O Setor Elétrico (Edição 119 - Dezembro 2015)

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Ano 10 - Edição 119 Dezembro de 2015

Expansão do mercado livre de energia Especialistas avaliam regras atuais e projeto de lei que intenta reduzir os critérios para migração do consumidor cativo ao ambiente livre de contratação Mercado de teste e medição Equipamentos voltados para a qualidade da energia estão entre os mais comercializados Impacto da cogeração no planejamento das distribuidoras Setores de automação e gerenciamento devem fechar 2015 com crescimento de 2%

CINASE 2015 Detalhes da última e bem sucedida etapa do ano, que aconteceu em Brasília.



3

Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial. com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br

Pesquisa – Equipamentos de gerenciamento de energia e automação

76

Faturamento da indústria eletroeletrônica deverá cair 10% em 2015. Na mesma linha, fabricantes e distribuidores destes segmentos projetam crescimento do mercado de apenas 2%.

Coluna do consultor

6

Aula prática – Controle de potência

86

O ano de 2015 termina melancolicamente do ponto de vista político

Um trabalho sobre sistema de controle de potência ativa e

Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

e econômico.

reativa na regulação de baixa tensão em redes trifásicas de

Faturamento do setor eletroeletrônico registra queda real de 11% em

Espaço 5419

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

2015; MME lança programa de desenvolvimento da geração distribuída;

Sobre o valor ideal para a resistência de aterramento.

Painel de notícias

distribuição.

8

96

ABNT publica 11 normas em dezembro; Comissão da Câmara dos

98

Deputados aprova projeto de lei que proíbe cobrança cumulativa

Espaço 5410

da taxa de iluminação; Copel adquire 149 aerogeradores da Weg;

Comparação das condições previstas no início do ano com os

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

Semikron produzirá módulos inteligentes integrados no Brasil em 2016.

resultados obtidos ao longo deste período.

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.

Evento - Cinase

Consultor técnico José Starosta

Colaboradores desta edição: Alessandro Luiz Batschauer, Danilo Ito, Edson Bittar, Eduardo Daniel, Felipe Zimann, José Barbosa de Oliveira, Marcello Mezaroba, Pedro Polo, Plínio Godoy, Reinaldo Fachada, Sérgio Feitoza, Sideni Ueda, Stanley Tokuno e Vagner Vasconcellos. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau) / www.energiasustentaveldobrasil.com.br Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

22

Colunistas

100

Conheça os detalhes da edição do CINASE, que aconteceu em

Michel Epelbaum – Energia sustentável

novembro na cidade de Brasília (DF).

Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente

Fascículos

Luiz Fernando Arruda – Instalação MT

27

Jobson Modena – Proteção contra raios João Barrico – NR 10

Reportagem 52

108

104 106

102

110 112

José Starosta – Energia com qualidade

Os prós e os contras da expansão do mercado livre de energia.

Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

Comercializadora clama por um ambiente de contratação de energia

116

com menos intervenção do governo. Professor e consultor acreditam

Dicas de instalação

que mercado regulado é a única maneira de garantir o suprimento da

A importância da certificação das instalações elétricas de baixa

demanda crescente por energia elétrica.

tensão e da conscientização da população no sentido de ter instalações regularizadas.

Artigo – Cogeração 58

118

Impacto da cogeração no planejamento elétrico das distribuidoras –

Ponto de vista

O caso da CPFL Paulista das regiões Nordeste e Noroeste.

Sistemas de controle de iluminação devem criar a melhor experiência possível para as pessoas que vivem ou trabalham no espaço a ser

Pesquisa – Instrumentos de teste e medição

iluminado.

66

120

Mercado de equipamentos para teste de medição sente a crise

Agenda

econômica brasileira, que reflete na desvalorização da moeda

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses

nacional e na falta de investimentos. Apesar do cenário sombrio,

122

empresas do segmento acreditam que mercado deva crescer 4%

What’s wrong here

em 2015.

Identifique o que existe de errado na instalação


Editorial

4

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Capa ed 119_B.pdf

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1/6/16

6:32 PM

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Ano 10 - Edição 119 Dezembro de 2015

Expansão do mercado livre de energia O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 119 – Dezembro de 2015

Especialistas avaliam regras atuais e projeto de lei que intenta reduzir os critérios para migração do consumidor cativo ao ambiente livre de contratação Mercado de teste e medição Equipamentos voltados para a qualidade da energia estão entre os mais comercializados Impacto da cogeração no planejamento das distribuidoras Setores de automação e gerenciamento devem fechar 2015 com crescimento de 2%

CINASE 2015 Detalhes da última e bem sucedida etapa do ano, que aconteceu em Brasília.

Edição 118

As últimas de 2015

Esta última edição do ano de 2015, embora circule nos primeiros dias de janeiro do ano seguinte,

ainda trata de questões pertinentes ao ano de sua capa, mas que, certamente, serão pautas não apenas para 2016, mas para outros tantos anos que estão por vir. Uma dessas temáticas – e que é destacada na reportagem de capa – diz respeito à expansão do mercado livre de energia, assunto que gera calorosas e infindáveis discussões em seminários e congressos do setor. Afinal, deve-se estender o “livre arbítrio” da compra de energia aos demais consumidores? Ou isso representaria um risco para a segurança do suprimento? A resposta é um tanto complexa, já que enquanto alguns especialistas defendem a ampliação do ambiente de contratação livre, outros argumentam que é o mercado cativo quem dá a garantia da expansão da oferta de energia no país e assegura o financiamento para tais investimentos.

No entanto, a curtos passos, algumas medidas vêm abrindo caminhos para que cada vez mais

consumidores tenham acesso ao mercado livre. Uma delas foi a permissão de que, qualquer empresa com demanda contratada de, no mínimo, 500 kW, possa adquirir energia de fonte incentivada, ou seja, gerada a partir de fontes solar, eólica, biomassa e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Leia os desdobramentos deste assunto na reportagem publicada nas páginas deste exemplar.

Relacionado a este tema, um artigo curioso assinado por especialistas do Grupo CPFL, conta uma

experiência da concessionária com cogeração de energia. O artigo traz detalhes do impacto das usinas de cogeração a biomassa nos seus sistemas de distribuição e de transmissão, tanto no período de safra (de abril a novembro), quanto na entressafra (de dezembro a março).

Além disso, as pesquisas deste mês – dos mercados de gerenciamento de energia e de equipamentos

para teste e medição –, mais uma vez, mostram os resultados aquém do esperado e as modestas e pessimistas expectativas para estes setores. Como já constatado em pesquisas anteriores e de mercados distintos, a desaceleração da economia brasileira, a desvalorização da moeda e a falta de confiança dos investidores vêm puxando o setor elétrico como um todo para baixo.

Nesta última edição de 2015, esperamos que o ano termine e leve com ele todos os maus presságios.

Que possamos, com o início de 2016, publicar apenas boas notícias, expectativas e resultados mais promissores. Se o cenário econômico negativo não for, de todo, resolvido, ao menos, que a confiança volte a circular entre investidores e empresários, para que possamos desenhar um futuro auspicioso. Que o balanço de 2016 seja absolutamente melhor do que está sendo o de 2015. O brasileiro é criativo. Boa leitura,

flavia@atitudeeditorial.com.br

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

2015 - O ano que não acabou Cá estamos ao final e, ao contrário dos

produtivo e que prazo é um mero detalhe.

outros anos, não há razões para fazer

Nosso PIB vai para baixo do cobertor

balanço, uma vez que todos nós sabemos

cada vez mais encolhido, sem expectativas

que, simplesmente, é o calendário que

de reação, nossa moral vai no mesmo

muda, as energias continuam as mesmas.

caminho e sobreviver tornou-se um ato

Nosso otimismo, desta vez, não se

de risco e mesmo de escárnio por estas

concentra na mágica virada de 31 de

bandas. Falando em banda, vamos ter

dezembro, mas quando, afinal, novos

de esperar o carnaval passar já logo na

projetos sérios entrarão para dentro

segunda semana de fevereiro, mesmo

de nossas fronteiras. O protesto dos

porque nossas próprias “bandas” já estão

preocupados e indignados “azuis” contra

na janela há um bom tempo. Não temos

os corporativistas “vermelhos” e a patética

pressa, temos só de pagar mais impostos.

resposta destes não parece que vai nos

Fico imaginando qual será a moeda de

levar a lugar algum.

troca da futura CPMF que vamos ter de

O país precisa de uma economia

engolir ao melhor estilo “Zagalês”.

organizada, que vinha sendo tentada

De bom, temos as conclusões do COP

pelo Seu Joaquim, que agora, ao final de

21 que se realizou na sofrida Paris (depois

dezembro, está de partida. Parecia ser

de mais uma barbárie fundamentalista)

o último ser pensante do Planalto com

como um alento à redução das emissões

objetivos verdadeiramente de interesse

de combustíveis fósseis na busca pela

público a cumprir (leio nestes dias

redução do aquecimento global. Grandes

que a principal causa da crise seria as

investimentos (US$ 100 bilhões anuais)

investigações e não os fatos geradores

surgem como força para bons projetos que

destas, terrível!).

poderão ainda alavancar o segmento de

Aqueles que tentam tocar suas empresas

eficiência energética e fontes renováveis

e, claro, pagar seus impostos, dependem

nos países em desenvolvimento. Claro,

lamentavelmente dos rumos da economia

esperamos que os investimentos que

e dos investimentos em projetos e estes,

nos couberem sejam utilizados com

por sua vez, dependem do rumo político

competência

do país, que ficará parado em janeiro, já

livres dos habituais usurpadores. Aliás,

que “ninguém é de ferro”. Então, mais um

poderíamos incluir em nossas orações

mês sem novidades e, pior, sem futebol.

neste final de ano:

Às vezes, a sensação que se tem é que a

“Livrai-nos dos usurpadores, corruptos,

turma que deveria tocar o Brasil para frente

vagabundos e tudo mais”, sejam eles azuis

nunca trabalhou em algo verdadeiramente

ou vermelhos: “venomar amén”.

técnica

e

que

fiquem



Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Faturamento do setor eletroeletrônico registra queda real de 11% em 2015 Variação real (descontada a inflação) da área de GTD e materiais elétricos também foi negativa: 4% e 17%, respectivamente

Sentindo os efeitos da crise política

milhões em 2015.

o impacto das dívidas contraídas por

e econômica que assola o Brasil desde o

De acordo com a Abinee, contribuiu

conta da MP 579. A Abinee explica que,

início do ano, a indústria eletroeletrônica

para o fraco desempenho da área de

não obstante os reajustes tarifários, a

deverá registrar em 2015 um faturamento

GTD em 2015 o ainda baixo número de

situação não melhorou, haja vista que boa

4% menor do que o apresentado em

investimentos das concessionárias de

parte destes recursos foram destinados

2014.

da

transmissão e distribuição. A contenção

a pagar custos decorrentes da geração

Associação Brasileira da Indústria Elétrica

por parte das transmissoras deve-se às

emergencial,

e Eletrônica (Abinee), o faturamento

condições pouco atrativas dos leilões

nas contas das concessionárias de

nominal deste ano é estimado em R$

realizados nos últimos dois anos, o

geração. No segmento de geração,

148,3 milhões, enquanto no ano passado

que acarretou em um baixo volume de

os investimentos estão previstos nos

foi de R$ 153,8 milhões. Descontada a

negócios no período. Já as distribuidoras

cronogramas, mas a área que sempre

inflação, a queda do faturamento será

não investiram porque ainda sentem

se

ainda

Conforme

maior:

10%.

levantamento

Tal

decréscimo

terá reflexos também no número de empregos diretos dessa indústria, que deverá terminar 2015 com uma redução de 37.610 trabalhadores, saindo de 293.610 funcionários em 2014 para 256 mil funcionários neste ano.

No que diz respeito ao faturamento

do setor de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD), os números apresentados pela Abinee aparentemente são um pouco melhores, mas nem tanto. No ano passado, foi registrado um faturamento de R$ 15,7 milhões. Neste ano, a projeção é de faturamento de um pouco mais de R$ 16 milhões, o que representaria uma variação nominal positiva de 2%. Contudo, a variação real (descontada a inflação), transformaria essa elevação em queda de 4%. A situação da indústria de material elétrico é ainda pior, registrando variação nominal de -11% e variação real de -17%. Segundo números da associação, em 2014, o faturamento desta indústria foi de R$ 9,7 milhões e a expectativa é de que seja de R$ 8,6

ou

caracterizou

seja,

pelo

aportaram

emprego

de


9

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

equipamentos fabricados internamente tem visto aumentar a importação de partes e peças, devido ao aquecimento da fonte eólica e solar no país.

Por sua vez, a queda do faturamento

da indústria de material elétrico de instalação está atrelada à baixa do consumo decorrente da crise e também a medidas adotas pelo Governo Federal que afetaram fortemente a indústria da construção civil, importante mercado para

estes

produtos.

Entre

estas

medidas, estão a elevação dos juros para financiamento direcionada à aquisição da casa própria; a redução dos recursos para as construções do Programa Minha Casa Minha Vida; e a diminuição do nível de participação do financiamento da Caixa Econômica Federal. Outros

números

da

indústria

eletroeletrônica como um todo também acusaram o golpe da crise econômica e política em 2015. As exportações, que em 2014 somaram R$ 6,5 milhões, tendem a ser reduzidas neste ano para R$ 5,8 milhões, representando uma queda de 11%. As importações também irão registrar decréscimo, saindo de R$ 41,1 milhões para R$ 33,2 milhões. A queda das exportações, no entanto, será compensada pela diminuição das importações, gerando um saldo menos negativo em 2015 do que em 2014. No ano passado, o resultado da balança comercial foi de - R$ 34,6 milhões e neste ano será de -R$ 27,4 milhões. As perspectivas para 2016, de acordo com o levantamento da Abinee, são de um pequeno crescimento no setor, o que não será suficiente para alterar o faturamento da indústria eletroeletrônica no ano que vem. A projeção é de que o faturamento nominal em 2016 seja de R$ 148,8 milhões, número praticamente igual ao de 2015. Contudo, descontando a inflação, a indústria registrará queda de 6%.


Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

MME lança programa de desenvolvimento da geração distribuída O ProGD quer incentivar a realização de mais iniciativas voltadas à autogeração de energia a partir de fontes renováveis de energia elétrica, especialmente a solar

Com o objetivo de ampliar e aprofundar

aumenta a atratividade dessa oferta

específico de instalação de sistemas

as ações de estímulo à geração de

de energia, segundo o ministério. O

de geração distribuída com base em

energia pelos próprios consumidores,

Programa também define mecanismo

painéis fotovoltaicos para universidades

com base nas fontes renováveis, em

de atualização automática desse valor,

e

especial a energia solar fotovoltaica, o

anualmente pelo Índice Nacional de

pode se estender ainda a hospitais

Ministério de Minas e Energia (MME)

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),

federais.

lançou, por meio da Portaria nº 538 de

durante vigência do contrato, o que

aprofundada e estruturada pelo ProGD,

15 de dezembro de 2015, o Programa de

garantirá a manutenção dos custos.

as

Desenvolvimento da Geração Distribuída

Outras ações estipuladas pelo novo

como contrapartida cursos específicos

de Energia Elétrica (ProGD). O Governo

programa estão relacionadas ao mercado

destinados a preparar recursos humanos

pretende investir cerca de R$ 100

livre de energia. O ProGD prevê a

aptos a atender a esse novo mercado

bilhões na ação até 2030.

estruturação de novos horizontes para a

da geração distribuída para projeto,

Um dos pontos importantes previstos

comercialização da energia gerada pelos

instalação e manutenção.

no ProGD para estimular a geração

consumidores-geradores, aumentando a

Conforme o MME, até 2030, 2,7

de energia distribuída é a atualização

energia comercializada nesse ambiente

milhões

dos

Valores

escolas

de

federais,

proposta, técnicas

unidades

que

que será

desenvolverão

consumidoras,

Referência

e permitindo a extensão de benefícios

entre residências, comércios, indústrias

característicos do mercado livre para

e

MWh para a fonte solar fotovoltaica,

mais

prevê

autogeradores de energia elétrica, o que

e R$ 329,00/ MWh para a cogeração

iniciativas para simplificar o mecanismo

pode resultar em 23.500 MW (48 TWh

a gás natural. Esse valor define a

de comercialização dessa energia no

produzidos) de energia limpa e renovável,

remuneração paga pela distribuidora

Ambiente de Contratação Livre (ACL).

o equivalente à metade da geração de

ao

pela

de

Na

técnicas

Específicos (VRES), em R$ 454,00/

gerador

Anuais

escolas

energia

que

agentes.

Além

disso,

o

setor

agrícola,

poderão

ser

ele

No âmbito da geração distribuída,

Itaipu. Com isso, o Brasil pode evitar que

entregar à rede de distribuição. Sua

o MME e o Ministério da Educação

sejam emitidos 29 milhões de toneladas

atualização a um patamar competitivo

(MEC) também estudam um projeto

de CO2 na atmosfera.



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Pequenos agricultores terão facilidades para produzir energia solar e eólica Linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) possibilitará a pequenos produtores de agricultura familiar e assentados da reforma agrária financiar equipamentos para produção desses tipos de fontes

A

Associação

Brasileira

de

Pelo programa, os agricultores poderão financiar os equipamentos de geração com condições de crédito diferenciadas do mercado.

Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e o Ministério de Desenvolvimento Agrário acordaram um termo de cooperação, possibilitando a pequenos produtores de agricultura familiar e assentados da reforma agrária financiar equipamentos para produção de energia eólica e solar. O custeio se dará por meio de uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que subsidia a infraestrutura produtiva.

Por meio do programa, os agriculto­res

familiares poderão financiar os equipa­ mentos de geração com condi­ç ões de crédito diferenciadas do mercado. O diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, acredita que o acordo irá

no campo, trazer produtividade e agregar

outra fonte de renda para os estados

diminuir a principal dificuldade hoje do

valor aos pequenos agricultores”, diz.

produtores. "No Rio Grande do Sul,

pequeno consumidor, que é, justamente,

O acordo vem ao encontro da

os parques eólicos continuam produ­

o investimento inicial dos equipamentos

essência da energia eólica, segundo

zindo arroz e criando gado, mas agora

de energia solar. “O investimento é

a presidente executiva da Abeeólica,

com a renda extra do arrendamento

quase todo no início, porque a vida útil

Elbia Silva Gannoum. Ela destaca que,

das máquinas. O efeito multiplicador

das placas fotovoltaicas é de 25 anos,

além da produção limpa de energia, o

das energias renováveis vai além do

com pouca manutenção. Com o acordo,

mercado relativo a esse tipo de energia

contexto

esperamos ter mais geração de energia

se caracteriza por agregar valor e gerar

social”, afirma.

energético,

tem

impacto

Complexo eólico Vamcruz, no Rio Grande do Norte, entra em operação comercial Iniciaram seu funcionamento 19 aerogeradores, com potência unitária de 3 MW. Ao todo, complexo terá 31 máquinas, com capacidade para gerar 93 MW Os

do

de 3 MW. Ao todo, o complexo contará

do Brasil, a Chesf e o grupo Encalso.

Complexo Eólico Vamcruz, localizado no

primeiros

aerogeradores

com 93 MW de capacidade instalada o

O empreendimento está conectado ao

município de Serra do Mel, no Rio Grande

que tornará apto a gerar cerca de 450

Sistema Interligado Nacional (SIN) por

do Norte (RN), entraram em operação

mil MWh ano, energia suficiente para

meio de uma Linha de Transmissão (LT)

recentemente. Ao todo, iniciaram seu

atender mais de 185 mil famílias.

própria de 62 quilômetros que, por sua

funcionamento 19 máquinas, de um

vez, está conectada à Subestação de

total de 31. Elas têm potência unitária

projeto conjunto entre a Voltalia Energia

O Complexo Eólico Vamcruz é um

Mossoró II.


O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

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Renovação da matriz energética pode ajudar Brasil a atender meta de corte de emissões Inciativa foi apresentada em evento paralelo ao COP 21 como uma das principais medidas para que país alcance meta de redução de 37% de emissões de gases do efeito estufa até 2025

Gestores públicos e pesquisadores que participaram de evento paralelo a 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizado na embaixada brasileira em Paris, apontaram a renovação da matriz energética brasileira como uma das principais medidas para que o país alcance a meta de corte de emissões apresenta a ONU. O Brasil anunciou no dia 27 de setembro que pretende reduzir em até 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025, indicando que pode chegar até 40% até 2030.

A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia,

é que as fontes renováveis, que hoje correspondem a 78% da geração de energia do Brasil, possam representar até o fim de 2015 84,4% da produção de energia brasileira. Para se ter uma ideia de como o Brasil é um país com a matriz energética limpa, a média mundial é de apenas 20,3% de fontes renováveis.

Presente no evento, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim ressaltou o desafio

brasileiro de implantar a meta nacional de corte de emissões e, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico. Já o diretorgeral do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), Albert Melo, ponderou que o “planejamento de ações é a chave para que o País continue nessa posição de liderança”.


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Autotransformadores de alta performance www.tsshara.com.br

Novidades da TS SHara, fabricante nacional de nobreaks, estabiliza­

dores e outros produtos, as novas linhas de autotransfor­madores foram desenvolvidas para proteção segura contra surtos de tensão.

A linha ATS Laser é voltada para aplicações corporativas,

muito empregadas na proteção de impressoras multifuncionais e copiadoras. Os novos modelos atendem a empresas de médio e grande porte, que possuem um parque de máquinas relevante (computadores, impressoras, copiadoras etc.) a ponto de justificar os investimentos em equipamentos desse tipo.

Já a linha ATS Smart, disponível nas versões 1050 e 1050

Tripolar, foi desenvolvida para atender às necessidades do usuário final. Direcionada para aplicações residenciais, a nova linha possui entrada automática para 115V/220V e duas saídas que disponibilizam as tensões de 115V e 220V simultaneamente.

Caixa de comandos Ex www.schmersal.com.br A alemã Schmersal, apresenta seu novo produto para segurança das instalações com atmosferas explosivas. Trata-se da caixa de comandos e sinalizações EAL–EX, fabricada em liga de alumínio SAE 306, com pintura eletrostática cor final Preto RAL 9011. Está disponível em cinco tamanhos de caixas, com a opção da instalação de dispositivos de comando e sinalização na tampa. O produto também pode ser disponibilizado com prensa-cabo Ex. Seus tipos de proteção são: Ex e, Ex ia, Ex tb.

O produto foi também desenvolvido para utilização em zonas

1 e 2 (gases, vapores e neblinas) e em zonas 21 e 22 (poeiras combustíveis). Entre as principais aplicações, estão a agroindústria e os segmentos de cimento, sucroalcooleiro, siderúrgico, mineradoras, químicas, petroquímicas, entre outras.

A caixa de comandos e sinalizações EAL-EX atende às normas

ABNT, NBR IEC 60079-0, 60079-7, 60079-11, 60079-31 e 60529.

Como o próprio nome sugere, o equipamento é “inteligente”, basta ligá-lo à tomada e ele detectará automaticamente a tensão nominal da rede (110V ou 220V) e passará a operar na tensão adequada, sem a necessidade de ajustes por parte do usuário.

Caixa de comando e sinalização para proteção Ex e, Ex ia e Ex tb.

As novas linhas de autotransformadores da TS Shara podem ser encontradas nas principais redes de varejo do país e revendas especializadas.

Nova tecnologia em condutor elétrico www.generalcable.com

A General Cable apresentou, recentemente, seu lançamento mundial: a tecnologia E3XTM , que permite às concessionárias

otimizarem sua rede pelo aumento de capacidade e redução de perdas elétricas, resultando na melhoria da sustentabilidade e confiabilidade do sistema.

De acordo com a empresa, a tecnologia consiste em um revestimento fino e duradouro aplicado à superfície de qualquer

condutor nu da General Cable, que aumenta a emissividade térmica e reduz o coeficiente de absorção solar, melhorando assim a dissipação de calor, podendo aumentar ampacidade e reduzir perdas elétricas. Entre os resultados da tecnologia E3XTM, destacam-se: redução de seção do condutor, mantendo a ampacidade, ou redução da temperatura de operação, mantendo a mesma seção do condutor.

Especificamente, a Tecnologia E3XTM reduz os custos do projeto em até 20%, reduz a flecha do condutor ou o custo

estrutural, além de diminuir ferragens e mão de obra nas novas linhas. Como alternativa, em projetos de recondutoramento, pode-se economizar até 25% devido ao aumento da capacidade de corrente do condutor, facilitando a operação dentro da infraestrutura existente, sem mudanças estruturais. Ao aumentar a emissividade e reduzir a absorção solar de condutores aéreos, a Tecnologia E3XTM também reduz as perdas elétricas na linha em até 25%, devido à redução da temperatura de operação em até 30%, resultando em economias significativas durante a vida da linha de transmissão. Tecnologia de revestimento E3X™ pode ser aplicada sem qualquer modificação das práticas usuais de instalação, conectorização e manutenção.



Painel de normas

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O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

ABNT publica 11 normas em dezembro

Transformadores de potência

os requisitos para os chuveiros elétricos cobertos pela ABNT NBR 16305, que

Prensa-cabos para instalações elétricas

Com 37 páginas, a parte 5 da

são utilizados em edificações cujas

norma ABNT NBR 5356 trata da

instalações elétricas de baixa tensão

capacidade dos transformadores de

e hidráulicas de água fria e quente

norma ABNT NBR IEC 62444:2015 -

energia de resistir a curtos-circuitos.

tenham sido projetadas e executadas,

Prensa cabos para instalações elétricas

Detalhadamente, o texto especifica

respectivamente, conforme as ABNT

fornece os requisitos e os ensaios para a

a

NBR 5410, ABNT NBR 5626 e ABNT

construção e o desempenho de prensa-

NBR 7198.

cabos. O texto abrange os prensa-cabos

capacidade

trifásicos

e

de

monofásicos

autotransformadores) a

curtos-circuitos,

certas

transformadores

categorias

transformadores

e

(inclusive

de

como fornecidos pelo fabricante ou pelo

resistir

excetuando-se de

pequenos

Todas as normas tornaram-se válidas

no dia 8 de janeiro de 2016.

dezembro de 2015, o documento

fornecedor responsável pela colocação do produto no mercado e não abrange os prensa-cabos destinados aos cabos

transformadores

especiais. Publicado no dia 14 de

Publicada no dia 2 de dezembro, a

Aquecedores instantâneos de água e torneiras elétricas

com isolação mineral. O documento tem

Equipamentos elétricos

27 páginas.

tornou-se válido em 14 de janeiro deste ano.

A Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) publicou também no dia

Chuveiros elétricos

8 de dezembro de 2015 três normas que

O objetivo da norma ABNT NBR

dizem respeito à aquecedores de água e

16431, publicada no dia 1º de dezembro

Foram publicadas quatro normas

a torneiras elétricas.

de 2015, é especificar o método para a

referentes a chuveiros elétricos utilizados

Contendo quatro páginas, a norma

determinação da compatibilidade dos

em edificações no dia 8 de dezembro de

ABNT NBR 14011:2015 especifica os

materiais empregados em equipamentos

2015. São elas:

requisitos mínimos para aquecedores

elétricos com óleo vegetal isolante novo.

instantâneos de água e torneiras

O texto normativo vem com seis páginas.

- A ABNT NBR 12087:2015, que

elétricas, cobertos pela ABNT NBR

especifica um método para determinação

16305, utilizados em edificações cujas

da potência elétrica, referida à tensão

instalações elétricas de baixa tensão

nominal;

e hidráulicas de água fria e quente

tenham sido projetadas e executadas

de fogo”, este documento nor­ma­tivo traz

para

respecti­ v amente conforme as ABNT

a parte 2-10 da norma ABNT NBR IEC

determinação da pressão mínima de

NBR 5410, ABNT NBR 5626 e ABNT

60695, que diz res­peito ao ensaio de fio

funcionamento de chuveiros elétricos,

NBR 7198.

incandescente/aquecido. Especificamente,

utilizados em edificações, na vazão

Também com quatro páginas, a ABNT

o texto estabelece a aparelhagem de

de 0,05 L/s, e um método para

NBR 14013:2015 traz os métodos

ensaio de fio incandescente e os métodos

determinação do incremento máximo

para determinação da potência elétrica,

de ensaio comuns para simular os efeitos

de temperatura para a maior potência

referida à tensão nominal. Já a 14016

das solicitações térmicas que podem ser

disponível no chuveiro;

ABNT NBR, que tem um pouco mais de

produzidas por fontes de calor, como os

- A ABNT NBR 12089:2015, que

conteúdo – nove páginas – especifica um

elementos incandescentes ou resistores

estabelece métodos para a determinação,

método para determinação da corrente

sobrecarregados, por curtos períodos,

na tensão nominal, do consumo mensal

de fuga, passível de circular através do

para avaliar, de uma forma simulada, os

mínimo e consumo mensal máximo de

corpo do usuário. Os três documentos

riscos de fogo. A norma foi publica no dia

energia elétrica; e

se tornaram válidos também no dia 8 de

1º de dezembro de 2015 e contém 17

- A ABNT NBR 12483:2015, que traz

janeiro.

páginas.

que

A

ABNT

NBR

especifica

um

12088:2015, método

Ensaios relativos aos riscos de fogo Intitulada “Ensaios relativos aos riscos


17

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Comissão da Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que proíbe cobrança cumulativa da taxa de iluminação Relator deu parecer favorável ao projeto justificando que a duplicidade de cobrança da contribuição é abusiva e vai contra os princípios do Código de Defesa do Consumidor

Foi aprovado na Comissão de Defesa

do Consumidor da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar (PLP) 125/15, que altera o Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) para vedar a cobrança cumulativa da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) das unidades residenciais e do condomínio em que estiverem localizadas. O projeto é de autoria do deputado Vitor Valim, do PMDB-CE. O relator da comissão, o deputado Aureo, do SD-RJ, deu parecer favorável ao projeto, justificando que a duplicidade de cobrança é abusiva e vai contra os princípios do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). “O projeto vem amparar os direitos do consumidor de energia elétrica no País, restabelecendo também o critério de justiça tributária na cobrança abusiva que é feita em decorrência da taxa”, destacou. Em seu parecer, o relator recordou ainda que o tema já vem sendo debatido no

Supremo

Tribunal

Federal

(STF),

onde tramitam ações que questionam a cobrança de condôminos e condomínios, pelas prefeituras, da taxa de iluminação.

O PLP 125/15 estabelece também que

as taxas cobradas pela União, pelos estados, Distrito Federal e municípios não podem ter a mesma base de cálculo ou fato gerador de imposto ou Cosip, e nem ser calculada em função do capital das empresas. Antes de seguir para votação do Plenário da Câmara, projeto será analisado nas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da Agência Câmara).


Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Copel adquire 149 aerogeradores da Weg Concessionária assinou contrato de R$ 1,4 bilhão. Equipamentos serão utilizados em 13 parques eólicos da própria companhia situados no Rio Grande do Norte

A Companhia Paranaense de Energia

(Copel) fechou um acordo no último dia 10 de dezembro com a empresa Weg para aquisição de 149 aerogeradores que vão equipar 13 parques eólicos próprios localizados no estado do Rio Grande do Norte. O valor da transação foi de R$ 1,4 bilhão. Do

total

de

aerogeradores

adquiridos, 86 integrarão sete parques do

Complexo

Cutia,

que

possui

capacidade para gerar 180 MW, e os outros

63

equipamentos

comporão

os seis parques do Complexo Bento Miguel, com 132,3 MW de potência instalada. Ambos os empreendimentos ficarão situados no município potiguar São Bento e a previsão é de que as obras comecem no início de 2016, com

com 331,6 MW de potência instalada

MW; energia suficiente para atender,

prazo de conclusão estipulado em dois

em 15 parques de três complexos.

conforme a Copel, a uma cidade com

anos.

A

A operação de parques eólicos

2019 ter cinco complexos eólicos em

habitantes. Para a realização de todos

próprios no Nordeste foi iniciada pela

seu portfólio, abrigando 28 parques

estes complexos, serão investidos R$

Copel em 2015. A empresa fecha o ano

eólicos, com capacidade total de 663,6

3,5 bilhões em valores atualizados.

concessionária

projeta

até

aproximadamente

oito

milhões

de

Semikron produzirá módulos inteligentes integrados no Brasil em 2016 A partir de setembro de 2016, a empresa fabricará estes produtos, que, até o momento, são produzidos em unidades fabris na Alemanha e na China A partir de setembro de 2016, a

fabricantes de turbinas eólicas que

alta potência fabricados no Brasil, o que,

Semikron

precisam

do

segundo ele, ratifica o compromisso da

sua planta localizada na cidade de

Banco Nacional do Desenvolvimento

Semikron com o país e com seus clientes

Carapicuíba, grande São Paulo, a linha de

Econômico e Social (BNDES) quanto

no mercado de energias eólica e solar que

módulos inteligentes integrados SkiiP 3 –

ao índice de nacionalização de seus

hoje respondem por cerca de 30% do

Semikron Integrated Inteligent Power. O

produtos. O investimento inicial estimado

faturamento global da empresa.

produto, que é destinado ao mercado de

em cerca de R$ 2 milhões deve cobrir

energias renováveis, vem sendo fabricado

as necessidades de 30% das turbinas

tipo IGBT, drivers, sensores de corrente

até o momento somente nas unidades da

eólicas

e tensão e dissipador de calor, o SkiiP 3

companhia situadas na Alemanha e na

anualmente no Brasil.

direciona-se principalmente a conversores

China.

começará

a

produzir

em

atender

que

às

vêm

exigências

sendo

instaladas

Composto pelos chips semicondutores

De acordo com o diretor-presidente

de alta potência empregados em geração

com

da subsidiária brasileira, Rivaldo Caram,

solar e eólica, inversores para motores e

esta iniciativa, é servir aos principais

serão os primeiros módulos IGBT de

sistemas ininterruptos de energia (UPS).

O

objetivo

da

Semikron,



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Fluke lança campanha mundial de Eficiência Energética A campanha propõe encontrar os principais pontos de desperdício de energia através do mapeamento dos sistemas elétricos

O objetivo da Fluke é conscientizar, por meio de conceitos, problemas e soluções de eficiência energética, a respeito da importância da redução de consumo.

A

recentemente

dos sistemas elétricos. Conforme a

o modo como a energia está sendo

uma campanha mundial de eficiência

Fluke, o gerenciamento eficiente pode

consumida. De acordo com ela, somente

energética voltada para organizações.

determinar uma economia no custo da

entendendo a origem do desperdício

O objetivo da empresa, especializada

energia de até 25%, além de otimizar a

elétrico

em tecnologia portátil de teste e

produtividade no ambiente globalmente

decisões inteligentes a respeito de

medição eletrônica, é conscientizar,

competitivo da atualidade.

maneiras eficazes de reduzir o consumo

por meio de conceitos, problemas e

e, consequentemente, os custos.

soluções de eficiência energética, sobre

do Brasil, Poliana Lanari, é necessário

a importância da redução de consumo,

discutir o tema da eficiência energética,

não é a única forma que a Fluke tem para

para que as empresas poupem energia

principalmente

vez

conscientizar as organizações sobre

e diminuam os custos de energia em

que, conforme especialistas, o país

a importância de reduzir o consumo

suas instalações. A Fluke criou uma

encontra-se na pior crise energética de

de energia por meio de sua página na

página permanente em seu site (www.

sua história. “Um dos motivos da crise

internet. Por meio de estudos de caso

fluke.com.br/eficienciaenergetica),

é o incentivo exagerado ao consumo,

e histórias de sucesso, a companhia

que conta com um rico material sobre

causando problemas de abastecimento.

compartilha

o tema. Além disso, disponibilizou

Nossa campanha propõe justamente que

como outros profissionais conduzem

uma

para

o consumidor saiba identificar sinais de

programas de gerenciamento de energia

esclarecer dúvidas por e-mail, telefone

que está tendo problemas energéticos,

e seus resultados. A nova página traz

ou presencialmente.

conheça suas causas e saiba corrigi-los

ainda ilustrações interativas que guiam

A

Fluke

equipe

lançou

de

campanha

profissionais

propõe

encontrar

Segundo a diretora-geral da Fluke

no

Brasil,

uma

torna-se

possível

tomar

A campanha de eficiência energética

informações

sobre

a tempo”, explica.

o consumidor pelas instalações para

os principais pontos de desperdício

Poliana afirma que a maioria das

checar locais com possível perdas de

de energia por meio do mapeamento

organizações não mede e monitora

energia.



Evento

22

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

CINASE chega ao Planalto Central: última etapa de 2015 foi um sucesso Terceira etapa de 2015 do Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reuniu, na capital federal, cerca de 250 profissionais, que participaram das palestras e ainda testaram os conhecimentos adquiridos em workshop prático

Em

sua

23ª

edição,

o

Circuito

elétrico, passando por GTD, instalações

nível dos participantes presentes e pela

Nacional do Setor Elétrico (CINASE) foi

elétricas de média e baixa tensões.

alta qualidade do conteúdo apresentado

a Brasília pela segunda vez, em seis anos

Foi a vez da cidade de Brasília (DF)

pelos palestrantes. O auditório contou com

de existência, com a proposta de levar

receber o evento nos dias 11 e 12 de

a presença de cerca de 250 profissionais,

conhecimento técnico para os profissionais

novembro, no Parlamento Mundial da

entre engenheiros eletricistas, técnicos,

da região. Reformulado, desde a primeira

Fraternidade Ecumênica, o Parlamundi,

tecnólogos, executivos e estudantes.

etapa deste ano – realizada na cidade de

da Legião da Boa Vontade (LBV). Assim

Joinville (SC) – o evento busca abordar,

como identificado nas edições anteriores,

de 2015, “Uma viagem pelas instalações

tecnicamente, toda a cadeia do setor

também esta se destacou pelo elevado

elétricas”, o CINASE viajou as cidades com

Com o lema adotado para este ano


O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

23

O diretor comercial da CEB, Mauricio Velloso, abriu o seminário falando sobre a visão da concessionária a respeito do cenário energético atual.

a proposta de proporcionar ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas, desde a geração de energia, passando pela transmissão e distribuição, até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao consumo da eletricidade. Assim, as palestras foram organizadas de modo a abordar diversas temáticas do ciclo da energia elétrica, como a dinâmica dos transformadores, a qualidade da energia, os painéis de média e baixa tensão, a eficiência energética na indústria, a proteção e o aterramento, a segurança do trabalho, as linhas elétricas e a iluminação. A abertura do evento deu-se com a palestra “O panorama energético sob o olhar da concessionária”, feita pelo diretor comercial da Companhia Energética de Brasília (CEB), Mauricio Velloso. Sua palestra abordou dados gerais da CEB, planejamento e resultados, assim como tratou de problemas estruturais encontrados na concessionária, novos contratos de concessão e o plano de transformação da empresa.

Em seguida, o colunista da revista O Setor Elétrico, o engenheiro

e especialista em instalações de média tensão Luiz Fernando Arruda, abordou o tema “Conceitos gerais de redes inteligentes – Smart Grid”, em que destacou as principais questões, funções, desafios, ganhos esperados e pontos de atenção sobre o tema. Segundo Arruda, novo integrante da equipe de especialistas que acompanha o CINASE, o evento é diferenciado por sua conotação itinerante e dá um conhecimento amplo de todo o segmento elétrico. “Fazer parte deste time de especialistas com este modelo de evento nos engrandece como profissionais e faz com que o evento cumpra a sua maior função,


Evento

24

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

CINASE virtual Também na etapa de Brasília, os participantes puderam contar com uma ferramenta interativa para auxiliá-los em sua programação. O aplicativo Luiz Fernando Arruda, consultor independente, especialista em medição e smart grid, novo tema incorporado à grade de palestras do CINASE.

que leva o nome do evento foi essencial para o sucesso do congresso, já que permitiu praticidade e maior interatividade

levar educação, conhecimento técnico

entre congressistas, palestrantes, organizadores e patrocinadores do evento.

para todas as regiões do Brasil, um país

continental”, avaliou.

conferir uma grande interação ao longo do evento, com destaque para as

perguntas e respostas, para as ações promocionais e para a rodada de negócios,

Um dos diferenciais do CINASE é a

Para o diretor do CINASE, Adolfo Vaiser, o aplicativo foi fundamental para

possibilidade de adequar temas à “viagem

ações que permitiram que os participantes se mantivessem conectados antes,

pelas instalações elétricas”. Para o diretor

durante e após o evento.

do evento, Adolfo Vaiser, o evento tem

uma espinha dorsal muito bem definida,

O APP CINASE está disponível gratuitamente nas lojas da Apple (iOS) ou do

Google (Android).

Fotos do congresso, debate, exposição e workshop do 23º Cinase, etapa Brasília.



Evento

26

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Cilmo Oliveira, da CAO Energia, encabeçou os debates sobre energia solar.

mas é possível remodelá-lo em função da região a ser realizado e das necessidades de aprendizado locais. “Em Joinville, por exemplo, levamos o tema eficiência energética, em Recife, discutimos energia eólica e em Brasília, evidenciamos o tema energia solar”, conta. A fonte solar fotovoltaica foi amplamente debatida pelos profissionais que participaram do evento a partir de uma explanação do engenheiro e professor Cilmo Oliveira, da empresa brasiliense CAO Energia.

Ao final do evento, este e os demais temas apresentados durante

todo o CINASE foram testados em um workshop prático orquestrado pelos coordenadores técnicos do evento, os engenheiros Jobson Modena e José Starosta.

Para este ano de 2016, o CINASE já está com destino certo:

passará pelas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. A previsão é de que os circuitos ocorram nos meses de abril, agosto e outubro, respectivamente, mas as datas poderão sofrer alterações no decorrer do ano. Acompanhe em www.cinase.com.br

Patrocinadores e apoiadores do XXII CINASE – etapa Brasília


Fascículos

Apoio

ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy

28

Capítulo XII – Plano mestre de iluminação urbana • Conceito • Objetivo • Planejamento • Exemplos

EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa

38

Capítulo XII – Cálculos de engenharia em projetos de equipamentos para subestações • Validação dos cálculos de engenharia • Validação dos cálculos de temperatura • Validação dos cálculos de sobrepressões do arco interno • Conclusões

QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Edson Bittar Henriques Capítulo XII – Análise de partida de motores – Parte 2 • Exemplo de aplicação • Dados do transformador, motor e carga mecânica • Resultados

46


Apoio

Iluminação pública e urbana

28

Capítulo XII

Plano mestre de iluminação urbana Por Plinio Godoy*

Chegamos ao capítulo final do nosso curso sobre iluminação

pública e urbana. Quero aproveitar para contar um segredo: não existe iluminação pública. Tudo o que iluminamos em uma cidade é

Uma ferramenta poderosa: plano mestre de iluminação urbana

iluminação urbana.

decisões anteriores, que se relacionaram com decisões mais antigas,

O conceito de iluminação funcional e ambiente está ultrapassado.

Uma cidade, quando analisada de maneira imediata, é fruto de

O que temos, sim, é que estudar a cidade, as pessoas que usam esta

e assim sucessivamente.

cidade, como as pessoas usam esta cidade, as relações de vivência

e percepção dos espaços públicos no período noturno, para assim

cidade é interessante e demonstra uma visão de coerência,

desenvolver sistemas coerentes e harmônicos não somente com as

organização e, acima de tudo, planejamento, pois estamos

construções, mas sim com os momentos urbanos.

lidando com um complexo sistema que acontece em um

complexo ambiente, o sistema de iluminação urbana no

Então, fechando esta sequência de capítulos, abordaremos esse

assunto, a iluminação urbana.

A intenção de arrumar o sistema de iluminação desta

ambiente urbano.

Figura 1 – Mapa de sistemas – Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.


Apoio

29

Figura 2 – Imagem aproximada do Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.

A Figura 1 mostra o exemplo do sistema de iluminação urbana

uma série de ações e investimentos que podem ser desenvolvidos

desenvolvido para a cidade de Fortaleza, em que se pode perceber

em um período grande de tempo, de maneira regionalizada e

os vários sistemas entrelaçados.

sistêmica, objetivando a evolução do sistema atual para o sistema

desejado.

O planejamento deve ser estabelecido para dar sequência a


Apoio

Iluminação pública e urbana

30

O plano mestre é, assim, um conjunto de estudos por

• Desenvolvido

assuntos e por regiões, desenvolvido de maneira a criar as soluções não somente tecnológicas, mas também de

Um espaço público desenvolvido no seu aspecto da

planejamento e caminhos para onde a iluminação da cidade

iluminação é aquele que cria um ambiente produtivo, seguro,

pode ser desenvolvida, tendo, desse modo, um norte a ser

que incentive a economia e o turismo, que faça com que o

buscado.

cidadão se sinta cuidado e que o poder público tenha a intenção de investir de maneira correta, visando seus moradores e

O real objetivo de um plano mestre de iluminação

visitantes.

É fácil perceber uma cidade desenvolvida, quando a própria

cidade é vista, apreciada e convivida de maneira natural, quase

O resultado do plano mestre é composto por uma grande

ficando a iluminação despercebida, pois quando temos os

pesquisa junto à população para entender os anseios e desejos

sistemas funcionando bem, vemos a cidade, as construções, os

diante da realidade encontrada na cidade no período do

espaços.

desenvolvimento do plano.

Com esta análise, são desenvolvidas propostas e soluções

para os sistemas de iluminação: • Para transporte; • Para pedestres; • Para valorização; • De conexão.

O real objetivo de um plano mestre de iluminação será

sempre o cidadão. Assim, desenvolvemos as soluções para criar um ambiente noturno:

Figura 3 – Imagem aproximada do Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.

• Seguro

Um ambiente urbano seguro é fruto de uma série de ações

do poder público, como iluminação, ações culturais, ações econômicas, segurança pública etc.

A iluminação pode auxiliar bastante na segurança, criando

um ambiente interessante para o uso noturno, porém, sozinha não pode resolver o problema. Se muita luz fosse suficiente para resolver a criminalidade, não teríamos problemas durante o dia.

que muitas vezes não consigamos identificá-los. • Social Trabalhamos com o conceito da “iluminação social”, ou seja, desenvolvemos as soluções buscando sempre os anseios da população.

As informações que colhemos para este desenvolvimento são

obtidas diretamente com vários vetores da sociedade, por meio de reuniões temáticas e coordenadas, buscando respostas às questões

• Coerente

não referentes à luz da cidade, mas sim quanto à sensação das

A coerência está na busca de soluções conectadas, intermodais,

A iluminação é percebida quando temos problemas, mesmo

que

possam

resolver

questões

múltiplas,

pessoas, à necessidade de conexão, de sentimentos de segurança e outras muitas questões inerentes ao uso da cidade.

minimizando investimentos e complementando soluções.

Com o advento de tecnologias digitais, os sistemas de

iluminação podem participar de soluções de comunicação digital muito importantes para alcançarmos as “cidades inteligentes”, o que por si só é assunto para um novo curso completo.

A base da implementação dos sistemas está na coerência

projetual, buscando minimizar intervenções e investimentos, criando sistemas escalonáveis e “à prova de futuro”.

Figura 4 – Pesquisa de iluminação social, em Vitória (ES) – Citylights.


Apoio

31

Figura 5 – Análise morfológica e social, em Vitória (ES) - Citylights


Apoio

Iluminação pública e urbana

32

• Ecológico

São desenvolvidos, também, os estudos de migração tecnológica,

analisando o sistema existente e o potencial de redução energética:

Todas as soluções que são desenvolvidas devem obedecer a um

princípio ecológico, pois os sistemas de iluminação criam impactos consideráveis nos ambientes urbanos, como a energia consumida, a poluição visual, a obediência dos usos e costumes da população e a

Migração tecnológica Elaborando assim os cálculos para todas as vias selecionadas, chegando a um sistema proposto estimado.

temporalidade urbana.

Figura 6 - Infografia do plano mestre de Vitória (ES) – Citylights.

Planejamento

Uma vez desenvolvidos os sistemas, um planejamento de inves­

timentos por sistemas e por região deve ser desenvolvido, dando ao município as direções e as estimativas dos cronogramas e investimentos.

Figura 7 – Divisão regional e investimentos para o plano mestre de Vitória (ES) – Citylights.


Apoio

33


Apoio

Iluminação pública e urbana

34

A aplicação de sistemas digitais pode maximizar a redução energética por meio de sistemas autônomos ou de telegestão.

Tanto a migração tecnológica quanto os sistemas digitais a serem planejados são constantes assuntos discutidos nos municípios,

principalmente nos certames que visam a implementação de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Migração tecnológica Considerando sistema de Dimerização e Telegestão:

Conclusão

Figura 8 – Plano Mestre de Iluminação, em Fortaleza (CE) – Citylights


Apoio

35


Apoio

Iluminação pública e urbana

36

Figura 9 – Exemplo de solução com multiplataformas. Fonte: Schréder.

Pensando um passo à frente

soluções a serem adotadas.

multiplataformas, que utilizam a presença do ponto de luz

Quando uma cidade percebe que há a necessidade de

Um exemplo de novas tecnologias e soluções são as

“arrumar” a iluminação, estabelecer um sistema coerente,

para ampliar a sua utilização através de tecnologia digital.

planejando as ações e investimentos, quer por necessidade

Estabelecer a conexão tecnológica com os processos

de assumir a coordenação da iluminação ou desenvolver um

administrativos

plano de ações e objetivos visando a criação de um sistema de

planejamento deve considerar, pois com a multiplataforma,

valores para uma Parceria Público-Privada, temos no Plano

não somente estaremos nos relacionando com a luz, mas

Mestre de Iluminação Urbana a ferramenta certa.

também com outros sistemas, como segurança, serviços ao

público e tarifações.

Importante é entender que a qualidade da iluminação

relacionados

é

uma

questão

que

o

não está somente na quantidade de luz nas vias e calçadas.

Devemos perseguir este objetivo, estabelecendo uma

A cidade é um universo mutante, em desenvolvimento

relação produtiva entre o bom e o rentável, pois somente assim

constante, social e tridimensional, temporal, que é utilizada

conseguiremos criar processos projetuais e de investimentos

de diferentes maneiras em diferentes momentos.

sustentáveis.

A iluminação é uma ferramenta poderosa de coesão e desenvolvimento social e deve ser assim considerada, provendo muitos benefícios aos cidadãos.

De posse de um plano mestre, os administradores podem

estabelecer objetivos claros de sistemas, desenvolver soluções técnicas relacionadas, padrões de materiais e níveis de investimento.

Um plano mestre não adentra o projeto executivo, que

deve ser desenvolvido quando for a intenção de execução, pois as mudanças tecnológicas podem definir as melhores

* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

37


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

38

Capítulo XII Cálculos de engenharia em projetos de equipamentos para subestações Por Sergio Feitoza Costa*

Este é o último capítulo desta série

capítulo anterior, falou-se sobre os cálculos

permanentes e transitórios de campos

iniciada em janeiro de 2015, em que foram

de elevação de temperatura em invólucros

elétricos e campos magnéticos.

apresentados conceitos de engenharia para

pela IEC 60890. Este último artigo abordará

projeto e especificação de equipamentos de

os cálculos de engenharia em projetos de

o equipamento e quanto mais elevadas são

subestações de transmissão e distribuição.

equipamentos para subestações.

as correntes e as tensões de operação, mais

O primeiro capítulo cobriu aspectos dos estudos do sistema elétrico que servem de

Introdução

base para as especificações técnicas dos

Quanto mais compacta é a instalação ou

difícil e oneroso é atender a esses requisitos. Muitos equipamentos e instalações são sobre dimensionados, em alguns aspectos e

equipamentos. O segundo cobriu conceitos

Mostramos nos capítulos anteriores

deficientes em outros devido às incertezas

sobre

e

que, no projeto de subestações e de seus

que podem ter os cálculos de projeto.

contatos elétricos. O terceiro artigo abordou

equipamentos de potência, tais como

Hoje em dia, podem-se utilizar métodos

as técnicas de ensaios de alta potência,

barramentos, painéis, equipamentos de

e ferramentas de cálculos, com base em

laboratórios de ensaios e principais ensaios.

manobra e similares, os requisitos principais

conceitos sólidos e técnicas de simulação

No quarto, cobriu-se o tema estudos

a atender são:

que resultam em projetos mais otimizados e

curtos-circuitos,

ampacidades

elétricos de sobretensões, coordenação de

econômicos.

isolamento e impactos de campos elétricos

• Prover condições para que as temperaturas

e magnéticos. No quinto capítulo da série,

de partes isolantes e condutoras não

primeiro lugar, saber que estes métodos

o tema abordado foi a recente brochura

ultrapassem certos limites, sem exagerar no

existem, entender suas possibilidades e

Cigré 602 sobre simulação de arcos. O sexto

uso de materiais;

ter treinamento adequado para aplicá-los.

falou sobre as especificações técnicas de

• A capacidade de suportar sobrepressões e

Este é um ponto fraco em muitas empresas

disjuntores, secionadores, painéis e para-

outros efeitos causados por arcos internos ou

na indústria elétrica brasileira. Da mesma

raios feitas por concessionárias de energia.

externos;

forma que, no Brasil, a educação é tratada

O sétimo descreveu sistemas de proteção

• Suportar as forças eletrodinâmicas que

historicamente sem a vontade política de

contra incêndios em subestações. O oitavo

podem danificar isoladores e barramentos

criar um Brasil bem preparado, na indústria

foi sobre elevação de temperatura com foco

durante curtos-circuitos;

elétrica o treinamento de equipes é muito

nas normas IEC 61439 (baixa tensão) e IEC

• Utilizar as mínimas distâncias dielétricas

limitado ou simplesmente não existe. Não é

62271-200 mais a futura IEC62271-307 para

que impeçam a ocorrência de falhas devido

uma questão de falta recursos e sim da falta

média tensão. O nono capítulo tratou de

a sobretensões;

de percepção gerencial de sua importância.

equipamentos para usos em locais especiais

• Atender aos requisitos mecânicos para

É comum encontrar empresários que dizem

(atmosferas explosivas, alta salinidade,

suportar a frequentes e elevadas solicitações;

que não vale a pena treinar um funcionário

poluição). O décimo abordou as novas

• Atender aos requisitos de compatibilidade

que depois de treinado vai procurar um

tecnologias para sistemas de até 145 kV. No

eletromagnética, levando em conta os efeitos

emprego no concorrente. O fato é que

Para fazer isso é necessário, em


Apoio

estamos ficando cada vez mais para trás na

nunca ficava pronto a tempo. Hoje, no meio

isolamento;

fila dos países desenvolvidos e também dos

de tantos escândalos de corrupção e tantas

• Cálculos de campos magnéticos, campos

países em desenvolvimento.

mostras de absoluta incompetência gerencial

elétricos e distancias, do ponto de vista

Nas décadas de 1980 e 1990, estávamos

pode-se entender o processo destrutivo

dielétrico, de segurança contra explosões,

evoluindo positivamente em capacitar a

que estava começando a ocorrer nos vários

incêndios e dos efeitos sobre a saúde;

indústria elétrica para voos maiores. Tanto

setores brasileiros, inclusive o elétrico, a

• Técnicas de ensaios de alta tensão (impulso,

os fabricantes como as concessionárias de

partir do início dos anos 2000. Está na hora

tensão AC, corona, RIV);

energia e os grandes usuários treinavam

de reconhecer estes erros, colocar de novo

• Técnicas de ensaios de alta potência

suas equipes e percebia-se um movimento

gente competente e bem-intencionada para

(interrupção em curto-circuito, elevação

ascendente nos conhecimentos e habilidades

gerir o setor e tentar voltar à rota positiva em

de temperatura, suportabilidade a forças

do setor. A inauguração de laboratórios de

que estávamos há 20 anos.

eletrodinâmicas);

ensaios por volta de 1980 dava sustentação

Voltando aos cálculos de engenharia,

• Conceitos e testes relacionados à redução

a este processo positivo. O sistema de

de uma forma geral, na concepção de um

do tempo de vida útil, suportabilidade de

normalização

o

projeto de subestação, ou dos equipamentos

materiais a condições limites;

movimento e evoluía. O governo federal

técnica

acompanhava

que a compõe, são necessários estudos e

• Técnicas de ventilação e resfriamento de

por meio da Eletrobras tinha envolvimento

cálculos passando pelos seguintes temas e

equipamentos sob altas cargas térmicas;

direto neste processo, agia e aplicava recursos

áreas de conhecimentos:

• Forças eletrodinâmicas e resistência

de forma competente.

A partir do início dos anos 2000, o

mecânica durante curtos-circuitos; • Estudos de fluxo de carga para definição

• Avaliação de tensões de restabelecimento

planejamento de médio e longo prazos, antes

das correntes e tensões de operação;

transitórias em processos de interrupção

bem executado e razoavelmente cumprido

• Estudos de curto-circuito para definição de

em disjuntores, chaves, fusíveis e outros

nas grandes obras, tornou-se não confiável.

correntes de falta e suas durações;

equipamentos de manobra;

A partir dali o que era planejado e orçado,

• Cálculos de transitórios de correntes e

• O bom conhecimento das especificações

acabava custando de três a cinco vezes mais e

tensões inclusive para a coordenação de

nas normas técnicas como as das séries IEC

39


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

40

a) Elevação de temperatura

62271, IEC 61439, IEC 60282, IEC 60076 e as

• Livro base de treinamento: http://www.

normas brasileiras correspondentes.

cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf

• Documento de validação para arcos

são a referência de cálculo e são feitos

internos e forças eletrodinâmicas: http://

em equipamentos de baixas a extra

www.cognitor.com.br/TR_071_ENG_

alta tensões e os procedimentos para

Cálculos de engenharia de projeto e sua validação

Os ensaios de elevação de temperatura

ValidationSwitchgear.pdf

todos são mais ou menos os mesmos. O

Os cálculos necessários ao desenvolvi­

• Documento de validação para campos

equipamento deve ser instalado em uma

mento de projetos, por serem difíceis de

magnéticos, campos elétricos e elevação de

sala livre de correntes de ar. Aplica-se a

validar, levam muitas vezes, ao uso de

temperatura:

corrente nominal até que as temperaturas

fatores de segurança elevados. A seguir

TR074ENGValidationTempRise.pdf

http://www.cognitor.com.br/

são apresentados alguns exemplos de

dos pontos medidos se estabilizem. As elevações de temperatura dos pontos

validação de cálculos e das metodologias

O primeiro passo para a validação dos

medidos não devem ultrapassar os limites

utilizadas. Tais exemplos foram baseados

cálculos é obter relatórios de ensaios com

ditados pelas propriedades dos elementos

no uso da ferramenta computacional

resultados e dados de entrada que possam ser

condutores e isolantes. Os limites são

SwitchgearDesign utilizada por alguns

utilizados nas comparações. Mesmo tendo

apresentados nas normas técnicas e, se

fabricantes

para

em mãos tais relatórios, a validação pode ser

excedidos, ocorre envelhecimento precoce

subestações. Há mais detalhes sobre a

de

compo­ nentes

difícil se o equipamento testado não estiver

do equipamento ou mesmo a destruição,

ferramenta e sobre suas aplicações nos

suficientemente identificado nos relatórios de

em curto prazo.

seguintes documentos e artigos que podem

ensaios por fotos, desenhos e medições. Isto é

ser baixados livremente na internet:

o que acontece em mais de 90% dos casos.

o valor da corrente elétrica, os materiais

Os dados que afetam os resultados são


Apoio

41


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

42

utilizados, as resistências de contato, a

– 1s de acordo com a IEC 62271-1. A pressão

critérios principais para serem aprovados

temperatura do fluido ambiente, a velocidade

interna é o fator mais relevante para que o

nos testes:

do fluido e a geometria dos condutores e

equipamento passe ou não no ensaio. O

componentes. As resistências de contato

alcance dos gases quentes também é decisivo,

(a) As portas não devem abrir ou dobrar

são uma variável conhecida, mas podem

porém difícil de avaliar por simulações.

permitindo que gases quentes saiam;

também ser estimadas em função da força de

A classificação de arco interno destina-se

(b) Os gases ejetados por partes de alívio de

contato, materiais e revestimentos. Há muitos

a oferecer um nível testado de proteção a

pressão não devem queimar indicadores de

detalhes sobre este tema na seção 3 do livro de

pessoas nas proximidades de um painel

algodão localizados perto das partes acessíveis.

treinamento “free” referenciado acima.

em que ocorra um arco interno. Os ensaios

Esses indicadores simulam a pele das pessoas

A validação da simulação é fácil

são aplicáveis a equipamentos de baixas a

nas imediações e podem ser queimados pela

porque, para a comprovação, é necessária

altas tensões. Para média tensão, o ensaio

reflexão de gases nas paredes e no teto.

apenas a medição da temperatura feita no

do tipo é definido na IEC 62271-200. Esta

teste de laboratório. Basta fazer, antes do

define uma classificação IAC (classificação

O critério "portas não devem abrir"

ensaio, a medição das resistências elétricas

de arco interno), tendo em conta os tipos de

significa que as forças devido à pressão

dos componentes e da geometria e depois

acessibilidade (frente, traseira e laterais) e os

interna e às tensões mecânicas em placas,

comparar os resultados dos testes com os da

efeitos dos gases e partículas ejetadas.

parafusos e outros não podem ir além de

simulação.

A simulação do ensaio de arco interno

certos limites dos materiais. Para as chapas

é uma tarefa complexa, pois envolve a

de aço, isso poderia significar que a tensão

necessidade de desenvolver não apenas um

(σ0,2) não deve ser superior a 1,270 N/mm2

Os conceitos e cálculos pertinentes

modelo competente de arco, mas também

para evitar uma deformação superior a 0,2%.

foram explicados no capítulo V (maio de

para trabalhar com dinâmica de fluidos no

2015). Nas tabelas a seguir, foram utilizados

nível de fluidos compressíveis. Do ponto de

de algodão" significa que as partículas

dados de um ensaio de arco interno bem-

vista de comparar os resultados dos testes

ejetadas (gases quentes) não podem chegar

sucedido em um painel de 15 kV – 31,5 kA

com os resultados da simulação, existem dois

aos mesmos e isso é difícil de simular. Há

b) Sobrepressões de arco interno

O critério "não queimar os indicadores


Apoio

técnicas 3D que dão uma ideia se uma certa

pressão (como feito para ondas de impulso

há orientações sobre como calcular forças e

solução tecnológica é melhor que outra.

em testes dielétricos);

tensões eletrodinâmicas. No docu­mento IEC

Para permitir um uso prático de

✓ A integral de curva de sobrepressão

TR 60865-2 – Curto-circuito – Cálculo dos

simulações de arco interno, é necessário criar

x tempo ΔP x T (máx. 20 a 40 bar x

efeitos – Parte 2: Exemplos de cálculo – há

fatores de comparação que não dependam de

milissegundos).

exemplos úteis para verificar os resultados da

técnicas sofisticadas, como calcular as linhas

metodologia. A comparação exibida a seguir

de fluxo das partículas ejetadas.

c) Forças eletrodinâmicas em

é o estudo de caso lá mostrado nas páginas

Os dados de entrada para fazer os

isoladores e tensões mecânicas em

19 a 27 da IEC 60865-2 (1994).

cálculos são a tensão da fonte, a corrente de

condutores durante curtos-circuitos

Quando ocorre um curto-circuito em

curto-circuito, as resistências, as indutâncias

A validação dos cálculos e simulações

equipamentos elétricos consideráveis forças

e capacitâncias do circuito externo (para

deste tipo de teste é difícil de fazer.

mecânicas são aplicadas nos isoladores e

o modelo de arco), o condutor metálico,

Laboratórios não medem as forças durante o

condutores. A temperatura dos condutores

os materiais de fluido e geometria do

ensaio, pois é complicado e as normas não

aumenta muito, pois não há tempo para

compartimento e do dispositivo de alívio

pedem. O que é verificado após o ensaio é

dissipar a elevada quantidade de calor

de pressão. A geometria inclui a posição

apenas o estado físico dos equipamentos

oriunda do efeito Joule. Os objetivos do

dos tetos, paredes e indicadores de algodão.

e se não há danos. A boa aceitação destas

ensaio são os de verificar se após um

No software SwitchgearDesign aplicável

simulações é porque os métodos de cálculo

curto-circuito não há danos aos isoladores,

a painéis e barramentos são utilizados os

são publicados em vários manuais de

empenamento de barramentos, quebra de

seguintes parâmetros:

engenharia, como os da ABB, Siemens e são

peças ou significativa variação da resistência

considerados "comprovados pela prática" há

elétrica.

✓ O valor de pico do ΔP da sobrepressão

décadas.

Nos cálculos para projeto, as forças

(máximo de 70% até 90%);

Estes métodos deram origem à norma

são calculadas usando expressões como as

✓ O tempo para o pico de sobrepressão;

IEC 61117 – Um método para avaliar a

indicadas na seção 3 do livro de referência

✓ O tempo para 50% do valor do pico de

suportabilidade ao curto-circuito, em que

indicado anteriormente. Depois de calcular

43


Apoio

Equipamentos para subestações de T&D

44

as forças "elétricas", é necessário fazer o cálculo das forças de cisalhamento, os momentos de flexão e ter em conta as ressonâncias e outros efeitos.

Os cálculos visam obter o valor das

forças vibratórias agindo em isoladores (compressão, tração e flexão) e também as tensões mecânicas agindo nos condutores. As forças sobre os isoladores deverão ser inferiores aos limites especificados pelo fabricante do isolador, de outra forma, o isolador pode ser destruído. Estes valores normalmente aparecem nos catálogos do fabricante do isolador.

Tabela 1 - Ponto de medição na fase B (central) e elevações de temperatura (K)

Ensaio (K)

Simulação (K)

Conexão no condutor inicial # 2

72,4

75

Barramento no condutor # 3

84,0

82

(por exemplo, 200 N/mm2 para o cobre),

Conexão no condutor central # 4

83,5

84

caso contrário, o barramento sofrerá uma

Conexão no condutor final # 7 (ponto de curto-circuito)

66,6

74

Lateral do involucro a 50% da altura

30,2

30

Fluido interior próximo ao teto

Não medido

54

Fluido interior a meia altura

Não medido

47

Resistência total por fase = conexões + barras (μΩ)

Não medido

31 + 3x7

Resistência por fase das juntas (μΩ)

Não medido

3x7

As tensões mecânicas sobre os condutores

devem ficar abaixo de determinados limites

permanente e visível de flexão.

Os dados que afetam o teste e os resultados

de simulações são o valor da corrente de curto-circuito, os materiais envolvidos, a geometria de condutores e isoladores. d) Mapeamento dos campos magnéticos e elétricos para efeitos da solução de problemas de compatibi­ lidade eletromagnética e de distancias referentes a impactos sobre a saúde

Este tema está detalhado no capítulo IV

desta série (abril de 2015). O bom conhecimento dos campos magnéticos e elétricos dentro de ambiente com correntes elétricas cada vez maiores e espaços cada vez mais confinados permite resolver muitos problemas de compatibilidade eletromagnética.

Validação de cálculos de elevação de temperatura 3,1) Barramento 4000 A (480 V) – 3 x (150 x 10 ) mm – cobre – horizontal – sem ventilação Os dados de entrada detalhados são mostrados na figura a seguir e a comparação de resultados está na Tabela 1. 3,2) Painel de média tensão 15 kV – 2.500 A Os dados de entrada detalhados são mostrados na figura a seguir e a comparação de resultados está na Tabela 2.

Tabela 2 - Ponto de medição

Resultado do

Resultado da

ensaio (K)

simulação (K)

Conexão no condutor # 1 (ponto de curto-circuito)

47

332

Conexão no final do condutor # 3 (disjuntor -baixo)

57

54

Conexão no final do condutor # 4 (disjuntor -baixo)

64

66

Conexão no final do condutor # 5 (disjuntor - alto)

64

65

Conexão no final do condutor # 6 (disjuntor - alto)

52

53

Conexão no final do condutor # 7 (disjuntor - alto)

32

28

Porta do involucro - disjuntor

5

Fluido 50% altura – compartimento cabos

Não medido

Fluido 50% altura – compartimento disjuntor

Não medido

9

Fluido 50% altura – compartimento barras

15

15

Resistência total por fase (μΩ)

66 (sem 2x7)

80 (com 2x7)

Resistência do disjuntor por fase (μΩ)

Não medido

33

13


Apoio

Validação de cálculos de sobrepressões do arco interno

vez, graças à exposição permanente na

perceber a gravidade de nossos problemas

mídia, a maior parte da sociedade conseguiu

Trata-se do mesmo painel de média tensão mostrado anteriormente e a comparação de

éticos e morais na condução do país.

resultados está na Tabela 3. Tabela 3 - Parâmetros

Percebeu-se também que a escala de recursos Ensaio

Simulação

perdidos ou desviados que vai para o bolso

Corrente presumida kA ef e duração (s)

31,5 – 1s

de alguns poucos indevidamente é de bilhões

Assimetria da corrente

Asymmetric

de reais. São quantias que, se razoavelmente

Frequência (Hz)

50

bem aplicadas, poderiam fazer o Brasil

Volume do compartimento sob arco (m 3) x K ocupação

1,026 x 0,53 = 0,54

crescer muito e alcançar um novo e melhor

Área de alivio de sobrepressão (m2) x K grade

0,66 x 0,31 = 0,20

patamar em menos de uma década.

Tensão de arco (V ef)

530

567

Máxima sobrepressão acima da atmosférica ΔP (%)

52

52

Duração da sobrepressão (ms)

42

45

Integral da curva de pressão no tempo (bar*s*1000)

to calculate

13

Tempo para alcançar pico da pressão 100% ΔP (ms)

18

21

Tempo para retornar a 50% do pico da pressão ΔP (ms)

24~26

36

Ventilação

Não

Partes agindo como absorvedores de calor (grades)

Sim

Nos aspectos mais próximos dos grandes projetos de engenharia, quando isso acontecer, possivelmente não vamos mais ver plataformas de petróleo novas afundando, viadutos novos caindo antes de uma Copa do Mundo, barragens de resíduos de mineração destruindo o meio ambiente e a vida de centenas de milhares

Validação de forças eletrodinâmicas e tensões mecânicas (ensaio de correntes suportáveis de curta duração e de crista)

de pessoas em gigantescas regiões, e obras

concluídas. Talvez até mesmo venhamos a

Na Tabela 4 é mostrada a comparação entre as forças e tensões obtidas no exemplo da

norma IEC 60865-2 – páginas 19-27 (1994) barramento 16 kAef – 30,6 kA crista – e nos cálculos de simulação feitos com o software SwitchgearDesign. Por meio destes cálculos é possível evitar erros comuns de projetos que levam a insucessos durante os ensaios de correntes suportáveis de curta duração quando são utilizadas correntes maiores que 20 kAef.

de refinarias, hidrelétricas, transposição de rios que custam cinco vezes mais e não são ser vistos, aos nossos olhos e aos olhos do mundo, como um país sério.

A indústria elétrica precisa lidar com

o fato de que, nestas últimas duas décadas, acomodou-se em ficar reclamando dos

Tabela 4 - Parâmetros de comparação

Ensaio

Simulação

Máxima tensão mecânica σH (N/mm2)

24,7

25

Máxima tensão mecânica σT (N/mm2)

16,1

17

Máxima tensão mecânica total σH + σT (N/mm2)

40,8

42

Máxima força no isolador em compressão ou tensão (N)

-

15

Máxima força no isolador em flexão (N)

1606

1610

governos, mas sempre tentando se manter perto deles, e por isso perdeu muito em força, em independência e em competitividade. Um passo simples, mas que servirá de bom exemplo, é investir em capacitação e em adquirir conhecimentos para tomar o bom caminho. Em um país tão rico e com um

Comentários finais

produto, pela otimização de um projeto,

mercado potencial tão grande como o nosso,

são muito bem-vindos e tornam mais

isso vai dar mais resultados do que ficar

Quando se comparam os valores de

competitiva a indústria que consegue obtê-

apenas colocando toda a culpa nos impostos

cálculos e valores reais obtidos em ensaios,

los. Isso não é difícil de alcançar para os

e nos juros extorsivos que pagamos.

percebe-se que a diferença entre eles é

projetos que vemos no mercado nacional.

sempre inferior a algo da ordem de 15%.

Isso é excelente nas práticas de engenharia

em 2015 sobre projeto e especificação de

do dia a dia. Há bom espaço para projetistas

equipamentos de subestações de transmissão

razoavelmente preparados para usar as

e distribuição, gostaria de deixar alguns

técnicas mais modernas de cálculo, fazer

comentários para a indústria elétrica brasileira.

projetos mais otimizados e com uso de

fatores de segurança menores.

sair desta tempestade de problemas de

Projetos mais otimizados implicam

corrupção, problemas éticos e péssimo

menor uso de materiais e de menor custo.

gerenciamento por parte de seguidos

Ganhos de 5% a 10 % no custo final de um

governos. Isso vai acontecer porque, desta

Ao encerrar esta série de 12 fascículos

O Brasil, daqui a pouco, vai conseguir

*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br Fim Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

45


Apoio

Qualidade nas instalações BT

46

Capítulo XII Análise de partida de motores Parte 2 Por Edson Bittar Henriques*

Em continuação ao capítulo anterior, será abordado, neste artigo, um exemplo de aplicação.

Exemplo de aplicação


Apoio

Dados: Entrada do sistema: Ics = I curto 3f simétrico na barra 1 = 31,5 kA; X/R=17; Vn (barra 1) = 13,8kV Cabo primário (de barra 1 ao trafo): S=95 mm², 1 condutor/fase, R= 0,247ohm/ km e X=0,1450 ohm/km; L= 510 m Transformador: S = 2.000 kVA; Vprim = 13,8 kV; Vsec = 4,16 kV; Z = 4%; perda no Cu = 30 kW Cabo secundário do trafo ao painel QD: S = 185 mm²; 1 condutor/fase; R = 0,130 ohm/km e X =0,1180 ohm/km; L = 10 m Demanda do QD em regime permanente: S = 852,88 + j.413,07 kVA; Vn = 4,16 kV Nota: nesta demanda está inclusa a potência em regime do motor que estamos analisando a partida.

47


Apoio

Qualidade nas instalações BT

48

Cabo terminal do motor (do QD ao

Notas:

3.562 rpm (ou seja, Tc = 796,2 N.m a 3.562

motor):

1. Dados do motor acima foram obtidos da

rpm).

S=50 mm²; 1 condutor/fase; R = 0,495 ohm/

folha de dados do fabricante do motor;

km e X =0,144 ohm/km; L = 55 m

2. Curvas de conjugado (torque) do motor x

fornecido pelo fabricante do equipamento

rotação e I/In x rotação à Vnom fornecidas

(dado nominal), demais obtidos por

Motor que estamos analisando a

pelo fabricante do motor e reproduzida nas

cálculo, considerando curva de torque

partida:

plotagens dos resultados.

quadrático (parábola). Vide curva de Tc x

Pn = 400 kW; Vn = 4,16 kV; 3f; 60 Hz; de indução; In =65,66 A; fp nom = 0,89; η nom = 95%;

Curva da carga: um ponto da curva

w reproduzidas nas plotagens de resultados. Dados da carga mecânica acionada

Jc = 10,1 kg.m2 e rred = 1 (sem redutor,

na partida:

acoplamento direto)

Ip/In = 6; Tmax rot.bloqueado = 22s; Jm =

Aplicação: soprador centrífugo

7,44 kg.m2

Dado nominal: Pcn = 297 kW a Ncn =

Resultados


Apoio

49

Análise de resultados

A corrente no motor vai a um máximo

indicam que caem a um valor mínimo no

de 5,6 xIn no início da partida e vem caindo

início da partida e, a partir de 8,5 s, a tensão

Da curva de rotação x tempo observa-se

lentamente até 8,5 s, depois começa a cair

começa a subir (retornar), alcançando um

uma aceleração quase constante de até 8,5 s,

mais bruscamente até atingir um valor de

valor de regime em 10 s.

depois um pequeno aumento, atingindo a

regime em 10 s.

velocidade de regime em 10 s.

que precisam ser observados:

As curvas de tensões em cada barra

Segue uma análise de alguns parâmetros


Apoio

Qualidade nas instalações BT

50

Parâmetro

Calculado

Recomendado ou norma

Jc'/ J ref

Não aplicável

Indefinido,

Ok!

(Jref = J do item 8.2 da

(motor é de MT no caso)

motor é de MT.

Mas cuidado com motores de BT

Avaliação

(nota 1)

NBR 17094-1 para motores

(abaixo de 1000 V) acionando

até 1.000 V)

carga de torque quadrático, em geral, o ideal é não superior a 1.

ΔVmax barra B1 painel primário

0,37%

10%

Ok! (Bem baixa, ou seja, insignificante perturbação).

ΔVmax barra B2 painel secundário

6,5%

10%

Ok!

ΔVmax barra B3 motor

6,7%

10%

Ok!

Tempo partida/tempo máx.

10/22 = 0,45

≤ 0,8

Ok!

rotor bloqueado I2.t/I2.t máximo

(Nota 2) =1,142x106/[(6x65,66)2x22] =

<1

Ok!

Indefinido

Ok!

0,33 Δ Torque máx. no motor %

13%

Anexo 1 – Visão geral de modelagem (de outro caso de partida) e análise via pacote Simulink do software Matlab – simulação virtual de sistemas.


Apoio

Notas:

provocado pela partida de motores é

ABNT NBR 14039:2005 - Instalações

1. Muitas vezes, as normas não definem

um efeito colateral indesejado, porém,

Elétricas de Média Tensão de 1 kV a 36,2

os limites, no entanto, critérios de clientes

o limite pode ou não estar normalizado

kV - ABNT;

e de projeto com requisitos próprios

por norma oficial, depende do caso.

ABNT NBR 17094-1:2013 - Máquinas

podem solicitar;

A obra, sendo para o Brasil ou não,

Elétricas Girantes - motor de indução -

2. Há alguns artigos técnicos

a recomendação é verificar normas

parte 1 trifásico;

(referências) que recomendam que a

aplicáveis, requisitos do cliente e as

ABNT NBR 17094-2:2008 - Máquinas

relação tempo partida/tempo máximo de

características do sistema elétrico nas

Elétricas Girantes - motor de indução -

rotor bloqueado não seja superior a 0,8.

imediações.

parte 2 - monofásico;

Os trabalhos para a nova edição

IEC

da ABNT NBR 5410 estão em curso

Installations of buildings;

e os itens relacionados aos limites

NFPA70:2014 (National Electrical Code

de queda de tensão na partida ainda

- NEC);

serão

Manual de Motores Elétricos da Weg.

Conclusão

Apresentamos um método de análise

de partida direta de motor de indução e um exemplo, antevendo os impactos no sistema elétrico, partindo dos dados mais usuais disponíveis para os projetos. Há softwares importados comercializáveis contendo módulos prontos dedicados a estas análises, mas, se não há possibilidades possível

de

investimentos,

desenvolver

é

ferramentas

"caseiras" como a apresentada. Queda de tensão no sistema elétrico

vistos

encaminhei

alguns

60364-5-52:2009

-

Electrical

comentários/sugestões relacionados a eles para discutirmos nas reuniões da CE (comissão de estudos) desta norma.

Referências Electric Machinery

- Fitzgerald, A.E;

Kingsley Jr,Charles; Umas, S.D. - 6th Edition - McGraw Hill; ABNT NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão – ABNT;

*Edson Bittar Henriques é engenheiro eletricista pela Unesp – Ilha Solteira, é pós-graduado em Energia e Automação e proprietário da empresa de consultoria e engenharia Edson Bittar Henriques. www.projebh.com FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

51


52

Reportagem Por Bruno Moreira

Os desafios para a expansão do mercado livre Projeto de lei que tramita no Congresso pretende diminuir as exigências para a migração do consumidor cativo ao ACL. Especialistas acreditam que, com as regras atuais, já é possível aumentar consideravelmente o mercado livre


53

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

C

unidade ou conjunto de unidades

comercializar suas “sobras de energia”

energia elétrica como se adquirisse

consumidoras

área

a preços livremente negociados. No

créditos para o celular ou sinal para

contígua ou de mesmo CNPJ, cuja

ACL, os consumidores podem escolher

televisão a cabo e internet. E ter a

carga seja maior ou igual a 500 kW

seus fornecedores, assim como o preço

liberdade de poder escolher de qual

(soma das demandas contratadas) e

a ser pago pela energia, mas até a

empresa obter eletricidade para iluminar

tensão mínima de 2,3 kV. No entanto,

publicação da resolução, as parcelas de

sua casa e acionar seus aparelhos

este consumidor pode contratar apenas

energia e potência não utilizadas por

eletroeletrônicos, assim como se possui

energia incentivada, que é a gerada

eles tinham que ser negociadas pela

atualmente, o direito de escolher a

partir de fontes solar, eólica, biomassa,

Câmara de Comercialização de Energia

operadora de telefonia, de internet e

e de Pequenas Centrais Hidrelétricas

Elétrica (CCEE), em uma espécie de

de TV a cabo. Este é o desejo de alguns

(PCHs), cuja potência injetada na rede

acerto de contas, no qual todo o

agentes do setor elétrico na busca pela

seja menor ou igual a 30 MW.

excedente era liquidado, com um preço

expansão do mercado livre de energia.

prefixado e determinado semanalmente

Nesse sentido, vale destacar o

para o ambiente de contratação livre

pela

projeto de Lei (PL) 1917/2015 de

sob nenhuma condição os demais tipos

Preço de Liquidação de Diferenças

autoria

Marcelo

de consumidores, tais como do grupo B,

(PLD). A modificação foi importante no

Squassoni (PRB/SP), Antonio Carlos

de baixa tensão, que apresentam tensão

sentido de estimular os consumidores

Mendes Thame (PSDB/SP), Rodrigo de

inferior a 2,3 kV. Estes são denominados

livres a fazerem contratos de longo

Castro (PSDB/MG), Augusto Carvalho

consumidores cativos e apenas podem

prazo,

(SD/DF), Odorico Monteiro (PT-CE) e

participar do ambiente de contratação

de empreendimentos destinados ao

Pedro Vilela (PSDB-AL), que dispõe

regulado (ACR), adquirindo sua energia

mercado livre.

sobre a portabilidade das contas de

por

luz, prevendo a redução escalonada

distribuição às quais estão ligados.

do mercado livre foi a criação da figura

das exigências para a migração de

Neste

não

do comercializador varejista, cuja função

consumidores cativos para o ambiente

compra energia, sendo esta adquirida

é gerenciar a energia e as demais

de contratação livre (ACL) até 2022. O

pela distribuidora que a repassa ao

responsabilidades dos consumidores

projeto de lei foi aprovado recentemente

usuário, cabendo ao consumidor pagar

especiais, atuando como uma espécie

na Comissão de Defesa do Consumidor

uma fatura de energia mensal, que inclui

de ponte entre o vendedor de energia

da

no

o serviço de distribuição, a geração

incentivada e os consumidores especi­

momento está aguardando parecer da

da energia e as tarifas, reguladas pelo

ais. Tal operador foi elaborado para

Comissão de Minas e Energia (CME).

Governo.

facilitar a entrada no ACL de mais

Atualmente, podem participar do

Fazem

de

consumidores, principalmente empresas

mercado livre, ou seja, estão aptos a

consumidores que só podem ser cativos

de pequeno porte, que se mantinham

escolher seu fornecedor de energia,

os consumidores residenciais e rurais,

afastadas em razão da complexidade da

dois tipos de grupos de consumidores.

sobre os quais o projeto de lei que

operação e das regras para participar

O primeiro é composto por unidades

tramita no congresso teria fortes efeitos.

do mercado livre de energia.

consumidoras com carga maior ou igual

O projeto de lei talvez seja a

O diretor de regulação, tarifas e

a 3 MW atendidas em tensão maior ou

principal medida visando a expansão

mercado da empresa de consultoria

igual a 69 kV, em geral, consumidores

do mercado livre de energia, mas não

e gestão de energia Thymos Energia,

do subgrupo A3, A2 e A1, considerados

foi a primeira. Antes desta iniciativa,

Ricardo Savoia, vê o comercializador

de

onsumir, ou melhor, comprar

dos

Câmara

deputados

dos

Deputados

e

localizadas

em

Sob estas regras não podem migrar

meio

das

sistema,

parte

concessionárias o

consumidor

dos

tipos

de

própria

Câmara,

facilitando

o

o

chamado

financiamento

Outra iniciativa visando à expansão

Neste

tivemos outras, como a resolução nº

varejista como uma figura benéfica

grupo também são livres unidades

611/ 2014, da Agência Nacional de

para o mercado livre. Para ele, o

consumidoras instaladas após 7 de julho

Energia Elétrica (Aneel), que traçou as

comercializador

de 1995 com demanda maior ou igual a

regras para a cessão de excedentes

a burocracia, em termos de risco e

3 MW e atendidos em qualquer tensão.

de

tomada

Outro grupo que participa do ACL

Tratava-se de uma demanda antiga dos

certo dinamismo para o mercado de

é formado pelo consumidor especial:

consumidores livres a possibilidade de

despachos de processo no dia a dia, em

alta

e

média

tensão.

energia

e

potência

no

ACL.

de

varejista

posição,

melhora

trazendo

um


54

Reportagem

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

relação às documentações, garantias e

Para adequar o certame ao ambiente

Para ele, o consumidor livre já vem

outros aspectos envolvidos. Contudo,

de

apresentando ganhos nas negociações

segundo

fragmentaria

ele,

a

expectativa

sobre

contratação a

livre,

o

energia

governo

em

vários

bilaterais feitas no ACL, sendo necessária

o novo operador foi maior do que

produtos com prazos de contratos

a

efetivamente se concretizou, ficando

diferentes dos tradicionais 30 anos

ajustes. “Primeiro uma liberalização

limitado seu escopo de atuação a

praticados no ACR.

um pouco maior do mercado e uma

consumidores também acima de 500

O

da

maior discussão regulatória de quais

kW. “Basicamente, o comercializador

Associação

Grandes

mecanismos implementar para tornar

varejista ficou para a gestão dos

Consumidores Industrias de Energia

mais competitivo o preço no mercado

consumidores que já estão presentes no

e de Consumidores Livres (Abrace),

livre de energia”, avalia.

ACL”, explica.

Paulo Pedrosa, lamenta o veto da

Mesmo sem mudanças nas regras

A possibilidade de os agentes do

presidente da República e destaca

de portabilidade das contas de luz, é

mercado livre participarem de leilões

que “a participação voluntária dos

possível que o mercado livre cresça

de energia nova e de energia velha –

consumidores livres nos certames é

bastante, segundo Savoia. O diretor

restritos ao ambiente de contratação

um importante aprimoramento rumo

da Thymos recorda que a energia

regulada – também é uma demanda

ao

comercializada

antiga no sentido de fortalecer e

Contudo, segundo Pedrosa, o modelo

representa

aumentar o escopo de atuação do

necessitaria respeitar as características

demanda nacional, e que a projeção é

mercado livre de energia. Isso porque

básicas das indústrias. “Contratos com

de que, mesmo nas regras atuais, possa

agentes enxergam o envolvimento nos

15 ou 30 anos de duração são inviáveis”,

ser equivalente a 42% de tudo que é

certames como uma maneira de se obter

diz.

demandado

energia por um preço mais competitivo.

Sobre

expansão

ainda tem um mercado gigantesco para

No início de dezembro de 2015, a

de energia, o presidente da Abrace

crescer”, diz o consultor, destacando

promulgação da Lei 13.203, que entre

afirma que, na prática, até agora, os

que este acréscimo seria focado nos

outros objetivos, alterou a Lei 10.848, de

consumidores livres têm subsidiado os

consumidores de médio e pequeno

15 de março de 2004, que dispõe sobre

consumidores cativos nos certames,

portes, já que as indústrias de grande

a comercialização de energia elétrica,

“uma vez que os empreendedores

porte estão praticamente todas inseri­

provocou um grande desapontamento

interessados

nos

projetos

tentam

das no mercado livre.

para quem esperava o aval do governo

compensar

as

menores

tarifas

neste sentido. Isso porque a presidente

possíveis para o ACR com a cobrança

renovável

Dilma Rousseff vetou a inclusão do

de valores mais elevados da parcela

incentivos promovidos pelo Governo

artigo 2º - C, que abria a possibilidade

dos empreendimentos destinadas ao

Federal

de participação de consumidores livres,

ambiente de livre contratação”.

maneira de aumentar a participação

com carga mínima de 20 MW, nos

Cético

do

de consumidores de médio e pequeno

leilões de energia nova, justificando que

Governo no mercado de compra e

portes no ACL. Isso porque estes

o dispositivo iria de encontro à lógica

venda de energia elétrica, o presidente

consumidores só podem migrar ao

de separação entre os ambientes de

da comercializadora independente de

mercado livre ao adquirir energia de

contratação livre e regulada.

energia Trade Energy, Walfrido Avila,

fontes

O governo pretende futuramente

afirma não se tratar de uma ideia

por fonte incentivada este consumidor

abrir os leilões para a participação

realizável misturar o ACL no Leilão de

não tinha oferta lá nos idos de 2005.

de consumidores livres de energia,

ACR. Segundo ele, o gerador nunca

Mas, ultimamente, a oferta de fonte

mas

própria,

conseguiria retaliar seu produto em

incentivada vem se ampliando e isso fez

composta por duas fases, em que

várias partes para atender aos interesses

com que aumentasse significativamente

a primeira seria destinada a vender

dos consumidores livres. O diretor de

o número de consumidores no mercado

energia ao mercado cativo e a segunda

regulação, tarifas e mercado da Thymos

livre. Hoje já existem 1.172 consumidores

ao mercado livre. As duas etapas

Energia vê a ideia do leilão como

que são livres e especiais”, declara.

ocorreriam

concomitantemente,

mas

interessante, inclusive já tendo sido

a

comercializada

pensada pela Thymos com a Associação

do mercado regulado elevar-se ainda

para os consumidores livres se o

Brasileira

de

mais nos próximos anos em razão da

empreendimento

pela

Energia (Abraceel). Contudo, de acordo

crise econômica fará com que o preço

venda não colocasse tudo no ACR.

com Savoia, talvez não seja necessária.

da energia no mercado livre de energia

com

energia

uma

dinâmica

seria

responsável

presidente-executivo Brasileira

aumento

os

da

de

competitividade”.

leilões

com

de

a

de

intervenção

Comercializadores

realização

de

alguns

no

pequenos

mercado

atualmente

livre

24,5%

nacionalmente.

da

“Então

Savoia vê na expansão da fonte de nos

energia, últimos

incentivadas.

graças anos,

“Para

aos uma

comprar

A possibilidade de a tarifa de energia



56

Reportagem

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

se torne mais atraente, impulsionando

as unidades consumidoras. Conforme

para o ACL. Como dito, para ele, ajustes

a migração de mais consumidores para

Avila, só seriam cadastradas as empresas

regulatórios importantes precisam ser

o ACL, segundo o diretor da Thymos.

comercializadoras que comprovassem

feitos para que se consiga em cerca

Savoia acredita que, em virtude da

ter condições para tal. “O mercado

de dez anos estar com o mercado

retração da atividade econômica, o

se organiza sozinho. Com todas as

livre bem estabelecido, funcionando

preço da energia no ACL se torne mais

outras mercadorias é assim, por que

corretamente, trazendo os ganhos em

vantajoso, de 20% a 30% mais rentáveis.

não é assim com a energia elétrica?”,

eficiência necessários e favorecendo o

“Em alguns casos até superior a isso”,

questiona, argumentando que o Brasil

crescimento, tendo em vista a expansão

afirma.

deveria seguir exemplos de países

gigantesca desse mercado.

A única modificação que o diretor

como Itália, Portugal e Alemanha, onde

Os ajustes pensados por Savoia

de regulação tarifas e mercado da

o mercado de energia é totalmente

devem

Thymos Energia acredita ser necessária

livre.

sentido de prover um ambiente em

no momento para incentivar a migração

Para o diretor da Thymos, a liberação

que o consumidor consiga entender

é diminuir o limite mínimo de potência

total do mercado é uma tendência,

como funciona a formação de sua tarifa

consumida de quem pode se tornar

contudo, tal liberalidade deve vir com

e no qual esteja apto a gerenciar o seu

livre dos atuais 500 kW para 300 kW.

uma série de ajustes. “Não adianta

consumo e consequentemente o valor

Posteriormente, de acordo com Savoia,

liberar o mercado se não há nada

pago pela energia consumida. Em

ser

aqueles

realizados

no

suma, implementar esforços no sentido de criar um consumidor mais ativo, que

“O mercado regulado nunca vai deixar de

estranhe cada vez menos um ambiente

existir. Ele é de fundamental importância

tarifa regulada. Neste sentido, o diretor

porque realmente dá lastro para o investidor

opção oferecida a instalações em baixa

fazer aquele tipo de investimento de

variação do valor da energia conforme

infraestrutura de geração”, garante o

talvez, essas discussões regulatórias

em que o consumo não esteja atrelado à da Thymos destaca a tarifa branca, tensão, que sinaliza aos consumidores a o dia e o horário do consumo. “Então,

diretor de regulação, tarifas e mercado da

no sentido de mudar os critérios de tarifação acabem permitindo a maior possibilidade de o consumidor reduzir

Thymos Energia, Ricardo Savoia.

seu custo, deslocando a ponta do sistema e não só favorecendo a si próprio como a distribuidora e o sistema

na medida em que se liberar cada vez

regulado”, afirma, argumentando que

agregado como um todo”, diz.

mais o mercado para consumidores de

neste contexto há o risco da liberalidade

Não

baixa tensão, pode-se pensar em outras

se transformar “em um tiro no pé”. A

mercado livre, Savoia crê que a energia

mudanças para que haja uma migração

abertura total do mercado de energia

deve continuar sendo regulada por

efetiva.

obstante

a

expansão

do

antes do tempo, segundo o consultor,

se tratar de um bem de todos. “De

Energy

pode trazer uma série de incertezas

certa maneira, cabe à União melhor

discorda e afirma que o mercado

e riscos, e inviabilizar basicamente o

gerenciar do que ao próprio ente

deveria estar liberado para todos desde

mercado.

privado”, declara. Na questão da forma

já. “Primeiro abre e depois organiza”,

A mudança tem que ser paulatina

de alavancagem dos recursos para se

diz Avila, para quem o Governo deve

e constante, segundo o diretor da

construir usinas é necessária a utilização

diminuir drasticamente sua intervenção

Thymos, para que se aumente cada

de leilões de energia regulados pelo

no mercado de energia. Após a liberação,

vez mais o número de consumidores

governo. “O mercado regulado nunca

segundo o presidente da Trade Energy,

participantes

livre.

vai deixar de existir. Ele é de fundamental

os agentes comercializadores seriam

Contudo, segundo ele, o país ainda não

importância porque realmente dá lastro

credenciados perante as distribuidoras

se encontra em um momento adequado

para o investidor fazer aquele tipo

locais, que continuariam sendo as

para que haja, por exemplo, uma quase

de investimento de infraestrutura de

responsáveis por levar a energia até

totalidade de consumidores migrando

geração”, garante Savoia.

O

presidente

da

Trade

do

mercado


O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

De forma semelhante, pensa o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor Nivalde José de Castro, que é ainda mais veemente em sua defesa

do

mercado

regulado

de

energia e nas críticas à expansão total ao mercado livre. Para o professor, a proposta é tendenciosa e tem interesse eminentemente

comercial.

“As

comercializadoras só olham a parte dela e não para o todo”, afirma o docente. Além disso, Castro vê a proposta como impraticável. Ecoando as palavras de Savoia, o professor da UFRJ assevera que quem garante a expansão da oferta de energia no país é o mercado cativo. Conforme o coordenador, em um país em desenvolvimento, como o Brasil, um dos principais desafios para a concretização de grandes obras de infraestrutura, tal qual as de geração de energia elétrica, é o financiamento. Grosso modo, os empreendedores só obtêm dinheiro para a realização dos seus projetos de geração se garantirem que sua energia será consumida em longo prazo. A garantia, por sua vez, só é obtida dentro dos leilões do ambiente de contratação regulada e o financiamento, com condições mais favoráveis, só é afiançado, no Brasil, através dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo o coordenador do Gesel,

caso o mercado fosse liberado totalmente para os consumidores residenciais, hoje cativos, iriam se beneficiar no curto prazo, comprando energia a um preço mais barato, calcado em uma oferta já existente. No entanto, em longo prazo, quando fosse necessária a expansão da geração, haveria um aumento do preço da energia, pois os empreendedores, inseridos

em

um

ambiente

de

contratação livre, teriam que buscar financiamento em bancos privados, com juros maiores e prazos de amortização bem menores para a construção de novos empreendimentos.


58

Cogeração

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Cogeração a biomassa Impacto da cogeração no planejamento elétrico das distribuidoras – O caso da CPFL Paulista das regiões Nordeste e Noroeste

S

Por Vagner Vasconcellos, Reinaldo Fachada, Stanley Tokuno e Danilo Ito*

médio da carga de 4% ao ano.

que estão associadas à importação de

Expansão de Energia 2023, elaborado

Com relação ao planejamento da

energia de outros países e geração

pela Empresa de Pesquisa Energética

expansão

nuclear.

(EPE), a previsão de carga de energia

do total da capacidade instalada de

para o Sistema Interligado Nacional (SIN)

geração no SIN, o maior percentual

possui previsão de aumento de 125 GW

no ano de 2018 é de 77.207 MWmed.

correspondente a 64% (ano base 2013)

em 2013 para 196 GW em 2023, com

A região Sudeste/Centro-Oeste será

está associado à geração hidráulica,

aumento significativo de participação

responsável por 58% desta carga, ou

seguida da geração térmica com 15%

das gerações localizadas nas regiões

46.056 MWmed. O estudo apresenta

de participação, biomassa + PCHs +

Norte e Nordeste na matriz energética

também a previsão de crescimento

eólicas com 14%, além das demais

nacional. Ainda com relação ao aumento

egundo dados do Plano Decenal de

da

geração,

atualmente,

A capacidade instalada de geração


59

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

e

indústrias

nas

áreas

mecânica,

alimentícia, têxtil, química, metalurgia e um crescente segmento agroindustrial. A

classe

residencial,

representada

por 26,4% das vendas de energia, é responsável por aproximadamente 38% da receita com as vendas de energia da empresa e está concentrada em grandes centros urbanos nas regiões de Campinas, Americana, Piracicaba, Ribeirão

Preto,

Carlos,

Bauru,

Bauru,

que

Araraquara, Marília,

São

Araçatuba,

apresentam

grande

densidade populacional e elevado nível socioeconômico. Conforme a Figura 1, o sistema elétrico da CPFL Paulista é formado por três regiões, com tensões de 34,5 kV até 138 kV e que são interligadas entre si: Sudeste, Noroeste e Nordeste. Outra

característica

da

área

de

concessão da CPFL Paulista é a enorme presença de áreas de cultivo de cana-deaçúcar e usinas termelétricas associadas a esta produção.

Atualmente, existem conectadas no

sistema de distribuição da CPFL Paulista, 53 usinas sucroalcooleiras cogerando energia com contrato de exportação. Deste total, 45 usinas estão conectadas no sistema de distribuição de alta tensão O setor industrial, que responde por

e 42 localizadas nas regiões de operação

da capacidade de geração, 1.736 MW

correspondem à biomassa (expansão do

mais de 43% das vendas de energia, é

Nordeste e Noroeste da empresa.

setor sucroalcooleiro) e destes 1.112 MW

constituído por um parque moderno e

Esta geração a biomassa causa

localizados na região Sudeste / Centro-

altamente diversificado que concentra

impacto

Oeste. O Governo Federal vem adotando

parcela

produção

seja no período de safra (de abril

uma série de incentivos para ao aumento

brasileira nas áreas de papel e papelão

a novembro), seja no período de

considerável

da

no

desempenho

da participação da bioeletricidade na matriz energética. A CPFL Paulista atua no interior do estado de São Paulo, onde atende 234 municípios de grande relevância no

cenário

econômico

nacional,

distribuindo energia a uma população de aproximadamente 9 milhões de habitantes. Seu mercado é constituído por aproximadamente quatro milhões de clientes, com destaque para as classes residencial e industrial que, juntas, respondem por quase 70% das vendas de energia.

Figura 1 – Área de concessão da CPFL Paulista e regiões de operação.

da

rede,


60

Cogeração

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Figura 2 – Sistema de distribuição de alta tensão da região Nordeste da CPFL Paulista e usinas a biomassa na região.

Procedimento de acesso ao sistema de distribuição

entressafra (de dezembro a março). As usinas com previsão de conexão para os

O acesso ao sistema de distribuição

apresenta duas etapas: a consulta de acesso e a solicitação de acesso.

anos de 2015 a 2019 estão localizadas

A Tabela 1 apresenta, por tipo de acessante, as etapas a serem

ao

mesmos sistemas onde se encontram a

abrangendo as demais instalações

cumpridas

maior parte das usinas em atual operação.

de transmissão – DITs) é definido no

acesso, com destaque para as centrais

Esses novos empreendimentos totalizam

Módulo 3 – Acesso ao Sistema de

geradoras.

um incremento de aproximadamente 500

Distribuição, que é parte integrante

MW de exportação contratada frente aos

do

Procedimentos

de

1.500 MW já em contrato no sistema da

de

Energia

Sistema

sendo indicado neste momento a

empresa.

Elétrico Nacional (Prodist), aprovado

alternativa de conexão ao sistema da

A região Nordeste da CPFL Paulista

pela Agência Nacional de Energia

distribuidora. Conforme disposto no

possui como fontes da Rede Básica

Elétrica (Aneel) através da Resolução

Módulo 3 do Prodist, a definição da

as

Normativa n° 345, de 16/12/2008.

alternativa a ser indicada nos estudos

Araraquara

da

440/138

ISA-CTEEP kV

e

de

Ribeirão

Preto 440/138 kV, além da subestação

sistema

de

de

(não

O

Noroeste da CPFL Paulista, ou seja, nos

subestações

procedimento

acesso

principalmente nas regiões Nordeste e

distribuição

de

Elétrica

Distribuição no

procedimentos

Para centrais geradoras, a consulta acesso

é

etapa

obrigatória,

ETAPAS A CUMPRIR ACESSANTE

sistema da região a UHE Porto Colômbia

Consulta

Informação

Solicitação

Parecer de

de acesso

de acesso

de acesso

acesso

Consumidor Especial

Opcionais

Necessárias

Moraes (conectada em 345 kV e 138 kV).

Consumidor Livre

Opcionais

Necessárias

As subestações da CPFL nessas regiões

Central geradora – Registro

Opcionais

Necessárias

são atendidas através de linhas de 138 kV

Central geradora –

Necessárias

Necessárias

e 69 kV, que derivam destas subestações

Autorização

de fronteira com a Rede Básica. A região

Central geradora –

possui 28 usinas a biomassa conectadas

Concessão

no sistema de distribuição de alta tensão

Outra distribuidora de

e possui como principais centros de

energia

(conectada em 138 kV) e Mascarenhas de

carga as regiões de Araraquara, Ribeirão Preto, Barretos, Franca e São Carlos.

de

Tabela 1 – Etapas a serem cumpridas pelos diversos acessantes

Mascarenhas de Moraes 345/138 kV de Furnas. Também estão conectadas no

nos

Agente importador/ exportador de energia

Procedimento definido no edital de licitação Necessárias

Necessárias

Necessárias

Necessárias



62

Cogeração

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

de acesso deve considerar o critério

exportação de energia para o sistema

Paulista, o sistema de 138 kV e 69 kV

de menor custo global.

de distribuição e transmissão e, devido

é representado em sua totalidade na

ao cenário atual, estão lançando mão

base de dados de estudos elétricos do

de suas capacidades de expansão.

SIN, apresentando particularidade em

C ondições Em

de acesso

setembro

de

2012,

foram

Um

desafio

corresponde

à

função da existência dos geradores a

publicadas pela Aneel as resoluções

integração destas usinas no sistema

biomassa existentes na região.

506 e 507, em que segundo o

elétrico de distribuição e transmissão

Estas condições se refletem nas

próprio texto da resolução, havia a

das concessionárias. A conexão dessas

demandas observadas nas fronteiras

"necessidade de aprimoramento dos

usinas causa impacto nos processos de

do sistema de distribuição com a Rede

regulamentos relativos ao acesso ao

planejamento da expansão e operação

Básica, elevando de três patamares de

sistema de distribuição, por meio da

das

carga (carga pesada, média e leve),

conexão a instalações de propriedade

muitas

de

normalmente definidos para estudos

de distribuidora, de modo a promover

alterações no plano de obras definidos

de planejamento da expansão do

a consolidação e a revisão dos critérios

anteriormente pelas empresas.

sistema elétrico, para seis cenários

concessionárias, vezes

a

provocando

necessidade

em função dos períodos de safra e

a serem seguidos pelos agentes que

R epresentação

solicitam o referido acesso, assim como

entressafra.

da carga

A Figura 3 apresenta as demandas

acessada". A resolução 506 da Aneel

os estudos elétricos no SIN é realizada

totais observadas pela Rede Básica

alterou as condições estabelecidas

pelas

para cada patamar de carga e nos

de acesso ao sistema de distribuição

Módulo 5 dos Procedimento de Rede

períodos de safra e entressafra.

e a resolução 507 "estabeleceu as

– Consolidação da previsão da carga.

condições gerais de contratação do

O detalhamento de representação

demandas de potência, com redução

acesso, compreendendo o uso e a

do sistema elétrico, bem como da

da potência ativa e elevação da

conexão, aos sistemas de transmissão

respectiva representação da carga,

potência reativa no período de safra.

de energia elétrica".

ocorre na maioria dos casos até a

Foi estabelecido que, quando a

fronteira

entre

sazonalidade leva a cenários distintos e

conexão da central geradora se der

o sistema de distribuição de alta

extremos de tensões e carregamentos.

em instalações de propriedade da

tensão e o sistema de distribuição de

Especificamente na região Nordeste

distribuidora

superior

média tensão. Entretanto, as análises

da CPFL Paulista, durante o período

a 69 kV, a elaboração do parecer de

referentes ao sistema de distribuição

de safra, a geração das usinas de

acesso pela distribuidora acessada

de alta tensão são de responsabilidade

biomassa

deve contar com a coordenação do

das distribuidoras. No caso da CPFL

associada a elevados despachos da

com

tensão

A representação das cargas para

pela distribuidora de energia elétrica

distribuidoras

de

conforme

transformação

o

Podemos observar o impacto nas

No sistema da CPFL Paulista, esta

existentes

na

região,

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de modo a avaliar de forma sistêmica os acessos pretendidos e promover interação entre possíveis agentes afetados.

Impacto da cogeração no sistema de transmissão Conforme

dados

apresentados

anteriormente, o interior do estado de São Paulo, área de concessão da CPFL Paulista, apresenta forte concentração das usinas a biomassa, com diversas plantas já em operação, gerando energia

elétrica

para

o

consumo

próprio e exportação do excedente. Grande parte dessas usinas possui capacidade

de

expansão

desta

Figura 3 – Gráfico de demanda total da CPFL Paulista – período de safra e entressafra.


63

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Usina de Porto Colômbia de Furnas

Usina de Porto Colômbia conectada

acessante e acessada, as regras de

(324 MW), cujo despacho é realizado

no mesmo sistema), estando vinculado

participação financeira em se tratando

centralizadamente pelo ONS, pro­

aos

e

de central geradora e a forma de

vo­ ca

carregamento

provocando grandes variações nos

conexão, podendo ser por conexão a

das linhas de 138 kV e elevação no

montantes de geração mesmo no

barramento de subestação existente,

perfil de tensão no barramento das

período de safra.

conexão por derivação de linha ou

subestações,

Esta

elevação

no

principalmente

no

seus

processos

condição

é

produtivos

refletida

na

conexão por seccionamento de linha.

condição operativa do sistema de

No período de entressafra, com

distribuição de alta tensão, levando

Demais Instalações de Transmissão

as

muitas

de

(DITs) são definidos na resolução Aneel

caracterizadas como carga, com suas

obras em função destes cenários.

068 de 2004, sendo determinada

respectivas

energia

Pela demanda elevada, esses novos

a conexão de centrais geradoras a

necessárias para manutenção de seus

empreendimentos serão conectados

partir de seccionamento de linha ou

processos

observada

ao sistema de transmissão da CPFL

barramento de subestações existentes.

a redução do perfil de tensão na

Paulista e, para atender a todos os

região e carregamentos elevados em

requisitos técnicos, essa conexão será

comumente analisadas para conexão

determinadas linhas do sistema de

feita por meio de seccionamento de

de usinas a biomassa nas DITs e/ou no

distribuição de 138 kV que não neces­

circuitos.

sistema de distribuição de alta tensão.

patamar de carga leve. usinas

de

biomassa

demandas produtivos,

na de

é

região

vezes

à

necessidade

sariamente correspondem aos mesmos pontos observados no período da safra.

A

sistema de transmissão da

Devemos observar que o despacho

destas

usinas

a

biomassa

não

é

Os procedimentos para acesso às

A Figura 4 apresenta as alternativas

No caso de conexão em barramento

de subestação da distribuidora, é

conexão das novas usinas no

CPFL

considerada a conexão através de ramal de propriedade do acessante

P aulista

realizado centralizadamente pelo ONS

A

as

em circuito duplo com instalação de

(apesar do despacho centralizado da

instalações de responsabilidade do

dois bays de linha na subestação da

resolução

506

define


64

Cogeração

64

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Figura 4 – Alternativas de conexão no sistema de distribuição de alta tensão e DITs.

distribuidora para atendimento ao

de derivação de linha é condicionada

nas DITs, exige a configuração da

critério de contingência simples de

ao estudo de proteção que realiza

subestação

linha e equivalência às alternativas

a

destas

barra dupla a quatro chaves. Esta

de

linha.

conexões no sistema de proteção

condição leva a custo superior quando

Nesta condição, os bays de linha

(infeed). A conexão em barramentos

comparado

implementados são incorporados à

de

pela distribuidora de barra principal

acessada, sem ônus.

conectada em derivação de linha

e

associada ao seccionamento de linha

seccionamento

de

avaliação

dos

subestação

impactos

de

distribuição

transferência.

padrão Outra

do

tipo

adotado questão

apresenta

a

podendo

levar

de

corresponde ao aumento na extensão

e configurações das subestações de

alteração na conexão da subestação

das linhas existentes, normalmente

distribuição

para

compostas

implantadas

existentes, em

comumente

terrenos

de

que

dimensões reduzidas, com a instalação

da

dos

à

necessidade

seccionamento representaria subestação

restrição,

ao

conexão

conexão, referem-se às características

Restrições observadas neste tipo de

mesma

de

de a

com

linha,

o

reconstrução mudança

na

em

linhas

em

circuito

duplo, provocando o desequilíbrio no carregamento dos circuitos e mudança nas condições operativas do sistema.

potência

configuração de barra simples para

e muitas vezes em áreas urbanas,

barra principal e transferência. Esta

dificultando a ampliação para conexão

alternativa pode ocasionar também a

mento,

dos bays das usinas. Entretanto, esta

necessidade de obras na linha tronco,

subestação da usina ao sistema da

alternativa

transformadores

de

Também em caso de secciona­ a

linha

que

interliga

a

normalmente

indicando o recondutoramento ou

distribuidora, assim como os bays

o menor índice de perdas em função

reconstrução de longas extensões,

de linha da usina e barramento da

da conexão a barramentos de carga,

estando

subestação farão parte da linha de

reduzindo o montante de exportação

associado ao término destas obras.

conexão, sendo incorporados pela

que flui no sistema.

distribuidora.

para conexões das usinas a biomassa

apresenta

A alternativa de conexão através

o

início

de

exportação

O seccionamento de linha, definido

O módulo de infraestrutura geral da


65

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

subestação seccionadora (conjunto de

500/138 kV e transformador defasador

reflexão a respeito dos custos das obras

equipamentos, materiais e serviços de

345/138 kV em Porto Colômbia”.

de conexão no SDAT que são imputadas

infraestrutura comuns à subestação, tais

A alternativa citada corresponde,

à distribuidora e que podem elevar a

como terreno, cercas, terraplenagem,

na Rede Básica, a uma nova fonte

tarifa final a todos os clientes segundo

drenagem,

a regulação atual.

embritamento,

denominada Morro Agudo 500/138kV,

pavimentação, arruamento, iluminação

com conexão no sistema da CPFL

do pátio, proteção contra incêndio,

Paulista e necessidade de reconstrução

abastecimento

de

de 71 km de linhas, construção de

esgoto, malha de terra e cabos para-

40 km de novas linhas, lançamento

(1) ANEEL – Agência Nacional de Energia

raios, canaletas principais, edificações,

de 65 km de novos circuitos, além

Elétrica. Legislação Básica. Disponível

serviço auxiliar, área industrial e caixa

de adequações em oito subestações

em: <http://www.aneel.gov.br/>.

separadora

existentes, além da instalação de um

(2) ANEEL - PRODIST - Procedimentos

grama,

de

de

água,

óleo),

redes

barramentos,

Referências

transformador defasador 345/138 kV

de Distribuição. Disponível em: <http://

instalações decorrentes de adequações

na SE Porto Colômbia (Furnas).

www.aneel.gov.br/>.

dos

A

(3) ONS - Procedimentos de Rede.

entradas

da

linha

sistemas

seccionada,

de

e

telecomunicação,

proposta

do

transformador

proteção, comando e controle dos

defasador na fronteira com a Rede

Disponível

terminais da linha seccionada e o

Básica foi determinante na definição

br/>.

módulo de conexão da usina, deverão

da alternativa em função da geração

(4) EPE - Empresa de Pesquisa Energética.

ser

a biomassa existente na região, pois

Relatório

distribuidora.

ocasionou

(Reavaliação

Porém, a separação física dos

técnicas no sistema no período de

ativos

safra e suprimento da demanda reativa

do

incorporados,

sem

elétricos

acessante

nas

ônus,

pela

instalações

apresenta

diversas

restrições ainda não discutidas e

a

redução

das

perdas

necessária para controle de tensão na região.

em:

<http://www.ons.org.

"EPE-DEE-RE-124_2012-rev1 atendimento

à

Este trabalho foi originalmente apresentado durante o XXIII Seminário Nacional de Produção

definidas pela legislação em vigor.

e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE),

Conclusões

Isto implica em restrições no acesso e

realizado entre os dias 18 e 21 de outubro de

expansão do sistema de distribuição

Em um curto espaço de tempo,

de alta tensão considerando estas

a

novas instalações.

biomassa terá um papel ainda mais

*Danilo Eiji Ito é engenheiro eletricista,

Considerando

as

geração

de

energia

2015, na cidade de Foz do Iguaçu (PR).

utilizando

de

relevante na composição da matriz

com MBA em Finanças Corporativas pela

acesso apresentadas, cujas condições

energética brasileira. Vários fatores

Fundação Getulio Vargas (FGV). Atualmente,

direcionam os empreendimentos para

conduzem a esse cenário: expansão do

é coordenador de planejamento elétrico da

conexão no sistema de distribuição

mercado sucroalcooleiro, incentivos à

transmissão no Grupo CPFL Energia.

de alta tensão, associadas ao elevado

cogeração e o risco de racionamento

Vagner Vasconcellos é engenheiro eletricista,

potencial

ampliação

que poderá elevar muito o preço da

com mestrado em Sistemas de Potência e

das usinas existentes e instalação de

energia. Essa expansão já pode ser

doutorando em Sistemas de Potência pela

novas usinas, o montante de obras

sentida por algumas distribuidoras de

Escola Politécnica da USP. Atualmente, é

necessárias para viabilizar a conexão

energia, principalmente no estado de

engenheiro de planejamento elétrico da

no sistema de distribuição de alta

São Paulo.

transmissão do Grupo CPFL Energia.

tensão provoca grande impacto no

A forma de conexão das novas

Stanley Eidi Tokuno é engenheiro eletricista,

cronograma

usinas, o montante exportado e a

com especialização em gestão de ativos

distribuidora.

distância dos principais centros de

do setor elétrico, e aluno de mestrado em

Como exemplo desta condição,

carga da empresa indicam uma forte

sistemas de potência na Poli-USP. Atualmente,

temos o estudo realizado sob coorde­

tendência de aumento dos custos das

é engenheiro de planejamento elétrico da

nação Empresa de Pesquisa Energética

obras de conexão no SDAT da CPFL

transmissão no Grupo CPFL Energia.

(EPE), que analisou alternativas de

Paulista.

Reinaldo de Freitas Fachada é engenheiro

reforço de suprimento para a região

eletricista, com especialização em Sistemas

Nordeste da CPFL Paulista. Neste

a biomassa é uma alternativa técnica e

Elétricos e em Gestão Estratégica de

estudo,

obra

economicamente viável para a expansão

Empresas. Atualmente, é engenheiro

estrutural para atendimento à região, a

do atendimento das cargas, sobretudo,

especialista de planejamento elétrico da

alternativa denominada “Morro Agudo

no estado de São Paulo. Porém, vale a

transmissão no Grupo CPFL Energia.

existente

foi

de

condições

região

nordeste da CPFL Paulista) final", 2013.

de

investimentos

definida

como

da

Não há dúvidas de que a geração


66

Pesquisa - Instrumentos de teste e medição

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Mercado de equipamentos para teste e medição Desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta de confiança dos investidores puxam mercado de equipamentos para teste e medição para baixo. Mesmo assim, setor está confiante e espera fechar o ano com crescimento médio do mercado como um todo de 4%


67

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

2015 não foi um dos melhores anos para os brasileiros, fato que

elevadas tarifas de energia elétrica.

é sentido por praticamente todos os setores da economia nacional.

Confira, nas páginas a seguir, gráficos detalhados com

Não é diferente com o segmento de teste e medição. Fabricantes

informações de mercado e, na sequência, tabelas com mais dados

e distribuidores destes produtos apontam a desaceleração da

sobre as empresas que participaram da pesquisa, como serviços

economia, a desvalorização da moeda brasileira e a falta de

oferecidos, certificações conquistadas, produtos comercializados

confiança dos investidores como os grandes responsáveis pelos

e informações de contato.

modestos números apresentados por este nicho de mercado.

Esses fatores teriam prejudicado o desempenho deste setor,

Números do mercado de equipamentos para testes

que projetou fechar o ano de 2015 com crescimento médio de

e medição

apenas 4% na comparação com o ano anterior. Por outro lado, na pesquisa realizada no ano passado, este mesmo segmento imaginou que o crescimento médio das empresas ficasse em torno de 11% para 2014, previsão confirmada neste ano. As empresas declararam ter crescido a uma média de 11% em 2014 com relação ao ano anterior. E, para 2015, pretendem incrementar em 8% seus resultados. Já a previsão de contratação de funcionários e colaboradores é de apenas 3%.

Esta pesquisa foi realizada com a participação de 52 empresas,

Assim como registrado em 2014 e em 2013, também na

pesquisa deste ano, o segmento industrial é o principal cliente deste mercado. 87% das empresas apontaram a indústria como líder das vendas deste mercado. Os segmentos comercial e de montadores de painéis estão na sequência, citados por 56% e 54% das pesquisadas, respectivamente. Principais segmentos de atuação

fabricantes e distribuidores de equipamentos de testes e medição, as quais apontaram a indústria como principal compradora de seus Industrial

produtos. 87% das pesquisadas indicaram o segmento industrial

87%

como principal mercado de atuação. Para a concretização das vendas, o principal meio empregado é através da venda direta ao

56%

cliente final (canal apontado por 77% das empresas). Em seguida, aparecem as vendas via distribuidores ou atacadistas.

54%

Entre os principais produtos comercializados, destaque para:

52%

medidor de harmônicas e medidor de energia ativa, sendo estes procura por produtos que prezam pela qualidade da energia elétrica, o que pode indicar um aumento do interesse das indústrias em manter as medições apuradas e evitar, a todo custo, o desperdício de energia elétrica (que também é pago), principalmente, diante de

Montadores de painéis Distribuidoras de energia elétrica

medidor de qualidade de energia, medidor de fator de potência, os equipamentos mais citados pelas empresas. Observa-se uma

Comercial

27%

Residencial


Pesquisa - Instrumentos de teste e medição

68

As vendas acontecem, em sua maioria, diretamente aos

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

A maior parte dos produtos (89%) é destinada ao mercado

clientes finais, segundo afirmaram 77% dos pesquisados,

interno. Apenas 11%, em média, é direcionado à exportação,

índice bastante próximo ao registrado na pesquisa do ano

conforme apontaram as 52 empresas pesquisadas.

passado, de 82%. Principais produtos comercializados pelas empresas Principais canais de vendas

Medidores de

77% 56% 52%

15%

Venda direta ao cliente final

Distribuidores / Atacadistas

63% 62% 62%

Revendas / Varejistas

Internet

25% 15%

67% qualidade de energia Medidores de fator 65% de potência Medidores de 63% harmônicas Medidores de energia ativa Medidores de energia reativa Amperímetros

56% Voltímetros 52% Medidores de demanda

Outros Telemarketing

Multímetros

52% 48% Medidores de temperatura 44% Frequencímetros 40% Medidor de resistência de aterramento

Com relação às certificações ISO, destaque para a

37% 35%

elevação do índice de empresas que afirmaram possuir a ISO 14001 (de gestão ambiental). Se, no ano passado, 16% das pesquisadas disseram ter a certificação, este número subiu

33% 33%

para 25% neste ano. Já a adesão à ISO 9001 permaneceu praticamente inalterada, passando de 53% em 2014 para 54% neste ano.

31% 29%

Certificações ISO

17%

Calibradores e padrões Megômetro Transdutores Osciloscópio

Luxímetro Equipamento de aquisição de dados

Pinças

14.001 (ambiental)

25%

9001 (qualidade)

54%

A maior parte dos produtos (89%) é destinada ao mercado

interno. Apenas 11%, em média, é direcionado à exportação, conforme apontaram as 52 empresas pesquisadas destino final dos produtos

Lideram a lista dos produtos mais comercializados (mais

citados pelas empresas) o medidor de qualidade de energia,

11%

Exportação

o medidor de fator de potência, o medidor de harmônicas e o medidor de energia ativa. Em seguida, aparecem outros medidores, como medidor de energia reativa, amperímetro, voltímetro e outros. Na pesquisa de 2014, esta lista esteve encabeçada pelos medidores de energia ativa e de energia reativa e pelos amperímetros.

89%

Mercado nacional



Pesquisa - Instrumentos de teste e medição

70

Esta pesquisa contou com a participação de fabricantes e

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Na pesquisa com este segmento realizada no ano passado,

distribuidores de todos os portes, no entanto, pode-se afirmar

as empresas projetaram crescimento médio de 11% para 2014,

que a maior parte deles fatura até R$ 30 milhões por ano, com

estimativa que foi confirmada no levantamento deste ano. As

destaque para a boa parcela de empresas (32%) com faturamento

empresas declararam ter crescido a uma média de 11% no ano

de até R$ 5 milhões anuais.

passado em relação a 2013 e agora esperam encerrar o ano de 2015 com crescimento de 8%. Já a expectativa para o mercado de

Faturamento bruto anual médio das empresas em 2013

modo geral é um pouco menos otimista, de elevação de apenas 4%. Previsões de crescimento

9%

Acima de R$ 500 milhões

9%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

32%

Até R$ 5 milhões

8%

Previsão de crescimento médio para o mercado em 2015

De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões

4%

8%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11% 23%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

3%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

8%

Previsão de crescimento das empresas para 2015

11%

Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterio


71

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

A perspectiva não tão positiva deste mercado deve-se, absolutamente, ao cenário econômico desfavorável, incluindo a desvalorização

da moeda brasileira e o afastamento dos investidores. Fatores que influenciaram o mercado de testes e medição em 2015

2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

3%

Programas de incentivo do governo

7%

Falta de normalização e/ou legislação

23%

Desaceleração da economia brasileira

7%

Outros 7%

Projetos de infraestrutura

7% 18%

Crise internacional

Desvalorização da moeda brasileira 11% 15%

Falta de confiança de investidores

Setor da construção civil desaquecido


Pesquisa - Instrumentos de teste e medição

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Criciúma

SC

X

X X

X X

X

BHS

(11) 2081-8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

X

X X

X X X

X

BOHNEN+MESSTEK

(11) 2711-0050

www.bohnen.com.br

São Paulo

SP

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

X

X X

COMERCIAL GONÇALVES

(11) 3229-4044

www.comercialgoncalves.com.br

São Paulo

SP

COTERGAVI

(11) 3673-5020

www.cotergavi.com.br

São Paulo

SP

X

EMBRASUL

(51) 3358-4000

www.embrasul.com.br

Porto Alegre

RS

X

ENGEMATEC

(19) 3285-0010

www.engematec.com.br

Campinas

SP

ENGEMET

(11) 5073-5222

www.engemeteletrica.com.br

São Lourenço da Serra

SP

X

EXTECH

(15) 3238-8070

www.extech.com.br

Sorocaba

SP

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

FLAMMARION

(11) 2084-8644

www.flammarionenergia.com

São Paulo

SP

FLIR SYSTEMS

(15) 3238-8070

www.flir.com.br

Sorocaba

SP

X

FLUKE

(11) 4058-0200

www.fluke.com.br

São Paulo

SP

X

FOXLUX

(41) 3302-8100

www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

FULL GAUGE

(51) 3475-3308

www.fullgauge.com.br

Canoas

RS

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

X X

X

X

X

X X X X

X

X X

X

X

X X

X X X X X

X X X X X X X

X

X

X

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X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X X X X X X

X

X

X

X X

X

Oferece diagnóstico enegéticos para os clientes

www.agpr5.com

X X

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

AGPR5

(48) 3462-3900

X

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

X

Importa produtos acabados

X

Exporta produtos acabados

SP

Programas na área de responsabilidade social

São Paulo

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

www.acaoenge.com.br

14001 (ambiental)

X

(11) 3883-6050

9001 (qualidade)

SP

AÇÃO ENGENHARIA

Outros

Estado

São Paulo

Internet

Cidade

www.abb.com.br

Comercial

Site

0800 014 9111

Industrial

Telefone

ABB

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

Distribuidores de energia elétrica

Distribuidora

Empresa

X

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Fabricante

Montadores de painéis

Principal segmento de atuação

A empresa é

Residencial

72

X

X X

X

X

X

X

X

X

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X

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X

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X X

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X

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X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

GESTAL GESTÃO

(11) 5080-8200

www.gestal.com

São Paulo

SP

GRUPO FOXLUX

(41) 3302-8100

www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

PR

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X X X X X X

X X

X X

X

X

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930

www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X X X

X

X X

X

X

X

X

X

INSTRUMENTI

(11) 5641-1105

www.instrumenti.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X X

X X X X X

X

X

X

X X

X

X

INSTRUTEMP

(11) 3488-0213

www.instrutemp.com.br

São Paulo

SP

X

X

X X X

X X X X

X

X

X

X

X

X

INSTRUTHERM

(11) 2144-2800

www.instrutherm.com.br

São Paulo

SP

X

X

X X

X X

X

X

X

X

X

X X

X X X X X X

X

X


73

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

X X

X X

X X X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X X X

X X X

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

SP

X

X X

X

MINIPA DO BRASIL

(11) 5078-1850

www.minipa.com.br

São Paulo

SP

X X

MIT MEASTECH

(11) 4028-5653

www.meastech.com.br

Salto

SP

MONTREL

(19) 3861-3070

www.montrel.com.br

Mogi Guaçu

SP

NORTECH

(91) 98053-8160 www.nortech.com.br

Belém

PA

X X

X

X

NOVUS

(51) 3323-3600

www.novus.com.br

Porto Alegre

RS

X X X

X

X X X

POLITERM

(11) 5581-1728

www.politerm.com.br

São Paulo

SP

X X X

X X

X

RDI BENDER

(11) 3602-6260

www.rdibender.com.br

Osasco

SP

X X X X

X X

X

RMS

(51) 3337-9500

www.rms.ind.br

Porto Alegre

RS

X

SASSI

(11) 4138-5122

www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra

SP

X X X X

SEL

(19) 3515-2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

X

X

X

SIBRATEC

(47) 3521-2986

www.sibratec.ind.br

Rio do Sul

SC

X X X

X X

X

SIEMENS

(11) 3908-2211

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X

X

X X

SMARTGREEN

(41) 3343-1122

www.smartgreen.net

Curitiba

PR

X

SULTECH

(51) 3013-0333

www.sultech.com.br

Porto Alegre

RS

X

T&M INSTRUMENTS

(11) 5092-5229

www.tminstruments.com.br

São Paulo

SP

X X

TC WATT

(53) 3243-9007

www.tcwatt.com.br

Dom Pedrito

RS

X X X

TEREX

0800 031 0100

www.terexutilities.com.br

Betim

MG

X

X

X

X X X

THERMA

(11) 5643-0440

www.therma.com.br

São Paulo

SP

X X X

X X

X X

VARIXX

(19) 3301-6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

X

X

X

X X

WEIDMULLER

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

X

X

YOKOGAWA

(11) 3513-1324

tmi.yokogawa.com/br

Barueri

SP

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

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X

X X

X

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X

Oferece diagnóstico enegéticos para os clientes

(11) 5525-2000

Oferece treinamento técnico para os clientes

KRON MEDIDORES

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

Importa produtos acabados

X

X X

Exporta produtos acabados

X X

Programas na área de responsabilidade social

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

SP

14001 (ambiental)

São Paulo

9001 (qualidade)

www.jng.com.br

Outros

X

(11) 2090-0550

Internet

SP

JNG MATERIAIS

Cidade

Comercial

Itu

Industrial

Site www.isolet.com.br

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

Distribuidores de energia elétrica

Montadores de painéis

Distribuidora

Telefone (11) 2118-3000

Estado

ISOLET

Empresa

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Fabricante

Residencial

Principal segmento de atuação

A empresa é

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Pesquisa - Instrumentos de teste e medição

74

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

X

ABB

0800 014 9111

www.abb.com.br

São Paulo

SP

AÇÃO ENGENHARIA

(11) 3883-6050

www.acaoenge.com.br

São Paulo

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SP

X

X

X

BHS

(11) 2081-8168

www.bhseletronica.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

BOHNEN+MESSTEK

(11) 2711-0050

www.bohnen.com.br

São Paulo

SP

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

COMERCIAL GONÇALVES

(11) 3229-4044

www.comercialgoncalves.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

COTERGAVI

(11) 3673-5020

www.cotergavi.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

EMBRASUL

(51) 3358-4000

www.embrasul.com.br

Porto Alegre

SP

ENGEMATEC

(19) 3285-0010

www.engematec.com.br

Campinas

PR

ENGEMET

(11) 5073-5222

www.engemeteletrica.com.br

São Lourenço da Serra

RS

EXTECH

(15) 3238-8070

www.extech.com.br

Sorocaba

SP

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FLAMMARION

(11) 2084-8644

www.flammarionenergia.com

São Paulo

SP

FLIR SYSTEMS

(15) 3238-8070

www.flir.com.br

Sorocaba

SP

X

FLUKE

(11) 4058-0200

www.fluke.com.br

São Paulo

SP

X

FOXLUX

(41) 3302-8100

www.foxlux.com.br

Pinhais

PR

X

FULL GAUGE

(51) 3475-3308

www.fullgauge.com.br

Canoas

RS

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

SP

GESTAL GESTÃO

(11) 5080-8200

www.gestal.com

São Paulo

PR

GRUPO FOXLUX

(41) 3302-8100

www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

RJ

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

PR

X

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930

www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

INSTRUMENTI

(11) 5641-1105

www.instrumenti.com.br

Taboão da Serra

RS

X

X

X

INSTRUTEMP

(11) 3488-0213

www.instrutemp.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

INSTRUTHERM

(11) 2144-2800

www.instrutherm.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

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X

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X

X

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Outros

Calibradores e padrões

Pinças

Transdutores

Equipamento de aquisição de dados

Osciloscópio

Medidor de temperatura

Luxímetro

Megômetro

Medidor de resistência de aterramento

Medidor de qualidade de energia

Medidor de harmônicas

Medidor de fator de potência

Medidor de demanda

Medidor de energia ativa

Estado

Medidor de energia reativa

Cidade

Multímetro

Site

Frequencímentro

Telefone

Voltímetro

Empresa

Amperímetro

Tipos de INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO que a empresa comercializa

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75

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

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X

Amperímetro

Voltímetro

Frequencímentro

Multímetro

X

X

X

KRON MEDIDORES

(11) 5525-2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

SP

X

X

X

X

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

RS

X

MINIPA DO BRASIL

(11) 5078-1850

www.minipa.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

MIT MEASTECH

(11) 4028-5653

www.meastech.com.br

Salto

SP

X

X

X

X

X

MONTREL

(19) 3861-3070

www.montrel.com.br

Mogi Guaçu

SP

X

X

X

X

X

NORTECH

(91) 98053-8160

www.nortech.com.br

Belém

SP

X

X

X

X

X

NOVUS

(51) 3323-3600

www.novus.com.br

Porto Alegre

SP

POLITERM

(11) 5581-1728

www.politerm.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

RDI BENDER

(11) 3602-6260

www.rdibender.com.br

Osasco

RS

X

X

X

X

X

RMS

(51) 3337-9500

www.rms.ind.br

Porto Alegre

SP

X

X

SASSI

(11) 4138-5122

www.sassitransformadores.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X

SEL

(19) 3515-2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

SIBRATEC

(47) 3521-2986

www.sibratec.ind.br

Rio do Sul

SP

X

X

X

SIEMENS

(11) 3908-2211

www.siemens.com.br

São Paulo

RS

X

X

X

SMARTGREEN

(41) 3343-1122

www.smartgreen.net

Curitiba

SP

SULTECH

(51) 3013-0333

www.sultech.com.br

Porto Alegre

MG

T&M INSTRUMENTS

(11) 5092-5229

www.tminstruments.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

TC WATT

(53) 3243-9007

www.tcwatt.com.br

Dom Pedrito

SP

X

X

X

TEREX

0800 031 0100

www.terexutilities.com.br

Betim

SP

THERMA

(11) 5643-0440

www.therma.com.br

São Paulo

SP

X

X

VARIXX

(19) 3301-6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

WEIDMULLER

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

X

X

YOKOGAWA

(11) 3513-1324

tmi.yokogawa.com/br

Barueri

X

X

Outros

X

X

X

Calibradores e padrões

X

X

SP

Pinças

X

X

São Paulo

Transdutores

X

X

www.jng.com.br

Equipamento de aquisição de dados

X

X

(11) 2090-0550

Osciloscópio

X

SP

JNG MATERIAIS

Medidor de temperatura

X

Itu

Luxímetro

X

Cidade

www.isolet.com.br

Megômetro

X

Site

(11) 2118-3000

Medidor de resistência de aterramento

Medidor de fator de potência

X

Telefone

ISOLET

Medidor de harmônicas

Medidor de demanda

X

Medidor de energia ativa

X

Medidor de energia reativa

X

Empresa

Estado

Medidor de qualidade de energia

Tipos de INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO que a empresa comercializa

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Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação

76

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Gerenciamento de energia e automação Acompanhando o pessimismo da indústria eletroeletrônica, que deverá ter queda de faturamento de 10%, empresas da área de gerenciamento de energia e automação almejam crescimento de seu mercado de apenas 2%

Em um ano no qual o faturamento real (descontada a inflação)

2015 é de apenas 2%. Na pesquisa do ano passado, as empresas

da indústria eletroeletrônica deverá apresentar uma queda de 10%,

projetaram um crescimento do mercado de 9%.

e em que os mercados de componentes eletrônicos e de material

de instalação devem registrar variação real negativa de 5% e 17%,

em 2015, a visão dos fabricantes e distribuidores também se tornou

respectivamente, conforme dados da Associação Brasileira da

mais pessimista quando em relação à mostrada no levantamento de

Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os fabricantes e distribuidores

2014. Na ocasião, as empresas aguardavam elevação de 13%. Na

de equipamentos de gerenciamento de energia e automação não

pesquisa deste ano, mesmo tendo registrado crescimento médio

poderiam estar muito otimistas. Em pesquisa realizada com 61

de 10% em 2014, a expectativa dos participantes é de que o

empresas deste segmento, a revista O Setor Elétrico apurou que

acréscimo médio em 2015 seja de apenas 4%. O baixo incremento

a previsão do crescimento do tamanho anual do mercado para

será sentido também, conforme as empresas, no acréscimo ao

No que se refere ao crescimento médio das próprias companhias


77

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

quadro de funcionários das companhias da área neste ano: os

bruto anual médios das empresas em 2014. Confira a seguir o

fabricantes e distribuidores projetam elevação de somente 4%. Este

levantamento na íntegra:

número, porém, é bem melhor do que o esperado pela indústria eletroeletrônica, que trabalha com uma variação real de -13% no

Análise do mercado brasileiro de gerenciamento de

número de empregos no setor.

energia e automação

A pesquisa desta edição também corrobora com o levantamento

da Abinee no que tange aos motivos que levaram a estes prognósticos tão desfavoráveis do setor eletroeletrônico em geral e do mercado de equipamentos de gerenciamento de energia e automação especificamente. A associação apresentou a crise política e econômica que o país vem enfrentado como o motivo para que os números da indústria decaíssem tanto. Já no levantamento, quando questionados sobre o fator que mais impactou o mercado em 2015, a maior parte das empresas entrevistadas (29%) apontou

A indústria continua sendo o principal segmento de atuação das

empresas de gerenciamento de energia e automação que participam da pesquisa. No ano passado, 88% dos entrevistados disseram vender seus produtos mais para este segmento. Agora, 87% fizeram tal afirmação. Principais segmentos de atuação

a desaceleração da economia brasileira. Os outros dois itens mais votados pelas companhias entrevistas, falta de confianças dos investidores (18%) e desvalorização da moeda brasileira (17%), também estão estreitamente relacionados aos problemas econômicos enfrentados pelo Brasil atualmente. A pesquisa desta edição traz mais informações, além das já apresentadas, que ajudam a traçar um perfil do mercado de equipamentos de gerenciamento de energia e automação, entre eles, o principal canal de vendas dos fabricantes e distribuidores deste segmento; os principais produtos comercializados; e o faturamento

Público

33 52%

Comercial Industrial

87%


78

Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de

Energia e Automação

A venda direta ao cliente final ainda é o canal de vendas mais importante para as

empresas da área; 82% disseram isso. O levantamento deste ano também mostra o crescimento da internet: 23% das companhias pesquisadas disseram utilizar tal veículo para comercializar seus produtos. Principais canais de vendas

Venda direta ao cliente final

82% Distribuidores / Atacadistas

57% 52% 26%

Revendas / Varejistas

Telemarketing Internet

23% Outros

21%

Os números relacionados às certificações ISO continuam basicamente os mesmos

dos levantados na pesquisa do ano passado. Em 2014, 27% e 65% das empresas disseram possuir a ISO 14001, de gestão ambiental, e ISO 9001, de gestão de qualidade, respectivamente. Neste ano, 66% afirmaram contar com a ISO 9001 e 20% com a ISO 14001. Certificações ISO

14.001 (ambiental)

20%

9001 (qualidade)

66%

Hardware para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia é o

produto mais vendido (57%) pelas empresas da área. Controlador de fator de potência e software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento dividem a segunda posição de produtos mais comercializados, mencionados por 51% das pesquisadas.


79

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Principais produtos comercializados

57% 51% 51% 48% 38% 36% 28%

Hardware para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia

Controlador de fator de potência Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia Controlador de consumo

Controlador de demanda Capacitador p/ correção do fator de potência

Banco automático para correção do fator de potência

A maior parte das companhias de gerenciamento de energia e automação (21%)

declarou ter faturado entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões no ano passado.

Faturamento bruto médio das empresas em 2014

8% 4%

De R$80 milhões a R$100 milhões

Acima de R$ 100 milhões

19%

Até R$ 3 milhões

6%

De R$60 milhões a R$80 milhões

8%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

8%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões

12%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 21%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

14%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

O mercado nacional continua sendo o destino final dos produtos comercializados pelas

empresas do segmento. 92% dos produtos são vendidos internamente, os restantes 8% são exportados.


Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de

80

Energia e Automação

Balança comercial

8%

Exportação

92%

Mercado nacional

Os fabricantes e distribuidores de equipamentos para gerenciamento de energia e automação

cresceram 12% em 2013 ante 2012. Empolgados por este valor, estimaram elevação de 13% em 2014 em relação a 2013. Efetivamente, porém, cresceram 9%. O baixo acréscimo do ano passado comparado ao obtido no ano retrasado, somados à situação econômica atribulada do país atualmente, fizeram as companhias do setor projetarem elevação de apenas 4% em 2015. Previsões de crescimento

2%

Previsão de crescimento do mercado para 2015 Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas

4%

Previsão de crescimento das empresas para 2015

4% 10%

Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterior

Desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta de confiança

dos investidores – todos os itens relacionados à crise econômica atual – são os principais fatores considerados pelas empresas da área que impactaram o mercado em 2015. Fatores que influenciaram o mercado de gerenciamento e automação em 2015

3%

5%

Programas de incentivo do governo

Outros 17%

Desvalorização da moeda brasileira

29%

Desaceleração da economia brasileira

18%

Falta de confiança de investidores 14%

Setor da construção civil desaquecido

4%

Falta de normalização e/ou legislação 1%

Incentivos por força de legislação ou normalização

2%

Crise internacional

7%

Projetos de infraestrutura



Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação

www.acaoenge.com.br

São Paulo

SP

ACCESSO INFRA

(11) 5549-5394

www.accessoinfra.com.br

São Paulo

SP

ADELCO

(11) 4199-7500

www.adelco.com.br

Barueri

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X

X

X

APS COMPONENTES

(11) 5645-0800

www.apscomponentes.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

AUTOMOTION

(15) 3363-9900

www.automotion.com.br

Boituva

SP

X

X

X

BALTEAU

(35) 3629-5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

X

X

X

CCK

(11) 5150-1297

www.cck.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

CLAMPER

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

X

EATON ELECTRICAL

(11) 4525-7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

X

ECOLUMIX

(11) 3814-1143

www.rovimatic.com.br

São Paulo

SP

X

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

EMBRASUL

(51) 3358-4000

www.embrasul.com.br

Porto Alegre

RS

ENERCOM

(11) 2919-0911

www.enercom.com.br

São Paulo

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

GESTAL

(11) 5080-8200

www.gestal.com

São Paulo

SP

X

X

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

HDS

(41) 2109-8800

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

X

X

X

IMS POWER

(51) 3282-2300

www.ims.ind.br

Porto Alegre

RS

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-2211

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

INSTRONIC

(11) 3383-3700

www.instronic.com.br

Osasco

SP

X

INSTRUMENTI

(11) 5641-1105

www.instrumenti.com.br

Taboão da Serra

SP

X

INSTRUTEMP

(11) 3488-0213

www.instrutemp.com.br

São Paulo

SP

X

ISOLET

(11) 4522-0322

www.isolet.com.br

Itu

SP

X

X

JNG

(11) 2090-0550

www.jng.com.br

São Paulo

SP

X

X

KDL

(11) 4617-3175

www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

X

KIENZLE

(11) 2249-9604

www.kienzle-haller.com.br

São Paulo

SP

X

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Programas na área de responsabilidade social

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(11) 3883-6050

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

SP

AÇÃO ENGENHARIA

X

14001 (ambiental)

X

Estado

São Paulo

X

9001 (qualidade)

Revendas / varejistas

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Cidade

www.abb.com.br

Internet

Distribuidores / atacadistas

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Site

(11) 98514-5432

Telemarketing

Público

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Venda direta ao cliente final

Comercial

X

Telefone

ABB

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Principal canal de vendas

EMPRESA

X

Certificados ISO

Outros

Principal segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Industrial

82

X

X X


83

Revendas / varejistas

Venda direta ao cliente final

X

X

X

9001 (qualidade)

Distribuidores / atacadistas

X

X

Outros

Comercial

X

Telemarketing

Industrial

X

X

X

Site

Cidade

Estado

(11) 5525-2000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X

MBA CONSTRUTORA

(34) 3271-7700

www.mbaconstrutora.com.br

Ituiutaba

MG

X

MÉDIA TENSÃO

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

X

METALTEX

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

X

X

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X

X

MIT MEASTECH

(11) 4028-5653

www.meastech.com.br

Salto

SP

X

X

X

NOJA POWER

(19) 3283-0041

www.nojapower.com.br

Campinas

SP

NORD ELECTRIC

(49) 3361-3900

www.nord.eng.br

Chapecó

SC

OMEGA

(19) 3645-9096

www.omegaportal.com.br

Santa Barbara D'Oeste

SP

PEXTRON

(11) 99105-5014

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

PHOENIX CONTACT

(11) 3871-6431

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

PROVOLT

(47) 3036-9666

www.provolt.com.br

Blumenau

SC

X

PRYSMIAN

(11) 4998-4000

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

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X

X

X

RDI BENDER

(11) 3602-6260

www.rdibender.com.br

Osasco

SP

X

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X

RENZ

(11) 4034-3655

www.renzbr.com

Bragança Paulista

SP

X

X

X

ROCKWELL

(11) 5189-9500

www.rockwellautomation.com.br

São Paulo

SP

X

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SAREL

(11) 4071-2255

www.sarel.com.br

Diadema

SP

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X

X

X

X

SASSI

(11) 4138-5122

www.sassitransformadores.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X

X

X

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X

SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 4501-3434

www.schneider-electric.com.br

São Paulo

SP

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X

SEL

(19) 3515-2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

X

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X

SIEMENS

(11) 4585-8040

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

SULTECH

(51) 3013-0333

www.sultech.com.br

São Paulo

SP

TORMEL

(19) 3803-1800

www.tormel.com.br

Sumaré

SP

TREETECH

(11) 4413-5787

www.treetech.com.br

Atibaia

SP

UNION

(11) 3512-8900

www.unionsistemas.com.br

São Paulo

SP

URKRAFT

(11) 4143-7800

www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

X

WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

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X

WEIDMÜLLER

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

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Internet

Telefone

Público

EMPRESA KRON

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X X

X

X

Programas na área de responsabilidade social

Certificados ISO

Principal canal de vendas

14001 (ambiental)

Principal segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

X

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X


Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação

84

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Oferece treinamento técnico para os clientes

Oferece diagnóstico energético para os clientes

Hardware para sisemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia

Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia

Controlador de demanda

Controlador de consumo

Controlador de fator de potência

Capacitador p/ correção do fator de potência

Banco automático para correção do fator de potência

Outros dispositivos

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Telefone

Site

Cidade

Estado

ABB

(11) 98514-5432

www.abb.com.br

São Paulo

SP

X

AÇÃO ENGENHARIA

(11) 3883-6050

www.acaoenge.com.br

São Paulo

SP

ACCESSO INFRA

(11) 5549-5394

www.accessoinfra.com.br

São Paulo

SP

X

ADELCO

(11) 4199-7500

www.adelco.com.br

Barueri

SP

X

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

APS COMPONENTES

(11) 5645-0800

www.apscomponentes.com.br

São Paulo

AUTOMOTION

(15) 3363-9900

www.automotion.com.br

Boituva

SP

X

BALTEAU

(35) 3629-5500

www.balteau.com.br

Itajubá

MG

X

CCK

(11) 5150-1297

www.cck.com.br

São Paulo

SP

X

CLAMPER

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

EATON ELECTRICAL

(11) 4525-7001

www.eaton.com.br

Jundiaí

SP

X

ECOLUMIX

(11) 3814-1143

www.rovimatic.com.br

São Paulo

SP

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

EMBRASUL

(51) 3358-4000

www.embrasul.com.br

Porto Alegre

RS

X

ENERCOM

(11) 2919-0911

www.enercom.com.br

São Paulo

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

GESTAL

(11) 5080-8200

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

HDS IMS POWER

Importa produtos acabados

X X

EMPRESA

Exporta produtos acabados

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Principais produtos comercializados pela empresa

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SP

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São Paulo

SP

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X

X

X

www.gestal.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

X

X

X

(41) 2109-8800

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

X

X

X

X

X

X

(51) 3282-2300

www.ims.ind.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-2211

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

X

X

INSTRONIC

(11) 3383-3700

www.instronic.com.br

Osasco

SP

X

X

X

X

X

X

INSTRUMENTI

(11) 5641-1105

www.instrumenti.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X

INSTRUTEMP

(11) 3488-0213

www.instrutemp.com.br

São Paulo

SP

ISOLET

(11) 4522-0322

www.isolet.com.br

Itu

SP

JNG

(11) 2090-0550

www.jng.com.br

São Paulo

SP

KDL

(11) 4617-3175

www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

KIENZLE

(11) 2249-9604

www.kienzle-haller.com.br

São Paulo

SP

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85

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Oferece treinamento técnico para os clientes

Hardware para sisemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia

Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia

X

X

X

X

X

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X

MBA CONSTRUTORA

(34) 3271-7700

www.mbaconstrutora.com.br

Ituiutaba

MG

X

MÉDIA TENSÃO

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

X

X

METALTEX

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

MIT MEASTECH

(11) 4028-5653

www.meastech.com.br

Salto

SP

X

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X

X

NOJA POWER

(19) 3283-0041

www.nojapower.com.br

Campinas

SP

X

X

X

X

X

NORD ELECTRIC

(49) 3361-3900

www.nord.eng.br

Chapecó

SC

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X

OMEGA

(19) 3645-9096

www.omegaportal.com.br

Santa Barbara D'Oeste

SP

X

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X

PEXTRON

(11) 99105-5014

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PHOENIX CONTACT

(11) 3871-6431

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

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X

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

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X

PROVOLT

(47) 3036-9666

www.provolt.com.br

Blumenau

SC

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X

PRYSMIAN

(11) 4998-4000

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

X

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X

RDI BENDER

(11) 3602-6260

www.rdibender.com.br

Osasco

SP

X

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X

RENZ

(11) 4034-3655

www.renzbr.com

Bragança Paulista

SP

X

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X

ROCKWELL

(11) 5189-9500

www.rockwellautomation.com.br

São Paulo

SP

X

X

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X

X

X

SAREL

(11) 4071-2255

www.sarel.com.br

Diadema

SP

X

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X

SASSI

(11) 4138-5122

www.sassitransformadores.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X

X

X

SCHNEIDER ELECTRIC

(11) 4501-3434

www.schneider-electric.com.br

São Paulo

SP

X

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X

SEL

(19) 3515-2000

www.selinc.com.br

Campinas

SP

X

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X

SIEMENS

(11) 4585-8040

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

SULTECH

(51) 3013-0333

www.sultech.com.br

São Paulo

SP

TORMEL

(19) 3803-1800

www.tormel.com.br

Sumaré

SP

TREETECH

(11) 4413-5787

www.treetech.com.br

Atibaia

SP

UNION

(11) 3512-8900

www.unionsistemas.com.br

São Paulo

SP

URKRAFT

(11) 4143-7800

www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

WEIDMÜLLER

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

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Outros dispositivos

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

0800 11 8008

Banco automático para correção do fator de potência

Importa produtos acabados

SP

LEGRAND

Capacitador p/ correção do fator de potência

Estado

São Paulo

Controlador de fator de potência

Cidade

www.kron.com.br

Controlador de consumo

Site

(11) 5525-2000

Controlador de demanda

Telefone

KRON

Oferece diagnóstico energético para os clientes

EMPRESA

Exporta produtos acabados

Principais produtos comercializados pela empresa

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86

Aula prática

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Por Felipe Zimann, Marcello Mezaroba e Alessandro Luiz Batschauer*

Compensação por energias ativa e reativa em redes de distribuição Sistema de controle de potência ativa e reativa na regulação de baixa tensão em redes trifásicas de distribuição

D

evido ao consumo crescente de

(Prodist). As características abordadas

Tabela 1 classifica a tensão de 380/220

energia elétrica nos últimos anos e

no Módulo 8 envolvem a tensão em

V em três diferentes grupos: adequada,

a preocupação com a qualidade de

regime permanente, fator de potência,

precária e crítica. Quando identificada

energia fornecida aos consumidores, a

harmônicos, desequilíbrio de tensão,

alguma violação nos valores limite para

Agência Nacional de Energia Elétrica

flutuação de tensão, variações de tensão

tensão de fornecimento, a companhia

(Aneel)

para

de curta duração e variação da frequência.

deve então efetuar a correção dentro

estabeleceu

diretrizes

desempenho

Uma das principais características

de curtos prazos, porém, muitas vezes

para os sistemas de distribuição de

que deve ser atendida pela companhia

estão envolvidas grandes quantidades

energia elétrica, que são abordados

de distribuição é a tensão fornecida em

de investimentos, planejamento, tempo

nos

um nível adequado aos consumidores. A

de projeto e execução.

o

funcionamento

Procedimentos

e

de

Distribuição


87

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

pode ocorrer uma diminuição no valor da

Tabela 1 – Classificação da tensão de fornecimento (380/220 V)

Classificação

Faixa da tensão de leitura (VL)

380

tensão fornecida, devido aos parâmetros resistivos

220

Adequada

348 ≤ VL ≤ 396

201 ≤ VL ≤ 231

Precária

327 ≤ VL < 348

189 ≤ VL < 201

396 < VL ≤ 403

231 < VL ≤ 233

VL < 327 ou VL > 403

VL < 189 ou VL > 233

Crítica

e

indutivos

distribuídos

inerentes ao sistema. A Figura 1 mostra o modelo equivalente para uma linha de distribuição, sendo a rede elétrica de distribuição composta pelos parâmetros da impedância transformador (Ztr) mais a impedância dos cabos (Zr) de distribuição.

Os inversores de tensão são topologias

a quatro fios com filtro LCL de segunda

Esse arranjo compõe a impedância

adequadas para a regulação de tensão,

ordem conectado à rede de distribuição

total da linha (Zl) que o conversor estará

uma vez que possuem baixo volume, alta

pelo ponto de conexão de cargas. É

submetido quando conectado no PCC.

resposta dinâmica, controle de potência

apresentada uma fonte de energia ativa

injetada e sistema de controle adequado

conectada ao barramento cc para expandir

potência de 45 kVA, sua impedância base

para diversas aplicações. Muitos trabalhos

a capacidade de regulação de tensão

de 3,5% e um cabo nu de alumínio com

abordam este tipo de inversor conectado

e um sistema de controle que prioriza

alma de aço (CAA) com parâmetros de

à rede através do ponto de conexão de

a energia reativa em relação à energia

linha de (1,485 + j·0,508) Ω/Km, pode-se

cargas (PCC), como os Static Synchronous

ativa, no sentido de minimizar a utilização

compor a impedância total da linha

Compensators

porém

de potência ativa, sendo que esta é uma

dependente da distância, conforme visto

determinadas cargas e condições da rede

fonte limitada. Estruturas de controle,

na Figura 2.

podem levar a regiões em que a potência

potência e resultados de simulação são

Com

reativa não consegue atuar de forma a

apresentados para validação do sistema

observam-se o aumento do módulo e a

regular a tensão para níveis adequados. A

operando de maneira completa.

queda no ângulo da impedância, o que se

(STATCOMs),

Análise da tensão em redes de distribuição

ativa já foram abordados em outros trabalhos utilizando fontes de energia ou

armazenamento

o

aumento

da

distância,

deve à característica predominantemente

injeção e o armazenamento de potência

renováveis

Considerando um transformador com

indutiva do transformador, e, com o aumento da distância, a adição da característica resistiva dos cabos de

em

distribuição. Ainda pode ser visto que

baterias integradas ao sistema, mas não

tem como objetivo regular a tensão de

são

compostos

modo a complementar a energia reativa.

de

potência,

Este trabalho utiliza um inversor de

comprimentos e cargas para cada trecho

tensão controlado em corrente trifásica

do sistema. No final de longas linhas,

terão como base a distância de 450 m e

Os ramos do sistema de distribuição por cabos

transformadores de

diferentes

em 57 m as parcelas resistivas e indutivas possuem a mesma proporção. Portanto, as análises que se seguem


Aula prática

88

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

o respectivo valor de impedância de |Zl|

potência da carga mostrada na Figura 3.

igual a 0,157 p.u., ângulo φ igual a 23,92°

e relação XL/R igual a 0,44, sendo esta

planos horizontais, o primeiro define o

relação de impedâncias próximas de

limite para a classificação adequada da

valores encontrados em linhas reais. Não

tensão, o segundo plano define o limite

se pode desprezar a componente resistiva

para a classificação precária e, abaixo

do circuito, como é feito em redes de

deste plano, a tensão é considerada

média e alta tensão, visto que seu valor

crítica.

é equivalente ao valor da componente

representa a tensão eficaz e mostra que,

indutiva em redes de distribuição e

com o aumento de potência e do fator

contribui significativamente para a queda

de potência da carga, a tensão cai abaixo

de tensão.

dos limites para fornecimento adequado.

Pode ser observado na Figura 3 dois

A

superfície

da

Figura

3

A tensão no ponto de conexão de

Neste caso, faz-se necessária alguma

cargas pode ser expressa em função

medida de correção ou a concessionária

das potências que são fornecidas e

estará sujeita a multas e ressarcimentos

consumidas pela carga e pela impedância

aos consumidores afetados.

total da linha, conforme (1).

4

2

Com a conexão do inversor, o sistema

fica representado como na Figura 4,

2

VPCC + VPCC • [ 2 • A – Vg ] + [ B2 + A2 ] = 0

em que a impedância total Zl possui

A = RLP0 + XLQ0

uma parcela resistiva e indutiva, Rl e Ll,

{

(1)

B = RLQ0 + XLP0

respectivamente. O inversor é conectado ao PCC para fornecer a energia ativa e reativa necessárias para rede e carga.

Em que: VPCC, Vg - Módulo da tensão no PCC e na fonte; RL, XL - Resistência e indutância da linha; Po, Qo - Potências ativa e reativa da carga; E o ângulo de abertura (δ) da linha, que

A partir das malhas de tensão e corrente, pode-se obter a função que representa a tensão no PCC em função da potência da carga, potência do conversor e impedância da linha,

é a diferença entre o ângulo da tensão

conforme (3).

fonte e no PCC, pode ser obtido através

VPCC + VPCC • [ 2 • A – Vg ] + [ B2 + A2 ] = 0

da seguinte relação: δ = sen

-1

(

RLQ0 + XLP0 Vg VPCC

)

(2)

A partir de (1) e (2) pode-se obter a

tensão no PCC para diferentes valores de

4

2

2

{

B = RL (Q0 – Qinv ) + XL (P0 – Pinv )

E o ângulo de abertura definido por:

A = RL (P0 – Pinv ) + XL (Q0 – Qinv )

δ = sen-1

B Vg VPCC

Figura 1 – Modelo do sistema de distribuição de energia elétrica em baixa tensão.

(3)

(4)


89

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Figura 2 – Variação da impedância da linha com a distância da linha de distribuição.

Figura 3 – Gráfico da tensão no PCC (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (|Zl| = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).

Figura 4 – Modelo de compensação do circuito equivalente da rede de distribuição com conversor conectado ao PCC.

A

compensação

de

tensão

Este critério tem como base que

utilizando a energia ativa e reativa

a energia ativa vem de uma fonte

será

que

armazenadora ou geradora de energia,

o conversor pode operar até a sua

portanto, sendo de disponibilidade

potência aparente máxima (1 p.u.).

limitada e reduzida. Já a energia

E o gerenciamento de energia fica a

reativa é obtida da própria rede

critério da estratégia de controlem

facilitando sua utilização.

considerando

analisada

considerando

que,

inicialmente,

O limite estabelecido para tensão

deve-se utilizar energia reativa até

é de 0,9137 p.u., sendo o mínimo

que esta não consiga mais elevar a

exigido para manter o valor de tensão

tensão para o nível desejado, somente

na faixa adequada de fornecimento. Os

a partir deste ponto é que a energia

resultados das equações são mostrados

ativa é inserida.

a seguir. Na Figura 7, é possível


90

Aula prática

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

observar a regulação da tensão no valor desejado. Na Figura 8, é mostrada a energia ativa utilizada pelo conversor e a Figura 5 apresenta a energia reativa. Já a Figura 6 exibe a energia aparente processada pelo inversor. É

importante

potência

total

destacar

do

que

conversor

a

não

é ultrapassada, pois mantém-se a potência aparente em 1,0 p.u. e a energia ativa utilizada é a mínima necessária para elevação de tensão, mesmo existindo outras combinações

Figura 5 – Gráfico da potência aparente processada (p.u.) em função do fator de potência e da potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º e Vg = 1 p.u.).

de potência que podem atingir o mesmo objetivo.

Sistema de controle e potência

A estrutura de potência é composta

por um inversor conectado à rede através de um filtro LCL que se torna vantajoso, pois possui maior atenuação de

harmônicos

de

comutação,

possibilita a redução do filtro e reduz a

interferência

eletromagnética,

Figura 6 – Gráfico da potência reativa processada (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º e Vg = 1 p.u.).

comparado a filtros LC comumente utilizados em inversores conectados à rede. Acoplado no barramento cc

existe

um

conversor

cc-cc

bidirecional para executar o controle da corrente injetada ou absorvida do barramento, mostrado na Figura 9. O inversor controla a corrente direta e em quadratura injetada na rede. Os parâmetros de potência são apresentados na Tabela 2. Diferentes

fontes

de

energia

podem ser utilizadas para fornecer a

Figura 7 – Gráfico da tensão no PCC em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).

energia ativa ao barramento, fontes renováveis, baterias ou outra fonte disponível. A estratégia de controle e gerenciamento da potência proposta colabora com a utilização de baterias, uma vez que minimizando a utilização de energia ativa, aumenta-se a vida útil das baterias. O controle proposto para o inversor (Figura 10) é composto por três malhas de corrente, uma para cada fase. As malhas de tensão total, diferencial e tensão eficaz no PCC

Figura 8 – Gráfico da potência ativa processada (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).


91

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

fornecem as referências para a malha de corrente. Também é adicionada uma malha que controla as correntes em quadratura e direta, controlando assim a potência que é injetada.

Quando ocorre injeção de energia

ativa, esta mesma referência é enviada ao conversor cc-cc para que forneça a

corrente

para

manutenção

do

barramento.

As malhas de tensão de barramento

total e diferencial são comuns a todas as fases, fazendo com que a energia cc

seja

necessária

do

distribuída

barramento

uniformemente

entre as três fases. O controle em cascata permite que o controlador de corrente opere em alta frequência desacoplando as malhas externas de tensão, reduzindo as interações de mais malhas de controle em uma única dinâmica.

Inicialmente, a compensação inicia

somente com a compensação de reativos (Sw1 = Sw4 = 1), deixando o

controlador

de

energia

ativa

desativado (Sw2 = Sw3 = 0). Uma vez que a compensação reativa não seja suficiente para elevar a tensão, o controle ativa a malha de energia ativa (Sw2 = Sw3 = 1) e desativa a energia reativa (Sw1 = Sw4 = 0), mantendo a referência reativa sendo o complemento da energia aparente total do inversor.

A malha de controle de harmônicos

consiste

em

um

controlador

ressonante, nas harmônicas de 3ª, 5ª e 7ª ordem, que estima estas frequências da tensão e fornece para o controle de corrente sintetizar com referência defasada, eliminando, assim, a maior parte do conteúdo harmônico. Os parâmetros de controle são mostrados na Tabela 3, sendo todos os controladores projetados no plano digital com estruturas fixas e frequência de amostragem de 38,16 kHz para as malhas rápidas, de corrente e 4,24 kHz para as malhas lentas, de tensão eficaz e de barramento.


92

Aula prática

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Resultados de simulação

O sistema proposto foi inicialmente

simulado

com

cargas

equilibradas

e utilizando a referência de tensão mínima para regulação de tensão. Com uma carga resistiva-indutiva, fator de potência de 0,9 e potência aparente de 0,8 p.u., pode-se observar na Figura Figura 9 - Estrutura de potência com sistema de armazenamento, conversor cc-cc bidirecional, inversor e filtro LCL.

11 as tensões das três fases no PCC, com e sem compensação. As correntes injetadas são mostradas na Figura 12, sendo todas de mesmo valor. A Figura 13 mostra as referências para as correntes direta e em quadratura. Podem-se

observar

três

setores

distintos de operação, no setor 1 não há compensação, no setor 2 ocorre a injeção de corrente em quadratura, consequentemente

Figura 10 - Estrutura de controle completa com controle de potência.

de

potência

reativa no sistema, até chegar em sua

Tabela 2 – Parâmetros de potência

capacidade máxima. No setor 3, a

Potência

Po

30 kVA

referência para corrente direta é ativada,

Tensão eficaz da rede

Vin

220 V

injetando

Tensão total de barramento

VB

800 V

exceder a potência total do inversor, a

potência

ativa.

Para

não

Frequência da rede

frd

60 Hz

referência de energia reativa é diminuída.

Frequência de comutação

fs

19,080 kHZ

Na Figura 14, são mostrados os

Capacitância do barramento

CB

14,1 mF

valores de tensão eficaz das fases no

Indutor de saída “A”

LA

560 µH

PCC, a partir do início da compensação

Indutor de saída “a”

La

560 µH

ocorre a elevação no valor eficaz da

Capacitor de saída

Cf

22 µF

tensão até atingir o valor de regulação

Resistência série do capacitor de saída

Rd

75 mΩ

desejado.

Resistência da rede

Rl

0,691 Ω

Quando

Indutância da rede

Ll

0,813 mH

com

cargas

desequilibradas, também foi utilizada a referência de tensão mínima para

Tabela 3 – Parâmetros de controle

Controle

simulado

regulação de tensão, com cargas de

de corrente

Margem de fase

59°

fator de potência de 0,9, 0,9 e 0,7 e

Frequência da margem de fase

830 Hz

potência aparente de 0,8, 1,0 e 0,8 p.u.,

Margem de ganho

2,76 dB

respectivamente.

Controle

Pode-se observar, na Figura 15,

do barramento total e diferencial

tensões

desequilibradas

e

após

a

Margem de fase

63°; 62°

Frequência da margem de fase

12 Hz; 6 Hz

compensação a elevação dos valores

Margem de ganho

-

eficazes e balanço entre as fases, isso

Controle

porque o sistema opera de forma

de harmônicas

Ganhos

50, 50, 25

independente em cada fase. As correntes

Frequências de ressonância

3ª, 5ª e 7ª

assumem valores distintos, cada um

Margem de ganho

-

apenas o necessário para a compensação

Controle

da tensão eficaz no

PCC (Q

e

P)

em sua respectiva fase, como pode

Margem de fase

86°

ser visto na Figura 16. Como cada fase

Frequência da margem de fase

18 Hz

necessita de uma quantidade diferente

Margem de ganho

40 dB

de energia ativa e reativa, diferentes


O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

93

Figura 11 - Tensão no PCC sem (Va = Vb = Vc = 0,8400 p.u.) e com (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) compensação.

Figura 12 - Correntes injetadas antes (IAinv = IBinv = ICinv = 0 A) e depois (IAinv = IBinv = ICinv = 45,7 A) nas fases pelo inversor.

Figura 13 - Setores de operação e níveis de potência reativa (Qa = Qb = Qc = 0,98 p.u.), ativa (Pa = Pb = Pc = 0,20 p.u.) e aparente (Sa = Sb = Sc = 1,00 p.u.).

Figura 14 - Valores eficazes das tensões de fase, antes (Va = Vb = Vc = 0,8400 p.u.) e depois (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) da compensação de tensão por energia ativa e reativa.

Figura 15 - Tensão no PCC sem (Va = 0,8674 p.u. Vb = 0,8400 p.u. Vc = 0,8745 p.u.) e com (Va = Vb = Vc =0,9136 p.u.) compensação.


94

Aula prática

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

valores podem ser observados na Figura 17, sendo que a fase A necessita de energia ativa e reativa, e as fases B e C necessitam apenas de energia reativa, porém, de diferentes valores. São inseridas cargas não lineares, retificadores

monofásicos

com

filtro

capacitivo de diferentes potências em cada fase, injetando, assim, conteúdo harmônico da tensão do PCC. O controle do conversor projetado sintetiza as

Figura 16 - Correntes injetadas antes (IAinv = IBinv = ICinv = 0 A) e depois (IAinv = 39,9 p.u. IBinv = 45,33 p.u. ICinv = 35,6 A) nas fases pelo inversor.

harmônicas de 3ª, 5ª e 7ª ordens, onde está concentrada a maior energia para compensação. Na Figura 19, observa-se as tensões de fase Va, Vb e Vc com conteúdo harmônico sem compensação (5,1%, 3,7% e 2,6%), respectivamente. Em seguida, a redução dos harmônicos de

maior

ordem

para

valores

de

distorção harmônica aceitáveis (1,3%,

Figura 17 - Setores de operação e níveis de potência reativa (Qa = 0,97 p.u. Qb = 0,89 p.u. Qc = 0,80 p.u.), ativa (Pa = 0,20 p.u. Pb = Pc = 0,0 p.u.) e aparente (Sa = 1,00 p.u. Sb = 0,89 p.u. Sc = 0,80 p.u.).

1,1% e 0,9%).

Observações finais Foi apresentado, neste trabalho, o sistema de controle de potência ativa e reativa para regulação da tensão em redes de distribuição, juntamente com a compensação seletiva de harmônicos. A utilização do inversor trifásico a quatro fios, com controle em corrente e filtro

Figura 18 - Valores eficazes das tensões de fase, antes (Va = 0,8674 p.u. Vb = 0,8400 p.u. Vc = 0,8745 p.u.) e depois (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) da compensação de tensão por energia ativa e reativa.

LCL, realizou a injeção de corrente no PCC até a elevação dos valores eficazes de tensão para os níveis desejados e a eliminação dos harmônicos propostos. Todo o sistema de controle foi testado em simulação em condições de cargas equilibradas, desequilibradas e com distorção harmônica comprovando a eficácia deste tipo de regulação. Foram

Figura 19 - Tensão no PCC compensada (0,9136 p.u.) sem (5,1%, 3,7% e 2,6%) e com compensação (1,3%, 1,1% e 0,9%) do conteúdo harmônico.

verificadas que as equações obtidas do estudo analítico correspondem aos resultados de simulação obtidos.

Referências • ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica, "Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional, PRODIST," 2011. • ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica, "PRODIST - Módulo 8 - Qualidade

Figura 20 - Correntes senoidais com conteúdo harmônico (fundamental, 3ª, 5ª e 7ª) injetadas nas fases pelo inversor


95

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

da Energia Elétrica," Brasil, 2012. • T.P. Enderle et al. "D-STATCOM applied to single-phase distribution networks: Modeling and control," in IECON 2012 - 38th Annual Conference on IEEE Industrial Electronics Society, Oct 2012, p. 321-326. • Rubens Tadeu Hock, Yales Romulo De Novaes, Alessandro Luiz Batschauer. "A voltage regulator based in a voltagecontrolled DSTATCOM with minimum power point tracker," in Energy Conversion Congress and Exposition (ECCE), 2014 IEEE, Sept 2014, p. 3.694-3.701. • C. Kumar, M.K. Mishra. "A VoltageControlled DSTATCOM for Power-Quality Improvement," Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 29, n. 3, p. 1.499-1.507, June 2014. • M.K. Mishra, A. Ghosh, A. Joshi. "Operation of a DSTATCOM in voltage control mode," Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 18, n. 1, p. 258-264, Jan. 2003. • M. Hagiwara, R. Maeda, H. Akagi. "NegativeSequence Reactive-Power Control by a PWM STATCOM Based on a Modular Multilevel Cascade Converter (MMCC-SDBC)," Industry Applications, IEEE Transactions on, v. 48, n. 2, p. 720-729, Mar. 2012. • S. Adhikari, Fangxing Li. "Coordinated V-f and P-Q Control of Solar Photovoltaic

Generators With MPPT and Battery Storage in Microgrids," Smart Grid, IEEE Transactions on, v. 5, n. 3, p. 1.270-1.281, May 2014. • D. I. Brandão, F. P. Marafão, F. A. S. Gonçalves, M. G. Villalva, J. R. Gazoli. "Estratégia de controle multifuncional para sistemas fotovoltaicos de geração de energia elétrica.," Power Electronics Conference (COBEP), v. 18, n. 4, p. 1.206-1.214, 2013. • M. Liserre, F. Blaabjerg, S. Hansen. "Design and control of an LCL-filter-based threephase active rectifier". Industry Applications, IEEE Transactions on, v. 41, n. 5, p. 1.2811.291, Sep. 2005. • Y.A.-R.I. Mohamed, M. A-Rahman, R. Seethapathy. "Robust Line-Voltage Sensorless Control and Synchronization of LCL -Filtered Distributed Generation Inverters for High Power Quality Grid Connection," Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 27, n. 1, p. 87-98, Jan. 2012. • Dongsheng Yang, Xinbo Ruan, Heng Wu. "Impedance Shaping of the GridConnected Inverter with LCL Filter to Improve Its Adaptability to the Weak Grid Condition". Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 29, n. 11, p. 5.7955.805, Nov. 2014. • Erika Twining, D.G. Holmes. "Grid current regulation of a three-phase voltage source

inverter with an LCL input filter". Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 18, n. 3, p. 888-895, May 2003. • Shuitao Yang, Qin Lei, F.Z. Peng, Zhaoming Qian. "A Robust Control Scheme for GridConnected Voltage-Source Inverters". Industrial Electronics, IEEE Transactions on, v. 58, n. 1, p. 202-212, Jan. 2011. • Yun Wei Li, Jinwei He. "Distribution System Harmonic Compensation Methods: An Overview of DG-Interfacing Inverters". Industrial Electronics Magazine, IEEE, v. 8, n. 4, p. 18-31, Dec. 2014. • C.H. Ng, K. Busawon, G.A. Putrus, L. Ran. "Fast-individual-harmonic-extraction technique," Generation, Transmission and Distribution, IEE Proceedings, v. 152, n. 4, p. 556-562, July 2005. • P.C. Tan, P.C. Loh, D.G. Holmes. "HighPerformance Harmonic Extraction Algorithm for a 25 kV Traction Power Quality Conditioner". Electric Power Applications, IEE Proceedings, v. 151, n. 5, p. 505-512, Sep. 2004. Este trabalho foi originalmente apresentado durante a XI Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica (CBQEE), realizada entre os dias 7 e 10 de julho de 2015, na cidade de Campina Grande (PB).


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Por José Barbosa de Oliveira*

Como ficou o jargão “10 ohms em qualquer época do ano” para o caso de aterramento não natural, com a nova ABNT NBR 5419? ABNT

a resistência de aterramento e, por

uma

consequência, não exige sua medição

de

nas inspeções periódicas para o caso

aterramento de aproximadamente 10

de aterramento não natural. O valor

ohms para eletrodo de aterramento não

ideal para a resistência de aterramento

natural, que desencadeou uma prática

sempre será o menor valor possível, sem

de avaliação de todo o SPDA através

que isso comprometa a configuração

desse valor. Logo, alcançar um valor

básica. Mas há uma distância entre o

menor que 10 ohms era indevidamente

ideal e o mínimo.

considerada condição sine qua non

O

para um SPDA adequado, de tal modo

de

que se tornou comum encontrar uma

atendendo a duas exigências da nova

nota nos projetos solicitando que a

ABNT

resistência

deveria

a configuração básica. A primeira

apresentar um valor mínimo de 10

é o dimensionamento de um anel

ohms em qualquer época do ano.

eletricamente contínuo ao longo de

Avaliar todo o SPDA somente e

toda sua extensão, contornando todo

através de um relatório da resistência

o volume de proteção, tendo pelo

de aterramento é, no mínimo, uma

menos

irresponsabilidade muito grande. É

enterrado a, no mínimo, 50 centímetros

muito possível um SPDA não atender

de profundidade e afastado em torno

sequer a uma linha da ABNT NBR

de 1 metro das paredes onde estão

5419 e se obter do seu aterramento

instalados os condutores de descidas.

um valor menor que 10 ohms de

A segunda consiste em atender à

resistência,

condição:

A NBR

versão

anterior

5419:2005

recomendação

de

da

apresentava de

resistência

aterramento

principalmente

quando

valor

mínimo

aterramento NBR

80%

é

5419,

do

da

conseguido

que

seu

resistência

compõem

comprimento

não se aplicam os conceitos da ABNT NBR 15749:2009, que é a norma que

re ≥ l 1

regulamenta métodos para medição de resistência de aterramento.

O comprimento l1 é obtido no

Contrariando a prática adotada,

gráfico a seguir, que o relaciona com a

a nova ABNT NBR 5419:2015 não

resistividade do solo em que o eletrodo

apresenta um valor de referência para

de aterramento será instalado.


97

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Nesse caso, para um eletrodo de aterramento não natural, a medição da

resistividade

do

solo

torna-se

fundamental e poderá ser realizada observando os critérios definidos na ABNT NBR 7117:2012. É importante ressaltar que o valor a ser buscado em aterramentos já instalados, segundo consta da seção 7 da ABNT BR 5419-3, é o de continuidade elétrica dos condutores e emendas do subsistema de aterramento para garantir a sua integridade física. O re é o raio médio da área abrangida

de descida deverá ser, considerando o

Sempre é bom lembrar que um

pelo eletrodo de aterramento em forma

eletrodo de aterramento posicionado

aterramento, por meio das armaduras

de anel.

em uma camada de mesma resistividade:

de aço eletricamente contínuas das

Caso

anterior

não

deverá

haver

uma

complementação

do

eletrodo

aterramento

natural

seja

a

condição

atendida, não

em

fundações da estrutura, é a melhor l r = l 1 − re

de anel,

E para a complementação por hastes

por meio de eletrodos na horizontal

na vertical, o comprimento por condutor

(cabos) ou na vertical (hastes). Para

de descida deverá ser:

a

complementação

por

cabos

de se adotar uma solução por elementos adicionais. *José Barbosa de Oliveira é engenheiro eletricista e membro da comissão de estudos CE

na

horizontal, o comprimento por condutor

solução e deverá ser observada antes

lv =

l 1 − re 2

03:64.10, do CB-3 da ABNT.


98

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Por Eduardo Daniel*

A revisão da ABNT NBR 5410

Nesta seção, está sendo colocado um

300 pessoas, resultado, com certeza, da

R$ 4,5 milhões em 2015 pagos pela

resumo do que foi discutido nas reuniões

divulgação das atividades da Comissão

sociedade (empresas e pessoas físicas).

de 2015 de revisão da norma ABNT NBR

03:64.001 – Instalações elétricas de

E os participantes ainda têm que pagar

5410:2004, com base nas alterações

baixa tensão na revista O Setor Elétrico

para adquirir a norma que produzem,

do texto da IEC correspondente e nos

e em vários eventos, entre eles, todas as

critério que deveria ser repensado pela

pontos apresentados pelos participantes.

edições do Cinase em 2015 e em mais

ABNT de imediato.

É importante sempre ressaltar que as

18 oportunidades de apresentações

Um

citações desta coluna constituem um

envolvendo outras entidades, como

que se multiplicou em 2015 foram

relato do que foi discutido e aprovado

o Sindicel, Procobre, Abrinstal, IEEE,

as consultas sobre dúvidas da norma

na reunião plenária pela Comissão de

Abracopel, Qualifio e Abinee. O interesse

enviadas à coordenação da comissão

Estudos, porém, a aprovação como parte

de novos participantes à distância tem

de estudos, a maioria por meio da

oficial do Projeto de Norma, somente

demonstrado como existe uma demanda

própria secretaria do ABNT CB03. Em

será feita antes do texto ser enviado para

reprimida de informação tecnológica

2015, foram 56 consultas sobre os mais

consulta nacional.

sobre o processo de normalização, em

variados temas tratados pela norma e

Para encerrar este ano de 2015, é

particular, sobre essa importante norma

que muitos, infelizmente, não podem ser

interessante compararmos as condições

que é a ABNT NBR 5410, cuja aplicação

respondidos oficialmente pela comissão

que haviam sido previstas no início do

está na realidade diária de todos.

e seu coordenador por caracterizarem

ano com os resultados alcançados ao

Ressaltando que, nem mesmo a atual

consultoria sobre soluções adotadas

longo deste período.

crise na atividade econômica, pela qual

e projetos. Pode parecer um descaso

outro

indicador

importante

Um dado sempre importante a ser

o país passa, fez diminuir o interesse nas

da coordenação e secretário, porém

ressaltado é aquele relativo à “produção”

atividades de revisão da norma. Mais

a

da Comissão de Estudos e seu reflexo

uma vez, é o custo social da atividade

responsabilidade sobre um projeto por

na qualidade dos trabalhos. Desde

de normalização que é dividido entre

não ter todas as informações a respeito

fevereiro de 2015, foram dez reuniões

todos nós, mostrando claramente que

das soluções. Esse canal de comunicação

presenciais, com uma média de 37

requisitos normativos só são voluntários

com a comunidade da norma também

participantes em oito horas de trabalho

quanto ao processo de participação e

representa uma fonte importante de

e discussões. Isso representa, somente

que, sem eles, reinaria o caos. Fazendo

pontos a serem mais esclarecidos ou

nas reuniões presenciais, quase 3.000

um exercício rápido já feito anteriormente

incluídos no processo de revisão do

horas de dedicação dos participantes

por colegas, considerando somente a

texto.

no ano, sem considerar as análises e as

realização das reuniões presenciais de

Neste ano foi criado um grupo

contribuições feitas fora das reuniões.

oito horas, com o custo estimado de

de trabalho específico da comissão

Além disso, saltamos de cerca de 80

R$ 1.500 por reunião, dos especialistas

de estudos para tratar somente de

participantes cadastrados no acesso via

participantes,

com

requisitos de instalações elétricas de

sistema Livelink da ABNT, para quase

transporte e alimentação, resulta em

baixa tensão fotovoltaicas, resultado

suas

despesas

comissão

não

pode

assumir

a


99

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

de demanda apresentada por várias

O

03:64.001

que abriga a CE 03:64.001, que não

entidades e empresas envolvidas com

gerou também alguns “filhotes” para

entrou nesse custo estimado acima, mas

o tema e que mostrou claramente a

outras

Por

deveria entrar. Sem a estrutura estável

necessidade do estabelecimento das

necessidade

estão

que o Comitê proporciona, não haveria

especificidades deste tipo de instalação,

sendo elaboradas normas de cabos

normalização válida e independente.

sendo realizadas sem uma norma de

elétricos para instalações fotovoltaicas

referência e que já começa a apresentar

e para dispositivos de proteção contra

haja mudança em auxílios milagrosos

problemas de qualidade e segurança. A

surtos específicos. Toda a sociedade

de órgãos públicos e financiamentos

base para esta norma, que poderá ser

de especialistas tem de colaborar com

estatais, a sociedade tem de arcar com

agregada à própria ABNT NBR 5410 ou

a ordenação técnica das instalações.

esse custo, como aliás já faz há muito

constituir um documento separado, é

Se replicarmos isso para a atividade

tempo. A importância do cumprimento

um texto da IEC que está em processo

de normalização em geral, perdemos a

das normas técnicas tem ficado cada

de votação internacional. O uso cada

noção da grandeza e complexidade do

vez mais evidente nas jurisprudências e

vez maior desta fonte distribuída de

processo.

na opinião das autoridades, por isso tem

trabalho

da

comissões dos

CE

de

estudo.

trabalhos,

Não podemos esperar em 2016 que

energia elétrica no país tem de ser precedido da referência normativa que

Nem mesmo a atual crise econômica

garanta a sua qualidade, a interface com as distribuidoras e a segurança de seus

fez diminuir o interesse nas atividades

usuários.

A previsão mais otimista da Comissão

de revisão da norma. Mais uma vez, é o

de Estudos é que o projeto de revisão da norma esteja pronto para consulta

custo social da atividade de normalização

nacional até o final de 2016. Mesmo parecendo longo, este prazo é crítico dada

dividido entre todos nós, o que mostra

a complexidade da norma. Os principais fatores que garantirão o atendimento do prazo continuam sendo a participação dos

claramente que requisitos normativos só

especialistas representantes de diversos segmentos envolvidos com a atividade de

são voluntários quanto ao processo de

instalações elétricas, como fabricantes de componentes, empresas de engenharia, concessionárias de energia elétrica e

participação e que, sem eles, reinaria o caos.

instaladores, além da realização de reuniões

pelo

menos

mensais.

Nas O processo para muitos pode parecer

de ser fruto de um trabalho muito sério e

reuniões realizadas até agora, foi possível

obter o consenso entre os participantes

lento e temos recebido várias críticas a

responsável.

das diversas partes interessadas.

respeito da “morosidade” no avanço do

Para agilizar o processo de revisão,

texto revisado, porém, isso proporciona

deste processo em 2015, presencialmente

caso necessário, serão estabelecidos

a obtenção de consenso mais seguro

ou à distância, nas discussões, divulgação

outros grupos de trabalho para análise

e menos retrabalho nas discussões,

e envio de opiniões, um bom final de

de temas específicos e incentivo à

ou seja, avançamos realmente com a

ano com a certeza de muitos objetivos

participação de setores que possam

norma, mesmo considerando as diversas

cumpridos. E em 2016 não será mais

enriquecer as discussões e aumentar a

opiniões e interesses das várias partes

fácil. Estaremos todos preparados para

segurança do texto normativo, como

interessadas. Desde março de 2014,

em fevereiro retomarmos a luta.

aconteceu em 2015 com a participação

nenhuma

do Corpo de Bombeiros do Estado de

desconforto aos que “perderam” na

*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria

São Paulo, o que permitiu o consenso

votação. Vale mais o consenso onde

e Engenharia Consultiva, superintendente da

seguro sobre temas ligados a rotas de

todos, na verdade, ganham.

Certiel Brasil e coordenador da Comissão de

fuga, materiais de instalação e outros,

Finalmente, é importante lembrar

Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa

que se adequem à regulamentação em

que nada disso funcionaria sem a

a norma de instalações de baixa tensão ABNT

vigor e às suas tendências.

efetiva ação do ABNT CB 03, Comitê

NBR 5410.

votação

necessária

A todos os colegas que participaram

criou


100

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Revisões de fim de ano

Chegamos ao fim deste ano difícil, de

(resumimos os ODSs na coluna anterior e

Pacto Global da ONU, ISO 19600, DSC

recessão econômica, política e ética, de

retomaremos futuramente);

10000, Guia do Instituto Ethos (Integridade,

crises e decepções. Ficamos entre o mar

- Aquecimento global – chegou a Conferência

Prevenção e Combate à Corrupção) e

de lama moral e o físico (do rompimento de

sobre o Aquecimento Global (COP21, Paris,

outros servem de suporte para melhorar o

barragens de rejeitos em Minas Gerais, que

final de novembro) – os sinais positivos para

desempenho nesta área;

atingiu o Espírito Santo).

um acordo um pouco mais ambicioso foram

- Normas ISO de gestão - quero chamar a

se tornando mais fortes ao longo do ano.

atenção nesta coluna para a publicação da

identificar alguns pontos positivos, algumas

Vamos avaliar os resultados.

revisão das consagradas normas ISO 9001

lanternas de esperança para o novo ano:

- Corrupção e integridade – a gestão

e 14001, ocorridas em setembro, com três

Mas, no apagar das luzes, é possível

de integridade e ética, e de seus riscos

anos de transição da certificação. Também

- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

consequentes,

vez

para o desenvolvimento da norma ISO

(ODSs) – talvez a maior luz de todas,

necessária,

compromissos,

45001 para sistemas de gestão de saúde

avançando em um horizonte de 15 anos para

investimentos e ferramentas disponíveis para

ocupacional e segurança, prevista para

que a sustentabilidade seja abraçada de vez

“compliance” nas organizações – Pró-ética,

publicação em outubro de 2016. Cabe ainda

se

com

mostra mais

cada


101

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

mencionar a elevação de “status” da atual

alavancar oportunidades para o benefício da

mais amplo da sustentabilidade econômica,

CEE 116 (Comissão de Estudo Especialde

organização, e reforço das necessidades e

ambiental e social.

Gestão de Energia), responsável pela revisão

expectativas das partes interessadas;

-

da ISO 50001 no Brasil, para o permanente

- simplificação da documentação: "documen­

organização com iniciativas proativas (além

CB 116 (Comitê Brasileiro de Gestão e

tos" e "registros" são agrupados em "infor­

da prevenção da poluição) para proteger

Economia de Energia), reforçando a sua

mação documentada", e a necessidade

o meio-ambiente como o uso sustentável

importância e amplitude de trabalho.

e abrangência de procedimentos/manual

dos

formais são definidas pela organização.

às

Sobre a revisão das normas ISO 9001

Ampliação

do

comprometimento

recursos,

mitigação

e

mudanças

climáticas,

proteção

da

adaptação da

biodiversidade etc.;

e 14001, alguns pontos resultaram da

adoção do Anexo SL das Diretivas ISO –

ISO 9001 são:

desempenho ambiental – por exemplo

Estrutura de Alto Nível (que padroniza títulos

- Maior ênfase na geração de valor e

reduzir as emissões, efluentes e resíduos;

de tópicos, texto principal, termos comuns

resultados para a organização e seus clientes,

- Reforço da exigência atual para gerenciar

e definições fundamentais), para melhorar a

bem como na mentalidade de riscos;

os aspectos ambientais no ciclo de vida,

compatibilidade e alinhamento entre todas as

- Introdução de requisito relacionado à

sobre bens e serviços adquiridos, e uso/

normas de sistemas de gestão ISO (veja os

gestão do conhecimento;

tratamento/disposição final dos produtos

principais a seguir):

- Reforço dos requisitos relacionados a

(mas não exige avaliação completa do ciclo

controle sobre processos/produtos/serviços

de vida do produto);

providos externamente e gestão de mudanças.

- Ampliado e reforçado o processo de

- revisão do ciclo de gestão PDCA (P –

As principais mudanças específicas da

planejamento; D – suporte e operação; C

- Maior ênfase na melhoria contínua do

comunicação, demandando uma estratégia

– avaliação de desempenho; A – melhoria);

As principais mudanças específicas da

- reforço do elemento “Liderança”, com maior

ISO 14001 são:

envolvimento da alta direção;

de comunicação.

- inclusão de novo requisito sobre o

-

contexto da organização para identificar e

estratégica e a inserção dela no contexto

Maior

ênfase

na

gestão

ambiental

As previsões não são boas para 2016,

mas vamos em frente! Pensamento positivo!

Boa passagem e bom descanso/férias!


102

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Balanço de 2015 e as últimas notícias sobre certificações de Led Crise econômica, queda do PIB, aumento

qualidade de produtos, entretanto, ainda

a exigência da Portaria Inmetro nº

da inflação, diminuição do poder de

assombra este mercado, principalmente

144/2015, que aprova os Requisitos

compra, retração das empresas, aumento

os

consumidores

de Avaliação da Conformidade para

do desemprego, crise política, corrupção,

reclamam da qualidade dos produtos Led

Lâmpadas Led com dispositivo integrado

impunidade, crise hídrica, crise ambiental,

disponíveis no mercado e isso realmente

à base. Mas encontra-se em consulta

ajuste fiscal, processo de impeachment...

continua, infelizmente, pois nosso mercado

pública, até dia 2 de janeiro de 2015, a

Finalmente o ano de 2015 chegou ao fim.

é na maioria das vezes consumidor de

Portaria nº 599 de 17 de dezembro de

Na área de iluminação e eficiência

preço e não consegue avaliar de forma

2015, que prorroga em dois meses este

energética, apesar da retração com os

eficaz a qualidade dos produtos.

prazo. Isto é, a nova proposta é que as

demais setores da economia, existiu um

exigências técnicas comecem a vigorar

diferencial, que acabou viabilizando muitos

certificação compulsória do Inmetro para

em fevereiro de 2016.

negócios. Com o significativo aumento

lâmpadas Led, que deveria barrar até 17

da energia elétrica em 2015, muitas

de dezembro, as importações e fabricação

de luminárias públicas, que também era

oportunidades de implantação de novas

de produtos sem certificação.

esperada para 2015, não houve evolução.

tecnologias

O prazo, porém, se esgotou e apenas

2016 promete ser o ano, mas sem prazos

Isso significou o aumento da utilização da

três marcas foram certificadas. Na mesma

definidos. Dado o cenário que estamos

tecnologia Led como fonte de luz e uma

data uma proposta para a extensão do prazo

passando, fica a esperança de que 2016

maior utilização de sistemas de controle,

inicial, foi colocada em consulta pública.

seja um ano melhor para todos. Que

como automação em iluminação interna e

Preocupante? Sim, no mínimo isso. Pois

as crises econômica, política, moral e

telegestão em iluminação pública.

mostra que infelizmente não estávamos

ambiental por qual estamos passando

A crise na área de iluminação só não

preparados para uma certificação deste

sejam minimizadas em 2016 e que se

foi tão forte em função dos altos preços da

porte. E isso ocorre por diversos fatores:

abram espaços para novas oportunidades,

energia elétrica. Motivados em economizar

prazo final curto em relação aos prazos

novas ações e uma forma para se repensar

energia, muitas empresas estão realizando

de ensaios de vida exigidos, existência

e recriar o que cada um está fazendo.

retrofits de seus sistemas de iluminação ou

de produtos não conforme no mercado,

estudando meios de economizar energia de

havendo necessidade de adequação de

bons momentos para se fazer reflexões

uma forma mais eficiente. Assim, é possível

importadores e fabricantes, carência de

e planejar um ano novo melhor. Ter

verificar que as empresas de iluminação,

infraestrutura para ensaios exigidos por

criatividade, flexibilidade, força de vontade

que há algum tempo vem investindo de

laboratórios e organismos de certificação

e não se deixar levar pelo pessimismo,

forma mais consistente em tecnologia led

de produtos (OCPs) e morosidade na

acredito que sejam ingredientes-chave

e outros sistemas de controle, não tiveram

obtenção de acreditações dos laboratórios

para este novo ano que se inicia. Assim,

um resultado ruim como as empresas que

e OCPs.

desejo a todos os amigos, parceiros e

não se prepararam para isso.

leitores dessa coluna, que 2016 seja um

um

tornaram-se

mais

viáveis.

A grande preocupação em relação à

projetistas.

Muitos

A grande expectativa de 2015 era a

Atualmente, não temos oficialmente novo

prazo

estabelecido

para

Em relação à introdução da certificação

O final e o início do ano são sempre

ano de muita luz e boas energias!



104

Instalações MT

O Setor Elétrico / Junho de 2015

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Balanço geral de 2015 Mais um ano sem termos o que

comemorar, a não ser por conseguir

e não técnicas, tornar a curva de

chegar até aqui sem grandes atropelos:

carga a mais plana possível com a

salvos pela recessão, assistimos a

oferta de tarifas que, de fato, levem os

3 – Tarifa opcional não dá qualquer

demanda e o consumo caírem e nos

consumidores do setor de baixa tensão

resultado positivo.

tirar do grande risco de um iminente

a alterar hábitos de consumo de energia

apagão!

elétrica.

Também

Assim, nem dá para comemorar.

drástica

da

Nos eventos e publicações o “smart

grid” continua sendo a grande vedete

Isso inclui diminuir perdas técnicas

inclui

forma a resultar menores custos e mais eficiência operacionais.

Dessa forma, temos de comemorar

a

melhoria

a falta de sincronismo da Aneel e

da

energia

Inmetro que resultou na impossibilidade

fornecida e formas de baixar a tarifa sem

de implementar a tarifa branca que não

decretos e promessas políticas.

traria benefícios ao sistema elétrico e,

qualidade

e, como aspecto positivo, vemos que

com certeza, implicaria maiores custos

há muitos pontos de consenso e se

2 – A implementação destas novas

operacionais e menor faturamento das

espera que isso chegue aos órgãos que

tecnologias passa pela implementação

distribuidoras, ou seja, mais pressão

têm o poder de implementar políticas

gradativa de soluções já devidamente

para aumento da tarifa.

públicas que tornem o setor elétrico

consolidadas no mundo.

Tarifa tem de ser mandatória e,

menos jurássico.

Isso

apenas

melhor ainda, se for binômia (com

“forçando” a instalação de medidores

medidores inteligentes e comunicação

De onde podemos identificar estes

inteligentes

não

entre eles e o sistema de faturamento,

principais pontos?

seremos levados a absolutamente nada

isto não custa um centavo a mais),

Dos resumos que fazemos em cada

de valor a não ser o aumento de custos,

considerando o custo da energia e da

evento tentando sintetizar pontos de

os quais serão devidamente repassados

disponibilização de capacidade.

vista, apresentações de especialistas

para a tarifa (que não disparou mais no

Sabemos

de vários países e sugestões que, não

ranking mundial pela subida absurda

legislador e do regulador é complexa

raramente,

para

do valor do dólar em relação ao real).

e desafiadora e iniciar um novo ciclo

órgãos públicos e seus representantes.

A tarifa, com todos os impostos (é

é uma ação repleta de riscos. Porém,

assim que quem paga a conta percebe

precisamos, no Brasil de hoje, de

o custo real), já está bem próxima de

dedicação, capacidade e coragem para

R$ 1.000,00 / MWh! Mesmo com o

mudar tudo o que sabemos que precisa

1 – O país de fato precisa implementar

dólar nas alturas isto é próximo de US$

ser melhorado.

mais

250,00 / MWh!

E não há mais tempo a esperar.

são

encaminhados

Assim, podemos listar três pontos

básicos:

tecnologia

no

setor

elétrico,

principalmente na área de distribuição, para torná-la mais eficiente.

Ou

implica

seja,

de

dizer forma

que,

difusa,

precisamos

viabilizar

projetos em nichos e em regiões de

que

a

tarefa

do

Mãos à obra para que 2016 termine com alguma coisa para ser comemorada.



106

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Avaliação e esperança

Este foi um ano de grandes mudanças

retomaremos a normalidade, mas “uma

na proteção contra descargas atmosféricas,

oitava acima”.

graças à publicação da ABNT NBR

5419:2015 - 1 a 4, em 22 de maio.

a versão 2015 da 5419 veio para acabar

O assunto foi divulgado como tema

com os absurdos praticados na proteção

nos CINASEs de Joinville, Recife e Brasília,

contra descargas atmosféricas por aqueles

com alcance de mais de mil pessoas,

que sequer conhecem as versões mais

além de palestras em mais cinco estados,

antigas do documento. Normas não são

com uma média de duzentas pessoas por

feitas para restringir práticas de pessoas

evento. Além disso, aproximadamente 300

preguiçosas ou mal-intencionadas, mas

profissionais interessados na atualização

para ajudar a padronizar as atitudes

dos conceitos normalizados participaram de

daqueles que querem fazer as coisas de

nossos cursos, realizados em três estados.

maneira coerente.

Como as alterações em questão

Seguimos esperando o melhor e

são numerosas, significativas e cheias

entendendo que somente fazendo o certo

de detalhes (o texto revisado tem mais

conseguiremos extirpar o monumental

de 300 páginas, contra 42 da versão

numero de coisas erradas existentes

anterior),

o

desconforto

no país, nos despedimos de 2015

causado irá persistir por algum tempo.

agradecendo a todos aqueles que, como

No entanto, com a amostragem realizada

nós, independentemente de credo, raça,

nos números apresentados (referências

partido político, convicções sexuais e

tomadas de apenas um dos cinco agentes

modismos criados para desviar a atenção

multiplicadores que fizeram parte efetiva

dos

da

convicção da boa prática da engenharia,

comissão

proporcional

Não temos a ingenuidade de achar que

de

revisora),

podemos

incautos,

seguem

lutando

entender que a procura por atualização

com segurança e custo adequados.

vem superando as expectativas e em breve

Avante, 2016!

pela



108

NR 10

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das oportunidades – Parte 2 Antes viagem

de

continuar

com

a

Não, para os quadros elétricos que

variáveis que devem ser analisadas

pelas instalações elétricas,

possuem uma porta interna e uma outra,

caso a caso. É quando se considera a

vamos fazer algumas considerações

externa (sobreporta), e cujos punhos,

possibilidade de que essa porta esteja

sobre um comentário de um leitor,

manoplas e alavancas de acionamento

bloqueando controles e acionamentos

a quem agradecemos o retorno. O

de dispositivos de manobra devam ser

de interruptores, acesso às alavancas

questionamento é recorrente, às vezes

operados em condições de emergência.

de

para o pessoal da área elétrica, outras

A primeira porta, a interna, deve impedir

manobra.

vezes entre os amigos da área de

o acesso às partes vivas, deve ser uma

avaliação sobre a conveniência ou não

segurança (e outros). A pergunta é: “Os

barreira, tem como finalidade a proteção

de que os controles fiquem acessíveis.

quadros elétricos devem ser mantidos

das pessoas contra os choques devidos

Vai depender da localização do quadro

fechados? Com chave?” A resposta

a contatos diretos, não poderá permitir

e do que os dispositivos controlam.

pode ser sim, não e talvez.

a inserção de um objeto sólido com

Em resumo, não é o acesso aos

Sim, devem ser mantidas fechadas

diâmetro maior que 12 mm (“lei do

quadros

com chave as portas daqueles quadros

dedo”) e a sua remoção só será possível

mas sim o acesso a partes vivas que

que pela simples abertura (dessa porta)

com o uso de uma chave ou ferramenta.

habitualmente existem nesses quadros.

permitam o acesso, o contato com

Talvez, dependendo do local em

Voltando ao nosso compromisso

partes vivas, como são os barramentos,

que são instalados, do preparo técnico

de abordar as oportunidades criadas

as garras de bases porta-fusíveis, as

das pessoas que poderão ter acesso,

pela NR 10, vamos ao item 10.2.3 - As

facas de seccionadores etc.

do resultado da manobra e outras

empresas estão obrigadas a manter

disjuntores

e

Nesse

que

dispositivos caso,

deve

ser

cabe

de uma

impedido,


esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações e

demais

do

sistema

equipamentos

de

e

aterramento

dispositivos

de

proteção.

Essa exigência da NR 10, chamando a atenção

para a importância de se conhecer as instalações, principalmente

para

os

médios

e

pequenos

estabelecimentos, tem um foco de autofiscalização, de modo que o responsável pelo estabelecimento se faça conhecedor da situação das instalações pelas quais responde.

Ocorre que os diagramas unifilares são a expressão

mais simples de toda a esquemática relacionada com as instalações, são a representação gráfica dos componentes elétricos e as suas relações funcionais e contêm apenas os elementos principais dos circuitos, representados por uma linha. Estes diagramas devem estar acompanhados de dados e especificações das medidas de proteção instaladas, especialmente do sistema de aterramento elétrico, elemento de fundamental importância à segurança de trabalhadores e usuários e dos demais equipamentos e dispositivos de proteção que integram a instalação elétrica, tais como fusíveis, disjuntores-chave e outros componentes associados à proteção.

As especificações documentadas asseguram que

os elementos de proteção não sejam substituídos por outros aleatoriamente não compatíveis com os demais elementos da instalação, correndo, assim, riscos de incêndios ou alterações significativas no tempo de atuação e proporcionando maior perigo aos usuários e mantenedores. Finalmente, atualização

estabelece

permanente

a

com

obrigatoriedade

de

as

ou

alterações

atualizações implantadas ao longo do tempo na instalação elétrica. E quem faz o levantamento e o diagrama? Naturalmente, essa é uma atividade própria do profissional eletrotécnico ou do engenheiro que vai realizar o levantamento, documentar a situação encontrada e instruir o responsável quanto ao estado das instalações. Essa atividade é própria de quem, ao

simples

olhar,

percebe

um

dimensionamento

inadequado, a ausência de proteção elétrica, de barreiras ou a necessidade de uma proteção adicional. Essa é mais uma das oportunidades de trabalho próprio do técnico da área elétrica criadas pela NR-10.


110

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Demanda instantânea máxima ou “pico da carga”

As preocupações com as demandas

contrário da terminologia e daquilo que

de 780 kW, é que a demanda média

instantâneas máximas, ou “picos de

poderia se supor, pode não representar

definida a partir do consumo de 148

demanda”, ou ainda “pico da carga”, estão

o comportamento da carga sob o ponto

kWh em 15 minutos registra valores

sempre presentes independentemente

de vista da solicitação do sistema

menores que 600 kW (148*4 intervalos

do tipo de instalação elétrica que se

de potência que a alimenta. Assim,

de 15 minutos por hora).

está tratando, mesmo nos sistemas de

equívocos

Situações

geração, transmissão e distribuição,

equipamentos e componentes, aferição

encontradas em todas as instalações

no caso das distribuidoras de energia,

de sistemas de proteção e outros podem

com

ou

complexos

ocorrer se esta variável for considerada

podendo gerar definições e escolhas

industriais com conexão à rede básica.

isoladamente. A Figura 1 apresenta os

equivocadas. Não confundir demanda

A abordagem clássica considera as

registros efetuados em uma indústria,

máxima dos intervalos de 15 minutos

definições:

da potência ativa em kW tomada em

com

leituras a cada ciclo (16 milissegundos

mesmo leituras instantâneas aleatórias

• Demanda média [kW ou MW]: Relação

em 60 Hz) e a energia ativa consumida a

em cada intervalo, mas sim entender que

entre a energia consumida (kWh ou

cada 15 minutos em kWh de onde será

se trata de uma integração da energia

MWh) em um determinado período “t”

calculada a demanda de cada intervalo,

consumida no intervalo e que, na

e o próprio período “t” do consumo

conforme adiante detalhado.

sequência, será referenciado ao período

[horas];

em que tal medição teria sido efetuada.

• Demanda máxima ou simplesmente

que a potência ativa registrada atinge

demanda [kW ou MW]: valor máximo

seu valor máximo (ou de pico) da ordem

meu caro prof. Ernani) considera a

ainda

nos

grandes

em

dimensionamento

de

O que se observa, no instante em

consumo

os

como variável

máximos

estas de

são carga,

instantâneos,

Um ponto bastante polêmico (calma,

das demandas médias medidas em “n” intervalos com duração de um período “t” por intervalo. Na resolução 414 e anteriores, “t” é igual a 15 minutos. No período mensal, o número de intervalos “n” é, portanto, próximo a 2880 (720 horas/mês*4 intervalos por hora); • Fator de carga de um determinado período: demanda média / demanda máxima, portanto, adimensional expresso normalmente em valores percentuais. Estas

definições

que

têm

sido

aplicadas por décadas nos consecutivos modelos tarifários utilizados pelo poder concedente e pelas distribuidoras é o primeiro ponto a ser evidenciado e é relativo à demanda máxima, que, ao

ou

Figura 1 – Registros de demandas máximas e de energia consumida em 15 minutos em instalação industrial. Fonte: Ação Engenharia e Instalações Ltda.


111

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Figura 2 – Carga de energia e demanda instantânea máxima do SIN. Fonte: ONS.

definição

pelas

dos

Interligado Nacional (SIN) e os valores

premissa a ser atendida, notadamente,

valores de ajustes dos relés de proteção

das demandas de pico registradas por

quando uma usina hidrelétrica tem longo

de

este mesmo sistema.

período de construção.

sobrecorrente

concessionárias das

entradas

das

instalações em função destes valores de

demanda (no caso a demanda contratada

mensais e os máximos registrados

- próxima da máxima das médias dos

chega a mais de 18.000 MW em cada

intervalos e não a de máxima solicitação ou

mês. O cenário atual aponta para

de “pico”). Ainda estes valores de corrente

valores médios mensais da ordem de

da

da carga podem ser ainda maiores em

60.000 MW e valores de pico maiores

adequada

função do consumo de potência reativa

que 80.000 MW em fevereiro de 2014 e

para operação em todos os cenários,

devido à energização de transformadores

fevereiro de 2015.

incluindo os já citados. Conhecer não

e partidas de motores, causando amplas

Este cenário de complexa combinação

só as capacidades das fontes, mas

discussões ainda sem todas as respostas

de fontes e topologias de redes é cada

sobretudo, o comportamento da carga

concluídas. Definitivamente, ajustar o relé

vez mais “recheado” de fontes renováveis

em tempo real permite agilidade nas

de entrada, referenciado pela demanda

e outras que não possuem capacidade

ações, aumentando a confiabilidade e

contratada carece de melhores análises.

de

outras

permitindo aos operadores entender os

Outro equívoco comum é o de

palavras, o sistema deve ser sustentado

fenômenos, evitando, se for o caso, a

definir uma fonte de contingência, por

por fontes seguras e presentes em

recorrência dos problemas.

exemplo,

dimensionados

função da demanda instantânea da carga

pela demanda registrada na conta da

não característica das fontes renováveis.

carga e da própria energia são fatores

distribuidora (valores integrados), com

Considere

de

que possibilitam a rápida readequação

resultados nem sempre adequados e

se manter potências de curto-circuito

em caso de situação critica, além de

favoráveis.

mínimas, garantindo, assim, os padrões

evitar investimentos no lado da geração.

adequados da qualidade da energia.

A

Deve-se ainda atentar que o SIN é

virtuais de energia” que são os projetos

geradores,

O sistema interligado nacional (SIN)

A diferença entre os valores médios

reação

programada.

ainda

a

Em

necessidade

Gestão e eficiência energética A gestão (da qualidade e consumo) energia é

com uma

instrumentação das

ferramentas

A eficiência energética, gestão da

construção

destas

“minicentrais

composto por quatro subsistemas, o

sérios de eficiência energética evitam

Na outra ponta, a do suprimento

sul, o sudeste/centro-oeste, o nordeste

ainda as perdas elétricas na transmissão

de energia, observa-se uma situação

e o norte, sendo cada um com suas

e distribuição, além dos custos pela

análoga,

peculiaridades

energia produzida serem bem mais

apesar

dos

volumes

de

de

fontes

e

cargas,

energia extremamente maiores e até

além das necessárias exportações e

interessantes.

não comparável. Os dados do ONS,

importações de energia entre eles.

O

de onde as informações da Figura 2

A Empresa de Pesquisas Energéticas

variáveis elétricas e as ferramentas de

foram extraídos e cruzadas entre si,

(EPE) tem a incumbência de garantir

gestão são soluções que aumentam

apresentam a comparação da demanda

a projeção das fontes adequadas para

a

média mensal da carga do Sistema

as cargas projetadas e esta é outra

operacionais e consumo de energia.

conhecimento

confiabilidade

e

correto

reduzem

das

custos


112

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Serviços de reenrolamento de motores “Ex” Motores elétricos são componentes fundamentais na maioria das plantas e dos acionamentos de equipamentos industriais. Eles são responsáveis por dois terços de toda a energia elétrica consumida pelas instalações industriais e comerciais mundiais, com custos de consumo de energia durante o seu tempo de vida útil que totalizam muitas vezes o seu custo inicial de compra.

Mesmo uma única falha de um motor

pode afetar adversamente a lucratividade de curto prazo de uma empresa. Falhas múltiplas ou repetitivas podem reduzir a competitividade de uma empresa, tanto de curto como de longo prazo. Por este motivo, as empresas industriais necessitam de estratégias efetivas de gestão e de manutenção, de forma a minimizar os custos gerais de compra e de operação de motores elétricos, além de evitar as paradas não programadas que são causadas pelas suas falhas não previstas. Os serviços de reenrolamento de motores elétricos “Ex” representam uma atividade bastante frequente, em função dos elevados custos dos motores “Ex”

Além disso, a elevação dos custos de

eficiência, podem representar grandes

de grande porte. Para estes motores, é

energia nos últimos anos, tem feito com

efeitos nos seus custos de operação.

economicamente viável a realização de

que surjam questões sobre a manutenção

serviços de reparos nos enrolamentos do

da eficiência de motores “Ex” reparos ou

60034-30-1 (Rotating Electrical Machines -

estator e do rotor, ao invés da substituição

reenrolados.

Part 30-1: Efficiency classes of line operated

do equipamento completo.

Motores elétricos “Ex” frequentemente

AC motors - IE Code), publicada pelo TC-2

Usuários com experiência em motores

convertem cerca de 95% da sua energia

da IEC (Rotating Machinery) em 2014,

elétricos “Ex”, há muito tempo, sabem que

elétrica de entrada em energia mecânica.

define os níveis internacionais de eficiência

motores reparados ou reenrolados por

Por isso, em função da grande quantidade

de motores elétricos de 50 Hz e de 60

oficinas de serviços qualificadas reduzem

de energia elétrica que estes motores

Hz, com potência nominal até 1.000 kW.

os gastos, ao mesmo tempo que asseguram

consomem em todo o mundo, mesmo

Na edição 2.0 desta norma internacional,

uma operação com maior confiabilidade.

pequenas alterações em seus índices de

além do já “tradicional” Índice de Eficiência

A Edição 2.0 da norma internacional IEC


113

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

IE3, foi incluído também o índice IE4. Além disso, o Índice de Eficiência IE5, embora não seja totalmente definido em detalhes, já está contemplado para aplicação em motores de eficiência mais elevada.

Porém, tem sido frequente, por parte

dos usuários de motores “Ex”, diversas reclamações sobre os serviços de reparo e de reenrolamento destes motores “Ex” sobre a diminuição da eficiência dos motores após os reparos. Com base em grande parte em diversos estudos de motores, principalmente de pequeno porte (até 22,5 kW), os usuários frequentemente afirmam que a eficiência cai entre 1% e 5% quando um motor “Ex” é reenrolado e cai ainda mais quando o motor é submetido a reenrolamentos repetidos. Neste

sentido,

foram

elaborados

estudos para a determinação do impacto do reenrolamento e reparo na eficiência de motores de indução “Ex”, incluindo os efeitos de uma grande quantidade de variáveis tais como: • Reenrolamento de motores “Ex” sem a aplicação de sistemas de controles espe­ cíficos sobre procedimentos de retirada dos enrolamentos e reenrolamento; • Excesso de graxa nos mancais; • Como diferentes temperaturas de aqueci­ mento para a remoção dos enrolamentos danificados afetam as perdas do núcleo do estator; • As consequências de repetidos reenrola­ mentos; • Reenrolamento de motores “Ex” de baixa e de alta tensão; • Utilização de diferentes configurações de enrolamento e de preenchimento de ranhuras; • Danos físicos (mecânicos) ao núcleo do estator. Pode ser verificado que, caso os serviços de reenrolamentos dos motores “Ex” sejam feitos de acordo com as “boas práticas de engenharia” existentes no mercado, a alteração da média da eficiência desses motores “Ex” fica dentro da faixa de precisão para os métodos de ensaio


114

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

dos Índices de Eficiência – IE (± 0,2

de que um aumento nas perdas no

(VPI - Vacuum Pressure Impregnation)

%), demonstrando que os motores “Ex”

núcleo, que podem ser resultantes da

ou gotejamento. A cópia do enrolamento

reparados ou reenrolados que seguiram

perda das propriedades magnéticas das

necessita passar pelo mesmo processo e,

tais boas práticas mantiveram seus índices

chapas de aço silício e da degradação do

caso isso não seja possível, deve passar

originais de eficiência, e que em muitos

isolamento entre estas chapas, pode afetar

por um processo alternativo para atingir

casos, a eficiência destes motores foi

significativamente os parâmetros do tipo

a mesma penetração e recobrimento da

mesmo elevada.

de proteção “e” (tempo tE etc.) ou resultar

resina de impregnação nos enrolamentos

Estudos e pesquisas realizadas em

em que a classe de temperatura seja

A ABNT NBR IEC 60079-19 está

laboratórios de ensaios de equipamentos “Ex”

excedida, comprometendo a segurança

sendo revisada para incorporar os novos

demonstraram que os motores de alta tensão

do equipamento aos o reparo. A oficina

requisitos para a execução dos serviços

(com tensão nominal acima de 5,0 kV) podem

de serviços de reparo de equipamentos

de reenrolamento de motores “Ex”, de

apresentar riscos de centelhamento no

“Ex” deve certificar-se em todos os

acordo com as modificações que foram

entreferro (aquela pequena distância existente

procedimentos de recuperação, que, após a

apresentadas pelo Amendment 3.1 da

entre o os enrolamentos do estator e o rotor),

conclusão da recuperação, o equipamento

IEC 60079-19, publicado em 2015. Nesta

durante o período de partida destes motores,

esteja em perfeitas condições de operação

revisão foram incluídas referências aos

dependendo das características e de forma

e em conformidade com as normas técnicas

seguintes documentos do IECEx:

construtiva do motor. Foi também verificado,

aplicáveis para os tipos de proteção “Ex” do

por meio destes estudos, que motores de

motor a ser reparado e reenrolado.

• Folha de Decisão IECEx TAG 20013/006

alta tensão podem apresentar um risco de

O método utilizado pelo fabricante

- Informações requeridas para assegurar

descarga capaz de gerar uma ignição, por

original do equipamento (OEM) para

que o motor “Ex” com cópia de enrolamento

meio de seus enrolamentos de alta tensão,

amarrar ou suportar as cabeças das

tenha um comportamento eletromecânico e

devido a descargas parciais e a efeito corona.

bobinas do motor “Ex” deve ser avaliado e

térmico similar ao do motor “Ex” original;

Em função destes estudos e pesquisas,

um sistema de amarração ou suportação

• Documento Operacional IECEx OD 301

foram introduzidos nas normas dois tipos de

equivalente necessita ser utilizado na cópia

- The effect of repair or rewinding on motor

proteção Ex “n” (não centelhante) e Ex “e”

de enrolamento. No caso de bobinas de

efficiency – Rewind study and good practice

(segurança aumentada), no início dos anos

enrolamentos com espiras pré-formadas,

guide to maintain motor efficiency.

2000, requisitos para que motores de alta

a localização e a espessura dos blocos de

tensão com estes tipos de proteção “Ex”

amarração nas cabeças de bobinas devem

Até o presente momento existem no

fossem submetidos a ensaios de laboratório

ser replicadas na cópia do enrolamento,

Brasil mais de 60 oficinas de serviços

na presença de gases inflamáveis, para

sendo importante que o espaço entre os

de reparo, revisão e recuperação de

confirmar que estes equipamentos não são

lados da bobina nas cabeças da bobina seja

equipamentos “Ex”, certificadas de acordo

capazes de gerar uma ignição.

mantido tão próximo como possível daquele

com os requisitos da ABNT NBR IEC

do fabricante original do equipamento

60079-19 e dos Documentos Operacionais

Atmosferas explosivas – Parte 19: Reparo,

(OEM).

da

IECEx 314-5 - Requisitos do Sistema de

revisão e recuperação de equipamentos

amarração deve ser equivalente ou melhor

Gestão da Qualidade para Empresas de

“Ex” apresenta os requisitos aplicáveis

daquela utilizada pelo fabricante original do

Serviços do IECEx envolvidas em reparo,

à execução deste tipo de serviços de

equipamento (OEM).

revisão e recuperação de equipamentos

reenrolamentos de motores “Ex”, incluindo

Devem

as

“Ex” e IECEx OD 315-5 - Requisitos

motores

não

distâncias relacionadas com a projeção

adicionais para Empresas de Serviços

centelhante – Ex “n” e de segurança

em linha reta dos enrolamentos doo motor

IECEx envolvidas em reparo, revisão e

aumentada (Ex “e”), os quais não dependem

“Ex”, isto é, a distância desde a extremidade

recuperação de equipamentos Ex.

de carcaças com invólucros especiais à

do núcleo do estator até a primeira curva

prova de explosão ou pressurizados.

do enrolamento do estator, nas duas

2013/006 encontra-se disponível para

Para a execução dos serviços de

extremidades de conexão (em ambos os

acesso público em português do Brasil

remoção dos enrolamentos danificados,

lados do estator).

em:

é aceitável o procedimento de diluição

O método de impregnação utilizado

DS_2013_006_60079-19_Portugese.pdf.

do verniz de impregnação das bobinas

pelo fabricante original do equipamento

O

com solventes, antes da sua remoção, ou

(OEM) do motor “Ex” necessita ser

OD 301 encontra-se disponível para

remoção a frio.

avaliado, identificando se os enrolamentos

acesso

A necessidade de cautelas especiais

foram impregnados por meio de imersão,

com/docs/OD_301_EASA_rwstdy1203_

nestas circunstâncias deve-se ao fato

impregnação por meio de vácuo e pressão

IECEx_021318.pdf.

A norma ABNT NBR IEC 60079-19 –

com

tipo

de

proteção

A

rigidez

também

dos

ser

materiais

mantidas

A Folha de Decisão IECEx TAG DS

http://www.iecex.com/docs/ExTAG_ Documento público

Operacional

em:

IECEx

http://www.iecex.



116

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Por Sideni Ueda*

Normatização das redes elétricas Certificação das instalações elétricas e conscientização

Em janeiro do ano passado, o Instituto

Nacional

de

Metrologia,

Qualidade

existem três organismos de inspeção,

minimizar os acidentes, mas ainda não há

cada um responsável por uma região.

prazo para que seja obrigatório”, afirmou

e Tecnologia (Inmetro) publicou uma

A

portaria que estabelece a certificação

instalações

dos

Brasileira de Conscientização para os

voluntária das instalações de baixa

principais eixos e tema de futuros

Perigos da Eletricidade (Abracopel),

tensão no Brasil. Segundo o Artigo

debates do Programa de Avaliação de

Edson Martinho.

3º, da Portaria nº 51, de 28 de janeiro

Conformidade, realizado pelo próprio

de 2014, fica instituído, no “âmbito

Inmetro. O programa poderá envolver o

de 2014, o serviço de certificação das

do Sistema Brasileiro de Avaliação da

modelo de certificação a ser adotado,

instalações elétricas de baixa tensão.

Conformidade (SBAC), a certificação

os ensaios a serem realizados, as

Atualmente, este suporte é fornecido

voluntária para instalações elétricas de

entidades certificadoras, a fiscalização

pela multinacional UL. Para a emissão da

baixa tensão, a qual deverá ser realizada

e a formação de pessoal qualificado.

certificação, o cliente deve encaminhar

por

Organismo

de

Certificação

análise

de

conformidade

elétricas

é

um

de

o

diretor

executivo

da

Associação

A Certiel Brasil prestou, até o final

de

Atualmente, mesmo com a certificação

toda

Produto (OCP), acreditado pelo Inmetro

voluntária, algumas entidades públicas

elétrico e programar uma inspeção

e estabelecido no país”.

a

documentação

do

projeto

já exigem a certificação das instalações

com profissionais da empresa. Caso os

pela

de baixa tensão em suas obras, como é o

ensaios sejam aprovados, a organização

portaria do Inmetro, o Brasil está atrasado

caso da Infraero e Banco Central. Outras

encaminha o certificado final. Em caso de

em relação à certificação de instalações

estão avaliando a sua prescrição como

reprovação, o solicitante deve corrigir os

elétricas.

Apesar

da

regulamentação

uma forma de valorizar o investimento

pontos em não conformidade e agendar

Argentina (província de Buenos Aires),

Países

adequado de recursos públicos.

uma nova inspeção. Mais detalhes

já possuem um modelo compulsório

Para alguns profissionais do setor

podem ser obtidos pelo endereço brazil.

há cerca de dez anos. Chile, México,

elétrico,

ul.com.

Colômbia e Peru também têm meios

obrigatória,

de avaliação de âmbito obrigatório.

– documento municipal que atesta

No panorama internacional, ainda se

que o imóvel foi construído segundo

destacam

atuam

as exigências estabelecidas para a

Conscientizar

sobre a conformidade nas instalações,

aprovação dos projetos. Acredita-se

os perigos das instalações elétricas

tais

Internacional

que, desta forma, a construção estaria

incorretas é o principal mote de uma série

para a Segurança dos Usuários de

definitivamente protegida. A certificação

de iniciativas que importantes entidades

Energia Elétrica (Fisuel) e o Instituto de

compulsória da instalação elétrica seria

do

Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos

um mecanismo importante para minimizar

Neste último artigo da série, que busca

(IEEE). A Fisuel, por exemplo, conta com

os acidentes. Atualmente, dois projetos

evidenciar a importância das redes

mais de 30 países-membros, todos com

de lei sobre inspeção das instalações

normatizadas, apresento um apanhado

legislação de apoio à obrigatoriedade

tramitam no Congresso Nacional. “Este

de concursos, seminários e prêmios que

do certificado. No caso de Portugal,

seria um mecanismo importante para

atuam neste sentido.

como

vizinhos,

organizações Federação

como

que

a

a

certificação atrelada

ao

deveria

ser

“Habite-se”

Campanhas de conscientização

setor

as

realizam

pessoas

sobre

periodicamente.


O Instituto Brasileiro do Cobre

aos

(Procobre)

regularmente,

entidade ainda promoveu, em 2015, a

relevantes dados técnicos sobre este

9ª edição do Prêmio Nacional Abracopel

metal e suas aplicações. A ideia é

de

estimular seu uso técnico e econômico

profissionais de mídia de todo o Brasil

por

de

para pautarem matérias cujo objetivo

projetos em várias áreas como eficiência

fosse alertar para os riscos de projetos

energética (motores e transformadores),

elétricos mal realizados. Paralelamente

energias

a estas ações, a entidade atua sobre

divulga,

meio

do

desenvolvimento

renováveis

(fotovoltaica

e

profissionais

da

Jornalismo

imprensa,

que

a

movimentou

eólica), construção civil (eletricidade,

normatizações,

condução de água e gás, aquecimento

inúmeras iniciativas que tenham como

solar), saúde (cobre antimicrobiano).

foco a conscientização.

Entre eles, está a versão atualizada do

Finalmente,

ao

“Panorama da Situação das Instalações

três

busquei

Elétricas Prediais no Brasil”, tema do

a importância de se normatizar as

primeiro artigo desta série.

instalações elétricas de baixa tensão.

Está

no

desde

longo

apoia

dessas evidenciar

o

Acredito que, por meio de uma legislação robusta, a escolha por materiais de

programacasasegura.org). A iniciativa

qualidade e profissionais qualificados

bus­ c a conscientizar o usuário sobre

e, principalmente, pela conscientização

os cuidados que deve ter em relação

de todos os brasileiros, seja possível

às instalações elétricas de seu imóvel,

garantir mais proteção para famílias

seja novo ou usado, mostrando os

e

principais problemas de uma instalação,

Agradeço, em nome da Nexans, às

causas,

entidades

Casa

efeitos,

2005,

e

(www.

Programa

ar,

edições,

legislações

Segura

colaborando

de

suas

respectivas que

propriedades.

colaboraram

para

o

alguma forma para minimizar os riscos

desenvolvimento deste material. Mais

de choque elétrico, curto-circuito ou

detalhes sobre elas e suas respectivas

incêndio devido às instalações elétricas

formas

irregulares.

abaixo. Agradeço ainda aos leitores que

Algumas

campanhas

buscam

de

contato

estão

listadas

puderam acompanhar todos os artigos.

conscientizar o público infanto-juvenil sobre a importância das redes elétricas

Referências:

seguras. É o caso do Concurso Nacional

• Abracopel – Associação Brasileira

Abracopel de Redação e Desenho. O

de Conscientização para os Perigos da

projeto busca estimular a rede escolar a

Eletricidade

trabalhar o conceito de segurança com

www.abracopel.org.

as crianças e adolescentes (entre 6 e

• Certiel Brasil – Associação

15 anos) envolvendo toda a comunidade

Brasileira de Certificação de

escolar. A organização também promove

Instalações Elétricas

seminários de atualização técnica são

www.certiel.com.br.

realizados em dez cidades do País

• Procobre – Instituto Brasileiro do

anualmente em modelo road show. Da

Cobre

mesma forma, em 2015, a Abracopel

www.procobre.org/pt.

iniciou webinars que abrangem um público maior e em mais cidades.

*Sidnei Ueda é engenheiro eletricista pela

Unicamp e, como gerente de aplicação de

Os professores das áreas técnicas

também

são

Encontro Atualização

atualizados

Nacional Docente

durante

Abracopel em

o de

Segurança

produtos da Nexans, atua no segmento de linhas e cabos nus e isolados destinados à transmissão e distribuição de energia no

com Eletricidade (Enadse) que ocorre

Centro de Competências Aéreas da empresa

bienalmente desde 2008. Destinada

no Brasil.


118

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

Sistemas de controle de iluminação inteligentes colocam pessoas em primeiro lugar

As novas e, cada vez mais inteligentes,

tecnologias de construção estão mudando o modo como pensamos e planejamos o controle de iluminação em uma residência ou até mesmo em um edifício inteiro.

Os fabricantes de sistemas e produtos

para o controle da luz, tanto natural quanto artificial, estão se tornando dia após dia mais aptos a oferecer uma variedade de componentes que elevam a eficiência energética, reduzem os custos e propõem a integração com outros sistemas para garantir a automação e controle de dados.

Entretanto, para que os sistemas de

controle de iluminação se tornem ainda mais inteligentes, é preciso lembrar que,

correta integração para atingir uma alta

antes de mais nada, eles devem criar

Em relação ao controle de iluminação, a

performance e entregar os resultados

a melhor experiência possível para as

qualidade pode ser definida por quatro

esperados;

pessoas que vivem ou trabalham naquele

princípios básicos:

espaço.

3. Os fabricantes devem ser responsáveis

No final das contas, a percepção

1. Os dispositivos exigem um sistema

pelo desempenho de seus produtos:

do cliente sobre a qualidade tem início a

de controle confiável: pense no que

nenhum sistema é perfeito e problemas

partir da simples expectativa de que tudo

acontece quando um sistema de controle

acontecerão em algumas obras. Para

o que está sendo instalado naquele local

de iluminação falha. Um único dia de

levar este risco em conta é importante

irá funcionar. Do produto mais simples ao

problemas durante toda a vida de um

que os fabricantes possuam um serviço

mais complexo: a primeira regra é cumprir

sistema pode significar perdas financeiras

de engenharia plenamente capaz de

o que foi proposto.

para uma empresa similares ao custo de

oferecer uma resposta rápida para resolver

todo o sistema de controle de iluminação.

o problema em vez de criar mais atrasos

exemplo, pode ajudar a otimizar a eficiência

A

e

energética, reduzir custos de instalação e

operacionais mais essenciais em qualquer

imune aos erros, mas resolver o problema

operação e promover a integração com os

empreendimento;

rapidamente e minimizar o risco de um

Um

sistema

de

dimerização,

por

iluminação

é

um

dos

aspectos

sistemas de gestão de um edifício – mas o

retornos

adicionais.

Ninguém

está

novo empecilho pode ser um diferencial

mais importante é reduzir a luz suavemente

2. A

e melhorar o ambiente de iluminação para

importante: sistemas de controle de

quem utiliza o local, seja um morador ou

iluminação

mais

4. Os dispositivos precisam de sistemas

alguém que trabalha naquele ambiente.

complexos e uma maior integração é

compatíveis, mesmo diante de tecnologias

Satisfazer esse usuário e agradar os

experiência estão

de se

iluminação tornando

é

fundamental;

fundamental. Os fabricantes precisam

em constante evolução: é difícil prever o

seus olhos é o primeiro e mais importante

entender

melhores

futuro da integração e da interoperabilidade,

passo.

estratégias de controle e como fazer uma

mas sistemas devem ser projetados com

como

aplicar

as


119

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

isso em mente e precisam permitir uma

No entanto, o controle de luz não deve

Quando falamos em estratégias de

ampla variedade de possibilidades de

limitar a capacidade de uma avançada

controle de iluminação, o primeiro ponto

integração existentes e futuras.

captura da luz do dia, a preservação

a ser pensando deve ser o impacto

de pontos de vista dos ocupantes e as

sociológico

oportunidades para o aquecimento passivo

edifício. Isso resulta em economia final

ou reflexão do calor. Um verdadeiro

em termos de redução do consumo de

sistema de alta performance entende a

energia, a eficácia dos funcionários e bem-

hierarquia de comando e sempre mantém a

estar geral.

Um sistema de iluminação inteligente considera tanto a luz elétrica quanto a natural

sobre

os

ocupantes

Os bons sistemas de iluminação

funcionalidade principal em primeiro lugar,

devem fornecer os níveis de iluminação

antes de abordar benefícios avançados,

adequados para que as pessoas executem

como otimização de energia e análise de

corretamente suas tarefas visuais. E,

dados.

mesmo que seja bastante difícil isolar os

Eficiência energética é importante –

benefícios de produtividade dos níveis de

não apenas pela questão da redução de

iluminação adequados, existe uma clara

custos, mas como parte do crescente

ligação entre o controle de iluminação

comprometimento

do ambiente pessoal e o conforto e a

sustentabilidade –, mas a ênfase na

motivação dos funcionários.

economia de energia é algo relativamente

Sistemas de cortinas, por exemplo, são

novo. Sistemas de controle de iluminação

essencialmente concebidos para reduzir a

têm apenas cerca de 50 anos e o objetivo

luminosidade e fornecer proteção térmica

sempre foi o de fornecer benefícios

para os ocupantes do edifício. Sem uma

significativos para a vida das pessoas que

eficaz mitigação do brilho, essas cortinas

vivem ou trabalham em um determinado

Por Pedro Polo, diretor-geral da Lutron

agregam pouco ou nenhum valor.

local.

Electronics Brasil.

global

com

a

do


120

Agenda

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

22 a 24 de fevereiro

Informações

O curso tem como objetivo principal levar aos participantes informações sobre como executar e avaliar um sistema de aterramento, fornecendo critérios da nova ABNT NBR 5419, da ABNT NBR 5410, da ABNT NBR 7117 e da ABNT NBR 15749. Serão abordados temas, como proteção de edificações, métodos para proteção de equipamentos sensíveis, tais como computadores, máquinas industriais, data center e hospitais. O curso oferece também aula prática no campo, com medições reais e avaliações.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031-1326 cursos@barreto.eng.br

Cursos

22 a 24 de fevereiro

Análise de vibração – Módulo IV

Descrição

Informações

O quarto módulo do curso “Análise de vibração” versa sobre técnicas de controle e redução de vibração em máquinas usando coletores de dados, balanceamento de campo e compressores de parafusos. O profissional aprenderá durante as aulas a empregar os modernos recursos disponíveis em coletores de dados de um e dois canais para balancear rotores rígidos, identificar problemas em rolos de máquinas de fabricar papel/laminadores, compressores de parafusos e outros equipamentos. Para realizar o curso, convém que o participante tenha conhecimentos básicos de análise de vibração ou tenha feito o módulo I - Princípios de Diagnósticos de Defeitos em Máquinas Rotativas.

Local: Itajubá (MG) Contato: 35 3629 3500 fupai@fupai.com.br

22 a 26 de fevereiro

Introdução à automação de subestações

Descrição

Informações

Os participantes serão apresentados a alternativas de soluções para Sistemas de Automação de Subestações (SAS) ou de Centros de Operação de Sistemas. Durante as aulas, serão debatidas as topologias, as metodologias e as tecnologias atuais relacionadas ao tema. Haverá também demonstrações práticas de configuração de protocolos de comunicações IEC61850, DNP3 e MODBUS, utilizando-se relés de proteção e concentradores/gateways, além de um sistema supervisório SCADA. O curso é direcionado a engenheiros e técnicos envolvidos com especificação, projeto, implantação, operação e manutenção de subestações e centros de operação de concessionárias.

Local: Campinas (SP) Contato: (19) 3515.2000 Fax: (19) 3515.2011 atendimento@selinc.com

23 e 24 de fevereiro

SPDA

Descrição

Informações

Capacitar profissionais da área elétrica e outros interessados a desenvolver laudos e projetos em Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) é o intuito do curso oferecido pela Termotécnica Para-raios. Entre outros conteúdos, as aulas apresentarão a estrutura da nova norma da área e ensinarão avaliação da necessidade de SPDA; dimensionamento do aterramento para dispersão da descarga atmosférica no solo; e como fazer laudos do SPDA, com entrega de modelo exclusivo. O curso é voltado para projetistas, engenheiros, técnicos e interessados no mercado de SPDA.

Local: Belo Horizonte (MG) Contato: (31) 3308 – 7029 eventos@tel.com.br

10 e 11 de fevereiro

Eventos

Aterramento elétrico e proteção de equipamentos sensíveis

Descrição

Peru Energia

Descrição

Informações

Trata-se de um encontro realizado anualmente com a presença de altos executivos dos setores de eletricidade e hidrocarbonetos que analisam e discutem as tendências energéticas internacionais. O evento permite trocar conhecimentos entre as mais altas autoridades estatais, funcionários dos sistemas regulatórios e executivos do setor privado e debater a agenda energética do país.

Local: Lima - Peru Contato: (511) 242-2731 informes@peruenergia.com.pe info@peruenergia.com.pe

13 a 18 de março

Light + Building

Descrição

Informações

Uma das mais importantes feiras de iluminação e tecnologias de serviços para edificações, a Ligh+Building apresenta também soluções visando à redução do consumo energético de edificações e aumento do nível de conforto. Evento ocorrido bienalmente, durante a feira, são apresentadas as mais recentes inovações para as áreas de iluminação, engenharia elétrica, automação residencial e predial e software para a indústria da construção. O público-alvo do evento é constituído por arquitetos, decoradores, designers, engenheiros, artesãos, distribuidores e industriais.

Local: Frankfurt-Alemanha Contato: +49 69 75 75 - 54 71 light-building@messefrankfurt.com

28 a 30 de março

Colóquio Internacional Cigré SC C4

Descrição

Informações

O colóquio internacional irá fornecer aos participantes uma oportunidade para explorar os novos desafios relacionados a temas como incompatibilidade eletromagnética, iluminação e qualidade de energia em sistema de energia, incorporando geração de fontes renováveis. Um dos objetivos principais do evento é a geração de novas ideias com base na troca de conhecimentos de renomados especialistas a respeito da geração de energia renovável em diversos lugares do mundo.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6750 seminarios@lactec.org.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

A Cabine 72 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br

Daisa 63 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br

Hellermann Tyton 70 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Light Building 15 (11) 3958-4370 info@brazil.messefrankfurt.com www.light-building.com

Agpr5 - Abirush Automação 101 e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br

Dutoplast 37 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br

Himoinsa 17 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br

Luminárias Sun Way Rio (21) 3860-2688 gruposunway@hotmail.com www.coloniallustres.com.br

Alpha 73

Eaton 19 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br

ICE Cabos Especiais 71 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Maccomevap 79 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

Efe-Semitrans 29 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br

IFG 89 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br

(11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br APC by Schneider Electric 11 0800 7289 110 / (11) 4501-3434 ccc.br@schneider-electric.com www.apc.com/br APS Componentes 85 (11) 2870-1000 www.apscomponentes.com.br AXT 75 (11) 4025-1300 vendas@axt.com.br www.axt.com.br BN Eletro Metalúrgica 77 (11) 4411-0844 www.industriabn.com.br BRVal 43 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cabelauto 100 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 9 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 5 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br

67

Média Tensão 55 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Eletromar 51 0800 7242 437 www.hager.com.br

Ilumatic 31 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br

Embrata 82 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br

Instrumenti 4 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br

Exper 103 (11) 4704-5972 contato@expersolution.com.br www.expersolution.com.br

Intelli 69 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

Nambei Fios e Cabos 109 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br

Expolux 107 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br

Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br

Nelmetais 119 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br

Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Itaipu Transformadores 57 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br

Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br

Feicon Batimat 105 www.feicon.com.br

Kanaflex 84 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br

Novemp Fascículos e 41 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

Kienzle 78 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br

Nutsteel 42 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 6 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br

GayaTree 97 www.gayatree.com.br General Cable 61 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Conex 7 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

Gimi Pogliano 47 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

KRC 74 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br

Cordeiro 21 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br

HDA Iluminação Led 33 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br

Liba Painéis e Automação 87 (21) 3658-7706 / 7196 www.libapaineis.com.br comercial@libapaineis.com.br

91

Melfex (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br 80

Mon-Ter (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

Ofício Uniformes 108 (31) 3712-6145 contato@oficiouniformes.com.br www.oficiouniformes.com.br

Palmetal 39 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 113 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 106 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 95 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Power Lume 35 (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br RDI Bender 25 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br Sarel 117 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 83 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sindustrial Engenharia 26 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Strahl 23 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com 88

Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Tremax 93 (16) 3266-1297 / 3266-3158 contato@ tremax.com.br www.tremax.com.br 81

Unitron (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br VR Painéis Elétricos 13 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

121


122

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Dezembro de 2015

O que há de errado? Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!

Observe a imagem a seguir, encontre os erros de acordo com as normas técnicas vigentes e

mande suas conclusões! O resultado será divulgado na edição 121, de fevereiro de 2016.

PREMIAÇÃO

O leitor que mandar a melhor

resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Resposta da edição 117 (Outubro/2015)

Infelizmente, nenhum leitor se aproximou da resposta correta com relação às não

conformidades da instalação ilustrada ao lado com as normas técnicas brasileiras vigentes. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas impressões e continuem participando!

Confira a resposta correta, fornecida pelo especialista em instalações com atmosferas

explosivas, Roberval Bulgarelli:

Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br

A instalação mostra um prensacabo à prova de explosão instalado com a utilização indevida de fita de teflon (do tipo "veda-rosca") para evitar o ingresso de água para o interior do invólucro à prova de explosão. De acordo com as normas ABNT NBR IEC 60079-14 e ABNT NBR IEC 618927, deve ser utilizada graxa à base de silicone para a proteção de juntas metálicas planas e roscadas à prova

e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de

de explosão.

mencionar o local e a situação em que a falha foi

Não é permitida a utilização de fitas

encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –

de teflon na área de passagem de chama, uma vez que este tipo de material apresenta a

residencial, comercial, industrial –, circulação de

característica de "cura" (endurecimento) ao longo do tempo, o que altera as características

pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência

da junta metálica à prova de explosão.

sobre o perigo da malfeitoria.




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