAIS DE VENDAS

equipamentos, que objetivam proteger pessoas e também equipamentos dos efeitos causados pelas descargas elétricas que atingem o solo, tais como captores, cabos e acessórios para o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), hastes de aterramento e dispositivos de proteção contra surtos.

A pesquisa desta edição da revista O Setor Elétrico trata

exatamente

destes

equipamentos,

trazendo

informações

atualizadas sobre o mercado de materiais para aterramento. Entre os dados levantados, está o fato de que os conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização são os

principais

produtos

comercializados

pelas

empresas,

representando 64% das vendas das companhias entrevistadas, seguidos por dispositivos de proteção contra surto (60%) e hastes

Outros

18%

Telemarketing

22%

Revendas/varejistas

56% 72%

Distribuidores/ tacadistas

80%

Venda direta ao cliente final


Pesquisa - Materiais para aterramento

76

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

No que diz respeito à certificação ISO, os números se

mantiveram praticamente os mesmos. Na pesquisa de 2014, 52%

2014 (23%) declarou que seu faturamento em 2013 girava entre

das empresas declararam ter a ISO 9001 e 21% a ISO 14001.

R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. O que se pode concluir é que

Já no levantamento de 2015, houve um pequeno aumento, com

houve uma retração das vendas em 2014, já que, no levantamento

60% dos entrevistados dizendo contar com a ISO 9001 e 24%

deste ano, a maioria (32%) disse faturar até R$ 5 milhões.

A maioria das empresas entrevistadas no levantamento de

com a ISO 14001. FATURAMENTO MÉDIO ANUAL DAS EMPRESAS EM 2014

CERTIFICAÇÕES ISO

10%

14001 (ambiental)

5%

24%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

9001 (qualidade)

Acima de R$ 500 milhões 32%

Até R$ 5 milhões

2%

60%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 5%

De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões

7%

Assim como na pesquisa realizada no ano passado, cabos,

12%

De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões

cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização; dispositivos protetores de surtos de energia;

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 17%

10%

e hastes de aterramento continuam sendo os principais produtos

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

comercializados pelas empresas do ramo. PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELAS EMPRESAS

64% 60%

Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização Dispositivo protetor de surtos de energia

Como de costume, a balança comercial pende para o mercado

interno, com 90% dos pesquisados atestando comercializar seus produtos em âmbito nacional. DESTINO FINAL DOS PRODUTOS

Hastes de aterramento

58% 44% 42%

SPDA (captores, cabos e acessórios)

10%

Exportação Mercado nacional

Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

90%

Solda exotérmica

40% 40% 30% 26% 12%

Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização

Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Malhas de aterramento pré-fabricadas

Resistores de aterramento

Os mercados de SPDA (captores, cabos e acessórios),

de dispositivos protetor de surto e o de dispositivos de protetor de surtos de sinais são os mais modestos. Segundo a maioria das empresas entrevistadas, eles faturam até R$ 20 milhões por ano. Já os mercados de hastes de aterramento e de cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização apresentam número relativamente melhores, faturando, de acordo com grande parte das empresas pesquisadas, entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões.



Pesquisa - Materiais para aterramento

78

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Percepção sobre o tamanho anual do mercado em 2015 SPDA (CAPTORES, CABOS E ACESSÓRIOS)

DISPOSITIVO PROTETOR DE SURTOS DE ENERGIA

10%

11%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

32%

Até R$ 20 milhões

14%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 48%

14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

18%

28%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

25%

Até R$ 20 milhões

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

CABOS, CORDOALHAS E CONECTORES PARA SISTEMAS DE ATERRAMENTO E/OU EQUIPOTENCIALIZAÇÃO

HASTES DE ATERRAMENTO

6%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 7%

19%

6%

Até R$ 20 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

6%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 13%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

26%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 42%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

38%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

9%

Até R$ 20 milhões

28%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões


79

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

DISPOSITIVO PROTETOR DE SURTOS DE SINAL (TELEFONIA, DADOS, ETC.)

4%

4%

As opiniões se dividiram, mas a maior parte dos entrevistados

(24%) indicou a desaceleração da economia como o fator que mais afetou e afetará o mercado neste ano. A falta de confiança

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

de investidores; a desvalorização da moeda brasileira; e o setor

11%

da construção civil desaquecidos também foram itens bastantes

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

votados, dividindo a segunda posição com 15% cada. FATORES QUE INFLUENCIARAM (POSITIVA OU NEGATIVAMENTE) O MERCADO DE ATERRAMENTO EM 2014

22%

59%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Até R$ 20 milhões

2%

Programas de incentivo do governo

As empresas do setor que participaram deste levantamento

acertaram suas previsões em 2014. Esperavam crescer 10% e efetivamente apresentaram uma elevação de 10%. Para 2015, as empresas estão um pouco mais pessimistas. A expectativa é de que a elevação do faturamento fique por volta de 9%. Em relação ao crescimento do mercado em 2015, o prognóstico das empresas entrevistadas é ainda pior: um acréscimo de apenas 2%. No levantamento do ano passado, projetaram crescimento de 8%.

2%

Bom momento econômico do país

3%

Falta de normalização e/ou legislação

24%

5%

Desaceleração da economia brasileira

Incentivos por força de legislação ou normalização 5%

Outros

PREVISÕES DE CRESCIMENTO

6%

Crise internacional Crescimento das empresas registrado em 2014 comparado ao ano anterior

10% 9% 8% 2%

Previsão de crescimento para as empresas em 2015 Acréscimo ao quadro de funcionários da empresa em 2015

Crescimento do tamanho anual total do mercado para 2015

8%

Projetos de infraestrutura

15%

Desvalorização da moeda brasileira

15%

15%

Setor da construção civil desaquecido

Falta de confiança de investidores


Pesquisa - Materiais para aterramento

X

(11) 98514-5432 www.abb.com.br

São Paulo

SP

X

ADIMARCO

(21) 2494-7140

www.adimarco.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X

X

ASELCO

(11) 3017-3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

X

CLAMPER

0800 703 0555

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

X

X

CONDUMAX

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

X

X

X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

X

EMBRASTEC

(16) 3626-2324

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

X

X

ERICO

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

X

X

X

ERICO DO BRASIL

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

X

X

X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1546

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

X

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

X

X

IDEAL ENGENHARIA

(11) 3287-0622

www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

INCESA

(17) 3279-2600

www.incesa.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411

www.intellistorm.com.br

Orlândia

SP

X

J.DEMITO

(11) 3459-4744

www.jdemitoeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

LEGRAND

(11) 5644-2508

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

LPM MONTAGENS

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

S. Bernardo do Campo

SP

MAKAP

(41) 3029-4111

www.limpoeletronica.com.br

Almirante Tamandaré

PR

MAXXWELD

(41) 3383-9120

www.maxxweld.com.br

São José dos Pinhais

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

MERSEN

(11) 2348-2360

ep-fr.mersen.com

X

X X

X X

X X

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X

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São Paulo

SP

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São Paulo

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PR

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X X

X

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X X

X

X

X

X

X

X X

X

Programas na área de responsabilidade social

X

MG

ABB

Certificado ISO 14001

X

X

Estado

Belo Horizonte

Certificado ISO 9001

X

X

Cidade

www.grupoabaco.com.br

Outros

Distribuidores / atacadista

X

X

Site

(31) 3481-1890

Telemarketing

Público

X

Telefone

ÁBACO PROJETOS

Venda direta ao cliente final

Residencial

X

EMPRESA

Fabricante

Comercial

Canal de Vendas

Industrial

Principal segmento

Distribuidora

A empresa é

Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Revendas / varejistas

80

X

X

X

X

X

X

X

X

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X X

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X X

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X

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X

X

X

X

X


81

(31) 3476-7675

www.montal.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

NUTSTEEL

(11) 2122-5776

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

OLIVO

(48) 2102-8800

www.olivosa.com.br

Siderópolis

SC

X

X

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

PARAENG

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

Contagem

MG

X

PARATEC

(11) 3641-9063

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

PHOENIX CONTACT

(11) 3871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

PROEX COMPONENTES

(21) 2195-9244

www.proexrio.com.br

Rio de Janeiro

RJ

PROVITEL

(11) 2239-1484

www.provitel.com.br

São Paulo

SP

PW ELETRONICA

(24) 2246-7800

www.pweletronica.com.br

Petrópolis

RJ

X

RAYCON PARA-RAIOS

(11) 3994-1906

www.raycon.com.br

São Paulo

SP

X

REATIVA ENGENHARIA

(42) 3222-3500

www.reativa.com

Ponta Grossa

PR

X

X

REYMASTER

(41) 3021-5000

www.reymaster.com.br

Curitiba

PR

X

X

X

X

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500

www.romagnole.com.br

Mandaguari

PR

X

SIEMENS

0800 11 9484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

TE CONNECTIVITY

(11) 2103-6000

www.te.com/energy

São Paulo

SP

X

X

X

TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

WEIDMÜLLER CONEXEL

(11) 4366-9576

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

X X

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X

X

Programas na área de responsabilidade social

MONTAL

Certificado ISO 14001

X

Cidade São Paulo

Certificado ISO 9001

X

Site www.minipa.com.br

Outros

X

Telefone (11) 5078-1850

Telemarketing

Revendas / varejistas

X

MINIPA

Venda direta ao cliente final

Distribuidores / atacadista

X

Público

X

Canal de Vendas

Residencial

X

Comercial

Industrial

Estado SP

Distribuidora

EMPRESA

Principal segmento

Fabricante

A empresa é

Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

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X X


Pesquisa - Materiais para aterramento

82

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

X

X

www.abb.com.br

São Paulo

SP

X X

X X

X

X

X

ADIMARCO

(21) 2494-7140

www.adimarco.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X X

X

X

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X X

X

X

X

X

X

ASELCO

(11) 3017-3131

www.aselco.com.br

São Paulo

SP

X

X X

X

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X

X

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X X

X X

X

X

X

X

X

CLAMPER

0800 703 0555

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X X

X X

X

CONDUMAX

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

EMBRASTEC

(16) 3626-2324

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

ERICO

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

X X

X X

ERICO DO BRASIL

(11) 3623-4333

www.erico.com

São Paulo

SP

X X

X X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X X

X X

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X X

X X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1546

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

X X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X X

X X

IDEAL ENGENHARIA

(11) 3287-0622

www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

INCESA

(17) 3279-2600

www.incesa.com.br

Olímpia

SP

X

X X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411

www.intellistorm.com.br

Orlândia

SP

X

X X

J.DEMITO

(11) 3459-4744

www.jdemitoeletrica.com.br

São Paulo

SP

LEGRAND

(11) 5644-2508

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

LPM MONTAGENS

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

S. Bernardo do Campo

SP

MAKAP

(41) 3029-4111

www.limpoeletronica.com.br

Almirante Tamandaré

PR

MAXXWELD

(41) 3383-9120

www.maxxweld.com.br

São José dos Pinhais

PR

X X

X X

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

SP

X X

X X

MERSEN

(11) 2348-2360

ep-fr.mersen.com

São Paulo

SP

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X X

X X

X

X X X

X

Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

X X

(11) 98514-5432

Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização

X

ABB

Estado MG

Hastes de aterramento

Oferece projeto para os clientes

SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento

Cidade Belo Horizonte

Instalação dos produtos para os clientes Manutenção dos produtos para os clientes

Site www.grupoabaco.com.br

EMPRESA

Exporta produtos acabados

ÁBACO PROJETOS

Telefone (31) 3481-1890

Importa produtos acabados

Treinamento técnico para os clientes

Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui

X

X

X X

X

X

X X

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X

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X

X


83

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

www.montal.com.br

Belo Horizonte

MG

NUTSTEEL

(11) 2122-5776

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

OLIVO

(48) 2102-8800

www.olivosa.com.br

Siderópolis

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

PARAENG

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

PARATEC

(11) 3641-9063

PHOENIX CONTACT

X X

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X X

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SP

X X

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SC

X X

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Mandaguari

PR

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X X

Contagem

MG

X

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

X

(11) 3871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

X X

PROEX COMPONENTES

(21) 2195-9244

www.proexrio.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X X

X X

PROVITEL

(11) 2239-1484

www.provitel.com.br

São Paulo

SP

X X

X X

PW ELETRONICA

(24) 2246-7800

www.pweletronica.com.br

Petrópolis

RJ

X

X X

RAYCON PARA-RAIOS

(11) 3994-1906

www.raycon.com.br

São Paulo

SP

REATIVA ENGENHARIA

(42) 3222-3500

www.reativa.com

Ponta Grossa

PR

REYMASTER

(41) 3021-5000

www.reymaster.com.br

Curitiba

PR

X X

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500

www.romagnole.com.br

Mandaguari

PR

X

X

SIEMENS

0800 11 9484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X X

X X

X

TE CONNECTIVITY

(11) 2103-6000

www.te.com/energy

São Paulo

SP

X X

X X

X

TERMOTÉCNICA

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X X

X

WEIDMÜLLER CONEXEL

(11) 4366-9576

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X X

X

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X

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X

X

X

X

Solda exotérmica Dispositivo protetor de surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

(31) 3476-7675

Malhas de aterramento préfabricadas Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização

MONTAL

Hastes de aterramento

Estado SP X X

SPDA(captores,cabos e acessórios) Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Resistores de aterramento

Cidade São Paulo

Instalação dos produtos para os clientes Manutenção dos produtos para os clientes

Site www.minipa.com.br

Projeto para os clientes

Telefone (11) 5078-1850

Treinamento técnico para os clientes

MINIPA

Importa produtos acabados

EMPRESA

Exporta produtos acabados

Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui

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84

Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

Condicionamento e geração de energia Onda de sustentabilidade e alta das tarifas estimulam indústrias e outras companhias a investirem em autoprodução de energia a partir do gás natural Para não perder a competitividade, indústrias brasileiras

estão investindo na contratação de soluções temporárias ou

setores alimentício, químico e siderurgia, por serem eletrointensivas

complementares de energia para reduzir a sua conta de consumo

(consomem muita energia elétrica) – realizam estudos de consumo

no horário de ponto. De acordo com a empresa especializada em

nesse horário de ponto a fim de encontrar uma alternativa econômica

soluções de energia e controle de temperatura, Aggreko, houve um

que pode representar uma redução de até 15% no valor da conta de

aumento de cerca de 40% na procura por locação de geradores

energia. A contratação de geradores é uma opção que tem atraído

de energia de empresas que possuem demanda contratada acima

muitos empresários para uso nesses horários em que a tarifa é mais

de 2.000 kVA, estão no mercado regulado e mantêm alto consumo

elevada. Além disso, a preocupação com a sustentabilidade leva

no chamado horário de ponta (horário em que a energia elétrica é

muitas empresas a optarem pelo sistema de autoprodução a gás

mais utilizada, entre 17h e 22h, conforme a programação de cada

natural, combustível menos nocivo ao meio ambiente comparado ao

concessionária).

óleo diesel.

Pensando nisso, boa parte das indústrias – especialmente dos


85

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Esse processo, no entanto, é moroso. De acordo com a pesquisa

Números do mercado de grupos geradores e

exclusiva com fabricantes e distribuidores de grupos geradores

equipamentos para condicionamento de energia

e equipamentos para condicionamento de energia, realizada pela revista O Setor Elétrico e publicada nas páginas a seguir, os geradores a diesel ainda são os mais procurados pelos consumidores. 31% das empresas consultadas apontaram este equipamento como mais comercializado em detrimento do gerador a gás natural, citado por apenas 17% das pesquisadas.

Em relação aos dados gerais, de todas as pesquisadas, os

números não são tão pessimistas, como registrado em algumas das pesquisas anteriores feitas com outros mercados de produtos elétricos. Conforme esta mesma pesquisa realizada há um ano, fabricantes e distribuidores de grupos geradores e de equipamentos

Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as empresas

entrevistadas disseram atuar mais no segmento industrial. 96% dos fabricantes e distribuidores afirmaram atender mais a esta área. Em segundo lugar, citado por 56% das companhias pesquisadas, ficou o segmento comercial. A área residencial foi mencionada por somente 14% dos fabricantes e distribuidores. Os números são muito similares aos registrados nesta mesma pesquisa realizada há um ano. PRINCIPAIS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO

para condicionamento de energia projetaram crescimento de 12% para suas empresas em 2014, no entanto, a surpresa foi um resultado acima das expectativas. O crescimento médio das

Industrial

empresas registrado no ano passado foi de 14% comparado ao ano

96%

anterior.

58%

Para este ano de 2015, as empresas esperam crescimento

médio de 12% para seus respectivos faturamentos e outros 5%

28%

para este mercado como um todo. Outra boa notícia é que, até o fechamento deste ano, as empresas planejam aumentar o seu quadro

14%

de funcionários em 9%.

Comercial

Público

Residencial

Os números poderiam ser ainda mais positivos fosse 2015

um ano de boas projeções econômicas. Para as pesquisadas, a desaceleração da economia brasileira aliada à falta de confiança de investidores impede que os números deste mercado sejam mais favoráveis.

Acompanhe a seguir a pesquisa na íntegra e confira mais

a partir de dois canais de vendas: por meio de revendas e varejista,

informações sobre o mercado de equipamentos de condicionamento

além de distribuidores e atacadistas. Internet é um canal que vem

de energia e grupos geradores, como os principais canais de vendas,

ganhando destaque neste setor. Para 27% das empresas, a internet

principais produtos comercializados e outros dados de mercado.

é um dos principais canais de vendas utilizados.

Pode-se deduzir que os produtos são fornecidos, principalmente,


Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

86

PRINCIPAIS CANAIS DE VENDAS

As baterias, os nobreaks estáticos de até 3 kVA e as chaves de

transferência foram apontados pelos fabricantes e distribuidores deste mercado como três dos principais produtos vendidos por

83% 51%

Venda direta ao cliente final

eles. Confira o ranking. PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS

Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas

49% Internet

27% 20%

41%

Chaves de tranferência

34% 32%

Telemarketing

18%

Estabilizadores acima de 3 kVA

crescimento em um ano. No levantamento anterior, 69% das empresas

27%

disseram possuir a certificação ISO 9001, de gestão de processos. Neste

21%

ano, o número aumentou para 75%. Já no que se refere à certificação ISO 14001, de gestão ambiental, os valores passaram de 24% para 18%.

17%

CERTIFICAÇÕES ISO

17% 13% 14001 (ambiental)

11%

18%

9001 (qualidade)

75%

Softwares de gerenciamento de energia

28%

A preocupação com a certificação de processos apresentou leve

11% 6%

Nobreaks estáticos de até 3 kVA Grupos geradores a diesel

31% 30%

Nobreaks estáticos acima de 3 kVA

37%

Outros

Baterias

Retificadores

Estabilizadores de até 3 kVA

Grupos geradores a gás natural Filtros de harmônicas Outros tipos de grupos geradores

Grupo geradores a biogás Nobreaks rotativos

Grupos geradores a gasolina



Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

88

Pode-se inferir que a maior parte das empresas deste segmento

NOBREAKS ACIMA DE 3 KVA

fatura, em média, até R$ 30 milhões por ano. Este foi o faturamento

10%

indicado por 68% das empresas. Apenas 44% das pesquisadas

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

disseram apresentar resultados anuais acima de R$ 500 milhões. FATURAMENTO BRUTO ANUAL DAS EMPRESAS (EM 2014)

4%

Acima de R$ 500 milhões

4%

13%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

3% 39%

De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões

20%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

4%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

20%

Até R$ 10 milhões

Até R$ 5 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 34%

8%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões

12%

6%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

23%

ESTABILIZADORES DE ATÉ 3 KVA

4%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 15%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

44%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Os produtos comercializados são, quase que a totalidade, consumidos internamente. Apenas 6% são destinados à exportação.

Até R$ 10 milhões

11%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

DESTINO FINAL DOS PRODUTOS

26%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

6%

Exportação

94%

ESTABILIZADORES ACIMA DE 3 KVA

Mercado nacional

7%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

3%

Nos gráficos a seguir, são exibidas as percepções das empresas pesquisadas quanto ao tamanho anual total de mercados específicos. No mercado de estabilizadores, por exemplo, as

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

45%

Até R$ 10 milhões

17%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

empresas imaginam que seja um segmento com faturamento em torno de R$ 10 milhões anuais.

28%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Percepção sobre o tamanho total anual dos mercados de: NOBREAKS ATÉ 3 KVA

SOFTWARES DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA

3%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

4%

31%

Até R$ 10 milhões

14%

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

10%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

21%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

21%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

26%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 18%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Acima de R$ 500 milhões 44%

Até R$ 10 milhões


89

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Conforme esta mesma pesquisa realizada há um ano, fabricantes

e distribuidores de grupos geradores e de equipamentos para condicionamento de energia projetaram crescimento de 12% para suas empresas em 2014, no entanto, a surpresa foi que o crescimento médio real das empresas registrado no ano passado foi de 14% comparado ao ano anterior. Já para este ano de 2015, as empresas preveem crescimento médio de 12% para seus respectivos faturamentos e outros 5% para o mercado como um todo. Outra boa notícia é que o acréscimo previsto para o quadro de funcionários das empresas é de 9% para este ano. PREVISOES DE CRESCIMENTO

Crescimento médio das empresas registrado em 2014 comparado ao ano anterior

14% 12% 9% 5%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas

Previsão de crescimento médio das empresas para 2015

Previsão de crescimento do mercado para 2015

Apesar das projeções de crescimento não muito negativas, as

empresas pesquisadas apontam a desaceleração da economia brasileira e a falta de confiança de investidores como os pontos fracos que impedem um sucesso maior deste nicho de mercado. FATORES QUE DEVEM INFLUENCIAR O MERCADO DE CONDICIONAMENTO DE ENERGIA EM 2015

16%

3%

Desvalorização da moeda brasileira

Programas de incentivo do governo 29%

21%

Desaceleração da economia brasileira

Falta de confiança de investidores

1%

3%

Setor da construção civil aquecido

Falta de normalização e/ ou legislação 1%

Incentivos por força de legislação ou normalização 7%

Crise internacional

12%

Setor da construção civil desaquecido 7%

Projetos de infraestrutura


Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

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Oferece projeto para os clientes

Certificado ISO 14.001 (ambiental)

X

Importa produtos acabados

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X

X

X X X

X X

X

X X

X X X

X

Exporta produtos acabados

X X X X

Certificado ISO 9001 (qualidade)

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

Outros

X X

Internet

X X

Telemarketing

X X

Venda direta ao cliente final

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Programas na área de responsabilidade social

X X X X X X

Revendas / varejistas

X

Distribuidores / atacadista

X X

Público

Cidade Estado Belo Horizonte MG São Paulo SP São Paulo SP Barueri SP Blumenau SC Itapevi SP Panambi RS Santa Bárbara D´Oeste SP Criciúma SC São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Araras SP Campinas SP Campinas SP Guarulhos SP São Paulo SP Itapevi SP São Paulo SP Corupá SC São Miguel do Guamá PA Contagem MG Santo André SP Rio de Janeiro RJ Panambi RS São Leopoldo RS São Paulo SP Contagem MG Rio de Janeiro RJ Diadema SP Pinhais PR São Paulo SP Paulista PE Belo Horizonte MG

Residencial

Site www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.adelco.com.br www.adftronik.com.br www.aepi.com.br www.fockink.ind.br www.afap.com.br www.agpr5.com www.unipower.com.br www.betaeletronic.com.br www.braspel.com.br www.comandos.com.br www.transformadorescosmo.com.br www.cpfl.com.br/cpfleficiencia www.crimper.com.br www.cumminspower.com.br www.dataenergy.com.br www.densitel.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.eletropoll.com.br www.eletrotecnicaalex.com.br www.engetron.com.br www.essencialgeradores.com www.etelbra.com.br www.fockink.ind.br www.frontec.com.br www.gamatronic.com www.geraforte.com.br www.guardian.corm.b www.hawser.com.br www.hdspr.com.br www.hectec.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br

Comercial

Telefone (31) 3483-1507 (11) 98514-5432 (11) 3883-6050 (11) 4199-7500 (47) 3330-3010 (11) 4143-9600 (55) 3375-9500 (19) 3464-5650 (48) 3462-3900 (11) 5078-5508 (11) 5545-4544 (11) 2969-2244 (11) 5696-5000 (19) 3541-6166 (19) 3756-7352 0800 772 1777 0800 286 6467 (11) 3872-5641 (11) 4143-7800 (11) 3616-8500 (47) 3375-6700 (91) 3446-2943 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (55) 3375-5807 (51) 3201-2477 (11) 3853-2753 (31) 3396-9694 (21) 2501-6458 (11) 4056-7047 (41) 2109-8800 (11) 5685-4488 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800

Principal canal de vendas

Industrial

EMPRESA ÁBACO NOBREAKS ABB AÇÃO ENGENHARIA ADELCO ADFTRONIK AEPI DO BRASIL AF INDÚSTRIAS AFAP AGPR5 BATERIAS UNIPOWER BETA ELETRONIC BRASFORMER BRASPEL CM COMANDOS COSMO CPFL EFICIÊNCIA CRIMPER DO BRASIL CUMMINS POWER DATA ENERGY DENSITEL EATON ELETROPOLL ELETROTÉCNICA ALEX ENGETRON ESSENCIAL ENERGIA ETELBRA ENGENHARIA FOCKINK FRONTEC GAMATRONIC GERAFORTE GUARDIAN HAWSER HDS SISTEMAS HECTEC SISTEMAS HEIMER HIMOINSA BRASIL

Distribuidora

A empresa é Principal segmento de atuação

Fabricante

90

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91

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

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Oferece projeto para os clientes

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Importa produtos acabados

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Certificado ISO 14.001 (ambiental)

Outros

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Certificado ISO 9001 (qualidade)

Internet

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Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Telemarketing

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Exporta produtos acabados

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Programas na área de responsabilidade social

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Venda direta ao cliente final

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Revendas / varejistas

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Canal de Vendas

Público

Cidade Estado Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Bernardo do Campo SP São Paulo SP Londrina PR Barueri SP Porto Alegre RS Guarulhos SP Rio do Sul SC São Paulo SP Sorocaba SP São Caetano do Sul SP Contagem MG Pinhais PR São Caetano do Sul SP Sorocaba SP Blumenau SC Bragança Paulista SP São Paulo SP São José dos Pinais PR Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP Carapicuíba SP São Paulo SP Jundiaí SP Diadema SP Porto Alegre RS Campinas SP Araras SP Campinas SP São Paulo SP São José SC

Residencial

Site www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br www.lavill.com.br www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.nema.com.br www.newmax.com.br www.obo.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powercombrasil.com.br www.powersafe.com.br www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com www.sassitransformadores.com.br br.sdmo.com www.secpower.com.br www.shop.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.asrepresentacao.com.br www.sms.com.br www.stemac.com www.superinfra.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.unionsistemas.com.br www.weg.net

Comercial

Telefone (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777 (11) 3582-0002 (43) 3294-6444 (11) 4196-8650 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (15) 3335-1382 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (41) 3016-7181 (11) 4227-2477 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 (11) 4138-5122 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4581-3676 (11) 4075-7069 (51) 2131-3800 (19) 3289-6937 (19) 3541-6166 (19) 98167-9558 (11) 3512-8900 (48) 3202-8300

Principal segmento

Industrial

INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON MEDIDORES LACERDA SISTEMAS LAVILL LEÃO ENERGIA LEISTUNG LOGMASTER MÉDIA TENSÃO NEMA ENERGY NEWMAX BATERIAS OBO BETTERMANN PHD ON LINE POLIMETAL POWERCOM POWERSAFE PROAUTO PROVOLT RENZ RTA TECNOLOGIA S&C ELECTRIC SASSI SDMO-MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SG GERADORES SMS LEGRAND STEMAC SUPERINFRA ENERGIA TRANSFORMADORES COSMO TRANSFORMADORES MINUZZI UNION WEG CRITICAL POWER

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

A empresa é

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X


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Outros produtos para condicionamento de energia

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Outros tipos de grupos geradores

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Grupos geradores a gasolina

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Grupos geradores a biogás

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Grupos geradores a gás natural

X

Grupos geradores a diesel

X

Softwares de Gerenciamento de energia

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Filtros de harmônicas

X X

Chaves de transferência

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Retificadores

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Baterias

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Estabilizadores acima de 3 kVA

X X

Estabilizadores até 3 kVA

Estado MG SP SP SP SC SP RS SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC PA MG SP RJ RS RS SP MG RJ SP PR SP PE MG

No breaks rotativos

Cidade Belo Horizonte São Paulo São Paulo Barueri Blumenau Itapevi Panambi Santa Bárbara D´Oeste Criciúma São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Araras Campinas Campinas Guarulhos São Paulo Itapevi São Paulo Corupá São Miguel do Guamá Contagem Santo André Rio de Janeiro Panambi São Leopoldo São Paulo Contagem Rio de Janeiro Diadema Pinhais São Paulo Paulista Belo Horizonte

No breaks estático acima de 3 kVA

Site www.grupoabaco.com.br www.abb.com.br www.acaoenge.com.br www.adelco.com.br www.adftronik.com.br www.aepi.com.br www.fockink.ind.br www.afap.com.br www.agpr5.com www.unipower.com.br www.betaeletronic.com.br www.braspel.com.br www.comandos.com.br www.transformadorescosmo.com.br www.cpfl.com.br/cpfleficiencia www.crimper.com.br www.cumminspower.com.br www.dataenergy.com.br www.densitel.com.br www.eaton.com.br/powerquality www.eletropoll.com.br www.eletrotecnicaalex.com.br www.engetron.com.br www.essencialgeradores.com www.etelbra.com.br www.fockink.ind.br www.frontec.com.br www.gamatronic.com www.geraforte.com.br www.guardian.corm.b www.hawser.com.br www.hdspr.com.br www.hectec.com.br www.heimer.com.br www.himoinsa.com.br

Principais produtos comercializados pela empresa

No break estático até 3 kVA

Telefone (31) 3483-1507 (11) 98514-5432 (11) 3883-6050 (11) 4199-7500 (47) 3330-3010 (11) 4143-9600 (55) 3375-9500 (19) 3464-5650 (48) 3462-3900 (11) 5078-5508 (11) 5545-4544 (11) 2969-2244 (11) 5696-5000 (19) 3541-6166 (19) 3756-7352 0800 772 1777 0800 286 6467 (11) 3872-5641 (11) 4143-7800 (11) 3616-8500 (47) 3375-6700 (91) 3446-2943 (31) 3359-5800 (11) 4997-5033 (21) 3392-8106 (55) 3375-5807 (51) 3201-2477 (11) 3853-2753 (31) 3396-9694 (21) 2501-6458 (11) 4056-7047 (41) 2109-8800 (11) 5685-4488 (81) 3372-8888 (31) 3198-8800

Oferece manutenção dos produtos para os clientes

EMPRESA ÁBACO NOBREAKS ABB AÇÃO ENGENHARIA ADELCO ADFTRONIK AEPI DO BRASIL AF INDÚSTRIAS AFAP AGPR5 BATERIAS UNIPOWER BETA ELETRONIC BRASFORMER BRASPEL CM COMANDOS COSMO CPFL EFICIÊNCIA CRIMPER DO BRASIL CUMMINS POWER DATA ENERGY DENSITEL EATON ELETROPOLL ELETROTÉCNICA ALEX ENGETRON ESSENCIAL ENERGIA ETELBRA ENGENHARIA FOCKINK FRONTEC GAMATRONIC GERAFORTE GUARDIAN HAWSER HDS SISTEMAS HECTEC SISTEMAS HEIMER HIMOINSA BRASIL

Oferece instalação dos produtos para os clientes

Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores Oferece treinamento técnico para os clientes

92

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93

Outros produtos para condicionamento de energia

Outros tipos de grupos geradores

Grupos geradores a gasolina

Grupos geradores a biogás

Grupos geradores a gás natural

Grupos geradores a diesel

Softwares de Gerenciamento de energia

Filtros de harmônicas

Chaves de transferência

Retificadores

X

X X

Baterias

X

Estabilizadores acima de 3 kVA

X X

Estabilizadores até 3 kVA

X X X X X X X X X X X X X X X

No breaks rotativos

Cidade Estado Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Bernardo do Campo SP São Paulo SP Londrina PR Barueri SP Porto Alegre RS Guarulhos SP Rio do Sul SC São Paulo SP Sorocaba SP São Caetano do Sul SP Contagem MG Pinhais PR São Caetano do Sul SP Sorocaba SP Blumenau SC Bragança Paulista SP São Paulo SP São José dos Pinais PR Taboão da Serra SP São Paulo SP São Paulo SP Carapicuíba SP São Paulo SP Jundiaí SP Diadema SP Porto Alegre RS Campinas SP Araras SP Campinas SP São Paulo SP São José SC

No breaks estático acima de 3 kVA

Site www.instrumenti.com.br www.itallux.com.br www.jng.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lacerdasistemas.com.br www.lavill.com.br www.leaoenergia.com.br www.leistung.ind.br www.logmaster.com.br www.mediatensao.com.br www.nema.com.br www.newmax.com.br www.obo.com.br www.phdonline.com.br www.polimetal.com.br www.powercombrasil.com.br www.powersafe.com.br www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br www.renzbr.com www.rta.com.br www.sandc.com www.sassitransformadores.com.br br.sdmo.com www.secpower.com.br www.shop.semikron.com.br www.setgeradores.com.br www.asrepresentacao.com.br www.sms.com.br www.stemac.com www.superinfra.com.br www.cosmoeletrica.com.br www.transformadoresminuzzi.com.br www.unionsistemas.com.br www.weg.net

No break estático até 3 kVA

Telefone (11) 5641-1105 (11) 2083-5188 (11) 2090-0550 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2147-9777 (11) 3582-0002 (43) 3294-6444 (11) 4196-8650 (51) 2104-9005 (11) 2384-0155 (47) 3531-8700 (11) 3393-7575 (15) 3335-1382 (11) 3215-6500 (31) 3361-8982 (41) 3016-7181 (11) 4227-2477 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (11) 4034-3655 (11) 2171-3244 (41) 3382-6481 (11) 4138-5122 (11) 3789-6000 (11) 5541-5120 (11) 4186-9500 (11) 2925-0191 (11) 4581-3676 (11) 4075-7069 (51) 2131-3800 (19) 3289-6937 (19) 3541-6166 (19) 98167-9558 (11) 3512-8900 (48) 3202-8300

Oferece manutenção dos produtos para os clientes

INSTRUMENTI ITALLUX JNG KRJ KRON MEDIDORES LACERDA SISTEMAS LAVILL LEÃO ENERGIA LEISTUNG LOGMASTER MÉDIA TENSÃO NEMA ENERGY NEWMAX BATERIAS OBO BETTERMANN PHD ON LINE POLIMETAL POWERCOM POWERSAFE PROAUTO PROVOLT RENZ RTA TECNOLOGIA S&C ELECTRIC SASSI SDMO-MAQUIGERAL SEC POWER SEMIKRON SET GERADORES SG GERADORES SMS LEGRAND STEMAC SUPERINFRA ENERGIA TRANSFORMADORES COSMO TRANSFORMADORES MINUZZI UNION WEG CRITICAL POWER

Principais produtos comercializados pela empresa

Oferece instalação dos produtos para os clientes

EMPRESA

Oferece treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

X X X X X X X X X X

X X X X X

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94

Aula prática

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Por Rogério Botteon Romano, Paulo Eduardo Sípoli Faria, Luiz Carlos de Oliveira, Gleidyson Paulino Almeida, Geraldo Tadeu Batista de Oliveira, Carlos Alberto Monteiro Leitão*

INFRAESTRUTURA AVANÇADA DE MEDIÇÃO (AMI) OS RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE DUAS SOLUÇÕES DE INFRAESTRUTURA AVANÇADA DE MEDIÇÃO NA REGIÃO GEOELÉTRICA DA CIDADE DE SETE LAGOAS (MG)

B

asicamente, a infraestrutura avan­

as informações de consumo de energia

maneira remota. É

importante

observar

que

a

elétrica.

çada de medição Advanced Metering

Infrastructure (AMI) pode ser considerada

introdução de uma solução AMI nas

Todos os dados que trafegam na

um sistema composto por medidores

redes de distribuição brasileiras irá

AMI necessitarão, em uma de suas

de energia elétrica com inteligência

permitir a obtenção de informações

extremidades, de uma plataforma de

computacional embarcada e providos de

individuais e precisas sobre consumo

medição

portas de comunicação de dados e demais

de energia elétrica que, apresentadas

(MDM), que permitirá à concessionária

periféricos. Tal sistema é suportado por

de modo inteligível, irão possibilitar

de energia elétrica realizar operações de

uma infraestrutura de tecnologia da

que o cliente exerça um efetivo controle

medição remota (leituras e comandos),

informação (telecomunicação, software e

sobre seu consumo. Em alguns dos

analisar e processar dados, mediante

hardware), que permite tanto a aquisição

projetos existentes em AMI, estão sendo

integração com os sistemas corporativos

de dados em intervalos de tempo como

avaliados os displays diretos e indiretos,

da respectiva concessionária, e efetuar a

o envio de informações e comandos de

que permitem aos consumidores acessar

gestão de perdas.

Meter

Data

Management


95

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

cenários

medidores Meter Data Collector (MDC),

Jequitibá

regulatórios no Brasil e da disponibilidade

que processa e armazena os dados

Gerais. A escolha dessas cidades para

técnica de fornecedores de sistemas

de medição obtidos do campo. Em

a implantação do projeto levou em

de medição inteligente, os testes com

seguida, são consolidadas pelo sistema

conta o fato de terem sistemas elétricos

as soluções AMI, que estão sendo

de gerenciamento de dados de medição

e de telecomunicações favoráveis aos

implementados

experimentalmente

MDM, gerando informações adequadas

testes, e também por possuírem um

e avaliados por meio de projetos de

aos processos comerciais da Cemig-D,

contingente de clientes que garante uma

P&D da Agência Nacional de Energia

e permitindo o acompanhamento, pelo

amostra adequada da área de concessão

Elétrica (Aneel), são compostos por

cliente, do seu consumo por um portal

da Cemig-D.

produtos comerciais com protocolos de

web. As medições são coletadas a partir

A ideia inicial do projeto era testar

comunicação proprietários e abertos

de medidores inteligentes, que possuem

e

validar

para

funcionalidades

notificação

tecnologias de comunicação aplicadas

diferenciados, mas representativos das

de falta de energia, tarifação horo-

em AMI na última milha e distribuídas

respectivas áreas de concessão.

sazonal Time Of Use (TOU) em baixa

por nove cidades na região geoelétrica

Neste artigo, será apresentada uma

tensão, alarmes (exemplo: violações no

de Sete Lagoas, a saber: radiofrequência

abordagem geral sobre as soluções de

medidor), corte e religamento remotos.

(RF) de alta concentração, PLC de

AMI do projeto “Cidades do Futuro” da

Para garantir um melhor aproveitamento

banda estreita e, por último, RF de

Cemig-D, implantadas na região geoelétrica

das informações providas pelo medidor

qualquer tipo, sendo que esta última

da cidade de Sete Lagoas (MG).

e auxiliar no combate a fraudes e na

teve sua instalação cancelada, por não

O escopo da Prova de Conceito

operação do sistema, é utilizada uma

se ter conseguido viabilizar a aquisição

(PoC) de AMI do Projeto “Cidades

ferramenta de georreferenciamento que

em tempo hábil, devido a fracasso de

do Futuro” da Cemig-D prevê, entre

apresenta informações consolidadas das

pregão eletrônico.

outras

de

medições e alarmes provenientes do

soluções de medição avançada e de

Centro de Medição, permitindo análises

relacionamento e interação com o

espaciais para auxiliar na formulação de

consumidor, além da avaliação da

ações preventivas e soluções para os

infraestrutura

problemas apontados.

Em

decorrência

o

dos

atendimento

atividades,

de

de

a

cenários

avaliação

telecomunicações

a

como

implantação

Funilândia,

três

tipos

em

Minas

diferentes

de

Implantação do Sistema RF de Alta Concentração

das

e

O sistema em RF de alta concentração,

bidirecional necessária para suportar

Para

áreas

implantado em Sete Lagoas (MG), é

essas soluções.

dos pilotos de AMI deste projeto da

do tipo Mesh. Ele está apresentado

A região de Sete Lagoas foi escolhida

Cemig-D, foram selecionadas amostras

esquematicamente na Figura 1 e possui

para abrigar a PoC por ser representativa

de unidades consumidoras nas cidades

módulos de comunicação RF (uma

no

da

de Sete Lagoas, Santana do Pirapama,

unidade por medidor), repetidores e um

Cemig-D, uma vez que nas áreas

Baldim (localidade de Vila Amanda),

concentrador.

universo

de

consumidores

selecionadas há tanto consumidores residenciais

urbanos

quanto

rurais,

comerciais e industriais. Essa região é

composta

de

24

alimentadores,

distribuídos em três subestações que atendem a 13 municípios. A solução AMI é composta por ferramentas computacionais (software) e

equipamentos

comerciais

e/ou

protótipos em desenvolvimento. Essa solução é responsável pela medição do consumo de energia, atualizada em intervalos regulares, e o envio dessas informações ao Centro de Integrado de Medição da Cemig-D. As informações são recebidas pelo software proprietário responsável

pelo

gerenciamento

da mídia de comunicação com os

Figura 1 - Configuração da solução RF Mesh em Sete Lagoas (MG).


Aula prática

96

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

na

as encaminha ao servidor onde está

Figura 1, esta tecnologia possibilita

instalado o software de gerenciamento

a comunicação, em rede, entre os

da solução AMI (MDC), que, por sua vez,

medidores,

forma

gera dados para um banco intermediário,

que eles encontrem a melhor rota para

onde o MDM da Cemig-D coleta as

que possam enviar as informações

informações necessárias.

até o repetidor mais favorável para a

Com este tipo de tecnologia de

recepção dos sinais de RF, garantindo

comunicação de dados, foram instalados

assim

aproximadamente

Como

pode

ser

permitindo

que

medidores

observado

dessa

sem

visada

3.100

medidores

suas

na região ao redor da UniverCemig,

informações lidas pelo sistema. Após

no alimentador SLAU-06, conforme o

as informações dos medidores serem

esquema demonstrado na Figura 2.

recebidas pelos repetidores/roteadores,

elas são retransmitidas pelos mesmos

inteligentes, instalados no alimentador

até o concentrador de dados, instalado

SLAU-06, é a seguinte: monofásicos: 1.236;

na torre da UniverCemig (Centro de

bifásicos: 1.436; trifásicos: 428.

Treinamento da Cemig em Sete Lagoas).

Este

aos

repetidores

possam

ter

A atual distribuição dos 3.100 medidores

A Figura 3 mostra um exemplo de

as

medidor inteligente com módulo de

informações dos medidores pela rede

comunicação em RF instalado em Sete

IP (Internet Protocol) da Cemig-D, que

Lagoas/MG.

concentrador

envia

Figura 2 - Área de instalação da PoC em RF Mesh de alta concentração em Sete Lagoas/MG.

Figura 3 - Medidor inteligente com módulo de comunicação em RF instalado em Sete Lagoas/MG.


97

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Implantação do sistema PLC de banda estreita O segundo lote do sistema AMI implantado na região geoelétrica de Sete Lagoas (MG) utiliza a tecnologia de telecomunicações PLC (Power Line Communications) de banda estreita. Os medidores inteligentes deste tipo de sistema foram instalados em Sete Lagoas, Funilândia, Vila Amanda, Jequitibá e Santana do Pirapama. O sistema consiste em medidores inteligentes se comunicando com concen­ tradores via PLC, instalados próximos aos transformadores de distribuição, na proporção de um concentrador PLC por transformador. Esses concentradores se comunicam com a UniverCemig via RF,

Figura 4 - Esquema de funcionamento do sistema AMI com PLC de banda estreita.

GPRS (General Packet Radio Service), fibra

A Figura 5 mostra um mapa da

res inteligentes (monofásicos, bifási­

ótica ou satélite.

região de Sete Lagoas onde está

cos

A Figura 4 apresenta o esquema de

e

trifásicos)

instalada a AMI com PLC de banda

concen­ tradores

funcionamento do sistema AMI com PLC

estreita.

antenas

(Figura

de banda estreita.

Lagoas:

13

São aproximadamente mil medido­

instalados,

27

(Figura

6)

e

suas

7),

sendo:

Sete

concentradores

e

14


98

Aula prática antenas, medidores

e

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

aproximadamente instalados;

600

Funilândia:

2 concentradores e 2 antenas, e aproximadamente instalados;

90

Vila

concentradores

medidores

Amanda:

e

3

aproximadamente

3

antenas,

40

e

medidores

instalados; Jequitibá: 7 concentradores e

7

antenas,

e

aproximadamente

150 medidores instalados; Santana do Pirapama: 2 concentradores e 2 antenas, e aproximadamente 90 medidores instalados.

Conclusões

Após concluídas as instalações,

e

tendo

decorrido

alguns

meses

desde a implantação dos sistemas AMI, podemos citar alguns pontos relevantes, destacando os seguintes:

Figura 5 - Mapa da região de Sete Lagoas onde está instalada a AMI com PLC de banda estreita.

1 - No planejamento da implantação de

um

sistema

AMI,

deve

ser

considerado um levantamento das caixas de medição já instaladas, pois as dimensões das mesmas podem inviabilizar a instalação do sistema em algumas unidades consumidoras. 2 - Durante o período de aquisição dos sistemas de medição inteligente para a prova de conceito abrangida pelo projeto, foi possível observar dois

pontos

relevantes:

(a)

a

restrita disponibilidade de sistemas homologados pelo Inmetro; (b) o

Figura 6 - Concentrador PLC + RF

alto custo envolvido, em comparação aos praticados para os medidores eletrônicos atualmente instalados. 3 - O mercado fornecedor de sistemas AMI no Brasil ainda é incipiente na apresentação de soluções adequadas à realidade brasileira, verificando-se a necessidade de melhorias no que diz respeito ao suporte técnico. 4 - A integração dos sistemas MDC dos fornecedores do sistema AMI com o Centro de Medição da concessionária de energia elétrica é crítica para o sucesso da solução, devendo esta integração ser muito bem especificada

Figura 7 - Instalação do Concentrador PLC com antenas (à esquerda) e Onmi (à direita) Yagi.


99

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

e ter sua implantação rigorosamente gerenciada. 5 - Em paralelo à instalação de sistemas AMI em sua área de concessão, a concessionária

de

energia

elétrica

deve mobilizar e capacitar funcionários para tratar os alarmes e o grande volume de dados gerado a partir desses sistemas. 6 - Para a manutenção atual da infraestrutura avançada de medição instalada, é necessária a capacitação de uma equipe para operação da rede de telecomunicações, além da aquisição de equipamentos e componentes, específicos e necessários, para os trabalhos em campo com as redes RF e PLC. 7 - A implantação de sistemas AMI traz impactos profundos no dia a dia da distribuidora, impactando processos comerciais e corporativos. É essencial envolver as áreas afetadas, de modo a

adequar

a

nova

metodologia

propiciada pelo AMI aos processos já existentes nas distribuidoras, de modo a majorar os ganhos potenciais.

Referências AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução Normativa n. 502 (RN 502), Brasília, DF, 07 ago. 2012. Rogério Botteon Romano, Paulo Eduardo Sipoli Faria e Luiz Carlos de Oliveira são engenheiros da Fundação CPQD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicação. Gleidyson Paulino Almeida, Geraldo Tadeu Batista de Oliveira e Carlos Alberto Monteiro Leitão são engenheiros da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig Distribuição).


100

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Por Sergio Roberto Santos*

O posicionamento dos Dispositivos de Proteção contra Surtos Existem algumas dúvidas ou práticas

surto que o DPS deve conduzir, o que é

8/20µS, já que estes DPS não conduzem a

equivocadas – o que é pior – sobre a

importante para a integridade do DPS, mas

própria corrente da descarga atmosférica

aplicação dos Dispositivos de Proteção

não atentar para garantir que a diferença de

e sim correntes induzidas por descargas

contra Surtos (DPS). A leitura da parte 4

potencial em seus terminais não ultrapasse

atmosféricas indiretas ou surtos causados

da norma ABNT NBR 5419:2015, que

o valor que cada ponto da instalação,

por chaveamentos, incluindo aí a atuação

trata da proteção dos sistemas elétricos e

incluindo os equipamentos, pode suportar

de um DPS à montante.

eletrônicos internos na estrutura nos ajuda

durante o surto de tensão, chamado de

a proceder corretamente.

suportabilidade.

começa por definir seu tipo e o passo

Assim, fica claro que especificar o DPS

descargas

Como cada ponto da instalação,

seguinte então será definir a intensidade

atmosféricas apresenta medidas cuja sua

novamente valendo também para os

da corrente de surto. Colocar dez descidas

eficácia depende mais de onde as coisas

equipamentos, possui a sua suportabilidade

próxima e uma ao lado da outra é menos

estejam do que quanto elas valem, sendo

definida em norma, cada DPS deve garantir

eficiente do que cinco descidas equidistantes

o exemplo mais evidente o texto do item

que onde ele será instalado, a tensão em

ao longo da edificação; uma malha de

5.1.3 da versão de 2005 da ABNT NBR

seus terminais, chamada tensão residual,

aterramento com dez hastes em linha reta

5419, que já afirmava:

não seja maior que a suportabilidade da

pode ter a mesma resistência que outra

Uma

norma

sobre

instalação neste local. O valor máximo

com as mesmas dez em forma de anel, mas

“5.1.3.1.2- Para assegurar a dispersão da

da tensão residual ocorre quando o DPS

com impedâncias específicas diferentes. O

corrente de descarga atmosférica na terra

conduz o maior valor da corrente de surto

mesmo vale para um DPS, que só será eficaz

sem causar sobretensões perigosas, o

que ele foi fabricado para conduzir e se

se instalado no local correto.

chama nível de proteção do DPS.

Ao definirmos o tipo do DPS, definimos

sua instalação, ou o local da instalação

o local da sua instalação, o BEP ou um BEL, e

define o seu tipo, o seu nível de proteção

definimos também o seu nível de proteção.

e a sua forma de onda. Devemos nos

arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais importantes

que o próprio valor da resistência de

aterramento”. (Grifo meu).

O tipo do DPS define o local da

Por isso, o primeiro passo é definir qual o

habituar que os DPSs são parte do SPDA,

A função dos DPS é permitir a

tipo do DPS que deve ser instalado naquele

tanto quanto as descidas, os captores

equipotencialização

ponto da instalação.

ou as barras de equipotencialização.

normalmente

dos

condutores

energizados.

É

a

Um

profissional

que

conhece

a

Existem poucas dúvidas sobre como e

as

norma ABNT NBR 5419:2015, ou versões

onde estes últimos elementos devem

instalações e seus equipamentos, cabendo

anteriores, está familiarizado com as barras

estar, o mesmo é desejável que venha a

ao

for

de equipotencialização, principal (BEP)

acontecer com os DPS.

possível utilizar os condutores, estando a

ou local (BEL). Os DPS tipo I realizam a

equipotencialização, utilizando ou não DPS,

equipotencialização nas fronteiras entre as

simples depois que tomamos contato com

dentro das Medidas de Proteção contra

ZPR 0A e 1, onde deve estar o BEP, os DPS

eles. O objetivo deste artigo foi alertar os

Surtos (MPS).

tipo II entre as ZPR 1 e 2 e os tipos III entre as

profissionais para a importância do correto

equipotencialização DPS

que

possibilitá-la

protege

onde

não

Os conceitos definidos acima são muito

ZPR 2 e 3 (veja coluna desta seção publicada

posicionamento dos elementos do SPDA,

importante do que quanto vale” também

na edição 114 da revista O Setor Elétrico).

neste caso, especialmente do DPS, e

se aplica aos DPSs. Para especificar estes

O conceito de tipo também implica na

convidar os profissionais a estudar as quatro

dispositivos precisamos da planta e do

definição da forma de onda da corrente que

partes da ABNT NBR 5419:2015, prestando

unifilar, já que eles são classificados em

o DPS será capaz de conduzir. No caso dos

atenção para os pontos aqui observados.

tipos e cada tipo define de forma precisa

DPS tipo I, a onda (10/350µS) corresponde

onde eles devem ser instalados. O principal

à própria corrente da descarga atmosférica

*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e

erro na especificação de um DPS é

que o DPS conduzirá para o BEP. Para os

membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do

concentrar toda a atenção na corrente de

DPSs tipos II e III, a forma de onda é a

CB-3 da ABNT.

O princípio de que “onde está é mais



102

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Por Eduardo Daniel*

Proteção contra efeitos térmicos Parte 2

Esta seção é dedicada a um resumo

nacional.

na próxima reunião, que acontecerá em 02

do que vem sendo discutido nas reuniões

Algumas

de 2015 de revisão da norma ABNT

complementadas somente ao final dos

Proposta para o atual 5.2.2.2, que

NBR 5410:2004, baseada nas alterações

trabalhos

estava pendente de discussão:

do texto da IEC correspondente e nos

referências

pontos apresentados pelos participantes. É

descritas aqui.

classificação BD. Essa tabela pode tanto

importante sempre ressaltar que as citações

Conforme apresentado na coluna da

ser incorporada à futura ABNT NBR

desta coluna constituem um relato do que

edição anterior, o capítulo 5.2, tratando

5410, quanto apenas servir de base para

foi discutido e que foram aprovadas na

de proteção contra efeitos térmicos, foi

entendimento das diversas possibilidades

reunião plenária pela comissão de estudos,

rediscutido e sua redação definitiva será

de aplicação prática dessa classificação.

porém, a aprovação como parte oficial

elaborada até o fim de dezembro de

do projeto de norma, somente será feita

2015. O texto a seguir foi elaborado por

5.2.3.2 [5.2.2.2] Proteção contra incêndio

antes de o texto ser enviado para consulta

participantes da comissão e será discutido

nas condições BD2, BD3 e BD4

CR

de

revisão

normativas)

A

Residencial Serviço de Hospedagem

C2

Comercial

que (por e

serão exemplo,

não

estão

Tabela 1 – Aplicação da classificação BD

de dezembro de 2015.

A tabela 1 esclarece a aplicação da

Distância

Área menor

máxima

que 750 m² e

para fuga

altura menor

breve

que 12 m

Habitação unifamiliar, multifamiliar ou coletiva

40

BD1

Hotel, flats e assemelhados

30

BD1

Comercio com média e alta carga de incêndio

30

BD1

Descrição

Tipo

B

Shopping centers

C3 D1

seções

Serviço Profissional

Local para prestação de serviço profissional ou condução de negócios,

BD1 30

BD1

30

BD1

Agencias bancárias ou laboratorios. E1

Educacional e cultura Física

Escola em geral

F1

Museus, centro de documentos históricos, galerias de arte, bibliotecas e assemelhados.

BD3

F2

Local religioso e velório

BD3

F3

Centro esportivo e de exibição

BD3

F4

Estação e terminal de passageiro

F5

Local de Reunião de Público

Arte cênica e auditório

BD3 30

BD3

F6

Clubes sociais e diversão

BD3

F7

Construção Provisória

BD3

F8

Local pra refeição

BD3

F9

Recreação pública

BD3

F10

Exposição de objetos ou animais

G1

Garagem sem acesso de público e sem abastecimento

G2

Garagem com acesso de público e sem abastecimento

BD1

Local dotado de abastecimento de combustível

BD1

G3

Serviços Automotivos

G4

Serviço de conservação, manutenção e reparos

G5

Hangares

30

BD1

BD1 BD1

Hospitais, clínicas de saude e assemelhados.

30

BD1

Indústira

Indústria

40

BD1

Depósito

Depósito de material incombustível

40

BD1

H1

Serviços de saúde e institucional

I J1 J4

BD3 40

Depósito de materiais (exceto material explosivel, gases e líquidos inflamáveis)

BD1


103

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Rota de fuga  Mantém a inclusão do

de material incombustível ou de difícil

Notas da Tabela1:

termo da forma como está na ata.

combustão.

1 - Essa tabela foi elaborada com base nos seguintes documentos: ABNT NBR 9077, Decreto Estadual (SP) nº 56.819/2011, Instrução Técnica nº 11 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 2 - A altura da edificação é medida em metros do ponto que caracteríza a saída no nível de descarga ao piso do último pavimento habitado, podendo ser ascendente ou descendente 3 - Nível de descarga é o nível no qual uma porta externa conduz a um local seguro no exterior. 4 - A edificação pode ser classificada em mais de uma condição quanto às condiçõoes de fuga, desde que adotadas medidas de compartimentação. 5 - Áreas de uso misto não compartimentadas (que abrangem mais de uma classificação) devem ser classificadas na condição mais restritiva. 6 - A classificação BD é dada na tabela 21 da NBR 5410 7 - Distância máxima para fuga breve é a distância a ser percorrida para atingir um local de relativa segurança (espaço livre exterior, área de refúgio, área compartimentada - desde que tenha pelo menos uma saída direta para o espaço livre exterior - escada protegida ou à prova de fumaça), tendo em vista o risco à vida humana decorrente do fogo e da fumaça. 8 - A distância máxima a ser percorrida é aquela necessária para atingir as portas de acesso às saídas das edificações e o acesso às escadas ou às portas das escadas (nos pavimentos) e devem ser consideradas a partir da porta de acesso da unidade autônoma mais distante, desde que o seu caminhamento interno não ultrapasse 10 m. 9 - CR é definida como sendo a classificação de risco, con­­ for­me estabelecido no Decreto Estadual (SP) nº 56.819/2011.

NOTA: Tal requisito não proíbe o uso de 5.2.3.2.1 Nas condições BD2, BD3 e BD4,

invólucros plásticos que sejam de difícil

as linhas elétricas aparentes em rota de fuga

combustão.

devem atender aos seguintes requisitos:

(Com base no texto IEC)

(...)

Obs: Apesar dos ajustes realizados no

- os condutores e os condutos devem

texto, somos da opinião de excluí-lo, pois

ser não propagantes de chama, livres de

não vimos como aplicá-lo. Fica mais fácil

halogênio e com baixa emissão de fumaça

apresentar os argumentos na reunião.

e gases tóxicos. Mantém o restante do 5.2.2.2.5 Não se admite, nas instalações

texto já debatido e aprovado.

elétricas nas condições BD3 ou BD4 e em rotas de fuga, o uso de componentes

5.2.3.2.2 [5.2.2.2.3]  mantém

contendo líquidos inflamáveis. 5.2.2.2.4 Nas condições BD2, BD3 e BD4, os dispositivos de comando e de proteção,

NOTA:

Os

capacitores

exceto certos dispositivos que facilitam a

incorporados

fuga das pessoas, devem ser acessíveis

exemplo,

apenas a pessoas autorizadas. Se forem

de descarga e capacitores de partida

dispostos em áreas de circulação, devem

de motores) não estão sujeitos a esta

ser abrigados em invólucros constituídos

prescrição.

aos

auxiliares

equipamentos

capacitores

de

(por

lâmpadas

Área maior que 750 m² Altura da Edificação H≤6

Térrea

6<H≤12

12<H≤23

23<H≤30

30<H≤50

50<H≤80

H>80

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

Longa

Breve

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BD1

BD2

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BD3

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BD4

BD4

BD4

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104

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Compatibilidade eletromagnética em lâmpadas de Led A

compatibilidade

eletromagnética

causada por equipamentos de iluminação é um fenômeno até o momento pouco conhecido e analisado no Brasil. Este cenário, porém, deverá mudar rapidamente em função da obrigatoriedade do ensaio de EMC (“electromagnetic compatibility”) em lâmpadas de Led com dispositivos de controle integrados à base, exigida pelos Requisitos Técnicos de Qualidade da Portaria 389/2014 do Inmetro.

O teste de EMC faz parte dos ensaios

de segurança e pode ser reprobatório para certificação da lâmpada de Led. O ensaio é realizado em uma lâmpada completa conforme a norma ABNT NBR IEC/CISPR 15:2014 – Limites e métodos de medição das radioperturbações características dos equipamentos elétricos de iluminação e negativos em transmissões de TV, rádios,

• Tensões de perturbação em terminais de

laboratórios equipados e capacitados para

celulares, satélites, internet, entre outros.

alimentação;

este ensaio, por envolver dispositivos e

No caso das lâmpadas de Led, a

• Perturbações eletromagnéticas radiadas –

infraestrutura bastante onerosa.

introdução da exigência deste teste ocorreu

Campo magnético;

O

compatibilidade

em função da identificação de problemas

• Perturbações eletromagnéticas radiadas –

eletromagnética visa avaliar a capacidade

frequentes de ruídos causadas por Leds em

Campo elétrico.

de um dispositivo, equipamento ou sistema,

frequências de rádio amadora. Casos de

de funcionar de acordo com as suas

interferências de sinais em transmissão de

Um

características operacionais, no seu ambiente

televisão e rádio também já foram identificados

pelo Instituto Eldorado no Workshop de

eletromagnético, sem impor perturbações

em decorrência do uso de lâmpadas Led.

Certificação e Etiquetagem de lâmpadas Led

intoleráveis

Problemas mais graves podem existir em

da Exper, realizado com algumas lâmpadas

dispositivos ou sistemas que compartilham

locais críticos, como instalações hospitalares,

de Led disponíveis no mercado atualmente

o mesmo ambiente eletromagnético. A

torres de comando de aeroportos e aviões,

apontam situações preocupantes em relação

interferência eletromagnética é um termo

caso

a esses produtos em função de uma elevada

genérico comumente usado para expressar

demasiadamente excedidos.

taxa de reprovação, sobretudo nos testes

ruídos que interferem na transmissão de

A norma define três ensaios para

de tensão de perturbação nos terminais

informação ou no funcionamento de um

avaliação da compatibilidade eletromagnética

de alimentação. Os gráficos da Figura 1

circuito. Podem ter efeitos positivos ou

em lâmpadas Led:

exemplificam ensaios de perturbação de

similares.

Atualmente,

ensaio

aos

existem

de

demais

poucos

equipamentos,

os

limites

estabelecidos

sejam

estudo

recente

apresentado


105

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

tensão conduzido na faixa de 9 KHz a 30 MHz. Os picos que passam a curva limite vermelha reprovam o produto. As Figuras 2 demonstram as perturbações eletromagnéticas

radiadas

por

campo

magnético. Neste caso, verifica-se que foi aprovado, pois estão abaixo da linha vermelha, limite definido pela norma conforme eixos X, Y e Z do campo magnético. Nos

ensaios

de

perturbações

eletromagnéticas radiadas de campo elétrico, medições em frequências mais elevadas são realizadas de 30 MHz a 300 MHz. Os valores medidos são comparados aos limites

Figura 1 – Ensaio de emissão conduzida de 9 kHz a 30 MHz – tensões de perturbação em terminais de alimentação. Ruído de fundo à esquerda e ensaio reprobatório à direita.

definidos na CISPR15. A Figura 3 ilustra um ensaio reprovado de emissão radiada em uma

de desempenho, recomenda-se fortemente

através de testes de pré-qualificação é

lâmpada Led.

que sejam realizados antes dos testes de

altamente aconselhada para otimizar o

Em função das altas taxas de reprovação,

depreciação luminosa, uma vez que podem

processo de certificação de lâmpadas led e

constata-se que este teste será crítico no

ser necessários ajustes nos componentes

garantir melhores produtos para o mercado.

processo de certificação. Como ele é um teste

eletrônicos, sobretudo das fontes chaveadas.

Agradecimento ao engenheiro Gustavo

relativamente rápido comparado aos ensaios

Uma avaliação prévia deste requisito técnico

Iervolino, do Institudo Eldorado.

Figuras 2 – Ensaio de emissão radiada de 9 KHz a 30 MHz: Perturbações eletromagnéticas em campo magnético, eixos X, Y e Z.

Figura 3 – Ensaio de emissão radiada de 30 MHz a 300 MHz: perturbações eletromagnéticas no campo elétrico.


106

Instalações MT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Por que precisamos das redes inteligentes? Parte II Continuando o tema iniciado na

informar providências ou, ao menos,

obrigatória, teremos como resultado

coluna anterior, vamos tratar de duas

que já tem conhecimento do problema

a possibilidade de, consistentemente,

questões fundamentais:

na sua área.

postergar investimentos na geração e

transmissão.

Não dá para pagar tarifas padrão

1- Smart grid como instrumento de

NASA e ter serviços padrão FIFA!

eficientização das concessionárias de

E a automação ou digitalização das

a diminuição de perdas técnicas e

distribuição

redes pode sim alterar esta forma pré-

melhoria da qualidade do fornecimento

2- Smart grid como uma usina virtual

histórica de trabalhar nas distribuidoras

de energia!

e melhorar a qualidade da energia

Não há qualquer dúvida sobre a

fornecida.

árduo, pois trata-se de mitigar perdas

necessidade de modernizar a maneira

Este exemplo da falta de energia é

não técnicas. Algumas poucas empresas

com a qual as concessionárias de

bem percebido por qualquer usuário,

têm estas perdas bem reduzidas mas a

distribuição lidam com o mercado.

mas no dia a dia das concessionárias

maioria, com as metas impostas para

muito

a renovação de concessão que se

Basta uma chuva mais forte e com

mais

pode

e

precisa

ser

Como resultado secundário teremos

O outro caminho a ser trilhado é mais

rajada de vento para que o sistema

melhorado!

avizinha, terá que trabalhar (e muito)

caia; e o cliente, quando tenta contatar

Quanto à questão da usina virtual

para não “levarem bomba” já nos dois

a central de atendimento, ouve aquela

há dois caminhos muito interessantes a

primeiros anos da renovação.

gravação

ao

seguir. O primeiro diz respeito à curva

acúmulo de chamadas só estamos

de carga que, conforme já tratamos,

Elétrica (Aneel), de fato, aplicar os

atendendo

de

pode ser trabalhada de forma a eliminar

critérios que estão postos quanto a este

energia e acidentes na rede”. Você

o pico diário. A experiência que o setor

quesito, vamos ver muitas concessões

então disca o numero indicado e ouve

de média tensão nos deu permite afirmar

cassadas brevemente a menos que

“todos os atendentes estão ocupados.

ser possível (embora um pouco mais

se alie tecnologia e presença massiva

Ligue daqui a alguns momentos”.

trabalhoso) fazer uma replicação da tarifa

de equipes para inspecionar e limpar

binômia no segmento de baixa tensão.

os problemas presentes em milhões

E você então acende as velas para

Com

de unidades consumidoras que geram

iluminar a casa e ajudar na reza para

eletrônico, tarifar energia e capacidade

perdas não técnicas.

que consigam reparar os danos na

de uso não custa mais nada (tendo o

Portanto,

rede!

valor de energia a o controle do tempo)

investimentos em novas tecnologias

e, se acrescido a isto, tivermos projetos

parece ser essencial. E só o poder

indesejada:

“devido

problemas

de

falta

Pronto: é este o tratamento dado.

Minimamente,

a

concessionária

o

advento

do

medidor

Se a Agência Nacional de Energia

viabilizar

estes

de AMI (infraestrutura avançada de

público, com políticas adequadas, pode

tem que dispor de indicativos para

medição)

deflagrar estas mudanças.

lhe

foi

para atender a nichos de unidades

interrompida, identificar chamadas e

consumidoras e também uma tarifa

encontros.

informar

onde

a

energia

concentrados

em

áreas

Isto será nosso tema nos próximos



108

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Proteção para reduzir danos físicos e risco de vida Toda estrutura a ser protegida deve

que adentram na estrutura (no ponto de

estar em uma ZPR 0B ou superior. Isso é

entrada).

conseguido por meio de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), que consiste em um sistema externo

Proteção para reduzir as falhas de sistemas internos

de proteção contra descargas atmosféricas e um sistema interno de proteção contra

descargas atmosféricas.

imPulse (Lemp) para reduzir o risco de falha de

Enquanto o SPDA externo evita o

sistemas internos deve limitar sobretensões,

impacto direto da descarga atmosférica

devido a descargas atmosféricas na estrutura,

na estrutura a função do SPDA interno é

resultando de acoplamento resistivo indutivo;

evitar centelhamento perigoso dentro da

sobretensões devido a descargas atmosféricas

mesma, utilizando a ligação equipotencial

perto da estrutura, resultando de acoplamento

ou

(e,

indutivo; sobretensões transmitidas por linhas

consequentemente, isolação elétrica), entre

que adentram a estrutura, devido a descargas

os componentes do SPDA e outros

atmosféricas diretas nas linhas ou próximas

elementos condutores internos à estrutura.

a estas; e campo magnético acoplado

diretamente aos aparelhos.

a

distância

de

segurança

s

Quatro classes de SPDA (I, II, III e IV) são

A proteção contra Lightning EletroMagnetic

definidas como um conjunto de regras de

construção, baseadas nos correspondentes

localizado dentro de uma ZPR 1 ou superior.

O sistema a ser protegido deve estar

níveis de proteção. Cada conjunto inclui

Isso é conseguido por meio de medidas de

regras dependentes do nível de proteção

proteção contra surtos (MPS) aplicadas aos

(por exemplo, raio da esfera rolante, largura

sistemas elétricos e eletrônicos, as quais

da malha etc.) e regras independentes do

consistem em blindagens magnéticas que

nível de proteção (por exemplo, seções

atenuam o campo magnético indutor ou

transversais de cabos, materiais etc.).

por meio de encaminhamento adequado da

Onde

superficiais

fiação, que reduz os laços sujeitos à indução.

do solo externo e a do piso interno à

Uma ligação equipotencial deve ser provida

estrutura forem baixas, o risco à vida

nas fronteiras entre as ZPRs, para partes

devido a tensões de passo e toque pode

metálicas e sistemas que cruzam estas

ser reduzido externamente à estrutura, por

fronteiras. Esta ligação equipotencial pode

isolação das partes condutivas expostas,

ser executada por meio de condutores de

por equipotencialização no nível do solo,

equipotencialização ou, quando necessário,

por meio de aterramento com malhas, por

por dispositivos de proteção contra surtos

avisos de advertência e por restrições

(DPS). As medidas de proteção para

físicas. Internamente à estrutura, por ligação

qualquer ZPR devem estar em conformidade

equipotencial de tubulações e linhas elétricas

com a parte 4 da ABNT NBR 5419.

as

resistividades



110

NR 10

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das oportunidades – Parte 1

O Circuito Nacional do Setor Elétrico

(CINASE), em suas edições de 2015 teve

Vamos ao primeiro subitem que trata

das medidas de proteção, o item 10.2.1:

como mote o lema “Uma viagem pelas

riscos adicionais, o que inclui todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, específicos de cada

instalações elétricas”, um tema que nos

10.2.1 Em todas as intervenções em

ambiente ou processos de trabalho que,

permitiu observar as várias oportunidades

instalações elétricas devem ser adotadas

direta ou indiretamente, possam afetar a

de trabalho e atuação de profissionais da

medidas preventivas de controle do risco

segurança e a saúde do trabalhador na

área elétrica e da área de segurança do

elétrico e de outros riscos adicionais,

atividade envolvida.

mediante técnicas de análise de risco, de

Risco: capacidade de uma grandeza com

É oportuno destacar esses aspectos,

forma a garantir a segurança e a saúde no

potencial para causar lesões ou danos

até por conta das circunstâncias atuais em

trabalho.

à saúde e a segurança das pessoas

trabalho.

que muitos profissionais estão procurando

(glossário).

alternativas ao emprego tradicional e

Entendemos que intervenções são

outros estão “à procura de novos desafios”.

as ações que implicam em interferência

O item conduz, necessariamente, ao

Já não é a primeira vez que destacamos

nas instalações elétricas, nesse caso,

entendimento de que a adoção de medidas

um aspecto muito interessante da NR 10

representadas pelas tarefas de trabalho

de controle seja precedida da aplicação de

ao deixar bastante claro que todos os

necessárias

técnicas de análise de risco.

documentos constantes do prontuário das

serviços ou das ações, nas quais torna-se

Por sua vez, análise de risco é um

instalações elétricas devem ser produzidos

obrigatória a adoção ou a aplicação de

método sistemático de exame e avaliação

por profissionais legalmente habilitados.

medidas preventivas de controle do risco

de todas as etapas e elementos de um

Isso se aplica a todos os documentos e

elétrico (choque elétrico, arcos elétricos,

determinado trabalho para desenvolver e

providências que a norma determina.

flashs, queimaduras, etc.) e de outros

racionalizar toda a sequência de operações

ao

desenvolvimento

dos


111

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

que o trabalhador executa; identificar os riscos

(APR); análise de modos de falha e

Tão importante é a elaboração de

potenciais de acidentes físicos e materiais;

efeitos (FMEA - AMFE); Hazard and

procedimentos de trabalho que a NR 10

identificar e corrigir problemas operacionais; e

Operability Studies (HAZOP); Análise

dedicou a esse assunto o item 10.11:

implementar a maneira correta para execução

Risco de Tarefa – ART, Análise Preliminar

de cada etapa do trabalho com segurança. É,

de Perigo – APP, dentre outras.

portanto, uma ferramenta de exame crítico da

Pois bem, essa é uma das matérias

elétricas devem ser planejados e

atividade ou situação, com grande utilidade

desenvolvidas nos cursos de engenharia

realizados em conformidade com

para a identificação e antecipação dos

de segurança do trabalho.

procedimentos de trabalho específicos,

eventos indesejáveis e acidentes possíveis

Realizar a análise de risco com

padronizados, com descrição detalhada

de ocorrência, possibilitando a adoção

a

o

de cada tarefa, passo a passo, assinados

de medidas preventivas de segurança e

estabelecimento de um procedimento

por profissional que atenda ao que

de saúde do trabalhador, do usuário e de

operacional é uma tarefa que não

estabelece o item 10.8 desta NR.

terceiros, do meio ambiente e até mesmo

prescinde da atuação de um profissional

evitar danos aos equipamentos e interrupção

qualificado. É fundamental o conhecimento

Ora,

dos processos produtivos.

da eletricidade para conduzir uma análise

habilitação, qualificação e capacitação

A análise de risco não pode prescindir

profundidade

necessária

10.11.1 Os serviços em instalações

para

o

item

10.8

refere-se

à

de risco em atividades relacionadas à

dos trabalhadores. Resumindo, é aos

de metodologia científica de avaliação e

energia elétrica.

profissionais

procedimentos conhecidos, divulgados e

Todas

as

com

segurança do trabalho o mister de

praticados na organização e, principalmente,

eletricidade

devem

realizadas

desenvolver os procedimentos de trabalho

aceitos pelo poder público, órgãos e

mediante procedimentos operacionais

com base em análises de risco, associadas

entidades técnicas.

desenvolvidos com base em análise de

aos seus conhecimentos de eletricidade.

As

principais

metodologias

atividades ser

da

área

elétrica

e

de

técnicas

risco como se menciona, por exemplo,

utilizadas no desenvolvimento de “análise

nos itens 10.2.8.1, 10.6.2, 10.6.4, 10.7.6

na referida “viagem pelas instalações

de risco” são: Análise Preliminar de Risco

e 10.7.7.1.

elétricas”. No próximo mês teremos outras.

Aí está uma oportunidade visualizada


112

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Quando teremos a tarifa branca?

Não é novidade que se pretende algum

é aplicada às unidades consumidoras

opção tarifária por falta de uma resolução

dia disponibilizar a tarifação diferenciada

do grupo B, exceto para o subgrupo B4

específica.

aos consumidores de baixa tensão da

e para as subclasses baixa renda do

mesma forma que se faz há mais de duas

subgrupo B1, sendo caracterizada por

alguns encargos como a mudança dos

décadas com os de média tensão, na tarifa

tarifas diferenciadas de consumo de

medidores, mudança das contas de energia

verde ou azul. Em especial, o modelo que

energia elétrica de acordo com as horas

pelas concessionárias, das expectativas de

se aponta para a tarifa branca é semelhante

de utilização do dia e segmentada em

faturamento e outros.

ao da tarifa verde com custos de consumo

três postos tarifários, considerando-se o

Pode-se observar que as próprias

diferenciados em horários de ponta (três

seguinte:

resoluções que definem os custos da

horas por dia) e horários especiais - no

Claro que a resolução vem junto com

energia nos diversos enquadramentos

caso da tarifa branca, em períodos de

I – uma tarifa para o consumo de energia

dos

duas horas diárias vizinhas aos horários da

(R$/MWh) para o posto tarifário ponta;

definidas, ou seja, pode-se até entender os

ponta no início e término deles. Assim, a

II – uma tarifa para o consumo de

benefícios tarifários que poderiam se obter,

tarifa branca se caracteriza por 66 horas

energia (R$/MWh) para o posto tarifário

bastando-se que se confirme o horário

de ponta e 44 de período intermediário nos

intermediário; e

da ponta, que poderia ser definido, por

meses com 22 dias úteis.

III – uma tarifa para o consumo de

exemplo, em período diferente da própria

Quando as próprias tarifas (horo-

energia (R$/MWh) para o posto tarifário

tarifa verde.

sazonais) foram instituídas na média e alta

fora de ponta”

tensão há mais de 20 anos, a então “tarifa

(Redação dada pela Resolução Normativa

pois há de se considerar que:

amarela” seria aquela a ser aplicada nos

Aneel nº 479, de 03.04.2012)

segmentos de baixa tensão. Muitas águas

custos

da

tarifa

branca

estão

E aí reside outro aspecto interessante,

• O consumo no setor residencial e

(ou nem tanto) rolaram pelos vertedouros,

Na Seção III, “do enquadramento”; no

comercial no Brasil, reproduzido na Figura

sem

Artigo 57, § 2º observa-se nova referência

1 tem sido responsável pelo incremento

ao tema, relativa ao grupo B, item II:

do consumo no país e sua gestão merece

que

tal

oportunidade

fosse

consolidada junto a estes consumidores. E, assim, os consumidores de baixa tensão

atenção. A Figura 2 ilustra o incremento

continuam esperando. Na resolução 414

“Na modalidade tarifária horária

percentual anual dos setores residencial

da Aneel, revisada em 2012, a tarifa branca

branca, de acordo com a opção do

e comercial. As Figuras 1 e 2 foram

é definida no capítulo 1 como:

consumidor, somente após a publicação

elaboradas a partir de dados divulgados

Modalidade tarifária horária branca:

de resolução específica com a definição

pela Empresa de Pesquisa Energética

aplicada às unidades consumidoras do

dos procedimentos e critérios a serem

(EPE);

grupo B, exceto para o subgrupo B4 e para

observados”.

as subclasses baixa renda do subgrupo

Boa

parte

dos

consumidores

de

baixa tensão compõe este grupo de

B1, caracterizada por tarifas diferenciadas

E aí chegamos ao atual status da

consumidores;

de consumo de energia elétrica, de acordo

situação: Ainda não foi concluída a

• Os hábitos de consumo do setor

com as horas de utilização do dia.

resolução especifica com a definição

devem estar adequados aos aspectos de

dos procedimentos e critérios a serem

definição do horário de ponta, que podem

E complementada pelo Art. 56-A

observados.

o

ser diferentes dos atuais praticados, tendo

consumidor não pode fazer uso desta

em vista as mudanças de perfil de carga

“A modalidade tarifária horária branca

Em

outras

palavras,


113

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

ocorridas;

da ponta traz resultados bem mais efetivos

residencial

e

pequenas

devem

ser

instalações

Haverá impactos no faturamento das

para o sistema elétrico que aqueles obtidos

comerciais

distribuidoras, pois, de forma geral, estes

nos questionáveis programas de eficiência

compreendidos.

mais

bem

consumidores são cativos;

energética da Aneel na baixa renda;

• A potencial modulação de carga no horário

• Os hábitos de consumo do setor

de tarifação de um consumidor B1 ligado à

As Tabelas 1 e 2 apresentam simulações

AES Eletropaulo, com consumo mensal de 500 kWh, e em dois cenários de consumo nos horários da ponta e intermediários: O primeiro cenário apresentado na Tabela 1 considera o custo comparativo da energia convencional e branca para um consumo de carga constante de 500 W nos períodos da ponta e intermediários; uma relação de consumo na ponta e intermediários em relação ao total da ordem de 11%. A redução obtida na conta de energia, neste caso, é de aproximadamente 6%. O segundo cenário na tabela 2 Figura 1 - Consumo anual de energia nos setores residencial e comercial e consumo total. Fonte: EPE.

apresenta modulação de 100% da carga na ponta e intermediário e a possibilidade de redução da conta mensal é da ordem de 13%. Este caso ilustra a máxima redução que se pode obter com esta tarifação. *Impostos totais estimados em valores da ordem de 30% de incremento do valor líquido.

Pode-se, portanto, concluir que:

• O pequeno consumidor que viu suas contas aumentarem significativamente no último ano pode ter uma boa ferramenta para gerir esta conta, contribuindo para a Figura 2 - Evolução do consumo percentual de energia anual em relação ao total. Fonte: EPE

Tabela 1 – Cenário para consumidor com 500 kWh por mês e carga residual de 500 W durante os períodos de ponto e intermediário

redução da carga na ponta; • O incremento de uso de energia ocorrido quando da redução dos custos no final de 2012 pode ser em parte revertido, a partir de tarifas adequadas que sinalizam a necessidade de redução de consumo na ponta; • É importante que o pequeno consumidor se dê conta e melhor entenda os

Tabela 2 – Cenário para consumidor com 500 kWh por mês com modulação de carga plena (100%) na ponta e no período intermediário

mecanismos de custos da energia; • O mercado (consumidor, conces­ sionárias e poder concedente) deveria se preparar para a implantação deste modelo e inserir o tema em discussões entre os envolvidos; • Gestão de tarifas é uma ótima ferramenta para induzir racionalidade no uso da energia pelos consumidores.


114

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Documentação para a certificação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” Os desenhos de fabricação e a documentação descritiva fazem parte do complexo processo de certificação de todos os equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação, de automação e de telecomunicações “Ex” destinados a serem instalados em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis. Faz parte do escopo dos fabricantes que buscam a certificação “Ex” de seus produtos o fornecimento de toda a documentação necessária para a especificação dos equipamentos a serem avaliados, ensaiados e certificados. No entanto, não é indicada na legislação nacional a relação dos documentos mínimos requeridos a serem apresentados pelos fabricantes para os organismos de certificação “Ex” e para os laboratórios de ensaios “Ex”. Esta omissão faz com que não haja uma uniformidade de documentação requerida entre os diversos organismos e laboratórios que atuam no mercado nacional. Para equacionar esta “lacuna” e estabelecer os dados, informações e documentação mínima a ser apresentada para o processo de certificação de cada tipo de proteção “Ex”, foi elaborado, em nível internacional, o Documento Operacional IECEx OD 017 - Orientação sobre desenhos e documentação para a certificação para utilização pelos fabricantes e laboratórios, para auxiliar os fabricantes na elaboração dos desenhos e da documentação a ser submetida com uma inscrição para um processo de certificação “Ex’. Os documentos requeridos para demonstrar a conformidade com os tipos de

proteção “Ex” são utilizadas pelos organismos de certificação do IECEx para comparação com o protótipo ou a amostra e, em conjunto com relatórios de ensaios “Ex”, para a demonstração da conformidade com as normas internacionais aplicáveis das séries IEC 60079 (equipamentos elétricos “Ex”) e ISO/IEC 80079 (equipamentos não elétricos “Ex”). Os desenhos e outros documentos que foram a especificação do produto utilizada para demonstrar a conformidade do tipo de proteção “Ex” representam a especificação definitiva do produto "Ex" que foi avaliado, ensaiado e certificado. A determinação da documentação mínima a ser apresentada pelos fabricantes para cada tipo de proteção “Ex” pode ser considerada de fundamental importância, uma vez que, por um lado, os fabricantes de equipamentos “Ex’ frequentemente procuram um grau máximo de flexibilidade na documentação, de modo a satisfazer alterações na produção e a englobar variações nos seus produtos, enquanto os organismos de certificação e os laboratórios “Ex” requerem um nível de detalhe que demonstre que todos os aspectos do processo de certificação e das normas aplicáveis tenham sido claramente considerados e que todos os detalhes aplicáveis para a conformidade tenham sido definidos de forma inequívoca. O Documento Operacional IECEx OD 017 apresenta requisitos específicos para diversos tipo de proteção “Ex”, tais como Invólucros à prova de explosão – Ex “d”, Segurança aumentada – Ex “e”, Segurança intrínseca – Ex “i”, Encapsulamento – Ex

“m”, Pressurização de invólucros– Ex “p”, Não centelhante – Ex “n”, Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros– Ex “t”, Imersão em óleo – Ex “o”, Imersão em areia – Ex “q”, Lanternas para capacetes para minas subterrâneas de carvão e equipamentos para sistemas de traceamento elétrico resistivo. A existência deste IECEx OD 017 em português do Brasil permite aos fabricantes, laboratórios e OCPs “Ex” nacionais um melhor nivelamento e uma devida uniformização de informações, baseado em boas práticas de consenso internacional, as quais estão consolidadas neste documento operacional do IECEx, cuja elaboração contou com a participação e a aprovação do Brasil. São apresentados exemplos de infor­ ma­ ções, dados e documentação requerida para a certificação de equipamentos com os tipos de proteção “Ex” mais frequentemente utilizados nas indústrias contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis e poeiras combustíveis. Exemplos de documentação, informações e dados requeridos para o processo de certificação de equipamentos Ex “e” – segurança aumentada: • A distância mínima de escoamento e a distância mínima de isolação; • O índice comparativo de trilhamento (CTI). Uma folha de dados para o material é requerida para evidenciar a repetibilidade desta característica; • O tipo e os detalhes dos terminais utilizados em caixas de junção, se requeridas no equipamento (por exemplo, tipo, material e


115

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

características nominais); • O sistema de isolamento dos enrolamentos deve ser especificado na folha de dados do fabricante. Todos os processos envolvidos, tais como impregnação, devem também ser definidos; • Todos os materiais isolantes devem ser especificados e as folhas de dados devem ser apresentadas, quando não forem definidos por meio da referência a uma norma IEC ou NBR IEC; • Os desenhos para os motores elétricos devem identificar o entreferro radial e indicar como este é alcançado durante a fabricação. Por exemplo, isso pode ser feito por meio da confirmação de que o entreferro é ajustado e medido durante a fabricação, ou pela apresentação de informações que mostrem claramente como um entreferro definido, mas não medido, é alcançado pela consideração de diversas tolerâncias e excentricidades, que possam contribuir para o entreferro do motor montado; • Os desenhos das plaquetas de advertência devem ser apresentados (seja por meio de desenhos ou documentos em separado ou incluídos em outros desenhos ou documentos aplicáveis), incluindo informações sobre o material e métodos de gravação e de fixação; • Se os motores são destinados a serem acionados por soft-starters ou por conversores de frequência, estes dispositivos eletrônicos de acionamento devem ser especificados; • Os detalhes da temperatura limite dos dispositivos, identificação e características nominais, especificação da tensão, montagem, fiação, isolação e terminais; • Os detalhes de dispositivos associados de proteção externa (por exemplo, dispositivos de proteção contra sobrecarga certificados para um motor), se um dispositivo dedicado for requerido, ou, caso contrário, nos casos gerais, os detalhes apropriados para permitir que um dispositivo de proteção de sobrecarga genérico possa ser corretamente selecionado • Os detalhes dos componentes elétricos de luminárias, incluindo lâmpadas, portalâmpadas, reatores, terminais, dispositivos e circuitos de partida, fusíveis e baterias; • Os dados sobre as barras do rotor de motores elétricos devem ser detalhados, bem como o método da localização de montagem e de como é alcançado o ajuste

de interferência com as ranhuras, bem como o método de fixação e de conexão dos anéis de curto-circuito da gaiola de esquilo; • As folgas ou afastamentos dos ventiladores internos e externos para as partes fixas e o método de como estas folgas ou afastamentos são alcançados; • Os dados principais e aplicáveis para as juntas de vedação (O’ring e gaxetas), incluindo materiais, dimensões, localização e métodos de fixação; • Os detalhes dos resistores anticondensação: identificação e características nominais, especificação da tensão de alimentação, posição da montagem, fiação, isolação e terminais; • As dimensões e as seções transversais mínimas dos condutores dos fios utilizados nos enrolamentos; • As especificações para os mancais de rolamentos das folgas mínimas radial e axial entre as partes estacionarias e rotativas para labirintos sem atrito, se aplicável. A especificação das folgas para mancais de buchas de deslizamento, se aplicável; • A avaliação do risco de centelhamento potencial no entreferro, de acordo com os fatores de risco de ignição, para rotor em gaiola; • A avaliação do risco de centelhamento potencial do estator para motores elétricos. Exemplos de documentação, informações e dados requeridos para o processo de certificação de equipamentos Ex “i” – segurança intrínseca: • Distâncias de segurança em relação às trilhas sobre as placas de circuitos impresso necessitam ser especificadas; • Distâncias entre os componentes e os terminais entre componentes de segurança necessitam ser especificadas; • As larguras mínimas das trilhas nas placas de circuito impresso necessitam ser especificadas; • A área da seção nominal mínima, o tipo do condutor e a espessura de isolação dos fios necessitam ser especificadas; • O índice comparativo de trilhamento (CTI) para as trilhas das placas de circuito impresso necessitam ser especificadas (uma vez que valores comparativamente baixos e fáceis

de serem alcançados são frequentemente adequados, uma especificação geral pode ser suficiente, desde que detalhes suficientes sejam apresentados para permitir que a verificação da conformidade seja feita durante a auditoria da produção, de acordo com a norma NBR ISO/IEC 80079-34; • As características nominais, tolerâncias e tipos de todos os componentes sobre os quais dependam a segurança intrínseca necessitam ser especificados; • Se a isolação galvânica de componentes é utilizada, as distâncias internas de isolação necessitam ser especificadas (por exemplo, os optoacopladores), a menos que sejam de outra forma atendidos, de acordo com a norma (ABNT NBR IEC 60079-11); • Desenhos em escala do arranjo das placas de circuito impresso; • Listas completas de componentes das placas de circuito impresso; • Detalhes de aplicação e as propriedades dos vernizes isolantes (conformal coating); • Parâmetros elétricos para o conceito de entidade; • Fontes de potência: dados de saída, tais como Uo, Io, Po e, se aplicável, Co, Lo ou a relação permissível Lo/Ro; • Receptores de potência: dados de entrada, tais como Ui, Ii, Pi, Ci, Li e a relação Li/Ri; • Quaisquer condições especiais que são consideradas na determinação do tipo de proteção, como por exemplo, que tensão deve ser fornecida do transformador de proteção ou por meio de um diodo de barreira de segurança. O documento operacional IECEx OD 017 foi traduzido para o português do Brasil pelo subcomitê SC IECEx BR do Cobei e encontra-se disponível, para acesso público no site do IECEx. Esta versão para o português contém a seguinte nota: “Ao longo deste documento operacional IECEx, escrito em português, as Normas IEC ou ISO referenciadas são indicadas como normas NBR IEC ou NBR ISO. Isso se deve ao fato de que tais normas são também escritas em português e são idênticas, em conteúdo técnico, forma e apresentação, às respectivas normas internacionais IEC ou ISO, sem desvios nacionais”. http://www.iecex.com/docs/OD_017_Ed_4_ Drawing_documentation_pt.pdf


116

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Por Sidnei Ueda*

Normatização das redes elétricas– Profissionais qualificados e material de qualidade

Todo projeto de rede elétrica deve ser

de grandes proporções”, afirmou o

de Avaliação de Conformidade, assegura

desenvolvido para garantir a proteção e

superintendente da Certiel Brasil entre

ao consumidor que um produto está

o conforto dos usuários, bem como a

2008 e 2014, o engenheiro Eduardo

de acordo com regulamentos técnicos

segurança do imóvel e dos seus bens

Daniel.

previamente estabelecidos em relação a

materiais. Assim, entre os principais itens

A formação do profissional também

critérios que envolvam, principalmente,

que garantirão esses requisitos, estão: a

sofre defasagem no país. Além de

a saúde e a segurança do consumidor e

mão de obra qualificada e a adoção de

poucos cursos qualificados na área,

a proteção do meio ambiente. De outra

produtos certificados para, desta forma,

há a baixa procura de estudantes

forma, a iniciativa aponta ao fabricante

assegurar que as normas de segurança

interessados – uma vez que, para a

as características técnicas que seu

sejam

instalação

maioria dos contratantes de serviços de

produto deve possuir para se adequar

elétrica segura é também eficiente, pois

eletricidade, o profissional especializado

aos

as perdas de energia (sob forma de calor

não é valorizado. É um ciclo vicioso.

isso, o programa facilita o comércio

nas conexões e demais componentes)

A

profissionais

exterior do Brasil, com incremento nas

serão minimizadas, contribuindo com a

qualificados pode resultar ainda em

exportações; protege o mercado interno,

redução do consumo geral.

novos

instalações,

dificultando a entrada de produtos que

além de possíveis indenizações sobre

não atendam a requisitos mínimos de

prevê punição para profissionais da

acidentes ocorridos.

segurança e desempenho prescritos

área elétrica que coloquem em risco a

Por outro lado, são diversos os

em regulamentos; e agrega valor às

segurança patrimonial ou as pessoas

componentes

que circulam pela área, por conta da má

numa

qualidade das instalações. Por isso, a

condutores,

qualidade dos profissionais envolvidos

interruptores e tomadas, entre outros

regulamentos técnicos.

no projeto é fundamental para uma rede

dispositivos.

O mercado de energia,

No

segura.

eletricidade

e

também

apresentarei mais detalhes sobre a

é

pela

muitos

certificação voluntária das instalações

sem

elétricas no Brasil. Você saberá por que

respeitadas.

Uma

O Código de Defesa do Consumidor

Como a certificação voluntária ainda

baixa

exigência

retrabalhos

a

nas

serem

técnicos.

Com

avaliados

marcas, atraindo novos consumidores

como

eletrodutos,

e novas fatias de mercado, ao atestar

conectores,

disjuntores,

o

instalação,

atingido

de

regulamentos

iluminação pirataria:

utilizam

material

certificada,

com

atendimento artigo

de da

um

produto

próxima

a

edição,

se restringe à própria instalação, no que

instaladores

tange à capacitação desse profissional,

aprovação

peso,

o país está tão atrasado nesse assunto

deve-se avaliar a sua qualificação (o

quantidade, comprimento e composição

– até mesmo diante de seus vizinhos do

saber fazer), a habilitação profissional

alterados. É preciso ter muito cuidado

Mercosul.

(o poder fazer) e a experiência no tema.

na compra, pois alguns deles, como

“A falta de um desses componentes

tomadas, fios, cabos e disjuntores,

*Sidnei Ueda é engenheiro eletricista pela

pode colocar em risco a segurança das

devem possuir a marca do Inmetro e

Unicamp e, como gerente de aplicação de

pessoas que utilizarão a instalação, pela

também devem ter todas as informações

produtos da Nexans, atua no segmento de

ocorrência de acidentes tão comuns e

da procedência (como marca, fabricante

linhas e cabos nus e isolados destinados à

com consequências graves, que vão de

e norma técnica, entre outras).

transmissão e distribuição de energia no Centro

choques elétricos mortais a incêndios

de Competências Aéreas da empresa no Brasil.

O Inmetro, por meio de seu Programa



118

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

Custos e impacto econômico da energia de baixa qualidade

A indústria brasileira já convive com

Para otimizar o processo é fundamental

real da energia desperdiçada devido à baixa

os impactos econômicos do aumento do

que as organizações tenham capacidade

qualidade, em última análise, reduzindo

custo da energia elétrica e se vê obrigada

de registro da energia, o que permite ao

custos na conta de energia e evitando os

a rever as suas estratégias de consumo.

usuário monitorar e direcionar o seu uso,

efeitos de paradas não planejadas.

Ao mesmo tempo, problemas associados

conquistando maior economia.

à qualidade da energia prejudicam os

Outra maneira de determinar se os

processos operacionais, gerando custos

equipamentos elétricos estão funcionando

Como você sabe que tem problemas com a qualidade da energia?

excessivos e até a obstrução total dos

ou não de forma eficiente é identificando

É possível reconhecer os sintomas

trabalhos.

problemas potenciais de qualidade de

com facilidade: luzes piscando, queda

Mensurar o custo do desperdício

energia.

de energia, obstrução de disjuntores,

ocasionado por problemas na qualidade

PLCs

A energia de baixa qualidade é cara.

e

unidades

de

velocidade

da energia foi sempre uma tarefa exclusiva

Primeiramente, ela eleva os custos de

variável. Equipamentos como motores

para engenheiros experientes. Hoje, o

energia, tanto devido ao uso excessivo

e transformadores aquecerão e farão

mercado já dispõe de tecnologia de ponta

como em penalidades que a concessionária

barulhos. Alguns problemas são mais

capaz de mensurar energia versus potência

de serviços públicos pode impor pelo fator

sutis, tais como o desempenho ruim do

para que as organizações obtenham um

de potência baixa ou altas demandas de

computador, causando travamentos e

maior controle destes custos.

pico.

perda de dados. Todos esses problemas

elevam as suas contas de energia e

A maneira mais tradicional de reduzir

A baixa qualidade de energia também é

o consumo de energia é por meio do

prejudicial aos equipamentos, aumentando

monitoramento

direcionamento

o custo com manutenção e reparos.

(M&T), que determinam quando e onde a

Falhas prematuras do equipamento ou

energia está sendo utilizada. Deste modo,

danos causados por problemas de energia

Quais são as origens dos problemas de qualidade de energia?

consegue-se avaliar se esta está ou não

resultam não apenas na despesa da

Mais de 80% dos problemas de

sendo usada de forma eficaz. Ao inserir

substituição do equipamento em si, mas

qualidade de energia originam-se dentro

o custo da energia em um instrumento

também em custos de trabalho associados

das instalações. Equipamentos de grande

desta natureza, o custo total é calculado

ao diagnóstico e reparo.

porte ligando e desligando, fiação e

diretamente.

Quando o equipamento não está

aterramento

Atitudes muito simples, como garantir

funcionando por conta do tempo de

sobrecarregados

que os sistemas de aquecimento e

inatividade, ocorre queda da produtividade

apenas alguns dos culpados. Menos

iluminação

funcionando

e a consistência do processo sofre ou

de 20% dos problemas de energia

quando um edifício está desocupado,

falha, o que leva ao desperdício de produto.

originam-se com o sistema de transmissão

podem

Ferramentas que monitorem a qualidade da

e distribuição da concessionária de serviço

de

energia fornecem os meios para descobrir

público. Raios, falhas de equipamento,

a

a origem e a magnitude dos problemas,

acidentes e condições meteorológicas

alimentação de máquinas e plantas em

permitindo que as oportunidades para

afetam negativamente a concessionária

momentos em que não há produção.

economizar

e

de serviço público. Empresas próximas e

Ou deixar equipamentos em modo de

aproveitadas. Este tipo de equipamento

a operação normal de equipamentos da

espera por longos períodos de tempo.

auxilia as empresas a quantificar o custo

concessionária de serviço público também

e

não

do

reduzem a eficiência.

estejam

representar

significativa. desperdício

Outros de

uma

economia

exemplos

energia

incluem

sejam

identificadas

inadequados ou

e

circuitos

harmônicos

são


119

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

podem afetar a qualidade da energia

resultar em ressonância ou em capacitores

regular e frequente das suas instalações

fornecida à instalação.

queimados. Consulte um engenheiro de

com boas práticas de manutenção, usando

qualidade de energia antes de corrigir o PF

o equipamento de inspeção correto. Como

se houver harmônicos.

isto deve ser um esforço contínuo, utilize

Você pode reduzir o uso de energia, eliminando ineficiências em seu sistema

as ferramentas certas para fazer seu

de distribuição, como altas correntes

Você pode reduzir as tarifas de pico de

próprio teste de qualidade de energia e

neutras devido a cargas desequilibradas

demanda por meio do controle da carga

monitoramento ao invés de terceirização.

e harmônicos; transformadores altamente

do pico. Infelizmente, muitas pessoas

Atualmente, isto é surpreendentemente

carregados, especialmente aqueles que

ignoram um dos principais componentes

acessível e sempre vai custar menos do

servem

cargas

motores

deste custo – o efeito da baixa qualidade

que o tempo de inatividade.

velhos,

mecanismos

outras

de energia no uso do pico de energia e,

questões

não-lineares; velhos

relacionadas

ao

e

e

portanto, subestimam seus pagamentos

potência altamente distorcida, que pode

motor;

em excesso. Para determinar os custos

ocasionar um aquecimento excessivo no

reais da carga do pico, você precisa

sistema de energia.

saber o uso "normal" da energia; o uso de "energia limpa" e a estrutura de carga da

Você pode evitar a penalidade do fator

carga do pico. Ao eliminar os problemas

de potência por meio da correção do

de qualidade de energia, você reduz o

fator de potência. Em geral isto envolve

tamanho das demandas de pico e a base

a instalação de capacitores de correção.

em que elas são iniciadas.

Mas corrija primeiro a distorção do sistema

É

– os capacitores podem apresentar baixa

tenham uma abordagem proativa para

da Fluke do Brasil, companhia especializada

impedância aos harmônicos e a instalação

conseguir melhorar a qualidade da energia.

em ferramentas de teste eletrônico compactas e

da correção de PF inadequada pode

A primeira linha de defesa é a inspeção

profissionais.

fundamental

que

organizações

*René Guiraldo é gerente nacional de vendas


120

Agenda

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

18 A 20 DE JANEIRO DE 2016

PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS SEGUNDO A ABNT NBR 5419:2015

Descrição

Informações

Este curso foi desenvolvido para familiarizar os interessados com a nova ABNT NBR 5419 e os novos critérios utilizados, desde a análise para a necessidade da existência de proteção até a conservação da mesma e da documentação envolvida. A ABNT NBR 5419: 2015 traz quatro cadernos e mais de trezentas páginas, fruto do agrupamento de várias normas relacionadas com o assunto, inclusive a proteção de ambientes e equipamentos contra os efeitos indiretos dos raios. Podem participar das aulas, além de estudantes interessados em conhecer o novo texto da norma, engenheiros, projetistas, técnicos, instaladores e profissionais da área de manutenção industrial, comercial e residencial.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br

Cursos

22 A 26 DE FEVEREIRO DE 2016 Descrição

Informações

O objetivo do curso é capacitar os participantes para avaliarem patologias em estruturas de concreto e apresentarem materiais e alternativas visando reparos e reforços em estruturas já comprometidas. Entre os temas que serão debatidos nas aulas estão: introdução à patologia das estruturas de concreto; causas intrínsecas e extrínsecas da deterioração das estruturas; e notas sobre patologias de fundações. O curso conta também com testes e visitas técnicas. As aulas são direcionadas a profissionais envolvidos com inspeção, avaliação e recuperação de estruturas que apresentem ou possam vir a apresentar processos de deterioração.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

16 DE MARÇO DE 2016

LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS DE ENERGIA

Descrição

Informações

Promovido pelo Instituto Acende Brasil, o curso tem como intuito oferecer aos participantes uma perspectiva abrangente do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos de energia, suas etapas, riscos e documentos necessários para o atendimento de cada uma das etapas. O conteúdo programático é dividido em quatro módulos: planejamento energético e o setor elétrico; legislação ambiental e as instituições de meio ambiente; processo de licenciamento ambiental para empreendimentos de energia; e riscos e oportunidades no processo de licenciamento ambiental.

Local: São Paulo Contato: (11) 3704-7733 eduardo.monteiro@acendebrasil.com.br

06 DE JANEIRO DE 2016

SEMINÁRIO DE ENERGIA SOLAR

Descrição

Informações

A segunda edição do Seminário de Energia Solar (SES) será realizada no dia 6 de janeiro, no Club de Golf Sport Francés, na cidade de Santiago, no Chile. O evento contará com um painel de especialistas que deverão abordar o tema em diversos aspectos: geração elétrica, indústria eletrointensiva, edifícios públicos, uso residencial e autoconsumo. A proposta é discutir novas tendências, normas nacionais e internacionais, além de trazer à tona oportunidades de negócios sustentáveis. O seminário contará com uma área de exposição com empresas e órgãos interessados no setor de energia solar.

Local: Santiago, no Chile. Contato: +56 02 28393621 | info@ahunewen.cl http://ahunewen.cl/seminario/ses2016

1 E 2 DE FEVEREIRO DE 2016

Eventos

INSPEÇÃO, AVALIAÇÃO, RECUPERAÇÃO E REFORÇO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO E DE EDIFICAÇÕES

FÓRUM DIREITO EMPRESARIAL EM ENERGIA

Descrição

Informações

Inédito, o Fórum Direito Empresarial em Energia tem como objetivo preparar as empresas do setor elétrico para os desafios de 2016. De acordo com os organizadores do evento, no próximo ano, as diversas oportunidades de novos projetos advindos dos leilões criarão para as companhias um amplo contencioso jurídico de uma perspectiva empresarial com a composição de diversas organizações novas dentro de holdings já existentes. Neste sentido, tendo em vista processos novos ou empresas em operação e que estejam em processo de recuperação, torna-se premente inteirar-se a respeito de questões como financiamento e liquidez de ativos. O evento tem como público alvo: geradoras, autoprodutoras, distribuidoras e transmissoras, consultorias, escritórios jurídicos e comercializadoras.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3266-3591 contato@blueoceanevents.com.br

25 DE FEVEREIRO DE 2016

DIREITO AMBIENTAL PARA NÃO-ADVOGADO

Descrição

Informações

Tendo em vista a complexidade do arcabouço legal da legislação ambiental brasileira, que conta com inúmeras normas, atingindo os mais diversos setores da infraestrutura e indústrias brasileira, entre eles o elétrico, a ViexAmericas promove este curso para não-advogados. Direcionado a profissionais atuantes, ou que queiram atuar, direta ou indiretamente na gestão ambiental tanto na esfera privada como em suas interfaces na esfera pública, o curso busca trazer um panorama compreensivo da legislação ambiental que influencia diretamente o trabalho cotidiano de um amplo espectro de profissionais.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com


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41

121


122

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Novembro de 2015

O que há de errado? Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Esta imagem foi registrada pelo engenheiro João José Barrico. Encontre os erros

de acordo com as normas técnicas referentes a este setor e mande suas conclusões! O resultado será divulgado na edição 120, de janeiro de 2016.

Resposta da edição 116 (Setembro/2015)

O leitor FÁBIO ALENCAR apresentou a resposta mais correta com relação às não

conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando!

Confira a resposta correta:

Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e

A não conformidade é que a porta do quadro

nos ajude a denunciar os disparates cometidos

de distribuição não abre no mínimo de 90º (para

por amadores e por profissionais da área

permitir operação e manutenção seguras). Por

de instalações elétricas. Não se esqueça de

conta disso, também não há espaço suficiente

mencionar o local e a situação em que a falha foi

entre a parede e a porta aberta do quadro para a

encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –

passagem das pessoas (mínimo de 60 cm).

residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.




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