Ano 10 - Edição 119 Dezembro de 2015
Expansão do mercado livre de energia Especialistas avaliam regras atuais e projeto de lei que intenta reduzir os critérios para migração do consumidor cativo ao ambiente livre de contratação Mercado de teste e medição Equipamentos voltados para a qualidade da energia estão entre os mais comercializados Impacto da cogeração no planejamento das distribuidoras Setores de automação e gerenciamento devem fechar 2015 com crescimento de 2%
CINASE 2015 Detalhes da última e bem sucedida etapa do ano, que aconteceu em Brasília.
3
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial. com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br
Pesquisa – Equipamentos de gerenciamento de energia e automação
76
Faturamento da indústria eletroeletrônica deverá cair 10% em 2015. Na mesma linha, fabricantes e distribuidores destes segmentos projetam crescimento do mercado de apenas 2%.
Coluna do consultor
6
Aula prática – Controle de potência
86
O ano de 2015 termina melancolicamente do ponto de vista político
Um trabalho sobre sistema de controle de potência ativa e
Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
e econômico.
reativa na regulação de baixa tensão em redes trifásicas de
Faturamento do setor eletroeletrônico registra queda real de 11% em
Espaço 5419
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
2015; MME lança programa de desenvolvimento da geração distribuída;
Sobre o valor ideal para a resistência de aterramento.
Painel de notícias
distribuição.
8
96
ABNT publica 11 normas em dezembro; Comissão da Câmara dos
98
Deputados aprova projeto de lei que proíbe cobrança cumulativa
Espaço 5410
da taxa de iluminação; Copel adquire 149 aerogeradores da Weg;
Comparação das condições previstas no início do ano com os
Colaborador técnico de normas Jobson Modena
Semikron produzirá módulos inteligentes integrados no Brasil em 2016.
resultados obtidos ao longo deste período.
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
Evento - Cinase
Consultor técnico José Starosta
Colaboradores desta edição: Alessandro Luiz Batschauer, Danilo Ito, Edson Bittar, Eduardo Daniel, Felipe Zimann, José Barbosa de Oliveira, Marcello Mezaroba, Pedro Polo, Plínio Godoy, Reinaldo Fachada, Sérgio Feitoza, Sideni Ueda, Stanley Tokuno e Vagner Vasconcellos. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau) / www.energiasustentaveldobrasil.com.br Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
22
Colunistas
100
Conheça os detalhes da edição do CINASE, que aconteceu em
Michel Epelbaum – Energia sustentável
novembro na cidade de Brasília (DF).
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
Fascículos
Luiz Fernando Arruda – Instalação MT
27
Jobson Modena – Proteção contra raios João Barrico – NR 10
Reportagem 52
108
104 106
102
110 112
José Starosta – Energia com qualidade
Os prós e os contras da expansão do mercado livre de energia.
Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
Comercializadora clama por um ambiente de contratação de energia
116
com menos intervenção do governo. Professor e consultor acreditam
Dicas de instalação
que mercado regulado é a única maneira de garantir o suprimento da
A importância da certificação das instalações elétricas de baixa
demanda crescente por energia elétrica.
tensão e da conscientização da população no sentido de ter instalações regularizadas.
Artigo – Cogeração 58
118
Impacto da cogeração no planejamento elétrico das distribuidoras –
Ponto de vista
O caso da CPFL Paulista das regiões Nordeste e Noroeste.
Sistemas de controle de iluminação devem criar a melhor experiência possível para as pessoas que vivem ou trabalham no espaço a ser
Pesquisa – Instrumentos de teste e medição
iluminado.
66
120
Mercado de equipamentos para teste de medição sente a crise
Agenda
econômica brasileira, que reflete na desvalorização da moeda
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses
nacional e na falta de investimentos. Apesar do cenário sombrio,
122
empresas do segmento acreditam que mercado deva crescer 4%
What’s wrong here
em 2015.
Identifique o que existe de errado na instalação
Editorial
4
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Capa ed 119_B.pdf
1
1/6/16
6:32 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 10 - Edição 119 Dezembro de 2015
Expansão do mercado livre de energia O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 119 – Dezembro de 2015
Especialistas avaliam regras atuais e projeto de lei que intenta reduzir os critérios para migração do consumidor cativo ao ambiente livre de contratação Mercado de teste e medição Equipamentos voltados para a qualidade da energia estão entre os mais comercializados Impacto da cogeração no planejamento das distribuidoras Setores de automação e gerenciamento devem fechar 2015 com crescimento de 2%
CINASE 2015 Detalhes da última e bem sucedida etapa do ano, que aconteceu em Brasília.
Edição 118
As últimas de 2015
Esta última edição do ano de 2015, embora circule nos primeiros dias de janeiro do ano seguinte,
ainda trata de questões pertinentes ao ano de sua capa, mas que, certamente, serão pautas não apenas para 2016, mas para outros tantos anos que estão por vir. Uma dessas temáticas – e que é destacada na reportagem de capa – diz respeito à expansão do mercado livre de energia, assunto que gera calorosas e infindáveis discussões em seminários e congressos do setor. Afinal, deve-se estender o “livre arbítrio” da compra de energia aos demais consumidores? Ou isso representaria um risco para a segurança do suprimento? A resposta é um tanto complexa, já que enquanto alguns especialistas defendem a ampliação do ambiente de contratação livre, outros argumentam que é o mercado cativo quem dá a garantia da expansão da oferta de energia no país e assegura o financiamento para tais investimentos.
No entanto, a curtos passos, algumas medidas vêm abrindo caminhos para que cada vez mais
consumidores tenham acesso ao mercado livre. Uma delas foi a permissão de que, qualquer empresa com demanda contratada de, no mínimo, 500 kW, possa adquirir energia de fonte incentivada, ou seja, gerada a partir de fontes solar, eólica, biomassa e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Leia os desdobramentos deste assunto na reportagem publicada nas páginas deste exemplar.
Relacionado a este tema, um artigo curioso assinado por especialistas do Grupo CPFL, conta uma
experiência da concessionária com cogeração de energia. O artigo traz detalhes do impacto das usinas de cogeração a biomassa nos seus sistemas de distribuição e de transmissão, tanto no período de safra (de abril a novembro), quanto na entressafra (de dezembro a março).
Além disso, as pesquisas deste mês – dos mercados de gerenciamento de energia e de equipamentos
para teste e medição –, mais uma vez, mostram os resultados aquém do esperado e as modestas e pessimistas expectativas para estes setores. Como já constatado em pesquisas anteriores e de mercados distintos, a desaceleração da economia brasileira, a desvalorização da moeda e a falta de confiança dos investidores vêm puxando o setor elétrico como um todo para baixo.
Nesta última edição de 2015, esperamos que o ano termine e leve com ele todos os maus presságios.
Que possamos, com o início de 2016, publicar apenas boas notícias, expectativas e resultados mais promissores. Se o cenário econômico negativo não for, de todo, resolvido, ao menos, que a confiança volte a circular entre investidores e empresários, para que possamos desenhar um futuro auspicioso. Que o balanço de 2016 seja absolutamente melhor do que está sendo o de 2015. O brasileiro é criativo. Boa leitura,
flavia@atitudeeditorial.com.br
Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
www.facebook.com/osetoreletrico
www.twitter.com/osetoreletrico
6
Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
2015 - O ano que não acabou Cá estamos ao final e, ao contrário dos
produtivo e que prazo é um mero detalhe.
outros anos, não há razões para fazer
Nosso PIB vai para baixo do cobertor
balanço, uma vez que todos nós sabemos
cada vez mais encolhido, sem expectativas
que, simplesmente, é o calendário que
de reação, nossa moral vai no mesmo
muda, as energias continuam as mesmas.
caminho e sobreviver tornou-se um ato
Nosso otimismo, desta vez, não se
de risco e mesmo de escárnio por estas
concentra na mágica virada de 31 de
bandas. Falando em banda, vamos ter
dezembro, mas quando, afinal, novos
de esperar o carnaval passar já logo na
projetos sérios entrarão para dentro
segunda semana de fevereiro, mesmo
de nossas fronteiras. O protesto dos
porque nossas próprias “bandas” já estão
preocupados e indignados “azuis” contra
na janela há um bom tempo. Não temos
os corporativistas “vermelhos” e a patética
pressa, temos só de pagar mais impostos.
resposta destes não parece que vai nos
Fico imaginando qual será a moeda de
levar a lugar algum.
troca da futura CPMF que vamos ter de
O país precisa de uma economia
engolir ao melhor estilo “Zagalês”.
organizada, que vinha sendo tentada
De bom, temos as conclusões do COP
pelo Seu Joaquim, que agora, ao final de
21 que se realizou na sofrida Paris (depois
dezembro, está de partida. Parecia ser
de mais uma barbárie fundamentalista)
o último ser pensante do Planalto com
como um alento à redução das emissões
objetivos verdadeiramente de interesse
de combustíveis fósseis na busca pela
público a cumprir (leio nestes dias
redução do aquecimento global. Grandes
que a principal causa da crise seria as
investimentos (US$ 100 bilhões anuais)
investigações e não os fatos geradores
surgem como força para bons projetos que
destas, terrível!).
poderão ainda alavancar o segmento de
Aqueles que tentam tocar suas empresas
eficiência energética e fontes renováveis
e, claro, pagar seus impostos, dependem
nos países em desenvolvimento. Claro,
lamentavelmente dos rumos da economia
esperamos que os investimentos que
e dos investimentos em projetos e estes,
nos couberem sejam utilizados com
por sua vez, dependem do rumo político
competência
do país, que ficará parado em janeiro, já
livres dos habituais usurpadores. Aliás,
que “ninguém é de ferro”. Então, mais um
poderíamos incluir em nossas orações
mês sem novidades e, pior, sem futebol.
neste final de ano:
Às vezes, a sensação que se tem é que a
“Livrai-nos dos usurpadores, corruptos,
turma que deveria tocar o Brasil para frente
vagabundos e tudo mais”, sejam eles azuis
nunca trabalhou em algo verdadeiramente
ou vermelhos: “venomar amén”.
técnica
e
que
fiquem
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Faturamento do setor eletroeletrônico registra queda real de 11% em 2015 Variação real (descontada a inflação) da área de GTD e materiais elétricos também foi negativa: 4% e 17%, respectivamente
Sentindo os efeitos da crise política
milhões em 2015.
o impacto das dívidas contraídas por
e econômica que assola o Brasil desde o
De acordo com a Abinee, contribuiu
conta da MP 579. A Abinee explica que,
início do ano, a indústria eletroeletrônica
para o fraco desempenho da área de
não obstante os reajustes tarifários, a
deverá registrar em 2015 um faturamento
GTD em 2015 o ainda baixo número de
situação não melhorou, haja vista que boa
4% menor do que o apresentado em
investimentos das concessionárias de
parte destes recursos foram destinados
2014.
da
transmissão e distribuição. A contenção
a pagar custos decorrentes da geração
Associação Brasileira da Indústria Elétrica
por parte das transmissoras deve-se às
emergencial,
e Eletrônica (Abinee), o faturamento
condições pouco atrativas dos leilões
nas contas das concessionárias de
nominal deste ano é estimado em R$
realizados nos últimos dois anos, o
geração. No segmento de geração,
148,3 milhões, enquanto no ano passado
que acarretou em um baixo volume de
os investimentos estão previstos nos
foi de R$ 153,8 milhões. Descontada a
negócios no período. Já as distribuidoras
cronogramas, mas a área que sempre
inflação, a queda do faturamento será
não investiram porque ainda sentem
se
ainda
Conforme
maior:
10%.
levantamento
Tal
decréscimo
terá reflexos também no número de empregos diretos dessa indústria, que deverá terminar 2015 com uma redução de 37.610 trabalhadores, saindo de 293.610 funcionários em 2014 para 256 mil funcionários neste ano.
No que diz respeito ao faturamento
do setor de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD), os números apresentados pela Abinee aparentemente são um pouco melhores, mas nem tanto. No ano passado, foi registrado um faturamento de R$ 15,7 milhões. Neste ano, a projeção é de faturamento de um pouco mais de R$ 16 milhões, o que representaria uma variação nominal positiva de 2%. Contudo, a variação real (descontada a inflação), transformaria essa elevação em queda de 4%. A situação da indústria de material elétrico é ainda pior, registrando variação nominal de -11% e variação real de -17%. Segundo números da associação, em 2014, o faturamento desta indústria foi de R$ 9,7 milhões e a expectativa é de que seja de R$ 8,6
ou
caracterizou
seja,
pelo
aportaram
emprego
de
9
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
equipamentos fabricados internamente tem visto aumentar a importação de partes e peças, devido ao aquecimento da fonte eólica e solar no país.
Por sua vez, a queda do faturamento
da indústria de material elétrico de instalação está atrelada à baixa do consumo decorrente da crise e também a medidas adotas pelo Governo Federal que afetaram fortemente a indústria da construção civil, importante mercado para
estes
produtos.
Entre
estas
medidas, estão a elevação dos juros para financiamento direcionada à aquisição da casa própria; a redução dos recursos para as construções do Programa Minha Casa Minha Vida; e a diminuição do nível de participação do financiamento da Caixa Econômica Federal. Outros
números
da
indústria
eletroeletrônica como um todo também acusaram o golpe da crise econômica e política em 2015. As exportações, que em 2014 somaram R$ 6,5 milhões, tendem a ser reduzidas neste ano para R$ 5,8 milhões, representando uma queda de 11%. As importações também irão registrar decréscimo, saindo de R$ 41,1 milhões para R$ 33,2 milhões. A queda das exportações, no entanto, será compensada pela diminuição das importações, gerando um saldo menos negativo em 2015 do que em 2014. No ano passado, o resultado da balança comercial foi de - R$ 34,6 milhões e neste ano será de -R$ 27,4 milhões. As perspectivas para 2016, de acordo com o levantamento da Abinee, são de um pequeno crescimento no setor, o que não será suficiente para alterar o faturamento da indústria eletroeletrônica no ano que vem. A projeção é de que o faturamento nominal em 2016 seja de R$ 148,8 milhões, número praticamente igual ao de 2015. Contudo, descontando a inflação, a indústria registrará queda de 6%.
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
MME lança programa de desenvolvimento da geração distribuída O ProGD quer incentivar a realização de mais iniciativas voltadas à autogeração de energia a partir de fontes renováveis de energia elétrica, especialmente a solar
Com o objetivo de ampliar e aprofundar
aumenta a atratividade dessa oferta
específico de instalação de sistemas
as ações de estímulo à geração de
de energia, segundo o ministério. O
de geração distribuída com base em
energia pelos próprios consumidores,
Programa também define mecanismo
painéis fotovoltaicos para universidades
com base nas fontes renováveis, em
de atualização automática desse valor,
e
especial a energia solar fotovoltaica, o
anualmente pelo Índice Nacional de
pode se estender ainda a hospitais
Ministério de Minas e Energia (MME)
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
federais.
lançou, por meio da Portaria nº 538 de
durante vigência do contrato, o que
aprofundada e estruturada pelo ProGD,
15 de dezembro de 2015, o Programa de
garantirá a manutenção dos custos.
as
Desenvolvimento da Geração Distribuída
Outras ações estipuladas pelo novo
como contrapartida cursos específicos
de Energia Elétrica (ProGD). O Governo
programa estão relacionadas ao mercado
destinados a preparar recursos humanos
pretende investir cerca de R$ 100
livre de energia. O ProGD prevê a
aptos a atender a esse novo mercado
bilhões na ação até 2030.
estruturação de novos horizontes para a
da geração distribuída para projeto,
Um dos pontos importantes previstos
comercialização da energia gerada pelos
instalação e manutenção.
no ProGD para estimular a geração
consumidores-geradores, aumentando a
Conforme o MME, até 2030, 2,7
de energia distribuída é a atualização
energia comercializada nesse ambiente
milhões
dos
Valores
escolas
de
federais,
proposta, técnicas
unidades
que
que será
desenvolverão
consumidoras,
Referência
e permitindo a extensão de benefícios
entre residências, comércios, indústrias
característicos do mercado livre para
e
MWh para a fonte solar fotovoltaica,
mais
prevê
autogeradores de energia elétrica, o que
e R$ 329,00/ MWh para a cogeração
iniciativas para simplificar o mecanismo
pode resultar em 23.500 MW (48 TWh
a gás natural. Esse valor define a
de comercialização dessa energia no
produzidos) de energia limpa e renovável,
remuneração paga pela distribuidora
Ambiente de Contratação Livre (ACL).
o equivalente à metade da geração de
ao
pela
de
Na
técnicas
Específicos (VRES), em R$ 454,00/
gerador
Anuais
escolas
energia
que
agentes.
Além
disso,
o
setor
agrícola,
poderão
ser
ele
No âmbito da geração distribuída,
Itaipu. Com isso, o Brasil pode evitar que
entregar à rede de distribuição. Sua
o MME e o Ministério da Educação
sejam emitidos 29 milhões de toneladas
atualização a um patamar competitivo
(MEC) também estudam um projeto
de CO2 na atmosfera.
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Pequenos agricultores terão facilidades para produzir energia solar e eólica Linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) possibilitará a pequenos produtores de agricultura familiar e assentados da reforma agrária financiar equipamentos para produção desses tipos de fontes
A
Associação
Brasileira
de
Pelo programa, os agricultores poderão financiar os equipamentos de geração com condições de crédito diferenciadas do mercado.
Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e o Ministério de Desenvolvimento Agrário acordaram um termo de cooperação, possibilitando a pequenos produtores de agricultura familiar e assentados da reforma agrária financiar equipamentos para produção de energia eólica e solar. O custeio se dará por meio de uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que subsidia a infraestrutura produtiva.
Por meio do programa, os agricultores
familiares poderão financiar os equipa mentos de geração com condiç ões de crédito diferenciadas do mercado. O diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, acredita que o acordo irá
no campo, trazer produtividade e agregar
outra fonte de renda para os estados
diminuir a principal dificuldade hoje do
valor aos pequenos agricultores”, diz.
produtores. "No Rio Grande do Sul,
pequeno consumidor, que é, justamente,
O acordo vem ao encontro da
os parques eólicos continuam produ
o investimento inicial dos equipamentos
essência da energia eólica, segundo
zindo arroz e criando gado, mas agora
de energia solar. “O investimento é
a presidente executiva da Abeeólica,
com a renda extra do arrendamento
quase todo no início, porque a vida útil
Elbia Silva Gannoum. Ela destaca que,
das máquinas. O efeito multiplicador
das placas fotovoltaicas é de 25 anos,
além da produção limpa de energia, o
das energias renováveis vai além do
com pouca manutenção. Com o acordo,
mercado relativo a esse tipo de energia
contexto
esperamos ter mais geração de energia
se caracteriza por agregar valor e gerar
social”, afirma.
energético,
tem
impacto
Complexo eólico Vamcruz, no Rio Grande do Norte, entra em operação comercial Iniciaram seu funcionamento 19 aerogeradores, com potência unitária de 3 MW. Ao todo, complexo terá 31 máquinas, com capacidade para gerar 93 MW Os
do
de 3 MW. Ao todo, o complexo contará
do Brasil, a Chesf e o grupo Encalso.
Complexo Eólico Vamcruz, localizado no
primeiros
aerogeradores
com 93 MW de capacidade instalada o
O empreendimento está conectado ao
município de Serra do Mel, no Rio Grande
que tornará apto a gerar cerca de 450
Sistema Interligado Nacional (SIN) por
do Norte (RN), entraram em operação
mil MWh ano, energia suficiente para
meio de uma Linha de Transmissão (LT)
recentemente. Ao todo, iniciaram seu
atender mais de 185 mil famílias.
própria de 62 quilômetros que, por sua
funcionamento 19 máquinas, de um
vez, está conectada à Subestação de
total de 31. Elas têm potência unitária
projeto conjunto entre a Voltalia Energia
O Complexo Eólico Vamcruz é um
Mossoró II.
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
13
Renovação da matriz energética pode ajudar Brasil a atender meta de corte de emissões Inciativa foi apresentada em evento paralelo ao COP 21 como uma das principais medidas para que país alcance meta de redução de 37% de emissões de gases do efeito estufa até 2025
Gestores públicos e pesquisadores que participaram de evento paralelo a 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizado na embaixada brasileira em Paris, apontaram a renovação da matriz energética brasileira como uma das principais medidas para que o país alcance a meta de corte de emissões apresenta a ONU. O Brasil anunciou no dia 27 de setembro que pretende reduzir em até 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025, indicando que pode chegar até 40% até 2030.
A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia,
é que as fontes renováveis, que hoje correspondem a 78% da geração de energia do Brasil, possam representar até o fim de 2015 84,4% da produção de energia brasileira. Para se ter uma ideia de como o Brasil é um país com a matriz energética limpa, a média mundial é de apenas 20,3% de fontes renováveis.
Presente no evento, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim ressaltou o desafio
brasileiro de implantar a meta nacional de corte de emissões e, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico. Já o diretorgeral do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), Albert Melo, ponderou que o “planejamento de ações é a chave para que o País continue nessa posição de liderança”.
Painel de produtos
14
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Autotransformadores de alta performance www.tsshara.com.br
Novidades da TS SHara, fabricante nacional de nobreaks, estabiliza
dores e outros produtos, as novas linhas de autotransformadores foram desenvolvidas para proteção segura contra surtos de tensão.
A linha ATS Laser é voltada para aplicações corporativas,
muito empregadas na proteção de impressoras multifuncionais e copiadoras. Os novos modelos atendem a empresas de médio e grande porte, que possuem um parque de máquinas relevante (computadores, impressoras, copiadoras etc.) a ponto de justificar os investimentos em equipamentos desse tipo.
Já a linha ATS Smart, disponível nas versões 1050 e 1050
Tripolar, foi desenvolvida para atender às necessidades do usuário final. Direcionada para aplicações residenciais, a nova linha possui entrada automática para 115V/220V e duas saídas que disponibilizam as tensões de 115V e 220V simultaneamente.
Caixa de comandos Ex www.schmersal.com.br A alemã Schmersal, apresenta seu novo produto para segurança das instalações com atmosferas explosivas. Trata-se da caixa de comandos e sinalizações EAL–EX, fabricada em liga de alumínio SAE 306, com pintura eletrostática cor final Preto RAL 9011. Está disponível em cinco tamanhos de caixas, com a opção da instalação de dispositivos de comando e sinalização na tampa. O produto também pode ser disponibilizado com prensa-cabo Ex. Seus tipos de proteção são: Ex e, Ex ia, Ex tb.
O produto foi também desenvolvido para utilização em zonas
1 e 2 (gases, vapores e neblinas) e em zonas 21 e 22 (poeiras combustíveis). Entre as principais aplicações, estão a agroindústria e os segmentos de cimento, sucroalcooleiro, siderúrgico, mineradoras, químicas, petroquímicas, entre outras.
A caixa de comandos e sinalizações EAL-EX atende às normas
ABNT, NBR IEC 60079-0, 60079-7, 60079-11, 60079-31 e 60529.
Como o próprio nome sugere, o equipamento é “inteligente”, basta ligá-lo à tomada e ele detectará automaticamente a tensão nominal da rede (110V ou 220V) e passará a operar na tensão adequada, sem a necessidade de ajustes por parte do usuário.
Caixa de comando e sinalização para proteção Ex e, Ex ia e Ex tb.
As novas linhas de autotransformadores da TS Shara podem ser encontradas nas principais redes de varejo do país e revendas especializadas.
Nova tecnologia em condutor elétrico www.generalcable.com
A General Cable apresentou, recentemente, seu lançamento mundial: a tecnologia E3XTM , que permite às concessionárias
otimizarem sua rede pelo aumento de capacidade e redução de perdas elétricas, resultando na melhoria da sustentabilidade e confiabilidade do sistema.
De acordo com a empresa, a tecnologia consiste em um revestimento fino e duradouro aplicado à superfície de qualquer
condutor nu da General Cable, que aumenta a emissividade térmica e reduz o coeficiente de absorção solar, melhorando assim a dissipação de calor, podendo aumentar ampacidade e reduzir perdas elétricas. Entre os resultados da tecnologia E3XTM, destacam-se: redução de seção do condutor, mantendo a ampacidade, ou redução da temperatura de operação, mantendo a mesma seção do condutor.
Especificamente, a Tecnologia E3XTM reduz os custos do projeto em até 20%, reduz a flecha do condutor ou o custo
estrutural, além de diminuir ferragens e mão de obra nas novas linhas. Como alternativa, em projetos de recondutoramento, pode-se economizar até 25% devido ao aumento da capacidade de corrente do condutor, facilitando a operação dentro da infraestrutura existente, sem mudanças estruturais. Ao aumentar a emissividade e reduzir a absorção solar de condutores aéreos, a Tecnologia E3XTM também reduz as perdas elétricas na linha em até 25%, devido à redução da temperatura de operação em até 30%, resultando em economias significativas durante a vida da linha de transmissão. Tecnologia de revestimento E3X™ pode ser aplicada sem qualquer modificação das práticas usuais de instalação, conectorização e manutenção.
Painel de normas
16
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
ABNT publica 11 normas em dezembro
Transformadores de potência
os requisitos para os chuveiros elétricos cobertos pela ABNT NBR 16305, que
Prensa-cabos para instalações elétricas
Com 37 páginas, a parte 5 da
são utilizados em edificações cujas
norma ABNT NBR 5356 trata da
instalações elétricas de baixa tensão
capacidade dos transformadores de
e hidráulicas de água fria e quente
norma ABNT NBR IEC 62444:2015 -
energia de resistir a curtos-circuitos.
tenham sido projetadas e executadas,
Prensa cabos para instalações elétricas
Detalhadamente, o texto especifica
respectivamente, conforme as ABNT
fornece os requisitos e os ensaios para a
a
NBR 5410, ABNT NBR 5626 e ABNT
construção e o desempenho de prensa-
NBR 7198.
cabos. O texto abrange os prensa-cabos
capacidade
trifásicos
e
de
monofásicos
autotransformadores) a
curtos-circuitos,
certas
transformadores
categorias
transformadores
e
(inclusive
de
como fornecidos pelo fabricante ou pelo
resistir
excetuando-se de
pequenos
Todas as normas tornaram-se válidas
no dia 8 de janeiro de 2016.
dezembro de 2015, o documento
fornecedor responsável pela colocação do produto no mercado e não abrange os prensa-cabos destinados aos cabos
transformadores
especiais. Publicado no dia 14 de
Publicada no dia 2 de dezembro, a
Aquecedores instantâneos de água e torneiras elétricas
com isolação mineral. O documento tem
Equipamentos elétricos
27 páginas.
tornou-se válido em 14 de janeiro deste ano.
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) publicou também no dia
Chuveiros elétricos
8 de dezembro de 2015 três normas que
O objetivo da norma ABNT NBR
dizem respeito à aquecedores de água e
16431, publicada no dia 1º de dezembro
Foram publicadas quatro normas
a torneiras elétricas.
de 2015, é especificar o método para a
referentes a chuveiros elétricos utilizados
Contendo quatro páginas, a norma
determinação da compatibilidade dos
em edificações no dia 8 de dezembro de
ABNT NBR 14011:2015 especifica os
materiais empregados em equipamentos
2015. São elas:
requisitos mínimos para aquecedores
elétricos com óleo vegetal isolante novo.
instantâneos de água e torneiras
O texto normativo vem com seis páginas.
- A ABNT NBR 12087:2015, que
elétricas, cobertos pela ABNT NBR
especifica um método para determinação
16305, utilizados em edificações cujas
da potência elétrica, referida à tensão
instalações elétricas de baixa tensão
nominal;
e hidráulicas de água fria e quente
tenham sido projetadas e executadas
de fogo”, este documento normativo traz
para
respecti v amente conforme as ABNT
a parte 2-10 da norma ABNT NBR IEC
determinação da pressão mínima de
NBR 5410, ABNT NBR 5626 e ABNT
60695, que diz respeito ao ensaio de fio
funcionamento de chuveiros elétricos,
NBR 7198.
incandescente/aquecido. Especificamente,
utilizados em edificações, na vazão
Também com quatro páginas, a ABNT
o texto estabelece a aparelhagem de
de 0,05 L/s, e um método para
NBR 14013:2015 traz os métodos
ensaio de fio incandescente e os métodos
determinação do incremento máximo
para determinação da potência elétrica,
de ensaio comuns para simular os efeitos
de temperatura para a maior potência
referida à tensão nominal. Já a 14016
das solicitações térmicas que podem ser
disponível no chuveiro;
ABNT NBR, que tem um pouco mais de
produzidas por fontes de calor, como os
- A ABNT NBR 12089:2015, que
conteúdo – nove páginas – especifica um
elementos incandescentes ou resistores
estabelece métodos para a determinação,
método para determinação da corrente
sobrecarregados, por curtos períodos,
na tensão nominal, do consumo mensal
de fuga, passível de circular através do
para avaliar, de uma forma simulada, os
mínimo e consumo mensal máximo de
corpo do usuário. Os três documentos
riscos de fogo. A norma foi publica no dia
energia elétrica; e
se tornaram válidos também no dia 8 de
1º de dezembro de 2015 e contém 17
- A ABNT NBR 12483:2015, que traz
janeiro.
páginas.
que
A
ABNT
NBR
especifica
um
12088:2015, método
Ensaios relativos aos riscos de fogo Intitulada “Ensaios relativos aos riscos
17
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Comissão da Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que proíbe cobrança cumulativa da taxa de iluminação Relator deu parecer favorável ao projeto justificando que a duplicidade de cobrança da contribuição é abusiva e vai contra os princípios do Código de Defesa do Consumidor
Foi aprovado na Comissão de Defesa
do Consumidor da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar (PLP) 125/15, que altera o Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) para vedar a cobrança cumulativa da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) das unidades residenciais e do condomínio em que estiverem localizadas. O projeto é de autoria do deputado Vitor Valim, do PMDB-CE. O relator da comissão, o deputado Aureo, do SD-RJ, deu parecer favorável ao projeto, justificando que a duplicidade de cobrança é abusiva e vai contra os princípios do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). “O projeto vem amparar os direitos do consumidor de energia elétrica no País, restabelecendo também o critério de justiça tributária na cobrança abusiva que é feita em decorrência da taxa”, destacou. Em seu parecer, o relator recordou ainda que o tema já vem sendo debatido no
Supremo
Tribunal
Federal
(STF),
onde tramitam ações que questionam a cobrança de condôminos e condomínios, pelas prefeituras, da taxa de iluminação.
O PLP 125/15 estabelece também que
as taxas cobradas pela União, pelos estados, Distrito Federal e municípios não podem ter a mesma base de cálculo ou fato gerador de imposto ou Cosip, e nem ser calculada em função do capital das empresas. Antes de seguir para votação do Plenário da Câmara, projeto será analisado nas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da Agência Câmara).
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Copel adquire 149 aerogeradores da Weg Concessionária assinou contrato de R$ 1,4 bilhão. Equipamentos serão utilizados em 13 parques eólicos da própria companhia situados no Rio Grande do Norte
A Companhia Paranaense de Energia
(Copel) fechou um acordo no último dia 10 de dezembro com a empresa Weg para aquisição de 149 aerogeradores que vão equipar 13 parques eólicos próprios localizados no estado do Rio Grande do Norte. O valor da transação foi de R$ 1,4 bilhão. Do
total
de
aerogeradores
adquiridos, 86 integrarão sete parques do
Complexo
Cutia,
que
possui
capacidade para gerar 180 MW, e os outros
63
equipamentos
comporão
os seis parques do Complexo Bento Miguel, com 132,3 MW de potência instalada. Ambos os empreendimentos ficarão situados no município potiguar São Bento e a previsão é de que as obras comecem no início de 2016, com
com 331,6 MW de potência instalada
MW; energia suficiente para atender,
prazo de conclusão estipulado em dois
em 15 parques de três complexos.
conforme a Copel, a uma cidade com
anos.
A
A operação de parques eólicos
2019 ter cinco complexos eólicos em
habitantes. Para a realização de todos
próprios no Nordeste foi iniciada pela
seu portfólio, abrigando 28 parques
estes complexos, serão investidos R$
Copel em 2015. A empresa fecha o ano
eólicos, com capacidade total de 663,6
3,5 bilhões em valores atualizados.
concessionária
projeta
até
aproximadamente
oito
milhões
de
Semikron produzirá módulos inteligentes integrados no Brasil em 2016 A partir de setembro de 2016, a empresa fabricará estes produtos, que, até o momento, são produzidos em unidades fabris na Alemanha e na China A partir de setembro de 2016, a
fabricantes de turbinas eólicas que
alta potência fabricados no Brasil, o que,
Semikron
precisam
do
segundo ele, ratifica o compromisso da
sua planta localizada na cidade de
Banco Nacional do Desenvolvimento
Semikron com o país e com seus clientes
Carapicuíba, grande São Paulo, a linha de
Econômico e Social (BNDES) quanto
no mercado de energias eólica e solar que
módulos inteligentes integrados SkiiP 3 –
ao índice de nacionalização de seus
hoje respondem por cerca de 30% do
Semikron Integrated Inteligent Power. O
produtos. O investimento inicial estimado
faturamento global da empresa.
produto, que é destinado ao mercado de
em cerca de R$ 2 milhões deve cobrir
energias renováveis, vem sendo fabricado
as necessidades de 30% das turbinas
tipo IGBT, drivers, sensores de corrente
até o momento somente nas unidades da
eólicas
e tensão e dissipador de calor, o SkiiP 3
companhia situadas na Alemanha e na
anualmente no Brasil.
direciona-se principalmente a conversores
China.
começará
a
produzir
em
atender
que
às
vêm
exigências
sendo
instaladas
Composto pelos chips semicondutores
De acordo com o diretor-presidente
de alta potência empregados em geração
com
da subsidiária brasileira, Rivaldo Caram,
solar e eólica, inversores para motores e
esta iniciativa, é servir aos principais
serão os primeiros módulos IGBT de
sistemas ininterruptos de energia (UPS).
O
objetivo
da
Semikron,
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Fluke lança campanha mundial de Eficiência Energética A campanha propõe encontrar os principais pontos de desperdício de energia através do mapeamento dos sistemas elétricos
O objetivo da Fluke é conscientizar, por meio de conceitos, problemas e soluções de eficiência energética, a respeito da importância da redução de consumo.
A
recentemente
dos sistemas elétricos. Conforme a
o modo como a energia está sendo
uma campanha mundial de eficiência
Fluke, o gerenciamento eficiente pode
consumida. De acordo com ela, somente
energética voltada para organizações.
determinar uma economia no custo da
entendendo a origem do desperdício
O objetivo da empresa, especializada
energia de até 25%, além de otimizar a
elétrico
em tecnologia portátil de teste e
produtividade no ambiente globalmente
decisões inteligentes a respeito de
medição eletrônica, é conscientizar,
competitivo da atualidade.
maneiras eficazes de reduzir o consumo
por meio de conceitos, problemas e
e, consequentemente, os custos.
soluções de eficiência energética, sobre
do Brasil, Poliana Lanari, é necessário
a importância da redução de consumo,
discutir o tema da eficiência energética,
não é a única forma que a Fluke tem para
para que as empresas poupem energia
principalmente
vez
conscientizar as organizações sobre
e diminuam os custos de energia em
que, conforme especialistas, o país
a importância de reduzir o consumo
suas instalações. A Fluke criou uma
encontra-se na pior crise energética de
de energia por meio de sua página na
página permanente em seu site (www.
sua história. “Um dos motivos da crise
internet. Por meio de estudos de caso
fluke.com.br/eficienciaenergetica),
é o incentivo exagerado ao consumo,
e histórias de sucesso, a companhia
que conta com um rico material sobre
causando problemas de abastecimento.
compartilha
o tema. Além disso, disponibilizou
Nossa campanha propõe justamente que
como outros profissionais conduzem
uma
para
o consumidor saiba identificar sinais de
programas de gerenciamento de energia
esclarecer dúvidas por e-mail, telefone
que está tendo problemas energéticos,
e seus resultados. A nova página traz
ou presencialmente.
conheça suas causas e saiba corrigi-los
ainda ilustrações interativas que guiam
A
Fluke
equipe
lançou
de
campanha
profissionais
propõe
encontrar
Segundo a diretora-geral da Fluke
no
Brasil,
uma
torna-se
possível
tomar
A campanha de eficiência energética
informações
sobre
a tempo”, explica.
o consumidor pelas instalações para
os principais pontos de desperdício
Poliana afirma que a maioria das
checar locais com possível perdas de
de energia por meio do mapeamento
organizações não mede e monitora
energia.
Evento
22
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
CINASE chega ao Planalto Central: última etapa de 2015 foi um sucesso Terceira etapa de 2015 do Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) reuniu, na capital federal, cerca de 250 profissionais, que participaram das palestras e ainda testaram os conhecimentos adquiridos em workshop prático
Em
sua
23ª
edição,
o
Circuito
elétrico, passando por GTD, instalações
nível dos participantes presentes e pela
Nacional do Setor Elétrico (CINASE) foi
elétricas de média e baixa tensões.
alta qualidade do conteúdo apresentado
a Brasília pela segunda vez, em seis anos
Foi a vez da cidade de Brasília (DF)
pelos palestrantes. O auditório contou com
de existência, com a proposta de levar
receber o evento nos dias 11 e 12 de
a presença de cerca de 250 profissionais,
conhecimento técnico para os profissionais
novembro, no Parlamento Mundial da
entre engenheiros eletricistas, técnicos,
da região. Reformulado, desde a primeira
Fraternidade Ecumênica, o Parlamundi,
tecnólogos, executivos e estudantes.
etapa deste ano – realizada na cidade de
da Legião da Boa Vontade (LBV). Assim
Joinville (SC) – o evento busca abordar,
como identificado nas edições anteriores,
de 2015, “Uma viagem pelas instalações
tecnicamente, toda a cadeia do setor
também esta se destacou pelo elevado
elétricas”, o CINASE viajou as cidades com
Com o lema adotado para este ano
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
23
O diretor comercial da CEB, Mauricio Velloso, abriu o seminário falando sobre a visão da concessionária a respeito do cenário energético atual.
a proposta de proporcionar ao participante uma verdadeira imersão ao mundo das instalações elétricas, desde a geração de energia, passando pela transmissão e distribuição, até chegar à baixa tensão e, efetivamente, ao consumo da eletricidade. Assim, as palestras foram organizadas de modo a abordar diversas temáticas do ciclo da energia elétrica, como a dinâmica dos transformadores, a qualidade da energia, os painéis de média e baixa tensão, a eficiência energética na indústria, a proteção e o aterramento, a segurança do trabalho, as linhas elétricas e a iluminação. A abertura do evento deu-se com a palestra “O panorama energético sob o olhar da concessionária”, feita pelo diretor comercial da Companhia Energética de Brasília (CEB), Mauricio Velloso. Sua palestra abordou dados gerais da CEB, planejamento e resultados, assim como tratou de problemas estruturais encontrados na concessionária, novos contratos de concessão e o plano de transformação da empresa.
Em seguida, o colunista da revista O Setor Elétrico, o engenheiro
e especialista em instalações de média tensão Luiz Fernando Arruda, abordou o tema “Conceitos gerais de redes inteligentes – Smart Grid”, em que destacou as principais questões, funções, desafios, ganhos esperados e pontos de atenção sobre o tema. Segundo Arruda, novo integrante da equipe de especialistas que acompanha o CINASE, o evento é diferenciado por sua conotação itinerante e dá um conhecimento amplo de todo o segmento elétrico. “Fazer parte deste time de especialistas com este modelo de evento nos engrandece como profissionais e faz com que o evento cumpra a sua maior função,
Evento
24
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
CINASE virtual Também na etapa de Brasília, os participantes puderam contar com uma ferramenta interativa para auxiliá-los em sua programação. O aplicativo Luiz Fernando Arruda, consultor independente, especialista em medição e smart grid, novo tema incorporado à grade de palestras do CINASE.
que leva o nome do evento foi essencial para o sucesso do congresso, já que permitiu praticidade e maior interatividade
levar educação, conhecimento técnico
entre congressistas, palestrantes, organizadores e patrocinadores do evento.
para todas as regiões do Brasil, um país
continental”, avaliou.
conferir uma grande interação ao longo do evento, com destaque para as
perguntas e respostas, para as ações promocionais e para a rodada de negócios,
Um dos diferenciais do CINASE é a
Para o diretor do CINASE, Adolfo Vaiser, o aplicativo foi fundamental para
possibilidade de adequar temas à “viagem
ações que permitiram que os participantes se mantivessem conectados antes,
pelas instalações elétricas”. Para o diretor
durante e após o evento.
do evento, Adolfo Vaiser, o evento tem
uma espinha dorsal muito bem definida,
O APP CINASE está disponível gratuitamente nas lojas da Apple (iOS) ou do
Google (Android).
Fotos do congresso, debate, exposição e workshop do 23º Cinase, etapa Brasília.
Evento
26
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Cilmo Oliveira, da CAO Energia, encabeçou os debates sobre energia solar.
mas é possível remodelá-lo em função da região a ser realizado e das necessidades de aprendizado locais. “Em Joinville, por exemplo, levamos o tema eficiência energética, em Recife, discutimos energia eólica e em Brasília, evidenciamos o tema energia solar”, conta. A fonte solar fotovoltaica foi amplamente debatida pelos profissionais que participaram do evento a partir de uma explanação do engenheiro e professor Cilmo Oliveira, da empresa brasiliense CAO Energia.
Ao final do evento, este e os demais temas apresentados durante
todo o CINASE foram testados em um workshop prático orquestrado pelos coordenadores técnicos do evento, os engenheiros Jobson Modena e José Starosta.
Para este ano de 2016, o CINASE já está com destino certo:
passará pelas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. A previsão é de que os circuitos ocorram nos meses de abril, agosto e outubro, respectivamente, mas as datas poderão sofrer alterações no decorrer do ano. Acompanhe em www.cinase.com.br
Patrocinadores e apoiadores do XXII CINASE – etapa Brasília
Fascículos
Apoio
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANA Plinio Godoy
28
Capítulo XII – Plano mestre de iluminação urbana • Conceito • Objetivo • Planejamento • Exemplos
EQUIPAMENTOS PARA SUBESTAÇÕES DE T&D Sergio Feitoza Costa
38
Capítulo XII – Cálculos de engenharia em projetos de equipamentos para subestações • Validação dos cálculos de engenharia • Validação dos cálculos de temperatura • Validação dos cálculos de sobrepressões do arco interno • Conclusões
QUALIDADE NAS INSTALAÇÕES BT Edson Bittar Henriques Capítulo XII – Análise de partida de motores – Parte 2 • Exemplo de aplicação • Dados do transformador, motor e carga mecânica • Resultados
46
Apoio
Iluminação pública e urbana
28
Capítulo XII
Plano mestre de iluminação urbana Por Plinio Godoy*
Chegamos ao capítulo final do nosso curso sobre iluminação
pública e urbana. Quero aproveitar para contar um segredo: não existe iluminação pública. Tudo o que iluminamos em uma cidade é
Uma ferramenta poderosa: plano mestre de iluminação urbana
iluminação urbana.
decisões anteriores, que se relacionaram com decisões mais antigas,
O conceito de iluminação funcional e ambiente está ultrapassado.
Uma cidade, quando analisada de maneira imediata, é fruto de
O que temos, sim, é que estudar a cidade, as pessoas que usam esta
e assim sucessivamente.
cidade, como as pessoas usam esta cidade, as relações de vivência
e percepção dos espaços públicos no período noturno, para assim
cidade é interessante e demonstra uma visão de coerência,
desenvolver sistemas coerentes e harmônicos não somente com as
organização e, acima de tudo, planejamento, pois estamos
construções, mas sim com os momentos urbanos.
lidando com um complexo sistema que acontece em um
complexo ambiente, o sistema de iluminação urbana no
Então, fechando esta sequência de capítulos, abordaremos esse
assunto, a iluminação urbana.
A intenção de arrumar o sistema de iluminação desta
ambiente urbano.
Figura 1 – Mapa de sistemas – Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.
Apoio
29
Figura 2 – Imagem aproximada do Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.
A Figura 1 mostra o exemplo do sistema de iluminação urbana
uma série de ações e investimentos que podem ser desenvolvidos
desenvolvido para a cidade de Fortaleza, em que se pode perceber
em um período grande de tempo, de maneira regionalizada e
os vários sistemas entrelaçados.
sistêmica, objetivando a evolução do sistema atual para o sistema
desejado.
O planejamento deve ser estabelecido para dar sequência a
Apoio
Iluminação pública e urbana
30
O plano mestre é, assim, um conjunto de estudos por
• Desenvolvido
assuntos e por regiões, desenvolvido de maneira a criar as soluções não somente tecnológicas, mas também de
Um espaço público desenvolvido no seu aspecto da
planejamento e caminhos para onde a iluminação da cidade
iluminação é aquele que cria um ambiente produtivo, seguro,
pode ser desenvolvida, tendo, desse modo, um norte a ser
que incentive a economia e o turismo, que faça com que o
buscado.
cidadão se sinta cuidado e que o poder público tenha a intenção de investir de maneira correta, visando seus moradores e
O real objetivo de um plano mestre de iluminação
visitantes.
É fácil perceber uma cidade desenvolvida, quando a própria
cidade é vista, apreciada e convivida de maneira natural, quase
O resultado do plano mestre é composto por uma grande
ficando a iluminação despercebida, pois quando temos os
pesquisa junto à população para entender os anseios e desejos
sistemas funcionando bem, vemos a cidade, as construções, os
diante da realidade encontrada na cidade no período do
espaços.
desenvolvimento do plano.
Com esta análise, são desenvolvidas propostas e soluções
para os sistemas de iluminação: • Para transporte; • Para pedestres; • Para valorização; • De conexão.
O real objetivo de um plano mestre de iluminação será
sempre o cidadão. Assim, desenvolvemos as soluções para criar um ambiente noturno:
Figura 3 – Imagem aproximada do Plano Mestre de Iluminação de Fortaleza (CE) – Citylights.
• Seguro
Um ambiente urbano seguro é fruto de uma série de ações
do poder público, como iluminação, ações culturais, ações econômicas, segurança pública etc.
A iluminação pode auxiliar bastante na segurança, criando
um ambiente interessante para o uso noturno, porém, sozinha não pode resolver o problema. Se muita luz fosse suficiente para resolver a criminalidade, não teríamos problemas durante o dia.
que muitas vezes não consigamos identificá-los. • Social Trabalhamos com o conceito da “iluminação social”, ou seja, desenvolvemos as soluções buscando sempre os anseios da população.
As informações que colhemos para este desenvolvimento são
obtidas diretamente com vários vetores da sociedade, por meio de reuniões temáticas e coordenadas, buscando respostas às questões
• Coerente
não referentes à luz da cidade, mas sim quanto à sensação das
A coerência está na busca de soluções conectadas, intermodais,
A iluminação é percebida quando temos problemas, mesmo
que
possam
resolver
questões
múltiplas,
pessoas, à necessidade de conexão, de sentimentos de segurança e outras muitas questões inerentes ao uso da cidade.
minimizando investimentos e complementando soluções.
Com o advento de tecnologias digitais, os sistemas de
iluminação podem participar de soluções de comunicação digital muito importantes para alcançarmos as “cidades inteligentes”, o que por si só é assunto para um novo curso completo.
A base da implementação dos sistemas está na coerência
projetual, buscando minimizar intervenções e investimentos, criando sistemas escalonáveis e “à prova de futuro”.
Figura 4 – Pesquisa de iluminação social, em Vitória (ES) – Citylights.
Apoio
31
Figura 5 – Análise morfológica e social, em Vitória (ES) - Citylights
Apoio
Iluminação pública e urbana
32
• Ecológico
São desenvolvidos, também, os estudos de migração tecnológica,
analisando o sistema existente e o potencial de redução energética:
Todas as soluções que são desenvolvidas devem obedecer a um
princípio ecológico, pois os sistemas de iluminação criam impactos consideráveis nos ambientes urbanos, como a energia consumida, a poluição visual, a obediência dos usos e costumes da população e a
Migração tecnológica Elaborando assim os cálculos para todas as vias selecionadas, chegando a um sistema proposto estimado.
temporalidade urbana.
Figura 6 - Infografia do plano mestre de Vitória (ES) – Citylights.
Planejamento
Uma vez desenvolvidos os sistemas, um planejamento de inves
timentos por sistemas e por região deve ser desenvolvido, dando ao município as direções e as estimativas dos cronogramas e investimentos.
Figura 7 – Divisão regional e investimentos para o plano mestre de Vitória (ES) – Citylights.
Apoio
33
Apoio
Iluminação pública e urbana
34
A aplicação de sistemas digitais pode maximizar a redução energética por meio de sistemas autônomos ou de telegestão.
Tanto a migração tecnológica quanto os sistemas digitais a serem planejados são constantes assuntos discutidos nos municípios,
principalmente nos certames que visam a implementação de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Migração tecnológica Considerando sistema de Dimerização e Telegestão:
Conclusão
Figura 8 – Plano Mestre de Iluminação, em Fortaleza (CE) – Citylights
Apoio
35
Apoio
Iluminação pública e urbana
36
Figura 9 – Exemplo de solução com multiplataformas. Fonte: Schréder.
Pensando um passo à frente
soluções a serem adotadas.
multiplataformas, que utilizam a presença do ponto de luz
Quando uma cidade percebe que há a necessidade de
Um exemplo de novas tecnologias e soluções são as
“arrumar” a iluminação, estabelecer um sistema coerente,
para ampliar a sua utilização através de tecnologia digital.
planejando as ações e investimentos, quer por necessidade
Estabelecer a conexão tecnológica com os processos
de assumir a coordenação da iluminação ou desenvolver um
administrativos
plano de ações e objetivos visando a criação de um sistema de
planejamento deve considerar, pois com a multiplataforma,
valores para uma Parceria Público-Privada, temos no Plano
não somente estaremos nos relacionando com a luz, mas
Mestre de Iluminação Urbana a ferramenta certa.
também com outros sistemas, como segurança, serviços ao
público e tarifações.
Importante é entender que a qualidade da iluminação
relacionados
é
uma
questão
que
o
não está somente na quantidade de luz nas vias e calçadas.
Devemos perseguir este objetivo, estabelecendo uma
A cidade é um universo mutante, em desenvolvimento
relação produtiva entre o bom e o rentável, pois somente assim
constante, social e tridimensional, temporal, que é utilizada
conseguiremos criar processos projetuais e de investimentos
de diferentes maneiras em diferentes momentos.
sustentáveis.
A iluminação é uma ferramenta poderosa de coesão e desenvolvimento social e deve ser assim considerada, provendo muitos benefícios aos cidadãos.
De posse de um plano mestre, os administradores podem
estabelecer objetivos claros de sistemas, desenvolver soluções técnicas relacionadas, padrões de materiais e níveis de investimento.
Um plano mestre não adentra o projeto executivo, que
deve ser desenvolvido quando for a intenção de execução, pois as mudanças tecnológicas podem definir as melhores
* Plinio Godoy é engenheiro eletricista especializado em lighting design. É consultor e lighting designer sênior da CityLights. FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
37
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
38
Capítulo XII Cálculos de engenharia em projetos de equipamentos para subestações Por Sergio Feitoza Costa*
Este é o último capítulo desta série
capítulo anterior, falou-se sobre os cálculos
permanentes e transitórios de campos
iniciada em janeiro de 2015, em que foram
de elevação de temperatura em invólucros
elétricos e campos magnéticos.
apresentados conceitos de engenharia para
pela IEC 60890. Este último artigo abordará
projeto e especificação de equipamentos de
os cálculos de engenharia em projetos de
o equipamento e quanto mais elevadas são
subestações de transmissão e distribuição.
equipamentos para subestações.
as correntes e as tensões de operação, mais
O primeiro capítulo cobriu aspectos dos estudos do sistema elétrico que servem de
Introdução
base para as especificações técnicas dos
Quanto mais compacta é a instalação ou
difícil e oneroso é atender a esses requisitos. Muitos equipamentos e instalações são sobre dimensionados, em alguns aspectos e
equipamentos. O segundo cobriu conceitos
Mostramos nos capítulos anteriores
deficientes em outros devido às incertezas
sobre
e
que, no projeto de subestações e de seus
que podem ter os cálculos de projeto.
contatos elétricos. O terceiro artigo abordou
equipamentos de potência, tais como
Hoje em dia, podem-se utilizar métodos
as técnicas de ensaios de alta potência,
barramentos, painéis, equipamentos de
e ferramentas de cálculos, com base em
laboratórios de ensaios e principais ensaios.
manobra e similares, os requisitos principais
conceitos sólidos e técnicas de simulação
No quarto, cobriu-se o tema estudos
a atender são:
que resultam em projetos mais otimizados e
curtos-circuitos,
ampacidades
elétricos de sobretensões, coordenação de
econômicos.
isolamento e impactos de campos elétricos
• Prover condições para que as temperaturas
e magnéticos. No quinto capítulo da série,
de partes isolantes e condutoras não
primeiro lugar, saber que estes métodos
o tema abordado foi a recente brochura
ultrapassem certos limites, sem exagerar no
existem, entender suas possibilidades e
Cigré 602 sobre simulação de arcos. O sexto
uso de materiais;
ter treinamento adequado para aplicá-los.
falou sobre as especificações técnicas de
• A capacidade de suportar sobrepressões e
Este é um ponto fraco em muitas empresas
disjuntores, secionadores, painéis e para-
outros efeitos causados por arcos internos ou
na indústria elétrica brasileira. Da mesma
raios feitas por concessionárias de energia.
externos;
forma que, no Brasil, a educação é tratada
O sétimo descreveu sistemas de proteção
• Suportar as forças eletrodinâmicas que
historicamente sem a vontade política de
contra incêndios em subestações. O oitavo
podem danificar isoladores e barramentos
criar um Brasil bem preparado, na indústria
foi sobre elevação de temperatura com foco
durante curtos-circuitos;
elétrica o treinamento de equipes é muito
nas normas IEC 61439 (baixa tensão) e IEC
• Utilizar as mínimas distâncias dielétricas
limitado ou simplesmente não existe. Não é
62271-200 mais a futura IEC62271-307 para
que impeçam a ocorrência de falhas devido
uma questão de falta recursos e sim da falta
média tensão. O nono capítulo tratou de
a sobretensões;
de percepção gerencial de sua importância.
equipamentos para usos em locais especiais
• Atender aos requisitos mecânicos para
É comum encontrar empresários que dizem
(atmosferas explosivas, alta salinidade,
suportar a frequentes e elevadas solicitações;
que não vale a pena treinar um funcionário
poluição). O décimo abordou as novas
• Atender aos requisitos de compatibilidade
que depois de treinado vai procurar um
tecnologias para sistemas de até 145 kV. No
eletromagnética, levando em conta os efeitos
emprego no concorrente. O fato é que
Para fazer isso é necessário, em
Apoio
estamos ficando cada vez mais para trás na
nunca ficava pronto a tempo. Hoje, no meio
isolamento;
fila dos países desenvolvidos e também dos
de tantos escândalos de corrupção e tantas
• Cálculos de campos magnéticos, campos
países em desenvolvimento.
mostras de absoluta incompetência gerencial
elétricos e distancias, do ponto de vista
Nas décadas de 1980 e 1990, estávamos
pode-se entender o processo destrutivo
dielétrico, de segurança contra explosões,
evoluindo positivamente em capacitar a
que estava começando a ocorrer nos vários
incêndios e dos efeitos sobre a saúde;
indústria elétrica para voos maiores. Tanto
setores brasileiros, inclusive o elétrico, a
• Técnicas de ensaios de alta tensão (impulso,
os fabricantes como as concessionárias de
partir do início dos anos 2000. Está na hora
tensão AC, corona, RIV);
energia e os grandes usuários treinavam
de reconhecer estes erros, colocar de novo
• Técnicas de ensaios de alta potência
suas equipes e percebia-se um movimento
gente competente e bem-intencionada para
(interrupção em curto-circuito, elevação
ascendente nos conhecimentos e habilidades
gerir o setor e tentar voltar à rota positiva em
de temperatura, suportabilidade a forças
do setor. A inauguração de laboratórios de
que estávamos há 20 anos.
eletrodinâmicas);
ensaios por volta de 1980 dava sustentação
Voltando aos cálculos de engenharia,
• Conceitos e testes relacionados à redução
a este processo positivo. O sistema de
de uma forma geral, na concepção de um
do tempo de vida útil, suportabilidade de
normalização
o
projeto de subestação, ou dos equipamentos
materiais a condições limites;
movimento e evoluía. O governo federal
técnica
acompanhava
que a compõe, são necessários estudos e
• Técnicas de ventilação e resfriamento de
por meio da Eletrobras tinha envolvimento
cálculos passando pelos seguintes temas e
equipamentos sob altas cargas térmicas;
direto neste processo, agia e aplicava recursos
áreas de conhecimentos:
• Forças eletrodinâmicas e resistência
de forma competente.
A partir do início dos anos 2000, o
mecânica durante curtos-circuitos; • Estudos de fluxo de carga para definição
• Avaliação de tensões de restabelecimento
planejamento de médio e longo prazos, antes
das correntes e tensões de operação;
transitórias em processos de interrupção
bem executado e razoavelmente cumprido
• Estudos de curto-circuito para definição de
em disjuntores, chaves, fusíveis e outros
nas grandes obras, tornou-se não confiável.
correntes de falta e suas durações;
equipamentos de manobra;
A partir dali o que era planejado e orçado,
• Cálculos de transitórios de correntes e
• O bom conhecimento das especificações
acabava custando de três a cinco vezes mais e
tensões inclusive para a coordenação de
nas normas técnicas como as das séries IEC
39
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
40
a) Elevação de temperatura
62271, IEC 61439, IEC 60282, IEC 60076 e as
• Livro base de treinamento: http://www.
normas brasileiras correspondentes.
cognitor.com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf
• Documento de validação para arcos
são a referência de cálculo e são feitos
internos e forças eletrodinâmicas: http://
em equipamentos de baixas a extra
www.cognitor.com.br/TR_071_ENG_
alta tensões e os procedimentos para
Cálculos de engenharia de projeto e sua validação
Os ensaios de elevação de temperatura
ValidationSwitchgear.pdf
todos são mais ou menos os mesmos. O
Os cálculos necessários ao desenvolvi
• Documento de validação para campos
equipamento deve ser instalado em uma
mento de projetos, por serem difíceis de
magnéticos, campos elétricos e elevação de
sala livre de correntes de ar. Aplica-se a
validar, levam muitas vezes, ao uso de
temperatura:
corrente nominal até que as temperaturas
fatores de segurança elevados. A seguir
TR074ENGValidationTempRise.pdf
http://www.cognitor.com.br/
são apresentados alguns exemplos de
dos pontos medidos se estabilizem. As elevações de temperatura dos pontos
validação de cálculos e das metodologias
O primeiro passo para a validação dos
medidos não devem ultrapassar os limites
utilizadas. Tais exemplos foram baseados
cálculos é obter relatórios de ensaios com
ditados pelas propriedades dos elementos
no uso da ferramenta computacional
resultados e dados de entrada que possam ser
condutores e isolantes. Os limites são
SwitchgearDesign utilizada por alguns
utilizados nas comparações. Mesmo tendo
apresentados nas normas técnicas e, se
fabricantes
para
em mãos tais relatórios, a validação pode ser
excedidos, ocorre envelhecimento precoce
subestações. Há mais detalhes sobre a
de
compo nentes
difícil se o equipamento testado não estiver
do equipamento ou mesmo a destruição,
ferramenta e sobre suas aplicações nos
suficientemente identificado nos relatórios de
em curto prazo.
seguintes documentos e artigos que podem
ensaios por fotos, desenhos e medições. Isto é
ser baixados livremente na internet:
o que acontece em mais de 90% dos casos.
o valor da corrente elétrica, os materiais
Os dados que afetam os resultados são
Apoio
41
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
42
utilizados, as resistências de contato, a
– 1s de acordo com a IEC 62271-1. A pressão
critérios principais para serem aprovados
temperatura do fluido ambiente, a velocidade
interna é o fator mais relevante para que o
nos testes:
do fluido e a geometria dos condutores e
equipamento passe ou não no ensaio. O
componentes. As resistências de contato
alcance dos gases quentes também é decisivo,
(a) As portas não devem abrir ou dobrar
são uma variável conhecida, mas podem
porém difícil de avaliar por simulações.
permitindo que gases quentes saiam;
também ser estimadas em função da força de
A classificação de arco interno destina-se
(b) Os gases ejetados por partes de alívio de
contato, materiais e revestimentos. Há muitos
a oferecer um nível testado de proteção a
pressão não devem queimar indicadores de
detalhes sobre este tema na seção 3 do livro de
pessoas nas proximidades de um painel
algodão localizados perto das partes acessíveis.
treinamento “free” referenciado acima.
em que ocorra um arco interno. Os ensaios
Esses indicadores simulam a pele das pessoas
A validação da simulação é fácil
são aplicáveis a equipamentos de baixas a
nas imediações e podem ser queimados pela
porque, para a comprovação, é necessária
altas tensões. Para média tensão, o ensaio
reflexão de gases nas paredes e no teto.
apenas a medição da temperatura feita no
do tipo é definido na IEC 62271-200. Esta
teste de laboratório. Basta fazer, antes do
define uma classificação IAC (classificação
O critério "portas não devem abrir"
ensaio, a medição das resistências elétricas
de arco interno), tendo em conta os tipos de
significa que as forças devido à pressão
dos componentes e da geometria e depois
acessibilidade (frente, traseira e laterais) e os
interna e às tensões mecânicas em placas,
comparar os resultados dos testes com os da
efeitos dos gases e partículas ejetadas.
parafusos e outros não podem ir além de
simulação.
A simulação do ensaio de arco interno
certos limites dos materiais. Para as chapas
é uma tarefa complexa, pois envolve a
de aço, isso poderia significar que a tensão
necessidade de desenvolver não apenas um
(σ0,2) não deve ser superior a 1,270 N/mm2
Os conceitos e cálculos pertinentes
modelo competente de arco, mas também
para evitar uma deformação superior a 0,2%.
foram explicados no capítulo V (maio de
para trabalhar com dinâmica de fluidos no
2015). Nas tabelas a seguir, foram utilizados
nível de fluidos compressíveis. Do ponto de
de algodão" significa que as partículas
dados de um ensaio de arco interno bem-
vista de comparar os resultados dos testes
ejetadas (gases quentes) não podem chegar
sucedido em um painel de 15 kV – 31,5 kA
com os resultados da simulação, existem dois
aos mesmos e isso é difícil de simular. Há
b) Sobrepressões de arco interno
O critério "não queimar os indicadores
Apoio
técnicas 3D que dão uma ideia se uma certa
pressão (como feito para ondas de impulso
há orientações sobre como calcular forças e
solução tecnológica é melhor que outra.
em testes dielétricos);
tensões eletrodinâmicas. No documento IEC
Para permitir um uso prático de
✓ A integral de curva de sobrepressão
TR 60865-2 – Curto-circuito – Cálculo dos
simulações de arco interno, é necessário criar
x tempo ΔP x T (máx. 20 a 40 bar x
efeitos – Parte 2: Exemplos de cálculo – há
fatores de comparação que não dependam de
milissegundos).
exemplos úteis para verificar os resultados da
técnicas sofisticadas, como calcular as linhas
metodologia. A comparação exibida a seguir
de fluxo das partículas ejetadas.
c) Forças eletrodinâmicas em
é o estudo de caso lá mostrado nas páginas
Os dados de entrada para fazer os
isoladores e tensões mecânicas em
19 a 27 da IEC 60865-2 (1994).
cálculos são a tensão da fonte, a corrente de
condutores durante curtos-circuitos
Quando ocorre um curto-circuito em
curto-circuito, as resistências, as indutâncias
A validação dos cálculos e simulações
equipamentos elétricos consideráveis forças
e capacitâncias do circuito externo (para
deste tipo de teste é difícil de fazer.
mecânicas são aplicadas nos isoladores e
o modelo de arco), o condutor metálico,
Laboratórios não medem as forças durante o
condutores. A temperatura dos condutores
os materiais de fluido e geometria do
ensaio, pois é complicado e as normas não
aumenta muito, pois não há tempo para
compartimento e do dispositivo de alívio
pedem. O que é verificado após o ensaio é
dissipar a elevada quantidade de calor
de pressão. A geometria inclui a posição
apenas o estado físico dos equipamentos
oriunda do efeito Joule. Os objetivos do
dos tetos, paredes e indicadores de algodão.
e se não há danos. A boa aceitação destas
ensaio são os de verificar se após um
No software SwitchgearDesign aplicável
simulações é porque os métodos de cálculo
curto-circuito não há danos aos isoladores,
a painéis e barramentos são utilizados os
são publicados em vários manuais de
empenamento de barramentos, quebra de
seguintes parâmetros:
engenharia, como os da ABB, Siemens e são
peças ou significativa variação da resistência
considerados "comprovados pela prática" há
elétrica.
✓ O valor de pico do ΔP da sobrepressão
décadas.
Nos cálculos para projeto, as forças
(máximo de 70% até 90%);
Estes métodos deram origem à norma
são calculadas usando expressões como as
✓ O tempo para o pico de sobrepressão;
IEC 61117 – Um método para avaliar a
indicadas na seção 3 do livro de referência
✓ O tempo para 50% do valor do pico de
suportabilidade ao curto-circuito, em que
indicado anteriormente. Depois de calcular
43
Apoio
Equipamentos para subestações de T&D
44
as forças "elétricas", é necessário fazer o cálculo das forças de cisalhamento, os momentos de flexão e ter em conta as ressonâncias e outros efeitos.
Os cálculos visam obter o valor das
forças vibratórias agindo em isoladores (compressão, tração e flexão) e também as tensões mecânicas agindo nos condutores. As forças sobre os isoladores deverão ser inferiores aos limites especificados pelo fabricante do isolador, de outra forma, o isolador pode ser destruído. Estes valores normalmente aparecem nos catálogos do fabricante do isolador.
Tabela 1 - Ponto de medição na fase B (central) e elevações de temperatura (K)
Ensaio (K)
Simulação (K)
Conexão no condutor inicial # 2
72,4
75
Barramento no condutor # 3
84,0
82
(por exemplo, 200 N/mm2 para o cobre),
Conexão no condutor central # 4
83,5
84
caso contrário, o barramento sofrerá uma
Conexão no condutor final # 7 (ponto de curto-circuito)
66,6
74
Lateral do involucro a 50% da altura
30,2
30
Fluido interior próximo ao teto
Não medido
54
Fluido interior a meia altura
Não medido
47
Resistência total por fase = conexões + barras (μΩ)
Não medido
31 + 3x7
Resistência por fase das juntas (μΩ)
Não medido
3x7
As tensões mecânicas sobre os condutores
devem ficar abaixo de determinados limites
permanente e visível de flexão.
Os dados que afetam o teste e os resultados
de simulações são o valor da corrente de curto-circuito, os materiais envolvidos, a geometria de condutores e isoladores. d) Mapeamento dos campos magnéticos e elétricos para efeitos da solução de problemas de compatibi lidade eletromagnética e de distancias referentes a impactos sobre a saúde
Este tema está detalhado no capítulo IV
desta série (abril de 2015). O bom conhecimento dos campos magnéticos e elétricos dentro de ambiente com correntes elétricas cada vez maiores e espaços cada vez mais confinados permite resolver muitos problemas de compatibilidade eletromagnética.
Validação de cálculos de elevação de temperatura 3,1) Barramento 4000 A (480 V) – 3 x (150 x 10 ) mm – cobre – horizontal – sem ventilação Os dados de entrada detalhados são mostrados na figura a seguir e a comparação de resultados está na Tabela 1. 3,2) Painel de média tensão 15 kV – 2.500 A Os dados de entrada detalhados são mostrados na figura a seguir e a comparação de resultados está na Tabela 2.
Tabela 2 - Ponto de medição
Resultado do
Resultado da
ensaio (K)
simulação (K)
Conexão no condutor # 1 (ponto de curto-circuito)
47
332
Conexão no final do condutor # 3 (disjuntor -baixo)
57
54
Conexão no final do condutor # 4 (disjuntor -baixo)
64
66
Conexão no final do condutor # 5 (disjuntor - alto)
64
65
Conexão no final do condutor # 6 (disjuntor - alto)
52
53
Conexão no final do condutor # 7 (disjuntor - alto)
32
28
Porta do involucro - disjuntor
5
Fluido 50% altura – compartimento cabos
Não medido
Fluido 50% altura – compartimento disjuntor
Não medido
9
Fluido 50% altura – compartimento barras
15
15
Resistência total por fase (μΩ)
66 (sem 2x7)
80 (com 2x7)
Resistência do disjuntor por fase (μΩ)
Não medido
33
13
Apoio
Validação de cálculos de sobrepressões do arco interno
vez, graças à exposição permanente na
perceber a gravidade de nossos problemas
mídia, a maior parte da sociedade conseguiu
Trata-se do mesmo painel de média tensão mostrado anteriormente e a comparação de
éticos e morais na condução do país.
resultados está na Tabela 3. Tabela 3 - Parâmetros
Percebeu-se também que a escala de recursos Ensaio
Simulação
perdidos ou desviados que vai para o bolso
Corrente presumida kA ef e duração (s)
31,5 – 1s
de alguns poucos indevidamente é de bilhões
Assimetria da corrente
Asymmetric
de reais. São quantias que, se razoavelmente
Frequência (Hz)
50
bem aplicadas, poderiam fazer o Brasil
Volume do compartimento sob arco (m 3) x K ocupação
1,026 x 0,53 = 0,54
crescer muito e alcançar um novo e melhor
Área de alivio de sobrepressão (m2) x K grade
0,66 x 0,31 = 0,20
patamar em menos de uma década.
Tensão de arco (V ef)
530
567
Máxima sobrepressão acima da atmosférica ΔP (%)
52
52
Duração da sobrepressão (ms)
42
45
Integral da curva de pressão no tempo (bar*s*1000)
to calculate
13
Tempo para alcançar pico da pressão 100% ΔP (ms)
18
21
Tempo para retornar a 50% do pico da pressão ΔP (ms)
24~26
36
Ventilação
Não
Partes agindo como absorvedores de calor (grades)
Sim
Nos aspectos mais próximos dos grandes projetos de engenharia, quando isso acontecer, possivelmente não vamos mais ver plataformas de petróleo novas afundando, viadutos novos caindo antes de uma Copa do Mundo, barragens de resíduos de mineração destruindo o meio ambiente e a vida de centenas de milhares
Validação de forças eletrodinâmicas e tensões mecânicas (ensaio de correntes suportáveis de curta duração e de crista)
de pessoas em gigantescas regiões, e obras
concluídas. Talvez até mesmo venhamos a
Na Tabela 4 é mostrada a comparação entre as forças e tensões obtidas no exemplo da
norma IEC 60865-2 – páginas 19-27 (1994) barramento 16 kAef – 30,6 kA crista – e nos cálculos de simulação feitos com o software SwitchgearDesign. Por meio destes cálculos é possível evitar erros comuns de projetos que levam a insucessos durante os ensaios de correntes suportáveis de curta duração quando são utilizadas correntes maiores que 20 kAef.
de refinarias, hidrelétricas, transposição de rios que custam cinco vezes mais e não são ser vistos, aos nossos olhos e aos olhos do mundo, como um país sério.
A indústria elétrica precisa lidar com
o fato de que, nestas últimas duas décadas, acomodou-se em ficar reclamando dos
Tabela 4 - Parâmetros de comparação
Ensaio
Simulação
Máxima tensão mecânica σH (N/mm2)
24,7
25
Máxima tensão mecânica σT (N/mm2)
16,1
17
Máxima tensão mecânica total σH + σT (N/mm2)
40,8
42
Máxima força no isolador em compressão ou tensão (N)
-
15
Máxima força no isolador em flexão (N)
1606
1610
governos, mas sempre tentando se manter perto deles, e por isso perdeu muito em força, em independência e em competitividade. Um passo simples, mas que servirá de bom exemplo, é investir em capacitação e em adquirir conhecimentos para tomar o bom caminho. Em um país tão rico e com um
Comentários finais
produto, pela otimização de um projeto,
mercado potencial tão grande como o nosso,
são muito bem-vindos e tornam mais
isso vai dar mais resultados do que ficar
Quando se comparam os valores de
competitiva a indústria que consegue obtê-
apenas colocando toda a culpa nos impostos
cálculos e valores reais obtidos em ensaios,
los. Isso não é difícil de alcançar para os
e nos juros extorsivos que pagamos.
percebe-se que a diferença entre eles é
projetos que vemos no mercado nacional.
sempre inferior a algo da ordem de 15%.
Isso é excelente nas práticas de engenharia
em 2015 sobre projeto e especificação de
do dia a dia. Há bom espaço para projetistas
equipamentos de subestações de transmissão
razoavelmente preparados para usar as
e distribuição, gostaria de deixar alguns
técnicas mais modernas de cálculo, fazer
comentários para a indústria elétrica brasileira.
projetos mais otimizados e com uso de
fatores de segurança menores.
sair desta tempestade de problemas de
Projetos mais otimizados implicam
corrupção, problemas éticos e péssimo
menor uso de materiais e de menor custo.
gerenciamento por parte de seguidos
Ganhos de 5% a 10 % no custo final de um
governos. Isso vai acontecer porque, desta
Ao encerrar esta série de 12 fascículos
O Brasil, daqui a pouco, vai conseguir
*Sergio Feitoza Costa é engenheiro eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento sergiofeitoza@cognitor.com.br www.cognitor.com.br Fim Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
45
Apoio
Qualidade nas instalações BT
46
Capítulo XII Análise de partida de motores Parte 2 Por Edson Bittar Henriques*
Em continuação ao capítulo anterior, será abordado, neste artigo, um exemplo de aplicação.
Exemplo de aplicação
Apoio
Dados: Entrada do sistema: Ics = I curto 3f simétrico na barra 1 = 31,5 kA; X/R=17; Vn (barra 1) = 13,8kV Cabo primário (de barra 1 ao trafo): S=95 mm², 1 condutor/fase, R= 0,247ohm/ km e X=0,1450 ohm/km; L= 510 m Transformador: S = 2.000 kVA; Vprim = 13,8 kV; Vsec = 4,16 kV; Z = 4%; perda no Cu = 30 kW Cabo secundário do trafo ao painel QD: S = 185 mm²; 1 condutor/fase; R = 0,130 ohm/km e X =0,1180 ohm/km; L = 10 m Demanda do QD em regime permanente: S = 852,88 + j.413,07 kVA; Vn = 4,16 kV Nota: nesta demanda está inclusa a potência em regime do motor que estamos analisando a partida.
47
Apoio
Qualidade nas instalações BT
48
Cabo terminal do motor (do QD ao
Notas:
3.562 rpm (ou seja, Tc = 796,2 N.m a 3.562
motor):
1. Dados do motor acima foram obtidos da
rpm).
S=50 mm²; 1 condutor/fase; R = 0,495 ohm/
folha de dados do fabricante do motor;
km e X =0,144 ohm/km; L = 55 m
2. Curvas de conjugado (torque) do motor x
fornecido pelo fabricante do equipamento
rotação e I/In x rotação à Vnom fornecidas
(dado nominal), demais obtidos por
Motor que estamos analisando a
pelo fabricante do motor e reproduzida nas
cálculo, considerando curva de torque
partida:
plotagens dos resultados.
quadrático (parábola). Vide curva de Tc x
Pn = 400 kW; Vn = 4,16 kV; 3f; 60 Hz; de indução; In =65,66 A; fp nom = 0,89; η nom = 95%;
Curva da carga: um ponto da curva
w reproduzidas nas plotagens de resultados. Dados da carga mecânica acionada
Jc = 10,1 kg.m2 e rred = 1 (sem redutor,
na partida:
acoplamento direto)
Ip/In = 6; Tmax rot.bloqueado = 22s; Jm =
Aplicação: soprador centrífugo
7,44 kg.m2
Dado nominal: Pcn = 297 kW a Ncn =
Resultados
Apoio
49
Análise de resultados
A corrente no motor vai a um máximo
indicam que caem a um valor mínimo no
de 5,6 xIn no início da partida e vem caindo
início da partida e, a partir de 8,5 s, a tensão
Da curva de rotação x tempo observa-se
lentamente até 8,5 s, depois começa a cair
começa a subir (retornar), alcançando um
uma aceleração quase constante de até 8,5 s,
mais bruscamente até atingir um valor de
valor de regime em 10 s.
depois um pequeno aumento, atingindo a
regime em 10 s.
velocidade de regime em 10 s.
que precisam ser observados:
As curvas de tensões em cada barra
Segue uma análise de alguns parâmetros
Apoio
Qualidade nas instalações BT
50
Parâmetro
Calculado
Recomendado ou norma
Jc'/ J ref
Não aplicável
Indefinido,
Ok!
(Jref = J do item 8.2 da
(motor é de MT no caso)
motor é de MT.
Mas cuidado com motores de BT
Avaliação
(nota 1)
NBR 17094-1 para motores
(abaixo de 1000 V) acionando
até 1.000 V)
carga de torque quadrático, em geral, o ideal é não superior a 1.
ΔVmax barra B1 painel primário
0,37%
10%
Ok! (Bem baixa, ou seja, insignificante perturbação).
ΔVmax barra B2 painel secundário
6,5%
10%
Ok!
ΔVmax barra B3 motor
6,7%
10%
Ok!
Tempo partida/tempo máx.
10/22 = 0,45
≤ 0,8
Ok!
rotor bloqueado I2.t/I2.t máximo
(Nota 2) =1,142x106/[(6x65,66)2x22] =
<1
Ok!
Indefinido
Ok!
0,33 Δ Torque máx. no motor %
13%
Anexo 1 – Visão geral de modelagem (de outro caso de partida) e análise via pacote Simulink do software Matlab – simulação virtual de sistemas.
Apoio
Notas:
provocado pela partida de motores é
ABNT NBR 14039:2005 - Instalações
1. Muitas vezes, as normas não definem
um efeito colateral indesejado, porém,
Elétricas de Média Tensão de 1 kV a 36,2
os limites, no entanto, critérios de clientes
o limite pode ou não estar normalizado
kV - ABNT;
e de projeto com requisitos próprios
por norma oficial, depende do caso.
ABNT NBR 17094-1:2013 - Máquinas
podem solicitar;
A obra, sendo para o Brasil ou não,
Elétricas Girantes - motor de indução -
2. Há alguns artigos técnicos
a recomendação é verificar normas
parte 1 trifásico;
(referências) que recomendam que a
aplicáveis, requisitos do cliente e as
ABNT NBR 17094-2:2008 - Máquinas
relação tempo partida/tempo máximo de
características do sistema elétrico nas
Elétricas Girantes - motor de indução -
rotor bloqueado não seja superior a 0,8.
imediações.
parte 2 - monofásico;
Os trabalhos para a nova edição
IEC
da ABNT NBR 5410 estão em curso
Installations of buildings;
e os itens relacionados aos limites
NFPA70:2014 (National Electrical Code
de queda de tensão na partida ainda
- NEC);
serão
Manual de Motores Elétricos da Weg.
Conclusão
Apresentamos um método de análise
de partida direta de motor de indução e um exemplo, antevendo os impactos no sistema elétrico, partindo dos dados mais usuais disponíveis para os projetos. Há softwares importados comercializáveis contendo módulos prontos dedicados a estas análises, mas, se não há possibilidades possível
de
investimentos,
desenvolver
é
ferramentas
"caseiras" como a apresentada. Queda de tensão no sistema elétrico
vistos
–
encaminhei
alguns
60364-5-52:2009
-
Electrical
comentários/sugestões relacionados a eles para discutirmos nas reuniões da CE (comissão de estudos) desta norma.
Referências Electric Machinery
- Fitzgerald, A.E;
Kingsley Jr,Charles; Umas, S.D. - 6th Edition - McGraw Hill; ABNT NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão – ABNT;
*Edson Bittar Henriques é engenheiro eletricista pela Unesp – Ilha Solteira, é pós-graduado em Energia e Automação e proprietário da empresa de consultoria e engenharia Edson Bittar Henriques. www.projebh.com FIM Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
51
52
Reportagem Por Bruno Moreira
Os desafios para a expansão do mercado livre Projeto de lei que tramita no Congresso pretende diminuir as exigências para a migração do consumidor cativo ao ACL. Especialistas acreditam que, com as regras atuais, já é possível aumentar consideravelmente o mercado livre
53
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
C
unidade ou conjunto de unidades
comercializar suas “sobras de energia”
energia elétrica como se adquirisse
consumidoras
área
a preços livremente negociados. No
créditos para o celular ou sinal para
contígua ou de mesmo CNPJ, cuja
ACL, os consumidores podem escolher
televisão a cabo e internet. E ter a
carga seja maior ou igual a 500 kW
seus fornecedores, assim como o preço
liberdade de poder escolher de qual
(soma das demandas contratadas) e
a ser pago pela energia, mas até a
empresa obter eletricidade para iluminar
tensão mínima de 2,3 kV. No entanto,
publicação da resolução, as parcelas de
sua casa e acionar seus aparelhos
este consumidor pode contratar apenas
energia e potência não utilizadas por
eletroeletrônicos, assim como se possui
energia incentivada, que é a gerada
eles tinham que ser negociadas pela
atualmente, o direito de escolher a
partir de fontes solar, eólica, biomassa,
Câmara de Comercialização de Energia
operadora de telefonia, de internet e
e de Pequenas Centrais Hidrelétricas
Elétrica (CCEE), em uma espécie de
de TV a cabo. Este é o desejo de alguns
(PCHs), cuja potência injetada na rede
acerto de contas, no qual todo o
agentes do setor elétrico na busca pela
seja menor ou igual a 30 MW.
excedente era liquidado, com um preço
expansão do mercado livre de energia.
prefixado e determinado semanalmente
Nesse sentido, vale destacar o
para o ambiente de contratação livre
pela
projeto de Lei (PL) 1917/2015 de
sob nenhuma condição os demais tipos
Preço de Liquidação de Diferenças
autoria
Marcelo
de consumidores, tais como do grupo B,
(PLD). A modificação foi importante no
Squassoni (PRB/SP), Antonio Carlos
de baixa tensão, que apresentam tensão
sentido de estimular os consumidores
Mendes Thame (PSDB/SP), Rodrigo de
inferior a 2,3 kV. Estes são denominados
livres a fazerem contratos de longo
Castro (PSDB/MG), Augusto Carvalho
consumidores cativos e apenas podem
prazo,
(SD/DF), Odorico Monteiro (PT-CE) e
participar do ambiente de contratação
de empreendimentos destinados ao
Pedro Vilela (PSDB-AL), que dispõe
regulado (ACR), adquirindo sua energia
mercado livre.
sobre a portabilidade das contas de
por
luz, prevendo a redução escalonada
distribuição às quais estão ligados.
do mercado livre foi a criação da figura
das exigências para a migração de
Neste
não
do comercializador varejista, cuja função
consumidores cativos para o ambiente
compra energia, sendo esta adquirida
é gerenciar a energia e as demais
de contratação livre (ACL) até 2022. O
pela distribuidora que a repassa ao
responsabilidades dos consumidores
projeto de lei foi aprovado recentemente
usuário, cabendo ao consumidor pagar
especiais, atuando como uma espécie
na Comissão de Defesa do Consumidor
uma fatura de energia mensal, que inclui
de ponte entre o vendedor de energia
da
no
o serviço de distribuição, a geração
incentivada e os consumidores especi
momento está aguardando parecer da
da energia e as tarifas, reguladas pelo
ais. Tal operador foi elaborado para
Comissão de Minas e Energia (CME).
Governo.
facilitar a entrada no ACL de mais
Atualmente, podem participar do
Fazem
de
consumidores, principalmente empresas
mercado livre, ou seja, estão aptos a
consumidores que só podem ser cativos
de pequeno porte, que se mantinham
escolher seu fornecedor de energia,
os consumidores residenciais e rurais,
afastadas em razão da complexidade da
dois tipos de grupos de consumidores.
sobre os quais o projeto de lei que
operação e das regras para participar
O primeiro é composto por unidades
tramita no congresso teria fortes efeitos.
do mercado livre de energia.
consumidoras com carga maior ou igual
O projeto de lei talvez seja a
O diretor de regulação, tarifas e
a 3 MW atendidas em tensão maior ou
principal medida visando a expansão
mercado da empresa de consultoria
igual a 69 kV, em geral, consumidores
do mercado livre de energia, mas não
e gestão de energia Thymos Energia,
do subgrupo A3, A2 e A1, considerados
foi a primeira. Antes desta iniciativa,
Ricardo Savoia, vê o comercializador
de
onsumir, ou melhor, comprar
dos
Câmara
deputados
dos
Deputados
e
localizadas
em
Sob estas regras não podem migrar
meio
das
sistema,
parte
concessionárias o
consumidor
dos
tipos
de
própria
Câmara,
facilitando
o
o
chamado
financiamento
Outra iniciativa visando à expansão
Neste
tivemos outras, como a resolução nº
varejista como uma figura benéfica
grupo também são livres unidades
611/ 2014, da Agência Nacional de
para o mercado livre. Para ele, o
consumidoras instaladas após 7 de julho
Energia Elétrica (Aneel), que traçou as
comercializador
de 1995 com demanda maior ou igual a
regras para a cessão de excedentes
a burocracia, em termos de risco e
3 MW e atendidos em qualquer tensão.
de
tomada
Outro grupo que participa do ACL
Tratava-se de uma demanda antiga dos
certo dinamismo para o mercado de
é formado pelo consumidor especial:
consumidores livres a possibilidade de
despachos de processo no dia a dia, em
alta
e
média
tensão.
energia
e
potência
no
ACL.
de
varejista
posição,
melhora
trazendo
um
54
Reportagem
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
relação às documentações, garantias e
Para adequar o certame ao ambiente
Para ele, o consumidor livre já vem
outros aspectos envolvidos. Contudo,
de
apresentando ganhos nas negociações
segundo
fragmentaria
ele,
a
expectativa
sobre
contratação a
livre,
o
energia
governo
em
vários
bilaterais feitas no ACL, sendo necessária
o novo operador foi maior do que
produtos com prazos de contratos
a
efetivamente se concretizou, ficando
diferentes dos tradicionais 30 anos
ajustes. “Primeiro uma liberalização
limitado seu escopo de atuação a
praticados no ACR.
um pouco maior do mercado e uma
consumidores também acima de 500
O
da
maior discussão regulatória de quais
kW. “Basicamente, o comercializador
Associação
Grandes
mecanismos implementar para tornar
varejista ficou para a gestão dos
Consumidores Industrias de Energia
mais competitivo o preço no mercado
consumidores que já estão presentes no
e de Consumidores Livres (Abrace),
livre de energia”, avalia.
ACL”, explica.
Paulo Pedrosa, lamenta o veto da
Mesmo sem mudanças nas regras
A possibilidade de os agentes do
presidente da República e destaca
de portabilidade das contas de luz, é
mercado livre participarem de leilões
que “a participação voluntária dos
possível que o mercado livre cresça
de energia nova e de energia velha –
consumidores livres nos certames é
bastante, segundo Savoia. O diretor
restritos ao ambiente de contratação
um importante aprimoramento rumo
da Thymos recorda que a energia
regulada – também é uma demanda
ao
comercializada
antiga no sentido de fortalecer e
Contudo, segundo Pedrosa, o modelo
representa
aumentar o escopo de atuação do
necessitaria respeitar as características
demanda nacional, e que a projeção é
mercado livre de energia. Isso porque
básicas das indústrias. “Contratos com
de que, mesmo nas regras atuais, possa
agentes enxergam o envolvimento nos
15 ou 30 anos de duração são inviáveis”,
ser equivalente a 42% de tudo que é
certames como uma maneira de se obter
diz.
demandado
energia por um preço mais competitivo.
Sobre
expansão
ainda tem um mercado gigantesco para
No início de dezembro de 2015, a
de energia, o presidente da Abrace
crescer”, diz o consultor, destacando
promulgação da Lei 13.203, que entre
afirma que, na prática, até agora, os
que este acréscimo seria focado nos
outros objetivos, alterou a Lei 10.848, de
consumidores livres têm subsidiado os
consumidores de médio e pequeno
15 de março de 2004, que dispõe sobre
consumidores cativos nos certames,
portes, já que as indústrias de grande
a comercialização de energia elétrica,
“uma vez que os empreendedores
porte estão praticamente todas inseri
provocou um grande desapontamento
interessados
nos
projetos
tentam
das no mercado livre.
para quem esperava o aval do governo
compensar
as
menores
tarifas
neste sentido. Isso porque a presidente
possíveis para o ACR com a cobrança
renovável
Dilma Rousseff vetou a inclusão do
de valores mais elevados da parcela
incentivos promovidos pelo Governo
artigo 2º - C, que abria a possibilidade
dos empreendimentos destinadas ao
Federal
de participação de consumidores livres,
ambiente de livre contratação”.
maneira de aumentar a participação
com carga mínima de 20 MW, nos
Cético
do
de consumidores de médio e pequeno
leilões de energia nova, justificando que
Governo no mercado de compra e
portes no ACL. Isso porque estes
o dispositivo iria de encontro à lógica
venda de energia elétrica, o presidente
consumidores só podem migrar ao
de separação entre os ambientes de
da comercializadora independente de
mercado livre ao adquirir energia de
contratação livre e regulada.
energia Trade Energy, Walfrido Avila,
fontes
O governo pretende futuramente
afirma não se tratar de uma ideia
por fonte incentivada este consumidor
abrir os leilões para a participação
realizável misturar o ACL no Leilão de
não tinha oferta lá nos idos de 2005.
de consumidores livres de energia,
ACR. Segundo ele, o gerador nunca
Mas, ultimamente, a oferta de fonte
mas
própria,
conseguiria retaliar seu produto em
incentivada vem se ampliando e isso fez
composta por duas fases, em que
várias partes para atender aos interesses
com que aumentasse significativamente
a primeira seria destinada a vender
dos consumidores livres. O diretor de
o número de consumidores no mercado
energia ao mercado cativo e a segunda
regulação, tarifas e mercado da Thymos
livre. Hoje já existem 1.172 consumidores
ao mercado livre. As duas etapas
Energia vê a ideia do leilão como
que são livres e especiais”, declara.
ocorreriam
concomitantemente,
mas
interessante, inclusive já tendo sido
a
só
comercializada
pensada pela Thymos com a Associação
do mercado regulado elevar-se ainda
para os consumidores livres se o
Brasileira
de
mais nos próximos anos em razão da
empreendimento
pela
Energia (Abraceel). Contudo, de acordo
crise econômica fará com que o preço
venda não colocasse tudo no ACR.
com Savoia, talvez não seja necessária.
da energia no mercado livre de energia
com
energia
uma
dinâmica
seria
responsável
presidente-executivo Brasileira
aumento
os
da
de
competitividade”.
leilões
com
de
a
de
intervenção
Comercializadores
realização
de
alguns
no
pequenos
mercado
atualmente
livre
24,5%
nacionalmente.
da
“Então
Savoia vê na expansão da fonte de nos
energia, últimos
incentivadas.
graças anos,
“Para
aos uma
comprar
A possibilidade de a tarifa de energia
56
Reportagem
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
se torne mais atraente, impulsionando
as unidades consumidoras. Conforme
para o ACL. Como dito, para ele, ajustes
a migração de mais consumidores para
Avila, só seriam cadastradas as empresas
regulatórios importantes precisam ser
o ACL, segundo o diretor da Thymos.
comercializadoras que comprovassem
feitos para que se consiga em cerca
Savoia acredita que, em virtude da
ter condições para tal. “O mercado
de dez anos estar com o mercado
retração da atividade econômica, o
se organiza sozinho. Com todas as
livre bem estabelecido, funcionando
preço da energia no ACL se torne mais
outras mercadorias é assim, por que
corretamente, trazendo os ganhos em
vantajoso, de 20% a 30% mais rentáveis.
não é assim com a energia elétrica?”,
eficiência necessários e favorecendo o
“Em alguns casos até superior a isso”,
questiona, argumentando que o Brasil
crescimento, tendo em vista a expansão
afirma.
deveria seguir exemplos de países
gigantesca desse mercado.
A única modificação que o diretor
como Itália, Portugal e Alemanha, onde
Os ajustes pensados por Savoia
de regulação tarifas e mercado da
o mercado de energia é totalmente
devem
Thymos Energia acredita ser necessária
livre.
sentido de prover um ambiente em
no momento para incentivar a migração
Para o diretor da Thymos, a liberação
que o consumidor consiga entender
é diminuir o limite mínimo de potência
total do mercado é uma tendência,
como funciona a formação de sua tarifa
consumida de quem pode se tornar
contudo, tal liberalidade deve vir com
e no qual esteja apto a gerenciar o seu
livre dos atuais 500 kW para 300 kW.
uma série de ajustes. “Não adianta
consumo e consequentemente o valor
Posteriormente, de acordo com Savoia,
liberar o mercado se não há nada
pago pela energia consumida. Em
ser
aqueles
realizados
no
suma, implementar esforços no sentido de criar um consumidor mais ativo, que
“O mercado regulado nunca vai deixar de
estranhe cada vez menos um ambiente
existir. Ele é de fundamental importância
tarifa regulada. Neste sentido, o diretor
porque realmente dá lastro para o investidor
opção oferecida a instalações em baixa
fazer aquele tipo de investimento de
variação do valor da energia conforme
infraestrutura de geração”, garante o
talvez, essas discussões regulatórias
em que o consumo não esteja atrelado à da Thymos destaca a tarifa branca, tensão, que sinaliza aos consumidores a o dia e o horário do consumo. “Então,
diretor de regulação, tarifas e mercado da
no sentido de mudar os critérios de tarifação acabem permitindo a maior possibilidade de o consumidor reduzir
Thymos Energia, Ricardo Savoia.
seu custo, deslocando a ponta do sistema e não só favorecendo a si próprio como a distribuidora e o sistema
na medida em que se liberar cada vez
regulado”, afirma, argumentando que
agregado como um todo”, diz.
mais o mercado para consumidores de
neste contexto há o risco da liberalidade
Não
baixa tensão, pode-se pensar em outras
se transformar “em um tiro no pé”. A
mercado livre, Savoia crê que a energia
mudanças para que haja uma migração
abertura total do mercado de energia
deve continuar sendo regulada por
efetiva.
obstante
a
expansão
do
antes do tempo, segundo o consultor,
se tratar de um bem de todos. “De
Energy
pode trazer uma série de incertezas
certa maneira, cabe à União melhor
discorda e afirma que o mercado
e riscos, e inviabilizar basicamente o
gerenciar do que ao próprio ente
deveria estar liberado para todos desde
mercado.
privado”, declara. Na questão da forma
já. “Primeiro abre e depois organiza”,
A mudança tem que ser paulatina
de alavancagem dos recursos para se
diz Avila, para quem o Governo deve
e constante, segundo o diretor da
construir usinas é necessária a utilização
diminuir drasticamente sua intervenção
Thymos, para que se aumente cada
de leilões de energia regulados pelo
no mercado de energia. Após a liberação,
vez mais o número de consumidores
governo. “O mercado regulado nunca
segundo o presidente da Trade Energy,
participantes
livre.
vai deixar de existir. Ele é de fundamental
os agentes comercializadores seriam
Contudo, segundo ele, o país ainda não
importância porque realmente dá lastro
credenciados perante as distribuidoras
se encontra em um momento adequado
para o investidor fazer aquele tipo
locais, que continuariam sendo as
para que haja, por exemplo, uma quase
de investimento de infraestrutura de
responsáveis por levar a energia até
totalidade de consumidores migrando
geração”, garante Savoia.
O
presidente
da
Trade
do
mercado
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
De forma semelhante, pensa o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor Nivalde José de Castro, que é ainda mais veemente em sua defesa
do
mercado
regulado
de
energia e nas críticas à expansão total ao mercado livre. Para o professor, a proposta é tendenciosa e tem interesse eminentemente
comercial.
“As
comercializadoras só olham a parte dela e não para o todo”, afirma o docente. Além disso, Castro vê a proposta como impraticável. Ecoando as palavras de Savoia, o professor da UFRJ assevera que quem garante a expansão da oferta de energia no país é o mercado cativo. Conforme o coordenador, em um país em desenvolvimento, como o Brasil, um dos principais desafios para a concretização de grandes obras de infraestrutura, tal qual as de geração de energia elétrica, é o financiamento. Grosso modo, os empreendedores só obtêm dinheiro para a realização dos seus projetos de geração se garantirem que sua energia será consumida em longo prazo. A garantia, por sua vez, só é obtida dentro dos leilões do ambiente de contratação regulada e o financiamento, com condições mais favoráveis, só é afiançado, no Brasil, através dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o coordenador do Gesel,
caso o mercado fosse liberado totalmente para os consumidores residenciais, hoje cativos, iriam se beneficiar no curto prazo, comprando energia a um preço mais barato, calcado em uma oferta já existente. No entanto, em longo prazo, quando fosse necessária a expansão da geração, haveria um aumento do preço da energia, pois os empreendedores, inseridos
em
um
ambiente
de
contratação livre, teriam que buscar financiamento em bancos privados, com juros maiores e prazos de amortização bem menores para a construção de novos empreendimentos.
58
Cogeração
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Cogeração a biomassa Impacto da cogeração no planejamento elétrico das distribuidoras – O caso da CPFL Paulista das regiões Nordeste e Noroeste
S
Por Vagner Vasconcellos, Reinaldo Fachada, Stanley Tokuno e Danilo Ito*
médio da carga de 4% ao ano.
que estão associadas à importação de
Expansão de Energia 2023, elaborado
Com relação ao planejamento da
energia de outros países e geração
pela Empresa de Pesquisa Energética
expansão
nuclear.
(EPE), a previsão de carga de energia
do total da capacidade instalada de
para o Sistema Interligado Nacional (SIN)
geração no SIN, o maior percentual
possui previsão de aumento de 125 GW
no ano de 2018 é de 77.207 MWmed.
correspondente a 64% (ano base 2013)
em 2013 para 196 GW em 2023, com
A região Sudeste/Centro-Oeste será
está associado à geração hidráulica,
aumento significativo de participação
responsável por 58% desta carga, ou
seguida da geração térmica com 15%
das gerações localizadas nas regiões
46.056 MWmed. O estudo apresenta
de participação, biomassa + PCHs +
Norte e Nordeste na matriz energética
também a previsão de crescimento
eólicas com 14%, além das demais
nacional. Ainda com relação ao aumento
egundo dados do Plano Decenal de
da
geração,
atualmente,
A capacidade instalada de geração
59
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
e
indústrias
nas
áreas
mecânica,
alimentícia, têxtil, química, metalurgia e um crescente segmento agroindustrial. A
classe
residencial,
representada
por 26,4% das vendas de energia, é responsável por aproximadamente 38% da receita com as vendas de energia da empresa e está concentrada em grandes centros urbanos nas regiões de Campinas, Americana, Piracicaba, Ribeirão
Preto,
Carlos,
Bauru,
Bauru,
que
Araraquara, Marília,
São
Araçatuba,
apresentam
grande
densidade populacional e elevado nível socioeconômico. Conforme a Figura 1, o sistema elétrico da CPFL Paulista é formado por três regiões, com tensões de 34,5 kV até 138 kV e que são interligadas entre si: Sudeste, Noroeste e Nordeste. Outra
característica
da
área
de
concessão da CPFL Paulista é a enorme presença de áreas de cultivo de cana-deaçúcar e usinas termelétricas associadas a esta produção.
Atualmente, existem conectadas no
sistema de distribuição da CPFL Paulista, 53 usinas sucroalcooleiras cogerando energia com contrato de exportação. Deste total, 45 usinas estão conectadas no sistema de distribuição de alta tensão O setor industrial, que responde por
e 42 localizadas nas regiões de operação
da capacidade de geração, 1.736 MW
correspondem à biomassa (expansão do
mais de 43% das vendas de energia, é
Nordeste e Noroeste da empresa.
setor sucroalcooleiro) e destes 1.112 MW
constituído por um parque moderno e
Esta geração a biomassa causa
localizados na região Sudeste / Centro-
altamente diversificado que concentra
impacto
Oeste. O Governo Federal vem adotando
parcela
produção
seja no período de safra (de abril
uma série de incentivos para ao aumento
brasileira nas áreas de papel e papelão
a novembro), seja no período de
considerável
da
no
desempenho
da participação da bioeletricidade na matriz energética. A CPFL Paulista atua no interior do estado de São Paulo, onde atende 234 municípios de grande relevância no
cenário
econômico
nacional,
distribuindo energia a uma população de aproximadamente 9 milhões de habitantes. Seu mercado é constituído por aproximadamente quatro milhões de clientes, com destaque para as classes residencial e industrial que, juntas, respondem por quase 70% das vendas de energia.
Figura 1 – Área de concessão da CPFL Paulista e regiões de operação.
da
rede,
60
Cogeração
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Figura 2 – Sistema de distribuição de alta tensão da região Nordeste da CPFL Paulista e usinas a biomassa na região.
Procedimento de acesso ao sistema de distribuição
entressafra (de dezembro a março). As usinas com previsão de conexão para os
O acesso ao sistema de distribuição
apresenta duas etapas: a consulta de acesso e a solicitação de acesso.
anos de 2015 a 2019 estão localizadas
A Tabela 1 apresenta, por tipo de acessante, as etapas a serem
ao
mesmos sistemas onde se encontram a
abrangendo as demais instalações
cumpridas
maior parte das usinas em atual operação.
de transmissão – DITs) é definido no
acesso, com destaque para as centrais
Esses novos empreendimentos totalizam
Módulo 3 – Acesso ao Sistema de
geradoras.
um incremento de aproximadamente 500
Distribuição, que é parte integrante
MW de exportação contratada frente aos
do
Procedimentos
de
1.500 MW já em contrato no sistema da
de
Energia
Sistema
sendo indicado neste momento a
empresa.
Elétrico Nacional (Prodist), aprovado
alternativa de conexão ao sistema da
A região Nordeste da CPFL Paulista
pela Agência Nacional de Energia
distribuidora. Conforme disposto no
possui como fontes da Rede Básica
Elétrica (Aneel) através da Resolução
Módulo 3 do Prodist, a definição da
as
Normativa n° 345, de 16/12/2008.
alternativa a ser indicada nos estudos
Araraquara
da
440/138
ISA-CTEEP kV
e
de
Ribeirão
Preto 440/138 kV, além da subestação
sistema
de
de
(não
O
Noroeste da CPFL Paulista, ou seja, nos
subestações
procedimento
acesso
principalmente nas regiões Nordeste e
distribuição
de
Elétrica
Distribuição no
procedimentos
Para centrais geradoras, a consulta acesso
é
etapa
obrigatória,
ETAPAS A CUMPRIR ACESSANTE
sistema da região a UHE Porto Colômbia
Consulta
Informação
Solicitação
Parecer de
de acesso
de acesso
de acesso
acesso
Consumidor Especial
Opcionais
Necessárias
Moraes (conectada em 345 kV e 138 kV).
Consumidor Livre
Opcionais
Necessárias
As subestações da CPFL nessas regiões
Central geradora – Registro
Opcionais
Necessárias
são atendidas através de linhas de 138 kV
Central geradora –
Necessárias
Necessárias
e 69 kV, que derivam destas subestações
Autorização
de fronteira com a Rede Básica. A região
Central geradora –
possui 28 usinas a biomassa conectadas
Concessão
no sistema de distribuição de alta tensão
Outra distribuidora de
e possui como principais centros de
energia
(conectada em 138 kV) e Mascarenhas de
carga as regiões de Araraquara, Ribeirão Preto, Barretos, Franca e São Carlos.
de
Tabela 1 – Etapas a serem cumpridas pelos diversos acessantes
Mascarenhas de Moraes 345/138 kV de Furnas. Também estão conectadas no
nos
Agente importador/ exportador de energia
Procedimento definido no edital de licitação Necessárias
Necessárias
Necessárias
Necessárias
62
Cogeração
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
de acesso deve considerar o critério
exportação de energia para o sistema
Paulista, o sistema de 138 kV e 69 kV
de menor custo global.
de distribuição e transmissão e, devido
é representado em sua totalidade na
ao cenário atual, estão lançando mão
base de dados de estudos elétricos do
de suas capacidades de expansão.
SIN, apresentando particularidade em
C ondições Em
de acesso
setembro
de
2012,
foram
Um
desafio
corresponde
à
função da existência dos geradores a
publicadas pela Aneel as resoluções
integração destas usinas no sistema
biomassa existentes na região.
506 e 507, em que segundo o
elétrico de distribuição e transmissão
Estas condições se refletem nas
próprio texto da resolução, havia a
das concessionárias. A conexão dessas
demandas observadas nas fronteiras
"necessidade de aprimoramento dos
usinas causa impacto nos processos de
do sistema de distribuição com a Rede
regulamentos relativos ao acesso ao
planejamento da expansão e operação
Básica, elevando de três patamares de
sistema de distribuição, por meio da
das
carga (carga pesada, média e leve),
conexão a instalações de propriedade
muitas
de
normalmente definidos para estudos
de distribuidora, de modo a promover
alterações no plano de obras definidos
de planejamento da expansão do
a consolidação e a revisão dos critérios
anteriormente pelas empresas.
sistema elétrico, para seis cenários
concessionárias, vezes
a
provocando
necessidade
em função dos períodos de safra e
a serem seguidos pelos agentes que
R epresentação
solicitam o referido acesso, assim como
entressafra.
da carga
A Figura 3 apresenta as demandas
acessada". A resolução 506 da Aneel
os estudos elétricos no SIN é realizada
totais observadas pela Rede Básica
alterou as condições estabelecidas
pelas
para cada patamar de carga e nos
de acesso ao sistema de distribuição
Módulo 5 dos Procedimento de Rede
períodos de safra e entressafra.
e a resolução 507 "estabeleceu as
– Consolidação da previsão da carga.
condições gerais de contratação do
O detalhamento de representação
demandas de potência, com redução
acesso, compreendendo o uso e a
do sistema elétrico, bem como da
da potência ativa e elevação da
conexão, aos sistemas de transmissão
respectiva representação da carga,
potência reativa no período de safra.
de energia elétrica".
ocorre na maioria dos casos até a
Foi estabelecido que, quando a
fronteira
entre
sazonalidade leva a cenários distintos e
conexão da central geradora se der
o sistema de distribuição de alta
extremos de tensões e carregamentos.
em instalações de propriedade da
tensão e o sistema de distribuição de
Especificamente na região Nordeste
distribuidora
superior
média tensão. Entretanto, as análises
da CPFL Paulista, durante o período
a 69 kV, a elaboração do parecer de
referentes ao sistema de distribuição
de safra, a geração das usinas de
acesso pela distribuidora acessada
de alta tensão são de responsabilidade
biomassa
deve contar com a coordenação do
das distribuidoras. No caso da CPFL
associada a elevados despachos da
com
tensão
A representação das cargas para
pela distribuidora de energia elétrica
distribuidoras
de
conforme
transformação
o
Podemos observar o impacto nas
No sistema da CPFL Paulista, esta
existentes
na
região,
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de modo a avaliar de forma sistêmica os acessos pretendidos e promover interação entre possíveis agentes afetados.
Impacto da cogeração no sistema de transmissão Conforme
dados
apresentados
anteriormente, o interior do estado de São Paulo, área de concessão da CPFL Paulista, apresenta forte concentração das usinas a biomassa, com diversas plantas já em operação, gerando energia
elétrica
para
o
consumo
próprio e exportação do excedente. Grande parte dessas usinas possui capacidade
de
expansão
desta
Figura 3 – Gráfico de demanda total da CPFL Paulista – período de safra e entressafra.
63
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Usina de Porto Colômbia de Furnas
Usina de Porto Colômbia conectada
acessante e acessada, as regras de
(324 MW), cujo despacho é realizado
no mesmo sistema), estando vinculado
participação financeira em se tratando
centralizadamente pelo ONS, pro
aos
e
de central geradora e a forma de
vo ca
carregamento
provocando grandes variações nos
conexão, podendo ser por conexão a
das linhas de 138 kV e elevação no
montantes de geração mesmo no
barramento de subestação existente,
perfil de tensão no barramento das
período de safra.
conexão por derivação de linha ou
subestações,
Esta
elevação
no
principalmente
no
seus
processos
condição
é
produtivos
refletida
na
conexão por seccionamento de linha.
condição operativa do sistema de
No período de entressafra, com
distribuição de alta tensão, levando
Demais Instalações de Transmissão
as
muitas
de
(DITs) são definidos na resolução Aneel
caracterizadas como carga, com suas
obras em função destes cenários.
068 de 2004, sendo determinada
respectivas
energia
Pela demanda elevada, esses novos
a conexão de centrais geradoras a
necessárias para manutenção de seus
empreendimentos serão conectados
partir de seccionamento de linha ou
processos
observada
ao sistema de transmissão da CPFL
barramento de subestações existentes.
a redução do perfil de tensão na
Paulista e, para atender a todos os
região e carregamentos elevados em
requisitos técnicos, essa conexão será
comumente analisadas para conexão
determinadas linhas do sistema de
feita por meio de seccionamento de
de usinas a biomassa nas DITs e/ou no
distribuição de 138 kV que não neces
circuitos.
sistema de distribuição de alta tensão.
patamar de carga leve. usinas
de
biomassa
demandas produtivos,
na de
é
região
vezes
à
necessidade
sariamente correspondem aos mesmos pontos observados no período da safra.
A
sistema de transmissão da
Devemos observar que o despacho
destas
usinas
a
biomassa
não
é
Os procedimentos para acesso às
A Figura 4 apresenta as alternativas
No caso de conexão em barramento
de subestação da distribuidora, é
conexão das novas usinas no
CPFL
considerada a conexão através de ramal de propriedade do acessante
P aulista
realizado centralizadamente pelo ONS
A
as
em circuito duplo com instalação de
(apesar do despacho centralizado da
instalações de responsabilidade do
dois bays de linha na subestação da
resolução
506
define
64
Cogeração
64
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Figura 4 – Alternativas de conexão no sistema de distribuição de alta tensão e DITs.
distribuidora para atendimento ao
de derivação de linha é condicionada
nas DITs, exige a configuração da
critério de contingência simples de
ao estudo de proteção que realiza
subestação
linha e equivalência às alternativas
a
destas
barra dupla a quatro chaves. Esta
de
linha.
conexões no sistema de proteção
condição leva a custo superior quando
Nesta condição, os bays de linha
(infeed). A conexão em barramentos
comparado
implementados são incorporados à
de
pela distribuidora de barra principal
acessada, sem ônus.
conectada em derivação de linha
e
associada ao seccionamento de linha
seccionamento
de
avaliação
dos
subestação
impactos
de
distribuição
transferência.
padrão Outra
do
tipo
adotado questão
apresenta
a
podendo
levar
de
corresponde ao aumento na extensão
e configurações das subestações de
alteração na conexão da subestação
das linhas existentes, normalmente
distribuição
para
compostas
implantadas
existentes, em
comumente
terrenos
de
que
dimensões reduzidas, com a instalação
da
dos
à
necessidade
seccionamento representaria subestação
restrição,
ao
conexão
conexão, referem-se às características
Restrições observadas neste tipo de
mesma
já
de
de a
com
linha,
o
reconstrução mudança
na
em
linhas
em
circuito
duplo, provocando o desequilíbrio no carregamento dos circuitos e mudança nas condições operativas do sistema.
potência
configuração de barra simples para
e muitas vezes em áreas urbanas,
barra principal e transferência. Esta
dificultando a ampliação para conexão
alternativa pode ocasionar também a
mento,
dos bays das usinas. Entretanto, esta
necessidade de obras na linha tronco,
subestação da usina ao sistema da
alternativa
transformadores
de
Também em caso de secciona a
linha
que
interliga
a
normalmente
indicando o recondutoramento ou
distribuidora, assim como os bays
o menor índice de perdas em função
reconstrução de longas extensões,
de linha da usina e barramento da
da conexão a barramentos de carga,
estando
subestação farão parte da linha de
reduzindo o montante de exportação
associado ao término destas obras.
conexão, sendo incorporados pela
que flui no sistema.
distribuidora.
para conexões das usinas a biomassa
apresenta
A alternativa de conexão através
o
início
de
exportação
O seccionamento de linha, definido
O módulo de infraestrutura geral da
65
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
subestação seccionadora (conjunto de
500/138 kV e transformador defasador
reflexão a respeito dos custos das obras
equipamentos, materiais e serviços de
345/138 kV em Porto Colômbia”.
de conexão no SDAT que são imputadas
infraestrutura comuns à subestação, tais
A alternativa citada corresponde,
à distribuidora e que podem elevar a
como terreno, cercas, terraplenagem,
na Rede Básica, a uma nova fonte
tarifa final a todos os clientes segundo
drenagem,
a regulação atual.
embritamento,
denominada Morro Agudo 500/138kV,
pavimentação, arruamento, iluminação
com conexão no sistema da CPFL
do pátio, proteção contra incêndio,
Paulista e necessidade de reconstrução
abastecimento
de
de 71 km de linhas, construção de
esgoto, malha de terra e cabos para-
40 km de novas linhas, lançamento
(1) ANEEL – Agência Nacional de Energia
raios, canaletas principais, edificações,
de 65 km de novos circuitos, além
Elétrica. Legislação Básica. Disponível
serviço auxiliar, área industrial e caixa
de adequações em oito subestações
em: <http://www.aneel.gov.br/>.
separadora
existentes, além da instalação de um
(2) ANEEL - PRODIST - Procedimentos
grama,
de
de
água,
óleo),
redes
barramentos,
Referências
transformador defasador 345/138 kV
de Distribuição. Disponível em: <http://
instalações decorrentes de adequações
na SE Porto Colômbia (Furnas).
www.aneel.gov.br/>.
dos
A
(3) ONS - Procedimentos de Rede.
entradas
da
linha
sistemas
seccionada,
de
e
telecomunicação,
proposta
do
transformador
proteção, comando e controle dos
defasador na fronteira com a Rede
Disponível
terminais da linha seccionada e o
Básica foi determinante na definição
br/>.
módulo de conexão da usina, deverão
da alternativa em função da geração
(4) EPE - Empresa de Pesquisa Energética.
ser
a biomassa existente na região, pois
Relatório
distribuidora.
ocasionou
(Reavaliação
Porém, a separação física dos
técnicas no sistema no período de
ativos
safra e suprimento da demanda reativa
do
incorporados,
sem
elétricos
acessante
nas
ônus,
pela
instalações
apresenta
diversas
restrições ainda não discutidas e
a
redução
das
perdas
necessária para controle de tensão na região.
em:
<http://www.ons.org.
"EPE-DEE-RE-124_2012-rev1 atendimento
à
Este trabalho foi originalmente apresentado durante o XXIII Seminário Nacional de Produção
definidas pela legislação em vigor.
e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE),
Conclusões
Isto implica em restrições no acesso e
realizado entre os dias 18 e 21 de outubro de
expansão do sistema de distribuição
Em um curto espaço de tempo,
de alta tensão considerando estas
a
novas instalações.
biomassa terá um papel ainda mais
*Danilo Eiji Ito é engenheiro eletricista,
Considerando
as
geração
de
energia
2015, na cidade de Foz do Iguaçu (PR).
utilizando
de
relevante na composição da matriz
com MBA em Finanças Corporativas pela
acesso apresentadas, cujas condições
energética brasileira. Vários fatores
Fundação Getulio Vargas (FGV). Atualmente,
direcionam os empreendimentos para
conduzem a esse cenário: expansão do
é coordenador de planejamento elétrico da
conexão no sistema de distribuição
mercado sucroalcooleiro, incentivos à
transmissão no Grupo CPFL Energia.
de alta tensão, associadas ao elevado
cogeração e o risco de racionamento
Vagner Vasconcellos é engenheiro eletricista,
potencial
ampliação
que poderá elevar muito o preço da
com mestrado em Sistemas de Potência e
das usinas existentes e instalação de
energia. Essa expansão já pode ser
doutorando em Sistemas de Potência pela
novas usinas, o montante de obras
sentida por algumas distribuidoras de
Escola Politécnica da USP. Atualmente, é
necessárias para viabilizar a conexão
energia, principalmente no estado de
engenheiro de planejamento elétrico da
no sistema de distribuição de alta
São Paulo.
transmissão do Grupo CPFL Energia.
tensão provoca grande impacto no
A forma de conexão das novas
Stanley Eidi Tokuno é engenheiro eletricista,
cronograma
usinas, o montante exportado e a
com especialização em gestão de ativos
distribuidora.
distância dos principais centros de
do setor elétrico, e aluno de mestrado em
Como exemplo desta condição,
carga da empresa indicam uma forte
sistemas de potência na Poli-USP. Atualmente,
temos o estudo realizado sob coorde
tendência de aumento dos custos das
é engenheiro de planejamento elétrico da
nação Empresa de Pesquisa Energética
obras de conexão no SDAT da CPFL
transmissão no Grupo CPFL Energia.
(EPE), que analisou alternativas de
Paulista.
Reinaldo de Freitas Fachada é engenheiro
reforço de suprimento para a região
eletricista, com especialização em Sistemas
Nordeste da CPFL Paulista. Neste
a biomassa é uma alternativa técnica e
Elétricos e em Gestão Estratégica de
estudo,
obra
economicamente viável para a expansão
Empresas. Atualmente, é engenheiro
estrutural para atendimento à região, a
do atendimento das cargas, sobretudo,
especialista de planejamento elétrico da
alternativa denominada “Morro Agudo
no estado de São Paulo. Porém, vale a
transmissão no Grupo CPFL Energia.
existente
foi
de
condições
região
nordeste da CPFL Paulista) final", 2013.
de
investimentos
definida
como
da
Não há dúvidas de que a geração
66
Pesquisa - Instrumentos de teste e medição
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Mercado de equipamentos para teste e medição Desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta de confiança dos investidores puxam mercado de equipamentos para teste e medição para baixo. Mesmo assim, setor está confiante e espera fechar o ano com crescimento médio do mercado como um todo de 4%
67
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
2015 não foi um dos melhores anos para os brasileiros, fato que
elevadas tarifas de energia elétrica.
é sentido por praticamente todos os setores da economia nacional.
Confira, nas páginas a seguir, gráficos detalhados com
Não é diferente com o segmento de teste e medição. Fabricantes
informações de mercado e, na sequência, tabelas com mais dados
e distribuidores destes produtos apontam a desaceleração da
sobre as empresas que participaram da pesquisa, como serviços
economia, a desvalorização da moeda brasileira e a falta de
oferecidos, certificações conquistadas, produtos comercializados
confiança dos investidores como os grandes responsáveis pelos
e informações de contato.
modestos números apresentados por este nicho de mercado.
Esses fatores teriam prejudicado o desempenho deste setor,
Números do mercado de equipamentos para testes
que projetou fechar o ano de 2015 com crescimento médio de
e medição
apenas 4% na comparação com o ano anterior. Por outro lado, na pesquisa realizada no ano passado, este mesmo segmento imaginou que o crescimento médio das empresas ficasse em torno de 11% para 2014, previsão confirmada neste ano. As empresas declararam ter crescido a uma média de 11% em 2014 com relação ao ano anterior. E, para 2015, pretendem incrementar em 8% seus resultados. Já a previsão de contratação de funcionários e colaboradores é de apenas 3%.
Esta pesquisa foi realizada com a participação de 52 empresas,
Assim como registrado em 2014 e em 2013, também na
pesquisa deste ano, o segmento industrial é o principal cliente deste mercado. 87% das empresas apontaram a indústria como líder das vendas deste mercado. Os segmentos comercial e de montadores de painéis estão na sequência, citados por 56% e 54% das pesquisadas, respectivamente. Principais segmentos de atuação
fabricantes e distribuidores de equipamentos de testes e medição, as quais apontaram a indústria como principal compradora de seus Industrial
produtos. 87% das pesquisadas indicaram o segmento industrial
87%
como principal mercado de atuação. Para a concretização das vendas, o principal meio empregado é através da venda direta ao
56%
cliente final (canal apontado por 77% das empresas). Em seguida, aparecem as vendas via distribuidores ou atacadistas.
54%
Entre os principais produtos comercializados, destaque para:
52%
medidor de harmônicas e medidor de energia ativa, sendo estes procura por produtos que prezam pela qualidade da energia elétrica, o que pode indicar um aumento do interesse das indústrias em manter as medições apuradas e evitar, a todo custo, o desperdício de energia elétrica (que também é pago), principalmente, diante de
Montadores de painéis Distribuidoras de energia elétrica
medidor de qualidade de energia, medidor de fator de potência, os equipamentos mais citados pelas empresas. Observa-se uma
Comercial
27%
Residencial
Pesquisa - Instrumentos de teste e medição
68
As vendas acontecem, em sua maioria, diretamente aos
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
A maior parte dos produtos (89%) é destinada ao mercado
clientes finais, segundo afirmaram 77% dos pesquisados,
interno. Apenas 11%, em média, é direcionado à exportação,
índice bastante próximo ao registrado na pesquisa do ano
conforme apontaram as 52 empresas pesquisadas.
passado, de 82%. Principais produtos comercializados pelas empresas Principais canais de vendas
Medidores de
77% 56% 52%
15%
Venda direta ao cliente final
Distribuidores / Atacadistas
63% 62% 62%
Revendas / Varejistas
Internet
25% 15%
67% qualidade de energia Medidores de fator 65% de potência Medidores de 63% harmônicas Medidores de energia ativa Medidores de energia reativa Amperímetros
56% Voltímetros 52% Medidores de demanda
Outros Telemarketing
Multímetros
52% 48% Medidores de temperatura 44% Frequencímetros 40% Medidor de resistência de aterramento
Com relação às certificações ISO, destaque para a
37% 35%
elevação do índice de empresas que afirmaram possuir a ISO 14001 (de gestão ambiental). Se, no ano passado, 16% das pesquisadas disseram ter a certificação, este número subiu
33% 33%
para 25% neste ano. Já a adesão à ISO 9001 permaneceu praticamente inalterada, passando de 53% em 2014 para 54% neste ano.
31% 29%
Certificações ISO
17%
Calibradores e padrões Megômetro Transdutores Osciloscópio
Luxímetro Equipamento de aquisição de dados
Pinças
14.001 (ambiental)
25%
9001 (qualidade)
54%
A maior parte dos produtos (89%) é destinada ao mercado
interno. Apenas 11%, em média, é direcionado à exportação, conforme apontaram as 52 empresas pesquisadas destino final dos produtos
Lideram a lista dos produtos mais comercializados (mais
citados pelas empresas) o medidor de qualidade de energia,
11%
Exportação
o medidor de fator de potência, o medidor de harmônicas e o medidor de energia ativa. Em seguida, aparecem outros medidores, como medidor de energia reativa, amperímetro, voltímetro e outros. Na pesquisa de 2014, esta lista esteve encabeçada pelos medidores de energia ativa e de energia reativa e pelos amperímetros.
89%
Mercado nacional
Pesquisa - Instrumentos de teste e medição
70
Esta pesquisa contou com a participação de fabricantes e
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Na pesquisa com este segmento realizada no ano passado,
distribuidores de todos os portes, no entanto, pode-se afirmar
as empresas projetaram crescimento médio de 11% para 2014,
que a maior parte deles fatura até R$ 30 milhões por ano, com
estimativa que foi confirmada no levantamento deste ano. As
destaque para a boa parcela de empresas (32%) com faturamento
empresas declararam ter crescido a uma média de 11% no ano
de até R$ 5 milhões anuais.
passado em relação a 2013 e agora esperam encerrar o ano de 2015 com crescimento de 8%. Já a expectativa para o mercado de
Faturamento bruto anual médio das empresas em 2013
modo geral é um pouco menos otimista, de elevação de apenas 4%. Previsões de crescimento
9%
Acima de R$ 500 milhões
9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
32%
Até R$ 5 milhões
8%
Previsão de crescimento médio para o mercado em 2015
De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões
4%
8%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 11% 23%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
3%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
8%
Previsão de crescimento das empresas para 2015
11%
Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterio
71
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
A perspectiva não tão positiva deste mercado deve-se, absolutamente, ao cenário econômico desfavorável, incluindo a desvalorização
da moeda brasileira e o afastamento dos investidores. Fatores que influenciaram o mercado de testes e medição em 2015
2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
3%
Programas de incentivo do governo
7%
Falta de normalização e/ou legislação
23%
Desaceleração da economia brasileira
7%
Outros 7%
Projetos de infraestrutura
7% 18%
Crise internacional
Desvalorização da moeda brasileira 11% 15%
Falta de confiança de investidores
Setor da construção civil desaquecido
Pesquisa - Instrumentos de teste e medição
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Criciúma
SC
X
X X
X X
X
BHS
(11) 2081-8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X X X
X
BOHNEN+MESSTEK
(11) 2711-0050
www.bohnen.com.br
São Paulo
SP
COEL
(11) 2066-3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
X
X X
COMERCIAL GONÇALVES
(11) 3229-4044
www.comercialgoncalves.com.br
São Paulo
SP
COTERGAVI
(11) 3673-5020
www.cotergavi.com.br
São Paulo
SP
X
EMBRASUL
(51) 3358-4000
www.embrasul.com.br
Porto Alegre
RS
X
ENGEMATEC
(19) 3285-0010
www.engematec.com.br
Campinas
SP
ENGEMET
(11) 5073-5222
www.engemeteletrica.com.br
São Lourenço da Serra
SP
X
EXTECH
(15) 3238-8070
www.extech.com.br
Sorocaba
SP
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
FLAMMARION
(11) 2084-8644
www.flammarionenergia.com
São Paulo
SP
FLIR SYSTEMS
(15) 3238-8070
www.flir.com.br
Sorocaba
SP
X
FLUKE
(11) 4058-0200
www.fluke.com.br
São Paulo
SP
X
FOXLUX
(41) 3302-8100
www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
X
FULL GAUGE
(51) 3475-3308
www.fullgauge.com.br
Canoas
RS
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
X X
X
X
X
X X X X
X
X X
X
X
X X
X X X X X
X X X X X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X X X X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X X X X X
X
X
X X X
X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X X X
X
X
X
X X
X
Oferece diagnóstico enegéticos para os clientes
www.agpr5.com
X X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
AGPR5
(48) 3462-3900
X
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
X
Importa produtos acabados
X
Exporta produtos acabados
SP
Programas na área de responsabilidade social
São Paulo
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
www.acaoenge.com.br
14001 (ambiental)
X
(11) 3883-6050
9001 (qualidade)
SP
AÇÃO ENGENHARIA
Outros
Estado
São Paulo
Internet
Cidade
www.abb.com.br
Comercial
Site
0800 014 9111
Industrial
Telefone
ABB
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
Distribuidores de energia elétrica
Distribuidora
Empresa
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Fabricante
Montadores de painéis
Principal segmento de atuação
A empresa é
Residencial
72
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
GESTAL GESTÃO
(11) 5080-8200
www.gestal.com
São Paulo
SP
GRUPO FOXLUX
(41) 3302-8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X X X X X X
X X
X X
X
X
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930
www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X X X
X
X X
X
X
X
X
X
INSTRUMENTI
(11) 5641-1105
www.instrumenti.com.br
Taboão da Serra
SP
X
X X
X X X X X
X
X
X
X X
X
X
INSTRUTEMP
(11) 3488-0213
www.instrutemp.com.br
São Paulo
SP
X
X
X X X
X X X X
X
X
X
X
X
X
INSTRUTHERM
(11) 2144-2800
www.instrutherm.com.br
São Paulo
SP
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X X X X X
X
X
73
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X X
X X X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X X X
X X X
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
X
X X
X
MINIPA DO BRASIL
(11) 5078-1850
www.minipa.com.br
São Paulo
SP
X X
MIT MEASTECH
(11) 4028-5653
www.meastech.com.br
Salto
SP
MONTREL
(19) 3861-3070
www.montrel.com.br
Mogi Guaçu
SP
NORTECH
(91) 98053-8160 www.nortech.com.br
Belém
PA
X X
X
X
NOVUS
(51) 3323-3600
www.novus.com.br
Porto Alegre
RS
X X X
X
X X X
POLITERM
(11) 5581-1728
www.politerm.com.br
São Paulo
SP
X X X
X X
X
RDI BENDER
(11) 3602-6260
www.rdibender.com.br
Osasco
SP
X X X X
X X
X
RMS
(51) 3337-9500
www.rms.ind.br
Porto Alegre
RS
X
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra
SP
X X X X
SEL
(19) 3515-2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
X
X
X
SIBRATEC
(47) 3521-2986
www.sibratec.ind.br
Rio do Sul
SC
X X X
X X
X
SIEMENS
(11) 3908-2211
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X
X
X X
SMARTGREEN
(41) 3343-1122
www.smartgreen.net
Curitiba
PR
X
SULTECH
(51) 3013-0333
www.sultech.com.br
Porto Alegre
RS
X
T&M INSTRUMENTS
(11) 5092-5229
www.tminstruments.com.br
São Paulo
SP
X X
TC WATT
(53) 3243-9007
www.tcwatt.com.br
Dom Pedrito
RS
X X X
TEREX
0800 031 0100
www.terexutilities.com.br
Betim
MG
X
X
X
X X X
THERMA
(11) 5643-0440
www.therma.com.br
São Paulo
SP
X X X
X X
X X
VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
X
X
X
X X
WEIDMULLER
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
X
YOKOGAWA
(11) 3513-1324
tmi.yokogawa.com/br
Barueri
SP
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X X
X
X
X X
X X X X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X X X X X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X X X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X X
X
X X
X
X
X
X X X
X
Oferece diagnóstico enegéticos para os clientes
(11) 5525-2000
Oferece treinamento técnico para os clientes
KRON MEDIDORES
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
Importa produtos acabados
X
X X
Exporta produtos acabados
X X
Programas na área de responsabilidade social
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
SP
14001 (ambiental)
São Paulo
9001 (qualidade)
www.jng.com.br
Outros
X
(11) 2090-0550
Internet
SP
JNG MATERIAIS
Cidade
Comercial
Itu
Industrial
Site www.isolet.com.br
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
Distribuidores de energia elétrica
Montadores de painéis
Distribuidora
Telefone (11) 2118-3000
Estado
ISOLET
Empresa
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Fabricante
Residencial
Principal segmento de atuação
A empresa é
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X
X
X X
X X
Pesquisa - Instrumentos de teste e medição
74
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
X
ABB
0800 014 9111
www.abb.com.br
São Paulo
SP
AÇÃO ENGENHARIA
(11) 3883-6050
www.acaoenge.com.br
São Paulo
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SP
X
X
X
BHS
(11) 2081-8168
www.bhseletronica.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
BOHNEN+MESSTEK
(11) 2711-0050
www.bohnen.com.br
São Paulo
SP
COEL
(11) 2066-3211
www.coel.com.br
São Paulo
SP
COMERCIAL GONÇALVES
(11) 3229-4044
www.comercialgoncalves.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
COTERGAVI
(11) 3673-5020
www.cotergavi.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
EMBRASUL
(51) 3358-4000
www.embrasul.com.br
Porto Alegre
SP
ENGEMATEC
(19) 3285-0010
www.engematec.com.br
Campinas
PR
ENGEMET
(11) 5073-5222
www.engemeteletrica.com.br
São Lourenço da Serra
RS
EXTECH
(15) 3238-8070
www.extech.com.br
Sorocaba
SP
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FLAMMARION
(11) 2084-8644
www.flammarionenergia.com
São Paulo
SP
FLIR SYSTEMS
(15) 3238-8070
www.flir.com.br
Sorocaba
SP
X
FLUKE
(11) 4058-0200
www.fluke.com.br
São Paulo
SP
X
FOXLUX
(41) 3302-8100
www.foxlux.com.br
Pinhais
PR
X
FULL GAUGE
(51) 3475-3308
www.fullgauge.com.br
Canoas
RS
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
SP
GESTAL GESTÃO
(11) 5080-8200
www.gestal.com
São Paulo
PR
GRUPO FOXLUX
(41) 3302-8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
RJ
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
PR
X
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930
www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
INSTRUMENTI
(11) 5641-1105
www.instrumenti.com.br
Taboão da Serra
RS
X
X
X
INSTRUTEMP
(11) 3488-0213
www.instrutemp.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
INSTRUTHERM
(11) 2144-2800
www.instrutherm.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Outros
Calibradores e padrões
Pinças
Transdutores
Equipamento de aquisição de dados
Osciloscópio
Medidor de temperatura
Luxímetro
Megômetro
Medidor de resistência de aterramento
Medidor de qualidade de energia
Medidor de harmônicas
Medidor de fator de potência
Medidor de demanda
Medidor de energia ativa
Estado
Medidor de energia reativa
Cidade
Multímetro
Site
Frequencímentro
Telefone
Voltímetro
Empresa
Amperímetro
Tipos de INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO que a empresa comercializa
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
75
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Amperímetro
Voltímetro
Frequencímentro
Multímetro
X
X
X
KRON MEDIDORES
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
SP
X
X
X
X
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
RS
X
MINIPA DO BRASIL
(11) 5078-1850
www.minipa.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
MIT MEASTECH
(11) 4028-5653
www.meastech.com.br
Salto
SP
X
X
X
X
X
MONTREL
(19) 3861-3070
www.montrel.com.br
Mogi Guaçu
SP
X
X
X
X
X
NORTECH
(91) 98053-8160
www.nortech.com.br
Belém
SP
X
X
X
X
X
NOVUS
(51) 3323-3600
www.novus.com.br
Porto Alegre
SP
POLITERM
(11) 5581-1728
www.politerm.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
RDI BENDER
(11) 3602-6260
www.rdibender.com.br
Osasco
RS
X
X
X
X
X
RMS
(51) 3337-9500
www.rms.ind.br
Porto Alegre
SP
X
X
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br
Taboão da Serra
SP
X
X
SEL
(19) 3515-2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
SIBRATEC
(47) 3521-2986
www.sibratec.ind.br
Rio do Sul
SP
X
X
X
SIEMENS
(11) 3908-2211
www.siemens.com.br
São Paulo
RS
X
X
X
SMARTGREEN
(41) 3343-1122
www.smartgreen.net
Curitiba
SP
SULTECH
(51) 3013-0333
www.sultech.com.br
Porto Alegre
MG
T&M INSTRUMENTS
(11) 5092-5229
www.tminstruments.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
TC WATT
(53) 3243-9007
www.tcwatt.com.br
Dom Pedrito
SP
X
X
X
TEREX
0800 031 0100
www.terexutilities.com.br
Betim
SP
THERMA
(11) 5643-0440
www.therma.com.br
São Paulo
SP
X
X
VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
WEIDMULLER
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
X
X
YOKOGAWA
(11) 3513-1324
tmi.yokogawa.com/br
Barueri
X
X
Outros
X
X
X
Calibradores e padrões
X
X
SP
Pinças
X
X
São Paulo
Transdutores
X
X
www.jng.com.br
Equipamento de aquisição de dados
X
X
(11) 2090-0550
Osciloscópio
X
SP
JNG MATERIAIS
Medidor de temperatura
X
Itu
Luxímetro
X
Cidade
www.isolet.com.br
Megômetro
X
Site
(11) 2118-3000
Medidor de resistência de aterramento
Medidor de fator de potência
X
Telefone
ISOLET
Medidor de harmônicas
Medidor de demanda
X
Medidor de energia ativa
X
Medidor de energia reativa
X
Empresa
Estado
Medidor de qualidade de energia
Tipos de INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO que a empresa comercializa
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X X
X X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação
76
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Gerenciamento de energia e automação Acompanhando o pessimismo da indústria eletroeletrônica, que deverá ter queda de faturamento de 10%, empresas da área de gerenciamento de energia e automação almejam crescimento de seu mercado de apenas 2%
Em um ano no qual o faturamento real (descontada a inflação)
2015 é de apenas 2%. Na pesquisa do ano passado, as empresas
da indústria eletroeletrônica deverá apresentar uma queda de 10%,
projetaram um crescimento do mercado de 9%.
e em que os mercados de componentes eletrônicos e de material
de instalação devem registrar variação real negativa de 5% e 17%,
em 2015, a visão dos fabricantes e distribuidores também se tornou
respectivamente, conforme dados da Associação Brasileira da
mais pessimista quando em relação à mostrada no levantamento de
Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os fabricantes e distribuidores
2014. Na ocasião, as empresas aguardavam elevação de 13%. Na
de equipamentos de gerenciamento de energia e automação não
pesquisa deste ano, mesmo tendo registrado crescimento médio
poderiam estar muito otimistas. Em pesquisa realizada com 61
de 10% em 2014, a expectativa dos participantes é de que o
empresas deste segmento, a revista O Setor Elétrico apurou que
acréscimo médio em 2015 seja de apenas 4%. O baixo incremento
a previsão do crescimento do tamanho anual do mercado para
será sentido também, conforme as empresas, no acréscimo ao
No que se refere ao crescimento médio das próprias companhias
77
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
quadro de funcionários das companhias da área neste ano: os
bruto anual médios das empresas em 2014. Confira a seguir o
fabricantes e distribuidores projetam elevação de somente 4%. Este
levantamento na íntegra:
número, porém, é bem melhor do que o esperado pela indústria eletroeletrônica, que trabalha com uma variação real de -13% no
Análise do mercado brasileiro de gerenciamento de
número de empregos no setor.
energia e automação
A pesquisa desta edição também corrobora com o levantamento
da Abinee no que tange aos motivos que levaram a estes prognósticos tão desfavoráveis do setor eletroeletrônico em geral e do mercado de equipamentos de gerenciamento de energia e automação especificamente. A associação apresentou a crise política e econômica que o país vem enfrentado como o motivo para que os números da indústria decaíssem tanto. Já no levantamento, quando questionados sobre o fator que mais impactou o mercado em 2015, a maior parte das empresas entrevistadas (29%) apontou
A indústria continua sendo o principal segmento de atuação das
empresas de gerenciamento de energia e automação que participam da pesquisa. No ano passado, 88% dos entrevistados disseram vender seus produtos mais para este segmento. Agora, 87% fizeram tal afirmação. Principais segmentos de atuação
a desaceleração da economia brasileira. Os outros dois itens mais votados pelas companhias entrevistas, falta de confianças dos investidores (18%) e desvalorização da moeda brasileira (17%), também estão estreitamente relacionados aos problemas econômicos enfrentados pelo Brasil atualmente. A pesquisa desta edição traz mais informações, além das já apresentadas, que ajudam a traçar um perfil do mercado de equipamentos de gerenciamento de energia e automação, entre eles, o principal canal de vendas dos fabricantes e distribuidores deste segmento; os principais produtos comercializados; e o faturamento
Público
33 52%
Comercial Industrial
87%
78
Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de
Energia e Automação
A venda direta ao cliente final ainda é o canal de vendas mais importante para as
empresas da área; 82% disseram isso. O levantamento deste ano também mostra o crescimento da internet: 23% das companhias pesquisadas disseram utilizar tal veículo para comercializar seus produtos. Principais canais de vendas
Venda direta ao cliente final
82% Distribuidores / Atacadistas
57% 52% 26%
Revendas / Varejistas
Telemarketing Internet
23% Outros
21%
Os números relacionados às certificações ISO continuam basicamente os mesmos
dos levantados na pesquisa do ano passado. Em 2014, 27% e 65% das empresas disseram possuir a ISO 14001, de gestão ambiental, e ISO 9001, de gestão de qualidade, respectivamente. Neste ano, 66% afirmaram contar com a ISO 9001 e 20% com a ISO 14001. Certificações ISO
14.001 (ambiental)
20%
9001 (qualidade)
66%
Hardware para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia é o
produto mais vendido (57%) pelas empresas da área. Controlador de fator de potência e software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento dividem a segunda posição de produtos mais comercializados, mencionados por 51% das pesquisadas.
79
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Principais produtos comercializados
57% 51% 51% 48% 38% 36% 28%
Hardware para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia
Controlador de fator de potência Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia Controlador de consumo
Controlador de demanda Capacitador p/ correção do fator de potência
Banco automático para correção do fator de potência
A maior parte das companhias de gerenciamento de energia e automação (21%)
declarou ter faturado entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões no ano passado.
Faturamento bruto médio das empresas em 2014
8% 4%
De R$80 milhões a R$100 milhões
Acima de R$ 100 milhões
19%
Até R$ 3 milhões
6%
De R$60 milhões a R$80 milhões
8%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões
8%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões
12%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 21%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
14%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
O mercado nacional continua sendo o destino final dos produtos comercializados pelas
empresas do segmento. 92% dos produtos são vendidos internamente, os restantes 8% são exportados.
Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de
80
Energia e Automação
Balança comercial
8%
Exportação
92%
Mercado nacional
Os fabricantes e distribuidores de equipamentos para gerenciamento de energia e automação
cresceram 12% em 2013 ante 2012. Empolgados por este valor, estimaram elevação de 13% em 2014 em relação a 2013. Efetivamente, porém, cresceram 9%. O baixo acréscimo do ano passado comparado ao obtido no ano retrasado, somados à situação econômica atribulada do país atualmente, fizeram as companhias do setor projetarem elevação de apenas 4% em 2015. Previsões de crescimento
2%
Previsão de crescimento do mercado para 2015 Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas
4%
Previsão de crescimento das empresas para 2015
4% 10%
Crescimento médio das empresas em 2014 comparado ao ano anterior
Desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta de confiança
dos investidores – todos os itens relacionados à crise econômica atual – são os principais fatores considerados pelas empresas da área que impactaram o mercado em 2015. Fatores que influenciaram o mercado de gerenciamento e automação em 2015
3%
5%
Programas de incentivo do governo
Outros 17%
Desvalorização da moeda brasileira
29%
Desaceleração da economia brasileira
18%
Falta de confiança de investidores 14%
Setor da construção civil desaquecido
4%
Falta de normalização e/ou legislação 1%
Incentivos por força de legislação ou normalização
2%
Crise internacional
7%
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação
www.acaoenge.com.br
São Paulo
SP
ACCESSO INFRA
(11) 5549-5394
www.accessoinfra.com.br
São Paulo
SP
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
X
X
APS COMPONENTES
(11) 5645-0800
www.apscomponentes.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
AUTOMOTION
(15) 3363-9900
www.automotion.com.br
Boituva
SP
X
X
X
BALTEAU
(35) 3629-5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
X
X
X
CCK
(11) 5150-1297
www.cck.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
CLAMPER
(31) 3689-9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
X
EATON ELECTRICAL
(11) 4525-7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
X
ECOLUMIX
(11) 3814-1143
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
X
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
EMBRASUL
(51) 3358-4000
www.embrasul.com.br
Porto Alegre
RS
ENERCOM
(11) 2919-0911
www.enercom.com.br
São Paulo
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
GESTAL
(11) 5080-8200
www.gestal.com
São Paulo
SP
X
X
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
HDS
(41) 2109-8800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
X
X
X
IMS POWER
(51) 3282-2300
www.ims.ind.br
Porto Alegre
RS
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-2211
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
INSTRONIC
(11) 3383-3700
www.instronic.com.br
Osasco
SP
X
INSTRUMENTI
(11) 5641-1105
www.instrumenti.com.br
Taboão da Serra
SP
X
INSTRUTEMP
(11) 3488-0213
www.instrutemp.com.br
São Paulo
SP
X
ISOLET
(11) 4522-0322
www.isolet.com.br
Itu
SP
X
X
JNG
(11) 2090-0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
KDL
(11) 4617-3175
www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
X
KIENZLE
(11) 2249-9604
www.kienzle-haller.com.br
São Paulo
SP
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Programas na área de responsabilidade social
X
(11) 3883-6050
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
SP
AÇÃO ENGENHARIA
X
14001 (ambiental)
X
Estado
São Paulo
X
9001 (qualidade)
Revendas / varejistas
X
Cidade
www.abb.com.br
Internet
Distribuidores / atacadistas
X
Site
(11) 98514-5432
Telemarketing
Público
X
Venda direta ao cliente final
Comercial
X
Telefone
ABB
X
X
Principal canal de vendas
EMPRESA
X
Certificados ISO
Outros
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Industrial
82
X
X X
83
Revendas / varejistas
Venda direta ao cliente final
X
X
X
9001 (qualidade)
Distribuidores / atacadistas
X
X
Outros
Comercial
X
Telemarketing
Industrial
X
X
X
Site
Cidade
Estado
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
MBA CONSTRUTORA
(34) 3271-7700
www.mbaconstrutora.com.br
Ituiutaba
MG
X
MÉDIA TENSÃO
(11) 2384-0155
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
METALTEX
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
MIT MEASTECH
(11) 4028-5653
www.meastech.com.br
Salto
SP
X
X
X
NOJA POWER
(19) 3283-0041
www.nojapower.com.br
Campinas
SP
NORD ELECTRIC
(49) 3361-3900
www.nord.eng.br
Chapecó
SC
OMEGA
(19) 3645-9096
www.omegaportal.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
PEXTRON
(11) 99105-5014
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
X
PHOENIX CONTACT
(11) 3871-6431
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
PROAUTO
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
PROVOLT
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
X
PRYSMIAN
(11) 4998-4000
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
X
X
X
X
X
RDI BENDER
(11) 3602-6260
www.rdibender.com.br
Osasco
SP
X
X
X
X
X
RENZ
(11) 4034-3655
www.renzbr.com
Bragança Paulista
SP
X
X
X
ROCKWELL
(11) 5189-9500
www.rockwellautomation.com.br
São Paulo
SP
X
X
SAREL
(11) 4071-2255
www.sarel.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br
Taboão da Serra
SP
X
X
X
X
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
(11) 4501-3434
www.schneider-electric.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
SEL
(19) 3515-2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
SIEMENS
(11) 4585-8040
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
SULTECH
(51) 3013-0333
www.sultech.com.br
São Paulo
SP
TORMEL
(19) 3803-1800
www.tormel.com.br
Sumaré
SP
TREETECH
(11) 4413-5787
www.treetech.com.br
Atibaia
SP
UNION
(11) 3512-8900
www.unionsistemas.com.br
São Paulo
SP
URKRAFT
(11) 4143-7800
www.urkraft.com.br
São Paulo
SP
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
WEIDMÜLLER
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
Internet
Telefone
Público
EMPRESA KRON
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Programas na área de responsabilidade social
Certificados ISO
Principal canal de vendas
14001 (ambiental)
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
X
X
X
X X X
X
X
X X
X X X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Equipamentos gerenciamento de Energia e Automação
84
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Oferece treinamento técnico para os clientes
Oferece diagnóstico energético para os clientes
Hardware para sisemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia
Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia
Controlador de demanda
Controlador de consumo
Controlador de fator de potência
Capacitador p/ correção do fator de potência
Banco automático para correção do fator de potência
Outros dispositivos
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SC
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Telefone
Site
Cidade
Estado
ABB
(11) 98514-5432
www.abb.com.br
São Paulo
SP
X
AÇÃO ENGENHARIA
(11) 3883-6050
www.acaoenge.com.br
São Paulo
SP
ACCESSO INFRA
(11) 5549-5394
www.accessoinfra.com.br
São Paulo
SP
X
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
X
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
APS COMPONENTES
(11) 5645-0800
www.apscomponentes.com.br
São Paulo
AUTOMOTION
(15) 3363-9900
www.automotion.com.br
Boituva
SP
X
BALTEAU
(35) 3629-5500
www.balteau.com.br
Itajubá
MG
X
CCK
(11) 5150-1297
www.cck.com.br
São Paulo
SP
X
CLAMPER
(31) 3689-9500
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
EATON ELECTRICAL
(11) 4525-7001
www.eaton.com.br
Jundiaí
SP
X
ECOLUMIX
(11) 3814-1143
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
EMBRASUL
(51) 3358-4000
www.embrasul.com.br
Porto Alegre
RS
X
ENERCOM
(11) 2919-0911
www.enercom.com.br
São Paulo
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777
www.flexautomation.com.br
GESTAL
(11) 5080-8200
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
HDS IMS POWER
Importa produtos acabados
X X
EMPRESA
Exporta produtos acabados
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Principais produtos comercializados pela empresa
X
X X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
www.gestal.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
X
(41) 2109-8800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
X
X
X
X
X
X
(51) 3282-2300
www.ims.ind.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-2211
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
X
X
INSTRONIC
(11) 3383-3700
www.instronic.com.br
Osasco
SP
X
X
X
X
X
X
INSTRUMENTI
(11) 5641-1105
www.instrumenti.com.br
Taboão da Serra
SP
X
X
INSTRUTEMP
(11) 3488-0213
www.instrutemp.com.br
São Paulo
SP
ISOLET
(11) 4522-0322
www.isolet.com.br
Itu
SP
JNG
(11) 2090-0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
KDL
(11) 4617-3175
www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
KIENZLE
(11) 2249-9604
www.kienzle-haller.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X X
X
X
85
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Oferece treinamento técnico para os clientes
Hardware para sisemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia
Software para sistemas de supervisão, controle e gerenciamento de energia
X
X
X
X
X
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
MBA CONSTRUTORA
(34) 3271-7700
www.mbaconstrutora.com.br
Ituiutaba
MG
X
MÉDIA TENSÃO
(11) 2384-0155
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
X
X
METALTEX
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
MIT MEASTECH
(11) 4028-5653
www.meastech.com.br
Salto
SP
X
X
X
X
NOJA POWER
(19) 3283-0041
www.nojapower.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
X
NORD ELECTRIC
(49) 3361-3900
www.nord.eng.br
Chapecó
SC
X
X
X
X
X
OMEGA
(19) 3645-9096
www.omegaportal.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
X
X
X
PEXTRON
(11) 99105-5014
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PHOENIX CONTACT
(11) 3871-6431
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
PROAUTO
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
X
PROVOLT
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
X
X
X
PRYSMIAN
(11) 4998-4000
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
X
X
X
X
RDI BENDER
(11) 3602-6260
www.rdibender.com.br
Osasco
SP
X
X
X
X
RENZ
(11) 4034-3655
www.renzbr.com
Bragança Paulista
SP
X
X
X
X
X
X
ROCKWELL
(11) 5189-9500
www.rockwellautomation.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
SAREL
(11) 4071-2255
www.sarel.com.br
Diadema
SP
X
X
X
SASSI
(11) 4138-5122
www.sassitransformadores.com.br
Taboão da Serra
SP
X
X
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
(11) 4501-3434
www.schneider-electric.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
SEL
(19) 3515-2000
www.selinc.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
X
X
X
SIEMENS
(11) 4585-8040
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
SULTECH
(51) 3013-0333
www.sultech.com.br
São Paulo
SP
TORMEL
(19) 3803-1800
www.tormel.com.br
Sumaré
SP
TREETECH
(11) 4413-5787
www.treetech.com.br
Atibaia
SP
UNION
(11) 3512-8900
www.unionsistemas.com.br
São Paulo
SP
URKRAFT
(11) 4143-7800
www.urkraft.com.br
São Paulo
SP
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
WEIDMÜLLER
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
Outros dispositivos
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
0800 11 8008
Banco automático para correção do fator de potência
Importa produtos acabados
SP
LEGRAND
Capacitador p/ correção do fator de potência
Estado
São Paulo
Controlador de fator de potência
Cidade
www.kron.com.br
Controlador de consumo
Site
(11) 5525-2000
Controlador de demanda
Telefone
KRON
Oferece diagnóstico energético para os clientes
EMPRESA
Exporta produtos acabados
Principais produtos comercializados pela empresa
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X X
86
Aula prática
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Por Felipe Zimann, Marcello Mezaroba e Alessandro Luiz Batschauer*
Compensação por energias ativa e reativa em redes de distribuição Sistema de controle de potência ativa e reativa na regulação de baixa tensão em redes trifásicas de distribuição
D
evido ao consumo crescente de
(Prodist). As características abordadas
Tabela 1 classifica a tensão de 380/220
energia elétrica nos últimos anos e
no Módulo 8 envolvem a tensão em
V em três diferentes grupos: adequada,
a preocupação com a qualidade de
regime permanente, fator de potência,
precária e crítica. Quando identificada
energia fornecida aos consumidores, a
harmônicos, desequilíbrio de tensão,
alguma violação nos valores limite para
Agência Nacional de Energia Elétrica
flutuação de tensão, variações de tensão
tensão de fornecimento, a companhia
(Aneel)
para
de curta duração e variação da frequência.
deve então efetuar a correção dentro
estabeleceu
diretrizes
desempenho
Uma das principais características
de curtos prazos, porém, muitas vezes
para os sistemas de distribuição de
que deve ser atendida pela companhia
estão envolvidas grandes quantidades
energia elétrica, que são abordados
de distribuição é a tensão fornecida em
de investimentos, planejamento, tempo
nos
um nível adequado aos consumidores. A
de projeto e execução.
o
funcionamento
Procedimentos
e
de
Distribuição
87
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
pode ocorrer uma diminuição no valor da
Tabela 1 – Classificação da tensão de fornecimento (380/220 V)
Classificação
Faixa da tensão de leitura (VL)
380
tensão fornecida, devido aos parâmetros resistivos
220
Adequada
348 ≤ VL ≤ 396
201 ≤ VL ≤ 231
Precária
327 ≤ VL < 348
189 ≤ VL < 201
396 < VL ≤ 403
231 < VL ≤ 233
VL < 327 ou VL > 403
VL < 189 ou VL > 233
Crítica
e
indutivos
distribuídos
inerentes ao sistema. A Figura 1 mostra o modelo equivalente para uma linha de distribuição, sendo a rede elétrica de distribuição composta pelos parâmetros da impedância transformador (Ztr) mais a impedância dos cabos (Zr) de distribuição.
Os inversores de tensão são topologias
a quatro fios com filtro LCL de segunda
Esse arranjo compõe a impedância
adequadas para a regulação de tensão,
ordem conectado à rede de distribuição
total da linha (Zl) que o conversor estará
uma vez que possuem baixo volume, alta
pelo ponto de conexão de cargas. É
submetido quando conectado no PCC.
resposta dinâmica, controle de potência
apresentada uma fonte de energia ativa
injetada e sistema de controle adequado
conectada ao barramento cc para expandir
potência de 45 kVA, sua impedância base
para diversas aplicações. Muitos trabalhos
a capacidade de regulação de tensão
de 3,5% e um cabo nu de alumínio com
abordam este tipo de inversor conectado
e um sistema de controle que prioriza
alma de aço (CAA) com parâmetros de
à rede através do ponto de conexão de
a energia reativa em relação à energia
linha de (1,485 + j·0,508) Ω/Km, pode-se
cargas (PCC), como os Static Synchronous
ativa, no sentido de minimizar a utilização
compor a impedância total da linha
Compensators
porém
de potência ativa, sendo que esta é uma
dependente da distância, conforme visto
determinadas cargas e condições da rede
fonte limitada. Estruturas de controle,
na Figura 2.
podem levar a regiões em que a potência
potência e resultados de simulação são
Com
reativa não consegue atuar de forma a
apresentados para validação do sistema
observam-se o aumento do módulo e a
regular a tensão para níveis adequados. A
operando de maneira completa.
queda no ângulo da impedância, o que se
(STATCOMs),
Análise da tensão em redes de distribuição
ativa já foram abordados em outros trabalhos utilizando fontes de energia ou
armazenamento
o
aumento
da
distância,
deve à característica predominantemente
injeção e o armazenamento de potência
renováveis
Considerando um transformador com
indutiva do transformador, e, com o aumento da distância, a adição da característica resistiva dos cabos de
em
distribuição. Ainda pode ser visto que
baterias integradas ao sistema, mas não
tem como objetivo regular a tensão de
são
compostos
modo a complementar a energia reativa.
de
potência,
Este trabalho utiliza um inversor de
comprimentos e cargas para cada trecho
tensão controlado em corrente trifásica
do sistema. No final de longas linhas,
terão como base a distância de 450 m e
Os ramos do sistema de distribuição por cabos
transformadores de
diferentes
em 57 m as parcelas resistivas e indutivas possuem a mesma proporção. Portanto, as análises que se seguem
Aula prática
88
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
o respectivo valor de impedância de |Zl|
potência da carga mostrada na Figura 3.
igual a 0,157 p.u., ângulo φ igual a 23,92°
e relação XL/R igual a 0,44, sendo esta
planos horizontais, o primeiro define o
relação de impedâncias próximas de
limite para a classificação adequada da
valores encontrados em linhas reais. Não
tensão, o segundo plano define o limite
se pode desprezar a componente resistiva
para a classificação precária e, abaixo
do circuito, como é feito em redes de
deste plano, a tensão é considerada
média e alta tensão, visto que seu valor
crítica.
é equivalente ao valor da componente
representa a tensão eficaz e mostra que,
indutiva em redes de distribuição e
com o aumento de potência e do fator
contribui significativamente para a queda
de potência da carga, a tensão cai abaixo
de tensão.
dos limites para fornecimento adequado.
Pode ser observado na Figura 3 dois
A
superfície
da
Figura
3
A tensão no ponto de conexão de
Neste caso, faz-se necessária alguma
cargas pode ser expressa em função
medida de correção ou a concessionária
das potências que são fornecidas e
estará sujeita a multas e ressarcimentos
consumidas pela carga e pela impedância
aos consumidores afetados.
total da linha, conforme (1).
4
2
Com a conexão do inversor, o sistema
fica representado como na Figura 4,
2
VPCC + VPCC • [ 2 • A – Vg ] + [ B2 + A2 ] = 0
em que a impedância total Zl possui
A = RLP0 + XLQ0
uma parcela resistiva e indutiva, Rl e Ll,
{
(1)
B = RLQ0 + XLP0
respectivamente. O inversor é conectado ao PCC para fornecer a energia ativa e reativa necessárias para rede e carga.
Em que: VPCC, Vg - Módulo da tensão no PCC e na fonte; RL, XL - Resistência e indutância da linha; Po, Qo - Potências ativa e reativa da carga; E o ângulo de abertura (δ) da linha, que
A partir das malhas de tensão e corrente, pode-se obter a função que representa a tensão no PCC em função da potência da carga, potência do conversor e impedância da linha,
é a diferença entre o ângulo da tensão
conforme (3).
fonte e no PCC, pode ser obtido através
VPCC + VPCC • [ 2 • A – Vg ] + [ B2 + A2 ] = 0
da seguinte relação: δ = sen
-1
(
RLQ0 + XLP0 Vg VPCC
)
(2)
A partir de (1) e (2) pode-se obter a
tensão no PCC para diferentes valores de
4
2
2
{
B = RL (Q0 – Qinv ) + XL (P0 – Pinv )
E o ângulo de abertura definido por:
A = RL (P0 – Pinv ) + XL (Q0 – Qinv )
δ = sen-1
B Vg VPCC
Figura 1 – Modelo do sistema de distribuição de energia elétrica em baixa tensão.
(3)
(4)
89
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Figura 2 – Variação da impedância da linha com a distância da linha de distribuição.
Figura 3 – Gráfico da tensão no PCC (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (|Zl| = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).
Figura 4 – Modelo de compensação do circuito equivalente da rede de distribuição com conversor conectado ao PCC.
A
compensação
de
tensão
Este critério tem como base que
utilizando a energia ativa e reativa
a energia ativa vem de uma fonte
será
que
armazenadora ou geradora de energia,
o conversor pode operar até a sua
portanto, sendo de disponibilidade
potência aparente máxima (1 p.u.).
limitada e reduzida. Já a energia
E o gerenciamento de energia fica a
reativa é obtida da própria rede
critério da estratégia de controlem
facilitando sua utilização.
considerando
analisada
considerando
que,
inicialmente,
O limite estabelecido para tensão
deve-se utilizar energia reativa até
é de 0,9137 p.u., sendo o mínimo
que esta não consiga mais elevar a
exigido para manter o valor de tensão
tensão para o nível desejado, somente
na faixa adequada de fornecimento. Os
a partir deste ponto é que a energia
resultados das equações são mostrados
ativa é inserida.
a seguir. Na Figura 7, é possível
90
Aula prática
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
observar a regulação da tensão no valor desejado. Na Figura 8, é mostrada a energia ativa utilizada pelo conversor e a Figura 5 apresenta a energia reativa. Já a Figura 6 exibe a energia aparente processada pelo inversor. É
importante
potência
total
destacar
do
que
conversor
a
não
é ultrapassada, pois mantém-se a potência aparente em 1,0 p.u. e a energia ativa utilizada é a mínima necessária para elevação de tensão, mesmo existindo outras combinações
Figura 5 – Gráfico da potência aparente processada (p.u.) em função do fator de potência e da potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º e Vg = 1 p.u.).
de potência que podem atingir o mesmo objetivo.
Sistema de controle e potência
A estrutura de potência é composta
por um inversor conectado à rede através de um filtro LCL que se torna vantajoso, pois possui maior atenuação de
harmônicos
de
comutação,
possibilita a redução do filtro e reduz a
interferência
eletromagnética,
Figura 6 – Gráfico da potência reativa processada (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º e Vg = 1 p.u.).
comparado a filtros LC comumente utilizados em inversores conectados à rede. Acoplado no barramento cc
existe
um
conversor
cc-cc
bidirecional para executar o controle da corrente injetada ou absorvida do barramento, mostrado na Figura 9. O inversor controla a corrente direta e em quadratura injetada na rede. Os parâmetros de potência são apresentados na Tabela 2. Diferentes
fontes
de
energia
podem ser utilizadas para fornecer a
Figura 7 – Gráfico da tensão no PCC em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).
energia ativa ao barramento, fontes renováveis, baterias ou outra fonte disponível. A estratégia de controle e gerenciamento da potência proposta colabora com a utilização de baterias, uma vez que minimizando a utilização de energia ativa, aumenta-se a vida útil das baterias. O controle proposto para o inversor (Figura 10) é composto por três malhas de corrente, uma para cada fase. As malhas de tensão total, diferencial e tensão eficaz no PCC
Figura 8 – Gráfico da potência ativa processada (p.u.) em função do fator de potência e potência aparente da carga (| Zl | = 0,157 p.u., φ = 23,92º, Vg = 1 p.u.).
91
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
fornecem as referências para a malha de corrente. Também é adicionada uma malha que controla as correntes em quadratura e direta, controlando assim a potência que é injetada.
Quando ocorre injeção de energia
ativa, esta mesma referência é enviada ao conversor cc-cc para que forneça a
corrente
para
manutenção
do
barramento.
As malhas de tensão de barramento
total e diferencial são comuns a todas as fases, fazendo com que a energia cc
seja
necessária
do
distribuída
barramento
uniformemente
entre as três fases. O controle em cascata permite que o controlador de corrente opere em alta frequência desacoplando as malhas externas de tensão, reduzindo as interações de mais malhas de controle em uma única dinâmica.
Inicialmente, a compensação inicia
somente com a compensação de reativos (Sw1 = Sw4 = 1), deixando o
controlador
de
energia
ativa
desativado (Sw2 = Sw3 = 0). Uma vez que a compensação reativa não seja suficiente para elevar a tensão, o controle ativa a malha de energia ativa (Sw2 = Sw3 = 1) e desativa a energia reativa (Sw1 = Sw4 = 0), mantendo a referência reativa sendo o complemento da energia aparente total do inversor.
A malha de controle de harmônicos
consiste
em
um
controlador
ressonante, nas harmônicas de 3ª, 5ª e 7ª ordem, que estima estas frequências da tensão e fornece para o controle de corrente sintetizar com referência defasada, eliminando, assim, a maior parte do conteúdo harmônico. Os parâmetros de controle são mostrados na Tabela 3, sendo todos os controladores projetados no plano digital com estruturas fixas e frequência de amostragem de 38,16 kHz para as malhas rápidas, de corrente e 4,24 kHz para as malhas lentas, de tensão eficaz e de barramento.
92
Aula prática
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Resultados de simulação
O sistema proposto foi inicialmente
simulado
com
cargas
equilibradas
e utilizando a referência de tensão mínima para regulação de tensão. Com uma carga resistiva-indutiva, fator de potência de 0,9 e potência aparente de 0,8 p.u., pode-se observar na Figura Figura 9 - Estrutura de potência com sistema de armazenamento, conversor cc-cc bidirecional, inversor e filtro LCL.
11 as tensões das três fases no PCC, com e sem compensação. As correntes injetadas são mostradas na Figura 12, sendo todas de mesmo valor. A Figura 13 mostra as referências para as correntes direta e em quadratura. Podem-se
observar
três
setores
distintos de operação, no setor 1 não há compensação, no setor 2 ocorre a injeção de corrente em quadratura, consequentemente
Figura 10 - Estrutura de controle completa com controle de potência.
de
potência
reativa no sistema, até chegar em sua
Tabela 2 – Parâmetros de potência
capacidade máxima. No setor 3, a
Potência
Po
30 kVA
referência para corrente direta é ativada,
Tensão eficaz da rede
Vin
220 V
injetando
Tensão total de barramento
VB
800 V
exceder a potência total do inversor, a
potência
ativa.
Para
não
Frequência da rede
frd
60 Hz
referência de energia reativa é diminuída.
Frequência de comutação
fs
19,080 kHZ
Na Figura 14, são mostrados os
Capacitância do barramento
CB
14,1 mF
valores de tensão eficaz das fases no
Indutor de saída “A”
LA
560 µH
PCC, a partir do início da compensação
Indutor de saída “a”
La
560 µH
ocorre a elevação no valor eficaz da
Capacitor de saída
Cf
22 µF
tensão até atingir o valor de regulação
Resistência série do capacitor de saída
Rd
75 mΩ
desejado.
Resistência da rede
Rl
0,691 Ω
Quando
Indutância da rede
Ll
0,813 mH
com
cargas
desequilibradas, também foi utilizada a referência de tensão mínima para
Tabela 3 – Parâmetros de controle
Controle
simulado
regulação de tensão, com cargas de
de corrente
Margem de fase
59°
fator de potência de 0,9, 0,9 e 0,7 e
Frequência da margem de fase
830 Hz
potência aparente de 0,8, 1,0 e 0,8 p.u.,
Margem de ganho
2,76 dB
respectivamente.
Controle
Pode-se observar, na Figura 15,
do barramento total e diferencial
tensões
desequilibradas
e
após
a
Margem de fase
63°; 62°
Frequência da margem de fase
12 Hz; 6 Hz
compensação a elevação dos valores
Margem de ganho
-
eficazes e balanço entre as fases, isso
Controle
porque o sistema opera de forma
de harmônicas
Ganhos
50, 50, 25
independente em cada fase. As correntes
Frequências de ressonância
3ª, 5ª e 7ª
assumem valores distintos, cada um
Margem de ganho
-
apenas o necessário para a compensação
Controle
da tensão eficaz no
PCC (Q
e
P)
em sua respectiva fase, como pode
Margem de fase
86°
ser visto na Figura 16. Como cada fase
Frequência da margem de fase
18 Hz
necessita de uma quantidade diferente
Margem de ganho
40 dB
de energia ativa e reativa, diferentes
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
93
Figura 11 - Tensão no PCC sem (Va = Vb = Vc = 0,8400 p.u.) e com (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) compensação.
Figura 12 - Correntes injetadas antes (IAinv = IBinv = ICinv = 0 A) e depois (IAinv = IBinv = ICinv = 45,7 A) nas fases pelo inversor.
Figura 13 - Setores de operação e níveis de potência reativa (Qa = Qb = Qc = 0,98 p.u.), ativa (Pa = Pb = Pc = 0,20 p.u.) e aparente (Sa = Sb = Sc = 1,00 p.u.).
Figura 14 - Valores eficazes das tensões de fase, antes (Va = Vb = Vc = 0,8400 p.u.) e depois (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) da compensação de tensão por energia ativa e reativa.
Figura 15 - Tensão no PCC sem (Va = 0,8674 p.u. Vb = 0,8400 p.u. Vc = 0,8745 p.u.) e com (Va = Vb = Vc =0,9136 p.u.) compensação.
94
Aula prática
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
valores podem ser observados na Figura 17, sendo que a fase A necessita de energia ativa e reativa, e as fases B e C necessitam apenas de energia reativa, porém, de diferentes valores. São inseridas cargas não lineares, retificadores
monofásicos
com
filtro
capacitivo de diferentes potências em cada fase, injetando, assim, conteúdo harmônico da tensão do PCC. O controle do conversor projetado sintetiza as
Figura 16 - Correntes injetadas antes (IAinv = IBinv = ICinv = 0 A) e depois (IAinv = 39,9 p.u. IBinv = 45,33 p.u. ICinv = 35,6 A) nas fases pelo inversor.
harmônicas de 3ª, 5ª e 7ª ordens, onde está concentrada a maior energia para compensação. Na Figura 19, observa-se as tensões de fase Va, Vb e Vc com conteúdo harmônico sem compensação (5,1%, 3,7% e 2,6%), respectivamente. Em seguida, a redução dos harmônicos de
maior
ordem
para
valores
de
distorção harmônica aceitáveis (1,3%,
Figura 17 - Setores de operação e níveis de potência reativa (Qa = 0,97 p.u. Qb = 0,89 p.u. Qc = 0,80 p.u.), ativa (Pa = 0,20 p.u. Pb = Pc = 0,0 p.u.) e aparente (Sa = 1,00 p.u. Sb = 0,89 p.u. Sc = 0,80 p.u.).
1,1% e 0,9%).
Observações finais Foi apresentado, neste trabalho, o sistema de controle de potência ativa e reativa para regulação da tensão em redes de distribuição, juntamente com a compensação seletiva de harmônicos. A utilização do inversor trifásico a quatro fios, com controle em corrente e filtro
Figura 18 - Valores eficazes das tensões de fase, antes (Va = 0,8674 p.u. Vb = 0,8400 p.u. Vc = 0,8745 p.u.) e depois (Va = Vb = Vc = 0,9136 p.u.) da compensação de tensão por energia ativa e reativa.
LCL, realizou a injeção de corrente no PCC até a elevação dos valores eficazes de tensão para os níveis desejados e a eliminação dos harmônicos propostos. Todo o sistema de controle foi testado em simulação em condições de cargas equilibradas, desequilibradas e com distorção harmônica comprovando a eficácia deste tipo de regulação. Foram
Figura 19 - Tensão no PCC compensada (0,9136 p.u.) sem (5,1%, 3,7% e 2,6%) e com compensação (1,3%, 1,1% e 0,9%) do conteúdo harmônico.
verificadas que as equações obtidas do estudo analítico correspondem aos resultados de simulação obtidos.
Referências • ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica, "Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional, PRODIST," 2011. • ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica, "PRODIST - Módulo 8 - Qualidade
Figura 20 - Correntes senoidais com conteúdo harmônico (fundamental, 3ª, 5ª e 7ª) injetadas nas fases pelo inversor
95
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
da Energia Elétrica," Brasil, 2012. • T.P. Enderle et al. "D-STATCOM applied to single-phase distribution networks: Modeling and control," in IECON 2012 - 38th Annual Conference on IEEE Industrial Electronics Society, Oct 2012, p. 321-326. • Rubens Tadeu Hock, Yales Romulo De Novaes, Alessandro Luiz Batschauer. "A voltage regulator based in a voltagecontrolled DSTATCOM with minimum power point tracker," in Energy Conversion Congress and Exposition (ECCE), 2014 IEEE, Sept 2014, p. 3.694-3.701. • C. Kumar, M.K. Mishra. "A VoltageControlled DSTATCOM for Power-Quality Improvement," Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 29, n. 3, p. 1.499-1.507, June 2014. • M.K. Mishra, A. Ghosh, A. Joshi. "Operation of a DSTATCOM in voltage control mode," Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 18, n. 1, p. 258-264, Jan. 2003. • M. Hagiwara, R. Maeda, H. Akagi. "NegativeSequence Reactive-Power Control by a PWM STATCOM Based on a Modular Multilevel Cascade Converter (MMCC-SDBC)," Industry Applications, IEEE Transactions on, v. 48, n. 2, p. 720-729, Mar. 2012. • S. Adhikari, Fangxing Li. "Coordinated V-f and P-Q Control of Solar Photovoltaic
Generators With MPPT and Battery Storage in Microgrids," Smart Grid, IEEE Transactions on, v. 5, n. 3, p. 1.270-1.281, May 2014. • D. I. Brandão, F. P. Marafão, F. A. S. Gonçalves, M. G. Villalva, J. R. Gazoli. "Estratégia de controle multifuncional para sistemas fotovoltaicos de geração de energia elétrica.," Power Electronics Conference (COBEP), v. 18, n. 4, p. 1.206-1.214, 2013. • M. Liserre, F. Blaabjerg, S. Hansen. "Design and control of an LCL-filter-based threephase active rectifier". Industry Applications, IEEE Transactions on, v. 41, n. 5, p. 1.2811.291, Sep. 2005. • Y.A.-R.I. Mohamed, M. A-Rahman, R. Seethapathy. "Robust Line-Voltage Sensorless Control and Synchronization of LCL -Filtered Distributed Generation Inverters for High Power Quality Grid Connection," Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 27, n. 1, p. 87-98, Jan. 2012. • Dongsheng Yang, Xinbo Ruan, Heng Wu. "Impedance Shaping of the GridConnected Inverter with LCL Filter to Improve Its Adaptability to the Weak Grid Condition". Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 29, n. 11, p. 5.7955.805, Nov. 2014. • Erika Twining, D.G. Holmes. "Grid current regulation of a three-phase voltage source
inverter with an LCL input filter". Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 18, n. 3, p. 888-895, May 2003. • Shuitao Yang, Qin Lei, F.Z. Peng, Zhaoming Qian. "A Robust Control Scheme for GridConnected Voltage-Source Inverters". Industrial Electronics, IEEE Transactions on, v. 58, n. 1, p. 202-212, Jan. 2011. • Yun Wei Li, Jinwei He. "Distribution System Harmonic Compensation Methods: An Overview of DG-Interfacing Inverters". Industrial Electronics Magazine, IEEE, v. 8, n. 4, p. 18-31, Dec. 2014. • C.H. Ng, K. Busawon, G.A. Putrus, L. Ran. "Fast-individual-harmonic-extraction technique," Generation, Transmission and Distribution, IEE Proceedings, v. 152, n. 4, p. 556-562, July 2005. • P.C. Tan, P.C. Loh, D.G. Holmes. "HighPerformance Harmonic Extraction Algorithm for a 25 kV Traction Power Quality Conditioner". Electric Power Applications, IEE Proceedings, v. 151, n. 5, p. 505-512, Sep. 2004. Este trabalho foi originalmente apresentado durante a XI Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica (CBQEE), realizada entre os dias 7 e 10 de julho de 2015, na cidade de Campina Grande (PB).
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Por José Barbosa de Oliveira*
Como ficou o jargão “10 ohms em qualquer época do ano” para o caso de aterramento não natural, com a nova ABNT NBR 5419? ABNT
a resistência de aterramento e, por
uma
consequência, não exige sua medição
de
nas inspeções periódicas para o caso
aterramento de aproximadamente 10
de aterramento não natural. O valor
ohms para eletrodo de aterramento não
ideal para a resistência de aterramento
natural, que desencadeou uma prática
sempre será o menor valor possível, sem
de avaliação de todo o SPDA através
que isso comprometa a configuração
desse valor. Logo, alcançar um valor
básica. Mas há uma distância entre o
menor que 10 ohms era indevidamente
ideal e o mínimo.
considerada condição sine qua non
O
para um SPDA adequado, de tal modo
de
que se tornou comum encontrar uma
atendendo a duas exigências da nova
nota nos projetos solicitando que a
ABNT
resistência
deveria
a configuração básica. A primeira
apresentar um valor mínimo de 10
é o dimensionamento de um anel
ohms em qualquer época do ano.
eletricamente contínuo ao longo de
Avaliar todo o SPDA somente e
toda sua extensão, contornando todo
através de um relatório da resistência
o volume de proteção, tendo pelo
de aterramento é, no mínimo, uma
menos
irresponsabilidade muito grande. É
enterrado a, no mínimo, 50 centímetros
muito possível um SPDA não atender
de profundidade e afastado em torno
sequer a uma linha da ABNT NBR
de 1 metro das paredes onde estão
5419 e se obter do seu aterramento
instalados os condutores de descidas.
um valor menor que 10 ohms de
A segunda consiste em atender à
resistência,
condição:
A NBR
versão
anterior
5419:2005
recomendação
de
da
apresentava de
resistência
aterramento
principalmente
quando
valor
mínimo
aterramento NBR
80%
é
5419,
do
da
conseguido
que
seu
resistência
compõem
comprimento
não se aplicam os conceitos da ABNT NBR 15749:2009, que é a norma que
re ≥ l 1
regulamenta métodos para medição de resistência de aterramento.
O comprimento l1 é obtido no
Contrariando a prática adotada,
gráfico a seguir, que o relaciona com a
a nova ABNT NBR 5419:2015 não
resistividade do solo em que o eletrodo
apresenta um valor de referência para
de aterramento será instalado.
97
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Nesse caso, para um eletrodo de aterramento não natural, a medição da
resistividade
do
solo
torna-se
fundamental e poderá ser realizada observando os critérios definidos na ABNT NBR 7117:2012. É importante ressaltar que o valor a ser buscado em aterramentos já instalados, segundo consta da seção 7 da ABNT BR 5419-3, é o de continuidade elétrica dos condutores e emendas do subsistema de aterramento para garantir a sua integridade física. O re é o raio médio da área abrangida
de descida deverá ser, considerando o
Sempre é bom lembrar que um
pelo eletrodo de aterramento em forma
eletrodo de aterramento posicionado
aterramento, por meio das armaduras
de anel.
em uma camada de mesma resistividade:
de aço eletricamente contínuas das
Caso
anterior
não
deverá
haver
uma
complementação
do
eletrodo
aterramento
natural
seja
a
condição
atendida, não
em
fundações da estrutura, é a melhor l r = l 1 − re
de anel,
E para a complementação por hastes
por meio de eletrodos na horizontal
na vertical, o comprimento por condutor
(cabos) ou na vertical (hastes). Para
de descida deverá ser:
a
complementação
por
cabos
de se adotar uma solução por elementos adicionais. *José Barbosa de Oliveira é engenheiro eletricista e membro da comissão de estudos CE
na
horizontal, o comprimento por condutor
solução e deverá ser observada antes
lv =
l 1 − re 2
03:64.10, do CB-3 da ABNT.
98
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Por Eduardo Daniel*
A revisão da ABNT NBR 5410
Nesta seção, está sendo colocado um
300 pessoas, resultado, com certeza, da
R$ 4,5 milhões em 2015 pagos pela
resumo do que foi discutido nas reuniões
divulgação das atividades da Comissão
sociedade (empresas e pessoas físicas).
de 2015 de revisão da norma ABNT NBR
03:64.001 – Instalações elétricas de
E os participantes ainda têm que pagar
5410:2004, com base nas alterações
baixa tensão na revista O Setor Elétrico
para adquirir a norma que produzem,
do texto da IEC correspondente e nos
e em vários eventos, entre eles, todas as
critério que deveria ser repensado pela
pontos apresentados pelos participantes.
edições do Cinase em 2015 e em mais
ABNT de imediato.
É importante sempre ressaltar que as
18 oportunidades de apresentações
Um
citações desta coluna constituem um
envolvendo outras entidades, como
que se multiplicou em 2015 foram
relato do que foi discutido e aprovado
o Sindicel, Procobre, Abrinstal, IEEE,
as consultas sobre dúvidas da norma
na reunião plenária pela Comissão de
Abracopel, Qualifio e Abinee. O interesse
enviadas à coordenação da comissão
Estudos, porém, a aprovação como parte
de novos participantes à distância tem
de estudos, a maioria por meio da
oficial do Projeto de Norma, somente
demonstrado como existe uma demanda
própria secretaria do ABNT CB03. Em
será feita antes do texto ser enviado para
reprimida de informação tecnológica
2015, foram 56 consultas sobre os mais
consulta nacional.
sobre o processo de normalização, em
variados temas tratados pela norma e
Para encerrar este ano de 2015, é
particular, sobre essa importante norma
que muitos, infelizmente, não podem ser
interessante compararmos as condições
que é a ABNT NBR 5410, cuja aplicação
respondidos oficialmente pela comissão
que haviam sido previstas no início do
está na realidade diária de todos.
e seu coordenador por caracterizarem
ano com os resultados alcançados ao
Ressaltando que, nem mesmo a atual
consultoria sobre soluções adotadas
longo deste período.
crise na atividade econômica, pela qual
e projetos. Pode parecer um descaso
outro
indicador
importante
Um dado sempre importante a ser
o país passa, fez diminuir o interesse nas
da coordenação e secretário, porém
ressaltado é aquele relativo à “produção”
atividades de revisão da norma. Mais
a
da Comissão de Estudos e seu reflexo
uma vez, é o custo social da atividade
responsabilidade sobre um projeto por
na qualidade dos trabalhos. Desde
de normalização que é dividido entre
não ter todas as informações a respeito
fevereiro de 2015, foram dez reuniões
todos nós, mostrando claramente que
das soluções. Esse canal de comunicação
presenciais, com uma média de 37
requisitos normativos só são voluntários
com a comunidade da norma também
participantes em oito horas de trabalho
quanto ao processo de participação e
representa uma fonte importante de
e discussões. Isso representa, somente
que, sem eles, reinaria o caos. Fazendo
pontos a serem mais esclarecidos ou
nas reuniões presenciais, quase 3.000
um exercício rápido já feito anteriormente
incluídos no processo de revisão do
horas de dedicação dos participantes
por colegas, considerando somente a
texto.
no ano, sem considerar as análises e as
realização das reuniões presenciais de
Neste ano foi criado um grupo
contribuições feitas fora das reuniões.
oito horas, com o custo estimado de
de trabalho específico da comissão
Além disso, saltamos de cerca de 80
R$ 1.500 por reunião, dos especialistas
de estudos para tratar somente de
participantes cadastrados no acesso via
participantes,
com
requisitos de instalações elétricas de
sistema Livelink da ABNT, para quase
transporte e alimentação, resulta em
baixa tensão fotovoltaicas, resultado
suas
despesas
comissão
não
pode
assumir
a
99
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
de demanda apresentada por várias
O
03:64.001
que abriga a CE 03:64.001, que não
entidades e empresas envolvidas com
gerou também alguns “filhotes” para
entrou nesse custo estimado acima, mas
o tema e que mostrou claramente a
outras
Por
deveria entrar. Sem a estrutura estável
necessidade do estabelecimento das
necessidade
estão
que o Comitê proporciona, não haveria
especificidades deste tipo de instalação,
sendo elaboradas normas de cabos
normalização válida e independente.
sendo realizadas sem uma norma de
elétricos para instalações fotovoltaicas
referência e que já começa a apresentar
e para dispositivos de proteção contra
haja mudança em auxílios milagrosos
problemas de qualidade e segurança. A
surtos específicos. Toda a sociedade
de órgãos públicos e financiamentos
base para esta norma, que poderá ser
de especialistas tem de colaborar com
estatais, a sociedade tem de arcar com
agregada à própria ABNT NBR 5410 ou
a ordenação técnica das instalações.
esse custo, como aliás já faz há muito
constituir um documento separado, é
Se replicarmos isso para a atividade
tempo. A importância do cumprimento
um texto da IEC que está em processo
de normalização em geral, perdemos a
das normas técnicas tem ficado cada
de votação internacional. O uso cada
noção da grandeza e complexidade do
vez mais evidente nas jurisprudências e
vez maior desta fonte distribuída de
processo.
na opinião das autoridades, por isso tem
trabalho
da
comissões dos
CE
de
estudo.
trabalhos,
Não podemos esperar em 2016 que
energia elétrica no país tem de ser precedido da referência normativa que
Nem mesmo a atual crise econômica
garanta a sua qualidade, a interface com as distribuidoras e a segurança de seus
fez diminuir o interesse nas atividades
usuários.
A previsão mais otimista da Comissão
de revisão da norma. Mais uma vez, é o
de Estudos é que o projeto de revisão da norma esteja pronto para consulta
custo social da atividade de normalização
nacional até o final de 2016. Mesmo parecendo longo, este prazo é crítico dada
dividido entre todos nós, o que mostra
a complexidade da norma. Os principais fatores que garantirão o atendimento do prazo continuam sendo a participação dos
claramente que requisitos normativos só
especialistas representantes de diversos segmentos envolvidos com a atividade de
são voluntários quanto ao processo de
instalações elétricas, como fabricantes de componentes, empresas de engenharia, concessionárias de energia elétrica e
participação e que, sem eles, reinaria o caos.
instaladores, além da realização de reuniões
pelo
menos
mensais.
Nas O processo para muitos pode parecer
de ser fruto de um trabalho muito sério e
reuniões realizadas até agora, foi possível
obter o consenso entre os participantes
lento e temos recebido várias críticas a
responsável.
das diversas partes interessadas.
respeito da “morosidade” no avanço do
Para agilizar o processo de revisão,
texto revisado, porém, isso proporciona
deste processo em 2015, presencialmente
caso necessário, serão estabelecidos
a obtenção de consenso mais seguro
ou à distância, nas discussões, divulgação
outros grupos de trabalho para análise
e menos retrabalho nas discussões,
e envio de opiniões, um bom final de
de temas específicos e incentivo à
ou seja, avançamos realmente com a
ano com a certeza de muitos objetivos
participação de setores que possam
norma, mesmo considerando as diversas
cumpridos. E em 2016 não será mais
enriquecer as discussões e aumentar a
opiniões e interesses das várias partes
fácil. Estaremos todos preparados para
segurança do texto normativo, como
interessadas. Desde março de 2014,
em fevereiro retomarmos a luta.
aconteceu em 2015 com a participação
nenhuma
do Corpo de Bombeiros do Estado de
desconforto aos que “perderam” na
*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria
São Paulo, o que permitiu o consenso
votação. Vale mais o consenso onde
e Engenharia Consultiva, superintendente da
seguro sobre temas ligados a rotas de
todos, na verdade, ganham.
Certiel Brasil e coordenador da Comissão de
fuga, materiais de instalação e outros,
Finalmente, é importante lembrar
Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa
que se adequem à regulamentação em
que nada disso funcionaria sem a
a norma de instalações de baixa tensão ABNT
vigor e às suas tendências.
efetiva ação do ABNT CB 03, Comitê
NBR 5410.
votação
necessária
A todos os colegas que participaram
criou
100
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Revisões de fim de ano
Chegamos ao fim deste ano difícil, de
(resumimos os ODSs na coluna anterior e
Pacto Global da ONU, ISO 19600, DSC
recessão econômica, política e ética, de
retomaremos futuramente);
10000, Guia do Instituto Ethos (Integridade,
crises e decepções. Ficamos entre o mar
- Aquecimento global – chegou a Conferência
Prevenção e Combate à Corrupção) e
de lama moral e o físico (do rompimento de
sobre o Aquecimento Global (COP21, Paris,
outros servem de suporte para melhorar o
barragens de rejeitos em Minas Gerais, que
final de novembro) – os sinais positivos para
desempenho nesta área;
atingiu o Espírito Santo).
um acordo um pouco mais ambicioso foram
- Normas ISO de gestão - quero chamar a
se tornando mais fortes ao longo do ano.
atenção nesta coluna para a publicação da
identificar alguns pontos positivos, algumas
Vamos avaliar os resultados.
revisão das consagradas normas ISO 9001
lanternas de esperança para o novo ano:
- Corrupção e integridade – a gestão
e 14001, ocorridas em setembro, com três
Mas, no apagar das luzes, é possível
de integridade e ética, e de seus riscos
anos de transição da certificação. Também
- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
consequentes,
vez
para o desenvolvimento da norma ISO
(ODSs) – talvez a maior luz de todas,
necessária,
compromissos,
45001 para sistemas de gestão de saúde
avançando em um horizonte de 15 anos para
investimentos e ferramentas disponíveis para
ocupacional e segurança, prevista para
que a sustentabilidade seja abraçada de vez
“compliance” nas organizações – Pró-ética,
publicação em outubro de 2016. Cabe ainda
se
com
mostra mais
cada
101
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
mencionar a elevação de “status” da atual
alavancar oportunidades para o benefício da
mais amplo da sustentabilidade econômica,
CEE 116 (Comissão de Estudo Especialde
organização, e reforço das necessidades e
ambiental e social.
Gestão de Energia), responsável pela revisão
expectativas das partes interessadas;
-
da ISO 50001 no Brasil, para o permanente
- simplificação da documentação: "documen
organização com iniciativas proativas (além
CB 116 (Comitê Brasileiro de Gestão e
tos" e "registros" são agrupados em "infor
da prevenção da poluição) para proteger
Economia de Energia), reforçando a sua
mação documentada", e a necessidade
o meio-ambiente como o uso sustentável
importância e amplitude de trabalho.
e abrangência de procedimentos/manual
dos
formais são definidas pela organização.
às
Sobre a revisão das normas ISO 9001
Ampliação
do
comprometimento
recursos,
mitigação
e
mudanças
climáticas,
proteção
da
adaptação da
biodiversidade etc.;
e 14001, alguns pontos resultaram da
adoção do Anexo SL das Diretivas ISO –
ISO 9001 são:
desempenho ambiental – por exemplo
Estrutura de Alto Nível (que padroniza títulos
- Maior ênfase na geração de valor e
reduzir as emissões, efluentes e resíduos;
de tópicos, texto principal, termos comuns
resultados para a organização e seus clientes,
- Reforço da exigência atual para gerenciar
e definições fundamentais), para melhorar a
bem como na mentalidade de riscos;
os aspectos ambientais no ciclo de vida,
compatibilidade e alinhamento entre todas as
- Introdução de requisito relacionado à
sobre bens e serviços adquiridos, e uso/
normas de sistemas de gestão ISO (veja os
gestão do conhecimento;
tratamento/disposição final dos produtos
principais a seguir):
- Reforço dos requisitos relacionados a
(mas não exige avaliação completa do ciclo
controle sobre processos/produtos/serviços
de vida do produto);
providos externamente e gestão de mudanças.
- Ampliado e reforçado o processo de
- revisão do ciclo de gestão PDCA (P –
As principais mudanças específicas da
planejamento; D – suporte e operação; C
- Maior ênfase na melhoria contínua do
comunicação, demandando uma estratégia
– avaliação de desempenho; A – melhoria);
As principais mudanças específicas da
- reforço do elemento “Liderança”, com maior
ISO 14001 são:
envolvimento da alta direção;
de comunicação.
- inclusão de novo requisito sobre o
-
contexto da organização para identificar e
estratégica e a inserção dela no contexto
Maior
ênfase
na
gestão
ambiental
As previsões não são boas para 2016,
mas vamos em frente! Pensamento positivo!
Boa passagem e bom descanso/férias!
102
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Balanço de 2015 e as últimas notícias sobre certificações de Led Crise econômica, queda do PIB, aumento
qualidade de produtos, entretanto, ainda
a exigência da Portaria Inmetro nº
da inflação, diminuição do poder de
assombra este mercado, principalmente
144/2015, que aprova os Requisitos
compra, retração das empresas, aumento
os
consumidores
de Avaliação da Conformidade para
do desemprego, crise política, corrupção,
reclamam da qualidade dos produtos Led
Lâmpadas Led com dispositivo integrado
impunidade, crise hídrica, crise ambiental,
disponíveis no mercado e isso realmente
à base. Mas encontra-se em consulta
ajuste fiscal, processo de impeachment...
continua, infelizmente, pois nosso mercado
pública, até dia 2 de janeiro de 2015, a
Finalmente o ano de 2015 chegou ao fim.
é na maioria das vezes consumidor de
Portaria nº 599 de 17 de dezembro de
Na área de iluminação e eficiência
preço e não consegue avaliar de forma
2015, que prorroga em dois meses este
energética, apesar da retração com os
eficaz a qualidade dos produtos.
prazo. Isto é, a nova proposta é que as
demais setores da economia, existiu um
exigências técnicas comecem a vigorar
diferencial, que acabou viabilizando muitos
certificação compulsória do Inmetro para
em fevereiro de 2016.
negócios. Com o significativo aumento
lâmpadas Led, que deveria barrar até 17
da energia elétrica em 2015, muitas
de dezembro, as importações e fabricação
de luminárias públicas, que também era
oportunidades de implantação de novas
de produtos sem certificação.
esperada para 2015, não houve evolução.
tecnologias
O prazo, porém, se esgotou e apenas
2016 promete ser o ano, mas sem prazos
Isso significou o aumento da utilização da
três marcas foram certificadas. Na mesma
definidos. Dado o cenário que estamos
tecnologia Led como fonte de luz e uma
data uma proposta para a extensão do prazo
passando, fica a esperança de que 2016
maior utilização de sistemas de controle,
inicial, foi colocada em consulta pública.
seja um ano melhor para todos. Que
como automação em iluminação interna e
Preocupante? Sim, no mínimo isso. Pois
as crises econômica, política, moral e
telegestão em iluminação pública.
mostra que infelizmente não estávamos
ambiental por qual estamos passando
A crise na área de iluminação só não
preparados para uma certificação deste
sejam minimizadas em 2016 e que se
foi tão forte em função dos altos preços da
porte. E isso ocorre por diversos fatores:
abram espaços para novas oportunidades,
energia elétrica. Motivados em economizar
prazo final curto em relação aos prazos
novas ações e uma forma para se repensar
energia, muitas empresas estão realizando
de ensaios de vida exigidos, existência
e recriar o que cada um está fazendo.
retrofits de seus sistemas de iluminação ou
de produtos não conforme no mercado,
estudando meios de economizar energia de
havendo necessidade de adequação de
bons momentos para se fazer reflexões
uma forma mais eficiente. Assim, é possível
importadores e fabricantes, carência de
e planejar um ano novo melhor. Ter
verificar que as empresas de iluminação,
infraestrutura para ensaios exigidos por
criatividade, flexibilidade, força de vontade
que há algum tempo vem investindo de
laboratórios e organismos de certificação
e não se deixar levar pelo pessimismo,
forma mais consistente em tecnologia led
de produtos (OCPs) e morosidade na
acredito que sejam ingredientes-chave
e outros sistemas de controle, não tiveram
obtenção de acreditações dos laboratórios
para este novo ano que se inicia. Assim,
um resultado ruim como as empresas que
e OCPs.
desejo a todos os amigos, parceiros e
não se prepararam para isso.
leitores dessa coluna, que 2016 seja um
um
tornaram-se
mais
viáveis.
A grande preocupação em relação à
projetistas.
Muitos
A grande expectativa de 2015 era a
Atualmente, não temos oficialmente novo
prazo
estabelecido
para
Em relação à introdução da certificação
O final e o início do ano são sempre
ano de muita luz e boas energias!
104
Instalações MT
O Setor Elétrico / Junho de 2015
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Balanço geral de 2015 Mais um ano sem termos o que
comemorar, a não ser por conseguir
e não técnicas, tornar a curva de
chegar até aqui sem grandes atropelos:
carga a mais plana possível com a
salvos pela recessão, assistimos a
oferta de tarifas que, de fato, levem os
3 – Tarifa opcional não dá qualquer
demanda e o consumo caírem e nos
consumidores do setor de baixa tensão
resultado positivo.
tirar do grande risco de um iminente
a alterar hábitos de consumo de energia
apagão!
elétrica.
Também
Assim, nem dá para comemorar.
drástica
da
Nos eventos e publicações o “smart
grid” continua sendo a grande vedete
Isso inclui diminuir perdas técnicas
inclui
forma a resultar menores custos e mais eficiência operacionais.
Dessa forma, temos de comemorar
a
melhoria
a falta de sincronismo da Aneel e
da
energia
Inmetro que resultou na impossibilidade
fornecida e formas de baixar a tarifa sem
de implementar a tarifa branca que não
decretos e promessas políticas.
traria benefícios ao sistema elétrico e,
qualidade
e, como aspecto positivo, vemos que
com certeza, implicaria maiores custos
há muitos pontos de consenso e se
2 – A implementação destas novas
operacionais e menor faturamento das
espera que isso chegue aos órgãos que
tecnologias passa pela implementação
distribuidoras, ou seja, mais pressão
têm o poder de implementar políticas
gradativa de soluções já devidamente
para aumento da tarifa.
públicas que tornem o setor elétrico
consolidadas no mundo.
Tarifa tem de ser mandatória e,
menos jurássico.
Isso
apenas
melhor ainda, se for binômia (com
“forçando” a instalação de medidores
medidores inteligentes e comunicação
De onde podemos identificar estes
inteligentes
não
entre eles e o sistema de faturamento,
principais pontos?
seremos levados a absolutamente nada
isto não custa um centavo a mais),
Dos resumos que fazemos em cada
de valor a não ser o aumento de custos,
considerando o custo da energia e da
evento tentando sintetizar pontos de
os quais serão devidamente repassados
disponibilização de capacidade.
vista, apresentações de especialistas
para a tarifa (que não disparou mais no
Sabemos
de vários países e sugestões que, não
ranking mundial pela subida absurda
legislador e do regulador é complexa
raramente,
para
do valor do dólar em relação ao real).
e desafiadora e iniciar um novo ciclo
órgãos públicos e seus representantes.
A tarifa, com todos os impostos (é
é uma ação repleta de riscos. Porém,
assim que quem paga a conta percebe
precisamos, no Brasil de hoje, de
o custo real), já está bem próxima de
dedicação, capacidade e coragem para
R$ 1.000,00 / MWh! Mesmo com o
mudar tudo o que sabemos que precisa
1 – O país de fato precisa implementar
dólar nas alturas isto é próximo de US$
ser melhorado.
mais
250,00 / MWh!
E não há mais tempo a esperar.
são
encaminhados
Assim, podemos listar três pontos
básicos:
tecnologia
no
setor
elétrico,
principalmente na área de distribuição, para torná-la mais eficiente.
Ou
implica
seja,
de
dizer forma
que,
difusa,
precisamos
viabilizar
projetos em nichos e em regiões de
que
a
tarefa
do
Mãos à obra para que 2016 termine com alguma coisa para ser comemorada.
106
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Avaliação e esperança
Este foi um ano de grandes mudanças
retomaremos a normalidade, mas “uma
na proteção contra descargas atmosféricas,
oitava acima”.
graças à publicação da ABNT NBR
5419:2015 - 1 a 4, em 22 de maio.
a versão 2015 da 5419 veio para acabar
O assunto foi divulgado como tema
com os absurdos praticados na proteção
nos CINASEs de Joinville, Recife e Brasília,
contra descargas atmosféricas por aqueles
com alcance de mais de mil pessoas,
que sequer conhecem as versões mais
além de palestras em mais cinco estados,
antigas do documento. Normas não são
com uma média de duzentas pessoas por
feitas para restringir práticas de pessoas
evento. Além disso, aproximadamente 300
preguiçosas ou mal-intencionadas, mas
profissionais interessados na atualização
para ajudar a padronizar as atitudes
dos conceitos normalizados participaram de
daqueles que querem fazer as coisas de
nossos cursos, realizados em três estados.
maneira coerente.
Como as alterações em questão
Seguimos esperando o melhor e
são numerosas, significativas e cheias
entendendo que somente fazendo o certo
de detalhes (o texto revisado tem mais
conseguiremos extirpar o monumental
de 300 páginas, contra 42 da versão
numero de coisas erradas existentes
anterior),
o
desconforto
no país, nos despedimos de 2015
causado irá persistir por algum tempo.
agradecendo a todos aqueles que, como
No entanto, com a amostragem realizada
nós, independentemente de credo, raça,
nos números apresentados (referências
partido político, convicções sexuais e
tomadas de apenas um dos cinco agentes
modismos criados para desviar a atenção
multiplicadores que fizeram parte efetiva
dos
da
convicção da boa prática da engenharia,
comissão
proporcional
Não temos a ingenuidade de achar que
de
revisora),
podemos
incautos,
seguem
lutando
entender que a procura por atualização
com segurança e custo adequados.
vem superando as expectativas e em breve
Avante, 2016!
pela
108
NR 10
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Das oportunidades – Parte 2 Antes viagem
de
continuar
com
a
Não, para os quadros elétricos que
variáveis que devem ser analisadas
pelas instalações elétricas,
possuem uma porta interna e uma outra,
caso a caso. É quando se considera a
vamos fazer algumas considerações
externa (sobreporta), e cujos punhos,
possibilidade de que essa porta esteja
sobre um comentário de um leitor,
manoplas e alavancas de acionamento
bloqueando controles e acionamentos
a quem agradecemos o retorno. O
de dispositivos de manobra devam ser
de interruptores, acesso às alavancas
questionamento é recorrente, às vezes
operados em condições de emergência.
de
para o pessoal da área elétrica, outras
A primeira porta, a interna, deve impedir
manobra.
vezes entre os amigos da área de
o acesso às partes vivas, deve ser uma
avaliação sobre a conveniência ou não
segurança (e outros). A pergunta é: “Os
barreira, tem como finalidade a proteção
de que os controles fiquem acessíveis.
quadros elétricos devem ser mantidos
das pessoas contra os choques devidos
Vai depender da localização do quadro
fechados? Com chave?” A resposta
a contatos diretos, não poderá permitir
e do que os dispositivos controlam.
pode ser sim, não e talvez.
a inserção de um objeto sólido com
Em resumo, não é o acesso aos
Sim, devem ser mantidas fechadas
diâmetro maior que 12 mm (“lei do
quadros
com chave as portas daqueles quadros
dedo”) e a sua remoção só será possível
mas sim o acesso a partes vivas que
que pela simples abertura (dessa porta)
com o uso de uma chave ou ferramenta.
habitualmente existem nesses quadros.
permitam o acesso, o contato com
Talvez, dependendo do local em
Voltando ao nosso compromisso
partes vivas, como são os barramentos,
que são instalados, do preparo técnico
de abordar as oportunidades criadas
as garras de bases porta-fusíveis, as
das pessoas que poderão ter acesso,
pela NR 10, vamos ao item 10.2.3 - As
facas de seccionadores etc.
do resultado da manobra e outras
empresas estão obrigadas a manter
disjuntores
e
Nesse
que
dispositivos caso,
deve
ser
cabe
de uma
impedido,
esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações e
demais
do
sistema
equipamentos
de
e
aterramento
dispositivos
de
proteção.
Essa exigência da NR 10, chamando a atenção
para a importância de se conhecer as instalações, principalmente
para
os
médios
e
pequenos
estabelecimentos, tem um foco de autofiscalização, de modo que o responsável pelo estabelecimento se faça conhecedor da situação das instalações pelas quais responde.
Ocorre que os diagramas unifilares são a expressão
mais simples de toda a esquemática relacionada com as instalações, são a representação gráfica dos componentes elétricos e as suas relações funcionais e contêm apenas os elementos principais dos circuitos, representados por uma linha. Estes diagramas devem estar acompanhados de dados e especificações das medidas de proteção instaladas, especialmente do sistema de aterramento elétrico, elemento de fundamental importância à segurança de trabalhadores e usuários e dos demais equipamentos e dispositivos de proteção que integram a instalação elétrica, tais como fusíveis, disjuntores-chave e outros componentes associados à proteção.
As especificações documentadas asseguram que
os elementos de proteção não sejam substituídos por outros aleatoriamente não compatíveis com os demais elementos da instalação, correndo, assim, riscos de incêndios ou alterações significativas no tempo de atuação e proporcionando maior perigo aos usuários e mantenedores. Finalmente, atualização
estabelece
permanente
a
com
obrigatoriedade
de
as
ou
alterações
atualizações implantadas ao longo do tempo na instalação elétrica. E quem faz o levantamento e o diagrama? Naturalmente, essa é uma atividade própria do profissional eletrotécnico ou do engenheiro que vai realizar o levantamento, documentar a situação encontrada e instruir o responsável quanto ao estado das instalações. Essa atividade é própria de quem, ao
simples
olhar,
percebe
um
dimensionamento
inadequado, a ausência de proteção elétrica, de barreiras ou a necessidade de uma proteção adicional. Essa é mais uma das oportunidades de trabalho próprio do técnico da área elétrica criadas pela NR-10.
110
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Demanda instantânea máxima ou “pico da carga”
As preocupações com as demandas
contrário da terminologia e daquilo que
de 780 kW, é que a demanda média
instantâneas máximas, ou “picos de
poderia se supor, pode não representar
definida a partir do consumo de 148
demanda”, ou ainda “pico da carga”, estão
o comportamento da carga sob o ponto
kWh em 15 minutos registra valores
sempre presentes independentemente
de vista da solicitação do sistema
menores que 600 kW (148*4 intervalos
do tipo de instalação elétrica que se
de potência que a alimenta. Assim,
de 15 minutos por hora).
está tratando, mesmo nos sistemas de
equívocos
Situações
geração, transmissão e distribuição,
equipamentos e componentes, aferição
encontradas em todas as instalações
no caso das distribuidoras de energia,
de sistemas de proteção e outros podem
com
ou
complexos
ocorrer se esta variável for considerada
podendo gerar definições e escolhas
industriais com conexão à rede básica.
isoladamente. A Figura 1 apresenta os
equivocadas. Não confundir demanda
A abordagem clássica considera as
registros efetuados em uma indústria,
máxima dos intervalos de 15 minutos
definições:
da potência ativa em kW tomada em
com
leituras a cada ciclo (16 milissegundos
mesmo leituras instantâneas aleatórias
• Demanda média [kW ou MW]: Relação
em 60 Hz) e a energia ativa consumida a
em cada intervalo, mas sim entender que
entre a energia consumida (kWh ou
cada 15 minutos em kWh de onde será
se trata de uma integração da energia
MWh) em um determinado período “t”
calculada a demanda de cada intervalo,
consumida no intervalo e que, na
e o próprio período “t” do consumo
conforme adiante detalhado.
sequência, será referenciado ao período
[horas];
em que tal medição teria sido efetuada.
• Demanda máxima ou simplesmente
que a potência ativa registrada atinge
demanda [kW ou MW]: valor máximo
seu valor máximo (ou de pico) da ordem
meu caro prof. Ernani) considera a
ainda
nos
grandes
em
dimensionamento
de
O que se observa, no instante em
consumo
os
como variável
máximos
estas de
são carga,
instantâneos,
Um ponto bastante polêmico (calma,
das demandas médias medidas em “n” intervalos com duração de um período “t” por intervalo. Na resolução 414 e anteriores, “t” é igual a 15 minutos. No período mensal, o número de intervalos “n” é, portanto, próximo a 2880 (720 horas/mês*4 intervalos por hora); • Fator de carga de um determinado período: demanda média / demanda máxima, portanto, adimensional expresso normalmente em valores percentuais. Estas
definições
que
têm
sido
aplicadas por décadas nos consecutivos modelos tarifários utilizados pelo poder concedente e pelas distribuidoras é o primeiro ponto a ser evidenciado e é relativo à demanda máxima, que, ao
ou
Figura 1 – Registros de demandas máximas e de energia consumida em 15 minutos em instalação industrial. Fonte: Ação Engenharia e Instalações Ltda.
111
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Figura 2 – Carga de energia e demanda instantânea máxima do SIN. Fonte: ONS.
definição
pelas
dos
Interligado Nacional (SIN) e os valores
premissa a ser atendida, notadamente,
valores de ajustes dos relés de proteção
das demandas de pico registradas por
quando uma usina hidrelétrica tem longo
de
este mesmo sistema.
período de construção.
sobrecorrente
concessionárias das
entradas
das
instalações em função destes valores de
demanda (no caso a demanda contratada
mensais e os máximos registrados
- próxima da máxima das médias dos
chega a mais de 18.000 MW em cada
intervalos e não a de máxima solicitação ou
mês. O cenário atual aponta para
de “pico”). Ainda estes valores de corrente
valores médios mensais da ordem de
da
da carga podem ser ainda maiores em
60.000 MW e valores de pico maiores
adequada
função do consumo de potência reativa
que 80.000 MW em fevereiro de 2014 e
para operação em todos os cenários,
devido à energização de transformadores
fevereiro de 2015.
incluindo os já citados. Conhecer não
e partidas de motores, causando amplas
Este cenário de complexa combinação
só as capacidades das fontes, mas
discussões ainda sem todas as respostas
de fontes e topologias de redes é cada
sobretudo, o comportamento da carga
concluídas. Definitivamente, ajustar o relé
vez mais “recheado” de fontes renováveis
em tempo real permite agilidade nas
de entrada, referenciado pela demanda
e outras que não possuem capacidade
ações, aumentando a confiabilidade e
contratada carece de melhores análises.
de
outras
permitindo aos operadores entender os
Outro equívoco comum é o de
palavras, o sistema deve ser sustentado
fenômenos, evitando, se for o caso, a
definir uma fonte de contingência, por
por fontes seguras e presentes em
recorrência dos problemas.
exemplo,
dimensionados
função da demanda instantânea da carga
pela demanda registrada na conta da
não característica das fontes renováveis.
carga e da própria energia são fatores
distribuidora (valores integrados), com
Considere
de
que possibilitam a rápida readequação
resultados nem sempre adequados e
se manter potências de curto-circuito
em caso de situação critica, além de
favoráveis.
mínimas, garantindo, assim, os padrões
evitar investimentos no lado da geração.
adequados da qualidade da energia.
A
Deve-se ainda atentar que o SIN é
virtuais de energia” que são os projetos
geradores,
O sistema interligado nacional (SIN)
A diferença entre os valores médios
reação
programada.
ainda
a
Em
necessidade
Gestão e eficiência energética A gestão (da qualidade e consumo) energia é
com uma
instrumentação das
ferramentas
A eficiência energética, gestão da
construção
destas
“minicentrais
composto por quatro subsistemas, o
sérios de eficiência energética evitam
Na outra ponta, a do suprimento
sul, o sudeste/centro-oeste, o nordeste
ainda as perdas elétricas na transmissão
de energia, observa-se uma situação
e o norte, sendo cada um com suas
e distribuição, além dos custos pela
análoga,
peculiaridades
energia produzida serem bem mais
apesar
dos
volumes
de
de
fontes
e
cargas,
energia extremamente maiores e até
além das necessárias exportações e
interessantes.
não comparável. Os dados do ONS,
importações de energia entre eles.
O
de onde as informações da Figura 2
A Empresa de Pesquisas Energéticas
variáveis elétricas e as ferramentas de
foram extraídos e cruzadas entre si,
(EPE) tem a incumbência de garantir
gestão são soluções que aumentam
apresentam a comparação da demanda
a projeção das fontes adequadas para
a
média mensal da carga do Sistema
as cargas projetadas e esta é outra
operacionais e consumo de energia.
conhecimento
confiabilidade
e
correto
reduzem
das
custos
112
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Serviços de reenrolamento de motores “Ex” Motores elétricos são componentes fundamentais na maioria das plantas e dos acionamentos de equipamentos industriais. Eles são responsáveis por dois terços de toda a energia elétrica consumida pelas instalações industriais e comerciais mundiais, com custos de consumo de energia durante o seu tempo de vida útil que totalizam muitas vezes o seu custo inicial de compra.
Mesmo uma única falha de um motor
pode afetar adversamente a lucratividade de curto prazo de uma empresa. Falhas múltiplas ou repetitivas podem reduzir a competitividade de uma empresa, tanto de curto como de longo prazo. Por este motivo, as empresas industriais necessitam de estratégias efetivas de gestão e de manutenção, de forma a minimizar os custos gerais de compra e de operação de motores elétricos, além de evitar as paradas não programadas que são causadas pelas suas falhas não previstas. Os serviços de reenrolamento de motores elétricos “Ex” representam uma atividade bastante frequente, em função dos elevados custos dos motores “Ex”
Além disso, a elevação dos custos de
eficiência, podem representar grandes
de grande porte. Para estes motores, é
energia nos últimos anos, tem feito com
efeitos nos seus custos de operação.
economicamente viável a realização de
que surjam questões sobre a manutenção
serviços de reparos nos enrolamentos do
da eficiência de motores “Ex” reparos ou
60034-30-1 (Rotating Electrical Machines -
estator e do rotor, ao invés da substituição
reenrolados.
Part 30-1: Efficiency classes of line operated
do equipamento completo.
Motores elétricos “Ex” frequentemente
AC motors - IE Code), publicada pelo TC-2
Usuários com experiência em motores
convertem cerca de 95% da sua energia
da IEC (Rotating Machinery) em 2014,
elétricos “Ex”, há muito tempo, sabem que
elétrica de entrada em energia mecânica.
define os níveis internacionais de eficiência
motores reparados ou reenrolados por
Por isso, em função da grande quantidade
de motores elétricos de 50 Hz e de 60
oficinas de serviços qualificadas reduzem
de energia elétrica que estes motores
Hz, com potência nominal até 1.000 kW.
os gastos, ao mesmo tempo que asseguram
consomem em todo o mundo, mesmo
Na edição 2.0 desta norma internacional,
uma operação com maior confiabilidade.
pequenas alterações em seus índices de
além do já “tradicional” Índice de Eficiência
A Edição 2.0 da norma internacional IEC
113
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
IE3, foi incluído também o índice IE4. Além disso, o Índice de Eficiência IE5, embora não seja totalmente definido em detalhes, já está contemplado para aplicação em motores de eficiência mais elevada.
Porém, tem sido frequente, por parte
dos usuários de motores “Ex”, diversas reclamações sobre os serviços de reparo e de reenrolamento destes motores “Ex” sobre a diminuição da eficiência dos motores após os reparos. Com base em grande parte em diversos estudos de motores, principalmente de pequeno porte (até 22,5 kW), os usuários frequentemente afirmam que a eficiência cai entre 1% e 5% quando um motor “Ex” é reenrolado e cai ainda mais quando o motor é submetido a reenrolamentos repetidos. Neste
sentido,
foram
elaborados
estudos para a determinação do impacto do reenrolamento e reparo na eficiência de motores de indução “Ex”, incluindo os efeitos de uma grande quantidade de variáveis tais como: • Reenrolamento de motores “Ex” sem a aplicação de sistemas de controles espe cíficos sobre procedimentos de retirada dos enrolamentos e reenrolamento; • Excesso de graxa nos mancais; • Como diferentes temperaturas de aqueci mento para a remoção dos enrolamentos danificados afetam as perdas do núcleo do estator; • As consequências de repetidos reenrola mentos; • Reenrolamento de motores “Ex” de baixa e de alta tensão; • Utilização de diferentes configurações de enrolamento e de preenchimento de ranhuras; • Danos físicos (mecânicos) ao núcleo do estator. Pode ser verificado que, caso os serviços de reenrolamentos dos motores “Ex” sejam feitos de acordo com as “boas práticas de engenharia” existentes no mercado, a alteração da média da eficiência desses motores “Ex” fica dentro da faixa de precisão para os métodos de ensaio
114
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
dos Índices de Eficiência – IE (± 0,2
de que um aumento nas perdas no
(VPI - Vacuum Pressure Impregnation)
%), demonstrando que os motores “Ex”
núcleo, que podem ser resultantes da
ou gotejamento. A cópia do enrolamento
reparados ou reenrolados que seguiram
perda das propriedades magnéticas das
necessita passar pelo mesmo processo e,
tais boas práticas mantiveram seus índices
chapas de aço silício e da degradação do
caso isso não seja possível, deve passar
originais de eficiência, e que em muitos
isolamento entre estas chapas, pode afetar
por um processo alternativo para atingir
casos, a eficiência destes motores foi
significativamente os parâmetros do tipo
a mesma penetração e recobrimento da
mesmo elevada.
de proteção “e” (tempo tE etc.) ou resultar
resina de impregnação nos enrolamentos
Estudos e pesquisas realizadas em
em que a classe de temperatura seja
A ABNT NBR IEC 60079-19 está
laboratórios de ensaios de equipamentos “Ex”
excedida, comprometendo a segurança
sendo revisada para incorporar os novos
demonstraram que os motores de alta tensão
do equipamento aos o reparo. A oficina
requisitos para a execução dos serviços
(com tensão nominal acima de 5,0 kV) podem
de serviços de reparo de equipamentos
de reenrolamento de motores “Ex”, de
apresentar riscos de centelhamento no
“Ex” deve certificar-se em todos os
acordo com as modificações que foram
entreferro (aquela pequena distância existente
procedimentos de recuperação, que, após a
apresentadas pelo Amendment 3.1 da
entre o os enrolamentos do estator e o rotor),
conclusão da recuperação, o equipamento
IEC 60079-19, publicado em 2015. Nesta
durante o período de partida destes motores,
esteja em perfeitas condições de operação
revisão foram incluídas referências aos
dependendo das características e de forma
e em conformidade com as normas técnicas
seguintes documentos do IECEx:
construtiva do motor. Foi também verificado,
aplicáveis para os tipos de proteção “Ex” do
por meio destes estudos, que motores de
motor a ser reparado e reenrolado.
• Folha de Decisão IECEx TAG 20013/006
alta tensão podem apresentar um risco de
O método utilizado pelo fabricante
- Informações requeridas para assegurar
descarga capaz de gerar uma ignição, por
original do equipamento (OEM) para
que o motor “Ex” com cópia de enrolamento
meio de seus enrolamentos de alta tensão,
amarrar ou suportar as cabeças das
tenha um comportamento eletromecânico e
devido a descargas parciais e a efeito corona.
bobinas do motor “Ex” deve ser avaliado e
térmico similar ao do motor “Ex” original;
Em função destes estudos e pesquisas,
um sistema de amarração ou suportação
• Documento Operacional IECEx OD 301
foram introduzidos nas normas dois tipos de
equivalente necessita ser utilizado na cópia
- The effect of repair or rewinding on motor
proteção Ex “n” (não centelhante) e Ex “e”
de enrolamento. No caso de bobinas de
efficiency – Rewind study and good practice
(segurança aumentada), no início dos anos
enrolamentos com espiras pré-formadas,
guide to maintain motor efficiency.
2000, requisitos para que motores de alta
a localização e a espessura dos blocos de
tensão com estes tipos de proteção “Ex”
amarração nas cabeças de bobinas devem
Até o presente momento existem no
fossem submetidos a ensaios de laboratório
ser replicadas na cópia do enrolamento,
Brasil mais de 60 oficinas de serviços
na presença de gases inflamáveis, para
sendo importante que o espaço entre os
de reparo, revisão e recuperação de
confirmar que estes equipamentos não são
lados da bobina nas cabeças da bobina seja
equipamentos “Ex”, certificadas de acordo
capazes de gerar uma ignição.
mantido tão próximo como possível daquele
com os requisitos da ABNT NBR IEC
do fabricante original do equipamento
60079-19 e dos Documentos Operacionais
Atmosferas explosivas – Parte 19: Reparo,
(OEM).
da
IECEx 314-5 - Requisitos do Sistema de
revisão e recuperação de equipamentos
amarração deve ser equivalente ou melhor
Gestão da Qualidade para Empresas de
“Ex” apresenta os requisitos aplicáveis
daquela utilizada pelo fabricante original do
Serviços do IECEx envolvidas em reparo,
à execução deste tipo de serviços de
equipamento (OEM).
revisão e recuperação de equipamentos
reenrolamentos de motores “Ex”, incluindo
Devem
as
“Ex” e IECEx OD 315-5 - Requisitos
motores
não
distâncias relacionadas com a projeção
adicionais para Empresas de Serviços
centelhante – Ex “n” e de segurança
em linha reta dos enrolamentos doo motor
IECEx envolvidas em reparo, revisão e
aumentada (Ex “e”), os quais não dependem
“Ex”, isto é, a distância desde a extremidade
recuperação de equipamentos Ex.
de carcaças com invólucros especiais à
do núcleo do estator até a primeira curva
prova de explosão ou pressurizados.
do enrolamento do estator, nas duas
2013/006 encontra-se disponível para
Para a execução dos serviços de
extremidades de conexão (em ambos os
acesso público em português do Brasil
remoção dos enrolamentos danificados,
lados do estator).
em:
é aceitável o procedimento de diluição
O método de impregnação utilizado
DS_2013_006_60079-19_Portugese.pdf.
do verniz de impregnação das bobinas
pelo fabricante original do equipamento
O
com solventes, antes da sua remoção, ou
(OEM) do motor “Ex” necessita ser
OD 301 encontra-se disponível para
remoção a frio.
avaliado, identificando se os enrolamentos
acesso
A necessidade de cautelas especiais
foram impregnados por meio de imersão,
com/docs/OD_301_EASA_rwstdy1203_
nestas circunstâncias deve-se ao fato
impregnação por meio de vácuo e pressão
IECEx_021318.pdf.
A norma ABNT NBR IEC 60079-19 –
com
tipo
de
proteção
A
rigidez
também
dos
ser
materiais
mantidas
A Folha de Decisão IECEx TAG DS
http://www.iecex.com/docs/ExTAG_ Documento público
Operacional
em:
IECEx
http://www.iecex.
116
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Por Sideni Ueda*
Normatização das redes elétricas Certificação das instalações elétricas e conscientização
Em janeiro do ano passado, o Instituto
Nacional
de
Metrologia,
Qualidade
existem três organismos de inspeção,
minimizar os acidentes, mas ainda não há
cada um responsável por uma região.
prazo para que seja obrigatório”, afirmou
e Tecnologia (Inmetro) publicou uma
A
portaria que estabelece a certificação
instalações
dos
Brasileira de Conscientização para os
voluntária das instalações de baixa
principais eixos e tema de futuros
Perigos da Eletricidade (Abracopel),
tensão no Brasil. Segundo o Artigo
debates do Programa de Avaliação de
Edson Martinho.
3º, da Portaria nº 51, de 28 de janeiro
Conformidade, realizado pelo próprio
de 2014, fica instituído, no “âmbito
Inmetro. O programa poderá envolver o
de 2014, o serviço de certificação das
do Sistema Brasileiro de Avaliação da
modelo de certificação a ser adotado,
instalações elétricas de baixa tensão.
Conformidade (SBAC), a certificação
os ensaios a serem realizados, as
Atualmente, este suporte é fornecido
voluntária para instalações elétricas de
entidades certificadoras, a fiscalização
pela multinacional UL. Para a emissão da
baixa tensão, a qual deverá ser realizada
e a formação de pessoal qualificado.
certificação, o cliente deve encaminhar
por
Organismo
de
Certificação
análise
de
conformidade
elétricas
é
um
de
o
diretor
executivo
da
Associação
A Certiel Brasil prestou, até o final
de
Atualmente, mesmo com a certificação
toda
Produto (OCP), acreditado pelo Inmetro
voluntária, algumas entidades públicas
elétrico e programar uma inspeção
e estabelecido no país”.
a
documentação
do
projeto
já exigem a certificação das instalações
com profissionais da empresa. Caso os
pela
de baixa tensão em suas obras, como é o
ensaios sejam aprovados, a organização
portaria do Inmetro, o Brasil está atrasado
caso da Infraero e Banco Central. Outras
encaminha o certificado final. Em caso de
em relação à certificação de instalações
estão avaliando a sua prescrição como
reprovação, o solicitante deve corrigir os
elétricas.
Apesar
da
regulamentação
uma forma de valorizar o investimento
pontos em não conformidade e agendar
Argentina (província de Buenos Aires),
Países
adequado de recursos públicos.
uma nova inspeção. Mais detalhes
já possuem um modelo compulsório
Para alguns profissionais do setor
podem ser obtidos pelo endereço brazil.
há cerca de dez anos. Chile, México,
elétrico,
ul.com.
Colômbia e Peru também têm meios
obrigatória,
de avaliação de âmbito obrigatório.
– documento municipal que atesta
No panorama internacional, ainda se
que o imóvel foi construído segundo
destacam
atuam
as exigências estabelecidas para a
Conscientizar
sobre a conformidade nas instalações,
aprovação dos projetos. Acredita-se
os perigos das instalações elétricas
tais
Internacional
que, desta forma, a construção estaria
incorretas é o principal mote de uma série
para a Segurança dos Usuários de
definitivamente protegida. A certificação
de iniciativas que importantes entidades
Energia Elétrica (Fisuel) e o Instituto de
compulsória da instalação elétrica seria
do
Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos
um mecanismo importante para minimizar
Neste último artigo da série, que busca
(IEEE). A Fisuel, por exemplo, conta com
os acidentes. Atualmente, dois projetos
evidenciar a importância das redes
mais de 30 países-membros, todos com
de lei sobre inspeção das instalações
normatizadas, apresento um apanhado
legislação de apoio à obrigatoriedade
tramitam no Congresso Nacional. “Este
de concursos, seminários e prêmios que
do certificado. No caso de Portugal,
seria um mecanismo importante para
atuam neste sentido.
como
vizinhos,
organizações Federação
como
que
a
a
certificação atrelada
ao
deveria
ser
“Habite-se”
Campanhas de conscientização
setor
as
realizam
pessoas
sobre
periodicamente.
O Instituto Brasileiro do Cobre
aos
(Procobre)
regularmente,
entidade ainda promoveu, em 2015, a
relevantes dados técnicos sobre este
9ª edição do Prêmio Nacional Abracopel
metal e suas aplicações. A ideia é
de
estimular seu uso técnico e econômico
profissionais de mídia de todo o Brasil
por
de
para pautarem matérias cujo objetivo
projetos em várias áreas como eficiência
fosse alertar para os riscos de projetos
energética (motores e transformadores),
elétricos mal realizados. Paralelamente
energias
a estas ações, a entidade atua sobre
divulga,
meio
do
desenvolvimento
renováveis
(fotovoltaica
e
profissionais
da
Jornalismo
imprensa,
que
a
movimentou
eólica), construção civil (eletricidade,
normatizações,
condução de água e gás, aquecimento
inúmeras iniciativas que tenham como
solar), saúde (cobre antimicrobiano).
foco a conscientização.
Entre eles, está a versão atualizada do
Finalmente,
ao
“Panorama da Situação das Instalações
três
busquei
Elétricas Prediais no Brasil”, tema do
a importância de se normatizar as
primeiro artigo desta série.
instalações elétricas de baixa tensão.
Está
no
desde
longo
apoia
dessas evidenciar
o
Acredito que, por meio de uma legislação robusta, a escolha por materiais de
programacasasegura.org). A iniciativa
qualidade e profissionais qualificados
bus c a conscientizar o usuário sobre
e, principalmente, pela conscientização
os cuidados que deve ter em relação
de todos os brasileiros, seja possível
às instalações elétricas de seu imóvel,
garantir mais proteção para famílias
seja novo ou usado, mostrando os
e
principais problemas de uma instalação,
Agradeço, em nome da Nexans, às
causas,
entidades
Casa
efeitos,
2005,
e
(www.
Programa
ar,
edições,
legislações
Segura
colaborando
de
suas
respectivas que
propriedades.
colaboraram
para
o
alguma forma para minimizar os riscos
desenvolvimento deste material. Mais
de choque elétrico, curto-circuito ou
detalhes sobre elas e suas respectivas
incêndio devido às instalações elétricas
formas
irregulares.
abaixo. Agradeço ainda aos leitores que
Algumas
campanhas
buscam
de
contato
estão
listadas
puderam acompanhar todos os artigos.
conscientizar o público infanto-juvenil sobre a importância das redes elétricas
Referências:
seguras. É o caso do Concurso Nacional
• Abracopel – Associação Brasileira
Abracopel de Redação e Desenho. O
de Conscientização para os Perigos da
projeto busca estimular a rede escolar a
Eletricidade
trabalhar o conceito de segurança com
www.abracopel.org.
as crianças e adolescentes (entre 6 e
• Certiel Brasil – Associação
15 anos) envolvendo toda a comunidade
Brasileira de Certificação de
escolar. A organização também promove
Instalações Elétricas
seminários de atualização técnica são
www.certiel.com.br.
realizados em dez cidades do País
• Procobre – Instituto Brasileiro do
anualmente em modelo road show. Da
Cobre
mesma forma, em 2015, a Abracopel
www.procobre.org/pt.
iniciou webinars que abrangem um público maior e em mais cidades.
*Sidnei Ueda é engenheiro eletricista pela
Unicamp e, como gerente de aplicação de
Os professores das áreas técnicas
também
são
Encontro Atualização
atualizados
Nacional Docente
durante
Abracopel em
o de
Segurança
produtos da Nexans, atua no segmento de linhas e cabos nus e isolados destinados à transmissão e distribuição de energia no
com Eletricidade (Enadse) que ocorre
Centro de Competências Aéreas da empresa
bienalmente desde 2008. Destinada
no Brasil.
118
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
Sistemas de controle de iluminação inteligentes colocam pessoas em primeiro lugar
As novas e, cada vez mais inteligentes,
tecnologias de construção estão mudando o modo como pensamos e planejamos o controle de iluminação em uma residência ou até mesmo em um edifício inteiro.
Os fabricantes de sistemas e produtos
para o controle da luz, tanto natural quanto artificial, estão se tornando dia após dia mais aptos a oferecer uma variedade de componentes que elevam a eficiência energética, reduzem os custos e propõem a integração com outros sistemas para garantir a automação e controle de dados.
Entretanto, para que os sistemas de
controle de iluminação se tornem ainda mais inteligentes, é preciso lembrar que,
correta integração para atingir uma alta
antes de mais nada, eles devem criar
Em relação ao controle de iluminação, a
performance e entregar os resultados
a melhor experiência possível para as
qualidade pode ser definida por quatro
esperados;
pessoas que vivem ou trabalham naquele
princípios básicos:
espaço.
3. Os fabricantes devem ser responsáveis
No final das contas, a percepção
1. Os dispositivos exigem um sistema
pelo desempenho de seus produtos:
do cliente sobre a qualidade tem início a
de controle confiável: pense no que
nenhum sistema é perfeito e problemas
partir da simples expectativa de que tudo
acontece quando um sistema de controle
acontecerão em algumas obras. Para
o que está sendo instalado naquele local
de iluminação falha. Um único dia de
levar este risco em conta é importante
irá funcionar. Do produto mais simples ao
problemas durante toda a vida de um
que os fabricantes possuam um serviço
mais complexo: a primeira regra é cumprir
sistema pode significar perdas financeiras
de engenharia plenamente capaz de
o que foi proposto.
para uma empresa similares ao custo de
oferecer uma resposta rápida para resolver
todo o sistema de controle de iluminação.
o problema em vez de criar mais atrasos
exemplo, pode ajudar a otimizar a eficiência
A
e
energética, reduzir custos de instalação e
operacionais mais essenciais em qualquer
imune aos erros, mas resolver o problema
operação e promover a integração com os
empreendimento;
rapidamente e minimizar o risco de um
Um
sistema
de
dimerização,
por
iluminação
é
um
dos
aspectos
sistemas de gestão de um edifício – mas o
retornos
adicionais.
Ninguém
está
novo empecilho pode ser um diferencial
mais importante é reduzir a luz suavemente
2. A
e melhorar o ambiente de iluminação para
importante: sistemas de controle de
quem utiliza o local, seja um morador ou
iluminação
mais
4. Os dispositivos precisam de sistemas
alguém que trabalha naquele ambiente.
complexos e uma maior integração é
compatíveis, mesmo diante de tecnologias
Satisfazer esse usuário e agradar os
experiência estão
de se
iluminação tornando
é
fundamental;
fundamental. Os fabricantes precisam
em constante evolução: é difícil prever o
seus olhos é o primeiro e mais importante
entender
melhores
futuro da integração e da interoperabilidade,
passo.
estratégias de controle e como fazer uma
mas sistemas devem ser projetados com
como
aplicar
as
119
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
isso em mente e precisam permitir uma
No entanto, o controle de luz não deve
Quando falamos em estratégias de
ampla variedade de possibilidades de
limitar a capacidade de uma avançada
controle de iluminação, o primeiro ponto
integração existentes e futuras.
captura da luz do dia, a preservação
a ser pensando deve ser o impacto
de pontos de vista dos ocupantes e as
sociológico
oportunidades para o aquecimento passivo
edifício. Isso resulta em economia final
ou reflexão do calor. Um verdadeiro
em termos de redução do consumo de
sistema de alta performance entende a
energia, a eficácia dos funcionários e bem-
hierarquia de comando e sempre mantém a
estar geral.
Um sistema de iluminação inteligente considera tanto a luz elétrica quanto a natural
sobre
os
ocupantes
Os bons sistemas de iluminação
funcionalidade principal em primeiro lugar,
devem fornecer os níveis de iluminação
antes de abordar benefícios avançados,
adequados para que as pessoas executem
como otimização de energia e análise de
corretamente suas tarefas visuais. E,
dados.
mesmo que seja bastante difícil isolar os
Eficiência energética é importante –
benefícios de produtividade dos níveis de
não apenas pela questão da redução de
iluminação adequados, existe uma clara
custos, mas como parte do crescente
ligação entre o controle de iluminação
comprometimento
do ambiente pessoal e o conforto e a
sustentabilidade –, mas a ênfase na
motivação dos funcionários.
economia de energia é algo relativamente
Sistemas de cortinas, por exemplo, são
novo. Sistemas de controle de iluminação
essencialmente concebidos para reduzir a
têm apenas cerca de 50 anos e o objetivo
luminosidade e fornecer proteção térmica
sempre foi o de fornecer benefícios
para os ocupantes do edifício. Sem uma
significativos para a vida das pessoas que
eficaz mitigação do brilho, essas cortinas
vivem ou trabalham em um determinado
Por Pedro Polo, diretor-geral da Lutron
agregam pouco ou nenhum valor.
local.
Electronics Brasil.
global
com
a
do
120
Agenda
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
22 a 24 de fevereiro
Informações
O curso tem como objetivo principal levar aos participantes informações sobre como executar e avaliar um sistema de aterramento, fornecendo critérios da nova ABNT NBR 5419, da ABNT NBR 5410, da ABNT NBR 7117 e da ABNT NBR 15749. Serão abordados temas, como proteção de edificações, métodos para proteção de equipamentos sensíveis, tais como computadores, máquinas industriais, data center e hospitais. O curso oferece também aula prática no campo, com medições reais e avaliações.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5031-1326 cursos@barreto.eng.br
Cursos
22 a 24 de fevereiro
Análise de vibração – Módulo IV
Descrição
Informações
O quarto módulo do curso “Análise de vibração” versa sobre técnicas de controle e redução de vibração em máquinas usando coletores de dados, balanceamento de campo e compressores de parafusos. O profissional aprenderá durante as aulas a empregar os modernos recursos disponíveis em coletores de dados de um e dois canais para balancear rotores rígidos, identificar problemas em rolos de máquinas de fabricar papel/laminadores, compressores de parafusos e outros equipamentos. Para realizar o curso, convém que o participante tenha conhecimentos básicos de análise de vibração ou tenha feito o módulo I - Princípios de Diagnósticos de Defeitos em Máquinas Rotativas.
Local: Itajubá (MG) Contato: 35 3629 3500 fupai@fupai.com.br
22 a 26 de fevereiro
Introdução à automação de subestações
Descrição
Informações
Os participantes serão apresentados a alternativas de soluções para Sistemas de Automação de Subestações (SAS) ou de Centros de Operação de Sistemas. Durante as aulas, serão debatidas as topologias, as metodologias e as tecnologias atuais relacionadas ao tema. Haverá também demonstrações práticas de configuração de protocolos de comunicações IEC61850, DNP3 e MODBUS, utilizando-se relés de proteção e concentradores/gateways, além de um sistema supervisório SCADA. O curso é direcionado a engenheiros e técnicos envolvidos com especificação, projeto, implantação, operação e manutenção de subestações e centros de operação de concessionárias.
Local: Campinas (SP) Contato: (19) 3515.2000 Fax: (19) 3515.2011 atendimento@selinc.com
23 e 24 de fevereiro
SPDA
Descrição
Informações
Capacitar profissionais da área elétrica e outros interessados a desenvolver laudos e projetos em Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) é o intuito do curso oferecido pela Termotécnica Para-raios. Entre outros conteúdos, as aulas apresentarão a estrutura da nova norma da área e ensinarão avaliação da necessidade de SPDA; dimensionamento do aterramento para dispersão da descarga atmosférica no solo; e como fazer laudos do SPDA, com entrega de modelo exclusivo. O curso é voltado para projetistas, engenheiros, técnicos e interessados no mercado de SPDA.
Local: Belo Horizonte (MG) Contato: (31) 3308 – 7029 eventos@tel.com.br
10 e 11 de fevereiro
Eventos
Aterramento elétrico e proteção de equipamentos sensíveis
Descrição
Peru Energia
Descrição
Informações
Trata-se de um encontro realizado anualmente com a presença de altos executivos dos setores de eletricidade e hidrocarbonetos que analisam e discutem as tendências energéticas internacionais. O evento permite trocar conhecimentos entre as mais altas autoridades estatais, funcionários dos sistemas regulatórios e executivos do setor privado e debater a agenda energética do país.
Local: Lima - Peru Contato: (511) 242-2731 informes@peruenergia.com.pe info@peruenergia.com.pe
13 a 18 de março
Light + Building
Descrição
Informações
Uma das mais importantes feiras de iluminação e tecnologias de serviços para edificações, a Ligh+Building apresenta também soluções visando à redução do consumo energético de edificações e aumento do nível de conforto. Evento ocorrido bienalmente, durante a feira, são apresentadas as mais recentes inovações para as áreas de iluminação, engenharia elétrica, automação residencial e predial e software para a indústria da construção. O público-alvo do evento é constituído por arquitetos, decoradores, designers, engenheiros, artesãos, distribuidores e industriais.
Local: Frankfurt-Alemanha Contato: +49 69 75 75 - 54 71 light-building@messefrankfurt.com
28 a 30 de março
Colóquio Internacional Cigré SC C4
Descrição
Informações
O colóquio internacional irá fornecer aos participantes uma oportunidade para explorar os novos desafios relacionados a temas como incompatibilidade eletromagnética, iluminação e qualidade de energia em sistema de energia, incorporando geração de fontes renováveis. Um dos objetivos principais do evento é a geração de novas ideias com base na troca de conhecimentos de renomados especialistas a respeito da geração de energia renovável em diversos lugares do mundo.
Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6750 seminarios@lactec.org.br
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
A Cabine 72 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br
Daisa 63 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br
Hellermann Tyton 70 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br
Light Building 15 (11) 3958-4370 info@brazil.messefrankfurt.com www.light-building.com
Agpr5 - Abirush Automação 101 e Sistemas (48) 3462-3900 comercial@a5group.com.br www.a5group.com.br
Dutoplast 37 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br
Himoinsa 17 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br
Luminárias Sun Way Rio (21) 3860-2688 gruposunway@hotmail.com www.coloniallustres.com.br
Alpha 73
Eaton 19 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br
ICE Cabos Especiais 71 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br
Maccomevap 79 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
Efe-Semitrans 29 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br
IFG 89 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br
(11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br APC by Schneider Electric 11 0800 7289 110 / (11) 4501-3434 ccc.br@schneider-electric.com www.apc.com/br APS Componentes 85 (11) 2870-1000 www.apscomponentes.com.br AXT 75 (11) 4025-1300 vendas@axt.com.br www.axt.com.br BN Eletro Metalúrgica 77 (11) 4411-0844 www.industriabn.com.br BRVal 43 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cabelauto 100 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 9 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 5 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
67
Média Tensão 55 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
Eletromar 51 0800 7242 437 www.hager.com.br
Ilumatic 31 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br
Embrata 82 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br
Instrumenti 4 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br
Exper 103 (11) 4704-5972 contato@expersolution.com.br www.expersolution.com.br
Intelli 69 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br
Nambei Fios e Cabos 109 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br
Expolux 107 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br
Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br
Nelmetais 119 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br
Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
Itaipu Transformadores 57 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br
Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br
Feicon Batimat 105 www.feicon.com.br
Kanaflex 84 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br
Novemp Fascículos e 41 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
Kienzle 78 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br
Nutsteel 42 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 6 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br
GayaTree 97 www.gayatree.com.br General Cable 61 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Conex 7 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br
Gimi Pogliano 47 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br
KRC 74 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Cordeiro 21 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br
HDA Iluminação Led 33 (54) 3298-2100 hda@hda.ind.br www.hda.ind.br
Liba Painéis e Automação 87 (21) 3658-7706 / 7196 www.libapaineis.com.br comercial@libapaineis.com.br
91
Melfex (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br 80
Mon-Ter (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
Ofício Uniformes 108 (31) 3712-6145 contato@oficiouniformes.com.br www.oficiouniformes.com.br
Palmetal 39 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paraeng Pára-Raios 113 (31) 3394-7433 contato@paraeng.com.br www.paraeng.com.br Paratec 106 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 95 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Power Lume 35 (54) 3222-3515 powerlume@powerlume.com.br www.powerlume.com.br RDI Bender 25 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br Sarel 117 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 83 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Sindustrial Engenharia 26 (14) 3366-5200 / 3366-5207 www.sindustrial.com.br Strahl 23 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com 88
Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Tremax 93 (16) 3266-1297 / 3266-3158 contato@ tremax.com.br www.tremax.com.br 81
Unitron (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br VR Painéis Elétricos 13 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
121
122
What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Dezembro de 2015
O que há de errado? Observe a imagem e identifique as não conformidades com relação às normas técnicas brasileiras vigentes. Para enviar sua resposta, acesse www.osetoreletrico.com.br, clique em “What’s wrong here?” e preencha o pequeno formulário!
Observe a imagem a seguir, encontre os erros de acordo com as normas técnicas vigentes e
mande suas conclusões! O resultado será divulgado na edição 121, de fevereiro de 2016.
PREMIAÇÃO
O leitor que mandar a melhor
resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com as normas técnicas vigentes, receberá como prêmio um exemplar da mais nova edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!
Resposta da edição 117 (Outubro/2015)
Infelizmente, nenhum leitor se aproximou da resposta correta com relação às não
conformidades da instalação ilustrada ao lado com as normas técnicas brasileiras vigentes. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas impressões e continuem participando!
Confira a resposta correta, fornecida pelo especialista em instalações com atmosferas
explosivas, Roberval Bulgarelli:
Não perca tempo! Mande sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse o site www.osetoreletrico.com.br
A instalação mostra um prensacabo à prova de explosão instalado com a utilização indevida de fita de teflon (do tipo "veda-rosca") para evitar o ingresso de água para o interior do invólucro à prova de explosão. De acordo com as normas ABNT NBR IEC 60079-14 e ABNT NBR IEC 618927, deve ser utilizada graxa à base de silicone para a proteção de juntas metálicas planas e roscadas à prova
e mande suas impressões! Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de
de explosão.
mencionar o local e a situação em que a falha foi
Não é permitida a utilização de fitas
encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –
de teflon na área de passagem de chama, uma vez que este tipo de material apresenta a
residencial, comercial, industrial –, circulação de
característica de "cura" (endurecimento) ao longo do tempo, o que altera as características
pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência
da junta metálica à prova de explosão.
sobre o perigo da malfeitoria.